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MARIA FERNANDA OLIVEIRA LIMA DA SILVA

MANEJO DE INSETOS ASSOCIADOS À CULTURA DO ALGODÃO

Seminário apresentado na disciplina


Entomologia Agrícola como parte dos
requisitos exigidos no processo de
avaliação do curso.

Professor Responsável:
Dr. Luiz Evaldo de Moura Pádua

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
TERESINA-PIAUÍ
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................ 03

2. INSETOS ASSOCIADOS À CULTURA .................................................... 04

2.1Insetos pragas ............................................................................................. 04

2.2 Pragas chaves ............................................................................................. 05

2.3 Outros insetos associados à cultura ....................................................... 05

3. AGENTES DE CONTROLE BIOLÓGICO ................................................. 06

3.1 Predadores ................................................................................................ 06

3.2 Parasitóides ................................................................................................. 07

3.3 Entomopatógenos ...................................................................................... 07

4. PLANO DE AMOSTRAGEM ..................................................................... 08

4.1. Tomada de decisão ............................................................................... 08

5. MEDIDAS DE CONTROLE ....................................................................... 09

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 10
1. INTRODUÇÃO
O algodão está entre as mais importantes culturas de fibras do mundo. Todos os anos,
uma média de 35 milhões de hectares de algodão é plantada em todo o planeta. A
demanda mundial tem aumentado gradativamente desde a década de 1950, a um
crescimento anual médio de 2%. O comércio mundial do algodão movimenta anualmente
cerca de US$ 12 bilhões e envolve mais de 350 milhões de pessoas em sua produção,
desde as fazendas até a logística, descaroçamento, processamento e embalagem.

Atualmente, o algodão é produzido por mais de 60 países, nos cinco continentes. Nos
últimos anos, o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais, ao lado
de países como China, Índia, EUA e Paquistão. Ocupa o primeiro lugar em produtividade
em sequeiro. O Brasil tem figurado também entre os maiores exportadores mundiais. O
cenário interno é promissor, pois estamos entre os maiores consumidores mundiais de
algodão em pluma.
Apesar dos fatores climáticos favorecerem um bom estabelecimento das diversas
culturas, a produção brasileira, de algumas delas, não se encontra dentro de níveis
desejados. Vários fatores contribuem para que essa produção não alcance patamares
mais satisfatórios, destacando-se o ataque de insetos que atuam como importantes
pragas agrícolas, causando uma série de problemas nas lavouras comerciais.
Manejo Integrado de Pragas pode ser entendido como uma tecnologia que visa manter o
ecossistema equilibrado. Ele contribui para a preservação das áreas de plantio, já que
possibilita a diminuição da quantidade de defensivos agrícolas aplicados.O MIP promove
a contenção racional das pragas, por meio de culturas resistentes, do controle biológico e
do uso produtos químicos mais seguros ao homem e a natureza. A intenção é limitar as
perdas e os danos econômicos e, ao mesmo tempo, minimizar os efeitos adversos.

Para que esse manejo seja bem-sucedido, é fundamental compreender os processos


populacionais que envolvem o crescimento, a reprodução, a competição, a predação e
parasitismo dos insetos que povoam o campo. Além disso, outros dados precisam ser
analisados ― como o clima, as condições do solo, a deficiência de nutrientes, a
disponibilidade de água e os históricos de infestação. O MIP vem evoluindo com o passar
dos anos e, atualmente, também considera os custos e benefícios sociais e ambientais,
tornando-se um dos pilares da agricultura sustentável.
O objetivo desses trabalho é aprender sobre quais os insetos que causam dano ou são
benéficos para a uma determinada cultura e aprender como fazer manejo adequado dos
insetos-pragas da cultura.
2. INSETOS ASSOCIADOS À CULTURA

2.1 Insetos “pragas”

1. Bicudo do algodoeiro 11. Lagarta rosada 21. acaro rajado


2. Broca da raiz 12. Lagarta das maças 22. Acaro vermelho
3. Tripes 13. Lagarta cartucho 23. acaro branco
4. Percevejo castanho 14. Lagarta das folhas (Spodoptera 24. Percevejo-
5. Lagarta rosca eridania) marrom

6. Broca da haste 15. Curuquerê do algodoeiro 25. Percevejo-verde.

7. Percevejo manchador 16. Percevejo rajado 26. Percevejo-


17. Vaquinha do algodoeiro pequeno
8. Mosca branca
18. Lagarta-elasmo 27. Mosquito
9. Helicoverpa armigera
19. Cochonilha 28. Os percevejos
10. Largarta falsa- migrantes
medideira 20. Pulgão do algodoeiro
29. Cigarrinha

2.2 “Pragas” chaves

I. bicudo do algodoeiro : por que as injúrias são observadas nos botões florais, cujas
brácteas ficam abertas e amareladas. O orifício de alimentação tem aspecto
enegrecido, devido à oxidação dos tecidos. Já o orifício de oviposição é
protuberante em relação à superfície do botão floral e contém substância
gelatinosa excretada pela fêmea. Os botões atacados caem em seguida. As flores
atacadas não se abrem normalmente e apresentam as pétalas perfuradas. No
interior dos capulhos, as larvas do bicudo destroem as fibras e as sementes.

II. lagarta das maças : por que os botões florais e maçãs danificadas, com galerias
produzidas, ocasionado na queda de botões e maçãs e destruição de fibras e
sementes. Os botões florais apresentam as brácteas abertas as lagartas atacam
maçãs se alimentando destas.

III. lagarta rosada: porque Essa lagarta pode ser vista na lavoura por ocasião da
primeira maçã firme e pode atacar até o surgimento do primeiro capulho. As
injúrias são caracterizadas pela imbricação das flores formando uma “roseta” (não
se abrem e não são fecundadas). As flores não abrem (formam rosetas), há a
murcha e queda de botões florais, as maçãs são destruídas total ou parcialmente,
as fibras e sementes ficam danificadas. Os capulhos amadurecem precocemente,
com a fibra apresentando aspecto de ferrugem.

2.3 Outros insetos associados à cultura

Insetos polinizadores:
1. Apis mellifera,
2. A. dorsata,
3. A. florea,
4. A. cerane,
5. Melissodes spp.,
6. Halictus spp.,
7. Bombus spp.,
8. Anthofhora confusa,
9. Elis thoracica
10. Scolia spp.
3. AGENTES DE CONTROLE BIOLÓGICO
3.1 Predadores

 Joaninha:Estas joaninhas estão presentes no algodoeiro durante todo o ciclo da


cultura, mas principalmente durante e após os períodos de maior infestação
populacional de pulgões, como Aphis gossypii.
1. Cycloneda sanguinea :
2. Scymnus sp .
3. Eriopis connexa:é considerado um predador em potencial de afídeos (pulgões)
no algodoeiro, além de também predar ovos e lagartas de lepidópteros-praga.
4. Outras joaninhas: Hippodamia convergens, a Naemia maculata e a Harmonia
axyridis

 Besouro predador(Calossoma sp): Esses predadores se destacam por serem


extremamente generalistas, possuindo presas até mesmo fora da classe Insecta.São
muito ágeis, conhecidos como caçadores de lagartas, encontrados
predominantemente no solo, podendo, contudo, sair à procura de presas na parte
aérea das plantas, durante a noite

 Percevejo predador
1. Zellus sp.:Além de insetos e pragas, podem predar outros inimigos naturais.
Alimentam-se, basicamente, de ovos e lagartas verdes, curuquerê e lagarta-
das-maçãs, podendo predar também vaquinhas, percevejo-rajado e percevejo-
manchador, sendo estas pragas pouco predadas por outros inimigos naturais.
2. Podisus sp.:Ninfas de Podisus nigrispinus predam lagartas de curuquerê-do-
algodoeiro
3. Geocoris spp:Ninfas e adultos predam ovos e ínstares iniciais de todas as
principais pragas e ácaros do algodoeiro, excetuando-se o bicudo Anthonomus
grandis e a broca-da-raiz Eutinobothrus brasiliensis.
4. Orius spp : São predadores vorazes de pulgões (Aphis gossypii), ácaros,
tripes, moscas-brancas, pequenas lagartas e ovos de lepidópteros.

 Aranhas predadoras :Todas as aranhas são predadoras, em geral, de pequenos


insetos, no entanto são predadoras generalistas, que podem se alimentar tanto de
insetos nocivos ao algodoeiro quanto de insetos benéficos. Várias espécies são
predadoras de lagartas de lepidópteros como Heliothis sp e Alabama argillacea.
 Tesourinhas predadoras(Dorus sp):As tesourinhas do gênero Dorus são eficientes
predadores de pulgões, moscas-brancas, ovos, lagartas pequenas e pupas em geral.

 Lixeiro predador(Chrysoperla spp): Os crisopídeos são predadores preferenciais de


pulgões apesar de serem capazes de predar outros insetos, como pequenas lagartas,
moscas-brancas, tripes e ácaros.

 mosca predadora (Syrphidae):São importantes predadoras na fase larval, predando


os pulgões do algodoeiro (Aphis gossypii) e outras espécies de pulgões nas demais
culturas.
3.2 Parasitóides

◦ Mosca (Tachinidae sp):São parasitóides de larvas de Coleoptera e Hymenoptera e de


lagartas de Lepidoptera.
◦ Vespa
I. Campoletis spp:Um dos principais parasitóides de Spodoptera frugiperda e Heliothis
virescens
II. Euplectrus sp:São parasitóides de larvas de lepidópteros

 Microvespa (Trichogramma spp): atacam ovos de mais de 200 espécies de insetos.

3.3 Entomopatógenos
◦ Fungo Nomuraea rileyi: é um agente de controle biológico de lepidópteros(nocivos)
de diversas culturas e é ativo contra lagarta-da-maçã-do-algodoeiro (Heliothis) e
curuquerê-do-algodoeiro.

◦ Doença preta – NPV (poliedrose nuclear):constatado relativo sucesso no controle da


lagarta-das-maçãs

◦ Beauveria bassiana:utilização de produtos formulados à base desse fungo costuma


apresentar resultados satisfatórios no controle do bicudo
4. PLANO DE AMOSTRAGEM

50 a 100 amostras por hectare, a frequência de amostragem da germinação ao


florescimento: uma vez por semana; Florescimento ao aparecimento do primeiro capulho:
duas vezes por semana e do primeiro capulho ate a colheita: uma vez por semana.
Método de amostragem mais usual e o convencional, as amostras são retiradas ao acaso
Percorrendo toda a área em zigue-zague ou demarcando 20 pontos de amostragem ao
acaso, sendo 8 pontos na bordadura e 12 pontos no interior na área, em cada um dos
casos se retiram cinco amostragens. Com base nessa amostragem determina se o nível
de controle.

4.1 Tomada de decisão

Determinação do nível de controles de algumas pragas do algodoeiro


Praga Parte amostrada Nível de controle
Pulgão Cultivar resistente 70 % de plantas atacadas
Cultivar suscetível 1 a 5 % de plantas atacadas
Tripes Folhas 6 insetos por folha
Acaro rajado Folhas medianas 10% de plantas atacadas
Acaro branco Folhas novas 40% de plantas atacadas
Bicudo Botoes florais 10 % do botoes atacadas
Armadilha 1 adulto por armadilha
Lagarta militar Folhas e brácteas 10% de infestação
Botoes florais 5% de infestação
Curuquerê Plantas 2 lagartas por planta ou 25 % de
desfolha
Lagarta da maça Plantas 20% de plantas com ovos
15% de plantas atacadas
Armadilha 10 adultos por armadilha
Lagarta rosada Maças 5% de maças atacadas
Armadilha 10 adultos por armadilha
Percevejos Plantas 20% de infestação
Mosquito Plantas 50 % de infestação
5. MEDIDAS DE CONTROLE

Principais estratégias de controle de pragas incluem:

a) Manipulação de cultivares – a utilização de cultivares de ciclo curto é recomendada por


diversas pesquisas por reduzir o tempo de exposição das plantas às pragas. Além disso,
a utilização de cultivares de algodão Bt também auxilia no controle, dado que elas são
tóxicas a algumas espécies de insetos predadores. Essas cultivares podem diminuir o uso
de inseticidas e aumentar a produtividade do algodão.

b) Controle biológico – consiste no uso de parasitoides e predadores das pragas do


algodoeiro. Entre os insetos e outros organismos benéficos dos quais podemos lançar
mão, destacamos a joaninha, os besouros, o bicho-lixeiro, além de aracnídeos, fungos e
bactérias.

c) Controle cultural – compreende um manejo específico da cultura do algodão que ajuda


a reduzir a pressão das pragas sobre a lavoura. Entre as técnicas, cabe mencionar o
plantio uniforme, a destruição de restos culturais, o uso de rotação de cultura, a adoção
de períodos livres de plantio e a eliminação de botões florais e maçãs atacadas e de
hospedeiros alternativos.

d) Controle químico – a utilização de pesticidas seletivos é essencial. O controle químico


somente deve ser efetuado em último caso

e) Uso de sementes resistentes – Algumas variedades de plantas desenvolveram


mecanismos de defesa e se tornaram resistentes ou tolerantes, repelem ou se tornam menos
preferidas pelas infestações. As vantagens desta tática incluem a facilidade de uso,
compatibilidade com outras táticas de controle de pragas, baixo custo e impacto cumulativo
sobre a praga com mínimo impacto ambiental negativo. Por outro lado, o desenvolvimento de
variedades de soja tolerantes a pragas requer tempo e investimentos consideráveis, e nem
sempre as resistências obtidas se tornam permanentes.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Biblioteca de Ciências Agrárias, 10. Piracicaba: Fealq,

2002. 920p

2. Santos, W.J. Identificação, biologia, amostragem e controle das pragas do algodoeiro, p. 181-226.

In: Algodão: tecnologia de produção. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 2001. 296p.

3. MIRANDA,J.E. Manejo integrado de pragas do algodoeiro no cerrado brasileiro. Campina Grande:

Embrapa Algodão, 2006. 24 p. (Embrapa Algodão. Circular Técnica, 98).

4. MIRANDA,J.E. Manejointegrado de pragas do algodoeiro no cerrado brasileiro . 2. ed.

Campina Grande: Embrapa Algodão, 2010. 36 p. (Embrapa Algodão. Circular Técnica, 131).

5. DEGRANDE, P. E. Manejo integrado de pragas do algodoeiro. In: ALGODÃO: informações

técnicas. Dourados: EMBRAPA-CPAO; Campina Grande: EMBRAPA-CNPA, 1998. p. 154-191

(EMBRAPA-CPAO. Circular técnica, 7).

6. SILVA, C. A. D. da. Microorganismos entomopatogênicos associados a insetos e ácaros

de algodoeiro. Campina Grande: Embrapa CNPA, 2000. 45p. (Embrapa-CNPA. Documentos, 77)

7. MIRANDA, J. E.; RODRIGUES, S. M. M.; ALBUQUERQUE, F. A. de; SILVA, C. A. D. da; ALMEIDA,

R. P. de; RAMALHO, F. de S. Guia de identificação de pragas do algodoeiro. Campina Grande, PB :

Embrapa Algodão, 2015. 69 p. : il. color.; 10 cm x 18 cm. (Documentos / Embrapa Algodão, 255)

8. http://guiajeanswear.com.br/noticias/mato-grosso-lidera-producao-de-algodao-no-brasil-veja-

ranking/

9. https://www.spo.cnptia.embrapa.br/

10. https://blog.aegro.com.br/principais-pragas-do-algodao/

11. https://blogs.canalrural.uol.com.br/chicodoboas/2019/05/06/combate-as-pragas-no-algodao/

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