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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

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Disciplina
Elementos de Máquinas I
Elementos de Máquinas I

TEORIA DE FALHAS POR FADIGA


(Parte 1)

Professor
Dr. Fabrício José Nóbrega Cavalcante

Mossoró - RN
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1- Introdução
A maioria das falhas em máquinas acontecem devido a
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cargas que variam no tempo, ocorrendo em níveis de tensões


inferiores aos valores da resistência do material, ocasionando
a fratura no material, geralmente por fadiga.

• O que é fadiga?
– E um processo de fratura decorrente da aplicação repetida
de cargas ou deformações ao longo do tempo, não
apresentando fratura, quando a aplicação é realizada de
uma única vez.
– O termo falha por fadiga permaneceu, e ainda hoje, é
usado para descrever qualquer falha devido a cargas
variantes no tempo.
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1- Introdução
Como a Fadiga é um processo que leva a fratura, temos que:
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• Fratura é a separação ou fragmentação de um corpo sólido em


duas ou mais partes sob a ação de uma tensão, sendo
formado por, início e propagação de trinca.

Fratura Frágil Fratura Ductil


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Que tipo de fratura é essa?


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• Navio quebrado em águas calmas


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• Avião 737 que perdeu o teto durante o vôo, devido à uma falha por
fadiga (após mais de 32 mil decolagens)
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• Avião DC-9 fraturado durante um pouso normal (notar que os


pneus não estão furados nem os trens de pouso estão quebrados,
logo a falha não pode ser debitada ao piloto)
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• Gasodutos fraturados por vários km


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Alguns acontecimentos históricos


Ano Pesquisador Evento ou Realização
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1829 Albert Primeiro a documentar uma falha com cargas repetitiva;


1839 Porcelet Primeiro a utilizar o termo fadiga;
1837 Rankine Discutiu a teoria da cristalização;
1864 Fairbairn Relatou os primeiros experimentos com cargas repetidas;
1871 Wöhler Relatou 20 anos de pesquisas determinando o diagrama S-N;
1921 Griffith Relacionou a fadiga ao crescimento da trinca;
1927 Moore/ Kommers Quantificou os dados para fadiga de alto ciclo;
1937 Neuber Equação Neuber para concentração de tensão para projeto;
1955 Coffin/ Manson Lei de fadiga de baixo ciclo;
1961 Paris Lei da mecânica da fratura de Paris.

O Termo FADIGA, foi aplicado a falha de materiais


que apresentam “cansaço” e fragiliza-se com a oscilação
das cargas aplicadas e variantes com o tempo.
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Conceitos de Fadiga
• É a forma de falha ou ruptura que ocorre nas estruturas
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sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas variando com o tempo;

• Nessas situações o material rompe com tensões muito


inferiores à correspondente à resistência à tração
(determinada para cargas estáticas);

• É comum ocorrer em estruturas como pontes, aviões,


componentes de máquinas (custo elevado);

• A falha por fadiga é geralmente de natureza frágil mesmo em


materiais dúcteis.
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Mecanismos
•Início da Trinca: ocorre devido a imperfeições, partículas,
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inclusões, etc. (em escala microscópica os metais não são


homogêneos e isotrópicos) existindo pontos de concentração
de tensão.

•Trinca: após o surgimento da trinca microscópica, ela se


propaga, de acordo com os mecanismos da Mecânica da
Fratura. Envolve o maior tempo de vida da peça e se houver a
presença de corrosão sua velocidade irá aumentar.

•Ruptura Repentina: crescimento instável da trinca, ocorre


uma falha repentina e catastrófica, sem nenhum aviso.
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Mecanismos
• Mecanismo de falha por fadiga (3 estágios)
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– início de uma pequena trinca


– propagação da trinca
– ruptura repentina devido ao crescimento instável da trinca

Início Propagação Ruptura


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Mecanismos
• Mecanismo de falha por fadiga (3 estágios)
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– início de uma pequena trinca


– propagação da trinca
– ruptura repentina devido ao crescimento instável da trinca

Início Ruptura

Propagação
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Avaliação de falha por fadiga


As falhas por fadiga sempre têm início com uma pequena
trinca, que pode estar no material desde a sua manufatura ou
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desenvolver-se ao longo do tempo devido às deformações


cíclicas ao redor dos concentradores de tensões

Albuquerque, M. C. S.. Comportamento a fadiga de juntas soldadas de


tubulações marítimas tratadas pela técnica TIG dressing. Tese de
doutorado, 2004.
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Considerações ao projeto de máquinas

• Fadiga em elementos de máquinas - EIXOS


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Eixo c/ carregamento Eixos c/ tensões flutuantes


estático
Ocorre fadiga
Não ocorre fadiga

Flexo-torção

Flexão
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Aspecto macroscópico de uma superfície de ruptura


por fadiga
Similar à uma fratura frágil
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Superfície de fratura por fadiga


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• Pela forma das marcas de praia pode-se concluir que o eixo


trabalhou em flexão alternada, com baixa tensão nominal
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Superfície de fratura por fadiga


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marcas de rio
(radiais, apontam para o início da trinca)

1mm

marcas de praia
(concêntricas, partindo do início da trinca)
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Superfície de fratura por fadiga


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Origem Região de
Região da
ruptura final cisalhamento
final

• Falha por fadiga em uma barra conectora forjada de aço AISI 8640
(200mm de diâmetro) de uma martelo utilizado para forjamento
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A falha por fadiga

Um trinca por fadiga se iniciará, geralmente, em uma


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descontinuidade no material em que a tensão cíclica é máxima.


Descontinuidades podem surgir:

• Peças com mudanças rápidas de seção transversal;


• Elementos que rolam e/ou deslizam uns contra outros;
• Marcas de ferramentas, marcas de identificação, rebarbas e
riscos, junções, montagem inadequada e outras falhas de
fabricação;
• Composição do material ou consequência do processo de
fabricação.
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A falha por fadiga

O eixo abaixo ilustra algumas particularidades citadas


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para a observação do projeto com relação a falha por fadiga:


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Ensaios de Fadiga

Historicamente a análise
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de fenômenos de fadiga
começou no século XIX
(1858-1870), com a
avaliação das falhas
repetidas nos eixos dos
vagões de estradas de
ferro:

• cargas cíclicas
• entalhes (regiões de
concentração de
tensões)
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Ensaios de Fadiga
•Atualmente, os ensaios de fadiga são realizados com auxílio de
máquinas servohidráulicas modernas, sendo mais comuns os ensaios
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de tração-compressão
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Ensaios de Fadiga
•Atualmente, os ensaios de fadiga são realizados com auxílio de
máquinas servohidráulicas modernas, sendo mais comuns os ensaios
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de tração-compressão
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Aplicações do Ensaio de Fadiga


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•Ciclo de vida em Fadiga


• Vida em fadiga
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– Se (Limite de fadiga) x Sf (Resistência à fadiga)


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Curva Tensão-Vida (S-N) Típica de um Aço


Limite de Fadiga (fatigue limit, endurance limit)
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•Nível de amplitude de tensão abaixo do qual não ocorre falha por


fadiga (vida infinita)
•Válido para corpos de prova ensaiados a amplitude constante
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Curva Tensão-Vida Típica de uma Liga de Alumínio


Curva S-N típica para ensaio de flexão rotativa em corpos de provas
de liga de alumínio
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A representação do número de ciclos em escala logarítmica é mais


conveniente para uma melhor análise dos dados
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• Resistência à fadiga teórica Sf’ ou limite de fadiga Se’


estimados
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Se’ = Limite de fadiga estimado:


É o nível de tensão abaixo do qual não ocorre mais falhas
por fadiga, podendo continuar os ciclos de tensão
ilimitadamente.

Sf’ = Resistência à fadiga teórica:


É a tensão máxima obtida para um certo valor de vida N
(ciclos), definindo uma vida finita para a resistência à
fadiga.

Sut = Resistência máxima à tração (limite ruptura):


É a tensão máxima à tração do material, conforme gráfico
Tensão x Deformação.
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• Desenho tensão-deformação
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Fatores que influenciam as curvas S-N

Para um componente mecânico não nos é


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possível aplicar diretamente estes resultados, pois os


mesmos são válidos apenas para os corpos de prova,
porque existem vários aspectos que alteram a
resistência à fadiga do componente, em relação aos
resultados obtidos no ensaio com os corpos de prova.

As diferenças dizem respeito quanto ao tipo de


solicitação e a distribuição de tensões dentro do
material, bem como a fatores que afetam a resistência
do material propiamente dito. As principais diferenças
entre um corpo de prova de fadiga e uma peça real
podem ser resumidamente listadas como:
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•Fatores de correção para a resistência à fadiga ou


limite de fadiga teóricos
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– Carregamento - CCAR
– Tamanho - CTAM
– Acabamento superficial - CSUP
– Temperatura - CTEMP
– Confiabilidade - CCONF

S e = CCAR .CTAM .CSUP .CTEMP .CCONF . S e'


¯
ensaio
­
S f = CCAR .CTAM .CSUP .CTEMP .CCONF . S 'f
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• Resistência à fadiga teórica Sf’ ou limite de fadiga Se’


estimados
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– Aço Carbono è Se’ = 0,5 Sut p/ Sut < 200 kpsi (1400 MPa)
è Se’ = 100 kpsi (700 Mpa) p/ Sut ≥ 200 kpsi (1400 MPa)

– Ferro Fundido è Se’ = 0,4 Sut p/ Sut < 60 kpsi (400 MPa)
è Se’ = 24 kpsi (160 MPa) p/ Sut ≥ 60 kpsi (400 MPa)

– Alumínio è Sf’ = 0,4 Sut p/ Sut < 48 kpsi (330 MPa)


è Sf’ = 19 kpsi (130 MPa) p/ Sut ≥ 48 kpsi (330 MPa)

– Ligas de Cu è Sf’ = 0,4 Sut p/ Sut < 40 kpsi (280 MPa)


è Sf’ = 14 kpsi (100 MPa) p/ Sut ≥ 40 kpsi (280 MPa)

Se’ = Limite de fadiga estimado;


Sf’ = Resistência à fadiga teórica;
Sut = Resistência máxima à tração.
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Fatores que influenciam as curvas SN

1 - CARREGAMENTO.
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Na grande maioria dos casos os ensaios de


corpos de prova de fadiga a solicitação é simples, ou
seja, de apenas um tipo, de flexão, tração ou torção.
Para os componentes mecânicos reais
normalmente existe uma superposição de vários
tipos de solicitações, tornando necessária uma
análise do efeito combinado.
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Fatores que influenciam as curvas SN

1 - CARREGAMENTO.
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Fatores que influenciam as curvas SN


2 - TAMANHO.
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O corpo de prova é em geral de pequeno


diâmetro, com um pequeno volume de material
solicitado pelas tensões máximas, o que reduz as
heterogeneidades que podem existir no volume.
Nas peças de grandes dimensões as regiões
centrais são mais sujeitas a segregações, inclusões e
outros defeitos metalúrgicos, o que compromete a
resistência da peça. Existe também o efeito aparente
do tamanho, quando comparamos carga de tração
com carga de flexão, pela existência de deformações
plásticas não levadas em conta no cálculo, em geral
elástico, das tensões nominais de flexão.
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Fatores que influenciam as curvas SN


2 - TAMANHO.
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Fatores que influenciam as curvas SN

3 - ACABAMENTO SUPERFICIAL.
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O corpo de prova tem a sua superfície retificada


ou muitas vezes polida, enquanto que o componente
mecânico é apenas usinado ou mesmo é usado no
estado bruto de fabricação, como de laminação, de
forjamento, de solda ou de fundição. Estas diferenças
são importantes, principalmente para vidas elevadas,
acima da vida de transição do material.
Um acabamento superficial de pior qualidade em
geral degrada a resistência à fadiga da peça,
diminuindo em muito a sua vida útil. Esta redução de
vida pode ser de 103 vezes ou mais.
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Fatores que influenciam as curvas SN

3 - ACABAMENTO SUPERFICIAL.
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Fatores que influenciam as curvas SN

4 - TEMPERATURA.
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Quando o componente que está sendo


projetado deve trabalhar a uma temperatura distinta da
temperatura em que os ensaios de fadiga foram
realizados é necessária uma correção na resistência à
fadiga do material para adequá-la à temperatura de
trabalho.
Em geral ocorre uma pequena queda da
resistência à fadiga para temperaturas até 200 a 250
°C. Acima deste valor de temperatura a queda é mais
acentuda.
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Fatores que influenciam as curvas SN

4 - TEMPERATURA.
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Fatores que influenciam as curvas SN


5 - CONFIABILIDADE.
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É plenamente conhecido que o processo de


falha por fadiga apresenta uma considerável dispersão
de resultados. Assim, quando o nosso projeto deve
usar os dados da resistência de fadiga com um nível
de segurança que considere a dispersão existente, a
tensão de resistência à fadiga deve ser corrigida por
este efeito. Isto faz com que a tensão limite de fadiga
fique abaixo do correspondente valor médio, quando é
necessária uma confiabilidade superior a 50%.
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Fatores que influenciam as curvas SN


5 - CONFIABILIDADE.
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•Fatores de correção para a resistência à fadiga ou


limite de fadiga teóricos
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– Carregamento - CCAR
– Tamanho - CTAM
– Acabamento superficial - CSUP
– Temperatura - CTEMP
– Confiabilidade - CCONF

Se = CCAR .CTAM .CSUP .CTEMP .CCONF .Se'


¯
ensaio
­
S f = CCAR .CTAM .CSUP .CTEMP .CCONF . S 'f
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•Fatores que influenciam as curvas SN

• Efeito do carregamento - CCAR


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– Flexão....................... CCAR = 1;
– Força normal............. CCAR = 0,70;
– Torção pura............... CCAR = 1;

• Efeito do tamanho (para peças cilíndricas - d) – CTAM


• Para d ≤ 0,3 in (8 mm)........................ CTAM = 1;
• Para 0,3 in < d ≤ 10 in........................ CTAM = 0,869d-0,097;
• Para 8 mm < d ≤ 250 mm................... CTAM = 1,189d-0,097;

• Para tamanhos maiores, usa-se CTAM = 0,6


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• Efeito do tamanho (para peças cilíndricas - d) - CTAM


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A95
Diâmetro equivalente -> dequiv =
0,0766
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• Efeito do acabamento superficial – CSUP


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• Efeito do acabamento superficial - CSUP

– Parâmetro que depende do material e do processo de acabamento


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– Shigley & Mischke surgerem a utilização de uma equação


exponencial da seguinte forma:

• CSUP = A (Sut) b se CSUP > 1,0, utilizar CSUP = 1,0

Tabela com coeficientes para a equação do fator de superfície


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• Efeito da Temperatura - CTEMP


– Define-se, que, um fator de temperatura, CTEMP, da seguinte forma:
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– Para T ≤ 450ºC (840ºF)……………….CTEMP = 1;


– Para 450ºC < T ≤ 550 ºC......………….) CTEMP = 1 – 0,0058 (T – 450);
– Para 840ºF ≤ T ≤ 1020 ºF.....................CTEMP = 1 – 0,0032 (T – 840);

Observação: Os critérios de temperatura são baseados em dados de ensaios


para aços e, portanto, não devem ser utilizados para outros metais como:
Al, Mg e ligas de cobre, devendo ser considerado CTEMP = 1.

• Efeito da confiabilidade – CCONF

– Fatores de confiabilidade (desvios-padrões raramente excedem a 8%)

Confiabilidade (%) 50 90 95 99 99,9 99,99


CCONF 1,000 0,897 0,868 0,814 0,753 0,702
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Exercício 1:

Encontre o limite de fadiga corrigido para uma barra de aço com


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limite de resistência a tração 110 kpsi, diâmetro de 2 in, acabamento


superficial retificado, com carregamento de torção, operando a temperatura
de 550º C e com 99,9% de confiabilidade.
Verifique se para uma tensão de uso de 40 kpsi o elemento irá
falhar, caso falhe, qual o número de ciclos correspondente.

Se = ?
Material aço
Sut = 110 kpsi
D = 2 in
Acabamento retificado
Carregamento de torção
Temperatura = 550º
Confiabilidade de 99,9%
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Exercício 1:

Se’ = 0,5 x Sut = 0,5 x 110 = 55 kpsi


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Se = CCAR x CTAM x CSUP x CTEMP x CCONF x Se’

CCAR = 1;
CTAM = 0,869 x d-0,097 = 0,8124;
CSUP = A (Sut) b = 1,34 (110) -0,085 = 0,8986;
CTEMP = 1 – 0,0058 (550 – 450) = 0,42;
CCONF = 0,753;

Se = 1 x 0,8124 x 0,8986 x 0,42 x 0,753 x 55

Para vida infinita:


Se = 12,69 kpsi (T = 550 oC)
Se = 30,23 kpsi (T = 450 oC)
Se = 36,01 kpsi (T = 450 oC e CCONF = 90%)
Se = 40,15 kpsi (T = 450 oC e CCONF = 50%)
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Exercício 1:
S
Para vida infinita:
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Se = 12,69 kpsi (T = 550 oC) Sm = 99


Sut = 110

Sn = aN b
Se = 12,69
log Sn = log a + blog N

Sm = aNb 103 106 N


log (Sm) = log a + b log N

b = 1/z log (Sm/Se) (z = log N1 – log N2 = log 103 – log 106 = -3)
b = 1/-3 x log (99/12,69) = -0,2974

Sm = a Nb = 99000 = a (1000)-0,297 = 770.256

Assim: b= - 0,2974 e a=770.256


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Exercício 1:
S
Para vida infinita:
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Sm = 99
Se = 12,69 kpsi (T = 550 oC) Sut = 110

Se = 12,69

Sm = aNb

log (Sm) = log a + b log N 103 106 N


b= - 0,2974 e a=770.256

log (40000) = log (770256) + (-0,2974) log (N)

0,2974 log (N) = log (770256) – log (40000)

Log N = 4,319, assim, na base 10, temos que N = 104,319


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• Desenho d diagrama S-N estimado

– Fatores de confiabilidade (desvios-padrões raramente excedem a 8%)


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Para a construção do diagrama S-N (Tensão-Número de Ciclos), deve-se


levar em consideração a região de alto e baixo ciclo, podendo-se
determinar, da seguinte forma:
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• Desenho do diagrama S-N estimado

– Fatores de confiabilidade (desvios-padrões raramente excedem a 8%)


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Para a construção do diagrama S-N (Tensão-Número de Ciclos), deve-se


levar em consideração a região de alto e baixo ciclo, podendo-se
determinar, da seguinte forma:
A região de interesse é o regime de fadiga de alto ciclo de 103 a 106 ciclos
além.
Assim, deve-se determinar a resistência do material (Sm) a 103 ciclos.
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• Desenho do diagrama S-N estimado

– Logo, temos a seguinte relação:


Elementos de Máquinas I

– Flexão........................... Sm = 0,9Sut
– Força normal.................Sm = 0,75Sut

Assim, podemos construir o diagrama S-N, como os valores de Sm


plotado em N1=103 e Se em N2=106, conforme o gráfico abaixo.

(a) materiais com limite de fadiga


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• Desenho do diagrama S-N estimado

– Para um material que não apresenta um limite de fadiga, então o Sf


corrigido é plotado no número de ciclos para o qual este foi gerado, e
Elementos de Máquinas I

uma linha reta é traçada entre Sm e Sf.

Nf = 5 x 108

(b) Materiais sem limite de fadiga


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• Desenho do diagrama S-N estimado

– A equação da reta que passa por Sm e Se ou Sf pode ser escrita como:


Elementos de Máquinas I

Aplicando, log, temos: Sn = aN b

log Sn = log a + blog N


Onde Sn é a resistência à fadiga correspondente a um N qualquer, e a e b
são constantes definidas pelas condições de contorno.
Para o caso com limite de fadiga, temos:
Sn = Sm em N = N1 = 103;
Sn = Se em N = N2 = 106;

Para os materiais que não apresentam limite de fadiga, temos:


Sn = Sm em N = N1;
em N2 = f(Sf)
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• Desenho do diagrama S-N estimado

– Substituindo as condições de contorno na equação:


Elementos de Máquinas I

log Sn = log a + blog N


temos:

1 æ Sm ö
b = logç ÷
z è Se ø
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• Desenho tensão-deformação
Elementos de Máquinas I
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Atividade em sala (Gráfico S-N)

Determinação de diagrama S-N estimado para materiais


ferrosos
Elementos de Máquinas I

Construa um diagrama S-N estimado para uma barra de aço e


define suas equações. Quantos ciclos de vida podem ser
esperados se a tensão alternada é de 200 MPa?
•Sut obtido experimentalmente é 800 MPa. A barra quadrada tem
200 mm de lado e tem acabamento superficial de uma retífica. A
temperatura máxima de operação é de 500ºC. O carregamento
aplicado é flexão pura alternada.
•A vida infinita é requerida e pode ser obtida, pois este aço
apresentará limite de fadiga. Será considerado um fator para
confiabilidade de 99,0%.
•OBS: Caso a tensão de trabalho esteja acima do limite de fadiga,
o que poderá ser feito para se trabalhar com essa tensão?
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Exemplo 6-1 (Norton) – resolver em casa

Determinação de diagrama S-N estimado para materiais


Elementos de Máquinas I

ferrosos

Construa um diagrama S-N estimado para uma barra de aço e


define suas equações. Quantos ciclos de vida podem ser
esperados se a tensão alternada é de 100 MPa?

•Sut obtido experimentalmente é 600 MPa. A barra quadrada


tem 150 mm de lado, com um acabamento superficial de
laminado a quente. A temperatura máxima de operação é de
500ºC. O carregamento aplicado é flexão pura alternada.
•A vida infinita é requerida e pode ser obtida, pois este aço
apresentará limite de fadiga. Será considerado um fator para
confiabilidade de 99,9%.
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Exercício 1 – Em sala
Elementos de Máquinas I

Construa um diagrama S-N estimado para uma barra de


alumínio 6061-T6. Qual é o limite de fadiga corrigido em 2,0 x
107 ciclos?
•O Sut para o alumínio 6061-T6 é 45000 psi. A barra forjada tem
diâmetro de 2,5 in. A temperatura máxima de operação é de
500° F. O carregamento aplicado é torção pura. (Obs.: °C =
(°F-32)/1,8).
•Será considerado um fator para confiabilidade equivale á 0,85.
A resistência à fadiga não corrigida e calculada será
correspondente a N=5,0 x 108 ciclos.
OBS: Se necessário, o que poderá ser feito para elevação do
limite de resistência a fadiga.
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Sf em 2 x 107 = ?
Material alumínio 6061-T6
Sut = 45 kpsi
Elementos de Máquinas I

D = 2,5 in
Acabamento forjado
Carregamento de torção
Temperatura = 500 ºF = 260 oC
Confiabilidade de 85%

Sf’ = 0,4 x Sut = 0,4 x 45 = 18 kpsi (em 5 x 108 ciclos)

Sf = CCAR x CTAM x CSUP x CTEMP x CCONF x Sf’

CCAR = 1;
CTAM = 0,869 x d-0,097 = 0,795;
CSUP = A (Sut) b = 39,9 (45) -0,995 = 0,9037;
CTEMP = 1
CCONF = 0,897 (considerando 90%);

Sf = 1 x 0,795 x 0,9037 x 1 x 0,897 x 0,4 x 45 = 11,6 kpsi


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Para limite de fadiga:


Sf = 11,6 kpsi

Sm = aNb
Elementos de Máquinas I

b = 1/z log (Sm/Sf’) (z = log N1 – log N2 = log 103 – log 5 x 108 = -5,7)
Sm = 0,9 x 45 – 40,5 kpsi

b = 1/-5,7 x log (40,5/18) = -0,0623

Sm = a Nb = 40500 = a (1000)-0,0623 = 62.280,9

Assim: b= - 0,623 e a=62.280,9 S


Sm = 40,5
Sm = aNb Sut = 45
Sm = 62.280,9 x (2 x 107) (-0,0623)
Sm = 21,852 kpsi em 2 x 107 ciclos
Sf’ = 18

103 5 x 108 N
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Considerando 30 kpsi, qual o N?


Sm = aNb
Elementos de Máquinas I

Log (30000) = log (62280,9) + (-0,0623) log(N)

4,477 = 4,7944 – 0,0623 logN

Log N = 5,09 => N = 105,09

Para um S=30kpsi.
S
Sm = 40,5
Sut = 45

Sf’ = 18

103 5 x 108 N
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Atividade 2A1 (Gráfico S-N)


Uma viga não rotativa de alumínio retificada tem
uma seção transversal retangular com altura h=60mm e
Elementos de Máquinas I

largura b=40mm. Ela é carregada em flexão pulsante.


Determine seu limite de fadiga corrigido com 99,9% de
confiabilidade se ela for usada em um ambiente com
temperatura inferior a 250⁰C e tiver um limite de resistência
na tração de 850 MPa.
Construa um diagrama S-N estimado para a barra e
define quantos ciclos de vida podem ser esperados se a
tensão alternada for de 300 MPa e de 400MPa?
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Atividade 2A1 (Gráfico S-N)

Construa o Diagrama S-N para o limite de fadiga (Sf) para


materiais não-ferrosos
Elementos de Máquinas I

Para os valores de resistência de uma liga de alumínio (Sut =


70 kpsi) calcule a resistência à fadiga não corrigida para 5 x
108 ciclos, e desenhe o diagrama resistência-vida (S-N) para
esse material.

Qual a resistência a fadiga da liga para N = 2E7 ciclos?


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Atividade 2A1 (Gráfico S-N)


Construa um diagrama S-N estimado para uma barra de
Elementos de Máquinas I

alumínio 6061-T6. Qual é o limite de fadiga corrigido em 3,0 x


107 ciclos?.
•O Sut para o alumínio 6061-T6 é 65000 psi. A barra usinada
tem diâmetro de 3,5 in. A temperatura máxima de operação é
de 700° F. O carregamento aplicado é torção pura.
(Obs.: °C = (F-32)/1,8).
•Será considerado um fator para confiabilidade equivale á 0,85.
A resistência à fadiga não-corrigida será tomada a 6,0 x 107
ciclos.
OBS: Se necessário, o que poderá ser feito para elevação do
limite de resistência a fadiga.
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Propagação da Trinca por fadiga


O término da vida útil de uma estrutura, por sua ruptura, fica
dependente de um fator de intensidade de tensão, KIC ou KC. A vida útil
Elementos de Máquinas I

entretanto depende da velocidade de crescimento da trinca, desde um


tamanho microscópico até o tamanho crítico requerido para ruptura final.
A velocidade de propagação da trinca depende da solicitação
que está atuando, conforme gráfico abaixo.
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Propagação da Trinca por fadiga


Os dados de propagação da trinca são obtidos monitorando o
seu tamanho durante o ensaio, obtendo-se a curva de seu
Elementos de Máquinas I

crescimento.
A velocidade de propagação, ou seja, da/dN, ou simplesmente
å, quando colocada em um gráfico em termos da parcela dinâmica do
fator de intensidade de tensão, ΔK.
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Propagação da Trinca por fadiga


O valor de ΔK é calculado assumindo um valor constante para o
tamanho da trinca, sendo calculado a partir da variação de carga.
Elementos de Máquinas I

Esta equação foi proposta pela primeira vez por Paris e


Erdogan, existindo atualmente uma grande quantidade de dados
experimentais que confirmam esta relação e mostram que o fator de
intensidade de tensão é o principal parâmetro que controla a propagação
da trinca de fadiga.

∆K - Fator de intensidade de tensão;


Y - Fator geométrico;
a - Tamanho característico da trinca;
σ - Tensão nominal na peça.
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Propagação da Trinca por fadiga – Exemplo de metodologia


1. Definição do tamanho inicial do defeito, o qual é estabelecido de acordo
com o limite de detecção da técnica de inspeção empregada.
Elementos de Máquinas I

2. Simulação da propagação da trinca, que é uma análise baseada nos


conceitos da Mecânica da Fratura, e que caracteriza o comportamento do
crescimento da trinca por fadiga para cada tipo de material.

3. Determinação do tamanho crítico da trinca, o qual é calculado com o auxílio


da Mecânica da Fratura, e define o limite a partir do qual ocorre a
instabilidade do crescimento da trinca e consequentemente a fratura do
componente.

4. Determinação do tempo de vida residual do componente, que é definido


pelo tempo ou pelo número de ciclos que uma trinca necessita para crescer
de um tamanho inicial, 0 a , até um tamanho crítico, ac.

5. Definição dos intervalos de inspeção, o qual é calculado para garantir que


um potencial defeito seja detectado antes que alcance um tamanho crítico.
O intervalo de tais inspeções deve ser menor que o tempo de vida residual
do componente.
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Aplicação 1:

Uma chapa de aço relativamente grande deve ser


Elementos de Máquinas I

exposta a tensões cíclicas de tração com magnitudes de


150MPa e 50MPa, respectivamente. Antes de testar, foi
determinado que o comprimento da maior trinca superficial
é de 2mm. Estime a vida em fadiga para esta chapa se
sua tenacidade à fratura em deformação plana é de 25
Mpa.m0,5, m é igual a 3 e C1x10-12. Suponha que Y é
independente do comprimento da trinca e igual a 1.
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Aplicação 2:
Elementos de Máquinas I

Estime a vida em fadiga para esta chapa se sua


tenacidade à fratura em deformação plana é de 104
MPa.m1/2, m é igual a 3 e C=1x10-12. Suponha que Y é
independente do comprimento da trinca e portanto, o
valor é 1,12, para uma placa com 1,0 m de largura de
aço SAE-ABNT 1020, laminado a frio, é submetida a
esforços cíclicos entre zero a 200 MPa.

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