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Controle de pragas na indústria

Introdução ao Controle de Pragas

Ao se discutir pragas muitas pessoas têm como principal culpado os


roedores, porém na realidade as pragas podem assumir várias espécies nos
estabelecimentos processadores de alimentos. Dentre estas podem estar
pássaros; numerosos artrópodos voadores e rastejantes, como baratas,
besouros, moscas e traças; além de cães, gatos e vários tipos de roedores.
A presença de pragas em uma indústria de alimentos pode causar
doenças aos consumidores através da contaminação microbiana. Mesmo que a
praga não chegue a causar doenças, partes de insetos, pêlos de roedores
entre outros, desagradam o consumidor quando os descobrem em alimentos.
As pragas representam uma grande ameaça à segurança e inocuidade
do alimento. A boa inspeção, sanitização dos materiais recepcionados e um
apropriado monitoramento poderão minimizar a probabilidade de infestações e
isso, consequentemente, poderá limitar a necessidade do uso de pesticidas.

PRAGAS

Histórico

As pragas provocam danos ao homem desde tempos remotos, não só


pelo risco à saúde que representam através de doenças transmitidas, mas
também pelos estragos que causam, na estocagem dos alimentos, nas
contaminações de embalagens, produtos e ambientes.
A origem das pragas é mais antiga do que a civilização humana, mas a
presença danosa decorreu do desequilíbrio ecológico provocado pelo próprio
homem. Acúmulo inadequado de alimentos, lixo, ausência de predadores
naturais e a falta de higiene e educação das pessoas é que levam ao
descontrole, inexistente nas condições naturais.

Prejuízos e Riscos na indústria

A presença e proliferação estão ligadas principalmente a dois fatores:


condições favoráveis de abrigo e alimentação, que propiciam a reprodução
desenfreada. Portanto, pragas são produtos do próprio homem.
A existência de roedores, insetos, pássaros, etc, gera graves riscos aos
produtos, riscos à saúde das pessoas e riscos de alto potencial às instalações.
Em suma, a segurança da qualidade do trabalho é comprometida.
Segundo a OMS Organização Mundial da Saúde, 20% dos alimentos
produzidos no mundo são destruídos por ratos. É considerado o inimigo n.º 1
da saúde, pois é responsável pela transmissão de mais de 40 diferentes tipos
de doenças. Está provado que consome por dia 10% de seu peso em
alimentos, além de estragar e deixar impróprios para consumo 10 vezes mais
que essa quantia.
A própria OMS estima que cada rato é responsável por uma total de
perdas de US$10 ao ano, e estudos apontam que há em média 2 a 3 roedores
por habitante nos grandes centros. Transportando esses dados para São
Paulo, por exemplo, obteremos cerca de 24 milhões de roedores e de prejuízos
diretos e indiretos, algo em torno de 20 milhões de dólares ao mês.
Em relação ao ataque a grãos armazenados, também a reprodução acelerada
dos insetos é fator que propicia grandes perdas. Tomando por exemplo o
gorgulho do milho ou caruncho de feijão, com 8 gerações ao ano e taxa de
crescimento populacional de 5 vezes a cada um, o casal de gorgulhos gerará
em um ano 29,5 milhões de descendentes e o de carunchos, 9,5 milhões.
Na infestação por coleópteros (besouros) ou lepidópteros (traças), ao
alimentarem-se da parte interna dos grãos, causam grande perda de peso,
redução de nutrientes e do poder germinativo, desvalorização do preço,
contaminação com larvas, partes de insetos, excrementos, aumento da
temperatura da massa armazenada, etc. Outro problema nos grãos é a
produção de toxinas (como a cancerígena aflatoxina B1) advindas de fungos,
que se originam por vários fatores, entre eles umidade, temperatura e atividade
de insetos e ácaros. O controle de todas essas pragas é fundamental, pois a
perda nos armazenamentos pode chegar a 20% da safra, se não forem
tomados cuidados devidos.

DESCRIÇÃO E CICLO DE VIDA DE PRAGAS URBANAS

Rato

Ratos, ratazanas e camundongos adaptaram-se muito bem à maneira de


viver do homem, tornando- se uma praga de grande relevância. Um casal de
ratos na idade de seis à sete meses, já produziu uma média de quarenta novos
indivíduos, levando-se em consideração fatores limitantes como alimento
disponível e doenças. As perdas econômicas causadas pelos roedores é de
grande relevância nas lavouras, na armazenagem de grãos onde a sua ação é
devastadora, nas indústrias de processamento de alimento, em locais de
confinamento de animais etc. Além de causarem danos, transmitem doenças
aos animais e ao homem.

- O Brasil possui o maior número de espécies e subespécies de roedores na


fauna silvestre.

- O rato tem existência paralela à civilização de um povo, na Suíça a média de


vida de um rato é de 6 meses, já no Brasil ele vive até 2 anos.

- O crescimento ininterrupto dos seus dentes incisivos faz com que roam tudo
que encontrar, para exercitar sua arcada dentária, atacando: chumbo, diversos
metais, alumínio, cobre, madeira, plástico, fios eletrificados, etc.

- 30% dos incêndios em instalações industriais e comerciais de causas não


definidas, são atribuídas à roedores.
-Atualmente os ratos e suas pulgas espalham diversos tipos de doenças como :
tifo, febre da mordida, leptospirose, hantavírus, triquinose, salmonelose e
outras.

Os roedores estão classificados como: Rattus norvegicus, Rattus rattus, Mus


musculus.

Encontrados á beira de córregos e rios, terrenos abandonados, jardins


sem manutenção adequada, rede de esgoto e galerias fluviais, depósitos de
lixo e entulhos diversos Seus ninhos geralmente se localizam em tocas ou
galerias escavadas no subsolo, , forros das casas, arbustos, sacarias, frestas
de muros, armazéns, abrigando-se também em despensas, armários, espaços
internos nas paredes e depósitos São animais onívoros e consomem lixo
orgânico, cereais, raízes e carne, legumes, frutas, pequenos insetos

Possuem uma vida média de 1 a 2 anos sendo sexualmente maduro entre 60-
90 dias de idade. A gestação da fêmea dura de 19 a 24 dias com 05 a 12
ninhadas por ano. Cada ninhada possui de 08 a 12 filhotes com uma média de
sobrevivência de 20 filhotes após o desmame por fêmea/ano. Vivem em
colônias que agregam até algumas centenas de indivíduos em territórios
definidos, e com a presença de dois grupos distintos, os dominantes e os
dominados.

Deve-se remover diariamente o lixo e indisponibilizá-lo evitando suas visitas ao


local. Esta espécie é frequentemente, próximo as linhas férreas.

O uso de venenos deve ser feito por pessoas capacitadas na manipulação dos
mesmos e que conheça as técnicas de aplicação, uma vez que o uso
descontrolado pode contribuir para o aumento da população em vez de
controlá-los.

Barata

As baratas pela multiplicidade de ofertas de alimentos e habitat propícios


à proliferação, tem se reproduzido cada vez com mais velocidade e adquirindo
resistência aos tratamentos tradicionais. Nos grandes núcleos populacionais, a
barata se apresenta como o inseto mais comumente encontrado.
A barata não deve apenas ser encarada como hóspede incômodo e
indesejável, devido ao seu aspecto repulsivo e ao odor desagradável, em
verdade é um inseto nocivo a saúde em função de sua capacidade potencial de
transmitir doenças.
No Brasil, existem muitas espécies de baratas, no entanto, a grande
maioria de hábitos silvestres. As espécies urbanas mais comumente
encontradas são as francesinhas - "Blatella germânica" e a barata de esgoto -
"Periplaneta americana".

Ciclo de vida
- Ovo - os ovos das baratas encontram-se arranjados dentro de uma câmara
denominada ooteca, que pode ou não ser carregada pela fêmea até o
momento da eclosão, de acordo com a espécie.

- Ninfa - as ninfas possuem hábitos e aparência semelhantes aos adultos. O


número de ecdises (mudas) é variável para cada espécie. As ninfas são mais
claras que os adultos, são ápteras (sem asas), adquirindo-se, posteriormente,
na transição para a fase adulta.

- Adulto - este estágio e caracterizado pela maturidade sexual e pela formação


de asas completas.

A francesinha vive em média 9 meses, põe ovos em média 5 vezes ao longo de


sua vida e coloca de 30 à 50 ovos. A barata de esgoto vive de 2 à 3 anos, põe
ovos de 10 à 20 vezes e coloca de 12 à 20 ovos em cada ooteca. Quanto maior
a temperatura e a umidade , menor será o tempo para o ovo chegar à fase
adulta.

Doenças Transmitidas

Infecção urinária, desinteria, diarréia, gastroenterite, febre tifóide, tuberculose,


conjuntivite, intoxicação alimentar, pneumonia e lepra.

Locais propícios a infestação

Barata Francesinha: Áreas de armazenamento, cozinhas, despensas, fornos,


frigoríficos, freezers, estufas e coifas, sob pias, sob bancadas, atrás de quadros
e painéis, caixas de interruptores, pés vazados de mesas e cadeiras, ao longo
de tubulações.

Barata de Esgoto: Áreas térreas, galerias subterrâneas, tubulações, caixas de


esgoto, caixas de gordura, caixas de passagem, caixas de força, ralos,
cisternas, tubos de queda, áreas de serviço, banheiros, atrás de cortinas.

Moscas

As moscas pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de asas


membranosas correspondente às asas anteriores, daí o nome da ordem (di =
duas, ptera = asas). Os dípteros pertencem a um dos quatro maiores grupos de
organismos vivos, existindo mais moscas do que vertebrados. Não ocorrem
somente nas regiões ártica e antártica. Os dípteros apresentam metamorfose
completa, isto é, apresentam as fases de ovo, larva, pupa e adulto.

Moscas são muito comuns em áreas rurais e urbanas. No ambiente urbano


algumas espécies adaptaram-se bem às condições criadas pelo homem.
Repousam dentro ou fora das edificações, dependendo da temperatura.
Ciclo de vida

O tempo de vida varia de espécie para espécie, em geral de 25 a 30 dias. A


fêmea coloca seus ovos (cerca de 100 a 150) em carcaças de animais, fossas
abertas, depósitos de lixo, e outros locais ricos em substâncias orgânicas. Após
aproximadamente 24 horas, ocorre o nascimento das larvas, que movimentam-
se muito, não gostam de luz e alimentam-se ativamente.

Após um período de 5 a 8 dias, as larvas abandonam a matéria orgânica onde


estavam instaladas. A camada externa de pele das larvas se endurece
formando uma casca (casulo), dentro da qual começa a haver transformação
para mosca adulta, recebendo o nome de pupa. As moscas permanecem nesta
fase por um período de 4 a 5 dias

Cabe ressaltar que quanto maior a temperatura e a umidade, mais rápido


ocorrerá o ciclo de vida.

Doenças transmitidas

As moscas domésticas são insetos que tem importância como vetores


mecânicos, isto é, podem veicular os agentes em suas patas após pousarem
em superfícies contaminadas com estes germes e pousarem nos alimentos,
disseminando-os amplamente, e dessa forma transmitir várias doenças, tais
como distúrbios gastrointestinais.

Pombos

São aves de origem Européia, encontradas no mundo todo. Segundo a


Lei 9605 de 12/02/98 (Artigo 29, parágrafo 3º), são considerados domésticos
levando assim qualquer ação de controle que provoque a morte, danos físicos,
maus tratos e apreensão, passível de pena de reclusão e inafiançável de até 5
anos. Suas fezes ácidas corroem metal, descolorem pedra, apodrecem
madeira, danificam superfícies pintadas. Suas penas entopem calhas, ralos.

Hábito

Alimenta-se de grãos, mas podem reaproveitar restos de alimentos ou até


mesmo lixo. Alimentação ativa em praças e parques acarreta considerável
aumento da população. Abrigam-se e constroem seus ninhos em locais altos:
prédios, torres de igrejas, forros de casas, beirais de janelas. Formam casais
para a vida toda e tem grande capacidade de vôo.

Ciclo de vida
Nos Centros Urbanos podem viver aproximadamente 3 a 5 anos e em
condições de vida silvestre 15 anos. A fêmea faz o ninho com material que
encontra nas redondezas de seus abrigos. Põem 1 a 2 ovos que são incubados
por um período de 17 a 19 dias. No nosso clima em boas condições de abrigo
podem ter 4 a 6 ninhadas por ano.

Doenças Transmitidas

- CRIPTOCOCOSE: inflamação no cérebro e meninges, ocasionada por fungos


- HISTOPLASMOSE: infecção pulmonar causada por fungos
- ALERGIA: desencadeada por penas que contém, piolhos, ácaros e pulgas
- TOXOPLASMOSE: infecção celular que ataca múltiplos órgãos, ocasionada
por protozoários, que também é transmitida pelos gatos
- ORNITOSE: infecção pulmonar
- SALMONELA: infecção intestinal, ocasionada por bactérias ( alimentos
contaminados )
- PSITACOSE: causa dor de cabeça, febre alta, calafrios, ocasionadas por
vírus
- COCCIDIOSE, CANDIDÍASE, ENCEFALITE, PSEUDOTUBERCULOSE,
TUBERCULOSE AVÍCOLA e mais 26 doenças registradas.

PREVENÇÃO AO ACESSO

As infestações por pragas podem ocorrer onde existam lugares que


possam servir como ninho e onde haja o fornecimento de alimento. Os edifícios
devem se manter em boas condições de reparo, devem prevenir o acesso de
pragas e eliminar os locais potenciais onde poderiam aninhar os filhotes das
pragas. Os buracos dos deságües e outros lugares onde as pragas tenham a
probabilidade de ganhar o acesso devem se manter fechados. A presença de
telas milimétricas, por exemplo, nas janelas abertas, portas e ventiladores
reduzirá o problema da entrada das pragas. Os animais devem ser excluídos
dos terrenos de indústrias processadoras de alimentos.
Em uma indústria processadora de alimentos, ao se estabelecer u
programa de exclusão para o controle de pragas, existem várias áreas que são
de grande preocupação, algumas destas são: a indústria e o terreno; a
estrutura e o desenho; a maquinaria da indústria; o equipamento e os
utensílios; o manejo doméstico; a disposição dos resíduos e o uso de
pesticidas e outras medidas de controle.
As inspeções exteriores devem garantir que os terrenos estejam limpos
de arbustos altos, gramados, matagais e desmontes que poderiam
proporcionar que as pragas se estabeleçam e potencialmente venham a entrar
no estabelecimento. Os roedores e a maioria de outras pragas não se sentem
seguros em espaços abertos, preferindo a segurança oferecida pela desordem
ou por plantas altas.
As inspeções também devem incluir a identificação de potenciais lugares
de repouso ou formação de ninhos para os pássaros, que representam uma
fonte comum de patógenos ao ser humano. Deve-se prestar atenção especial à
atividade das aves perto dos sugadores de ar, já que poderiam trazer
microorganismos para dentro da indústria. As aves no telhado poderm
contaminar a água da chuva, portanto deve-se assegurar que as canaletas que
transportam essas águas se encontrem afastadas das áreas de manipulação,
da entrada dos empregados à indústria ou qualquer outra área que poderia
proporcionar que a sujidade possa ser levada para dentro da indústria.
Garantir que os sistemas de deságüe estejam apropriadamente limpos;
que não haja nenhum obstáculo para prevenir o deságüe apropriado ou permitir
o refúgio ou entrada de pragas. Os obstáculos do deságüe podem deter as
pragas como baratas ou moscas. Também é importante garantir que as tampas
do deságüe estejam e em boas condições de reparo e não se preocupar
somente com deságües e tampas destes na parte externa do estabelecimento,
mas também daqueles que estão dentro da indústria.
Às vezes utilizam-se dispositivos especializados para controlar as
pragas nos estabelecimento processadores, como dispositivos eletrocutores de
iluminação, que devem ser providos de bandeja ou adesivo que previna queda
de insetos eletrocutados nos equipamentos; e cortinas de ar que devem ser
instaladas a uma altura apropriada e devem se posicionar dentro das
especificações apropriadas, porém deve-se ter cuidados para garantir que
esses dispositivos sejam instalados e mantidos de acordo com as
recomendações do fabricante. Os dispositivos de iluminação devem ser
instalados no alto, afastados do solo, ou com intensidade de luz fraca pois
assim não atrairão insetos voadores.

As instalações também não devem ter :


• Possíveis pontos de entrada de insetos no ambiente, como falhas de vedação
em tubulações, ralos sem proteção, portas e janelas mal vedadas, etc.;
• Azulejos mal assentados ou quebrados;
• Acúmulo de água em drenos, ralos ou caixas de inspeção;
• Vazamentos em dutos de água e torneiras;
• Falhas na manipulação e guarda de lixo;
• Presença de entulho, materiais fora de uso, caixas e embalagens mal
armazenadas;
• Estrados com presença de infestações por cupim ou broca;
Lâmpadas fluorescentes das áreas externas próximas as portas devem ser
trocadas por luz de sódio;
•Lâmpada de luz de mercúrio podem ser utilizadas externamente desde que
longe de portas, agindo como atrativas de insetos noturnos voadores;

Os locais de acesso devem ter telas ou cortinas plásticas;


Não devem existir resíduos que sirvam de alimento a aves, roedores e insetos;
Devem ser desenvolvidos programas de limpeza e higiene junto aos
funcionários, familiares e comunidade;
Poeira e materiais deteriorados devem ser retirados;
Armadilhas de mola ou adesivas devem ser instaladas em bases próprias que
evitem contaminação do ambiente pela praga capturada;
Ao instalar ratoeiras, aplicar com antecedência inseticida contra os
ectoparasitas que habitam no rato enquanto com sangue quente e que irão
contaminar a área limítrofe quando da captura;
Para a iscagem, empregar recipientes próprios, sinalizados e mapeados,
instalados em áreas de não produção;
O lixo deve ser devidamente acondicionado e retirado com freqüência;
Não devem haver juntas de mais 1 cm nas portas;
Dispor de técnico conhecedor dos princípios ativos. Não utilizar produtos de
alta toxicidade;
Nos casos de fumigação, atentar para todos os requisitos de segurança
necessários;
Evitar árvores e postes ao lado de armazéns;
Deve existir boa iluminação em todas as áreas;
Os produtos armazenados devem e obedecer ao PEPS (primeiro que entra é o
primeiro que sai);
Deve existir limpeza e inspeção diária na área de armazenagem;
Quaisquer indícios de casulos e teias, larvas ou traças, trilhas e grãos
atacados devem ser notificados. Fungos idem.
Linhas de esgoto e efluentes devem ser totalmente isoladas;
Paredes e superfícies devem ser lisas, com juntas de dilatação;
Não devem existir sacarias abertas com vazamento de produtos;
Alicerces devem ser providos de chapas metálicas nas junções com paredes,
onde o acesso de roedores seja viável;
Devem ser afastados das imediações: aterros sanitários, matadouros,
pântanos, águas paradas, criadouros de porcos, lagoas de decantação com
material orgânico decomposto, etc.;
Quando de reformas ou demolições, prever a migração de pragas;
silos, paióis, tulhas e armazéns devem ser periodicamente esvaziados,
limpos, higienizados, desinsetizados e secos;
Áreas de enchente e passíveis de inundações, devem ter monitoramento de
casos de leptospirose. Áreas com morcego, controle contra a eventual espécie
hematófaga;
Divulgar a educação sanitária a todos os envolvidos com a fabricação e
operações de produtos alimentícios.

Infestação e refúgios

A disponibilidade de comida e água propicia a infestação e refúgio das pragas.


As potenciais fontes de alimentação devem ser hermeticamente armazenadas,
em recipiente à prova de pragas e/ou empilhadas afastadas do piso e das
paredes. As partes internas e externas dos locais devem ser mantidas limpas.
O lixo deverá ser guardado em recepientes fechados, em locais apropriados.

O controle de pragas dentro de um estabelecimento processador de


alimentos também é afetado por outros elementos do programa de sanitização.
O fracasso de um estabelecimento para manter um programa de limpeza e
sanitização apropriado pode permitir o acúmulo de resíduos em materiais
estáticos, atuando como atrativo para pragas. Outra preocupação é o fluxo e a
distribuição do estabelecimento processador. O fluxo e a distribuição
apropriada são essenciais para garantir que haja espaço suficiente para
permitir a limpeza e sanitização do equipamento de processo e maquinaria.
Não deverá haver “espaços mortos” que possam permitir o aparecimento ou
acúmulo de alimento ou outros resíduos; que servirão como atrativos ou refúgio
para pragas.

Detecção e monitoramento

Os estabelecimentos e as áreas circundantes devem ser examinadas


regularmente para verificar alguma evidência de infestação.
Também é útil, como um procedimento padrão de operações, assegurar-
se que os funcionários estejam treinados para reconhecer indicadores da
presença de pragas e entender os procedimentos para informar qualquer
informação quando detectada.
É preferível que antes de se utilizar pesticidas químicos para erradicar uma
infestação por pragas seja feito um controle preventivo, empregando as
medidas de controle físico, mecânico além do controle químico. A supervisão
envolve uma inspeção visual tanto para presença de pragas (por exemplo,
animais domésticos, insetos, roedores e pássaros) como para evidências
recentes como excrementos, marcas de roído e material de ninhos.
Basicamente, a supervisão inclui a observação da área de processamento,
embalagem e armazenamento. Para se obter sucesso, a supervisão deve
envolver outras condições que estejam relacionadas e que se não controladas
podem propiciar o aparecimento de pragas.
Cereais e grãos devem ser avaliados com freqüência para detecção de ovos de
caruncho, besouros, gorgulhos, etc.;
Manter estreito contato técnico com os laboratórios e fabricantes de
praguicidas para troca de informações e atualização;
Veículos e embalagens recebidos devem ser inspecionados;
A melhor isca é o roedor que determinará, mas entre as opções citam-se:
toucinho, salame, mortadela, maça, banana, melão, manteiga, batata-doce,
queijo, mamão, etc.;

A freqüência da supervisão pode variar de acordo com o que está sendo


supervisionado. O regulamento APPCC do FDA requer o monitoramento de
evidências direta de pragas, e que normalmente deve se realizar diariamente.
A experiência pode demonstrar a necessidade de um supervisão mais
freqüente.

Erradicação

As infestações por pragas devem ser erradicadas imediatamente que


detectadas. O tratamento com agente químicos, físicos ou biológicos deve ser
feito sem que este represente ameaça à segurança e inocuidade do alimento.
Apesar das eficazes barreiras físicas e dispositivos mecânicos, será necessário
o uso periódico de pesticidas químicos. Entretanto as outras medidas devem
ser eficazes o suficiente para a necessidade do uso de produtos químicos ser
mínima, e seu uso deve ser realizado com o máximo de cuidado.
Ao se estabelecer um programa de exclusão de pragas em uma
indústria de processamento de alimentos, deve-se considerar diversas áreas.
Algumas destas são a própria indústria e redondezas, estrutura e lay-out;
equipamentos da indústria, manutenção da higiene, disposição do lixo e
resíduos, e o uso de pesticidas e outros métodos de controle.
A maioria dos estabelecimentos contrata um serviço de controle de
pragas externo como parte do programa de sanitização. É importante recordar
que a responsabilidade de se manter um programa de exclusão de pragas é do
estabelecimento processador. A direção da planta deve ser, em todo momento,
consciente de que as práticas, procedimentos de controle de pragas estejam
em ordem de como se utilizam os diversos tipos de pesticidas, raticidas e
outros químicos, sabendo se são apropriados e quão eficazes são. O
processador e o fornecedor do serviço devem manter uma comunicação
aberta e regular . A eficiência de qualquer manejo de pragas, incluindo o
trabalho contratado, deverá ser supervisionado e documentado. A
documentação deverá indicar as falhas identificadas e uma solução apropriada.
Quando o monitoramento do estabelecimento determinar que o
programa revela deficiências de higienização que poderia causar perigo para a
segurança do alimento, ou impacto na integridade do produto alimentício, é
necessário que o estabelecimento corrija o problema. A presença de pragas é
uma discrepância com a higienização, e que deverá ser resolvida
apropriadamente ao ser identificada. A solução apropriada depende da
situação, por exemplo, no caso de moscas em uma área de processamento,
uma correção pré-determinada em um breve prazo pode exterminar moscas
existente e limpar áreas onde ocorre a manipulação de lixo próximo á indústria.
Uma solução a longo prazo pode exigir a instalação de cortinas de ar, e a
mudança dos ambientes de armazenamento de resíduos para zonas afastadas
do acesso à indústria.O programa de controle de pragas deverá ser entendível
e estar baseado na filosofia do manejo integrado de pragas. Os arquivos de
controle de pragas servem como parte da documentação essencial para um
programa de sanitização e devem incluir, mas não devem se limitar ao
seguinte:
-Mapa da localização das armadilhas para roedores, localização da isca
e dos eletrocutores de insetos.
-Programa de manutenção das armadilhas para roedores, das iscas e
eletrocutores de insetos.
-Lista e inventário de todos os pesticidas usados no programa, inclusive
uma cópia de todos os rótulos.
-Procedimentos operacionais padrão para a avaliação do pesticida pelo
pessoal interno.
-cópias de todos os informes emitidos por um operador e externo de
controle de pragas, lista dos insetos e/ou roedores encontrados, as áreas de
atividade das pragas, a aplicação de qualquer pesticida (o nome do químico e
quantidade aplicada).
-Informes das inspeções internas de controle de pragas, com as ações
corretivas enumeradas.
-Informes de todos os problemas com a parte físca do estabelecimento
ou equipamentos que não estejam de acordo com o programa de sanitização
da planta, com as ações corretivas tomadas e por quem, claramente detalhado.
CONCLUSÃO

As práticas eficientes de higiene podem reduzir significantemente os


problemas com as pragas. Se as normas de higiene apropriadas não forem
mantidas, haverá um aumento do lixo, resíduos e desordem, facilitando a
atração de roedores e outras pragas. Estas pragas quando alcançam a
indústria causam um problema de difícil resolução.

BIBLIOGRAFIA

APOSTILA CURSO BPF E APPCC –SENAI/SC

http://pcocontroledepragas.com

http://www.tamandua.com.br

ARTIGO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS – JOSÉ CARLOS


GIORDANO

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