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Tat twam asi

fórmula sânscrita

que quer dizer Tu és este, e que expressa a


identidade fundamental de todos os seres por trás
da aparente multiplicidade; fusão do mundo
interior

com o mundo visível


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No princípio era a ameba.

E a ameba criou bracinhos, criou perninhas,

desenvolveu a cabeça,

cresceu e virou um monte de outros bichos maiores,


gigantescos mesmo,
onde ela ameba

e sua tribo de parasitas puderam entrar, morar,

comer e procriar em paz, vivendo felizes assim

para todo o sempre.

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Claro que a vida não é só isso, mesmo para uma
ameba. Como toda criatura viva, ela tem que lutar
pela sobrevivência – tanto no plano imediato, que é
arranjar abrigo e comida, quanto a longo prazo,
garantindo a continuação da espécie.

– E daí?, pergunta aquela senhora, já com


desgosto de tanta ameba logo na abertura, parece
que nem leu o título, mas, enfim, tem todo o direito
de perguntar: – E daí?

Bem, daí que nós humanos somos o que se chama


polidamente de “hospedeiros” de criaturas
primitivíssimas como as amebas, ou protozoários,
e também de vermes, como lombrigas e tênias. É
em nós, graças a nós e ao nosso sangue que eles
sobrevivem.

– Ha!, faz ela com um muxoxo. – Mas isto é coisa


do passado. Antigamente sim tinha-se muitos
vermes, as crianças, os adultos, todo

ano tomávamos vermífugos e laxantes para


eliminar parasitos, mas isso mudou!

A medicina progrediu muito!

Bom, mas há quanto tempo a senhora não faz um


exame para conferir?

– Ora, e para que é que eu vou fazer?

Na televisão, no Fantástico, apareceu uma


reportagem mostrando que a maioria dos
resultados dá negativo. Se é assim, nem adianta...

É verdade. A maioria dos resultados dá negativo.


Culpa dos planos de assistência, dizem; que pagam
uma mixaria por cada exame realizado, então os
encarregados

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também só dão uma olhadinha. Assim fica difícil
achar alguma coisa, mesmo na era do microscópio
computadorizado.

E acontece que é muito comum termos não só um,


mas dois, quatro, cinco ou mais tipos diferentes de
parasitas. São milhões de anos de adaptação
recíproca. Por isso mesmo, embora sempre nos
causem pequenos danos, se não conseguirem
colonizar completamente nossas entranhas, sua
passagem será discreta e perfeitamente suportável.

– Eu, hem? Bichos nojentos...

Ué, minha senhora, e as baratas?

E as aranhas, lagartas e lesmas?

E os piolhos e pulgas e carrapatos?

Também são desagradáveis, mas a gente encara.


Quer coisa mais chata do que chato? E mosquito?

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– Ah, mas vermes são diferentes. Vermes estão
dentro!

Justamente, minha senhora. Não podem ser vistos,


e o que os olhos não veem, o coração não sente. Já
a barriga...

– Outro dia esteve no programa do Jô uma moça,


uma jovem bailarina, que ficou tetraplégica porque
teve vermes na coluna.

Justamente, minha senhora, justamente. Eles


podem fazer coisas inacreditáveis.

– E a minha sobrinha, dia destes, botou uma


lombriga imensa, nem sei bem se era lombriga ou
solitária, coisa louca, sabe?

Pois é, então...

– Tenho pavor dessas coisas. Imagine, um bicho


dentro!... Me contaram uma história...

um rapaz... no hospital...
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Vermes?

Melhor não tê-los!

Tem toda a razão aquela senhora: melhor não

tê-los. Além de contrariarem profundamente nosso


ideal de limpeza, o fato é que vermes pintam e
bordam dentro do hospedeiro. Andam para cima e
para baixo como se estivessem em casa, e quando as
verminoses

podem

querem se fixar usam ganchos, ventosas e dentes


prejudicar

para se agarrar em nós. Machucam e destroem

não só os

tecidos, invadem a corrente sanguínea e viajam


intestinos,
mas também

pelo corpo inteiro, produzem toxinas ruins para o


fígado,

nós, um horror. Alguns têm boca, aparelho diges-os


pulmões e o cérebro

tivo e ânus; outros absorvem todos os nutrientes pela


própria superfície do corpo, feito esponjas.

Com petem conosco pela comida, já que precisam


das mesmas coisas para viver: proteínas, vitaminas,
minerais, gordura – e glicose, muita glicose, que
armazenam em forma de glicogênio e vão

gastando em sua exaustiva vida de parasitas.

Causam não poucos danos, assim como as pragas de


um jardim. Do mesmo jeito que uma planta

cria fungos ou é comida por uma lagarta ou abriga


centenas de ovinhos do que quer que seja e fica
doente e morre, nossos tecidos externos e internos
podem abrigar um sem-fim de parasitas. E não é
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qualquer sem-fim de parasitas não, é uma


comunidade muito sofisticada que passa por vários
muitas estágios difíceis antes de conseguir se
estabelecer associações são possíveis entre direito.
Como não tem proteção corporal contra organismos
agressões externas, precisa de um lugar quentinho
vivos numa e úmido para viver – de preferência com
comida, e comunidade biológica:

melhor: mastigada, engolida e digerida, fast-food


amensalismo, de parasitas.
carnivorismo,

comensalismo,

Agora, uma notícia boa e outra ruim. A ruim é que,


competição, do milhão e meio de espécies vivas iden
tificadas herbivorismo, mutualismo,

até agora, mais de 2/3 são parasitas. A boa é que


parasitismo, nenhum parasita tem interesse em matar
o hos-predação, pedeiro, porque estaria inviabi
lizando a própria simbiose; são as chamadas

existência.

interações

bióticas

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Os vermes andavam meio sumidos, recentemente

voltou-se a falar deles.


Raul Barcellos, médico carioca que desenvolveu
câncer e alergias

uma dieta contra o câncer e as alergias, acreditava


firmemente que vermes são os grandes causadores
de alergias e câncer.

Hulda Clark, cientista canadense cheia de títulos,


mais câncer

assegura que 100% dos portadores de câncer têm


uma baratinha no fígado, a Fasciolopsis buski.

Na Internet proliferam os sites sobre parasitas, a


maioria gerada por universidades norte-

-americanas e japonesas. Em Parasites, Parasites


and Parasites from Japan, os médicos elegem o
parasita do mês; é lá que está a inacreditável foto
larva no seio

de uma larva de Spirometra saindo viva do seio de


uma mulher que se julgava ter câncer. Em Wellness
Web, Michael Biamonte, nutró logo em Nova York,
afirma que vários pacientes ficaram curados de
diabetes depois de uma vermi fugação diabetes

completa.

A National Geographic Magazine publica 18

páginas sobre parasitas na edição de outubro/97.

Comenta que cada vez mais cientistas veem esses


organismos como criaturas complexas e sutis,
admiráveis à sua maneira e muito mais poderosas

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do que se poderia imaginar. “Eles inspiram em nós
um saudável respeito pelo poder das peque-o poder
do nas coisas”, comenta Daniel Brooks, zoólogo da
pequeno Universidade de Toronto.

Quem de nós sabe alguma coisa sobre esses


inquilinos que jamais pedem licença? Quase
ninguém. A maioria, como aquela senhora, acha que
o assunto já foi resolvido há muito tempo, que
vermes?
verme é coisa de cachorro, de criança, de roça.

quem, eu?!

Não deixa de ter razão; certos vermes atacam mais


quem anda descalço, toma banho de rio e tem

pouca higiene. Mas mesmo a mais cosmopolita

das cidades modernas possui um vasto repertó-

rio de verminoses, afetando no mínimo 30% de


qualquer população do mundo e pegando adultos
assim como crianças e animais. Por uma razão
muito simples: a transmissão geralmente se dá
através dos ovos dos parasitas, que são minúsculos –
e muitos, milhares, milhões.

Por exemplo: você vai num restaurante de luxo e


parece resolve lavar as mãos antes de comer,
cumprindo terrorismo um preceito universal de
higiene. Lavou, secou naquela maquininha de ar
quente, abriu a porta do banheiro para voltar ao
salão e já está carre-gando nos dedos um ou mais
ovinhos que alguém deixou na maçaneta. O rico
pãozinho com patê e trufas que você come em
seguida já leva para dentro quem sabe uma
lombriguinha, quem sabe uma solitária...

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atualmente

E a verdade verdadeira é que, mesmo esterilizando


se divide o
tudo em volta, um parasita sempre vai dar gar-
mundo das coisas vivas

galhadinhas. Pela simples razão de que ninguém em


seis reinos:

pode se esterilizar por dentro nem impedir a vida


plantas, animais,

de seguir seu curso.

fungos,

bactérias,

protistas e

arqueias

protistas são

um grupo

disparatado

de organismos
Mas não são só vermes que singulares

arqueas são

parasitam seres humanos – primas das

bactérias que

sobrevivem

proto zoá rios, bactérias, em situações

extremamente

fungos, vírus, rickéttsias e hostis

príons também vivem

às nossas custas.

protozoários

Protozoários são uma coleção de organismos muito


diferentes entre si, e não um grupo bioló-

gico. O que os classifica juntos é o fato de serem


dotados de uma célula só que faz tudo – come,
excreta, respira, se move e se reproduz sozinha.

Entre eles estão parasitas intestinais como amebas e


giárdias, abundantes em todos os lugares do mundo.
Pertencem ao reino dos protistas, junto com as algas
(não todas) e o limo.

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Vermes, ou melhor, helmintos, são animais de
vermes todos os tipos e tamanhos. Podem viver
livremente, como as minhocas, ou parasitar vegetais
e animais. Podem ser redondos como as lombrigas,
chatos como as fascíolas, minúsculos como os
rotíferos ou enormes como as tênias. Alguns têm
sistemas digestivo e circulatório, outros não têm
cavidades nem orifícios, uns se reproduzem
sozinhos, outros já gostam de sexo, uns vivem
muito, outros pouco, enfim: monotonia, jamais.

Bactérias já não são animais, mas moneras ou


bactérias eucariotas, organismos uni celulares
primitivos, simples e flexíveis, geralmente parasitas,
que crescem e se reproduzem muito rapidamente.

Estão na Terra há 3,5 bilhões de anos e parecem ser


as formas iniciais da vida, a partir das quais tudo se
desenvolveu. Pasme: diz a Encyclopaedia Britannica
que em qualquer corpo humano há mais bacté rias
do que células humanas.

Com necessidades nutri cionais refinadas, bactérias


só conseguem viver parasitando animais, plantas ou
ambientes ricos como o leite, e

geralmente colaboram em nossos processos


nutricionais e digestivos. Acontece que, em certas
situações, uma bactéria amiga se torna agressiva.

A Escherichia coli, por exemplo, mora no intestino


e fabrica as preciosas vitaminas K e D; mas, se entra
acidentalmente no sangue, pode colonizar o corpo
inteiro e levar à morte.

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fungos

Fungos são criaturas um pouco mais estranhas, que


vão do bolorzinho do pão aos mais raros cogumelos.
Sua nutrição é totalmente obtida de matéria
orgânica, viva ou morta, com preferência decla-rada
por carboidratos, isto é, açúcares. Há fungos de vida
livre e fungos parasitários. Os fermentos do pão, da
cerveja, do vinho e do iogurte são fungos; a monília
e a micose, também. Existem até mesmo fungos que
armam arapucas para vermes.

Estimulados por um sinal químico da presença da


caça, secretam uma substância grudenta em toda a
superfície de seus corpinhos. Verme encostou ali,
ficou – e imediatamente o fungo cria uma tromba
que penetra nas carnes moles do verme, ramifica lá
dentro, mata o infeliz e fica mamando seu
citoplasma. Mudemos de assunto.

vírus

Vírus continuam sendo os mais incompreen-síveis


organismos infectantes; ainda se sabe muito pouco
sobre sua estrutura e repli cação.

São simplesmente um ácido nucleico, DNA ou

RNA, com uma capinha de proteína. Parasitas

compulsórios, pois não têm as enzimas necessárias


para produzir componentes celulares, os vírus se
apossam da estrutura das células para se reproduzir,
destruindo-as ou não.

rickéttsias

Rickéttsias são algo minúsculo, entre a menor


bactéria e o maior vírus, que se transmite pela
mordida do carrapato. Infectam humanos e

animais causando febres importantes, às vezes


mortíferas.

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E, finalmente, temos também os príons, a última
príons

novidade em matéria de agente infeccioso. Esses não


têm núcleo, ou seja, não têm a molécula que contém
a informação genética, como é normal

em todas as células e vírus; são apenas proteínas


infectantes, responsáveis pelo mal da-vaca-louca na
vaca e nas pessoas.

Essa grande comunidade


que nos habita só não fica mais à vontade porque

nosso organismo também

precisa sobreviver,

portanto se defende.

Um intrincado sistema bioquímico mantém o que


chamamos de imunidade natural. Ela está pre—

imunidade

sente em todos os fluidos do corpo e em todos os


tecidos, sob diversas formas, de modo que pode
responder rapidamente a alterações no equilíbrio
entre nós e os parasitas, e é o que nos mantém
saudáveis.

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Esse sistema também pode atacar e destruir ovos e
larvas. Mas às vezes só consegue prendê-los dentro
de cápsulas que se alojam em algum tecido.

Aí, de duas, uma: ou a larva continua viva e


crescendo, ou morre lá dentro e acaba calcifi cando
ou virando coisa pior, a menos que seja absorvida
pelas células fagócitas. Na página 129 e em http://

larva com

correcotia.com/vermes/larva.htm está a incrível


endereço na

foto de uma jovem Spiro metra erinaceieuropaei,


rede

parasita de gatos e cachorros, saindo viva do seio de


uma mulher de 46 anos que foi operada porque
tinha um caroço crescendo, supostamente câncer.

Quando cortaram o cisto, a larva de uns 8 ou 9

centímetros saiu correndo.

Um consolo: bactérias, fungos e vírus também


parasitam os vermes, assim como pulgas e
carrapatos parasitam os cachorros e gatos da casa.

cupim

Há parasitas onde a gente menos espera. Nos


cupins, por exemplo. Você sabia que alguns deles só
comem madeira porque têm, dentro de sua
minúscula barriga, protozoários parasitas que
digerem a celulose? Sim, e esse protozoário é
notável pela rapidez com que se dirige aos
pedacinhos de madeira mastigados por seu
hospedeiro. Pois bem: sabe quem acelera o
movimento?

Bactérias espiroquetas que se agarram nele feito per


ninhas. Já não é mais um inseto, é um condo-mínio
completo...

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Na escala biológica o modelinho parasita-
hospedeiro se reproduz na proporção de dois para
um, e no final nós humanos parasitamos

a Terra, sem a qual

não podemos viver.

E então tudo bom, tudo lindo, tudo é perfeito na


natureza e não há nada a fazer? Bem...

vermes são

só 648 milhões

Há dois milhões de anos enfrentamos os mesmos de


anos mais desafios para sobreviver: comida, abrigo,
saúde. experientes Antes da injeção de penicilina
(que, aliás, é um do que nós, humanos

fungo que destrói bactérias), morria-se de qualquer


infecção. A higiene, a medicina, a química e a
tecnologia avançaram muito, mas doenças
infecciosas e parasitárias continuam sendo a maior
causa de morte no planeta. E sempre que se tem
uma doença dessas é porque o organismo foi
tomado por uma multiplicação de criaturas, vindas
de fora ou presentes em nós há muito tempo, que
encontraram condições de se desenvolver além do
razoável e acabam nos ameaçando a vida.

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O desafio, portanto, continua.

Impossível evitar a aquisição de micróbios, porque


eles estão em todos os lugares e nós somos seu
habitat natural.

Impossível combatê-los radicalmente, porque


estaríamos nos intoxicando em níveis insuportáveis.

Nosso conceito de saúde é que precisa


ser mais ecológico. Aceitar a

ideia de que somos hospedeiros

potenciais e habituais das

coisas mais incômodas,

agres sivas, esqui sitas

e irritantes, e brigar

todos os dias pela

parcela diminuta

de bem-estar que

nos dá a vitória

sobre elas.

Ainda que

não cheguem ao
ponto de causar

doenças graves,

o desgaste gerado

pelo con junto

de sin tomas

é um tremendo

redutor da nossa

qualidade de vida.

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A vida

comendo solta

O alimento mais importante do planeta Terra é a luz


do sol. A clorofila dos vegetais a absorve e princípio
universal:
usa para converter dióxido de carbono em carboi-
tudo o que dratos simples, que por sua vez viram
proteínas, é vivo tem que lipídios e amidos que
formam e nutrem as células comer para continuar
vivo

vegetais que constroem as plantas. A partir daí,


primeira todo mundo se dá bem: plantas são
comidas por lei da selva: ser animais herbívoros, que
por sua vez são comidos feliz –porque, por animais
carnívoros e onívoros, que depois se você está meio
jururu,

de mortos terão a carniça disputada por hienas, vem


uma urubus, vermes e outros bichos de gosto
duvidoso, proteína mais e ao mesmo tempo todos
dão de comer àquele feliz e come você (PPL)

sem-fim de parasitas que já conhecemos. No final, o


que resta são compostos químicos, devolvidos à
terra por fungos e bactérias característicos da
putrefação e novamente aproveitados pelas plantas.

Parasitas são muito gulosos. Consomem tecidos,


sangue, outros fluidos e o conteúdo intestinal nobre
do hospedeiro, incluindo secreções digestivas. Quase
todos dependem de glicose para obter energia,
exatamente como nós. Tênias, fas cíolas e lombrigas
em geral podem armazenar até 60% de

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seu peso em glicogênio, fazendo reservas que duram
até 24 horas caso o hospedeiro não lhes forneça
nenhum carboidrato. Por isso é que a pessoa com
vermes sente tanta atração por doces, que são uma
forma rápida de conseguir glicose – parte do açúcar
Diphy llo -

é absorvida pelas paredes do estômago e entra logo


bothrium latum

é um verme

na corrente sanguínea.

que adora

vitamina B12;
Em termos de comida, o que os parasitas roubam
vive num ponto

de nós é relativamente pouco. Como são animais do


intestino

pequenos, a quantidade de nutrientes de que pre-


delgado onde pode interceptar

cisam para viver não significa grande coisa. O

a B12 da comida

problema é outro: eles atrapalham a digestão e a


antes que ela

assimilação de nutrientes.

chegue ao

local onde

Atrapalham a digestão porque ficam grudados


normalmente

o humano
nos órgãos que produzem substâncias digestivas, a
absorve, no

como fígado e pâncreas, ou nos canais por onde


íleo, e acumula

tanto dessa

essas substâncias chegam ao intestino delgado;


vitamina que fica

afetam a atividade das enzimas; os que vivem no


todinha

intestino provocam alterações em sua estrutura, cor-


de-rosa

danificando as pequenas saliências por onde os


nutrientes são absorvidos; provocam diarreia e
vômitos que jogam fora a comida que já estava lá
dentro.

Um fator agravante nas infecções parasitárias é que


geralmente elas são múltiplas – vários tipos de
vermes, cada um com suas bactérias, fungos e vírus,
todos brigando pelo seu pedacinho de alguma coisa
e produzindo toxinas sem parar.

Como a fome e o apetite também diminuem

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em determinados momentos da infecção, o

final da história é sempre o enfraquecimento do


hospedeiro.

Temos três tipos de necessidades nutricionais: perma


nentes, vege ta tivas e eventuais. nas infecções
Permanentes para o dia a dia do organismo em por
giárdia situações normais; vegetativas para fases
cresci-também há mento e gestação; eventuais
quando há infecção deficiência de B12, mas é

ou dano aos tecidos, como cortes, queimaduras e


por causa das lesões causadas por parasitas.

bactérias que

acompanham

Se o hospedeiro não estiver com as duas primeiras a


giárdia e se necessidades nutricionais atendidas,
dificilmente apropriam da vitamina

vai sobrar alguma coisa para a terceira.

a giardíase

Fora o fato de que desencadear uma resposta


também dificulta a absorção de

imunológica à infecção tem um custo nutricional


vitamina A considerável, mexe com o metabolismo
das proteínas para liberar aminoácidos e geralmente
utiliza as reservas do organismo. Se é que elas
existem, já que nesses momentos o hospedeiro
padrão se alimenta mal, digere pior e assimila quase
nada.

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Nós, eles, sintomas e

parasitas não

produzem reações

sensações boas

Mal-estar, dor de cabeça, vertigem, desconforto e


fraqueza podem facilmente ser sintomas de
parasitose leve ou moderada

Dores ao redor do umbigo, principalmente quando


se aperta

Orelhas e nariz coçando, nariz escorrendo

Lábios úmidos à noite e secos durante o dia

Unhas roídas, em mau estado, ou com afundamento


no meio da unha do polegar

Coloração amarelada no branco dos olhos junto ao


nariz

Dores articulares nos adultos

Dores na altura do coração

Engasgos inexpli cáveis indicando possível obstrução


passageira nos tubos respiratórios

Reflexos lentos, letargia, mãos muito desajeitadas


Pupilas sempre dilatadas, principalmente em pessoas
de cabelo claro

Rosto amarelado

Taquicardia
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Secreção excessiva de saliva (ptialismo), inclusive


dormindo

Dentes trincados ou rangendo à noite (bruxismo)


Coceira anal: sintoma detestável produzido

somente por oxiúros – a zelosa parasita-mãe, que é


branquinha, fina como fio de linha e mede 1
centímetro de comprimento, deixa milhares de
ovinhos ao redor do ânus do hospedeiro para ter
certeza de que eles vão sair e tentar a vida Deu no
jornal: uma pesquisa entre crianças atendidas por
problemas psiquiátricos no Instituto Pinel do Rio
de Janeiro mostrou que 74%

tinham parasitoses intestinais.

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A incidência é alta tanto entre as que apresentam os


distúrbios de aprendizagem e comportamento mais
comuns, como agitação e agres si vidade, quanto
entre as crianças autistas e psicóticas
O desenvolvimento da criança que tem vermes

é muito prejudicado em altura e musculatura, e o


aproveitamento escolar é baixo

A criança geralmente tem olheiras e pele seca


Queixa-se de distúrbios visuais

Tem diarréias e prisão de ventre alternadas e crises


de dor que acabam passando sozinhas Faz xixi na
cama, fala dormindo, range ou trinca os dentes?
Podem ser sintomas

A barriga é grande quando há muitas lombrigas


adultas

Irrita bilidade, muitas vezes acompanhada por


histeria, manha, mau humor e agitação, também faz
pensar em vermes e na perturbação que eles podem
estar causando ao hospedeiro

Anemia periódica é o grande indício das verminoses:


elas dificultam os processos de digestão e
assimilação da comida, e o sangue sofre as
consequências.
Aspecto da pessoa anêmica: pálida, pele desidratada,
com olheiras. Quando estica o braço e a mão, as
unhas ficam brancas ou azuladas

amigdalótomo:

instrumento

de cortar

amígdalas fora,

quando isso era

moda porque

elas inflamavam

muito

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Sintomas digestivos Desejo intenso por vários tipos
de comida, com uma sensação de fome que é difícil
satisfazer; comer mais que o normal e ainda sentir
fome

Falta súbita de apetite

Arrotos, gases intestinais, indigestão, sensação de


ardência no estômago

Sensação de enjoo, algumas horas depois de comer,


acompanhada ou não por uma dor tipo cólica logo
abaixo do estômago

Várias evacuações pequenas em vez de uma grande,


ou fezes esfaceladas

Diarréia alternando com prisão de ventre

Áscaris e giárdia afetam a atividade da lactase, a


enzima que ajuda a digerir lactose, o açúcar do leite

Giárdia também gera má digestão de gorduras

Problemas de digestão e absorção são iípicos de


infecção por estron gi loides

Vários vermes adultos vivem nos dutos biliares –


Fasciola hepatica, Clonorchis sinensis,
Strongiloides Stercoralis, Opistorchis viverrini e O.
felineus A fascíola migra pelo fígado durante várias
semanas até chegar aos dutos e aí pode querer
alimentar-se de seu revestimento, que vai
engrossando cada vez mais em resposta à agressão;
o resultado é que a passagem tende a fechar,
impedindo a bile de chegar ao intestino para ajudar
na digestão das gorduras

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Ascaris, clonorchis e opistorchis também podem
invadir e bloquear os dutos pancreáticos, causando
pancreatite aguda

O euritrema é um verme que come o pâncreas

Outra que de vez em quando invade o pâncreas é a


giárdia

Amebas necrosam os tecidos do fígado, do pulmão,


do cérebro

Esquis tos somas são especialistas em provocar


hemorragias, tanto nas paredes intestinais quanto nas
da bexiga

Sintomas psíquicos

Memória ruim

Pensamentos confusos

Inquietação, agitação contínua

Dificuldade de concentração

Constrangimento, timidez excessiva, vergonha


Insônia, agitação noturna, pesadelos

Depressão, negatividade

Apatia

Angústia, sensação de opressão no peito


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Sintomas pulmonares Toda perturbação respiratória
sem causa óbvia deveria levar à investigação das
parasitoses.

Veja só que coleção de sintomas possíveis:

Entamoeba hystolitica: derrame pleural e abscesso


pulmonar

Toxoplasma gondii: pneumonia difusa Leishmania


donovani e Plasmodium: infiltrações pulmonares
pequenas

Paragonimus westermani e P. kellacotti: tosse,


hemoptise, bronquiectasias císticas

Schistossoma mansoni e japonicum: infiltração em


placas e hipertensão pulmonar

Echinococcus granulosus: purulência, infiltração


em placas, cistos hidáticos
Strongyloides stercoralis: infiltração em placas
Ancylostoma duodenale e Necator americanus:
infiltração em placas

Ascaris lumbricoides, Toxocara canis, cati:


infiltrações migratórias e broncoespasmo

Dirofilaria immitis: infiltração, lesões em forma de


moeda

Trichinella spiralis: dores torácicas e sensibilidade


intercostal.

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Onde é a festa

e quem faz

INTESTINOS

Nematódeos: Anisakis sp., Ascaris lumbricoides,


Ancylostoma duodenale, Capillaria philippinensis,
Enterobius vermicularis, Necator americanus,
Strongyloides stercoralis, Trichuris trichiuria

Cestódeos: Diphyllobothrium latum, Dipylidium


caninum, Hymenolepis nana, Taenia solium, Taenia
saginata Trematódeos: Clonorchis sinensis,
Echinostoma ilocanum, Fasciola hepatica,
Fasciolopsis buski, Opistorchis viverrini,
Paragonimus westermani, Schistosoma mansoni, S.
japonicum, S.intercalatum Protozoários: Endolimax
nana, Entamoeba coli, Entamoeba hartmanni,
Entamoeba

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histolytica, Iodamoeba butschlii; Cryptospori dium
parvum, Cyclospora cayetanensis, Isospora belly,
Sarcocystis spp; Chilomastix mesnili, Giardia
intestinalis (Giardia lamblia), Trichomonas
intestinalis SANGUE

Nematódeos: Brugia malayi, Wuchereria bancrofti,


Loa loa, Mansonella ozzardi, Mansonella perstans
Protozoários: Plasmodium falciparum, Plasmodium
malariae, Plasmodium ovale, Plasmodium vivax,
Toxoplasma gondii, Babesia sp. (inclui Lyme)
SANGUE, MEDULA ÓSSEA, BAÇO

Protozoários: Trypanosoma cruzi, Trypanosoma


brucei rhodesiense / gambiense, Leishmania
donovani

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Cestódeos: Echinococcus granulosus (hidatidose),


Taenia solium (cisticercose), Taenia multiceps
(coenurose) Nematódeo: Angiostrongilus
cantonensis Protozoários: Toxoplasma gondii,
Trypanosoma brucei rhodesiense / gambiense
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CORAÇÃO E MÚSCULOS

Nematódeo: Trichinella spiralis Cestódeo: Taenia


solium (cisticercose) Protozoário: Trypanosoma
cruzi PULMÕES
Cestódeo: Echinococcus granulosus Trematódeo:
Paragonimus westermani Incertae sedis:
Pneumocystis carinii FÍGADO E ÁRVORE
BILIAR

Cestódeos: Echinococcus granulosu, Echinococcus


vogeli

Trematódeos: Schistosoma japonicum, Schistosoma


mansoni, Fasciola hepatica, Clonorchis sinensis,
Opistorchis viverrini Protozoários:
Cryptosporidium parvum, Entamoeba hystolitica,
Leishmania donovani, Enterocitozoon bienensi

TRATO GENITURINÁRIO

Trematódeo: Schistosoma haematobium


Protozoário: Trichomonas vaginalis

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OLHOS

Nematódeos: Dirofilaria spp., Onchocerca


volvulus, Toxocara canis Protozoários:

Acanthamoeba sp.,
Toxoplasma gondii

PELE

Nematódeos: Dirofilaria spp, Loa loa, Onchocerca


volvulus, Larva Migrans cutânea

Protozoários: Acanthamoeba sp., Leishmania


(Viannia) braziliensis, L. mexicana, L. tropica, L.
major, L.

donovani (infantum), L. aethiopica Insetos:


Sarcoptes scabiei (sarna), Pediculus humanus
(piolho), Pthirus pubis (chato), Cimex lectularius e
hemipterus (mosquitos), Pulex irritans, Xenopsylla
cheopis, Tunga penetrans (pulga e família) e
inúmeras espécies de moscas de todos os tipos e
tamanhos: Auchmeromyia, Calliphora, Callitroga,
Crysomyia, Cordylobia, Lucilia, Phormia,
Dermatobia, Gasterophilus, Hypoderma,
Sarcophaga, Wohlfahrtia, Collembola

33
QUALQUER LUGAR

Cistos e larvas que, por alguma razão,

não conseguem completar o ciclo

e tornar-se vermes adultos

Além disso, não confundir...

amebíase intestinal aguda com disenteria bacilar,


retocolite hemorrágica, diarréias bacterianas ou
virais colite pós-amebiana com câncer cólon-retal,
colites, outras patologias do cólon

aspergilose com broncopatias bacterianas,


tuberculose, câncer do pulmão

amebíase hepática com abscessos bacterianos,


cirrose, câncer primário de fígado, cistos hidáticos
superinfectados fasciolose hepática multilocular com
câncer de fígado cisto hidático com cisto biliar,
doença policística, cisto ovariano, abscesso

toxoplasmose com mal de Hodgkin


síndrome de Loefler com pneumonia

34

Anemia

Anemia é sempre sinal de que há alguma coisa a


célula é a menor unidade

errada. Indica que o sangue tem menos células


estrutural vermelhas – eritrócitos – e está deficiente
em de matéria viva capaz

he mo globina, o pigmento que transporta oxigênio.


de funcionar Isso afeta o organismo inteiro,
debilitando todos sozinha; os sistemas.

pode ser um
organismo

Existem cerca de 100 variedades de anemia, mas


completo, como as bactérias e

as causas se resumem a três. A primeira é a perda


protozoários de sangue aguda ou crônica, comum
quando há todas as células ver minoses intestinais, já
que os parasitas per-são parecidas furam
constantemente o revestimento interno do em
composição, forma e função

intestino e de outros órgãos para se agarrar e/

ou se alimentar de sangue, e quando mudam de


lugar deixam pequenas hemorragias acontecendo.

A segunda causa de anemia é um aumento da

35
destruição de células vermelhas. E a terceira é a
redução na produção de células vermelhas, por uma
das seguintes causas: deficiência de um ou mais
nutrientes (sobretudo vitamina B12, ácido fólico e
ferro, que são necessários para a síntese das células
vermelhas, e que os vermes adoram); células são

desordens na medula óssea; deficiência de certos


formadas por

hormônios; inibição da formação das células

moléculas

devido a certas drogas, ou devido a toxinas pro-


molécula é um grupinho

duzidas por doe n ça – particularmente infecção de


átomos,

crônica, câncer generalizado e falência renal.

iguais ou

não, ligados

Na anemia o sangue leva muito pouco oxigênio por


agentes
aos tecidos, o que estimula o pulmão a aumentar
químicos,

grupinho esse

a taxa respiratória para colher mais oxigênio, e o que


constitui a

coração a pulsar mais para aumentar o volume de


menor partícula

sangue circulante (o que faz com que seu tamanho


em que um

elemento ou

também aumente). A aceleração do fluxo de


composto

sangue costuma provocar dor de cabeça. Sintomas


pode ser

dividido

de deficiência de oxigênio nos tecidos incluem sem


perder suas

latejamento nos ouvidos, tontura, desmaios e


características

respiração curta. Psicoses e alucinações podem


físicas e

químicas

ocorrer quando as deficiências do sangue reduzem a


oxigenação do cérebro.

Parasitas competem com o hospedeiro por

nutrien tes importantes para o sangue, como ferro e


vitamina B12, entre outros. No começo isso faz a
pessoa ter mais fome, depois o organismo não faz
força nem para comer. Outro sintoma característico
é a perversão do paladar – os anêmicos lambem cal,
comem papel e terra; antigamente as

36
feiras do nordeste vendiam tabletes de barro para
satisfazer esses apetites.

Anemia ferropriva, ou por deficiência de ferro, é a


mais comum. O ferro vem da alimentação

e é absorvido no intestino. Um adulto precisa de


menos de 4 gramas de ferro em circulação, as
maiores e deve repor 10 a 15 mg por dia. A
deficiência moléculas que ocorre quando não há
ferro suficiente na comida, existem são as ou não há
boa absorção pelos intestinos, ou há que transmitem
o código

perda anormal de sangue – em parasitoses intesti-


genético, as nais, mulheres com menstrua ções
hemorrágicas e características homens com úlcera
péptica, por exemplo. Língua hereditárias, aquilo
que

lisa, unhas fracas e quebradiças, cabelo sem faz com


que brilho. Trata-se facilmente com sulfato ferroso.

um humano

permaneça
A anemia perniciosa tem esse nome porque se
humano e um vegetal

desenvolve lentamente, como resultado de uma


permaneça um deficiência de vitamina B12 – que é
vermelha e se vegetal, ainda encontra em animais,
mas não em vegetais.

que as células

se renovem o

A deficiência de B12 é mais comum em vegetaria-


tempo todo nos mal nutridos, em pessoas
parasitadas pelo esse código Diphy llobothrium
latum (parasita de peixes), nas está contido no
DNA, ácido que sofrem de má absorção no intestino
delgado e desoxirribo– nas que têm divertículos
intestinais ou obstruções nucleico, ou no RNA,
ácido

parciais onde haja pouca oferta de B12 para muita


ribonucleico demanda de vermes e/ou bactérias.

Os sintomas de anemia perniciosa incluem


fraqueza, palidez de cera, língua lisa e brilhante,
distúrbios gastrointestinais e problemas neuroló-

gicos. Pode atingir um ponto muito grave antes

37
de ser diagnosticada, porque vai aumentando com o
tempo. Se houver danos neurológicos, serão
irreversíveis; se não for tratada, mata.

A tolerância de cada pessoa à

anemia varia muito, e depende

em parte da velocidade com que

ela se desenvolve. Se for lentamente, a pessoa pode


resistir a

estágios graves de anemia com

pouca ou nenhuma queixa,

enquanto a anemia galopante

provoca sintomas fortes

e pode ser fatal.

O tratamento depende

do diagnóstico. Vai
detectar e remover

fatores tóxicos,

suprir nutrientes

que faltam,

impedir a

destruição das

células vermelhas

e às vezes restaurar

o volume de sangue

com transfusões.

38
Infecção Infecção é a presença exacerbada, dentro
do corpo, de um ou vários agentes infecciosos
(bacté rias, o DNA determina a
vírus, fungos, protozoários e vermes), e a con-
composição se qüente reação do corpo a eles e às
toxinas que das proteínas, produzem. Muitas vezes a
saúde não é alterada que são combinações de

pela infecção; quando é, o conjunto de sintomas


aminoácidos passa a ser considerado doença
infecciosa. Ao cada tipo mesmo tempo em que é
prejudicado, o corpo do de tecido do hospedeiro
serve de território para o hóspede se nosso corpo e
milhares

multiplicar e infectar outras pessoas.

de funções

são exercidas

Agentes infecciosos entram pelo ar, pela água, por


proteínas pela comida, pela saliva de mosquitos,
carrapatos diferentes, e animais raivosos, pelas
feridas abertas, pelas das quais só 500

foram estudadas
trocas sexuais. Há reservatórios inesgotáveis deles
até agora em todos os animais. É impossível evitá-
los, e síntese de também não há por que – afinal, ter
contato com proteína significa os outros habitantes
do planeta faz parte da vida, e escalação de
aminoácidos:

nem tudo é um conto de fadas: a praia mais mara-


forma-se um vilhosa tem mosquitos, a maioria dos
buracos tem time e e ele minhoca, a maioria das
goiabas também, dentes entra em campo ficam
cariados, chove de repente, o trânsito é vio-outro
ácido nucléico

lento e quem a gente queria não veio. A vida está é o


RNA, sempre sujeita a riscos, infectar-se é só mais
um. que traduz as informações

Os parasitas passaram milhões de anos batalhando


genéticas para seu lugarzinho à sombra e
desenvolveram métodos as proteínas sensacio nais
de se acomodar ao hospedeiro. Tanto assim que a
doença parasitária propriamente dita,
39

que causa sintomas e prejuízos evidentes para a


saúde, só acontece por um dese qui líbrio na relação
hospedeiro-parasita: é quando a pensão vira casa da
sogra, geralmente porque a gente vai deixando, vai
deixando... E aí fica difícil de lidar. Há tênias que
duram muito mais que o casamento, amebas de uma
vida inteira, giárdias de estimação...

Mas vírus, vermes, fungos, bactérias, rickéttsias,


príons, todos eles têm que enfrentar opositores
naturais dentro do corpo. Anticorpos e antitoxinas
são formados especificamente para interagir com
aquele invasor naquele momento, e é muito raro a
infecção virar doença infecciosa numa pessoa
saudável. Na infecção, o que conta é simplesmente a
capacidade de reação do organismo. Tudo pode se
resumir a muito pouco, se o organismo está forte; ou
levar à morte, se não está.

40
Inflamação O lugar fica quente, vermelho,
endurecido e dói? existem dois Temos uma
inflamação. Seja devido a infecção, tipos de células:
frio ou calor excessivos, contusões, ácidos, alca-
procariontes, linos, irradiação, a causa não importa:
qualquer mais simples, que formam

alteração do tecido pode provocar inflamação.

as bactérias e

as microalgas
Ela tenta destruir, diluir ou isolar tanto o agente
verdeazuis, e agressivo quanto o tecido lesado. O
calor vem do eucariontes, que fluxo de sangue
aumentado; o rubor é dos vasos compõem todas as
outras formas

sanguíneos dilatados; o entumes cimento é gerado


de vida por essa dilatação mais a formação de exsu
dato, têm a mesma que é uma mistura de líquido,
células e fragmentos composição celulares; e a dor é
consequência da pressão do molecular e atividades
muito

edema e das substâncias químicas liberadas nos


semelhantes: processos inflamatórios.

todas trocam

substâncias com

Inflamação crônica é aquela em que a causa do o


ambiente para dano ao tecido, seja lá qual for, nem
mata a vítima se manterem vivas

nem se deixa neutralizar pelas defesas do corpo. o


espaço Acaba havendo uma relação simbió tica entre
entre elas é invasor e hospedeiro, porque os
fagócitos não preenchido por conseguem digerir e
eliminar os irritantes que uma geléia de
polissacarídeos

engoliram.

e água na

qual estão

Muitas vezes há lesão dos tecidos; é preciso que


suspensas fibras a inflamação cesse para que possam
entrar os de proteína mecanismos de regeneração e
organização que que mantêm as células juntas

compõem a cura. Na regeneração, as células para


formar sobreviventes ficam se dividindo até fechar a
tecidos ferida; na organização, novos vasos
sanguíneos

41
e células formadoras de tecido conectivo crescem na
área danificada para produzir tecido conectivo
vascularizado e tecido cicatricial. Até mesmo células

lesões mínimas como acne infectada produzem

geralmente se

organização e cicatrização.

reproduzem

dividindo-se

em duas outras

células idênticas

morrem de

morte natural,

com o tempo,

Febre
ou necrosadas,

quando há

doença, acidente

A febre é a forma mais comum de reação do orga-


ou lesão nismo a uma infecção. A presença de uma
grande a necrose

população de micróbios desencadeia intenso é


causada

movimento no corpo inteiro, em todos os tecidos.

por enzimas

intracelulares

O calor interno aumenta e acelera a produção, cir-


que são culação e atividade das células brancas, de
defesa.

ativadas pela

Basta uma pequena elevação da temperatura para


própria lesão

para destruir

acabar com a maioria dos vírus e bactérias – e é as


células

por isso que não se deveria dar nada para baixar


danificadas

a febre abaixo de 38,5 graus nos primeiros 3 dias, só


chá e mais chá e compressas frias ou rodelas de
batata crua na cabeça para absorver a quentura.

Febre preo cupante, só se for alta ou durar mais que


três dias.

42
Mas e a

imunidade, nada?

Tudo! As infecções parasitárias estimulam todos os


mecanismos de defesa do corpo, que vão ser mais
ou menos eficientes dependendo do parasita, do
estágio da infecção e da saúde do hospedeiro.

43
– Se encontrarem o inimigo, comam-no!

É com essa ordem que o time das células fagócitas


entra em campo. Anticorpos, células macró fagas,
basófilas, eosi nófilas, neutrófilas, plate le tas, imuno
globulinas, interferon, citoquinas, inter leu cinas e
muitas outras percorrem o sangue e comem os seres
indesejáveis, assim mesmo: nhac! Quando fazem
contato com algo que precisa ser destruído, seja uma
bactéria ou um material inerte como poeira, seu
citoplasma envolve a partícula e forma uma
bolsinha, que se funde com outro saquinho que
contém enzimas digestivas. Se a composição
química da substância estranha permite sua
degradação pelas enzi mas, ela é destruída; se não, é
retida no fagó cito e impedida de maiores contatos
com o hospedeiro; mais tarde será despejada na
linfa.

Os tecidos que formam baço, fígado, nódulos


linfáticos e medula óssea são especialmente ricos em
fagócitos.

Entre as células brancas do sangue há fagócitos


capazes de migrar através dos vasos sanguíneos para
áreas de inflamação ou infecção. Lá se multiplicam
de acordo com a necessidade. Mas também existem
fagócitos de plantão em todos os tecidos, formando
um sistema chamado reti cu-loendotelial. Isso faz
com que possam con trolar

44
uma invasão bacteriana em qualquer lugar, se ela
não for muito grande nem muito virulenta.

Também são eles que engolem as células vermelhas


cansadas ao fim de suas vidi nhas de cento e vinte
dias.

Nas verminoses, os leucócitos que aparecem mais


são os eosinófilos.

Eles se multiplicam para destruir a cutícula que


eosinófilos reveste os vermes grandes. Geralmente o
exame de sangue acusa uma taxa mais alta de
eosinófilos no início da infecção, que depois vai
caindo; a duração da fase alta e da volta ao normal
depende do parasita, do paciente, da circunstância, e
são necessários vários exames de sangue seguidos
para entender o que está acontecendo.

Segundo o professor J.-J. Rousset, em seu livro


Maladies Parasitaires, uma pequena elevação da
taxa de eosinófilos remete a oxiúros (banais, diz ele),
enquanto a elevação súbita e expressiva faz pensar
numa tênia; e aí começa toda uma oxiúros, tênias,
estratégia de exames de sangue e fezes, repetidos,
fascíolas, cistos, para achar ovos, eliminar as
possibilidades de fas-larvas, triquinas, estrongiloides
cíolas, cistos hidáticos, larva migrans, triquinas. &
eosinófilos Quando há estron gi loi des as taxas
ficam subindo e descendo feito um ioiô.

A presença de vermes significa que boa parte do


potencial orgânico de defesa está mobilizada em
uma guerra sem fim, deixando talvez de cumprir
outras tarefas imunitárias – como, por exemplo,
45
identificar e destruir células cancerosas para evitar o
crescimento de tumores, ou simplesmente funcionar
como barreira contra as gripes, viroses, alergias e
dengues da vida.

A pele, o sistema respiratório e o tubo


gastrointestinal são as três barreiras do corpo
contra invasores de todo tipo – vermes,
protozoários,

fungos, bactérias, vírus, produtos químicos,

toxinas, resíduos

sólidos e proteínas

estranhas de

qualquer origem.

46
A pele tem uma camada externa de matéria morta e
duas internas bem vivinhas, profusamente irrigadas
pelo sangue e visitadas por uma intrin cada rede de
vasos linfáticos.

A linfa é um fluido clarinho que banha os tecidos


existem cinco variedades de

do organismo, regulando o teor de líquidos, devol-


imunoglobulina: vendo proteínas ao sangue e
removendo bactérias, IgA, IgM, IgG, partículas
estranhas e células anômalas; muito rica IgD e IgE

em linfó citos e células macrófagas que identificam


IgA é a mais presente no

e comem substâncias indesejáveis; ou seja, a linfa é


intestino, onde a linha de frente da defesa
imunológica. O mate-adere aos vírus rial apreendido
vai dar nos gânglios linfáticos, e bactérias limitando
seu

de onde é encaminhado para fora do corpo pela


crescimento e corrente sanguínea. Gânglios inchados
mostram sua capacidade que há infecção em algum
lugar e que a linfa está de invadir os tecidos,
agindo.

ao mesmo

tempo em

O sistema respiratório, além de também ser prote-


que neutraliza gido pela ação da linfa, tem no seu
revestimento substâncias tóxicas

interno uma camadinha de células cheias de cílios,


recobertas por um muco altamente viscoso onde
ficam presas as partículas indesejáveis; esse muco é
empurrado para a faringe pelo movimento dos cílios,
e de lá é engolido ou tossido.

O grande tubo gastrointestinal é uma das partes mais


complexas do organismo. Para começar, é parte
externa – assim como quintal, área de serviço,
depósito, lavanderia, portão dos fundos.

Parte externa que foi se virando para dentro, se


invaginando e formando um túnel por onde as

47
coisas entram e saem. Florestinha tropical
sofisticada, reserva extrativista da vida microbiana,
nosso trato gastrointestinal começa no nariz e na
boca, inclui n do adenoides, sínus e amígdalas;
termina no ânus.

nariz

O nariz é a entrada e saída dos gases (oxigênio,


dióxido de carbono) que formam e sustentam o
pulmão, que produz oxigênio para o sangue.

boca

A boca é entrada (eventualmente saída) de alimentos


e bebidas que formam o sangue e renovam as
células. Em caso de necessidade, a boca também
respira.

amígdalas

Amígdalas são duas estruturas linfáticas ovaladas,


uma de cada lado da garganta, que produzem anti
corpos contra invasores que entram pela boca e pelo
nariz. São ajudadas pelas ade noides, estruturas
semelhantes que ficam atrás do nariz.

estômago

Aí vêm o estômago, um meio tão ácido que poucos


micróbios sobreviveriam nele, e o intestino delgado,
com sete metros de comprimento, onde o sistema
imunológico mantém cerca de 40

pequenos territórios, as placas de Peyer.

placas de Peyer

Essas placas, visíveis a olho nu, são pedacinhos de


tecido redondos ou ovais que não apresentam o
relevo característico da mucosa intestinal.

Pertencem ao conjunto linfático e sua função é


armazenar células linfoides. Que, verdade seja dita,
são o máximo. Produzidas pelo timo e pela medula
óssea, elas viajam para os tecidos lin-

48
foides e permanecem imaturas até reconhecerem
alguma substância a combater. Aí amadurecem

instantaneamente. Se forem células T, produzidas


pelo timo, proliferam e se dividem em três catego-
células T

rias: as supressoras, as matadoras e as auxiliares


(estas em maioria). Se forem células B, produzidas
pela medula óssea, ao reconhecerem o invasor
células B

elas também amadurecem – e se tornam capazes de


fabricar imunoglobulinas, que são proteínas especia
lizadíssimas em lutar pelo organismo,
imunoglobulinas tanto que se chamam anti corpos.

O apêndice é considerado um nódulo linfático que


virou uma estrutura fixa. Pertence ao intestino
apêndice grosso, que tem cerca de metro e meio e é
a parte final do tubo gastrointestinal.

intestino grosso

O sistema linfático inclui o timo, a medula óssea, o


baço, gânglios espalhados nas axilas, no mesen-e
mais...

tério e nas virilhas, amígdalas, adenoides, tecidos


linfoides bronquiais, intestinais e uro genitais, e uma
rede de vasos comparável à do sangue. Você acha
pouco?

49
50

Bactérias B A C T É R I A S

Escherichia coli

sífilis
tuberculose

São as criaturas vivas predominantes no planeta.

Existem bactérias de todo tipo em todos os lugares


do mundo, do alto dos picos nevados às pro
fundezas do mar.

bactérias:

organismos

Algumas precisam de oxigênio para viver, outras


unicelulares utilizam gases, e para um terceiro grupo
tanto faz. extremamente Essa versatilidade faz com
que as bactérias sejam simples e flexíveis,

muito presentes no ecossistema; elas é que reci-que


crescem e clam, enquanto comem e descomem,
nutrien tes se reproduzem

fundamentais como carbono, nitrogênio e enxofre.


muito depressa São mesmo as grandes responsáveis
pela renovação se forem esféricas,
da vida e estão na base de toda a cadeia alimentar.

são coccus

E, se antiguidade é posto, bactérias merecem resse


forem como peito: o fóssil mais velho já encontrado
é de uma bastões, são bactéria e tem 3,5 bilhões de
anos.

bacilos

se forem

Embora as bactérias sejam mais conhecidas pelas em


curva, infecções graves, como sífilis, cólera e
tubercu-são vibriões, lose, a grande maioria das que
habitam o corpo espirilos ou espiroquetas humano
é de simples comensais.

Comensais são micróbios que comem conosco

e geralmente não criam problemas. Às vezes


resolvem problemas. Vivem nas partes externas do
corpo, isto é: a pele e mais o nariz, a garganta, a
boca, os sínus e todo o canal gastrointestinal,
também considerados parte externa.

51
Na pele, as bactérias ajudam a degradar as células
mortas e destruir os resíduos eliminados por poros e
microglândulas. Nos intestinos transformam
resíduos complexos em substâncias simples e parti-
cipam da geração de compostos químicos essenciais
à vida humana, como as vitaminas D, K e B12.

nas interações

A questão é que as bactérias nem sempre estão só


comensais,

comendo. Basta o ambiente do corpo ficar mais uma


espécie

poluído e as defesas orgânicas falharem que elas se


beneficia

e a outra

começam a se reproduzir desenfreadamente. Um


não é afetada;

estrep to coco fica anos na garganta, quietinho, e o


organismo

de repente explode numa amigdalite aguda; um


comensal

depende do

pneumo coco pelo qual ninguém dava nada detona


hospedeiro

uma pneumonia. Rompeu-se o equilíbrio de forças


para comida,

abrigo, suporte

entre parasita e hospedeiro.

e transporte,

O que foi, o que não foi – qualquer fator coad-


juntos ou não juvante serve de gota d’água:
mudanças de temperatura ou grau de umidade,
alimentação deficien te durante alguns dias, stress,
outros parasitas competindo por alguma vitamina
importante, problemas emocionais, fungos no ar-
condicio-nado, via gens. Gripes são típicas – sempre
incluem alguma forma de infecção, leve ou grave,
que aproveita a vulnerabilidade do hospedeiro.

Quando são as bactérias que mudam de ambiente, o


desacerto é total. Infecções urinárias e renais em
mulheres, por exemplo, quase sempre são

causadas por uma bactéria do intestino que entra na


uretra por falta de higiene adequada.

52
Na boca vivem bactérias muito nossas conhecidas, B
AC T É R I AS

as que fazem os dentes ficarem peludos quando não


são limpos. Elas amam açúcar e amidos em ataques
geral, e, como todas as bactérias, precisam de
cardíacos e glicose como fonte de energia. São
capazes de se derrames: bactérias?
multiplicar muito mais rapidamente se tiver algum
restinho de doce por ali.

A famosa placa bacteriana, que causa cáries o


ambiente e enfraquece a gengiva, é um aglomerado
de da boca estrepto cocos e vários oportunistas; eles
conver-não é ácido nem tem açúcar e outros carbo i
dratos em ácido lático, alcalino, mas neutro, com pH

que vai esburacando o esmalte e o tecido dos em


torno de 7; dentes. Se não for retirada com escova e
fio dental, depois de a placa bac teriana endurece e
vai aumentando; comer açúcar o pH cai

irrita e inflama as gengivas, penetrando entre a para


5,5

carne e a raiz dos dentes, até que eles ficam fracos


quem e amolecem. Se os predominantes Streptoco
ccus não come san guis entrarem na corrente
sanguínea, através açúcar tem 90% menos

de ferimentos nas gengivas, podem até provocar


cáries do que formação de coágulos, apontados
como o fator quem come principal de ataques
cardíacos e derrames.

O estômago quase não abriga bactérias porque seu


nível de acidez é muito alto, devido aos ácidos que
produz para digerir a comida. Mas tem um
lugarzinho chamado antro que não é ácido; ali
podem viver bactérias como a Helicobacter pylori,
que se envolve nos processos de úlcera.

Nos intestinos mora uma quantidade incalculável de


bactérias. Basta dizer que um dedal de matéria

53
B AC T É R I AS

intestinal, pesando apenas um grama, contém dez


trilhões de micróbios.

Agitadíssimos, por sinal. Alguns até fabricando


conviver com

vitaminas K e B, como Escherichia coli, a bactéria


micróbios,
mais popular da modernidade. Sabe-se mais deta-em
tempos lhes sobre a biologia molecular da E. coli
(não de saúde, é

bom: ganha-se

confundir com Entamoeba coli, uma ameba que


imunidade

também se abrevia E. coli) do que sobre qualquer


para lidar com

eles quando a

outro organismo, inclusive humano. É que ela é


infecção for mais

muito fácil de reproduzir – em 20 minutos vira


virulenta

duas – e na biotecnologia industrial usa-se E. coli


tábuas de

para várias coisas, inclusive produção de enzimas.


cortar carne e

Habita normalmente o intestino grosso; só quando


vegetais retêm

menos bactérias

se desenvolve no intestino delgado ou passa para se


forem de

uretra, bexiga e rins é que precisa ser combatida.

madeira

O organismo reage logo, aumentando as secreções


animais

e produzindo febre, e se estiver sadio pode comba-


microscópicos vivem em sofás

ter a infecção. Mas o que se teme numa infecção e


colchões,

persistente é que ela se torne generalizada, com-


alimentando-se de floquinhos de
prometendo o sangue e todos os tecidos; por isso
pele seca

é que se recorre aos antibióticos, que matam esta


aqueles sujinhos

ou aquela bactéria.

na cortina do

chuveiro são

Os Lactobacillus acidophillus são as bactérias muito


mais do

mais simpáticas do intestino. Crescem mais que


sujinhos:

depressa que as outras e dominam o ambiente, são


pequenas

gangues de

impedindo que bactérias nocivas provoquem

micróbios
tormentas intestinais como prisão de ventre e
diarreia. Klebsiella e Bifidobacterium são outras
bacté rias muito úteis. Gases? Uma pessoa normal
solta en tre dez e quinze puns por dia por causa

54

da Me tha no bacterium smithii, que produz gás B


AC T É R I AS

metano nos intestinos a partir das fibras dos puns


cereais e vegetais que digere para nós.

Carnívoros hospedam mais bactérias do que vege


tarianos. Pseudomonas, Acinetobacter e Mora xella
são bactérias de putrefação a quem a carne diz:
Comei e multiplicai-vos.

55
B AC T É R I AS

Microrganismos que podem causar intoxicações


estão sempre presentes – Clostridium perfringens
cozinhar a carne

em carnes que não foram cozidas, guardadas ou até


ela soltar um

caldinho branco,

rea que cidas na temperatura certa, Staphylococcus


e não rosa – au reus nas carnes curadas e Clos
tridium botu li isso vale muito
contra todos

num nas carnes enlatadas. Outras bactérias que os


parasitas,

podem criar problemas em carnes contaminadas


bacterianos

ou mal cozidas são Salmonella, Escherichia coli, ou


não, se

houver razões

Campy l o bacter jejuni e Listeria monocytogenes.

para desconfiar

Importante: nenhuma delas nasce da carne, todas da


carne

são adquiridas no manuseio.

lidar com

carnes e peixes
A pele humana não é um lugar bom para as bacté-

em primeiro

rias. Elas gostam de ambientes úmidos, escuros, e


lugar, lavar a

pia e todos os

a pele é seca e exposta. Então existem apenas cem


utensílios e só

bactérias por centímetro quadrado de pele, a não


então pegar

ser em dias quentes e úmidos, quando a população


nos vegetais da

salada

aumenta alegremente.

Vacas e outros animais herbívoros como cabras,


ovelhas, veados, alces, gazelas, girafas, antílopes,
caribus, cangurus, camelos e lhamas dependem de
micróbios para se nutrir. São equipes de fungos, a
quantidade

de bactérias

bactérias, protistas e vírus que vivem numa parte


num único

especial do estômago chamada rúmen, que só

rúmen é maior

os ruminantes têm, por isso são ruminantes; tais do


que toda

a população

micróbios pré-digerem o capim e a palha para seu da


terra

hospedeiro, cortando-os em pedacinhos e acres-


centando enzimas. Só depois disso é que o animal
regurgita a comida de volta à boca, mastiga mais um
pouco e engole definitivamente.
56
Lactobacillus acidophillus ajudam a preservar B A
C T É R I AS

alimentos, e fazem isso fermentando e acidi ficando-


os de tal modo que outros micróbios não
suplementos conseguem sobreviver. Chucrute, por
exemplo: de Lactobacillus o repolho fermentado se
mantém comestível por acidophillus são importantes

todo o inverno. Além disso, os lactobacilos vão para


restaurar fazer no intestino o que fizeram na comida
– a flora bacteriana

controlar bactérias de putrefação. Isso significa


intestinal intestinos mais limpos.

depois de um

tratamento

Outra maravilha que não existiria sem os com


antibióticos micróbios é o chocolate. As sementes de
cacau receita de fermentam dentro da fruta até
ficarem no ponto; lactobacilos o trabalhinho é feito
espontaneamente por bactérias caseiros na página
187

e fungos como Lactobacillus e Ace to bacter; só


depois disso é que as sementes são torradas.

O leite é riquíssimo em açúcar, e bactérias amam


açúcar, portanto leite é seu paraíso. Tanto que uma
leite cru e tigela de leite largada na pia acidifica
naturalmente queijo fresco sob a ação de Strep
tococcus lactis e S. cremoris são fontes de
contaminação e produz coalhada – muito rica em
ácido lático, por Listeria o que é bom para os
intestinos, mas cheia de monocytogenes, coliformes
fecais, germes de putrefação e outros
Campylobacter jejuni, E. coli bichinhos
indesejáveis, o que é péssimo. O iogurte 0157:H7, é
leite acidificado por bactérias de pro liferação
Staphylococcus aureus, controlada, como
Streptococcus ther mo philus e Salmonella, Lacto
bacillus yogurtii, L. bulga ricus ou L. acido
Shigella
phillus. Queijos são feitos coagulando leite com e
Yersinia enterocolitica renina (enzima do estômago
de jovens mamíferos) ou ácido lático. Alguns ainda
são fermentados

57
B AC T É R I AS

depois disso e produzem fungos, como camem—

bert, roquefort e outros.

Plantas também dependem de bactérias para

crescer. A maioria delas ajuda a enriquecer o solo, a


produção

fertilizar as plantas e eliminar os insetos daninhos.

de proteína

Por outro lado, há mais de 20.000 fungos criando


nos vegetais
ferrugem nas folhas. Outros apodrecem as raízes
depende das

bactérias

das plantas. Há vírus que atacam plantas como o


rizóbias, que

tabaco. Bactérias provocam tumores nos caules de


vivem nas

cebolas e estragam suas raízes. Em compensação,


raízes de

feijões e outras

atualmente a agricultura bio dinâmica faz um con-


leguminosas trole orgânico das pragas usando vírus,
bactérias ao comer e

e fungos para matar ou reduzir a frequência de


descomer elas

insetos. Uma bactéria, Bacillus thuringiensis,


convertem
nitrogênio em

é best-seller no ramo: contém um veneno que

amônia, e com

parece cristal e acaba com larvas, lagartas, brocas,


amônia as

plantas podem

moscas, mosquitos e cas cudos em mais de 400

gerar proteínas

preparados industriais.

que todos os

animais vão

Os compostos orgânicos que adubam hortas e comer

jardins são um manancial de bactérias. Basta juntar


folhas secas, restos de vegetais da cozinha e outros
lixinhos naturais num buraco escuro e abafado que
as bactérias brotam e fazem o resto: mastigam tudo,
digerem e formam húmus. Quem processa as folhas
e a madeira dos galhos são os fungos, especialistas
em tarefas rudes. Conforme o tipo de matéria
orgânica e o tipo de bactéria, os compostos podem
ser frescos ou muito quentes. Algumas bactérias
aguentam uma temperatura de 100o C!

58

Animais e plantas respiram oxigênio; micróbios B A


C T É R I AS
podem respirar oxigênio e compostos químicos
como ferro, ácido nítrico, ácido sulfúrico, dió xi do
de carbono, nitrogênio.

Por isso é que muitas toxinas orgânicas podem ser


removidas do meio ambiente por bactérias, inclusive
herbicidas e pesticidas como 2,4-D

(2,4dichlo ro phenoxyacetic acid), óleo, PCB,


DDT, plásticos e detergentes. Elas adoram o
carbono que esses compostos contêm.

Mesmo compostos inor gânicos, que não têm


vasinho de carbono, podem ser transformados em
coisas transportar menos tóxicas por alguns
micróbios; neste caso sanguessugas, muito usadas

estão o mercúrio das pilhas e baterias, nitritos,


antigamente selênio, arsênico e urânio.

para chupar o

sangue ruim em

certas doenças
E. coli O157:H7,

a bactéria da vez

A Escherichia coli se subdivide em muitos grupos.

O caso dessa cepa de

código O157:H7 é pito—

resco. Dizem os entendidos

que ela foi infectada por um

vírus bacteriano que conse-

59
B AC T É R I AS

guiu enfiar seu próprio DNA no cromosssomo

dela. A partir daí, cada vez que ela se dividia, as


bacterinhas seguintes já nasciam com o DNA do
vírus em seu código genético. Por isso é que elas
ganharam série e número.

só a população

humana produz

E até aí, tudo bem. O problema é que a presença 6


bilhões de

do vírus gera uma toxina proteica que devasta as


quilos de cocô

por dia

células da parede interna do intestino, provocando


30% do volume

a diar reia hemorrágica que pode ser fatal para são


bactérias,

crianças, idosos e pessoas debilitadas.

fungos e

protistas
Em 97, nos Estados Unidos, uma fábrica de ham-
transformando búrguer teve que recolher 12 mil
toneladas de fezes em adubo

carne porque vários lotes estavam contaminados


pela E. coli O157:H7; toda a carne da fábrica foi
des truída, e a empresa fechou.

Para prevenir infecções, limpe muito bem os pratos


e utensílios que tiverem contato com a carne crua, e
lave as mãos depois de mexer com ela.

SÍFILIS

Treponema pallidum

Há registros de sífilis desde 1400. O organismo


causador é uma bactéria espiralada, a espiroqueta
Treponema pallidum, tão pequena que seriam
necessárias cinquenta, emendadas, para chegar

60
a meio centímetro de comprimento. Qualquer B A C
T É R I AS

contato com ar, antissépticos ou luz do sol acaba


com ela. Umidade contínua é essencial à sobre-
gonorreia é uma vivência das bactérias, por isso elas
se propagam infecção das pelos fluidos do corpo –
sêmen, secreção vaginal, mucosas genitais e
urinárias,

saliva, sangue, leite materno. Fora do corpo, em


causada por lugar úmido e escuro, vivem no
máximo duas um gonococo, horas.

Neisseria

gonorrhoeae,

O contágio mais comum é pela via sexual. A


transmitido por contato sexual

espiroqueta entra na mucosa do novo hospedeiro


pode causar e forma um cancro, onde se multiplica;
quando complicações o cancro se vai, milhares de
espiroquetas são de próstata, liberadas no organismo
e vão infectar as células. uterinas e ovarianas,
A sífilis tem quatro estágios. Os três primeiros
levando à esterilidade

são completamente curáveis, e mesmo no último a


doença pode ser controlada.

o primeiro

sintoma é, quase

No primeiro estágio, dez a dezesseis dias depois


sempre, uma urina que arde,

da infecção, aparece o tal cancro, um caroço com


ou sem pequeno, duro, levemente protuberante, em
geral corrimento no pênis, na vagina ou nos lábios,
na região anor-a artrite é outro retal, na boca ou em
qualquer lugar que tenha tido sintoma comum da
gonorréia

contato com a secreção infectada. Fica vermelho.

Parece uma espinha grande que ulcera e forma uma


ferida ovalada de borda vermelha – que sara sozinha
em quatro a seis semanas e deixa uma cicatriz que
dura meses. A presença do cancro é normalmente
acompanhada de gân glios inchados.

Se a sífilis não for diagnosticada agora, desaparece


por um tempinho e volta com outros sintomas.

61
B AC T É R I AS

Uma a seis semanas depois que o cancro sara, uma


erupção rosa ou vermelha aparece, normalmente um
bactéria

nas palmas das mãos ou solas dos pés, provavel-


espiroqueta do gênero

mente acompanhada por febre, dor de garganta,


Leptospira

dor de cabeça, dor nas juntas, falta de apetite, é o


agente da

perda de peso, queda de cabelo. Nos genitais ou


leptospirose,
doença que

no ânus aparecem feridas que secretam líquidos


pode matar

muito infecciosos. Esses são os sintomas do a


leptospira

segundo estágio, que costumam durar de 3 a 6

é comum na

meses, podendo ir e voltar a qualquer momento.

urina de animais

domésticos

Se ainda aqui não houver tratamento, a sífilis e


roedores

caminha para o terceiro estágio.

como os ratos,

e sobrevive
Este é pouco contagioso, apresenta sintomas
semanas

muito vagos, perturbações visuais leves e outros na


água

desconfortos; as espiroquetas estão apenas infeca


bactéria entra no organismo

tando a medula óssea, os órgãos vitais, os gânglios


humano através

linfáticos e o sistema nervoso central. Muitas da


mucosa dos

vezes a doença fica aí.

olhos e do nariz

e de brechas na

Quando não fica, produz lesões na pele, nos ossos


pele em contato

com água
e/ou nos tecidos dos órgãos vitais; não é mais
contaminada

contagiosa, mas pode matar. Além das lesões, em


valas,

forma gomas, ou sifilomas, tumores causados


piscinas, lagos

e sobretudo

pela concentração de espiroquetas em determi-


enchentes nado tecido. Os ossos vão sendo comidos,
como os sintomas são

na os teo mielite e na tuberculose óssea. Os ossos


conjuntivite,

do nariz e o palato são especialmente afetados, dores


no corpo,

diarreia, náusea,

produzindo deformações horríveis. O coração e


icterícia
o sistema nervoso podem ser tomados pelos
sifilomas, e ainda assim o diagnóstico não enxergar

62
sífilis, e sim doença cardio vascular, ou insanidade B
AC T É R I AS

mental. Isto porque na sífilis cardio vascular as


espiroquetas se concentram na aorta, destruindo
estafilococos, estreptococos,

a elasticidade do tecido e fazendo as válvulas


pneumococos, degenerarem. Quando vão para o
cérebro, afetam gonococos e a visão e a audição e
causam perda de identidade, espiroquetas são
bactérias

falta de concentração e de discer nimento, delírio,


infectantes que perda de memória, desorientação,
apatia ou vio-sucumbem ao poder de fungos,

lência; podem ocorrer convulsões fatais.


como

O tratamento da sífilis geralmente é feito com a


penicilina e seus

algumas doses de penicilina injetável ou duas


congêneres, semanas de tetraciclina, e exames de
sangue fre-derivados do bolorzinho

quentes para acompanhar a melhora. Quem tem


verde chamado sífilis fica mais suscetível a
infecções, aids, câncer. Penicillium notatum contra a

tuberculose

se usa a

estreptomicina,

Sífilis não venéreas

feita a partir

do fungo

Streptomyces
Três outros tipos de sífilis são causados por trepo-
griseus nemas: bejel (sífilis endêmica), yaws
(frambesia) e pinta. A diferença é que estas
raramente são transmitidas através da trocas sexuais.
Dão muito em regiões tropicais e subtropicais,
principalmente em crianças, e acentuadamente no
centro e no oeste da África. Um dos grupos mais
devastados foi o dos pigmeus africanos. O sudeste
asiá tico, as ilhas do Pacífico e a Indonésia também
registram surtos de treponematose.

63
B AC T É R I AS

Os primeiros sintomas de bejel são erupções na boca


e na pele, altamente contagiosas, que podem durar
um ano ou mais; o parasita é o

mesmo Treponema pallidum da sífilis venérea;


problemas

mais comuns sem tratamento as úlceras se espalham,


comem causados por a pele, os ossos, o centro da
face. Yaws, causada antibióticos: pelo Tre po nema
pertenue, também infecta por intoxicação, hiper–
erupções de pele que espalham o parasita através
sensibilidade do contato com roupas, objetos e
moscas que se e alteração da

flora microbiana alimentam das secreções. E pinta é


a menos agres-normal do siva das três: seu agente é
o Treponema carateum, paciente, dá lesões na pele
que ficam cobertas de pintinhas favorecendo

novas infecções, brancas, azuis, vermelhas ou cor-


de-rosa, mas não especialmente interefere com a
saúde geral da vítima.

por fungos como

Candida,

e problemas na

assimilação de

nutrientes
64
TUBERCULOSE

B AC T É R I AS

Mycobacterium tuberculosis e M. bovis

deu no jornal:

a tuberculose

Afeta a população do mundo inteiro e ainda é a


causa três maior causa de morte em muitos lugares.
Sempre milhões de mortes por

foi mais presente nas cidades do que no campo, ano,


e a cada devido à aglomeração humana em más
condições segundo alguém contrai

de higiene, habitação e saúde. Havia tuberculose a


doença, no Egito antigo e na Grécia de Hipó crates,
três mil segundo anos atrás, mas foi nos séculos 18 e
19, na Europa a OMS
e na América do Norte, que a doença alcançou até
2020, um bilhão de

proporções quase epidêmicas. Continuou sendo a


pessoas serão maior causa de mortalidade até o
início do século infectadas, 20, e declinou diante de
melhores condições sani-200 milhões manifestarão a

tárias e do avanço da medicina.

doença e

70 milhões

Na década de 80 o número de mortes causado


morrerão por ela voltou a crescer nos países
desenvolvidos. (18/2//98, Uma das razões é que o
consumo invo lun tário e O Globo) inconsciente de
antibióticos nos laticínios e pro-na pressa, ela pode
ser

dutos avícolas faz com os micróbios se tornem


diagnosticada resistentes e os antibióticos deixem de
funcionar como câncer quando precisamos deles.
de pulmão

A tuberculose é uma infecção comum na infância.

A criança infectada geralmente não tem sintomas e


pode desenvolver imunidade vitalícia contra a
doença, mesmo não sendo vacinada; além disso,

65
B AC T É R I AS

o bacilo pode ser sequestrado tão depressa pelos


agentes imunitários do corpo que a criança não se
torna transmissora. Em alguns casos, porém,
especialmente em condições de subnutrição, o bacilo
consegue chegar à corrente sanguínea, de os fungos
têm

parentesco com

onde pode alcançar qualquer órgão e também as os


bacilos da

meninges, membranas que protegem o cérebro.


tuberculose,

Mycobacterium

A transmissão se dá pelo leite de vaca cru, conta-


tuberculosis e minado por M. bovis, e pelo contato
com alguma M. bovis, daí o

Myco no nome

pessoa infectada por ele ou pelo M. tuberculosis.

Os bacilos, que têm prenome de fungo ( myco)


podem

sobreviver

estão em todos os fluidos da boca e do nariz,


durante meses

podendo se transmitir através de partículas do


completamente

ressecados e
catarro, quando a pessoa doente tosse, e até pelos
ainda resistir

salpicos de saliva que saem quando fala: cada à ação


de

perdigoto pode conter centenas de bacilos.

desinfetantes

Sintomas: no princípio da infecção há falta de


energia, perda de peso e tosse, que vai piorando;
podem sobrevir suores intensos, e dor no peito a
lepra

(hanseníase)

devido a inflamação na pleura (membrana que

é causada

reveste os pulmões); o pior sinal é o sangue no por


um

escarro. Os bacilos podem ser encontrados no irmão


deles, o

Mycobacterium

escarro, na urina, no líquido cerebroespinhal e


leprae

no tubo gástrico. Radiografias ainda são um bom


meio de diagnóstico.

A lesão típica chamada tubérculo se forma como


resultado da reação do corpo aos bacilos instala-dos
nos tecidos. Mostra um ponto central cheio de
células e tecidos mortos, com aspecto de queijo,

66
no qual são encontrados muito bacilos; esse centro
B AC T É R I AS

é rodeado por células fagócitas, arrumadas em


forma de raios, e na periferia estão células de tecido
conectivo. O tamanho é microscópico, mas a
maioria das manifestações visíveis da tuberculose,
desde pequenos nódulos até grandes massas, nas
infecções por M.

é de conglomerados desses tubérculos.

tuberculosis,

os bacilos

Sem tratamento, as lesões podem se espalhar


normalmente muito e destruir aos poucos os
pulmões, reduzindo provocam cada vez mais a
quantidade de tecido disponível tuberculose
pulmonar;

para a renovação de oxigênio; isso pode causar


quando o bacilo morte por falta de ventilação,
toxemia geral e é do tipo bovino, afeta mais ossos
exaustão. Mas qualquer outro lugar do corpo e
articulações pode ser afetado pelas lesões, inclusive
nódulos nos humanos, linfáticos, ossos, articulações,
intestino, órgãos 9 entre 10

genitais, pele, bexiga e rins.


casos são de

tuberculose

pulmonar

67
68
Fungos

Existem por todo o planeta e, conforme o caso,


fungos surgem se chamam fermento, levedo,
ferrugem, mofo, em todo tipo bolor, cogumelo,
trufa. Muitos são comestíveis. de ambiente, mesmo
em

O reino dos fungos reúne milhares de organismos


extremos: muito diversos entre si e pouco
compreendidos. desertos, 100 mil foram
classificados. Nascem do ar e se salinas, fontes de

alimentam de matéria orgânica, animal ou vegetal,


radiação viva, morta ou em estado de
decomposição. São ionizante e meio animais, meio
vegetais, meio mutantes. sedimentos do fundo do
mar

Propagam-se através do talo, ou micélio, feito de


filamentos, ou hifas – o talo e o chapeu dos
cogumelos são estruturas de hifas/micélios para
propagar esporos, que são as sementes dos fungos.

Alguns vivem livremente no solo ou na água;

outros formam relações parasitárias ou simbió-a


penicilina, ticas com plantas e animais. Podem apro
veitar primeira droga uma variedade de carboidratos
solúveis como antibiótica glicose, xilose, sacarose e
frutose, mas também da história, é produzida

são bem equipados para usar carboidratos inso-a


partir de lúveis como amidos, celulose, hemice
lulose e um fungo ( Penicillium
lignina. Carboidratos são sua comidinha preferida,
chrysogenum) e açúcar é a glória.

que afeta a

parede celular

Fungos sapróbios obtêm sua comida de material de


algumas orgânico morto. Fungos parasitários atacam
orga-bactérias; foi isolado no mofo

nismos vivos. Certas espécies armam arapucas de


um melão para caçar microrganismos como amebas,
vermes maduro demais

69
FUNGOS

nemató deos e rotíferos – secre tam uma cola


fortíssima na superfície de suas hifas, de modo que
encostou, ficou; da hifa cresce uma espécie de
tromba que invade a presa, ramifica lá dentro,
produz enzimas letais para a vítima e suga seu
aflatoxinas

citoplasma. Dactylella e Dactylaria, fungos de são


um grupo

dentro da terra, fazem outro tipo de armadilha: de


toxinas

cancerígenas

detectando a presença de nematódeos, produzem


formadas por

uma porção de anéis através dos quais o verme


Aspergillus

flavus,

mediano é capaz de passar. Quando um deles roça


um fungo

a parede interna de um anel, as células incham e


muito comum

prendem a criatura; a hifa penetra, se ramifica, que


contamina

grãos, farinhas,

mata o bicho e almoça.

nozes,

amendoins

Fungos garantem comida secretando enzimas e


outros

na superfície em que estão vivendo. As enzimas


alimentos mal

digerem os tecidos e o fungo os absorve, já em


armazenados

forma líquida, diretamente pelas paredes da hifa.

câncer de fígado

e alta presença

Elementos químicos como fósforo, enxofre, de


aflatoxinas

potássio, magnésio e pequenas quantidades de


andam juntos

ferro, zinco, manganês e cobre são nutrientes impor


tantes para várias espécies de fungos; cálcio,
molibdênio e gálio são necessários a algumas;
oxigênio e hidrogênio são fundamentais, fornecidos
em forma de água ou retirados dos carboidratos.

Muitos fungos retiram tiamina e biotina do ambiente


e parecem ser capazes de sintetizar todas as outras
vitaminas necessárias à sua vida.

Também há fungos na maioria das raízes, inclusive


de árvores. Eles ajudam as raízes na absorção

70
de água e nutrientes como fósforo e nitrogênio; F U
NGOS

elas, em troca, dão aos fungos o açúcar produzido


por fotos sín tese, e assim vão vivendo em perfeita
harmonia. São os fungos que garantem a
sobrevivência das árvores em solos pobres e até
mesmo nas florestas tropicais, onde a competição
alguns fungos crescem muito

por nutrientes é muito grande.

e viram trufas
A cerveja é produzida pela fermentação da cevada e
outros cogumelos

(da qual também se faz o malte) com o fungo


deliciosos, Saccharomyces cereviceae, que produz
álcool como o shiitake

(etanol) quando não encontra oxigênio. O sabor


amargo característico da cerveja vem das flores
actinomicetos produzem

de lúpulo, que são acrescentadas para impedir o


antibióticos crescimento de micróbios indesejados.
O vinho valiosos, como estreptomicina

fermenta por processo igual: frutas maduras, e


nocardicina pisadas, e fungo. O mesmo
Saccharomyces, adicio nado à farinha, nos dá o pão.
Sovar a massa ativa o glúten e põe o fermento em
contato com o oxigênio do ar; assim se produz
dióxido de gás carbônico (CO2), que faz o pão
crescer, e álcool etanol (CH2OH), que evapora no
forno.

Candida albicans é o fungo que infecta humanos


com mais frequência. Vive na superfície da pele e
nas mucosas da boca, da vagina e do trato

71
FUNGOS

o fungo
Malassezia

Pachydermatis

vem causando

inúmeras

infecções em

berçários,

principalmente

no sangue

e nas vias

intestinal. Ele é que dá sapinho e corrimento


urinárias dos

vaginal parecendo leite talhado, que coça muito.

recém-nascidos

Candidíase na pele é a assadura que dá nas dobri-


um hospital verificou que

nhas, especialmente em áreas úmidas como axilas,


várias de suas

entre as nádegas, no umbigo, nos testículos e nas


enfermeiras

bundinhas dos bebês. A pele entre os dedos e tinham


cães

infectados

em torno das unhas pode ser atacada se a pessoa


pelo mesmo

estiver sempre com as mãos úmidas. Nos pés,

fungo – que elas

dá frieira entre os dedos (pé-de-atleta). Boqueira


provavelmente

estavam

pode ser a infecção por cândida nos cantos da


trazendo para

boca. Ocasionalmente o fungo invade o sistema o


hospital nos

sapatos e nas

respiratório, produzindo uma infecção bronco-


roupas pulmonar que simula a tuberculose miliar. A

infecção raramente é sistêmica, mas se for pode


afetar o revestimento do coração e as meninges.

Em pacientes cuja resistência a infecções é reduzida,


C. albicans pode entrar na corrente sanguínea e
causar doença generalizada. Tratamentos

72
longos ou frequentes à base de antibióticos de F U
NGOS

largo espectro, como tetraciclina e cloran fenicol,


podem predispor ao desenvolvimento da candidíase,
provavelmente porque matam micróbios

normalmente antagonistas dos fungos. Na quimio-


terapia e nos tratamentos de aids a proliferação de
cândida é um dos efeitos colaterais mais delicados,
pois impede o paciente até de se alimentar direito.

A candidíase é mais fácil de tratar no começo,


quando os fungos ainda não desenvolveram micé-
mais lios; quando desenvolvem, entram na corrente
informação no livro
sanguínea e nos tecidos, se espalham e a erradi-
Candidíase, -cação fica cada vez mais difícil.

a praga –

e como

Uma série de sintomas pode ser consequência de


can- se livrar dela didíase crônica – alergia, dores
abdominais, gases, comendo bem, desta autora
irregularidade intestinal, garganta seca, insônia,
queda de cabelo, estragos nas unhas, enxaqueca,
infecções urinárias, problemas menstruais,
depressão, irritabilidade, dificuldade de
concentração, sensibilidade exagerada a produtos
químicos, função imunológica diminuída, falta de
energia, mal-estar, fadiga crônica, perda da libido.

Depois de Candida albicans, a infecção por As


pergillus é a que mais maltrata humanos debilitados.

Às vezes nem produz sintomas, mas na maio ria dos


casos dá pneumonia e infecção generalizada.

O fungo entra pelo ar ou através de algum corte ou


ferida. Se for num portador de câncer, ele se espalha
na pele e domina o fígado, os rins e o

73

FUNGOS

cérebro. O diagnóstico é difícil, porque as culturas


realizadas em laboratório raramente dão resultado
positivo; e as drogas anti fún gicas não conseguem
deter a velocidade com que a infecção avança.

Coccidioides immitis e Histo plasma cap su latum


dentro de

qualquer
também provocam sintomas de infecção respi—

espécie,

ratória. Galinhas, pom bos, cães, ratos, mor ce gos


os mais fortes

e outros bichos costumam ser infectados por

predominam

enquanto os

histoplasma; usar esterco de galinha no jardim ou


fracos morrem

na horta frequentemente faz com que os humanos


ou são forçados

a viver num

da casa sejam contaminados.

lugar pior

Dentre os cogumelos, muitos são tóxicos e os


membros

alguns podem matar. Outros, como shiitake, mais


jovens de

uma população

shimeji e reishi, têm efeitos regenerativos sobre são


sempre

o organismo, especialmente em casos de câncer os


mais

e candidíase crônica.

prejudicados

74
Vírus

Entre todos os microrganismos infecciosos, vírus


ainda são os menos compreendidos e mais difíceis
de controlar. São microscópicos, o maior deles é
igual à menor das bactérias, e sua composição é tão
precária que eles só conseguem se multiplicar
usando células vivas de animais, plantas ou bactérias
como se fossem seu corpo.
75
V

Sua origem é misteriosíssima; a hipótese mais


provável é de que sejam fragmentos genéticos ou O
cientista e

versões reduzidas de cromos somos, plasmí deos ou


pesquisador

ácidos nucleicos, provenientes: a) do hospedeiro


Royal Rife

descobriu,

ou semelhante, b) de não semelhante, c) resultantes


ainda nos

de alguma associação ou d) de parasitas maiores


anos 20, que

dentro ou fora do hospedeiro.

um aumento

de toxinas

São formados por um ácido nu cleico, que pode ser


no organismo

pode modificar

DNA ou RNA, e uma proteí na dentro de uma cara-


bactérias e paça proteica; alguns vírus têm uma
segunda capinha produzir vírus

de gordura e proteína.

que geram

câncer
Podem ser varetas, ou poliedros de 20 faces, ou
formas complexas que parecem vagamente uma

cabeça com um rabinho. A classificação é feita pelo


tipo de ácido nucleico, tamanho, formato do
capsídeo e presença do envelope de lipoproteína.

qualquer

O ácido nucleico carrega as informações genéticas


exercício

do vírus e força a célula hospedeira a produzir


aeróbico que

provoque um

componentes virais, o que o transforma em vírus


aumento da

infectante. Vírus bacterianos aderem à superfície da


temperatura

bactéria e penetram, transmitindo o ácido nucleico.


do corpo é um

bom modo de

Vírus animais entram nas células por endocitose,


acabar com vírus

isto é: são absorvidos por elas. Vírus vegetais só que


estejam

entram nas plantas por brechas já existentes, pro-


querendo ocupar espaço

vocadas por insetos ou outros fatores externos,


como o vento.

Em geral, uma infecção viral produz um de quatro


efeitos numa planta ou numa célula animal: efeito
não aparente, quando o vírus fica dormindo na

76
célula; efeito citopático, quando a célula morre; V

Í
R

efeito hiperplásico, quando a célula é estimulada a se


dividir antes de morrer; e transformação da célula,
em que ela é estimulada a se dividir e assumir
padrões anormais de crescimento.

vírus se

Os sintomas costumam ser febre e secreção de


propagam interferon. Febre é a reação natural do
organismo, através de

já que muitos vírus são inativados a temperatu-


bactérias, protozoários,

ras apenas ligeiramente superiores ao normal;


vermes,

e o interferon é uma substância que estimula as


insetos e
células infectadas e as vizinhas a produzir prote-
comidas contaminados

ínas que interferem com a replicação dos vírus.

biólogos

O sistema imunológico produz anti cor pos e


moleculares

adoram

células sensibilizadas sob medida para neutralizar


trabalhar com

o vírus infectante. Esses defensores imunes ficam


vírus porque eles

circulando pelo corpo muito tempo depois do são


facílimos de produzir em

vírus ter sido neutralizado, dando assim proteção


laboratório

a médio e longo prazo contra reinfecções. Nas


vacinas, uma variedade fraca ou inativada de um
vírus infeccioso é introduzida no corpo. Isso não
provoca a doença, mas estimula a produção de
células imunes e anticorpos que ficam de plantão
contra as formas mais agressivas do vírus.

Um grande problema no tratamento de algumas

doenças é que vírus latentes podem ser ativados


quando o hospedeiro está estressado, piorando e
ampliando o quadro clínico.

Desenvolover terapias específicas contra vírus é


complicado, devido às mudanças periódicas na

77
V

proteína que os reveste. Além disso, cada tipo de


vírus tem uma estrutura diferente; e o fato de que
ele está dentro da célula também dificulta o
tratamento, porque a droga teria que agir sem fazer
mal às células do paciente.

Fora de uma célula viva, um vírus é uma partícula


dormente.

DENGUE

o Elixir

Infecção virótica que faz doer o corpo inteiro, de


Inhame

especialmente as juntas, e dá muita febre; deixa


Goulart foi

usado por quase

a pessoa fora de combate por algum tempo mas um


século como

raramente mata. É transmitida pelos mosquitos


depurativo
Aedes aegypti e A. albopictus, que se infec tam do
sangue e

auxiliar no

sugando sangue de algum humano ou macaco

tratamento

infectado nos três primeiros dias da febre. Depois da


dengue

e da sífilis,

de 8 a 11 dias de incubação, o mosquito começa a


mas perdeu

transmitir vírus infectantes a humanos no almoço a


licença da

e macacos no jantar – eles saem nas minúsculas


Anvisa

gotinhas de saliva que o mosquito usa como anti-


78
coagulante durante a picada. Atualmente se diz que
V

há quatro variedades de dengue; quem teve uma


pode ter as outras três.

O tratamento médico é paliativo – descanso, muita


água, banhos mornos, compressas de batata crua ou
tofu na cabeça para puxar o calor.

para quem gosta

de medidas:

O tratamento natural é comer inhame. Simples 1


mícron assim. Inhame em vez de batata, duas ou
três vezes é 0,001 mm por semana, previne contra
dengue. Em situações o esperma humano mede

de epidemia, comer um inhame por dia é mais que


60 mícrons bastante – em sopa, purê, ensopadinho,
pastinha linfócitos medem com alho e outras receitas
que você encontra em 5 a 8 mícrons
www.correcotia.com/inhame. Mesmo já estando
células com dengue, tomar sopa de inhame costuma
ace-vermelhas, lerar muito a recuperação. Também
é importante 5 mícrons usar o inhame depois da
dengue, para eliminar os bactérias,

0,5 a 1,5
resíduos do sangue que tornam mais dramática a
mícrons recaída.

vírus,

0,05 a 0,1
mícron

O inhame é depurativo

do sangue e protege contra doenças transmitidas

por mosquitos: dengue,

malária, febre amarela

79
Rickéttsias Não é bactéria, não é vírus, é o quê?
Com esse nome curioso, herdado do Rickett que a
descobriu, a rickéttsia é um parasita intracelular tão
minúsculo que quase não se vê no microscópio.

Vive no tubo intestinal de artrópodes como


carrapatos, piolhos e pulgas; alguns gostam de
humanos também – o que é péssimo, porque a
infecção por rickéttsia pode provocar febres
devastadoras.

tifo
Alguns tipos de tifo são causados por rickéttsias.

O mal de Lyme, transmitido pelo carrapato e muito


temido atualmente nos Estados Unidos, é uma
rickettsiose crônica, debilitante, que pode prejudicar
o sistema nervoso central, o coração e todo o
conjunto musculoesquelético do humano.

Começa com uma erupção redonda e avermelhada


na pele, chamada Erythema migrans, acompanhada
por fadiga e/ou calafrios, febre, dor de cabeça,
gânglios linfáticos inchados. O eritema aparece entre
3 e 30 dias depois da mordida do carrapato, no lugar
onde ele mordeu, e se alastra, especialmente no
tronco, axilas, coxas e virilha; aparece um relevo nas
bordas à medida que o

primeiro eritema aumenta, e podem surgir vários


outros, redondos ou não.

80
Se a infecção não for tratada, deixa para algum R I
C K É T T S I AS

momento do futuro a perspectiva de dores artrí-

ticas nas grandes juntas do corpo, como ombros e


joelhos, e ainda torpor, paralisia facial, meningite.
Algumas pessoas com mal de Lyme nem tiveram

o eritema.

Para saber se o que você vai sentir nas juntas


conexão depois de ter alimentado um carrapato na
Disney-carrapato lândia é mal de Lyme, só há um
jeito: guarde o carrapato e investigue o bicho para
ver se é um Ixodes scapu laris parasitado por uma
Borrelia burg doferri. Mais detalhes na web –
dezenas, centenas, milhares de sites sobre o mal de
Lyme.

Outra variedade de rickettsiose made in USA é a


febre pintada das Montanhas Rochosas, em que os
parasitas invadem e matam as células do
revestimento interno dos vasos sanguíneos e causam
hemorragia, inflamação, coágulos e morte dos
tecidos; se a doença não for tratada, é fatal em 20 a
30% dos casos.

No Brasil, a rickettsiose mais comum é a febre


maculosa, transmitida pelo Amblyomma caje
nnense, o carrapato-estrela dos cavalos. Pega uma
pessoa aparentemente sã e mata em semanas.
81
Outras febres Febre amarela – transmissão por
vírus na saliva estafilococos

dos mosquitos em lugares quentes; também

existem por

chamada de tifo icteroide

toda parte,

fora e dentro

Febre palustre – é a malária, transmitida por de


pessoas e

parasita através do mosquito

animais

podem produzir

Febre Q – é a infecção dos pulmões pela rickét-


envenenamento tsia C. burnetti, transmitida por via
aérea alimentar,

geralmente

Febre tifoide – infecção por Salmonella typhi,


quando carnes,

com febre, dor de cabeça, apatia, baço aumen-aves,


peixes, ovos, laticínios,

tado e erupções na pele; há casos de perfuração


massas,

intestinal; pode durar semanas

tortas, pizzas,

maionese,

Todas dão muito mal-estar, dor de cabeça,

sanduíches e

dores articulares, suores, nevralgias, demoram a


pastelaria são
mantidos na

passar e produzem anemia.

estufa, ou outro

lugar aquecido,

Muitas febres acontecem devido a infecções

entre 7oC e

passageiras, não identificadas, de que o orga-

60oC, por mais


nismo se recupera em alguns dias ou horas. São de
duas horas

os andaços, as viroses, indisposições que pedem


furúnculos

também são

um chá quente, uma cama, uma coberta. – e


causados por

depois uma sopinha bem santa.

estafilococos

Quando há febre é porque o organismo está

enfrentando os invasores com todo o seu poder de


fogo, literalmente. É bom tomar chás e

caldos, agasalhar-se e suar bastante.

82
Gripes

Segundo Michel Biamonte, nutrólogo em NY, o


Echinnacea e que acontece nos bastidores das gripes
e resfriados Oscillococcinum têm sido usados é que
um vírus invadiu as células de uma área e com
muito começou a se reproduzir em alta velocidade.
Mais sucesso ou menos depois de uma semana,
alguma bactéria no início de estados gripais
que já estava na área, geralmente estafilococo ou e
resfriados; estreptococo, começa a parasitar as
células dani-contribuem para ficadas pela invasão do
vírus enquanto ele vai aumentar a imunidade

terminando seu ciclo de vida. Aí já temos uma


infecção bacteriana secundária.

– Um vírus pode ficar infectando de 10 a 14 dias,


diz Biamonte. Se o sistema imunológico estiver
muito devagar, fica durante meses, muitas vezes
junto com a infecção bacteriana.

algumas

E dá a dica:

variedades de

estreptococos

– Um indicador de atividade viral é que a descarga


são úteis na de muco será clarinha. Quando fica
amarela ou elaboração de laticínios;
esverdeada já está mostrando a carga de bactérias.
outras causam febre reumática,

Mais? No site dele, http://www.healthtruth.com


escarlatina, e no meu livrinho chamado Atchiiim! .

erisipela,

amigdalite

e infecções

respiratórias

83
Príons

São novidade absoluta. Como se já não bastassem


proteínas

vermes, protozoários, fungos, bactérias, vírus e


tresloucadas

ainda rickét tsias, um novo tipo de agente infeccioso


foi identificado recentemente: o príon, proteína que
existe normalmente nas células e pode sofrer
modificações estruturais capazes de produzir
doenças degenerativas chamadas encefalopatias
espon gi formes transmissíveis, fatais em animais e
humanos. Essa hipótese, embora ganhadora do
prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em

1997, tem causado a maior polêmica: os príons


seriam os primeiros agentes infecciosos a não conter
material genético (DNA ou RNA). O mal da vaca-
louca, em que o cérebro dos animais fica esponjoso,
seria causado pelos príons.

Príon é abreviatura de “proteinaceous infectious


particle”, partícula proteinácea infecciosa. Em sua
forma normal, essa proteína, cuja função é
desconhecida, se localiza na superfície das células
no cérebro de mamíferos e pássaros. Só quando está
na configuração aberrante é que causa doença,
infectando o cérebro, onde se multiplica aliciando
proteínas benignas. Como? Bem, isso ainda não está
claro para os bioquímicos – talvez contando com
algum fator adicional, possivelmente outra proteína
presente.

84
Até onde se sabe, a proteína é feita de uma série P R
ÍONS

de espirais flexíveis chamadas hélices alfa. Na


proteína aberrante, algumas dessas hélices estão
completamente alteradas e não podem ser digeridas
pelas enzimas celulares; acumulam-se nas células
nervosas e as destroem.

Quatro infecções humanas por príons foram


estudadas até agora: mal de Creutzfeldt-Jakob, mal
o conceito de Gerstmann-Sträussler-Scheinker,
demências de partícula infecciosa

e insônias familiares fatais, oriundas de dege-sem


ácido neração do tálamo. Hoje em dia certos
sintomas nucleico psiquiátricos estão sendo
observados à luz dos não tem precedentes

príons: mudanças súbitas de comportamento e na


biologia per sonalidade, estados emocionais
alterados, depressão, dificuldade para dormir,
retração, medo e paranoia, por exemplo, podem ser
causados por uma infecção cerebral. Na versão
humana do mal da vaca-louca, que deixa o cérebro
esponjoso e esbu racado como um queijo suíço, as
pessoas desenvolvem anomalias motoras, não
conseguem manter o equilíbrio; às vezes sentem
muita dor só de serem tocadas no rosto, nos braços
ou nas pernas; os pés podem doer muito; não há
tratamento, e as vítimas morrem em média um ano
depois dos primeiros sintomas.

O príon pode ser adquirido por contágio ou emergir


de uma mutação hereditária. Os pesquisadores
suspeitam de que desordens neurovegetativas como
mal de Alzheimer e Parkinson podem ter

origem em processos moleculares semelhantes.

85
O verme, esse desconhecido

O que normalmente chamamos de verme é


qualquer parasita intestinal.

Mas nem todos os parasitas intestinais são vermes,


e nem todos os vermes são intestinais: também há
deles no corpo inteiro, de todos os tipos e
tamanhos, vermes propriamente ditos e
protozoários como a ameba.

Vermes são animais relativamente complexos,


grandes ou pequenos, compridos feito minhocas ou
em formato de folha, redondos ou achatados, cujos
ovos e larvas também causam problemas. Nome
científico dos vermes? Helmintos.

Proto zoários são organismos primários,


microscópicos, de uma célula só que faz tudo:
respira, come, excreta, se move, se reproduz.

Gostam de andar em bando com bactérias e se dão


bem com vermes.

88
89
90
LOMBRIGA

ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS
Ascaris lumbricoides

áscaris

oxiúros

Lombrigas são cobrinhas redondas, leitosas ou


ancilóstomos (amarelão)

rosadas, que medem 20 a 40 centímetros, têm vida


sexual, liberam até 200.000 ovos por dia e duram
larva migrans em média um ano. Vivem no intestino
delgado filárias (jejuno e íleo) e se alimentam do
quimo intestinal, dirofilárias isto é, daquilo em que
se transformou a comida oncocercos depois de sair
do estômago. O diagnóstico é feito anisakis pela
presença de ovos nas fezes. A transmissão triquinas
se dá pelos ovos, que saem de um hospedeiro e
tricuros entram em outro através de água, mãos,
comida estrongiloides ou poeira contaminadas;
moscas e baratas ajudam no transporte

rotíferos

Ciclo de vida: os ovos se abrem no intestino delgado


e liberam larvas, que logo penetram nas paredes
intestinais, mergulham na corrente sanguínea e
seguem nela até os pulmões; ali desembarcam e
passam a percorrer as vias respiratórias até atingir a
traqueia e a faringe, por onde em 1998 eram descem
até chegar de novo ao intestino delgado, 400
milhões onde em 60 dias se tornam sexualmente
ativas e de casos de começam a reprodução.

ascaridíase

por ano

Os sintomas só aparecem quando a infecção é na


Índia, 100 milhões

média (30 a 40 lombrigas) ou grande (mais de na


China e no 100), e são: irritabilidade, desconforto,
indi-Oriente Médio, gestão e fraqueza; olheiras,
ranger de dentes à 200 milhões na África

91
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS
noite, babar dormindo, coceira no nariz, edema,
urticária, manchas claras circulares (panos) na pele,
convulsões epilep tiformes e alergias diversas;
irritação na parede intestinal; inquietação e
sobressaltos no sono, apetite irregular, perda de
peso, cólicas súbitas ou desconforto intestinal, às
vezes diarreia; tosse e coriza; anemia e desnutrição.

Sem tratamento, a população de lombrigas pode


crescer a ponto de obstruir o intestino (é o chamado
“bolo de lombrigas”). A passagem das larvas pelos
pulmões provoca hemorragia nos delicados vasos
sanguíneos, o que gera uma resposta inflamatória
com edema, e a consequência provável é acúmulo
de líquido nos pulmões e pneumonia, muitas vezes
fatal. Mais: lombrigas invadem e bloqueiam os dutos
pancreáticos ou biliares, causando pancreatite e
hepatite agudas; perfuram o intestino delgado e
provocam peritonite de consequências imprevisíveis.

Saem pelas fezes ou pela boca quando a criança


leitura

tem febre. Às vezes sobem até os tubos respirató-


desaconselhável

para quem

rios e provocam engasgo. Também são sensíveis


enjoa fácil

a anestesia – há pacientes cirúrgicos que, na sala de


recuperação, botam pela boca e até pelo nariz os
vermes que abandonam o corpo.

Intestino preso pode fazer os ovos amadurecerem e


eclodirem dentro do próprio hospedeiro, multipli-
cando por milhares as chances de problemas graves.

92
ASQUELMINTOS

Quando o vermífugo é impróprio ou a dose é


NEMATÓDEOS

muito pequena as lombrigas fogem pelo primeiro


buraco que aparece: vão para o apêndice cecal,
causando apendicite aguda; obstruem o canal-
colédoco (que liga o fígado ao duodeno), Ascaris
suum causando hepatite aguda; entopem o canal de
é a lombriga Wirsung, causando pancreatite aguda;
ou saem dos porcos. Se um humano

pelos orifícios da cabeça, que Deus nos livre.

ingere seus

ovos, as larvas

todas migram

logo para os

pulmões e

morrem, o que

provoca uma

OXIÚRO

pneumonia

gravíssima
Enterobius vermicularis

Oxiúros são brancos, finos como fios de

linha, medem 1 centímetro de comprimento.

Normalmente vivem no intestino grosso (ceco

e apêndice), mas também são encontrados na


vagina, no útero e na bexiga das mulheres.

As fêmeas deixam milhares de ovos ao redor do


ânus, causando coceira e prurido, principalmente
oxiúros são os vermes mais

à noite. A autorreinfestação e infestação geral da


populares nos família acontecem pelas mãos, e
principalmente Estados Unidos: unhas, que vão lá
coçar e voltam cheias de ovinhos 50 milhões de
casos por ano

invisíveis que se espalham no ar, nos objetos, na


tampa do vaso sanitário; podem ser ingeridos ou
inalados; amadurecem no intestino delgado e abrem-
se soltando larvas que viajam para o
93

ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

cécum, no intestino grosso; as larvas adultas


copulam, põem ovos e repetem o ciclo.

oxiúros,

macho e fêmea

Outros sintomas: sono agitado, palidez, falta de


apetite, dor de estômago e corrimento vaginal com
intensa coceira se os vermes conseguirem migrar
para a vulva. Provocam alterações súbitas de humor
durante a lua nova.

Não se faz exame de fezes para oxiúros; o teste é


feito com uma fita adesiva – apertar um pedaço da
fita sobre o ânus durante alguns segundos; retirar,
colar na lâmina e olhar no microscópio. Usar um
plástico na mão para evitar (re)infecção.

Se alguém da casa tem oxiúros, é provável que


todos tenham. O tratamento deve ser coletivo, e é
importante fazer uma higiene radical no banheiro,
bem como em lençóis, toalhas, assentos e roupas.

Como sempre, é fundamental lavar as mãos antes de


comer, usar unhas curtas, não roê-las...

Vaselina pura, dentro e ao redor do ânus, melhora a


coceira, e dizem que a aplicação do vermífugo é
mais eficiente no último quarto de lua.

Dientamoeba fragilis

É um protozoário minúsculo, muito difícil de dia


gnosticar, que entra no organismo junto com
94
ASQUELMINTOS

os ovos de oxiúros. Provoca cólicas frequentes,


NEMATÓDEOS

dores abdominais, fezes pastosas uma ou mais vezes


por dia e intolerância a alimentos como intolerância
chocolate e cerveja, o que pode levar o diagnóstico a
chocolate e cerveja

para o fígado. Para confirmar suspeitas de


Dientamoeba é preciso colher as fezes no
laboratório e examiná-las ainda quentes.

ANCILÓSTOMO

(Amarelão)

Necator americanus

Ancylostoma duodenale

Esta é a verminose dos que andam descalços, e o


apelido de Amarelão descreve a situação de uma
quem tinha criança anêmica, que provavelmente
come terra amarelão era e é barriguda porque
também tem lombrigas. O o Jeca Tatu, caipira mole,

amarelão é causado principalmente por Necator


preguiçoso americanus e Ancylostoma duodenale,
cujas e amarelo inventado por larvas entram pelos
pés ou pernas do hospedeiro, Monteiro Lobato
provocando uma coceirinha na hora. Levam de

cinco a trinta minutos para entrar e mais alguns dias


para viajar até os pulmões pela circulação sanguínea.
Nesse estágio o sintoma é uma tosse

95

ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS

seca, com ou sem sangue. As larvas saem das

vias respiratórias com a tosse e são engolidas, pelo


próprio hospedeiro ou por quem recebe os
perdigotos. Quando chegam ao intestino delgado se
tornam adultas. Medem 1 centímetro e têm na boca
vários dentes em forma de gancho, que usam para
perfurar a mucosa intestinal e se alimentar de
sangue. O macho e a fêmea copulam e ela pode
produzir de 10 mil a 25 mil ovos por dia, que saem
com as fezes e se abrem dois dias depois, liberando
as larvas.

Calcula-se em 800 milhões o número de pessoas


infectadas atualmente no mundo. Cada uma

hospeda mil ou mais vermes do amarelão,

podendo perder para eles até um copo (200 ml) de


sangue por dia. O resultado disso é uma grave
anemia, que mata crianças e pode levar adultos a
muitas outras complicações.
As larvas das espécies A. caninum e A. braziliense
infectam, respectivamente, cães e gatos.

Podem penetrar nos tecidos humanos, mas não

conseguem virar vermes adultos. Ficam migrando


nos tecidos durante semanas ou meses, caracteri-
zando, junto com a Toxocara, o que se chama de
Larva migrans ou bicho geográfico.

96
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

LARVA MIGRANS

Toxocara canis, T. cati, Dipylidium caninum,

Ancylostoma caninum, A. braziliense

A Larva migrans é exatamente o que o nome


sugere, uma larva migrando pelo corpo do
hospedeiro errado; só viraria adulta nos intestinos
cães e gatos de cães e gatos. O contágio se dá
através de ovos domésticos têm que tomar

em solos contaminados pelas fezes dos animais.


vermífugos O período de incubação dentro do corpo
humano desde as primeiras

varia de semanas a meses após a ingestão do ovo.

semanas de

A larva migrans cutânea invade só a pele, vida, pois


muitas vezes causando erupções geralmente nos pés,
pernas já nascem e nádegas; os primeiros sinais são
irritação ou contaminados e a lambeção

bo lhinhas a partir das quais vão surgindo túneis


constante subcutâneos bem visíveis, de diferentes
desenhos provoca e comprimentos, que aumentam
um centímetro reinfecções por dia e motivam o
apelido de bicho geográfico.

A larva migrans visceral se aprofunda e afeta os


pulmões, provocando sintomas tipo bronquite, asma,
tosse, coriza e febre; o fígado aumenta de tamanho e
a eosinofilia vai de moderada a importante; as larvas
podem invadir olhos, coração e sistema nervoso
central.

97

ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

Os sintomas são perda de apetite, febre, tosse, nariz


escorrendo, erupções na pele, fígado e baço
aumentados, dores abdominais, lesões oculares e
problemas de visão.

FILÁRIA

Wuchereria bancrofti

Há vários tipos de filárias, vermes fininhos que


parasitam os sistemas circulatório e linfático, os
músculos e as cavidades serosas. W. bancrofti é a
filária que causa a doença conhecida como
elefantíase. O verme adulto mora nos gânglios
linfáticos dos humanos, e a fêmea produz e libera no
sangue microfilárias, que são embriões avançados.
Quando algum mosquito transmissor pica o
hospedeiro ingere as microfilárias, que dentro dele
se transformam em larvas infectantes e invadem
outro humano através da pele quando o mosquito
pousa. Entram no sistema linfático, vão para os
nódulos e repetem o ciclo.

Os principais mosquitos transmissores são os


anofelinos, também vetores da malária, e o Culex
pipiens fatigans. O diagnóstico é feito através de
exame de sangue, colhido à noite.
Infestações repetidas podem bloquear os dutos e

98
ASQUELMINTOS

gânglios linfáticos, levando a acúmulo de linfa e


NEMATÓDEOS

edema dos tecidos. Os vermes adultos tendem a


preferir os gânglios da virilha, então a doença é
frequentemente marcada por grande desfiguração
dos genitais e das pernas.

a disposição

O parasita Brugia malayi é muito semelhante à


física diminui muito na pessoa Wuchereria bancrofti
e também causa elefantíase. parasitada, A ocorrência
maior da doença é na África central dando lugar a
cansaço e

e no sul e sudeste da Ásia.

preguiça;
a produtividade

despenca

quando se trata

de população

DIROFILÁRIA

da baixa renda,

a infecção

crônica impede

Dirofilaria immitis

o trabalho na

produção de

comida ou

É um verme canino por excelência, mas dá em em


outras outros animais e é frequente em humanos.
atividades que

dêm dinheiro

O ciclo de transmissão depende de mosquitos de


para comprar comida

muitas espécies, entre elas Aedes, Culex e


Mansonia. Os parasitas adultos são grandes,
medindo isso vai afetar também os até 25 cm de
comprimento; vivem tipicamente na dependentes
artéria pulmonar de cães e gatos e no lado direito da
pessoa parasitada

do coração, provocando insuficiência respiratória,


tosse crônica, vômitos e inflamação do músculo
cardíaco; podem matar. As micro filárias são
encontradas no sangue.

Nos humanos, a dirofilária é considerada um dos


mais importantes parasitas zoonóticos (que

99
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

transmitem doenças de outros animais). Um caso


recente, publicado na Internet, conta de um homem
de 40 anos que foi para o hospital com dores muito
fortes do lado esquerdo do peito. Os exames
mostraram uma massa isolada do tamanho de uma
bola de tênis na parte de baixo de seu não era câncer

pulmão esquerdo, que à primeira vista foi consi-no


pulmão derada um tumor. Abriu-se e era uma
dirofilária.

ONCOCERCO

Onchocerca volvulus

É a filária da pele e dos olhos, e a doença, onco-


cercose, tem o nome popular de “cegueira dos rios”.
Dá em muitas partes do mundo – África, Arábia,
América Central, México e norte da América do
Sul, e só na África se calcula que 18
milhões de pessoas estejam infectadas. O
transmissor é o borrachudo, um mosquitinho preto
da espécie Simulium, que ganha as microfilárias
quando pica um humano doente. Dentro dele elas se
desenvolvem e já são larvas infectantes quando ele
pica o próximo humano. Ao contrário da maio ria,
estas não migram: ficam ali mesmo, no lugar da
picada, e vão crescendo. A resposta do hospedeiro
vem rápida e forma uma cápsula

100
ASQUELMINTOS

fibrosa em volta dos vermes, que assim mesmo


NEMATÓDEOS

podem chegar a 50 cm de comprimento. Essa


cápsula tem a aparência de um nódulo subcutâ-

neo; lá dentro a fêmea produz microfilárias, que se


morrerem na pele causam dermatite severa

acompanhada de despigmentação, e se morrerem


nos olhos, para onde migram frequentemente,
causam cegueira. Em regiões onde a doen ça é
endêmica, 30 a 40% da população não enxergam.

O apelido de cegueira dos rios se deve ao fato de


que os mosquitos borrachudos se desenvolvem

nas margens dos rios.

cegueira

dos rios

ANISAKIS

Anisakis spp.

Estes são parasitas do estômago, às vezes do


intestino, de mamíferos marinhos. Produzem ovos
que saem nas fezes do hospedeiro e são ingeridos
por um crustáceo, dentro do qual soltam larvas. O

hospedeiro definitivo é infectado de duas formas:


vermes do mar quando ingere crustáceos infectados,
ou quando come o peixe que ingeriu o crustáceo –
as larvas se hospedam temporariamente no peixe.

Para os humanos, o perigo é ingerir as larvas junto


com o peixe cru, salgado ou marinado. Congelar

101
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

mata as larvas, cozinhar também, mas se o peixe não


for bem cozido, as larvas continuam vivas.

Anisakíase gástrica ou intestinal pode dar sintomas


como dor aguda, náusea e vômito. Dor de estômago
logo depois de comer peixe cru pode ser uma larva
penetrando nas mucosas estomacais, onde vai causar
úlcera e hemorragia. Às vezes ela desce e penetra na
parede do íleo, que é a última parte do intestino
delgado. Há casos em dor de estômago

no restaurante?

que o verme adulto perfurou o intestino delgado,


causando peritonite fatal.

Quando for comer sushi e sashimi, olho no peixe.

Colocando os filezinhos contra a luz você veria


muitas espécies

as larvas, mas também estragaria o prato. Que de


vermes foram

fazer? Comer bastante wasabi (pasta de raiz-


descobertas no mar; uma delas,

forte) e gengibre: são substâncias quentes, fortes e


espantosa,

tóxicas para as larvas. Sem falar no sal do shoyu, se


alimenta de gás

que desidrata os tecidos. Dela e seus.

metano misturado

com água,

provavelmente
com a ajuda de

alguma bactéria

102
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

TRIQUINA

Trichinella

spiralis

Este é um verme comum

em muitos animais.

A contaminação de

humanos se dá quando

as larvas são ingeridas

junto com carne crua

ou mal cozida. Em

poucas semanas elas se


tornam vermes adultos;

os machos morrem depois

de fertilizar as fêmeas, que

também morrem depois

de parirem as larvinhas.

Estas entram na corrente

sanguínea do hospedeiro e elas vivem

acabam chegando aos mús—

assim,

culos, onde ficam vivendo aninhadas

nos músculos

até serem comidas por

alguém, e repete-se o ciclo.


Sua presença nos músculos incomoda muito e dói,

embora não seja grave. Com

frequência instalam-se no

dia fragma, grande músculo

103
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

que separa a cavidade torácica da cavidade


abdominal, provocando um mal-estar insuportável
que acaba exigindo hospitalização. A dra. Clark
suspeita de que as larvas da triquina na pele é que
dão acne.

No Brasil, a contaminação costuma se dar pela o


único parasita

vertebrado
carne de porco mal cozida (incluindo salsichas, dos
humanos

linguiça, patês, salgados e defumados).

é um peixinho

do Amazonas

Os primeiros sintomas, sete a dez dias após a


chamado

infecção: perda de apetite, náusea, vômitos, diar-


candiru, que entra pela

reia e cólicas abdominais.

uretra e se

instala no trato

Nos estágios posteriores, rosto e pálpebras incha-


urinário, onde dos, dores musculares, pele ardendo e
coçando, fica mamando

sangue
suores, febre alta com calafrios, pequenas

manchas pretas ou azuis na pele, hemorragia no


branco dos olhos.

No estágio final os sintomas regridem, mas alguns


tecidos musculares permanecem infectados por
cistos minúsculos.

Nas crianças, a infecção avançada pode provocar


perturbações cardíacas, respiratórias e do sistema
nervoso.

104
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

TRICURO,

TRICOCÉFALO

Trichuris trichiura e T. vulpis Existem mais ou


menos 60 espécies de tricurídeos que infectam
mamíferos; dentre eles, o Trichuris trichiura afeta
especialmente humanos e o Trichuris vulpis prefere
os caninos, embora infecte humanos também.
Ambos são pareci díssimos e qualquer verminose

têm os ovos idênticos. Seu corpo mais fino na


obriga o porção anterior se enterra nas células do
intestino organismo a uma luta

grosso do hospedeiro; vivem vários anos; a fêmea,


semelhante à que cresce até 50 cm, pode pôr mais
de 10 mil ovos que ele trava por dia. Esses ovos
saem nas fezes do hospedeiro e contra a fome, o frio
e as

se tornam infectantes três semanas depois, mas só


agressões se abrem no intestino delgado de alguém,
deixando sair as larvas que migram para o intestino
grosso e se tornam vermes adultos.

Produzem sintomas leves, como disenteria ou

diar reia ocasionais, e graves, como anemia e


prolapso retal. Infestações grandes em crianças
atrasam o desenvolvimento físico e mental.

tricuro
105
ASQUELMINTOS

NEMATÓDEOS

ESTRONGILOIDE

Strongyloides stercoralis uma mulher de

Este é diferente: parasita o intestino delgado

48 anos deu
humano mas pode ter vida livre e procriar na terra.

entrada no

hospital devido

As larvas saem de um hospedeiro junto com as a


uma diarréia

fezes e entram em outro pela pele dos pés. São


crônica com

anemia;

carregadas pela corrente sanguínea até a região a


colonoscopia

dos pulmões, invadem a traqueia, migram para o


revelou

trato digestivo e se instalam no intestino delgado


múltiplas

erosões da

para amadurecer e produzir ovinhos.

membrana

mucosa do

Somente fêmeas são encontradas nos tecidos

cólon, com

superficiais do intestino delgado humano. Elas


infiltração

produzem outras larvas por parteno gênese, sem


celular

inflamatória

fertilização, e estas saem nas fezes do hospedeiro.

predominante

A presença de uma larva nema tódea nas fezes é o


exame de

que caracteriza a estrongiloidíase. Uma vez do


lâmina num

lado de fora, algumas larvas se desenvolvem para


microscópio

poderoso

a vida livre e outras se reafirmam parasitárias.

mostrou
As livres vão completar seu desenvolvimento no
pedacinhos

solo e amadurecer como machos e fêmeas que

de larvas de

estrongilóides

copulam e produzem mais larvas, algumas livres no


escarro da

e outras parasitárias.

boa senhora,

muitas larvinhas

Quando o hospedeiro tem o intestino preso, as


também foram

larvinhas que já iam sair permanecem no trato


detectadas

intestinal tempo bastante para se desenvolver até o


estágio infectante; atravessam as paredes do
intestino, entram na circulação e se desenvolvem

106
ASQUELMINTOS

como se tivessem penetrado na pele. Essa auto-


NEMATÓDEOS

-infecção pode provocar sintomas fortíssimos, já a


pesquisa que o número de larvas é sempre muito
grande.

de ovos de

estrongiloides

nas fezes

exige método

específico

ROTÍFERO

infecção por

estrongiloides

é diagnóstico
Rotatório, troquelminto

diferencial de

úlcera gástrica

Vermezinho insignificante.

Mede apenas um milímetro

de comprimento e usa seus

magníficos cílios para comer

e se locomover.

Vive livremente,

sozinho ou em

comunidades, e

de vez em quando

parasita humanos.
Que se saiba, não faz

mal a ninguém. Entrou

no livro somente pela contri—

buição estética.

107
ESQUISTOSSOMA

Schistosoma spp.

A doença é conhecida como xistose e


bilharziose. São várias espécies de esquistossomas,
todas muito semelhantes. No

Brasil, geralmente a esquistossomose

é causada pelo Schistosoma mansoni, que mede 1


cm de comprimento, vive

em média 4 anos (mas pode chegar aos

30) nas veias intestinais e produz centenas

de ovinhos por dia. Estes escapolem pelas

paredes dos vasos sanguíneos e chegam ao

intestino ou à bexiga, em geral saindo com

as fezes ou a urina, e só amadurecem na

água do rio – onde vão dar através

do esgoto, da chuva ou de fezes

perto das margens.


Aí o s e m b r iõ e s

invadem seu anfitrião

108
PLATELMINTOS

intermediário, necessariamente um caramujinho


TREMATÓDEOS

do gênero Biomphalaria, e saem de lá como cer-


esquistossomas cárias, milhares delas, prontinhas
para penetrar fascíolas em humanos através da pele
dos pés e da perna clonorquis quando entramos em
algum laguinho, vala de paragonimus irrigação ou
córrego onde o ninho de caramujos euritremas possa
se fixar, ou então através das mucosas da boca se
bebermos a água. Uma vez dentro do

corpo, as cercárias encontram a circulação sanguí-

nea, passam pelo coração, pelos pulmões e caem no


chamado sistema porta intra-hepático, conjunto de
vasos sanguíneos que leva ao fígado o sangue que
vem dos intestinos. Em 30 a 45 dias atingem a
maturidade plena, copulam (como na ilustração ao
lado, a fêmea por dentro) e começam a produzir
ovinhos. Pior: são capazes de incorporar antígenos
com características do hospedeiro, de modo a não
serem mais reconhecidos como invasores pelo

nosso sistema imunológico; isso gera um quadro de


imuno de pressão depois de 4 ou 5 meses.

A passagem dos ovos através das veias, do intestino


delgado e da bexiga é um desastre. Os tecidos
sangram, e o avanço da infecção faz com que se
tornem permanentemente inflamados, fibrosos o
Schistosoma e anormais. Muitos dos ovos vão para
o fígado hematobium em vez de sair do corpo e
acabam encapsu lados é reconhecido em granulomas
fibrosos que afetam as funções como fator de risco
para

hepáticas e chegam a obstruir a veia porta. Fígado


câncer de bexiga e baço aumentam de tamanho, há
barriga-d’água e surge uma circulação de sangue
colateral, para
109
PLATELMINTOS

compensar o bloqueio da veia porta. Os rins ficam


TREMATÓDEOS

comprometidos. O corpo todo pode inchar. O

hospedeiro fica mais propenso a tuberculose e


hepatite viral, e qualquer infecção bacteriana será
mais grave e resistente à medicação.

Granulomas também podem formar-se nos

pulmões, pâncreas, testículos, ovários, baço e


apêndice. Se não for tratada logo, a esquistossomose
vira uma doença crônica, ou mesmo fatal. A
presença de muitos granulomas em determinado
lugar pode inflamar os tecidos e causar tumo-rações,
muitas vezes diagnosticadas e tratadas como câncer.

Dez por cento da população brasileira têm esquis


tossomose, distribuída pelo país inteiro; atualmente
há 200 milhões de pessoas infectadas no mundo, e
ela mata um milhão de pessoas por ano, tanto por
infecção de Schis tosoma mansoni quanto por S.
hae matobium e S. japonicum. Suas regiões
preferidas são África, sudeste da Ásia, noroeste da
América do Sul e algumas ilhas do Caribe. Há 5
crianças infectadas para cada adulto.

A sintomatologia varia muito conforme a resistência


do hospedeiro. Os sintomas iniciais, que podem nem
existir, costumam ser mal-estar,

tosse, dores musculares e abdominais, urticá-

ria, fraqueza generalizada, hepatite aguda. Na


segunda fase, quando começa a postura de ovos,

110
PLATELMINTOS

há aumento do baço, diarreia, indisposição, perda


TREMATÓDEOS

de peso, febre, tosse e outros sintomas alérgicos.

Os sintomas da fase crônica vão variar conforme a


incidência de granulomas nos órgãos envolvidos. O
tratamento deve ser feito por um médico experiente
e pode incluir cirurgia.

FASCÍOLA

Baratinha-do-fígado

Existem várias fascíolas: a hepá–

tica humana, a intestinal humana,

a hepática ovina, a pancreática

bovina, a hepática do gato, e todas

elas parasitam humanos.

São vermes chatos, em forma de folha.

Passam por vários estágios durante seu crescimento.

O verme adulto produz ovos que saem nas fezes do


hospedeiro. A chuva ou o esgoto primitivo os levam
para os rios. Em contato com a água eles liberam
miracídios, que têm cílios com os quais se
movimentam à procura do primeiro hospedeiro –
um caramujo, camarão ou peixinho de água doce.
Uma vez dentro, os miracídios se subdividem
internamente em bolinhas chamadas

111
PLATELMINTOS

rédias, que produzem outras rédias, que produ-


TREMATÓDEOS

zem cercárias – que são larvinhas com rabo, ou


melhor, nadadeira, pois serve para que saiam do
hospedeiro e nadem até uma plantinha qualquer.

Ali se agarram, a boca feito ventosa, e começam


imediatamente a se encistar – ou seja, a formar uma
carapaça em volta de si mesmas – enquanto o rabo
cai, esperneia e se dissolve na água. A futura fascíola
é agora uma meta cercária, cisto de paredes duplas,
sendo a de fora muito grudenta e a de dentro quase
inquebrável.

Aí alguém come a plantinha, digamos um pé de


agrião e

agrião, na salada. A parede externa do cisto se outras


folhas

rompe à menor pressão dos dentes, mas a interna de


beira de rio
resiste à mastigação e ao suco gástrico e só se
dissolve no duodeno. A larvinha que sai de dentro
corre então para a parede intestinal e começa a virar
adulta, para viver muitos anos e pôr no mundo até
mil ovos a cada movimento intestinal do hospedeiro.

Fasciola hepatica

No intestino delgado, os cistos da fascíola hepá-

tica humana se abrem e o vermezinho vai viajando


pela corrente sanguínea até o fígado, penetra nos
tecidos e chega aos dutos biliares, onde se instala.

112
PLATELMINTOS

(Esses dutos são os que levam a bile do fígado


TREMATÓDEOS

para a vesícula.) Sua presença ali e as andanças


predatórias pela árvore biliar fazem o hospedeiro a
fascíola emagrecer e ficar fraco.

hepática já foi

cientificamente

A fascíola hepática apodrece o fígado de ovelhas,


classificada animais domésticos e humanos. Em
muitos países como fator de risco para

a fasciolíase em ovinos e bovinos torna a carne


câncer de fígado imprópria para consumo humano.

a fasciolíase

pode ser

detectada

através

de ovos e

indivíduos

nas fezes
Fascioloides

e no duto

biliar, mas

magna

só quando a

infecção já

está em fase

avançada

É a fascíola hepática ovina,

parasita muito comum nos

Estados Unidos. Pode medir

até 2,5 cm de largura por 10 cm

de comprimento. Os parasitas
são encontrados no fígado e nos

dutos biliares do hospedeiro definitivo. Quando


estão nos dutos

biliares, os ovos saem pelas fezes;

quando estão no fígado, os ovos

ficam presos nos tecidos e causam

problemas graves.

113
PLATELMINTOS

TREMATÓDEOS

Fasciolopsis buski

Essa é a tal da fascíola intestinal


humana, que vive no intestino

delgado humano e suíno.

Mede até 8 cm de comprimento – um dos maiores

trematódeos encontrados

em humanos. É muito

um raro caso

de achados

comum no Oriente e

radiológicos

seu maior propa gador é

de fasciolíase

o porco. Seu ciclo de vida

hepática das
brabas em

é semelhante ao da Fasciola http://www.

hepatica. As fêmeas adultas jstage.jst.

produzem até 25.000 ovos por dia,

go.jp/article/

internal

que saem com as fezes e amadurecem

medicine

num cara mujo, do qual nascem larvas

475/449/_pdf

que se encistam na vegetação ribeirinha, e

humanos se contaminam comendo a folhagem.

A fascio líase se caracteriza por sintomas


graves no intestino delgado: inflamação,

úlceras, hemorragia e finalmente

abscessos, que podem ser fatais.

114
PLATELMINTOS

TREMATÓDEOS

CÂNCER:

FASCÍOLAS?

A cientista canadense Hulda Clark, Ph.D., N.D.,


bióloga especialista em biofísica e fisiologia celular,
pesquisou durante 21 anos para o governo
americano e resolveu prosseguir sozinha. Tem seu
próprio laboratório e atende pacientes de câncer,
afirmando que já obteve a reversão de centenas de
casos. Ela diz em seus artigos que cem por cento de
todos os portadores de câncer têm Fasciolopsis
buski, a fascíola intestinal humana, só que no fígado
em vez do habitat natural, o intestino.

Segundo ela, esse deslocamento anômalo e fatal é


possível graças à presença de poluentes químicos no
organismo e à debilidade do sistema imunoló-

gico. E sustenta que basta acabar com a fascíola


para acabar com o câncer.

As notícias do trabalho da dra. Clark estão em sites


em torno da dra.

www.drhuldaclark.org e www.drhuldaclark.com,
Hulda Clark, bem como a venda de livros e os
tratamentos.

falecida em

2009
Ela diz que os ovos da fascíola entram na corrente
sanguínea por minúsculos machucados na parede
intestinal, causados pelos mecanismos de fixação do
verme adulto, e chegam ao fígado já conver-
-tidos em miracídios, que normalmente seriam
engolidos pelas células macrófagas. O desastre
ocorre quando, por alguma razão, a pessoa tem

115
PLATELMINTOS
álcool isopropil circulando; ele neutraliza a
TREMATÓDEOS

capacidade protetora do fígado, os miracídios se


instalam e produzem rédias com alto poder de
multiplicação espontânea – 40 novas rédias por
cabeça, que também podem se deslocar para outros
tecidos imunolo gi camente debilitados, como o
pulmão dos fumantes, por exemplo,

ou o colo do útero ferido. Depois de algum

tempo, essas rédias se transformam em

cercárias; constroem um cisto em torno

de si mesmas e ali vive riam fechadas

para sempre, não fosse pela presença

no organismo de solventes, como

benzeno, que dissolvem o cisto.

Pronto: a fascíola está livre para


comer nossos tecidos, crescer, casar

e ter muitos filhinhos.

O problema, porém, não fica aí. Essa

multiplicação dentro do organismo

põe em circulação um agente químico,

a ortofosfotirosina, que só a Fascio lopsis buski


produz. Trata-se de um fator de crescimento que o
verme fabrica para si mesmo nos estágios iniciais,
mas que serve igualmente para multiplicar as células
cancerosas. E, segundo a dra. Clark, esse fator é
amplamente reconhecido como sinal de atividade do
tumor.

Em suas pesquisas, ela detectou a presença anormal


de álcool isopropil no fígado e/ou

116
PLATELMINTOS
intestino em 100% dos casos de câncer (mais
TREMATÓDEOS

de 500 casos), com fascíolas se desenvolvendo em


vários órgãos e neles produzindo tumores, e também
encontrou o solvente benzeno associado com 100%
de casos de HIV (mais de 100 casos), com fascíolas
intestinais se desenvolvendo

no timo. Encontrou ainda aflatoxina B,

produzida por fungos, e reconhecidamente

cancerígena, na maioria dos pacientes.

Esta cientista se convenceu de que nós,

humanos, só temos dois problemas

de saúde: parasitas e toxinas. Diz

que a fascíola, quando se instala nas

paredes do útero, provoca cólicas e

san gramento menstrual fora de época;


se sair, pode levar pedaços do endométrio para a
cavidade abdominal e

gerar endome triose. Nos rins causa

lúpus e mal de Hodgkin. Se completar seu ciclo no


cérebro, causa mal de

Alzheimer e escle rose múltipla. Se for no

pâncreas, dá diabete. No timo, vai produzir

baixa imunidade e favorecer doenças oportunistas.


Se invadir os músculos causa distrofias.

No intestino é responsável pelo mal de Crohn, e o


sarcoma de Kaposi também seria obra dela.

A dra. Clark tem uma ideia surpreendente sobre as


pedras da vesícula: que elas se formam em torno de
parasitas do sistema hepático, mortos e

117
PLATELMINTOS
já apinhados de bactérias. Essas figurinhas carim-
TREMATÓDEOS

badas não aparecem nos raios-x e ultra-sons

porque, em sua maioria, não são calcificadas. Vão


entupindo os dutos biliares, impedem a bile de fluir,
e isso faz aumentar o nível de colesterol no sangue.
Em seu livro The cure of all diseases ela mostra
fotos dessas pedras que lembram a forma das
fascíolas.

Sobre câncer, o cenário que a dra. Clark desenha


não é menos dramático: como o tecido invadido pela
fascíola não recupera mais sua imunidade, vira
albergue para todo tipo de parasitas e o tumor
canceroso é um foco de vermes, bacté rias, fungos e
vírus, cheio de toxinas, álcool isopropil, fréon,
metais pesados como cobre, mercúrio e níquel,
venenos como arsênico e componentes de agrotó-

xicos e pesticidas. E os cistos de seios e ovários, diz


ela, são cheios de micélios, a forma avançada dos
fungos.
Muito enfática em suas afirmações, a dra. Clark
deixa de lado o rigor científico quando divulga seus
achados, o que cria uma enorme margem

de dúvidas quanto à seriedade do seu trabalho.

Sofreu vários processos nos EU e refugiou-se em


Tijuana, México. Divulgou aos quatro ventos sua
fórmula para acabar com vermes, que está no
capítulo sobre tratamentos.

Mas acentua que, depois da limpeza, o mais


importante é recuperar a imunidade, banindo

118
PLATELMINTOS

da alimentação fontes de álcool isopropil como


TREMATÓDEOS

bebidas gaseificadas, café descafeinado, sucos de


fruta engarrafados e açúcar branco. Esse álcool
também é muito presente em cosméticos, xampus e
outros produtos para cabelo; ela diz para não usar
nada que tenha “propil” no meio.

Há nos Estados Unidos uma crescente mania de


limpeza intestinal através de colonics, lava-gens
intestinais em que água e outros produtos penetram
profundamente no cólon. Síndrome de um país
onde a prisão de ventre se tornou regra.

Pessoas que trabalham com isso dão testemunho de


uma enormidade de vermes intestinais saindo da
maioria dos clientes, todos adultos, urbanos, de
primeiro mundo e sem sintomas claros de

verminose, mas cheios de problemas de saúde.

Diz o parasitologista americano Geoffrey Lapage,


em seu livro Animals parasitic in man: “Não há
parte do corpo humano, bem como de outro
hospedeiro qualquer, que não seja visitada por
algum tipo de animal parasitário em algum momento
de caramujos são

sua história de vida.”

hospedeiros

intermediários

de vários
trematódeos;

tilápias e peixes

dourados

ajudam a reduzir

os caramujos

119
PLATELMINTOS

TREMATÓDEOS

VERME HEPÁTICO

CHINÊS/ORIENTAL

Clonorchis sinensis

Ele mede entre 10 e 25 mm e vive nos dutos

biliares de humanos e outros mamíferos. A


clonorquíase é uma doença comum na China,
Vietnã, Coreia e Japão, e é adquirida comendo peixe
de água doce contaminado pela larva.

Estima-se em 30 milhões o número de pessoas

infectadas. O verme vive de 10 a 20 anos no


hospedeiro e faz com que o revestimento interno
dos dutos biliares fique grosso, o que provoca uma
inflamação nos tecidos hepáticos adja-centes; pode
haver degeneração do tecido dos dutos e os ovos do
parasita entrarem no tecido hepático; nesse caso as
defesas do hospedeiro providen ciam uma cápsula
fibrosa, um granuloma, em torno dos ovos. Pode
haver bloqueio total ou estreitamento dos dutos
biliares. Como os parasitas vivem muitos anos, o
dano causado ao fígado e seus dutos tende a se
acumular e pode matar. O diagnóstico depende da
identificação dos ovos nas fezes.

Peixe cru, defumado, salgado ou seco: em qualquer


um destes pode estar a larva. Logo em seguida à
infecção podem aparecer sinais de indigestão, mais
tarde seguidos por aumento e sensibilidade
120
PLATELMINTOS

do fígado e uma leve icterícia. Frequente mente


TREMATÓDEOS

não há sintomas. Infestações grandes (a partir de


20.000 vermes) podem envolver o pâncreas e a
vesícula biliar e estar associadas ao acúmulo de
fluido no abdome e sinais de intoxicação geral.

Não existe tratamento satisfatório contra


clonorquíase; algum sucesso foi obtido com agentes
como cloroquina, que são tóxicos para o verme.

A prevenção se faz cozinhando bem os peixes de


água doce e tomando cuidado para não contaminar
nada durante o preparo.

VERME

DO PULMÃO

Paragonimus westermani
Há muitas variedades de Paragonimus, mas a que
normalmente infesta os humanos é a P. westermani,
encontrada nos pulmões.

São vermes robustos, medindo 10 mm de


comprimento, 5 mm de largura e 5 mm de
profundidade, e parecem grãos de café. Produzem
ovos que vão para as passagens de ar dos pulmões e
saem junto com a tosse e o escarro, ou são
engolidos e saem pelas fezes. Os ovos amadurecem
e soltam larvas, e o primeiro hospedeiro
intermediário é

121
PLATELMINTOS

um caramujo. As larvas, já no estágio de cercárias,


TREMATÓDEOS

infectam um segundo hospedeiro, caranguejo ou


camarão-de-água-doce (pitu), e o hospedeiro
definitivo é infectado quando come a carne com o
cisto do verme. O cisto se abre no intestino delgado,
a larva imatura penetra na parede intestinal, migra
pela cavidade abdominal, atravessa o diafragma e
finalmente chega aos pulmões. As infecções
pulmonares raramente são fatais, mas os vermes são
encontrados fre quentemente em lugares estranhos
como cérebro, coração e medula espinhal, e aí
podem matar.

Não se costuma comer caranguejo e camarão-de-

-água doce crus, mas a metacercária permanece viva


em conservas tipo picles ou marinada, e é assim que
se dá a transmissão – além, é claro, de mãos e
utensílios de cozinha contaminados.

No Japão não é raro encontrar pessoas infectadas


por Paragonimus westermani e P. miyazakii; o
diagnóstico geralmente aponta câncer de pulmão ou
tuberculose. No pulmão, o verme fica encap sulado
num cisto produzido pela reação imuno lógica do
hospedeiro. Eventualmente invade o cérebro. Na
radiografia aparece uma massa calcificada.

122
PLATELMINTOS

TREMATÓDEOS

EURITREMA

Eurytrema pancreaticum

Esse parasita vive nos dutos pancreáticos e gosta de


humanos, bovinos, ovinos, suínos, macacos e
camelos. É encontrado em muitos lugares do
Oriente e algumas áreas da América do Sul. Seu
ciclo de vida envolve dois hospedeiros intermedi-

ários, o caramujo e o gafanhoto, num processo de


amadurecimento que leva dois anos. A infecção do
hospedeiro definitivo se dá quando ele come o
gafanhoto ou algum hospedeiro infectado.

Vários pesquisadores, entre eles a dra. Hulda Clark,


afirmam que a infestação do pâncreas

por vermes causa diabete. O Eurytrema cava


caminhos nos próprios tecidos pancreáticos,
produzindo neles uma verdadeira devastação.

Segundo o médico Michel Briamonte, em seu site


WellnessWeb, alguns pacientes diabéticos puderam
normalizar totalmente suas taxas de

glicose e suspender os remédios depois de fazer um


programa completo de vermi fugação. O ideal seria
que exames de fezes detalhados pudessem apontar a
existência do parasita, mas isso é difícil; a melhor
maneira de saber se eles são os culpados é fazer uma
limpeza parasitária rigorosa e checar os resultados.

123
esta linda

paisagem

oriental

é uma
proglote madura

de tênia

124
TÊNIA, SOLITÁRIA PLATELMINTOS
CESTÓDEOS

tênia

Taenia solium

equinococos:

cistos hidáticos

Taenia saginata

esparganas

A primeira notícia é que a solitária costuma estar


diplogonoporus acompanhada, portanto não faz jus
ao nome. A dipilídios segunda é que existem várias
tênias. Algumas himenolepis infestam cães e gatos,
mas só duas, e das maiores, botriocéfalos adotam
humanos como hospedeiros definitivos – a T.
solium, que tem o porco como intermediário, e a T.
saginata, cujo ciclo é feito através do boi. As larvas
penetram na carne desses bichos, formam em torno
de si uma carapaça durís sima chamada cisticerco e
ficam esperando. O capítulo seguinte se dá quando
o humano come essa carne de boi ou de porco, crua
ou mal cozida, contendo o tal do cisticerco. Ele
resiste à mas tigação e ao suco gástrico mas se
rompe alegremente assim que chega ao intestino
delgado do hospedeiro, deixando sair o projeto de
verme, que ali se instala para crescer, amadurecer,
produzir mais ovos, causar obstruções intestinais,
apendicite, anemia, fraqueza, fome absurda, etc.

As tênias são achatadas, podem medir de 1 milí-

metro a 15 metros e colonizam humanos, animais


domésticos, peixes e todos os tipos de vertebrados,
além de alguns invertebrados. A cabeça, ou escó-

lex, é minúscula e tem ganchos e ventosas que ser-


vem para ela se agarrar na parede intestinal, mas

125
PLATELMINTOS

CESTÓDEOS
não tem boca nem sistema digestivo. A absorção de
nutrientes é feita por pequenas saliên cias em seu
tecido externo, muito semelhante em estrutura e
função ao revestimento do nosso intestino delgado.
A tênia também não tem propria mente o que a
ciência

um corpo: de sua cabeça vão nascendo inúmeras


reconhece

como substância

partes autodestacáveis chamadas proglotes, na tóxica


natural

verdade ovários, cada qual com um kit sexual contra

completo. As proglotes vão saindo do hospedeiro


platelmintos

(tênia, fascíola

aos poucos, inteiras ou desmanchadas, junto com e


outros
as fezes ou sozinhas. Cada uma pode conter até
vermes chatos):

sementes
40.000 ovinhos fecundados, que
se espalham por
de abóbora

onde der – chão, móveis, roupas, utensílios do-

( Cucurbita

mésticos, lençóis, tapetes, banheiros, maçanetas,


maxima),

rizomas de

mãos, boca , dinheiro e sabe-se lá o que mais – na


feto-macho

esperança de um intermediário que os engula.

(Dryopteris

filix-mas),
Quem come peixe cru, sobretudo salmão, peixe-

óleo de erva-

-espada, truta e perca, também corre riscos: cos-de-


santa-maria (Chenopodium

tumam ter cistos de Dibothriocephalus latus ou


ambrosiodes var.

Diphyllobothrium latum, cestódeos dos peixes.

anthelminticum),

Daí a importância de comer a conserva de gen-


cascas e raízes de romãzeira

gibre e a pasta de wasabi junto com os sushis e (


Punica

sashimis: além de aquecerem a digestão com seu


granatum)

sabor picante, ambos têm substâncias teoricamen-te


capazes de aniquilar larvas e cisticercos.
Muitas vezes a pessoa infectada não apresenta
sintomas. Alguns sinais importantes são: dores na
parte superior da barriga, diarreia, perda de peso
inexplicável, fraqueza, fadiga, respiração curta, 126
PLATELMINTOS

anemia – e proglotes, mais raramente ovos, nas


CESTÓDEOS

fezes ou na roupa íntima.

Quando se usa um vermífugo contra ela, a tênia


deve sair inteira – se a cabecinha ficar lá dentro, o
processo de crescimento começa de novo.

para achar

um cisticerco

no corpo,
só fazendo

tomografias

Cisticercose

ou o teste

bidigital ou

bioenergético:

Embora a tênia não incomode tanto quanto outros


um é muito caro, vermes, há sempre a ameaça de
gerar cisticerco-o outro muito barato

se, ou seja, a infecção da carne do hospedeiro


humano. Acontece porque às vezes as proglotes
erram o caminho e sobem para o estômago, depois
descem de novo para o intestino delgado e isso
amadurece os ovos, que liberam larvas. Ou então a
pessoa, inadvertidamente, ingere um minúsculo ovo,
oriundo de sua própria tênia, que também se abre e
libera larvas. Estas penetram nas paredes cisticerco
do intestino delgado e entram na corrente sanguínea,
seguindo viagem para qualquer órgão do corpo,
onde se estabelecem e passam ao estágio de
cisticercos, chegando a um tamanho que varia de
meio a vinte centímetros de diâmetro. O que isso
acarreta? Depende da quantidade, do tamanho dos
hóspedes e de onde eles vão parar. No olho, um só
pode causar cegueira. Na espinha dorsal, paralisia.
No cérebro, a neurocisticercose pode virando gente,
fazer lesões irreparáveis.

digo, verme

127
PLATELMINTOS

CESTÓDEOS
CISTO HIDÁTICO

Echinococcus granulosus Ele é um cestódeo, como


a tênia, de meio centí-

metro de comprimento, que tem três pro glotes e


vive no intestino delgado do cão, e até aí tudo bem.

Os ovos saem pelas fezes e são ingeridos pelo


hospedeiro intermediário, que pode ser qualquer
vertebrado de sangue quente, incluindo humanos;
abrem-se no intestino delgado e liberam larvas que
atravessam as paredes intestinais e entram no
sistema circulatório, por onde podem chegar a
qualquer lugar do corpo, mas preferem o fígado, os
pulmões e o sistema nervoso central.

Aí tudo mal: instalam-se e crescem até formar o que


se chama de cisto hidático.

Cistos hidáticos podem crescer até 15 cm de diâ-

metro. No seu interior vivem milhares de projetos de


escólex (a locomotiva do verme), cada qual com a
capacidade de tornar-se um verme adulto se for
ingerido pelo cachorro.

Um ou vários cistos pequenos no fígado podem


cestódeo quer

passar despercebidos durante muitos anos, mas dizer


em forma

de fita ou cinto

um grande leva à morte. No cérebro, as consequên


cias são graves e irreversíveis. Se por azar um cisto
se rompe dentro do humano, durante uma cirurgia
ou numa contusão, por exemplo, milhares 128

PLATELMINTOS

CESTÓDEOS
de novos cistos hidáticos vão surgir, espalhados por
todos os lugares do corpo.

A doença se chama hidatidose.

ESPARGANA

Spirometra erinaceieuropaei O problema aqui é


com a larva (plerocercoide) do o que pulou bicho,
chamada espargana, que dá no mundo intei-pra fora
do ro. A transmissão acontece quando o humano
bebe seio da paciente na cirurgia

água contaminada por microscópicos crustáceos era


uma infectados ou come a carne mal cozida de
algum epargana, hospedeiro secundário, que pode
ser mamífero, larva de Spirometra

anfíbio ou réptil: engole a larvinha junto.

foto do dr.

Uma vez no humano, a espargana migra para


Nobuaki Akao, Universidade
qualquer tecido do corpo e cresce até 12 cm. Se de
Tóquio for perto da superfície, o caroço aparece; se
não...

A patologia associada depende dos órgãos envol-


vidos, do tamanho e do número de esparganas.

Infecções consistindo de uma ou duas esparganas na


musculatura profunda podem não provocar maiores
sintomas e passar despercebidas. Infecções nos
olhos podem cegar, e nos tecidos sub dérmicos
resultam em dolorosos caroços com falso
diagnóstico de câncer.

129

PLATELMINTOS

CESTÓDEOS

Nos Estados Unidos foram regis trados vários casos


de esparganose ocular em mulheres que, lidando
com peixe, coçaram os olhos com as mãos
contaminadas.
um homem de

55 anos chegou

ao Hospital da

Universidade

de Nara,

no Japão, com a

HIMENOLEPIS

barriga enorme

e sintomas de

Hymenolepis nana e teníase

400 ml de uma

H. diminuta

droga foram
introduzidos em

Os ovos dessas senhoras saem nas fezes de ra-seu


duodeno tos, camundongos e humanos, seus
hospedeiros através

de um tubo

definitivos, e são comidos por larvas de pulgas o


verme em

e carunchos, que por sua vez reinfectam ratos,


forma de fita

camundongos e humanos que engolirem as pulgas


moveu-se

e os carunchos.

rapidamente

para o cólon

Diferente das outras espécies de cestódeos, o ciclo


descendente e
saiu com tudo

de vida das himenolepis não depende de hospe-


media 273 cm deiro intermediário. Se os ovos forem
ingeridos e o escólex

por um hospedeiro definitivo apropriado, vão tinha


cara

amadurecer no intestino delgado e liberar uma de


ET

larva (hexa canto) que vai formar um cisticerco


aninhado na mucosa intestinal; este, quando pronto,
move-se para a superfície do intestino (chamada de
luz ou lúmen intestinal), cresce e se reproduz.

130
PLATELMINTOS

As infecções ocorrem principalmente em crianças,


CESTÓDEOS

provocando irritação, ansiedade, insônia, dores


abdominais, perda de peso, eosinofilia e mais
raramente sintomas nervosos, como cianose, perda
de consciência e convulsões.

DIPILÍDIO

Dipylidium caninum Você reconhece o Dipylidium


quando vê nas fezes do gato ou do cachorro uma
coisinha que parece um grão de arroz e se mexe por
contrações. A coisinha não é o verme, é a proglote
de um cestó-

deo que, cheia de ovinhos, vai pela estrada afora


conquistar a vida. Larvas de pulgas e carunchos
(insetos da farinha e dos cereais) comem os ovinhos,
aí o cachorro ou o gato ou a criança engolem as
pulgas e os carunchos e se reinfestam.

O verme pode crescer até 20 cm e se desenvolve em


humanos também.

cabeças,

ganchos e ovo

de T. saginata

e T. solium

131
PLATELMINTOS

CESTÓDEOS

DIPLOGONOPORO
Diplogonoporus grandis É uma tênia de baleias e
outros mamíferos marinhos, que passa através de
peixe cru ou mal cozido e se desenvolve em
humanos.

Um diplogonoporus adolescente pode ter uns 3


metros. Foram relatados mais de 200 casos recentes
no Japão.

BOTRIOCÉFALO

Diphyllobothrium latum Esta é a tênia dos lagos,


que pode medir de dois a vinte metros. Seus ovos
liberam larvas que são engolidas pelos ciclopes,
minúsculos crustáceos das águas paradas; em vinte
dias já viraram larvas infectantes. Um peixe come o
ciclope e a larva cresce dentro dele. Se outro maior
comê-lo, ela continuará crescendo e se enquistando
dentro do novo hospedeiro até atingir um mamífero
num peixe mal cozido, para virar adulta em cinco ou
seis semanas.

botriocéfalo

132
133
abscessos

amebianos

no fígado,

pulmão,

cérebro

AMEBA
e intestino

podem ser

diagnosticados

Entamoeba histolytica como câncer

As amebas são uma grande família de unice-lulares


que gostam de humanos. Entamoeba hart manni,
Entamoeba coli e Endolimax nana são 134
PROTOZOÁRIOS

comensais do intestino grosso;

Entamoeba gingivalis vive amebas serenamente nas


gengivas e no giárdia tártaro dentário de macacos,
cães tricomonas e humanos; e Entamoeba
histolytica é o tripanossomas parasita intestinal que
causa problemas sérios leishmania – pode destruir os
tecidos que revestem o intestino malária grosso e
provocar lesões graves em
toxoplasma

vários órgãos.

criptosporídeos

Pa s s a
coccídeos

de pessoa para pessoa através de cistos e é


sarcocistos

disseminada também por moscas e

baratas. Frutas e vegetais crus, clamídia manipulados


por pessoas infecta—

balantídeos

das, lavados em água contaminada

ou fertilizados com fezes

humanas, certamente
estão cheios de amebas;

elas também podem vir

dos canos de banheiro velhos artrite, lúpus, e sujos,


do dinheiro, do papel do pão. esclerose múltipla

Muita gente hospeda amebas sem sentir nada. e


outras Quando há sintomas, os mais comuns são
diarreia doenças ditas reumatóides,

que para e volta, podendo alternar com prisão tidas


como de ventre; cólicas e vontade de evacuar, mas
incuráveis, não sai nada; fezes moles e fedidas, com
muito são ligadas a amebas

muco, às vezes com sangue; gases, fadiga, dores e


fungos musculares; raramente, febre. A infecção é
mais em www.

arthritistrust.

virulenta se o hospedeiro estiver subnutrido e se org


consumir muito amido (cereais, mesmo integrais,
135
PROTOZOÁRIOS

pão, massas, farinhas, batatas). A presença de o leite


materno

bactérias também é um fator fundamental para o


contém uma

enzima capaz

desenvolvimento da doença.

de matar formas

vegetativas de

A fase minuta das amebas , em que são muito


Giardia lamblia

pequenas, é aguda e se caracteriza por diarreia e


Entamoeba

com sangue e muco. Isso porque, quando o


hystolitica

hospedeiro está fragilizado ou há alterações na flora


intestinal, as amebas começam a comer a dor, febre
e

sub mucosa do intestino grosso, geralmente as


fígado inchado

podem indicar

curvinhas do cólon de um lado e outro da cintura.

abscessos

de amebas

Essa fase aguda dá lugar a outra, magna, crônica,


no fígado

em que as amebas vão continuamente formando


cistos em torno de si mesmas e se dividindo amebas
também

em quatro outras amebas, todas instaladas na


produzem

abscessos
sub mucosa intestinal, abrindo úlceras de vários
cutâneos

tamanhos que só cicatrizam depois de longo


tratamento. Na fase crônica há poucos sintomas,
amebas de

geralmente vagas dores abdominais, com ou sem


vida livre, como

diarreia de vez em quando; essa fase pode durar


Acanthamoeba

muitos anos, com a ameba produzindo enorme


culbertsoni

e Naegleria

quantidade de cistos – quatro que vão se multi-


fowleri, dão plicando por quatro infinitamente e
muito rápido.

dor de cabeça,

nasofaringite,
Não raro as amebas entram na circulação san-
sangramento guínea e acabam invadindo pâncreas,
pulmões, nasal e podem

afetar os olhos,

cérebro, fígado e pele; deixam áreas necrosadas


além de causar

conhecidas como “abscessos amebianos”. As


meningite

e artrite

sequelas podem incluir ainda infecção do peri-


reumatóide cárdio, a membrana que reveste o
coração, e infestação do períneo.

136

PROTOZOÁRIOS

Como a disenteria amebiana é muito parecida com a


bacteriana, o diagnóstico costuma ser difícil. Na
Entamoeba gingivalis e
dúvida, é bom tratar ambos. A recomendação para
Streptococcus fases agudas é seguir uma dieta rica
em proteínas sanguis infectam e pobre em fibras e
carboidratos, e tomar muito as gengivas, entram na

líquido.

corrente

sanguínea

Detalhe: quando o hospedeiro está tomando e


entopem antibióticos, a produção de cistos
amebianos artérias, desaparece e só volta algum
tempo depois, quando provocando infarto

a flora bacteriana é restabelecida.

os bons médicos

não desprezam

nenhuma

ameba, mesmo
GIÁRDIA

as que têm fama

de não produzir

sintomas: vão

logo tratando

Giardia intestinalis Atende também por Giardia


lamblia e Lamblia intestinalis e é um parasita muito
comum no intestino humano. Pudera: uma pessoa
infectada elimina, pelas fezes, entre 300 milhões e
14 dor de cabeça bilhões de cistos infectantes por
dia. Sempre? crônica é um Não. Há períodos de 7 a
10 dias em que não sai sintoma de giardíase

nada, justamente quando o hospedeiro resolve fazer


um exame de fezes. Daí a importância de repetir
exames que dão resultado negativo.

A giárdia se transmite através de água contaminada


por fezes que contêm cistos; estes amadu recem no
intestino delgado e os parasitas se agarram na 137
PROTOZOÁRIOS

mucosa. Embora não invadam os tecidos, como as


amebas fazem no intestino grosso, se a infestação
for grande os parasitas vão cobrir grande parte do
revestimento intestinal.

Se o hospedeiro já tiver alguma imunidade


desenvolvida contra giárdia, pode viver infectado
para sempre sem desenvolver a giardíase. Que
geralmente surge de uma a três semanas após a
ingestão dos cistos e apresenta diarreia amarelada
(com eliminação de gordura), dores abdominais,
falta de apetite, insônia, irrita bilidade,
emagrecimento e sinais de deficiência de vitaminas
A, E, D

e K. Segundo Nilo

Cairo, médico, em

seu Guia de Medicina Homeopática, a dor de


cabeça é um sintoma constante da

giar díase. Ele observa que “há

diarreia quando os flagelados

multiplicam-se rapidamente sob forma vegetativa, e,


ao contrário, uma prisão de ventre quando
enquistados. As fezes são enver nizadas por um
muco tanto mais abundante quanto mais intensa a
infestação”.

A giárdia afeta mais crianças e adolescentes do que


adultos. Ferver a água e cozinhar os alimentos
destrói os cistos, e filtros de vela conseguem retê-
los.
138

PROTOZOÁRIOS

TRICOMONA

Trichomonas vaginalis Tricomoníase é uma


infecção ou inflamação causada por um minúsculo
parasita, Trichomonas as medidas de prevenção à
vaginalis, que vive no trato geniturinário infe rior
tricomoníase de homens e mulheres e é transmitido
por contato incluem usar somente

sexual. Afeta vagina, uretra, bexiga e próstata. Os


calcinhas homens em geral não apresentam
sintomas; nas de algodão, mulheres o sinal mais
evidente de inflamação evitar jeans apertados e

é um corrimento fedido que costuma aparecer calças


grossas alguns dias depois da menstruação. Também
durante o verão, surgem dores, coceira e
vermelhidão em toda a evitar piscinas e banhos de

vulva, e urinar pode ser doloroso. O parasita


banheira, pode viver anos a fio na pessoa sem causar
não ficar de maiô molhado

incômodo, desde que as defesas do organismo


estejam bem. Quando há alguma queda nas taxas de
imunidade ele cresce e aparece.

Em 1995, um estudo da Universidade


de Cinga pura constatou uma fortís—

tricomonas e

câncer de colo

sima relação entre tricomonas e câncer. Entre 121 de


útero mulheres com câncer de colo de útero, 50
tinham tido ou estavam com tricomoníase; entre 242
sem câncer, apenas 12 tinham história de
tricomonas.

139

PROTOZOÁRIOS

MAL DE CHAGAS

Trypanosoma cruzi Existem várias espécies de


tripanossomas, mas só o T. cruzi causa a
tripanossomíase ou mal de Chagas, que tem esse
nome por ter sido estudado por um cientista
brasileiro, Carlos Chagas. Ataca 1 colher de chá
humanos, caninos, felinos e roedores, e pode viver
do sumo da

erva-de—

dentro das células (amastigota) ou livre no sangue


santa-maria

(tripomastigota).

(Chenopodium

album),

É transmitido por cerca de 30 besouros da misturado


com

mel e tomado

subfamília Triatoma, o barbeiro, bicho-barbeiro,


durante 15 dias,

bicho-de-frade, bicho-de-parede, bicudo, cas cudo,


já mostrou ser

chupança, chupão, chupa-pinto, fincão, furão, um


remédio

poderoso contra

gaudério, percevejão, percevejo-do-sertão, permal


de Chagas cevejo-gaudério, procotó, rondão,
vunvum, que se alimenta de sangue e ao mesmo
tempo defeca em quem lhe dá de comer. Junto com
o sangue ele ingere os projetos de parasita, que
dentro do besouro se reproduzem assexuadamente e
saem pelas fezes enquanto o besouro se alimenta no
hospedeiro.

As tripomastigotas metacíclicas entram no corpo do


hospedeiro através do buraquinho que o besouro faz
ou pelas membranas mucosas da boca, do nariz e
dos olhos. No hospedeiro, o mal de Chagas afeta
primeiro o sistema nervoso e o coração. Infecções
crônicas produzem várias 140

PROTOZOÁRIOS

desordens neurológicas, incluindo demência, além


de danificar o músculo cardíaco e provocar grande
dilatação do cólon e do esôfago. Sem tratamento, a
infecção é fatal.

Um primo africano do T. cruzi, T. gambiense, causa


a doença do sono, transmitida pela mosca tsé-tsé,
uma dentre muitas Glossinae, quase todas
transmissoras de parasitas.

MALÁRIA

Plasmodium vivax, P. ovale, P. falciparum e P.


malariae contra

malária,

Infecção importante e difícil de tratar, recorrente,


dengue e típica de regiões tropicais e subtropicais,
carac-febre amarela, terizada por ataques periódicos
de calafrios e os nativos das regiões tropicais

febre, anemia, aumento do baço e complicações


onde há muito frequentemente fatais. Afeta as
células e os vasos mosquito simplesmente

sanguíneos, o fígado, o sistema nervoso central


comem inhame (incluindo cérebro, meninges e
medula espinhal) no Havaí o e nervos periféricos.
Dá também em gorilas, inhame é macacos, ratos,
pássaros e répteis. É causada por cozido, depois
várias espécies de plasmódios, parasitas do gênero
fermentado; chama-se

Plasmodium, que são transmitidos aos humanos poi


poi por mosquitos Anofeles, dos quais existem mais
141
PROTOZOÁRIOS

de 60 tipos pelo mundo afora; distingue-se o


anofelino dos outros mosquitos porque ele pousa
como se fosse um prego espetado, o que lhe vale o
nome de mosquito-prego. Plasmo dium vivax
produz a forma mais disseminada da doença, e P.
falciparum é o que causa os sintomas mais severos.

Malária é uma das infecções mais antigas do mundo.


Seu território, bem delimitado: lugares quentes e
úmidos da América Latina, Ásia e África, onde o
mosquito tem facilidade de se desenvolver. Cinco
mil anos atrás já era conhecida no Egito, e até hoje
não se conse-guiu grandes avanços contra ela.
Estimativas recentes apontam 1,5 bilhão de pessoas
vivendo em áreas onde a doença é endêmica, 500
milhões de pessoas infectadas e 1 a 2 milhões de
mortes por ano. No Brasil ela é comum na região
norte, sobretudo na Amazônia.

O ciclo da malária exige um hospedeiro


intermediário específico, que é a mosquita anofelina.
Ela precisa de sangue para fertilizar seus ovos, e ao
sugar uma pessoa infectada ingere os plasmódios.

Alguns deles são sexuados e se acoplam dentro do


estômago da mosquita, formando um ovo cheio de
larvinhas que nascem e passam através da saliva (da
mosquita) para a pessoa seguinte que ela picar.

Nessa vítima as larvas têm um outro ciclo de repro-


142
PROTOZOÁRIOS

dução, assexuado. Depois de atravessar a pele o


parasita entra na corrente sanguínea, invade um
glóbulo vermelho do sangue, sofre duas
transformações e se divide em formas menores
chamadas mero zoítos.
Aí a célula sanguínea se rompe, soltando os
merozoítos no sangue e causando a febre e os
calafrios. Os merozoítos invadem outros glóbulos
vermelhos e o ciclo se repete.

O primeiro ataque acontece entre 8

e 25 dias após a picada. Os ataques

de malária duram poucas horas ou

até um dia inteiro e têm três está-

gios: primeiro tremores e calafrios

(quando os glóbulos vermelhos estão

arrebentando), depois febre altíssima e finalmente


um suor abundante, que

faz a temperatura voltar ao normal.

Nos primeiros dias da infecção há ataques todos os


dias, depois a cada dois ou três dias, e podem
continuar por anos a fio se não for feito o
tratamento.

As pessoas ficam anêmicas e

muito fracas, o baço aumenta (é o

órgão responsável por eliminar do

sangue as células degeneradas) e muitas outras


complicações afetam a pessoa. Por exemplo, os
glóbulos parasitados tendem a se aglomerar 143

PROTOZOÁRIOS

e bloquear pequenos vasos sanguíneos. Outros


sintomas são dor de cabeça, fadiga, náusea.

Crianças e adultos subnutridos ou de baixa


imunidade não sobrevivem à malária.

O tratamento, à base de quinina, é extremamente


tóxico mas costuma dar resultado em duas semanas
– o que não impede a infecção de voltar mais tarde.
A quinina, extraída da casca de uma árvore chamada
cinchona, é usado desde 1700
para aliviar as febres da malária. Outras drogas
foram desenvolvidas neste século, mas o parasita
desenvolveu resistência a todas elas e a incidência de
malária vem aumentando continuamente.

A prevenção externa se faz combatendo o mosquito


com inseticidas, secando pântanos e evitando águas
paradas de qualquer tamanho (de lagos e piscinas a
pratinhos de plantas); o mosqui-teiro e as telas de
janela também são importantes, pois a mosquita pica
mais à noite.

A prevenção interna se faz comendo inhame (o


pequeno, cabeludo, também chamado de inhami-
nho ou inhame chinês), que tem uma substância que
impede a sobrevivência do parasita no sangue.

O inhame é nativo dos mesmos lugares quentes e


úmidos da América Latina, Ásia e África onde a
malária é endêmica. Em suas diversas formas, era
alimento cotidiano da maioria da população que
sobreviveu nessas paragens. Aldeias inteiras 144

PROTOZOÁRIOS
da África morreram de malária quando os ingleses
foram lá plantar seringueiras para fazer borracha e
acabaram com as roças de inhame.

LEISHMÂNIA

Leishmania spp.

São protozoários que infectam muitos vertebrados,


incluindo humanos, cachorros e roedores.

Quem transmite o parasita é uma mos quinha do


gênero Lutzomyia, dentro da qual o parasita se
reproduz assexuada mente; já no humano, entra
numa célula e se reproduz de novo, e quando essa
célula morre os parasitas são liberados e infectam
muitas outras. Os sintomas e a patologia da
leishmaniose resultam dessa matança de células.

Há três formas principais de leishmaniose, que


dependem tanto da espécie que ataca quanto das
defesas do hospedeiro. Uma é cutânea, produz
erupções pequenas ou grandes na pele dos pés,
pernas, mãos ou rosto, e geralmente sara sozinha em
alguns meses. Outra é mucocutânea, também
chamada espúndia. Pode afetar as membranas
mucosas da boca e do nariz destruindo lábios,
garganta, palato e laringe e produzindo deformações
horríveis. A terceira é visceral, também chamada
145

PROTOZOÁRIOS
calazar; invade fígado, baço, medula óssea; os
sintomas aparecem dois meses ou mais depois
calazar

da infecção e incluem febre, redução na taxa de


glóbulos brancos, perda de peso e aumento do
fígado e do baço.

Se não forem tratadas, tanto a forma visceral quanto


a mucocutânea podem matar.

A ocorrência é principalmente nas Américas Central


e do Sul, África Central e partes do sul e do centro
da Ásia, mas pode dar no mundo inteiro.

No Brasil, a doença já foi conhecida como úlcera de


Bauru.

TOXOPLASMA

Toxoplasma gondii Toxoplasma gondii existe em


todos os lugares do mundo e infecta a grande
maioria dos mamíferos e das aves. Como a maioria
dos api complexos, toxoplasma é um parasita
intracelular compulsório. Seu ciclo de vida tem duas
fases. A primeira é intestinal, só ocorre em gatos
(selvagens ou domésticos) e produz oocistos. A
segunda é extraintestinal, ocorre em todos os
animais infectados (inclusive 146

PROTOZOÁRIOS

gatos) e produz taquizoítos, bradizoítos ou zoi-


tocistos que infectam a carne.
Pode ser transmitida através de alimentos
contaminados por oocistos presentes nas fezes dos
gatos ou, mais frequentemente, por bradizoítos em
carne crua ou mal cozida. Na maioria dos humanos
infectados a toxo plasmose não produz sintomas.

Entretanto, em determinadas condições, pode


resultar em sérias patologias, incluindo hepatite,
pneumonia, cegueira e desordens neurológicas
severas. Isso é mais

verdadeiro para pessoas

cujo sistema imuno lógico

esteja muito debilitado,

mas também adultos

sadios podem produzir sintomas.

A toxo plasmo se

também passa
atravésda

placenta, causando aborto

espontâneo ou

degenerações

físicas e men tais

no bebê.

147

PROTOZOÁRIOS

CRIPTOSPORÍDEO

Cryptosporidium parvum Os membros do gênero


Cryptosporidium são parasitas do trato intestinal de
peixes, répteis, pássaros e mamíferos. Eram
conhecidas as infec-

ções em animais selvagens e domésticos, mas de


alguns anos para cá cresceram de modo gritante as
infecções em humanos, incluindo epidemias em
várias cidades populosas dos Estados Unidos.

em estudos

Atualmente, a criptosporidíase é reconhecida


recentes, a

como importante infecção oportunista, especial-


nitazoxanida mente quando o hospedeiro tem aids.

apresentou

resultados

Criptosporídeo é um parasita mínimo que vive


positivos

na superfície ou dentro do tecido que reveste


internamente o intestino delgado; sua reprodu-

ção é assexuada e os oocistos saem nas fezes. A


transmissão se dá quando o humano ingere água
contaminada (inclusive de piscina) ou comida feita
com ela. Uma pessoa infectada é capaz de eliminar
pelas fezes até 20 bilhões de oocistos em 24 horas.
Cada nova geração de parasitas leva apenas 12 horas
para amadurecer, e poucos dias bastam para que o
trato intestinal esteja inteira-mente colonizado.

A gravidade da infecção varia de acordo com o


estado imunológico da pessoa. Na maioria dos
pacientes há diarreia moderada, aquosa, de curta
duração. Isso muitas vezes não preocupa o 148

PROTOZOÁRIOS

hospedeiro, que continua infectado e ignorando o


fato. Mas em crianças, idosos e pessoas imuno-
deficientes o parasita pode causar uma diarreia forte
e crônica, acompanhada ou não de perda de peso,
cólicas abdominais, náusea, vômitos e febre durante
semanas ou meses, o que acaba tendo consequências
importantes e até mesmo fatais.

COCCÍDEO

Eimeria e Isospora spp.

Membros desses dois gêneros são conhecidos como


coccídeos e infectam animais por todo o mundo. As
doenças são chamadas coletivamente de coccidioses,
e variam tremendamente em virulência. Algumas
espécies de coccídeos produzem sintomas que
podem passar despercebidos (por exemplo, diarreia
aguda) e eventualmente desaparecem, enquanto
outras causam infecções muito violentas que são
rápidas e fatais.

O hospedeiro é infectado quando ingere oocistos


que saíram das fezes de outro hospedeiro. O cisto se
abre no intestino delgado e libera esporo zoítos, que
penetram nas células das paredes intestinais e se
reproduzem assexuadamente, formando múltiplos
merozoítos que são liberados das 149
PROTOZOÁRIOS

células-mães e infectam novas células. É esse estágio


da infecção que pode resultar em destrui-

ção maciça de células e levar à morte. Alguns dos


merozoítos que entram nas células se transformam
em gametócitos e logo em gametas, que se fundem
num zigoto que vai virando oocisto; que escapole da
célula e sai nas fezes do hospedeiro, para
amadurecer e tornar-se infectante em dias ou
semanas.

Após várias gerações de multiplicação assexuada, o


parasita simplesmente para de se dividir e já não há
mais oocistos saindo pelas fezes. O portador está
livre da infecção.

O diagnóstico depende de encontrar oocistos nas


fazes do hospedeiro.

150

PROTOZOÁRIOS
SARCOCISTO

Sarcocystis spp.

Há numerosas espécies de Sarcocystis, todas com


dois hospedeiros obrigatórios em seus ciclos de vida.
S. cruzi, por exemplo, escolhe a vaca como
hospedeiro intermediário e um canino como
definitivo. O hospedeiro intermediário se infecta
ingerindo oocistos que saíram nas fezes do
hospedeiro definitivo; no intestino delgado os cistos
liberam as larvas, que perfuram a parede intestinal e
vão para os tecidos do corpo, onde invadem as
células e se reproduzem assexuadamente. As células
cheias de parasitas se chamam sarcocistos, e os
parasitas dentro são bradizoítos.

Humanos são hospedeiros definitivos de S.

hominis e S. suihominis, cujos hospedeiros


intermediários são, respectivamente, bovinos e
suínos; a infecção acontece quando a carne de boi
ou de porco cheia de sarcocistos é mal cozida.

Os sintomas da infecção costumam aparecer no


mesmo dia, ou no dia seguinte – cólica, diarreia,
náusea, dores e anorexia, e desaparecem dois ou três
dias depois.

151

PROTOZOÁRIOS

CLAMÍDIA

Chlamydia trachomatis Clamídia é um parasita


intracelular com muitas características físicas
próprias de um vírus. A inflamação da clamídia
aparece em todo o sistema geniturinário do homem
e da mulher – uretra, a clamídia é

responsável

vulva, vagina, o útero e seu colo, as trompas e


também pelo

os ovários, a cabeça do pênis, o epidídimo do


tracoma, doença

testículo. Passa por contato genital, inclusive na que


faz lesões

hora do parto, infectando o bebê através dos olhos


na córnea e

ou do nariz e podendo dar pneumonia. Pega mais na


membrana

conjuntiva

entre diabéticos e os de saúde mais fraca. Crianças e


pode levar

pequenas podem ter otite, laringite ou infecções à


cegueira;

respiratórias devido a clamídia. Ela prospera no é a


causa

mais comum

calor, principalmente das roupas de tecidos sin-de


cegueira téticos como lycra, poliéster e similares,
que não no mundo,
deixam a pele respirar; o calor úmido assanha
sobretudo no

Oriente médio;

os parasitas, sejam eles fungos, bactérias, vírus os


primeiros

(como o da herpes) ou clamídia. Maiô molhado e


sintomas são

lacrimejamento,

roupas justas pouco arejadas, como calças jeans, dor


e extrema

também são cúmplices.

sensibilidade

à luz

Olho vivo! Corrimentos, inchaço e secreção anal,


vermelhidão na cabeça do pênis ou na entrada da
vagina, desconforto genital (especialmente ao
urinar), febre, dores abdominais e mal-estar geral
são sintomas de clamídia. Se ela não for impedida
vai se complicando e pode causar esterilidade nas
mulheres e infecções bacterianas importantes nos
152

PROTOZOÁRIOS

órgãos pélvicos, genitais e no reto. O tratamento


costuma exigir antibióticos.

BALANTÍDEO

Balantidium coli

É um parasita de muitas espécies de animais,


inclusive humanos, que são infectados ingerindo
cistos através de comida ou água contaminada por
material fecal. Mora no intestino grosso e costuma
invadir a mucosa onde houver lesões provocadas por
outros organismos, causando séria patologia.

Também pode causar infecções fora do intestino.

É muito semelhante à Entamoeba hystolitica em


vários aspectos.

A transmissão para humanos se dá a partir das fezes


do porco – os cistos de B. coli podem con-taminar a
água, a comida ou as mãos das pes soas.

Os sintomas se parecem com os da infecção por


amebas: dores abdominais, cólicas, diarreia, falta de
apetite, cansaço. Raramente, febre.

O tratamento se resume a matar o balantídeo de


fome: como ele só se alimenta de amidos, uma dieta
à base de carnes bem cozidas e vegetais não-

-amiláceos resolve o problema em poucos dias.

153
154

Resumo da ópera: como

nos infectamos

Amebas, giárdia, cisticercose, cistos hidáticos,


himenolepis, criptosporídeos, equinococos,
oxiúros, dientamebas, dipilídeos, tricocéfalos,
áscaris: ingestão de cistos e ovos através de mãos,
água, leite, comida ou utensílios contaminados

Coccídeos, sarcocistos, toxoplasma, tênia,


triquina: ingestão de carnes mal cozidas, de boi ou
porco

Tricomonas: contato genital ou umidade prolongada

Clamídia: contato genital Leishmânia, calazar:


picada de mosquito flebó-

tomo fêmea

Doença do sono: picada de mosca glossina macho


ou fêmea (tsé-tsé)

Mal de Chagas: picada do barbeiro, que deixa suas


fezes infectadas no local 155

Malária: picada das mosquitas anofelinas


Oncocercos: picada de mosquito simulie fêmea
Filarioses: picada de vários mosquitos fêmeas
Espargana, anisakis, diplogonoporus: ingestão
protozoários,
de peixes de água salgada mal cozidos rotavirus e

norovirus

Fascíolas: ingestão de agrião e outras folhas passam


com

o resto da

ribeirinhas, ou crustáceos de água doce turma


através

mal cozidos

das mãos

e nas águas

Botriocéfalo: ingestão de peixe de água doce, de


enchentes,

sobretudo dos lagos, mal cozido

banheiras,

tanques,
Clonorchis sinensis, Opistorchis felineus e piscinas

viverrini, Paragonimus: ingestão de peixes e


crustáceos de água doce mal cozidos
Esquistossomose: banhos de rio ou lago, sobretudo
em águas paradas Ancilóstomos, estrongiloides:
penetração através da pele em contato com o solo.

Mas não é só

Se as larvas – de lombrigas, por exemplo –


estiverem na fase viajante, passando pela garganta,
podem infectar outra pessoa através da tosse, do
beijo na boca, até do beijo na mão.

Banheiros públicos, encanamentos velhos,


banheiras, piscinas, lagos e riachos: em tudo se pode
ver o inimigo e ficar paralisada de medo, passando
germicida até nos pensamentos.

– Mas não é o caso?, pergunta aquela

senhora, já de luvas.

Não, minha senhora, absolutamente


não é o caso. A ideia de higiene, levada ao extremo,
dá na utopia nazista – uma raça pura, perfeita,
saudável, da qual todos os seres defeituosos estariam
excluídos.

Acontece que a vida, a obra e a própria natureza são


cheia de defeitos. O tucano come os passarinhos, a
tiririca invade os canteiros, a enxurrada destrói as
casas, o sol deixa a terra crestada e não se pode
plantar, pessoas e animais morrem de fome, frio e
sede. A imper-feição, o contágio, a sujeira fazem
parte.

A melhor praia do mundo tem mosquitos.

Manter a casa limpa não é varrer uma vez na vida, é


varrer todo dia.

Simplesmente estar atenta aos contatos e contágios


já é uma grande coisa, porque em seguida se pode
tomar as providências necessárias – que sempre
deram certo, e não teriam razão para não dar agora.
158
Para acabar

com eles
é impossível

impedir que

(Hahaha)

parasitas

domésticos

como baratas,

formigas, pulgas

e camundongos

Infelizmente, a ideia de um remédio fácil, nos


visitem de polivalente e na dose certa para acabar
com os vez em quando, parasitas pode não
corresponder à verdade. atrás de comida Como
acentua o professor J.-J. Rousset em seu livro
Maladies para si taires, nenhuma também é droga
consegue a façanha de ser total-impossível mente
eficaz, válida contra todos os tipos acabar de vez de
hóspedes e sem efeitos tóxicos para com a placa
bacteriana

o hospedeiro.

na boca,

então usamos

Os vermes do intestino são mais fáceis de escova,


pasta tratar porque não precisam ser mortos. A de
dente piperazina e o pamoato de pirví nio, por e fio
dental todos os dias: exemplo, simplesmente relaxam
a mus—

pense nisso

culatura de lombrigas e oxiúros, de modo que eles


escorregam direitinho junto com o primeiro laxante.
Os vermes que estão no fígado, pâncreas e outros
órgãos precisam ser atingidos por substân cias que
circulem no sangue. Outro problema é que na
maioria das vezes há diferentes tipos de vermes e
protozoários infec tando, 159

geralmente também infectados por outros parasitas,


e as drogas aparentemente apropriadas podem não
dar resultado. Havendo lombrigas no meio, o
método de

dizem algumas fontes que é preciso tratar primeiro


desinfecção

delas para que não fujam pelos canais afora.

da água pela

energia solar,

Também é preciso ver como é que o hospedeiro


divulgado pela

adquire os parasitas. Na China, há alguns anos,


Unesco, consiste

em expô-la

realizou-se um programa gigantesco de vermi-ao sol


durante fugação. Parecia assunto de segurança
nacional.
duas horas

Tudo foi muito bem conduzido, com exames (sol


forte do

meio-dia)

acurados antes e depois; vermifugou-se a popu-ou


oito horas lação com êxito e o resultado final teria
sido (sol fraco),

dentro de

maravilhoso – se o índice de reinfecção não fosse


plástico ou vidro

altíssimo. As fontes de contaminação não haviam


transparente ou

sido eliminadas.

azulado

os raios

ultravioleta
do sol matam

a maio ria das

bactérias,

vírus e fungos

causadores

Lavar as mãos ao chegar de diar reia,

mas não

eliminam

da rua, depois de brincar cistos de

protozoários

nem ovos

com animais estranhos, de vermes

depois de pegar em dinheiro, depois de ir ao


banheiro, 160
antes de comer e antes de escovar os dentes é uma
coisa simples que ajuda muito.

Manter as unhas curtas e escovadas evita ovinhos


escondidos.

Não ficar pondo

a mão na boca,
não roer unhas,

não morder a pele dos dedos, não comer nada cru


sem lavar em água limpa – para não engolir
ovinhos.

161

As folhas, segundo o médico e parasitologista Helio


Copelman, devem ser sempre cozidas. E a água de
beber? Para ele, só é totalmente segura se for fervida
durante cinco minutos – porque, mesmo sendo
tratada com cloro ou ozônio, dr. Helio
qualquer caixa-d’água com a tampa rachada ou
Copelman é

contra usar água

entreaberta está exposta a insetos, ratos, pássaros


sanitária

e outras visitas. A rede de água também pode ser e


outros

contaminada por esgoto onde a tubulação esteja


desinfetantes

na água de

falha. Até mesmo a água que é captada na mina


beber, porque

pode ter contato com insetos, animais silvestres, o


benefício

pássaros e caramujos transmissores de parasitas.

é perverso
– intoxica e

Por isso tudo, o mínimo a fazer é filtrar a água


prejudica a

flora bacteriana

através de vela, de preferência dentro de talha de


normal

barro simples ou revestida com prata coloidal, que


elimina uma série de bactérias.

Cozinhar sempre,

nunca cozinhar

muito:

esta é uma regra de cozinha chinesa

explícita, estabe lecida a partir

da consta tação de que a vida

162
humana melhorou muito com os alimentos cozidos.
Um dos nossos maiores problemas, matar a fome,
passou a ser resolvido por pães, mingaus e sopas
que utilizavam ingredientes duros demais para serem
comidos crus – arroz, trigo, milho, feijão.
Conseguimos assim satisfazer melhor a caixas-
d’água nossa grande necessidade de carboidratos,
que devem ser inspecionadas

dentro do corpo se transformam rapidinho na e


lavadas ao glicose de que nossas células precisam
para viver. menos uma vez por ano, com

Ganhamos também uma forma de diminuir o frio,


água sanitária já que comida quente esquenta,
reanima.

e esfregão,

para tirar todo

Também por ser quente, a comida é digerida com o


limo – geleia mais facilidade pelo estômago; o
alimento frio de algas que vai crescendo
rouba calor da nossa reserva para chegar à
temperatura em que o estômago começa a digestão.

Os sábios chineses dizem que viver é ter Chi em


todas as partes do corpo, morrer é perder o Chi.

O conceito de Chi harmonioso engloba todos os


contrastes, e este equilíbrio interno, completado pela
boa relação com o meio externo, gera uma vitalidade
positiva que protege o corpo dos fatores negativos.
As doenças seriam resultado dos confli-tos entre o
Chi e esses fatores. Pois bem: comida quente reforça
o Chi. Reconforta. Trata o corpo e a alma com
delicadeza e consideração, e isso produz resultados.

Reforça igualmente o sistema triploaquecedor, que


nos mantém quentinhos por dentro. Todos os órgãos
ficam animados. Quando estamos com 163

muita fome sentimos frio – faltam calorias por


dentro, ou seja, o corpo não está produzindo calor a
partir da glicose dos alimentos. Metade do valor de
uma boa comida, principalmente quando estamos
com fome, é o fato de ser quente.
água de poço

O mesmo vale para os chás, esses aquecedo-


geralmente não precisa ser

res rápidos que tantas vezes restauram a nossa


tratada, já foi

energia. (Bebidas alcoólicas também aquecem


filtrada pelo

depressa, já que são carboidratos fermentados e/

terreno

ou destilados, mas não alimentam. Doces, idem.)


não pode é ter

fossa sanitária

E cozinhar tem uma vantagem evidente no perto do


poço – ele tem que ser

contexto deste papo – acaba com a maioria dos


sanitariamente
parasitas presentes nos alimentos. Isto é impor-
correto tante principalmente no caso das carnes,
onde é impossível ver os cistos, dos laticínios, que,
segundo a dra. Clark, são uma tremenda fonte de
infecção, e das folhas, frequentemente regadas com
águas sujas. O dr. Copelman conta o caso de um
feirante vendedor de alfaces que estava sendo
investigado por um colega parasitologista. Pegou as
alfaces no mercado, acondicionadas direitinho na
caixa, levou para casa. Era preciso regar para elas
não murcharem. Como? Um pouco abaixo do
banheiro da casa, pelo lado de fora. Cada vez que
alguém ia ao banheiro e puxava a descarga, aaargh

regava as alfaces.

No caso das carnes, manda o bom senso que sejam


assadas, cozidas, ensopadas ou fritas em óleo bem
quente. Rosbife, carpaccio, filé sangrento, quibe cru,
peixe cru? Olho vivo.

164
As folhas ficam deliciosas quando são refogadas
com um dentinho de alho em azeite de oliva, ou
cozidas no vapor, ou mesmo aferventadas – o
agrião, por exemplo, perde o gosto picante, a
chicória deixa de ser amarga, a rúcula e o espina-fre
dão graça ao macarrão. Alface cozida é uma iguaria
finíssima, assim como acelga, repolho, couve então
nem se fala...

Exame de fezes:

o x da questão

Apenas um, negativo, não significa ausência de


vermes;

é indispensável repetir o exame

pelo menos três vezes, com

intervalos de sete a dez dias, e

com quatro métodos de exame,

para confirmar que não há nada.

by Robert Crumb

O ideal, segundo o professor Helio Copelman, seria


cada pessoa ter um cadastro coprológico, isto é:
cadastro de fezes, uma ficha onde iriam sendo
anotados os resultados de exames periódicos das
fezes. Isso poderia representar uma grande
economia em tratamentos de saúde, uma forma de
combate permanente às parasitoses.

165

Ele recorda que, até 1980, o governo mantinha


excelentes serviços de laboratório. Os postos que
faziam exames eram apelidados de “malária”,
porque existiam desde a época em que a malária
ainda representava uma preocupação constante no
Rio de Janeiro, e funcio navam muito bem. “–
Mandei muitos pacientes para lá e os resultados
vinham certinhos”, diz ele.

O professor examina pessoalmente todas as lâminas


em seu laboratório de Copacabana. Seus
microscópios contam muitas histórias. Uma delas:
em 1977, o time do Flamengo ia muito mal. O

jogadores se arrastavam em campo, a defesa não


defendia, o ataque não atacava, e o médico do clube
procurou o professor. Ele examinou as fezes de
titulares e reservas e não deu outra: achou parasitas
em todos, com vários casos de parasitose múltipla.
Tratou, constatando que 1977: houve acentuada
melhora do estado físico e da Flamengo produção
durante os jogos. E, Fluminense doente, campeão

ainda sofreu a dor de ver o Flamengo ganhar o


campeonato.

Exames de fezes devem ser realizados com todo o


rigor da técnica, usando pelo menos três métodos
diferentes, para minimizar os riscos de falsos
negativos. É claro que, nesse caso, o paciente
depende muito da exigência do médico e de seu
próprio empenho em se tratar.

Esse é outro ponto nevrálgico da questão: todo 166


mundo prefere achar que não tem bicho nenhum lá
dentro, na intimidade da sua barriguinha. E

é disso mesmo que estamos falando, afinal: de


manobrar para não ter bicho nenhum na intimidade
da barriguinha!

Só a bailarina

muito aqui
é que não tem

pra nós,

uma bailarina

me contou

que tem fungos

Qualquer um pode ter vermes. Pessoas impor- – nas


costas, tantíssimas no cenário local, nacio nal e
mundial de esfregá-las no chão; nos

têm vermes. Reis e rainhas têm vermes. Cantores,


pés, do suor nas sapatilhas;

palhaços e artistas têm vermes. Só a bailarina é na


xoxota, da que não tem...

malha de helanca

por cima da

E além dela algumas pessoas muito sortudas que


meia-calça...
são completamente imunes, mesmo comendo
linguiça crua e agrião de beira de vala sem lavar.

167
Para se tratar,

a primeira coisa é encontrar um bom médico, que


tenha estudado as parasitoses, já que elas são a
causa de muitos sintomas que

podem ser confundidos com outras

doenças – e encontrar um bom laboratório de


análises clínicas, o que pode ser mais difícil ainda

ou procurar agentes da Pastoral da Saúde, ou


algum terapeuta holístico, talvez

acupunturista, que saiba diagnosticar através do teste


bioenergético, “do ferrinho”, ou BiDigital O-Ring-
Test, que consegue detectar bichos em qualquer
parte do corpo desintoxicar o organismo beber
álcool

durante enquanto faz o tratamento, comer e dormir


o tratamento

impede o fígado direito, beber muita água, caldos,


sucos, chá; de filtrar evitar álcool durante algumas
semanas, porque as toxinas ele nocauteia as células
macrófagas do fígado, produzidas pelo

extermínio

justamente as que filtram toxinas; caminhar


diariamente ou manter outra atividade física 168

dizem que...

tratar de novo

...é bom fazer

exame nas luas

crescente e

se ainda encontrar bichinhos. Não encontrou?

cheia, quando há

Parabéns, você zerou! Nesse caso, basta mais ovos

e cistos,
e tratar nas luas

minguante e

pensar neles se tiver motivos nova, quando os


bichos estão

e tomar alguma coisa que os incomode, dentre mais


fracos

as muitas que as páginas seguintes oferecem.

dizem também

que é bom tratar

Por exemplo, comeu salada crua e depois teve nos


meses que

uma evacuação mole, esquisita, com mau não têm


“r” – cheiro, ou a barriga doeu – não vale ficar
maio, junho,

julho e agosto

paranoico, mas é como escovar os dentes todo dia:


impede que os bichinhos se instalem informação

científica sobre o

ajudar a cicatrização do teste bidigital, ou

bioenergético:

A Medicina do

intestino, evitando: Século XXI, do Prof. dr. Paulo


L.

fritura, pimenta, molhos gordurosos ou Farber,


Editora

picantes, conservas salgadas, bacalhau, Roca, e


também

www.baobab.

feijoada, chocolate, folhas cruas, casca


or.jp/~oring/e_

e bagaço de frutas, abacate, manga, mamão,


index.html

melão, camarão, bebida alcoólica, café, bebidas


muito quentes ou geladas, doces.

as folhas

verdes devem

Esta dieta produz calma e bem-estar.

ser levemente

cozidas ou

refogadas com

azeite e alho

169
170

Do que eles e o que eles

adoram?
não gostam

tudo o que

a gente não

consegue digerir,

assimilar ou

eliminar direito:

leite e derivados,

pães, bolos,

ALHO

biscoitos e

massas, carne

e frutas em

Allium sativum
excesso, toxinas,

Se você quer falar bem de alguma coisa e não


aditivos químicos

sabe o que eleger, experimente o alho. Ele só não


tem uma virtude, que é perfumar o hálito; em todas
as outras é insuperável.

o muco

resultante

Para começar, o tempero. Alho socado e refo-da


comida mal digerida,

gado dá vida à maioria dos pratos, as sopas


especialmente

modestas que o digam. Fatiado e cozido, na de


farinhas, leite,

água, no azeite ou no vinho, acompanha altos


queijos e outros
lácteos,

pratos de carnes, frango, peixe, vegetais, cogu-

é um habitat

melos. Uma vinha-d’alhos é fundamental para


maravilhoso para

micróbios

purgar carnes mais pesadas antes de assar ou de toda


espécie

cozinhar. Um pão de alho para abrir os traba-lhos da


mesa é sempre bem-vindo. Qualquer patê que se
preze leva um dentinho de alho.

“meu corpo

Uma conserva de alho no molho de soja – basta


pede um doce”, diz a moça,

descascar, cobrir com o molho escuro e deixar mas


quem está
alguns dias – acompanha bem qualquer prato louco
por uma

e é um tira-gosto delicioso. Dentes grandes glicose


rápida

são os bichinhos

podem ser assados no espeto.

dentro dela

171

receita tibetana

Para temperar o feijão, pode-se colocar uma para


limpar e

renovar todo o

cabeça de alho inteira, sem descascar, e depois


organismo:

espremer o creme com uma colher de pau, reti-350


g de alho picadinho
rando a palha.

e 275 ml

de álcool de

Consta que a primeira greve da história acon-cereais


em vidro teceu quando os escravos que construíam
as tampado, na

pirâmides do Egito deixaram de receber sua


geladeira; coar

após 10 dias

porção diária de alho, que estava em falta e começar


a

no mercado. “Assim não é possível traba-usar no


13o dia, lhar”, resolveram eles, e cruzaram os
braços.

mantendo na

geladeira.
Atribuíam ao alho seu vigor, sua disposição.

Tomar com

água, sempre

Não é para estranhar. Há milênios que o alho antes


das

afasta vampiros, vermes e parasitas em geral, 3


refeições,

é antiespasmódico, neutraliza gases, estimula


começando

com 1 gota de

a secreção de bile, é digestivo, diurético, toni-


manhã, ficante, expectorante, baixa a febre. Usado 2
no almoço,

3 no jantar,

constantemente na alimentação, cru e cozido, 4 na


manhã
equilibra as taxas de colesterol e triglicerí-

seguinte, e ir

deos; reduz a hipertensão, regula a glicose


aumentando

1 gota até

do sangue, previne contra tumores malignos, chegar


a 15;

relaxa os vasos sanguíneos evitando a arterios-


reduzir então clerose. Descongestiona as vias
respiratórias as gotas, de

uma em uma,

e trata a bronquite. Ajuda a eliminar toxinas, até


voltar a 1;

pois contém muito enxofre. Também contém tomar


então

uma vez 15
germânio, que facilita a absorção de oxigê-

e depois 25

nio pelas células. Preserva vitaminas; contém de


cada vez,

B6 e selênio, facilita o aproveitamento da B1.

até terminar

o vidro; repetir a

Desintoxica, acalma e aumenta a capacidade do cada


5 anos

organismo de resistir ao frio e ao calor.

172
Combina muito com carnes e feijões,

mas pode ser comido com outros alimentos mais


leves em quantidade menor.

somente

O extrato de alho é usado atualmente como o alho


cru,

o extrato

antibiótico em infecções importantes, princi-e o óleo


palmente por fungos; funciona contra vírus da de
alho

herpes e outros relacionados; aumenta a ativa-


funcionam como antibióticos

ção das células T e acentua a função antitumoral das


macrófagas; aumenta a imunidade contra uma série
de agentes infecciosos.

Num estudo de 1944 a conclusão era de que o alho


tinha um poder maior e mais abrangente do que
todos os outros antibióticos por ser ao mesmo tempo
bactericida, fungicida, vermí-
fugo, antiviral e antiprotozoário. Atualmente, 72

diferentes infecções

podem ser evitadas usando alho.

Na Rússia é o remédio mais comum contra gripes,


resfriados, tosse e desordens intestinais.

Na Polônia é usado contra gastroenterocolite,


dispepsia, pneumonia, nefrose e septicemia.

Na China, doses altas de alho têm sido empre-gadas


no tratamento da meningite criptocóccica, infecção
fúngica que não

cede a antibióticos comuns.

O cheiro do alho, que fica no corpo durante várias


horas, diminui bastante se ele for ingerido junto com
um alimento proteico – carnes, lácteos, ovo, feijões;
está ligado à alicina, o 173

poderoso princípio ativo, e não há como obter os


bons efeitos sem pagar o preço. Mastigar uns
raminhos de salsa depois de ingerir o alho pode
ajudar a reduzir o hálito. Tomar um copinho o
cheiro

de vinho tinto, segundo os franceses, também.

Chupar um ou dois cravos-da-índia. Beber extrato


de clorofila.

Para fazer óleo de alho em casa, soque uns dois


dentes de alho bem socados (dizem que espre-

óleo de alho

mer não serve, socar é que libera os agentes


importantes), misture com azeite de oliva, deixe três
dias na temperatura ambiente, coe e guarde na
geladeira. Amorne quando for usar para dor de
ouvido em bebezinhos e crianças maiores, pingue
duas ou três gotinhas e tampe com um pedaço de
algodão.

Um extrato frio de alho se faz deixando vários


dentes de alho de molho em meia xícara de extrato
água durante 8 horas.

Água de alho: socar 2 a 4 dentes de alho, colocar


num copo de água quente e deixar água de alho

durante a noite. De manhã coar e beber; repetir


durante vários dias.

Manteiga de alho: socar alguns dentes de alho e


misturar bem com azeite de oliva e salsinha
manteiga

picada. Passar no pão para comer de manhã ou a


qualquer hora.

174
O suco de alho: socar alguns dentes, espremer o
suco

num pano, usar meia colher de chá diluída em água


e beber 2 ou 3 vezes por dia.

Contra tosse, misturar alho socado com mel.


tosse

Tintura: deixar 200 gramas de dentes de alho tintura

descascados em um litro de brandy ou conha-

(veja também a

receita tibetana,

que de boa qualidade durante 9 a 14 dias, página


172)

numa temperatura de 30o C, em garrafa arro-lhada.


Coar e guardar até um ano, tomando 5

a 25 gotas, várias vezes por dia, conforme a


necessidade.

Chá de alho: 25 gramas de alho fervidos em chá

um copo grande de água ou leite durante vinte


minutos, tomar duas vezes ao dia contra todos os
vermes. Oxiúros: fazer esse tratamento na lua
minguante, durante três ou quatro dias. Uma
variação: macerar 2 dentes de alho sem casca numa
tigela de leite durante 24 horas, e tomar tudo, pela
manhã, em jejum, 3 dias seguidos.

Cápsulas de alho: tomar duas, três vezes ao dia, com


a comida.

cápsulas

Contra vermes em crianças, colocar alguns dentes de


alho nos bolsos da roupa, fazer um na pele

colar zinho com dentes de alho ou colocar fatias


finas de alho nos sapatos para a alicina ser absorvida
através da pele (cuidado: peles muito sensíveis
podem ser afetadas e formar bolhas).

175

ABACAXI

Ananas sativus

Fatias ou sucos, várias vezes ao dia, para quem não


tem problemas com a acidez do abacaxi.
ABÓBORA: SEMENTES

Cucurbita moschata Comer apenas sementes de


abóbora o dia inteiro, até a solitária sair.

PASTA TENÍFUGA

50 gramas de sementes de abóbora sem casca, 2


colheres de sopa de mel, 150 ml de água filtrada em
que ficou de molho, durante 5 ou 6

horas, um pedaço de casca de laranja ou limão.

Ficar em jejum durante 12 horas. Socar bem as


sementes de abóbora com o mel; misturar com a
água, beber; seis horas depois tomar uma colher de
sopa de óleo de rícino. A tênia deve sair inteira.

Se não der certo, repetir no dia seguinte.

AMÊNDOA

Amygdalus communis Comer 10 amêndoas em


jejum.
176

AMORA

Morus nigra, Morus alba Fazer um chá fervendo a


casca da raiz e tomar 3 a 5 xícaras por dia.

AGRIÃO
Nasturtium officinale Socar e espremer folhas e
talos do agrião, tomar uma xícara das de café duas
vezes ao dia.

ARTEMÍSIA

Artemisia vulgaris Verter um litro de água quase


fervendo sobre 4 colheres de sopa de folhas e raízes
secas; beber feito água durante o dia.

ANDIRA

Andira anthelmintica Também chamada de


angelim-amargo;

é tóxica, por isso os adultos podem tomar no


máximo 3 gramas das sementes moídas pela manhã,
em jejum, em meia xícara

de leite ou água adoçada, durante 3 dias.

177

BATATA-DE-PURGA
Ipomoea altissima e Ip. operculata Ralar e misturar
com açúcar, fazer o doce, comer uma colher de
sopa em jejum e logo depois tomar banho.

BELDROEGA: SEMENTES

Portulaca oleracea Comer um punhado de


sementes em jejum ou preparar um chá, fervendo
50 a 100 gramas de sementes em um litro de água
durante 15 minutos. É poderoso vermífugo e
também faz descer a menstruação atrasada.

CARQUEJA

Baccharis trimera Usar a folha e a raiz para fazer


uma infusão e tomar 3 a 5 xícaras por dia. Muitos
diabéticos conseguiram normalizar sua taxa de
glicose tomando carqueja. O sabor, muito amargo,
pode afugentar o paciente; é bom começar com um
chá mais fraquinho e ir aumentando a dose. Em
muitas pessoas parece que a carqueja aumenta o
desejo por doces.

178
CENOURA

Daucus carota

Misturar um pires de cenoura ralada com dois


dentinhos de alho picados e uma colherinha de
sementes de erva-doce; comer de manhã, em jejum,
durante 3 a 5 dias.

Consta que a cenoura, comida crua antes de tomar


um vermífugo, aumenta muito seu efeito.

CEBOLA

Allium cepa

Foi Louis Pasteur em pessoa quem disse que a


cebola, prima do alho, mata bactérias, e ninguém até
hoje desmentiu – inclusive com relação a
Escherichia coli, Salmonella e bacilos da
tuberculose. A cebolinha verde ( Allium schoeno
pra sum), prima da cebola, também é fortemente
bactericida. Inflamações de garganta não resistem a
uma cebola crua. Ela também atua sobre pulmões
congestionados, fazendo o catarro subir para a
garganta, de onde pode ser cuspido. Para a tosse dos
bebês, cortar uma cebola e deixar uma noite coberta
por mel; dar como xarope.

Contra vermes, suco de cebola com um pouquinho


de mel, 1 colher de sobremesa de manhã, em jejum.

179

CHÁ

Camellia sinensis Banchá, chá verde e chá preto


são folhas dessa camélia famosa. O preto, as
folhinhas novas; o verde, as maduras; e o banchá, as
que já viveram três anos. O que dá ao chá seu sabor
levemente acre é o tanino, presente em raízes,
cascas, folhas e frutos de muitas plantas. Suas
qualidades antissépticas e adstringentes fazem do
tanino um agente bactericida e antiviral por
excelência. É muito eficaz no tratamento de
amigdalite, faringite, hemorroidas, erupções
cutâneas, diarreia, sangramento intestinal.

O chá também contém flúor, que se junta ao tanino


numa boa barreira contra a placa bacteriana e as
cáries dentárias. Vários estudos apontam o hábito de
tomar chá verde como um poderoso trunfo contra o
câncer. Ele impede a formação de nitrosaminas, um
grupo de carci-nogênicos poderosos, e nesse sentido
parece que age melhor que a vitamina C.

Mas há contraindicações: o chá tem estimulantes,


pode tirar o sono; excita a mucosa estomacal e
aumenta a produção de suco gás-trico, não serve
para quem tem o estômago sensível; escurece os
dentes;

e em excesso impede a absorção de ferro e outros


minerais.

180
CIDRA: SEMENTES

Citrus medica

Tostar ligeiramente as sementes, junto com sementes


de outros cítricos; moer e fazer uma infusão com
água quase fervendo; tomar 1
xícara pela manhã, em jejum.

COCO

Cocos nucifera

Comer 1 colher das de sopa da polpa do coco verde,


diariamente, em jejum, como preventivo.

Para eliminar tênias, comer somente a polpa do


coco, verde ou maduro, durante um dia inteiro.

CORAÇÃOZINHO

Acharia babata

Contra amebas: socar e espremer a rama para fazer


um suco e tomar de manhã cedo, em jejum, com
mel de abelhas.

ERVA-MOURA

Solanum nigrum

Socar, espremer e tomar 1 xícara do


sumo, durante 4 dias, em jejum.

181

FIGO

Ficus carica

Extrair o suco das folhas e dos talos, diluir em igual


quantidade de água e tomar 2 colheres de sopa em
jejum, durante 1 semana.

CHICÓRIA, ESCAROLA

Chicorium endivia Chá por infusão, 3 a 5 xícaras


por dia.

COUVE

Brassica oleracea acephala Socar dentro de um


pano, espremer, tomar 5 colheres de sopa por dia.

ERVA-DE-SANTA-MARIA

Chenopodium ambrosioides Usar 10 gramas de


folhas, flores e sementes e 1
litro de água quase fervendo para fazer o chá; tomar
1 colher das de sopa de hora em hora, por 1 a 3
dias; terminar com 2 colheres de sopa de óleo de
rícino.

Também se usa socar bem a erva, tirar o suco e


tomar uma colher de chá depois de cada refei-

ção, durante 7 dias.

182
É um remédio poderoso e, em doses excessivas,
pode ser tóxico.
HORTELÃ-PIMENTA

Mentha piperita

Chá por infusão, 1 xícara em jejum, diariamente por


uma semana. Ou óleo de menta, 1 a 3 gotas por
xícara de água quente.

HORTELÃ COM ALHO

Fazer uma infusão com 20 folhinhas de hortelã


fresca e dois ou três dentes de alho e tomar uma
xícara por dia, enquanto saírem lombrigas.

HORTELÃ COM MEL

Mentha viridis

Contra amebas: socar, espremer e beber meia xícara


do sumo com mel de abelha em jejum.

LIMÃO, ALHO

E SEMENTE DE ABÓBORA

Tomar três colheres de sopa de sumo de limão


misturadas com um dente de alho socado e comer
um punhado de sementes de abóbora, vários dias
seguidos, de manhã, em jejum.

183

LIMÃO: CAROÇOS

Esmagar os caroços de um limão da melhor maneira


possível, misturar com mel e dar às crianças durante
vários dias contra oxiúros.

o website

kitchendoctor.

com

LOSNA

menciona um

estudo da

Artemisia absinthium Universidade


Fazer uma infusão com 20 gramas de losna para de
Washington

apontando

1 litro de água e tomar 2 colheres das de sopa


significativas

de hora em hora. Não usar qualquer preparado


propriedades

anticancerígenas

de losna além de 7 dias.

na losna

(Artemisia

absynthium),

LOSNA: VINHO

especialmente

em casos de
Macerar 30 gramas da planta em 60 ml de câncer no
seio

álcool de cereais a 60o durante 24 horas; juntar um


litro de vinho branco e deixar macerar durante dez
dias; coar espremendo bem as folhas. Tomar um
cálice antes ou depois a losna é

das refeições, durante uma semana.

essencial na

composição

do vermute,

bebida feita

LOSNA: CERVEJA

com vinho e

ervas amargas,

Deixar macerar, durante 4 dias, 30 gramas muito


apreciada
de losna dentro de 1 litro de cerveja; pelos efeitos

contra áscaris e oxiúros, tomar um copinho


benéficos sobre

o apetite e a

(50 ml) de manhã, em jejum, por 4 dias, digestão

meia hora antes de comer.

184
LOSNA: CATAPLASMA

Socar um punhado de folhas fescas com um


pouquinho de leite e um dente de alho; aplicar sobre
o ventre contra áscaris e oxiúros.

MAMÃO: LEITE
Carica papaya

Tomar 3 colheres de chá do leite que sai quando se


corta a fruta verde ou o tronco do mamoeiro, com
igual quantidade de mel e um laxante, em jejum,
pela manhã.

MANDACARU

Cereus jamacaru

Descascar a fruta, cobrir com açúcar, colocar no


sereno e comer de manhã cedo.

MASTRUZ

Senebiera pinnatifida Socar as folhas, espremer e


misturar

1 colher de sopa do sumo

a 1 xícara de leite;

tomar em jejum.

185
MAXIXE

Cucumis anguris

Fruto ao natural, em saladas cruas.

OLIVEIRA

Olea europea

Usar as folhas e a casca do tronco para fazer um chá


e tomar 3 a 5 xícaras por dia.

PÊSSEGO

Prumus persica

Usar as flores para fazer uma infusão e tomar 3 a 5


xícaras por dia.

PICÃO

Bidens pilosa

Usar as folhas numa infusão e tomar 3 a 5


xícaras por dia. Muito eficiente contra vermes do
fígado e para tratar hepatites.

PITANGA

Stenocalyx pitanga Ferver as folhas durante 15


minutos

e tomar 3 a 4 xícaras ao dia.

186

RABANETE: SEMENTES
Raphanus sativus

Ferver 1 colher de sopa de sementes

em 1 litro de água durante 20 minutos; tomar ao


longo dia.

REPOLHO

repolho

é a fonte

Brassica oleracea, var. capitata mais rica e fácil

de lactobacilos

Cortar, socar, espremer num pano e extrair


acidófilos

o sumo; tomar, em jejum, uma xicrinha de café o


chucrute, (crianças) ou duas (adultos), durante três
dias.

repolho
fermentado,

é famoso

por ajudar

LACTOBACILOS DE REPOLHO a digestão

das carnes

De manhã, bater no liquidificador durante meio


minuto, primeiro devagar depois em alta água
comum,

tratada com

velocidade, 1 3/4 copos (420 ml) de água pura flúor


ou cloro,

ou destilada com 3 copos (720 ml) de repolho mata


os

lactobacilos

cortado bem fininho e não muito apertado.


Colocar a mistura num vidro, cobrir com um pano
fino e deixar à temperatura ambiente durante exatas
72 horas; coar e jogar fora o bagaço. Do líquido,
apelidado Rejuvelac, 1/4 de copo (60 ml) são o
fermento: reservar.

Bater novamente no liquidificador

3 copos de repolho cortado fininho com 1 1/2 copo


(360 ml) de água pura, colocar no vidro, juntar os
60 ml do primeiro Rejuvelac.

187

Chacoalhar o vidro, cobrir e deixar à temperatura


ambiente durante 24 horas (o processo vai mais
rápido agora porque já tem o fermento).

no iogurte,

Guardar o resto do Rejuvelac na geladeira e os


lactobacilos

tomar 1/2 copo (120 ml) três vezes ao dia, declinam


após
junto com as refeições. Jogar fora qualquer 24
horas;

nas cápsulas,

resto de Rejuvelac depois de 24 horas.

ninguém

Usar diariamente de um a três meses.

garante que

estão vivos

O sabor do bom Rejuvelac é ácido e ligeiramente


gasoso, lembrando iogurte natural ou água mineral
gasosa forte.

Se o gosto for podre, jogue fora

no iogurte, e comece de novo.

os lactobacilos

declinam após
24 horas;

nas cápsulas, ROMÃ

ninguém Punica granatum garante que

estão vivos

Ferver a casca do tronco e tomar meia xícara de 3


em 3 horas, durante alguns dias.

SAPOTI

Achras sapota

Ferver a casca do tronco e tomar

3 a 4 xícaras por dia.

188
TAMARINDO

Tamarindus indica Fazer uma infusão com as folhas


e tomar 3 xícaras por dia.

POÇÃO VERMÍFUGA CEARENSE


Maria Odete Uchoa, “A natureza a serviço da
vida”

50 gramas de argila em pó

5 gramas de sementes de mastruz (Senebiera


pinnatifida)

5 gramas de hortelã rasteira

5 gramas de sementes de mamão

5 gramas de sementes de bucha (maxixe-do-pará) 1


colher (chá) de batata-de-purga

1 colher (chá) de carvão vegetal

Tudo deve ser seco e transformado em pó; misturar


bem e passar na peneira; tomar uma colher (chá)
dessa mistura

com água ou leite durante 7 dias.

Depois, tomar uma vitamina de jatobá

com cajueiro.
189

TEMPERO CONTRA VERMES

dra. Clara Brandão, “Alimentação alternativa”

Temperar os alimentos

cada dia com um tipo de planta:

segunda-feira, hortelã

terça-feira, alho

quarta-feira, mastruz

quinta-feira, coentro

sexta-feira, salsa ou cebolinha.

GELEIA CONTRA VERMES

também da dra. Clara Brandão 4 bananas maduras


com casca
1 maço de mastruz com semente

1/2 maço de hortelã

1 1/2 copo de açúcar

Socar bem o mastruz com a hortelã e o açúcar,


acrescentar as bananas. Levar ao fogo até dar ponto
de geleia e comer 1 colher (chá) duas vezes ao dia,
ou passar no pão, na bolacha, na mandioca, no
beiju, etc.

190
ARGILA

contra giárdia

Colocar, à noite, uma colher de sopa de argila em pó


num copo d’água, mexendo bem; de manhã,
quando a argila já assentou no fundo, beber a água
em jejum e repetir durante dez dias. Emplastros de
argila na barriga também são úteis contra parasitas.

191

Da homeopatia Cina (Artemísia austríaca)é


indicada para sintomas de lombrigas como coceira
no nariz, fome canina, ranger de dentes, cólicas,
gritos, estrabismo, cor azulada em torno da boca,
tosse, coqueluche, enurese noturna, pulsação do
músculo superciliar; para “crianças imperti-nentes,
mal-humoradas, irritáveis, que querem tudo e
rejeitam tudo quanto se lhes dá, que não querem ser
tocadas nem acariciadas” (Nilo Cairo).

Cina TM (tintura-mãe), 10 a 15 gotas em um pouco


d’água, de manhã e à noite, durante 4
dias. Para crianças, 2 gotas por cada ano de idade,
até um máximo de 7 gotas diárias. Allium sativum
TM, 20 a 50 gotas à noite durante 4

dias.

Silicea e Cina para fazer a prevenção, sempre


melhor

prevenir

nos 3 primeiros dias da lua minguante: antes do que

meio-dia 5 gotas de Cina CH12 e às 19 horas


remediar

5 gotas de Silicea CH12.

Contra tênia, Filix mas como remédio principal ;


Mercurius corrosivus, Stannum, Cuprum aceticum
e Kali iodatum também têm sido usados.

Teucrium marum verum é receitado contra oxiúros


como principal remédio, mas Cina, 192
Sinapis nigra, Aesculus, Rathania, Aconitum,
Lycopodium e Ipeca também são indicados.

O uso de nosódios homeopáticos, feitos a partir do


próprio parasita que se quer combater, têm dado
bons resultados. Entre eles, Ameba 30CH.

Da acupuntura

Citado por Marguerite de Surany, Le Perpetuel


Devenir: “A bexiga regula e estabiliza a atitude da
pessoa. O meridiano da Bexiga elimina tudo o que é
turvo. Responde à tensão nervosa. É ativo para os
vermes intestinais: expulsa a tênia. (...) É o 67 da
Bexiga que trata dos vermes parasitas de toda
variedade. (...) Assim como o veneno dos vermes no
vinho o transforma em vinagre, no corpo o veneno
dos vermes também age.”

“Abundância de saliva pelos três vermes intestinais.”


A saliva é tratada pelo 10 da Bexiga, que dispersa os
excessos. Tratar três dias antes e três dias depois do
começo da lua nova, já que “é nesse período que
eles acasalam e botam ovos”. Fazer 3 vezes, ao
longo de três meses.

193

Da macrobiótica ARROZ INTEGRAL CRU

Esta é a principal estratégia macrobiótica para acabar


com os vermes: ficar em jejum até a hora do
almoço, e aí comer um bom punhado de arroz
integral cru, meio punhado de sementes de abóbora
descascadas e outro meio punhado de alho, cebola e
alho-poró ou cebolinha verde picadinhos. Uma hora
depois tomar um chá de artemísia bem forte, ou de
losna. Esperar duas horas antes de fazer uma
refeição normal.

Repetir durante 3 dias, descansar uma semana e


fazer mais 3 dias. A explicação é que os vermes
ficam intoxicados e vão abandonando o navio, digo,
o corpo.

Se não for possível ficar em jejum até a hora do


almoço, o tratamento deve ser feito de manhã.

Na hora em que dá uma fome súbita e incon-


trolável, característica de algumas verminoses,
também é útil comer

um punhado de arroz integral cru ou de sementes de


abóbora descascadas.

Quem não tem dentes fortes para

triturar o arroz pode socar os grãos

no pilão e comer salivando bem.


194
TRIGO-SARRACENO

Pode-se comer o macarrão, chamado soba, ou


simplesmente misturar a farinha com água, fazer
rolinhos e comer, crus mesmo. Para obter uma
farinha mais fresca, moer os grãos no liquidificador
e peneirar.

CHÁ DE HABU

Cassia torosa

Tostar ligeiramente 1 colher de sopa de semen-


tinhas de habu até começarem a pular; ferver
durante 3 minutos com meio litro de água; deixar
esfriar e beber ao longo do dia.

CHÁ DE ARTEMÍSIA

Artemisia vulgaris Fazer uma infusão vertendo


meio litro de água quase fervendo sobre duas
colheres de sopa de artemísia fresca (folhas, talos e
flores, se houver); tomar 3 xícaras por dia.

SUMO DE ARTEMÍSIA CRUA


Socar e espremer um punhado de folhas frescas de
artemísia; tomar o sumo em jejum, pela manhã, e
continuar sem comer até o almoço.

195

SEMENTES DE ABÓBORA

EM PASTA

Secar ao sol ou no forno as sementes de uma


abóbora japonesa (hokkaido), que é arredon-dada e
tem a casca verde-escura brilhante.

Descascar então as sementes, abrindo-as com a


ponta da faca. Socar no pilão 1 colher de sopa das
sementes descascadas até virarem pasta, comer e
ficar em jejum até o almoço. Repetir durante um
mês, alternando

a cada semana com o chá de sementes de abóbora


tostadas.

CHÁ DE SEMENTES DE
ABÓBORA TOSTADAS

Tostar as sementes no forno ou na frigideira e ferver


1 colher de sopa delas com 1 1/2 copo de água,
durante 20 minutos. Tomar em jejum, pela manhã, e
não comer até a hora do almoço.

Repetir durante um mês, alternando a cada semana


com as sementes de abóbora em pasta.

CALDO DE DOKUDAMI

Hontuyinia cordata 40 gramas de folhas de


dokudami, socadas e espremidas; tomar meia xícara
de café desse sumo, duas ou três vezes ao dia.

196
CALDO DE ALHO

Cozinhar 7 dentes médios de alho em meio copo


d’água até ficarem macios; coar e beber, uma ou
duas vezes ao dia.

CEBOLINHA VERDE OU NIRÁ


São tóxicas para os vermes e devem estar sempre
acompanhando a comida, cruas ou cozidas.

MESMO SEM FAZER NADA

CONTRA ELES,

o simples fato de comer no estilo

macrobiótico já faz a bicharada desanimar.

Isto porque a alimentação se torna

mais saudável, o que melhora as defesas; os


alimentos costumam ser cozidos,

portanto menos sujeitos a contaminação; missô,


shoyu e gersal, muito usados nessa dieta, são
salgados, e os bichinhos gostam é de doces; e
quanto a estes, a ordem é evitar ao máximo.

Também não entram leite e laticínios, gorduras, café


e outros estimulantes, temperos fortes, álcool,
gorduras,
enfim – a vidinha dos bichos fica

muito monótona, tadinhos.

197

Da dra. Clark Ela adotou dois ingredientes que


temos aqui, losna e cravo-da-índia, e um que só
existe nos Estados Unidos, a tintura extraforte de
para obter

black walnut hull, a capinha verde da noz as ervas


da

dra. Clark,

de Juglans nigra. Dizia que essa combinação o


melhor é

acaba com 120 tipos de vermes e protozoários.

acessar o

site www.
A losna (Artemisia absynthium) deve ser seca,
drhuldaclark

triturada e colocada em cápsulas contendo .com

200 a 300 mg de erva.

outro site

Os cravos (Dianthys caryophyllus) devem ser


interessante

moídos e imediatamente colocados em

que também

cápsulas de gelatina tamanho 00 (se não tiver, vende


fórmulas

herbais contra

servem os tamanhos 0 e 000); o princípio ativo


parasitas,

do cravo é muito volátil e se perde em poucos junto


com muita
informação,

minutos, e a dra. Clark afirmava que é a única é


www.

substância capaz de atingir os ovos dos parasi-


kitchendoctor tas em qualquer lugar do corpo.

.com

O tratamento começa usando os três produtos ao


mesmo tempo, sempre de estômago vazio, antes de
comer. A dose vai aumentando E continua pelo resto
da vida, uma vez por semana, com doses de
manutenção.

198
Dia 1
Extrato: 1 gota em 1/2 xícara de água antes do
almoço Losna: 1 cápsula de losna antes do jantar
Cravo: 1 cápsula de cravo antes das 3 refeições Dia
2

Extrato: 2 gotas em 1/2 xícara de água antes do


almoço Losna: 1 cápsula de losna antes do jantar
Cravo: 2 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 3

Extrato: 3 gotas em 1/2 xícara de água antes do


almoço Losna: 2 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 4

Extrato: 4 gotas em 1/2 xícara de água antes do


almoço Losna: 2 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 5

Extrato: 5 gotas em 1/2 xícara de água antes do


almoço Losna: 3 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 6
Extrato: 2 colheres de chá em 1/2 xícara de água
antes do almoço (fim da série; repetir uma vez por
semana) Losna: 3 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dias 7 e 8

Losna: 4 cápsulas de losna antes do jantar Cravo: 3


cápsulas de cravo antes das três refeições Dias 9 e
10

Losna: 5 cápsulas de losna antes do jantar Cravo: 3


cápsulas de cravo antes das três refeições 199

Dia 11

Losna: 6 cápsulas de losna antes do jantar Cravo: 3


cápsulas de cravo antes do almoço (fim da série;
repetir a dose uma vez por semana)

Dia 12

Losna: 6 cápsulas de losna antes do jantar Dia 13

Losna: 7 cápsulas de losna antes do jantar Extrato: 2


colheres de chá em 1/2 xícara de água antes do
almoço (repetição uma vez por semana) Dias 14, 15
e 16

Losna: 7 cápsulas de losna antes do jantar (fim da


série; repetir a dose uma vez por semana).

Dizia a dra. Clark que tanto a presença de parasitas


quanto seu extermínio causam perturbação no sono,
mesmo em quem nunca teve problemas de ornitina
insônia, porque eles produzem muita amônia; por
para dormir bem

isso recomendava tomar suplementos de ornitina


durante o programa de vermifugação. Ornitina é um
aminoácido que reduz o nível de amônia no
organismo e aprofunda o sono sem gerar efeitos
colaterais. Dica: experimentar três dias seguidos, 2,
4 e 6 cápsulas, e ver qual é a melhor dosagem.

200
ZAP NELES!
Essa dra. Clark foi uma pesquisadora incansável e
inventou coisas dignas de Professor Pardal – como
um aparelhinho que mata vermes, fungos, bactérias
e vírus através de radiofrequência. É o zapper.

Primeiro inventou outro, que mede as ondas de


radiofrequência que cada animal emite, vivo ou
morto. Aí começou a procurar dentro do corpo
ressonâncias para amostras de laboratório com
parasitas de humanos, como por exemplo a fascíola,
e descobriu um meio de irradiar de volta, na mesma
frequência, de modo a interferir ener-geticamente no
verme de forma mortal. Com o tempo foi
aprimorando a coisa e até construir um aparelhinho
muito simples,

o zapper: um gerador de frequência com dois cabos


de cobre que a pessoa segura nas mãos enquanto
recebe uma corrente energética de 9

volts durante alguns minutos.

Num primeiro momento, dizia, isso mata todos os


vermes. Mas joga em circulação as bactérias e vírus
e fungos que estavam parasitando esses vermes.
Então é preciso outras aplicações, que vão dando
cabo deles, das larvas e ovos. No total são 10 dias
de tratamento, com três aplicações diárias de 7
minutos cada, com intervalos de 20

minutos, num aparelhinho simples e barato que


qualquer um pode ter.

201

Feita a faxina, é fundamental limpar o corpo das


toxinas remanescentes. A dra. Clark indica no livro a
maior parte

uma limpeza completa de rim e fígado, para a qual


das drogas

também dá receitas, e prega um lembrete: contra


vermes,

protozoários

e fungos não
é indicada

para grávidas,

especialmente

“O verdadeiro desafio no primeiro

trimestre da

não é matar nossos invasores, gravidez

usar temperos

vermífugos

mas recuperar a saúde como hortelã

e alho e evitar

e a imunidade”.

as comidas

que ajudam
os vermes

pode ser a

melhor atitude

na gestação

olho vivo:

artemísia,

plantinha

vermífuga

irmã da

losna,

é também

abortiva

202
Da farmácia

O termo “vermífugo” se refere mais à droga que


bota os vermes para fora sem matar – a substância
age por contato com o freguês.

Mas os parasitas que estão em outros órgãos


precisam ser atingidos através do sangue, o que
aumenta a intoxicação do hospedeiro.

Por isso nunca é bom tomar remédios por conta


própria; doses e substâncias inadequadas não
adiantam e fortalecem os bichos. Se for impossível
fazer exames e receber orientação médica, o
conselho do dr. Copelman (– “Não tem outro jeito!
”) é apelar a um farmacêutico experiente e tomar
uma droga polivalente.

Albendazol: áscaris, oxiúros, tricocéfalos,


ancilóstomos, equinococos, estrongiloides, larva
migrans cutânea e visceral, cisticercose Bitionol:
fascíola hepática e paragonimus westermani

Cambendazol: estrongiloides Dietilcarbamazine:


filárias Ditiazanine: estrongiloides e tricocéfalos
Flubendazol: áscaris, oxiúros, tricocéfalos,
ancilóstomos e triquinose

Hidroxinaftoato de befênio: ancilóstomos 203

anti-helmíntico

Ivermectin: larva migrans cutânea é o preparado

que afugenta

Levamisol: áscaris, ancilóstomos, oxiuros ou destrói


os

Mebendazol: áscaris, oxiúros, ancilóstomos, vermes,


tanto

triquinas, larva migrans visceral

do intestino

quanto dos

Mentha crispa: hortelã da folha miúda é a base do


outros órgãos,

Giamebil, usado contra giárdias e amebas mas não


os

protozoários

Metrifonato: esquistossomas Metronidazol,


secnidazol, tinidazol, ornidazol: a piperazina,

amebas, giárdia, tricomonas

que pegava
áscaris

Niclosamida: tênia, himenolépis, botriocéfalo, e


oxiúros,

fascíola intestinal

saiu do

mercado

Nitazoxanida: helmintos nematódeos, cestódeos e


trematódeos; protozoários; larvas, ovos e cistos
Oxamniquina: esquistossomas (S. mansoni) extrato
de

Praziquantel: tênia e outros cestódeos, silimarina,


ou

cardo mariano

esquistossomas, cisticercos e todas as fascíolas (


Silibum

Pirantel: áscaris, oxiúros, ancilóstomos marianum),


é excelente

Pirvínio: oxiúros para proteger

o fígado antes

Quinacrine: cestódeos e depois

Tetramisol: nematódeos intestinais, e parece que do


bota-fora dos

dá conta das larvas também

bichos; pode ser

homeopático,

Tetracloretilene: ancilóstomos e fascíola intestinal


manipulado

ou comprado

Tiabendazol: estrongiloides, áscaris, triquina, larva


em farmácia

migrans cutânea e visceral.


como Legalon e Silimalon

204

A dieta

o que têm os
vermes a ver

com isso?

do dr. Barcellos

contra o câncer

e todas as alergias Raul Barcellos foi um médico


carioca que lá pelos anos 1950 constatou o seguinte:
o lugar onde os vermes se alojam vira uma terra-de-
ninguém e acaba degenerando.

Os tecidos ficam sensíveis, frágeis,

têm reações inflamatórias, deficiências estrutu-rais e


pouca capacidade de regeneração – e é aí que
começam a acontecer coisas como o câncer, com
sua proliferação de células anormais, que consomem
sangue e nutrientes

e transpiram toxinas.

Observando e testando, inclusive em si mesmo,


desenvolveu uma dieta que resolve a maioria dos
casos de reação alérgica e muitas vezes faz
estacionar ou regredir o câncer, que o dr. Barcellos
considerava uma forma avan-

çada de reação alérgica.

205

Essa dieta suprime totalmente leite e derivados,


feijão de qualquer tipo (incluindo vagem, ervilha,
lentilha e grão-de-bico), tubérculos (batata-inglesa,
batata-doce, batata-baroa/

mandioquinha, inhame, cará, aipim/mandioca,


farinha de mandioca), aveia, carnes de porco,
lagosta e camarão, abacate, castanha portuguesa e
vitamina C sintética.

– Em suma, não se pode comer nada!

Muito prática, esta dieta...

Claro que pode, minha senhora.

Sobram arroz, trigo, milho, centeio, painço, carnes


vermelhas, peixes, aves, cenoura, bardana, nabo,
beterraba, aipo, funcho, raba-nete, abóbora,
abobrinhas, pepino, chuchu, maxixe, quiabo, jiló,
berinjela, pimentão, tomate, alface, cebola, alho,
chicória, rúcula, agrião, acelga, couves, brócolis,
salsa, cebolinha, tomilho, manjericão, gengibre,
cogumelos, algas mari-nhas, gelatinas, etc., e todas
as frutas menos abacate, e isso tudo se pode comer

com pão, macarrão, massa de torta...

A função dessa dieta é deixar de fornecer aos tecidos


orgânicos, e especialmente ao tumor, determinadas
proteínas muito tóxicas que, segundo ele, seriam as
principais causas das reações teciduais indesejáveis.
Promovendo a desintoxicação, recupera-se a saúde
dos 206
tecidos. Para isso o dr. Barcellos acrescentava
suplementos de metionina (um aminoácido
desintoxicante) e também de ferro, porque “o
paciente em geral tem uma anemiazinha”, como
dizia ele. Pedia exames de sangue e fezes.

No sangue, acompanhava a alteração da eosinofilia


– quando há mais eosinófilos presentes é sinal de
que podem estar atacando algum verme grande. Nas
fezes, tentava descobrir quais eram os parasitas:
“Tem que fazer o exame de dez em dez dias até dar
positivo!”, ordenava. E aí, quando a pessoa estivesse
mais fortalecida, dava o vermífugo.
Acabaram os vermes? Acabou-se a dieta, o paciente
está livre. Os tecidos já podem se refazer sozinhos.

A dra. Clark não conhecia o dr. Barcellos, mas


também dizia que um tumor canceroso é o maior
antro de vermes, protozoários e fungos. ‘Simples
demais para ser bom, simples demais para dar certo,
simples demais para não tentar.

207
Da tradição

chinesa

A acupunturista Susana Gigo Ayres, que chegou à


medicina tradicional chinesa pela porta da
fisioterapia, fala do que vem observando no
tratamento das parasitoses:

ACRÉSCIMO

“Antes de fazer a vermifugação é preciso levar DA


3A EDIÇÃO:

em conta que 1) o indivíduo está intoxicado e, por


isso, facilita a instalação do parasita; PÁGINAS

2) o indivíduo está intoxicado pela presença 207.1


A 207.12

do parasita; 3) o sistema de defesa está fraco, pois


permite a estada do parasita; 4) os parasitas
enfraquecem o organismo do hospedeiro, pois
roubam nutrientes.

“Isto, sem considerar a associação com outros


distúrbios muito freqüentes, como alergias, gastrites,
colites, constipação, câncer, depressão e primeiro,

anemia, que enfraquecem ainda mais o indivíduo.


desintoxicar

“Minha sugestão é começar por uma dieta de


desintoxicação. Isso promove uma limpeza nas
paredes intestinais que possibilita melhor assimilação
de nutrientes e também de vermífugos. Crianças
respondem bem a pequenos ajustes alimentares –
tirando leite e derivados, 207. 1

bolachinhas, açúcar e doces em geral, e se Um


estudo

japonês sobre

possível aumentando o consumo de verduras,


invasão de

legumes e frutas. Adultos precisam de uma áscaris


nos

órgãos reporta

mudança mais profunda, por isso proponho o ter


encontrado
seguinte:

as seguintes

lombrigas nos

seguintes locais:

“No primeiro dia eliminar todo alimento de 1 nos


sínus

origem animal, os doces e açúcares, os produtos


esfenóides,

industrializados, os que são feitos com farinha 5 nos


ouvidos,

2 no nariz,

refinada e as frituras.

6 nos brônquios,
17 no fígado,

66 na vesícula e

“No segundo dia tomar uma colher de sopa de no


canal biliar,

óleo de rícino, com a mesma medida de água 40 no


apêndice,

morna, em jejum, ao acordar. Se após 3 horas 8 no


pâncreas,

22 na cavidade

nada acontecer, repetir a dose. Neste dia é bom


peritoneal,

ficar em casa e beber chás desintoxicantes, 3 na


cavidade

comer papa de arroz integral e frutas.

pleural,

21 em abscessos
subcutâneos,

“Nos dias seguintes fazer dieta à base de arroz 3 em


hérnias,

5 em órgãos

integral com verduras como chicória , acelga,


urinários e

almeirão, couve, repolho, agrião. Incluir muito 1 em


órgão

chá, água e algumas frutas nos intervalos.

sexual.

(Citado por

Pouco a pouco acrescentar legumes, outros Katsuzo


Nishi em

cereais, feijões e até alguns produtos animais


“Princípios de
como peixe ou ovos.

saúde prática”)

“O tempo da dieta desintoxicante varia de acordo


com o quadro do paciente, mas será de no mínimo
15 dias. A partir de então, com o aparelho digestivo
mais limpo e o sangue com menos impurezas, o
organismo estará
207.2

deu no

mais receptivo aos fitoterápicos e chás para British


Journal

realização da vermifugação; e o sistema

of Cancer:

estudos recentes
imunológico também estará fortalecido.”

sugerem que o

câncer cerebral

Susana comenta que os animais, quando estão


infantil está

doentes, fazem jejum e repouso. “Quando

ligado a um

podem procuram ervas do mato que provoquem ou


mais tipos

de infecção

a limpeza estomacal, através do vômito, e do


intestino, pela diarréia purgativa. Dá a sensação de
que o animal sabe que a maioria dos nossos males se
processa no sistema digestivo e, ao jejuar, repousar e
desintoxicar, ele melhora.”

Para apoiar a dieta, Susana utiliza chás de bardana,


dente-de-leão, banchá e raiz-de-lótus, além de caldo
de rã e sementes de Psyllium.

“O chá da raiz de bardana (Arctium lappa) bardana

é um dos mais depurativos. Tem ótima ação nos


distúrbios de pele como furunculose, acne,
abscessos, dermatoses, eczema. Tem também ação
fungicida, boa contra transtornos genitais.

Diurético e sudorífero, ajuda na eliminação de gotas


e reumatismos. É também excelente depurativo do
sangue e tem ação sobre o fígado e a vesícula biliar.
Auxilia ainda no tratamento do diabetes, por sua
ação hipoglicemiante.

Para fazer o chá: lavar 10 cm de bardana, sempre


com casca, picar e ferver por

3 minutos em 1 litro de água. Coar.

dente-de-leão

“O dente-de-leão (Taraxacum officinale) é


depurativo do sangue e excelente diurético, 207. 3
com alto teor de potássio. Evita a formação de
cálculos biliares e é considerado tônico hepático.
Seu sabor amargo favorece

a digestão e estimula a secreção gástrica.

“O banchá (Camellia sinensis, folha de 3 anos)


banchá

é digestivo e estabilizador ácido-alcalino.

“O Psyllium (Plantago psyllium) é um laxativo


muito especial. Rico em fibras, estimula psyllium

o peristaltismo e seus óleos favorecem

a evacuação. Ele tem uma propriedade peculiar:


normaliza o tempo de trânsito intestinal,
aumentando ou diminuindo conforme a

necessidade. Além de todas essas maravilhas, ainda


reduz o colesterol e pode diminuir a sensação de
fome quando ingerido antes

das refeições.
raiz-de-lótus

“O chá de raiz-de-lótus (Lutea nelumbo) é


apropriado nos casos de muito muco, além de
bastante diurético. Deve ser tomado ao longo do dia
com exclusão de qualquer outro líquido.

“O caldinho de rã age beneficamente sobre caldo de


pulmões e intestinos, restaurando a flora intestinal e


fortalecendo a imunidade. Deve ser tomado de
manhã em jejum, uma xícara bem quentinha,
durante uma semana.”

Para fazer o caldo, use uma rã pequena para dois


litros de água, ferva até o líquido se reduzir à
metade, coe e guarde em geladeira.”.

207. 4
Do saber popular

Os teólogos Alda e Geraldo Granja

coordenavam cursos da Pastoral da Saúde.

Ficaram tão interessados no tema que foram estudar


terapias alternativas, fitoterapia e acupuntura, além
do método bidigital, muito eficiente para abordagem
das parasitoses.

Geraldo conta que na Pastoral da Saúde a grande


maioria dos tratamentos é à base de chás que
combinam diferentes ervas: “Para quem busca a
autocura essa é uma prática muito simples, que só
depende do empenho da da arte
pessoa.” E explica: “ O bom resultado do chá de
fazer chá

depende da quantidade de cada erva, do correto


preparo da infusão e de uma boa combinação.”

quantidade

Quantidade: dividir a palma da mão em 4 partes de


erva

iguais – o que couber em 1/4 da palma da mão é a


quantidade correta de ervas para um litro de chá
para aquela pessoa.

Se forem folhas estreitas, cascas ou raízes, mede-se


pelo tamanho de duas falanges do dedo indicador.

infusão

Preparo da infusão: juntar as ervas numa vasilha de


vidro ou louça e jogar água quase fervendo por cima
(nunca usar recipientes de alumínio ou ferro).
Deixar tampado por 20 minutos, 207. 5
coar e tomar aos goles, ao longo do dia. No dia
seguinte preparar outro chá.

Preparo de cascas e raízes (decocção): ferver


decocção

durante 3 a 5 minutos, apagar o fogo e deixar


quando há

em infusão durante 20 minutos. Coar.

mistura de

cascas e raízes

Combinação: Geraldo observa que as ervas com


folhas,

medicinais, quando bem combinadas, tratam o a


água em que

organismo todo. “Podemos combinar até sete foram


fervidas

as cascas e/ou
ervas, que sejam: duas depurativas, uma para raízes
é jogada

os rins, uma para o fígado e três para condições


sobre as folhas,

especiais do organismo que precisem de ação


ficando todas

em infusão

calmante, digestiva, respiratória, etc.

Como depurativas, Geraldo indica bardana,


depurativas

tanchagem, chapéu-de-couro, sabugueiro,

salsaparrilha, alho. Para os rins, quebra-pedra, para


os rins

assa-peixe, cavalinha, cana-de-macaco,

cabelo-de-milho. Para o fígado, dente-de-leão, para


o fígado
gervão, carqueja, picão-preto, erva-macaé, caapeba
(pariparoba), alcachofra.

– Para quem não gosta de chá, existe a

garrafada

alcoolatura ou vinho medicinal, a popular garrafada,


que é feita com vinho ou cachaça e as plantas
desejadas. As ervas devem estar secas e picadas em
pedacinhos. A quantidade é medida no oco da mão:
para 1 litro de bebida, junta-se uma mão de cada
erva escolhida.

Tampar e deixar 21 dias num armário escuro; coar,


guardar em local fresco ou geladeira, tomar 1 colher
de sopa 3 vezes ao dia.

207. 6
A prática da medicina popular mistura

intuição, informação e bom senso para tratar


parasitoses: usa ervas comprovadamente

eficientes em doses que intoxicam os hóspedes, não


o hospedeiro. Faz isso com chás, tinturas e folhas
fervidas no leite ou socadas com mel, como as da
erva-de-santa-maria.

Uma tintura se obtém colocando 2 medidas de


material sólido (erva fresca ou alho socado, por
exemplo) num vidro escuro ou embrulhado em
papel, que se completa com 8 medidas

de álcool de cereais ou uma bebida de alto teor


alcoólico; deixa-se no armário de 9 a 21 dias; aí
basta coar e guardar novamente no vidro.

Enquanto a garrafada se toma às colheradas, a


tintura se poupa em gotas.

A microdose

Apenas 4 gotas, pingadas na língua 4 vezes por dia:


esta é a microdose, simples e eficiente contra a
maioria dos parasitas.

Uma fórmula polivalente junta tinturas de alho


(contra fungos, vírus e bactérias), losna (contra
helmintos), hortelã (contra protozoários) e dente-de-
leão (para ajudar o fígado). Um vidrinho de 30 ml
contém

24 gotas de tintura de alho, 30 de losna, 12 de


hortelã e 36 de dente-de-leão. O resto é água,
filtrada ou fervida.
207. 7

Se houver suspeita de tênia, além das sementes coco


e sementes

de abóbora

de abóbora (página 176) também é eficiente a dieta


de coco: comer só a polpa branca durante um dia
inteiro. Geralmente a tênia fica desesperada e sai.
Outra solução popular muito difundida é tomar duas
gotas de creolina, creolina

dissolvidas em água ou leite, depois do almoço,


durante cinco dias.

Para tratar a cisticercose (larvas de tênia),


cisticercose:

compressas de

é muito usado colocar compressas grossas argila e


gotas de

de argila no local durante 2 horas (na cabeça


creolina,

se faz um capacete), durante 3 dias seguidos, ou


sementes

de abóbora

e em seguida tomar as gotas de creolina ou comer a


pasta de sementes de abóbora.

o creosoto,

A argila faz as larvas fugirem para o intestino


principal

e as sementes de abóbora, ou a creolina,


componente

da creolina,

dão conta do resto.

é uma

substância
orgânica

“Veja, ilustre passageiro, destilada do alcatrão;

os japoneses

o belo tipo faceiro usam pílulas de creosoto

(Seirogan ou

que tem agora a seu lado! Mont Serrat) quando


têm

dor de barriga,

E no entanto, acredite, por sua ação contra


micróbios

em geral

quase morreu de bronquite: salvou-o o Rum


Creosotado!”

207. 8
Da clínica geral:

amebas &

depressão

A dra. Beatriz Brandão Guerra tem uma longa


experiência com parasitoses. Atende pessoas das
mais variadas classes sociais, e todas ganham Yellow
Kid,

na primeira consulta um pedido de exame de


desenhado por

Richard Outcault

fezes. Os resultados podem surpreender, frustrar em


1895,

ou confirmar suspeitas. Mas, como ela diz, “a é


considerado

o personagem

clínica é soberana: se o médico acha que deve


inaugural das

tratar, mesmo o exame dando negativo ele trata”.

histórias em

quadrinhos;

Ela vem fazendo descobertas. Por exemplo: o texto,

úlceras no trato digestivo – estômago, duodeno


geralmente

crítico, aparecia

– quase sempre estão ligadas a estrongiloides.

escrito em sua

Mas sua constatação mais impressionante é a


camisola

depressão causada pela presença de amebas: – O


paciente chega reclamando da vida

e de si mesmo, negativo, vendo sempre o lado ruim:


isso é típico do portador de amebas.

Umas mais, outras menos, todas produzem

esse efeito. Dificuldade em executar tarefas que


antes executava bem, dificuldade até de gozar as
coisas boas da vida, uma conduta típica da 207. 9

depressão: o paciente é o vitorioso que se torna


derrotado por causa de uma amebinha.

É só tratar dela que a depressão desaparece.

Beatriz imagina que as amebas produzam

algum tipo de toxina que age diretamente sobre o


psiquismo.

– Mas toda verminose é toxica. No primeiro


momento isso aparece como uma pequena

perturbação digestiva e você não liga; a perturbação


está lá e produz uma ligeira variação para o lado
negativo, um pequeno desconforto. Como um
pedacinho de carne
entre os dentes – não é nada, mas incomoda.

O mal é que com o tempo você acostuma.

viciados no

desconforto?!

E nós estamos tão viciados no desconforto que nem


percebemos as variações, não imaginamos que a
vida poderia ser melhor.

Ela considera que cada pessoa é um

ecossistema, que vive e interage com outros


ecossistemas. Se há uma parasitose instalada, é
porque aquele ecossistema se desequilibrou.

Como poderia não produzir mal estar?

– A presença do parasita não é inócua.

Todas as células do organismo têm

toxinas
representação cerebral. O mecanismo que

derrubam

capta estímulos produzidos pelo próprio corpo


sentimentos

está registrando o incômodo. Se você

gentis

tem toxinas, os seus sentimentos gentis

se alteram – e isso pode ser um aviso.

207. 10
Seu arsenal médico para enfrentar parasitoses é
vasto: vai dos quimioterápicos mais fortes à
suavidade das dinamizações homeopáticas.

chá de alho:

– Quando o paciente com amebíase não aguenta 3


dentes para

um secnidazol, por exemplo, que é violento, cada


200 ml

dou chá de alho. Três dentes de alho de bulbo de


água, fazer
fresco todo dia

roxo, fervidos durante 3 minutos e deixados em


infusão por mais 20: tomar por

7 dias, em qualquer horário. A eficácia como


amebicida é de 88%.

Como estratégia preventiva, Beatriz recomenda aos


pacientes o uso de antiparasitários no último período
de cada estação: de 1 a 20 de março, 1 a 20 de
junho, 1 a 20 de setembro

e 1 a 20 de dezembro.

– Durante esses 20 dias, digo para tomarem


diariamente alguma coisa que pode até

ser a microdose de alho, losna, hortelã

e dente-de-leão (página 204.7). Terminado esse


período, fazer manutenção repetindo o tratamento
uma vez por semana, tipo toda segunda-feira. Se
sentirem algum sintoma esquisito, tratar durante uma
semana inteira.
Dinamização é o método de concentração

ou elevação da energia terapêutica dos

medicamentos pelo sistema da homeopatia.

Para dinamizar uma fórmula de ervas

medicinais, por exemplo alho/losna/hortelã/

207. 11
dente-de-leão, depois de fazer a mistura das tinturas
na proporção adequada, sem água, microdose

deve-se tirar 6 gotas, juntar num vidrinho com


polivalente:

20 ml de brandy, tampar, bater o fundo do vidro 24


gotas de

100 vezes na palma da mão; a dinamização tintura


de alho,

30 de losna,

estará pronta. Daí em diante, para fazer um 12 de


hortelã

vidrinho de microdose dinamizada, basta tirar 6

e 36 de

gotas e diluir em 20 ml de água.

dente-de-leão

em 30 ml de

água
Ela lembra que a doença e a saúde vão depender
sempre do grau de imunidade

do hospedeiro, da virulência do ataque,

da quantidade de agentes patogênicos

e do ambiente em que ele está.

O resultado é a soma dos fatores.

– Felizmente, muitas vezes

a pessoa se livra da parasitose

porque a condição psíquica melhora.

Alguém que se apaixona, por exemplo:

o amor tem uma tradução bioquímica.

Ou alguém que começa a meditar:

a meditação modifica o ritmo

do cérebro, que passa a trabalhar


em ondas diferentes, e com isso muda

o metabolismo e toda a economia

do organismo, o que vai melhorar

o nível de defesa. Harmoniza

o ecossistema, onde o verme

já não fica à vontade.

207. 12
208

Outros bichos Insetos (baratas, moscas, formigas,


mosquitos, besouros e outros), crustáceos
(caranguejos, lagostas, camarões & Cia.) e
aracnídeos (aranhas, carrapatos e ácaros) são
todos artrópodes, e os artrópodes são o maior e
mais avançado grupo de animais invertebrados do
bioma terrestre. Em matéria de evolução, eles
excedem os vertebrados – são os mais bem-
sucedidos competidores ecológicos do ser humano.

As bactérias fotossintetizadoras surgiram há 3,5


bilhões de anos. Unicelulares eucariontes, há 2
bilhões de anos. Primeiros animais: vermes,
medusas e esponjas, há 650 milhões de anos.
Primeiros artrópodes, há 440 milhões de anos,
junto com as primeiras plantas.

Como, minha senhora? Nós, humanos?

Surgimos outro dia mesmo, há apenas 2 ou 3


milhões de aninhos...

209
BARATA

Periplaneta americana Com sua mania de


testemunhar tudo há quase meio milhão de anos,
baratas enfiam suas patinhas em qualquer lugar e
assim espalham uma quantidade enorme de doenças
parasitárias. Ovos de vermes e protozoários, por
exemplo, elas car-regam do esgoto sem qualquer
proveito próprio, largando-os em lugares
inimagináveis. Servem só como transporte, não são
vetores biológicos para qualquer das doenças
parasitárias humanas; mas servem como hospedeiras
intermediárias de Mo ni liformis moniliformis,
parasita do intestino caruncho

delgado do rato.

CARUNCHO

Tribolium confusum

O caruncho é uma praga comum em celeiros de


grãos e sacos de farinha. Pode servir de hospedeiro
intermediário para vários tipos de parasitas,
incluindo Himenolepis spp.

210
PIOLHO E CHATO

Pediculus capitis, P.

piolhos:

de cabeça

humanus

e de corpo
e Phthirus pubis

São parasitas universais dos humanos, ocorrendo em


todas as regiões do globo e classes socio-

-econômicas onde haja pouca higiene. Todos


transmitem rickéttsias causadoras de febres, entre
elas a tifoide, a das trincheiras e recorrente.

O piolho do corpo (P. humanus) é mais comum nos


lugares frios, onde as pessoas ficam tempos com a
mesma roupa. O piolho de cabeça (P. capitis) é mais
popular por aqui, sobretudo em crianças que se
infestam na escola; as fêmeas põem até dez ovos
(lêndeas) por dia, que ficam grudados chato

nos cabelos e em 9 dias já são um piolho adulto.

O chato (Phthirus pubis) é transmitido entre


humanos geralmente por contato direto, mas
também através de roupas, toalhas e estofa mentos
contaminados. Prefere cabelinhos de púbis, axilas,
barbas, sobrancelhas e cílios.

outros piolhos:
de cavalo,

galinha, pombo

e peru

211
BARBEIRO

Triatoma infestans

Esse é o mais conhecido transmissor do mal de


Chagas, ou Tripanossomíase americana, junto com
mais trinta espécies e gêneros relacionados; inseto
cascudo, alimenta-se de sangue, tem há-

bitos noturnos e é chamado de bicho-barbeiro,


bicho-de-frade, bicho-de-parede, bicudo, cascudo,
chupança, chupão, chupa-pinto, fincão, furão,
gaudério, percevejão, percevejo-do-sertão,
percevejo-gaudério, procotó, rondão, vunvum.

percevejo—

de-cama

PERCEVEJO

Cimex lectularius

C. hemipterus

percevejo-do-mato

Alimentam-se obrigatoriamente de sangue e (maria-


fedida)
podem transmitir alguma doença, mas isso não é
frequente. Sua presença demonstra falta de higiene
na casa. As fêmeas vivem um ano e podem botar
mais de quinhentos ovos.

212

PULGA

Siphonapterae
A classificação científica separa as pulgas, mas cães
e gatos as juntam: tanto a Ctenocephalides felis
quanto a C. canis são encontradas pulando
alegremente em ambos, e servem igualmente de
hospedeiras intermediárias para os cestódeos Dipy
lidium caninum, Hymenolepis nana e H.

diminuta. Humanos, principalmente crianças, são


infectados quando engolem uma pulga. Também
podem transmitir tifo murino ( Rickettsia mooseri e
R. typhi) e peste bubônica ( Yersinia pestis).

Existem muitas espécies de pulgas: a humana, Pulex


irritans, a das galinhas, Ceratophyllus gallinae, a
das galinhas americanas, C. niger, a famosa Tunga
penetrans, que é o bicho-do-pé, a dos ratos
orientais, Xenopsylla cheopis, a dos brasileiros, X.
brasiliensis, e mais 100 variedades.

A mordida da pulga geralmente inflama, coça e de


vez em quando produz uma reação cutânea grande,
chamada pulicose. As pulgas dos ratos só atacam
humanos se estiverem passando fome, mas as de
cães e gatos não têm preconceito. Todas elas são
parasitadas por bichos menores: ácaros, vermes
nematódeos, bactérias, fungos, vírus e sabe Deus o
que mais.

213

BICHO-DO-PÉ
Tunga penetrans

Também chamado bicho-de-porco, espinho-de-

-bananeira, jatecuba, nígua, pulga-da-areia, sico,


taçura, taçuru, tunga, xiquexique, zunge, zunga e
zunja, o bicho-do-pé não passa de uma pulga fêmea
de 1 milímetro que vive na areia e, depois de
fertilizada, gruda na pele do pé humano e in-vade o
tecido subcutâneo formando um cisto. Lá dentro sua
barriga de grávida cresce até ficar com 0,5 a 1 cm
de diâmetro, com cerca de cem ovos dentro. A
lesão, geralmente nos dedos ou embai-xo do pé,
coça muito, é dolorosa e sensível, com um ponto
preto no centro. O tratamento consiste em tirar o
inseto inteiro, do contrário pode haver inflamação e
infecção.

MOSQUITO

Existem muitas espécies de mosquitos, entre elas as


que transmitem o parasita da malária, os vírus da
dengue e da febre amarela, o verme cardíaco canino
Dirofilaria immitis e o parasita da leish-maniose. Na
verdade, quem pica mais são as mos quitas, que
precisam de sangue para fertilizar seus ovos. Ao
fisgar a vítima elas injetam na pele 214

uma saliva anticoagulante, para poderem mamar à


vontade, e é nessa carona que o agente infectante
vai. A melhor prevenção continua sendo evitar águas
paradas e comer inhame.

ÁCARO

Ácaros são criaturas que se adaptam muito bem às


circunstâncias mais diversas. Parasitam animais por
fora e por dentro, plantas, solo, água fresca e
salobra, fontes quentes. Podem viver no nariz, nos
sínus, pulmões, estômago ou tecidos profundos do
corpo, causando uma série de mazelas. Os que
comem plantas danificam as folhas e transmitem
doenças virais.

Medem de 0,1 a 6 milímetros, têm quatro pares de


pernas e respiram por uma traqueia ou através da
pele. Os ácaros das aves, dos ratos, dos gatos,
pássaros e macacos são parasitas da subordem Me
sos tigmata. A classificação dos ácaros é tão
numerosa quanto surpreendente. Os Acaridae
atacam grãos e queijos, e as larvinhas de Trombi
cula berlese são os minúsculos carrapatos micuins.
Os ácaros cascudos, Oribatida, são importantes no
desenvolvimento da fertilidade do solo e transmitem
parasitas aos animais domésticos.

215

CRAVOS

CUTÂNEOS?
Demodex folliculorum, ou não Aqui existe uma
certa contro vérsia: como o pequeno e alongado
ácaro Demodex folli cu lorum gosta de viver nos
folículos pilosos onde

sur gem os cravos,

vários autores di—

zem que ele é o

vilão da história;

sua presença seria

responsável pelo

desastre. Outros

acham que sua presença ali não in—

flui em nada, uma

vez que há Demodex em folículos sem cravos e


cravos sem Demodex
dentro. O que se

sabe com certeza

é que o cravo é

um saquinho mais

cheio de sebo que

o normal, e que

os pontos pretos

são sinal de que

o poro está aberto

e o sebo superficial

oxidou. A acne, que é uma multidão de cravos,


geralmente povoa o rosto dos adolescentes; pode
atacar adultos, sobretudo quando há instabilidade
hormonal em jogo. Também está ligada à bactéria
Propioni bacterium acne, de alguma forma que
ainda não foi suficientemente esclarecida . E, se-
gundo a atenta dra. Hulda Clark, poderia resultar de
larvas de triquina que se alojam na pele...

216
CARRAPATO

Eles são parasitas importantes, tanto nos grandes


animais selvagens quanto nos domésticos;
transmitem agentes infecciosos e, embora não
carrapato morram de amores por humanos, volta e
meia atacam algum.

Existem carrapatos moles e carrapatos duros. A


maio ria mede menos de 1,5cm. Uns têm olhos,
outros não.

Carrapatos duros como o Dermacentor varabilis


grudam no hospedeiro e se alimentam continua-
mente durante vários dias. Então a fêmea, satis-a
diferença feita, larga o hospedeiro e procura um
lugarzinho entre carrapatos confortável para
descansar, pôr seus ovinhos e e ácaros é
simplesmente

morrer em paz.

um orifício

sensor no
Suas pimpolhas são larvas de seis perninhas que
segmento final nascem, sobem nas folhas de capim e
ficam espe-do primeiro par rando um hóspede
apetitoso passar. O cheiro de de perninhas ácido
butírico, que emana de todos os mamíferos, estimula
as larvinhas e elas caem de boca: grudam.

Depois de se encherem de sangue fresco elas se


soltam e mudam de estágio, tornando-se ninfas de
oito pernas – que, por sua vez, também esperam um
sanguíneo apetitoso passar, vão em cima, se
empapuçam, se soltam e amadurecem como adultos
machos e fêmeas, que podem viver até três anos
sem comer de novo.

217

A maioria dos carrapatos duros vive nas matas, mas


uns poucos, como o carrapato marrom dos
cachorros ( Rhipicephalus sangui neus), são pragas
caseiras. O Amblyomma cajennense (carrapato-
cachorros -estrela) pode causar reações alérgicas
sérias através da saliva e é o principal transmissor da
febre macu losa (Rickettsia rickettsi). Suas larvas
também são conhecidas como micuins, mordendo
homens e animais entre agosto e outubro e cau-
micuins sando uma comichão intensa (micuim-
amarelo, timicuí, timi cuim, bicho-colorado).

Carrapatos duros lesam o hospedeiro porque sugam


grandes quantidades de sangue, secretam
neurotoxinas que envenenam os nervos (às vezes
levando a paralisia e morte) e transmitindo doen-

ças como febre maculosa, mal de Lyme, febre do


gado do Texas, anaplasmose, febre Q, tularemia,
febre hemorrágica e uma forma de encefalite.

Carrapatos moles também podem transmitir essas


doenças. Comem intermitentemente, põem várias
séries de ovos, passam através de diversos está-

gios ninfoides e se desenvolvem dentro de casa, não


no mato.

218
SARNA

Sarcoptes scabiei hominis Este é o ácaro da sarna,


ou escabiose, uma infecção Sarcoptes scabiei
humana contagiosa e muito antiga, caracterizada por
erupções pruriginosas. O parasita é ovalado, mole,
sem olhos nem órgãos respiratórios, com quatro
pernas. Abre canais na epiderme, que as fêmeas vão
enchendo de ovos. São minúsculos: o macho mede
0,2 mm, a fêmea 0,4 mm. A transmissão se dá
geralmente por contato direto, mas também por
lençóis, roupas e outros objetos contaminados, onde
os ácaros podem viver dois dias sem comer.

S. scabiei canis e outras variedades infestam


cachorros, gatos e outros animais e não gostam de
humanos – podem até tentar, mas desistem logo.

MOSCA

Existem três tipos de moscas: as que ficam voan-do


em volta dos animais, as que picam e assim
transmitem agentes infecciosos, e as que gostam de
uma comida azeda, uma lata de lixo, uma car-ninha
podre, uns excrementos.
219

Uma das mais comuns é a Calliphora erytrocepha


la, a mosca azul da carne. Ela cospe um líquido que
ativa a decomposição da carne e ali põe até 200
ovinhos de cada vez, de onde sairão larvas que
rapidinho se tornarão moscas. Cada mosca é
mosquinha azul

capaz de produzir cinco trilhões de mosquinhas, da


carne

todas pondo ovos em comidas humanas e ativando a


corrupção e a infecção.

Miíase (bicheira, berne) berne

Moscas de pelo menos 14 variedades depositam


seus ovos na pele de humanos, como se fôssemos
meras goiabas, e as larvas que saem de dentro
cavam um buraquinho ou penetram em feridas e se
aninham nos tecidos subcutâneos de qualquer lugar
do corpo, inclusive nas cavidades nasais, auditivas,
nos sínus, nos tratos gastro intes tinal e geniturinário.
A pele é a vítima predileta; o bicho crescendo parece
um furúnculo ou uma erupção latejante; coça e pode
dar febre.

Duas dessas moscas são Cochliomya macellaria e


C. omnivorax, as populares varejeiras, responsáveis
por bicheira de cachorros ( C. omnivorax) e bernes.
A bicheira se alimenta de tecidos mortos, os bernes
de tecidos vivos. Outra mosca desse tipo é a
Dermatobia hominis, que, em pleno voo, põe 220

seus ovos em outro inseto; as larvas entram na pele


dos mamíferos, ficam 45 dias e viram bernes; saem
e ficam 70 dias no chão, como pupas, antes de virar
moscas.

MOSCA TSÉ-TSÉ

Glossina spp.

Das vinte e poucas espécies de moscas glossina


reconhecidas, apenas três não transmitem os tri-tsé-
tsé panossomas humanos. Várias delas são vetores
muito importantes da tripanossomíase africana, ou
doença do sono.

Todas as moscas podem servir de meio de transporte


involuntário para ovos de parasitas que ficam
grudados em suas patinhas.

MOSCA &

FORMIGA

Sempre se desconfiou de que as formigas lava-

-pés fossem parasitadas por alguma criatura, e


finalmente isto se confirmou: colônias da formiga
(espécie Solenopsis saevissima) foram expostas 221
às moscas do gênero Pseudacteon, e as operárias
mudaram imediatamente de postura: assumiram uma
atitude de defesa, patas dianteiras levantadas e
mandíbulas abertas. Mas não conseguiram impe-dir
a mosca de atacar violentamente as operárias
maiores, depositando um ovo no tórax de cada uma
delas. Geralmente ela tem centenas deles para botar.
Bem; alguns dias depois a larva sai do ovo, fica três
dias no tórax da formiga e migra para a cabeça,
onde passa a consumir todos os tecidos e a crescer
até ficar do mesmo tamanho da cabeça da
hospedeira. A qual ainda está viva, naturalmente.

Quando a pobre cabeça cai do pescoço, vazia, a


larva forma ali o seu pupário e deita para virar pupa;
quando finalmente sai, algumas semanas depois,
virou mosca.

Não tem nada a ver com parasitas humanos, mas é


uma boa história.

222

Contra eles?

SARNA

Na Bahia, a sarna, dita quipã, é tratada com pó de


enxofre misturado a óleo de coco. A fórmula serve
para qualquer coceira.

FUNGOS NA CASA

Passar formol nos rodapés e nos cantos. Queimar


folhas de capim-limão e eucalipto num defuma-dor.
Há no mercado um aparelhinho elétrico que de-
sumidifca e elimina fungos e ácaros.

PULGAS

Colocar inseticida em pó dentro do saco do as-


pirador e aspirar regularmente a casa, inclusive o
assoalho, pois elas gostam de botar ovos nas frestas.
Limpar o chão com aparelho a vapor.

Repetir tudo em intervalos de no máximo cinco dias,


que é o tempo que os ovinhos levam para se abrir.
Espalhar erva-de-santa-maria pelos cantos.

Produtos com óleo de neem têm sido bem recomen-


dados. Importante para quem mora em casa: talvez
outros mamíferos estejam trazendo as pulgas.

223

CARRAPATOS

Em caso de ataque de micuins, entrar numa ba-


nheira cheia de água onde tenham sido dissolvidas
duas ou três pedrinhas de anil; faz os micuins se
soltarem do corpo. Para os cachorros: glóbulos
homeopáticos BioCão, feitos com os próprios
carrapatos.

MOSCAS

Misturar 1,5 partes de formol com 2 partes de leite e


6,5 partes de água; distribuir em cumbu-

-quinhas pela casa.

BARATAS

Misturar açúcar branco e ácido bórico (pó) em


partes iguais; encher tampinhas de garrafa e espalhar
por baixo dos móveis. As que comem, morrem, e as
outras se afastam. Renovar a cada 2 ou 3 semanas.
É uma solução completamente inofensiva para
crianças e animais domésticos – a não ser, claro,
pelo açúcar.

224
225
Índice agrião 112, 177

agricultura biodinâmica 58

agrotóxicos 118
água 162

água contaminada 148

águas paradas 132

aids 63, 73, 117, 148

aborto espontâneo 147

alcalino 53

abscesso pulmonar 29

álcool 71, 169

abscessos 34, 114

álcool isopropil 116

abscessos amebianos 136


alergias 12, 73, 92, 202

abscessos bacterianos 34

alfaces 164

ácaros 215

alho 171, 207.11

Acetobacter 57

alicina 174

Acharia babata 181

alimentação deficiente 52

Achras sapota 188

Allium cepa 179

acidez 53

Allium sativum 171


ácido bórico 224

alterações de humor

ácido butírico 217

na lua nova 94

ácido desoxirribonucléico 37

alucinações 36

ácido fólico 36

amarelão 95

ácido lático 53

Amblyomma cajennense 81, 218

ácido nítrico 59

amebas 28, 69, 134, 136, 207.9

ácido nucléico 40, 76


amebíase hepática 34

ácido sulfúrico 59

amebíase intestinal aguda 34

Acinetobacter 55

amendoins 70

acne 104, 216

amidos 21, 53, 69, 135, 153

Aconitum 193

amígdalas 48

açúcar 53, 57, 69, 70, 119

amigdalite 52

adenóides 48

aminoácidos 23
adubo 58

amônia 200

Aedes aegypti 78, 99

Amygdalus communis 176

Aedes albopictus 78

Ananas sativus 176

Aesculus 193

ancilóstomos 95

aflatoxinas 70, 117

Ancylostoma braziliense 96, 97

agentes infecciosos 39

Ancylostoma caninum 96, 97

agitação 26, 28
Ancylostoma duodenale 95

agressividade 26

228

Andira anthelmintica 177

aspergilose 34

anemia 26, 35, 37, 38, 82, 92, asquelmintos


nematódeos 96, 105, 125, 127, 141

91 a 107

anestesia 92

assadura 16, 72

angústia 28

ataques cardíacos 53

anisakíase 102

auto-infecção 93, 107


Anisakis spp. 101

axilas 72, 211

Anofeles 142

Ayres, Susana Gigo 207.1

anofelinos 98

azeite de oliva 165

anomalias motoras 85

anorexia 151

ansiedade 131

Baccharis trimera 178

antibióticos 54, 62, 65, 71,

Bacillus thuringiensis 58
73, 137, 173

bacilos 50

anticorpos 40, 44, 48, 49, 77

baço 31, 49, 82, 98, 110, 141,

antiprotozoário 173

143, 146

antiviral 173

bactérias 15, 21, 51, 52, 53, ânus 48, 62, 93

55, 57, 136, 209

aorta 63

bactericida 173

apatia 28, 63, 82

banchá 207.4
apêndice 49, 93, 110, 125

balantídeos 153

apetite 22, 92

Balantidium coli 153

aracnídeos 209

banheiros 126, 160

ardência no estômago 27

baratas 135, 210, 224

áreas necrosadas 136

baratinhas-do-fígado 111

arsênico 59, 118

barbeiro 140, 212

Artemisia absinthium 184


Barcellos, Raul 12, 205

Artemisia vulgaris 177

bardana 207.3

artéria pulmonar 99

basófilas 44

arteriosclerose 172

beijo 157

articulações 67

bejel (sífilis endêmica) 63

artrite reumatóide 135

berçários 72

artrópodes 80, 209

bernes 220
áscaris 27, 91, 207.2

bexiga 54, 67, 93, 108, 139

Ascaris lumbricoides 91

bicheira 220

asma 97

bicho geográfico 96, 97

Aspergillus flavus 70, 73

bicho-do-pé 214

Bidens pilosa 186

229

Bifidobacterium 54

camarão-de-água-doce 122

bile 28, 118


Camellia sinensis 180

bilharziose 108

camelos 123

Biomphalaria 109

Campylobacter jejuni 56

biotina 70

camundongos 130

black walnut hull 198

câncer 12, 34, 36, 63, 70, 74, 110,

boca 48, 71, 126, 140, 145

113 117, 118, 130, 139, 184

bolor 69

cancro 61
borrachudo 100

Candida albicans 71, 73

Borrelia burgdoferri 81

candidíase 72, 73

botriocéfalos 132

candiru 104

bradizoítos 147, 151

canos de banheiro 135

Brandão, Clara 190

cansaço 153

Brassica oleracea 182, 187

caramujo 109, 111, 119, 122, 123

Briamonte, Michel 12, 83, 123


caranguejo 122

broncoespasmo 29

carboidratos 21, 53, 69, 137, 163

broncopatias bacterianas 34

carbono 59

bronquiectasias císticas 29

Carica papaya 185

bronquite 97, 172

cáries 53

Brooks, Daniel 13

carne 56, 60, 103, 104, 125, 164

Brugia malayi 99

carpaccio 164
bruxismo 25

carrapatos 80, 81, 217, 218, 223

carunchos 130, 210

Cassia torosa 195

cabelo sem brilho 37

cavidades auditivas 220

cacau 57

cavidades nasais 220

cadastro de fezes 166

cavidades serosas 98

cães 72, 74, 96, 97, 99, 128,

cegueira 130, 147, 152


131, 135, 140, 145, 151,

cegueira dos rios 100

213, 219

células 35, 36, 41, 145, 150, 151

Cairo, Nilo 138, 192

células B 49

calafrios 80, 104, 141

células brancas 42

calazar 146

células fagócitas 44, 67

calcinhas de algodão 139

células linfóides 48

cálcio 70
células macrófagas 44

caldo de rã 207.4

células mortas 52

Calliphora erytrocephala 220

células T 49, 173

camarão 111

230

células vegetais 21

citoplasma 44

células vermelhas 36

Citrus medica 181

Ceratophyllus gallinae 213

clamídia 152
Ceratophyllus niger 213

Clark, Hulda 12, 115, 198

cereais 131, 135

Clonorchis sinensis 120

cérebro 63, 74, 84, 117,

clonorquíase 121

122, 128, 136, 141

clorofila 21

Cereus jamacaru 185

Clostridium botulinum 56

cerveja 71, 95

Clostridium perfringens 56

cestódeos 125, 132


coágulos 53, 81

cevada 71

cobre 70, 118

Chagas, Carlos 140

coccídeos 149

chato 211

Coccidioides immitis 74

Chenopodium ambrosioides 182

coccidioses 149

Chi 163

coccus 50

Chicorium endivia 182

coceiras 25, 92, 93, 139, 223


Chlamydia trachomatis 152

Cochliomya macellaria 220

chocolate 57, 95

Cocos nucifera 181

chucrute 57

cogumelos 69, 71

cicatrização intestinal 169

colesterol 172

ciclopes 132

cólicas 27, 92, 95, 104, 149, 151,

cílios 111, 211

135, 153

Cimex lectularius 212


colites 34

Cina (Artemísia austríaca) 192

colo do útero 116

cinchona 144

cólon 34, 136, 141

circulação colateral 110

comensais 51, 135

circulação sanguínea 109

competição 36, 52, 71

cirrose 34

controle orgânico das pragas 58

cirurgia 111

convulsões 63, 92, 131


cisticercose 125, 130, 202

Copelman, Helio 162, 164, 165

cisto biliar 34

coração 24, 32, 36, 62, 72, 80,

cisto hidático 29, 34, 128

98, 122, 136, 141

cisto ovariano 34

coraçãozinho 181

cistos 116, 122, 135, 136, coriza 92, 97

137, 153

corrimentos 72, 94, 139, 152

cistos de seios 118

cravos cutâneos 216


cistos de seios e ovários 118

cravo-da-índia 198

231

creolina, creosoto 207.8

desorientação 63

criptosporídeos 148

despigmentação 101

criptosporidiose 149

detergentes 59

crustáceos 101, 129, 132, 209

diabéticos 123, 152

Cryptosporidium parvum 148

diafragma 103
Ctenocephalides canis 213

Dianthys caryophyllus 198

Ctenocephalides felis 213

diarreia 22, 26, 27, 34, 54, 60, 92,

Cucumis anguris 186

104, 105, 111, 126,

Cucurbita moschata 176

135, 136, 138, 149, 151, 153

Culex pipiens fatigans 98

Dibothriocephalus latus 126

cupins 18

Dientamoeba fragilis 94

Cuprum aceticum 193


dieta 137

dificuldade de concentração 73

dificuldade para dormir 85

Dactylaria 70

digestão 22, 56

Dactylella 70

dinamização 207.11

danos neurológicos 38

dióxido de carbono 21, 59

Daucus carota 179

Diphyllobothrium latum 126, 132

decocção
dipilídios 131

deficiência de vitaminas A, E,

Dipylidium caninum 97, 131, 213

D e K 138
diplogonoporus 132

defumados 104

Diplogonoporus grandis 132

delírio 63

Dirofilaria immitis 99, 214

demência 85, 141

dirofilárias 99

Demodex folliculorum 216

disenteria 34, 105


dengue 78, 214

disenteria amebiana 137

dente-de-leão 207.4

dispepsia 173

depressão 28, 73, 85, 207.9

distúrbios de aprendizagem 26

Dermacentor varabilis 217

distúrbios de comportamento 26

dermatite 101

distúrbios gastrintestinais 37

Dermatobia hominis 220

distúrbios visuais 26

derrames 53
divertículos intestinais 37

descarga de muco 83

DNA 37, 39, 76, 84

desintoxicação 207, 207.1

doces 22, 53

desmaios 36

doença cardiovascular 63

desnutrição 92

doença do sono 141

desordens intestinais 173

doença infecciosa 19, 39

desordens neurológicas 141, 147

232
doença parasitária 40

153

doença policística 34

Enterobius vermicularis 93

dokudami 196

enxaqueca 73

dor de cabeça 24, 36, 62, 80,

enxofre 70

82, 138, 144

enzimas 22, 70

dor de estômago 94, 102

eosinófilos 44, 45, 97, 131

dor de garganta 62
eritema 80

dor na vulva 139

erupções na pele 82, 97, 98

dor nas juntas 62

ervas medicinais 207.5

dor no peito 66

Erythema migrans 80

dores 85, 151

escabiose 219

dores abdominais 73, 95, 98,

Escherichia coli 54, 56

110, 131, 138, 152, 153

esclerose múltipla 117


dores ao redor do umbigo 24

escólex 126, 128

dores articulares 24, 82

esmalte dos dentes 53

dores artríticas 81

esôfago 141

dores musculares 104, 110, 135

espargana 129

dores torácicas 29

espirilos 50

dutos biliares 27, 113, 120

espiroquetas 50, 60, 63

dutos e gânglios linfáticos 99


esponjas 209

esporozoítos 150

espúndia 145

E. coli O157:H7 59

esquistossomas 28, 108

Echinnacea 83

estados emocionais alterados 85

Echinococcus granulosus 128

estafilococos 63, 83

ecossistema 51

esterco de galinha 74

edema 92, 99
esterilidade 152

Eimeria 149

estômago 48, 53, 215

elefantíase 98

estragos nas unhas 73

encefalite 218

estreptococos 53, 63, 83

Endolimax nana 134

estreptomicina 71

endometriose 117

estrongiloides 27, 45, 106, 207.9

engasgo 92, 94

eucariontes 41
enjôo 27

euritrema 28, 123

Entamoeba coli 54, 134

Eurytrema pancreaticum 123

Entamoeba gingivalis 135

evacuações pequenas 27

Entamoeba hartmanni 134

exame de sangue 99

Entamoeba histolytica 134, 135, 233

exames de fezes 95, 165

121, 128, 136, 141, 146, 159

exaustão 67

filárias 98
F

filé malpassado 164

Filix mas 192

fadiga 80, 127, 135, 144

filtrar 138, 162

fadiga crônica 73

flagelado 94

falar dormindo 26

flora bacteriana 162, 166

falência renal 36

flora intestinal 136

falta de apetite 62, 94, 138, 153

flora microbiana 64
falta de concentração 63

fluido vaginal 61

falta de discernimento 63

folhas 164

falta de energia 66, 73

folículos pilosos 216

falta de ventilação 67

fome absurda 125

falta súbita de apetite 27

formigas lava-pés 221

farinhas 70, 131, 136

formol 223

Fasciola hepatica 112


fósforo 70

fascíola hepática humana 112

fotossíntese 71

fascíola hepática ovina 113

frambesia 63

fascíola intestinal 12

fraqueza 24, 37, 91, 110,

fascíola intestinal humana, 114

110, 125, 127

fascíolas 111

frieira 16, 72

Fascioloides magna 113

fungicida 173
Fasciolopsis buski 114, 115

fungos 16, 21, 52, 58, 63, 69,

febre 42, 54, 62, 77, 80, 81, 82, 72, 118, 167, 173,
223

92, 97, 98, 111, 135, 141,

146, 149, 152, 153, 214,

218, 220

gafanhoto 123

feridas 61, 62

galinhas 74

fermento 16, 69

gálio 70

ferro 36, 37, 59, 70


gânglios 49, 99

ferrugem 58, 69

gânglios linfáticos 47, 62,

Ficus carica 182

80, 98

fígado 22, 27, 28, 32, 70, 74,

garganta 73, 146

95, 97, 98, 108, 114, 115,

garrafada 207.6

gás metano 55

gases intestinais 27, 73, 135

gastroenterocolite 173

234
gatos 96, 97, 99, 131, 140, Histoplasma
capsulatum 74

146, 213, 215, 219

homeopatia 192

gengibre 102, 126

Hontuyinia cordata 197

gengivas 53, 135

húmus 58

genitais 62

Hymenolepis nana 130, 213

Giardia intestinalis 137

giárdias 23, 27, 28, 191, I

137, 138

icterícia 121
glicogênio 22

IgA 47

glicose 21, 53, 69, 163, 172

IgE 47

glóbulos brancos 146

íleo 91, 102

Glossina spp. 141, 221

imunidade 17, 43, 54, 65,

gonococos 63

138, 139, 173

Granja, Alda e Geraldo 207.5

imunoglobulinas 44, 47, 49

granulomas 109, 110, 120


indigestão 27, 91, 121

grãos 70, 210

indisposição 82, 111

gripes 52, 83, 173

infecção 39

Guerra, Beatriz Brandão 207.9

infecção bacteriana

secundária 83

infecção broncopulmonar 72

Hymenolepis diminuta 213

infecção cerebral 85

Helicobacter pylori 53
infecção crônica 36

helmintos 15

infecção do pericárdio 136

hemorragias 28, 81, 92,

infecção generalizada 54, 73

102, 114

infecção oportunista 148

hemorragia nos olhos 104

infecção virótica 76, 78

hepatite 92, 110, 111, 147

infecções passageiras não-indenti—

herbicidas 59

ficadas 82
herbívoros 21, 56

infecções pulmonares 122, 152

hidrogênio 70

infecções urinárias 52, 73

hifas 69

infestação do períneo 136

higiene 52, 157

infiltrações pulmonares 29

Himenolepis 130

inflamação 41, 81, 114

Hymenolepis spp. 210

inflamação do coração 99

hipersensibilidade 64
inflamação na pleura 66

hipertensão 172

informações genéticas 76

hipertensão pulmonar 29

infusão 207.5

histeria 26

inhame 79, 144

235

inquietação 28

inquietação e sobressaltos

lábios 24, 145

no sono 92
lactase 27

insanidade mental 63

Lactobacillus acidophillus 54, 57

insetos 58, 209

Lactobacillus bulgaricus 57

insônia 28, 73, 131,

Lactobacillus yogurtii 57

138, 200

lactobacilos 57

insônias familiares fatais 85

lactobacilos de repolho 187

insuficiência respiratória 99

lactose 27
interações comensais 52

lagos 132, 144

interferon 44, 77

Lamblia intestinalis 137

intestinos 30, 52, 57, 67, 108

Lapage, Geoffrey 119

intestino delgado 22, 48,

laringe 146, 152

54, 106, 125, 138, 148

Larva migrans 96, 97

intestino grosso 49, 54,

larva migrans cutânea 97

105, 135
larva migrans visceral 97

intestino preso 92

larva nematódea nas fezes 106

intolerância a chocolate

larvas 18, 92, 95, 125, e cerveja 95

129, 130, 132

intoxicação 64, 121

laticínios 65, 164

Ipeca 193

leishmânia 145

Ipomoea altissima 178

Leishmania spp. 145

irregularidade intestinal 73
leite 57, 171

irritabilidade 26, 73, 91, 131, 138

leite materno 61

irritação na parede intestinal 92

lêndeas 211

isospora 149

leptospirose 62

Ixodes scapularis 81

lesões oculares 98

letargia 24

J.-J. Rousset 159

leucemia 73
jeans 139

leucócitos 44

Jeca Tatu 95

levedo 69

jejuno 91

lignina 69

Juglans nigra 198

limpeza intestinal 119

linfa 47

linfa acumulada 99

Kali iodatum 192

língua lisa e brilhante 37


klebsiella 54

lingüiça 104

236

lipídios 21

medula espinhal 122, 141

líquido cérebro-espinhal 66

medula óssea

Listeria monocytogenes 56

31, 36, 49, 62, 146

lombrigas 91, 159

medusas 209

lua nova 94, 193

memória ruim 28
lúpulo 71

meninges 66, 72, 141

lúpus 117, 135

meningite 81, 173

Lutzomyia 145

menstruações hemorrágicas 37

Lycopodium 193

Mentha crispa 204

lycra 152

Mentha piperita 183

Mentha viridis 183

mercúrio 59, 118


má digestão de gorduras 27

Mercurius corrosivus 192

macacos 78, 123, 135, 141, 215

merozoítos 143, 150

macrobiótica 197

metacercária 112, 122

macrófagas 18, 173

Methanobacterium smithii 55

magnésio 70

micélio 69, 118

maiô molhado 139, 152

micose 16

mal da vaca-louca 17, 84


microalgas 41

mal de Alzheimer 85, 117

microdose 207.7

mal de Chagas 140

microfilárias 100

mal de Creutzfeldt-Jakob 85

micuins 218, 223

mal de Crohn 117

miíase 220

mal de Gerstmann-Sträussler—

miracídios 111, 116

-Scheinker 85

mofo 69
mal de Hodgkin 34, 117

molibdênio 70

mal de Lyme 80, 218

monília 16

mal-estar 24, 73, 82 110, 152

Moniliformis moniliformis 210

malária 98, 141, 214

Moraxella 55

Malassezia Pachydermatis 72

morcegos 74

manchas na pele 92, 104

Morus alba 177

manganês 70
Morus nigra 177

manha 26

mosca tsé-tsé 141, 221

Mansonia 99

moscas 135, 219, 220, 224

mãos 93, 126

mosquitos 78, 98, 100, 142, 214

mau humor 26

muco 135, 171

medicina popular 207.5

mucosa intestinal 48, 96

medo e paranóia 85

237
mucosas estomacais 102

oocistos 146, 148, 150, 151

mudanças súbitas de comporta—

opressão no peito 28

mento e personalidade 85

orelhas 24

músculos 32, 98, 103, 117, 141

órgãos genitais 67

Mycobacterium bovis 65

Oribatida 215

Mycobacterium

ornitina 200

tuberculosis 65
Oscillococcinum 83

ossos 62, 67

osteomielite 62

nádegas 72

otite 152

nariz 48, 140, 145, 152, 215

ovários 110, 152

nariz coçando 24

ovos de parasitas 198

nariz escorrendo 24, 98

oxigênio 51, 59, 70

Nasturtium officinale 177


oxiúros 25, 45, 93, 159, 175, 184

náusea 102, 104, 144, 149, 151

Necator americanus 95

necessidades nutricionais 23

palato 146

nefrose 173

palidez 37, 94

nematódeos 91 a 107

pâncreas 22, 28, 110, 117,

nervos periféricos 141

121, 123, 136, 159

neutrófilos 44
pancreatite 92

nevralgias 82

pancreatite aguda 28

ninfas 217

pão 71, 136

níquel 118

Paragonimus miyazakii 122

nitritos 59

Paragonimus westermani 121

nitrogênio 59, 70

paralisia facial 81

nocardicina 71

parasitas intestinais 37, 88


nódulos linfáticos 49, 67

parasitas zoonóticos 100

nozes 70

partícula proteinácea nutrientes fundamentais 51

infecciosa 84

pássaros 141, 148, 215

pasta de raiz-forte 102

obstruções intestinais 125

Pastoral da Saúde 168

Olea europea 186

pé-de-atleta 72

olheiras 26, 91
Pediculus capitis 211

olhos 33, 24, 98, 100, 101, 130

Pediculus humanus 211

Onchocerca volvulus 100

pedras da vesícula 117

oncocercose 100

peixe 102, 119, 120, 126, 130,

238

132, 148, 164

placenta 147

pele 26, 33, 47, 52, 56, 67, 71,

plantas 21, 58

72, 74, 97, 100, 104,


plasmódios 141

106, 109, 216, 220

Plasmodium falciparum 141

penicilina 19, 63

plásticos 59

Penicillium chrysogenum 69

plateletas 44

pênis 61

platelmintos cestódeos 125

pensamentos confusos 28

a 132

perca 126

platelmintos trematódeos 108


percevejos 212

a 123

perda da libido 73

plerocercóide 129

perda de apetite 98, 104

pneumococos 63

perda de consciência 131

pneumonia 52, 73, 92, 147, perda de identidade 63

152, 173

perda de peso 62, 66, 92,

pneumonia difusa 29

111, 126, 131, 146, 149

pó de enxofre 223
perfuração intestinal 82

poliéster 152

Periplaneta americana 210

poluentes químicos 115

peritonite 92, 102

poluição 117

perturbações cardíacas 104

Portulaca oleracea 178

perturbações do sistema nervoso

potássio 70

104

prevenção da parasitose 207.11

perturbações respiratórias 29, 104


príons 17, 84

perversão do paladar 36

prisão de ventre 26, 27, 54,

pés 106

106, 135

pêssego 186

problemas de visão 98

pesticidas 59, 118

problemas menstruais 73

pH 53

problemas neurológicos 38

Phthirus pubis 211

problemas psiquiátricos 25
picles 122

procariontes 41

pigmeus africanos 63

proglotes 126, 131

pinta 63

prolapso retal 105

piolhos 80, 211

Propionibacterium acne 216

próstata 139

piscinas 139, 144, 148

proteínas 21, 39, 49, 84, 137

placa bacteriana 53

protozoários 14, 134


placas de Peyer 48

Prumus persica 186

239

prurido 93

repolho fermentado 57

Pseudacteon 222

répteis 129, 141, 148

Pseudomonas 55

resfriados 83, 173

psicoses 36

resistência ao frio e ao calor 173

ptialismo 25

respiração curta 36, 127


púbis 211

resposta imunológica 23

Pulex irritans 213

retocolite hemorrágica 34

pulgas 80, 130, 131, 213, 223

retração 85

pulmões 32, 36, 48, 116, 122,

Rhipicephalus sanguineus 218

92, 110, 128, 136, 215

Rickettsia mooseri 213

Punica granatum 188

Rickettsia rickettsi 218

puns 55
Rickettsia typhi 213

pupilas dilatadas 24

rickéttsias 16, 80, 211

purulência 29

rins 54, 67, 74, 110

RNA 40, 76, 84

roedores 140, 145

queda de cabelo 62, 73

rosbife 164

queijos 57

rosto amarelado 24

quibe cru 164


rosto e pápebras inchados 104

quimioterapia 73

rotíferos 69

quimo 91

roupas 126

Royal Rife 76

raiz-de-lótus 207.4

rúmen, ruminantes 56, 57

ranger ou trincar dentes 26, 91

Raphanus sativus 187

sacarose 69
Rathania 193

Saccharomyces cereviceae 71

ratos 74, 130, 141, 215

sacos de farinha 210

reações alérgicas 47

salada 112

recém-nascidos 72

salgados 104

rédias 112, 116

saliva 25, 61, 78

reflexos lentos 24

salmão 126

regeneração 41
Salmonella 56

região anorretal 61

Salmonella typhi 82

reinfecção 160

salsichas 104

reishi 74

sangue 31, 61

Rejuvelac 187

sangue nas fezes 135

renina 57

sangue no escarro 66

240

sapinho 16, 72
sistema geniturinário 152

sarcocistos 151

sistema imunológico 77, 109

Sarcocystis hominis 151

sistema linfático 48, 49, 98

Sarcocystis spp. 151

sistema nervoso 62, 140

Sarcocystis suihominis 151

sistema nervoso central 31, 62,

sarcoma de Kaposi 117

80, 98, 128, 141

Sarcoptes scabiei canis 219

sistema respiratório 47
Sarcoptes scabiei hominis 219

sistema reticuloendotelial 45

sarna 219, 223

sobrancelhas 211

sashimi 102

Solanum nigrum 181

Schistosoma mansoni 108

Solenopsis saevissima 222

Schistosoma spp. 108

solitária 125

secreção anal 152

solventes 116

selênio 59
sono agitado 94

sêmen 61

Spirometra 12

Senebiera pinnatifida 185

Staphylococcus aureus 56

sensação de ardência no estômago

Stenocalyx pitanga 186

27

Streptococcus cremoris 57

sensibilidade a produtos químicos

Streptococcus lactis 57

73

Streptococcus sanguis 53
sensibilidade intercostal 29

Streptococcus thermophilus 57

septicemia 173

Strongyloides stercoralis 106

shiitake 74

submucosa intestinal 136

shimeji 74

suco gástrico 112

sífilis 60

suínos 114, 123, 151

sífilis não-venéreas 63

suores 66, 82, 104

sifilomas 62
sushi 102

Silicea 192

Simulium 100

Sinapis nigra 193

Toxocara cati 97

sintomas alérgicos 111

tabletes de barro 37

sintomas digestivos 27

Taenia saginata 125

sintomas psíquicos 28

Taenia solium 125

sintomas pulmonares 29
Tamarindus indica 189

sínus 215, 220

tapetes 126

Siphonapterae 213

taquicardia 25

sistema circulatório 98

tártaro dentário 135

tecidos sintéticos 152

241

Tênia, solitária 45, 125, 181

Trichomonas vaginalis 139

teste bidigital 168

Trichuris trichiura 105


testículos 72, 110

Trichuris vulpis 105

tetraciclina 63, 73

tricocéfalos 105

Teucrium marum verum 193

tricomonas 139

tiamina 70

tricomoníase 139

tifo 80, 82

tricuros 105

tilápias 119

triglicerídeos 172

timidez excessiva 28
trigo-sarraceno 195

timo 49, 117

tripanossomas 140, 221

tinturas 207.7

tripanossomíase 140

tontura 36

triquina 103, 216

torpor 81

Trombicula berlese 215

tosse 29, 66, 92, 97, 98,

trompas 152

110, 111, 157, 173, 175

trufa 69
tosse crônica 99

truta 126

tosse seca 95

Trypanosoma cruzi 140

toxemia 67

Trypanosoma gambiense 141

toxinas 22, 118, 169, 172

tubérculo 66

toxocara 96

tuberculose 34, 65, 110

Toxocara canis 97

tubo gastrointestinal 47, 66

Toxoplasma gondii 146


tularemia 218

toxoplasmose 34

tumores 110, 117, 172

tracoma 152

Tunga penetrans 213, 214

trato gastrointestinal 220

trato geniturinário 32, 139, 220

trematódeos 108, 114, 123

Uchoa, Maria Odete 189

tremores 143

úlceras 37, 53, 102, 114, 136

Treponema carateum 64
úlceras e estrongilóides 207.9

Treponema pallidum 60, 64

úlcera de Bauru 146

Treponema pertenue 64

umbigo 24, 72

treponemas 63

umidade 52

treponematose 63

unhas 24, 26, 37, 72, 93, 161

Triatoma 140

unicelulares 209

Triatoma infestans 212

urânio 59
Tribolium confusum 210

uretra 54, 139, 152

Trichinella spiralis 103

242

urina 66

vômitos 22, 99, 102, 104, 149

urticária 92, 110

vulva 94, 139, 152

utensílios 126
útero 93, 117, 152

wasabi 102, 126

WellnessWeb 123

vaca 151

wellweb.com 83

vacinas 77

Wuchereria bancrofti 98

vagina 61, 71, 93, 139, 152

Vampirolepis nana 130

vaselina 94
Xenopsylla brasiliensis 213

vegetais crus 135

Xenopsylla cheopis 213

vegetarianos 37

Xistosa 108

verme do pulmão 121

xixi na cama 26

verme encapsulado 122

verme hepático chinês/oriental yaws (frambesia)


63

120

Yersinia pestis 213

vermes nematódeos 69
vermífugo 93, 169, 173, Z

203

zigoto 150

verminoses intestinais 35

zinco 70

vertigem 24

zoitocistos 147

vesícula biliar 121

viagens 52

vinho 71, 174

viroses 82

vírus 16, 58, 75, 76, 83, 152

vírus animais 76
vírus bacterianos 76

vírus latentes 77

vírus vegetais 76

visão 63

vitamina A 23

vitamina B1 172

vitamina B12 23, 36, 37, 52

vitamina B6 172

vitamina D 52

vitamina K 52

243

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http://www.who.org/

http://www.saske.sk/~pauwww/Helminth.htm
http://www.nas.edu/

http://biomednet.com/hmsbeagle/

http://www.cellsalive.com/

http://www.wellweb.com 246
http://www.wellweb.com/altern/diseases/diabetes.htm
http://www.mad-cow.org/

http://www.usp.br/

Pedro Paulo Lomba é o autor do enunciado da


primeira lei da selva.

A maioria das ilustrações saiu do Larousse du XXe


Siècle, edição de 1928, e do catálogo da Sears,
Roebuck, edição de 1927. Também contribuem a
Encyclopaedia Britannica, edição de 1967, o
catálogo Vinhetas e Ornatos Tipográficos da
Imprensa Nacional portuguesa, de 1838, e o
volume 11 de The Complete Crumb Comics. A
revoada de inhames é de Cesar Lobo e Murilo de
Almeida, em concepção de Newton Montenegro de
Lima.

A todos os desenhistas, cujo traço se renova no


tempo e refina nosso repertório de emoções
estéticas, minha homenagem e gratidão.

247
248

Sumário Vermes? Melhor não tê-


los....................................10

A vida comendo
solta...........................................21
Nós, eles, sintomas e
reações...................................24

Sintomas digestivos........................................27

Sintomas
psíquicos...............................................28

Sintomas pulmonares...................................29

Intestino........................................................30

Sangue...........................................................31

Sangue, medula óssea, baço..........................31

Sistema nervoso
central........................................31

Coração e
músculos.............................................32

Pulmões...............................................................32

Fígado e árvore
biliar...........................................32

Trato geniturinário.........................................32

Olhos..............................................................33

Pele................................................................33

Qualquer lugar............................................34

Além disso, não confundir..............................34

Anemia................................................................35

Infecção................................................................39

Inflamação...........................................................41

Febre.. . . . . .... . . . . . . ... . . . . ... . . . . . . ... . . . .


42

Mas e a imunidade, nada?.............................43

Pele.................................................................47

Linfa...............................................................47
Sistema respiratório.......................................47

Tubo gastrointestinal.....................................47

249

Nariz............................................................48

Boca................................................................48

Amígdalas.......................................................48

Placas de Peyer..............................................48

Apêndice.........................................................48

Bactérias.........................................................51

E. coli O157:H7.............................................59

Sífilis...............................................................60

Sífilis não-venéreas........................................63

Tuberculose ...................................................65
Fungos............................................................69

Vírus...............................................................75

Dengue...........................................................78

Rickéttsias............................................................80

Outras febres..................................................82

Gripes.............................................................83

Príons..................................................................84

O verme, esse
desconhecido....................................88

Asquelmintos nematódeos.. . . . . . . . . . . . . . . . . .
91

Lombrigas............................................................91

Oxiúros...............................................................93

Dientamoeba
fragilis............................................94

Ancilóstomos
(amarelão).....................................95

Larva migrans.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
97

Filárias.. . .... .... .... ... .... .... . . . . . . . . . . . . . . .


98

Dirofilárias.........................................................99

Oncocercos...................................................100

Anisakis.........................................................101

Triquina.........................................................103

Tricuros, tricocéfalos....................................105

Estrongilóides..............................................106

250
Rotífero.........................................................107

Platelmintos trematódeos............................108

Esquistossomas............................................108

Fascíolas........................................................111

Câncer: fascíolas?......................................115

Verme hepático chinês/oriental


............................120

Verme do
pulmão...................................................121

Euritremas....................................................123

Platelmintos cestódeos.................................125

Tênia, solitária.............................................125

Cisticercose..................................................127

Cistos hidáticos............................................128
Esparganas...................................................129

Himenolepis..................................................130

Dipilídios......................................................131

Diplogonoporus............................................132

Botriocéfalos................................................132

Amebas.........................................................134

Giárdias........................................................137

Tricomonas...................................................139

Mal de Chagas.............................................140

Malária.........................................................141

Leishmânia...................................................145

Toxoplasma..................................................146

Criptosporídeos............................................148
Coccídeos.....................................................149

Sarcocistos....................................................151

Clamídia.......................................................152

Balantídeos...................................................153

Como nos infectamos....................................155

Para acabar com eles...................................159

251

Cozinhar
sempre....................................................162

Exames de
fezes.....................................................165

Para se tratar.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.168

Do que eles não gostam....................................171


Alho...............................................................171

Abacaxi...........................................................176

Abóbora:
sementes................................................176

Pasta tenífuga...............................................176

Amêndoa.......................................................176

Amora..............................................................177

Agrião...........................................................177

Artemísia.......................................................177

Andira...........................................................177

Batata-de-purga...........................................178

Beldroega:
sementes..............................................178

Carqueja.......................................................178
Cenoura........................................................179

Cebola..........................................................179

Chá...............................................................180

Cidra: sementes............................................181

Coco..............................................................181

Coraçãozinho................................................181

Erva-moura..................................................181

Figo...............................................................182

Chicória, escarola........................................182

Couve............................................................182

Erva-de-santa-maria....................................182

Hortelã-pimenta...........................................183

Hortelã com
alho...................................................183
Hortelã com
mel....................................................183

Limão, alho e semente de abóbora...............183

252

Limão:
caroços.....................................................184

Losna............................................................184

Losna:
vinho........................................................184

Losna:
cerveja...................................................184

Losna: cataplasma... . . ... . .... . .... . . ... . . ... . ....


185

Mamão: leite.................................................185

Mandacaru...................................................185
Mastruz.........................................................185

Maxixe..........................................................186

Oliveira........................................................186

Pêssego.........................................................186

Picão.............................................................186

Pitanga.........................................................186

Rabanete: sementes......................................187

Repolho.........................................................187

Lactobacilos de
repolho......................................187

Romã.............................................................188

Sapoti............................................................188

Tamarindo.....................................................189

Poção vermífuga
cearense.....................................189

Tempero contra
vermes........................................190

Geléia contra
vermes...........................................190

Argila............................................................191

Da homeopatia.............................................192

Cina (Artemísia austríaca)...........................192

Teucrium marum verum................................192

Filix mas.........................................................193

Da acupuntura.............................................193

Da macrobiótica...........................................194

Arroz integral cru.........................................194

Trigo-sarraceno............................................195
253

Chá de
habu.......................................................195

Chá de
artemísia................................................195

Sumo de artemísia
crua.........................................195

Sementes de abóbora em
pasta..............................196

Chá de sementes de
abóbora.................................196

Caldo de
dokudami................................................197

Caldo de
alho........................................................197

Cebolinha verde ou
nirá........................................197
A receita da dra.
Clark.........................................198

Da
farmácia..........................................................203

Da tradição chinesa..................................207.1

Do saber popular.....................................207.5

Da clínica geral: amebas & depressão................


207.9

A dieta do dr.
Barcellos........................................205

Outros
bichos........................................................209

Baratas.........................................................210

Caruncho......................................................210

Piolho e chato...............................................211
Barbeiro........................................................212

Percevejos.....................................................212

Pulgas..........................................................213

Bicho-do-pé.................................................214

Mosquitos....................................................214

Ácaros..........................................................215

Cravos cutâneos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.216

Carrapatos...................................................217

Sarna............................................................219

Moscas.........................................................219

Miíase (bicheira, berne)....................................220

Moscas tsé-tsé .............................................221

Contra eles?.................................................223
Acréscimo da 3a. edição........................207.1 a
207.12

254

Este livro é dedicado a Claudia Rego e Julia


Santos, que gostam de todos os bichos
Agradecimentos sinceros ao dr. Raul Barcellos, que
me despertou para o tema, e a Carô Murgel,
Susana Gigo Ayres, Mimi e Miguel Zwi, Maria
Néo, Ozéas, Maria Antonia, Miriam Lane, Bete
Esteves, Fátima Esteves, Aradhan, Carla Saboya,
Bia Paes Leme, Mirian Moreira, Silvia Sobreira,
Beatriz B. Guerra, José Luiz Costa Lyra, Paula De
Luca, Helio Copelman, Monica Lacombe
Camargo, Stella Marina, Marita Tomassini, Zyg e
Bel Mauad, Angela Mascelani e Maria Elisa Freire
pelas muitas formas de apoio

Clare Isabella Paine deu o título, Cesar Lobo


desenhou a capa, Maria de Fátima Barbosa reviu o
texto.

Quinta edição atualizada para eBook, 2015

© Sonia Hirsch, 1998, 2015

Informação liberada para reprodução CorreCotia

Petrópolis RJ Brasil www.correcotia.com

shirsch@terra.com.br 255
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