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FAMÍLIA TETRANYCHIDAE

CARACTERÍSTICAS DE TETRANYCHIDAE

♦Ácaros vermelhos, verdes, alaranjados, purpúreos etc.


♦Quelíceras em estiletes, implantadas na base em um estilóforo
♦Palpos complexo “unha-dedão”
♦Quetotaxia (dorsal e ventral)
♦Dimorfismo sexual: fêmea mais ou menos globosa, macho com
opistossoma afilado.
♦Genitália da fêmea coberta com um escudo tipicamente
enrugado.
♦Produzem teia.
♦Macho com edéago típico
GNATOSSOMA E TARSOS DE
TETRANYCHIDAE
Secção médio sagital de um ácaro tetraniquídeo fêmea, com a
localização dos principais órgãos.
Flechtmann (1985) ?
SUBFAMÍLIAS DE TETRANYCHIDAE

BRYOBRIINAE

Empódio com pelos conjuntos


Fêmeas com 3 pares de setas anais
Machos com 5 pares de setas genito-
anais

TETRANYCHINAE

Empódio ausente e, se presente, sem


pelos conjuntos
Fêmeas com 1 a 2 pares de setas anais
Machos com 4 pares de setas genito-
anais.
BIOLOGIA DE TETRANYCHIDAE
FASES DE DESENVOLVIMENTO

Estágios Estágios inativos


Ovo
Larva
Protocrisálida
Protoninfa
Deutocrisálida
Deutoninfa
Teliocrisálida
Adulto

Influência de fatores ecológicos


Temperatura, UR, chuvas, Nutrição da planta etc.
Teia produzida por ácaro da família Tetranychidae
Dimorfismo sexual em Tetranychidae
Edeago de ácaro Tetranychidae
Número médio de ovos postos por Oligonychus ilicis em folhas
de cafeeiro por fêmeas acasaladas e não acasaladas
Reis et al. (1997).
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DE
TETRANYCHIDAE
COLETA E MONTAGEM DE TETRANIQUÍDEOS

Procurar o habitat do ácaro

 Coletar machos e fêmeas

 Anotar informações sobre a planta, teia, coloração das fêmeas,


injúrias, local, data da coleta etc.

 Montagem

Fêmeas – dorsoventralmente com as pernas distendidas para


visualizar a estriação dorsal e ventral do corpo e setas das pernas.

Machos – lateral para visualização do edeago.


ALIMENTAÇÃO DE TETRANYCHIDAE
Picam as células e se alimentam do conteúdo celular
extravasado, provocando:

Aumento da transpiração das folhas


Redução da fotossíntese
Remoção de pigmentos (60% da clorofila)
Inoculação de toxinas e reguladores de crescimento

Injúrias: cloroses, manchas nas folhas, deformações das


folhas, bronzeamento, nanismo, secamento e queda das
folhas.
Danos: redução da produtividade e da qualidade do produto.
Moraes & Flechtmannan, 2008
INJÚRIAS CAUSADAS POR ÁCAROS FITÓFAGOS

Ácaro verde da mandioca

Ácaro rajado em
pessegueiro

P.ulmi em macieira
INJÚRIAS CAUSADAS POR Tetranychus urticae EM
ALGODOEIRO

Escala de notas (0 a 3)

0: plantas sem injúrias

1: plantas com algumas folhas com manchas clorólticas ou inicialmente


avermelhadas e de pequena extensão, principalmente localizadas
entre as nervuras principais.

2: várias folhas com manchas maiores de coloração avermelhada,


contendo inclusive áreas necróticas.

3: Plantas senescentes, caracterizadas pela paralização do


crescimento e acentuado desfolhamento.
Oliveira (1975)
Fêmea de Tetranychus urticae
Colônia de T. urticae

Injúrias de T. urticae em algodoeiro


Injúrias causadas por T. urticae em algodoeiro.

 Ocorrem perdas quantitativas e qualitativas, podendo atingir cerca de 30%


da produção de algodão em caroço.

Gallo et al. 2002


PERDAS CAUSADAS POR T. urticae EM ALGODOEIRO

Redução na produção de algodão em caroço: 30%

Redução na altura das plantas: 18,4 a 19,2%

Redução no peso das sementes: 12,8%

Redução no desenvolvimento das fibras: 4,7%

Redução no micronaire (complexo finura-maturidade): 14,8%.

Reis (1972)
CONTROLE DE T. urticae EM ALGODOEIRO

Detectar e controlar as reboleiras e também em 15 m de plantas


ao redor

Eliminar plantas hospedeiras próximas à lavoura

Fazer rotação de cultura com plantas não hospedeiras

Utilizar agrotóxicos seletivos aos inimigos naturais (entre 60 e


90 dias após o plantio)

NA ou NC = 10% de plantas atacadas

Não usar piretróides na lavoura de algodoeiro antes de 80 dias


após o plantio, exceto os com ação acaricida.
CONTROLE QUÍMICO DE T. urticae
Acaricidas seletivos para inimigos naturais

Acaricida Inimigo natural Toxicidade aguda (%)

Abamectina Joaninhas 0-30


predadoras 31-70
vespas parasitóides, 31-70
bicho lixeiro
Diafenthiuron Vespas parasitóides 31-70

Enxofre Joaninhas 0-30


predadoras 31-70
Percevejos 31-70
predadores e Bicho
lixeiro
CONTROLE QUÍMICO DE T. urticae
Acaricidas seletivos para inimigos naturais

Acaricida Inimigo natural Tocicidade


aguda (%)

Dicofol Percevejos predadores 0-31%

Endosulfan Joaninhas predadoras,


percevejos predadores 31-70
e bico lixeiro e vespas
parasitóides
Propargite Joaninhas e pervejos 31-70%
Vespas e bicho lixeiro 0-30
INIMIGOS NATURAIS TESTADOS

Joaninhas: Cycloneda, Eriopis, Coleomegilla, Stethorus, Hippodamia,


Delphastus

Bicho lixeiro: Chrysoperla, Chrysopa

Percevejos predadores: Orius, Geocoris, Podisus, Nabis

Vespas parasitóides: Encarsia, Cotesia, Aphytis, Trichogramma,


Catolacus, Aphelinus, Lysiplebus
ÁCARO VERDE DA MANDIOCA, Mononychellus
tanajoa

Injúrias causadas: A – broto terminal; B – folhas.


Perdas causadas por Mononychellus tanajoa em raízes de mandioca
(t/ha) e na altura das plantas (Araripina, PE, 1977).

Época de plantio Perda (%) Redução da altura das


plantas (%)
Janeiro 1,2 1,5

Fevereiro 1,7 1,3

Março 10,4 2,3

Abril 33,1 24,2

Maio 45,8 40,9

Veiga (1985).
TÁTICAS DE CONTROLE DO ÁCARO VERDE
DA MANDIOCA
Controle cultural
Época de plantio
Sistema de plantio
Adubação
Cultivares resistentes
Controle biológico
Fungo Neozygites tanajoae
Ácaros predadores fitoseídeos
Controle químico: limitação de recursos dos produtores, baixo nível
tecnológico, carência de produtos registrados.
Extratos vegetais
Mortalidade média (± EP) de ovos do ácaro verde da
mandioca tratados com extratos vegetais.
___________________________________
Tratamento Mortalidade (%)
______________________________________________

Nim 5% 60,0 ± 2,50 a


Nim 2,5% 50,2 ± 6,43 a
Nim 0,5% 16,8 ± 3,60 b
Cravo 5% 10,8 ± 2,50 b
Testemunha 4,2 ± 0,83 b
______________________________________________
CV (%) 25,5
______________________________________________
Gonçalves et al. (2001)
Mortalidade média (± EP) de fêmeas do ácaro verde da
mandioca tratadas com extratos vegetais.
________________________________________________
Tratamento Mortalidade (%)
________________________________________________
Nim 5,0% 100,0 ± 0,00 a
Nim 2,5% 97,5 ± 2,50 a
Cravo 5,0% 12,5 ± 6,29 b
Cinamomo 5,0% 7,5 ± 4,78 b
Cravo 2,5% 5,0 ± 2,88 b
Cinamomo 2,5% 5,0 ± 2,88 b
Testemunha 0,0 ± 0,00 b
________________________________________________
CV (%) 21,5
________________________________________________
Fonte: Gonçalves et al. (2001)
ÁCARO VERMELHO EUROPEU, Panonychus ulmi

Fêmea Bronzeamento nas folhas

Ovos de inverno Ovos de verão


ÁCARO VERMELHO EUROPEU, Panonychus
ulmi

♦Praga-chave da macieira no Brasil


♦Controlado com o Fitoseídeo, Neoseiulus californicus –
Introduzido em pomares comerciais de Fraiburgo, SC
em 1995.
Monitoramento
Aplicação de acaricidas seletivos
Manejo de ervas invasoras
Liberação de N. californicus
Monteiro et al. (2006).
ÁCARO VERMELHO DO CAFEEIRO,
Oligonychus ilicis
MANEJO DE Oligonychus ilicis EM CAFEEIRO
♦Uso de acaricidas
Seletivos aos inimigos naturais
Pulverizações em reboleiras (folhas bronzeadas)
Efeito de piretróides e fungicidas cúpricos
(trofobiose e hormoligose)
♦Inimigos naturais
Phytoseiidae: Euseius alatus (58%), Ambliseius
herbicolus (33,6%), Ambliseius compositus (6,9%) e
Iphiseiodes zuluagai (1,5%)
Outros predadores: Stigmaeidae e Bdellidae
ÁCARO VERMELHO DO TOMATEIRO, Tetranychus evansi

Praga de grande importância econômica na África


Infesta o tomateiro e outras solanáceas
Tecem apreciável quantidade de teia
Ocorre desde os 14 dias após o transplantio, atingindo
maior infestações em plantas com 89 a 117 dias de idade;
A maior infestação ocorre nas folhas basais
Injúrias de Tetranychus evansi em tomateiro
Moraes & Flechtmann, 2008.
ÁCARO VERMELHO DO TOMATEIRO,
Tetranychus evansi

INJÚRIAS E PERDAS

♦Manchas amareladas na página superior das folhas

♦Secamento e queda das folhas

♦ Redução da produção – 90% na África

CONTROLE

♦Biológico – Phytoseiulus longipes (Coletado em Uruguaiana,


RS – promissor). África: Controle Biológico Clássico

♦Plantas resistentes
Rosa et al. (2005).

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