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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO


UACSA

Técnicas Espectroscópicas em Materiais


Aula 03: Espectroscopia de Absorção Molecular no UV-Vis

Profa.: Ana Cláudia Vaz de Araújo


Contato: acvazdearaujo@gmail.com
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS

•Um dos métodos analíticos mais usados nas determinações


analíticas em diversas áreas.

•Aplicada para determinações de compostos orgânicos e


inorgânicos.

•Usada na determinação quantitativa de compostos contendo


grupos absorventes.

•Energias dessa magnitude correspondem, muitas vezes, à diferença


entre estados eletrônicos de muitas moléculas.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS

•Região ultravioleta
longínquo: faixa de 10
a 200 nm.
•Região ultravioleta
próximo: faixa de 200 a
400 nm.
•Região do visível entre
400 a 700 nm.

1 nm → 10-9 m
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
•A absorção da região visível e ultravioleta depende do número e do arranjo
dos elétrons nas moléculas ou íons absorventes.

consequentemente

O pico/banda de absorção pode ser correlacionado com o tipo


de ligação que existe na espécie que está sendo estudada.

A absorção depende da natureza do meio, do comprimento de


onda dos fótons e da concentração dos compostos absorventes.

Quanta luz é absorvida por uma amostra?


ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
Quanta luz é absorvida pela amostra? lei de Beer- Lambert

A relação entre a intensidade de radiação incidente (I0), a intensidade


transmitida (I), a concentração molar (C) (em mol.L-1) do composto
absorvente e a espessura do meio (ou caminho óptico) (b, em cm) é dada
pela Lei de Lambert–Beer

Log (I0/ I) =A= c l A= absorbância


= absortividade molecular ou
coeficiente de extinção (em L.cm-1.mol-
1)

c= concentração do material
absorvedor
l= espessura do porta-amostra através
do qual a luz passa.
ESPÉCIES ABSORVENTES NO UV E VIS
1. COMPOSTOS ORGÂNICOS: absorção resulta das
interações entre os fótons e elétrons que participam da
ligação química, ou estão localizados sobre átomos como
os de O, S, N e halogênios, que possuem elétrons não
ligantes.

O  de absorção depende de quão fortemente seus elétrons


estão ligados.
Elétrons de ligações C-C ou C-H estão tão fortemente presos
que suas excitações requerem energias correspondentes a
 do UV no vácuo < 180 nm.
ESPÉCIES ABSORVENTES NO UV E VIS
1. COMPOSTOS ORGÂNICOS:
Elétrons de ligações duplas e triplas não estão tão fortemente
presos e podem ser excitados pela radiação. Espécies
insaturadas exibem picos/bandas de absorção no UV –
grupos CROMÓFOROS.
A conjugação entre dois ou mais cromóforos tende a causar
deslocamentos do máximo de absorção para
comprimentos de onda mais longos.
Efeitos vibracionais alargam o pico de absorção e torna-se
muito difícil a determinação precisa do máximo de
abSorção.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
ESPÉCIES ABSORVENTES NO UV E VIS
Na fase gasosa moléculas individuais da estão
suficientemente separadas umas das outras
para vibrarem e girarem livremente, visualiza-se
muitos picos de absorções individuais.

Em uma solução, a espécie absorvente é


circundada pelo solvente e a natureza da banda
da absorção molecular torna-se indistinta, pois
as colisões tendem a desdobrar as energias dos
estados quânticos, originando picos de
absorção suavizados e contínuos.

Na fase aquosa moléculas de água causam uma


modificação energética irregular nos níveis
vibracionais e geram um espectro com o formato
de uma banda
única e larga.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS

As transições eletrônicas da molécula de água


localizam-se na região do ultravioleta de
vácuo. Para vapor de água as bandas foram
atribuídos da seguinte forma.

•Banda de 65 nm - muitas transições


eletrônicas diferentes.

•Bandas entre 115 e 180 nm um conjunto de


bandas estreitas entre 115 e 125 nm.
ESPÉCIES ABSORVENTES NO UV E VIS
2. COMPOSTOS INORGÂNICOS:
Íons e complexos de transição absorvem no
visível com bandas largas em pelos
menos um dos seus estados de
oxidação, por isso são coloridos.
A absorção envolve transições entre orbitais
d preenchidos e não-preenchidos com
energias que dependem dos ligantes.
Espectros de absorção para lantanídeos e
actnídeos envolvem transições entre os
elétrons nos orbitais f blindados por
elétrons que ocupam orbitais com
número quântico principal maior.
Os espectros tendem a ser linhas estreitas
e não são afetados pelas espécies
ligadas aos elétrons externos.
ESPÉCIES ABSORVENTES NO UV E VIS
3. ABSORÇÃO POR TRANSFERÊNCIA DE CARGA:
As absortividades são altas e leva a uma alta sensibilidade.
Muitos complexos orgânicos exibem esse tipo de absorção
– complexos de transferência de carga. Esses
complexos consistem em um grupo doador de elétrons
ligado a um receptor.
Na absorção de radiação elétrons do grupo doador são
transferidos para um orbital de mais alta energia de um
grupo receptor.
O estado excitado é produzido por um processo de
óxido/redução interna no complexo.
ESPÉCIES ABSORVENTES NO UV E VIS

• Exemplo: a cor vermelha do complexo [Fe(SCN)3] constitui


um exemplo de absorção por transferência de carga.
A absorção de um fóton resulta na transfrência de 1 elétron do
íon tiocianato SCN- para um orbital associado com o Fe3+.
Fe3+ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
Transições:
• São três tipos de transições eletrônicas, de acordo com a espécie absorvente:
• 1) elétrons p, s e n (moléculas orgânicas)
• 2) elétrons d e f (íons de metais de transição)
• 3) transferência de carga (complexos)

s* dx2-y2

p*
dxy

dz2
n
Energia

Energia

dxz, dyz
p

dxy, dxz, dyz


s
dz2 , dx2-y2
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
•Quando uma espécie química absorve energia, seus elétrons ficam excitados
e ocorre uma transição de um orbital de mais baixa energia para outro de
maior energia.

Exemplo: compostos químicos que


apresentam duplas ligações C=C no
benzeno.

C=C
•A transição eletrônica de duplas ligações, ocorre em virtude
de uma ligação dupla ser formada por um orbital sigma (σ) e
um orbital (π), de modo que o elétron que está no orbital π
ligante vai para o orbital π* antiligante que tem maior 15
energia.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
•Em compostos químicos contendo C=O (carbonilas) a transição eletrônica
ocorre de um orbital não-ligante para um π* de maior energia.

•Espécies químicas denominadas


cromóforos ou substâncias que trazem a
cor.
C=O
•Transições n → s* e s→ s* também
podem ser observadas
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS

A luz é absorvida na faixa de 280nm


Fenilalanina

Tirosina

•Principais responsáveis pela absorção de luz das


proteínas em virtude de possuírem o anel benzênico
em sua estrutura química.
Triptofano
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS

540 nm
620 nm
 

420 nm

400 500 600 700 800


 / nm
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS

Complexos

Moléculas Íons
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Muitos instrumentos espectroscópicos para uso nas regiões do UV/visível
apresentam cinco componentes:

(1) uma fonte estável de energia radiante;


(2) um seletor de comprimento de onda que isola uma região limitada do
espectro para a medida;
(3) um ou mais recipientes para a amostra;
(4) um detector de radiação, o qual converte a energia radiante para um sinal
elétrico mensurável; e
(5) uma unidade de processamento e de leitura do sinal, geralmente constituída
por um circuito eletrônico e, nos instrumentos
modernos, por um computador.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Fontes Espectroscópicas devem:
•Gerar um feixe de radiação que seja suficientemente potente para permitir fácil
detecção e medida.
•Potência de saída deve ser estável por períodos razoáveis de tempo.
•Necessário uma fonte elétrica de alimentação bem regulada.

As fontes espectroscópicas são de


dois tipos:
•Fontes contínuas, as quais emitem radiação
cuja intensidade se altera lentamente em função
do comprimento de onda.
•Fontes de linhas, as quais emitem um número
limitado de linhas espectrais, cada uma delas
abrangendo uma região muito limitada de
comprimento de onda.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Fontes Espectroscópicas devem:
As fontes podem ser classificadas também como:

•Ininterruptas (contínuas, no sentido de que sua emissão não é interrompida com o


tempo).
•Pulsadas, que emitem radiação periodicamente interrompida.

Fontes Contínuas para a Região do Ultravioleta/Visível:


INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Fontes Contínuas para a Região do Ultravioleta/Visível:
•Lâmpada de filamento de tungstênio fornece uma
distribuição de comprimentos de onda de 320 a 2.500 nm.
•Operam a uma temperatura de cerca de 2.900 K.
•Produzem radiação de cerca de 350 até 2.200 nm.

•Tungstênio/halogênio, ou lâmpadas de quartzo halógenas,


contêm uma pequena quantidade de iodo dentro do bulbo
de quartzo que aloja o filamento, aumenta o tempo de vida
da lâmpada.
•O quartzo permite que o filamento seja operado a
temperaturas de cerca de 3.500 K, o que leva à
alta intensidade e estende a faixa da lâmpada até a região
do UV.
•Comprimento de onda extenso, alta intensidade e longa
duração.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Fontes Contínuas para a Região do
Ultravioleta/Visível:
•Lâmpadas de deutério consiste em um tubo
cilíndrico que contém deutério a baixa pressão,
com uma janela de quartzo para a saída de
radiação.
•Fornecem um espectro contínuo na
região de 160 a 375 nm.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Seletores de Comprimentos de Onda:
•Restringem a radiação que está sendo medida dentro de uma
banda estreita que é absorvida ou emitida pelo analito.
•Melhoram muito a seletividade e sensibilidade de um
instrumento.
•Reduzem bastante a chance de desvios na lei de Beer oriundos
do uso de radiação policromática.

Muitos instrumentos empregam um monocromador ou um filtro


para isolar a banda de comprimento
de onda desejada de forma que somente essa banda de
interesse é detectada e medida.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Seletores de Comprimentos de Onda:
•Monocromador: possuem uma rede de difração para dispersar a radiação em seus
comprimentos de onda constituintes.
•Girando-se a rede, os comprimentos de onda diferentes podem ser dirigidos para uma
fenda de saída.
Os  são focados pelo
Radiação é colimada, espelho côncavo sobre o
produzindo feites plano focal •O comprimento de onda de saída de um
paralelos
monocromador pode ser variado
continuamente sobre uma faixa
espectral considerável
•Em virtude da facilidade com a qual o
comprimento de onda pode ser alterado
em um instrumento baseado no uso de um
monocromador, esses sistemas são
largamente empregados em aplicações
que requerem varredura espectral, bem
como em aplicações que requerem um
Entrada da Radiação comprimento de onda fixo.
Monocromador de rede
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO UV-VIS
Instrumentação:
Lentes

Fonte
luminosa

Fenda

Rede de
difração

Detector

Cubeta Fenda Lentes

Prof. Valmir F. Juliano; QUI624; INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS ESPECTROANALÍTICOS – I


INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Seletores de Comprimentos de Onda:
•Policromadores:
•Contém múltiplos detectores, permitindo que muitos comprimentos de
onda sejam medidos simultaneamente, usados para espectroscopia de
emissão.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Recipientes para as amostras:

As células ou cubetas, devem ter janelas que sejam transparentes na região


espectral de interesse.

•O vidro silicato comum é adequado para o


uso na região do visível e apresenta baixo
custo.

•Na região do UV, em comprimentos de


onda mais curtos que 380 nm, o vidro
começa a absorver e deve ser
substituído por quartzo ou sílica
fundida.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Recipientes para as
amostras:
A célula de melhor qualidade têm
janelas que são perpendiculares à
direção do feixe de forma que
minimize as perdas por reflexão.

O caminho ótico mais comum para


a região do UV e Vis é de 1 cm.
Células idênticas, calibradas com
esse caminho ótico estão
disponíveis comercialmente.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Recipientes para as amostras, cuidados:
A qualidade dos dados espectroscópicos depende de maneira crítica da forma como as
células são empregadas e mantidas.

•Impressões digitais, gordura e outras impurezas nas paredes das mesmas podem
alterar de forma significativa as características de transmissão da célula.
•Limpeza antes e depois do uso é necessária, tomar cuidado para evitar tocar as
janelas após ter efetuado a limpeza.
•Nunca secar as células por aquecimento.
•Devem ser calibradas uma contra a outra regularmente com uso de uma solução
absorvente.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Detectores de radiação:

•Dispositivo que indica a existência de algum fenômeno físico.


•Transdutores: tipo de detector empregado para converter quantidades, como
intensidade da luz, pH, massa, temperatura em sinais elétricos que podem ser
amplificados, manipulados e convertidos em números proporcionais à
grandeza da quantidade original.
•Tipos:
•Detectores de fótons: fototubos, tubos fotomultiplicadores, fotodiodos
de silício, células fotocondutivas.
•Detectores Térmicos: Termopares, bolômetros, células pneumáticas,
células piroelétricas.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Processadores:

• Dispositivo eletrônico que amplifica o sinal elétrico proveniente


de um detector; além disso pode alterar, variar a fase e filtrar o
sinal.
•Pode ainda efetuar operações matemáticas sobre o sinal, como
diferenciação, integração, conversão logarítmica.
•Ex.: mostradores digitais, escalas de potenciômetros,
registradores, tubos de raios catódicos, monitores de
microcomputadores, etc.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Espectrômetros x Fotômetros:
Espectrômetros usam um monocromador ou um policromador juntamente com um
transdutor para converter as intensidades radiantes em sinais elétricos.
•Espectrofotômetros são espectrômetros que permitem a medida da razão entre
as potências de dois feixes, uma exigência para se medir a absorbância.
•Oferecem vantagem considerável de que o comprimento de onda pode ser
alterado continuamente tornando possível registrar-se um espectro de absorção.
•A maioria cobre a região do UV/Vis e ocasionalmente IV próximo.

Fotômetros empregam um filtro para seleção do comprimento de onda juntamente


com um transdutor de radiação adequado.
•Apresentam as vantagens de simplicidade, robustez e baixo custo.
•São quase exclusivamente para a região do Vis.

Ambos podem ser encontrados como feixe único e feixe duplo.


INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Instrumentos feixe simples:

Para leitura da porcentagem de transmitância, zera com o compartimento da amostra vazio


de forma que o obturador bloqueie o feixe e nenhuma radiação atinja o detector. Esse
processo é denominado calibração de 0% T ou ajuste de 0% T.
Uma célula contendo o branco (geralmente o solvente) é inserida no compartimento de
medida e o mostrador levado a ler 100% de T ajustando-se a posição da abertura de
controle de luminosidade e, portanto, a quantidade de luz que atinge o detector. Esse ajuste
é chamado calibração de 100% T ou ajuste de 100% T.
Finalmente, a amostra é colocada no compartimento da célula e a porcentagem de
transmitância ou absorbância é lida diretamente no mostrador
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Instrumentos feixe duplo:
Um instrumento de feixe duplo os
feixes são formados por um espelho
em forma de V denominado divisor
de feixe.
Um dos feixes passa através da
solução de referência para um
fotodetector e o segundo passa,
simultaneamente, pela amostra para
um segundo fotodetector casado.

•As duas saídas são amplificadas e a sua razão, ou o log da sua razão, é obtida
eletronicamente ou computada e mostrada no dispositivo de saída.
•Os instrumentos de feixe duplo compensam muitas das flutuações na potência radiante
da fonte.
•Compensam amplas variações na intensidade da fonte em função do comprimento de
onda.
•O desenho de duplo feixe é muito adequado para o registro contínuo de espectros de
absorção.
INSTRUMENTAÇÃO NO UV E VIS
Alguns detalhes sobre Solventes:

• Não absorver radiação UV na mesma região que o analito.


• Mais usados: H2O, EtOH 95% e hexano.
• Polaridade. Alteração da resolução do espectro por ligações
de H com solvente.
•Solv. polares deslocam n → p* para  mais baixo e p → p *
para  mais alto.
APLICAÇÕES QUALITATIVAS DA
ESPECTROSCOPIA UV-VIS
• DETECÇÃO DE GRUPOS CROMÓFOROS:
• Pode se ter uma ideia da identidade do grupo
absorvente comparando o espectro do analito com o
de moléculas simples contendo grupos cromóforos.

• Espectros UV não apresentam uma estrutura


suficiente para permitir que o analito seja
inequivocamente identificado.

• Técnica que precisa de complementação por técnicas


mais sofisticadas.
APLICAÇÕES QUALITATIVAS DA
ESPECTROSCOPIA UV-VIS
• SOLVENTES:
• Devem ser transparentes na região do espectro na
qual o soluto absorve e deve dissolver uma
quantidade suficiente do soluto a fim de gerar um
espectro bem definido.
• LARGURA DA FENDA:
• Alturas dos picos e suas separações são distorcidas
quando se emprega larguras de fendas grandes.
• Espectros para aplicações quantitativas devem ser
obtidos com fendas mínimas.
APLICAÇÕES QUALITATIVAS DA
ESPECTROSCOPIA UV-VIS
• RADIAÇÃO ESPALHADA NOS  EXTREMOS:
• Radiação espúria pode causar desvios na Lei de Beer
• Pode produzir o aparecimento de picos falsos quando
o aparelho está sendo operado em seus  limites.
• Muitas vezes é desprezível, pois sua potência é
somente uma pequena fração da potência total do
feixe que deixa o monocromador.
UTILIZAÇÃO DA LEI DE LAMBERT BEER:
• Pode ser usada para calcular a absortiidade molar () de uma
espécie de concentração conhecida.
• Pode-se utilizar o valor medido de absorbância para obter a
concentração tendo  e b conhecidos.
• Prepara-se várias soluções com C diferentes.
• Mede-se as A de cada uma e traça-se a curva AxC.
• Se for uma reta a Lei de Beer é obedecida e pode ser
usada para determinar a C de uma solução desconhecida
preparada através da mistura de duas soluções.
• Mede-se a A desta solução e onde este valor encontrar
com a curva traçada corresponderá a C desta solução.
UTILIZAÇÃO DA LEI DE LAMBERT BEER:

Exemplo:
Log (I0/ I) =A= c l
UTILIZAÇÃO DA LEI DE LAMBERT BEER:

Quantitativamente, a absorbância de uma solução é, geralmente,


estudada no comprimento de onda no qual ela é máxima. Isto é determinado a
partir do espectro de absorção do composto a ser estudado (absorbância
contra ) pela simples observação de onde ocorre o máximo de absorção
(menor transmitância).
UTILIZAÇÃO DA LEI DE LAMBERT BEER:

A Lei de Lambert–Beer pode ser verificada através da medição da absorbância


de uma série de soluções de concentrações diferentes de um mesmo composto.

Existindo uma relação linear entre a absorbância e a concentração, a lei é


valida (para este composto na faixa de concentração investigada!)
UTILIZAÇÃO DA LEI DE LAMBERT BEER:

Log (I0/ I) =A= c l


A= absorbância
= absortividade molecular ou
coeficiente de extinção
c= concentração do material
absorvedor
l= espessura do porta-amostra através
do qual a luz passa.

Também é possível determinar o valor de  quando


necessário
LIMITAÇÕES DA LEI DE LAMBERT BEER:
Limitação Real
•Válida apenas para baixas concentrações.
•Válida apenas para radiação monocromática, ou seja, para um único
comprimento de onda ().
•Não devem estar presentes na mesma solução mais de uma substância
absorvente de luz.

Desvios químicos:
•Deslocamento do equilíbrio: quando um analito dissocia, associa ou reage com um
solvente para formar um produto que tem um espectro de absorção diferente do analito.
Ex: indicador ácido-base.
•Dissociação de complexos: excesso ou insuficiência de agente complexante.

Desvios instrumentais:
•Em soluções muito concentradas, a interação entre as moléculas pode afetar a
distribuição de cargas alterando o coeficiente de absortividade molar ().
LIMITAÇÕES DA LEI DE LAMBERT BEER:
• Desvios Instrumentais: Radiação Policromática
• A obediência estrita à lei de Lambert-Beer
é observada com radiação
verdadeiramente monocromática.
• Na prática os monocromadores produzem
uma banda mais ou menos simétrica de
comprimentos de onda em torno daquele
desejado. O resultado é um desvio
negativo.
• A relação entre absorbância medida e a
concentração não é mais linear quando as
absortividades molares são diferentes. Cada
comprimento de onda se refere a um valor de .
• À medida que a diferença entre  aumenta, o
desvio da linearidade cresce.
LIMITAÇÕES DA LEI DE LAMBERT BEER:
• Desvios Instrumentais: Radiação Policromática
•Se a banda de comprimentos de onda selecionada para as medidas
espectrofotométricas corresponder a uma região do espectro de absorção na qual a
absortividade molar do analito for essencialmente constante, os desvios da lei de Beer
serão mínimos (banda A na Figura).

•Para se evitar os desvios é recomendado que se selecione um comprimento de onda


próximo ao máximo de absorção, em que a absortividade do analito se altera pouco
com o comprimento de onda.
LIMITAÇÕES DA LEI DE LAMBERT BEER:
• Desvios Instrumentais: Luz Espúria
A radiação espúria, comumente chamada
luz espúria, é definida como a radiação do
instrumento que está fora da banda de
comprimento de onda nominal escolhida
para uma determinação.

•Essa radiação espúria freqüentemente


resulta do espalhamento e reflexões das
superfícies das redes, lentes ou espelhos,
filtros e janelas.
•A luz espúria sempre leva a absorbância
aparente a ser menor que a absorbância
verdadeira.
•Os desvios decorrentes da luz espúria
são mais significativos para os valores
altos de absorbância.
LIMITAÇÕES DA LEI DE LAMBERT BEER:
• Desvios Instrumentais: Células desiguais
•Uso de células desiguais.
• Se as células que contêm o analito e o branco não apresentam o mesmo caminho
óptico e não são equivalentes em suas características ópticas, uma interseção vai
ocorrer na curva de calibração e a equação real será
A =  bC + k em vez de A =  bC.
•Esse erro deve ser evitado utilizando-se células idênticas.
•Outra forma de se evitar o problema das células desiguais com instrumentos de feixe
único é empregar a mesma célula mantendo-a na mesma posição para as medidas do
branco e para as do analito.
•Depois de se obter a leitura para o branco, a célula é esvaziada por aspiração, lavada
e preenchida com a solução do analito.
PROPRIEDADES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Os tipos de interação mais importantes em espectroscopia envolvem transições entre
diferentes níveis energéticos quantizados das espécies químicas.
PROPRIEDADES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Os tipos de interação mais importantes em espectroscopia envolvem transições entre
diferentes níveis energéticos quantizados das espécies químicas.
E AGORA RESPONDA...
E AGORA RESPONDA...
A radiação solar que aquece a Terra é uma luz extremamente brilhosa e branca,
porém composta por várias outras tonalidades de cor, cada qual com um
comprimento de onda específico.

O que ocorre é que quando a luz penetra na atmosfera ela atinge os átomos de
nitrogênio e oxigênio, bem como as outras partículas que compõem a atmosfera,
dando origem ao fenômeno do espalhamento (Rayleigh).

A radiação de alta Energia é espalhada em todos os comprimentos de onda, os


comprimentos de onda menores são espalhados com maior intensidade.

E por que enxergamos azul e não violeta?

E no entardecer? Passamos a ver o céu com um leve toque de vermelho ou


laranja, que se deve ao fato de a luz percorrer um caminho maior para chegar até
nossos olhos.
E AGORA RESPONDA...
E no entardecer? Passamos a ver o céu com um leve toque de vermelho ou
laranja, que se deve ao fato de a luz percorrer um caminho maior, o ângulo de
difração é diferente, para chegar até nossos olhos.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO UV-VIS
COLORIMETRIA

Um objeto tem a cor correspondente


aos comprimentos de onda que ele
reflete, mas...

A colorimetria é uma ciência não


exata, pois além de problemas
relacionados com a acuidade visual de
cada um, ela depende do sexo de
quem vê!!!

... Brincadeirinha....
61
62
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
• EXERCÍCIOS:
1. Descreva as diferenças entre:
a) Espectrofotômetros e fotômetros.
b) Instrumentos de feixe simples e feixe único
2. Qual o requisito minimo necessário para se obter resultados reprodutíveis
com um espectrofotômetro de feixe único?
3. Quais variáveis experimentais devem ser controladas para se assegurar
dados de absorbância reprodutíveis?
4. O berílio(II) forma um complexo com a acetilacetona (166,2 g/mol). Calcular a
absortividade molar do complexo, dado que uma solução 1,34 ppm apresenta
uma transmitância de 55,7% quando medida em uma célula de 1,00 cm a
295 nm, o comprimento de onda de máxima absorção.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
• EXERCÍCIOS:
5. Um composto X deve ser determinado por espectrofotometria UV/visível. Uma
curva de calibração é construída a partir de soluções padrão de X com os
seguintes resultados: (0,50 ppm, A=0,24); (1,5 ppm, A=0,36); (2,5 ppm,
A=0,44); (3,5 ppm, A=0,59); (4,5 ppm, A=0,70). Uma amostra de X forneceu
uma absorbância igual a 0,50 nas mesmas condições de medida dos padrões.
Encontre a inclinação e a interseção da curva de calibração e a concentração
da amostra de X de concentração desconhecida. Construa um gráfico da curva
analítica e determine, empregando o gráfico, a concentração da amostra.
6. Por que há equipamentos com dois tipos de lâmpadas, por exemplo uma
lâmpada de H2 e D2 e outra de tungstênio/halogênio?
7. Explique ou descreva um modelo que ilustre a absorção de um determinado
comprimento de onda (energia) em nível molecular.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
• EXERCÍCIOS:
8. Se um analista desejar prever um espectro na região do ultravioleta/visível do
hexano (CH3CH2CH2CH2CH2CH3), sabendo que só há ligações C-H e C-C quais
os tipos de transições possíveis e qual a faixa que elas seriam apresentadas.
Qual o tipo de equipamento que deveria ser utilizado para a visualização do
espectro?
a) UV-vácuo;
b) b) UV-próximo (near); ou
c) c) VIS-Vísivel.
Justifique sua escolha.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
• EXERCÍCIOS:
9. Por qual razão o licopeno apresenta-se com coloração vermelha? Justifique a
absorção de radiação do licopeno visto que uma dupla possui transição π → π*
na ordem de 200 nm (região do ultravioleta = invisível).
10. Preencha os espaços da tabela abaixo:

11. Calcule as energias dos fótons das várias radiações descritas no problema 10.
ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO UV VIS
• EXERCÍCIOS:
12. Uma solução de concentração c de uma substância colorida tem uma
transmitância percentual de 82, que se altera para 45,2, quando a
concentração é 4c. Verifique a validade da Lei de Lambert-Beer com base
nesta observação. Qual seria a transmitância percentual a uma concentração
igual a 2c?

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