FIP 301 – FITOPATOLOGIA II

Manejo de fitonematoides: parte 2

Profª Dalila Sêni Buonicontro

dalila.jesus@ufv.br
Lab. Nematologia – Dep. Fitopatologia
Método biológico

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 Principais agentes de controle biológico de
fitonematoides:

Bactérias Fungos
▰Endoparasitas (Pasteuria spp.) ▰Parasitas de ovos e fêmeas
(Purpureocillium; Pochonia).
▰Rizobactérias (Bacillus spp.;
Pseudomonas spp.) e bactérias ▰Produtores de metabólitos tóxicos
(Trichoderma spp.).
endofíticas.

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Agente de biocontrole
Bactérias
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1. Pasteuria penetrans: bactéria formadora de
endósporos

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Ciclo de vida de Pasteuria penetrans. Adaptado de Mateille et al. (2010)
 1. Pasteuria penetrans
Supressão de Meloidogyne spp. ocorre em duas fases:

1ª) Densidade de endósporos no solo 2ª) Alta densidade de endósporos no

inicialmente baixa: infectividade dos J2 não é solo: afeta a mobilidade dos J2,
severamente afetada e ocorre a penetração impedindo eles cheguem até as raízes.
nas raízes.

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 1. Pasteuria penetrans
Limitações:
-Supressividade é dependente da textura de solo (arenoso) e
temperatura (25-30 °C).

-Alta especificidade ao nematoide-alvo.

-Multiplicação massal (patente EUA) - fermentação

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 1. Outras espécies de Pasteuria

P. nishizawae – alvo Heterodera glycines

P. thornei – alvo Pratylenchus brachyurus, etc.

Produto recentemente registrado no Brasil:

P. nishizawae – alvo Heterodera glycines (Clariva PN®)

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 2. Rizobactérias e Bactérias endofíticas

▰Colonizam a rizosfera/rizoplano de plantas,

muitas são promotoras de crescimento.
▰Colonizam o interior das plantas sem causar
danos e podem protegê-las contra o ataque de
patógenos.

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 Modo de ação
7. Formação de sítios de alimentação
anormais com redução da reprodução.

1.Difusão de subs. tóxicas 6. Rápida ativação das defesas da planta,

matando ovos ou inibindo a inibindo a formação dos sítio de
embriogênese. alimentação do nematoide (Resistência
sistêmica induzida).

2.Degradam os exsudatos
radiculares que atuam como 5. Inibe a penetração do nematoide
fatores de eclosão. pela produção de subst. tóxicas ou
repelentes.

3. A degradação dos
exsudatos radiculares pode 4. Interferem no
também impedir que o reconhecimento do
nematoide localize a planta. hospedeiro (altera
composição química?)

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 Exemplos de rizobactérias no controle
de nematoides:
Pseudomonas e Bacillus são as mais
frequentes.
Há produtos registrados no Brasil a
base de Bacillus spp.

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Agentes de biocontrole
FUNGOS
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3. Fungos parasitas de ovos e de
fêmeas

▰Colonizam rapidamente ovos e fêmeas de

nematoides.

▰Colonizam as raízes de plantas, podendo atuar

na promoção de crescimento.

▰Geralmente são saprófitas.

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 Purpureocillium lilacinum
(sin. Paecilomyces lilacinus)

▰ Alvos: principalmente fitonematoides sedentários.

▰ Há produto registrado no Brasil (ex: Nemat).
▰ Resultados têm sido satisfatórios.
▰ É facilmente produzido in vitro, apresenta boa
competência de rizosfera e parasita ovos de
diferentes espécies de nematoides.
▰Pode causar infecções a seres humanos.
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 Pochonia chlamydosporia
• Degrada a casca e mata os ovos dos • Coloniza as raízes e produz muitos
nematoides. clamidósporos.

BIONEMA/UFV

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Método químico

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Nematicidas

• POPULAÇÃO INICIAL
EFICIÊNCIA DE
• ÉPOCA DE APLICAÇÃO
CONTROLE
• MÉTODO DE APLICAÇÃO
 Grupos de Nematicidas

▰Nematicidas fumigantes: Bloqueiam a respiração. Ex: metam sódio

(Bunema); Dazomete (Basamid).

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 Grupos de Nematicidas

▰Nematicidas não-fumigantes (tratamento de sementes ou sulco de

plantio):
Atuam sobre o sistema nervoso:
-inibem a acetilcolinesterase: Carbamatos e Organofosforados
Ex: fenamifós (Nemacur), Terbufós (Counter), Oxamyl (Vydate), etc.
-ativam canais do íon Cl¯ ligados ao glutamato: abamectina (Avicta)

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 Grupos de Nematicidas

▰Nematicidas não-fumigantes:
-inibidores do transporte de elétrons nas mitocôndrias: Fluopyram (Verango
Prime).

-modo de ação desconhecido: Fluensulfona (Nemitz EC)

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Nematicidas não-fumigantes
Nematicidas não-fumigante

ÁREA INFESTADA COM Rotylenchulus reniformis.

Método Genético
Resistência genética
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Resistência genética de plantas a
fitonematoides
CONCEITO

Habilidade da planta em suprimir ou atrasar o

desenvolvimento/ reprodução do nematoide em seus tecidos.

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DESENVOLVIMENTO DO NEMATOIDE ≠ RESPOSTA DO HOSPEDEIRO

Resistência/suscetibilidade →
incapacidade/capacidade do
nematoide se desenvolver e
reproduzir na planta.

Tolerância/intolerância →
relacionam-se aos danos
causados à planta pelo
parasitismo do nematoide.
(Ferraz & Brown 2016)
 Efeito das plantas sobre os nematoides que
resulta em resistência

▰ MENOR PENETRAÇÃO NAS RAÍZES DE PLANTAS RESISTENTES (produção de

substâncias tóxicas e/ou repelentes).
Ex: Plantas de pepino que produzem Cucurbitacina → repele e mata J2 Meloidogyne.

▰ INCAPACIDADE DAS FÊMEAS ATINGIREM A MATURIDADE OU CICLO DE VIDA FICA

MAIS LONGO (os sítios de alimentação formados são anormais).
Ex: Em alguns acessos de soja resistentes menos J2 Meloidogyne se estabelecem e o
desenvolvimento deles é mais longo.

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 Efeito das plantas sob os nematoides que resulta
em resistência

▰ REAÇÃO DE HIPERSENSIBILIDADE (HR) OU ACÚMULO DE FITOALEXINAS CAUSANDO

A MORTE DOS NEMATOIDES.
Ex:
→ Cultivar de cafeeiro robusta Apoatã (gene Mex-1) - resistência a M. exigua.
→ Tomateiro (gene Mi) – resistência a M. incognita, M. javanica e M. arenaria.
→ Acúmulo de gossypol em variedades de algodeiro confere resistência a algumas
raças de M. incognita.

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HR em raízes de tomateiro resistente a Meloidogyne

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Exemplos de genes de resistência conhecidos

Outros genes efetivos contra Meloidogyne spp.:

Me (feijoeiro) N (pimentão)

Loci Rhg – H. glycines

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 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA

RESISTÊNCIA A Meloidogyne spp.: G ou MO IG ou IMO

0 0
1-2 1 resistente
1. Índice de galhas e de massa de 3-10 2
ovos 11-30 3
31-100 4
> 100 5

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 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA

→ Fator de Reprodução (FR = Pf / Pi):

FR < 1 - resistente

→ Resistência a H. glycines:
Índice de fêmeas (IF%)
IF< 10% EM RELAÇÃO A ‘LEE’ - Resistente

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Estimativa do nível máximo de controle (%) de fitonematoides, de acordo com as práticas de
manejo. *Não-fumigante; **rotação com espécies não hospedeiras. (Adaptado de Talwana et al.,
2015)
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