Você está na página 1de 20

TÉCNICAS DE LUMINESCÊNCIA MOLECULAR

Sumário:

Objectivos:

• Descrever a luminescência como processo de transdução energética concorrente com outros


processos de desactivação energética
• Descrever a fluorescência e a fosforescência como processos fotolumiescentes
• Abordar os aspectos químicos que influenciam a fotoluminescência molecular
• Relacionar a intensidade de fotoluminescência com a concentração de um fluoróforo
• Descrever a instrumentação usada em fotoluminescência
• Avaliar as potencialidades dos espectros na análise molecular
• Avaliar as potencialidades da fotolumescência quantitativa
• Abordar algumas aplicações na área biológica da fotoluminescência molecular
TÉCNICAS DE LUMINESCÊNCIA MOLECULAR

para que serve:

Aplicações comuns:

• microconstituintes biológicos e ambientais


• detecção cromatográfica
• análise ambiental
• análise biológica in situ e citometria de fluxo
• estudos de movimentos macromuleculares
• estudos de fenómenos químicos rápidos

As técnicas de fotoluminescência molecular constituem a primeira alternativa à espectrofotometria


quando os níveis da entidade química a medir são inferiores a 10-5 mol/L
TÉCNICAS DE LUMINESCÊNCIA MOLECULAR

o que é a luminescência:

Quando se diz que a matéria luminesce?


O fenómeno de luminescência (atómica ou molecular) caracteriza-se pela emissão de luz pela
matéria e decorre como consequência da absorção prévia de alguma forma de energia.

Ex: a energia química associada à reacção


enzimática de oxidação da luciferina é
responsável pela emissão de luz nos
pirilampos

HO S S HO S S

Mg2+
N N COOH N N O

luciferase
+ ATP + O2 AMP + PPi + CO2 + l = 560 nm
TÉCNICAS DE LUMINESCÊNCIA MOLECULAR

o que é a luminescência:

O tipo de energia absorvida pode ser referido como prefixo na justificação do


processo luminescente:

Fonte de energia
Bioluminescência processo biológico
Electroluminescência campo eléctrico
Fotoluminescência radiação electromagnética
Quimiluminescência reacção química
Radioluminescência partículas carregadas
Sonoluminescência ondas mecânicas
Termoluminescência calor
Triboluminescência pressão ou fricção
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

o que sucede na fotoluminescência:

PERDA DE ENERGIA ABSORVIDA

EMISSÃO DE AMORTECIMENTO REACÇÃO


UM FOTÃO NÃO RADIANTE QUÍMICA

redistribuição
energética

EXTRAMOLECULAR INTRAMOLECULAR

TRANSFERÊNCIA COLISÕES CONVERSÃO CRUZAMENTO


RESSONANTE N/ ELÁSTICAS INTERNA ENTRE SISTEMAS
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

o que é a luminescência:

h
Isc.

ABSORÇÃO
Multiplicidade = 2x|spin|+1
Estado Estado Estado
fundamental excitado excitado
Singlete Singlete Triplete

S0 S1 T1
Isc. = cruzamento inter-sistemas

• Estado fundamental - dois electrões por orbital, os electrões têm spin oposto e estão
emparelhados.

• Estado excitado singlete - um electrão numa orbital de maior energia o qual tem a orientação
do spin oposto em relação ao electrão que se encontra na orbital de menor energia.

• Estado excitado tripleto - um electrão numa orbital de maior energia o qual tem a mesma
orientação do spin em relação ao electrão que se encontra na orbital de menor energia.
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

o que sucede na fotoluminescência:

v’=4
v’=3
v’=2
v’=1 S1
S1
v’=0
T1

v=5
v=4
v=3
v=2
v=1 S0 S0
S0
v=0
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

o que sucede na fotoluminescência:


TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

espectros do antraceno:

Deslocamento de Stokes
Intensidade (unid. arbitrárias)

absorção
emissão

275 325 375 425 475


comprimento de onda (nm)
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

espectros do antraceno:

v’=5
v’=4
v’=3
v’=2
v’=1 S1
v’=0

v=5
v=4
v=3
v=2
v=1
S0
v=0
. Regra da imagem no espelho

Os níveis vibracionais nos estados excitados e estados fundamentais são semelhantes.

Um espectro de absorção reflecte os níveis vibracionais do estado electrónico excitado.

Um espectro de emissão reflecte os níveis vibracionais do estado electrónico fundamental.

O espectro de fluorescência de emissão é a imagem espelhada do espectro de absorção.


TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

fundamentos da fluorimetria e da fosforimetria

FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR:

FLUORIMETRIA – técnica analítica instrumental baseada na fotoluminescência molecular rápida que


decorre de transições electrónicas entre estados de singlete electrónico de modo quantificado e
proporcional à concentração.

FOSFORIMETRIA – técnica analítica instrumental baseada na fotoluminescência molecular lenta que


decorre de transições electrónicas entre estados de triplete excitado – singlete fundamental de modo
quantificado e proporcional à concentração.
TÉCNICAS QUANTITATIVAS BASEADAS NA FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

espectros do antraceno:

Como se pode avaliar a eficácia de luminescência de uma molécula?

RENDIMENTO QUÂNTICO:

IL
F= IA
TÉCNICAS QUANTITATIVAS BASEADAS NA FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

Transmitância na Lei de Beer ?


I0 I =I0 - IA I/I0 = 10 -.b.c
ou I = I010 -.b.c

ou IA=I0 - I IA = I0 – I010 -.b.c

lembrar que: IL
IL
F= IA IL =  I0 (1 - 10 -.b.c
)
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

rendimento de luminescência e estrutura molecular:

- a intensidade de luminescência depende do tipo de transição:

n p* p p*
emax 10 – 1 000 1 000 - 10 000 L/mol.cm
Tempo de vida 10-7 - 10 -5 10 -9 - 10 –7
Cruz. entre sistemas elevado fluorescênc.

- possuir elevado grau de insaturação:

PIRENO VITAMINA A
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

rendimento de luminescência e estrutura molecular:

- possuir rigidez estrutural:

(O impedimento estérico pode contribuir):

ausência de halogéneos:

EFEITO DE ATOMO PESADO – os halogéneos facilitam a ocorrência

de transições n p*. Quando presentes no solvente favorecem o


amortecimento dinâmico da fluorescência
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

a instrumentação:

Na instrumentação usada em fluorimetria e fosforimetria, para além da geometria de detecção (90º


relativamente ao feixe incidente) destacam-se os seguintes componentes:

- fonte de elevada potência (F)


- 2 monocromadores com largura
F M C
efectiva de banda variável (M)
- um contador de fotões (CF)
- célula de sílica fundida (C)
- detector de elevada sensibilidade:
fotomultiplicador ou CCD (D)
M

D
CF
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

fonte de radiação policromática:

lâmpadas de xenon a elevada pressão ou de descarga eléctrica


em vapor de mercúrio na instrumentação equipada com filtros.

PRECAUÇÕES:

• nunca olhar directamente para a lâmpada

• não deixar cair na sua substituição

• não deixar dedadas na lâmpada


TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

as células para fluorimetria:

Não é vulgar o emprego de células de


quartzo em medidas de fluorescência As células, de sílica fundida
pois este é naturalmente fluorescente ou plástico possuem 2 faces
devido às impurezas que contém. transparentes contíguas

IL
I0
Tal como na espectrofotometria de UV/VIS existem diferentes tipos de células disponíveis no mercado:
TÉCNICAS QUANTITATIVAS BASEADAS NA FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

Como se obtém um espectro de absorção e um de emissão num espectrofluorimetro?

M C
F

Variar o de
luminescência
(emissão)
M

Variar o de D
absorção
(excitação)
TÉCNICAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA MOLECULAR

aplicações de caracter quantitativo:

DETERMINAÇÃO FOTOLUMINESCENTE DE ESPÉCIES ORGÂNICAS:

a) Hidrocarbonetos poliaromáticos:

Ex: os Benzopirenos são compostos


cancerígenos normalmente determinados
por fluorimetria

b) Vitaminas – vitamina A (all-trans retinol) e a Vit. B 2 (riboflavina) são naturalmente fluorescentes.


Também a vitamina B1 após oxidação a tiocromo.

c) Pigmentos naturais – estruturas lineares como antocianinas, licopeno, carotenos e estruturas em anel
como as porfirinas.

d) O quinino é vulgarmente determinado for fluorimetria pelas industrias de bebidas.

Você também pode gostar