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B I O L O G I A 1 2º A N O

Fundamentos de engenharia genética e Microrganismos


Fundamentos de engenharia genética e microrganismos
Os fragmentos obtidos são incorporados num vetor, isto é,
A molécula de DNA é composta por 2 cadeias polinucleotídicas que numa molécula capaz de transportar o fragmento de DNA
se dispõem em sentidos inversos, designando-se antiparalelas. para uma célula:
 Bacteriófagos- vírus que atacam bactérias;
Para que a informação contida no DNA seja expressa, é necessário
 Plasmídeos- pequenos fragmentos livres de DNA com
que, em 1º lugar, a informação seja passada ao RNA, que se forma
por complementaridade com o DNA, e que, posteriormente, essa forma circular que estão presentes em bactérias. Têm a
informação, veiculada pelo RNA seja traduzida sob a forma de capacidade de síntese e multiplicação.
proteínas.
Para que o fragmento de DNA estranho seja incorporado no
Dogma Central da Bioquímica- fluxo unidirecional de informação vetor, é necessário que a mesma enzima de restrição que
entre os ácidos nucleicos e as proteínas. atuou sobre esse DNA atue sobre o vetor, de forma a expor
uma sequência nucleotídica complementar.
Um dos grandes problemas em manipular o DNA era o
isolamento de genes, só com a descoberta de enzimas de Os 2 segmentos de DNA são ligados por ação da enzima DNA
restrição é que se torno capaz de selecionar o DNA em locais ligase, produzindo o DNA recombinante (molécula nova
específicos. estável).

Enzimas de restrição/ endonucleases - são capazes de


reconhecer pequenas sequências especificas de nucleótidos,
cortando a molécula de DNA apenas nesses locais. São
utilizadas em técnicas de manipulação in vitro.
Isolam o gene que se pretende estudar.

Esta técnica permite introduzir porções de DNA de uma


determinada espécie num microrganismo que, em
condições adequadas, se divide, permitindo a criação de
inúmeras cópias do gene. - Clonagem do segmento de DNA
manipulado.

DNA recombinante O DNA recombinante permite assim introduzir novas


combinações de genes que naturalmente nunca se
As enzimas de restrição permitiram desenvolver a encontrariam.
tecnologia de DNA recombinante (rDNA), isto é, produzir
moléculas de DNA a partir da combinação de genes com A molécula de DNA presente nos clones do microrganismo
proveniências diferentes. onde foi inserido o DNA recombinante permitirá a produção
de uma nova proteína, de acordo com a nova informação
DNA recombinante- DNA com segmentos de um gene de um genética que possui.
dador de espécie diferente.  Desta forma é possível introduzir um gene humano em
bactérias para que estas produzam em larga escala
Para produzir DNA recombinante, é necessário que as uma determinada proteína humana.
enzimas de restrição cortem o DNA em fragmentos
manipuláveis que contêm o gene pretendido.
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purificada de forma a poder ser utilizada no tratamento de
Exemplo: produção de insulina humana diabetes.
A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas e controla a
entrada de glicose nas células. A sua falta origina diabetes. As bactérias continuam a desenvolver o seu normal
Durante anos, a única forma de obter insulina era extraindo-a do metabolismo e, como tal, outros produtos podem ser lançados
pâncreas do porco- procedimento dispendioso e que levava a muitas
para o meio.
alergias no individuo que recebia a insulina.
A técnica de DNA recombinante permitiu baixar o custo de produção
de insulina e evitar reações alérgicas. Para tal, os investigadores Muitas outras sustâncias são atualmente produzidas à custa
procederam ao isolamento do gene responsável pela produção desta da tecnologia do DNA recombinante.
hormona, através da utilização de enzimas de restrição, e à sua
inserção em bactérias.
Organismos geneticamente modificados (OGM)- seres cujo
genoma foi manipulado, apresentando diferenças
relativamente à constituição original.
Podem ser designados Organismos transgénicos quando, em
resultado desta manipulação, possuem material genético de
outros organismos inserido no seu genoma.

A manipulação genética permite obter organismos detentores


de características vantajosas. Ex:
 maior resistência a doenças, a herbicidas, ao calor, à seca e à
geada, e redução das necessidades em fertilizantes;
 desenvolvimento de produtos com maior valor e qualidade
alimentar (fruto de maior tamanho, tubérculos com maior
valor nutritivo);
 produção de fármacos.

Vetor utilizado: Plasmídeo;


Vantagens previstas pelo uso de bactérias para a produção de
insulina: A sua elevada taxa de divisão permitirá uma rápida
multiplicação do gene incorporado. Assim, ao fim de pouco
tempo, existirá um enorme número de bactérias produtoras de
insulina.

O processo de multiplicação dos organismos que contêm rDNA


permite:
 A produção da substância codificada pelo gene
inserido;
 A clonagem do gene inserido.

Os investigadores conservam, assim, cópias desses genes,


constituindo bibliotecas génicas/ bibliotecas de genes, que
ficam disponíveis para posteriores utilizações.

De seguida a insulina é isolada do meio que contém diversos


nutrientes e produtos de metabolismo bacteriano, sendo
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Tecnologia do rDNA Razão pela qual se procedeu à inserção de um gene
promotor: Os genes promotores controlam a expressam dos
Tecnologia do rDNA- permite que os genes que conferem a genes estruturais. Assim, será possível controlar a expressão
característica desejada, obtidos a partir de plantas de outras do gene humano que foi inserido no genoma da ovelha.
espécies ou mesmo de outros seres vivos, sejam introduzidos Na ovelha transgénica, apenas se produz hormona humana
no genoma da planta, recorrendo a um vetor (plasmídeo). nas células das glândulas mamárias pois, o gene promotor da
 Algumas proteínas produzidas com base na tecnologia do β-lactoglobulina só é funcional nessas células. Assim, apenas
DNA recombinante são mais funcionais do que quando nestas células se irá expressar o gene da hormona humana
produzidas por bactérias. que está dependente do controlo deste promotor.
 Por outro lado, algumas proteínas, quando produzidas por
bactérias, alteram-se mais rapidamente do que quando A professora disse que calha exercícios como este no teste.
produzidas por animais.
DNA Complementar
1. Antes do DNA estranho ser inserido no plasmídeo é
necessário proceder à remoção de eventuais genes As bibliotecas de genes podem também ser conseguidas
indutores de tumores, que podiam levar ao através da produção de DNA complementar (cDNA).
desenvolvimento do cancro nas novas plantas. Este cDNA é obtido a partir do mRNA por
2. O plasmídeo recombinante é inserido numa cultura de complementaridade.
células da planta in vitro, de forma a que os novos genes
sejam incorporados no DNA do núcleo destas células.
3. Estas células são estimuladas e dividem-se, originando
uma planta transgénica, que expressará a nova
característica (codificada pelo gene introduzido) e a
passará à sua descendência.

Os animais transgénicos ainda não são utilizados na nossa alimentação,


porém, alguns produtos resultantes da manipulação genética em
animais têm já uma aplicação:
 produção de hormonas humanas por animais transgénicos,
nos quais foram inseridos genes de diferentes organismos Transcriptase reversa- enzima que permite produzir uma
de forma a se obter o produto desejado. molécula de DNA a partir de mRNA. O seu nome resulta
do facto de promover um processo de transcrição, mas
no sentido inverso.

Esta técnica é utilizada quando se pretende clonar genes


sem os seus intrões, pois o DNA obtido (cDNA) é
produzido a partir de uma molécula de mRNA
maturado.

DNA complementar- não possui intrões e é logo


transcrito, o que facilita a tradução nas bactérias pois
estas não possuem processamento.

DNA polimerase- enzima que permite, após a produção


da 1ª cadeia de DNA, produzir a cadeia complementar,
constituindo uma molécula mais estável.
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O cDNA , a sua transcrição será feita de forma interrupta/sem Razão pela qual foi necessário remover e cultivar linfócitos
interrupção, produzindo-se uma proteína diferente da que se do doente: Os linfócitos são as células que possuem o gene
pretendia. alterado e, por isso, foi necessário proceder à remoção de
alguns linfócitos do doente e à sua multiplicação para que,
Ao ser inserido um clone de cDNA, garante-se a produção da depois da “reparação” do gene, possam proliferar no corpo do
proteína normal. doente.
Vetor utilizado na inserção do gene normal: Um retrovírus.
O dogma central da bioquímica postulava a relação Objetivo da infeção dos linfócitos pelo retrovírus: Ao infetar
unidirecional DNA -> mRNA -> proteína. A aplicação da os linfócitos com o retrovírus, pretende-se que estes insiram o
transcriptase reversa permite inverter o sentido da gene da ADA normal no genoma destas células. Para
informação, podendo-se assim afirmar que a produção de posteriormente serem transferidos para o doente, com o
cDNA limita este “dogma”. objetivo de produzirem ADA com vista à normal
metabolização dos nucleósidos.
Conclusões que podemos tirar do sucesso do tratamento, de
Terapia génica acordo com o gráfico: O tratamento teve sucesso, pois
verifica-se que houve um aumento progressivo da quantidade
de moléculas de desoxiadenosina a ser metabolizada.
Terapia génica- consiste na introdução de genes clonados em
células de um organismo com o objetivo de curar uma doença.

Deficiência no gene ADA Outras técnicas de manipulação do DNA


A ADA é uma enzima envolvida no metabolismo dos nucleósidos.
Quando existe uma alteração em ambos os genes da ADA, verifica-se  DNA fingerprint
uma acumulação de desoxiadenosina nas células. Em concentrações
Baseia-se na produção de fragmentos de DNA que variam
elevadas, a desoxiadenosina torna-se tóxica para as células do sistema
em tamanho de individuo para indivíduo, através da
imunitário, nomeadamente para os linfócitos B e T. Esta situação
conduz a uma imunodeficiência severa combinada (SCID), sendo utilização de enzimas de restrição que atuam em locais onde
normalmente fatal. existem sequencias de bases repetidas e que correspondem
a zonas de restrição. Estes fragmentos provenientes de
Linfócitos- eliminam os agentes causadores de doenças. amostras de DNA extraído de material biológico (ex: sangue)
são sujeitos a um campo elétrico, separando-se de acordo
com as suas dimensões.
Quanto mais chegados os indivíduos (parentes), mais a
sequencia se assemelha.
https://youtu.be/7onjVBsQwQ8

 Reações de Polimerização em Cadeia (PCR)


Permite fazer várias cópias a partir de um só fragmento da
molécula.
Procede-se à amplificação da porção de DNA (importante
quando a amostra é muito reduzida) e posteriormente ao
aquecimento da amostra de modo a separar as 2 cadeias. De
seguida, fornecem-se nucleótidos e DNA polimerase, para
que se produza uma dupla cadeia a partir da cadeia simples.
Estes passos repetem-se até se obter o nº de cópias
pretendidos.

Reação de polimerização- permite aumentar o DNA mais


rapidamente.
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Apontamentos  Anabolismo- conjunto de reações que necessitam de
energia para sintetizar moléculas mais complexas a
Helicase- importante nas ligações de bases azotadas; partir de moléculas mais simples;
DNA ligasse- adiciona nucleótidos às cadeias de DNA;  Catabolismo- conjunto de reações que conduzem à
polímeros- são macromoléculas. degradação de moléculas complexas, formando-se
DNA polimerase- multiplica o DNA. moléculas mais simples e libertando-se energia.
DNA complementar- não possui intrões e é logo transcrito, o
que facilita a tradução nas bactérias pois estas não possuem
processamento.

Produto de risco biológico

Doenças autoimunes- diabetes tipo I, lopus…

Fago vírus.
Engenharia genética:
 Manipulação de genes;
 DNA ligase;
 Enzimas de restrição/ endonucleases;

Na maioria das situações, para que uma reação química ocorra


Microrganismos e indústria alimentar é necessário fornecer energia ao sistema- energia de
ativação.
Ex: Se a temperatura for muito elevada ou se forem
Biotecnologia- permite utilizar microrganismos para produzir
adicionados ácidos ou bases fortes, dá-se a degradação da
substâncias que são utilizadas como aditivos alimentares, no
glicose que é necessária para que as células possam obter
sentido de melhorar a aparência, o sabor, a consistência ou as
energia.
propriedades de conservação dos alimentos. Aumentando assim
a produtividade e a estabilidade da qualidade dos alimentos
obtidos.
Enzimas, biocatalisadores…
Fermentação e atividade enzimática Contudo, uma célula não pode aguardar anos para que a degradação
ocorra, recorrendo então a catalisadores- moléculas capazes de
Os processos fermentativos que estão na base da produção ou acelerar uma reação química (diminuem a energia de
transformação de alimentos resultam do metabolismo dos ativação) sem que sejam nela consumidos. Não participam na
microrganismos envolvidos nesses processos. reação:
Ex: A fermentação alcoólica é realizada por microrganismos.  Exemplo de catalisadores:
 Ribozimas (RNA);
Metabolismo celular- Conjunto de reações químicas que  Enzimas( proteínas)- catalisadores biológicos/
ocorrem numa célula. biocatalisadores proteicos que têm a capacidade de
acelerar reações químicas.
Metabolismo- conjunto de todos os processos químicos Atuam como catalisadores porque diminuem a energia
realizados por um organismo, que envolvem a quebra e a de ativação necessária para desencadear uma reação,
formação de ligações químicas. o que permite acelerar a velocidade da reação, isto é,
Tipos de processos metabólicos: torna possível a ocorrência de um maior número de
reações num dado intervalo de tempo.
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Permitem a realização das reações metabólicas sem que seja necessário Constituição das enzimas:
alterar as condições de temperatura das células.  São proteínas globulares com estrutura terciária;
 possuem um centro ativo que se liga ao substrato:
 Quando o substrato se liga ao centro ativo da enzima,
forma-se o complexo enzima-substrato.

Propriedades das enzimas:


 Diminuem a energia de ativação;
 Não são destruídas nas reações químicas que
catalisam;
 São específicas;
 A sua atividade é influenciada por fatores ambientais.

As enzimas apresentam um elevado grau de especialidade,


catalisando apenas um determinado tipo de reação química. Quando ativado o substrato, desencadeia-se a reação que
conduz à transformação do substrato em produto, sem que
Grau de especialidade: seja necessário elevados níveis de energia.
 Especificidade absoluta- atuam apenas sobre um tipo de Quando formados os produtos, a enzima fica novamente livre
substrato (ex: amílase); para catalisar novas reações.
 Especificidade relativa- podem atuar sobre um grupo de
substratos que têm de ser moléculas semelhantes do
ponto de vista químico, isto é, apresentam, por exemplo, o
mesmo grupo funcional ou o mesmo tipo de ligações químicas.

A especificidade da ação enzimática resulta da conformação


tridimensional, particularmente da compatibilidade entre a
forma do centro ativo e a forma do substrato.

Modelos de ligação enzima-subtrato:


 Fisher (1890) ou chave fechada- o centro ativo da
enzima tem uma estrutura rígida e pré-complementar
do substrato; Concentração do substrato e do produto ao longo do tempo:
A enzima catalisa a reação que consome o substrato, cuja
concentração vai diminuindo, e leva à formação do produto,
cuja concentração vai aumentando (de forma
proporcionalmente inversa à concentração do substrato).
 Koshland (1959) ou encaixe induzido- o substrato induz uma
mudança no centro ativo tornando-o complementar. Enzima livre e complexo enzima-substrato: Inicialmente,
existia uma determinada concentração de enzima no meio,
sendo nula a quantidade de [ES]. À medida que se vão
estabelecendo ligações entre a enzima e o substrato, a
concentração da enzima livre diminui, aumentando a
concentração do complexo enzima-substrato.
Posteriormente dá-se uma estabilização que resulta do facto
de a velocidade de formação do complexo enzima-substrato
se aproximar da velocidade de dissociação/separação da
enzima do produto formado.
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A enzima não se consome. A temperatura e o pH interferem com a ação catalítica da
A sacarose é um dissacarídeo. enzima.

 algumas enzimas são constituídas apenas por material Temperatura…


proteico. No entanto existem enzimas que apenas A influência da T na atividade enzimática resulta do facto de
conseguem catalisar reações se estiverem associadas a este fator interferir com as ligações intramoleculares da
cofatores. Componentes da constituição destas enzimas: enzima responsável pela sua estrutura globular. -
 apoenzima- molécula de natureza proteica; Tanto as baixas como as elevadas temperaturas inativam as
 cofator- substância de natureza não proteica. enzimas.
Ex de cofatores enzimáticos: iões metálicos
(magnésio, cálcio, ferro, cobre); coenzimas  Temperaturas baixas- a inativação é reversível: não
(compostos orgânicos de natureza não proteica). ocorre rompimento de ligações, mas apenas
compactação da molécula, dificultando as ligações
A apoenzima e os cofatores, quando isolados, não têm poder com o substrato. Uma vez restabelecida a T mais
catalítico. A associação destes 2 componentes permite formar elevada, a enzima torna-se novamente ativa.
uma enzima ativa- holoenzima.  Temperaturas elevadas- a inibição é irreversível (a
enzima fica permanentemente inativa): dá-se a
desnaturação (perda de atividade biológica), devido
ao rompimento de ligações que conduzem a uma
alteração da conformação da enzima e,
consequentemente, a uma modificação do centro
ativo.

Fatores que afetam a atividade enzimática

A atividade enzimática é fundamental para regular os processos Efeito da temperatura na atividade enzimática:
metabólicos, porém é condicionada por diversos fatores:
 Temperatura;
 PH,
 Concentração do substato;
 Concentração da enzima;
 Inibidores.

A atividade enzimática tende a aumentar com a


temperatura, até se atingir a temperatura ótima de atuação
(atividade enzimática é máxima).
Para temperaturas superiores à temperatura ótima, verifica-
se uma diminuição da atividade enzimática, pois as
temperaturas elevadas tendem a alterar a conformação das
moléculas das enzimas (desnaturação).
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Assim, será de prever que a percentagem de substrato digerido Concentração da enzima no meio…
vá aumentando à medida que se aumenta a temperatura do A velocidade da reação aumenta de forma proporcional ao
meio, até se atingir um valor ótimo (onde aumento da concentração da enzima, enquanto houver
100% do substrato é digerido). Para valores de temperatura substrato disponível no meio.
superiores, a atividade enzimática tende a diminuir (e, por isso,
também a percentagem de substrato) até a atividade ser nula.

Ex de resposta à pergunta: Explica a variação da atividade enzimática


das enzimas das bactérias termófilas em função da temperatura:
Embora se verifique que as enzimas das bactérias termófilas atuam
num intervalo de temperatura compreendido entre os 40 ºC e os 90ºC,
a sua atividade é reduzida para valores próximos do extremo inferior
desse intervalo; à medida que a temperatura vai aumentando,
constata-se um aumento da atividade enzimática, até se atingir um
valor máximo, aproximadamente aos 75ºC; a partir daí, à medida que a
temperatura continua a aumentar, verifica-se um progressivo Concentração do substrato no meio…
decréscimo da atividade, que se extingue quando a temperatura O aumento da concentração de substrato no meio
ultrapassa os 90 ºC. corresponde a um aumento da atividade enzimática, desde
que haja enzima disponível.
PH… Quando os centros ativos das enzimas se encontram todos
Pode alterar a distribuição das cargas elétricas da enzima, ocupados, atinge-se um ponto de saturação, a partir o qual,
podendo torna-la inativa (desnaturação) (ex enzima catalase), por mais que a concentração do substrato aumente, a
pois interfere com a conformação do centro ativo. Em casos velocidade da reação mantém-se constante- atividade
extremos pode conduzir à desnaturação da enzima, tornando-a enzimática estabiliza. Isto deve-se ao facto da taxa de
permanente inativa. formação de novas ligações ao substrato ser igual à taxa de
separação dos produtos.
 PH baixo- valores elevados de acidez;
 PH elevado- basicidade.

Inibição enzimática
Diferentes enzimas podem exigir condições de temperatura de
pH diferentes para que sejam capazes de atuar, existindo
Inibidores- moléculas capazes de inibir/diminuir a atividade
assim, um valor de temperatura ótimo e um valor de pH ótimo.
enzimática:
As enzimas têm um pH ótimo de atuação em que se atinge a
velocidade máxima das reações catalisadas por essas enzimas.
Tipos de inibição enzimática/ Mecanismos de atuação:
A partir desse valor ótimo, regista-se um rápido decréscimo da
velocidade de reação, até se tornar nula, em consequência da
alteração dos centros ativos provocada pela temperatura.
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 Inibição enzimática reversível- (ex: vias metabólicas, como
 inibição competitiva- o inibidor e o substrato competem na fotossíntese) quando se ligam temporariamente à
pelo centro ativo, pois ambos são estruturalmente enzima e, após a sua dissociação, a enzima permanece
semelhantes ; o inibidor liga-se ao centro ativo, funcional; fracas ligações entre o inibidor e a enzima;
impedindo a ligação do substrato,. Se a concentração do o Inibição reversível competitiva- o aumento da
substrato for superior à do inibidor, será maior a concentração de substrato permite aumentar a
probabilidade de o centro ativo estar ocupado com o atividade enzimática, dado que cada vez mais centros
verdadeiro substrato. - A inibição competitiva depende ativos passam a ser ocupados pelo substrato;
da relação entre a concentração do inibidor e a do o Inibição reversível não competitiva- a atividade
verdadeiro substrato. enzimática diminui com o aumento da concentração
do inibidor. O aumento da concentração do substrato
não tem qualquer efeito.

Controlo de vias metabólicas

Cada célula possui um elevado número de enzimas que


catalisam um elevado número de reações químicas.
 Inibição não competitiva/ alostérica-não existe competição
Geralmente, estas reações ocorrem de forma sequencial,
entre inibidor e substrato, uma vez que o inibidor é
isto é, o produto de uma reação é utilizado como substrato
estruturalmente diferente do substrato; o inibidor liga-se à
da reação seguinte, até se obter o produto final- via
enzima num local diferente do centro ativo (centro alostérico)
metabólica- cadeia de reações catalisada por uma cadeia
Esta ligação provoca uma alteração da conformação do
enzimática.
centro ativo o que leva à inativação da enzima, impedindo a
ligação do substrato, não se formando, por isso, o complexo
As vias metabólicas são, geralmente reguladas por
enzima-substrato.
moléculas que se comportam com inibidores reversíveis não
A inibição não competitiva é utilizada na regulação das vias
competitivo, isto é, que se ligam à enzima numa região
metabólicas.
especifica diferente do centro ativo (Centro alostérico)
Muitos destes inibidores combinam-se de forma reversível
modificando a conformação da 1ª enzima.
com as enzimas.
O resultado dessa alteração pode ser a inibição ou a
estimulação da atividade enzimática/ ativação da enzima.

Efeitos da inibição:

 Inibição enzimática irreversível- quando se combinam


com a enzima de forma permanente, inativando-a ou
destruindo-a (ex: venenos: mercúrio);
 o aumento da concentração do inibidor leva a uma
diminuição da atividade enzimática, dado que os
centros ativos da enzima vão ficando progressivamente
bloqueados.
 pode induzir à morte do individuo.
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Razão pela qual se pode afirmar que algumas situações de
regulação alostérica são efetuadas por inibição não
competitiva: Na situação representada, verifica-se que a
regulação da via metabólica é feita através da ligação de uma
substância (produto final) a um local da enzima diferente do
centro ativo (centro alostérico), o que conduz à modificação da
sua conformação e, por isso, à sua inibição. Assim, neste caso, a
regulação baseia-se num mecanismo de inibição não
competitiva.

Frequentemente, é o produto final de uma via metabólica,


quando se acumula em excesso, que inibe a 1ª enzima, por
ligação ao centro alostérico.
Quando a concentração de produto final diminui, este liberta-
se do centro alostérico e a enzima retoma a atividade, fazendo
aumentar de novo a concentração do produto final.

Medida na qual o retrocontrolo exercido pelo produto final de


uma via metabólica contribui para a economia celular:
Verifica-se que, quando o produto final é formado em excesso,
estas moléculas atuam como inibidores da 1ª enzima da cadeia
metabólica, evitando o excesso dessa substância relativamente
às necessidades celulares.

Razão pela qual a inibição não competitiva, que está na base


do controlo de diversas vias contribui para a economia celular:
Quando a concentração do produto começa a ser baixa, é
necessário que a via metabólica se torne novamente ativa,
repondo essa substância em falta. Para que a via metabólica
volte a funcionar, é necessário que a inibição seja revertida
(inibição reversível), isto é, que a molécula que estava ligada à
1ª enzima da cadeia metabólica se liberte do centro alostérico
da enzima, permitindo o reinício da sua atividade catalítica,
começando, assim, a aumentar a concentração de produto final.

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