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CONTROLE BIOLÓGICO DE

PRAGAS

Programa de Pós-graduação em Microbiologia Agropecuária

Disciplina de Microbiologia Básica

Novembro/2016
1 milhão sp. insetos  10% pragas

Controle: químico
Seleção de populações de insetos resistentes

Desequilíbrios ecológicos

Toxicidade

Resíduos
Seleção de populações de insetos resistentes

Desequilíbrios ecológicos

Toxicidade

Resíduos
Seleção de populações de insetos resistentes

Desequilíbrios ecológicos

Toxicidade

Resíduos
“Controle de pragas” - pesticidas químicos

Novas opções de controle tornam-se necessárias

MIP – adeptos em âmbito mundial

Uso de diferentes métodos de controle (praticas agrícolas, controle


físico, mecânico, biológico, sementes resistentes,....)

Impulsionado com o
estabelecimento do MIP
CONTROLE BIOLÓGICO

Fenômeno que consiste na regulação do número de insetos-praga por


meio de inimigos naturais

Predadores Parasitóides Micro-organismos

Manutenção da população da praga em níveis não econômicos de danos


CONTROLE BIOLÓGICO

Fenômeno que consiste na regulação do número de insetos-praga por


meio de inimigos naturais

Controle Microbiano

Predadores Parasitóides Micro-organismos

Manutenção da população da praga em níveis não econômicos de danos


Controle Biológico x Controle Químico

• Especificidade e seletividade

• Efeitos secundários († direta e gerações seguintes)

• Não poluem o ambiente

• Não são tóxicos

Vantagens • Não seleciona populações de indivíduos resistentes


• Espectro de ação

• Ação mais lenta

• Condições favoráveis

• Armazenamento
Desvantagens
• Só funcionam quando aplicados corretamente (inóculo e
estratégias adequadas)
Controle Microbiano

Bactérias entomopatogênicas Micro-organismos

Sp. de maior importância:

Esporulantes Não esporulantes


Família Bacillaceae Enterobacteriaceae
Bacillus thuringienses** Serratia marcescene
B. cereus Pseudomonas aeruginosa
Espécies B. sphaericus -
B. popiliae -
Clostridium brevifasciens -

Mecanismo de infecção – Contaminação via oral


Mecanismo de ação

vs.

Spodoptera frugIperda Bt
Introduzidos genes específicos de Bt
que levam a produção de proteínas
toxinas a determinadas ordens de
insetos-praga

Milho Bt - (MT)
Vírus entomopatogênicos

Micro-organismos

3 famílias virais: Baculoviridae, Poxviridae e Reoviridae

Penetração via oral

Alimento  penetram no sistema digestivo  partículas virais liberadas 


infecção das células do intestino  disseminação via sistema traqueal

Sintomas: falta de apetite e mobilidade, clareamento da epiderme...


Baculovirus anticarsia vs. Lagarta da soja (A. gemmatalis)

1 aplicação do baculovírus controla o inseto durante toda a safra!!


Fungos entomopatogênicos

Micro-organismos

1ºs patógenos de insetos usados no C.M

1726 : Reamur - o fungo do gênero Cordyceps atacando um lepidóptero

1835: Bassi – provou a natureza infecciosa de um agente microbiano

80% das doenças  fungos como agentes etiológico

Principais: Beauveria, Metarhizium, Lecanicillium, Nomuraea, Hirsutella e


e Isaria
 Variabilidade genética

 Patógenos de largo espectro (ovos, larvas, pupas e adultos)

 Capacidade de disseminação horizontal

 Penetração via tegumento*


M. anisopliae IBCB 425 M. anisopliae E 9 I. farinosus CG 195

Lecanicillium lecanii JAB 45 B. bassiana JAB 07


Bipolaris euphorbiae
Metarhizium

Lecanicillium

Beauveria
Bipolaris
Bipolaris euphorbiae
Modo de ação: via tegumento*

Adesão / Germinação / Penetração / Colonização do corpo / Produção


de toxinas / Reprodução

1º evento no ciclo das relações fungo-hospedeiro


Mecanismos de adesão ainda não são totalmente conhecidos
Modo de ação: via tegumento*

Adesão / Germinação / Penetração / Colonização do corpo / Produção


de toxinas / Reprodução

* Sobre o inseto (epicutícula)


* Sujeita a condições ambientais favoráveis  produção do tubo germinativo
* Quanto tempo (velocidade da germinação) ?
* G. beneficiada: presença de nutrientes (aa, esterol, hexoses...)
* G. prejudicada: presença de substâncias químicas (ac. graxos, fenóis, ou microflora
saprofítica)
Modo de ação: via tegumento*

Adesão / Germinação / Penetração / Colonização do corpo / Produção


de toxinas / Reprodução

* 2 processos principais: A) Físico (formação do apressório – rompe as áreas membranosas)


B) Quimico - facilitam a penetração mecânica e o
metabolismo do tubo germinativo (protease, lipases e quitinase)
Modo de ação: via tegumento*

Adesão / Germinação / Penetração / Colonização do corpo / Produção


de toxinas / Reprodução

Penetração  Hifa: engrossamento e se ramifica


Secreção de toxinas – afetam as células e as reações do hospedeiro
Antes de : Não ocorre grande crescimento hifal dentro do inseto
: fungo cresce interiormente e todos os tecidos são penetrados
Modo de ação: via tegumento*

Adesão / Germinação / Penetração / Colonização do corpo / Produção


de toxinas / Reprodução

: 2 a 8 dias (após inoulação)  hifas emergem usando pressão mecânica


Micélio cobre toda a superfície do corpo

Esporulação: 24-48hs, reconhecida pelo aspecto pulverulento

Atenção!!!!!!!!! Esporulação depende de condições ambientais favoráveis!


Adesão Penetração

Colonização
Crescimento e extrusão do fungo
Produção e Formulação
Desenvolvimento de
bioprodutos
B I O P R O D U T O S  Uso em campo

Produção
Formas de
massal
conservação

Limitações ao uso de bioprodutos


Produção
massal

• Disponíveis em grandes quantidades

• Altas concentrações/ha devem ser empregadas

1. Seleção de substratos

2. Metodologias de produção

3. Conhecimento das condições de cultivo


Formas de FORMULAÇÃO DO MICRO-ORGANISMO
conservação ** Mesmo objetivo proposto p/ os químicos (liberação do
I.A, ↑ eficiência)

**Diferente dos químicos, micro-organismos podem ser


usados puros...porém sem garantias
Controle de
carrapato em
pastagem

Aplicação da calda

Preparo da calda
Formulação = “I.A.”+ adjuvantes

1) estabilizar o agente;

2) facilitar o manuseio e aplicação;

3) proteger o agente contra fatores adversos ( persistência)

4)  a atividade do agente (incrementando: reprodução, contato e interação com a praga)

5) Permitir o armazenamento, com perdas mínimas na qualidade do produto

6) etc...
Uma boa FORMULAÇÃO é a BASE para o SUCESSO
de um bioproduto!!!!

Estudos sobre formulações pouco tem avançado


SEGREDO INDUSTRIAL
* Fotoprotetores: proteção contra radiação UVA/UVB*

* Antievaporantes: retardam a evaporação da água; ↑ tempo


ADJUVANTES

de permanência da gota na superfície tratada

* Antiumectantes: evita a absorção água pelo I.A

* Surfactantes: dispersão do I.A (cobertura homogênea)

* Aderentes: aumentam a aderência dos líquidos ou sólidos à

superfície da planta/inseto

* Espalhantes: proporcionam o espalhamento completo da

gota sobre a superfície tratada

* Antiespumante (...)
Fatores a serem levados em consideração:

1. Produção
2. Compatibilidade
3. Custos da produção (economicamente viável??)
4. Adequação do T I P O de formulação usada com as
características da cultura e biologia/comportamento do
inseto

P. ex: formulação de grânulos p/ cochonilha (folha)????


FORMULAÇÃO DE UM BIOINSETICIDA À BASE DO FUNGO Metarhizium anisopliae PARA
CONTROLE DA MOSCA-DOS-CHIFRES
Produção de M.a
1) ½: arroz
2) Secagem: T. ambiente
3) Extração: peneiramento
TIPOS DE FORMULAÇÕES

1) Óleo Emulsionável (controle de adultos / pulverização sobre o corpo)

óleo, esporos do fungo, Agentes molhante e dispersante,


fotoprotetor, emulsificante aderente,emulsificantes,tensoativo,
espalhante e veículo
Preparo da calda com óleo
emulsionável

Aplicação
TIPOS DE FORMULAÇÕES

2) Pó Molhável (controle de adultos / pulverização sobre o corpo)

agentes molhante e dispersante,


Inerte, esporos do fungo, aderente, fotoprotetor,
antiumectante tensoativo, espalhante e veículo.

(PÓ) (FRAÇÃO ÁGUA)


TIPOS DE FORMULAÇÕES

3) Pellets (controle de larvas da mosca nas massas fecais dos bovinos / fornecimento aos
bovinos junto com a alimentação)

Muscilagem de alginato Na
Eporos do fungo
Tensoativo
Inerte
Antiumectante
Conservante
Fotoprotetor
Protetor de pH Peletes formados

Microencapsulação
Peletes secos
ARMAZENAMENTO

1) Óleo emulsionável  88% conídios viáveis (6 meses) (redução após 12 meses)


2) Pó molhável  80% conídios viáveis (6 meses) (redução após 12 meses)

3) Peletes  100% de peletes viáveis (6 meses) (40% após 12 meses)

CONTROLE DA MOSCA

1) Óleo emulsionável + eficiente / controle de adultos da mosca no 2o, 3o e 4º


experimentos (acima de 50%)

2) Pó molhável controle de H. irritans nos bovinos apenas no 4º experimento (acima de


50%)

3) Peletes redução média de 34,46% na emergência de adultos.


CONSIDERAÇÃO FINAIS: Ações para incrementar o uso do

controle biológico

 Encontrar agentes eficientes ou melhorar a eficiência dos agentes já conhecidos

 Desenvolver produtos de fácil aplicação e que tenham longo prazo de validade

Informar os agricultores sobre a existência do controle biológico e esclarece-los


de suas vantagens

Apoiar e prestar assistência técnica aos agricultores para implementação do


controle biológico

Estabelecer uma política nacional de incentivo à adoção do controle biológico

Desenvolver campanhas informando os consumidores das vantagens de consumir


alimentos produzidos com o uso do controle biológico
Ana Carolina R. Machado
Doutora em Microbiologia Agropecuária
Laboratório de Microbiologia do Solo
FCAV/Unesp

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