Pragas do Algodoeiro

MIP – Cultura do Algodão Ronnie Veloso

Fonte: Manual de Identificação de Pragas do Algodão - FMC

 INTRODUÇÃO
Aspectos da entomologia econômica

Tipos de praga

Praga direta: Ataca diretamente a parte comercializada.

Ex.: Bicudo do algodoeiro

Praga indireta: Ataca uma parte da planta que afeta indiretamente

a parte comercializada.

Ex.: Curuquerê do algodoeiro

Galo et al 2004
 Componentes do MIP
Avaliação do Agroecossietema e tomada de decisão
A decisão de controlar ou não a praga depende das seguintes
componentes:

Estádio fenológico das plantas

A decisão de entrar com o controle químico depende da susceptibilidade da cultura em casa estádio

www.biovigor.com.br
Picanco et al., 2010
MIP do algodoeiro
Pragas chaves

- Pulgões
- Mosca branca
- Bicudo do algodoeiro
- Lagarta das maçãs
- Lagarta rosada
- Curuquerê do algodoeiro

Picanço et al. (2010)

 Pragas secundárias Ronnie Veloso

MIP do algodoeiro - Pragas iniciais

- Broca da raiz: Eutinobothrus brasiliensis (Hambleton)
- (Coleoptera: Curculionidae)

Injúrias
Secamento da planta por broqueamento de
caule e raízes.

Comum em solos arenosos e de baixada

Picanço et al, 2010

http://coleoptera-neotropical.org/
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/
Broca-da-raiz – Eutinobothrus brasiliensis (Coleoptera: Curculionidae)
Controle:
Preparo de solo, calagem e evitar malváceas
 MIP do algodoeiro Pragas chaves - Pulgões

Injúrias
Sugam seiva, provocando murchamento e secamento das
Aphis gossypii (Glover) plantas; encarquilhamento de folhas e deformação de
(Homoptera: Aphididae) brotações; aparecimento de fumagina; vetores de viroses
photo by Lyle Buss, Department of Entomology and Nematology,
University of Florida principalmente a doença azul do algodão considerada o
principal problema da cultura do algodão no Brasil devido ao
uso de variedades muito suscetíveis a esta doença.

Myzus persicae (Sulzer) Picanço et al. (2010)

(Homoptera: Aphididae)
 Inimigos Naturais

Vespas parasitóides – Lisyphlebus testaceips

• Inseticidas neonicotinóides:
• Acetamiprido;
• Clotianidina;
• Dinotefuran;
• Imidaclopride;
• Nitenpiram;
• Tiaclopride;
• Tiametoxam.
 MIP – Cultura do Algodão Ronnie Veloso

MIP do algodoeiro Pragas chaves – Mosca branca

Injúrias
Alimenta-se da seiva das plantas, podendo levá-las à
morte ou a diminuição da produção, especialmente
quando há alta densidade populacional do inseto.
Além disso, elimina uma excreção açucarada que
induz o aparecimento de fungos, provocando o
apodrecimento dos ramos, folhas, flores e frutos.

Controle: Silício, Orthene (acefato 750 g/L)

Crisopídeos

Bemisia argentifolii (Bellows & Perring) Picanço et al. (2010)

(Homoptera: Aleyrodidae)
•O crisopídeo, conhecido
popularmente como “bicho-lixeiro”, é
eficaz no controle de diferentes
pragas, como os afídeos, pequenas
lagartas, ácaros, cochonilhas, moscas
brancas e pulgões.
 Pragas secundárias
- Pragas iniciais
MIP do algodoeiro - Do início do desenvolvimento até 70-80
dias do plantio.
- Tripes: Thrips tabaci Lind e Frankliniella sp.
- (Thysanoptera: Thripidae)

Injúrias
Encarquilhamento dos ponteiros. Folhas
coriáceas e com estrias prateadas. Queda de
folhas.

Thrips tabaci

Frankliniella sp.
Picanço et al, 2010
http://keys.lucidcentral.org/
http://entomology.k-state.edu/
Ataque nos primeiros 30 dias
• Controle: Tratamento de sementes

• Inseticidas neonicotinóides:
• Acetamiprido;
• Clotianidina;
• Dinotefuran;
• Imidaclopride;
• Nitenpiram;
• Tiaclopride;
• Tiametoxam.
 Pragas secundárias
MIP do algodoeiro - Pragas iniciais
Percevejo castanho: Scaptocoris castanea Perty
(Heteroptera: Cydnidae)

Injúrias
Adultos e ninfas sugam seiva, injetando toxinas
nas raízes, provocando amarelecimento da
planta e posterior secamento.

Picanço et al, 2010

www.agrolink.com.br
Fonte: Manual de Identificação de Pragas do Algodão - FMC
Massa de ovos da Spodoptera Frugiperda
 MIP – Cultura do Algodão Pragas chaves
MIP do algodoeiro Lagarta das maçãs: Heliothis virescens (Fabr.)
(Lepidoptera: Noctuidae)
Características
.ovos - brancos, cilíndricos, isolados nos ponteiros, folhas e
sépalas das plantas.
.lagartas - 35 mm, coloração variável: verde, amarelada,
pardo ou rosada, com faixas escuras pelo corpo. Cabeça
marrom.
.pupas - marrons, no solo. Pode haver diapausa (90-130 dias).
.adultos - 25-35 mm de envergadura. Asa anterior verde-
amarelada com três faixas marrons oblíquas.

Injúrias
Atacam as maçãs e botões, favorecendo a entrada de
patógenos.
 MIP – Cultura do Algodão Pragas chaves Ronnie Veloso

MIP do algodoeiro Lagarta das maçãs: Heliothis virescens (Fabr.)

(Lepidoptera: Noctuidae)

ovo larva

http://bugguide.net/node/view/699642/bgimage
http://www.bayercropscience.cl/
pupa http://www.forestryimages.org
 MIP – Cultura do Algodão Pragas chaves Ronnie Veloso
Lagarta Rosada: Pectinophora gossypiella (Sound)
MIP do algodoeiro (Lepidoptera: Gelechiidae)

Características
ovos - brancos, isolados nas brácteas das
maçãs.
lagartas - 12 mm, rosadas. Esbranquiçadas nos
dois primeiros estádios.
.pupas - marrons, na planta ou no solo.
.adultos - 15mm de envergadura, asa anterior
marrom-clara com manchas escuras e asas
posteriores franjadas.
Injúrias
Flor em "roseta" (não forma maçã). Destruição
de maçãs (fibras e sementes).
Maçãs defeituosas ("carimã ") que não se
abrem normalmente.

https://www.agrolink.com.br/problemas/lagarta-rosada_27.html Picanço et al, 2010

http://www.uky.edu/
http://www.krishisewa.com/
http://itp.lucidcentral.org/id
MIP – Cultura do Algodão Ronnie Veloso

MIP do algodoeiro
Pragas chaves
- Lagarta Rosada: Pectinophora gossypiella (Sound) (Lepidoptera: Gelechiidae)

carimã

Picanço et al, 2010

http://www.uky.edu/
http://www.krishisewa.com/
 Pragas chaves
MIP do algodoeiro Curuquerê: Alabama argillacea (Hueb.)
(Lepidoptera: Noctuidae)
Características
.ovos - 0,6mm de diâmetro; verde-azulados, achatados;
isolados na face inferior das folhas.
.lagartas - cor varia de verde (baixa infestação) a preta
(alta infestação). Listras longitudinais
no dorso e pontuações na cabeça.
.pupas - marrom-escuras, presas às folhas.
.adultos -35-40mm de envergadura. Coloração geral
acinzentada e avermelhada. Mancha
escura nas asas anteriores.

Injúrias
Desfolhamento.

Picanço et al, 2010

http://www.uky.edu/
http://www.krishisewa.com/
http://itp.lucidcentral.org/id
 Pragas secundárias
MIP do algodoeiro - Pragas tardias
Ácaros rajado: Tetranychus urticae (Koch)
(Acari: Tetranychidae)

Injúrias
Necrose e queda foliar (folhas ficam
vermelhas). Redução no crescimento.

Picanço et al, 2010

http://www.promip.agr.br/
 MIP do algodoeiro
Pragas secundárias
- Pragas tardias
- Ácaros branco: Polyphagotarsonemus latus (Banks) (Acari:
Tarsonemidae)

Injúrias
Folhas verde-escuras com bordos
enrolados para baixo, tornam-se
coriáceas e rasgam.

Picanço et al, 2010

Galo et al 2004
 MIP do algodoeiro
Pragas secundárias
- Pragas tardias
- Percevejo rajado: Horcias nobilellus (Berg) (Heteroptera: Miridae)

Injúrias
Queda de botões florais, flores e maçãs
novas. Sugando maçãs, deformam-nas
(bico de papagaio), que não se abrem,
reduzindo a produção.

Picanço et al, 2010

Galo et al 2004
 MIP do algodoeiro Injúrias
Atacam capulhos, manchando-os com suas
Pragas secundárias fezes. Sugam sementes (menor teor de
óleo). Sugam maçãs (deformação e
- Pragas tardias apodrecimento) com queda das mesmas.
- Percevejo rajado: (Horcias nobilellus)

Picanço et al, 2010

Galo et al 2004
 MIP – Cultura do Algodão Ronnie Veloso
Pragas chaves
MIP do algodoeiro Bicudo do algodoeiro:
Anthonomus grandis Boh (Coleoptera: Curculionidae)
Características
.ovos - brancos brilhantes, colocados em
cavidades abertas nos botões florais ou maçãs;
após a postura são fechados com substância
cerosa.
.larvas - brancas; destroem botões, flores e
maçãs.
.pupas - livres, brancas, com duas
protuberâncias no protórax.
.adultos - marrom-amarelados, rostro longo;
dois espinhos no fêmur anterior. Ocorrem até
sete gerações/ano. Ativos das 9 às 17h.
Injúrias
Queda anormal de botões florais, flores e maçãs. Pode causar redução
na produção de até 70%.

Controle: Malathion, fipronil...

Picanço et al. (2010)

Bicudo do algodoeiro
 MIP – Cultura do Algodão Ronnie Veloso
Pragas chaves - Bicudo do algodoeiro
MIP do algodoeiro

larva pupa
postura

Postura/injúria http://www.invasive.org/browse/
• Determinação do número de bicudos capturados por armadilha
por semana (número BAS):

• 1. Zona Vermelha: mais de 2 BAS (três aplicações sequenciais a

cada cinco dias a partir de B1);
• 2. Zona Amarela: 1 a 2 BAS (duas aplicações sequenciais a cada
cinco dias a partir de B1);
• 3. Zona Azul: 0 a 1 BAS (uma aplicação a partir de B1);
• 4. Zona Verde: 0 BAS (nenhuma aplicação em B1).

• As armadilhas devem ser instaladas espaçadas com distância de

150 a 300 metros entre si.

• As leituras devem ser realizadas semanalmente e as trocas de

feromônios, a cada 14 dias.
 MIP do algodoeiro
- Estratégias
- Pragas chaves: Pulgões, mosca branca, bicudo do algodoeiro, lagarta
das maçãs, rosada e curuquerê.
- Amostragem:
- Área mínima: 10 ha.
- Número de levantamentos depende do estádio fenológico da cultura

Picanço et al, 2010

Galo et al 2004
 MIP do algodoeiro
- Estratégias (Pragas chaves: Pulgões, mosca branca, bicudo do
algodoeiro, lagarta das maçãs, rosada e curuquerê).
- Amostragem: área mínima: 10 ha.
- Método Convencional
- 50 a 100 plantas/ha, em caminhamento “zig-zag” ou demarcando 5
pontos de amostragem onde são avaliadas 10 a 20 amostras

Picanço et al, 2010

Galo et al 2004
Métodos de Controle de Pragas no algodoeiro

- Controle Cultural

- Variedades comerciais (ex.: var. precoces)

- Espaçamento, stand e época de plantio.

- Cultura armadilha, cultura soca e vara isca.

- Catação de botões florais e maçãs novas no solo.

- Reguladores de crescimento.

Picanço et al, 2000

Galo et al 2004
 Métodos de Controle de Pragas no algodoeiro
- Controle por comportamento - Uso de Feromônios

Ex.:
Bicudo do algodoeiro por meio de
Blockaide, feromônio de agregação,
associado a aplicações do inseticida
Folidol, com eficiência superior
a 80% no controle.

Coleta massal

Picanço et al, 2000

www.embrapa.com.br
http://jenny.tfrec.wsu.edu
Métodos de Controle de Pragas no algodoeiro
- Controle legislativo

Arranquio e queima de restos culturais, visando a diminuição da população da broca da raiz,

lagarta rosada e bicudo.
Decreto estadual de SP, onde a medida deve ser tomada até o dia 15 de julho de cada ano

Picanço et al, 2010

www.ufrpe.br
Métodos de Controle de Pragas no algodoeiro
- Controle biológico - natural

Picanço et al, 2000

Galo et al 2004
 Métodos de Controle de Pragas no algodoeiro

- Controle biológico – aplicado

Liberação do parasitóide de ovos, Trichogramma sp., para controle do
curuquerê e da lagarta da maçã (60 a 90 mil indivíduos/ha).

Picanço et al, 2000

http://secagriculturaodb.blogspot.com.br
http://www.promip.agr.br/
Métodos de Controle de Pragas no algodoeiro

- Controle químico

- Tratamento de sementes

Semente Preta: tratamento com produtos sistêmicos (dissulfoton 50P e forate 50P,
na base de 2% de i.a. em relação ao peso da semente e carbofuran 350F e acefato 75
PM a 1 litro por 100 kg
de sementes). Poder residual de 40-50 dias após a germinação do algodão.
- Granulados sistêmicos no sulco

Picanço et al, 2000

Galo et al 2004
 Desfolhantes, Maturadores e Dessecantes

• Cultivares de algodão apresentam hábito de crescimento indeterminado;

• As estruturas reprodutivas produzidas no final do ciclo contribuem para

a manutenção de algumas pragas (lagarta-das-maçãs, bicudo);

• O uso de desfolhantes e maturadores são utilizados dentro de um

programa de manejo de pragas e no manejo cultural para proporcionar
maiores rendimentos na colheita e na qualidade das fibras;
Desfolhantes

• São produtos químicos que promovem a desfolha;

• Desfolhantes, reduzem a síntese e translocação de auxinas e aumentam a

produção de etileno;

• Os efeitos dos desfolhantes na cultura do algodão é muito influenciado pelo

clima.

• Temperaturas abaixo 22°C ou estresse hídrico tem eficácia reduzida;

Época de aplicação

• Aplicações antecipadas reduz a produtividade e qualidade das fibras;

• Aplicar quando acima da última flor, na haste principal , a planta apresentar

cinco nós;

• Além disto considerar as UC entre 850 – 1000 UC. UC = ((Tmax – Tmin/2) –

15°C.

• Outra recomendação é quando 70 a 80% dos capulhos estiverem abertos e as

maçãs mais novas, maduras
Maturadores

• Substancias químicas que liberam etileno e aceleram o processo de

maturação fisiológica dos fruto do algodoeiro;

• Principal maturador utilizado é o Ethephon;

• Eficiência depende do ambiente. Não aplicar abaixo de 20°C

• Recomenda aplicar um desfolhador primeiro que o Ethephon
(maturador);

• Deve ser aplicado quando mais de 90% dos frutos a serem colhidos
estejam maduros fisiologicamente;

Dessecantes

• Ação rápida e promove a secagem das plantas;

• A diferença do dessecante em relação ao desfolhante é porque este

causa seca da planta e não promove a queda das folhas;

• Gera alto grau de impureza e eleva custo do beneficiamento;

• Normalmente usam produtos como paraquat e amônio-glufosinato .

Utilizar quando 100% dos frutos estejam maduros
 Considerações Finais
• MIP
• Controle químico - quando necessário
• Principal praga é o Bicudo – 6 insetos no início de safra se
tornam 2 milhões ao final desta
• Cultivares transgênicos – redução de ataque de lagartas