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Módulo 7
Controle de Doenças de Plantas
7.5 - Fungicidas Sistêmicos e Mesostêmico
Tutores:
Profº. Laércio Zambolim (UFV)
Brasília - DF
2005
ESPECIALIZAÇÃO POR TUTORIA A DISTÂNCIA ABEAS/UFV
Curso: Proteção de Plantas
Ficha Catalográfica
Sumário
Introdução, 06
Grupo carboxamida, 09
Oxathiins, 10
Uso, 11
Produtos de degradação, 11
Sensibilidade aos derivados, 12
Relacionamento entre estruturas e toxicidade, 12
Desenvolvimento de resistência, 14
Propriedades dos principais oxathiins, 14
Carboxin, 14
Oxicarboxin, 16
Tifluzamida, 17
Modo de ação dos oxathiins, 17
Grupo benzimidazole, 19
Sensibilidade aos derivados,20
Desenvolvimento de resistência, 21
Principais benzimidazoles, 22
Benomyl, 22
Thiabendazole, 23
Carbendazim, 26
Tiofanatos, 28
Introdução, 28
Tiofanato metílico, 28
Absorção e translocação dos fungicidas benzimidazoles, 32
Modo de ação dos fungicidas benzimidazoles, 34
Resistência aos fungicidas benzimidazoles, 37
Origem da resistência, 39
Resistência cruzada aos benzimidazoles, 40
Estratégia anti-resistência, 40
O Monitoramento e sua importância, 43
Considerações sobre os benzimidazoles, 43
Fungicidas antioomycetos, 44
Grupo fenylamidas (acilaninatos), 46
Uso, 46
Desenvolvimento da resistência, 47
Principais fungicidas, 47
Sub-grupo acylalanina, 47
Metalaxyl, 48
Furalaxyl, 49
Benalaxyl, 49
Absorção e translocação, 51
Modo de ação, 51
Grupo dos carbamatos, 52
Prothiocarb, 52
Cloridrato de propamocarb, 53
Grupo fosfanato, 55
Grupo morfolina, 57
Tridemorph, 58
Fenpropimorph [C20H33NO], 59
Absorção e translocação, 60
Produtos originados da degradação, 60
Grupo do ácido cinâmico, 61
Dimethomorph, 61
Grupo fosforotiolato de anila, 62
Edifenfos, 63
Pirazophos, 63
Grupo imidazole, 65
Imazalil, 66
Procloraz - (imidazolilcarboxamida) [C15H16Cl3N3O2], 67
Triflumizole, 69
Fungicidas inibidores da demetilação (DMIS), 70
Grupo Piperazina, 70
Triforine, 70
Grupo pirimidina, 72
Fenarimol- [C17H12Cl2N2O], 72
Grupo Triazol, 73
Triadimefon, 73
Triadimenol, 75
Propiconazol, 76
Tricyclazol, 78
Bitertanol, 79
Cyproconazol, 80
Flutriafol, 81
Tebuconazol, 82
Tetraconazole, 84
Difenoconazol, 85
Diniconazol, 87
Imibenconazole, 88
Metconazo, 90
Epoxiconazole, 91
Hexaconazole, 93
Grupo bromuconazol, 94
Grupo Triazol, 94
Miclobutranil, 95
Triticonazol, 96
Grupo das quinolinas, 96
Piroquilon: - [C11H11NO], 96
Grupo Anilinopirimidinas, 97
Ciprodinil (C14H15N3), 97
Pirimetanil [C12H13N3], 97
Fungicidas mesostêmicos- grupo estrobirulinas, 98
Azoxystrobin, 98
Características físico-químicas, 99
Toxicidade a mamíferos, 99
Destino no solo, água e ar, 100
Toxicidade para organismos não alvos, 100
Absorção e distribuição, 100
Efeito na manutenção de folhas verdes, 101
Seletividade para as culturas, 101
Modo de ação, 102
Atividade fungicida, 102
Produtos comerciais:, 103
Trifloxystrobin, 104
TRIFLOXYSTROBIN + PROPICONAZOLE, 105
Pyraclostrobin, 105
PYRACLOSTROBIN + EPOXICONAZOLE, 107
Kresoxim metil, 108
Literatura consultada, 109
Questões para discussão, 111
Introdução
Cada grupo de fungicida possui uma estrutura química básica, que permite a formação dos
respectivos grupos de fungicidas e são responsáveis por sua atividade fungitóxica, dentre outras
característica químicas. As estruturas químicas básicas de alguns fungicidas serão relacionadas a
seguir:
CH3
R1 N
N N R1 N N R2
R2
N
CH3
R2
CH3 O H
O P S R1 C N
N N
O O
CH3 R2
O N
C C
N N
C C N
S
R3
Grupo carboxamida
Oxathiins
O
H CH
2 3 O
CH CH
hidrólise 2 3
H C N
2 S
Carboxin CH C OH + NH
2 S 2
(instável)
oxidação anilina
O
H CH O
2 3 H CH
hidrólise 2 3
H C N
2 S H C OH + NH
2 S 2
O H
Sulfoxide O O O
oxidação oxidação
O O
H CH H CH
2 3 2 3
hidrólise
H C N H C OH + NH
2 S S
2 2
O O H O
O O
O
Sulfona
(Oxicarboxin)
Figura 1 - Carboxin e seus possíveis produtos de degradação no solo ou em sistema aquoso (Chin et al., 1970).
Uso
Produtos de degradação
O
C C N C
C C C C
S S
Oxathiin Tiazol
N C CH
3
C C C N
S
O
CH
3
2,4-dimetil-8-tiazol carboxianilida
Figura 2 - Estrutura oxathiin, tiazol e 2,4-dimetil-8-tiazol carboxianilida.
Conclui-se que a estrutura do oxathiin por si só não era necessária para inibição do
crescimento e metabolismo dos organismos sensíveis.
N C CH
3
C C C N ( é oxathiin ou triazol? )
S
O
CH
3
2,4-dimetil-8-tiazol carboxianilida
O
H2 C C CH3
H2 C C C NH2 C NH2
S
O O
Figura 3 Compostos derivados da molécula do Carboxin. a) molécula levemente tóxica, b) composto não fungitóxico.
Daí concluir-se que a estrutura carboxianilida é essencial para toxicidade dos derivados de
1,4-oxathiins aos fungos sensíveis.
Desenvolvimento de resistência
Há pelo menos três casos relatados na literatura, de aquisição de resistência pela aplicação
dos derivados do 1,4-oxathiin. Dois casos, com Ustilago maydis e Ustilago hordei, ocorreram em
laboratório; em condições de campo, raças resistentes de Puccinia horiana foram obtidas pela
aplicação de carboxin em crisântemo.
Carboxin
O
H2 C C CH3 H
H2 C C C N
S
O
É compatível com a maioria dos inseticidas e fungicidas, exceto com pesticidas de reação
alcalina e ácida. Pode ser misturado ao thiram para aumentar seu espectro de ação.
Não apresenta fitotoxicidade quando utilizado de acordo com as recomendações. A
tolerância de resíduo em cereais é de 0,2 a 0,5 ppm e seu poder residual de 30 a 40 dias.
O carboxin foi um dos primeiros fungicidas sistêmicos a serem comercializados. Não
persiste no solo, decompondo-se rapidamente na forma de sulfoxide, que possui pouca atividade
contra fungos.
É bastante específico contra fungos de classe basidiomicetos.
É recomendado para tratamento de sementes de cereais (trigo, aveia, centeio e cevada)
contra a cárie e os carvões causados por Ustilago, Tilletia e Sphacelotheca, na dose de 90 a 180 g
do ingrediente ativo por 100 kg de sementes; contra Urocystis, em cebola, e no tratamento de
sementes de amendoim, algodão e de alguns vegetais, na dosagem de 150 a 250 g do ingrediente
ativo por 100 kg de sementes, para o controle do tombamento das mudinhas causado por
Rhizoctonia solani. O produto penetra no interior das sementes, matando o fungo, e transloca-se
pelo apoplasto da planta para a região do hipocótilo e cotiledônea, dando proteção às mudinhas nos
primeiros dias de vida.
O produto é formulado em pó molhável, com 75% de ingrediente ativo; também é
formulado em misturas com thiram e captan. Culturas onde é recomendada sua aplicação: algodão,
amendoim, arroz, aveia, trigo, cevada, centeio, feijão, soja e café.
Oxicarboxin
Fungicida sistêmico de cor branca pouco solúvel em água (0,1 g/ml), relativamente solúvel
em benzeno (3,4 g/100 ml), dimetilsulfóxido (223 g/100 ml), acetona (36 g/100 ml), metanol (7
g/100 ml) e etanol (3 g/100 ml).
Sua DL50 é de 2.000 mg/kg por via oral, em ratos. Pode causar irritação aos olhos e pele;
seu peso molecular é de 267. Suas propriedades fungicidas foram descritas por Von Schmeling e
Kulka, em 1966, com o nome comercial de Plantvax.
Quimicamente o oxicarboxin é o 5,6-dihidro-2-metil-1,4-oxathiin-3-carboxianilida-4,4-
dióxido, tendo a seguinte fórmula estrutural:
O
H2 C C CH3 H
H2 C C C N
S
O O
O
É compatível com a maioria dos defensivos agrícolas, exceto com os produtos de reação
alcalina ou ácida. Não apresenta fitotoxidez nas dosagens recomendadas; em plantas sensíveis
como o gerânio, pode causar clorose nas margens das folhas ou necrose nas partes jovens da planta.
A tolerância de resíduo nas plantas para as quais é indicado é de 0,1 ppm. Seu poder residual
varia de 20-30 dias.
O oxicarboxin, como o carboxin, foi um dos primeiros fungicidas sistêmicos a serem
comercializados. É mais estável do que o carboxin, sendo sua forma oxidada. Entretanto, pode
ainda sofrer decomposição por hidrólise, formando anilina e um composto com a estrutura do
oxathiin menos fungitóxico do que o produto integral. Atua especificamente contra fungos da classe
Basidiomycetos.
É recomendado, em pulverização, para o controle de ferrugem do feijoeiro e da vagem
(Uromyces phaseoli typica), na dose de 500 a 1.000 g do ingrediente ativo/ha (50 a 100 g/100 litros
de água); é empregado também no controle de ferrugens de plantas ornamentais como o crisântemo,
gerânio, roseira, palma de Santa Rita, etc. É fungicida altamente eficiente no controle da ferrugem
do feijoeiro e da vagem. O produto pode ser absorvido pelas raízes e folhas de planta; quando
aplicado às folhas, transloca translaminarmente e apresenta efeito curativo da doença 3-5 dias após
a inoculação do patógeno na planta. Recomendam-se, geralmente, 2 aplicações de Oxicarboxin,
sendo o primeiro 7 dias antes da floração e a segunda após a queda das flores, em variedades de
16 Módulo 7: 7.5 - Fungicidas Sistêmicos e Mesostêmico
ESPECIALIZAÇÃO POR TUTORIA A DISTÂNCIA ABEAS/UFV
Curso: Proteção de Plantas
Registrado no Brasil nas formulações Hokko Plantvax 750 e Plantvax 750 PM BR para uso em:
Feijão Uromyces appendiculatus Ferrugem
Tifluzamida
[C13H6Br2F6N2O2S]
Os estudos de absorção deste grupo de fungicidas por fungos iniciaram-se por volta de 1968.
A especificidade deste grupo parece estar relacionada à absorção e união do princípio ativo às
organelas celulares. Propágulos de fungos sensíveis tais como Rhizoctonia solani ou Ustilago
Módulo 7: 7.5 - Fungicidas Sistêmicos e Mesostêmico 17
ESPECIALIZAÇÃO POR TUTORIA A DISTÂNCIA ABEAS/UFV
Curso: Proteção de Plantas
maydis absorvem o ingrediente tóxico muito mais rápido do que fungos insensíveis (Fusarium
oxysporum f. sp. lycopersici).
As razões pelas quais outros grupos de fungos, além dos incluídos na Classe
Basidiomycetos, não são sensíveis a este grupo de fungicidas são praticamente desconhecidas;
entretanto, admite-se que a falta de penetração através da parede ou membrana plasmática e a
decomposição do fungicida por organismos insensíveis sejam as principais causas envolvidas. Os
primeiros trabalhos que tentaram explicar o mecanismo de ação surgiram em 1970, evidenciando
que a ação deste grupo de fungicidas envolvia o ciclo dos ácidos tricarboxílicos, inibindo a
oxidação do succinato, no mitocôndrio. Quando os mitocôndrios de vários organismos foram
testados, verificou-se que os fungicidas oxathiins atuavam mais na oxidação dos organismos
sensíveis do que nos insensíveis. Sugeriu-se que os fungicidas atuavam sobre a respiração dos
mitocôndrios ou próximo do sítio da oxidação do succinato.
Trabalhos posteriores tentando definir mais precisamente o sítio de ação concluíram que
Carboxin (fungicida do grupo do Oxathiin) inibia a enzima redutase do citocromo-c do succinato,
não tendo ação contra a redutase do citocromo-c do NADH. Encontrou-se também que a redutase
da coenzima Q do succinato era altamente inibida por carboxin, ao passo que não atuava na
redutase do coenzima Q do NADH. Estas descobertas evidenciaram que o Carboxin inibia o
complexo II da cadeia de transporte de elétrons, em grande número de organismos.
Estes resultados sugeriram que o sítio principal de ação do Carboxin parecia estar entre o
succinato e a coenzima Q (Figura 4).
Rotenona
I
Substrato NAD fpd
III IV
CoQ Cit. b Cit. c Cit. (a+a ) O2
3
Antimicina A
II
Succinato fps Tridemorph
Local de ação do
Carboxin e Malonato
fpd = NAD desidrogenase
fps = desidrogenase do succinato
Figura 4 - Diagrama esquemático dos quatro complexos do sistema de transporte de elétrons e o sítio de ação de
vários compostos inibidores (Mahler & Cordes, 1971).
Em 1977, Lyr, pesquisador alemão, propôs que o locus de ataque do Carboxin era uma
proteína não hemínica ferro sulfurosa do complexo II da cadeia respiratória (região pertencente ou
parte do complexo da succinodesidrogenase).
Propôs que o O2 deveria reagir diretamente com pontos livres de coordenação de átomos
centrais de Fe2+ que, no caso, possuía quatro pontos de coordenação. Estes pontos de coordenação
do O2 com os átomos de Fe2+ seriam inibidos por agentes quelantes como o Carboxin (Figura 5).
S S
S
S Fe S Fe S
DCMO
DCMO
Grupo benzimidazole
concentrando mais na raiz, em soja, e sendo menos translocável do que carbendazim e benomyl, em
algodoeiro. São fungicidas sistêmicos com atuação protetora e curativa. Absorvidos através das
folhas, tecidos verdes e raízes, com translocação acropetal. Atua inibindo o desenvolvimento do
tubo germinativo, a formação do apressório e no crescimento micelial.
Alguns autores dividem este grupo em Benzimidazole e Tiofanato.
O primeiro relato da eficiência deste grupo de fungicidas foi feito por Delp e Klopping, em
1968, que constatou no Benomyl propriedades preventivas, curativas e sistêmicas, contra certos
fungos, bem como efeito contra ácaros. De acordo com estes autores, o Benomyl possui largo
espectro de ação contra fungos da classe Ascomycetos.
Não possui efeito contra fungos dos grupos Porosporae e Annelosporae (Helminthosporium,
Alternaria, Stemphylium, Geotrichum etc.). Além destes, os fungos inferiores, incluindo
Oomycetos, são também insensíveis. Em 1969, Clemons e Sisler mostraram que o Benomyl
decompõe-se rapidamente em água a metil benzimidazole carbamato (MBC). Como os efeitos
antifúngicos do Benomyl e do MBC são semelhantes, acredita-se que o Benomyl atue somente após
sua conversão em MBC.
A similaridade em estrutura e o espectro antifúngico do MBC e Thiabendazole levaram os
investigadores a sugerirem modo de ação comum, sendo a molécula do Benzimidazole a parte ativa
dos compostos.
A performance do Tiofanato Metílico e de Tiofanato, no controle de doenças de plantas, é
bastante semelhante à do Benomyl; além do mais, possuem espectro de ação muito semelhante.
Devido às características similares destes produtos, sugere-se que o Tiofanato Metílico converta-se
também ao MBC, princípio tóxico do benomyl.
Quando em solução aquosa, em solução tampão ou em meio de cultura estéril, o tiofanato
metílico forma o MBC lentamente. A atividade antifúngica e a quantidade de MBC formada
aumenta com a idade da solução; entretanto, a fungitoxicidade e a taxa de formação de MBC
decresce com a redução do pH. Baseado nestes trabalhos, conclui-se que a ação antifúngica do
Tiofanato Metílico depende inteiramente da formação de MBC.
H S H O
N C N C O CH3
N C N C O CH3
Tiofanato Metílico H S H O
Transformação
mais lenta
Benomyl
N N H O
C N C O CH3 C N C O CH3
N H O N
MBC
H H H H C O Transformação H
mais rápida
H C C C C N H
H H H H
Desenvolvimento de resistência
A razão do grande número de fungos que adquiriram resistência aos compostos deste grupo,
em relação a outros, como os Oxathiins, ainda não está bem esclarecida. Contudo algumas hipóteses
têm sido levantadas:
Explicação que muitos pesquisadores aceitam é a alta pressão de seleção exercida por este
grupo de compostos em relação a outros. No Sul da Austrália, o uso contínuo de Benomyl no
controle da sarna da macieira (Venturia inaequalis) levou ao aparecimento de raças resistentes na
população deste fungo, 3 anos após o início da aplicação; por outro lado, raças resistentes deste
fungo ao Dodine, em algumas regiões do Estado de Nova York, apareceram após 10 anos. As
condições do meio ambiente também devem influenciar o processo.
Principais benzimidazoles
Os produtos desse grupo presentes no mercado nacional são o carbendazim, tiofanato metilico e o
thiabendazole. O benomyl foi retirado do mercado pela empresa fabricante em 2003.
Benomyl
Fungicida em pó de cor branca, praticamente insolúvel em água (0,2 ppm) e óleo, com
solubilidade em etanol (0,4%) e heptano (0,4%); apresenta maior solubilidade em xileno (1%),
acetona (1,8%), dimetilformamida (5,3%) e clorofórmio (9,4%). Sua DL50 é de 10.000 mg/kg por
via oral em ratos. É tóxico para peixes. Pode ser irritante à pele, pelo contato com o produto. Seu
peso molecular é de 290,3.
O produto decompõe-se antes de se fundir e não é volátil. Certos solventes, quando
misturados ao Benomyl, formam o Carbendazim e o Butil Isotiocianato. Decompõe-se na presença
de umidade, devendo por isto ser armazenado hermeticamente.
Foi introduzido em 1967 com o nome comercial de Benlate; descrito por J.C. Delp e H.L.
Klopping em 1968.
Quimicamente, o Benomyl é o metil 1 (butil-carbomoil)-2-benzimidazole-carbamato, que
possui a fórmula estrutural abaixo:
O H H H H
C N C C C CH3
N H H H
C N C O CH3
N H O
Thiabendazole
A taxa de decomposição deste produto é mais rápida na folhagem de algumas plantas do que
o Carbendazim (75% de produto desaparecem em 10 dias). Também é menos persistente no solo do
que o Carbendazim. A atividade fungistática de 50 ppm do produto no solo desaparece de 12 a 18
dias.
N
N
A tolerância de resíduo em ppm é de: banana, 3,0; batata, 3,0; citros, 10,0; maçã, 10,0 e
pêra, 10,0.
Seu poder residual varia de 2 a 4 semanas. Não é fitotóxico quando respeitadas as indicações
de uso; é incompatível com produtos de reação alcalina.
Apresenta propriedade erradicante, sistêmica e de fungicida protetor.
Dentre as culturas para as quais tem sido recomendado, destacam-se: maçã, banana, pêra,
beterraba, batata-doce, batata, arroz, trigo, soja, citros, fumo, abóbora, gladíolos, manga, melão,
narciso, tulipa, íris, gramados e pêssego. É usado no tratamento em pós- colheita de frutas como a
banana, citros, maçã, etc., no controle de fungos que causam podridão, na dose de 80-240 g/100
litros de água; é recomendado também em pulverização contra fungos que atacam a parte aérea das
plantas tais como: Aspergillus spp., Botrytis spp., Ceratocystis spp., Cercospora spp.,
Colletotrichum spp., Cytospora spp., Fusarium spp., Penicillium spp., Rhizoctonia spp., Sclerotinia
spp., Verticillium spp., na dose de 80-150 g/100 litros de água.
Usado no tratamento de sementes de trigo, soja, arroz, etc. na dose de 0,1%.
Não atua no controle de Pythium spp., Phytophthora spp., Rhizopus spp.
É formulado em pó-molhável contendo 40 a 60% de ingrediente ativo, na formulação
denominada "Flowable", com 48,28% de ingrediente ativo, e em tablete destinado a fumigação,
com 11,7% de ingrediente ativo.
Doenças contra as quais Thiabendazol tem sido recomendado:
Muito eficiente no controle de fungos que causam podridão de frutos durante o
armazenamento e transporte: Penicillium spp., Botrytis spp., e Diplodia spp.
Formulações: DP (100 g/kg); SC (485 g/L; 500 g/L); WP (600 g/kg).
Registrado no Brasil nas formulações para uso em:
Carbendazim
Fungicida em pó cinza claro, com solubilidade em água de 5,9 mg/1 a 20oC, em pH 7,0; a
24oC, em hexano; 0,5 mg/l; benzeno, 36 mg/l; diclorometano, 68 mg/l; etanol, 300 mg/l. É
prontamente solúvel em dimetil-formamida. Decompõe-se lentamente em solução alcalina.
Sua DL50 é maior que 15.000 mg/kg por via oral, em ratos; não é tóxico às abelhas. É
estável em condições normais de armazenamento.
Quando aplicado ao solo, o Carbendazim é influenciado pelo tipo de solo, temperatura e
pela esterilização do solo; isto sugere que os microrganismos do solo estão envolvidos na
decomposição deste produto.
Suas propriedades fungicidas foram relatadas por Hampel e Lücher, em 1973, e introduzido
com o nome comercial de "Derosal" e "Bavistin".
Quimicamente [C9H9N3O2] o Carbendazim é o metil-2-benzimidazole carbamato (MBC), e possui
a seguinte fórmula estrutural:
H
N H
N C O CH3
N O
H
Possui ação protetora, curativa e sistêmica contra grande número de doenças de plantas; é
absorvido pela raiz e partes verdes do vegetal, movendo-se no sentido ascendente da planta.
É efetivo contra fungos da classe Ascomycetos, Deuteromycetos e alguns Basidiomycetos.
Principais fitopatógenos sensíveis ao carbendazim: Botrytis spp., Phomopsis spp.,
Penicillium spp.; Cercospora spp.; Sclerotinia spp.; Venturia spp.; Colletotrichum spp.; Fusarium
spp.; Gloeosporium spp.
O produto é usado em pulverização na dose de 75-150 g do ingrediente ativo em 100 litros
de água. É empregado também no tratamento de frutos, em pós-colheita
Riscos de Resistência: Alto risco de resistência, apresentando casos relatados em muitas
espécies de fungos. Existem vários alvos de mutação, principalmente E 198A/G/K e F200Y. Existe
resistência cruzada positiva entre os membros do grupo. Apresenta resistência cruzada negativa
para os N-fenilcarbamatos. Existem recomendações específicas para manejo de resistência dos
membros deste grupo indicadas pelo FRAC.
Fitotoxicidade: Se utilizados de acordo com a recomendação não apresentam problemas de
fitotoxicidade. Os membros deste grupo apresentam incompatibilidade com materiais altamente
alcalinos e, em alguns casos com fungicidas contendo cobre.
Misturas: Carbendazim é formulado no Brasil em mistura com Tiram (Bravocarb 500 SC; Derosal
Plus, Protreat).
Tiofanatos
Introdução
Os tiofanatos apresentam um grupo de fungicidas sistêmicos que tem como base a tiuréia,
derivado do ácido tialofânico. Diferentemente dos fungicidas do grupo dos benzimidazoles, os
tiofanatos não apresentam um anel heterocíclico, mas são considerados como derivados do O-
phenilanediamina, com um átomo de hidrogênio do grupo amino, substituído pelo grupo -
C(S).NH.COOR, onde R representa um radical álcalil. Os fungicidas tiofanatos são compostos
fracamente ácidos, sintetizados pela reação da O-phenilanediamina e dos ésteres
isotiocianofórmicos. A estrutura química dos ácidos tialofênicos é NH2-CSNHCOOH.
O fato de os fungicidas baseados na tiuréia, contendo um núcleo aromático, dependerem de
sua conversão a uma anel benzimidazole e para sua atuação como fungicida, leva muitos
pesquisadores a classificarem os fungicidas tiofanatos como fungicidas benzimidazoles.
Até o presente momento, três fungicidas com base na tiuréia são conhecidos: dois deles, o
Tiofanato (TF) e o Tiofanato Metílico (MTF) são amplamente utilizados no controle de doenças em
frutos e em hortaliças em muitos países. O terceiro análogo , o BF-48, foi desenvolvido mais tarde
(Nene & Thaplyial, 1979). Destes o tiofanato metilico é o mais importante.
Tiofanato metílico
Tiofanato Metílico aplicado em folhas de maçã e videira apresentou meia vida de 15 dias e
como metabólitos foram identificados o MBC e pequenas quantidades de dimetil-4,4 -o-
fenilenebisallofanato. A formação do MBC do Tiofanato Metílico nas folhas, envolve
possivelmente um processo fotoquímico. Após a aplicação do Tiofanato Metílico nas raízes de
várias plantas ocorre rápida conversão para MBC. Em plantas de algodão, após 6 dias quase todo
Tiofanato Metílico foi convertido em MBC. Aparentemente, nos tecidos da planta esta
transformação ocorre mais rapidamente do que em água, sugerindo a presença de fatores
catalisadores.
A conversão de Tiofanato Metílico em MBC tem sido relatada também no micélio de vários
fungos. Esse produto é instável no solo. Estudos neste sentido indicam que após uma semana de
aplicação do produto no solo, somente 1% de Tiofanato Metílico foi encontrado. O MBC foi o
metabólito encontrado em maior quantidade. Sua concentração cresce no início, mas decresce após.
A taxa de decomposição do Tiofanato Metílico é quatro vezes mais rápida em solo com pH 7,4 do
que em solo com pH 5,6. A taxa de decomposição é reduzida pelo tratamento de solo com vapor.
Isto sugere que a atividade microbiana exerce papel importante na degradação deste composto. A
degradação do MBC formado ocorre mais rápido em alta temperatura.
Foi introduzido em 1970-71 com o nome comercial de Topsin , Metil , Cercobin ,
Mildothane e Cycosin . O Tiofanato Metílico substitui o Tiofanato em várias funções, pois
possui grande atividade fungicida e grande poder sistêmico. Suas propriedades fungicidas foram
descritas por Ishii, em 1971.
H S H O
N C N C O CH3
N C N C O CH3
H S H S
É incompatível com produtos cúpricos e os de reação alcalina. Não é fitotóxico nas doses
recomendadas.
O produto pode ser usado nas seguintes culturas: plantas ornamentais, maçã, ameixa,
pêssego, banana, nectarina, abricó, cereja, morango, citrus, cucurbitáceas, crucíferas, beterraba,
videira, pêra, melancia, arroz, batata-doce, tomate, feijão, alho, amendoim, trigo, vagem, melão,
ervilha, e outras que o registro federal permite.
Atua como fungicida protetor, curativo e sistêmico. Pode aumentar a cor verde das plantas e
ainda pode ser aplicado no solo.
É bastante estável à luz solar e possui um longo poder residual. Possui atividades acaricidas
e nematicidas. Previne danos causados por ozônio.
medida em que a acidez do solo aumentou. O Thiabendazole foi adsorvido ao solo em maior
quantidade do que o MBC. A adsorção na superfície da argila mineral ocorre provavelmente por
protonação dessas moléculas orgânicas básicas. Com valores de pH baixos, os fungicidas
benzimidazoles ionizam-se e as moléculas ionizadas são adsorvidas ao solo. Em argila do tipo
kaolinita, com pH 2,0 o MBC não foi adsorvido.
Peterson & Ediginton (1970) relataram que, após a adsorção, o fungicida é transportado de
forma ascendente, através do fluxo da transpiração nos tecidos do xilema, alcançando as folhas e,
finalmente, as margens e as pontas das plantas.
O Thiabendazole é um fungicida que possui excelente atividade sistêmica. Chatrah et al.
(1972) relataram que recuperaram cerca de 90% do TBZ aplicado na forma de punção em hastes de
plantas de algodão, pelo método de extração em HCL metanólico de tecidos vegetais secos, à
temperatura de 80 a 85oC. Segundo estes mesmos autores, decorridos 10 dias após a inoculação, o
fungicida foi determinado em hastes e em folhas novas no topo da planta em crescimento. O
fungicida não foi detectado, no entanto, em folhas velhas, na parte basal da planta e em raízes.
Avaliando a adsorção e a translocação de fungicidas sistêmicos em plântulas de soja, Gray
& Sinclair (1970) observaram que compostos fungitóxicos de Benomyl, de Cloroneb e de
Thiabendazole se moveram sistematicamente nas plântulas, em que as raízes e os cotilédones foram
tratados, não se observando este mesmo acúmulo nos tecidos do hipocótilo. Esse fato pode explicar,
em parte, o pouco sucesso e/ou uso desses fungicidas em tratamentos de sementes e de solo no
controle de doenças associadas às sementes de soja.
Estes mesmos autores, Gray & Sinclair (1971), usando TBZ marcado e não marcado,
observaram que ambos os compostos foram absorvidos pelas raízes de plântulas de soja. A
acumulação do 14C-TBZ no epicótilo e nos tecidos da raiz aumentou com o tempo de exposição. A
radioatividade nos tecidos do hipocótilo não foi afetada pelo tempo de exposição. O TBZ foi
fungitóxico para Cephalosporium gregatum tanto in vitro como in vivo , não sendo reisolado
das plantas tratadas.
Resultados semelhantes foram obtidos por Erwin et al. (1968), que observaram que plantas
de algodão semeadas em solos encharcados com Thiabendazole, e posteriormente, inoculadas com
Verticillium alboatrum, tiveram a incidência e a severidade da expressão da doença reduzida e/ou
retardada, demonstrando claramente os efeitos fungitóxico e sistêmico do produto.
Raabe & Hurlimann (1971) relatam também o bom controle de Thielaviopsis basicola em
Poissentia spp., via solo encharcado com 50, 100, 500 e 1000 ppm de thiabendazole.
A absorção do Benomyl pelas raízes depende de vários fatores tais como a da intensidade da
luz, da temperatura, da umidade relativa e do pH da formulação. O máximo de ação sistêmica
(absorção e translocação) foi verificado com pH 3,2 reduzindo-se com o aumento do pH. Quando o
pH atingiu valores de 4,2 a ação foi completamente inibida. As solubilidades em água e em pH
ácido são fatores importantes no transporte, na acumulação e na sistemicidade do Benomyl.
As aplicações foliares têm sido utilizadas com sucesso com os fungicidas benzimidazoles.
Zolel (1970), utilizando os fungicidas Benomyl e TBZ aplicados em um só lado da folha de
beterraba, demonstrou a absorção e a translocação para o outro lado da folha. Zolel & Edginton
(1972) observaram o movimento transcuticular dos fungicidas benzimidazoles em folhas de
macieira, relatando que a eficiência do movimento transcuticular nos benzimidazoles decresce na
seguinte ordem: Tiofanato Metílico, Tiofanato, Benomyl, MBC e TBZ. Aumentando a solubilidade
do Benomyl e do TBZ em água acidificada, o movimento transcuticular desses fungicidas aumentou
quatro vezes. O movimento translaminar também foi evidente nos benzimidazoles estudados.
Os fungicidas tiofanatos, à semelhança dos demais benzimidazoles, apresentam boa
sistemicidade. Buchenauer (1975) demonstrou que o NF-48 via tratamento de sementes, foi eficaz
no controle do carvão de cevada, causado por Ustilago nuda. A superioridade do Tiofanato
Metílico, em relação ao Tiofanato, em sua sistemicidade e em sua efetividade terapêutica,
provavelmente deve-se a diferenças de fungitoxicidade do MBC e do EBC, produtos resultantes da
transformação do Tiofanato Metílico e do Tiofanato, respectivamente.
O movimento do produto fungitóxico originado após a aplicação do fungicida Tiofanato
Metílico, é ascendente pela corrente da transpiração. Os fungicidas Tiofanato Metílico, Tiofanato e
o NF-48 também apresentam como os demais benzimidazoles, movimentos translaminar e
transcuticular (Zolel & Edington, 1972).
Os benzimidazoles são fungicidas que são absorvidos e translocados com facilidade pelas
plantas; no entanto, o uso de adjuvantes ou de surfactantes, bem como a observância de fatores
como o pH da formulação, por exemplo, poderão elevar a solubilidade e a absorção dos produtos,
proporcionando aumento na performance do controle de doenças em algumas culturas.
benzimidazoles também foi observado por Schooley & MacNeil (1971) com o fungo Fusarium
oxysporum f.sp. melonis. Estes autores demonstraram que a ED 50 para os fungicidas Benomyl,
Thiabendazole e Fuberidazole foi, respectivamente, 1:4:13 e que a ação fungicida dos produtos
aumentou quando o pH aumentou de 4,0 a 8,6. Estes mesmos autores reportam ainda que o modo de
entrada dos benzimidazoles na célula do fungo não é bem conhecido; no entanto, assume-se que o
seja por difusão e que o movimento através da membrana seria uma função da solubilidade dos
lipídios na molécula que é dependente do pH da concentração de H+. Quando o pH foi de 4,5, a
fungitoxicidade observada foi relativamente menor pelo fato de as moléculas estarem na forma
ionizada; no entanto, com o pH em índices de 8,6 as moléculas dos benzimidazoles estariam na
forma não dissociada, sendo, portanto, mais facilmente permeáveis através da membrana do fungo
(Schooley & MacNeill, 1971). Naturalmente ou induzidos por radiação ultra-violeta, mutantes
resistentes de Thiabendazole e de Benomyl apresentaram tolerância cruzada aos três
benzimidazoles estudados (TBZ, Benomyl e Fuberidazole). No caso de mutantes resistentes do
Fuberidazole, alguns mostraram tolerância a todos os três, ao passo que alguns foram sensíveis ao
Benomyl ou ao TBZ. Essas observações indicaram que os três fungicidas possuem um modo de
ação comum, porém o Benomyl e o Thiabendazole, por essas características, devem possuir um
mecanismo adicional.
A inibição do crescimento pode ser revertida para os três fungicidas, pela adição de 2 M de
adenina, de guanina ou de biotina e de 1 M de xantina, de hipoxantina ou de ácido aspártico. Este
fato sugere que os fungicidas atuam como antimetabólitos (Schooley & MacNeill, 1971). Nene &
Thaplyial (1979) relatam que a sugestão de que os benzimidazoles sejam metabólitos das purinas
foi mais tarde desconsiderada por outros pesquisadores.
Dos fungicidas destes grupos, o Benomyl é absorvido em quantidades muito pequenas por
células fúngicas. Há evidências de que parte do produto é convertido em outros derivados. A
efetividade dos benzimidazoles e tiofanatos parece estar relacionada ao produto de composição
denominado de MBC (metil-2-benzimidazole carbamato). A toxicidade destes produtos geralmente
não é antagonizada por qualquer metabólito conhecido.
Clemons e Sisler, em 1971, iniciaram o estudo do modo de ação desses compostos,
submetendo culturas de Neurospora crassa ao MBC e concluindo que a síntese do DNA era o
processo afetado. Também levantaram a hipótese de que as divisões nuclear e celular poderiam
estar também envolvidas. Não encontraram nenhum efeito sobre a síntese de RNA ou proteína.
Mais tarde, outros pesquisadores demonstraram que quando culturas de Saccharomyces
pastorianus eram tratadas com MBC, as células filhas não se separavam das células paternas,
formando agregados de células terminais e alongadas. Daí concluíram que Benomyl ou MBC
inibem o processo da mitose em fungos sensíveis, sendo a inibição da síntese de DNA considerada
como efeito secundário. Portanto, exposições prolongadas a estes compostos, sob condições onde
não ocorre divisão nuclear, não seriam tóxicas aos fungos sensíveis. Isto foi confirmado por outros
pesquisadores, em 1975; foi demonstrado que o MBC atua como agente tóxico do fuso acromático
no qual se encontra um receptor macromolecular com propriedades semelhantes a tubulina. O
Figura 6. Diagrama mostrando as mudanças que ocorrem no centrossoma e núcleo da célula no processo de divisão
mitótica: I a III = prófase; IV = metáfase; V e VI = anáfase; VII e VIII = telófase.
altamente conservada. Desta forma para a formação da fusão e segregação dos cromossomos na
divisão celular, hélices alternadas de - e -tubulina formam os microtubulos, que fazem parte do
citoesqueleto, apresentando papel ativo na organização das organelas celulares.
Benzimidazoles - Os benzimidazóis apresentam uma alta afinidade pelas proteínas
tubulinas, destruindo a mitose na metáfase, atacando a fusão mitótica. A falha na separação do novo
núcleo resulta na morte da célula.
Figura 7. Metáfase, nesta fase alguns dos microtúbulos que formam os aparatos do fuso se prendem aos cinetocoros
formando o fuso mitótico. Os cromossomos iniciam uma série de movimentos que resultam num
alinhamento de todos os cromossomos na região equatorial do fuso . É uma fase onde a célula se prepara
para a anáfase.
Botrytis cinerea ao Benomyl, na cultura do ciclame, em casa de vegetação, na Alemanha, onde foi
isolada de plantas doentes uma raça tolerante a altas concentrações do produto. Estes autores
reportam ainda que observaram resistência cruzada também aos fungicidas Thiabendazole, e
Fuberidazole e ao Tiofanato Metílico. Resultados semelhantes foram obtidos por Vargas Jr. (1973)
com o fungo Erysiphe graminis, isolado de Poa protensis. Clark et al. (1973), analisando isolados
de Cercospora arachidicola e de Cercosporidium personatum de campos de amendoim,
observaram tolerância ao Benomyl em doses 10 vezes mais elevadas que as normais. Nesse mesmo
ano, relatos sobre a resistência ao Benomyl pelo fungo Cercospora beticola também foram feitos
por Georgopoulos & Dovas (1973).
No Brasil, relatos sobre a resistência de fungos aos benzimidazoles também têm sido
observados. Ghini & Kimati (1989) observaram resistência de Botrytis squamosa, agente causador
da queima das pontas da cebola , ao Benomyl e ao Iprodione.
Casos de resistência aos fungicidas sistêmicos, notadamente ao grupo dos benzimidazoles,
têm sido relatados em diversas partes do mundo. Alguns exemplos de resistência aos
benzimidazoles são apresentados na Tabela 2.
Benomyl
Botrytis cinérea Ciclame
Botrytis cinérea Crisântemo
Botrytis cinérea Alface/tomate
Botrytis cinerea Abóbora
Botrytis squamosa Cebola
Cercospora apii Aipo
C. arachidicola Amendoim
C. beticola Beterraba
Cercosporidium personatum Amendoim
Cylindrocladium scoparium Eucalipto
Colletotrichum musae Banana
Erysiphe graminis Poa pratensis
E. cichoracearum Melão
F. oxysporum f.sp. gladioli Gladíolo
Penicillium corymbiferum Lírio
Sclerotinia homoecarpa Turfa
Septoria leucanthemi Margarida
Sphaerotheca fuliginea Abóbora
Venturia inaequalis Maçã
Venturia pyrina Pera
Verticilium malthousei Cogumelo
V. dahliae Moranguinho
Thiabendazole
Penicillium digitatum Citrus
Penicillium italicum Citrus
Tiofanato Metílico
Origem da resistência
Como todos os organismos vivos, os fungos são geneticamente maleáveis e podem, através
de mutações, tornarem-se resistentes a fungicidas específicos que atuam em um ou em poucos
processos metabólicos vitais. A adaptabilidade do mutante depende do gene, ou genes, que
sofreram mutações para a resistência. Estudos conduzidos por Hastie & Georgopoulos (1971) sobre
a resistência ao Benomyl induzida por radiação ultravioleta com uma raça de Aspergillus nidulans
indicaram que a tolerância ao Benomyl em cada raça foi determinada pela mutação de um simples
gene. Se esses genes antes da mutação eram importantes condicionadores de competitividade
(patogenicidade, capacidade de esporulação, sobrevivência), então, o mutante terá baixa
adaptabilidade; caso contrário continuará com sua adaptabilidade inalterada. A adaptabilidade do
mutante tem estreita correlação com a forma de ação do fungicida (Kimati, 1987).
Delp (1980) reporta que para os benzimidazoles, os problemas de resistência iniciaram-se
devido não somente ao uso intensivo dos produtos, mas também, pelo fato de eles atuarem em um
sítio específico do metabólito do patógeno, e pela maioria dos fungos possuírem estirpes resistentes
na sua população original. O fato de a resistência aos benzimidazoles ser resultante de um processo
de seleção natural é também relatado por Guini (1991).
Quando um fungicida chega ao sítio de ação sem ser detoxificado, a tolerância ao fungo
pode ser devida à falta de afinidade dos inibidores no sítio de ação (Dekker, 1977).
Trabalhos de Davidse & Flach (1977) com Aspergillus nidulans provaram que a afinidade
do Benzimidazole com a tubulina é o principal fator que determina a atividade do fungicida no
organismo. Quanto maior for a afinidade do Benzimidazole com a tubulina, maior será a
sensibilidade do organismo ao fungicida. Por outro lado, uma mutação que reduza a afinidade de
ligação da tubulina com o Benzimidazole, não afetando o funcionamento normal da tubulina,
origina uma linhagem resistente.
Estratégia anti-resistência
Delp (1980) reporta que muitos fungos que apresentam resistência cruzada ao benomyl, ao
Carbendazim, ao Tiofanato Metílico e ao Thiabendazole são sensíveis aos outros fungicidas
convencionais. As estratégias para evitar a resistência entre os benzimidazoles incluem o uso desses
fungicidas. Outras estratégias anti-resistência incluem a redução da pressão de seleção pela redução
do número de tratamentos e de doses utilizados e pelo uso de misturas de fungicidas. Este mesmo
autor, enfatiza que, estratégias de gerenciamento da resistência devem ser adotadas logo na
introdução do fungicida, pois quanto maior for o intervalo entre a adoção destas estratégias e a
introdução do fungicida, menor será a vida útil do produto (Figura 7).
Figura 8 - Desenvolvimento de resistência de Benomyl sozinho ou usado em mistura com Maneb (Delp, 1980).
Delp (1981), sumarizando estratégias para prevenir resistência a fungicidas, apresenta, como
sugestão, o seguinte esquema:
ESTRATÉGIAS
S Erro! Indicador não definido. Fungicidas que agem em um único sítio do metabolismo do
patógeno. (alta propensão para resistência)
M Erro! Indicador não definido. Fungicidas que agem sobre vários sítios do metabolismo do
patógeno. (pouca chance de problemas de resistência)
EXCLUSIVA SErro! Indicador não definido. S Erro! Indicador não definido. S Erro!
Indicador não definido. S = grande chance de seleção para resistência
ROTAÇÕES M Erro! Indicador não definido. S Erro! Indicador não definido. M Erro!
Indicador não definido. S = em situações críticas, quando S é usado em um
programa de calendário.
M Erro! Indicador não definido. S Erro! Indicador não definido. M Erro!
Indicador não definido. M = em situações críticas, quando S é usado em um
programa de calendário.
Esse mesmo autor (Delp, 1981) reporta que para o fungicida Benomyl, algumas das
estratégias anti-resistência recomendadas pela Du Pont Co. são:
a) O uso do Benomyl (algumas vezes em doses reduzidas) é recomendado em combinações com
outros fungicidas não benzimidazoles mais potentes. Essa estratégia é muito utilizada se
iniciada, após o uso exclusivo do Benomyl. Ex.: Cercospora spp. em amendoim, Botrytis spp.
em moranguinho e Monilinia spp. em frutos armazenados.
b) O uso do Benomyl também é recomendado em uma ou duas pulverizações como adição a um
programa de tratamentos, quando este não esteja bem adequado. Esse programa tem
proporcionado aumento no rendimento de culturas como o café (Colletotrichum coffeanum), a
banana (Mycosphaerella spp.), a maçã e outras culturas.
c) Em situações onde não é possível utilizar outro fungicida em mistura, o Benomyl pode ser usado
sozinho. Nas culturas de soja e de cereais, não se têm observado problemas de resistência ao
Benomyl quando as pulverizações são limitadas a 1 ou 2 aplicações por ciclo da cultura; no
entanto, na Flórida (USA), com apenas uma aplicação por ano, observou-se resistência da
Mycosphaerella citri.
Fungicidas antioomycetos
cubensis, e muitas espécies de Pythium spp, incluem-se entre os mais destrutivos que o homem
conhece.
A importância dos oomycetos para a agricultura pode ser quantificada pelo consumo de
fungicidas utilizados para controlar enfermidades causadas por estes fungos. Em 1991 as doenças
causadas pelos oomycetos foram responsável por 20% do total de fungicidas gasto no controle das
enfermidades de plantas, número que ilustra a importância econômica destes fungos.
O impacto econômico e os danos causados pela doenças incitadas por oomycetos que
infectam tubérculos, frutas, cereais e legumes tem repercussões históricas, como é o caso da mela
da batata na Irlanda. Em um país carente de alimentos como o nosso, esse volume representa
milhões de toneladas que poderiam ser transformadas em fontes de carboidratos e proteínas.
Em culturas importantes como a batata, o tomate, a uva, os citros e a maçã, as doenças
foliares e radiculares provocadas por oomycetos são na sua maioria, limitantes para a produção
econômica dessas culturas.
Até o início dos anos 80, os meios e estratégias de controle disponíveis para enfrentar essas
doenças eram extremamente limitadas. Estas, basicamente, se constituiam de inúmeras
pulverizações com fungicidas protetores ou de contato, aplicados via de regra, antes do
aparecimento dos sintomas da doença. Produtos à base de cobre e de ditiocarbamato se destacaram,
nessa época, devido à eficiência no controle das doenças, como a requeima da batata e o míldio da
videira. Fungicidas desses grupos, restringiam-se, no entanto, à proteção das partes vegetais
tratadas.
Os produtos de amplo espectro de ação, apresentavam características indesejáveis como:
efeito residual curto, ação exclusivamente protetora (não penetravam no hospedeiro), necessidade
de usar altas doses e serem lavados pela água da chuva. O aspecto mais desfavorável desses
fungicidas, no entanto, é a sua ineficácia perante infecções já estabelecidas. Esse fato, tornou-se um
problema sério para o controle dos míldios, por assumirem um caráter sistêmico, quando invadem o
tecido da planta. Em termos de Brasil, este fato ainda é observado em várias culturas de interesse
econômico como batata e tomate, onde ocorre exagero de pulverizações com fungicidas protetores,
resultando impacto ambiental muitas vezes indesejáveis.
Nos últimos vinte anos, com o advento e com o amplo uso dos fungicidas sistêmicos, o
controle químico de fungos como os oomycetos sofreu grandes mudanças. Esses fungicidas são
seletivos e específicos, e atuam contra os patógenos alvo sem serem fitotóxicos às culturas, pois são
absorvidos ao nível de seus tecidos, onde agem preventivamente e/ou curativamente. Atualmente,
dispõe-se de seis classe importantes de fungicidas sistêmicos com boa atividade sobre os fungos da
classe dos oomycetos: os carbamatos (cloridrato de propamocarb); o ácido cinâmico (dimetomorfe);
as fenilamidas (metalaxyl, e benalaxil).
Como os oomycetos não requerem esteróis para o crescimento, eles são insensíveis aos
fungicidas inibidores da síntese de esterol, como o triadimefon, triadimenol, titertanol,
propicanazole além de outros trizóis..
Este grupo tem despontado como o mais importante dos seis grupos de fungicidas
antioomycetos até então existentes. As fenylamidas apresentam propriedades sistêmicas, curativas e
protetoras contra as principais doenças de plantas causadas por oomycetos.
As fenylamidas são divididas em três subgrupos (acylalanina, acilamino-butirolactonas e
acilamino-oxazolidinonas), onde o mais importante deles é o subgrupo acylalanina.
A história da descoberta das fenylamidas foi descrita por Shwinn e Urech em 1986, mas as
atividades estruturais foram descritas por Hubele et al. (1983). Os fungicidas dessa subclasse são
caracterizados pelo 1,6 dimetilfenil e por um grupo denominado de alkil-ester metil-alanina o qual é
responsável pela atividade antifungicida das acylalaninas. Esse fato foi demonstrado em estudos
comparativos entre várias acylalanidas e clorocetanilidas.
Segundo Hubele et al. (1983), citado por Azevedo (1993), a lipofilicidade que é expressa
como o coeficiente de partição em água-octanol e denominado de log P , é uma característica
importante para a ação fungitóxica deste grupo. O fungicida Metalaxyl possui um log P de 1,64, que
é um valor próximo ao ótimo teórico esperado. Tem atividade antifúngica mais elevada in vitro do
que 61 produtos análogos e pertencentes as esse grupo.
Uso
As fenylamidas têm sido utilizadas no controles de doenças causadas por fungos habitantes
do solo em fruteiras, algodão, soja, amendoim e plantas ornamentais. O Metalaxyl pode ser
aplicado durante ou antes do plantio, primeiramente para o controle de doenças causadas por
Pythium spp e Phytophthora spp. Para o controle destas doenças, é necessário que sejam utilizadas
altas concentrações do produto via encharcamento do solo.
Os produtos são aplicados também na parte aérea, no controle de doenças como a requeima
e o míldio. Normalmente são mais eficientes quando aplicados misturados com outros produtos
protetores, como os ditiocarbamatos. As misturas com produtos protetores traz outras vantagem em
relação ao produto em formulação simples, como aumentar o intervalo entre aplicações, ampliar o
espectro de ação e de suas características protetoras.
As fenylamidas são efetivas no controle somente de fungos pertencentes aos oomycetos.
Desenvolvimento da resistência
Principais fungicidas
Sub-grupo acylalanina
Metalaxyl
O Metalaxyl é um produto com ação curativa e sistêmica e foi descrito em 1977 por Urech.
Quimicamente, o Metalaxyl é o metil N-(2-metoxiacetil)-N-(2,6-xilil)-DL-alaninato e possui
a seguinte fórmula estrutural:
CH3 CH3
C C O CH3
NH O
C CH2 OCH3
CH3 O
É efetivo contra todas as espécies de Phytophthora em doses muito menores que as obtidas
com os produtos protetores.
O Metalaxyl é transportado apoplásticamente a partir de sementes, raízes e folhas, para as
regiões em crescimento das plantas. Existem relatos de translocação basipetal do Metalaxyl (Staub
et al., 1978, Zaki et al., 1981), contudo sua importância atual é mínima. Por ser solúvel em água, ele
pode ser aplicado no solo, onde é absorvido rapidamente pelas raízes das plantas e translocado para
a parte aérea.
É recomendo em pulverização de parte aérea, aplicação no solo e tratamento de sementes.
O Metalaxyl está disponível na forma de pó-molhável para aplicação na parte aérea das
plantas e granulado, para ser aplicado no solo, durante o plantio. É comercializado com o nome de
Ridomil (pó-molhável) para aplicação foliar e granulado (Ridomil 50 GR, 5% de ingrediente ativo)
para aplicação no solo, e Apron, para tratamento de sementes. Em mistura com Mancozeb, na forma
de pó-molhável (Ridomil Mancozeb BR, Metalaxyl (80 g/kg) e Mancozeb (640 g/kg)). Também em
Furalaxyl
Produto sistêmico descrito pela primeira vez em 1977 por Schwinn e colaboradores.
Quimicamente, o Fluralaxyl é o metil N-(2-furiol)-N-(2,6-xilil)-DL-alaninato, e possui a
seguinte fórmula estrutural:
CH3 CH3
C C O CH3
NH O
C
CH3 O O
Benalaxyl
Formulação: Pó molhável
Ph: 7,35
Fórmula estrutural:
CH3 CH3
C C O CH3
NH O
C CH2
CH3 O
Ratos
Oral aguda: DL 50 4.700 mg/kg
Inalatória aguda: CL 50 (4h) >5.148 mg/m2 de ar
Cutânea aguda: DL 50 >4.000 mg/kg
Modo de ação:
O produto atua sobre os patógenos de duas maneiras distintas: no exterior da planta evitando a
germinação dos zoósporos por ação protetora tanto do Mancozeb como do Benalaxyl e no interior
da planta inibindo a formação dos haustórios primários, detendo o crescimento miceliano e a
esporulação.
Recomendação:
Batata requeima- Phytophthora infestans 2,5 3,0 kg/há
Absorção e translocação
Modo de ação
Metalaxyl tem ação supressiva especifica sobre o RNA ribossomal (rRNA). A inibição da
síntese do rRNA tem como conseqüência a inibição do crescimento do fungo, pois a redução do
rRNA priva as células dos ribossomos que regulam a síntese protéica. Assim, o Metalaxyl não inibe
a germinação dos esporângios ou dos zoosporos encistados tão efetivamente quanto atua sobre o
crescimento, pois os esporos têm suficientes ribossomos capazes de formar o tubo germinativo.
Porém, após a germinação, o produto presente na folha é absorvido pelo micélio do fungo,
causando então, a má-formação ou parando o crescimento da hifa infectiva. Um produto com ação
protetora como o Maneb, mata os esporos germinados sobre as folhas em poucas horas, mas não
tem efeito no micélio após a penetração. A interferência na síntese de RNA é promovida pelo
Metalaxyl, Cyprofuram, Ofurace e demais produtos pertencentes às acylalaninas.
O Ciprofuran possivelmente tem um outro modo de ação, pois ele inibe a germinação de
esporângios da Plasmopora viticola e afeta diretamente a membrana plasmática da P. megasperma
f. sp. medicaginis, atuação não observada no Metalaxyl. Este segundo modo de ação é de
importância secundária.
Prothiocarb
Este fungicida foi descrito em 1966 pela Schering AG e lançado pela primeira vez no
mercado em 1974. Apresenta propriedades sistêmica e protetora, com as seguintes solubilidades a
23oC: 890 g/l em água, menor que 150 mg/l em benzeno ou hexano; 100 g/l em clorofórmio e 680
g/l em metanol. Sua característica sistêmica é limitada, pois não é translocado para pontos distantes
do local de aplicação.
Quimicamente, o Prothiocarb é o S-etil(3-dimetilaminopropil)tiocarbamato e possui a
seguinte fórmula estrutural:
CH3 H
N (CH2)3 N C S C3H7.HCl
CH3 O
Cloridrato de propamocarb
Este fungicida foi lançado para uso comercial em 1978. É um produto sistêmico com ação
protetora, e possui as seguintes solubilidades a 25oC: mais que 700 g/l em água, 430 g/l em
diclorometano; 23 g/l em etil acetato e menos que 100 mg/l em hexano ou tolueno.
Quimicamente, é o propil 3-(dimetilamino)propil carbamato e possui a seguinte fórmula
estrutural:
CH3 H
N (CH2)3 N C O C3H7.HCl
CH3 O
Grupo fosfanato
Fosetil [C2H7O3P]
C2H5O H
P Al
O OH
Estas alterações não surtem efeito quando o fungo está presente em meio de cultura e sim quando
ele está exposto ao sistema ativo de defesa das plantas.
Grupo morfolina
Os fungicidas deste grupo foram descobertos por König, Pommer e Sanne em 1965. Esses
pesquisadores demonstraram que os produtos derivados da morfolina com a molécula de nitrogênio
na estrutura cilco-alifática, ao longo da cadeia de compostos de alkil exibiu boa atividade
antifúngica. Os principais grupos de atuação foram os fungos causadores do míldio pulverulento.
Fungicidas sistêmicos com ação erradicante. Absorvido pelas folhas e raízes, dando alguma
ação protetora. Fenpropimorfe foi desenvolvido para controle de oídio e ferrugem em cereais.
Tridemorfe foi desenvolvido inicialmente para controle de oídio em cereais, Mycosphaerella spp.
em bananas e C. salmonicolor em chá.
Este grupo atua em múltiplos sítios na biossíntese do ergosterol, em cada sítio a diferentes
graus, dependendo do fungicida utilizado. O principal sítio de inibição citado é a inibição das
enzimas 8,7 isomerase e 14 redutase (Figura 9). Fenpropimorfe é cerca de 100 vezes mais ativo
que tridemorfe na inibição da enzima 14 redutase. Essa inibição é produzida por dois eventos: o
primeiro é a inibição da enzima 14 redutase e o segundo é a inibição da 8,7 isomerase. Isso
distingue as morfolinas de todo o grupo de compostos que atuam como inibidores de esteróis pela
inibição da demetilação na posição 14 (DMI). Além da inibição da biossíntese de esteróis, as
morfolinas apresentam mecanismos adicionais, interferindo nas vias metabólicas de
desenvolvimento de, por exemplo, a biossíntese proteínica, lipídica e dos carboidratos de vários
fungos. Morfolinas produzem acúmulo de precursores lipofílicos e disruptores de membranas. As
morfolinas, aplicadas por pulverização sobre as folhas, são absorvidas e translocadas para sua
extremidade, tendo, pois uma ação sistêmica limitada. O efeito se dá principalmente após a
germinação dos esporos, sobre as folhas, durante o processo de desenvolvimento dos tubos
germinativos e formação de haustórios. Com isso fica inibida a infecção.
8,7 14
Figura 9. Modelo esquemático a ação das enzimas isomerase e redutase.
Tridemorph
CH3
CH3 (CH2)12 N O
CH3
O produto ativo foi descoberto em 1968 por Kradel, Effland e Pommer em 1968 e lançado
no mercado em 1969.
Sua DL50 em ratos é de 860 mg/kg
Formulação: tridemorfe: líquido miscível (860 g/L)
Fenpropimorph [C20H33NO]
Absorção e translocação
Dimethomorph
No Brasil é formulado com clorotalonil (Fórum Plus), existindo registros de mistura com
mancozebe, ditianon, compostos de cobre e fentin hidroxide.
O modo de ação deste grupo é através da inibição da formação da parede celular em Oomycetos.
Registrado no Brasil na formulação Forum para uso em:
Batata Phytophthora infestans Mela; Requeima
Tomate Phytophthora infestans Mela; Requeima
Nome comercial: Forum PM
Mistura: Forum plus
fosfatidil colina é essencial para o crescimento celular. A inibição da síntese de PC reduz sua
incorporação dentro da membrana e está associada com a redução na atividade da quitina sintase.
Várias mudanças na morfologia da hifa são induzidas pela inibição da síntese de PC, incluindo
redução na taxa de crescimento, aumento da ramificação e do intumescimento.
Edifenfos
[C14H15O2PS2]
Edifenfós é um fungicida foliar com ação protetora e curativa, desenvolvido para doenças na
cultura do arroz. Pirazofós é um fungicida sistêmico, absorvido pelas folhas e pelos brotos,
translocando-se acropetalmente dentro da planta.
O edifenfós é o fosforotioato de arila: Os resultados observados em brusone sugerem que
síntese de quitina seja inibida diretamente pela inibição não competitiva da atividade da quitina
sintase, e indiretamente pela inibição da biossíntese de fosfatidilcolina (PC). Pyricularia oryzae é
muito sensível a edifenfós, pois a inibição de biossíntese de PC ocorre a concentrações muito baixa
do fungicida, indicando ser o modo de ação do fungicida (Binks et al., 1993).
Pirazophos
Fungicida líquido com solubilidade em água a 20oC, de 4,2 ml/l, e solúvel na maioria dos solventes
orgânicos como acetona, etanol, acetato de etila, hexano e tolueno. Sob condições normais de
armazenamento pode ser estável pelo menos por dois anos. É decomposto em meio ácido e básico.
Sua DL50 é de 140 mg/kg por via oral, em ratos. Extremamente tóxico ao homem, devendo
ser manuseado com cuidado, pois pode ser absorvido por via oral, respiratória e dérmica. Pode
causar irritação dos olhos, nariz e garganta.
Foi introduzido em 1971, com os nomes comerciais de Afugan e Curamil. Suas propriedades
fungicidas foram descritas no mesmo ano por F.M. Smith.
Quimicamente [C14H20N3O5PS] é o 2-(0,0-dietiltionofosforil)-5-metil-6-
carbetoxipirazolo)1,5a) pirimidina, tendo a seguinte fórmula estrutural:
O
C2H5 C N N
S
OC2H5
CH3 C O P
N OC2H5
Comforme esquema da Figura 10, o Pirazophos (a) é convertido ao análogo (PO) Pirazophos
(b) por Pyricularia oryzae, uma reação bem conhecida nos inseticidas organofosforados. O
oxigênio do composto análogo (b) é hidroxilado a 2-hidroxi-5-metil-6-ethoxicarbonil pirazolo-[1,5-
pirimidina (PP) e metabólitos solúveis em água não identificados.
O
C2H5 C N N
S
OC2H5
CH3 C O P
N OC2H5
(a) Pirazophos
O
C2H5 C N N
O
OC2H5
CH3 C O P
N OC2H5
(b) PO - Pirazophos
O
C2H5 C N N
CH3 OH
N
(c) PP
Figura 10- Compostos derivados do Pirazophos.
Ambos os produtos po-pirazophos (b) e PP (c) são tóxicos a grande número de fungos e
podem ser encontrados nas folhas das plantas tratadas. A decomposição do Pyrazophos se processa
devido a atividade de enzimas hidrolíticas e oxidases. A tolerância de resíduo é de 0,05 ppm e o
período de carência varia com a cultura, podendo ser de 3 a 21 dias. O poder residual varia de 7 a
14 dias. A fitotoxicidade é geralmente baixa; contudo tem sido constatada maior sensibilidade em
cravo, videira, e roseira, caracterizada por amarelecimento da folhagem.
É compatível com a maioria dos defensivos agrícolas. Não é tóxico a abelhas.
Pirazophos é um fosforado sistêmico, com ação contra míldio pulverulento em grande
número de culturas, tais como maçã, manga, marmelo, melancia, melão, morango, nêspera, pêra,
pêssego, rosa, videira, trigo, quiabo, cevada e feijão.
É recomendado em pulverização em doses que variam de 10-30g do ingrediente ativo/100
litros de água. Possui ação limitada contra ácaros e insetos.
É absorvido pelas folhas e hastes verdes das plantas e translocado dentro da planta. Em
doses altas funciona como erradicante. A absorção do produto pelas raízes ou pela semente é
reduzida, daí não ser recomendado para estas finalidades.
Baixo a médio risco de resistência. Existe resistência conhecida para fungo específico.
Requer manejo de resistência se utilizado contra patógenos de alto risco.
Módulo 7: 7.5 - Fungicidas Sistêmicos e Mesostêmico 65
ESPECIALIZAÇÃO POR TUTORIA A DISTÂNCIA ABEAS/UFV
Curso: Proteção de Plantas
Grupo imidazole
Imazalil
Imazalil foi o primeiro fungicida imidazole utilizado na agricultura. Foi patenteado em 1969
e lançado no mercado em 1972. Hoje tem sido mais utilizado no tratamento de sementes de cereais,
mas possui aplicação como fungicida de parte aérea em vegetais e plantas ornamentais além do
tratamento de doenças em pós-colheita de citros.
Por possuir atividade específica contra patógenos que causam doenças em sementes e
habitantes do solo, como Pyrenophora (especialmente P. graminea), Fusarium e Septoria, esse
produto é mais utilizado em combinação com outros fungicidas.
O Imazalil é absorvido pelas plantas após o tratamento de sementes ou aplicação no solo.
Após absorção pelas plantas, o produto torna-se ativo em pequenas concentrações. Translocação
basipetal de pequena quantidade do produto foi constatada em estudos feitos com cevada e pepino.
Nos casos estudados, a translocação do produto atingiu as raízes das plantas.
Quando utilizado em altas concentrações, pode retardar o crescimento das raízes em
plântulas de cevada.
Formulação: Imazalil: EC (500 g/L).
Cl
H H H
Cl C O C C CH2
CH2 H
Sua solubilidade em água é 293 mg/l. Possui DL50 variando de 27-343 mg/kg.
Cl
Sua solubilidade em água é igual a 34 mg/l, a 25oC e a DL50 oral, em ratos, varia de 1.600 a
2.400 mg/kg. É um produto de baixa toxicidade aos mamíferos.
É comercializado em mistura com Carbendazim, Fenpropimorf, Fenpropidim,
Cyproconazole e Carboxim. Utilizado na forma de concentrado emulsionável no controle de
doenças em cereais e na forma de pó-molhável, no controle das demais doenças.
Formulação: procloraz: EC (450 g/L).
Registrado no Brasil nas formulações Jade, Mirage 450 EC e Sportak 450 CE para uso em:
Triflumizole
É o mais recente dos imidazoles. O Triflumizole é um produto com ação protetora e curativa
que possui ação translaminar. Foi descoberto em 1978 e lançado no mercado em 1982 pela Nippon
Soda/Uniroyal.
Tem sido utilizado principalmente no controle de doenças em fruteiras e vegetais, tais como,
míldio pulverulento, sarna e Monillinia spp.
Formulação: : triflumizol: WP (300 g/kg
Quimicamente [C15H15ClF3N3O] é o (E)-4-cloro--trifluoro-N-(1-imidazol-1-yl-2-propoxy-
etillidene)-O-toluidino e possui a formula estrutural igual a:
CF3
Cl N C CH2 O C3H7(n)
N
Sua DL50 oral em ratos de 1.057 mg/kg (machos) e 1.780 mg/kg (fêmeas). Possui a
solubilidade em água de 12,5 g/l.
Grupo Piperazina
Triforine
Triforine mostra-se fitotóxico para certas variedades de pêra (Tomlin, 1997). Ao contrario
da maioria dos imidazoles e triazoles, triforine não interfere no desenvolvimento radicular de
plantas tratadas. Inibe a germinação de maçã e framboesa. Mostra-se muito tóxico a certas
cultivares de alface (Lyr, 1995).
COH COH
NH NH
CH N N CH
CCl3 CCl3
Esse produto tem sido utilizado mais para tratamento foliar no controle de fungos
causadores de míldio pulverulentos, ferrugens e sarnas.
É comercializado na forma de concentrado emulsionavel (Saprol) para aplicação foliar e na
forma de pó-molhável (Prodessan), para tratamento de sementes
Grupo pirimidina
São fungicidas muito efetivos contra oídios. A atividade sistêmica das pirimidinas varia de
acordo com a cultura. O fenarimol apresenta ação sistêmica local, distribuindo-se através do xilema,
em movimento apoplástico, no sentido acropetal. Apresenta rápida absorção foliar. Possui ação
preventiva, não impedindo a germinação de conídios, mas restringindo seu desenvolvimento, sendo
comum em folhas tratadas a não formação de haustórios em oídio. Possui também ação curativa,
impedindo a esporulação, reduzindo a disseminação da doença, porém, as aplicações devem ser
realizadas no início do aparecimento dos primeiros sintomas. A translocação do fenarimol em frutos
é bastante restrita, necessitando um melhor cobertura no momento da aplicação.
O mecanismo de ação deste grupo está relacionado com a inibição da biossíntese de
ergosterol, através da inibição da reação de demetilação. A atividade sistêmica de fungicidas deste
grupo varia de acordo com a cultura.
Fenarimol- [C17H12Cl2N2O]
Produto com ação protetora e curativa. Foi descrito em 1967 e posteriormente lançado no
mercado pela DowElanco em 1975.
O produto é rapidamente absorvido pelas folhas e transportado apoplásticamente. A
absorção pela raiz é insuficiente para permitir o controle da doença nas plantas em condições de
campo.
É comercializado em formulações simples (Rubigan 120 CE, Bloc) ou em mistura com
Carbendazim (Rimidin plus), Maneb, Carbendazim (Splendor) ou com Oxycarboxim. As
formulações disponíveis são concentrado emulsionável e pó-molhável.
Mutantes de Aspergillus nidulans resistentes a fenarimol já foram relatados (Waard &
Gieskes, 1977). De acordo com Picinini (1997), embora o risco de resistência seja muito baixo,
recomenda-se o uso destes produtos sempre em associação com outros fungicidas que atuem de
modo distinto.
Não apresenta efeito fitotóxico se utilizado de acordo com as recomendações. Se utilizado
em quantidades excessivas, pode resultar em desenvolvimento anormal das folhas associado com
uma coloração verde mais escura (Tomlin, 1997).
Quimicamente, o Fenarimol é o (2,4 -dicloro-(pirimidina-5-il)benzhidril alcool, sendo
estruturalmente assim representado:
Cl
OH
C Cl
N N
Grupo Triazol
Triadimefon
O
Cl O CH C C(CH3)3
N
N
N
Triadimenol
parte aérea e de fungos habitantes do solo. O produto foi descrito em 1973, e posteriormente
lançado em 1977 pela Bayer.
Posteriormente, o Triadimenol foi desenvolvido para aplicação foliar, com o nome de
Bayfidan. Em aplicação foliar, apresentou algumas vantagens, quando comparado ao Triadimefon,
em seus efeitos curativos.
Em decorrência da similaridade química entre esses dois produtos, triadimenol e
Triadimefon, suas taxas de aplicação e espectro de ação são semelhantes.
Assim como o Triadimefon, o Triadimenol é compatível com vários fungicida e mistura de
fungicidas como Fuberidazole, Imazalil, Carbendazin, Disulfoton, Disulfoton + Fenamiphos,
Tebuconazole, Bitertanol, Bitertanol + Captan, Fuberidazole + Imazalil, Tridemorph e enxofre.
Sua DL50 oral é de 700 mg/kg, em ratos e 1.300 mg/kg em camundongos. Não causa
irritação em olhos e pele de coelho. Não é tóxico a abelhas. A 20oC, apresenta as seguintes
solubilidades: 62 mg/l (em água), 100 a 200 g/l (em diclorometano), 100 a 200 g/l (em
isopropanol), 0,1 a 1 g/l (em hexano) e 20 a 50 g/l (em tolueno).
É produzido na forma de pó-seco e concentrado molhável, concentrado emulsionável, pó-
molhável e granulado. Para aplicação na parte aérea, é produzido em formulação simples
(Bayfidan), ou em misturas com o Tridemorph (Colt, Dorin e Ondene), com o Tebuconazol
(Matador, Silvacur) e enxofre (Vynoc, Mac). No tratamento de sementes, o Triadimenol pode vir
em formulação simples (Baytan) ou em mistura com o Fuberidazol (Baytan spezial) ou com o
Bitertanol (Domestin).
Quimicamente [C14H18ClN3O2] o Triadimenol é o (1RS, 2RS; 1RS, 2RS)-1-(4-clorofenox)-
3,3-dimetyl-1-(1H-1,2,4-triazol-1-il) butan-2-ol, com a seguinte fórmula estrutural:
OH
Cl O CH C C(CH3)3
N
N
N
É utilizado no controle de oídios, ferrugens em cereais. Nas culturas de café, uva, fruteiras,
fumo, cana-de-açúcar, banana, hortaliças e plantas ornamentais, é utilizado no controle de
ferrugem, oídio e manchas foliares.
Registrado no Brasil nas formulações Bayfidan CE, Bayfidan 125 CE, Bayfidan 60 GR, Baytan SC,
Baytan 250, Caporal, Caporal WP, Photon, Shavit Agricur 250 EC, para uso em:
Propiconazol
O Propicanazol é um fungicida sistêmico com amplo espectro de ação que foi descrito
originalmente em 1994, pela Janssen e posteriormente lançado pela Ciba-Geigy em 1979. A
princípio, esse produto foi desenvolvido para controle de doenças dos cereais, mas mostrou-se
também eficiente no controle de outras doenças em amendoim, uva, banana e outras culturas.
É um produto facilmente absorvido pelas folhas e pelos ramos dos cereais em 24 horas
após a aplicação. É transportado acropetalmente nas plantas. É um SBI (sterol biosynthesis
inhibtor) típico, exibindo atividade reguladora de crescimento. Quando aplicado em tratamento de
sementes de cevada, pode causar inibição de crescimento em folhas, raízes e cotilédones. Por outro
lado, efeitos benéficos às plantas também já foram constatados, como o retardamento da
senescência da clorofila e o aumento da resistência das plântulas tratadas à ação do frio e estresse
em decorrência de alta concentração de sais no solo.
Quimicamente [C15H17Cl2N3O2] Propicanazole é o -1-[2-(2,4-diclorofenil)-4-propil-1,3-
dioxolan-2-ilmetil-1H-1,2,4-triazol e possui a seguinte fórmula estrutural:
Cl
O
Cl
CHO2 C3H7(n)
N
N
N
Tricyclazol
N
CH3
N N
Bitertanol
OH
O CH CH C(CH3)3
N
N
N
Bitertanol tem sido recomendado para controle dos seguintes patógenos, no Brasil:
Cyproconazol
Fungicida sistêmico com ação protetora e curativa. Foi descrito em 1982 e lançado no
mercado em 1986 pela Sandoz.
Quimicamente, (C15H18ClN3O]) este produto é conhecido como (2RS, 3RS; 2RS, 3RS)-2-(4-
clorofenil)-3-ciclopropil-1-(1H-1,2,4-triazol-1-il) butan-2-ol, e possui a seguinte fórmula estrutural:
OH CH3
Cl C C
N H
N
N
Sua solubilidade a 20oC é igual a 140 mg/l em água 230 g/l em acetona e etanol, 180 g/l em
dimetil sulfóxido e 120 g/l em xileno.
Apresenta DL50 oral em ratos machos igual a 1.020 mg/kg e igual a 1333 mg/kg em fêmeas.
A DL50 dérmica e ocular é maior que 2.000 mg/kg em ratos e coelhos. Não é irritante à pele nem
aos olhos de coelhos.
É formulado em forma de concentrado solúvel, suspensão concentrada e granulado
dispersível em água.
Não apresenta fitotoxidez quando aplicado nas doses recomendadas.
Registrado no Brasil nas formulações Alto GR10, Alto 100 e Alto 200 CE para uso em:
Flutriafol
F
OH
F C
CH2
N
N
N
É solúvel a 20oC em água (130 mg/l), acetona (190 g/l), diclorometano (150 g/l), metanol
(69 g/l), xileno (12 g/l) e hexano (0,3 g/l).
Possui as seguintes DL50: 1.140 mg/kg (oral em ratos machos), 1.480 mg/kg (oral em ratos
fêmeas), > 1.000 mg/kg (dérmica e ocular em ratos), > 2.000 mg/kg (dérmica em coelhos).
É absorvido pelas folhas e translocado acropetalmente pelo xilema.
É produzido em formulações simples (Impact) e em mistura com Carbendazim (Early
Impact, Impact RM), com Chlorotalonil (Cícero, Impact TX), com Iprodione (Cyclone). Para o
tratamento de sementes, o Flutriafol pode vir misturado ao Ethirimol (Ferrax) ou Imazalil (Vincit,
Vincit LU) ou ao Thiabendazol (Vincit F).
Registrado no Brasil nas formulações Impact, Impact 1,5 G, Impact Duo, Vincit 2,5 DS para uso
em:
Tebuconazol
OH
Cl CH2 CH2 C C(CH3)3
CH2
N
N
N
É solúvel a 20oC em água (32 mg/l); em diclorometano (> 200 g/l); em isopropanol e em
tolueno (50 a 100 g/l); e em hexano (< 0,1 g/l).
Possui as seguintes DL50: 4.000 mg/kg (oral em ratos), 3.000 mg/kg (oral em camundongos),
> 5.000 mg/kg (dérmica e ocular em ratos).
Vem formulado em concentrado emulsionável, pó-molhável, granulado dispersível em água,
pó-seco e pó dispersível em água. É produzido em formulações simples para pulverização em folhas
(Folicur, Horizon) ou em misturas com o Triadimenol (Matador, Silvacur), Carbendazim (Libero),
Tridemorph (Aurore) e com o Dichlofluanid (Folicur). Para o tratamento de sementes, o produto é
comercializado em formulação simples com o nome de Raxil.
Registrado no Brasil nas formulações Constant, Elite, Folicur PM, Folicur 200 CE, Orius
250 EC, Raxil 25, Rival 200 EC e Triade para uso em:
Tetraconazole
Fungicida sistêmico do grupo dos triazois de amplo espectro de ação,com ação preventiva,
erradicante e curativa Trata-se de um produto que após sua aplicação (2 h) é rapidamente absorvido
pela planta.
É o único fungicida triazol que possui o radical tetrafluoroethyl ether.
O produto é compatível com os agroquímicos empregados nas diversas culturas e não causa
fitotoxidez nas brotações novas.
Nome técnico: Tetraconazole- [C13H11Cl2F4N3O]
Formulação: CE (Concentado Emulsionável)
Classe toxicológica I I (altamente tóxico)
Compatibilidade: é compatível com a maioria dos inseticidas e fungicidas empregados no
controle da ferrugem do cafeeiro.
Registrado no Brasil nas formulações Domark 100 EC e Eminent 125 EW para uso em:
Difenoconazol
Fungicida sistêmico com amplo espectro de ação que foi registrado em 1981 e lançado no
mercado em 1988 pela Ciba-Geigy.
Cl CH3
O
Cl O O
CH2
N
N
N
Diniconazol
Cl
OH
CH C(CH3)3
Cl C C
H N N
Imibenconazole
Fungicida do gurpo dos triazóis que possui efeito curativo e preventivo além da ação sistêmica, com
ampla espectro de ação, tais como manchas foliares, oidio, sarna em fruteiras temperadas e
antracnose. .O amplo espéctro de ação é devido o ingrediente ativo apresentar dois mecanismos de
ação distintos sendo um inibindo a biossíntese do ergosterol e o outro destruição física da
membrana celular.
O produto foi registrado no Japão em 1994 No Brasil foi introduzido recentemente no ano de 2000
sendo registrado em inúmeras culturas tais como a videira, a maçã, o melão, o pepino, o feijão, o
morango, a melancia e melão, a ervilha, o quiabo e o crisântemo.
Solubilidade a 25 ºC: em água 1,7 mg/L; em acetona 1.63 g/L; benzeno 580 g/L; metanol 120 g/L.
Toxicidade:
Metconazol
[C17H22ClN3O]
Composição e concentração:
Recomendação:
Epoxiconazole
Fungicida sistêmico do grupo dos triazóis, que apresenta efeito curativo e erradicante. Em
café apresenta efeito residual (persistência na planta ) superior a 75 dias.
Registrado no Brasil nas formulações Opus, Opus SC, Praise, Régio, Soprano 125 SC e Spot, para
uso em:
Hexaconazole
Fungicida sistêmico do grupo dos triazóis, que apresenta efeito curativo e erradicante recomendado
para café e maça.
Grupo bromuconazol
[C13H12BrCl2N3O]
Registrado no Brasil nas formulações Condor 200 CE e Condor 200 SC para uso em:
Fluquinconazol
[C16H8Cl2FN5O]
Grupo Triazol
Miclobutranil
[C15H17ClN4]
Triticonazol
[C17H20ClN3O]
Piroquilon: - [C11H11NO]
Registrado no Brasil na formulação Fongorene para uso em tratamento de sementes na dose de 800
g/100 kg de sementes.
Grupo Anilinopirimidinas
Ciprodinil (C14H15N3)
Módulo 7: 7.5 - Fungicidas Sistêmicos e Mesostêmico 97
ESPECIALIZAÇÃO POR TUTORIA A DISTÂNCIA ABEAS/UFV
Curso: Proteção de Plantas
Dose: ciprodinil (250 a 375 g/ha ou 20,0 a 37,5 g/100 litros de água)
Pirimetanil [C12H13N3]
Azoxystrobin
Características físico-químicas
Toxicidade a mamíferos
Azoxystrobin tem baixa toxicidade oral e dérmica aguda para mamíferos. Pouco tóxico IV
Toxicidade aguda de azoxystrobin:
Camundongo oral > 5.000 mg/kg de peso do corpo;
Rato oral > 5.000 mg/kg de peso do corpo.
Rato dérmica > 2.000 mg/kg de peso do corpo.
Azoxystrobin é classificado como um fator de irritação leve para pele e olho de coelho.
Não é neurotóxico, teratogênico ou carcinogênico.
Apresenta baixa toxicidade para pássaros; a DL 50 aguda é menor que 2.000 mg/kg, tanto
para o pato selvagem como para a codorna de cauda branca.
Nas doses indicadas é inofensivo para abelhas, minhocas e uma ampla gama de artrópodos
benéficos, inclusive besouros e vespas.
Suas propriedades físicas não propiciam processo de bioacumulação na cadeia alimentar.
Em condições de campo não apresenta risco para espécies aquáticas.
Absorção e distribuição
Modo de ação
Atividade fungicida
Produtos comerciais:
gloeosporioides
Tomate Alternaria solani Pinta preta 80,00-160,00 g/ha
Tomate Septoria lycopersici Septoriose 80,00 g/ha
Uva Plasmopara viticola Mildio 240,00 g/ha
Trifloxystrobin
Fungicida mesostêmico
Recomendação na agricultura:
TRIFLOXYSTROBIN + PROPICONAZOLE
Classificação toxicológica: II
Recomendação na agricultura:
Pyraclostrobin
Concentração: 250g/L
Recomendação na agricultura:
PYRACLOSTROBIN + EPOXICONAZOLE
Recomendação na agricultura:
Kresoxim metil
Literatura consultada
DEKKER, J. Resistence. In: MARSH, R. W. ed. Systemic fungicides. 2 ed. Longeman, London. Pp
176-197, 1977.
DELP, C. J. Coping with resistance to plant disease control agents. Plant Disease 64: 652-657,
1980.
DELP, C. J. Strategies for dealing with fungicide resistance problems. In.: British Crop Protection
Conference - Pest and Diesases. Bringhton, England. Proceeding. British Crop Protection
Cuncil, Croydon, v. 3. Pp 865-871, 1981.
HUBELE, A ; KUNZ, W.; ECKHARD, W. e STURM, E. The fungical activity of acylalanines. In:
DAYLE, P. e FUJITA, T. ed. Pesticide chemistry, Luman welfare and the environment.
Oxford, London. Pp 233-342, 1983.
2-Você concorda que fungicidas sistêmicos com modo de ação diferentes, recomendados para o
controle da mesma doença, podem ter ação diferenciada? Explique.
4-Você consideraria recomendar fungicidas sistêmicos com modo de ação diferentes ou não para o
controle de uma determinada doença? Explique.
5-Faça um planejamento de controle da requeima da batata, com fungicidas, de tal maneira que,
seja levada em consideração a resistência do fungo aos fungicidas.
6-Faça um planejamento de controle da ferrugem da soja, com fungicidas, de tal maneira que, seja
levada em consideração a resistência do fungo aos fungicidas.