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MEIOS DE

CONTRASTE
EM RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA
TNR Stella Siqueira Campos
Nas imagens ponderadas em T1, tecidos com
tempo de relaxamento T1 curto, por exemplo,
tecidos adiposos, aparecem hiperintensos; tecidos
com tempo de relaxamento T1 longo, por
exemplo, a água, aparece hipointenso.

MEIOS DE Nas imagens ponderadas em T2, tecidos com


declínio T2 curto, no caso tecido adiposo,
CONTRASTE aparecem hipointensos e tecidos com declínio T2
longo, no caso a água aparece hiperintenso.
EM RM
Pela presença da água na maioria das lesões e nos
tecidos a elas circundantes, as ponderações T2 são
excelentes para detectar os “sinais” da presença
das lesões e que as ponderações T1 são ótimas
para a definição anatômica das mesmas.
A própria água presente nas
estruturas do corpo pode
servir de meio de contraste
em algumas sequências de
RM.
ÁGUA
O sinal é captado da água
retida em ductos e vesículas
do corpo. Assim são
realizadas as colangioRM´s
e as uroRM´s.
COLANGIO
RM
URO RM
AGENTES
PARAMAGNÉTICOS
 Como em qualquer método de imagem em medicina,
também para a RM foi desenvolvido um meio de
contraste que pudesse realçar as lesões, e não os
tecidos normais, que facilitasse sua localização,
características e diagnóstico diferencial.
 Os meios de contraste geralmente utilizados em RM,
portanto, afetam seletivamente os tempos de
relaxamento T1 dos diferentes tecidos, embora os
tempos de recuperação T2 possam também ser
alterados pela introdução de meios de contraste.
 Quando o efeito predominante é o encurtamento T1, as
estruturas ou tecidos patológicos com relaxamento T1
reduzido aparecem claras, isto é, hiperintensas.
GADOLÍNIO

 A água no corpo, como aquela encontrada nos tumores e


processos inflamatórios, tem uma rotação muito mais
rápida que a frequência de Larmor, provocando um
relaxamento ineficiente que é demonstrado por longos
tempos de relaxamento T1 e T2, aparecendo nas
imagens por RM como áreas hipointensas e
hiperintensas respectivamente.
 Ao colocar-se uma substância com grau de momento
magnético, como o gadolínio, que é uma substância
paramagnética, na presença de prótons da água são
criadas flutuações do campo magnético local, que
podem reduzir os tempos de relaxamento T1 do próton
da água.
Este fenômeno provoca uma
maior intensidade de sinal
destes prótons nas imagens
ponderadas em T1,
tornando-os hiperintensos.

O gadolínio é, portanto,
um meio de contraste T1.
 O gadolínio é um oligoelemento metálico (lantanídeo)
classificado dentro do grupo dos metais pesados e com
afinidade para se acumular em locais do corpo humano
como membranas, proteínas de transporte, enzimas,
matriz óssea e órgãos em geral.
 O gadolínio tem três elétrons livres, sendo, portanto, um
íon metálico.
 Felizmente, existem substâncias na medicina que graças
à sua afinidade por íons metálicos, são capazes de se
ligar a eles, colaborando na sua distribuição, circulação e
excreção, evitando a deposição do mesmo, por muito
tempo, nos tecidos humanos. Esta é a função dos
quelantes (quelados). Os quelantes se fixam em alguns
dos locais disponíveis do íon metálico, propiciando esta
função importante.
CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE
CONTRASTE COM GADOLÍNIO

 Agentes extracelulares
 Iônico (Magnevist e Dotarem)
 Neutro (Omniscan, Prohance, Gadovist e OptiMARK)
 Agentes intravasculares
 Complexos de gadolínio de ligação à albumina (Ablavar e
Ácido Gladocolético)
 Complexos de gadolínio poliméricos (Gadomelitol e Gadomer
17)
 Agentes orgão-específicos
 Primovist™ e Multihance, são agentes hepatobiliares.
 O gadolínio extracelular inespecífico foi a primeira
categoria de agentes de contraste de RM aprovado para o
uso clínico, tendo excelente perfil de segurança em
pacientes com função renal normal;

 Distribui-se pelo espaço extracelular.


 Os contrastes hepato-específicos tem propriedades
combinadas de perfusão e seletividade hepatocitária,
desenvolvido primariamente para aumentar a detecção e a
caracterização das lesões focais hepáticas.
 Após a administração intravenosa do contraste, ele
rapidamente é distribuído pelo compartimento
vascular/intersticial, sendo possível a aquisição de estudo
dinâmico multifásico.
 Aproximadamente 50% da dose injetada do contraste é
seletivamente captada pelos hepatócitos funcionantes e
posteriormente excretada pela bile, permitindo a aquisição
de uma fase hepatobiliar tardia, em aproximadamente 10 a
20 minutos após sua injeção.
 As moléculas dos contrastes com gadolínio podem ser:
 LINEARES: dissocia-se mais rapidamente

 CÍCLICAS: é mais estável e tem dissociação mais lenta.


 Os efeitos colaterias mais comuns são: um aumento
pequeno e transitório da bilirrubina e do ferro
plasmáticos, cefaléias leves e transitórias (9,8 % dos
casos), náuseas (4,1 % dos casos), vômitos (2,0 %),
hipotensão, irritação gastrintestinal e erupções cutâneas
em menos de 1 %.
 Até o presente, foram relatados dois casos de óbitos
relacionados aos milhões de usuários do Gd-DTPA em
todo o mundo, sendo esta estatística bastante diferente
daquelas para o uso do contraste iodado utilizado em
outros métodos radiológicos (1 / 20.000 a 40.000).
Excreção
 Aproximadamente, 80% do gadolínio utilizado em um
exame são excretados pelos rins em três horas.
 Deve-se avaliar com critérios muito rígidos a
necessidade do seu uso em pacientes com distúrbios
hematológicos (como as anemias hematolítica e
falciforme), no caso de gravidez, mães em fase de
amamentação, distúrbios respiratórios, particularmente
na asma, e história de alergia anterior ao contraste.
Administração
 Para agentes com 0,5 mmol/ml, a dose de contraste
paramagnético gadolínio é de 0,2 ml/kg, por via
endovenosa.

 Para o Gadovist, que possui 1 mmol/ml a dose é de 0,1


ml/kg, por via endovenosa.

 *1 mol = 6,02 x 1023 átomos


EXAMES COM Gd
ARTRO RM
FIBROSE SISTÊMICA
NEFROGÊNICA (FSN)
 A Fibrose Sistêmica Nefrogênica (FSN) é uma doença
relativamente nova, rara, que afeta principalmente a pele
de pacientes com insuficiência renal. Foi inicialmente
identificada pelo Dr. Shawn Cowper, em 1997.
 A doença é progressiva e pode ser fatal. Até hoje, mais
de 200 casos foram relatados, e a causa da doença
ainda é desconhecida.
 Até hoje, todos os relatos de FSN foram em pacientes
com doença renal. A grande maioria apresenta
insuficiência renal crônica e é dependente de diálise.
 Relatos recentes têm demonstrado forte correlação entre
o desenvolvimento da FSN e a exposição aos contrastes
com gadolínio utilizados em exames de ressonância
magnética.
 Um estudo recente detectou a presença de gadolínio na
pele e nos tecidos moles de pacientes com a doença.
 Até hoje, mais de 150 pacientes desenvolveram a
doença após a exposição ao gadolínio.
 Os sinais clínicos incluem a fibrose da pele e dos tecidos conjuntivos
em todo corpo.
 A FSN é caracterizada pelo aparecimento de espessamento e
endurecimento da pele, podendo ocorrer nódulos. As lesões cutâneas
são usualmente simétricas, distribuídas especialmente nos membros
(extremidades distais) e tronco, podendo limitar a flexão e extensão e
acarretar contraturas e incapacidade física.
 Ainda não existe tratamento bem estabelecido para a doença. A
melhora da função renal parece diminuir a progressão da doença ou
mesmo promover melhora gradual.
 O melhor tratamento disponível atualmente é o transplante renal, mas a
história natural da doença é ainda pouco conhecida. Alguns pacientes
apresentam melhora gradual da mobilidade e leve amolecimento da
pele com o tempo, mas a melhora completa das lesões cutâneas em
pacientes com doença renal ainda não foi relatada.
FSN
Diversos estudos tem evidenciado
acumulo de gadolínio em algumas
regiões do cérebro após múltiplas
exposições.

DEPÓSITO Não se sabe se é prejudicial

DE
GADOLÍNIO Ocorre em maior frequência com uso de
contrastes lineares.

Pode ocorrer clearence após alguns


meses.
Preparo da sala de exames

 Antes da chegada do paciente, a sala de exames deve


estar limpa e organizada.
 Todos os materiais que serão utilizados durante o
procedimento devem estar separados (luvas, agulhas,
cateteres, sondas, MC, algodão, esparadrapo, etc.).
 O técnico deve seguir as orientações do médico
radiologista, que deve acompanhar todo o
procedimento.
Preparo geral do paciente

 Antes de se iniciar qualquer procedimento que utiliza


MC, é importante que o se confirme com o paciente se
o preparo foi realizado corretamente (jejum,
laxantes, etc.) e no caso de mulheres, confirmar
histórico menstrual para se descartar a possibilidade
de gravidez.
 O paciente deve ser cuidadosamente instruído sobre
todo o procedimento.
Lactantes

 As recomendações do ACR dizem que é seguro


amamentar após exames que utilizam meio de
contraste iodado ou gadolínio.
 A critério da própria mulher, leite pode ser esgotado
e armazenado antes do exame e a amamentação
suspensa por um período após o exame.
 Não há comprovação que faça mal ao bebê.
Injetora Automática

 É utilizada para a injeção de contraste EV por via


remota.
 Possibilita controle de velocidade e pressão.
 Dispensa profissional dentro da sala de exames
durante a injeção do contraste.
TAMANHO  O tamanho do cateter deve
ser compatível com a
DO CATETER velocidade, para que o
X contraste flua sem aumento
significativo na pressão,
VELOCIDADE evitando acidentes e
DE INJEÇÃO extravasamento.
 Anamnese
 Preparo para o exame;
 Sintomas;
 Histórico medicamentoso;

ANTES DO  Histórico de patologias e


tratamentos;
EXAME  Antecedentes alérgicos;
 Exames anteriores;
 Explanação sobre o exame;
 Consentimento informado
assinado;
BARREIRA
HEMATO-ENCEFÁLICA

O encéfalo é diferente de outros tecidos por ser


uma barreira natural à passagem de certas
substâncias.

A glicose, o oxigênio e certos íons passam


imediatamente do sangue circulante para o líquido
extracelular, e daí para as células encefálicas.
BHE

 Outras substâncias encontradas no sangue


normalmente entram nas células encefálicas bastante
lentamente.
 Outras ainda, entretanto, tais como proteínas, a
maioria dos antibióticos e meios de contraste, não
passam de forma alguma do sistema capilar craniano
normal para as células encefálicas.
FUNÇÃO DA BHE

 Proteger o cérebro de "substâncias estranhas" que


possam estar presente no sangue e danificar o
cérebro.
 Proteger o cérebro
contra hormônios e neurotransmissores que possam
estar circulando pelo corpo.
 Mantém um ambiente químico protegido e constante
para o bom funcionamento do cérebro.
Rompimento da BHE

 Entre os fatores que podem romper a BHE estão:


 Meningite
 Esclerose múltipla
 Doença de Alzheimer
 Hipertensão: Uma grande pressão arterial pode quebrar a BHE
 Desenvolvimento: a BHE não está totalmente formada em recém-nascidos
 Hiperosmolaridade: Se uma substância estiver presente em grandes
concentrações no sangue, ela pode conseguir entrar "à força" pela BHE
 Microondas: Exposição à microondas pode quebrar a BHE
 Radiação: Exposição à radiação pode quebrar a BHE
 Infecção: Agentes infecciosos podem abrir a BHE
 Trauma, isquemia, inflamação.
Glioma
Carcinoma de plexo coróide
A dinâmica do meio de
contraste na circulação
sanguínea é a mesma,
independente da
utilização de gadolínio
ou iodo
CONTRASTAÇÃO
Quando o contraste é
injetado em bolo, ele
leva cerca de 10 s para
chegar à circulação
sistêmica.
Ocorre quando
somente há
contraste nas
artérias.

Ocorre entre 15 e
FASE 20 s depois do início
da injeção do
ARTERIAL contraste.

Fase ideal para


angiografias.
Ocorre
quando o
contraste já
atingiu as
veias.
FASE
VENOSA /
PORTAL Ocorre
cerca de 60
a 90 s após
o início da
injeção do
contraste.
É a fase em que os vasos sanguíneos
e o parênquima do órgão começam
a declinar seus níveis de contraste
de maneira uniforme, pois o
contraste já está sendo excretado.

FASE DE
EQUILÍBRIO
Ocorre cerca de 120 s a 180 s após
o início da injeção do contraste.
É muito importante o cuidado do
técnico quanto ao tempo das
fases, pois algumas patologias
são melhor visualizadas em
certas fases e podem não ser
visualizadas em outras fases.
 A veia porta é formada pela
união da veia esplênica, da
veia mesentérica inferior
(que traz sangue do reto e
parte do intestino grosso),
SISTEMA que normalmente se abre na
veia esplênica e da veia
PORTA mesentérica superior (que
traz sangue do intestino
delgado e de partes do
intestino grosso) que se une
à veia esplênica para formar
a veia porta.
Sistema Porta
Sistema Porta
 O fígado é um dos órgãos
em que a TC e a RM de
abdome têm mais
importância, pois diversas
CONTRASTAÇÃO patologias hepáticas podem
HEPÁTICA ser corretamente
diagnosticadas através
desses métodos.
 Um fígado normal é irrigado:
DUPLA
CIRCULAÇÃO  15 a 25% pela artéria hepática;
HEPÁTICA  75 a 85% pela veia porta;
Taxa de filtração glomerular (TFG) – Depuração da
creatinina
• É o volume de água filtrada fora do plasma pelas paredes
dos capilares glomerulares nascápsulas de Bowman, por
unidade de tempo.
• A filtração glomerular é a primeira etapa na formação da urina. O
sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do
glomérulo.
• Essa pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem
intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a
cápsula de Bowman, onde as substâncias pequenas - água,
sais, vitaminas, açúcares, aminoácidos e excretas - saem
do glomérulo e entram na cápsula de Bowman.
• Somente as células sanguineas (não é possível filtrar)e as
proteínas(devido ao seu tamanho que é grande e a carga que é
igual a barreira de filtração,então vai repelir) não vão ser
filtradas.
• Esse processo resulta em um líquido que recebe o nome
de filtrado glomerular.
Estimativa usando a fórmula de Cockcroft-Gault
A fórmula de Cockcroft-Gault pode ser usada para
calcular a depuração plasmática de creatinina estimada,
que por sua vez faz uma estimativa da TFG.
As faixas normais para a TFG, ajustadas
para a área de superfície corporal, são:
 Homens: 90 a 120 mL/min
 Mulheres: 80 a 110 mL/min

Deve-se ter cautela na injeção de meios


de contraste em pacientes com o
clearence menor que 30 mL/min.
 Creatinina e uréia são duas
substâncias presentes na
corrente sanguínea, que
podem ser dosadas através
de exames de sangue
quando se pretende fazer
uma avaliação da função
dos rins.
 Quando os rins começam a
URÉIA E funcionar de forma
inadequada e a sua
CREATININA capacidade de filtrar o
sangue fica afetada, as
concentrações de uréia e
creatinina no sangue tendem
a ser elevar.
 Quanto mais alta for a
creatinina sanguínea, mais
grave é a insuficiência renal.
Os níveis normais da creatinina no
adulto variam entre 0,6 a 1,3 mg/dl,
geralmente, mas a condição física,
idade, peso podem influenciar.

Os valores de referência da uréia


no adulto variam entre 15 e 45
mg/dL.

O médico radiologista deve ser


informado de alterações nos exames,
para avaliação do custo-benefício da
injeção do contraste, juntamente com
o médico assistente do paciente.
UTILIZAÇÃO
PEDIÁTRICA
 Nem todos os meios
de contraste são
indicados para
crianças menores de 2
anos.
 Importante verificar a
bula.
OBRIGADA!
Contato:
tnrstella@gmail.com

“Conheça todas as teorias,


domine todas as técnicas,
mas ao tocar uma alma
humana, seja apenas
outra alma humana”.
Carl Jung

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