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Produção de Alimentos Transgênicos

O processo de criação de um alimento transgênico é realizado por meio da tecnologia


do DNA recombinante, que foi desenvolvida em 1992, abrindo a possibilidade de isolar,
manipular e identificar genes em organismos vivos, ou seja, identificou-se como possível cortar
um pequeno fragmento de DNA de um genoma para inserir em outro organismo.

DNA recombinante
O que são:
Moléculas de ADN recombinante ou DNA recombinante (rDNA) são moléculas de ADN
formadas por métodos de laboratório de recombinação genética (como clonagem molecular)
que reúnem material genético de diferentes fontes, criando sequências que de outra forma
não seriam encontradas no genoma. Essa técnica surgiu a partir da engenharia genética.
O ADN recombinante é o nome geral dado a um pedaço de ADN que foi criado
combinando pelo menos dois fragmentos de duas fontes diferentes. O ADN recombinante é
possível porque as moléculas de ADN de todos os organismos partilham a mesma estrutura
química e diferem apenas na sequência de nucleotídeos dentro desta estrutura geral idêntica.
As moléculas de ADN recombinante são por vezes chamadas de ADN quimérico porque podem
ser feitas de material de duas espécies diferentes, como a quimera mítica. A tecnologia do
ADN recombinante utiliza sequências palindrômicas e leva à produção de extremidades
pegajosas e cegas.
Sequências de ADN usadas na construção de moléculas de ADN recombinantes podem
originar-se de qualquer espécie. Por exemplo, o ADN da planta pode ser ligado ao ADN
bacteriano, ou o ADN humano pode ser ligado ao ADN dos fungos. Além disso, sequências de
ADN que não ocorrem em qualquer lugar da natureza podem ser criadas por síntese química
do ADN e incorporadas em moléculas recombinantes. Utilizando a tecnologia recombinante do
ADN e o ADN sintético, literalmente qualquer sequência de ADN pode ser criada e introduzida
em qualquer uma das várias áreas vivas.
As enzimas de restrição
O que são:
As enzimas de restrição são fundamentais para a manipulação do DNA. Para que o
DNA recombinante seja originado é necessária a ação das enzimas de restrição.
As enzimas de restrição ou também denominadas de endonucleases de restrição, são
as ferramentas básicas da engenharia genética, desempenhando função de clivagem (corte) da
molécula de DNA em pontos específicos, em reconhecimento a determinadas sequências de
nucleotídeos.

Como o DNA recombinante é produzido?


A obtenção do DNA recombinante baseia-se na técnica de clonagem molecular.
O processo pode ser resumido do seguinte modo:
 O primeiro passo é isolar um fragmento de DNA, que contém o gene de interesse.
Lembre-se que cada gene origina uma proteína.
 O gene de interesse, agora isolado, é colocado em um meio com um fragmento de
DNA bacteriano circular, o plasmídeo e as enzimas de restrição.
 O plasmídeo bacteriano possui sua capacidade de inserir um fragmento de DNA
externo ao seu próprio genoma.
 As enzimas de restrição vão cortar uma determinada região do plasmídeo, onde será
ligado ao fragmento de DNA de interesse.
 O fragmento de DNA isolado irá unir-se com o DNA bacteriano, através das enzimas de
ligação, ligases. Nesse momento, é originado o DNA recombinante.
 O próximo passo é introduzir o DNA recombinante em bactérias vivas ou diretamente
em meio de cultura com as mesmas.
 Após a incorporação do DNA recombinante, as bactérias serão capazes de produzir
uma nova proteína, conforme os genes do fragmento de DNA isolados inicialmente.
Aprovação de plantas transgênicas

Todas as plantas transgênicas precisam ser analisadas quanto à biossegurança antes de


serem aprovadas para uso. No Brasil a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é
o órgão responsável por realizar a avaliação, caso a caso, de cada organismo geneticamente
modificado (OGM), seguindo os ritos estabelecidos pela Lei de biossegurança (Lei 11.105/05).
A legislação também prevê a necessidade de autorização prévia, registro de
instalações e de profissionais habilitados para as atividades de pesquisa. Nenhuma instituição
pode trabalhar com biotecnologia no Brasil sem o certificado de Qualidade em Biossegurança
(CQB), que também é emitido pela CTNBio

Lei de Biossegurança
A Lei de Biossegurança vigente harmonizou o ambiente institucional e hoje é
reconhecida internacionalmente como uma das mais rigorosas e completas do mundo.
As melhorias incorporadas na Lei de Biossegurança estão refletidas no número de
produtos biotecnológicos aprovados. Em 10 anos de vigência da primeira Lei (1995 a 2005)
foram aprovados apenas quatro produtos geneticamente modificados – duas plantas e duas
vacinas – enquanto nos dez anos seguintes foram aprovados oitenta e um novos produtos
OGMs, entre eles estão diferentes plantas, vacinas, microrganismos e um inseto.
Esse resultado se deve, principalmente, à atuação eficiente da Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança (CTNBio).
A CTNBio está integrada à Lei de Biossegurança desde agosto de 2001, no entanto,
com a nova Lei, de 24 de março de 2005, o papel da CTNBio ficou muito mais claro. A nova lei,
tornou a CTNBio soberana para fazer as análises técnico científicas, caso a caso, sobre os
OGMs. Além disso, foi criado o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), responsável pela
formulação da Política Nacional de Biossegurança.
Os OGMs são amplamente adotados no mundo há quatro décadas, desde que a
insulina passou a ser produzida, principalmente, por microrganismos geneticamente
modificados no lugar de sua extração do pâncreas de bovinos e suínos.
Muitas enzimas utilizadas em indústrias de alimentos, papel e celulose, têxtil e
farmacêutica também são produzidas por OGMs, proporcionando rendimentos mais elevados
e características específicas para cada tipo de indústria.
As plantas transgênicas foram a tecnologia agrícola de mais rápida adoção da história.
Em 1996 eram 1,7 milhão de hectares cultivados no mundo, atualmente são mais de 190,4
milhões de hectares que proporcionam aumento de produtividade e benefícios
socioambientais.
A Lei de Biossegurança tem papel fundamental em impulsionar a biotecnologia no
Brasil e proporcionar tecnologias cada vez mais modernas e seguras para os brasileiros.
Atualmente, já foram aprovados no país mais de 200 organismos geneticamente
modificados. Compondo esse grupo de produtos encontramos plantas de 06 diferentes
culturas, vacinas de uso veterinário e humano, medicamento, microrganismos para uso na
indústria (como leveduras e microalgas) e insetos como o mosquito Aedes aegypti, transmissor
de doenças como dengue, zika vírus e febre chikungunya.

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