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Edições da-ABM

1 a - 1959
2 a - 1965
3 a - 1971
4 a - 1977
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1 9 7 9 (2- i m p r e s s ã o )
1981 (3-impressão)
5 a - 1982
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6 a - 1988
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F icha C a ta lográ fica / C a ta io g u in g C a rd

Chiaveririi, Vicente
Aços e Ferros Fundidos : características gerais, tratamentos térmicas,
principais tipos / Vicente Chiaverini. — 7.ed.ampl e rev. — São Paulo,
Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2005.

Bibliografia.

1 .Aço 2. Ferro Fundido 3. Ferro Fundido - Metalurgia I. Titulo

CDD - 669.1

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1. A ç o : Metalurgia: Tecnologia 669.1


2. Ferro Fundido : Metalurgia: Tecnologia 669.1

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expressa d a A s s o c i a ç ã o Brasileira de Metalurgia e Materiais - A B M

Direitos autorais desta edição r e s e r v a d o s à

Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais


R u a Antonio Comparato, 2 1 8 - Campo Belo - 0 4 6 0 5 - 0 3 0 São Paulo - SP
Tel. 55 (11) 5 5 3 6 4 3 3 3 - Fax: 55 (11) 5 0 4 4 - 4 2 7 3

ASSOCA
I ÇÃO JRAS1UIM
5 h#

I m p r e s s o no B r a s i l
2005

ISBN 83-36778-48-6
HGFEDCBA

À minha esposa e aos meus filhos


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AG R AD EC IM EN TO S

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A Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais - ABM
agradece o importante apoio cultural, oferecido pelas empresas

: A rm co do Brasil S.A, C ompa nhia S ide rúrgica de Tubarão e


U siminas S ide rúrgica s de M inas Gerais S.A,
que viabilizaram a edição desta obra. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba

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Estúdio Jl de Artes Gráficas S/C Ltda
Rua Camanducaia, 100 - C a m p o Belo
Tel.: (011) 530-5589/530-2953/530-7321 - São Paulo - SP
VICENTE.CHIAVERINI
E n g e n h e i r o Civil e M e t a l u r g i s t a ; S ó c i o H o n o r á r i o d a A B M ;
Professor Titular da Escola Politécnica d a
Universidade de São Paulo

OS E FERROS FUNDI!
CARACTERÍSTICAS GERAIS
TRATAMENTOS TÉRMICOS
PRINCIPAIS TIPOS

669.1 C532a 7.ed.-1996


Autor: Chiaverini, Vicente, 1914-
T í t u l o : A ç o s e ferros f u n d i d o s : carac
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Ex.l CAR

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 7 a Edição
a m p l i a d a e revista

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE METALURGIA

ABM 1 MATERIAIS

SÃO PAULO
2005
1 3 edição e m "Geologia e Metalurgia" n a 11,1955

Edições da-ABM

1 a - 1959
2 a - 1965
3 a - 1971
4 a - 1977
1979 (2 a impressão)
1981 ( 3 a impressão)
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1984 ( 2 a impressão)
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1990 (2 a impressão)
1992 (3 a impressão)
7 a - 1996
1998 (2 a impressão)
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2005 (4 a impressão) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG

F icha C a ta lográ fica / C a ta lo g u in g C a rd

Chiaveririi, Vicente
Aços e Ferros Fundidos : características gerais, tratamentos térmicos,
principais tipos / Vicente Chiaverini. — 7.ed.ampl e rev. — São Paulo,
Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2005.

Bibliografia.

1. Aço 2. Ferro Fundido 3. Ferro Fundido - Metalurgia I.Titulo

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2. Farra Fundido : Metalurgia: Tecnologia 669.1

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I m p r e s s o no B r a s i l
20.05

ISBN 85-a6778-4a-6
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À minha esposa e aos meus filhos

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Aços E FERROS

ÍNDICE

PREFÁCIO DA P R I M E I R A EDIÇÃO 15

PREFÁCIO DA S É T I M A EDIÇÃO 17

INTRODUÇÃO : 19

I - D E F I N I Ç Õ E S , D I A G R A M A DE E Q U I L Í B R I O F E R R O - C A R B O N O . EFEITO DOS
ELEMENTOS D E L I G A S O B R E A S LINHAS DETRANSFORMAÇÃO 21
1. Definições 22
2. A l o t r o p i a d o ferro puro 22
3. D i a g r a m a d e equilíbrio Fe-C 23
3 . 1 . Transformações que ocorrem entre 0 e 2,11 % de carbono 26
3.2. A l g u n s aspectos do f e n ó m e n o de solidificação dos aços 30
4. Propriedades dos constituintes do aço e s u a influência sobre os característicos
m e c â n i c o s destes 32
5. Efeito d o esfriamento e do a q u e c i m e n t o sobre a posição das linhas de
transformação 35
6. Efeito d o s elementos de liga sobre o diagrama de equilíbrio Fe-C 36

II - E F E I T O D A V E L O C I D A D E DE E S F R I A M E N T O S O B R E A T R A N S F O R M A Ç Ã O DA
AUSTENITA. DIAGRAMA'TRANSFORMAÇÃO-TEMPO-TEMPERATURA" . 41
1. Efeito d a velocidade de esfriamento sobre a transformação d a austenita 42
2. T r a n s f o r m a ç ã o isotérmica. C u r v a T T T ou e m C (também c h a m a d a em S) 42
3. Constituintes resultantes da transformação d a austenita e s e u s característicos 46
4. C u r v a s T T T p a r a a ç o s h i p o e u t e t ó i d e s e h i p e r e u t e t ó i d e s 47
5. T r a n s f o r m a ç ã o em resfriamento contínuo 47
6. Efeito d a secção da peça 51

III - F A T O R E S Q U E AFETAM A P O S I Ç Ã O DAS CURVAS DO D I A G R A M A TTT.


ENDURECIBILIDADE OUTEMPERABILIDADE 53
1 . Fatores que influem na posição d a s curvas T T T 54
2. Austenita retida ou residual 59
3. Endurecibilidade ou temperabilidade 63
4. Avaliação d a temperabilidade 64
5. M e d i d a d a temperabilidade 65
5 . 1 . Método de Grossmann 65
5.2. Método de Jominy i 67
6. Fatores que afetam a temperabilidade 70
7. Importância prática da temperabilidade. Faixas de temperabilidade 72"
8. Novo m é t o d o d e traçado de curvas de resfriamento 77

IV - T R A T A M E N T O T É R M I C O DOS A Ç O S : R E C O Z I M E N T O , N O R M A L I Z A Ç Ã O ,
T Ê M P E R A E REVENIDO; COALESCIMENTO 81
1. introdução 82
2. Fatores de influência nos tratamentos térmicos 82
2 . 1 . Aquecimento 83
2iTempodepermanênciaàtemperaturadeaquecimento 83
2.3. Resfriamento 83
2.4. A t m o s f e r a do forno 86
3. Recozimento 87
3 . 1 . Recozimento total ou pleno 87
3.2. Recozimento isotérmico o u cíclico : 91
3.3. Recozimento para alívio de tensões ou sub-critico 93
3.4. Esferoidização 93
3.5. Recozimento em caixa 96

7
Aços FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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4. Normalização - *
5. T ê m p e r a - ?j
6. Revenido —- 1 0 3

6 . 1 . Fragilidade de revenido 106


6.2. Transformação da austenita retida - 107
7. Coalescimento 108

V - AUSTÊMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMICOS „ 109


1. Introdução — 110
2. Austêmpera 110
3. Martêmpera - 114
4. Patenteamento 115
5. Endurecimento por precipitação : 115

VI-TÊMPERASUPERFICIAL . 117
1. Introdução 118
2. T ê m p e r a por chama - 120
3. T ê m p e r a por indução : 122
4. T ê m p e r a p o r l a s e r 126
5. T ê m p e r a porfeixe eletrõnico 126
.6. Revenido dos aços temperados superficialmente 126
7. A ç o s recomendados na t ê m p e r a superficial 127
8. Conclusões 127

VII - T R A T A M E M T O S T E R M O - Q U Í M I C O S 129
1. Definições .'. 130
2. Cementação 130
2 . 1 . Considerações gerais s o b r e a cementação 132
2.2. Cementação a alta t e m p e r a t u r a •. 132
2.3. Reações fundamentais d a cementação 133
2.4. Processos de c e m e n t a ç ã o 134
2 . 4 . 1 . Cementação s ó l i d a o u e m caixa 134
2.4.2. Cementação a g á s 137
2.4.3. Cementação líquida 140
2.5. Cementação sob vácuo 142
2.6. Cementação a i o n p l a s m a 142
2.7. Tratamentos térmicos d a cementação 143
3. Nitretação 144
3.1. Nitretaçãoagás 144
3.2. Nitretação líquida o u e m b a n h o de sal .„ 147
3.3. Nitretação liquida sob p r e s s ã o 150
3.4. lonitretação ou plasmanitretação 150
4. Cianetação 152
5. Carbonitretação : 153
5 . 1 . Carbonitretação a p l a s m a - - 154
5 . 2 . Carbonitretação ferrítica 154
5.3. Sulfocarbonitretação g a s o s a 154
6. Boreiação 155

VIII - P R Á T I C A D O S T R A T A M E N T O S T É R M I C O S 157
1. Generalidades _ — 158
2. Equipamentos e acessórios 158
2 . 1 . Ferramentas e dispositivos manuais 158
2.2. F o m o s 158
2.3. Condições de aquecimento "rô4
2.4. Avaliação da temperatura ~ 164
2.5. Preservação d a superfície _ 165
3. A t m o s f e r a s controladas 165
3 . 1 . Potencial de carbono e s e u controle 168
4. M e i o s de resfriamento 17-1
5. Defeitos e distorções durante o tratamento térmico 172
5 . 1 . Mudanças dimensionais 172
5.2. Falhas 173
6. S e g u r a n ç a 173
7. Conclusões 174
Aços E FERROS FUNDIDOS

K - A Ç O S - C A R B O N O E A Ç O S - L I G A . C L A S S I F I C A Ç Ã O E P R O P R I E D A D E S M E C Â N I C A S .... 175
1 . S i s t e m a de classificação dos a ç o s 176
2. Inclusões não-metálicas 177
3. Propriedades_mecânicasdosaços-carbono 182
4. Importância e limitações dos a ç o s - c a r b o n o 185
5. Aços-liga; efeitos dos elementos d e liga; propriedades m e c â n i c a s 187
5 . 1 . Tendência d a distribuição d o s elementos de liga nos a ç o s recozidos 188
5.2. Efeito dos elementos d e liga s o b r e a ferrita 188
5.3. Efeito dos elementos de liga nos carbonetos 188
5.4. Efeito d o s elementos de liga n a forma de inclusões não-metálicas 189
5.5. Efeito dos elementos d e liga n a forma de compostos intermetálicos 190
5.6. Efeito dos elementos de liga n a f o r m a de partículas metálicas dispersas 190
6. Efeito d o s elementos de liga n a f o r m a ç ã o d a austenita e na s u a transformação 190
7. Efeito d o s elementos de liga n a f a i x a de temperaturas de f o r m a ç ã o da martensita 191
8. Efeito d o s elementos de liga no revenido 192
9. Recapitulação dos efeitos dos e l e m e n t o s de liga nos aços 192
10. Classificação dos aços-carbono e d o s aços-liga 200
1 0 . 1 . Classificação de acordo c o m a composição química 200
10.2. Classificação de acordo c o m a estrutura 201
10.3. Classificação de acordo c o m a aplicação 201

X - A Ç O S PARA F U N D I Ç Ã O 203
1. Introdução ; 204
2. C o n s i d e r a ç õ e s a respeito d o projeto 204
2 . 1 . F o r m a d a peça 204
2.2. E s c o l h a das espessuras d a s paredes 205
.2.3. E s p e s s u r a s de membros e nervuras 205
2.4. Prevenção de defeitos c a u s a d o s pela contração 205
2.5. Condições de vazamento e m o l d a g e m 206
3. Tipos d e aço para fundição 206
3 . 1 . Aços-carbono para fundição 207
3.2. Aços-liga para fundição 211
3.3. Aços-ligas para fundição c o m mais de um elemento de liga 213
4. T r a t a m e n t o térmico das aços p a r a fundição 214
5. Soldabilidade dos aças para fundição 215

XI - A Ç O S E S T R U T U R A I S 217
1. Introdução 218
2. A ç o s - c a r b o n o para estruturas 218
3. A ç o s d e alta resistência e baixo teor e m ligas 220
3 . 1 . Tipos de aços de alta resistência e baixo teor em ligas 223
3.2. Aplicações •' 232
4. Conclusões 233

XII - A Ç O S P A R A T R I L H O S 235

XIII - A Ç O S PARA P R O D U T O S P L A N O S 239


1. Introdução ; 240
2. Aços-carbono 240
3. Problemas de fabricação 246
4. Propriedades das chapas de aço 246
5. Defeitos das chapas de aço 247
6. Tratamento das chapas .... 249
7. C h a p a s e tiras de aço de baixo carbono modificado 249
8. Revestimentos de chapas de aço 250
9. Aços-liga para produtos planos '. 251
10. C h a p a s grossas de aço 252

XIV - A Ç O S P A R A T U B O S 253
1. Introdução 254
2. Tipos d e tubos e de aços para t u b o s 255

XV - A Ç O S P A R A B A R R A S , A R A M E S E F i O S 261
1 . Introdução 262
2. Barras '. 262
3. Fios e a r a m e s 263
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A ç y E FERROS FU NDIDOS

vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
4. T i p o s de arames; aços e t r a t a m e n t o s correspondentes 265
5. Aplicações

XVI - A Ç O S P A R A MOLAS
. 1 . Introdução zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
pz
2. Fabricação e composição q u í m i c a
3. M o l a s helicoidais 276
4. Molas "semi-elípticas" 2 8 8

5. Conclusões - t ^
3

6. A ç o s alternativos para m o l a s 2 8 8

XVII - A Ç O S DE USINAGEM F Á C I L 2 8 9

1 . Introdução 2 9 9

2. Fatores metalúrgicos que influenciam a usinabilidade 290


3. Tipos de aços de usinagem fácil 291
3 . 1 . Tipos com inclusões não-metálicas 291
3.2. Tipos com introdução d e c h u m b o 295
3.3. Outras adições 2 9 5

4. Encruamento dos aços d e u s i n a g e m fácil 2 9 8

XVIII - A Ç O S PARA C E M E N T A Ç Ã O 2 9 9

1. Seleçãodoaço 3 0 0

1.1. Meio de esfriamento 3 0 0

1.2. Tipo e grau de tensões 3 0 9

2. A ç o s para cementação 3 9 2

2 . 1 . Aços-carbono para c e m e n t a ç ã o 302


2.2. Aços-liga de baixo t e o r e m liga 302
2.3. Aços-liga de alto teor e m liga 3 0 3

3. Seleção do tratamento térmico .: 3 9 3

XIX - A Ç O S PARA NITRETAÇÃO 305


1 . Introdução - 3 9 6

2. A ç o s para nitretação 3 9 6

XX - A Ç O S P A R A MANCAIS 3 9 9

1. Introdução 3 1 9

2. A ç o s para mancais 310


3. A ç o s para mancais para fins especiais 311

XXI - A Ç O S PARA F E R R A M E N T A S E MATRIZES 313


1 . Introdução 314
2. Característicos fundamentais dos aços para ferramentas e matrizes 314
2.1. Durezaàtemperaturaambiente — 314
2.2. Resistência ao desgaste 314
2.3. Temperabilidade , - - 314
2.4. Tenacidade 315
2.5. Resistência mecânica 315
2.6. Dureza a quente 316
2.7. Tamanho de grão 316
2.8. Usinabilidade 31 7

3. Condições que permitem atingir os requisitos exigidos nos aços


p a r a ferramentas e matrizes 317
3 . 1 . Composição química 317
3.2. Tratamento térmico 319
4 . Classificação e seleção d o s aços para ferramentas e matrizes 320
vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
5. A ç o s temperáveis em á g u a 321
5 . 1 . Tratamentos térmicos dos aços temperáveis e m á g u a 323
5.2. Aplicações dos aços temperáveis em água 326
wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
6. A ç o s resistentes ao c h o q u e 326
6 . 1 . Aplicações dos aços resistentes ao choque ao silício 328
7. Aços-ferramenta para m o l d e s 333
7 . 1 . Aplicações dos aços-ferramenta para moldes 334
8. Aços-ferramenta para fins especiais 334
8 . 1 . Aços-ferramenta tipo "matriz" 335
8.2. Aços ao tungsténio p a r a acabamento 335
8.3. Aços de alto carbono e baixo teor em liga 338

10
A zyxwvutsrqponmlk
Aços E FERROS FU ND ID O S

8.4. A ç o s semi-rápidos 338


8.5. A ç o s grafftícos 339
9. Aços-ferramenta para trabalho a frio 339
10. A ç o s p a r a trabalho a quente 346
CBA 11. A ç o s rápidos
11.1. Composiçãodosaçosrápidos
351
351
11.2. Propriedades dos aços rápidos 357
11.3. Estrutura, curva de transformação isotérmica e t r a t a m e n t o s térmicos
d o s aços rápidos 359
1 1 . 3 . 1 . Tratamento térmico dos aços rápidos 366
11.3.2. Tratamento subzero 368
11.3.3. Têmpera para formação de bainita 368
11.3.4. Nitretação dos aços rápidos 369
11.4. A ç o s rápidos fundidos 369
11.5. Tratamentos superficiais e m aços para ferramentas 369
12. Conclusões •. 371

XXII - A Ç O S R E S I S T E N T E S A O D E S G A S T E 373
1. Introdução 374
2. Aços-manganêsausteníticos 376
2 . 1 . Tratamento térmico dos aços Hadfield 377
2.2. A d i ç ã o de outros elementos de liga no aço Hadfield 378
2.3. Características gerais dos aços-manganês tipo Hadfield 378

XXIII - A Ç O S R E S I S T E N T E S À C O R R O S Ã O 381
1. Introdução 382
.1.1. Corrosão atmosférica 382
1.2. Corrosão no solo 382
1.3. Corrosão è m água doce 384
1.4. Corrosão e m água salgada^ 384
2. Princípios d e proteção à corrosão 386
3. Contribuição do cromo 386
4. Fatores de que depende a passividade dos aços resistentes à corrosão 388
4 . 1 . Composição química 388
4.2. Condições de oxidação 389
4.3. Suscetibilidade à corrosão localizada 389
4.4. Suscetibilidade à corrosão intergranular 389
4.5. Outros fatores 392
5. Classificação e constituição dos a ç o s inoxidáveis 394
5 . 1 . Efeito do cromo 394
5.2. Efeito do níquel 396
6. A ç o s inoxidáveis martensíticos 397
6 . 1 . Propriedades e aplicações d o s aços inoxidáveis martensíticos 401
6.2. Tratamentos térmicos dos a ç o s inoxidáveis martensíticos 401
7. A ç o s inoxidáveis terríficos 403
7 . 1 . Propriedades e aplicações d o s aços inoxidáveis ferríticos 406
7.2. Tratamentos térmicos dos a ç o s inoxidáveis ferríticos 407
8. A ç o s inoxidáveis austeníticos 409
8 . 1 . Propriedades e empregos d o s aços inoxidáveis austeníticos 409
8.2. Tratamento térmico dos aços inoxidáveis austeníticos 413
8 . 2 . 1 . Solubilização 413
8.2.2. Alívio de tensões 413
8.2.3. Estabilização 415
8.2.4. Tratamentos termo-químicos 415
9. A ç o s inoxidáveis duplex 415
10. A ç o s inoxidáveis endurecíveis p o r precipitação 417
11. A ç o s nitrônicos .'. 418
12. Peças fundidas de aço resistente à corrosão 419
13. Novos desenvolvimentos no c a m p o dos aços inoxidáveis 421
14. Usinabilidade dos aços inoxidáveis 423
15. Conclusões 423

XXIV - A Ç O S R E S I S T E N T E S AO C A L O R : 425
1. Introdução 426
1.1. R e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e à o x i d a ç ã o a a l t a s t e m p e r a t u r a s 426
1.2. Resistência à fluência 428

11
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.3. Expansão térmica — 428


1.4. Estabilidade estrutural - 4 2 8

2. Elementos de liga nos aços resistentes ao calor — 429


3. T i p o s de aços resistentes a o calor 431
4. A ç o s fundidos resistentes a o c a l a r - 4 3 8

5. Conclusões 4 3 8

XXV - A Ç O S PARA FINS E L É T R I C O S E M A G N É T I C O S 441


1. Introdução - 4 4 2

2. Magnetismo 4 4 2

2 . 1 . Intensidade de m a g n e t i z a ç ã o e indução magnética 442


2.2. Intensidade de saturação 4 4 3

2.3. Permeabilidade 4 4 3

2.4. Suscetibilidade 4 4 3

3. Propriedades magnéticas d a matéria 4 4 3

3 . 1 . Domínios ferromagnéticos 4 4 6

3.2. C u r v a de magnetização 4 4 8

3.3. Características das c u r v a s de magnetização 443


3.4. Anisotropia dos materiais magnéticos 450
3.5. Efeito de inclusões, fisuras e constituintes não m a g n é t i c a s 450
3.S. Influência d a temperatura nas propriedades ferromagnéticas 450
3.7. Magnetoestricção 450
4 . Metais e ligas para a indústria elétrica 4 5 2

4 . 1 . Materiais magneticamente moles 453


4.2. Materiais com permeabilidade constante 453
4.3. Materiais para ímãs p e r m a n e n t e s .• 459

XXVI - A Ç O S U L T R A - R E S I S T E N T E S E A Ç O S C R I O G Ê N I C O S 463
1. Introdução 4 6 4

2. A ç o s ultra-resistentes 464
2 . 1 . A ç o s "maraging" 4 6 7

2.2. Conclusões 469


3. A ç o s criogênicos 469
3 . 1 . Temperatura de transição 473

XXVII - A Ç O S SINTERIZADOS 477


1 . Introdução - — 4 7 3

2. Produção de peças sinterizadas d e ferro e aço - 4 7 8

2 . 1 . Seleção da matéria p r i m a 4 7 8

2.2. Compressão 4 7 9

2.3. Sinterização *. ~ 4 7 9

2.4. Recompressão au calibragem 4 7 9

2.5. Acabamento — 9
4 7

2.6. Alternativas do processo de sinterização de p e ç a s d e ferro e aço 481


2.7. Forjado sinterizado zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
.'. r 482
2 . 8 . Considerações sobre o projeto de peças sinterizadas d e aço 485
3. T i p o s d e f e r r o e aço sinterizado, suas propriedades e aplicações 485
4. A ç o s para ferramentas sinterizadas 486

XXVIII- F E R R O S FUNDIDOS - G E N E R A L I D A D E S 493


1. Introdução 494
2. Definições —- 494
3. D i a g r a m a de equilíbrio Fe-C p a r a a faixa correspondente a o s ferros fundidos 495
4. D i a g r a m a de equilíbrio Fe-C-Si 498
5. Fatores que influem na estrutura do ferro fundido 500 .
5 . 1 . Composiçãoqufmica '. •• • 501
5.2. Velocidade de resfriamento _ — 501
6. C o m p o n e n t e s estruturais d o s ferros fundidos 502
7. Fatores outros que influem n o s característicos de grafitização dos ferros fundidos 504

XXIX - F E R R O S FUNDIDOS B R A N C O S 507


1. Introdução 508
2. Efeito dos elementos de liga 509
3. Tratamentos térmicos 511
4 . Aplicações típicas do ferro f u n d i d o branco ou coquilhado 512
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

XXX - F E R R O S F U N D I D O S C I N Z E N T O S 515
1. Introdução 516
2. Classificação dos ferros fundidos cinzentos 516
3. Propriedades dos ferras fundidos cinzentos 519
4 . A p l i c a ç õ e s do-ferro fundido cinzento 526
5. E l e m e n t o s d e liga nos ferros fundidos cinzentos 526
5 . 1 . Efeitos dos elementos de liga 526
5.2. F e r r o s fundidos cinzentos d e baixo teor de liga ... 528
5.3. Ferros fundidos de alto teor e m liga 530
6. T r a t a m e n t o s térmicos dos ferros fundidos cinzentos ... 534
6 . 1 . A l i v i o d e tensões o u envelhecimento artificial 534
6.2. Recozimento 537
6.3. Normalização 538
6.4. T ê m p e r a e Revenido 538
6.5. Tratamentos isotérmicos 541
6.6. Endurecimento superficial 541

XXXI - F E R R O S F U N D I D O S MALEÁVEIS 545


1. Introdução : ; 546
2. Processos de maleabilização 546
2 . 1 . Maleabilização por descarbonetação 546
2.2. Maleabilização por grafitização 547
3. Propriedades do ferro fundido maleável 548
4. Maleável perlítico 549
5. Outros característicos dos ferros fundidos maleáveis . 550
6. Aplicações do ferro fundido maleável 553

XXXII - F E R R O S F U N D I D O S DE GRAFITA C O M P A C T A D A 555


1. Introdução 556
2. Propriedades : 556
3. Aplicações 557

XXXIII- F E R R O S F U N D I D O S DÚCTEIS O U N O D U L A R E S . 559


1. Introdução 560
2. Processo d e fabricação do ferro nodular 560
3. Tratamentos térmicos do ferro nodular 562
3 . 1 . Alívio d e f e n s õ e s 562
3.2. R e c o z i m e n t o 562
3.3. Normalização 562
3.4. T ê m p e r a e Revenido 562
3.5. A u s t ê m p e r a 562
3.6. T ê m p e r a superficial. 563
4. Especificações e propriedades d o ferro fundido nodula 563
5. Ferro fundido nodular ligado _ 571
5.1.Aplicações _ 571
LKJIHGFEDCBA 6. Conclusões 574

BIBLIOGRAFIA 575

ÍNDICEANALÍTICO _ 583

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
Aços zyxwvutsrqponmlkjihgf
FU ND ÍD OS zyxwvu
FERROSzyxwvutsrqponmlk
szyxwvutsrqponml

PREFÁCIO D A PRIMEIRA EDIÇÃO

D s v e - s e c e r t a m e n t e considerar u m privilégio ser convidado p a r a escrever o prefácio d e


u m livro. Isso é p a r t i c u l a r m e n t e v e r d a d e neste caso, visto q u e c o n h e ç o o autor d e s t e livro
desde 1 9 4 4 , q u a n d o realizei m i n h a p r i m e i r a visita ao Brasil e lá encontrei o maravilhoso
grupo de j o v e n s engenheiros q u e - c o m o era evidente m e s m o n a q u e l a ocasião - e s t a v a m
destinados a d e s e m p e n h a r u m papel dos mais importantes n a industrialização do Brasil,
onde o d e s e n v o l v i m e n t o da indústria d e ferro e aço era e c o n t i n u a r á a ser o mais b á s i c o .
O Dr. V i c e n t e C h i a v e r i n i e r a u m d o s m a i s a t i v o s e i m p o r t a n t e s d a q u e l e g r u p o . Volta
R e d o n d a e s t a v a então quase pronta p a r a iniciar a sua p r o d u ç ã o . A ciência m e t a l ú r g i c a e a
e n g e n h a r i a a p r e s e n t a v a m - s e e m e s t a d o a l t a m e n t e g e r m i n a t i v o . O Instituto de Pesquisas
T e c n o l ó g i c a s , u m a o r g a n i z a ç ã o e m q u e o Dr. A r y T o r r e s e Dr. A d r i a n o M a r c h i n i t i n h a m d e -
s e m p e n h a d o p a p é i s dos mais essenciais, estava em processo d e renovação e c r e s c i m e n t o .
Visitantes e r a m c o n v i d a d o s do exterior p a r a trazer ao Brasil o m e l h o r d o s e u c o n h e c i m e n t o
e experiência d e países mais altamente industrializados. Foi o a n o em que se f u n d o u a
Associação Brasileira de Metais, o r g a n i z a ç ã o que tanto c o n t r i b u i u p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o e
o crescimento d a tecnologia metalúrgica no Brasil. Através dos a n o s , desde então, a A . B . M .
continuou a crescer e a exercer u m a influência cada vez mais importante sobre o d e s e n v o l -
vimento industrial do Brasil e agora, n a s u a sabedoria, entra, c o m e s t e trabalho, no c a m p o d a
publicação de livros.
Livros d e s e m p e n h a m u m a parte vital no desenvolvimento d e u m a indústria, u m a parte
muito m a i o r d o q u e m u i t o s j u l g a m . O s livros registram o q u e é c o n h e c i d o , eles s e r v e m p a r a
instruir o j o v e m e s t u d a n t e e p a r a g u i a r s e u c o l e g a mais v e l h o n a i n d ú s t r i a . A s s i m t e m s i d o
através d e t o d a a história. Os f a m o s o s livros d e Agrícola, T a m m a n n , D e s c h , Jeffries e A r c h e r ,
entre m u i t o s , s ã o u m t e s t e m u n h o e l o q u e n t e disso. O s livros r e g i s t r a m o m e l h o r e o mais
certo d o c o n h e c i m e n t o h u m a n o ; p o r s u a s o m i s s õ e s , eles m o s t r a m , c o m muito m a i s a u t o r i d a -
d e , q u a i s a s l a c u n a s d o c o n h e c i m e n t o q u e e x i g e m m a i o r a t e n ç ã o . E, c o m a ê n f a s e q u e t o d o s
os b o n s livros c o l o c a m os f u n d a m e n t o s d a m a t é r i a de q u e t r a t a m , eles auxiliam a i n d ú s t r i a a
se estabelecer s o b r e u m a base firme para maior rendimento n u m a economia sadia.
A s s i m é e s t e livro, escrito p o r u m d o s m a i s c a p a z e s e e m p r e e n d e d o r e s metalurgistas
b r a s i l e i r o s . A i n d ú s t r i a d o f e r r o e d o a ç o é u m a i n d ú s t r i a d a s m a i s b á s i c a s . Tal t e m s e v e r i f i -
c a d o d u r a n t e s é c u l o s . O s v e l h o s a l e m ã e s c o s t u m a v a m d i z e r "quem possui ferro é rei"; e o
país, a i n d a m e s m o nestes dias d e a d i a n t a m e n t o tecnológico q u a s e fantástico, q u e t e m uma
indústria d e ferro e aço grande e eficiente, apresenta a mais s e g u r a base para u m a c o n t í n u a
rndusSiaízaçãa.
O d e s e r t v o t v i m e n t a e a p e s q u i s a i n d u s t r i a l d o ferro' e d o a ç o p r o g r e d i r a m c o m u m a r a p i -
dez quase espantosa - sobretudo para aquele que gostaria de ser inteiramente competente
no c a m p o . A q u i b o n s livros r e p r e s e n t a m u m auxílio i m e n s o , t a n t o p a r a estudantes - e e s t e
livro é d e s t i n a d o a t o r n a r - s e livro d e t e x t o p a r a a E s c o l a P o l i t é c n i c a d e S ã o P a u l o - c o m o p a r a
e n g e n h e i r o s e m p e n h a d o s n a v i d a p r á t i c a . Ele é d e d i c a d o a o e s t u d o dos a ç o s - c a r b o n o e
aços-liga. A b r a n g e e s s e s assuntos d a m a i s alta importância à m e t a l u r g i a física de t o d o s o s
a ç o s . O a s s u n t o "aços-carbono e aços-liga" não é absolutamente simples, mas está a b o r d a -
d o n e s t a p u b l i c a ç ã o d e tal m o d o a s e r d a m a i o r u t i l i d a d e p o s s í v e l . D e v e - s e e s p e r a r q u e

15
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS
FUNDIDOS

e s f o r ç o s c o m o este p o s s a m s e r r e p e t i d o s , de m o d o q u e a industrialização r e a l m e n t e notável


do Brasil p o s s a colher de m o d o c r e s c e n t e o inigualável b e n e f í c i o q u e tais livros t r a z e m a u m a
i n d ú s t r i a e a u m a n a ç ã o . O a u t o r , Dr. V i c e n t e C h i a v e r i n i , a A . B . M . e o Dr. A . M a r c h i n i , q u e
p a t r o c i n a r a m a publicação d e s t e livro, d e v e m ser e f u s i v a m e n t e c u m p r i m e n t a d o s ; neste es-
forço eles merecem o apoio e o aplauso da Nação. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
ROSEHT R MEHL
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
Diretor do "Metals Research
Laboratory"
do "Camegie instituía of Technology".

16
BA Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwv
O

YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

PR EFAC IO DA SÉTIMA EDIÇÃO

Apesar de todo o progresso tecnológico, no campo da mídia, ainda há pessoas que se


dedicam a e s c r e v e r livros. Serão elas s o n h a d o r a s ? A o contrário: s ã o e x t r e m a m e n t e realis-
tas. Elas s a b e m q u e , apesar da E n c i c l o p é d i a Britânica j á estar disponível em u m único
disquete de c o m p u t a d o r e que os a v a n ç o s tecnológicos r e c e n t e s p o d e m ser a c e s s a d o s v i a
Internet, a i n d a n ã o h á o q u e s u b s t i t u a a s o b r a s básicas, a q u e l a s q u e f o r n e c e m as f e r r a m e n -
tas n e c e s s á r i a s p a r a que o c o n h e c i m e n t o , e m sentido m a i s p r o f u n d o , seja a l c a n ç a d o e
consolidado.
Dentro d e s s e c o n t e x t o , as o b r a s d i d á t i c a s c o n t i n u a m d e s e m p e n h a n d o u m papel f u n d a -
mental. Este livro, e m s u a sétima e d i ç ã o , c u m p r e esta f i n a l i d a d e . Mela, o A u t o r procurou
atualizar alguns capítulos, com b a s e e m n o v o s dados e d e s e n v o l v i m e n t o s mais r e c e n t e s ,
abrangendo os dois mais importantes p r o d u t o s siderúrgicos - a ç o s e ferros fundidos.
V o l t a m o s a l e m b r a r a s p a l a v r a s d o p r o f e s s o r Dr. R o b e r t F. M e h l , q u e p r e f a c i o u a p r i m e i r a
edição d e s t a o b r a : "Livros d e s e m p e n h a m u m a parte vital no d e s e n v o l v i m e n t o d e u m a i n d ú s -
tria, u m a p a r t e m u i t o m a i o r d o q u e m u i t o s j u l g a m " .
C o m p l e m e n t a m o s as palavras d o p r o f e s s o r Mehl: "Livros d e s e m p e n h a m u m p a p e l f u n -
damental na f o r m a ç ã o dos engenheiros, capacitando-os a enfrentar a vida profissionai c o m
elevado nível d e excelência".
O Autor d e v e orgulhar-se da receptividade alcançada por e s t a o b r a no decorrer d o s a n o s ,
sendo motivo d e s a t i s f a ç ã o para a A s s o c i a ç ã o Brasileira de M e t a l u r g i a e Materiais - A B M t e r
patrocinado s u a publicação e incentivado s u a atualização.
A A B M , através de seus Cursos, Seminários e publicação de obras metalúrgicas
especializadas, c o n t i n u a contribuindo d e m o d o efetivo p a r a o a p r i m o r a m e n t o d a m e t a l u r g i a
brasileira e d e s e u s especialistas. S e m esquecer, é claro, q u e o m u n d o evolui e q u e essa
evolução atinge t a m b é m os meios d e c o m u n i c a ç ã o .
Acompanhando estes e prestigiando obras fundamentais, editadas por"muitos sncs,
acreditamos estar prestando um serviço permanente de f o r m a ç ã o e atualização às diversas
gerações de e n g e n h e i r o s e especialistas, q u e m a n t ê m aceso o farol do conhecimento, r e p r e -
sentado por e s t a entidade.

S ã o P a u l o , o u t u b r o de 1 9 9 5

André Musetti
PRESIDENTE DA A B M
FUNDIDOS zyxwvut
zyxwvutsrqpon
zyxwvutsrqponmlkj
A ç o s E FERROS

IN TR O D U Ç ÃO

A s ligas f e r r o s a s s ã o as mais utilizadas dentre todas as ligas metálicas.


O f e r r o é u m m e t a l d e fácil p r o c e s s a m e n t o , a b u n d a n t e n a c r o s t a t e r r e s t r e e c a r a c t e r i z a - s e
por ligar-se c o m m u i t o s outros e l e m e n t o s m e t á l i c o s e n ã o - m e t á l i c o s , o principal d o s q u a i s é
o carbono.
O característico polimórfico do ferro é outro fator i m p o r t a n t e que explica a s u a ampla
utilização e m t o d o s os setores d a e n g e n h a r i a e da indústria. E s s a propriedade p e r m i t e q u e
as l i g a s f e r r o s a s s e j a m s u b m e t i d a s a o p e r a ç õ e s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o q u e m o d i f i c a m p r o -
f u n d a m e n t e a s s u a s propriedades m e c â n i c a s e possibilita s u a aplicação sob as m a i s v a r i a -
das condições d e serviço.
A c r e s c e n t a - s e a esses fatos, o c o n s t a n t e progresso que e s t á o c o r r e n d o no a p e r f e i ç o a m e n -
to d a s t é c n i c a s d e p r o d u ç ã o , v i s a n d o o b t e r l i g a s f e r r o s a s c a d a v e z m a i s " l i m p a s " e c o m p r o p r i -
edades m e c â n i c a s superiores e m e l h o r e s resistências à corrosão, oxidação, desgaste, etc.
A c o r r e i a a p l i c a ç ã o d a s ligas f e r r o s a s e x i g e u m c o n h e c i m e n t o a d e q u a d o d o s s e u s c a r a c -
terísticos e s t r u t u r a i s e m e c â n i c o s e d o s f a t o r e s que p o d e m a f e t á - l o s , d e s d e as c o n d i ç õ e s d e
f a b r i c a ç ã o , o s e l e m e n t o s de l i g a b á s i c o s o u e s p e c i a l m e n t e a d i c i o n a d o s , até o s e f e i t o s d o s
tratamentos t é r m i c o s a que são geralmente submetidos.
E m p r i n c í p i o , p o r t a n t o , as p r o p r i e d a d e s d a s ligas f e r r o s a s d e p e n d e m d o s s e g u i n t e s f a t o r e s :
- composição química
- microestrutura
- condições de processamento
Q u a n t o à c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , o e l e m e n t o d e liga b á s i c o é o c a r b o n o q u e i n f l u i n a e s t r u -
t u r a d o m a t e r i a l e, e m c o n s e q u ê n c i a , n a s s u a s p r o p r i e d a d e s . O s o u t r o s e l e m e n t o s d e l i g a ,
quer provenientes d a s matérias primas, quer especialmente adicionados em p e q u e n a s ou
altas q u a n t i d a d e s , m o d i f i c a m t a m b é m a estrutura, as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s e podem
ainda conferir característicos especiais, c o m o propriedades elétricas e magnéticas, r e s i s t ê n -
cias à c o r r o s ã o , o x i d a ç ã o , d e s g a s t e , e t c .
A s c o n d i ç õ e s d e f a b r i c a ç ã o , c o m o f u n d i ç ã o , c o n f o r m a ç ã o m e c â n i c a a frio e a q u e n t e e
tratamentos complementares, como tratamentos térmicos e termoquímicos, t a m b é m afe-
i a m , e m m a i o r o u m e n o r g r a u , a e s t r u t u r a das ligas f e r r o s a s e, e m c o n s e q u ê n c i a , suas
propriedades.
A b a s e d o e s t u d o d a s ligas f e r r o s a s é, p o i s , o c o n h e c i m e n t o d a s u a e s t r u t u r a , a q u a l e s t á
diretamente r e l a c i o n a d a ao e s t u d o d o " d i a g r a m a de equilíbrio" d e s s a s ligas.
Esse c o n h e c i m e n t o é fundamental, porque o diagrama de equilíbrio permite determinar,
nas c o n d i ç õ e s d e resfriamento e x t r e m a m e n t e lento, quais os constituintes estruturais q u e s e
f o r m a m a partir d o estado líquido, e m f u n ç ã o do teor de c a r b o n o , constituintes e s s e s que
determinam as propriedades das ligas.
Essas microestruturas, nas c o n d i ç õ e s de resfriamento lento, s ã o a s que s e f o r m a m nas
peças fundidas e nas peças c o n f o r m a d a s a quente ou recozidas. Se a v e l o c i d a d e de
resfriamento for a u m e n t a d a , r o m p e - s e o equilíbrio, e as estruturas deixam de ser n o r m a i s , o
que a c o n t e c e t a m b é m c o m as p r o p r i e d a d e s mecânicas.
E m r e s u m o , o p o n t o de partida p a r a o e s t u d o e o c o n h e c i m e n t o das ligas f e r r o s a s é o
conhecimento e a interpretação d a d i a g r a m a de equilíbrio F e - C , c o m o se v e r á p a r t i r do
primeiro capítulo desta obra.

19
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A ç o s E PERROS FUNDIDOS

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 . Definições-O aço é u m a liga de n a t u r e z a r e l a t i v a m e n t e c o m p l e x a e s u a definição não
é s i m p l e s , v i s t o q u e , a rigor o s a ç o s c o m e r c i a i s n ã o s ã o l i g a s b i n á r i a s : d e f a t o , a p e s a r d o s
s e u s principais elementos d e liga s e r e m o ferro e o c a r b o n o , eles c o n t ê m s e m p r e outros
e l e m e n t o s secundários, presentes devido aos processos de fabricação. Nestas condições, a
definição adotada nesta o b r a é a seguinte:

" A c o é a liga f e r r o - c a r b o n o c o n t e n d o g e r a l m e n t e 0 , 0 0 8 % até a p r o x i m a d a m e n t e 2 , 1 1 %


de c a r b o n o , além de certos e l e m e n t o s residuais, resultantes dos processos d e fabricação".

O l i m i t e inferior a 0 , 0 0 8 % c o r r e s p o n d e à m á x i m a s o l u b i l i d a d e d o c a r b o n o n o f e r r o à t e m -
p e r a t u r a ambiente e o limite superior 2 , 1 1 % c o r r e s p o n d e à m á x i m a q u a n t i d a d e de carbo-
no q u e s e dissolve no ferro e q u e ocorre a 1148°C(*).
E s s a q u a n t i d a d e m á x i m a d e 2 , 0 % (ou 2 , 1 1 % c o n f o r m e s e v e r i f i c a n o d i a g r a m a d e equilí-
brio) d e p e n d e , por outro l a d o , d a p r e s e n ç a ou n ã o n o s a ç o s de e l e m e n t o s d e liga ou d a
p r e s e n ç a dos elementos residuais e m teores superiores aos normais. Nessas condições será
n e c e s s á r i o , p a r a s e t e r u m a d e f i n i ç ã o m a i s p r e c i s a , c o n s i d e r a r dois t i p o s f u n d a m e n t a i s d e a ç o :

- aço-carbono ou "liga f e r r o - c a r b o n o c o n t e n d o g e r a l m e n t e 0 , 0 0 8 % até c e r c a d e 2 , 1 1 % de


c a r b o n o , a l é m de certos e l e m e n t o s residuais resultantes d o s processos d e fabricação";
- aço-liga ou "aço-carbono que contém outros elementos de liga ou apresenta os elemen-
tos residuais em teores acima dos que são considerados normais".

O primeiros podem ser subdivididos e m :


• a ç o s de baixo teor de c a r b o n o , c o m C inferior a 0 , 2 %
« a ç o s d e médio c a r b o n o , c o m C entre 0,2 e 0 , 5 %
• a ç o s d e alto t e o r d e c a r b o n o , c o m C a c i m a d e 0 , 5 %

O s aços-liga, por s u a v e z , p o d e m ser divididos e m 2 grupos:


• a ç o s de baixo teor d e ligas, c o m elementos d e liga a b a i x o de 8 %
• a ç o s d e alto t e o r d e l i g a s , c o m e l e m e n t o s d e l i g a a c i m a d e 8 %

2. Alotropia de ferro puro - O ferro é um m e t a l q u e se caracteriza p o r apresentar


v á r i a s f a s e s alotrópicas. (fig. 1). A t e m p e r a t u r a o u p o n t o de f u s ã o do f e r r o é 1538°C;
abaixo dessa temperatura, o ferro cristaliza de acordo com um reticulado cúbico
centrado e a forma alotrópica correspondente é c h a m a d a "delta". Essa forma persiste
estável até que se alcance a temperatura de c e r c a de 1394°C; nesse instante, ocorre
u m a redisposição e s p o n t â n e a d o s á t o m o s e f o r m a - s e u m novo reticulado - o cúbico de
f a c e c e n t r a d a q u e c o r r e s p o n d e à f o r m a a l o t r ó p i c a d o f e r r o c h a m a d a d e "gama". Decli-
n a n d o mais a temperatura a cerca de 912°C, ocorre n o v a transformação alotrópica, com
n o v o rearranjo atómico, v o l t a n d o o reticulado a readquirir a forma cúbica c e n t r a d a ; essa
f o r m a alotrópica é c h a m a d a "alfa". Abaixo de 9 1 2 ° C , não ocorre mais q u a l q u e r rearranjo
a t ó m i c o . Não surge, pois, n e n h u m a nova forma alotrópica. Entretanto, a c e r c a de 770°C
verifica-se uma outra transformação, ou seja o ferro começa a comportar-se
f e r r o m a g n e t i c a m e n t e . A t e m p e r a t u r a de 7 7 0 ° C c o r r e s p o n d e o ponto c h a m a d o de "ponto
Curie" e a transformação ocorre devido não a u m rearranjo atómico, m a s sim a um
rearranjo dos *spins" (**) d o s elétrons de c a d a á t o m o . Q u a n d o a esse f e n ó m e n o se
c o n s i d e r a v a corresponder u m a n o v a f o r m a alotrópica, o ferro era c h a m a d o d e "beta".

(') O valor de 2,11% adotado para limite de solubilidade do carbono no ferro ê de conformidade com o
diagrama de equilíbrio Fe-C da abra "Metallography, Structure and Phase Diagrams" volume 8, do Metais
Handbook.

(**) Os elétrons possuem um movimento magnético e podem ser visualizados com piões girando em tomo de
~um eixo que passa pelo seu centro. Visto que uma carga elétrica girante cria um campo eletromagnético,
os elétrons podem ser imaginados como pequenos ímãs e concebidos como piões que giram; eles podem
girar para a esquerda ou para a direita: dlz-se então que possuem "spin"positivo ou negativo.

22
DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBONO
DCBA
CBA
A c a d a t r a n s f o r m a ç ã o alotrópica c o r r e s p o n d e um d e s p r e n d i m e n t o de calor latente de
fusão, c o m o aliás o c o r r e quando o f e r r o líquido solidifica. A s s i m , durante a solidificação e por
ocasião d a s transformações alotrópicas, verificam-se m u d a n ç a s de energia que causam
descontinuidade nas curvas de resfriamento e aquecimento, q u e s ã o traduzidas g r a f i c a m e n -
te q u e r c o m o u m a "parada" a u m a temperatura constante, q u e r como u m a modificação na
inclinação d a c u r v a (fig. 1). C o m o e s s a s p a r a d a s f o r a m d e t e r m i n a d a s pelo f r a n c ê s Le
C h a t e l i e r e m p r i m e i r o lugar, a t e r m i n o l o g i a o r i g i n a l c o n t i n u a s e n d o u s a d a p a r a i n d i c á - l a s . A
o c o r r ê n c i a d e u m a p a r a d a é i n d i c a d a p e l a l e t r a " A " (do f r a n c ê s " a r r ê f ) . S e a t r a n s f o r m a ç ã o
ocorrer no r e s f r i a m e n t o utiliza-se c o m o índice a letra Y ( " r e f r o i d i s s e m e n t " ) ; s e o c o r r e r d u r a n -
te o a q u e c i m e n t o , o índice é a letra "c" ("chauffage"). A rigor o s p o n t o s A c e A r n ã o c o i n c i d e m
exatamente, a n ã o s e r que as v e l o c i d a d e s de resfriamento e a q u e c i m e n t o sejam e x t r e m a -
mente o u i n f i n i t a m e n t e lentas, e n t ã o , t e r - s e - i a u m a única t e m p e r a t u r a de equilíbrio e A c e A r
c o i n c i d i r i a m c o m A e (fig. 1 ) .

TEMPO

Rg. 1 - Representação esquemática das transformações alotrópicas d o ferro, mostrando-se à direita,


curvas de resfriamento e aquecimento c o m a nomenclatura usualmente empregada para indicar os vários
pontos em que ocorrem as transformações e as várias fases presentes.

A f i g u r a 1 i n d i c a t a m b é m a s t r a n s f o r m a ç õ e s c o r r e s p o n d e n t e s a o "ponto Curie".
É i m p o r t a n t e assinalar, d e s d e j á , q u e a f o r m a alotrópica g a m a de ferro t e m capacidade
de dissolver u m a apreciável q u a n t i d a d e d e c a r b o n o , ao p a s s o q u e o m e s m o não o c o r r e c o m
a f o r m a alotrópica alfa, que só p o d e m a n t e r e m solução q u a n t i d a d e s mínimas ou d e s p r e z í -
v e i s d e c a r b o n o , c o m o aliás s e v e r á m a i s a d i a n t e .

3. Diagrama de equilíbrio Fe-C- É i m p r e s c i n d í v e l p a r a o c o n h e c i m e n t o perfeito d o s a ç o s , o


estudo d o s e u diagrama de equilíbrio. A figura 2' 11 mostrado d i a g r a m a d a liga binária F e - C , p a r a
teores d e c a r b o n o a t é 6 , 7 % . E s s e d i a g r a m a ' é g e r a l m e n t e r e p r e s e n t a d o até 6 , 7 % d e c a r b o n o ,
porque este e l e m e n t o forma c o m o ferro o c o m p o s t o F e C q u e c o n t é m , aproximadamente, 6 , 7 %
3

23
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s £ FERROS FUNDIDOS

d e c a r b o n o . P o r outro l a d o , p o u c o o u n a d a s e c o n h e c e a c i m a d e s s e teor; n a realidade, acima de


4,0% a 4 , 5 % d e c a r b o n o , e s s a s ligas a p r e s e n t a m p e q u e n a o u n e n h u m a i m p o r t â n c i a c o m e r c i a i .
A s c o n s i d e r a ç õ e s iniciais a s e r e m feitas s o b r e o d i a g r a m a F e - C s ã o a s s e g u i n t e s :

• O referido d i a g r a m a c o r r e s p o n d e a liga b i n á r i a F e - C a p e n a s : os a ç o s comerciais,


e n t r e t a n t o , não são de fato ligas binárias, pois n e l e s estão presentes s e m p r e elementos
residuais devido aos p r o c e s s o s de f a b r i c a ç ã o , tais c o m o fósforo, e n x o f r e , silício e
manganês. A presença desses elementos nos teores normais pouco afeta, contudo, o
diagrama Fe-C.

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Cf» Ir) //
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1 (Fa*)

C(Í Fl C

— — • E q u i l í b r i o Farra - F33C

Q
1
3,0 4,0

% Carbono

Fig. 2 - Diagrama de equilíbrio F e - C

• A parte superior do d i a g r a m a , e m t o m o do ponto A, m o s t r a u m a reação d e n a t u r e z a espe-


c i a l , c h a m a d a peritética, a qual entretanto, não apresenta qualquer importância comercial.
• , 0 d i a g r a m a equilíbrio F e - C é, d e fato, u m d i a g r a m a F e - F e C , visto q u e a e x t r e m i d a d e 3

d i r e i t a d o m e s m o c o r r e s p o n d e a 6 , 7 % de c a r b o n o q u e é a c o m p o s i ç ã o do c a r b o n e t o de ferro
F e C . P o r o u t r o l a d o , n ã o s e t r a t a a rigor d e d i a g r a m a d é e q u i l í b r i o e s t á v e l . D e f a t o , s e a s s i m
3

24
DCBA
DCBA DEFINIÇÕES, DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO C-^

" o
fosse, não d e v e r i a ocorrer qualquer m u d a n ç a de fase c o m o t e m p o ; verificou-se, entretanto, -
que, m e s m o e m l i g a s F e - C r e l a t i v a m e n t e p u r a s (isto é, c o m b a i x o t e o r d e e l e m e n t o s r e s i d u - C )
ais) m a n t i d a s d u r a n t e a n o s a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s ( d a o r d e m d e 7 0 0 ° C ) o F e C p o d e s e
3 f \
decompor e m f e r r o - e carbono, este último na forma de grafita' . Rigorosamente, pois, o 2 1 ^
d i a g r a m a d a f i g u r a 2 d e v e s e r c o n s i d e r a d o d e e q u i l í b r i o m e t a e s t á v e l ; o equilíbrio estável Fe- (~'\
grafita no d i a g r a m a d a figura 2 é r e p r e s e n t a d o pelas linhas p o n t i l h a d a s , logo a c i m a das
linhas P S K , S E e ECF. 0
- O p o n t o A c o r r e s p o n d e a o p o n t o d e f u s ã o d o f e r r o p u r o , i s t o é, 1 5 3 8 ° C e o p o n t o D,
ainda impreciso, ao ponto de fusão d o F e C . 3 C. )
- A parte s u p e r i o r d o d i a g r a m a , c o n s t i t u í d a pelas linhas A C , A D , A E e ECF, c o r r e s p o n d e , ^
kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
às r e a ç õ e s q u e o c o r r e m na p a s s a g e m d o e s t a d o líquido a o s ó l i d o ; e x a m i n a n d o - s e a g o r a a ^ '
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
parte i n f e r i o r d o d i a g r a m a , c o n s t i t u í d a p e l a s l i n h a s G S , S E e P S K , v e r i f i c a - s e s u a s e m e l h a n - Ç \

LKJIHGFEDCBAça com a p o r ç ã o superior. Essa parte do d i a g r a m a c o r r e s p o n d e às reações que o c o r r e m no


estado s ó l i d o . . .0

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 0 ponto C, na porção s u p e r i o r d o d i a g r a m a , a 1 1 4 8 ° C , i n d i c a a p r e s e n ç a d e u m liga ^.
eutética, com 4 , 3 % de carbono q u e é, p o r t a n t o , a d e m a i s baixo ponto de fusão ou ( )

baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
solidificação.
- Existe correspondência visível entre os pontos C e S, este último da porção inferior do \
utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d i a g r a m a . P o r e s s e m o t i v o , o p o n t o S e c h a m a d o ponto eutetóide. Como se vê, S f\
corresponde a 0,77% de c a r b o n o ; as ligas c o m essa composição são chamadas ^
eutetóides. £~J'
- O ferro p u r o , c o m o se s a b e , a p r e s e n t a - s e até 9 1 2 ° C s o b a f o r m a alotrópica alfa (a) ;'
e à p a r t i r d e 9 1 2 ° C a t é 1 3 9 4 ° C n o e s t a d o a l o t r ó p i c o g a m a (y). Essas formas alotrópicas \ }
se c a r a c t e r i z a m por p o s s u í r e m reticulados cristalinos d i f e r e n t e s : o ferro a, reticulado .
cúbico de c o r p o centrado e o ferro y, reticulado cúbico de face centrada. A principal C .'
consequência d e s s e fato, de grande importância prática nos tratamentos térmicos das /- ^ .
l i g a s f e r r o - c a r b o n o , é a s e g u i n t e : o ferro gama pode manter em solução o carbono, ao ^ •
DCBA
passo que o ferro alfa não(*). A s o l u ç ã o sólida do c a r b o n o do ferro y é c h a m a d a r^>.
austenita. E s s e constituinte, p o r t a n t o , no d i a g r a m a de equilíbrio Fe-C, s o m e n t e aparece
a temperaturas elevadas. /-
- E n t r e t a n t o , a solubilidade d o c a r b o n o no ferro g a m a n ã o é ilimitada. Ela é m á x i m a a
1148°C e c o r r e s p o n d e a 2 , 1 1 % de c a r b o n o . À m e d i d a que c a i a temperatura a partir de O
1148°C, a q u a n t i d a d e de carbono s o l ú v e l no ferro g a m a t o m a - s e c a d a vez menor, até q u e a s' \
7 2 7 ° C ela é a p e n a s 0 , 7 7 % . N o d i a g r a m a d a f i g u r a 2 esse fato é indicado pela l i n h a S E C F . >-'*
Assim, n a faixa c o m p r e e n d i d a entre a linha S E C F e a linha S K estão presentes d u a s f a s e s : f\
ferro g a m a e c a r b o n o , o primeiro s o b a f o r m a de austenita e o segundo sob a f o r m a de •
c a r b o n e t o d e f e r r o ( c h a m a d o d e cementita). ( _)
- Por outro lado, o carbono afeta a temperatura de transformação alotrópica gama-
alfa no r e s f r i a m e n t o (e, p o r t a n t o , a t e m p e r a t u r a d e e x i s t ê n c i a d a a u s t e n i t a ) : o a u m e n t o /
de c a r b o n o , a partir de 0%, a b a i x a p a u l a t i n a m e n t e a t e m p e r a t u r a d e s s a t r a n s f o r m a ç ã o ^
até q u e , p a r a 0,77 de c a r b o n o , ela é d e 7 2 7 ° C . A b a i x o d e 7 2 7 ° C , nas c o n d i ç õ e s de ^ >'
esfriamento m u i t o lento' para o d i a g r a m a n o r m a l Fe-C, e m n e n h u m a hipótese, existirá r'\
ferro g a m a o u a u s t e n i t a . No d i a g r a m a d a figura 2, tal fato é i n d i c a d o pela l i n h a P S K . ^
Entre t e o r e s de carbono muito baixos e 0 , 7 7 % de c a r b o n o ( p o n t o S) n ã o s ó o c o r r e ( \
abaixamento d a temperatura de transformação alotrópica gama-alfa, como t a m b é m se
verifica a e x i s t ê n c i a s i m u l t â n e a das d u a s f a s e s - g a m a ou a u s t e n i t a e alfa. Isso significa ( J Ê
que, para os teores de carbono muito baixos até 0 , 7 7 % d e carbono, a t r a n s f o r m a ç ã o J „
gama-alfa, c o m a q u e d a de t e m p e r a t u r a , é paulatina e n ã o instantânea e s o m e n t e a
7 2 7 ° C ela s e p r o c e s s a i n s t a n t a n e a m e n t e . A linha G S m a r c a , p o r t a n t o , o início d a t r a n s -
formação d o ferro g a m a em ferro-alfa e a linha PS o s e u f i m : entre G S e PS existem O"
s i m u l t a n e a m e n t e as duas fases g a m a e alfa. • Ç^f.

(*) Na realidade, o ferro alfa pode manter em solução uma pequena quantidade de carbono (0,008% à O
temperatura ambiente), tão pequena, que pode ser desprezada ém primeira aproximação.
O
25
Aços zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROS FUNDIDOS .

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- O t e o r d e 2 , 1 1 % d e c a r b o n o , c o r r e s p o n d e n t e a o p o n t o E, é a d o t a d o c o m o separação
t e ó r i c a entre os dois principais produtos siderúrgicos:

a ç o s - teores carbono até 2 , 1 1 % ;


ferros fundidos - teores d e carbono acima de 2 , 1 1 % .

- A solubilidade d o c a r b o n o e m ferro alfa n ã o é d e f a t o nula. À t e m p e r a t u r a ambiente,


c e r c a d e 0,008% de c a r b o n o s e dissolve no ferro alfa e essa quantidade a u m e n t a c o m a
temperatura até que a 7 2 7 ° C , 0 , 0 2 % de carbono p o d e m se dissolver n o ferro alfa. Dessa
onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
t e m p e r a t u r a até 912°C, h á decréscimo n o v a m e n t e d a solubilidade sólida do carbono no
ferro alfa. Esses fatos s ã o representados no gráfico d a figura 2 pela linha Q P e P G . Devido
a e s s a solubilidade s ó l i d a d o c a r b o n o no ferro alfa, c o s t u m a - s e muitas v e z e s considerar
srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
c o m o a ç o s as ligas d e f e r r o - c a r b o n o com carbono d e 0,008% até aproximadamente
2 , 1 1 % . A t é 0 , 0 0 8 % d e c a r b o n o , o p r o d u t o s i d e r ú r g i c o s e r i a c h a m a d o ferro comercialmente
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
puro.
- A l i n h a G S q u e , n o r e s f r i a m e n t o , i n d i c a o i n í c i o d a p a s s a g e m d o f e r r o g a m a a f e r r o alfa
é representada pela linha A ; a linha PSK, abaixo d a q u a l não pode existir ferro g a m a , é
3

representada porA,; a linha E S , indicativa d a solubilidade m á x i m a do carbono no ferro gama,


é representada por A c m . E s s a s l i n h a s s ã o c h a m a d a s t a m b é m linhas de transformação, por-
q u e a o s e r e m atingidas, quer n o esfriamento, q u e r n o aquecimento, t ê m início o u terminam
i m p o r t a n t e s t r a n s f o r m a ç õ e s e s t r u t u r a i s n o e s t a d o s ó l i d o . A z o n a l i m i t a d a p o r e s s a s l i n h a s é,
p o r e s s a m e s m a r a z ã o , c h a m a d a d e zona crítica{*).
- E m resumo: entre as linhas A G , G S , S E e E A , a fase sólida q u e e s t á presente é
austenita; entre as linhas G Q , G R e P Q , a fase s ó l i d a p r e s e n t e é ferro alfa ( t a m b é m c h a m a d o
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ferrita); e n t r e a s l i n h a s G S , G P e P S d e u m l a d o e S E , E C F e S K d e o u t r o , e x i s t e m a i s d e u m a
fase sólida e m processo de transformação; a abaixo d a linha P S K até a t e m p e r a t u r a ambien-
te, estão presentes as f a s e s sólidas resultantes d a s transformações verificadas n a zona
crítica e formadas e m caráter definitivo.
C o m o s e processam essas transformações
ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA e quais a s fases, resultantes n o caso das
ligas até 2 , 1 1 % de c a r b o n o ? Esse estudo é facilitado, ampliando-se, no d i a g r a m a d a figura 2,
a e s c a l a d a z o n a c o r r e s p o n d e n t e a o s aços (fig. 3 ) .

3 . 1 . Transformações que ocorrem entre 0 e 2,11% de carbono - Os aços c o m 0,77% de


c a r b o n o s ã o c h a m a d o s eutetóides: os que a p r e s e n t a m carbono abaixo d e 0 , 7 7 % são cha-
m a d o s hipoeutetóides e os q u e apresentam carbono entre 0,77% e 2 , 1 1 % s ã o chamados
hipereutetóides.
C o n s i d e r e - s e o e s f r i a m e n t o d e u m a ç o h i p o e u t e t ó i d e c o m 0,3 d e c a r b o n o p o r e x e m p l o . A o
onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a t r a v e s s a r a l i n h a "solidus", ele está inteiramente solidificado, n a forma de u m a solução sólida
perfeita - austenita - e a s s i m p e r m a n e c e r á até atingir o limite superior d a z o n a crítica, linha A j ,
n o p o n t o x . E s s a a u s t e n i t a c o n t e r á 0 , 3 % d e c a r b o n o d i s s o l v i d o s n o ferro g a m a e s e a p r e s e n -
3

t a r á n a f o r m a d e cristais c o m r e t i c u l a d o s c ú b i c o d e f a c e c e n t r a d a . S e f o s s e p o s s í v e l s e u e x a m e
a o m i c r o s c ó p i o , este constituinte s e mostraria p a r e c i d o c o m o ferro puro. A o atingir o ponto x 3

o ferro g a m a c o m e ç a a s e t r a n s f o r m a r e m ferro alfa, o qual, c o m o não p o d e m a n t e r e m solução


s e n ã o u m teor mínimo de carbono, se separa o c a s i o n a n d o , e m consequência, u m enriqueci-
m e n t o d e carbono n a austenita remanescente. P a r a q u e o c o r r a nova m u d a n ç a d e s t a austenita
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
n ã o t r a n s f o r m a d a s e r á , p o r t a n t o , n e c e s s á r i o u m rerjaixarnenlD u t t e a o r d e t e m p e r a t u r a . S u p o -
n h a - s e q u e s e t e n h a a t i n g i d o o p o n t o Xj. N e s s e p o n t e , r n a i s fero g a n a terá s e t r a n s f o r m a d o
e m alfa, q u e se separa o c a s i o n a n d o ainda m a i o r enriquecimento d e c a r b o n o d a austenita
r e m a n e s c e n t e . A exata c o m p o s i ç ã o das duas f a s e s e m equilíbrio, à t e m p e r a t u r a correspon-

(") A maioria das obras da metalurgia faz distinção entre as linhas de transformação para esfriamento lento
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a p a r a aquecimento lento porque de fato, sobretudo em tomo da "transformação eutetóide", verifica-sa
um deslocamento das linhasA eA para cima da posição média de equilíbrio no caso de aquecimen-
1 m

to, e para baixo no caso de esfriamento, como está indicado na figura 12.

26
CBA DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO

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X ( 0 , 3 % ) Y li. i- 1
% Carbono

Fig. 3 - Diagrama de equilíbrio Fe-C para teores de carbono entre 0% e 2,11 %

dente a o ponto é d a d a pela intersecção d a horizontal, p a s s a n d o p o r x c o m as linhas G P d e 2

u m l a d o G S d e o u t r o . V ê - s e c l a r a m e n t e q u e o ferro a l f a ( o u ferrita) separado apresenta u m a


YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
pequena p o r c e n t a g e m de carbono, a o passo q u e a austenita restante se enriquece paulatina-
mente d e carbono.
À m e d i d a q u e o esfriamento p r o s s e g u e , s e p a r a - s e c a d a v e z mais ferrita, c u j a c o m p o -
sição p e r c o r r e a linha G P e a a u s t e n i t a restante se e n r i q u e c e d e carbono, p e r c o r r e n d o a
linha G S . A 7 2 7 ° C , n o ponto x , d a l i n h a inferior A , d a z o n a c r í t i c a , o a ç o consistirá d e u m a
certa q u a n t i d a d e d e ferro alfa ou f e r r i t a e d e u m a certa q u a n t i d a d e d e austenita r e s i d u a l
c o m t e o r d e c a r b o n o igual a 0 , 7 7 % . E m outras p a l a v r a s ; a 7 2 7 ° C , o a ç o c o m 0 , 3 % d e
carbono, a p r e s e n t a r á a m á x i m a q u a n t i d a d e de ferrita q u e p o d e r i a s e separar e o r e s t a n t e
será constituído de austenita c o m 0 , 7 7 % de carbono. N e s s e instante, entretanto, o ferro

27
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

g a m a d a a u s t e n i t a p a s s a a f e r r o alfa, pois a b a i x o d e 7 2 7 ° C n ã o p o d e m a i s e x i s t i r ferro n a


f o r m a alotrópica g a m a .
A transformação d a a u s t e n i t a r e m a n e s c e n t e e m ferro alfa ao s e r a t i n g i d a a t e m p e -
r a t u r a de 7 2 7 ° C é b r u s c a e repentina, de m o d o q u e os constituintes q u e resultam da
t r a n s f o r m a ç ã o - ferro a l f a o u ferrita de u m l a d o e c a r b o n o n a f o r m a d e F e C d o outro - 3

n ã o t ê m tempo de a s s u m i r e m posições perfeitamente distintas: a ferrita e o Fe C 3

(cementita) que n e s s a c o n d i ç õ e s se f o r m a m , d i s p õ e m - s e de um m o d o característico,


aparentemente em lâminas extremamente delgadas, distribuídas alternadamente,
muito próximas umas das outras e perceptíveis ao microscópio somente mediante
grandes ampliações.
O r i g i n a - s e a s s i m u m n o v o c o n s t i t u i n t e d e f o r m a l a m e l a r t í p i c a , c h a m a d o perlita (fig. 4 ) .
A b a i x o de 727°C, até a t e m p e r a t u r a , prosseguindo-se no esfriamento lento, não se nota
m a i s qualquer alteração estrutural. Em resumo, os a ç o s hipoeutetóides o u c o m teor de
c a r b o n o a t é 0 , 7 7 % s ã o c o n s t i t u í d o s à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e d e ferrita e p e r l i t a (fig. 5 ) .
H a v e r á t a n t o m a i o r q u a n t i d a d e d e ferrita q u a n t o m e n o s c a r b o n o o aço c o n t i v e r e tanto m a i o r
q u a n t i d a d e de perlita q u a n t o m a i s se aproximar o a ç o d o ponto eutetóide. A l i á s , para s e
e s t i m a r a constituição e s t r u t u r a l d e s s a liga c o m 0 , 3 % d e c a r b o n o , b a s t a r á a p l i c a r a c o n h e c i -
d a "regra da alavanca":

% d e ferrita ( c h a m a d a p r o e u t e t ó i d e ) = 100 X °'Q 0 = 61,0%

% d e perlita = 100 X " ° = 39,0%

A liga c o m teor de c a r b o n o entre O e Q ou o ferro comercialmente puro, após a


s o l i d i f i c a ç ã o apresentará a s o l u ç ã o sólida a u s t e n i t a até atingir a linha de t r a n s f o r m a ç ã o A . 3

A t é a l i n h a G P o ferro comercialmente puro será constituído de austenita e d a linha GP até


a t e m p e r a t u r a ambiente d e ferrita.
S u p o n h a - s e , agora, o e s f r i a m e n t o de u m a ç o h i p e r e u t e t ó i d e por e x e m p l o c o m 1,3% d e
c a r b o n o . Esse aço t a m b é m s e r á exclusivamente c o n s t i t u í d o de austenita, d e p o i s d e atraves-
s a r a l i n h a "solidus", até a t i n g i r o limite superior d a z o n a crítica, linha A , n o p o n t o ys.
E s s a linha, c o m o s e v i u , m a r c a o limite d a s o l u b i l i d a d e s ó l i d a do c a r b o n o n o ferro g a m a .
P o r t a n t o , ao ser a t r a v e s s a d a , c o m e ç a a haver s e p a r a ç ã o de carbono, n a f o r n i a de Fe C3

[cementita) c o m 6,7% de c a r b o n o ; e s s a cementita v a i s e localizar nos c o n t o r n o s dos grãos


d e a u s t e n i t a . Esta, e m c o n s e q u ê n c i a , se e m p o b r e c e d e c a r b o n o , e p a r a q u e h a j a ulterior
separação de Fe C é necessário um abaixamento de
3 temperatura
A u m a t e m p e r a t u r a c o r r e s p o n d e n t e a o p o n t o yz ( f i g . 3 ) , a s f a s e s e m equilíbrio são
c e m e n t i t a (ponto y" ) e austenita c o m a c o m p o s i ç ã o correspondente ao p o n t o y ' 2 .
2 zyxwvutsrqponmlkjihgf
A m e d i d a , pois, que o esfriamento p r o s s e g u e , verifica-se contínua s e p a r a ç ã o da
c e m e n t i t a e a austenita restante percorre a linha E S e m p o b r e c e n d o - s e c o n s t a n t e m e n t e de
carbono.
A o atingir-se, no esfriamento, a temperatura d e 7 2 7 ° C , tem-se de u m lado F e C e d e 3

o u t r o a u s t e n i t a c o m c o m p o s i ç ã o equivalente a o p o n t o e u t e t ó i d e , isto é, 0 , 7 7 % d e c a r b o n o .
N e s s e m o m e n t o , todo o ferro g a m a passa brusca e repentinamente a aifa e a austenita
r e s t a n t e adquire a f o r m a l a m e l a r d a perlita. A s s i m , a b a i x o de 7 2 7 ° C , a t é a temperatura
a m b i e n t e , os aços hipereutetóides serão constituídos d e periita e cementita (fig. 6).
T a m b é m a q u i , a p l i c a n d o - s e a "regra da alavanca", ter-se-á a composição estrutural seguinte:

% de cementita ( c h a m a d a proeutetóide) = 100 X zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS


" °'IZ = 9,0%
6,67 - 0,77

% d e perlita = 100 X " 1^


0 , 0 / - U ,/ /
= 91,0% zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR

28
A
CBA DEHMÇÕES. DIAGRAMA DE EQUCLIBRIO FERRO-CARBONO

Fig. 4 -Aspecto micrográfico da perlita.Ataque c o m reativo de nital em aço eutetóide esfriado lentamente.
Ampliação: 1.000 v e z e s . Nota-se a estrutura lamelar, as linhas escuras representando a cementita e as
linhas brancas a ferrita, a qual, na realidade, é u m a fase contínua no f u n d o . C o m pequenas ampliações,
da ordem de 1 0 0 o u 200 vezes, a presença do constituinte perlita é evidenciada por uma área escura,
visto que a constituição lamelar não é visível c o m e s s e s aumentos.

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Fig. 5 - A s p e c t o micrográfico de um aço hipoeutetóide esfriada lentamente.Ataque: reativo d e nital.


Ampliação: 2 0 0 v e z e s . A s áreas brancas s ã o de ferrita e as áreas escuras s ã o de periita, cuja estrutura
XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA lamelar não é evidenciada por s e tratar de ampliação relativamente pequena.

Finalmente u m aço eutetóide, depois d e inteiramente solidificado, não sofrerá q u a l q u e r


WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
transformação até atingir a temperatura d e 7 2 7 ° C , momento e m q u e toda a austenita p a s s a r á
bruscamente a periita. Nessas c o n d i ç õ e s , u m aço çom c o m p o s i ç ã o correspondente exata-

29
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

m e n t e à d o p o n t o e u t e t ó i d e s e r á - c o n s t i t u í d o à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e e x c l u s i v a m e n t e d e perlita
(fig. 4 ) . A c o m p o s i ç ã o e s t r u t u r a l d a periita, d e t e r m i n a d a p e l a "regra da alavanca" é a seguinte:

6,67 - 0,77 .
% d e ferrita = 1 0 0 X 6,67- 0 = 8 8 l 5 / °

% de cementita = 100 X - ° ' ^ " ° = 11,5%

E m resumo, a constituição estrutural à t e m p e r a t u r a ambiente d a s ligas ferro-carbono de


0 % a t é 2 , 1 1 % de c a r b o n o , e s f r i a d a s l e n t a m e n t e a partir de t e m p e r a t u r a s a c i m a da z o n a
crítica, é a seguinte: •

- ferro comercialmente puro - ferrita


- aços hipoeutetóides ( a t é 0 , 7 7 % d e C) - ferrita e periita
- aços eutetóides ( 0 , 7 7 % d e C) - perlita
- aços hipereutetóides ( 0 , 7 7 a 2 , 1 1 % C ) - perlita e cementita

Fig. 6 -Aspecto micrográfico de u m aço hipereutetóide esfriado lentamente.Ataque: reativo de picral.


A m p l i a ç ã o : 200 v e z e s . A c e m e n t i t a está disposta e m t o m o dos grãos de periita, f o r m a n d o u m a rede.

O s a ç o s hipoeutetóides apresentarão tanto m a i o r quantidade de ferrita q u a n t o menos


c a r b o n o contiverem e os a ç o s hipereutetóides tanto maior quantidade de cementita quanto
m a i s se aproximarem do teor 2 , 1 1 % de carbono.
A s figuras 7 e 8 m o s t r a m alguns outros a s p e c t o s mícrográficos de ligas F e - C . A primeira
( f i g . 7 ) r e f e r e - s e a f e r r o c o m e r c i a l m e n t e p u r o e a s e g u n d a (fig. 8) a a ç o h i p o e u t e t ó i d e c o m
aproximadamente 0,3% de carbono.

3 . 2 . Alguns aspectos do fenómeno de solidificação dos aços - C o n s i d e r e - s e , p o r e x e m p l o ,


u m a ç o c o m 0 , 5 % C e m p r o c e s s o d e s o l i d i f i c a ç ã o ' ' (fig. 9 ) . A o resfriar e s s e a ç o a partir d o
3

e s t a d o l í q u i d o , ele e n c o n t r a r á a l i n h a liquidus n o p o n t o L, q u a n d o c o m e ç a m a s s f o r m a r cristais


m i s t o s s ó l i d o s , c u j a c o m p o s i ç ã o c o r r e s p o n d e a o p o n t o S, n a l i n h a solidus. N e s s e ponto, t e n -
s a , p o i s , e m equilíbrio c o m o s c r i s t a i s m i s t o s s ó l i d o s f o r m a d o s , u m r e s í d u o l í q u i d o d e c o m p o -
s i ç ã o L S e a t e m p e r a t u r a b a i x a r m a i s - até M , p o r e x e m p l o - s e p a r a r - s e - ã o n o v a s q u a n t i d a d e s
d e cristais mistos sólidos, c o m composição variando entre Se S, a o p a s s o q u e n o líquido
r e m a n e s c e n t e a c o m p o s i ç ã o p a s s a r á de L a L v v a l e n d o , e m particular, a r e l a ç ã o :

, q u a n t i d a d e de cristais m i s t o s _ M,!,
quantidade de m a s s a líquida ~MjS|~

30 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
A
CBA DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO

Fig. 7 - Aspecto micrográfico d e ferro comercialmente puro. A t a q u e : reativo de água


régia.Ampliação: 200 vezes. •

Fig. 8 -Aspecto micrográfico d e aço hipoeutetóide c o m aproximadamente


0.3% de carbono:Ataque: reativo de nital.Ampliação: 2 0 0 vezes.

N e s s e p o n t o i n t e r v é m u m f e n ó m e n o c o m p l e x o de d i f u s ã o e s t u d a d o , entre o u t r o s , p o r
R o p z e b o o m , Giolitti, Fick, M e h l , K i r k w o o d , Kirkaldy.
A difusão d e p e n d e da mobilidade a t ó m i c a , sendo pois, m u i t o mais rápida nas s o l u ç õ e s
líquidas do q u e n a s sólidas, pois e n q u a n t o n a s primeiras ela s e d á e m u m período d e t e m p o
curto, n a s s o l u ç õ e s sólidas ela e x i g e u m t e m p o muito m a i o r e o s s e u s efeitos s ã o , n a reali-
d a d e , l i m i t a d o s a p e q u e n a s d i s t â n c i a s . P o r o u t r o l a d o , a m o b i l i d a d e a t ó m i c a e, p o r t a n t o , a
difusão s ã o f u n ç õ e s da t e m p e r a t u r a .

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 31
Aços FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
EzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A s s i m , no caso d a l i g a F e - C e m e x a m e (fig. 9), a difusão d e p e n d e r á , a l é m d a t e m p e -


r a t u r a , d a duração ou d a v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o . A d m i t i n d o q u e e s t a s e j a suficiente-
m e n t e lenta, os r e s í d u o s líquidos, devido à m a i o r mobilidade a t ó m i c a , t e r ã o t e m p o de
c o l o c a r - s e em equilíbrio entre si e com as z o n a s periféricas dos cristais mistos de c o m -
p o s i ç ã o S , e de a s s u m i r e m u m a c o n c e n t r a ç ã o u n i f o r m e um p o u c o s u p e r i o r ao ponto L r

A m a s s a solidificada, entretanto, será constituída de uma série c o n t í n u a de cristais-


mistos cuja concentração varia de aproximadamente S, nas c a m a d a s p e r i f é r i c a s até S
e m d i r e ç ã o ao centro d o s cristais. Nestes, a d i f u s ã o m a i s lenta fará c o m q u e o d e s l o c a -
m e n t o ou migração do c a r b o n o d a parte e x t e r n a p a r a a interna se dê c o m a velocidade
m e n o r do que a própria solidificação, de m o d o q u e , enquanto as c a m a d a s externas
readquirirão rapidamente o carbono migrado em direção à parte interna, as camadas
internas não conseguirão atingir a concentração S v a não ser q u e se parasse a
solidificação.

Fig. 9 - Esquema d e solidificação de uma liga (exemplo indicado: liga Fe-C c o m 0 , 5 % C ) .

Continuando o resfriamento, repetem-se os m e s m o s f e n ó m e n o s ; assim o último resíduo


q u e solidifica deveria ter a concentração L n e a m a s s a solidificada a c o m p o s i ç ã o S . Na
n

r e a l i d a d e , porém, a c o n c e n t r a ç ã o média do c a r b o n o n a m a s s a cristalina s e r á m e n o r ; portan-


t o a r e t a MM m - c o r r e s p o n d e n t e à l i g a e m e x a m e - e n c o n t r a r á a l i n h a so/idus a u m a tempe-
r a t u r a i n f e r i o r à real ( p o n t o S ' ) e a c o n c e n t r a ç ã o e m c a r b o n o d o ú l t i m o r e s í d u o l í q u i d o s e r á
n

m a i o r ( p o n t o L' ). n

Assim, pois, os cristais mistos, além de apresentarem concentração de carbono


c r e s c e n t e à medida que a temperatura cai, a p r e s e n t a r ã o concentrações decrescentes
d a periferia p a r a o c e n t r o ; as c o n c e n t r a ç õ e s p e r i f é r i c a s s ã o as c o r r e s p o n d e n t e s à linha
SS n e as concentrações dos núcleos centrais s e r ã o representadas pela S S " , resultan- n

do, então, para a c o m p o s i ç ã o média dos cristais a linha SS' . Em r e s u m o , os n últimos


c r i s t a i s t e r ã o j u s t a m e n t e a c o m p o s i ç ã o m é d i a S' n e o último resíduo solidificado a c o m -
posição A.
R e s u l t a , de tudo i s s o , q u e os cristais s e p a r a d o s a t e m p e r a t u r a s d e c r e s c e n t e s serão
c o n s t i t u í d o s d e estrias de composição, de e s p e s s u r a d e c r e s c e n t e c o m o a b a i x a m e n t o da
temperatura.

4 . Propriedades dos constituintes dos aços e sua influência sobre os característicos mecâni-
cos destes - O s c o n s t i t u i n t e s b á s i c o s d o s a ç o s s ã o , p o i s , a u s t e n i t a , ferrita, c e m e n t i t a e perlita.
A austenita (do n o m e d o m e t a l u r g i s t a inglês R o b e r t s - A u s t e n ) , n o s a ç o s - c a r b o n o co-
m u n s , s ó é.estável a c i m a d e 7 2 7 ° C ; consta de u m a s o l u ç ã o sólida de c a r b o n o n o f e r r o g a m a

32
ACBA DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE 'Eojmiwmo FEXRO-CASBCNO O
zyxwvuts

e apresenta u m a estrutura de grãos poligonais irregulares; p o s s u i b o a resistência m e c â n i c a


e apreciável tenacidade; é não m a g n é t i c a .
A femfa ( d o l a t i m Jerrum') é ferro no estado alotrópico alfa, c o n t e n d o e m s o l u ç ã o t r a ç o s
de c a r b o n o ; a p r e s e n t a t a m b é m u m a e s t r u t u r a d e grãos p o l i g o n a i s irregulares; p o s s u i b a i x a
dureza e baixa resistência à tração, c e r c a d e 28 k g f / m m (270 M P a ) , m a s excelente resistên-
2

cia a o c h o q u e e e l e v a d o a l o n g a m e n t o .
A cementita ( d o latim "caementum") é o carboneto de ferro F e C contendo 6 , 5 7 %
3 de
carbono; muito dura (na escala Moh's ocuparia a p r o x i m a d a m e n t e o lugar do feldspato),
quebradiça, é responsável pela e l e v a d a dureza e resistência d o s aços de a t o carbono,
assim c o m o p e l a s u a m e n o r d u c t i l i d a d e . P o s s u i estrutura c r i s t a l i n a o r t o r õ m b i c a
A perlita ( n o m e devido à "nuance" de cores de m a d r e p é r o l a que esse constituinte
frequentemente a p r e s e n t a ao m i c r o s c ó p i o ) é a mistura m e c â n i c a de 8 8 , 5 % d e ferrita e
11,5% d e c e m e n t i t a , n a f o r m a d e l â m i n a s finas (de e s p e s s u r a r a r a m e n t e s u p e r i o r a um
milésimo de milímetro) dispostas a l t e r n a d a m e n t e . A s p r o p r i e d a d e s mecânicas d a periita são,
portanto, i n t e r m e d i á r i a s entre as d a ferrita e d a cementita, d e p e n d e n d o , entretanto, d o t a m a -
nho d a s p a r t í c u l a s d è c e m e n t i t a . S u a resistência à t r a ç ã o é, e m m é d i a , 7 5 k g f / m m 2 (740
MPa). A p r o p o r ç ã o d e periita n u m a ç o c r e s c e de 0 % p a r a ferro a t é 1 0 0 % para a ç o e u t e t ó i d e
(0,77% de carbono), de modo que u m a ç o c o m 0,5% de c a r b o n o , por exemplo, a p r e s e n t a r á
cerca de 6 5 , 0 % d e perlita.
A t r a n s f o r m a ç ã o d a austenita e m perlita contendo ferrita e c e m e n t i t a é típica d e m u i t a s
reações no interior de sólidos, o u s e j a c o m e ç a nos contornos d o s grãos e p r o s s e g u e em
direção ao s e u c e n t r o , o q u e é d e s e e s p e r a r pois os á t o m o s n o s c o n t o r n o s d o s grãos
apresentam m a i o r e s energias que os á t o m o s dentro dos g r ã o s .
D i g a - s e d e p a s s a g e m , q u e o s c o n t o r n o s d o s g r ã o s não s ã o a s ú n i c a s localizações d e á t o m o s
de e n e r g i a m a i s e l e v a d a , pois os á t o m o s e m t o m o d o s d e f e i t o s " e m p o n t o " o u " e m l i n h a " a p r e -
s e n t a m t a m b é m e n e r g i a extra e p o d e m s e r v i r d e localização p a r a a n u c l e a ç ã o d e r e a ç õ e s (*).
Por outro l a d o ; as p r o p r i e d a d e s d a p e r l i t a d e p e n d e m m u i t o d a e s p e s s u r a de s u a s l a m e l a s
e e s t a , p o r s u a v e z , d a v e l o c i d a d e d e s u a f o r m a ç ã o . A s u a e s p e s s u r a é, e n t r e t a n t o , l i m i t a d a
pela d i s t â n c i a a t r a v é s d a qual o c a r b o n o , n o t e m p o d i s p o n í v e l , s e d i f u n d e .
O u t r o f a t o i m p o r t a n t e a ressaltar é o s e g u i n t e : n u m a ç o h i p o e u t e t ó i d e , c o m t e o r d e c a r b o n o ,
portanto, i n f e r i o r a 0 , 7 7 % , o r e s u l t a d o d o r e s f r i a m e n t o lento é, c o m o s e v i u , a f o r m a ç ã o d e u m a
certa q u a n t i d a d e d e ferrita ( c h a m a d a p r i m á r i a o u proeutetóide) a t é q u e a a u s t e n i t a r e m a n e s c e n -
te se t r a n s f o r m e e m perlita. A s s i m a e s t r u t u r a resultante c o n t é m q u a n t i d a d e s d e ferrita e p e r i i t a
que p o d e m s e r p r e v i s t a s . A d i s t r i b u i ç ã o d e s s e s m i c r o c o n s t i t u i n t e s d e p e n d e d o t a m a n h o d e g r ã o
de a u s t e n i t a , p o r q u e a n u c l e a ç ã o d a f e r r i t a p r i m á r i a ocorre n o s c o n t o r n o s d o s g r ã o s .
O m e s m o p o d e s e r dito e m r e l a ç ã o à c e m e n t i t a p r i m á r i a , s e o a ç o f o r h i p e r e u í e t ó i d e .
A ferrita f o r m a u m "rendilhado" n o s c o n t o r n o s de g r ã o s d e a u s t e n i t a , e m cujo i n t e r i o r s e
forma a perlita.
Se o resfriamento, entretanto, s e acelerar, de modo a s e atingir u m a temperatura mais
baixa antes q u e o c o r r a nucleação d a ferrita primária, a periita p o d e s e f o r m a r até c o m t e o r e s
de c a r b o n o d a o r d e m de 0 , 4 % , o q u e p o d e s e r c o m p r e e n d i d o p e l o e x a m e d a f i g . 1 0 .
D e f a t o , c o n s i d e r e - s e u m a ç o c o m t e o r d e c a r b o n o d a d o p e l a r e t a S, s e n d o n a f i g u r a , E
o p o n t o e u t e t ó i d e . A c i m a d e 7" , a f a s e e s t á v e l é a a u s t e n i t a ; d e 7" a T e x i s t e e q u i l í b r i o e n t r e
A A a

a austenita e ferrita; entre T e T a c e m e n t i t a é m e n o s estável d o q u e a austenita e, p o r t a n t o ,


B 0

não p o d e n u c l e a r a p a r t i r d e l a ; a s s i m , f o r m a - s e f e r r i t a a t é q u e a c o m p o s i ç ã o d a a u s t e n i t a
c r u z e a l i n h a EC, l i n h a e s s a q u e d e f i n e a s c o n d i ç õ e s p a r a a c s m e n H a e s t a r su eguffibrio
c o m a a u s t e n i t a . S e a t e m p e r a t u r a e s t i v e r a b a i x o d e 7" , a c e m e n í n a p e d e r u c e s r
c raecã^s-
mente e e n t ã o s e f o r m a a perlita, a q u a l , d e s s e m o d o , terá m a i s ferrita e m e n o s c e m e n t f t a d o
que rigorosamente d e v e r i a ter (ou s e j a d o q u e a periita e u t e t ó i d e q u e t e o r i c a m e n t e d e v e r i a
ter-se f o r m a d o ) e s e r á mais m o l e .

(*) Pornucleação designa-se o fenómeno correspondente ao início de formação de núcleos, ou seja das
primeiras partículas estáveis capazes de iniciara recrístalização de uma fase ou o crescimento de uma
nova fase.

33
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Fig. 10 - Limite para f o r m a ç ã o d a perlita.

Devido aos característicos mecânicos dos constituintes dos aços, a s p r o p r i e d a d e s m e c â -


nicas destes quando esfriados lentamente, variam d e acordo com a proporção daqueles
constituintes. A s s i m , ferro c o m e r c i a l m e n t e puro, constituído só de ferrita, a p r e s e n t a - s e mole,
d ú c t i l , p o u c o r e s i s t e n t e à t r a ç ã o e c o m alta r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e ; à m e d i d a q u e o t e o r d e
c a r b o n o c r e s c e , ' a u m e n t a m o s v a l o r e s r e p r e s e n t a t i v o s d a r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , i s t o é, o
limite de escoamento, o limite de resistência à tração e à dureza, ao p a s s o q u e caem os
v a l o r e s relativos à d u c t i l i d a d e , c o m o a l o n g a m e n t o , e s t r i c ç ã o e r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e . A T a -
bela 1 ( 4 ) d á valores o b t i d o s p a r a a l g u m a s p r o p r i e d a d e s - m e c â n i c a s , e m f u n ç ã o d o teor de
c a r b o n o d e a ç o s n o e s t a d o r e c o z i d o , isto é, e s f r i a d o s l e n t a m e n t e d e t e m p e r a t u r a s a c i m a d a
z o n a crítica.
P o s t o s e m g r á f i c o s o s v a l o r e s d o limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o , d o a l o n g a m e n t o e d a
d u r e z a Brinell q u e s ã o o s d a d o s m a i s r e p r e s e n t a t i v o s d a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s m e -
tais, pode-se obter três c u r v a s médias, c o m o e s t á indicado na figura 1 1 , q u e n o s mostra, de
u m m o d o m a i s n í t i d o , a i n f l u ê n c i a d o t e o r d e c a r b o n o s o b r e as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s
a ç o s esfriados l e n t a m e n t e . Verifica-se que as c u r v a s de dureza Brinell e de resistência à
t r a ç ã o são a p r o x i m a d a m e n t e paralelas. E v i d e n t e m e n t e , as três curvas p o d e m sofrer deslo-
c a m e n t o s sensíveis p a r a v a l o r e s superiores e i n f e r i o r e s , pois outros f a t o r e s , a l é m do teor d e
c a r b o n o , e n t r a m e m j o g o t a m b é m . E s s e f a t o é i n d i c a d o n a f i g u r a 11 p e l a s á r e a s h a c h u r a d a s .
A c u r v a relativa a o s l i m i t e s d e resistência à t r a ç ã o m o s t r a q u e os m á x i m o s v a l o r e s para
e s s a propriedade o b t ê m - s e logo a c i m a da c o m p o s i ç ã o eutetóide, p e r m a n e c e n d o os m e s -
m o s a s e g u i r p r a t i c a m e n t e c o n s t a n t e s e p o d e n d o m e s m o s o f r e r u m a c e r t a q u e d a . Tal f a t o
c o m p r e e n d e - s e facilmente, pois basta lembrar q u e , devido aos seus característicos própri- zyxwvutsr

TABELA 1
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de a ç o s e s f r i a d o s l e n t a m e n t e e m f u n ç ã o d o t e o r d e c a r b o n o
Limite d e
Limite de
resistência Alongamento Dureza
Carbono escoamento Estricção
à tração em 2 " Brinell
%
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa %
0,01 12,5 125 28,5 275 47 71 90
0,20 25,0 250 41,5 405 37 64 115
0,40 31,0 300 52,5 515 30 48 145
0,60 35,0 340 67,0 660 23 33 190
0,80 36,5 355 80,5 785 15 22 220
1,00 36,5 355 75,5 745 22 26 195
* 1,20 36,0 350 71,5 705 24 39 200
1,40 35,0 340 69,5 685 19 25 215

34
A
DCBA DEFINIÇÕES. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
D IAG RAMA DE EQUHJERIO FERRO-CAKBONO

os a e s t r u t u r a p e r l í t i c a é a m a i s r e s i s t e n t e d a s q u e o s a ç o s e s f r i a d o s l e n t a m e n t e a p r e s e n -
tam; h a v e n d o c e m e n t i t a e n v o l v e n d o g r ã o s d e periita e s e n d o a c e m e n t i t a u m constituinte d e
grande d u r e z a , é de esperar que haja u m a u m e n t o d a resistência nos aços hipereutetóides;
esse a u m e n t o , e n t r e t a n t o , não é m u i t o s e n s í v e l , c o m o a c u r v a m o s t r a , visto q u e a p r ó p r i a
alta d u r e z a e c o n s e q u e n t e m e n t e e x c e s s i v a f r a g i l i d a d e d e c e m e n t i t a p o d e m , a p ó s u m a c e r t a
quantidade, afetar desfavoravelmente a resistência mecânica do aço.

Fig. 11 - Influência do teor de carbono s o b r e as propriedades de aços-carbono esfriados lentamente.

D e v i d o à i n f l u ê n c i a d o c a r b o n o s o b r e a d u r e z a do a ç o , c o s t u m a - s e c o n s i d e r a r o s s e g u i n -
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
tes tipos d e a ç o s - c a r b o n o :

- aços doces - c o m carbono entre 0 , 1 5 % e 0,25%


- aços meio-duros - com carbono entre 0,25% e 0,50%
- aços duros - c o m carbono entre 0 , 5 0 % e 1,40%
Alguns autores subdividem ainda e s s a classificação:
- aço extradoce - com carbono inferior a 0,15%
- aço doce-- c o m carbono entre 0 , 1 5 % e 0 , 3 0 %
- aço meio-doce - com carbono entre 0,30% e 0,40%
- aço meio-duro - com carbono entre 0,40% e 0,50%
- aço extraduro - c o m carbono entre 0 , 7 0 % e 1,20%

5 . Efeito do esfriamento e do aquecimento sobre a posição das linhas de transformação


- O s d i a g r a m a s v i s t o s ( f i g s . 2 e 3) e a s t r a n s f o r m a ç õ e s q u e f o r a m a n a l i s a d a s s ã o para
esfriamento lento; p a r a aquecimento lento, as m e s m a s t r a n s f o r m a ç õ e s ocorrem e m s e n t i -
do i n v e r s o ; e n t r e t a n t o , a p o s i ç ã o d a s l i n h a s críticas é l i g e i r a m e n t e diferente. A f i g u r a 12

35
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

m o s t r a os deslocamentos q u e ocorrem às t e m p e r a t u r a s prováveis de equilíbrio, nas con-


d i ç õ e s práticas de a q u e c i m e n t o e esfriamento. A s designações A e c A sào,
r c o m o se viu,
originadas de:

c = 'chauffagef, p a r a ciclos normais de a q u e c i m e n t o .


r= "refroidissemenf, p a r a ciclos normais de esfriamento.

Fig. 12 - Influência do aquecimento e esfriamento sobre as temperaturas de transformação n a liga Fe-C.

6 . Efeito dos elementos de liga sobre o diagrama de equilíbrio Fe-C- C o m o s e viu, o ferro
e x i s t e e m d u a s f o r m a s a l o t r ó p i c a s - alfa e g a m a - e s t á v e i s e m d i f e r e n t e s f a i x a s d e t e m p e r a -
t u r a s . Essas formas s e caracterizam por p o d e r e m manter em solução sólida, dentro de
a m p l a f a i x a de teores, v á r i o s e l e m e n t o s de liga q u e p o d e m participar d a c o m p o s i ç ã o dos
aços. A s diferentes solubilidades dos vários elementos de liga n e s s a s duas formas
a l o t r ó p i c a s d o ferro l e v a m a m o d i f i c a ç õ e s n a s f a i x a s d e t e m p e r a t u r a s e m q u e a c o r r e m a s
t r a n s f o r m a ç õ e s estruturais d o s a ç o s . Se no ferro puro, a m u d a n ç a de alfa à g a m a ocorre e m
u m a ú n i c a t e m p e r a t u r a ( 9 1 2 ° C ) , a p r e s e n ç a d e q u a l q u e r e l e m e n t o a d i c i o n a l - c o m o , aliás, j á
s e v i u p a r a o caso do c a r b o n o - cria u m a faixa de t e m p e r a t u r a mais ou m e n o s estreita, n a
q u a l a m b a s as formas a l o t r ó p i c a s p o d e m coexistir e m equilíbrio. Esta c i r c u n s t â n c i a origina
tipos característicos de m o d i f i c a ç õ e s nas t e m p e r a t u r a s de transformação d a s ligas de ferro,
o q u e e s t á i l u s t r a d o n a fig. 1 3 q u e m o s t r a o s p o s s í v e i s t i p o s d e d i a g r a m a s d e e q u i l í b r i o d a s
ligas d e ferro B .
O s diagramas da f i g u r a d i v i d e m os elementos de liga e m dois g r u p o s : tipo A, correspon-
d e n t e s a o s eiemerrtos estabilizadores da austenita e o t i p o B, c o r r e s p o n d e n t e s aos
e s t a b i l i z a d o r e s da ferriia. F o r e x e m p l o , u m e l e m e n t o d e liga estabilizador d a a u s t e n i t a tende-
rá a a u m e n t a r a faixa d e te-mperaturas na qual a austenita é estável.
D e r i r c d o s fccs A = EL p c d e - s e c o n s i d e r a r a s e g u i n t e c l a s s i f i c a ç ã o d o s e l e m e n t o s d e l i g a :
Tipo-A-1 - cs d e m e n t e s d e liga alargam a faixa d e temperaturas para austenita estável,
abaixando a transformação aifa-gama e aumentando a temperatura de transformação
g a m a - d e l t a . Exemplos: m a n g a n ê s , níquel, cobalto.
Tipo-A-ll - m e s m o q u e a d i v i s ã o I, p o r é m o s c o m p o s t o s ricos em ferro (ou as soluções
s ó l i d a s no elemento de liga) t o m a m - s e estáveis, a c o m p o s i ç ã o a v a n ç a n d o s o b r e as fases
alfa o u delta. Exemplos: c a r b o n o , cobre, zinco, nitrogénio.
Tipo-B-I-as elementos d e liga estreitam a faixa d e temperaturas da a u s t e n i t a estável até

36 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
BA
DCBA DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO

tomá-la inexistente. A zona austenítica é totalmente c i r c u n d a d a por um c a m p o de duas


fases: "alfa m a i s g a m a " ou " g a m a m a i s delta", o qual não é interrompido por compostos
intermetálicosf) ou soluções s ó l i d a s n o s elementos de liga. E x e m p l o s : silício, cromo,
molibdênio, fósforo, vanádio, titânio, a l u m í n i o .

Liquido L
P.F — , +L

A 4

cr

A 3 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

\ \

TIPO A-l

TIPO B -1

Fig. 13 - Dois tipos possíveis - A e B - e as correspondentes subdivisões I e ll de diagramas V,<f


de equilíbrio para ligas de ferro.

("/'Composto intermetálico" e' "um composto de dois ou mais metais com estrutura cristalina característica
e que pode apresentar uma composição definida ou uma faixa de composições correspondente a uma "V**
solução sólida". O

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 37
A ç o s E FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Tlpo-B-Il - mesma q u e a divisão I, p o r é m com o aparecimento de compostos


intermetáiicos ou constituintes outros que s o l u ç õ e s d e ferro alfa e ferro g a m a , interrom-
p e n d o a "lupa" c o m s u a z o n a envolvente de d u a s f a s e s . Exemplos: tântalo, zircônio, boro,
enxofre, nióbio.
D e s s e s elementos d e liga, o cromo t e m u m c o m p o r t a m e n t o especial, p o i s s e até 7 a 8 %
a b a i x a a faixa de t e m p e r a t u r a d e transformação a l f a - g a m a , c o m a u m e n t o s ulteriores verifi-
c a - s e o contrário. Entretanto, o abaixamento d a t e m p e r a t u r a de t r a n s f o r m a ç ã o gama-delta
n a f a i x a de 8 % C r é m a i s r á p i d o do que o d a t r a n s f o r m a ç ã o a l f a - g a m a , p o d e n d o - s e , pois, de
fato afirmar que o c r o m o estreita uniformemente a faixa de estabilidade d a austenita(*).
O s efeitos de a l g u n s e l e m e n t o s de liga s o b r e a s linhas de t r a n s f o r m a ç ã o d o d i a g r a m a d e
equilíbrio Fe-C estão i n d i c a d o s nas figuras 14 e 15.
D e f a t o , a ação dos elementos de liga sobre as linhas de transformação p o d e ser enca-
r a d a s o b os três a s p e c t o s seguintes:
- efeito sobre a c o m p o s i ç ã o do eutetóide;
- efeito sobre a t e m p e r a t u r a do eutetóide;
- efeito sobre o c a m p o austenítico.
O s d o i s p r i m e i r o s e f e i t o s e s t ã o s i n t e t i z a d o s n a f i g u r a 1 4 , o n d e s e v ê q u e t o d o s os e l e -
m e n t o s de liga a n a l i s a d o s ' ' t e n d e m a diminuir o t e o r d e c a r b o n o do e u t e t ó i d e , a o passo q u e
6

s o m e n t e o níquel e o m a n g a n ê s t e n d e m a diminuir a t e m p e r a t u r a d o e u t e t ó i d e , todos os


outros apresentando t e n d ê n c i a oposta.
O terceiro efeito - s o b r e o c a m p o austenítico - e s t á s i n t e t i z a d o na f i g u r a 1 5 , p e l a ação d o s
e l e m e n t o s manganês, c r o m o , molibdênio e silício' '. 7

Verifica-se que o m a n g a n ê s , e m teores c r e s c e n t e s , abaixa a t e m p e r a t u r a d o eutetóide,


a l é m de diminuir o s e u t e o r d e carbono; u m t e o r a d e q u a d o de m a n g a n ê s p o d e r á , por e x e m -
plo, produzir estrutura i n t e i r a m e n t e perlítica s o m e n t e c o m cerca de 0 , 3 % de carbono. O
c r o m o , molibdênio e silício c o m p o r t a m - s e de m o d o contrário ao m a n g a n ê s n o q u e se refere
à i n f l u ê n c i a sobre a t e m p e r a t u r a do eutetóide; q u a n t o à influência s o b r e o t e o r d e c a r b o n o do
e u t e t ó i d e , a t e n d ê n c i a é i d ê n t i c a à do m a n g a n ê s . T o d o s eles, c o m o se v ê , c o m e x c e ç ã o do
m a n g a n ê s , contraem o c a m p o austenítico, t e n d e n d o a tornar o aço q u a s e q u e inteiramente
ferrítico.
C o n v é m o b s e r v a r q u e e s s a p r o p r i e d a d e d e c e r t o s e l e m e n t o s d e l i g a , c o m o o M n , o Cr, o
Mo, o Si, o Ni, o Ti, etc. d e produzirem! u m a estrutura eutetóide a p r e s e n t a n d o u m teor de
c a r b o n o c o m p a r a t i v a m e n t e b a i x o é muito i m p o r t a n t e . D e fato, a liga e u t e t ó i d e é de grande
r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a ; c o m o a d u r e z a e a f r a g i l i d a d e c r e s c e m c o m a p o r c e n t a g e m d e F e C,
é evidente que se s e p u d e r obter u m a estrutura resistente, inteiramente perlítica, mediante
i n t r o d u ç ã o de e l e m e n t o s d e liga n u m aço c o m m e n o r t e o r de carbono, e s s a estrutura será
t a m b é m mais mole e m e n o s frágil, ou seja, mais t e n a z do que a estrutura s e m e l h a n t e num
aço-carbono comum.

(") A análise dos diagramas apresentados na Fig. 13 deve ser feita com grande cuidado, principalmente
porque a maioria dos aços, quando aqpecidos e esfriados, de fato se transformam a temperaturas muito
afastadas das de equilíbrio, devido a suas velocidades de reação muito lentas nas proximidades dessas
temperaturas. Além disso, é difícil predizer, a partir de qualquer diagrama de equilíbrio, as estruturas
resultantes, o que é um inconveniente pois o conhecimento realmente valioso em relação aos sistemas
de ligas é o relacionado com suas estruturas.

38
DCBA
DCBA DEFINIÇÕES. DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBQNO zyxwvu

1600
y
1400

1300
y

1200
? ~ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
/ 1 í? Jí

'
1100
- 0 3fi% M N / f - /
1000
A
y
300
• 4Jfíf
Mn
— 6,5%Mn
f - li ' / o- A Cf".
-9,6% y ú r y*"
800
& y zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
^ 600
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
1
1,2 1,4 1,6 1,8 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,í
% de carbono

A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
• /
1? V --- i
A? / \ /
zyxwvutsrqponmlkjihgfed
A
i > y

• ^y y -
€*
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
r
1,2 1,4 1.6 1,8 0 0,2 0,4 0,6
'
0,8 1,0
1
1,2 1,4 1,6 1,£
% de carbono

Fig. 16 - Efeito de certos elementos de liga sobre o c a m p o austenítico.

39
EFEITO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA zyxwvu

EFEITO D A VELOCID AD E DE
ESFRIAMENTO SOBRE A
TRANSFORMAÇÃO D A
AUSTENITA. D IAG RAM A
TRANSFORMAÇÃO - TEMPO -
TEMPERATU RA"

41
Aços FU NDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 . Efeito da velocidade de esfriamento sobre a transformação da austenita - O diagrama


d e equilíbrio e s t u d a d o e, p o r t a n t o , a localização d a z o n a crítica c o m o a p a r e c e n a s figuras 2
e 3, s ã o para condições d e esfriamento muito lento. O s constituintes resultantes d a transfor-
m a ç ã o d a austenita - ferrita, cementita e periita - d e acordo c o m s u a quantidade relativa,
permitem uma variação nas propriedades mecânicas doa aços, conforme se p ô d e observar
n a s c u r v a s da f i g u r a 1 1 . E s s e efeito d o s c o n s t i t u i n t e s obtidos pela d e c o m p o s i ç ã o lenta d a
a u s t e n i t a sobre as p r o p r i e d a d e s mecânicas d o s a ç o s , e m b o r a apreciável, e s t á longe de se
comparar, entretanto, ao efeito que pode ser conseguido pelo rápido esfriamento da
austenita.
D e fato, a formação d a ferrita e da cementita - c o n s e q u e n t e m e n t e d a perlita - exige a m u d a n -
ç a d o reticulado cristalino d o f e r r o , a s s i m c o m o o m o v i m e n t o d e á t o m o s , p o r d i f u s ã o , através d a
a u s t e n i t a sólida; t a i s m o d i f i c a ç õ e s l e v a m t e m p o . E m c o n s e q u ê n c i a s e f o r a u m e n t a d a a v e l o c i d a -
de de esfriamento d a austenita, ou seja s e o a ç o for esfriado mais r a p i d a m e n t e , não haverá
t e m p o suficiente p a r a u m a c o m p l e t a m o v i m e n t a ç ã o a t ó m i c a e a s r e a ç õ e s d e t r a n s f o r m a ç ã o d a
a u s t e n i t a s e m o d i f i c a m , p o d e n d o m e s m o d e i x a r d e f o r m a r - s e os c o n s t i t u i n t e s n o r m a i s - c o m o a
perlita - e surgirem n o v o s constituintes de g r a n d e i m p o r t â n c i a para a aplicação d o s aços.
Pode-se exprimir tais fatos, quando se a u m e n t a a velocidade de esfriamento d a austenita
no d i a g r a m a Fe-C, c o m o resultando n u m a alteração de posição d a z o n a crítica, traduzida
p e l o g r a d u a l a b a i x a m e n t o d a s linhas de t r a n s f o r m a ç ã o A 3 eA v o qual p o d e atingir a centenas
d e g r a u s . A rigor, o q u e s e v e r i f i c a n ã o é u m r e b a i x a m e n t o d a z o n a c r í t i c a , m a s s i m u m a t r a s o
n o início das t r a n s f o r m a ç õ e s , devido a u m a i n é r c i a p r ó p r i a de certos f e n ó m e n o s físicos.
S e j a um aço eutetóide. E s s e aço apresenta u m a única temperatura crítica a 7 2 7 ° C (A 3 e
A, se confundem). Abaixo dessa temperatura tem-se só perlita, e m condições de
esfriamento extremamente lento. Com velocidades de esfriamento cada v e z maiores, a t e m -
p e r a t u r a crítica d e t r a n s f o r m a ç ã o - que s e r i a n e s s e c a s o indicada por A r , - é c a d a v e z m a i s
baixa. O produto que resulta d a transformação n e s s a s condições, até u m a certa velocidade
d e esfriamento, ainda é perlita, com característicos estruturais e p r o p r i e d a d e s que depen-
dem, contudo, d a v e l o c i d a d e de esfriamento. A o s e atingir u m a c e r t a v e l o c i d a d e , a u m a
t e m p e r a t u r a mais baixa, a p a r e c e junto c o m a precedente, uma nova transformação, dando
o r i g e m a u m c o n s t i t u i n t e c o m p l e t a m e n t e d i f e r e n t e - a "martensita". Dentro d e u m a certa faixa
de velocidade de esfriamento há, portanto, f o r m a ç ã o simultânea de dois constituintes -
perlita e martensita. Finalmente, para u m a certa velocidade de esfriamento, desaparece
inteiramente a primeira transformação e cessa, portanto, a formação d a perlita; permanece
só a segunda transformação, tendo como produto resultante a martensita. À velocidade dé
esfriamento em que isso a c o n t e c e dá-se o n o m e de velocidade crítica de esfriamento, de
g r a n d e importância no e s t u d o dos tratamentos t é r m i c o s dos aços, c o m o s e v e r á mais adian-
te. E m resumo, c o m v e l o c i d a d e s maiores q u e a v e l o c i d a d e crítica d e e s f r i a m e n t o , só se
v e r i f i c a a f o r m a ç ã o d o c o n s t i t u i n t e martensita, cujas propriedades serão estudadas posteri-
o r m e n t e e que d e s e m p e n h a papel de relevo n o s t r a t a m e n t o s térmicos d o s a ç o s .

2 . Transformação isotérmica. Curva TTT ou em C (também chamada em S) - O s f e n ó m e -


n o s q u e ocorrem q u a n d o o a ç o é esfriado a diferentes velocidades de e s f r i a m e n t o são m e -
lhor compreendidos pelo estudo da transformação isotérmica d a a u s t e n i t a e m perlita, e m
diversas temperaturas a b a i x o de 727°C, ou seja pelo esfriamento rápido d e u m a ç o eutetóide
até u m a temperatura abaixo de 727"C, m a n t e n d o - s e a seguir essa t e m p e r a t u r a constante
a t é q u e toda a t r a n s f o r m a ç ã o d a austenita se p r o c e s s e . A transformação e m perlita o b e d e -
c e r á a u m a curva de r e a ç ã o isotérmica, c o m o a i n d i c a d a n a figura 15. n a q u a l s e considerou
u m resfriamento brusco d a austenita a 600°C, por exemplo.
A primeira pesquisa experimental no sentido d e determinar as relações e x i s t e n t e s entre a
v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o e a s t r a n s f o r m a ç õ e s q u e o c o r r e m a t e m p e r a t u r a s c o n s t a n t e s foi realiza-
d a p o r Davenport e B a i n , o r i g i n a n d o - s e d e s s e s e s t u d o s o d e s e n v o l v i m e n t o d o s c o n h e c i d o s dia-
(6)

g r a m a s d e t r a n s f o r m a ç ã o i s o t é r m i c a , de g r a n d e v a l o r prático p a r a a c o m p r e e n s ã o e a realização
d o s t r a t a m e n t o s t é r m i c o s n o s a ç o s . O estudo e x p e r i m e n t a l consiste no s e g u i n t e : c o r p o s de p r o v a
d e a ç o d e p e q u e n a s d i m e n s õ e s (para que, q u a n d o e s f r i a d o s r a p i d a m e n t e , o e s f r i a m e n t o s e d ê a o

42
DCBA
DCBA EFELTO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA

mesmo t e m p o através de toda a s u a secção) são aquecidos a u m a temperatura a c i m a d e z o n a


critica d e m o d o a a d q u i r i r e m estrutura i n t e i r a m e n t e austenítica; e m s e g u i d a s ã o m e r g u l h a d o s e m
um b a n h o l í q u i d o (de c h u m b o f u n d i d o o u s a l f u n d i d o ) , a u m a t e m p e r a t u r a abaixo d a linha inferior d a
z o n a critica (Unha A , ) e aí m a n t i d o s p a r a q u e p o s s a m s e r o b s e r v a d o s o s t e m p o s n e c e s s á r i o s p a r a
que a a u s t e n i t a s e t r a n s f o r m a e m s e u s p r o d u t o s normais. O p r o c e s s o d a t r a n s f o r m a ç ã o p o d e s e r
acornparíbado o u p e l a m e d i d a d e c e r t o s característicos físicos, c o m o v o l u m e o u d u r e z a , o u p e l o
exame d a m i c r o e s t r u t u r a , c o m o e s t á i n d i c a d o e s q u e m a t i c a m e n t e n a figura 17. A m e d i d a d e s s a s zyxwvu
pn ^ j f i e d a d e s o u o e x a m e d a m i c r o e s t r u t u r a s ã o feitos nos c o r p o s d e p r o v a esfriados e m á g u a o u
salmoura d e p o i s d e m a n t i d o s o s t e m p o s p r e v i s t o s à t e m p e r a t u r a a b a i x o d a crítica c o n s i d e r a d a .

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
/
500 "C

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG

0,1 1 10 100
Tempo, em seg.

H g . 16 - C u r v a da reação isotérmica representativa da transformação d a austenita em perlita.

T=Transforrnação
A=Austeníta
M=Martensita
100% E= Esfriamento
A PT=Praduto da
transformação
(A,)

0%T 25 % T 50 % T 75 % T 100 % T

100%A 75%A S0%A 25% A 0%A


0%PT 25%PT 50%PT 75%PT 100%PT

t Temperatura
{ ambiente
100%M 75%M 50%M 25% M 0%M
0%PT 25% PT 50%PT 75% P T 100%PT

T e m p o a u m a temperatura c o n s t a n t e

H g . 17 - Representação esquemática do progresso da transformação d a austenita, a u m a


temperatura constante abaixo da crítica.

43
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s e FERROS
FUNDIDOS

P a r a facilitar o e s t u d o , p o d e - s e c o n s i d e r a r i n i c i a l m e n t e u m aço e u t e t ó i d e , v i s t o q u e p a r a
ele s ó existe u m a t e m p e r a t u r a de transformação - 7 2 7 " C - e resulta s o m e n t e u m produto de
t r a n s f o r m a ç ã o - a perlita.
Tomando corpos de prova desse aço, depois de convenientemente austenizados são
eles mergulhados n u m b a n h o de chumbo a u m a t e m p e r a t u r a de, por e x e m p l o , 680°C e aí
m a n t i d o s durante t e m p o d e t e r m i n a d o , 10, 1 0 0 , 2 0 0 , 5 0 0 , etc. s e g u n d o s . C o m o houve um
esfriamento brusco da t e m p e r a t u r a de austenização a 680°C, a austenita p e r m a n e c e u está-
vel, m a s ela t e n d e r á a t r a n s f o r m a r - s e no s e u p r o d u t o d e t r a n s f o r m a ç ã o - perlita, no caso e m
estudo - com o tempo.
Decorrido o tempo d e s e j a d o , os corpos de p r o v a s ã o mergulhados e m á g u a ou salmoura
e as propriedades são m e d i d a s ou a estrutura o b s e r v a d a para verificar o andamento da
t r a n s f o r m a ç ã o . No caso d o e x a m e de estrutura, a transformação é a c o m p a n h a d a ao micros-
c ó p i o p e l a a v a l i a ç ã o d o p r o d u t o r e s u l t a n t e d a t r a n s f o r m a ç ã o n o r m a l d a a u s t e n i t a , i s t o é, p e l a
avaliação da quantidade d e perlita presente, Verifica-se q u e a formação d a perlita à tempe-
r a t u r a c o n s i d e r a d a é p r o g r e s s i v a , i s t o é, as a m o s t r a s e s f r i a d a s e m á g u a d e p o i s d e m a n t i d a s
a 6 8 0 ° C , durante t e m p o s diferentes, mostram quantidades crescentes de perlita para tem-
p o s crescentes de p e r m a n ê n c i a a essa temperatura.
R e p e t i n d o - s e a e x p e r i ê n c i a , i s t o é, m e r g u l h a n d o - s e n o v a s a m o s t r a s d o m e s m o a ç o d e -
pois de c o n v e n i e n t e m e n t e austenizados, e m b a n h o s d e c h u m b o fundido m a n t i d o s a outras
t e m p e r a t u r a , t e m - s e u m a s é r i e de t e m p o s os q u a i s m a r c a m , para as várias t e m p e r a t u r a s , o
início e o fim da t r a n s f o r m a ç ã o .
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
P o d e - s e a s s i m c o n s t r u i r u m d i a g r a m a "temperatura-tempo"
onde, para c a d a temperatu-
ra, s e t e m u m a i n d i c a ç ã o d a p o r c e n t a g e m d e t r a n s f o r m a ç ã o e m f u n ç ã o d o t e m p o . Esse
d i a g r a m a é c h a m a d o d e "transformação isotérmica" ou "a temperatura constante".
. N e s s e diagrama, e m q u e o tempo é levado e m e s c a l a logarítmica, m a r c a - s e para cada
t e m p e r a t u r a o s p o n t o s d e i n í c i o d e t r a n s f o r m a ç ã o d a a u s t e n i t a (isto é, q u a n d o c o m e ç a a s e
f o r m a r perlita) e os p o n t o s d e f i m de t r a n s f o r m a ç ã o ( q u a n d o se tem t o d a a a u s t e n i t a t r a n s -
f o r m a d a e m perlita). P a r a facilitar o e x a m e m i c r o g r á f i c o , c o n v e n c i o n o u - s e a d o t a r p a r a início
d e t r a n s f o r m a ç ã o o p o n t o c o r r e s p o n d e n t e à f o r m a ç ã o de 0 , 5 % de periita e p a r a fim d e
t r a n s f o r m a ç ã o o ponto c o r r e s p o n d e n t e à f o r m a ç ã o d e 9 9 , 5 % de perlita.
T e m - s e assim no d i a g r a m a u m a série de p o n t o s d e j n í c i o e de fim d e t r a n s f o r m a ç ã o , os
q u a i s l i g a d o s e n t r e s i o r i g i n a m d u a s c u r v a s c o m a f o r m a C (fig. 1 8 ) . E s s a s c u r v a s são
chamadas "em C" o u "TTT" (tempo-temperatura-transformação). São t a m b é m chamadas
"em S", d e v i d o à f o r m a q u e a s p r i m e i r a s c u r v a s d e t e r m i n a d a s p . o r D a v e n p o r t e B a i n a p r e s e n -
t a v a m . Estudos posteriores modificaram sua forma, q u e se aproxima mais d e u m C,
O e x a m e dessas c u r v a s , p a r a o aço eutetóide e m estudo, revela o s e g u i n t e :

a) a linha horizontal, n a parte superior do d i a g r a m a , r e p r e s e n t a a l i n h a inferior d a z o n a


c r í t i c a , isto é, a l i n h a A ; à temperatura de 7 2 7 ° C ;
b) a linha e m f o r m a d e ' C m a r c a d a I define o t e m p o n e c e s s á r i o p a r a q u e a t r a n s f o r m a ç ã o
d a austenita em perlita s e inicie;
c) a l i n h a t a m b é m e m f o r m a d e C e m a r c a d a F d e f i n e o t e m p o n e c e s s á r i o p a r a q u e a
t r a n s f o r m a ç ã o d a a u s t e n i t a e m perlita se c o m p l e t e ;
d) a t r a n s f o r m a ç ã o d e m o r a p a r a s e iniciar e p a r a s e c o m p l e t a r , à t e m p e r a t u r a l o g o a b a i x o
d a crítica; e m outras p a l a v r a s , a velocidade d e t r a n s f o r m a ç ã o é baixa inicialmente;
e) a d e m o r a para a t r a n s f o r m a ç ã o se iniciar e se c o m p l e t a r é c a d a v e z m e n o r à m e d i d a
q u e d e c r e s c e a t e m p e r a t u r a , até q u e , a c e r c a d e 5 5 0 ° C , t e m - s e o m a i s r á p i d o início d e
transformação;
f) a b a i x o d e 5 5 0 ° C , a u m e n t a n o v a m e n t e o t e m p o p a r a q u e a t r a n s f o r m a ç ã o s e i n i c i e , a o
m e s m o iempo que a v e l o c i d a d e de transformação decresce;
g ) f i n a l m e n t e , à t e m p e r a t u r a d e c e r c a d e 2 0 0 ° C , a l i n h a M, e m a i s a b a i x o d a l i n h a M,
i n d i c a m o a p a r e c i m e n t o d e outro tipo d e t r a n s f o r m a ç ã o , a qual t e m l u g a r instantanea-
m e n t e independente, portanto, do tempo. A faixa d e temperaturas entre as quais ocorre
e s s a transformação, t o t a l m e n t e diferente da i n d i c a d a pelas curvas e m C, é d e /W, a M r

44 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
EFEITO DA VELOODADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DAAUSTENTTA
EDCBA
A s s i m , a c e r c a d e 2 0 0 ° C , u m n o v o c o n s t i t u i n t e , c h a m a d o martensita e cujos caracterís-
ticos s e r ã o v i s t a s m a i s a d i a n t e , a p a r e c e i n s t a n t a n e a m e n t e , e m p o r c e n t a g e n s crescen-
tes, a partir d e M até constituir, à t e m p e r a t u r a c o r r e s p o n d e n t e a M
t r a totalidade do
produto de t r a n s f o j m a ç ã o O - A f o r m a ç ã o de martensita, e m f o r m a de agulhas, c o m o s e
verá posteriormente, através de uma reação c h a m a d a comumente de "reação
martensítica" d á - s e por cisalhamento e m certas regiões do cristal do constituinte original
e não d e p e n d e d e u m movimento extenso de átomos, c o m o nos fenómenos de difusão. zyxwvut

QPONMLKJIHGFEDCBA

1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15 30 1 2 4 3 15

, Segundos Minutos Horas —

T e m p c e m escala logarítmica

Fig. 18 - Representação esquemática do d i a g r a m a de transformação isotérmica de um aço eutetóide.

[') A rigor, a formação da martensita não deveria ser representada no diagrama de transformação
isotérmica, pois independe do tempo, isto é, essa formação se dá com a queda da temperatura, prosse-
gue à medida que esta cai, mas estaciona se ela á mantida constantemente.

45
XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a Constituintes resultantes da transformação da austenita e seus característicos - Os


constituintes resultantes d a transformação d a austenita nas diferentes faixas d e temperatu-
ras aparecem na seguinte sequência:

a ) L o g o a b a i x o d e A,, z o n a e m q u e a v e l o c i d a d e d e t r a n s f o r m a ç ã o é m u i t o b a i x a , f o r m a -
s e perlita lamelar, de granulação grosseira e de baixa dureza (Rockwell C de 5 a 20);
b) à m e d i d a q u e a t e m p e r a t u r a c a i , n a s p r o x i m i d a d e s d o c o t o v e l o d a c u r v a , e m t o m o d e
5 5 0 ° C , a periita q u e s e f o r m a adquire t e x t u r a c a d a v e z mais fina e d u r e z a c a d a vez mais
e l e v a d a , Rockwell C d e 3 0 a 40, o u c e r c a d e 4 0 0 Brinell. P a r a d i f e r e n c i á - l o de perlita
l a m e l a r n o r m a l , e s s e c o n s t i t u i n t e é c h a m a d o d e perlita fina (o t e r m o a n t i g o u s a d o p a r a
designá-lo é troostita). É a forma mais dura da perlita e a que apresenta as lamelas mais
finas. A espessura d a s l a m e l a s é tão p e q u e n a , q u e dificilmente elas s ã o perceptíveis áo
microscópio;
c) à temperatura entre 5 5 0 ° C e 2 0 0 ° C , n o v a m e n t e há n e c e s s i d a d e d e u m t e m p o mais
longo para se iniciar a transformação d a austenita. N e s s a faixa de t e m p e r a t u r a s o produ-
to de transformação resultante varia de aspecto, d e s d e um a g r e g a d o d e ferrita e m forma
d e p e n a e carboneto d e ferro muito fino, e m t o r n o d e 4 5 0 ° C , até u m c o n s t i t u i n t e em f o r m a
de agulhas c o m coloração escura (em t o m o d e 2 0 0 ° C ) . Todas essas estruturas são hoje
d e s i g n a d a s c o m o n o m e d e bainita(*) e s u a d u r e z a v a r i a d e 4 0 a 6 0 R o c k w e l l C;
d) finalmente, na f a i x a d e t e m p e r a t u r a s d e M, ( e m t o m o de 2 0 0 ° C ) a M (em t o m o de
100°C) forma-se u m constituinte novo, totalmente diverso dos anteriores, cuja formação
d e p e n d e e x c l u s i v a m e n t e d a t e m p e r a t u r a - a martensita. Sua aparência e f o r m a são se-
m e l h a n t e s à s d a b a i n i t a , i s t o é, a p r e s e n t a - s e e m a g u l h a s , m a s c o m c o l o r a ç ã o m a i s c l a r a .
Devido a esse aspecto é frequentemente c h a m a d a acicular.

A verdadeira n a t u r e z a d a martensita não foi c o n v e n i e n t e m e n t e e x p l i c a d a durante muito


t e m p o . Sabendo-se que a estrutura martensítica dos aços temperados é magnética, chega-
s e à conclusão que o reticulado d a martensita a s s e m e l h a - s e ao do ferro alfa. P o r outro lado,
f i c o u p r o v a d o e x p e r i m e n t a l m e n t e , d e s d e há m u i t o t e m p o ' ' , q u e a r e s i s t i v i d a d e elétrica d a
9

m a r t e n s i t a é c o n s i d e r a v e l m e n t e mais alta que a d o s c o n g l o m e r a d o s f e r r i t a - c e m e n t i t a , q u a l -


q u e r q u e seja o s e u g r a u d e d i s p e r s ã o . C o m o v a l o r e s elevados de r e s i s t i v i d a d e elétrica s ã o
característicos de soluções sólidas, poderia parecer que a martensita seria u m a solução
s ó l i d a de carbono no ferro alfa, que, por s u a v e z , c o m o se sabe, só d i s s o l v e quantidades
m í n i m a s de carbono. Tais a p a r e n t e s c o n t r a d i ç õ e s , p o r longo t e m p o , l e v a n t a r a m dúvidas
q u a n t o à natureza da martensita. Atualmente, entretanto, admite-se definitivamente a forma-
ç ã o d a martensita c o m o u m a reação por c i s a l h a m e n t o , através de planos cristalográficos, de
m o d o t ã o rápido q u e n ã o p o d e s e r evitada m e s m o p o r resfriamento r á p i d o . E s t e resfriamento
r á p i d o t r a n s f o r m a e m alfa a f o r m a alotrópica d o ferro, a qual retém a s l â m i n a s estreitas e
a l o n g a d a s de a u s t e n i t a p r o v e n i e n t e s do c i s a l h a m e n t o , as q u a i s . s ã o r e a l m e n t e lâminas de
martensita que s e a p r e s e n t a m , e m microsecções, c o m o aspecto de a g u l h a s longas e finas.
D e s e n v o l v e m - s e , c o m o s e d e v e r i a esperar, t e n s õ e s internas apreciáveis.

A martensita a p r e s e n t a u m reticulado tetragonal e s u a dureza é muito e l e v a d a , podendo


a t i n g i r 65 a 67 R o c k w e l l C. E m vista do e x p o s t o , e s s a alta dureza d a m a r t e n s i t a pode s e r
a t r i b u í d a entre outros, a o s s e g u i n t e s fatores:

- precipitação de p a r t í c u l a s s u b m i c r o s c ó p i c a s d e c a r b o n e t o de ferro d a s o l u ç ã o sólida


g a m a e retenção d e s s a s partículas na f o r m a d e u m a solução sólida supersaturada no
reticulada do ferro alfa (formado no e s f r i a m e n t o ) onde atuam como espécies de
"chavetas", impedindo o escorregamento;
- distorção do reticulado;
- tensões internas;
- t a m a n h o de grão m u i t o p e q u e n o .

(*)Em homenagem a £. C. Bain.

46 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
BA
DCBA EFEITO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA

4 Curvas TTT para aços hipoeutetóides - O s aços que n ã o os eutetóides apresentam


c u r v a s e m "C"diferentes; n o t a - s e n e l a s , e m p r i m e i r o lugar, m a i s u m a l i n h a h o r i z o n t a l - A , ( f i g .
19 e f i g . 2 0 ) , a q u a l r e p r e s e n t a a t e m p e r a t u r a c r i t i c a inferior. A f i g u r a 1 9 ' ' é a c u r v a e m
1 0 C
para u m a ç o h i p o e u t e t ó i d e e n e l a p o d e s e r verificado t a m b é m o a p a r e c i m e n t o de o u t r a l i n h a
i n d i c a d a p o r F. E s s a l i n h a i n d i c a a s e p a r a ç ã o i n i c i a l d a f e r r i t a q u a n d o o a ç o e n t r a , d u r a n t e o
esfriamento l e n t o , n a z o n a crítica. A f i g u r a 20 é para u m a ç o h i p e r e u t e t ó i d e e n e l a s e n o t a
t a m b é m u m a l i n h a i d ê n t i c a à d a figura, a n t e r i o r , d e s i g n a d a a g o r a p o r C , i n d i c a n d o a s e p a r a -
(

ção inicial d a c e m e n t i t a q u a n d o e s s e a ç o p e n e t r a , n o e s f r i a m e n t o , n a z o n a c r í t i c a .

1000

700
o
SS 600

S. 500
£
• (2
400

aoo

j l i I_ j i i L
1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15

Segundos Minutos
Tempo e m escala logarítmica

Fig. 19 - Diagrama de transformação isotérmica para u m a ç o hipoeutetóide.

C o m p a r a n d o a s f i g u r a s 19 e 2 0 , v e r i f i c a - s e m a i s o s e g u i n t e : o a u m e n t o d o t e o r d e c a r b o -
no t e n d e a d e s l o c a r a c u r v a e m C p a r a a d i r e i t a , isto é, r e t a r d a o i n í c i o e o fim d a r e a ç ã o p a r a
formação d a perlita; a l é m disso, a t e m p e r a t u r a de reação da- m a r t e n s i t a é g r a n d e m e n t e
rebaixada c o m o a u m e n t o do t e o r . d e c a r b o n o c o m o a figura 2 1 m o s t r a .
F i n a l m e n t e , u m a ú l t i m a o b s e r v a ç ã o p o d e s e r feita, a q u a l d i z r e s p e i t o à t e n d ê n c i a g e r a l
d a s curvas em C s e a p r o x i m a r e m t a n t o m a i s d o e i x o d a s o r d e n a d a s q u a n t o m e n o r o t e o r d e
c a r b o n o , o q u e s i g n i f i c a q u e . q u a n t o m e n o r o c a r b o n o , t a n t o m a i s difícil d e s e o b t e r p o r
esfriamento, a i n d a q u e muâo rápido, esírutura unicamente martensítica.

5. Transformação em resfriamento contínuo - As curvas e m C estudadas são curvas típicas


das t r a n s f o r m a ç õ e s q u e s e o p e r a m a u m a t e m p e r a t u r a c o n s t a n t e ; e n t r e t a n t o , d o p o n t o de
vista p r á t i c o , a s t r a n s f o r m a ç õ e s q u e m a i s i n t e r e s s a m s ã o a s q u e s e v e r i f i c a m q u a n d o a t e m p e -
ratura d e c r e s c e c o n t i n u a m e n t e , v i s t o q u e a m a i o r i a d a s o p e r a ç õ e s d e t r a t a m e n t o térmico
envolve t r a n s f o r m a ç õ e s q u e o c o r r e m e m r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o . A s s i m s e n d o , a rigor, o d i a g r a -
ma T T T n ã o p o d e r i a s e r utilizado c o m o objetivo de v e r i f i c a r estruturas r e s u l t a n t e s de

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 47
Aços zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROS FUNDIDOS

Austenita k
900 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Cl
A3
800

700
Pi
PI
600 "A
+ P(F+C)
F
500 +
\
e
400

300
I
200 Mi zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
100 - Mf

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
J I
L...1I i I I I
I i
I i i i
1 I 1

2 4 8 15 30 1 2 4 8 15 30 1 2 4 8 15

Segundos ^4— Minutas fr>^ Horas —>

Tempo e m escala logarítmica

Fig. 20 - D i a g r a m a de transformação isotérmica para um aço hipereutetóide.

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Teor d e C, %

Fig. 21 - Influência d o teor de carbono s o b r e a posição das linhas M. e ívL

r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o e m d e t e r m i n a d a s v e l o c i d a d e s . É, c o n t u d o , p o s s í v e l , p e l o e m p r e g o d e
técnicas semelhantes às utilizadas para a determinação dos diagramas de transformação
i s o t é r m i c a , obter u m d i a g r a m a c o m o o r e p r e s e n t a d o n a Fig. 2 2 . Essa d e t e r m i n a ç ã o leva a u m
d e s l o c a m e n t o p a r a d i r e i t a e p a r a b a i x o d a s p a r t e s s u p e r i o r e s d a s c u r v a s d e i n í c i o e d e fim d e
transformação, e m relação às curvas isotérmicas, c o m o se pode observar n a figura.

48
DCBA EFEITO DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENITA

k
CBA

I
RQPONMLKJIHGFEDCBA

CBAI

1,0 2 3 4 S 7 10 100 1000

Tempo em SBgundos (escala logarítmica)

Fig. 22 - Representação esquemática d o diagrama de transformação para resfriamento contínuo.

Esta indica, a i n d a , e m linhas p o n t i l h a d a s , a parte inferior d o d i a g r a m a , ou seja, a p a r t e d e


abaixo do " c o t o v e l o " ou "joelho" das c u r v a s . Isso porque, p a r a resfriamento contínuo, uma
vez u l t r a p a s s a d a s as curvas de início e d e fim de t r a n s f o r m a ç ã o , n u m a d e t e r m i n a d a v e l o c i -
dade d e r e s f r i a m e n t o , n a d a mais o c o r r e o u n a d a mais resta a transformar, pois as transfor-
mações previstas ou procuradas se completaram.
N a p a r t e i n f e r i o r d o d i a g r a m a , r e s t a r ã o a p e n a s as l i n h a s M e M, correspondentes
í à
formação d a martensita, a qual p o d e r á s e m p r e se formar, d e s d e que a v e l o c i d a d e de
r e s f r i a m e n t o a d o t a d a s e j a tal q u e a c u r v a c o r r e s p o n d e n t e e v i t e o u t a n g e n c i e o " j o e l h o " d a
curva de início de t r a n s f o r m a ç ã o .
Tais f a t o s f i c a m m a i s claros, a o e x a m i n a r o s e x e m p l o s i n d i c a d o s n a F i g . 2 3 relativos a v á r i a s
velocidades d e resfriamento. A figura permite t a m b é m c o m p r o v a r a importância do d i a g r a m a d e
resfriamento c o n t í n u o n a d e t e r m i n a ç ã o d a s e s t r u t u r a s e p r o p r i e d a d e s q u e r e s u l t a m q u a n d o o s
aços, depois d e a q u e c i d o s , são s u b m e t i d o s a diferentes v e l o c i d a d e s d e resfriamento.
Do e x a m e d a F i g . 2 3 , p o d e m s e r e x t r a í d a s as s e g u i n t e s c o n c l u s õ e s : um a ç o e s f r i a d o
muito l e n t a m e n t e , no forno por e x e m p l o ( c u r v a A ) , c o m e ç a a s e t r a n s f o r m a r em perlita ao
atingir o p o n t o A , e a o atingir o p o n t o A , é inteiramente c o n s t i t u í d o d e perlita. E s s a p e r l i t a
é de granulação grosseira e a p r e s e n t a baixa dureza; logo, aços esfriados muito lenta-
mente a p r e s e n t a m , à temperatura ambiente, o constituinte perlita grosseira e s ã o de
baixa dureza.
C o m e s f r i a m e n t o m a i s r á p i d o , a o a r p o r e x e m p l o ( c u r v a B), o aço apresentará periita
mais fina, c o m d u r e z a mais e l e v a d a . C o m velocidade d e e s f r i a m e n t o maior, e m óleo
(curva C), a t r a n s f o r m a ç ã o iniciada e m C , e t e r m i n a d a e m C, d á c o m o constituinte periita
m a i s f i n a , c o m d u r e z a m a i o r . C o m r e s f r i a m e n t o a i n d a m a i s r á p i d o ( c u r v a D) verifica-se
q u e o i n í c i o d e t r a n s f o r m a ç ã o s e d á n o p o n t o D.. A v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o a g o r a é t a l
que a c u r v a d e e s f r i a m e n t o n ã o t o c a n a c u r v a de fim de t r a n s f o r m a ç ã o , de m o d o q u e a
t r a n s f o r m a ç ã o e m p e r l i t a a p e n a s s e i n i c i a , i n t e r r o m p e n d o - s e e m s e g u i d a e, a o a t i n g i r o

49
Aços FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ponto D , a austenita que não se transformou p a s s a a martensita, c u j a formação termina


em D " a estrutura resultante dessa velocidade de esfriamento é simultaneamente
perlita e martensita.
C o m e s f r i a m e n t o m u i t o r á p i d o ( c u r v a F), e m á g u a , v e r i f i c a - s e q u e a c u r v a d e e s f r i a m e n t o
não toca a curva de transformação, de m o d o q u e n ã o há transformação d a austenita em
p r o d u t o lamelar, m a s s i m p l e s m e n t e p a s s a g e m a m a r t e n s i t a , q u a n d o , n o e s f r i a m e n t o , s ã o
a t i n g i d a s a s t e m p e r a t u r a s c o r r e s p o n d e n t e s a M. e M . t Logo, os aços e s f r i a d o s mais rapida-
m e n t e são os mais d u r o s .
Pode-se notar q u e h á u m a velocidade de esfriamento à qual c o r r e s p o n d e uma cur-
va de esfriamento que tangencia a curva C de início de t r a n s f o r m a ç ã o para

Tempo em s e g u n d o s ( e s c o l a logarítimo)

,1 ! Fig. 23 - Representação esquemática da superposição de curvas de esfriamento no


í!!: d i a g r a m a de transformação p a r a resfriamento contínuo.

esfriamento contínuo. A essa velocidade de esfriamento chama-se velocidade de têm-


pera e ela indica q u e é d e s n e c e s s á r i o esfriar-sa o a ç o mais r a p i d a m e n t e p a r a que se
produza estrutura martensítica. Pode-se, pois, definir a velocidade crítica de
e s f r i a m e n t o (ou de t ê m p e r a ) c o m o "a menor velocidade de esfriamento que produzirá
estrutura inteiramente martensítica".
A v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o e, e m ú l t i m a a n á l i s e , o t i p o d e t r a t a m e n t o t é r m i c o s e r á ,
portanto, escolhido de a c o r d o c o m a estrutura e as propriedades que s e d e s e j a m . Assim,
q u a n d o s e v i s a o b t e r a m á x i m a cfuraza. d e v e - s e p r o c u r a r p r o d u z i r a e s t r u t u r a m a r t e n s í t i c a ,
isto é, escolher u m t r a t a m e n t o térmico c o m e s f r i a m e n t o rápido. Q u a n d o s e v i s a o mínimo d e
d u r e z a , é n e c e s s á r i a e s t r u t u r a perlítica, o u s e j a , e s f r i a m e n t o lento.
A consideração d a v e l o c i d a d e de esfriamento muito baixa, para o b t e n ç ã o d a estrutura
perlítica ou muito alta, p a r a obtenção da estrutura martensítica, é válida p a r a todo aço que
apresentar uma curva T T T idêntica à vista atrás. Ver-se-á mais adiante que a posição
d e s s a s curvas pode s e r g r a n d e m e n t e m o d i f i c a d a por inúmeros fatores, verificando-se e n -
tão q u e a estrutura m a r t e n s í t i c a pode ser o b t i d a c o m velocidades de e s f r i a m e n t o relativa-
mente baixas.

50
BA
FEDCBA
EDCBA Eemo DA VELOCIDADE DE ESFRIAMENTO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA AUSTENTTA

Por outro l a d o , velocidades m a i o r e s d e esfriamento p o d e m o c a s i o n a r consequências


sérias, c o m t e n s õ e s internas e x c e s s i v a s , e m p e n a m e n t o s d a s p e ç a s e até m e s m o a p a r e c i -
mento de f i s s u r a s . Isso significa q u e , o u d e v e m ser s a c r i f i c a d a s as p r o p r i e d a d e s f i n a i s d o
aço m e d i a n t e u m t r a t a m e n t o t é r m i c o c o m esfriamento m e n o s drástico, ou se d e v e p r o c u -
rar u m a ç o q u e possibilite o b t e n ç ã o da máxima dureza com menor velocidade de
esfriamento.
Finalmente, resta notar que p a r a a ç o s c o m diagrama s e m e l h a n t e ao das figuras 1 9 zyxwvutsrq
ou 20, n ã o h á u m a c u r v a de e s f r i a m e n t o q u e p e r m i t a a f o r m a ç ã o da bainita. D e f a t o ,
como se v e r á m a i s adiante, a bainita só é obtida em t r a t a m e n t o isotérmico, isto é,
tratamento em que o esfriamento é interrompido na temperatura correspondente à
formação da bainita para, depois que esta se f o r m o u , p r o s s e g u i r até a temperatura
ambiente.
Conhecida a relação que liga o d i a g r a m a de resfriamento contínuo ao isotérmico,
com as c u r v a s d o primeiro d e s l o c a d a s a b a i x o e à direita d a s do s e g u n d o , p o d e - s e para
os f i n s p r á t i c o s - o u s e j a p a r a o p l a n e j a m e n t o dos d i v e r s o s tratamentos t é r m i c o s dos
a ç o s - u s a r o d i a g r a m a d e t r a n s f o r m a ç ã o i s o t é r m i c a , i s t o é, a s c u r v a s T T T ou e m C.
Sobre estas, s e r ã o superpostas c u r v a s de resfriamento, t o d a v e z que se desejar c o n h e -
cer o s c o n s t i t u i n t e s r e s u l t a n t e s , a v á r i a s v e l o c i d a d e s d e r e s f r i a m e n t o t í p i c a s d o s t r a t a -
mentos térmicos usuais.

6. Efeitos da seção da p e ç a - A v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o é a f e t a d a p e l a s e c ç ã o d a p e ç a ,
pois é ó b v i o q u e o i n t e r i o r d a s p e ç a s s e e s f r i a m a i s l e n t a m e n t e q u e a s u a s u p e r f í c i e . A
d i f e r e n ç a ê t a n t o m a i o r q u a n t o m a i o r a v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o e, e v i d e n t e m e n t e , q u a n t o
maior a s e c ç ã o d a p e ç a . Esse fato é m e l h o r evidenciado através d o s exemplos d a f i g u r a 2 4 ,
onde estão r e p r e s e n t a d o s e s q u e m a t i c a m e n t e o esfriamento do centro e o da superfície de
uma peça e m três meios de esfriamento diferentes.
Em á g u a o u salmoura (meios m a i s drásticos), a superfície esfriou com velocidade
superior à v e l o c i d a d e crítica de e s f r i a m e n t o , ou seja, a superfície adquiriu inteiramente
a e s t r u t u r a m a r t e n s í t i c a e, p o r t a n t o , a m á x i m a d u r e z a . O c e n t r o d a p e ç a s o f r e u parci-
almente a t r a n s f o r m a ç ã o da austenita e m perlita, tendo a parte não t r a n s f o r m a d a pas-
sado a m a r t e n s i t a , ou seja, o centro a d q u i r i u , em parte, d u r e z a m á x i m a , em óleo, s ó a
superfície p a s s o u parcialmente a m a r t e n s i t a e no a r n e m mesmo a superfície. Se a
secção d a p e ç a for maior, a d i f e r e n ç a é m a i s a c e n t u a d a e o a s p e c t o , c o m esfriamento
em á g u a , p o d e r á ser o da f i g u r a 2 5 , isto é, m e s m o e m á g u a o centro não endureceu
nem parcialmente.

Tampo Tampo Tempo

Esfriamento em Esfriamento em Esfriamento ao


água óleo ar

Fig. 2 4 - Representação esquemática do efeito da secção d a p e ç a sobre a velocidade d e


esfriamento e m meios diferentes.

51
52 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
FATORES QUE AFEOM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA zyxwvutsrqponm
TTT

FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO


D AS CURVAS D O D IAG RAM A TTT
ENDU RECIBILIDADE OU
TEMPERABILIDADE

TSRQPONMLKJIHGFEDCBA 53
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
•ACOSE zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FERROS FU ND ID OS

1 . Fatores que influem na posição das curvas TTT - Viu-se que o t e o r d e carbono pode
modificar s e n s i v e l m e n t e a posição das linhas d e início e de fim de t r a n s f o r m a ç ã o das curvas
TTT. A l é m do carbono, o s elementos de liga q u e p o d e m ser adicionados nos aços afeiam
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
grandemente a posição d a s curvas isotérmicas. Outros fatores d e influência são o tamanho
d e g r ã o s e a h o m o g e n e i d a d e da austenita. Portanto, os principais f a t o r e s q u e p o d e m m o d i -
rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ficar a posição das c u r v a s T T T são:

onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- composição química;
- tamanho de grão d e ausíenfta;
• homogeneidade d a austenita.

N o q u e s e r e f e r e à composição química, t o d o s os elementos de liga q u e s ã o adicionados


a o s a ç o s , c o m e x c e ç ã o d o c o b a l t o , d e s l o c a m a s c u r v a s d e início e d e f i m d e t r a n s f o r m a ç ã o
p a r a a direita, o u s e j a , r e t a r d a m a t r a n s f o r m a ç ã o . A explicação p a r a e s s e c o m p o r t a m e n t o é
a seguinte:

- Praticamente t o d o s o s e l e m e n t o s d e liga s e d i s s o l v e m na austenita, isto é, q u a n d o o a ç o


s e encontra a t e m p e r a t u r a s e m que é constituído unicamente de a u s t e n i t a , os seus ele-
m e n t o s de liga s e e n c o n t r a m inteiramente d i s s o l v i d o s no ferro g a m a .

- Os elementos da liga apresentam, entretanto, tendência diversa quando, no


esfriamento, se a c h a m n a z o n a crítica; e m o u t r a s palavras, h á u n s e l e m e n t o s que t e n d e m
a ficar dissolvidos no ferro sob a forma alotrópica alfa e há outros e l e m e n t o s que tendem
a f o r m a r c a r b o n e t o s d a m e s m a m a n e i r a q u e o f e r r o ( v e r T a b e l a 2)< >. 11

II! í.
•Ih )! E n t r e os p r i m e i r o s c o n t a m - s e o a l u m í n i o , o s i l í c i o e o n í q u e l ; e n t r e o s s e g u n d o s , os q u e
a p r e s e n t a m a t e n d ê n c i a m a i s forte de f o r m a ç ã o d e c a r b o n e t o s s ã o o t i t â n i o , o nióbio e o
vanádio; o tungsténio e o molibdênio, a p r e s e n t a m igualmente t e n d ê n c i a forte, embora
ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
m e n o r que os a n t e r i o r e s ; finalmente, o c r o m o t e m tendência m o d e r a d a par formar
carbonetos e o m a n g a n ê s apresenta t e n d ê n c i a fraca, a maior parte dele s e dissolvendo
n a ferrita.

D e q u a l q u e r m o d o , o s e l e m e n t o s de liga, n o e s f r i a m e n t o ao e n t r a r e m n a z o n a crítica,
p r o c u r a m se dispor d e a c o r d o c o m sua t e n d ê n c i a , q u e r se dissolvendo n a ferrita, quer for-
m a n d o carbonetos. E s s a s reações, tanto m a i s n u m e r o s a s e c o m p l e x a s quanto maior o
n ú m e r o d e e l e m e n t o s d e l i g a p r e s e n t e s r e q u e r e m , a s s i m , a p r e c i á v e l t e m p o p a r a s e iniciar e
t a m b é m p a r a s e c o m p l e t a r , f a t o e s s e q u e o c a s i o n a r á o d e s l o c a m e n t o d a s c u r v a s d e início e
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
TABELA2
Distribuição dos elementos de liga n o s aços esfriados lentamente
D i s s o l v i d o na
srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I H : Ferrita
C o m b i n a d o na
f o r m a de
Na f o r m a de Na f o r m a de
Inclusões Compostas
Carboneto Não-Metálicas Intermetállcos
Ni
líi: Si Si0 .MO
[M! I:
2

Al AIA AI„N
Zr ZrtD 2 Zr N
x y

Cu
P
M n (forte) Mn (fraca) MnS, MnO.Si0 2 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
Cr (forte)
W (fraca)
Cr (moderada)
W (moderada)
Cf A
M o (fraca) Mo (moderada)
V (muito fraca) V (forte) V A
Ti (muito fraca) Ti (forte)
Nb (muito fraca) Nb (forte)

54
FATORES QUE AJETAM A POSIÇÃO DAS CURWS DO DIAGRAMA TTT

de fim de t r a n s f o r m a ç ã o p a r a a d i r e i t a , a t r a s a n d o o início e o f i m d a t r a n s f o r m a ç ã o da

austenita.
• A c o n s e q u ê n c i a m a i s i m p o r t a n t e d e s s e d e s l o c a m e n t o e, p o r t a n t o , d o retardamento nas
transformações, consiste na m a i o r facilidade de obter, por esfriamento, a estrutura
martensítica'. N a r e a l i d a d e , c o n f o r m e o s e l e m e n t o s d e l i g a p r e s e n t e s , p o d e - s e t e r f o r m a ç ã o
quase que s o m e n t e de martensita m e s m o c o m esfriamento lento.

As figuras 2 6 , 2 7 , 2 8 e 2 9 l 1 D ) m o s t r a m as curvas T T T p a r a quatro tipos de aço c o m e l e m e n t o s


de liga e c o m p r o v a m c l a r a m e n t e o s f a t o s q u e a c a b a r a m d e s e r e x p o s t o s . A f i g u r a 2 9 r e f e r e - s e
a u m tipo d e a ç o p a r a o q u a l é p o s s í v e l a f o r m a ç ã o d e b a i n i t a p o r r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o .

10 10' 10' 10' 10'


Tempo em segundas
( E s c a l a logarítmica)

Fig. 2 6 - Curva T T T para aço AIS11335 c o m 0,35% de carbono e 1,85% de manganês

A
-A 3
A —rz\
1 A
J11 O
- 21
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
g

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
A+F+C \ F+C -
\
07 tD
E \
X \ J6 Q
ML —
_... i L ^
-Mg - 0
rl
I ; MANHODEGRÃO
N>7-B -

1n
i ! \\
baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA In i Ih 1dia
1 10 10' 10' 10
- 10' 10'
Tempo em segundas
( E s c a l a logarítmica)

Fig. 2 7 - Curva T T T para aço AISI 2340 com 0,37% C, 0 , 6 8 % Mn e 3,41 % Ni.

55'
Aços E FERROSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDIDOS

1 . I —A •
: 1
- a i
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
1
A

J^-^yyy- :

"T : i -
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU

1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i • i i \ \
í -
i. E
— i i \ -
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
- 1
TA EGRÃO
vA
l NHO D
II -
n ín h 1aSa
1 10 10" 10' 10' 10' 10'
Tempo em s e g u n d o s
(Escala l o g a r í t m i c a )

Fig. 28 - C u r v a T T T para açoAISI 5140 c o m 0 , 4 3 % C, 0,58% M n e 0 , 9 3 % Cr.

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E

1 10 10* 1 tf Vt 10' 10'

Tempo e m segundos
l'
(Escala tegsríirnica)
pi
Fig. 29 - Cun/a T T T p a r a a ç o A I S I 4340 com 0,42% C, 0 , 7 8 % Mn, 1,79% Ni, 0 , 8 0 % e C r e 0,33% Mo.

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Os elementos de liga a f e t a m n ã o somente a parte isotérmica dos d i a g r a m a s d e transfor-
mação, como também a reação de fcrrnação d a m a r t e n s i t a . A figura 30<' ' p e r m i t e ver as
1

l i n h a s M j e M, p o d e m s e r s e r s í v s r r i e n ^ .,- T - TC T^ - V ^ = p o n i o ria. a s c a r t e s c a s o s , c o m o e m
a ç o s cementados c o m alto t e o r d e carbono e níquei G U cromo em teores variáveis, não se ter
f o r m a ç ã o completa d a m a r t e n s i t a à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e pelo r e s f r i a m e n t o c o m u m , em
v i r t u d e d a l i n h a M, ficar l o c a l i z a d a a b a i x o d e s s a t e m p e r a t u r a . N e s s a s c o n d i ç õ e s , . t e m - s e à
t e m p e r a t u r a a m b i e n t e u m a c e r t a q u a n t i d a d e d e "austenita retida" o u "austenita residual".
A s f i g u r a s 3 1 e 32< ' p e r m i t e m n o t a r o s e f e i t o s d o m a n g a n ê s e d o c a r b o n o ( f i g . 3 1 ) e d o
11

c r o m o e d o c a r b o n o ( f i g . 3 2 ) s o b r e a t e m p e r a t u r a M, d e início d e f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a .
E v i d e n c i a - s e mais u m a v e z a a ç ã o q u e os e l e m e n t o s d e liga p o d e m exercer s o b r e as t e m p e -

56
EDCBA
EDCBA FATORES QUE AEETAMA POSÍÇÃO DAS Custas a o DIAGRAMA TTT

A
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-
(
30
YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 39 O

baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA \+C - zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW


A+F+ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
40 5>
:

35

41 rr
rd
VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA \
« s
edcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA rS
[\ 53
56
61
• Ml - TAMANhODE GRÃ D 7 - 8
\A . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
_
1
1 10
'" au ímin
10' 10'
Ih 10' lia
10' 10'

Tempo em segundos
( E s c a l a logarítmica)

Fig. 30 - Curva T T T para aço 1321 cementado, com 0 , 8 0 % C, e 1,88% M n .

400

300
O
2_»
£J 200

100
CL
Ê \
0
\
-100 o

-200
\ \
Manganês (%)

Fig. 31 - Influência do manganês e do carbono sobre a temperatura M, de início


da f o r m a ç ã o de martensita.

raturas de r e a ç ã o martensítica, a b a i x a n d o - a s c o n s i d e r a v e l m e n t e , a p o n t o de evitar s u a for-


mação total.
E m r e l a ç ã o a o tamanho de grão da austenita, verifica-se q u e q u a n t o maior esse t a m a n h o
d e g r ã o t a n t o m a i s p a r a a d i r e i t a s ã o d e s l o c a d a s a s c u r v a s d e i n í c i o e d e fim d a t r a n s f o r m a -
ção, c o m o c o n s e q u e n t e a t r a s o d o i n í c i o e d o f i m d a f o r m a ç ã o d a p e r l i t a . D e f a t o , o p r o d u t o
da t r a n s f o r m a ç ã o - periita - c o m e ç a a s e f o r m a r nos c o n t o r n o s d e grãos d a a u s t e n i t a ; é
evidente, e n t ã o , q u e se a austenita a p r e s e n t a r tamanho de g r ã o g r a n d e , s u a total transfor-
m a ç ã o l e v a r á m a i s t e m p o do q u e s e a p r e s e n t a r grão m e n o r (fig. 33)< 121 .
Assim s e n d o , os a ç o s c o m t a m a n h o d e grão austenítico g r a n d e t e n d e m a apresentar, no
esfriamento, estrutura martensítica mais facilmente do q u e aço c o m tamanho de grão
austenítico menor.
O fato de u m t a m a n h o de grão g r a n d e facilitar a obtenção d e estrutura martensítica p o d e
levar à c o n c l u s ã o q u e se deve preferir u m a ç o d e granulação g r o s s e i r a . Essa c o n c l u s ã o é,
entretanto, e r r ó n e a , visto que os prejuízos de u m a granulação g r o s s e i r a são maiores q u e as
v a n t a g e n s , c o m o s e p o d e constatar p e l o e x a m e da Tabela 3< '. 13

57
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s £ FERROS FU NDIDOS

I i zyxwvutsrqponmlkjihg

0 2 4 6 a 10 12 14 16
C r o m o (%)

Fig. 3 2 - Influência do cromo e do carbono sobre a t e m p e r a t u r a M, de início de f o r m a ç ã o da martensita.

TABELA3
Efeito d o t a m a n h o d e g r ã o a u s t e n í t i c o s o b r e c e r t a s c a r a c t e r í s t i c a s d o s a ç o s
T E N D Ê N C I A S NOS A Ç O S T E M P E R A D O S
PROPRIEDADE Aços deAustenlta A ç o s deAustenita
Grosseira Fina
(n 5 e acima)
a ( m a i s f i n a d o que
n 2 5; d e 5 a 8 )
Endurecibilidade Endurecimento Endurecimento
mais profundo m e n o s profundo
Tenacidade ã m e s m a dureza Menos tenazes Mais tenazes
Empenamento Maior Menor
Fissuras de têmpera Mais frequentes Geralmente ausentes
Fissuras de retificação Mais susceptíveis M e n o s susceptíveis
Tensões residuais Maiores Menores
Austenita retida Mais Menos
N O S AÇOS R E C O Z I D O S E NORMALIZADOS
Usinabilidade (Desbaste) melhor (Desbaste) inferior
Usinabilidade (casos especiais) (Acabamento fino) (Acabamento fina)
inferior melhar
Trabalhabilidade (casos especiais) superior inferior

Fig. 33 - Efeito do tamanho de grão sobre a reação d e transformação d a austenita; nota-se que o grão
menor apresenta reação completa, ao passo que no maior, cujo início d a reação coincidiu com o do
menor, a mesma não se completou.

58
FEDCBA FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT

D e v i d o à i n f l u ê n c i a d o t a m a n h o d e g r ã o a u s t e n í t i c o s o b r e a s c u r v a s e m "C", r e s u l t a n d o ,
à m e d i d a q u e e l e c r e s c e , n a m a i o r f a c i l i d a d e d e s e o b t e r p e l o e s f r i a m e n t o e s t r u t u r a inteira-^
mente martensítica, é conveniente especificar-se s e m p r e o t a m a n h o de grão d o s a ç o s , a o
ser feita r e f e r ê n c i a às curvas TTT, c o m o aliás está i n d i c a d o e m vários dos diagramas
isotérmicos j á a p r e s e n t a d o s " .
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Tudo isso l e v a à conclusão de que o c o n h e c i m e n t o do t a m a n h o de grão austenítico do
aço a p r e s e n t a c o n s i d e r á v e l i m p o r t â n c i a . H á v á r i o s m é t o d o s p a r a d e t e r m i n a ç ã o d o t a m a n h o
de g r ã o a u s t e n í t i c o , o s q u a i s n ã o s e r ã o , c o n t u d o , a b o r d a d o s n a p r e s e n t e o b r a . U m a vez
determinado, é ele comparado c o m os " p a d r õ e s " estabelecidos p e l a A . S . T . M . n que os clas-
sificou e m 8 g r u p o s , c o n f o r m e i n d i c a a f i g u r a 3 4 .
D a d a a i n f l u ê n c i a do t a m a n h o de g r ã o s o b r e o c o m p o r t a m e n t o do aço nos t r a t a m e n t o s
térmicos, é i m p o r t a n t e que s e p o s s a controlá-lo. Esse controle é realizado de maneira
relativamente fácil, pela adição de d e t e r m i n a d o s elementos d e liga em teores baixos. O s
elementos q u e p o d e m controlar o c r e s c i m e n t o de grão d a a u s t e n i t a são o a l u m í n i o , o
titânio, o z i r c ô n i o , o v a n á d i o ' ' e o n i ó b i o . A d m i t e - s e , g e r a l m e n t e , q u e o e f e i t o d o a l u m í n i o
1 4

seja d e v i d o à f o r m a ç ã o de a l u m i n a f i n a l m e n t e dividida q u e a p a r e n t e m e n t e s e acumularia


nos c o n t o r n o s d e g r ã o s de a u s t e n i t a , e v i t a n d o a s s i m , por u m a a ç ã o m e c â n i c a , o c r e s c i -
mento dos g r ã o s desta. Admite-se t a m b é m que essa alumina s e dissolva p r o g r e s s i v a m e n -
te n a a u s t e n i t a , a t e m p e r a t u r a s m u i t o e l e v a d a s , e n e s s a s c o n d i ç õ e s p a u l a t i n a m e r t e a
obstrução m e c â n i c a d e s a p a r e c e e o c r e s c i m e n t o da austenita v o l t a a se processar '" . 1 1

Q u a n t o a o v a n á d i o , titânio e z i r c ô n i o , s e u efeito p a r e c e s e r d e v i d o a o s c a r b o n e t o s que


f o r m a m , o s q u a i s s e r i a m r e l a t i v a m e n t e e s t á v e i s , d e difícil s o l u ç ã o n a a u s t e n i t a , impedindo
desse m o d o o c r e s c i m e n t o desta.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A homogeneidade
da austenita é outro fator de influência s o b r e a posição das c u r v a s do
diagrama isotérmico. Quanto menos h o m o g é n e a a austenita, os seja, quanto maior a q u a n -
tidade d e c a r b o n e t o s r e s i d u a i s o u d e á r e a s l o c a l i z a d a s ricas e m c a r b o n o , t a n t o m a i s r á p i d o
é o início d a r e a ç ã o d e f o r m a ç ã o d a p e r l i t a . D e f a t o , o s c a r b o n e t o s r e s i d u a i s n ã o d i s s o l v i d o s
a t u a m c o m o n ú c l e o s p a r a a r e a ç ã o d e f o r m a ç ã o d a p e r l i t a , d e m o d o q u e o início d a t r a n s f o r -
mação da austenita é acelerado.

2.Austenita retida ou residual - C o m o s e v i u , a principal c a u s a d a retenção d a a u s t e n i t a é


a composição q u í m i c a dos aços. O e l e m e n t o mais importante n e s s e sentido é o c a r b o n o , o
qual r e b a i x a d e m o d o s i g n i f i c a t i v o a l i n h a M, d e início d e f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a .
Isso d e v i d o a o f a t o d o c a r b o n o e m s o l u ç ã o s ó l i d a a u m e n t a r a r e s i s t ê n c i a a o c i s a l h a m e n t o
da austenita s e n d o , portanto, n e c e s s á r i o aplicar-se m a i o r e s f o r ç o para que c o m e c e o
c i s a l h a m e n t o q u e l e v a a o início d a f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a ' 151 .
O m e s m o o c o r r e c o m a t e m p e r a t u r a M, a o fim d a f o r m a ç ã o d a m a r t e n s i t a . E s s a t e m p e -
ratura j á se s i t u a a b a i x o da t e m p e r a t u r a a m b i e n t e e m a ç o s c o m c a r b o n o s u p e r i o r a c e r c a
d e 0 , 3 % . A t e m p e r a t u r a fvl, p a r e c e s e r c o n s t a n t e a - 1 5 5 ° C p a r a a ç o s - c a r b o n o d e b a i x a l i g a
e - 1 0 0 ° C p a r a a ç o s rápidos e a ç o s d e alto c r o m o e alto c a r b o n o , i n d e p e n d e n t e m e n t e da
p o s i ç ã o da l i n h a M,' '. 16

D e s s e m o d o , apreciáveis q u a n t i d a d e s d e austenita não t r a n s f o r m a d a (ou a u s t e n i t a r e s i -


dual ou retida) podem estar presentes à temperatura ambiente juntamente com a
martensita, à m e d i d a que a u m e n t a o t e o r do carbono.
Por outro lado, os elementos de liga q u e tendem a estabilizar a austenita a u m e n t a m a
q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a r e t i d a a q u a i s q u e r n í v e i s d e c a r b o n o , c o m o j á foi m e n c i o n a d o (a
exceção é o cobalto).
Outro fator de que depende a retenção da austenita é a t e m p e r a t u r a de austenitização.

" Esse fato é expresso por "endurecibilidade" ou "temperabilidade", como se verá mais adiante, isto á,
tendência à produção de endurecimento a uma maior profundidade.
n "American Society for Testing Materials".
O crescimento da austenita é tanto maior quanto mais alta a temperatura ou quanto mais longo o tempo
de permanência às temperaturas de austenização.

59
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Q u a n t o m a i o r f ô r a m e s m a , t a n t o m a i s p a r a b a i x o é d e s l o c a d a a l i n h a M,, e m r a z ã o d e s e
dissolver uma m a i o r q u a n t i d a d e dos e x c e s s o s de carbonetos na austenita, antes do
resfriamento.
A l é m da influência d a composição e d a t e m p e r a t u r a de austenitização na posição da
l i n h a M, e s o b r e a q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a r e t i d a , p o d e o c o r r e r u m f e n ó m e n o conhecido
c o m o "estabilização d a austenita", quer d u r a n t e o processo de resfriamento (têmpera) do
aço, quer durante o r e a q u e c i m e n t o após e s s e resfriamento (revenido), f e n ó m e n o esse que
afeta igualmente a q u a n t i d a d e de austenita retida.
N o caso do r e s f r i a m e n t o , e s s a e s t a b i l i z a ç ã o d e p e n d e de dois f a t o r e s :

- velocidade de resfriamento
- interrupção do resfriamento, antes de s e c o m p l e t a r a transformação d a austenita.

A s s i m , u m a ç o r e s f r i a d o e m óleo p o d e c o n t e r m a i o r q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a q u e ser resfriado


e m á g u a . Do m e s m o m o d o , se o resfriamento fôr interrompido pela m a n u t e n ç ã o a determinada
t e m p e r a t u r a e n t r e M, e M,, p o d e a c o n t e c e r q u e n ã o h a j a t r a n s f o r m a ç ã o d a a u s t e n i t a e m
martensita quando se r e t o m a r o resfriamento, a t é q u e se consiga suficiente sub-resfriamento.
Tais fatos p o d e m s e r c o m p r o v a d o s pelo e x a m e d a Tabela n 9 4 q u e m o s t r a o efeito d a
v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o ou da interrupção do resfriamento sobre a estabilização da
a u s t e n i t a , ou seja, s o b r e a q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a retida.
C o m o se vê, pelo u s o sucessivo de m e i o s d e resfriamento m e n o s r á p i d o s (água, óleo, ar
e sal) ou pela m a n u t e n ç ã o a determinada t e m p e r a t u r a na faixa m a r t e n s í t i c a (inferior a 213°C)
a n t e s do resfriamento a 2 0 ° C , obtem-se q u a n t i d a d e s crescentes d e a u s t e n i t a retida.
A d m i t e - s e q u e e s s a estabilização se d e v a a o fato do c a r b o n o s e g r e g a r - s e na f o r m a d e
e m b r i õ e s potenciais o u sítios d e n u c l e a ç ã o m a r t e n s í t i c a , durante o r e s f r i a m e n t o lento do a ç o
ou a sua manutenção a u m a temperatura constante. O carbono s e g r e g a d o aumentaria a
resistência ao c i s a l h a m e n t o d a austenita, d e m o d o a provocar u m a e s t a b i l i z a ç ã o efetiva' '. 15

C o m o se m e n c i o n o u , n o s a ç o s c o m u n s n ã o - l i g a d o s , o c a r b o n o t e m g r a n d e influência
s o b r e a l i n h a M,: e s t a é r e b a i x a d a d e 2 8 ° C a 3 3 ° C p a r a c a d a 0 , 1 0 % d e c a r b o n o a d i c i o n a d o .
O s e l e m e n t o s m a n g a n ê s e níquel e x e r c e m o s e g u i n t e efeito: p a r a c a d a 1 % d e m a n g a n ê s
a d i c i o n a d o a l i n h a M, é r e b a i x a d a d e c e r c a d e 3 9 ° C e p a r a c a d a 1 % d e n í q u e l a d i c i o n a d o , o
rebaixamento é de 2 0 ° C .
Os elementos de liga (com exceção do cobalto), quando inteiramente dissolvidos na
austenita, tendem a a u m e n t a r a quantidade d e austenita residual por a m b o s os m e c a n i s -
mos: d e r e b a i x a m e n t o d a l i n h a M, e d a e s t a b i l i z a ç ã o d a a u s t e n i t a ' 171 .
C o n t u d o , os e l e m e n t o s de liga que p o s s u e m forte tendência a f o r m a r c a r b o n e t o s p o d e m
complicar a reação d e início de formação d a martensita, porque esses carbonetos comple-
xos formados podem permanecer não dissolvidos na austenita à temperatura de
a u s t e n i t i z a ç ã o , p r o v o c a n d o e f e i t o i n v e r s o , o u s e j a , e l e v a r a t e m p e r a t u r a M. , p e l o f a t o d e s e
t

dissolver menos carbono durante o aquecimento a uma determinada temperatura de


austenitização. Esse efeito é neutralizado pelo aquecimento do aço a u m a temperatura de
austenitização suficientemente elevada que p r o v o q u e u m a solução mais c o m p l e t a do carbo-
no e dos elementos d e liga:

TABELA 4
Efeito d a v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o e d o r e s f r i a m e n t o I n t e r r o m p i d o
s o b r e a q u a n t i d a d e d e a u s t e n i t a retida
Austenita
Tratamento
retida, %
Resfriamento em água a 2 0 ° C 5,8
Resfriamento em óleo a 2 0 ° C 7,0
Resfriamento e m ó l e o a 4 9 ° C ; resfriamento ao ar a 2 0 ° C 9,0
Resfriamento em óleo a 121 ° C ; resfriamento ao ar a 2 0 ° C 9,5
Resfriamento em banho d e sal a 232°C; resfriamento ao ar a 20°C 10,6
Resfriamento em banho d e sal a 232°C; resfriamento n a água a 20°C 6,1

62
EDCBA
EDCBA FATORES QUE AFEIAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMAzyxwvutsrqponmlkjihgfedc
TTT

Em r e s u m o :

• - os a ç o s - c a r b o n o c o m u n s , à m e d i d a q u e a u m e n t a o teor d e c a r b o n o , mostram t e n d ê n c i a
pronunciada à retenção da austenita;
- do m e s m o m o d o " a t u a m o s e l e m e n t o s d e liga, c o m e x c e ç ã o d o c o b a l t o ;
- outro fator que pode provocar a retenção da austenita é a temperatura de
austenitização; q u a n t o mais alta f ô r a m e s m a , maior a q u a n t i d a d e de austenita residual;
- no q u e s e r e f e r e a o f e n ó m e n o d e e s t a b i l i z a ç ã o d e a u s t e n i t a , o s e l e m e n t o s d e l i g a m o s -
tram u m a t e n d ê n c i a v a r i á v e l . A s s i m , o s e l e m e n t o s m a n g a n ê s e n í q u e l t e n d e m a d i m i n u i r
esse efeito. P o r e x e m p l o , n u m a ç o c o m 1 % de carbono, a t e n d ê n c i a para e s t a b i l i z a ç ã o é
quase p r a t i c a m e n t e eliminada a c e r c a d e 2 , 5 % de m a n g a n ê s ou será diminuída d e dois
terços p e l a a d i ç ã o d e 4 , 5 % d e n í q u e l ;
- outros e l e m e n t o s f o r m a d o r e s d e c a r b o n e t o s c o m o t u n g s t é n i o e vanádio, p o d e m i g u a l -
mente a u m e n t a r a tendência à estabilização c o m temperaturas suficientemente e l e v a d a s
para dissolvê-los n a austenita.

Convém l e m b r a r que a austenita retida é instável e pode transformar-se em martensita,


quer sob a a ç ã o d e t r a b a l h o a frio (os a ç o s austeníticos a o m a n g a n ê s Hadfield s ã o um
exemplo), q u e r d u r a n t e o revenido, o u s i m p l e s m e n t e por e n v e l h e c i m e n t o à temperatura
ambiente. E s s e f e n ó m e n o s podem ocasionar mudanças dimensionais inesperadas,
fragilização o u f i s s u r a ç ã o .
Grandes q u a n t i d a d e s de austenita r e t i d a p o d e m a i n d a i m p e d i r q u e se atinja a d u r e z a final
desejada no a ç o , p o r q u e a austenita p o d e s e transformar n u m p r o d u t o mais mole (ferrita m a i s
carboneto) d o q u e a martensita, d u r a n t e as s u b s e q u e n t e s o p e r a ç õ e s de revenido.
Finalmente, e m determinados c a s o s , c o m o e m peças c e m e n t a d a s existe u m a c o n t r o v é r -
s i a s o b r e o e f e i t o d a a u s t e n i t a r e t i d a n a e s t r u t u r a final d o a ç o . E s s e a s s u n t o s e r á a b o r d a d o
por o c a s i ã o d o e s t u d o d a c e m e n t a ç ã o .

3. Endurecibilidade ou temperabilidade - E m v i s t a d o q u e foi e x p o s t o a t é a g o r a , p r i n c i p a l -


mente e m r e l a ç ã o às curvas de T T T e à v e l o c i d a d e de e s f r i a m e n t o , é evidente q u e s ó s e
pode o b t e r n u m a ç o e n d u r e c i m e n t o t o t a l , o u s e j a , f o r m a ç ã o d a e s t r u t u r a m a r t e n s í t i c a , q u a n -
do a v e l o c i d a d e d e esfriamento é tal q u e evite a f o r m a ç ã o d a periita fina.
Ora, o m e i o d e esfriamento u s a d o ( á g u a , salmoura, óleo,etc.) retira o calor d i r e t a m e n t e
só d a s u p e r f í c i e d o a ç o , e x i s t i n d o p o r t a n t o u m g r a d i e n t e d e t e m p e r a t u r a d o i n t e r i o r p a r a a
superfície d a s p e ç a s , d e m o d o a n ã õ s e ter e n d u r e c i m e n t o u n i f o r m e e m t o d a a s u a s e c ç ã o .
Assim s e n d o , o q u e v a i determinar a p r o f u n d i d a d e na qual s e f o r m a u m a estrutura c o m p l e -
tamente m a r t e n s í t i c a é a velocidade d e esfriamento a várias p r o f u n d i d a d e s sob a superfície,
c o n j u n t a m e n t e c o m a p o s i ç ã o d a s c u r v a s e m " C " no d i a g r a m a i s o t é r m i c o .
É portanto, de grande importância prática o conhecimento de comportamento do aço,
quando esfriado d a t e m p e r a t u r a austenffjca, no que diz r e s p e i t o à f o r m a ç ã o d a estrutura
martensítica o u p r o d u ç ã o d e e n d u r e c i m e n t o total a várias p r o f u n d i d a d e s sob a s u a s u p e r f í c i e .
Chama-se temperabilidade" a "capacidade do aço endurecer" ou à "profundidade de
endurecimento". Note-se que "temperabDidade" ou profundidade de endurecimento, n ã o s e
referem à m á x i m a d u r e z a que p o d e s e r o b t i d a n u m aço, a q u a l é f u n ç ã o quase q u e e x c l u s i v a
do seu teor d e c a r b o n o , e n q u a n t o q u e a p r o f u n d i d a d e de e n d u r e c i m e n t o d e p e n d e m a i s d o
tamanho d e g r ã o austenítico e d a p r e s e n ç a de elementos de liga do que do teor de c a r b o n o
oc a ç c
Outro p o n t o que deve também ficar claro é que. na realidade, o significado da
temperabilidade não deve ser t o m a d a c o m o dizendo respeito s o m e n t e à obtenção d a m á x i -
ma dureza, em várias profundidades, em função da velocidade de esfriamento;
"temperabilidade" deve ser ligada i g u a l m e n t e à obtenção da m á x i m a tenacidade, e m f u n ç ã o
da micro-estrutura p r o d u z i d a no e s f r i a m e n t o . C o m o s e v e r á , p o r o c a s i ã o dos e s t u d o s dos
t r a t a m e n t o s t é r m i c o s , a s e s t r u t u r a s m a i s d e s e j a d a s p a r a e s s e f i m s ã o a s bainiticas obtidas
n a f a i x a d e m a i s b a i x a t e m p e r a t u r a e a "martensita revenida".

63
Aços FU ND ID OS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Assim, o conhecimento da temperabilidade dos aços é essencial, p o q u e o mais importan-


t e objetivo do t r a t a m e n t o t é r m i c o do a ç o é o b t e r a m a i o r d u r e z a e a m a i s a l t a t e n a c i d a d e , e m
condições controiadas de velocidade de esfriamento, a uma profundidade determinada ou
através de toda a s u a s e c ç ã o e de m o d o a r e d u z i r ao mínimo as t e n s õ e s d e esfriamento. zyxwvuts
4 . A v a f i a ç ã o da temperabilidade - C o n s e q u e n t e m e n t e , pode-se d e s d e j á afirmar que, para
s e conseguir as p r o p r i e d a d e s acima m e n c i o n a d a s nos aços, resultantes d a formação dos
p r o d u t o s de t r a n s f o r m a ç ã o a baixas t e m p e r a t u r a s , é preciso evitar q u e a a u s t e n i t a se transfor-
m e e m p r o d u t o s m a i s m o l e s e d ú c t e i s , t í p i c o s d a s a l t a s t e m p e r a t u r a s d e t r a n s f o r m a ç ã o ; isto
significa que o aço d e v e s e r esfriado p a r a e v i t a r a transformação d a austenita, de m o d o a
atingir, s e m a l t e r a ç ã o , a p a r t e inferior d o d i a g r a m a d e e s f r i a m e n t o c o n t í n u o . A v e l o c i d a d e d e
esfriamento q u e p e r m i t e a o b t e n ç ã o d a m a r t e n s i t a , s e m q u a l q u e r t r a n s f o r m a ç ã o anterior d a
a u s t e n i t a , é c h a m a d a d e "velocidade crítica de esfriamento". Essa velocidade fornece um
m é t o d o para exprimir a temperabilidade d o s a ç o s , c o m o está d e m o n s t r a d o n a figura 35, rela-
t i v a a o d i a g r a m a p a r a r e s f r i a m e n t o c o n t í n u o d e u m a ç o S A E 4 3 4 0 , o n d e a v e l o c i d a d e crítica d e I
e s f r i a m e n t o c o r r e s p o n d e à c u r v a 5, q u e e q u i v a l e a c e r c a d e 3 0 . 0 0 0 ° C / s e g . ' . ( 1 a

A utilização d a v e l o c i d a d e crítica de e s f r i a m e n t o p a r a exprimir a t e m p e r a b i l i d a d e constitui


u m método prático e s i m p l e s , com a restrição, entretanto, de q u e as velocidades de
r e s f r i a m e n t o n ã o s ã o c o n s t a n t e s , isto é, v a r i a m d u r a n t e o c i c l o d e r e s f r i a m e n t o , p r i n c i p a l -
m e n t e nos meios líquidos, visto que a v e l o c i d a d e d e esfriamento é s e m p r e m e n o r à medida
q u e a temperatura do m e i o é atingida e d e v i d o à p r e s e n ç a de v a p o r n o início do ciclo.
A s s i m s e n d o , p r e f e r e - s e e x p r i m i r a t e m p e r a b i l i d a d e e m t e r m o s d e profundidade de endu-
recimento determinada n u m ensaio padronizado. Adota-se um resfriamento ideal, segundo o
qual se admite que á superfície da peça atinja instantaneamente a t e m p e r a t u r a do meio de
resfriamento. O d i â m e t r o d e u m a barra que resfriará exatamente c o m a estrutura ou com o
v a l o r d a d u r e z a c o r r e s p o n d e n t e n o c e n t r o é o "diâmetro ideal", i n d i c a d o p o r D.
C o m o se v e r á m a i s a d i a n t e , devido ao f a t o d e existir u m a relação e n t r e as condições
n o r m a i s d è r e s f r i a m e n t o e u m resfriamento ideai, é p o s s í v e l u t i l i z a r - s e a t e m p e r a b i l i d a d e d e
u m aço, em t e r m o s do d i â m e t r o ideal, p a r a p r e d i z e r o diâmetro de u m a b a r r a redonda que
e n d u r e c e r á e m q u a l q u e r m e i o d e r e s f r i a m e n t o p a d r o n i z a d o . Tal d i â m e t r o p o d e s e r c o n v e r t i -
do n o v a l o r do d i â m e t r o ideal utilizado para e x p r i m i r a t e m p e r a b i l i d a d e .

t 1 1 1

Ãci
Temper itura da Aus tsnização
1
L ^ 2 - ^ — zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
O - Y \ % zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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\a
i Periita í
1
Ferrita
Bainita Baínrbs - Periita -
• ~~ Bainita
1

5 10 20 Sn \d 2x102 SX1CÍ irj 2 x1 d 5 x1 d W 2 xlt) 5 x1 0 16 2 x1 0 5x10

Tempo para transformação, s e g .


Fig. 35 - Diagrama p a r a resfriamento contínuo d e u m aço SAE 4340, com curvas de esfriamento
superpostas, de m o d o a indicar as várias microesrairuras que podem s e r obtidas.

64
EDCBA
EDCBA FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT O
5 Medida da temperabilidade - O s dois métodos mais conhecidos para medir a
t e m p e r a b i l i d a d e d e u m a ç o s ã o o "método de Grossmann" e o "método de Jominy".

yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
5 1 Método de G/ossmann c o n s i s t e * ' e m resfriar a partir d o e s t a d o austenítico,
1 3 uma
série de b a r r a s cilíndricas de diâmetros crescentes, em condições controiadas de
esfriamento. A s b a r r a s s ã o e m s e g u i d a q u e b r a d a s , m e d i n d o - s e a d u r e z a através d e t o d a a
sua secção t r a n s v e r s a l . Esse ensaio p e r m i t e , pois, d e t e r m i n a r a profundidade a q u e o a ç o
endurece, não s ó pela medida de d u r e z a c o m o t a m b é m p e l a observação das estruturas
resultantes. S e s e r e p r e s e n t a r n u m g r á f i c o , e m abcissas, a s e c ç ã o transversal d e u m a b a r r a
cilíndrica, o u s e j a , a d i s t â n c i a d o s e u c e n t r o à s e x t r e m i d a d e s e , e m o r d e n a d a s a d u r e z a n a
e s c a l a R o c k w e l l C , p o r e x e m p l o , p o d e r - s e - i a t e r os a s p e c t o s d a s f i g u r a s 3 6 e 3 7 , o n d e s e
nota t a m b é m a i n f l u ê n c i a d o m e i o d e e s f r i a m e n t o e d a c o m p o s i ç ã o d o a ç o s o b r e a p r o f u n d i -
dade do e n d u r e c i m e n t o .
No m é t o d o d e G r o s s m a n n , c o s t u m a - s e d e f i n i r o diâmetro crítico O., q u e c o r r e s p o n d e a o
I
diâmetro d a b a r r a que, esfriada d a t e m p e r a t u r a austenítica, m o s t r a r á no centro 5 0 % de
m a r t e n s i t a . P o r t a n t o , u m a b a r r a c u j o d i â m e t r o c o r r e s p o n d e a o d i â m e t r o crítico t e r á o s e u
núcleo central c o m 5 0 % de m a r t e n s i t a ; q u a l q u e r diâmetro s u p e r i o r a p r e s e n t a r á n a t u r a l m e n -
te u m c e n t r o c o m m e n o r q u a n t i d a d e d e m a r t e n s i t a , o u s e j a i n c o m p l e t a m e n t e e n d u r e c i d o e
qualquer d i â m e t r o inferior apresentará o centro c o m p l e t a m e n t e martensítico ou e n d u r e c i d o .
A separação d a z o n a em que p r e d o m i n a a estrutura martensítica d a z o n a em que p r e d o m i n a
a estrutura perlítica é p e r c e b i d a p o r u m a q u e d a brusca n a d u r e z a ; p o d e - s e , a s s i m , f a c i l m e n -
te d e t e r m i n a r o d i â m e t r o crítico p a r a u m d e t e r m i n a d o a ç o . S u p o n h a - s e , por e x e m p l o , um
aço c o m c o m p o s i ç ã o p r ó x i m a d a do e u t e t ó i d e , cujo d i â m e t r o c r í t i c o s e queira c o n h e c e r . Uma
série d e d i â m e t r o s d i f e r e n t e s s ã o a n a l i s a d o s p e l o m é t o d o G r o s s m a n n , c o m r e s f r i a m e n t o e m
água, r e s u l t a n d o u m a série de c u r v a s d e d u r e z a c o m o a f i g u r a 3 8 indica. Os d i â m e t r o s d a s
barras n o e x e m p l o c o n s i d e r a d o v a r i a m d e 1 1 / 1 6 " a 2 - 1 / 1 2 " .
Para a c h a r o d i â m e t r o crítico, f a z - s e u m gráfico e m q u e a b c i s s a s são r e p r e s e n t a d o s os
diâmetros d a s b a r r a s e e m o r d e n a d a s a d u r e z a Rockwell C d o s centros das barras (fig. 3 9 ) .
Verifica-se q u e a m a i s b r u s c a q u e d a d e d u r e z a no centro t e m - s e p a r a a barra e m q u e o
d i â m e t r o f i c a e n t r e 1 " e 1-1/8" o u a p r o x i m a d a m e n t e 1,05", o q u a l a s s i m c o r r e s p o n d e ao
diâmetro crítico. Tal fato poderia ser p e r f e i t a m e n t e c o m p r o v a d o pelo e x a m e das t e x t u r a s . A
dureza crítica é a d u r e z a do centro d a b a r r a d e diâmetro c r í t i c o . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
QPONMLKJIHGFEDCBA

\ /

NMLKJIHGFEDCBA
Thi

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
QPONMLKJIHGFEDCBA
f

Fig. 36 - Curvas de dureza para aços-carbono (SAE 1040): a) resfriamento em óleo;


b) resfriamento em água.

65
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçosE FERROS FUNDIDOS

35 ' zyxwvutsrqponm
zyxwvutsrqponml
1 1 1 1 1 1

1,5 1,5 0,5 O 0,5 1,0 1,5

Distância do centro em polegadas


Fig. 38 - Curvas de dureza para um aço S A E 1090 (0,89% C), em u m a série de barras
redondas, resfriamento e m água.

66
FEDCBA FATORES QUE AREIAM A POSIÇÃO zyxwvutsrqponmlkjihgf
DAS CÚRIAS DO DIAGRAMA
TTT

5 2. Método de Jominy, t a m b é m c h a m a d o de ensaio do resfriamento d a extremidade" "". 1

Este m é t o d o f o i d e s e n v o l v i d o p o r J o m i n y e B o e g e h o l d é a t u a l m e n t e o m a i s u s a d o , t e n d o
sido m e s m o p a d r o n i z a d o p e l a A S T M , S A E e A I S I e n o B r a s i l p e i a A B N T . C o n s i s t e
n no
seguinte: u m c o r p o d e prova cilíndrico, d e 1 " de diâmetro por 4 " d e comprimento é a q u e c i -
d o até a t e m p e r a t u r a a u s t e n í t i c a e, e m s e g u i d a , p o r m e i o d e u m d i s p o s i t i v o adequado
(fig. 4 0 ) d i r i g e - s e u m j a t o d e á g u a , s o b c o n d i ç õ e s c o n t r o l a d a s d e q u a n t i d a d e , p r e s s ã o e
t e m p e r a t u r a , c o n t r a u m a de s u a s e x t r e m i d a d e s . Depois d e e s f r i a d o , faz-se u m c o r t e l o n g i -
tudinal no c o r p o d e p r o v a , retifica-se a s d u a s s u p e r f í c i e s p a r a l e l a s e o p o s t a s e m e d e - s e
sua d u r e z a a distâncias variáveis ( g e r a l m e n t e intervalos 1/16") a partir da e x t r e m i d a d e q u e
recebeu o jato de á g u a . Os valores o b t i d o s são lançados n u m gráfico, resultando numa
curva cujo a s p e c t o é o d a figura 4 1 . E s s a curva permite t a m b é m especificar a d i s t â n c i a d a
extremidade e s f r i a d a à zona de m e i a d u r e z a (ou 5 0 % de m a r t e n s i t a ) c o m o sendo a p r o f u n -
didade de e n d u r e c i m e n t o J o m i n y .

O m é t o d o J o m i n y está se t o m a n d o t ã o popular que g r a n d e n ú m e r o de aços j á t e m c u r v a s


Jominy, p e r f e i t a m e n t e determinadas.

70

Diâmetro das barras, em pol.

Fig. 39 - Curva representativa d a dureza dos centros das L d . j s á e aço SAH1GSG.


Dados extraídos da figura 3 8 .

rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"End-quench tesf.
' ASTM-American Society for Testing Materials.
SAE-Society ofAutomotive Engineers.
AISI -American Iron and Steel instltute.
ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas.

67
FATORES QUE AÍETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT zyxwv

O d i â m e t r o c r í t i c o (D) pode s e r e x p r e s s o e m termos d e d i â m e t r o ideal ( D ) p e l o u s o de (

gráficos, c o m o o r e p r e s e n t a d o n a f i g u r a 4 2 .
• zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
N e s s e g r á f i c o , n o t a - s e à d i r e i t a , v a l o r e s i n d i c a d o s p o r H, q u e r e p r e s e n t a m a
"severidade C
de resfriamento", expressão utilizada p a r a definir q u a n t i t a t i v a m e n t e as c o n d i ç õ e s de
resfriamento' 201 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
-

0,20 % zyxwvutsrqpon

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8 3,0
Valores D, (pol.)

Fig. 4 2 - Curvas representativas das relações entre valores d e diâmetro crítico, diâmetro .
ideal e severidade de resfriamento.

Existem gráficos que possibilitam a determinação do fator W 2 1 ) , partindo-se dos resulta-


dos o b t i d o s n a d e t e r m i n a ç ã o d a d u r e z a d o c e n t r o o u n ú c l e o d e u m a s é r i e d e b a r r a s c i l í n d r i -
cas d e d i â m e t r o s c r e s c e n t e s e s f r i a d a s a p a r t i r - d o e s t a d o a u s t e n í t i c o . N e s s e s g r á f i c o s , u m a
das o r d e n a d a s c o r r e s p o n d e e x a t a m e n t e à r e l a ç ã o DJD, em que D u equivale ao d i â m e t r o d a
secção central q u e não endureceu e D é o diâmetro total.
Para simplificar o estudo, p o d e - s e utilizar os v a l o r e s d a T a b e l a 5 ' 2 1 ) . Conhecido o
v a l o r d e H, o s v a l o r e s d e t e m p e r a b i l i d a d e em termos d e d i â m e t r o crítico p o d e m ser
transformados e m valores e m t e r m o s d e diâmetro ideal, a t r a v é s das curvas do gráfico
da figura 4 2 .
Um exemplo elucidará melhor a matéria. Suponha-se que a s e c ç ã o da barra cilíndrica e m
e s t u d o t e n h a i n d i c a d o u m d i â m e t r o c r í t i c o d e 1,2 p o l e g a d a s e q u e o v a l o r d e H s e j a 0 , 4 . S e
se s e g u i r a h o r i z o n t a l c o r r e s p o n d e n t e a 1,2 d e D, n a f i g u r a 4 2 a t é e n c o n t r a r a c u r v a c o r r e s -
p o n d e n t e a 0 , 4 0 d e H e d o p o n t o d e i n t e r s e c ç ã o , p e l a v e r t i c a l , c h e g a r - s e a t é os v a l o r e s d e
D,, e n c o n t r a r - s e - á p a r a o d i â m e t r o i d e a l D r o v a l o r 2,6 p o l e g a d a s .
Do m e s m o m o d o , pode-se d e t e r m i n a r o s diâmetros de b a r r a s cilíndricas que p o d e m s e r
endurecidos sob diferentes condições d e esfriamento, para u m aço com a t e m p e r a b i l i d a d e
do e x e m p l o a c i m a . U m novo e x e m p l o e x p l i c a r á este s e g u n d o c a s o : resfriamento e m á g u a ,

TABELAS

Estado d e a g i t a ç ã o d o
meio de r e s f r i a m e n t o Óleo Água Salmoura

Nenhuma 0,25 a 0,30 1,0 2,0


Pouca 0,30 a 0,35 1,0a1,1 2,0 a 2,2
Moderada 0,35 a 0,40 1 , 2 a 1,3 zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
-
Boa 0,4 a 0,5 1,4a1,5 -
Forte 0,5-a0,3 1,6 a 2,0 -
Violenta 0,8 a 1,1 4,0 5,0 zyxwvutsrqpo
69
Aços zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
£zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
FERROS FUNDIDOS

c o m u m v a l o r d e H e q u i v a l e n t e a 1 , p o s s i b i l i t a r á e n d u r e c i m e n t o e m b a r r a d e 1,7 p o l e g a d a s
( p a r a d i â m e t r o i d e a i 2 , 6 p o l e g a d a s ) , a o p a s s o q u e e s f r i a m e n t o a o ar, c o m v a l o r d e H e q u i v a -
l e n t e a 0 , 0 2 p o s s i b i l i t a r á e n d u r e c i m e n t o s o m e n t e e m b a r r a d e a p r o x i m a d a m e n t e 1/4 de
p o l e g a d a de d i â m e t r o * 1 3 1 .
A A m e r i c a n S o c i e t y of A u t o m o t i v e E n g i n e e r s - S A E ' 2 2 1 estabeleceu u m a correlação entre
a endureaDífídade J o m i n y e diâmetros de b a r r a s . Essa correlação está indicada na figura
n a 4 3 para os m e i o s d e resfriamento á g u a e óleo m e d i a n a m e n t e a g i t a d o s . Desse m o d o ,
pode-se relacionar a endurecibilidade c o m o definida por método J o m i n y (extremidade res-
f r i a d a ) c o m a e n d u r e c i b i l i d a d e c o m o d e f i n i d a p e l o m é t o d o G r o s s m a n n ( d i â m e t r o crítico).

6 . Fatores que afetam a temperabilidade - D e u m m o d o geral, p o d e - s e dizer que são os


m e s m o s que influem s o b r e a posição das c u r v a s n o s d i a g r a m a s i s o t é r m i c o s o u de transfor-
m a ç ã o contínua, isto é, t a m a n h o de grão a u s t e n í t i c o , h o m o g e n e i d a d e d a a u s t e n i t a e c o m p o -
sição química.
Adotando o critério s e g u i d o por Bain e P a x t o n ' 2 3 1 , os fatores que a f e t a m a temperabilidade
dos aços poderiam s e r agrupados da seguinte maneira:

A - Fatores que d i m i n u e m a temperabilidade:


a) G r a n u l a ç ã o f i n a d a a u s t e n i t a
b) I n c l u s õ e s n ã o d i s s o l v i d a s :
- carbonetos (ou nitretos)
- inclusões não-metálicas

B - Fatores que a u m e n t a m a temperabilidade:


a) E l e m e n t o s d i s s o l v i d o s n a a u s t e n i t a ( e x c e t o c o b a l t o ) .
b) Granulação g r o s s e i r a d a austenita.
c) H o m o g e n e i d a d e d a a u s t e n i t a .

O s fatores do g r u p o A a s s i m a g e m p o r q u e a c e l e r a m a n u c l e a ç ã o e o s f a t o r e s do grupo B
1

a u m e n t a m a temperabilidade por retardarem a nucleação e o crescimento dos produtos de


transformação. :

A influência c o n s i d e r a d a mais importante é a dos elementos de liga dissolvidos na


austenita; entretanto, c o n v é m ressaltar que q u a n d o s e estuda a influência d e s s e s elementos
é necessário que os a ç o s s o b comparação a p r e s e n t e m condições s e m e l h a n t e s de t a m a n h o
de grão e de inclusões. T o d os os elemento d e liga c o m u m e n t e usados n o s aços, com exce-
ç ã o d o cobafto, a u m e n t a m a t e m p e r a b i l i d a d e , n u m a p r o p o r ç ã o q u e d e p e n d e do tipo de
e l e m e n t o de liga, d e v e n d o - s e igualmente o b s e r v a r q u e p e q u e n o s t e o r e s d e certos e l e m e n -
tos, s ã o tão eficientes q u a n t o muito m a i o r e s t e o r e s d e outros e l e m e n t o s , assim c o m o a
adição simultânea d e vários elementos.de liga e m p e q u e n a s quantidades a t u a de modo mais
eficiente que maiores porcentagens-de um ou dois elementos apenas.
A figura 4 4 < 2 ! 1 m o s t r a , a t r a v é s dè-três c u r v a s d e distribuição d e d u r e z a s , o efeito sobre a
t e m p e r a b i l i d a d e de e l e m e n t o s de liga d i s s o l v i d o s n a austenita. O b a n h o d e esfriamento
a p l i c a d o no e x e m p l o i l u s t r a d o a p r e s e n t a v a u m a " s e v e r i d a d e d e e s f r i a m e n t o " H de 2 , 3 . A
a d i ç ã o de 1 % de c r o m o a u m e n t o u o diâmetro crítico p a r a esse meio, de 0,86 pol. correspon-
d e n t e a o a ç o c o m s o m e n t e c a r b o n o ( 0 , 7 4 % ) p a r a 1,2 p o l . o u d e d i â m e t r o i d e a l d e 1,23 p a r a
c e r c a c s 1.55 pcl. A a d i ç ã o posterior de 3 % de níquel a u m e n t o u d e tal m o d o a
terrçerafcSdaíe cue tanto resfriamento e m á g u a c o m o em óleo produziram a formação
completa de martensita.
A t e m p e r a b i l i d a d e d o s a ç o s é a u m e n t a d a p e l a p r e s e n ç a de e l e m e n t o s d e liga a p r o x i m a -
d a m e n t e na seguinte o r d e m ascendente' 2 0 1 ; n í q u e l , silício, m a n g a n ê s , c r o m o , molibdênio,
v a n á d i o e boro.
O s elementos que f o r m a m carbonetos - c o m o c r o m o , molibdênio e v a n á d i o - exigem que
o s a ç o s que os c o n t é m s e j a m aquecidos p a r a austenitização a t e m p e r a t u r a s mais elevadas,
a n t e s do resfriamento necessário para produzir endurecimento, pois a p a r c e l a sob a forma

70
FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT zyxwvu
BA
GFEDCBA
Diâmetro equivalente da barra (poi.)
Diâmetro equivalente da barra (mm)

o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
â

\
— \
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\ •o
, A
A 1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\
\'

\, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
í £
5 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
X _3
\

, \

kA
N A

N A

\ \

\ \\ C

l
S
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-a
1
\\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\
1
D)

\
\
\ 3
s
\
O,
k
X zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA \ q,

%
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
tn

r \
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA >
°K zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG V
rA
N k A
k K
l n 1

Fig. 43 - Correlação entre endurecibilidade Jominy e diâmetro de barra.

71
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

d e carboneto não s e a p r e s e n t a inicialmente dissolvida n a austenita e a s s i m a temperatura de


austenitização mais e l e v a d a possibilitará q u e e s s a dissolução se p r o c e s s e , de m o d o a g a -
rantir eficiente e n d u r e c i m e n t o do aço.

Mi'
Diâmetro 17«"

\ - N i ^zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
^^^ ^1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
h
0 ° u

1
o
5 5
\
cc

S 50
\
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

\zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON

Figura 4 4 - Curvas de distribuição de dureza em barra de 1,5/8" de diâmetro, mostrando o efeito dos
elementos de liga C r e Ni sobre a temperabilidade, e m comparação com u m aço-carbono comum.

7 . Importância prática da temperabilidade. Faixas de temperabilidade - O conhecimento


Iji j d a profundidade de e n d u r e c i m e n t o nos a ç o s , s o b r e t u d o naqueles q u e a p r e s e n t a m e l e m e n -
t o s d e liga, é de i m p o r t â n c i a considerável p a r a a s u a aplicação p r á t i c a . R e c o n h e c i d o esse
fato, foram estabelecidos limites mínimos e m á x i m o s para a temperabilidade e desenvolvi-
d a s a s c h a m a d a s "faixas de temperabilidade". f: zy
O s a ç o s e s p e c i f i c a d o s p e l a t e m p e r a b i l i d a d e s ã o c o n h e c i d o s p o r a ç o s H ( d e "hardenability").
A l g u n s exemplos d e faixas de temperabilidade p a r a aço-carbono e a l g u n s tipos de aços-
liga estão indicados n a s figuras 45, 46, 47, 4 8 , 49< '. 24

to-

f.
1045-H
0,42 -0,S 1 c
s zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 0,50 -1,00Mn
\ N - S7T-C
q
rc so \ I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY

\\ 1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
\ I !
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\ \ j ! ! zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
\ I i I 1 í i ! i i

I I I
0 2 4 6 3 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Distância da Extremidade resfriada, em 1/16"

Fig. 45 - Faixa de endurecibilidade de aço SAE 1045H

72
EDCBA
FEDCBA FATORES QUE AFE IAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO D IAG RAM A zyxwvutsrqpo
rir

Mi'

MLKJIHGFEDCBA

SRQPONMLKJIHGFEDCBA
NMLKJIHGFEDCBA

10 12 14 16 18 20 22 24 26 2a 30 32

Distância d a Extremidade resfriada, em 1/16"

Fig. 46 - Faixa de endurecibilidade de aço 1 5 B 6 2 H

f: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
51410 - H
0,3" -0.44C
0,6C -1,00 Mn
0,6C - 1,00 Cr
\
zyxwvutsrqponmlkjihgfed
to-
\ A -843 C

f. \
\
BA \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
\zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
edcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA\
CBA
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i
i I
lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
S 1D 12 1-1 16 18 20 22 24 26 28 30 32

Distância d a EjCremidade resfriada, em 1/16"

Fig. 4 7 - Faixa d e endurecibilidade de aço 5 1 4 0 H

73
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçosE FERROS FUNDIDOS

1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
|
11 ! zyxwvutsrqponm
9260-H
0,55 - O ^ C !
1

1
0,65 - 1 , 1 0 M n
1
o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\ N - 89S"C
- at zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
i \
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
\ \zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
£ 50
\
Q \

,:.li;-.£i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

i !»:-:*'i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32

Distância d a Extremidade resfriada, e m 1/16"

!•! zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fig. 48 - Faixa de endurecibilidade de aço 9260H

líllíiii 6150 - H
II K f. 0,47 - 0.54C
0,60 - 1,0OMn
o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 0,75 - 1,20Cr
az - 0,15 - V min

g 50 N N - 899"C
A - H 7 1 ° r.
zyxwvutsrqponmlkjih
\
Q \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i EM
I != \

i i I ! i
0 2 4

II; t zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fig. 49 - Faixa de endurecibilidade de aço 61S0H

1 <ii
I II :'•

74
FEDCBA FATORES QUE AFEIAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT

Nos g r á f i c o s , N é a t e m p e r a t u r a d e n o r m a l i z a ç ã o p a r a o s a ç o s l a m i n a d o s ou f o r j a d o s e A
é a temperatura de austenitização.
Os a c c s - c a r b o n o e c o m boro c o n t é m t a m b é m 0,040 P m a x , 0,050 S m a x e 0,15 a 0 , 3 0 %
Si com e x c e ç ã o do tipo 1 5 B 6 2 H q u e c o n t é m 0,40 a 0 , 6 0 % S i . O t e o r d e boro p r e s e n t e v a r i a
de 0,0005% a 0 , 0 0 3 % .
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Cs fabricantes de aço fornecem os a ç o s tipo H sob p e d i d o , para faixas específicas de
rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i m p o s i ç ã o q u í m i c a . Não há muita d i f e r e n ç a entre os aços tipo H e os aços n o r m a i s de
compcsiçã 0 q u í m i c a idêntica; quanto m u i t o , nestes últimos a ç o s , a faixa de endurecimento
lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é maior.
NMLKJIHGFEDCBA
CBA 70

A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d 50 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
\

\\
rr
\
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
\ c

30 \ A

0 *
20
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32

Distância da extremidade resfriada, em 1/16"

Fig. SO - Gráfico representativo de métodos recomendados pela S A E para designar a temperabilidade.

C o m o se v ê , pelas figuras a p r e s e n t a d a s , os gráficos p e r m i t e m estimar o valor d e d u r e z a


em vários p o n t o s d o s corpos d e p r o v a utilizados no e n s a i o d e e n d u r e c i b i l i d a d e , a l é m de
permitir c o m p a r a r , s o b o p o n t o d e v i s t a d e e n d u r e c i b i l i d a d e , v á r i o s a ç o s e n t r e s i .
Não s e u t i l i z a m , c o n t u d o , e s s e s g r á f i c o s para fins de e s p e c i f i c a ç ã o .
onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Geralmente, c o m os gráficos s ã o f o r n e c i d a s Tabelas q u e m o s t r a m os valores m á x i m o e

GFEDCBA mínimo de d u r e z a R C , às distâncias c o r r e s p o n d e n t e s d a e x t r e m i d a d e resfriada.


Os v a l o r e s d e s s a s T a b e l a s s ã o u t i l i z a d o s p a r a fins d e e s p e c i f i c a ç ã o . A " S o c i e t y of
Automotive E n g i n e e r s - S A E " r e c o m e n d a q u e dois pontos s e j a m utilizados para d e s i g n a r a
t e m p e r a b i l i d a d e , c o n f o r m e u m d o s s e g u i n t e s m é t o d o s (fig. 5 0 ( 2 2 ) ):

-valores m í n i m o s e máximos de d u r e z a n u m a desejada distância: pontos A-A d a figura,


e s p e c i f i c a d o s c o m o J 3 0 a 5 6 = 1 0 / 1 6 p o l . ; é claro q u e a d i s t â n c i a e s c o l h i d a s e r i a a d o
corpo d e p r o v a q u e corresponde à s e c ç ã o utilizada pelo c o n s u m i d o r ;
- distâncias m í n i m a s e máximas, nas quais um valor desejado de dureza ocorre: p o n t o s
B-E. e s p e c i f i c a d o s c o m o J 4 5 a 1 4 / 1 6 pol.;
- dois v a i o r e s m í n i m o s de d u r e z a a d u a s distâncias d e s e j a d a s , ilustradas pelos p o n t o s
D-D e e s p e c i f i c a d o s c o m o J 5 3 = 5 / 1 6 p o l . e J 2 8 = 1 3 / 1 6 p o l . ;
- q u a l q u e r v a l o r m á x i m o de d u r e z a , m a i s qualquer valor m í n i m o .

É muito importante salientar o efeito do carbono e dos elementos de liga na


endurecibilidade do aço.
O carbono, além de aumentar a dureza, aumenta a temperabilidade, como se viu, s e n d o
que e s t e ú l t i m o e f e i t o é a c e n t u a d o p e l a p r e s e n ç a d e e l e m e n t o s d e l i g a . C o n t u d o , o a u m e n t o

75
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Êí

do teor de carbono e m beneffcio da t e m p e r a b i l i d a d e , deve ser a n a l i s a d o c o m cuidado, por-


q u e o carbono elevado diminui a tenacidade, f o r m a microestruturas m a i s duras nas condi-
ç õ e s recozidas, o q u e dificulta o p e r a ç õ e s d e d e f o r m a ç ã o a frio e t o r n a a u s i n a g e m mais
difícil, p o d e p r o v o c a r fragilidade a q u e n t e e p o d e induzir e m p e n a m e n t o s e fraturas nas
o p e r a ç õ e s de t r a t a m e n t o térmico. Por e s s e s m o t i v o s , r e c o m e n d a - s e n ã o ultrapassar 0 , 6 0 %
d e carbono, p r i n c i p a l m e n t e nas peças q u e s e r ã o s u b m e t i d a s a u s i n a g e m . O teor r e c o m e n -
d a d o de carbono é e m torno de 0,50%.
Q u a n t o aos e l e m e n t o s d e liga, o m e i o m a i s e c o n ó m i c o de a u m e n t a r a e n d u r e c i b i l i d a d e
do a ç o , para u m d e t e r m i n a d o teor de c a r b o n o , é a u m e n t a r o teor d e manganês.
Outros elementos c o m a ç ã o positiva s ã o o c r o m o , o molibdênio, o níquel e o boro, este r

último em quantidades diminutas.


A figura n s 51 ( 2 5 ) m o s t r a as diferenças entre a s curvas de endurecibilidade para quatro
tipos de aços.

3fc

70 70
13 (XH
41XXH
1,45 IV m min. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
0,95 Cr min.
60 60 0,15 Mo min.
O
rr 50 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
50
JZ 0,60 C
N
to" \A 0,45 C

2 40 40

O
40 C 0,35 O
30 30
o,; I 5 C *
^A
20 20,
C 4 8 12 16 20 24 0 4 8 12 16 20 24
a) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e b) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e
r e s f r i a d a , Vi6" resfriada, Vie"

70
51XXH
0,60 a 0,75 Cr min.
60

O
rr \

A
50
X
CO
N
N
ÇD 40
=3 ),50C
Q
30 A"-
\l0j4t
o,: s r y "

20
4 8 12 16 20 24
0 4 8 12 16 20 24
c) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e
d) D i s t â n c i a d a e x t r e m i d a d e
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
r e s f r i a d a , V IB "
resfriada, Vi6"

Fig. 51 - Curvas de endurecibilidade para quatro tipos de a ç o s


JÓ..*;.:
76
FEDCBA
EDCBA FATORES QUE AFEIAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO D IAG RAMA T T T
Êí

- Em cada s é r i e d e aço a p r e s e n t a d a , observa-se o efeito d o t e o r de carbono s o b r e a


- endurecibilidade n u m a faixa d e 0 , 3 5 % a 0 , 5 0 % de c a r b o n o . O efeito d a d u r e z a é m o s t r a d o
s através d a d i s t â n c i a vertical entre a s c u r v a s c o r r e s p o n d e n t e s a o s t e o r e s de c a r b o n o , em
s qualquer p o s i ç ã o d o coroo de prova, p a r a qualquer v e l o c i d a d e d e resfriamento.
% Por e x e m p l o , e x a m i n a d o a s l i n h a s d o s g r á f i c o s b, c e d , u m a u m e n t o d o t e o r d e c a r b o n o
- em c a d a u m a d e s s a s três séries p r o v o c a o a u m e n t o da d u r e z a e m quatro diferentes p o s i -
ções d a e x t r e m i d a d e d o c o r p o d e p r o v a , c o m o s e d e m o n s t r a a b a i x o :
e
D istâ ncia d a supe rfí cie re sfria da , p o l.
e S é rie s 1/16" 4/16" 8/16" 12/16"
r
41XXH 8 10 17 20
o 51XXH 8 10 9 8
86XXH 8 12 18 12

O efeito d o c a r b o n o s o b r e a e n d u r e c i b i l i d a d e é lido n o e i x o h o r i z o n t a l .
Para ter-se u m a ideia do efeito d o c a r b o n o , s u p o n h a - s e u m a d u r e z a de 45 R C . C o n s i d e -
rando o s a ç o s 4 1 X X H e 5 1 X X H , v e r i f i c a - s e q u e o e f e i t o d o c a r b o n o , e n t r e 0 , 3 5 % e 0 , 5 0 % é
3fc
muito m e n o r n a s é r i e 5 1 X X e m u i t o m a i o r n a s é r i e 4 1 X X . D a í a i m p o r t â n c i a d e c e r t o s e l e -
mentos de liga.

8. Novo método de traçado de curvas de resfriamento - N a d é c a d a d e 7 0 foi d e s e n v o l v i d o


WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
um novo s i s t e m a de curvas de resfriamento contínuo para avaliação da reação dos aços
quando, a partir d a temperatura de austenitização, são resfriados de m o d o contínuo' 2 6 1 .
Um d i a g r a m a representativo d e s s e n o v o sistema está indicado n a figura n 52 em que,
DCBA
2

em o r d e n a d a s , s ã o l a n ç a d a s as t e m p e r a t u r a s de t r a n s f o r m a ç ã o e, e m abcissas, d i â m e t r o s
de b a r r a s p a r a o s t r ê s m e i o s d e r e s f r i a m e n t o m a i s u s u a i s : ar, ó l e o e á g u a . As curvas do
diagrama, portanto, não devem ser comparadas com as que são mostradas nos diagramas
isotérmicos ou TTT comuns.
O e s t u d o q u e r e s u l t o u n e s s a c u r v a s n ã o c o n s i d e r o u o r e s f r i a m e n t o e m s a l m o u r a e, n o
caso do ó l e o , f o i e m p r e g a d o u m ó l e o p a d r o n i z a d o de t ê m p e r a d e m é d i a v e l o c i d a d e de
resfriamento.
A figura p e r m i t e perceber a c a p a c i d a d e de endurecimento d o s aços, de acordo c o m o
4
meio d e r e s f r i a m e n t o utilizado. P o r e x e m p l o , no c a s o de r e s f r i a m e n t o ao ar (utilizar os
diâmetros d e b a r r a s p a r a esse m e i o ) , n o t a - s e que, para o b t e r - s e martensita, a b a r r a n ã o
deve a p r e s e n t a r s e c ç ã o s u p e r i o r a c e r c a d e 0,18 m m . No c a s o d e resfriamento e m óleo
(utilizar o s d i â m e t r o s d e b a r r a s p a r a e s s e m e i o ) , a b a r r a p o d e r á a p r e s e n t a r d i â m e t r o em
tomo de 7 a 8 m m ; e no caso de resfriamento em água, a b a r r a p o d e r á possuir d i â m e t r o
em torno de 1 2 m m .
N o r e s f r i a m e n t o a o ar, a c i m a d e 0 , 1 8 m m d e d i â m e t r o d e b a r r a , a t é c e r c a d e 2 mm,
forma-se bainita e a c i m a desse d i â m e t r o , quantidades p r o g r e s s i v a m e n t e maiores de ferrita e
perlita s ã o f o r m a d a s .
Tomando c o m o referência um determinado diâmetro de barra, por exemplo 10 mm,
p o d e - s e e x t r a i r o s s e g u i n t e s d a d o s : n o r e s f r i a m e n t o a o ar, a t r a n s f o r m a ç ã o c o m e ç a em
t o m o d e 70CPC c o m a f o r m a ç ã o d e f e r r i t a a t é 6 4 0 ° C , q u a n d o s e t e m 5 0 % d e f e r r i t a , m o m e n -
to e m q u e a p e r i i t a c o m e ç a a f o r m a r - s e . A 5 8 0 ° C a p a r e c e m traços de bainita. No
resfriamento e m óleo, bainita c o m e ç a a formar-se mais ou m e n o s a 560°C; a c e r c a de
3 4 0 ° C , a p ó s E ç r n x a ã E á s i n e n í e 4CT5> d e t r a n s f o r m a ç ã o , a a u s t e n i t a r e m a n e s c e n t e s e t r a n s -
forma em m a r t e n s i t a , até 150°C, q u a n d o a reação se c o m p l e t a . F i n a l m e n t e , para a b a r r a d e
4 10 m m , n o r e s f r i a m e n t o e m á g u a , c o m e ç a a f o r m a r - s e m a r t e n s i t a a c e r c a d e 3 6 0 ° C , t e r m i -
nando a 1 5 0 ° C .
QPONMLKJIHGFEDCBA
Na figura n s 5 3 , estão representadas superpostas as c u r v a s d e dois aços: ao c a r b o n o
(0,28%) r e p r e s e n t a d o na figura n 2 5 2 e a ç o - l i g a a o m a n g a n ê s - m o i i b d ê n i o ( 0 , 3 0 C, 1,55 Mn
e 0,28 M o ) , o q u e p e r m i t e c o m p a r a r a c a p a c i d a d e d e e n d u r e c i m e n t o d o s d o i s m a t e r i a i s . P a r a
simplificar, e m a b c i s s a s f o r a m i n d i c a d o s d i â m e t r o s de b a r r a a p e n a s p a r a e s f r i a m e n t o a o ar.

JÓ..*;.:
: 77
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Verifica-se, a s s i m , q u e , enquanto no a ç o - c a r b o n o de baixa endurecibilidade, somente s e


o b t é m m a r t e n s i t a e m r e s f r i a m e n t o a o ar, e m b a r r a s c o m d i â m e t r o s i n f e r i o r e s 0,18 m m , n o
aço-liga ao M n - M o , n a s m e s m a s condições d e resfriamento, p o d e - s e o b t er martensita e m
d i â m e t r o s d e b a r r a s e m t o m o d e 1,30 m m .
A respeito d e s s e s d i a g r a m a s , a l g u m a s o b s e r v a ç õ e s d e v e m ser f e i t a s :
- e m primeiro lugar, as curvas c o r r e s p o n d e m s o m e n t e ao centro d e u m a barra; contudo,
as estruturas em outras posições que não o centro p o d e m ser d e d u z i d a s . Por e x e m p l o , . a
estrutura que se originou n u m a posição intermediária do centro à superfície n u m a barra d e
grande diâmetro c o r r e s p o n d e r á à obtida e m barra cujo diâmetro seja equivalente à posição
considerada na barra de diâmetro maior;
- as curvas referem-se a aços de composição média, dentro de uma certa
especificação. V a r i a ç õ e s d e c o m p o s i ç ã o , d e n t r o d a faixa e s p e c i f i c a d a , p o d e levar a dife-
r e n ç a s nas e s t r u t u r a s e, p o r t a n t o , n a s p r o p r i e d a d e s . A l é m d i s s o , h á f a i x a s críticas de
diâmetro de barras o n d e velocidades de r e s f r i a m e n t o ligeiramente m a i o r e s ou menores
p r o d u z e m u m a m o d i f i c a ç ã o n a estrutura p r e d o m i n a n t e . Por e x e m p l o , a f i g u r a n 2 52 mostra
q u e u m a p e q u e n a m o d i f i c a ç ã o no diâmetro d a barra pode m u d a r a estrutura de bainita
p a r a martensita. N a s c u r v a s que m o s t r a m u m a inclinação abrupta d a região bainítica, a
barra poderá estar s e n d o submetida a t r a n s f o r m a ç õ e s estruturais diferentes, dentro de
a m p l a faixa de t e m p e r a t u r a s . Nota-se, n e s s a figura, para aço c o m 0 , 3 8 % de carbono, q u e
a s modificações m a i s p r o n u n c i a d a s o c o r r e m q u a n d o os d i â m e t r o s d a s b a r r a s se s i t u a m
dentro das seguintes faixas:

0 , 2 a 0,7 m m p a r a r e s f r i a m e n t o a o a r
9 a 15 m m p a r a r e s f r i a m e n t o e m ó l e o
14 a 24 m m para resfriamento em água

U m exame dos efeitos da c o m p o s i ç ã o do aço dentro da faixa especificada mostra


que todos esses diâmetros são a u m e n t a d o s de cerca de 6 0 % s e o teor de carbono
a u m e n t a 0,05% dentro d a especificação, m a n t e n d o estável o teor de m a n g a n ê s . A u -
mentando a porcentagem deste elemento de c e r c a de 0,05%, obtém-se um quarto
desse efeito'''.

Ao
n leitor que desejar aprofundar-se na matéria, recomenda-se a consulta à obra indicada na bibliografia.

78 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
EDCBA
EDCBA FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS DO DIAGRAMA TTT '

I i i i_
RESFRIAMENTO AO A R
- RESF. EM ÓLEO
— RESF. EM ÁGUA
DIÂMETRO DA B A R R A , m m zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU

Fig. 52 - Diagrama para resfriamento contínuo para aço com 0,38% C, ilustrando o comportamento de
transformação e m várias velocidades de resfriamento.

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 79
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçosE FERROS FUNDIDOS

D i â m e t r o d a barra, mm

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
H g . 5 3 - Superposição de curvas de resfriamento para aço-carbono e a ç o liga
Mn-Mo de baixo teor e m liga

80
EDCBA TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS zyxwvutsrq

TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS:


RECOZIMENTO, NORMALIZAÇÃO,
TÊMPERA E REVENIDO;
CO ALES CIMENTO zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
CBA

81
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 . Introdução - T r a t a m e n t o térmico é o conjunto de operações d e a q u e c i m e n t o a que são


submetidos os aços, sob condições controladas de temperatura, t e m p o , atmosfera e veloci-
d a d e d e esfriamento, c o m o objetivo d e alterar a s s u a s p r o p r i e d a d e s o u corrferir-lhes carac-
terísticos determinados.
As propriedades dos aços dependem, e m princípio, da sua estrutura. Os tratamentos
térmicos modificam, e m maior ou menor escala, a estrutura dos aços, resultando, em conse-
q u ê n c i a na a l t e r a ç ão m a i s o u m e n o s p r o n u n c i a d a , d e s u a s p r o p r i e d a d e s . V i u - s e , de fato, n o s
primeiros capítulos a b o r d a d o s , como se p r o d u z e m transformações n a austenita, segundo o
tipo, a velocidade e as condições de esfriamento a d o t a d a s . Cada u m a d a s estruturas obtidas
a p r e s e n t a seus característicos próprios, q u e s e t r a n s f e r e m ao aço, c o n f o r m e a estrutura ou
combinação de estruturas presentes.
Pelo exposto, p o d e - s e perfeitamente avaliar a importância dos tratamentos térmicos,
s o b r e t u d o nos a ç o s d e alto c a r b o n o e n o s q u e a p r e s e n t a m t a m b é m e l e m e n t o s de liga. D e
fato, se geralmente muitos aços de baixo e m é d i o carbono são u s a d o s n a s condições típicas
d o t r a b a l h a a q u e n t e , i s t o é, n o s e s t a d o s f o r j a d o e l a m i n a d o , q u a s e t o d o s o s a ç o s d e a l t o
c a r b o n o ou c o m e l e m e n t o s d e liga, s ã o o b r i g a t o r i a m e n t e s u b m e t i d o s a t r a t a m e n t o s t é r m i c o s
antes de serem c o l o c a d o s e m serviço.
O s principais objetivos dos tratamentos t é r m i c o s são os s e g u i n t e s :

- r e m o ç ã o d e t e n s õ e s ( o r i u n d a s d e e s f r i a m e n t o , t r a b a l h o m e c â n i c o o u outra causa);
- aumento ou diminuição da dureza;
- aumento da resistência mecânica;
- melhora da ductibilidade;
- melhora da usinabilidade;
- m e l h o r a d a r e s i s t ê n c i a ao d e s g a s t e ;
- m e l h o r a d a s p r o p r i e d a d e s de corte;
- melhora da resistência à corrosão;
- m e l h o r a d a r e s i s t ê n c i a ao calor;
- modificação d a s propriedades elétricas e m a g n é t i c a s .

A simples e n u m e r a ç ã o dos objetivos a c i m a evidencia claramente a importância e a n e -


cessidade do tratamento térmico do aço.
E m geral, a m e l h o r a de u m a ou mais p r o p r i e d a d e s , m e d i a n t e u m determinado tra-
tamento térmico, é conseguida com prejuízo de outras. Por e x e m p l o , o aumento da
ductibilidade provoca simultaneamente q u e d a nos valores de d u r e z a e resistência à
tração.
E necessário, pois, que o tratamento t é r m i c o seja escolhido e a p l i c a d o criteriosamente,
p a r a q u e os i n c o n v e n i e n t e s a p o n t a d o s s e j a m r e d u z i d o s a o m í n i m o . N ã o s e v e r i f i c a , p e l a
simples aplicação de u m tratamento térmico, q u a l q u e r alteração d a c o m p o s i ç ã o química do
aço. H á casos, entretanto, e m que interessa s o m e n t e u m a modificação parcial de certas
p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s ; p o r e x e m p l o , m e l h o r a r s u p e r f i c i a l m e n t e a d u r e z a do aço. E s s e
efeito é conseguido p e l a alteração parcial d a s u a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a . O s tratamentos e m
q u e a combinação d e operações de a q u e c i m e n t o e resfriamento é realizada em condições
t a i s q u e c o n d u z e m a u m a m u d a n ç a parciaJ d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d a l i g a e, c o n s e q u e n t e -
m e n t e ; u m a modificação parcial de suas p r o p r i e d a d e s mecânicas, s e r ã o c h a m a d o s de "tra-
tamentos termo-químicos".

2 . Fatores de influência nos tratamentos térmicos - Antes de s e r e m definidos e descritos


os vários tratamentos térmicos, será feita u m a r á p i d a recaprtulação d o s diversos fatores q u e
d e v e m ser levados e m conta na s u a realização. Representando o t r a t a m e n t o térmico um
ciclo de t e m p o - t e m p e r a t u r a , os fatores a s e r e m inicialmente c o n s i d e r a d o s s ã o : a q u e c i m e n -
to, t e m p o de p e r m a n ê n c i a à t e m p e r a t u r a e r e s f r i a m e n t o . A l é m d e s s e s , outro de g r a n d e
i m p o r t â n c i a é a a t m o s f e r a d o recinto d e a q u e c i m e n t o , v i s t o q u e a s u a q u a l i d a d e t e m g r a n d e
i n f l u ê n c i a s o b r e o s r e s u l t a d o s finais d o s t r a t a m e n t o s térmicos.

32
EDCBA
FEDCBA TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

o 2 1 Aquecimento - O caso mais f r e q u e n t e de tratamento t é r m i c o d o aço é alterar u m a o u


i- diversas d e s u a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s , m e d i a n t e u m a d e t e r m i n a d a m o d i f i c a ç ã o q u e s e
c- nrocessa n a s u a estrutura. Assim s e n d o , o aquecimento é g e r a l m e n t e realizado a u m a t e m -
oeratura a c i m a d a crítica, porque e n t ã o t e m - s e c o m p l e t a a u s t e n i t i z a ç ã o do a ç o , o u s ^ a t o t a l
s d i s s o l u ç ã o d o c a r b o n e t o d e f e r r o n o f e r r o g a m a : e s s a a u s t e n i t i z a ç ã o é, c o m o s e v i u , o p o n t o
e- de p a r t i d a p a r a a s t r a n s f o r m a ç õ e s p o s t e r i o r e s d e s e j a d a s , a s q u a i s s e p r o c e s s a r ã o e m f u n -
s ção d a v e l o c i d a d e d e e s f r i a m e n t o a d o t a d a .
o Na fase d e aquecimento, dentro d o processo de tratamento t é r m i c o , d e v e m s e r a p r o p r i a d a -
s mente c o n s i d e r a d a s a s v e l o c i d a d e s d e a q u e c i m e n t o e a t e m p e r a t u r a m á x i m a d e a q u e o r n e r i t o .
u A velocidade de aquecimento, e m b o r a n a maioria dos c a s o s s e j a fator secundário, a p r e -
senta certa i m p o r t â n c i a , principalmente q u a n d o os aços estã o e m e s t a d o de t e n s ã o i n t e r n a
s, ou p o s s u e m t e n s õ e s r e s i d u a i s d e v i d a s a e n c r u a m e n t o p r é v i o o u a o e s t a d o inteiramente
e rnartensíiico p o r q u e , nessa c o n d i ç õ e s , u m a q u e c i m e n t o muito rápido p o d e provocar
s empenamento ou m e s m o aparecimento d e fissuras. H á casos, contudo, de a ç o s f o r t e m e n t e
o encruados q u e a p r e s e n t a m u m a t e n d ê n c i a para excessivo c r e s c i m e n t o de grão quando
s aquecidos l e n t a m e n t e dentro da z o n a crítica, s e n d o então c o n v e n i e n t e realizar u m a q u e c i -
mento m a i s r á p i d o através d e s s a z o n a d e t r a n s f o r m a ç ã o .
Nas m e s m a s condições estão, c o m o s e r á visto mais a d i a n t e , certos aços especiais q u e
exigem t e m p e r a t u r a final de a u s t e n i t i z a ç ã o muito e l e v a d a ; t a m b é m n e s s e c a s o s q u a n d o n o
aquecimento é atingida a zona crítica é necessário que a m e s m a seja ultrapassada m a i s o u
m e n o s r a p i d a m e n t e p a r a evitar e x c e s s i v o c r e s c i m e n t o d e g r ã o d e a u s t e n i t a .
A temperatura de aquecimento é m a i s ou menos um fator fixo, determinado p e l a n a t u r e -
za do p r o c e s s o e d e p e n d e n d o , é e v i d e n t e , d a s p r o p r i e d a d e s e d a s estruturas finais d e s e j a -
das, a s s i m c o m o d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d o a ç o , p r i n c i p a l m e n t e d o s e u t e o r d e c a r b o n o .
Quanto m a i s alta essa t e m p e r a t u r a , acima d a z o n a crítica, m a i o r segurança s e t e m da
completa d i s s o l u ç ã o das fases no f e r r o g a m a ; por outro lado, m a i o r s e r á o t a m a n h o de
grão d a a u s t e n i t a . A s d e s v a n t a g e n s d e u m t a m a n h o de g r ã o e x c e s s i v o s ã o m a i o r e s q u e a s
desvantagens d e n ã o se ter total d i s s o l u ç ã o d a s fases no ferro g a m a , de m o d o q u e s e d e v e
procurar evitar t e m p e r a t u r a s muito a c i m a d a linha superior ( A J d a z o n a crítica. N a p r á t i c a ,
o máximo que se admite é 50°C a c i m a de A 3 e assim m e s m o para os aços hipoeutetóides.
- P a r a os h i p e r e u t e t ó i d e s , a t e m p e r a t u r a r e c o m e n d a d a é i n f e r i o r à d a l i n h a A O T . A razão é
óbvia; a l i n h a A ^ sobe muito rapidamente em temperatura c o m o aumento da t e o r de
- carbono (ver f i g . 3 ) ; para-que haja, p o r t a n t o , c o m p l e t a d i s s o l u ç ã o do carboneto d e f e r r o
a gama, são n e c e s s á r i a s temperaturas m u i t o altas com c o n s e q u e n t e e excessivo c r e s c i m e n -
à to d e g r ã o d e a u s t e n i t a , c o n d i ç ã o e s s a m a i s p r e j u d i c i a l q u e a p r e s e n ç a d e c e r t a q u a n t i d a d e
de:.carboneto n ã o dissolvido.

,
a 2.2. Tempo de permanência à temperatura de aquecimento - A influência do t e m p o de
o permanência d o aço à temperatura escolhida de aquecimento é mais ou m e n o s idêntica à d e
s máxima t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o , isto é, quanto m a i s l o n g o o t e m p o à t e m p e r a t u r a
e considerada de austenitização, tanto mais completa a dissolução do carboneto de ferro o u
m outras f a s e s p r e s e n t e s ( e l e m e n t o s d e l i g a ) n o f e r r o g a m a , e n t r e t a n t o m a i o r o t a m a n h o de
s grão r e s u l t a n t e .
- P r o c u r a - s e evitar, pois, p e r m a n ê n c i a à t e m p e r a t u r a a l é m d o e s t r i t a m e n t e necessário
- para q u e s e c o n s i g a m a s m o d i f i c a ç õ e s e s t r u t u r a i s m a i s c o n v e n i e n t e s . T e m p o m u i t o l o n g o
pode t a m b é m a u m e n t a r a o x i d a ç ã o o u d e s c a r b o n e t a ç ã o do m a t e r i a l . S o b o p o n t o d e v i s t a d e
modificação estrutural, admite-se q u e u m a temperatura ligeiramente mais a e i í a c a s e j a snsis
s vantajosa q u e u m t e m p o m a i s l o n g o a u m a t e m p e r a t u r a inferior, d e v i d o à m a i o r m o b i l i d a d e
e atómica. De q u a l q u e r modo, o t e m p o à t e m p e r a t u r a deve s e r p e l o m e n o s o suficiente a s e t e r
m sua uniformização através de toda a s e c ç ã o .
-
e 2.3. Resfriamento - Este é o f a t o r m a i s i m p o r t a n t e , p o i s ele q u e d e t e r m i n a r á e f e t i v a m e n t e a
e estrutura e, e m c o n s e q u ê n c i a , as p r o p r i e d a d e s finais d o s a ç o s . V i u - s e (fig. 23) c o m o p e i a v a r i a -
ção d a v e l o c i d a d e d e resfriamento p o d e - s e o b t e r d e s d e a periita g r o s s e i r a d e b a i x a r e s i s t ê n c i a

83
Aços E FEEXOS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

m e c â n i c a e baixa d u r e z a até a martensita q u e é o constituinte mais duro resultante dos t r a t a m e n -


tos térmicos. Por outro lado, a obtenção d e s s e s constituintes não é só função d a velocidade de mt... zy
resfriamento, d e p e n d e n d o t a m b é m como s e s a b e , d a composição d o a ç o (teor e m elementos d e
Bça, d e s l o c a n d o a p o s i ç ã o d a s c u r v a s e m C ) , d a s d i m e n s õ e s ( s e c ç ã o ) d a s p e ç a s , letc.
Os meios de esfriamento usuais s ã o : a m b i e n t e do f o r n o , a r e m e i o s (líquidos. O
r e s f r i a m e n t o m a i s b r a n d o é, e v i d e n t e m e n t e , o r e a l i z a d o n o p r ó p r i o i n t e r i o r d o f o r n o e e l e s e
t o m a m a i s s e v e r o à m e d i d a q u e s e p a s s a p a r a o a r o u p a r a u m m e i o l í q u i d o , onaje a e x t r e m a
agitação dá origem a o s m e i o s de resfriamento m a i s drásticos ou v i o l e n t o s .
N a escolha do m e i o d e resfriamento, o f a t o r inicial a s e r c o n s i d e r a d o é o tipo de estrutura
f i n a i d e s e j a d a a u m a d e t e r m i n a d a p r o f u n d i d a d e . N ã o é só, entretanto. D e fato, a s e c ç ã o e a
l i
forma da peça influem consideravelmente n a escolha daquele meio. Muitas vezes, por
e x e m p l o , a s e c ç ã o d a p e ç a é tal q u e a a l t e r a ç ã o e s t r u t u r a l p r o j e t a d a n ã o o c o r r e à p r o f u n d i -
d a d e e s p e r a d a . A l i á s , a s f i g u r a s 2 4 e 2 5 j á e s t u d a d a s e s c l a r e c e m p e r f e i t a m e n t e tal f a t o .
P o r o u t r o l a d o , a l g u m a s v e z e s a f o r m a d a p e ç a é tal q u e u m r e s f r i a m e n t o m a i s d r á s t i c o ,
c o m o e m á g u a , p o d e p r o v o c a r c o n s e q u ê n c i a s i n e s p e r a d a s e r e s u l t a d o s indesejáveis, tais
c o m o e m p e n a m e n t o e m e s m o ruptura d a p e ç a . U m meio de resfriamento menos drástico,
c o m o óleo, seria o indicado sob o ponto de vista d e e m p e n a m e n t o ou ruptura, porque reduz
o gradiente de t e m p e r a t u r a apreciavelmente durante o resfriamento, m a s pode não satisfa-
zer sob o ponto de v i s t a de profundidade d e endurecimento. É preciso, então, conciliar as :

d u a s coisas: resfriar a d e q u a d a m e n t e p a r a o b t e n ç ã o da estrutura e d a s propriedades d e s e -


j a d a s à p r o f u n d i d a d e p r e v i s t a e, a o m e s m o t e m p o , e v i t a r e m p e n a m e n t o , d i s t o r ç ã o o u m e s -
m o ruptura da p e ç a q u a n d o submetida ao resfriamento.
Tal condição s e c o n s e g u e c o m a e s c o i h a a p r o p r i a d a do aço.
D e qualquer m o d o , o m e i o de resfriamento é fator básico no q u e s e refere à reação d a
a u s t e n i t a e, e m c o n s e q u ê n c i a , a o s p r o d u t o s f i n a i s d e t r a n s f o r m a ç ã o .
A T a b e l a 6< ) i n d i c a a s v e l o c i d a d e s r e l a t i v a s d e r e s f r i a m e n t o d e a l g u n s m e i o s " .
27

A Tabela tem a utilidade de mostrar o efeito tanto do meio d e resfriamento c o m o da


s e c ç ã o da peça s o b r e a velocidade de resfriamento e de comprovar t a m b é m a necessidade
d a seleção a d e q u a d a d a composição do a ç o .

TABELA 6
V e l o c i d a d e s relativas d e r e s f r i a m e n t o de d i v e r s o s m e i o s
V e l o c i d a d e R e l a t i v a de
Melo d e r e s f r i a m e n t o R e s f r i a m e n t o para D i â m e t r o s d e :
1" 2" 3"
0 mais drástico (teórico) 1,23 0,30 0,14
Á g u a em agitação 1,00 0,27 ,0,13
Óleo em agitação 0,40 0,18 ''0,093
Corrente de ar 0,032 0,0157 .0,0102
Artranquilo 0,0152 0,0075 |0,0048

O s meios de resfriamento mais c o m u m e n t e utilizados são: soluções aquosas, água, óleo


e ar. A T a b e l a 7 ( 2 7 ) m o s t r a as velocidades de resfriamento no centro d e u m a esfera de níquel-
c r o m o de 4 m m de d i â m e t r o na faixa de t e m p e r a t u r a entre 7 2 0 ° C a 550°C durante o
r e s f r i a m e n t o a p a r t i r d e 8 6 0 ° C e m v á r i o s m e i o s . D o e x a m e d e s s a t a b e l a p o d e - s e tirar d i v e r -
sas conclusões:
a) O s m e i e s m a i s d r á s t i c o s s ã o as s o l u ç õ e s a q u o s a s de vários t i p o s . j
b ) K á cSferaETça ris " c o m p o r t a m e n t o e n t r e v á r i o s t i p o s d e ó l e o , d e v i d o s o b r e t u d o à d i f e r e n -
ça de viscosidade e às características de f o r m a ç ã o de v a p o r " .

n Essas velocidades são indicadas para o centro de cilindros longos de uma liga austenítíca Te-Ni, quando
a temperatura do centro é 550°C, comparadas com a velocidade de resfriamento de um cilindro de 1" de
diâmetro, resfriado em água em agitação a uma velocidade de 38"C/seg.

n O material quente transforma o líquido com o qual entra em contato imediato em vapor, de modo que se
fornia uma camada gasosa, a qual isola o aço e pode tornar mais lento o resfriamento.

84
GFEDCBA
FEDCBA TRATAAIENTO zyxwvutsrqponmlkjihgfe
TÉRMICO DOS AÇ O S C_J

n- c) A á g u a , à m e d i d a q u e s e a q u e c e , p e r d e s u a e f i c á c i a , f a t o e s s e q u e n ã o d e v e ser
e mt... zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ecido , - - e esse líquido c o m o meio de resfriamento, p o i s s e o seu v o l u m e n ã o
a o U s a S for
e suficiente e l e s e a q u e c e r á e x c e s s i v a m e n t e , p e r d e n d o r a p i d a m e n t e a s u a e f i c á c i a : e v i i a - s e
esse i n c o n v e n i e n t e p e i o u s o d e á g u a c o r r e n t e e m v e z d e á g u a e m r e p o u s o , o u p e l o s e u
O resfriamento contínuo.
e Nos c a s o d o s ó l e o s , o efeito d a t e m p e r a t u r a não é tão s e n s í v e l , m a s c o m o m e d i d a d e
a segurança, deve-se evitar que s u a temperatura s u b a muito, para o que se utiliza
frequentemente u m sistema apropriado de circulação.
a A maior eficácia das soluções a q u o s a s é atribuída à s u a a ç ã o em remover a c a s a de
a óxido s u p e r f i c i a l e à m e n o r t e n d ê n c i a d e f o r m a r v a p o r n a s u p e r f í c i e d o a ç o , e v i t a n d o - s e
l i
r assim o i n c o n v e n i e n t e d o s c h a m a d o s " p o n t o s m o l e s " " , m u i t o c o m u n s n a t ê m p e r a d o s a ç o s .
- Finalmente, outro fator que deve s e r levado e m conta é o d a circulação do meio de
r e s f r i a m e n t o o u a a g i t a ç ã o d a p e ç a n o i n t e r i o r d e s s e m e i o . A T a b e l a 6 j á v i s t a e a T a b e l a 8< 2a)

, dada a seguir c o m p r o v a m que a agitação ou a circulação t o m a m o resfriamento m a i s rápido;


s além d i s s o , c o m o é f á c i l e n t e n d e r , h a v e r á m e l h o r c o n t a t o e n t r e t o d a s a s p a r t e s d a p e ç a e o
, meio d e r e s f r i a m e n t o .
z C o m o j á foi o b s e r v a d o , a e s c o l h a d o m e i o de resfriamento n ã o d e p e n d e s o m e n t e d a s
- propriedades f i n a is d e s e j a d a s no a ç o , pois o e m p e n a m e n t o ou as fissuras que podem
s resultar ao s e r o m a t e r i a l r e s f r i a d o , a s s i m c o m o o a p a r e c i m e n t o d e a p r e c i á v e i s tensões
- internas p o d e m d e t e r m i n a r a s u b s t i t u i ç ã o do meio ideal, s o b o p o n t o d e vista d e p r o p r i -
- edades d e s e j a d a s , por um meio m e n o s s e v e r o , de m o d o a s e r e m c o n t o r n a d a s aquelas
dificuldades. P o d e - s e chegar, então, à n e c e s s i d a d e de se u s a r m e i o s de resfriamento
cada vez menos severos, o que implica na escolha simultânea de aços com
a temperabilidade c a d a v e z maior, d e m o d o a ser atingido o objetivo final - e s t r u t u r a e
propriedades desejadas com um mínimo de empenamento e tensões internas - nas
melhores condições.
a M e i o s d e r e s f r i a m e n t o a i n d a m e n o s s e v e r o s q u e ó l e o , á g u a a q u e c i d a o u ar, s ã o b a n h o s
e de s a l o u b a n h o s d e m e t a l f u n d i d o .

TABELA7
V e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o n o c e n t r o d e u m a esfera de 4 " m m d e d i â m e t r o Ni-Cr
a t r a v é s da f a i x a de t e m p e r a t u r a 7 2 0 ° C - 5 5 0 ° C d u r a n t e o r e s f r i a m e n t o
e m v á r i o s m e i o s a p a r t i r de 860°C
Velocidade de Resfriamento
R e l a t i v a s à d a Á g u a a 18°C
M e i o de R e s f r i a m e n t o
na Faixa d e T e m p e r a t u r a de
7 2 0 ° C a 550"C
Solução a q u o s a a 10% NaOH 2,06
Solução a q u o s a a 1 0 % NaCI 1,96
Solução a q u o s a a 1 0 % Na CO., 2 1,38
Águaa0°C 1,06
Águaa18°C 1,00
Águaa25°C 0,72
Óleo 1 0,30
Óleo 2 0,22
Óleo 3 0,20
Águaa50°C 0,17
Óleo 4 0,16
Óleo 5 0.14
Tetracloreto de carbono 0,055
Água a 7 5 " C 0,047
Águaa100°C 0,044
Ar líquido 0,039
Ar 0,028
Vácuo 0,011

n "Softsports"

85
Aços zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
E FERROS FUNDIDOS

TABELA 8
Efeito d o m o v i m e n t o d o meio de r e s f r i a m e n t o s o b r e a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o

E s t a d o do meio d e r e s f r i a m e n t o Oleo a 60°C Á gua a 20°C S a l m o u r a a 20°C


Nenhuma tírculação d o líquido
ou agitação d a p e ç a 0,2 1,0 2,0
Circulação ou agitação moderada 0,3 1,1 2,1
Boa circulação 0,4 1,4 zyxwvutsrqponmlkjihgfe
-
Circulação forte 0,6 1,8 -
Cácufeção violenta 1,0 4,0 5,0

O s banhos d e sal s ã o particularmente u s a d o s n a t ê m p e r a dos a ç o s rápidos; não cabe


aqui u m a descrição pormenorizada desses m e i o s de resfriamento. Entretanto, cabe a ob-
servação de que os b a n h o s de sal, para o resfriamento durante o tratamento térmico
daqueles tipos de aços, são preferidos ao óleo ou ar t r a n q u i l o porque permitem
resfriamento u n i f o r m e e rápido nas faixas de altas temperaturas, o n d e o resfriamento é
-i -
m a i s critico.
Quanto a b a n h o s d e metal fundido, o m a i s c o m u m é o de c h u m b o , u s a d o particularmente
n o 'patenteamento", o p e r a ç ã o que será a b o r d a d a no Capítulo XV.
O outro m e i o d e resfriamento usado n a m o d e r n a indústria é r e p r e s e n t a d o por "gás",
para velocidades de resfriamento superiores à s obtidas e m ar t r a n q u i l o e inferiores às
obtidas e m ó l e o ' ) . O resfriamento é r e a l i z a d o c o l o c a n d o - s e as p e ç a s austenitizadas
2 8 na
c â m a r a de resfriamento d o s f o m o s de t r a t a m e n t o térmico, o n d e s ã o s u b m e t i d a s à ação de
u m a corrente d e g á s q u e se move r a p i d a m e n t e . Esse meio de r e s f r i a m e n t o gasoso pode
ser constituído d e a r s i m p l e s m e n t e até m i s t u r a s c o m p l e x a s , c o m o a s caracterizadas peias
atmosferas protetoras, q u e não s o m e n t e p r o d u z e m o tratamento chamado "brilhante",
c o m o t a m b é m a u m e n t a m a v e l o c i d a d e de t r a n s f e r ê n c i a de calor e n t r e o gás e as p e ç a s .
S ã o utilizados t a m b é m polímeros líquidos, c o m o meio de r e s f r i a m e n t o ' ' . 2 9

Esses meios p o d e m substituir o óleo, s e n d o a l g u m deles, c o m o o s glicóis mais severos


q u e os óleos p o r é m m e n o s que a á g u a ' ' . 3 0

2 . 4 . Atmosfera do forno - N o s t r a t a m e n t o s t é r m i c o s dos a ç o s , d e v e - s e evitar dois f e n ó -


m e n o s muito c o m u n s e q u e p o d e m c a u s a r s é r i o s aborrecimentos: a o x i d a ç ã o que resulta n a
f o r m a ç ã o i n d e s e j a d a d a "casca de óxido" e a descarbonetação que p o d e provocar a forma-
ção de u m a c a m a d a m a i s mole na superfície do metal.
A s reações de o x i d a ç ã o mais c o m u n s s ã o :

2Fe + 0 2 = 2 F e O , p r o v o c a d a pelo o x i g é n i o ;
Fe + C 0 2 = F e O + C O , provocada pelo anidrido carbónico;
Fe + H 0 2 = F e O + H , provocada pelo v a p o r de água.
2 .

A reação p r o v o c a d a pelo anidrido carbónico é reversível; de fato, s e a m i s t u r a gasosa de C O


e C O f o r rica e m C 0 , e l a o x i d a r á o ferro a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s , m a s s e f o r relativamente
z 2 rica
e m C O , tal m i s t u r a r e d u z i r á o F e O . A r e a ç ã o p e l o v a p o r d e á g u a é i g u a l m e n t e reversível, pois
u m a m i s t u r a d e K , e v a p o r d e á g u a é o x i d a n t e s e rica e m v a p o r e r e d u t o r a s e rica e m h i d r o g é n i o .
A d e s c a r b o n e t a ç ã o p o d e processar-se s i m u l t a n e a m e n t e c o m a o x i d a ç ã o ou a formação
d e c a s c a de óxido; o processo nada mais é d o q u e u m a oxidação preferencial do carbono,
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
o c o r r e n d o a s Teações i j o e r a t e m p e r a t u r a a b a i x o d a z o n a c r i t i c a , q u a n d o o c a r b o n o e s t á n a
f o r m a de F e C o u a t e m p e r a t u r a a c i m a d a z o n a crítica, e s t a n d o o c a r b o n o presente
3 na
austenita. O s a g e n t e s descarbonetantes usuais s ã o o oxigénio, o anidrido carbónico e o
hidrogénio, segundo as reações seguintes:
*—

2C + 0 2 =2CO
C +C0 2 = 2C0
C +2H =CH4 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
FEDCBA TRATAMENTO zyxwvuts
zyxwvutsrqponm
TÉRMICO DOS AÇ O S

Tais f e n ó m e n o s , d e o x i d a ç ã o e d e d e s c a r b o n e t a ç ã o , s ã o e v i t a d o s p e l o u s o d e uma
atmosfera protetora, ou controlada no interior do forno, a q u a l , ao prevenir a f o r m a ç ã o da
" c a s c a d e ó x i d o " , t r o n a d e s n e c e s s á r i o o e m p r e g o d e m é t o d o s d e l i m p e z a e, a o e l i m i n a r a
descarbonetação, garante u m a superfície uniformemente d u r a e resistente ao d e s g a s t e .
Escapa à finalidade desta obra u m a descrição dos vários tipos de atmosferas proteto-
ras u s a d a s n o s t r a t a m e n t o s t é r m i c o s d o s a ç o s . P o r o u t r o l a d o , n o c a p í t u l o d e d i c a d o à
lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
"Prática d o T r a t a m e n t o T é r m i c o " , a l g u n s n o v o s p o r m e n o r e s s e r ã o m e n c i o n a d o s . N u m r á -
pido a p a n h a d o , e n t r e t a n t o , c o n v é m m e n c i o n a r q u e a s a t m o s f e r a s m a i s c o m u n s s ã o obti-
das pela c o m b u s t ã o total ou parcial d e c a r v ã o , óleo ou g á s . Tais a t m o s f e r a s p o d e m a p r e -
sentar o x i g é n i o , n i t r o g é n i o , a n i d r i d o c a r b ó n i c o , v a p o r d e á g u a , ó x i d o d e c a r b o n o , h i d r o g é -
be nio h i d r o c a r b o n e t o s , etc. O h i d r o g é n i o e a amónia dissociada, esta última c o m o fonte
b- económica de hidrogénio, também pode ser usadas, se bem que não tanto
co frequentemente.
m O h i d r o g é n i o a t u a c o m o a t m o s f e r a r e d u t o r a e do m e s m o m o d o a a m ó n i a d i s s o c i a d a . O
é óxido d e c a r b o n o a t u a t a m b é m , n o t r a t a m e n t o t é r m i c o d o s a ç o s , c o m o a t m o s f e r a r e d u t o r a .
-i -
É d e notar, c o n t u d o , q u e o h i d r o g é n i o e o ó x i d o d e c a r b o n o n ã o s ã o a p e n a s a g e n t e s r e d u t o -
te res. O h i d r o g é n i o s e m p r e e o ó x i d o d e c a r b o n o , s o b c e r t a s c o n d i ç õ e s , p o d e m provocar
descarbonetação, de modo que seu uso deve ser estudado adequadamente para q u e um
", objetivo n ã o s e j a a t i n g i d o c o m s a c r i f í c i o d e o u t r o - p o r e x e m p l o , e v i t a r a c a s c a d e ó x i d o s e m
às impedir a d e s c a r b o n e t a ç ã o .
na De o u t r o l a d o , o s h i d r o c a r b o n e t o s sempre e o CO também sob certas condições
de podem carbonetar o aço. Em r e s u m o , é preciso sempre u m estudo cuidadoso d a s pro-
e porções c o r r e i a s d o s vários c o n s t i t u i n t e s d e u m a a t m o s f e r a p r o t e t o r a para q u e , n o t r a t a -
as mento térmico n o r m a l dos a ç o s , s e j a m evitadas a o x i d a ç ã o e tanto a descarbonetação
", como a c a r b o n e t a ç ã o . A Tabela 9 adaptada da p u b l i c a ç ã o "Metal Progress Data
. Sheets"i '>3 r e s u m e a s r e a ç õ e s q u e o c o r r e m no interior d o s f o r n o s , d e v i d o às atmosferas
comuns presentes, apontando e s q u e m a t i c a m e n t e o tipo de reação, a p o r c e n t a g e m de-
os sejada p a r a q u e n ã o ocorra d e s c a r b o n e t a ç ã o , além de s u g e r i r q u a i s as a t m o s f e r a s mais
indicadas p a r a c a d a fim.
A t m o s f e r a s a b a s e d e n i t r o g é n i o , s o b r e t u d o as n i t r o g é n i o / á l c o o l , e s t ã o s e n d o e m p r e g a -
ó- das d e m o d o c r e s c e n t e . P o r e x e m p l o , a a d i ç ã o d e m e t a n o l n o n i t r o g é n i o c o n s t i t u i n u m m e i o
a protetor q u e s u b s t i t u i u m a a t m o s f e r a e n d o t é r m i c a . U m a c o m p o s i ç ã o t í p i c a é a s e g u i n t e ' ' : 3 2

a- CO - 1 8 a 2 0 % , H 2 - 32 a 40%, N 2 - 36 a 49%, C H - 1 a 4 % , C 0
4 2 + H 2 - 0,10 a 0 , 3 0 % .
À s v e z e s , p a r a o b t e r os m e s m o s r e s u l t a d o s p r o p o r c i o n a d o s p e l a s a t m o s f e r a s p r o t e t o -
ras, u s a - s e c o m o m e i o d e a q u e c i m e n t o b a n h o s d e s a l f u n d i d o ; o t r a t a m e n t o t é r m i c o dos
aços r á p i d a s c o n s t i t u i o e x e m p l o m a i s i m p o r t a n t e .
Os tratamentos térmicos usuais dos aços são: recozimento, normalização, têmpera,
revenido, c o a l e s c i m e n t o e os t r a t a m e n t o s isotérmicos.

3. Recozimento - É o tratamento térmico realizado c o m o fim d e a l c a n ç a r u m ou


O vários dos s e g u i n t e s objetivos: r e m o v e r tensões devidas a o s tratamentos m e c â n i c o s a
ca frio o u a q u e n t e , d i m i n u i r a d u r e z a p a r a m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e d o a ç o , a l t e r a r as
is propriedades m e c â n i c a s c o m o resistência, ductilidade e t c , modificar os característi-
o. cos e l é t r i c o s e m a g n é t i c o s , a j u s t a r o t a m a n h o de g r ã o , r e g u l a r i z a r a t e x t u r a b r u t a de
o fusão, r e m o v e r g a s e s , produzir u m a microestrutura definida,.eliminar enfim os efeitos-
o, de q u a i s q u e r t r a t a m e n t o s t é r m i c o s o u m e c â n i c a s a n u e o a ç o t i v e r s i d o anteriormente
HGFEDCBA
a submetida
a O t r a t a m e n t o g e n é r i c o recozimento a b r a n g e os seguintes tratamentos específicos:
o

*—& 3 . 1 . Recozimento total ou pleno, q u e consiste no a q u e c i m e n t o do aço a c i m a d a zona


crítica d u r a n t e o t e m p o n e c e s s á r i o e s u f i c i e n t e p a r a t e r - s e a s o l u ç ã o d o c a r b o n o o u dos
elementos d e liga no ferro g a m a , s e g u i d o d e resfriamento lento, realizado sob c o n d i ç õ e s q u e
permitam a f o r m a ç ã o dos constituintes n o r m a i s de acordo c o m o diagrama de equilíbrio F e -
MLKJIHGFEDCBA
C. E s s e r e s f r i a m e n t o lento p o d e s i g n i f i c a r m a n t e r a p e ç a n o i n t e r i o r d o f o r n o e c o n t r o l a r a
(H.O) 0,09% p o d e m sar compensados pnla presença de CO e
H 0 + Fe -> FeO + H
2 2 Oxidante metana
Fortemente
H +FeO-»Fe + H O
2 a
redutora Ainda que o hidrogénio seja desejável em certas
Hidrogénio aplicações, geralmente deve ser mantido baixo por
0 II 4 0 % 3 a 20%
(H ) 2 formar vapor de água ou daacarbonatar.
2 H + F e C - > 3 F e + CH4
a 3 Descarbonetante
TABELA9
Reações devidas a várias atmosferas que p o d e m ser utilizadas n o s tratamentos t é r m i c o s d o s aços (continuação)
r
Porcentagem Porcentagem
Gases usualmente desejada Reações Tipo Observações
p r e s e n t e nas para evitar de r e a ç ã o
atmosferas descarbonetação
Fortemente
CH, + 3 F e - » F e C + 2 H 3 2 Deseja-se geralmente metana em porcentagem
carbonetante
Metana muito baixa porque a maioria das atmosferas é
(CHJ 0 a 4% traços a 1 % contaminada pelo ar, vapor de água ou C 0 . 2
CH„ + 4 F e O 4Fe + C 0 + 2 H 0
2 2
Redutora
Seria a atmosfera ideal se pudesse ser mantida
Nitrogénio completamente Isenta de contaminação pelo ar,
(N )
2 0a100% restante Neutra vapor d'água ou C 0 . Para compensar essa
2
contaminação, devar-se-fa adicionar CO
e talvez traços de C H
4
Fortemente
0 +2Fe-*2FeO
2
oxidante Para evitar oxidação e descarbonetação, o
Oxigénio 0 0 oxigénio deve ser inteiramente eliminado das
(° )
2
Fortemente atmosferas dos fornos. zyxwvutsrqp
0 +Fe C-*3Fe + C0
2 3 2 descarbonante
TABELA 9
R e a ç õ e s d e v i d a s a várias a t m o s f e r a s q u e p o d e m s e r u t i l i z a d a s n o s t r a t a m e n t o s d o s a ç o s
Porcentagem zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Porcentagem
Gases U B U a lm on te desejada Reações Tipo Observações
preaentoa nas para evitar de reação
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
atmof)t o ra8 descarbonetação
Levemente
2CO + 3 F e - > F e C + C 03 2
Óxido carbonetante O GO é desejável nas atmosferas dos fornos porque
carbono Até 3 4 % 10 a 3 4 % compensa a contaminação por parte de
(CO) Levemente traços de C 0 , vapor de água ou oxigénio.
2
CO + FeO -+ Fe + C 0 2
redutora
Fortemente
C0 + F e C -> 3Fe + 2 C O
descarbonetante
2 3
Anidrido Deve-se ellminartotalmente o C 0 das atmosferas
2
carbónico Até 1 5 % 0% dos fornos. Traços de G 0 p o d e m ser compensados
2
(COJ C 0 + F e - * F e O + CO pela presença de GO e metana.
2 Oxidante
Fortemente
Vaporda H 0 + F e C -> 3Fe + CO + H
Deve-se elimlnarcompletamente o v a p o r d e água
2 3 2
descarbonetante
água AIA 8 2 % abaixo de das atmosferas dos fomoa,Traços de v a p o r d e égua
(H.O) 0,09% p o d e m sar compensados pnla presença de CO e
H 0 + Fe -> FeO + H
2 2 Oxidante metana
v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o d o m e s m o o u d e s l i g a r o f o r n o , a p ó s o c i c l o d e a q u e c i m e n t o e
d e i x a r que as p e ç a s d e a ç o resfriem ao m e s m o t e m p o que ele.
O recozimento pleno está esquematizado na figura 54. Nessas c o n d i ç õ e s , obtém-se a
periita grosseira que é a microestrutura ideal p a r a m e l h o r a r a usinabilidade d o s aços de baixo
e m é d i o t e o r d e c a r b o n o . P a r a a ç o s d e alto c a r b o n o , a p e r l i t a g r o s s e i r a n ã o é v a n t a j o s a s o b
o p o n t o de vista d e u s i n a b i l i d a d e e neles p r e f e r e - s e u m a estrutura d i f e r e n t e - a zyxwvutsrqponmlk
"esferoidita"
- o b t i d a pelo coalescimento, como se verá m a i s adiante.
A figura 5 5 ( 3 3 ' m o s t r a a faixa de temperaturas p a r a recozimento p l e n o .
C o m o se vê, a prática c o m u m para recozer aços hipoeutetóides é a q u e c e r a temperatu-
ras acima da linha s u p e r i o r de transformação A 3 (mais ou menos 5 0 ° C a c i m a ) , de modo a
o b t e r - s e a u s t e n i t i z a ç ã o c o m p l e t a . N o s a ç o s h i p e r e u t e t ó i d e s , a q u e c e - s e a c i m a d a linha A , ,
n ã o s e d e v e n d o a t i n g i r o u u l t r a p a s s a r a l i n h a A ^ , , p o r q u e , n o r e s f r i a m e n t o l e n t o posterior,
f o r m a - s e nos c o n t o r n o s d e g r ã o d a austenita u m invólucro c o n t í n u o e frágil de carbonetos,
q u e iria c o n f e r i r e x c e s s i v a f r a g i l i d a d e a o s a ç o s . J á n a n o r m a l i z a ç ã o , t r a t a m e n t o q u e s e r á
discutido p o s t e r i o r m e n t e , c o m o o resfriamento é m a i s rápido - ao ar - n ã o s e t e m a f o r m a ç ã o
d e s s e invólucro de c a r b o n e t o s . Desse m o d o , o a q u e c i m e n t o na n o r m a l i z a ç ã o dos a ç o s
hipereutetóides pode s e r levado a temperaturas a c i m a d a linha A O T .
A figura 55 indica q u e os constituintes estruturais q u e resultam d o r e c o z i m e n t o pleno são:
p e r l i t a e ferrita p a r a o s a ç o s h i p o e u t e t ó i d e s , p e r l i t a e c e m e n t i t a p a r a o s a ç o s h i p e r e u t e t ó i d e s
e a p e n a s perlita p a r a o s a ç o s eutetóides.
A influência d a t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o no recozimento s o b r e a s p r o p r i e d a d e s d o s
a ç o s está indicada n a f i g u r a 5 6 , relativa a u m a ç o c o m 0 , 4 % de c a r b o n o , n o estado ligeira-
mente encruado' 341 . wA-rvAf *\

C u r v a de Resfriamento

M;

Mf
PRODUTO: PERLITA (OU PERLITA E \
FERRITA OU PERLITA E CEMENTITA)

T e m p o , esc. l o g .
Fig. 5 4 - Diagrama esquemático de transformação para recozimento pleno

Nota-se, por e x e m p l o , q u e à m e d i d a q u e a t e m p e r a t u r a s o b e , a n t e s d e atingir o limite


inferior da z o n a crítica e depois de ultrapassá-lo, a ductilidade m e l h o r a e a resistência m e c â -
nica (assim como a dureza) diminui. O máximo efeito, nesses s a r i V ^ , é c a r s c g r a d o s o o e n -
te quando é atingido o limite superior da z o n a critica. A o ser ultrapassado, venfica-se que a
resistência à t r a ç ã o é p o u c o afetada, o limite d e e s c o a m e n t o m e l h o r a a i n d a através de u m a
certa faixa de t e m p e r a t u r a s e a ductilidade cai sensivelmente, d e v i d o a u m crescimento
a c e n t u a d o do t a m a n h o d e g r ã o . Este c r e s c i m e n t o p o d e e deve n o r m a l m e n t e ser evitado -
c o m aliás j á foi m e n c i o n a d o - e v i t a n d o - s e a q u e c i m e n t o m u i t o a l é m d o l i m i t e s u p e r i o r d a z o n a
crítica, o que permitirá o b t e r a melhor c o m b i n a ç ã o d e resistência e t e n a c i d a d e .
O recozimento total r e q u e r u m tempo m u i t o l o n g o , de m o d o que, à s v e z e s , é conveniente
substituí-lo pelo: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
90
"tfc 3.2. Recozimento isotérmico ou cíclico, q u e consiste n o a q u e c i m e n t o do a ç o n a s m e s m a s
condições q u e p a r a o recozimento total, s e g u i d o d e u m e s f r i a m e n t o r á p i d o até u m a t e m p e r a t u r a
situada dentro d a p o r ç ã o s u p e r i o r d o d i a g r a m a d e transformação i s o t é r m i c o , o n d e o m a t e r i a l é
mantido d u r a n t e o t e m p o n e c e s s á r i o a s e p r o d u z i r a t r a n s f o r m a ç ã o c o m p l e t a . E m s e g u i d a , o
esfriamento a t é a t e m p e r a t u r a a m b i e n t e p o d e s e r apressado c o m o m o s t r a o d i a g r a m a d a f i g u r a 5 7 .
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Os produtos resultantes desse tratamento térmico são t a m b é m p e r l i t a e ferrita, p e r i i t a e
cementita o u s ó p e r l i t a . A e s t r u t u r a f i n a l , c o n t u d o , é m a i s u n i f o r m e q u e n o c a s o d o r e c o z i m e n t o
pleno. A l é m d i s s o , o ciclo d e t r a t a m e n t o p o d e s e r e n c u r t a d o s e n s i v e l m e n t e d e m o d o q u e o
tratamento é m u i t o p r á t i c o p a r a c a s o s e m q u e s e q u e i r a tirar v a n t a g e m d o r e s f r i a m e n t o r á p i d o
desde a t e m p e r a t u r a de t r a n s f o r m a ç ã o e d e s t a à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e , c o m o e m peças
relativamente p e q u e n a s q u e p o s s a m s e r a q u e c i d a s e m b a n h o s d e s a l ou d e c h u m b o f u n d i d o .

/
1150

1100
(Fay)
Austenita (A) /
1050

1000
Acm zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
950

*\
900
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
/\usten ta (A)
+

850
V\ Cemen ttta(C) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba

I
800
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
N

l \
f r
750 / Ftecozímenfo Plano

"1
700
^ (Fea)
Ferrita (F)
650

600
Ce mentít a(C)
550 +
F+ P =erllta (P)
500

450 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2

% C

Fig. 5 5 - Diagrama de equilíbrio Fe-C, mostrando as faixas para recozimento pleno.

Para p e ç a s grandes, entretanto, o recozimento isotérmico não é vantajoso sobre o pleno,


visto q u e a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o n o c e n t r o d e p e ç a s d e g r a n d e s e c ç ã o p o d e s e r t ã o
baixa q u e t o r n a i m p o s s í v e l o s e u r á p i d o r e s f r i a m e n t o à t e m p e r a t u r a d e t r a n s f o r m a ç ã o .
As temperaturas recomendadas d e austenitização para alguns tipos de a ç o s - c a r b o n o e
aços-liga e s t ã o a seguir i n d i c a d a s 134 '.
1025- 857 a SOCC
1030 - 8 4 3 a 870°C
HGFEDCBA 1033, 1035, 1036, 1037, 1038, 1 0 3 9 , 1040 - 829 a 857°C zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba

91
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

&
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
4 7

&

•tterwà zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS

\ 24 £
<0
2§Wo 22 g
<
| 26
CO ™
o E p^ÇO jmentc
S E 24
lil ai

T> 22

J 20650 700 750 800 860 900 950 1000"


Temperatura °C

Fig. 56 - Efeito da t e m p e r a t u r a de recozimento nas propriedades mecânicas d e um aço com


0,40% de carbono ligeiramente encruado.

E PERLITA O U PERLITA E C E M E N T I T A )

T e m p o , esc. log.

Fig. 57 - Diagrama esquemática de transformação p a r a recozimento isotérmico o u cíclico.

1 0 4 1 , 1042, 1043, 1 0 4 5 , 1046, 1048, 1050, 1 0 5 2 , 1055, 1060, 1 0 6 4 , 1065,


1070, 1 0 7 4 - 8 0 2 a 843°C
1078, 1080, 1084, 1 0 8 5 , 1086, 1090, 1095 - 7 8 8 a 815"C
1132, 1 1 3 7 - 829 a 857°C
1138, 1140 - 8 1 5 a 8 4 3 ° C
1 1 4 1 , 1144, 1145, 1 1 4 6 , 1151 - 8 0 2 a 8 4 3 ° C
1130 - 829 a 8 5 7 ° C

92
DCBA
FEDCBA
EDCBA TRATAMENTO TÉRMICO DOS Aços

1135,1340, 1345, 3140 - 815 a 843°C


4037, 4 0 4 2 - 829 a 857°C
4047 - 815 a 857°C
4063 - 802 a 8 4 3 C q

KJIHGFEDCBA
4130-815 a871°C
4135, 4137, 4 1 4 0, 4142 - 843 a 8 7 1 ° C
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
4145, 4147, 4150, 4 1 6 1 , 4337, 4340 - 815 a 843°C
50B40, 50B44, 5046, 50646 - 815 a 843°C
50B50, 5 0 B 6 0 - 802 a S43°C
5130, 5 1 3 2 - 8 2 9 a 857°C
5135, 5 1 4 0 , 5 1 4 5 - 815 a 8 4 3 ° C
5147, 5 1 5 0 , 5 1 5 5 , 5160 - 8 0 2 a 8 4 3 ° C
50100, 51100, 52100 - 774 a 802°C - para têmpera em á g u a
50100, 51100, 52100 - 815 a 871 ° C - para têmpera em óleo
6150 - 843 a 8 8 5 " C
81B45 - 815 a 857°C
8 6 3 0 - 8 2 9 a 871 ° C
8637, 8640 - 829 a 857°C
8642, 8645, 8 6 B 4 5 , 8650 - 815 a 8 5 7 ° C
8655, 8660 - 8 0 2 a 843°C
8740, 8 7 4 2 - 829 a 857°C
9254, 9255, 9260 - 815 a 900°C
94B30, 9 4 B 4 0 - 843 a 855°C
9840 - 829 a 857°C

3 . 3 . Recozimento para alívio de tensões ou sub-crítico, q u e c o n s i s t e no a q u e c i m e n t o d o


aço a t e m p e r a t u r a s a b a i x o d o l i m i t e i n f e r i o r d a z o n a c r í t i c a . O o b j e t i v o é aliviar a s t e n s õ e s
originadas d u r a n t e a solidificação ou p r o d u z i d a s em o p e r a ç õ e s d e t r a n s f o r m a ç ã o mecânica
a frio, c o m o e s t a m p a g e m p r o f u n d a , o u e m o p e r a ç õ e s d e e n d i r e i t a m e n t o , c o r t e p o r c h a m a ,
soldagem o u u s i n a g e m . Essas t e n s õ e s c o m e ç a m a ser aliviadas a temperaturas logo a c i m a
da ambiente; entretanto, é a c o n s e l h á v e l aquecimento lento a t é pelo menos 5 0 0 ° C para
garantir o s m e l h o r e s r e s u l t a d o s . D e q u a l q u e r m o d o , a t e m p e r a t u r a d e a q u e c i m e n t o d e v e s e r
a mínima c o m p a t í v e l c o m o tipo e as c o n d i ç õ e s d a p e ç a , p a r a q u e não se m o d i f i q u e sua
estrutura i n t e r n a , a s s i m Como n ã o s e p r o d u z a m alterações s e n s í v e i s de suas p r o p r i e d a d e s
mecânicas.
A figura 58 l 3 3 ) m o s t r a a faixa de t e m p e r a t u r a s utilizadas n o recozimento p a r a alívio de
tensões ou sub-crítico.
C o m o s e v ê , o a q u e c i m e n t o é feito a u m a t e m p e r a t u r a inferior à d a linha A ^ onde as
p e ç a s p e r m a n e c e m o t e m p o n e c e s s á r i o , s e g u i n d o - s e r e s f r i a m e n t o a o ar g e r a l m e n t e . O
aquecimento a temperaturas entre 1 0 o e 2 0 ° C abaixo a linha A , produz a melhor c o m b i n a ç ã o
de m i c r o e s t r u t u r a , d u r e z a e p r o p r i e d a d e s mecânicas.
A Tabela n a 10 ( 3 S ) a p r e s e n t a a l g u n s e x e m p l o s típicos d e t r a t a m e n t o p a r a alívio d e t e n s õ e s .

3 . 4 . Esferoidízação - E s s e t i p o d e r e c o z i m e n t o , r e p r e s e n t a d o n a f i g u r a 59™ tem por


objetivo m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e e a t r a b a l h a b i i i d a d e a frio d o s a ç o s . O t r a t a m e n t o c o n s i s t e
n u m a q u e c i m e n t o e r e s f r i a m e n t o «a i h s p r y V r t f p era c o n d i ç õ e s t a i s a p r o d u z i r u m a forma
gíobuiar ou esferoidal os carboneto no açc. Há várias maneiras de p r o d u z i r tal
microestrutura, a saber:

• a q u e c i m e n t o a u m a temperatura l o g o a c i m a da linha inferior de transformação, s e g u i d o


de e s f r i a m e n t o lento;
• a q u e c i m e n t o prolongado a u m a t e m p e r a t u r a logo abaixo d a linha inferior da z o n a crítica;
• a q u e c i m e n t o e resfriamento a l t e r n a d o s entre t e m p e r a t u r a s q u e estão logo a c i m a e l o g o
abaixo d a linha inferior de t r a n s f o r m a ç ã o .

93
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçosE FERROS FUNDIDOS

115a zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
1100

/
(Fea)
Austenita (A) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
1050

1000
/
950

900 / zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
850 \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\
p zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
3

<" 800
/
rr
D /
rr
750
; — zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
/

UJ 1 ; Este roidizí ição 1


CL 700 A
A

2
UJ
1- \
\
B50

Fea)
600
Fe rita (F
1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
CE menti a ( C )
550 +
3 erlita (P)
500

450

400 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2

% C

Fig. 58 - Diagrama de equilíbrio Fe-C mostrando as faixas para recozimento sub-crítico.

T A B E L A 10
T r a t a m e n t o s t í p i c o s de alívio d e t e n s õ e s e m d i v e r s o s t i p o s d e a ç o s

T e m p o , horas
T i p o de a ç o Temperatura p o r polegada
de s e c ç ã o

Aço com 0,35% C, m e n o s de 3/4" de secção alívio de tensões geralmente


desnecessário
Aço com 0,35% C, c o m 3/4" ou mais de secção 595° a 6 7 5 " C I 1
Aço com mais que 0 , 3 5 % C, c o m menos de 1/2" de alívio de tensões geralmente
secção desnecessário
Aço com mais que 0 , 3 5 % C, c o m 1/2" ou mais de
secção 595°a675°C 1
Aço C-Mo, com menos que 0 , 2 0 % C (qualquer espessura) 595°a675°C 2
Aço C-Mo, com 0,20 a 0 , 3 5 % C (qualquer espessura) 675°a760°C 3a2
Aço Cr-Mo, com 2 % Cr e 0,5% Mo (qualquer espessura) 720°a745°C 2
Aço Cr-Mo, com 2 , 2 5 % Cr, 1 % Mo e 5% Cr, 0,5% M o 730°a760°C . 3
(qualquer espessura)
Aço Cr-Mo com 9 % Cr e 1 % M o (qualquer espessura) 745°a775°C 3
Aços inoxidáveis 410 e 430 (qualquer espessura) 775 aa00°Co 2
Aços inoxidáveis 309 e 310 (com secção superior a 3/4") 870°C 2
EDCBA TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS zyxwvutsr

JIHGFEDCBAO recozimento de esferoidização aplica-se principalmente e m aços de médio a alto teor


dè c a r b o n o , s o b r e t u d o p a r a m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e . Q u a n d o o c a r b o n o é m u i t o b a i x o , a
c o n d i ç ã o e s f e r o i d i z a d a t o m a o a ç a e x t r e m a m e n t e m o l e e v i s c o s o , p o r a s s i m dizer, p r o d u z i n -
RQPONMLKJIHGFEDCBA
do n a u s i n a g e m c a v a c a s longos e t e n a z e s que dificultam e s s a o p e r a ç ã o . A esferoidização d e
aços de baixo c a r b o n o t e m p o r o b j e t i v o p r i n c i p a l permitir d e f o r m a ç ã o s e v e r a , s o b r e t u d o e m
operações de e s t i r a m e n t o a frio.
Sob o p o n t o d e v i s t a d e irsinabiridade, a s m i c r o e s i n j t u r a s c o n s i d e r a d a s ideais p a r a o s
aços, estão i n d i c a d a s n a Tabela 1 1 1 3 3 1

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA T A B E L A 11
E s t r u t u r a s r e c o z l d a s para u s i n a b i l i d a d e
DCBA
Teor de c a r b o n o % Estrutura ótima
DCBA
RQPONMLKJIHGFEDCBA
NMLKJIHGFEDCBA 0,06-0,20 No estado laminado (mais económico)
0,20-0,30 Abaixo de 75 mm de diâmetro: normalizada •
A c i m a d e 75 mm de diâmetro: no estado laminado
NMLKJIHGFEDCBA 0,30-0,40 R e c o z i d a de modo a produzir perlita grosseira
0,40-0,60 Perlita grosseira lamelar a carbonetos
grosseiros esferoidizados
0,60-1,00 1 0 0 % de carbonetos esferoidizados,
grosseiros a finos

YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

GFEDCBA

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2

% c
Fig. 59 - Diagrama de equilíbrio Fe-C, mostrando as faixas para esferoidização
Aços FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

3 . 5 . Recozimento em caixa - É o tratamento utilizado para a proteção de grandes massas


o u g r a n d e número d e p e ç a s de aço, de m o d o a i m p e d i r que a superfície a c a b a d a das m e s - S ff zyxw

I
m a s s e j a a f e t a d a p o r o x i d a ç ã o ou outro efeito t í p i c o d e t r a t a m e n t o t é r m i c o .

1
No caso de c h a p a s e tiras d e aço, o n d e o p r o c e s s o é muito utilizado, o seu objetivo é
produzir u m a estrutura ferrítica recristaiizada d e p o i s d a laminação a frio. O equipamento de
a q u e c i m e n t o e m p r e g a d o p o d e ser intermitente o u contínuo. Nos f o m o s intermitentes, diver-
s a s bobinas de c h a p a s são colocadas nas soleiras dos fornos e cobertas por u m a capa,
s e n d o aquecidas c o m a t m o s f e r a controlada, n u m período de t e m p o , q u e p o d e durar diver-
s o s dias.
A o contrário, no r e c o z i m e n t o contínuo, as c h a p a s desbobinadas p a s s a m através de c â -
m a r a s de aquecimento e resfriamento, em t e m p o s muito mais curtos: p o u c o s minutos. A li'
t
temperatura de aquecimento é da ordem de 7 5 0 ° C a 850°C, em cerca de 2 minutos. Segue-
s e resfriamento rápido até a temperatura de aproximadamente 4 0 0 ° C . E m seguida, num
t e m p o de 3 a 5 minutos, as chapas são s u b m e t i d a s a u m superenvelhecimento (uma espécie
d e revenido). O estágio d e superenvelhecimento reduz a concentração d e carbono dissolvi-
d o a m e n o s que 10 p p m , nos aços ferríticos e ferrítico-perifticos, d e m o d o a melhorar a
ductilidade e à resistência ao envelhecimento' 3 3 1 .
A seguir, p r o m o v e - s e resfriamento até a t e m p e r a t u r a a m b i e n t e a u m a v e l o c i d a d e de 2 ° C
a 1 0 ° C por s e g u n d o , c o m o q u e se obtém as m e l h o r e s propriedades. A n t e s d o tratamento, as
c h a p a s de aço s ã o s u b m e t i d a s a limpeza q u í m i c a o u eletrolítica. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
4 . Normalização - E s s e tratamento, e s q u e m a t i z a d o na figura 6 0 ( 3 6 ) consiste no aqueci-
m e n t o do aço a u m a t e m p e r a t u r a acima d a z o n a crítica, seguido d e resfriamento ao ar
tranquilo.

/ I
Faixa tf| ica de
normal zação ^. zyxw
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO

/
E
l/y

t zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
/

0,3 0,8 0,9 1,2 1,5


% C ie-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
Fig. 60 - Faixa típica de normalização para aços comuns.

96
CBA
FEDCBA
EDCBA TRATAMENTO TÉSMCO DOS AÇOS

S ff zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
C u r v a de Resfriamento

I Aa„

1
li' E

t
Mf

P R O D U T O : ( PERLITA FINA O U P E R L I T A
FERRITA O U PERLITA E CEMENTITA)

Tempo, esc. l o g .
ihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fig. 61 - Diagrama esquemático de transformação para normalização

A figura 61 m o s t r a a operação e m f u n ç ã o de hipotética c u r v a e m C.


De a c o r d o c o m a figura 60, a t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o s u p e r a a linha A c 3 para os
aços h i p o e u t e t ó i d e s e a l i n h a A c , p a r a o s a ç o s h i p e r e u t e t ó i d e s . P a r a e s t e s ú l t i m o s a ç o s ,
m

como o r e s f r i a m e n t o , após a a u s t e n i t i z a ç ã o , é mais rápido q u e n o r e c o z i m e n t o pleno, n ã o h á


f o r m a ç ã o d o i n v ó l u c r o frágil d e c a r b o n e t o s ' * ' .
As t e m p e r a t u r a s t í p i c a s d e n o r m a l i z a ç ã o d e a ç o s - c a r b o n o e a ç o s - l i g a c o m u n s , s ã o as
seguintes:

1015, 1 0 2 0 , 1 0 2 2 915°C
1025, 1030 900°C

I
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1035
hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1040, 1045, 1050
885°C
860°C
1060, 1080, 1090 830°C
1095 845°C
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1117 900°C
1137 885°C
1141, 1144 860"C
1330 , 900°C
1335, 1340, 3 1 3 5 , 3140 870°C
BA 3310 925°C
4027, 4028, 4 0 3 2 900°C
4037, 4042, 4 0 4 7 , 4063 87Q°C
4118 925°C
4130 90G°C
4135, 4 1 3 7 , 4 1 4 0 , 4142, 4145, 4 1 4 7 , 4150 870*0
4320 935°C
4337, 4340 870°C
4520, 4620, 4 6 2 1 , 4718, 4720, 4815, 4817, 4820 925°C
5120 925°C
ie-
YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Existem, como s e verá mais adiante, aços de composição tal que podem endurecer quando, após o
aquecimento, são resfriados ao ar. Esses aços não são considerados normalizáveis.

• 97
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS
FUNDIDOS

//
1150

1100

1050
(Fea)
Austenita (A) / /
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM

1000
/ / zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
950
/
A 3

900

850 V
p
N zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
800
<" \
rr
Z> zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
<< 750
. A i
cr
UJ
CL
700 A • ; eáfdroidízi içãa A 1
2
UJ
1-
\ I

S50

800 \ Faa)
Fa rita (F
1 Ce menti a(C )
550 +
=>erlita (P)
500

450

400 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2

% C

Fig. 58 - Diagrama de equilíbrio Fe-C mostrando as faixas para recozimento sub-crítico.

TABELA 10
Tratamentos típicos de alívio de tensões em diversos tipos de aços
Tempo, horas
Tipo de aço Temperatura por polegada
°C de secção

Aço com 0,35% C, menos de 3/4" de secção alívio de tensões geralmente


desnecessário
Aço com 0,35% C, com 3/4" ou mais de secção 595" a 675°C I 1
Aço com mais que 0,35% C, com menos de 1/2" de alívio de tensões geralmente
secção desnecessário
Aço com mais que 0,35% C, com 1/2" ou mais de
secção 595°a675°C 1
Aço C-Mo, com menos que 0,20% C (qualquer espessura) 595°a675°C 2
Aço C-Mo, com 0,20 a 0,35% C (qualquer espessura) 675°a760°C 3a2
Aço Cr-Mo, com 2% Cr e 0,5% Mo (qualquer espessura) 720°a745°C 2
Aço Cr-Mo, com 2,25% Cr, 1% Mo e 5% Cr, 0,5% Mo 730°a760°C - 3
(qualquer espessura)
Aço Cr-Mo com 9% Cr e 1 % Mo (qualquer espessura) 745°a775°C 3
Aços inoxidáveis 410 e 430 (qualquer espessura) 775°a800°C 2
Aços inoxidáveis 309 e 310 (com secção superior a 3/4") 870°C 2 zyxwvutsrqp
NMLKJIHGFEDCBA
EDCBA TRATAM ENTO TÉRMICO DOS AÇOS zyxwvu

O recozimento de esferoidização aplica- se principalmente em aços de médio a alto teor zyxwvuts


dê carbono, sob retu do para melhorar a u sinabilidade. Qu ando o carbono é muito b aixo, a
condição esferoidizada toma o aça extremamente mole e viscoso, por assim dizer, produ zin-
RQPONMLKJIHGFEDCBA
do na u sinagem cavacos longos e tena zes qu e dificuitam essa operação. A esferoidização de
dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
aços de baixo carb ono tem por objetivo principal permitir deformação severa, sob retu do em
operações de estiramento a frio.
Sob o ponto de vista de Lsinabifidade, as microestruturas consideradas ideais pa ra os
aços, estão indicadas na Tabela 1 1 ' 331

TABELA 11
Estruturas recozidas para usinabilidade

ALKJIHGFEDCBA
Teor de carbono % Estrutura ótíma
0,06-0,20 No estado laminado (mais económico)
0,20-0,30 Abaixo de 75 mm de diâmetro: normalizada .
EDCBA Acima de 75 mm de diâmetro: no estado laminado
0,30-0,40 Recozida de modo a produzir perlita grosseira
0,40-0,60 Perlita grosseira lamelar a carbonetos
grosseiros esferoidizados
0,60-1,00 100% de carbonetos esferoidizados,
grosseiros a finos

1150

1100 (Fe ) T

Austenita (A) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO


1050
FEDCBA
1000

950 - - ..... —

900 / *usíen+ ta (A)

- 850 \ \
i i
I /
/ C emen ita (C)
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. . Recoám mto : . , .( • - .- '•-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
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700
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650 - -zyxwvutsrqponmlkjihgfe
600 \ Ferrita (F) i
i " P
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T
I
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j
(Feo) : .Cementita (C)
550 +
Perlita (P)
500
;
I i I
450
i ! i i
400 i
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2
% c
vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fig. 59 - Diagrama de equilíbrio Fe-C, mostrando as faixas para esferoidização
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aç o s £ FERROSFUNDIDOS

5130, 5132 900° C


5135, 5140, 5145, 5147, 5150, 5155, 5160 870° C
6118, 6120, 8617, 8 6 2 0 , 8 6 2 2 925° C
8625, 8627, 8630 900° C
8637, 8640, 8642, 8 6 4 5 , 8650, 8655, 8600 870° C
9255, 9260, 9262 900° C
9310 925° C
9 8 4 0 , 9 8 5 0 , 5 0 B4 4 , 5 0 B 4 6 , 5 0 8 5 0 870° C
6 0 B6 0 , 8 1 B4 5 , 8 6 B4 5 870° C
9 4 B1 5 , 9 4 B1 7 925° C
9 4 B3 0 , 9 4 B4 0 900° C

T ABE L A 12
Pr opr i edades me c â ni c a s dos a ç os n o s e s t a dos nor mal i z ado e r ecoz i do
NORMAL I Z ADO
Li mi t e da Li mi t e de r esi s- Al onga- Est rl c- Dur eza Li mi t a de Li mi t a de r esi s- Al onga- Est ri c- Dur eza
escoament o t ênci a à t r ação ment o ção Br i nel l escoament o t ênci a à t r ação ment o ção Bri nel l
e m 50 % e m 50 %
Kgf / mm1 Kgf / mm» MPa Kgf / mm1 Kgf / mm1
mm, % mm, %
0, 01 18, 0 180 31, 5 305 45 71 90 12, 5 29, 0 47 71
0. 20 31, 5 305 45, 0 440 35 60 120 25, 0 41, 0 37 54
0, 40 35, 5 345 59, 5 585 27 43 165 31, 0 52, 5 30 48
0, 60 42, 0 410 76, 5 755 19 28 220 34, 5 87, 0 23 33
0, 80 49, 0 480 94. 0 920 13 18 260 36, 5 80, 5 15 22
1, 00 70, 0 890 106, 5 1045 7 11 295 36, 5 75, 5 22 26
1, 20 70, 0 690 107, 0 1050 3 6 315 35, 5 71, 5 24 39
1, 40 67, 0 660 103, 5 1015 1 3 300 35, 0 69, 0 19 25

P R OD U T O: F ERRI T A, PERL I TA, BAI NI TA

T e mp o , e s c . l og.

Fi g. 6 2 - Di a gr a ma esquemát i co de t r ansf or mação par a nor mal i zação, c ompr ov a ndo a


possi bi l i dade de obt enção do const i t ui nt e bai ni t a.

98
A TRATAMENTO TÉRMI CO DOS AÇOS

A nor mal i z aç ão v i s a r ef i nar a gr anul aç ão gr ossei r a d e p e ç a s d e a ç o f undi do pr i nci pal -


ment e; f r e q u e n t e me n t e , e c o m o me s mo obj et i vo, a nor mal i z aç ão é apl i c ada e m p e ç a s d e -
noi s d e l a mi n a d a s o u f or j adas. A n o r ma l i z a ç ã o é ai nda u s a d a c o mo t r at ament o pr el i mi nar à
t êmper a e a o r ev eni do, j us t ament e par a pr oduz i r est r ut ur a ma i s u n i f o r me d o q u e a obt i da p o r
l ami naç ão, por e x e mp l o , al ém d e r eduzi r a t endênc i a a o e mp e n a me n t o e f aci l i t ar a s ol uç ão
de c ar bonet os e e l e me n t o s d e l i ga. So b r e t u d o n o s aços- l i ga q u a n d o o s me s mo s s ã o esf r i a-
dos l ent ament e a p ó s a l ami naç ão, o s c ar bonet os t e n d e m a s er ma c i ç o s e v o l u mo s o s , di f í cei s
de s e di ssol ver e m t r at ament os post er i or es d e aust eni t i zação. A nor mal i z aç ão cor r i ge e s s e
i nconveni ent e. Os const i t ui nt es q u e s e o b t é m n a nor mal i z aç ão s ã o f er r i t a e per l i t a f i na, o u
C8ment i t a e per l i t a f i na. Ev ent ual ment e, d e p e n d e n d o d o t i po d e a ç o , p o d e - s e obt er a baí nr t a,
c o mo a f i gur a 6 2 mo s t r a . . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
Co mo s e vi u, n o c a s o d o s aços- l i ga - pr odut os f undi dos , l a mi n a d o s e f or j ados - ut i l i za- se
a nor mal i z aç ão c o mo t r at ament o pr évi o d e t r at ament o t ér mi c o def i ni t i vo. E m ger al , a t e mp e -
r at ur a si t ua- se 3 5 a 40° C a c i ma d a s l i nhas Aj o u A O T , c o n f o r me o a ç o e m c ons i der aç ão.
Do me s mo mo d o , e m pr odut os f undi dos , l ami nados o u f or j ados q u e n ã o s of r er am u m
r esf r i ament o uni f or me a par t i r d e al t as t emper at ur as , a n o r ma l i z a ç ã o é apl i cada par a r ef i nar
s ua est r ut ur a.
Os aços- l i ga hi per eut et ói des s ã o n o r ma l i z a d o s par a el i mi naç ão t ot al o u par ci al dos
r endi l hados d e c a r b o n e t o s q u e c ar ac t er i z am s u a s est r ut ur as. Ob t é m- s e , as s i m, u ma es t r u-
t ur a q u e , n u m t r a t a me n t o d e es f er oi di z aç ão pos t er i or , a p r e s e n t a - s e c e m p o r c ent o
esf er oi di zada, c onf er i ndo b o a usi nabi l i dade a o mat er i al e é ma i s a d e q u a d a a o t r at ament o d a
t êmper a.
A Tabel a 1 2 ( 3 7 ) per mi t e c o mp a r a r a s pr opr i edades me c â n i c a s d e a ç o s d e vár i os t eor es d e
c ar bono, n o s e s t a d o s r ec oz i do e n o r ma l i z a d o . O es t ado " nor mal i zado" f oi t o ma d o c o mo
equi val ent e a o d o a ç o " l ami nado a quent e" , o n d e ocor r eu r es f r i ament o a o ar .

5. Têmper a - Cons i s t e no a q u e c i me n t o d o a ç o at é s u a t emper at ur a d e aust eni t i zação -


ent r e 8 1 5 ° e 870° C - s egui do d e r esf r i ament o r ápi do. A f i gur a 6 3 e s q u e ma t i z a es s a o p e r a ç ã o .

PRODUT O: MARTENSI TA REVENI DA

T e mp o , e s c . l og.

Fi g. 6 3 - Di agr ama esquemát i co de t r ansf or mação par a t êmper a e r eveni do.

99
Os me i o s d e r es f r i ament o ut i l i zados d e p e n d e m d a endur eci bi l i dade d o s a ç o s ( t eor d e
c a r b o n o e p r e s e n ç a d e e l e me n t o s d e l i ga) , d a f o r ma e d i me n s õ e s d a s p e ç a s s u b me t i d a s à
t ê mp e r a , p o r q u e o q u e s e pr oc ur a n e s s a o p e r a ç ã o , é a obt enç ão d a est r ut ur a mar t ensí t i ca,
p a r a o q u e s e d e v e , por t ant o, f azer c o m q u e a c ur v a d e r es f r i ament o p a s s e à e s q u e r d a d o
c ot ov el o d a c ur v a e m C - c o mo a f i gur a 6 3 mo s t r a , evi t ando- se a s s i m a t r ans f or maç ão d a
aust eni t a n o s e u s p r o d u t o s nor mai s .

Os me i o s ma i s c o mu n s d e r es f r i ament o s ã o l í qui dos o u g a s o s o s . No c a s o d o s me i o s


l i qui des, o s ma i s cor r t ur nent e u s a d o s são' 32' :

• água
• á g u a c o n t e n d o sai o u adf i f vos c áus t i c os
• ól eo, q u e p o d e c ont er u ma v ar i edade d e adi t i vos
• s ol uç ões a q u o s a s d e pol í mer os

Os me i o s g a s o s o s ma i s c o mu n s , a l é m d o ar , s ã o g a s e s i ner t es, c o mo ni t r ogéni o, hél i o e


ar gôni o.
A v el oc i dade d e r es f r i ament o d e al guns d e s s a s me i o s j á f oi vi st a.
Exi st e u ma sér i e d e v ar i aç ões n a s o p e r a ç õ e s d e t êmper a' 381 : zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
• t êmper a di r et a, q u e é o pr oc es s o ma i s u s a d o , o u sej a r es f r i ament o r ápi do, e m me i o
apr opr i ado, di r et ament e d a t emper at ur a d e aust eni t i zação;

• t êmper a em t empo var i ável , t écni ca ut i l i zada q u a n d o a v el oc i dade d e r esf r i ament o d e v e


s er r epent i nament e mu d a d a , dur ant e o ci cl o d e r esf r i ament o. Es s a t éc ni c a p o d e si gni f i car
u m a u me n t o o u di mi nui ç ão d a v el oc i dade d e r esf r i ament o, e m f u n ç ã o d o s r esul t ados
des ej ados . O q u e s e f az ma i s c o mu me n t e é r esf r i ar r api dament e at é q u e o a ç o ul t r apasse
o cot ovel o d o d i a g r a ma l l l e, e m s e g u i d a , t r ansf er i r o mat er i al p a r a out r o me i o d e
r esf r i ament o - ói eo, ar o u g á s i ner t e - d e mo d o a p r o mo v e r u m r es f r i ament o ma i s l ent o,
at r avés d a f ai xa d e f o r ma ç ã o d a mar t ens i t a, o q u e di mi nui a t endênc i a d e e mp e n a me n t o ,
f i ssur ação e mu d a n ç a s di mens i onai s ;

• t êmper a sel et i va, q u e consi st e e m t e mp e r a r - s e a p e n a s d e t e r mi n a d a s s e c ç õ e s d a s p e -


ç a s , par a o q u e s e i sol a a s ár eas q u e n ã o d e v e m ser t e mp e r a d a s ;

• t êmper a em vapor , nebl i na par a di mi nui r a v el oc i dade d e r es f r i ament o;

• t êmper a i nt er r ompi da, q u e i ncl ui os p r o c e s s o s d e a u s t ê mp e r a e ma r t ê mp e r a , a s e r e m


es t udados ma i s adi ant e.

Co mo n a t ê mp e r a o <x>nst i t ui nt e f i nal des ej ada é a mar t ensi t a, os obj et i vos d e s s a oper aç ão, s o b
o pont o d e vi st a d e pr opr i edades mec âni c as , s ã o a u me n t o d a dur ez a d o a ç o e d a s u a r esi st ênci a
à t r ação. Na r eal i dade, o a u me n t o d a dur ez a d e v e ocor r er at é u ma cer t a pr of undi dade.
Res ul t am t a mb é m d a t ê mp e r a , r eduç ão d a duct i l i dade ( bai xos v al or es d e a l o n g a me n t o e
est r i cção) , d a t e n a c i d a d e e o apar ec i ment o d e apr eci ávei s t e n s õ e s i nt er nas , q u e p o d e m, s e
n ã o b e m c ont r ol adas , ocasi or t ar d e f o r ma ç ã o , e mp e n a me n t o e f i s s ur aç ão.
F s a q i E a c p Ei s ç ã D d s t g r me r a sej a b e m s uc edi da, vár i os f at or es d e v e m s er l ev ados
e m c ant a. I ni dai ment e, a v el oc i dade d e r es f r i ament o d e v e s er t al q u e i mp e ç a a t r ans f or ma-
ç ã o d a aust eni t a n a s t emper at ur as ma i s e l e v a d a s , e m qual quer par t e d a p e ç a q u e s e des ej a
endur ec er . De f at o, a s t r ans f or maç ões d a aus t eni t a n a s al t as t emper at ur as p o d e m dar c o mo
r esul t ado est r ut ur as mi s t as , a s quai s o c a s i o n a m o apar ec i ment o d e p o n t o s mo l e s a l é m d e
conf er i r em a o a ç o bai x os v al or es par a o l i mi t e d e e s c o a me n t o e p a r a a r esi st ênci a a o c h o -
q u e . Por t ant o, a s e c ç ã o d a s p e ç a s const i t ui out r o f at or i mpor t ant e p o r q u e p o d e det er mi nar
di f er enças d e es f r i ament o ent r e a super f í ci e e o c ent r o. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX

100 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
e
à
a, j t Ror i m l i aa
o
o
a

BC * J
s

10
0, 10 0, 20 0, 30 0, 40 0, 50 0, 60 0, 70 0, 80 0, 90

o e Te or de Ca r bono

Fi g. 6 4 - Ef ei t o do t eor da car bono sobr e a dur ez a da mar t ensi t a. zyxwvutsrqponmlkjihgfe


hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ei o

ve
ar O
s X
se
e
o,
,

e-

Te o r d e C %
Fi g. 6 5 - Rel ação ent r e dur ez a, t eor de car bono e quant i dade de mar t ensi t a
m

E m p e ç a s p e q u e n a s ou d e p e q u e n a e s p e s s u r a , e s s a di f er enç a é des pr ez í v el . O me s mo ,
c ont udo, n ã o s e d á c o m p e ç a s d e g r a n d e s d i me n s õ e s , n o c ent r o d a s quai s a v el oc i dade d e
ob esf r i ament o é me n o r d o q u e n a super f í ci e, r esul t ando est r ut ur as d e t r ans f or maç ão mi s t a s , a
a não s er q u e o t eor d e el ement os d e l i ga d o a ç o sej a suf i ci ent e p a r a i mpedi r es s a t r ans f or ma-
ç ão e pr oduz i r s o me n t e a est r ut ur a mar t ens í t i c a.
e
Às v e z e s , p o r out r o l ado, é c onv eni ent e u m núc l eo ma i s mo l e e, ent ão, es c ol he- s e um
e
aç o e u ma v el oc i dade d e es f r i ament o q u e p r o d u z a m super f f ei e d u r a e núc l eo n a q u e l a s
c ondi ç ões .
s A r az ão d a al t a dur ez a d a mar t ens i t a j á f oi es t udada. Pa r a ma i o r cl ar eza s er á r epet i da e
- ampl i ada a s egui r :
a
O c a r b o n o di ssol ve- se p r o n t a me n t e n o f er r o g a ma , ma s é pr at i c ament e i nsol úvel n o f er r o
mo
al f a. Os á t o mo s d e c a r b o n o n o f er r o g a ma s e di st r i buem n o s e s p a ç o s ent r e o s á t o mo s d e
e
f er r o, i st o é, n o i nt er i or d a s uni dades c úbi c as d e f ace c ent r ada. Ent r et ant o, o s e s p a ç o s ent r e
-
os á t o mo s d e f er r o n o r et i cul ado c úbi c o c ent r ado d o f er r o al f a s ã o i nc apaz es d e a c o mo d a r
r
á t o mo s d e c a r b o n o s e m q u e s e p r o d u z a c ons i der áv el d e f o r ma ç ã o d o r et i cul ado. Es s e é o
dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
mot i vo d a bai x a sol ubi l i dade d o c a r b o n o n o f er r o al f a.

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 101
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços g FERROS FUNDIDOS

Qu a n d o a aust eni t a é r esf r i ada a u ma t e mp e r a t u r a e m q u e n ã o é ma i s est ável , o f er r o


g a ma p a s s a a al f a e o c a r b o n o é ex pul s o d a s o l u ç ã o sól i da, c o mb i n a n d o - s e c o m o f er r a d e
mo d o a f or mar o c a r b o n e t o F e 3 C. Es t e F e 3 C pos s ui r et i cul ado c o mp l e x o c o m p o u c o s pl anos
d e e s c o r r e g a me n t o e é e x t r e ma me n t e d u r o . C o m o f er r o el e f o r ma , c o mo s e s a b e , o c o n s -
t i t ui nt e l amel ar per f i l a.
Qu a n d o s e a u me n t a a v el oc i dade d e es f r i ament o d a aust eni t a, p o d e - s e c hegar a u ma
v el oc i dade t ão al t a q u e n ã o per mi t e a ex pul s ão d o c ar bono d a s ol uç ão sól i da par a f or mar o
F e 3 C, v er i Sc ando- s e" s oment e p a s s a g e m d a f o r ma al ot r ópi ca d o f er r o d e g a ma a al f a. T e m-
s e , e n t ã o , u ma s o l u ç ã o sól i da s u p e r s a t u r a d a d e c a r b o n o e m f er r o al f a, const i t ui ndo a
mar t ens i t a ( f i g. 6 6 ) , c uj a e x t r e ma dur ez a d e v e s er at r i buí da à di st or ção d o r et i cul ado c úbi c o
c ent r ado c a u s a d a pel a s uper s at ur aç ão.
Admi t e- s e hoj e q u e a mar t ens i t a a p r e s e n t a u ma est r ut ur a t et r agonal c ent r ada e n ã o
c úbi c a, f o r ma d a p o r u m mo v i me n t o d e á t o mo s e m pl anos especí f i cos d a aust eni t a. Es s a
est r ut ur a est á suj ei t a a mi c r ot ens ões e l e v a d a s e s e apr es ent a t a mb é m s uper s at ur ada d e
c a r b o n o o u c o n t é m par t í cul as d e c ar bonet os g r a n d e me n t e di s per s as .
Al é m d o ef ei t o d a s uper s at ur aç ão, a d u r e z a d a mar t ensi t a é at r i buí da t a mb é m a u ma
d e n s i d a d e d e def ei t os cr i st al i nos, es pec i al ment e di s c or dânc i as e c ont or nos d e ângul os al t os
e bai x os . A t enac i dade d a mar t ens i t a f i ca a s s i m pr ej udi c ada e, a n ã o s er e m a ç o s d e bai x o
c a r b o n o , é i nsuf i ci ent e p a r a det er mi nadas apl i c aç ões .
O ef ei t o d a t ê mp e r a n a est r ut ur a d o s aços- l i ga, s obr et udo o s al t ament e l i gados, o n d e
es t ão pr esent e. s a l g u n s c ar bonet os , s er á a b o r d a d o por oc as i ão d o e s t u d o d e s s e s a ç o s .
C o mo j á f oi me n c i o n a d o , a mar t ens i t a é const i t ui nt e ma i s dur o e ma i s f r ági l d o s a ç o s .
A f i gur a 64 ( , a > mo s t r a c o mo p o d e var i ar a d u r e z a d a mar t ens i t a e m f u n ç ã o d o t eor de
c a r b o n o . Po r out r o l ado, o gr áf i co i ndi c ado a p r e s e n t a d u a s c ur v as : a s uper i or , r el at i va a
má x i ma dur ez a q u e s e p o d e obt er c o m o r es f r i ament o ma i s r ápi do pos s í v el e a i nf er i or ,
r el at i va à dur ez a mé d i a , c o mo n o r ma l me n t e s e o b t é m n a s c o n d i ç õ e s pr át i cas d e t r at amen-
t o d e t ê mp e r a .
A f i gur a 65' 3 9 1 r essal t a a d e p e n d ê n c i a d e d u r e z a d a mar t ensi t a e m r el aç ão a o t eor d e
c ar bono do aç o.
U m f at or i mpor t ant e a c ons i der ar n a o p e r a ç ã o d e t ê mp e r a , dev i do à a ç ã o q u e ex er c e n a
est r ut ur a f i nal d o a ç o , é a t emper at ur a d e a q u e c i me n t o . E m pr i ncí pi o, qual quer q u e sej a o
t i po d e a ç o - hi poeut et ói de o u hi per eut et ói de - a t emper at ur a d e a q u e c i me n t o par a t ê mp e r a
d e v e s er super i or à d a l i nha d e t r ans f or maç ão A, , q u a n d o a est r ut ur a consi st i r á d e gr ãos d e
aus t eni t a, e m v e z d e per l i t a. O a ç o s e n d o hi poeut et ói de, ent r et ant o, a l é m d a aust eni t a,
es t ar ão pr es ent es g r ã o s d e f er r i t a. As s i m s e n d o , u m a ç o c o m t al est r ut ur a, q u a n d o r esf r i ado
e m á g u a , por e x e mp l o , apr es ent ar á mar t ens i t a c onj unt ament e c o m f er r i t a, poi s est a q u e e s -
t av a pr es ent e a c i ma d a t emper at ur a A, , n ã o s of r e qual quer al t er ação a o s er o a ç o t e mp e r a -
d o . T e m- s e , por t ant o, t ê mp e r a o u e n d u r e c i me n t o i nc ompl et o d o mat er i al , o q u e ger al ment e
d e v e s er evi t ado, poi s n a t ê mp e r a vi sa- se obt er a má x i ma d u r e z a . E m c o n s e q u ê n c i a , a o
aquec er - s e u m a ç o hhpc eut et ói ds par a a t ê mp e r a , dev e- s e el evar s u a t emper at ur a a c i ma d o
l i mi t e super i or d a z o n a cr i t i ca - l i nhaA3 - poi s e n t ã o a s u a est r ut ur a. consi st i r á ex c l us i v ament e
d e aust eni t a q u e s e t r ans f or mar á e m mar t ens i t a n o r esf r i ament o r ápi do s u b s e q u e n t e . É
ev i dent e q u e d e v e m s er ev i t adas t emper at ur as mui t o a c i ma d a A 3 , d e v i d o a o s uper aquec i -
me n t o q u e s e poder i a pr oduz i r , e que- oc as i onar i a u ma mar t ensi t a aci cul ar mui t o gr ossei r a e
d e el ev ada f r agi l i dade. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
A o c oní i ár ò o b s a ç o s ni paei Ji Hi qt des, o s a ç o s hi per eut et ói des _ s ão n o r ma l me n t e aquec i -
d o s a c ma d e A, , s e m n e c e s s i d a d e d e s e ul t r apas s ar a t emper at ur a c o r r e s p o n d e n t e a A 3 . De
f at o, a c i ma d e A , o a ç o s e r á const i t uí do d e g r ã o s d e aust eni t a e p e q u e n a s par t í cul as d e
c ar bonet os s ec undár i os . No r esf r i ament o s u b s e q u e n t e , a est r ut ur a r esul t ant e apr es ent ar á
mar t ens i t a e o s me s mo s c ar bonet os s ec undár i os . C o mo es t es a p r e s e n t a m u ma - d u r e z a at é
me s mo super i or à d a mar t ens i t a, n ã o h a v e r á ma i o r e s i nc onv eni ent es . Pr oc ur a- s e, por out r o
l ado, evi t ar , n e s s e s a ç o s hi per eut et ói des, a q u e c i me n t o a c i ma d e A 3 , vi st o q u e a aust eni t a
r esul t ant e apr es ent ar á gr anul aç ão gr ossei r a, c o m c o n s e q u e n t e mar t ens i t a aci cul ar gr os s ei -
r a, cuj o i nc onv eni ent es j á f or am a p o n t a d o s .

102
DCBA TRATAMENTO TÉRMICO DOS AÇOS

o
Hg. 66 - Aspect o mi cr ogr áf i co de aço t emper ado: mar t ensi t a. At aque: r eat i vo de ni t al . Ampl i ação: 1. 000
v e z e s . Per cebe- se per f ei t ament e a est r ut ur a t i pi cament e aci cul ar desse const i t ui nt e.

Pel o q u e f oi ex pos t o s obr e a nat ur ez a d a est r ut ur a mar t ensí t i ca, concl ui - se q u e a me s ma


s e car act er i za p o r ex c es s i v a dur ez a e por apr es ent ar t ens ões i nt er nas c ons i der áv ei s . Si mu l -
t aneament e a e s s a t e n s õ e s , por as s i m di zer est r ut ur ai s, o a ç o t e mp e r a d o car act er i za- se p o r
apr esent ar t e n s õ e s t ér mi c as . Es t as s ã o o c a s i o n a d a s pel o f at o d e q u e mat er i ai s r esf r i ados
r api dament e, es f r i am d e manei r a n ã o uni f or me, vi st o q u e a s u a super f í ci e at i nge a t e mp e r a -
t ur a a mb i e n t e ma i s r api dament e d o q u e a s r egi ões ma i s cent r ai s, oc as i onando mu d a n ç a s
vol umét r i cas n ã o uni f or mes , c o m a s c a ma d a s super f i ci ai s c ont r ai ndo ma i s r a p i d a me n t e d o
que as r egi ões i nt er nas . C o mo c o n s e q u ê n c i a , t e m- s e a par t e cent r al s o b c o mp r e s s ã o e a s
c a ma d a s ma i s ex t er nas s o b t r aç ão.
E m úl t i ma anál i se, poi s, a p ó s t e mp e r a d o , o a ç o apr es ent a- s e e m es t ado d e apr ec i áv ei s
t ensões i nt er nas, t ant o d e nat ur eza est r ut ur al c o mo d e nat ur ez a t ér mi c a. Qu a n d o es t as t e n s õ e s
i nt er nas ul t r apas s am o l i mi t e d e e s c o a me n t o d o aç o, ocor r e s u a d e f o r ma ç ã o pl ást i ca e a s p e ç a s
apr esent ar - se- ão e mp e n a d a s ; s e, ent r et ant o, a s t ens ões i nt er nas e x c e d e r e m o l i mi t e d a r esi st ên-
ci a à t r ação d o mat er i al , ent ão ocor r er ão i nevi t ávei s f i ssur as e a s p e ç a s est ar ão per di das .
Es s a s t e n s õ e s i nt er nas n ã o p o d e m s er t ot al ment e ev i t adas ; p o d e m, c ont udo, s er r eduz i -
das , me d i a n t e v ár i os ar t i f í ci os pr át i cos e d e vár i os t r at ament os t ér mi c os .
Os i nc onv eni ent es a p o n t a d o s , ex c es s i v a dur ez a d a mar t ens i t a e es t ado d e t e n s õ e s i nt er j
nas , s ã o a t e n u a d o s pel o r e a q u e c i me n t o d o a ç o t e mp e r a d o a t emper at ur as d e t e r mi n a d a s . E
óbvi o q u e t al o p e r a ç ã o t o ma - s e i nóc ua s e a s t ens ões i nt er nas or i gi nadas t i ver em si do d e t al
vul t o d e mo d o a pr ov oc ar a i nut i l i zação d a s p e ç a s .
A o p e r a ç ã o me n c i o n a d a const i t ui o r ev eni do.

6. Reveni do - O r ev eni do é o t r at ament o t ér mi co q u e n o r ma l me n t e s e mp r e a c o mp a n h a a


LKJIHGFEDCBA
t êmper a, poi s el i mi na a mai or i a d o s i nc onv eni ent es pr oduz i dos por est a; a l é m d e al i vi ar o u
r emov er a s t e n s õ e s i nt er nas, cor r i ge a s ex c es s i v as dur ez a e f r agi l i dade d o mat er i al , a u me n -
t ando s u a duct i l i dade e r esi st ênci a a o c h o q u e .
Es t e úl t i mo ef ei t o es t á i ndi cado n a f i gur a 6 7 .
Ver i f i ca- se, pel o e x a me d a c ur v a r el at i va à r esi st ênci a a o c h o q u e , q u e a me s ma d e i ní ci o
a u me n t a , par a a segui r , ent r e a s t emper at ur as d e 200° C e 300° C ma i s o u me n o s , dec r es c er ,
par a f i nal ment e a u me n t a r r api dament e e def i ni t i vament e. De v e - s e , poi s, evi t ar a me n c i o n a -
da f ai xa d e t emper at ur as n o r ev eni do. Po r out r o l ado, r e c o me n d a - s e r eveni r l ogo a p ó s a
t êmper a, par a di mi nui r a per da d e p e ç a s por r upt ur a, a qual p o d e ocor r er s e s e a g u a r d a r
mui t o t e mp o p a r a r eal i zar o r ev eni do.

103
Aç os E FERROS FUNDI DOS

zyxwvutsrqponmlkjihg
ca

1 zyxwvutsrqponmlkj
zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
// ] E

o,
>.
O zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
V zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
o <rr/
Q c
#/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
2 «CD
•§
e/ CD
CE

0 100 200 300 400 500 600 700

T e mp e r a t u r a d e Re v e n i d o , ° C

Fi g. 67 - Ef ei t o da t emper at ur a de r eveni do sobr e a dur ez a e a r esi st ênci a a o c hoque ( expr essa e m


val or es Char py) de u m a ç o 1 0 4 5 t emper ado.

Fi g. 68 - Aspect o mi cr ogr áf i co de u m aço t emper ado most r ando a est r ut ur a mi st at r oosSa- mar t ensf l a.
At aque: r eat i vo de ni t al . Ampl i ação: 2 0 0 v e z e s .

O a q u e c i me n t o d a mar t ens i t a per mi t e a r ev er s ão d o r et i ci acSo i cs£=yes a o F^ . t er ê


est ável c úbi c o c ent r ado, p r o d u z r eaj us t ament os i nt er nos q u e al i vi am a s Te n s õ e s e, a l é m
di s s o, u ma pr eci pi t ação d e par t í cul as d e c a r b o n e t o s q u e c r e s c e m e s e a g l o me r a m, d e ac or -
d o c o m a t emper at ur a e o t e mp o .
Co n f o r me a t e mp e r a t u r a d e r ev eni do, v er i f i c am- s e a s s egui nt es t r ans f or maç ões ' 371 :

- ent r e 2 5 ° e 100° C, oc or r e s e g r e g a ç ã o o u u ma r edi st r i bui ção d o c a r b o n o e m di r eção a


di s c or dânc i as ; e s s a p e q u e n a pr eci pi t ação l ocal i zada d o c a r b o n o p o u c o af et a a dur ez a. O
f e n ó me n o é p r e d o mi n a n t e e m a ç o s d e al t o c a r b o n o ;
TRATAMENTO TÉRMI CO DOS AÇOS zyxwvut

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
HGFEDCBA
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

LKJIHGFEDCBA
hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
HGFEDCBA
aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Fi g. 6 9 - Aspect o mi cr ogr áf i co de u m aço t emper ado e r eveni do. Est r ut ur a: sór bi t a.


At aque: r eat i vo de ni t al . Ampl i ação: 1. 000 v e z e s. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcb

Si

ai s-
0

\
c

0, 82%c

0, 75%c

ê
m
r- 10S6ÇJ. 10 si i i a

I nt er val o de t empo na t emper at ur a e m


escal a l ogarí t i mi ca

o a
O Fi g. 70 - I nf l uênci a do i nt er val o de t e mpo no r eveni do de u m aço c o m 0, 327» C, r eal i zado a
quat r o t emper at ur as di f er ent es.

105
Aç os zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
F ERROS
E FUNDI DOS

- ent r e 1 0 0 ° e 250° C - à s v e z e s c h a ma d o 1 2 est ági o d o r ev eni do - oc or r e pr eci pi t ação d e


c ar bonet o d e f er r o d o t i po eps i l on, d e f ó r mu l a F e 2 3 C, e r et i c ul ado h e x a g o n a l ; es t e
c ar bonet o p o d e es t ar a u s e n t e e m a ç o s d e bai x o c a r b o n o e d e bai x o t eor e m l i ga; a
dur ez a Roc k wel l c o me ç a a cai r , p o d e n d o c h e g a r a 6 0 ;
- ent r e 2 0 0 ° e 300° C - à s v e z e s c h a ma d o 2- est ági o d o r ev eni do - oc or r e t r ans f or maç ão
d e aust eni t a e m f er r i t a e c ement i t a e m a ç o s - c a r b o n o d e mé d i a e al t o t eor d e c a r b o n o ; a
dur ez a Roc k wel l c ont i nua a cai r ;
- ent r e 2 5 0 ° e 350° C - à s v e z e s c h a ma d o d e 3 S est ági o d o r ev eni do - f or ma- s e u m
c ar bonet o me t a e s t á v e l , d e f ór mul a F e s C 2 ; q u a n d o e s s a t r a n s f o mi a ç ã o s e ver i f i ca e m
a ç o s d e al t o c a r b o n o , a est r ut ur a vi sí vel a o mi c r os c ópi o é u ma ma s s a es c ur a, q u e er a
c h a ma d a " t r oost i t a" , d e n o mi n a ç ã o n ã o ma i s ut i l i zada; a d u r e z a Ro c k we l l c ont i nua c ai ndo,
p o d e n d o at i ngi r , v al or es p o u c o s uper i or es a 5 0 ;
- ent r e 4 0 0 ° e 600° C, oc or r e u ma r e c u p e r a ç ã o d a s ubes t r ut ur a d e di s c or dânc i a; o s agl o-
me r a d o s d e F e 3 C p a s s a m a u ma f o r ma esf er oi dal , f i c ando ma n t i d a u ma est r ut ur a d e
f er r i t a f i na aci cul ar ; a dur ez a Roc k wel l cai p a r a v al or es v ar i ando d e 4 5 a 2 5 0 ;
- ent r e 5 0 0 ° e 600° C, s o me n t e n o s a ç o s c o n t e n d o Ti , Cr , Mo , V, Nb o u W, h á pr eci pi t ação
d e c ar bonet os d e l i ga; a t r ans f or maç ão é c h a ma d a d e " endur eci ment o secundár i o"
( c o mo s e v er á n o es t udo d o s t r at ament os t ér mi c os d o s a ç o s r ápi dos ) o u 4 a est ági o d o
r ev eni do;
- f i nal ment e, ent r e 6 0 0 ° e 700° C, o c o r r e r ecr i st al i zação e c r e s c i me n t o d e gr ão; a
c ement i t a pr eci pi t ada apr es ent a a f o r ma ni t i dament e esf er oi dal ; a f er r i t a apr es ent a f o r ma
aqui - axi al ; a est r ut ur a é f r equent ement e c h a ma d a " esf er oi dal " e car act er i za- se por s er
mui t o t enaz e d e bai x a dur ez a, v ar i ando d e 5 a 2 0 Roc k wel l C.

Pel o q u e a c a b a d e s er ex pos t o, p e r c e b e - s e q u e a t emper at ur a d e r ev eni do p o d e s er


es c ol hi da d e a c o r d o c o m a c o mb i n a ç ã o d e pr opr i edades me c â n i c a s q u e s e des ej a n o a ç o
t e mp e r a d o .
As f i gur as 6 8 e 6 9 mo s t r a m, r es pec t i v ament e, u ma est r ut ur a mi s t a mar t ensi t a- t r oost i t a e
u ma est r ut ur a sor bí t i ca.
Na o p e r a ç ã o d e r ev eni do i mpor t a n ã o s ó a t emper at ur a d o t r at ament o c o mo i gual ment e
o t e mp o d e p e r ma n ê n c i a à t emper at ur a c o n s i d e r a d a , o q u e p o d e s er c o mp r o v a d o pel o e x a -
me d o gr áf i co d a f i gur a 7 0 . A i nf l uênci a ma i o r ver i f i ca- se n o i ní ci o, di mi nui ndo c o m i nt er val os
d e t e mp o ma i o r e s .

6. 1. Fr agi l i dade de r eveni do - Di v er s os a ç o s , pr i nci pal ment e aç os - l i ga d e bai xo t eor e m


l i ga, c ar ac t er i z am- s e por adqui r i r em f r agi l i dade, q u a n d o s ã o a q u e c i d o s n a f ai xa d e t e mp e r a -
t ur as 3 7 5 - 575° C, o u q u a n d o s ã o r esf r i ados, l ent ament e at r av és d e s s a f ai xa' . Es s e f enó-
401

me n o é c onhec i do c o m o n o me d e " f r agi l i dade de r eveni do" . A f r agi l i dade oc or r e ma i s r api da-
me n t e n a f ai xa 4 5 0 - 475° C. Os aç os - c ar bono c o mu n s c ont endo ma n g a n ê s abai x o d e 0 , 3 0 %
n ã o a p r e s e n t a m o f e n ó me n o . Co n t u d o , a ç o s c o n t e n d o a p r e c i á v e i s q u a n t i d a d e s de
ma n g a n ê s , ní quel e c r o mo , al ém d e u ma o u ma i s i mp u r e z a s , t ai s c o mo ant i môni o, f ósf or o,
es t anho ou ar s éni o, s ã o suscet í vei s a o f e n ó me n o .
Nã o s e t e m u ma ex pl i c aç ão cl ar a d e s s e f at o, e mb o r a s e t enha o b s e r v a d o c onc ent r aç ão
d e i mp u r e z a s n o s c ont or nos d o s gr ãos , o q u e c o mp r o v a q u e é nec es s ár i a a pr es enç a d e s -
s a s i mp u r e z a s , j u n t a me n t e c o m u m e l e me n t o d e l i ga, par a pr ov oc ar e s s a f r agi l i dade.
Es t a é s o me n t e r ev el ada n o ens ai o d e r esi st ênci a a o c h o q u e , poi s a s out r as pr opr i eda-
d e s me c â n i c a s e a pr ópr i a mi cr oest r ut ur a n ã o s ã o af et adas .
A n ã o s er q u e s e ut i l i zem mat ér i as p r i ma s mui t o pur as , o s a ç o s Cr - MT s ã o ma i s s us c et í -
v ei s a o f e n ó me n o .
Ap a r e n t e me n t e , o mol i bdêni o, e m t eor es d e 0, 5 a 1, 0%, r et ar da a suscet i bi i i dade à f r agi -
l i dade d e r ev eni do.
Os a ç o s q u e s e t or nar am f r ágei s, dev i do à s c a u s a s a p o n t a d a s , p o d e m vol t ar a o s e u

<? As est r ut ur as r esul t ant es t êm si do chamadas de " sor bí t i cas" .

106
HGFEDCBA TRATAMENTO TÉRMI CO DOS AÇOS zyxwvu

de or mal e t er a t enac i dade por as s i m di zer r es t aur ada, pel o a q u e c i me n t o e m t o mo d e 600° C


te n ac i ma, s egui do d e r esf r i ament o r ápi do, abai x o d e a p r o x i ma d a me n t e 300° C.
a • ^ g n c i o n e - s e , ma i s u ma v e z , o f at o d e q u e a el i mi naç ão d e i mp u r e z a s i ndut or as d o f e n ó -
me n o evi t a a f r agi l i dade. C o mo o ant i môni o é a p a r e n t e me n t e o e l e me n t o mai s pr ej udi ci al el e
ç ão dev e s er evi t ado a qual quer c us t o. Na pr át i ca, t ant o o ant i môni o c o mo o ar séni o n ã o es t ão
a c o mu me n t e pr es ent es . De s s e mo d o , a ma i o r at enç ão d e v e s er di r i gi da a o e s t a n h o e a o
f ósf or o, cuj as quant i dades n ã o d e v e m ul t r apassar 0 , 0 0 5 % e 0 , 0 1 % r es pec t i v ament e.
um Uma úl t i ma pr át i ca par a r eduzi r a s ev er i dade d a f r agi l i dade d e r ev eni do é ma n t e r o a ç o
em - o r l ongo t e mp o n u ma f ai xa d e t emper at ur as ent r e Ac , e Ac 3 . Co n t u d o , es s e t r at ament o,
ra t a mb é m c h a ma d o " i nt er - cr í t i co" , s ó d e v e s er apl i cado e m c a s o s especí f i cos.
ndo,
• 6. 2. Tr ansf or mação da aust eni t a r et i da - C o mo j á s e vi u, d e p e n d e n d o d a c o mp o s i ç ã o d o
gl o- aç o, pode- s e t er à t emper at ur a a mb i e n t e u ma cer t a q u a n t i d a d e d e " aust eni t a r et i da" o u
de • " aust eni t a r esi dual " q u e , a o s e t r ans f or mar pos t er i or ment e, p o d e oc as i onar - o f e n ó me n o d e
^i nst abi l i dade di mens i onai .
ação f, A t r a n s f o r ma ç ã o d e s s a aus t eni t a r es i dual é r eal i z ada p o r i nt er médi o d e di v er s os
o" ' • pr oc edi ment os ' 411 .
do U m del es é o r ev eni do, o p e r a ç ã o j á descr i t a. C o mo s e vi u, o c h a ma d o " 2- es t ági o d e zyxwvuts
1' r eveni do" - ent r e 2 0 0 ° e 300° C - t r ans f or ma a aust eni t a r et i da e m f er r i t a e c ement i t a. Es t a
; a • - r eação d o r ev eni do pr ev al ec e s o me n t e e m a ç o s d e mé d i o o u al t o c a r b o n o . Ma r eal i dade, n o
ma r eveni do, par a a o b t e n ç ã o d e u m cer t o gr au d e est abi l i dade di mens i onal , ser i a nec es s ár i o
er l empr egar - s e a má x i ma t emper at ur a d e a q u e c i me n t o per mi s s í v el , t endo e m vi st a a d u r e z a
des ej ada, d e mo d o a des env ol v er - s e a c ont r aç ão má x i ma pos s í v el . E m al guns t i pos c o mp l e -
! x os de a ç o - c o mo o s a ç o s r ápi dos - s u r g e a nec es s i dade d e ma i s d e u m r ev eni do, vi st o q u e
er ; - . no r esf r i ament o post er i or a o pr i mei r o r ev eni do, f or ma- s e mar t ens i t a q u e d e v e , e m c o n s e q u -
ço ênci a, s er r ev eni da, o q u e s e f az at r av és d e u m s e g u n d o a q u e c i me n t o d o a ç o .
Out r o mé t o d o é o " r esf r i ament o s ubz er o" , o u sej a r es f r i ament o, a p ó s o a q u e c i me n t o p a r a
e ' a t êmper a, a t emper at ur as abai x o d e z e r o , par a - s e possí vel - ul t r apassar - se a l i nha Mf d o s
di agr amas 7 T T . Qu a n t o ma i s bai x a a t emper at ur a s ubz er o, ma i s c o mp l e t a a t r ans f or maç ão
te . da aust eni t a e me n o s pr ov áv el o f e n ó me n o d e i nst abi l i dade di mens i onal . De p e n d e n d o da
a- posi ção d a l i nha M( - q u e é f unç ão d a c o mp o s i ç ã o d o a ç o - p o d e r á hav er n e c e s s i d a d e d e
os r ecor r er - se a me i o s d e r esf r i ament o mui t o dr ást i cos, c o mo " ni t r ogéni o l í qui do" ( - 200° C) o u
" gel o s ec o" ( - 68° C) o u " hél i o l í qui do" ( - 268° C) o u mé t o d o s d e r esf r i ament o c o mo " r ef r i ger a-
ç ão mec âni c a" , q u e per mi t em t emper at ur as d e - 45° C a- 100° C. Es s e t r at ament o, ent r et ant o,
em não é mui t o s e g u r o dev i do a o c h o q u e t ér mi c o q u e r esul t a, p o d e n d o pr ov oc ar o a q u e c i me n t o
r a- de f i ssur as d e r es f r i ament o.
ó- A t endênc i a a f i ssur as d e t ê mp e r a - e m cer t as p e ç a s d e a ç o par a f er r ament as - é t ão
i da- . gr ande q u e s e r e c o me n d a e x a t a me n t e o cont r ár i o d o r es f r i ament o s u b z e r o , ou sej a a i nt er -
0% r upção d o r es f r i ament o dur ant e a t ê mp e r a a t emper at ur as d e 65° C a 93° C, p r o c e d e n d o - s e a
de r eveni do i me d i a t a me n t e a s egui r . É cl ar o q u e , d e s s e mo d o , f aoi l i t a- se a r e t e n ç ã o da
r o, aust eni t a, a qual , n e s s e c a s o , f av or ec e e n ã o pr ej udi ca o mat er i al .
U m t er cei r o mé t o d o par a t r a n s f o r ma r a aust eni t a r et i da s er i a u m ar t i f í ci o q u e se
ão poder i a c h a ma r d e " s a z o n a me n t o " , o u s ej a, ma n u t e n ç ã o d a s p e ç a s t r at adas e m e s t o -
s- q u e por u m d e t e r mi n a d o per í odo d e t e mp o o u s u b me t e n d o - a s r e p e t i d a me n t e a o s e x -
t r emos d e t e mp e r a t u r a s e s p e r a d a s e m s er v i ç o. Pr o c u r a - s e , a s s i m, f or çar a o c o r r ê n c i a
da- das mo d i f i c a ç õ e s d i me n s i o n a i s a n t e s d e ut i l i zar a s p e ç a s , o q u e , ent r et ant o, r a r a me n t e
se c ons egue.
í- Out r o mé t o d o q u e possi bi l i t a a t r ans f or maç ão d a aust eni t a r et i da é a p r o mo ç ã o d e um
cer t o gr au d e e n c r u a me n t o n a s p e ç a s , o q u e , o b v i a me n t e , n ã o s en/ e par a gar ant i r a es t abi -
gi - l i dade di mens i onal .
Ch o q u e me c â n i c o t e m si do u s a d o c o mo o me s mo obj et i vo, c o m r esul t ados l i mi t ados,
eu c ont udo, dev i do à di f i cul dade d o s e u c ont r ol e.
Fi nal ment e, f r equent ement e t ê m s i do u s a d o s ci cl os ac el er ados d e env el hec i ment o, c o m
r esul t ados a p r o x i ma d a me n t e i dênt i cos a o s obt i dos n o r ev eni do c o mu m.

107
Aç os E FERROS FUNDI DOS

" 7. " Coal esci ment o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB


- Qu a l q u e r t r at ament o c a p a z d e pr oduzi r esf er oi di t a ( f i g. 7 1 ) é c h a ma -
d o d e c oal es c i ment o. Es s e t r at ament o é apl i c ado pr i nc i pal ment e e m a ç o s hi per eut et ói des e
p o d e consi st i r e m q u a l q u e r d a s s egui nt es o p e r a ç õ e s :

- Aq u e c i me n t o p r o l o n g a d o d e a ç o s l a mi n a d o s o u nor mal i z ados a u ma t emper at ur a l ogo


abai x o d a l i nha i nf er i or d a z o n a cr í t i ca A , ( ") .
- Aq u e c i me n t o e r es f r i ament o al t er nados ent r e t emper at ur as l ogo a c i ma e abai x o d e A,
o u sej a, f azer a t e mp e r a t u r a d e a q u e c i me n t o osci l ar e m t o mo d e A r

O c oal es c i ment o, or i gi nando a esf er oi di t a, d á c o mo r esul t ado u ma d u r e z a mui t o bai x a,


n o r ma l me n t e i nf er i or à d a per l i t a gr ossei r a, obt i da n o r ec oz i ment o. Ne s s a s c ondi ç ões , obj et i -
v a- s e c o m o c o a l e s c i me n t o , f aci l i t ar cer t as o p e r a ç õ e s d e d e f o r ma ç ã o a f r i o e u s i n a g e m d e
a ç o s d e al t o t eor e m c a r b o n o . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK

Fi g. 71 - Aspect o mi cr ogr áf i co de aço coal esci do; esf er oi di t a. At aque: r eat i vo de ni t al .


Ampl i ação: 1. 000 vez es. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU

( * ) Est e t r at ament o é t ambém chamado de " r ecozi ment o subcr í t i co.

108
AUSTEMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMI COS

GFEDCBA
-
e

,
i-

PONMLKJIHGFEDCBA

AUSTEMPERA, MARTÊMPERA
E OUTROS TRATAMENTOS
TÉRMICOS

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

109
Aç os E FERROS FUNDI DOS

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
1. I nt r odução - O c o n h e c i me n t o d a s c ur v as e m C, o es t udo ma i s a c u r a d o d o s f e n ó me n o s
q u e oc or r em dur ant e o a q u e c i me n t o e o r es f r i ament o d o s a ç o s e d a s c or r es pondent es t r ans-
f o r ma ç õ e s est r ut ur ai s per mi t i r am o d e s e n v o l v i me n t o d e n o v a s t éc ni c as d e t r at ament os t ér -
mi c o s d e s s a s l i gas, a l g u n s d o s quai s c h e g a m a subst i t ui r c o m v a n t a g e m o s t r at ament os
c onv enc i onai s , s o b r e t u d o s o b o pont o d e vi st a d o s car act er í st i cos f i nai s obt i dos . A segui r í M zyx
s er ão es t udados a l g u n s d e s s e s t r at ament os t ér mi c os . vi *

2. Aust emper a - Es s e t r at ament o t e m subst i t uí do, e m di ver sas apl i c aç ões a t ê mp e r a e o i r


r ev eni do. Bas ei a- s e n o c o n h e c i me n t o d a s c u r v a s e m C e apr ovei t a a s t r ans f or maç ões d a
aust eni t a q u e p o d e m oc or r er a t emper at ur a c ons t ant e. Por e s s e mot i v o, a a u s t e mp e r a é
c ons i der ada u m t r at ament o i sot ér mi co. ' Hl ' - :
O const i t ui nt e q u e s e or i gi na n a a u s t e mp e r a é a bai ni t a, q u e , c o mo s e vi u, t e m pr opr i eda-
d e s i dênt i cas, s e n ã o me s mo s uper i or es , à s d a s est r ut ur as mar t ens í t i c as r ev eni das . C o mo li
n e s s e t r at ament o evi t a- se a f o r ma ç ã o di r et a d a mar t ens i t a, el i mi nam- s e o s i nc onv eni ent es
q u e e s s a est r ut ur a apr es ent a q u a n d o obt i da pel o r ev eni do post er i or .
O a ç o é a u s t e mp e r a d o me d i a n t e a s egui nt e s e q u ê n c i a d e o p e r a ç õ e s e t r ans f or maç ões :

• a q u e c i me n t o a u ma t emper at ur a dent r o d a f ai xa aust ení t i ca, g e r a l me n t e 7 9 0 ° a 915° C;


• r esf r i ament o n u m b a n h o mant i do a u ma t emper at ur a c ons t ant e, ger al ment e ent r e 2 6 0 °
e 400° C;
• p e r ma n ê n c i a n o b a n h o a e s s a t emper at ur a, par a t er - se, i s ot er mi c ament e, a t r ans f or ma-
ç ã o d a aust eni t a e m bai ni t a;
• r esf r i ament o at é a t emper at ur a a mb i e n t e , e m ar t r anqui l o o u b a n h o d e s al . zyxwvutsrqpo
O t r at ament o e s t á r epr es ent ado e s q u e ma t i c a me n t e e m d i a g r a ma d e t r ans f or maç ão
i sot ér mi ca d a f i gur a 7 2 .
A s est r ut ur as bai ní t i cas obt i das n a a u s t e mp e r a a p r e s e n t a m a s s egui nt es vant agens' 42 ' :

.
Cur va de Resf r i ament o

REVENI DO A
DUREZ A DESEJ ADA

Mf

PRODUT O: BAI NI TA

T e mp o , esc. I og.

Fi g. 7 2 - Repr esent ação esquemát i ca do di agr ama de t r ansf or mação par a aust emper a.

• me l h o r e s duc t i l i dade, t e n a c i d a d e e r es i s t ênc i a, par a u ma d e t e r mi n a d a d u r e z a ( Ta-


bel a 1 3 )
• e mp e n a me n t o r e d u z i d o , o q u e r e d u z o t e mp o post er i or d e u s i n a g e m, s u c a t a e
i ns peç ão;

110
AUSTEMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMI COS

HGFEDCBA
os T A B E L A 13
s- Pr opr i edades me c â ni c a s de a ç o 1 0 9 5 s ubme t i do a t r ês t i pos d e t r at ament o t ér mi co

- Dur e z a Resi st ênci a Al onga me nt o


s Tr at ament o Té r mi c o Rockwel l ao c hoque e m 1"

ir í M zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- C J ( %) kgf m

vi * "Resf r i ado e m á gua e r eveni do 53, 0 1, 66 16, 3 0


Resf r i ado e m á gua e r eveni do zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
525 1, 94 19, 0 0
Mar i emper ado e r eveni do 53, 0 3, 88 38, 1 0
o i r Mar t emper ado e r eveni do 5 ZS 3J2 32, 6 0
a
Aust emper ado 52, 0 6, 23 11
é
At t sí emoer ado 52, 5 5, 54 54, 3 8
' Hl ' - :
da- • ci cl o d e t e mp o r eduz i do par a obt er u ma f ai xa d e d u r e z a ent r e 3 5 a 5 5 RC, c o m e c o n o -
o li mi a r esul t ant e d e ener gi a.
s
A g r a n d e v a n t a g e m d a a u s t e mp e r a s obr e a t ê mp e r a e o r ev eni do c o mu n s r esi de n o f at o
s: de q u e , dev i do à est r ut ur a bai ní t i ca f or mar - s e di r et ament e d a aust eni t a a t emper at ur a b e m
mai s al t a q u e a mar t ens i t a, as t e n s õ e s i nt er nas r esul t ant es s ã o mui t o me n o r e s ; c o n s e q u e n -
C; t ement e, n ã o h á pr at i c ament e di st or ção o u e mp e n a me n t o e d o me s mo mo d o a possi bi l i dade
0° de apar ec i ment o d e f i ssur as d e t ê mp e r a é q u a s e q u e c o mp l e t a me n t e el i mi nada.
Ent r et ant o, n e m t odos o s t i pos d e a ç o , as s i m c o mo n e m t o d a s a s s e c ç õ e s d e p e ç a s ,
ma- apr es ent am r es ul t ados posi t i vos n a a u s t e mp e r a .
No q u e s e r ef er e a o s t i pos d e a ç o , o s ma i s c onv eni ent es par a a a u s t e mp e r a s ã o , em
utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
l i nhas ger ai s, o s segui nt es' ! ; 43

o a) a ç o s - c a r b o n o c o mu n s , c o n t e n d o 0, 50 a 1 , 0 0 % d e c a r b o n o e u m mí n i mo d e 0 , 6 0 % d e
ma n g a n ê s ;
: b) a ç o s - c a r b o n o d e al t o c a r b o n o , c o n t e n d o ^ a i s d o q u e 0 , 9 0 % d e c ar bono e, pos s i v el -
• me n t e , u m p o u c o me n o s d o q u e 0 , 6 0 % d e ma n g a n ê s ;
. c) cer t os a ç o s - c a r b o n o ( c o mo por e x e mp l o , o 1 0 4 1 ) , c o m c a r b o n o abai x o d e 0 , 5 0 %, ma s
c o m ma n g a n ê s n a f ai xa d e 1, 00 a 1 , 6 5 %.
d) cer t os aços- l i ga, d e bai xo t eor e m l i ga ( t ai s c o mo o s d a sér i e 5 1 0 0 ) c ont endo c a r b o n o
a c i ma d e 0 , 3 0 %; o s a ç o s d a s sér i es 1 3 0 0 a 4 0 0 0 c o m t eor es d e c a r b o n o a c i ma d e 0 , 4 0 %;
e out r os a ç o s , t ai s c o mo 4 1 4 0 , 6 1 4 5 e 9 4 4 0 .

Al guns out r os a ç o s , dev i do a o s e u t eor d e c ar bono o u d e e l e me n t o s d e l i ga, p o d e r i a m s er


c ons i der ados c onv eni ent es par a a o p e r a ç ã o d e a u s t e mp e r a . Co n t u d o , s e u e mp r e g o n ã o é
pr át i co pel as s egui nt es r az ões :

a) a t r ans f or maç ão n o cot ovel o d a c ur v a T 7 T c o me ç a n u m t e mp o mui t o i nf er i or a um


s e g u n d o , t o r n a n d o i mpos s í v el r esf r i ar s e c ç õ e s q u e n ã o s e j a m mui t o f i nas, s e m q u e o c o r -
r a f o r ma ç ã o d e a l g u ma per f r t a; e x e mp l o t í pi co é o a ç o 1 0 3 4 ;
b) o t e mp o nec es s ár i o par a a t r ans f or maç ão d a aust eni t a e m bai ni t a é e x c e s s i v a me n t e
l ongo; e x e mp l o t í pi co é o a ç o 9 2 6 1 q u e r equer c er c a d e 2 4 hor as par a a t r ans f or maç ão d a
aust eni t a e m bai ni t a. Out r os aços- l i ga c o m o s me s mo s car act er í st i cos s ã o o s d a s s ér i es
4300, 4600 e 4800.

No q u e s e r ef er e à s e c ç ã o d a s p « v - ^ . par a o a ç o Í G8 Cp a r e x e mp l o , a má x i ma s e c ç ã o
per mi ssí vel p a r a a u s t e mp e r a é 5r r un^' a, . Aç o s - c a r b o n o d e me n o r t eor d e c ar bono exi gi r ão
s ec ç ões pr opor c i onal ment e d e me n o r e s p e s s u r a . Ent r et ant o, e m al guns aço- l i ga, p o d e - s e
admi t i r , par a a o b t e n ç ã o da est r ut ur a i nt ei r ament e bai ní t i ca, s e c ç õ e s at é c er c a d e 2 5 mm.
a- Fi nal ment e, ai nda n o c a s o d e a ç o s - c a r b o n o , s e s e per mi t i r a p r e s e n ç a d e a l g u ma per l i t a n a
mi cr oest r ut ur a, p o d e - s e a u s í e mp e r a r , e m p r o d u ç ã o c or r ent e, s e c ç õ e s b e m s uper i or es a
e 5 mm d e e s p e s s u r a .
O b a n h o d e a u s t e mp e r a ma i s i ndi c ado e u s a d o é sal f undi do, const i t uí do es s enc i al ment e zyxwvutsr

111
Aç o s EzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
FERROS FUNDI DOS

d e ni t r at os d e s ódi o e d e pot ás s i o, e e v e n t u a l me n t e ni t r et o d e s ódi o p o r q u e t r ansf er e cal or


r api dament e; s u a v i s c os i dade é uni f or me n u ma l ar ga f ai xa d e t e mp e r a t u r a , el i mi na vi r t ual -
me n t e o p r o b l e ma d e u ma bar r ei r a d e v a p o r dur ant e o es t ági o i ni ci al d o r es f r i ament o,
p e ma n e c e est ável à s t emper at ur as d e o p e r a ç ã o e é c o mp l e t a me n t e s ol úv el e m á g u a , f aci l t -
t a n d o as s i m a s o p e r a ç õ e s s u b s e q u e n t e s d e l i mp e z a .
A f i gur a 7 3 mo s t r a o a s p e c t o t f pi co d a est r ut ur a bai ní t i ca d e u m a ç o a u s t e mp e r a d o .
A l i t er at ur a es pec i al i z ada é f ar t a e m e x e mp l o s el uci dat i vos d a s v a n t a g e n s e d o s r esul t a-
d o s posi t i vos d a a u s t e mp e r a . Al é m d o s d a d o s a p r e s e n t a d o s n a Ta b e l a 1 3 , h á out r as r ef er ên-
ci as a r espei t o d o a s s u n t o . As s i m, Br i ck, Go r d o n e Phi l l i ps' 441 c i t am r es ul t ados c ompar at i v os
e m p e ç a s d e 4, 8 m m d e s e c ç ã o q u e , a u s t e mp e r a d a s , mo s t r a r a m, n o e n s a i o d e t r aç ão, 3 5 %
d e est r i cção e, n o ens ai o d e c h o q u e , a b s o r v e r a m 4, 8 k g f m ( 47. 1J) d e ener gi a, a o p a s s o q u e
a mar t ensi t a r ev eni da à me s ma dur ez a, a p r e s e n t o u a est r i cção i nf er i or a 1 % e r esi st ênci a a o
c h o q u e d e a p e n a s 0, 4 k g f m ( 3, 9J) . L e mb r a m, c o n t u d o , o s ci t ados aut or es , q u e a s est r ut ur as
bai ní t i cas s e mo s t r a m s uper i or es s o me n t e n a f ai xa d e dur ez a Ro c k we l l C 5 0 o u a c i ma . Na
f ai xa d e d u r e z a 4 0 C a 4 5 C, a mar t ens i t a r ev eni da é super i or , pel a me s ma r az ão q u e é
s uper i or à est r ut ur a per i í t i ca f i na. Po r out r o l ado, a s est r ut ur as bai ní t i cas n ã o p o d e m s er
obt i das n a f ai xa d e d u r e z a s exi gi das par a a s f er r ament as d e cor t e, o u s ej a 6 0 C a 6 5 C.
Do me s mo mo d o , Ge r a r d De Sme t ' 4 S) r el at a ex per i ênc i as f ei t as c o m a ç o f undi do d e
1 , 2 0 % d e c a r b o n o e 0 , 4 0 % d e ma n g a n ê s , a ç o me i o dur o, c o m 0 , 3 5 % d e c a r b o n o e 0 , 4 0 % d e
ma n g a n ê s e a ç o n í q u e l - c r o mo , c o m 0 , 1 5 % d e c a r b o n o , 0 , 4 0 % d e ma n g a n ê s , 3 , 2 5 % d e
ní quel e 0 , 7 5 % d e c r o mo . Os r esul t ados f o r a m o s s egui nt es :

- a ç o f undi do - t e mp e r a d o a 790° C e m ól eo e r ev eni do a 250° C - d u r e z a Br i nel l 6 8 0 ( R. C.


60/ 61) ; r esi st ênci a à t r aç ão 2 0 0 k g f / mm2 ( 1 9 6 0 MP a ) ; r esi st ênci a a o c h o q u e 0, 628 k g f m
( 6, 2J) ;
- i d e m, p o r é m a u s t e mp e r a d o a 250° C - v al or es i dênt i cos par a d u r e z a , r esi st ênci a à t r aç ão
e r esi st ênci a a o c h o q u e ;
- a ç o me i o dur o - t e mp e r a d o a 850° C e m ól eo e r ev eni do a 630° C - d u r e z a Br i nel l 2 1 7 ; SP-
r esi st ênci a à t r aç ão 7 5 k g f / mm2 ( 735 MP a ) ; r esi st ênci a a o c h o q u e 1 0 , 6 4 k g f m ( 104. 4J ) ; zyxwvu

Fi g. 7 3 - Aspect o mi cr ogr áf i co de aço aust emper ado: bai ni t a. At aque: r eat i vo de ni t al . Ampl i ação: 1000
v e z e s . Not a- se a f or mação aci cul ar t í pi ca das est r ut ur as bai ní t i cas obt i das nas t emper at ur as mai s bai xas.
FEDCBA AUSTEMPERA, ^ LARTÈMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMI COS zyxwv

r - i d e m, p o r é m a u s t e mp e r a d o a 230° C - d u r e z a Br i nel l 2 2 8 ; r esi st ênci a à t r ação 7 8 , 9 kgf /


- mr r ) z ( 7 7 5 MP a ) ; r esi st ênci a a o c h o q u e 15, 25 k gf m ( 149. 6J ) ;
, - a ç o Ni - Cr - t e mp e r a d o a 820° C e m ól eo e r eveni do a 230° C - dur ez a Br i nel l 3 8 7 ; r esi s-
- t ênci a à t r aç ão 133, 5 k g f / mm2 ( 1 3 1 0 MP a ) ; r esi st ênci a a o c h o q u e 9, 06 k g f m ( 88. 9J ) ;
- i d e m, p o r é m a u s t e mp e r a d o a 230° C - d u r e z a Br i nel l 3 4 0 ; r esi st ênci a à t r ação 117, 5 kgf /
mm 2 ( 1155 MP a ) ; r esi st ênci a a o c h o q u e 14, 29 ( 140, 2J ) .
-
n- A apl i c aç ão d o t r at ament o d e a u s t e mp e r a é f ei t a e m p e ç a s a par t i r d e bar r as d e p e q u e n o
s di âmet r o o u d e t i r as e c h a p a s d e p e q u e n a es pes s ur a. Apl i c a- s e e m par t i cul ar e m p e ç a s d e
% p e q u e n a s e c ç ã o d e aç o- c ar bono ex i gi ndo u ma t enac i dade ex c epc i onal a u ma d u r e z a pr óx i -
e ma d e 5 0 R C . Ent r et ant o, dev e- s e e n t e n d e r q u e , mui t as v e z e s , é ma i s i mpor t ant e q u e a
o aus t emper a p r o d u z a n a s p e ç a s a s d e s e j a d a s e e s p e r a d a s pr opr i edades me c â n i c a s , d o q u e
s u ma est r ut ur a i nt ei r ament e bai ní t i ca. As s i m, n a pr át i ca i ndust r i al d a a u s t e mp e r a , é c o mu m
a t er - se apl i c aç ões b e m s uc edi das , c o m me n o s q u e 1 0 0 % d e bai ni t a.
é Par a al guns t i pos d e a ç o s , c o n f o r me a pos i ç ão d a s c ur v as d e l l l , a bai ni t a p o d e oc or r er
por r es f r i ament o c ont í nuo.
A bai ni t a a p r e s e n t a a l g u ma s v ar i aç ões est r ut ur ai s' . A c h a ma d a bai ni t a super i or ,
461 em
e ac os hi poeut et ói des , apr es ent a- s e c o mo u ma pi l ha d e t i r as o u a g u l h a s d e f er r i t a; o e x c e s s o
e de c ar bono q u e r esul t a d a t r ans f or maç ão d a aust eni t a, f i ca a c u mu l a d o nes t a aust eni t a, s e n -
e do q u e u ma par c el a des t a, enr i quec i da d e c a r b o n o , f i ca p r e s a ent r e a s t i r as. Oc o r r e , c o m o
t e mp o , dur ant e a ma n u t e n ç ã o d o a ç o à t emper at ur a c o r r e s p o n d e n t e à f o r ma ç ã o d a bai ni t a,
pr eci pi t ação d o c a r b o n o d a aust eni t a, n a f o r ma d e c ement i t a, r es ul t ando u m a g r e g a d o n ã o -

. l amel ar d e f er r i t a e c ement i t a, o qual const i t ui a bai ni t a.

m No s a ç o s hi poeut et ói des , o i ní ci o d e f o r ma ç ã o d a bai ni t a super i or c or r es ponde à f o r ma -


ç ão d a f er r i t a. No s hi per eut et ói des, f o r ma - s e a c ement i t a ant es , c r i ando- s e as s i m u ma r egi ão
o d e aust eni t a ex aur i da d e c a r b o n o e m t or no d e c ement i t a.
A c h a ma d a bai ni t a / n/ er í or f or ma- se a t emper at ur as abai x o d e a p r o x i ma d a me n t e 350° C.
Su a est r ut ur a di f er e d a c or r es pondent e à bai ni t a super i or . No l ugar d e t i r as d e f er r i t a, s u r g e m
SP-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
pl ac as . A f as e c a r b o n e t o q u e s e f o r ma i ni c i al ment e é eps i l on e n ã o p r o p r i a me n t e a
cement i t a. Co n t u d o , dur ant e o t e mp o e m q u e o a ç o f i ca n a t emper at ur a d e f o r ma ç ã o d a

Cur va de Resf r i ament o

|2

Tr asf or mação

P RODUT O: MARTENSI TA REVENI DA

T e mp o , esc. l og.

Fi g. 7 4 - Di agr ama esquemát i co de t r ansf or mação par a ma r t ê mpe r a .


zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aç o s e FERROSFUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG

bai ni t a, e s s e epsi l on mu d a par a c ement i t a. Es s a mu d a n ç a d e p e n d e d o t eor d e l i ga pr es ent e


n o s aç os ; por e x e mp l o , o si l í ci o e o al umí ni o r et ar dam a mu d a n ç a , d e mo d o q u e a f as e
epsi l on p o d e s er o b s e r v a d a ma i s ni t i dament e n o s a ç o s c o n t e n d o a q u e l e s e l e me n t o s .

3. Mar t êmper a - Es s e t r at ament o consi st e n u ma t êmper a i nt er r ompi da a par t i r d a t emper at u-


r a d e aust eni t i zação, d e mo d o a r et ar dar o r esf r i ament o d o a ç o l ogo a c i ma d a t r ans f or maç ão
mar t ensí t i ca, o q u e r esul t a n u ma equal i z aç ão d a t emper at ur a at r av és d e t oda a s e c ç ã o d a s
p e ç a s s u b me t i d a s a e s s e t r at ament o. C o m e s s a t écni ca, di mi nui - s e a pr obabi l i dade d e
e mp e n a me n t o ou di st or ção d a s p e ç a s , def ei t os c a u s a d o s por u m r esf r i ament o r ápi do.
A f i gur a 7 4 r epr es ent a e s q u e ma t i c a me n t e o t r at ament o d e ma r t ê mp e r a .
A ma r t ê mp e r a c o mp r e e n d e a s egui nt e s e q u ê n c i a d e o p e r a ç õ e s :

• a q u e c i me n t o a u ma t emper at ur a dent r o d a f ai xa d e aust eni t i zação;


• r esf r i ament o n u m me i o f l ui do q u e n t e ( ól eo aquec i do, b a n h o d e s al , met al f undi do o u
l ei t o f l ui di zado) at é u ma t e mp e r a t u r a g e r a l me n t e a c i ma d a f ai x a d e f o r ma ç ã o da
mar t ens i t a ( pont o Mi ) ;
• ma n u t e n ç ã o n e s s e me i o d e r es f r i ament o at é q u e a t emper at ur a s e uni f or mi ze at r av és
d e t oda a s e c ç ã o d a s p e ç a s ;
• r esf r i ament o a v el oc i dade mo d e r a d a ( ger al ment e a o ar ) , d e mo d o a pr eveni r qual quer
g r a n d e di f er ença d e t emper at ur a ent r e a par t e ex t er na e a par t e i nt er na d a s s e c ç õ e s .

. Te m- s e ' a s s i m f o r ma ç ã o d a mar t ens i t a d e mo d o bas t ant e uni f or me at r av és d e t oda a


s e c ç ã o d a p e ç a , dur ant e o r esf r i ament o at é a t emper at ur a a mb i e n t e ev i t ando- s e, e m c o n s e -
quênc i a, a f o r ma ç ã o d e ex c es s i v a quant i dade d e t ens ões r esi duai s.
A o cont r ár i o d a a u s t e mp e r a , a ma r t ê mp e r a n ã o pr es c i nde d a o p e r a ç ã o d e r ev eni do. E m
out r as pal av r as , a p ó s a ma r t ê mp e r a , as p e ç a s s ã o s u b me t i d a s a u ma o p e r a ç ã o c o mu m d e
r ev eni do, c o mo s e el as t i v es s em si do t e mp e r a d a s .
C o mo j á s e me n c i o n o u , a ma r t ê me p r a é u s a d a pr i nci pal ment e p a r a di mi nui r a possi bi l i da-
d e d e e mp e n a me n t o d a s p e ç a s . Qu a n d o a endur eci bi l i dade d o a ç o é a d e q u a d a , a apl i c aç ão
d a ma r t ê mp e r a r esul t a e m cont r ol e di mens i onal me l h o r d o q u e me d i a n t e r esf r i ament o c o n -
v enc i onal por t ê mp e r a , vi st o q u e a s v ar i aç ões di mens i onai s s ã o ma i s uni f or mes . Do me s mo
mo d o , des env ol v e- s e me n o r quant i dade d e t e n s õ e s r esi duai s d o q u e n a t ê mp e r a c onv enc i -
onal , por que a s ma i o r e s v ar i aç ões t ér mi c as o c o r r e m enquant o o a ç o ai nda es t á n a c ondi ç ão
aust ení t i ca r el at i v ament e pl ást i ca e p o r q u e a t r ans f or maç ão f i nal e a s modi f i c aç ões t ér mi c as
o c o r r e m at r avés d e t oda a s e c ç ã o a p r o x i ma d a me n t e n o me s mo t e mp o ' 471 . A t abel a 1 3 , j á I
i ndi c ada, mos t r as a s pr opr i edades d o a ç o 1 0 9 5 ma r t e mp e r a d o e r ev eni do, e m c o mp a r a ç ã o | zy
c o m a t ê mp e r a e r ev eni do e c o m a a u s t ê me p e r a .
Ge r a l me n t e , o s aços- l i ga a p r e s e n t a m me l h o r e s c ondi ç ões par a s e r e m ma r t e mp e r a d o s
d o q u e o s a ç o s - c a r b o n o . Os t i pos ma i s c o mu me n t e u s a d o s n e s s e t i po d e t r at ament o t ér mi c o
i nc l uem 1 0 9 0 , 4 1 3 0 , 4 1 4 0 , 4 1 5 0 , 4 3 4 0 , 4 6 4 0 , 5 1 4 0 , 6 1 5 0 , 8 6 3 0 , 8 6 4 0 , 8 7 4 0 , 8 7 4 5 , a l é m d e *
al guns t i pos par a c e me n t a ç ã o , t ai s c o mo 3 3 1 2 , 4 6 2 0 , 5 1 2 0 , 8 6 2 0 e 9 3 1 0 ( 4 a l .
C o mo n a a u s t e mp e r a , n a ma r t ê mp e r a t a mb é m s e d e v e l evar e m c ont a a es pes s ur a o u
s e c ç ã o d a s p e ç a s a s e r e m t r at adas . Ent r et ant o, par a a l g u ma s apl i c aç ões n ã o é abs ol ut a-
me n t e nec es s ár i a u ma est r ut ur a i nt ei r ament e mar t ensí t i ca, ac ei t ando- s e u ma dur ez a cent r al
1 0 uni dades Roc k wel l C abai x o d a má x i ma q u e s e p o d e obt er , par a u m det er mi nado t eor d e
c ar bono.
O pr oc es s o d e ma r t ê mp e r a d e p e n d e - c o mo , al i ás, qual quer out r o t i po d e t r at ament o
t ér mi c o - d e u m n ú me r o d e var i ávei s, q u e d e v e m s er r i gor osament e c ont r ol adas , t ai s c o mo ,
a t emper at ur a de- aus t eni t i z aç ão, q u e - ent r e out r os f at or es - af et a a pr ópr i a t emper at ur a
c or r es pondent e a Mr , at mos f er a c ont r ol ada dur ant e a aus t eni t i z aç ão, poi s c as c a d e óx i do
p o d e r epr es ent ar c o mo q u e u ma bar r ei r a p a r a o r esf r i ament o uni f or me n o b a n h o d e ól eo o u
d e sal f undi do; t e mp e r a t u r a d o s b a n h o s d e ma r t ê me p r a , q u e d e p e n d e , por s u a v e z , d o t i po
d e a ç o , d a t emper at ur a d e aust eni t i zação e d o s r esul t ados f i nai s d e s e j a d o s ; t e mp o d e per -
ma n ê n c i a n o b a n h o d e ma r t ê mp e r a , q u e d e p e n d e d a es pes s ur a d a s e c ç ã o et c.

114
A
LKJIHGFEDCBA AUSTEMPERA, MARTÊMPERA E OUTROS TRATAMENTOS TÉRMI COS

nt e Há u m p r o c e s s o d e ma r t ê me p r a , q u e é c h a ma d o d e mar t êmper a modi f i cada' 47) , e q u e


se di f er e d a ma r t ê mp e r a c onv enc i onal pel o f at o d a t emper at ur a d o b a n h o d e ma r t ê mp e r a s er
bai xa - v ar i ando d e s d e p o u c o abai x o d o pont o Mi at é c er c a d e 93° C. Po r e s s e p r o c e s s o ,
c o n s e g u e m- s e v el oc i dades d e r es f r i ament o ma i s r ápi das, o q u e é i mpor t ant e par a a ç o s d e
u- endur eci bi l i dade i nf er i or . Ne s s a s c o n d i ç õ e s , a ma r t ê mp e r a modi f i c ada é apl i c ada a u ma
ão mai or quant i dade d e c o mp o s i ç õ e s d e a ç o .
as
de 4. pat ent eament o - A o p e r a ç ã o d e pat ent eament o, mui t o e mp r e g a d a n a i ndúst r i a d e
ar ames e f i os, p o d e s er c ons i der ada u ma modi f i c aç ão d o p r o c e s s o d e a u s t e mp e r a .
Ne s s a t écni ca, a r a me s e bar r as aust eni t i zadas s ã o r esf r i adas d e mo d o c ont í nuo n u m b a -
nho, ger al ment e d e c h u mb o f undi do, a t emper at ur a d e 5 1 0 ° a 540° C e aí mant i dos e m per í o-
dos de t e mp o q u e v ar i am d e 10 s e g u n d o s ( par a a r a me s ) at é 9 0 s e g u n d o s ( par a bar r as ) .
Ne s s a f ai xa d e t emper at ur as o r es f r i ament o é l ent o o suf i ci ent e par a f or mar per l i t a f i na.
ou A di f er enç a ent r e a a u s t e mp e r a r eal e a a u s t e mp e r a mo d i f i c a d a ou, , nes t e c a s o , o
da pat ent eament o r es i de, por t ant o, n o f at o d e q u e a v el oc i dade d e r esf r i ament o e m v e z d e s er
suf i ci ent ement e r ápi da par a evi t ar o c ot ov el o d a c ur v a e m C é s uf i c i ent ement e l ent o d e mo d o
és a i nt er cept ar o c ot ov el o e dar or i gem à per l i t a f i na.
O pr oc es s o per mi t e obt er - se u ma c o mb i n a ç ã o d e mo d e r a d a s al t as r esi st ênci a e d u r e z a .
er Ne s s a o p e r a ç ã o , c o mo n a v er dadei r a a u s t e mp e r a , ( dev e- s e cont r ol ar a s d i me n s õ e s d a s
peç as a s e r e m t r at adas , par a evi t ar - que s e f o r me m mi cr oest r ut ur as mi s t as , a s quai s p o d e m
pr oduzi r n a s p e ç a s dur ez as n ã o uni f or mes .
a
e- 5 - Endur eci ment o por pr eci pi t ação - Es s e t r at ament o - ma i s c onhec i do e apl i c ado n a s
l i gas l ev es . e e m a l g u ma s l i gas d e c o b r e - p o d e s er ut i l i zado e m al guns t i pos d e aç os ' 481 .
Em Apr ovei t a a pr opr i edade d e cer t os e l e me n t o s d e l i ga s e di s s ol v er em n o f er r o al f a f o r ma n d o
de s ol uç ões s u p e r s a t u r a d a s e, e m c o n d i ç õ e s det er mi nadas , s e pr ec i pi t ar em, n a f o r ma , p o r
ex empl o, d e c a r b o n e t o s o u ni t r et os. . O pr ópr i o c ar bono q u e , c o mo s e s a b e , di ssol ve- se e m
a- quant i dades mui t o p e q u e n a s n a q u e l a f o r ma al ot r ópi ca d o - f er r o, p o d e est ar suj ei t o a es t e
ão f e n ó me n o ; ent r et ant o, s u a q u a n t i d a d e é t ão l i mi t ada, q u e n ã o h á , pr at i c ament e, ef ei t o
n- endur ec edor , c o mo s e vi sa nes t e t r at ament o t ér mi c o.
mo Ent r e o s t r at ament os d e e n d u r e c i me n t o por pr eci pi t ação d o s a ç o s , aquel e q u e v e m e n -
i - c ont r ando ma i o r apl i c aç ão i ndust r i al é o q u e s e apl i ca n u m n o v o t i po d e a ç o s - aços
ão " mar agi ng" 1' ' . S ã o a ç o s d e c a r b o n o mui t o bai x o - c o mo s e v e r á ma i s adi ant e - al t o t eor d e
as ní quel , p o s s u i n d o ai nda t i t âni o, al umí ni o e, ev ent ual ment e, ni óbi o, cobal t o e mol i bdêni o. E m
á I
pr i ncí pi o, o t r at ament o t ér mi co e m r ef er ênci a consi st e n o s egui nt e 1 4 9 1 :
ão | zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- aus t eni t i z aç ão, dur ant e u ma hor a par a c a d a 2 5 m m d e s e c ç ã o . A t emper at ur a us ual
os par a a ç o s c o m 1 8 % d e ní quel é, por e x e mp l o , 820° C. O r es f r i ament o é f ei t o at é a t e mp e -
co r at ur a a mb i e n t e s e m p r e o c u p a ç ã o c o m s u a v el oc i dade.
de * - env el hec i ment o a 480° C g e r a l me n t e , dur ant e 3 a 6 h o r a s . À s v e z e s a t emper at ur a d e
env el hec i ment o é mai or , por e x e mp l o , 530° C, par a mat r i z es par a f undi ção s o b p r e s s ã o .
ou
a- Emb o r a n ã o s e c o n h e ç a per f ei t ament e o me c a n i s mo me d i a n t e o qual o s a ç o s " mar agi ng"
al adqui r em, pel o env el hec i ment o, e l e v a d o s val or es d e r esi st ênci a me c â n i c a e dur ez a, admi t e-
de s e q u e , n e s s a f as e d o t r at ament o t ér mi c o, ocor r a a pr eci pi t ação d e f as es i nt er met ál i cas
c ont endo ní quel , mol i bdêni o, t i t âni o e, ev ent ual ment e, o f er r o ( 48) .
o Por out r o l ado, a est r ut ur a mar t ens í t i c a d e s s e s a ç o s é e m t i r as e s u a est r ut ur a cr i st al i na
mo , é cúbi ca c ent r ada' 50 ' .
a A t í t ul o d e es c l ar ec i ment o, a mar t ens i t a e m t i r as p o d e s er i gual ment e pr oduz i da e m f er r o
do pur o, me d i a n t e u m r esf r i ament o e x t r e ma me n t e r ápi do d e s e c ç õ e s f i nas o u pel a apl i c aç ão d e
ou car ga d e c h o q u e a pr es s ões s uper i or es a 1 3 0 0 k gf / mmz | 5 D' .
po
r-

" " Mar agi ng" =mar t ensi t i c agi ng

115
E FERROSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDI DOS

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
1. I nt r odução - O e n d u r e c i me n t o super f i ci al d o s a ç o s , e m g r a n d e n ú me r o d e apl i cações
d e p e ç a s d e má q u i n a s , é, f r equent ement e, ma i s c onv eni ent e q u e s e u endur ec i ment o t ot al
pel a t ê mp e r a n o r ma l , vi st o q u e , n e s s a apl i c aç ões , obj et i va- se a p e n a s a cr i ação d e u ma
super f í ci e dur a e d e g r a n d e r esi st ênci a a o d e s g a s t e e à a b r a s ã o .
O endur ec i ment o super f i ci al p o d e s er pr oduz i do por vár i os mé t o d o s , a s aber :

a ) t r at ament o me c â n i c o d a s uper f í c i e, me d i a n t e o qual s e o b t é m u ma super f í ci e


enc ar ada, c o m r esi st ênci a e dur ez a c r es c ent es , e m f unç ão d a s u a i nt ens i dade;
b) t r at ament o q u í mi c o d a super f í ci e d o a ç o , me d i a n t e mé t o d o s c o mo c r o me a ç ã o dur a,
si l i coni zação e out r os ;
c) t r at ament os t e r mo - q u í mi c o s , t ai s c o mo c e me n t a ç ã o , ni t r et ação e car boni t r et ação;
d) t ê mp e r a super f i ci al .

Os t r at ament os a e b n ã o p o s s u e m n a d a e m c o mu m c o m o s t r at ament os t ér mi c os , mot i v o


pel o qual n ã o s e r ã o a b o r d a d o s n a pr es ent e o b r a . Os t r at ament os t er mo- quí mi c os s er ão
a b o r d a d o s e m capí t ul o post er i or .
A t êmper a super f i ci al consi st e e m pr oduz i r - s e u ma t ê mp e r a l ocal i zada a p e n a s n a s uper -
f í ci e d a s p e ç a s d e a ç o , q u e as s i m adqui r i r á a s pr opr i edades e o s car act er í st i cos t í pi cos da
est r ut ur a mar t ens í t i c a.
Vár i os s ã o o s mot i v os q u e d e t e r mi n a m a pr ef er ênci a d o e n d u r e c i me n t o super f i ci al em
r el ação . ao e n d u r e c i me n t o t ot al :

- di f i cul dade, s o b o s pont os d e vi st a pr át i co e e c o n ó mi c o , d e t r at ar - se d e p e ç a s d e gr an-


d e s d i me n s õ e s n o s f o mo s d e t r at ament o t ér mi c o c onv enc i onai s ;
- possi bi l i dade d e endur ec er - s e a p e n a s a s á r e a s cr í t i cas d e d e t e r mi n a d a s p e ç a s , c o mo
por e x e mp l o , d e n t e s d e gr andes e n g r e n a g e n s , gui as d e má q u i n a s oper at r i zes, g r a n d e s
ci l i ndr os, et c;
- possi bi l i dade d e mel hor ar a pr eci são di mens i onal d e p e ç a s pl anas , g r a n d e s o u del gadas ,
evi t ando- se o e n d u r e c i me n t o t ot al . Ex e mp l o s : has t es d e ê mb o l o s d e ci l i ndr os hi dr ául i cos;
- possi bi l i dade d e ut i l i zar - se a ç o s ma i s e c o n ó mi c o s , c o mo a ç o s - c a r b o n o , e m l ugar d e
aços- l i ga;
- possi bi l i dade d e cont r ol ar o pr oc es s o, d e mo d o a pr oduzi r , s e des ej áv el , v ar i aç ões e m
pr of undi dades d e endur ec i ment o o u d e d u r e z a , e m s e ç õ e s di f er ent es d a s p e ç a s ;
- i nv es t i ment o d e capi t al mé d i o , n o c a s o d e adot ar - s e e n d u r e c i me n t o super f i ci al por
i nduç ão e b e m me n o r , n o c as o d e e n d u r e c i me n t o por c h a ma ;
- di mi nui ç ão d o s r i scos d e apar ec i ment o d e f i ssur as or i gi nadas n o r es f r i ament o, a p ó s o
a q u e c i me n t o .

Por out r o l ado, a s pr opr i edades r esul t ant es d a t ê mp e r a super f i ci al s ã o :

- super f í ci es d e al t a dur ez a e r esi st ênci a a o d e s g a s t e ;


- b o a r esi st ênci a à f adi ga por d o b r a me n t o ;
- b o a c a p a c i d a d e par a r esi st i r c ar gas d e c ont ac t o;
- r esi st ênci a sat i sf at ór i a a o e mp e n a me n t o .

Al g u ma s r ec c r mer t ós ç ões s ã o nec es s ár i as p a r a o b t e n ç ã o d o s me l h o r e s r esul t ados' 5* .

- pr oc ur ar obt er c a ma d a s endur ec i das p o u c o pr of undas ; d e f at o, pr of undi dades mai or es ,


des nec es s ár i as p o d e m pr ov oc ar o e mp e n a me n t o o u f i ssur as d e t ê mp e r a o u des env ol v er
t ens ões r esi duai s e x c e s s i v a me n t e al t as, s o b a c a ma d a endur ec i da;
- l evar e m c o n t a q u e a e s p e s s u r a d a c a ma d a e n d u r e c i d a d e p e n d e d e c a d a c a s o e s p e -
cí f i co, t e n d o e m vi st a a s r esi st ênci as a o d e s g a s t e e à f adi ga d e s e j a d a s , a c ar ga d e
ser vi ço d a s p e ç a s , a s d i me n s õ e s d e s t a s e, i ncl usi ve, o e q u i p a me n t o di sponí vel ; c o mo
por e x e mp l o , d e v e - s e l embr ar q u e s e a c a ma d a e n d u r e c i d a c o r r e s p o n d e r a u ma f r a-

118 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
DCBA TÊMPERA SUPERFI CI AL

GFEDCBA
es c ão si gni f i cat i va d a e s p e s s u r a d a p e ç a , p o d e m r esul t ar t e n s õ e s r esi duai s d e c o m-
al pr es s ão d e p e q u e n o val or n e s s a c a ma d a endur ec i da, d e mo d o a t er - se me l h o r a i ns i g-
ma ni f i cant e n a r esi st ênci a à f adi ga.

As t emper at ur as d e a q u e c i me n t o d e v e m pr opor c i onar a aust eni t i zação d o a ç o , poi s s o -


ment e as s i m o b t é m- s e n o r esf r i ament o post er i or , a mar t ens i t a.
e As t emper at ur as , o s me i o s d e r es f r i ament o r e c o me n d a d o s e a s d u r e z a s r esul t ant es p a r a
10 s ã o o s s egui nt es :
a,
0 , 3 0 %C - 900- 975° C - á g u a - 5 0 R C
0 , 3 5 %C - 9 0 0 ° C - água - 5 2 R C
0 , 4 0 %C - 870- 900° C - á g u a - 5 5 RC
0 , 4 5 %C - 870- 900° C - á g u a - 5 8 RC
vo 0 , 5 0 %C - 8 7 0 ° C - água - 60 R C
ão 0 , 6 0 %C - 850- 875° C - á g u a - 6 4 R C
ól eo - 6 2 R C
r-
da Os aços- l i ga e o s a ç o s d e u s i n a g e m f áci l , c o m o t eor d e c a r b o n o a c i ma , s ã o endur ec i dos
por i nduç ão, n o c a s o d e s e adot ar o p r o c e s s o d e t êmper a super f i ci al . Qu a n d o os e l e me n t o s d e
m - Uga p r o v o c a m a f o r ma ç ã o d e c ar bonet os ( c r o mo , mol i bdêni o, v a n á d i o o u t ungst éni o) , o s a ç o s
c or r es pondent es d e v e m s er aquec i dos a t emper at ur as 5 0 a 100° C a c i ma d a s i ndi c adas .
A dur aç ão d o a q u e c i me n t o é mui t o cur t a, ger al ment e p o u c o s s e g u n d o s , par a pr oduz i r
an- u ma ní t i da f r ont ei r a ent r e a s e c ç ã o endur ec i da e o r est o d a s e c ç ã o .
A f i gur a 7 5 ( 5 1 ) mos t r a o ef ei t o d o t e mp o d e a q u e c i me n t o n a pr of undi dade d e endur ec i -
mo ment o e n o i ní ci o d o apar ec i ment o d e f i ssur as, n a t ê mp e r a super f i ci al por i nduç ão d e u ma
es . bar r a d e a ç o 1 0 4 5 , c o m 2 5 m m d e di âmet r o.
Ap ó s 4 s e g u n d o s d e a q u e c i me n t o , not ou- s e o apar ec i ment o d e f i ssur as super f i ci ai s, e m
s, segui da a o r es f r i ament o. Ap ó s 5 s e g u n d o s , a super f í ci e d a bar r a a q u e c e u - s e a u ma t e mp e -
s; r at ur a pr óx i ma d a d e f us ão d o a ç o .
de A pot ênci a apl i c ada n a exper i ênci a d a qual r esul t ou o gr áf i co d a f i gur a, f oi 11, 6 MW/ m 2 a
450 k Hz .
em O mei o d e r esf r i ament o us ual n a t ê mp e r a super f i ci al é a á g u a , f áci l d e i nst al ar e ma n t e r
e me n o s per i gos a q u e o s out r os me i o s . Es t es out r os s ã o s a l mo u r a , ól eo, ar c o mp r i mi d o e
or pol í mer os l í qui dos.

o 7,5

Pri mei ra evi dênci a


de fi ssj r ação /
/
r /
/
Zona af et ada
pel o cai ar -

/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
2 ^\
50 RC
s, CO
Q
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i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
e-
1 2 3 4 5 S
e
mo T EMPO DE AQUECI MENTO, s
a-
Hg. 75 - Ef ei t o do t e mpo de aqueci ment o na pr of undi dade de endur eci ment o por t êmper a super f i ci al

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 119
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
No r ma l me n t e , o me i o é as per gi do o u bor r i f ado s obr e a s e c ç ã o a q u e c i d a o u a p e ç a é
me r g u l h a d a n o me i o , t e r mi n a d o o a q u e c i me n t o .
E m al guns c a s o s , p o r e x e mp l o e m p e ç a s ma c i ç a s , c o mo e n g r e n a g e n s d e p a s s o l ar go,
p o d e ocor r er a r ápi da a b s o r ç ã o d o cal or super f i ci al pel a ma s s a n ã o a q u e c i d a d a p e ç a . De s s e
mo d o , t em- s e o q u e s e poder i a c h a ma r d e " aut o- r esf r i ament o" , q u e el i mi nar i a o s me i o s l í qui -
d o s d e t ê mp e r a .
Al é m d a s v a n t a g e n s c i t adas , out r as q u e p o d e m s er me n c i o n a d a s s ã o : el i mi naç ão d o s
f o mo s d e a q u e c i me n t o , ma i o r r api dez d e t r at ament o, t r at ament o e m q u a l q u e r l ocal d a of i ci na,
n ã o p r o d u z apr ec i áv el ox i daç ão o u d e s c a r b o n e t a ç ã o d o a ç o , et c .
Os pr oc es s os us uai s d e t ê mp e r a super f i ci al s ã o :

« t ê mp e r a por c h a ma
• t ê mp e r a por i n d u ç ã o
• t ê mp e r a por l as er
• t ê mp e r a por f ei xe el et r ôni co
• t ê mp e r a por i mp l a n t a ç ã o i ôni ca

2. Têmper a por chama - Nes t e pr oc es s o pr oc ur a- s e a p e n a s endur ec er u ma f i na c a ma d a da


super f í ci e d a p e ç a , d e mo d o a mant er o núc l eo d a p e ç a n a est r ut ur a or i gi nal . Pa r a i sso, aquec e- s e
a super f í ci e d o a ç o at é a t emper at ur a d e aust eni t i zação, e m t e mp o cur t o, s egui ndo- s e r esf r i ament o
r ápi do, o q u e oc as i ona a f or maç ão d a est r ut ur a mar t ensí t i ca a p e n a s n a super f í ci e da peç a. O
aquec i ment o é f ei t o at r av és d e c h a ma d e oxi acet i l eno, enquant o o r esf r i ament o é f ei t o por j at o de
á g u a , e m f or ma d e bor r i f o, d e mo d o a pr oduzi r a c a ma d a dur a at é a pr of undi dade des ej ada.
Es t e pr oc es s o per mi t e a ut i l i zação d e a ç o s d e me n o r c us t o o u qual i dade, n o s quai s s e
c o n s e g u e obt er r esi st ênci a super f i ci al a o d e s g a s t e , ev i t ando- s e, a s s i m, a ut i l i zação d e a ç o s
ma i s c o mp l e x o s , c o m e l e me n t o s d e l i ga, a d e q u a d o s par a a o p e r a ç ã o d e c e me n t a ç ã o .
Ex i s t em i n ú me r o s di sposi t i vos ut i l i zados n a o p e r a ç ã o . No c a s o ma i s s i mpl es d e f or mas
ci l í ndr i cas, l eva- se a ef ei t o o t r at ament o me d i a n t e a ut i l i zação d e u m di sposi t i vo s e me l h a n t e
a o t or no, ent r e a s p o n t a s d o qual é c ol oc ado a p e ç a , s e n d o a t oc ha d e oxi acet i l eno e o boc al
d e á g u a c ol oc ados n o " car r o" d o t or no. A p e ç a gi r a a u ma v el oc i dade per i f ér i ca det er mi nada,
a o me s mo t e mp o q u e a t or c ha, d i me n s i o n a d a d e mo d o a a b r a n g e r a á r e a q u e s e des ej a
endur ec er , a q u e c e s u c e s s i v a me n t e a super f í ci e, s egui ndo- s e i me d i a t a me n t e o r esf r i ament o
pel a á g u a . C o m est a di s pos i ç ão, h á pr obabi l i dade d e s e f o r ma r e m f ai x as ma i s mo l e s c o m
al guns mi l í met r os d e l ar gur a. Pa r a evi t ar e s s e i nc onv eni ent e, pr ef er e- s e a q u e c e r a super f í -
ci e c o m u ma t or c ha d e c h a ma múl t i pl a e f o r ma anul ar , q u e s e mo v i me n t a a o l ongo d a p e ç a
gi r ando r api dament e. O boc al d e r es f r i ament o apr es ent a t a mb é m f o r ma anul ar . A es pes s ur a JpJt - i
d a c a ma d a endur ec i da p o d e var i ar d e s d e a p e n a s , u ma c a s c a super f i ci al at é c er c a d e 10 mm. . t e- f t í í
• v f PS^y
O di sposi t i vo descr i t o, a d a p t a d o e m má q u i n a d o t i po d e u m t o mo , d á u ma i dei a d a ma n e i - J p g Vr
r a d e r eal i zar - se a t ê mp e r a super f i ci al por c h a ma . A f i gur a 7 6 mo s t r a ma i s c l ar ament e t r ês
mé t o d o s d e apl i c aç ão d e s s e t i po d e e n d u r e c i me n t o super f i ci al ' .
321 r j j j Sj
Al é m d e s s e s , o mé t o d o ma i s s i mpl es é o c h a ma d o " est aci onár i o" , e m q u e s e a q u e c e m - p^ i l ^
a p e n a s l oc al ment e á r e a s s el ec i onadas d a p e ç a , c o m s u b s e q u e n t e r es f r i ament o, o u por bor - J^ p^ ^ g
r i f o o u at é me s mo por i me r s ã o . Es t e é o mé t o d o ma i s s i mpl es , p o r q u e n ã o ex i ge e q u i p a me n - " " f | ~r " ' -
t o el abor ado, a l é m e v i d e n t e me n t e d o di sposi t i vo d e c h a ma e, e v e n t u a l me n t e , di sposi t i vo d e >J | 3Í
f i x aç ão e d e cont r ol e d o t e mp o par a per mi t i r u m a q u e c i me n t o ma i s u n i f o r me . J I ÉI I BR
O mé t o d o " pr ogr es s i v o" é e mp r e g a d o p a r a e n d u r e c e r s e c ç õ e s g r a n d e s q u e n ã o p o d e m ^ SBf ô
s er aquec i das pel o p r o c e s s o est aci onár i o. A s d i me n s õ e s e a f or ma d a p e ç a a s er a o d u r e d c a , IffijÇ
a s s i m c o mo o v o l u me d e ox i géni o e d e g á s c ombus t í v el nec es s ár i o p a r a a q u e c e r a s e c ç ã o ,
s ã o f at or es a s e r e m l e v a d o s e m c ont a n a es c ol ha des t e pr oc es s o. = ^ h ^
O e q u i p a me n t o nec es s ár i o n o mé t o d o pr ogr es s i v o consi st e d e u m o u ma i s Ga be ç ot e s d e Y^ - f ' -
c h a ma e d e u m di sposi t i vo d e r es f r i ament o, mo n t a d o s n u m car r o q u e p o d e s e mo v i me n t a r a ' l i l f i
u ma v el oc i dade r egul ável ' 531 : a s p e ç a s p o d e m, por e x e mp l o , s er mo n t a d a s n u m t o mo e t ant o i : £Í
o c a b e ç o t e d a c h a ma c o mo a p e ç a p o d e m gi r ar n ã o h a v e n d o , f i nal ment e, l i mi t e pr át i co ~r Z, ~
q u a n t o a o c o mp r i me n t o d a s p e ç a s q u e p o s s a m s er t e mp e r a d a s p o r es t e mé t o d o . zyxwvutsrqponm
- 4r r i «í

120
MLKJIHGFEDCBA TÊMPERA SUPERFICIAL

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é

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a JpJt - i ~ _ Fi g. 7 5 - Tr ê s mé t odos de apl i cação do endur eci ment o super f i ci al por c ha ma . A f i gura super i or
m. . t e- f t í í v' I cor r esponde a o mé t odo c ha ma do "pr ogr essi vo", e m que a c h a ma é mov i da ao l ongo da ár ea a ser
• v f PS^y r 1 ' endur eci da; a f i gur a cent r al cor r esponde ao mé t odo "gi rat óri o", e m que a pe ç a é f ei t a gi rar; f i nal ment e a
- J p g Vr T f i gura i nf eri or r ef er e- se ao mét odo " combi nado" , e m que t ant o a peça c o mo a c h a ma se mov i me nt a m.
s
r j j j S j ^ g r A s v el oc i dades d e a q u e c i me n t o c o m c h a ma d e oxi acet i l eno, v a r i a m d e 5 a 3 0 c m/ mi n . e
m - p ^ i l ^ i o r ma l me n t e , o me i o d e r esf r i ament o é á g u a à t emper at ur a a mb i e n t e , o u e v e n t u a l me n t e ,
- J ^ p ^ ^ g g y a n d o s e des ej a u ma t ê mp e r a me n o s s ev er a, ar * 531.
n- " " f | ~r " ' - _ O mé t o d o " gi r at ór i o" é e mp r e g a d o e m p e ç a s d e s e c ç ã o ci r cul ar o u semi ci r cul ar , t ai s c o mo
e > J | 3 Í l K P d a s ' c a me s e p e q u e n a s e n g r e n a g e n s . Ma s u a f or ma ma i s s i mp l e s , ut i l i za- se u m me c a n i s -
J I ÉI I BRl J S? par a gi r ar a p e ç a n u m pl ano hor i zont al o u ver t i cal , f i cando s u a super f í ci e suj ei t a à a ç ã o d a
m ^ S B f ô c h a ma .
a, I f f i j ÇÇv ' : De s d e q u e s e " consi ga u m a q u e c i me n t o uni f or me, a v el oc i dade d e r ot ação é r el at i v amen-
, p o u c o i mpor t ant e- De p o i s q u e a super f í ci e d a p e ç a t i ver si do a q u e c i d a - por i nt er médi o d e
= ^ h ^ y - m o u ma ' s c a b e ç o t e s d e c h a ma s - a c h a ma é ext i nt a o u r et i r ada e a p e ç a é r esf r i ada p o r
e Y^ - f ' - . Ai f f i er são, bor r i f o o u por c o mb i n a ç ã o d e a mb o s o s mé t o d o s .
a ' l i l f i f èS É m cont r ast e c o m o mé t o d o pr ogr es s i v o, e m q u e o g á s c ombus t í v el u s a d o é g e r a l me n t e
o i : £Í JÍ ac8t ' ' 6no " dev i do s u a el ev ada t emper at ur a d e c h a ma e r ápi do a q u e c i me n t o - n o mé t o d o
o ~r Z, ~. ^ VSÍ r at ór i o, r es ul t ados sat i sf at ór i os s ã o obt i dos c o m g á s nat ur al ( me t a n a ) , p r o p a n a , a l é m d e
utsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 4r r i «í í gás f abr i cado' . 531

121
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T ABE L A 14
Quant i dade de oxi gêni o- gás combust í vei s necessár i a par a a que c e r 1 c m2 de a ç o
a 815° C a u ma pr of undi da de de 3 2 mm

Pr opor ç ã o de T e mp o d e Co n s u mo Co n s u mo de.
Gá s oxi géni o par a a que c i me nt o de gá s oxi géni o ( m3 )
gá s c ombus t í v e l ( s) ( m3 ) por c m2 por c m2
Acet i l eno 1, 1 10 0, 0011 0, 0012
Me t a na 1, 75 20 0, 00215 0, 0038 •£25; zyx
Pr opana 4, 00 20 0, 00215 0, 0086 zyxwvutsrqpo
Fi nal ment e, o mé t o d o " c o mb i n a d o pr ogr essi vo- gi r at ór i o" al i a o s doi s ant er i or es: a p e ç a é
gi r ada, c o mo n o mé t o d o gi r at ór i o, a o me s mo t e mp o q u e a c h a ma s e mo v i me n t a d e u ma
m
ex t r emi dade à out r a. So me n t e u ma f ai xa est r ei t a d e ci r cunf er ênci a é a q u e c i d a pr ogr es s i v a-
me n t e , ã me d i d a q u e a c h a ma s e mo v e d e u ma ex t r emi dade à out r a p e ç a . O r esf r i ament o
mm
s e g u e i me d i a t a me n t e at r ás d a c h a ma .
Vár i os g a s e s c ombus t í v ei s p o d e m s er u s a d o s n a t ê mp e r a por c h a ma . A Tabel a 14' 53 '
mo s t r a a quant i dade d e ox i géni o e d e g á s c ombus t í v el nec es s ár i a p a r a a q u e c e r u m c ent í me-
t r o q u a d r a d o d e a ç o a 815° C a u ma pr of undi dade d e 3, 2 mm, par a a l g u n s g a s e s c ombus t í v ei s
q u e i ma d o s c o m o ox i géni o.
Par a o mé t o d o c o mb i n a d o pr ogr essi vo- gi r at ór i o, Za h k a r o v 1 5 4 1 r e c o me n d a a ut i l i zação
d a s f ór mul as abai x o p a r a cal cul ar o c o n s u mo d e ox i géni o e d e acet i l eno:

Co n s u mo d e ox i géni o: C o = 0, 70 - f p l / cm2
Co n s u mo d e acet i l eno: C k = 0, 45 V p l / cm2
T e mp o d e a q u e c i me n t o : T = 7 p ^ s e g .
Vel oc i dade d e mo v i me n t a ç ã o d a t or cha: v- • Z2 c m/ mi n , e m q u e p r epr es ent a a pr of undi -
d a d e e m mm.
A s p e ç a s t e mp e r a d a s por c h a ma n ã o f i c am i s ent as d e r ev eni do post er i or . Es s a s e g u n d a
o p e r a ç ã o p o d e t a mb é m s er f ei t a at r av és d e a q u e c i me n t o por c h a ma . E m p e ç a s d e g r a n d e
d i me n s ã o , e n d u r e c i d a s at é c er c a d e 6, 4 m m ( 1/ 4" ) , o u ma i s , o c al or r esi dual depoi s d o
r esf r i ament o p o d e s er suf i ci ent e par a r eveni r a s p e ç a s , al i vi ando a s t e n s õ e s or i gi nadas pel o
r esf r i ament o r ápi do e ev i t ando a n e c e s s i d a d e d e r ev eni do post er i or .

3. Têmper a por i ndução - O cal or par a a q u e c e r u ma p e ç a p o d e s er g e r a d o n a pr ópr i a


p e ç a por i nduç ão el et r omagnét i c a. As s i m s e u ma cor r ent e al t er nada f l ui at r av és d e um
i ndut or o u bobi na d e t r abal ho, es t abel ec e- s e nes t a u m c a mp o ma g n é t i c o al t ament e c o n c e n -
t r ado, o qual i nduz u m pot enci al el ét r i co n a p e ç a a s er aquec i da e env ol v i da pel a bobi na e,
c o mo a p e ç a r epr es ent a u m ci r cui t o f e c h a d o , a v o l t a g e m i nduzi da p r o v o c a o f l uxo d e c or r en-
t e. A r esi st ênci a d a p e ç a a o f l uxo d a cor r ent e i nduz i da c a u s a a q u e c i me n t o por per das PR.
O mo d e l o d e a q u e c i me n t o obt i do por i n d u ç ã o d e p e n d e d a f o r ma d a bobi na d e i nduç ão
q u e pr oduz o c a mp o ma g n é t i c o , d o n ú me r o d e vol t as d a bobi na, d a f r equênc i a d e oper aç ão
e d a f or ça el ét r i ca d a c or r ent e al t er nada.
A f i gur a 77< 6 5 1 mo s t r a al guns e x e mp l o s d e c a mp o s ma g n é t i c o s e c or r ent es i nduz i das
pr oduz i das por b o b i n a s d e i nduç ão.
A v el oc i dade d e a q u e c i me n t o obt i da c o m b o b i n a s d e i nduç ão d e p e n d e d a i nt ensi dade d o
c a mp o magnét i c o a o qual s e e x p õ e s a p e ç a . Ne s t a , a v el oc i dade d e a q u e c i me n t o é f unç ão
d a s cor r ent es i nduz i das e d a r esi st ênci a a o s e u f l uxo. Qu a n d o s e des ej a a q u e c i me n t o a
p e q u e n a pr of undi dade, o u sej a, c a ma d a endur ec i da d e p e q u e n a e s p e s s u r a , adot a- s e ger al -
me n t e cor r ent e d e al t a f r equênci a; bai x as o u i nt er medi ár i as s ã o ut i l i zadas e m apl i c aç ões
o n d e s e des ej a a q u e c i me n t o a mai or pr of undi dade.
Do . me s mo mo d o , a mai or i a d a s apl i c aç ões d e t ê mp e r a super f i ci al ex i ge dens i dade d e
f or ça ( k W/ c m2 ) r el at i v ament e al t as e ci cl os d e a q u e c i me n t o c ur t os , d e mo d o a r est r i ngi r o
a q u e c i me n t o à ár ea super f i ci al .
Ca ma d a s endur ec i das d a o r d e m d e 0, 25 m m s ã o obt i das, me d i a n t e a apl i c aç ão d e c or -
r ent es d e f r equênc i a e l e v a d a - 1 0 0 h Kz a 1 I vl Hz - al t a dens i dade d e f or ç a e t e mp o r eduz i do.
L
AKJIHGFEDCBA TÊMPERA SUPERFI CI AL

BOBI NA SI MPLES PARA AQUECI MENT O


DE DI ÂMETRO EXT ERNO zyxwvutsrqponmlkjihgfedc

•£25; zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
m
I ndut or
mm
. Ca mpo magnét i co

BOBI NA SI MPLES PARA AQUECI MENT O


SUPERFI CI AL

— Cor r ent es Eddy i nduzi das

^ Ca mpo magnét i co

BOBI NA SI MPLES PARA AQUECI MENT O


DE DI ÂMETRO EXT ERNO

Fi g. 7 7 - Ex e mpl os de c a mpos magnét i cos e cor r ent es i nduzi das pr oduz i das por bobi nas de i ndução.

Ca ma d a s ma i s e s p e s s a s , de 1 2 m m o u ma i s , s ã o obt i das por c or r ent e d e f r equênc i a bai x a


- 3 a 2 5 k Hz - e per í odos d e t e mp o ma i s l ongos' 551 -
E m r e s u mo , o cont r ol e da pr of undi dade d e a q u e c i me n t o é c o n s e g u i d o , j ogando- s e c o m
as segui nt es var i ávei s:

- f or ni a d a bobi na;
- di st ânci a o u e s p a ç o ent r e a bobi na d e i nduç ão e a peç a;
- t ax a d e al i ment aç ão d e f or ça;
- f r equênc i a;
- t e mp o d e a q u e c i me n t o .

A f i gur a 7 8 mo s t r a e s q u e ma t i c a me n t e a t écni ca d e a q u e c i me n t o por i nduç ão 1 5 2 1 .


Par a al guns t i pos d e e q u i p a me n t o s d e i nduç ão, a s f r equênc i as ma i s c o mu me n t e u s a d a s
s ão a s r epr es ent adas n a Tabel a 1 5 ( 5 S) .
Ne s s a Tabel a, a s ex pr es s ões Aç ã o Ef i ci ent e, Aç ã o Ra z o á v e l e Aç ã o I n a d e q u a d a i ndi c am
o segui nt e:

- " ação ef i ci ent e" - f r equênci a q u e a q u e c e r á d o mo d o ma i s ef i ci ent e o mat er i al at é a


t emper at ur a d e aust eni t i zação par a a pr of undi dade es pec i f i c ada;
- " ação r azoável " - f r equênc i a q u e é i nf er i or à ót i ma, ma s suf i ci ent e par a a q u e c e r à
t emper at ur a d e aust eni t i zação, par a a pr of undi dade es pec i f i c ada;
- " ação i nadequada" - f r equênci a q u e p o d e r á s u p e r a q u e c e r a super f í ci e.
TEMPERA SUPERFI CI AL zyxwv

T ABE L A 15
Font e d e ener gi a e f r equênci as par a t êmper asuper f i ci ai por i ndução

Se l e ç ã o de f r equênci a par a o s e qui pa me nt os segui nt es:


pr of undi dade Se c ç ã o Mot or Ge r a dor Tubo ã v á c uo
de endur eci - da peça a c i ma d e
me nt o mm 1000 3000 10. 000 2 0 0 k Hz
mm Hz Hz Hz

0, 38- 1, 27 6, 35- 25, 4 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF


Ef i ci ent e
- - -
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
; 1, 29- 2, 54 11, 11- 15, 38
15, 88- 25, 4
- -
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

Raz oável
Ef i ci ent e
Ef i ci ent e
Ef i ci ent e
25, 4- 50, 8 - Raz oável Ef i ci ent e Raz oável
Ac i ma de 50, 8 -Raz oável Ef i ci ent e Ef i ci ent e . I nadequada

2, 56- 5, 08 19, 05- 50, 8 _ Ef i ci ent e Ef i ci ent e I nadequada


50, 8- 101, 6 Ef i ci ent e Ef i ci ent e Raz oável
Ac i ma 101, 6 Ef i ci ent e Raz oável I nadequada -
Por out r o l ado, o êxi t o d e mu i t a s apl i c aç ões d e a q u e c i me n t o por i nduç ão d e p e n d e d o
^ des enho o u f o r ma d a bobi na d e i n d u ç ã o . Es s a f o r ma é, e v i d e n t e me n t e , i nf l uenc i ada p o r
^ di ver sos f at or es , ent r e o s quai s p o d e - s e me n c i o n a r a s d i me n s õ e s e a f o r ma d a p e ç a a
i ser a q u e c i d a , o mo d e l o d e a q u e c i me n t o a s er obt i do, n ú me r o de peç as a ser em
' aqueci das, ' et c .
' •:: A f i gur a 7 9 mo s t r a al guns d e s e n h o s bás i c os par a ut i l i zação e m al t a f r equênc i a ( a c i ma
do 2 0 0 k c ) ( 5 S' .
O t i po ( a) consi st e n u m s i mpl es s ol enói de par a a q u e c i me n t o ex t er no; o t i po ( b) c ons i s t e
i n u ma bobi na p a r a a q u e c i me n t o i nt er no d e or i f í ci os; o t i po ( c) per mi t e el ev adas d e n s i d a d e s
de cor r ent e n u ma f ai xa est r ei t a d a p e ç a ; o t i po ( d) consi st e n u ma bobi na d e u ma úni c a vol t a
par a apl i cação e m super f í ci e gi r at ór i a, p o s s u i n d o me i a vol t a c o n t o r n a d a par a possi bi l i t ar o
' aquec i ment o d e f i l et es, f i nal ment e o t i po ( e) é o i ndi cado par a a q u e c i me n t o l ocal i zado d e
super f í ci es p l a n a s .
Par a t ai s b o b i n a s , u s a m- s e t u b o s d e c o b r e c omer c i al , c o m d i me n s õ e s t ai s q u e p e r mi t a m
u m f l uxo d e á g u a a d e q u a d o par a s e u r es f r i ament o. A t ubul aç ão p o d e apr es ent ar di âmet r os
p e q u e n o s - d a o r d e m d e 1/ 8" - p a r a má q u i n a s d e pot ênc i a mui t o bai x a; ma s par a u n i d a d e s
de 2 0 a 5 0 k W, o di âmet r o d e t ubul aç ão var i a ger al ment e d e 3/ 16" a 1/ 4" .
Ent r e o s v ár i os pr oc es s os par a apl i car - se a q u e c i me n t o super f i ci al por i nduç ão, p o d e - s e
ci t ar os s egui nt es :

. .. a) t ê mp e r a s i mul t ânea, e m q u e a p e ç a a s er t e mp e r a d a é f ei t a gi r ar dent r o d a bobi na;


• u ma v e z at i ngi do o t e mp o nec es s ár i o par a o a q u e c i me n t o , a f or ç a é des l i gada e a p e ç a
•• i medi at ament e r esf r i ada por u m j at o d e á g u a ;
•:. b) t ê mp e r a c ont í nua, e m q u e a p e ç a , a o me s mo t e mp o q u e gi r a n o i nt er i or d a b o b i n a d e
i nduç ão, mo v e - s e a o l ongo d e s e u ei x o, d e mo d o a s e t er u ma apl i c aç ão pr ogr es s i v a d e
cal or . O di sposi t i va d e r esf r i ament o es t á mo n t a d o a cer t a di st ânci a d a bobi na.

O pr oc es s o d a t ê mp e r a super f i ci al por i nct ução é apf i c adc c dnc i pai r není e e m t i pos d e
aç os endur ecr vei s, . ent r e o s quai s p o d e m s er ci t ados o s s epj ánr es 5 5 5 * :

• a ç o s d e mé d i o t eor d e c a r b o n o , c o m 1 0 3 0 e 1 0 4 5 , u s a d o s e m e n g r e n a g e n s , ei x os e
out r as p e ç a s aut omobi l í st i cas;
• a ç o s d e al t o t eor d e c a r b o n o , c o mo o 1 0 7 0 , e mp r e g a d o s e m f er r ament as ma n u a i s ,
br oc as d e per f ur aç ão d e r oc has , et c .
• aços- l i ga e mp r e g a d o s e m ma n c a i s , v ál v ul as d e a u t o mó v e i s , e c o mp o n e n t e s d e má q u i -
nas oper at r i z es . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

125
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF

4 . Têmper a por l aser - Co n f o r me a f i gur a 80' 57 ) mos t r a, o p r o c e s s o c ons t a e m di r i gi r - se


u m f ei xe d e l aser s o b r e a super f í ci e d a p e ç a .
A o at i ngi r a super f í ci e, par t e d a ener gi a d o l aser é abs or v i da pel a super f í ci e n a f or ma da
cal or . S e a d e n s i d a d e d a f or ç a d o f ei xe d e l aser - ger al ment e e x p r e s s o e m wat t s por c ent í me-
t r o q u a d r a d o - f or s uf i c i ent ement e el ev ada, a super f í ci e abs or v e o cal or g e r a d o e aquec e- s e
r api dament e at é at i ngi r a t emper at ur a d e aus t eni t i z aç ão d o a ç o , e n q u a n t o o núc l eo d a p e ç a
p e r ma n e c e f r i o.

FEI XE D E L A S E R

Z ON A E NDURE CI DA zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR

3 S
Fi g. 80 - Fei xe qua dr a do de l aser c om densi dade de f or ça uni f or me sobr e u ma pl aca chat a.

A o mo v i me n t a r - s e r api dament e o f ei xe d e l aser s obr e a super f í ci e d a p e ç a , c o mo a f i gur a


mos t r a, t oda a ár ea es c ol hi da a q u e c e - s e r a p i d a me n t e . Ap ó s a p a s s a g e m d o f ei xe d e l aser ,
a ár ea é, e m s e g u i d a , r esf r i ada r api dament e pel a c o n d u ç ã o d o cal or i nt er i or d a p e ç a .
Os a ç o s q u e p o d e m s er endur ec i dos por e s s e pr oc es s o i nc l uem aç os - c ar bono ( 1040,
1 0 5 0 , 1 0 7 0 ) , aços- l i ga ( 4 3 4 0 , 5 2 1 0 0 ) , a ç o s p a r a f er r ament as e f er r os f undi dos ( ci nzent o,
mal eáv el e dúct i l ) .

5. Têmper a por f ei xe el et r ôni co- Ne s t e c a s o , u m f ei xe el et r ôni co é di r i gi do à super f í ci e d a


p e ç a a s er endur ec i da par c i al ment e. Os el et r ons d o f ei xe a o at i ngi r a super f í ci e penet r am
r api dament e n a super f í ci e d o a ç o . Ne s s e mo me n t o , o s el et r ons p e r d e m r api dament e s u a
ener gi a A mai or par t e d a ener gi a per di da pel os el et r ons é t r a n s f o r ma d a e m cal or 1581, q u e
p e r mi t e at i ngi r - se a t e mp e r a t u r a d e aus t eni t i z aç ão at é u ma c er t a p r o f u n d i d a d e . O
• Í Çv?
r esf r i ament o r ápi do nec es s ár i o par a t r ans f or mar a aust eni t a e m mar t ens i t a ocor r e at r avés
d e u m pr oc es s o d e aut o- r esf r i ament o q u e d e p e n d e d a condut i bi l i dade t ér mi c a e q u e c o me ç a
as s i m q u e a t r ansf er ênci a d e ener gi a t er mi na.
Es s e pr oc es s o apr es ent a a v a n t a g e m d e pr oduzi r e mp e n a me n t o mui t o p e q u e n a . Al é m
di s s o, o c o n s u mo d e ener gi a é r el at i vament e p e q u e n o . O pr oc es s o é pr ef er i da q u a n d o a s
c a ma d a s endur ec i das s ã o d a o r d e m d e 0, 3 a 1, 0 mm.
O pr oc es s o ex i ge, c o n t u d o , e q u i p a me n t o sof i st i cado.

6 - Reveni do dos aços t emper ados super f i ci al ment e - Ap ó s a t ê mp e r a super f i ci al , as


p e ç a s s ã o s u b me t i d a s a u m r ev eni do, poi s, qual quer q u e t enha si do o t r at ament o d e t ê mp e r a
a d o t a d o , é nec es s ár i o r eveni r a mar t ens i t a. Ge r a l me n t e , e s s e r ev eni do e l ev ado a ef ei t o a
t emper at ur as bai x as , obj et i vando- se s obr et udo o al í vi o d a s t e n s õ e s or i gi nadas . zyxwvutsrqponm
126
LKJIHGFEDCBA TÊMPERA SUPERFI CI AL zyxwv

se Cons i der ando- s e q u e o s p r o c e s s o s d e t ê mp e r a super f i ci al s ã o a d o r a d o s dev i do a c ar ac -


t ensf i cas di mens i onai s d a s p e ç a s o u p o r out r os mot i v os , p o d e - s e t a mb é m concl ui r q u e s e
a dev e i gual ment e pr ef er i r o s mé t o d o s d e c h a ma o u por i n d u ç ã o p a r a r eveni r o mat er i al .
me- No c a s o , p o r e x e mp l o , d a t ê mp e r a super f i ci al por c h a ma e m p e ç a s d e g r a n d e s d i me n -
se s ões , at r av és d o mé t o d o pr ogr es s i v o, o r ev eni do é r eal i z ado i me d i a t a me n t e a p ó s o
a r esf r i ament o, pel o r eaquec i ment o d a super f í ci e t e mp e r a d a c o m u ma c h a ma c ol oc ada a p e -
quena di st ânci a d o di sposi t i vo d e r es f r i ament o.
E m p e ç a s g r a n d e s , t e mp e r a d a s at é u ma pr of undi dade e c er c a d e 6 m m o u ma i s , o c al or
r esi dual pr es ent e depoi s da r es f r i ament o, c o mo j á f oi me n c i o n a d o , p o d e s er suf i ci ent e p a r a
al i vi ar as t e n s õ e s d e t ê mp e r a , t o ma n d o - s e des nec es s ár i o u m r ev eni do s u b s e q u e n t e , c o mo
oper aç ão à par t e.

7 - Aços r ecomendados na t êmper a super f i ci al - Es s e a s s u n t o j á f oi a b o r d a d o . Os a ç o s -


c ar bono c o mu n s , n a f ai xa d e 0, 30 a 0 , 5 0 % d e c ar bono, s ã o o s ma i s u s a d o s n a s apl i c aç ões
de t êmper a p o r c h a ma , p o d e n d o s er endur ec i dos i nt ei r ament e e m s e ç õ e s at é a p r o x i ma d a -
ment e 12, 5 m m . O me s mo pode- s e di zer e m r el ação à t ê mp e r a super f i ci al por i n d u ç ã o .
Fr e q u e n t e me n t e u s a m aços- l i ga, q u a n d o s e des ej a mai or r esi st ênci a d o núc l eo e p o r q u e
os aç os - c ar bono n ã o s ã o a d e q u a d o s p a r a a obt enç ão d e s s a r esi st ênci a e m d e t e r mi n a d a s
s e c ç õ e s , o u a i n d a p o r q u e , d e v i d o a o p e s o e à f o r ma d a p e ç a e pos s i bi l i dade de
m
e mp e n a me n t o o u f i ssur ação, n ã o s e r e c o me n d a o u s o d e a ç o - c a r b o n o r esf r i ado e m á g u a .
Fi nal ment e, o s a ç o s d e gr anul aç ão f i na d e v e m s er pr ef er i dos , vi st o q u e a g r a n u l a ç ã o
gr ossei r a é ma i s suscet í vel d e f i s s ur aç ão, dur ant e o r es f r i ament o post er i or .

8 - Concl usões - Not a- s e u ma t endênc i a e m subst i t ui r mui t os t r at ament os d e t ê mp e r a e


r eveni do e me s mo o s t r at ament os t er mo- quí mi c os - a s e r e m a b o r d a d o s n u m pr óx i mo c apí -
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
' • ' t i l o - por p r o c e s s o d e t ê mp e r a super f i ci al , ut i l i zando s obr et udo o a q u e c i me n t o por i n d u ç ã o ,
i e m q u e a f ont e d e ener gi a é a el et r i ci dade.
Al é m d a e c o n o mi a d a s f ont es t r adi ci onai s d e ener gi a, é pos s í v el - c o mo s e vi u, dur ant e a
3 S
exposi ção - subst i t ui r o s aços- l i ga por a ç o s - c a r b o n o , d e c us t o me n o r .
O e n d u r e c i me n t o por r ai o l aser o u f ei xe el et r ôni co es t á i gual ment e g a n h a n d o a d e p t o s ,
ra s obr et udo q u a n d o at mos f er as es pec i ai s es t ão env ol v i das n o s t r at ament os t r adi ci onai s,

r, :. c o mo c e me n t a ç ã o e car boni t r et ação.

0,
o,

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O
• Í Çv?
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127
Aç os E FERROS FUNDI DOS

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
1. Def i ni ções - Vi s a m o s t r at ament os t e r mo - q u í mi c o s o e n d u r e c i me n t o super f i ci al d o s
a ç o s , pel a modi f i c aç ão par ci al d a s u a c o mp o s i ç ã o quí mi c a, n a s s e c ç õ e s q u e s e des ej a
endur ec er .
A apl i cação d o c al or n u m me i o apr opr i ado p o d e l evar a e s s a al t er aç ão d a c o mp o s i ç ã o
quí mi c a d o a ç o at é u ma pr of undi dade q u e d e p e n d e d a t emper at ur a d e a q u e c i me n t o e do
t e mp o d e p e r ma n ê n c i a à t emper at ur a d e t r at ament o e m cont at o c o m o me i o e m ques t ão. A
modi f i c aç ão par ci al d a c o mp o s i ç ã o q u í mi c a , s e g u i d a g e r a l me n t e d e t r at ament o t ér mi c a
apr opr i ado, p r o d u z t a mb é m u ma modi f i c aç ão d a est r ut ur a d o mat er i al , r es ul t ando, e m r es u-
mo , n u ma modi f i c aç ão i gual ment e par ci al d a s pr opr i edades me c â n i c a s .
O obj et i vo pr i nci pal é a u me n t a r a d u r e z a e a r esi st ênci a a o d e s g a s t e super f i ci ai s, a o
me s mo t e mp o q u e o núc l eo d o mat er i al p e r ma n e c e dúct i l e t e n a z .
Es s a possi bi l i dade d e al i ar - se u ma super f í ci e dur a c o m o núc l eo ma i s mo l e e t enaz é d e
g r a n d e i mpor t ânci a e m i n ú me r a s apl i c aç ões , s o b r e t u d o p o r q u e , pel o e mp r e g o d o s a ç o s c o m
e l e me n t o s d e l i ga, p o d e - s e c ons egui r núc l eo d e el ev ada r esi st ênci a e t enac i dade, c o m s u -
per f í ci e e x t r e ma me n t e d u r a , r esul t ando n u m mat er i al c a p a z d e s upor t ar e m al t a gr au, cer t os
t i pos d e t ens ões .
Os pr oc es s os d e e n d u r e c i me n t o super f i ci al s ã o o s s egui nt es :

' c e me n t a ç ã o ;
• ni t r et ação;
• c i anet aç ão;
• car boni t r et ação;
• bor et aç ão.

2 . Cement ação - Es t e é o pr oc es s o cl ássi co d e endur ec i ment o super f i ci al . Cons i s t e n o


enr i quec i ment o super f i ci al d e c a r b o n o e m c er t os a ç o s , a q u e c i d o s c o n v e n i e n t e me n t e em
c ont at o c o m s ubs t ânc i as c a r b o n á c e a s . É u m t r at ament o mui t o ant i go, poi s o s r o ma n o s j á o
pr at i c av am. At r av és del e, i nt r oduz- se c a r b o n o n a super f í ci e d o a ç o , d e mo d o a q u e est e,
depoi s d e t e mp e r a d o , apr es ent e u ma super f í ci e ma i s dur a. É nec es s ár i o q u e o a ç o , e m
c ont at o c o m a s ubs t ânc i a c a p a z d e f or nec er c a r b o n o , sej a aquec i do a u ma t emper at ur a e m
q u e a s ol uç ão d o c a r b o n o n o f er r o sej a f áci l . Pa r a i sso, a t emper at ur a d e v e s er super i or à d a
z o n a cr í t i ca ( 850° a 950° C) , o n d e o f er r o s e enc ont r a n a f or ma al ot r ópi ca g a ma , e mb o r a s e
t e n h a m u s a d o s t e mp e r a t u r a s mai s bai x as , c o mo 790° C e ma i s e l e v a d a s , c o mo 1095° C.
Por out r o l ado, a pr of undi dade d e penet r aç ão d o c ar bono d e p e n d e d a t emper at ur a e d o
t e mp o , s e n d o r ápi do a pr i ncí pi o, d e c r e s c e n d o depoi s , o q u e p o d e s e r c o mp r o v a d o pel o
e x a me d a s c ur v as d a f i gur a 8 1 l 5 9 1 . Es s a s c ur v as p e r mi t e m ver i f i car t a mb é m q u e a s t e mp e r a -
t ur as mai s el ev adas f a v o r e c e m a penet r aç ão d e c a r b o n o , o q u e al i ás ser i a d e es per ar .
Os pr oc es s os us uai s d e c e me n t a ç ã o , d e v e m el ev ar o t eor super f i ci al d e c ar bono at é
0 , 8 % o u 1, 0%. Fu n d a me n t a l me n t e , a c e me n t a ç ã o é u m f e n ó me n o d e di f us ão, i st o é r el aci -
o n a d o c o m o mo v i me n t o d e c ar bono n o i nt er i or d o a ç o . Por t ant o, a v el oc i dade d e enr i queci -
me n t o super f i ci al d e c a r b o n o d e p e n d e , e m pr i mei r o l ugar , d o s e u coef i ci ent e d e di f usão.
Ent r et ant o, n a c e me n t a ç ã o i nf l uem t a mb é m a f ont e d e s upr i ment o d e c a r b o n o e t r ansf e-
r ênci a des t e par a a super f í ci e d o s a ç o s . As s i m s e n d o , pode- s e es t abel ec er q u e o s f at or es
q u e i nf l uem s obr e a v el oc i dade d e enr i quec i ment o d e c ar bono n a super f í ci e d o s a ç o s s ã o os
segui nt es' 601 :

a) Teor i ni ci al de car bono no aço - É obv i o q u e , a s out r as var i ávei s p e r ma n e c e n d o c o n s -


t ant es , q u a n t o me n o r o t eor i ni ci al d e c a r b o n o n o a ç o , t ant o ma i o r a v el oc i dade d e
c ar bonet aç ão.
b) Coef i ci ent e de di f usão do car bono no aço - Es t e é u m f at or d e pr i mor di al j mpor t ânc i a,
vi st o q u e o f e n ó me n o d e enr i quec i ment o super f i ci al d e c ar bono d o a ç o , é f u n d a me n t a l me n t e
u m f e n ó me n o d e di f us ão, i st o é, d e mo v i me n t o r el at i vo d e c a r b o n o n o i nt er i or d o a ç o . De
f at o, o q u e s e vi sa n a c e me n t a ç ã o é a s ol uç ão d o c ar bono n o f er r o g a ma , f e n ó me n o q u e é
det er mi nado pel a v el oc i dade d o f l uxo d o c a r b o n o n o f er r o g a ma . Es s e coef i ci ent e d e di f usão

130
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS

GFEDCBA
s é por s u a v e z , u ma f unç ão d a t e mp e r a t u r a e d a c onc ent r aç ão d e c a r b o n o . Nã o é el e pr at i -
a c ament e af et ado pel o t a ma n h o d e gr ão d o a ç o , n e m pel a p r e s e n ç a d a s i mpur ez as n o r ma i s
( f ósf or o enx of r e e ni t r ogéni o) , n e m pel os e l e me n t o s d e l i ga n o s t eor es e m q u e s ã o u s u a l -
o ment e enc ont r ados n o s aços- l i ga par a c e me n t a ç ã o . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
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0 4 8 12 16 20 24 28 32
T e mp o de c ement aç ão, hor as

Fi g. 81 - Cur vas mos t r ando a i nf l uênci a do t empo e da t emper at ur a na


m penet r ação super f i ci al de car bono.

c) Temper at ur a - É o f at or ma i s i mpor t ant e, poi s a l é m d e af et ar a di f usão - ac el er ando- a


m c o m a s u a el ev aç ão - i nf l ui t a mb é m n a c onc ent r aç ão d e c a r b o n o n a aust eni t a e n a v el oc i da-
m de de r eaç ão d e c ar bonet aç ão n a super f í ci e d o a ç o .
da
d) Concent r ação de car bono na aust eni t a - C o mo s e s a b e , a sol ubi l i dade d e c a r b o n o n a
e
aust eni t a é d e t e r mi n a d a , n o d i a g r a ma F e - C, pel a l i nha A O T . Os e l e me n t o s d e l i ga t e n d e m a
desl ocar a l i nha A ^ par a a e s q u e r d a , di mi nui ndo o s l i mi t es d e c onc ent r aç ão o u a sol ubi l i dade
do c ar bono n o f er r o g a ma o u n a aus t eni t a. Co n t u d o , e s s a i nf l uênci a é r el at i vament e p e q u e -
na, par a o s t eor es u s u a l me n t e e n c o n t r a d o s n o s aços- l i ga par a c e me n t a ç ã o , c o m e x c e ç ã o d o
ní quel , o n d e a i nf l uênci a é mai or . Po r out r o l ado, a di f usão d o c a r b o n o p r o c e s s a n d o - s e d a
c onc ent r aç ão ma i s al t a d a f ont e d e s u p r i me n t o à c onc ent r aç ão ma i s bai xa d o núc l eo d o
• mat er i al , f o r ma u m gr adi ent e d e c a r b o n o . Fi nal ment e, d e v e s er o b s e r v a d o , q u e a v el oc i dade
de di f usão a u me n t a c o m c r es c ent es c o n c e n t r a ç õ e s d e c a r b o n o .
- e) Nat ur eza do agent e car bonet ant e ou do gás de car bonet ação - A r eaç ão e n v o l v e n d o a
t r ansf er ênci a d e c a r b o n o ocor r e n a super f í ci e d o a ç o . Os a g e n t e s supr i dor es d e c a r b o n o
p o d e m s er c ons i der ados s e p a r a d a me n t e . Os doi s ma i s c o mu n s s ã o C O e C H 4 e a s r e a ç õ e s
que oc or r em n a super f í ci e d o a ç o p o d e m s er r epr es ent adas d a s egui nt e manei r a:

2 CO 5 ( C) + C 0 2
( 1)
C H , í : ( C) + 2 H ( 2)
s-
onde ( C) r epr es ent a o c a r b o n o di ssol vi do n o f er r o n a super f í ci e d o a ç o . A v el oc i dade d e
r eaç ão d o g á s n a super f í ci e, e m f u n ç ã o d a t emper at ur a, d e p e n d e d a nat ur ez a d o g á s :
t emper at ur as c r es c ent es d e s l o c a m a r e a ç ã o ( 1) par a a e s q u e r d a e a r eaç ão ( 2) p a r a a
di r ei t a.
f ) Vel oci dade de f l uxo de gás - Es s e f at or i nf l uenci a a v el oc i dade d e r eaç ão n a super f í ci e
e, d e p e n d e n d o d a nat ur ez a d o g á s d e c a r b o n e t a ç ã o , p o d e s er deci si va, poi s, c o m a l g u n s
gas es d e c e me n t a ç ã o pode- s e t er u ma d e p o s i ç ã o n ã o des ej ada d e c a r b o n o n a super f í ci e d o zyxwvutsrq

131
Aços £zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

mat er i al ou u ma c a r b o n e t a ç ã o i nsuf i ci ent e, a n ã o s er q u e s e t o me m t o d a s a s p r e c a u ç õ e s Í l - Hí


par a u m per f ei t o equi l í br i o ent r e a v el oc i dade d e f l uxo d o g á s e a c o mp o s i ç ã o . Éf : § §
KKí BS
2. 7. Consi der ações ger ai s sobr e a cement ação - Na c e me n t a ç ã o , qual quer q u e s ej a o f eí sS* f S
pr oc es s o a d o t a d o , d e v e - s e , d e i ní ci o, l evar e m c ons i der aç ão o s s egui nt es pont os : y ~ '

- Par a pr oduzi r u ma c o mb i n a ç ã o d e u ma super f í ci e dur a c o m u m núc l eo t enaz , dev e- s e


par t i r , e m pr i ncí pi o, d e u m a ç o d e bai xo c a r b o n o .
- A o p e r a ç ã o d e v e s e r r eal i zada a u ma t e mp e r a t u r a q u e c o l o q u e o a ç o n o es t ado
aust ení t i co, g e r a l me n t e ent r e 850° C e 950° C.
Pr ef er e- se, n a c e me n t a ç ã o , a ç o s d e g r a n u l a ç ã o f i na, por s u a me l h o r t enac i dade t ant o n a
super f í ci e endur ec i da c o mo n o núc l eo, a p e s a r d e s er c onhec i da a me l h o r c apac i dade d e
e n d u r e c i me n t o d o s a ç o s d e gr anul aç ão gr os s ei r a. Es t es úl t i mos, p o r out r o l ado, p o d e r ã o
exi gi r mai or n ú me r o d e o p e r a ç õ e s c o mo : a i ni ci ai , par a c e me n t a r ( o q u e a u me n t a r á ma i s o
t a ma n h o d o gr ão) ; u ma s e g u n d a , d e es f r i ament o l ent o; out r a, d e a q u e c i me n t o a c i ma d e
e Acm par a r ef i nar o g r ã o d o núc l eo e c ol oc ar o e x c e s s o d e c ar bonet o e m s ol uç ão, s egui ndo-
s e r esf r i ament o r ápi do; u ma out r a o p e r a ç ã o d e a q u e c i me n t o a c i ma d e pat a. r ef i nar a
c a ma d a d e al t o c a r b o n o , s egui da d e r es f r i ament o r ápi do e, f i nal ment e, u ma úl t i ma o p e r a ç ã o
par a al i vi ar a s t e n s õ e s d e t ê mp e r a . Os a ç o s d e gr anul aç ão f i na n e c e s s i t a m s o me n t e d e u ma
o p e r a ç ã o d e t ê mp e r a , a qual c o n f o r me o t i po d e a ç o , p o d e s er r eal i z ada di r et ament e d a
t emper at ur a d e c e me n t a ç ã o .
- Os a ç o s a n t e s d a c e me n t a ç ã o d e v e m s e r g e r a l me n t e n o r ma l i z a d o s par a per mi t i r
u s i n a g e m, vi st o q u e d e p o i s d a c e me n t a ç ã o , a s d i me n s õ e s e a s t ol er ânci as exi gi das s o me n t e
p o d e m ser cor r i gi das por r at i f i cação.
- De v e - s e pr oc ur ar evi t ar u ma l i nha ní t i da d e d e ma r c a ç ã o ent r e a c a ma d a c e me n t a d a e
o núc l eo, i st o é, a di st r i bui ção d o c a r b o n o o u gr adi ent e d e c a r b o n o d a super f í ci e a o cent r o
d e v e s er s u a v e , ev i t ando- s e br us c as q u e d a s d e c a r b o n o , c o mo a c u r v a d a f i gur a 8 2 mos t r a.
O me l h o r gr adi ent e o u o ma i s s u a v e , o b t é m- s e a p a r e n t e me n t e c o m r esf r i ament os mai s
r ápi dosf 6" .
- O t eor d e c a r b o n o é cont r ol ado pel as t e mp e r a t u r a s d e c e me n t a ç ã o ; t emper at ur as ma i s
al t as p r o d u z e m t eor es d e c ar bono ma i s e l e v a d o s . Po r out r o l ado, c a ma d a s d e me n o r t eor d e
c a r b o n o s ã o pr oduz i das ut i ! i zando- se p e q u e n a s quant i dades d e s ubs t ânc i as at i vador as e
ma i o r pr opor ç ão d e c o mp o s t o d e c e me n t a ç ã o ; a o cont r ár i o, mai or q u a n t i d a d e d e s ubs t ânc i -
~ Ki \ C~
a s at i vador as o u i nt r oduz i ndo- s e hi dr oc ar bonet os , c o mo CH 4 e t c , possi bi l i t am a o b t e n ç ã o d e
c a ma d a s d e al t o c a r b o n o . Na c e me n t a ç ã o g a s o s a , al t as t emper at ur as e al t as c onc ent r aç ões
d e hi dr oc ar bonet os p r o d u z e m c ar bono ma i s e l e v a d o .
,f
A o c ement ar - s e u m a ç o , i nt r oduz- se n a super f í ci e c e me n t a d a t e n s õ e s r esi duai s d e c o m-
p r e s s ã o , a s quai s s e c o n t r a p õ e m à s t e n s õ e s d e t r aç ão, me l h o r a n d o o d e s e mp e n h o s o b
f adi ga d a s p e ç a s c e me n t a d a s .

2. 2. Cement ação a al t a t emper at ur a - Ent r e o s pr ogr es s os ma i s r ec ent es d a t écni ca d a


c e me n t a ç ã o , d e v e - s e ci t ar a ut i l i zação d e t e mp e r a t u r a s s uper i or es a 950° C' 62) í a ) , c o m as
s egui nt es v a n t a g e n s s o b r e a c e me n t a ç ã o c onv enc i onal : é ma i s r ápi da e o gr adi ent e ent r e a
super f í ci e e o c ent r o é ma i s gr adual , p o r q u e o c a r b o n o s e di f unde ma i s r a p i d a me n t e a
t emper at ur as ma i s e l e v a d a s ( f i gur a 8 2 ) .
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
Es s a a u me n t o d e t emper at ur a n o t r a t a me n t o d e c e me n t a ç ã o t e m s i do possí vel pel os aper -
f ei ç oament os t nt xcxi uz5dos n c s f cmcs, n a s Sg a s r esi sí Ent ss' a o cal or p a r a el ement os d e r esi s-
t ênci a e no cont r ol e d e at mos f er a. Te m- s e c o n s e g u i d o , as s i m, c o m c er t a f aci l i dade t emper at u-
r as d a o r d e m d e 1010° C, n a c e me n t a ç ã o a g á s , c o m apr eci ável a u me n t o d e p r o d u ç ã o .
Pr oc ur a- s e, é óbv i o, adot ar o pr oc es s o q u a n d o s e des ej a c a ma d a s c e me n t a d a s ma i s
e s p e s s a s , c o mo p o r e x e mp l o a c i ma d e 1, 25 mm.
U ma d a s pr i nci pai s obj eç ões à c e me n t a ç ã o a t emper at ur as s uper i or es a 950° C t e m si do j Bi pí p
a possi bi l i dade d e h a v e r u m ex c es s i v o a u me n t o d e gr ão; t al i nc onv eni ent e poder i a d e f at o,
i í pÍ | | f
s er evi t ado, adi c i onando- s e el ement os q u e p r e v i n e m o c r es c i ment o d e gr ão, t ai s c o mo o
' âp||8

132
KJIHGFEDCBA TMMMENTOS TEKMO-QUJMTCOS zyxwvutsr

e s Í l - Hí l umí ni o, o t i t âni o e o ni óbi o. Ent r et ant o, pel o e mp r e g o d o s a ç o s mo d e r n o s , o t e mp o de


Éf : § § c ement aç ão à t emper at ur a d e 1010° C, p o d e s er cor t ado d e 4 0 a 5 0 %, n ã o h a v e n d o ent ão
KKí BSr | f c r é s c i me n t o d e gr ão d o q u e a 925° C.
o f eí sS* f Sr -
y ~ '

se ~N zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
\
do
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
na
de
ão
o

o- \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
\
a
ão
ma

\
da

ir
e \

e
o 0 1. 0 2. 0 3. 0
a.
s Di st ânci a da Super f í ci e ( mm)

Fi g. 8 2 - Gr adi ent e de car bono, e m c ement aç ão dur ant e 4 hor as a 1050° C c o m et i l eno.
s
de
e
Af i gur a 8 3 mo s t r a a s pr of undi dades d e c e me n t a ç ã o q u e p o d e m s er obt i das e m a ç o AI SI
i-
~ Ki \ C~ 4 6 1 5 , a vár i as t emper at ur as .
de
es
2. 3. Reações f undament ai s da cement ação - Par a doi s d o s a g e n t e s c ar bonet ant es ma i s
,f usuai s, a s r e a ç õ e s f undament ai s d a c e me n t a ç ã o são' 611 :
m-
ob
2 CO + 3 Fe í Fe 3C + C 0 2

CH, + 3 Fe Fe , C + 21- L

da
C o mo s e v ê , e s s a s r e a ç õ e s s ã o r ev er s í v ei s : c o me ç a n d o c o m C O o u CH 4 , adi c i ona- s e
s
; õar bono à s uper f í c i e; c o me ç a n d o c o m C 0 2 o u H2 , r e mo v e - s e c a r b o n o d a s uper f í c i e.
a
Por t ant o, p a r a gar ant i r a adi ç ão d o c a r b o n o , d e v e - s e pr oc ur ar r e mo v e r C 0 2 e H2 e pr odu-
a
zi r ma i s C O o u CH 4 ; d o cont r ár i o a r e a ç ã o p a r a . Po r out r o l ado, p a r a u ma t e mp e r a t u r a
• det er mi nada e p a r a u m t eor d e c a r b o n o d e t e r mi n a d o d a s uper f í c i e d o a ç o c o m a qual os
RQPONMLKJIHGFEDCBA
r-
• gas es e n t r a m e m c ont at o, h á a l g u ma r el aç ão def i ni da
s-
u-
CO CH,
s C O,

do j Bi pí p- ^ Par a a qual a s t e n d ê n c i a s c a r b o n e t a n t e s o u d e s c a r b o n e t a n t e s f i c am e x a t a me n t e em
o,
i í pÍ | | f eequi l í br i o. Af i g u r a 84< w> r epr es ent a a s c u r v a s par a o equi l í br i o d e mi s t ur as C O e C 0 2 com
o
' âp||8| aç os d e di f er ent es t eor es d e c a r b o n o . Po r e x e mp l o , a 950° C, s ã o nec es s ár i as c e r c a d e

133
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
2,5a

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V zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY

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2,00 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

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1, 50

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CO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
1, 25

| 4:

0 1 2 3

T e mp o , h

Fi g. 8 3 - Pr of undi dade de cement ação obt i da e m açoAI SI 4 6 1 5 , e m f unção da t emper at ur a.

9 8 par t es d e C O p a r a 2, 5 par t es d e C O ^ p a r a ma n t e r a mi s t ur a g a s o s a l i gei r ament e


c ar bonet ant e, p a r a a ç o s d e al t o c a r b o n o , a o p a s s o q u e me n o s d o q u e 1 par t e d e CH4
p a r a 9 9 par t es d e H 2 é nec es s ár i a ( f i gur a- 8S) , ' 641 .
E m out r as pal av r as , i ni ci ando- se c o m o C O' pur o, n ã o s e p o d e per mi t i r a f or maç ão s e n ã o d e
p o u c o C0 2 , par a q u e a c e me n t a ç ã o n ã o s e i nt er r ompa; ent r et ant o, i ni ci ando- se c o m C H 4 pur o,
pode- s e t er f o r ma ç ã o d e gr ande quant i dade d e H2 , s e m q u e a c e me n t a ç ã o sej a i nt er r ompi da.

2. 4. Pr ocessos de cement ação - Ex i s t em t r ês mé t o d o s d e c e me n t a ç ã o : por vi a sól i da


( t a mb é m c h a ma d o " cement ação em cai xa. " ) , pór vi a gasosa e por vi a l í qui da.
.•m-.f.-.t
F -
2. 4. 1. Cement ação sól i da ou emi cai xa- Ne s t e pr oc es s adas p e ç a s d e a ç o s ã o c ol oc adas e m
c ai x as met ál i cas, ger al ment e d e a ç p ^ i g a r esi st ent e a o cal or , , e m pr es enç a d a s c h a ma d a s mi st u-
r as car bur i zant es. A s mi st ur as mai s u s a d a s a p r e s e n t a m c ar v ão d e ma d e i r a , agl omer ado c o m
c er c a d e 5 % a 2 0 % d e u ma subst ânci a at i vador a, por me i o d e ól eo c o mu m o u ól eo d e l i nhaça e m
quant i dades q u e v ar i am d e 5 % a 1 0 %. Pr ef er e- se c o mo subst ânci a di r et ament e car bonet ant e o
c ar v ão d e madei r a, dev i do s ua. pc r ez s , c o m bai x e t eor d e enxof r e, c o m r azoável r esi st ênci a a o
c h o q u e e à abr as ão. Os at f vador es mai s c o mu n s s ã o c ar bonat os al cal i nos o u al cal i no- f er r osos,
c o mo c ar bonat o d e s ódi o, c ar bonat o d e pot ássi o, c ar bonat o d e cál ci o e c ar bonat o d e bár i o. Est e
úl t i mo é o ma i s c o mu m, s e n d o f r equent ement e e mp r e g a d o e m mi st ur a c o m c ar bonat o d e s ódi o.
T a mb é m c os t uma- s e i nt r oduzi r n a mi st ur a c er c a d e 2 0 % d e c o q u e , o qual a u me n t a a vel oci dade
d e t r ansf er ênci a d o cai or , f aci f i t ando a obt enç ão d e t emper at ur as ma i s uni f or mes .
Ex i s t em out r as mi s t ur as c ar bur i z ant es , c o mo c o mb i n a ç õ e s der - mat er i ai s or gâni c os - o s s o .
q u e i ma d o o u o s s o c r u c o m c ar v ão d e ma d e i r a .

134
NMLKJIHGFEDCBA
GFEDCBA TRATAMENTOS TERMO- QUI MI COS

Equilíbrio
Austenita - Cementita zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP

mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
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edcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
KJIHGFEDCBA

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3" / O"
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
1

ff
°" Q
3*
JIHGFEDCBA
700 750 800 850 900 950
| 4:
Temperatura °C

Fi g. 84 - Cur vas r epr esent at i vas do equi l í br i o de mi st ur a de C O e C O a c o m aços de di f er ent es t eor es de


• car bono. Ver i f i ca- se, por exempl o, que qua ndo se concede t e mpo suf i ci ent e par a ser at i ngi do o equi l í br i o,
um gás c om 9 0 % de C O e 1 0 % de C0 2 , a 815° C car bonet ar á u m aço de bai xo car bono at é 0 , 8 0 % C, ma s
" não mai s. A870° C, esse gás car bonet ar á o a ç o consi der ado s ome nt e at é 0 , 4 0 %. Co m u ma t emper at ur a
de cement ação de 925° C, par a t er - se ne s s e aço u ma c a ma da c e me nt a da de composi ção hi per eut et ói de,
a c ompos i ç ã o do gás deve ser 9 7 % de C O ou mai s, c o m 3 % de C 0 2 ou me n o s .

\
H4
e
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
de
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E
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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I- 900
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F - zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
^, 95* 0
em \
t u-
om \ ^0 , 6 0 %C
^ 0, 20%C
em
o
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s,
1: 50 1: 37 1: 25
Est e
o. Rel ação CH„ : K,

de

Fi g. 85 - Ef ei t o de di f er ent es r el ações CH4 / H2 e m aços de vár i os t eor es de car bono, a di ver sas t emper at u-
s o. r as. Uma c ompos i ç ã o à di rei t a de u ma cur va é car bonet ant e par a o a ç o consi der ada; u ma c ompos i ç ã o à
esquer da é descar bonet ant e.

135
Aç os E FERROS FUNDI DOS

O me c a n i s mo d a cement ação em cai xa é o s egui nt e:


- A t emper at ur as e l e v a d a s , por e x e mp l o 9Q0° C, o c a r b o n o c o mb i n a - s e c o m o oxi géni o d o
ar i ni ci al ment e p r e s e n t e n o c ar v ão d e ma d e i r a :
C + OZ £> C0 2

- O C0 2 r eage c o m o c a r b o n o d o c ar v ão i nc andes c ent e:


C0 2 + C n 2 CO
- O C O por s u a v e z r e a g e c o m o f er r o d o a ç o , i nt r oduzi ndo- l he c a r b o n o e f o r ma n d o mai s C O :
3 Fe + 2 C O £; Fe 3C + C 0 2

- Es t e C 0 2 r eage n o v a me n t e c o m o c a r b o n o d o c ar v ão i nc andes c ent e, pr oduz i ndo n o v o C O.


- O ci cl o r epet e- s e e n q u a n t o h o u v e r suf i ci ent e c a r b o n o pr es ent e p a r a r eagi r c o m o CO a .
A p r e s e n ç a d o at i vador , B a CO a , cont r i bui p a r a a u me n t a r a v el oc i dade d e f or nec i ment o d e
C O, poi s, às t emper at ur as d a c e me n t a ç ã o , o c o r r e m a s s egui nt es r e a ç õ e s :
B a C0 3 -> Ba O + C0 2

C0 2 + C zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
-j . 2 CO

ou
B a C0 3 + C Ba O + 2 CO
B a O + COa t ? Ba CO. ,
o u sej a o B a O ( as s i m c o mo o Na 2 0 , s e o at i v ador f or c ar bonat o d e s ódi o) , r eagi r i a c o m o
C 0 2 , h a v e n d o a s s i m u ma t endênc i a a t er - se g á s ma i s pobr e e m C 0 2 , o u ma i s r i co e m C O,
c o mo s e des ej a.

A c e me n t a ç ã o s ól i da é ger al ment e r eal i z ada a t emper at ur as q u e v a r i a m d e 850° C a


950° C. Ent r et ant o, c o mo j á f oi me n c i o n a d o , r e c e n t e me n t e n o v a s t éc ni c as t e m per mi t i do,
me s mo n o c a s o d a c e me n t a ç ã o e m c ai x a, el ev ar a t emper at ur a p a r a a l é m d e 1000° C, s e m
q u e s e c r i em p r o b l e ma s e m r el ação a o c r es c i ment o d e gr ão, f ac e a o t e mp o ma i s cur t o à
t emper at ur a e a o s t i pos mo d e r n o s d e a ç o s u s a d o s .
É pr eci so not ar q u e a g e r a ç ã o d e quant i dade apr eci ável d e C O d á - s e a c i ma d e c er c a d e
800° C, a o p a s s o q u e abai x o d e s s a t emper at ur a a u me n t a o C 0 2 ( f i g. 8 4 ) . Po r es s a r az ão,
d e v e - s e evi t ar r es f r i ament o mui t o l ent o, a p ó s a c e me n t a ç ã o , abai x o d e 800° C ( at é ma i s o u
me n o s 650° C) , poi s h a v e n d o f o r ma ç ã o d e q u a n t i d a d e apr eci ável d e C 0 2 , pr oduzi r - se- á u ma
c a s c a mo l e .
Pr oc ur a- s e, n a c e me n t a ç ã o e m c ai x a, obt er c a r b o n o super f i ci al p o u c o a c i ma d o t eor r
Er ' "
eut et ói de, n u n c a s uper i or a 1 , 1 5 %, vi st o q u e o e x c e s s o d e s upr i ment o d e c a r b o n o p o d e l evar
a u ma pr eci pi t ação i ndes ej áv el d e c ar bonet os . Qu a n d o a quant i dade d e c ar bonet os pr eci pi -
t a d o é apr eci ável , f o r ma - s e u m r endi l hado q u e p o d e c aus ar f i ssur as d e r et i f i cação, q u e b r a
d e c ant os , et c. A f o r ma d e pr eci pi t ação d o s c ar bonet os é g r a n d e me n t e i nf l uenci ada pel a
v el oc i dade d e r es f r i ament o a p ó s a c e me n t a ç ã o .
De v e - s e t a mb é m pr oc ur ar u ma g r a d a ç ã o uni f or me d o c ar bono d a super f í ci e par a o c e n -
t r o, c o mo j á f oi me n c i o n a d o , o q u e s e c o n s e g u e pel o cont r ol e d a mi s t ur a: di mi nui - se o t eor
super f i ci al d e c a r b o n o , r eduz i ndo- s e a q u a n t i d a d e d o at i vador e v i c e- v er s a.
Na c e me n t a ç ã o sól i da, p o d e - s e at i ngi r pr of undi dade d e c e me n t a ç ã o at é 2 m m ou ma i s .
Dev i do à s di f i cul dades d e cont r ol e, n ã o s e d e v e pr oc ur ar c e me n t a r abai x o d e 0, 635 mm
( 0, 025" ) . De f at o, me s mo c o m a mel hor t éc ni c a d e c e me n t a ç ã o e m c ai x a e a t emper at ur as
d a o r d e m d e 925° C, é di f í ci l obt er u ma e s p e s s u r a d e c a s c a q u e a p r e s e n t e u ma v ar i aç ão t ot al
d e me n o s d o q u e 0, 25 m m d o má x i mo a o mí n i mo . -
i
De qual quer mo d o , a c e me n t a ç ã o sól i da é u m pr oc es s o q u e c ont í nua s e n d o u s a d o , pr i n- I V; "
c i pal ment e dev i do a o s aper f ei ç oament os q u e nel e t ê m si do i nt r oduz i dos . Ent r e a s pr i nci pai s
v a n t a g e n s d e s s e mé t o d o p o d e m s er ci t adas a s s egui nt es 1 6 5 ' ( 6 S| :

- p o d e ut i l i zar u ma ma i o r v ar i edade d e f o mo s , poi s n ã o ex i ge o u s o d e u ma at mos f er a


pr epar ada;
- é ef i ci ent e e e c o n ó mi c o par a o p r o c e s s a me n t o d e p e q u e n o s l ot es o u par a p e ç a s d e
g r a n d e s d i me n s õ e s ;
- ex i ge me n o r ex per i ênc i a d o oper ador ;

136
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS zyxw

- di mi nui a t endênc i a a o e mp e n a me n t o d a s p e ç a s dev i do a o f at o del as s e a p o i a r e m b e m


do n a mi st ur a c ar bur i z ant e sól i da;
• - o r es f r i ament o d a s p e ç a s a par t i r d a t emper at ur a d a c e me n t a ç ã o é l ent o, o q u e p o d e
r epr esent ar u ma v a n t a g e m par a p e ç a s q u e d e v e m s er s u b me t i d a s a u ma u s i n a g e m d e
a c a b a me n t o d e p o i s d a c e me n t a ç ã o ant es d a t ê mp e r a .

: A par d a s v a n t a g e n s a c i ma , o p r o c e s s o apr es ent a, por out r o l ado, a l g u ma s d e s v a n t a -


gens q u e s ã o e n u me r a d a s a segui r :
. - n ã o é t ão l i mpo, quant o o s out r os mé t o d o s ;
. - n ã o é r e c o me n d á v e l par a a p r o d u ç ã o d e c a ma d a s c e me n t a d a s f i nas, q u e d e v a m s er
e cont r ol adas dent r o d e t ol er ânci as est r ei t as;
- n ã o é o me l h o r mé t o d o par a t er - se u m cont r ol e pr ec i s o d o c a r b o n o super f i ci al e do
gr adi ent e d e c a r b o n o ;
KJIHGFEDCBA
- não é b e m a d e q u a d o par a t ê mp e r a di r et a;
- n ã o f or nec e o gr au d e f l exi bi l i zação n o cont r ol e d a s c o n d i ç õ e s d e c ar bonet aç ão, c o mo
l ê possí vel obt er n a c e me n t a ç ã o a g á s ;
- o p e s o d a mi s t ur a c ar bur i z ant e e d a s c ai x as d e c e me n t a ç ã o r e d u z a s v el oc i dades d e
o a q u e c i me n t o e r es f r i ament o, n e c e s s i t a n d o - s e , e m c o n s e q u ê n c i a , ma i s t e mp o par a a
, oper aç ão.

Fi nal ment e, convi r i a r el aci onar r a p i d a me n t e al guns d o s cui dados a s er em obs er v ados n a
a c e me n t a ç ã o e m c ai x a:
, - as c ai x as d e v e m s er b e m pr opor c i onadas e m r el ação à s d i me n s õ e s d a s p e ç a s , dev i do
m ao f at o d o a ç o s er b o m c ondut or d o cal or , ma s n ã o a mi s t ur a c ar bur i z ant e;
à - a s p e ç a s d e v e m apr es ent ar - s e b e m l i mpas , ant es d a c e me n t a ç ã o ;
- o t e mp o d e c e me n t a ç ã o d e v e s er es c ol hi do d e ac or do c o m a pr of undi dade d e s e j a d a n a
e c a ma d a c e me n t a d a , c o m as d i me n s õ e s d a s p e ç a s , et c;
, - o cont r ol e d o pr oc es s o p o d e s er f ei t o c o m c or pos d e p r o v a c o l o c a d o s l at er al ment e n a s
u cai xas;
a - a p ó s a c e me n t a ç ã o , a s c ai x as d e v e m s er r esf r i adas r a p i d a me n t e a o ar , par a evi t ar , c o mo
s e v i u, a u me n t o d a quant i dade d e C0 2 n a mi s t ur a g a s o s a , o q u e p o d e pr ov oc ar
r des c ar bonet aç ão;
ar
Er ' " zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- as mi s t ur as c ar bur i z ant es d e v e m s er e mp r e g a d a s s e c a s , poi s a u mi d a d e p o d e pr ov oc ar
- des c ar bonet aç ão.
a
a Dev i do a s d e s v a n t a g e n s d o p r o c e s s o d e c e me n t a ç ã o e m c ai x a, pr i nci pal ment e n o q u e s e
r ef er e à di f i cul dade d e obt er - se u ma c a ma d a super f i ci al e n d u r e c i d a d e g r a n d e pr ec i s ão,
- es s a t écni ca n ã o é ma i s u s a d a q u a n d o s e ex i ge t ot al cont r ol e d e qual i dade d o mat er i al .
Ne s s e c a s o , r ecor r e- se a o s out r os p r o c e s s o s d e c e me n t a ç ã o .
Por out r o l ado, por s er u m p r o c e s s o s i mpl es , q u e n ã o ex i ge e q u i p a me n t o sof i st i cado, a
c e me n t a ç ã o e m c ai x a c ont i nua s e n d o u ma t écni ca ut i l i zada e m p e q u e n a s i nst al ações i n d u s -
m t r i ai s e of i ci nas, o n d e ev ent ual ment e a c e me n t a ç ã o d e v e s er apl i c ada e m p e ç a s , f e r r a me n -
t as e ut ensí l i os di v er s os .
l
- 2. 4- 2. Cement ação a gás - Ne s t e p r o c e s s o , a s ubs t ânc i a c a r b o n á c e a é u ma at mos f er a
i
- I V; " g a s o s a . A s coossd&ações i ni ci ai s a s e r e m f ei t as a r espei t o des t e p r o c e s s o s ã o a s s egui nt es :

- a mi s t ur a c ar bur i z ant e f i ca b e m def i ni da e per f ei t ament e es t áv el , dur ant e t oda a f as e


at i va d a c e me n t a ç ã o , a o cont r ár i o d o q u e oc or r e n a c e me n t a ç ã o sól i da, e m q u e a mi s t ur a
car bur i zant e p e r d e e m ef i ci ênci a, à me d i d a q u e a oper aç ão s e pr ol onga, di mi nui ndo poi s , a
aç ão c ar bonet ant e;
e - const i t ui u m p r o c e s s o ma i s l i mpo q u e a c e me n t a ç ã o sól i da, poi s el i mi na o s p ó s , a s
cai xas p e s a d a s e c us t os as , et c;
- per mi t e me l h o r cont r ol e d o t eor d e c a r b o n o e d a e s p e s s u r a d a c a ma d a c e me n t a d a ; zyxwvutsrqp

137.
Aç os E FERROS FUNDI DOS

- é ma i s r ápi da e of er ec e possi bi l i dade d e u ma s ó t ê mp e r a di r et a, a p ó s a c e me n t a ç ã o ,


ev i t ando- s e o c ont at o c o m o ar , pr es c i ndi ndo- s e, e m c o n s e q u ê n c i a d a s o p e r a ç õ e s d e l i mpe-
z a post er i or es a o t r at ament o.

Por out r o l ado, a c e me n t a ç ã o g a s o s a of er ec e a s s egui nt es d e s v a n t a g e n s e m r el ação à


c e me n t a ç ã o e m c ai x a:
- a s r eaç ões d e c ar bonet aç ão s ã o mui t o ma i s c o mp l e x a s e a l g u ma s p o d e m s er pr ej udi ci ai s;
- a i nst al ação é mui t o o n e r o s a , exi gi ndo t a mb é m a p a r e l h a g e m c o mp l e x a d e cont r ol e e de
s e g u r a n ç a , o q u e o c a s i o n a a nec es s i dade d e pes s oal ma i s habi l i t ado;
- o c ont r ol e n ã o é s o me n t e d a s t e mp e r a t u r a s , c o mo é p r a t i c a me n t e o c a s o d a
c e me n t a ç ã o sól i da, ma i s i gual ment e d a c ons t ânc i a d a mi st ur a c ar bur i z ant e g a s o s a , s obr et u-
d o d o pot enci al d e c a r b o n o .

O mecani smo da cement ação gasosa é o s egui nt e: s e n d o o s g a s e s c ar bur i z ant es , al ém


d o óx i do d e c a r b o n o C O , g a s e s der i v ados d e hi dr oc ar bonet os , c o mo g á s nat ur al , pr opana,
et ana, me t a n a , e t c ; a s r e a ç õ e s f undament ai s q u e s e ver i f i cam n o p r o c e s s o são' 67' :

2 C O * ? ( C) + C 0 2

C O + H2 * 5 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
( C) + H 0 2

CH4 * ( C) + 2 H 2
( me t a n a )
C2 H6 tf ( C) + x CH4 + y H2
( et ana)
C3 H„ X ( C) + x C 2 H 3 + y CH 4 + z H 2
( pr opana)

o n d e ( C) é o c a r b o n o q u e s e di ssol ver á n a aust eni t a, di f undi ndo- s e par a o i nt er i or d o a ç o .


Go mo s e v ê , o s e l e me n t o s d e b a s e d e u ma at mos f er a g a s o s a c ar bur i z ant e s ã o o
mo n ó x i d o d e c a r b o n o , hi dr oc ar bonet os e hi dr ogéni o.
Do s der i v ados d e hi dr oc ar bonet os , a p r o p a n a é o ma i s e mp r e g a d o ; por di ssoci ação, à
t emper at ur a d e c e me n t a ç ã o , t r ansf or ma- se n a mi s t ur a g a s o s a , c o n f o r me es t á i ndi cado ac i ma.
O mo n ó x i d o d e c a r b o n o e os hi dr oc ar bonet os d e c o mp õ e m- s e q u a s e q u e c o mp l e t a me n t e ,

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e m c ar bono e hi dr ogéni o, c o mo i ndi c am a s r e a ç õ e s a c i ma . Es s a d e c o mp o s i ç ã o p o d e pr ov o-
c ar o depós i t o d e c a r b o n o l i vr e, e c o n s e q u e n t e me n t e o a p a r e c i me n t o d e pont os mai s mo l e s
n a super f í ci e d o a ç o . Po r e s s a r az ão, pr oc ur a- s e di l ui r os hi dr oc ar bonet os e m g a s e s d o t i po
d o hi dr ogéni o q u e est abi l i zam o pr oc es s o d e c a r b o n e t a ç ã o , vi st o q u e o hi dr ogéni o, apes ar de
s u a a ç ã o p r e d o mi n a n t e me n t e des c ar bonet ant e, f av or ec e a c a r b o n e t a ç ã o pel a f or maç ão e
r egener aç ão d o mo n ó x i d o d e c ar bono. As s i m, n a c e me n t a ç ã o g a s o s a , o hi dr ogéni o const i t ui
u ma v er dadei r a f ont e d e C O e a g e c o mo ac el er ador d o pr oc es s o.
A f unç ão d o s g a s e s di l ui dor es - ni t r ogéni o e hi dr ogéni o - é evi t ar i gual ment e u ma a t mo s -
f er a e x c e s s i v a me n t e c onc ent r ada adj ac ent e à s ent r adas d e g á s , gar ant i r mo v i me n t o r ápi do
d o g á s no i nt er i or d o f or no e, pr i nc i pal ment e, gar ant i r n o i nt er i or des t e u m v o l u me d e g á s
suf i ci ent e par a ma n t e r u ma pr es s ão posi t i va e m t odos os pont os e, a o me s mo t e mp o , evi t ar
a nec es s i dade d e adi c i onar quant i dades ex c es s i v as d e hi dr oc ar bonet o.
Al é m d a s v a n t a g e n s j á me n c i o n a d a s n o i ní ci o d a ex pos i ç ão s o b r e es t e pr oc es s o, out r as
v a n t a g e n s d a c e me n t a ç ã o g a s o s a s obr e a c e me n t a ç ã o sól i da s ã o :

- o g á s é pr ot et or , dev i do à i mpossi bi l i dade d e ox i daç ão;


- per mi t e ma i s f ac i l ment e a c e me n t a ç ã o d e p e ç a s del i c adas ;
- apr es ent a ma i o r v el oc i dade d e p e n e t r a ç ã o d o c ar bono;
- a c a ma d a c e me n t a d a apr es ent a u ma e s p e s s u r a e t eor d e c a r b o n o ma i s uni f or mes ;
- a s d e f o r ma ç õ e s n o mat er i al
f r equent ement e a o p e r a ç ã o d e r et i f i cação;
s ob c e me n t a ç ã o s ão r eduz i das , e l i mi n a n d o - s e
i zy
fe-

- possi bi l i t a a " car bo- ni t r et ação" , o n d e a s v el oc i dades s ã o mui t o g r a n d e s par a o s pr i mei -

138
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS zyxw

ão, 1 1 1

mpe- PROCESSO M ETANOL- ACETAT OOEET I L / S 17h 45mí n

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
PROCESSO Gi \ ENDOTEHMI C
-4—
0 / s * 95mi n
S% da economi a
o à
' / 10h 3amí n
ai s; * ~4—
73 mi n
de 1 2 % de economi a

da
t u- / 5h 1Sm[ n
• 4-
50mi n
1 6 % de economi a
ém
na, ' / 1h50mi n

> A—
30 mi n
2 7 % dB economi a

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
V 4 A 9 .' 16 • J2S

T EMPO DE CEMENTAÇÃO, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW


'/IT

Fi g. 8 6 - Di mi nui ção do ci cl o de c e me nt a ç ã o pel o pr ocesso met anol - acet at o de et i l a.

T ABE L A 16
Compos i ç ã o de b a n h o s de sal par a c e me nt a ç ã o l í qui da
ç o. Co mp o s i ç ã o d o Ba nho, %
o Ca ma d a de Pe que na Ca ma d a de Gr a n d e
,. Const i t ui nt e Espessur a Espessur a
Bai xa Te mpe r a t ur a Ai t a Te mpe r a t ur a
, à
( 840° A 900° ) ( 900° a 955° C)
ma.
Ci anet o de sódi o 10a23 6a16
e,
Cl or et o de bár i o 0a40 30 a 5 5
v o-
Out r os sai s al cal i nos de met ai s t er r osos 0a10 0a10
l es
•'. Cl or et o de pot ássi o 0a25 0a20
po Cl or et o de sódi o 20 a 4 0 0a20
de ' Car bonat a de sódi o 30 ma x . 30 ma x .
e Acel er ador es out r os que compost os
t ui de met ai s al cal i nos t er r osos' 0a5 0a2
i Ci anat o de sódi o 1, 0 ma x . 0, 5 ma x .
os - Tl Dent r e esses acel er ador es, i ncl uem- se di óxi do de ma nga nê s , óxi do de bor o, f l uor et o de sódi o e
do : arf }onet o de si l í ci o.
ás
ar r os d é c i mo s d e es pes s ur a, a l é m d e s er es pec i al ment e v ant aj os a at é 0, 3 m m d e e s p e s s u r a ,
: da c a ma d a car bo- ni t r et ada;
as - possi bi l i t ando a t ê mp e r a di r et a, s e m r eaquec i ment o a p ó s a c e me n t a ç ã o , evi t a a u me n t o
excessi vo d o g r ã o .

Al g u ma s v ar i aç ões d o mé t o d o cl ássi co d e c e me n t a ç ã o es t ão s e n d o ut i l i zadas. Ent r e


. el as, p o d e - s e me n c i o n a r o pr oc es s o " met anol - acet at o de et i l a" , c onhec i do c o m o n o me
CARBOMAAG' 6 " 1.
Nes t e p r o c e s s o , o me t a n o l é ut i l i zado c o mo o e l e me n t o " c ondut or " o u " veí cul o" e o
se
i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
fe-
acet at o d e et i l a o u ac et ona, n a f o r ma l í qui da, c o mo e l e me n t o s car boni t r et ant es, s ubs t i t u-
i ndo a a t mo s f e r a endot ér mi c a c ar bonet ant e t r adi ci onal , c o m c o n s e q u e n t e e c o n o mi a de
mei - • gás nat ur al .

139
EzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FERROS FUNDI DOS

Os doi s l í qui dos s ã o i nt r oduzi dos n o f or no s e p a r a d a me n t e , ma s a o me s mo t e mp o , o' :


me t a n o l des i nt egr a- s e, f o r ma n d o g á s e l i mpa o f or no, pr opi c i ando, a l é m di s s o, a f o r ma ç ã o : Í | M

d e pr es s ão posi t i va, dur ant e o ci cl o d e c a r b o n e t a ç ã o . O ac et ona o u ac et at o d e et i l a des i nt e- ;


gr a- s e e p r o d u z o g á s nec es s ár i o par a a s s e g u r a r o pot enci al d e c a r b o n o . í
O pr oc es s o, c o m adi ç ão d e a mó n i a , p o d e subst i t ui r a c ar boni t et r aç ão.
Al é m d e subst i t ui r o g á s endot ér mi c o c onv enc i onal , out r a d a s v a n t a g e n s d o p r o c e s s o "
consi st e n a di mi nui ç ão d o ci cl o d e c e me n t a ç ã o , c o n f o r me es t á d e mo n s t r a d o n a f i gur a 8 6 . \
^W
Es t a f i gur a r ef er e- se a o c o mp o r t a me n t o , n a c e me n t a ç ã o g a s o s a , pel os doi s pr oc es s os , \
i
a o s quai s f oi s u b me t i d o u m a ç o c o m 0 , 1 5 % C, 3 , 5 % Ni e 0 , 7 5 % Cr . A c e me n t a ç ã o f oi ef et u- )
a d a à t emper at ur a d e 930° C e o pot enci al d e c a r b o n o f oi d e 1 , 1 5 % C. zyxwvutsrqponmlkjih
j
f
O gr áf i co d a f i gur a per mi t e ver i f i car q u e , n a t emper at ur a me n c i o n a d a par a, por e x e mp l o , i
0, 51 m m d e e s p e s s u r a d a c a ma d a c e me n t a d a , h o u v e u ma r e d u ç ã o d e t e mp o n o pr oc es s o
" met anol - ac et at o d e et i l a" , e m r el ação a o p r o c e s s o " gás endot ér mi c o" d e 3 0 mi n . o u 2 7 %; ,
par a u ma e s p e s s u r a d e 2, 0 mm, a e c o n o mi a d o t e mp o f oi d e 9 5 mi n u t o s , o u 9 %. \

íp ^
2. 4. 3. Cement ação l í qui da - É r eal i zada ma n t e n d o o a ç o à t emper at ur a a c i ma d e Ac , n u m b a n h o
d e sal f undi do, c o m c o mp o s i ç ã o a d e q u a d a par a p r o mo v e r o enr i quec i ment o super f i ci al d e c ar bono.
JS
Os b a n h o s car bur i zant es l í qui dos apr es ent am a s c ompos i ç ões i ndi cadas n a Tabel a 1 e' 69' .
i ^3
C o mo s e v ê pel a anál i s e d a Tabel a, c o n s i d e r a m- s e ger al ment e doi s t i pos d e b a n h o s par a
c e me n t a ç ã o l í qui da: a q u e l e s par a c a ma d a s d e p e q u e n a pr of undi dade e a q u e l e s par a c a ma -
i •"
d a s d e g r a n d e pr of undi dade. Há u ma s u p e r p o s i ç ã o d e c o mp o s i ç ã o d o b a n h o par a o s doi s
t i pos d e c a ma d a s . E m ger al , u m t i po d e b a n h o s e di st i ngue d o out r o ma i s pel a t emper at ur a ^ í l í ^ S
d e o p e r a ç ã o d o q u e pel a c o mp o s i ç ã o , d e mo d o q u e a s e x p r e s s õ e s " bai x a t emper at ur a" e
- í 'Ç- , V. zyxw
*r t s
" al t a t emper at ur a" s ã o pr ef er i das.
Sr e ^
Os banhos de bai xa t emper at ur a s ã o c o mu me n t e o p e r a d o s ent r e a s t emper at ur as d e
J a By i j
8 4 0 ° a 900° C, e mb o r a par a cer t os ef ei t os es pec í f i c os , es s a f ai xa d e t e mp e r a t u r a sej a, al gu-
ma s v e z e s , es t endi da d e 7 9 0 ° a 915° C. C o m o s b a n h o s par a o p e r a ç ã o e m bai x a t emper at u-
' l ásé
r a, a es pes s ur a d a s c a ma d a s c e me n t a d a s var i a d e 0, 08 a 0, 8 mm< 6 9 ) .
O mecani smo da cement ação c o m o s b a n h o s d e bai x a t e mp e r a t u r a é c o mp l e x o , dev i do
«^ «ííM
a o n ú me r o d e pr odut os f i nai s e i nt er medi ár i os q u e s e f o r ma m, ent r e o s quai s , h á o s s egui n-
t es' 69' : c ar bonat os al cal i nos ( Na 2 C0 3 ou K 2 C 0 3 ) , ni t r ogéni o, mo n ó x i d o d e c a r b o n o , hi dr óxi do '3Èâ%Êlí$
' á^ ^ ^
d e c a r b o n o , c i a n a mi d a s ( Na 2 CN 2 o u B a CN 2 ) e c i anet o ( Na NCO) .
Al g u ma s d a s r e a ç õ e s s ã o a s s egui nt es :

2 Na CN Na 2 CN2 + C
2 Na CN + 0 2 ± * 2 Na NCO
ou
Ma C N + C 0 2 ± s Na NCO + CO
Í^ USE
A pr i mei r a e a t er cei r a r eaç ão s ã o , pel o me n o s par c i al ment e r ev er s í v ei s . A s r eaç ões q u e
SJpêf
5|§fefK|
p r o d u z e m sej a C O o u C s ã o benéf i c as p a r a o b t e n ç ã o d a d e s e j a d a c a ma d a c e me n t a d a ,
c o mo por e x e mp l o :
'fp&|0
? f c Kp
s f e' . ; Í
3 F e + 2 C O _» F e 3 C + C 0 2

S- ^i ^
e
3 Fe + C - » F e 3 C
. ; | p| |

Os banhos de al t a t emper at ur a, o p e r a d o s a t emper at ur a ent r e 9 0 0 " e 955° C, p r o mo v e m


c a ma d a s c e me n t a d a s d e ma i o r pr of undi dade - ent r e 0, 5 e 3, 0 m m . Op e r a ç ã o e m t e mp e r a - W$í sf
t ur as a c i ma d e 950° C, ent r e 9 8 0 ° e 1035° C, r esul t a e m r ápi da p e n e t r a ç ã o d e c a r b o n o , p o r é m
a det er i or açãp d o b a n h o , a s s i m c o mo d o e q u i p a me n t o , é g r a n d e me n t e ac el er ada. gf âf eí
A pr i nci pal r e a ç ã o , n a o p e r a ç ã o c o m b a n h o s d e al t a t emper at ur a é a segui nt e* 69' : SSI
| Kr g |

Ba ( CN) 2 B a CN2 + C Tt e S

140
A TRATAMENTOS TERÍ AQ- QLUMI COS zyxw

o' : Est a r e a ç ã o é r ever sí vel .

ão : Í | MS f p : N ã p r e s e n ç a d o f er r o, t em- s e:

t e- ;
B a ( CN) 2 + 3 F e • - B a CN 2 + F e 3 C
í
c i anet o c i anami da

s o"
d e bár i o d e bár i o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
6. \
os , \
^W$Ír'zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
De f at o, a a ç ã o car bur i zant e é d e v i d a pr i nci pal ment e a o c i anet o d e s ódi o N a C N at i v ado
i $^ i >c al al ! z ado pel a p r e s e n ç a d e s ai s al cal i nos t er r osos, c o mo d e bár i o, cál ci o o u est r ônci o:
t u- )
onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
j
f | | f ! { 2 N a C N + Ba CI 2 - > B a ( CN) 2 + 2 Na CI .
o, i
so
As pr i nci pai s v a n t a g e n s d a c e me n t a ç ã o l í qui da s a o a s s egui nt es * 701 :
%; ,
\
K' ir- r api dez d e o p e r a ç ã o , per mi t i ndo a o b t e n ç ã o d e apr ec i áv ei s pr of undi dades d e penet r a-
í p ^ ã o , . e m t e mp o r el at i vament e cur t o;
banho
no.
^â' : - - s upr es s ão d o t e mp o gas t o par a pr é- aquec i ment o d a s p e ç a s , a s quai s e n t r a m di r et a-
J SMI n e n t e e m c ont at o c o m a ma s s a l í qui da, à t emper at ur a des t a, n ã o nec es s i t ando ma i s d o q u e
i ^ 3 S | o u o o s mi nut os p a r a at i ngi r a t emper at ur a d o b a n h o ;
ra
. pr ot eç ão ef et i va cont r a ox i daç ão e des c ar bonet aç ão;
ma -
i •"' - - f aci l i dade d e c ol oc ar as p e ç a s n o i nt er i or d o b a n h o , s u s p e n s a s por g a n c h o s o u e m
is
r a ^ í l í ^ S p e s t a s especi ai s;
e
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- í 'Ç- , V. Í V " - s upr es s ão d a l i mpez a post er i or , s al v o n o c a s o d a t ê mp e r a e m ól eo; n o c a s o d a t ê mp e r a
* r t si ' di r et a, n ã o h á qual quer vest í gi o d e c a s c a d e óx i do;
Sr e ^ ^ ^ r - mai or cont r ol e d a pr of undi dade d e penet r aç ão;
de
J a By i j p l Ki possi bi l i dade d e o p e r a ç ã o c ont í nua, pel a c ol oc aç ão o u r et i r ada d a s p e ç a s , e n q u a n t o
gu-
dout r as es t ão e m t r at ament o;
at u-
' l á s é ^ S * - menor possi bi l i dade d e e mp e n a me n t o ;

do
«^ «ííM Úv- - mai or f aci l i dade d e pr oduzi r - se c e me n t a ç ã o l ocal i zada.

n-
do '3Èâ%Êlí$*~ Al g u ma s d a s c o n s i d e r a ç õ e s d e o r d e m ger al q u e p o d e r i a m s e r f ei t as a r es pei t o d e
' á ^ ^ ^ ; c e me n t a ç ã o l í qui da s ã o a s s egui nt es :

- o s b a n h o s l í qui dos d e c e me n t a ç ã o d e v e m t er u ma c ober t ur a, a qual p o d e s er obt i da pel a


. { adi ção d e gr af i t a d e bai x o t eor e m sí l i ca n o b a n h o f undi do;
- as p e ç a s d e v e m s er i nt r oduzi das l i mpas e s ec as ;
v- - os f or nos e x i g e m ex aus t ão, vi st o q u e c i anet os , a af t as t emper at ur as , s ã o v e n e n o s o s ;
j ; - - - do me s mo mo d o e pel os me s mo s mo t i v o s , dev e- s e evi t ar c ont at o d e sai s d e c i anet o c o m
Í^ USEácidos, vi st o des pr ender - s e áci do ci aní dr i co;
ue
SJpêf PSi ' - dev e- s e evi t ar , a p ó s a c e me n t a ç ã o l í qui da,
1 r esf r i ament o a o ar , p o r q u e a pel í cul a d e s al
5|§fefK| | t í i der ent e às peç as n ã o a s p r o t e g e s u f i c i e n t e me n t e , p o d e n d o oc or r er o x i d a ç ã o ou
a,
'fp&|0ftçjescarbonetação;
? f c Kp ¥ 3 - "d e Pr ef er ênc i a, dev e- s e e mp r e g a r , c o mo me i o d e r es f r i ament o, s a l mo u r a c o m 1 0 % a
s f e' . ; Í <gi 15% d e cl or et o d e s ódi o, o u , n o c a s o d e ól eos , ut i l i zar ól eos mi ner ai s pur os o u ól eo es pec i al
S- ^i ^í ^f j ar a t ê mp e r a ;
- o r es f r i ament o e m á g u a p r o v o c a o d e s p r e n d i me n t o f àci i e c ompl et o d e q u a l q u e r s ai
. ; | p| | p| j àder ent e, f aci l i t ando a l a v a g e m post er i or ; n o c a s o d e r ssí r i axnêni n e m Sso, c o n v é m, a p ó s o
\ r no, l avar a s p e ç a s e m á g u a q u e n t e ;
em
a- W$í sf i <p- - n o c a s o d e aços- l i ga, r e c o me n d a - s e t ê mp e r a e m b a n h o d e sal q u e n t e a ma i s o u me n o s

r ém - 1 8 0 ° c -
gf âf eí S?' - Nes t e c a s o , ent r et ant o, g e r a l me n t e é nec es s ár i o ef et uar u m n o v o r eaquec i ment o p a r a
SSI $ n o v a t ê mp e r a , a qual , par a pr ev eni r a f o r ma ç ã o d e aust eni t a r esi dual , d e v e s er l ev ada a
| Kr g | ê f e i t o a u ma t emper at ur a ma i s bai x a, d a o r d e m d e 800° C.
T t e Sl R ' - a pr of undi dade d e c e me n t a ç ã o q u e p o d e s er obt i da c o m b a n h o s d e sal var i a c o m s u a

141
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

c o mp o s i ç ã o , c o mo t e mp o d e o p e r a ç ã o e c o ma t emper at ur a d o b a n h o , p o d e n d o - s e at i ngi r , ? > v -


e m 3 a 4 hor as , c e r c a d e 1, 5 mm. De u m mo d o ger al , o s t e mp o s nec es s ár i os s ã o ma i s cur t os _l & :

q u e n o s out r os p r o c e s s o s d e c e me n t a ç ã o . ' ' ^t - r ; - ;


- e m t e mp o s ma i s cur t os, 1 a 2 hor as , o b t é m- s e , c o mr el at i va f aci l i dade, pr of undi dade d e £Jf pi f i
. c ement aç ão d e c er c a d e 0, 5 mm, apr es ent ando u mt eor d e c ar bono d e 0 , 7 0 % a 1, 00%, c o m apr o- f i 0S
x i madament e 0 , 2 % d e ni t r ogéni o, est e úl t i mo c onc ent r ado pr i nci pal ment e n a super f í ci e d o aç o.

2. 5. Cement ação s ob vácudn) - Ne s s e p r o c e s s o , a s p e ç a s s ã o a q u e c i d a s à t emper at ur a ' Sp t e


dent r o d a f ai xa d e 8 4 5 ° a 1040° C, n u ma c â ma r a o n d e s e p r o d u z v á c u o , s e n d o s ubmet i das à ; :
a ç ã o d e g á s d e hi dr ooar bono e, e m s e g u i d a , r esf r i adas e m ól eo o u á g u a . "\ -
O pr oc es s o c o mp r e e n d e quat r o et apas : •

• est ági o de aqueci ment o e per manênci a à t emper at ur a de cement ação, c o mo q u e s e


gar ant e q u e a t e mp e r a t u r a f i que uni f or mi z ada at r av és d e t oda a s e c ç ã o d o aç o;
• est ági o de aument o do t eor de car bono da aust eni t a. Ne s t a e t a p a , a c â ma r a d e v á c u o
é pr eenc hi da, s o b p r e s s ã o par ci al , c o m me t a n a o u p r o p a n a o u u ma mi s t ur a d e g a s e s d e
hi dr oc ar bonet os . A t r ansf er ênci a d o c a r b o n o oc or r e pel a di s s oc i aç ão d o hi dr oc ar bonet o g a -
s o s o s obr e a super f í ci e d o a ç o , o c o r r e n d o a b s o r ç ã o di r et a d o c a r b o n o pel a aust eni t a e
l i ber ação d o hi dr ogéni o, s e g u n d o a s s egui nt es r eaç ões :

CHt + F e - » Fe ( C) + 2 H 2 o u
( me t a n a )
C 3 H a + 3 F e - > 3 Fe ( C) + 4 H 2
( pr opana)

É nec es s ár i a u ma p r e s s ã o par ci al mí n i ma d o g á s , par a gar ant i r r ápi da c ar bonet aç ão d a


aust eni t a.

• est ági o de di f usão, em q u e ocor r e a di f us ão gr adual d o c a r b o n o e m di r eção a o núc l eo


d o a ç o , d e mo d o a t er - se u ma t r ansi ção ma i s gr adual super f í ci e/ núcl eo; es t e est ági o é r ea-
l i zado c o m v á c u o c or r es pondent e a 0, 5 a 1, 0 t or r ( 67 a 1 3 5 k Pa ) , à me s ma t emper at ur a d a
c e me n t a ç ã o ;
• est ági o de r esf r i ament o em ól eo; e s s e r es f r i ament o é di r et o, q u a n d o n ã o h á nec es s i da-
d e d e u ma et apa d e r e a q u e c i me n t o e n ã o s e ex i ge o p e r a ç ã o adi ci onal d e u s i n a g e m. S e a
c e me n t a ç ã o f or r eal i z ada a u ma t emper at ur a ma i s el ev ada q u e a n o r ma l me n t e e mp r e g a d a ,
c o m a s at mos f er as c onv enc i onai s d e - c e me n t a ç ã o , é c onv eni ent e r esf r i ar a u ma t emper at ur a
ma i s bai x a, est abi l i zar o a ç o a es s a t emper at ur a ant es d a t ê mp e r a . O r e a q u e c i me n t o c ons i s -
t e ger al ment e e m l ev ar a t emper at ur a ent r e 7 9 0 ° e 845° C, s egui do d e r esf r i ament o e m ól eo.

O pr oc es s o d e c e me n t a ç ã o a v á c u o , s e b e m especi f i cado e c ont r ol ado, of er ec e u ma


e x c e l e n t e u n i f o r mi d a d e e pr ec i s ão n a o p e r a ç ã o , t o r n a n d o - o mu i t o c o n v e n i e n t e n a
c e me n t a ç ã o d e a ç o s c o m al t o t eor d e e l e me n t o s d e l i ga, as s i m c o mo d o s a ç o s c o mt eor
mo d e r a d o d e e l e me n t o s de. l i ga.

2. 6. Cement ação a i onpl asmá7' 1' 1 - Es t e é b a s i c a me n t e u m p r o c e s s o d e c e me n t a ç ã o à


v á c u o , e mq u e s e ut i l i za a t ecnol ogi a d e d e s c a r g a i nc andes c ent e q u e i nt r oduz í ons c ont endo
c a r b o n o n a super f í ci e d o a ç o , d e mo d o a ocor r er , e m s egui da, di f us ão d o c ar bono e m di r e-
ç ã o a o núc l eo. O p r o c e s s o a u me n t a a v el oc i dade d e c a r b o n e t a ç ã o , a l é m d e per mi t i r a ut i l i -
z a ç ã o d e t emper at ur as ma i s el ev adas , vi st o q u e o pr oc es s o é r eal i z ado e m v á c u o i sent o d e
ox i géni o. C o ma v el oc i dade mai or d e c a r b o n e t a ç ã o , c o n s e g u e - s e , p o r e x e mp l o , a u ma t e m-
per at ur a d e 1050° C, u ma es pes s ur a c e me n t a d a super f i ci al d e 1 m m e m a p e n a s 1 0 mi nut os ,
a par t i r d o p l a s ma d a me t a n a . A o p e r a ç ã o é r eal i zada n u m f or no es pec i al , ut i l i zando- se g á s
me t a n a o u p r o p a n a par a a f ont e d e c a r b o n o , a pr es s ão s ubat mos f ér i c a. Nã o h á , por t ant o,
nec es s i dade d e e q u i p a me n t o par a ger ar at mos f er a, o q u e r eduz o c us t o d a o p e r a ç ã o . zyxwvuts
NMLKJIHGFEDCBA TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS

gi r , ? > v - P zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
g 7 Tr at ament os t ér mi cos da cement ação - Os a ç o s d e p o i s d e s u b me t i d a s à
t os _l & : c ement aç ão d e v e m s er t e mp e r a d o s . Ne s t a o p e r a ç ã o , d e v e - s e l evar e m c ont a doi s f at or es
' ' ^t - r ; - ; '- •:• i mpor t ant es:
d e £Jf pi f i
pr o- f i 0S ^ ' . a o p e r a ç ã o d e - c e me n t a ç ã o mu i t o p r o l o n g a d a d e s e n v o l v e u ma g r a n u l a ç ã o mu i t o

gr ossei r a;
. o a ç o c e me n t a d o apr es ent a d u a s s e c ç õ e s di st i nt as: u ma super f í ci e d e al t o c a r b o n o ,
ur a ' Sp t e ^ a c i ma d a c o mp o s i ç ã o e u t e t ó i d e g e r a l me n t e , c o m e x c e l e n t e s c ar ac t er í s t i c as d e
as à ;:
j emper abi l i da. de; e u m núc l eo d e bai x o c a r b o n o . Ent r e a s d u a s h á u ma z o n a d e t r ans i ç ão
"\ -
S gr adual . Na r eal i dade, poi s , o a ç o apr es ent a d u a s t emper at ur as cr i t i cas di st i nt as.

ft- A f i gur a 8 7 a d a p t a d a d o " Met al s Ha n d b o o k " ! 721 e s q u e ma t i z a o s vár i os t r at ament os t ér mi -
se • ; c c sa q u e o s a ç o s c o me n t a d o s p o d e m s er s ubmet i dos :
-fr Os r ef er i dos t r at ament os p o d e m s er r e s u mi d o s d a s egui nt e ma n e i r a :
ác uo
de - Têmper a di r et a ( E e F) - So me n t e é r e c o me n d a d a par a a ç o s d e gr anul aç ão f i na o u n o
ga- ; 3ç as o j á p e ç a s c e me n t a d a s e mb a n h o s d e sal , vi st o q u e o t e mp o d e p e r ma n ê n c i a à t e mp e r a -
a e í Sf i i r a- de c e me n t a ç ã o f oi ma i s cur t o, n ã o d a n d o opor t uni dade d e c r es c i ment o e x a g e r a d o d o
gr ão. Fa v o r e c e a r et enç ão d a aust eni t a ( t r at ament o E) d a c a ma d a c e me n t a d a , a qual p o d e ,
s ent r et ant o, s er r eduz i da, por t ê mp e r a post er i or l ogo a c i ma d a z o n a cr í t i ca ( t r at ament o F) .

da

l eo
ea-
da

s i da-
ea
da,
ur a
si s- i ' Fi g. 87 - Repr esent ação esquemát i ca dos vár i os t r at ament os de t êmper a par a os aços c e me nt a dos .
ól eo.
- Têmper a si mpl es ( A, B e C) - Cons i s t e e m t êmper a, depoi s d a s peç as c e me n t a d a s t er em
ma ^r esf r i ado a o ar . O t r at ament o A apl i ca- se a a ç o s d e gr anul ação f i na, n ã o r ef i nando o núc l eo. O
na zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
^t r at ament o B per mi t e r ef i no par ci al d o núc l eo, t omando- o mai s r esi st ent e e t enaz . O t r at ament o C
eor f t éf i na c ompl et ament e o núcl eo, ma s f av or ec e o cr esci ment o d o gr ão d a c a ma d a c e me n t a d a e
yj f ãvar ece i gual ment e a r et enção d a aust eni t a e m aç os d e al t o t eor e m l i ga, o que p o d e r eduzi r
^l i gei r ament e a dur ez a d a c a ma d a c e me n t a d a . Po r out r o l ado, f avor ece a di ssol ução d e c ar bonet os . '
o à - Têmper a dupl a ( D e F) - A p ó s a pr i mei r a t ê mp e r a , r eal i z ada d a t e mp e r a t u r a d e
ndo aust eni t i zação d o núc l eo, par a r ef i ná- l o t emper a- s e n o v a me n t e d e u ma t emper at ur a l ogo aci -
r e- -- ma d a t emper at ur a cr i t i ca d a per i f er i a. Pr o mo v e - s e n ã o s ó o s e u r ef i no c o mo Feduz-se a o
ili- mí ni mo a r et enç ão d a aust eni t a, ev i t ando- s e ent r e out r os i nc onv eni ent es , pont os mo l e s n a
de • c a ma d a c e me n t a d a . Al i a- se, as s i m, à g r a n d e dur ez a d a c a ma d a c e me n t a d a , u m núc l eo mui t o
e m- t enaz. I ndi cado t ant o par a aç os d e gr anul aç ão gr ossei r a ( t r at ament o D) c o mo d e gr anul aç ão
os , . f i na ( t r at ament o F) .
gás
t o, Nã o s e f az ger al ment e o r ev eni do n o s a ç o s c e me n t a d o s . S e , ent r et ant o, o me s mo f or
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ji ecessár i o p a r a al i vi ar a s t e n s õ e s r es i duai s d a t ê mp e r a o u a u me n t a r a r esi st ênci a à
Aços £ FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

f i ssur ação dur ant e a r at i f i cação post er i or d a s p e ç a s c e me n t a d a s , f az - s e o r ev eni do a bai xa


t emper at ur a, g e r a l me n t e ent r e 160° C e 200° C.

a Ni t r et ação - A ni t r et ação é u m t r at ament o d e e n d u r e c i me n t o super f i ci al e m q u e s e


i nt r oduz s uper f i c i al ment e n o a ç o , at é u ma cer t a pr of undi dade, ni t r ogéni o, s o b a a ç ã o d e u m
a mb i e n t e ni t r ogenos o, a u ma t emper at ur a d e t e r mi n a d a .
A ni t r et ação é r eal i z ada c o m o s s egui nt es obj ef r vos:

- obt enç ão d e e l e v a d a dur ez a super f i ci al ;


- a u me n t o d a r esi st ênci a a o des gas t e e d a r esi st ênci a à es c or i aç ão;
- a u me n t o d a r esi st ênci a à f adi ga;
- mel hor a d a r esi st ênci a à c or r os ão;
- me l h o r a d a r esi st ênci a super f i ci al a o cal or , at é t emper at ur as c or r es pondent es à s d e
ni t r et ação.

Al g u n s d o s car act er í st i cos d o pr oc es s o s ã o :

- t emper at ur a d e t r at ament o i nf er i or à cr í t i ca - c o mp r e e n d i d a n a f ai xa d e 5 0 0 ° a 575° C;


- e m c o n s e q u ê n c i a , a s p e ç a s s ã o me n o s suscet í vei s a e mp e n a me n t o o u di st or ção;
- n ã o h á n e c e s s i d a d e d e qual quer t r at ament o t ér mi c o post er i or à ni t r et ação, o q u e t a mb é m
cont r i bui par a r eduzi r a o mí n i mo as pr obabi l i dades d e e mp e n a me n t o o u di st or ção das p e ç a s .

A r az ão f u n d a me n t a l d o a u me n t o d a r esi st ênci a à f adi ga d o s a ç o s ni t r et ados dev e- s e ao


f at o d e q u e o p r o c e s s o i nt r oduz t ens ões r esi duai s d e c o mp r e s s ã o n a super f í ci e d o a ç o , al ém
d a c a ma d a ni t r et ada pos s ui r el ev ada r esi st ênci a me c â n i c a .
A f i gur a 8 8 1 7 3 1 mo s t r a o ef ei t o d a ni t r et ação l í qui da n a r esi st ênci a à f adi ga d e u m a ç o
n o r ma l DI N 1 4 , a o Cr Mo V , c ont endo 0 , 1 4 C, í , 5Cr , 0 , 9 0 Mo e 0. 25V.
A s c ur v as A e C r ef er em- s e a o a ç o t e mp e r a d o e r ev eni do e n ã o ni t r et ado; a s c ur v as B e D
r ef er em- s e a o a ç o ni t r et ado. Os c or pos d e p r o v a A e B ext r aí dos d e s s e a ç o e q u e d e r a m
or i gem a o s ens ai os n ã o a p r e s e n t a m ent al he; o s c or pos d e pr ov a C e D a p r e s e n t a r a m ent a-
l he. Es s e f at o c o mp r o v a ai nda q u e a ni t r et ação s u p e r a o ef ei t o pr ej udi ci al d o ent al he.
A ni t r et ação p o d e s er r eal i zada at r av és d e t r ês pr oc es s os : a ni t r et ação a g á s , a ni t r et ação
l í qui da ou e m b a n h o d e sal e i oni t r et ação.

3. 1. Ni t r et ação a gás - É est e o pr oc es s o c l ás s i c o, consi st i ndo e m s u b me t e r a s p e ç a s a


s e r e m ni t r et adas à a ç ã o d e u m me i o g a s o s o c o n t e n d o ni t r ogéni o, g e r a l me n t e a mó n i a , à
t emper at ur a d e t e r mi n a d a . Ne s s e pr oc es s o, a di f us ão d e ni t r ogéni o é mui t o l ent a, d e mo d o
q u e a o p e r a ç ã o é mui t o d e mo r a d a , d u r a n d o à s v e z e s c er c a d e 9 0 h o r a s . Ge r a l me n t e o t e mp o
var i a d e 4 8 a 7 2 h o r a s . Me s mo c o m o s t e mp o s ma i s l ongos , a e s p e s s u r a d a c a ma d a ni t r et ada
é i nf er i or à d a c a ma d a c e me n t a d a , di f i ci l ment e ul t r apas s ando 0, 8 m m , c o mo p o d e s er vi st o
pel a c ur v a d a f i gur a 89p4K
A dur ez a super f i ci al obt i da é d a o r d e m d e 1. 000 a 1. 100 Vi c k er s ( c o m 1 0 k g d e c ar ga) ,
mui t o super i or à obt i da n a c e me n t a ç ã o . A pr of undi dade d a c a ma d a e a c h a ma d a " c a ma d a
br anc a 1 ' d e p e n d e m d a v el oc i dade d e di s s oc i aç ão d a a mó n i a ( que p o r s u a v e z d e p e n d e d a
v el oc i dade d o f l uxo d e a mó n i a ) e d a t emper at ur a d o f or no, a l é m d e t e mp o , c o mo s e vi u.
A a mó n i a , n o p r o c e s s o , d e c o mp õ e - s e par c i al ment e e m ni t r ogéni o d e ac or do c o m a s e -
gui nt e r eaç ão:

2 NH3 - > 2 N + 3 H2

O ni t r ogéni o af j vo pr oduz i do c o mb i n a - s e par c i al ment e c o m o s e l e me n t o s d e l i ga d o a ç o


f o r ma n d o ni t r et os c o mp l e x o s d e el ev ada d u r e z a .
O pr oc es s o cl ássi co d e ni t r et ação apr es ent a, ent r et ant o, al guns i nc onv eni ent es , ent r e o s
quai s o ma i s i mpor t ant e é o c r es c i ment o d o mat er i al q u e el e pr oduz ; e s s e c r es c i ment o, q u e

144
MLKJIHGFEDCBA

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. AzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FERROS FUNDI DOS

d e p e n d e pr i nc i pal ment e d o t e mp o - o qual const i t ui u m d o s out r os i nc onv eni ent es - e d a


t emper at ur a, é c ons t ant e s o b a s me s ma s c o n d i ç õ e s . As s i m s e n d o , d e p o i s d e det er mi nado
p a r a u ma d a d a p e ç a d e u m a ç o d e c o mp o s i ç ã o c o n h e c i d a , p o d e s er d e s c o n t a d o c onv eni en-
t e me n t e n a u s i n a g e m pr év i a d a p e ç a o u p o d e s er r e mo v i d o pel a r et i f i cação d o mat er i al
depoi s d e ni t r et ado.
C o mo s e v er á e m out r o capí t ul o, o s a ç o s par a ni t r et ação a g á s s ã o aços- l i ga, c ont endo
al umí ni o, c r o mo , v a n á d i o e mol i bdêni o, p o r q u e t ai s e l e me n t o s f o r ma m ni t r et os q u e p e r ma -
n e c e m est ávei s à s t e mp e r a t u r a s d e ni t r et ação, a l é m d e e x e r c e r e m out r as i nf l uênci as b e n é -
f i cas, c o mo o p o r t u n a me n t e s er á e s t u d a d o .
Es s e a ç o s d e v e m, ant es d a ni t r et ação, s er s u b me t i d o s a u m t r at ament o t ér mi c o d e t ê m-
per a e r ev eni do. A t emper at ur a d e r ev eni do é mui t o i mpor t ant e: el a d e v e s er o s uf i c i ent emen-
t e el ev ada par a gar ant i r est abi l i dade est r ut ur al à t emper at ur a d e ni t r et ação. A t emper at ur a
d e r ev eni do mí n i ma é g e r a l me n t e pel o me n o s 30° C super i or à t emper at ur a má x i ma ut i l i zada
n a ni t r et ação* 751.
C o mo a s p e ç a s d e a ç o a s e r e m ni t r et adas d e v e m t a mb é m sof r er u ma u s i n a g e m pr évi a,
p o d e - s e r es umi r o s di v er s os t r at ament os - t ér mi c os e d e u s i n a g e m d a s p e ç a s a s e r e m
ni t r et adas - d a s egui nt e manei r a:

- ant es d a ni t r et ação, o a ç o é t e mp e r a d o e r ev eni do ( ent r e 600° C e 700° C) , d e mo d o a


pr oduz i r est r ut ur a sor bí t i ca;
- e m s egui da p r o c e d e - s e à u s i n a g e m i ni ci al , q u e p o d e consi st i r n u ma r e mo ç ã o d e ma t e -
r i al d e 0, 8 a 1, 0 m m d e es pes s ur a;
- e m p e ç a s d e f o r ma del i c ada, pr oc ede- s e a n o v o r ev eni do ( 500° C a 600° C) , par a el i mi -
nar a s t ens ões d e u s i n a g e m e out r os t i pos d e t e n s õ e s ;
- e m s egui da p r o c e d e - s e à u s i n a g e m par a conf er i r à s p e ç a s s u a s d i me n s õ e s def i ni t i vas,
c o m r e mo ç ã o d e mat er i al d a o r d e m d e 0, 03 a 0, 05 mm;
- a s p e ç a s es t ão a g o r a e m c ondi ç ões d e s e r e m ni t r et adas;
- f i nal ment e, a p ó s a ni t r et ação, pr oc ede- s e à r et i f i cação f i nal , d e mo d o a conf er i r a s di -
me n s õ e s def i ni t i vas, dent r o d a s t ol er ânci as es pec i f i c adas , e a o pol i ment o, s e des ej ado.

A ni t r et ação a g á s p o d e s er r eal i zada e m " est ági o s i mpl es " o u " est ági o dupl o" ( 7 S) . No es t á-
gi o s i mpl es , a f ai xa d e t emper at ur as é d e 4 9 5 ° a 525° C e a p r o p o r ç ã o d e di s s oc i aç ão d e
a mó n i a var i a d e 1 5 a 3 0 %. Es s e pr oc es s o p r o d u z u ma c a ma d a super f i ci al r i ca e m ni t r ogéni o
e f r ági l , c onhec i da c o mo " c a ma d a ni t r et ada br anc a" .
No est ági o dupl o o b t é m- s e u ma r eduç ão d a e s p e s s u r a d a c a ma d a ni t r et ada br anc a. Ne s -
t e pr oc es s o, a t emper at ur a p o d e s er a me s ma d o pr i mei r o est ági o o u p o d e s er el ev ada at é
565° C e a pr opor ç ão d e di s s oc i aç ão d e a mó n i a é a u me n t a d a par a 6 5 a 8 5 % ( pr ef er i vel ment e
8 0 a 8 5 %) .
Na pr át i ca n ã o h á v a n t a g e m d e ut i l i zar - se o s e g u n d o est ági o, a n ã o s er pel a r eduç ão d o
c o n s u mo d e a mó n i a por hor a, o u a n ã o s er q u e a quant i dade d e c a ma d a b r a n c a super f i ci al
s ej a i nc onv eni ent e o u ai nda a n ã o s er q u e a quant i dade d e a c a b a me n t o nec es s ár i o a p ó s a
ni t r et ação sej a mui t o r eduz i da.
U m e x e mp l o pr át i co d e ci cl o nec es s ár i o p a r a ni t r et ar a g á s à pr of undi dade d e 0, 2 m m d e
e n g r e n a g e n s d e c o r o a ( pes o d e c a d a p e ç a 5, 3 Kg ) , e m f or no el ét r i co c onv enc i onal i nt er mi -
t ent e t i po si no é a p r e s e n t a d o a segui r 175' :

- - pur gar c o m a mó n i a 1, 5h
- a q u e c e r a 525° C 3, 0h
- ni t r et ar a 525° C ( 4 0 % d e di s s oc i aç ão) 32, 0h
- pur gar c o m a mó n i a e r esf r i ar 2, 0h
- pur gar c o m ar e r esf r i ar c ont i nuament e 1, 5h
Tot al 40, 0h

n A ni t r et ação l í qui da é t ambém conheci da com o nome de " ni t r et ação t enaz" .

146
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS

3. 2. Ni t r et ação l í qui da ou em banho de sal - Tr at a- se d e u m pr oc es s o d e ni t r et ação d e


des env ol v i ment o r el at i v ament e r ec ent e, q u e . per mi t e, e m t e mp o mui t o ma i s cur t o q u e a
ni t r et ação c onv enc i onal o u cl ássi ca, obt er super f í ci es mui t o r esi st ent es a o des gas t e, s e m t en-
dênci a a o e n g r i p a me n t o , d e al t o l i mi t e d e f adi ga e el ev ada r esi st ênci a à c or r os ão at mos f ér i c a.
Al é m di s s o, a o cont r ár i o d a ni t r et ação a g á s q u e exi ge a ç o s es pec i ai s par a a o b t e n ç ã o d e
mel hor es r es ul t ados , a ni t r et ação l í qui da p o d e s er r eal i zada e m a ç o s c o mu n s , d e bai x o
c ar bono, c o mo p o r e x e mp l o S A E 1 0 1 5 n .
A f ai xa d e t emper at ur a é a p r o x i ma d a me n t e a me s ma q u e é ut i l i zada n a ni t r et ação a g á s ,
ou sej a ent r e 5 0 0 ° a 575° C. C o mo n a c e me n t a ç ã o e m b a n h o d e sal e n a c i anet aç ão - a s er
m- es t udada ma i s adi ant e - o me i o l í qui do é ci anet o f undi do. Po r é m, a o cont r ár i o d e s s e s doi s
- pr oc es s os , a ni t r et ação l í qui da, a l é m d e s er r eal i zada a t emper at ur as b e m i nf er i or es, adi c i o-
na à super f í ci e d o a ç o ma i s ni t r ogéni o e me n o s c ar bono.
De u m mo d o ger al , a s apl i cações d e ni t r et ação a gás e d e ni t r et ação l í qui da s ã o s e me l h a n t e s .
Pode- s e pr ef er i r a ni t r et ação a g á s , q u a n d o s e desej a c a ma d a s ni t r et adas mai s pr of undas * 761 .
U m b a n h o c omer c i al t í pi co par a ni t r et ação l í qui da é const i t uí do d e u ma mi st ur a d e s ai s d e
m sódi o e pot ássi o, o s pr i mei r os d e 6 0 a 7 0 % e m p e s o d a mi st ur a t ot al e o s s e g u n d o s d e 3 0 a 4 0 %.
O sai s d e s ódi o c ons i s t em de* 76' :
- 96, 5% Na CN
- 2, 5% Na 2 C0 3
- 0, 5% Na CNO
- Os sai s d e pot ás s i o c ons i s t em d e :
- 96, 0% K CN
- 0, 6% K 2 C0 3
- 0, 75% KCNO
- 0, 5% KCI

U m out r o b a n h o - ut i l i zado n a ni t r et ação d e a ç o s par a f er r ament as - apr es ent a a s egui nt e


c ompos i ç ão* 76 ' :

Na CN 3 0 , 0 % má x .
- Na 2 C0 3 o u K 2 C 0 3 2 5 , 0 % má x .
e Out r os i ngr edi ent es at i vos 4 , 0 % má x .
Umi d a d e 2 , 0 % má x .
KCI r est ant e

A r el ação ent r e ci anet o e ci anat o é cr í t i ca, s e n d o o ci anat o o pr i nci pal r es pons áv el pel a
aç ão d e ni t r et ação. De f at o, est e c i anat o - à s t emper at ur as d e ni t r et ação - d e c o mp õ e - s e ,
l i ber ando c a r b o n o e ni t r ogéni o, o s quai s , c o mo s e s a b e , s e c ar ac t er i z am por di f undi r - se n o
o f er r o. Ent r et ant o, à s t emper at ur as d o t r at ament o, s o me n t e o ni t r ogéni o é ma i s at i vo n e s s a
aç ão d e di f us ão, r es ul t ando ni t r et os e m ma i o r quant i dade d o q u e c ar bonet os . De qual quer
mo d o , o s ni t r et os e c ar bonet os - e m pr i ncí pi o o F e N e o F e 3 C - f o r ma m u ma f ai xa o u c a ma d a
br anc a h o mo g é n e a c h a ma d a " z o n a d e c o mp o s t o s " q u e p o d e at i ngi r u ma e s p e s s u r a d e
0, 005 a 0, 015 m m , c o n f o r me o t e mp o d e o p e r a ç ã o q u e , por s u a v e z var i a d e 6 0 a 180
mi nut os g e r a l me n t e ( f i gs. 9 0 e 91J* 77 ) * 78 ' .
Es s a f ai xa, ai nda q u e n ã o apr es ent e d u r e z a mui t o el ev ada, é d e al t a r esi st ênci a a o d e s -
gast e, a l é m d e car act er i zar - se por g r a n d e r esi st ênci a a o e n g r i p a me n t o , pr opr i edade q u e a
c a ma d a ni t r et ada c o mu m obt i da n o p r o c e s s o cl ássi co n ã o p o s s u i . Out r o s e u car act er í st i co é
apr eci ável r esi st ênci a à c or r os ão.
O ni t r ogéni o, a l é m d e f or mar ni t r et o d e f er r o, di f unde- se par a o i nt er i or d o a ç o , c o mo j á s e
me n c i o n o u , f o r ma n d o u ma s e g u n d a f ai xa, c h a ma d a " z ona d e di f usão" ( f i g. 9 0 ) . O ef ei t o d o
ni t r ogéni o n e s s a z o n a d e di f usão d e p e n d e d o t i po d e a ç o ; n o s a ç o s c o mu n s , f o r ma m- s e
s e g r e g a ç õ e s aci cul ar es d e F e 4 N, q u e ent r et ant o, n ã o i nf l uem n a dur ez a. Se , por out r o l ado,

C) A ni t r et ação l í qui da é conheci da t ambém com o nome de " ni t r et ação t enaz" .

147
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG

o a ç o c o n t é m e l e me n t o s d e l i ga, c o mo c r o mo , al umí ni o, t ungs t éni o, v a n á d i o , e t c , c a p a z e s


d e f or mar ni t r et os es pec i ai s , a dur ez a a u me n t a c ons i der av el ment e, d e v i d o à pr eci pi t ação d e
par t í cul as mui t o f i nas d e ni t r et os. O ef ei t o ma i s i mpor t ant e, ent r et ant o, d e s s a f ai xa d e di f u-
s ã o d e ni t r ogéni o é o a u me n t o apr eci ável d a r esi st ênci a à f adi ga, a p a r e n t e me n t e p o r q u e o s
ni t r et os f o r ma d o s b l o q u e i a m, por as s i m di zer , qual quer d e f o r ma ç ã o d o s cr i st ai s d e f er r o,
el ev ando os v al or es d o l i mi t e d e e s c o a me n t o e , por t ant o, d o l i mi t e d e f adi ga d o mat er i al .

%5 m izyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
c zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
N cornpoilds*' "
•n 2 OiHsrxrs?:;-
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1
"H

• y. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Zona de
di f usão

Di st anci a d a super f í ci e ex t er na

m
Fi g. 90 - Penet r ação do car bono e do ni t r ogéni o na super f í ci e de aço c o m 0 , 1 5 % C
submet i da à ni t r et ação l í qui da.

í?:-' -v •

5 ia
Ho r a s

Fi g. 91 - Pr of undi dade de ni t r et ação obt i da e m al guns a ç os submet i dos à ni t r et ação l í qui da a 570° C.
Not a- se a i nf l uênci a do t eor de car bono: a pr of undi dade de penet r ação é t ant o me nor , quant o
mai or o t eor de car bono.

148
MLKJIHGFEDCBA TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS zyxw
es
As f i gur as 9 2 , 9 3 e 9 4 ( 7 7 ) ( 7 8 ) p e r mi t e m ver i f i car as pr opr i edades d e r esi st ênci a a o d e s g a s t e
r esi st ênci a à f adi ga d e a ç o d e bai x o c a r b o n o s ubmet i do à " ni t r et ação e m b a n h o d e sal " .
u-
• o car act er í st i co d e al t a r esi st ênci a à f adi ga t o ma o s a ç o s ni t r et ados pel o p r o c e s s o d e
s
" ni t r et ação e m b a n h o - d e sal " d e g r a n d e e mp r e g o n a i ndúst r i a aut omobi l í st i ca, e m p e ç a s
c o mo br aç os d e di r eç ões , v i r abr equi ns , anéi s , pi nhões , e n g r e n a g e n s , et c .
E m r e s u mo , a " ni t r et ação e m b a n h o d e sal " car act er i za- se pel os s egui nt es pont os bás i c os :
- ut i l i zação d e u m b a n h o d e sal const i t uí do es s enc i al ment e d e c i anet o e ci anat o d e p o t á s -
si o ou sódi o;
LKJIHGFEDCBA - a t emper at ur a d e t r at ament o var i a d e 500° C a 560° C;
HGFEDCBA - o t e mp o n o r ma l d e o p e r a ç ã o é d e d u a s hor as ;

LKJIHGFEDCBA

LKJIHGFEDCBA
0 1 a 3 . 4 5
Dur a ç ã o do desgast e e m hs .

Fi g. 92 - Resul t ados compar at i vos obt i dos e m ensai os de desgast e a os quai s f or am submet i dos cor pos
de pr ova de aço e m ba nho de sal dur ant e 9 0 mi nut os. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
m
51 -
49- -

43-
CD
í?:-' -v •
41 •
O 39. _
37 -

s i o* s 10*

N a d e f l ex ões a l t e r n a d a s

Fi g. 9 3 - Gr áf i co demonst r at i vo do a ume nt o do l i mi t e de f adi ga, obt i do e m aços de car bono 0 , 1 5 %,


submet i dos à ni t r et ação l í qui da. Acur va ba s e cor r esponde a aço nã o t r at ado, o qual , submet i do
a u ma car ga de 2 5 k gf / mm2 ( 250 MPa ) , r ompe u depoi s de 10 mi l hões de f l exões al t er nadas;
a cur va ( 1) cor r esponde a aço ni t r et ado a 600° C, dur ant e 30 mi n e esf r i ado e m sal mour a; a
cur va ( 2) , a a ç o ni t r et ado a 570° C, dur ant e 9 0 mi n e esf r i ado ao ar ; f i nal ment e, a cur va ( 4) ,
a aço ni t r et ado a 570° C, dur ant e 9 0 mi n, e esf r i ado e m sal mour a. Not a- se a vant agem
do esf r i ament o e m sal mour a, após a ni t r et ação.

149
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ACOSE FERROS FUNDI DOS

- o s a ç o s q u e p o d e m s er s ubmet i dos à " ni t r et ação e m b a n h o d e sai " s ã o t ant o aç os -


c a r b o n o c o mu n s , d e bai x o c ar bono c o mo aços- l i ga especi ai s;
- admf t e- s e q u e i ns uf l ando o b a n h o d e sal c o m bol has f i nas d e ar , a u me n t a - s e o l i mi t e de
f adi ga d o a ç o ni t r et ado;
- depoi s d o t r at ament o, r esf r i a- se a o ar , o u ma i s r api dament e e m s a l mo u r a , c o m o obj e-
t i vo d e ma n t e r o ni t r ogéni o e m s ol uç ão, gar ant i ndo- s e as s i m o l i mi t e d e f adi ga. É pr eci so
c ui dado, ent r et ant o, p a r a evi t ar e mp e n a me n t o s d a s p e ç a s ;
- al ém d o s a ç o c o mu n s o u especi ai s, ent r e o s quai s o s i nox i dáv ei s , p o d e m s er s ubmet i -
d o s à " ni t r et ação e m b a n h o d e saí " , o s f er r os f undi dos .

3. 3. Ni t r et ação l í qui da sob pr essão - Ne s t a v ar i aç ão d o p r o c e s s o d e ni t r et ação l í qui da, •l i --


a mó n i a l í qui da é i nt r oduz i da n u ma r et or t a, pel o f u n d o , c o n t e n d o u m b a n h o d e ci anet o-
st
c i anat o ( 70) . O b a n h o é v e d a d o e mant i do s o b p r e s s ã o d e 1 a 3 a t mo s f e r a s . A a mó n i a f l ui
v er t i c al ment e at r av és d o b a n h o e a p o r c e n t a g e m d e ni t r ogéni o n a s c e n t e n o b a n h o é cont r o-
l ada pel o e mp r e g o d e u ma v el oc i dade d o f l uxo d e a mó n i a ent r e 0, 6 a 1 nv Yh, o q u e r esul t a .
n u ma di s s oc i aç ão d a a mó n i a d e 1 5 a 3 0 %.
A mé d i a d e d u r a ç ã o d o ci cl o d e ni t r et ação é d e 2 4 hor as , p o r é m h á ci cl os q u e v ar i am d e
4 a 7 2 hor as . A e s p e s s u r a d a c a ma d a ni t r et ada d e p e n d e d o t e mp o e d a t emper at ur a.

3. 4. l oni t r et ação ou Pl asmani t r et ação - Es t e pr oc es s o ut i l i za a t ec nol ogi a d a des c ar ga


Mi ?™
i nc andes c ent e q u e i nt r oduz ni t r ogéni o n a s c e n t e n a super f í ci e d o a ç o . Pa r a f or mar u m pl as-
ma n o v á c u o , e mp r e g a - s e ener gi a el ét r i ca d e al t a v ol t agem - ent r e 5 0 0 e 1 0 0 0 V - d e mo d o
a exci t ar o g á s e i oni zá- l o, r esul t ando n u m br i l ho o u n a i nc andes c ênc i a. At r av és d o p l a s ma ,
í ons d e ni t r ogéni o s ã o ac el er ados c o m o obj et i vo d e b o mb a r d e a r a super f í ci e d o a ç o , oc or -
r e n d o abs or ç ão d o ni t r ogéni o e di f usão e m di r eç ão a o núc l eo.

/
T3 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
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cd
c zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
<D zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

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^ 4 5

cd
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x zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
CD
^
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O)
40
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
CD
rr
f
1

1
3 4
Ho r a s

Rg . 94- Cur vas compar at i vas do l i mit e de f adi ga e m r el ação ao t e mpo, par a a ç o ni t r et ado pel o
pr ocesso ga s os o c o mu m e par a aço submet i do à ni t r et ação e m banho de sal . Ver i f i ca- se que,
pel o me n o s nas sei s pr i mei r as hor as, os val or es obt i dos na ni t r et ação e m ba nho de sal são
super i or es aos obt i dos na ni t r et ação cl ássi ca. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
150
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS

de

-
o

a, •l i --
-
ui
o-
a .

a THMPO DE OPERAÇÃO, h
Mi ?™
-
Fi g. 9 5 - I nf l uênci a da ni t r et ação i ôni ca sobr e a vel oci dade de f or mação da c a ma da ni t r et ada.
o
a,
- As p e ç a s a s e r e m ni t r et adas por e s s e pr oc es s o s ão c ol oc adas n o i nt er i or d e u ma c â ma r a
si mpl es, q u e const i t ui o f or no d e ni t r et ação e q u e n ã o p o s s u e m e l e me n t o s d e a q u e c i me n t o .
: Es s a t écni ca apl i c ada q u a n d o o pr oc es s o f oi des env ol v i do f oi subst i t uí da no mo me n t o p r e s e n -
t e pel a ut i l i zação d e el ement os d e a q u e c i me n t o , ger al ment e r esi st ênci as q u e el ev am a c a r g a
às t emper at ur as d e ni t r et ação - 3 7 5 " a 650° C, ant es d a d e s c a r g a i ncandescent e' 80 ' . Du r a n t e o
aquec i ment o, a p r e s s ã o é a u me n t a d a , ev i t ando- s e, as s i m, q u e o f ei xe i nc andes c ent e n ã o
f i que mui t o e s p e s s o d e mo d o a c aus ar s uper aquec i ment o. A segui r , o g á s d e p r o c e s s a me n t o
é admi t i do a u ma det er mi nada v el oc i dade d e f l uxo, c onf or me a ár ea super f i ci al d a c ar ga.
A pr es s ão é r egul ada n a f ai xa d e 1 a 1 0 t or r . O gás d e p r o c e s s a me n t o é ger al ment e u ma
mi st ur a d e ni t r ogéni o, hi dr ogéni o e, à s v e z e s , p e q u e n a s quant i dades d e me t a n a .
baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
As p e ç a s f i c am i sol adas el et r i cament e d a s par edes d a c â ma r a , p a r e d e s es s as q u e c o n s -
KJIHGFEDCBA o â n o d o . A s p e ç a s pr opr i ament e di t as, s o b v á c u o , c ons t i t uem o c át odo.
t i t uem
HGFEDCBA A i onr i r et ação apr es ent a e m r el ação à ni t r et ação a gás , a v a n t a g e m d e obt er - se mai or cont r ol e
do supr i ment o d e ni t r ogéni o e a d e s v a n t a g e m d e poder ocasi onar s uper aquec i ment o l ocal i zado.
Apl i ca- se e m c o mp o n e n t e s d e aço- l i ga e f er r o f undi do q u e e x i g e m r esi st ênci a a o d e s g a s -

ONMLKJIHGFEDCBA t e, c o mo e n g r e n a g e n s , vi r abr equi ns, c a mi s a s d e ci l i ndr o, pi s t ões , et c .


A f i gur a 95( 8 1 ) mo s t r a a ma i o r v e l o c i d a d e d e f o r ma ç ã o d a c a ma d a ni t r et ada p e l a
• ni t r et ação i ôni ca. So b r e t u d o n o s pr i mei r os est ági os d o p r o c e s s o .
ONMLKJIHGFEDCBA
T A B E L A 17
Compos i ç ã o da s c a ma d a s ci anet adas e c e me nt a da s

Ci anet ação a 850° C Ce me nt a ç ã o l í qui da a 9 2 5 " C


Pr of undi dade Aç o SAE1 0 2 0 - 3 0 % Na CN Aç o S AE 3 3 1 2 - 8 % Na CN
e m mm
%C %N %C %N

0, 1 0, 60 0, 56 0, 73 0, 12
0, 2 0, 51 0, 19 0, 73 0, 03
0, 3 0, 32 0, 05 0, 65 0, 02
0, 4 0, 26 0, 02 0, 55 0, 01
0, 5 0, 19 0, 01 0, 48 0, 01
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 0, 6 - 0, 35 0, 01
0, 7 -
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA - 0, 25 -

151
Aç os E FERROS FUNDI DOS

l oni t r et ado a 5 5 0 " C, ah


N t r at ado a gás, 500' C, 3 6 h ^ Sf
"l i
íií
"

5
^ ps
^

Nú me r o s de ci cl os al t er nados
vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fi g. 96 - Ef ei t o da ni t r et ação i ôni ca, e mc ompa r a ç ã o c o ma ni t r et ação a gá s , sobr e o l i mit e de f adi ga.
«
^
A f i gur a 96<75> mo s t r a a i nf l uenci a d a ni t r et ação i ôni ca s obr e o l i mi t e d a f adi ga, e m c o mp a - :

r aç ão c o m a ni t r et ação a g á s .

4 . Ci anet ação - Es s e p r o c e s s o p o d e s er c o mp a r a d o à c e me n t a ç ã o l í qui da j á es t udada,


c o m a di f er ença d e q u e nel e o b a n h o l í qui do apr es ent a ma i o r p o r c e n t a g e m d e ci anet o,
r es ul t ando n u ma super f í ci e ma i s r i ca e m ni t r ogéni o e me n o s r i ca e m c a r b o n o , c o mo ocor r e S
n a c e me n t a ç ã o l í qui da. A c i anet aç ão é t a mb é m d e n o mi n a d a c ar bo- ni t r et aç ão l í qui da.
O a q u e c i me n t o d o a ç o é f ei t o a c i ma d a t e mp e r a t u r a cr í t i ca- A c , - e o r esf r i ament o pos t e-
r i or e m ól eo, á g u a o u s a l mo u r a .
De v i d o s u a ma i o r ef i ci ênci a e c us t o ma i s bai x o, us a- s e ci anet o d e s ó d i o , d e pr ef er ênci a
a o d e pot ás s i o, e m t eor es v ar i ando d e 3 0 a 9 7 %' S2 > . O r est ant e é const i t uí do pr i nci pal ment e d e
N a 2 C 0 3 ( 40 a 2 , 3 %) e Na CI ( de 3 0 %a t r aç os ) .
Admi t e- s e q u e o c o r r a m a s s egui nt es r eaç ões ' 831 :

- -
- p a s s a g e m d o c i anet o d e s ódi o a c i anat o d e s ódi o n a p r e s e n ç a d e ox i géni o d o a n 1
2 Ma C N + 0 2 - » 2 Na CNO %
- d e c o mp o s i ç ã o d o c i anat o d e sódi o: *
4 N a C N O - > Na 2 C0 3 + 2 Na CN + C O + 2 N ;
- o ni t r ogéni o f o r ma d o c o mb i n a - s e di r et ament e c o m o f er r o; r ^r
- o C O, e m c ont at o c o m o f er r o, p a s s a p r o v a v e l me n t e a C 0 2 e a c a r b o n o at i vo: i =~
2 C O- ^ C0 2 + C
o qual é t a mb é m abs or v i do pel o met al , e m me n o r quant i dade, p o r é m, q u e n a c e me n t a ç ã o
l í qui da, dev i do à i nt er f er ênci a d o ni t r ogéni o;
- r eaç ão d o c i anet o d e s ódi o c o m o C O a or i gi nando- s e ma i s c i anat o:
Na CN + C 0 2 - > Ma C N O + C O

A Tabel a 17 ( 3 Í 1 mo s t r a a var i ação d o s t eor es d e c ar bono e ni t r ogéni o d a s c a ma d a s ci anet adas 5£


e m c o mp a r a ç ã o c o m a s c a ma d a s c e me n t a d a s pel o pr oc es s o d e c e me n t a ç ã o l í qui da.
A v el oc i dade s e g u n d o a qual s e f o r ma c i anat o q u e a segui r s e d e c o mp õ e , dei x ando l i vr es
ni t r ogéni o e c a r b o n o n a super f í ci e d o a ç o , d e t e r mi n a a at i vi dade d e e n d u r e c i me n t o super f i - ^
ci al d o b a n h o .
A f ai xa d e t e mp e r a t u r a s d e o p e r a ç ã o d o s b a n h o s d e c i anet aç ão var i a d e 7 6 0 ° a 870° C( 8a| .
A s t emper at ur as ma i s bai x as d i mi n u e m a s pr obabi l i dades d e e mp e n a me n t o dur ant e a t ê m-
p e r a s u b s e q u e n t e ; a s t e mp e r a t u r a s ma i s e l e v a d a s c ont r i buem p a r a ma i o r v el oc i dade d e yH^
penet r aç ão, a l é m d e pr oduz i r u m núc l eo c o mp l e t a me n t e endur ec i do a p ó s a t ê mp e r a . zyxwvutsrqp
I gs

152
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS

m: . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
O t empo d e i me r s ã o n o b a n h o var i a d e 3 0 mi nut os a u ma h o r a , a es pes s ur a d a c a ma d a
^ Sf ^ á n e t a d a v ar i ando ger al ment e d e 0, 10 a 0, 30 mm.
" l i ? ? . ^ ci anet ação é a p i t a d a mai s c o mu me n t e e m aç os - c ar bono d e bai x o t eor d e c ar bono, q u a n -
í i í S^ Hn s e desej a r api dament e u ma c a ma d a c o m dur ez a e r esi st ênci a a o des gas t e sat i sf at ór i as.
" ^ J » A c a ma d a c i a n e t a d a c o mp õ e - s e de duas z onas di s t i nt as : u ma , ma i s ex t er na,
^ mar t ensí t i ca; out r a, ma i s i nt er na, bai ní t i ca, apr es ent ando t eor ma i s bai x o d e c a r b o n o .

5EB; - ~ 5 Car boni t r et ação - A c ar b o ni t r et aç ão é t a mb é m c h a ma d a d e " c i anet aç ão a g á s " ou


^ ps ^ í t r c i c a r o o n e t a ç â o " e c ons i s t e e m s u b me t e r - s e o a ç o a u ma t e mp e r a t u r a e l e v a d a -
^ n e r a i me n t e a c i ma d a d e t r a n s f o r ma ç ã o - n u ma a t mo s f e r a g a s o s a q u e p o d e f o r n e c e r
^ c ar bono e ni t r ogéni o s i mu l t a n e a me n t e , o s quai s s ã o a b s o r v i d o s pel a s uper f í c i e d o
f mèt al -
" ' . - Be f at o, a car bo- ni t r et ação é u m p r o c e s s o d e c e me n t a ç ã o a g a s modi f i c ado: a modi f i c a- zyxwvut
Wi ò consi st e e m s e i nt r oduzi r a mó n i a n a at mos f er a g a s o s a c ar bur i z ant e.
" i & Os const i t ui nt es d a at mos f er a ut i l i zada n a car boni t r et ação s ã o o s segui nt es' 851 :

• — gás e n d o t é r mi c o , pr oduz i do pel a d e c o mp o s i ç ã o e m g e r a d o r endot ér mi c o d e g á s nat ur al


ga.
«- Sou; out r o hi dr oc ar bonet o e q u e é e s s e n c i a l me n t e const i t uí do d e u ma mi s t ur a d e ni t r ogéni o,
^r í i Sr ogêni o e C O, c o m t r aços d e me t a n a , ox i géni o, v apor d e á g u a e COa ;
a- :
" p, . - g á s nat ur al , p r o p a n a c u but ana; e
- a mó n i a ani dr a ( 9 9 , 9 % + d e p u r e z a ) .

a, V: 0 pr i mei r o é s upr i do n o f or no e m v o l u me suf i ci ent e par a pr oduz i r u ma pr es s ão posi t i va n a


o, t â ma r a d e a q u e c i me n t o , d e mo d o a i mpedi r a penet r aç ão d e ar . Out r a f unç ão é di l ui r o s
e S^ - f asas ma i s at i vos ( hi dr oc ar bonet os e a mó n i a ) d e mo d o a f aci l i t ar o cont r ol e d o p r o c e s s o .
O s e g u n d o t e m c o mo f unç ão pr i nci pal supr i r o c a r b o n o nec es s ár i o par a c ar bonet ar a
e- Super f í ci e d o a ç o .
Fi nal ment e, o t er cei r o, por di s s oc i aç ão, f o r ma ni t r ogéni o n a s c e n t e n a super f í ci e d o a ç o ,
a p r o mo v e n d o a s u a ni t r et ação.
de " v - Pode- s e di zer q u e , b a s i c a me n t e a s at mos f er as ut i l i zadas n a c a r b o n e t a ç ã o s ã o obt i das
Spel a i nt r odução d e 2 a 1 2 %d e a mó n i a n u ma at mos f er a c ar bur i z ant e.
^ • A car boni t r et ação é l ev ada a ef ei t o a t emper at ur as g e r a l me n t e ent r e 7 0 5 ° e 900° Cl a 6 ) .
- - ^ Te mp e r a t u r a s ma i s bai x as , c o mo 7 0 5 ° a p r e s e n t a m per i go d e e x p l o s ã o e d ã o c o mo r es ul t ado
1 ^ c a ma d a s super f i ci ai s r i cas e m ni t r ogéni o e f r ágei s e núc l eo d e bai x a dur ez a, o q u e é i nc on-
%* veni ent e par a a mai or i a d a s apl i c aç ões .
*~ _ O obj et i vo pr i nci pal d a car boni t r et ação é conf er i r a o a ç o u ma c a ma d a dur a e r esi st ent e a o
; í * - desgast e , c o m e s p e s s u r a v ar i ando g e r a l me n t e d e 0, 07 a 0, 7 mm| B5 ) . Po r out r o l ado, u ma
r ^r c a ma d a c ar boni t r et ada apr es ent a me l h o r t emper abi l i dade q u e u ma c a ma d a c e me n t a d a , d e
i =~^ r nodo q u e , por c ar boni t r et aç ão e t ê mp e r a s u b s e q u e n t e , p o d e - s e obt er u ma c a ma d a d u r a a
í cust o mai s bai x o, dent r o d a f ai xa d e e s p e s s u r a i ndi cada, u s a n d o a ç o - c a r b o n o o u aço- l i ga d e
ão : bai xe t eor e m l i ga.
§ í ' Os a ç o s ma i s c o mu me n t e c ar boni t r et ados i nc l uem o s t i pos 1 0 0 0 , 1 2 0 0 , 1 3 0 0 , 4 0 0 0 ,
| f Í 00, 4 8 0 0 , 5 1 0 0 , 6 1 0 0 , 8 6 0 0 e 8 7 0 0 , c o m t eor es d e c a r b o n o at é 0 , 2 5 %. Ent r et ant o, c os t u-
• j na- se t a mb é m car boni t r et ar p e ç a s d e a ç o - c a r b o n o o u aço- l i ga, c o m t eor d e c ar bono mé d i o ,
: Qbt er r dc~se a s s i m u ma c a ma d a f i na d e ma i o r d u r e z a e mai or r esi st ênci a a o des gas t e d o q u e
s 5£Í * à. q u e ser i a p r o d u z i d a a p e n a s pel a t ê mp e r a .
- • As a n n c a ç õ e s d a car bor ai r et ação s ã o ma i s l i mi t adas q u e a s d e c e me n t a ç ã o , s obr et udo
s í í evi do à s l i mi t ações d a pr of undi dade super f i ci al endur ec i da. D e out r o l ado, a r esi st ênci a d e
- ^ u ma super f í ci e c ar boni t r et ada a o a mo l e c i me n t o dur ant e o r ev eni do é mui t o super i or à d e
u ma super f í ci e c e me n t a d a .
a| . f S? Co mo c onc l us ão, p o d e - s e di zer q u e a car boni t r et ação d e a ç o s d e me n o r cust o r esul t a e m
m- pr opr i edades equi v al ent es às obt i das pel a c e me n t a ç ã o a g á s d e aços- l i ga. zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
e y H ^ - v Uma apl i cação mo d e r n a i mpor t ant e d a car boni t r et ação r esi de n o endur ec i ment o super f i ci al
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I gsj de peç as si nt er i zadas d e f er r o el ev ada d e n s i d a d e ( 7, 2 g / c m ) . 3

153
Aços E FERROSFUNDI DOSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i - £; ^£*

Fi nal i zando, u m es t udo d e DAVI ES e SMI TH' 871 c h e g o u , ent r e out r as , à s segui nt es concl u- ^
s o e s e m r el ação a o pr oc es s o d e car boni t r et ação: _11-~
t âf í
a ) O ní vel d e adi ç ão d e a mó n i a d e v e s er mant i do r el at i vament e bai x o - e m t omo d e 3 % a J l f i i
850° C, 6 % a 9 2 5 ° Ce 1 0 % a 950° C- par a i mpedi r a f or maç ão d e por os i dade abai x o d a super f í ci e; t i f
b) Es s a por os i dade sub- super f i ci al é ma i s suscet í vel d e a p a r e c e r n o s a ç o s a c a l ma d o s Éf f f
c o m si l í ci o o u n o s ef er v es c ent es , d e mo d o q u e t ai s a ç o s e x i g e m ma i o r cont r ol e d a quant i da- - ^| .
d e d e a mó n i a adi c i onada; í ^§ Í
c ) No s a ç o s a c a l ma d o s c o m a l u mí n i o , e n c r u a me n t o pr év i o a g r a v a a f o r ma ç ã o de zyxw
WmÊI
por os i dade sub- super f i ci al ; J--J
d) O ni t r ogéni o q u e é i ncor por ado n a super f í ci e d o a ç o dur ant e o pr oc es s o d e c a r bonf t r e t a ç ã o . ^ §
r eduz a quant i dade d e c a r bono q u e é necessár i a pa r a pr oduzi r - se a má x i ma dur ez a super f i ci al ; jÇ

e ) O ni t r ogéni o a d i c i o n a d o d u r a n t e o p r o c e s s o a u me n t a s u b s t a n c i a l me n t e a I f t g f
endur eci bi l i dade d a c a ma d a car boni t r et ada e m a ç o s d o c e s ; ^i.~J
f ) So b o pont o d é vi st a d e endur ec i bi l i dade, a car boni t r et ação a pa r e nt e me nt e of er ec e l ^ l i
mai or es v a n t a g e n s q u e a c e me n t a ç ã o , n o e ndur e c i me nt o super f i ci al d e s e c ç õ e s s u p e r i o r e s t í g
a 12, 5 mm, a t e mpe r a t ur a s d e 925° C, o q u e n ã o ser i a vál i do pa r a s e c ç õ e s me n o r e s . x0^M^
-'.["
5. 1. Car boni t r et ação a pl asma - Es s a t écni ca é, e s s e nc i a l me nt e , u ma var i ação d o pr o- J f p i
c es s o d e ni t r et ação a p l a s ma por d e s c a r g a i nc a nde s c e nt e e a pr e s e nt a , e m l i nhas ger ai s, as. ! | | !
s egui nt es v a n t a g e n s : SÍ | P

• n e n h u ma f u ma ç a t óxi ca ou p r o d u ç ã o d e r es í duos ; ^ SP
• n e n h u m r i sco d e ex pl os ões ; f i K
• r eduç ão d o t e mp o d e p r o c e s s a me n t o ; ;|||:
• r eduç ão d o c o n s u mo d e ener gi a; Jstes
• r eduç ão d o c o n s u mo d o g á s d e t r at ament o. : £^ . ^

É u ma t écni ca q u e t e m t i do apl i c aç ão i mpor t ant e e m aut o- peç as . t- -

5. 2. Car boni t r et ação f er r í t i ca - Es t e p r o c e s s o di st i ngue- se d a car boni t r et ação, por q u e ||


e n q u a n t o es t a úl t i ma o p e r a ç ã o é r eal i z ada n a f ai xa aus t ení t i c a, a ni t r ocar boni t r et ação - 4| í í
f er r í t i ca é l e v a da a ef ei t o n a f ai xa t ot a l me nt e f er r í t i ca, abai xo d e 675° C( S8 ) . i l f
No r ma l me n t e , o pr oc es s o e mp r e g a at mos f er a g a s o s a , const i t uí da, por e x e mp l o , d e par - F~Q
t es i guai s d e a mó n i a e g á s endot ér mi c o o u 3 5 % d e a mó n i a e 6 5 % d e g á s ex ot ér mi c o r ef i na- M^ p ^
d o . Os t e mp o s d e t r at ament o v ar i am d e . u ma a ci nco hor as . . ^£
O pr oc es s o p o d e s er apl i cado e m a ç o s - c a r b o n o , a ç o s i nox i dáv ei s , a ç o s par a f er r amen- ; | | pf :
t as e, i ncl usi ve, e m f er r os f undi dos . Os a ç o s - c a r b o n o e o s a ç o s d e bai x o t eor e m l i ga r e a g e m " f
mel hor a o t r at ament o. f f t pf
Por e s s e t r at ament o, o b t é m- s e b o a s car act er í st i cas d e r esi st ênci a a o r oç a me nt o, pel o ^ $È
f at o d e cr i ar - se n a super f í ci e u ma . c a ma da c o mp o s t a f i na d e ni t r et os e car boni t r et os d e f er r o, .
a qual me l h o r a i gual ment e a s pr opr i edades d e r esi st ênci a à f adi ga. Ef í

5. 3. Sul f ocar boni t r et ação gasosa - U m n o v o pr oc es s o q u e poder i a ev ent ual ment e s u b s -


t i t ui r a ni t r et ação g a s o s a ou e m b a n h o d e sal f oi des env ol v i da n a Eur opa' 891 . Cons i s t e n a
sul f ocar boni t r et ação gasosa - ou pr ocesso S C N - q u e apr es ent ar i a, s obr e o s out r os a c i ma
me n c i o n a d o s , v a n t a g e n s s o b o pont o d e vi st a d e conf er i r a o s a ç o s t r at ados mel hor es car ac- - j&
t er í st i cos d e e n g r i p a me n t o , a o me s mo t e mp o d e q u e o s car act er í st i cos d e at r i t o, des gas t e e -.-g
r esi st ênci a à f adi ga s ã o equi v al ent es . ^ SS
E m r e s u mo , o p r o c e s s o consi st e e m i nt r oduzi r enx of r e, a l é m d o ni t r ogéni o, e c ar bono.
O pr oc es s o p o d e s er apl i cado e m p e ç a s aç o- c ar bono e aços- l i ga c o m bai xo t eor d e el e- j pt
me n t o s d e l i ga q u e s o f r e m u ma g r a n d e sol i ci t ação e m at r i t o or i gi nado por des l i z ament o. fg
A t emper at ur a r e c o me n d a d a var i a d e 5 5 0 ° a 575° C, c o n s e g u i n d o - s e c o m c er c a d e d u a s ff
hor as , r az oáv el pr of undi dade da c a ma d a endur ec i da.

154 f ei ' '


LKJIHGFEDCBA
- £; ^£* ' j T' . ' TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS

ncl u- ^ ' ~ ^ 0 pr oc es s o f o r ma m- s e d u a s c a ma d a s : a d e " l i gação" , c o n t e n d o enxof r e, sul f et o d e f er r o


_11-~ çar èoni t r et o; a d e " di f usão" q u e apr es ent a ni t r ogéni o e m s ol uç ão sól i da no f er r o al f a, q u a n -
t â f í Hs t ' J0 0 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
r esf r i ament o é r ápi do, o u ni t r at o e m f or ma d e agul has , par a r esf r i ament o l ent o.
3 % a J l f i i SSí ;
f í ci e; t i f ^ l t a Bor et ação - Po r est e p r o c e s s o , i nt r oduz- se n a super f í ci e d o a ç o , por di f us ão, o el e-
a d o s Éf f f | v ; - me n t o bor o, f o r ma n d o - s e e m bor et o d e f er r o c o m dur ez a Vf c k e r s d e 1. 700 a 2. 000 Kg f / mma .
nt i da- - ^| . : 3í sf eo pr oc es s o, d e des env ol v i ment o r el at i vament e r ec ent e, e mp r e g a , n o r ma l me n t e , u m me i o
í ^ § Í J ®' s ó1i do d e u m gr anul ado c o mp o s t o d e c ar bonet o d e bor o B 4 C e d e u m at i vador , f l uor et o dupl o
o de zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
WmÊI i ^de bor o e pot ás s i o. O c ar bonet o d e bor o f or nec e o met al p a r a a bor et aç ão, enquant o o
J--J ^ a d o r f aci l i t a e acel er a a f o r ma ç ã o d a c a ma d a super f i ci al d u r a e gar ant e s u a uni f or mi dade.
e t a ç ã o. ^ § l ^ J : : r p o d e m s er t r at ados aç os - c ar bono c o mu n s e aços- l i ga, d e bai xo e al t o t eor , a s s i m c o mo
ci al ; jÇ
| §^fi§ífe[TO f undi do c o mu m e f er r o f undi do nodul ar .
e a I f t g f f i Çí ' O t r at ament o é l ev ado a ef ei t o e m f o mo s q u e per mi t am cont r ol e r i gor oso d e t emper at ur a,
^i.~J\o a s p e ç a s c ol oc adas e m c ai x as ( de a ç o r esi st ent e a o cal or ) envol t as pel o gr anul ado d e
er ec e l ^ l i Ml Éo r e t a ç ã o . A t emper at ur a d e t r a t a me nt o var i a d e 8 0 0 a 1. 050° C; 900° C é a ma i s c o mu m,
i o r e s t í g ^ g Sí - r j t e mp o d e p e n d e d a e s pe s s ur a d e s e j a d a d a c a ma d a bor e t a da : a 900° C, por e x e mp l o u m
x0^M^ aço S A E 1 0 4 5 , adqui r e, e m 4 h o r a s , u ma c a ma d a c o m p o u c o ma i s d e 1 0 Op d e e s p e s s u r a , a
-'.[""' 1- qual s uper a 1 5 0 u e m 8 hor as e at i nge 2 0 0 u e m 1 2 hor as .
pr o- J f p i f i ^ - ' o t r at ament o d e v e s er l evado, a ef ei t o e m c ondi ç õe s t ai s q u e s e f or me d e pr ef er ênci a
s, as. ! | | ! 3 Si j r n a c a ma d a d e bor et o d e f er r o d o t i po F e 2 B, cuj a dur e z a , me d i d a n a escal a Vi c k er s , a l c a nç a
S Í | P S S í . 7 0 n a 2. 000 k g f / mm2 ( 16. 680 a 1 9 . 6 2 0 MP a ) .
A al t a d u r e z a super f i ci al d a c a ma d a bor et ada i nduz u ma ex c el ent e r esi st ênci a a o d e s g a s -
^ S P l ® t e ao mat er i al .
f i KSf í O aç o bor et ado p o d e s er t e mp e r a d o e r ev eni do.
; | | | : i r ®| =;
Jstesí Sx""
: £^ . ^ p$. - . ' '

t- - - - - -

or q u e | | | j pf ç ?
ação - 4| í í l ^>Si
i l f â Sf S
par - F~Q ,_
f i na- M^ p ^ l Ç" 1 '
. ^ £* ~=
men- ; | | pf : Sí 5"
eagem " f à3?v *
f f t pf l í í f t
pel o ^ $ÈMf f : "
er r o, .
Ef í - * ~

ubs -
e na
c i ma
r ac- - j &Mr f í : .
st e e - . - gj i ^yf .
^ SS&Sê í
no.
el e- j pt Fv, -
. f g?' vp
duas f f êj f âj j i &i .

f ei ' ' * 1 1S5


Aç os E FERROS FUNDI DOS

1. Gener al i dades - O c o n h e c i me n t o d o s a s p e c t o s pr át i cos d o s t r a t a me n t o s t ér mi c os '


d e a ç o s é es s enc i al p a r a a o b t e n ç ã o d o s me l h o r e s r es ul t ados n a s o p e r a ç õ e s d e t r at a- ;
me n t o . A pr át i ca d o s t r a t a me n t o s , c o mo t o d a s a s pr át i cas me t a l ú r g i c a s , t e m evol uí do
c o n s i d e r a v e l me n t e , d e s d e a s é p o c a s h e r ó i c a s , e m q u e s e p r o d u z i a m a s f a mo s a s e s p a
d a s d e Da ma s c o , at é n o s s o s di as , e m q u e o s ma i s mo d e r n o s e s of i s t i c ados e q u i p a me n - '
t os e apar el hos d e c ont r ol e s ã o e mp r e g a d o s n a s di v er s as o p e r a ç õ e s . Ai n d a a s s i m, t al - '
v e z aqui ma i s d o q u e e m qual quer out r a t éc ni c a met al úr gi c a, o e q u i p a me n t o me s mo
aut omát i c o, n ã o r es ol v e t o d o s o s p r o b l e ma s . S ã o i n ú me r o s o s c a s o s e m q u e ai nda a ar t e 5
e a ex per i ênc i a d o t r at ador t ér mi c o s ã o i mpr es c i ndí v ei s n a r eal i z aç ão ef i ci ent e d o s t r at a-
me n t o s t ér mi c os .
Qu a n d o , n a d é c a d a d e 7 0 , oc or r eu a cr i se d o pet r ól eo, v ár i as t éc ni c as n o v a s f or am- '
a d o t a d a s v i s ando pr i nc i pal ment e a e c o n o mi a d e ener gi a, a l g u ma s d a s quai s c ont i nuam e m
pr át i ca, por r eduzi r pr i nc i pal ment e o c us t o d a s o p e r a ç õ e s .
Ent r e el as p o d e m s er ci t adas a s s egui nt es ' 81 " 90 " 31 ' :

• ut i l i zação c r es c ent e d o l ei t o f l ui di zado;


• e mp r e g o d e mi ni - pr oc es s ador es e c o mp u t a d o r e s par a cont r ol e d a o p e r a ç ã o d e f o mo s
i nt er mi t ent es ou l i nhas c o mp l e t a s d e p r o d u ç ã o , d e s d e a s vár i as f as es d o t r at ament o t ér mi co,
at é a i ns peç ão, cont r ol e e e mb a l a g e m;
• e mp r e g o d e r ec uper ador es d e cal or . H á o e x e mp l o d e ut i l i zação d o f l uxo d e g á s quent e
pr ov eni ent e d e u m f or no d e c e me n t a ç ã o p a r a a q u e c e r o f or no d e r ev eni do as s oc i ado, c o m
u ma gr ande e c o n o mi a d e c ombus t í v el ;
• apl i cação c r es c ent e d a s t écni cas d e t ê mp e r a super f i ci al por i n d u ç ã o , r ai os l aser e f ei xe
el et r ôni co;
• el ev aç ão, dent r o d o s l i mi t es r e c o me n d á v e i s , d a s t emper at ur as d e t r at ament o, pr opi ci -
a n d o às v e z e s a r e d u ç ã o d o ci cl o d e t r at ament o;
• e mp r e g o d e p o l í me r o s l i quef ei t os, e m l ugar d e ól eos . •»r>

2. Equi pament os e acessór i os - Sã o di v er s os e o s ma i s v ar i ados o s r ec ur s os d e q u e s e


di s pões par a a r eal i z aç ão ef i ci ent e d a s o p e r a ç õ e s d o t r at ament o t ér mi c o, d e s d e o s di sposi -
t i vos e f er r ament as ma i s s i mpl es , at é o s e q u i p a me n t o s s i mpl es o u sof i st i cados, b a n h o s de
r esf r i ament o, at mos f er as c ont r ol adas , e t c , p a r a a p r o d u ç ã o s er i ada, dent r o d a s ma i s r i gor o-
s a s c ondi ç ões d e cont r ol e d a s di f er ent es f as es d e o p e r a ç ã o .

2. 1. Fer r ament as e di sposi t i vos manuai s - Te n a z e s s ã o f er r ament as i mpr esci ndí vei s par a
s er v i ç os ger ai s, pr i nc i pal ment e q u a n d o n ã o s e di s põe d e e q u i p a me n t o aut omát i c o. É c o n v e -
ni ent e possui r u ma c ol eç ão r azoável d e t e n a z e s d e di ver sos f or mat os e p e s o s q u e p o s s a m

Hf 4 » zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
pr ender e sust ent ar , s ej a por f e c h a me n t o , s ej a por aber t ur a, p e ç a s d e vár i os f or mat os . Su a
4<
c ons t r uç ão d e v e s er t al q u e per mi t a a p e n a s u m mí n i mo d e c ont at o c o m a s p e ç a s . No r ma l -
me n t e es s as t e n a z e s s ã o f abr i cadas d e a ç o s c o mu n s d e bai x o c a r b o n o , d e mo d o a sof r er
p e q u e n a i nf l uênci a d a v ar i aç ão d e t emper at ur a dur ant e o ser vi ço. Há , c o n t u d o , t enaz es e m
q u e o s c a b o s s ã o f ei t os d e a ç o s d e al t a r esi st ênci a.
Al é m d a s t e n a z e s , out r o di sposi t i vo d e g r a n d e ut i l i dade é o g a n c h o , d e p e s o e c onf or ma-
ç ã o a d e q u a d o s , p a r a per mi t i r mo v i me n t a ç ã o ef i ci ent e d a s p e ç a s n o i nt er i or d o s f o mo s , nos
b a n h o s d e sal o u n o s b a n h o s d e r es f r i ament o.
A f i gur a 9 7 apr es ent a a l g u ma s v ar i edades d e f er r ament as e di sposi t i vos e mp r e g a d o s por
u m exper i ent e t e mp e r a d o r .

2. 2. For nos - Os f o mo s e mp r e g a d o s e m t r at ament os t ér mi c os a b r a n g e m d u a s cat egor i as


pr i nci pai s' 32' :

• f or nos i nt er mi t ent es
• f or nos c ont í nuos

158
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS zyxw

os ' Os pr i mei r os - f or nos i nt er mi t ent es - a p r e s e n t a m, ent r e out r as , a s s egui nt es v ar i edades


a- ; mai s i mpor t ant es :
do
a • f or nos d e c ai x a
n- ' . f or nos d e f u n d o mó v e l
al - ' • f o mo s d e el ev ador
mo • f or nos- si no
e5 . f or no- poç o
a-
Nes t e g r u p o p o d e m s er ai nda i ncl uí dos o s :

am- ' • f or nos d e b a n h o d e sal

m • f or nos a v á c u o
' f o mo s d e l ei t o f l ui di zado

os
o,

te
m

xe

ci -

•»r>

se Fi g. 9 7 - Ex e mpl os de f er r ament as e di sposi t i vos usados e m oper ações de t r at ament os t ér mi cos.

- Todos el es c o mp r e e n d e m u ma c â ma r a d e a ç o r ef or çada, c o m i s ol ament o t ér mi c o, um


de si st ema t ér mi c o e aber t ur as par a a c e s s o à s c â ma r a s d e a q u e c i me n t o .
o- Os f or nos i nt er mi t ent es s ã o g e r a l me n t e e mp r e g a d o s par a pr oc es s ar t e r mi c a me n t e p e -
quenos v o l u me s d e p e ç a s , e m f ac e d e , n a mai or i a d o s c a s o s , c o n s u mi r e m mui t o t e mp o p a r a
: car r egar , des c ar r egar e ma n u s e a r a s p e ç a s e/ ou bandej as c o n t e n d o a s me s ma s . Po r out r o
ar a l ado, s eu e mp r e g o é r e c o me n d a d o par a t r at ar p e ç a s q u e n ã o s e a d a p t a m a o s f o mo s c ont í -
e- nuos ou par a p e ç a s d e gr andes d i me n s õ e s e e m c as os e m q u e s e ex i ge u ma l ar ga f ai xa d e
m • ci cl os d e t r at ament o q u e p o s s a m s er r a p i d a me n t e modi f i c ados .
ua Nã o c a b e des c r ev er nes t a obr a, e m p o r me n o r e s , e s s a s v ar i edades d e f o mo s i nt er mi t en-
- t es. Co n t u d o , al guns d a d o s s er ão a p r e s e n t a d o s a segui r :
er
em • o f or no cai xa é o mai s s i mpl es e c o mu m, consi st i ndo d e u m cai xa d e a ç o r ef or ç ada,
. i sol ada t e r mi c a me n t e , c o m vár i as ent r adas par a c ombus t í v el e at mos f er a c ont r ol ada o u
a- c ont endo, n o s e u i nt er i or , el ement os el ét r i cos d e a q u e c i me n t o e d u a s por t as, par a c a r g a e
os des c ar ga d o mat er i al a s er t r at ado; a d a p t a - s e b e m par a i ns t al aç ões i ndust r i ai s e m q u e p o u -
c as p e ç a s s ã o t r at adas;
or • o f or no de f undo móvel é u m f or no e m q u e s e u f undo é r ar r st r uí do n u m c ar r o c e m
i sol ament o t ér mi c o, o qual é mo v i d o par a dent r o e f or a d o f or no pr opr i ament e di t o, p a r a
car ga e d e s c a r g a d a s p e ç a s ;
as • o f or no t i po el evador é s e me l h a n t e a o f or no d e f undo mó v e l ; a di f er ença consi st e n o f at o
que o f undo o u a sol ei r a d o f or no c a r r e g a d o d e p e ç a s é l ev ant ado par a ent r ar n o f or no, por
i nt er médi o d e u m me c a n i s mo me c â n i c o o u el ét r i co;
• o f or no- si no s ã o o s q u e p o s s u e m r et or t as o u c ober t ur as q u e s ã o abai x adas r i as sol ei r as
car r r egadas d e p e ç a ; zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

159
ACOSE FERROS FUNDI DOS

• o f omo- poço ê u m f or no e m q u e a c â ma r a d e a q u e c i me n t o p r o p r i a me n t e di t a est a


s i t uada n u m p o ç o q u e s e e s t e n d e at é o ní vel d o s ol o o u l i gei r ament e a c i ma e u ma cober t ur a
q u e s e es t ende p a r a c i ma a par t i r d o ní vel d o s ol o.

A f i gur a 9 8 i l ust r a u m d o s t i pos d e s s e s f o mo s - p o ç o . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX

Í LEMENTOS DE AQUeCJMENTOJ

poçooe
HESFKAUEWrO

VENTI LADOR PARA CI RCULAÇÃO


DEATMOSFERA

Fi g. 98 - Repr es ent aç ão esquemát i ca do f or no t i po " poço" , aqueci do el et r i cament e

Os f or nos de banho de sal s ã o f or nos d e u s o ger al e m o p e r a ç õ e s t ai s c o mo t êmper a


c e me n t a ç ã o l í qui da, ni t r et aç ão l í qui da, a u s t e mp e r a , ma r t ê mp e r a e r e v e n i d o . Sã o f or nos
a q u e c i d o s por c o n d u ç ã o . O sal l í qui do f o r n e c e u ma f ont e r ápi da d e c al or e, e mb o r a as
p e ç a s s o b t r at ament o e n t r e m e m c ont at o c o m o cal or n a s u a s uper f í c i e, a t emper at ur a do
n ú c l e o d a s p e ç a s a u me n t a a a p r o x i ma d a me n t e a me s ma v el oc i dade d e q u e s u a super f í -
c i e ( 3 3 ) . Po s s u e m a s v a n t a g e n s d e r eduzi r a o mí n i mo o s ef ei t os d o a q u e c i me n t o não- uni f or -
me , a di mi nui ç ão d a s pos s i bi l i dades d e e mp e n a me n t o e di st or ção, a l é m d e per mi t i r t r at a-
me n t o s el ec i onado.
Pa r a aquec ê- l os ut i l i zam- se quer c ombus t í v ei s l í qui dos ( ól eo) , g á s o u el et r i ci dade, nest e
úl t i mo c a s o por me i o d e el et r odos i mer s os n o b a n h o l í qui do o u s u b me r s o s , c ol oc ados no
f u n d o d a c â ma r a , d e b a i x o d a s p e ç a s .
Es s e f o mo s e x i g e m a l g u n s c ui dados es pec i ai s dur ant e a o p e r a ç ã o r el ac i onados c o m a
s e g u r a n ç a d o s o p e r a d o r e s , t ai s c o mo ut i l i zação d e l uv as , ant epar os pr ot et or es n a s f ac es ,
et c . Os oper ador es d e v e m est ar b e m i nst r uí dos s o b a s p r e c a u ç õ e s q u e d e v e m t o ma r .
A f i gur a 9 9 mo s t r a e s q u e ma t i c a me n t e u m f or no d e b a n h o d e sal a q u e c i d o el et r i cament e
p o r el et r odos.
Os f omos a vácuo c o n s i s t e m es s enc i al ment e d e u ma c â ma r a d e v á c u o , u m s i s t ema de
s u p r i me n t o d e ener gi a, u m s i s t ema d e b o mb e a me n t o , u m" s i s t ema p a r a p r o c e s s a me n t o de
g a s , q u a n d o a o p e r a ç ã o ex i ge o e mp r e g o d e at mos f er as especi ai s e sol ei r a i sol ada par a
a s s e g u r a r i s ol ament o el ét r i co ent r e a s p e ç a s e a c â ma r a d e v á c u o .
Es t es f o mo s p o d e m t er s u a s p a r e d e s ex t er nas r esf r i adas a á g u a o u n ã o . Po r out r o l ado,
p o d e m apr es ent ar c o n f o r ma ç ã o d e " c a r r e g a me n t o pel o t opo" , " c a r r e g a me n t o pel o f undo"
c o mo o f or no a si no o u " c ar r egament o hor i zont al " , c o mo o s f o mo s d e c â ma r a .
A f i gur a 1 0 0 ( 9 4 1 mo s t r a e s q u e ma t i c a me n t e u m f or no a v á c u o t i po s i no s e m r esf r i ament o
d a s par edes . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

160
TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS zyxwv

F OR Ç A

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

PAR T E RMOE 1 . HT RI CO

POT E MET ÁL I CO,


T R A N S F OR MA D OR

C ON E C T OR E S

Fi g. 99 - For no de banho de sal aquec i do el et r i cament e por mei o de el et r odos.

Ret or t a
est anque do vácuo

$82 * **"

I sol ament o
Ei ement os
de r ef r at ór i os
' de aqueci ment o

Fundo
est anque do vácuo

BA Fi g. 100 - For no a v ác uo t i po si no

161
Os zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f omos de l ei t o f l ui di zado, e mb o r a d e c o n c e p ç ã o ant i ga, s o me n t e ma i s r ec ent ement "eí | pS; £' ;
t ê m si do u s a d o s e m o p e r a ç õ e s d e t r at ament o t ér mi c o. Se u pr i ncí pi o bas ei a- s e n a ut i l i zação^ r | l S; 5v-
d e par t í cul as f i nas d e óx i do d e al umí ni o, a s quai s c ons t i t uem u m l ei t o o n d e a s p e ç a s a s a r e m \ Sf f e s "
t r at adas s ã o me r g u l h a d a s . As par t í cul as s ól i das e f i nas s ã o ma n t i d a s e m s u s p e n s ã o por u m j
f l uxo d e g á s , q u e s o b e d o f undo à par t e s uper i or d o b a n h o . H á v ár i os t i pos d e l ei t os*' ;
f i ui dí zados, d e p e n d e n d o d a f ont e d e a q u e c i me n t o : -i
âf eba*
I p l i
• l ei t o f l ui di zado a q u e c i d o por e l e me n t o s ex t er nos d e r esi st ênci a el ét r i ca;
^ pâf e'
• l ei t o f l ui di zado a q u e c i d o por c o mb u s t ã o ex t er na; ;
S^ P^ í r
• l ei t o f l ui di zado a q u e c i d o por c o mb u s t ã o i nt er na d e g á s ; %
Sp Sf c
• l ei t o f l ui di zado d e doi s est ági os, a q u e c i d o s a g á s , por c o mb u s t ã o i nt er na. j
^f ' } -
Pf g ^ á
A f i gur a zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 0 1 mo s t r a doi s t i pos d e l ei t o f l ui di zado. ;
^ ^ ^ K^ ô
S^ f f l ;
j | l s S®
í ^ f t Sí

TTJ

' V'

LEITO
GREL HA
. • . f =LUI Di Ll ZADO. - . ' . : v. - y.

a,
. 2
3 ? T E

SUPORT E
CERÂMI CO MI STURA
( a)
AR/ GÁS

• f eí
; fe

' pl - y
: í i -Í
f :
p i ^
DI STRI BUI DOR
i *;;" •

QUEIMADOR
COM EXCESSO
DE AR • ^;í j
f ep.
r' •
m: ' - .
Fi g. 101 - Repr esent ação esquemát i ca de doi s t i pos de f omos de l ei t o f l ui di zado. ^ -V
A
ment "eí | pS; £' ; , r ^ p a r ( e ( a ) d a f i gur a r ef er e- se a o l ei t o i nt ei r ament e a q u e c i d o : o g á s e o ar s ã o mi s t ur ados
ão^ r | l S; 5v- . - nr opor ç ões a p r o x i ma d a me n t e es t equi omét r i c as e a mi s t ur a é p a s s a d a at r av és d e u ma
e m \ Sf f e s " " ' ^ c a c er âmi c a p o r o s a , e m c i ma d a qual a s par t í cul as sól i das s ã o f i ui di zadas n a c or r ent e d e
u mj P. Es s e s t i pos d e l ei t o f l ui di zado s ã o e mp r e g a d o s par a t e mp e r a t u r a s el ev adas , v ar i ando
os*' ;
de 7 6 0 " a 1 2 1 5 ° C .
-i
âf eba* ^ ; A par t e ( b) d a f i gur a 1 0 1 c o r r e s p o n d e a o s i s t ema d e l ei t o f l ui di zado aquec i do e x t e ma -
I p l i J : ^ ^ . nes t e c a s o , u m q u e i ma d o r c o m e x c e s s o d e ar a q u e c e u ma c â ma r a d e di st r i bui ção,
^ p â f e ' " g o b r e a qual o l ei t o f l ui di zado é s upor t ado por u ma pl aca met ál i c a p o r o s a . O l ei t o é f l ui di zado
;
S^ P^ í r f e e i o s pr odut os d e c o mb u s t ã o , a par t i r d a c â ma r a d e di st r i bui ção. Lei t os f l uí df eados a q u e c i -
%
j
S p S f c S v dos ex t er nament e s ã o e mp r e g a d o s e m a q u e c i me n t o s a t e mp e r a t u r a s ma i s bai x as , d a or - zyxwvuts
^f ' } - . • deu: de 7 6 0 ° C o u me n o s .
P f g ^ á g . . o s f o mo s d e l ei t o f l ui di zado p o d e m s er a d a p t a d o s a pr at i c ament e t odas a s o p e r a ç õ e s d e
CBA
;
^ ^ ^ K ^ ô a t a me r r t o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
t ér mi c o, i ncl usi ve t ê mp e r a d e a ç o s r ápi dos .
S^ f f l ; v S- - o s f omos cont í nuos, ut i l i zados e m g r a n d e s sér i es, c o n t ê m, e m pr i ncí pi o, o s me s mo s
j | l s S®? c o mp o n e n t e s bás i c os d o s f or nos i nt er mi t ent es , o u sej a, a c â ma r a d e a q u e c i me n t o com
í ^ f t Sí s í i sol ament o t ér mi c o, o s i s t ema d e a q u e c i me n t o e por t as d e a c e s s o e d e des c ar ga. A di f er en-
3 ' ça f undament al é q u e e s s e s e q u i p a me n t o s o p e r a m d e mo d o c ont í nuo, o u sej a, a s p e ç a s a
; s er em t r at adas s e mo v i me n t a m c o n t i n u a me n t e . Sã o f o mo s q u e s e a d a p t a m f ac i l ment e à
: aut omaç ão e, por t ant o, s ã o e mp r e g a d o s par a t r at ar gr andes v o l u me s d e p e ç a s . Al g u n s t i pos
« p o s s u e m t a mb é m c â ma r a d e r es f r i ament o c o m at mos f er a c ont r ol ada. A r el at i va d e s v a n t a -
g e m d e s s e s f o mo s é q u e a c ober t ur a e o f e c h a me n t o d a s por t as d e c ar ga e d e s c a r g a d a s
; peç as p o d e m di f i cul t ar o cont r ol e d a at mos f er a pr ot et or a.
' V' >
í : Há vár i os t i pos d e f or nos cont í nuos" 92' :

V • f or nos c o m cor r ei a t r ans por t ador a


' • f o mo s d e sol ei r a mó v e l c o m r ol et es
• f o mo s c o m v i gas mo v e d i ç a s
• f o mo s mu n i d o s d e e mp u r r a d o r e s
• f o mo s c o m sol ei r a gi r at ór i a o u vi br at ór i a

Os com cor r ei a t r anspor t ador a s ã o mu n i d o s d e cor r ei as q u e mo v i me n t a m a s p e ç a s ,


des de a c a r g a at é a d e s c a r g a . Ge r a l me n t e s ã o e mp r e g a d o s n o t r at ament o d e p e ç a s de
me n o r d i me n s ã o . Os f or nos p o s s u e m u ma c â ma r a d e c a r r e g a me n t o n a f r ent e d o f or no c o m
u ma at mos f er a pr ot et or a par a n ã o pr ej udi car a c â ma r a d e a q u e c i me n t o .
Os f omos de sol ei r a móvel com r ol et es c ar ac t er i z am- s e pel o f at o d a s p e ç a s di r et ament e
ou c ol oc adas e m bandej as s e r e m mo v i me n t a d a s f aci l ment e at r av és d a c â ma r a d e aquec i -
ment o. Es s e s f o mo s pr es t am- s e b e m a o t r at ament o d e p e ç a s ma i o r e s e p e ç a s d e g r a n d e
• f eí i " c o mp r i me n t o .
; f ej í j f Os f or nos com vi gas movedi ças p o s s u e m t r i l hos mó v e i s q u e l ev ant am as p e ç a s e a s
: des l oc am a o l ongo d e t r i l hos es t ac i onár i os par a dent r o d a sol ei r a d o f or no. Op e r a m d a
' pl - y S. s e 9u' n t e ma ne i r a : o s t r i l hos mó v e i s l e v a n t a m a s p e ç a s c o l o c a d a s n o s t r i l hos es t ac i onár i os , zyxwvutsrq
: í i -Í ?' mo v i me n t a m a s me s ma s par a a f r ent e e a s r ebai x am s o b r e o s t r i l hos es t ac i onár i os . Os
f :
móv ei s v ol t am à pos i ç ão or i gi nal e r e p e t e m o pr oc es s o d e mo d o a mo v i me n t a r d e n o v o a s
peç as par a a f r ent e. Ne s s e s t i pos d e f o mo s n ã o s e u s a m b a n d e j a s par a col ocar a s p e ç a s ,
p i ^ ' Uma d e s v a n t a g e m d e s s e t i po d e f or no r esi de n o f at o d e q u e o me c a n i s mo d e mo v i me n t a ç ã o
OR
i *;;" • é c ompl i c ado e d e c us t o el ev ado.
Os f omos muni dos de empur r ador es c ar ac t er i z am- s e por pos s ui r u m di sposi t i vo q u e
empur r a u ma f i l a d e bandej as d a c â ma r a d e c ar ga at é o i nt er i or d o f or no e paul at i nament e
at é a z o n a d e d e s c a r g a . Sã o o s f o mo s ma i s c o mu me n t e s u s a d o s e m c e me n t a ç ã o g a s o s a .
• ^;í j Os f or nos de sol ei r a gi r at ór i a ou vi br at ór i a c ar ac t er i z am- s e pel o f at o d e t er u m mo v i -
f ep. ment o d a sol ei r a q u e p r o d u z i nér ci a n a s p e ç a s . Es s e mo v i me n t o p o d e s er r egul ado p a r a
r' • * cont r ol ar o ci cl o d e t e mp o . A ut i l i zação d e s s e s f or nos é l i mi t ada a p e ç a s d e p e q u e n a s
m: ' - . ; j . d i me n s õ e s q u e d e v e m s er c e me n t a d a s a pr of undi dades d e super f í ci e endur ec i da n o má -
^ -V x i mo d e 0,3 mm.
E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
Aço szyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2. 3. Condi ções
de aqueci ment o - O a q u e c i me n t o é, c o mo s e v i u, f at or d e f undament ai
i mpor t ânc i a n o t r at ament o t ér mi c o, n ã o s ó n o q u e r espei t a à t e mp e r a t u r a d e a q u e c i me n t o ,
c o mo t a mb é m q u a n t o a o t e mp o d e p e r ma n ê n c i a à t e mp e r a t u r a . Re s i d e aqui u ma d a s c o n -
di ç ões q u e p o d e t or nar u m o p e r a d o r d e t r a t a me n t o s t ér mi c os u ma d a s p e ç a s bás i c as nes s a
i mpor t ant e f as e d e p r o d u ç ã o met al úr gi c a. U m a qual i dade p e s s o a ! q u e l he é i ndi s pens áv el é
a pac i ênc i a, a f i m d e q u e o a q u e c i me n t o s ej a ef et i vo e haj a c o mp l e t a uni f or mi z aç ão d e
t emper at ur a. Pa r a a q u e c e r e uni f or mi zar u ma p e ç a d e a ç o - c a r b o n o d e d i me n s õ e s n o r ma i s a
e m per f i s c hat os at é c i nc o qui l os, a r egr a u s u a l é per mi t i r q u e p e r ma n e ç a n o f or no u m t e mp o
q u e c or r es ponda a u m mi n u t o par a c a d a mi l í met r o d e e s p e s s u r a ; a l é m des t e t e mp o par a
uni f or mi zar , h á n e c e s s i d a d e d e u m t e mp o adi c i onal e m f u n ç ã o d a f o r ma d a p e ç a .
A exper i ênci a mo s t r a q u e a penet r aç ão d e c al or s e f az à r az ão d e c e r c a d e u m mi l í met r o
por mi nut o e m bar r as r e d o n d a s . Exi st e, c o n t u d o , u m f at or d e a q u e c i me n t o q u e é mai or par a
p e ç a s esf ér i cas e ci l í ndr i cas c er c a d e 5 0 % d o q u e p a r a p e ç a s l ongas o u q u a d r a d a s e q u e é
t r ês v e z e s ma i o r d o q u e e m pl ac as r et angul ar es . Ob s e r v a - s e a i n d a q u e q u a n t o ma i o r a
p o r c e n t a g e m d e e l e me n t o s d e l i ga, t ant o ma i o r s e r á o t e mp o d e a q u e c i me n t o par a
sol ubi l i zação c o mp l e t a .
C o mo s e v er á, h á a ç o s q u e n ã o p o d e m s e r a q u e c i d o s c o n t i n u a me n t e at é a s t emper at u-
r as cr í t i cas. Ne s s a s c o n d i ç õ e s , r ecor r e- se a p r é - a q u e c i me n t o s , s i mp l e s o u dupl o; t al é o
c a s o d e a ç o s c o m e l e v a d a p o r c e n t a g e m d e e l e me n t o s d e l i ga, c o mo o s a ç o s r ápi dos , c o m
al t o t eor d e c obal t o, c uj a t e mp e r a t u r a d e t ê mp e r a si t ua- se n a s p r o x i mi d a d e s d a l i nha
l i qui dus. Ne s t e s a ç o s , a p e r ma n ê n c i a a al t as t e mp e r a t u r a s ( 1300° C a 1330° C) , d e v e s er
r eduz i da a u m mí n i mo d e 2, 3 e at é 7 mi n u t o s n o má x i mo , p a r a q u e s e evi t e a f us ão '
i nci pi ent e.
N o r ev eni do, i g u a l me n t e , a p e r ma n ê n c i a d a s p e ç a s t e mp e r a d a s à t e mp e r a t u r a d o
r ev eni do, o b e d e c e a cr i t ér i os a d e q u a d o s . Po r out r o l ado, a s p e ç a s , l ogo a p ó s a t ê mp e r a ,
d e v e m s er t r ansf er i das a o s f or nos o u b a n h o s d e r ev eni do, o n d e d e v e m p e r ma n e c e r por
t e mp o mí n i mo nec es s ár i o, q u e , ent r et ant o, s e r á t ant o ma i s l ongo q u a n t o ma i o r o t eor d e
e l e me n t o s d e l i ga n o a ç o . Pa r a p e ç a s d e l g a d a s ( at é 3/ 8" ) d e a ç o s - c a r b o n o , é suf i ci ent e a
p e r ma n ê n c i a à t e mp e r a t u r a d e r ev eni do d u r a n t e 1 5 mi n u t o s , e n q u a n t o q u e , par a a s p e ç a s
d e al t o c r o mo , al t o c a r b o n o o u d e a ç o r ápi do, o s t e mp o s d e r ev eni do d e v e m s er d e 8 a 10
v e z e s mai or es . Al é m di s s o, par a o s a ç o s c o m al t o t eor d e l i gas, r e c o me n d a - s e a a d o ç ã o d e
pel o me n o s doi s r e v e n i d o s , c o m o obj et i vo d e gar ant i r a pr ec i pi t aç ão d a ma i o r par t e d a
aust eni t a r et i da n a o p e r a ç ã o d e t ê mp e r a e p a r a q u e s e ver i f i que c o mp l e t o al i vi o d e t e n s õ e s .
No q u e di z r es pei t o a o al f vi o d e t e n s õ e s , é i mpor t ant e me n c i o n a r q u e é b o a pr át i ca
pr oc es s ar - s e o r e a q u e c i me n t o c o m r ev eni do a bai x a t emper at ur a e m t o d a s a s f er r ament as
a p ó s o u s o e ant es d e envi á- l a à e s t o c a g e m. Es t e al í vi o d e t ens ões i mp õ e - s e pr i nci pal ment e
p a r a o s a ç o s par a t r abal ho a q u e n t e .

2. 4. Aval i ação da t emper at ur a - U m o p e r a d o r pr át i co t em' o r ec ur s o d e aval i ar a s t e mp e -


r at ur as pel a emi s s i v i dade a al t as t e mp e r a t u r a s ; a s s i m a c or ma r r o m c o r r e s p o n d e a apr ox i -
ma d a me n t e a 5 5 0 ° C; o c er ej a e s c u r o a. a p r o x i ma d a me n t e 7 0 0 ° C; c er ej a, 8 0 0 C C; o
al ar anj ado, 900° C; o a ma r e l o 1000° C e o a ma r e l o c l ar o, 1100° C. É ev i dent e q u e e s s e r ecur -
s o d e v e s er evi t ado e subst i t uí do pel o e mp r e g o d e apar el hos d e me d i d a e cont r ol e d e t e mp e -
r at ur a. Es s e s apar el hos , p o r out r o l ado, d e v e m of er ec er l ei t ur as r eai s e per i odi c ament e ver i -
f i c ados . A af er i ção d e s s e s apar el hos me d i d o r e s , r egul ador es o u r egi s t r ador es d e t emper at u-
r a é t ant o ma i s i mpor t ant e q u a n t o ma i s c o mp l e x o s o s f o mo s d e t r at ament o t ér mi c o e as
o p e r a ç õ e s a r eal i zar .
Pa r a o a q u e c i me n t o d o s f o mo s ut i l i zam- sa v ár i os t i pos d e c o mb u s t í v e i s .

• combust í vei s gasosos ( gás nat ur al , p r o p a n a o u u ma mi st ur a d e ar e p r o p a n a ) . At r av és


d a r el aç ão c ombus t í v el / ar , p o d e - s e r eduzi r o ef ei t o d a f o r ma ç ã o d e c a s c a d e óx i do n a s
peç as ;
« combust í vei s l í qui dos, o s quai s p o d e m s e r s at i s f at or i ament e a t o mi z a d o s c o m ar
pr es s ur i z ado. Es s e s c ombus t í v ei s e x i g e m q u e i ma d o r e s a d e q u a d o s . O s i s t e ma d e aquec i - j

164
JIHGFEDCBA TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS

A
ai ment o c o m c ombus t í v ei s l í qui dos t e m a v a n t a g e m d o bai x o c us t o e é b e m a d a p t a d o par a
o, r ec uper ador es d e cal or . Ap r e s e n t a m a d e s v a n t a g e m d e exi gi r s i s t emas d e vent i l ação, per i go
n- de ex pl os ões o u i nc êndi os , ma i s mã o - d e - o b r a e a p e n a s c er t os mat er i ai s o u t i pos d e p r o d u -
sa t os p o d e m s e r t r at ados e m f o mo s c o m a q u e c i me n t o di r et o, dev i do a o ef ei t o d o e l e v a d o
é pont o d e or v al ho d o s g a s e s ox i dant es n a super f í ci e d a s p e ç a s .
de . ener gi a el ét r í ca - o a q u e c i me n t o el ét r i co d o s f or nos e o cont r ol e d a t e mp e r a t u r a é
a apl i cado e m q u a l q u e r t i po d e f or no d e t r at ament o t ér mi c o. O a q u e c i me n t o é f ei t o g e r a l me n t e
po í at r avés d o s c h a ma d o s " el ement os d e aquec i ment o" , c uj os t i pos v ar i am d e ac or do c o m a s
a t emper at ur as a s e r e m ut i l i zadas. O e l e me n t o d e a q u e c i me n t o ma i s c o mu m é f ei t o d e u ma
j l ga Nf - Cr , c o mo p o r e x e mp l o 3 5 Ni - 1 8 Cr - 4 4 Fe , f abr i cado e m t i r as. Pa r a t emper at ur as ma i s
o - el ev adas a l i ga ma i s c o mu m c o r r e s p o n d e a 80Ni - 20Cr . Pa r a t e mp e r a t u r a s a c i ma d e 1010° C,
ra ;: u t j i i zam- se e l e me n t o s d e a q u e c i me n t o não- met ál i c os d e c a r b o n e t o d e si l í ci o, f abr i c ados e m
é ' vár i os di âmet r os e c o mp r i me n t o s . Os e l e me n t o s d e a q u e c i me n t o el ét r i co a p r e s e n t a m a s
a v ant agens , a l é m d e a q u e c e r e per mi t i r u m cont r ol e ma i s r i gor oso d a t emper at ur a, d e l i mpe-
a z a , aus ênc i a d e pol ui ç ão, a u s ê n c i a d e di sposi t i vos d e e x a u s t ã o , ma i o r uni f or mi dade n o
' aquec i ment o, et c. A s d e s v a n t a g e n s s ã o : c us t o i ni ci al d e e q u i p a me n t o mai or , c us t o ma i o r d e
u- ' oper aç ão e, n o c a s o d e e l e me n t o s não- met ál i c os , t o ma r e m- s e quebr adi ç os c o m o t e mp o ,
o al ém d e ma i o r c u i d a d o par a ma n u s e á - l o s .
om
ha ; Out r o t i po d e a q u e c i me n t o é a t r a v é s d o s c h a ma d o s " t u b o s r adi ant es " o u " t ubos
er : i r r adi ador es d o cal or " q u e p o d e m e mp r e g a r t a mb é m c ombus t í v ei s l í qui dos e g a s o s o s sem
o ' {$•)... c aus ar d a n o s à s c â ma r a s d e a q u e c i me n t o , o u el ement os d e a q u e c i me n t o el ét r i co, o s quai s
'" f i cam pr ot egi dos d a a ç ã o d a at mos f er a pr ot et or a, poi s s e s i t uam dent r o d o s t ubos .
o
a, ' -,-. 2. 5. Pr eser vação da super f í ci e - Es t e c ui dado d e v e s er t o ma d o s obr et udo dur ant e o
or • ' aqueci ment o p a r a evi t ar ox i daç ão o u f o r ma ç ã o d e c a s c a d e óx i do. Às v e z e s , pr oc ur a- s e
e Áobt er a f o r ma ç ã o d e u ma c a ma d a d e óx i do az ul ada ou n e g r a , par a evi t ar ul t er i or o x i d a ç ã o .
a A p r e v e n ç ã o à ox i daç ão é possí vel e m f or nos à ól eo, pr at i c ament e aber t os , at r av és d e u m
s ; cont r ol e a d e q u a d o d e c h a ma e d o ci cl o d e aquec i ment o; p o r e x e mp l o , é pr át i ca c or r ent e
0 aquec er - s e o f or no à t emper at ur a s uper i or e m c er c a d e 100° C à t emper at ur a d e t ê mp e r a e,
de e m s egui da, f az er c o mb u s t ã o i nc ompl et a d o ól eo e, me s mo c o m p e r d a d e t emper at ur a,
a . consegui r - se at mos f er a pr ot et or a par a a t ê mp e r a d e f er r ament as .
s. Out r o r ec ur s o l ar gament e e mp r e g a d o e m f or nos d e muf l a à ól eo, a g á s o u el ét r i cos, é o
a do e mp a c o t a me n t o d a s p e ç a s e m c ai x as c o n t e n d o c ar v ão d e ma d e i r a gr anul ado, o u l i mal ha
s de f er r o f undi do c i nz ent o. Do me s mo mo d o , e m f or nos d e muf l a q u e p o s s a m s er f e c h a d o s
e her met i c ament e, a o c ol oc ar a p e ç a p a r a a q u e c i me n t o , l anç a- s e a o me s mo t e mp o n o i nt er i or
: do f or no s ubs t ânc i as r edut or as , pul v er i z adas , t ai s c o mo c an/ ão d e ma d e i r a e adi t i vos p a r a a
i pr oduç ão d e at mos f er as r edut or as e al t as t emper at ur as . E m e q u i p a me n t o s r udi ment ar es ,
e- • , pode- se c ondi c i onar a s p e ç a s a t r at ar e m r eci pi ent es d e gr af i t e d e v i d a me n t e c o n f o r ma d o s e
- " cober t os, n o i nt er i or d o s quai s o a q u e c i me n t o s e pr oc es s a e m c o n d i ç õ e s ex c el ent es .
o '.; E ai nda pr át i ca us ual o apr ov ei t ament o d e r est os d e el et r odos d e gr af i t e ut i l i zados n o s
r- • f omos d e f undi ç ão d e a ç o , o u a f o r ma ç ã o d e u m l ei t o d e c ar v ão d e ma d e i r a , c o m r es ul t ados
- ^ excel ent es n a t ê mp e r a d e p e q u e n a s f er r ament as , me s mo d e a ç o r ápi do. É i mpor t ant e o b -
- s er v ar q u e p a r a c ons egui r êxi t o s ã o nec es s ár i as d u a s f ac ul dades a o t e mp e r a d o r . a pr i mei r a
u- é a ac ui dade vi sual par a o b s e r v a ç ã o d a s t emper at ur as c o r r e s p o n d e n t e s à emi s s i v i dade d a
s ' peça s e n d o a q u e c i d a ; e a s e g u n d a , a p e r c e p ç ã o d o t e mp o mí n i mo d e p e r ma n ê n c i a à t e mp e -
r r at ur a d e t r at ament o par a q u e sej a gar ant i da a sol ubi l i dade d o s c ar bonet os n a aust eni t a e a
c ons equent e o p e r a ç ã o d e t ê mp e r a .
A pr es er v aç ão d a super f í ci e é me l h o r gar ant i da pel o e mp r e g o d e f o mo s a b a n h o d e s al ,
és ^ dev i dament e c ont r ol ados , as s i m c o mo pel o e mp r e g o d e a t mo s f e r a s c ont r ol adas e m f o mo s
s de muf l a a q u e c i d o s el et r i cament e o u n ã o .

ar 3. At mosf er as cont r ol adas - As l i gas f er r o- car bono q u a n d o a q u e c i d a s a t emper at ur as el eva-


- j p j d a s est ão suj ei t as a o s f e n ó me n o s d e ox i daç ão e des c ar bonet aç ão, a mb o s pr ej udi ci ai s p o r q u e ,

165
Aç os zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
FERROS
E FUNDI DOS

enquant o a ox i daç ão f o r ma u ma c as c a d e óx i do super f i ci al , e des c ar bonet aç ão r et i r a c ar bono da


super f í ci e, pr oduz i ndo pont os mai s mol es , s obr et udo n o c as o d e a ç o s d e c ar bono mai s el ev ado
Es s e s f e n ó me n o s d ã o dev i dos à a ç ã o d o ox i géni o, ani dr i do c ar bóni c o e u mi d a d e , s e g u n -
d o a s s egui nt es r e a ç õ e s si mpl i f i cadas:

2 F e + Oa = 2 F e O
Fe + C 0 2 = Fe O + CO
Fe + H 2 0 = F e O + H2
t odas el as d e o x i d a ç ã o , e
2C + 0 2 = 2 CO
C + C0 2 = 2 CO
F e „ C+ F L O = C O + H, + 3 F e
o u ev ent ual ment e

C + 2 H 2 = CH 4 , t odas el as d e d e s c a r b o n e t a ç ã o

As r eaç ões d e o x i d a ç ã o a al t as t emper at ur as di r et ament e pel o ox i géni o s ã o i r r ever sí vei s


e n ã o p o d e m s er c ont r ol adas .
Al é m d a r eaç ão 2 F e + 0 2 = 2 F e O, out r as r e a ç õ e s i r r ever sí vei s d e ox i daç ão s ã o :

4 Fe + 3 0 2 = 2Fe203
ou
3 Fe + 2 O2 = F e 3 0 4

A o cont r ár i o, a s r e a ç õ e s d e ox i daç ão c o m o v a p o r d' água e ani dr i do c ar bóni c o s ã o r ever -


sí vei s e p o d e m s er c ont r ol adas :

Fe + H 2 0 • • > F e O + H 2
Fe + C O , t Fe O + CO

Ne s s a s r e a ç õ e s , o v a p o r d' água e o ani dr i do c ar bóni c o s ã o a g e n t e s ox i dant es e o hi dr o-


géni o e o mo n ó x i d o d e c a r b o n o s ã o a g e n t e s r edut or es .
E m úl t i ma anál i s e, c o n f o r me a p r e d o mi n â n c i a d e g a s e s r edut or es o u ox i dant es f o r ma -
d o s , u n s p o d e m anul ar o ef ei t o d o s out r os. .
É possí vel me d i a n t e u m cont r ol e ef et i vcn d e s s a s r eaç ões , pr oduz i r - s e a ç ã o neut r a, r edu-
t or a o u ox i dant e.
Par a evi t ar e s s e s f e n ó me n o s d e ox i daç ão e d e s c a r b o n e t a ç ã o n o s t r at ament os t ér mi c os
d o s a ç o s , s ã o e mp r e g a d a s a s c h a ma d a s " at mos f er as pr ot et or as" o u " at mos f er as cont r ol a-
das " , pr oduz i das ar t i f i ci al ment e, n a s quai s s e pr oc ur a ma n t e r s o b cont r ol e o s el ement os q u e
p r o d u z e m u ma , out r a o u a mb a s aquel as r e a ç õ e s .
Es s a s at mos f er as s ã o obt i das , n a mai or i a d o s c a s o s , por c o mb u s t ã o t ot al o u par ci al d e
c a r v ã o , ól eo e g á s . Ne s s a s c ondi ç ões , el as c o s t u ma m apr es ent ar u ma g r a n d e v ar i edade d e
c o mp o n e n t e s , t ai s c o mo mo n ó x i d o d e c a r b o n o C O, ani dr i do c ar bóni c o, N 2 e oxi géni o Or
A Tabel a n a 9 ( ver Capí t ul o I V) r epr oduz a a ç ã o d e s s e s c o mp o n e n t e s n o q u e di z r espei t o
à des c ar bonet aç ão o u oxi dação' , as s i m c o mo a s por c ent agens u s u a l me n t e pr es ent es .
De a c o r d o c o m a " Cor nmi t t ee o n F u r n a c e At mo s p h e r e s " d a Ame r i c a n Sc c i eí y f or
Met al s 195 ' , a s at mos f er as c ont r ol adas c o me r c i a l me n t e i mpor t ant es f o r a m d a s s f n c a d a s pel a
" Amer i c an Ga s As s oc i at i on" e m sei s g r u p o s , c o m b a s e no mé t o d o d e pr epar o e n o s const i -
t ui nt es or i gi nai s e mp r e g a d o s :

- à base exot ér mi ca, obt i da por c o mb u s t ã o par ci al o u c ompl et a d e u ma mi st ur a gás/ ar ;


p o d e - s e r e mo v e r o v a p o r d e á g u a par a pr oduz i r o des ej ado " pont o d e or val ho" ;
- à base de ni t r ogéni o pr epar ado, obt i da a par t i r d a b a s e ex ot ér mi c a, c o m r e mo ç ã o d e
CO e do v apor d e á g u a ;
GFEDCBA TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS zyx

a - à base endot ér mi ca, obt i da por r e a ç ã o par ci al d e u ma mi s t ur a d e g á s c ombus t í v el e ar


o n u ma c â ma r a c hei a d e s ubs t ânc i a cat al i sador a ex t er nament e aquec i da; zyxwvutsrqponmlkjihg
-
T A B E L A 18
- Cl assi f i cação da s pr i nci pai s at mosf er as cont r ol adas
' Co mp o s i ç ã o Nomi nal , Pont o de Rel aç ão
Ti po ( %) e m Vo l u me Or v al ho Ar / Gá s
N, CO CO, CH 4 ° F
Exot ér mi ca pobr e 86, 8 1, 5 10, 5 1, 2 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
* 9, 0
Exot ér mi ca r i ca 71, 5 10, 5 5, 0 12, 5 0, 5 * 6, 0
Ni t r ogéni o pr epar ado pobr e 97, 1 1, 7 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
- 1, 2 - - 40 9, 0
Ni t r ogéni o pr epar ado r i co 75, 3 11, 0 - 13, 2 0, 5 - 40 ' 6, 0
Endot ér mi ca pobr e 45, 1 19, 6 0, 4 34, 6 0, 3 +2 0 a 50 2, 6
Endot ér mi ca r i ca 39, 8 20, 7 - 38, 7 0, 3 +2 5 a - 5 2, 5
Car vão de madei r a 64, 1 34, 7 - 1, 2 - - 20 -
Exot ér mi ca- endot énni ca pobr e 63, 0. 17, 0 - 20, 0 - - 70 7, 5
Exot ér mi ca- ent i ot émi i ca r i ca 60, 0 19, 0 - 21, 0 - - 50 7, 2
Amóni a di ssoci ada 25, 0 - - 75, 0 - - 60 -
Amóni a quei mada pobr e 99, 0 - - 1, 0 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
- * 3, 7
Amóni a quei mada r i ca 80, 0 - - 20, 0 - 1, 9
' O pont o de or val ho é cer ca de 10 " F ac i ma d a t emper at ur a da água de r esf r i ament o; pode ser r eduzi do
a +40 F por r ef r i ger ação ou a - 50 F e m t or r e absor vent e de desi dr at ação.

T A B E L A 19
Apl i cações c o mu n s d a s pr i nci pai s at mosf er as cont r ol adas
Ti pos Apl i c aç ões Co mu n s
-
Exot ér mi ca pobr e Revest i ment o de óxi do de aç o
Exot ér mi ca r i ca Recozi ment o br i l hant e; br as agem de cobr e; si nt er i zação
Ni t r ogéni o pr epar ado pobr e Aquec i ment o neut r o
Ni t r ogéni o pr epar ado r i co Recozi ment o e br as agem d e aç os i noxi dávei s
Endot ér mi ca pobr e Têmper a
Endot ér mi ca r i ca Cement aç ão à gás
À car vão de madei r a Cement aç ão à gás
Exot ér mi ca- endot ér mi ca pobr e Têmper a
Exot ér mi ca- endot ér mi ca r i ca Cement aç ão à gás
Amóni a di ssoci ada Br as agem; si nt er i zação
. Amóni a quei mada pobr e Aquec i ment o neut r o
Amóni a quei mada r i ca Si nt er i zação de pós de aç o i noxi dável .

- à b a s e d e car vão de madei r a, obt i da f az endo- s e pas s ar ar at r av és d e u m l ei t o d e c a r v ã o


e de madei r a i nc andes c ent e;
- à base exot ér mi ca- endot ér mi ca, obt i da pel a c ompl et a c o mb u s t ã o d e u ma mi s t ur a d e
gas c ombus t í v el e ar , r e mo v e n d o - s e o v a p o r d' água e f o r ma n d o d e n o v o o C 0 2 a C O me d i -
e ant e u ma r e a ç ã o c o m g á s c ombus t í v el n u ma c â ma r a c hei a d e s ubs t ânc i a cat al i sador a ex t er - .
n a me n t e aquec i da;
- à base de amóni a, q u e p o d e consi st i r d e a mó n i a c r ua, a mó n i a di ssoci ada o u a mó n i a
di ssoci ada par c i al ment e ou c o mp l e t a me n t e q u e i ma d a c o m pont o d e or val ho r egul ado.

A c o mp o s i ç ã o d e d o z e at mos f er as c o mu me n t e ut i l i zadas es t á i ndi c ada n a Tabel a 1 8 ( 3 5 ) e


a Tabel a 1 9 1 9 5 1 i ndi ca apl i c aç ões t í pi cas d e s s a s at mos f er as .
O c o n h e c i me n t o d o " pont o d e or v al ho" d o g á s pr oduz i do n o s vár i os ger ador es q u e d ã o
o n g e m às at mos f er as c ont r ol adas é mui t o i mpor t ant e, vi st o q u e exi st e u ma c or r el aç ão ent r e
es s e f at or e o pot enci al d e c a r b o n o d o g á s , e m f unç ão d a t emper at ur a n o i nt er i or d o f or no.
Ex i s t em c ur v as q u e def i nem e s s a r el aç ão, e por t ant o, p e r mi t e m s a b e r s e a quant i dade d e
c ar bono q u e u m g á s d e u m d e t e r mi n a d o pont o d e or val ho, i nt r oduzi r á n o a ç o , e m f u n ç ã o d a
t emper at ur a.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3. 1. Pot enci al de car bono
e seu cont r ol e - C o mo a mai or i a d a s a t mo s f e r a s cont r ol adas
e mp r e g a d a s n o s t r at ament os t ér mi c os c o n t ê m C O , C 0 2 , CH 4 , N2 , H 2 e v a p o r d e á g u a , p o -
d e m ocor r er vár i as r e a ç õ e s ent r e e s s e s c o mp o n e n t e s , c o mo s e mo s t r a a segui r ' 96' :

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
H„ + CO„ ± 5 H„ 0 + C OzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
H2 + 1 / 2 0 2 H2 0
C O + 1/ 20, C O,

Es s a s s ã o r e a ç õ e s g a s o s a s q u e s e a d mi t e es t ar e m equi l í br i o n a s at mos f er as d o s f or -
n o s , a t emper at ur a s uper i or a 790° C.
A s r eaç ões gás / s ól i dos q u e a c o n t e c e m s ã o a s s egui nt es :

2 CO C + C O,
C O + H, C + H2 0
CH. k C + 2 H.

O pot enci al de car bono n a f ase g a s o s a d e t e r mi n a a c onc ent r aç ão d e c a r b o n o n a super f í -


ci e d a s p e ç a s d e a ç o e m p r o c e s s a me n t o .
Pa r a ma n t e r u m d e t e r mi n a d o pot enci al d e c a r b o n o n a at mos f er a g a s o s a , as r eaç ões
i mpor t ant es par a r es t aur ar C O e H 2 e par a ma n t e r n u m bai xo e a d e q u a d o ní vel d e c o n c e n -
t r aç ão d e C Q 2 ( por que el es i nt r oduz em me t a n a e g á s enr i quec edor ) , s ã o a s s egui nt es :

C H 4 + H a O • » C O + 3 H2
CH, + C O , - 2 C O + 2 FL

O pot enci al d e c a r b o n o é cont r ol ado o u at r av és d a det er mi naç ão d o pont o de or val ho, o u


s ej a a c onc ent r aç ão d e á g u a , o u at r avés d a c o n c e n t r a ç ã o d e di óxi do o u at r av és d a pr es s ão
par ci al d e ox i géni o.
O cont r ol e pel o p o n t o d e or val ho é o mé t o d o ma i s s i mpl es :
U ma mi st ur a d e g a s e s , a u ma cer t a t emper at ur a, par a u ma d a d a p r e s s ã o , pr eci pi t ar á s e u
t eor d e u mi d a d e . A t emper at ur a exat a e m q u e a u mi d a d e pr eci pi t a o u n a qual o ar f i ca s at ur ado
é c h a ma d a " pont o de or val ho" . Qu a n d o ar e g á s s ã o mi s t ur ados e m p r o p o r ç õ e s f i xas e det er -
mi n a d a s e s ã o a q u e c i d o s d e mo d o a per mi t i r q u e a s r eaç ões quí mi c as at i nj am o equi l í br i o, o
pont o d e or val ho ref l i t i rá o equi l í br i o quí mi c o d o s vár i os c o mp o n e n t e s , i ncl ui ndo o s pr odut os d e
r e a ç ã o . E m c o n s e q u ê n c i a , o cont r ol e d o pot enci al d e c ar bono pel a ut i l i zação d o pont o d e
or v al ho é u m p r o c e d i me n t o r ápi do, s egur o e r el at i vament e s i mpl es . Ex i s t e m apar el hos d e
cont r ol e aut omát i c o par a det er mi naç ão d o pont o d e or v al ho, o s quai s possi bi l i t am mant er - s e
c ons t ant e u m det er mi nado pont o d e or v al ho, dur ant e t odo o ci cl o d e t r at ament o t ér mi c o. É
pos s í v el , c ont udo, const r ui r - se u m apar el ho s i mpl es par a s u a me d i ç ã o q u e f unc i ona c o m ef i ci -
ênc i a nec es s ár i a e suf i ci ent e. A f i gur a 1 0 2 mo s t r a u m d e s s e s apar el hos , q u e c ons t a d e u m
v a s o d e vi dr o t r ans par ent e, e m cuj a t a mp a d e bor r ac ha es t á i nser i do u m ci l i ndr o c o m f undo, n o
i nt er i or d o qual s e p o d e vapor i zar C0 2 . Ne s s e me s mo ci l i ndr o, cuj a super f í ci e é al t ament e
pol i da, r epous a u m t e r mó me t r o d e l ei t ur a r ápi da, e m gr aus Fahr enhei t . At r av és d e s s e v a s o
p a s s a m t ubos d e ent r ada e s aí da par a o g á s , cuj o pont o d e or val ho s e q u e r medi r e q u e é
q u e i ma d o a o ar pel o t ubo d e s aí da. U ma v e z c hei o d e g á s o i nt er i or d o v a s o , i ni ci a- se a
v apor i z aç ão d e C 0 2 n o i nt er i or d o ci l i ndr o pol i do at é q u e s u a super f í ci e c o me c e a s e e mb a ç a r
por depos i ç ão d e or v al ho; n e s s e pont o, f az- se a l ei t ur a d o t er mómet r o e cor t a- se a p a s s a g e m
d e C0 2 ; a segui r obs er v a- s e a t emper at ur a e m q u e d e s a p a r e c e m n o t ubo pol i do o s úl t i mos
vest í gi os daquel e e mb a ç a me n t o . A mé d i a d e d u a s t emper at ur as d a r á o pont o d e or val ho d o
g á s . C o m a l g u ma pr át i ca, p o d e - s e det er mi nar o pont o d e or val ho e m doi s mi nut os .
Co n h e c i d a é a apl i c aç ão d e gas ogêni os por t át ei s q u e o p e r a m c o m hi dr oc ar bonet os l í qui -
d o s , cuj a v apor i z aç ão s e ef et ua e m c â ma r a s a q u e c i d a s e cuj os g a s e s s ã o c onduz i dos a o s
f o mo s . U m s i s t ema d e got ej ament o c ont r ol ado per mi t e a p r o d u ç ã o d e ma i o r o u me n o r q u a n -
t i dade d e g á s a s er i nt r oduzi do nos f or nos .
REGISTRO
- T E R MÓ ME T R O

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
S AÍ DA D E GA S
( ACE S O)

T U B O P OL I D O

Rg . 1 0 2 - Apar el ho r udi ment ar par a det er mi nação do pont o de or val ho.

Par a t r at ament os t ér mi c os , no c a s o d o e mp r e g o d e g a s o g ê n i o , ut i l i zam- se o s q u e o p e -


r am a car vão de madei r a. Sã o es t es const i t uí dos d e u m r eci pi ent e, n o i nt er i or d o qual se
q u e i ma c a r v ã o d e ma d e i r a , o r i g i n a n d o - s e u m g á s c uj a c o mp o s i ç ã o q u í mi c a mé d i a
c or r es ponde a a p r o x i ma d a me n t e 6 4 % N 2 , 3 5 % C O e 1 % H 2 ( ver Tabel a 1 3 ) , c o m p o n t o d e
or val ho d e - 20° F. A f i gur a 1 0 3 mos t r a o e s q u e ma d e U m g a s o g ê n i o .
A at mos f er a à base exot ér mi ca é pr oduz i da e m ger ador es exot ér mi cos, ut i l i zando o cal or
ger ado pel a pr ópr i a c o mb u s t ã o par ci al d o g á s . Os f l uxos d e g á s e d e ar s ã o d e v i d a me n t e
" medi dos por me d i d o r e s d e v a z ã o . O g á s pr oduz i do é r esf r i ado e ev ent ual ment e pur i f i cado e
s ec ado e m f i l t r os. Os ger ador es ex ot ér mi c os p o d e m t a mb é m ut i l i zar cat al i sador es ( f i g. 1 0 4 )
cuj a f unç ão é a d e d e c o mp o r o C 0 2 , e m C O.

C A R R E GA ME N T O
DO CARV ÃO
o

V E NT OI NHA

P ORT A P ARA
L I MPEZ A
D E CI NZ AS
m
Hg . 1 0 3 - Di a gr a ma esquemát i co de u m gasogêni o

A s a t mo s f e r a s ex ot ér mi c as c o n t ê m g r a n d e s q u a n t i d a d e s d e ni t r ogéni o ( 67 a 8 7 %) e
quant i dades r el at i v ament e me n o r e s d e C O ( 1, 5 a 2 0 %) d e 0 O 2 ( 5 a 1 1 %) e hi dr ogéni o ( 1
a 1 3 %) , p o d e n d o c ont er t a mb é m t r aç os d e me t a n a ( CH4 ) . S ã o ger al ment e di vi di das em
d u a s c l as s es : r i cas e p o b r e s . Na s pr i mei r as , a mi s t ur a gás / ar é r i ca d o l ado d o g á s , r es ul -
t ando a s s i m n u m ef ei t o r edut or a c e n t u a d o . C o mo s e ver i f i ca pel a Tabel a 1 8 , a mi s t ur a r i ca
c o n t ê m ma i o r e s p o r c e n t a g e n s d e C O e H 2 . A at mos f er a e x o t é r mi c a pobr e c o n t é m p o r c s n -
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF

t a g e n s mui t o bai x as d e s s e s g a s e s e ma i o r e s p o r c e n t a g e n s d e N 2 e C O z . O C 0 2 pr es ent e ;


t ant o n a s mi s t ur as r i cas c o mo p o b r e s , p o d e s er c onv er t i do e m C O pel o u s o d e u ma s ubs - •
t ânoi a cat al i sador a, o u s ej a, f az endo- s e p a s s a r a at mos f er a at r av és d e c a r v ã o d e madei r a
i nc andes c ent e; e s s a t éc ni c a a u me n t a a c e n t u a d a me n t e o pot enci al r edut or d a s mi st ur as
pobr es .
A s at mos f er as à base endot ér mi ca s ã o pr oduz i das por ger ador es endot énvi cos, que
r e q u e r e m u m f ont e d e a q u e c i me n t o par a ma n u t e n ç ã o d e t emper at ur a sat i sf at ór i a à r eaç ão.
Es s a s at mos f er as s ã o p r e p a r a d a s pel a c o mb u s t ã o par ci al c o m ar d e g á s nat ur al , g á s art i f i -
ci al , p r o p a n a , b u t a n a , e t c , n a pr es enç a d e u ma cat al i st a à b a s e d e ní quel . A f i gur a 105 zyxwvutsrq
mo s t r a o d i a g r a ma e s q u e má t i c o d e u m g e r a d o r endot ér mi c o.
A s at mos f er as e n d o t é r mi c a s p o d e m t a mb é m s er r i cas e p o b r e s , c o mo a Tabel a 1 8 mo s -
t r a. S u a c o mp o s i ç ã o v ar i a d a segui nt e ma n e i r a : N a - 4 0 a 4 5 %; C O - 2 0 a 2 1 %; H 2 - 3 5 a 3 9 %
a p r o x i ma d a me n t e . Es s a s at mos f er as p r e s t a m- s e p a r a quai s quer t i pos d e t r at ament os t ér mi -
c o s d o s a ç o s , s e j a m o s br i l hant es, s e j a m o s c o mu n s , s er v i ndo a i n d a d e veí cul o par a
c e me n t a ç ã o a g á s e p a r a car boni t r et ação.

MAÇARI CO

C ON T R OL E V ÁL V UL A AUT OMÁT I CA ,
AUT OMÁT I CO DE P R E S S Ã O E V A S Ã O DE GAS

Fi g 1 0 4 - Di agr ama esquemát i co de u m ger ador exot ér mi co.

A s at mosf er as â b a s e exot ér mi ca- endot ér mi ca s ã o p o u c o ut i l i zadas n a pr át i ca dev i do a o


el ev ado c us t o d a s u a g e r a ç ã o e a mai or c o mp l e x i d a d e d e e q u i p a me n t o .
A s at mosf er as à base de ni t r ogéni o pr epar ado s ã o at mos f er as e x o t é r mi c a s ( obt i das pel a
c o mb u s t ã o d e u ma mi s t ur a d e ar e g á s c ombus t í v el ) d a s quai s s e r e mo v e r a m C 0 2 e v apor
d' água. P o d e m s er u s a d a s vi r t ual ment e e m t odas a s apl i c aç ões d e t r at ament os t ér mi c os q u e
n ã o e x i g e m c o n d i ç õ e s al t ament e r edut or as . Ent r et ant o, dev i do a o s e u pont o d e or val ho
mui t o bai x o, q u e s ó p o d e s er mant i do e m f o mo s d e c ons t r uç ão q u e p e r mi t a m b o a v e d a ç ã o
d a at mos f er a, o s e u ma i o r u s o , n a pr át i ca at ual , é f ei t o n o r ec oz i ment o d e bobi nas d e a ç o e m
f or nos t i po s i no.
Ent r e as at mosf er as à base de amóni a, a ma i s c o mu m é a amóni a di ssoci ada, obt i da pel o
a q u e c i me n t o d e a mó n i a l í qui da ani dr a n a p r e s e n ç a d e u m cat al i st a d e f er r o ou- ní quel . Ap r e -
s ent a u ma c o mp o s i ç ã o equi val ent e a 2 5 % d e N 2 e 7 5 % d e Hz , c o m u m p o n t o d e or val ho d e -mm
- 60° F. É ut i l i zada pr i nc i pal ment e c o mo u m subst i t ut o par a hi dr ogéni o pur o e m pr oc es s os d e
r ec oz i ment o q u a n d o s e des ej a u ma at mos f er a pr ot et or a ou q u a n d o h á n e c e s s i d a d e d e r edu-
zi r óx i dos super f i ci ai s.
LKJIHGFEDCBA TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS zyxw

e; E S CAP E
L I NHA DE DESVI O P A R A PART I DA
- •
Z .
a C H A MA DE
GA S DESVI O -
s
ME DI DOR DE
V AZ ÃO
e
.
-
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
5

- CONT ROL E „ , _- _
- AUT OMÁT I CO SI F ÃO E CONDENSADOR
% S E P A R A D OR DE
P ARA O DE A G U A SUPEHFÍ CI F.
-
F ORNO
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• nrR- E
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N A GE M

Fi g. 105 - Di agr ama esquemát i co de u m ger ador endot ér mi co.

- . Fi nal ment e, es t á s e t o ma n d o u ma pr át i ca c o mu m o e mp r e g o d a at mos f er a si nt ét i ca


r ni t r ogêni o/ á! cool , n u ma mi st ur a d e ni t r ogéni o e ál cool et í l i co ( et anol hi dr at ado) , e m por c ent a-
g e n s q u e possi bi l i t em obt er - se a s egui nt e c ompos i ç ão' 97 ' : zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
1, . CO - 18 a 2 0 %
t: H2 - 32 a 4 0 %
N2 - 36 a 4 9 %
• CH, - 1 a 4%
C0 2 + Ha - 0, 1 a 0 , 3 %
O e mp r e g o d e s s a s at mos f er as é f ei t o e m o p e r a ç õ e s d e r ec oz i ment o e t ê mp e r a e em
t r at ament os t e r mo - q u í mi c o s , t ai s c o mo c e me n t a ç ã o e c ar boni t r et aç ão.
Po d e - s e me n c i o n a r i gual ment e, c o mo possí vei s at mos f er as pr ot et or as, al guns g a s e s
• i ner t es, c o mo o ar gôni o, q u e s e pr est a par a o t r at ament o t ér mi c o d o s a ç o s i noxi dávei s.

4. Mei os de r esf r i ament o - Emb o r a , a o des c r ev er a s v ár i as o p e r a ç õ e s d e t r at ament o


t ér mi co, pr i nc i pal ment e t ê mp e r a , e s s e as s unt o j á t i nha si do a b o r d a d o d e u ma f o r ma ger al ,
ser á f ei t a a s egui r u ma des c r i ç ão ma i s pr ec i s a d o s di ver sos me i o s d e r esf r i ament o ut i l i zados
• nos t r at ament os t ér mi c os .
Os ma i s e mp r e g a d o s s ã o o s segui nt es' 83' :

o ' agua;
• s a l mo u r a ( s ol uç ões d e sai s a q u o s a s ) ;
a • ól eos;
1 s ol uç ões a q u o s a s d e pol í mer os ;
e • gas es ;
o •; • bor r i f os.
o
m C e m apl i c aç ão i mi t ada p e d e - s e me n c i o n a r : s ol uç ões a q u o s a s c áus t i c as , sai s f undi dos e
v apor ( nebl i na) .
o : O me i o ma i s s i mpl es e d e me n o r c us t o é a água, c uj a v el oc i dade d e r es f r i ament o é
- - . . sat i sf at ór i a n a mai or i a d o s c a s o s . Al é m di s s o, a á g u a é mui t o ef i ci ent e n a r upt ur a d a c a s c a d e
e -mm óxi do d a super f í ci e d o a ç o q u e é t e mp e r a d o a par t i r d e f or nos q u e n ã o c o n t é m at mos f er as
e pr ot et or as. Pa r a obt er - se os mel hor es r es ul t ados , a t emper at ur a d a á g u a d e v e s er cont r ol a-
- : . da, s e n d o q u e e s s e p r o d u z u ma v el oc i dade d e r esf r i ament o uni f or me q u a n d o s u a t e mp e r a -
- t ur a é mant i da ent r e 15° e 25° C. A agi t aç ão d o me i o é i gual ment e out r o f at or i mpor t ant e,
Aços zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
s FERROS FUNDI DOS
P 8
m m

p o d e n d o pr oduz i r v e l o c i d a d e s d e r es f r i ament o s uper i or es a 2 5 m/ s . Ou t r o f at or a s e r v i l ^ « Sf


c o n s i d e r a d o é s u a p o s s í v e l c o n t a mi n a ç ã o . N o c apí t ul o I V, i t em " r es f r i ament o" , e s s e t e ma f f i t i S I
j á f oi a b o r d a d o . <§ § §
A sal mour a zyxwv
é u m a s o l u ç ã o a q u o s a q u e c o n t é m d i v e r s a s p o r c e n t a g e n s d e s ai s , t ai s c o mo " ^ f p ^ i f
c l or e t o d e s ó d i o e d e c á l c i o. A s v e l o c i d a d e s d e r e s f r i a me n t o d e s s e s me i o s s ã o s u p e r i o r e s - â Kf - ^ f
a os da água, consi der ando o me s mo g r a u d e a g i t a ç ã o . Po r o u t r o l a d o , p o d e - s e t er me n o s f t p^^^r n
a g i t a ç ã o par a a m e s m a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a me n t o . Ma i s d o q u e á g u a , e s s e me i o p o d e l f i l p Ss Q
pr ovocar e mp e n a me n t o e di s t or ç ã o, d e mo d o q u e el e s ó d e v e s er ut i l i z a do n a t ê mp e r a w ^ í ^ l i í
q u a n d o a á g u a e o ó l e o n ã o p r o d u z i r e m a d u r e z a d e s e j a d a d e v i d o a i ns uf i c i e nt e s e v e r i d a d e : ' y s S^ i ^
d e r e s f r i a me n t o . N a t ê mp e r a c o n v e n c i o n a l , v e r i f i c ou - s e q u e u m a s o l u ç ã o d e 1 0 % d e Na CI é í ' | b -1
p l e n a me n t e s a t i s f a t ór i a . '

Os ól eos, c o mo me i o s d e r e s f r i a me n t o , p o d e m s er c l a s s i f i c a dos c o m o l e n t o s , c onv enc t l B&t í Sí Si j


o n a i s , r á p i d o s e ó l e o s a q u e c i d o s ( e mp r e g a d o s n a ma r t ê mp e r a ) . T o d o s o s ó l e o s d e t ê mp e r a pfeí á ;:

mo d e r n o s s ã o b a s e a d o s e m ó l e o s mi n e r a i s * 381 . Qu a n t o ma i o r a v i s c o s i d a d e , me n o r é a v e l o -fp^KS ^ o
c i d a d e d e r e s f r i a me n t o . Al g u n s ma t e r i a i s c o n t a mi n a n t e s d e v e m s er r e mo v i d o s d o s ó l e o s par a ^s
t ê mp e r a , t ai s c o mo : c a s c a d e ó x i d o , ma t e r i a i s c a r b o n á c e o s q u e p o d e m r e s ul t a r d a o x i d a ç ã o • - í & - -- "
d o pr ópr i o ól eo, a l g u n s s ól i dos i nsol úvei s, c o mo ar ei a, á g u a e c o mp o s t o s s ol úv ei s c o mo C O Jí í &i ' f ei
Es s a r e mo ç ã o pode s e r f ei t a por f i l t r a ge m, e v a p o r a ç ã o o u d r e n a g e m. O C0 2 é r emov i do, ^ ' l ^ ^ f
at r av és d e a q u e c i me n t o . S^4^È
As sol uções aquosas de pol í mer os t ê m a p r e s e n t a d o u m a c er t a i mp o r t â n c i a n o s úl t i mos S t p S t í n
a n o s , p o r q u e o s p o l í me r o s o r g â n i c o s s o l ú v e i s e m á g u a t e m s e mo s t r a d o út e i s n o s e n t i d o d e '"
mo d i f i c a r as c a r a c t e r í s t i c a s d e r e s f r i a me n t o d a á g u a . Os pr i nc i pa i s t i pos d e p o l í me r o s e m- ; \ >;
Drenados
p r e g a d o s nara esse
par a e m s ãn
sse f i m o : gl
nl i col
nnl pol
nni ii ai
alkikii lcsnn nni yvi
eno, poi wi ni
ni i pyr
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ol i irdone
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e anr zyxwvutsrqponmlkjih
i l ado nni
acrúadn pol ii cnr i i um
sodi nmssi
- T£
<S8f
O ál cool poi yvi ni i i g u a l me n t e t e m si do u s a d o . Oe u m mo d o ger al , e s s a s s o l u ç õ e s , a o me s mo ' %'
t e mp o q u e p o s s u e m u ma s ev er i dade d e r es f r i ament o i dênt i ca à d a á g u a , el as r e d u z e m as
t e n d ê n c i a s d e f i s s u r a me n t o e di s t or ç ões d e v i d o a o f at o d e di mi nui r a v el oc i dade d e Si
r es f r i ament o à s t e mp e r a t u r a s ma i s bai x as . i S
Os mei os de r esf r i ament o gasosos ma i s c o mu n s s ã o o s g a s e s i ner t es hél i o, ar gõni o e Wf
ni t r ogéni o. O p r o c e s s o d e r es f r i ament o at r av és d e g a s e s é ut i l i zado q u a n d o s e des ej a u ma
v el oc i dade d e r es f r i ament o ma i o r q u e a d o ar t r anqui l o e i nf er i or d o q u e s e o b t é m e mp r e g a n - j ^' * - V
d o ól eo. Na t ê mp e r a d e g á s , a s p e ç a s aus t eni t i z adas s ã o c ol oc adas di r et ament e n a z o n a d e Sf g p l í ^ i
r es f r i ament o o n d e u ma c or r ent e r ápi da d e g á s p r o mo v e o r es f r i ament o. C o mo a o r esf r i ar os S^ f Éf f e
g a s e s a b s o r v e m c al or d a s p e ç a s , el e d e v e s e r p o r s u a v e z , s er r esf r i ado p a s s a n d o por I f t SI
s er pent i nas r esf r i adas a á g u a o u r ef r i ger adas' 981 , o pr oc es s o r epr es ent a u m c o mp r o mi s s o | ír"c
ent r e o r esf r i ament o e m ar t r anqui l o e o r es f r i ament o e m ól eo q u e p o d e c a u s a r di st or ção n a s Sj g i ^ f í
p e ç a s o u n ã o pr oduz i r a d u r e z a f i nal d e s e j a d a . J|
Os boni t os d e v a p o r s ã o me i o s d e r es f r i ament o q u e ex t r aem r a p i d a me n t e o cal or d o a ç o . f * ~- í
A c a p a c i d a d e d e r es f r i ament o é dev i da à r ápi da a b s o r ç ã o d o c al or p e l o ar e o cal or d e - f ~ \
v apor i z aç ão d a á g u a . A a d i ç ã o d e got as d e á g u a n u ma cor r ent e d e v a p o r a u me n t a a s u a ^^Sii| ! S?
c a p a c i d a d e d e r es f r i ament o por u m f at or d e 4, 5. A f o r ma ç ã o d e nebl i na pel os bor r i f os d e ^l&l t j j í f
v a p o r é ma i s ef i ci ent e n a s f ai xas ma i s bai x as d e t emper at ur as . . I ^ é/ - * -
C o mo j á f oi me n c i o n a d o , é i mpor t ant e q u e o s me i o s d e r es f r i ament o l í qui dos s e j a m " f ^i í ^d
agi t ados , o q u e p o d e s er f ei t o, n o s t anque s d e r es f r i ament o c o n v e n c i o n a i s , at r av és d e b o m- £" * , „ " -
b a s , mo v i me n t o ma n u a l o u me c â n i c a d a s p e ç a s at r av és d o l í qui do e hél i c es c o l o c a d a s per t o i f t ^f í ^
d o f undo dos t anques . ""° "l
• f í g^ - a
5 . Def ei t os e di st or ções dur ant e ó t r at ament o t ér mi co - Os p r o b l e ma s q u e s e ver i f i cam r j f ej l l gf
dur ant e o t r at ament o t ér mi c o d e p e ç a s d e a ç o s ã o d e vár i as n a t u r e z a s e , n a me d i d a d o
pos s í v el , d e v e m s er c u i d a d o s a me n t e pr evi st os e det ec t ados c o n v e n i e n t e me n t e c ont r ol ados . ! ' - ^pf P§ !
Os pr i nci pai s p r o b l e ma s s ã o : mu d a n ç a s d i me n s i o n a i s , f al has e e mp e n a me n t o d a s p e ç a s . ^ ' T^ C
Poder - s e- i a di zer a i n d a q u e out r o p r o b l e ma d e r el evânci a é a s e g u r a n ç a . ^. ( . ' ^-
' %P5 ^ . '
5. 1. Mudanças di mensi onai s - Es t as c o mp r e e n d e m mu d a n ç a s n a s d i me n s õ e s e n a f or ni a " " " I K
d a s p e ç a s e s ã o c o n s e q u ê n c i a d a c o mp o s i ç ã o q u í mi c a , d a s mu d a n ç a s d e f as es dur ant e o Sr | l ^
EDCBA TRATAMENTOS TERMO- QUÍ MI COS
P 8 p zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r v i l ^ « Sf á f • p o í me n t o e o r e s f r i a me n t o s u b s e q u e n t e
e d a s t e n s õ e s me c â n i c a s e t é r mi c a s q u e s e
ma f f i t i S I t ^ d n a m n 0 p r o c e s s o . A mu d a n ç a n a f o r ma d a s p e ç a s é d e v i d a s o b r e t u d o à s t e n s õ e s me c â -
<§ § § f í >. s e t é r mi c a s , p r o v o c a d a s p e l a s mo d i f i c a ç õ e s d a s c a r a c t e r í s t i c a s d o r e t i c ul a do c r i s t a l i no.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o " ^ f p ^ i f t ^ e f at o a o s er a q u e c i d o , o a ç o a s s u me a e s t r ut ur a a us t e ní t i c a e a o s er r e s f r i a do l e n t a me n t e
e s - â Kf - ^ f t mi a r n - s e a s f a s e s f er r i t a e c a r b o n e t o , ou a s er r e s f r i a do r a p i d a me n t e a e s t r ut ur a
f t p^^^r nar t ensí t i ca. No v a s t r a n s f o r ma ç õ e s a i n d a o c o r r e m q u a n d o o a ç o é s u b me t i d o a o r e v e n i d o .
e l f i l p Ss Qo r r i o t odas a s f a s e s me n c i o n a d a s p o s s u e m di f er ent es est r ut ur as l af et af l nas e d e r et i cul ado,
a w ^ í ^ l i í j r s e u v o l u me é di f e r e nt e . Out r a c a u s a é a r e t e n ç ã o d a a u s t e n i t a , c o m u m e m a ç o s d e a l t o
d e : ' y s S^ i ^ ^ à r b o n o e c o m e l e me n t o s d e l i ga. A s mo d i f i c a ç õ e s n a s d i me n s õ e s d a s p e ç a s s ã o c a u s a d a s
é í ' | b - 1 " t a mb é m p e l a s t e n s õ e s t é r mi c a s e me c â n i c a s . E m r e s u mo : a s mu d a n ç a s d e v o l u me s ã o
' Sr j a u s a d a s p e l a s mu d a n ç a s d e f a s e d u r a n t e o t r a t a me n t o t é r mi c o e s ã o r e l a t i v a me n t e di f í cei s

l B&t í Sí Si j e- c ont r ol ar ,
a pfeí áífe A s ;: mu d a n ç a s d e f o r ma , i g u a l me n t e d e v i d a s à s t e n s õ e s i nt er nas , s ã o ma i s f ác ei s d e
o -fp^KS ^ o r i t r o l a r , me d i a n t e a a pl i c a ç ã o adequada d a s f a s e s d e a q u e c i me n t o e r e s f r i a me n t o e a
a ^sr j t i l i z ação d e di s pos i t i v os e s p e c i a i s f i x a d o s n a s p e ç a s par a p o d e r ma n t e r s u a f or ni a d e n t r o d e
• - í & - -- " " l i mi t es a c e i t á v e i s .
O Jí í &i ' f ei j f e>' As mu d a n ç a s d e f o r ma e d i me n s õ e s q u e , e m ú l t i ma a n á l i s e , c a u s a m d i s t o r ç ã o e
, ^ ' l ^ ^ f ^ p e n a me n t o d a s p e ç a s , p o d e m s er c a u s a d a s i g u a l me n t e p o r u m pr oj e t o i n a d e q u a d o das
S^4^Èpeças, d e mo d o q u e u m b a l a n c e a me n t o apr opr i ado ent r e as v á r i a s s e c ç õ e s , p o d e r eduzi r a
St pSt í ne c e s s i da de d o e mp r e g o d e di s pos i t i v os f i x a d o r e s ,
e ' "v - Out r a c a u s a d o e mp e n a me n t o é o c a r r e g a me n t o d a s p e ç a s n o s f o mo s e , p r i n c i p a l me n t e ,
; \ >; • a s ua c o l o c a ç ã o n o b a n h o d e t ê mp e r a . Re c o me n d a - s e , a s s i m, q u e p e ç a s f i nas e p e ç a s de
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- T£ . ' mai or c o mp r i me n t o s e j a m me r g u l h a d a s n o s b a n h o s d e t ê mp e r a v e r t i c a l me n t e . A e x pe r i ê nc i a
o ' %' i d' o o p e r a d o r , n e s s e s c a s o s , é mu i t o i mp o r t a n t e .
s A v e l o c i d a d e d e r e s f r i a me n t o é u m f a t or a di c i ona l que p o d e causar e mp e n a me n t o e
e Si d l s t o r ç ã o . Es s e p r o b l e ma pode r i a s er cont or nado ma n t e n d o a t e mp e r a t u r a do banho
i Sr n a i s e l e v a d a , o q u e , e nt r e t a nt o, p o d e causar a per da de a l guns pont os de d u r e z a nos
e Wf Knúc l eos d a s p e ç a s .
a
j ^ ' * - V- - zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
5.2. Fal has - A s f al has. mai s gr av es s ã o a s t r i ncas, r esul t ado d a s t e n s õ e s q u e s e or i gi nam
Sf g p l í ^ i n a t êmper a. A s pr i nci pai s r az ões q u e c a u s a m a s t r i ncas s ão' " 1 : pr oj et o d a s p e ç a s , t i pos d e
S^ f Éf f e a ç o s , def ei t os d a s pr ópr i as p e ç a s s o b t r at ament o, a pr át i ca d o t r at ament o t ér mi co e a pr át i ca
I f t SI Í d o r eveni do. No q u e s e r ef er e a o pr oj et o d a p e ç a , a s c a u s a s q u e p r o v o c a m es s es def ei t os s ã o
| í r " c l cant os vi vos, o n ú me r o , t a ma n h o e l ocal i zação d o s or i f í ci os, c h a v e t a s pr of undas , e mu d a n ç a s
s Sj g i ^ f í p r o f u n d a s d a e s p e s s u r a d a s s e c ç õ e s , p o r q u e n u m r esf r i ament o r ápi do p o d e ocor r er v el oc i da-
J| £des di f er ent es d e r esf r i ament o e m s e c ç õ e s adj ac ent es . O r ecur so ser i a ut i l i zar u m n o v o t i po d e
f * ~ - í ^ a Ç° ° i m per mi t a r esf r i ament o ma i s l ent o. Ou t r o s f at or es q u e p o d e m c a u s a r a s t r i ncas s ã o
- f ~ \ . . def ei t os super f i ci ai s, i nc l us ões , et c . A pr át i ca u s a d a n o t r at ament o t ér mi c o é out r o f at or a
^^Sii| ! S?t i Dnsi der ar . Po r e x e mp l o : t emper at ur as mui t o e l e v a da s d e aust eni t i zação, gr anul aç ão mui t o
^l&l t j j í f j r ossei r a d o s a ç o s , a q u e c i me n t o mui t o r ápi do e m al guns t i pos d e a ç o s e o t i po d e me i o d e
. I ^ é/ - * - r esf r i ament o. Fi nal ment e, out r o f at or q u e p o d e s er r es pons áv el pel as f al has me n c i o n a d a s es t á
m " f ^ i í ^ d i r e t a me n t e l i gado a o pr ópr i o e q u i p a me n t o d e t r at ament o t ér mi c o, s obr et udo n o q u e s e r ef er e
- £" * , „ " - a° s di sposi t i vos d e cont r ol e d e t e mp e r a t u r a , p o r q u e a q u e c i me n t o s a c i ma d o es t abel ec i do
i f t ^ f í ^ p o d e m oc as i onar ex c es s i v o c r es c i ment o d e gr ão o u , n a c e me n t a ç ã o , c a ma d a s mai s e s p e s s a s
" " ° " l Kque a s n e c e s s á r i a s e, q u a n d o a s t e mp e r a t u r a s f o r e m i nf er i or es à s e s p e c i f i c a d a s ,
• f í g^ - aus t eni t i z aç ão i nc ompl et a e est r ut ur as f i nai s di f er ent es d a s pr ev i s t as . Nã o s ã o t al has me c â n i -
m r j f ej l l gf í cas, ma s est r ut ur ai s, a s quai s p o d e m l evar a o r ef ugo d a s p e ç a s

! ' - ^pf P§ ! | f ! 6. Segur ança - C o mo t odos o s e q u i p a me n t o s i ndust r i ai s, o s f o mo s d e t r at ament o t ér mi c o


^ ' T ^ C^ e s eus ac es s ór i os , c o mo b a n h o s d e r es f r i ament o, at mos f er as c ont r ol adas , e t c , e x i g e m pr o-
^ . ( . ' ^ - " " cedi ment os d e s egur anç a' 1001 .
' %P5 ^ . ' ! ' ' ^° 0 3 8 0 ° - e f o mo s aquec i dos c o m c ombus t í v ei s gas os os ou l í qui dos, o s pr i nci pai s e l e me n t o s
" " " I K^ 8 cont r ol e par a a d e q u a d a c o mb u s t ã o s ão: a f ont e d e aquec i ment o, o agent e oxi dant e e o t e mp o .
Sr | l ^ | Por ex empl o, vent i l ador es o u vent oi nhas d o ar d e c o mb u s t ã o d e v e m s er pr evi st os par a i nt er r omper
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

o pr oc es s o n a ev ent ual i dade d e s e t er u ma p a n e , i nt er r upt or es d a pr es s ão d e gás d e v e m ser


i nst al ados n a s pr i nci pai s l i nhas d e gás , ver i f i cador es vi suai s auxi l i am o s oper ador es dos f o mo s na
ver i f i cação d o s upr i ment o a d e q u a d o de c ombus t í v el . E m r e s u mo , e m t odas a s si t uações, deve- se
pr ever a i nst al ação d e i nst r ument ação a d e q u a d a par a i dent i f i car a cont r ol ar mu d a n ç a s e desvi os' •
q u e per mi t am mi ni mi z ar o u el i mi nar as c a u s a s d e p a n e s e at i ngi r os r esul t ados des ej ados .
No c as o d e f o mo s el ét r i cos, exi st em i gual ment e mui t os di sposi t i vos d e pr ot eç ão e r egul ação
d o pr oc es s o d e t r at ament o t ér mi co e q u e g a r a n t e m u ma oper aç ão s e g u r a e ef i ci ent e.
A ma n u t e n ç ã o d e s s e s f o mo s d e v e , e m r e s u mo , s er e n c a r a d a c o mo u ma nec es s i dade
i mpor t ant e. O i deal é r eal i zar - se ma n u t e n ç ã o pr ev ent i v a, vi st o q u e a ma n u t e n ç ã o , d e ur r f
mo d o ger al , é mui t o c a r a e di f i ci l ment e a s us i nas d e t r at ament o t ér mi c o p o s s u e m e q u i p a me n -
t o d e r es er v a. I zyxw

H
No c a s o d a s e g u r a n ç a d o s oper ador es , e mb o r a e s s e i t em j á t e n h a s i do a b o r d a d o ai nda
q u e super f i ci al ment e, o i mpor t ant e é t r ei nar a d e q u a d a me n t e o s o p e r a d o r e s . Es s e t r ei namen-
t o d e v e r á i ncl ui r i ns t r uç ões s obr e a s mi s t ur as ar / gás d e c o mb u s t ã o , r i scos d e expl osões; ,
f i nal i dade e pr i ncí pi os bás i c os d o s g e r a d o r e s d e g á s , anál i se d o g á s , ma n u s e i o d e gas es
i nf l amávei s, ma n u s e i o d e g a s e s t óxi cos, et c .

7 . Concl usões - H á u ma gr ande di sponi bi l i dade d e f or nos par a t r at ament o t ér mi co, c o mo s e vi u' •
Co n t u d o , c o mo é c o mu m ocor r er o def ei t o d o e mp e n a me n t o e m p e ç a s s ubmet i das ao
V
t r at ament o t ér mi c o, é c onv eni ent e l embr ar al guns c ui dados q u e d e v e m s er t o ma d o s n a ut i l i za-
ç ã o d o s f o mo s . Po r e x e mp l o , dev e- s e evi t ar c ar r egar p e ç a s e m f or no c o m sol ei r as i r r egul ar es *
É nec es s ár i o i gual ment e q u e a s peç as s e j a m a p o i a d a s d e mo d o a d e q u a d o n a s sol ei r as e que- "
a s p e ç a s d e g r a n d e s e c ç ã o t r ansver sal s e j a m di s pos t as hor i z ont al ment e, a o pas s o q u e a s '
p e ç a s d e s e c ç õ e s f i nas s e j a m s u s p e n s a s o u di s pos t as ver t i cal ment e. A o me s mo t e mp o , dev e- F -

s e e mp r e g a r par a o s e u ma n u s e i o f er r ament as r í gi das e b e m pr opor c i onadas . t


frzyxw
P
A i mer s ão d a s p e ç a s n o s me i o s l í qui dos d e r es f r i ament o d e v e s er f ei t a c o m mui t o cui da-
d o , i nt r oduzi ndo- se a s s e c ç õ e s mai s f i nas e m pr i mei r o l ugar .
Out r a c a u s a d e e mp e n a me n t o est á l i gada a o pr oj et o i n a d e q u a d o d a p e ç a , o qual pode :
ai nda l evar a o a p a r e c i me n t o d e f i ssur as, pel a c onc ent r aç ão d e t e n s õ e s e m det er mi nadas
á r e a s . As s i m, o di ál ogo ent r e o pr oj et i st a e o t r at ador t ér mi co t or na- s e i ndi s pens áv el q u a n d o
s e t r at a d e p e ç a s d e f o r ma s ma i s c o mp l e x a s .
U m i nc onv eni ent e q u e p o d e sur gi r n o t r at ament o t ér mi co est á r el ac i onado c o m a dur eza
super f i ci al , a qual var i a e m f unç ão d a f o r ma d e c a r r e g a me n t o d a s p e ç a s n o s f o mo s . Dev e- s e,
par a c ont or nar e s s e p r o b l e ma , evi t ar c a r g a s e x t r e ma me n t e d e n s a s d e p e ç a s d e p e q u e n a
d i me n s ã o , s obr et udo q u a n d o c ol oc adas e m c es t as , por que quant o es t as es t ão mer gul hadas
n o s b a n h o s d e t ê mp e r a , o f l uxo d o mei o d e r es f r i ament o par a o cent r o d a c ar ga f i ca pr ej udi car
d o . O me s mo p r o b l e ma p o d e sur gi r dur ant e o r ev eni do d e s s a s c ar gas mui t o d e n s a s .
Al é m d o e q u i p a me n t o pr i nci pal - f o mo s - out r os r ec ur s os d e q u e o t r at ador t ér mi co dev e
di spor par a ex ec ut ar sat i sf at or i ament e a s o p e r a ç õ e s d e t r at ament o t ér mi c o i nc l uem t i nt as de
pr ot eç ão, bór ax , l ápi s i ndi cador es d e t emper at ur a, ami ant o e m p ó o u e m pl ac as , a r a me d e aç o
r ec oz i do, et c. Emb o r a s i mpl es , es s es mat er i ai s s ã o el ement os i ndi s pens áv ei s par a f aci l i t ar as
o p e r a ç õ e s . Do me s mo mo d o , má q u i n a s d e d u r e z a - Roc k wel l , Br i nel l o u d o t i po escl er oscopi o
s ã o ac ons el háv ei s . Às v e z e s , u ma l i ma mu r s a per mi t e a o t emper ador ex per i ent e aval i ar , c o m
r azoável pr eci são, s e o s r esul t ados obt i dos es t ão d e ac or do c o m o pr evi st o.
Quai s quer q u e s e j a m, ent r et ant o, os r ec ur s os di sponí vei s, a i mpor t ânci a d o " el ement o h u ma -
no" n ã o p o d e s er s u b e s t i ma d a n o t r at ament o t ér mi c o. De cer t o mo d o , o t r at ament o t ér mi co e
ai nda u ma ar t e, poi s n ã o consi st e s o me n t e e m pr oduzi r o aquec i ment o o u o esf r i ament o, ma s
pr oduzi - l os c o m mé t o d o e cont r ol e, do me s mo mo d o q u e é u ma ar t e n o ma n u s e i o cor r et o do
mat er i al n a s vár i as f as es d e oper aç ão. U m b o m " t emper ador " é t ão i mpor t ant e quant o u m
" f er r ament ei r o" , poi s s e o s mé t o d o s mo d e r n o s d e t r at ament o t ér mi co i nc l uem f o mo s cont í nuos,
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
cont r ol es aut omát i c os , at mos f er as especi ai s, e t c , o êxi t o f i nal d a o p e r a ç ã o p o d e ai nda depender
mui t o da habi l i dade, j ul gament o, i nt el i gênci a e exper i ênci a' dó oper ador . O f or no, os cont r ol es e o
r est ant e do e q u i p a me n t o s ã o c ompar áv ei s à s má q u i n a s e às f er r ament as d o f er r ament ei r o. as
quai s , s e m est e, t o ma m- s e pr at i cament e i nút ei s, n a q u a s e t ot al i dade d o s c a s o s .

174
MLKJIHGFEDCBA AÇOS- CARBONO EAÇOS- LI CA

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I zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

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AÇOS-CARBONO E AÇOS-LIGA.
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t CLASSIFICAÇÃO E PROPRIEDADES
frzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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MECÂNICAS
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-175
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1. Si st emas
de cl assi f i cação dos aços - Da d a a g r a n d e v a r i e d a d e d e t i pos d e aç o ! s

f or am c r i ados s i s t e ma s p a r a s u a c l as s i f i c aç ão, o s quai s p e r i o d i c a me n t e s ã o s ubmet i dos g-


r ev i s ões .
Os a ç o s p o d e m s e r cl assi f i cados e m g r u p o s , e m b a s e d e pr opr i edades c o mu n s :
a - c o mp o s i ç ã o , c o mo aç os - c ar bono e aç os - l i ga
b - pr oc es s o d e a c a b a me n t o , c o m a ç o s l a mi n a d o s a q u e n t e o u a ç o s l ami nados a f ri o
c - f or ni a d o pr odut o a c a b a d o , c o mo bar r as , c h a p a s gr os s as , c h a p a s f i nas, t i r as, t ubos ou
per f i s est r ut ur ai s. i:
H á ul t er i or es s ub- di v i s ões d e s s e s g r u p o s , c o mo a ç o s - c a r b o n o d e bai x o, mé d i o o u al t o
t eor d e c a r b o n o . Os aç os - l i ga s ã o f r e q u e n t e me n t e cl assi f i cados d e a c o r d o c o m o pr i nci pal ou;
pr i nci pai s e l e me n t o s d e l i ga pr es ent es . '
U ma d a s cl assi f i cações ma i s gener al i z adas - e q u e , i ncl usi ve, ser vi u d e b a s e par a o;
s i s t ema a d o t a d o n o Br asi l - é a q u e c ons i der a a c o mp o s i ç ã o q u í mi c a d o s a ç o s e, dent r e os
s i s t emas c o n h e c i d o s , s ã o mui t o u s a d o s o s d a " Ame r i c a n I r on a n d St eel I nst í t ut e - AI SI " e daí
" Soci et y o d Au t o mo t i v e Engi neer s - SAE" .
A Ta b e l a 2 0 , a d a p t a d a d o D A T A B O O K - 1 9 8 0 , edi t ado pel a Ame r i c a n Soc i et y f or
Met al s * 1 0 1 1 mos t r a a d e s i g n a ç ã o a d o t a d a pel a AI SI e S A E q u e c o i n c i d e m e a d o " Uni f i el d"
Nu mb e r i n g Sy s t e m - UNS " , dev i do à " Ame r i c a n Soc i et y f or Test i ng Mat er i al s - A S T M" e SAE»
Me s s e s i s t ema, a s l et r as X X o u X X X c o r r e s p o n d e m à ci f r as i ndi c ador as d o s t eor es de
c a r b o n o . As s i m, por e x e mp l o , n a s d e s i g n a ç õ e s AI SI - SAE, a c l as s e 1 0 2 3 si gni f i ca aç o- c ar bo-
n o c o m 0 , 2 3 % d e c a r b o n o e m mé d i a e n a d e s i g n a ç ã o U N S , a c l as s e G1 0 2 3 0 , si gni f i ca o '
me s mo t eor d e c a r b o n o .
Po r out r o l ado, o s doi s pr i mei r os al gar i s mos di f er enc i am o s v ár i os t i pos d e a ç o s ent r e si ,
pel a p r e s e n ç a o u s o me n t e d e c a r b o n o c o mo pr i nci pal el ement o d e l i ga ( al ém, é cl ar o, das-
i mp u r e z a s n o r ma i s si l í ci o, ma n g a n ê s , f ós f or o e enx of r e) , o u d e out r o e l e me n t o s d e l i ga, ,
c o mo ní quel , c r o mo , e t c , a l é m d o c a r b o n o .
As s i m, q u a n d o o s doi s pr i mei r os al gar i s mos s ã o 1 0 , o s a ç o s s ã o s i mp l e s me n t e a o c ar bo-
n o ; q u a n d o s ã o 1 1 , o s a ç o s s ã o d e u s i n a g e m f áci l c o m al t o enx of r e; q u a n d o s ã o 4 0 , o s aç os
s ã o a o mol i bdêni o, c o m 0 , 2 5 % d e mol i bdêni o e m mé d i a e as s i m e m s e g u i d a .
Os a ç o s d e al t o t eor e m l i ga, c o mo o s i nox i dáv ei s , r ef r at ár i os, p a r a f er r ament as , e t c , s ão' j
cl assi f i cados d e mo d o di f er ent e, c o mo s e ver i f i car á por oc as i ão d e d i s c u s s ã o d o s me s mo s . í
Os a l e mã e s - c uj as n o r ma s s ã o t a mb é m popul ar es n o Br asi l - a d o t a m u m cr i t ér i o de
cl assi f i cação di f er ent e. A n o r ma DI N 1 7 1 0 0 cl assi f i ca o s " aç os p a r a c ons t r uç ão e m ger al " , ír
p o r e x e mp l o , e m f u n ç ã o d o s e u l i mi t e d e r esi st ênci a à t r aç ão. As s i m, a d e s i g n a ç ã o St 42 pel a
c or r es ponde a u m a ç o c o m l i mi t e d e r esi st ênci a à t r aç ão ent r e 4 2 e 5 0 k g f / mm2 ( 410 e 4 9 0 j pf f j
MP a ) , St 6 0 , l i mi t e d e r esi st ênci a à t r ação ent r e 6 0 e 7 2 k g f / mm2 ( 590 e 7 1 0 MP a ) .
J á a n o r ma DI N 1 7 2 0 0 , o s cl assi f i ca d e a c o r d o c o m a c o mp o s i ç ã o q u í mi c a : por
e x e mp l o , 035 s i gni f i c a a ç o - c a r b o n o c o m car bono mé d i o de 0 , 3 5 %; 34 C r Mo 4 ^^• u
c o r r e s p o n d e a a ç o c o m c a r b o n o mé d i o d e 0 , 3 5 % c o m c r o mo e mo l i b d ê n i o , equi v al ent e Hl iíf
a o t i po A1 5 1 4 1 3 5 C>.
No Br asi l , a As s o c i a ç ã o Br asi l ei r a d e No r ma s Téc ni c as - A B T M, p o r i nt er médi o d a s nor -
ma s N B R 6006< 1 0 2 1 cl assi f i ca o s a ç o s - c a r b o n o e o s d e bai x o t eor e m l i ga s e g u n d o o s cr i t ér i os | ^g
a d o t a d o s pel a AI SI e S A E .
Mui t os aç os - l i gas s ã o i g u a l me n t e e s p e c i f i c a d o s pel a s u a endur ec i bi l i dade quando
e s s e car act er í st i co é ex i gi do. Ne s s e c a s o , e mp r e g a - s e o suf i xo " H" ( har denabi l i t y) par a
di s t i ngui - l os d o s t i pos cor r espondent es que não apr esent am ex i gênc i as de
e í ^ Te d c f i k i ã d e .
Pa r a o s p r o d u t o s d e a ç o , a s es pec i f i c aç ões ma i s ut i l i zadas s ã o d a " Ame r i c a n Soc i et y
f or Test i ng Mat er i al s - A S T M" e mui t as d e s s a s es pec i f i c aç ões d a A S T M s ã o a d o t a d a s
pel a " Ame r i c a n Soc i et y of Me c h a n i c a l En g i n e e r s - A S ME " , c o m p e q u e n a o u n e n h u ma
mo d i f i c a ç ã o . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

r > As publ i cações especi al i zadas cont endo essas nor mas devem ser consul t adas pel os l ei t or es que dese-
j am apr ohndar - se no assunt o.
! T ABE L A2 0
g- Si s t e ma s S AE , AI SI e U N S de cl assi f i cação d o s a ç os

-. Desi gnação
Ti pos d e Aç o
AI SI - SAE UNS
Gl OX X X Aços- car bono c o mu n s
G1 1 X X X Aç os de usi nagem f áci l , c o m al t o S
ou G1 2 X X X Aç os de usi nagem f áci l , c o m al t o P e S
: G1 5 X X X Aç os - Mn c om ma n g a n ê s aci ma de 1 %
o G1 3 X X X Aç os - Mn c o m 1, 75% de Mn médi o
u; G4 0 X X X ços- Mo c o m 0 , 2 5 % de Mo médi o
' G4 1 X X X Aços- Cr - Mo c o m 0, 4 a 1, 1 % de Cr e 0, 08 a 0 , 3 5 % de Mo
o; G4 3 X X X Aços- Ni - Cr - Mo c o m 1, 65 a 2 de Ni , 0, 4 a 0 , 9 % de Cr e 0, 2 a 0 , 3 % de Mo
s G4 6 X X X Aços- Ni - Mo c o m 0, 7 a 2 % de Ni e 0, 15 a 0 , 3 % de Mo
aí G4 7 X X X Aços- Ni - Cr - Mo c o m 1 , 0 5 % de Ni , 0, 45% de Cr e 0 , 2 % de Mo
G4 8 X X X Aços- Ni - Mo c o m 3, 25 a 3 , 7 5 % de NI e 0, 2 a 0 , 3 % de Mo
r G5 1 X X X Aç os - Cr c om 0, 7 a 1 , 1 % de Cr
d" G5 1 9 8 6 Aços- cr omo ( f or no el ét r i co) c o m 1 % de Cr
» G5 2 9 8 6 Aços- cr omo ( f or no el ét r i co) c o m 1, 45% de Cr
e G6 1 X X X Aços- Cr - V c om 0, 6 ou 0 , 9 5 % de Cr e 0, 1 ou 0 , 1 5 % de V mi n.
o- G8 6 X X X Aços- Ni - Cr - Mo c o m 0 , 5 5 % de Ni , 0 , 5 % de Cr e 0 , 2 % de Mo
o' G8 7 X X X Aços- Ni - Cr - Mo c o m 0 , 5 5 % de Ni , 0, 5% de Cr e 0 , 2 5 % de Mo
G8 8 X X X Aços- Ni - Cr - Mo c o m 0 , 5 5 % de Ni , 0, 5% de Cr e 0, 3 a 0, 4 de Mo
, G9 2 X X X Aços- Si c om 1, 8% a 2 , 2 % de Si
s- G5 0 X X X Aços- Cr c o m 0, 2 a 0 , 6 % de Cr e 0, 0005 a 0 , 0 0 3 % de bor o
, G5 1 6 0 1 Aços- Cr c o m 0 , 8 % de Cr e 0, 0005 a 0 , 0 0 3 % de bor o
G8 1 4 5 1 Aços- Ni - Cr - Mo c o m 0 , 3 % de Ni , 0, 45% de Cr , 0 , 1 2 % Mo e 0, 0005 a 0 , 0 0 3 % de bor o
- G9 4 XXX Aços- Ni - Cr - Mo c o m 0 , 4 5 % de Ni , 0, 4% de Cr , 0 , 1 2 % Mo e 0, 0005 a 0, 003% de bor o
s
i r. De ac or do c o m a n o r ma 6 0 0 6 d a A B T N , o s aç os - c ar bono s ã o a s s i m c h a ma d o s q u a n d o
ão' j s^õs t eor es d e si l í ci o e ma n g a n ê s n ã o ul t r apas s am o s t eor es d e 0 , 6 % ( Si ) e 1 , 6 5 % ( Mn ) . Ne l e s ,
. í i i podem ai nda s er es pec i f i c ados t eor má x i mo d e 0 , 1 % d e al umí ni o, t eor mí n i mo d e bor o d e
e Í 0 , 0 0 0 5 %, t eor má x i mo d e c obr e d e 0 , 3 % o u ai nda u m t eor má x i mo d e c h u mb o d e 0 , 3 5 %. S e
, í r f f í f òr em adi c i onados out r os e l e me n t o s c o mo sel êni o, t el úr i o e b i s mu t o , par a mel hor ar a s c a -
2 p e l a r act er í st i cas d e usi nabi l i dade d o s a ç o s , es t es s ã o ai nda c o n s i d e r a d o s a ç o s - c a r b o n o , d o
0 j pf f j í . t Ti esmo mo d o q u e o a ç o c o m adi ç ão d e ni óbi o.
Ai nda d e a c o r d o c o m a A B T N, o s aços- l i ga s ã o o s a ç o s e m q u e p o s s u e m out r os e l e me n -
r t o s de l i ga, n ã o s e c ons i der ando c o mo t ai s o s el ement os adi c i onados par a mel hor ar s ua zyxwvutsrq
4 ^ ^ • us i nabi l i dade. A s o ma d e t odos e s s e s e l e me n t o s , i ncl usi ve c a r b o n o , si l í ci o, ma n g a n ê s , f ós-
e Hli í f í f ar o e enxof r e n ã o p o d e ul t r apassar 6 %.
. No c a s o d o s e l e me n t o s si l í ci o, ma n g a n ê s e al umí ni o, s e mp r e pr es ent es n o s aç os - c ar bo-
r- V. o, os a ç o s s e r ã o c ons i der ados l i gados q u a n d o s e u s t eor es ul t r apas s ar em 0 , 6 %, 1 , 6 5 % e
s | ^ gp, 1 r es pec t i v ament e.

o í: 2. I ncl usões não- met ái i cas - C o mo s e vi u, a s i mpur ez as n o r ma i s s ã o o f ósf or o, o enx of r e,


a o. ma n g a n ê s , o si l í ci o e o al umí ni o. A ma i o r par t e del as r eage ent r e si o u c o m out r os e l e me n -
e t os não- met ál i c os c o mo o oxi géni o e, e v e n t u a l me n t e o ni t r ogéni o, f o r ma n d o a s c h a ma d a s
" i ncl usões não- met ál i c as " . A f o r ma ç ã o d e s s a s i ncl usões s e d á , e m g r a n d e par t e, n a f as e f i nal
y de des ox i daç ão d o s a ç o s .
s Dev i do à t endênc i a d e s e pr oduz i r em a ç o s c o m pr opr i edades c a d a v e z me l h o r e s , em
a f ace d a s c o n d i ç õ e s d e s u a apl i c aç ão s e t or nar em c a d a v e z ma i s s e v e r a s , o es t udo d o ef ei t o
GFEDCBAdas i ncl usões n e s s a s pr opr i edades e o aper f ei ç oament o d a s c o n d i ç õ e s d e f abr i c aç ão, t ê m
c onc ent r ado, n o s úl t i mos a n o s , a a t e n ç ã o d o s es t udi os os n a mat ér i a.
Na r eal i dade, a l g u ma s d a s i nc l us ões p o d e m at é me s mo s e r e m c ons i der adas nec es s ár i -
dese-
as ou benéf i c as dev i do a o ef ei t o d e cer t o mo d o posi t i vo q u e p o d e m acar r et ar . Me s mo a s s i m,
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

e pr i nci pal ment e q u a n d o a s c ondi ç ões d e s er v i ç o p r o v o c a m o a p a r e c i me n t o d e esf or ços


cí cl i cos e al t er nados , al guns t i pos d e i nc l us ões , p o d e m s er pr ej udi ci ai s, s obr et udo q u a n d o
s u a quant i dade, f o r ma e d i me n s õ e s es t ão a l é m d o q u e s e c ons i der a acei t ável .
Dent r e a s i mp u r e z a s , o f ósf or o f oi c o n s i d e r a d o , por mui t o t e mp o , u m e l e me n t o excl usi var
me n t e noc i v o, dev i do à f r agi l i dade a f r i o q u e c onf er e a o s a ç o s , s o b r e t u d o n o s a ç o s dur os , de
al t o c ar bono e q u a n d o o s e u t eor ul t r apassa c er t os l i mi t es. Po r e s s a r a z ã o , a s especi f i cações
s ã o r i gor osas a r es pei t o. Cer t as es pec i f i c aç ões r es t r i ngem a s p o r c e n t a g e n s má x i ma s ,
admi s s í v ei s a o s v al or es abai x o, c o n f o r me a s apl i c aç ões c o n s i d e r a d a s 1 1 0 3 1 .
t r i l hos ei x os est r ut ur a d e pont es est r ut ur a d e c ons t r uç ão e
0, 04% 0, 05% 0, 06% bar r as d e c onc r et o a r ma d o zyxwvu
M
0, 10% ;|

No s aços- l i ga, o f ósf or o é especi f i cado c o m 0 , 0 4 % n o má x i mo e m al guns c a s o s e orn. ". ' .


out r os , 0 , 0 2 5 % má x i mo . Mã o pos s ui e s s e e l e me n t o t endênc i a a f o r ma r c ar bonet os , ma s í a
di ssol ve- se n a f er r i t a, e n d u r e c e n d o - a e a u me n t a n d o o t a ma n h o d e g r ã o d o mat er i al , ocasi - f ?
o n a n d o a " f r agi l i dade a f r i o" , r epr es ent ada por bai x a r esi st ênci a a o c h o q u e o u bai xa t er . aci - ' :

d a d e . Es s a i nf l uênci a é t ant o ma i s sér i a, q u a n t o ma i s al t o o t eor d e c a r b o n o d o a ç o .


Por out r o l ado, o f ósf or o apr esent a al guns as pec t os f avor ávei s, poi s a o aument ar a dur eza do '•*
aç o, a u me n t a i gual ment e s u a r esi st ênci a à t r ação, f at o es s e q u e p o d e s er apr ovei t ado nos aç os do '
bai xo c ar bono o n d e s eu ef ei t o noci vo é menor , j unt ament e c o m out r os el ement os c o mo cobr e, ní quel J
e c r o mo e m bai xos t eor es . Al é m di sso, o f ósf or o mel hor a a r esi st ênci a à c or r os ão e a usi nabi l i dade' é
d o s aç os , pr i nci pal ment e nest e úl t i mo c as o, q u a n d o adi ci onado j unt ament e c o m o enxof r e. s
O f ósf or o s e car act er i za por s er u m t ant o i nc ompat í v el c o m o c a r b o n o , o u sej a, el e t ende, "is
a ex pul s ar o c a r b o n o d a aust eni t a, d e mo d o q u e , q u a n d o n o r es f r i ament o s e ul t r apassa a •
l i nha Ar , as ár eas or i gi nal ment e r i cas e m f ósf or o f i c am pr at i c ament e const i t uí das s o me n t e d e 5
f er r i t a, c o m a u s ê n c i a q u a s e q u e c o mp l e t a d e per l i t a' ' . Af i gur a 1 0 6 mo s t r a a est r ut ur a que. . . |
104

r esul t a d e s s e f e n ó me n o - d e n o mi n a d o t ext ur a " ghos t l i nes" - c ar ac t er i z ada, c o mo s e v ê , por a


est r i as const i t uí das q u a s e q u e ex c l us i v ament e d e f er r i t a, dev i do à p r e s e n ç a d e f ósf or o, agr u- 3
p a n d o - s e a per l i t a, p o r s e u t ur no, n a s bei r adas d e s s a s f ai xas.
U m al t o t eor d e f ósf or o p o d e acar r et ar a p r e s e n ç a d e u m eut ét i co f os f or os o. A f i gur a 107 í
r epr oduz o as pec t o mi cr ogr áf i co d e a ç o me i o d o c e mo l d a d o c o m f ós f or o el ev ado. O f e n ô me - 4
n o q u e ocor r e q u a n d o o f ósf or o s e si t ua e m t or no d e 0 , 4 % é noc i v o, poi s o eut ét i co f osf or oso
f u n d e a t e mp e r a t u r a p o u c o a c i ma d e 1 0 0 0 ° C, o q u e p o d e o c a s i o n a r a r upt ur a o u

111
Fi g. 106 - Aspect o mi cr ogr áf i co de aço doce f or j ado most r ando a t ext ur a c h a ma d a "ghost l i nes".
At aque: r eat i vo de ni t al . Aume nt o: 100 vez es. zyxwvutsrqponmlkjihgfe
NMLKJIHGFEDCBA AÇOS- CARBONO E AÇOS- LI GA

ços es bor oament o d o a ç o s e est e f or d e f o r ma d o a quent e. C o mo , ent r et ant o, t eor es al t os d e


do f ósf or o n o s a ç o s n ã o s ã o c o mu n s , a s est r ut ur as d o t i po a p r e s e n t a d o n a f i gur a 1 0 7 s ã o
" r el at i vament e r ar as .
var Qu a n t o a o s out r os e l e me n t o s , enx of r e, ma n g a n ê s , si l í ci o e al umí ni o, el es s ã o o s pr i nci -
de nai s r es pons áv ei s pel a f o r ma ç ã o d e i nc l us ões não- met ál i c as .
ões Es t as , d e a c o r d o c o m s u a or i gem, p o d e m s er cl assi f i cadas e m doi s gr upos pr i nci pai s' " 106' :
105

as , - " e n d ó g e n a s " , a s quai s s ã o dev i das a r eaç ões q u e s e d e s e n r o l a m dur ant e a el abor aç ão
• do aç o o u dur ant e s u a sol i di f i cação e g e r a d a s pel a pr eci pi t ação d o enx of r e e d o ox i géni o s o b
a f or ma d e sul f et os, óx i dos , si l i cat os e al umi nat os ;
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
M - " ex ógenas " , der i v adas d e f ont es ex t er nas , c o mo d e es c ór i as , c or r os ão o u er os ão d o s
;| r ef r at ár i os d a s p a r e d e s d o f or no e c anai s d e v a z a me n t o , met ai s e l i gas d e di s s ol uç ão di f í ci l
no b a n h o met ál i c o, et c . Es s a s i nc l us ões e x ó g e n a s s ã o g e r a l me n t e const i t uí das d e si l i cat os,
rn. ". ' . al umi nat os e óx i dos vár i os e s e c ar ac t er i z am por d i me n s õ e s ma i o r e s , f o r ma i r r egul ar e c o n s -
as í a t i t ui ção c o mp l e x a .
si - f ? É i mpor t ant e assi nal ar q u e o c o mp o r t a me n t o d a s i nc l us ões s o b o pont o d e vi st a d e
ci - ' : l ef or mabi i i dade, q u a n d o o a ç o é suj ei t o à c o n f o r ma ç ã o me c â n i c a , p o d e al t er ar o s e u c a r a c -
t er í st i co d e ma i o r o u me n o r noc i v i dade. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
do '•* i f ; De f at o, d e i ní ci o a s i nc l us ões p o d e m s er i ma g i n a d a s c o mo par t í cul as es f ér i c as o u
do ' gl obul ar es d e p e q u e n a s d i me n s õ e s . N o p r o c e s s o d e c o n f o r ma ç ã o me c â n i c a , a l g u ma s del as
quel J ç a a l o n g a m n a di r eç ão d a l a mi n a ç ã o , por e x e mp l o , e n q u a n t o out r as s e ma n t ê m i nt act as o u
dade' é se f r a g me n t a m e m par t í cul as me n o r e s ' 1071 .
s r=L Si l i cat os e s ul f et os , por e x e mp l o , f o r ma m est r i as a l o n g a d a s . Co n t u d o , a o p a s s o q u e a s
de, "is ^est r i as d e sul f et os t ê m ex t r emi dades c o m r ai os apr ec i áv ei s , a s d e si l i cat o a p r e s e n t a m n a s
a a • ex t r emi dades ar es t as v i v as , ma i s f av or áv ei s à c o n c e n t r a ç ã o d e t e n s õ e s e i ni ci ação d e
de 5 mi cr o- f i ssur as.
que. . . |
or a
gr u- 3

107 í
me - 4
so
ou

111
Fi g. 1 0 7 - Aspect o mi cr ogr áf i co de aço me i o doce mol dado c o m al t o t eor de f ósf or o not ado pel a
pr esença de u m eut ét i co f osf or oso, exi st ent e qua ndo o t eor de f ósf or o se si t ua e m t omo de 0 , 4 %.
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Not a- se no eut ét i co i ncl usão de MnS. At a que : r eat i vo de ni t al . Aument o: 7 0 0 vez es.
Aç os E FERROS FUNDI DOS

O al umí ni o, p o r out r o l ado, f r a g me n t a - s e e m par t í cul as d i mi n u t a s , c o m me n o r pr e-


j uí z o par a o a ç o .
C o mo j á s e me n c i o n o u , a s i nc l us ões n o s a ç o s s ã o d e vár i as n a t u r e z a s e s ã o dev i das a
u ma sér i e d e c a u s a s , t o d a s el as l i gadas a r e a ç õ e s q u e o c o r r e m n o a ç o l í qui do, dur ant e s eu
p r o c e s s o d e f abr i c aç ão.
A s c a u s a s ma i s i mpor t ant es s ã o " 05 " 1081 :
- pr eci pi t ação, d u r a n t e o pr oc es s o d e sol i di f i cação d o a ç o , d e ó x i d o s e sul f et os cuj a
sol ubi l i dade n o a ç o l í qui do o u sól i do di mi nui à me d i d a q u e cai a t emper at ur a;
- s e p a r a ç ã o def i ci ent e d o s pr odut os d e o x i d a ç ã o e des ul f ur aç ão r esul t ant es d a adi ç ão d e # S^ j Sf
des ox i dant es e des ul f ur ant es ; >í É0' ã§
- f o r ma ç ã o d e es c ór i as n o s f o mo s e n a s p a n e l a s d e v a z a me n t o ; íff
- ar r as t ament o p a r a o met al l í qui do d e p r o d u t o s d e er os ão e c o r r o s ã o d o mat er i al r ef r a- W^ t M^ : >d
t ár i o d a s p a r e d e s d o s f o mo s o u d o s c anai s d e v a z a me n t o ; * " "
- adi ç ão d e p r o d u t o s c o mo f er r o- l i gas o u adi t i vos d e f undi ç ão, ma i s di f í cei s d e s e di ssol -
v e r e m n o b a n h o met ál i c o. - ®S
E m r e s u mo , a s i ncl usões f or madas e m f unç ão des s es vár i os f e n ó me n o s quí mi c os e mec âni - £ ^ 3 â |
c o s c or r es pondem a c o mp o s t o s quí mi c os c o mo óx i dos di ver sos, sul f et os, si l i cat os é al umi nat os. E ^ M^ ; |
A quant i dade d e i nc l us ões é mui t o g r a n d e ; admi t e- s e q u e u ma t o n e l a d a d e aç o- c ar bono
c o mu m p o s s u a c e r c a d e 10 | 12 > e 1 0 ( 1 3 ) I nc l us ões s o me n t e d e ó x i d o s , s e n d o q u e a mai or si f f . i
quant i dade, c er c a d e 9 8 %, t e m d i me n s õ e s i nf er i or es a 0, 2 mi c r o n . De s s e mo d o , s o me n t e 1
' . 1
a 2 % s ã o vi sí vei s a o mi c r os c ópi o. A s i nc l us ões d e sul f et os s ã o , e m quant i dade, d a me s ma WJ V>CÃ5|
or dem d e gr andez a. ^ j l S/ f
No c a s o d e " a ç o s ef er v es c ent es " , a s i nc l us ões d e óx i dos p o d e m at i ngi r d i me n s õ e s s u p e - .' -
r i or es a 3 0 mi c r ons n a c a ma d a super f i ci al d o a ç o ' 1051 . Es s e s óx i dos s ã o pr i nc i pal ment e F e O, l H : r ®
Mn O, A I 2 0 3 e Si Oa e o s e u a g r u p a me n t o j unt o à super f í ci e p o d e p r o v o c a r def ei t os super f i ci ai s " ' t t f t
n o s l ami nados a f r i o. *r
Out r os t i pos d e i nc l us ões n o s a ç o s ef er v es c ent es s ã o o s sul f et os F e S e Mn S q u e s e ^ ^ ^ í Sí
l ocal i zam n a s r egi ões d e ma i o r s e g r e g a ç ã o e , por t ant o, s ã o i g u a l me n t e pr ej udi ci ai s. 1gi | | |
O sul f et o d e f er r o pos s ui u m pont o d e f u s ã o mui t o bai x o, e m r el aç ão a o d o a ç o ( o F e S " r Í , ~t >
sol i di f i ca e m t or no d e 1000° C) , d e mo d o q u e s u a pr es enç a n o s p r o c e s s o s d e c o n f o r ma ç ã o . ^ l í f f
me c â n i c a a q u e n t e , r eal i z ados n o r ma l me n t e a c i ma d e 1000° C, c onf er e a o a ç o a c h a ma d a 5 | í SJ
" f r agi l i dade a quent e" , def ei t o q u e d e v e s e r ev i t ado par a per mi t i r u ma c o n f o r ma ç ã o me c â n i c a
í ; i ^| | |
cor r et a. Ne s s a s c o n d i ç õ e s , f az- se nec es s ár i a a adi ç ão d o ma n g a n ê s , poi s o enx of r e t e m • " * | | | g
ma i o r af i ni dade p o r e s s e e l e me n t o d o q u e pel o f er r o e o sul f et o d e ma n g a n ê s f o r ma d o , cuj o - " i -
pont o d e f us ão é e m t o mo d e 1 6 0 0 a C' 1I B ' , el i mi na a f r agi l i dade a q u e n t e . Al é m di s s o, o Mn S TTj j . í
f or ma- s e e m par t í cul as di mi nut as , r el at i v ament e pl ást i cas, d e f o r ma n d o - s e e a mo l d a n d o - s e " "i | |
n o sent i do e m q u e o mat er i al é t r abal hado. '-f^j-
Su g e r e - s e q u e a r el aç ão Mn / S sej a s uper i or a 4 par a gar ant i r a f o r ma ç ã o d e Mn S .
Co n t u d o , c o mo a s out r as i ncl usões, o Mn S p o d e s er pr ej udi ci al , pr i nc i pal ment e n o s aç os • 3%Q
ef er v es c ent es e s e mi - a c a l ma d o s o n d e o t eor d e oxi géni o é mai s e l e v a d o q u e o nor mal . Po d e -
s e t er , ent ão, a f o r ma ç ã o d e i ncl usões dupl ex 4 1 0 5 1 , car act er i zadas p o r s e r e m const i t uí das d e 2Í f êg
si l i cat os monof ás i c os o u óx i dos mul t i f ási cos p o s s u i n d o u ma c a ma d a d e sul f et o q u e p o d e at i n- Sj gf t g
gi r d i me n s õ e s ma i o r e s q u e 1 0 0 mi c r ons . S e t ai s i ncl usões s e f o r ma r e m n a s pr ox i mi dades d e • Lr ^
bol has , el as d ã o o r i g e m a o def ei t o c h a ma d o " pont os pr et os " 11051 . O a ç o é, e m c ons equênc i a, j =7^ S
pr ej udi cado q u a n d o s u b me t i d o a oper aç ão d e d o b r a me n t o e es t i r ament o a f r i o. f^^^^
A subst i t ui ção d o si l í ci o pel o al umí ni o n a f a s e d e d e s o x i d a ç ã o r e d u z o ef ei t o noc i v o d o s f ^^^g
pont os pr et os , poi s s e u n ú me r o e d i me n s õ e s f j - =n r Jr r ãnui t í cs. ^ § 5|
De qual quer mo d o , pel a a ç ã o r el at i v ament e pr ej udi ci al d o enx of r e, pr oc ur a- s e mant ê- l o " f s- -
at é 0 , 0 5 % o u p o u c o ma i s n o s aç os - c ar bono c o mu n s e at é 0 , 0 2 5 % n o s aços- l i ga es pec i ai s . P _
Ex c et ua- s e o c a s o d o s a ç o s d e u s i n a g e m f áci l , o n d e a p r e s e n ç a d e Mn S e m quant i dades - E"
ma i o r e s - exi gi ndo poi s ma i o r e s p o r c e n t a g e n s d e enx of r e e ma n g a n ê s n e s s e s a ç o s , i nt er - ' i ^^
r o mp e m a c ont i nui dade d a mat r i z f er r í t i ca q u e , c o mo s e s a b e , é mu i t o pl ást i ca; o b t é m- s e , 3| | | | í
a s s i m, c ondi ç ões d e u s i n a g e m ma i s r ápi da, c o m me n o r pot ênc i a e me l h o r a c a b a me n t o
jf
super f i ci al .
• xf ^

180
o-zyxwv
o
AÇOS- CARBONO E AÇOS- LI GA

r e-
o
O ef ei t o d o enx of r e s obr e a s pr opr i edades me c â n i c a s d o s a ç o s é mí n i mo , q u a n d o o t eor
de c ar bono é mui t o bai xo<104>, t o ma n d o - s e ma i s s ens í v el , n o s ent i do negat i v o, q u a n d o a u -
s a
s eu o
ment a a q u a n t i d a d e d e c a r b o n o . A s pr opr i edades ma i s af et adas s ã o a r esi st ênci a à t r aç ão,
a duct i l i dade e a t enac i dade. Cu mp r e r essal t ar , ent r et ant o, q u e at é o l i mi t e d e 0 , 1 % d e

o
enxof r e, e s s a i nf l uênci a n ã o é t ão p r o n u n c i a d a c o mo à s v e z e s s e admi t e.

o
O ma n g a n ê s , a l é m d e at ur a c o mo a g e n t e des ul f ur ant e, a t u a d o me s mo mo d o q u e o
uj a si l í ci o e o al umí ni o, c o mo e l e me n t o des ox i dant e. De f at o, o ma n g a n ê s , a o r eagi r c o m o

d e # S^ j Sf j >. , j eS o-
oxi géni o, f o r ma o c o mp o s t o sól i do Mn O , d e pr ef er ênci a a o C O o u C 0 2 , ev i t ando a s s i m o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkji
p r e n d i me n t o d e bol has . O M n O n ã o e x e r c e i nf l uênci a d e ma i o r vul t o.
>í É0' 㧠- : ?
o
O ma n g a n ê s q u e n ã o s e c o mb i n o u c o m o enx of r e o u c o m o ox i géni o p o d e at i r ar d e d u a s
í f f i Sí ^ nanei r as: q u a n d o o t eor d e c a r b o n o é bai x o, el e s e di s s ol v e n a f er r i t a, a u me n t a n d o s u a
r a- W^ t M^ : >dur eza
o-
e r esi st ênci a me c â n i c a ; c o mt eor d e c a r bono ma i s e l e v a d o , admi t e- s e q u e s e f o r me

o
* " " _ " - " o c o mp o s t o Mn 3 C< 1 0 9 1 q u e s e as s oc i ar i a c o mo F e 3 C, a u me n t a n d o ai nda mai s a d u r e z a e a
sol - ~ r esi st ênci a d o a ç o . No r ma l me n t e , o ma n g a n ê s é es pec i f i c ado e m t eor es q u e v a r i a m d e

o
- ®SI I í O, 2 3 % a 0 , 9 %, p o d e n d o e m cer t os c a s o s ( aç os d e u s i n a g e m f áci l ) apr esent ar val or es - mai s
ni - £ ^ 3 â | ? e l e v a d o s . E m t e or e s a c i ma d e 1 %, por t ant o, j á d e v e s e r c o n s i d e r a d a s u a i nf l uênci a n o s e n -
os. E ^ M^ ; | : t í d o d e conf er i r a o s a ç o s car act er í st i cas especi ai s.
no o
O si l í ci o, r es pons áv el pel a f o r ma ç ã o d e si l i cat os, var i a n o s a ç o s c o mu n s d e 0, 05 a 0 , 3 %.

o
or si f f . i Xí ^ Di ssol ve- se n a f er r i t a d o me s mo mo d o q u e o f ósf or o, s e mc ont udo, af et ar a pr e c i a v e l me nt e a
1 ' . 1

o
- s u a duct i l i dade, e mb o r a a u me n t e l i gei r ament e a s u a dur ez a e a s u a r esi st ênci a me c â n i c a . A
ma WJ V>CÃ5| t f unção pr i nci pal d o si l f ci o é a d e agent e des ox i dant e, i st o é, q u a n d o adi ci onado a o a ç o l í qui do,

o zyx
^ j l S/ f ^ c o mb i n a - s e c o m o oxi géni o, or i gi nando c o mp o s t o s sól i dos e ev i t ando a c o mb i n a ç ã o d o ox i gê-
pe- . ' - " V ni o c o m o c a r b o n o , o q u e pr ov oc ar i a o d e s p r e n d i me n t o d e C O o u C O a c o m a r esul t ant e
e O, l H : r ® l r f o i ma Ç ^ d e b o ^ a s . Ent r et ant o, n ã o s e d e v e e s que c e r a a ç ã o d a s i ncl usões d e si l i cat os,
ai s " ' t t f t ^ í t " 0 al umí ni o, adi c i onado e m pr i ncí pi o c o mo des ox i dant e, a g e n e s s e sent i do ma i s ef i ci en-
*r _ t ement e q u e o si l í ci o e o ma n g a n ê s , f o r ma n d o c o mo ox i géni o i nc l us ões e m par t í cul as di mi -
s e ^ ^ ^ í Sí r i u t a s , c o m me n o r ef ei t o noc i v o p a r a o a ç o . O al umí ni o a t u a , a i nda , c o mo e l e me n t o
1 g i | | | ^ e o n t r o l a d o r d o c r es c i ment o d e gr ãos n o s a ç o s .
F e S " r Í , ~t >' - ~ O " hi dr ogéni o" , d e u m mo d o ger al , a p a r e c e e m t eor es d e 0, 001 a 0, 0001 %f 1 0 9 1 . A s u a
ã o . ^ l í f f i l Kppr es enç a p r o d u z cer t a f r agi l i dade n o mat er i al .
d a 5 | í SJ * £ 0 " ni t r ogéni o" , q u e s e di ssol ve n a f er r i t a, pr oduz nos aç os d e bai x o c a r bono o f e n ó me n o d e
c a í ; i ^ | | | | S: r endur eci ment o por pr eci pi t ação, vi st o q u e s u a sol ubi l i dade na f er r i t a é , à t emper at ur a a mb i e n t e ,
e m • " * | | | gf | | i àe s ome nt e 0, 001 %' 1 1 0 ) a u me n t a n d o a p o u c o ma i s d e 0 , 0 2 % a 4 2 5 ° C. De s s e mo d o , q u a n d o s e u
j o - " i - t e o r e s í l v e r a c i ma d e 0, 01 % poder á c a u s a r aquel e f e n ó me n o . Es s e e l e me n t o , pr eci pi t ado e mt ai s
Mn S TTj j . í £Tv aç os , s o b cer t as c ondi ç ões , p o d e s er n o t a d o a o mi cr oscópi o c o mo agul has d e ni t r et o d e f er r o.
s e " " i | | f Sl í O " oxi géni o" f o r ma u ma v a r i e da de d e óx i dos I f qui dos o u g a s o s o s , q u a n d o o a ç o es t á zyxwvu
'-f^j- f undi do. Qu a n d o o a ç o sol i di f i ca, al guns d e s s e s óx i dos p e r ma n e c e m n a f or ma d e b o l h a s ;
t ~ out r os, i s ol ados o u c o mb i n a d o s c o mout r os óx i dos f o r ma m c o mp o s t o s r es ul t ando, c o mo j á
os • 3%QBt ; se vi u, e m i nc l us ões não- met ál i c as .
e- U m out r o e l e me n t o q u e p o d e est ar pr es ent e n o s a ç o s é o " es t anho" , devi do ' ao e mp r e g o
de 2 Í f ê g ! S | d e s uc at a e s t a n h a d a . O es t anho p o d e t o ma r susoet í vel à f r agi l i dade a quent e e à f r agi l i dade
n- Sj gf t gi í r i e r ev eni do.
de • Lr ^ - / Out r os e l e me n t o s r esi duai s q u e p o d e m s er enc ont r ados n o s a ç o s s ã o cer t os el ement os d e
a, j =7^ Sf " I Í 9 a exi st ent es n a s mat ér i as pr i mas e mp r e g a d a s n a f abr i cação d o a ç o . Ent ão n e s s e c a s o , o
f^^^^^°< 0 v a n á d i o , o zi r cõni o, o c r o mo e o c obr e. C o mo e l e me n t o s r esi duai s, p o u c o a f e t a m,
os f ^ ^ ^ g j i s o l a d a me n t e , a s pr opr i edades daquel as l i gas. Co n t u d o , c o mo a mai or i a des s es el ement os au-
^ § 5| | P ment a a endur eci bi l i dade d o s aç os , s e u ef ei t o adi ci onado p o d e t er c ons equênc i as i ndesej ávei s,
l o " f s - - 32' Pn n c i pal ment e q u a n d o a duct i l i dade é f at or cr í t i co, c o mo e m apl i c aç ões d e e s t a mp a g e m pr of un-
s. P _ ^ da Por i sso, o s f abr i cant es d e a ç o d e v e m t er o c ui dado d e r eduzi r a o mí n i mo a quant i dade
des - E" z - des s es el ement os n o s aç os c o mu n s , me d i a n t e u ma s el eç ão c u i d a d o s a d a s uc at a ut i l i zada.
er - ' i ^^- Z Pa r a concl ui r , n o q u e s e r ef er e a i mp u r e z a s e i ncl usões não- met ál i c as , p o d e - s e t i r ar a s
e, 3| | | | í ps egui nt es c onc l us ões : zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
t o
jf " 0e n x ° f r e' 0 f ósf or o, o oxi géni o, o hi dr ogéni o s ã o el ement os c ons i der ados i ndesej ávei s s o b
• xf ^ P° n í o d e vi st a d e qual i dade d e aç o: o f ósf or o pel a s ua a ç ã o c o mo el ement o q u e p o d e acar r et ar

181
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a " f r agi l i dade a f r i o"; o enx of r e pel os sul f et os q u e f o r ma , s obr et udo o d e f er r o q u e p o d e acar r et ar
a " f r agi l i dade a quent e" ; o oxi géni o, pel as i ncl usões q u e f or ma e o hi dr ogéni o pel a f r agi l i dade q u e
p o d e conf er i r a o a ç o . Es s e s el ement os n ã o p o d e m s er t ot al ment e el i mi nados , nas c ondi ç ões
nor mai s d e f abr i cação d o s pr odut os si der úr gi cos, ma s d e v e m s er mant i dos dent r o d e f ai xas de
t eor q u e n ã o ul t r apas s em o s l i mi t es d e i nf l uênci a pr ej udi ci al àquel es pr odut os ;
- o ma n g a n ê s , o si l í ci o e o al umí ni o, o s t r ês agi ndo c o mo d e s o x i d a n t e s e o ma n g a n ê s
t a mb é m c o mo des ul f ur ant e s ã o el ement os d e u m l ado benéf i c os , ma s d e out r o l ado pr ej udi -
ci ai s pel as i ncl usões q u e f o r ma m d e sul f et os, si l i cat os e al umi nat os ;
- o concei t o " aç o l i mpo" , o u sej a, i sent o d e i nc l us ões é r el at i vo, p o r q u e , s o b o pont o de
vi st a t écni co é i mpos s í v el pr oduzi r - se u m a ç o t ot al ment e i sent o d e i nc l us ões ; al ém di sso,
a l g u ma s del as - a s mi c r o- i nc l us ões - s ã o e m ger al nec es s ár i as . O i mpor t ant e é a i dent i f i ca-
ç ã o d e s s a s i nc l us ões s o b o s pont os d e vi st a d e c o mp o s i ç ã o , q u a n t i d a d e e d i me n s õ e s e
ot i mi zar o s p r o c e s s o s d e f abr i c aç ão d o s p r o d u t o s si der úr gi cos, d e mo d o a q u e el as af et em
o me n o s possí vel a s pr opr i edades bás i c as d a q u e l e s pr odut os . A s i nc l us ões ma i s pr ej udi ci ai s
s ã o a s maor o- i nc l us ões : f r equent ement e ut i i i za- se c o mo f r ont ei r a q u e s e p a r a a s mi c r o das
mac r o- i nc l us ões a d i me n s ã o d e i ncl usão d e 5 a 1 0 0 mi c r ons ' 1081 .
- out r o f at or i mpor t ant e a consi der ar é a def or mabi l i dade d a s i nc l us ões * 1081 : o s óx i dos F e O,
Mn O e ( Fe . Mn O) a p r e s e n t a m al t a def or mabi l i dade à t emper at ur a a mb i e n t e e p e r d e m gr adual -
me n t e es s e car act er í st i co n a f ai xa d e t emper at ur as d e 4 0 0 ° a 800° C; o AI 2 Oa e al umi nat os de
cál ci o s ã o i ndef or máv ei s e m t oda a f ai xa d e t emper at ur as d e f abr i cação d o a ç o , as s i m c o mo os
ó x i d o s dupl os t i pos " s pi nel " ( de al umí ni o e ma g n é s i o , por e x e mp l o ) ; o s si l i cat os s ã o
i ndef or máv ei s à t emper at ur a ambi ent e, ma s d e p e n d e n d o d e s u a c o mp o s i ç ã o , t o ma m- s e al t a-
me n t e def or máv ei s n a f ai xa d e 800° a 1300° C, a qual c or r es ponde à d a mai or i a d a s oper aç ões
d e c o n f o r ma ç ã o me c â n i c a d o s a ç o s . Por e s s e mot i v o, es s as i ncl usões s ã o d e gr ande i mpor -
t ânci a par a as pr opr i edades Anai s d e s s e s pr odut os ; o Mn S é al t ament e def or máv el at é t e mp e -
r at ur as e m t or no d e 1000° C, a par t i r d a qual s u a def or mabi l i dade di mi nui gr adual ment e.
- f i nal ment e, a n e c e s s i d a d e mundi al c r e s c e n t e d e a ç o s d e me l h o r qual i dade env ol v e
u ma sér i e d e pr ov i dênc i as p o r par t e d o s p r o d u t o r e s , a s quai s d e v e m a b r a n g e r t odo o ci cl o
d e p r o d u ç ã o d o a ç o , d e s d e a s pr át i cas d o r ef i no d o a ç o l í qui do at é s u a t r ansf er ênci a a o s
mo l d e s . Ent r e a s t éc ni c as q u e es t ão s e n d o a d o t a d a s par a r eduzi r o ef ei t o pr ej udi ci al d a s
i nc l us ões não- met ál i c as p o d e - s e ci t ar a s s e g u i n t e s : t r at ament o a v á c u o d o a ç o n a panel a,
d e mo d o a mi ni mi z ar o s s e u s ní vei s d e o x i d a ç ã o ; a i nj eção n a p a n e l a , pr át i ca r el at i vament e
r ec ent e, a qual , s e r eal i z ada s o b c ondi ç ões d e per f ei t o cont r ol e, p o d e si gni f i car u ma i mpor -
t ant e cont r i bui ção n o q u e s e r ef er e à r e mo ç ã o d o enx of r e, mo d i f i c a ç ã o d a s i nc l us ões
e n d ó g e n a s e r e d u ç ã o d o v o l u me t ot al d e i nc l us ões ; s el eç ão c or r ei a d o s r ev es t i ment os
r ef r at ár i os d e mo d o a r eduzi r a s i nc l us ões e x ó g e n a s ; p r e v e n ç ã o p a r a i mpedi r a t r ansf er ên-
ci a d e es c ór i as d o f or no e d a panel a à s f a s e s s u b s e q u e n t e s d o p r o c e s s a me n t o d o aç o;
pr oj et o a d e q u a d o d a s p a n e l a s i nt er medi ár i as , i ncl ui ndo o s e u r ev es t i ment o e as s i m e m
s e g u i d a . É cl ar o q u e t o d a s e s s a s pr át i cas s i gni f i c am u m a u me n t o d e c us t o d e p r o d u ç ã o ,
f at o e s s e s e m dúv i da c o mp e n s a d o pel a me l h o r qual i dade d o a ç o p r o d u z i d o .

3. Pr opr i edades mecâni cas dos aços- car bono - A s pr opr i edades me c â n i c a s d o s aç os -
c a r b o n o s ã o af et adas , e m pr i ncí pi o, pel os doi s f at or es s egui nt es :

- c o mp o s i ç ã o quí mi c a;
- mi cr oest r ut ur a.

Mo q u e s e r ef er e à composi ção quí mi ca, n o s a ç o s esf r i ados n o r ma l me n t e , i st o é, e m


c o n d i ç õ e s t ai s q u e s e p r o c e s s e t r ans f or maç ão t ot al d a aust eni t a, o e l e me n t o pr edomi nant e
é o c a r b o n o q u e , c o mo s e vi u, à me d i d a q u e a u me n t a , mel hor a as pr opr i edades r el at i vas à
r esi st ênci a me c â n i c a , i st o é, o l i mi t e d e e s c o a me n t o , o l i mi t e d e e s c o a me n t o , o l i mi t e da
r esi st ênci a à t r ação e a d u r e z a e pi or a a s pr opr i edades r el at i vas à duct i l i dade e à t enac i dade,
i st o é, o a l o n g a me n t o , a est r i cção e a r esi st ênci a a o c h o q u e . Qu a n t o a o s el ement os r esi du-
ai s, a s u a i nf l uênci a j á f oi c o me n t a d a .

182
JIHGFEDCBA
DCBA AÇOS- CARBONO EAÇQS- UGA

r No q u e s e r ef er e à mi cr oest r ut ur a, es t a é i ni ci al ment e af et ada pel a c o mp o s i ç ã o q u í mi c a ,


e poi s s abe- s e q u e o s const i t ui nt es pr es ent es s ã o f er r i t a e per l i t a, o u per l i t a e c ement i t a o u
s o me n t e per l i t a, c o n f o r me s e t r at e d e a ç o hi poeut et ói de, hi per eut et ói de o u eut et ói de.
Por out r o l ado, a mi c r oes t r ut ur a d o s a ç o s d e p e n d e t a mb é m d o s s egui nt es f at or es:

- est ado o u condi ção do aço, s o b o pont o d e vi st a d e f abr i c aç ão; s e f undi do, t r abal hado
a quent e ( l ami nado, f or j ado, et c. ) o u t r abal hado a f ri o ( enc r uado) ;
- t amanho de gr ão aust ení t i ccr ,
- vel oci dade de esf r i ament o;

No est ado f undi do o aço apr es ent a gr anul aç ão gr ossei r a, d o t i po dent r í t i co, vi st o q u e a
aust eni t a s e f o r ma a al t as t emper at ur as e o es f r i ament o d o i nt er i or d o s mo l d e s é mui t o l ent o
( f i g. 1 0 8 ) .
No est ado t r abal hado a quent e, em q u e a mai or i a d o s a ç o s é ut i l i zada ( l ami nados , f or j a-
dos , e t c ) , c o mo a s o p e r a ç õ e s d e c o n f o r ma ç ã o a quent e s ã o r eal i z adas a t emper at ur as e m
que o a ç o s e apr es ent a n o es t ado aust ení t i co, ver i f i cam- se a s s egui nt es c o n s e q u ê n c i a s :

- h o mo g e n e i z a ç ã o apr eci ável d a est r ut ur a, pel a t endênc i a a el i mi nar o u r eor i ent ar a s i ncl u-
e s ões e s e g r e g a ç õ e s q u e oc or r em dur ant e a sol i di f i cação d o met al n o i nt er i or dos mo l d e s ;
- dest r ui ção d a est r ut ur a dendr í t i ca;
- r ecr i st al i zação, c o m a c e n t u a d a i nf l uênci a s obr e o t a ma n h o d o gr ão, q u e , por s u a v e z ,
d e p e n d e d a s t emper at ur as f i nai s d e d e f o r ma ç ã o ; ger al ment e, o t r abal ho a quent e p r o d u z
s u ma r eduç ão d o t a ma n h o d e gr ão d e a ç o .
E m c o n s e q u ê n c i a , a s pr opr i edades me c â n i c a s f i nai s d o a ç o s ã o me l h o r a d a s s ens i v el -
ment e, e m r el aç ão à s d o mat er i al f undi do. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP

Fi g. 1 0 8 - Aspect o c o mu m de aço mol da do, no est ado br ut o de f usão. Par t e da est r ut ur a


é aci cul ar e par t e é r endi l hada.

183
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

No est ado encr uado, car act er í st i co d e a l g u n s d o s ma i s i mpor t ant es pr odut os si der úr gi -
c o s , c o mo f i os, f i t as, c h a p a s , e t c , o s ef ei t os ma i s i mpor t ant es s ã o o s s egui nt es :

- a u me n t o d a r esi st ênci a me c â n i c a ;
- a u me n t o d a d u r e z a ; r
- di mi nui ç ão d a duct i l i dade, r epr es ent ada p o r u m dec r és c i mo d e a l o n g a me n t o e est r i çao
í- zyxw
A f i gur a 1 0 9 mo s t r a o a s p e c t o mi c r ogr áf i c o d e u m a ç o me i o d u r o , e n c r u a d o por t
!,i :sUít
ma r t e l a me n t o a f r i o. - 4. zyx
O ef ei t o d o e n c r u a me n t o s obr e a duct i l i dade d o a ç o p o d e s er ver i f i cado n a f i gur a 110 ( , 11>
Af i gur a 111<1, 2) mo s t r a o ef ei t o d o e n c r u a me n t o s obr e as c ur v as t ens ão- de- f or maç ão de
a ç o d e bai xo c a r b o n o .
Fi nal ment e, a Ta b e l a 2 1 <113) d á al guns v al or es d e pr opr i edades me c â n i c a s d e a ç o c o m
0 , 1 4 % d e c a r b o n o , p a r a di v er s os es t ados d e f abr i c aç ão.
No q u e s e r ef er e a o t amanho de gr ão aust ení t i co, a Tabel a 3 a p r e s e n t a d a n o Capí t ul o III
per mi t e aval i ar o s e u ef ei t o e m al guns d o s ma i s i mpor t ant es car act er í st i cos d o s a ç o s .
Fi nal ment e, o f at or v el oc i dade d e es f r i ament o j á f oi a b o r d a d o n o Capí t ul o I I . Vi u- s e.
e n t ã o , c o mo , modi f i c ando- s e e s s a v el oc i dade a par t i r d o es t ado aust ení t i co, or i gi nam- s e as '
di v er s as est r ut ur as t í pi cas d o s a ç o s e q u e d e t e r mi n a m as s u a s pr opr i edades f i nai s.

Fi g. 109 - Aspect o mi cr ogr áf i co de a ç o dur o encr uado por mar t el ament o a f ri o.


At aque: r eat i vo de ni t al . Aume nt o: 2 0 0 vez es.

TABELA21
Ef ei t o do e nc r ua me nt o obt i do por l ami nação a f r i o s obr e as pr opr i edades de t r ação de a ç o de
bai xo c a r bono. "^
Enc r ua do Enc r ua do
Es t a do
Pr opr i edade c om 3 0 % de c o m 6 0 % de
r ecoz i do
r e duç ã o r edução

Li mi t e de pr opor ci onal i dade k gf / mm2 ( MPa ) 19, 0( 190) 11, 0( 110) 7, 0 ( 70)
Li mi t e de escoament o k gf / mmz ( MPa ) 24, 0 ( 240) 52, 5( 515) 67, 5 ( 665)
Li mi t e de r esi st ênci a à t r ação, k gf / mm2 ( MPa ) 41, 0( 400) 56, 5 ( 555) 68, 5 ( 675)
Al ongament o e m 4", % 41, 7 22, 0 10, 5
Est r i cção, % 65, 8 58, 0 43, 0
KJIHGFEDCBA AÇQS- CARBONO E AÇQS- LI GA

4. I mpor t ânci a e l i mi t ações dos aços- car bono - Os a ç o s - c a r b o n o c ons t i t uem o ma i s


i mpor t ant e g r u p o d e mat er i ai s ut í i i zados n a engenhar i a e n a i ndúst r i a. De f at o, a s pr opr i e-
dades me c â n i c a s d e s s e s a ç o s s i mp l e s me n t e a o c a r b o n o , s e m qual quer e l e me n t o d e l i ga,
e n a mai or i a d o s c a s o s t a mb é m s a m q u a l q u e r t r at ament o t é r mi c o , s ã o suf i ci ent es p a r a
r at ender à mai or i a d a s apl i c aç ões d a pr át i c a. C o mo s e s a b e , o s e s t a d o s n o r ma i s d e ut i l i za-
ç ão d e s s e s mat er i ai s s ã o o f undi do e o t r abal hado. As p e ç a s f undi das ger al ment e r e q u e -
í- zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r em u m t r at ament o t ér mi c o d e r e c o z i me n t o o u nor mal i z aç ão p a r a al í vi o d a s t e n s õ e s or i gi -
t
!,i :sUít
nadas n a s o Cd f n c a ç ã o e par a h o mo g e n e i z a ç ã o d a mi c r oes t r ut ur a. O a ç o t r abal hado p o r
- 4. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f or j amení o, l a mi n a ç ã o , es t i r ament o, t r ef i l ação, e t c , é ut i l i zado di r et ament e n a f o r ma d e
' per f i s obt i dos at r av és d e s s e s p r o c e s s o s , s e m n e c e s s i d a d e d e t r at ament os t ér mi c os c o m-
, pl exos, a n ã o s e r n o s c a s o s d e t r abal ho f i nal a f r i o, q u a n d o é nec es s ár i o el i mi nar o ef ei t o
>do e n c r u a me n t o .

.
n
' A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
.'

M
'À zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
<->

i• ' zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
A
'//•

"A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
///
'/ / ///, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
//, zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
! I I i ! I T T T -
50 60 70

Enc r ua me nt o, r epr esent ado


pel a r edução da ár ea
no est i r ament o, %

Fi g. 110 - Ef ei t o do e nc r ua me nt o sobr e a duct i l i dade do a ç o.

" ^T For out r o f edo. e m : , e s aç o- c ar bono p o d e m, dent r o d e cer t os l i mi t es,


: . ser esf r i ados a v el oc i dades q u e s e j a m suf i ci ent es par a pr oduz i r qual quer u ma d a s pos s í v ei s
: ^st r i bui ções d e c ement i t a n a f er r i t a, i ncl usi ve a f o r ma ç ã o d a mar t ens i t a. Sa b e - s e q u e , p a r a
i çada t i po par t i cul ar d e di st r i bui ção d e c a r b o n e t o s , o t eor d e c a r b o n o é o pr i nci pal f at or d e
í i nf l uenci a n a d u r e z a e n a r esi st ênci a me c â n i c a d o a ç o . Ma n t e n d o - s e c ons t ant e o t eor d e
c ar bono, a r esi st ênci a a u me n t a à me d i d a q u e a u me n t a a f i nur a d a di s per s ão d e c a r b o n e t o s ,
ao pas s o q u e a duct i l i dade e pr opr i edades s e me l h a n t e s d i mi n u e m. Pa r a a me s ma d u r e z a ,
i por out r o l ado, a di s per s ão d o t i po esf er oi dal pos s ui ma i o r t e n a c i d a d e d o q u e a est r ut ur a
• l amel ar .
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
Aç o s E FERROS
FUNDI DOS

r\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY

0 5 10 20 30 40 50 60 70 80 90 92

Re duç ã o pel o encr uament o, %

Fi g. 111 - I nf l uênci a do encr uament o sobr e as cur vas t ensão- def r omação e m a ç o de bai xo car bono.

T ABE L A 2 2
Ef ei t o d o t i po de est r ut ur a s obr e a s pr opr i edades de t r ação d o a ç o
Aç o c o m 1 % d e c a r bono
Fer r o c o me r - Te mpe r a do
Pr opr i edade ci al ment e Per l í t l co Coa l e s c i do e
pur o Reveni do
Li mi t e de e s c oa me nt o, k gf / mm2 ( MPa ) 18, 2( 182) 59, 5 ( 585) 28, 0 ( 280) zyxwvutsrqponmlk
-
Li mi t e de r esi st ênci a à t r ação,
kgf / mm2 ( MPa ) 29, 4 ( 284) 105, 0( 1030) 54, 6 ( 536) 182, 0( 1785)
Al ongament o, % 40- 44 10 31 33
Est r i cção, % 70- 75 12- 15 57 45
Dur ez a Bri nel l 80- 85 300 156 540

E m r e s u mo , p e q u e n a s s e c ç õ e s d e a ç o - c a r b o n o p o d e m d e f at o s e r s u b me t i d a s a t r at a-
me n t o s t ér mi c os t ai s q u e p o s s a m pr oduzi r ex c el ent es pr opr i edades à t emper at ur a a mb i e n -
t e. A Tabel a 2 2 < m ) i l ust r a b e m es s e f at o.
Not a- s e, pel o e x a me d a s d u a s pr i mei r as c o l u n a s , q u e s o me n t e a p r e s e n ç a d o c ar bono j a
é suf i ci ent e par a dar a o a ç o , l ami nado por e x e mp l o , mai or r esi st ênci a, c o m pr ej uí zo, ent r e-
t ant o, d a duct i l i dade. A t er cei r a c ol una i ndi ca a r es t aur aç ão d e cer t a duct i l i dade pel a pr odu-
ç ã o d a est r ut ur a esf er oi di t a. A úl t i ma c ol una i ndi ca q u e u ma est r ut ur a i nt er medi ár i a ent r e a
dur a mar t ensi t a e a ma i s mo l e e ma i s gr os s ei r a esf er oi dal per mi t e obt er u ma r esi st ênci a
mui t o el ev ada c o m r az oáv el duct i l i dade. E m r e s u mo :
A r esi st ênci a à t r aç ão d o s aç os - c ar bono el ev a- s e c o m o t eor d e c a r b o n o at é 0, 7/ 0, 8% de
c ar bono; o l i mi t e d e e s c o a me n t o mos t r a u ma al t er ação me n o s ac ent uada: I i mi t a- se a 0, 6/ 0. 7%.
O a l o n g a me n t o e a r esi st ênci a a o c h o q u e d e c r e s c e m a c e n t u a d a me n t e . Po d e - s e di zer ,
d e u m mo d o ger al , q u e a r esi st ênci a at i nge v al or má x i mo par a c e r c a d e 0 , 8 % d e c ar bono,
par a e m s egui da d e c r e s c e r l i gei r ament e, a o p a s s o q u e a duct i l i dade d e c r e s c e s e mp r e e mai s
r api dament e par a o s t eor es ma i s al t os d e c a r b o n o .
C o mo s e vi u, a s pr opr i edades me c â n i c a s d o s a ç o s es t ão i n t i ma me n t e r el ac i onados c o m
o s vár i os const i t ui nt es est r ut ur ai s, d o s quai s n ã o s e c o n h e c e , n a r eal i dade, a s ver dadei r as
car act er í st i cas, c o m a dev i da pr ec i s ão.
De ac or do c o m a SAVEUR' 1151 , a s pr opr i edades d o s vár i os const i t ui nt es p o d e m s er r es u-
mi d a s d e ac or do c o m o q u e mos t r a a Tabel a 2 3 .

186
JIHGFEDCBA AÇOS- CARBONO E AÇOS- LI GA

T A B E L A 23
Pr opr i edades me c â ni c a s dos mi cr oconst i t ui nt es dos a ç os
Umr t e de r esi s-
AJ onga me nt o e m Dur e z a Poder e ndur e c e dor
Const i t ui nt e t ênci a ã t r ação
2" , %. Br i nel l I ( com a t ê mpe r a )
Kg f / mm2 ( MPa )
edcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ferri i a 35( 340) cer ca de 40 90 ne nhum
Peri i t a 85( 830) cer ca de 10 250/ 300 má x i mo
Cement i t a 3( 30) 0 650 ne nhum

É pr eci so l embr ar , ent r et ant o, q u e a s pr opr i edades d a per l i t a v ar i am g r a n d e me n t e c o m o


gr au de f i nur a d a s u a est r ut ur a.
Ai nda s e g u n d o S A V E U R , u ma v e z admi t i do q u e as pr opr i edades d o s const i t ui nt es d o a ç o
' sej am aquel as , p o d e - s e pr ev er a s pr opr i edades d e qual quer t i po d e aç o- c ar bono r esf r i ada
" nor mal ment e, d e s d e q u e s e c o n h e ç a a s u a est r ut ur a e admi t i ndo ai nda q u e es s as pr opr i eda-
des d e p e n d a m s o me n t e d a s quant i dades r el at i vas d o s di v er s os const i t ui nt es. As s i m, por
• ex empl o, u m a ç o q u e apr es ent e 5 0 % d e f er r i t a e 5 0 % d e per i i t a d e v e t er pr opr i edades q u e
^ c or r es pondem à mé d i a d a s pr opr i edades daquel es doi s const i t ui nt es.
É evi dent e q u e o s aç os - c ar bono a p r e s e n t a m l i mi t ações, s o b r e t u d o q u a n d o s e d e s e j a m
" pr opr i edades es pec i ai s d e r esi st ênci a à c or r os ão, r esi st ênci a a o cal or , r esi st ênci a a o d e s -
gast e, car act er í st i cos el ét r i cos o u ma g n é t i c o s , et c. Ne s s e s c a s o s , r ecor r e- se a o s aços- l i ga,
euj a i mpor t ânc i a c r es c e di a a di a.

5. Aços- l i ga; ef ei t os dos el ement os de l i ga; pr opr i edades mecâni cas - A i nt r odução d e out r os
el ement os d e l i ga n o s aç os - c ar bono é f ei t a q u a n d o s e desej a u m o u di ver sos dos segui nt es ef ei t os:

a) a u me n t a r a dur ez a e a r esi st ênci a me c â n i c a ;


b) conf er i r r esi st ênci a uni f or me at r av és d e t oda a s ec ç ão e m p e ç a s d e gr andes d i me n s õ e s ;
c) di mi nui r o p e s o ( c ons equênc i a d o a u me n t o d a r esi st ênci a) , d e mo d o a r eduzi r a i nér ci a
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
" de u ma par t e e m mo v i me n t o o u r eduzi r a c ar ga- mor t a e m u m v eí c ul o o u n u ma est r ut ur a;
d) conf er i r r esi st ênci a à c or r os ão;
e) a u me n t a r a r esi st ênci a a o cal or ;
f ) a u me n t a r a r esi st ênci a a o d e s g a s t e ;
g) a u me n t a r a c a p a c i d a d e d e cor t e;
h) mel hor ar a s pr opr i edades el ét r i oas e magnét i c as .
a-
n- Os t r ês pr i mei r os r equi si t os s ã o a l c a n ç a d o s por que o s e l e me n t o s d e l i ga, c o mo s e vi u,
• a u me n t a m a r esi st ênci a d a f er r i t a e f o r ma m ai nda out r os c a r b o n e t o s , a l é m d o F e 3 C, cont r i -
a bui ndo par a a me l h o r a d a r esi st ênci a d o a ç o , s obr et udo e m s e c ç õ e s q u e , s e s e t r at asse d e
e- :. aç os - c ar bono c o mu m, di f i ci l ment e t er i am a r esi st ênci a al t er ada.
u- Ge r a l me n t e e s s e a u me n t o d a r esi st ênci a é c o n s e g u i d o pel a adi ç ão d e u m o u v ár i os
a el ement os d e l i ga e m t eor es r el at i v ament e bai x os , n ã o ul t r apas s ando s u a s o ma o v al or d e
a 5 %. Ne s s a s c o n d i ç õ e s , o s pr i ncí pi os f undament ai s d o s t r at ament os t ér mi c os p e r ma n e c e m
por que, ai nda q u e a p r e s e n ç a d e n o v o s e l e me n t o s d e l i ga obr i gue a u m aj ust e n a s t e mp e r a -
e - t ur as d o s t r a t a me n t o s , a t r ans f or maç ão d a aust eni t a e a s est r ut ur as r esul t ant es s ã o a s
%. - me s ma s q u e o c o r r e m n o s a ç o s - c a r b o n o .
r, A ct f er i çãc c o s c ut r c s car aci er f sí i ccs_ d e d a h, r equer a i nt r oduç ão d o s e l e me n t o s d e
o, - l i ga e m t eor es ma i s el ev ados , pr oduz i ndo- s e al t er ações ma i s pr of undas n a f er r i t a, a l é m d e
s r e ul t ar em c a r b o n e t o s ma i s c o mp l e x o s . Ne s t e c as o, o s t r at ament os t ér mi c os t a mb é m d e -
• v e m s er mu d a d o s , par a f aci l i t ar mui t as v e z e s a f or maç ão d o s c ar bonet os es pec i ai s .
om Es s es a ç o s d e al t o t eor e m l i ga s ã o ma i s di f í cei s d e f abr i car e t r at ar t e r mi c a me n t e d e
s mo d o q u e s ã o mui t o d e s p e n d i o s o s , me s mo p o r q u e al guns d o s e l e me n t o s d e l i ga ut i l i zados
s ao r el at i vament e r ar os .
u- De quant i dade t ot al d e aços- l i ga pr oduz i da, cer ca d e 6 0 % per t enc e à sér i e 8 6 XX, com
t r e el ement os d e l i ga ( Ni , Cr e Mo ) e m bai x os t eor es .

187
Aç os zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
FERROS
E FUNDI DOS

5. 1. Tendênci a da di st r i bui ção dos el ement os de l i ga nos aços r ecozi dos - C o m s e s abe,
n o s a ç o s r ec oz i dos , o s doi s mi cr oconst i t ui nt es es s enc i ai s s ã o :
- f er r i t a - i st o é, f er r o al f a c ont endo e l e me n t o s di ssol vi dos;
- car bonet o - e s s e n c i a l me n t e a c ement i t a o u c ar bonet o d e f er r o c o n t e n d o el ement os
di ssol vi dos o u c a r b o n e t o s especi ai s c o n t e n d o f er r o e e l e me n t o s d e l i ga.
Os a ç o s c o n t é m a i n d a p e q u e n a s q u a n t i d a d e s d e mat er i ai s não met ál i cos, n a f or ma de
par t í cul as di v er s as . Es s a s i nc l us ões , n o s a ç o s c omer c i ai s , s ã o g e r a l me n t e par t í cul as d e
c er t as s ubs t ânc i as mi ner al ógi c as , c o mo óx i dos c o mp l e x o s , sul f et os, ni t r et os, si l i cat os, et c.
Co n v é m l embr ar , p o r out r o l ado, q u e t ai s di s per s ões f i nament e di vi di das s e r v e m par a evi t ar
ex c es s i v o c r es c i ment o d e g r ã o .
U m quar t o t i po d e const i t ui nt e, pr es ent e e m cer t as c i r c uns t ânc i as , é r epr es ent ado por
compost os i nt er met ál i cos es pec i ai s . No s a ç o s , ent r et ant o, t ai s c o mp o s t o s s ã o mui t o r ar os.
Fi nal ment e, u m qui nt o const i t ui nt e pr es ent e p o d e s er r epr es ent ado pel o pr ópr i o e l e me n -
t o d e l i ga adi c i onado; p o r e x e mp l o : c obr e o u c h u mb o .
L e mb r a d o s e s s e s f at os , dev e- s e f azer r ef er ênci a à Tabel a 2 , a p r e s e n t a d a n o Capí t ul o I I I ,
a qual , n u ma pr i mei r a a p r o x i ma ç ã o , mos t r a a t endênc i a ger al d e di st r i bui ção d e vár i os el e-
me n t o s d e l i ga n o s a ç o s esf r i ados l ent ament e.
Os e l e me n t o s i ndi c ados , c o m e x c e ç ã o d o c o b r e e d o c h u mb o , t e n d e m n a aus ênc i a do
c a r b o n o , a s e di ssol ver n a f er r i t a, a n ã o s er p e q u e n a s quant i dades q u e p o d e m apar ec er
c o mo i ncl usões não- met ál i c as .
Po r out r o l ado, a t endênc i a f or mador a d e c a r b o n e t o s d e s s e s e l e me n t o s s ó s e r evel ar á na
p r e s e n ç a d e t eor es apr ec i áv ei s d e c a r b o n o .
Do s e l e me n t o s q u e s e c o n s i d e r a m e m def i ni t i vo c o mo f o r ma d o r e s d e c ar bonet os , o
ma n g a n ê s é t al vez, o ma i s f r aco. A t endênc i a ger al n e s s e s ent i do s e mani f es t a ma i s ou
me n o s n a s egui nt e o r d e m d e i nt ensi dade c r es c ent e: Mn, ' Cr , Mo , W, Ta , V, Nb e Ti . Os q u e
a p r e s e n t a m me n o r t endênc i a d o q u e o f er r o par a c ombi nar - s e c o m o c a r b o n o f o r ma n d o
c ar bonet os s ão: Si , Al , Cu , Ni , Co e t al vez Zr . A pos i ç ão d o Mo é c o n s i d e r a d a i ncer t a.

5. 2. Ef ei t o dos el ement os de l i ga sobr e a f er r i t a - A f i gur a 112<114 ' mo s t r a a a ç ã o r el at i va de


di ver sos el ement os d e l i ga q u a n d o di ssol vi dos n a f er r i t a, n o sent i do d e a u me n t a r a s u a dur ez a ( e,
por t ant o, a r esi st ênci a me c â n i c a ) ant es me s mo d e qual quer t r at ament o t ér mi c o. Es s e a u me n t o
d e r esi st ênci a n ã o é a c o mp a n h a d o por s ens í v el dec r és c i mo d a duct i l i dade, c o mo ac ont ec e
t Sj -
q u a n d o s e ver i f i ca a u me n t o d e dur ez a ou r esi st ênci a dev i do a modi f i c aç ões est r ut ur ai s.
Qs J í
- Ef ei t o endur ecedor dos el ement os de l i ga na pr esença de car bonet os - A f i gur a 113 ! 1 1 4 )
mos t r a c ompar at i v ament e o ef ei t o endur ec edor n a f er r i t a d o ma n g a n ê s e d o c r o mo e m l i gas
^!
i sent as d e c ar bono e c o m 0 , 1 % dest e e l e me n t o . As f ai xas par a a s l i gas c ont endo 0 , 1 % d e
Í STSÍ?
c ar bono i ndi cam q u e o s d a d o s exper i ment ai s q u e l ev ar am à det er mi naç ão d á s c ur v as n ã o s ão . ' sai
suf i ci ent es n e m t ão pr ec i s os quant o ser i a des ej ado. De qual quer mo d o , a f i gur a conf i r ma o ef ei t o f caj í r
endur ec edor d o s e l e me n t o s i ndi cados, dev i do a s u a s ol uç ão naf eni t a, c o mo j á f oi expl i cado.
' t sé
5. 3. Ef ei t o dos el ement os de l i ga nos car bonet os - O s e g u n d o d o s const i t ui nt es bási cos dos i p Ép
a ç o s esf r i ados l ent ament e é o c ar bonet o; é c onhec i da a i nf l uênci a s o b r e a s pr opr i edades dos CV: F-
a ç o s d a quant i dade, a s s i m c o mo d a f or ma e d a f i nur a d a di sper são d a s par t í cul as d e c ar bonet o. l ^ Cj *
Po r out r o l ado, s e n d o t odos o s c ar bonet os e n c o n t r a d o s n o s a ç o s mu i t o f r ágei s e r el at i va- r ^f -
me n t e mui t o dur os , s u a i nf l uênci a s obr e a s pr opr i edades d e t r ação d o s a ç o s , obt i do n o r ma l -
me n t e , é i dênt i ca, i n d e p e n d e n t e me n t e d a s s u a s c o mp o s i ç õ e s es pec í f i c as , d e s d e , é cl ar o, p Hi E
q u e s u a s par t í cul as a p r e s e n t e m a s me s ma s c o n d i ç õ e s d e di s per s ão. g| | í |
Ent r et ant o, a s pr opr i edades especi ai s p o d e m s er conf er i das a o s a ç o s pel a pr es enç a d e
c ar bonet os es pec i ai s .
De qual quer mo d o , s o b o pont o d e vi st a d e pr opr i edades me c â n i c a s , s obr et udo a s r el a-
t i vas à t r ação, a s mu d a n ç a s d e c o mp o s i ç ã o d o s c ar bonet os p o u c o i nt er es s e a p r e s e n t a m.
A f as e c ar bonet o é p o u c o modi f i c ada pel o ní quel , si l í ci o o u al umí ni o, a n ã o ser q u e a j§
gr af i t i zação sej a ac el er ada pel a s u a p r e s e n ç a , d e s d e q u e haj a o u n ã o p e q u e n a p o r c e n t a g e m
d e e l e me n t o s f o r ma d o r e s d e c ar bonet os * " 4 ' .
GFEDCBA AÇOS- CARBONQ E AÇOS- LI GA zyxwvu

, 240

220
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. S 160 li 1 Cr

S 140 L1 / A
120 i A
i ão k
0 2 4 6 3 10 12 14 16 18 20 22 24
El ement o de l i ga, %

Fi g. 1 1 2 - Aç ã o rel at i va de al guns el ement os de l i ga que s e di ssol vem na f erri t a,


no sent i do de aument ar a sua dur ez a.

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
I Y /
/

0,1%C-
Y n

f zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
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0.1 %c • Cr
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120 A
de
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t Sj - ' 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Qs J í í " El ement o de l i ga, %
)

^! Fi g. 113 - Cur v as most r ando o a ume nt o da dur ez a causado pel a pr esença de cr omo e de ma n g a n ê s
Í STSÍ?' e m f er r o pur o e e m aço c o m 0, 1 % C ( f ai xa) . Pel a di sposi ção das l i nhas e das f ai xas, ver f f i ca- se que
. ' sai f e o ef ei t o endur ecedor do c r omo e d o ma n g a n ê s deve t a mbé m ser at r i buí do à sol ução desses
f caj í r í el ement os na f erri t a.

' t sé* gi ^' : D o s e l e me n t o s c o n h e c i d o s c o mo f o r ma d o r e s d e c a r b o n e t o s , c o m e x c e ç ã o do


s i p É p f ma n g a n ê s , c uj a t endênc i a f or mador a d e c ar bonet os é a p e n a s l i gei r ament e s uper i or à d o
CV: F- " ' e r r ° . s o me n t e u ma p e q u e n a q u a n t i d a d e d a q u e l e s e l e me n t o s c i t ados é ac ei t a p e l a
l ^ Cj * cement i t a o u pel os cr i st ai s d e F e 3 C, f o r ma n d c - s e as s i m n o v o s c ar bonet os , r el at i v ament e
r ^f - c o mp l e x o s , t ai s c o mo ( FeCr ) 3 C, c o n t e n d o at é c er c a d e 1 5 % d e Cr , ( Cr Fe ) 7 C3 , c o n t e n d o u m
mí ni mo d e 3 6 % d e Cr , ( Fe Mo ) 8 C, ( F e W) 6 C, ( VFe ) 4 C3 , et c.
p Hi E r E m r e s u mo , d e u m mo d o ger al , a s par t í cul as d e c ar bonet os , q u a n c c s u a di s pe r s ã o f or
g| | í | P s emel hant e, a t u a m n o me s mo s ent i do, di f er enc i ando- s e a p e n a s n a r esi st ênci a à t r aç ão,
assi m c o mo n a s pr opr i edades es pec i ai s q u e p o d e m conf er i r a o s a ç o s , d e p e n d e n d o d a s u a
c o mp o s i ç ã o q u í mi c a .

5. 4. Ef ei t o dos el ement os de l i ga na f or ma de i ncl usões não- met ál i cas - Ge r a l me n t e


j§ § i ncl usões não- met ál i c as d e g r a n d e s d i me n s õ e s s ã o i ndes ej áv ei s , a o p a s s o q u e di s per s ões
mui t o f i nas p o d e m s er benéf i cas o u pr ej udi ci ai s. O ni t r et o d e al umí ni o, por e x e mp l o , e x e r c e
gr ande e i mpor t ant e cont r ol e s obr e o c r es c i ment o d a aust eni t a. O ma i o r i nt er esse n a s i ncl u-

189
s o e s não- met ál i c as r el ac i ona- s e c o m o s e u ef ei t o n o sent i do d e me l h o r a r a usi nabi l i dade d o s
a ç o s r ec oz i dos , c o mo , p o r e x e mp l o , at r av és d e cr i t er i osa p r e s e n ç a d o sul f et o d e ma n g a n ê s
n a f o r ma d e p e q u e n a s t i r as a l o n g a d a s .
A gr af i t a é i gual ment e c ons i der ada u ma f o r ma d e i ncl usão não- met ál i c a n o s aç os ' 1141 , às ' Sf f i S
v e z e s des ej ada par a conf er i r cer t as e par t i cul ar es pr opr i edades e m a l g u n s t i pos d e a ç o s de
al t o c a r b o n o .

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
5. 5 Ef ei t o dos el ement os
de Si ga na f or ma de compost os i nt er met ál i cos - Cons i der ando-
s e o s ni t r et os c o mo c o mp o s t o s i nt er met ál i cos, el es const i t ui r ão o e x e mp l o ma i s i mpor t ant e
d a f o r ma ç ã o d e t ai s c o mp o s t o s . De f at o, c er t os a ç o s a o al umí ni o par a ni t r et ação apr es ent am
a f o r ma ç ã o d e u ma di s per s ão d e par t í cul as d u r a s d e g r a n d e f i nur a, const i t uí das d e AI N,
l ev ando a not ável e n d u r e c i me n t o d o a ç o .

5. 6. Ef ei t o dos el ement os de l i ga na f or ma de par t í cul as met ál i cas di sper sas - Os doi s


e x e mp l o s i mpor t ant es r ef er em- s e a o c obr e e a o c h u mb o . O c obr e, q u e é sol úvel e m apr eci -
áv ei s pr opor ç ões n o f er r o g a ma , di ssol ve- se n a f er r i t a, a 810° C, e m p o r c e n t a g e m i nf er i or a
2 % e a 593° C s u a sol ubi l i dade n a f er r i t a é p r o v a v e l me n t e i nf er i or a 0 , 3 %( 1 1 4 ) . As s i m s e n d o , o
c obr e di ssol vi do a al t as t emper at ur as , é r ej ei t ado n a f or ma d e par t í cul as q u a s e q u e i nt ei r a-
me n t e pur as , a t e mp e r a t u r a s i nf er i or es, o c a s i o n a n d o , e m a ç o s c o m 1 , 5 % a 1 , 7 5 % d e c obr e,
endur ec i ment o por pr ec i pi t aç ão. O c h u mb o , e m a ç o s c o m c er c a d e 0 , 2 5 % d e s s e el ement o,
p r o d u z o c onhec i do ef ei t o d e a u me n t a r a s u a usi nabi l i dade, dev i do a o f at o d e di mi nui r a
f o r ma ç ã o d e c a v a c o s a l o n g a d o s .

6. Ef ei t o dos el ement os de l i ga na f or mação da aust eni t a e na sua t r ansf or mação - At é


a g o r a f or am c o n s i d e r a d o s o s ef ei t os d a adi ç ão d o s e l e me n t o s d e l i ga n o s car act er í st i cos
me c â n i c o s d o s a ç o s n ã o - e n d u r e c i d o s , o u s ej a, n o es t ado r ec oz i do o u n o r ma l i z a d o , à t e mp e -
r at ur a a mb i e n t e . An t e s d e s er f ei t a u ma r ec api t ul aç ão ger al d e s s e s ef ei t os, s e r á c onv eni ent e
abor dar o u , e m al guns c a s o s , r ec or dar a a ç ã o d e t ai s e l e me n t o s n a aus t eni t a, n a f or maç ão
d a mar t ensi t a e n o r ev eni do.
No q u e s e r ef er e à f or mação da aust eni t a, o a q u e c i me n t o d o s a ç o s à t emper at ur a d e
aust eni t i zação r et ém e m s ol uç ão n a aust eni t a t o d o s o s e l e me n t o s d e l i ga q u e e s t a v a m pr e-
v i a me n t e di ssol vi dos n a f er r i t a, c o mo é óbv i o, al t er ando a s pr opr i edades d a aust eni t a mui t o
p o u c o , a n ã o s e r t o ma n d o - a u m p o u c o ma i s d u r a o u r esi st ent e à d e f o r ma ç ã o . Su a i nf l uênci a
s o b r e o t a ma n h o d e g r ã o s f az- se sent i r pr i nc i pal ment e n o sent i do d e q u e e l e v a m l i gei r amen-
t e a t emper at ur a d e c r es c i ment o d o gr ão. O t a ma n h o d e gr ão d e p e n d e ma i s d o s const i t ui n-
t es q u e n ã o s e di s s ol v em n a aust eni t a, c o mo a s i ncl usões não- met ál i c as , a s quai s f or ç am
a c e n t u a d a me n t e a e l e v a ç ã o d a t emper at ur a d e c r es c i ment o d e gr ão d a aust eni t a, o q u e , e m
out r as pal av r as , si gni f i ca q u e t ai s i ncl usões p o d e m evi t ar o c r es c i ment o d e g r ã o . É o c a s o d e
i nc l us ões d e ni t r et o d e al umí ni o q u e p r e v i n e m o c r es c i ment o- de gr ão at é t emper at ur as b e m
s uper i or es a 925° C e, à s v e z e s , d a o r d e m d e 1100° C' 11B) . As i nc l us ões d e el ev ado t eor d e
si l í ci o j á n ã o a t u a m d a me s ma manei r a, poi s di s s ol v em- s e e m par t e n a aust eni t a.

Os c ar bonet os , n o c a s o d e a ç o d e c o mp o s i ç ã o at é mé d i o t eor d e c a r b o n o , t a mb é m s e
di s s ol v em t ot al ment e n a aust eni t a. Ent r et ant o, par a a ç o s d e al t o t eor d e c a r b o n o o u c o m
e l e me n t o s d e l i ga q u e f o r ma m c ar bonet os , a s o l u ç ã o des t es n ã o é t ot al , s e n d o e m al guns
c a s o s , c o mo n o s a ç o s r ápi dos , i mpos s í v el . Ne s s a s c ondi ç ões , o ef ei t o ma i s i mpor t ant e é no
s ent i do d e i mpedi r o c r es c i ment o d e gr ão. De qual quer mo d o , a s pr opr i edades f i nai s d o s
a ç o s s ã o g r a n d e me n t e af et adas pel a pr opor ç ão d a f as e c ar bonet o n a aus t eni t a.
Fi nal ment e, l e mb r e - s e a s f i gur as 1 4 e 1 5 a p r e s e n t a d a s n o Capí t ul o I , r el at i vas à i nf l u-
ênc i a d o s e l e me n t o s d e l i ga s obr e o t eor d e c a r b o n o e a t emper at ur a d o eut et ói de s obr e o
c a mp o aust ení t i co. A f i gur a 1 4 mo s t r a q u e a l g u n s e l e me n t o s e l e v a m a t emper at ur a d e
f o r ma ç ã o d a aus t eni t a e out r a a a b a i x a m; ent r et ant o, n e n h u m e l e me n t o d e l i ga p a s s a a
c o mp o s i ç ã o d o eut et ói de a v al or es ma i s e l e v a d o s . A f i gur a 1 5 mo s t r a o s ef ei t os d o
ma n g a n ê s , c r o mo , mol i bdêni o e si l í ci o s o b r e a f ai xa d e exi st ênci a d e aus t eni t a. C o mo o
ma n g a n ê s , a t u a m o ní quel e o cobal t o; o c r o mo pr at i c ament e el i mi na o c a mp o aust ení t i co

190
c 0 m t eor es d a o r d e m d e 2 0 %; d o me s mo mo d o at ua o mol i bdêni o, q u e a c i ma d e c e r c a d e
g 2 % el i mi na o c a mp o aust ení t i co' ' ; o t ungs t éni o i gual ment e, e m t eor es d e c er c a d e 1 2 %,
114

i mp e d e c o mp l e t a aus t eni t i z aç ão. O si l í ci o, a p e s a r d e n ã o s e r e l e me n t o f o r ma d o r de


' Sf f i S car bonet o c o mo o t ungs t éni o e o mo l i b d ê n i o , t a mb é m r est r i nge o c a mp o aust ení t i co, at é
que a c i ma d e c er c a d ê 8 , 5 % n ã o h á pos s i bi l i dade d e t er - se aust eni t a c o mo úni c o c ons t i t u-
i nt e. Fi nal ment e, o ef ei t o d o t i t âni o n o c a mp o aust ení t i co n o s ent i do d e r es t r i ngHo paul at i -
nament e é ai nda ma i s a c e n t u a d o , a p o n t o d e u m t eor d e 1 % d e s s e e l e me n t o p r a t i c a me n t e
el i mi nar a f as e aust ení t i ca.

m 7. Ef ei t o dos el ement os de l i ga na f ai xa de t emper at ur as de f or mação da mar t ensi t a. -


Es s es ef ei t os p o d e m s er c ons i der ados s o b doi s pont os d e vi st a:

- i nf l uênci a n a s t emper at ur as d e i ní ci o e d e f i m d e f o r ma ç ã o d a mar t ensi t a;


- i nf l uênci a s o b r e a dur ez a d a mar t ens i t a.

a Qu a n t o a o pr i mei r o ef ei t o - s o b r e a s t emper at ur as de i ní ci o e de f i m da f or mação da


mar t ensi t a - vi u- se j á, n o Capí t ul o III ( f i gs. 3 1 e 3 2 ) , c o mo o s e l e me n t o s d e l i ga ma n g a n ê s e
c r omo p o d e m abai x ar a s t emper at ur as d a r e a ç ã o mar t ensí t i ca, a pont o d e evi t ar s u a f o r ma -
ção t ot al . L e mb r e - s e , d e i ní ci o, q u e dent r e o s el ement os q u e p o d e m est ar pr es ent es n o s
aços, o c a r b o n o é o q u e apr es ent a á i nf l uênci a ma i s a c e n t u a d a . Se g u e m- s e , a p a r e n t e me n -
. t e, o ma n g a n ê s , o c r o mo , o ní quel , o mol i bdêni o, o t ungst éni o. O cobal t o a u me n t a a t e mp e -
r at ur a d e i ní ci o d e f o r ma ç ã o d a mar t ens i t a. Os ef ei t os d o v a n á d i o e d o t i t âni o s ã o di scut í -
vei s' . Qu a n t o à i nf l uênci a s obr e a t emper at ur a d e f i m d e f o r ma ç ã o d a mar t ensi t a, a p a r e n -
1171

é t ement e é a me s ma por par t e d o s v ár i os e l e me n t o s d e l i ga i ndi c ados . A di st ânci a ent r e a s


t emper at ur as M, e M, var i a d e s d e c er c a d e 160° C at é c er c a d e 245° C, s e n d o a mai or p a r a o s
el ement os d e t e n d ê n c i a ma i s f or t e n o s ent i do d e di mi nui r a t e mp e r a t u r a M, , i st o é ,
e ma n g a n ê s , c r o mo e ní quel ' 1171 .

A t e mp e r a t u r a d e f i m d e f o r ma ç ã o d a mar t ens i t a é mui t o i mpor t ant e, poi s r e p r e s e n t a


- a el i mi naç ão t ot al d a aust eni t a, d e mo d o q u e s e h o u v e r c o n d i ç õ e s par a a me s ma n ã o s e r
at i ngi da, f i car á c er t a quant i dade d e aust eni t a r et i da. Me s mo e m a ç o s - c a r b o n o , c o m t eor
des s e e l e me n t o a c i ma d e 0 , 5 5 %, a l g u ma aus t eni t a p e r ma n e c e r et i da, s obr et udo n a p r e -
o s enç a d e ní quel , ma n g a n ê s e c r o mo , p o d e n d o nes t es c a s o s o c a r b o n o s er at é me s mo
i nf er i or i . No
1161 r e a q u e c i me n t o d o a ç o a u ma t emper at ur a c o n v e n i e n t e , e s s a aus t eni t a
pode t r ans f or mar - s e, d e a c o r d o c o m a t e n d ê n c i a d e t r a n s f o r ma ç ã o i s ot ér mi c a d o a ç o .
Pode- s e evi t ar a r et enç ão d a aus t eni t a p o r u m r esf r i ament o sub- zer o, o q u e , ent r et ant o,
exi ge c o n h e c i me n t o ex at o d a t e mp e r a t u r a M, , e p o d e c a u s a r t e n s õ e s i nt er nas mu i t o
s ev er as , o u me s mo o a p a r e c i me n t o d e f i s s ur as . Ge r a l me n t e , q u a n d o a q u a n t i d a d e de
aust eni t a r et i da é p e q u e n a , n ã o s e v er i f i c am ef ei t os apr ec i áv ei s n a s p r o p r i e d a d e s , e m-
bor a a p a r e n t e me n t e o s l i mi t es d e el as t i c i dade e d e e s c o a me n t o s e j a m l i gei r ament e
di mi nuí dos . Pa r a q u a n t i d a d e s ma i o r e s d e aus t eni t a r et i da, 1 0 % a 2 0 %' 1161 , a t r a n s f o r ma -
ç ão s u b s e q u e n t e e m bai ni t a d a f ai xa i nf er i or , dur ant e o r ev eni do n ã o p r o d u z mo d i f i c a -
ç ões o u , e m a l g u n s c a s o s , me l h o r a a r esi st ênci a a duct i l i dade e a t enac i dade. En t r e t a n -
t o , o r ev eni do a t e mp e r a t u r a s ma i s e l e v a d a s , pr oduz i ndo a bai ni t a s uper i or o u a per l i t a,
pr oduz ef ei t os pr ej udi ci ai s.

O s e g u n d o ef ei t o me n c i o n a d o - s o b r e a dur eza da mar t ensi t a - d e v e t a mb é m s er l e v a d o


e m c ons i der aç ão, poi s , a o cont r ár i o d o q u e s e acr edi t a g e r a l me n t e , o s el ement os d e Eg a -
out r os q u e o c a r b o n o - e x e r c e m u ma i nf l uênci a e n d u r e c e d o r a n a mar t ens i t s . c que p o d e s a r
demons t r ado por ex per i ênc i as r eal i zadas por Vi i el l a, A b o m, Pr i ce e Wy c h e , d o s l abor at ór i os
de Pes qui s as d a Uni t ed St at es St eel Cor p. ' " 6 1 , e m l i gas Fe - Cr c o m a p e n a s 0 , 0 2 % d e c a r b o -
no. Os r esul t ados es t ão r es umi dos n a f i gur a 1 1 4 .
O me s mo ef ei t o e n d u r e c e d o r d e e l e me n t o s d e l i ga f oi o b s e r v a d o e m a ç o s c o m 0 , 3 5 % d e
c ar bono, c o m t eor es var i ávei s d e c r o mo e d e mol i bdêni o' 1161 .
De qual quer mo d o , c o n v é m n ã o e s q u e c e r q u e o c ar bono é o el ement o f u n d a me n t a l no
que di z r espei t o à s pr opr i edades d a mar t ens i t a. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO

191
Aços E í E3s. cs FUNDI DOS

Esf rUda dn st i canl ent e zyxwvutsrqponmlkjihgfe

/
/zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
/

<• zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
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f

2 3 4 S 6 7 10 11 12

% Cr

Fi g. 1 1 4 - Dur e z a mar t ensí t i ca n u ma sér i e de l i gas Fe - Cr c om 0 , 0 2 % de car bono, most r ando- se, par a
ef ei t os compar at i vos, a dur ez a no est ado r ecozi do. zyxwvutsrqponmlkjihgfedc

3 . Ef ei t o dos el ement os de l i ga no r eveni do - U m d o s pr i nc i pai s , s e n ã o o pr i nci pal


ef ei t o, es t á r el ac i onado c o ma aus t eni t a r et i da o u r esi dual n o s a ç o s suj ei t os a e s s e «l ^í JJi
f e n ó me n o . H á a l g u m t e mp o , ac r edi t av a- s e q u e a r et enç ão d a aus t eni t a a s u a s u b s e - 1 i zyx
- "
q u e n t e c o mp o s i ç ã o d u r a n t e o r ev eni do e r a m a úni c a c a u s a d o r e t a r d a me n t o d o a mo l e -
c i me n t o d o a ç o o u d o c h a ma d o " e n d u r e c i me n t o s ec undár i o" o u " d u r e z a s ec undár i a" .
D e f at o, u ma g r a n d e p r o p o r ç ã o d e aus t eni t a p o d e c a u s a r u m e n d u r e c i me n t o d o a ç o por « Ê$ J t e
o c a s i ã o d o r ev eni do, o q u e é i l ust r ado pel a f i gur a 1 1 5 ( 1 1 7 ) , r el at i va a u m a ç o d e c a r b o n o
mu i t o el ev ado ( 1 , 8 %) e 6 , 4 % d e c r o mo , t e mp e r a d o d e d u a s t e mp e r a t u r a s . A t ê mp e r a " Wf e
d a t emper at ur a ma i s e l e v a d a s ( 1093° C) p r o v o c o u r et enç ão d e g r a n d e q u a n t i d a d e d a T§ 2|
aus t eni t a ( 8 0 % a 9 0 %) e pei o r ev eni do s u b s e q u e n t e , a t e mp e r a t u r a s ent r e 500° C e | £í g|
600° C, or i gi nar am- s e const i t ui nt es ma i s d u r o s q u e a aus t eni t a. At u a l me n t e , admi t e- s e ^| | |
q u e o e n d u r e c i me n t o s e c u n d á r i o é c a u s a d o t a mb é m pel a pr ec i pi t aç ão d e u ma di s per - SKBS
s ã o e x t r e ma me n t e f i na d e c a r b o n e t o s d e e l e me n t o s d e l i ga. Es s a pr ec i pi t aç ão oc or r e-
r i a n a f ai xa d e t e mp e r a t u r a s ent r e 480° C e 650° CÍ 1 1 8 >, e o s c a r b o n e t o s c a p a z e s d e
pr oduz i r t al ef ei t o s e r i a m W2 C , Mo 2 C e V C . A o me s mo t e mp o , e s s e s c a r b o n e t o s pr ec i - ^í f t ^-
pi t ados p r o v o c a r i a m u ma me l h o r a d a r es i s t ênc i a a o a ç o e al t as t e mp e r a t u r a s . Pa r a ~ ' ' ••*
q u a l q u e r r esi st ênci a o u d u r e z a f i nal , o s a ç o s t e mp e r a d o s p o s s u i n d o t ai s e l e me n t o s d e
l i ga, d e v e m s e r a q u e c i d o s a t e mp e r a t u r a s c o n s i d e r a v e l me n t e ma i s el ev adas no
r ev eni do a es t a c i r c uns t ânc i a p r e s u mi v e l me n t e p e r mi t e u ma ma i o r e l i mi n a ç ã o d e t en-
s õ e s i nt er nas . S^lliiP
^ • j í ^^^
9 . / f eeas r f ws ç ac . c c s ef ei t os dos el ement os de l i ga nos aços - Rec api t ul ando, o s pr i nci - • / â^^^
pai s ef ei t os d o s e l e me n t o s d e l i ga s obr e a s pr opr i edades me c â n i c a s , mi c r oes t r ut ur a, t r at a- , §|Í|
| gzyx
me n t o s t ér mi c os e out r os car act er í st i cos d o s a ç o s s ã o : € í ?J
- a u me n t a r a t emper abi l i dade, pel o d e s l o c a me n t o par a a di r ei t a d a s c u r v a s d e i ní ci o e f i m - ^ ^ ^ ^ J
d e t r ans f or maç ão d a aust eni t a, n o d i a g r a ma T T T ;
- es s e ef ei t o, c o mo s e vi u, t or na possí vel a t ê mp e r a d e s e c ç õ e s ma i s gr os s as e a ut i l i za- r f t ^ ^
ç ã o d e me i o s d e t ê mp e r a ma i s br andos , p o r e x e mp l o , ól eo o u me s mo ar , e m v e z d e á g u a , l 3í f §
gar ant i ndo u ma est r ut ur a t e mp e r a d a c o m ma i o r quant i dade d e mar t ens i t a; ' - si - /
_Lt '
192
AÇOS- CARBONO E AÇOS- LI CA
O zyxwv

o
o 1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ

mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
o
o
ONMLKJIHGFEDCBA
o
rr so zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
V o
zyxwvutsrqponmlkjihg
PONMLKJIHGFEDCBA
EDCBA
o
VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA o
T 100 200 300 400 500 600 700

Temper at ur a de r eveni do ° C C)
Fi g. 115 - Ef ei t o do r eaqueci ment o a vár i as t emper at ur as sobr e a dur ez a de aço de al t o car bono e o
c r omo, t emper ado. A t êmper a a part i r de 900° C r et ém al guma aust eni t a; a t êmper a a part i r
de 1093° C pr oduz u mest ado qua s e que compl et ament e aust ení t i co: not e- se o o
a
kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
endur eci ment o pel o r eveni do.
o
- ao me s mo t e mpo, di mi nuem- se os r i scos de e mpe na me nt o ou f i ssur ação;
- out r o ef ei t o do a ume nt o da t emper abi l i dade r el aci ona- se c o m a t emper at ur a de
o
al • r eveni do, a qual , nos aços l i gados, é mai s el evada que nos aços- car bono c omuns , par a os
o
o
e «l ^í JJi l S; ; mesmos ní vei s de dur eza; essa mai or t emper at ur a de r eveni do f aci l i t a a r e moç ã o de t ensões
e- 1 i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- "y,-. i nt er nas. Do me s mo mo d o , par a o me s mo ní vel de dur ez a ou de endur eci bi l i dade, os aços-
e-
.
l i ga apr esent am mai or t enaci dade;
--: - aument ar a dur ez a e a r esi st ênci a mecâni ca da f erri t a, qua ndo se di ssol vem ne s s e o
or
o
« Ê$ J t e ¥ : ; cons ' i í u ' nt e ' c o m consequent e a ume nt o de dur ez a e r esi st ênci a mecâni ca do aço,
ant es de qual quer t r at ament o t ér mi co;
me s mo
o
a
a
" Wf e w f e "e s s 8 car act er í st i co é mai s sal i ent e e m r el ação a o s aços c o m el ement os d e l i ga q u e t êm
o
o
T§ 2| | f | : a t endênci a de f or mar car bonet os, c o mo o c r omo, o mol i bdêni o, o vanádi o e out r os, os quai s
e | £í g| &: . . não s ° e l e v a m a t emper at ur a de r eveni do c o mo t a mb é m pr ov oc a m u m r et ar dament o no

o
e ^| | | g| ç ; amol eci ment o d o aço pel o r eveni do, p o d e n d o - s e veri f i car a t é me s mo o f e n ó me n o de "en-
- SKBSf Gdur eci ment o secundár i o" ou " dur e z a secundár i a" ;
e-
e
a ume nt a r a r esi st ênci a à cor r osão; os el ement os mai s at uant es nesse sent i do s ã o,
c omo se ver á, o c r omo, o ní quel , o cobr e e o f ósf or o, os quai s, me s mo e m t eor es r el at i va- o
- ^ í f t ^ - i j ment e bai xos, me l hor a m mui t o a r esi st ênci a à cor r osão at mosf ér i ca; o cr omo, e m t eor es
Q
o
a ~ ' ' ••**/ >•; el evados, t o ma o aço i noxi dável ;
e aument ar a r esi st ênci a ao desgast e;
o
n- o
modi f i car os car act er í st i cos el ét r i cos e magnét i cos;

S^lliiP-S"' -
o
A Tabel a 2 4 , adapt ada do "Met al s Ha ndbook " r esume os pr i nci pai s ef ei t os dos el ement os de

o
^ • j í ^^^É' ' ' 9 a _ nos aços. Af i gur a 116 i ndi ca os ef ei t os do ní quel , do cr omo e do ma nga nê s sobr e os val or es
- • / â ^ ^ ^ ; o b 8 d o s no ensai o de t r ação e m cor pos de pr ova de pequena secção de aço l ami nado c o m 0 , 2 %
§|Í| f Í i g
| gzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
a- , :de c a r bono. Ver i f i ca- se que o ní quel que, c o mo se sabe, se di ssol ve na f erri t a, aument a r azoavel -
€ í ? J e ? " ' m6 r r t e o s ' ' m' t e s de r esi st ênci a à t r ação e de escoament o, s e m af et ar mui t o sensi vel ment e a

o
m - ^ ^ ^ ^ J l u o f l l l d a d e . O c r o mo , q u e a l é m d e s e di ssol ver n a f erri t a f or ma c a r bone t os , possui ef ei t o ma i s
apr eci ável que o ní quel no q u e s e r ef er e a o l i mit e d e escoament o e à r esi st ênci a à t r ação,

a, l 3í f § Pl l S* ' o
za- r f t ^ ^ l ê P m v o c a n d o < ent r et ant o, q u e d a ma i or nos val or es de al ongament o e est r i cção. O ma n g a n ê s , cuj o

o
e 8 to ® anal i sado e m t rês t i pos de aço, c o m t eor es bai xo e médi o de car bono, a ume nt a as
' - si - / ^Pr opr i edades de r esi st ênci a mai s ou me n o s na me s ma pr opor ção do que o cr omo.
_Lt ' *
o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR 193
ACOSE FERROS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDIDOS

100
Li mi t e de resi st ênci a/
Est ri a
90 a t r ação

30

70 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
Li nní te de TEsl sí ônci .a.
a i r ação
\
Al ongament o
-

Um zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
i
coamen
te da es.
0

.
l esi st à t r ação
Al ongament o Jm. de escoam.

% de ní quel % de c r omo % de ma n g a n ê s

Fi g. 116- Ef ei t o do ní quel e d o cr omo sobr e pr opr i edades mecâni cas de aço l ami nado c o m 0, 20% de
car bono; ef ei t o do ma nga nê s sobr e a ç os de bai xo e médi o car bono, l ami nados.

Ca b e , u ma r ef er ênc i a es pec i al a o e l e me n t o bor o, o qual , c o mo s e ver i f i cou j á h á


c e r c a d e vi nt e e c i nc o a n o s , e m p e q u e n a s q u a n t i d a d e s , e x e r c e u m ef ei t o a c e n t u a d o
s o b r e a endur ec i bi l i dade d o s aç os ' 1191 . Os a ç o s d e bor o d e v e m s er , pr i mei r o, c ui dados a-
me n t e d e s o x i d a d o s , e o s e u t eor d e ni t r ogéni o d e v e s er bai x o, poi s , d o cont r ár i o, o bor o
r eagi r á c o mo o ox i géni o e o ni t r ogéni o, d e i x a n d o d e c ont r i bui r p a r a me l h o r a r a
t emper abi l i dade.
A p o r c e n t a g e m d e bor o a adi ci onar par a o s ef ei t os q u e s e d e s e j a m é e x t r e ma me n t e
p e q u e n a , f i cando ent r e 0 , 0 0 8 % e 0 , 0 0 0 3 %, d e p e n d e n d o d o t i po d e a ç o < 1 2 0 ) . Ent r et ant o, s e
s u a quant i dade ul t r apas s ar d e cer t os l i mi t es, p o d e r á pr ov oc ar a f al t a d e duct i l i dade a q u e n -
t e " . O l i mi t e é d e c er c a d e 0 , 0 0 8 % par a a ç o s d e bai x o c a r b o n o e d e c er c a d e 0 , 0 0 5 % par a
a ç o s d e al t o c a r b o n o .
A at uaç ão d o bor o n ã o é pr opr i ament e c o mo e l e me n t o d e l i ga. Co n t u d o , s e u ef ei t o s obr e
c er t os car act er í st i cos d o s a ç o s , c o mo t emper abi l i dade, é apr ec i áv el , f a z e n d o - s e sent i r da
s egui nt e manei r a 1 1 2 0 1 :
- des l oc a par a a di r ei t a a c ur v a d e i ní ci o d e t r ans f or maç ão d o d i a g r a ma TTT;
- des l oc a t a mb é m par a a di r ei t a a c ur v a d e f i m d e t r ans f or maç ão, p o r é m r el at i vament e
pouc o;
- d e qual quer mo d o , a c o n s e q u ê n c i a i medi at a é o a u me n t o d a t emper abi l i dade d o s aç os .
Admi t e- s e 1 1 2 1 1 q u e a p r e s e n ç a d e u m c o mp o s t o s ubmi c r os c ópi c o d e bor o n o s c ont or nos
d o s gr ãos ( BC, B N o u bor et os ) ser i a a c a u s a d o at r as o n a t r ans f or maç ão d a aust eni t a q u e ,
c o mo s e s a b e , c o me ç a n o s c ont or nos d o s g r ã o s .
Af i gur a 1 1 7 ( 1 2 1 ) mo s t r a o ef ei t o d e s s e e l e me n t o s obr e a t emper abi l i dade d e u m a ç o c o m
0 , 6 3 % de c ar bono.
A Fi g. 1 1 8 ( 1 2 2 > mo s t r a a s f ai xas de endur eci bi l i dade par a a ç o t i po S A E 5 0 4 6 s e m e c o m
b o r o . Ne s s e s a ç o s , a t emper at ur a d e nor mal i z aç ão par a mat er i al f oq' ado o u l ami nado é de
870° C: a t emper at ur a d e aust eni t i zação é d e 843° C.
Bu f l e r t s ^ d t a c e x e mp l o d e u m a ç o c o m 0 , 4 2 % C, 1 , 6 0 % Mn e 0 , 3 0 % Si q u e , por
t ê mp e r a e m ól eo, e n d u r e c e a 5 5 Roc k wel l C s o me n t e at é di âmet r os d e me i a pol egada, ao
p a s s o q u e c o m adi ç ão d e a p e n a s 0 , 0 0 1 % a 0 , 0 0 2 % d e bor o, p o d e r á adqui r i r a me s ma
d u r e z a at é di âmet r os d e u ma e mei a p o l e g a d a .
U ma c o n s e q u ê n c i a i mpor t ant e d a a d i ç ã o d o b o r o n o s a ç o s é q u e e s s e e l e me n t o , s e
n ã o ul t r apas s ar o s t eor es me n c i o n a d o s , n ã o al t er a o s car act er í st i cos d o a ç o d e t r abal ho

( * ) " Hot - shor t ness" .

194.
BA AÇOS- CARBONQ E AÇOS- LI GA zyxwvu

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195
do car bono) aust eni t a c o m C rí t l cos- perl l l l cos ( sobr et udo a bai xas
mai s el evado t emper at ur as)
3 - Tor na aust aní t l oas l i gas Fo- Cr al t as
e m Cr
P 0, 5% 2, 8% Endur e c e f or t ement e Au me n t a a endur eci - Ne n h u ma zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
1 - Au me n l a a r esi st ênci a da aços da
( s e m r el ação por sol ução sól i da bi l i dade bai xo 0
c o m o t eor - 2 - Aume nl a a r esi st ênci a è cor r oBão
do car bono) 3 - Aume nl a a usl nobl l l dada e m açoa usi -
n a g e m ( áol l
T A B E L A 24
Efeitos específicos dos elementos de liga n o s aços (continuação)
i nf l uênci a exer ci da at r avés d o s
Sol ubi l i dade sól i da I nf l uênci a s obr e a
I nf l uênci a s obr e a c a r bone t os
Aust eni t a Pr i nci pai s f unç õe s
El e me nt o
Fer r i t a
( Endur eci bi l i dade) Te ndê nc i a f or ma dor a Aç ã o dur ant e o
No f er r o y No f er r o a
d e c a r bone t os r eveni do
2% 18, 5% Endur e c e c o m per -
( 9% c om (nãomuilD da de pl ast i ci dade
0 , 3 5 % C) al t er ada ( Mn < SI < P) Au me n t a a endur eci - Negat i va Sust ent a a dur ez a por 1 - Desoxi dant e
pel o C) bi l i dade mode r a da - ( graf i t i za) sol ução sól i da 2 - El ement o de l i ga par a c ha pa s el ét rl -
me nt e cas e magnét i cas
SI 3 - Aume nt a a r esi st ênci a à oxi dação
4 - Au me n t a a endur eci bi l i dade de a ç os
cont endo el ement os nã o gr af i t l zan-
t es
5 - Aume nt a a r esi st ênci a de aços de
bai xo t eor e m l i ga
0, 75% 6% Pr oduz si st ema endu- Pr ovavel ment e a u- A mai or conheci da Car bonet os per si st en- 1 - Re duz a dur ez a mar t ensl l l ca a a e n-
(1 % c om r ecf vel por pr eci pi t a- me nt a mul t o a endu- t es pr ovavel ment e dur eci bi l i dade e m aços a o Gr da mé -
Tl 0 , 2 0 % C) ç ã o e m l i gas Tl - Fe cl bl l l dade no est ado nã o af et ados. di o Cr
c o m al t o TI di ssol vi do. Os Al gum endur eci ment o 2 - I mpe de a f or mação de aust eni t a e m
ef ei t os de car bone- secundár i o aços de al t o Cr
t os r e duz e m- na
6% 33% I de m e m l i gas Aume nt a a endur eci - For t e Opõe - s e à di mi nui ção 1 - For ma par t í cul as dur as e r eal sl Bnl os
( 11% oom W- F e bi l i dade f or t ement e de dur ez a por endur e- a o desgast e e m aços- f Br r amenl a
W
0 , 2 5 % C) o o m al t o W e m pe que nos t eor es ci ment o secundár i o 2 - Pr omov a dur ez a e r esi st ênci a a al t as
t emper at ur as
1% Se m Endur e c e mode r a da - Au me n t a mul t o f or - Mui t o f or t e Má x i ma par a endur e- • 1 - El eva a t emper at ur a de cr esci ment o
T ABE L A2 4
Ef ei t os especí f i cos dos e l e me nt os de l i ga nos a ç os ( cont i nuação)
Sol ubi l i dade sól i da I nf l uênci a exer ci da at r avés d o s
I nf l uênci a s obr e a I nf l uênci a s obr e a
c a r bone t os
El e me nt o Fer r i t a Aust eni t a Pr i nci pai s f unç õe s
No f er r o y zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
No f er r o a ( Endur eci bi l i dade) Te ndê nc i a f or ma dor a Aç ã o dur ant e o
d e c a r bone t os r eveni do
Mo 3% 37, 5% Pr oduz o si st ema en- Au me n t a a endur eci - For t e; mai or que Opõe - s e à di mi nui ção 1 - El eva a t emper al ur a de cr esci ment o
( 8% c om dur ecí vel por pr eci pi - bi l i dade f or t ement e o Cr de dur ez a cr i ando a de gr ão da aust eni t a
0 , 3 % C) t ação na s l i gas Fe - Mo ( Mo > Gr ) dur ez a secundár i a 2 - Pr oduz mai or pr of undi dade de e ndu-
r eci ment o
3 - Cont r abal ança a t endênci a à f ragi l i -
da de de r eveni do
4 - El eva a dur ez a a quent e, a r esi st ên-
ci a a quent e e a f l uênci a
5 - Mel hor a a r esi st ênci a à cor r osão doa
aços I noxi dávei s
6 - For ma par t í cul as r esi st ent es à abr a-
são
Ni Se m 10% Aume nt a a r esi st ên- Aume nt a a endur eci - Negat i va Mui t o pe que na e m 1 - Aume nt a a r esi st ênci a de aços r eco-
l i mi t as ( sem r el ação ci a a a t enaci dade por bi l i dade l l f j el r ament e; ( graf i t i za) t eor es bai xos zi dos
c o m o t eor sol ução sól i da ma s t ende a r et er a 2 - Aume nl a a t enaci dade de aços f or-
do car bono) aust eni t a c o m C rí t l cos- perl l l l cos ( sobr et udo a bai xas
mai s el evado t emper at ur as)
3 - Tor na aust aní t l oas l i gas Fo- Cr al t as
e m Cr
Aç os E FERROS FUNDÍ DOS

a q u e n t e , n e m d e t r abal ho a f r i o o u d e us i nabi l i dade, vi st o q u e n ã o al t er a a d u r e z a a


r esi st ênci a me c â n i c a e a pl ast i ci dade d a c e me n t i t a e d a f er r i t a, a o c ont r ár i o d o s e l e me n -
t os d e l i ga q u e el e subst i t ui , c o mo Mn , Ni , Cr , et c. ( , 2<1>. Do me s mo mo d o , n o s es t ados
r ec oz i do o u n o r ma l i z a d o , a s pr opr i edades d e u m a ç o a o bor o s ã o p r a t i c a me n t e i dênt i cas
à s d o me s mo a ç o s e m b o r o . Tai s c ar ac t er í s t i c os , pr i nc i pal ment e a i nal t er abi l i dade das
qual i dades d e t r abal ho me c â n i c o o u d e us i nabi l i dade, c ons t i t uem i n e g a v e l me n t e u ma
v a n t a g e m. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
^ ~ - O. C 01 %a

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\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
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\
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\ \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
A
/ 8" IZ I B- IV 78" 1" 178" 1/ 4- 178"

Penet r ação de dur eza, pol ,

Fi g. 117- Ef ei t o d o bor o sobr e a t emper abi l i dade de u m aço c o m 0 , 6 3 % de car bono.

Há al gum t e mp o , f oi des env ol v i do n o s Es t a d o s Uni dos u m n o v o g r u p o d e a ç o s a o bor o' 123 )


e m subst i t ui ção a o s S A E o u AI SI c o mu n s a o c a r b o n o s i mpl es ment e. Es s e s a ç o s apr es ent am
c ompar at i v ament e me n o r e s t eor es d e c ar bono, , ma s mai or es t eor es d e ma n g a n ê s e bor o.
c o mb i n a ç ã o e s s a q u e pr opi ci ou endur eci bi l i dadei cr escent e, per mi t i ndo r e d u ç õ e s nos ní vei s de
c a r b o n o , s e m di mi nui ç ão d a r esi st ênci a. Me n o r quant i dade d e c a r b o n o r esul t a e m dur ez a mai s
bai x a n a c ondi ç ão l a mi n a d a , possi bi l i t ando f áci l c o n f o r ma ç ã o me c â n i c a .
Es s e s a ç o s a p r e s e n t a m ai nda o car act er í st i co d e aut o- r eveni do, dev i do a o bai xo c ar bo-
n o , q u e el eva a t emper at ur a d e t r ans f or maç ão M, a u m pont o o n d e o r ev eni do ocor r e l ogo
a p ó s a t r ans f or maç ão. Tal car act er í st i co di mi nui a s f i ssur as d e t ê mp e r a e a s pr obabi l i dades
d e e mp e n a me n t o , c a u s a d o r a s daquel es i nc onv eni ent es .
A s apl i c aç ões ma i s i mpor t ant es dos- a ç a s a o bor o s i t uam- s e n o c a mp o d o s a ç o s par a
c e me n t a ç ã o , e m subst i t ui ção a o s a ç o s c o m al t o t eor d è ní quel .
Fi nal ment e, e s t u d o s v ê m s e n d o des env ol v i dos e m r el ação a o ni t r ogéni o, apr ov ei t ando o
s e u ef ei t o d e e n d u r e c i me n t o por pr eci pi t ação, e m a ç o s d e mé d i o t eor d e c a r b o n o .
A i dei a bási ca é adi ci onar es s e el ement o, e m quant i dade suf i ci ent e, dur ant e a f us ão d o aç o.
Af i gur a 119 mo s t r a a i nf l uênci a c onj unt a d e c a r b o n o e ni t r ogéni o n o l i mi t e d e r esi st ênci a
à t r ação d e a ç o s c uj a c o mp o s i ç ã o s e si t ua dent r o d a s segui nt es f ai xas:
C - 0, 19 a 0 , 5 3 %
S1 ; - Q, 04 a 0 , 4 4 %
Mn - 0, 26 a 0 , 9 5 %
Cr - 0, 04 a 0 , 2 4 %
Al i - 0, 001 a 0 , 0 1 7 %
Ni - 0, 10 a 0 , 1 7 %
C o mo s e v ê , é u m a ç o q u e p o d e s er c o n s i d e r a d o mi cr ol i gado e q u e , e m vi r t ude d o ef ei t o
e n d u r e c e d o r d o ni t r ogéni o, p o d e r » e v e n t u a l me n t e subst i t ui r aços- l i ga d e bai x o- t eor em l i ga.
o s quai s par a at i ngi r e l e v a d o s val br es d e pr opr i edades me c â n i c a s , d e v e r i a m ser t r at ados
t er mi c ament e o u e n d u r e c i d o s s uper f i c i al ment e.
A s v ant agens d e s s e s a ç o s par a, por e x e mp l o , apl i cações aut omot i v as , s er i am, ent r e o u -
t r as, r eduç ão d e c us t o e g r a n d e e c o n o mi a pel a el i mi naç ão d a s o p e r a ç õ e s d e t r at ament o t ér mi -
AÇOS- CARBONO E AÇQS- LJGA zyxwvu

a QO Há dúv i das , c o n t u d o , q u e pr ec i s am s er el uci dadas c o m ma i o r e s pes qui s as , s obr e o ef ei t o


n- n a r esi st ênci a à f adi ga, car act er í st i co i mpor t ant e e m e mp r e g o s n a i ndúst r i a aut omobi l í st i ca.
s
s
s 1
N
33

a \ 5048 - H

DCBA 5
s l 56
0, 43 - 0, 50 C

0 , 5 5 - 1 , 1 0 Mn

\ 0 , 1 3 - 0 , 4 3 Cr zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW

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V 3 3
32 32
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
SRQPONMLKJIHGFEDCBA o 30
28
^ 2 4 , 23
23
21 24
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QPONMLKJIHGFEDCBA
edcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
50

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. Di st ânci a da Ext r emi dade
Resf r i ada, e m 1/ 16"
e
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Fi g. 118 - Fai xas de endur eci bi l i dade par a aço S AE 5 0 4 6 s e m e c om bor o

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- Fi g. 119 - I nf l uênci a conj unt a do ni t r ogéni o e do car bono sobr e a r esi st ênci a à t r ação.
Aç os E FERROS FUNDI DOS

Out r o el ement o d e l i ga q u e es t á s e n d o i n t e n s a me n t e p e s q u i s a d o e j á e mp r e g a d o nos ^ í t f l -y- j zyx


a ç o s é o ni óbi o. U ma p e q u e n a quant i dade d e ni óbi o ( 0, 03%) e m a ç o s - c a r b o n o c o mu n s , ~70r ^ ^ '
a u me n t a d e 2 0 a 3 0 % s u a r esi st ênci a me c â n i c a , l ev ando est a a u m v al or c or r es pondent e ao
q u e ser i a obt i do c o m a adi ç ão d e 1 % d e ma n g a n ê s * 1 2 4 ' . Ent r e out r as r a z õ e s , admi t e- e q u e a
habi l i dade d o ni óbi o f or t al ecer o a ç o r esul t a d a s e p a r a ç ã o d e f as es di s per s as d e car boni t r et o
d e ni óbi o - Nb ( C, N) - f o r ma d a s dur ant e a d e c o mp o s i ç ã o d a s ol uç ão sól i da s uper s at ur ada
p a r a u ma s ol uç ão sól i da e m equi l í br i o e par t í cul as di s per s as . Os pr ec i pi t ados di s per s os de • í Skí í I í i
car boni t r et o d e ni óbi o s ã o o b s e r v a d o s t ant o n a s c ondi ç ões d e l a mi n a ç ã o a quent e c o mo
nor mal i z ada' 124 ' . "•»! _
As adi ç ões d e ni óbi o p r o d u z e m i gual ment e u ma est r ut ur a ma i s f i na e c onf er em mai or • ^í ^l ^í
r esi st ênci a a o c r es c i ment o d o gr ão aust ení t i co a al t as t emper at ur as . ' • . ' • >• ] ' .
Mo s a ç o s i nox i dáv ei s , o ni óbi o f o r ma u m c a r b o n e t o d e ni óbi o, r e mo v e n d o o c ar bono q u e SSi í ê
p o d e f or mar o c ar bonet o d e c r o mo , pr ej udi ci al e m cer t os t i pos d e a ç o s i noxi dávei s 1125' . j f
No s a ç o s par a f e r r a me n t a s , e s s e e l e me n t o é c ons i der ado u ma al t er nat i va vi ável par a g à ; v Sv 3
subst i t ui r o s e l e me n t o s ma i s t r adi ci onai s, f or t es f o r ma d o r e s d e c ar bonet os 1 1 2 6 ' . • f al t : l ' ^
: ' ! ^ £' 4£#
10. Cl assi f i cação dos aços- car bono e dos aços- l i ga - É mui t o di f í ci l es t abel ec er - s e u ma L- ; r | - ' i »;
cl assi f i cação pr eci sa e c o mp l e t a par a t o d o s o s t i pos d e a ç o s . Me s mo n o c a s o d o s aç o- íSfíf- [•' ' ••
c a r b o n o c o mu n s , o s s i s t e ma s us uai s d e cl assi f i cação - A B NT , S A E , AI SI , et c. - c o mo s e vi u zyx
^ Í .F'/--" ?v
n o i ní ci o des t e Capí t ul o, c o b r e m a p e n a s o s a ç o s at é c ar bono mé d i o equi v al ent e a 1 , 0 0 %. 4=s- j l : "
No c a s o d e aços- l i ga, a el abor aç ão d e s i s t e ma s d e cl assi f i cação é ma i s di f í ci l , dev i do a o • s ?r ' #$
c ons t ant e ac r és c i mo d e n o v o s t i pos, n ã o s ó c o m modi f i c aç ões n o s t eor es d e el ement os d e ' . sSf í ?#t
l i ga, e m r el ação a o s t i pos j á exi st ent es, ma s i g u a l me n t e c o m a p r e s e n ç a d e n o v o s el ement os Í S^ í / : : ?
d e l i ga. Ai nda a s s i m, p a r a o s t i pos ma i s c o mu n s e t eor es r el at i vament e bai x os d e el ement os i ^ r i í ^ i
d e l i ga, t ant o a S A E , a AI SI e out r as a s s o c i a ç õ e s t éc ni c as , c o mo a A B N T n o Br asi l , el abor am
s i s t e ma s d e cl assi f i cação q u e a t e n d e m s at i s f at or i ament e à s n e c e s s i d a d e s d o me i o . Do
me s mo mo d o , j á s e e s t a b e l e c e r a m s i s t emas d e cl assi f i cação p a r a a l g u n s t i pos d e a ç o s j ut "
es pec i ai s - aç os - f er r ament a, a ç o s i noxi dávei s, a ç o s r esi st ent es a o cal or , et c . - c o mo s e v er á - ?' } - á"
por oc as i ão d a s u a des c r i ç ão. Es s a s cl assi f i cações es pec i f i c am pr i nc i pal ment e a s c o mp o s i -
ç õ e s quí mi c as d o s a ç o s , subdi vi di dos e m i n ú me r o s g r u p o s , a b r a n g e n d o d e z e n a s d e anál i -
mm.
- Jg$^ j j £
s e s quí mi c as di f er ent es. " S^ SJ ^
Pa r a o s f i ns d o pr es ent e es t udo, poder - s e- i a cl assi f i car os a ç o s d e t r ês mo d o s di f er ent es: Mi í ?| | | '
' í SÃi Sssí
- d e ac or do c o m a c o mp o s i ç ã o quí mi c a; *a*i Í ^SS
- d e ac or do c o m a est r ut ur a; ^ Ks l l í / l
- d e ac or do c o ma apl i c aç ão.
" - f l B^ ^
10. 1. Cl assi f i cação de acor do com a composi ção quí mi ca - Co n s i d e r a d a a c o mp o s i ç ã o a' ! ^ * ^
q u í mi c a d o s a ç o s c o mo b a s e d e cl assi f i cação, p o d e r i a m s er c o n s i d e r a d o s o s s egui nt es .,;/|íiS
s ubgr upos : . v5f | | | Bf
f - i í S^ -
- aços- car bono, o u s ej a, aquel es e m q u e es t ão pr es ent es o c a r b o n o e o s el ement os *. v A : : ;

r esi duai s, ma n g a n ê s , si l í ci o, f ósf or o, enx of r e e out r os , n o s t eor es c o n s i d e r a d o s nor mai s : r i £j $C-


- aços- l i ga de bai xo t eor em l i ga, o u s ej a, a q u e l e s e m q u e o s e l e me n t o s r esi duai s est ão l í sf e
pr es ent es a c i ma d o s t eor es n o r ma i s , o u o n d e oc or r e a pr es enç a d e n o v o s e l e me n t o s d e l i ga, • ^1* § | |
c uj o t eor t ot al n ã o ul t r apas s a u m val or d e t e r mi n a d o ( n o r ma l me n t e at é 5 , 0 %) . Ne s t e s a ç o s , a ] »Jp| g|
quant i dade t ot al d e e l e me n t o s d e l i ga n ã o é suf i ci ent e par a al t er ar p r o f u n d a me n t e as est r u- . • Sq ^
t ur as d o s a ç o s r esul t ant es, a s s i m c o mo a nat ur ez a d o s t r at ament os t ér mi c os a q u e d e v a m Kí j f âJ ^
s er s u b me t i d o s ; i Wc ^S^ ízyx
- aços- l i ga, de al t o t eor em l i ga, em q u e o t eor t ot al d o s e l e me n t o s d e l i ga é, n o J ; ; ®f f i | í
mí n i mo , d e 1 0 a 1 2 %. Ne s s a s c o n d i ç õ e s , n ã o s ó a s est r ut ur as d o s a ç o s c o r r e s p o n d e n t e s ^ I f i £§ g
p o d e m s er p r o f u n d a me n t e al t er adas , c o mo i g u a l me n t e o s t r a t a me n t o s t ér mi c os c o me r c i -
ai s s o f r e m mo d i f i c a ç õ e s , ex i gi ndo ai nda t éc ni c a e c u i d a d o s es pec i ai s e, f r e q u e n t e me n t e , . t t ; T: ;
o p e r a ç õ e s múl t i pl as; T^ f f i Pf Ç
AÇOS- CARBQNO E AÇOS- UGA zyxwvu

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
^ í t f l -y- j ^ í ' ;
_ g s- l i ga, de médi o t eor em l i ga, q u e p o d e r i a m s er c o n s i d e r a d o s c o mo const i t ui ndo u m
a 0

~70r ^ ^ ' gr upozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA


I nt er medi ár i o ent r e o s doi s ant er i or es.

- | o. 2. Cl assi f i cação de acor do com a est r ut ur a - T o ma d a a est r ut ur a c o mo b a s e pa r a


r ággsi f j cação, o s s egui nt es s ubgr upos p o d e r i a m ser c ons i de r a dos :

• í Skí í I í i ?^ - per l í t l cos, s e m el ement os d e l i ga o u c o mo el ement os d e l i ga e m t eor es r el at i v ament e


bai xos ( at é o má x i mo d e 5 %) ; s u a s pr opr i edades me c â n i c a s , e m f unç ão d o t eor d e c a r b o n o
"•»! _ ""X- g de el ement o d e l i ga, p o d e m s er c ons i der av el ment e me l h o r a d a s por t r at ament o t ér mi c o d e
• ^ í ^ l ^ í ^ t ê mp e r a e r ev eni do; t a mb é m e m f u n ç ã o d o t eor d e c a r b o n o , s u a usi nabi l i dade p o d e s er
' • . ' • >• ] ' . consi der ada b o a ;
SSi í ê r f ®- mar t ensí t i cos, q u a n d o o t eor d e e l e me n t o d e l i ga s upe r a 5 %; a p r e s e n t a m d u r e z a mui t o
j f el evada e bai x a usi nabi l i dade;
g à ; v Sv 3 ^ . . - aust enf t i cos, car act er i zados por r e t e r e m a est r ut ur a aust ení t i ca à t e mpe r a t ur a a mb i e n -
• f al t : l ' ^ * ; t e' devi do a o s e l e v a d o s t eor es d e c er t os e l e me n t o s d e l i ga ( Ni , Mn ou Co ) ; o s i nox i dáv ei s ,
: ' ! ^ £' 4£#Ôi Kn8o ma g n é t i c o s e r esi st ent es a o cal or , por e x e mp l o , p e r t e n c e m a e s s e gr upo;
L- ; r | - ' i »; , ^; : r' - f er r í Scos, i gual ment e c ar ac t er i z ados por el ev ados t eor es d e cer t os e l e me n t o s d e l i ga
íSfíf- [•' ' ••' M'' ' [0T, W ou Si ) , ma s c o m bai xo t eor d e c a r b o n o . Nã o r e a g e m à t ê mp e r a ; n o es t ado r ec oz i do,
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
^ Í .F'/--" ?v&?car act er i z am- se por r epr esent ar u ma est r ut ur a p r e d o mi n a n t e f er r í t i ca, c o m e v e n t u a l me n t e
4=s- j l : " r * 3Spequenas quant i dades d e c ement i t a;
o • s ?r ' #$l £ - car bí di cos, car act er i zados por a p r e s e n t a r e m quant i dades c ons i der áv ei s d e c a r b o n o e
' . sSf í ?#t - ^ el ement os f o r ma d o r e s d e c ar bonet os ( Cr , W, Mn , Ti , Nb e Zr ) . S u a est r ut ur a c o mp õ e - s e d e
s Í S^ í / : : ?S* Jcar bonet os di s per s os n a mat r i z q u e p o d e s er d o t i po sor bí t i co, mar t ensí t i co o u aust ení t i co,
i ^ r i í ^ i j êpendendo d a c o mp o s i ç ã o quí mi c a. S ã o a ç o s u s a d o s e s p e c i a l me n t e e m f er r ament as d e
m cor t e e e m mat r i z es .

j ut " \ . Cl assi f i cação de acor do com a apl i cação - Es t a s e r á a cl assi f i cação a d o t a d a n a


- ?' } - á"' », . pr esent e obr a. De ac or do c o m a me s ma , p o d e m s er c o n s i d e r a d o s o s s egui nt es s u b g r u p o s :
mm.
- Jg$^ j j ££? - aços par a f undi ção, c ar ac t er i z ados por apr es ent ar em b o a c o mb i n a ç ã o d e r esi st ênci a,
" S^ SJ ^ d u c t i l i d a d e e t enac i dade; al ém di s s o, a p r e s e n t a m b o a us i nabi l i dade e adequada
Mi í ?| | | ' " sol dabi l i dade; mui t os t i pos s ã o suscet í vei s d e t r at ament os t ér mi c os d e t ê mp e r a e r ev eni do;
' í SÃi Sssí ' ' - ' - a ç o s est r ut ur ai s, a o c ar bono ou c o m p e q u e n o s t eor es d e e l e me n t o s d e l i ga, c o m b o a s
*a*i Í ^SSf e duct i bi l i dade e sol dabi l i dade e el ev ado val or d e r el ação l i mi t e d e r esi st ênci a à t r aç ão p a r a
^ Ks l l í / l i f ni t e d e e s c o a me n t o ;
- a ç o s par a t r i l hos, cuj as c ondi ç ões d e ser vi ços e x i g e m car act er í st i cos d e b o a r esi st ênci a
" - f l B^ ^ %me c â n i c a , b o a r esi st ênci a a o d e s g a s t e et c, ; s ã o , t i pi cament e, a ç o s a o c ar bono;
a' ! ^ * ^ - ' - a ç o s p a r a pr odut os pl anos, q u e d e v e m apr es ent ar ex c el ent e def or mabi l i dade, b o a
. , ; / | í i S| í g: gol dabi l i dade, ent r e out r as qual i dades;
v5f | | | Bf KKv - aços par a t ubos, c o m, e m pr i ncí pi o, a s me s ma s qua l i da de s d o s a ç os pa r a c h a p a s ;
f - i í S^ - l ^ c omo o s ant er i or es, s ã o n o r ma l me n t e a o c a r b o n o , e mb o r a , nes t es úl t i mos, a l g u ma s apl i ca-
* . v A : : . ?c«« p o d e m exi gi r a pr es enç a d e e l e me n t o s d e l i ga;
; ;

r i £j $C- ~ - aços par a bar r as, ar ames e f i os, o s quai s , c o n f o r me apl i c aç ões , p o d e m apr es ent ar
o l í s f e i car act er í st i cos d e r esi st ênci a à t r aç ão r eal ment e not ávei s;
• ^1* § | | pf ê - aços par a mol as, car act er i zados p o r e l e v a do l i mi t e el ást i co;
] »Jp| g| | p- - aços às t sscnagaas sei , c a r a u a l u g f o s sel a s u a e l e v a d a usi nabi l i dade, t eor es a c i ma
. • S q ^ & c b s nor ma i s d o s el ement os enx of r e e f ós f or o, pr i nc i pal ment e o pr i mei r o, e, e v e nt ua l me nt e ,
Kí j f âJ ^ Ss à pr e s e nç a d e c h u mb o ;
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i Wc ^S^ í - aços par a cement ação, n o r ma l me n t e d e bai x o c a r b o n o e bai x os t eor es d e e l e me n t o s de
o J ; ; ®f f i | í ^- l i ga, d e mo d o a a pr e s e nt a r e m o s me l h o r e s car act er í st i cos pa r a enr i queci ment o super f i ci al
^ I f i £§ g| f de c ar bono, a l é m d e u m núc l eo t enaz , depoi s d a c e me n t a ç ã o e d a t êmper a;
- a p ó s par a ni t r et ação, s i mpl e s me nt e a o c a r bono ou c o m o s e l e me nt os d e l i ga c r o mo ,
. t t ; T: ; V. T. cí i bdôni c e al umí ni o;
T^ f f i Pf Çí si - aços par a f er r ament as e mat r i zes, c ar ac t er i z ados por al t a d u r e z a à t emper at ur a a mb i - zyxwvutsrq
Aç os E FERROS FUNDI DOS

e n t e , a s s i m c o mo , n o s t i pos ma i s s of i s t i c ados , al t a d u r e z a à t e mp e r a t u r a el ev ada,


sat i sf at ór i a t enac i dade e o n d e a s pr opr i edades c o mu n s d e r esi st ênci a me c â n i c a e pr i nci pal -
me n t e d e duct i l i dade, p o u c o si gni f i cado a p r e s e n t a m. Os t i pos ma i s sof i st i cados apr es ent am
e l e me n t o s d e l i ga e m t eor es mui t o el ev ados , s e n d o o s ma i s i mpor t ant es e f a mo s o s os " aços
r ápi dos " , c o m e l e v a d o t eor d e t ungs t éni o, ma i s c r o mo e v a n á d i o e , e v e n t u a l me n t e ,
mol i bdêni o, cobal t o e out r os e l e me n t o s d e l i ga. Ap r e s e n t a m al t a c a p a c i d a d e d e cor t e. Out r os
t i pos, al t a c a p a c i d a d e d e s upor t ar em d e f o r ma ç õ e s ;
- aços r esi st ent es ao desgast e, ent r e o s quai s o ma i s i mpor t ant e é o q u e apr es ent a
ma n g a n ê s e m q u a n t i d a d e mui t o a c i ma d o n o r ma l ( ent r e 1 0 e 1 4 %) , a l é m d e al t o c ar bono
( ent r e 1, 0 e 1 , 4 %) ;
- a ç o s par a mancai s, e mp r e g a d o s e m ma n c a i s d e esf er a o u d e r ol et e;
- a ç o s r esi st ent es à cor r osão ( t a mb é m c h a ma d o s " i noxi dávei s" ) , c o m e l e v a d o s t eor es de

stjSlsl
c r o mo o u c r omo- ní quel ;
- aços r esi st ent es ao cal or ( t a mb é m c h a ma d o s " r ef r at ár i os" ) , c ar ac t er i z ados por apr e-
s e n t a r e m el ev ados t eor es d e c r o mo e ní quel e p o r p o s s u í r e m el ev ada r esi st ênci a à oxi dação-
pel o cal or e por ma n t e r e m a s pr opr i edades me c â n i c a s a t emper at ur as a c i ma d a ambi ent e,
à s v e z e s , r el at i v ament e el ev adas ;
- Tf zyxw
- a ç o s par a f i ns el ét r i cos, e mp r e g a d o s n a f abr i c aç ão d e mo t o r e s , t r ans f or mador es e
out r os t i pos d e má q u i n a s e apar el hos el ét r i cos, c ar ac t er i z ados por a p r e s e n t a r e m si l í ci o e m
t eor es a c i ma d o s n o r ma i s ( at é 4 , 7 5 %) , o u al t os t eor es d e cobal t o ( at é 5 0 %) o u al t os t eor es
d e ní quel ;
- aços par a f i ns magnét i cos, c o m al t o t eor d e c a r b o n o , c r o mo mé d i o , ev ent ual ment e
t ungs t éni o r el at i v ament e e l e v a d o , e v e n t u a l me n t e mol i bdêni o e ( os me l h o r e s t i pos) el e-
v a d a quant i dade d e c obal t o ( at é c er c a d e 4 0 %) ; e s s e s a ç o s , q u a n d o t e mp e r a d o s , apr e-
s e n t a m o car act er í st i co d e i ma n t a ç ã o p e r ma n e n t e r epr es ent ado pel o p r o d u t o ( BH) ma x -
bas t ant e el ev ado;
« SB
- a ç o s ul t r a- r esi st ent es, des env ol v i dos pr i nc i pal ment e pel a n e c e s s i d a d e d a s apl i cações
d a i ndúst r i a aer onáut i c a, ma s cuj a ut i l i zação es t á s e e s t e n d e n d o a out r os s et or es d a e n g e -
nhar i a; n e s s e s a ç o s pr oc ur a- s e u ma el ev ada r el aç ão r esi st ênci a/ peso; a l g u n s p o d e m apr e-
s ent ar l i mi t es d e e s c o a me n t o super i or es a 1 5 0 Kg f / mm2 ( 1470 MPa ) ; a s ex c epc i onai s pr opn-
e d a d e s me c â n i c a s s ã o c o n s e g u i d a s me d i a n t e o e mp r e g o d e t r at ament os t ér mi c os e m c o m-
pos i ç ões c ont endo di v er s os e l e me n t o s d e l i ga e m t eor es ger al ment e b a i x o s . U m t i po e s p e -
ci al d e a ç o ul t r a- r esi st ent e é o a ç o " mar agi ng" , e m q u e os el ement os d e l i ga pr es ent es est ão
e m t eor es ma i s e l e v a d o s ( c o mo ní quel at é 1 8 % o u ma i s ) , a l é m d e p o s s u í r e m cobal t o,
mol i bdêni o, t i t âni o e bai x o c a r b o n o . Sã o obt i dos por u m t r at ament o d e endur ec i ment o por
pr eci pi t ação q u e per mi t e at i ngi r - se v al or es d e r esi st ênci a à t r ação d a o r d e m d e 2 8 0 Kg f / mm2
( 2 7 4 5 MP a ) , a l é m d e ex c el ent e duct i l i dade.
- aços cr i ogêni cos, c ar ac t er i z ados por s u a r esi st ênci a a o ef ei t o d e bai x as t emper at ur as .
- aços si nt er i zados, pr odut os d a met al ur gi a d o p ó , i ncl ui ndo f er r o pr at i c ament e i sent o de
c a r b o n o , aç os c o mu n s e al guns a ç o s es pec i ai s , d e apl i cação c r es c ent e n a i ndúst r i a mo d e r n a zyxwvuts
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

202
AÇOS RARA FUNDI ÇÃO zyxwvut

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- Tf zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

AÇOS PARA FUNDIÇÃO zyxwvutsrqponmlkjihg

« SB
s

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203
Aços E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

1. I nt r odução - A ç o f undi do é aquel e q u e é ger al ment e v a z a d o e m mo l d e s d e ar ei a ou izyxw


.

met ál i c os , o n d e adqui r e a f o r ma ex at a d a c a v i d a d e d o mo l d e . Qu a n d o s e t r at a d e peç as . j t- : |

f undi das , o s mo l d e s c o n f e r e m às me s ma s , s u a s f o r ma s pr at i c ament e def i ni t i vas, necessi t an-


d o ev ent ual ment e, p e q u e n o s ac er t os , at r av és d e o p e r a ç õ e s d e u s i n a g e m par a a c a b a me n t o . - - Vi

Ent r et ant o, q u a n d o o a ç o é v a z a d o e m " l i ngot ei r as" , pr oduz i ndo " l i ngot es" , es t es s ã o s u b -
'~
me t i d o s , pos t er i or ment e à sol i di f i cação, a p r o c e s s o s di ver sos d e c o n f o r ma ç ã o me c â n i c a .
Ne s t e s úl t i mos c a s o s , o s a ç o s p o d e m s er cl assi f i cados e m quat r o t i pos, d e ac or do c o m
a pr át i ca e mp r e g a d a n a des ox i daç ão d o a ç o , o u al t er nat i vament e pel a quant i dade d e g á s ¥i £' t í $
des pr endi do dur ant e a sol i di f i cação11271: ~

) %• v .
• a ç o s acal mados, e m q u e s e ver i f i ca a p e n a s u m p e q u e n o d e s p r e n d i me n t o d e g a s e s
d u r a n t e a sol i di f i cação. Pa r a c ons egui r - s e e s s a s i t uaç ão, s ã o a d i c i o n a d o s e l e me n t o s
des ox i dant es , pr i nc i pal ment e si l í ci o e al umí ni o e, ev ent ual ment e, t i t âni o e zi r côni o;
• a ç o s semi - acal mados, e m q u e o d e s p r e n d i me n t o d e g a s e s é ma i o r q u e n o s a ç o s acal - ;

ma d o s , ma s me n o r q u e n o s a ç o s ef er v es c ent es e s e mi - d è s o x i d a d o s ; A&^ã
• aços ef er vescent es; n o s quai s n ã o s e ut i l i zam e l e me n t o s des ox i dant es e, por es s e mo - - ~c - ^

t i vo, a p r e s e n t a m u ma di f er enç a a c e n t u a d a d e c o mp o s i ç ã o quí mi c a at r av és d a s e c ç ã o t r ans- AAAf i

ver sal e d o f undo a o t opo d o l i ngot e, e m f u n ç ã o d o pr oc es s o d e sol i di f i cação e d e s p r e n d i me n -


t o d e gas es ;
• aços semi - desoxi dados, o s quai s a p r e s e n t a m car act er í st i cas s e me l h a n t e s a o s aç os A - . õ,

ef er v es c ent es , p o r é m e m me n o r d e g r a u . Ne l e s p o d e - s e e v e n t u a l me n t e ac r es c ent ar u m : * j í ^V?wS

des ox i dant e par a cont r ol ar o d e s p r e n d i me n t o d e g a s e s . • _


..• * ..

No c a s o d a s p e ç a s f undi das d e a ç o , o g r a n d e e mp r e g o d a t écni ca d e f undi ç ão dev e- s e a o


f at o d e s e p o d e r pr oduz i r p e ç a s d e g r a n d e v a r i e d a d e s d e f or ma e d i me n s õ e s , c o m r azoávei s t i l ?; - i sf S

r esi st ênci a me c â n i c a e t enac i dade, a u m c us t o r el at i v ament e bai x o. A

Na r eal i dade, s o b o p o n t o d e vi st a d e pr opr i edades me c â n i c a s , admi t e- s e ger al ment e ^ 1

q u e o a ç o f undi do s ej a d e qual i dade i nf er i or a o t r abal hado. Al é m di s s o, é f r equent e as p e ç a s ' *. .:

f undi das a p r e s e n t a r e m al guns def ei t os super f i ci ai s o u i nt er nos, t í pi cos d o s pr oc es s os d e í j j cgJI

f undi ç ão: A r i gor , por t ant o, a s p e ç a s d e a ç o f undi do d e v e m possui r c er t os r equi si t os, o s ma i s


i mpor t ant es d o s quai s s ã o : j |
-t *' i ft
l &^i M
- h o mo g e n e i d a d e ( s e c ç ã o s ã e m t oda a s u a ex t ens ão) ;
- gr anul aç ão f i na; ~í Wt t f

- c ompl et a i s enç ão d e t ens ões i nt er nas.


-V

O pr i mei r o r equi si t o é a l c a n ç a d o me d i a n t e pr oj et o a d e q u a d o d a p e ç a e d o mo l d e , c o mos -5í *?íi|p


c anai s c o n v e n i e n t e me n t e l ocal i zados e me d i a n t e apr opr i ada d e s o x i d a ç ã o d o a ç o n a f us ão. Ah
- ^-
Os out r os - gr anul aç ão f i na e i s enç ão d e t e n s õ e s i nt er nas' - me d i a n t e t r at ament o t ér mi co
í pj í l HSS
apr opr i ado, q u e possi bi l i t e nor mal i z ar a t ext ur a e x c e s s i v a me n t e gr os s ei r a e dendr í t i ca d o
a ç o f undi do e el i mi nar t e n s õ e s i nt er nas or i gi nadas dur ant e a sol i di f i cação d o met al n o i nt er i or t j A/ í
d o mo l d e e q u e p o d e r i a m c a u s a r e mp e n a me n t o e di st or ção d a s p e ç a s e m ser vi ço. i f e§ l s

Dev i do à i mpor t ânc i a d o as s unt o, s er ão f ei t as a s egui r a l g u ma s c o n s i d e r a ç õ e s d e o r d e m ; ' AA

t éc ni c a, r el at i vament e a o pr oj et o d a s p e ç a s e mo l d e s c or r es pondent es , a s s i m c o mo os mé t o -
d o s d e pr oduç ão ( f us ão d o a ç o , v a z a me n t o , e t c ) .
T§|§§|P
2. Consi der ações a r espei t o do pr oj et o - A r esi st ênci a me c â n i c a d e p e ç a s d e a ç o f undi do í f i l pS

- Sz§l
d e p e n d e i ni ci al ment e d e : f

- r esi st ênci a r eal d o me t a l , e m f unç ão d a e s p e s s u r a d a s p e ç a s ; íf t e§SS


- f o r ma d a p e ç a , a qual é det er mi nada, dent r e out r os f at or es, e m f u n ç ã o d o s i s t ema d e %^.y*
es f or ç os q u e el a d e v e r á s upor t ar . f hf | JI #

2. 1. For ma da peça - Ger al ment e, t odas a s p e ç a s s ã o const i t uí das d e u m " cor po" , n o qual s e • ^^0 &- ( )

204
IHGFEDCBA

izyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
. - . - gf l gxamf l anges, sal i ênci as, ner vur as, et c. Assi m sendo, ao pr oj et ar - se u m peça f undi da, os segui n-
. j t - : | Sí ( e s p0 nt os d e v e m ser l evados e m consi der ação' :
1281

-
- - Vi Sf e- . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- s e me l ha nç a c o m out r a peça f undi da;

b- - posi ção oc upa da no conj unt o me c â ni c o onde ser á mont a da ;


'~ . condi ções de ser vi ço ( pr opr i edades mecâni cas, r esi st ênci a à cor r osão, à oxi dação, et c. ) .

¥i £' t í $r . Da d a a r esi st ênci a me c â n i c a , o pr oj et o d a f or ma da p e ç a d e v e o b e d e c e r à s segui nt es


~r condi ções:

) %• v . i . sob o pont o de vi st a est r ut ur al , e m pe ç a s suj ei t as a esf or ços de f l exão, di mi nui r a


~z quant i dade de mat er i al no ei xo neut r o ( na posi ção e m que nã o há esf or ços) ; a r esi st ênci a
" ao dobr ament o pode r á ser a ume nt a da pel a adi ção de ner vur as de di f er ent es al t ur as e
; ' * ' espessur as;
A&^ã: * , - e m p e ç a s suj ei t as a esf or ços d e t or ção, consi der ar s e c ç õe s o u per f i s f e c ha dos , o q u e
- ~c - ^ ' ' ' ri em s e mpr e pode ser consegui do f aci l ment e, de mo d o que e s s e t i po de const r ução s ó deve-
A A A f i r á ser admi t i do, q u a n d o a al t a r esi st ênci a à t or ção é i mpr esci ndí vel ;
- evi t ar ângul os vi vos, poi s aí pode haver concent r ação de t ensões, causando a r upt ur a.

A - . õ, 7 &- L 2. 2. Escol ha das espessur as das par edes - De t e r mi na da a f or ma d a pe ç a , deve- se pr oc ur a r


: * j í ^V?wS| ; qt j e as pa r e de s a pr e s e nt e m e s pe s s ur a a mai s uni f or me possí vel , c ompa t í v e l c o m a s exi gênci -
• _ Wa s da f undi ção. A muda nç a br usca de espessur a pode causar def ei t os de f undi ção e f i ssur as
..• * . . . . ^superf i ci ai s. U m a ume nt o l ocal i zado de espessur a da par ede, c o m o obj et i vo de gar ant i r u ma
mel hor r esi st ênci a mecâni ca, pode c ompr ome t e r a homoge ne i da de da peça f undi da,
t i l ?; - i sf Si - í A r esi st ênci a e a h o mo g e n e i d a d e d e u ma peça f undi da d e p e n d e m mai s da uni f or mi da de
A ^ 3 espessur a do que do r ef or ço l ocal i zado e m cer t as par t es, do mo d o que é pr ef er í vel , às
^ 1 » vezes, modi f i car a sua f or ma, do que a ume nt a r cer t as espessur as de par edes.
' *. . : *•• h Na i mpossi bi l i dade de t er - se u ma espessur a uni f or me de par edes, c o mo é o c a s o de
í j j cgJI Ppeças d e f o r ma s compl i cadas, de v e - s e pr oc ur a r r eduzi r a o mí ni mo a qua nt i da de d e espessu-

s r as di f er ent es.
j | Por out r o l ado, havendo si do di mi nuí do a u m mí ni mo o núme r o de espessur as di f er ent es, é
- t * ' i f t : . ' À necessár i o que a t r ansi ção de u ma espessur a par a out r a sej a pr ogr essi va e uni f or me; essas
l &^i M t r ansi ções d e v e m s e r n a di r eção d e u ma ár ea q u e pos s a s e r al i ment ada c o m met al l í qui do e
~í Wt t f e ^ de v e m evi t ar muda nç a s br uscas de secções que sempr e pr oduz e m def ei t os de f undi ção.

-V , 2. 3. Espessur as de membr os e ner vur as - A espessur a da s par edes - as quai s const i t uem
-5í *?íi|p.í;o cont or no e x t e r no d a p e ç a f undi da - d e p e n d e d a r esi st ênci a exi gi da. Os me mb r o s l i gam
Ah vár i as par edes e t e m por f i nal i dade a ume nt a r a r i gi dez das pe ç a s . As ner vur as s e n/ e m par a
- ^- ref orçar car t as par t es, t ai s c o mo as j unt as ent r e as par edes e os me mb r o s .
í pj í l HSSJ- : ' Co mo os me mb r o s não est ão c o mu me n t e e m cont at o di r et o c o m os canai s de ai i ment a-
t j A/ í Aç30 e não são, por t ant o, t ão b e m al i ment ados c o m met al f undi do, é necessár i o r eduzi r s ua
i f e§ l s| § f espessura, a dot a ndo- s e ger al ment e u m val or c or r e s ponde nt e a 4/ 5 o u à s v e z e s me n o s d a
; ' AA e s Pe s s u r a da s par edes que são l i gadas c o m os canai s. As ner vur as ger al ment e t e m u ma
espessur a d a o r d e m d e 2/ 3 da e s p e s s u r a d a pa r e de .

T§|§§|PP- 2 - 4- Pr evenção de def ei t os causados pel a cont r ação - Os def ei t os or i gi nados pei a c c n t e -

o í f i l p S/ Çã 0 ocor r em e m l ocai s onde há excesso de ma s s a de met al , de nomi na dos de " pont os s u p e -

- SzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
f r aqueci dos" f ) , os quai s, devi do à ma s s a adi ci onal que apr esent am, são as úl t i mas s e c ç õe s
§ll|Sta zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
sol i di f i car:
íf t e§SSf i : A l ocal i zação d e s s e s pont os ocor r e' 1291 na i nt er secção o u n a s j unções d e par t es d a p e ç a
%^.y*'?^i c ' e espessur a uni f or me, ou nas i nt er secções ou j unções de par t es de secções abr upt ament e
f hf | JI #g^: di f er ent es, ou na t r ansi ção abr upt a d e e s p e s s u r a s di f er ent es de u ma me s ma par t e, e mc on-

e • ^^0 &- ( ) uHot Spot s" .


Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG

c ent r aç ões i s ol adas d e ma s s a s d e met al , t ai s c o mo sal i ênci as e r es s al t os , o u e m ma s s a s


r el at i vament e p e s a d a s s i t uadas s obr e u ma est r ut ur a ger al ment e ma i s l ev e, e m pos i ç ões di f í -
cei s d e s e r e m at i ngi das pel o met al l í qui do, o u e m c av i dades p r o f u n d a s , et c .
Pa r a pr eveni r e s s e def ei t o, o pr i ncí pi o f u n d a me n t a l r esi de n a equal i z aç ão d a s s e c ç õ e s a
n o pr oj et o d e mo d o a pr oduz i r u ma s e q u ê n c i a apr opr i ada d e sol i di f i cação, l ev ando e m cont a
a s j unç ões d e d u a s p a r e d e s ( ou i nt er s ec ç ões e m ângul o r et o) , a s j u n ç õ e s d e t r ês par edes
( peç as e m f o r ma d e t ê) , a s j unç ões d e quat r o, c i nc o o u ma i s p a r e d e s , o r ef or ço d e ner vur as
e v ã o s , a s d i me n s õ e s d o s or i f í ci os e out r as par t i cul ar i dades d a s p e ç a s , c uj a di s c us s ão es c a-
p a à f i nal i dade d a pr es ent e o b r a 0 .

2. 5. Condi ções de vazament o e mol dagem - O c o n h e c i me n t o d a s t éc ni c as d e v a z a me n t o


e mo l d a g e m per mi t e g e r a l me n t e q u e o pr oj et o d a s p e ç a s a s s e g u r e a o b t e n ç ã o d e mat enal
s adi o e e c o n ó mi c o .
U m es t udo c onv eni ent e d o pr oj et o o u s u a modi f i c aç ão per mi t i r ão aper f ei ç oar e f aci l i t ar a
mo l d a g e m, t o ma n d o o pr oj et o mai s e c o n ó mi c o e l ocal i zar c o n v e n i e n t e me n t e os c anai s de
v a z a me n t o e al i ment aç ão, par a gar ant i r ma i o r h o mo g e n e i d a d e d o mat er i al .
A l ocal i zação b e m e s t u d a d a d o s c anai s a s s e g u r a r á al i ment aç ão e s upr i ment o a d e q u a d o s
d e met al l í qui do, ev i t ando u ma sér i e g r a n d e d e f al has d e f undi ç ão, mui t o c o mu n s q u a n d o
a q u e l a l ocal i zação f or i mpr ópr i a, t ai s c o mo i nc l us ões d e ar ei a, d e s l o c a me n t o d o s ma c h o s ,
v az i os d e c ont r aç ão, et c .
O pr oj et i st a n ã o p o d e i gnor ar e s s e s f at os , a s s i m c o mo d e v e l evar e m c ont a as s ec ç ões
q u e s er ão us i nadas , a s s e c ç õ e s ma i s ma c i ç a s d a s p e ç a s , a possi bi l i dade d e dar v a z ã o aos
g a s e s pr ov eni ent es d o s ma c h o s , a s t ol er ânci as ex i gi das n a s p e ç a s f undi das e out r os f at or es
q u e i r ão i nf l ui r dec i s i v ament e n a l ocal i zação d e t odos o s t i pos d e c a n a i s , par a pr eveni r os
def ei t os j á me n c i o n a d o s e f aci l i t ar a s c o n d i ç õ e s d e mo l d a g e m.
E m r e s u mo :
O pr oj et i st a d e v e es t ar ci ent e d e c er t as car act er í st i cas f u n d a me n t a i s d o a ç o , q u a n d o
es t e esf r i ar d o es t ado l í qui do at é a t emper at ur a ambi ent e' 1291 :

- bai x a f l ui dez;
- c ont r aç ão el ev ada;
- p e q u e n a r esi st ênci a a c er c a d e 1480° C.

O n ã o at endi ment o d a s exi gênci as f u n d a me n t a i s d o pr oj et o é r es pons áv el por mui t os


def ei t os d a s p e ç a s f undi das , ent r e os quai s , o s ma i s t í pi cos s ã o : t r i ncas d e f undi ç ão, vazi os
dev i do à c ont r aç ão, i nc l us ões d e ar ei a, a l é m d e out r as f al has d e nat ur ez a di ver sa.

3 . Ti pos de aço par a f undi ção - P o d e m s er c ons i der adas ci nco c l as s es d e a ç o s f undi dos
c omer c i ai s :

- a ç o s d e bai x o c a r b o n o ( C i nf er i or a 0 , 2 %)
- a ç o s d e mé d i o c a r b o n o ( C ent r e 0, 2 e 0 , 5 %)
- a ç o s d e al t o c a r b o n o ( C a c i ma d e 0 , 5 %)
- aços- l i ga d e bai x o t eor e m l i ga ( t eor t ot al d e l i ga i nf er i or a 8 %)
- aços- l i ga d e al t o t eor e m l i ga ( t eor t ot al d e l i ga super i or a 8 %)

De s s e s a ç o s , n ã o s e r ã o di scut i dos nes t e Capí t ul o o s d e al t o t eor e m l i ga, vi st o q u e s ao


a ç o s par a apl i c aç ões es pec i ai s , c o mo r esi st ênci a à c or r os ão, a o cal or , a o des gas t e, par a
cuj o es t udo s er ão d e d i c a d o s Capí t ul os par t i cul ar es.

C) Mai or es por menor es podem ser obt i dos pel a consul t a dos t r abal hos i ndi cados na Bi bl i ogr af i a e out r os,
t ai s como " St eel Cast i ngs" , " Cast Met al s Handbook" , " The Met al l ur gy of St eel Cast i ngs" , " A Pr act i cal
Gui de t o l he St eel Cast i ngs" , et c. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
206 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
MLKJIHGFEDCBA Aços RARA FUNDI ÇÃO

3. 1. Aços- car bono par a f undi ção - Os aç os - c ar bono d e bai x o c a r b o n o par a f undi ç ão
apr es ent am, n a mai or i a, a c o mp o s i ç ã o q u í mi c a s egui nt e' 1271 :

C - 0, 16 a 0 , 1 9 %
a Mn - 0, 50 a 0 , 6 0 %
Si - 0, 35 a 0 , 7 0 %
•P - 0 , 0 5 % má x .
S - 0 , 0 6 % má x .

A f i gur a 1 2 0 mo s t r a as pr opr i edades me c â n i c a s d e a ç o s - c a r b o n o d e bai xo c a r b o n o p a r a


f undi ção, n o es t ado r ec oz i do. Nã o h á mui t a di f er ença ent r e a s pr opr i edades d e s s e s a ç o s n o s
est ados r ec oz i do, nor mal i z ado o u me s mo n o es t ado f undi do. Co n t u d o , a s p e ç a s f undi das a
par t i r d e s s e s a ç o s s ã o r ecozi das o u nor mal i z adas par a r ef i nar o u nor mal i z ar a est r ut ur a e
al i vi ar as t e n s õ e s i nt er nas, s obr et udo q u a n d o s e t r at a d e p e ç a s c o m di f er ent es s e c ç õ e s .
Ev ent ual ment e, a s pr opr i edades i ndi c adas n a f i gur a 1 2 0 p o d e m s er l i gei r ament e me l h o -
r adas por t ê mp e r a e r ev eni do, d e s d e q u e a f o r ma d a s p e ç a s f undi das per mi t a a t ê mp e r a e m
água, s e m f i s s ur aç ão.
As p e ç a s f u n d i d a s d e a ç o - c a r b o n o c o m bai x o t eor d e c a r b o n o a p r e s e n t a m boa
sol dabi l i dade e p o d e m s er endur ec i das super f i ci al ment e por c e me n t a ç ã o .
Apl i cam- se e m equi pament os f er r ovi ár i os, o n d e a s f or ma s ão, e m ger al , si mét r i cas e as c ondi ç ões
par a o apar ec i ment o d e t ens ões f or am b e m det er mi nadas , d e mo d o a s e r e m evi t adas; o u e m f or ni as
e di mens ões as ma s var i adas, par a apl i cações ger ai s, que ex i gem t r at ament os de al í vi o d e t ens ões .
As pr opr i edades magnét i c as d e s s e s t i pos d e a ç o par a f undi ç ão t o r n a m a s p e ç a s r esul t an-
t es i ndi cadas p a r a a f abr i cação d e e q u i p a me n t o el ét r i co.
Par a mel hor ar a usi nabi l i dade, c o s t u ma - s e a u me n t a r o t eor d e enx of r e at é 0 , 0 8 %
Os aç os - c ar bono d e médi o c ar bono par a p e ç a s f undi das apr es ent am a segui nt e c ompos i ç ão' 1271 :

C - 0, 20 a 0 , 5 0 %
Mn - 0, 50 a 1 , 5 0 %
Si - 0, 35 a 0 , 8 0 %
P - 0 , 0 5 % má x .
S - 0 , 0 6 % má x .

A f i gur a 1 2 1 mo s t r a o ef ei t o d o t eor d e c ar bono e m a l g u ma s pr opr i edades me c â n i c a s


des s es a ç o s .
Na s p e ç a s f undi das c o m a ç o s d e mé d i o t eor d e c ar bono é s e mp r e apl i cado o t r at ament o
de al í vi o d e t e n s õ e s , par a r ef i nar a est r ut ur a e mel hor ar a duct i l i dade. Mui t as p e ç a s s ã o
r eveni das, a p ó s a nor mal i z aç ão.
As me l h o r e s pr opr i edades me c â n i c a s n e s s e s mat er i ai s s ã o obt i das por t ê mp e r a e m á g u a
. 8 r eveni do post er i or , cuj a t emper at ur a p o d e c h e g a r d e 6 5 0 ° at é 750° C, par a o b t e n ç ã o d a
mel hor duct i l i dade e r esi st ênci a a o c h o q u e .
O ma n g a n ê s , n o s t eor es mai s el ev ados , mel hor a a r esi st ênci a mec âni c a, c o mo ser i a d e esper ar .
Es s e s a ç o s p o s s u e m t a mb é m b o a usi nabi l i dade e sol dabi l i dade.
A mai or i a d a s apl i c aç ões i ndust r i ai s d e p e ç a s f undi das s ã o f ei t as c o m e s s e s t i pos d e
aç os , des t i nadas s obr et udo às i ndúst r i as aut omobi l í st i ca, f er r ovi ár i a, nav al , d e e q u i p a me n t o
el et ncor maqui nár i o agr í col a, e q u i p a me n t o d e e s c a v a ç ã o e c ons t r uç ão, e t c
Os a ç o s - c a r b o n o par a p e ç a s f undi das d e al t o t eor d e c a r b o n o a p r e s e n t a m a s egui nt e
f ai xa d e c o mp o s i ç ã o quí mi c a:

C - a c i ma d e 0 , 5 0 %
Mn - 0, 50 a 1, 50%
Si - 0, 35 a 0 , 7 0 %
out r os,
P - 0 , 0 5 % má x .
r act i cal
SRQPONMLKJIHGFEDCBA S - 0 , 0 5 % má x .

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 207
Aç os E FERROS FUNDI DOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

14Cf

A
Sg n

^
Fi g. 1 2 0 - Pr opr i edades mecâni cas de aço- car bono de bai xo car bono par a f undi ção. U

208
ONMLKJIHGFEDCBA
GFEDCBA Aç os PARA FUNDI ÇÃO

T A B E L A 25
Pr opr i edades me c â ni c a s d e aços- car bono par a f undi ção

Bai xo C Mé di o C Al t o C
;• Pr opr i edade ( 0, 1 a 0 , 2 %) ( 0, 2 a 0, 5%) ( 0, 5 a 0 , 9 %)
no est ado r ecoz i do no est ado r ecoz i do
: Li mi t e de e s c oa me nt o
' kgf / mm2 ( MPa ) 20- 27 ( 200- 270) 24- 37 ( 240- 360) 38- 47 ( 370- 460)
: Li mi t e de r esi sl . à t r ação,
: kgf / mm2 ( MPa ) 39- 48 ( 380- 470) 46- 68 ( 470- 670) 66- 91 ( 650- 890)
^Al ongament o, % 37 a 32 31 a 17 18 a 3
• Est ncção, % 62 a 5 2 52 a 23 26 a 3
: Dur eza Bri nel l 118 a 1 3 2 120 a 2 0 0 187 a 2 5 2 zyxwvutsrqponm

A f i gur a 1 2 2 mo s t r a a s pr opr i edades me c â n i c a s n o es t ado r ec oz i do, d e s s e s t i pos d e a ç o s .


A- As p e ç a s f undi das p o d e m s er o c a s i o n a l me n t e s u b me t i d a s a nor mal i z aç ão e r ev eni do; a
Sg n t ê mp e r a e m ól eo e o r ev eni do me l h o r a m apr ec i av el ment e a r esi st ênci a me c â n i c a .
As pr i nci pai s apl i c aç ões d e s s e s a ç o s s ã o f ei t as q u a n d o s e ex i ge al t as dur ez as e r esi st ên-
£ ci a à a b r a s ã o , e m p e ç a s t ai s c o mo mat r i z es o u e s t a mp a s , ci l i ndr os d e l ami nador es , par t es
de má q u i n a s oper at r i z es , et c.
ATa b e l a 2 5 a d a p t a d a de gr áf i cos' 127* d á u ma i dei a d a s f ai xas d e v al or es par a a s di v er s as
^ pr opr i edades me c â n i c a s , dent r o d a s quai s p o d e m s e si t uar o s a ç o s - c a r b o n o par a p e ç a s
Uf undi das, n o e s t a d o nor mal i z ado.
Aç os PARA FUNDI ÇÃO zyxwvu

3. 2. Aços- l i ga par a f undi ção - Se r ã o t r at ados a p e n a s o s a ç o s c o m t eor t ot al d e e l e me n t o s d e


l i ga i nf er i or a 8 %. Tai s a ç o s f or am des env ol v i dos c o m o obj et i vo d e s upor t ar em mai or es pr es s ões ,
mai or es es f or ç os d e t r ação, t emper at ur as d e ser vi ço t ant o bai x as , c o mo el ev adas , apr es ent ando
mai or dur ez a, ma i o r t enac i dade, mai or r esi st ênci a a o des gas t e, ma i o r r esi st ênci a a o c h o q u e ,
assi m c o mo s uper i or t emper abi l i dade. S u a r esi st ênci a à t r ação, d e p e n d e n d o d o t i po e d a quant i -
dade d e el ement os d e l i ga pr es ent es e d o s t r at ament os t ér mi cos a q u e s e s u b me t a m, p o d e var i ar
de cer ca d e 50k gt 7mr n 2 ( 490 MPa ) at é a p r o x i ma d a me n t e 1 4 0 k g f / mm2 ( 1370 MPa ) .
Sã o ut i l i zados e m máqui nas - f er r ament a, t ur bi nas de vapor , equi pament o d e t r anspor t e, d e es c a-
vação, par a i ndúst r i a quí mi ca, par a i ndúst r i a naval , par a r ef i no d e pet r ól eo, par a i ndúst r i a d e papel ,
par a i ndúst r i a aer onáut i ca e i númer as out r as apl i cações nos c a mp o s d e engenhar i a e d a i ndúst r i a.
Dent r e os e l e me n t o s d e l i ga ut i l i zados, o ma n g a n ê s é c ons i der ado o ma i s e c o n ó mi c o , a p r e -
s ent ando, por out r o l ado, u m ef ei t o mui t o i mpor t ant e s obr e a t emper abi l i dade d o a ç o . As s i m
s endo, é c o mu m a ut i l i zação d e a ç o s a o ma n g a n ê s par a f undi ç ão c o n t e n d o 1 % a 2 % d e Mn .
Out r os e l e me n t o s c o mu me n t e adi c i onados s ão: v anádi o, t i t âni o e al umí ni o, q u a n d o s e d e -
sej a r ef i no d e gr ão e m a ç o s nor mal i z adas ; ní quel ou mol i bdêni o q u e , c o mo o ma n g a n ê s , a u -
me n t a m a t emper abi l i dade d o a ç o , per mi t i ndo o seu- esf r i ament o a o ar ; d o me s mo mo d o , a g e m
o c r o mo e o c o b r e , e m mai or gr au, s e n d o q u e o c obr e, al ém d e mel hor ar l i gei r ament e a r esi st ên-
ci a à c or r os ão, c onf er e à s v e z e s a o s a ç o s q u e o c o n t é m, o car act er í st i co d e e n d u r e c e r e m por
pr eci pi t ação, o q u e r esul t a e m l i mi t e d e e s c o a me n t o e d e r esi st ênci a à t r ação mai s e l e v a d o s .
A adi ç ão s i mul t ânea d e c r omo, ' mol i bdêni o, v anádi o e t ungs t éni o' 1281 c onf er e à s p e ç a s
f undi das b o a s c o n d i ç õ e s d e s er v i ç o, q u a n d o a s me s ma s es t ão suj ei t as a t emper at ur as d e
vapor at é c er c a d e 650° C. Aç os c o m ní quel e ní quel - vanádi o es t ão s e n d o u s a d o s p a r a p e ç a s
suj ei t as a t emper at ur as s ub- z er o, dev i do a b o a t enac i dade q u e a p r e s e n t a m a e s s a s t e mp e r a -
t ur as. Par a p e ç a s c o m b o a r esi st ênci a a o des gas t e, o c r o mo é o el ement o ma i s i ndi c ado,
s obr et udo e m c onj unt o c o m out r os e l e me n t o s c o mo o mo l i b d ê n i o , ní quel , v a n á d i o ou
ma n g a n ê s . Do me s mo mo d o , e m p e ç a s e m q u e s e des ej a al t a r esi st ênci a a o d e s g a s t e , a l é m
da al t a r es i s t ênc i a me c â n i c a , r e c o me n d a m- s e a ç o s a o n í q u e l - v a n á d i o , ma n g a n ê s -
mol i bdêni o e n í q u e l - ma n g a n ê s .
Na r eal i dade, é pos s í v el , e m f ac e d o s el ement os d e l i ga di sponí vei s cuj os ef ei t os s ã o
per f ei t ament e c o n h e c i d o s , r eal i zar u m n ú me r o mui t o g r a n d e d e c o mb i n a ç õ e s , r es ul t ando
t al vez e m c e n t e n a s d e c o mp o s i ç õ e s q u í mi c a s di f er ent es. No mo me n t o , c er c a d e 7 0 a 1 0 0
c o mb i n a ç õ e s es t ão à di s pos i ç ão d o s i nt er es s ados s e n d o d u v i d o s o , ent r et ant o, q u e t ant as
c o mp o s i ç õ e s s e j a m e c o n ó mi c a s e d e f at o nec es s ár i as .
Al guns t i pos ma i s c o mu n s s ã o a b o r d a d o s a segui r :

- Aços par a f undi ção ao ní quel - Car ac t er i z am- s e por apr es ent ar em al t as t enac i dades e r esi s-
t ênci a me c â n i c a , a l é m d e excel ent e l i mi t e d e f adi ga às t emper at ur a nor mai s . Co mo s e vi u, o ef ei t o
do ní quel s e f az sent i r pr i nci pal ment e n a f er r i t a, onde s e di ssol ve, f or t al ecendo- a. Al é m di s s o,
t ende a pr oduzi r , n o s a ç o s de bai xo e mé d i o c ar bono, u ma est r ut ur a f i na, o q u e cont r i bui par a a
mel hor a d a r esi st ênci a e d a t enac i dade d o a ç o , s e m af et ar s u a duct i l i dade. No es t ado r ec oz i do,
por t ant o, os a ç o s f undi dos a o ní quel p o s s u e m excel ent es r esi st ênci a à t r ação e t enac i dade.
U m a ç o c o m bai x o c ar bono ( 0 , 1 % a 0 , 1 5 %) , t eor es n o r ma i s d e ma n g a n ê s e si l í ci o e c o m
ní quel e m t or no d e 2 , 5 % apr es ent a a s s egui nt es pr opr i edades me c â n i c a s a p r o x i ma d a s :
l i mi t e d e e s c o a me n t o 3 5 k g f / mm2 ( 3 4 0 MP a ) ; l i mi t e d e r esi st ênci a à t r ação 5 0 a 6 0 Kgf /
mm2 ( 4 9 0 MP a a 5 9 0 MPa ) ; a l o n g a me n t o e m t o mo d e 3 5 %; est r i cção e m t o mo d e 6 5 % e
r esi st ênci a a o c h o q u e d e 4 a 1 0 Kg f m( 3 9 a 9 8 J ) . Os aç os - ní quel par a f undi ç ão c a e m n o r ma l -
me n t e dent r o d a s egui nt e f ai xa d e c o mp o s i ç ã o :

c ar bono - 0, 15% a 0, 60%

ma n g a n ê s - 0, 50% a 1, 00%

si l í ci o - 0, 20% a 0 , 7 5 %

ní quel - 2, 00% a 4 , 0 0 % zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX

211
EzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FERROS FUNDIDOS

A s apl i c aç ões ma i s i mpor t ant es d e s s e s a ç o s s ã o f ei t as e m mat er i al f er r ovi ár i o, e m"


maqui nár i o d e e s c a v a ç ã o e mi n e r a ç ã o , e q u i p a me n t o nav al e u ma sér i e d e p e ç a s e di sposi t i -
v o s par a i ndúst r i a s i der úr gi c as , me c â n i c a , et c .

Aços par a f undi ção ao manganês - Se r ã o c ons i der ados s o me n t e o s a ç o s c o m t eor d e '
ma n g a n ê s ent r e 1 % a 3 %. Os a ç o s d e ma n g a n ê s ma i s e l e v a d o s , mui t o i mpor t ant es e m
c er t os t i pos d e p e ç a s f undi das e ma i s c o n h e c i d o s c o m o n o me d e aços Hadf í eí d, s er ão
e s t u d a d o s e m out r o capí t ul o. No s t eor es e m q u e s e enc ont r a n o r ma l me n t e n o s a ç o s , o Mn ,
c o mo s e s a b e , t e m p o r ef ei t o, evi t ar a f r agi l i dade a quent e c a u s a d a pei o enx of r e. Admi t e- s e
q u e j á a c i ma d e 0 , 6 % o Mn c o me ç a a at uar c o mo e l e me n t o d e l i ga. Ne s t e s ent i do, a a ç ã o do
ma n g a n ê s é dupl a, i st o é, r ef or ça a f er r i t a, o n d e s e di ssol ve, e f o r ma c ar bonet o c o mp l e x o de
F e e Mn .
A f ai xa c o mp o s i ç ã o t í pi ca d e a ç o s - ma n g a n ê s par a f undi ç ão é a s egui nt e:

c ar bono - 0, 25% a 0, 50%


ma n g a n ê s - 1, 0% a 1, 75%
si l í ci o - 0, 25% a 0, 70%

s e n d o q u e , par a a mai or i a d a s apl i cações, o c a r b o n o é mant i do abai x o d e 0 , 4 % e o ma n g a n ê s


abai x o d e 1 , 7 5 %. C o m c ar bono e m t eor d e 0 , 3 2 % e ma n g a n ê s 1 , 4 8 %, o l i mi t e d e r esi st ênci a à
t r aç ão, n o es t ado nor mal i z ado, é d e a p r o x i ma d a me n t e 6 0 k g f / mm2 ( 590 MP a ) ; a u me n t a n d o
l i gei r ament e o c ar bono - par a 0 , 3 5 % - e o ma n g a n ê s p a s s a n d o a 1, 6%, o val or daquel a pr opr i e-
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d a d e t oma- s e c er c a d e 7 0 k g f / mm ( 690 MP a ) , ai nda n o es t ado nor mal i z ado.
2 A i nt r odução de
mol i bdêni o - r el at i vament e c o mu m n o a ç o p a r a f undi ç ão a o ma n g a n ê s - mel hor a ai nda mai s a
r esi st ênci a me c â n i c a . As s i m' 130 ' , u m aç o c o n t e n d o 0 , 3 2 % d e c ar bono, 1 , 6 0 % d e ma n g a n ê s e
0 , 4 0 % d e mol i bdêni o apr es ent a u m l i mi t e d e r esi st ênci a à t r ação d a o r d e m d e 9 5 k g f / mm2 ( 930
MP a ) , n o es t ado t e mp e r a d o e r eveni do a 620° C. No s doi s e x e mp l o s ant er i or es - s e m mol i bdêni o
- o a ç o a p ó s nor mal i z ado f oi r eveni do a c er c a d e 650° C, O úl t i mo e x e mp l o d a d o c o mp r o v a , par
out r o l ado, q u e os me l h o r e s r esul t ados s ã o obt i dos q u a n d o o s a ç o s s ã o s ubmet i dos à t êmper a
e r eveni do. A nor mal i z aç ão s egui da d e r ev eni do a d e q u a d o t a mb é m apr es ent a excel ent es r esul -
t ados , n ã o s ó quant o à r esi st ênci a me c â n i c a , c o mo t a mb é m quant o à duct i i i dade.
Aç o s f undi dos a o ma n g a n ê s s ã o e mp r e g a d o s e m p e ç a s par a e q u i p a me n t o d e e s c a v a ç ã o
e c ons t r uç ão d e es t r adas q u e e x i g e m t e n a c i d a d e al i ada à r esi st ênci a a o d e s g a s t e .

- Aços par a f undi ção ao cr omo - O c r o mo a u me n t a a r esi st ênci a me c â n i c a d o a ç o s , à


c us t a, ent r et ant o, d a q u e d a d a duct i l i dade. Es t a , c o n t u d o , p e d e s er ma n t i d a pei o cr j nt r ol e d o
t eor d e c ar bono. C o mo o c r o mo a u me n t a t a mb é m a endur eci bi l i dade, a s p e ç a s f undi das d e
a ç o a o c r o mo s ã o t e mp e r a d a s e r ev eni das p a r a u s o e m p e ç a s suj ei t as à c or r os ão pel a á g u a
sg
o u a t emper at ur as e l e v a d a s . A s u a a ç ã o n a mi c r oes t r ut ur a consi st e e m r ef i nar o t a ma n h o d o
g r ã o . A f ai xa d e c o mp o s i ç õ e s t í pi cas d o a ç o - c r o mo é:
f

c ar bono - 0, 20% a 0, 60%


c r o mo - 0, 50% a 3, 50%

Os mai s u s a d o s e m p e ç a s par a apl i c aç ões d e r esi st ênci a a o d e s g a s t e , s ã o o s q u e c o n -


t ê m 2 , 8 0 % a 3 , 2 0 % d e c r o mo e 0 , 3 5 % a 0 , 4 O% d e c a r o c o c . Cc s u ma - s e aeí ci enar n e s s e s
a ç o s 0 , 1 0 % a 0 , 1 5 % d e v anádi o ou 0 , 3 0 % a 0 , 4 0 % d e mol i bdêni o, c o m o f i m d e mel hor ar a
t enac i dade ( v anádi o) o u di mi nui r a f r agi l i dade ( mol i bdêni o) ' 131 '.
f ; O c r o mo s i mp l e s me n t e e m t eor d e c er c a d e 2 , 5 0 % n u m a ç o c o m a p r o x i ma d a me n t e 0 , 4 0 %
d e c a r b o n o p o d e a u me n t a r s u a r esi st ênci a à t r aç ão a ma i s ou me n o s 110 Kg f / mm2 ( 1080
MP a ) d e s d e q u e o a ç o t e n h a si do c o n v e n i e n t e me n t e nor mal i z ado e r ev eni do.
Out r os t i pos d e a ç o a o c r o mo par a f undi ç ão c o n t é m t eor ma i s al t o d e c r o mo , d e 4 % a
6 , 5 %. Es s e s a ç o s , d e bai x o c a r b o n o , s ã o u s a d o s e m apl i c aç ões o n d e o c o r r e m t emper at ur as

212
Aç os PARA FUNDI ÇÃO zyxwv

m" " l i gei r ament e e l e v a d a s e o n d e s e ver i f i ca t a mb é m d e s g a s t e , c o mo e m us i nas d e f or ç a e


i- r ef i nar i as d e pet r ól eo. Ad i ç õ e s d e 0 , 7 5 % a 1 , 2 5 % d e t ungs t éni o e 0 , 4 0 % a 0 , 7 0 % d e
mol i bdêni o me l h o r a m a r esi st ênci a me c â n i c a e a r esi st ênci a à c or r os ão.
- Aços par a f undi ção ao vanádi o - A pr i nci pal a ç ã o d o v anádi o n o a ç o é r ef i nar o gr ão, a ç ã o
de ' : e s s a apar ent ement e dev i da à t endênc i a d e s s e s el ement os e m f or mar c ar bonet os . O v anádi o
m i gual ment e me l h o r a a r esi st ênci a a o c h o q u e d o s aç os . Co mp o s i ç ã o t í pi ca des s es mat er i ai s é a
ão : segui nt e:
Mn ,
se c ar bono - 0, 20% a 0 , 4 0 %
do
ma n g a n ê s - 0, 50% a 1, 00%
de
si l í ci o - 0, 25% a 0, 75%
v anádi o - 0, 100% a 0, 2%

-- Ge r a l me n t e s ã o u s a d o s n o es t ado nor mal i z ado e r ev eni do. Us a m- s e e m p e ç a s f undi das


í par a l oc omot i v as e out r as apl i c aç ões f er r ovi ár i as, e q u i p a me n t o d e mi n e r a ç ã o , et c .

3. 3. Aços- l i ga par a f undi ção com mai s de um el ement o de l i ga - Os a ç o s ma i s u s a d o s e m


ês peç as f undi das s ã o o s q u e a p r e s e n t a m ma i s d e u m e l e me n t o d e l i ga. Os ma i s c o mu n s s ã o
à . os s egui nt es :
do
e- - Aços ao ní quel - cr omo - Cons t i t uem u m d o s gr upos ma i s i mpor t ant es , poi s a adi ç ão d e
de : ! cr omo c o m o s a ç o s c ont endo s ó ní quel a u me n t a a s u a pr of undi dade d e e n d u r e c i me n t o , o s
a l i mi t es d e e s c o a me n t o e d e r esi st ênci a à t r aç ão, a r esi st ênci a a o des gas t e, o l i mi t e d e f adi ga
e . s em q u e s e j a m af eí adas apr ec i av el ment e a duct i l i dade e a r esi st ênci a a o c h o q u e . Ge r a l me n -
30 t e , es s es e l e me n t o s s ã o u s a d o s n a p r o p o r ç ã o d e 2 a 2, 5 d e ní quel par a 1 d e c r o mo . A f ai xa
ni o do c o mp o s i ç ã o us ual é a s egui nt e:
ar
ra ( c ar bono - 0, 30% a 1, 00%
ul -
ma n g a n ê s - 0, 60% a 1, 00%

ão si l í ci o - 0, 30% a 0 , 7 0 %

c r o mo - 0, 50% a 2, 00%

ní quel - 1, 00% a 4 , 0 0 %
à
do
L Co mu me n t e s ã o t e mp e r a d o s e r ev eni dos . Apl i c am- s e e m p e ç a s suj ei t as a es f or ç os d e
de
f adi ga, a o c h o q u e , a o des gas t e e a t emper at ur as el ev adas , e m e q u i p a me n t o s d e e s c a v a ç ã o
a
sg*f » e c ons t r uç ão, ci l i ndr os d e l ami nador es , maqui nár i os d e ex pl or aç ão d e pet r ól eo, et c .
do
Es s e s a ç o s j á f or am mui t o e mp r e g a d o s , es t ando n o mo me n t o s e n d o subst i t uí dos pel os
aç os ní quel - c r omo- mol i bdêni o.

- Aços ao ní quel - cr omo- mol i bdêni o - Pa r a p e ç a s f undi das d e g r a n d e por t e, s ão est es o s a ç o s


ma s c o mu n s ' 130 ' dev i do aos s eus car act er í st i cos d e gr ande endur eci bi l i dade no r esf r i ament o a o ar .
Por out r o l ado, a t êmper a e o r eveni do p o d e m pr oduzi r r esi st ênci a me c â n i c a apr eci ável , me s mo
n- e m gr andes s e c ç õ e s . Os doi s t i pos ma i s ger ai s per t enc em à s c l as s es 8 6 0 0 e 4 3 0 0 . Des t a úl t i ma
es ci asse, u m a ç o c ont endo 0 , 3 3 % C, 0 , 7 5 % Mn , 1, 75% Ni , 0 , 7 %Cr e 0 , 3 % Mo , p o d e apr es ent ar - n o
a est ado nor mal i z ado e r eveni do - l i mi t e d e r esi st ênci a à t r ação d a o r d e m d e 8 4 k g f / mm2 ( 820 MP a ) ,
c o m apr eci ável duct i l i dade ( 1 8 % e m 2" ) . U m a ç o d a cl asse 8 6 0 0 , c o m 0 , 3 % C, 0 , 9 % Mn , 0 , 5 5 % Ni ,
% 0, 5% Cr e 0 , 2 % Mo , t emper ado e r eveni do a cer ca d e 540° C, mos t r a u m l i mi t e d e r esi st ênci a à
80 t r ação d e a p r o x i ma d a me n t e 110 k g f / mm2 ( 1080 MPa ) e al ongament o e m t o mo d e 1 7 %.
Par a p e ç a s f undi das do t i po ma i s ger al , o t eor d e c a r b o n o é ger al ment e mant i do abai x o
a de 0 , 4 0 %; ma s e m apl i c aç ões o n d e s e ex i ge r esi st ênci a a o d e s g a s t e e à abr as ão, p o d e - s e
as usar t eor d e c a r b o n o d a o r d e m d e 0, 75%' 130 ' .

213
Aç os E FERROS FUNDI DOS

- AÇOS ao manganês- ní quel - A zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG


adi ç ão d o ní quel a o s a ç o s - ma n g a n ê s ( de bai x o Mn ) a u me n -
t a a s u a r esi st ênci a a o c h o q u e e di mi nui a f r agi l i dade d e r ev eni do. C o mo es s es aç os s ão
endur ecí vei s a o ar , ac ons el ha- s e a p ó s a nor mal i z aç ão, u m r ev eni do p a r a gar ant i r b o a s pr opr i -
e d a d e s d e duct i l i dade e r esi st ênci a a o c h o q u e . Fai x a t í pi ca d e c o mp o s i ç õ e s é a segui nt e:

c ar bono - 0, 20% a 0, 40%


ní quel - 0, 50% a 2, 50%
ma n g a n ê s - 1, 00% a 1, 70%

Sã o a ç o s r e c o me n d a d o s e m apl i c aç ões o n d e a s p e ç a s es t ão suj ei t as a es f or ç os c ons i de-


r ávei s, c o mo e m c er t as par t es d e e q u i p a me n t o f er r ovi ár i o, d e c ons t r uç ão e e s c a v a ç ã o , et c.
S u a r esi st ênci a à t r aç ão, n o es t ado nor mal i z ado e r ev eni do, c h e g a f ac i l ment e a 7 0 kgf / r r r m2
( 690 MP a ) c o ml i mi t e d e e s c o a me n t o d e c er c a d e 4 5 k g f / mm2 ( 440 MP a ) .

- Aços ao ní quel - mol i bdêni o - A s u a f ai xa t í pi ca d e c o mp o s i ç ã o é a s egui nt e:

c ar bono 0, 15% a 0, 40%


ma n g a n ê s 0 , 6 0 % a 1, 00%
ní quel 0, 50% a 2, 50%
mol i bdêni o 0, 20% a 0, 60%

O mol i bdêni o, adi ci onado a o s aços- ní quel mel hor a s u a s pr opr i edades me c â n i c a s n ã o s ó à t empe-
r at ur a ambi ent e c o mo t a mb é m a al t as t emper at ur as , al ém d e mel hor ar a s u a endur eci bi l i dade. Es s es
a ç o s s ão t emper ados e r eveni dos, s endo d e r essal t ar q u e el es t em a t endênc i a d e endur ecer pel o
r esf r i ament o no ar , mot i v o pel o qual s ão i ndi cados par a f abr i cação d e p e ç a s f undi das de di mens ões
avant aj adas e f or mas c ompl ex as , onde. não s e ac ons el ha a t êmper a e m á g u a .

- Aços ao cr omo- mol i bdêni o - Car ac t er i z am- s e por p o s s u í r e m, n o es t ado t e mp e r a d o e


r ev eni do, el ev ados v al or es par a o l i mi t e d e e s c o a me n t o e ex c el ent e r esi st ênci a a o des gas t e.
De u m mo d o ger al , a adi ç ão d e mol i bdêni o e m a ç o s a o c r o mo a u me n t a t odas a s pr opr i eda-
d e s me c â n i c a s , pr i nc i pal ment e a duct i l i dade e a r esi st ênci a a o c h o q u e . O Mo t a mb é m r eduz
a t endênc i a q u e a p r e s e n t a m cer t os a ç o s a o c r o mo à f r agi l i dade d e r ev eni do. Dev i do à s ua
r esi st ênci a à f l uênci a, t e msi do e mp r e g a d o s o n d e e s e ver i f i cam t e mp e r a t u r a s mo d e r a d a -
me n t e el ev adas . S u a c o mp o s i ç ã o t í pi ca é a s egui nt e:

c ar bono - 0 , 2 0 % a 1, 00%
c r o mo - 0 , 7 5 % a 1, 70%
mol i bdêni o - 0 , 2 0 % a 0 , 6 0 %

Mui t os out r os t i pos d e aços- l i ga par a f undi ç ão c o mdoi s o u ma i s e l e me n t o s d e l i ga s ão


c o n h e c i d o s e u s a d o s , c o mo por e x e mp l o , a ç o s a o c r o mo - v a n á d i o , a o ma n g a n ê s - v a n á d i o , a o
ma n g a n ê s - c r o mo - mo l i b d ê n i o , et c.
T ê m si do e mp r e g a d o s o n d e s e ver i f i cam t emper at ur as mo d e r a d a me n t e el ev adas . To d o s
el es a p r e s e n t a m pr opr i edades super i or es a o s aços- l i ga d e q u e s e or i gi nar am c o mu ms ó
e l e me n t o l i ga, quer pr opr i edades me c â n i c a s e m si , q u e r mel hor es car act er í st i cos d e endur e-
c i ment o, quer me l h o r r esi st ênci a à c or r os ão o u a o cal or .
zyxwvutsrqponmlkjihgf
O s e u es t udo c o mp l e t o n ã o c a b e dent r o d a s f i nal i dades d a or s s a i E c o r a . f i ecor nenr i a-
s e poi s , a o s e n g e n h e i r o s e met al ur gi st as q u e s e i nt er es s am pel o a s s u n t o , q u e c ons ul t em a
ex c el ent e obr a " Cas t Met al s Ha n d b o o k " , edi t ada pel a " Amer i c an F o u n d d r y me n ! s Soc i et y ,
a s s i m c o mo o " Met al s Ha n d b o o k - 9 S Ed . - Vol I - Pr oper t i es a n d Sel ect i on of Met al s : I r on and
St eel s" , edi t ado pel a " Amer i c an Soci et y f or Met al s " , q u e a p r e s e n t a m d a d o s c o n d e n s a d o s ,
ma i s c ompl et os s o b r e o s pr i nci pai s t i pos d e a ç o s par a f undi ç ão.

4. Tr at ament o t ér mi co dos aços par a f undi ção - Os pr i nci pai s obj et i vos d o t r at ament o
t ér mi c o d a s p e ç a s d e a ç o f undi do s ã o r ef i nar a gr anul aç ão, des t r ui ndo a t ext ur a br ut a ou
Aç os PARA FUNDI ÇÃO

MLKJIHGFEDCBA
dent r í t i ca d e f u s ã o , t í pi ca d e s s e s mat er i ai s e el i mi nar a s t e n s õ e s i nt er nas c a u s a d a s pel as
di f er ent es v el oc i dades d e r esf r i ament o n a s vár i as s e c ç õ e s . Fr e q u e n t e t a mb é m, pr i nci pal -

- ment e nos aç os - l i ga, é a t ê mp e r a s e g u i d a d o r ev eni do.


par a nor mal i z ar a t ext ur a br ut a d e f u s ã o , o s t r at ament os r e c o me n d a d o s s ã o r ec oz i ment o
ou nor mal i z aç ão, pr ef er i ndo- se est e úl t i mo dev i do à s me l h o r e s pr opr i edades me c â n i c a s q u e
' r es ul t am. No s c a s o s e m q u e a nor mal i z aç ão pr oduz t ens ões dev i do a o t i po d e a ç o s , d e v e - s e
r eveni r , o q u e me l h o r a t a mb é m a duct i l i dade. Par a os a ç o s d e c o mp o s i ç ã o n o r ma l , a t e mp e -
r at ur a d e r ec oz i ment o o u d e nor mal i z aç ão é ger al ment e d a o r d e m d e 900° C e o t e mp o d e v e
: se r nec es s ár i o p a r a as s egur ar má x i ma uni f or mi dade d e a q u e c i me n t o e t emper at ur a at r av és
• de t oda a s e c ç ã o . Ge r a l me n t e , 2 0 a 2 5 mi nut os por c ent í met r o d a s e c ç ã o s ã o suf i ci ent es.
• No r ec oz i ment o é pr eci so q u e a c ar ga r esf r i e at é cer ca d e 250° C o u me n o s , ant es d e s er r et i r ado
; do i nt er i or d o f or no. Qu a n d o o r eveni do f or necessár i o, a p ó s a nor mal i z aç ão, par a al í vi o d e t ens ões ,
m2
; a t emper at ur a p o d e var i ar d e 250° C a 700° C, a s mai s bai xas s e m af et ar as pr opr i edades me c â n i -
; - cas; s e f or nec es s ár i o mel hor ar a duct i l i dade e r esi st ênci a a o c h o q u e por ser o aç o endur ecí vel a o
ar , me s mo à c us t a d e r esi st ênci a, a t emper at ur a d o r eveni do d e v e subi r a 540° C - 700° C.
Par a p e ç a s mui t o p e s a d a s , d e g r a n d e s e c ç ã o , mui t as v e z e s é nec es s ár i o u m t r at ament o
' múl t i pl o: nor mal i z aç ão a 900° C, r ec oz i ment o a 840° C e p r o l o n g a d o c oal es c i ment o a 675° C-
; 705° C, par a dest r ui r c o mp l e t a me n t e a t ext ur a br ut a d e f us ão e pr oduz i r má x i ma duct i l i dade.
: A t ê mp e r a é apl i c ada pr i nci pal ment e e m aços- l i ga; ma s me s mo n o s aç os - c ar bono é e s s a
i i oper ação ut i l i zada c o mo f i m d e me l h o r a r a s pr opr i edades me c â n i c a s . zyxwvutsrqponmlkjihgfe
t Ant es d a t ê mp e r a , a s p e ç a s g e r a l me n t e d e v e m s er r ec oz i das o u nor mal i z adas , vi st o q u e
i est es t r at ament os h o mo g e n e í z a m a est r ut ur a, di mi nui ndo o s per i gos d e f i ssur ação n a t ê m-
-
~per a. Dev i do a e s s e s t r at ament os pr év i os , a t emper at ur a d e t ê mp e r a é i nf er i or à ut i l i zada n o
es
• r ecozi ment o o u n a nor mal i z aç ão ( 855° C- 885° C c o n f o r me o t eor d e c ar bono) e o t e mp o d e
o
aquec i ment o é t a mb é m ma i s cur t o. A g u a o u ól eo s ã o u s a d o s c o mo me i o s d e r es f r i ament o,
s
^ d e p e n d e n d o d o t eor d e c a r b o n o . A t e mp e r a t u r a d o r ev eni do post er i or var i a d e 425, ° C a zyxwvu
;-700° C, dur ant e u m t e mp o q u e p o d e i r at é c er c a d e 1 2 h o r a s .

. 5. Sol dabi i i dade dos aços par a f undi ção - Pe ç a s d e a ç o f undi do s ã o f r equent ement e s ol da-
dos; a s u a s o l d a g e m env ol v e as me s ma s c ons i der aç ões q u e s ã o f ei t as a r espei t o d e p e ç a s d e
. aço f or j ado o u t r ans f or mado me c a n i c a me n t e c o m a me s ma c o mp o s i ç ã o quí mi c a. A Tabel a
26' 13' 1 r el aci ona a c o mp o s i ç ã o quí mi c a à sol dabi l i dade d o s a ç o s , ver i f i cando- se q u e , à me d i d a
que a u me n t a o t eor d e c ar bono, o a ç o t o ma - s e c a d a v e z ma i s di f í ci l d e ser s ol dado, dev i do a o
ef ei t o d e e n d u r e c i me n t o pel o r es f r i ament o a p ó s a s o l d a g e m, n a z o n a af et ada pel a s ol da.
••• Ver i f i ca- se, ai nda, q u e n e s s e s a ç o s d e c a r b o n o el ev ado, as s i m c o mo n o s aços- l i ga d e bai x o
: t eor e m l i ga, é nec es s ár i o u m pr é- aquec i ment o e u m t r at ament o par a al í vi o d e t ens ões .

T A B E L A 26
Sol dabi l i dade de a ç os

Ti pos Re c oz i me nt o
o de Compos i ç ã o Sol dabi l i dade Pr é- aqueci ment o par a al í vi o
Aç o ger al de t e ns õe s
1 Aço- car bono, c om C abai xo Pr ont ament e Desnecessár i o Desnecessár i o
de 0 , 3 0 % sol dável
e- Aço- l i ga, de bai xo t eor e m
l i ga e C abai xo 0, 15%
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- li Aço- car bono, c om C ent r e Sol dável c om Pr ef er f vel Pr ef er í vel
ent r e 0 , 3 5 % e 0, 50% pr ecauções
Aço- l i ga, de bai xo t eor e m
d l i ga e C ent r e 0, 15 e 0, 30%
111 ' Aço- car bono, c om C aci ma Di fí ci l de Necessár i o Necessár i o
de 0 , 5 0 % sol dar
Aço- l i ga, c o m t eor e m l i ga
a c i ma de 3 %e C aci ma de
0, 30%
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

1. Introdução - Entre os materiais de construção, como é do conhecimento geral, o aço


tem uma posição de relevo: combina resistência mecânica, trabalhabilidade, disponibilidade
e baixo custo. Assim sendo, é fácil compreender a importância e a extensão da aplicação dos
aços em todos os campos da engenharia, nas estruturas, quer as fixas, como de edifícios,
pontes etc, quer as móveis, na indústria ferroviária, automobilística, navai, aeronáutica etc.
Para a maioria das aplicações consideradas, a importância da resistência mecânica é, de
certo modo, relativamente pequena, do mesmo modo que o fator peso não é primordial.
Assim sendo, os aços-carbono comuns, simplesmente laminados, sem quaisquer tratamen-
tos térmicos, são plenamente satisfatórios e constituem porcentagem considerável dentro do
grupo de aços estruturais.
Em outras a p l i c a ç õ e s , entretanto, e x i g e - s e u m a relação r e s i s t ê n c i a / p e s o mais
satisfatória. É o caso da indústria de transporte onde o equipamento utilizado - caminhões,
ônibus, aviões, equipamento ferroviário, equipamento rodoviário, navios, etc. - devido às
condições próprias do serviço, deve caracterizar-se por peso relativamente baixo e alta re-
sistência, por estar sujeito a esforços severos e choques repentinos, além de resistência à
corrosão adequada, visto que nas secções mais leves, a perda de resistência por ação
corrosiva, poderia ser fatal. Nestas aplicações, os aços indicados são os de baixo teor em
liga, conhecidos como "de alta resistência e baixo teor de liga".
Assim sendo, poder-se-ia estabelecer inicialmente a seguinte divisão dos aços utilizados
em estruturas:

- aços-carbono;
- aços de alta resistência e baixo teor em liga.

2. Aços-carbono para estruturas - Os requisitos fundamentais a que devem obedecer


esses aços são os seguintes:

- ductilldade e homogeneidade;
- valor elevado da relação entre limite de resistência e limite de escoamento;
- soldabilidade;
- suscstibilidade de corte por chama, sem endurecimento;
- resistência razoável à corrosão.

Com exceção da resistência à corrosão, todos os outros requisitos são satisfeitos em


maior ou menor grau pelos aços-carbono, de baixo a médio carbono, obtidos por laminação,
cujos limites de resistência à tração variam de 40 a 50 kgf/mm (390 a 490 MPa) e cujo
a

alongamento gira em tomo de 20%.


De fato, o teor de carbono relativamente baixo e o trabalho a quente proporcionado pela
laminação dos perfis estruturais garantem a ductilldade necessária, além de produzir uma
homogeneidade muito b o a em toda a extensão das peças, com pequenas variações de
resistência à tração e à compressão, variações essas que, entretanto, não chegam a preju-
dicar. A ductilidade q u e esses aços a p r e s e n t a m , por outro lado, garante excelente
trabalhabilidade em operações tais como corte, furacão, dobramento, etc, sem que se origi-
nem fissuras ou outros defeitos.
O limite de escoamento, assim como o módulo de elasticidade, característicos de grande
importância no projeto e cálculo das estruturas, são nos aços referidos perfeitamente
satisfatórios, sobretudo considerando-se que s u a resistência não deve ser necessariamente
muito elevada.
A soldabilidade é um característicos muito importante para esse tipo de material de cons-
trução, visto que a soldagem de peças estruturais é comum. Os aços-carbono comuns tam-
bém satisfazem plenamente esse requisito, pois podem ser soldados sem alteração da es-
trutura. Da mesma maneira, o corte por chama, muito empregado em peças estruturais,
pouco afeta os aços em estudo, sob o ponto de vista de alterações estruturais, nas vizinhan-
ças da zona de corte.

218
GFEDCBA
DCBA Aços ESTRUTURAIS

o f i n a l m e n t e , a resistência à corrosão só é alcançada c o m adição de p e q u e n o s


e teores de c o b r e , elemento q u e , a d i c i o n a d o em t e o r e s muito baixos, da o r d e m d e
s rj-25%! melhora aquela propriedade d e mais ou menos duas vezes em relação ao m e s -
, mo aço sem c o b r e .
. Para a maioria das aplicações estruturais, o teor de carbono desses aços varia de
e 0 15% a 0,40%, com os outros elementos (Mn, Si e S) nos teores considerados normais.
. 0 aço com carbono e manganês em t o m o de 0,20% e 0,50% respectivamente, apresenta
- limite de escoamento de cerca de 24,5 kgf/rnm (245 MPa) e limite resistência de 42,0 kgf/
2

o *(410MPa).
m r n

A elevação do teor de carbono aumenta esses limites, atuando no mesmo sentido, como
se sabe, embora em menor grau, a elevação do teor de manganês. A melhora desses carac-
, teristicos é feita, contudo, à custa da trabalhabilidade ou deformabilidade do aço que decres-
s cem, de modo que é necessário levar em conta esses fatores quando se projeta a utilização
- de um aço de maior resistência mecânica.
à Nas estruturas, os perfis de aço-carbono utilizados são os mais diversos, sobressaindo-
se os seguintes: barras redondas (inclusive as empregadas em concreto armado), quadra-
m das, hexagonais, ovais, barras chatas, cantoneiras, tês, eles, duplos tês, etc.
Todos esses perfis são produzidos por laminação e empregados nesse estado, geral-
mente sem qualquer tratamento ou mecânico posterior.
Os aços de alto carbono - em torno do eutetóide ou mesmo acima - já são considerados
materiais de natureza e aplicações especiais, visto que são utilizados na forma de fios ou
barras, geralmente com tratamento térmico particular ou no estado encruado, em estruturas
do tipo de pontes pênseis, concreto protendido, cabos, etc.
Como já foi mencionado, uma das aplicações importantes dos aços-carbono estruturais
é em concreto armado. Para esse emprego, os aços-carbono podem ser classificados das
seguinte maneira' '. 132

- aços de dureza natural, laminados a quente;


- aços encruados a frio;
- aços "patenting" (ou patenteados).

Ao primeiro grupo - aços de dureza natural - pertencem os aços utilizados pela indústria
de construção civil, classificados pela ABNT (Especificação NBR-7480) nas categorias CA-
25, CA-40, CA-50 e CA-60, com limites mínimos de escoamento de 250 MPa, 400 MPa, 500
MPa e 600 MPa respectivamente. A categoria CA-60 aplica-se somente para fios.
Os aços pertencentes ao segundo grupo - encruados a frio - caracterizam-se por apre-
sentarem superior resistência, devida justamente ao encruamento que sofrem durante a sua
fabricação. Podem ser esses aços subdivididos nos seguintes grupos:

- aços encruados por tração;


- - aços encruados por torção;
- aços encruados por compressão.

Os primeiros são aços trefilados, isto é, após a laminação a quente, são submetidos a
uma trefilação a frio, verificando-se uma compressão radial do material e uma tração apreci-
ável, ambos os feDõmencs sendo responsáveis peia modificação estrutural do aço e pelo
consequente aumento c a ressÊncia. Ccnsegue-se assim um limite convencional n d a or-
dem de 590 MPa, embora com diminuição do alongamento que cai para 6 a 8%. O limite de
resistência à tração pode atingir valores entre 640 e 740 MPa.
Os aços encruados por torção - j á sujeitos a especificações brasileiras (*) - são obtidos
s- mediante torções e estiramentos simultâneos, conseguindo-se dessa maneira, limites con-
vencionais n d a ordem de 390, 490, 590 MPa, conforme a categoria do aço. O limite de

(") Normas ABNT EB-130 e P-EP 130 A

219
Aços E FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

resistência, conforme estabelecido nas especificações, deve s e r p e i o menos 10% acima do


limite convencional n, c o m o objetivo de evitar uma aproximação muito grande e perigos a

entre escoamento e ruptura. Ainda de acordo com as especificações, os alongamentos vari-


am de 8% min. a 10% m i n .
Finalmente, os aços encruados por compressão, também chamados de aços "mordidos"
são obtidos mediante a aplicação de um sistema de compressão ou "mordida", em duas
direções perpendiculares, produzindo-se um achatamento dos grãos e seu consequente
alongamento na direção do eixo da barra. A s características mínimas exigidas para esses
tipos de aço são: limite convencional n de 490 MPa, limite de resistência à tração de 540 a
650 MPa e alongamento de 4 a 6%. Como se vê, esses aços são menos dúcteis que os
torcidos.
Quanto aos aços utilizados em concreto protendido, convém inicialmente mencionar que
as secção das barras de aço para esse tipo de aplicação são geralmente menores que as
usuais para concreto armado: até 8 mm de diâmetro, com o que se consegue resistências
mecânicas mais elevadas.
Sua composição química está dentro da seguinte faixa:

carbono - 0,60 a 0,90% _r


manganês - 0,50 a 0,90%
silício - 0,10 a 0,35%
enxofre - 0,04% max.
fósforo - 0,04% max.

São todos eles fabricados do chamado "fio-máquina", submetido antes da trefilação ao


tratamento "patenteamento", a ser estudado mais adiante.
Há três tipos, diferenciados pelo tratamento térmico final.
Os aços do primeiro tipo são inicialmente patenteados e, em seguida trefilados. Não têm
nenhum outro tratamento.
Os do segundo tipo originam-se dos primeiros, os quais são submetidos a um tratamento
de alívio de tensões, após a trefilação, mediante um reaquecimento entre 250 e 500°C, em
banho de chumbo derretido. Além do alívio de tensões, o limite de proporcionalidade é sen-
sivelmente melhorado.
Finalmente, os do terceiro tipo são "estabilizados", ou adquirem a propriedade de "relaxa-
ção", definida como o característico pelo qual o fio estirado e mantido sob comprimento
constante, cede com o tempo e perde tensão.
Os aços para concreto protendido são designados com as letras CP, às quais se seguem
algarismos que indicam aproximadamente a tensão de ruptura, em kgf/mm . 2

A ABNT - de acordo com a especificação EB-780 - especifica os seguintes tipos (com


relaxação normal e relaxação baixa): CP-150, CP-160 e CP-170. As tensões de escoamento
ou limite proporcional n devem localizar-se pelo menos 10% abaixo das de ruptura.

3. Aços de alta resistência e baixo teor em liga - A tendência moderna no sentido de


utilizar estruturas cada vez maiores, tem levado os engenheiros, projetistas e construtores a
considerar o emprego de aços cada vez mais resistentes, para evitar o uso de estruturas cada
vez mais pesadas. Tais considerações não se aplicam somente ao caso de estruturas fixas,
como de edifícios ou pontes, mas igualmente e principalmente em estruturas móveis, no setor
de transportes, onde o maior interesse se concentra na redução do peso-morto da estrutura.
Em resumo, tais aços são de grande utilidade toda a vez que se deseja:

a) aumentar a resistência mecânica, permitindo um acréscimo da carga unitária da estru-


tura ou tornando possível uma diminuição proporcional da secção, ou seja o emprego de
secções mais leves;
b) melhorar a resistência à corrosão atmosférica. Esse é um fator importante a conside-
rar, porque a utilização de secções mais finas pode significar vida mais curta da estrutura, a
FEDCBA
DCBA Aços ESTRUTURAIS

não ser que a redução da secção seja acompanhada por um aumento correspondente da
resistência à corrosão do material;
. c) melhorar a resistência ao choque e o limite de fadiga;
d) elevar a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, s e m
perda apreciável da ductilidade.

É preciso insistir no fato de que os efeitos acima devem ser conseguidos sem afetar
muito a trabalhabilidade e a soldabilidade do aço. Realmente, as aplicações desses mate-
riais em estruturas fixas de edifícios, pontes, reservatórios ou empregos semelhantes e em
s estruturas móveis, no campo do transporte (indústria automobilística, ferroviária, aeronáu-
tica etc.) exigem:
a) que os aços possam ser fabricados facilmente e economicamente por deformação
mecânica a frio ou a quente, além de poderem sofrer rapidamente deformações e operações
s lais como dobramento, corte, furacão, rebitagem e qualquer tipo de usinagem;
b) que possam ser facilmente soldados pelos processos normais de soldagem, devendo
ainda a solda resultante apresentar suficiente resistência e ductilidade, correspondentes peio

_r
T A B E L A 27
C o m p a r a ç ã o g e r a l de a ç o de b a i x o c a r b o n o c o m v á r i o s t i p o s d e a ç o s de alta r e s i s t ê n c i a

C o m p o s i ç ã o q u í m i c a , % (a) Propriedades mecânicas


U m . E s - L i m . Resis. A l o n g a m e n t o
Tipo de a ç o C Mn Si Outros coamento à tração em 5 0 m m
MPa MPa %

Aço baixo C 0,29 0,6/1,35 0,15/0,40 (b) 170-250 310-415 25-30


Aço C-Mn
laminado 0,40 1,0/1,65 0,15/0,40 250-400 415-690 15-20
a quente
Aco alta
resist. b. teor 0,08 1,3 (max.) 0,15/0,40 0,02 Nb 275-450 415-550 1S-24
em ligas ou 0,05V
Aço-C tratado
termicamente
Normalizado 0,36 0,9 max. 0,15/0,40 200 415 24
Temp. Rev. 0,20 1,5 max. 0,15/0,30 0,0005 B min 550-690 660-760 18
Aço de 0,45/0,65
baixo teor Mo
em liga 0,21 0,45/0,70 0,2/0,35 0,001 - 620-690 720-800 17-18
trat. lermic. 0,005 B

(a) Composições típicas incluem 0,04 P m a x . e 0,05 S max.


(b) No normalizada, sé o cobre for especificado, o mínimo é 0,20%.

, menos à do aço comum.

Os aços estruturais de alta resistência podem ser divididos e m quatro grupos' 1331 :

- aços laminados carbono-rnanganês;


- aços laminados de alta resistência e baixo teor em liga (aços microligados);
- aços-carbono tratados termicamente (normalizados ou temperados e revenidos);
- aços de baixo teor em liga tratados termicamente.

A Tabela 2 7 mostra que esses quatro tipos de aços apresentam um limite de escoa-
( 1 3 3 )

.• mento maior que o dos aços doces (carbono máximo de 0,29%).


* - Como se vê pela Tabela, basta apenas aumentar o teor de manganês, para que o aço-carbo-
no se tome um aco de alta resistência que possa ser empregado em aplicações estruturais.
Aços E FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

Do mesmo modo - e esse assunto já foi abordado em capítulos anteriores - através de


tratamento térmico adequado, eles podem adquirir maiores valores de resistência mecânica.
Contudo, os aços temperados e revenidos não podem ser utilizados em peças estruturais,
como vigas em I, em T ou duplo T e secções idênticas, devido ao empenamento das peças
que ocorre durante o tratamento térmico.
Pelo contrário, os aços de alta resistência e baixo teor em ligas são comumente disponí-
veis nas formas de chapas, tiras, barras e nas formas estruturais mais comuns.
Em resumo, para fins estruturais onde se deseja uma relação resistência/peso melhor,
uma maior resistência à corrosão atmosférica, maior limite de escoamentos sem prejuízo da
trabalhabilidade e soldabilidade, os "aços de alta resistência e baixo teor em ligas" são os
mais indicados.
Além do carbono, esses aços podem apresentar os seguintes elementos de liga:

Si, até 0,90%


Mn, até 1,60%
Cu, até 1,25%
Cr, até 1,80%
Ni, até 5,25%
Mo, até 0,65%
Zr, até 0,12%
. Al, até 0,20%
S, até 0,03%
Ti, até 0,05%
B, até 0,005%
Nb, até 0,10%

Conhece-se bem o efeito do carbono, fósforo e enxofre. Quanto aos outros elementos,
será feita a seguir uma rápida recapitulação dos seus efeitos:
- Manganês. Como o carbono, o Mn fortalece a ferrita aumentando a resistência mecâni-
ca do aço. O Mn acima de 1 % por si só melhora a resistência, ficando então os outros
elementos desnecessários. No caso do manganês mais elevado, os outros elementos de liga
ficam com a finalidade de controlar o crescimento de grão do aço.
- Silício - Aumenta a resistência mecânica e a resistência à oxidação a temperaturas
elevadas. Nos aços em consideração, entretanto, é geralmente mantido baixo, adicionado
nas quantidades suficientes para acalmar os aços.
- Cobre - Seu principal efeito é melhorar a resistência à corrosão atmosférica do aço; a
presença de 0,25% de cobre já é suficiente para aumentar a resistência à corrosão atmosfé-
rica duas vezes em relação ao aço-carbono sem cobre. Tal efeito é mais acentuado pelo
aumento simultâneo do teor de fósforo. O cobre exerce ainda considerável influência na
resistência do aço, aumentando-a apreciavelmente, com somente ligeiro decréscimo da
ductilidade. Para isso é preciso, contudo, que o seu teor supere 0,60%. Nesses aços com
cobre relativamente alto - acima de 1,0% e mais acentuadamente na faixa entre 1,20% e
1,50% - e baixo carbono, ocorre o fenómeno de "endurecimento por precipitação '. 1

De fato, nos aços ao cobre, cerca de 0,30% de cobre podem se dissolver na ferrita à
temperatura ambiente, formando uma solução sólida, desde que haja ocorrido resfriamento
lento; o excesso de cobre, por sua vez, pode ser precipitado da solução. Assim, se um aço
com teor de cobre superior a 0,70%, depois de resfriado lentamente, é reaquecido a tempe-
raturas variando de 510°C a 605°C durante uma a quatro horas e em seguida resfriado,
precipitam-se diminutas partículas de cobre, as quais, embora moles, tendem a evitar
deslizamento dos cristais, dificultando a deformação plástica e, em consequência, elevando
os limites de escoamento e de resistência à tração.
Um característico importante dos aços com cerca de 1,0% de cobre consiste no fato da
solubilidade desse metal ser garantida com uma velocidade de esfriamento tão baixa que
mesmo em secções pesadas, como por exemplo com 15 cm de espessura, o centro está tão

222
IHGFEDCBA
FEDCBA Aços ESTRUTURAIS

e apto quanto a superfície a adquirir resistência pelo reaquecimento. Nessas condições, pode-
. se aumentar a resistência de peças de consideráveis dimensões, uniformemente da superfí-
, cie ao centro, de até 15 kgf/mm (150 MPa).
2

s Convém lembrar, entretanto, que qualquer reaquecimento posterior, como o provocado


pela soldagem, anula o efeito dessa precipitação na zona de aquecimento, de modo que
- esse fato deve ser sempre lembrado no emprego dos aços estruturais com cobre.
- Cromo - Em teores baixos aumenta a resistência, o limite elástico, a tenacidade e
, resistência ao choque do aço. Em teores mais elevados, aumenta a resistência ao desgaste,
a por formar carbonetos duros. Geralmente é associado ao níquel e ao cobre, quando também
s melhora a resistência à corrosão atmosférica.
- Níquel-A introdução do níquel beneficia o aço no sentido da melhora das suas proprie-
dades mecânicas, da resistência à corrosão, além de refinar a granulação. Sob o ponto de
vista de resistência à corrosão atmosférica, o níquel é quase tão benéfico quanto o cobre,
sem os inconvenientes deste que tende a concentrar-se na superfície do aço, debaixo da
casca de óxido que se forma durante o seu aquecimento em atmosfera oxidante. De fato,
quando o aço está sendo aquecido para a laminação, a uma temperatura que é geralmente
superior à de fusão do cobre, se este metal estiver presente e concentrado na superfície do
aço, pode fundir e penetrar nos seus contornos de grão, causando fissuras por ocasião do
trabalho mecânico. Tal fenómeno limita as adições de cobre a 0,40%-0,50%, a não ser que
se tomem cuidados especiais no aquecimento, e que um teor de cobre mais elevado seja
acompanhado pela introdução de níquel, em quantidade de pelo menos um terço da do
cobre. O níquel liga-se ao cobre e a liga formada é de ponto de fusão mais alto, mantendo-
se sólida durante o aquecimento do aço para a laminação, evitando-se assim sua penetração
por entre os contornos dos grãos.
- Molibdênio - Além de aumentar a resistência mecânica, sua ação, quando adicionado, é
no sentido de reduzir a suscetibilidade à "fragilidade de revenido", além de melhorar as
, propriedades a temperaturas mais elevadas.
- Zircônio - E eventualmente adicionado para desoxidar, atuando igualmente no sentido
- de garantir granulação fina.
s - Alumínio - Utilizado para desoxidar e refinar o grão. De todos os elementos de liga, é
a considerado o mais eficiente para controlar o crescimento de grão.
- Vanádio - Aumenta a resistência dos aços considerados, porque atua em dois sentidos:
s fortalece a ferrita por endurecimento por precipitação e refina a sua granulação. O endureci-
o mento mencionado deve-se à precipitação de carboneto e de nitreto de vanádio na ferrita.
- Nitrogénio - Até cerca de 0,2% atua, de modo económico, para melhorar a resistência
a mecânica. Junto com o vanádio promove o endurecimento por precipitação, acima mencionado.
- - Nióbio - Pequenos teores de nióbio elevam o limite de escoamento do aço e, em menor
o proporção, o limite de resistência à tração. Com 0,02% de nióbio, esse incremento do limite
a de escoamento pode ser da ordem de 7 a 10,5 kgf/mm (70 a 105 MPa).
2

a Outras adições que estão sendo desenvolvidas correspondem a terras raras - sobretudo
m cério, lantânio ou prasiodímio - ou "mish-metal" (liga de cério, lantânio e didímio)! "
134 em
1351

e aplicações envolvendo sulfeto de hidrogénio e outros gases sulfurosos, como em linhas


soldadas de tubulações de aço, onde, juntamente com adições de cálcio, evita-se o início de
à formação de bolhas internas, mediante a esferoidização de inclusões não metálicas.
o As adições de terras raras produzem sulfetos de pontos de fusão mais elevados, os
o quais, na laminação a quente, não se alongam, melhorando os característicos de tenacidade
- na secção transversal.
o,
r 3.1. 77pos de aços de alta resistência e baixo teor em ligas - Esses aços podem ser
o agrupados nas seguintes categorias" ':
33

a • aços resistentes à corrosão atmosférica


e • aços ferrftico-perlíticos microligados
o • aços perlíticos no estado laminado
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS
FUNDIDOS

' açoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de ferrita acicular, com baixo carbono (abaixo de 0,08%)
• aços de fase dupla, que apresentam uma microestrutura de martensita dispersa numa'-
matriz terrífica e fornece uma boa combinação de ductilidade e alta resistência mecânicail
• aços com forma de inclusões controlada
•i

Os primeiros - aços resistentes à corrosão atmosférica - contêm pequenos teores de


elementos ce Bga, tais como cobre e fósforo - com o objetivo de não apenas melhorar a ;

resistência à corrosão atmosférica, como também para reforçar a solução sólida e propiciar
, algum refinamento d e grão da microestrutura terrífica. .J
Os aços periítico-ferríticos microligados contêm adições abaixo de 0,10% de elementos
de liga formadores de carbonetos ou carbonitretos como nióbio, vanádio e/ou titânio paraí
aumentar a resistência de aço laminado a quente, sem necessidade de aumentar os teores
de carbono e manganês. Existem vários tipos desses aços microligados: com vanádio, com
nióbio, com nióbio-molibdênio, com vanádio-nióbio, com vanádio-nitrogênio, com titânio, corrr
nióbio-títãnio e com vanádio-titânio.
Os aços periíticos no estado laminado consiituem um grupo específico de aços, em que 1

as propriedades mecânicas são melhoradas pela adição de pequenas quantidades de ele-'"


mentos de liga. Alguns desses aços são do tipo carbono-manganês, com teor de manganês
maior que o comum. Esses aços se caracterizam por atingir, no estado laminado, limites de-"
escoamento entre 290 e 345 MPa.
Os aços de ferrita acicularsão caracterizados por possuírem uma microestrutura muito fina" 4

de ferrita acicular de alta resisiência, com suficiente endurecibilidade, apesar do baixo teor de !

carbono, através de adições de manganês, molibdênio e/ou boro. Os aços de ferrita acicular
podem ser obtidos por têmpera ou, preferivelmente, por resfriamento ao ar, devido à presença
de elementos de liga que propiciam a endurecibilidade. Esses tipos de aço apresentam uma *
boa combinação de limite de escoamento - 415 a 690 MPa - com alta tenacidade e boa '
soldabilidade. A principal aplicação desses aços é em tubos de oleodutos em condições árticas ._,'-
t

Os após de fase dupla caracterizam-se por apresentar uma microestrutura com 80% a 90% de
ferrita poligonal e 10 a 2 0 % de ilhas de martensita dispersas ao longo da matriz ferrítica. Esses aços *
v

podem ser obtidos através de: austenitização intercrítica de aços C-Mn, seguida de resfriamento _
rápido, ou laminação a quente de elementos formadores de ferrita como o silício e elementos que ~ -
atrasem a transformação como cromo, manganês e/ou molibdênio ou, finalmente pelo recozimenfozyxwvu -r
contínuo de aços carbono-manganês laminado a frio seguido de têmpera e revenido.
Os aços com forma de inclusão controlada caracterizam-se pelo fato de produzir-se inclu
soes de sulfeto com plasticidade insignificante mesmo à temperaturas mais elevadas de
laminação. O método preferido para obter o controle da forma do sulfeto é adicionar na panela "
cálcio-silício. Esses aços apresentam uma meihora na energia de choque transversal e sao
superiores em aplicações de estruturas soldadas.
A Tabela 2 8 ' ' mostra alguns tipos de aço de alta resistência e baixo teor em liga de
133

acordo com as especificações da ASTM.

224
CBA Aços ESTRUTURAIS

CBA T A B E L A 28
E s p e c i f i c a ç õ e s A S T M para a l g u n s t i p o s d e a ç o s de alta r e s i s t ê n c i a e baixo t e o r e m l i g a s
ma'-
cail ASTM
Tipo de aço Elementos Formas disponíveis Características espedaís Aplicações
de liga
•i
Estruturai de alta Cr, Cu, N, Ni Chapas, barras, Resistência à corrosão Membros estruturais em
A242
de e baixa liga SI, Tl, V, Zr perfis atmosférica quatro vezes construções soldadas,
a ; maior que aço-carbono aparafusadas ou rebitadas

ar S A572 ao Nb-V com baixa Nb, V, N Chapas, barras Limite de escoamento Estruturas soldadas,
qualidade estrutural
.J perfis da 290 a 450 MPa aparafusadas, rebitadas
para pontes e edifícios
os
Tíras e chapas da aço, Nb, V, N, Cu Chapas e tíras lami- Resistência à corrosão Aplicações estruturais e
raí [ A607
laminadas a quente e a nadas aquente a a atmosférica duas vezes maior miscelâneas para maior
es frio, de alta resistência frio que aço-carbono; limite de resistência ou redução
m com Nb e V baixos escoamento de 310 a 485 MPa de peso
rrr Estruturai de afta resis- Nb, V, Cr, Ni Chapas, barras, Melhor tenacidade; limite Estruturas soldadas, apara-
*A633
* :. tência e baixa liga, nor- Mo, Cu, N, Si perfis de escoamento de 290 a fusadas, rebitadas para tem-
ue 1 1 malizado 415 MPa peraturas acima de -45°C
e-'" * A656 Alta resistência, de liga V.AI, N, Ti, Si Chapa Limite de escoamento dB Carcaças de caminhões, can-
ês * - zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
baixa, laminado a quente toneiras, peças da guindastes 552 MPa

de-" ! e pontos rolantes, peças de

i canos e outras aplicações


onde reduçâp de peso é
na" 4
importante
de !
Estruturai V. Nb. N, Cr, NI
* A709 Todos os grupos de Limito de escoamento Pontes
ar chapas a elementos 345 MPa
a estruturais
a * A 715 Chapas etíraslamina- Nb, V, Cr, Mo Laminados aquenta Limite de escoamento de Aplicações estruturais e mis-
a ' i das a quente, com tra- N, Si, U Z r . B 345 a 550 MPa celâneas onde se exige alta
<
s ._,'-
t balhabilidade melhorada resistência, redução de peso,
e trabalhabilidade melhorada a

os * v
boa soldabilidade
A 808 Alta resistência e baixa V.Nb Laminados aquente
o _ Energia de impacto com Vagões tanques de carros
liga com resistência ao entalhe V de 40 a 60 J ferroviários
e ~-
ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
impacto meiharada a-45°C
-r
Alta resistência e V Nb
t Chapas em forma Limita de escoamento de Vasos de pressão com cama-
baixa liga bobinada 450 a 550 MPa das soldadas
u TU» Aita resistência, baixa Cu, Cr, Ni, Sf Tubulação saldada Limite de escoamento Tubos estruturais redondos,
e liga para tubos confor- V, Tl, Zr, Nb com periferia máx. 345 MPa com o dobro da quadrados ou com secções
a " 1 mados a frio e soldados de 1625 mm e es- resistência ã corrosão at- especiais para construção de
o e/ou sem costura com pessura de parede mosférica de aço-carbono pontes ou edifícios soldadas,
F resistência à corrosão de 16 mm ou tubos aparafusadas ou rebitadas
atmosférica melhorada sem constura com
e
perifiriamáx, de 810
mm de espessura de
s parede de 13 mm
1

A composição química desses aços está indicada na Tabela 2 9 [1331 .

225
0,05/0,1 ONb
Tipo 7 0,18 1,65 0,025 0,035 0,60 0,005/0,15 0,02 N
0,005/0,10 Nb
D.
BI
a.
0) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T A B E L A 29
L i m i t e s de c o m p o s i ç ã o d o s a ç o s A S T M de alta r e s i s t ê n c i a e b a i x o t e o r em ligas ( c o n t i n u a ç ã o )
T i p o ou L i m i t e de c o m p o s i ç ã o , %
ASTM
Grau C Mn P S Si Cr Ni Cu V Outros
A 709 Grau 50
Tipo 1 0,23 1,35 0,04 0,05 0,40 0,05Nb max
Tipo 2 0,23 1,35 0,04 0,05 0,40 0,01/0,15
Tipo 3 0,23 1,35 0,04 0,05 0,40 0,05Nb max
8 A 715
Tipo 4 0,23
0,15
1,35
1,65
0,04
0,025
0,05
0,035
0,40
V, Ti, Nb
0,015N max
adicionados
se necessários
A 808 0,12 1,65 0,04 0,01/0,05 0,15/0,20 0,10 0,02/0,10Nb
V+Nb 0,15 max
Dl A 812 65 0,23 1,40 0,035 0,04 0,15/0,50 0,02/0,15 0,05 Nb
CL
V + Nb max
A812 80 0,25 1,50 0,035 0,04 0,15/0,20 0,02/0,15 0,05 Nb
D) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA V + Nb mâx
É zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ta
T A B E L A 29
L i m i t e s d e c o m p o s i ç ã o d o s a ç o s A S T M de alta r e s i s t ê n c i a e b a i x o t e o r e m l i g a s zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
Tipo ou Limite de composição, %
ASTM
Grau C Mn P S Si Cr Ni Cu V Outros
0,45 0,05 0,20 min zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
A 242
A 572
Tipo 1
Grau 42
0,15
0,21
1,00
1,35 0,04 0,05 0,30 0,20 min
...
Grau 50 0,23 1,35 0,04 0,05 0,30 0,20 min
Grau 60 0,26 1,35 0,04 0,05 0,30 0,20 min
...
Grau 65 0,23 1,65 0,04 0,05 0,30 0,20 min ... ...
A 607 Grau 45 0,22 1,35 0,05 0,20 min
Grau 50 • 0,23 1,35 0,04 0,05 0,20 min
Grau 55 0,25 1,35 0,04 0,05 0,20 min
Grau 60 0,26 1,50 0,04 0,05 0,20 min
Grau 65 0,26 1,50 0,04 0,05 0,20 min
Grau 70 0,26 1,65 0,04 0,05 0,20 min
A 633 Grau A 0,18 1,0/1,35 0,04 0,05 0,15/0,30 0,05 Nb min.
Grau G 0,20 1,15/1,50 0,04 0,05 0,15/0,50 0,01/0,05 Nb
Grau D 0,20 0,70/1,60 0,04 0,05 0,15/0,50 0,25 0,25 0,35 0,08 Mo
Grau E 0,22 1,15/1,50 0,04 0,05 0,15/0,50 0,04/0,11 0,01/0,05 Nb
A 656 Tipo 3 0,18 1,65 0,025 0,035 0,60 0,08 0.02N
0,05/0,1 ONb
Tipo 7 0,18 1,65 0,025 0,035 0,60 0,005/0,15 0,02 N
0,005/0,10 Nb
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L i m i t e s d e c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , % (b)
Grau C Mn P Outros Formas disponíveis Característicos especiais
(a) (max.) (max.) (max.) (o)
942X 0,21 1,35 0,04 Nb, V Chapas, barras e perfis- com menos Semelhante a 945X e 945G, m a s c o m melhor
de 100 m m d e espessura soldahllidade e trabalhabilidade
945A 0,15 1,00 0,04 Chapas, tiras e perfis com menos de Excelente soldabilidade,
75 m m de espessura trabalhabilidade e tenacidade
945C 0,23 1,40 0,04 Idem como 945A Semelhante a 950C, exceto que os teores mais
baixos de C e Mn melhoram a soldabilidade,
a trabalhabilidade e a tenacidade
945X 0,22 1,35 0,04 Nb, V Idem como 945A Semelhante a 945, exceto por melhor
soldabilidade e trabalhabilidade
950A 0,15 1,30 0,04 Idem como 945A Boas soldabilidade,
trabalhabilidade e tenacidade
950B 0,22 1,30 0,04 Idem como 945A Tenacidade e trabalhabilidade boas
950C 0,25 1,60 0,04 Idem como 945A Tenacidade e trabalhabilidade boas
950D 0,15 1,00 0,15 Idem como 945A boas soídabilidade e trabalhabilidade;
o fósforo deve ser considerado e m
conjunto c o m outros elementos
950X 9,25 1,33 0,04 Nb, V Chapas, tiras, barras e perfis Semelhante a 950C, exceto por
com espessura menor que 4 0 m m melhor soldabilidade
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> (a) Aço completamente acalmado; (b) 0,05 P max e 0,90 Si Max.; elementos geralmente adicionados Isoladamente ou em combinação para
m
produzir propriedades mecânicas específicas e outras características. Outros elementos de liga como cobre, cromo e níquel podem ser
adicionados pura melhorar a resistência à corrosão atmosférica.
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Grau C Mn P Outros Formas disponíveis Característicos e s p e c i a i s
(a) (max.) (max.) (max.) 0)
955X 0,25 1,35 0,04 Nb, V, N Idem como 950X Semelhantes a 945X e 950X exceto
que se obtém
960X 0,26 1,45 0,04 Nb, V, N Idem como 950X progressivamente maiores resistências
965X 0,26 1,45 0,04 Nb, V, N Idem como 950X, porem espessura pelo aumento de carbono e manganês ou
o . zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
inferior a 20 mm pela adição de H abaixo de 0,015%; a
D>
970X 0,26 Nb, V, N
1,65 Idem como 965X
0,04 trabalhabilidade e soldabilidade geralmente
980X 0,26 Nb, V, N
1,65 Idem como 965X, porem com
0,04 decrescem à medida que aumenta a
espessura inferior a 10 mm resistência mecânica; a tenacidade
CD
varia com a composição e a prática de
•O
£01 produção.
O
00
> (a) Aço completamente acalmado; (b) 0,05 P max e 0,90 Si Max.; elementos geralmente adicionados Isoladamente ou em combinação para
m
produzir propriedades mecânicas específicas e outras características. Outros elementos de liga como cobre, cromo e níquel podem ser
adicionados pura melhorar a resistência à corrosão atmosférica.
Aços E fERAOS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

. — —

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//: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
zyxwvutsrqponmlkji
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< / zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
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UJ
LU
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1-
V

Teor de carbono

Fig. 123 - Efeito de microadições no limite de escoamento de aço-^carbonp c o m u m , em função


do teor d e carbono.

wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ATabela 33 compara as propriedades de aços tipo-padrão SAE acalmados com alumínio,
em comparação com aços do mesmo teor de carbono microligados com vanádio e nitrogénio.

3.2 Aplicações - Como se viu, esses aços, pertencendo à categoria de aços estruturais,
encontram seu principal campo de aplicação nos setores de transporte, incluindo o automo-
bilístico, ferroviário, naval e aéreo, e na construção civil.

T A B E L A 33
P r o p r i e d a d e s de a ç o s S A E t i p o - p a d r ã o a c a l m a d o s c o m a l u m í n i o e m c o m p a r a ç ã o c o m a ç o s do
' m e s m o t e o r de carbono m i c r o l i g a d o s c o m vanádio e n i t r o g é n i o

1046 p a d r ã o 1046 padrão 1046 m i c r o l i g a d o no

Propriedades laminado temperado estado laminado


a quente e revenido a quente

Limite de escoamento, MPa 360 470 495


Limite de resist. à t r a ç ã o , M P a 640 750 760
Alongamento, % 23 25 19
38 56 40
Estricção, %
380 365
Umite de fadiga, M P a
Resistência ao c h o q u e Charpy, J
43 84
a25°C
7 . 26
a95°C
Dureza
85 95 94
Rockwell B
163 212 207
Brinell

Os teores de vanádio e nitrogénio são inferior a 0,25%.

232
O
HGFEDCBA
DCBA AÇOS ESTRUTUBAIS (J)

No primeiro caso, o interesse reside ao fato de que, na construção de equipamento de O


transporte, podem ser adotadas as duas soluções seguintes:
o
• redução das dimensões dos perfis das peças, com consequente redução do peso-morto
o
o
das estruturas de transporte, sobretudo transporte de carga;
• aumento de capacidade de carga e da vida do equipamento de transporte, sem decrés-
cimo do peso-morto, mas com melhora da resistência mecânica e da resistência à corrosão
atmosférica.
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Tais soluções podem aplicar-se não só ao equipamento de transporte ferroviário como
SRQPONMLKJIHGFEDCBA
também em transporte rodoviário, em equipamento pesado para movimento de terras e ou-
tras aplicações de maquinário para copstrução.
O segundo setor mencionado - da engenharia civil - compreende a construção de edifíci-
: os, pontes, torres metálicas e estruturas análogas. Lembre-se que o cálculo das estruturas é
c
feito dividindo-se um valor relativo à resistência mecânica - limite de escoamento ou limite
convencional n por um conveniente fator de segurança.
A relação dos limites de escoamento entre aços-carbono estruturais e aços de alta resis-
tência e baixo teor em ligas sendo aproximadamente de 1,5/1,0, conclui-se que a taxa de
trabalho em tensão será aumentada de 50%.
A vantagem inicial, como aliás já foi mencionado, é economia de peso, pois vê-se logo
que somente 2/3 do aço de alta resistência são necessários para conferir à estrutura a mes-
ma resistência que um aço-carbono comum.
Convém lembrar ainda que o característico de boa soldabilidade que esses aços apresen-
tam, podendo ser rapidamente soldados pelos processos a arco, a resistência ou a gás, sem
qualquer endurecimento superficial, desde que o carbono seja mantido abaixo de 0,20-0,25%.
Finalmente, a resistência à corrosão é superior à dos aços-carbono para estruturas, como
é evidenciado pela figura 124' '. 138

io,
50
io.

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IO o ™
mo- CO CL
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53 *
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O Y zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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//
o 1 r •
Aços estr uturais de alta resistência - 4 - J >
e baixo teor em líga
1 1 1 :
0 1 2 3 4 5 6 7
Anos

Fig 124 - Gráfica relacionando corrosão e composição p a r a a ç o s estruturais.

4. Conclusões - A maioria das aplicações comuns da engenharia requer aços estruturais


de custo moderado e resistência mecânica razoável; tais requisitos são preenchidos satisfa-
toriamente pelos aços-carbono comuns.
Para melhores propriedades mecânicas e certa resistência à corrosão atmosférica, são utili-
zados s chamados "aços de alta resistência e baixo teor em liga" que se caracterizam pela presen-
ça sm teores relativamente baixos dos elementos cobre, níquel, cromo e molibdênio principal-

233
Aços E FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

mente, além da elevação acima das porcentagens normais dos elementos fósforo, silício e
manganês, procurando-se manter sempre o teor de carbono a níveis relativamente baixos

Alta resistência mecânica e superior resistência à corrosão permitem:

- projetar a estrutura com a mesma vida que a do aço comum, com apreciável redução do
seu peso;
- projetar a estrutura com o mesmo peso que a de aço-carbono, mas com maior resistên-
cia e vida mais longa;
- projetar a estrutura com o menor peso-morto que assegura as maiores vantagens eco- :

nõmicas, mas com o risco de se obter uma vida um tanto mais curta.

Esses característicos, a/iados às menores despesas de manutenção necessárias, como


se pode facilmente compreender, tomam esses tipos de aços de emprego importante nas-
estruturas do tipo móvel, tais como vagões de passageiros e carga, reboques, caminhões;'
ônibus, navios, botes e lanchas, além do equipamento utilizado em manuseio de carga, cons-
trução de estradas, mineração etc. Além desses, outras aplicações desses tipos de aços
incluem estruturas de pontes, resen/atório, máquinas agrícolas etc.
Finalmente:
Para aços de alta resistência a serem utilizados na condição laminada ou na condição
tratada termicamente, há um enorme campo de emprego de microelementos de liga.
Nos aços normalizados, o refino de grão pode ser obtido por precipitados de NbC relati-
vamente grosseiros ou mediante o endurecimento por dispersão de precipitados finos de
V(C, N) e mediante a formação de precipitados finos e estáveis de TiM para controle do-
crescimento de grão .
VS7)

Aços temperados e revenidos são preferivelmente ligados com boro que retarda a trans-
formação da austenita.
Para aços conformados a frio, o emprego de titânio e zircônio é vantajoso, pois permite o
controle da forma dos sulfetos. Para aumentar a resistência mecânica, adições adequadas
são nióbio, titânio, assim como vanádio.
Os aços microligados que não exigem tratamento térmico para possuírem alta resistên-
cia, devem, contudo, ser submetidos a cuidados especiais no seu processamento " : 1 81

- os blocos a serem forjados devem ser aquecidos a temperaturas suficientemente eleva-


das para que os carbonetos - como os de vanádio ou nióbio - sejam dissolvidos na austenita.
Por exemplo, para um aço SAE 1045 com 0,1 % de vanádio, a faixa de temperaturas conside-
rada adequada se situa entre 1205° e 1315°C. Contudo, um superaquecimento pode resultar
numa microestrutura acicular indesejável;
- a segunda e mais importante precaução é que as peças forjadas devem ser imediata-
mente resfriadas ao ar até cerca de 540"C, antes de serem colocadas nas caçambas de
transporte. Se as peças forem colocadas nas caçambas imediatamente após o forjamento,
elas resfriam lentamente. Esse fato pode exigir a instalação de um transportador especial
para manter as peças até que elas escureçam.

234
JIHGFEDCBA
GFEDCBA

do

n-

co- :

mo
as-
s;'
ns-
os

ão

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de
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s-

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a-
a.
e-
ar

a-
de
o,
al
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

Os trilhos são materiais sujeitos a condições de serviço relativamente severas. Além


dos choques e esforços de flexão alternados, verifica-se desgaste d a superfície de traba-
lho. As extremidades, p o r outro lado, estão sujeitas a um amassamerftoitevido ao golpe
produzido pelo choque das rodas das composições quando estas atravessam as juntas sãs?
dos trilhos.
Esses esforços e os correspondentes efeitos crescem à medida que as composições se
t o m a m mais pesadas e mais. rápidas. Por essa razão, os pesos dos trilhos têm crescido e,
simultaneamente, a s u a composição química variado.
h
Um dos meios que têm sido empregados para evitar o amassamento das extremidades
ou o seu mais rápido desgaste é reduzir ao mínimo o número de juntas, pela sua soldagem
criando-se, por assim dizer, um "trilho contínuo", em pedaços que podem atingir ou ultrapas-
sar 200 metros de comprimento.
Outros meios consistem em adicionar determinados elementos de liga ou temperar o
boleto dos trilhos.
w~
A.Tabela n- 34 apresenta as composições químicas representativas de aços comuns
para trilhos.

Us
T A B E L A 34 Wi"
C o m p o s i ç õ e s q u í m i c a s r e p r e s e n t a t i v a s de t r i l h o s ws
SBÉ
P e s o n o m i n a l em Ib/jd
Constituintes
90/120 121 e acima
carbono 0,67-0,80% 0,72-0,82%
manganês 0,70-1,00% 0,75-1,05%
fósforo (max.) 0,035 0,035
enxofre 0,040 0,035
silício 0,10-0,35 0,10-0,35

O manganês, em teores relativamente elevados, contribui para melhorar a resistência ao


desgaste e garantir a ausência total da "fragilidade a quente" (causado pelo FeS), o que é
fundamental visto que esses aços são laminados a quente.
Propriedades típicas desses aços são:

P t
limite de escoamento 59,5 kgf/mm (495 MPa) 2

limite de resistência à tração 98,0 kgf/mm (960 MPa) 2

alongamento 9%
estricção 12%
dureza Brinell 300
resistência ao choque (Izod) 0,28 kgfm (2,75 J)

A resistência ao choque medida em corpo de prova izod com entalhe ó, como se ve.
muito baixa, de modo que para perceber pequenas diferenças de comportamento, empre-
gam-se geralmente, no ensaio de resistência ao choque, corpos de prova s e m entalhes.
Corpos de prova Izod s e m entalhes dão valores de resistência ao choque, à temperatura
ambiente, de 2,8 a 5,6 kgfm (25,5 a 54,9 J).
As tabelas 35 e 3 6 dão, respectivamente, as composições químicas e as propriedades
(13S1

mecânicas de aço comum e aço de alta resistência, inclusive nos estados totalmente ou
parcialmente temperados, produzidos por. alguns fabricantes.
DCBA Aços PARA TRILHOS zyxwvuts

T A B E L A 35
C o m p o s i ç õ e s q u í m i c a s t í p i c a s d e t r i l h o s de a ç o c o m u m e d e alta r e s i s t ê n c i a
C o m p o s i ç ã o química, %
Fabricante Tipo C Mn Si Cr V Nb Mo
sãs?*
padrão "American Railway Engineering Associatian" 0,80 0,90 0,20
A.R.E.A.

h CF. & 1. Alto silício 0,75 0,80 0,65 - - - -


Cr-Mo 0,78 0,84 0,65 0,74 - - 0,18
Algoma Cr 0,75 0,65 0,25 1,15 - -zyxwvutsrqponm
-
British Steel Cr 0,75 1,25 0,35 1,15 - - -
Krupp Cr-Si 0,70 1,05 0,75 1,00 - - -
Thyssen Cr-Si-V 0,65 1,05 0,60 1,15 0,20 - -
Klockner Cr-Mo-V 0,65 0,80 0,30 1,00 0,10 - 0,10 zyxwvutsrqp
w~ Sydney Mn-Cr-V 0,70 1,65 0,20 0,30 0,10 - -
Cr-Si-Nb 0,70 1,10 0,55 0,80 - 0,06 -
Aco brasileiro (CSN) Si-Nb 0,74 1,30 0,80 - - 0,03 -
Bethlehem Totalmente temperado 0,80 0,90 0,20 - - -' -
Us"
U S . Steel Boleto temperado 0,80 0,90 0,20 - - - -
Wi" Rússia Totalmente t e m p e r a d o 0,75 0,90 0,30 - - - -
w s ..• Nippon Steel Boleto temperado 0,75 0,80 0,22 - - - -
SBÉ 1 Nlppon Kokan Boleto temperado 0,75 0,83 0,22 - - - -

T A B E L A 36
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e t r i l h o s de a ç o c o m u m e d e a l t a res is t ênc ia

Propriedades mecânicas
Fabricante Tipo Limite conven- Limite de resist Alon- Esiri- Dure-
cional 0,2% à tração gamen- ção za
MPa kgf/mm 2 MPa kgf/mm J to, % zyxwvutsrqponmlk
% Brinell!

P t Padrão ÁREA 510 51,7 920 93,4 11 18 255


CF. & l. Allo silfcio 520 52,8 980 99,5 11 14 285
Cr-Mo 807 81,9 I228 124,7 9 17 352
Algoma Cr 650 66,0 1100 111,6 9 17 320
BnSsh Sieal Gr 690 70,1 1130 114,7 11 17 325
Krupp Cr-Si 675 68,5 1140 115,7 12 20 315
Thyssen Cr-Si-V 680 69,0 1130 114,7 12 20 320
Klockner Cr-Mo-V 705 71,6 1145 116,3 12 20 325
Sydney Mn-Cr-V 705 71,6 1035 105,1 12 18 325
Cr-Si-Nb 705 71,6 1040 105,6 10 16 340
Aço brasileiro (CSN) Si-Nb 646 65,4 1070 108,6 10 15 320
Bethlehem Totalmente temperado 870 88,3 1220 123,8 13 30 365
US Steel Boleto temperado 910 93,4 1260 128,0 12 33 380
Rússia Totalmente temperado 820 83,2 1250 126,9 14 40 330
Nippon Steel Boleto temperado 857 87,0 1231 124,9 12 34 370
Nippon Kokan Boleto temperado 817 82,9 1192 121,0 14 37 365

As propriedades de resistência à tração e de dureza foram determinadas a 10 mm e 5 mm respecSvamente dos cantos do


lopo dos boletos dos trilhos.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

1. Introdução - Os produtos planos podem ser classificados da seguintes maneira:

• folha - laminado cuja espessura é inferior a 0,30 mm de espessura;


• ííra - laminado c o m espessura compreendida entre 0,30 m m e 5,00 mm inclusive o a

extremos e largura inferior a 300 mm;


• chapa fina - chapa com espessura compreendida entre 0,30 mm e 6,00 mm, inclusive os
extremos e largura igual ou superior a 300 m m ;
• barra chata - laminado com espessura superior á 5,00 mm e largura inferior a 300 mm'
«chapa grossa-chapa, com espessura superior a 5,00 mm e largura igual ou superior a 300 mm.

Como se vê, a distinção entre os vários tipos de produtos é feita pela relação largura/espessura.
A maioria desses produtos é geralmente caracterizada pela ductilidade e grande facilidar
de de conformação. Não apresentam normalmente vaiores elevados de propriedades mecâ-
nicas, mesmo porque, em geral, as cargas que irão suportar são baixas. Em muitas aplica-
ções e devido às condições de trabalho, esses produtos devem possuir certa resistência à
corrosão atmosférica e, em outros casos, resistência ao ataque por parte de outros agentes"-
químicos. Caso o aço utilizado na fabricação d e chapas comuns não possuam esses carac-
terísticos de resistência à corrosão, costuma-se aplicar-lhe um" revestimento protetor, cujo
tipo depende da aparência desejada e do custo.
Os seus principais requisitos são, em linhas gerais, os seguintes:

• elevada trabalhabilidade, ainda que a custo da resistência mecânica, para maior facilida-
de de conformação; e m alguns casos, quando se deseja certa resistência e principalmente:
rigidez, adota-se a técnica de corrugamento do material;
• boa soldabilidade, para maior facilidade de sua montagem em estruturas;
« superfície sem defeitos, sobretudo no caso de sua aplicação em estampagem profunda;;
• características de acabamento , que permitam que o produto apresente aspecto super-;
ficial conveniente, o que é geralmente obtido através de revestimentos superficiais; e
• baixo custo

Na fabricação de produtos planos de aço, além do aço-carbono são utilizados em certas


aplicações aços-liga de baixo teor em ligas.

2. Aços-carbono - Para a maioria das aplicações, o aço é de baixo carbono, havendo,,


contudo, importantes aplicações de aços de médio e alto carbono.
Na categoria dos aços de baixo carbono pode-se considerar o ferro comerciaimente puro,,
cujo tipo mais comum é o chamado "ferro Armco".
O ferro Armco, marca registrada pela "American Rolling Mills Companf, é um material de
grande pureza, pois apresenta um teor de impurezas, inclusive o carbono, inferior a 0,16%..
Uma análise típica é a seguinte- L 1140

carbono - 0,012%
manganês - 0,017%
fósforo - 0,005% Jf
enxofre - 0,025%
siiído - traços

Propriedades mecânicas típicas são as seguintes:

Limite de escoamento 18,0 a 22,5 kgf/mm (180 a 225 MPa)


2

Limite de resistência à tração 29,5 a 35 kgf/mm (285 a 340 MPa)


2

Alongamento 2 2 % a 28% (até 40%)


Estricção 65% a 78%
Dureza Brinell 82 a 110

240
DCBA Aços PARA PRODUTOS PLANOS

Pevide a sua pureza, o ferro Armco possui boa resistência à corrosão, característico esse
"que é consideravelmente melhorado por galvanização ou estanhação. A soldabilidade é
igualmente excelente, assim como a sua trabalhabilidade.
a A maior parte do aço utilizado em chapas e folhas é, contudo, do tipo "de baixo carbono"
i 'doce", cuja composição obedece aproximadamente aos seguintes limites i >.
o l 141

s
carbono - 0 , 0 3 a 0,12%
' manganês - 0,20 a 0,60%
. fósforo - 0,04% (max.)
silício - 0,15 (max.)
. outros elementos - tão baixos quanto possível
r
- Esse aço tem propriedade semelhante às do ferro Armco, com vantagens quanto ao cus-
- Jto, visto não ser tão puro e ser de fabricação mais fácil.
à São aços que apresentam a melhor trabalhabilidade tanto no que se refere à sua obtenção por
"- íiaminação, como no que diz respeito à sua facilidade de conformação posterior. Evidentemente sua
- Jresistência à corrosão é inferior à do ferro comercialmente puro, devido à presença de maior teor do
o ^carbono, que aumenta a tendência à corrosão eletroquímica. Entretanto, a galvanização e
yèstanhação contornam de modo satisfatório esse inconveniente. Por outro lado, uma pequena
• adição de cobre, em tomo de 0,25%, melhora apreciavelmente a sua tendência à corrosão.
As porcentagens dos elementos considerados dependem grandemente das aplicações
a- • /para as quais as chapas e as tiras são reservadas e dos tratamentos superficiais de proteção
e: corrosão aos quais serão submetidas.

T A B E L A 37
;; C a r a c t e r í s t i c o s de c h a p a s f i n a s e tiras de b a i x o c a r b o n o
-; Especificação Faixa de e s p e s s u r a
Tipo Forma do
Especificação d e q u a l i d a d e aplicável normalmente
AISI-SAE produto
ASTM disponível
Laminadas a q u e n t e
s ^Comerciai A569 1008-1012 chapa fina 1,50-5,82
tira 0,86-5,82
A635 1008-1012 chapa fina 5,84-12,70
tira 0,86-5,82
,, A659 1015-1023 chapa fina 1,50-5,82
tira 0,36-5,32
,, Estampagem A621 1006-1008 chapa fina 1,91-4,75
tira
Estampagem especialmente
e lastimada A622 1006-1008 c h a p a fina 1,91-4,75
.. tira
Estrutural A570 Nenhum c h a p a fina
tira
Laminadas a t r i o
;Comercial
[classe 1 (encruada p o r lamina-
r ã o a frio) A366 1008-1012 c h a p a fina 0,64-2,79
Jf t:
.ciasse 2 (totalmente recozida) A366 1008-1012 c h a p a fina 0,64-2,79
ÍEstampagem
ciasse 1 (encruada p o r lamina-
d o a frio) A6I9 1006-1008 c h a p a fina 0,54-2,79
classe 2 (totalmente recozida) A619 1006-1008 chapa fina 0,64-2,79
|Estampagem especialmente
acalmada
:ciasse 1 (encruada por lamina-
r ã o a frio) A 6 20 1006-1008 c h a p a fina 0,64-2,79
classe 2 (recozida totalmente) A620 1006-1008 c h a p a fina 0,64-2,79
Estrutural A611 Nenhum c h a p a fina
r Nata: encruada por laminação a frio = "tempar ralled"

241
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

A Tabela 37 < > apresenta os caractensticos de chapas finas e tiras de aço de baixo
i42

carbono. Como se vê, as chapas estão disponíveis nas ciasses "encruada por laminação a
frio" ("temper rolled") e "totalmente recozida".
A primeira classe destina-se a aplicações onde o aspecto superficial é importante e onde se
exige superfície plana. A segunda classe correspondente a material totalmente recozido desti-
na-se a aplicações onde a aparência superficial é menos importante, assim como são menos
• importantes a textura superficial, imperfeições, planeza e tendência à formação de linhas de
distensão.
A chamada qualidade "estruturar tem composição subordinada às propriedades mecâni-
cas desejadas. Estas variam da seguinte maneira:
Laminadas a quente (especificação ASTM A570 de A a E)

limite de escoamento 17,5 a 29,4 kgf/mm (170 a 290 MPa) 2

limite de resistência à tração ... 31,5 a 40,6 kgf/mm (310 a 400 MPa) 2

alongamento em 50 m m 27 a 13%

T A B E L A 38
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de t i r a s d e a ç o d o c e l a m i n a d a s a f r i o ( A S T M A109)

Umite de resistência Alonga-


Dureza
à tração (aprox.) mento
Condição Rockwell B Oobramento
em 50 mm
kgf/mm 2 MPa %(d)
N 1 - Dura
2 90 min (a) Nenhum dobramento em qual- 56-70 550-690
84 min (b) quer direção
W 2 - Maio dura 70-85 Dobramento de 90° transver-
salmente à direção da lamina-
çhão em tomo de 1t do raio (c) 38,5-52,5 380-620 4-16
H" 3 - Um quarto
dura 60-75 Oobramento de 180° transver-
salmente à direção de lamina-
ção e 90° ao longo da direção
de laminação, ambos em tomo
de 1tdo raio (c) 31,545,5 310-450 13-27
N» 4 - Mole 65 max. Dobramento completo sobre si
mesma em qualquer direção 29,4-37,8 290-370 24-40
N 5 - Muito mole
a 55 max. Idem 26,6-35,0 260-340 31-47
(a) para tiras de espessura inferior a 1,78 mm; (b) para liras de 1,78 mm de espessura ou maior;
(c) t =s espessura da rira; (d) paratirascorn 1,27 mm de espessura.

Laminadas a frio (especificação ASTM A611 de A a E)

limite de escoamento 17,5 a 56,0 kgf/mm (170 a 550 MPa) 2

limite de resistência à tração ... 29,4 a 57,4 kgf/mm (290 a 570 MPa) 2

alongamento em 50 mm 26 a 2 0 %

A Tabela 3 8 ' ' mostra as propriedades mecânicas aproximadas de tiras de 1,27 mm de


,4Z

espessura (meia polegada) em várias condições.


Empregam-se igualmente cbapas finas e tiras de sços-figa de baixo teor em liga, quando
se trata de aplicações especiais que exigem propriedades mecânicas normalmente obtidas
por tratamento térmico.
Os aços-liga mais comuns nesses casos são os seguintes tipos S A E : 4130,.4140, 4142,
4145, 4150, 4340, 5140, 5150, 5160, 6150, 8615, 8617, 8620, 8630, 8640 e 8645.
A tabela 3 9 " apresenta a composição desses aços.
( 2 )

As chapas de aço-liga são classificadas pela norma ASTM A505 em "qualidade regular",
"qualidade para estampagem" e "qualidade para construção aeronáutica" '. 1143

242
HGFEDCBA
EDCBA Aços PARA PRODUTOS PLANOS

o T A B E L A 39
a Aços-liga utilizados em chapas e tiras

• Tipo C Mn SI Cr NI Mo
e 4130 0,28 - 0,33 0,40 - 0,60 0,15-0,30 0,80-1,10 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
- 0,15.-0,25
- 4140 0,38 - 0,43 - 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80 - 1,10 - 0,15-0,25
s 4142 0,40 - 0,45 0,75 - 1,00 0,15-0,30 0,80 - 1 , 1 0 - 0,15-0,25
e 4145 0,43 - 0,48 0,75 - 1,00 0,15-0,30 0,80 - 1,10 - 0,15-0,25
4150 0,48 - 0,53 0,75-1,00 0,15-0,30 0,80-1,10 - 0,15-0,25
4340 0,38 - 0,43 0,60 - 0,80 0,15-0,30 0,70 - 0,90 1,65-2,00 0,20 - 0,30
-
5140 0,38 - 0,43 0,70 - 0,90 0,15-0,30 0,70 - 0,90 - -
5150 0,48 - 0,53 0,70-0,90 0,15-0,30 0,70-0,90 - -
5160 0,55-0,65 0,75-1,00 0,15-0,30 0,70-0,90 - -
6150 0,48 - 0,53 0,70-0,90 0,15-0,30 0,80-1,10 - -
8615 0,13-0,18 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40 - 0,70 0,15-0,25
8617 0,15-0,20 0,70-0,90 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40 - 0,70 • 0,15-0,25
8620 0,18--0,23 0,70-0,90 0,15-0,30. 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8630 0,28 - 0,33 0,70-0,90 , 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8640 0,38-0,43 0,75-1,00 0,15-0,30 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25
8645 0,43 - 0,48 0,75-1,00 0,15-0,30 0,40 - 0,60 0,40 - 0,70 0,15-0,25
O tipo 6150 apresenta 0.15V min. Para aços produzidos pelos processos Slemens-Martin ou oxigénio básico, os
. teores de P e S devem ser no máximo 0,035% e 0,040% respectivamente. Para aços produzidos em fomos elétricos,
ambos os elementos não podem ultrapassar os ceoras de 0,025%.

As chapas e tiras de "qualidade regulai" estão cobertas pela especificação ASTM A 5 0 6 .


Esses materiais são destinados a aplicações gerais ou miscelâneas, onde se exige m o d e -
rada estampabilidade ou moderado dobramento. As. condições superficiais não são muito
exigentes.
As chapas e tiras de "qualidade para estampagem", cobertas pela especificação A S T M
A507, são destinadas a aplicações q u e envolvem condições muito severas de conforma-
ção mecânica a frio, como estampagem profunda. Devem possuir uma composição quími-
ca relativamente uniforme e não apresentar imperfeições superficiais. O recozimento a que
são submetidas antes da conformação mecânica deve resultar .numa microestrutura -
como, p o r e x e m p l o , e s f e r o i d i t a - q u e p r o p o r c i o n e a s m e l h o r e s c o n d i ç õ e s d e
conformabilidade.
A "qualidade para construção aeronáutica", coberta pela especificação ASTM A634, é
destinada a peças de aeronaves sujeitas a altas tensões. Por isso esses produtos exigem
cuidados especiais de processamento, desde a fundição do aço, lingotamento, laminação
etc. Para esses aços recomenda-se um tamanho de grão aústenítico predominantemente n-
5 ou mais fino, permitindo-se, contudo, tamanho de grão n 3. 9

Outras qualidades incluem: "qualidade para mancais", "qualidade para serras" e "qualida-
de aeronáutica estrutural".
A "qualidade para mancais" corresponde a chapas finas e tiras de aço-iliga destinadas a fabricar
peças de mancais antí-fricção. São geralmente aços-liga dos tipos AISI-SAE para cementação.
A "qualidade para serras" devem possuir propriedades características para fabricar lâmi-
nas de serras de fita.
e Finalmente, a "qualidade aeronáutica estruturai, coberta pela especificação ASTMA634,
-além de possuir todos os característicos típicos da "qualidade para construção aeronáutica",
o devem obedecer a exigências específicas de limite de escoamento, limite de resistência à
s tração, alongamento, dobramento etc.
Apesar de grande parte das chapas serem construídas de aço de baixo carbono, é comum
, o emprego de composições contendo carbono mais elevado, até da' ordem de 0,50% ou mes-
mo mais.
Trata-se de materiais para fins estruturais especiais, em que se deseja maior resistência
, mecânica, e as especificações exigem frequentemente valores mínimos de resistência à tra-
ção de 60 kgf/mm (590 MPa).
2

243
De acordo com as aplicações e os critérios adotados em especificações da A B N T , as 0

chapas de aço-carbono podem ser assim classificadas:

- QUALIDADE USOS GERAIS (Chapas Finas a Frio; Chapas Finas a Quente)


Composição química:
carbono - 0,08 a 0,55%
manganês - 0,25 a 0,90%
silício - 0,30% max.
fósforo - 0,04% max.
enxofre - 0,05% max.

- QUALIDADE ESTRUTURAL PARAAUTOMÓVE1S (Chapas Grossas, Chapas Finas a Quente)


Composição química:
carbono - 0,15 a 0,20%
enxofre - 0,035% max.
manganês - 1 , 5 0 % max.
fósforo - 0,035% max.

Propriedades mecânicas:
limite de escoamento • 20 a 38 k g f / m m (200 a 370 MPa)
2

limite de resistência, à tração • 32 a 50 kgf/mm (310 a 490 MPa)


a

alongamento, em 50 mm • 35 a 2 8 %

Aplicações: longarinas, chassis, aro e centro de rodas etc.

- QUALIDADE RECIPIENTES TRANSPORTÁVEIS PARA G A S E S LIQUEFEITOS DE


PETRÓLEO; CUBAS DE GALVANIZAÇÃO (Chapas Finas a Quente; Chapas Grossas, estas
últimas para cubas de galvanização)
Composição química:
carbono - 0,20 max. i *•
manganês - 0,20 a 0,60%
fósforo - 0,03% max.
enxofre - 0,035% max.
Propriedades mecânicas:
limite de escoamento • 0,55 a 0,75 LR
limite de resistência à tração • 34 kgf/mm (340 MPa) min.
2

alongamento, em 50 mm • 24 a 3 4 % , conforme a espessura.

Aplicações: conforme a qualidade

- QUALIDADE ESTRUTURAL (Chapas Finas a Frio; Chapas Finas a Quente)


Composição química: •• • .
carbono - 0,20 a 0,30%
manganês - 0 , 6 0 a 1,50%
silício - 0,30% m a x
fósforo - 0,04% max.
enxofre - 0,05% max.
cobre - 0,20% min. (quando especificado)

Propriedades mecânicas:
limite de escoamento • 19 a 30 kgf/mm (190 a 300 MPa)
2

limite de resistência à tração • 33 a 50 kgf/mm (320 a 490 MPa)


2

alongamento, em 50 m m • 25 a 1 4 %

(*) Para maiores pormenores, consultaras publicações ABNT EB-255, EB-276, EB-29S, EB-32S, NB-32,
EB-593, EB-253, EB-248.
s Apiicaçoes: peças e partes de máquinas e veículos, tubos, recipientes, estruturas me-
tálicas etc. '

- Q U A L ] D A D E ESTRUTURAL (Chapas Grossas)


Composição química:
carbono - 0,25 a 0,30%
manganês - 1 , 2 0 a 1,50%
silício - 0,30% max.
fósforo - 0,04% max.
enxofre - 0,05% max.
cobre - 0,20% min. (quando especificado)
) Propriedades mecânicas:
limite de escoamento - 1 9 a 30 kgf/mm (190 a 300 MPa)
z

alongamento, em 50 mm - 30 a 22%

Aplicações: pontes, locomotivas, vagões, edifícios, máquinas, equipamentos em geral.

- QUALIDADE ESTRUTURAL SOLDÁVEL DE ALTA RESISTÊNCIA (Chapas Grossas,


Chapas Finas a Quente)

Composição química:
carbono - 0,23 max.
manganês - 1,50% max.
enxofre - 0,05% max.
E cobre - 0,20% min. (quando especificado)
s
Propriedades mecânicas:
limite de escoamento - 30 a 40 kgf/mm (300 a 390 MPa)
2

i *• limite de resistência ã tração - 40 a 50 kgf/mm (390 a 490 MPa)


2

alongamento, em 50'mm - 24 a 2 0 %

A p l i c a ç õ e s : estruturas em g e r a l , p o n t e s ; edifícios, n a v i o s , guindastes, v a g õ e s ,


implementos agrícolas, vasos de pressão etc).

- QUALIDADE TUBOS (Chapas Grossas; Chapas Finas a Quente)

Composição química:
carbono - 0,21 a 0,30%
manganês - 0,90 a 1,35%
fósforo - 0,04% max.
enxofre - 0 , 0 5 % max.

Propriedades mecânicas:
limite de escoamento • 21,00 a 36,5 kgf/mm (210 a 355 MPa)
2

limite de resistência à tração • 33,5 a 46,5 kgf/mm (325 a 455 MPa)


2

alongamento, em 50 mm • 35 a 2 2 %

Aplicações: tubulações, oleodutos, etc.

- QUALIDADE ESTAMPAGEM (Chapas Finas a Frio; Chapas Finas a Quente)

Composição química:
, carbono - 0,10 max.
manganês - 0,20 a 0,50% max.
Aços E FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

fósforo • 0,035% max.


enxofre • 0,040% max.

Propriedades mecânicas:
limite de escoamento - 27 kgf/mm (270 MPa) max.
2

limite de resistência à tração - 28 a 40 k g f / m m (280 a 390 MPa)


2

alongamento, em 50 m m - 40 a 3 0 %
embutimento - 1 2 mm, e m média, para espessura de 2,0 mm.

Aplicações: para estampagem média, estampagem profunda ou estampagem extra pro-


funda e resistência ao envelhecimento.

3. Problemas de fabricação - As chapas, grossas ou finas, e as tiras são produzidas por


laminação a quente ou a frio, a partir de aços "efervescentes" ou "acalmados".
Na maioria dos casos, utiliza-se aço efervescente, devido principalmente a problemas
de custo. O desprendimento de CO e C 0 à medida que o aço resfria no interior das
2

lingoteiras, causa a diminuição do teor médio de carbono do lingote e produz segregação


do restante do carbono assim como do fósforo e do enxofre em direção ao centro e à
superfície do lingote. Essa segregação é responsável pela variação na composição e nas
propriedades mecânicas que se verifica de uma chapa para outra e e m diferentes secções
da mesma c n a p a . Assim sendo, as chapas fabricadas a partir de a ç o efervescente não
(,42)

são rigorosamente controladas em sua c o m p o s i ç ã o química, nem apresentam grande


uniformidade de propriedades.
Nos aços acalmados, -caracterizados porque neles se adiciona suficiente quantidade de
um forte desoxidante, geralmente alumínio, o desprendimento de gases é praticamente nulo,
resultando um lingote uniforme e homogéneo, apenas com pequena segregação. As chapas
produzidas a partir desses aços são, em consequência, de melhor qualidade, sobretudo
quando destinadas a operações de conformação severa, como estampagem profunda e
igualmente quando devem ficar sujeitas a longo período de estocagem. A principal vantagem
dessas chapas é que elas estão menos sujeitas ao fenómeno de "envelhecimento" ' após 1 1

deformação, isto é, mudanças de propriedades com o tempo.


Os aços acalmados são geralmente laminados a frio, embora possam ser ocasionalmente
empregados no estado laminado a quente, resultando chapas de granulação fina, com propri-
edades mecânicas uniformes e superiores, mais vantajosas para operações de estampagem
e de soldagem.

4. Propriedades das chapas de aço - Pelo exame das especificações propostas pela
A B T N , pode-se ter u m a ideia das propriedades que se desejam nesses produtos planos
de aço.
No caso das chapas destinadas a serviços de estampagem e semelhantes, que constitu-
em uma das mais importantes aplicações desses tipos de produtos, além dos característicos
mecânicos usuais, é necessário conhecer-se sua "qualidade de conformação".
Os ensaios empregados para medir essa qualidade são os de dureza Rockwell e de
ductilidade tipo O l s e n ' . 1431

O ensaio Olsen é realizado num corpo de prova da chapa, com 3 3/4" de largura, mantido
entre matrizes planas em forma de anel com 1 " de diâmetro interno. U m a esfera de 7/8" de
diâmetro é comprimida progressivamente de encontro à chapa de modo a formar um 'copo",
ao mesmo tempo que a carga e a altura do copo são medidas continuamente. O valor que
interessa é a altura do "copo", em milésimos de polegada, no momento em que a carga
começa a cair. A espessura das chapas para o ensaio Olsen é limitada a 1,57 mm (0,062"),
devido à folga entre a esfera e o anel. Valores de ductilidade Olsen e m função da espessura
e da qualidade do aço estão expressos na figura 125< '. 143

(*) "Strain aging".

246
LKJIHGFEDCBA
HGFEDCBA Aços PARA PRODUTOS PLANOS

I Acima
da
média
Aço SAE 1008 A orna
Laminada a da

Aama
_máflia_
frio ' Abaixo
da da
_mMa_ média
Abaixo "
da
. JSÊSÍÍL
Abaixo
cia
y média

Exemplo: Esta linha apresenta


a vaior uísen mínimo esperado
para aço com faixa da dureza
de Rockwell B 46 a 50. é inferior
à rriédia para aço açaimado,
módía para aço afervecanla para
estampagem a acima da média
para aço de qualidade comercial.

0,050 0,060

E s p e s s u r a d a chapa, p o l .
à
s Fig. 125 - Gráfico representativo d a classificação aproximada d e a ç o para chapas, b a s e a d a
em ensaios d e ductilidade e de dureza Rockwell B

Uma vantagem importante do ensaio de ductilidade é a possibilidade, para um técnico


experiente, de prever o comportamento aproximado do aumento de tamanho de grão do aço
depois de conformado, pelo exame dos lados do "copo". Com tamanho de grão ASTM 8 e 9,
os lados apresentam-se macios; com tamanho de grão 7, nota-se uma aspereza moderada,
a qual se acentua progressivamente, à medida que o tamanho de grão cresce.
Para a medida da dureza, recomenda-se o uso da escala Rockwell B em espessuras
acima de 0,75 m m . Abaixo dessa espessura, deve-se empregar a escala F.
Quanto às propriedades relacionadas com o esforço de tração, seu conhecimento é de
grande importância para avaliar-se a capacidade de deformação desses aços. Nesse senti-
do, as considerações que se podem fazer são as seguintes:
- quanto mais alto o limite de resistência à tração, tanto melhor, se as outras propriedades
forem favoráveis;
- quanto mais baixo o limite de escoamento, tanto melhor, se as outras propriedades forem
favoráveis; de fato, limite de escoamento muito baixo combinado com tamanho de grão muito
grosseiro, pode causar o defeito "casca de laranja", donde um baixo limite de escoamento é
desejável, quando outros característicos forem adequados, como se mencionou;
- o alongamento, desde que outros característicos sejam favoráveis, deve ser o mais alto
possível, pois o aço será facilmente deformado;
- a relação elástica, isto é, a relação entre o limite de escoamento e o limite de resistência
à tração, é um valor importante, pois quanto menor, maior a separação entre o escoamento
e a ruptura, o que toma o aço mais indicado para conformação muito severa.
ATabela 40 < ! mostra as propriedades que chapas de aço laminado a frio destinadas a
144

estampagem profunda devem apresentar.

5. Defeitos das chapas de aço - Os mais comumente encontrados ocorrem na superfície


do aço, representados por marcas superficiais pronunciadas, ou rugosidades superficiais
acentuadas, e t c , originadas quando o aço se apresenta excessivamente mole. Em outras
palavras, a dureza muito baixa, embora favorável sob o ponto de vista de conformação seve-
ra, traz os inconvenientes apontados.
Esses defeitos são geralmente conhecidos com os nomes, entre outros de "linhas de
Luder", "casca de laranja", etc.

(*) "Stretcherstrains".

247
Aços E FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

T A B E L A 40
P r o p r i e d a d e s d e s e j a d a s e m c h a p a s de a ç o l a m i n a d o a f r i o para e s t a m p a g e m p r o f u n d a

Limfte d e Alonga-
Dureza Limite de
resistência mento Relação "Copo"
Rockwell escoamento"
T i p o de a ç o à tração em elástica Olsen"*
B . pol.
50 m m
kgf/mm ! 2 MPa kgf/mm 2 MPa
Comercial, efervescente
e recozido 50 24,5 245 29,4 284 37 0,85 0,380
Comercial, efervescente
e aplainado' 55 24,5 245 30,8 298 35 0,80 0,370
Para estampagem p r o f u n -
d a , efervescente e reco-
zido 45 22,4 224 28,7 277 41 0,75 0,400
Para estampagem p r o f u n -
da, efervescente e aplai-
nado 48 21,0 210 29,4 284 39 0,70 0,390
P a r a estampagem p r o f u n -
da, acalmado e aplainado 45 17,5 175 28,7 277 41 0,60 0,400
'Aexpressão "aplainado" corresponde a "temper roíled"
" Valor dado na direção da laminação; numa direção perpendicular, o valor é aproximadamente 1,5 kgf/mm mais 2

elevado
~ Os valoras apresentados correspondam a espessura de 0,91 mm 0,036");

As "linhas de Lúdef, defeitos designados t a m b é m pelo nome de "linhas de distensão""


têm a forma de tiras alongadas que aparecem sobre a superfície do aço de baixo carbono que
sofreu um recozimento como etapa final de s u a fabricação. Essas linhas se originam toda vez
que o aço for deformado a uma carga imediatamente superior ao limite de escoamento, desa-
parecendo quando a carga de deformação excede a 5% a 10% esse valor. Em tensão, as
linhas apresentam-se como depressões na superfície; em compressão elas apresentam-se
saliente.
As "linhas de LQder" não são prejudiciais no que diz respeito à resistência do aço; entre-
tanto, produzem um mau aspecto nas chapas deformadas por estampagem profunda, as-
pecto que se mostra claramente também através da pintura.
Essas linhas podem ser eliminadas por u m a operação de ligeira laminação a frio, de
cerca de 0,5% a 1,5%, depois do recozimento f i n a l < . Essa eliminação é permanente em
n 1431

aços acalmados; entretanto, nos aços efervescentes, eventualmente as linhas de Luder po-
dem reaparecer após uma semana ou menos, dependendo da porcentagem de laminação a
frio posterior, da temperatura, da porcentagem de deformação durante a estampagem 9
outras variáveis.
O defeito "casca de laranja" é atribuído ao tamanho de grão grosseiro do aço, o qual, ao
ser submetido à estampagem profunda mostrará uma superfície grosseira e rugosa, aparên-
cia essa que é indicada com aquela expressão. Para melhorar a aparência da peça acabada,
pode-se limá-la ou poli-la.
Recomenda-se, para as chapas destinadas a estampagem profunda, um tamanho de
grão uniforme e intermediário (ASTM 5 a 8), porque, se de um lado a granulação grosseira
pode provocar o defeito mencionado, de outro lado, um tamanho de grão muito pequeno
poderá resultar em valores de limite de escoamento, limite de resistência à tração e dureza
mais elevados do que o desejável, e consequentemente alongamento insuficiente.
Finalmente, um último defeito que eventualmente pode ocorrer nas chapas é variação na

(*) "StretcherStrains".
(**) 'Temper pass": trata-se de uma operação de laminação a frio ou nivelamento ou aplainamento, que
consiste na passagem através de cilindros de uma máquina especial; nessa passagem elimina-se o
alongamento na zona de escoamento que causa as Unhas de Lúder.

248
GFEDCBA
DCBA

espessura, o que pode causar transtornos na estampagem, não só prejudicando a uniformi- ( )


dade de um lote de peças, produzidas com a mesma matriz de estampagem, como também
a própria ferramenta de estampagem. Ç^ )

6. Tratamentos das chapas - As chapas, tiras e folhas são produzidas a partir de aços
efervescentes e acalmados, no estado laminado a quente ou a frio.
Os aços efervescentes apresentam menor tendência a defeitos superficiais do que os acalma-
dos, com consequente melhor rendimento nas operações de conformação. Os acalmados (geral-
mente por adição de alumínio) caracterizam-se por melhores propriedades mecânicas e sujeitam-
se melhor a operações de estampagem profunda muito severa. Além disso, têm menor tendência
ao "envelhecimento'*^, isto é, à mudança de propriedades com o tempo, fenómeno esse que ocorre
muitas vezes em aços efervescentes, dificultando sua utilização em estampagem profunda.
A distinção entre laminação a quente e a frio reside, como se sabe,' na diferença de
temperatura da laminação. No primeiro caso, essa operação é realizada a temperatura bem
acima da linha crítica inferior do aço. Os "laminados a frio" são, na realidade, produtos
acabados a partir de laminados a quente, os quais, após terem atingido uma certa espessura
por laminação a quente, são terminados a frio até a dimensão final, principalmente por ques-
tões económicas. Além da vantagem económica, a laminação a frio permite, por outro lado,
uma superfície mais perfeita, produz espessura mais uniforme e melhora as propriedades
mecânicas do aço, devido ao encruamento que se verifica.
Devido às alterações estruturais e físicas produzidas na laminação desses produtos, há
geralmente necessidade de submetê-los a tratamentos térmicos, cujos objetivos vão desde
a simples eliminação de tensões internas até a recristalização total.
As chapas laminadas a quente são geralmente normalizadas, a não ser quando elas são
acabadas na laminação a temperaturas entre 815°C a 870°C, de modo a se processar um
recozimento ou normalização natural.
As laminadas a frio apresentam-se muito encruadas, com alta resistência mecânica e alta
dureza. Somente em casos especiais são usadas nesse estado. Assim sendo, para a maioria
das aplicações, as chapas, tiras e folhas laminadas a frio são submetidas a um tratamento
térmico de amolecimento - "recozimento em caixa"- levado a efeito a temperaturas relativa-
mente baixas, da ordem de 590°C a 760°C, visto que temperaturas muito elevadas causari-
am excessivo crescimento de grão, originando na estampagem profunda o defeito "casca de
laranja". Ocasionalmente, contudo, alguns desses produtos laminados a frio opõem uma
certa reação contrária à recristalização, devendo então ser aquecidos a temperaturas mais
elevadas. Efetua-se assim a normalização, a temperaturas acima do ponto Ac - cerca de
3

930 C - para aço com teor de carbono inferior a 0,15%, em forno contínuo, contendo uma
D

atmosfera oxidante, com resfriamento ao ar.


Esse tratamento - eventualmente chamado de "blue annealing" - confere à chapa um tom
azulado, de certo modo decorativo.
Outro tratamento comum nas chapas, folhas e tiras é o "recozimento para alívio de ten-
sões", feito para melhorar as propriedades de estampagem, pela remoção de tensões residu-
ais que resultam do resfriamento rápido durante a normalização ou durante as operações de
nivelamento ou laminação leve após a normalização.Atemperatura varia entre 500°C e 650°C.

7. Chapas e tiras de aço de baixo carbono modificado - Para atender às necessidades de


serviços específicos, são produzidas chapas e Sras de baixo carbono, com os teores dos
restantes elementos químicos presentes ligeiramente alterados. Em gerai, tais aços, para
serem ainda considerados aços-carbono comuns, não devem apresentar C, Mn, S e Cu
acima dos seguintes teores respectivamente : 0,25%, 1,65%, 0,60% e 0,60%. Podem
(,4Z)

conter outros elementos como nitrogénio, fósforo e boro, sós ou combinados, em pequenos
teores, para conferir às chapas e tiras resultantes, maior resistência mecânica, com boa
trabalhabilidade e, inclusive, melhor resistência à corrosão.

f) "StretcherStrains".

249
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

Os aços C-Mn, com carbono de 0,15 a 0,25% e manganês de 1,00 a 1,50% apresentam
melhor limite de fadiga, com boa ductilidade. Os componentes estampados, a partir desses
materiais, podem ser temperados e revenidos, de modo a apresentar valores ligeiramente
melhorados de resistência mecânica, com boa tenacidade.
O silício, como o manganês, fortalece a ferrita e é, às vezes, adicionado em teor de
0,50%, juntamente com manganês entre 1,0 e 1,5%, de modo a resultar maior resistência
mecânica nas chapas e Uras laminadas a quente e a frio.
O nitrogénio pode ser adicionado entre 0 , 0 1 % a 0,015% em aços de baixo carbono para
produzir chapas e tiras com resistência de 28 a 35 kgf/mm (280 a 340 MPa), para compo-
2

nentes estruturais de baixo custo, para utilização em veículos e edifícios. O nitrogénio, como
se sabe, é um elemento que atua como fortalecedor intersticial.
O fósforo, por seu turno, como elemento fortalecedor por solução sólida, em teores de
0,07 a 0,13%, atua como o nitrogénio.
O boro, sendo um forte formador de carbonetos e nitretos, quando adicionado nesses
aços de baixo carbono, permite a substituição de aços de maior teor de carbono, e de baixo
teor em liga, para chapas e tiras. Nesse caso, tais aços de baixo carbono e com boro apre-
sentam melhores característicos de conformação à frio e as peças estampadas resultantes
podem ser temperadas e revenidas para produzir a mesma dureza, com melhor tenacidade,
em componentes de máquinas, grampos e peças similares.
Finalmente, o cobre melhora a resistência à corrosão atmosférica, fato j á conhecido, de modo
que sua presença em teores mínimos de 0,20%, permite que as peças produzidas a partir de
chapas e tiras contendo esse elemento, possam ser expostas ao ambiente atmosférico.

8. Revestimentos de chapas de aço - Os vários revestimentos superficiais a que são


submetidas as chapas de aço, com o objetivo precípuo de melhorar sua resistência à corro-
são e, eventualmente, proporcionar uma aparência superficial decorativa, incluem:
- zincagem
- estanhação
- revestimento de chumbo ("terne", com 3 % a 15% de estanho)
- revestimento de alumínio
- fosfatização
- anodização
- pintura
- esmaltação poroelânica
Embora não seja objetivo desta obra descrever os processos de revestimento, serão
feitos alguns rápidos comentários a respeito dos mesmos.
A zincagem visa proteger o ferro e o aço contra a ferrugem. É aplicada por galvanização
ou por eletrodeposição. Pode o zinco ser aplicado por metalização. Esse metal atua em dois.
sentidos: protege contra o ataque corrosivo e m diversos meios e atua como protetor
gaivânico, devido a o fato de ser eletroquimicamente mais ativo d o q u e o aço' '. A 146

galvanização é aplicada em chapas de aço bobinadas ou cortadas, promovendo uma prote-


ção económica e de durabilidade satisfatória contra a ação do ar, água ou solo.
O estanho é aplicado ou por eletrodeposição ou por imersão a quente. O estanho por
imersão a quente é utilizado em equipamento de manuseio e embalagem de alimentos e
leite, proporcionando proteção não tóxica e decorativa. O estanho por eletrodeposição e
empregado no mesmo tipo de equipamento e em equipamento de processamento de ali-
mentos, de laboratório e eletrônico, onde além dos característicos de proteção contra a
corrosão e decorativo, a soldabilidade é importante (folha de flandres).
O revestimento "terne" fornece resistência à corrosão, trabalhabilidade, excelente
soldabilidade e capacidade de receber pintura. A sua principal aplicação é em tanques de
gasolina de veículos automotores. Outras aplicações incluem condicionadores de ar, filtros
de ar, filtros de óleo, peças de radiadores, chassis de equipamento eletrônico, etc.
O revestimento de alumínio é empregado quando se deseja resistência ao calor,
refletividade ao calor e resistência à corrosão, além de proporcionar um efeito decorativo. O

250
GFEDCBA
EDCBA Aços SARA PRODUTOS PLANOS

m t a l é depositado por imersão a quente em alumínio fundido ou em liga de alumínio conten-


m e

s do 5 a 10% de silício fundida. Aplicações típicas incluem: componentes automobilísticos,


e fomos e estufas de secagem, equipamento para aquecimento industrial, aparelhos eletrodo-
mésticos, mobiliário externo, equipamento agrícola etc.
e A anodização é aplicada em aço galvanizado e resufta numa superfície com excepcionais
a resistências à corrosão, ao desgaste, ao aquecimento e à abrasão. Além disso, a película
anodizada constitui um isolador elétrico. Essa película forma-se pela simples imersão das partes
a acabadas num eletrólito simples e pela aplicação de uma voltagem durante até 10 minutos.
- A fosfatização é aplicada como base de pintura de chapas de aço-carbono não galva-
o nizadas. Consiste num tratamento c o m uma solução diluída de ácido fosfórico e outros
elementos, de modo que a superfície do metal, ao reagir quimicamente com o ácido
e fosfórico, fica convertida numa camada integral de um composto fosfatado cristalino inso-
lúvel. Há dois tipos de fosfatos geralmente aplicados: fosfato de zinco e fosfato de ferro.
s A pintura é geralmente aplicada em aço galvanizado, com excelente aderência. Aumenta
o a durabilidade do material, além de conferir diversos efeitos decorativos.
- Finalmente, a esmaltação porcalânica, aplicada em aço com teor de carbono muito baixo
- de 0,008 a 0,08 - e com manganês, fósforo e enxofre também mantidos em teores muito
s
baixos, consiste num revestimento inorgânico, aplicado a temperaturas entre 730° e 870°< '.
,
147

Esse revestimento é um esmalte contendo óxidos de diversas naturezas, cuja denominação


genérica é "frita". Os componentes dessa frita são S i 0 , B 0 , N a 0 , K 0 , L i 0 , CaO, BaO,
2 2 3 2 2 2

o
ZnO, A l 0 , Z r O , T i 0 , CuO, M n 0 , NiO, C o 0 P 0 . Essa frita é fundida, esfriada em água,
2 3 s 2 2 3 4 2 5

e moída e a p l i c a d a em suspensão e m água, por imersão ou aspersão. A e s m a l t a ç ã o


porcalânica confere aparência e proteção adequada em aparelhos domésticos, sanitários,
recipientes para indústria química, painéis arquitetónicos, trocadores de calor, etc.
ão
- 9. Aços-liga para produtos planos- Muitos aços-liga de baixo teor em ligas são usados na
fabricação de produtos planos. Alguns, depois de conformados na forma final, são submeti-
dos a tratamento térmico para melhorar as propriedades mecânicas, superiores às que pos-
suem o produto acabado a quente.
A Tabela n 4 1 s dá as composições de alguns desses aços.
( 1 4 a )

Os aços de alta resistência e baixo teor em ligas caracterizam-se, como já se sabe, além
de valores elevados de resistência mecânica, maior resistência à corrosão atmosférica. H á
duas categorias de composição : í14S)

• aços ao vanádio ou ao nióbio/vanádio, com manganês geralmente até 1,35% e pelo


menos 0,20% de cobre, quando especificado;
• aços ao manganês intermediário, com teor de manganês variável entre 1,10 e 1,60% e,
o
quando especificado, com 0,20% de cobre mínimo.
• Os outros elementos adicionados são, alternativamente ou em conjunto: Si até 0,65%,
o Cr até 0,90%, Ni até 1,25%, Mo até 0,25%, titânio, nióbio, zircônio, alumínio e nitrogénio.
s.
r
Tabela 41
A C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a ç o s A I S I - S A E d e baixo teor e m c h a p a s para a p l i c a ç õ e s e s t r u t u r a i s
-
Designação Composição Química, %
AISI-SAE C Mn SI Cr Ni Mo
r
e 1330 0,27/0,34 1,50/1,90 0,15/0,30
e 1340 0,35/0,44 1,50/1,90 0,15/0,30
4118 0,17/0,23 0,60/0,90 0,15/0,30 0.40/0.65 0,08/0,15
-
4130 0,27/0,34 0,35/0,60 0,15/0,30 _. 0.-3/0^25
a
4140 0,36/0,44 0,70/1,00 0,15/0,30 0,80/1,15 0,15/0,25
4340 0,36/0,44 0,55/0,80 0,15/0,30 0,65/0,90 1,65/2,00 0,20/0,30
e 4617 0,15/0,21 0,40/0,65 0,15/0,30 1,65/2,00 0,20/0,30
e 5160 0,54/0,65 0,70/1,00 0,15/0,30 0,60/0,90
s 6150 0,46/0,54 0,60/0,90 0,15/0,30 0,80/1,15
8620 0,17/0,23 0,60/0,90 0,15/0,30 0,35/0,60 0,40/0,70 0,15/0,25
, 8742 0,38/0,46 0,70/1,00 0,15/0,30 0,35/0,60 0,40/0,70 0,20/0,30
O Boro e chumba podem ser adicionados.
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

10. Chapas grossas de aço - As c h a p a s g r o s s a s de aço - c o m e s p e s s u r a superior a


5 m m e largura i g u a l ou s u p e r i o r a 3 0 0 m m - s ã o utilizadas g e r a l m e n t e no estado
l a m i n a d o a q u e n t e , n a c o n s t r u ç ã o de e d i f í c i o s , p o n t e s , n a v i o s , v a g õ e s ferroviários,
t a n q u e s de a r m a z e n a m e n t o , vasos de p r e s s ã o , tubulações, m á q u i n a s de porte e ou-
tras estruturas p e s a d a s , o n d e se e x i g e b o a c o n f o r m a b i l i d a d e , s o l d a b i l i d a d e Q-
usinabilidade. Por e s s a s r a z õ e s , os aços p a r a chapas grossas s ã o de baixo e médio
c a r b o n o , com p r e d o m i n â n c i a dos tipos d e m a i s baixo c a r b o n o . H á t a m b é m chapas
grossas produzidas a p a r t i r de diversos a ç o s de baixo teor e m l i g a e alta resistência
m e c â n i c a . À Tabela 4 2 < 1 4 a | a p r e s e n t a as c o m p o s i ç õ e s usuais de a ç o - c a r b o n o para c h a -
pas grossas.

T A B E L A 42
C o m p o s i ç ã o de chapas g r o s s a s de aço-carbono

Especificação Grau o u tipo Composição química, %


d e material C Mn P S SI
Qualidade estrutural
A36 0,29 0,80/1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
A131 A 0,26 0,05 0,05
B 0,21 0,80/1,10 0,04 0,04 0,35
D 0,21 0,60/1,40 0,04 0,04 0,10/0,35
E 0,18 0,70/1,50 0,04 0,04 0,10/0,35
CS, DS 0,16 1,00/1,35 0,04 0,04 0,10/0,35
A284' A 0,24 0,90 0,04 0,05 0,10/0,30
B 0,29 0,90 0,04 0,05 0,15/0,30
C 0,36 0,90 0,04 0,05 0,15/0,30
D 0,35 0,90 0,04 0,05 0,15/0,30
A440 0,28 1,00/1,60 0,04 0,05 0,30
A529 0,27 1,20 0,04 0,05
AS73 58 0,23 0,60/0,90 0,04 0,05 0,10/0,35
65 0,26 0,85/1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
70 0,28 0,85/1,20 0,04 0,05 0,15/1,30
A678 A 0,16 0,90/1,50 0,04 0,05 0,15/0,50
B 0,20 0,70/1,60 0,04 0,05 0,15/0,50
C 0,22 1,00/1,60 0,04 0,05 0,20/0,30
A709 36 0,29 0,80/1,20 0,04 0,05
Qualidade Vasc d e Pressão
A28S A 0,17 0,90 0,035 0,045
B 0,22 0,90 0,035 0,045
C 0,28 0,90 0,035 0,045
A299 0,30 0,90/1,50 0,035 0,045 0,15/0,30
A422 55 0,24 0,60/1,10 0,04 0,05 0,15/0,30
60 0,27 0,60/1,10 0,04 0,05 0,15/0,30
A455 l 0,33 0,85/1,20 0,04 0,05 0,10
II 0,28 0,35/1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
A51S 55 0,28 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
60 0,31 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
65 0,33 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
70 0,35 0,90 0,035 0,04 0,15/0,30
A516 55 0,26 0,60/1,20 0,035 0,04 0,15/0,30
60 0,27 0,60/1,20 0,035 0,04 0,15/0,30
65 0,29 0,85/1,25 0,035 0,04 0,15/0,30
70 0,31 0,85/1,25 0,035 0,04 0,15/0,30
A537 Classe 1,2 0,24 0,70/1,60 0,035 0,04 0,15/0,50
A562 0,12 1,20 0,04 0,05 0,15/0,30
A612 0,27 1,00/1,50 0,035 0,04 0,15/0,50
A662 Ã 0,14 0,90/1,35 0,035 0,04 0,15/0,30
B 0,19 0,85/1,50 0,035 0,04 0,15/0,30
A724 A 0,18 1,00/1,60 0,035 0,04 0,55
A738 0,24 1,60 0,035 0,04 0,15/0,50
Nota: o cobre, em teor d e 0,20 está presente no tipo A 4 4 0 e em teor de 0,15 no tipo A 5 6 2 ; em alguns
outros tipos pode estar p r e s e n t e , se especificado. N o s tipos A 7 2 4 e A728, p e q u e n a s quantidades de
elementos de liga p o d e m igualmente estar presentes.
FEDCBA
DCBA

a
o
,
-
Q-
o
s
a
-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

1. Introdução - A importância dos produtos tubulares de aço na engenharia e na indústria


deve-se sobretudo à diversidade do seu emprego; encanamentos de água, vapor, óleo, gás,
ar comprimido, aquecimento; poços de água e de petróleo; fins estruturais e mecânicos; fins
estruturais e ornamentais em construção, arquitetura e aplicações semelhantes; eletrodutps
para fios elétricos e telefónicos, etc. Essas e inúmeras outras aplicações constituem um
atestado da importância desses materiais.
Em princípio, pode-se considerar dois tipos fundamentais de produtos tubulares, tendo
em vista seu princípio básico de fabricação:

- tubos inteiriços ou sem costura;


- tubos soldados ou com costura.

Os tubos sem costura são fabricados a partir de tarugos cheios de aço por processos
diversos, geralmente perfuração, extrusão ou mandrilagem, podendo atingir diâmetros até
cerca de 660 mm (26 p o l e g a d a s ) .0

Os tubos com costura são obtidos a partir de tiras de aço laminados a quente, cuja
largura corresponde à circunferência do tubo e cuja espessura à espessura do tubo, as quais
são aquecidas a elevada temperatura (correspondente à da soldagem do aço) e em seguida
passadas através de uma matriz adequada que as dobra na forma de um cilindro, ao mesmo
tempo que suas extremidades são soldadas de modo a ficar constituído o tubo. Há vários
métodos de soldagem dos tubos com costura, os quais podem atingir até 762 mm (30 pole-
gadas) de diâmetro.
De um modo geral, os tubos de aço são produzidos em grande variedade de dimensões
desde 1/8 de polegada de diâmetro interno até 96 polegadas de diâmetro externo. A espes
sura do tubo também é variável, dando origem a classes diferentes de produtos, como de
peso normal, extra-fortes, duplo-extra-fortes, de acordo com seu peso ou sua resistência, de
modo a permitir uma seleção mais adequada e rigorosa tendo em vista a aplicação final,
desde o eletroduto leve para fios elétricos até os tubos para perfuração de poços de petróleo.
Frequentemente, os tubos são estirados a frio, com os seguintes objetivos, entre outros

- produzir paredes mais finas;


- produzir diâmetros muito pequenos;
- melhorar o acabamento superficial;
- obter tolerâncias dimensionais mais rigorosas;
- melhorar certas propriedades mecânicas, como resistência à tração;
- produzir formas diferentes da circular.

Finalmente, muitos produtos tubulares de aço são recobertos superficialmente de uma


camada de zinco, por galvanização, com o fim de melhora sua-resistência à corrosão.

T A B E L A 43
P r i n c i p a i s t i p o s e e m p r e g o s de t u b o s

Tipo Empregos

Standard Á g u a residencial ou industrial, vapor, transmissão de óleo o u gás, linhas


de serviço, usos estruturais.
Especial Conduites, tubos-estaca, t u b o s para niples etc.
Linhas de serviço Transmissão de óleo ou gás, adutoras de água
Petróleo Perfuração, tubulações, revestimento
Poços de água Perfuração, revestimentos, tubos usinados e alargados.
Pressão Para elevadas temperaturas o u para serviços sob pressão.

(*) Um dos métodos mais conhecidos é o "Mannesmann".

254
Aços PARA TUBOS

T A B E L A 44
T i p o s e e m p r e g o s p r i n c i p a i s de t u b o s para p r e s s ã o

Emprego Tipos
Caldeiras com tubulação'de água Tubos geradores, tubos de sobreaquecedores, tubos recupe-
radores, tubos de circulação, tubos de paredes de fomos.
Caldeiras flamo-tubulares • Tubos de fogo, tubos para sobreaquecedores, tubos tirantes, etc.
Outros Tubos de aquecimento de água de alimentação, tubos para
desoladores de petróleo.

2. Tipos de tubos e de aços para tubos - As Tabelas 43 e 4 4 mostram respectivamente (140)

os principais tipos e empregos de tubos e os tipos e empregos principais para tubos de


pressão.
Esses tubos podem ser com costura ou sem costura e são do tipo padrão ou especial,
com diâmetros que variam desde 1/8" (tubos para niples) até 96" (tubos para linhas de servi-
ço), espessura de paredes variáveis, dependendo do emprego, resistência normal ou ultra-
resistentes, extremidades lisas, rosqueadas, expandidas ou frangeadas (dependendo igual-
mente da aplicação) e, em vários casos, galvanizados.
Para aplicações mais comuns, o aço para tubos é aço-carbono de baixo teor de carbono
(de 0,10 a 0,25%), possuindo uma resistência à tração variando de 35 a 50 kgf/mm (340 a 2

490 MPa); no caso de aplicações de maior responsabilidade, usa-se aço de carbono médio,
de 0,30 a 0,50%, com resistência à tração de 50 a 60 kgf/mm (490 a 590 MPa). 2

Os valores mais elevados de resistência mecânica são obtidos no estado encruado pelo
estiramento' '.
150

Nota-se que a resistência à tração nos produtos tubulares de aço, provenientes do mes-
mo lingote, é maior nos tubos de menor diâmetro' , devido à conformação mecânica mais
1511

intensa a que s ã o submetidos.


A A B T N , pelas suas Especificações Brasileiras EB-349 e EB-193, de 1973, especifica
respectivamente T u b o s de Aço de Precisão com Costura" e T u b o s de Aço de Precisão
sem Costura".
Pela EB-349, os tubos são fornecidos nos estados "trefilado duro", "trefilado macio",
"recozido" e "normalizado", A composição química varia da seguinte maneira:

C - 0,08% a 0,38%
Mn -0,25% a 1,40%
Si -0,10% a 0,55%
P - 0,04% max.
S - 0,05% max.

Os valores das propriedades mecânicas variam dentro das seguintes faixas:

- no estado normalizado:
- resistência à tração: 34 a 50 kgf/mm (330 a 490 MPa) 2

- limite de escoamento: 21 a 26 kgf/mm (210 a 260 MPa) 2

- alongamento: 26 a 20%
- no estado trefilado duro:
- resistência à tração: 42 a 60 kgf/mm (410 a 590 MPa) 2

- alongamento: 6 a 4%
- no estado trefilado macio:
- resistência à tração: 36 a 55 kgf/mm (350 a 540 MPa) 2

- alongamento: 10 a 6%
- no estado recozido:
- resistência à tração: 32 a 40 kgf/mm (310 a 390 MPa) 2

- alongamento: 28 a 24%

255
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços e FERROS
FUNDIDOS

Pela EB-193, os tubos são fornecidos, igualmente, nos estados "trefilado duro", "trefilado
macio", "recozido" e "normalizado". A composição química varia da seguinte maneira:

C - 0,08% a 0,38%
Mn - 0,25% a 1,40%
Si -0,10% a 0,55%
P - 0,04% max.
S - 0,05% max.

As propriedades mecânicas, de acordo com os estados, variam como s e segue:

- no estado normalizado:
- resistência à tração: 35 a 65 kgf/mm (340 a 640 MPa)
2

- limite de escoamento: 24 a 36 kgf/mm (240 a 350 MPa)


2

- alongamento: 25 a 1 7 %
- no estado (refilado duro:
- resistência à tração: 45 a 65 kgf/mm (440 a 640 MPa)
2

- alongamento: 6 a 4 %
- no estado trefilado macio:
- resistência à tração: 38 a 55 kgf/mm (370 a 540 MPa)
2

- alongamento: 10 a 6%
- no estado recozido:
- resistência à tração: 3 2 a 50 kgf/mm (310 a 490 MPa)
2

- alongamento: 28 a 1 8 %
No caso de se desejar tubos para aplicações a elevadas temperaturas (que exijam resis-
tência à fluência) ou para aplicações que exijam resistência à corrosão e à oxidação, usam-
se aços-liga. No caso de se desejar resistência ao calor e à fluência, adiciona-se molibdênio
ou molibdênio e cromo em pequenos teores! . Aumentando-se o teor de cromo, melhora-se
1601

a resistência à corrosão do tubo.


Para serviços a alta temperaturas, em aplicações tais como de fomos e fornalhas, radiado-
res, para indústrias químicas e de refino de petróleo, em caldeiras, aquecedores de diversos
tipos e aplicações similares, há uma variedade grande de tipos de aços, todos apresentando
como elementos de liga principais o cromo e o molibdênio, por possuírem os efeitos seguintes: l i i
- o cromo melhora a resistência à oxidação e à corrosão, além de aumentar ligeiramente
o limite de escoamento, a resistência à tração e a dureza. Nesses produtos tubulares, o teor
máximo encontrado de cromo é de 9%.
- o molibdênio melhora a resistência à fluência a elevadas temperaturas, mas não melho-
ra a resistência à corrosão ou à oxidação. O teor máximo encontrado é de 1 % .

Normalmente, os dois elementos considerados estão associados, como se pode verificar


pelo exame da Tabela 4 5 , que mostra alguns tipos de aços para tubos sem costura para
(1s21

serviço a alta pressão e temperatura. Como se vê, o carbono é mantido no máximo a 0,15%
nos aços Cr-Mo e 0,20% nos aços C-Mo.
As propriedades mecânicas típicas desses aços à temperatura ambiente estão represen-
tadas na Tabela 46. Os resuitados indicados provera das médias de ensaios de tubos.
Na indústria automobilística, os produtos tubulares são de baixo carbono (0,05 a 0,15%),
do tipo com costura, no estado recozido, apresentando limite de resistência à tração da or-
dem de 30 kgf/mm (290 MPa), com alongamento medido em 50 mm de 1 4 a 4 0 % .
2

São empregados igualmente tubos de carbono médio, 0,30 a 0,40% de carbono, com
0,35 a 0,65 de manganês e níquel variando de 2,75 a 3,50%, com limite de escoamento de
50 kgf/mm (490 MPa) e limite de resistência à tração de 70 kgf/mm (690 MPa).
2 a

A Tabela 4 7 apresenta algumas composições e propriedades mecânicas, de acordo


(144)

com a ASTM e a A P I ("American Petroleum Institute").

256 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
DCBA Aços RARA TUBOS

T A B E L A 45
C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a ç o s - l i g a p a r a p r o d u t o s t u b u l a r e s r e s i s t e n t e s ao calor

_C Mn S P Si Cr Mo
Tipo d e liga (%) (%) (%)
(%) (%) (%) (%)
max. max.
0,5 Mo 0,10-0,20 0,30-0,80 0,045 0,045 0,10-0,50 - 0,45-0,66
0,5 Cr-0,5 Mo 0,10-0,20 0,30-0,61 0,045 0,045 0,10-0,30 0,50-0,80 0,45-0,66
1,0 Cr-0,5 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,61 0,045 0,045 0,50 (max.) 0,80-1,25 0,45-0,66
2,0 Cr-0,5 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,50 (max.) 1,65-2,35 0,45-0,66
3,0 Cr-1,0 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,50 (max.) 2,65-3,35 0,30-1,06
5,0 Cr-0,5 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,50 (max.) 4,00-6,00 0,45-0,65
5,0 Cr-0,5 Mo-Si 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 1,00-2,00 4,00-6,00 0,90-1,10
9,0 Cr-1,0 Mo 0,15 (max.) 0,30-0,60 0,030 0,030 0,25-1,00 8,00-10,00 0,90-1,10

T A B E L A 46
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s t í p i c a s à t e m p e r a t u r a ambiente d e a ç o s - l i g a para t u b o s ,
no e s t a d o recozido

L i m i t e de Alonga-
Limite d e resistência Resistência a o
mento Dureza
escoamento à tração em 50 m m zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
Brinell choque, Charpy
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % kgfm J
0,10-0,20 C 30,0 290 42,0 410 46- 117 6,3 61,8
0,5 Mo 34,5 335 45,0 440 47 141 7,3 71,6
0,5 Cr-0,5 Mo 30,0 290 43,5 425 50 140 7,2 70,6
1,0 Cr-0,5 Mo 24,5 245 48,5 475 40 130 6,3 61,8
2,0 Cr-0,5 Mo 32,0 310 48,5 475 44 140 7,2 70,6
3,0 Cr-1,0 Mo 28,0 270 48,5 475 53 146 7,3 71,6
5,0 Cr-0,5 Mo 27,0 260 49,0 480 47 139 6,3 61,8
5,0 Cr-0,5 Mo-Si 41,5 405 61,5 605 40 172 8,3 81,4
9,0 Cr-1,0 Mo 30,5 295 51,5 505 41 145 6,3 61,8
l i i

T A B E L A 47
C o m p o s i ç ã o e P r o p r i e d a d e s M e c â n i c a s d e A l g u n s A ç o s para T u b o s s e g u n d o a A S T M e A P I
Especi- L i m i t e de resis- Limite de
ficação Qualidade C Mn P S SI tência à tração escoamento
ASTM do material
kgf/mm 2 MPa kgf/mm MPa2

A-53 A 0,25 0,95 0,050 0,060 - 33,6 326 21,0 210


A-106 A 0,25 0,27-0,93 0,048 0,058 0,10 33,6 326 21,0 210
A-106 C 0,35 0,29-1,06 0.04S 0,058 0,10 49,0 480 28,0 270
A-139 B 0,30 1,00 0,040 0,050 - 42,0 410 24,5 245
A-381 - 0,26 1,40 0,040 0,050 - 42,0 410 24,5 245
A-524 I,ll 0,21 0,90-1,35 0,048 0,058 0,10-0,40 42,0 410 24,5 245
A-587 - 0,15 0,27-0,63 0,048 0,058 - 33,6 326 21,0 210
A-135 A 0,25 0,95 0,050 0,060 - 33,6 326 21,0 210
Especi-
ficação API
5L A-25-I 0,21 0,30-0,60 0,045 0,060 - 31,5 305 17,5 175
5LX X-42 0,28 1,25 0,040 0,050 - 33,6 326 21,0 210
5LS B 0,26 1,15 0,040 0,050 - 42,0 410 24,5 245
Os valores indicados para as propriedades mecânicas são mínimos.

UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 257
5LX X-56 0,26 1,35 0,040 0,050 0,005 Nb Min. 52,5 515 39,2 382
0,02 min.
0,03Timin.
W CD Ti (D
3 Q3 " O
ff T ° -
o 5 CO
cn » 5.
o . cr. CD o cu
CD -o tn
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T A B E L A 49
C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de a ç o s para t u b o s de p r e s s ã o
Especi-
Propriedades Mecânicas mínimas
ficação Quali- C Mn P S S1 Cr NI Mo Cu Tração Escoamento
ASTM dade
kgf/mm' | MPa k g f / m m | MPa J
A178 A 0,06/0,18 0,27/0,63 0,050 0,060 _ _ _
não há exigências mínimas
A178 C 0,35 0,80 0,050 0,060 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- _ _ _
42,0 410 25,9 259
A210 A-1 0,27 0,93 0,048 0,058 0,10 min. _ _
42,0 410 25,9 259
A254 - 0,05/0,15 0,27/0,63 0,050 0,060 - _ _
29,4 284 17,5 175
A334 1 0,30 0,40/1,06 0,050 0,060 - - _ _
38,5 375 21,0 210
A334 3 0,19 0,31/0,64 0,050 0,050 0,18/0,37 3,18/3,82 _ _
45,5 445 24,5 245
A334 8 0,13 0,90 0,045 0,045 0,13/0,32 - 8,40/9,60 70,0 690
_
52,5 515
A209 T1 0,15/0,25 0,30/0,25 0,045 0,045 0,1/0,50 - 0,44/0,65
_ _
38,5 375 21,0 210
A423 - 0,15 0,55 0,06/0,16 0,060 0,10 0,24/1,31- 0,20/0,70 0.10 0,20/0,60 42,0 410 25,9 259
= : O. -
0) i
O. BI
^- cn B)
CL
zyxwvu
O
o ff cn
cn o 3 ^
3 -a oo
s i . 1
ff»-o
3 cm PJ
õ o "o
w zyxwvut
3
Cn CD i
T A B E L A 48
C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e a ç o s - l i g a para t u b o s
Especi- L i m i t e de r e s i s t ê n c i a Limite de
ficação Qunli- C Mn P S - SI Ni Outros à tração escoamento
ASTM dado kgf/mm 2 MPa kgf/mm' MPa
A-333 3 0,19 0,31/0,64 0,050 0,050 0,18/0,37 3,18/3,82 - 45,5 445 24,5 245
A-333 8 0,13 0,90 0,045 0,045 0,13/0,32 8,40/9,60 - 70,0 690 52,5 515
A-333 9 0,20 0,40/1,06 0,045 0,050 - 1,60/2,24" 0,75/1,25 Cu 44,1 431 32,2 312
A-714 II 0,22 0,85/1,25 0,040 0,050 0,30 - 0,20 Cu min. 49,0 480 35,0 340
A-714 V 0,16 0,40/1,06 0,035 0,040 - 1,65 min. 0,80 Cu min. 38,5 375 28,0 270
Especi-
flcaçãoAPI
5AC C-76 0,50 1,90 0,040 0,060 0,35 0,15/0,30 Mo 66,5 655 52,5 615
SAC C-9B 0,45 1,90 0,040 0,0B0 0,35 0,25 - 73,5 725 66,5 655
5LX X-56 0,26 1,35 0,040 0,050 0,005 Nb Min. 52,5 515 39,2 382
0,02 min.
0,03Timin.
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

Finalmente, a T a b e l a
50W apresenta a c o m - Í0 CJ
r
CM I O O
ITJ N r
O
-3-
posição e propriedades tO C t CO CO

m e c â n i c a s de a l g u n s t i -
pos de aços destinados a E
f a b r i c a r tubos p a r a f i n s jj
estruturais, conforme "•í
especificação d a A S T M .
Esses tubos são e m p r e - to in o o
a. ol c) í f m co
g a d o s na construção de -sf co -9- -<i- tf
p o n t e s , edifícios e p a r a o
ira
aplicações gerais.
o
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£
1
S

01
O
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01
£
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
55
w
dl

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a.

c
S

'O ' < O =

260
GFEDCBA
DCBA .Aços PARA BARRAS, ARAMES E FIOS

AÇOS PARA BARRAS,


ARAMES E FIOS

baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

261
Aços E FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1. Introdução - Barras, arames e fios de aço são produtos de secção transversal unifor-
me, com diâmetros variáveis desde 0,02 m m até 20 mm ou mais.
As barras, obtidas por laminação a quente, dão origem ao chamado "fio-máquina", cujo
diâmetro varia, em geral, de 5,0 a 5,5 mm. Podem, contudo, apresentar diâmetros maiores.
Os aços utilizados na produção desses materiais variam em composição, desde aços de
carbono mais baixo, para aplicações mais comuns, passando pelos aços de médio e de alto
carbono, para as aplicações de maior responsabilidade até os aço-liga, com teores variáveis
de elementos de liga. Em qualquer caso, os produtos resultantes podem ser empregados no
estado recozido ou no estado encruado, sendo comum, no caso de baixo carbono, o estado
recozido e nos aços de médio carbono ou com elementos de liga, o estado encruado. Alguns
dos produtos resultantes podem ser igualmente submetidos à têmpera e ao revenido.

2. Barras - Essas barras são produzidas semi-acabadas obtidas na laminação e destina-


das à produção de fios e arames, através d a trefilação do 'ífio-máquina". Essa operação de
trefilação é realizada a frio.
A s barras são usualmente redondas, com diâmetros variáveis de 5,6 mm (7/32") a 18,7
mm (43/64")< >. 153

As bobinas resultantes possuem geralmente um diâmetro interno de cerca de 760 mm


(30") e seu peso pode ser superior a 2.000 k g .
As barras de aço-carbono são produzidas em várias composições químicas:

• 0,15% de carbono máximo para barras de baixo carbono;


• 0,15% a 0,23% de carbono, para barras de aço de baixo a médio carbono;
• 0,23 a 0,44% de carbono para barras de médio/alto teor de carbono;
• acima de 0,44% de carbono, para barras de aço de alto teor de carbono.

O fósforo e o enxofre são mantidos nos limites usuais para cada grupo de aço, mas podem
ser eventualmente aumentados para melhorar a usinabilidade. O carbono, o manganês e o
silício variam de acordo com as propriedades mecânicas desejadas. Por exemplo, a resistên-
cia à tração de uma barra de 5,6 mm (7/32") laminada a quente, de aços de baixo, médio e
alto carbono, com 0,60 a 0,80% de manganês pode variar conforme a Tabela 51 mostra '. 1163

T A B E L A 51
R e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d e b a r r a l a m i n a d a a q u e n t e d e 5,6 m m de d i â m e t r o d e a ç o s d e baixo, médio e
alto t e o r d e c a r b o n o

T i p o de aço Efervescente Acalmado comAI Com 0,6% Mn C o m 0,80% Mn


MPa MPa MPa MPa
1005 350 380 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
- -
1008 370 405 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
-
1010 385 420 - -
1015 425 450 - -
1020 470 .485 - -
1030 - - 641 676
1040 - - 745 779
1050 - - 848 883
1060 - - 951 986
1070 - - 1055 1089
1080 - - 1151 1193

A s barras de aço carbono que são destinadas a produzir fios e arames para aplicações
especiais, como "fio de música", "molas de válvula", "aros de pneus" e outras aplicações de
maior responsabilidade, devem ser produzidas de modo a reduzir-se ao mínimo a incidência
de imperfeições superficiais, porque estas diminuem a resistência à fadiga do produto final,
propriedade essa fundamental nessas e outras aplicações.

262
HGFEDCBA
EDCBA Aços PARA BARRAS, ARAMES E FIOS

r- Além de produzidas em aço-carbono, as barras podem ser fabricadas a partir de aços


ligados, para obtenção de melhores propriedades mecânicas e de propriedades especiais.
o
s. 3. Ros e arames - Esses materiais são produzidos pela trefilação do fio-máquina, obtido
e a partir de barras.
o O fio-máquina,. antes de ser submetido à "trefilação", é decapado em solução de ácido
is sulfúrico ou ácido muriático, com 5 a 2 0 % de concentração, sendo normalmente os banhos
o aquecidos a vapor. O material é, em seguida, lavado em água corrente e, posteriormente,
o recebe uma capa de cal ou outro material, com diversas finalidades, como neutralizar o excesso
s de ácido, evitar ferrugem e servir como "carregador" de lubrificante, durante a trefilação.
O material é puxado na máquina de trefilar através de fieiras de metal duro (carboneto de
tungsténio sinterizado), em passes sucessivos.
a- Os lubrificantes empregados podem ser cal, bórax, fosfato ou uma combinação deles,
e aplicados na superfície da barra a frio. Na matriz de trefilação, os lubrificantes utilizados são
sabão, graxa ou óleo.
7 Naturalmente, as deformações muito intensas que se processam durante a trefilação
acarretam u m aquecimento dos fios e das matrizes. Por isso, tanto as matrizes ou fieiras,
m como os blocos ou cabeças das máquinas, são resfriados a água, ar ou por ambos.
O esfriamento adequado das máquinas, aliado à grande durabilidade das fieiras de metal
duro possibilitam o processo contínuo de trefilação e velocidade de operação muito alta, como,
por exemplo, cerca de 5 metros por segundo para arames de aço de alto carbono e 15 metros
por segundo para arames de aço de baixo carbono. As velocidades indicadas são para diâme-
tros em tomo de 2 mm e são normalmente maiores para diâmetros inferiores a 2 mm.
O número de passes na trefilação pode ser de 1 a 19, numa mesma máquina, dependen-
do da análise do aço e das características do arame a ser produzido. As reduções de área
podem ir de 5 % a 4 0 % por passe, ficando mais comumente entre 20% e 30%.
m Entende-se por redução de área porcentual a relação zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
o
n-
A^ L x100
e
s ,
'.
onde S, e S, são, respectivamente, nas secções inicial e final do arame.
Durante a trefilação, o material toma-se progressivamente mais resistente e mais duro.
e Com o encruamento repetido, combinado com tratamento térmico adequado, em aços de
alto teor de carbono, têm sido conseguidas propriedades mecânicas excepcionais, como
limite de resistência à tração superior a 300 kgf/mm (2943 MPa), se não mais.
2

Para diâmetros de 6,35 mm a 0,10 mm - "fio de música" ou fio para instrumentos musicais -
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o limite de resistência à tração varia de um mínimo correspondente a 160 kgf/mm (1570 MPa)2

.a um máximo correspondente a 340 kgf/mm (3335 MPa).


baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 2

Em aplicações mecânicas, pode-se obter valores de limite de resistência à tração para os


menores diâmetros e de acordo com a intensidade e natureza da deformação, da ordem de
260 kg/mm (2550 MPa).
2

A influência do trabalho mecânico a frio sobre as propriedades mecânicas dos aços está
representada nas figuras 110, 111 e 126. A primeira (ver Capítulo XI) mostra o efeito do
encruamento sobre o alongamento. Nota-se que este característico, após um único passe
correspondente a menos de 10% de redução de área por trefilação, cai para cerca de 2,5%,
mantendo-se pouco abaixo desse valor para reduções de áreas maiores ou passes sucessi-
vos. Donde se conclui que o alongamento pouco significado tem para o julgamento das quali-
dades de um arame, visto que seu valor, num ensaio rotineiro de tração, além de ser o mesmo
s feito com reltivamente pouca precisão, pequena variação sofre, seja o arame extremamente
e dúctil ou muito frágil, visto que sua medida é feita geralmente em comprimento de 250 m m .
a Afigura 111 j á apresentada mostra a influência do encruamento sobre o diagrama ten-
, são-deformação de um aço de baixo carbono, notando-se claramente o desaparecimento do
fenómeno de escoamento, após uma determinada redução de área.

263
Aços E FERROSFUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Finalmente, a figura 126 mostra a melhora da resistência à tração que se obtém pelo
encruamento de aços de baixo, médio e alto carbono' . Nota-se que quanto maior o teor de
1541

carbono, tanto maior é a melhora na resistência à tração por trefilação; nota-se ainda que a
melhora dessa propriedade é muito grande quando se passa de 7 0 % a 8 0 % de redução de área
portrefilação. De fato, no início, quando se passa de uma redução de 2 0 % para 30%, em um aço
de alto teor de carbono, por exemplo, obtém-se uma melhora de aproximadamente 8 kgf/mm 2

(80 MPa) na resistência à tração do material, ao passo que ao passar-se de 7 0 % para 80% de
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
redução de área portrefilação, a melhora é superior a 20 kgf/mm (200 MPa), para o mesmo aço.
2

Outras influências sobre a resistência à tração são devidos aos seguintes fatores:

- manganês - quanto maior o conteúdo de manganês, tanto maior será a melhora da


resistência e,o arame tpma-se, por assim dizer, mais "endurecível", aumentando ainda, de
forma apreciável, o limite elástico, que se aproxima do limite de resistência à tração;
- por outro lado, devido à elevação do limite de elasticidade, os arames com teores de Mn
m a i s altos, t o r n a m - s e t a m b é m mais q u e b r a d i ç o s , quando s u j e i t o s a o dobramento,
estampagem, etc; sua fragilidade pode tomar-se de tal ordem a impossibilitar o seu empre-
go, uma vez que, para conformação da peça, por exemplo uma mola, deve-se ultrapassar o
limite elástico e este se situa muito próximo do limite de resistência à tração. Usando-se um
aço com teor de Mn menor, porém apresentando a mesma resistência à tração, poder-se-á
facilmente produzir as peças ou molas em questão;
- finalmente, a melhora da resistência à tração depende ainda da maneira como é levada
a efeito a trefilação, quanto ao número de passes e à redução de área por passe. Para uma
mesma redução total de área, por exemplo de 6 4 % , pode-se efetuar a trefilação por meio de

fi !

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Redução de área no estiramento, %

Figura 126 - Efeito d o encruamento n a resistência à tração de a ç o s - c a r b o n o .

264
HGFEDCBA O
o
Aços PARA BARRAS, ARAMES E Fios

quatro passes de 22,5% cada, ou três passes de 29%. A melhora de resistência à tração,
correndo com u m número menor de passes, porém com reduções de área por passes mai- o
a
• ores, será maior que para o outro caso.
Na prática, a trefilação dos arames, realizadas a frio, além de alterar as propriedades o
mecânicas d a maneira vista, permite obter os seguintes resultados:
o
e - reduzir o material a um diâmetro que não se pode conseguir por qualquer outro processo; o
- obter dimensões mais precisas e secções mais uniformes;
- produzir superfície perfeita e polida. o
4. Tipos de arames; aços e tratamentos correspondentes - Os arames de aço podem ser o
classificados quer pela forma, quer pela composição química, quer pelas suas aplicações
(zyxwvut
•>

o
comerciais. N a Tabela 52 faz-se uma tentativa de classificação, adotando-se os critérios de
n composição, química e das aplicações.

o
Os aços de baixo carbono são empregados em aplicações de menor responsabilidade.
Entre os aços recomendados para essas aplicações citam-se os tipos AIS11005,1006, 1008,
o 1010,1012, 1 0 1 5 , 1 0 2 0 , 1 0 2 2 . São utilizados quer sem tratamento térmico, isto é, no estado
encruado, quer no estado recozido, isto é, submetidos a um recozimento ou normalização o
após a trefilação. Em certas aplicações, como para eletrodos de solda, as propriedades
mecânicas n ã o constituem um requisito importante, mas sim a análise química. Mo caso o
citado de eletrodos, com carbono em torno de 0,08%, o teor de impurezas deve ser mantido
o
o
ao mínimo, para evitar problemas de soldagem; o enxofre, por exemplo, em teores acima de
0,03%, provoca uma formação superficial muito grande de crateras*').
Para propriedades mecânicas melhores, aliadas a boa trabalhabilidade, em aplicações
como para pregos, pinos ou peças conformadas, o teor dé carbono pode variar de 0,10% a o
0,20/0,25%, variando a resistência à tração entre 50 a. 100 k g f / m m (490 a 980 MPa).
Os aços de baixo carbono para arames, quando .recozidos, apresentam propriedades
2

o
mecânicas mais uniformes e são mais indicados a operações de conformação mais profunda,
como é o caso de parafusos ou rebites. Esses arames são normalmente submetidos ao o
seguinte processamento: trefilação, recozimento e posterior trefilação, sendo a porcenta-
o
T A B E L A 52 o
C l a s s i f i c a ç ã o d e arames
o
o
Tipo d e A ç o Porcentagem Estado A p l i c a ç õ e s comerciais mais
de Carbono Importantes
Baixo Carbono 0,08 a 0,20% S e m tratamento
térmico (isto é no
Eletrodos de solda, pregas, pinas e
peças conformadas a partir de ara- o
estado encruado) m e s . Resistência à tração variável d e
50 a 100 k g f / m m (490 a 980 MPa). o
o
2

Recozido ou A r a m e s lisos e farpados, arames p a -


Normalizado ra telas, parafusos, rebites, etc.
Médio Carbono 0,20 a 0,50% Recozido Parafusos (posteriormente tempera-
o
o
dos e revenidos)
Patenteado e Cabos, molas de pequena responsa-

o
trefilado bilidade, etc.
Alto Carbono 0,80 a 1,00% S e m tratamento Eletrodos de solda, arruelas d e p r e s -
térmico são (pccsíEnorrnente temperadas e re-
venidas) etc.
( >

o
Patenteado e Fio (ou corda) de piano (ou de m ú s i -
trefilado ca); cabos para serviço pesado; tiran-

o
tes e outras aplicações estruturais de
responsabilidade; molas, etc.

o
nVitting".

265
o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
Aços E FERROS FUNDIDOS

gem de redução nesta última trefilação compatível com as propriedades mecânicas a serem
obtidas. No caso de arames normalizados, sua aplicação faz-se principalmente em arames
galvanizados, lisos ou farpados, ou para fabricação de telas.
Em resumo, o arame de baixo carbono é, geralmente, trefilado o máximo possível e

recebe um tratamento de recozimento ou normalização apenas com o objetivo de adquirir


propriedades mecânicas desejadas ou quando se toma excessivamente frágil. Um exemplo
da necessidade de recozimento tem-se em arames muito finos, por exemplo com 0,50 mm
de diâmetro ou menos. O encruamento resultante da trefilação pode tornar o material tão
frágil que impossibilita sua posterior deformação. Faz-se, então, um recozimento, seguido de
decapagem, a fim de possibilitar posterior trefilação.
Os aços de médio carbono aliam altos limites de resistência à tração e fadiga a elevados
valores de dobramento e ductilidade, donde o seu emprego em cabos para elevadores e
aplicações análogas. Entre os aços recomendados citam-se os tipos AISI 1022 e AISI 1041
inclusive. Em g e r a l , s ã o processados p o r trefilação e r e c o z i m e n t o ou também por
coalescimento e trefilação; exemplos: arames de aços SAE 1035, 1040 ou 5410 para fabri-
cação de parafusos a serem temperados. Esses aços de médio carbono podem também ser
processados por "patenteamento" e posterior trefilação que permitem a sua aplicação em
cabos já mencionados, molas de pequena responsabilidade e empregos semelhantes.
Os arames de aço de alto carbono são os mais importantes devido às aplicações a que
se destinam e que exigem elevados valores para as propriedades mecânicas. Tais arames
são os mais difíceis de serem produzidos, requerem métodos e precauções principalmente
nos tratamentos térmicos e podem ser agrupados em dois grupos:

- não patenteados, cujas aplicações são limitadas, como para eletrodos de solda utiliza-
dos para revestir peças gastas que devam apresentar apreciável resistência ao desgaste ou
à abrasão, ou em peças que serão submetidas a tratamento térmico posterior, como arruelas
de pressão, cujo material de origem é coalescido antes de ser trefilado e, posteriormente,
após a obtenção d a s arruelas, estas são temperadas e revenidas, a fim de atingirem a
dureza necessária. Outros exemplos d i z e m respeito à molas a s e r e m temperadas e
revenidas, após devidamente conformadas;
- patenteados, que se caracterizam por receberem, antes da trefilação, um tratamento
térmico especial denominado "patenteamento".

O "patenteamento" é um tratamento que visa a obtenção de uma estrutura (perlita fina ou


bainita) que combine alta resistência à tração e ductilidade suficiente, de modo a permitir que os
arames sofram satisfatoriamente as operações severas de trefilação e apresentem os caracte-
rísticos mecânicos finais desejados, ou seja alta resistência à tração e elevada tenacidade.
Consiste em a q u e c e r o aço a u m a t e m p e r a t u r a acima d e A , seguindo-se um
3

resfriamento rápido ao ar, ou em banhos de chumbo ou sal mantidos a temperaturas entre


450°C e 550°C. A estrutura resultante, perlita fina ou ferrita, ou somente perlita fina, ou ainda
somente bainita, dependendo da composição do aço e do meio de resfriamento, apresenta
excelentes propriedades de tenacidade e possui os melhores característicos para produzir
por trefilação, fios e arames de alta resistência à tração.
O equipamento para patenteamento de arames compreende, basicamente, os seguintes
itens:
- desenroladeiras (que alimentam os fios);
- fomos de aquecimento;
- meios de resfriamento;
- enroladeiras.
Os fornos de aquecimento podem ser elétricos, a óleo, a gás e ainda por passagem direta
da corrente nos fios (efeito Joule), servindo de contatos elétricos, neste caso, dois banhos de
chumbo fundido ou sais fundidos.
Os meios de resfriamento, como já foi mencionado, podem ser ar, chumbo fundido ou sais
fundidos.

266
JIHGFEDCBA
FEDCBA Aços PARA BARRAS, ARAMES E FIOS

m No p a t e n t e a m e n t o do ar o b t é m - s e u m a estrutura d e perlita fina; esse t i p o de


s patenteamento pode ser aplicado em fios até um mínimo de 2-2,25 mm; para diâmetros meno-
res, corre-se o risco de formação de alguma martensita, pois a secção, sendo muito pequena,
e o resfriamento até a temperatura ambiente pode ser tão rápido que cruze a linha M
r No resfriamento em banho de chumbo ou de sal, a estrutura que se obtém pode ser
o perlita também muito fina ou bainita, de acordo com a temperatura do banho que, como j á foi
m mencionado, varia de 450° a 550°C.
o A temperatura de aquecimento, no patenteamento, fica compreendida entre 8 0 0 ° C e
e 1000°C, sendo tanto maior quanto maior o teor de carbono; assim, a temperatura é geral-
mente bem superior à linha A , pois os tempos de aquecimento são relativamente curtos, da
3

s ordem de apenas alguns minutos.


e Os objetivos fundamentais do patenteamento são os seguintes:
1
r - aumentar a resistência à tração do arame;
- - aumentar sua tenacidade.
r
m Num aço de alto carbono, ao ser trefilado a partir do fio-máquina, a resistência à tração
cresce, como se sabe; simultaneamente, entretanto, o material toma-se mais frágil e a tena-
ue cidade cai a ponto de os arames tornarem-se tão quebradiços que impossibilitam sua poste-
s rior redução de secção por trefilação ou conformação a frio, como dobramento, torção, etc.
e O patenteamento elimina esses inconvenientes, pois a par de conferir ao material a
resistência a tração desejada, confere-lhe igualmente uma tenacidade suficiente para permi-
tir maiores deformações. O patenteamento em banho de chumbo produz melhor resistência
a- que o patenteamento ao ar, como s e pode verificar pela figura 127 . Por sua vez, no
(1541

u patenteamento ao chumbo, a melhora d a resistência é tanto maior, quanto menor for a


s temperatura do banho de chumbo.
e, A figura 128 permite - mediante o exame dos respectivos gráficos tensão-deformação -
a comparar as propriedades obtidas e m ensaio de tração de dois arames: um patenteado e
e trefilado e outro temperado e revenido.
O patenteamento é uma operação que exige uma série de precauções para serem evita-
o dos diversos inconvenientes que podem prejudicar os resultados. Os problemas que podem
surgir nessa operação são os seguintes:

u - quanto ao aquecimento - temperatura de aquecimento insuficiente, não permitindo c o m -


s pleta austenitização, resulta em diversidade de tamanho de grão, produzindo uma matriz
e- heterogénea facilmente comprovável num exame micrográfico. As consequências s ã o : ma-
terial quebradiço, impossibilitando redução acentuada de área na trefilação e falta de unifor-
m midade no material final; temperatura de aquecimento, por seu turno, muito elevada ou
re tempos de aquecimento excessivamente longos, resultam em "queima" do aço, fato também
a facilmente comprovável num ensaio mecânico, pois causa queda brusca no alongamento
a dos arames patenteados nessas condições. O aquecimento excessivo pode também causar
ir excessivo crescimento do grão, o que pode ser evitado utilizando-se aços de granulações
ASTM 6 ou menor.
s - quanto ao resfriamento - temperaturas do banho de chumbo muito baixas podem produ-
zir uma estrutura bainítica de caractensticas inadequadas para trefilação intensa posterior;
tempo relativamente longo para a transferência do material do forno ao banho de chumbo -
devido à distância entre o forno e o banho - poderá provocar uma estrutura de perirla mars"
grossa na superfície e mais fina no núcleo, pois a superfície resfria-se praticamente no ar, ao
passo que o núcleo se resfria quando o material estiver mergulhado no banho de chumbo,
a resultando em falta de homogeneidade no material.
e
Resumindo o patenteamento seguido de trefilação permite obter fios de alta qualidade
s com limite de resistência à tração que pode atingir valores muito elevados, da ordem de 250/
300 kgf/mm (2450/2940 MPa), os quais, a par dessa alta resistência, apresentam tão boas
2

267
Aços e FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2.200

300
0 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00

%C

Fig. 127 - Efeito do teor d e carbono e do tratamento térmico sobre a resistência à tração de fios de aço.

ductilidade e tenacidade que podem ser enrolados em tomo de si várias vezes ou martelados
até ficarem achatados, sem que apareçam fissuras de qualquer natureza.
.Outro tratamento a que são submetidos os fios de aço - neste caso após a trefilação - é a
têmpera e o revenido*, o qual consiste no aquecimento do fio acabado na dimensão definitiva
a uma temperatura adequada acima da crítica, resfriamento em óleo e, finalmente, passagem
através de banho de revenido. Esse tratamento é aplicado em certos tipos de fios de aço de
alto carbono a serem empregados na fabricação de molas mecânicas que não serão mais
tratadas termicamente, depois de conformadas.

"No caso de arame e fios, esse tratamento é chamado "oil tempenng".

268
GFEDCBA Aços PARA BARRAS, ARA^ ÍES E FÍOS

175

_ —

140

/
c
105 1 Patenteado e trefilado
Res. tração 149 kgf/mm

//
2

E
Alongamento 2,5%
1 7 0 Estricção 40,5%

35
// 2 • Temperado em óleo
Res. tração 148 kgf/mm
Lim. elástico 136 kgf/mm
2

r Alongamento em 250mm 6,£


Estricção 48 zyxw
zyxw
1 2 3 4 5 6
Alongamento, % em 250 mm

Fig. 128 - Comparação de propriedades mecânicas entre a r a m e patenteado e trefilado


e a r a m e temperado e revenido.

Fios de aço nessas condições possibilitam resistência à deformação permanente sob


tensões repetidas e contínuas. Em aplicações sujeitas à abrasão - como em peneiras - pode-
se recomendar a utilização desses fios.
As qualidades de fios de alto carbono, patenteados e encruados, tem sido comprovadas
em diversas aplicações de grande responsabilidade.
Um dos exemplos e dos mais citados é o do seu emprego nas pontes pênseis de Mount
Hope, em Providence (Est. de Rhode Island, EE.UU.) e Ambassador, em Detroit (Est. de
. Michigan, EE. UU.p . O aço empregado na fabricação desses cabos apresentava os seguin-
ss>

tes característicos químicos: C - 0,75%; Mn - 0,50%; Si - 0,15%; P - 0,02% e S - 0,03%.


Os responsáveis pela construção das referidas pontes pênseis acreditaram que as me-
lhores propriedades dos fios de aço acima podiam ser obtidas sem patenteamento seguido
de trefilação a frio, e simplesmente com um tratamento térmico especialmente estudado para
o fio; esse tratamento constou do seguinte: depois de trefilado o fio até o diâmetro final (cerca
de 4,9 mm), ele foi rápida e consecutivamente passado através de vários banhos de chumbo
na seguinte sequência: no primeiro, mantido a 720°C durante 24 segundos para o
preaquecimento; no segundo mantido a cerca de 840"C durante 35 segundos; no terceiro
mantido a 675°C durante 33 segundos e finalmente num quarto, mantido a 840"C durante 37
segundos. Deste último banho de chumbo o fio passou através de um banho de óleo mantido
a cerca de 120°C, durante 90 segundos e através de areia durante 10 segundos. A seguir, foi
revenido em banho de chumbo mantido a uma temperatura em torno de 440°C, durante 18
segundos. Finalmente, foi decapado, lavado e galvanizado por imersão em zinco fundido a
455°C. As propriedades mecânicas obtidas foram consideradas plenamente satisfatórias;
154 kgf/mm (1510 MPa) para limite de resistência à tração, 133 kgf/mnf (1300 MPa) para
2

limite de escoamento, 70 kgf/mnf (690 MPa) para limite de proporcionalidade, 6% de alonga-


mento e estricção média de 37%.
O mesmo aço patenteado pelo aquecimento num banho de chumbo a cerca rie 1010"C
e pelo resfriamento em outro banho idêntico mantido à temperatura de 480°C apresentou
uma estrutura bainítica fina com dureza Brinell de aproximadamente 400, sem formação
intermediária de martensita; a trefilação a frio que se seguiu até o diâmetro de cerca de 4,9
mm produziu as seguintes propriedades: 154 kgf/mnf (1510 MPa) para limite de resistência
à tração, 128 kgf/mrrf (1260 MPa) para limite de escoamento, 59 kgf/mnf (580 MPa) para
s limite de proporcionalidade, 6,5% de alongamento e estricção, em média, de 4%.
Vê-se, pois, que o mesmo aço submetido ao tratamento térmico complexo citado atrás,
em substituição ao patenteamento, apresentava limites de escoamento e proporcionalidade
superiores aos do aço patenteado, sendo, portanto, aparentemente de melhor qualidade.

269
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS
FUNDIDOS

Entretanto, quando as pontes estavam em adiantado estado de montagem, os fios dos


cabos começaram a romper com tal intensidade que precisaram ser substituídos pelos fios
patenteados. O "Bureau of Standards" foi incumbido de estudaras causas da ruptura. Verifi-
cou-se então, que o fio de aço tratado termicamente, quando submetido durante 48 horaszyxwvutsrqp
a
um esforço de tração equivalente a 105 kgf/mm (1030 MPa), carga inferior ao seu limite de
2

escoamento, mas superior ao seu limite de proporcionalidade, alongou-se somente 3%, ao


passo que o fio patenteado, ensaiado nas mesmas condições, alongou-se 12%. Verificou-se
também que a superfície do fio tratado termicamente e galvanizado apresentava ocasional-
mente fissuras que chegavam a profundidades às vezes apreciáveis, com cantos vivos, e
cheias de uma liga de Zn de natureza frágil. Ensaios de tração em corpos de prova assim,
fissurados indicavam uma estricção de somente 7%, ao passo que em corpos de prova sem 111?;
essas fissuras, a estricção atingiu 53%.
Foram realizados também ensaios de fadiga tanto no fio tratado termicamente como no fio
patenteado. Numa determinada faixa de esforços, estando os fios enrolados numa polia de ralo
correspondente ao dos suportes de sustentação dos cabos das pontes, verificou-se que os fios
tratados termicamente falharam antes de se atingir um milhão de ciclos, ao passo que os paten-
teados e encruados, não. Esses últimos fios tinham se adaptado ao suporte de sustentação
perfeitamente ou, ao serem ancorados nesse suporte, haviam sofrido deformação permanente,
devido ao seu baixo limite de proporcionalidade; isso não se verificara com os fios tratados termi-
camente que, ao serem removidos dos suportes, abriam-se novamente a um raio de curvatura até
mesmo superior ao original, indicando portanto, a sua não adaptação ao citado suporte.
Deduziu-se que esse fato teria causado a introdução no cabo de tensões de dobramento
sob a ação das cargas flutuantes do vento e do movimento resultante, tensões essas que
foram de tal grandeza a superar o limite de fadiga do fio tratado termicamente. As fissuras
foram consideradas outra causa da falha prematura sob fadiga do fio tratado termicamente.
Aparentemente, pois, as principais causas da ruptura dos fios tratados termicamente e do
comportamento satisfatório dos fios patenteados foram as seguintes:

a) maior quantidade de imperfeições superficiais no fio tratado termicamente, principal-


mente depois da galvanização, como fissuras que provocaram concentração de esforços;
b) maior ductilidade e menores limites de proporcionalidade e de escoamento do fio pa-
tenteado, característicos que contribuíram para a sua deformação plástica ou permanente
sob a ação dos esforços de dobramento, ao ser o fio ancorado nos suportes de sustentação;
c) ofíotratado termicamente apresentava-se tão rígido que precisou serpremoldado de modo a
se adaptar perfeitamente nos suportes de sustentação, o que não foi necessário fazer no fío paten-
teado. Essa premoldagem resultou em tensões de dobramento residuais nas fibras externas do fío
tratado termicamente, que apresentava maior quantidade de imperfeições superficiais. Essas ten-
sões residuais elevadas não puderam ser aliviadas naturalmente devido à baixa ductilidade do aço.

Pode-se assim resumir, afirmando que os fios de aço para aplicações de responsabilidade
exigem característicos mecânicos adequados: não só altos limites de resistência à tração e à
f a d i g a , como t a m b é m u m a c o m b i n a ç ã o d e v a l o r e s de limites d e e s c o a m e n t o , de
proporcionalidade, alongamento e estricção tal que os tome facilmente adaptáveis às condi-
ções de serviço, por vezes extremamente severa. Para isso, é importante que se fixe perfei-
tamente tanto a composição química do aço, como também, e talvez principalmente, o tipo
e as condições de tratamento térmico antes ou após a trefilação.

5. Aplicações - Os arames e fios de aço são utilizados em inúmeras aplicações industri-


ais, entre as quais as mais importantes são:

• pregos, quer s i m p l e s m e n t e a c a b a d o s p o r t a m b o r a m e n t o , q u e r g a l v a n i z a d o s ,
estanhados ou azulados por oxidação;
• cercas, lisas ou farpadas, no estado galvanizado;
• concreto armado.
EDCBA Aços RARA BARRAS, ARAMES E FIOS

• empacotamento. Nessa aplicação, os arames apresentam as seguintes variedades:


• de embalagem, de baixo ou baixo/médio carbono, no estado recozido, com resistência
à tração de 345 a 485 MPa;
wvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• fitas para embalagem e reforço de pacotes como caixas e t c , no estado recozido, po-
dendo ser galvanizados ou revestidas de cobre. São, essas fitas, confeccionadas sob
exigências específicas de resistência à tração e d e v e m apresentar s u f i c i e n t e s
ductilidade e tenacidade para resistir à ruptura por dobramento ou torção;
• aplicações estruturais (exceto concreto protendido). Incluem arames galvanizados para
pontes, edifícios e tirantes. São de alto carbono. As propriedades do aço galvanizado para
pontes variam, de acordo com o teor de carbono, de 1380 a 1520 MPa para a resistência à
111?; tração e 965 a 1030 MPa para limite de escoamento, com um mínimo de 2,0% de alongamento;
• arames para concreto protendido, fabricados a partir de aços de alto carbono, produzi-
dos em duas condições: trefilado a frio è trefilado a frio com subsequente alívio de tensões.
O teor de carbono varia de 0,45 a 0,88%. A resistência à tração depende do diâmetro do fio,
' variando de 1380 MPa, para arame de 4,11 mm de diâmetro, a 1200 MPa para arames de
7,92 mm de diâmetro;
• fio de música ou corda de piano, considerado o máximo que se pode atingir em propri-
edades mecânicas na fabricação de fios de aço, pois além d a resistência à tração que pode
superar 2940MPa, deve apresentar propriedades acústicas especiais; todos esses requisi-
tos exigem rigorosa escolha do aço, geralmente de alto carbono (0,80 a 0,95%), além de
rigorosa precisão dimensional e superior acabamento.
• arames para aplicações elétricas. Neste grupo incluem-se fios de alumínio reforçados
com aço, produzidos em diâmetros de 1,27 a 4,83 mm com resistência à tração numa faixa
de 1140 a 1450 MPa; arames para suporte, recobertos de zinco, de alta resistência, em
diâmetros variáveis de 2,77 a 2,76 mm com resistência à tração mínima de 1310 MPa;
• arames para linhas telefónicas e telegráficas;
• arames para cabos ou tirantes, geralmente no estado galvanizado, com resistência à tração
que pode variar de 590 a 1960 MPa ou mesmo mais, conforme a responsabilidade de aplicação;
os arames utilizados em cabos para pontes pênseis devem apresentar qualidade superior, obtida
mediante a escolha do aço quanto à composição química, como também mediante o seu
processamento, como foi mencionado através de um exemplo nesta exposição;
• arames para grampos, parafusos, rebites, porcas e produtos semelhantes. Dependen-
do da sua aplicação, esses arames podem ser forjados, extrudados, recalcados a frio,
rosqueados, broqueados e endurecidos através de tratamento térmico. A composição quími-
ca varia desde aço de baixo carbono até aços de médio e alto carbono (0,55 a 0,65%), de
acordo com as exigências do produto final;
• molas. (Ver capítulo seguinte).
Aços K FERROSFUNDEIOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1. Introdução - As molas constituem elementos de máquina que exigem cuidados excep-


cionais tanto no que se refere ao seu projeto, como em relação aos materiais de que são
fabricadas. De fato, as condições de serviço das molas são, muitas vezes, extremamente
severas, quer pelas cargas e tipos de esforços que irão suportar, quer devido às temperatu-
• ras, meios corrosivos, vibração, e t c , a que podem estar sujeitas.
De modo geral, há dois tipos de molas: molas helicoidais ou em espiral e molas semi-
elípticas. As helicoidais compreendem as seguintes subdivisões (fig. 129):

a) molas de extensão caracterizadas por serem de bobina fechada, destinadas a suportar


esforços de tração;
b) molas de compressão, de bobina aberta, destinadas a suportar esforços de compres-
são e choque;
c) molas de torção, caracterizadas por serem de bobina fechada, destinadas a suportar
esforços laterais de torção.

Na realidade, nas molas de extensão e compressão o material trabalha sob torção e nas
de torção o material trabalha sob dobramento.
As molas "helicoidais'' são fabricadas a partir de barras e fio, ao passo que as "semi-
elípticas", a partir de tiras de aço.
Os materiais das molas, sobretudo as barras e fios de certas molas helicoidais (como as
utilizadas em válvula), devem apresentar-se isentos de imperfeições as quais, se em outras
aplicações ou em tipos mais simples de molas não têm maior efeito, no caso de certas molas,
como as acima citadas, devido a altas tensões e à fadiga interna a que esses materiais estão
sujeitos, podem ser grandemente prejudiciais.
As imperfeições ou defeitos que devem ser evitados são os seguintes: marcas das ferra-
m e n t a s , riscos d a s m a t r i z e s de t r e f i l a ç ã o , i n c l u s õ e s , r u g o s i d a d e s u p e r f i c i a l ,
descarbonetração superficial, e t c Essas imperfeições são críticas, principalmente quando
..as molas estão sujeitas a condições severas de fadiga. De fato, pesquisas feitas pela indús-
tria automobilística revelaram que praticamente todas as rupturas por fadiga em molas de
válvulas começaram numa imperfeição ou defeito interno ou superficial.

o rm. o amo €• • •» •zyxwvutsrqponmlkjihg


<s MÍilll8^
(a)

Fig. 129 -Alguns tipos de molas helicoidais; a) de extensão; b) de compressão; c) de torção.

274
EDCBA
CBA Aços PARA MOLAS

Para as molas de extensão e compressão, os cálculos das tensões são baseados nas
propriedades de torção, ao passo que nas molas de torção os cálculos são baseados nas
propriedades de tensão e no módulo de elasticidade sob tensão. Nas molas "semi-elípticas",
sujeitas a esforços de tensão e dobramento, os cálculos são baseados também nas proprie-
dades de tensão e no rnódulo de elasticidade sob tensão* . 1661

Em vista do exposto, conclui-se que sob o ponto de vista físico, exige-se que uma mola
apresente os seguintes característicos mecânicos:

- altos valores para os limites de elasticidade ou proporcionalidade sob tensão ou para


limite de proporcionalidade sob torção, para que possa suportar apreciáveis cargas s e m
apresentar deformação permanente.
- alto limite de fadiga, pois, como j á se mencionou no caso da indústria automobilística,
praticamente todas as molas falham por fadiga, originando-se a ruptura em algum ponto de
concentração de tensões, devido a imperfeições ou irregularidades já citadas:
- elevada resistência ao choque, principalmente em molas para automóvel, aviões e apli-
cações similares.

2. Fabricação e composição química - Os aços-carbono, com teor de carbono variando


de 0,50% a 1,20%, satisfazem quase que completamente aos requisitos exigidos das molas,
de modo que a maioria desses elementos de máquinas é feita com aqueles tipos de aços. Há
aplicações, contudo, que exigem aços-liga. De qualquer modo, a escolha do material depen-
de das propriedades desejadas, das aplicações, do custo e da técnica de fabricação.
Em princípio, há dois métodos básicos para a fabricação de molas:

- As molas são obtidas a partir de tiras ou fios de aço-carbono ou aço-liga no estado


recozido; estes materiais, depois de conformados na forma de molas, são temperados em
óleo e revenidos.
-As molas são fabricadas a partir de tiras ou fios de aços já endurecidos, isto é, no estado
temperado e revenido, ou patenteados e estirados a frio ou encruados, incluindo-se a "corda
de piano"; estes materiais, depois de conformados em molas, sofrem usualmente um trata-
mento térmico a baixa temperatura por alívio de tensões originadas no trabalho a frio. As
molas obtidas nestas condições são suficientemente endurecidas de modo a apresentar um
limite de proporcionalidade elevado, que resiste satisfatoriamente às cargas de serviço; não
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
devem, entretanto ser excessivamente duras, para não romperem ao serem conformadas.
Os aços-liga apresentam melhores propriedades de fadiga e limites elásticos mais eleva-
dos do que os aços-carbono, sendo, portanto, preferidos em algumas aplicações. São, con-
tudo, mais suscetíveis a certas imperfeições superficiais.
Por outro lado, o emprego de molas a temperaturas acima da ambiente cria problemas,
devido à maior possibilidade de se produzir deformação permanente, mesmo a cargos inferiores.
Verificou-se que as molas de aço-carbono com diâmetro até 5/8" podem ser utilizadas
(16a)

com suficiente segurança até temperaturas da ordem de 175°C desde que não sejam carre-
gadas além de 56 kgf/mm (550 MPa); se for permitida uma pequena deformação permanen-
2

te em serviço, poderão ser utilizadas até cerca de 200°C, com carga não superior a 84 kgf/
mm (820 MPa). De qualquer modo, em molas de compressão, o aço-carbono não permite
2

temperaturas superiores a 200°C porque resulta uma fluência cuja intensidade vai depender
das tensões de serviço e do tempo de aplicação das cargas.
Já os aços-liga Si-Mn, Cr-V e t c , típicos para molas, possibilitam o seu emprego, em
diâmetros até 5/8", até temperaturas d a ordem de 200°C se a carga de serviço não for
superior a 56 k g f / m m (550 MPa) ou até temperaturas de aproximadamente 230°C se se
2

permitir pequena deformação permanente e desde que a tensão de serviço não ultrapasse
84 kgf/mm (820 MPa).
2

Acima de 230°C, deve-se recorrer às ligas Cr-Ni ou a aços do tipo dos aços rápidos. A
Tabela 5 3 permite ter-se uma ideia inicial dos tipos mais comuns de aço utilizados em
(167)

molas, segundo a ASTM e "Spring Manufactures Institute".

275
A Tabela 54 apresenta os métodos de fabricação e principais aplicações dessas molas
Nota-se que o limite de resistência à tração mínimo é apresentado em faixas, os valores
mínimos variando em função da intensidade da deformação a frio.
Esses materiais são indicados igualmente para outros tipos de peças conformadas a
partir de fios, que não apenas molas.
ATabela 55 indica os principais tipos para tiras laminadas a frio e a Tabela 56 seus méto-
dos de fabricação e principais aplicações.
A Tabela 5 7
(157) apresenta as qualidades de fios recomendadas pela ASTM para molas
. helicoidais enroladas a frio.
Na classificação AISI-SAE esses aços correspondem a: um zy
A227 - 1050, 1055, 1060, 1065, 1070
A228 - 1078, 1085, 1084, 1090
A229 - 1059,1060, 1065, 1070
A 2 3 0 - 1064
A401 - 9254
ATabela 58( 157)mostra os tipos de aços recomendados para molas helicoidais enroladas"
a quente.

3. Molas helicoidais - A s molas helicoidais de pequena secção (diâmetro máximo de 1/2")


são geralmente obtidas enrolando-se a frio arames ou fios de aço, numa das três condições
seguintes:

- temperada e revenida ' C%i&È


- trefiiada a frio
- patenteada e encruada ("fio de música" ou "corda de piano").

As Tabelas 53 e 57 mostram as principais composições de aços utilizados nesses tipos de


molas quando conformadas a frio. ATabela 5 9 as faixas de composição, propriedades
Í 1 E 6 )

mecânicas aproximadas, assim como aplicações típicas desses aços para molas helicoidais;
nas três condições acima mencionadas.
ATabela 6 0 mostra os valores mínimos para limite de resistência à tração, correspon-
(15B)

dentes a diversos diâmetros, de aços para molas helicoidais enroladas a frio, recomendadas
para condições mais severas de serviço.
O tipo designado, "fio de mola trefilado duro" (encruado) é de custo mais baixo, de qua-
lidade relativamente inferior e não apresenta a garantia de completa isenção de certas im-
perfeições superficiais. Esse fio, no estado trefilado duro e não revenido, é indicado geral-
mente em condições de esforços estáticos ou quando as tensões de serviço não forem muito
severas.
O fio designado pela expressão "temperado e revenido"- é idêntico ao "temperado em
óleo e revenido em banho de chumbo" da Tabela 59; é um material para aplicações gerais, de
custo ligeiramente superior ao primeiro e melhor igualmente no que se refere às qualidades
da superfície e a resistência à fadiga.
0'tipo "fio de música" (ou "corda de piano") é considerado, dentre os aços-carbono, o de
melhor qualidade para molas de pequenas dimensões. Apresenta superfície com acabamen-
to excelente e é pouco afetado por revestimentos superficiais eletrolíticos; entretanto, essas
molas não devem ser expostas a temperaturas superiores a 120°C, pois que sofrerão, já a
120°C, uma perda de carga da ordem de 5%, quando solicitada a 70 kgf/mm (690 MPa) 2

aproximadamente e tal perda de carga aumenta rapidamente com a temperatura.


Esses três tipos de aços compreendem a maioria das aplicações de molas de pequenas
dimensões. Na indústria automobilística americana, por exemplo dentre os tipos de molas
enroladas a frio, cerca de 3 5 % são do tipo "fio temperado e revenido", 3 5 % do tipo "fio de
música" e 25% do tipo "trefilado duro".
O fio de aço-carbono designado "para mola de válvula" é o de menor custo dentre os tipos
empregados em molas de válvulas, que se caracterizam pela qualidade excelente da super-
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3
T A B E L A 55
A ç o s para t i r a s e m p r e g a d o s n a f a b r i c a ç ã o d e m o l a s c o n f o r m a d a s a f r i o
Propriedades de tração
Grau e Composição
Material Resistência M ó d u l o de
especificação nominal, % Dureza
tração, m i n . elasticidade E HRC
MPa kgf/mm GPa
;
kgf/mm,
Tira l a m i n a d a a f r i o
aço-carbono C médio (1050) C - 0,47/0,55 Revenlda
A682 Recozida
Mn-0,60/0,90 1100/1930 | 112/196 210 21.000 85 máx.
Revenlda
38-5
C "regular" (1074) C-0,69/0,80 Revenida
A682 Recozida
Mn - 0,50/0,80 1100/2210 I 112/224 210 21.000 85 max.
Revenlda
38-50
Alto C (1095) C - 0,90/1,04 Revenida
A682 Recozida
Mn-0,30/0,50 1240/2340 | 126/238 210 21.000 88 max.
Revenlda
40-52
aço-llga Cr-V (AMS 6455) C-0,48/0,53 1380/1720 140/175 210 21.000 42-48
Cr-0,80/1,10
V - 0 , 1 5 min.
Cr-SI (AISI 9254) C-0,51/0,59 1720/2240 175/227 210 21.000 47-51 zyxwvutsrqponmlkjihg
> o > o > 3 o-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Cn 7 CO 7 cn °
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T A B E L A 57
F i o s d e a ç o r e c o m e n d a d o s pela A S T M para m o l a s h e l i c o i d a i s e n r o l a d a s a f r i o
M á x i m a t e n s ã o de t r a b a l h o Diâmetros dos fios, m m
kgf/mm 2 MPa 0,13 a 0,51 0,51 a 0,89 0,89 a 3,18 3,18 a 6,35 6,35 a 12,7 12,7 a 15,88
Molas de compressão, carga estática i
(deformação removida, molas tratadas para alívio de tensões)
70 690 A228 A227 A227 A227 A227-A229 A229
84 825 A228 A227 A227 A227-A299 A229 zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
-
98 965 A228 A227 A227-A229 A229 A401 -
112 1100 A228 A227 A229 A229-A228 A401 -
126 1240 A228 A228 A228 A288 - -
140 1380 A228 A228 A22S -
154 1515 A228 A228 - - _ -
168 1655 A228 - - - - -
Molas de compressão, carga variável, projetadas para vida de 100.000 ciclos
(deformação removida, molas com tensões aliviadas)
56 550 A228 A227 A227 A229-A227 A229-A401 A401
70 690 A228 A227 A229 A229-A401 A401 A401
84 825 A226 A227 A227-A229 A229-A401 A-401 -
98 965 A228 A229 A229-A228 A228 -
112 1100 A228 A228 A228-A401 - - -
126 1240 A228 A228 - _
140 1380 A228 - - - -
Molas de compressão, carga dinâmica, projetadas para vida mínima da 10 milhões de ciclos
(deformação removida, molas com tensões aliviadas)
42 415 A228 A227 A227 A227 A229 -
56 550 A228 A227 A227-229-22B A230
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

282
FEDCBA
DCBA Aços RARA MOLAS

T A B E L A 58
T i p o s de a ç o s p a r a m o l a s h e l i c o i d a i s e n r o l a d a s a q u e n t e

Tipo d e C o m p o s i ç ã o Química (%)


Aço C . Mn Si Cr V Mo
1070 SAE 0,65-0,75 0,60-0,90 0,15-0,20 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
- -
1080 SAE 0,75-0,88 0,60-0,90 0,20-0,35 - - -
1095 S A E 0,90-1,03 0,30-0,50 0,15-0,30 - - -
4160 (mod.) 0,55-0,65 0,70-1,00 - 0,60-0,90 - 0,25-0,35
5150 H 0,47-0,54 0,60-1,00 0,20-0,35 0,60-1,00 - -
5160 H 0,55-0,65 0,65-1,10 0,20-0,35 0,60-1,00 - -
51860H 0,55-0,65 0,65-1,10 0,20-0,35 0,60-1,00 - B-0005%
min.
6150 H 0,47-0,54 0,60-1,00 0,20-0,35 0,75-1,20 0,15 min. -
8660 H 0,55-0,65 0,70-1,05 0,20-0,35 0,35-0,75 0,35-0,55 0,15-0,25
Mi
INI
9260 H 0,55-0,65 0,65-1,10 1,70-2,20 -
9850 H 0,47-0,57 0,60-0,95 0,20-0,35 0,80-1,20 0,65-0,95 0,20-0,30
Ni

ficie. O tipo Cr-V é, entretanto, superior ao anterior para serviços a temperaturas de 120°C
ou acima. Já as molas de fio de aço Cr-Si podem ser usadas a temperaturas da ordem de
230°C. Os aços-liga, entre os quais os mais importantes para molas são os tipos Cr-V e Cr-
Si, classes S A E 6150 e 9260 respectivamente, assim como o tipo Si-Mn, são recomendados
sempre que s e desejam molas para suportar tensões mais elevadas, principalmente a
temperaturas superiores à ambiente, visto que apresentam melhores valores de limite de
resistência à tração, de limite de elasticidade e limite da fadiga.
A tabela 61 dá as principais propriedades mecânicas dos aços-liga SAE 6150 e 9260, no
estado temperado e revenido
Os aços "fio de música", "fio trefilado duro" e "temperado e revenido" devem ser aqueci-
dos entre 175°C e 400°C ou preferivelmente a 260°C durante cerca de meia hora, para alívio
de tensões, logo após o enrolamento a frio.
No caso de molas helicoidais de grande secção e para serviço pesado, parte-se geral-
mente de barras de aço-carbono ou aço-liga no estado laminado a quente ou recozido, as
quais são enroladas a quente na forma de molas. Em seguida, as molas são temperadas e
revenidas, para obtenção das propriedades mecânicas desejadas.
A superfície das barras deve apresentar-se lisa e isenta de descarbonetação, pois do
contrário será afetado o limite de fadiga da mola resultante. Para algumas aplicações, as
barras são retificadas antes do enrolamento em molas.
Os tipos de aços mais comumente empregados para molas de grande secção e serviço
pesado são de alto carbono (classe S A E 1085 ou 1095) ou de aço-liga. Na indústria ferro-
viária, por exemplo, o tipo SAE 1095 é usado quase que exclusivamente para suspensão
de vagões de carga. Os aços-liga d o s tipos SAE 5100, 8600 e 9200 predominam n a s
suspensões de carros de passageiros e locomotivas' '. Para aplicações industriais em
159

geral, e para maquinário usado em movimento de terra, empregam-se também de prefe-


rência aços-liga, sendo os tipos mais utilizados, na ordem d a importância, 5100 (devido ao
custo), 8600, 9200, 6100 e, recentemente, 4100 para barras com diâmetro superior a duas
polegadas. A indústria automobilística emprega aços-liga, s e n d o as barras geralmente
retificadas.
As cargas admissíveis para molas de compressão de grande secção com alto teor de
carbono, são: 5 7 kgf/mm (560 MPa) para serviço leve, 49 kgf/mm (480 MPa) para serviço
2 2

médio e 40 k g f / m m (390 MPa) para serviço pesado.


2

4. Molas "semi-elfpticas" - Estas são as molas manufaturadas a partir de tiras de aço que
são, em seguida, geralmente reunidas em feixes.
Os aços para molas de pequena espessura (inferior a 1/8") podem ser fornecidos nas

283
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

Tabela 59
C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s d e a ç o s - c a r b o n o para m o l a s h e l i c o i d a i s

C o n d i ç ã o d o aço
T e m p e r a d o e m óleo Patenteado e
e revenido em encruada encruado
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
banho de chumbo ( c o r d a de piano)
carbono 0,60-0,70 0,45-0,75 0,75-1,00
manganês 0,60-1,20 0,90-1,20 0,25-0,50
fósforo 0,04 max. 0,045 max. 0,03 max.
enxofre 0,04 max. 0,045 max. 0,035 max.
silício 0,10-0,20 0,10-0,20 0,10-0,25
limite de resistência 108-210 kgf/mm 2 105-210 kgf/mm 2 175-280 kgf/mm 2

à tração (1060-2060 MPa) (1030-2060 MPa) (1720-2750 MPa)


limite de elasticidade 84-175 kgf/rrim 2 70-140 kgf/mm 2 105-210 kgf/mm 2

em tensão (820-1720 MPa) (690-1370 MPa) (1030-2060 MPa)


limite de torção 80-140 kgf/mm 2 8 4 - 1 5 4 kgf/mm 2 105-210 kgf/mm 2

(780-1370 MPa) (820-1520 MPa) (1030-2060 MPa)


limite de elasticidade 7 0 - 8 4 kgf/mm 2 77-98 kgf/mm 2 9 1 - 1 4 0 kgf/mm 2

em torção (690-820 MPa) (760-960 MPa) (890-1370 MPa)


alongamento 5-2% 3-2% c e r c a de 8 %
módulo de elasticidade 20.300 kgf/mm 2 20.300 kgf/mm 2 21.000 kgf/mm 2

em tensão (199 GPa) (199 GPa) (210 GPa)


idem em torção 8.050 kgf/mm 2 8.050 kgf/mm 2 8.050 kgf/mm 2

(80 GPa) (80 GPa) (80 GPa)


dureza Rockwell C 40-50 40-48 42-46

l zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
cargas de trabalho
recomendadas:
serviço leve 56 k g f / m m (510 MPa) 42 k g f / m m (410 MPa) 7 0 k g f / m m (690 MPa)
::
2 2 2

5 serviço médio 45,5 k g f / m m (445 MPa)


2 35 k g f / m m (340 MPa)
2 59,5 k g f / m m (585 MPa)
2

: sen/iço pesado 38,5 k g f / m m (375 MPa)


2 28 k g f / m m (270 MPa)
2 52,5 k g f / m m (515 MPa)
2

aplicações usuais E m p r e g o s gerais onde a Tipo de menor preço; U m d o s aços de melhor


c a r g a não é muito eleva- empregos em molas s u - qualidade que se conhe-
da e quando a mola não jeitas a cargas constan- ce; para pequenas mo-
é sujeita a choques con- tes ou quando a repeti- las helicoidais e de tor-
tínuos. Um dos tipos de ção de esforços não é ção que devem obede-
molas mais importantes muito frequente. cer a rigorosos requisi-
dentro desta classe é o tos físicos, sujeitas a
de molas para válvulas cargas elevadas ou a
cargas repentinamente
aplicadas. Sobretudo em
m o l a s até 1/8" de dia.

condições seguintes: laminada a quente, laminada a frio e recozida, temperada e revenida.


Os aços de carbono mais baixo SAE 1045 s ã o usados no estado laminado a frio, sem
necessidade de têmpera e revenido, quando a mola for de pequena espessura (1/16" ou
tu menos), quando não for solicitada com elevadas cargas e também quando o baixo custo for
i .' ' zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
fator importante.
Os aços de carbono mais elevado, assim como os aços-liga, suportam condições de
serviço mais severas.
ST' E m moias fabricadas a partir de tiras laminadas à frio ou já temperadas e revenidas, o
único tratamento térmico usado, depois de conformada, é um aquecimento para alívio de
e- •
tensões, realizado durante 20 a 30 minutos a baixas temperaturas de 230°C a 290°C para
aços-carbono e até 385°C para aços-liga" . 691

As molas fabricadas a partir de aço-carbono laminados a quente ou recozidos exigem


t ê m p e r a e revenido. O a q u e c i m e n t o p a r a a t ê m p e r a varia de 7 8 5 ° C a 830°C com
y- esfriamento em banho de óleo mantido entre 40°G a 60°G, seguindo-se, o mais depressa
possível, o revenido a temperaturas variando entre 360°C e 425°G, dependendo da dureza

MI 284
CBA
A Aços ÍARA MOLAS

final desejada. Esta deve ser da ordem de 40 a 44 Rockwell C quando se tolera certa'
deformação permanente, e 44 a 48 Rockwell C quando se exige máxima resistência à
deformação permanente. De qualquer maneira, as molas de aço-carbono nunca devem
apresentar dureza Rockwell C superior a 50, pois acima desse valor o material tende a
tornar-se frágil.
Tratando-se de aços-liga - dos tipos SAE 6150, 9260 ou 8650 - as temperaturas dos
tratamentos térmicos são:

- têmpera, de 855°C a 885°C, c o m resfriamento em óleo;


- revenido, de 385°C a 480°C, dependendo da dureza final desejada.

A dureza Rockwell C nos aços-liga pode ser superior à dos aços-carbono de cerca de 4
pontos, devido à presença dos elementos de liga.
As molas "semi-elípticas" de espessura superior a 1/8", aplicadas principalmente na i n -
dústria automobilística, ferroviária e de equipamento agrícola, são obtidas a partir de aços-
carbono ou aços-liga, das mesmas composições já estudadas, no estado laminado a quente
ou recozido. A s molas são conformadas a quente e depois de esfriadas são reaquecidas
para a têmpera. A temperatura desse tratamento varia da faixa de 830°C-885°C para aços-
carbono até 850°C-900°C. O esfriamento é feito em óleo recirculando e mantido a tempera-
turas entre 40° e 60°C. O revenido, realizado imediatamente após a têmpera, é levado a
efeito a temperaturas entre 360°C a 425°C para aços-carbono e 385°C a 480°C para aços-
liga, dependendo da dureza final desejada.
De acordo com a deformação permanente tolerável, a dureza final dessas molas deve ser
a seguinte' '.
159

- aços-carbono - 352 a 388 Brinell, quando se tolera certa deformação permanente; 383 a
444 Brinell, quando se exige máxima resistência à deformação permanente;
- aços-liga - 375 a 415 e 415 a 460 Brinell, nas mesmas circunstâncias, respectivamente.

Também n a s molas "semi-elípticas", tanto de pequena c o m o de grande e s p e s s u r a ,


as imperfeições superficiais d e v e m s e r evitadas, sobretudo em condições s e v e r a s de
serviço, pois tais irregularidades s ã o , como se viu, os p o n t o s iniciais de ruptura p o r
fadiga.

5. Conclusões - Os aços para molas são de certo modo semelhantes aos aços comerciais
comuns, com a diferença que geralmente apresentam maiores teores de carbono e manganês
e requerem muito maior cuidado e maior número de operações para a sua fabricação.
Os principais fatores na sua seleção são os seguintes:

- composição química;
- propriedades mecânicas;
- qualidade superficial;
- disponibilidade;
- custo.

Das propriedades mecânicas, as mais críticas dizem respeito aos limites de elasticidades
e de fadiga, que devem ser muito elevados. O primeiro é conseguido mediante bem estuda-
dos e cuidadosos tratamentos mecânicos e térmicos e o segundo também pela obtenção de
uma superfície perfeita, tanto q u a n t o possível isenta de irregularidades, tais c o m o
descarbonetação superficial, marcas de ferramentas, riscos de matrizes de trefilação, pe-
quenas fissuras, etc.
A melhor condição tem-se em arames que, antes de serem enrolados, são retificados de
modo a eliminar toda e qualquer falha superficial. Tal procedimento entretanto, só se justifica
pata aplicações especiais, devido ao elevado custo da operação de retificação.

285
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROSFUNDIDOS

T A B E L A 60
T i p o s d e a ç o s e c o r r e s p o n d e n t e s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s para m o l a s h e l i c o i d a i s enroladas a frio

Valores m í n i m o s p a r a r e s i s t ê n c i a à trãçãõ
V (kgl/mm - MPa) para diâmetros de:
2

Designação Mn Si Cr
C
Ni 0,81 m m 1,60 m m 3,43 m m 7,92 mm
(0,032") (0,063") (0,135") (0,312")

0,45 0,60 0,10 185,5 166,0 144,0 122,0


H o de mola
trefflado duro 0,75 1,20 0,30 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
- - (1630) (1410) (1200)
(1825)

Ro temperado 0,55 0,60 0,10 192,5 169,5 147,0

e revenido 0,75 0,90 0,30 - - (1885) (1665) (1440) -

0,70 0,20 0,10 229,0 205,0 180,5


Ro de música
1,00 0,60 0,30 - - (2250) (2010) (1775) -
0,50 0,12 143,5
Ra para mola de 0,60
0,80 0,30 (1405)
válvula (aço-C) 0,70

0,45 0,60 0,15 0,80 0,15 199,5 185,5 171,5 157,5


R o aço Cr-V
0,55 0,90 0,30 1,10 V min. (1995) (1825) (1685) (1545)

0,55 0,70 1,80 185,5 175,0 164,5


Aço Si-Mn
(SAE 9260) 0,65 1,00 2,20 - - - (1825) (1720) (1615)

0,50 0,50 1,20 0,50 192,5 178,5 161,0


Aço Cr-Si
(SAE 9254) 0,60 0,80 1,60 0,80 - - (1885) (1755) (1580)

Dentre os defeitos superficiais mencionados, a descarbonetação apresenta o inconveni-.


ente de aumentar à tendência da mola a adquirir uma deformação permanente, além de
reduzir o limite de fadiga.
O limite de fadiga das molas é melhorado pela operação de "jacto-percussão"(*), a qual
cria uma pré-tensão de compressão na superfície. Essa operação pode ser aplicada em
arames de 1,6 mm de diâmetro ou mais. As molas enroladas a frio, quando expostas a esse

S ao

1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\
) Jacteadas

111
^-Tensão em dobramenl

l i " zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA JaclBadas Não Jacteadas

mm
^"Tensão êrmlÕfçãõ~~"

mm zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
... Não Jacteadas

N de ciclos até ruptura


a

Fig. 130 - Curvas de fadiga para fios de m o l a de aço, jacteados e n ã o jacteados


por percussão.

(*} "shot-peening"

286
EDCBA Aços PARA MOLAS zyxwv

T A B E L A 61
io C o m p o s i ç õ e s e p r o p r i e d a d e s de a ç o s - l i g a p a r a m o l a s

A ç o SAE 6150 A ç o S A E 9260


ãõ
(Cr-V) (Si-Mn)

carbono 0,48-0,53% 0,55-0,65%


m manganês 0,70-0,90% 0,70-1,00%
") fósforo 0,025% max. 0,04% max.
enxofre 0,025% 0,04%
RQPONMLKJIHGFEDCBA
. silício 0,20-0,35% 1,80-2,20%
cromo 0,80-1,10% zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
-
. vanádio 0,15-0,20% -
limite de resistência à tração 140-175 kgf/mm 2 140-175 k g f / m m 2

(1370-1720 MPa) (1370-1720 MPa)


limite de elasticidade em tensão 126-161 kgf/mm 2 126-161 k g f / m m 2

(1240-1580 MPa) (1240-1580 MPa)


limite de torção 112-136 kgf/mm 2 98-136 k g f / m m 2

(1100-1330- MPa) (960-1330 MPa)


limite de elasticidade em torção 105-126 kgf/mm 2 84-126 k g f / m m 2

(1030-1240 MPa) (820-124 MPa)


) alongamento 8-5% 12-9 %
módulo de elasticidade em tensão 21.000 kgf/mm 2 21.000 k g f / m m 2

(210 GPa) (210 GPa)


) idem em torção 8.050 kgf/mm 2 8.050 k g f / m m 2

(80 GPa) (80GPa)


dureza Rockwell C 42-48 42-48
) cargas de trabalho recomendadas
(em molas de compressão);
eni-. serviço leve 59,5 kgf/mm (585 MPa) 2 56,0 k g f / m m (550 M P a )
2

de serviço m é d i o 52,5 kgf/mm (515 MPa) 2 49,0 kgf/mm (480 M P a )


2

serviço p e s a d o 42,0 kgf/mm (410 MPa) 2 38,5 k g f / m m (375 M P a )


2

características gerais resistência à corrosão resistência ao calor


qual
e ao calor superior superior ao tipo C r - V
em aos aços-C
sse

tratamento, devem ser submetidas a um tratamento de alívio de tensões, para readquirem o


escoamento que as deve caracterizar. A temperatura é de 230°C e não superior.
A figura 1 3 0 ' mostra os resultados que a operação de "jacto-percussão" pode cau-
1601

sar na resistência à fadiga de molas. A tensão do dobramento aplica-se a molas s e m i -


elípticas e a molas de torção; as tensões de torção aplicam-se a molas de compressão e
de extensão.
As vezes, as molas são revestidas de cádmio por eletro-deposição, de modo a adquirirem
resistência à corrosão e à abrasão. O aumento de fragilidade que pode aparecer nas opera-
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ções de eletrodeposição, devido a uma possível absorção de hidrogénio, pode ser eliminado
pelo aquecimento das molas revestidas a temperaturas entre 175°C e 205°C, durante 1 a 3
horas, 15 minutos depois da eletrodeposição . 11591

Para a maioria das aplicações, em condições normais de serviço e à temperatura ambien-


te, os aços de alto carbono são satisfatórios, devendo-se salientar o tipo chamado "fio de
música" ou "corda de piano", que constitui um dos aços mais finos que se conhece.
Para condições mais severas de serviço, em que se exige principalmente maiores valo-
res de resistência à tração e de elasticidade, além de melhor comportamento a temperaturas
mais elevadas, recorre-se aos aços-liga de baixo teor em liga, entre os quais os mais impor-
tantes são: Cr-V (tipo SAE 6150) e o Si-Mn (tipo SAE 9260).
Em alguns casos (e um deles j á foi mencionado acima) para determinados tipos de
molas, como molas de compressão, enroladas a frio ou conformadas a frio, a partir de aço de
alto carbono pré-temperado, devem ser sempre submetidas a um alívio de tensões para
, remover as tensões que se originam no enrolamento, sobretudo quando se trata de molas

287
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

fabricadas a partir de aço "fio de música" ou "fio estirado duro". Essas propriedades melho-
ram pelo aquecimento n u m a faixa de 230°C a 260°C.
As propriedades das molas não são melhoradas por alívio de tensões durante mais do
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
que 30 minutos.
ATabela 62 indica as temperaturas consideradas ótimas para alívio de tensões de fios de '
aço para molas.

6. Aços alternativos para mo/as< > - Para substituir o cromo, na hipótese desse elemento
,61

tornar-se pouco disponível, foram propostos dois tipcs de aços modificados para molas helicoi-
dais. Um deles - 15B62 - substituiria também o tipo 5160. Sua composição é a seguinte:
0,55/0,66 C; 1,10/1,40 Mn; 0,40/0,60 Si; 0,0005 B min., indicado para molas helicoidais
de suspensão.
O outro apresenta a composição: 0,56/0,64 C; 0,75/1,00 Mn; 0,701/1,10 Si e 0,24/0,40 Cr
e substituiria também o tipo SAE 5160.

T A B E L A 62
T e m p e r a t u r a s ó t i m a s para a l í v i o d e t e n s ã o de f i o d e a ç o p a r a m o l a

Aço °C
fio d e música 230-260
fio trefilado duro 230-290
fio temperado e revenido 230-400
fio de mola de válvula 315-345
fio Cr-V 315-370
fio Cr-Si 425-455
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Essas temperaturas só se aplicam para aliviar as tensões após a conformação a não são válidas para aliviar
zyxwvutsrqponml
tensões após o jacto-percussão. O tratamento é baseado num tempo de 30 min. à temperatura.

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

n i
AÇOS DE USINAGEM FÁCIL

'

AÇOS DE USINAGEM FÁCIL


EDCBA
srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços B FERROS

1. Introdução - A usinabilidade é um dos característicos mais complexos dos metais, podendo


.ser definida como "uma propriedade relacionada com a facilidade com que um metal pode ser
cortado, de acordo com a dimensões, forma e acabamento superficial requeridos comercialmente".
Como se vê, pela própria definição, a usinabilidade é um característico que depende de
um grande número de fatores, entre os quais a qualidade, o tipo e a forma da ferramenta de
corte, o tipo e o estado dás máquinas-ferramenta, a velocidade de avanço e a profundidade
de corte, o fluido para resfriamento, etc.
Em consequência, a usinabilidade não é propriedade fácil de ser determinada; um dos
métodos mais comuns para medir a usinabilidade relativa dos metais consiste em se deter-
minar, sob condições prefixadas de tipo de ferramenta e de condições de corte, isto é, veloci-
dade, avanço e profundidade de corte, qual o material que garante vida mais longa da ferra-
menta, entre afiamentos consecutivos.
Esse método corresponde, em outros termos, à determinação da vida da ferramenta.
Outro método corresponde à velocidade de corte, no qual se determina a máxima velocida-
de segundo a qual uma ferramenta padronizada, sob condições pré-determinadas de opera-
ção, pode continuar a apresentar resultados satisfatórios, num período específico de tempo.
A vida da ferramenta e a velocidade de corte estão relacionadas pela equação

onde V é a velocidade de corte, Ta vida da ferramenta e ne C representam constantes


t

empíricas que correspondem às condições de corte e à usinabilidade do material.


Um terceiro método corresponde ao consumo de força, medido pela força necessária
para remover um volume unitário de material, sob condições específicas de usinagem.
O consumo de força equivale aproximadamente ao produto da velocidade de corte V e a
componente da força de corte paralela à direção de corte F T

Para determinar o consumo unitário de força, que corresponde à força necessária para usinar
um material particular, divide-se o consumo de força pela velocidade de remoção do metal, que
é, no torneamento, o produto da velocidade de corte pela avanço f e peia profundidade de corte d.
O consumo unitário de força é expresso pela equação

P = Í
f.d

onde P é dado em megajoules por m . 3

Se F f o r expresso em libras-força e f e ciem polegadas, P é expresso em HP por polegada


r

cúbica por minuto, segundo a equação em newtons e f e d em mm.


2,525.1 O^F,
P= — -
f.d

A importância que se dá na indústria moderna a essa característica dos metais, principal-


mente nos aços, provém da utilização sempre crescente de processos de produção em massa.
Esses métodos de fabricação exigem máquinas automáticas com as quais, em determinado
período de tempo, pode-se conseguir produção de peças em números excepcionalmente ele-
vado. É evidente que, para se tirar o máximo proveito da capacidade dessas máquinas, é
necessário que os materiais nelas trabalhados apresentem característicos adequados de
usinabilidade. Essa é a razão principal da contínua atenção que se vem olsperrsancio ac-desen-
volvimento e aperfeiçoamento dos aços de "usinagem fáciT, também chamados de "corte fácif.

2. Fatores metalúrgicos que influenciam a usinabilidade - O fator metalúrgico predominante é,


obviamente a dureza. Geralmente, valores altos para a dureza significam dificuldades de usinagem,
ao passo que valores médios e baixos associam-se com boas propriedades de usinabilidade. A
rigor, entretanto, as medidas de dureza não servem, de um modo absoluto, como guia para determi-
nação de verdadeira usinabilidade do material, devido ao fato de que, antes do cavaco ser retirado

290 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
GFEDCBA
EDCBA Aços DE USINAGEM FÁCIL

ou separado inteiramente da peça, ocorre um certo encruamento do material sob a ação da ferra-
menta de corte. Além disso, dureza muito baixa pode, de certo modo, significar menores facilidades
de usinagem. De fato, como a ação da usinagem consiste no arrancamento de partículas do metal,
se este for muito dúctil, será também muito plástico - como é o caso do constituinte ferrita em aço -
e o material tende a aderir, em vez de ser arrancado, à ferramenta de corte.
"* O segundo fator metalúrgico a ser considerado - e o que de fato melhor caracteriza a
usinabilidade - e a microestrutura. Sem alterar, por exemplo, a composição química de um
aço, mas simplesmente provocando u m a modificação na sua microestrutura, pode-se facil-
mente obter melhor usinabilidade. Aços de carbono muito baixo - 0,15% ou menos - são
melhor usinados, quando normalizados, em vez de recozidos ou quando encruados.
O efeito da microestrutura da usinabilidade dos aços pode ser resumido da seguinte maneira '.1162

a) os aços de carbono muito baixo (até 0,20%) são mais economicamente usinados no
estado simplesmente laminado; entretanto, são melhor usinados no estado encruado, desde
que, neste último caso, as tensões internas do encruamento tenham sido aliviadas; além d a
dureza mais elevada provocada pelo encruamento, um tamanho de grão ferrítico pequeno
melhora a usinabilidade;
b) os aços de carbono entre 0,20% e 0,30% mostram melhor usinabilidade quando apre-
sentam estrutura perlítica, em secções acima de 75 mm de diâmetro, obtida por simples
laminação; abaixo de 75 mm, a melhor estrutura é a normalizada;
c) os aços de médio carbono (0,30% a 0,40%) devem apresentar estrutura perlítica
grosseira, com um mínimo de ferrita obtida por recozimento;
d) os aços de médio e alto carbono (0,40% a 0,60%) apresentam melhor usinabilidade
com estrutura perlítica lamelar e esferoidita grosseira;
e) aços de alto carbono (acima de 0,60%) apresentam melhor usinabilidade com estrutu-
ra esferoidita, de grosseira a fina;
f) aços de tamanho de grão austenítico pequeno (inferior a 5 na escala ASTM), são mais
difíceis de usinar que outros de maior tamanho de grão, desde que outras condições sejam
idênticas; entretanto, para acabamento fino, esses aços de granulação fina são melhores.
g) a introdução controlada de inclusões não metálicas melhora apreciavelmente a usinabilidade;
tais aços são, na realidade, os mais importantes sob o ponto de vista da usinabilidade. Constituem
eles os chamados "aços de usinagem fácil", objeto de presente Capítulo;
h) a introdução controlada de metais moles - chumbo e bismuto - igualmente melhora
apreciavelmente a usinabilidade dos aços.
As figuras 1 3 1 , 132 e 133 exemplificam o efeito da estrutura dos aços sobre a s u a
usinabilidade.
As figuras 131 e 132 mostram que, no torneamento de uma aço SAE 4140, a máxima
vida da ferramenta corresponde ao estado recozido ou normalizado desse aço e o desgaste
da ferramenta aumenta com o aumento da dureza, de modo que o máximo desgaste se
verifica com a dureza mais elevada do aço.
A figura 1 3 3 comprova que a estrutura coalescida do aço S A E 5160 possibilita a
usinagem com menor desgaste da ferramenta, em comparação com o estado recozido, em
que a estrutura é perlítica de dureza mais elevada.

3. Tipos de aços de usinagem fácil- Como já se mencionou os aços de usinagem fácil são
aqueles em que se introduzem, de modo controlado, inclusões não metálicas. Do mesmo
modo, a introdução de metais moles origina tipos importantes de aços de usinagem fácil.

3.1 Tipos com inclusões não metálicas- Essas inclusões são de sulfureto de manganês e são
obtidas pela introdução de enxofre em quantidade suficiente para combinar-se com o manganês
e com o ferro, formando uma série de sulfuretos de manganês e de ferro, principalmente o primei-
ro, os quais são insolúveis no aço, tanto no estado líquido como no sólido. As inclusões de MnS
podem ser do tipo globular ou podem tomar-se alongadas durante a laminação do aço. De qual-
quer modo, elas favorecem a usinabilidade porque causam a formação de um cavaco quebradiço
e atuam como uma espécie de lubrificante, impedindo que o cavaco adira à ferramenta e destrua

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 291
Aços E FERROSFUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o seu gume cortante. Nessas condições, a máquina-ferramenta é menos solicitada, o acabamen-


to da peça é melhorado, além da velocidade de usinagem poder ser aumentada, às vezes
duplicada, em comparação com o que acontece com aço comum não ressulfurado.

Dureza Metalrernovido
Condição do a ç o Brinell Entre Afiações
cm 3

Temperado e revenido 300 1890

Normalizado 192 2700

0 20 40 60
vida d a ferramenta
entre afiações, m i n .

Característicos d o a ç o e condições da o p e r a ç ã o Normalizado Temperado


e revenido

Tipo SAE 4140 4140


Dureza Brinell 192 300
Microestrutura
Perlita, % 90 1 0 0 % marten-
Ferrita, % zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
15
sita revenida
Velocidade de corte, m / m i n . 9^5 91,5
Avanço, mm/r 0,25 0,25
Profundidade de corte, m m . 2,5 2,5
Ferramenta Metal duro

Fig. 131 - Efeito d a estrutura sobre a usinabilidade de aço S A E 4 1 4 0 .

Velocidade Metal removido


Condição do a ç o de corte entre afiações
m/min. cm 3

Normalizado 91,5 2700


I I
Recozido 110,0 3120
Recozido 91,5 4270
0 20 40 60 80
vida d a f erramenta
entre afiações, m i n .

C a r a c t e r í s t i c o s d o a ç o e c o n d i ç õ e s da o p e r a ç ã o Normalizado Recozido

Tipo S A E 4140 4140


Dureza Brinell 192 180
Microestrutura
Perlita, % 90 65
Ferrita, % 10 35
Velocidade de corte, m / m i n . 91,5 110
Avanço, m m / r 0,25 0,25 '
Profundidade de corte, m m . 2,5 2,5
Ferramenta Metal duro

Fig. 1 3 2 - Efeito d a estrutura sobre a usinabilidade de aço S A E 4 1 4 0 .

292
EDCBA Aços DE USINAGEM FÁCIL

0 50 100

VIDA D A F E R R A M E N T A E N T R E A F I A Ç Õ E S , m i n .

Fig. 133 - Efeito d a estrutura sobre a usinabilidade de aço SAE 5160.

Tais aços s ã o incluídos na classificação SAE-AISI. A Tabela 63 mostra os tipos mais


importantes.
NMLKJIHGFEDCBA
Mos aços com alto teor de enxofre, um aspecto importante é a forma, tamanho e distribui-
ção das partículas de MnS. Um exemplo prático confirma esse fato< : dois aços de compo- ,a31

T A B E L A 83
F a i x a s de c o m p o s i ç ã o d e a ç o - c a r b o n o SAE-AISI r e s u l f u r a d o s

Designação Composição %
AISI-SAE C Mn S
1110 0,08-0,03 0,30-0,60 0,08-0,13
1117 0,14-0,20 1,00-1,30 " 0,08-0,13
1118 - 0,14-0,20 1,30-1,60 0,08-0,13
1137 0,32-0,39 1,35-1,65 0,08-0,13
1139 0,35-0,43 1,35-1,65 0,13-0,20
1140 0,37-0,44 0,70-1,00 0,08-0,13
1141 0,37-0,45 1,35-1,65 0,08-0,13
1144 0,40-0,48 1,35-1,65 0,24-0,33
1146 0,42-0,49 0,70-1,00 0,08-0,13
1151 0,48-0,55 0,70-1,00
O fósforo é mantido no máximo a 0,040% . Devido ao efeito adverso do silício sobre a usinabilidade,
0,08-0,13
c
estes aços n ã o s ã o desoxidados com silício.

sição idêntica, ou seja, 0,07C; 0,94Mn; 0.2QS; 0,094 ou 0,093P, com exceção do silício que,
num deles e r a de 0,044% e no o u t r o 0,009% a p r e s e n t a r a m diferentes índices de
usinabilidade.
O aço com inclusões de MnS maiores apresentou índice 176, enquanto o outro com inclu-
sões mais afongadas e mais finas, esse índice foi 125. A presença no primeiro de maior teor
de silício - elemento desoxidante - modificou a forma de inclusões do MnS e conferiu maior
usinabilidade. O alumínio atua no mesmo sentido. A prática de laminação pode igualmente
afetar as características dessas inclusões e influenciar a usinabilidade.
- O teor de carbono dos aços 11XX pode chegar a 0,55%, preferindo-se os de maior
carbono em aplicações em que, além d a usinabilidade, se deseja também melhores propri-
edades mecânicas. Por exemplo, o tipo 1137 substituiu muitas vezes os SAE 1045 e 1050,
devido ao seu comportamento mais satisfatório em aplicações como eixos de geradores,

293 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROSFUNDIDOS

certos tipos de parafusos, engrenagens e peças semelhantes, as quais, além de fácil


usinabilidade, d e v e m $ e r d u r a s , r e s i s t e n t e s ao resgate e t e n a z e s . S e u índice de
usinabilidade é 70 e suas propriedades mecânicas médias no estado encruado são< >: ,63

- Limite de resistência à tração 70,0 a 84,0 kgf/mm (690 a 820 MPa)


2

- Limite de escoamento 59,5 a 79,0 kgf/mm (585 a 770 MPa)


a

-Alongamento, em 2" 1 0 % a 15%


- Estricção 3 0 % a 45%
- D u r e z a Brinell 187 a 235

- Em alguns tipos de baixo carbono, pode-se introduzir fósforo além dos teores normais;
esse elemento, como se sabe, dissolve-se na ferrita cuja dureza e resistência mecânica
ficam aumentadas, o que melhora a usinabilidade, pois promove a ruptura dos cavacos na
usinagem. Não se ultrapassa, entretanto, 0,12% de P, pois do contrário, os seus efeitos nega-
tivos poderiam prevalecer. A tabela 64 mostra esses tipos de aços.
Afigura 134 apresenta o aspecto micrográfico de um aço de usinagem fácil de alto teor em
enxofre.

R g . 1 3 4 - Micrografia de uma aço de u s i n a g e m fácil com alto teor de enxofre.


Ataque: reativo de nital. A u m e n t o : 500 vezes.

T A B E L A 64
Faixas de c o m p o s i ç ã o d e a ç o - c a r b o n o A I S I - S A E r e s u l f u r a d o s e ref o s f o r a d o s

Designação
C Mn P S
AISI-SAE
1211 0,13 0,60-0,90 0,07-0,12 0,10-0,15
1212 0,13 • 0,70-1,00 0,07-0,12 0,16-0,23
1213 0,13 0,70-1,00 0,07-0,12 0,24-0,33
12L14 0,15 0,85-1,15 0,040,09 0,26-0,35
1215 0,09 0,75-1,05 0,04-0,09 0,26-0,35
Esses aços não são geralmente desoxidados com silício devido ao efeito adverso desse elemento na
usinabilidade. O tipo 12L14 contêm 0,15 a 0,35 de chumbo.

294
Aços DE USINAGEM FÁCIL

3.2 77pos com introdução de chumbo - A adição de chumbo constitui outro meio de melho-
rar a usinabilidade dos aços-carbono, além de melhorar o seu acabamento. A maioria dos
aços das séries 10XX e 11XX pode ser encontrada com adição de chumbo, em teores variá-
veis de 0,15% a 0,35%' >. O chumbo é adicionado no aço líquido durante seu vazamento nos
1frt

moldes; como esse metal é insolúvel no aço fundido, forma-se uma fina dispersão de partícu-
las de chumbo, tão pequenas que às vezes são imperceptíveis ao microscópio.
ATabela 6 5 indica a usinabilidade dos principais tipos de aço de usinagem fácil t o m a n -
(16S1

do-se como índice o aço B1112. Com a introdução de chumbo, a produção de peças dg
responsabilidade, como bombas (aço 41L50), buchas (aço 52L50), pistões (aço 11L26), apa-
relhos domésticos (aço 86L20), por intermédio das mais diversas operações de usinagem,
aumentou, em alguns casos até 100% resultando, pois, em apreciável redução do custo e
vida mais longa das ferramentas* . 1641

T A B E L A 65
U s i n a b i l i d a d e d e a ç o s de u s i n a g e m f á c i l
(por cento de velocidade de corte para o tipo 1212)

T i p o (a) Usinabilidade, % Dureza Brinell


1117 90 137
1118 85 143
1137 70 197
1140 70 170
1141 70 212
1144 80 217
1146 70 187
1151 65 207
1212 100
1213 136
1215 136
12L14 160 163
12L14(b) 190 137
12L14 (c) 235 137
12L14(d) 295 137
(a) todos os valores são para aços encruados
(b) tipo alternativo ao 12L14
(c) tipo alternativo ao 12L14, contendo bismuto
(d) tipo alternativo ao 12L14, contendo bismuto, selênio e telúrio.

A figura n 135í > mostra o efeito do teor de enxofre na usinabilidade.


a l66

Suas propriedades, plenamente satisfatórias, são comparáveis, no estado temperado e


revenido, às dos aços de maior teor de carbono, aos mesmo aços sem chumbo, o que c o m -
prova que este metal não produz qualquer efeito mecânico nocivo, mesmo na resistência ao
choque do material.
Seu uso deve, entretanto, ser limitado a baixa temperatura, pois o chumbo funde a 260°C
de modo que, acima dessa temperatura, ocorre queda de resistência à tração e do limite de
fadiga do aço.

3.3. Outras adições - Outras a d i ç õ e s têm sido experimentadas para m e l h o r a r a


usinabilidade dos aços. Entre elas, selênio e telúrio, adicionados em porcentagens de 0,04
ou 0,05% para qualquer deles. Quando utilizados, são em combinação com o enxofre ou
chumbo. Admite-se que o efeito benéfico que exercem na usinabilidade do aço é devida à
retenção de inclusões do tipo sulfeto de forma globular. Pela mesma razão, eles são conside-
rados como tanto um efeito menos danoso para as propriedades mecânicas. Contudo, esses
elementos não tiveram o êxito esperado, pois o custo de seu emprego é alto e eles podem
provocar gases tóxicos.

295
Aços B FERROS
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

40

Velocidade de corte (m/min) A

B 225
A 250
« 275
* 300
+ 350
• 400

ç -*
E / zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
E zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
CD zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
cd
"a
-5-

10

0,05 0,10 0,15

Teor de enxofre %

Fig. 135 - Efeito da teor de enxofre n a usinabilidade.

Adições de cálcio m e l h o r a m os característicos de usinagem e m aços totalmente


desoxidados com alumínio' . A adição de cálcio resulta na formação de grandes inclusões
1671

de silicatos de Ca-AI, que são consideradas mais moles e menos abrasivas do que as exis-
tentes nos aços não tratados com cálcio. Essa condição melhora a usinabilidade. Outro efeito
positivo do cálcio reside na possível eliminação do chumbo, adição essa que acarreta igual-
mente diversos problemas.

4. Encruamento dos aços de usinagem fácil - Para melhorar a usinabilidade dos aços,
1
tanto os comuns como també m os de usinagem fácil, sobretudo no caso de barras destina-
das à produção seriada de peças por usinagem, costuma-se encruar os aços, resultando em
... zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
aumento de resistência mecânica e, sobretudo, da dureza, condições favoráveis sob o ponto

f-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
i
de vista de usinagem e de acabamento superficial.
A s figuras 1 3 6 e 1 3 7 ' ilustram bem o efeito do encruamento num aço-carbono comum,
1 8 5 1

tipo SAE 1 0 1 6 , na forma de barra de 1 polegada de diâmetro para produção de parafusos e


num aços de usinagem fácil, tipo SAE 1144.
Pelo exame das figuras, verifica-se que os efeitos do encruamento sobre a vida da ferra-
menta variam consideravelmente de acordo co m a composição do aço e com a operação
específica de usinagem.

296 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
EDCBA
DCBA AÇOS DE UsiNACEM FÁCIL

Laminada a quente
O P E R A Ç Ã O DE U S I N A G E M
Encruado

Usinagem grosseira

Usinagem de acabamento

Furacão grandes diâmetros

Furacão pequenos diâmetros

Corte abrasivo

PONMLKJIHGFEDCBA 30 35
FEDCBA vida da ferramenta, horas
DCBA
Característicos do aço e 1016
Laminado 1016
C o n d i ç õ e s da o p e r a ç ã o
a quente Enc ruad o

Resistência à tração, k g / m m 2 42,0 61,0


Dureza Brinell 124-128 174-133
Velocidade de corte, m/min. 44 44
Avanço, m m / r 0,15 0,15

O aço laminado a quente foi endireitado e retificado

O aço encruado foi reduzido de 1/8 em barra de 1"

Fig. 136 - Efeito do encruamento (portrefilação a frio) na vida da ferramenta na usinagem


do aço S A E 1016.

3 L a m i n a d o a quente
O P E R A Ç Ã O DE U S I N A G E M Encruado
sa»*i^Ws»Ei Recozido e encruado

Usinagem grosseira

Usinagem de acabamento

Furacão grandes diâmetros

Furacão pequenos diâmetros

Corte abrasivo

5 10 15 20 25
vida da ferramenta, horas

C a r a c t e r í s t i c o s do aço e 1144 1144 1144


c o n d i ç õ e s da operação laminado 1144 Recozido e
a quente encruado encruado

Resistência à tração, k g / m m 2 77,0 88,2 74,2 ~


DurezaBrinell 228 255 217
Velocidade de corte, m/min. 42,4 38,7 43,9
Avanço, m m / r 0,180 0,188 0,188

A redução d o aço encruado foi de 1/16"


A microestrutura do aço recozido e encruado era 9 0 % perlita e 1 0 % ferrita
O acabamento superficial era o m e s m o e m todos os materiais

Fig. 1 3 7 - Efeito do encruamento (por trefilação a frio) na vida d a ferramenta na


usinagem do aço SAE 1144.

TSRQPONMLKJIHGFEDCBA 297
Aços PARA CEMENTAÇAO

A Ç O S PA RA C E M E N T A Ç A O zyxwvutsrqponmlkjih

1%
«ff
f it

m m zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
299
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
Aços E FERROS FUN DIDOS

1. Seleção do aço - O enriquecimento superficial de carbono n o s aços, proporcionado


pela cementaçao, visa produzir uma superfície de alta dureza e resistência ao desgaste,
suportada por um núcleo tenaz. Em princípio, inúmeros tipos de aços apresentam condições
satisfatórias para esse fim. É preciso considerar, entretanto, que a cementaçao exige trata-
mento térmico relativamente complexo, de m o d o que a s e l e ç ã o de aço para peças
cementadas não pode ser feita baseada somente na aplicação final do material, mas tam-
bém tendo em vista o tratamento térmico que v a i sofrer. De início, dois fatores básicos
devem ser levados em conta ao se escolher um aço para cementaçao' ': 168

• Meio de esfriamento a ser usado na têmpera após a cementaçao.


• Tipo e grau de tensões a que as peças poderão estar sujeitas.

1.1. Meio de esfriamento - As principais variáveis a serem aqui consideradas são: forma e
secção das peças e distorção ou empenamento tolerável. Os meios usualmente empregados
na cementaçao são água ou soluções aquosas e óleo. Os primeiros são os mais drásticos e
são empregados quando as peças são de forma simples ou apresentam secções apreciáveis
e também quando a possibilidade de empenamento é menor. Além de se caracterizarem pela
alta velocidade de esfriamento, esses meios são de baixo custo e facilitam a limpeza final das
peças. O óleo é recomendável quando as peças apresentam secções complexas ou finas, as
quais são mais suscetíveis ao empenamento ou mesmo à ruptura na têmpera.
É evidente que, em qualquer caso, a velocidade de esfriamento deve permitir a obtenção
da dureza superficial desejada e as propriedades convenientes de tenacidade e resistência
do núcleo. Neste caso, a velocidade crítica de esfriamento do aço, ou seja, o tipo de aço a ser
usado constitui fator preponderante. Quando a única exigência é a máxima dureza superfici-
al, a escolha recairá num aço de baixo carbono sem ou com teores de elementos de liga e em
água ou preferivelmente soluções aquosas, como meio de têmpera, desde, é claro, que o
formato e as dimensões das peças permitam a utilização desse meio de esfriamento.
Quando o formato e as dimensões das peças sob cementaçao forem tais que haja proba-
bilidade de ruptura ou empenamento pela utilização de um meio drástico de esfriamento, á
escolha recairá em óleo, como meio de têmpera, e num aço apresentando teores convenien-
tes de elementos de liga, para que sua velocidade crítica de esfriamento produza endureci-
mento satisfatório com emprego do meio de têmpera mais brando. Esses aços, com teores
apreciáveis de elementos de liga, são também vantajosos sob o ponto de vista de proprieda-
des finais do núcleo.

1.2. Tipo e grau de tensões - As variáveis que aqui entram em jogo são principalmente:
espessura e estrutura metalográfica da camada cementada, propriedades mecânicas do
núcleo e característicos da zona de transição.
• Camada cementada - Em linhas gerais pode-se dizer que dois tipos de camadas
cementadas são usados: hipereutetóide, quando se visa em primeiro lugar alta resistência
ao desgaste; eutetóide ou ligeiramente hipoeutetóide, quando o requisito importante da su-
perfície endurecida for tenacidade, visto que um rendilhado de carboneto livre intergranular
presente nos aços hipereutetóides é mais propício para conferir fragilidade.
No caso da aplicação em que o desgaste é fator importante, deve-se procurar igualmente
a produção de uma camada com espessura razoável, pois com isso s e prolonga a vida das
peças.
Sob o ponto oe-visía de dureza e resistência d a camada cementada, a introdução de
elementos de liga pouco afeta essas propriedades. Entretanto, os elementos de liga pare-
cem influir no teor de carbono dessa camada assim como na sua profundidade '. Assim é
1169

que os elementos formadores de carbonetos, principalmente o c r o m o e o molibdênio


(manganês também, embora em menor escala) tendem a produzir carbono elevado na super-
fície: os elementos formadores de ferrita, como silício e níquel (este em altos teores) tendem
a produzir baixo carbono. Por outro lado, a espessura da camada cementada e o gradiente de
carbono dependem da difusão do carbono, a qual por sua vez é afetada principalmente pela

300
LKJIHGFEDCBA
O
Aços PARA CEMENTAÇAO zyxwvu
^-N

do temperatura e pelo tempo. Vários autores admitem também que os elementos de liga pos-
e, sam influenciar a profundidade de cementaçao e a velocidade de penetração do carbono n a
s superfície' '.
169

a- Outra opinião mais ou menos generalizada é que a tenacidade da camada cementada


s pode ser melhorada pela presença d e certa quantidade de austenita residual' ', embora a 189

m- dureza superficial seja prejudicada. A austenita pode ser retida por têmpera direta em muitos
s tipos de aço para cementaçao, principalmente quando o teor de carbono superficial é eleva-
do. A tendência à formação da austenita residual é acentuada por teores mais elevados de ( ~
elementos de liga (além do carbono mais alto), pela temperatura de têmpera e pelo emprego
de óleo como meio de esfriamento, em lugar da água.
Lembre-se que a temperatura de revenido para os aços cementados é geralmente baixa,
de 150°C (ou menos) a 175°C, de modo a reter a estrutura martensítica dura; na realidade,
e há passagem d a martensita tetragonal à martensita cúbica. De qualquer modo, as tempera-
s turas mencionadas não são suficientes para eliminar a austenita retida, quando esta estiver
e presente.
s O efeito aparentemente benéfico da austenita retida parece provir do fato dela produzir
la como que uma ação de amortecimento, o que diminui as tensões internas ou mesmo a
as formação de verdadeiras fissuras nas agulhas de martensita. Nessas condições, a resistên-
as cia à fadiga também deveria ser melhorada pela presença de austenita retida. C o n v é m ,
entretanto, esclarecer que as vantagens ou desvantagens da retenção da austenita não
estão ainda claramente explicadas(*).
ão
ia • Núcleo - Aparentemente deve-se procurar produzir um núcleo o mais possível tenaz. A
er importância d a tenacidade do núcleo parece ter sido exagerada. De fato, nada adianta u m
ci- núcleo excepcionalmente tenaz, se existir uma fissura na camada superficial rica em carbo-
m no, pois essa fissura propagar-se-á através do núcleo, por mais tenaz que ele seja. Conclui-
o se que parece ser muito mais importante produzir uma camada cementada muito dura e
convenientemente suportada. A menor importância que se têm dado à tenacidade do núcleo,
tem permitido substituir os aços com 0 , 1 % de carbono pelos de 0,2% de carbono, que são
a-
mais facilmente usináveis.
á
n- • Zona de transição - O ideal é produzir-se uma zona de transição gradual, a qual propor-
ci- cionará o melhor suporte para a camada cementada. Duas variáveis afetam a qualidade da
es zona de transição: difusão e estrutura. Se a difusão for insuficiente, produzir-se-á uma zona
a- de transição muito viva, que favorecerá o lascamento da superfície. Com difusão constante,
a resistência da zona de transição dependerá da sua estrutura que pode ser ferrita, perlita ou
bainita.
e: Por outro lado, quanto maior a temperabilidade do aço, tanto mais resistente a zona de
do transição. Uma das razões do emprego de aços-liga para cementaçao seria essa. Também
a adição de boro é muito eficiente n a produção de uma zona de transição mais gradual e
mais resistente.
as
ia Em resumo: o melhor suporte da camada cementada é dado por uma zona de transição
u- gradual e resistente; sob esse aspecto, quanto maior for a temperabilidade do aço, tanto
lar melhor. Daí uma das principais razões de se empregar aços-liga para cementaçao e o motivo
pelo qual se tende à utilização de aços com carbono mais elevado; com isso, além de se
te melhorar o suporte da camada cementada, produz-se também núcleos mais resistentes. A
as não ser que as condições de serviço exijam uma camada cementada muito espessa, prefe-

de
(*) Durante a última guerra mundial, utillzou-sa naAlemanha para certas peças cementadas muito sujeitas
e- ao desgaste, empregadas em metralhadoras"' !, aço de alto níquel e alto cromo, apesar da escassez de
9

é Ni existente no país. Esses aços apresentavam 3-1/3% a4-l/2% de Ni; 1/2% a 1-1/2% de Cre 0,05 a 0,20
io de Mo; em engrenagens cementadas para serviço pesado em motores de avião, usaram-se aços seme-
lhantes, com mais Mo, até 0,35%, Ni reduzido a2%eCr elevado para 2%.Admite-se que o emprego de
er-
tais aços teria sido motivado pelo fato do Ni assegurar a retenção da austenita na camada cementada; o
m Cr, por sua vez, contribuiria para conferir profundidade de endurecimento e estabilizara cementita de
de modo a contrabalancaar a tendência do aço a grafiiizar devido ao alto teor de Ni presente e o Mo evitaria
la a fragilidade de revenido.

'. 3 0 1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

re-se camadas relativamente finas, com núcleos de carbono mais elevado, portanto mais
resistente e que dão melhor suporte à superfície endurecida.

2. Aços para cementaçao - Do exposto acima, verifica-se que a tendência atual na produção
de peças cementadas é a utilização de aços-liga. A introdução de elementos de liga, entretanto
quando em teores apreciáveis, reflete-se no custo dos aços, além de afetar, tomando mais
difíceis, as operações de fundição, forjamento, laminação e tratamentos térmicos. Por esse
motivo, procura-se utilizar, sempre que possível, para aplicações mais simples, aços-carbono ou,
quando riecessário, aços de baixo teor em liga com carbono mais elevado do que nos aços
simplesmente ao carbono. Em certos casos, contudo, devido às secções e formas das peças
cementadas, pode-se ter necessidade de um aço de alta temperabilidade. Nesse caso, a solução
é introduzir elementos de liga em teores mais elevados para garantir o endurecimento máximo
Os aços para cementaçao são, portanto, de três tipos:

• aços-carbono;
• aços-liga de baixo teor em liga;
• aços-liga de teor em liga mais elevado.

2.1. Aços-carbono para cementaçao - O teor normal de carbono nesses aços é 0,08% a 0,25%
os outros elementos aparecendo nas porcentagens usuais. O tipo padrão é o SAE1020 empregan-
do-se também a variação com manganês mais alto (0,70% a 1,00%) por apresentar melhor
usinabilidade, capacidade de carbonetare endurecer-com menor tendência à formação de pontos
moles, em relação ao primeiro. O seu tratamento térmico é fácil e perfeitamente controlável.
Apesar de não apresentarem uma resistência e uma tenacidade tão boa como as dos
aços-liga, esses aços convenientemente cementados, temperados e revenidos, são capa-
zes de adquirir um núcleo suficientemente tenaz cuja resistência pode chegar a 70 kgf/mm 2

(£90 MPa), combinado a u m a superfície carbonetada de grande dureza, o que os toma


indicados a uma grande variedade de aplicações, em que o principal requisito é a superfície
dura e resistente ao desgaste.
Exemplos típicos são: pinos, pequenas engrenagens, alavancas, eixo de comando de
válvulas, fusos, roletes, pequenos mecanismos, enfim, peças que não estão sujeitas a soli-
citações severas de outra natureza a não ser desgaste superficial.

2.2. Aços-liga de baixo teor em liga - Esses aços-liga são os que contêm um total de 1 %
a 2 % de elementos de liga, como níquel, cromo, molibdênio e manganês, em combinações
adequadas. A introdução desses elementos confere suficiente temperabilidade de modo a se
obter dureza elevada por têmpera em óleo, além de alta resistência à tração. (superior a 100
kgf/mm ou 980 MPa) com apreciável ductilidade do núcleo, aumentando-se o teor de carbo-
2

no até 0,40%. A Tabela 66 mostra algumas composições típicas.

T A B E L A 66
A ç o s - l i g a de baixo teor e m l i g a para c e m e n t a ç a o

SAE C • Mn P S Si Ni Cr Mo
8115 0,t3/0,18 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,20/0,40 0,30/0,50 0,08/0,15
8615 0,13/0,18 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,60 0,40/0,60 0,15/0,25
8617 0,15/0,20 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8620 0.1&t>,23 0.70/0,93 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8622 0,20/0,25 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8625 0,23/0,28 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8627 0,25/0,30 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,15/0,25
8720 0,18/0,23 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 • 0,20/0,30
8822 0,20/0,25 0,75/1,00 0,035 0,040 0,20/0,35 0,40/0,70 0,40/0,60 0,30/0,40
94B15* 0,13/0,18 0,75/1,00 0,035 0,040 0,20/0,35 0,30/0,60 0,30/0,50 0,08/0,15
94B17* 0,15/0,20 0,75/1,00 0,035 0,040 0,20/0,35 0,30/0,60 0,30/0,50 0,08/0,15
* O teor de boro é 0,0005% mínimo

302
BA Aços VARA CEMENTAÇAO

As aplicações típicas desses aços correspondem a uma série de componentes da indús-


tria automobilística, incluindo engrenagens de transmissão, coroas, pinhões, engrenagens
de diferenciais, parafusos, eixos de comando de válvulas, pinos de pistão etc. Peças desses
mesmos tipos são empregadas no estado cementado em tratares, caminhões, aviões, m á -
quinas operatrizes etc. -

2.3. Aços-liga de alto teor em liga - No caso presente, a soma total de elementos de liga
ultrapassa 2%; esses aços apresentam temperabilidade muito elevada, de modo que o teor
de carbono não deve superar 0,25%.
Com esses aços consegue-se excepcionais valores de resistência e tenacidade do n ú -
cleo, muito importantes para certas condições de serviço. Além disso, eles possibilitam a
produção de peças cementadas de secção apreciável, possuindo as desejadas proprieda-
des do núcleo. O custo desses aços e as maiores dificuldades na sua fabricação e tratamen-
tos térmicos limita o seu uso a casos especiais. A tabela 67 dá algumas composições típicas.

T A B E L A 67
A ç o s - l i g a d e a l t o t e o r em liga para c e m e n t a ç a o

SAE C Mn P S Si Ni Cr Mo
3310 0,08/0,13 0,45/0,60 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
- - 0,20/0,35 3,25/3,75 1,40/1,75 -
4320 0,17/0,22 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 0,40/0,60 0,20/0,30
4615 0,13/0,18 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
4617 0,15/0,20 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
4620 0,17/0,22 0,45/0,65 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
4621 0,18/0,23 0,70/0,90 0,035 0,040 0,20/0,35 1,65/2,00 - 0,20/0,30
4815 0,13/0,18 0,40/0,60 0,035 0,040 0,20/0,35 3,25/3,75 - 0,20/0,30
4817 0,15/0,20- 0,40/0,60 0,035 0,040 0,20/0,35 3,25/3,75 - 0,20/0,30
4820 0,18/0,23 0,50/0,70 0,035 0,040 0,20/0,35 3,25/3,75 - 0,20/0,30

As peças cementadas a partir desses aços destinam-se a aplicações idênticas às dos


aços-liga de baixo teor em liga, quando as condições de serviço forem mais severas, portanto
quando o equipamento ou veículos onde as peças forem montadas forem mais pesados e de
maior responsabilidade.

3. Seleção do tratamento térmico - O tratamento térmico de peças cementadas, como foi


mencionado no início do Capítulo, é relativamente complexo pois, na realidade, o material
cementado apresenta duas zonas com composições químicas distintas: a camada superfici-
al, de alto carbono e o núcleo de baixo carbono, além de uma zona intermediária de transição.
ATabela 68< °> apresenta as temperaturas de transformação e os tratamentos térmicos prefe-
17

ridos para alguns dos tipos mais comuns de aços para cementaçao.

303
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
Aças s FERROS FUNDIDOS

T a b e l a 68
T r a t a m e n t o s t é r m i c o s t í p i c o s de a ç o - c a r b o n o e a ç o s - i l g a p a r a c e m e n t a ç a o

Designação Pré- Resfriamento Resfriamento


T e m p e r a t u r a de Máxima
AISI-SAE' ' 1 tratamento após a reaquecimerrto, após t e m p e r a t u r a de
cementaçao °C reaquecimento revenido, " c
10XX< ) 2 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- água 785 água 200
11XX' ' 2
- água, óleo 785-900 água, óleo 200
15XX< >2
- óleo 785 óleo 200
49XX.4118 N óleof - - 175
4320 N, R C óleaO - - 175
RC RC 830 - 845 óleo 175
44XX N, R C óleo» - - 175
46XX N, R C óleoPi - - 175
RC' ' 4 815-845 óleo 175
óleoi ! 5 815-845 óleo 175
4720 N, R C óleo' ! 5 815-845 óiec 175
48XX NT, RC óleoP) - - 160
RC' ' 4 795 - 830 óleo 160
óleol ) 5 795 - 830 óiec 160
5015,51XX N óleo' ' 3 - - 175
6118 N óleofi - - 160
8115, 86XX N, R C óleo' ' 3
- - 175
8720,8822- - RC' ' 4 845 - 870 óíeo 175
óleaO 845 - 870 óleo 175
9310 MT RC' >4 730-830 óleo 160
óleo' ' 5 7 9 0 - 830 óleo 160
94BXX N óleo' ' 3
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
- 175

(1) XX indica que h á dois ou mais tipos c o m teor de carbono de 0 , 3 0 % ou menos, comumente
utilizados em cementaçao.
(2) Esses tipos p o d e m s e r carbo-nitretados de 7 9 0 ° a 900°C, temperados e m óleo e revenidos entre
120a200°C.
(3) Este tratamento é mais comum, pois geralmente diminui o risco de e m p e n a m e n t o . A s peças são
normalmente resfriadas, a partir de temperatura de cementaçao até 850°C, antes d a têmpera.
(4) Este tratamento é aplicado se for necessária usinagem após a c e m e n t a ç a o ou se não houver
facilidades para t ê m p e r a direta após a cementaçao
(5) Este tratamento é aplicado para refinar a estrutura do aço, produzindo u m a combinação desejável
de propriedades da c a m a d a cementada e do núcleo. Pode produzir e m p e n a m e n t o d a s peças.
N - significa normalização a u m a temperatura pelo menos da ordem da de c e m e n t a ç a o , seguido de
resfriamento ao ar.
NT - significa normalização e revenido entre 6 0 0 ° e 6 5 0 ° C .
RC - indica recozimento cíclico, consistindo de austenitização a uma t e m p e r a t u r a da ordem da de
cementaçao, resfriamento rápido entre 535° e 675° e manutenção nessa temperatura durante uma a três
horas e resfriamento ao ar.

N O T A - A s temperaturas típicas de cementaçao, aplicáveis apenas a aços de granulação fina, são


900°a925°C.

304
DCBA
GFEDCBA

DCBA

ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

1. Introdução - A nitretação consiste, como se viu, na formação de nitretos de natureza,


complexa na superfície de certos aços, originando uma camada superficial de dureza excep.
cionalmente elevada, alta resistência ao desgaste, capaz de reter a dureza até temperaturas
da ordem de 500°C, resistente a certos tipos de corrosão e maior resistência à fadiga. Uma
das grandes vantagens do processo sobre outros tratamentos termo-químicos de endureci-
mento superficial, reside no fato dele ser levado a efeito numa faixa de temperaturas relati-
vamente baixa - entre 500° e 550°C ou 650°C (no máximo) - o que, aliado à ausência de
qualquer tratamento térmico posterior, reduz ao mínimo as probabilidades de empenamento
das'peças submetidas ao processo.
Em alguns processos de nitretação, os tempos de tratamento são longos, o que encarece
o processo, exige equipamento especializado e pode provocar crescimento aço. Este último
inconveniente, contudo, pode ser controlado através de projeto e dimensionamento adequa^ ^
do das peças a serem nitretadas.

2. Aços para nitretação - Os processos atuais de nitretação permitem que uma grande
variedade de aços possa ser submetida a essa prática de tratamento superficial, desde aços"
simplesmente ao carbono até aços ligados.
Quando o processo mais comum de nitretação era o processo a gás, foram desenvolvia
dos alguns tipos de aços contendo como elementos de liga fundamentais o alumínio, o
cromo e o molibdênio, porque os mesmos, nas condições de nitretação gasosa, facilitavam
a formação de nitretos estáveis à temperatura ambiente. Esses aços foram designados
"Nitralloy" e são utilizados correntemente.
Os teores e os efeitos dos elementos de liga acima mencionados, além do carbono, são
os seguintes:

- carbono- 0,30% a 0,45% - confere ao aço não só temperabilidade como também suporte
adequado à camada nitretada extremamente dura e muito fina;
- alumínio e cromo - 0,85% a 1,20% e 0,90% a 1,80% respectivamente - são elementos
que formam prontamente nitretos; quanto maior a quantidade desses elementos dissolvidos
na ferrita, tanto mais fácil a difusão do nitrogénio e tanto mais espessa a camada nitretada
para um tempo de nitretação determinado;
- molibdênio - 0,15% a 0,45% - diminui a fragilidade de revenido e confere resistência ao
revenido às temperaturas da nitretação " ; 1 1

- níquel - normalmente ausente, é adicionado em teores de 3,25% a 3,75%, quando se


deseja um núcleo de dureza mais elevada.

T A B E L A 69
E f e i t o d e e l e m e n t o s de liga e m r e l a ç ã o à f o r m a ç ã o d e n i t r e t o s

Elemento Nitretos q u e s e f o r m a m Efeito sobre o


(com amónia) endurecimento superficial
Manganês Mn,N 5 • quase nulo
Níquel zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- sozinho, nulo
Cromo C r N , CrN
2 forte
'Alumínio muito forte
Molibdênio medíocre; j u n t o c o m o cromo, mais
forte (aumenta a penetração).
Tungsténio nenhum mio
Titânio TiN bastante forte, máximo com o Cr
Zircônio ZrN (Zr N ) 3 2 idem
Vanádio VN medíocre ou fraco; entretanto, é no-
tável nos aços contendo Cr e Al.
Silício quase nulo

(*) Não há revenido na nitretação; mas devido às temperaturas usadas no processo, poderia ocorrer o
fenómeno da fragilidade de revenido, evitado pela presença do molibdênio.

306
AÇOS DE USINACEM FÁCIL zyxwvuts

A Tabela 69 indica o efeito desses e de outros elementos de liga sob o ponto de vista de
formação de nitretos e ação de endurecimento superficial" . 711

. Há um tipo de aço - chamado grafítico - de alto carbono (entre 1,25% a 1,50%) e alto silício
(entre 1,25% a 1,50%), como cromo, alumínio e molibdênio, que tem apresentado resultados
interessantes na nitretação. De fato, a nitretação produz nesse aço uma superfície dura e
resistente ao desgaste, contendo depressões ou verdadeiros orifícios originalmente cheios-
de grafita, de modo que, pelo menos temporariamente, o aço será dotado de uma espécie de
lubrificação. Essa estrutura oferece boas possibilidades para emprego em superfícies sujei-
tas ao desgaste ou superfícies de mancais operando a altas temperaturas devido à retenção
de dureza a essas temperaturas elevadas e à presença de grafita.
Os aços tipo Nitralloy apresentam, após a nitretação, a camada superficial mais dura e o
^ núcleo de resistência mecânica mais adequada. Quando se pode admitir dureza superficial
menor, pode-se empregar aços AISI contendo cromo e molibdênio, sem alumínio portanto. A
Tabela 7 0 " apresenta os tipos mais comuns de aços para nitretação, inclusive alguns espe-
721

ciais, com as temperaturas de tratamentos térmicos, antes da nitretação.


" Não há, em princípio, vantagens de se nitretar, pelo processo clássico de nitretação a
gás, um aço-carbono comum, pois o nitreto de ferro que se forma, apesar de duro, é muito
frágil; o mesmo pode ser dito em relação ao aço com cromo, o qual, apesar de poder ser
nitretado, produz uma camada nitretada que, devido à ausência do alumínio, não é tão dura
quanto a que contém aquele metal".
O aço a ser nitretado, além de possuir composição determinada, deve apresentar estrutura
adequada. A estrutura que melhor se presta à nitretação é a sorbítica, porque a presença na
superfície do aço de carbonetos em emulsão na ferrita contribui para que a camada nitretada
formada adquira as desejadas qualidades de tenacidade. Essa estrutura sorbítica é obtida por
um revenido prévio, entre as temperaturas de 540° a 700°C, como a Tabela 70 indica.
e O conjunto de operações a que geralmente se submete o aço para a fabricação de peças
nitretadas é, em resumo, o seguinte:
s
- recozimento ou normalização;
- têmpera, em óleo ou água; prefere-se a água quando as secções tiverem espessura ou
diâmetro superior a 2,5 cm; as temperaturas estão indicadas na Tabela 70;
- revenido, dependendo da dureza desejada no núcleo; as temperaturas estão indicadas
na Tabela 70;
e
T A B E L A 70
C o m p o s i ç õ e s e temperaturas de tratamentos térmicos de a ç o s c o m u m e n t e nitretados

Tipo C o m p o s i ç ã o Química, (%) Tratamento T é r m i c o


ou "C
Marca Austeni- Revenido
C Mn Si Cr Ni Mo Al outros tlzação
Nitralloy - G 0,35 0,55 0,30 1,20 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
- 0,20 1,00 - 950 565-700
Nitralloy 135 M o d . 0,42 0,55 0,30 1,60 - 0,38 1,00 - 950 565-700
CBA Nitralloy N 0,24 0,55 0,30 1,15 3 50 0,25 1,00 - 900 650-675
Nitralloy EZ 0,35 0,80 0,30 1,25 - 0,20 1,00. 0,2Se 950 565-700
H11 modificado 0,40 0,30 0,90 5,00 - 1,30 - 0,5V 1010 540-625'
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
11

H13 0,40 0,40 1,10 5,00 - 1,35 - 1,1 V 1010 540-6251'>


18NÍ250 0,015 0,05 0,05 - 1 8,00 4,80 0,10 7,5Co - (ai

0,4Ti
1SNÍ300 0,015 0,05 0,05 - 1 3,00 4,80 0,10 9,0Co - (2)
0,6Ti
SAE 4140 0,40 0,90 0,30 0,95 - 0,20 - - 850 575-625
SAE4340 0,40 0,70 0,30 0,80 1 85 0,25 - - 815 575-625
31 CrMóV9 (alemão) 0,30 0,55 0,25 2,50 - 0,20 - 0.15V 860 575-625
2240 (sueco) 0,32 0,70 0,27 2,50 0 50 0,30 - 0.25V 915 575-675
30CD 12 (francês) 0,32 0,55 0,25 3,00 - 0,40 - - 900 575-650
(1) Revenido d u p l o .
(2) Envelhecimento a 480°C, durante três horas.

307
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

- usinagem grosseira;
- usinagem finai e ratificação; .
- nitretação.

Dependendo da temperatura de revenido, os valores para as propriedades mecânicas


que podem ser obtidos estão representados na Tabela 7 1 . ( 1 7 3 )

T A B E L A 71
Propriedades mecânicas de aços Nitralloy temperados e r e v e n i d o s

Temperatura L i m i t e d e escoa- L i m i t e d e re- Alonga- Estrie-


Dureza
Tipo de r e v e n i d o mento sistência à tração mento ção Brinell
°C % %
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa
593 96,0 940 108,5 1065 15 52 310
135 650 84,0 820 96,5 945 20 58 280
705 72,0 710 84,5 825 23 62 230
537 127,0 1250 144,0 1410 13,2 45,8 415
135 595 115,5 1135 126,5 1245 15,5 54,3 368
modificado 650 98,5 965 111,0 1030 17,5 56,8 320
705 87,5 855 101,5 995 20,5 64,5 285

Os dados mostrados são relativos a corpos de prova de 2,5 cm de diâmetro para uma
composição típica 135 com têmpera em óleo a partir de 955°C e para uma composição típica
modificada com têmpera em óleo a partir de 925°C.
. O tipo de aço para nitretação mais comumente usado é o 135. O 135 modificado é larga-
mente usado na indústria aeronáutica. De um modo geral, as indústrias automobilística e
aeronáutica são as que mais empregam aços nitretados. Entre outras, podem ser citadas as
seguintes aplicações: virabrequins, camisas de cilindro, eixos de bomba, pinos, rotores, ei-
xos. Outras aplicações incluem assentos de válvulas de turbina a vapor, excêntricos, engre-
nagens, etc.
Além dos aços "Nitralloy" especialmente desenvolvidos para nitretação a gás, outros
tipos de aços podem ser submetidos ao processo, principalmente devido ao desenvolvimen-
to de novos processos.
Assim é que, aços comuns de baixo carbono do tipo SAE 1015 podem ser nitretados pelo
processo "nitretação em banho de sal". Alguns aços de alto teor em liga vêm igualmente
sendo submetidos a processos de nitretação, o que aliás está demonstrado na Tabela 70.
Entre exemplos dignos de menção situam-se alguns aços para matrizes e aços inoxidáveis.
Um aço de classificação AISI-SAE H11, contendo 0,35%C, 5,00%Cr, 0,40%V e 1,50%Mo
convenientemente nitretado apresentou dureza superficial de 65 a 70 Rockwell C, com um
núcleo de dureza 50 RC; esta dureza elevada do núcleo foi possível devido ao característico
de endurecimento secundário que o aço apresenta.
Também os aços inoxidáveis são comumente nitretados de modo a aumentar sua resis-
tência superficial ao desgaste, o que contribui também para melhorar a resistência ao
engripamento, indesejável em certas peças de aço inoxidável. Além disso, esses aços inoxi-
dáveis de elevados teores de cromo e de níquel e mesmo os que contém apenas cromo
adquirem, após nitretados, grande resistência ao vapor superaquecido, ao vapor saturado,
aos combustíveis a base de petróleo, e t c . . Entretanto, a nitretação reduz a resistência à
|,r4)

corrosão por parte do ácido nítrico concentrado.


JIHGFEDCBA
EDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E PERROS FUN DIDOS

1. Introdução - Mancais são importantes acessórios para todo o tipo de equipamento


mecânico, fixo ou móvel, pois sua função principal é facilitar o movimento entre parte fixas
e parte móveis. Mancais são empregados desde em motores elétricos mais simples até em
aviões. Deduz-se, portanto, que os materiais para mancais variam de qualidade, mas, de
um modo geral, devem satisfazer a inúmeros requisitos, tanto mais importantes quanto
maiores as tensões a q u e estarão sujeitos. Esses requisitos são: resistência mecânica,
dureza, resistência ao desgaste, além de satisfatória resistência à corrosão e, eventual-
mente, ao calor.

2. Aços para mancais - No sentido mais amplo, os aços para mancais podem ser divididos,
em categorias destinadas a serviço normal, a serviço a alta temperatura e a serviço sob
condições corrosivas.
Os mancais para condições normais de serviço correspondem a praticamente 95% de
todos os elementos de mancais e são aplicados nas seguintes condições : 11751

. temperatura máxima de 120°C a 150°C, embora possa ser tolerada temperatura afã
175°C, por curto prazo de tempo;
. não devem ser aplicados em temperaturas abaixo de -50°C;
. as superfícies de contato devem ser lubrificadas com óleo, graxa ou neblina;
. as máximas tensões de contato Hertzianas devem ser da ordem de 2,1 a 3,1 GPa.
Esses materiais d e v e m apresentar i g u a l m e n t e t e n a c i d a d e e estabilidade
microestrutural às temperaturas extremas, devido ao fato d e s s e s elementos estarem
sujeitos a ações de vibrações, choques, desalinhamento, detritos e manuseio. Final-
mente, devem apresentar adequada d u r e z a superficial, resistências ao desgaste e à.
fadiga.
Os tipos mais comuns de aço para mancais são de alto carbono (1,00%), utilizados nó'
estado temperado e revenido ou endurecido superficialmente. Utilizam-se também aços de
baixo carbono (0,20%), empregados no estado cementado . (17fi)

Os de alto carbono tratados termicamente suportam melhor as tensões de contato e


oferecem melhor estabilidade dimensional sob extremos de temperatura, em função do teor
mais baixo de austenita retida.
Os de baixo carbono cementados têm a vantagem de apresentar um núcleo mais tenaz
que resiste mais, através da secção, aos efeitos de tensões que aparecem devido a aspere-
zas, mau alinhamento e detritos.
A Tabela 72< ' apresenta as composições de aços para mancais de alto carbono.
175

TABELA 72
C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a ç o s d e a l t o c a r b o n o para m a n c a i s

C o m p o s i ç ã o química, %
Aço
C Mn Si Cr Ni Mo
AISI52100 1,04 0,35 0,25 1,45 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
...
A.STMA485-1 0,97 1,10 0,60 1,05
4STMA485-3 1,02 0,78 0,22 1,30 0,25
• TBS-9 0,95 0,65 0,22 0,50 0,25 max. 0,12
SUJ (a) 1,02 abaixo 0,25 1,05 abaixo abaixo
0,50 0,25 0,08
105 C r 6 ( b ) 0,97 0,32 0,25 1,52
SHK H15-5HD (c) 1,00 0,40 0,28 1,42 abaixo
0,30
( a ) - j a p o n ê s ; (b) alemão; (c) russo zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO

310
JIHGFEDCBA
GFEDCBA Aços PARA MANCAIS

A Tabela 73< 175) apresenta a composição dos aços cementados.

T A B E L A 73
A ç o s c e m e n t a d o s para m a n c a i s

Composição química, %
Tipo
C Mn Si Cr Ni Mo
4118 0,20 0,80 0,22 0,50 0,11
5120 0,20 0,80 0,22 0,80
8620 0,20 0,80 0,22 0,50 0,55 0,20
4620 0,20 0,55 0,22 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
... 1,82 0,25
4320 0,20 0,55 0,22 0,50 1,82 0,25
3310 0,10 0,52 0,22 1,57 3,50
3CM420 0,20 0,72 0,25 1,05 0,22
20MnCr5 0,20 1,25 0,27 1,15

3. Aços para mancais para fins especiais - A Tabela 74f i mostra a composição química
,75

de aços para mancais utilizados a temperaturas acima de 150°C.

T A B E L A 74
C o m p o s i ç ã o q u í m i c a d e a ç o s para mancais e m p r e g a d o s a
a l t a s temperaturas

Composição química, % Max.


Aço
temp. de
C Mn Si Cr NI Mo V Outros u s o °C
M50 0,85 4,10 4,25 1,00 315
M50-NÍL 0,13 0,25 0,20 4,20 3,40 4,25 1,20 315
' Pyrowear 5 3 0,10 0,35 1,00 1,00 2,00 3,25 0,10 2,00 Cu 205
CBS-600 0,19 0,60 1,10 1,45 1,00 0,06 Al 230
Vasco X2-M 0,15 0,29 0,88 5,00 1,50 0,50 1,50 W 230
CBS-1000M 0,13 0,55 0,50 1,05 3,00 4,50 0,40 0,06 Al 315
BG42 1,15 0,50 0,30 14,5 4,00 1,00 370
Máxima temperatura baseada numa dureza a quente mínima de 3 8 H R C .

Como se vê, esses aços são ligados com elementos estabilizadores de carboneto - cro-
mo, molibdênio, vanádio e silício - os quais melhoram sua dureza a quente.
Aplicações típicas desses aços são feitas em mancais para aviões e motores estacioná-
rios de turbinas.
Alguns desses aços, como os tipos M50-NÍL e CBS-1000M, são cementados. Nesse
caso, a tenacidade do núcleo é mais que o dobro da tenacidade dos aços temperados.

fedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

311
zyxwvutsrqponmlkjihgfe
A ç o s PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

A ÇO S PA RA FERRA MENTA S
E M A TRIZ ES
Vi

"ir.
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

1. Introdução - As ferramentas utilizadas n a indústria em geral e, particularmente, na


indústria mecânica, são um acessório imprescindível na usinagem e conformação de peças
metálicas ou não, fabricadas pelos processos tradicionais de produção. Essas ferramentas
devem apresentar requisitos que possibilitem realizar as operações a que foram destinadas
com precisão e a um custo relativamente baixo. Em consequência, não basta escolher o
melhor material para confeccioná-las em função do trabalho exigido, m a s igualmente
projetá-las adequadamente e escolher as máquinas operatrizes que apresentam as melho-
res condições de rigidez, velocidade de corte e outros requisitos importantes.
Os aços são os materiais mais importantes de ferramentas, embora outros materiais
como por exemplo o metal duro estejam sendo empregados de modo crescente. Neste
capítulo, a ênfase será dada à descrição dos vários tipos de aços disponíveis para essas
aplicações.
É notório que o ferro e o aço foram os primeiros materiais utilizados por um ser
humano na forma de ferramenta e a arte d e endurecer o aço pelo s e u aquecimento a
elevadas temperaturas e subsequente resfriamento em água é tão antiga, que a data de
descoberta por acaso desse processo de endurecimento não pode ser apontada com
absoluta precisão.
É certo, por outro lado, que somente a partir do início do século XX, a utilização de
ferramenta de aço se generalizou e começou a adquirir a importância que apresenta na
presente época, graças a estudos e pesquisas no campo da técnica de sua fabricação,,
assim como no constante desenvolvimento de novos tipos de aços, mediante a incorporação
de novos elementos de liga, para aplicações de responsabilidade cada vez maior.
Esses aços são, possivelmente, os que exigem maiores cuidados e tanto sob o ponto de
vista de fabricação, desde a sua fundição, transformação mecânica até o tratamento térmico
final, como também sob o ponto de vista de aplicação. Isso é perfeitamente compreensível
quando se considerar os requisitos que eles devem preencher e os tipos e condições de
serviços a que se destinam.

2. Característicos fundamentais dos aços para ferramentas e matrizes - São os seguintes:

2.1. Dureza à temperatura ambiente - É óbvia a importância dessa propriedade, visto


que a dureza da ferramenta ou matriz deve s e r superior à dureza d a peça sobre a qual
exercerão sua ação de corte, usinagem ou conformação. A dureza depende essencialmen-
te do teor de carbono, a não ser nos aços com elevados teores de elementos de liga. A
maioria das ferramentas e matrizes, tais c o m o ferramentas de corte, matrizes para
estampagem profunda, e t c , é usada à máxima dureza que se pode obter. Em outros casos,
entretanto, como nas matrizes para deformação a quente ou nas ferramentas de percus-
são, a dureza não é, por assim dizer, o requisito essencial e, nessas aplicações, as ferra-
mentas ou matrizes são geralmente aplicadas com durezas abaixo das máximas que se
podem obter. .

2.2. Resistência ao desgaste - Constitui este igualmente um requisito muito importante,


pois o desgaste pode causar falhas em muitos tipos de ferramentas. Há, aparentemente, um
grande número de fatores que afetam essa propriedade: a composição do aço (que determi-
na o tipo e a composição dos carbonetos), a suscetibilidade do aço e m endurecer por
encruamento da superfície, e resistência mecânica do aço, além de fatores estranhos ao
material, como tipo de lubrificante, tipo de operação, calor gerado durante a operação, etc.
Também para esta propriedade, o carbono é o elemento de maior influência; entretanto, nos
aços altamente ligados, os elementos de liga podem influir, devido à dureza e à distribuição
dos carbonetos que se formam.

2.3. Temperabilidade - É um requisito indispensável, pois uma maior penetração de


dureza garante perfeita uniformidade de característicos mecânicos em secções apreciá-
veis. Como se sabe, nos aços-carbono comuns, é difícil alcançar alta profundidade de

314
IHGFEDCBA zyxwvutsrqponm
zyxwvutsrqponm
Aços PARA FERRAMENTAS E M A TRIZES

gndurecimento sobretudo em secções superiores a 25 mm; entretanto, uma pequena a d i -


ção de cromo resultará, nessas dimensões, em temperabilidade completa. De qualquer
modo, o aumento do teor de elementos de liga tem a tendência de diminuir a diferença d e
.dureza entre a superfície e o centro. Essa mesma elevação do teor de elementos de liga
permite a utilização de"meios mais brandos de têmpera, ainda com garantia de endureci-
' ento total.
m

2.4. Tenacidade - Geralmente, é um característico desejável em qualquer ferramenta ou


matriz. Entretanto, difícil é aliar-se os conceitos de elevada tenacidade e alta dureza. P o r
I outro lado, a própria definição de tenacidade pode levar a interpretações erróneas. A t e n a -
: cidade, em outras palavras, pode ser definida como "a capacidade do material deformar-se
antes de romper" ou como "a capacidade do material absorver considerável quantidade de
; energia sem romper". No primeiro caso, o conceito é aparentemente de que o material deve
; deformar-se plasticamente antes de romper, ou seja, antes da ruptura, deve ocorrer apreci-
á v e l deformação de natureza plástica. No segundo caso, o conceito é de que o material
, deve suportar a máxima carga ou tensão sem romper; em outras palavras, neste caso, a
importância reside na tensão ou carga necessária à ruptura e a definição parece mais
aplicável no caso de ferramentas e matrizes onde, geralmente, não são permitidas defor-
mações de natureza plástica. O método clássico de determinar-se a tenacidade é, como s e
..sabe, o do "ruptura por choque", o que consiste em aplicar-se uma carga repentina, m e d i -
ante "martelo de queda" ou "martelo pendular" ou dispositivo semelhante, num corpo de
: prova, de forma e dimensões especificadas. A massa do martelo é dotada de uma certa
'energia inicial, visto que se move de uma determinada altura ou posição; ao chocar-se com
,õ corpo de prova, transmite-lhe parte da energia; essa energia que é absorvida pelo corpo
de prova serve como medida de tenacidade e é expressa em kgfm ou Joule. Outro método
: que tem sido usado para medir a tenacidade é o do "impacto por torção" . Nela, o corpo 11761

de prova, também de formato e dimensões apropriadas, é preso numa extremidade, ao


passo que na outra se adapta um dispositivo em posição transversal que permite o
engrenamento do corpo de prova com um volante, depois que este estiver dotado de u m a
certa velocidade d e rotação, à qual corresponde u m a e n e r g i a conhecida. O b r u s c o
engrenamento causa a ruptura por torção do corpo de prova e simultaneamente o volante
diminui de velocidade, adquirindo uma energia final; a diferença entre a energia inicial c o -
nhecida e a final medida, corresponde a energia absorvida pelo corpo de prova, que expri-
miria também o torque em kgfm, ou seja, a tenacidade do material, por este método de
ensaio. Evidentemente, quanto maior a tenacidade do material, mais depressa o volante
parará, porque maior a quantidade de energia transmitida ao corpo de prova. Não há rela-
ção entre os dois tipos de ensaio. Pelo contrário, tem sido verificado praticamente q u e o
comportamento do material quando submetido aos dois tipos de ensaio é muito diferente
como indica a figura 138.

Finalmente, outro método igualmente usado para medir a tenacidade é o do "dobramen-


to", ou melhor, da "determinação da resistência transversal".
Os fatores que afetam a tenacidade do aço são: tensões internas, produzidas por têmpera
drástica, reaquecimento muito rápido dos aços temperados, retificação inadequada, e t c , por-
que p o d e r ã o p r o v o c a r c o n c e n t r a ç ã o d e t e n s õ e s , a t u a n d o c o m o falhas i n t e r n a s ;
encniamento; granulação grosseira; dureza excessivamente alta; segregação anormal, teor
em ligas, exigindo maiores temperaturas de revenido e, em consequência, contribuindo a
uma maior tenacidade, pela diminuição daquelas tensões internas.

2.5. Resistência mecânica - Uma elevada resistência mecânica é indispensável, visto que
os aços para ferramentas e matrizes devem apresentar a capacidade de suportar esforços
sem o aparecimento de falhas ou de deformação permanente. Exige-se igualmente altos
valores para os limites elásticos e de escoamento. A resistência mecânica é determinada
pelos ensaios de tração e de torção estática. Costuma-se ainda especificar, em alguns c a -
sos, a resistência à compressão.

315
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUND/ POS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

...Jw
Aço - Carbono com 0,8% C
Temparado de S75°C am água zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
^fS

II
x
/ SS^ b '
D) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
/ .
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Chitt](io - Corpos
de prova de
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
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/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
T
/ Torçãa
Arnost •as da •$$S

3,0 / zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQS
SS
"íf
150 200 2S0 000 350 400 450 500 •fê
T e m p e r a t u r a d e revenido, ° C
;Ss
Fig. 138 - Comportamento d e aço quando s u b m e t i d o a ensaio para m e d i d a d e tenacidade por •yg
c h o q u e e p o r torção em f u n ç ã o de temperatura de r e v e n i d o .

''ۤ
2.6. Dureza a quente - Este é um característico altamente desejável e m certos aços para ?:í
ferramentas e matrizes, utilizados em altas temperaturas, devido ao calor das próprias condi- "~
ções de serviço ou ao que se desenvolve durante as operações de usinagem. A dureza a.
quente é propriedade q u e os aços podem apresentar de reter alta dureza a temperaturas
elevadas (da ordem de 6 0 0 " C para os aços rápidos). Os aços em q u e tal característico é
fundamental são os "aços rápidos" e os "aços de matrizes para trabalho a quente"; essas são-
aplicações em que, além da alta dureza a temperaturas elevadas, é desejável alta resistên- ||
cia ao desgaste a essas temperaturas, ao mesmo tempo que é imprescindível que sejam fj|
mantidas as formas e as dimensões das ferramentas e das matrizes. A composição química Hf
do aço é fator determinante desse característico, sendo os elementos responsáveis direta- 'f
mente por essas propriedades, o tungsténio e m primeiro lugar, o molibdênio a seguir, o
cobalto, o cromo e o vanádio.
|||
2.7. Tamanho de grão - Geralmente é desejável um tamanho d e grão pequeno, ou. ||&
granulação fina, pois que esta se associa com característicos mecânicos superiores. Para os §£
aços-ferramenta, o tamanho de grão é determinado pela fratura, quando o material é que- >S1
brado numa condição de dureza de aproximadamente 55 Rockwell C. O material deve ser Sp!
suficientemente duro para romper intergranularmente. Se o aço apresentar-se em condições, ífH!
d e b a i x a d u r e z a , c o m o n o e s t a d o r e c o z i d o , e l e r o m p e r á a t r a v é s d o grão ou: . Sf
transgranularmente. Nessas condições, vários grãos podem combinar-se de modo a formar M íH
uma face individual, dando a aparência de um único grão. O aço-carbono para ferramenta
constitui um exemplo de aço apresentando os dois tipos de fraturas da m e s m a peça. De fato, íÊ
e m certas dimensões, a peça endurecerá por t ê m p e r a na superfície até uma certa profundi- H|
dade, e continuará mole no núcleo: a camada superficial romperá intergranularmente e_o tgs
n ú d e o transgrariuiarmeníe; assim, o tamanho de grão da camada superficial aparecerá pe- "íà
queno e o núcieo grande, quando, de fato, a granulação é a mesma. . jiyg
Obtida a fratura, a mesma é comparada com o sistema de fraturas-padrão, desenvolvido fèf
por B. F. Shepherd, q u e relacionou a fratura de 1 a 10, correspondendo o n- 1 a mais ÍM
grosseira e a 10 a mais fina. Este ensaio é o chamado "P.F," (P de penetração e F de fratura). %|
A determinação do tamanho de grão pelo ensaio d e fratura tem, entretanto, limitações,
sobretudo nos aços de alto teor em liga, como nos aços rápidos e nos aços de alto carbono S íSÇ
e de alto cromo; neles, os carbonetos podem ser tão grosseiros que quando o aço é quebra-

316
HGFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E NÍATRTZES

. . . J w ^ d n , para exame da fratura, esta segue os pontos de contato do carboneto com a matriz,
YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
^fSr indicando, em consequência, um grão maior que o real.

IIK 2.8. Usinabilidade - Evidentemente, não se pode associar às propriedades mencionadas,


SS^ b ''sobretudo alta d u r e z a e resistência a o desgaste, u m a usinabilidade satisfatória. A
MLKJIHGFEDCBA
• usinabilidade é tanto menor quanto maior o teor em ligas, visto que se forma um apreciável
número de carbonetos duros. Por outro lado, aumentando o teor de carbono e de elementos
baZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
|||.?J^ de liga, mais difícil toma-se o recozimento do material para diminuir su dureza. Têm, pois, os
especialistas um problema relativamente complexo para resolver na usinagem desses aços,
i-~ ' às veze, imprescindíveis, para a confecção das ferramentas e das matrizes necessárias.
:

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3. Condições que permitem atingir os requisitos exigidos nos aços para ferramentas e
•$$S« matrizes - Os requisitos ou característicos exigidos por esses tipos de aços, comprovam a
UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
S* sua complexidade e os problemas que os produtores e os usuários têm de enfrentar para
S S ; possibilitar o seu emprego nas melhores condições.
"ífr " Em princípio, dois são os fatores que fundamentalmente possibilitam o atendimento das
7

•fêM exigências de qualidade dos aços considerados:

;Ss- - composição química;


•yg:; - tratamento térmico.

''€§, 3.1. Composição química - Os principais elementos de liga presentes nos aços para ferra-
a ?:í*íí mentas e matrizes são os seguintes: carbono, silício, manganês, cromo, vanádio, tungsténio,
- " ~ ! " molibdênio e cobalto. Sua ação é a seguinte:
.
- carbono - é o elemento essencial, pois é ele, por intermédio dos carbonetos que se
é formam, que confere dureza e resistência ao desgaste; seu teor é geralmente alto - em torno
- do eutetóide ou acima - podendo atingir, em alguns casos, valores superiores a 2 % . E m
- | | f outros casos, desejam-se valores abaixo do eutetóide, q u a n d o os característicos de
m f j | | ; ductibilidade e tenacidade são mais importantes do que os de dureza e resistência ao des-
a H f f gaste, por exemplo, em ferramentas sujeitas a golpes, como martelos, ferramentas de ferrei-
'fe certas matrizes, e t c ; nelas, o teor de carbono é, no máximo, de 0,60%/0,70%.
- silício - geralmente em teores baixos (0,10 a 0,30%), é adicionado como desoxidante;
como se dissolve na ferrita e tende a decompor os carbonetos, n u n c a é usado isoladamente
|||f: como elemento de liga, a não ser que se procure propositadamente a formação da grafita
. | | & (aços grafíticos); portanto, quando há necessidade de um teor de silício mais elevado, adici-
§ £ v ona-se também elementos estabilizadores de carbonetos, tais como molibdênio e cromo;
>S1-- - • manganês - também desoxidante (até 0,5%) e dessulfurante. Em teores mais elevados,
r Sp!- melhora a temperabilidade apreciavelmente. O efeito do manganês neste sentido é tão gran-
, ífH! de, que a adição de cerca de 1,60% de Mn em aço-carbono com 0,90%C, permite a têmpera
: . Sff? em óleo; zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
M íHS' "zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
cromo - adicionado principalmente para aumentar a temperabilidade, tomando, com o Mn,
a o aço temperável em óleo. Aumenta a resistência ao desgaste, porque aumenta a dureza.
íÊt Devido sua ação simultânea na ferrita, q u e reforça, o aumento d a dureza é realizado s e m
- H|: prejudicar sensivelmente a ductilidade. O cromo é encontrado nos aços para ferramentas e
:

t g s | matrizes, nos teores os mais variados, desde baixos até muito altos; 5 % de cromo, juntamente
"íà;-com 1 % de molibdênio' 1775compõem um aço com característicos de temperabilidade apreciá-
jiyg vel, endurecível ao ar, de muita utilidade para cartas matrizes. O cromo pode atingir teores de
fèf; 11,0% a 14,00%, com carbono também elevado (1,50% a 2,20%). Os aços correspondentes
ÍM '- P notável resistência ao desgaste e são temperáveis em óleo ou ao ar. Também nos
o s s u e r n

% | : aços rápidos, encontra-se cromo em tomo de 4 % - juntamente com tungsténio e vanádio - os


quais, nos mesmos, têm por objetivo aumentar a temperabilidade e a dureza a quente;
S íSÇ - vanádio - desoxidante e controlador do tamanho de grão. Forma carbonetos estáveis e
- melhora a temperabilidade dos aços. O principal efeito é impedir o crescimento do grão,

317
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF

refinando-os. Os carbonetos que forma são muito estáveis, mesmo a temperaturas eleva-
das, o que resulta não só no impedimento do crescimento do grão, como também na melhora
da dureza a quente do aço. Sua adição nos aços-carbono para ferramentas não é geralmen-
te superior a 0,50%, normalmente 0,25%-0,35%. Sua ação nesses aços é refinar e uniformi-
zar o grão< . Como os carbonetos de vanádio não se dissolvem na austenita a temperatu-
178)

ras normais de tratamento térmico, eles constituem pontos de nucleação da periita. Portanto,
o t a m a n h o de g r ã o m e n o r e as n u m e r o s a s p a r t í c u l a s d e c a r b o n e t o reduzem a
temperabilidade do aço. Entretanto, se a temperatura de tratamento térmico for aumentada,
os carbonetos de vanádio se dissolvem, resultando então em aumento da temperabilidade.
Assim sendo, quando há suficiente quantidade de carboneto de vanádio presente, esse
efeito pode ser combinado com a tendência das partículas de carboneto prevenirem cresci-
mento de grão, de modo a resultar em aços de granulação fina com simultâneos caracterís-
ticos de média a profunda temperabilidade. Assim, um aço para ferramenta contendo 1,00%
de carbono e 0,40% a 0,50% de vanádio comumente usado para certas matrizes para traba-
,8*
i lho a frio pode ser temperado em água ou salmoura a partir de temperaturas de 790°C a
980°C' > sem perigo de aparecerem fissuras. Nos aços rápidos, o vanádio pode entrar em
17B

teores até 4,00-4,50%, sobretudo com o objetivo de melhorar a capacidade de corte e a


dureza a quente, porque, como já se mencionou, os seus carbonetos são muito estáveis a
altas temperaturas;
- tungsténio - é essencialmente um formador de carbonetos, melhorando a dureza do aço a
temperatura ambiente. Em teores até cerca de 1,50%, em aços de alto carbono, melhora ligei-
ramente a resistência ao desgaste. Até cerca de 4,00%, com aproximadamente 1,30% de car-
bono, o aço já adquire apreciável resistência ao desgaste, a ponto de, no estado temperado, ser
difícil de retificar. Tungsténio mais elevado - entre 12% e 20% - sobretudo juntamente com o
cromo, confere a mais importante propriedade dos aços para ferramentas e matrizes: dureza a
quente, isto é, capacidade de retenção da dureza até temperaturas da ordem de 600°C, propn-
edade de grande importância nas operações de corte a alta velocidade ou de conformação a
altas temperaturas. Ainda que o tungsténio seja o elemento mais eficiente na "dureza a quente",
a obtenção deste característico é mais efetiva quando se adiciona juntamente com o
tungsténio, molibdênio, cobalto, vanádio ou cromo, em combinação de dois, três ou mais des-
ses elementos. Seu efeito explicar-se-ia pela formação de um carboneto complexo (Fe, W, Cr,
V) C que precipita da martensita e subsequente coalesce muito lentamente a temperaturas
6

abaixo de 600°C, assim retendo a dureza do aço essas temperaturas' '.


r
179

- cobalto - utilizado somente em alguns tipos de aços (certos aços rápidos); aumenta sua
dureza a quente, aparentemente devido ao seu efeito direto na resistência e dureza a quente

» :
da matriz do aço' '. Diminui a temperabilidade, mas esse efeito não é muito significativo nos
179

aços para ferramentas onde é adicionado, visto que, nos mesmos, os outros elementos
existentes aumentam a temperabilidade de tal modo, a tomá-los endurecíveis ao ar. Os aços
com cobalto são sujeitos à descarbonetação, de modo que precauções especiais são neces-
sárias durante o seu aquecimento para o tratamento térmico;
- molibdênio - dissoive-se na ferrita e tende também a formar carbonetos; contribui no
sentido de melhorar a "dureza a quente", além de aumentar a resistência e a ductilidade.
BÍ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Muito ativd no sentido de melhorar a temperabilidade. Seu uso mais importante é como
substituto parcial do tungsténio. A prática mostra que a metade da quantidade de molibdênio,
em relação a do tungsténio, produz resultados comparáveis; por exemplo: 6 % Mo + 5% W
equivaleriam a cerca de 1 8 % de W.

Em resumo, como j á se sabe e especificamente no caso dos aços para ferramentas.

- os elementos de liga produzem menor empenamento durante a têmpera, pqrque aumen^


tam a endurecibilidade dos aços e permitem o emprego de meios de resfriamento menos
drásticos, o que se traduz em menores tensões de natureza térmica. Esse fato é importante
no caso particular dos aços para ferramentas, devido às peças serem muitas vezes de natu-
reza complexa e com arestas finas; zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ

318
KJIHGFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

- os elementos de liga conferem maior resistência à abrasão à mesma dureza porque


formam carbonetos duros, estáveis e resistentes ao desgaste, os quais são em maior quan-
tidade, à medida que aumentam os teores de carbono e de elementos de liga;
- os elementos de liga conferem maior tenacidade à mesma dureza, em seções menores,
- porque conferem granulação mais fina, diminuem as tensões internas (devido a menores velo-
cidades de resfriamento) e, além disso, ao permitir o emprego de maiores temperaturas de
a revenido, sem prejudicara dureza final, aliviam de modo mais pronunciado as tensões internas;
- finalmente, os elementos de liga permitem a obtenção de maiores dureza e resistência a
temperaturas elevadas, devido à relutância dos carbonetos de liga coalescerem quando s u -
jeitos às condições de serviços das ferramentas.
-
- A Tabela 75' > mostra os principais elementos de liga adicionados nos aços para ferra-
180

% mentas e matrizes, na sua ordem aproximada de potencialidade para conferir os caracterís-


-
,8*
a TABELA75
m H a b i l i d a d e d o s e l e m e n t o s d e liga e m conferir c e r t o s c a r a c t e r í s t i c o s a o s
a aços para ferramentas e matrizes

a Característicos E l e m e n t o s d e liga
Dureza a quente W, M o , Co (com W ou Mol), V, Cr, M n
a Resistência ao desgaste V, W, M o , Cr, Mn
- Profundidade d e endurecimento M n , M o , Cr, Si, Ni, V (a)
- Empenamento mínimo Mo (com Cr), Cr, Mn
r Tenacidade pelo refino de grão V, W, M o , M n , Cr
o (a) O vanádio fornece elevada profundidade de endurecimento se austenizado a temperatura suficiente-
a mente elevada p a r a dissolver o carboneto d e vanádio.
-
a ticos principais a esses aços.
, 3.2 Tratamento térmico -Em todos os aços não comuns, o tratamento térmico constitui
o talvez a mais importante fase de fabricação, pois é ele que irá determinar a estrutura e as
- propriedades finais, de acordo com as condições e as necessidades de serviço. Tal fato
r, cresce de importância nos aços para ferramentas e matrizes, devido às condições extrema-
s mente especiais de serviço e utilização desses materiais e devido, nos tipos altamente liga-
dos, à complexidade de sua composição química e estrutura.
a As temperaturas empregadas nos tratamentos térmicos dos aços para ferramentas e
e matrizes abrangem a mais larga faixa, dentre todos os produtos metalúrgicos, desde t e m p e -
s raturas subzero até temperaturas da ordem de 1.320°C. As mais elevadas são aplicadas nos
s aços rápidos e tornam os aços suscetíveis de adquirirem granulação grosseira, a não ser que
s cuidados especiais sejam tomados. Essas elevadas temperaturas não podem ser evitadas
- porque é necessário garantir completa solução dos carbonetos complexos existentes nesses
tipos de aços, no ferro gama. As precauções normais para evitar excessivo crescimento de
o grao consistem em dividir o aquecimento em duas etapas, a primeira das quais consiste n u m
e. preaquecimento entre 700°C e 870°C. À s vezes, recomenda-se um duplo preaquecimento:
o num primeiro forno entre 540°C e 650°C e num outro, entre 845°C e 870°C< ', havendo 181

o, finalmente a transferência ao forno à temperatura final de aquecimento.


W Os açoa-carbono para ferramentas, principalmente com os mais elevados teores de car-
bono, são os mais difíceis para temperar, j á que os tempos de transferência à esquerda do
cotovelo das curvas TTT são os mais curtos. Por outro lado, esses aços, assim como a q u e -
les que possuem também molibdênio e cobalto são os que mostram maior tendência à
descarbonetação superficial. Sendo a descarbonetação mais prejudicial nesses aços do q u e
^ em outros tipos, é necessário que precauções j á conhecidas para evitar tal fenómeno sejam
s rigorosamente seguidas no seu tratamento térmico. A própria adoção do aquecimento e m
e duas etapas, contribui para diminuir a tendência à descarbonetação, pelo menor tempo q u e
u- o material fica exposto às temperaturas mais elevadas.
VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
No que se refere ao resfriamento observa-se também nos aços para ferramentas e matri-

319
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

zes todas as velocidades comercialmente disponíveis de resfriamento, como salmoura, água,


óleo, banho de sal, ar, etc. Do mesmo modo, a temperatura do meio de esfriamento pode variar
grandemente, desde as temperaturas dos meios mais drásticos como água e salmoura até as
temperaturas dos banhos de sal, que podem atingir 540°C s 590°C. N a têmpera, podem
ocorrer deformações e são os aços-carbono para ferramentas os mais suscefíveis a esses
fenómenos, devido à temperatura mais drástica a que são submetidos com o objetivo de obter
durezas mais altas. Nesses aços, a têmpera drástica origina ainda tensões internas muito
elevadas, o que torna o revenido final uma operação muito importante.
A faixa de temperaturas de revenido nos aços para ferramentas e matrizes é muito extensa.
Os aços-carbono ou contendo baixo teores de elementos de liga são frequentemente revenidos
a temperaturas relativamente baixas, da ordem de 120°C a 350°C, ao passo que os aços rápidos
e os aços para trabalho a quente podem ser revenidos a temperaturas muito elevadas da ordem
de 600°C ou 650°C. Por outro lado, é frequente, em certos tipos desses aços, a necessidade de
mais de um revenido, sobretudo naqueles aços em que, após a têmpera, a estrutura consiste em
martensita tetragonal altamente ligada, austenita retida igualmente ligada a carbonetos comple-
xos não dissolvidos. Esses aços no estado temperado são extremamente duros, frágeis, em
estado de elevadas tensões e muito instáveis. O revenido múftiplo alivia as tensões internas, a
fragilidade e a instabilidade sem prejudicar a dureza. Durante o aquecimento para esse revenido,
o aço desenvolve a "dureza secundária", da mesma ordem de grandeza que a dureza original no
estado temperado.Convêm obsen/ar ainda que o revenido dos aços para ferramentas e matrizes
é comumente realizado logo após a têmpera, para permitir o alívio imediato das tensões internas,
que são muito elevadas na maioria desses aços no estado temperado. Finalmenie, o revenido
pode ser realizado em fomos com circulação forçada de ar, ou em banhos de sal ou de chumbo.
Maiores pormenores sobre o tratamento térmico dos aços para ferramentas e matrizes
serão abordados quando da sua descrição.

4. Classificação e seleção dos aços para ferramentas e matrizes


De acordo com o "American Iron and Steel Institute AIS!", os aços para ferramentas e
matrizes podem ser classificados em sete categorias principais : 11821

- Aços temperáveis em água, identificados pela letra W;


- Aços resistentes ao choque, identificados pela letra S;
- Aços-ferramenta para moldes, identificados pela letra P;
- Aços-ferramenta para fins especiais identificados pelas letras L e F ou sem identificação.
Estes aços podem ser sub-divididos nos seguintes grupos:
- aços-ferramenta "matriz";
- aços ao tungsténio para acabamento;
- aços de alto carbono e baixo teor em liga;
- aços semi-rápidos;
- aços grafíticos;
- Aços-ferramenta para trabalho a frio, identificados pelas letras O, A, D;
- Aços-ferramenta para trabalho a quente, identificados pela letra H;
- Aços rápidos, identificados pelas letras T e M.

As aplicações podem ser agrupadas em cinco tipos básicos de operação:

- ferramentas de conformação, a quente ou a frio, incluindo apficações tais como blocos s


insertos de matrizes, ferramentas para forjamento a quente, ferramentas para prensagem e
estampagem profunda, matrizes e punções para recalque a frio, ferramentas para extrusão e
aplicações semelhantes. Devido ao fato deles serem expostos a elevadas tensões por curtos
períodos de tempo durante a operação, seus característicos principais devem ser, além da
resistência ao desgaste, tenacidade e usinabilidade. As aplicações em sen/iço de conforma-
ção a quente, devem caracterizar-se igualmente por dureza a quente;
- ferramenta de corte, incluindo lâminas de tesoura, matrizes de corte em forjamento e

320
JIHGFEDCBA zyxwvutsrqpo
zyxwvutsrqpo
Aços SARA FERRAMENTAS E M A TRIZ ES

, recalque, matrizes de rebarbação, matrizes para recorte de discos, punções e aplicações seme- ^
r lhantes. Estão também sujeitas a altas tensões e exigem, além de resistência ao desgaste, alta O
s tenacidade. Exigências secundárias são segurança e mínimo empenamento na têmpera; r~N
m - ferramentas para usinagem, incluindo todas as ferramentas empregadas em máquinas
s operatrizes, as quais exigem alta dureza à temperatura ambiente e dureza a quente, além de ( )
r resistência ao desgaste. Tenacidade é um característico secundário;
o - ferramentas para moldes, incluindo aplicações tais como moldes para plásticos, moldes O
para fundição sob pressão de metais e ligas de zinco, alumínio e cobre e ferramentas para
. ' metalurgia do pó (compactação), briquetagem de tijolos e de materiais cerâmicos;
s - aplicações miscelâneas, onde s e exige alta resistência ao desgaste, como discos para
s máquinas de moldar por projeção centrífuga de areia e discos de esmeris, ou alta tenacida-
m de, como peças de percussão, ou alta dureza, como calibres, e t c '
e
m Para selecionar um aço para ferramenta deve-se considerar, portanto, as aplicações para {
- as quais as ferramentas são destinadas e, para cada caso, as propriedades de maior ou 1"
m menor importância.
a Para a maioria das aplicações, os característicos de maior importância são resistência ao >
, desgaste, tenacidade e dureza a quente. v ,
o Outras propriedades, como dureza de trabalho (relacionada com o limite de escoamento í
s ou limite de elasticidade do aço), profundidade de endurecimento (relacionado com o carac-
, terístico de tensões internas do aço) e tamanho de grão são considerados de menor impor- Q
o tância para certas aplicações, mas para outros podem ser relevantes.
. Para facilitar a seleção de cada aço destinado a uma aplicação determinada, estabele-
s ceu-se um sistema numérico de 1 (baixo) a 9 (alto) que permite qualificar o aço em função
dos característicos considerados de maior importância, ou seja resistência ao desgaste,
tenacidade e dureza a quente.
Os característicos de menor importância (relativa) são relacionados em números corres-
e pondentes à dureza Rockwell C, tamanho de grão Shepherd e profundidade de endurecimen-
to, neste caso utilizando as letras S ("shallow" = pouco profunda), M ("médium" = profundida-
de média) e D ("deep" - grande profundidade).
A Tabela 76< > indica, em função dos fatos acima expostos, o primeiro passo para a
la3

seleção de aços para ferramentas e matrizes.

. 5. Aços temperáveis em água (Tabela 77) -Apresentam o carbono como o principal elemen-
to de liga. Constituem, por assim dizer, o ponto de partida ou a base na escolha dos aços para
ferramentas e matrizes. A não ser que se exijam os requisitos "maior resistência ao desgaste",
"maior tenacidade", "maior temperabilidade" e "dureza a quente", esses aços, ao carbono sim-
plesmente, ou com pequenas adições de cromo e vanádio, são plenamente satisfatórios e são,
sobretudo de menor custo. Como o carbono à medida que aumenta, melhora a dureza e a
resistência ao desgaste do aço, mas diminui a sua tenacidade, a sua escolha apropriada de-
penderá das condições de serviço. Geralmente, os diversos tipos são classificados pela por-
centagem de carbono e, de acordo com o teor desse elemento, pode-se estabelecer uma esca-
la, como se vê abaixo, correspondendo à tenacidade e à dureza do aço.
0,50% C - simplesmente tenaz;
0,60% C - muito tenaz, com característicos adequados para têmpera e revenido; resisten-
te ao choque;
s 0,70% C - tenacidade excelente e gume cortante; resistente ao choque;
e 0,80% C - gume cortante satisfatório aliado a boa tenacidade;
e 1,00% C - gume cortante e tenacidade aproximadamente idênticos;
s 1,20% C - grande dureza aliada a certa tenacidade;
a 1,30% C - grande dureza no gume cortante; a tenacidade é menos importante;
- 1,40% C - o primeiro requisito é grande dureza no gume cortante; a tenacidade é secundária.
Assim sendo, as aplicações dos vários tipos de aço-carbono para ferramentas e matrizes
e são as seguintes ':
1184

321
Aços s FERROS FUNDIDOS

- aços com carbono até 0,75%zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR


- martelos, ferramentas de ferreiro, matrizes p a r a

forjamento a quente em matriz, etc. - ou seja, empregos onde se exige grande tenacidade
aliada a conveniente dureza, além de alta resistência ao choque;
- após com carbono de 0,75% a 0,90% - formões, punções, ferramentas pneumáticas,
lâminas de tesoura, matrizes para estampagem profunda, matrizes para forjamento rotativo',,
etc. - ou seja, emprego onde se exige superfície dura com considerável tenacidade, além de
certa resistência ao desgaste e boa resistência ao choque;

T A B E L A 76
P r i m e i r o p a s s o para a s e l e ç ã o d o s a ç o s para f e r r a m e n t a s e m a t r i z e s
...
Requisitos Caractensticos desejados
Natureza do Requisitos secundários Condições de Resistên- Tenaci- Dureza Grupo potencial :

serviço principais (podem ser serviço cia ao dade a quente Classe do aço
necessários) desgaste

Usinagem Resistência Facilidade Cortes leves,


desgaste; de retificar baixas 4a8 1 a3 1 a6 100,340,600
resistência Tenacidade velocidades
ao amoleci- Cortes pesa-
mento pelo dades, altas
calor velocidades 7a9 1 a3 8a9 600 ;

Corte Resistência Segurança Pedaço fino;


ao desgas- e pequeno percurso curto 4a6 1 a7 (a) 100,410,420
te; tenaci- empena- Pedaço espesso
dade mento na percurso longo 6a9 1 a7 (a) 420,430 440
têmpera Pedaço pesado; 600
percurso curto 2a4 7a9 (a)
Pedaço pesado; 100, 310, 520 ;
percurso longo 3a5 7a9 (a)
320, 520
Conformação Resistência Usinabilida- A frio; percurso
ao desgaste de e tenaci- curto 4a6 1 a7 (a) 100, 410, 420
dade A frio, percurso
longo 7a9 1 a4 (a) 430,440, 600
A quente, per-
curso curto 3a6 6a9 Sa7 100,211,230,
520, 530
A quente, per-
curso longo 4a6 6a9 7a9 530, 540

Estiramento Resistência Pequeno Percurso curto 4a6 1 a7 (a) 100,410,420


ao desgaste empena-
mento na
têmpera Percurso longo 7a9 1 a4 (a) 340, 430
440,600

Extrusão Resistência A frio 4a9 1 a7 (a) 100, 340,400


ao amoleci- 540, 600,500
mento pelo
calor, tena- A quente 3a6 6a9 5a7 500
cidade e
resistência
ao desgaste

Laminação Resistência Percurso curto 4a6 1a7 (a) 100, 410,420


ao desgaste Percurso longo 7a9 1 a4 (a) 340, 430,
440,600

Percussão Tenacidade Resistência Percurso curto 2a4 7a9 (a) 100, 310,320
ao desgaste
(a) Importante s o m e n t e no trabalho a quente, como nos exemplos de c onf ormaç ão, extrusão ou
usinagem.

322
Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r a - aços com carbono de 0,90% a 1,10% - frezas, m a n d r i s , matrizes para c o r t e ,
de ernbutimento, estiramento, lâminas de faca, limas, etc. ou seja, aplicações em que é essert-
• cial gume cortante de grande dureza, além de boa resistência ao desgaste;
s, - aços com carbono de 1,10% a 1,40% - ferramentas de t o m o s , plainas, br o c a s,
o',, alargadores, matrizes para estiramento; para trabalho em madeira, navalhas, etc. - o u seja,
de empregos em que se exige gume cortante de máxima dureza e máxima durabilidade, além de
alta resistência ao desgaste.
A introdução de pequena quantidade de vanádio contribui para obtenção de granulação fina e
prevenção contra crescimento do grão se o aço for superaquecido. O vanádio, portanto, melhora a
'tenacidade e os aços carbono-vanádio são recomendados para os casos em que se deseja máxi-
... ma tenacidade. A introdução de cromo, também em baixos teores, aumenta ligeiramente a profun-
didade de endurecimento e melhora levemente a resistência ao desgaste. Cromo e vanádio, intro-
:

duzidos simultaneamente em baixos teores, melhoram anda mais a temperabilidade do aço.


Afigura 1 3 9 mostra a curva T T T de um aço-carbono com 1 % de carbono. Verifíca-se
(185)

que tais aços devem ser esfriados muito rapidamente - em água - na têmpera-, para adquiri-
rem a estrutura martensítica.
A pequena profundidade de endurecimento que caracteriza esses aços - ao carbono e ao
carbono-vanádio - para ferramentas é, de certo modo, uma vantagem, pois quando tempera-
dos em secções com mais de 1/2" de diâmetro, eles apresentarão uma camada superficial
; dura com um núcleo mole e tenaz. Por outro lado, a necessidade de temperá-los em água,
toma-os mais suscetíveis de empenamento ou fissuração, de modo que deve ser evitada a
fabricação, a partir desses aços, de peças com formas relativamente complexas ou apresen-
tando rasgos de chavetas, orifícios, cantos muito vivos, etc. Outra desvantagem é que as ferra-
mentas confeccionadas com esses aços temperáveis em água, se excessivamente aquecidas
quando em serviço, amolecerão mais ou menos rapidamente, perdendo o seu gume cortante.
;

600

Tempo, escala logarítima

Figura 1 3 9 - C u r v a e m C p a r a a ç o - f e r r a m e n t a c o m 1%decarbono.

5.1. Tratamentos térmicos dos aços temperáveis em água - Esses aços, sendo os mais
simples dentre os aços para ferramentas são os mais fáceis de processar, inclusive no que
diz respeito aos seus tratamentos térmicos.
A Tabela 78< > mostra as temperaturas empregadas nos diversos tratamentos térmicos.
1as

Inclui-se ainda na Tabela a dureza usual de trabalho e a dureza superficial após a têmpera.
I Não está indicada a prática de normalização a qual, embora não seja absolutamente

323
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF

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S3 3

324
KJIHGFEDCBA .Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

T A B E L A 78
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s e d u r e z a s d e a ç o s t e m p e r á v e i s em á g u a

Dureza T e m p e r a t u r a d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
D u r e z a de
trabalho superfiaai
Tipo AIS! usual no estado Meio de Revenido
RC temperado Recozimento Têmpera resfria-
(faixa)
RC mento

110 W1 58a6S 65a67 738/788 760/843 água 149/343


120 W2 58 a 65 65 a 6 7 738/788 760/843 água 149/343
'121 W3 58 a 65 65 a 6 7 738/788 760/843 água 149/343
122 58 a 65 65 a 67 738/788 760/S43 água 149/343
130 58a65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343
131 W4 58 a 65 65 a 6 7 738/788 760/843 água 149/343
132 W5 58 a 65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343
133 W4 58 a 65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343
140 W7 5 8 a 65 65 a 67 738/788 760/843 água 149/343

necessária, é conveniente após o forjamento e antes do recozimento, de modo a produzir


uma estrutura mais uniforme. A normalização é realizada a u m a temperatura ligeiramente
acima da linha A ^ (o diagrama de equilíbrio destes tipos de aços não difere do diagrama de
equilíbrio apresentado na figura n- 3, no primeiro capítulo desta obra).
A estrutura que resulta da normalização é predominantemente perlítioa, de baixa dureza,
com alguma tendência de apresentar cementita nos contornos dos grãos, se o teor de carbo-
no for superior a 0,9 ou 1,0%.
WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
0 recozimento, cuja faixa de temperaturas está indicada na Tabela 78, objetiva reduzir a
dureza, facilitando a usinagem, aliviar as tensões que tenham sido introduzidas por confor-
mação mecânica e produzir uma estrutura mais adequada para a têmpera.
ONMLKJIHGFEDCBA
Como se v ê pela Tabela 78, a temperatura de recozimento é sempre inferior à de norma-
lização e nunca superior a 800°C.
Para reduzir a tendência à oxidação ou descarbonetação, convêm colocar as ferramen-
tas em caixas contendo uma substância inerte, como areia seca ou tratadas em fomos de
atmosfera controlada. O empacotamento assegura uma velocidade de resfriamento lento a
partir da temperatura de recozimento. O tempo à temperatura depende da espessura das
peças: até 2,5 cm de secção, são suficientes 15 minutos à temperatura de recozimento; uma
peça com cerca de 20 cm de secção exige cerca de 2 a 2-1/2 horas de permanência à
temperatura. O resfriamento deve ser lento, com uma velocidade máxima de 28°C/h até a
temperatura de 538°C, a partir da qual o resfriamento pode ser acelerado.
A importância do controle da velocidade de resfriamento reside no fato de que se deve evitar a
formação de rendilhado de cementita nos contornos de grão da perlita resultante e procurar obter-se
uma distribuição de carboneto fino típico dariniCToestruturaesferoidita ou uma estrutura mista lamentar
e esferoidal. Ambas essas estruturas são favoráveis para a usinagem e para a têmpera posterior.
ATabela 78 mostra a faixa de temperaturas para a têmpera. Pela mesma, verifica-se que
as temperaturas empregadas são superiores às da linha de transformação A,, mas bem
inferiores às da linha A , o que revela que, antes da têmpera, as microestruturas dos aços
m

de alto carbono consistem de austenita e carboneto residual. O resfriamento após o aqueci-


mento deve ser muito rápido, em água ou salmoura para ter-se a quantidade suficiente de
martensita (ver a curva em C, figura 139). Não há transformação total da austenita e m
hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
martensita, isto é, forma-se também periita, sobretudo em direção ao núcleo das peças e,
além disso, a zona temperada apresenta certa quantidade de carboneto que não se dissol-
veu na temperatura de austenitização e certa quantidade de austenita retida. A quantidade
desta austenita retida influi nas propriedades do aço, sobretudo n a dureza no estado tempe-
rado e na estabilidade dimensional.
Na realidade, os aços-ferramenta simplesmente ao carbono, ainda que este seja eleva-
do, não apresentam temperabilidade suficiente para endurecê-los completamente, mesmo zyxwvu

325
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

em secções relativamente moderadas, de modo que a adição de cromo, vanádio ou f j '• 6

ambos esses elementos, ainda que em baixos teores, assegura uma maior profundidade de '
endurecimento, permitindo a confecção de ferramentas de maiores dimensões.
A operação final é o revenido, com ampla faixa de temperaturas, como a Tabela 78 mostra *
dependendo a sua escolha da dureza final desejada. O revenido, como se sabe, corrige o exces- ''.
so de dureza da têmpera e alivia as tensões provocadas pelo resfriamento drástico em água ou
salmoura. No revenido entre 230°C e 290°C nota-se uma brusca queda da tenacidade, revelada ~
por ensaio de choque por torção. Essa propriedade volta, entretanto, a melhorar a temperaturas' ^
mais elevadas. Durante muito tempo, esse fenómeno tem sido atribuído a uma decomposição de S
austenita retida ou a uma coagulação de partículas de carboneto a um determinado tamanho "S
crítico' '. Estudos mais recentes atribuem o fenómeno, chamado de "fragilidade a 260°C" à for- -1
187

mação de películas de cementita nos contornos de grão de cementita. ;íí=

TABELA 79
V a n t a g e n s , d e s v a n t a g e n s e a p l i c a ç õ e s t í p i c a s de a ç o - c a r b o n o p á r a f e r r a m e n t a s

Vantagens Desvantagens A p l i c a ç õ e s típicas


Boa usinabilidade Dureza a quente muito baixa Machos d e tarraxas
Cossinetes
Brocas helicoidais
Gume cortante agudo Suscetibilidade à fissura Limas
no tratamento térmico, q u a n - Alargadores manuais
Tratamento térmico fácil do se exige na p e ç a m u d a n ç a s Escareadores de tubos
drásticas de d i m e n s ã o Escareadores ajustáveis
Serras d e fita
Dureza superficial e l e v a d a ' Baixa capacidade d e manter Frezas p a r a acabamento espe-
com núcleo de tenacidade estabilidade dimensional d u - cial
satisfatória rante o tratamento térmico Talhadeiras, cinzéis e formões
manuais

O tratamento térmico dos aços temperáveis em água de baixo teor em liga (com vanádio,
cromo, ou cromo-vanádio) não difere essencialmente do tratamento térmico dos aços sim-
plesmente ao carbono, como se pode notar pelo exame da Tabela 78.

5.2 Aplicações dos aços temperáveis em água - A tabela 7 9 ' ' resume as vantagens, as 188

desvantagens e aplicações típicas de aços-carbono para ferramentas.


As ferramentas confeccionadas com esses aços, a rigor, não apresentam quaisquer limi-
tações de forma, porque podem ser, de modo relativamente fácil, conformadas por usinagem,
retificação ou outro método similar. Uma precaução a tomar, na operação de retificação final,,
depois da têmpera, é evitar que a ferramenta fique danificada pelo calor desenvolvido nessa
operação, visto que o aço-carbono amolece entre as temperaturas de 2 0 0 C a 260°C. P

De qualquer modo, as razões pelas quais os aços carbono ainda desempenham um papel
importante na indústria de ferramentas são, entre outras, as seguintes:

- custo mais baixo que os outros materiais para ferramentas;


- disponibilidade mais fácil;
- usinabilidade melhor;
- maior facilidade de têmpera, à dureza máxima, pois não exigem temperaturas excessi-
vamente elevadas, como os aços rápidos e utilizam um meio de resfriamento simples e de
grande disponibilidade (água), que permite atingir dureza da ordem de 65 Rockwell C;
- menor suscetibilidade à descarbonetação que qualquer outro aço para ferramenta;
- soldabilidade maior que a de qualquer outro aço para ferramenta.

6. Aços resistentes ao choque - O principal grupo desses aços está representado na


Tabela SO' '. Como s e vê, são aços ao silício, de 1,00 a 2,25%. Possuem, além de alta
183

resistência ao choque, boa resistência à fadiga e ao desgaste. zyxwvutsrqponmlkjihgfed

326
HGFEDCBA Aços EARA FERRAMENTAS E NIATRIZES

6'• Suas principais aplicações são feitas em punções e matrizes, além das ferramentas
e ' gspecificamente operando em serviço e m condições de choque. A adição de silício, e m
teores que o t o m a m um elemento de liga, produz os seguintes efeitos' ': 189

*
- ''. - eleva a temperatura critica do aço, o que exige para a têmpera temperaturas mais eleva-
u das (Tabela 81);
a ~ - promove a endurecibilidade, ao deslocar as curvas em C para a direita (figura n 140); 2

' ^ contudo, o silício não rebaixa a temperatura Mi;


e S - retarda o amolecimento durante o revenido;
"S - tende a provocar descarbonetação mais rápida do aço, quando aquecido ao ar;
- -1 - confere ao aço tendência crescente à formação de carbono livre (grafitização).
;íí=
T A B E L A 80
A ç o s para . f e r r a m e n t a r e s i s t e n t e s ao c h o q u e

C o m p o s i ç ã o química n o m i n a l , % C a r a c t e r í s t i c o s gerais
Profundi- Tena- Resis- Dureza U s i n a -
Tipo AISI C Mn Si Cr V Mo dade e n - c i d a d e tência a quen- bilida-
dureci- ao ao te
mento desgaste desgaste
310 S2 0,50 0,40 1,00 0,20 0,50 média 8 2 2 8
311 0,65 0,50 1,00 0,20 0,50 média 7 3 2 8
312 S4 0,55 0,80 2,00 0,25 0,20 ... média 8 2 2 8
313 S5 0,55 0,80 2,00 0,25 0,20 (a) média 8 2 3 8
314 S6 0,45 1,40 2,25 1,50 0,30 0,40 média 8 2 3 8
315 0,45 0,90 2,00 0,25 0,25 1,20 média 8 2 4 8
Os tipos mais importantes são 310 e 313; n o s tipos 3 1 2 , 3 1 3 e 315, o c r o m o é opcional; nos tipos 3 1 0 ,
311,312,313 e 3 1 5 , o vanádio é opcional, (a) Mo varia de 0,20 a 1,35%.

29f ÍC
-
4flC
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CD
CL zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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95%
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95% zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
-

99"%zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
,

SEGUNDOS MINUTOS HORAS

Figura 140 - Diagrama de transformação isotérmica para aço tipo 3 1 4 com 0,43% C, 1,35% M n ,
jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2 , 2 5 % Si, 1,35% Cr, 0 , 4 0 % Mo e O,30% V, austenitlzado a 927°C.

: 327
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Aços E FERROS
FUNDIDOS

N a realidade, como o teor de carbono nesses aços é relativamente baixo, essa tendência
de grafitização não é importante. Além disso, a presença de molibdênio - elemento formador
de carbono - contribui para prevenir o fenómeno.
A Tabela 8 1 ' indica as temperaturas recomendadas de recozimento, têmpera e revenido
( 1 8 9

No recozimento, o resfriamento é feito no forno a uma velocidade de 27°C a 28°C por


hora, de modo a resultar numa dureza entre 183 a 228 Brinell' '. Na ausência de um forno 189

com atmosfera controlada, o material pode ser colocado em caixa envolto numa mistura de
carvão vegetal e uma substância inerte, como areia, cal, ou mica ou ainda cavaco de ferro
fundido limpo. O recozimento é praticado nesses aços, sempre após o forjamento.
As temperaturas de têmpera e os meios de resfriamento estão indicados na Tabela 8 1 .
C o m o a endurecibilidade desses aços é média, na maioria dos casos emprega-se um meio
de resfriamento mais brando, como o óleo.

T A B E L A 81
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas d o s a ç o s p a r a f e r r a m e n t a s r e s i s t e n t e s ao c h o q u e

Dureza de Dureza s u - T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , C
4

trabalho perficial no
Tipo AISI usual estado Recozi- Têmpera Meio de res- Revenido
temperado mento friamento (faixa)
RC RC
310 S2 50 a 60 61 a 63 760/788 843/900 água 149/427
311 50 a 60 61 a 63 788/843 871/900 óleo 149/427
312 S4 5 0 a 60 58 a 63 760/802 871/954 á g u a , óleo 149/427
313 S5 50 a 60 61 a 63 760/802 871/927 óleo 149/427
314 S6 5 0 a 60 56 a 58 788/845 913/9.54 óleo 149/427
315 50 a 80 58 a 63 788/815 843/900 óleo 149/427

A faixa de temperaturas de revenido é ampla. Os aços dos tipos S resistem ao revenido


mais do que os aços carbono, ou seja, eles apresentam uma queda de dureza mais lenta, até
atingir-se as temperaturas de 315°C a 370°C, porque, de acordo com estudos de OWEN' ',. 190

a presença de silício exige temperaturas de revenido muito elevadas para que ocorra o tercei-
ro estágio da transformação da martensita.

6.1. Aplicações dos aços resistenies ao choque ao silício - A aplicação desses aços é
muito diversificada. Deve-se levar em conta nessas aplicações, os seguintes pontos '. 1189

- o tipo 310 (S2) é ligeiramente mais tenaz que o 312 (S4), mas de menor resistência ao
desgaste; esses aços estão sujeitos a mudanças dimensionais na têmpera relativamente gran-
des, o que aconselha a não empregar-se tais aços onde é necessária a garantia de formas e
dimensões precisas durante a têmpera. Esses tipos 310 e 312 são empregados em talhadeiras
manuais ou pneumáticas, punções, contra-rebites, matrizes de rebarbação, matrizes para
m zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
forjamento rotativo, lâminas de tesoura, chaves inglesas, garras e matrizes de cunhagem;
- o tipo 311 possui menor tenacidade que os anteriores, mas maior resistência ao desgas-
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
te, em vista do maior teor de carbono; assim, ele é empregado como uma opção para os
tipos de menor teor de carbono sem grande resistência ao desgaste ou para os tipos de
maior teor de carbono, sem suficiente tenacidade;
- os outros tipos 313 (S5), 314 (S6) e 315 possuem maior endurecimento, de modo que
sua aplicação é recomendada em peças de maiores dimensões, como grandes talhadeiras,
lâminas de corte e matrizes.

Outros aços para ferramentas que podem ser classificados como resistentes ao desgas-
te estão agrupados nas Tabelas 82 > e 83' >. (191 192

A Tabela 82 mostra os tipos de 320 e 325, empregados não só e m talhadeiras, mas


! igualmente em aplicações de conformação a quente. Possuem valores razoáveis de resis-
tência ao choque e resistência ao desgaste, devido à presença de tungsténio.
Os tipos 330 e 331 s ã o aços que podem ser colocados em serviço apenas no estado

328 , •
JIHGFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES zyxwvut

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329
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

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F

330
GFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

T A B E L A 84
T r a t a m e n t o s t é r m i c o s e durezas d e a ç o s - f e r r a m e n t a r e s i s t e n t e s a o c h o q u e para t a l h a d e i r a s

Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
D u r e z a de superficial
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Meio de Revenido
Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
RC
320 S1 50 a 58 55 a 58 788/815 899/982 óleo 260/649
321 S1 50 a 58 55 a 58 788/815 899/982 óleo 260/649
322 S1 50 a 58 55 a 58 774/829 899/954 óleo 260/649
323 50 a 58 65 a 61 774/815 899/954 água, óleo 260/649
50 a 58
SRQPONMLKJIHGFEDCBA
324 S3
hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
50 a 5 8
54 a 58 788/815
788/815
815/871 água
óleo
260/649
325 55 a 58 885/941 260/649
330 50 a 55 53 a 55 760/788 815/1093 água, óleo
331 50 a 55 53 a 55 760/788 815/1093 água, óleo zyxwvutsrqponmlkji
T A B E L A 85
-
FEDCBA Tratamentos t é r m i c o s e durezas d o s a ç o s - f e r r a m e n t a r e s i s t e n t e s a o c h o q u e (de baixo teor e m l i g a )

Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
D u r e z a d e superficial-
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Melo de Revenido
Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
RC
210 L1 56 a 63 58 a 67 774/802 788/843 água, óleo 177/315
211 L2.L3 45 a 63 58 a 67 760/815 760/815 água, óleo 177/538
212 L7 56 a 64 58 a 67 788/815 815/871 óleo 177/315
213 56 a 64 58 a 67 802/857 815/871 óleo 177/315

220 L2 4 5 a 60 54 a 61 788/829 788/927 água.óleo 177/538


221 L2 45 a 62 56 a 62 788/829 802/885 água.óleo 177/593
222 50 a 62 58 a 63 788/815 843/899 óleo 149/538
223 50 a 62 58 a 63 774/815 788/843 óleo 149/538
224 40 a 62 58 a 63 774/815 788/843 óleo 149/538
225 4 5 a 55 56 a 63 788/843 829/899 óleo 149/538
226 35 a 50 56 a 63 774/802 899/1010 óleo 149/538
FEDCBA
230 45 a 62 58 a 63 760/788 802/815 óleo 177/538
231 45 a 62 58 a 63 760/788 802/815 óleo 177/538
232 L6 45 a 62 58 a 63 760/788 760/788 óleo 177/538
233 45 a 62 58 a 63 760/788 802/815 óleo 177/538
234 45 a 62 58 a 63 760/788 802/843 óleo 177/538

240 35 a 20 54 a 61 829/857 815/857 óleo 177/538


241 40 a 60 58 a 63 774/802 774/843 óleo 177/538
242 40 a 60 58 a 63 760/802 774/829 óleo 177/538
243 ... 40 a 60 58 a 63 760/802 815/871 óleo, ar 177/538
244 40 a 60 58 a 63 760/802 815/871 óleo, ar 177/538
245 35 a 60 5 4 a 61 788/843 815/899 ar 177/538

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
temperado, s e m necessidade de revenido, apresentando n e s s a s condições s u f i c i e n t e
tenacidade.
Podem ser empregados em talhadeiras, punções, matrizes e lâminas de tesoura. Esses
aços 330 e 331 t ê m , contudo, um emprego limitado, tendo sido substituídos pelos tipos resis-
tentes ao choque ao silício ou ao tungsténio.
rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
As Tabelas 8 4 e 85 indicam as temperaturas recomendadas de tratamento
( 1 9 1 ) (1S2) térmico
para esses dois grupos de aços.

331
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

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332
CBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES c.
7. Aços-ferramenta para moldes - Estes aços estão representados na Tabela 8 6 ' ' . Os
c
c
133

pertencentes aos tipos 370 a 376 (AISI P1 a P6) caracterizam-se por baixo teor de carbono e
nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
. a presença, em porcentagens variáveis, de diversos elementos de liga. Esses aços somente
apresentam resistência ao desgaste necessária para as aplicações a que se destinam, após
PONMLKJIHGFEDCBA
c
tratamento termo-químíco de cementaçao.
C":
Depois de cementado, o tipo 370 ( P i ) apresenta uma resistência ao desgaste semelhante
a dos aços-carbono simples para ferramentas tipo 110, enquanto o tipo 376 (P4) cementado
possui uma resistência ao desgaste próxima da do aço para trabalho a frio temperável ao ar
c
tipo 420 (A2). c
O tipo 370 (P1) é o mais fácil de ser conformado. A presença de vanádio nesse aço tende
a produzir u m a camada cementada de granulação fina. c
Os outros tipos, de 371 a 376, ainda são facilmente conformáveis (embora menos que o
tipo 370). A presença de elementos de liga tende a aumentar a sua endurecibilidade, a qual o
cresce à medida que se caminha para o tipo 376.
Os tipos utilizados em cavidades usinadas (380 a 386) são de média profundidade de
c
endurecimento, com exceção do tipo 383 (P21) que endurece mais profundamente. Este tipo o
possui ainda o característico de ser um aço endurecívei por precipitação, comportando-se
como cartas ligas de alumínio. Ele é temperado em óleo. Um revenido entre 677 e 690°C o
durante uma hora age como um tratamento de solubilização e reduz a dureza a um valor (em
tomo de 30 RC) que permite a usinagem do material. Um tratamento posterior de envelheci- a
mento a 565°C, durante 8 horas, causa o endurecimento por precipitação (46 RC), provavel-
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
QPONMLKJIHGFEDCBA
ONMLKJIHGFEDCBA
mente pela formação de um composto intermetálico níquel-alumínio. o
Os tipos 384, 385 e 386 podem ser considerados aços inoxidáveis martensíticos, apre-
sentando boa resistência à corrosão.
o
As temperaturas de tratamento térmico estão indicadas na Tabela 87, devendo-se notar o
que as temperaturas de têmpera propostas e as durezas apresentadas para os tipos de 370
a 376 são após a cementaçao. o
O recozimento confere excelente usinabilidade e capacidade de conformação de cavida-
des. Contudo, os moldes de cavidades conformadas podem exigir recozimentos intermediá- o
rios de alívio de tensões antes que a conformação tenha atingido a profundidade desejada.
o
T A B E L A 87 o
T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas de a ç o s - f e r r a m e n t a para m o l d e s

Dureza Temperaturas de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
o
Tipo AISI
D u r e z a de s u p e r f i c i a l
trabalho no estado Meio de
o
RC temperado
RC
Recozimento Têmpera
resfriamento
Revenido
(faixa) o zy
370 P1 5 0 a 64 62 a 64 732/900 788/802 água 149/260 o
371 P3 5 8 a 64 62 a 64 732/815 802/829 óleo 149/260
372 P2 58 a 64 62 a 63 732/815 829/843 óleo 149/260 o
373
374
P5
P6
50 a 64
58 a 61
62 a 65
60 a 6 2
843/871
677/693
843/871
788/815
óleo, água
óleo
149/260
149/232 o
375
376
P4
P4
58 a 64
58 a 62
62 a 65
61 a 63
871/900
843/871
885/927
940/954
água, óleo
água, óleo
149/260
149/427
o
380 P20 3 0 a 50 52 a 5 4 760/788 815/871 óleo 149/260
o
381
382
40 a 55
40 a 54
55 a 57
52 a 55
788/843
788/843
829/900
788/843
óleo
óleo, água
177/260
149/260
o
383
384
P21 38 a 39
40 a 42
22 a 26
40 a 43
871/900 715/900 óleo 482/538 o
788/845 954/1010 óleo, água 260/427
385 50 a 53 50 a 53 843/900 982/1038 óleo 149/427 g
386 51 a 57 55 a 58 843/900 óleo, água
o
1010/1065 149/427
Para os tipos 370 a 376, os valores de d u r e z a e as temperaturas d e têmpera são após a cementaçao.

o
333
o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
Aços E FERROS FUNDIDOS

Essas temperaturas de alfvio de tensões são as seguintes' '. 194

tipo 383 399°Ca427°C


tipo 370 (P1) 649-C a 677°C
tipos 371 (P3) e 3 7 4 (P6) 677°C a 693°C
tipos 372 (P2), 373 (P5), 380 (P20), 3 8 1 , 382 7 0 5 ° C a 732°C
tipos 375 (P4), 376 (P4), 384, 385, 386 746°C a 774°C

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SEGUNDOS MINUTOS HORAS


TEMPO
Fig. 141 - D i a g r a m a d e transformação isotérmica ao aço tipo 3 8 4 austenido a 982°C

A cementaçao é sempre praticada na ciasse 370, antes da têmpera e do revenido.


Os tipos 380 (P20) e 3 8 1 , quando empregados em moldes para plásticos, são igualmente
csrneniados. A s temperaturas de cementaçao variam de 870°C a 9 3 0 ° C e o tempo à
cementaçao de 2 a 2 4 horas.
As temperaturas de têmpera e revenido estão representadas na Tabela 87.
A figura 141 apresenta o diagrama de transformação isotérmica do aço tipo 384 austenita
a982°C.

7.1. Aplicações dos aços-ferramenta para moldes - A maioria desses aços é utilizada erri-
cavidades para moldes de plásticos e moldes de fundição de ligas metálicas de baixo ponto'
de fusão. Alguns são empregados em discos ou placas de reforço e em blocos espaçadore%

334
IHGFEDCBA zyxwvutsrqponmlk
Aços PARA FERRAMEIV TAS E MATRIZES

8. Aços-ferramenta para fins especiais - Esses aços foram agrupados da seguinte maneira:

- Aços-ferramenta "matriz"
- Aços ao tungsténio para acabamento
- Aços de alto carbono e baixo teor em liga
- Aços semi-rápidos
- Aços grafíticos

8.1. Aços-ferramenta tipo "matriz" - A Tabela 88' ' mostra os dois tipos desse grupo, os
195

quais se caracterizam por teor de carbono médios e a p r e s e n ç a de cromo, v a n á d i o ,


tungsténio, molibdênio e cobalto, em teores variáveis.
A composição química desses aços é baseada nas composições químicas das matrizes
dos aços rápidos: assim, o tipo 300 é essencialmente a composição-matriz do aço rápido 650
(M2) e o tipo 301 corresponde à matriz do aço rápido 645 (M42).
São empregados em matrizes de extrusão, matrizes de compactação, mandris, matrizes
de laminadores de rosca, lâminas de serra e punções.
A Tabela 8 9 ' ' indica as temperaturas de tratamento térmico. O meio de resfriamento
195

mais comum é o banho de sal a uma temperatura entre 540°C e 620°C. Pode-se utilizar óleo
e, para peças finas, ar.

8.2. Aços ao tungsténio para acabamento - ATabela 9 0 ' ' apresenta os dois tipos usuais. 198

0 mais importante é o 340 (F2).


São empregados quando se deseja extrema resistência ao desgaste e habilidade de
retenção de uma aresta fina de corte.
Um dos empregos mais utilizados desses aços destina-se a matrizes de estiramento de
fios e pequenos tubos. Para operações de usinagem são pouco usados.

T A B E L A 89
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas d e a ç o s - f e r r a m e n t a t i p o " m a t r i z "

Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
Dureza de superficial
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Melo d e Revenido
Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
RC
300 5 5 a 60 59 a 61 871/900 1107/1181 sal, óleo, água 510/621
301 58 a 6 4 61 a 64 871/900 1107/1121 sal, óleo, água 510/621

T A B E L A 91
Temperaturas d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e d u r e z a s d e a ç o s - f e r r a m e n t a a o t u n g s t é n i o para a c a b a m e n t o

Dureza T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
Dureza de superficial
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Melo d e Revenido
Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
RC
340 F2 64 a 67 65 a 68 788/815 788/871 água 149/260
341 F3 6 4 a 67 65 a 68 788/815 788/871 água, óleo 149/260

'

335
C Mn SI W Mo Cr Tenacidade ao desgaste quente Usinabilidade
endurecimento
340 F2 1,2(5 0,25 0,25 3,50 0,30 ou 0,30 pequena 2a6 8 3 6
341 F3 1,2(5 0,25 0,25 3,50 0,75 pequena 2a6 8 3 8
0 tipo mais importante rj o 340; o Mo e o Cr são elementos opcionais.
§ falii^ , .......
T A B E L A 92
A ç o s - f e r r a m e n t a de a l t o c a r b o n o e b a i x o t e o r e m liga
Composição química, % C a r a c t e r í s t i c a s gerais
Profundi-
Tipo AISI dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
C Mn SI Cr V W Mo Co Tenacidade cia a o
endureci- quente lidade
mento desgaste
350 1,25 0,60 0,25 0,50 0,25 média 2a6 4 2 8
351 1,25 0,85 0,25 0,50 0,60 média 2 a 6 4 2 1 8
352 F1 1,25 0,25 0,25 1,40 pequena 2a6 5 2 7
353 F1 1,25 0,30 0,30 0,35 0,15 1,45 pequena 2a6 5 3 7
354 F1 0,90 0,25 0,25 0,35 0,15 1,45 pequena 2 a 6 4 3 7
355 1,00 0,25 0,25 1,50 1,50 pequena 2a6 4 3 7
T A B E L A 94
A ç o s s e m l - r á p i d o s para f e r r a m e n t a s
Composição química, % zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Características gerais
Tipo AISI Profundidade de Resistência Dureza a
C Mn SI Cr V W Mo Usinabilidade
endurecimento Tenacidade ao d e s g a s t e quente
360 0,80 0,25 0,25 4,00 1,10 4,25 grande 3 6 6 6
361 0,90 0,25 0,25 4,00 2,00 1,00 4,25 grande 3 6 6 5
362 1,20 0,25 0,25 4,00 3,15 4,25 grande 2 7 6 4
363 1,40 0,25 0,25 4,00 4,15 4,25 grande 2 8 6 3
364 0,95 0,25 0,25 4,00 2,30 2,80 2,50 grande
T A B E L A 88
A ç o s - f e r r a m e n t a para f i n s e s p e c i a i s , t i p o " m a t r i z "
Composição química, % Características gerais
Profundi-
d a d e de Resistên- Dureza a Usinabi-
Tipo AISI
C Mn Si Cr V W Mo Co Tenacidade cia a o
endureci- quente lidade
mento desgaste
300 0,50 0,20 4,50 1,00 2,00 2,75 grande 7 4 6 7
301 0,55 0,20 4,00 1,00 1,00 5,00 8,00 grande 7 4 6 7
T A B E L A 90
A ç o s - f e r r a m e n t a ao t u n g s t é n i o p a r a a c a b a m e n t o
Composição química, % Características g e r a i s
Tipo AISI Profundidade de Resistência Dureza
C Mn SI W Mo Cr Tenacidade ao desgaste quente Usinabilidade
endurecimento
340 F2 1,2(5 0,25 0,25 3,50 0,30 ou 0,30 pequena 2a6 8 3 6
341 F3 1,2(5 0,25 0,25 3,50 0,75 pequena 2a6 8 3 8
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Aços E FERROS FUNDIDOS

ATabela 91' > indica as temperaturas de tratamento térmico e os meios de resfriamento.


196

As temperaturas de têmpera são relativamente elevadas podendo provocar a retenção da


austenita. Essa austenita retida, contudo, não é muito estável e decompõe-se no revenido
em torno de 260°C.
8.3. Aços de alto carbono e baixo teor em liga - ATabela 9 2 mostra os principais tipos (197)

desse grupo.
TABELA 93
Temperaturas de tratamento térmico e durezas d e aços-ferramenta de alto
c a r b o n o e b a i x o t e o r e m liga

Dureza T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
Dureza de superficial
Tipo AISI trabalho no estado Meio de Revenido
Recozimento Têmpera resfriamento
RC temperado (faixa)
RC
350 60 a 67 64 a 67 774/788 815/843 í l e o , água 149/538
351 60 a 67 64 a 67 774/788 815/843 óleo, água 149/538
352 F1 60 a 67 65 a 67 760/802 788/871 água 149/260
353 F1 60 a 64 64 a 66 760/802 788/871 óleo, água 149/260
354 F1 60 a 64 63 a 65 760/802 738/871 óleo, água 149/260
355 60 a 64 65 a 68 815/843 788/843 água 149/315

São aços de custo relativamente baixo, utilizados na fabricação de ferramentas com


arestas de corte finas tais como machos de tarraxa, brochas e alargadores. Isso devido ao
fato de que os tipos podem ser temperados e m óleo e sofrem menor empenamento.
A Tabela 9 3 ' indica as temperaturas usuais de tratamento térmico.
197)

8.4 Aços semi-rápidos - durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães, devido às pers-
pectivas de corte de suprimento, desenvolveram um tipo de aço para ferramentas de corte
que se aproximavam dos rápidos, com maior resistência ao desgaste que os aços-carbono,
porém com menor dureza a quente que os rápidos.
Mais tarde, aços semelhantes foram desenvolvidos nos Estado Unidos, tendo sido criada
a classe 360, conforme a Tabela 94 mostra' '. 198

Alguns empregos específicos incluem ferramentas para trabalho de madeira e folhas de


serrotes para metais.
O teor de cromo desses aços é o mesmo que se encontra nos aços rápidos. O tungsténio
e o molibdênio, fortes formadores de carbonetos, aparecem em teores menores que nos
rápidos; contudo, essa menor porcentagem de tungsténio e molibdênio é, de certo modo,
compensada pelas altas porcentagens de carbono e vanádio.
Como se vê pelo exame da Tabela 94, a sua endurecibilidade é elevada, de modo que é
possível temperar as ferramentas em meios brancos, como sal fundido, óleo e ar (Tabela

T A B E L A 95
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s e d u r e z a s de a ç o s semi-rápidos

Dureza T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
Dureza de superficial
Tipo AISI trabalho no estado Melo de Revenido
Recozimento Têmpera resfriamento (faixa)
RC temperado
RC
360 61 a 63 63 a 65 8157829 1065/1120 s a i , óleo. a r 510/552
361 62 a 64 63 a 65 815/829 1150/1176 idem 524/552
362 63 a 65 64 a 66 815/829 1205/1232 idem 524/552
363 63 a 65 64 a 66 813/829 1205/1232 idem 524/552
364 63 a 65 63 a 65 843/871 1190/1232 idem 510/565
365 63 a 65 63 a 65 843/871 1190/1218 idem 510/565
366 63 a 65 62 a 64 843/871 1150/1205 idem 510/565
367 60 a 62 64 a 66 843/871 1093/1150 idem 510/565
368 62 a 64 63 a 65 829/857 1218/1246 idem 510/565
369 63 a 65 61 a 63 815/843 1150/1205 óleo 550/593

338
JIHGFEDCBA Aços VARA FERRAMENTAS E Â/IATRTZES zyxwvutsrq

95). Sua dureza a quente é razoável, devido ao fenómeno de endurecimento secundário que
podem apresentar no revenido. Entretanto, a dureza máxima, após o revenido, não é tão
elevada como no caso dos aços rápidos.
ATabela 9 5 ' ' indica as temperaturas de tratamento térmico dos aços semi-rápidos.
19a

O recozimento é sempre feito nas peças conformadas, devendo-se utilizar ambiente pro-
tetor durante o aquecimento ou empacotar as peças em substâncias inertes.
As temperaturas de tempera podem atingir valores próximos de 1200°C e os meios de
resfriamento são brandos (sal fundido, óleo ou ar).
Para reduzir a quantidade de austenita retida, recomenda-se um revenido duplo ou triplo.
0 duplo consiste em revenir durante 2,5 horas por operação e é considerado o ciclo de
revenido mais adequado.
Além das aplicações já mencionadas, os aços semi-rápidos são indicados para pistas de
mancais de esfera ou de rolamento empregados em altas temperaturas, em conjuntos de
bombas hidráulicas, pistões de bombas, lâminas de serras de fita e de serrotes para metais.

8.5. Aços grafíticos - Esses aços, devido aos altos teores de carbono e silício, são carac-
terizados pela decomposição do carboneto em carbono livre (grafitização), de modo que
aliam à razoável endurecibilidade, boas resistências ao desgaste e usinabilidade. A presença
de carbono livre ou grafita formam descontinuidades na superfície, facilitando a formação de
cavacos frágeis e curtos, durante a operação de usinagem.

T A B E L A 97
T e m p e r a t u r a s de t r a t a m e n t o t é r m i c o e durezas d e a ç o s grafíticos

Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
D u r e z a de superficial
Tipo AISI trabalho no estado Melo de Revenido
RC temperado Recozimento Têmpera resfriamento (faixa)
RC (a)
390 60 a 66 64 a 66 704 788/843 água 149/205-
391 60 a 66 66 a 68 704 788/815 água 149/205
392 60 a 66 66 a 69 704 788/815 água 149/205
393 06 58 a 63 65 a 67 774 788/815 óleo 149/315
394 60 a 63 60 a 63 650 788/843 ar 149/260
395 A10 55 a 62 60 a 63 774 788/815 ar 149/426
s (a) As temperaturas mostradas são as que seriam empregadas se fossem necessárias para retrabalhar
o metal após a t ê m p e r a e revenido.

A Tabela 9 6 ' ' apresenta os tipos 390 a 395, revelando inclusive uma larga faixa de
199

endurecibilidade, o que obriga a utilizar como meios de resfriamento desde a água até o ar
(Tabela 97).
ATabela 9 7 ' ' indica as temperaturas de tratamento térmico.
199

O recozimento promove não somente a esferoidização dos carbonetos como igualmente


estabelece a quantidade de carbono livre presente.
A têmpera é realizada a temperaturas relativamente baixas, do mesmo modo q u e o
revenido. Quando se visa estabilidade dimensional elevada nos tipos 393, 394 e 395 (por
exemplo em calibres-padrão), recomenda-se o emprego de ciclos múltiplos de revenido que
podem incluir um resfriamento sub-zero após cada operação de revenido.
Entre as aplicações mais comuns desses aços grafíticos incluem-se: mancais, carnes,
matrizes de recorte, punções, calibres (tipo 393); punções e matrizes para recorte, buchas e
matrizes para estampagem profunda de alumínio (tipo 390); matrizes para forjar cabeças,
matrizes de estiramento de barras e fios (tipo 391); eixos-motores, punções e matrizes de
recorte, matrizes de conformação a frio etc. (tipos 394 e 395).

9. Aços-ferramenta para trabalho a frio - Também chamados de indeformáveis, porque


são os menos sujeitos a alterações de forma e dimensões durante o tratamento térmico. O

339
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
Aços E FERROS FUN DIDOS

Oi CO CD CO CO

T— T— CO CM CM CO

CO CO CO CO CO CO

( O <o t o
cd cd c o c o c o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
CM CM CM

ca cd cd
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
m m

C C c cd ® ®
m zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
to =5
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ID m D t r j oi
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i 0 0 0 0 CO CO CO

340
LKJIHGFEDCBA AÇOSzyxwvutsrqponmlkjihgfedcb
O
H M F E R R A M E N M S E M /ffiUZES

o
fato de serem temperados em óleo ou ar favorece essa indeformabilidade. Por esse motivo,
são indicados para aplicações que exigem cuidadoso controle dimensional, como matrizes
para trabalho a frio (foqamento, estampagem, corte, compactação de pós metálicos etc.) e ( _ )
ferramentas como brochas, alargadores e peças como punções, calibre etc.
ATabela 98 > apresenta os quatro grupos principais:
poo V.)

- temperáveis em óleo O 1

- temperáveis ao ar Ç'j
- de alto cromo e alto carbono
- resistentes ao desgaste ( j

Os temperáveis em óleo apresentam profundidade de endurecimento média. A sua dure-


za a quente é baixa, de modo que não se recomenda seu uso em trabalho a quente.
Desse modo, o aço mais empregado é o tipo 410 (01), porque suas condições de trata-
mento térmico são muito favoráveis e porque apresenta razoável endurecibilidade para apli-
cação em ferramentas de dimensões não muito grandes. Não tem tendência de apresentar
edcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
crescimento de grão em eventual super-aquecimento.
A Tabela 3 9 ' indica as temperaturas de tratamento térmico desse grupo, assim como
2001

dos aços pertencentes aos outros grupos.


Alguns exemplos típicos de aplicações de aços pertencentes à classe 410 - temperáveis
em óleo - são: machos de tarraxa, alargadores, brochas, fresas helicoidais, brocas, serras
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
circulares, matrizes de recorte, calibres, punções, ferramentas de brunimento, ferramentas
TSRQPONMLKJIHGFEDCBA
para recartilhar, pequenas lâminas de tesoura, matrizes de cunhagem, matrizes de rebarba
a frio, moldes para plásticos, matrizes de estiramento etc.
O grupo de aços para trabalho a frio temperáveis ao ar (tipos 420 a 429) apresenta
grande profundidade de endurecimento. Por isso, o empenamento é mínimo na operação de
têmpera, de modo que os aços pertencentes a esse grupo são recomendados para matrizes
de forma complexa que devem manter o mais possível suas dimensões originais após a
têmpera, como matrizes para a compactação de pós metálicos. A resistência ao desgaste é
muito elevada e a combinação desse característico com tenacidade igualmente elevada os
tomam recomendados na fabricação de punções, matrizes de estiramento, matrizes de re-
corte, matrizes de estampagem e alguns tipos de lâmina de tesoura.
Pelo exame da Tabela 99, verifica-se que as temperaturas de têmpera são mais elevadas
que no caso dos aços temperáveis em óleo. Esses aços são também mais suscetíveis à
descarbonetação que os temperáveis em óleo, sobretudo quando a temperatura de têmpera
é muito elevada, como é o caso dos tipos com cromo em teores mais altos.
Como se pode verificar pela Tabela 98, há tipos com manganês, relativamente alto e tipos
com cromo igualmente relativamente altos, os quais exigem, no aquecimento para a têmpe-
ra, um pré-aquecimento a 788°C, para os tipos com cromo e 649°C para os tipos com
manganês, o que elimina a necessidade de um tempo mais extenso à temperatura de
austenitização, além de minimizar o efeito de descarbonetação.
As temperaturas de revenido estão indicadas na Tabela 99< '. Alguns dos aços desse
200

grupo, como o tipo 420 (A2) mostram um ligeiro efeito de endurecimento secundário, quando
a temperatura de têmpera for superior a 9 5 0 C ° ' .
o (2 1

Dependendo igualmente da temperatura de austenitização, pode-se ter quantidade apre-


ciável de austenita retida " , a qual s e decompõe no revenido, contribuindo para o ligeiro
12 1

endurecimento secundário.
O tipo 420 é o mais empregado. A classe 420, de um modo geral é utilizada na confec-
ção de matrizes de recorte, matrizes de cunhagem, matrizes de estiramento, punções, ca-
libres, mandris, brochas, ferramentas de brunimento, lâminas de tesoura, moldes p a r a
plásticos, etc.
O grupo de alto carbono e alto cromo (tipos 431 a 436) apresenta grande profundidade de
endurecimento, o que permite sua têmpera em óleo ou, na maioria dos tipos, ao ar.
Esses tipos foram inicialmente desenvolvidos como possíveis substitutos para os aços

. 341
427 A8 0,55 0,30 1,00 5.Q0 0,40 1,25 1,25 grande 8 4 6 8
428 A9 0,50 0,40 1,00 5,00 1,00 1,40 grande 8 4 6 7
429 1,00 0,60 0,25 3,00 0,25 1,05 1,10 grande 4 8 5 5
Os tipos 01 eA2 são os mais importantes; no tipo 411, o Cr, o V e o Mo são elementos opcionais; no tipo 423, o Mo é elemento opcional; no tipo 427, o V é elemento opcional;
o tipo 428 tem 1,50% de níquel e o tipo 429 tem 1,00 de Ti.
T A B E L A 98
Aços-ferramenta para trabalho a frio (continuação)
Composição química, % C a r a c t e r í s t i c a s gerais
Tipo AlSl P r o f u n d i d a d e de Resistência Dureza a
C Mn SI Cr NI V W Mo Co endurecimento Tenacidade ao d e s g a s t e quente Usinabilidade
Aços para trabalho a frio de altos carbono e cromo
430 D2 0,50 0,30 0,25 12,00 0,60 0,80 grande 2 8 6 3
431 D4 2,20 0,30 0,25 12,00 0,50(a) 0,80 grande 1 8 6 2
432 D3 2,20 0,30 0,25 12,00 0,50(a) 0,60(a) grande 1 8 6 2
433 D6 2,10 0,30 0,85 12,00 0,75 grande 1 8 6 2
434 D5 1,50 0,30 0,50 12,50 0,35 0,50(a) ... 1,00 2,00 grande 2 8 7 3
435 D1 1,00 0,30 0,25 12,00 0,60 0,80 grande 3 6 6 4
436 0,75 0,30 0,25 12,00 1,00(a) 0,25(a) 0,50 grande 4 5 8 4
Aços especiais de matrizes para trabalho a frio resistentes ao desgaste
440 D7 2,30 0,50 0,50 5,25 4,75 1,10(a) 1,10(a) grande 1 9 6 1
441 2,20 0,40 0,30 4,00 4,00 grande 1 9 6 1
442 D7 2,40 0,40 0,40 12,50 4,00 1,00(a) grande 1 9 6 1
443 1,50 0,30 0,30 17,50 4,00 grande 1 9 6 2
444 1,50 2,00 0,30 0,90 ... 4,00 1,00 grande 2 9 3 3
445 1,40 0,40 0,30 0,50(a) 3,75 pequena 2 9 2 6
446 3,25 0,30 0,30 1,00 12,00 1,00 média 1 9 6 1
447 2,70 0,70 0,40 8,25 4,50 1,12 grande 1 9 6 1
448 1,10 1,00 5,25 4,00 1,12 grande 2 9 2 1
449 2,45 0,50 0,90 5,25 9,75 1,30 grande 1 9 6 1
Os tipos mais Importantes são D2, D4, D 3 e A 7 ; (a) elemento opcional.
T A B E L A 98
Composição química, % Características gerais
Profundi-
dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
Tipo AISI
C Mn SI Cr V W Mo Tenacidade c i a ao
endureci- quente lidade
mento desgaste
Temperáveis em óleo
410 01 0,95 1,20 0,25 0,50 0,20 0,50 média 3 4 3 8
411 02 0,95 1,60 0,25 0,20 0,15 0,30 média 3 4 3 8
412 1,00 " 1,10 0,60 1,00 média 3 3 3 8
413 07 1,20 0,25 0,25 0,60 0,20 1,60 0,25 média 3 5 3 7
414 1,05 0,70 0,25 1,60 0,50 média 3 4 3 8
Temperáv eis ao ar
420 A2 1,00 0,60 0,25 5,00 0,25 1,00 grande 4 6 5 8
421 1,10 , 0,30 1,20 7,75 2,40 1,55 grande 5 8 6 5
422 A3 1,25 ' 0,60 0,25 5,00 1,00 1,00 grande 3 7 5 8
423 A5 1,00 3,00 0,25 1,00 1,00 grande 4 5 4 6
424 A4 1,00 2,00 0,25 1,00 1,00 grande 4 5 4 6
425 0,95 2,00 0,25- 2,00 1,00 grande 4 5 4 6
426 A6 0,70 2,00 0,25 1,00 1,25 grande 5 4 4 6
427 A8 0,55 0,30 1,00 5.Q0 0,40 1,25 1,25 grande 8 4 6 8
428 A9 0,50 0,40 1,00 5,00 1,00 1,40 grande 8 4 6 7
429 1,00 0,60 0,25 3,00 0,25 1,05 1,10 grande 4 8 5 5
!.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Aços E FERROS FUNDIDOS
;.
l : rápidos, durante a Segunda Guerra Mundial' ', mas não foram bem sucedidos em aplica-
202

ções de ferramentas de corte, por serem frágeis e por não apresentarem suficiente dureza a
quente.
Contudo, a presença de numerosos carbonetos duros de cromo, associada a caracte-
rísticos notáveis de indeformabilidade t o m a m esses aços muito úteis para a fabricação de
matrizes.
- O aito cromo presente t o m a esses aços mais resistentes à corrosão que os aços simples-
mente ao carbono ou com baixo teor de elementos de liga. Esse fato causa apreciável resis-
tência à tendência dos aços adquirir manchas quando temperados e polidos.
A resistência ao desgaste desses aços é cerca de oito vezes maior que a dos aços-
carbono sem vanádio ou outros tipos de carbonetos.
ATabela 99' ' mostra as temperaturas de tratamento térmico.
202

O recozimento deve ser seguido de resfriamento lento e a superfície deve ser protegida
com atmosfera controlada ou colocando as peças em caixas contendo substância inerte.
Em alguns casos pode-se conseguir economia de tempo, aplicando-se o seguinte ciclo de
recozimento isotérmico:

1 - aquecer a 900°C, durante duas horas


e

2° - resfriar a 774°C e manter a esta temperatura de 4 a 6 horas


3 - resfriar ao ar
o

Para a têmpera, o aquecimento deve ser lento e uniforme, o que reduz as possibilidades
de mudanças dimensionais. Recomenda-se um pré-aquecimento entre 650° e 750°C e o
, emprego de fornos de atmosfera controlada ou banhos de sal.
Como Se vê pelo exame da Tabela 99, as temperaturas de têmpera são relativamente
elevadas, sobretudo quando o teor de carbono é mais baixo (tipos 430, 434, 435 e 436).
/ •
O revenido pode causar endurecimento secundário quando a têmpera tiver sido realizada
a temperaturas acima de 1010°C.
Para aumentar a dureza e melhorar a estabilidade dimensional desses aços, pode-se
empregar tratamento sub-zero.
f-tíi-
-V .• Para a máxima estabilidade dimensional à temperatura ambiente, os seguintes ciclos de
tratamento térmico, após a têmpera, mostraram-se benéficos' ',203

ciclo 1 - 1 - resfriar continuamente até - 196°C


s

2 - manter uma hora à temperatura de 343°C


2

3 - resfriar em óleo.
2
p;.
Dureza resultante: 63 RC
ciclo 2 - 1 - resfriar continuamente até - 196°C
a

2° - manter uma hora a 510°C


3 - resfriar em óleo
2

4 - repetir os estágios 1 e 2 , três vezes


2 2 2

5 - manter uma hora à temperatura de 232°C


2

6 - resfriar ao ar
2

Dureza resultante: 59,5 RC


Alguns desses aços de alto carbono e alto cromo são nitretados de modo a obter-se uma
superfície com maior resistência ao desgaste.
Finalmente, o grupo de aços para trabalho a frio resistentes ao desgaste incluem os tipos
de 440 a 449, indicados na Tabela 98.
Esses aços apresentam uma resistência ao desgaste muito pronunciada, devido aos altos
teores de carbono e vanádio que todos apresentam (com exceção de u m tipo). O carboneio
...
M de vanádio é extremamente duro e difícil de dissolver-se na austenita. Comparáveis a esses
aços em resistência ao desgaste, há somente certos aços rápidos de alto teor de vanádio.
Desse modo, os aços da classe 440 são empregados quando as condições de serviço
são de abrasão intensa ou quando se visa uma produção em grande série. Entre as aplica-
ções mais importantes podem ser citadas matrizes de estampagem profunda, matrizes de

344
JIHGFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRJZES

T A B E L A 99
T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o e d u r e z a s de a ç o s - f e r r a m e n t a para t r a b a l h o a f r i o

Dureza T e m p e r a t u r a s d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
Dureza de superficial
Tipo AISI trabalho no e s t a d o Meio de Revenido
Recozimento Têmpera
RC temperado resfriamento (faixa)
RC
410 01 5 7 a 62 61 a 64 760/788 738/815 óleo 149/260
411 02 5 7 a 62 61 a 64 746/774 760/802 óleo 149/260
412 57 a 62 61 a 64 774/802 788/871 óleo 149/260
413 07 5 8 a 64 61 a 64 788/815 788/885 água, óleo 163/288
414 58 a 62 62 a 64 815/843 815/843 óleo 149/260

420 A2 5 7 a 62 63 a 65 843/871 927/982 ar 177/538


421 58 a 64 63 a 65 843/871 1038/1093 ar 524/621
422 A3 5 8 a 63 63 a 65 815/843 968/996 ar 177/566
423 A5 5 4 a 60 60 a 62 738/760 788/843 ar 149/427
424 A4 5 4 a 62 61 a 63 738/760 815/871 ar 149/427
425 5 4 a 61 61 a 63 760/788 829/857 ar 149/427
426 A6 5 4 a 60 60 a 62 . 732/746 829/871 ar 149/427
427 A8 4 8 a 57 60 a 62 815/843 982/1010 ar 482/649
428 A9 40 a 56 55 a 5 7 788/829 968/1010 ar 482/649
429 59 a 60 63 a 64 899 968 ar 177/204

430 D2 58 a 64 61 a 64 871/899 982/1024 ar 204/538


431 D4 58 a 64 64 a 36 871/899 968/1010 ar 204/538
432 D3 58 a 64 64 a 66 871/899 927/982 óleo 204/538
433 D6 58 a 64 64 a 66 871/899 927/954 óleo 204/538
434 D5 5 8 a 63 61 a 64 871/899 982/1024 ar 240/538
435 D1 58 a 6 4 61 a 64 871/899 968/1010 ar 240/538
436 5 6 a 61 59 a 63 871/899 968/1038 ar 240/538

440 A7 5 8 a 66 64 a 66 871/899 927/982 ar 149/538


441 5 8 a 66 64 a 66 871/899 927/982 ar 149/538
442 D7 58 a 66 64 a 66 871/899 1010/1066 ar 149/538
443 5 6 a 61 58 a 61 829/857 1121/1149 ar 149/538
444 6 3 a 65 62 a 66 815/871 788/802 ar 149/260
445 5 6 a 67 66 a 68 774/802 774/788 água 149/288
446 6 2 a 66 64 a 66 815/829 954/982 ar 149/371
447 5 8 a 66 64 a 66 815/843 927/982 ar 149/538
448 5 8 a 62 62 a 64 871/899 1024/1093 ar 538/621
449 60 a 65 63 a 66 871/899 1066/1177 ar 524/552

extrusão de peças cerâmicas, revestimento de equipamento de areia, de equipamento de


moldagem de tijolos refratários e de equipamento de limpeza a jato. Outras aplicações inclu-
em mancais para alta temperatura (tipo 443, devido sua elevada resistência à corrosão e à
oxidação), matrizes de cunhagem, matrizes de estiramento, punções (tipo 445) etc.
As temperaturas de tratamento térmico desse grupo de aços para trabalho a frio estão
indicadas na Tabela 99.
No recozimento, recomenda-se o emprego de fomos de atmosfera controlada ou a vácuo,
para reduzir as possibilidades de oxidação e descarbonetação superficial. O resfriamento deve
ser lento até 538°C, a uma velocidade de cerca de 17°C/h, podendo, a seguir, ser acelerado.
As temperaturas de têmpera são, e m geral, elevadas, acima de 1000°C. Também é n e -
cessário controle da atmosfera dos fornos ou emprego de fornos a vácuo ou ainda, preferivel-
mente, de banhos de sal neutro. Os aços são resfriados ao ar, com exceção do 445 que é
resfriado em água.
O revenido, e m alguns tipo (442-DI) e 443, provoca endurecimento secundário.

345
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

10. Aços para trabalho a quente - As Tabelas 100 e 101 mostram os tipos incluídos nessa
categoria e os correspondentes tratamentos térmicos' '. 204

ATabela 100 mostra que eles se dividem em cinco grupos:

- ao cromo
- ao cromo-molibdênio
- ao cromo-tungstênio
- ao tungsténio
- ao molibdênio

Contudo, o cromo está sempre presente (com exceção do tipo 555) em maiores ou meno-
res quantidades.
Os aços para trabalho a quente, devido às aplicações a que s e destinam envolvendo
temperaturas elevadas, devem apresentar dureza a quente média (tipos 510 a 514 e 520 a
525) e dureza a quente de média a alta (tipos 530 a 536, 540 a 549 e 550 a 556).
Além disso, outros característicos necessários são: resistência ao choque, usinabilidade
razoável, resistência à temperatura de serviço, resistência à erosão às temperaturas de ser-
viço, resistência à fissuração devida ao calor e grande profundidade de endurecimento.
Nenhum dos tipos apresentados na Tabela 100 é indicado para toda e qualquer aplicação
de trabalho a quente, visto que seus característicos variam de um grupo a outro.
Por exemplo, a dureza a quente dos tipos contendo cromo mantem-se até aproximada-
mente 425°C, ao passo que a dos tipos contendo tungsténio mantem-se até cerca de 620°C,
Nessas condições, essas temperaturas seriam os limites máximos aproximados de trabalho
para os aços respectivos.
Por outro lado, ao desejar-se esfriar as matrizes em serviçocom o fim de manter a tempe-
ratura baixa para prevenir amolecimento do aço, os tipos ao cromo devem ser preferidos aos
contendo tungsténio, porque resistem melhor à fissuração.
Os tipos ao cromo apresentam esse elemento em teores variáveis de 3,25 a 4,00%. São os de
menor custo porque contêm o mínimo dos outros elementos de liga (vanádio e molibdênio). Os tipos
de alto carbono (510 e 511) possuem melhor resistência ao desgaste, mas sua tenacidade é baixa
e, por isso, são preferidos quando o trabalho a quente é aplicado com ação de compressão. Exem-
plos típicos de aplicação desses aços: dispositivos de aperto na fabricação de parafusos e rebites...
Os tipos de menorteor de carbono (512,513 e 514) apresentam baixa resistência ao desgaste com
razoável tenacidade, de modo que são indicados em condições de choque, como por exemplo em
punções, talhadeiras, matrizes de formar cabeças de rebite a quente e matrizes de forjamento.
As temperaturas de tratamento térmico estão indicados na Tabela 1 0 1 .
O recozimento requer resfriamento lento.
A têmpera, realizada a temperaturas elevadas, exige, em alguns casos, pré-aquecimento
em torno de 750°C para reduzir o tempo à temperatura d e austenitização e garantir uma
qualidade superficial melhor. Normalmente, o resfriamento é ao ar tranquilo ou ar comprimido;
às vezes, quando se deseja dureza máxima superficial ou endurecimento mais profundo em
peças de grande dimensões, estas podem ser resfriadas em óleo.
O revenido pode provocar algum endurecimento secundário.
O grupo ao cromo-molibdênio apresenta baixo teor de carbono, de modo que os aços
respectivos se caracterizam por elevada tenacidade (portanto, excelente resistência ao cho-
que) e baixa resistência ao desgaste. Os aços d a classe 520 (tipos 520, 521 e 522) são os
mais empregados dentre os aços para matrizes em trabalho a quente. Possuem melhor dure-
za a quente que a do primeiro grupo (ao cromo). Assim aplicações típica incluem: matrizes
para fundição sob pressão, matrizes de forjamento, punções, perfuratrizes e mandris para
trabalho a quente, ferramental de extrusão a quente, lâminas de tesoura para cprte a quente
e todo tipo de aplicações de trabalho a quente sob condições de choque.
O recozimento exige resfriamento lento. As peças recozidas depois de resfriadas podem
ser submetidas a um tratamento de alívio de tensões, entre 675° e 730°C, o que reduz a
probabilidade de empenamento na têmpera.

346
HGFEDCBA Aços RARA FERRAMENTAS E MATRIZES

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347
553 H42 0,65 0,30 0,30 6,40 4,00 2,00 5,00 grande 4 6 7 6
554 H41 0,65 0,30 0,30 1,50 4,00 1,00 8,00 grande 4 6 6
7
555 0,30 0,50 0,30 3,00 3,00 grande 6 4 6 5
556 0,10 0,30 0,30 4,00 3,50 0,50 5,00 25,00 grande 4 4 8 1
3 s tipos mais importantes são H 1 1 , H13, H12, H14, H 2 1 , H24 e H26; (a) elemento opcional
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T A B E L A 100
8
Aços-terramenta para trabalho a quente (continuação)
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Composição química, % Características g e r a i s
Tipo AISI P r o f u n d i d a d e de Resistência Dureza a
C Mn SI .W Cr V Mo Co Ni Tenacidade Usinabilidade
endurecimento ao d e s g a s t e quente
Aços ao tungsténio
540 H21 0,35 0,30 0,30 9,00 3,50 0,50 grande 6 4 8 6
541 H20 0,35 0,30 0,30 9,00 2,00 0,50 grande 6 4 8 6
542 0,30 0,30 0,30 10,00 2,75 0,3Ó(a) 0,25(a) 1,75 grande 6 4 8 5
543 H22 0,35 0,30 0,30 11,00 2,00 0,40 grande 5 5 8 6
544 0,30 0,30 0,30 12,00 2,50 0,40 3,60 grande 5 4 8 6
545 H25 0,25 0,30 0,30 15,00 4,00 1,00 grande 6 4 8 6
546 0,40 0,30 0,30 14,00 3,50 0,40 grande 5 4 8 6
547 H24 0,45 0,30 0,30 15,00 3,00 0,50 grande 5 5 8 6
548 0,35 0,30 0,30 14,00 4,00 2,00 2,50 grande 4 4 8 3
549 H26 0,50 0,30 0,30 18,00 4,00 1,00 grande 4 6 8 5
Aços ao molibdênio
550 H15 0,35 0,30 0,40 1,00 3,75 0,75 6,00 grande 6 4 7 6
551 H15 0,40 0,30 0,50 1,00 5,00 0,75 5,00 grande 5 4 7 6
552 H43 0,55 0,30 0,30 4,00 2,00 8,00 grande 4 6 7 6
553 H42 0,65 0,30 0,30 6,40 4,00 2,00 5,00 grande 4 6 7 6
554 H41 0,65 0,30 0,30 1,50 4,00 1,00 8,00 grande 4 6 6
7
555 0,30 0,50 0,30 3,00 3,00 grande 6 4 6 5
556 0,10 0,30 0,30 4,00 3,50 0,50
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

O grupo ao cromo-tungstênio (tipos 530 a 536) possuí, como tipo mais importante, 0

530(H14) de médio c a r b o n o e cromo, v a n á d i o , tungsténio em t e o r e s variáveis, além


molibdênio e cobalto como elementos opcionais.
Esses aços apresentam maior dureza a quente que a dos grupos anteriores para trabalho
a quente, mas sua resistência ao choque (tenacidade) é inferior.
A profundidade de endurecimento é grande e a presença de cromo em teores mais eleva-
das produz menor formação de casca de óxidos às temperaturas elevadas empregadas.
Além disso, a presença, n a maioria dos tipos, de silício em teores relativamente elevados,
melhora a resistência à oxidação.
ATabela 101 indica as temperaturas de tratamento térmico.
O recozimento, levado a efeito durante 1 a 2 horas por polegada de secção, é seguido de
resfriamento lento à velocidade de 28°C por hora até 593°C, quando pode ser acelerado.
As temperaturas de têmpera são muito elevadas, podendo em alguns tipos ultrapassar
1100°C, o que recomenda um pré-aquecimento entre 650°e 840°C ou, para matrizes de for-
m a complexa, dois pré-aquecimento: a 650°C e a seguir a 870°C.
Devido sua elevada endurecibilidade, esses aços são comumente resfriados ao ar ou em
banho de sal fundido.
O revenido provoca, em alguns tipos, um evidente endurecimento secundário, à tempera-
tura de 650°C ou acima.
Esses aços são aplicados em matrizes de extrusão de cobre, latão e alumínio, blocos de
apoio de matrizes de forjamento e insertos para a conformação de latão, punções para
trabalho a quente e aplicações similares.
O grupo ao tungsténio (540 a 549) é o que apresenta a maior dureza a quente. Como se
vê, pelo exame da Tabela 100, o tungsténio pode chegar a 18% ; o carbono é mantido em
teores de baixo à média, devido à tenacidade necessária nesses aços. A sua aplicação é,
pois, dirigida, à confecção de matrizes onde são necessários requisitos de alta dureza a
quente e máxima resistência ao amolecimento a elevadas temperaturas.
Aplicações típicas incluem matrizes de extrusão de aço, latão e bronze, matrizes para
compressão a quente, matrizes para forjamento rotativo a quente, punções para trabalho a
quente etc.
Nesses aços três tipos diferentes de carbonetos foram identificados: M C , cementita com
3

tungsténio até 1 % , i V ^ C , , carboneto de cromo com 5 a 15% de tungsténio e M C, duplo


8

carboneto contendo 5 5 % de tungsténio ou mais. Devido à composição variável desses


carbonetos, a letra M representa um átomo metálico, ou ferro ou tungsténio.
A presença desses carbonetos influencia a temperatura de austenitização para a têmpera, a
qual pode superar os 1200°C o acentuado endurecimento secundário que se verifica no revenido.
As temperaturas de tratamento térmico estão indicadas na Tabela 1 0 1 .
O tratamento térmico desses aços requer cuidados especiais. Como a temperaturas são
muito elevadas, recomenda-se o uso de atmosferas controladas ou banhos de sal e pré-
aquecimentos entre 615°e 900°C, para prevenir empenamento.
O recozimento às temperaturas indicadas exige uma a duas horas por polegada de
secção e deve ser seguido de resfriamento lento à velocidade de 28°C/hora até 590°C, quan-
do pode ser acelerado.
Um alívio de tensões, entre 590° e 680°C, antes da usinagem final de acabamento, reduz
o empenamento na têmpera posterior.
Na têmpera, os meios de resfriamento incluem: resfriamento em óleo quenteícerca de
6 5 C ) , resfriamento interrompido em óleo a t é q u e a superfície e s c u r e ç a seguido de
=

resfriamento ao ar, resfriamento em sal fundido ou em chumbo derretido mantido entre 540°e
590°C seguindo-se resfriamento ao ar e resfriamento em jato de ar comprimido.
O resfriamento ao ar reduz o empenamento e o resfriamento interrompido ou direto em
meios fundidos ou em óleo produz menor quantidade de casca de óxido.
Pré-aqueciijiento, como já foi mencionado, entre 815°e 900°C, reduz as probabilidade de
empenamento.
Mo revenido é aconselhável aquecer-se as peças temperadas às máximas temperaturas

350
IHGFEDCBA .Aços RARA FERRAMENTAS E MATRIZES

encontradas em serviço, desde que estas não ultrapassem 700°C. Essa prática evita que a
superfície de trabalho da peça amoleça mais rapidamente em serviço que seus núcleos.
. Esses aços desenvolvem a máxima dureza quando revenidos entre 565°e 595°C, ocasião
em que aparece o fenómeno de endurecimento secundário.
Finalmente, o grupo de aços resistentes ao calor ao molibdênio (tipos 550 a 556) foi
desenvolvido como alternativa ao grupo ao tungsténio.
Como o molibdênio tem cerca de metade do peso atómico do tungsténio e possui propri-
edades químicas semelhantes, ele é tido como duas vezes mais eficiente que o tungsténio.
Esse fatos devem ser considerados na substituição parcial do tungsténio pelo molibdênio.
Em matéria de aplicações, esses aços se comportam como os ao tungsténio. Do mesmo
modo, as condições de tratamento térmico são mais ou menos análogas. Durante o revenido,
neles ocorre também o fenómeno de endurecimento secundário.

11. Aços rápidos - São esses os principais tipos de aços utilizados em ferramentas, em
face dos seus característicos de alta dureza no estado temperado e retenção da dureza em
temperaturas e m que o gume cortante d a ferramenta se torna vermelho, devido ao calor
gerado na operação de usinagem.
Os tipos convencionais de aços rápidos estão representados, quanto à sua composição nomi-
nal, naTabela 102 . Em princípio, há duas categorias de aços rápidos: a categoria T ' que compre-
<20S)

ende os tipos predominantemente ao tungsténio e a categoria "M" que compreende os tipos predo-
minantemente ao molibdênio. Essas duas categorias podem, por sua vez, ser subdivididas em duas
subcategorias contendo ambas cobalto. Tem-se, pois, os tipos ao W, indicados na classificações
AISI e SAE com a letra ' T ; os tipos ao W-Co, ainda indicados naquelas classificações com a letra
T ; os tipos ao Mo e ao Mo-Co, ambos indicados nas classificações AISI e SAE com a letra "M".
Como se pode verificar, todos os tipos de aços rápido contêm ainda cromo e vanádio (*).
Seu característico principal é a capacidade de operar em velocidade e outras condições de
corte que podem elevar a temperatura do gume cortante da ferramenta a cerca de 550°C-
600°C, durante a operação de usinagem. Nessas temperaturas, os aços em estudo retêm a
dureza que lhes permite ainda continuar na operação de usinagem; ao resfriar, após realizada
essa operação readquirem a dureza original. Esse característico é chamado "dureza a quente"
e constitui a mais importante propriedade dos aços rápidos. Além disso, devido ao alto teor de
carbono e ao elevado teor de elementos de liga formadores de carbonetos, forma-se um eleva-
do número de carbonetos de liga, o que confere ao aço uma resistência ao desgaste superior a
de outros tipos de aços para ferramenta, tornando sua durabilidade maior.
Sua composição é tal que os torna facilmente endurecíveis por têmpera através d a
secção inteira, mesmo pelo resfriamento em óleo ou em banho de sal; nessas condições, a
tendência a empenamento ou ruptura, no resfriamento por têmpera, é menor, desde que
certas precauções - como suporte adequado das peças durante o aquecimento, em vista das
temperaturas de austenitização serem muito elevadas - sejam tomadas.
Seu custo, entretanto, é mais elevado do que o de outros aços para ferramentas, devido
não só a sua própria composição química, como igualmente às suas operações de tratamen-
to térmico, muito mais complexas e demoradas. São ainda mais difíceis de retificar, exigindo
maiores cuidados nesse sentido.

11.1. Composição dos aços rápidos- ATabela 102 apresenta os vários tipos de aços rápidos.
Nota-se q u e todos eles apresentam carbono elevado, tungsténio muito alto, podendo
elevar-se a 2 0 % , molibdênio até 8/9%, vanádio até 5% (em tipos mais recentes) e cobalto até
12%, quando presente.

(*) A introdução dos aços rápidos na indústria deu-se em 1890 e deve-se a Taylor, um dos pioneiros no
estudo e adoção de métodos científicos de administração de empresas e White, os quais estudaram
o efeito do tungsténio sobre a dureza a quente dos aços. Esse desenvolvimento revolucionou os
métodos de cortes dos metais. O mesmo Taylor interessou-se grandemente pela determinação das
velocidades, avanços e profundidades de corte mais convenientes na usinagem dos metais.

351
630 M1 0,85 0,30 0,30 4,00 1,50 1,00 8,50 grande 3 7 8 6
631 M10 0,90 0,30 0,30 4,00 2,00 8,00 grande 3 7 8 6
632 M7 1,00 0,30 0,30 4,00 1,75 2,00 8,75 grande 3 8 8 5
Tipos ao mollbdênio-cobalto
640 M30 0,80 0,30 0,30 4,00 2,00 1,20 8,00 5,00 grande 2 7 8 3
641 M34 0,90 0,30 0,30 4,00 2,00 2,00 8,00 8,00 grande 1 8 9 2
642 0,65 0,30 0,30 5,00 1,20 8,00 2,50 grande 1 8 8 1
R ^ ^ í f^y,: : • •^. : V:'.;y
HilKÉlrM
mm
TABELAI02
Aços rápidos para ferramentas (continuação)
Composição química, % Características gerais
Profundi-
Tipo AISI dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
C Mn SI Cr W V Mo Co Tenacidade cia ao
endureci- quente lidade
mento desgaste
l
Tipos ac mollbdêr lio-cobalto 1
643 0,65 0,30 0,30 4,00 1,75 1,80 8,50 8,00 grande 1 8 9 1
644 M33 0,90 0,30 0,30 4,00 1,50 1,20 9,50 8,00 grande 1 8 9 2
645 M42 1,10 0,30 0,30 3,75 1,50 1,15 9,50 8,00 grande 1 8 9 2
646 M43 1,20 0,30 0,50 3,75 2,75 1,60 8,00 8,25 grande 1 8 9 2
647 M46 1,25 0,30 0,30 4,00 2,00 3,20 8,25 8,25 grande . 1 8 9 2
648 M47 1,10 0,20 0,30 3,75 1,50 1,25 9,50 5,00 grande 1 8 9 2
Tipos ao tungstênio-molibdênio
650 M2 0,85 0,30 0,30 4,00 6,00 2,00 5,00 grande 3 7 8 5
651 M3 1,05 0,30 0,30 4,00 6,00 2,50 5,00 grande 3 8 8 4
652 M3 1,20 0,30 0,30 4,00 6,00 3,00 5,00 grande 3 8 8 4
653 M4 1,30 0,30 0,30 4,00 5,50 4,00 4,50 grande 3 9 8 3
654 M8 0,80 0,30 0,30 4,00 5,00 1,50 5,00 grande 3 7 8 5
Tipos ao tungstênlo-molibdênio-cobalto
660 M35 0,80 0,30 0,30 4,00 6,50 2,00 5,00 5,00 grande 2 7 8 3
661 M36 0,80 0,30 0,30 4,00 6,00 2,00 5,00 8,00 grande 1 7 9 2
662 M6 0,80 0,30 0,30 4,00 4,00 1,50 5,00 12,00 grande 1 7 9 1
663 M15 1,50 0,30 0,30 4,00 6,50 5,00 3,50 5,00 grande 1 9 9 1
664 1,25 0,30 0,30 4,25 10,00 4,25 2,50 5,50 grande 9 9 2
665 M41 1,10 0,45 0,30 4,25 6,75 2,00 3,75 5,00 grande 1 8 9 2
666 M44 1,15 0,30 0,30 4,25 5,25 2,00 6,25 12,00 grande 1 8 9 2
667 M45 1,25 0,30 0,30 4,25 8,00 1,60 5,00 1
T A B E L A 102
A ç o s r á p i d o s para f e r r a m e n t a s
Composição química, % Características gerais
Profundi-
dade de Resistên- Dureza a Usinabi-
Tipo AISI
C Mn Si Cr W V Mo Co Tenacidade cia ao
endureci- quente lidade
mento desgaste
Tipc s ao tuns stênio
610 T1 0,75 0,30 0,30 4,00 18,00 1,00 0,70(a) grande 3 7 8 5
611 T2 0,80 0,30 0,30 4,00 18,00 2,00 0,60 grande 3 8 8 5
612 0,95 0,30 0,30 4,00 18,00 2,00 0,60(a) grande 2 8 8 5
613 1,00 0,30 0,30 4,00 14,00 3,00 0,75 grande 2 8 8 4
614 T3 1,05 0,30 0,30 4,00 18,00 3,00 0,80 grande 2 8 8 4
615 T9 1,20 0,30 0,30 4,00 18,00 4,00 0,75(a) grande 2 9 8 3
616 T7 0,75 0,30 0,30 4,00 14,00 2,Q0 grande 2 7 8 5
Tipos ao tungstênio-cobalto
620 T4 0,75 0,30 0,30 4,00 18,00 1,00 0,70(a) 5,00 grande 2 7 8 3
621 T5 0,80 0,30 0,30 4,00 18,00 2,00 0,80(a) 8,00 grande 1 7 9 2
622 T6 0,(10 0,30 0,30 4,50 20,00 1,80 0,70 12,00 grande 1 8 9 1
623 T15 1.BQ 0,30 0,30 4,00 12,00 5,00 0,50(a) 5,00 grande 1 9 9 1
624 T8 0,78 0,30 0,30 ' 4,00 14,00 2,00 0,75(a) 5,00 grande 2 8 8 3
Tipos ao molibdênio
630 M1 0,85 0,30 0,30 4,00 1,50 1,00 8,50 grande 3 7 8 6
631 M10 0,90 0,30 0,30 4,00 2,00 8,00 grande 3 7 8 6
632 M7 1,00 0,30 0,30 4,00 1,75 2,00 8,75 grande 3 8 8 5
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Aços E FERROS FUNDIDOS

Por outro lado, todos os aços rápidos, devido ao excesso de elementos de liga que resutta em
excesso de carbonetos complexos na estrutura tratada, podem endurecer a um mínimo de
Rockwell C 63. Sua temperatura de têmpera é muito elevada, geralmente cerca de 65°C abaixo
do seu ponto de fusão, o que exige cuidados especiais no seu aquecimento; a estrutura tempera-
da apresenta uma granulação 8 ASTM ou mais fina; sua temperabilidade é excelente, a ponto de
peças de 30cm de diâmetro endureceram através de toda secção. Caracterizam-se ainda por
apresentarem "endurecimento secundário" acentuado, entre as temperaturas de revenido 500°C
a 600°C; e finalmente a máxima dureza pode ser obtida pelo resfriamento em ar tranquilo.
Os efeitos do elemento liga presentes nos aços rápidos são os seguintes

- Carbono - Normalmente seu teor varia entre 0,70% a 1,30%, podendo chegar a 1,60%.
os teores mais baixos de carbono podem causar uma dureza inferior no estado temperado,
resultando em menor dureza no estado revenido. À medida que o carbono aumenta, aumenta
a formação de carboneto complexos, o que possibilita a obtenção de melhores durezas e
resistência ao desgaste finais. Do mesmo modo, carbono mais elevado causará uma maior
retenção da austenita no estado temperado, o que exigirá tempos de revenido mais longos e
temperaturas de revenidos mais elevadas. Como os aços rápidos são aquecidos a tempera-
turas muita elevadas para o seu tratamento térmico, deve-se dispensar a máxima atenção a
p o s s i b i l i d a d e de a l t e r a ç ã o do teor de c a r b o n o , na s u p e r f í c i e d o a ç o , quer por
descarbonetação, quer por carbonetação. A descarbonetação, evidentemente, é desvantajo-
sa porque a dureza do gume cortante das ferramentas será menor. A carbonetação, pelo
contrário, poderá ser vantajosa, sobretudo se resistência ao desgaste for uma exigência im-
portante.
- Tungsténio- Esse elemento está s e m p r e presente nos aços rápidos. Forma um
carboneto complexo duro juntamente com o ferro e carbono (M C) responsável pela elevada
6

resistência ao desgaste do aço rápido. Esse carboneto dissolve-se somente parcialmente na


austenita, depois que a temperatura ultrapassou 980°C; quando dissolvido, é muito renitente
a precipitar-se por ocasião do revenido; quando isso ocorre - entre temperaturas de 510°C a
595°C - o faz provavelmente na forma de W C , tornando-se um dos elementos efetivos no
2

endurecimento secundário e na dureza a quente dos aços. A medida que o tungsténio au-
menta, a quantidade de carbonetos complexos também cresce e, do mesmo modo, aumenta
a quantidade de tungsténio dissolvido na matriz austenítica. É importante observar que se o
carbono se mantiver constante, quantidades crescentes de tungsténio promoverão o
reaparecimento da ferrita; em outras palavras, nos aços com carbono relativamente baixo, o
aumento do teor de tungsténio poderá causar a permanência de grandes quantidades de
ferrita à temperatura do resfriamento, após a têmpera. Finalmente, aumentando o teor de
tungsténio, aumenta a resistência ao desgaste e a eficiência de cortes d a ferramenta.
- Molibdênio - Este elemento é introduzido como substituto parcial do tungsténio. O
molibdênio forma o mesmo tipo de carboneto duplo como ferro e carbono formado pelo
tungsténio. Por outro lado, como o molibdênio tem um peso atómico menor que o tungsténio
(cerca da metade) ao ser adicionado na mesma porcentagem em peso, produzirá o dobro de
átomos para ligar-se ao aço. Nessas condições, 1 % de molibdênio, por exemplo, pode subs-
tituir 1,6% a 2,0% de tungsténio. Assim sendo para substituir 18% a 2 0 % de tungsténio serão
suficientes 8% a 9,5% de molibdênio. Estes aços ao tungstênio-molibdêriio, devido ao seu
menor ponto de fusão, são temperados a temperaturas inferiores às dos tipos ao tungsténio.
Uma das desvantagens do molibdênio é atendência de.descarbonetação que os aços corres-
pondentes apresentam o que exige maior controle nas cjperações de tratamento térmicos. A
austenita residual nos aços rápidos ao molibdênio é menos estável que a dos aços ao
tungsténio, resultando em temperaturas do revenido ligeiramente inferiores. Do mesmo modo
a dureza a quente é ligeiramente inferior.
- Vanádio - Adicionado inicialmente como espécie de desoxidante, verificou-se posterior-
mente que ele aumenta o rendimento de corte dos aços rápidos. Uma observação importante
a respeito desse elemento é que, quando o teor de carbono é fixo, o vanádio, acima de um
certo teor, causa rápida queda da dureza do aço, pela formação crescente de apreciáveis

354
JIHGFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

quantidade de ferrita. Assim sendo, é necessário que o carbono seja igualmente aumentado,
toda vez que se eleva o teor de vanádio dos aços rápidos, o que aliás pode ser comprovado
pelo exame dos tipos apresentados na Tabela 102. O carboneto de vanádio é o carboneto
mais duro encontrado nos aços rápidos. ATabela 1 0 3 ' compara a dureza de carboneto de
lzos

vanádio com vários outro carbonetos, eventualmente encontrados em materiais para ferra-
mentas. A figura 1 4 2 ' , por outro lado mostra a proporção do excesso de carboneto
1207

(carboneto que não se dissolve durante a austenitização) que existe como carboneto de
vanádio em vários tipos de aço rápido. Pelo exposto, os aços rápidos de alto teor de carbono
8 alto teor de vanádio - conhecidos também pelo nome de "aços super- rápidos'- são os que
possuem a melhor resistência ao desgaste, donde sua grande eficiência de corte. Essa gran-
de resistência ao desgaste toma, entretanto, esses aços mais difíceis de serem afiados,
devendo-se, preferivelmente, afiá-los com rebolos impregnados de diamante. Finalmente, o
vanádio também aumenta de modo apreciável a dureza a quente dos aços rápidos, ao que s e
deve atribuir igualmente a sua melhor eficiência de corte.

T A B E L A 103
M i c r o d u r e z a de c a r b o n e t o s

Material Dureza K n o o p
(média)
Matriz de aço para ferramentas (com 60,5 RC) 790
Carboneto de ferro em aço-carbono para ferramenta 1150
Carboneto de c r o m o em aço de alto carbono e alto cromo 1820
Óxido de alumínio em rebolo de retificação 2440
Carboneto de v a n á d i o em aço de alto c a r b o n o e alto vanádio 2520
Material Dureza R o c k w e l l
C convertida
Matriz de aço rápido 66,0
Carboneto de ferro-tungstênio-molibdênio e m aço rápido 75,2
Carboneto de tungsténio em metal duro 82,5
Carboneto de vanádio em aço rápido de alto carbono e
alto vanádio 84,2

100

T-1 T-4 T-2 M-1 M-2 M-10 M-4 T-1S

Fig. 142 - Volume, e m porcentagem, do carboneto total que existe como carboneto de vanádio e m oito
tipos de aço rápido nas condições recozidas e temperadas.

355
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Aços E FERROS FUN DIDOS

- CromozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- Esse elemento aparece nos aços rápidos em tores quase sempre em torno de
4,0%. Aparentemente, o cromo, exatamente no teor indicado, é que atribui as melhores condi- :

ções de dureza combinada com tenacidade nos aços rápidos. O cromo ainda, juntamente corri
o carbono, é o principal responsável pela elevada temperabilidade desses aços, tomando-o s

facilmente temperáveis ao ar. Um outro efeito aparente do cromo é diminuir a tendência de


oxidação e formação de casca de óxido durante o tratamento térmico dos aços rápidos. : i

700

0 1 1 1 1 1 —'
1 1 1

0 100 200 300 400 500 600 700

Temperatura, °C
Fig. 143 - Dureza a quente de três tipos de aços rápidos.

- Cobalto - Seu principal efeito é aumentar a dureza a quente, aumentando, em consequ-


ência a eficiência de corte durante as operações de usinagem em q u e se verificam altas
temperaturas. A figura 143 por intermédio de curvas indicativas do comportamento dos aços
rápidos ao tungsténio, ao tungstênio-cobalto e ao molibdênio a diferentes temperaturas de
serviços, comprova essa afirmativa.
Por essa razão, os aços rápidos com cobalto são considerados excelentes nas operações
de desbaste ou de corte muito profundo, sem serem melhores para os cortes de acabamento,
em que a temperatura n ã o se eleva muito. O cobalto, nos aços rápidos, dissolve-se
grandemente na matriz, reforçando-a e dando como consequência uma dureza generalizada
mais elevada, tanto à temperatura ambiente como a altas temperaturas. A quantidade de
austenita retida nesses aços também é muito elevada, resultando em endurecimento secun-
dário muito grande e, é óbvio, na. melhor dureza a quente, dentre todos tipos de aços rápidos.
- Outros elementos - Periodicamente são realizados estudos e desenvolvimento visando
melhorar as propriedades dos aços rápidos, a maior parte dos quais se relaciona com a introdu-
ção de outros elementos de liga. Entre esses elementos, podem ser mencionados os seguintes:
titânio, adicionado para substituir todo ou parte do vanádio; o carboneto de titânio TiC é mais
duro que o de vanádio VC e produz um tamanho de grão fino e grande quantidade de partículas
finas de carbonetos; boro, o qual parece manter a dureza secundária; contudo apresenta uma
certa tendência a produzir uma granulação mais grosseira, se as mesma temperaturas de
têmpera forem usadas; em aços rápidos ao molibdênio, para cada 0,10% de redução do teor de
carbono, deve-se adicionar 0,20% de boro; mais que 0,25% prejudica sensivelmente sua capa-
cidade de forjar e aumenta sua fragilidade; nióbio, o qual tem sido empregado no aço rápido ao
tungstênio-molibdênio tipo 654 (M8) com a aparente vantagem de diminuir sua tendência à

356
JIHGFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E NLATRIZES

CBA
e
DECOMPOSIÇÃO DA MAHTENSrTA
:

ENDURECIMENTO POR PRECIPITAÇÃO


CAUSADO POR CARBONETOS ESPECIAIS

T E M P E R A T U R A D E REVENIDO

Rg. 144 - Curvas d e revenido para três condições.

descarbonetação; enxofre, adicionado em certos aços rápidos para conferir-lhes o caracterís-


tico de usinagem fácil; para isso o enxofre é adicionado entre 0,06% a 0,15%.

tf.2.Propiedades dos aços rápidos - eximo essas ligas são aplicadas principalmente em
operações de usinagem, o seu característico fundamental é a capacidade de corte.
Essa capacidade de corte está intimamente relacionada à dureza do aço, quer a tempera-
tura ambiental, quer altas temperaturas (dureza a quente).
A dureza a temperatura ambiente é elevada e a importância do seu conhecimento reside
no fato de que o valor da dureza serve de avaliação do tratamento térmico a que o aço é
submetido.
A dureza a quente corresponde à capacidade do aço resistir ao amolecimento pelo calor
que se desenvolve nas operações de usinagem em condições mais severas, principalmente
altas velocidades de corte.
Para compreender melhor a dureza a quente, convêm lembrar que, na condição tempera-
da, o aço rápido consiste de martensita, austenita retida e carbonetos residuais. Os elemen-
tos de liga estão presentes quer na matriz martensítica, quer na forma de carbonetos residu-
ais. Admite-se que a composição da austenita retida seja a mesma da martensita, isto é, que
ambos os constituintes carbono, cromo, vanádio, tungsténio e molibdênio. Ao revenir-se um
aço, ocorrem modificações da sua dureza. O gráfico na figura 144 apresenta três curvas de
revenido. A curva pontilhada correspondente a um aço comum, caracterizando-se pela queda
contínua da dureza em função da temperatura de revenido, devido à decomposição da
martensita. A segunda curva- tracejada- é relativa a um aço do tipo "endurecível por precipi-
tação", ou seja, nele pode ocorrer, no reaquecimento pelo revenido, precipitação de compos-
tos, causando elevação da dureza; finalmente, a curva cheia refere-se a um aço rápido. Pelo
exame dessas curvas, pode-se notar o seguinte:

- às temperaturas de revenido mais baixas, a curva correspondente ao aço rápido é mais


ou menos paralela a do aço-C comum;
- às t e m p e r a t u r a s elevadas, a c u r v a do aço rápido a s s e m e l h a - s e às d o s a ç o s
endurecíveis p o r precipitação.

Esse "endurecimento secundário' ou o aparecimento de uma "dureza secundária" - fenó-


meno típico de muitos aços altamente ligados e mais acentuados nos aços rápidos, onde se
desenvolve principalmente na faixa de temperaturas 550/565°C, é atribuído a uma combina-
ção de dois processos:

- transformação da austenita retida em martensita, durante o resfriamento no revenido;


- precipitação de uma dispersão extremamente fina de carbonetos de elementos de liga,
contendo principalmente vanádio, tungsténio e molibdênio.

357
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

TABELA 104
Dureza a quente de alguns t i p o s d e aços rápidos

Dureza R o c k w e l l C
Tipo À temperatura
A 593°C A 620°C A 635°C
ambiental
M1 66 63 57,5
M2 65,5 62,5 58,0 56,5
M3 66 62,5 56,5
M10 65,5 62 57,0
M35 66,5 63 57,5
T1 66 62,5 57,5
T2 65,5 63 59,5 59
T9 66 64 61,5 60
T4 66 64 57,5
T5 65,5 63 60,0 59,5
T6 65,5 63 61,5 60
T8 66 63,5 60,5 59

A contribuição da austenita retida verifica-se pelo revenido a temperaturas entre 540°C e


590°C; a contribuição devida à precipitação de carbonetos de ligas dá-se quando o revenido
é realizado entre 480°C e 650°C' . Estudos e pesquisas revelaram q u e somente três
Z0B1

carbonetos de liga são capazes de produzir o efeito de endurecimento secundário, a saber:


W C , Mo C e VC.
2 2

Aços rápidas
' ao Co de alta
dureza

T-16
I

t
o M-2

\
\
\zyxwvutsrqponmlkjihgfedc

45

300 400 500 600 700 800

Temperatura de Revenido, ° C
a.
E

Fig. 145 - Efeito d a t e m p e r a t u r a de revenido n a dureza dos tipos de aço rápido ao cobalto
de alta dureza, comparado c o m os tipos T-15 e M-2.

358
FEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

ATabela 1 0 4 apresenta alguns valores de dureza a quente de certos tipos comerciais de


(209>

aços rápidos. Esses valores foram determinados em amostras de aços temperadas e dupla-
mente revenidas e reaquecidas durante 5 horas em banhos de sal a 593°C, 620°C e 635°C.
A Figura 1 4 5 mostra a curva de revenido de aço rápido ao cobalto de alta dureza,
p 1 0 1

comparada com os dos aços T-15 e M-2.


A capacidade de corte está igualmente relacionada com a resistência ao desgaste ou seja
a resistência que a área da ferramenta em contato com a peça sob usinagem apresenta a seu
desgaste.
Essas propriedades nos aços rápidos depende da composição e da dureza da matriz dos
carbonetos precipitados M C e MC responsáveis pela dureza secundária e pelo volume e
2

natureza dos carbonetos de liga em excesso.


Para a maior resistência ao desgaste, aumenta-se o teor de carbono simultaneamente
com o teor de vanádio. Com isso, introduz-se uma maior quantidade de carboneto e u m a
grande quantidade de carboneto de vanádio extremamente duro.
Finalmente, a tenacidade é outro característico que não pode ser ignorado, embora nos
aços rápidos ela seja normalmente baixa.
As duas possíveis definições de tenacidade devem ser consideradas, no caso dos aços
rápidos. A primeira definição - habilidade de deformação antes da ruptura (ductilidade) - pode
ser importante quando as ferramentas estiverem sujeitas a tensões devido a sobrecargas,
choques, cantos vivos e t c , que excedam o limite elástico; a segunda definição - ou seja
habilidade de suportar deformação permanente (resistência elástica) - pode parecer mais
prática, no caso dos aços rápidos, porque raramente ocorrem grandes deformações nas
ferramentas de aresta fina de corte.

11.3. Estrutura, curva de transformação isotérmica e tratamentos térmicos dos aços rápidos
- Amicroestrutura dos aços rápidos caracteriza-se pela presença de carbonetos complexos.
Conforme longas pesquisas realizadas, o carboneto complexo existente consiste na rea-
lidade de diferentes fases ': 1211

- um carboneto rico em tungsténio ou molibdênio expresso por M C (onde "M" representa


6

a soma dos átomos metálicos W, Mo, Cr, V e Fe) correspondente ao carboneto complexo
cúbico de face centrada de composição que vai desde Fe W C até Fe W C ou Fe Mo C até
3 3 4 2 3 3

Fe Mo C e que pode também dissolver certa quantidade de cromo, vanádio e cobalto;


4 2

- um carboneto rico em cromo correspondente ao carboneto cúbico de face centrada


Cr^C,, capaz de dissolver ferro, tungsténio, molibdênio e vanádio;
- um carboneto rico em vanádio expresso por MC, correspondente ao carboneto cúbico de
jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
face centrada cuja composição vária dentro da faixa VC a V C e capaz de dissolver quantida-
4 3

des limitadas de tungsténio, molibdênio, cromo e ferro;


- um carboneto rico em tungsténio ou moíibdênio M C correspondente ao carboneto hexa-
a

gonal W C (Mo C). Este carboneto tem sido observado apenas como uma fase de transição
2 2

durante o revenido.

Além desses carbonetos, pode aparecer um composto inter-metálico de fórmula F e W ou 3 2

Fe Mo como uma fase em excesso nos aços com quantidade de carbono insuficiente que
3 2

não satisfaça o número total de átomos presentes de tungsténio, molibdênio e vanádio.


Pelo exposto, verifica-se a impc)rtência do acpLEcimento dos aços rápidos durante s e u
tratamento térmico. Esses carbonetos dissotvem-se a velocidades diferentes; por exemplo o
carboneto rico em cromo - M^C - dissolve-se rapidamente, ao passo que os outros muito
S

mais lentamente. Por outro lado, a estrutura dos aços rápidos apresenta ainda alguma ferrita,
o que significa que à temperatura ambiente, no estado recozido, a composição do aço rápido
situa-se aproximadamente dentro da seguinte região: ferro alfa + M C + M C . Ao ser aque-
6 23 6

cido o aço, ocorrem modificações conforme as temperaturas envolvidas no processo de


aquecimento, conforme a composição, em relação ao carbono e demais elementos de liga,
etc. Por exemplo, um aço rápido com 0,50%C, 18%W, 4%Cr e 1 %V, a 800°C é constituído de

:359
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

ferrita mais carboneto; se o carbono estiver em t o m o de 0,75%, esse aço a 800°C seria
constituído de ferrita, carbonetos e certa quantidade de austenita. A medida que a tempera-
tura de aquecimento aumenta, nos aços rápidos de carbono mais elevado - que são os mais
usados comercialmente - verifica-se gradual desaparecimento d a ferrita e solução dos
carbonetos, comprovados pela continua elevação d a quantidade de austenita.
De qualquer modo, nota-se que às temperaturas normais de austenitização, os aços rápi-
dos contêm cerca de 7 % a 12,5% de excesso de carbonetos. Esses carbonetos podem dife-
renciar quanto à composição, fato esse que é responsável pelas variações de eficiência de
corte dos diversos tipos de aços rápidos. Ao contrário, a matriz austenítica caracteriza-se por
apresentar níveis uniformes de carbono e de elemento de liga, o que daria como consequên-
cia característica semelhantes no resfriamento e no revenido subsequente.
Ao resfriar o aço rápido a partir da temperatura de austenitização, os carbonetos tendem
a se precipitar da austenita, visto que a solubilidade do molibdênio, tungsténio, cromo,
vanádio e carbono decresce com a diminuição da temperatura. Até temperaturas de aproxi-
madamente 760°C não há apreciável precipitação.
O diagrama de transformação isotérmica de um aço rápido apresentado na figura 146 dá
u m a ideia das transformações que podem ocorrer durante o resfriamento, desde que os tem-
pos de permanência às várias faixas de temperatura sejam suficientes. Nota-se que até cerca
de 650°C, a decomposição d a austenita pode ocorrer mais ou menos rapidamente, sendo
mais rápida em tomo de 750°C. Nessas temperaturas, a austenita transforma-se-ia em

0,01 0,1 1,0 10 100

Tempo, h
Fig. 146 - Cun/a do transformação isotérmica para aço rápido 1 8 - 4 - 1 austenitizado a 1290°C.

360
LKJIHGFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

esferoidita muito fina, sendo precedida por uma precipitação de carbonetos. Na faixa de
temperaturas d e aproximadamente 600°C a 370°C não se nota qualquer transformação,
ainda que nos tempos de permanência a essas temperaturas sejam muito longos. A partir de
aproximadamente 375°C até cerca de 175°C, novas transformações podem ocorrer, com a
formação de bainita acicular. Essa transformação não se completa, entretanto, o que significa
que, mesmo após uma permanência muito longa nessas temperaturas, a estrutura final ainda
apresentará quantidade apreciável de austenita. Essa austenita que ainda permanece, d e -
pois que a bainita deixou de se formar, é muito estável e não sofre qualquer transformação
pelo resfriamento subsequente até a temperatura ambiente e até mesmo, em certos casos, a
temperaturas abaixo de zero.
O resfriamento direto do aço rápido a partir das temperaturas austenitização provocará
o início da formação da martensita a temperaturas em tomo d e 200°C, como a figura 146
mostra. A formação desse constituinte continuará até a temperatura ambiente. A estrutura do
aço temperado caracteriza-se por apresentar uma certa quantidade de austenita retida, que
é de grande importância no que se refere ao comportamento desses aços durante o revenido.
A quantidade de austenita retida depende da temperatura de têmpera.
É preciso ainda notar que as temperaturas de início e de fim de formação de martensita
dependem da temperatura de austenitização, a qual influi também na quantidade de austenita
retida. A quantidade de austenita retida pode ser afetada por têmpera interrompida a qualquer c -zyxw
temperatura acima da faixa de formação da martensita, do mesmo modo que a manutenção a
temperaturas em tomo de 370°C permitirá a formação de bainita, às expensas da martensita. O
As temperaturas de início e fim da formação de martensita, nos aços rápidos, são função
tanto da temperatura de têmpera como do tempo à temperatura. No aço rápido tipo T 1 , a C
temperatura usual de têmpera é 1290°C. À medida que a temperatura cai, a cerca de 200°C
a martensita começa a se formar e termina de formar-se ao se atingir a temperatura de apro- O
ximadamente - 101 °C. Na realidade, somente uma pequena quantidade de transformação
da austenita em martensita ocorre abaixo de 73°C.
G
C
c >

c
x \
" x -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedc \ c
— 62 \
\
// zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjih
c
V zyxwvutsrqponmlkji
\
> /
CD \
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
\
c
X zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
o 60
o
cc
cti
\

\ \ zyxwvutsrqponmlkjihgf c
N 58 \
o
\
CU
\
Q 56 o
Temperatura - à 1090° em olea
Curva 1 - 25 min. à temperatura
\ c
Curva 2 - 5 0 min. à temparatura
\
Curva 3 - 9 0 min. à temperatura
c -

100 160 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
G
Temperatura de revenido - °C o

Fig. 1 4 7 - Curvas de revenido para u m aço rápido 18- 4 . 1 , m o s t r a n d o a relação entre


a dureza e a temperatura de revenido.

361
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
Aços £ FERROS FUNDIDOS

Depois que o resfriamento for interrompido dentro da faixa de formação da martensita, um


resfriamento posterior não significa o prosseguimento imediato de formação de martensita. Esse
fenómeno é conhecido com o nome de "estabilização da austenita". A formação da martensita reco-
meça apenas após um certo atraso, o qual é tanto maior quanto maior for a manutenção à tempera-
tura, o que se atribui a ocorrência de um alívio de tensões nessa temperatura de manutenção..
Como se pode prever pelo exame das curvas em C indicada na figura 146, as estruturas tempera-
das dos aços rápidos apresentam sempre uma certa quantidade de austenita retida. No aço tipo T1
temperado a partir de 1290°C, a quantidade de austenita retida varia de 2 0 % a 25%. Esta austenita
retida exerce uma grande influência no comportamento do aço durante a operação de revenido.
Em resumo, pode-se dizer que o aço rápido temperado contém martensita tetragonal
altamente ligada (58 a 8 0 % ) , austenita retida altamente ligada (15 a 30%) e carbonetos M C
e MC não dissolvidos (5 a 12%). Nessa condição, o aço é muito duro, frágil, com altas tensões
internas e dimensionalmente instável.
Cabe ao revenido corrigir esses excessos.
Nessa operação, aquece-se o aço temperado, uma ou mais vezes, na faixa de tempera-
turas de 510°C a 595°C, ocorrendo então o fenómeno de endurecimento secundário Já men-
cionado, produzindo dureza final da mesma ordem de grandeza que a original no estado
- temperado.
O desenvolvimento da dureza secundária está representado na figura 147 .
(21Z)

O revenido dos aços rápidos pode ser dividido em quatro estágios que se superpõem na
seguinte sequência' : 2131

>í.í. - no primeiro estágio, ocorre queda da dureza (2 a 6 pontos Rockwell C) ao mesmo


r* • tempo que vários fenómenos se verificam na martensita ; da temperatura ambiente até
jj.i 270°C, a martensita tetragonal decompõe-se e m martensita cúbica, c o m rejeição de uma
T i fase de transição de carboneto extremamente fino, que posteriormente desaparece com o
aparecimento de cementita Fe C, entre 300°C a 400°C. Esses fenómenos característicos
3

Pr? do primeiro estágio verificam-se até cerca de 400°C. Nada acontece aparentemente com
a austenita retida;
I - no segundo estágio- que ocorre entre 400°C e 565°C - verifioa-se uma redissolução de
uma parte da cementita e a precipitação de um carbono de liga, M C, com simultaneamente
2

um acentuado endurecimento por precipitação;


- no terceiro estágio ocorre principalmente a transformação da austenita retida, no
resfriamento a partir da temperatura de revenido, provavelmente precedida de uma precipita-
ção de carbonetos de liga da austenita;
I. - no quarto estágio verifica-se a redissolução de M C e solução final de carboneto M C,.
2 3

<\m simultânea precipitação e coalescimento dos carbonetos M C e M C . Este estágio,


S 23 6

L entretanto, é raramente encontrado no revenido comercial dos aços rápidos e a ele associa o
| amolecimento drástico do aço ao ser revenido a temperaturas acima de 650°C.
, i Os efeitos combinados do segundo e terceiro estágio e são parcialmente responsáveis
pelo endurecimento secundário do aço rápido; entretanto, a precipitação dos carbonetos
I M C e MC e a sua resistência a coalescerem são consideradas as principais causas do
2

endurecimento do aço e da sua capacidade de reter a dureza através de revenidos repeti-


j-v dos, mesmo depois que a austenita seja eliminada.
Sli. Como se mencionou, a transformação da austenita - que ocorre no terceiro estágio - d á -
!i se durante o resfriamento a partir da temperaturas de revenidos. Esse fato foi comprovado
J; mediante medidas dilatométricas, realizadas durante o aquecimento e o resfriamento, as
|j. quais revelaram que, no aquecimento e durante o tempo em que o aço é mantido à tempera-
u tura de revenido - de 450°C a 590°C - não há expansão do material, apesar do mesmo
mostrar aumento de volume, após o revenido. Entretanto, as medidas durante o ciclo de
resfriamento, revelaram expansão pronunciada. A transformação d a austenita durante o
b*:: resfriamento é uma transformação típica da martensita, acompanhada de aumento de volu-
me e aparecimento de tensões. Assim, a estrutura depois de revenida, contém cerca de 20%
de martensita recém-formada.

í
362
JIHGFEDCBA
GFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

20

0 30 60
TEMPO DE REVENIDO, min

Fig. 148 -Transformação d a austenita retida, em função do t e m p o de revenido.

TEMPO DE REVENIDO, min

Fig. 149 -Transformação d a austenita retida, em função do t e m p o de revenido.

, 363
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Aços E FERROS FUN DIDOS

O mecanismo de transformação da austenita foi estudado por B. Fredriksson' , cujo 2141

trabalho se relaciona c o m a otimização da temperatura de revenido em relação à quantidade


de austenita retida na estrutura. Como resultados dos estudos, foram traçados os gráficos
das figuras 148 e 149, os quais permitem as seguintes observações:
Pela figura 148, verifica-se que, no aço rápido tipo M2, são necessários 60 minutos a
550°C, para transformar toda austenita retida, qualquer que tenha sido a técnica adotada
para a operação (um o u mais revenidos).
A figura 149 indica que aumentando o teor de carbono do aço M2 (de 0,85 para 1,25%), a
quantidade de austenita retida é maior contudo, partido-se de um teor de vanádio equivalen-
te a 1 ,9%, se a quantidade deste elemento for aumentada de 1,2%, a quantidade de austenita
retida diminui, o que se explica pelo fato de ser o vanádio um elemento com forte tendência
para formar carboneto.
A comparação entre as figuras 148 e 149 mostra igualmente que, passando o carbono de
0,85 para 1,25%, o tempo de transformação da austenita é muito maior, independentemente
de ter-se mais vanádio.
A figura 150 mostra o efeito de 8,00%= de cobalto, como acelerador d a transformação da
austenita. Afigura 151 mostra o efeito do silício e do nitrogénio, o primeiro com ação mais
rápida. Finalmente, a figura 152 indica o tempo para a transformação de vários tipos de aços
rápidos.

o IO O zoo
TEMPO DE REVENIDO, min.

Fig. 150 - Efeito da presença de cobalto n a transformação de austenita.

364
JIHGFEDCBA Aços SARA FERRAMENTAS E M A TRIZ ES

IOO 200
TEMPO DE REVENIDO, m i n .
Fig. 151 - Efeitos do silício e do nitrogénio na transformação d a austenita.

15

30 60 90 I20

TEMPO DE REVENIDO, m i n .
Fig. 152 - T e m p o de revenido necessário p a r a a transformação d a austenita retida para vários
tipos d e aços rápidos.

O aquecimento para o revenido deve ser lento e as ferramentas devem ser colocadas no
forno de revenido, cuja a temperatura não pode ser superior a 200/260°C. Quanto ao tempo
de revenido recomenda-se um tempo mínimo de duas horas à temperatura de revenido para
a secções até 5 0 mm, com tempos proporcionalmente mais longos para secções de maiores
dimensões. Finalmente, para pequenas ferramentas não é necessário e, às vezes, não é
recomendável, revenir imediatamente após a têmpera; entretanto, para peças grandes e de
forma complexa, deve-se proceder dessa maneira, para evitar o perigo de ruptura das peças.
Um segundo revenido é aconselhável para revenir os 2 0 % de martensita formados no
primeiro revenido e para aliviar-se as tensões criadas na formação da segunda martensita.

365
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

T A B E L A 105
Temperaturas d e t r a t a m e n t o térmico e durezas d e aços rápidos para ferramentas

Dureza d e Dureza T e m p e r a t u r a de t r a t a m e n t o t é r m i c o , °C
trabalho superficial
Tipo AISI usual após a Melo de
Recozimento Têmpera Revenido
RC têmpera resfria-
(faixa)
RC mento
610 T1 63a65 64 a 66 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593
611 T2 63 a 6 6 65 a 67 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593
612 63 a 6 6 65 a 67 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593
613 63 a 6 6 65 a 67 871/899 1246/1274 sal, óleo, ar 538/593
614 T3 63 a 66 64 a 66 871/899 1232/1274 sal, óleo, ar 538/593
615 T9 63 a 6 7 65 a 67 871/899 1246/1274 sal, óleo, ar 538/593
616 T7 63 a 65 65 a 67 871/899 1260/1288 sal, óleo, ar 538/593
620 T4 63 a 6 5 63 a 66 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593
621 T5 63 a 65 6 4 a 66 871/899 1274/1302 sal, óleo, ar 538/593
622 T6 63 a 65 64 a 66 871/899 1274/1302 sal, óleo, ar 538/593
623 T15 64 a 66 65 a 68 871/899 1204/1260 sal, óleo, ar 538/649
624 T8 63 a 65 64 a 66 871/899 1260/1302 sal, óleo, ar 538/593
630 M1 63 a 6 5 64 a 66 815/871 1177/1218 sal, óleo, a r 538/593
631 M10 63 a 6 5 6 4 a 66 815/871 1177/1218 sal, óleo, a r 538/593
632 M7 63 a 6 5 6 4 a 66 815/871 . 1177/1218 sal, óleo, ar 538/593
640 M30 63 a 65 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
641 M34 63 a 65 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
642 63 a 66 62 a 65 843/871 1107/1149 sal, óleo, ar 538/566
643 63 a 66 62 a 65 843/871 1107/1149 sal, óleo, ar 538/566
. 644 M33 63 a 65 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
645 M42 66 a 70 63 a 65 871/899 1163/1190 sal, óleo, ar 510/593
646 M43 66 a 70 63 a 65 871/899 1149/1177 sal, óleo, ar 510/593
647 M46 66 a 69 63 a 65 871/899 1190/1218 sal, óleo, ar 524/566
648 M47 66 a 70 63 a 65 871/899 1177/1204 sal, óleo, ar 524/593
650 M2 63 a 65 64 a 66 871/899 1190/1232 sal, óleo, ar 538/593
651 M3 63 a 66 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
652 M3 63 a 66 64 a 66 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
653 M4 63 a 66 65 a 67 871/899 1204/1232 sal, óleo, ar 538/593
654 M8 63 a 65 6 4 a 66 843/871 1204/1260 sal, óleo, ar 538/593
660 M35 63 a 65 64 a 66 871/899 1218/1246 sal, óleo, a r 538/593
661 M36 63 a 65 64 a 66 871/899 1218/1246 sal, óleo, a r 538/593
662 M6 63 a 66 63 a 65 817 1177/1204 sal, óleo, a r 538/593
663 M15 64 a 68 65 a 68 871/899 1190/1232 sal, óleo, a r 538/649
664 63 a 67 64 a 66 871/899 1218/1260 sal, óleo, a r 538/593
665 M41 66 a 70 63 a 65 871/899 1190/1215 sal, óleo, a r 538/593
666 M44 66 a 70 63 a 65 871/899 1200/1227 sal, óleo, ar 538/627
667 M45 66 a 70 63 a 65 871/899 1204/1232 sal, óleo, a r 538/593
668 66 a 70 61 a 63 871 1190/1204 s a l , óleo 538/593
669 66 a 70 6 4 a 63 871 1190/1204 sal, óleo 538/593
670 65 a 6 8 850/899 1100/1200 sal, óleo, ar 538/593
671 64 a 69 850/899 1100/1190 sal, óleo, ar 549/593

Esse segundo revenido é feito, geralmente, à m esm a temperatura do primeiro, durante um


tempo mais curto (cerca de uma hora). Esse duplo revenido aumenta a tenacidade e a efici-
ência de corte das ferramentas. Recomenda-se t am bém novo revenido, toda vez que se tiver
necessidade de realizar operações de endireitamento ou retificação.

11.3.1. Tratamento térmico dos aços rápidos - A Tabela 105Í apresenta as temperatu 205)

ras de recozimento, têmpera com os meios de resfriamento e revenido (faixa).

366
CBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES

T A B E L A 106
Temperaturas d e t e m p e r a d o s b a n h o s d e s a l p a r a t ê m p e r a e t e m p e r a t u r a s s u g e r i d a s de r e v e n i d o ,
para a l g u n s t i p o s d e aços r á p i d o s

Tipo Têmpera Revenido Tipo Têmpera Revenido


AISI °c - °C AISI °C °C
610 1277 552 641 1204 552
611 1277 552 644 1204 552
616 1274 552 645 1177 538
620 1288 552 650 1210 554
621 1288 552 651 1215 554
622 1274 552 652 1215 554
623 1243 538 653 1218 554
624 1265 566 660 1215 554
630 1193 552 661 1232 554
631 1193 552 662 1215 554
632 1204 552 663 1218 538
640 1204 552

Em relação ao tratamento térmico dos aços rápidos, serão feitas a seguir as seguintes
considerações:
O aquecimento exige ambiente protetor. O meio mais adequado consiste em "banhos de
sal", os quais oferecem a velocidade de aquecimento mais rápida e impede a formação de
casca de óxido às elevadas temperaturas de aquecimento. Para evitar descarbonetação, os
banhos de sal devem ser mantidos limpos e periodicamente ratificados na sua composição.
Fomos de mufla exigem atmosferas controladas, com rigoroso controle da sua composi-
ção, em função dos fenómenos de carbonetação ou descarbonetação superficial que podem
ocorrer, dada a variedade de composição dos aços rápidos. Fornos à vácuo têm sido empre-
gados mais recentemente.
Dadas as altas temperaturas envolvidas, é necessário que os aços subrpetidos a pré-
aquecimentos, c o m duas vantagens principais: eliminar o severo choque térmico a que as
ferramentas podem estar sujeitas se colocadas diretamente nos fornos às temperaturas finais
de tratamento e, e m consequência reduzir a possibilidade de empenamento e formação de
fissuras sobretudo em peças complexas e de maiores dimensões.
Aconselha-se um pré-aquecimento acima de 760°C (temperaturas em torno da qual a
austenita começa a se formar). Nesse pré-aquecimento previne-se descarbonetação que
poderia ocorrer se as peças fossem submetidas imediatamente às altas temperaturas e, além
disso, reduz-se a quantidade de tensões que podem originar-se devido à transformação
alotrópica.
Quando se trata de uma única operação de pré-aquecimento, emprega-se duas faixas de
temperaturas: 7 0 5 ° C a 790°C , p a r a p r e v e n i r d e s c a r b o n e t a ç ã o parcial e, se e s t a
descarbonetação não constituir um problema, pode-se pré-aquecer entre 815°C e 900°C.
Frequentemente, recomenda-se um duplo pré-aquecimento, num forno entre 540°C e
650°C e o segundo entre 845°C e 870°C. Esse duplo pré-aquecimento é principalmente
aconselhável no caso de utilizar-se banhos de sal.
ATabela 105 indica a faixa de temperaturas de austenitização para a têmpera. No caso dos
aços da classe 650 (baseados em tungstênio-molibdênio), a sua maioria é aquecida entre 1200°C
e 123Q°C. Os aços da classe 630 (baseados no molibdênio) são aquecidos na faixa 1180°C a
1220°C. Quando o cobalto esta presente, pode-se ter outras temperaturas de austenitização. De
um modo geral, portanto, as variações de composição que afetam o ponto de fusão do material ou
sua tendência de crescimento de grão, podem resultar na adoção de diferentes temperaturas.
ATa b e l a 106< ' apresenta sugestões das temperaturas normais de têmpera e de
20S

revenido (assumindo revenido múltiplo de 2 a 3 horas para cada ciclo), quando se empregam
banhos de sal.
Ao considerar essas temperaturas, deve-se ter em mente o tipo de ferramenta a s e r
tratada; por exemplo, ferramentas de uma única aresta de corte são, às vezes, aquecidas de

367
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
Aços E FERROS
FUNDIDOS

28°C a 42°C acima das ferramentas de fina aresta de corte, tais como machos de tarraxa e
cossinetes, as quais, por sua vez, podem ser muitas vezes aquecidas de 14°C a 28°C abaixo
da temperatura usualmente recomendada.
Do mesmo modo, essas temperaturas não se aplicam a todos os tipos de fomos, porque
um banho de sal aquece mais rapidamente que um forno de mufla e é geralmente operado de
11°C a 17°C abaixo da temperatura de um forno de mufla, ao passo que um forno de atmos-
fera controlada é frequentemente operado de 11 °C a 17°C acima, para compensar a tempe-
ratura mais baixa que s e desenvolve na ferramenta.
Como se vê pela Tabela 105, os meios de resfriamento usuais n a têmpera dos aços
rápidos são ar, óleo, banhos de sal (ou chumbo derretido).
Se se admitir u m a pequena quantidade de casca de óxido, o resfriamento ao ar é
satisfatório. Caso contrário, prefere-se o resfriamento em óleo.
O método mais recomendado é um banho de sal mantido a uma temperatura acima do
início de formação de martensita (linha Mi), geralmente entre 538°C e 649°C. Uma vez inici-
ado o resfriamento, espera-se que a temperatura uniformize e logo a seguir deixa-se resfriar
ao ar, quando ocorre a formação de martensita.
Para o revenido, os fomos empregados são os comuns, ou fornos de banho de sai (ou
chumbo derretido), ou fomos com circulação forçada de ar. Outras informações sobre o
revenido do aços rápidos j á foram dadas no decorrer desta exposição.

11.3.2. Tratamento subzero-0 tratamento a temperaturas abaixo de zero grau centígra-


dos, a fim de provocar transformação praticamente total da austenita em martensita, foi du-
rante muitos anos admitido como uma melhora da eficiência de corte das ferramentas. Atual-
mente, não se acredita que o tratamento subzero possa proporcionar melhor rendimento de
corte do que o que se obtém das praticas convencionais de tratamento, desde que levadas a
efeitos adequadamente. Esse fato é, aliás, comprovado pelo pouco uso comercial do trata-
mento subzero. O mesmo, entretanto, pode tornar-se conveniente, e m certos casos, para
correção de um superaquecimento ou para a estabilização dimensional.
O resfriamento até a temperatura de cerca de - 100°C somente deixa de transformar
aproximadamente 8% da austenita. Se o resfriamento for interrompido à temperatura ambien-
te antes de atingir temperaturas abaixo de zero, a austenita retida dificilmente se transforma
em temperaturas subzero, produzindo-se fenómeno denominado "estabilização da austenita m
retida". A experiência mostra que quanto mais longo o tempo de permanência à temperatura
ambiente, menor a quantidade de austenita que se transforma.
Como já foi mencionado, não há uma evidência clara a respeito dos benefícios do trata-
mento subzero em relação à vida da ferramenta; contudo estudos recentes que levaram ao
controle do processo através de microprocessadores estão voltando a despertar o interesse
de especialistas' .
2161
1
11.3.3. Têmpera para formação da bainita - Pelo exame da curva T T T do aço rápido (fig.
146), verifica-se que interrompendo o resfriamento do aço na faixa de temperaturas entre
170°C e 370°C e mantendo a temperatura durante um certo tempo, ocorrerá transformação
parcial da austenita, resultando uma estrutura que poderá conter até 5 5 % de bainita e o m
restante de austenita retida. Quando se desejar a transformação dessa bainita - denominada
de bainita primária - a temperatura mais indicada é de 260°C, para a maioria de aços rápidos,
sendo os tempos necessários considerados mais práticos de cerca de 4 horas. Resulta uma
estrutura contendo aproximadamente 50% de bainita com u n a óursza de 5 7 a 58 RccScweS C,
depois de resfriado o aço até a temperatura ambiente. O aço deve ser, em seguida, revenido
duas ou três vezes, de modo a transformar a austenita restante em martensita. Por outro lado, m
pode-se obter nova formação de bainita, denominada bainita secundária, a partir.da austenita
retida, pelo revenido durante 4 horas a 565°C, resfriando-se a 260°C e mantendo-se. o mate-
rial a essa temperatura novamente durante 4 horas.
O resultado dessa operação para obtenção de bainita em aços rápidos consiste numa
melhora, relativamente pequena, da eficiência de corte, de modo que o tratamento não tem

368
LKJIHGFEDCBA A ç o s RARA FERRAMENTAS E MATRIZES

e grande aplicação comercial. Recomenda-se, as vezes, seu emprego em ferramentas gran- - A

o des ou complexas, devendo ser evitada em ferramentas pequenas e uniformes, que, na v


realidade, constituem a maior parte d a produção de ferramentas de aço rápido. r \
e
e 11.3.4. Nitretação dos aços rápidos - A nitretação de aços rápidos produz uma camada
- superficial de dureza excepcional, caracterizada ainda por melhor resistência à corrosão. O
e- processo considerado ideal para os aços rápidos é a nitretação em banho de sal, a tempera-
turas entre 535°C e 565°C, durante 15 minutos a uma hora. O banho é constituído de uma
s mistura de cianetos de sódio e potássio; obtém-se uma profundidade de nitretação da ordem
'•: de 0,025 mm, com um mínimo de empenamento. Além da alta dureza superficial e melhor
é ; resistência à corrosão, o aço rápido nitretado apresentara melhor resistência ao desgaste e
um baixo coeficiente de atrito, o que significa, em última instância, numa melhora da vida d a
o - ferramenta. Admite-se também que a nitretação possa servir de correção para superfícies
- .. moles que tenham se originado através de uma retificação ou afiação mal feita.
r Os melhores resultados d a nitretação têm sido obtidos em cossinetes, m a c h o s e
tarrachas, alargadores, ferramentas de conformação e brochas, além certas matrizes para
u estiramento e trefilação.
o
11.4. Aços rápidos fundidos - Embora a fundição de fresas de aço rápido já tivesse ocor-
rido em 1916 ou 1 9 7 0 , somente mais recentemente o método tornou-se mais popular,
(ia8)

- graças principalmente ao aperfeiçoamento dos processos de fundição, tais como a introdu-


u- , ção do molde tipo cerâmico e a inovações nos ciclos de tratamento térmico. Um dos proble-
;

- mas com às estruturas fundidas de aços rápidos era baixa tenacidade, o que foi, de certo
e modo, resolvido mediante um melhor controle das temperaturas de vazamento e das veloci-
a dades de resfriamento, além da introdução de variações nos ciclos de tratamentos térmicos.
- ; Os tipos de aços para ferramentas que podem ser fundidos são praticamente ilimitados. A
a aplicação de fundição de aço rápido é feita principalmente nos tipos de alto teor de liga, como
o T-15, que geralmente são mais difíceis de se produzir pelos métodos convencionais.
r Ferramentas de aço rápido fundidas apresentam formas complexas que exigiriam muita
- usinagem, se produzidas a partir de material trabalhado. Embora apresentado essas vanta-
a gens, a produção de ferramentas de aço rápido por fusão tem algumas limitações, como, por
a mi- exemplo, a precisão não é tão boa como as ferramentas usinadas, não é possível produzir
a ferramentas delicadas e de pequenas dimensões e a tenacidade, embora satisfatória, não se
equipara com a do material trabalhado.
-
o 11.5. Tratamentos superficiais em aços para ferramentas - A s ferramentas de aços rápi-
e
1 dos podem ser submetidas a tratamentos superficiais que modifiquem o aspecto da superfí-
cie do material ou que melhore as suas propriedades de corte.
Essas tratamentos incluem acabamento de óxido preto brilhante ou de nitreto ou, o mais
. importante de todos, a aplicação, através do processo de "revestimento físico a vapor"(*), de
e uma película de nitreto metálico. O mais importante desses revestimentos é o de nitreto de
o titânio, com o objetivo de aumentar a resistência ao desgaste e a vida da ferramenta. Esse
o processo é considerado mais conveniente que o processo de "deposição química a vapor"(**).
mi
a Além do nitreto de titânio, outros tipos de revestimentos têm sido usados, como nitreto de
, háfnio, nitreto de zircônio, carboneto de titânio, carboneto de zircônio e carboneto de háfnio.
a O revestimento de NiT, além de aumentar a resistência ao desgaste, reduz o atrito, previ-
, ne empastamento, atua como lubrificante seco e produz melhor acabamento d a peça
o usinada' . A s ferramentas assim revestidas exigem máquinas-ferramenta mais rígidas e
2,sl

, m operação de usinagem com maiores velocidades de corte e de avanço.


a ATabela 1 0 7(2181 apresenta alguns exemplos de melhora d a vida da ferramenta de aço
- rápido através desses revestimentos.

a (*) Conhecido com o nome de "Physica! Vapor Deposition" - PVD


m (") Conhecido com o nome de "Chemical Vapor Deposition" - CVD

365
Aços e FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

TABELA 107
Aumento da v i d a d a ferramenta obtido c o m revestimentos aplicados e m ferramentas
de corte de a ç o rápido

N 3 d e p e ç a s usina-
Ferramenta d e c o r t e
d a s a n t e s de reafiar
Revesti- Material
Aço rápido
mento usinado Sem Com
Tipo usado
revest. revest
AISI
Fresa de
topo M7 TiN Aço 1 0 2 2 , 35 HRC 325 1-200
Idem M7 TiN Liga de A l 6061-T6 166 1.500
Idem M3 TiN Liga de A l 7 0 7 5 T 9 53
Fresa M2 TN A ç o 8620 40 80
Brocha M2 TiN Liga 4 3 % N i 200 3.400
Brocha M2 TiN Aço inox 4 1 0 11.000 31.000
Macho de
tarraxa M2 TiN Aço 1050, 30/33 HRC 60/70 750/800
Ferramenta
de perfilar T15 TiN Aço 1045 5.000 23.000
Idem T15 TiN Aço inox 3 0 3 1.840 5.890
Broca M7 TiN A ç o baixo C 1.000 4.000
Ferramenta
para corte M2 TiC-TiN Aço baixo C 150 1.000

TABELA 108
T i p o de r e v e s t i m e n t o e m f u n ç ã o d o m a t e r i a l e da o p e r a ç ã o a r e a l i z a r

Fresamento Furacão Mandrllhamento Brochamento Plainamento Estampagem


Liga Torneamento
(conformação)
Aço não TICN TiCN TiCN TiN TiN TiN TiN
ligado TíNC TiCN TiCN TiCN
Aço 1.000 TiCN TiCN TiCN TiN TiN TiN TiN
N/mm ! TiCN TiCN TiCN TiCN
Aço TiAIN TiN TICN TÍNC TiCN TiCN TiN
inoxidável TiCN CrN CrN TiCN
Ferro TiAIN TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TiAIN
fundido TiAIN
Liga de TiN TiN TiN TiN TiN TiN TiAIN
alumínio
forjada
Liga de TICN TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TiAIN
alumínio
(undido
Cobre CrN CrN CrN CrN CrN CrN CrN
(puro)
Latão TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN ClN
Bronze TiCN TiCN TiCN TiCN TiCN TCN CrN

Por outro lado, outros tipos de revestimentos, além do nitreto de titânio TiN,.que estão
sendo aplicados. Incluem o nitreto de cromo C r N , o carbonitreto de titânio TiNC e o nitreto de
titânio-alumínio A I T i N . (217)

ATabela número 1 0 8 indica o tipo de revestimento adequado em função do material e


(2171

a operação a realizar.

370
GFEDCBA Aços PARA FERRAMENTAS E MATRIZES'

12. Conclusões - As especificações mais recentesf) dão a entender que muitos dos tipos
de aços para ferramentas apresentados neste capítulo não são mais usados. Além disso,
pequenas alterações de composição química apenas têm sido feitas. Apesar de não ter havi-
do grandes mudanças nos tipos de aços-ferramentas disponíveis, a qualidade do material
vem melhorando paulatinamente nos últimos vinte anos, o que é facilitado pelo fato de que
muitos produtores desses tipos de materiais se especializam em determinados produtos ape-
nas. Outro ponto a considerar é a evolução da técnica de produção de aços para ferramentas
através da metalurgia do pó.
Finalmente convém lembrar que a qualidade da ferramenta depende muito do tratamento
térmico a que a mesma é submetida depois de confeccionada. Esse tratamento pode ser co m-
plexo e exige do tratador profundo conhecimento das características estruturais do material.

(*) Essas especificações estão incluídas no capítulo "Wrought Tool Steels" do Metals Handbook- 10 Edição
a

- Vol. 1 - Properties and Selection: Irons, Steels and High-PeríormanceAlloys -1990 -ASM International
- 747 e seg.

371
A ç o s RESISTENTES ABIDJÊSGASTR

BttB m aah
3<a*ict<*A

A ÇO S RESISTENTES A O DESGA STE

373
Aços E FERROS FUNDÍDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG

1 . Introdução - O desgaste é um fenómeno que ocorre em peças e m movimento, corno


em eixos, pistões, válvulas, cilindros, engrenagens e peças semelhantes em máquinas, apa-
relhos de transporte, m a q u i n a d o agrícola, de construção, b r i t a d o r e s , escavadeiras,
misturadores, enfim um sem número de aparelhos e máquinas utilizadas na engenharia e na
indústria.
Trata-se de um fenómeno superficial, devido ao contato de superfícies, uma das quais,
pelo menos, em movimento e que resulta na deformação gradual das peças ou na modifica-
ção das suas dimensões, com paulatina redução das mesmas até um ponto que elas perdem
sua eficiência quando em serviço, ou apresentam profunda alteração d a sua ajustagem, de
modo que, em qualquer caso, criam-se tensões inesperadas, ocasionando sua ruptura pela
aplicação de uma pequena sobrecarga, por fadiga ou por outro esforço dinâmico.
O desgaste ocorre pelo deslocamento ou pelo arrancamento de partículas metálicas de
uma superfície metálica. Esses efeitos podem ser causados pelo contato de uma superfície
metálica contra outra superfície metálica ou de uma superfície metálica contra outra não
metálica ou de uma superfície metálica contra líquidos ou gases em movimento. Assim sen-
do, podem ser considerados três tipos de desgaste :( a l a )

< zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- desgaste de metal contra metal (chamado também desgaste metálico);
- desgaste de metal contra uma substância não metálica abrasiva (chamado também de
desgaste abrasivo);
- desgaste de metal contra líquidos ou vapores (também chamado erosão).

O primeiro - desgaste metálico - pode subdividido em desgaste por deslisamento, com


lubrificação, como num eixo em mancai, ou sem lubrificação, como em parafusos, porcas e
arruelas e desgaste por rolamento, com lubrificação, como em mancais de rolamento e en-
grenagens e sem lubrificação, como em rodas sobre trilhos.
O segundo - desgaste abrasivo - pode ser subdividido em desgaste por esmerilhamento,
úmido, como em moinhos de bolas ou seco, como em alguns tipos de britadores de minérios;
em desgaste por deslisamento, úmido, como em transportadores de areia úmida ou seca,
como em arados ou dispositivos de equipamento de manuseio de terra em solos secos; em
desgaste por impacto, úmido, como em rotores de bombas de lodo, ou seco, como em jatos
de areia.
O terceiro - desgaste erosivo - pode ser por vapor, como em turbinas, por gases de com-
bustão, como em turbinas a gás, por água, como em rotores de bombas e por cavitação,
como em dispositivos de fluxos turbulentos e alta velocidade de líquidos.
Os dois primeiros tipos são os mais importantes.
O desgaste metálico pode ser explicado pela interferência mecânica de pequenas proje-
ções ou asperezas das superfícies em contato e em movimento. Ao se deslocarem as duas
superfícies uma em relação a outra, admite-se que as saliências de u m a possam coincidir
com as depressões da outra de modo a causar um aumento da resistência a movimento
ulterior. Se a força causadora deste for suficiente para mantê-Io, as saliência das superfícies
serão deformadas ou arrancadas, se o metal for pouco dúctil.
É de se supor pois, que o desgaste metálico possa ser reduzido pela melhora do acaba-
mento das superfícies em movimento e em contato, ou seja, tomando-as planas e macias de
modo a diminuir o número de saliências que coincidem com as depressões.
i Também diminui o desgaste, a introdução entre as duas superfícies de uma película lubri-
ficante a qual, sendo suficientemente espessa, poderá separar as superfície de modo a elimi-
nar o contato metálico.
Consegue-se mais facilmente a separação completa, se as superfícies adjacentes em
contacto forem macias, a não ser por asperezas microscópicas. Certos detritos de desgaste
que se formam nas superfícies em atrito podem ser eliminados pela lubrificação, a qual ainda,
mediante um sistema adequado de alimentação e fluxo do lubrificante, permite controlar
melhor a elevação de temperatura provocada pelo atrito.
O desgaste metálico é igualmente explicado pelos efeitos que o calor produzido pelo atrito

374
LKJIHGFEDCBA Aços RESISTENTES AO DESGA STE

das superfícies em movimento pode causar: assim, o calor produzido causaria como que
uma soldagem de partículas metálicas, as quais devido à pressão exercida e ao movimento,
são arrancadas deixando vazios na forma de depressões e produzindo saliências que mais
contribuem para ulterior desgaste. Por outro lado, a temperatura desenvolvida pelo atrito
pode reduzir a resistência e a dureza do metal e facilitar a oxidação ou outro ataque químico,
tomando as superfícies mais suoeptíveis ao desgaste.
Admite-se que o desgaste abrasivo seja causado pela penetração na superfície do metal
de partículas não-metálicas de caráter abrasivo, ocasionando o arrancamento de partículas
metálicas.
Quaisquer que sejam as explicações das causas que produzem o desgaste metálico ou o
desgaste abrasivo, é certo que os mesmos são reduzidos pelo melhor acabamento das s u -
perfícies em contato e pelo aumento d a dureza e da resistência mecânica do metal.
Em outra palavras, a resistência ao desgaste dos metais depende dos seguintes fatores:

- acabamento da superfície metálica, a qual deve se apresentar tão macia e plana quanto
possível, de modo a eliminar depressões e projeções que ao coincidirem umas com as o u -
tras, produzem o arrancamento de partículas além de proporcionar, pela energia produzida,
uma elevação de temperatura;
- dureza, a qual deve ser elevada, para que o metal resista à penetração inicial;
- resistência mecânica e tenacidade que, quanto mais altas, mais dificultarão o
arrancamento das partículas metálicas, quaisquer que sejam as causas passíveis de produzir
tal efeito.

A dureza é o fator mais importante, pois dele depende o início do desgaste.


Outro fator também ponderável e que deve ser levado em devida conta é a estrutura
metalográfica do material. De fato, num metal apresentando um sistema de duas fases, a
presença de partículas relativamente grandes de um constituinte de baixa dureza e, portan-
to, vulnerável ao desgaste, numa matriz dura prejudica a sua resistência ao desgaste, ain-
da que o conjunto seja duro, ao passo que se a estrutura apresenta um constituinte p o s s u -
indo partículas duras - carbonetos geralmente - numa matriz mais mole, ela possuirá maior
resistência ao desgaste, principalmente quando essas partículas duras não forem excessi-
vamente frágeis e quando forem de pequenas dimensões e uniformemente distribuídas n a
matriz.
O requisitos de alta dureza, elevados valores de resistência e tenacidade e estrutura
adequada são conseguidos nos aços mediante os seguintes artifícios:

- composição química conveniente, pela introdução em altos teores de determinados ele-


mentos de liga;
- tratamentos térmicos ou termo-químicos de aços de composições apropriadas;

Assim sendo, a resistência ao desgaste dos metais pode ser obtida mediante os seguin-
tes meios:

- mecânicos, peio trabalho a frio o u encruamento proporcionados por l a m i n a ç ã o ,


estiramento ou deformação a frio; ou pela aplicação do processo de "jacto-percussão" ou
"jacto-abrasivo" nas superfícies das peças;
- térmicos - pela têmpera total ou têmpera superficial (por chama ou por indução);
- termo-químicos, pelos tratamentos de cementaçao, nitretação, e t c ;
- revestimentos superficiais, p e l a a p l i c a ç ã o d e " c r o m o duro", s i l i c o n i z a ç ã o ,
eletrodeposição, metalização, etc.

O objetivo do presente Capítulo é estudar os aços que, por si só, devido aos seus carac-
terísticos de composição química, possuem elevada resistência ao desgaste, ainda que a
mesma lhes seja garantida por tratamentos térmicos ou mecânicos suplementares.

375
2. Aços-manganês austeníticos - O m e l h o r meio de elevar a d u r e z a do aço e,
consequentemente a sua resistência ao desgaste, é pelo encruamento de determinados tipos
de aços austeníticos onde a austenita é pouco estável e que, pelo encruamento, quando
colocados em serviço, p o d e m ser tomados martensíticos. Tais são os "aços-manganês
austeníticos".
Um dos precursores desse tipo de aço foi Hadfield, cujo nome identifica o tipo por ele
desenvolvido, com 1,2% de carbono e 12% de manganês. Esse aço é ainda hoje o principal
do grupo de aços resistentes ao desgaste, de natureza austenítica.
O êxito da utilização do aço Hadfield para peças submetidas ao desgaste deve-se a duas
propriedades: endurecimento superficial propiciado pelo trabalho e tenacidade. Esses aços,
contudo, estão sujeitos a um fenómeno de fragilização intergranular, que é muito prejudicial a
levam, frequentemente à rejeição de peças ou perda das mesmas por falhas em serviço' ). 219

Os tipos comerciais apresentam o carbono entre 1,0% e 1,4% e o manganês entre 10% e
14%, havendo uma tendência a utilizar-se teor de carbono de 1,2% e manganês de 12% e 13%.
O diagrama de equilíbrio para 13% de manganês está representado na figura 153. Do seu
exame concluiu-se:
- o eutetóide apresenta baixo teor de carbono;
- a austenita é tão estável que ela não se transforma, mesmo c o m velocidades de
esfriamento moderadas.

O
<; 900
CC

b
< aoo
/ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
0C / c zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
LU
CL
700
/
LU /
b

' +c

cc + 0
1#

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8

Porcentagem de carbono
Fig. 153 - Diagrama de equilíbrio para aço-C-Mn, com 1 3 % M n .

A figura 154< ' apresenta o diagrama de transformação isotérmica de um aço contendo


2 31

1,28%C, 12,4% Mn, 0,35% Si, 0,009% S, 0,30% P, 0,28% Ni e 0,23% Cu, austenítizado
durante 30 minutos.
Essa transformação c o m e ç a entre 300 e 7 0 0 ° C com a precipitação de carbonetos
intergranulares após alguns segundos de período de incubação. Passado esse período, sur-
gem carbonetos aciculares, em tomo de 600°C num período de incubação mais longo, da
ordem de um minuto. A transformação perlítica é muito lenta e a periita aparece após um
longo período de i n c u b a ç ã o , numa faixa de temperatura mais estreita do que a dos
carbonetos aciculares.
Os outros elementos presentes nos aços-manganês austeníticos são: silício, com o ob-
jetivo principalmente de desoxidação, raramente ultrapassa 1 % ; entretanto, às vezes pode

376
ser utilizado em teores até 2%, para produzir um certo aumento do limite de escoamento e
certa resistência à deformação plástica sob choques repetídos< ); enxofre, cujo teor não é c zyxwv
22a

.crítico, devido a alta quantidade de manganês presente; fósforo, cujo teor máximo pode
atingir 0,10%, preferindo-se, entretanto, cerca de 0,06% no máximo para garantir boa
soldabilidade ao aço; outros elementos, como níquel, molibdênio, cromo, cobre e vanádio
podem ser adicionados para melhorar o limite de escoamento, a usinabilidade, etc. U m a das
adições comuns é certa quantidade de cromo (até 2%) que aumenta o limite de escoamento,
mas pode reduzir a ductilidade. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

\ I
Carbonei DS Aciculares dos
Cante mos da Grão zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV

\ Carbonetos +• Pariita Fina zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW


<
..
\
i
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
v

rx
iu zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\s

%ç \s\o Grão
UJ •5
H-

TSRQPONMLKJIHGFEDCBA
20Q
cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
10 10' 10' 10' 10' 10'
Tempo segundos
Fig. 154 - Diagrama isotérmico d e transformação de um aço c o m 1,28% C, 12,4% M n ,
0,35% Si, 0,009% S, 0,30% P, 0,28% Ni e 0,23% Cu, austenítizado durante 30 min. a 1050°C.
Tamanho de grão 5 a 6.

2.1. Tratamento térmico dos aços Hadfield - A estrutura fundida ou laminada do aço-
manganês contêm carbonetos e outros produtos de transformação que conferem grande
1# : fragilidade ao aço: sua resistência à tração é de cerca de 42 a 49 kgf/mm (410 a 480 MPa) 2

com alongamento e estricção às vezes inferiores a 1 %.


As propriedades mecânicas normais desses aços são obtidas com um tratamento de
austenitização a uma temperatura suficientemente alta para assegurar completa solução dos
c a r b o n e t o s , s e g u i d a de r e s f r i a m e n t o muito rápido - e m á g u a . A t e m p e r a t u r a de
austenitização situa-se entre 1000°C e 1065°C. O tempo de permanência à temperatura não
é considerado crítico.
Após o resfriamento em água, o aço torna-se mais resistente e mais dúctil, apresentando
um alongamento que pode variar de 3 0 % a 60%, uma dureza Brinell de 180 a 220, Smfte da
escoamento de 30 a 42 kgf/mm (290 a 410 MPa) e limite de resistência à tração de 57 a 100
2

kgf/mm (560 a 980 MPa).


2

O valor da dureza, entretanto, tem pouco significado, tanto no que se refere à resistência
ao desgaste como à usinabilidade do aço, porque ela aumenta consideravelmente, por
encruamento, quando o aço começa a sofrer o efeito das condições de serviço.
ATabela 1 0 9 ' mostra valores representativos das propriedades mecânicas de aços-
2201

manganês dos tipos comerciais, no estado fundido sem e com tratamento térmico e no estado
laminado com tratamento térmico.

377
Aços s FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

A resistência ao choque também é muito elevada, podendo atingir valores da ordem de


14 a 15 kgfm (137 a 147J) (corpos de prova tipo Charpy).
O encruamento que se verifica no aço-manganês austenítico quando em serviço - geral-
mente devido a golpes - eleva a sua dureza de cerca de 200 Brinell no estado tratado
(resfriado em água) a 500-600. Provavelmente nenhum outro aço supera o aço Hadfield na
capacidade de endurecer pelo encruamento.
Os aço-manganês austeníticos, devido suas propriedades de tenacidade, resistência ao
desgaste e ainda não-magnérjcas, têm suas mais importantes aplicações nas indústrias de
construção, mineração, exploração de pedreiras, perfuração de poços de petróleo, fabrica-
ção de cimento e produtos cerâmicos, estradas de ferro, dragagem, e t c , na fornia de peças
para equipamento de manuseio de materiais, britadores, moinhos de bola, caçambas de
dragas, caçambas de escavadeiras, bombas para trabalho em pedras e rochas, assim como
em peças de linhas ferroviárias, como jacarés, chaves e cruzamentos. Por outro lado, como
eles suportam igualmente o desgaste metálico (metal contra metal) são empregados em
rodas dentadas ou pinhões para correntes, engrenagens, rodas, correntes de transportado-
res, sapatas, etc.

2.2 Adição de outros elementos de liga no aço Hadfield- Cromo, níquel e cobreiem sido
adicionados ao aço-manganês. O cromo parece melhorar a dureza do aço-manganês antes
do encruamento; por exemplo, um aço-manganês Hadfield sem cromo com dureza Brinell
200, antes do tratamento térmico apresentará dureza de 220 com 1,5% de cromo e cerca de
280 com 2,0% de cromo. Por outro lado, a adição de cromo parece exigir menor quantidade
de encruamento ou deformação para a obtenção d a dureza superficial necessária nesses
aços. Nessas condições, o cromo tem sido acrescentado toda vez que as peças forem
sujeitas a desgaste de natureza principalmente abrasiva (com ausência, de choque que
possa desenvolver rapidamente a dureza superficial), tais como em peças de máquinas
destinadas ao britamento, moagem ou transporte de material leve e de pequenas dimensões
tais como areia e pedregulho.
Às vezes adiciona-se cobre nos aços-manganês-cromo, sobretudo quando o cromo é
elevado - da ordem de 5% - com o objetivo de melhorar sua ductilidade.
O níquel tem sido um elemento de adição útil nos aços-manganês austeníticos de carbo-
no mais baixo que o normal, que após austenitizados podem ser resfriados ao ar para a
obtenção da necessária ductilidade. Aços com 0,60% e 0,90% de carbono, cerca de 3,0% de
níquel e 12% de manganês são usados para eletrodos de solda, na forma de barras ou fios
laminados ou trefilados e em certas peças fundidas ou trabalhadas.

2.3. Características gerais dos aços-manganês tipo Hadfield - As propriedades mecâni-


cas, antes e após o tratamento térmico, j á foram estudadas.
A usinabilidade desses materiais é de natureza complexa. Tais aços são muitos tenazes
e além disso encruam nos pontos de contato com a ferramenta de corte, de modo que uma
técnica especial de usinagem é usada, quando essa operação se torna necessária, devendo-
se para isso empregar ferramentas de metal duro (carboneto de tungsténio sintetizado) ou
aço rápido ao cobalto.
Esses aços não podem ser usados a temperaturas superiores a 260°C, porque tomam-se
frágeis, provavelmente devido à transformação parcial da austenita meta-estável' .2201

378
JIHGFEDCBA zyxwvutsrqpon
Aços RESISTENTES AO DESGA STE

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379
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1. Introdução - A perda de peças metálicas por ação da corrosão tem preocupado enge-
nheiros e metalurgistas que procuram constantemente não só aperfeiçoar ou desenvolver
novos métodos de proteção, como também aperfeiçoar ou criar novas ligas que apresentem
o caracteristico de resistência à corrosão.
A corrosão pode s e r considerada como u m ataque gradual e contfnuo de metal por
parte do meio circunvizinho, que pode ser a atmosfera mais ou menos contaminada das
cidades, ou em meio q u í m i c o , líquido ou gasoso. Como resultado de reações químicas
entre os metais e elementos não-metáiicos contidos nesses meios, t e m - s e mudança gra-
dual do metal num c o m p o s t o ou em vários compostos químicos, q u e s ã o geralmente
óxidos ou sais.
Admite-se que a corrosão não passa de uma forma de atividade química ou, mais pre-
cisamente, eletroquímica. A velocidade do ataque e sua extensão dependem não só da
natureza do meio circunvizinho, como igualmente do tipo de metal ou liga sofrendo a ação
corrosiva.
Quando um metal não corrói, admite-se que se produz alguma reação química entre ele e
o meio que o circunda, com a formação de uma camada fina, a qual adere à superfície metá-
lica e é aí mantida por forças atómicas. Se, por qualquer motivo, essa camada protetora for
destruída momentaneamente, ela será instantaneamente restabelecida e a lesão o metal é,
por assim dizer, automaticamente sanada.
O tipo de corrosão mais comum é atmosférica. Por outro lado, como a corrosão do ferro é
a mais importante, será feito a seguir um apanhado sucinto dos fenómenos que levam à
destruição, por corrosão, desse metal.
A teoria mais simples e aceita para explicar a corrosão do ferro é a eletrolftica:

- o ferro está colocado acima do hidrogénio na tabela dos potenciais eletroquímicos;


- portanto, pode deslocar os átomos de hidrogénio da água;
- tal se dá pelo envio de íons de ferro (Fe**-) em solução na água, deslocando os íons de
hidrogénio (H ) da água; +

- logo, a camada de água circundando o o b j e t o d e ferro contém íons F e " e íons 20Ph, ou
seja, Fe(OH) dissociado em considerável concentração.
2

- se o oxigénio do ar for admitido nesta camada - por difusão através d a água - forma-se
Fe(OH) ; 3

- este é menos solúvel que o Fe(OH),, e precipita de acordo com a reação 2Fe(OH) -> 3

F e 0 + 3 H 0 como um depósito marrom;


2 3 2

- em resumo, o Fe(OH) passa gradualmente a F e 0 , conhecido comumente com o nome


3 2 3

de fenvgem.

Os meios corrosivos são inúmeros e a respeito dos mais comuns cabem os seguintes
comentários:

1.1. Corrosão atmosférica - Admite-se que, nas áreas urbanas, os principais agentes cor-
rosivos existentes na atmosfera são os óxidos sulfurosos gasosos que s e originam de com-
bustíveis fósseis de veículos, indústrias e, eventualmente, usinas termo-elétricas a carvão
mineral. Nas áreas costeiras, atuam como meio corrosivo as partículas de água salgada
transportadas pelo ar.
A intensidade da corrosão depende, por outro lado, das condições climáticas, em face ao
fato de que os cfrmas que prevalecem no'mundo, nas suas diversas regiões, incluem condi-
ções de clima seco, d i m a tropical chuvoso, clima úmido, clima polar, e t c , que atuam de modo
diferente no comportamento do material perante a ação corrosiva.
Na ausência de dados brasileiros, serão apresentados, por intermédio da Tabela 110' " 22

alguns dados americanos, que demonstram a influência das condições ambientais sobre a
velocidade de corrosão de aço-carbono.
Em ambiente tropical, a Tabela m i ) apresenta dados adicionais, que permitem avaliar
2 2 1

o efeito positivo do abrigo no sentido de diminuir a velocidade de corrosão.

382
FEDCBA Aços RESISTENTES À CORROSÃO

T A B E L A 110
V e l o c i d a d e s de c o r r o s ã o de a m o s t r a s de a ç o - c a r b o n o e m d i v e r s a s localizações

Localização T i p o de ambiente Velocidade de c o r r o s ã o ,


ujn/ano
Norman Wells, C a n a d á polar 0,76
Phoenix rural árido 4,6
Esquimalt, ilha de Vancouver
(Canadá) rural maritimo 13
Detroit industrial 14,5
Montreal urbano 23
Pittsburg industrial 30
Cleveland industrial 38
Londres industrial 46
East Chicago industrial 84
Dayton Beach (Flórida) marítimo 295
Galeta Point B e a c h (Panamá) maritimo 686
um = 0,001 m m

T A B E L A 111
C o r r o s ã o de a ç o - c a r b o n o em ambiente t r o p i c a l

V e l o c i d a d e de c o r r o s ã o , u m / a n o
Tipo d e a m b i e n t e Exposto, depois Exposto, d e p o i s Abrigado, depois
de 6 m e s e s de 24 m e s e s de 20 m e s e s
urbano, industrial 82,0 42,0 4,6
marítimo 121,0 119,0 4,1
floresta 12,0 4,3 3,3

Outros dados obtidos em ensaios realizados por especialistas americanos comprovam


que a corrosão atmosférica é função mais da composição do material do que da espessura
dos corpos de prova utilizados. Assim, à medida que o teor de ligas introduzidas no aço é
aumentado, a velocidade de corrosão em ambientes industriais e rurais decresce mais rapi-
damente; por exemplo, aço-carbono exige cerca de cinco anos para que a velocidade de
corrosão se estabilize, ao passo que essa estabilização em aços com cobre ocorre em três
anos e nos aços de baixo teor em liga e alta resistência, ela ocorre em cerca de dois anos.
Um pequeno acréscimo de cobre - de 0,01 para 0,04% - já provoca uma grande mudança
do comportamento do material em relação à resistência à corrosão; do mesmo modo atua o
níquel, na ausência do cobre; cromo só é eficiente, na presença do cobre.
Para combater a corrosão atmosférica, os processos mais económicos incluem não só a
adição, acima citada, de pequenos teores de alguns elementos de liga, como a pintura, apli-
cada em peças b e m limpas e protegidas com uma primeira camada de recobrimento. A
galvanização é igualmente empregada como meio protetor relativamente económico.

1.2 Corrosão no solo - Admite-se que, em estruturas enterradas, a corrosão é devida ao


baixo pH, a correntes parasitas, à baixa resistividade e à ação de batériasf '. Contudo, t a m - 222

bém no caso do solo, a água e o oxigénio são considerados fatores fundamentais. Alguns
pesquisadores admitem que quando o pH estiver na faixa de 5 a 9, este fator não é importante
no sentido de afetar a velocidade de corrosão. Nesse caso, somente a resistividade do solo
e a concentração de oxigénio seriam críticos.
Do mesmo modo, a corrosão por aeração diferencial pode acelerar a corrosão. Esse tipo
de diferenciação pode ocorrer, por exemplo, quando uma canalização atravessa dois solos
que se distinguem pela permeabilidade ao oxigénio. Nesse caso, origina-se uma corrente
galvânica da superfície da canalização com menor aeração (anódica), através do solo, em
direção à superfície com maior aeração.

383
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

Os solos mais corrosivos são os que contêm grandes concentrações de sais solúveis que
pela sua presença, apresentam alta condutibilidade elétrica, ou seja, baixa resistividade* ). 223

A ação de baterias é considerada como a responsável por mais de 5 0 % de todas as falhas


que ocorrem em metais enterrados' . 2221

Para combater a ação corrosiva em aço enterrado, considera-se que a prática mais efici-
ente e económica consiste na aplicação de proteção catódica, em que s e aplica corrente de
retificadores e corrente de ânodos, sacrificados isoladamente ou em conjunto com revesti-
mentos orgânicos.

1.3. Corrosão em água doce - Água doce inclui águas, poluídas ou não, de rios, lagos,
represas, poços etc. Nesse meio, os fatores mais importantes no sentido de acelerar a velo-
cidade de corrosão são representados por gases dissolvidos na água. O oxigénio age não
somente por si só, como igualmente acelera a ação do dióxido de carbono, sulfeto de hidro-
génio e de outros gases sólidos dissolvidos na água* '. O dióxido de carbono atua porque é
223

grandemente solúvel n a água e possui grande reatividade química co m esta. O sulfeto de


hidrogénio é elemento corrosivo importante, mesmo na ausência de oxigénio. No ferro fundi-
do, por exemplo, esse sulfeto produz a chamada corrosão grafítica. Em águas doces naturais,
o efeito do pH entre 4,5 e 9,5 é mínimo.
Em relação aos sais dissolvidos na água, os efeitos das soluções concentradas sobre a velo-
cidade de corrosão são menores que os de soluções diluídas, porque a maioria dos sais dissolvi-
dos na água tendem a diminuir a solubilidade tanto do oxigénio, como do hidróxido de ferro' ). 223

Para prevenir a corrosão em água doce, os métodos mais eficientes são: galvanização,
em tubos e tanques para água potável; eventualmente para aquecedores de água quente,
revestimento à base de vidro, com ânodos de magnésio para proteção catódica dos poros e
dós dispositivos diversos do aparelho; revestimentos orgânicos, nas superfícies internas de
tanques de água fria e inibidores em conjunção com fungicidas, em sistemas de resfriamento
por onde circula a água.

1.4 Corrosão em água salgada - A água salgada consiste numa solução relativamente
uniforme principalmente de cloretos de sódio e magnésio em água. Esses são os principais
agentes corrosivos desse meio, embora muitos outros minerais se encontrem dissolvidos na
água.
ATabela 112 apresenta as velocidades de corrosão típicas em água salgada e aTabela
(224)

113' , em água salgada de regiões tropicais, em comparação com a água doce.


2241

As medidas preventivas mais económicas e eficientes para atenuar a corrosão sm água


s a l g a d a incluem aplicação de revestimentos orgânicos, em c o n j u n ç ã o c o m proteção
catódica. Inibidores são igualmente utilizados.

T A B E L A 112
V e l o c i d a d e s d e c o r r o s ã o t í p i c a s d e d i v e r s o s a ç o s em á g u a s a l g a d a

V e l o c i d a d e s de p e n e t r a ç ã o m é d i a para
Tipo de a ç o t e m p o de s e r / i ç o , u m / a n o
1,5 a n o s 2,5 a n o s 4,5 a n c s 8,5 a n o s
carbono estrutural 120 105 85 70
aço com 0.12C max; 0,25-0,55Cu; 0,65
Ni max; 0,30-1,25Cr 105 110 95 80
a ç o c o m 0,22C max; 0,25Mn max;
0,20Cu min 110 95 75 65
aço com 1,8Mi e 0,81 Cu 135 115 90 80
aço com 2,6Cr e 0,52 M o 35 40 40 33
Ensaios realizados em Wrightsville Beach, Carolina do Norte, USA.

384
GFEDCBA Aços RESISTENTES A CORROSÃO

T A B E L A 113
V e l o c i d a d e s de c o r r o s ã o t í p i c a s de d i v e r s o s a ç o s e m á g u a s t r o p i c a i s

Velocidade d e p e n e t r a ç ã o , u m / a n o
Tipo de aço
1 ano 8 anos 16 a n o s
Água doce
aço-carbono 195 65 45
aço com 0,3 C u 200 75 45
Água salgada
aço doce 150 80 75
aço c o m 0,3Cu 150 90 80
aço c o m 2,0Ni 190 100 85
aço c o m 5 , 0 N i 160 100 85
aço c o m 5,0Cr 70 100 85
aço-carbono, no estado decapado.

Finalmente, aTabela 114Í ) apresenta uma espécie de guia para proteção de aço-carbo-
225

no em alguns ambientes.

T A B E L A 114
G u i a de p r e v e n ç ã o de c o r r o s ã o d e a ç o - c a r b o n o e m a l g u n s a m b i e n t e s
Método de
Atmosfera Solo Água doce Água salgada
prevenção
Revestimento Galvanização N ã o recomen- Galvanização Não r e c o m e n -
metálico: e l e - muito eficien- dada usada e m dada
trodeposição, te; eletrodepo- á g u a pot áv el .
galvanização. sição eficiente
para proteção
à corrosão e
efeito decorati-

Pintura Prática mais Raramente Moderada- Sistema de pin-


eficiente e usada mente eficien- tura especiais.
económica. te
Proteção cató- Não recomen- Prática mais Moderada- Muito eficiente
dica dada eficiente e mente eficien-
económica so- te c o m revesti-
bretudo com mentos o r g â -
revestimentos nicos.
orgânicos.
Inibidores: l i - Não recomen- Não recomen- Eficiente e m Moderadamente
quido e vapor dados dados água de r e s - eficiente e m a l -
• friamento. gumas aplica-
ções.
Adição de ele- Muito eficien- Pouco Pouco Só eficiente
mentos de liga. tes, sobretudo eficiente eficiente com muitas ele-
aços com Cu e mentos de liga.
de alta resis-
tência e baixo
teor em liga.
Remoção do Não recomen- Não recomen- Raramente Muito eficiente
oxigénio do dada dada usada sobretudo n a
ambiente desalinização e
água salgada
quente.
Revestimentos Raramente Empregados Muito eficien- Empregados
orgânicos o u - usados para c o m vantagem tes c o m prote- com vantagem
tros que substituir a c o m proteção ção catódica com proteção
pintura pintura c at ódic a | catódica

385
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
Aços E FERROS FUNDIDOS

2. Princípios de proteção à corrosãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM


- Geralmente a proteção contra a corrosão é feita criando-
se sobre a superfície do metal uma película protetora que separa o metal-base do meio corrosivo.
Essa película protetora pode ser criada artificialmente, mediante depósito propositado de uma outra
substância - metálica ou orgânica - sobre a superfície do metal a proteger, ou naturalmente, isto é,
pela produção espontânea da película superficial, através da formação de um composto químico
mantido sobre a superfície metálica por forças atómicas, como se mencionou, composto esse que
resulta da reação de certos elementos de liga introduzidos no metal com o meio drcunvizinho.
Chama-se "passividade" a propriedade típica de certos metais e ligas metálicas de perma-
necerem inalterados no meio circunvizinho.
A origem da passividade desses metais é ainda hoje objeto de discussão. A teoria originai
e ainda aceita por muitos é justamente a que liga a inalterabilidade adquirida pelo material
sujeito à ação do meio corrosivo à formação de uma "camada ou película de óxido", no mo-
mento que o mesmo for exposto àquele meio.
Além do mecanismo da formação de uma película de óxido para explicar a resistência à
corrosão, outros dois mecanismos têm sido propostos ': 1226

- absorção de gás oxigénio por átomos de cromo na camada superficial dos aços contendo
esse elemento de liga (que como se verá é o mais importante nos aços resistentes à corrosão):
- criação de uma distribuição favorável de elétrons entre o ferro e o cromo, auxiliada pela
absorção do oxigénio e prejudicada por hidrogénio.

O primeiro mecanismo - formação da película de óxido - ainda é o mais aceito.


De qualquer modo, a presença da película superficial de cromo - de espessura inferior a
dois centésimos de micron -• é indispensável para conferir resistência à corrosão. A concen-
tração de cromo nesta película é maior que a do metal e tanto a espessura da película como
o seu teor em cromo aumentam à medida que se melhora o polimento superficial.
Conclui-se, como aliás se observa na prática, que quanto melhor o polimento superficial,
tanto melhor será a resistência à corrosão dos aços.
O ferro ou o aço-carbono não se caracterizam normalmente por serem "passivos", entre-
tanto, a condição de passividade pode ser-lhes conferida, em grau maior ou menor, pela
introdução de elementos de liga.
Poder-se-ia esperar que os elementos nobres como ouro, prata e platina, seriam de gran-
de utilidade nesse sentido, quando ligados ao ferro. Até o momento, entretanto, esses ele-
mentos não apresentaram boas possibilidades práticas.
Os mais importantes metais no sentido de ligar-se ao ferro e m condições económicas
para formar as películas protetoras discutidas acima são, na realidade, relativamente poucos,
e incluem o cromo, o níquel e, em menor grau, o cobre, o silício, o molibdênio e o alumínio.

3. Contribuição do cromo - O cromo é, de fato, o elemento mais importante e quando


usado em elevados teores - acima de 1 0 % - é o mais eficiente de todos, na maioria das
condições, embora os aços ao cromo e ao cromo-níquel não sejam resistentes em certos
meios, como ácido clorídrico.
Parece que nenhum dos elementos citados, a sós ou combinados, em teores abaixo de
1 % retarda materialmente a corrosão, c o m exceção do cobre que j á em teores de 0,2%
retarda definitivamente a corrosão atmosférica melhorando a resistência dos aços à corrosão
atmosférica de três a cinco vezes em relação aos aços sem cobre.
De qualquer modo, o cromo é o elemento essencial, podendo-se dizer que a d ê n d a dos
aços inoxidáveis é a ciência do cromo como elemento de liga no ferro.
O papel do cromo como elemento protetor à corrosão está ilustrado no gráfico da figura 155
t227,l

onde se observa que, numa atmosfera industrial, o aço, à medida que o seu teor em cromo aumenta,
passa de um metal de grande corrosibilidade a um metal praticamente indestrutível pela corrosão.
A temperaturas elevadas, nota-se também o mesmo fato, isto é, à medida que aumenta o
teor de cromo, diminui a tendência à oxidação. Passa-se assim dos aços simplesmente ino-
xidáveis aos aços resistentes ao calor, que serão objeto de estudo no próximo capítulo e que

386
KJIHGFEDCBA
Aços RESISTENTES A CORROSÃO

RQPONMLKJIHGFEDCBA
o-
se caracterizam por apresentarem não só resistência à oxidação a elevadas temperaturas de
o. serviço, como também razoável resistência mecânica nessas temperaturas
ra
O gráfico da figura 1 5 6 ^ ilustra o efeito do cromo na resistência do aço à oxidação a
é, altas temperaturas,. Verifica-se que o efeito mais positivo do cromo, neste caso só s e desen
co volve quando o seu teor está acima de 20%.
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a- - Aço doca zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE


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n- o IU 12 14
mo Cromo, %
Fig. 1 5 5 - Gráfico ilustrando a passividade dos aços-cromo expostos durante 10 a n o s
al, a u m a atmosfera Industrial.

e- O gráfico da figura 157 > ilustra o fenómeno da passividade medido pela velocidade de
(227

la ataque de ligas Fe-Cr por ácido nítrico a 33%. As três curvas representam ensaios a três
temperaturas diferentes. Enquanto é mais difícil resistir a ácido quente, a velocidade do ata-
n- que químico a qualquer temperatura caí repentinamente a valor praticamente desprezível
e- quando o teor de cromo excede 1 2 % .

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s, • Aço doca
o.

do o
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os e . Aço-CTO no

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W
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1 0 15
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o Cromo, %
o- i» f
a F \!1 5 6 ° cromo na resistência d o s aços à oxidação a
i l u s t r a n d 0 0 e f e i t o d

ue altas temperaturas. A curva mostra a penetração d a oxidação e m c u b o s de 1/2» aquecidos


durante 4 8 horas a 1.000°G no ar.

387
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

Em resumo:

- o cromo é capaz de assegurar-se o oxigénio para manter uma camada impermeável de


oxigénio ou de óxido a qual é extremamente estável;
- esta camada, embora invisível, é contínua e, e m meios oxidantes, possui uma pressão
de solução tão baixa que concede ao metal um comportamento nobre;
- esta propriedade do cromo é possuída também por certas de suas ligas com o ferro;
- a película Cr-0 é, entretanto, removida pela HCI e o metal, uma v e z desprovido da
pelfcula protetora é menos nobre que o ferro.

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ca
E 20
E
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15 I V
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Fig. 157 - Gráfico ilustrando o fenómeno d a passividade medido pela v e l o c i d a d e d e ataque
de ligas ferro-cromo por ácido nítrico a 33%.

4. Fatores de que depende a passividade dos aços resistentes à corrosão - A passividade


dos aços resistentes à corrosão depende essencialmente dos seguintes fatores: a) composi-
ção química; b) condições de oxidação: c) suscetibilidade à corrosão localizada ("pitting"); d)
suscetibilidade à corrosão intergranular; e) outros.

4 . 1 . Composição química - O cromo, como foi visto, é o elemento mais importante; um teor
mínimo de 10% é exigido para atingir a necessária passividade que é, por assim dizer, com-
pleta com 20% a 30% de cromo.
O níquel segue ao cromo em importância; sua atuação faz-se sentir não só na melhora da
resistência à corrosão dos aços inoxidáveis ao cromo em soluções neutras de cloreto e em
ácidos de baixa capacidade de oxidação, como igualmente no sentido de melhorar suas
propriedades mecânicas. Essa influência é particularmente grande quando o teor de níquel é
superior a 6% ou 7%.
Na realidade, os aços inoxidáveis contendo simultaneamente cromo e níquel, chamados
austeníticos, constituem os melhores tipos de aços resistentes à corrosão. O carbono, forço-
samente presente em todos os tipos de aços, diminui ligeiramente a corrosão dos aços inoxi-
dáveis quando no estado dissolvido, decresce-a apreciavelmente q u a n d o na forma de
carbonetos livres e uniformemente distribuídos e pode causar completa desintegração dos
aços inoxidáveis ao cromo-níque! quando precipitado na forma de carbonetos nos contornos
dos grãos. O molibdênio geralmente aumenta a passividade e a resistência à corrosão nos
ácidos sulfúrico e sulfuroso a altas temperaturas e pressão e em soluções neutras de cloreto,

388
IHGFEDCBA Aços RESISTENTES A CORROSÃO

particularmente na água do mar. O cobre é, às vezes, adicionado nos aços inoxidáveis para
melhorar sua resistência à corrosão em certos reagentes, entre os quais o ácido sulfúrico. D a
mesma maneira atua o silício, cujo efefto principal, entretanto, é no sentido de melhorar a
resistência à oxidação a temperaturas elevadas. O manganês só é levado em conta como
produzindo efeitos acentuados quando é usado para substituir o níquel. O tântalo e o nióbio
são às vezes adicionados, sobretudo nos aços inoxidáveis cromo-níquel, devido à sua gran-
de avidez pelo carbono, evitando que s e produza um dos .tipos mais nocivos de corrosão - a
"corrosão intergranular". O nitrogénio também tem sido adicionado em aços ao cromo onde
há pequenas quantidades de níquel (0,5 - 1,0%, para melhorar a trabalhabilidade), níquel
esse que pode ser substituído por nitrogénio; do mesmo modo, pequenas quantidades de
nitrogénio podem ser introduzidas nos aços com 0,3 - 0,4% de carbono e 14,0% de cromo,
para melhorar sua dureza, sem prejudicar sua resistência à corrosão (o que ocorreria aumen-
tando-se o teor de carbono). O nitrogénio, em aços com 16 a 1 9 % de cromo e baixo carbono,
melhora sua soldabiiidade e a sua resistência à corrosão intercristalina. Finalmente, em aços
cromo-níquel e cromo-manganês, o nitrogénio melhora a estabilidade da austenita, em rela-
ção a temperatura de trabalho a frio, resultando numa economia de níquel! . 2281

HGFEDCBA
4.2. Condições de oxidação - É evidente que a velocidade e a extensão do ataque depen-
KJIHGFEDCBA da capacidade oxidante do meio circundante. Messe sentido, podem se classificar todos
dem
IHGFEDCBA
os meios corrosivos, quer líquidos, quer gasosos, em dois grupos: oxidantes, que tendem a
LKJIHGFEDCBA
tornar passiva u m a determinada liga; redutores, que tendem a diminuir sua passividade.
Em relação aos ácidos fortes, pode-se verificar experimentalmente que a linha divisória
UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
entre os ácidos oxidantes e os redutores é representada pelo ácido sulfúrico. No lado
oxidante encontra-se o ácido nítrico e nq redutor o ácido clorídrico e o fluorídrico entre outros.
Assim sendo, o aço inoxidável que é perfeitamente empregado em meio oxidante como ácido
nítrico, perde toda a sua utilidade quando em contato com ácidos redutores.

4.3. Suscetibilidade à corrosão localizada - Os aços inoxidáveis são suscetíveis de apre-


1

sentarem um tipo de corrosão localizada somente em certos pontos da superfície e o ataque


corrosivo, uma vez iniciado, progride principalmente em profundidade, chegando a ocasionar
orifícios às vezes tão profundos que podem atravessar todo o metal. Esse tipo de corrosão é
devido a ação do íon negativo cloro de soluções aquosas. São, pois, as soluções de cloreto
que provocam mais frequentemente a corrosão localizada nos aços inoxidáveis. Tal fato pre-
cisa ser lembrado ao se tentar utilizar os aços inoxidáveis em contato com qualquer concen-
tração de ácido clorídrico, ou soluções de cloreto de ferro, cloreto de cobre, cloretos alcalinos
e alcalino-terrosos* '. Assim sendo, até mesmo a atmosfera salina tende a prejudicar as
223

excelentes qualidades de resistência à corrosão de muitos aços inoxidáveis.


A corrosão localizada pode ser, às vezes, mais prejudicial do que a corrosão generaliza-
da, visto que cria pontos de concentração de tensões que levarão o metal à ruptura por
fadiga. Aparentemente, inclusões tais como óxidos ou silicatos não têm importância na corro-
são localizada. Certas adições de elementos de liga, especialmente o molibdênio, e outros
meios têm sido usados para evitar a corrosão localizada. Entre esses outros meios, mencio-
nam-se: um melhor acabamento da superfície metálica, um tratamento prévio, para aumentar
a passividade, em um banho de ácido nítrico a quente com concentração 10-20%, tratamento
térmico correto, etc.

4.4. Suscetibilidade à corrosão intergranular - Os aços inoxidáveis cromo-níquel (tipos


austeníticos) estão sujeitos, quando tratados termicamente ou aquecidos para trabalho a
quente ou para soldagem numa certa faixa de temperaturas, a uma precipitação de um cons-
tituinte de contorno de grão que pode provocar um dos tipos mais danosos da corrosão, a
chamada "corrosão intergranular". A faixa de temperaturas críticas é 400°C-900°C, e quando
o aço for aquecido dentro dessa faixa ainda que por um tempo muito curto (poucos minutos

(*) Este tipo de corrosão localizada é chamado na literatura inglesa de "pitting".

• 3 89
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
Aç o s E FERROS FUNDIDOS

ou mesmo segundos) pode sofrer uma quase completa desintegração após algumas horas
de exposição numa solução corrosiva. A temperatura que produz o f e n ó m e n o varia com o
0

tempo de aquecimentoí ; assim, por exemplo, num aço inoxidável do tipo 18-8 (18% de
2291

cromo e 8% de níquel) com 0,08%. de carbono, com aquecimento de poucos segundos ou


minutos, a temperatura mais perigosa é em t o m o de 750°C; com um tempo de aquecimento
de uma hora, esta temperatura fica compreendida na faixa 550°C-740°C,
A explicação mais acerta do fenómeno é a seguinte:

- certos constituintes, principalmente um carboneto complexo de cromo e ferro, dissol-


vem-se na austenita com facilidade cada vez maior, à medida que a temperatura sobe além
de 900°C. Um aço inoxidável aquecido nessas condições apresenta, quando resfriado rapi-
damente, uma estrutura homogénea à temperatura ambiente. Esse estado estrutural é, entre-
tanto, instável em temperaturas inferiores à linha de solubilidade sólida do carbono na
austenita (ver diagrama da figura 170 correspondente aos aços 18-8), de modo que quando
se reaquece o aço acima de 4O0°C, o carboneto, pelo aumento da solubilidade dos átomos de
carbono, precipita-se e essa precipitação, mais acentuada na faixa entre 600°C a 800°C, se
dá ao longo dos contornos dos grãos.
Esses carbonetos, precipitados ao longo dos contornos dos grãos, não constituem em si
zonas mais suscetíveis à corrosão, mas como eles são muito mais ricos em cromo (às vezes
até 90%) que o metal do seio do qual precipitam, para sua formação houve uma retirada de
cromo das regiões vizinhas. Essas regiões, que correspondem aos contornos dos grãos,
empobrecem-se, portanto, em cromo, tomando-se menos resistentes a o ataque químico por
parte de certos reagentes: produz-se assim a corrosão entre os grãos, provocando sua sepa-
ração e consequente desintegração da liga.

Em face das explicações feitas a respeito do fenómeno da corrosão intergranular nos


aços inoxidáveis do tipo austenítico, pode-se dizer que a suscetibilidade desses aços à cor-
rosão intergranular depende de uma série de fatores, entre os quais poderiam ser enumera-
dos os seguintes:

- tempo de permanência dentro da faixa de temperaturas consideradas críticas;


- teor de carbono;
- granulação do aço;
- deformação a frio;
- presença de determinados elementos de liga.

A discussão da influência desses fatores será feita concomitantemente com os meios que
podem ser empregados para combater o fenómeno. Esses meios são, entre outros, os seguintes:

- Reaquecimento do aço, que havia sido anteriormente aquecido na faixa perigosa 400-
800°C, a temperaturas entre 950°C e 1150°C, de modo a ter-se u m a redissolução dos
• carbonetos existentes nos contornos dos grãos. É preciso, para evitar s u a nova precipitação,
resfriar-se rapidamente através da faixa perigosa.
Esse reaquecimento, n e m sempre é c o n v e n i e n t e , pois pode o c o r r e r oxidação e
empenamento ou mesmo deformação das peças a essas temperaturas. Por outro lado, toda
vez que for preciso reaquecer o aço dentro daquela faixa de temperaturas, devido a uma
soldagem, por exemplo, pode ocorrer nova precipitação de carboneto com as consequências
indesejáveis j á conhecidas.
- Redução do teor de carbono do aço a teores que o tomem ineficaz na formação de
carbonetos ou na remoção do cromo dos grãos. A f i g u r a 158 ilustra de modo claro o efeito
(229)

do carbono na resistência à corrosão do aço inoxidável austenítico tipo 18-8. Para o traçado
da curva representada no gráfico, amostras de aço 18-8 com carbono crescente foram propo-

(*) Chamado, na literatura inglesa, de"sensitizatíon".

390
JIHGFEDCBA
GFEDCBA Aços RESISTENTES A CORROSÃO

oI / I I I
0,05 0,10 0,15 0,20
Teor de carbono, %
Fig. 158 - Efeito do teor de carbono sobre a corrosão de aço inoxidável 18-8 tratado
termicamente de modo a produzir a máxima precipitação de carbonetos.

sitadamente aquecidas a temperaturas que provocaram, no maior grau possível, a precipita-


ção de carboneto.
• Nota-se que à medida que o carbono decresce, diminui o ataque corrosivo, o mínimo
verificando-se quando o mesmo atinge 0,03%. Até 0,03% de carbono, qualquer que tenha
sido o tratamento térmico usado, o carbono ou permanece dissolvido sem qualquer efeito
nocivo, ou precipita-se nos contornos dos -grãos na forma de uma carboneto de cromo, em
quantidades, entretanto, ainda insuficientes para formar um invólucro contínuo em torno dos
grãos, de modo que não resulta qualquer prejuízo. Acima de 0,03%, o carboneto de cromo
formado começa a envolver de modo contínuo os grãos, ocorrendo então o empobrecimento
do metal adjacente a tal ponto que sua inoxibilidade fica prejudicada.
Estudos têm sido feitos para determinar o teor de carbono compatível com a resistência à
corrosão intergranular. De um desses estudos' ! resultou o traçado das linhas da figura 159
229

que mostra, para teores diversos de cromo e carbono, a probabilidade de c o r r o s ã o


intergranular. Verifica-se, por exemplo, que para uma probabilidade de 99,8% de resistência
à corrosão intergranular, o teor de carbono deve ser inferior a 0,02% com 18% de cromo;
aumentando-se o teor deste metal, o teor de carbono aumenta até cerca de 0,03%; para 2 0 %
de cromo, o aço ainda apresenta excelente resistência à corrosão intergranular, com cerca de
0,04% de carbono. Em resumo, normalmente para os aços 18-8 comuns o máximo recomen-
dável de carbono seria em torno de 0,03%.
- Manter um tamanho de grão pequeno, pois a granulação grosseira toma o aço mais
suscetível à corrosão intergranular que a granulação fina.
- Promover deformação a frio após a solubilização; admite-se, de fato, que a precipitação
de carbonetos, responsável aparente pela corrosão intergranular, se dará preferivelmente ao
longo dos planos de escorregamento originados na deformação a frio no interior dos grãos e
não nos seus contornos, resultando uma dispersão dos carbonetos dentro dos grãos, o que
diminuirá a suscetibilidade à corrosão jntergrantiar. É necessário, após a deformação a frio,
aquecer o aço dentro da faixa critica para forçar a precipitação dos carbonetos ao longo dos
planos de escorregamento.
- O método mais comum e mais satisfatório consiste na adição de um elemento de liga que
tenha maior afinidade pelo carbono do.que o cromo, evitando, pois, que este precipite como
carboneto e deixando-o em condições de agir como elemento realmente promotor da passi-
vidade. Os elementos de liga empregados para esse fim são o titânio, o nióbio e o tântalo, os
dois primeiros sendo os preferidos.

391
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
Aç o s E FERROS PUWDÍDOS

0,080

0,070

§ 0.060 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
o
_g

O 0,050
CD
"O
1_
CD 0,040

0,030

0,020
17 18 19 20
Teor de Cromo, %

Fig. 159 - Probabilidade d e corrosão intergranular em função dos teores de c r o m o e carbono.

Por outro lado, a presença de 1 % a 3% de molibdênio toma o aço inoxidável austenítico


m e n o s susceptível à c o r r o s ã o intergranular., pois, sendo o m o l i b d ê n i o u m elemento
estabilizador da ferrita, favorece a formação de estrutura austenítico-ferrita. Sua ação, entre-
tanto, é somente no sentido de diminuir ligeiramente a suscetibilidade dos aços ao fenómeno
em discussão.

4.5. Outros fatores - A resistência à corrosão dos aços pode ainda ser afetada pelos
seguintes fatores adicionais! ': 230

- condição da superfície - a probabilidade de corrosão é diminuída pela presença de


superfícies macias, isenção de defeitos superficiais, isenção de casca de óxido e outras
substâncias estranhas. Geralmente, pois, uma superfície muito polida apresenta maior resis-
tência à corrosão, visto que superfícies grosseiras têm maior tendência de acumular poeiras,
sais e umidade que podem provocar ataque corrosivo local;
- fissuras - formadas em juntas e conexões ou em pontos de c o n t a t o entre o metal e
substâncias não m e t á l i c a s , s ã o mais f r e q u e n t e m e n t e sujeitas a a t a q u e . De fato, numa
fissura, o suprimento de oxigénio é limitado e insuficiente para reparar a película passi-
v a de óxido, se destruída. Aparece, então, a c h a m a d a "célula de c o n c e n t r a ç ã o diferen-
cial" ou "célula de c o r r o s ã o " . Nessas fissuras p o d e - s e acumular u m i d a d e do ar atmos-
f é r i c o ou da água do m a r (com sais, portanto), criando condições mais propícias ao
a t a q u e corrosivo;
- fenómenos de natureza galvânica - Esses fenómenos se verificam na presença de
um eletrólito (uma solução ácida, ou, no limite, a própria umidade atmosférica), quando
dois elementos metálicos ficam ligados entre si diretamente com continuidade elétrica,
formando uma verdadeira p i l h a ' " . O elemento que sofre a corrosão mais rapidamente é
23

o mais anódico. Por e x e m p l o , um parafuso de aço comum numa c h a p a de aço inoxidável


será rapidamente corroído porque o aço inoxidável atua como um cátodo de grandes
dimensões; ao contrário, u m parafuso de aço inoxidável numa chapa de grandes dimen-
sões de aço comum c a u s a r á a corrosão desta, de modo relativamente lento: essa ação
deve-se ao fato de que u m pequeno ânodo e um grande cátodo originam um aumento da
densidade de corrente d o ânodo, o que produz como consequência u m aumento da velo-

392
JIHGFEDCBA Aç o s RESISTENTES A COKROSAO

cidade de corrosão. A corrosão galvânica pode ocorrer num mesmo material metálico
que, por apresentar falta de homogeneidade de composição química ou de fases estrutu-
rais e, em contato com o eletrólito, provoque a criação de zonas distintas anódicas e
catódicas. Em resumo, não se aconselha, por exemplo, prender com pregos ou rebites de
alumínio ou de aço-carbono, peças de aço inoxidável mergulhadas em ambientes corro-
sivos, porque o aço comum e o alumínio estão mais próximos d a extremidade anódica d a
KJIHGFEDCBA
série galvânica. Do mesmo modo, não s e aconselha juntar peças de aço inoxidável entre
si ou com elementos nobres mediante soldagem ou brazagem pelo emprego de ligas
anódicas (menos nobres).
- tensões - podem originar corrosão - denominada "corrosão sob tensão"'"' - l e v a n d o
a rupturas de p e ç a s em serviço. Esse tipo de corrosão nos aços inoxidáveis não é muito
frequente; entretanto, o fenómeno t e m sido notado em s o l u ç õ e s que contêm cloretos
quando tensões elevadas (residuais o u aplicadas) estão presentes n o a ç o i n o x i d á v e l .
As soluções tidas como agressivas s ã o de cloreto de sódio, magnésio, cálcio, z i n c o e
lítio. Dentre e s s a s , uma solução f e r v e n t e concentrada de cloreto de magnésio é muito
agressiva e p o d e causar a ruptura de peças de aço inoxidável austenítico em p o u c o
tempo (1/2 a 2 horas), se o aço estiver sob uma tensão p r ó x i m a ao seu limite de e s c o -
amento. A f r a t u r a p o r " c o r r o s ã o s o b t e n s ã o " , pode s e r t a n t o i n t e r g r a n u l a r c o m o
transgranular. Admite-se que os aços inoxidáveis ferríticos n ã o estão sujeitos ao f e n ó -
meno de corrosão sob tensão p r o v o c a d a pela presença de soluções de cloretos. A i n c i -
dência da "corrosão sob tensão" p o d e ser atenuada ou evitada desde que se p r o c u r e
preencher os seguintes requisitos: projeto adequado da p e ç a , de modo a reduzir as
tensões flutuantes, térmicas ou m e c â n i c a s ; composição q u í m i c a adequada dos aços
inoxidáveis ( p o r exemplo, os aços inoxidáveis austeníticos contendo molibdênio s ã o
menos sujeitos ao fenómeno); t r a t a m e n t o térmico adequado, como recozimento final
para alívio de tensões (entre 815°C e 925°C), seguido de resfriamento ao ar o u e m
forno, confere imunidade à corrosão s o b tensão; tratamentos mecânicos como p o r j a c -
to-abrasivo ou jato de areia melhoram as condições de resistência do material a esse
tipo de corrosão, pois introduzem t e n s õ e s superficiais de c o m p r e s s ã o , c o n t r a b a l a n ç a n -
do as tensões de tração; tratamento q u í m i c o , como d e c a p a g e m , tornando a superfície
menos s e n s í v e l (do q u e u m a s u p e r f í c i e p o l i d a ) ; e v i t a r a s o l d a g e m e n t r e a ç o s
austeníticos e aços-carbonos ou ferríticos, em vista das t e n s õ e s originadas pela dife-
rença entre os coeficientes de dilatação durante o aquecimento e o resfriamento.

Como complemento das considerações até aqui feitas, podemos fazer as seguintes gene-
ralizações:

a) a resistência à corrosão depende da passividade;


b) o cromo é o elemento básico para conferir passividade dos aços;
c) condições fortemente redutoras, ou seja, ausência de condições oxidantes, causam
suscetibilidade ao ataque corrosivo;
d) condições fortemente oxidantes promovem extraordinária resistência ao ataque;
e) e íon cloro é destrutivo em relação aos aços-cromo;
f) o níquel além de melhorar as propriedades mecânicas dos inoxidáveis, melhora s u a
resistência à corrosão em soluções neutras de cloretos e ácidos de baixa capacidade de
oxidação;
g) o molibdênio aumenta a faixa de passividade dos aços inoxidáveis e melhora, s u a
resistência à corrosão em ácidos sulfúrico e sulfuroso quentes, e m soluções neutras de
cloretos, como água do mar;
h) o ataque intergranular dos aços-níquel-cromo, fenómeno típico nesses tipos de aços
inoxidáveis, é evitado por baixos teores de carbono, tratamento térmico adequado ou introdu-
ção de titânio e nióbio.

{*) "Stress-corrosion".

393
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB

5, Classificação e constituição dos aços inoxidáveis - A classificação mais simples e mais


usada dos aços inoxidáveis é baseada na microestrutura que apresentam à temperatura
ambiente. Nessas condições, são considerados os três grupos seguintes:

I - Aços Inoxidáveis Martensíticos - ou endurecíveis.


II - Aços Inoxidáveis Ferríticos - não endurecíveis.
III - Aços Inoxidáveis Austeníticos - também não endurecíveis.

Os aços pertencentes a essas classes são os de uso mais generalizado. Contudo, outros
tipos de aços resistentes à corrosão, com características importantes, vêm sendo emprega-
dos em condições especiais:

• aços inoxidáveis duplex


• aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação
• aços inoxidáveis nitrônicos.

Os grupos I e II são essencialmente ligas de ferro e cromo; o grupo III compreende as ligas
de ferro-cromo níquel.
O carbono desempenha papel importante para localizar um aço de alto cromo na classe
martensítica ou ferrítica, como se pode verificar peio exame da figura 1 6 0 ' \, por 232

exemplo, que um aço com 1 6 % de cromo pode pertencer tanto ao grupo martensítico como
ao ferrítico, dependendo do teor de carbono.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
% de C r o m o

Fig. 160 - Gráfico esquemático mostrando a influência do carbono sobre a capacidade


da endurecimento das ligas ferro-cromo.

A seguir serão estudados os efeitos dos elementos cromo e níquel no diagrama de cons-
tituição Fe-C.

5.1. Efeito do Cr- Primeiramente será considerado o diagrama de equilíbrio da liga Fe-Cr, isenta de
qualquer carbono (fig. 161' ). Os principais pontos a notar no referido diagrama são os seguintes:
2331

- presença da chamada "lupa austenítjca", a qual indica que todas as ligas de composição
à direita da lupa, mais ou menos além de 1 2 % ou 13% de cromo, solidificam na fornia de
ferrita e como tal permanecem até a temperatura ambiente;
- a presença de uma fase quebradiça Fe-Cr, denominada "fase sigma", entre 42% e 48%
de cromo. À esquerda do campo em que está presente somente a fase sigma, nota-se um
campo em que estão presentes duas fases: ferrita ou ferro alfa e sigma. Assim sendo, os aços
inoxidáveis ferríticos com teor de cromo acima de cerca de 23% (como o AISI 446) já podem
apresentar essa fase quebradiça. A desvantagem da sua presença reside no fato de que a
mesma afeta as propriedades mecânicas do aço e sua resistência à corrosão. De fato, sendo

394
GFEDCBA Aços RESISTENTES A CORROSÃO

a fase sigma dura e quebradiça, sua presença tende a reduzir a ductilidade e principalmente
a tenacidade d o aço. A influência sobre a resistência à corrosão da fase sigma, no sentido dé
prejudicá-la, foi verificada experimentalmente. Alguns autores consideram que a fase sigma é
parcialmente responsável pelo fenómeno denominado "fragilidade a 475°C", que pode ocor-
rer nos aços inoxidáveis ferríticos. Esse assunto será novamente abordado. Verificando-se
que a presença da fase sigma é realmente prejudicial, pode-se atenuar esse inconveniente
pelo aquecimento do aço acima da máxima temperatura de estabilidade da fase sigma, de
modo a dissolvê-la na austenita ou convertê-la em ferrita delta. Assim, são restauradas as
propriedades normais. As temperaturas recomendadas são superiores a 900°C.

O sistema Fe-Cr toma-se bem complexo, quando o carbono estiver presente, mas seu estudo é
simplificado pela observação do que ocorre no diagrama Fe-C quando se introduz cromo em teores
crescentes. O efeito mais importante é verificado na zona austenítica, como mostra a figura 162.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

% de Cromo

Fig. 161 - D i a g r a m a de constituição d a liga Fe-Cr.

Note-se que, à medida que o teor de cromo aumenta, a faixa austenítica diminui, até
praticamente desaparecer para cerca de 2 0 % de cromo. Esse fato leva à conclusão de que,
à medida que o cromo cresce, a composição das ligas Fe-C-Cr que permitirá a obtenção de
endurecimento total por têmpera fica reduzida a limites cada vez mais estreitos.
Os diagramas das figuras 163, 164 e 1 6 5 correspondem a secções transversais do
(232)

diagrama Fe-Cr-C com respectivamente 6 % , 12% e 18% de cromo. Do seu exame, além da
paulatina redução da faixa austenítica, nota-se a precipitação, pelo esfriamento muito lento,
de excesso de carbonetos acima do eutetóide (ponto P), os quais serão encontrados em
equilíbrio no campo "gama mais carbonetos", à direita na linha SE.
Essas considerações são importantes, pois certos aços inoxidáveis com teores de cro-
mos elevados - entre 16% e 20% - podem tornar-se quebradiços pelo esfriamento muito lento,
admitindo-se que esse fenómeno seja associado a uma precipitação de carbonetos. Essa

395
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

fragilidade pode, entretanto, ser eliminada pelo reaquecimento a temperaturas entre 790 zyxwvut
°c Q

6 5 0 C seguido de resfriamento razoavelmente rápido.


a

: zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r 5.2. - Efeito do Ni - É interessante inicialmente verificar o efeito do níquel e do cromo na'
transformação alotrópica do ferro, o que está demonstrado na figura 166Í '. 234

Nessa figura estão colocados lado a lado os diagramas de constituição aproximados dossistemas
Fe-Ni e Fe-Cr. Qualquer dos elementos adicionados em quantidades apreciáveis, elimina o alotropia
do ferro, mas o níquel estabiliza a austenita, ao passo que o cromo estabiliza a ferrita. Assim, quando
ambos os elementos estão presentes, resulta uma situação de compromisso e ambas as formas
• alotrópicas podem se desenvolver nas suas temperaturas apropriadas. Aparentemente o níquel exer-
m ce uma influência mais decisiva do que o cromo, nos que diz respeito às formas alotrópicas do ferro.

1500
-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
,-'o

1400
5 \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
O 1300
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£ 1100
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19% C r / zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE

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E 1000 r o

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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
/
1

f>i'i 800
0
i 700

m 0,2 0.4 0,6


Teor de Carbono %
0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8

Fig. 162 - Efeito do teor de c r o m o s o b r e o campo austenítico.

•c

1,5 2.0 2,5


% de Carbono

Fig. 1 6 3 - Secção transversal do d i a g r a m a Fe-Cr-C com 6 % d e Cr.

396
HGFEDCBA Aç o s RESISTENTES A CORROSÃO

yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Q

a'

s
a
do
s
r-
.

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ONMLKJIHGFEDCBA
LKJIHGFEDCBA
Fig. 164 - Secção transversal do diagrama Fe-Cr-C c o m 12% de Cr.
KJIHGFEDCBA
A figura 167 mostra a influência aproximada do níquel quando adicionado a uma liga Fe-
SRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ni com 8% de níquel. Esses teores foram escolhidos devido à importância dos aços inoxidá-
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
veis do tipo 18-8 (18% Cr e 8% Ni).
A figura mostra que essa liga 18-8 seria, em princípio, terrífica à temperatura ambiente, no
estado de equilíbrio. Entretanto, como se verá, as condições de s u a fabricação são tais que
o equilíbrio não é geralmente alcançado, de modo que a liga, na realidade é austenítica às
temperaturas de serviço.
A figura 168< ) mostra secções uniformes a 0%, 3%, 6%, 9%, 12%, 15%, 18%, 2 1 % e
234

24% de cromo, dos diagramas Fe-Ni-Cr, revelando a mudança gradual que sofrem as fases,
à medida que s e adiciona cromo.
As figuras 169 e 1 7 0 correspondem a secções dos diagramas de equilíbrio Fe-Cr-Ni-C,
(23al

para 18% de cromo com 4% e 8% de níquel respectivamente.


Verifica-se que a fase gama, à medida que aumenta o teor de níquel, toma-se cada vez
mais estável a ponto de, com 8% de níquel, para baixos teores de carbono, as ligas ficarem
inteiramente austeníticas, mesmo com recozimento. Nessas condições, a liga 18-8 para to-
dos os fins práticos, pode ser considerada austenítica.

6. Aços inoxidáveis martensíticos - Estes aços caracterizam-se por serem aços-cromo,


contendo cromo entre 11,5% e 18,0%; eles tomam-se martensíticos e endurecem pela t ê m-
pera. Dentro desse grupo podem ser ainda consideradas três ciasses:

a) baixo carbono, também chamado tipo "turbina"


b) médio carbono, também chamado tipo "cutelaria"
c) alto carbono, também chamado tipo "resistente ao desgaste".

Esses aços estão todos incluídos na classificação AISI que considera os tipos indicados
na Tabela 115(235x236x237)1.238),
Os característicos mais importantes desses aços são os seguintes:

- são ferro-magnéticos;
- podem ser facilmente trabalhados, tanto a quente como a frio, sobretudo quando o teor
de carbono for baixo;

397
Aços E FERROS FUNDIDOS

Fig. 165 - Secção transversal do d i a g r a m a Fe-Cr-C com 1 8 % d e Cr.

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 FERRO 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100


- « — PORCENTAGEM DE NÍQUEL—« P U R O »—PORCENTAGEM DE C R O M O — •
CONSTITUIÇÃO APROXIMADA DAS LIGAS Fe-Ni E Fe-Cr

Fig. 1 6 6 - C o m p a r a ç ã o dos sistemas Fe-Ni e Fe-Cr sob o ponto de vista d e influência na


transformação alotrópica do ferro.

398
Aços RESISTENTES A CORROSÃO zyxwvutsrqponmlkjihgf
zyxwvutsrq

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
i
Li ziuido
- L quido
-
- 7 - zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
- 2400
0 12 0 0 ' /
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)
r r zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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8 2 Fe % d e N ' q u e l 9 2 F e % de Cromo

Fig. 167 - Efeito do NI (à esquerda) s o b r e a constituição de u m a liga c o m 18% de Cr e


do Cr (à direita) s o b r e u m a liga com 8 % de Ni.

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TEOR DE NÍQUEL EM %

Fig. 168 - S e c ç õ e s uniformes dos diagramas Fe-Cr-NI c o m vários teores de cromo.

399
Aços RESISTENTES A CORROSÃO zyxwvutsrq

- apresentam boa resistência à corrosão quando expostos ao tempo, à ação da água e de


certas substâncias químicas; à medida que aumenta o teor de carbono, fica prejudicada a
resistência à corrosão, o que, entretanto, é compensado pelo maior teor de cromo;
- o níquel melhora a sua resistência à corrosão; o melhor aço inoxidável martensítico, sob
o ponto de vista de resistência à corrosão, é o 4 3 1 , devido ao baixo carbono, alto cromo e
presença de níquel;
- a têmpera também melhora a resistência à corrosão, pois contribui para evitar a possibi-
lidade de precipitação de carbonetos.

6.1. Propriedades e aplicações dos aços inoxidáveis martensíticos - Em função da sua com-
posição química, os característicos desses aços e as aplicações mais comuns são as seguintes:

- tipos 403 e 410 - pelo seu baixo carbono são fáceis de conformar a frio no estado
recozido; são empregados em lâminas forjadas ou usinadas de turbina e compressores, te-
souras, canos de fusii, componentes de micrômetros e instrumentos de medida, componen-
tes para a indústria petroquímica e t c ;
- tipos 420 - pela alta dureza e razoável tenacidade que adquirem após adequado trata-
mento térmico, são empregados em cutelaria, instrumentos cirúrgicos, eixos de bomba, vál-
vulas, peças de motores a jato, mancais de esfera, parafusos, buchas, e t c ;
- tipos 414 e 431 - pelas altas dureza e resistência mecânica, são empregados em molas,
parafusos e porcas, peças para bombas, peças para aviões, eixos de hélices marítimas,
peças para fomos, componentes para a indústria petroquímica, etc. O tipo 431 é o de melhor
resistência à corrosão entre os aços inoxidáveis martensíticos;
- tipos 416, 416 Se e 420 F - por serem de usinagem fácil, adaptam-se facilmente a
operações de usinagem, sendo empregados em parafusos, porcas, hastes de válvulas, lâmi-
nas de turbina, cutelaria e t c ;
- tipos 440A, 440 B e 440 C- devido ao alto teor de carbono, possuem alta resistência ao
desgaste; por isso são empregados em instrumentos cirúrgicos e odontológicos, mancais de
esfera, válvulas, bocais e outras aplicações em que, além de resistência à corrosão, sejam
exigidas altas dureza e resistência ao desgaste.

6.2 Tratamentos térmicos dos aços inoxidáveis martensíticos - A Tabela 116 apresenta
(237)

as temperaturas de recozimento pleno e de recozimento isotérmico que são aplicados nesses


aços, para obtenção da estrutura que permita a conformação mecânica a frio e eliminar total
ou parcialmente as suas tensões internas.
ATabela 1 1 7 indica as temperaturas recomendadas para têmpera e revenido desses
(237)

aços, com as propriedades mecânicas médias resultantes. A esse respeito podem ser feitos
os seguintes comentários:

- todos os aços inoxidáveis martensíticos são temperados e devido a alta temperabilidade


conferida pelo alto teor de cromo podem, geralmente, ser esfriados ao ar; alguns são esfria-
dos em óleo ou em água (carbono mais baixo);
- após a têmpera, aplica-se um revenido a baixa temperatura - geralmente entre 150°C e
400°C - que constitui mais um alívio de tensões, pois não afeta de modo significativo as
propriedades mecânicas, além de pouco favorecer a possível precipitação de carbonetos;
- o revenido propriamente dito aplica-se aos aços de carbono mais baixo e é realizado
entre 550°C e 750°C, de 1 a 4 horas, dependendo das alterações desejadas nas proprieda-
des mecânicas; deve-se procurar evitar a faixa entre 480°C e 6 0 0 ° C , pois, do contrário,
(237)

tanto a tenacidade como a resistência à corrosão são afetadas;


- para completa recuperação das propriedades no estado recozido, faz-se recozimento na
faixa de temperatura de 725°C a 915°C.

A figura ^ l ' ) mostra o efeito do revenido sobre a resistência ao ataque em solução


2 3 6

normal de ácido nítrico de aço inoxidável martensítico tipo "cutelaria". O gráfico mostra como zyxwvuts

401
Aços E FERROS FUNDIDOS

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402
Aços RESISTENTES A CORROSÃO zyxwvutsrqp

a perda em peso pelo ataque por parte de ácido nítrico diluído aumenta em vários aços
temperados de temperaturas diferentes quando são revenidos a diferentes temperaturas
durante uma hora. A melhora gradual da resistência à corrosão em função da temperatura de
RQPONMLKJIHGFEDCBA
têmpera é evidente. O estudo foi realizado em aço com 17,4% de cromo e 0,77% de carbono.
A explicação aparente" do fenómeno é a seguinte: a martensita, sendo uma solução
grandemente supersaturada de carbono, sofre uma precipitação de carboneto, quando o aço
for reaquecido após a têmpera; esse carboneto é muito rico em cromo. O aço, que exige que
todo o cromo fique em solução, perderá, em consequência, resistência à corrosão. O
revenido deverá, pois, ser aplicado com rigoroso controle. O gráfico d a figura 171 mostra, e m
resumo, dois fatos importantes:

- maiores temperaturas de têmpera melhoram a resistência à corrosão do aço;


jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- à medida que aumenta a temperatura de revenido, a resistência à corrosão diminui,
devido à mencionada precipitação de carbonetos ricos em cromos de martensita.
fedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Um outro fato que deve ser mencionado, em relação aos aços inoxidáveis martensíticos,
diz respeito ao fenómeno denominado "fragilidade pelo hidrogénio", o qual pode ocorrer nes-
ses aços quando a sua dureza e o seu carbono são elevados. Essa fragilidade pode ser
adquirida durante o processo de fusão do aço, ou durante o seu tratamento térmico devido à
atmosfera usada, ou durante os tratamentos químicos ou eletroquímicos como decapagem
ou eletrodeposição que eventualmente sejam empregados nesses aços. A prevenção é a
melhor maneira de eliminar esse inconveniente, o qual, por outro lado, pode ser atenuado por
um aquecimento do aço, sob essa condição de fragilidade, a uma temperatura no máximo
igual a 400°C, às vezes da ordem de apenas 100°C' >. a37

PONMLKJIHGFEDCBA
Além do níquel, outras adições que podem serfeftas nesses aços ao cromo são as seguintes! . 2381

- titânio-que diminui a tendência ao crescimento dos grãos e aumenta a soldabilidade; no


UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
mesmo sentido, atua o nióbio;
- molibdênio - que, entre 1 a 2%, aumenta sensivelmente a resistência à ação de ácidos
diluídos, ácidos orgânicos etc.
- alumínio - que aparentemente diminui o crescimento de grão, a altas temperaturas.

Uma composição característica com molibdênio e vanádio é a seguinte:


C Si Mn Cr Ni Mo V
0,25% 0,50% 0,50% 12,50% 0,50% 1,00% 0,30%
Esse aço, temperado a partir de 1010°C, durante 15 minutos, revenido a 480°C durante 4
horas, apresenta as seguintes propriedades mecânicas:
PONMLKJIHGFEDCBA
Limite de resistência à tração - 1 8 0 k g f / m m (1770 MPa)
2

Limite de escoamento - 1 4 5 kgf/mm (1420 MPa)


2

Alongamento - 1 0 % .

7. Aços inoxidáveis ferríticos - Neste grupo, o cromo é ainda o principal elemento de liga,
podendo atingir valores muito elevados, superiores a 25%. Como o teor de carbono é baixo -
máximo de 0,20% - a faixa austenítica fica totalmente eliminada e, em consequência, esses
aços não são endurecíveis pela têmpera.
ATabela 118 (2« )P« IP«!) apresenta os tipos principais.
Os tipos 405 e 409 são os de cromo mais baixos. A estrutura ferrrrjca é no 405 garantida
pela adição de alumínio que, como se sabe, é poderoso estabilizador da ferrita. Nesse tipo, a
quantidade de alumínio adicionada é suficiente para evitar a formação de quantidade apreci-
ável de austenita, quando o aço é aquecido a altas temperaturas. Esse fato tem grande
importância e significado nas operações de soldagem, as quais podem ser feitas normalmen-
te, sem que haja formação de martensita próximo à zona soldada, o que exigiria u m
recozimento posterior.
O tipo 430 é o mais usado, devido s u a grande resistência à ação de ácidos, sobretudo o.

403
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. . ., . . . . . . .
TABELA117
Tratamentos térmicos dos aços Inoxidáveis martensíticos e propriedades
mecânicas resultantes
Têmpera Revenido Propriedades mecânicas médias, após o tratamento térmico
Temperatura Tempo Melo d e r e s - Temperatura Tempo Dureza Limite resis- L i m i t e de es- Alonga- Resistência
Tipo
°C min. friamento °C h Brinell tência àtração coamento mento ao c h o q u e
AISI
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % kgfm J
403 925/1000 15a30 óleo 225/375 1 a3 360/380 130 1280 98 960 15 2,8/6,2 27,5/60,8
410 925/1000 15 a 30 óleo 225/375 1 a3 360/380 130 1280 98 960 15 2,8/6,2 27,5/60,8
414 975/1050 15 a 30 óleo ou ar 225/400 1 a3 370/400 137 1340 102 1000 15 4,1/8,3 40,2/81,4
416 925/1000 15a30 óleo 225/375 1 a3 360/380 130 1280 98 960 12 2,8/6,2 27,5/60,8
431 975/1075 15a30 ar, ÓIBO, água 225/400 1 a3 370/400 137 1340 102 1000 17 4,1/8,3 40,2/81,4
420 975/1050 15 a 30 ar, óleo
quente 150/375 1 a2 470/530 .175 ' 1720 158 1550 8 ' 1,1/2,1 10,8/20,6
440A 1000/1075 15 a 30 idem 150/375 1 a2 500/560 189 1850 182 1790 5 0,4/0,8 3,9/8,85
440B 1000/1075 15 a 30 Idem 150/375 1 a2 520/590 196 1920 189 1850 3 2,9/6,9
0,3/0,7
440C 1000/1075 15 a 30 idem 100/375 1 a2 540/620 200 1960 193 1890 2 0,3/0,7 2,9/6,9
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aç o s E FERROS FUN DIDOS

AÇO INOXIDÁVEL DE
ALTO CARBONO PARA CUTELARIA zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX

.UMJIgífíSfÇilMADfi,

400 450 500 550°C


TEMPERATURA DE REVENIDO, 1h zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
Fig. 171 • Influência do revenido sobre a resistência a o ataque em solução normal de ácido
nítrico do aço inoxidável martensítico tipo cutelaria.

nítrico e ácidos orgânicos e à ação da água do mar. Esse é o único tipo de aço do grupo
ferrítico que não é inteiramente ferrítico, podendo por resfriamento rápido sofrer um ligeiro
endurecimento. Entretanto, nesse aço como nos outros tipos do mesmo grupo, o tratamento
térmico usual é o recozimento para alívio de tensões e obtenção da máxima ductilidade. A
a d i ç ã o de enxofre, f ó s f o r o ou selênio, d a n d o o r i g e m ao tipo 4 3 0 F , melhora a sua
usinabilidade.
O tipo 442 possui melhor resistência à corrosão que os anteriores.
O tipo 446, sendo o de mais alto cromo da série, é o que apresenta maior resistência à
corrosão e à oxidação a altas temperaturas. Esse aço pode apresentar carbonetos dispersos
na ferrita ou nos contornos dos grãos, o que constitui um inconveniente, sobretudo porque
favorece o crescimento de grão durante o aquecimento, resultando em resistência ao choque
mais baixa que a normal.

7.1. Propriedades e aplicações dos aços inoxidáveis ferríticos - Como j á foi mencionado o tipo
430 é o mais conhecido e utilizado. É facilmente conformado a frio e apresenta um encruamento
inferior ao dos aços austeníticos. Possui ainda boas propriedades de resistência à corrosão tanto à

TABELA118
Aços Inoxidáveis ferríticos

Tipo C Mn P s Si
Cr Ni Mo Outros
AISI max. m a x . m a x . max max.
405. 0,08
1,00 0,040 0,030 1,00 11,50/14,50 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
- — Al=0,10/0,30
409 0,08
1,00 0,045 • 0,045 1,00 10,50/11,75 - — T i = 6 X C m i n . (0,75 max.)
429 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 14,00/16,00 - — — •>
430 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 16,00/18,00 - — —
430F 0,12 1,25 0,060 0,15 min. 1,00 16,00/18,00 - 0,60 max.' —
4 3 0 F Se 0,12 1,25 0,060 0,060 1,00 16,00/18,00 - - Se=0,15 min.
434 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 16,00/18,00 - 0,57/1,25 —
436 0,12 1,00 0,040 0,030 1,00 16,00/18,00 - 0,75/1,25 Nb+Ta=5xC min.(0,70 max.)
442 0,20 1,00 0,040 0,030 1,00 18,00/23,00 - — —
446 0,20 1,50 0,040 0,030 1,00 23,00/27,00 - — N=0,25 max.
* Elemento opcional.

406
JIHGFEDCBA
FEDCBA Aços RESISTENTES À CORROSÃO

temperatura ambiente como a temperaturas mais elevadas. Resiste à ação de gases sulfurosos
secos e quentes. Seus usos abrangem um campo muito grande, como indústria automobilística,
dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
indústria de aparelhos defrodomésticos e indústria química. Outros empregos incluem: decora-
ções arqurtetônicas interiores, equipamento de restaurantes e de cozinhas, peças de fomos etc.
Os tipos 430 F e 430 Se são variações do tipo 430. Devido seus característicos de fácil
usinabilidade são empregados para produzir peças em máquinas operatrizes automáticas,
tais como parafusos, porcas, ferragens etc.
O tipo 405, pelo fato de apresentar alumínio, apresenta bons característicos de tenacida-
de em estruturas soldadas, onde é empregado em temperaturas elevadas. Aplicações típicas
incluem tubos de radiadores, caldeiras, recipientes para indústria petroquímica etc.
O tipo 409 é facilmente trabalhável a frio e produz soldas muito tenazes. Seu emprego faz-
se principalmente em exaustores de automóveis.
O tipo 434 é semelhante ao 430, com adição de molibdênio que melhora seus caracterís-
ticos de resistência à corrosão atmosférica. Tem sido empregado na manufatura de compo-
nentes da indústria automobilística, como por exemplo, pára-choques de automóveis.
O tipo 436 é também semelhante ao 430, com adição simultânea de molibdênio e nióbio,
de modo a melhorar suas resistências à corrosão e ao calor.
O tipo 442 apresenta boa resistência à oxidação, por isso é empregado para serviço a alta
temperatura quando não se exige facilidade de conformação. Seus principais empregos são:
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
peças de fomos e de câmaras de combustão.
O tipo 446, por ser dentre todos os aços inoxidáveis ferríticos, o que contêm maior teor de
cromo, possui excelente resistência à oxidação até temperaturas da ordem de 1200°C. Por
isso, são erripregados em peças de fomos, queimadores, radiadores, recuperadores etc.
Contudo, sua resistência mecânica a temperaturas elevadas é baixa, de modo que para
essas aplicações prefere-se os aços inoxidáveis austeníticos do tipo AISI 310.
As principais propriedades mecânicas desses aços inoxidáveis ferríticos estão indicadas
na Tabela 119< >.
242

7.2 Tratamentos térmicos dos aços inoxidáveis ferríticos - Como esses aços não s ã o
endurecíveis, o tratamento usual é um recozimento para alívio de tensões originadas na
conformação a frio e para obtenção da máxima ductilidade. A T a b e l a 120< ) indica, para
243

alguns tipos de aços dessa categoria mais empregados, as temperaturas, tempos às t e m p e -


raturas e as condições de resfriamento.
Os aços inoxidáveis terríficos estão sujeitos a adquirirem fragilidade quando aquecidos em tomo
de 475°C ou resfriados lentamente através dessa temperatura " '. O fenómeno traduz-se por
1227 229

aumento de dureza e queda da ductilidade e alguns autores o atribuem à fase sigma (Fe-Cr)' . 2291

A fase sigma aparece principalmente nos aços com 2 5 % a 3 0 % de cromo. O seu apareci-
mento é acelerado por adições de níquel, manganês e silício. Por outro lado, aparece tanto
mais rapidamente quanto mais ele se aproxima de temperatura do limite superior de estabili-
dade (cerca de 600°C). O aquecimento a uma temperatura mais elevada transforma a fase
sigma em ferrita e provoca o desaparecimento da fragilidade que ela confere aos aços. Esse
aquecimento deverá ser de várias horas a 800°C ou de aproximadamente meia hora a 850°C.
Sua aparência microscópica é na f o r m a de um precipitado de rendilhado contínuo ao
longo dos contornos dos grãos.
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Essa fragilidade - denominada "fragilidade a 475°C"- que se revela nos aços inoxidáveis
ferríticos de alto cromo é, segundo alguns autores, devida a u m a modificação do reticulado
cristalino e rearranjo atómico, que precede e prepara a precipitação d a fase sigma. O assunto
é ainda muito controvertido. Parece, por outro lado, que o carbono, o nitrogénio, o hidrogénio
e oxigénio favorecem o fenómeno de "fragilidade a 475°C", principalmente o oxigénio, pela
provável formação de óxido de cromo CrO, ao ser mantido o aço em certas faixas de t e m p e -
raturas. De qualquer modo, a última palavra sobre o assunto parece que ainda não foi dada.
É certo, finalmente, que a fragilidade a 475°C pode ser eliminada pelo reaquecimento do
aço a temperaturas superiores a 600°C, seguido de resfriamento rápido através da tempera-
tura perigosa.

407
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aç o s E FERKOS FUNDIDOS

T A B E L A 119
Propriedades mecânicas mínimas d e aços inoxidáveis ferríticos

Forma Limite resis. L i m i t e de Alonga- Estnc-


Tipo Dureza
do Condição à tração escoamento mento ção
AlSl RB
produto kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa % %

405 fio recozida 49,0 480 28,0 275 20 45 zyxwvutsrqponm


-
fio recozida
e s t i r a d a a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 -
chapa, folha r e c o z i d a 42,0 415 17,5 170 20 - 88 max.
409 barra recozida 45,5 450 24,5 240 25 - 75 max.
chapa, folha r e c o z i d a 42,0 415 21,0 205 22 - 80 max.
429 barra recozida 49,7 490 31,5 310 30 65 -
chapa, folha r e c o z i d a 45,5 450 21,0 205 22 - 88 max.
430 barra recozida
acabada a quente 49,0 480 28,0 275 20 45 -
430 barra recozida
a c a b a d a a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 -
430 fio recozida 49,0 480 28,0 275 20 45 -
430 no recozida
estira a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 -
430 chapa, folha r e c o z i d a 45,5 450 21,0 205 22 - 88 max.
430 P fio recozida 59,5 585 - - - - -
87,5 860
430 Ti barra recozida 52,5 515 31,5 310 30 65 -
434 fio recozida 55,3 545 42,0 415 33 78 90 max.
434 folha recozida 53,9 530 37,1 465 23 - 83 max.
436 folha recozida 53,9 530 37,1 ' 365 23 - 85 max.
442 barra recozida 56,0 550 31,5 310 20 40 90 max.
442 chapa, folha r e c o z i d a 52,5 515 28,0 275 20 - 95 max.
42,0 415 28,0 275 20 95 max.
444 chapa, tolha r e c o z i d a -
446 barra recozida
acabada a quente 49,0 480 28,0 275 20 45 -
446 barra recozida
a c a b a d a a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 zyxwvutsrqponm
-
446 fio recozida 49,0 480 28,0 275 20 45 -
446 fio recozida
estirada a frio 49,0 480 28,0 275 16 45 -
446 chapa, folha recozida 52,5 515 28,0 275 20 - 95 max.

T A B E L A 120
Valores i n d i c a t i v o s d e t e m p e r a t u r a , t e m p o e m e i o s d e r e s f r i a m e n t o p a r a o p e r a ç ã o de
r e c r i s t a l l z a ç ã o de a l g u n s a ç o s i n o x i d á v e i s í e r r í t i c o s

Tipo Tempo' Temperatura


Resfriamento
AlSl horas °C
405 1 a2 650/820 ar ou água
430 1 a2 710/790 a r ou água
ou 1 a2 820/900 n o f o r n o " até 590°C,
depois no ar
430 F 1 a2 710/790 ar ou água
442 1 a2 760/830 a r o u água
446 1 a2 760/830 ar ou água

' É função da espessura e d a f o r m a das secções; p a r a c h a p a s aconselha-se 3 a 5 m i n u t o s p a r a cada 2,5


m m de espessura
" Velocidade de resfriamento 1 5 a 25°C/h
O
JIHGFEDCBA
FEDCBA Aços RESISTENTES À CORROSÃO ^

8. Aços inoxidáveis austeníticos - A T a b e l a 1 2 1


(242) apresenta os tipos mais comumenteÇ^)
empregados.
Esses aços podem ser divididos e m dois grupos: {_)

- aços ao cromo-níquel O
srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- aços ao cromo-manganês-níquel ^ )

A maior parte dos aços austeníticos comumente empregados pertence ao primeiro grupo. Oszyxwvut í~j
mais conhecidos e populares são os 18-8 em que o teor médio de cromo é 18% e o de níquel 8%.
A introdução do níquel melhora consideravelmente a resistência à corrosão e a resistência à oxida- O
ção a altas temperaturas, visto que, na maioria dos reagentes, o níquel é mais nobre que o ferro e, f
além disso, forma uma camada de óxido que protege o aço espontaneamente. Para comprovar v . 1

esse fato, demonstra-se que a restauração da película inerte protetora que tenha sido retirada de
uma aço inoxidável ao Cr-Ni é muito mais rápida do que a de um aço inoxidável somente ao cromo. —
O segundo grupo, menos importante, apareceu na década de 30 e o seu desenvolvimento Ç\
ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, em razão da menor disponibilidade de níquel. Neles, "
parte do níquel (cerca de 4 % ) é substituído por outros elementos de tendência austenitizante, ( ^ )
como o manganês (em torno de 7%) e o nitrogénio (em teores não superiores a 0,25%). ^
Os característicos principais dos aços inoxidáveis austeníticos são: C.

- não magnéticos; . C.'


- não endurecíveis, por serem austeníticos; ç~\.
- quando encruados, apresentam um fenómeno interessante: o aumento de dureza que
se verifica é bem superior ao que se encontraria, mediante a mesma deformação, em outros <^ ")-
açost . Esse aumento além do normal da dureza, pode ser atribuído à instabilidade da
234)

austenita que, sob o efeito das tensões do encruamento, transforma-se parcialmente e pau- ( . . )
latinamente em ferrita. Essa ferrita, supersaturada de carbono, nas mesmas condições que v
uma martensita, contribui para o endurecimento excepcional do aço. O estiramento a frio, por v . '
exemplo, do aço 18-8 pode produzir resistência à tração da ordem de 250 kgf/mm (2450 2

MPa) com uma porcentagem de deformação que num aço comum não produziria mais do que ^~
cerca de 140 kgf/mm (1370 MPa). i
srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2

Um reaquecimento a temperaturas moderadas do aço encruado - que se encontrará nozyxwvu Q


estado ferrítico - restaura a austenita. _
Nota-se ainda nos aços inoxidáveis austeníticos que, à medida que o teor de níquel aumenta, o C J
efeito do encruamento é menos pronunciado, tendo em vista a ação estabilizadora desse elemento.
A importância desse fenómeno é t ã o grande que se c o s t u m a classificar os aços O
austeníticos pelos níveis de resistência que se consegue pelo encruamento, desde o tipo
recozido mole até o tipo inteiramente duro.
Na prática são obtidos valores muito maiores. Por exemplo, conforme a porcentagem do
encruamento, o aço do tipo AlSl 301 pode apresentar valores correspondentes às principais
o
propriedades mecânicas indicados na Tabela 122' '. 244 ' O
Um dos fenómenos indesejáveis que pode ocorrer nos aços inoxidáveis austeníticos é a
corrosão intergranular, devido à precipitação de carboneto de cromo. Um dos meios de evitá- o
la é, como se mencionou, pela adição de titânio e de nióbio, porque esses elementos fixam o
carbono na forma de carbonetos de titânio e de nióbio. A ação do trtânio pode ser analisada
através do gráfico da figura 172 >, que mostra a redução aproximada da solubilidade do ( }.
(234
o
carbono em aço 18-8 obtida pela adição de cerca de 0,5% de titânio.
As micrografias das figuras 173 e 174 correspondem a aço inoxidável austenítico, do tipo £
18-8; a primeira micrografia mostra uma zona superficial de corrosão intergranular; a segunda,
o núcleo do mesmo aço, sem corrosão; sua estrutura é típica de aço inoxidável austenítico. o
8.1. Propriedades e empregos dos aços inoxidáveis austeníticos - As propriedades mecâ-
nicas desses aços dependem essencialmente da condição do material, ou seja se ele se Ç^jf
316F 0,08 max. 2,00 0,20 0,10 min. 1,00 16,00/18,00 10,00/14,00 1,75/2,50 -
316L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,00/14,00 2,00/2,50 -
316L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,50/14,50 2,50/3,00 -
316N 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,00 10,00/14,00 2,00/3,00 N = 0,10/0,16
317 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 11,00/15,00 3,00/4,00 -
317L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 11,00/15,00 3,00/4,00 -
321 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/12,00 - Ti = 5 x C min; 0,8 max.
321 H 0,04/0,10 2,00 0,030 0,030 0,75 17,00/19,00 9,00/13,00 - TI = 4 x C min.; 0,6 max.
T A B E L A 121
A ç o s inoxidáveis austeníticos (continuação)
Tipo
C Mn m a x . Pmax. S max. Si m a x . Cr Ni Mo Outros elementos
AlSl
329 0,10 max. 2,00 0,040 0,030 1,00 25,00/30,00 3,00/6,00 1,00/2,00
330 0,08 max. 2,00 0,040 0,030 0,75/1,50 17,00/20,00 34,00/37,00 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
-
ti 347
347 H
0,08 max.
0,04/0,10
2,00
2,00
0,045
0,030
0,030
0,030
1,00
1,00
17,00/19,00
17,00/19,00
9,00/12,00
9,00/13,00
-
-
N b + T a = 1 0 x C m i n . ; 1,00 max.
Nb + Ta = 10 x C min.; 1,00 max.
348 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/13,00 - Nb + Ta = 1 0 x C m i n . ;
Ta = 0,10 max.; Co = 0,2 max.
348 H 0,04/0,10 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 9,00/13,00 - Nb + Ta = 1 0 x C m i n . ;
Ta = 0,10 max.; Co = 0,1 max.
384 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 15,00/17,00 17,00/19,00
' Elemento opcional
o
T A B E L A 121
Aços inoxidáveis austeníticos
Tipo
C Mn max. Pmax. S max. SI m a x . Cr NI Mo Outros elementos
AlSl
201 0,15 max. 5,5/7,5 0,060 0,030 1,00 16,00/18,00 3,50/5,50 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSR
- N = 0,25 max.
202 0,15 max. 7,50/10,0 0,060 0,030 1,00 17,00/19,00 4,00/6,00 - N = 0,25 max.
205 0,12/0,25 14,00/15,00 0,030 0,030 0,50 16,50/18,00 1,00/1,75 - N = 0,32/0,40
301 0,15 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,00 6,00/8,00 - -
302 0,15 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 8,00/10,00 - -
302 B 0,15 max. 2,00 0,045 0,030 2,00/3,00 17,00/19,00 8,00/10,00 - -
303 0,15 max. 2,00 0,20 0,15 min. 1,00 17,00/19,00 8,00/10,00 0,60 max.' -
303 Se 0,15 max. 2,00 0,20 0,060 1,00 17,00/19,00 8,00/10,00 - Se = 0,15 min.
304 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 8,00/10,50 - -
304 L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 8,00/12,00 - -
304 H 0,04/0,10 2,00 0,040 0,030 0,75 18,00/20,00 8,00/12,00 - -
304 N 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 18,00/20,00 8,00/10,50 - N = 0,10/0,16
305 0,12 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 17,00/19,00 10,50/13,00 - -
308 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 19,00/21,00 10,00/12,00 - -
309 0,20 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 22,00/24,00 12,00/15,00 - -
309 S 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 22,00/24,00 12,00/15,00 - -
310 0,25 2,00 0,045 0,030 1,50 24,00/26,00 19,00/22,00 - -
310S 0,08 max, 2,00 0,045 0,030 1,50 24,00/26,00 19,00/22,00 - -
314 0,25 max. 2,00 0,045 0,030 1,50/3,00 23,00/26,00 19,00/22,00 - -
316 0,06 max. 2,00 0,045 . 0,030 1,00 16,00/18,50 10,50/13,50 2,00/2,50 -
316 0,06 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,00/14,00 2,50/3,00 -
316H 0,04/0,10 2,00 0,030 0,030 0,75 16,00/18,00 11,00/13,50 2,00/2,50 -
316H 0,04/0,10 2,00 0,030 0,030 0,75 16,00/18,00 11,00/14,00 2,50/3,00 -
316F 0,08 max. 2,00 0,20 0,10 min. 1,00 16,00/18,00 10,00/14,00 1,75/2,50 -
316L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,00/14,00 2,00/2,50 -
316L 0,03 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,50 11,50/14,50 2,50/3,00 -
316N 0,08 max. 2,00 0,045 0,030 1,00 16,00/18,00 10,00/14,00 2,00/3,00 N = 0,10/0,16
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

encontra no estado recozido ou encorado (um quarto duro, meio duro, três quartos duro ou
totalmente duro).
Essas propriedades dependem igualmente da forma do produto acabado ou semi-acaba-
do (barras, fios, tiras, chapas etc) e, obviamente, da composição química.
Como esses aços não são endurecíveis por têmpera, o aumento d a dureza e resistência
mecânica só pode ser obtido por encruamento. Como exemplo, aTabela 122 indica os valo-
res que podem ser obtidos pelo encruamento do aço AlSl 3 0 1 .
Quanto aos característicos gerais e empregos típicos dos aços inoxidáveis austeníticos, a
seguir são apresentados alguns dados:

- tipo 301 - Este aço é, juntamente com os tipos 302, 304 e 302B, o mais popular; possui
boa trabalhabilidade e é empregado em ornamentação, utensílios domésticos, fins estrutu-
rais, equipamento para a indústria química, naval, fabricação de alimentos, transporte etc.
- tipo 302 - Característicos idênticos aos do tipo 301 e aplicações semelhantes.
- tipo 302B - Devido à presença de silício, possui melhor resistência à formação de casca
de óxido a temperaturas mais elevadas. Emprega-se em peças de fomos.
- tipo 303 - Característicos de fácil usinabilidade: eixos, parafusos, porcas, peças de car-
burador, buchas, válvulas etc.
- f/po 304 - Menos suscetível à corrosão intercristalina, pelo teor mais baixo de carbono;
equipamento para processamento de alimentos, recipientes criogênicos.
- f/po 308 - Maior resistência à corrosão q u e o 18-8 (Cr-Ni); para eletrodos de solda,

Tabela 1 2 2
Valores de p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s e m f u n ç ã o d a i n t e n s i d a d e d e e n c r u a m e n t o
d o aço i n o x i d á v e l t i p o A l S l 301

Grau d o Redução de Limite d e resis- L i m i t e de e s c o a - Alongamento


encruamento secção tência à tração mento m í n i m o , em
aproximada, % kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa 25 mm %
1/4 duro 10a15 88,0 860 53,0 520 25
1/2 duro 20 105,0 1030 77,0 760 15
3/4 duro 30 123,0- 1210 95,0 930 10 •
totalmente
encruado (duro) 40 130,0 1280 98,0 960 8
O s valores de alongamento s ã o para espessura superior a 0,38 m m .

fomos industriais, etc.


- tipo 309 - Boas resistências mecânica e à oxidação a altas temperaturas; para equipa-
mento d a indústria química, peças de fomos, estufas, peças de bombas, etc.
- tipo 309S - devido ao baixo teor de carbono permite soldagem c o m menor risco de
corrosão intercristalina.
- tipo 310-Boa estabilidade à temperatura de soldagem; eletrodos de solda, equipamento
para indústria química, peças de fornos, estufas. Resiste à oxidação até temperaturas de
1050°C ou 1100°C.
- tipo 316 - Melhor resistência à corrosão química; para equipamento d a indústria quími-
ca, de indústria de papel, etc.
- Soo 317- Melhor resistência à corrosão que o 316; aplicações idênticas.
- tipo 321 -Tipo 18-8 esíaòfizaco contra corrosão intercristalina a temperaturas elevadas;
para aplicações que exigem soldagem: vasos de pressão, juntas de expansão, etc.
- tipo 347- Condições de aplicações idênticas ao tipo 3 2 1 .
- tipos 201 e 202 - Resistência à corrosão inferior à dos tipos ao Cr-Ni; contudo, apresen-
tam, em geral, melhor resistência mecânica a temperaturas elevadas.
- tipos 304N e 316N - Devido à presença de nitrogénio, possuem melhores limites de
escoamento, sem prejuízo à corrosão, prestando-se, e m consequência, a aplicações em
estruturas muito solicitadas como aparelhos de pressão na indústria química.

412
BA
EDCBA Aços RESISTENTES A CORROSÃO

400 -

300 -

0,05 0,10 0,15 0,20


% CARBONO

F i g . 1 7 2 - R e d u ç ã o d a solubilidade do carbono obtida pela adição de Ti.

- tipo 329 - Este é um aço de microestrutura mista duplex austenita-ferrita. Apresenta


melhor soldabilidade que os aços inoxidáveis ferríticos, melhor resistência à corrosão sob
tensão que os aços austeníticos e s ã o praticamente isentos d o s riscos de corrosão
intercristalina. Por isso, tem sido utilizados em aplicações sujeitas à corrosão em ambientes
marítimos e para o tratamento de substâncias alimentícias salgadas.

8.2. Tratamento térmico dos aços inoxidáveis austeníticos - Esses aços n ã o s ã o


endurecíveis por não possuírem temperaturas de transformação típicas A , e A Contudo, po- r

dem ser submetidos a determinados tratamentos térmicos, a seguir descritos . (245)

8.2.1. Solubilização - Este tratamento é uma espécie de têmpera e visa garantir a manu-
tenção da estrutura austenítica à temperatura ambiente. Consiste em aquecer-se o aço a
uma temperatura suficientemente elevada para remover as modificações estruturais resul-
tantes dos processos de fabricação, dissolver os carbonetos presentes (sobretudo os de
cromo) e, após o tempo necessário à temperatura, resfriar rapidamente. O resfriamento deve
ser rápido para evitar a precipitação de carbonetos, a qual acontece na faixa 450°C-850°C.
ATabela 123< > indica alguns valores de temperatura para o tratamento de solubilização.
24s

O terhpo à temperatura depende das dimensões das peças e deve ser o mínimo necessá-
rio; Para espessuras da ordem de 1,5 a 3,0 mm o tempo é de 3 a 5 minutos. O resfriamento é
em água ou o ar em peças de muito pequena espessura (décimos de milímetros):

8.2.2. Alívio de tensões - O objetivo é eliminar, total ou parcialmente, as tensões internas;"


que se originaram nas peças acabadas durante sua deformação plástica ou durante a
soldagem e para melhorar as propriedades elásticas do material fortemente encruado. O

413
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
Aços E FERROS FUNDIDOS

Fig. 173 -Aspecto micrográfico de aço inoxidável austenítico tipo 18-8, mostrando z o n a superficial
de corrosão intergranular. S e m a t a q u e . Aumento: 100 v e z e s .

Fig. 1 7 4 - N ú c l e o não corroído do mesmo aço d a figura 173; verifica-se a estrutura normal de aço
inoxidável austenítico.Ataque: percloreto de ferro.Aumento: 1.000 v e z e s .

414
JIHGFEDCBA Aços RESISTENTES A CORROSÃO

aquecimento é feito a uma temperatura inferior a que pode provocar a precipitação de


carboneto de cromo nos contornos dos grãos, ou seja entre 350°C e 430°C, durante 30
minutos a 2 horas, de acordo com as dimensões das peças; segue-se resfriamento ao ar.

8.2.3. Estabilização - Este é um tratamento aplicado nos aços estabilizados do tipo A l S l


321, com o objetivo de garantir a máxima resistência à corrosão. Consiste no aquecimento,
entre 840°C e 900°C, durante cerca de cinco horas, dependendo das dimensões das peças.

8.2.4. Tratamentos termo-químicos - O mais indicado é a nitretação, mediante o emprego das


técnicas usuais. A nitretação permite obter dureza superficial da ordem de 62 a 64 Rockwell C.
Existe ainda uma operação, c h a m a d a sensibilização, a qual, na realidade não pode
ser considerada um tratamento térmico. Um aço inoxidável sensibilizado é um aço q u e
está em condições de sofrer corrosão intergranular, fenómeno j á estudado, e q u e s e
origina pela precipitação de carboneto de cromo nos contornos dos grãos. Como t a m b é m
já se viu, a corrosão intergranular ou seja a existência de aço sensibilizado é evitada pela
adição dos elementos estabilizadores do cromo, como nióbio e titânio e os aços c o m
essas adições são chamados estabilizados. O fenómeno de corrosão intergranular é
mais evidente nos aços inoxidáveis austeníticos de carbono mais elevado, o que é óbvio.
Acrescente-se ainda que o fenómeno de corrosão intergranular interessa de modo parti-
cular em estruturas soldadas, porque ocorre geralmente na faixa de temperaturas entre
450° e 850°C p a r a os aços inoxidáveis austeníticos e entre 1250° e 1300°C para esses
aços no estado estabilizado.
Desse rhodo, a operação de sensibilização não é recomendada como um tratamento
térmico dos a ç o s inoxidáveis. A o p e r a ç ã o é levada a efeito apenas para testar a
suscetibilidade à corrosão intergranular dos aços inoxidáveis austeníticos.
Em resumo, para os aços inoxidáveis austeníticos de carbono mais elevado e não estabilizados,
verifica-se a sua suscetibilidade à corrosão intergranular pelo seu aquecimento entre 450° e 850°C, se
o aço não estiver estabilizado e entre 1250° e 1300°C se ele estiver estabilizado.

T A B E L A 123
Faixas d e t e m p e r a t u r a s para s o l u b i l i z a ç ã o de a l g u n s a ç o s I n o x i d á v e i s austeníticos

Tipo Temperatura, ° C
201,202 1010/1120
301,302,3028
303, 303 Se 1010/1120
304, 305, 308 1010/1120
304 L 1010/1120
309, 309 S 1040/1120
310, 310 S 1040/1065
314 1040/1120
316 1040/1120
317 1065/1120
316L, 317L 1040/1105
321 955/1065
347, 348 980/1065

9. Aços inoxidáveis duplex - O desenvolvimento dos aços inoxidáveis denominados


"duplex" vem resultando, nos últimos anos, na sua crescente utilização, principalmente em
aplicações industriais que exigem maior resistência à corrosão, maior resistência à oxidação
e tenacidade adequada, dos que as apresentadas pelos aços inoxidáveis austeníticos. São
superiores também porque apresentam melhor resistência à corrosão localizada e melhor
resistência ao trincamento por corrosão sob tensão.
Esses aços se caracterizam por ter uma estrutura bifásica ferrítico-austenítica, determina-
da sobretudo pelos teores de ferro, cromo e níquel.
O diagrama de equilíbrio Fe-Cr-Ni para um teor de ferro de 7 0 % é representado na figura

415
•Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

na •) 75(246)ev e l a que para obter a estrutura bffásica ferrítica-austenítica, o teor de cromo


re

deve variar entre 22 e 2 8 % e o níquel entre 2 e 8 % .


A composição típica de alguns aços inoxidáveis duplex está indicada na Tabela 124t «) 2

Nesses aços, os elementos de liga atuam da seguinte maneira:

• o cromo e o níquel são os elementos fundamentais no sentido de conferir a resistência à


corrosão;
• o molibdênio, entre 0,2 e 5,0% melhora a resistência à corrosão localizada (por pites), a
corrosão generalizada e a corrosão em frestas;
• o nitrogénio, entre 0,1 e 0,35% melhora a resistência à corrosão localizada, além de
aumentar a resistência mecânica;
• o cobre até 4,0% melhora a resistência à corrosão e favorece o endurecimento por
precipitação;
• o tungsténio até 1,2% melhora a resistência à corrosão;
• o manganês entre 0,5 e 5,0% aumenta a resistência à corrosão e a resistência ao des-
gaste abrasivo;
• o silício entre 0,5 e 5 % melhora a resistência à corrosão, ao calor e ao desgaste;
• o carbono entre 0,01 e 0,5% aumenta as resistências mecânica e ao desgaste.

— * " Outros elementos, como o cobalto, o nióbio, o titânio e o alumínio podem ser adicionados;
I
o cobalto com o objetivo de melhorar a soldabilidade e a resistência ao desgaste; o nióbio
para melhorar a resistência à corrosão e ao desgaste; o titânio e o alumínio para favorecer o
endurecimento por precipitação.
^--n.As propriedades como a resistência mecânica desses aços são, portanto, de um modo geral,
superiores às dos aços inoxidáveis com apenas estrutura austênica. Isso deve-se ao fato das estru-
turas duplex apresentarem grãos mais finos que os aços inoxidáveis de uma única fase. A formação
da estrutura granular mais fina deve-se à formação das estruturaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
duplex no estado sólido e às suas
características de encruamento e recristalização, assim como às limitações de crescimento de grão.
A tenacidade dos aços inoxidáveis duplex, após solubilização e resfriamento muito rápi-'
do, varia de boa a muito boa.
Contudo, é importante analisar como a presença de elementos de liga podem afetar essa
característica. É sabido que a presença de muitos elementos de liga simultaneamente provo-
ca precipitação de numerosas fases nesses aços, às vezes em grande quantidade.
A ação desses elementos de liga e das fases resultantes sobre a dureza é positiva, pois
ela é melhorada; entretanto, a tenacidade é diminuída, o que deve ser levado em conta nas :8r
aplicações em que essa característica é importante.
Essa ação dos elementos de liga leva à conclusão que o tratamento térmico dos aços
inoxidáveis duplex exige cuidados especiais e é fundamental o conhecimento dos processos
de precipitação que podem ocorrer em ampla faixa de temperaturas (1350° a 350°C).
A figura n 176< > compara a resistência ao impacto (tenacidade) em função da tempera-
a 24<i

tura de um aço duplex com a de um aço inoxidável austenítico. Verifica-se que a energia rafe-

abson/ida pela aço duplex cai de valores altos para valores baixos por volta de -50°C, fato
esse que é devido à transição fratura dúctil a frágil da ferrita. 1É
As propriedades superiores dos açbs inoxidáveis duplex em relação aos outros tipos de
aços inoxidáveis são a principal causa da utilização crescente desses materiais em aplica-
ções de grande responsabilidade, tais como:

• indústria de processamento químico, em tubulações, bombas, tanques de produtos quí-


micos, extratores de ureia, agotadores e trocadores de calor, evaporação salina, sistemas de
11 l
refrigeração de água do mar;
• indústria de polpa e papel, em digestores, pré-aquecedores, evaporadores, digestores,
equipamento de branqueamento, etc.
• indústria de geração de energia (fóssil e nuclear), em reaquecedores, tubos de injeção
de alta velocidade em poços geotérmicos, trocadores de calor, etc. jgpp
416 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
JIHGFEDCBA Aç o s RESISTENTES À CORROSÃO

1600
L
F+L
^-A+F+L
y^.-<
1400 y
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cd7 1200

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800
F
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áI G
I
600 :' I 1

o 30 25 20 15 10 5 C r (%),
i I

0 5 10 15 20 2 5 Mi (%)

Fig. n 175 - Corte do d i a g r a m a Fs-Cr-Ní para 7 0 % de ferro.


5

T A B E L A 124
scbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A l g u n s t i p o s de a ç o s Inoxidáveis duplex

Designação Cr Ni Mo N Outros
-'
Ligas Trabalhadas
a X2 CrNiMoSi 19 5 (DIN) 18,5 5 2,7 0,07 1,5 Si
X2 CrNiM 23 4 (DIN) 23 4 0,2 0,1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
-
X2 CrNIMoN 2 2 5 (DIN) 22 5,3 3 0,17 -
UNS 532760 25 7 3,6 0,25 0,70Cu, 0.70W
s :8r
UNS 532750 25 7 3,8 0,28 -
UNS S31200 25 6 1,2-2,0 0,14-0,2 2,0Mn-1,0Si
UNS S311260 25 6,5 2,5-3,0 0,10-0,3 0,2-0,8Cu, 0,1-0,5W
UNS S32404 21,5 7,0 2,5 0,20 1,0-2,OCu, 2,0Mn, 1.0S1
Ligas Fundidas
X3 CrNIMoN 2 6 6 3 (DIN) 25,5 8,0 3,0 0,2 -
G-X3 CrNiMoN 2 6 6 3 3 (DIN) 25,5 6,0 3,0 0,25 3,0Cu
rafe-
G-X3 C r N i M o C u N 2 4 6 5 (DIN) 24,0 6,0 5,0 0,2 2,0Cu

1É G-X40 CrNiSi 2 7 4 (DIN) 26,5 5,0 - - <0,5C zyxwvutsrqponm

• indústria de extração de petróleo e gás (in e offshore), em resfriadores, tubulações e


linhas de distensão, estruturas e revestimentos, transporte de gás sulfuroso, bombas de inje-
ção de água salgada, sistemas de refrigeração, bombas, separadores, vasos de pressão etc.

e
11 l i A escolha do tipo adequado do aço duplex, baseado principalmente no teor de cromo,
varia de acordo com o campo de aplicação, em função sobretudo da maior ou menor resistên-
cia à corrosão, resistência à oxidação e tenacidade desejadas.

10. Aços inoxidáveis endurecíveis por precipitação - São aços desenvolvidos logo após a
Segunda Guerra Mundial que se caracterizam por poderem ter suas propriedades mecâni-
jgpp. cas melhoradas por tratamento de envelhecimento.

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 417
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

São chamados "endurecíveis por precipitação" e indicados por PH (de "precipitarjon


hardening"). Constituem u m a alternativa para os aços inoxidáveis austeníticos quando se
deseja combinar à resistência à corrosão, boas características de trabalhabilidade e eleva-
das propriedades mecânicas estáticas e dinâmicas.
ATabela 125 > mostra alguns tipos desses aços. Eles são divididos em três classes -
(247

martensíticos, s e m i - a u s t e n í t i c o s e austeníticos - e m função d a e s t r u t u r a no estado


solubilizado e da que resulta após o tratamento de envelhecimento.
ATabela 1 2 6 mostra as propriedades mecânicas que podem ser obtidas de acordo
(247)

com o tratamento de envelhecimento.


Os valores apresentados correspondem a condições de tratamento que propiciam a ob-
tenção da máxima dureza.
Embora de custos mais elevados que os aços inoxidáveis normais, os inoxidáveis
endurecíveis por precipitação, limitados durante algum tempo a aplicações apenas no campo
militar, têm sido estendidos ao campo industrial em geral, pela alta resistência que podem
adquirir, à indústria aeronáutica, além de serem utilizados em determinados componentes
críticos como molas especiais e aplicações similares.

11. Aços nitrônicos- São aços inoxidáveis contendo nitrogénio de 0,14 a 0,32%, como a
Tabela 1 2 7 mostra, com altos teores de cromo e manganês, além de níquel e, eventual-
(24sl

mente, molibdênio, silício, nióbio e vanádio.


São do tipo austenítico e possuem maiorresistência mecânica, tanto à temperatura ambien-
te como a alta temperatura, do que os tipos-padrão 300. Como se vê pela Tabela, apresentam
carbono baixo, de modo que não ocorre transformação martensítica. Mantêm ainda resistên-
cia e tenacidade elevadas, às temperaturas criogênicas.
A resistência à tração dos tipos 32 e 33, no estado recozido, varia de 80,5 kgf/mm (785 2

MPa) para o tipo 33 a 84,0 kgf/mm (820 MPa) para o tipo 32. Podem ser ambos encruádos,
2

resultando em resistência mecânica mais elevada. O tipo 33 tem sido usado na forma de
barras e fios, ao passo que o tipo 32, na forma de chapas, tiras e tubos.
Apresentam ambos idêntica resistência à corrosão na maioria dos meios corrosivos.
O tipo 33, no estado recozido, apresenta limite de escoamento quase que o dobro do
convencional 304, ou seja, cerca de 47,0 k g f / m m (460 MPa) para cerca de 24,0 kgf/ (240
2

MPa) do 304. A 5 4 0 ° C , o limite de escoamento db Nitrônico 33 é cerca de 10 kgf/mm (100 2

MPa) mais elevada. Sua resistência ao desgaste é igualmente muito superior - cerca de três
vezes - à do tipo 304.
O Nitrônico 40 apresenta, à temperatura ambiente, um limite de escoamento cerca de
duas vezes maior que o dos aços inoxidáveis austeníticos comparáveis, tais como 304 e 347,
além de excelentes resistências à corrosão e à oxidação: Ensaios mostraram que a -253°Cj
esse tipo de aço Nitrônico tem boa resistência e tenacidade, o que o t o m a indicado para
armazenamento e transporte de gases liquefeitos.
O Nitrônico 50, que é o mais altamente ligado dentre os tipos Nitrônicos, apresenta melhor .
resistência à corrosão que os tipos convencionais 316 e 316L e cerca do dobro do limite de
escoamento. Nesse aço, adiciona-se comumente também Mo, Nb e V para aumentar sua
resistência mecânica e sua resistência à corrosão. Pode ser encruado, o que melhora ainda
mais sua resistência, a qual pode atingir valores d a ordem de 170 k g f / m m (1670 MPa). É
2

produzido na forma de barras, fios, chapas, tiras e tubos. Aplica-se nas indústrias química e
naval, em bombas, válvulas, cabos, correntes, molas e acessórios diversos.
Finalmente, no Nitrônico 60, o teor relativamente elevado de sSício rneihoca a resistência -
à oxidação do aço, fato esse que tende a melhorar a resistência do material em emprego
onde ocorre atrito de metal com metal, sem lubrificação.
À temperatura ambiente, o tipo 60 apresenta 41,0 kgf/mm (400 MPa) de limite de escoa
2

mento, 71,0 kgf/mm (700 MPa) de limite de resistência à tração e 62%> de alongamento. A •
2

altas temperaturas, até 815°C, sua resistência mecânica é bem maior que a do tipo conven-
cional 304. Por essa razão e por sua excelente resistência à oxidação, um dos empregos g :

recomendáveis é em eixos de motores Diesel e aplicações semelhantes. ^sji

418
HGFEDCBA Aços RESISTENTES A CORROSÃO

n 12. Psças fundidas de aço resistente à corrosão - O emprego de aço inoxidável na


e fundição de peças é feito mais no sentido de se procurar evitar a ação corrosiva do meio,
- ficando, pois, de certo modo, em segundo plano, as condições relativas à resistência mecâ-
nica. As peças fundidas de aço inoxidável são empregadas com o objetivo de resistir à ação
- corrosiva de soluções"aquosas, à temperatura ambiente ou próxima, e de gases quentes e
o de líquidos de elevado ponto de ebulição, a temperaturas de até cerca de 650° ). !249

Todas as peças de aço fundido resistente à corrosão contêm cromo acima de 11 % e a,


o maioria delas níquel de 1 a 30%. O teor de carbono se situa geralmente abaixo de 0,20%,'
sendo às vezes d a ordem de 0,03%. Obedecem, de um modo geral, às composições dos
- tipos trabalhados 300 e 400, podendo ainda conter pequenas adições de molibdênio, alguns
e nióbio, outros. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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o
-50 0 50
Temperatura em, °C
A •
-
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Fig. n 1 7 6 - Comparação entre a resistência ao impacto dos a ç o s inoxidáveis duplex


^sji 2

e dos aços inoxidáveis austeníticos.

419
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1I
Is-
T A B E L A 125
Denominação comercial e correspondência aproximada c o m a
d e s i g n a ç ã o A S T M de a l g u n s a ç o s I n o x i d á v e i s e n d u r e c í v e i s p o r p r e c i p i t a ç ã o
Designação Designação
Classe C max. Mn max. P max. S max. Si m a x . Cr NI* Cu Outros
comercial ASTM A564
Martensíticos 17-4PHW 630 0,07 1,00 0,04 0,03 1,00 16,50 4,00 4,00 Nb + Ta = 0,30
Stainless 635 0,08 1,00 0,04 0,03 1,00 16,75 6,75 zyxwvutsrqponmlkjihgfedc
- Al = 0,4 max.
Tl = 0,8
Semi-austenítlcos 17-7PH'" 631 0,09 1,00 0,04 0,03 1,00 17,00 7,10 - Al = 1,10
IS PH 15-7 M o " ' 632 0,09 1,00 0,04 0,03 1,00 15,00 7,10 - Mo = 2,50
AM-3501 ' 3 0,08 0,80 0,01 0,01 0,25 16,50 4,30 - Al = 1,10; M o = 2,75
N = 0,10
AM-3551 )
3 634 0,13 0,95 0,01 0,02 0,25 15,50 4,30 - Mo = 2,75
N = 0,10
Austeníticos 17-10P»' 0,15 1,00 0,30 0,04 1,00 17,00 10,75 -
17-14CuMo<" 0,12 0,75 0,020 0,01 0,50 15,90 14,10 3,00 Mo = 2,5; Nb = 0,45
Tl = 0,25
l' valor médio; (1) marca da Armco Steel Corp.; (2) marca da United States Steel Corp.; (3) marca da Allegheney Steel Corp.
1
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
Aços E FERROS FUNDIDOS

T A B E L A 127
C o m p o s i ç õ e s típicas d e a ç o s i n o x i d á v e i s ao n i t r o g é n i o

Tipo C o m p o s i ç ã o Química, (%)


C Mn Cr Ni N Outros
Nitrônico 32 0,10 12,00 18,00 1,60 0,32 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
-
Nitrônico 33 0,05 12,00 18,00 3,20 0,32 -
Nitrônico 40 0,03 9,00 21,00 7,00 0,30 -
Nitrônico 50 0,04 5,00 21,20 12,50 0,30 2,2 Mo-0,2 Nb-0,2V
Nitrônico 60 0,07 8,00 17,00 8,50 0,14 4,0 Si

baixas. Nesse aço, a resistência à fluência é melhorada pela formação de carbonetos do tipo M C a

pela reação de carbono com cromo. Do mesmo modo, o nitrogénio forma com o cromo o nitreto Cr N 2

que como o M^C^ - contribui para melhorar a resistência à fluência, mediante endurecimento por
precipitação. O nitrogénio estabiliza a estrutura austenítica e reduz a tendência à formação da fase
sigma. O silício confere boa resistência à oxidação, através do S i 0 que se localiza na camada 2

oxidada superficial, devido sua baixa permeabilidade aos íons metálicos e sua boa adesão ao
metal-base. Finalmente, os metais das terras raras favorecem o crescimento do SiO , contribuindo a

para melhorar a resistência à oxidação e à carburização a temperaturas até 1150°C.


A aplicação desse tipo de aço é feita onde se requer, além de alta resistência à corrosão,
elevada resistência à fluência, de modo que se admite que esse aço possa substituir o tipo
2 5 C r - 2 0 N i . Entre as principais aplicações i n c l u e m - s e : e q u i p a m e n t o s das indústrias
metalúrgicas, petroquímicas e de geração de energia elétrica, tais como recuperadores de
calor, pré-aquecedores de gás, fomos para tratamentos térmicos, queimadores, tubos de
proteção de pares termoelétricos etc.
AAIIegheny apresenta aços inoxidáveis ferríticos como alternativa técnica e económica
para aços inoxidáveis austeníticos' . São os tipos designados por:
2501

E-Brite 26-1, com 2 6 % de cromo e 1 % de molibdênio;


AL-29-4-2, com 2 9 % de cromo, 4 % de molibdênio e 2% de níquel.

Ambos resistem ao ataque por parte de cloretos, álcalis, ácido nítrico, ureia, aminas e
ácidos orgânicos. O tipo 29-4-2 possui grande resistência à ação de ácidos redutores diluídos
e o 26-1, devido ao seu alto teor de cromo, apresenta excelente resistência à oxidação a alta
temperatura.
Outros tipos desenvolvidos pela Uddeholm e pela Crucible apresentam as seguintes com-
posições respectivamente:

25Cr - 4Mo - 4Ni


26Cr - 3Mo - 2Ni

aplicados, ambos, em sistemas de recirculação de água de resfriamento nas usinas de papel


e celulose.
Alguns aços inoxidáveis desenvolvidos na Europa estão representados na Tabela 128 . (ZS1)

Esses aços caracterizam-se por possuírem resistência à corrosão geral, à corrosão loca-
lizada e à corrosão intergranular. Aqueles que contêm nitrogénio, possuem melhor resistên-
cia à fluência, como j á se viu.
O aços 1805 LC, 2205 LCN, 1925 LC e 4221 resistem à fissuração por tensão, na presen-
ça de cloretos. Os aços 1805 LC e 2205 LCN são do tipo "duplex", ou seja, ferríticos-
austeníticos.
As ligas Incoloy e Inconel não são consideradas ligas ferrosas.
Finalmente, pesquisas estão sendo desenvolvidas no sentido da produção de novos aços
inoxidáveis austeníticos com manganês e alumínio, como substitutos do níquel e de cro-
m o ' ' . Nesses aços, a resistência à oxidação seria devida ao alumínio e a combinação Mn-
252

C estabilizaria a lupa gama e pode reter a estrutura austenítica.

422 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
KJIHGFEDCBA
HGFEDCBA Aç o s RESISTENTES A CORROSÃO

14. Usinabilidade dos aços inoxidáveis - A usinagem dos aços inoxidáveis é mais difícil
que a dos aços comuns. Porém, os aços inoxidáveis ferríticos ou martensíticos não são
especialmente difíceis de usinar, ao contrário dos aços austeníticos e duplex. Nesses aços,
a usinabilidade piora-à medida que o teor de elementos de liga aumenta. Admite-se que essa
dificuldade seja devida principalmente à alta taxa de encruamento e baixa condutibilidade
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
térmica, esta última dificuJtando a formação de cavaco durante a operação de usinagem. De
fato, a c a m a d a encruada de alta resistência se opõe ao avanço da ferramenta; a alta
ductilidade provoca a formação de um cavaco contínuo, facilitando a formação de cratera na
ferramenta, a baixa condutibilidade térmica provoca atrito elevado na interface metal/ferra-
menta, resultando em aquecimento da região de corte, o que não dissipa o calor gerado.
C Nos aços austeníticos, o aumento dos teores de níquel, cromo e molibdênio provoca
N queda da usinabilidade; o fósforo e o cobre a melhoram.
or As inclusões igualmente afetam a usinabilidade: óxidos, sobretudo alumina, prejudicam a
se usinabilidade, por serem duros e abrasivos; ao contrário, o sulfeto de manganês MnS, por
da ser mole e deformável, beneficia a usinabilidade.
ao Para melhorar a usinabilidade dos aços inoxidáveis, o enxofre é normalmente o elemento mais
o empregado; contudo provoca queda da plasticidade a quente do aço, além de provocar queda da
resistência à corrosão. O fósforo, o telúrio e o selênio também melhoram a usinabilidade, porém
o, provocam a queda de outras propriedades e produzem efeitos secundários indesejáveis.
o Experiências com o bismuto' , em teores de mais ou menos 0,13%, mostraram que a
2531

s utilização desse elemento é a melhor opção no momento, pois atua como o chumbo cujas
e partículas reduzem o atrito entre a ferramenta e a peça sob usinagem, sem provocar os
e efeitos indesejáveis do chumbo.

a 15. Conclusões - Pelo exposto verifica-se a importância dos aços inoxidáveis em todas as
atividades, o q u e pode ser resumido através dos benefícios que os mesmos apresentam:

« resistência à corrosão em ambientes atmosféricos e aquosos normais para as classes


com menores teores de elementos de liga e resistência à corrosão em ambientes mais
agressivos como a maioria de ácidos, soluções alcalinas, soluções contendo cloro, para os
e aços que possuem maior quantidade de elementos de liga;
s • resistência ao calor e à oxidação superficial, para as classes com altos teores de cromo
lta e níquel;
• higiene, fator importante nas condições estritamente higiénicas de cozinhas, hospitais e
m- fábricas de processamento de alimentos. Nesses casos, o aço inoxidável é, por assim dizer,
a primeira escolha, devido sua facilidade de limpeza.
• aparência estética, devido sua superfície brilhante, a qual pode ser facilmente mantida,
tornando-o aplicável em arquitetura e ornamentação;
• resistência mecânica, sobretudo no caso dos aços austeníticos que pelo encruamento
adquirem maior resistência e nos aços duplex de alta resistência;
el • resistência ao choque, em função da microestrutura austenítica da série 300; os aços
dessa série caracterizam-se por alta tenacidade, desde temperaturas elevadas, até tempe-
.
)
raturas abaixo de zero, tomando-os particularmente adequados para aplicações criogênicas.
a- • facilidade de fabricação, as técnicas modernas têm tomado fácil as aplicações de ope-
n- ração de c o n f o r m a ç ã o , corte, s o l d a g e m e usinagem. No caso da usinagem, os aços
femticos e martensíticos não apresentem muitas díficatfdades. O mesmo não acontece com
n- os austeníticos e duplex; nestes aços a usinabilidade é geralmente melhorada com a adição
s- de enxofre e eventualmente de bismuto.

os
o-
n-

VUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 423
(0,2%), k g f / m m 2 44 47,6 28,7 21 25,2 30 23 42
Alongamento, % 30 30 40 34 30 40 25 55
Kl " i 'tj, 1 , 1 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.íil/tet"-?*! : zyxwvutsrqponmlkjihgfed
;--!-ii;:;-<N:..vl-!?i; ' 1 . . -1 1 *
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o zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
cn
t n
Material Cronlfer Cronlfer Cronlfer Cronlfer Cronlfer Cronlfer NIcrofer NIcrofer
1805 L C 2205 L C N 1713 L C N 2328 2522 L C N 1925 L C 4221 6020 H M o
Ligas Uddeholm Sandvlk 317 L M Sandvlk Uddeholm lncoloy Inconel
comparáveis 44L 2205 2RK65 904 L 825 625
Sandvlk
2RK65
Cmax. 0,03 0,03 0,03 0,04 0,02 0,02 0,025 0,10
Cromo 18,50 22,00 17,00 23,00 20,50 20,50 21,00 21,50
Níquel 4,70 5,00 13,00 27,00 25,00 25,00 42,00 61,00
Molibdênio 2,70 3,00 4,30 2,75 4,70 4,70 3,00 9,00
Cobre zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- - - 3,00 1,50 1,50 2,30 _
Nitrogénio - 0,15 0,14 - - _ _
Nb mais Ta - - - - - - _ 3,65
Outros Si, Mn Si, Mn SI, Mn SI, M n . T i Si, Mn Si, Mn Al, SI, Mn.TI Al, SI, M n , Tl, Co
Limite Reslst.
tração, k g f / m m 2 70-94,5 68-88,2 58,8-77,7 49,7-75 53,2 49,7-80,5 58,8 84
Limite escoamento
(0,2%), k g f / m m 2 44 47,6 28,7 21 25,2 30 23 42
Alongamento, % 30 30 40 34 30 40 25 55
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

1. Introdução - OszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
aços resistentes ao calor, também chamados "aços retratados", são
aqueles que quando expostos de modo contínuo ou intermitente, em meios de várias nature-
zas (gasosos ou líquidos), à ação de temperaturas elevadas, apresentam capacidade de
suportarem aquelas condições de serviços, química e mecanicamente.
Os principais campos de aplicação desses materiais situam-se nas indústrias de refino do
petróleo e química, em equipamentos para aquecimento (fomos, estufas, e t c ) , em turbinas a
gás e a vapor, na indústria automobilística, aeronáutica e semelhantes.
Nesses e noutros setores de engenharia, em temperaturas superiores a do ambiente -
acima de 400°C por exemplo - é óbvio que as propriedadeds normais que os metais apresen-
tam começam a perder seu significado. Não só as condições de corrosão e oxidação são
agravadas, como também se verifica apreciável queda na rigidez do material traduzida por
uma deformação plástica acentuada sob ação de um esforço mecânico. Este fenómeno de
deformação lenta sob a ação de uma carga constante, aplicada durante longo período de
tempo, a uma temperatura superior à ambiente, chama-se, como se sabe, "fluência"^).
A resistência à fluência, juntamente com a resistência à corrosão e à oxidação a altas
temperaturas, são, portanto, dois dos requisitos exigidos dos aços refratários. Outros carac-
terísticos que adquirem importância maior nesses tipos de materiais são a expansão térmica,
a estabilidade estrutural e a fadiga.
É essencial, pois, o estudo e o conhecimento perfeito de todos esses requisitos para a
escolha adequada do tipo de aço destinado a serviço a altas temperaturas .

1.1. Resistência à corrosão e à oxidação a altas temperaturas- A propriedade que possu-


em certos metais e ligas de resistirem à corrosão e à oxidação a temperaturas diferentes da
ambiente deve-se à formação de uma camada de óxido sobre a superfície do metal. Da
natureza desse óxido, sua aderência ao metal-base, sua permeabilidade, s u a composição
química, sua estrutura, seu ponto de fusão e seu ponto de volatilização, é que depende a
maior ou menor capacidade do metal resistir à oxidação e ao ataque do meio circunvizinho.
A formação dessa camada de óxido é condicionada pela tensão de decomposição do
óxido; se a tensão for superior à pressão parcial do oxigénio so ar, não se verifica oxidação;
os metais que assim se comportam são chamados nobres. No caso da tensão de decompo-
sição ser inferior à pressão parcial do oxigénio do ar, surgem duas possibilidades: se o óxido
for volátil, a superfície metálica fica exposta ao meio circunvizinho e verifica-se a destruição
do metal; é o caso do molibdênio e de outros metais que são facilmente oxidados e atacados
a altas temperaturas. Geralmente, o óxido formado não é volátil; é o caso do ferro, níquel,
cromo, alumínio, silício, etc. cujos óxidos possuem uma tensão de decomposição fraca, mes-
mo a temperaturas elevadas.
Formada a camada de óxido sobre a superfície metálica, os fenómenos que se seguem
dependem das propriedades físicas e da textura desse óxido, sobretudo dos volumes relati-
vos do óxido e do metal que o originou' . Quando o volume do óxido formado for inferior ao
2541

do metal que o originou, a camada de óxido será insuficiente para recobrir o metal e se
apresentará porosa, de modo a premitir que o oxigénio renove o ataque ao metal e que a
reação de oxidação porssiga. No caso do volume de óxido ser maior que o do metal atacado,
a camada de óxido formada será compacta, sem apresentar descontinuidade e a oxidação,
devida ao ataque direto do oxigénio sobre o metal, não se produzirá mais. Entre os metais
peretencentes ao grupo cujos óxidos têm a propriedade de se apresentarem em maior volu-
me do que o metal que.os originou, situam-se o alumínio, o cromo, o cobalto, o cobre, o ferro,
o manganês, o níquel, o silício, o tungsténio e outros. A maioria desses elementos está
presente, como se verá, nos aços refratários.
Entretanto, não é suficiente que a camada de óxido formada tenha os característicos
acima, de compacidade e sem descontinuidade. De fato, a reação de oxidação pode ainda
ocorrer a uma certa profundidade da camada oxidada, por difusão seja de átomos metálicos,
seja de oxigénio através de camada de óxido. Veja-se o caso particular do ferro.

(*) 'Creep" na literatura técnica em língua inglesa. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO

426
NMLKJIHGFEDCBA Aços RESISTENTES AO CALOR -

ONMLKJIHGFEDCBA
Admite-se, para a explicação do mecanismo de oxidação do feno, que se verifiquem
duas difusões e m sentidos contrários: difusão do oxigénio para o interior e difusão do ferro
para a periferia. No caso do ferro, supõe-se que este último tipo de difusão - do ferro em
direção à periferia - seja o mais importante e admite-se que ele tenha lugar com o ferro no
estado de íons e que"os íons metálicos positivos, muito menos volumosos que os íons de
oxigénio, possam deslocar-se com muito maior facilidade através do reticulado cristalino. Por
outro lado, para que ocorra a difusão dos íons metálicos através da camada de óxido, é
necessário que esta possa ser susceptível de apresentar diversas composições químicas. É
o que ocorre com os óxidos de ferro, de cobre, de níquel e de cobalto.
No caso particular da oxidação de ferro, a temperaturas acima de 550°C, no ar, ou no oxigénio,
à pressão atmosférica, há formação de três camadas oxidadas, cujo teor em oxigénio diminui da
superfície em direção ao metal: uma camada mais externa de F e 0 , uma camada intermediária de
2 3

Fe 0 e a camada mais interna, adjacente ao ferro de FeO. No caso, pois, do ferro ou de metais cuja
3 4

camada de óxido pode apresentar teor variável de oxigénio conforme a profundidade, a reação de
oxidação prossegue, devido à possibilidade de reação de difusão do oxigénio e do metal.
Há outros elementos, entretanto, para os quais a camada oxidada formada é realmente imper-
meável, porque o óxido constituído apresenta uma única composição em toda a extensão da
camada, tomado difícil a difusão do oxigénio ou do metal e sendo portanto de natureza realmente
protetora. É o caso dos óxidos S i 0 , C r 0 e A1 0 . No silício, cromo e alumínio, uma vez formados
2 2 3 2 3

os seus óxidos, a oxidação é interrompida na formação da primeira camada oxidada.


Nas ligas metálicas - que para aplicações de resistência à oxidação a altas temperaturas
são a base de ferro ou níquel ou de ambos - a qualidade de camada oxidada, depende dos
elementos de liga adicionados e do seu teor. Assim, por exemplo, quando ao ferro se adicio-
nam pequenas quantiodades de cromo, níquel, tungsténio, silício, vanádio e manganês, a
estrutura da camada oxidada apresenta-se idêntica a que se forma no caso do ferro simples-
mente: isto é, há três camadas de óxidode ferro com teores diferentes de oxigénio, notando-
se, entretanto, uma grande heterogeneidade na composição química dessas camadas, os
elementos adicionados, com exceção do manganês, concentrando-se grandemente na ca-
mada contígua ao metal(*).
Quando se adiciona ao ferro elementos deliga oxidáveis - cromo, silício ou alumínio, por
exemplo - em teores crescentes, verifica-se profunda alteração no mecanismo da oxidação. A
concentração na camada mais interna aumenta continuamente até que a camada oxidada, em
vez de ser constituída de três camadas com teores diferentes de oxigénio, é formada de uma
única, composta quase exclusivamente do óxido do elemento adicionado, que, se de natureza
refratária, constitui uma proteção completa e permanente, devido à sua velocidade de difusão.

0 Tempo
Fig. 177 - Curva de fluência, determinada em ensaio sob c a r g a constante.

(*) Essa concentração explica-se pelo fato desses elementos de liga serem menos solúveis nos óxidos de
UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ferro do que o ferro e se difundem mais dificilmente.

427
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC

1.2- Resistência à fluência - A figura 177 representa esquematicamente a variação do


alongamento em função do tempo, obtida mediante ensaio de um corpo de prova de aço,
submetido à ação de uma carga constante, a uma temperaturra superior a 400°C.
Verifica-se pelo exame da curva da figura 177, que após um alongamento instantâneo O A,
correspondente à deformação elástica (ou às vezes também a uma certa deformação plástica)
do corpo de prova no momento que se aplica a carga, ocorre um alongamento que varia com
o tempo. A curva apresenta três trechos distintos: no primeiro, correspondente ao trecho AB,
observa-se um alongamento rápido em função do tempo, que geralmente diminui de intensida-
de no fim do trecho; e m seguida - trecho BC - durante um tempo geralmente mais longo o
alongamento ainda aumenta, agora à velocidade constante e finalmente no úitimo trecho AO -
a velocidade de deformação começa a crescer até ocorrer a ruptura do corpo de prova. O
primeiro trecho AB é o estágio inicial da fluência, correspondente, como se viu, a uma deforma-
ção rápida; o segundo trecho BC é o estágio intermediário qm que a deformação se verifica
geralmente a uma velocidade constante e o terceiro trecho - CD - é chamado de trecho final da
fluência, com grande acréscimo de velocidade de deformação até a ruptura final.
A resistência à fluência dos metais e ligas rnetállicas depende de u m a série de fatores,
entre os quais a composição, o tamanho de grão e o tratamento térmico.
No que se refere à composição química, no caso dos aços, verificar-se-á mais adiante o
efeito dos vários elementos de liga que são comumente introduzidos nos aços resistentes ao
calor.
A influência do tamanho de grão é muito importante. Na influência a temperaturas eleva-
das(*), os contornos dos grãos desempenham um papel saliente, porque é ao longo deles
que se verifica a ruptura porfluência . Nessas condições, sob o ponto de vista de resistên-
|SS4)

cia à fluência, a temperaturas mais elevadas e s c b carga mais baixas, que é geralmente o
caso dos aços cujo estudo é objeto do presente capítulo, os aços mais desejáveis são os de
granulação grosseira. Para os aços que em serviço estiverem sujeitos a temperaturas mais
baixas e cargas mais altas prefere-se, sob o ponto de vista de resistência à fluência,
granulação mais fina, visto que a ruptura por fluência nessas condições, dá-se no interior dos
grãos.
A influência do tratamento térmico está ligada ãs estruturas que resultam dos diferentes
tratamentos térmicos a que os aços podem ser submetidos. Por outro lado, também aqui se
deve levar em conta se o aço está sujeito à fluência a baixas ou altas temperaturas. Aparen-
temente, as estruturas temperadas e revenidas ou bainííicas são mais favoráveis à resistên-
cia à fluência a baixas temperaturas, ao passo que a temperaturas superiores a 550°C e com
cargas relativamente pequenas, as estruturas resultantes do recozimento são as mais resis-
tentes à fluência. Particularmente, em aços resistentes ao calor do tipo Cr-Mo, Cr-Ni-Mo e
Cr-Mo-V, em temperaturas da ordem de 450°C, a melhor resistência à fluência é obtida com
a estrutura intermediária bainítica.
De qualquer modo, nos aços resistentes ao calcr, é muito importante a seleção adequada
do tratamento térmico, do meio e da velocidade de resfriamento, tendo em vista sobretudo a
estrutura finai que resultará em função da secção e da fornia da peça.
A fluência é, em resumo, um dos característicos mais importantes para os aços destina-
dos a serviços em altas temperaturas, porque em certas aplicações nessas condições, uma
estrutura ou peça metálica fica inutilizada se alongar, às vezes, de apenas 0,01 %.

1.3. Expansão térmica - Este característico tem impotência sob o ponto de vista de proje-
t c , quando são necessárias nas peças tolerâncias muito estreitas e sob o ponto de vista de
empenamento, fenómeno este estritamente ligado à expansão térmica do metal.

1.4. Estabilidade estrutural - Esta é uma condição essencial, sobretudo porque certas
ligas, ainda que apresentem excelente resistência mecânica à temperatura ambiente, podem

(*) A expressão "temperatura elevada" no caso de estudo da fluência, deve ser relacionada ao ponto de
fusão do metal ou liga metálica. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK

428
IHGFEDCBA Aços RESISTENTES AO CALOR

do falhar rapidamente quando em serviço a altas temperaturas, sob ação de cargas muito me-
o, nores, devido à ocorrência da alguma modificação na sua estrutura interna ou à precipitação
de constituintes frágeis nos contornos dos grãos.
A, E, portanto, necessário que os aços para serviço a altas temperaturas apresentem pelo
a) menos uma certa estabilidade estrutural, isto é, a estrutura deve conservar-se tanto quanto
m possível inalterada tanto a temperatura elevadas de serviço como a ambiente, de modo a reter,
B, à temperatura ambiente, depois do serviço às temperaturas mais altas, propriedades como
a- ductilidade e resistência ao choque. De fato, a esferoidização que pode ocorrer pelo serviço a
o altas temperaturas de aços periíticos de baixo teor em liga, tende a diminuir a resistência à fadiga
O- dos aços; e a precipitação de carbonetos nos contornos dos grãos de aços austeníticoss,
O não só prejudica sua ductilidade como também diminui sua resistência à corrosão.
a-
ca 2. Elementos de liga nos aços resistentes ao calor- Muitos aços de baixo teor em liga são
da usados com certo êxito, quando sujeitos a esforços de pequeno vulto, a temperaturas até
aproximadamente 500°C.
s, Dentre os aços, entretanto, os mais indicados para serviço a altas temperaturas são os de
alto teor em liga, contendo principalmente cromo e níquel. Junta-se, às vezes, alumínio e
o silício. Sob o ponto de vista de resistência á oxidação, o elemento básico é o cromo, cuja ação
o nesse sentido torna-se eficaz a partir do teor 5%.

a-
es
n-
o
de
is
a,
os

es
e
n-
n-
m
s-
e
m
10 12 14 16 18 20 22 2+ 26 28
da %Cr
a Fig. 178 - Temperaturas de utilização de um aço em função d o teor de cromo.

a- O gráfico d a figura I T S ' ' mostra, em função do teor de cromo, a temperatura de utiliza-
255

a ção de um aço quando se admite uma perda de oxidação de 1 ou 10 mg/cm /100 h. Vê-se a

que com 5% de cromo, o aço apresenta boa resistência à oxidação a temperaturas em torno
de 550-650°C. Com cerca de 20%, o aço pode ser usado com certa segurança a temperatu-
e- ras da ordem de 900-1000°-C.
de A figura ')79 - > mostra ainda a influência do teor de cromo crescente em aço Cr-Mo, conten-
l xe

do 0,50 a 1,0% de molibdênio, no sentido de reduzir os valores de limite de resistência à tração


e limite de escoamento de 60%, em relação aos mesmos valores à temperatura ambiente.
as O silício atua de modo bastante peculiar: o teor desse elemento necessário à melhorar a
m oxidação de aços ao cromo é aproximadamente de 2%, a temperaturas da ordem de 800-
900°C. Abaixo desse valor, o silício não produz efeito e por outro lado, é inútil adicionar mais
de do que 2%, pois que não se obtém qualquer ulterior melhora.
PONMLKJIHGFEDCBA
O alumínio também atua no mesmo sentido, sendo que um teor de aproximadamente 2 %

429
i zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
AçoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROS FUNDIDOS

d e s s e metal n u m a ç o c o m 6 % d e cromo, 0 , 5 % d e molibdênio e 0 , 1 5 % d e c a r b o n o , suprime


praticamente qualquer p e r d a de peso, q u a n d o o a ç o for submetido a t e m p e r a t u r a s de ordem
de 800°C.
O níquel'como s e s a b e , a p r e s e n t a i s o l a d a m e n t e u m a resistência a o c a l o r m u i t o superior à do
f e r r o . A p e s a r d i s s o , a s l i g a s F e - N i n ã o s ã o g e r a l m e n t e u s a d a s p a r a a p l i c a ç õ e s a altas t e m p e r a t u -
r a s . E n t r e t a n t o , a s l i g a s t e r n á r i a s F e - C r - N i e, n o l i m i t e e x t r e m o , a s ligas b i n á r i a s C r - N i s e m ferro,
constituem os grupos m a i s importantes de ligas utilizadas para serviço a altas temperaturas.
O níquel tende a t o m a r o s a ç o s - c r o m o a u s t e n í t i c o s , o q u e é v a n t a j o s o s o b o ponto de
v i s t a d e rigidez e d u c t i t í d a d e , a l é m d e m e l h o r a r a i n d a m a i s s u a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o . A
m e l h o r a d a resistência à o x i d a ç ã o dos a ç o s - c r o m o é, entretanto, c u r i o s a m e n t e condicionada
ao teor de cromo. D e fato, verificou-se' 2 5 5 1 q u e o a u m e n t o d o t e o r d e n í q u e l m e l h o r a regular-
m e n t e a resistência à o x i d a ç ã o do aço-cromo para teores de cromo e m torno d e 20%. Quan-
d o e s t e v a l o r f o r u l t r a p a s s a d o , a q u a n t i d a d e ó t i m a d e n í q u e l p a r e c e s i t u a r - s e entre 1 0 % e

700

o
o u WTSDE Escopo ENTO

< 600
DC
Z).
SOO
GC
LU
CL 400

LU

1 300
3 4 5

C R O M O %

700
O
O
LIMITE DE HE SISTÈNC A ATRAÇÍO zyxwvutsrqponmlkjihgfed

/
<" 600
cr
Z)
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

/
500
rr
LU
0- 400

UJ
300
/ 4 5

C R O M O %
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
R g . 179 - Efeito do teor de cromo, e m aço Cr-Mo, sobre a.resistência mecânica,
em função d a temperatura.

20%; a c i m a d e s s e s t e o r e s , a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o d o a ç o t e n d e a d i m i n u i r . Verificou-se
t a m b é m q u e e m a ç o s - c r o m o - n í q u e l , c o m c e r c a d e 2 0 % d e n í q u e l , o q u e c o n t é m c e r c a de
25% de cromo resiste m e l h o r à oxidação d o q u e o q u e contém 3 0 % d e c r o m o .
N o q u e d i z r e s p e i t o à resistência à fluência, o s elementos q u e m a i s acentuadamente
i n f l u e m s o b r e e s s a p r o p r i e d a d e s ã o o m o l i b d ê n i o , o v a n á d i o , o t u n g s t é n i o , o titânio e o
n i ó b i o . O molibdênio é o m a i s e m p r e g a d o n e s s e sentido. E m a ç o s c o n t e n d o por exemplo
0 , 1 % a 0 , 2 % de c a r b o n o , c o m adição"de a p e n a s 0 , 5 % de molibdênio c o n s e g u e - s e dobrar a
c a r g a q u e p r o v o c a a 5 0 0 ° C u m a fluência d e 0 , 1 0 % e m 1 0 0 . 0 0 0 h o r a s ! ) . M a i s molibdênio
?'SI
2 5 7

li m e l h o r a ainda m a i s e s s a p r o p r i e d a d e . N o s a ç o s 1 8 - 8 austeníticos, 1 % a 3 % d e molibdênio


a u m e n t a m g r a n d e m e n t e a resistência à f l u ê n c i a , d e s d e q u e fique c o n s e r v a d a a estrutura
a u s t e n í t i c a . O vanádio i n t r o d u z i d o e m t o r n o d e 0 , 2 % e m a ç o s C - C r - M o c o m b a i x o s teores
d e s s e s e l e m e n t o s , t o m a - o s utilizáveis s a t i s f a t o r i a m e n t e a t e m p e r a t u r a s d e 5 5 0 - 6 0 0 ° C . O
afiíH vanádio, entretanto, aparentemente diminui a resistência à oxidação. O tungsténio, que

M c o m o o molibdênio e o vanádio, é principalmente elemento formador d e carbonetos, aumen-

430
EDCBA Aços RESISTENTES AO CALOR

me ta t a m b é m a r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a . O titânio atua fortemente no sentido de a u m e n t o d a -


m resistência à f l u ê n c i a . N o s a ç o s a u s t e n í t i c o s , cerca de 0,5 d e t i t â n i o m e l h o r a m u i t o essa
c a r a c t e r í s t i c a ' e n t r e 5 5 0 - 7 0 0 ° C . O nióbio a t u a exatamente c o m o o titânio. Outro elemento
do i m p o r t a n t e s o b o p o n t o d e v i s t a d e r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a é o cobalto que, principalmente n o s
tu- aços a u s t e n í t i c o s d o t i p o 1 8 - 8 , c o n t r i b u i p a r a a u m e n t a r o v a l o r d e s s a p r o p r i e d a d e , e m t e m -
o, peraturas e n t r e 6 0 0 ° C e 7 0 0 ° C , e m t e o r e s e m t o m o de 2 % .
A razão p e l a qual os elementos d e liga mencionados m e l h o r a m a resistência à f l u ê n c i a
de dos a ç o s n ã o e s t á a i n d a i n t e i r a m e n t e e l u c i d a d a .
A Essa ação p o d e s e r devida ou à f o r m a ç ã o d e carbonetos d e f a s e s intermediárias o u a u m
da arranjo a t ó m i c o q u e p r e c e d e a f o r m a ç ã o d e s s a s f a s e s ' 2 5 7 1 . P o r outro lado, pode s e r q u e e s s a
ar- ação s e j a d e v i d a a o f a t o d e a l g u n s d o s e l e m e n t o s d e l i g a m e n c i o n a d o s ( m o l i b d ê n i o , v a n á d i o ,
n- tugstênio, t i t â n i o e n i ó b i o ) a u m e n t a r e m s e n s i v e l m e n t e a t e m p e r a t u r a d e r e c r i s t a l i z a ç ã o d o
%e ferro, a p ó s u m e n c r u a m e n t o . C o n v é m l e m b r a r t a m b é m q u e o s e l e m e n t o s c i t a d o s t e n d e m a
estabilizar a f a s e a l f a e , q u a n d o u l t r a p a s s a m u m c e r t o t e o r , t e n d e m a s u p r i m i r a t r a n s f o r m a -
ção a l f a - g a m a a a l t a t e m p e r a t u r a .
Verifica-se e x p e r i m e n t a l m e n t e q u e e s s a supressão, m e s m o parcial, diminui a r e s i s t ê n c i a
à fluência. Portanto, os elementos a c i m a d e v e m s e r adicionados e m proporções a d e q u a d a s .
Q u a n d o h á c a r b o n o p r e s e n t e , a a t u a ç ã o d o m o l i b d ê n i o , v a n á d i o , t u n g s t é n i o , titânio e c o b a l t o
poderia s e r e x p l i c a d a p e l a f o r m a ç ã o , c o m t r a t a m e n t o térmico a d e q u a d o , d e estruturas i n t e r m e d i -
árias, q u e c o m o s e s a b e n ã o s ã o m a i s f a v o r á v e i s no q u e d i z r e s p e i t o à resistência à f l u ê n c i a .

3. Tipos de aços resistentes ao calor - E m algumas aplicações onde não importam a


resistência à o x i d a ç ã o e à c o r r o s ã o , p o d e - s e usar a ç o - c a r b o n o d e baixo teor d e c a r b o n o '
(0,10-0,20) a t é t e m p e r a t u r a s d a o r d e m d e 4 8 0 - 5 0 0 ° C . N e s s e s a ç o s , o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à
tração q u e é d e c e r c a d e 4 3 , 0 k g f / m m 2 ( 4 2 0 M P a ) cai a m a i s d e 2 5 , 0 k g f / m m 2 (250 M P a ) a
540°C e 6,0-6,5 k g f / m m , (60-65 M P a ) , q u a n d o a t e m p e r a t u r a é d e c e r c a d e 7 6 0 ° C '
2 2 5 4 ), o q u e
comprova a limitação do s e u e m p r e g o a temperaturas superiores a 5 0 0 ° C .
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A introdução de cromo e molibdênio e m teores baixos, m a n t i d o ainda o carbono baixo,
melhora a s p r o p r i e d a d e s de r e s i s t ê n c i a a o calor, ainda q u e n ã o s e t e n h a q u a l q u e r m e l h o r a
apreciável n o q u e d i z respeito a o s c a r a c t e r í s t i c o s de r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o e à c o r r o s ã o a
A temperaturas superiores à ambiente. A introdução de m o l i b d ê n i o somente, e m teores d e
0,45-0,65% n u m a ç o c o m 0,10-0,20% d e c a r b o n o e 0,30-0,60% d e m a n g a n ê s , p o d e p r o d u z i r
as s e g u i n t e s a l t e r a ç õ e s e m r e l a ç ã o à r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o ' 2 5 8 1 :

- à temperatura ambiente: 44,00 kgf/mm (430 MPa) 2

- à temperatura de 540°C: 35,00 k g f / m m 2 (340 MPa)


- à temperatura de 76Q°C: 8,00 k g f / m m 2 (80 MPa)

Na realidade, a m e l h o r a d a resistência à tração não é a p r e c i á v e l ; verifica-se, entretanto,


que a r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a p o d e a p r e s e n t a r u m v a l o r a p r o x i m a d a m e n t e d u a s v e z e s s u p e r i o r
se à que é a p r e s e n t a d a pelo aço-carbono c o m u m .
de A i n t r o d u ç ã o s i m u l t â n e a d e m o l i b d ê n i o e c r o m o (este t a m b é m e m t e o r e s b a i x o s - i n f e r i o -
res a 3 % ) , a i n d a q u e n ã o a f e t e a p r e c i a v e l m e n t e o c a r a c t e r í s t i c o d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o a
te temperaturas a m b i e n t e s , aumenta m a i s o valor de resistência à fluência e ligeiramente à
o oxidação e à c o r r o s ã o .
lo A Fig. 179 j á i n d i c o u o efeito d o c r o m o n a diminuição d o s v a l o r e s d a s p r o p r i e d a d e s m e c â -
a nicas a t e m p e r a t u r a s s u p e r i o r e s à a m b i e n t e .
io O s a ç o s - l i g a d e b a i x o t e o r e m l i g a n ã o p o d e m s e r c o n s i d e r a d o s a rigor a ç o s r e f r a t á r i o s ,
io justamente d e v i d o à falta de resistência satisfatória à oxidação e à corrosão. S e u u s o limita-
ra se, p o r t a n t o , e m p e ç a s e m c o n t a t o c o m v a p o r s u p e r a q u e c i d o , c o m o t u b o s d e c a l d e i r a s a
es vapor, t u b o s d e s u p e r a q u e c e d o r e s e a p l i c a ç õ e s s e m e l h a n t e s .
O A Tabela 1 2 9 ( z 5 6 ) m o s t r a a c o m p o s i ç ã o d e a l g u n s tipos d e a ç o s u t i l i z a d o s p a r a e s s e f i m . A
ue Tabela 1 3 0 ' 2 5 6 1 mostra as propriedades mecânicas à temperatura ambiente desses aços.
n- O alongamento mais elevado, m e d i d o longitudinalmente equivale a 3 5 % e m 5 0 m m e

; ' 431
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
Aços E FERROS
FUNDIDOS

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432
C
GFEDCBA .Aços RESISTENTES AO CALOR

c o r r e s p o n d e a o a ç o tipo S A - 1 0 6 A . N e s s e m e s m o a ç o , o a l o n g a m e n t o , m e d i d o t r a n s v e r s a l - r ' " )


mente, equivale a 2 5 % . O valor m a i s baixo de alongament o equivale a 1 6 % e c o r r e s p o n d e
aos a ç o s S A - 2 9 9 , S A - 5 3 3 B 2 e S A - 5 1 7 F . ~)

TABELA130
O
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s ã t e m p e r a t u r a a m b i e n t e de a ç o s u t i l i z á v e i s a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s

Especificação p Limite r e s i s t ê n c i a L i m i t e de Alongamento


Estricção
ASME o kgf/mm
ã tração
2 MPa
escoamento
kgf/mm 2 MPa
m í n i m o em
50 m m , %
%

nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
SA-106A
SA-106B
c
zyxwvutsrqponmlk 33,6(min)
42 (min)
330
415
21
24,5
207
241
35(a),25(b)
30(a), 16,5(b)
-
-
SA-285A 31,5-38,5 310-380 16,8 165 27(a), 30 - c
SA-299 52,5-63,0 515-620 29,4 290 16(c) . -
SA-204A 45,5-53,9 445-530 25,9 255 19(a), 23 - c -
SA-302A 52,5-66,5 515-655 31,5 310 15(c), 19 -
SA-533B2 63,0-80,5 620-790 49,0 475 16 - o
SA-517F 80,5-94,5 795-930 70,0 689 16 35-45
SA-335P12 42(min) 415 21,0 207 30(a), 20(b) - o
SA-217WC6 49-63 485-620 28,0 275 20 35
SA-387Gr22-1 42-59,5 415-585 21,0 207 30(c), 45 40
SA-3S7Gr5-2 52,5-70 515-690 31,5 310 18(c), 22 45
SA-217C12 63-80,5 620-795 42,0 415 18 35
(a) longitudinal; (b) transversal; (c) alongamento s m 200 m

LKJIHGFEDCBA
ONMLKJIHGFEDCBA
C o m o s a v ê , esses aços s ã o t o d o s d e baixo carbono e baixo teor de elementos d e liga,
com e x c e ç ã o d o último - S A - 2 1 7 C 1 2 , e m q u e o c r o m o s e s i t u a n a faixa, 8 , 0 0 - 1 0 , 0 0 % e q u e
já p o d e s e r c o n s i d e r a d o a ç o r e f r a t á r i o .
A f o r m a s e g u n d o a qual esses a ç o s p o d e m s e r p r o d u z i d o s varia, c o m o s e n o t a a b a i x o :
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• - SA-106A, SA-106B - tubos d e aço-carbono s e m costura;
- SA-285, SA-299, SA-204-A, S A - 3 0 2 A , SA-533B2 e S A - 5 1 7 F - chapas;
srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- S A - 3 3 5 P 1 2 - t u b o d e a ç o t e r r í f i c o p a r a s e r v i ç o a alta t e m p e r a t u r a ;
- S A - 2 1 7 W C 6 - peças fundidas;
- SA-387Gr22 e SA-387Gr5 - chapas;
- S A - 2 1 7 C 1 2 - peças fundidas.
c
A partir d e 5 - 6 % d e c r o m o , e s s e e l e m e n t o sozinho o u j u n t a m e n t e c o m o níquel, o s a ç o s
c
tomam-se propriamente retratados. A s s i m sendo, esses tipos d e materiais p o d e m s e r reuni-
; dos e m d o i s g r u p o s p r i n c i p a i s :

jihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
: - aço-cromo, c o m cromo q u e p o d e variar d e 5 % até cerca d e 3 0 % ;
- aços-cromo-níquel, d o tipo a u s t e n í t i c o , a p r e s e n t a n d o c r o m o d e s d e 1 6 % a t é 2 6 % e n í -
;. quel d e s d e 8 % a t é c e r c a d e 2 2 % .

No primeiro grupo 1 2 5 9 ' , a o c o r r ê n c i a d e 5 - 6 % d e cromo t o m a o s aços muito importantes n a s


'indústrias e m q u e h á presença d e hidrogénio e hidrocarbonetos. À s v e z e s , adiciona-se t a m b é m
rmolibdênio, v a n á d i o o u tungsténio p a r a melhorar a resistência m e c â n i c a a quente e alumínio e
: silício q u e a u m e n t a m a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o e l e v a n d o a t e m p e r a t u r a - l i m i t e d e s e r v i ç o d o a ç o .
IEsses aços, d e composição a d e q u a d a e convenientemente temperados e revenidos, p o d e m
; atingir v a l o r e s d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d a o r d e m d e 8 0 - 9 5 k g f / m m 2 (730 a 930MPa).
C o m a p e n a s 0 , 5 % d e m o l i b d ê n i o , a r e s i s t ê n c i a à fluência d o s a ç o s c o m 5 - 6 % , d e c r o m o é
^ c o n s i d e r a v e l m e n t e m e l h o r a d a , t o m a n d o - s e e m p r e g o útil n a f a i x a 4 5 0 - 5 5 0 ° C , c o m c a r g a s r e l a t i v a -
ítriente e l e v a d a s : 1 0 a 1 2 k g f / m m (100 a 1 2 0 M P a ) , c o m a l o n g a m e n t o d e 1 % e m 1.000 h o r a s '
2 259 '.
São utilizados grandemente s o b a f o r m a de tubos, n a indústria de petróleo, e m certas
ríndústrias q u í m i c a s , e m caldeiras a v a p o r e s u p e r a q u e c e d o r e s .

433
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROSFUNDIDOS

A p r e s e n ç a d e cromo e m t e o r e s d e 7 - 1 0 % c o m carbono médio ( 0 , 4 0 - 0 , 6 0 ) , silício elevado (1%


a t é 3 , 5 % ) e f r e q u e n t e m e n t e c o m adições d e m o l i b d ê n i o (0,5%)< 2591 t o m a o s a ç o s resistentes à
c o r r o s ã o p o r parte d e g a s e s d e c o m b u s t ã o a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s q u e , e m m o t o r e s d e automr>
v e i s , p o d e m atingir v a l o r e s d e 7 5 0 ° C , d e m o d o q u e u m a d a s aplicações t í p i c a s d e s s e s aços encon-
t r a - s e n a indústria a u t o m o b i l í s t i c a , e m v á l v u l a s d e d i v e r s o s tipos. S u a r e s i s t ê n c i a à fluência é
satisfatória entre 4 5 0 - 7 0 0 ° C . S ã o a ç o s e n d u r e c í v e i s p o r t ê m p e r a , q u e a t i n g e m , c o m conveniente
t ê m p e r a e revenido, v a l o r e s s u p e r i o r e s a 1 0 0 k g f / m m ( 9 8 0 M P a ) p a r a limite d e r e s i s t ê n c i a à tração.
2

C o m 1 3 % d e cromo ( 1 2 % a 1 5 % ) , o s a ç o s a p r e s e n t a m satisfatória r e s i s t ê n c i a à oxida-


ç ã o a t é a t e m p e r a t u r a d e 8 0 0 ° C . C o m b a i x o c a r b o n o ( 0 , 1 5 % m á x . ) s ã o indicados para
l â m i n a s de turbina a v a p o r . A adição d e a l u m í n i o ( 2 , 5 % a 3,5%) e l e v a a temperatura de
e m p r e g o a 1.000°C. A resistência m e c â n i c a a alta temperatura é b a i x a , p o d e n d o , contudo,
ser melhorada pela a d i ç ã o d e molibdênio, tugstênio, vanádio e nióbio. Geralmente apre-
s e n t a m e x c e l e n t e s c a r a c t e r í s t i c o s d e r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a a t e m p e r a t u r a s d e 550-600°c.
C o m cromo em torno de 18% a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o é a i n d a m e l h o r , s o b r e t u d o à ação
d o ar, a t é a t e m p e r a t u r a s d e 8 5 0 - 9 0 0 ° C . S ã o a ç o s d e e s t r u t u r a f e r r í t i c a , o s q u a i s , a d m i t i d a
u m a deformação p e r m a n e n t e de 0 , 1 % e m 1.000 h, suportam os esforços seguintes:

7,0 k g f / m m (70 M P a ) a 5 2 5 ° C
2

3,5 k g f / m m 2 (35 M P a ) a 6 0 0 ° C
1,5 k g f / m m ( 1 5 M P a ) a 7 0 0 ° C
2

0,7 k g f / m m (7 M P a ) a 7 5 0 ° C
2

;C
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.1=3 o q u e i n d i c a q u e a r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a é r e l a t i v a m e n t e b a i x a , c a r a c t e r í s t i c o e s s e aliás
T-> c o m u m aos aços d o s tipos ferríticos.
i"> U m a aplicação i m p o r t a n t e desses aços é p a r a válvulas de motores d e automóveis e avi-
C Ões, c o m adição de silício (cerca de 2,0%) e n í q u e l ( e m t o m o de 1,5%)< 2601 .
f F i n a l m e n t e , c o m cromo, mais elevado, d a o r d e m d e 2 5 - 3 0 % os a ç o s p o d e m s e r emprega-
d o s a t é 1 . 1 0 0 ° C e m a t m o s f e r a o x i d a n t e e a t é 1 , 0 0 0 ° C e m a t m o s f e r a r e d u t o r a c a r b u r i z a n t e ou
^ sulfurosa. São d o tipo terrífico e como tal a p r e s e n t a m resistência à f l u ê n c i a relativamente
C b a i x a . E m p r e g a m - s e e m i n ú m e r a s p e ç a s u t i l i z a d a s e m f o m o s , q u e r n o e s t a d o f u n d i d o , quer
n o estado forjado. P o s s u e m g e r a l m e n t e c a r b o n o m é d i o ( e m t o m o d e 0 , 3 5 % ) .
A a d i ç ã o d e alumínio n e s s e s aços ferríticos d e alto cromo a u m e n t a consideravelmente
s u a r e s i s t ê n c i a à o x i d a ç ã o , a p o n t o d e l e s p o d e r e m s e r u t i l i z a d o s e m r e s i s t ê n c i a s elétricas,
pois resistem à o x i d a ç ã o a t é temperaturas d e 1.300-1.325°C.
A f a i x a n o r m a l d o s a ç o s d e alto c r o m o , c o m a l u m í n i o , p a r a r e s i s t ê n c i a e l é t r i c a s é c r o m o de
3 0 % a 3 5 % e alumínio d e 5 % a 6%. Esses materiais caracterizam-se i g u a l m e n t e p o r t e r e m boa
r e s i s t ê n c i a à a ç ã o d e a t m o s f e r a s s u l f u r o s a s e p o r a p r e s e n t a r e m r e s i s t i v i d a d e e l é t r i c a elevada.
A s d e s v a n t a g e n s d e s s e s a ç o s são: a p r e s e n t a ç ã o d e fragilidade, a p ó s p e r m a n ê n c i a pro-
l o n g a d a a t e m p e r a t u r a s s u p e r i o r e s a 9 0 0 ° C , d e v i d o a o c r e s c i m e n t o d o g r ã o verificado e baixa
resistência à deformação a quente.
A l i á s , é c o m u m n o s a ç o s f e r r í t i c o s d e a l t o c r o m o a a d i ç ã o d e n i t r o g é n i o p a r a r e f i n a r o grão
e melhorar sua trabalhabilidade' 2 5 8 1 .

T A B E L A 131
A ç o s - c r o m o r e s i s t e n t e s ao calor

Mn Si Outros
Tipo C Cr Mo
(max.) (max.) elementos
501 AISI 0,10 (min.) 1,00 1,00 4,00-6,00 -zyxwvutsrqponmlkjihgfed
-
7 Cr 0,15 (max.) 0,60 0,50-1,00 6,00-8,00 0,45-0,65 -
9 Cr 0,15 (max.) 0,60 1,00 8,00-10,00 0,90-1,10 -
403 AISI 0,15 (max.) 1,00 0,50 11,50-13,00 - • -
410 AISI 0,15 (max.) 1,00 1,00 11,50-13,50 - -
430 AISI 0,12 (max.) 1,00 1,00 14,00-18,00 - -
442 AISI 0,20 (max.) 1,00 1,00 18,00-23,00 - -
446 AISI 0,35 (max.) 1,50 1,00 23,00-27,00 - N -0,25 (max.) '
a

434 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQ
Aços RESISTENTES AO CALOR.

% A T a b e l a 1 3 1 r e ú n e o s p r i n c i p a i s t i p o s d e a ç o s a o c r o m o r e s i s t e n t e s a o calor, a m a i o r i a
à dos q u a i s i n c l u í d o s e m e s p e c i f i c a ç õ e s d a A I S I ( 2 6 , ) .
r> . O segundo grupo d e a ç o s r e s i s t e n t e s a o c a l o r c o m p r e e n d e o s a ç o s cromo-nfquel, do tipo
n- austenítico.
é N e s s e g r u p o , pode=-se, p o r o u t r o l a d o , c o n s i d e r a r o s t i p o s e m q u e p r e d o m i n a o c r o m o e
te aqueles e m q u e p r e d o m i n a o níquel.
o. N o 1 - c a s o ( T a b e l a 1 3 2 ) , o s a ç o s c a r a c t e r í s t i c o s d o g r u p o s ã o o s tipos 1 8 - 8 , 2 5 - 1 2 e 2 5 - 2 0
a- números c o r r e s p o n d e n t e s aos teores m é d i o s d e cromo e níquel respectivamente.
ra O s aços 18-8, j á c o n h e c i d o s p o r s u a e x c e l e n t e r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o à t e m p e r a t u r a
de ambiente, p o s s u e m u m a resistência a o calor muito satisfatória até temperaturas de
o, 900°C e m m e i o o x i d a n t e e até 7 0 0 ° C e m m e i o redutor d e n a t u r e z a sulfurosa. S ã o m e l h o -
e- res q u e o s a ç o s f e r r í t i c o s c o m o m e s m o t e o r d e c r o m o p o r q u e s ã o m a i s t r a b a l h á v e i s ,
c. soldam mais f a c i l m e n t e e a p r e s e n t a m resistência m e c â n i c a s u p e r i o r a altas t e m p e r a t u -
ão ras: p o r e x e m p l o , s e u l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o é , a 8 0 0 ° C , d e c e r c a d e 2 0 k g f / m m 2

da (200 M P a ) a o p a s s o q u e o a ç o f e r r í t i c o c o m 1 7 % d e c r o m o a p r e s e n t a n e s s a t e m p e r a t u r a
limite d e r e s i s t ê n c i a d e a p e n a s 4 k g f / m m 2 ( 2 S 9 ' . O mesmo s e pode dizer em relação à resis-
tência à f l u ê n c i a , cujo valor, n e s s e s c a s o s , a l é m de s e r c o n s i d e r a v e l m e n t e s u p e r i o r a o
dos a ç o s f e r r í t i c o s , é ainda m e l h o r a d o p o r adições d e m o l i b d ê n i o , titânio e n i ó b i o . O
tungsténio t a m b é m a u m e n t a a resistência, à fluência, e os limites d e resistência à t r a ç ã o
tanto a frio c o m o a q u e n t e .

TABELA132
A ç o s - c r o m o n í q u e l resistentes a o c a l o r
CBA
ás
Mn Si Outros
Tipo C Cr NI
(max.) (max.) elementos
i-
302AISI 0,08-0,20 2,00 1,00 17,00-19,00 8,00-10,00 -
302B AISI 0,08-0,20 2,00 2,00-3,00 17,00-19,00 8,00-10,00 -
a-
304 AISI 0,08 (max.) 2,00 1,00 18,00-20,00 8,00-11,00 -
ou 309 AISI 0,20 (max.) 2,00 1,00 22,00-24,00 12,00-15,00
te
-
310 AISI 0,25 (max.) 2,00 1,50 24,00-26,00 19,00-22,00 -
er 316 AISI 0,10 (max.) 2,00 1,00 16,00-18,00 10,00-14,00 2,00-3,00 Mo
321 AISI 0,08 (max.) 2,00 1,00 17,00-19,00 8,00-11,00 5 x C min. Ti
e 347 AISI 0,08 (max.) 2,00 1,00 17,00-19,00 9,00-12,00 1 0 x C m i n - Nb
s,
São os aços 18-8 muito empregados e m caixas e peças para fornos d e recozimento, p e ç a s
e de r e c u p e r a d o r e s , v e n t a n e i r a s , t u b o s d e c a l d e i r a s e v a p o r a a l t a p r e s s ã o , t u b o s d e e s c a p a -
a mento d e m o t o r e s d e c o m b u s t ã o i n t e r n a ( c o m Ti), p e ç a s d e m o t o r e s a jato ( c o m n i ó b i o ) , e t c .
a. O tipo 25-12 a d m i t e e m p r e g o e m a t m o s f e r a o x i d a n t e a t é 1 . 1 0 0 ° C e e m a t m o s f e r a r e d u t o r a
o- como a s u l f u r o s a até 9 0 0 ° C . S e u limite d e resistência à t r a ç ã o a q u e n t e e s u a r e s i s t ê n c i a à
xa fluência s ã o s e m e l h a n t e s às d o s a ç o s 1 8 - 8 , a s s i m c o m o s e u e m p r e g o .
O s a ç o s d o tipo 25-20, c o n t e n d o g e r a l m e n t e 1 % a 2 % d e s i l f c i o (tipo 3 1 0 A I S I , ( T a b e l a
ão 132), p o d e m s e r u t i l i z a d o s a t é 1 . 1 0 0 ° C e m a t m o s f e r a o x i d a n t e , a t é '1000°C e m a t m o s f e r a
levemente s u l f u r o s a e até 900°C e m p r e s e n ç a de quantidades consideráveis d e p r o d u t o s
sulfurosos. Tanto a resistência à tração a q u e n t e como a resistência à fluência s ã o l i g e i r a m e n -
te s u p e r i o r e s à s d o s t i p o s a n t e r i o r e s . S ã o e m p r e g a d o s e m p e ç a s d e t u r b i n a s a g á s , t u b o s d e
pirómetros, e t c .
A Tabela 1 3 2 indica alguns tipos d e a ç o s cromo-níquel resistentes ao calor e m q u e o
cromo p r e d o m i n a incluindo-se tipos e s t a b i l i z a d o s c o m nióbio o u titânio.
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A Tabela 1 3 3 r e s u m e a resistência à o x i d a ç ã o dos aços incluídos nas Tabelas 131 e 1 3 2
podendo-se n o t a r a s temperaturas m á x i m a s p a r a s u a o p e r a ç ã o satisfatória, s e m q u e h a j a
excessiva f o r m a ç ã o d e casca d e óxido.
O s a ç o s r e s i s t e n t e s a o c a l o r d o t i p o cromo-nfquel e m q u e o níquel predomina são indica-
dos p a r a r e s i s t i r à a ç ã o d e a t m o s f e r a s t a n t o o x i d a n t e s c o m o r e d u t o r a s d e s d e q u e o t e o r d e
enxofre n ã o s e j a m u i t o elevado. S ã o a ç o s q u e s e c a r a c t e r i z a m p e l a estabilidade d e s u a
' estrutura a p ó s p e r m a n e c e r e m longo t e m p o a altas t e m p e r a t u r a s e p o r n ã o se t o m a r e m f r á -

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 435
A ç o s E FERROS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDIDOS

T A B E L A 133
T e m p e r a t u r a s m á x i m a s c o m p a r a t i v a s p a r a o p e r a ç ã o d e a ç o s r e s i s t e n t e s ao
calor s e m e x c e s s i v a oxidação

Temperatura Temperatura
Aços-Cr Aços-Cr-Ni
m á x i m a (°C) m á x i m a (°C)
5 0 1 AISI (0,5 Mo) 620 302-304AISI 900
7 Cr
9 Cr
650
675
302BAISI
309AISI
980
1095
I
403-410AISI 705 310AISI 1150
430-AISI 845 3 1 6 AISI 900
442-AISI 955 3 2 1 AISI 900
446-AISI 1095 347AISI 900

g e i s , após a q u e c i m e n t o p r o l o n g a d o s entre a s t e m p e r a t u r a s d e S 0 0 ° C a 9 0 0 ° C , como ocorre


c o m os aços e m q u e p r e d o m i n a o cromo.
A Tabela 134< 262) m o s t r a para alguns a ç o s resistentes ao calor d o s tipos cromo e cromo-
n f q u e l ( c o m c r o m o p r e d o m i n a n d o ) o s v a l o r e s d o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o (*), d a t e n s ã o
d e r u p t u r a (**) e d a f l u ê n c i a a v á r i a s t e m p e r a t u r a s .
A Tabela 1 3 5 ( 2 6 3 ) a p r e s e n t a a c o m p o s i ç ã o m é d i a d e alguns tipos d e a ç o s níquel-cromo,
o n d e p r e d o m i n a o n í q u e l . Esses aços p o d e m s e r e m p r e g a d o s a t é 1 , 0 5 0 ° C , e m aplicações
t a i s c o m o t u b u l a ç õ e s p a r a s e n / i ç o e m a l t a t e m p e r a t u r a , p e ç a s p a r a t u r b i n a a g á s , etc.
U m maior teor d e níquel e cromo permite a s u a utilização a t e m p e r a t u r a s mais elevadas,
d a o r d e m d e 1 . 1 5 0 ° C ; e n t r e t a n t o , tais m a t e r i a i s d e i x a r ã o d e s e r a b o r d a d o s por não s e r e m
mais aços e sim ligas especiais de Ni-Cr(***).
ATabela 136 ( 2 6 4 ) a p r e s e n t a a temperatura d e f o r m a ç ã o de "casca d e óxido" de alguns aços
n o c r o m o - n í q u e l : n o t e - s e q u e u m a u m e n t o d o t e o r d e n í q u e l a l é m d e u m c e r t o limite n ã o
e x e r c e qualquer influência sobre a resistência à o x i d a ç ã o dos a ç o s c o n s i d e r a d o s .

•M

w
H

{") Os valares para limite de resistência à tração a diversas temperaturas são obtidos mediante ensaio de
tração semelhante ao que se faz à temperatura ambiente, tenda entretanto submetido o corpo de
prova a um aquecimento à temperatura do ensaio, num forno adequado, durante meia a uma hora.
(*') O ensaio para determinar a tensão de ruptura é semelhante ao de fluência, com a diferença de que
tensões mais elevadas são utilizadas e de que sa exige medidas rigorosas de deformações. Esse
ensaio indica o tempo necessário para ocorrer ruptura a uma dada temperatura, sob a ação de várias
cargas constantes.
(***) Algumas composições mais conhecidas e usadas dessas ligas são 80 Ni-14 Cr-6 Fe (Inconel); 80 Ni-
20 Cr (Nlchrome), etc.

436
CBA
A ç o s f o s f S T S v r s s ^ o CALOR C . . )

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437
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

T A B E L A 135
A l g u n s t i p o s de a ç o s - n í q u e l - c r o m o r e s i s t e n t e s a o c a l o r

Liga C Mn Si Cr Ni Mo W Ti Al Outros
A-282 0,08 1,25 1,00 14,75 25,5 1,25 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
- 0,35 0.25V
(máx.) (máx.) (máx.)
Discaloy24 0,04 1,38 1,0 13,5 26,2 3,9 - 1,61 0,11 -
Haynes Alloy 8 8 0,07 1,5 0,5 12,5 15,0 2,0 0,6 0,6 - 0.15B
Incoloy T 0,10 1,0 0,4 20,5 32,0 - - 1,0 - -
Timken 16-25-6 0,10 1,35 0,7 16,0 25,0 6,0 - - - 0,15N 2

T A B E L A 136
T e m p e r a t u r a d e f o r m a ç ã o d e " c a s c a d e ó x i d o " e m a l g u n s a ç o s a o Cr-Ni

Tipo 18-3 18-12 25-15 25-20 15-35


Cromo, % 17-19 17-19 24-26 24-26 13-17
Níquel, % 8-10 11-14 14-16 19-22 33-36
Manganês, % 2,00 2,00 2,00 1,00 1,00
Carbono, % 0,10 0,10 0,15 0,15 m á x . 0,20 máx.
Temperatura de
formação de 900° 900° 1.150° 1.100° 900°
casca de óxido, °C

4 . Aços fundidos resistentes ao calor - U m grande número dos aços estudados são
u t i l i z a d o s t a m b é m n a f o r m a f u n d i d a p a r a c o n f e c ç ã o d e p e ç a s f u n d i d a s r e s i s t e n t e s a o calor,
u s a d a s principalmente e m f o m o s metalúrgicos, equipamento para refino d e óleo, fomos de
cimento, e q u i p a m e n t o p a r a usinas elétricas a g á s , e q u i p a m e n t o para f a b r i c a ç ã o de borracha
sintética e aplicações semelhantes.
Esses aços f u n d i d o s resistentes ao calor o b e d e c e m e m linhas g e r a i s à s composições
e s t u d a d a s , isto é, o s d i v e r s o s tipos d e a ç o s p o d e m s e r a g r u p a d o s n o s s e g u i n t e s grupos:

- Aços-cromo, c o m c r o m o variando d e 1 0 % a 3 0 % c o m p e q u e n a p o r c e n t a g e m ou ne-


n h u m níquel p r e s e n t e , utilizados p r i n c i p a l m e n t e p a r a resistirem à o x i d a ç ã o ; apresentam
baixa resistência a altas temperaturas.
- Aços cromo-nfquel, d o tipo austenítico, c o n t e n d o 1 8 % o u m a i s d e c r o m o e 5 % o u mais
d e níquel, o c r o m o p r e d o m i n a n d o s e m p r e , u s a d o s e m condições o x i d a n t e s o u redutoras;
, j . apresentam maior resistência e ductilidade q u e os aços-cromo;
iif - F i n a l m e n t e , aços-cromo-níquel, t a m b é m d o tipo austenítico, m a s o n d e o níquel predo-
• ': m i n a s o b r e o c r o m o , c o m m a i s d e 2 5 % d e N i e m a i s d o q u e 1 0 % d e Cr, c o m ótimos caracte-
í Ii ; rfsticos para s u p o r t a r t a n t o atmosferas o x i d a n t e s c o m o redutores (exoeto q u a n d o apreciável
f; j q u a n t i d a d e d e e n x o f r e e s t i v e r p r e s e n t e ) (*).

| 5 . Conclusões - E m r e l a ç ã o a o s a ç o s r e s i s t e n t e s a o calor p o d e m s e r f e i t a s resumidamen-


te ', t e , as seguintes generalizações:

a ) e s t r u t u r a s d e g r a n u l a ç ã o g r o s s e i r a s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s d e g r a n u l a ç ã o fina
(oposto do que ocorre à temperatura ambiente);
b) e m virtude d a g r a n u l a ç ã o , a s e s t r u t u r a s f u n d i d a s s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s trabalhadas;
c) e s t r u t u r a s e s t á v e i s s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s m e t a e s t á v e i s ;
d) e s t r u t u r a s d o t i p o a u s t e n í t i c o s ã o m a i s r e s i s t e n t e s q u e a s d o t i p o f e r r í t i c o ;
e) u m a m a i o r d u r a b i l i d a d e a u m a t e m p e r a t u r a e l e v a d a g e r a l m e n t e r e s u l t a e m ruptura
c o m menor ductilidade;
f) a s r u p t u r a s a a l t a s t e m p e r a t u r a s s ã o g e r a l m e n t e i n t e r c r i s t a l i n a s , a o c o n t r á r i o d a s r u p -
t u r a s através d o s g r ã o s q u e correm n o r m a l m e n t e à temperatura a m b i e n t e .

(*) No "Metals HandbooW, edição 1961, poderão ser encontrados dados sobre peças fundidas resistentes
ao calor com completa descrição dos principais tipos de aços e ligas empregados nos EE.UU.

438
IHGFEDCBA
EDCBA Aços RESISTENTES AO CALOR

O gráfico d a f i g u r a 180 r e s u m e a s propriedades d e resistência à ruptura (tensão para


produzir r u p t u r a e m 1.000 horas) e d e resistência à fluência ( t e n s ã o para produzir d e f o r m a ç ã o
d e 1 % e m 1 0 . 0 0 0 h o r a s ) e m f u n ç ã o d e v á r i a s t e m p e r a t u r a s p a r a d i v e r s o s tipos d e a ç o s r e s i s -
s
gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
tentes a o calor. P a r a servir de ponto d e referência, incluíram-se c u r v a s para u m a ç o c o m u m d e
baixo c a r b o n o .

E
E

o"
tctí

£Z
ão
or,
de
ha

es

e-
m

ais 600 650 700 750


s; Temperatura, °C
o- Fig. 180 - Relação entre resistência à fluência e resistência à ruptura de um lado e
e- temperatura de outro para alguns tipos de aços resistentes a o calar. Os aços
representados par "A" caracterizam-se por serem do tipo 18-8 estabilizados
el
c o m Ti e Nb ou par apresentarem níquel prevalecendo sobre o cromo
(25Ni-6Cr) e molibdênio (3% a 6%).

n-
Alguns d o s aços representados n o s gráficos - precisamente por A - são aços r e c o m e n d a -
d o s p a r a p e ç a s d e m o t o r e s a jato< > e n t r e o s q u a i s o s t i p o s s e g u i n t e s :
286

a) Timken 16-25-6, cuja c o m p o s i ç ã o é d e 2 4 , 0 - 2 7 , 0 % d e N i ; 1 5 , 0 - 1 7 , 0 % de Cr; 5 , 5 - 7 , 0 %


na
de M o ; 2 , 0 % m a x . d e M n ; 1 , 0 % m a x . d e S i ; 0 , 1 0 - 0 , 2 0 % d e N 2 e 0,12% max. de C e cujos
característicos m e c â n i c o s a altas t e m p e r a t u r a s s ã o :
s;

limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o 650°C 730°C 815°C


ra 70 k g f / m m 2 4 2 kgf/mm 2 33,5 k g f / m m 2

(690 M P a ) (410 MPa) (325 M P a )


p- alongamento 13% 40% 27%
tensão d e ruptura e m 100 horas 29,5 kgf/mm 2 19,5 kgf/mm 2 9,0 k g f / m m 2

(285 M P a ) (195 MPa) (90 M P a )


es r e s i s t ê n c i a à f l u ê n c i a (0,1 % e m 1 0 0 0 h s ) . . . 6,3 k g f / m m 2 - 1,4 k g f / m m 2

(63 M P a ) (14 M P a )

439
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

b) 7 9 - 9 D L , c u j a c o m p o s i ç ã o é 1 9 % C r ; 9 % N i ; 1 , 3 % M o ; 1 , 3 % W ; 1 , 0 % M n ; 0 , 6 % sj-
0 , 4 % Ti; 0,4% Nb e 0 , 3 % C, c o m característicos m e c â n i c o s seguintes:

650°C 815°C • -
limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o 52,5 k g f / m m 2 (515 MPa) 22,5 kgf/mm 2 (225 MPa) •
alongamento 33,5% 53,0%
t e n s ã o d e r u p t u r a e m 1 0 0 h o r a s ... 28,0 k g f / m m 2 (270 MPa) 9,3 k g f / m m 2 (93 M P a )
resistência à fluência (tensão para
velocidade de fluência mínima de
0 , 0 0 0 1 % por hora) 17,5 k g f / m m 2 (175 MPa) 5,0 k g f / m m 2 (50 MPa) ''

A Tabela 1 3 7 ( 2 6 6 ) d á u m a ideia da s e l e ç ã o d e u m a ç o refratário d e a c o r d o c o m o emprego


desejado, levando-se e m conta somente a n a t u r e z a do meio e a t e m p e r a t u r a .

T A B E L A 137
Seleção d e u m a ç o r e f r a t á r i o

Temperatura
m á x i m a de
emprego em Aço
"lã Atmosfera Observações
serviço recomendado
• c o n t í n u o (°C)

650 5 - 6 % Cr S o l d a delicada
N - -ri-
6 850 ferrítico 1 7 % Cr soida delicada; resistência à
fluência pequena
M" 1 • '
l >

900 austenítico 18-8 e


suas variedades
Oxidante 1100 terrífico 2 8 % Cr evitar solda; baixa resistência
austenítico 25-12 à fluência
austenítico 25-20
austenítico 35Mi-20Cr
1150 ligas Ni-Cr
(60-20 o u 80-20)
900 austenítico 25-12
Redutora 1000 austenítico 25-20
carburizante austenítico 35Ni-20Cr
f e vi 1100 ligas Ni-Cr
700 austenítico 18-8
750 ferrítico c o m 1 7 % Cr evitar solda
Redutora 900 austenítico 25-12
sulfurosa austenítico 25-20
1000 ferrítico c o m 2 8 % Cr evitar s o l d a ; pequena
resistência à fluência

440
IHGFEDCBA
DCBA A ç o s PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

''

AÇOS PARA FINS ELÉTRICOS


E MAGNÉTICOS

441
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 . Introdução - A utilização dos aços p a r a fins eletricos e m a g n é t i c o s s ó pode ser discu-


tida com base e m s u a s propriedades magnéticas. As propriedades m e c â n i c a s e químicas
que têm constituído as características para a c o m p a r a ç ã o dos materiais até aqui estudados,
e m princípio p o d e m s e r i g n o r a d a s .
A aplicação d o s m a t e r i a i s m a g n é t i c o s é d a s m a i s e x t e n s a s no c a m p o d a indústria elétrica,
e x i g i n d o - s e p r o p r i e d a d e s e s p e c i a i s t a n t o n o c a s o d e u m p e q u e n o m o t o r p a r a r e l ó g i o elétrico,
c o m o no de u m m o t o r d e g r a n d e p o t ê n c i a p a r a a c i o n a m e n t o de u m l a m i n a d o r , ou no caso de
u m transformador d e alta frequência para rádio c o m u n i c a ç ã o , ou d e alta potência para uma
rede de distribuição d e f o r ç a . Particularmente n e s t e s casos e m q u e s e l i d a m c o m potências
e x t r e m a m e n t e baixas, o u e x t r e m a m e n t e altas, é q u e as exigências q u a n t o às propriedades
magnéticas e elétricas s e tornam mais imperativas.
Até poucos a n o s atrás as companhias de e q u i p a m e n t o s eletricos f a z i a m s e u s produtos de
u m m o d o mais ou m e n o s empírico, l o u v a n d o - s e a p e n a s e m sua e x p e r i ê n c i a industrial. C o m
o atual desenvolvimento d a s aplicações d e s s e s materiais, d e s p e r t o u - s e o interesse dos pes-
quisadores, tanto no c a m p o fundamental, c o m o no de novas aplicações, desenvolvendo-se o
c o n h e c i m e n t o d a s p r o p r i e d a d e s d e s s e s m a t e r i a i s , q u e permitiu a c o m p r e e n s ã o de certos
f e n ó m e n o s e a c o r r e l a ç ã o entre m a g n e t i s m o , c o m p o s i ç ã o q u í m i c a e e s t r u t u r a .
C o m o o estudo d o s materiais incluídos n e s t e capítulo só p o d e r á s e r feito por intermédio
de suas propriedades magnéticas, é c o n v e n i e n t e que se faça u m a rápida recordação do
significado físico d e s s a s propriedades.

2 . Magnetismo - O m a g n e t i s m o , ou seja, a propriedade de certas s u b s t â n c i a s - os imãs -


s e a t r a í r e m e n t r e s i o u a o u t r o s c o r p o s , p o d e s e r m e l h o r c o m p r e e n d i d a p e l a lei d e C o u l o m b
d e atração entre p ó l o s m a g n é t i c o s , q u e p o s s i b i l i t o u definir a u n i d a d e d e polo ou massa
magnética, a q u a l p r o v o c a e m u m a massa idêntica, colocada a uma distância de 1 cm, uma
força repulsiva de uma dina.
O c o n c e i t o d e p ó l o é u t i l i z a d o c o m o o b j e t i v o d e facilitar a c o m p r e e n s ã o d o s c a m p o s
m a g n é t i c o s , c u j o a s p e c t o f í s i c o p o d e s e r m a t e r i a l i z a d o s e s e i n t r o d u z i r o c o n c e i t o d e linha de
força.
Estas são linhas n o r m a i s às superfícies equipotenciais que e n v o l v e m os pólos magnéti-
cos. Essas linhas a p r e s e n t a m circuitos m a g n é t i c o s que e m a n a m o u c o n v e r g e m a u m pólo.
P o r d e f i n i ç ã o , c o n s i d e r a - s e q u e u m a e s f e r a d e 1 c m d e raio e n v o l v e n d o u m p ó l o m a g n é t i c o
unitário é p e n e t r a d o p o r 4 linhas de força; p o r t a n t o , c a d a c e n t í m e t r o q u a d r a d o d a superfície
d e s s a esfera é a t r a v e s s a d o por u m a linha de f o r ç a .
D e f i n e - s e , e n t ã o , a intensidade de um campa magnético o u força magnetizante, como o
n ú m e r o de linhas q u e atravessam a unidade de á r e a normal à direção d o c a m p o .
A unidade de Intensidade do campo magnético r e c e b e o n o m e d e "oersted" e corresponde
à "intensidade de u m c a m p o que exerce u m a f o r ç a de u m a dina, n u m a u n i d a d e de m a s s a
magnética, nele c o l o c a d a " . Logo, a 1 c m d e u m pólo unitário, a i n t e n s i d a d e de um campo
magnético é de 1 oersted.

2 . 1 . Intensidade de magnetização e indução magnética - Define-se quantitativamente o


magnetização, pelo n ú m e r o de pólos m a g n é t i c o s unitários e x i s t e n t e s p o r unidade de área
n u m a secção do material.
S e o n ú m e r o d e p ó l o s u n i t á r i o s n a e x t r e m i d a d e d e u m a b a r r a d e c o m p r i m e n t o T for "m", e
a á r e a d a s e c ç ã o f o r "a", a i n t e n s i d a d e d e m a g n e t i z a ç ã o T s e r á d a d a p e l a r e l a ç ã o ; 1 = m/a.
Demonstra-se que I representa t a m b é m o momento magnético "M" p o r unidade de
v o l u m e , pois:

M = ml

v=al donde I =

W = m JL = /i/ou 1 = M.
a v

442
JIHGFEDCBA
FEDCBA A ç o s PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

scu- S s b e - s e q u e u m c a m p o m a g n é t i c o pode t a m b é m ser p r o d u z i d o por u m a corrente elétrica.


icas Se o c o n d u t o r f o r e n r o l a d o e m f o r m a d e a n e l o u e m s o l e n ó i d e , a c i r c u l a ç ã o d e c o r r e n t e g e r a r á
dos, um c a m p o m a g n é t i c o cuja intensidade s e r á função da intensidade d a corrente e do n ú m e r o de
e s p i r a i s . E s s e c a m p o m a g n é t i c o é d e s i g n a d o pelo s í m b o l o "H"e também pode ser medido em
rica, o e r s t e d . N o c a s o p a r t i c u l a r d e u m s o l e n ó i d e l o n g o , c o m "n" e s p i r a i s p o r c e n t í m e t r o e p e r c o r r i d o
rico, por u m a c o r r e n t e d e T a m p a r e s , a i n t e n s i d a d e do c a m p o n o c e n t r o d o s o l e n ó i d e s e r á :
o de
uma H = 4JLDL oersted
cias 10
ades

Ao se introduzir nesse s o l e n ó i d e u m núcleo ferromagnético, o c a m p o H induzirá n o núcleo


s de linhas d e m a g n e t i z a ç ã o , devido à n a t u r e z a ferromagnética d o material. F i s i c a m e n t e , isso
Com corresponde a u m alinhamento dos dipólos elementares do material, na direção do c a m p o .
pes- S e n d o o m o m e n t o d o s d i p ó l o s p o r u n i d a d e d e v o l u m e i g u a l à i n t e n s i d a d e d e m a g n e t i z a ç ã o I,
e o haverá 4 J Í l i n h a s d e f o r ç a p o r u n i d a d e d e á r e a d o p ó l o m a g n é t i c o d o n ú c l e o . O f a t o r 4 ic
rtos decorre ao fato de que c a d a pólo unitário produz um c a m p o unitário e m todos os p o n t o s d a
s u p e r f í c i e e s f é r i c a d e raio u n i t á r i o q u e e n v o l v e o p ó l o .
édio O n ú m e r o t o t a l d e l i n h a s d e f o r ç a n o s o l e n ó i d e s e r á a g o r a i g u a l a H + 4 % I, o q u e r e c e b e
do o n o m e d e indução magnética "B"

B = H + 4itL
ãs -
omb A i n d u ç ã o m a g n é t i c a c o r r e s p o n d e n t e a u m a linha de f o r ç a p o r centímetro q u a d r a d o r e c e -
massa be o n o m e d e 1 "gauss". No s i s t e m a inglês ela é expressa e m linhas por polegada q u a d r a d a '
uma e não tem u m n o m e especial.

pos 22. Intensidade de saturação - Q u a n d o t o d o s os dipólos e l e m e n t a r e s do material m a g n é t i c o


de estiverem p e r f e i t a m e n t e alinhados c o m o c a m p o externo, a i n t e n s i d a d e d e m a g n e t i z a ç ã o a t i n g e u m
valor m á x i m o , r e c e b e n d o o n o m e d e intensidade de saturação I . Essa intensidade de saturação
s

néti- d e p e n d e d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a , d a s f a s e s presentes n a e s t r u t u r a d o material e d e s e u v o l u m e .


ólo.
tico 2 . 3 . Permeabilidade - O valor d a indução magnética por u n i d a d e de intensidade d o c a m p o
ície recebe o n o m e de permeabilidade.

o o
^ H
nde
assa C o m o se verá adiante, nos materiais ferromagnéticos, B n ã o é f u n ç ã o l i n e a r d e H, de
mpo modo que a permeabilidade não é constante e depende da intensidade do campo
magnetizante.

e o 2.4. Suscetibilidade - É d e f i n i d a p e l a r e l a ç ã o K = ~L d e m o d o que está relacionada à


área permeabilidade, da seguinte maneira:

m", e B=H+A%I
m/a. divindido p o r H:
de JL = 1 + 4 T C ^
H H

ou
| i = 1 + 4 7t K

3 . Propriedades magnéticas da matéria - A s substâncias, e m qualquer estado físico, pos-


suem p r o p r i e d a d e s magnéticas e p o d e m ser classificadas n u m a das seguintes c a t e g o r i a s : 1
- Materiais diamagnéticos; 2 - Materiais paramagnéticos e 3 - Materiais ferromagnéticos.

443
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Q u a n d o s e c o l o c a m d i v e r s a s s u b s t â n c i a s n u m c a m p o m a g n é t i c o , p o d e - s e o b s e r v a r que
a l g u m a s s e o r i e n t a r ã o n a d i r e ç ã o d o c a m p o , f i c a n d o f o r t e m e n t e m a g n e t i z a d a s . E s t a s rece-
b e m o n o m e d e ferromagnéticas. Outras s e m a g n e t i z a m f r a c a m e n t e , m a s t a m b é m se orien-
t a m p a r a l e l a m e n t e a o c a m p o e s ã o c h a m a d a s paramagnéticas e, f i n a l m e n t e , o u t r a s d i s p o .
r

s e - ã o n o r m a i s a o c a m p o , c a s o e s t e n ã o s e j a u n i f o r m e e s ã o a s diamagnéticas. C o m o os
e f e i t o s m a g n é t i c o s n a s s u b s t â n c i a s d i a e p a r a m a g n é t i c a s s ã o r e l a t i v a m e n t e f r a c o s , elas s ã o
consideradas como materiais não magnéticos.
O d i a m a g n e t i s m o é u m a p r o p r i e d a d e i n e r e n t e a t o d o s os m a t e r i a i s e s ó n ã o é detectável
n a presença de efeitos paramagnéticos ou ferromagnéticos mais i n t e n s o s .
L a n g e v i n d e m o n s t r o u q u e a a p l i c a ç ã o d e u m c a m p o m a g n é t i c o n u m s i s t e m a d e elétrons
e m m o v i m e n t o de t r a n s l a ç ã o i n d u z u m m o m e n t o m a g n é t i c o q u e s e o p õ e a o c a m p o externo.
A v a r i a ç ã o d o m o m e n t o i n d u z i d o c o m o c a m p o é a suscetibilidade diamagnética. Tanto a
teoria de Langevin como as observações experimentais demonstram que essa
suscetibilidade é i n d e p e n d e n t e da temperatura.
N o s elementos q u e p o s s u e m órbitas e l e t r ô n i o a s i n c o m p l e t a s , os m o m e n t o s magnéticos
resultantes dos m o v i m e n t o s de translação e d e r o t a ç ã o dos elétrons p o d e m n ã o se compen-
s a r e m e c a d a á t o m o n o reticulado c o m p o r t a - s e - á c o m o u m dipolo m a g n é t i c o , c o m orientação
a e s m o . A aplicação d e u m c a m p o m a g n é t i c o e x t e r n o t e n d e r á a o r i e n t a r e s s a s dipólos na
d i r e ç ã o do c a m p o , o q u e constitui o efeito p a r a m a g n é t i c o . N e s t a s c i r c u n s t â n c i a s , explica-se
a influência da t e m p e r a t u r a neste efeito. No t r a t a m e n t o teórico do p r o b l e m a , Langevin calcu-
l o u a r e l a ç ã o e.ntre o m o m e n t o m a g n é t i c o i n d u z i d o e a t e m p e r a t u r a , o b t e n d o r e s u l t a d o q u e se
verifica c o m boa a p r o x i m a ç ã o pelas d e t e r m i n a ç õ e s experimentais.
E m a l g u n s c a s o s , c o m o p o r e x e m p l o n o d o c o b r e , o p a r a m a g n e t í s m o f r a c o d o s elétrons
d a s órbitas i n c o m p l e t a s n ã o c o n t r a b a l a n ç a a c o n t r i b u i ç ã o d i a m a g n é t i c a d a s órbitas internas,
d e m o d o q u e o e f e i t o r e s u l t a n t e é d i a m a g n é t i c o . A s f i g u r a s 1 8 1 e 1 8 2 e s q u e m a t i z a m a distri-
b u i ç ã o das linhas de f o r ç a d o s materiais dia e p a r a m a g n é t i c o s .

-> H

p i :

to
CD

PP o
1(0 1,00
Força magnetizanígjp!
mi- T3

u < 1 E x : Bi u = 0 , 9 9 8 3

Fig. 181 - Distribuição das linhas de f o r ç a n a transição do ar ou do v á c u o , para


u m material diamagnético. Diagrama B v s H para o mesmo material.

444
GFEDCBA A ç o s PARA FINS ELETRICOS E IVLAGNÉTICOS

e Os materiais ferromagnéticos diferem dos paramagnéticos por p o s s u f r e m uma


e- p e r m e a b i l i d a d e q u e p o d e atingir, v a l o r e s m i l h a r e s de v e z e s m a i o r e s q u e a dos materiais
n- paramagnéticos, cuja permeabilidade é constante e pouco superior a 1. Além disso, a
o .
r permeabilidade dos materiais ferromagnéticos depende da intensidade do campo
os magnetizante, c o m o mostra a figura 183.
o P a r a a e x p l i c a ç ã o do f e r r o m a g n e t i s m o deve-se levar e m c o n t a dois fenómenos i m p o r t a n -
tes: 1) q u e e s s e c o m p o r t a m e n t o s ó s e o b s e r v a e m 4 d o s 9 2 e l e m e n t o s c o n h e c i d o s , i s t o é , n o
el ferro, c o b a l t o , n í q u e l e gadolínio; 2) q u e o e l e v a d o n ú m e r o m a g n é t i c o a p r e s e n t a d o p o r e s s e s
elementos d e p e n d e do campo magnetizante.
s O e s t u d o teórico d o assunto levou à c o n c l u s ã o que o efeito f e r r o m a g n é t i c o d e p e n d e d o spin
o. dos e l é t r o n s < 2S7) , d e m o d o que cada elétron girando em t o m o de si próprio comporta-se, c o m o no
a caso d a s s u b s t â n c i a s p a r a m a g n é t i c a s , c o m o u m dipolo e l e m e n t a r . E s t e s p o d e m s e r o r i e n t a d o s
a paralelos a o s c a m p o s externos, m a s n o r m a l m e n t e não e s t ã o c o m p l e t a m e n t e o r i e n t a d o s . O
estado d e m í n i m a e n e r g i a n u m s i s t e m a a t ó m i c o dá-se q u a n d o u m certo número d e s s e s í m ã s
s • elementares e s t á orientado n u m a d i r e ç ã o e u m número e q u i v a l e n t e , e m sentido o p o s t o . A
n- propriedade f e r r o m a g n é t i c a se m a n i f e s t a q u a n d o o n ú m e r o d e s p i n s eletrônicos (momento
o magnético d e v i d o ao spin) paralelos a o c a m p o aplicado u l t r a p a s s a o n ú m e r o de antipararelos.
a O fato d o f e r r o m a g n e t i s m o s ó s e r o b s e r v a d o nos 4 e l e m e n t o s citados não é a c i d e n t a l .
e Esses e l e m e n t o s d e t r a n s i ç ã o s ã o c a r a c t e r i z a d o s p o r p o s s u í r e m ó r b i t a s d e alta d e n s i d a d e
u- eletrônica n ã o s a t u r a d a s (órbitas d e / ) , d e m o d o q u e tal e q u i l í b r i o n ã o s e v e r i f i c a . A t e o r i a
e moderna, b a s e a d a na mecânica quântica, estabelece que, e m determinadas condições, o es-
tado d e m í n i m a e n e r g i a n e s s a s ó r b i t a s o c o r r e q u a n d o h á u m a p r e p o n d e r â n c i a de s p i n s s o b r e
s a n t i p a r a r e l o s . E s s a s c o n d i ç õ e s s ã o : 1) q u e o m a t e r i a l e s t e j a n o e s t a d o s ó l i d o ; 2) q u e a r e l a ç ã o
s, entre a s d i s t â n c i a s i n t e r a t ô m i c a s e o s r a i o s d a s órbitas c i t a d a s e s t e j a d e n t r o d e c e r t o s l i m i t e s .
i- Aplicando essas condições a diversos elementos, B e t h 1 2 6 8 ' 1 2 6 8 1 e outros pesquisadores
verificaram q u e elas s ã o satisfeitas p e l o s q u a t r o elementos f e r r o m a g n é t i c o s .

> H

u>1 Ex.: Mn u = 1,001

Fig. 1 8 2 - Distribuição das linhas d e força na transição d o ar ou do vácuo para


u m material paramagnético. D i a g r a m a B vs H para o m e s m o material.

445
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

3 . 1 . Domínios ferromagnéticos - A s c o n d i ç õ e s descritas no p a r á g r a f o anterior, quando


s a t i s f e i t a s , p e r m i t e m a i n t e r a ç ã o e n t r e e l é t r o n s d a s ó r b i t a s 3d d e á t o m o s v i z i n h o s t e n d e n d o
a orientá-las m a g n e t i c a m e n t e n u m a direção. E s s e efeito se estende a p e q u e n o s volumes do
c r i s t a l , d e l i m i t a n d o n o s e u i n t e r i o r r e g i õ e s d a o r d e m d e 1 0 ' c m , c h a m a d o s "domínios".
9 2 Nes-
s a s condições, c a d a cristal o u grão de u m m e t a l ferromagnético, m e s m o n a ausência de um
c a m p o magnetizante e x t e r n o , acha-se dividido e m d o m í n i o s f e r r o m a g n é t i c o s , c o m as carac-
terísticas d e dipólos e l e m e n t a r e s . O estado m a c r o s c ó p i c o d e d e s m a g n e t i z a ç ã o é explicado
c o m o u m resultado estatístico d a orientação a e s m o d o s domínios f e r r o m a g n é t i c o s .
U m a d e m o n s t r a ç ã o p r á t i c a d e s s a t e o r i a f o i d a d a p o r Bitter, q u e o b t e v e d e s e n h o s e m
superfícies polidas d e cristais ferromagnéticos pela distribuição z o n a d a d e F e 0 2 3 e m pó. Mais
t a r d e , determinando-se a s curvas de m a g n e t i z a ç ã o p o r métodos eletrônicos sensíveis, ob-
servou-se que elas apresentam descontinuidades durante a magnetização, que
correspondem à s q u e resultariam de m u d a n ç a s d e direção e m domínios d a o r d e m de grande-
z a d o s propostos pela teoria.

3 . 2 . Curva de magnetização - U m a c u r v a d e m a g n e t i z a ç ã o , c o m o a q u e s e v ê na figura


1 8 4 , d á a v a r i a ç ã o d a i n d u ç ã o B c o m a f o r ç a m a g n e t i z a n t e H.
N e s s a figura, o t r e c h o q u e parte d a o r i g e m e atinge o ponto m a i s e l e v a d o d a curva,
c o r r e s p o n d e à "curva de magnetização" e o ciclo fechado pela linha e x t e r n a representa o
"cicio de histerese" q u e d e c o r r e do fato d o s f e n ó m e n o s d e m a g n e t i z a ç ã o n ã o s e r e m f e n ó m e -
n o s r e v e r s í v e i s , p o i s c o m a d i m i n u i ç ã o d o c a m p o H, B n ã o d i m i n u i d e a c o r d o c o m a c u r v a d e
magnetização.

Força magnetizante H

Fig. 183 - Distribuição das linhas de força n a transição do ar ou do v á c u o , para u m material


ferromagnético. Diagrama B v s H para o mesmo material

446
HGFEDCBA
EDCBA Aços PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

o
o
o
s-
m
c-
o

m
s
-
e
e-

a,
o
-
e

Fig. 184 - Curva de magnetização e ciclo de histerese do ferro.

10000

8000

zs. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
C
D zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
•g 6o o o

2000

0 S 10 15 20

Indução B ( Kilogauss )

Fig. 185 - Relação entre a permeabilidade e a indução magnética do ferro puro.

447
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

O coeficiente a n g u l a r d a s retas traçadas d a o r i g e m a pontos d a c u r v a d e magnetização


representa a permeabilidade do m a t e r i a l , n a c o r r e s p o n d e n t e i n t e n s i d a d e do campo
m a g n e t i z a n t e , o u d a i n d u ç ã o B. P e l o d e s e n v o l v i m e n t o d a c u r v a d e m a g n e t i z a ç ã o d o ferro
p u r o , p o d e - s e v e r q u e a p e r m e a b i l i d a d e v a r i a c o m o c a m p o m a g n e t i z a n t e d e u m m o d o não
linear, p a s s a n d o p o r u m m á x i m o , q u e c o r r e s p o n d e à t a n g e n t e tirada d a o r i g e m d o cotovelo da
c u n / a . A f i g u r a 1 8 5 m o s t r a , a i n d a n o c a s o d o f e r r o p u r o , a v a r i a ç ã o d a p e r m e a b i l i d a d e u. c o m
a i n d u ç ã o B.
G o m o 6 está r e l a c i o n a d o a H pela e x p r e s s ã o

B = H + 4izl

B c r e s c e i l i m i t a d a m e n t e c o m H.
V o l t a n d o à c u n / a d a f i g u r a 1 8 4 c o m a e l i m i n a ç ã o d o c a m p o H, o v a l o r S n ã o v o l t a a zero
m a s r e d u z - s e a u m v a l o r q u e r e c e b e o n o m e d e "indução residuaC, o u "remanêncisf. Essa
r e m a n ê n c i a r e p r e s e n t a a m a g n e t i z a ç ã o retida p e l o material. Se, e m s e g u i d a , f o r aplicado um
c a m p o d e s e n t i d o o p o s t o , o v a l o r d a m a g n e t i z a ç ã o r e s i d u a l d e c r e s c e r á p r o g r e s s i v a m e n t e até '
z e r o . O valor do c a m p o d e s m a g n e t i z a n t e q u e a n u l a a magnetização residual recebe o nome
d e "força coerciva". P a r a c a m p o s d e s m a g n e t i z a n t e s mais intensos, o c i c l o s e repete de modo
análogo e simétrico ao descrito.
A irreversibilidade d o s f e n ó m e n o s de m a g n e t i z a ç ã o exige u m c o n s u m o d e energia para
q u e u m dado. v o l u m e d e m a t e r i a l p e r c o r r a u m c i c l o d e h i s t e r e s e . N o c a s o d e c a m p o s c o n t i n u -
' "\m
a m e n t e alternantes, c o m o os que o c o r r e m n o s t r a n s f o r m a d o r e s , a c a d a ciclo da tensão
c o r r e s p o n d e r á u m a p e r d a proporcional à á r e a d o ciclo de histerese d o m a t e r i a l do núcleo.

o: P o r o u t r o l a d o , a s v a r i a ç õ e s d o f l u x o m a g n é t i c o g e r a m n o n ú c l e o c o r r e n t e s e l é t r i c a s que
t a m b é m s e d i s s i p a m n a f o r m a d e c a l o r e q u e r e c e b e m o n o m e d e "correntes de Foucaulf,
A s o m a d a p e r d a d e v i d a à h i s t e r e s e c o m a p e r d a d e v i d a à s c o r r e n t e s d e F o u c a u l t recebe
o n o m e d e "perda do núcleo" e constitui u m a característica i m p o r t a n t e p a r a a classificação
d o s materiais para n ú c l e o s de transformadores.
m

3.3. Características das curvas de magnetização - N a p a r t e i n i c i a l d a s c u r v a s de ;


m a g n e t i z a ç ã o os f e n ó m e n o s são praticamente reversíveis e B varia d e u m m o d o aproxima-
d a m e n t e linear c o m H. N e s s a r e g i ã o , o s d o m í n i o s c o m o r i e n t a ç ã o f a v o r á v e l , e m r e l a ç ã o ao
c a m p o m a g n e t i z a n t e , c r e s c e m às e x p e n s a s d o s d o m í n i o s vizinhos d e s f a v o r a v e l m e n t e ori-

20000

I
m

10000

5000

0 200 400 SOO 800


H

Figura 186 -Anisotropia magnética de um cristal de ferro.


CBA A ç o s PARA FINS ELETRICOS E ÍVÍAGNÉTICOS ÇJ.

ão 7000

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Figura 1 8 7 - A n i s o t r o p i a magnética de um cristal d e níquel.
m

e ;
a-
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i-

ca

Força Magnetizante H

Figura 188 - Influência d a concentração de fissuras o u inclusões,


na cun/a B v s H d e um material ferromagnético.

449
Aços £ FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e n t a d o s , pelo m o v i m e n t o d e seus c o n t o r n o s , m a n t e n d o s u a o r i e n t a ç ã o c o m relação aos


eixos cristalográficos.
A parte m é d i a d a c u r v a é a região o n d e a s perdas p o r histerese o c o r r e m . Aqui a
m a g n e t i z a ç ã o é i r r e v e r s í v e l e resulta d e m u d a n ç a s b r u s c a s n a o r i e n t a ç ã o d o s d o m í n i o s , a s s o c i -
a d a s a i n d a a m o v i m e n t o s d o s c o n t o r n o s . O c o t o v e l o d a c u r v a c o r r e s p o n d e à o r i e n t a ç ã o de t o d o s
o s d o m í n i o s p a r a l e l a m e n t e a o s eixos c r i s t a l o g r á f i c o s q u e m a i s s e a p r o x i m a m d a direção d o
c a m p o . N a parte s u p e r i o r d a curva, o n d e a m a g n e t i z a ç ã o tende à s a t u r a ç ã o , o fenómeno é
n o v a m e n t e r e v e r s í v e l . E l e r e s u l t a d a p r o g r e s s i v a o r i e n t a ç ã o d o s d o m í n i o s n o s e n t i d o do c a m p o .

3 . 4 . Anisotropia dos materiais magnéticos - D e u m m o d o geral, o b s e r v a - s e q u e nos materi-


a i s policristalinos a s u s c e t i b i l i d a d e m a g n é t i c a é i d ê n t i c a e m t o d a s a s d i r e ç õ e s . A o s e c o n s i d e r a r
p o r é m u m cristal i s o l a d o , v e r - s e - á q u e e l e a p r e s e n t a m a i o r o u m e n o r t e n d ê n c i a p a r a m a g n e t i -
z a r - s e d e a c o r d o c o m d e t e r m i n a d a s d i r e ç õ e s c r i s t a l o g r á f i c a s . A s f i g u r a s 1 8 6 e 1 8 7 ilustram
e s t a a f i r m a ç ã o . N o c a s o d o f e r r o (fig. 1 8 6 ) , a s d i r e ç õ e s [100] s ã o a s d e m a i o r s u s c e t i b i l i d a d e ,
a o p a s s o q u e p a r a o n í q u e l ( f i g . 1 8 7 ) a s d i r e ç õ e s [111] s ã o a s m a i s f a v o r á v e i s .
Essa particularidade n ã o teria importância prática s e certos materiais magnéticos, como
a s ligas Fe-Si, n ã o m a n i f e s t a s s e m o r i e n t a ç õ e s preferenciais. Certos m e t a i s e ligas metálicas
quando encruados p o r laminação até determinadas percentagens d e redução, ao se
recristalizarem por recozimento, desenvolvem os novos grãos c o m seus eixos
cristalográficos e m orientações preferenciais. Nessas condições, o comportamento
anisotrópico d o s cristais e a orientação preferencial d e s s e s cristais p o d e m proporcionar a u m
produto melhores p r o p r i e d a d e s magnéticas e m determinadas direções. É o caso das chapas
Hipersil (Fe c o m 3 , 2 5 % d e Si) para t r a n s f o r m a d o r e s .

3.5. Efeito de inclusões, fissuras e constituintes não magnéticos - A f o r ç a magnetizante


efetiva H e ( é c o n s t i t u í d a p o r d u a s p a r c e l a s : H, q u e r e p r e s e n t a a i n t e n s i d a d e d o c a m p o e x t e r n o
e H que representa os campos desmagnetizantes.
d

O s c a m p o s d e s m a g n e t i z a n t e s s ã o o s c a m p o s q u e s e f o r m a m n o s e n t r e f e r r o s naturais, ou
resultantes d e trincas internas e nas inclusões e constituintes não m a g n é t i c o s . O aumento
d e s s e s defeitos, o u d e s s e s constituintes, d i m i n u i a f o r ç a m a g n e t i z a n t e e f e t i v a e isso altera a
curva de magnetização, c o m o mostra a figura 188.

3.6. Influência da temperatura nas propriedades ferromagnéticas - Ponto Curie - O p o n -


d o - s e às forças o r d e n a d o r a s d a s interações a t ó m i c a s , que p r o m o v e m a f o r m a ç ã o dos domí-
nios ferromagnéticos, e x i s t e m forças p r o v o c a d a s p e l a agitação t é r m i c a , q u e p o d e m causar
o desaparecimento d e s s e s domínios. C o m o estas a u m e n t a m c o m a temperatura, h á para
todos os materiais ferromagnéticos, n í v e i s d e t e m p e r a t u r a a c i m a d o s quais o efeito
dispersivo d a agitação t é r m i c a anula a t e n d ê n c i a orientadora das forças d e interação atómi-
c a , d e m o d o q u e o m a t e r i a l p e r d e s u a s p r o p r i e d a d e s f e r r o m a g n é t i c a s . E s s a t e m p e r a t u r a de
t r a n s i ç ã o r e c e b e o n o m e d e "ponto Curie".
Ftesfriando-se o m a t e r i a l a b a i x o d o "ponto Curie" s u a s características f e r r o m a g n é t i c a s s ã o re-
c u p e r a d a s . A f i g u r a 1 8 9 m o s t r a a variação d a i n t e n s i d a d e d e s a t u r a ç ã o d o f e r r o c o m a t e m p e r a t u r a

3 . 7 . Magnetoestricção - A magnetoestricção abrange todas as m u d a n ç a s de dimensões


q u e sofrem o s materiais ferromagnéticos q u a n d o s u b m e t i d o s a c a m p o s magnetizantes. Esse
- f e n ó m e n o r e c e b e v á r i a s d e n o m i n a ç õ e s , c o m o p o r e x e m p l o , "efeito Joule", q u a n d o se trata d a
variação do c o m p r i m e n t o d a peça, e m c a m p o s transversais; 'efeito Barref, q u a n d o for a
v a r i a ç ã o d o v o l u m e e "efeito Wiedemann" q u a n d o a s variações de d i m e n s ã o devido a cam-
p o s radiais p r o v o c a m m o v i m e n t o s d e t o r ç ã o .
A figura 1 9 0 m o s t r a a v a r i a ç ã o d o efeito J o u l e n a s ligas F e - N i p a r a diferentes forças
magnetizantes.
Os materiais q u e s e alongam quando s u b m e t i d o s a um c a m p o magnético possuem
magnetoestricção positiva; Nestes materiais a permeabilidade a u m e n t a devido a deforma-
ç õ e s elásticas.

450
JIHGFEDCBA Aços PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

aos 110

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oci-
dos
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eri-
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760 780 800 820 840

Temperatura, °C
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Fig. 189 - Perda das propriedades ferromagnéticas do ferro, no aquecimento
rno

ou
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r a Fig. 190 - Magnetoestricção do sistema F e - N i .

m-

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Tais m a t e r i a i s t ê m tido a p l i c a ç ã o e m eletrônica, n a f a b r i c a ç ã o d e osciladores e filtros. N o
campo d a tecnologia, s u a aplicação m a i s interessante é para transformar energia elétrica d e
em frequência ultrassônica e m pulsações m e c â n i c a s com a m e s m a frequência c o m o , p o r e x e m -
ma- plo, n a s m á q u i n a s p e r f u r a d o r a s p a r a m a t e r i a i s e x t r e m a m e n t e d u r o s , o n d e t a i s d i s p o s i t i v o s
são u t i l i z a d o s p a r a i m p u l s i o n a r p a r t í c u l a s d e a b r a s i v o c o n t r a o m a t e r i a l a s e r p e r f u r a d o .

451
B MAGNÉTICOS zyxwvu
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
Aços PARA FINS ELETRICOS

a) M a t e r i a i s d e a l t a p e r m e a b i l i d a d e e b a i x a f o r ç a coerciva, o u m a t e r i a i s m a g n e t i c a m e n t e m o l e s .
b) M a t e r i a i s d e a l t a f o r ç a c o e r c i v a , m a g n e t i c a m e n t e d u r o s , o u í m ã s p e r m a n e n t e s . N e s t e
grupo, a p e r m e a b i l i d a d e não é u m a característica importante.

As d e s i g n a ç õ e s , magneticamente m o l e ou duro, apesar d e não se destinarem a d e s c r e -


ver a d u r e z a m e c â n i c a desses m a t e r i a i s , m a s sua resistência à d e s m a g n e t i z a ç ã o , d e um
modo geral, t a m b é m representa s e u comportamento mecânico.
N a parte d e a ç o s p a r a fins m a g n é t i c o s , s e r ã o d e n o m i n a d o s ferro o u ligas d e f e r r o , a o s
materiais m a g n e t i c a m e n t e moles, n o s q u a i s o carbono existente ocorre mais c o m o i m p u r e z a
do q u e c o m o e l e m e n t o de liga.
A s ligas d e ferro p a r a ímãs p e r m a n e n t e s q u e p o s s u e m t e o r e s m a i s elevados d e c a r b o n o
são d e n o m i n a d a s aços.

4 . 1 . Materiais magneticamente moles - Este é o grupo mais importante dos materiais m a g n é -


ticos. T r a t a - s e d e m a t e r i a i s q u e n e c e s s i t a m ter a l t a i n t e n s i d a d e d e s a t u r a ç ã o , alta
permeabilidade e u m a força coerciva b e m p e q u e n a . A r e m a n ê n c i a p o d e ser baixa ou alta, confor-
m e o tipo d e a p l i c a ç ã o . P o r e x e m p l o , n u m relê s e n s í v e l , d e d e s l i g a m e n t o rápido, n e c e s s i t a - s e u m
material de b a i x a r e m a n ê n c i a , p a r a reduzir o a g a r r a m e n t o q u a n d o se corta o campo
magnetizante.
N a a p l i c a ç ã o e m corrente a l t e r n a d a necessita-se de ligas d e baixa histerese e d e alta
resistividade p a r a diminuir a perda do n ú c l e o .
- Ferro, níquele cobalto- Dentre os materiais magneticamente moles deve-se estudar e m
primeiro l u g a r o s três e l e m e n t o s f e r r o m a g n é t i c o s mais c o m u n s ; f e r r o , níquel e c o b a l t o .
O ferro q u i m i c a m e n t e puro é o q u e a p r e s e n t a melhores características magnéticas, m a s
seu preço é muito elevado para as aplicações normais. Para substituí-lo, usam-se os aços
extra-doces, q u e apesar de inferiores, d ã o resultados satisfatórios.
O Mi e o C o s ã o e l e m e n t o s m e n o s f e r r o m a g n é t i c o s d o q u e o F e e d e p r e ç o m a i s e l e v a d o .
A T a b e l a 1 3 3 d á a variação d a i n d u ç ã o B c o m a força m a g n e t i z a n t e H p a r a esses 3 e l e m e n t o s .
O ferro é indicado para quase todas as aplicações e m corrente contínua. Para corrente

T A B E L A 138
Variação da I n d u ç ã o B c o m a f o r ç a m a g n e t i z a n t e H

H B (gauss)
(oersted) Ferro Níquel Cobalto
20 15.500 5.100 1.2C0
40 16.200 5.500 2.800
60 16.800 5.700 4.400
80 17.300 5.800 6.000
100 17.700 5.900 6.800
120 17.900 6.000 7.500

alternada n ã o é indicado, pois p o s s u i b a i x a resistividade (10u.ohm-cm), de m o d o q u e as


perdas por correntes de Foucault são elevadas.
- Ligas ferro-silfcio - Estas s ã o as ligas d e maior c o n s u m o n a indústria de produtos eletricos.
A s a d i ç õ e s de silício ao ferro a u m e n t a m c o n s i d e r a v e l m e n t e s u a resistividade, c o m o m o s -
tra a figura 1 9 1 ; portanto diminui a p e r d a d o n ú d e o . O silício d i m i n u i a intensidade d e s a t u -
ração do ferro, m a s não afeta a p r e c i a v e l m e n t e a permeabilidade e a perda por h i s t e r e s e .
. D o p o n t o d e v i s t a d a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s , o b s e r v a - s e q u e o silício a c i m a d e c e r t o s
t e o r e s t o m a o m a t e r i a l frágil e difícil d e s e r t r a b a l h a d o . E s s e c o m p o r t a m e n t o , c o m o s e v ê n a
f i g u r a 192< >, d e p e n d e d a t e m p e r a t u r a . P a r a c a d a c o m p o s i ç ã o , e x i s t e u m a t e m p e r a t u r a mí-:
Z70

nima n e c e s s á r i a p a r a o trabalho m e c â n i c o . Por exemplo, para t e m p e r a t u r a ambiente o refe-


rido g r á f i c o m o s t r a q u e o t e o r m á x i m o d e s i l í c i o é d e 3 , 5 % .
U m a d a s l i g a s m a i s i m p o r t a n t e s d e s t a c a t e g o r i a é o Hipersil, c o m 3,25% do Si.

453
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

A s l i g a s F e - S i , c o m e s t e t e o r d e silício a p r e s e n t a m a a n i s o t r o p i a m a g n é t i c a d o f e r r o p u r o
de m o d o que, c o m s e q u ê n c i a s de encruamentos críticos por l a m i n a ç ã o e recristalização
c o n t r o l a d a , a m a i o r i a d o s g r ã o s fica c o m u m p l a n o (100) no plano d a l a m i n a ç ã o e c o m uma
d i r e ç ã o [100] na direção d e laminação.
A c u r v a de m a g n e t i z a ç ã o d o Hipersil aproxima-se bastante da de u m anel quadrado
c o r t a d o d e um cristal ú n i c o d e Fe-Si ( 3 , 9 % Si), c o m u m lado paralelo à d i r e ç ã o [100].
A Tabela 139 ( 2 B 9 ) e n u m e r a alguns tipos de ligas F e - S i , fabricadas n a f o r m a de chapas. Seu
e m p r e g o faz-se e m :

1) M o t o r e s f r a c i o n á r i o s d e b a i x o c u s t o , p a r a u s o i n t e r m i t e n t e .
2) Motores fracionários e peças polares e outros circuitos magnéticos de alta
permeabilidade.
3 ) M o t o r e s e g e r a d o r e s d a m e l h o r q u a l i d a d e . T r a n s f o r m a d o r e s p e q u e n o s p a r a uso inter-
m i t e n t e , relés e r e a t o r e s .
4) Motores e g e r a d o r e s d e eficiência m é d i a . T r a n s f o r m a d o r e s p e q u e n o s e reatores.
5 ) M o t o r e s e g e r a d o r e s d e a l t a e f i c i ê n c i a e t a m a n h o m é d i o . T r a n s f o r m a d o r e s d e uso
intermitente, reatores, m e d i d o r e s eletricos, p e ç a s p o l a r e s l a m i n a d a s .
6) T r a n s f o r m a d o r e s d e a l t a e f i c i ê n c i a , p a r a r e d e s d e d i s t r i b u i ç ã o .
7 ) T o d o s os t i p o s d e t r a n s f o r m a d o r e s , p a r a r e d e s d e d i s t r i b u i ç ã o e m á q u i n a s elétricas de
aita eficiência.

C o n v é m m e n c i o n a r q u e as ligas ferro-silício p a r a fins eletricos s ã o p r o d u z i d a s na forma


d e c h a p a s l a m i n a d a s a frio e recozidas, e m d o i s t i p o s : de grão o r i e n t a d o e d e grão não-
orientado.
A s ligas de grão o r i e n t a d o a p r e s e n t a m b a i x a p e r d a elétrica e e l e v a d a permeabilidade
magnética, propriedades requeridas para aplicações c o m o núcleos d e transformadores e
g e r a d o r e s de p o t ê n c i a .
A s d e grão n ã o - o r i e n t a d o t a m b é m p r o d u z i d a s p o r l a m i n a ç ã o a frio e r e c o z i d a s , apresen-
t a m excelente p e r m e a b i l i d a d e e m altas i n d u ç õ e s , baixo valor médio d e p e r d a s magnéticas e
n e l a s pode ser aplicado u m revestimento isolante. S ã o e m p r e g a d a s em amplificadores
magnéticos, transformadores de potência e distribuição, geradores para usinas
h i d r o e l é t r i c a s , p e q u e n o s m o t o r e s d e c o r r e n t e c o n t í n u a e m o t o r e s d e c o r r e n t e a l t e r n a d a de
t a m a n h o médio, m e d i d o r e s de energia, t r a n s f o r m a d o r e s reguladores d e t e n s ã o , transforma-
d o r e s para aparelhos d e rádio e televisão, t r a n s f o r m a d o r e s para m á q u i n a s d e soldagem,
m o t o r e s p a r a a p a r e l h o s e l e t r o - d o m é s t i c o s , r e a t o r e s d e l â m p a d a s f l u o r e s c e n t e s , p e ç a s pola-
res, n ú c l e o s de relés etc.

TABELA139
P r o p r i e d a d e s f í s i c a s e m a g n é t i c a s t í p i c a s de c h a p a s d e Fe-Si

Perda do nú- Limite de resis- Alonga-


Teor de Resistivida-
cleo máxima tência à tração mento em
Tipo ou Marca de mioro- Emprego
aproximado
ohms-cm
(watts-kg em 25 mm zyxwvutsrqponm
de Sl,% 60 ciclos) kgf/mm 2 MPa %
0,25/0,30 "Campo" 28 - 5,1 (D
0,50/0,60 "Armadura" 28 3,4 31,0 300 25 (2)
1,25/1,50 "Elétóco" 44 3,7 35,0 340 22 (3) •
2,50/2,75 • Motor" 44 2,5 47,5 465 14 (4)
2,75/3,25 "Dínamo" 50 2,1 (5)
3,25/3,50 "Hipersil" 50 2,1 49,0 4S0 12 (6)
3,60/4,00 Transformador 72" 52 1,58 56,0 550 8 (7)
4,00/4,25 Transformador 65" 58 1,43 50,5 495 6 (7)
4,25/4,50 Transformador 58" 60 1,27 53,0 520 5 (7)
4,50/4,75 Transformador 52" 65 1,15 49,0 480 2 (7)

454
BA A ç o s PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

- Ligas ferro-níquel - Este é o s e g u n d o g r u p o importante de ligas de alta p e r m e a b i l i d a d e ,


a base de ferro.
A figura 1 9 3 ( 2 7 1 ) m o s t r a a variação d a i n t e n s i d a d e de s a t u r a ç ã o n a s ligas Fe-Ni e m f u n ç ã o
da composição. A c i m a de 5 0 % de níquel têm-se materiais c o m propriedades magnéticas
diversas, e m b o r a m a n t e n h a m alta p e r m e a b i l i d a d e e baixa p e r d a . E s t e s materiais s ã o i n d i c a -
dos para i n s t r u m e n t o s q u e operam c o m u m a baixa densidade de fluxo.
A s l i g a s c o m e r c i a i s Hipemik e Permalioy cobrem as faixas de composição em t o m o de
5 0 % e 7 8 % de níquel, respectivamente.
O s Hipemiks p o s s u e m u m a i n t e n s i d a d e de saturação d a o r d e m de 16.000 g a u s s e o s
Permalloys d a o r d e m d e 11.000 g a u s s .
A c i m a d e 3 3 % d e n í q u e l , a r e s i s t i v i d a d e d e s s a s ligas d i m i n u i c o n t i n u a m e n t e d e 8 5 p a r a 1 6
u.ohm-cm. E s s e fato, associado à s e n s i b i l i d a d e d a s propriedades m a g n é t i c a s dessas ligas a o s
tratamentos térmicos, devido a reações ordem-desordem correspondentes à composição
FeNi ( 7 8 % Ni), possibilita obter propriedades magnéticas interessantes, como o ciclo de
histerese retangular d a figura 194 que resulta de u m resfriamento e m c a m p o magnético, a t r a -
v é s do ponto C u r i e .
Em composições em tomo d e 81 % d e n í q u e l , a c r e d i t a - s e q u e o c o r r a u m a q u a n t i d a d e
crítica de r e a ç ã o o r d e m - d e s o r d e m , q u e a n u l a a m a g n e t o e s t r i c ç ã o (fig. 190) e a a n i s o t r o p i a
magnética, d a n d o materiais policristallnos d e alta permeabilidade.
A s a d i ç õ e s d e c o i m o , m o l i b d ê n i o e c o b r e d i m i n u e m as v e l o c i d a d e s críticas e x i g i d a n e s s a
t r a n s f o r m a ç ã o , o q u e f a v o r e c e a utilização p r á t i c a d e s s a s ligas. O c a r b o n o , o oxigénio e o e n x o f r e
t ê m efeito c o n t r á r i o . O u t r a particularidade i m p o r t a n t e deste s i s t e m a é q u e q u a s e todas as ligas s ã o
bastante d ú c t e i s , n ã o existindo portanto p r o b l e m a s n a e s t a m p a g e m o u c o r t e d e s s e s m a t e r i a i s .

25000

co 20000
CD

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o
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15000

ca
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XI
CD 10000
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CD

5000

0 20 40 60 80 100 .

% de Ni
Fig. 193 - Variação d a intensidade de saturação no sistema Fe-NI, n a temperatura ambiente.

. 455
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

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4 3 2 1 1 2 3 4
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1 I I o

Força magnetizante H
(Oereted)
5000 •

10000 -

15000

. Fig. 194 - Ciclo de histerese do Permalloy ( 6 5 % de Ni), recozido num c a m p o m a g n é t i c o .

A Tabela 140 m o s t r a a l g u m a s d a s mais i m p o r t a n t e s ligas Fe-Ni.


A s ligas Fe-Ni s ã o a p l i c a d a s p r i n c i p a l m e n t e e m i n s t r u m e n t o s eiétricos, c i r c u i t o s telefóni-
cos, transmissores de rádio e aparelhos de rádio.

- Ligas ferro-cobalto - O s i s t e m a Fe-Co é o q u e a p r e s e n t a maior i n t e n s i d a d e d e satura-


ç ã o , c o m v a l o r e s d e 4 % l d a o r d e m d e 2 4 . 2 0 0 g a u s s . E s s e v a l o r d e B-H p a r a o f e r r o é d e
s

2 1 . 6 0 0 , para as ligas F e - S i ( 1 % ) é d e 21.000 e p a r a o Fe-Si (4-5%) d e 1 9 . 0 0 0 .


Esta característica a s s o c i a d a aos valores d e indução B, n a f a i x a d e H = 1 0 a 4 0 0
o e r s t e d s , possibilita r e d u ç õ e s d a o r d e m d e 2 0 % n o p e s o d a s m á q u i n a s e l é t r i c a s . Tal propri-
e d a d e s e m a n i f e s t a e m t o m o d e 4 0 % d e c o b a l t o , o q u e r e s t r i n g e a a p l i c a ç ã o d e s s a s ligas
devido, ao elevado custo d e s s e metal.

TABELA140
Liga Fe-NÍ

C o m p o s i ç ã o , (%) Característicos
Permeabi- Permeabi- Resistivi-
Denominação Outros
Fe Ni lidade lidade Saturação dade mi-
elementos 4 Tt l*
Inicial
Permalloy 45 54 45 2.500
máxima
25.000 16.000
crobm-cm
50
m
Permalloy 78 21 78 8.0OO 100.000 10.000 16
Permalloy 4-79 16 79 4 Mo 20.000 80.000 8.700 57
Hipemik 50 50 4.000 80.000 16.000 35 i
Mumetal 18 75 2 Cr, 5 Cu 20.000 110.000 7.200 60
Supermalioy 15 79 5 Mo 100.000 800.000 8.000 60

456
HGFEDCBA
DCBA Aços PARA FINS ELETRICOS E MAGNÉTICOS

Existem dois tipos comerciais:


"Hiperco" c o m 3 5 % d e cobalto, u s a d o nas aplicações d a s ligas Fe-Si.
. "Permendur" c o m 5 0 % d e c o b a l t o , c u j o u s o é restrito a a p l i c a ç õ e s m u i t o e s p e c i a i s e m
PONMLKJIHGFEDCBA
circuitos t e l e f ó n i c o s . -
A f i g u r a 195 (272 > m o s t r a as c u r v a s d e m a g n e t i z a ç ã o d e s s a s ligas.

••-.i<,-
Quilolinhas por poalegadas quadradas
í O O O O O O O
h - C D i n - 3 - C O t M T - O O O O O O O O O W O
O

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i B - H ( Quiiogauss )
Fig. 195 - Curvas de magnetização de diversos materiais de alta permeabilidade.

457
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

4.2. Materiais com permeapjlidade constante - Os equipamentos telefónicos e


r a d i o f ó n i c o s e x i g e m m a t e r i a i s c o m p e r m e a b i l i d a d e c o n s t a n t e , p a r a e v i t a r d i s t o r ç õ e s n a for-
m a das ondas. Para isso, empregam-se materiais cuja permeabilidade não varia com o
c a m p o magnetizante, s e e s t e for mantido d e n t r o d e certos limites.
Essa propriedade p o d e ser conseguida à custa d e tratamentos t é r m i c o s , deformações
plásticas, densidade d e f a s e s n ã o magnéticas, o u entreferros, e m certas c o m p o s i ç õ e s quími-
c a s . A aplicação de t e m p e r a t u r a s elevadas de r e c o z i m e n t o esforços de t r a ç ã o , o u resfriamento
e m campo s magnéticos destroem essa permeabilidade constante.
É a i n d a no s i s t e m a F e - N i q u e se e n c o n t r a a m a i o r i a d o s materiais c o m e s s a caracterís-
t i c a . P o r e x e m p l o , a s l i g a s Conpernick, c o m 4 0 - 6 0 % d e Ni, dão p e r m e a b i l i d a d e constante em
d e n s i d a d e s de fluxo a t é 1 0 0 g a u s s , q u a n d o e n c r u a d a s e recozidas e n t r e 5 0 0 ° C e 8 0 0 ° c .
O Perminvar (fig. 1 9 6 ) , q u e é u m a liga c o m 3 0 % de Fe, 4 5 % d e N i e 2 5 % de Co,
q u a n d o r e c o z i d a 2 5 h o r a s a 4 2 5 ° C , d á a c u r v a d e m a g n e t i z a ç ã o r e p r e s e n t a d a p o r (B) n a
referida figura.

1000

0 0,8 1,8 2,4 3,2

Campo H ( Oersted )
Fig. 196 - Ciclos de histerese do Perminvar ( 3 0 % de Fe, 4 5 % de Ni e 2 5 % de Co)
temperado ao ar (A) e recozido (B).

Fig. 197 - Ciclo de histerese do Isoperm.

458
GFEDCBA
DCBA A ç o s PARA FINS FLÉTRICOS E MAGNÉTICOS

A d i c i o n a n d o - s e 3 - 4 % de alumínio e 1 0 - 1 5 % de cobre às ligas c o m 4 0 - 5 0 % de Ni e


encruando-se a t é 9 0 % de redução, o b t ê m - s e o Isoperm (fig. 197). Um recozimento a
1.000°C depois de u m e n c r u a m e n t o prévio tem influência nos resultados obtidos no
encruamento final, o que leva a crer q u e o mecanismo do qual d e c o r r e essa permeabilidade
constante seja u m p r o c e s s o de p r e c i p i t a ç ã o , ativada pelo e n c r u a m e n t o final.
A i n d a n a c a t e g o r i a d e m a t e r i a i s d e p e r m e a b i l i d a d e c o n s t a n t e , t e m - s e os n ú c l e o s d e p ó s
de materiais m a g n é t i c o s a g l o m e r a d o s c o m materiais isolantes. O b t ê m - s e p o r e s s e m é t o d o ,
materiais c o m p e r m e a b i l i d a d e c o n t r o l a d a e c o m alta resistividade, a d e q u a d o ao e m p r e g o e m
alta frequência. N e s t e c a s o , p o d e - s e u t i l i z a r m a t e r i a i s os m a i s d i v e r s o s , p o i s o a g l o m e r a d o
não metálico, q u e constitui a f a s e c o n t í n u a do c o m p a c t a d o , v a i modificar a c u r v a de
magnetização, c o m o mostra a figura 188. Permeabilidades de 2 0 a 80 podem ser obtidas e m
núcleos p a r a a p a r e l h o s telefónicos e d e 5 a 20 para rádio f r e q u ê n c i a , c o m variação c o m o
campo m a g n e t i z a n t e inferior a 1 0 % .

4.3. Materiais para ímãs permanentes - Este grupo é constituído pelos materiais m a g n e -
t i c a m e n t e d u r o s , i s t o é, c o m a l t a r e m a n ê n c i a e a l t a f o r ç a c o e r c i v a . E m b o r a a m a i o r i a d e s t e s
materiais s e j a m e c a n i c a m e n t e duro, n ã o h á necessariamente u m a correlação entre a d u r e z a
mecânica e a r e s i s t ê n c i a à d e s m a g n e t i z a ç ã o , pois existem m a t e r i a i s cuja força coerciva
aumenta com a diminuição da dureza.
Nos aços, o estado de tensões internas resultantes de d e f o r m a ç õ e s elásticas do
reticulado f a v o r e c e as propriedades m a g n é t i c a s exigidas n o s ímãs permanentes. Desse
modo, os aços t e m p e r a d o s , ou as ligas q u e s ã o suscetíveis de e n d u r e c e r por precipitação,
dão m e l h o r e s r e s u l t a d o s que no e s t a d o r e c o z i d o .
O c r i t é r i o p a r a a v a l i a ç ã o d e u m í m ã p e r m a n e n t e é o p r o d u t o (BH) max obtido de s u a c u r v a
de d e s m a g n e t i z a ç ã o . Esse produto é proporcional à m á x i m a energia magnética, no
entreferro, por u n i d a d e de v o l u m e do m a t e r i a l . Nas diversas a p l i c a ç õ e s desses materiais, as
condições de eficiência decorrem de projetos que garantam d e n s i d a d e s de fluxo c o r r e s p o n -
dentes ao produto (BH) .
max

A r e t e n ç ã o d o e s t a d o d e m a g n e t i z a ç ã o d e p e n d e d o s s e g u i n t e s f a t o r e s : a) t e m p e r a t u r a ;
b) v i b r a ç õ e s ; c) c a m p o s m a g n é t i c o s e x t e r n o s ; d) p r o d u ç ã o d e n o v o s p ó l o s .
A temperatura é u m a das causas m a i s frequentes pela p e r d a de magnetização. Os a ç o s
a o c o b a l t o e a o c r o m o p e r d e m s e u m a g n e t i s m o a 1 0 0 ° C e o s Alnicos a 300°C.

- ímãs de aços martensiticos - Os a ç o s c o m 1 % d e c a r b o n o , t e m p e r a d o s , apresentam


c o m o c o n s t i t u i n t e m e t a l o g r á f i c o a m a r t e n s i t a , q u e é, c o m o s e s a b e , u m a s o l u ç ã o sólida
metaestável de c a r b o n o em um reticulado tetragonal de ferro, fortemente deformado.
Dentre o s a ç o s c o m u n s , os que p o s s u e m essa estrutura s ã o o s q u e a p r e s e n t a m m e l h o -
res p r o p r i e d a d e s p a r a í m ã s p e r m a n e n t e s , i s t o é, u m p r o d u t o (BH) msx mais elevado.
O alívio d e e s t a d o d e t e n s õ e s , t í p i c o d a p r e s e n ç a de m a r t e n s i t a , o u por d i m i n u i ç ã o do
t e o r d e c a r b o n o , , o u p o r u m r e v e n i d o , d i m i n u i o p r o d u t o BH. P o r outro lado,.a a d i ç ã o de
elementos d e liga q u e f o r m e m c a r b o n e t o s estáveis que a t u e m c o m o centros de d e f o r m a ç ã o
do r e t i c u l a d o m e l h o r a a s p r o p r i e d a d e s m a g n é t i c a s . T e m - s e a s s i m o s a ç o s c o m 5 - 6 % de
tungsténio que d ã o ( B H j m a x = 0,34 x 1 0 , portanto, superior a o d o a ç o c o m u m c o m 1,14%
S de
carbono que s o m e n t e atinge a 0,18 x 1 0 . s

O cromo p o d e substituir o tungsténio e u m aço c o m 5 % de c r o m o e 1 % de c a r b o n o ,


t e m p e r a d o e m ó l e o d á (BH) wax = 0,28 x 1 0 . 6

No g r u p o d o s a ç o s m a r t e n s i t i c o s o s q u e a p r e s e n t a m m e l h o r e s característicos s ã o os
a ç o s - c o b a l t o . U m a a n á l i s e t í p i c a é 3 5 % C o , 2 % Cr, 4 % W e 0 , 9 0 % C . E s s e m a t e r i a l t e m p e -
rado d e 9 5 0 ° C e m ó l e o d á (BH) =-\,ÍO max x 10".
A Tabela 1 4 1 1 2 6 7 1 a p r e s e n t a os t i p o s m a i s usados de a ç o s p a r a í m ã s p e r m a n e n t e s .
- Ligas endurecíveis por precipitação - O estado de t e n s õ e s i n t e r n a s necessário p a r a q u e
u m a matriz d e ferro a p r e s e n t a u m a r e m a n ê n c i a e u m a força c o e r c i v a alta pode ser p r o v o c a -
d o p e l a p r e c i p i t a ç ã o d e u m a f a s e d i f e r e n t e d a m a t r i z . P o r e x e m p l o , a s ligas b i n á r i a s F e - W ,
com 2 8 % de W , precipitam a fase F e W , s e quando solubilizadas a 1.430°G e t e m p e r a d a s ,
3 2

f o r a m e m s e g u i d a e n v e l h e c i d a s a 7 6 0 ° C . O b t é m - s e a s s i m u m (BH) max = 1,02 x 1 0 .6

459
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

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EDCBA .Aços PARA PÍNS ELETRICOS E AÍAGiVÉncos

TABELA142
T i p o s de ligas e n d u r e c í v e i s p o r p r e c i p i t a ç ã o p a r a í m ã s p e r m a n e n t e s

C o m p o s i ç ã o , (%) Propriedades magnéticas


T i p o d e liga
Mo Co Ni Ti W H„ (B.H.) m a x .
B ,
Fe-Mo-Co 17 12 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONM
- - - 250 10.500 1,1 X 1 0 6

Fe-W-Co - 24 - - 27 149 9.600 1,4 x 1 0 a

Fe-Mo 23,4 - - - - 219 7.000 1,5x10 s

Fe-Co-Ni-Ti - 30 16 12 - 920 6.350 2,0x10"

UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ir: Outras ligas, s e m carbono, c o m o m o s t r a a Tabela 142 d ã o melhores resultados que o s


aços c o m e l e m e n t o s d e liga. T o d a s n e c e s s i t a m de t r a t a m e n t o s t é r m i c o s .
A i n d a n o g r u p o d e l i g a s p r e c i p i t á v e i s , t e m - s e o s Alnicos, descobertos por M i s h i m a e
H o n d a , e m 1 9 3 2 . S ã o ligas d e ferro c o n t e n d o alumínio, n í q u e l , c o b a l t o e outros elementos
que, d e p o i s d e solubiiizadas, por u m t r a t a m e n t o de h o m o g e n e i z a ç ã o a 1.200°C, t e m p e r a d a s
e envelhecidas a 6 5 0 ° C , precipitam u m o u mais c o m p o n e n t e s . O início dessa precipitação
produz s e v e r a s d e f o r m a ç õ e s no r e t i c u l a d o , a u m e n t a n d o a p r e c i a v e l m e n t e a força c o e r c i v a .
T o d o s o s Alnicos são duros, frágeis e dificilmente usináveis. S ã o normalmente f u n d i d o s
na f o r m a d e f i n i t i v a , o u p r o d u z i d o s p o r m e t a l u r g i a d o p ó . A T a b e l a 1 4 3 a p r e s e n t a o s p r i n c i p a i s
tipos d e s s a s l i g a s .

TABELA143
T i p o s d e A í n i c o p a r a ímãs p e r m a n e n t e s

C o m p o s i ç ã o , (%) Propriedades magnéticas


Uga Observações
Al NI Co Outros Fe H c (B.H.) max.
Alnico 1 12 20 5 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
- rest 440 7.200 1,4 x 1 0 Duro e frágil a

Alcino II 10 17 12,5 6 Cu rest 550 7.200 1,6 x 1 0 a Duro e frágil


Alcino 11
(sinterizado) 10 17 12,5 6 Cu rest. 520 6.900 1,4 x 1 0 a Ouro
Alcino 111 12 25 - - rest 450 6.700 1,38 x 10 a Duro e frágil
Alcino IV 12 28 5,0 - rest. 700 5.500 1,3 x 1 0 a • u ro e frágil
Alcino V 8 14 24 3 Cu rest 550 12.500 4,5x10» Duro e frágil
Alcino VI 8 15 24 3 Cu zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
rest. 750
10.000 3,5 x 1 0 Duro e frágil a

-1 T i
1 11
Alcino XII 6 18 35 8 Ti rest. 950 5.800 1,5 X 10 a Duro e frágil

A s c u n / a s d e d e s m a g n e t i z a ç ã o d e a l g u m a s d e s s a s l i g a s e o s p r o d u t o s B.H. s ã o a p r e s e n -
t a d o s n a f i g u r a 198< >.Z73

.Vâ-se q u e s u a s propriedades s ã o b e m superiores à dos m a t e r i a i s até aqui e s t u d a d o s , o


que explica s e u e m p r e g o em ímãs p e r m a n e n t e s .
Os A l n i c o s p o d e m s e r f u n d i d o s o u s i n t e r i z a d o s . Q u a n d o f u n d i d o s , a p r e s e n t a m u m a s u -
perfície á s p e r a e s ã o muito d u r o s e f r á g e i s , não p o d e n d o s e r u s i n a d o s . Os Alnicos
ÍH sinterizados a p r e s e n t a m u m a superfície m a i s lisa e tolerâncias dimensionais mais estreitas,
não exigindo, p o i s , u s i n a g e m . A l é m d i s s o s ã o m e n o s frágeis. S ã o , contudo, de custo m a i s
elevado e s u a s p r o p r i e d a d e s m a g n é t i c a s s ã o inferiores.
A maioria d o s materiais utilizados a t u a l m e n t e s ã o as ferrftes d e bário. As ferrites d e b á r i o
são produzidas g e r a l m e n t e a partir de p ó s e m b e b i d o s n u m a m a t r i z plástica flexível.
Outros m a t e r i a i s p a r a ímãs p e r m a n e n t e s e m d e s e n v o l v i m e n t o s ã o os c o m p o s t o s b a s e -
ados em terras raras, t a m b é m obtidos p o r metalurgia d o p ó .

. 461
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS
FUNDIDOS

700 600 SOO 400 300 200 100 0 1 2 3 4 5

Força desmagnetizante - H ( Oersted ) Produto BxHxl O 6

Fig. 198 - C u r v a s de desmagnetização e produtos B vs H de diversos


materiais para ímãs permanentes.

462 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
Aços ULTRA-RESISTENTESEAÇOS CRIOGÉMICOS zyxwv

AÇOS ULTRA-RESISTENTES E
AÇOS CRIOGÊNICOS

UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 463
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

1 . Introdução - N e s t e c a p í t u l o s e r ã o e s t u d a d o s d o i s t i p o s d e a ç o s , c u j a a p l i c a ç ã o é, de
• certos modo, dirigida a fins especiais. S ã o o s a ç o s ultra-resistentes, inclusive os chamados
"maraging" e os aços criogênicos.

2 . Aços ultra-resistentes - O limite teórico d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d o f e r r o - calculado e m


b a s e d a estimativa d a s f o r ç a s necessárias a v e n c e r as atrações interatômicas - é d a ordem
de 1750 kgf/mm 2 ( 1 7 . 1 6 7 M P a ) . E s s e f a t o , a l i a d o à n e c e s s i d a d e c r e s c e n t e d e ligas d e ferro
c o m resistência m e c â n i c a c a d a v e z mais e l e v a d a levou ao d e s e n v o l v i m e n t o dos chamados
a ç o s "ultra-resistentes", d e s t i n a d o s inicialmente a c o m p o n e n t e s de m o d e r n o s aviões - onde
aços c o m resistência à t r a ç ã o d a ordem de 2 1 0 k g f / m m 2 (2060 M P a ) s e m o s t r a m satisfatórios
- e, mais recentemente, p a r a naves espaciais, mísseis, foguetes e a p l i c a ç õ e s semelhantes,
e m q u e a resistência à tração do aço pode atingir valores próximos d e 3 0 0 kgf/mm 2 (2940
MPa) ( 2 7 4 1 . S ã o a t u a l m e n t e c o n s i d e r a d o s a ç o s u l t r a - r e s i s t e n t e s a q u e l e s q u e p o s s u e m u m limi-
te de escoamento mínimo de 1380 MPa.
A o desenvolver-se tais tipos d e aços, p r o c u r o u - s e garantir u m a d u c t i l i d a d e conveniente,
Visto q u e , n o s c a s o s g e r a i s , c o m o s e s a b e , a u m e n t o c r e s c e n t e d e r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a impli-
ca e m decréscimo da ductilidade.
Sob o ponto d e vista metalúrgica, as primeiras aproximações n o s e n t i d o d e s e aumentar
a resistência mecânica d o s aços-carbono s ã o :

\ a u m e n t o d a p r o p o r ç ã o d e p e r l i t a n a e s t r u t u r a , m e d i a n t e a e l e v a ç ã o d o t e o r d e c a r b o n o ; ou
- a u m e n t o ' d a r e s i s t ê n c i a d a ferrita, m e d i a n t e o e n d u r e c i m e n t o p o r s o l u ç ã o sólida, com
adições de manganês, molibdênio e cobre.

U m a u m e n t o ulterior p o d e s e r obtido p e l o refino d o grão d a f e r r i t a , s e j a por adições


b e m proporcionadas d e a l u m í n i o e nitrogénio, s e j a pela adição d e n i ó b i o . C o m isso, ob-
tém-se limites de r e s i s t ê n c i a à tração d a o r d e m de 70 kgf/mm 2 ( 6 9 0 MPa)- que são,
entretanto, as m á x i m a s resistências nas quais os aços-carbono c o m u n s , d e estrutura
p r e d o m i n a n t e m e n t e f e r r í t i c a , n o e s t a d o l a m i n a d o a q u e n t e , p o d e m s e r u s a d o s , p a r a fins
estruturais gerais.
U m t r a t a m e n t o t é r m i c o a d e q u a d o d e a ç o s - l i g a c o m b a i x o t e o r d e l i g a c o n s t i t u i u m a outra
aproximação para a e l e v a ç ã o d a resistência m e c â n i c a do material, a t é valores que podem
atingir 140 k g f / m m 2 ( 1 3 8 0 M P a ) d e l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o . T a i s a ç o s s ã o , a l é m disso,
s o l d á v e i s e a p r e s e n t a m a i n d a u m a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o m a i o r q u e a d o s a ç o s estruturais
convencionais.
E s s e s aços p o s s u e m g e r a l m e n t e teor d e c a r b o n o inferior a 0 , 2 % ( q u e a s s e g u r a boa
s o l d a g e m ) e u m n ú m e r o r e l a t i v a m e n t e g r a n d e d e e l e m e n t o s d e liga, p a r a permitir, além da
endurecibilidade, endurecimento por precipitação.
A Tabela 144 ( 2 7 4 1 a p r e s e n t a alguns dados sobre esses aços.
O s v a l o r e s d e d u r e z a B r i n e i l v a r i a m dentro d a f a i x a 3 2 0 a 4 0 0 . C o m s e u a u m e n t o , eleva-
s e a resistência à t r a ç ã o , c a i n d o c o n c o m i t a n t e m e n t e o s valores d e a l o n g a m e n t o , estricção e
resistência ao choque.
O s e l e v a d o s v a l o r e s d e r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a s ã o o b t i d o s p e l o r e v e n i d o d a e s t r u t u r a intei-
r a m e n t e martensítica, a temperaturas acima d e 4 5 0 ° C .
Entretanto, n e s s a faixa o u nível d e resistência m e c â n i c a , esses a ç o s f o r a m ultrapassados
p o r a l g u m a s ligas d e a l u m í n i o e titânio e m a p l i c a ç õ e s estruturais d a i n d ú s t r i a d e a v i õ e s a jato.
P a r a retomar s e u lugar, e r a preciso, pois, q u e a ç o desenvolvesse ductilidade adequada,
n u m nível de resistência à t r a ç ã o superior a 1 7 5 k g f / m m 2 (1715 M P a ) .
Originaram-se, a s s i m , o s aços ultra-resistentes m o d e r n o s . É i n t e r e s s a n t e notar que es-
s e s v a l o r e s m a i s e l e v a d o s d e r e s i s t ê n c i a f o r a m o b t i d o s p e l o a b a i x a m e n t o d a t e m p e r a t u r a de
r e v e n i d o d o s a ç o s - l i g a d e b a i x o t e o r e m l i g a t e m p e r a d o s - a t r á s m e n c i o n a d o s - a b a i x o de
4 5 0 ° C . O tipo AISI 4 3 4 0 , p o r e x e m p l o , t o t a l m e n t e t e m p e r a d o e r e v e n i d o e n t r e 2 0 0 ° e 230°C
desenvolvesse u m a resistência à tração de 1 8 0 k g f / m m 2 (1765 M P a ) , s e n d o u s a d o e m com-
ponentes do trem de aterrissagem de aviões.

464
HGFEDCBA AÇOS ULTRA-RESISTENTES E AçQS CRIOGÊNICOS

de TABELA144
os P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de a l g u n s a ç o s - l i g a de baixo t e o r e m l i g a t r a t a d o s t e r m i c a m e n t e

Propriedades d e tração garantidas

Composição Limite d e Limite d e Alonga-


m escoamento resistência à t r a ç ã o Estricção
mento e m
m %
kgf/mm 2 MPa kgffmnf MPa 50 m m %
ro 0,1/0,2C;0,6/1,OMn;
os 0,15/0,35Si; 0,7/1,ONI;
de 0,4/0,65Cr; 0,4/0,6Mo;
os 0,3/0,8V; 0,15/0,50Cu;
s, 0,002/0,006B; 0.04P max;
40 0.05S max. 63-70* 620-690 60-95* 590-930 14-18* 35-50*
mi- 0,12/0,21 C;0,6/1,0Mn;
0,15/0,35Si; 0,4/0,65Cr;
0,15/0,25Mo; 0,03/0,08V;
e,
0,0005/0,005B; 0,04P;
li-
D,05S;0,01/0,3Ti 70 690 80-95 780-920 16-18* 40-50*
0,22Cmax;1,9/3.3Ni;
ar
0,8/1,9CnO,13/0,63Mo 56-70* 550-890 _
19-20*
0,14/0,20C; 0,8Mn; 0,6Si;
0,65Ni; 0,2Cr; 0.02P; 0.03S;
0.006V 56-77* 550-750 66-87* 650-850 18 50
m * Dependendo das dimensões da secção

es Para a maioria d o s aços-liga tipo A I S I , a obtenção d a a p r o p r i a d a resistência mecânica


b- exige u m a f a i x a d e t e m p e r a t u r a d e r e v e n i d o e n t r e 3 4 0 ° C e 4 2 5 ° C , o q u e , e n t r e t a n t o , p r o d u z
o, baixa r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e .
ra P a r a s a n a r e s s e i n c o n v e n i e n t e , n o v a s a d i ç õ e s de e l e m e n t o s d e liga f o r a m feitas, r e s u l -
ns tando a ç o s ultra-resistentes q u e p o d e m s e r a g r u p a d o s n a s t r ê s seguintes c a t e g o r i a s , e m
função d a s u a resistência à tração' 2 7 4 '.
ra
m a) 7 5 4 a 7 6 8 kgf/mm 2 (1510 a 1650 MPa), c o r r e s p o n d e n t e a u m g r u p o d e b a i x o c a r b o n o -
o, semelhante ao AISI 4330 - modificado c o m adições crescentes d e vanádio e molibdênio;
is b) 7 6 8 a 182 kgf/mm 2 (1650 a 1785 MPa), c o r r e s p o n d e n t e a u m g r u p o d e alto silício ( 1 , 0 a
2,0%) e c o m t e o r e s d e c r e s c e n t e s d e c a r b o n o e c r o m o ; o e f e i t o d o silício é elevar a f a i x a d e
a fragilidade d e r e v e n i d o a c i m a d e 4 2 5 ° C , d e m o d o q u e , n a t e m p e r a t u r a d e r e v e n i d o ó t i m a d e
a 3 1 5 ° C , s e p o s s a o b t e r u m a r e s i s t ê n c i a d e 1 6 5 k g f / m m ( 1 6 2 0 M P a ) , c o m ductilidade m e l h o r a d a ;
2

c) 182 a 210 kgf/mm 2 (1785 a 2060 MPa), c o r r e s p o n d e n t e a a ç o s - l i g a c o m 0 , 4 % d e c a r b o -


no, c o m o o t i p o 4 3 4 0 A I S I , t e m p e r a d o s e r e v e n i d o s e n t r e 2 0 5 ° e 2 7 5 ° C ; e s s e s a ç o s p o d e m
a- ainda t e r s u a r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a a u m e n t a d a p o r aplicaçã o d e u m a c o m b i n a ç ã o d a s d u a s
e técnicas a n t e r i o r e s . P o r exemplo, a a d i ç ã o d e molibdênio, v a n á d i o e silício permite o r e v e n i d o
na f a i x a d e 2 6 0 ° a 3 1 5 ° C , r e s u l t a n d o n u m a r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d e 2 1 0 k g f / m m ( 2 0 6 0 M P a ) ,
2

i- valor e s s a q u e r e p r e s e n t a a m á x i m a r e s i s t ê n c i a q u e s e p o d e n o r m a l m e n t e obter, p o r i n t e r m é -
dio d a s t é c n i c a s c o n v e n c i o n a i s d e a d i ç ã o d e e l e m e n t o s d e l i g a e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s .
os
o. O s a ç o s - l i g a u l t r a - r e s i s t ê n t e s d e b a i x o t e o r e m liga, a c i m a d e s c r i t o s , s ã o u s a d o s a t e m p e -
a, raturas p r ó x i m a s d e a m b i e n t e . P a r a t e m p e r a t u r a s m a i s e l e v a d a s , c o m o a s q u e o c o r r e m e m
aplicações d e f o g u e t e s e mísseis, é n e c e s s á r i o q u e a resistência d o s aços se m a n t e n h a a
s- temperaturas n a faixa d e 480° a 540°C. Verificou-se, então, q u e seria conveniente obter-se
e um efeito do m e c a n i s m o d e " e n d u r e c i m e n t o secundário". A d i ç õ e s d e m o l i b d ê n i o ( c e r c a d e
e 2%) e v a n á d i o ( c e r c a d e 0 , 5 % ) p r o p o r c i o n a r a m t a l e f e i t o , d e m o d o s a t i s f a t ó r i o , s e m q u e f o s s e •
C necessário m u d a r a s temperaturas d e austenitização e d e t ê m p e r a . Para conseguir-se o
m- melhor resultado, é necessário q u e a d u r e z a n o estado t e m p e r a d o seja muito e l e v a d a . U m
teor d e c a r b o n o e l e v a d o s e r i a a s o l u ç ã o , c o m p r e j u í z o d a d u c t i l i d a d e , e n t r e t a n t o . A s s i m s e n -

465
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A c o s e FERROSFUNDIDOS

d o , d e v e - s e d i m i n u i r o c a r b o n o , c o m p e n s a n d o - s e e s s a r e d u ç ã o , c o m a u t i l i z a ç ã o d e novas
a d i ç õ e s de elementos de liga, d e modo a produzir suficiente e n d u r e c i m e n t o martensítico. o
c r o m o r e v e l o u - s e o e l e m e n t o a d e q u a d o . U m d o s a ç o s q u e s e m o s t r o u s a t i s f a t ó r i o p a r a esse
o b j e t i v o foi o tipo H - 1 1 , e m p r e g a d o e m matrizes p a r a t r a b a l h o a q u e n t e ( v e r " a ç o s p a r a traba-
lho a quente", capítulo X X I ) . S u a composição m é d i a é;

C - 0,35%; M n - 0 , 3 0 % ; Si - 1 , 0 0 % ; Cr - 5 , 0 0 % ; M o - 1,50%; V - 0 , 4 0 % .

Wh zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f;
T e m p e r a d o e s u b m e t i d o a u m revenido e n t r e 5 4 0 ° e 600°C, o c o r r e a precipitação de
c a r b o n e t o s de m o l i b d ê n i o e v a n á d i o e x t r e m a m e n t e f i n o s . U m n o v o r e v e n i d o melhora a

P'' d u c t i l i d a d e d e m a r t e n s i t a r e c é m - f o r m a d a . O b t ê m - s e , a s s i m , v a l o r e s d e r e s i s t ê n c i a à tração
d e aproximadamente 2 1 0 k g f / m m (2060 M P a ) , à t e m p e r a t u r a ambiente, e 1 5 0 k g f / m m
2 2 (1470
MPa) a 540°C.
!: :
O passo seguinte na produção dos aços ultra-resistentes foi o tratamento de
" a u s f o r m i n g " ( * ) . D e p o i s d e s u b m e t i d o s a e s s e t r a t a m e n t o , a ç o s - l i g a d e b a i x o t e o r e m liga e
c a r b o n o m é d i o , r e v e n i d o s e n t r e 2 6 0 ° e 3 1 5 ° C , a p r e s e n t a m r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d a o r d e m de
2 4 5 k g f / m m (2400 M P a ) , c o m pelo menos 6 % de a l o n g a m e n t o .
2

A Tabela 145 ( 2 7 5 > ( 2 7 8 ) a p r e s e n t a alguns tipos d e a ç o s ultra-resistentes, d e b a i x o , médio e


a l t o t e o r d e liga e s u a s a p l i c a ç õ e s m a i s u s u a i s .

T A B E L A 145

C o m p o s i ç ã o q u í m i c a de a l g u n s a ç o s ultra-resistentes
i v

Designação C Mn Si Cr NI Mo V Outros
Baixa liga
AISI 4130 0,28-0,33 0,40-0,60 0,20-0,35 0,80-1,10 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
- 0,15-0,25 - -
AISI 4140 0,38-0,43 0,75-1,00 0,20-0,35 0,80-1,10 - 0,15-0,25 - -
f :
AISI 4340
AISI 6434
0,38-0,43
0,31-0,38
0,60-0,80
0,60-0,80
0,20-0,35
0,20-0,35
0,70-0,90
0,65-0,90
1,65-2,00
1,65-2,0
0,20-0,30
0,30-0,40
-
0,17-0,23
-
-
300M 0,40-0,46 0,65-0,90 1,45-1,80 0,70-0,95 1,65-2,00 0,30-0,45 0,05 min. -
É: D-6a 0,46-0,48 0,60-0,90 0,15-0,30 0,90-1,20 0,40-0,70 0,90-1,10 0,05-0,10 -
AISI 6150 0,48-0,53 0,70-0,90 0,20-0,35 0,80-1,10 - - 0,15-0,25 -
AISI 8640 0,38-0,43 0,75-1,00 0,20-0,35 0,40-0,60 0,40-0,70 0,15-0,25 - -
Média liga
H11 Modif. 0,37-0,43 0,20-0,40 0,80-1,00 4,75-5,25 - 1,20-1,40 0,40-0,60 -
H13 0,32-0,45 0,20-0,50 0,80-1,20 4,75-5,50 - 1,10-1,75 0,80-1,20 zyxwvutsrqponmlk
-
Alta liga
HP-9-4-20 0,16-0,23 0,20-0,40 _ 0,20 max. 0,65-0,85 8,50-9,50 0,90-1,10 0,06-0,12 4,25-
4,750o
HP_9-4-30 0,29-0,34 0,10-0,35 0,20 max. 0,90-1,10 7,00-8,00 0,90-1,10 0,06-0,12 425
4,75Co

O s característicos d e s s e s aços e suas aplicações mais importantes s ã o os seguintes:


- B a i x a liga - C u s t o m o d e r a d o , a l t a e n d u r e c i b i l i d a d e ; c o n f o r m á v e l e s o l d á v e l ; limite de
e s c o a m e n t o até c e r c a d e 1 8 0 k g f / m m ( 1 7 6 5 M P a ) e l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o até c e r c a
2

de 240 kgf/mm 2 (2350 M p a ) , d e p e n d e n d o do tipo e d o tratamento t é r m i c o ( t ê m p e r a em água


o u ó l e o e t e m p e r a t u r a d e r e v e n i d o ) , c o m t e n a c i d a d e s a t i s f a t ó r i a . A p l i c a d o s e m c a i x a s de
m o t o r e s de foguetes a p r o p u l s o r sólido: tubos de c a n h õ e s ; parafusos, pinos e componentes
e s t r u t u r a i s de a v i õ e s ; e i x o s , e n g r e n a g e n s , etc.
- Média liga - T e m p e r á v e i s a o ar; r e s i s t ê n c i a m a n t i d a a t é c e r c a d e 7 0 0 ° C ; r e v e n i d o a
t e m p e r a t u r a s a c i m a d e 5 0 0 ° C , d e m o d o a o c o r r e r s u b s t a n c i a l alívio d e t e n s õ e s ; o tipo H11
M o d i f . à t e m p e r a t u r a m a i s b a i x a d e revenido ( 5 1 0 ° C ) é o q u e a p r e s e n t a m e l h o r e s proprieda-

(*) "Ausforming" é a deformação plástica da austenita na faixa de temperaturas entre as reações da perlita e
da bainita (em tomo de 4S0°-550°C nos aços-liga comuns, ou a temperatura ambiente para os aços
austeníticos} seguida de resfriamento, em óleo geralmente.

466 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
Aços ULTRA-RESISTENTES E AÇOS CRIOGENICOS

des de r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a ; limite de e s c o a m e n t o de 1 7 4 k g f / m m 2 (1705 MPa) e limite d e


resistência à t r a ç ã o d e 2 1 5 k g f / m m (2110 M P a ) , c o m cerca de 6 % d e a l o n g a m e n t o . A p l i c a d o s
2

em c o m p o n e n t e s gerais de aviões, c o m o e n g r e n a g e n s do trem de aterrissagem; eixos, p a r a -


fusos, pinos, m o l a s , c o m p o n e n t e s de b o m b a s ; estruturas de f u s e l a g e m e outros c o m p o n e n -
tes e s t r u t u r a i s d e a v i õ e s ' .
- Alta liga - B o a t e n a c i d a d e e s o l d a b i l i d a d e . L i m i t e d e e s c o a m e n t o m í n i m o d e 1 3 3 k g f / m m 2

(1305 M P a ) e l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o m í n i m o d e 1 5 4 k g f / m m 2 (1510 MPa) com a l o n g a -


m e n t o e m t o m o d e 1 0 % , p a r a o tipo H P - 9 - 4 - 3 0 . G e r a l m e n t e s ã o d u p l a m e n t e r e v e n i d o s ; d u a s
horas à t e m p e r a t u r a selecionada, d e p e n d e n d o d a resistência d e s e j a d a ; resfriados a o a r e
mais d u a s h o r a s a u m a t e m p e r a t u r a e n t r e 5 4 0 ° e 5 7 5 ° C . U t i l i z a d o s e m c o m p o n e n t e s e s t r u t u -
rais d e a v i õ e s , v a s o s d e p r e s s ã o , e i x o s r o t o r e s d e e q u i p a m e n t o d e c o n f o r m a ç ã o ; h a s t e s d e
martelos de q u e d a e c o m p o n e n t e s a u t o m o t i v o s que exigem alta resistência mecânica.

2 . 1 . Aços "maraging" - Finalmente, u m dos mais r e c e n t e s desenvolvimentos na


tecnologia dos a ç o s é representado pelos aços "maraging", e m q u e o endurecimento ou
aumento de resistência mecânica não e n v o l v e u m a reação c o m o carbono. O que ocorre,
nesses aços, é u m endurecimento de u m a matriz martensítica d e baixo carbono, pela p r e c i -
pitação de c o m p o s t o s intermediários, a u m a t e m p e r a t u r a d e c e r c a de 4 8 0 ° C . O s aços
"maraging" p o s s u e m altos teores de níquel, cobalto e molibdênio e baixo teor de c a r b o n o e
p o d e m a d q u i r i r v a l o r e s d e limite d e e s c o a m e n t o v a r i a n d o d e 1 0 5 k g f / m m 2 (1030 MPa) a 2 4 5
kgf/mm 2 ( 2 4 0 0 M P a ) . A l g u n s a ç o s e x p e r i m e n t a i s a p r e s e n t a r a m v a l o r e s d e limite d e e s c o a -
mento da o r d e m d e 3 5 0 k g f / m m (3430 M P a ) 2 ( 2 7 7 ) .
A m a r t e n s i t a d e s s a s ligas, o n d e p r a t i c a m e n t e o c a r b o n o e s t á a u s e n t e (max. 0 , 0 3 % ) é
relativamente m o l e (cerca de 30 RC), dúctil é usinável. Peças de f o r m a s complicadas, p o d e m

YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ser usinadas n a c o n d i ç ã o de b a i x a d u r e z a o u s e j a t e m p e r a d a s e a s e g u i r endurecidas c o m
um mínimo de e m p e n a m e n t o . A soldabilidade é excelente e a tenacidade é superior à d o s
aços de alta r e s i s t ê n c i a e baixo teor e m liga.
E s s e s a ç o s a p r e s e n t a m a linha d e início d e f o r m a ç ã o d e m a r t e n s i t a a t e m p e r a t u r a s d a o r d e m
de 200° a 3 0 0 ° C e p o s s u e m u m a estrutura totalmente martensítica à temperatura ambiente.
O e n d u r e c i m e n t o por precipitação d e s s e s a ç o s é realizado pelo tratamento, durante v á r i -
as h o r a s , a t e m p e r a t u r a s e m t o r n o d e 4 8 0 ° C .
Entre os c o m p o s t o s intermediários q u e s e f o r m a m , o F e M o é o mais importante. 2

Se a liga a p r e s e n t a r titânio, outro c o m p o s t o intermetálico - N i T i - f o r m a - s e . O c o b a l t o n ã o


3

f o r m a c o m p o s t o i n t e r m e t á l i c o , m a s a p a r e n t e m e n t e facilita a f o r m a ç ã o d e o u t r o c o m p o s t o -
rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
NLMo - p o r q u e diminui a solubilidade do molibdênio na matriz martensítica' 2 7 7 1 . O molibdênio
t a m b é m minimiza a precipitação localizada nos contornos dos g r ã o s ; essa precipitação p r e -
judica apreciavelmente a tenacidade d a s ligas s e m molibdênio.
Os característicos principais de tais a ç o s são ( 2 7 a | .

- resistência m e c â n i c a elevada;
- soldabilidade;
- conformabilidade;
- estabilidade dimensional;
- usinabilidade;

Estes dois últimos característicos o s t o r n a m adequados p a r a aplicações em p u n ç õ e s e


matrizes.
A l é m disso, p o d e m s e r nitretados, o q u e p e r m i t e a u m e n t o d a resistência ao d e s g a s t e .
A Tabela 1 4 6 ( 2 7 7 K 2 7 S 1 apresenta a c o m p o s i ç ã o d o s principais t i p o s d e aços "maraging".
A T a b e l a 147< > m o s t r a as p r i n c i p a i s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e a l g u n s d e s s e s a ç o s , e m
277

função de seus tratamentos térmicos.


Devido à p r e s e n ç a dos elementos d e liga e m altos teores, e l e m e n t o s esses relativamente
escassos e de c u s t o elevado, o que se reflete no custo dos aços "maraging", tem-se d e s e n -
volvido a ç o s a l t e r n a t i v o s .

RQPONMLKJIHGFEDCBA 467
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

U m desses a ç o s a l t e r n a t i v o s , d e s i g n a d o c o m o P H 1 3 - 9 M o , utilizado e m fundição "em


c e r a perdida", apresenta a seguinte c o m p o s i ç ã o ' 2 7 8 ':
0,04% C
0,05% Mn
0,10% Si
13,00% Cr
7,85% Ni
2,20% Mo
0,95% Al
O s estudos c o m e s s e t i p o d e aço m o s t r a r a m q u e o m e l h o r ciclo d e t r a t a m e n t o térmico é o
seguinte:

- homogeneização, e m f o r n o de v á c u o , a 1 0 4 0 ° C durante 9 0 m i n u t o s , seguido de


resfriamento com v e n t i l a ç ã o forçada, no interior d o forno, sob u m fluxo d e nitrogénio;
- recozimento para s o l u b i l i z a ç ã o , e m v á c u o , a 9 2 5 ° C , seguido d e r e s f r i a m e n t o c o m o acima;
- tratamento sub-zero a -70°C, durante duas horas;
- e n v e l h e c i m e n t o a 5 1 0 ° C , d u r a n t e 4 h o r a s , s e g u i d o d e r e s f r i a m e n t o a o ar.

M e d i a n t e tal p r o c e s s o d e t r a t a m e n t o t é r m i c o , f o r a m obtidas, para a s p r o p r i e d a d e s mecâ-


nicas, valores da seguinte o r d e m de grandeza:

- limite de resistência à t r a ç ã o - 1 4 4 a 1 5 7 , 5 k g f / m m 2 (1412 a 1545 M P a )


- limite de e s c o a m e n t o - 1 4 0 a 152,6 k g f / m m 2 ( 1 3 7 0 a 1495 MPa)
- alongamento - 1 5 a 6 %
- estricção - 52,3 a 2 0 , 2 %
- dureza Rockwell C - 4 3 a 47.

T A B E L A 146
Composição nominal de aços "maraging"

C o m p o s i ç ã o , % (a)
Tipo
C Mo Co Ti Al
18 Mi (200) 18 3,3 8,5 0,2 0,1
18 Mi (250) 18 5,0 8,5 0,4 0,1
18 NI (300) 18 5,0 9,0 0,7 0,2
18 Ni (350) 18 4,2(0) 12,5 1,6(a) 0,1
18 Ni (fundida) 17 4,6 10,0 0,3 0,1
12-5-3 (180) (b) 12 3,0 - 0,2 0,3
(a) todos os tipos não c o n t é m mais do que 0,03% C; (b) contém 5% Cr; (c) Alguns produtores utilizam
u m a combinação de 4 , 8 % M o e 1,4% Ti, nominais.

T A B E L A 147
T r a t a m e n t o t é r m i c o e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s t í p i c a s de a ç o s " m a r a g i n g "

Limite de resis- L i m i t e de Alongamento


Tratamento Estricção
Tipo tência à tração escoamento em 50 m m
t é r m i c o (a) %
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa %
18Ni(200) A 152,6 1500 142,1 1400 10 60
18Ni(250) A 182,0 1785 172,9 1700 8 55
18Ni(300) A 207,9 2040 203,0 1990 7 40
18Ni(350) B 248,5 2440 243,6 2390 6 25
18MÍ (fundido) C 178,5 1750 168,0 1650 8 35
( a ) T r a t a m e n t o s : A - s o l u ç ã o u m a h o r a a 8 2 0 ° C , em seguida, envelhecimento3 horas a 4 8 0 ° C ; Bsolução
u m a hora a 820°C, em s e g u i d a , envelhecimento 12 horas a 4 8 0 ° C ; C - recozimento 1 h o r a a 1150°C, em
s e g u i d a envelhecimento u m a h o r a a 595°C, solução 1 hora a 8 2 0 ° C e envelhecimento 3 horas a
480°C.

468
GFEDCBA A ç o s ULTRA-RESISTENTES EAÇOS CRIOGÊNICOS

m
O t r a t a m e n t o térmico, de natureza c o m p l e x a , exige estudos ulteriores, para c o m p r o v a ç ã o
da viabilidade e c o n ó m i c a de aplicação desses aços.

2.2. Conclusões - A Tabela 148' 2 7 4 ', d e caráter geral, mostr a a s propriedades de a l g u n s


aços ultra-resistentes, inclusive do tipo " m a r a g i n g " .
A s f a i x a s d e p r o p r i e d a d e s d o t i p o H-11 m o d i f i c a d o s ã o d e v i d a s a v a r i a ç õ e s d o s t r a t a m e n -
tos t é r m i c o s e d o p r o c e s s o de f u s ã o (ar o u v á c u o ) .
As p r o p r i e d a d e s do tipo M X - 2 f o r a m obtidas depois de austenitização a 926°C, t ê m p e r a
em óleo e revenido duplo a 2 6 0 - 3 1 5 ° C .
o
As propriedades do tipo 3 0 0 - M f o r a m obtidas depois de normalização a 926°C,
austenitização a 8 7 0 ° C , t ê m p e r a e m óleo e revenido a 315°C.
No caso d o s outros tipos, os t r a t a m e n t o s f o r a m :
e

D-6A - n o r m a l i z a ç ã o a 8 9 8 C , t ê m p e r a e m óleo, revenido a 2 6 0 ° C - 3 7 0 ° C ;


Q

;
4340 - austenitização a 842°C, t ê m p e r a e m óleo, revenido a 2 0 4 ° C ;
25Ni - recozimento a 815°C-1h, resfriamento a o ar, a q u e c i m e n t o a 620°C-16h,
r e s f r i a m e n t o a o ar, r e f r i g e r a ç ã o a - 7 3 C - v á r i a s h o r a s , e n v e l h e c i m e n t o a 4 2 5 ° C - 1 ' n ;
a

2 0 N Í - r e c o z i m e n t o a 8 1 5 ° G - 1 5 m i n , r e s f r i a m e n t o a o ar, r e f r i g e r a ç ã o a - 7 3 ° C , e n v e l h e c i -
- mento a 4 5 4 " C - 4 h ;

18Mi - r e c o z i m e n t o a 8 1 5 ° C - 1 h , r e s f r i a m e n t o a o ar, e n v e l h e c i m e n t o a 4 8 2 ° C - 3 h .

As aplicações mais importantes são as seguintes:

H-11 modificado: carcaças de turbinas d e mísseis e aviões, b e r ç o s de motores, t r e n s d e


a t e r r i s s a g e m , e s t r u t u r a s e o u t r o s c o m p o n e n t e s d e alta r e s i s t ê n c i a p a r a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s ;
MX-2: c a i x a p a r a m o t o r e s de f o g u e t e s d e p a r e d e s finas e alta resistência, trens d e aterris-
sagem e outros c o m p o n e n t e s estruturais d e alta resistência p a r a a v i õ e s ;
300-M: trens d e aterrissagem e outros componentes de alta resistência;
D6A: caixa p a r a motores de f o g u e t e s de paredes finas e d e alta resistência, trens de
a t e r r i s s a g e m e o u t r o s c o m p o n e n t e s e s t r u t u r a i s d e alta r e s i s t ê n c i a p a r a a v i õ e s ;
4340,2SNi, 20NÍ e 18Ni: p r i n c i p a l m e n t e p a r a p e ç a s e x i g i n d o e l e v a d a r e l a ç ã o r e s i s t ê n c i a /
peso c o n j u n t a m e n t e c o m b o a t e n a c i d a d e , c o m o e m caixas de m o t o r e s d e mísseis, t r e n s d e
a t e r r i s s a g e m d e a v i õ e s , t u b o s d e m o r t e i r o s e rifles etc.

3. Aços criogênicos - No emprego d o s a ç o s a temperaturas a b a i x o de zero, deve-se c o n -


siderar dois g r u p o s de ligas' 280 ':

- aços para serviço a baixa temperaturas, envolvendo temperaturas até -100°C, típicas d e
gases liquefeitos c o m o propana, a m ó n i a anidra, dióxido d e c a r b o n o e etana;
- aços criogênicos propriamente ditos, p a r a serviço envolvendo temperaturas até - 2 7 3 ° C ,
típicas d e g a s e s l i q u e f e i t o s c o m o m e t a n a , o x i g é n i o , n i t r o g é n i o , a r g ô n i o , h i d r o g é n i o e h é l i o .

A importância desses aços criogênicos é muito grande, pois praticamente em todos os


setores industriais eles p o d e m s e r u t i l i z a d o s , d e v e n d o - s e s a l i e n t a r a indústria a e r o e s p a c i a l ,
as i n d ú s t r i a s químicas, a indústria petroquímica, a indústria de gás natural, a de
a r m a z e n a m e n t o e transporte de g a s e s liquefeitos etc.
A s T a b e l a s 1 4 9 e 150' 2B0 > apresentam u m a relação de aços e m p r e g a d o s em baixas t e m p e -
raturas e a ç o s d o t i p o c r i o g ê n i c o , c o m a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s respectivas.
Inicialmente, as propriedades m e c â n i c a s de maior significado a p a r e n t e estão r e p r e s e n t a -
das n e s s a s T a b e l a s . C o n t u d o , c e r t o s c a r a c t e r í s t i c o s f í s i c o s , t a i s c o m o b a i x a c o n d u t i b i l i d a d e
térmica, baixa e m i s s i v i d a d e , baixo c o e f i c i e n t e de dilatação t é r m i c a e p u r e z a do material p o -
dem ser i m p o r t a n t e s e m v a s o s de a r m a z e n a m e n t o , linhas de t r a n s f e r ê n c i a a v á c u o e o u t r o s
c o m p o n e n t e s d e s i s t e m a s para t e m p e r a t u r a s a b a i xo de zero.
Finalmente, n e s s e s empregos a t e m p e r a t u r a muito baixa, d e v e - s e considerar o f e n ó m e n o

469
- - - - -
Estricção, % T.A. 27,0-39,9 37 38 26,8 39 28 54 48
425°C 33,0-42,1 35 55,0 56
- - -
535°C 35,2-42,2 52(370°C) 64,5 74
- - - -
Resistência ao T.A. 2,1-3,0 2,5 3,0 1,9 3,2
- - -
choque kgfm (J) (20,6-29,4) (24,5) (29,4) (18,6) (31,4)
- - -
TABELA149
C o m p o s i ç ã o n o m i n a l e p r o p r i e d a d e s m í n i m a s de t r a ç ã o d e a ç o s - c a r b o n o e a ç o s - l i g a d e b a i x a t e m p e r a t u r a e c r i o g ê n i c o s
Especlf. Limite de r e s l s t L i m i t e de Alonga- Temperatura
Designação Composição nominal, %
ASTM à tração escoamento mento em usual mais
UNS 25 m m b a i x a de s e r v i ç o
N e grau
C
2
Mn SI NI Cr kgf/mm MPa kgf/mm MPa
°C
2 2
%
Aços-carbono
KO2400(a) A 537 C11 0,18 1,15 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
0,35 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 49,0 483' 35,0 345 - -45
KO2400(b) A537C12 0,18 1,15 0,35 - - 56,0 552 42,0 414 23
KO1800 A516 0,16 0,75 0,25 - - 38,5 379 21,0 207 28 -45
KO2100 A616 0,19 0,75 0,25 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- - 42,0 414 22,4 221 26
KO2403 A516 0,22 1,10 0,25 -
- 45,5 448 24,5 241 24
KO2700 A516 0,25 1,10 0,25 -
- 49,0 483 26,6 262 22
Aços-liga
K11576 A517F 0,15 0,85 0,25 0,85 0,55(c) 87,5 862 80,5 793 18 -45
K21703 A203-A 0,20 0,70 0,25 2,30 - 45,5 448 25,9 255 25 -59
K22103 A203-B 0,23 0,70 0,25 2,30 - 49,0 483 28,0 276 23
K31718 A203-D 0,17 0,70 0,25 3,50 - 45,5 448 25,9 255 24 -101
K32018 A203-E 0,20 0,70 0,25 3,50 - 49,0 483 28,0 276 22
K71340 A553-B 0,10 0,50 0,25 8,00 - 70,0 690 59,5 586 22 -170
K81340 A 353 0,10 Q,50 0,25 9,00 - 70,0 690 52,5 517 22 -195
K81340 A 553-A 0,10 0,50 0,25 9,00 - 70,0 690 59,5 586 22 -195
(a) Normalizado; (b)Tsmperado e Revenido; (c) Contém também 0,50 Mo, 0,50 V, 0,25 Cu e 0,003 B
T A B E L A 148
8
Tl
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de alg u n s a ç o s u l t r a - r e s i s t e n t e s
H-11 Modificado MX-2 300-M D-6A 4340 25NI 20N1 18NI
0,40C-0,35Mn- 0,39C-0,70Mn 0,40C-0,75Mn 0,46/0,75Mn 0,40/0,85Mn 25,0NI-0,006C 20,ONI-0,006C 18,5NI-7,0Co
1,0Sl-5,0Co- 1,0SI-1,10Cr 1,60SI-1,85N1 0,22Si-0,55NI 0,20SI-0,75Cr 0,12Mn-0,17Sl 0,01 Mn-0,1 OSI 4,5Mo-0,26C
1,4Mo-0,45V 0,25Mo-0,15V 0,85Cr-0,40Mo 1,0Cr-1,0Mo 1,80NI-0,25Mo 1,37T1-0,20AI 1,54T1-0,22AI 0,1Mn-0,11SI
1,0Co 0.08V 0,54Nb 0,32Nb 0,22T1-0,003B
Resistência à T.A. 206-218 195 202(1981) 199 201 223 197 192
tração kgf/m 2 (2020-2138) (1913) (1952) (1972) (2188) (1933) (1883)
(MPa) 425°C 176-191 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-
162(1589)(370°C)
- - -
129 154
((1725-1873) (1265) (1510)
535°C 151-154 97 108
- -
(1480-1510) (950) (1060)
- - - - -
Limite de T.A. 169-173 167 169 175 189 199 189 187
escoamento (1658-1697) (1638) (1658) (1815) (1854) (1952) (1854) (1834)
kgf/mm (MPa) 425°C 140-145 124(1216)(370°G) 111 - 146
- - -
2
(1373-1422) (1089) (1432)
535°C 120(1177) 84(824)
- - - - - -
Alongamento T.A. 6,6-12,0 10 10 7,5 11 8 11 11
em 50 mm 425°C ' ' -10,8-12,0 15 15,2 12
- - - -
535°C 11,8-15,0 19,8 24
- - - - -
Estricção, % T.A. 27,0-39,9 37 38 26,8 39 28 54 48
425°C 33,0-42,1 35 55,0 56
- - -
535°C 35,2-42,2 52(370°C) 64,5 74
- - - -
Resistência ao T.A. 2,1-3,0 2,5 3,0 1,9 3,2
= 1 0 x C m i n . , Ta = 0,10 máx., Co = 0,20 máx.
o
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Resistência ao choque CO
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Tipo de fratura, % 3 o "5 ° 01 Q.
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8
T A B E L A I 50 h
C o m p o s i ç ã o n o m i n a l e m í n i m a s p r o p r i e d a d e s d e t r a ç ã o de a ç o s I n o x i d á v e i s c r i o g ê n i c o s n a f o r m a de c h a p a s
L i m i t e de r e s i s - U m l t e de e s c o a - Alonga- Temperatura usual
Composição nominal, %
AISI tência à tração mento (0,2% mento em m a i s b a i x a de s e r v i ç o ,
Designação
Tipo e U q
deformação) 25 m m , % °C
C Mn SI NI Cr kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa
SO20100 201 0,10 6,00 0,60 4,5 17,0(1) 66,5 655 31,5 310 40 -195
S2O200 202 0,10 9,00 0,60 5,0 18,0(2) 63,0 620 31,5 310 40 -195
S30200 302 0,10 1,50 0,60 9,0 18,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
S30400 304 0,06 1,50 0,60 10,0 19,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
S30403 304L 0,02 1,50 0,60 10,0 19,0 49,0 483 17,5 172 40 -270
S30500 305 0,10 1,50 0,60 11,5 18,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
to S30900 309 0,06 1,50 0,60 13,5 23,0 52,5 517 21,0 205 35 -270
S30908 309S 0,06 1,50 0,60 13,5 23,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
S31000 310 0,10 1,50 0,60 20,0 25,0 52,5 517 21,0 205 35 -270
S31600 316 0,06 1,50 0,60 12,0 17,0(3) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S31603 316L 0,02 1,50 0,60 12,0 17,0(4) 49,0 483 17,5 172 40 -270
S32100 321 0,06 1,50 0,60 10,5 18,0(5) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S34700 347 0,06 1,50 0,60 11,0 18,0(6) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S34800 348 0,06 1,50 . 0,60 11,0 18,0(7) 52,5 517 21,0 205 40 -270
S38100 XM15 0,06 1,50 2,00 18,0 18,0 52,5 517 21,0 205 40 -270
(1) C o n t é m 0,20 N; (2) C o n t é m 0,20 N; (3) C o n t é m 2,0 a 3,0 M o ; (4) Contém 2,0 a 3,0 Mo; (5) C o n t é m Ti = 5xCmin.; (6) C o n t é m Nb+Ta = 10xCmin.; (7) Contém Nb+Ta
= 1 0 x C m i n . , Ta = 0,10 máx., Co = 0,20 máx.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

TABELA151
C o m p o s i ç ã o d e a ç o s - l i g a , cujas c u r v a s d e t r a n s i ç ã o " f r a t u r a d ú c t i l - f r a t u r a f r á g i l "
e s t ã o r e p r e s e n t a d a s n a F i g u r a 202.

Aço
C Mn SI Ni Cr Mo
AISI-SAE
4340 0,38-0,43 0,60-0,80 0,20-0,35 1,65-2,00 0,70-0,90 0,20-0,30
4140 0,38-0,43 0,75-1,00 0,20-0,35 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTS
- 0,80-1,10 0,15-0,25
4145 0,43-0,48 0,70-0,90 0,20-0,35 - 0,70-0,90 -
1340 0,38-0,43 1,60-1,90 0,20-0,35 - - -
2340 0,42-0,47 0,70-0,90 0,20-0,35 3,25-3,75 - -
1040 0,37-0,44 0,60-0,90 (0,35 - ) - - -

¥ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
25

e 20
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/ 0,10 % / - " " "
15

P I 0 , 2 2 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
/ /
0,37%

V
i
1 0 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA % zyxwvutsrqponmlkjihgfed

/
i
tu
a: / 0,62%

Stie -60 -40 -20 0

Temperatura ° C
20 40 60 80

Fig. 201 - Deslocamento das curvas resistência ao choque-temperatura e m f u n ç ã o do teor


de carbono e m aços-carbono comuns, s e m elementos de liga.

A f i g u r a 2 0 2 < ' a p r e s e n t a c u r v a s e s q u e m á t i c a s " r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e - t e m p e r a t u r a " para


»»!
281

q u a t r o t i p o s d e a ç o s . P e l o s e u e x a m e , c o n c l u i - s e q u e o a ç o tipo D é o m e l h o r ; o a ç o B é mais
ch$ s e g u r o q u e o aço A e o a ç o C p o d e s e r levado e m c o n t a para certas a p l i c a ç õ e s . A Fig. 2 0 1 ( 2 8 1 )

i n d i c a a i n f l u ê n c i a d o t e o r d e c a r b o n o s o b r e a s c u r v a s " r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e - t e m p e r a t u r a " de

V* a ç o s - c a r b o n o , s e m e l e m e n t o s d e liga, n o e s t a d o n o r m a l i z a d o .
A figura 202 1 2 8 1 ' m o s t r a a t r a n s i ç ã o f r a t u r a d ú c t i l e f r a t u r a frágil p a r a v á r i o s a ç o s - l i g a , cuja
composição é dada na Tabela 151 ( 2 8 1 ) .

li
474
DCBA Aços ULTRA-RESISTENTESEAÇOS CRIOGÊNICOS '

4340

4140
Temperado a
£ martesita t o t a l /
1 4145
CJí

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA / 'T34

1'^zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
.345-

104O

-200 -150 - 1 0 0 -50 0 50 100 150 2 0 0 2 5 0

Temperatura de ensaio. °C

Fig. 2 0 2 - Transição fratura dúctil-fratura frágil para vários aços-liga.

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
JIHGFEDCBA
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

475
1 . Introdução - O e m p r e g o d a t é c n i c a d e " m e t a l u r g i a do p ó " p a r a f a b r i c a ç ã o d e peças de
f e r r o e aço v e m s e e s t e n d e n d o rapidamente nos ú l t i m o s anos, p r i n c i p a l m e n t e p o r q u e se tem
c o n s e g u i d o aliar a u m d o s c a r a c t e r í s t i c o s b á s i c o s d a r e f e r i d a t é c n i c a ( o u s e j a , a o b t e n ç ã o ,
e m g r a n d e escala de p e ç a s c o m dimensões d e n t r o d e estreitas tolerância), a possibilidade
d e obter-se igualmente p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s e m faixas de valores c o m p a r á v e i s com as
q u e resultam dos processos metalúrgicos convencionais.
C o m o c o n s e q u ê n c i a , o c a m p o d e a p l i c a ç ã o d e p e ç a s s i n t e t i z a d a s d e f e r r o e s u a s ligas
ampliou-se consideravelmente, ocupando assim o aço sinterizado um lugar de destaque
e n t r e o s tipos de m a t e r i a i s m e t á l i c o s utilizados n a i n d ú s t r i a m o d e r n a .

2 . Produção de peças sinterizadas de ferro e aço - C o m o se s a b e , o característico que


diferencia fundamentalmente a prática da "metalurgia do pó" d a s outras técnicas
m e t a l ú r g i c a s , é o f a t o d a m a t é r i a - p r i m a a p r e s e n t a r - s e n a f o r m a p u l v e r u l e n t a . E s t e pó d e
s u b s t â n c i a metálica - o u n ã o - m e t á l i c a , e v e n t u a l m e n t e - possui c a r a c t e r í s t i c o s físicos que
d e p e n d e m d a s u a o r i g e m e q u e p o d e m i n f l u e n c i a r g r a n d e m e n t e as p r o p r i e d a d e s finais dos
p r o d u t o s sinterizados.
E m linhas gerais, n a p r o d u ç ã o de p e ç a s d e ferro o u a ç o sinterizados, d e v e m ser conside-
radas as seguintes etapas:

- Seleção da matéria-prima;
- Compressão do pó ou pós metálicos, em matrizes apropriadas;
- Sinterização dos c o m p a c t a d o s obtidos na c o m p r e s s ã o ;
- R e c o m p r e s s ã o ou c a l i b r a g e m das peças o u c o m p a c t a d o s sinterizados;
- A c a b a m e n t o , c o m p r e e n d e n d o e v e n t u a l m e n t e u s i n a g e m , t r a t a m e n t o t é r m i c o ou trata-
m e n t o superficial.

C o m o se verá no d e c o r r e r d e s s a rápida e x p o s i ç ã o , h á algumas alternativas relacionadas


à s f a s e s d e f a b r i c a ç ã o d e p e ç a s s i n t e r i z a d a s , c u j o o b j e t i v o é, e s s e n c i a l m e n t e , p o s s i b i l i t a r a
p r o d u ç ã o das peças c o m melhores propriedades.

2 . 1 . Seleção da matéria-prima - O pó básico é o pó de ferro, n a f o r m a p u r a ou pré-


I i g a d a . O s principais t i p o s d e p ó de ferro s ã o o " r e d u z i d o " , o " a t o m i z a d o " e o "eletrolítico".
O pó reduzido apresenta u m a partícula de f o r m a irregular, esponjosa e c o m microestrutura
c o n s t i t u í d a principal d e f e r r i t a . O pó eletrolítico a p r e s e n t a f o r m a de p a r t í c u l a d e n d r í t i c a , ao
q u e s e a t r i b u i a s s u a s b o a s p r o p r i e d a d e s d e c o m p r e s s i b i l i d a d e . A T a b e l a 152< > m o s t r a a82

a l g u n s valores de d e n s i d a d e , resistência à t r a ç ã o e a l o n g a m e n t o , e m f u n ç ã o d a pressão de


c o m p r e s s ã o , p a r a os t i p o s d e pó reduzido e eletrolítico, cujos os c o m p a c t a d o s comprimi-
d o s f o r a m sinterizados d u r a n t e duas horas, s o b h i d r o g é n i o a 1250°C. A s m e l h o r e s propri-
e d a d e s c o m p ó d e f e r r o e l e t r o l í t i c o d e v e m - s e à d e n s i d a d e m a i s e l e v a d a q u e c o m ele r e s u l -
t a , s o b as m e s m a s c o n d i ç õ e s d e p r e s s ã o d e c o m p r e s s ã o , t e m p e r a t u r a s e a t m o s f e r a de
sinterização.

TABELA152
Valores de r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o de f e r r o p u r o s i n t e r i z a d o , em f u n ç ã o d o s t i p o s de p ó
d e f e r r o e da p r e s s ã o d e c o m p a c t a ç ã o

Resistência à tração, Alongamento, %


Densidade, g / c m k g f / m m (MPa) para para compressão
T i p o de pó
3
2

para c o m p r e s s ã o de c o m p r e s s ã o de (t/cm ) 2 de (t/cm ) 2

2 4 6 2 4 6 2 4 6
Reduzido
(esponja) 5,46 6,23 6,69 9,4(94) 14,0(140) 16,8(168) 2,8 4,9 8,0
Eletrolítico 5,57 6,49 6,97 . 6,5(65) 15,1(151) 21,9(219) 2,0 6,7 12,3

478 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
Aços zyxwvutsrqponmlkj
SINTERIZADOS

T A B E L A 153
P r o p r i e d a d e s típicas d e f e r r o s i n t e r i z a d o , e m f u n ç ã o d o t i p o de p ó

Limite de

T i p o de p ó
Densidade
Estado
resistência Alongamento zyxwvutsrqponmlkj
Dureza
g/cm 3
à tração Rockwell
%
kgf/mm 2 MPa F
Reduzido
(esponja) 5,8 Sinterizado 13,0 130 1,5 54
6,2 Sinterizado 18,0 180 1,5 66
6,6 Sinterizado 21,0 210 2,0 71
Eletrolítico 6,9 Sinterizado 21,0 210 10,0
7,3 Recomprimido 26,0 255 15,0
7,5 Recomprimido 41,0 400 25,0
Atomizado 6,7 Sinterizado 17,0 170 4,0 61
7,3 Sinterizado 25,0 250 7,0 .78

A Tabela 153< 283 ) m o s t r a p r o p r i e d a d e s t í p i c a s , de ferro s i n t e r i z a d o e m função do tipo d e


pó, i n c l u i n d o o a t o m i z a d o .

2 . 2 . Compressão - Esta operação d e t e r m i n a a forma e as d i m e n s õ e s praticamente finais


das peças s i n t e r i z a d a s . O pó, c o l o c a d o n o interior de m o l d e s o u m a t r i z e s , cujas c a v i d a d e s
apresentam f o r m a s e dimensões que c o r r e s p o n d e m à forma e d i m e n s õ e s das peças a s e r e m
fabricadas, é s u b m e t i d o a u m a pressão, à temperatura ambiente a qual de acordo c o m as
características d e compressibilidade do p ó , varia de 1 a 7 t f / c m ' 2 2 8 4 ' . A f i g u r a 203< ) m o s t r a a
285

tendência de a u m e n t o de densidade e m f u n ç ã o da pressão de c o m p r e s s ã o para pós de ferro.


P o r outro l a d o , a T a b e l a 1 5 2 j á c o m e n t a d a , i n d i c a i g u a l m e n t e a i n f l u ê n c i a d a p r e s s ã o de
compressão s o b r e valores de densidade e resistência à tração d e pó de ferro c o m p a c t a d o e
sinterizado.

2.3. Sinterização - N e s t a o p e r a ç ã o o b t é m - s e p o r a s s i m dizer, a l i g a ç ã o final entre a s p a r t í c u l a s


de pó. C o n s i s t e a s i n t e r i z a ç ã o n u m a q u e c i m e n t o a alta t e m p e r a t u r a , d a o r d e m g e r a l m e n t e d e 2/3
a 3/4 d a t e m p e r a t u r a d e f u s ã o d o metal c o n s i d e r a d o . N o c a s o d o f e r r o , p o r t a n t o , a t e m p e r a t u r a d e
sinterização v a r i a d e a p r o x i m a d a m e n t e 1 0 0 0 ° C a 1 2 0 0 ° C , s e n d o , p a r a o s c a s o s mais c o m u n s , d e
1100°C. E n t r e t a n t o , p a r a a s ligas d e ferro, c o m o a ç o s , p o d e - s e a t i n g i r t e m p e r a t u r a s d e 1 2 0 0 ° C .
Note-se, a i n d a , q u e e s s a o p e r a ç ã o é r e a l i z a d a n a p r e s e n ç a d e u m a a t m o s f e r a protetora, p a r a
evitar f e n ó m e n o s c o m o oxidação, d e s c a r b o n e t a ç ã o etc. A s a t m o s f e r a s protetoras e m p r e g a d a s
industrialmente i n c l u e m hidrogénio, a m ó n i a d i s s o c i a d a , g á s d e g a s o g ê n i o o u , finalmente, g á s p r o -
veniente d a c o m b u s t ã o incompleta d e g á s n a t u r a l , p r o p a n a etc. A f i g u r a 204< > mostra a v a r i a ç ã o
286

de d e n s i d a d e , r e s i s t ê n c i a à tração e a l o n g a m e n t o e m f u n ç ã o d a t e m p e r a t u r a d e sinterização, d e
c o m p a c t a d o s d e p ó d e ferro eletrolítico, s i n t e r i z a d o s e m hidrogénio. A q u e d a o b s e r v a d a n o s v a l o -
res das p r o p r i e d a d e s d e t e r m i n a d a s , n a f a i x a d e t e m p e r a t u r a d e 8 0 0 ° C a 9 5 0 ° C a p r o x i m a d a m e n t e ,
é atribuída à t r a n s f o r m a ç ã o alotrópica a l f a - g a m a e a u m c r e s c i m e n t o d e g r ã o s .

2 . 4 . Recompressão ou calibragem- E s t a o p e r a ç ã o é f r e q u e n t e m e n t e l e v a d a a efeito a p ó s


a sinterização - g e r a l m e n t e em matrizes diferente das que f o r a m usadas na compressão -
c o m os o b j e t i v o s d e p r o p o r c i o n a r a s t o l e r â n c i a s d i m e n s i o n a i s d e f i n i t i v a s o u d e m e l h o r a r o s
característicos físicos e mecânicos, c o m o d e n s i d a d e , resistência m e c â n i c a e t c , além m e l h o -
rar o a c a b a m e n t o s u p e r f i c i a l .

2.5. Acabamento - O a c a b a m e n t o d a s p e ç a s de ferro ò u a ç o sinterizado compreende


principalmente o p e r a ç õ e s de usinagem, t r a t a m e n t o s térmicos e tratamento superficiais.

- usinagem - esta operação v e m s e t o r n a n d o mais c o m u m e m p e ç a s sinterizadas que s ã o


produzidas, a l g u m a s v e z e s , s e m i - a c a b a d a s , por razões e c o n ó m i c a s , ou devido à g r a n d e

UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA 479
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

8,0
Den; Idade re il do ferre ouro zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYX

7,5

7,0
/

/
/
6,5

6,0
CD

"O

"D

CD zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
Q

5,0

4,5

4,0
10 15 20 25 30

Pressão, t/cm 2

Fig. 203 -Tendência do a u m e n t o de densidade d e c o m p a c t o s de ferro, em f u n ç ã o d a pressão


de c o m p r e s s ã o .

c o m p l e x i d a d e d e f o r m a , e x i g i n d o a s s i m u m a c a b a m e n t o final p o r u s i n a g e m o u r e t i f i c a ç ã o .
D e u m m o d o geral, a u s i n a g e m d e p e ç a s de f e r r o o u a ç o sinterizado n ã o o f e r e c e m dificulda-
des especiais, sobretudo q u a n d o sua densidade for suficientemente alta;
- tratamento térmico - a s e x i g ê n c i a s c r e s c e n t e d e p e ç a s s i n t e r i z a d a s c o m m a i o r e s dureza,
r e s i s t ê n c i a ao d e s g a s t e , r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o e r e s i s t ê n c i a à f a d i g a t o m a r a m o t r a t a m e n t o térmico
d e s s e s materiais u m a p r á t i c a m u i t o u s u a l , p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o a d e n s i d a d e f o r e l e v a d a A T a b e -
la 154< > mostra a i n f l u ê n c i a d e t r a t a m e n t o s t é r m i c o s s o b r e a resistência à t r a ç ã o , a l o n g a m e n t o s
287

d u r e z a Brineil de a ç o s i n t e r i z a d o , e m c o m p a r a ç ã o c o m a ç o obtido p o r p r o c e s s o s c o n v e n c i o n a i s .

Outro tratamento f r e q u e n t e m e n t e e m p r e g a d o é a cementação ou carbo-nitretação, com


resultados bastante positivos.
A figura 205' 2 8 7 1 m o s t r a a v a r i a ç ã o da d u r e z a d a c a m a d a c e m e n t a d a e m ferro sinterizado,
e m f u n ç ã o da d e n s i d a d e , p a r a m e i a , duas e q u a t r o h o r a s de t r a t a m e n t o . N o t a - s e , na curva
c o r r e s p o n d e n t e a o t e m p o m a i s c u r t o - m e i a h o r a - u m a q u e d a d a d u r e z a , p a r a a f a i x a de
d e n s i d a d e e n t r e 6,4 e 6 , 8 g / c m a p r o x i m a d a m e n t e . A e x p l i c a ç ã o p a r a o f e n ó m e n o é q u e entre
3

as densidades consideradas, para tempos curtos de cementação, ocorre u m a rápida mudan-


ç a d a profundidade d a c e m e n t a ç ã o , o que altera os característicos d e d u r e z a d a camada
c e m e n t a d a . Acima de 6,8 g / c m 3 da densidade, a c a r b o n e t a ç ã o do material t o m a - s e uniforme
e c o n s t a n t e , r e s t a b e l e c e n d o - s e a tendência d e a u m e n t o regular da d u r e z a .
D e q u a l q u e r m o d o , o s m e l h o r e s r e s u l t a d o s d o s t r a t a m e n t o t e r m o - q u í m i o o s de aço
sinterizado, são obtidos q u a n d o sua d e n s i d a d e f o r s u p e r i o r a 7,0 g / c m .
3

- tratamentos superficiais - incluem, entre o u t r o s , a oxidação ou tratamento a vapor,


cromeação, fosfatização e t c . O tratamento a vapor, realizado a t e m p e r a t u r a s entre 580°C e
6 0 0 ° C , n u m a c â m a r a o n d e p e n e t r a u m a c o r r e n t e r e g u l a r d e v a p o r d e á g u a , t e m p o r objetivo

480
IHGFEDCBA Aços SINTERIZADOS

dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Densidade do Fe Denso

GFEDCBA

400 600 800 1000 1200

Temperatura de sinterização, °C
Fig. 204 - Variação de características físicas de compactados de ferro e m função da temperatura
d e sinterização.

prevenir a c o r r o s ã o , a l é m de a u m e n t a r a d u r e z a e a resistência a o desgaste. Dó t r a t a m e n t o


resulta q u e a s p a r e d e s d e c a d a p o r o e s u p e r f í c i e d a s p e ç a s f i c a m r e v e s t i d a s d e u m a c a m a d a
fina de F e 0 , q u e a d e r e f o r t e m e n t e às p a r t í c u l a s de ferro.
3 4

O s t r a t a m e n t o s s u p e r f i c i a i s , c o m o fosfatização, cromeação e t c , aplicados t a m b é m p a r a


melhorar a r e s i s t ê n c i a à corrosão e, à s v e z e s , a resistência a o d e s g a s t e , s o m e n t e s e t o m a m
eficazes, q u a n d o as p e ç a s forem s u f i c i e n t e m e n t e densas.

2 . 6 . Alternativas do processo de sinterização de peças de ferro e aço - V i s a n d o m e l h o r a r


a densidade e, c o n s e q u e n t e m e n t e , a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o material, a l é m d e criar
melhores c o n d i ç õ e s para eventuais t r a t a m e n t o s térmicos ou superficiais posteriores, c o s t u -
ma-se empregar, na produção de p e ç a s de ferro e aço sinterizado, técnicas de dupla
compactação e impregnação metálica.
A dupla compactação c o n s i s t e n u m a c o m p r e s s ã o inicial, s e g u i d a d e u m a s i n t e r i z a ç ã o p r é -
via, u m a n o v a c o m p r e s s ã o e f i n a l m e n t e a s i n t e r i z a ç ã o f i n a l . A T a b e l a 1 5 5 ! 2 B a ) mostra alguns d o s
v a l o r e s q u e p o d e m s e r o b t i d o s m e d i a n t e a " d u p l a c o m p r e s s ã o " d e t r ê s tipos d e f e r r o , em
comparação c o m o processo usual de " c o m p a c t a ç ã o simples" o u "compressão-sinterização".
A impregnação metálica consiste, e m linhas gerais, na o b t e n ç ã o de u m compactado
inicial p o r o s o - " e s q u e l e t o " - d e f e r r o o u a ç o , q u e s e s u b m e t e e m s e g u i d a a u m p r o c e s s o d e
infiltração d e c o b r e o u u m a s u a liga, d e m o d o a resultar u m p r o d u t o p r a t i c a m e n t e i s e n t o d e
poros, c o m d e n s i d a d e q u e pode atingir até 7,8 g / c m , c o m p r o p r i e d a d e s sensivelmente s u -
3

p e r i o r e s "às o b t i d a s n a s p e ç a s s i n t e r i z a d a s c o m u n s e b a s t a n t e p r ó x i m a s à q u e l a s o b t i d a s n o s
processos m e t a l ú r g i c o s c o n v e n c i o n a i s . A liga "infiltrante" é c o b r e p u r o ou latão d e v á r i o s
t e o r e s d e z i n c o , o u b r o n z e . O s c o m p a c t a d o s d e p o i s de c o m p r i m i d o s s ã o s i n t e r i z a d o s c o m a
liga i n f i l t r a n t e s o b r e p o s t a s o b r e o " e s q u e l e t o p o r o s o " , c o m o q u a l p e r m a n e c e e m contato
durante a s i n t e r i z a ç ã o , q u e é realizada a u m a t e m p e r a t u r a s u p e r i o r a o ponto de f u s ã o do
material infiltrante, o u s e j a entre 1 1 0 0 ° C e 1 1 5 0 ° C . Por c a p i l a r i d a d e , o metal fundido p e n e t r a
por entre os p o r o s d o c o m p a c t a d o , e n c h e n d o p r a t i c a m e n t e a t o d o s , p o d e n d o - s e atingir u m a
d e n s i d a d e f i n a l d a o r d e m d e 7,8 g / c m . 3

481
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCB
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

40

35

30

z
CO 25
15

O 20
o
tr zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
CO

10

0
5,4 5,8 6,2 6,6 7,0 7,4
Densidade, g/cm 3

Fig. 205 - Variação d a d u r e z a d a camada c e m e n t a d a e m ferro sinterizado, e m f u n ç ã o da densidade.


C e m e n t a ç ã o e m caixa a 910°C, s e g u i d a de resfriamento e m ó l e o .
2 . 7 . Forjado sinterizado- U m d o s mais r e c e n t e s desenvolvimentos d a t é c n i c a de metalut-
gia d o pó e q u e esta d e s p e r t a n d o grande Interesse n o setor automobilfstico, sobretudo, na
p r o d u ç ã o de peças d e a ç o d e precisão, é o "forjado sinterizado".
Neste processo, p ó s m e t á l i c o s - e m partículas d e a ç o - s ã o c o m p r i m i d o s e sinterizados
e m peças "pré-moldadas", caracterizadas p o r apresentarem ainda u m a certa porosidade
E s s e " p r é - m o l d a d o " p o s s u i u m d e t e r m i n a d o p e s o e s u a f o r m a c o r r e s p o n d e à d a m a t r i z de
f o r j a m e n t o . A p o r o s i d a d e e x i s t e n t e facilita a o p e r a ç ã o d e forjamento e d i m i n u i o custo d e s s a
o p e r a ç ã o . O " p r é - m o l d a d o " é, e m seguida, s u b m e t i d o ao forjamento e m matriz, resultando
u m a p e ç a q u e e x i g e a p e n a s u m ligeiro a c a b a m e n t o p o r u s i n a g e m .
N o caso de ferro p u r o , d e acordo c o m o tipo d e p ó , p o d e m s e r o b t i d o s os seguintes
característicos m e c â n i c o s , n o estado forjado! 2 8 9 ':

- p ó reduzido
- resistência à t r a ç ã o - 3 4 a 37 k g f / m m 2 ( 3 3 0 a 3 6 0 MPa)-
- alongamento - cerca de 1 9 %

- p ó eletrolítico
- resistência à t r a ç ã o - 3 3 a 3 4 k g f / m m 2 (320 a 330 MPa)
- alongamento - 9 a 1 4 %

- pó atomizado
- resistência à t r a ç ã o - 3 1 a 36 k g f / m m 2 (300 a 350 MPa)
- alongamento - 13 a 1 9 %
N o caso d e u m a ç o - c a r b o n o do tipo 1 0 4 0 , o s v a l o r e s comparativos n o e s t a d o sinterizado
apenas e nos estados forjados são os seguintes* 2 8 9 ':

- densidade
- 6,60 g / c m n o e s t a d o sinterizado
3

- 7,67>.kgf/mm n o e s t a d o f o r j a d o
2

482
HGFEDCBA
EDCBA Aços SINTERIZADOS '

T A B E L A 154
I n f l u ê n c i a d o t r a t a m e n t o t é r m i c o s o b r e as p r o p r i e d a d e s de
aço sinterizado, e m comparação com aço convencional

Carbono Densidade Resistência à Alonga


Material Dureza
% de Estado tração mento
Brinell
g/cm 3
kgf/mm 2 MPa %
Aço con- 0,19/0,25 Recozido 42-50 410-490 27 120-145
vencional Temperado em água a
8 6 0 ° C e revenido a
450°C 62 610 18 177
Idem, mas revenido a
KJIHGFEDCBA 700°C 53 520 24 152
Aço 0,27 7,54 Sint.a1100°C 40 390 23,5 124
sinterizado Temperado em óleo a
8 6 0 ° C e revenido a
320°C 47 460 22,5 134
Idem, m a s revenido a
704°C 37 360 34 120
Temperado em água a
8 3 0 ° C e revenido a
320°C 58 570 13 158
Aço c o n - 0,42/0,50 Recozido 60-72 590-710 17 • 171-206
vencional Temperado em água a
840° C e revenido a
450°C 84 820 10 240
Idem, mas revenido a
700°C 65 640 19 185
ut- Aço 0,52 7,47 Sint.a1100°C 47 460 17 137
na sinterizado Temperado em óleo a
830° C e revenido a
os 320°C 59 580 14,5 146
e Idem, mas revenido a
de 704°C 41 400 25 126
sa Temperado em água a

do 8 3 0 ° C e revenido a
320°C 86 840 8 311
Aço con- 0,57/0,65 Recozido 70-85 690-830
es 14 200-243
vencional Temperado e m água a
8 0 0 ° C e revenido a
450°C 97 950 9 277
Aço 0,64 7,43 . Sint.a1100°C 49 4S0 11,5 132
sinterizadc Temperado e m óleo a
8 3 0 ° C e revenido a
427°C 68 670 13 161
Temperado em água a
8 3 0 ° C e revenido a
320°C | 96 940 8 218

do

483
Aços FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROS

T A B E L A 155
P r o p r i e d a d e s o b t i d a s pela d u p l a c o m p r e s s ã o e m c o m p a r a ç ã o
c o m a prática d e c o m p r e s s ã o s i m p l e s

Compressão simples
Sinterização a 1220°C durante 2 horas
Pó Resistência à
Pressão Densidade Dureza
tração Alongamento zyxwvutsr
t/cm 2 g/cm 3 Brinell %
kgf/mm 2 MPa
Ferro eletro- 6,49 50 15,1 151 6,7
lítico fino 6,79 70 21,9 219 12,3
Ferro reco- 6,23 47 14,0 140 4,9
zido esponja 6,69 61 16,8 168 8,0
Ferro recozi-
do (de casca
d e laminação) 6,90 89 29,1 281 12,4
Dupla c o m p r e s s ã o
Sinterização previa a 850°C d u r a n t e úmã hora
S i n t e r i z a ç ã o final a 1250°C d u r a n t e d u a s h o r a s
em h i d r o g é n i o
1 .
a 2 .
a

Pó eletro- 4' 4 6,93 66 20,8 208 13,4


lítico fino 6 6 7,33 78 24,1 241 23,0
Ferro reco- 4 4 6,65 64 16,6 166 5,0
zido esponja 6 6 7,05 80 22,6 226 9,7
Ferro recozi-
d o (de casca
de laminação) 6 6 7,31" 94 34,2 332 14,9

• resistência à tração
-16,0 kgf/mm 2 (160 M P a ) n o estado sinterizado
- 51,0 kgf/mm 2 ( 5 0 0 M P a ) n o estado forjado

- limite de e s c o a m e n t o
- 12,0 kgf/mm 2 ( 1 2 0 M P a ) no estado sinterizado
- 35,0 kgf/mm 2 (340 M P a ) no estado forjado

- a l o n g a m e n t o ( e m 1")
- 1 , 8 % no estado sinterizado
- 2 5 , 0 % no estado forjado

Esse material forjado, s u b m e t i d o a têmpera, a partir d e 850°C e r e v e n i d o a 1 7 5 ° C duran-


te u m a hora, adquiriu u m limite d e escoamento d e 5 0 , 0 k g f / m m 2 ( 4 9 0 M P a ) , u m a resistência
à tração de 74,0 kgf/mm 2 ( 7 3 0 M P a ) , e u m a l o n g a m e n t o d e 1 0 % , a o p a s s o q u e n o material
a p e n a s s i n t e r i z a d o e s u b m e t i d o a o m e s m o t r a t a m e n t o , o s v a l o r e s o b t i d o s f o r a m : 2 6 , 0 kgf/
mm 2 (260 MPa) para limite d e escoamento, 3 1 , 0 k g f / m m 2 (300 M P a ) p a r a resistência à
tração e somente 0,8% para alongamento.
O processo apresenta t o d a s as vantagens inerentes a o processo c o n v e n c i o n a l de meta-
lurgia d o p ó e mais as seguintes:

- b o m acabamento superficial;
- possibilidade de obter c o m p o n e n t e s c o m p l e x o s e m u m a única o p e r a ç ã o d e conformação;
- obtenção de estrutura fina, orientada a e s m o ;
- orientação equiaxial d e característicos físicos;
- propriedades m e c â n i c a s comparáveis às obtidas pelo forjamento convencional.

484
GFEDCBA Aços SINTERIZADOS (.

2 . 8 . Considerações sobre o projeto de peças sinterizadas de aço - A p r i m e i r a c o n s i d e r a -


ção a s e r feita é q u e as peças de aço, originalmente projetadas para serem produzidas pelos
métodos fnetalúrgicos convencionais, dificilmente podem s e r produzidas por sinterização,
sem modificações, ainda que elementares.
Por outro l a d o , face aos características inerentes à própria técnica de metalúrgica d o p ó ,
p o d e - s e c o n c l u i r q u e , p a r a tirar as m á x i m a s v a n t a g e n s d o p r o c e s s o - sobretudo s o b o p o n t o
yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de vista de p r e c i s ã o e tolerância d i m e n s i o n a i s - é necessário q u e s e projete a d e q u a d a m e n t e
.as m o d i f i c a ç õ e s a s e r e m i n t r o d u z i d a s n a p e ç a e m s i e s e c o n s i d e r e m a s l i m i t a ç õ e s q u e a
p r ó p r i a o p e r a ç ã o d e c o m p r e s s ã o - q u e é , p o r a s s i m dizer, a o p e r a ç ã o f u n d a m e n t a l d o p r o c e s -
so - impõe.
A t é c n i c a d e m e t a l u r g i a do p ó se a d a p t a a d m i r a v e l m e n t e p a r a f o r m a s cilíndricas, r e t a n g u -
lares e i r r e g u l a r e s , d e s d e q u e n ã o s e a p r e s e n t e m g r a n d e s v a r i a ç õ e s d a s d i m e n s õ e s d a s
secções transversais. Do mesmo m o d o , cantos e ângulos vivos, paredes muito f i n a s e parti-
cularidades s e m e l h a n t e s devem ser evitadas, porque o pó, s o b a a ç ã o d a pressão, n ã o e s c o a
como os líquidos, impedindo o preenchimento adequado das reentrâncias e das cavidades
das matrizes.
De u m m o d o geral, o engenheiro d e v e t e r n a s u a m e n t e u m a série de regras, n o projeto,
e x e c u ç ã o e utilização d a s peças s i n t e r i z a d a s d e ferro o u a ç o . Tais regras p o d e m ser r e s u m i -
das d a s e g u i n t e m a n e i r a ' 2 9 0 1 :

- evitar f o r m a s e contornos d a p e ç a q u e i m p e ç a m s u a retirada d a matriz. Furos laterais,


ângulos reentrantes, roscas, e t c , s ã o impossíveis de moldar, d e m o d o que essas particula-
ridades, s e r e a l m e n t e necessárias, s ó p o d e m s e r obtidas p o r u s i n a g e m suplementar, a q u a l ,
entretanto, d e v e s e r evitada sempre q u e possível;
- evitar p a r e d e s finas, cantos vivos e particularidades s e m e l h a n t e s que, dificultando o
escoamento d o p ó n a matriz, criam p r o b l e m a s d e produção e o r i g i n a m material c o m c a r a c t e -
rísticos f í s i c o s i n s u f i c i e n t e s ;
- evitar i g u a l m e n t e alterações abruptas da espessura d a p a r e d e s , pois d u r a n t e a
sinterização, a s modificações dimensionais q u e ocorrem, e m p r o p o r ç õ e s diferentes q u a n d o
as e s p e s s u r a s v a r i a m muito p o d e m p r o v o c a r e m p e n a m e n t o e, portanto, inutilização d a s
peças;
- evitar, t a n t o q u a n t o p o s s í v e l , u m n ú m e r o e x a g e r a d o d e d e s n í v e i s , a s s i m c o m o m u d a n -
ças p r o n u n c i a d a s e b r u s c a s de s e c ç ã o t r a n s v e r s a l . Tanto m a i s difícil s e torna obter d e n s i d a -
de u n i f o r m e , q u a n t o m a i o r for o n ú m e r o d e d e g r a u s ; s e n d o e s t e s n e c e s s á r i o s , p r e f e r i v e l -
mente deverão s e r conferidos às peças p o r usinagem suplementar.

3 . 77pos de ferro e aços sinterizados, suas propriedades e aplicações - Para a p r o d u ç ã o


de peças sinterizadas, empregadas e m c o m p o n e n t e s mecânicos d e grande precisão, utiliza-
s e u m a g r a n d e v a r i e d a d e de ligas f e r r o s a s , c o m o a T a b e l a 156< 2S1) mostra. A fonte desses
dados é a " M e t a l P o w d e r Industries F e d e r a t i o n - M P I P .
C o m o se v ê , as mais simples são as ligas a base de Fe-C, c o m carbono variando a partir
de 0 , 3 % m á x . ( t i p o F-0000) até c e r c a d e 1 , 0 % (tipo F-0008).
A s l i g a s i n d i c a d a s p o r F C c o n t ê m c o b r e , o q u a l p o d e a t i n g i r 1 1 , 0 % e m tipo e s p e c i f i c a d o
(FC-0808) o u 2 2 , 0 % e m tipo n ã o e s p e c i f i c a d o p o r MPIF.
A s ligas i n d i c a d a s p o r F N c o n t ê m n í q u e l , p o d e n d o a p r e s e n t a r c o b r e até 2 , 5 % m á x .
F i n a l m e n t e a s ligas indicadas p o r F X s ã o a ç o s infiltrados o u i m p r e g n a d o s c o m c o b r e , e s t e
elemento p o d e n d o atingir teores de 2 5 , 0 % .
Estas últimas ligas s ã o as q u e a p r e s e n t a m maior facilidade e m atingir densidades p r ó x i -
mas das do material d e n s o , embora o s outros tipos, d e p e n d e n d o d o s teores d e cobre o u d e
níquel, p o s s a m i g u a l m e n t e ser p r o d u z i d a s c o m elevadas d e n s i d a d e s .
A presença d o cobre principalmente, q u e r introduzido c o m o mistura quer introduzido p o r
impregnação, r e d u z consideravelmente a porosidade do material.
A Tabela 157< 291 ' a p r e s e n t a as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s q u e p o d e m s e r obtidas nessas
l i g a s , e m v á r i o s e s t a d o s , e m v á r i a s d e n s i d a d e s e, i n c l u s i v e , t r a t a d a s t e r m i c a m e n t e .

485
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços e FERROSFUNDIDOS

A s ligas m a i s s i m p l e s s ó p o d e m s e r e m p r e g a d a s n a c o n f e c ç ã o d e c o m p o n e n t e s m e c â n i c o s
sujeitos a cargas mais leves, c o m o certas e n g r e n a g e n s , peças polares (poios d e motores para
f i n s m a g n é t i c o s ) , b u c h a s d e f e r r o a u t o - l u b r i f i c a n t e s ( d e v i d o s u a e l e v a d a p o r o s i d a d e ) e, n o e s -
t a d o carbo-nitretado, e m c o m p o n e n t e s para resistência a o desgaste c o m o p e q u e n o s carnes e
alavancas.
À m e d i d a que s e c a m i n h a p a r a mais altos t e o r e s d e carbono e p a r a ligas c o n t e n d o cobre
ou níquel, permite-se o s e u u s oe m componentes sujeitos a cargas m o d e r a d a s , sobretudo por
q u e e s s a s ligas p o d e m s e r t r a t a d a s t e r m i c a m e n t e . D e s s e m o d o , o c a m p o d e a p l i c a ç ã o é
muito vasto e as indústrias d e auto-peças, d e eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, m á -
q u i n a s d e calcular, a r m a s e m u i t a s outras t ê m u m a g r a n d e fonte d e s u p r i m e n t o d e peças c o m
resistência mecânica satisfatória e formas c o m p l e x a s , exigindo ainda rígidas tolerâncias
dimensionais.
Finalmente, p e ç a s sinterizadas de a ç o inoxidável s ã o produzidas p a r a a m b i e n t e s corro-
sivos, c o m propriedades mecânicas razoáveis.
A Tabela 158' 2 9 1 ' apresenta dados adicionais referentes a propriedades mecânicas de
ligas d e ferro s i n t e r i z a d o s .
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s típicas d e ferro e a ç o sinterizado ( c o n t i n u a ç ã o )
A figura 206 mostra u m a variedade de peças produzidas em ferro e a ç o sinterizado.

4 . Aços para ferramentas sinterizados - A s f e r r a m e n t a s de aço p o d e m s e r produzidas por


metalurgia d o pó, a p r e s e n t a n d o u m a série d e vantagens e m relação à s ferramentas
f a b r i c a d a s pelos m é t o d o s c o n v e n c i o n a i s . D e f a t o , e n q u a n t o o a ç o s i n t e r i z a d o , a partir d e p ó s

T A B E L A 156
C o m p o s i ç ã o d e l i g a s de f e r r o s i n t e r i z a d a s p a r a c o m p o n e n t e s m e c â n i c o s

Faixas e l i m i t e s d e c o m p o s i ç ã o , % ( a )
Descrição N . MPIF* C
9
NI Cu Fe
Ferro F-O000 0,3 máx. 97,7/100
Aço F-0005 0,3/0,6 97,4/99,7
Aço F-0008 0,6/1,0 97,0/99,1
Fe-Cu FC-0200 0,3 máx 1,5/3,9 93,8/98,5
Aço-Cu FC-0205 0,3/0,6 1,5/3,9 93,5/98,2
Aço-Cu FC-0208 0,6/1,0 1,5/3,9 93,1/97,9
Aço-Cu • FC-0505 0,3/0,6 4,0/6,0 91,4/95,7
Aço-Cu FC-0508 0,6/1,0 4,0/6,0 91,0/95,4
Aço-Cu FC-0808 0,6/1,0 6,0/11,0 86,0/93,4
Aço-Cu 0,6/0,9 18,0/22,0 75,1 min.
Fe-Cu FC-1000 0,3 máx. 9,5/10,5 87,2/90,5
Fe-Ni FN-0200 0,3 máx. 1,0/3,0 • 2,5 m á x . 92,2/99,0
Aço-Ni FN-0205 0,3/0,6 1,0/3,0' • 2,5 m á x . 91,9/98,7
Aço-Ni FN-0208 0,6/0,9 1,0/3,0 2,5 m á x . 91,6/98,4
Fe-Ni FN-0400 0,3 máx. 3,0/5,5 2,0 m á x . 90,2/97,0
Aço-Ni FN-0705 0,3/0,6 3,0/5,5 2,0 máx. 89,9/96,7
Aço-Ni FN-0708 0,6/0,9 3,0/5,5 2,0 máx. 89,6/96,4
Fe-Ni FN-0700 0,3 máx. 6,0/8,0 2,0 m á x . 87,7/94,0
Aço-NI FN-0705 0,3/0,6 6,0/8,0 2,0 m á x . 87,4/93,7
Aço-Ni FN-0708 0,6/0,9 6,0/8,0 2,0 m á x . 87,1/93,4
A ç o Infiltrado FX-1005 0,3/0,6 8,0/14,9 80,5/91,7
A ç o Infiltrado FX-1008 0,6/1,0 8,0/14,9 80,1/91,4
A ç o Infiltrado FX-2000 0,3 máx. 15,0/25,0 70,7/85,0
A ç o Infiltrado FX-2005 0,3/0,6 15,0/25,0 70.4/84,7
A ç o Infiltrado FX-2008 0,6/1,0 15,0/25,0 70,0/84,4
* Metal Powder Industries Federation; (a) as especificações MPIF exigem que a quantidade total de
outros elementos seja menor que 2 , 0 % com exceção do aço infiltrado em que a quantidade total de outros
elementos deve ser inferior a 4 , 0 %

486
HGFEDCBA Aços SINTERIZADOS

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487
• Sint. e t.t. 6,4/6,8 78,4 770 65,8 650 0,5 31,5 310 0,83 8,1 27RC
Sinterizado 7,2/7,6 51,8 510 30,1 295 6,0 21,0 205 4,1 41 80RB
Sint. e t.t. 7,2/7,6 126,0 1240 107,8 1060 1,5 45,5 450 1,9 19 44RC
T A B E L A 157
Propriedades mecânicas típicas de ferro e aço sinterizado (continuação)
Densidade Resistência à Limite de Alongamento Limite Resistência Dureza
HK MPIF Estado g/cm 3
traç ao escoamento % e m 25 m m fadiga ao c h o q u e aparente
kgf/mm 2 MPa kgf/mm MPa
2 kgf/mm 2MPa kgf/mm 2 J
Sint. a t.t. 6,8/7,2 70,0 690 66,5 655 <0,5 26,6 260 40RC
FN-0408 Sinterizado 6,4/6,8 39,9 395 29,4 209 1,5 16,1 160 0,83 8,1 72RB
Sinterizado 7,2/7,6 65,1 640 47,6 470 4,5 25,9 255 2,2 22 95RB
FN-0700 Sinterizado 6i4/6,8 36,4 360 21,0 205 2,5 14,7 145 1,6 16 60RB
Sinterizado 7,2/7,6 59,5 585 33,6 330 6,0 23,8 240 3,6 35 B3RB
FN-0705 Sinterizado 6,4/6,8 37,8 370 24,5 240 2,0 '15,4 150 1,2 12 69RB
S i n t . e t.t. 6,4/6,8 71,4 705 56,0 550 0,5 28,7 280 1,1 11 24RC
Sinterizado 7,277,6 63,0 620 39,9 390 5,0 25,2 250 3,3 33 90RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 117,6 1160 91,0 895 1,5 45,5 445 2,7 27 40RC
FN-0708 Sinterizado 6,4/6,8 39,9 395 28,7 2B0 1,5 16,1 160 0,83 3,1 75RB
Sintetizado 7,2/7,6 66,5 655 46,2 455 3,0 26,6 260 2,2 22 96RB
FX-1005 Sintetizado 7,2/7,6 58,1 570 44,8 440 4,0 1,9 19 75RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 84,0 830 74,9 740 1,0 0,96 9,5 40RC
FX-1008 Sintetizado 7,2/7,6 63,0 620 52,2 515 2,5 1,6 16 80RB
S i n t . e t.t. , 7,2/7,6 91,0 895 73,5 725 0,96 9,5 40RC
FX-2000 Sinterizado 7,2/7,6 45,5 450 1,0 2,1 20 60RB
FX-2005 Sinterizado 7,2/7,6 52,5 515 35,0 345 1,5 1,3 12,9 75RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 80,5 790 66,5 665 <0,5 0,83 8,1 30RC
FX-2008 Sinterizado 7,2/7,6 59,5 585 52,5 515 1,0 1,38 14 80RB
S i n t . e t.t. 7,2/7,6 87,5 860 74,9 740 <0,5 0,7 6,8 42RC
S i n t . e t.t. s i g n i f i c a s i n t e r i z a d o e t r a t a d o t e r m i c a m e n t e . O t r a t a m e n t o t é r m i c o c o n s i s t e e m a u s t e n i t i z a r a 8 7 0 ° C , r e s f r i a r e m ó l e o e r e v e n i r u m a
T A B E L A " ! 57
Propriedades mecânicas típicas de ferro e aço sinterizado (continuação)
Densidade Resistência à L i m i t e de Alongamento Limite Resistência Dureza
N . MPIF
a Estado g/cm 3
tração escoamento % e m 25 m m fadiga ao c h o q u e aparente
kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa kgf/mm 2 MPa kgf/mm' 1 J
Sint. e t.L 6,8/7,2 70,0 690 66,5 655 <0,5 26,6 260 40RG
FC-0505 Sinterizado 6,0/6,4 35 345 29,4 290 1,0 13,3 130 0,62 6,1 60RB
Sinterizado 6,4/6,8 46,2 455 38,5 380 1,5 17,5 170 0,69 6,8 75RB
FC-0508 Sinterizado 6,0/6,4 43,4 425 39,9 395 1,0 16,8 160 0,48 4,7 65RB
Sint, e t . t . 6,0/6,4 49,0 480 49,0 480 1,5 18,9 185 30RC
FC-0808 Sinterizado lnf. 6,0 25,2 250 0,5 55RB
FC-1000 Sinterizado int. 6,0 21,0 205 0,5 70RF
FN-0200 Sinterizado 6,4/6,8 26,6 260 17,5 170 7,0 10,5 105 4,42 43 42RB
Sinterizado 7,2/7,6 31,5 310 21,0 205 11,0 12,6 125 6,9 68 51 RB
FN-0205 Sinterizado 6,4/6,8 25,9 255 16,t 160 3,0 10,5 105 13,8 14 50RB
Sint. e t.t. 6,4/6,8 57,4 565 45,5 450 0,5 23,1 225 0,83 8,1 32RC
Sint. recomp 7,2/7,6 42,7 420 25,9 255 4,5 16,8 165 4,4 43 85RB
Sint. e t . t . 7,2/7,6 93,8 925 73,5 725 2,0 37,8 370 3,9 38 56RV
FN-0208 Sinterizado 6,4/6,8 33,6 330 21,0 205 2,0 13,3 130 1,1 11 62RB
Sint.et.t. 6,4/6,8 70,0 690 65,8 650 0,5 28,6 275 0,83 8,1 34RC
Sinterizado 7,2/7,6 55,3 545 35,0 345 3,5 22,4 220 3,0 30 87RB
Sint.et.t. , 7,2/7,6 112,0 1105 108,5 1070 0,5 42,0 415 2,5 24 47RG
FN-0400 Sinterizado . 6,8/7,2 34,3 340 ' 21,0 205 6,0 14,0 140 4,8 47 60RB
Sinterizado ' 7,2/7,6 40,6 400 25,2 250 6,5 16,1 160 6,9 68 67RB
FN-0405 Sinterizado 6,4/6,8 31,5 310 18,2 180 3,0 12,6 125 13,8 14 63RB
• Sint. e t.t. 6,4/6,8 78,4 770 65,8 650 0,5 31,5 310 0,83 8,1 27RC
Sinterizado 7,2/7,6 51,8 510 30,1 295 6,0 21,0 205 4,1 41 80RB
Sint. e t.t. 7,2/7,6 126,0 1240 107,8 1060 1,5 45,5 450 1,9 19 44RC
Aços E FERROSFUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

atomizados, a p r e s e n t a u m a estrutura muita f i n a c o m uniforme distribuição d e carbonetos e


s e m i n c l u s õ e s n ã o - m e t á l i c a s , o s a ç o s c o n v e n c i o n a i s a p r e s e n t a m s e g r e g a ç ã o n o s l i n g o t e s e,
e m consequência, o s produtos resultantes p o s s u e m u m a estrutura m a i s grosseira e nao uni-
forme a c o m p a n h a d a p o r propriedades transversais inferiores e p r o b l e m a s relacionados com
controle dimensional e uniformidade de d u r e z a no tratamento térmico. A l é m disso, o emprego

TABELA158
Propriedades típicas de ligas de f e r r o s i n t e r i z a d o no e s t a d o s i n t e r i z a d o

• e n si Limite de r e s i s t ê n c i a

Material dade Condição à tração


g/cm 3
kgf/mm 2 MPa
Sinterizado 13,6 136
Ferro reduzido 5,8
Idem 18,2 182
Idem 6,2
Idem 21,7 217
idem 6,6
Sinterizado 21,0 210
Ferro eletrolítico 6,9
Recomprimido 26,6 256
Idem 7,3
Recomprimido 28,7 277
Idem 7,5
Sinterizado 23,8 238
Fe-1,0 C 5,8
Idem 28,7 277
idem 6,2
Idem 36,7 357
Idem 6,6'
Sinterizado 40,6 396
Fe-1,5 Cu 1,0 C 6,6,
Idem 53,2 513
Idem 7,0
Sinterizado 54,6 536
Fe-2,0 Cu-0,75 C 6,7
Idem 66,5 655
idem 7,2
Sinterizado 35,0 340
Fe-2,0 NI-0,5 C 7,0
Sinterizado 45,5 445
Fe-2,0 Ni-0,8 C 7,0
Sinterizado 53,9 529
Fe-4,0 NI-0,8 C 7,0
Sinterizado 56,0 550
Fe-7,0 Ni-0,8 C 7,0
Infiltrado 80,5 785
Fe-0,8 Cu-0,9 C 7,5

Fig. 2 0 6 - Exemplos de peças produzidas e m ferro e aço sinterizado.

490
HGFEDCBA
EDCBA Aços SINTERIZADOS

e do processo d e sinterização t e m permitidrj a produção de n o v o s tipos d e aços para f e r r a m e n -


e, tas q u e n ã o p o d e m s e r obtidos p e l o s p r o c e s s o s c o n v e n c i o n a i s d e lingotamento.
ni- Os d a d o s abaixo mostram alguns tipo$ de aços para f e r r a m e n t a s produzidos p o r metalur-
om gia do p ó ' 2 9 2 1 :
go

!
Marca comercial - A S P 23 - Designação AISI - M 3 ; C o m p o s i ç ã o química - C 1,28%, C r
4,20%, W 6,40%, M o 5,00%, V 3 , 1 0 % - qureza H R C 65-67.
M a r c a c o m e r c i a l A S P 60 - C 2 , 8 0 % , C r 4 , 0 0 % , W 6 , 5 0 % , M o 7 , 0 0 % , V 6 , 5 0 % , C o 1 0 , 5 0 %
- Dureza H R C 67-69.
M a r c a c o m e r c i a l - C P M R e x M 4 - D e s i g n a ç ã o AISI M 4 - C 1,35%, C r 4,25%, W 5 , 7 5 % , M o
4,50%, V 4,00%,, S 0 , 0 6 % - D u r e z a H R C Í 6 4 - 6 6 .
M a r c a c o m e r c i a l C P M R e x M 4 2 - D e s i g n a ç ã o AISI M 4 2 - C 1,10%, Cr 3,75%, W 1,50, M o
9,50%, V 1,15%, C o 8,00% - Dureza H R C 66-68.
M a r c a c o m e r c i a l - C P M R e x 4 5 H S - C jl,30%, C r 4 , 0 0 % , W 6 , 2 5 % , M o 5 , 0 0 % , V 3 , 0 0 % , C o
8,25%, S 0 , 2 2 % - Dureza H R C 66-68. j
Marca comercial - C P M R e x 2 5 - D e s i g n a ç ã o AISI M 6 1 - C 1,80%, Cr 4,00%, W 1 2 , 5 0 % ,
Mo 6,50%, V 5 , 0 0 % - Dureza H R C 67-69Í
M a r c a c o m e r c i a l - C P M R e x 7 6 - D e s i g n a ç ã o AISI M 4 8 - C 1 , 5 0 % , Cr 3,75%, W 1 0 , 0 0 % ,
Mo 5,25%, V 3 , 1 0 % , C o 9,00%, S 0,06%(- Dureza H R C 67-69.
M a r c a c o m e r c i a l H A P 10 - C 1 , 3 5 % , C r 5 , 0 0 % , W 3 , 0 0 % , M o 6 , 0 0 % , V 3 , 8 0 % - D u r e z a
HRC 64-66.
Marca comercial H A P 40 - C 1,30%, Cr 4,00%, W 6,00%, M o 5,00%, V 3,00%, C o 8,00%.
M a r c a c o m e r c i a l H A P 60 - C 2,00%!, C r 4,00%, W 1 0 , 0 0 % , M o 4,00%, V 7 , 0 0 % , C o
12,00%. i zyxwvutsrqponm
i

Aços para trabalho a frio:

M a r c a c o m e r c i a l C P M 9V - C 1,78, C r 5 , 2 5 % , M o 1,30%, V 9 , 0 0 % , S 0 , 6 3 % - D u r e z a H R C
53-55. <
'
Marca c o m e r c i a l C P M 10V - D e s i g n a ç ã o AISI A11 - C 2 , 4 5 % , C r 5,25%, M o 1 , 3 0 % , V
9,75%, S 0 , 0 7 % - Dureza H R C 60-62. j
Aços para trabalho a quente: j
Marca comercial C P M H 13 - Designação AISI H13 - C 0 , 4 0 % , C r 5,00%, M o 1,30%, V
1,05% - D u r e z a H R C 4 2 - 4 8 .
M a r c a c o m e r c i a l C P M H 1 9 V - Desigrjação AISI H 1 9 - C 0 , 8 0 % , C r 4 , 2 5 % , W 4 , 2 5 % , M o
0,40%, V 4 , 0 0 % , C o 4 , 2 5 % - D u r e z a HRffi 44-56.

O tratamento térmico dos aços p a r a ferramentas sinterizados compreende as m e s m a s


etapas a q u e s ã o submetidos o s a ç o s p oduzidos pelos p r o c e s s o s convencionais o u s e j a ,
recozimento, alívio d e tensões antes d a t i m p e r a , têmpera e m d u a s etapas e revenido.
Esses a ç o s s ã o utilizados n a fabric: ç ã o d e fresas, a l a r g a d o r e s , m a c h o s d e t a r r a x a s ,
brocas, m a n d r i s , matrizes etc.

491
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

1 . Introdução - Dentre a s ligas ferro-oarbono, o s ferros fundidos c o n s t i t u e m u m grupo de


ligas d e importância f u n d a m e n t a l para a indústria, n ã o s ó devido à s características inerentes
a o p r ó p r i o m a t e r i a l , c o m o t a m b é m p e l o f a t o d e , m e d i a n t e i n t r o d u ç ã o d e e l e m e n t o s d e liga,
aplicação de tratamentos térmicos a d e q u a d o s e pelo desenvolvimento d o ferro fundido
n o d u l a r , t e r sido v i á v e l a o s e u e m p r e g o e m a p l i c a ç õ e s q u e , d e certo m o d o , e r a m exclusivas
dos aços.
A s s i m sendo, o s e u e s t u d o é f u n d a m e n t a l p a r a o engenheiro m e c â n i c o , a o qual s e ofere-
ce mais u m a opção n o sentido d a seleção d e materiais metálicos para a s d i v e r s a s aplicações
industriais.

2 . Definições - P e l o c o n h e c i m e n t o d o d i a g r a m a d e e q u i l í b r i o F e - C , o o s t u m a - s e definir
ferro-fundido como "as ligas F e - C cujo teor de c a r b o n o s e situa acima 2 , 0 % a p r o x i m a d a m e n -
te". F a c e à influência d o silício n e s s a liga, s o b r e t u d o s o b o ponto d e v i s t a d e s u a constituição
e s t r u t u r a l , o ferro f u n d i d o é n o r m a l m e n t e c o n s i d e r a d o u m a "liga t e r n á r i a F e - C - S i " , pois o
silício está f r e q u e n t e m e n t e presente e m teores s u p e r i o r e s ao do próprio c a r b o n o .
P o r outro lado, e m f u n ç ã o d e s u a constituição estrutural, o c a r b o n o e s t á g e r a l m e n t e pre-
s e n t e , e m grande p a r c e l a , n a f o r m a "livre".
N e s s a s c o n d i ç õ e s , a d e f i n i ç ã o d e ferro f u n d i d o a d o t a d a nesta o b r a s e r á a seguinte:

"Ferro fundido é a liga ferro-carbono-silício, de teores de carbono geralmente acima de


2,0%, em .quantidade superior à que é retida em solução sólida na austenita, de modo a
resultar carbono parcialmente livre, na forma de veios ou lamelas de grafita".

D e n t r o d a d e n o m i n a ç ã o g e r a l d e "ferro f u n d i d o " , p o d e m s e r d i s t i n g u i d o s o s s e g u i n t e s
t i p o s d e liga:

- Ferro fundido cinzento - cuja fratura mostra u m a coloração escura ( d o n d e a s u a denomi-


n a ç ã o ) , c a r a c t e r i z a d a p o r a p r e s e n t a r c o m o e l e m e n t o s d e liga f u n d a m e n t a i s o c a r b o n o e o
s i l í c i o e e s t r u t u r a e m q u e u m a p a r c e l a r e l a t i v a m e n t e g r a n d e d o c a r b o n o e s t á n o e s t a d o livre
(grafita lamelar) e outra p a r c e l a n o estado c o m b i n a d o ( F e C ) ; 3

- ferro fundido branco - cuja fratura mostra u m a coloração clara (donde a s u a denomina-
ç ã o ) , c a r a c t e r i z a d o p o r a p r e s e n t a r a i n d a c o m o e l e m e n t o s d e liga f u n d a m e n t a i s o c a r b o n o e
o silício, m a s c u j a e s t r u t u r a , d e v i d o às c o n d i ç õ e s d e fabricação e m e n o r t e o r d e silício, apre-
senta o carbono quase inteiramente n a forma c o m b i n a d a (Fe C); 3

- ferro fundido mesclado - c u j a fratura mostra u m a coloração mista entre b r a n c a e cinzenta


( d o n d e a s u a d e n o m i n a ç ã o ) , caracterizado i g u a l m e n t e p o r u m a mescla d e proporções variá-
v e i s d e ferro f u n d i d o b r a n c o e ferro fundido c i n z e n t o ;
- ferro fundido maleável - caracterizado p o r s e r o b t i d o a partir d o f e r r o f u n d i d o branco,
m e d i a n t e u m tratamento t é r m i c o especial (maleabilização), resultando n u m a transformação
d e praticamente todo o f e r r o c o m b i n a d o e m grafita n a f o r m a de nódulos ( e m v e z d e veios ou
lamelas);
- ferro fundido nodular- c a r a c t e r i z a d o p o r a p r e s e n t a r , devido a u m t r a t a m e n t o realizado
a i n d a n o e s t a d o l í q u i d o , c a r b o n o livre n a f o r m a d e g r a f i t a e s f e r o i d a l , o q u e c o n f e r e a o m a t e r i a l
c a r a c t e r í s t i c a d e b o a d u c t i l i d a d e , d o n d e a d e n o m i n a ç ã o f r e q u e n t e p a r a e s s e m a t e r i a l d e ferro
fundido dúctil.
- ferro fundido de grafita compactada - c a r a c t e r i z a d o pelo fato d a grafita apresentar-se em
" e s c a m a s " ou s e j a c o m a f o r m a d e plaquetas o u estrias, motivo pelo q u a l t e m sido também
designado por "quasi-escama". Outras denominações s ã o : escama a g r e g a d a , semi-ondular
e vermicular. É u m p r o d u t o q u e , c o m o o ferro n o d u l a r , exige adição d e e l e m e n t o s especiais
c o m o t e r r a s r a r a s , c o m u m e l e m e n t o a d i c i o n a l , c o m o o t i t â n i o , q u e r e d u z a f o r m a ç ã o de
g r a f i t a esferoidal. O f e r r o f u n d i d o d e grafita c o m p a c t a d a , p o d e s e r c o n s i d e r a d o u m material
i n t e r m e d i á r i o e n t r e o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o e o f e r r o n o d u l a r ; p o s s u i a f u n d i b i l i d a d e d o ferro
fundido cinzento, c o m melhor resistência mecânica e alguma ductilidade. Sua
comercialização é relativamente recente.

494
GFEDCBA
CBA FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

A faixa de c o m p o s i ç ã o d o s cinco principais tipos de ferros f u n d i d o s , s e m e l e m e n t o s d e


liga, e s t á i n d i c a d a n a T a b e l a 159< ». 293

TABELA159
Faixa d e c o m p o s i ç ã o d e f e r r o s f u n d i d o s t í p i c o s c o m u n s

Composição química, %
Tipo
C SI Mn S P
Branco 1,8/3,6 0,5/1,9 0,25/0,80 0,06/0,20 0,06/0,20
Maleável 2,2/2,9 0,9/1,9 0,15/1,20 0,02/0,20 0,02/0,20
Cinzento 2,574,0 1,0/3,0 0,20/1,00 0,02/0,25 0,02/1,00
Nodular 3,0/4,0 1,8/2,8 0,10/1,00 0,01/0,03 0,01/0,10
Grafita
compactada 2,5/4,0 1,0/3,0 0,20/1,00 0,01/0,03 0,01/0,10

3. Diagrama de equilíbrio Fe-C para a faixa correspondente aos ferros fundidos - A Fig.
207 ( 2 9 4 ) corresponde à mais recente v e r s ã o d o diagrama d e equilíbrio Fe-C. Esse d i a g r a m a é
relativo a p e n a s à l i g a b i n á r i a F e - C , e m q u e o p r i n c i p a l e l e m e n t o d e l i g a é o c a r b o n o . O s e u
e s t u d o , n a f a i x a c o r r e s p o n d e n t e a o s a ç o s j á f o i f e i t o no C a p í t u l o I d a p r e s e n t e o b r a .
As considerações complementares q u e p o d e m ser feitas, a o analisar os f e n ó m e n o s q u e
ocorrem n a faixa relativa aos ferros fundidos, s ã o as seguintes:

- a o teor d e c a r b o n o d e 4 , 3 % , t e m p e r a t u r a d e 1148° (ponto C ) , c o r r e s p o n d e a liga d e m a i s


baixo ponto d e solidificação o u f u s ã o ; e s s a liga é c h a m a d a eutética;

I—7

1600
1538 j'
v > < ! 4 9 S

1400
1394 ^ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQP
/ !

^^^x—
1200
1148°
o
•N J
F '2,11 x Solidus \ C (4,30)1
-(
3
(AUST ENITA) /
3 1000 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJ
CO
/ Auste lita + Cemjjntita

I 300
V !

S ( ),77) 727° !

400

200

j 1
1,0 2,0 | 3,0 4,0 5j0 6,0 6,7

% de Carbono

H g . 2 0 7 - D i a g r a m a de equilíbrio Fe-C.

;495
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

- a s ligas e n t r e 2,0 e 4 , 3 % d e c a r b o n o s ã o c h a m a d a s h i p o e u t é t i c a s ; a q u e l a s d e c a r b o n o
a c i m a d e 4 , 3 % são c h a m a d a s h i p e r e u t é t i c a s . O s f e r r o s f u n d i d o s c o r r e s p o n d e n t e s s e r i a m pois
d e n o m i n a d o s hipoeutéticos, hipereutéticos e eutéticos (estes últimos c o m 4 , 3 % d e carbono).
- a o r e s f r i a r l e n t a m e n t e u m a l i g a b i n á r i a F e - C c o m t e o r d e c a r b o n o c o r r e s p o n d e n t e à liga
e u t é t i c a (ponto C), verifica-se q u e , exatamente no p o n t o C, a m e s m a s e solidifica, havendo em
e q u i l í b r i o d u a s f a s e s : a u s t e n i t a d e u m l a d o e F e C ( c e m e n t i t a ) d o o u t r o l a d o . E s s e eutético
3

c r i s t a l i z a d o é c h a m a d o ledeburita"e é constituído d e u m fundo de cementita c o m aproximada-


m e n t e 6 , 7 % de carbono e cristais dentríticos de a u s t e n i t a , contendo 2 , 0 % d e c a r b o n o ;
- continuando o resfriamento, verifica-se u m a d i m i n u i ç ã o gradativa d o teor d e carbono de
a u s t e n i t a , v i s t o q u e a c o m p o s i ç ã o d e s t a a c o m p a n h a a i n c l i n a ç ã o d a l i n h a ES o u A . m Esse fenó-
m e n o p r o s s e g u e até q u e s e t e n h a atingido a t e m p e r a t u r a 7 2 7 ° C ( p o n t o S ) , c o r r e s p o n d e n t e a-
0 , 7 7 % de carbono, na linha A v a b a i x o d a q u a l c o m o s e s a b e , não p o d e m a i s e x i s t i r a austenita.
- a o ultrapassar, pois, a linha A v essa austenita transforma-se em perlita. A s s i m sendo, a
l e d e b u r i t a , abaixo de 7 2 7 ° C , até a t e m p e r a t u r a a m b i e n t e (faixa d e t e m p e r a t u r a s dentro d a
q u a l n e n h u m a nova t r a n s f o r m a ç ã o acorre) s e r á c o n s t i t u í d a de glóbulos d e perlita sobre um
f u n d o d e c e m e n t i t a ; o a s p e c t o m i c r o g r á f i c o d e s s e c o n s t i t u i n t e , q u e c o r r e s p o n d e , pois, ao de
u m ferro fundido c o m 4 , 3 % d e carbono, está r e p r e s e n t a d o na figura 2 0 8 .
- s u p o n h a - s e , agora, u m ferro fundido hipoeutético, por exemplo c o m 3 % d e carbono:
linha X da Fig. 207. A c i m a d a linha liquidus, a liga e s t á inteiramente liquefeita. Durante seu
resfriamento, ao atingir-se o ponto x v o c o r r e a f o r m a ç ã o d o s p r i m e i r o s c r i s t a i s s ó l i d o s de
a u s t e n i t a , c u j o t e o r d e c a r b o n o é d a d o p e l a i n t e r s e c ç ã o d a h o r i z o n t a l p a s s a n d o a p a r t i r d e x,,
a t é e n c o n t r a r a línha solidus JE;

Fig. 208 - Aspecto micrográfico d a ledeburita. Estrutura típica de ferro fundido branco c o m 4,3%
de c a r b o n o ; glóbulos de perlita sobre u m fundo de cementita.
A t a q u e : picrico. A u m e n t o : 5 3 0 X (Gentileza do Instituto de Pesquisas Tecnológicas d e São Paulo).

- continuando o resfriamento, suponha-se ter sido atingida a temperatura correspondente


a o p o n t o x . A e s s a t e m p e r a t u r a , a liga d e 3 , 0 % d e c a r b o n o a p r e s e n t a , e m equilíbrio, duas
2

f a s e s , c o m o se pode p e r c e b e r pelas intersecções d a horizontal por x 2 a t é o s e x t r e m o s tío


d i a g r a m a (linhas solidus e liquidus): austenita, q u e s e enriquece p a u l a t i n a m e n t e de carbono
e o l í q u i d o , c u j a c o m p o s i ç ã o , p o r s u a v e z , p e r c o r r e a l i n h a l i q u i d u s . E m r e s u m o : à m e d i d a que
a l i g a c o m 3 , 0 % d e c a r b o n o s e a p r o x i m a d a l i n h a s o l i d u s , cristais de a u s t e n i t a s e f o r m a m em

496
EDCBA
CBA FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

quantidades c a d a v e z maiores, d i m i n u i n d o a quantidade d e f a s e líquida. A atingir-se a t e m -


peratura c o r r e s p o n d e n t e à linha s o l i d u s , no ponto x , estão e m equilíbrio a fase
3 austenita
c o m 2 , 0 % d e c a r b o n o e eutético c o m 4 , 3 % de carbono (ou s e j a ledeburita, por s u a vez
constituída de austenita e cementita);
- prosseguindo o resfriamento, a austenita isolada de um lado e a austenita da ledeburita
do outro terão s e u t e o r d e carbono n o v a m e n t e alterado para v a l o r e s d e c r e s c e n t e s , ao p e r c o r -
rer a s u a c o m p o s i ç ã o a l i n h a A , m até ser atingida a temperatura d e 727°C, correspondente à
l i n h a A,, q u a n d o t o d a a a u s t e n i t a ( i n c l u s i v e a d a l e d e b u r i t a ) s e t r a n s f o r m a e m p e r l i t a . D a í a t é
a temperatura ambiente, nenhuma n o v a transformação ocorre. E m consequência, abaixo de
727°C, a liga c o m 3 , 0 % de c a r b o n o s e r á constituída de cristais d e perlita envolvidos por
ledeburita q u e , p o r s u a v e z , é a g o r a c o n s t i t u í d a de glóbulos d e perlita sobre um f u n d o de
cementita. S e u a s p e c t o micrográfico é o indicado na Fig. 2 0 9 ;
- c o n s i d e r e - s e , p o r f i m , u m a liga hipereutética, por e x e m p l o c o m 5 % de carbono (linha Y ) .
Adotando o m e s m o raciocínio, t e r - s e - á : entre as linhas l i q u i d u s e solidus, cristais de
c e m e n t i t a d e f o r m a a l o n g a d a , f o r m a d o s e m p r i m e i r o lugar, e l í q u i d o , c u j a c o m p o s i ç ã o p e r c o r -
re a l i n h a l i q u i d u s , n o s e n t i d o d o p o n t o e u t é t i c o . A o a t i n g i r a t e m p e r a t u r a d e 1 1 4 8 ° C , d a r - s e -
á a solidificação total e as fases e m equilíbrio serão: c e m e n t i t a de u m lado e o eutético
ledeburita (austenita mais cementita) d o outro;
- entre a s l i n h a s s o l i d u s e a l i n h a A , , n a d a o c o r r e c o m a c e m e n t i t a ; m a s a a u s t e n i t a d o
eutético (ledeburita) terá s e u teor d e c a r b o n o alterado, p e r c o r r e n d o a linha A O T até atingir-se
a linha A v q u a n d o e l a p a s s a a p e r l i t a . A s s i m , a 7 2 7 ° C ( l i n h a A ), t a liga c o n s i d e r a d a será
constituída d a s f a s e s : cristais a l o n g a d o s d e c e m e n t i t a e u m f u n d o d e ledeburita (glóbulos d e
perlita mais c e m e n t i t a ) . S e u a s p e c t o m i c r o g r á f i c o , que p e r m a n e c e a t é a t e m p e r a t u r a a m b i e n -
te, é o d a F i g . 2 1 0 .
As' m i c r o e s t r u t u r a s m o s t r a d a s s ã o t í p i c a s d e f e r r o s f u n d i d o s a b s o l u t a m e n t e brancos,
pois não e s t á p r e s e n t e q u a l q u e r q u a n t i d a d e d e silício. Tais ligas, o o m o s e v e r á p o s t e r i o r m e n -
te, têm utilização relativamente limitada, f a c e à s propriedades m e c â n i c a s geralmente d e s f a -
voráveis para as aplicações mais c o m u n s .

Fig. 209 - A s p e c t o micrográfico apresentado por um ferro fundido hipoeutético.A estrutura


apresenta dendritas de perlita, áreas pontilhadas constituída de ledeburita e algumas áreas
brancas constituídas de cementita. A t a q u e : picral.Aumento: 530X (Gentileza do Instituto
de PesquisaTecnológica de São Paulo).

497
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Fig. 210 -Aspecto micrográfico de ferro fundido branco hiper-eutético.A estnrtura a p r e s e n t a longos
cristais de cementita sobre u m f u n d o de ledeburita.Ataque: pícrico.Aumento: 150x (Gentileza do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas d e S ã o Paulo).

4 . Diagrama de equilíbrio Fe-C-Si-O d i a g r a m a d a Fig. 207 é de n a t u r e z a metaestável ou


d e p s e u d o - e q u i l í b r i o , p o i s , c o m o t e m p o , p o d e o c o r r e r d e c o m p o s i ç ã o d o F e C e m ferro e
3

c a r b o n o , este último n a f o r m a d e grafita.


E s s a d e c o m p o s i ç ã o é a c e l e r a d a pela p r e s e n ç a d e silfcio, de m o d o q u e c o n v é m estudar o
efeito d e s s e elemento n o d i a g r a m a de equilíbrio F e - C . Trata-se, a s s i m d e e s t u d a r u m diagra-
m a t e r n á r i o , o q u e p o d e s e r f e i t o t o m a n d o - s e s e c ç õ e s d o d i a g r a m a F e - C - S i , p a r a t e o r e s deter-
m i n a d o s d e silício. A F i g . 2 1 1 ( 2 9 S 1 m o s t r a s e c ç õ e s p a r a t e o r e s de silício d e 2 , 3 % , 3 , 5 % , 5 , 2 % e
7 , 9 % . O s d o i s p r i m e i r o s c o r r e s p o n d e m a ligas F e - C - S i d e m a i o r u s o p r á t i c o . N a s f i g u r a s s ã o
m o s t r a d a s apenas as linhas de transformação p a r a temperatura, elevadas, a partir de 1 000°C.
Pela sua observação verifica-se que a principal alteração refere-se à composição do
e u t é t i c o , o q u a l d i m i n u i à m e d i d a q u e a u m e n t a o t e o r d e silício. A o m e s m o t e m p o , n o t a - s e
q u e a r e a ç ã o do eutético o c o r r e n u m intervalo d e t e m p e r a t u r a , ao c o n t r á r i o d o q u e acontece
n o d i a g r a m a binário F e - C , o n d e tal reação se d á a u m a t e m p e r a t u r a p r a t i c a m e n t e constante.
S o b o ponto de vista prático, a utilização e i n t e r p r e t a ç ã o dos f e n ó m e n o s d e transforma-
ç ã o dos diagramas ternários s ã o relativamente c o m p l e x a s .
A f i g u r a 212t 2 9 3 ' m o s t r a a s f a i x a s dos t e o r e s d e c a r b o n o e de silício d a s ligas ferrosas. A
l i n h a t r a c e j a d a inferior d e f i n e o limite superior d e t e o r d e c a r b o n o c o m o o limite d a solubilida-
de do carbono na austenita.
N o c a s o d o s ferros f u n d i d o s t o m a d o s c o m o l i g a s ternárias, utiliza-se u m conceito ou
f ó r m u l a q u e p o s s i b i l i t a l e v a r e m c o n s i d e r a ç ã o o e f e i t o d o silício n a s t r a n s f o r m a ç õ e s e s t r u t u -
r a i s e, p o r t a n t o , n a s p r o p r i e d a d e s d o s f e r r o s f u n d i d o s , e m q u e o s i l í c i o e s t á p r e s e n t e e m
t e o r e s relativamente elevados.
E s s e c o n c e r t o é o d o "carbono equivalente" e é representado pela fórmula' 2 9 3 1

C E . = % C + 1/3 ( % S i + % P )

D e i x a n d o d e l a d o o f ó s f o r o , c u j a i n f l u ê n c i a n e s s a s l i g a s s e r á e s t u d a d a m a i s a d i a n t e , ter-
se-ia apenas:

C E . = % C + 1/3 (%Si)

498
JIHGFEDCBA FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

1500 1500
í+L 2,3% SI 3,5% Si

1400 V
Metaestável
1400 X Maestável zyxwvutsrqponm
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

9
c<-hf

1300
/ a \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
\ 'rrl
K/+L\

\
O 1300

1200
ê
\L
N zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONML
\ \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
1200
T ^
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZY
\ c/+L+Ci \L

1100 / 1100
/ CT+C,
2 2
%C %C

1500 1500

\
5,2% SI 7,9% SI
Metaestável Metaestável
1400 1400
o< — W + L \ OÍ+C/+ L

l\
v

1300 1300
<*+</__

\ 1200
W+L
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
1200
í cxí-H/
cZ+C, V+L-t Q
' i 1100
1100 -

1000
l ; / 4 C j j yl
+ (

2
!<x '+C,+C 2

1000
t*+C , + c

2
2

%C %C

Fig. 211 - D i a g r a m a s de equilíbrio metaestáveis Fe-C-Si para quatro diferentes teores de silfcio.

.%c + v % SI = 4,3
^ FERRO NO0UUR
4,0

cr
<
o
tu
\\ \AÁAAA/

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHG
P
//////
FERRO
- < - FUNDIDO
CINZENTO

§ '° 2
1
DIDO BRANCO —FERRO FUN
1
—• FERRO MALEÂVEL

t 1
p 1
SI = 2,0
1,0 N %C + Vi«


os / / / /

0
//// AÇ
1,0
#/ 2,0
T E O R DE SILÍCIO, %

Fig. 2 1 2 - Faixa aproximada de quantidades de carbono e silício nas ligas ferrosas.


3,0 4,0

499
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

A f ó r m u l a i n d i c a q u e o e f e i i o d o silício c o r r e s p o n d e a o d e u m t e r ç o d o e f e i t o d o c a r b o n o .
P o r e x e m p l o , t o m a n d o - s e n a F i g . 211 u m a liga c o m 2 , 3 % de Si, v e r i f i c a - s e q u e o ponto
eutético corresponde a c e r c a d e 3,6%. Aplicando-se a fórmula ter-se-ia:

C E . = 3,6 + 2 , 3 / 3 = 4 , 3 % a p r o x i m a d a m e n t e

D o m e s m o m o d o , n a l i g a c o m 3 , 5 % d e s i l í c i o , o n d e o e u t é t i c o foi d e s l o c a d o p a r a c e r c a d e
3 , 2 0 % de carbono, ter-se-ia:

C E . = 3,2 + 3,5/3 = 4 , 3 a p r o x i m a d a m e n t e .

E m r e s u m o , a s l i g a s c o m 3 , 6 % d e c a r b o n o e 2 , 3 % d e silício e c o m 3 , 2 % d e c a r b o n o e
3 , 5 % d e s i l í c i o c o m p o r t a m - s e c o m o ligas e u t é t í c a s e a p r e s e n t a m , t e o r i c a m e n t e , à t e m p e r a t u -
ra a m b i e n t e , u m a estrutura ledeburítica.
N a v e r d a d e , a l é m d o e f e i t o q u e o silício e x e r c e a o d e s l o c a r o eutético p a r a t e o r e s m a s baixos
d e c a r b o n o (*), u m a o u t r a c a r a c t e r í s t i c a d e s s e e l e m e n t o , f u n d a m e n t a l s o b o p o n t o d e vista de
estrutura e propriedades m e c â n i c a s , relaciona-se c o m s u a tendência grafitizante o u seja promo-
v e r a d e c o m p o s i ç ã o d o F e C e m ferro e c a r b o n o , e s t e ú l t i m o s o b a f o r m a d e g r a f i t a lamelar.
3

T o m a n d o - s e a s e c ç ã o c o r r e s p o n d e n t e a 2 , 0 % d e Si de u m d i a g r a m a c o m p l e t o Fe-G-Si,
c o m o m o s t r a a F i g . 2 1 3 , v e r i f i c a - s e a e x i s t ê n c i a d e t r ê s f a s e s ( á r e a s a c h u r a d a s ) , u m a das
q u a i s é grafita.
C o m o o quando s e f o r m a a grafita?
L e m b r e - s e d e q u e o d i a g r a m a d e e q u i l í b r i o F e - C é d e n a t u r e z a m e t a e s t á v e l : a rigor, traís-
s e d e u m d i a g r a m a F e - F e C . O e q u i l í b r i o e s t á v e l c o r r e s p o n d e , d e f a t o , à l i g a f e r r o - g r a f i i a , ou
3

s e j a a s c o n d i ç õ e s d e e q u i l í b r i o s ã o t a i s q u e o c o r r e a d e c o m p o s i ç ã o d o F e C e m F e e C, este
3

ú l t i m o n a f o r m a de grafita.
E s s a decomposição d e p e n d e d a velocidade de resfriamento e da p r e s e n ç a d e determina-
d o s e l e m e n t o s de liga.
A o solidificar um ferro f u n d i d o cinzento h i p o e u t é t i c o , por exemplo c o m 3 % d e carbono
e 2 , 3 % d e silfcio, r e s u l t a m , e m p r i m e i r o lugar, c r i s t a i s p r i m á r i o s d e a u s t e n i t a , c u j a quanti-
d a d e a u m e n t a com o d e c r é s c i m o da t e m p e r a t u r a . A c e r c a de 1150°C, o líquido remanes-
cente solidifica c o m u m t e o r de carbono de a p r o x i m a d a m e n t e 3 , 6 % ( F i g . 211). Nesse
m o m e n t o , por reações c o m p l e x a s , ainda não d e v i d a m e n t e explicadas, o c o r r e e m grande
p a r t e a g r a f i t i z a ç ã o . A d m i t e - s e , e n t r e t a n t o , q u e , n o c u r t o intervalo d e t e m p o e m q u e ocorre
a solidificação final, fica e s t a b e l e c i d a a q u a n t i d a d e , a f o r m a e a d i s t r i b u i ç ã o d a grafita.
A b a i x o d a t e m p e r a t u r a d e solidificação, no e x e m p l o c o n s i d e r a d o , t ê m - s e , p o i s , dendritas
d e austenita, cujo teor d e c a r b o n o decresce c o m a q u e d a d a t e m p e r a t u r a , f o r m a n d o uma
matriz e m que estão distribuídas lamelas de grafita. O carbono, que é precipitado da
a u s t e n i t a , a p a r e c e e m p a r t e c o m o perlita e e m p a r t e c o m o grafita livre. A q u a n t i d a d e desta
d e p e n d e , c o m o j á m e n c i o n o u , d a velocidade de resfriamento e do teor d e silfcio.
A o ultrapassar a ú l t i m a l i n h a d e t r a n s f o r m a ç ã o , c o r r e s p o n d e n t e à t e m p e r a t u r a d o eutetóide, a
a u s t e n i t a r e m a n e s c e n t e p a s s a a perlita e a estrutura d a l i g a é constituída d e p e r l i t a c o m lamelas de
grafita, p o d e n d o , ainda, c o m r e s f r i a m e n t o m a i s lento, a p e r l i t a d e c o m p o r - s e p a r c i a l m e n t e e m ferrita
e grafita. A estrutura c o n s i s t i r á , e n t ã o , d e perlita, ferrita e l a m e l a s d e grafita ( F i g . 2 1 4 ) . E s s a é u m a
d a s estruturas c o m u n s e m f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s d e m a i o r utilização c o m e r c i a l .

5 . Fatores que influem na estrutura do ferro fundido - S ã o dois os fatores preponderantes


n a d e t e r m i n a ç ã o d a e s t r u t u r a d o ferro fundido:

- composição química
- velocidade de resfriamento

(*) Essa influência também se faz sentir nos aços (Capítulo I), cujo teor de carbono do eutetóide diminuía
medida que aumenta o teor de silfcio.

500
HGFEDCBA
CBA FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

5 . 1 . Composição química - O s e l e m e n t o s q u e m a i s i n f l u e m n a e s t r u t u r a s ã o o carbono e o


silício, c o m o s e p o d e d e p r e e n d e r d e t u d o o q u e f o i e x p o s t o até o m o m e n t o : o carbono determina
a q u a n t i d a d e d e g r a f i t a q u e s e p o d e f o r m a r e o silício é essencialmente elemento grafitizante,
favorecendo a d e c o m p o s i ç ã o do c a r b o n e t o d e ferro; s u a p r e s e n ç a , i n d e p e n d e n t e m e n t e d o t e o r
de carbono, p o d e f a z e r u m ferro f u n d i d o t e n d e r p a r a o cinzento o u p a r a o branco. O manganês,
s e m p r e p r e s e n t e , t e m e f e i t o o p o s t o a o d o s i l í c i o , isto é, e s t a b i l i z a a c e m e n t i t a e, a s s i m , c o n t r a -
b a l a n ç a , d e c e r t o m o d o , a a ç ã o g r a f i t i z a n t e d o silfcio. A rigor, o m a n g a n ê s n o s f e r r o s f u n d i d o s ,
tanto q u a n t o n o s a ç o s , é adicionado c o m o dessulfurante; entretanto, c o m o na prática h á s e m -
p r e u m e x c e s s o d e m a n g a n ê s , e s t e a t u a c o m o e s t a b i l i z a d o r d a p e r l i t a : d a í o s e u efeito o p o s t o
a o do silício e s u a u t i l i d a d e p a r a p r o d u z i r e s t r u t u r a c o m m a t r i z p r e d o m i n a n t e m e n t e p e r i í t i c a ,
sobretudo e m p e ç a s fundidas v o l u m o s a s .
Os outros elementos, impurezas n o r m a i s , fósforo e enxofre, não têm uma ação muito
significativa s o b o ponto de vista de t e n d ê n c i a grafitizante. Apenas o fósforo é um
estabilizador relativamente forte do c a r b o n e t o de ferro; s u a principal ação é na estrutura d o
m a t e r i a l , p o r q u e f o r m a corri o f e r r o e o c a r b o n o u m c o m p o s t o d e n a t u r e z a e u t é t i c a - c a r b o n e t o
d e ferro d e f o s f e t o d e f e r r o - d e a p a r ê n c i a b r a n c a e p e r f u r a d a , c h a m a d a steadita (Fig. 2 1 5 ) .
A Tabela 1 6 0 ( 2 3 3 ' m o s t r a os e f e i t o s s o b r e a e s t r u t u r a d e a l g u n s e l e m e n t o s q u a n d o p r e s e n -
tes no ferro f u n d i d o .
A a ç ã o d o s e l e m e n t o s de liga s o b r e a s p r o p r i e d a d e s e o u t r o s característicos d o s f e r r o s
fundidos s e r á e s t u d a d a mais adiante.

5.2. Velocidade de resfriamento - E s s e fator relaciona a velocidade de resfriamento


propriamente dita d u r a n t e a solidificação n o interior dos m o l d e s e a e s p e s s u r a das p e ç a s
moldadas. Em outras palavras, secções espessas significam velocidades de resfriamento
relativamente lentas e secções finas, v e l o c i d a d e s rápidas, o q u e significa t a m b é m que em
peças de s e c ç õ e s de diferentes espessuras, ocorrem diversas velocidades de
resfriamento.
Para e l e v a d a s v e l o c i d a d e s de r e s f r i a m e n t o - c o m o as q u e s e v e r i f i c a m em secções finas
ou nas á r e a s a d j a c e n t e s às p a r e d e s d o m o l d e - n ã o há muito t e m p o p a r a a d e c o m p o s i ç ã o d a

Fig. 2 1 3 - Secção vertical do sistema Fe-C-Si a um teor constante de 2 % de Si, mostrando,


em achurado, as áreas de três fases.

501
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

T A B E L A 160
E f e i t o s e s t r u t u r a i s de a l g u n s e l e m e n t o s no f e r r o f u n d i d o

Elemento Efeitos durante a Efeito d u r a n t e a r e a ç ã o eutetóide


solidificação
Alumínio Forte grafilizante Promove a f o r m a ç ã o de ferrita
e grafita
Antimõnio Nas quantidades usadas, pequeno Forte estabilizador d a perlita
efeito
Boro, até
0,15% Forte grafitizante Promove a f o r m a ç ã o de grafita
Boro, acima
0,15% Estabilizador do Forte tendência à retenção da perlita
carboneto
Cromo Forte ação carbonetante. Fornia c a r b o - Forte tendência à formação de
netos complexos muito estáveis perlita
Cobre Grafitizante fraco Promove a f o r m a ç ã o de perlita
Manganês Fraca tendência carbonetante Formador de perlita
Molibdênio Fraca tendência carbonetante Forte formador de perlita
Níquel Grafitizante Fraco promotor de perlita
Silício Forte grafitizante Promove a f o r m a ç ã o de ferrita e
grafita
Telúrio Forte tendência carbonetante, m a s não Muito fraco estabilizador d a perlita
estabilizadora
Estanho Pequeno efeito na quantidade u s a d a Forte tendência à retenção da perlita
Titânio Grafitizante Promove a f o r m a ç ã o de grafita
até 0,25%
Vanádio Forte tendência carbonetante Forte formador d a perlita

cementita, de m o d o q u e , d e p e n d e n d o dos t e o r e s d e carbono e de silício, p o u c a ou nenhuma


grafitização ocorre e h á t e n d ê n c i a para f o r m a r - s e ferro fundido b r a n c o . P r o d u z - s e o que se
c h a m a n a p r á t i c a d e secções coquilhadas.
C o m as v e l o c i d a d e s d e resfriamento l e n t a s d a s s e c ç õ e s mais e s p e s s a s , ocorre uma
a p r e c i á v e l grafitização, d e p e n d e n t e s e m p r e d o t e o r d e silício. A e s t r u t u r a s e r á constituída
e s s e n c i a l m e n t e d e p e r l i t a e g r a f i t a . P a r a r e s f r i a m e n t o a i n d a m a i s l e n t o e t e o r d e silício mais
e l e v a d o , a c e m e n t i n a d a perlita p o d e t a m b é m d e c o m p o r - s e p a r c i a l m e n t e , originando-se as-
sim, a estrutura c o n s t i t u í d a d e veios de grafita, p e r l i t a e ferrita, r e p r e s e n t a d a na Fig. 214.
E s s a estrutura c o n f e r e a o material característicos d e b a i x a d u r e z a e e x c e l e n t e usinabilidade,
a l é m de razoável resistência mecânica.
É claro q u e h a v e r á s e c ç õ e s intermediárias, c o m a l g u m a f o r m a ç ã o d e grafita, resultando,
nelas, ferro fundido m e s c l a d o .
A v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o n ã o influi a p e n a s n a g r a f i t i z a ç ã o ; o u t r a a ç ã o i m p o r t a n t e é n a
f o r m a , d i s t r i b u i ç ã o e t a m a n h o d o s v e i o s d e g r a f i t a . V e l o c i d a d e s aftas p r o d u z e m v e i o s finos,
c o m u m a distribuição d e n t r í t i c a , c o m u m e n t e i n d e s e j á v e l . V e l o c i d a d e s m é d i a s resultam em
distribuição e t a m a n h o s n o r m a i s , e v e l o c i d a d e s m u i t o lentas e m u m a distribuição de veios
grosseiros de grafita.
A influência d a v e l o c i d a d e d e resfriamento, j u n t a m e n t e c o m a do t e o r d e silício, pode ser
f a c i l m e n t e v e r i f i c a d a n a p r á t i c a c o m u m p e q u e n o e n s a i o a s e r r e a l i z a d o p e l o f u n d i d o r , utili-
zando um pequeno corpo de prova de f o r m a especificada, charriado cunha de
coquilhamento, indicada esquematicamente n o s desenhos da Fig. 2 1 6 ' 2 9 8 1 . Desse modo,
t e m - s e u m m e i o r á p i d o e e f i c i e n t e d e c o n t r o l a r a t e n d ê n c i a à g r a f i t i z a ç ã o d e u m f e r r o fundido
e corrigir e m t e m p o a s c a r g a s do forno d e f u n d i ç ã o , m e d i a n t e a d i ç ã o de .elementos
grafitizantes ou estabilizadores.

6 . Componentes estruturais dos ferros fundidos - O m a i s i m p o r t a n t e é a grafita, por ser o


e l e m e n t o que d e t e r m i n a f u n d a m e n t a l m e n t e o s característicos m e c â n i c o s dos ferros fundi-

502
GFEDCBA FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

Fig. 2 1 4 - Estrutura de ferro fundido cinzento do tipo hipoeutético, mostrando os


constituintes perlita, ferrita e v e i o s de grafita.Ataque: picral.Aumento: 100X.
(Gentileza do Instituto d e Pesquisas Tecnológicas de São Paulo).

dos. C o s t u m a - s e c o m p a r a r os ferros f u n d i d o s aos a ç o s , c h a m a n d o - o s de aços contendo


g r a f i t a e m v e i o s , p o i s , a rigor, o s o u t r o s c o n s t i t u i n t e s e s t r u t u r a i s i m p o r t a n t e s - c e m e n t i t a ,
perlita e ferrita - s ã o os constituintes b á s i c o s dos aços. A r a z ã o p o r q u e os ferros f u n d i d o s
a apresentam p r o p r i e d a d e s tão distintas d a s dos aços reside no fato dos veios de grafita
e constituírem u m a solução de continuidade n a estrutura ou matriz básica do material o u , e m
outras palavras, i n t e r r o m p e m a u n i f o r m i d a d e ou continuidade d e s s a matriz.
a
a
s
-
4.
e,

o,

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e
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o
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Fig. 215 - Estrutura de um ferro fundido apresentando grandes veios de grafita, o eutético c o m p l e x o
o
rico e m fósforo e mais inclusões, n u m a matriz periftica. A t a q u e : picral.Aumento: 100X
- (Gentileza do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo).

503
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

V— * —A
base b - 6 a 75,2 mm ; altura h - 11,1 a 215,9 mm
comprimento £~ 57,1 a 203 mm zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
Fig. 216 - Cunha d e coquilhamento, em que as dimensões variam conforme indicado.
0 tempo necessário p a r a realizar o ensaio varia de 3 5 segundos, para a m e n o r cunha,
até 10 minutos p a r a a maior.

AASTM* e a AFS "' - 2 3 7 " 2 9 8 1 classificam o a s p e c t o e a f o r m a de a p r e s e n t a ç ã o d a grafita e m


cinco tipos, como se s e g u e :

A - irregular d e s o r i e n t a d a
B - e m roseta
C - desigual irregular
D - interdentrítica desorientada
E - interdentrítica orientada

representados e s q u e m a t i c a m e n t e n a Fig. 217.

Do m e s m o m o d o , e s s a s A s s o c i a ç õ e s classificam a grafita, pelas s u a s d i m e n s õ e s , em


o i t o t a m a n h o s , d e 1 a 8, c o r r e s p o n d e n d o o n a 1 à s d i m e n s õ e s maiores (veio m a i s longos) e
o n H 8 às dimensões m e n o r e s .
O s o u t r o s c o n s t i t u i n t e s n o r m a i s - ferrita, cementita e perlita - j á s ã o c o n h e c i d o s , pois
f o r a m descritos no primeiro capítulo desta obra.
A ledeburita, que ocorre nos ferros f u n d i d o s brancos, é um constituinte formado
de pequenos glóbulos de perlita, sobre um fundo de cementita; por isso apresenta
elevada dureza.
A steadita é u m c o n s t i t u i n t e d e n a t u r e z a e u t é t i c a , c o m p r e e n d e n d o p a r t í c u l a s de fosfeto
d e ferro F e P e c a r b o n e t o d e ferro F e C , c o m b a i x o p o n t o de fusão (inferior a 9 8 2 ° C ) . Ocorre
3 3

e m á r e a s interdendrfticas, f o r m a n d o u m a s e g r e g a ç ã o , pois essas á r e a s s ã o a s últimas que


solidificam. A steadita o c o r r e q u a n d o a quantidade de fósforo presente é s u p e r i o r a 0,15%. Ê
muito dura e frágil. S e u a s p e c t o micrográfico é o d a Fig. 2 1 5 .

7 . Fatores outros que influem nos característicos de grafitização dos ferros fundidos- A
g r a f i t i z a ç ã o ( f o r m a , d i s t r i b u i ç ã o e d i m e n s õ e s d o s v e i o s d e grafita) e, p o r t a n t o , a e s t r u t u r a e
o s característicos m e c â n i c o s d o s ferros f u n d i d o s , s ã o influenciados por o u t r o s fatores que
não apenas a composição química e a velocidade de resfriamento.

(*)ASTM-American Society for Testing Materials.


(**) AFS - American Foundrymen's Society.

504
GFEDCBA
DCBA FERROS FUNDIDOS - GENERALIDADES

YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
f -v-—-<r
Veios de grafita do tipo A Veios de .grafita dó tipo B

~¥%&? )%TÍ

Veios de grafita do tipo C " Veios de grafita do tipo D

Veios de grafita do tipo E


R g . 2 1 7 - F o r m a e distribuição dos veios de grafita, segundo as n o r m a s d a A S T M e d a A F S .
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

O m a i s i m p o r t a n t e é a c h a m a d a "inoculação" q u e consiste n a a d i ç ã o d e u m a liga m e t á -


lica, no metal, e n q u a n t o estiver líquido, q u e r n o próprio forno ou n a " p a n e l a de fundição",
p o u c o antes d o v a z a m e n t o d o m e t a l ou no j o r r o d o m e t a l líquido q u a n d o d a p a s s a g e m do
forno para a panela d e v a z a m e n t o . Acredita-se q u e e s s a prática p r o v o c a o aparecimento
d e "núcleos" no m e t a l f u n d i d o n o s quais a f o r m a ç ã o de grafita p o d e c o m e ç a r * 2 9 3 ' . O efeito
consiste num d e c r é s c i m o d a t e n d ê n c i a de f o r m a ç ã o de ferro b r a n c o , o u s e j a n u m a tendên-
cia à grafitização, s e m c o n s e q u ê n c i a a p r e c i á v e l n a estabilidade d a p e r l i t a . A l é m disso, fica
f a v o r e c i d a a f o r m a ç ã o d e v e i o s m e n o r e s d e g r a f i t a , c o m distribuição m a i s u n i f o r m e . Existe
muitos inoculantes c o m e r c i a i s , os quais p o d e m s e r agrupados d a s e g u i n t e maneira 1 2 9 9 ):

- inoculantes grafitizantes comuns, i n c l u i n d o grafita, silício m e t á l i c o , ferro-silício (com


5 0 % , 7 5 % ou 8 5 % d e Si) e silicieto de cálcio;
- inoculantes grafitizantes especiais, q u e s e c a r a c t e r i z a m p o r a p r e s e n t a r u m m a i o r efeito
grafitizante ( p o d e n d o , p o i s , s e r utilizados e m q u a n t i d a d e s r e l a t i v a m e n t e p e q u e n a s ) e que
1
i n c l u e m , entre o u t r o s , o s s e g u i n t e s : C a - S i ; C a - S i - T i ; C a - S i - M n ; S i - Z r - C a ; S i - B a ; Si-Mn-Ca-
Ba; Si-terras raras, S i - C é s i o etc;
- inoculantes estabilizadores ( t a m b é m c h a m a d o s p e r l i t i z a n t e s ) , r e c o m e n d a d o s p a r a fer-
r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s d e c a r b o n o e q u i v a l e n t e e l e v a d o ( 4 , 0 a 4 , 5 % ) e q u e i n c l u e m , entre
outros, Cr-Si, silicieto d e c r o m o , Cr-Si-Mn, Cr-Si-Mn-Zr.

A t e m p e r a t u r a do f e r r o f u n d i d o liquefeito d e v e s e r no m í n i m o , d e 1 4 5 5 ° C .
E m r e s u m o , p o d e - s e a f i r m a r q u e a i n o c u l a ç ã o d o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o t e m p o r objetivol ) 299 -

- a u m e n t a r a t e n d ê n c i a à g r a f i t i z a ç ã o e, p o r t a n t o , d i m i n u i r a t e n d ê n c i a a o c o q u i l h a m e n t o ;
- m e l h o r a r a t e n d ê n c i a à f o r m a ç ã o d e e s t r u t u r a s m a i s f i n a s e u n i f o r m e s e m s e c ç õ e s de
espessuras variadas;
- r e d u z i r o s u p e r - r e s f r i a m e n t o , p a r a f a v o r e c e r a f o r m a ç ã o d e g r a f i t a t i p o A e d i m i n u i r ou :
e l i m i n a r a g r a f i t a i n t e r d e n t r í t i c a , s o b r e t u d o a d o t i p o D;
- melhorar as propriedades mecânicas;
- finalmente, possibilitar a obtenção de ferros f u n d i d o s cinzentos d e a l t a resistência, com
carbonos equivalentes relativamente baixos.

O u t r o fator a c o n s i d e r a r é o superaquecimento, o u s e j a a t e m p e r a t u r a d e a q u e c i m e n t o do
f e r r o f u n d i d o q u a n d o i n t e i r a m e n t e liquefeito. D e v e - s e manter, g e r a l m e n t e , p a r a o s melhores
r e s u l t a d o s , o m e t a l f u n d i d o a u m a t e m p e r a t u r a m u i t o a l t a (1.500 a 1 . 7 0 0 ° C ) , o q u e exige um
f o r n o elétrico c o m o f o r n o d e f u s ã o . O s u p e r a q u e c i m e n t o resulta e m i n í c i o d e grafitização a
t e m p e r a t u r a s m a i s b a i x a s , o q u e p r o m o v e a f o r m a ç ã o d e v e i o s m e n o r e s e m a i s finos de grafita. .;
O u t r o resultado o b t i d o pelo s u p e r a q u e c i m e n t o diz respeito ao m a t e r i a l t o m a r - s e menos
sensível à influência d a v a r i a ç ã o da secção d a s p e ç a s . Nota-se, e n t r e t a n t o , u m a tendência '
d a grafita adquirir u m a d i s p o s i ç ã o interdentrítica, c o m c o n s e q u e n t e q u e d a d a resistência
m e c â n i c a do m a t e r i a l , o q u e é c o r r i g i d a p e l a i n o c u l a ç ã o .
De qualquer m o d o , c o m o j á se mencionou, não se conhece c o m p r e c i s ã o o mecanismo zyxwvu
5
exato de precipitação d a grafita; muitas teorias f o r a m propostas n e s s e sentido.
P o d e - s e , c o n t u d o , e s t a b e l e c e r c e r t o s f a t o s a s s o c i a d o s à f o r m a ç ã o d a g r a f i t a , a l g u n s dos ~;
quais já expostos, e q u e p o d e m ser resumidos d a seguinte maneira:

- a precipitação d a grafita d e p e n d e dos teores de carbono e silício e d a velocidade d e / j ;


resfriamento, através d e u m a certa faixa de t e m p e r a t u r a ;
- mantidos c o n s t a n t e s o t e o r de c a r b o n o e a v e l o c i d a d e de r e s f r i a m e n t o , quantidades a
c r e s c e n t e s d e S i r e s u l t a m e m q u a n t i d a d e s c r e s c e n t e s d e g r a f i t a e v e i o s d e g r a f i t a maiores;. S
- m a n t i d o s c o n s t a n t e s o S i e a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o , d e c r é s c i m o d o c a r b o n o total' 0 ,
origina menor q u a n t i d a d e de grafita, g e r a l m e n t e e m veios m e n o r e s ; : r .j|
- a precipitação d a grafita n ã o é limitada p e l a q u a n t i d a d e de C p r e s e n t e a l é m d a compor, y
s i ç ã o d o e u t e t ó i d e ( 0 , 8 0 % ) , m a s s e h o u v e r q u a n t i d a d e s u f i c i e n t e d e g r a f i t a e a v e l o c i d a d e da;
resfriamento for muito p e q u e n a , essa precipitação pode continuar até praticamente elimina^
a presença de q u a l q u e r c a r b o n o combinado;
- a grafitização é a c e l e r a d a pela p r e s e n ç a d e núcleos de grafita, o s q u a i s tendem a serí
d e s t r u í d o s por altas t e m p e r a t u r a s de f u s ã o .

506
HGFEDCBA
EDCBA FERROS FUNDIDOS BRANCOS zyxwv
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9 ) -

o; FERROS FUNDIDOS BRANCOS


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5

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507
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1. Introdução - Nestes materiais, como já se m e n c i o n o u , praticamente t o d o o carbono se


a p r e s e n t a n a f o r m a c o m b i n a d a d e c a r b o n e t o d e f e r r o F e C , m o s t r a n d o u m a s u p e r f í c i e d e fratura
3

c l a r a . S u a s p r o p r i e d a d e s f u n d a m e n t a i s , d e v i d o j u s t a m e n t e a alta q u a n t i d a d e d e c e m e n t i n a , s ã o
levadas dureza e resistência ao desgaste. Em c o n s e q u ê n c i a , sua usinabilidade é prejudicada, ou
s e j a , e s s e s m a t e r i a i s s ã o m u i t o difíceis d e s e usinar, m e s m o c o m os m e l h o r e s m a t e r i a i s de corte.
A c o m p o s i ç ã o q u í m i c a a d e q u a d a m e n t e a j u s t a d a - t e o r e s de c a r b o n o e silício - além d a
v e l o c i d a d e de resfriamento s ã o os meios mais u s a d o s p a r a produzir ferro f u n d i d o branco.
A produção industrial d o ferro fundido branco e x i g e , e m princípio, a c o m b i n a ç ã o desses
dois fatores. Para isso, l a n ç a - s e mão do c h a m a d o s i s t e m a de "coquilha" o u "coquilhamento",
q u e c o n s i s t e e m d e r r a m a r o m e t a l l í q u i d o e m m o l d e s m e t á l i c o s , o n d e o m e t a l resfria e m
c o n d i ç õ e s tais ou c o m tal v e l o c i d a d e que p r a t i c a m e n t e t o d a a grafitização é eliminada e o
c a r b o n o fica retido n a f o r m a c o m b i n a d a . A p r o f u n d i d a d e d a c a m a d a c o q u i l h a d a - ou seja
d a q u e l a secção das p e ç a s q u e entra e m contato c o m a parede metálica d o m o l d e - pode ser
c o n t r o l a d a , a j u s t a n d o - s e o t e o r d e silício d o f e r r o f u n d i d o .
E n t r e t a n t o , e m b o r a o t e o r d e silício s e j a o f a t o r p r e d o m i n a n t e no c o n t r o l e d a p r o f u n d i d a d e
d e coquilhamento, outros fatores de influência s ã o o s seguintes:

- temperatura de v a z a m e n t o
- temperatura de "coquilha", ou seja, do m o l d e metálico
- espessura da peça na secção coquilhada
- espessura da coquilha
- t e m p o d u r a n t e o q u a l o m e t a l fica e m c o n t a t o c o m a c o q u i l h a .

A d m i t i m o s c o n s t a n t e s e s s e s fatores, s e r á o t e o r d e silício da liga o f a t o r p r i n c i p a l a deter-


m i n a r a "profundidade de coquilhamento", ou seja, a profundidade c o r r e s p o n d e n t e à forma-
ç ã o d e ferro fundido b r a n c o .
A q u a n t i d a d e d e c a r b o n o t o t a l - s o m a d e c a r b o n o c o m b i n a d o .e c a r b o n o l i v r e ( g r a f i t a ) ,
C t = C o + C g - também atua de modo pronunciado, c o m o é demonstrado pela Fig. 218 ( 3 a a ',
a qual mostra, e s q u e m a t i c a m e n t e , a estrutura d e u m ferro fundido c o q u i l h a d o e seus ca-
racterísticos de d u r e z a , à medida que ocorre afastamento da zona inteiramente
coquilhada.

DUREZA BRANCO
APROXIMADA
C( = 3,50%
C c = 3,30%

BRINELL-450 Cg = 0,20%

R.C-44

MESCLADO

BRIMELL-300 Cc = 2,0%

R.C - 3 0 Cg = 1,50%

CINZENTO

BRINELL-150 Cc = 0,80%
Cg = 2,70%
R.C - 8 7

Fig. 218 -Aspecto esquemático d a fratura de uma p e ç a de ferro fundido coquilhado, mostrando
o teor aproximado de carbono total, carbono c o m b i n a d o e carbono graf ítioo.

508
GFEDCBA
DCBA FERROS FUNDIDOS BRANCOS

Na v e r d a d e , a figura permite verificar q u e , a partir de u m d e t e r m i n a d o C , no c a s o 3 , 5 0 % ,


as condições d e resfriamento que o c o r r e m pela ação da c o q u i l h a p r o d u z e m d e s d e q u a s e
n e n h u m a d e c o m p o s i ç ã o da c e m e n t i t a a t é u m a apreciável f o r m a ç ã o de grafita. Q u a n d o s e
desejar reduzir a z o n a de ferro m e s c l a d o , resultando assim n u m a redução mais a b r u p t a d a
z o n a c o q u i l h a d a p a r a a z o n a c i n z e n t a , u s a - s e a técnica d e a d i c i o n a r grafita n a p a n e l a d e
fundição, p o u c o antes de vazar o metal no molde ou coquilha.
P o r o u t r o l a d o , a f i g u r a 2 1 9 m o s t r a o e f e i t o d o teor d e c a r b o n o t o t a l n a d u r e z a d a p e ç a
coquilhada. A c u r v a apresentada é a m é d i a d o s resultados obtidos p o r vários pesquisadores*- '. 00

F i n a l m e n t e , a i n d a quanto ao efeito d o silício - e l e m e n t o f u n d a m e n t a l nos ferros f u n d i -


dos - a Fig. 2 2 0 - ' indica a relação entre a profundidade de c o q u i l h a m e n t o e o teor de
( 0 0

silício p a r a f e r r o s f u n d i d o s c o q u i l h a d o s c u j o t e o r de c a r b o n o t o t a l varia de 3 , 2 5 a 3 , 6 0 % .
Os outros elementos normalmente presentes nos ferros fundidos brancos ou
c o q u i l h a d o s - m a n g a n ê s , f ó s f o r o e e n x o f r e - t ê m os s e g u i n t e s e f e i t o s :

- o manganês e o enxofre, considerados e m conjunto, visto q u e suas ações se c o n t r a b a -


lançam, são elementos estabilizadores do carboneto; o m a n g a n ê s , c o m o se sabe, elimina os
efeitos n o c i v o s d o e n x o f r e , d e s d e q u e s e u t e o r s e j a d u a s v e z e s a o d o e n x o f r e , m a i s 0 , 3 0 % .
P a r a a t u a r c o m o e s t a b i l i z a d o r d o c a r b o n e t o é n e c e s s á r i o q u e s e u t e o r s e j a tal q u e o e n x o f r e
presente se c o m b i n e totalmente c o m ele, d o contrário, o seu efeito é oposto, ou seja, t e n d e r á
a diminuir a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o 1 3 0 0 ' . A l é m desse teor, o m a n g a n ê s atua, no s e n -
tido d e a u m e n t a r a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o , c e r c a d e q u a t r o v e z e s m a i s r a p i d a m e n t e
que o cromo.
Q u a n t o a o fósforo, s u a ação é no s e n t i d o d e diminuir a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o ,
d e m o d o q u e s e c o s t u m a m a n t e r e s s e e l e m e n t o nos ferros f u n d i d o s b r a n c o s abaixo de 0 , 4 % .

2 Efeito dos elementos de liga - O s e l e m e n t o s níquel, c r o m o e m o l i b d ê n i o s ã o g e r a l m e n t e


usados, isolados o u e m combinação, p a r a a u m e n t a r a resistência a o desgaste 130 ' ' . O cromo é

140

120

100

40

20

0 1 2 3 4 5 6 6,7

C a r b o n o Total, %

Fig. 219 - Efeito do carbono total na dureza do ferro fundido coquilhado.

509
Aços e FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

\
0,9

Ferro F u n d i d o C o q u i l h a d o
c o m C t de 3,25 a 3 , 6 0 %

0,8

~ 0,7
]o
55
CD
"O
o 0,6
|2

0,5

0,4
10 15 20 25 30 35 40 45 50
Profundidade de Coquilhamento, mm

Fig. 220 - Relação entre o teor de silício e a profundidade de coquilhamento.

utilizado e m baixos t e o r e s , c o m o o objetivo d e c o n t r o l a r a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o , g a r a n -


t i n d o a p r e s e n ç a d e u m a e s t r u t u r a s e m grafita. P o r e x e m p l o , 0 , 0 1 % d e c r o m o n e u t r a l i z a cerca de
0 , 0 1 5 % d e silício, s e r v i n d o p o i s o c r o m o , e m t e o r e s b a i x o s , p a r a corrigir p e q u e n o s erros d e c o m -
p o s i ç ã o d o ferro f u n d i d o . E m t e o r e s d e 1 a 4 % , a u m e n t a a d u r e z a e a r e s i s t ê n c i a a o desgaste,
p o r q u e estabiliza a c e m e n t j n a e i m p e d e a f o r m a ç ã o d e g r a f i t a E m t e o r e s d e 1 2 a 3 5 % confere
r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e à o x i d a ç ã o a altas t e m p e r a t u r a s , a l é m d e a u m e n t a r a resistência à
abrasão.

O níquel reduz a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o , s e n d o a s u a influência cerca de um


q u a r t o d a do silício, e n t r e t a n t o , a o atingir o t e o r d e 4 a 5 % , e s s e d e c r é s c i m o d a profundidade
d e c o q u i l h a m e n t o é a c o m p a n h a d o por a u m e n t o d e d u r e z a , devido à n a t u r e z a d a estrutura
q u e s e o r i g i n a . D e f a t o , e n q u a n t o u m f e r r o f u n d i d o b r a n c o c o m u m , s e m e l e m e n t o s d e liga,
a p r e s e n t a u m a e s t r u t u r a q u e consiste de c e m e n t i n a n u m a matriz d e perlita, o ferro branco
com 4 a 5% de n í q u e l apresenta uma estrutura martensítica, podendo a dureza
e s c l e r o s c ó p i c a atingir o v a l o r d e 90 ou cerca d e 7 3 0 Brinell. A u m e n t a n d o m a i s o níquel,
o c o r r e retenção d a a u s t e n i t a e a dureza volta a diminuir. Geralmente o níquel é usado em
c o m b i n a ç ã o com o c r o m o , p o r q u e este e l e m e n t o , estabilizando a c e m e n t i n a , neutraliza o
efeito negativo do níquel n a p r o f u n d i d a d e de c o q u i l h a m e n t o . C o m esse o b j e t i v o , a proporção
d e s s e s e l e m e n t o s é d e t r ê s p a r t e s de níquel p a r a u m a d e c r o m o , ou m e s m o d u a s partes de
n í q u e l p a r a u m a d e c r o m o , d e m o d o a garantir u m a e s t r u t u r a inteiramente b r a n c a , através de
t o d a a secção da peça.

O molibdênio t e m u m efeito equivalente a u m t e r ç o do c r o m o no q u e diz respeito ao


a u m e n t o d a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o . O o b j e t i v o inicial e m se a d i c i o n a r M o e m peque-
n o s t e o r e s (0,25 a 0 , 7 5 % ) c o n s i s t e e m m e l h o r a r a resistência d a s u p e r f í c i e coquilhada a
f e n ó m e n o s de l a s c a m e n t o , c o r r o s ã o localizada, t r i n c a m e n t o pelo calor e efeitos s e m e l h a n -
tes'- 0 1 1 . A l é m disso, o M o e n d u r e c e e melhora a t e n a c i d a d e d a matriz perlítica. E m combina-
ç ã o c o m o Ni o u C r o u a m b o s , c o n f e r e m a t r i z m a r t e n s í t i c a e m v e z d e p e r l í t i c a e m e l h o r a , e m

510
AFEDCBA FERROS FUNDIDOS BRANCOS

c o n s e q u ê n c i a , a r e s i s t ê n c i a à a b r a s ã o . F e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s c o m 1 2 a 1 8 % d e Cr, u s a d o s
em peças f u n d i d a s resistentes ao d e s g a s t e , apresentam u m a m e l h o r a dessa q u a l i d a d e ,
quando se a d i c i o n a 1 a 4 % de M o , pois a matriz perlítica é suprimida, m e s m o com
resfriamento lento característico de s e c ç õ e s mais espessas.
O cobre, a b a i x o d e " 4 % , diminui a p r o f u n d i d a d e de e n d u r e c i m e n t o ' 3 0 1 1 , e além de 4 % a u -
menta a profundidade d a coquilha e a d u r e z a . É usado frequente e conjuntamente c o m o
cromo para m a n t e r u m a profundidade de coquilhamento constante.
O vanádio é u m poderoso estabilizador de carboneto, aumentando, assim, a profundida-
d e d e c o q u i l h a m e n t o . E s s e efeito p o d e s e r c o n t r a b a l a n ç a d o , s e n e c e s s á r i o , e m s e c ç õ e s d e
p e q u e n a e s p e s s u r a , p e l a adição d e Ni o u c o b r e o u pelo a u m e n t o c o n s i d e r á v e l dos t e o r e s d e
carbono ou de silício o u de ambos. E m t e o r e s de 0,10% a 0 , 5 0 % refina igualmente a estrutura
das secções coquilhadas.
O boro, utilizado de modo limitado, a u m e n t a a dureza d a s e c ç ã o coquilhada. B o n s resul-
tados têm sido verificados com adição d e boro e m t o m o de 0 , 5 % ' 3 0 1 ) . O boro refina i g u a l m e n t e
a estrutura d a região coquilhada.
P a r a r e s u m i r , a s f i g u r a s 2 2 1 e 2 2 2 ° > m o s t r a m a a ç ã o d o s e l e m e n t o s d e liga n o s e n t i d o
(30

de reduzir (Fig. 2 2 1 ) o u a u m e n t a r (Fig. 2 2 2 ) a profundidade d e c o q u i l h a m e n t o .

3. Tratamentos térmicos - O principal objetivo do t r a t a m e n t o térmico do ferro f u n d i d o


branco - a p l i c a d o e m p e ç a s c o q u i l h a d a s - é reduzir as t e n s õ e s q u e s e originam p e l a s d i f e -
rentes v e l o c i d a d e s d e resfriamento e, c o n s e q u e n t e m e n t e d e s o l i d i f i c a ç ã o , que s e v e r i f i c a m
através das s e c ç õ e s das peças. C o m efeito, a s diferentes s e c ç õ e s a t i n g e m as t e m p e r a t u -
ras críticas d e t r a n s f o r m a ç ã o em t e m p o s d i f e r e n t e s ; além d i s s o , o c o r r e diferença de c o n t r a -
ção entre o ferro fundido branco da s e c ç ã o coquilhada e o ferro fundido cinzento das
secções mais internas.
Pelo t r a t a m e n t o térmico procura-se, i g u a l m e n t e , melhorar a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o
m a t e r i a l , c u j a e s t r u t u r a é t i p i c a m e n t e f u n d i d a e, p o r t a n t o , p o u c o r e g u l a r , d o t i p o d e n t r í t i c o . O
refino o u u n i f o r m i z a ç ã o d e s s a e s t r u t u r a é , a s s i m , e s s e n c i a l , s o b r e t u d o q u a n d o as p e ç a s s ã o
sujeitas a e s f o r ç o s m e c â n i c o s de c h o q u e .

50

40

30 \
\
cr
O
O W
CD 20
\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\ \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH
% \
O
òZ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWV
10 ^ \
\
• 2A \ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
o0y
w zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGF
O \

\ zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
3 4 5

Elementos, %

Fig. 221 - Efeito comparativo d e vários elementos de liga que diminuem


a profundidade de coquilhamento.

511
Aços E FERROSFUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

50

1 2 3 4 5 6 7 8

Elementos, %

Fig. 2 2 2 - Efeito comparativo de vários elementos de liga que a u m e n t a m


a profundidade de coquilhamento.

U m tratamento térmico típico consiste no a q u e c i m e n t o a uma t e m p e r a t u r a de 815°C,


s e g u i n d o - s e resfriamento a v e l o c i d a d e de 5 ° C p o r h o r a até 6 5 0 ° C , a n t e s d e r e m o v e r o
m a t e r i a l d o forno. R e s u l t a u m a estrutura e m q u e o s c a r b o n e t o s p r i m á r i o s s ã o m u i t o finos
e a m a t r i z foi t r a n s f o r m a d a e m c e m e n t i t a e s f e r o i d i z a d a , f i c a n d o e l i m i n a d a q u a s e t o t a l -
m e n t e a estrutura dendrítica. Mão se nota q u a l q u e r grafitização do ferro f u n d i d o branco.
A prática tem indicado q u e o s melhores resultados s ã o obtidos a q u e c e n d o - s e entre 815°
e 8 7 0 ° , devendo-se t o m a r o cuidado de manter o material a essas e l e v a d a s temperaturas
d u r a n t e u m período de t e m p o tal q u e seja evitada a grafitização.
U m a s é r i e de e n s a i o s r e a l i z a d o s c o m c o r p o s d e p r o v a d e f e r r o f u n d i d o b r a n c o c o n t e n d o
3 , 2 5 % a 3 , 6 0 % d e C, 0 , 5 0 % a 0 , 5 5 % d e S i , 0 , 5 5 % a 0 , 6 0 % d e M n , 0 , 1 2 % a 0 , 1 4 % d e S e
0 , 3 0 % a 0 , 3 5 % d e P, t r a t a d o s t e r m i c a m e n t e às t e m p e r a t u r a s e t e m p o s ' - . 2 6 1

- 815° C e 20 h no m á x i m o
- 870° C e 7 h no m á x i m o

d e m o n s t r a m u m a u m e n t o de resistência ao c h o q u e de 30 a 5 0 % , c o m p r o v a n d o a impor-
t â n c i a d o tratamento t é r m i c o p a r a o refino d a e s t r u t u r a d o material e a n e c e s s i d a d e de redu-
ção do tempo, à medida que se eleva a temperatura.

4 . Aplicações típicas do ferro fundido ou coquilhado - P a r a equipamento de manuseio de


terra, mineração e moagem, a A S T M , por intermédio d a especificação A 5 3 2 - 7 5 a indica as
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
c i a s s e s , i n c l u í d a s n a T a b e l a 161 P" ' .
31

Outras aplicações:

- p a r a rodas de vagões - u m a c o m p o s i ç ã o típica é a seguinte' ' : 3 0 1

- 3 , 3 5 C,; 0,50 S i ; 0 , 5 5 M o , c o m 6 2 d e d u r e z a e s c l e r o s c ó p i c a ;

- p a r a cilindros coquilhados - composições típicas s ã o as seguintes' ' : 3 0 1

- 3 , 0 0 C ; 0,75 Si; 0,25 M n ; 0 , 4 0 P ; 0,12 S, c o m d u r e z a e s c l e r o s c ó p i c a d e 5 0 a 6 2 ( b a i x a dureza);


(

512
FEDCBA FERROS FUNDIDOS BRANCOS

- 3,5 C ; 0,50 S i ; 0 , 2 5 M n ; 0,40 P; 0 , 1 2 S , c o m d u r e z a e s c l e r o s c ó p i c a d e 6 2 a 7 2 (alta d u r e z a ) ;


t

- 3 , 4 0 C,; 0 , 6 0 S i ; 0 , 3 0 M n ; 1 , 2 5 Cr; 4 , 5 0 NI; 0,40 M o ; 0 , 3 5 P; 0 , 1 0 S , c o m dureza


e s c l e r o s c ó p i c a d e 8 0 a 9 0 (tipo m a i s d u r o ) ;
- 3,40 C ; 0 , 8 0 S i ; 0,30 M n ; 0,60 Cr; 2 , 5 0 N i ; 0,40 M o ; 0,35 P; 0 , 1 0 S , c o m d u r e z a
t

e s c l e r o s c ó p i c a d e 7 2 a 8 0 (tipo d e d u r e z a i n t e r m e d i á r i a ) .

- p a r a revestimentos de moinhos - p a r a e s s a s aplicações, várias composições são r e c o m e n -


d a d a s , d e s d e f e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s s e m e l e m e n t o s de liga, c o n t e n d o , p o r e x e m p l o , 2 , 9 0 C , t

0,50 S i , 0,50 M n , c o m d u r e z a Brinell v a r i a n d o d e 4 1 5 a 4 6 0 e e s t r u t u r a c u j a matriz a p r e s e n t a


p e r l i t a g r o s s e i r a , a t é f e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s l i g a d o s , c o n t e n d o , ' p o r e x e m p l o , 3 , 2 0 C,, 0 , 5 0 S i ,
0,60 M n , 2,00 C r e 4 , 5 0 Ni, c o m d u r e z a Brinell variando de 5 5 0 a 6 5 0 e estrutura cuja m a t r i z
a p r e s e n t a m a r t e n s i t a e a u s t e n i t a , o u o t i p o c o n t e n d o 3 , 2 5 C,, 0 , 6 0 S i , 0 , 7 0 M n , 1 5 , 0 0 C r e 3 , 0 0
Mo, c o m P e S b a i x o s (0,03 e 0,06 r e s p e c t i v a m e n t e ) e matriz igualmente-apresentando
martensita e austenita;

- p a r a bolas de moinhos de bola - a l g u m a s c o m p o s i ç õ e s t í p i c a s s ã o a s s e g u i n t e s ;

- 2 , 8 0 C- 0 , 3 0 S i ; 0 , 4 0 M n , c o m d u r e z a B r i n e l l d e 4 1 5 a 4 7 7 ;
- 3 , 2 0 C,; 0 , 6 0 S i ; 0 , 5 0 M n e 2 , 0 0 C r , c o m d u r e z a B r i n e l l d e 4 7 7 a 5 5 5 ;
- 3 , 2 0 C,; 0 , 5 0 S i ; 0 , 3 0 M n e 1,40 C r e 3 , 5 0 N i , c o m d u r e z a B r i n e l l d e 555. a 6 2 7 .

Esta última c o m p o s i ç ã o é de estrutura martensítica, s e n d o a s bolas geralmente de d i â -


m e t r o s u p e r i o r a 1,5 p o l e g a d a s , f u n d i d a s e m c o q u i l h a e p o d e n d o , a s m e n o r e s , s e r e m f u n d i -
das em molde de areia.
Os valores de resistência à t r a ç ã o , obtidos nos ensaios, d e v e m ser analisados com
certo cuidado, p o i s eles são muito s e n s í v e i s ao a l i n h a m e n t o d o s corpos de p r o v a , d u -
rante os e n s a i o s . A d u c t i l i d a d e d e s s e s m a t e r i a i s é, p o r o u t r o l a d o , p r a t i c a m e n t e nula.
De qualquer m o d o , o limite de r e s i s t ê n c i a à tração d e s s e s m a t e r i a i s do tipo perlítico,
varia de cerca d e 21 k g f / m m 2 (210 M P a ) p a r a as classes de alto c a r b o n o a 42 k g f / m m 2

(410 MPa) para as de menor c a r b o n o . P a r a os tipos m a r t e n s i t i c o s , esses valores v a r i a m


de 35 a 4 2 k g f / m m 2 (340 a 410 MPa) p a r a os ferros martensiticos c o m carbonetos dos
tipos M C ao p a s s o q u e os ferros m a r t e n s i t i c o s d e alto c r o m o , c o m c a r b o n e t o s dos t i p o s
3

M C , apresentam valores variáveis de 4 2 a 56 kgf/mm


7 3 2 (410 a 550 MPa). O limite de.
e s c o a m e n t o d e s s e s materiais é a p r o x i m a d a m e n t e e q u i v a l e n t e a 9 0 % do limite de r e s i s -
tência à tração.
A medida d a resistência à ruptura transversal - obtida pela c a r g a aplicada e flecha o b t i d a
- apresenta m e l h o r precisão e o produto carga-flecha serve para avaliar a sua tenacidade.
Esses valores, d e p e n d e n d o da c o m p o s i ç ã o química, variam d a seguinte maneira:

- ferros fundidos brancos perlíticos fundidos em areia -


carga - 635 a 8 1 5 kgf
f l e c h a - 2,0 a 2 , 3 m m
t e n a c i d a d e - 1 , 2 7 a 1,87 k g f m ( 1 2 , 4 a 1 8 , 3 J )
- ferros fundidos brancos martensiticos fundidos em areia -
c a r g a - 8 0 0 a 2 7 2 0 kgf
flecha - 2,000 a 3,6 m m
PONMLKJIHGFEDCBA
t e n a c i d a d e - 1,60 a 7 , 6 2 k g f m ( 1 5 , 7 a 7 4 , 7 J)
- ferros fundidos brancos martensiticos fundidos em coquilha -
c a r g a - 1 2 7 0 a 3 1 8 0 kgf
flecha - 2,0 a 6,5 m m
t e n a c i d a d e - 4 , 0 8 a 1 5 , 0 k g f m ( 4 0 a 1 4 7 J)

513
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

TABELA161
C l a s s e s d e f e r r o f u n d i d o b r a n c o p a r a a p l i c a ç õ e s de m i n e r a ç ã o e t c .

Tipo de
Classe Dureza moldagem C o m p o s i ç ã o q u í m i c a , (%)
Brinell ou trata-
mento
térmico c. Si Mn Ni Cr Mo S Outros

I 500 Areia min. 3,0 3,3 1,4


Tipo A 600 Coquilha max. 3,6 0,8 1,3 5,0 4,0 1,0 0,15 0,30 P
I 550 Areia min. 2,5 3,3 1,4
Tipo B 600 Coquilha max. 3,0 0,8 1,3 5,0 4;0 1,0 0,15 0,30 P
I 550 Areia min. 2,9 2,7 1,1
TipoC 600 Coquilha max. 3,7 0,8 1,3 4,0 1,5 1,0 0,15 0,30 P
I 550 Areia min. 2,5 1,0 5,0 7,0
Tipo D 600 Coquilha max. 3,6 2,2 1,3 7,0 11,0 1,0 0,15 0,10 P
II 550 Areia min. 2,4 0,5 11,0 0,5
Tipo A 600 Temperado max. 2,8 1,0 1,5 0,5 14,0 1,0 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
II 450 Areia min. 2,4 0,5 14,0 1,0
Tipo B 600 Temperado max. 2,8 1,0 1,5 0,5 18,0 3,0 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
II 550 Areia min. 2,8 0,5 14,0 2,3
TipoC Temperado max. 3,6 1,0 1,5 0,5 18,0 3,5 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
II 450 • Areia min. 2,0 0,5 18,0
Tipo D 600 Temperado max. 2,6 1,0 1,5 1,5 23,0 1,5 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
II 450 Areia min. 2,6 0,5 18,0 1,0
Tipo E 600 Temperado max. 3,2 1,0 1,5 1,5 23,0 2,0 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
III 450 Areia min. 2,3 0,5 23,0
Tipo A 600 Temperado max. 3,0 1,0 1,5 1,5 28,0 1,5 0,06 0,10 P; 1,2 Cu
Observações - A classe I, tipo D pode ser endurecida a 600 m i n . Brinell ou recozida a 4 0 0 max. Brinell.
A s classes II e III podem ser recozidas a 400 min. Brinell. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
CBA FERROS FUNDIDOS CINZENTOS zyxwvut

FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

1 . Introdução - Esta é, d e n t r e os ferros f u n d i d o s , a liga mais u s a d a , d e v i d o aos seus


característicos de:

- fácil fusão e m o l d a g e m
- b o a resistência m e c â n i c a
- excelente usinabilidade
- b o a resistência ao d e s g a s t e
- b o a capacidade de amortecimento.

C o m o e m todas as ligas metálicas, existe u m a correlação íntima entre a s propriedades


d o ferro fundido e a s u a e s t r u t u r a , correlação e s s a q u e , no caso particular do ferro fundido
c i n z e n t o , é m a i s e s t r e i t a e m a i s c o m p l e x a , t e n d o e m v i s t a a p r e s e n ç a d e c a r b o n o livre n a
f o r m a d e grafita e a f o r m a , distribuição e d i m e n s õ e s q u e o s veios d e g r a f i t a a p r e s e n t a m e
m a i s a influência que, nese sentido, a espessura d a p e ç a exerce.
Portanto, pode-se prever, c o m razoável a p r o x i m a ç ã o , as propriedades d o s ferros fundi-
dos cinzentos, em f u n ç ã o d a s u a composição q u í m i c a , principalmente t e o r e s d e carbono
g r a f í t i c o e silício, d a e s p e s s u r a d a s p e ç a s e d a f o r m a c o m o a g r a f i t a s e a p r e s e n t a .
O s ferros fundidos cinzentos apresentam-se d e n t r o de u m a faixa de c o m p o s i ç ã o química
muito ampla:

C, - 2 , 5 % a 4 , 0 0 %
Si - 1,00% a 3,00%
M n - 0,20% a 1,00%
P - 0 , 0 2 % a 1,00%
S - 0,02% a 0,25%

O s efeitos desses e l e m e n t o s j á são conhecidos.


É f r e q u e n t e , ainda, a d i c i o n a r outros e l e m e n t o s de liga, visando alterar c e r t o s caracterís-
ticos d o material, c o m o s e v e r á mais adiante.

2 . Classificação dos ferros fundidos cinzentos - Segundo a ABNT 1 3 0 -', os ferros fundidos
s ã o d e s i g n a d o s pelas letras F C , indicativas de "ferro f u n d i d o cinzento", s e g u i n d o - s e dois
a l g a r i s m o s representativos d o limite mínimo d e resistência à tração.
A T a b e l a 162 relaciona e s s e s materiais.
A s classes FC-10 e F C - 1 5 c o r r e s p o n d e m a o s f e r r o s fundidos c i n z e n t o s c o m u n s , com
e x c e l e n t e f u n d i b i l i d a d e e m e l h o r u s i n a b i l i d a d e . A c l a s s e F C - 1 5 é u t i l i z a d a , e n t r e o u t r a s apli-
cações, e m bases de máquinas, carcaças metálicas e aplicações semelhantes.
A s classes FC-20 e F C - 2 5 , t a m b é m de boas fundibilidade e usinabilidade, apresentam
m e l h o r r e i s t ê n c i a m e c â n i c a e s e a p l i c a m , p r i n c i p a l m e n t e e m e l e m e n t o s e s t r u t u r a i s , tais
c o m o barramentos, cabeçotes e mesas de máquinas operatrizes.'
A s c l a s s e s F C - 3 0 e F C - 3 5 , c o m maiores d u r e z a e r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , a p l i c a m - s e em
e n g r e n a g e n s , pequenos virabrequins, bases p e s a d a s de máquinas, colunas de máquinas,
b u c h a s e grandes blocos de motor.
A classe FC-40 é a c l a s s e de uso comercial q u e p o s s u i a maior resistência mecânica,
a p r e s e n t a n d o , p a r a e s s a f i n a l i d a d e , c o m b i n a ç ã o d o s e l e m e n t o s de liga, e n t r e eles, níquel,
c r o m o e m o l i b d ê n i o . C o m o p o s s u i e l e v a d a t e n d ê n c i a a o c o q u i l h a m e n t o , s u a utilização é
limitada.a peças de e s p e s s u r a s médias e g r o s s a s .

516
FEDCBA
CBA FERROSFUNDIDOS CINZENTOS

TABELA162
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s f e r r o s c i n z e n t o s , de a c o r d o c o m a EB-126 d a A B N T

D i â m e t r o da barra Resistência
de e n s a i o L i m i t e de à flexão
resistência Dureza
estática
Classe D, m m à tração Brinell (valores
(no e s t a d o d, mm (min.) (valores médios)
b r u t o de (usinada) máximos)
fusão) kgf/mm 2 MPa kgf/mm- MPa
FC10 30 20 10 100 201 -
13 8 23 230 241 34 330
20 12,5 18 180 223 32 310
FC15
30 20 15 150 212 30 290
45 32 11 110 201 27 ' 260
13 8 28 270 255 41 400
20 12,5 23 230 235 39 380
FC20
30 20 20 200 223 36 350
45 32 16 160 217 33 320
13 8 33 320 269 - -
20 12,5 • 28 270 248 46 450
FC25
30 20 25 250 241 42 410
45 32 21 210 229 39 380
20 12,5 33 320 269 - -
FC30 30 20 30 290 262 43 470
45 32 26 260 248 45 440
20 12,5 38 370 - . - -
FC35 30 20 35 340 227 54 530
45 32 31 300 269 51 500'
30 20 40 390 - 60 590
FC40 45 32 36 350 - 57 560

A A S T M a g r u p a os ferros fundidos cinzentos em sete tipos, de composição química


indicada na tabela 163.

T A B E L A 163
C l a s s e s de f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o s e g u n d o a A S T M

Classe Composição química (%)


ASTM C Si Mn P S
20 3,10/3,80 2,20/2,60 0,50/0,30 0,20/0,80 0,08/0,13
25 3,00/3,50 1,90/2,40 0,50/0,80 0,15/0,50 0,08/0,13
30 2,90/3,40 1,70/2,30 0,45/0,80 0,15/0,30 0,08/0,12
35 2,80/3,30 1,60/2,20 0,45/0,70 0,10/0,30 0,06/0,12
40 2,75/3,20 1,50/2,20 0,45/0,70 0,07/0,25 0,05/0,12
50 2,55/3,10 1,40/2,10 0,50/0,80 0,07/0,20 0,06/0,12
60 2,50/3,00 1,20/2,20 0,50/1,00 0,05/0,20 0,05/0,12

Os n ú m e r o s d e 2 0 a 60, das classes A S T M , corrrespondem a o s limites de resistência à


tração, e m Ib/pol e t c ; portanto, e m m e d i d a s m é t r i c a s , essas c l a s s e s a p r e s e n t a m , e m m é d i a ,
os seguintes v a l o r e s a p r o x i m a d o s p a r a limite de resistência à t r a ç ã o :

- classe 20 - 14,0 k g f / m m 2 (140 M P a )


- classe 25 - 1 7 , 5 k g f / m m 2 (175 M P a )
- classe 30 - 2 1 , 0 k g f / m m 2 (210 M P a )
- classe 35 - 2 4 , 5 k g f / m m 2 (245 M P a )
- classe 40 - 28,9 k g f / m m 2 (270 M P a )

517
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

- classe 50 - 35,0 k g f / m m 2 (340 MPa)


- classe 60 - 42,0 k g f / m m . ( 4 1 0
2 MPa)

A c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d e c a d a classe está i n d i c d a e m faixas a m p l a s , c o m valores que se


s o b r e p õ e m : os teores m a i s altos de carbono e silício c o r r e s p o n d e m a o s m e n o r e s diâmetros
d o s c o r p o s de prova, o q u e significa que, à m e d i d a q u e a espessura d a s p e ç a s aumenta, os
teores de carbono e silício d e c r e s c e m .
De acordo c o m os d i â m e t r o s dos corpos de p r o v a , as propriedades m e c â n i c a s dessas
classes variam de a c o r d o c o m a Tabela 164.

T A B E L A 164
Propriedades m e c â n i c a s dos ferros f u n d i d o s cinzentos, s e g u n d o a A S T M

L i m i t e de
Diâmetro resistência
Classe do corpo à tração Dureza Observações
de p r o v a kgf/mm 2
Brinell
mm (MPa)
22,2 15,5/18,3 160/220 peças finas: espessura até 13 m m
(155/183) C - 3 , 5 0 a 3,80%
Si - 2 , 4 0 a 2,60%
30,5 12,9/16,9 160/180 peças médias: espessura d e 13 a 25 mm
20 (129/169) C - 3 , 4 0 a 3,60%
S i - 2 , 3 0 a 2,50%
50,8 12,7/15,5 130/180 peças grossas: espessura s u p . a 25 mm
(127/155) C-3,10a3,30%
S i - 2 , 2 0 a 2,40%
22,2 18,3/20,4 160/180 peças finas; espessura até 13 m m
(183/204) C - 3,30 a 3,50%
S i - 2 , 2 0 a 2,40%
30,5 18,3/20,4 179/207 peças médias: e s p e s s u r a de 13 a 25 mrr
25 (183/204) C - 3 , 2 0 a 3,40%
S i - 2 , 2 0 a 2,40%
50,8 s 18,3/21,4 179/217 peças grossas: espessura s u p . a 25 mm
(183/214) C - 3,00 a 3,30%
S I - 1 , 9 0 a 2,20%
22,2 21,1/24,3 179/288 peças finas; espessura até 13 m m
(211/243) C - 3 , 2 0 a 3,40%
Si - 2 , 1 0 a 2,30%
30,5 peças médias: espessura d e 13 a 35 mm
30 C - 3 , 1 0 a 3,30%
S i - 2 , 1 0 a 2,30%
50,8 21,1/24,3 207/228 peças grossas: espessura s u p . a 25 mm
(211/243) C - 2 , 9 0 a 3,20%
Si - 1 , 7 0 a 2,107o
22,2 25,3/28,1 179/228 peças finas: espessura até 13-mm
(253/271) C - 3 , 1 0 a 3,30%
S i - 2 , 0 0 a 2,20%
30,5 24,6/27,4 207/228 peças médias: espessura de 13 a 25 mm
35 (246/264) C - 3,00 a 3,25%
S i - 1 , 8 0 a 2,10%
50,8 24,6/26,7 183/217 peças grossas: espessura s u p . a 25 mm
(246/260) C - 2 , 8 0 a 3,10%
S i - 1 , 6 0 a 2,00%

513
GFEDCBA
DCBA FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA164
Propriedades mecânicas dos ferro s fundidos cinzentos, s e g u n d o a ASTM ( c o n t )

Limite de
Diâmetro resistência
Classe do corpo " à tração Dureza Observações
de prova kgf/mm- Brinell
mm (MPa)
22,2 29,5/32,3 212/241 peças Unas: espessura até 13 mm
(285/313) C - 3,00 a 3 , 2 0 % •
Si-1,90 a 2,20%
30,5 28,1/33,0 207/241 peças m é d i a s : espessura de 13 a 2 5 m m
40 (271/320) C - 2 , 9 5 a 3,15%
S i - 1 , 7 0 a 2,00%
50,8 28,8/31,6 180/217 peças grossas: espessura sup. a 2 5 m m
(278/306) G-2,75 a 3,00%
Si - 1 , 5 0 a 1,90%
22,2 35,9/38,7 228/269 peças finas: espessura até 13 m m
(344/377) C-2,90 a 3,10%
Si-1,70 a 2,10%
30,5 35,2/40,1 228/269 peças médias: espessura de 13 a 25 m m
50 (342/391) C - 2,70 a 3 , 0 0 %
Si-1,70 a 2,00%
50,8 35,2/38,0 207/241 peças grossas: espessura sup. a 2 5 m m
(342/370) C - 2 , 5 5 a 2,85%
S i - 1 , 4 0 a 1,70%
22,2 42,2/45,7 228/272 peças finas: espessura até 13 m m
(412/447) C - 2 , 7 0 a 3,00%
S i - 1 , 4 0 a 1,70%
30,5 42,2/45,7 248/290 peças médias: espessura de 13 a 25 m m
60 (412/447) C - 2,50 a 2 , 8 5 %
Si-1,90a2,10%
50,8 42,2/45,0 212/248 peças grossas: espessura sup. a 2 5 m m
(412/440) C-2,50 a 2,80%
S i - 1 , 2 0 a 1,50%

3 . Propriedades dos ferros fundidos cinzentos - As propriedades d e s s e s materiais d e p e n -


dem dos seguintes fatores:

- microestrutura
- composição química
- secção do material

N a microestrutura, a presença d e c a r b o n o livre o u grafita é o fator microestrutural p r e d o -


minante, porque maior sua quantidade, mais mole e menos resistente será o material. A l é m
disso, a f o r m a d a grafita, a d i m e n s ã o d o s v e i o s e a s u a d i s t r i b u i ç ã o a f e t a m i g u a l m e n t e as
propriedades.
Por outro lado, a matriz metálica d o s ferros fundidos cinzentos contém ferrita e
prelita; se a f e r r i t a predominar, a u s i n a b i l i d a d e do material é melhor, m a s s u a r e s i s t ê n c i a
m e c â n i c a e s u a resistência ao d e s g a s t e s ã o p r e j u d i c a d a s . S e a perlita for o c o n s t i t u i n t e
predominante n a matriz metálica, os ferros fundidos cinzentos correspondentes apre-
sentarão m e l h o r resistência m e c â n i c a . U m a matriz metálica c o n t e n d o ferrita e perlita e m
proporções p r a t i c a m e n t e idênticas p r o p o r c i o n a r á ao material d u r e z a e resistência m e c â -
nica i n t e r m e d i á r i a s .
A i n t r o d u ç ã o d e e l e m e n t o s de liga e o u a aplicação de t r a t a m e n t o s térmicos m o d i f i c a m a
microestrutura d a matriz metálica, p o d e n d o dar origem a perlita fina ou a u m a matriz acicular,
tfpica d a m a r t e n s i t a , a f e t a n d o , é c l a r o , d e m o d o p o s i t i v o a s p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s .

519
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFED
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

N o q u e diz respeito à composição química, o s e l e m e n t o s básicos q u e i n f l u e m n a s p r o p r i e d a d e s


m e c â n i c a s s ã o o c a r b o n o e o silício e, e m m e n o r e x t e n s ã o , o fósforo. D e s s e s t r ê s e l e m e n t o s , o
silícioé o m a i s i m p o r t a n t e p o i s , c o m o s e viu, é e l e o p r i n c i p a l r e s p o n s á v e l p e l a f o r m a ç ã o d e grafita.
O silício m e l h o r a a n d a a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e à o x i d a ç ã o a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s do m a t e r i a l
O efeito s i m u l t â n e o d o c a r b o n o , silício e f ó s f o r o é r e p r e s e n t a d o p o r u m a f ó r m u l a j á a p r e -
s e n t a d a , a qual define o "carbono equivalente".

rs • , , „ % Si + % P
Cequivalente = % C + t

3,5 4,0 4,5


Carbono Equivalente, %

Fig. 223 - R e l a ç ã o típica entre carbono equivalente e a resistência à tração d e barra


d e 30 m m de diâmetro de ferro fundido cinzento.

E s s a e q u a ç ã o i n d i c a q u e , n a b a s e d e p o r c e n t a g e m e m p e s o , o s t e o r e s d e silfcio e f ó s f o r o
d o ferro fundido c i n z e n t o a f e i a m as p r o p r i e d a d e s mecânicas, do m e s m o modo que s e u
c a r b o n o total, p o r é m , s o m e n t e de um terço'- ). 04

A f i g u r a 223< -) m o s t r a u m a r e l a ç ã o t í p i c a e n t r e o c a r b o n o e q u i v a l e n t e e a r e s i s t ê n c i a à
30

t r a ç ã o de barras de ferro fundido cinzento d e 3 0 m m d e diâmetro.


O fósforo deve s e r m a n t i d o o mais baixo p o s s í v e l , dentro das características dessas
ligas.
O enxofre deve s e r controlado de modo a evitar-se a formação d e F e S . C o m o no caso
d o s aços, esse controle é feito pela adição d e m a n g a n ê s e m q u a n t i d a d e suficiente para
p r o m o v e r a f o r m a ç ã o d e IvInS, e m v e z d e F e S . P a r a i s s o , o t e o r d e M n d e v e s e r , g e r a l m e n t e ,
1,7 v e z e s o t e o r d e S , m a i s 0 , 1 2 % M n .

5
co 400
a.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFE
CARBONO EQUIVALENTE
I I I I
o" 3 5 0
icd
O
3,30
2 aao
KC
X 3,50
* 250 X
O
cz
«D
200
K: 3 90 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXW
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJI
w
CD
\ 4,10
Ct 150 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLK
4,30

25 50 75 100
Espessura d a secção, sm m m

Fig. 224 - Efeito do c a r b o n o equivalente n a resistência à tração do ferro fundido cinzento em


função da espessura d a secção.

520
KJIHGFEDCBA
EDCBA
• «u
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS £J

es O
o
ta.
-
o
ial
o y + Maleável e Dúctil

// o
re-

3,50
. 52,5
a 3,70 Caibono

-ta li
zyxwvutsrqpon 3 ' M
equivalente
de fBrros 400

a
4 fundidos
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
V ^
1 Q

ca cinzentos

4,30

4,50 <>
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba
O
' 7 / ,.- ..--'.< Relação Mackenzie
P
100 200
D u r e z a Brinell
Q
a
Fig. 2 2 5 - Relações entre resistência à tração e dureza para ferro fundido cinzento, ferro
maleável, ferro nodular e a ç o . a zyx
A adição d e elementos d e liga s e r á considerada mais a d i a n t e . G
A s e c ç ã o d a s peças é outro fator significativo a influenciar as propriedades mecânicas
dos ferros f u n d i d o s cinzentos. Isso d e v i d o a o efeito d a v e l o c i d a d e d e r e s f r i a m e n t o , a q u a l , s e
a
ro
eu
l e n t a , p r o p o r c i o n a m a i o r q u a n t i d a d e d e c a r b o n o livre o u g r a f i t a e , s e r á p i d a , p o d e l e v a r à
o
formação d e ferro fundido branco ou m e s c l a d o , c o m apreciáveis variações nas propriedades
mecânicas, principalmente d u r e z a e resistência ao d e s g a s t e . A s s i m e m peças c o m s e c ç õ e s a
à muito e s p e s s a s , fundidas e m m o l d e s d e areia por exemplo, h á t e n d ê n c i a de formar-se muita
grafita e p e ç a s d e secções mais finas, m e s m o se f u n d i d a s e m m o l d e s d e areia, podem o
as apresentar m e n o s grafita, cuja q u a n t i d a d e diminui ainda m a i s s e o s m o l d e s f o r e m m e t á l i c o s .
Finalmente, p e ç a s fundidas de s e c ç õ e s variadas podem apresentar diferenças n a q u a n t i d a -
o
so
ra
de d e grafita e n a s dimensões d o s s e u s veios, ficando afetada i g u a l m e n t e a matriz m e t á l i c a
a qual p o d e a p r e s e n t a r durezas diferentes n a s áreas entre a s s e c ç õ e s finas e as s e c ç õ e s
a
e, espessas. o
E m r e s u m o , devido ao efeito d i m e n s i o n a l , as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s - a r e s i s t ê n c i a à
tração e m particular - de u m a p e ç a de ferro fundido cinzento d e análise determinada d e p e n - •a
KJIHGFEDCBA
derá d o tipo d e material do m o l d e e d a s d i m e n s õ e s d a s s e c ç õ e s .
O conceito d e carbono equivalente t a m b é m pode ser aplicado n a variação dimensional. A Q
figura 224 í 3 0 6 ) relaciona a espessura d a secção e a resistência à tração com o carbono equi-
valente, p o d e n d o - s e notar q u e os ferros fundidos cinzentos c o m baixos carbono e q u i v a l e n t e
Q
são m e n o s sensíveis a variações dimensionais que os de c a r b o n o equivalente mais e l e v a d o ,
C
A T a b e l a 1 6 2 j á m o s t r a d a i n d i c a o e f e i t o d a s e c ç ã o s o b r e o s v a l o r e s d e limite d e r e s i s t ê n -
cia à tração, d u r e z a e resistência à f l e x ã o estática.
A Tabela 1 6 5 representa as
edcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
NMLKJIHGFEDCBA
acordo c o m a n o r m a DIN(*).
propriedades mecânicas d o s ferros fundidos cinzentos de
c
Q.
PONMLKJIHGFEDCBA C
c
(*) Os valores de resistência à tração apresentados correspondem a corpos de prova de 30 mm de diâmetro
ou secção de peça de aproximadamente 15 mm. Para secções menores, a resistência à tração é maior,
devido a maior quantidade de perlita presente. Para secções maiores, devido a maior quantidade de
íerrita presente, a resistência e a dureza são menores. Como os ferros fundidos cinzentos são materiais
muito pouco dúcteis, o alongamento é insignificante, geralmente menor que 1%e esse característico não
é determinado.
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

TABELA165
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d o s f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s , s e g u n d o a n o r m a DIN

CG-10 CG-15 CG-20 CG-25 CG-30 CG-35 CG-40


Limite de resistência
à tração, kgf/mm (MPa)2 10 (100) 15 (150) 20 (200) 25 (250) 30 (290) 35 (340) 40 (390)
Limite de resistência 20/31 23/37 29/43 35/44 41/55 47/61 53/67
à flexão, kgf/mm (MPa)
2 (200/300) (230/360) (280/420) (340/430) (400/540) (460/600) (520/660)
Resistência à compressão, 50/60 57/70 60/83 70/100 82/120 95/140 110/140
kgf/mm (MPa)
2 (490/590) (580/690) (590/810) (690/980) (800/1000) (930/1370) (1080/1370)
Módulo de elasticidade
1 ff kgf/mm
1 2 7,5/10 8/10,5 9/11,5 10,5/12 11/14 12,5/14,5 12,5/15,5
Limite de fadiga
kgf/mm^MPa) 0,35 a 0,5 do limite de resistência à tração

Estmtuta ferrítica < - - > perlítica

C o m o se pode observar pelo e x a m e das T a b e l a s 1 6 4 e 165 e inclusive d a Tabela 162


relativa às normas brasileira, e m princípio, as p r o p r i e d a d e s fundamentais d o s f e r r o s fundidos
cinzentos são a resistência à tração, resistência à c o m p r e s s ã o e dureza.
A resistência à tração é a mais importante e o próprio agrupamento dos ferros fundidos em
c l a s s e s p o r d i v e r s a s n o r m a s é f e i t o c o m b a s e n o s v a l o r e s d e limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o .
A dureza varia, nos ferros fundidos em geral, d e s d e valores c o r r e s p o n d e n t e s a 100
Brinell p a r a os ferros f u n d i d o s c i n z e n t o s o u d e g r a n d e usinabilidade a t é 6 0 0 Brinell p a r a
f e r r o s fundidos coquilhados. A interpretação d a s d e t e r m i n a ç õ e s de d u r e z a p o d e levar a
j u l g a m e n t o s erróneos sobre a qualidade do material, e m face da p r e s e n ç a d e grande quan-
t i d a d e d e g r a f i t a q u e s e e s m a g a c o m f a c i l i d a d e . P a r a f e r r o s f u n d i d o s c o m d u r e z a B r i n e l l até
5 0 0 r e c o m e n d a - s e o u s o d o p r o c e s s o B r i n e l l c o m e s f e r a d e 10 m m e c a r g a d e 3 0 0 0 k g ;
q u a n d o a dureza é superior a 5 0 0 , recomenda-se o m é t o d o Rockwell, e s c a l a C.
C o m o n o c a s o d o s a ç o s , s e r i a m u i t o útil e s t a b e l e c e r - s e u m a r e l a ç ã o e n t r e a d u r e z a e a
r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d o s f e r r o s f u n d i d o s , visto q u e o s e n s a i o s d e d u r e z a s ã o m a i s f á c e i s e rápi-
d o s , a l é m d e não s e r r e m d e s t r u t i v o s . C o n t u d o , d e v i d o à s v a r i a ç õ e s d e q u a n t i d a d e e f o r m a d o s
v e i o s d e grafita, e s s a r e l a ç ã o a p r e s e n t a - s e n u m a f a i x a m u i t o e x t e n s a . M A C K E N Z I E ' 3 0 7 1 estabe-
l e c e u r e l a ç õ e s entre d u r e z a e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o p a r a f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o ( F i g . 225). A s
r e l a ç õ e s p a r a ferro dútil, f e r r o m a l e á v e l e a ç o t a m b é m e s t ã o i n d i c a d o s n a f i g u r a 2 2 5 . E n q u a n t o
o a ç o a p r e s e n t a u m a r e l a ç ã o f i x a d e resistência à t r a ç ã o p a r a a d u r e z a Brinell d e a p r o x i m a d a -
m e n t e 5 0 0 p a r a 1 e os f e r r o s d ú t e i s e m a l e á v e i s d e a p r o x i m a d a m e n t e 4 0 0 p a r a 1 , o s ferros
f u n d i d o s c i n z e n t o s m o s t r a m u m a c o n s i d e r á v e l v a r i a ç ã o , a l é m de exibir a m p l o s l i m i t e s .
O módulo de elasticidade dos ferros fundidos n ã o é u m a constante, o q u e significa que
e s s e s m a t e r i a i s n ã o o b e d e c e m a lei d e H o o k e - p r o p o r c i o n a l i d a d e e n t r e t e n s ã o e d e f o r m a -
ç ã o . Determina-se esse v a l o r arbitrariamente, c o m o s e n d o a inclinação d a l i n h a q u e une o
p o n t o d e o r i g e m d a c u r v a t e n s ã o - d e f o r m a ç ã o e o p o n t o c o r r e s p o n d e n t e a 1/4 d o limite d e
r e s i s t ê n c i a à tração. O m ó d u l o de elasticidade d o s ferros fundidos, a s s i m d e t e r m i n a d o , varia
de 7.500 a 15.500 k g f / m m 2 (73.575 a 152.055 M P a ) , d e p e n d e n d o pois, do limite de resistên-
c i a à t r a ç ã o do material e d o v o l u m e , forma e d i s t r i b u i ç ã o d a grafita.
Outra propriedade q u e s e costuma controlar é a resistência à ruptura transversal. No
e n s a i o c o r r e s p o n d e n t e , os d a d o s obtidos são a c a r g a n o centro e m kgf e a f l e x a c o r r e s p o n -
d e n t e no centro e m m m . Geralmente, o valor d e s s a propriedade a u m e n t a à medida que
a u m e n t a a resistência à t r a ç ã o , ao passo que a f l e x a d i m i n u i , s e m que h a j a c o r r e l a ç ã o exata
entre essas duas propriedades.
A resistência à compressão é considerada de i m p o r t â n c i a comercial. O v a l o r d a resistên-
c i a à c o m p r e s s ã o é de 3 a 4 , 5 v e z e s superior a o d a resistência à t r a ç ã o . V a r i a , nos ferros
c i n z e n t o s , de c e r c a de 5 0 k g f / m m 2 (490 M P a ) p a r a c e r c a d e 140 k g f / m m 2 (1380 MPa) ( 3 M | .
O limite de fadiga, v a r i a a p a r e n t e m e n t e de m o d o linear, e m relação à resistência à tração,
n a p r o p o r ç ã o de 0,40 a 0,45< 3091 . A s s i m , os ferros f u n d i d o s cinzentos c o m u n s apresentarão
limites d e f a d i g a entre c e r c a d e 6 k g f / m m (60 M P a ) p a r a c e r c a de 17,5 k g f / m m
2 2 (175 MPa),

522
FEDCBA
CBA FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

350

300

250

03
0_
2 200
o
ictí Corpo de 3rova senn entalhe
<n

|* 150 \

100 \
/
Corpo de prova c om
enteilhe
50

0
0 100 200 300 400 500 600

Temperatura, °C
Fig. 2 2 6 - Efeito d a temperatura no comportamento à fadiga de u m ferro fundido com
2 , 8 4 % C, 1,50% Si, 1,05%, Mn, 0 , 0 7 % P, 0,12% S, 0,31 % Cr, 0 , 2 0 % Ni e 0,37% Cu.

adotado, nesses casos, o ensaio de f a d i g a correspondente a t e n s õ e s de dobramento em


ciclos t o t a l m e n t e reversíveis.
As p r o p r i e d a d e s d e resistência à t r a ç ã o e limite de f a d i g a s ã o a f e t a d a s pela e l e v a ç ã o d a
temperatura.
A figura 2 2 6 ( 3 , Q | m o s t r a o c a s o p a r t i c u l a r d o limite d e f a d i g a , n u m e n s a i o r e a l i z a d o num
ferro fundido c i n z e n t o ligeirament l i g a d o . Verifica-se a q u e d a a b r u p t a d a propriedade a p a r t i r
da temperatura de aproximadamente 420°C.
Essa q u e d a é particularmente importante q u a n d o se considerar q u e muitas peças d e ferro
fundido t ê m aplicações importantes e m c o n d i ç õ e s de tensões cíclicas e temperaturas e l e v a d a s .
A resistência ao choque foi c o n s i d e r a d a , d u r a n t e m u i t o t e m p o , u m a p r o p r i e d a d e s e c u n d á -
ria, p o r s e r o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o c o m u m u m m a t e r i a l f r á g i l . O s t i p o s m a i s m o d e r n o s , e n t r e -
tanto, m o s t r a m v a l o r e s relativamente altos p a r a essa p r o p r i e d a d e . A s s i m é que ferros f u n d i -
dos convenientemente ligados (com Ni e M o , por exemplo, e m b a i x o s teores), a p r e s e n t a n d o
valores para limite de resistência à tração d a ordem de 40 a 5 0 k g f / m m 2 (390 e 4 9 0 MPa)
p o d e m m o s t r a r r e s i s t ê n c i a ao c h o q u e v a r i a n d o de 7 kgf a 1 4 k g f m (68,7 a 137,3 J ) i 3 0 a ).
U m a p r o p r i e d a d e t í p i c a d o s f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s é s u a capacidade de amortecimento.
Define-se " c a p a c i d a d e d e a m o r t e c i m e n t o " c o m o "habilidade d e u m m e t a l absorver v i b r a ç õ e s ,
resultantes d e t e n s õ e s cíclicas, por fricção interna, t r a n s f o r m a n d o a energia m e c â n i c a em
caJor". O e n s a i o u s u a l , d e v i d o a F o e p p l - P e r t z * 308 ' conduz a gráficos, c o m o os representados n a
Fig. 227, os quais m o s t r a m a d u r a ç ã o relativa a um impulso vibratório torcional conferido a
c o r p o s d e p r o v a d e f e r r o f u n d i d o e d e a ç o . A i m p o r t â n c i a d e s s a p r o p r i e d a d e reside n o f a t o d e
que esse material t e m grande aplicação e m máquinas-ferramentas, sobretudo nas s a u s b a -
s e s . A maior c a p a c i d a d e de a m o r t e c i m e n t o d o ferro fundido, e m r e l a ç à o ao aço, é atribuída a o s
v e i o s d e g r a f i t a , o s q u a i s , p o r n ã o a p r e s e n t a r e m resistência m e c â n i c a , c o n s t i t u e m e r s p é c i e s
de vazios na e s t r u t u r a do material, o q u e p e r m i t e deformação plástica d o material localizado a o
redor dos veios, s o b tensões nominais m e n o r e s que em outros c a s o s .

523
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

Aço

Fig. 2 2 7 - Capacidade de amortecimento do ferro fundido


e m comparação c o m a do a ç o , pelo método de
ensaio Foeppl-Pertz.

VIDA DE FERRAMENTA AUMENTA

Porcentagem' Relativa

% Ferrita 100 50 0 0 0

% Perlita G r o s s e i r a 0 50 100 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcba


- -
% Perlita F i n a - - - 100 95

% Cementita - - - - 5

Dureza Brinell 120 150 195 218 240

Velocidade Recomendada,
244 168 98 82 61
m/min.
T o r n e a m e n t o c o m pastilha de metal duro, d e classe indicada
para ferro f u n d i d o .

Fig. 228 - Efeitos d a estrutura na velocidade prática de torneamento.

524
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

TABELA166
A p l i c a ç õ e s d o s f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s , s e g u n d o a s c l a s s s e s ASTM

Classe E s p e s s u r a d a s peças Aplicações


fina: até 13mm Utensílios domésticos; a n é i s de pistão
20 produtos sanitários, etc.
m é d i a : de 13 a 25mm Bases de máquinas; f u n d i d o s ornamentais; carca-
ças metálicas, tampas de p o ç o s de inspeção, etc.
g r o s s a : acima de 25mm Certos tipos de tubos, c o n e x õ e s , bases de máquinas
pesadas, etc.
fina: até 13mm aplicações idêncitcas às d a classe 20, quando se
necessita de maior resistência m e c â n i c a
25 m é d i a : de 13 a 2 5 m m
g r o s s a : acima de 25mm
fina: até 1 3 m m elementos construtivos: p e q u e n o s tambores de freio,
m é d i a : de 13 a 25mm placas de embreagem, carters, blocos de motor,
30 g r o s s a : a c i m a de 25mm cabeçotes, buchas, grades de filtro, rotores, carcaças
de compressor, tubos, c o n e x õ e s , pistões hidráulicos,
barramentos e componentes diversos usadas em
conjuntos eletricos, m e c â n i c o s e automotivos.
fina: até 13mm Aplicações idênticas às d a classe 30.
35 m é d i a : de 13 a 2 5 m m
g r o s s a : acima de 25mm
fina: até 13mm Aplicações de maior responsabilidade, de maiores
m é d i a : de 13 a 25mm d u r e z a e resistência à tração, para o que se pode usar
g r o s s a : acima de 25mm inoculação ou elementos de liga em baixos teores:
40 engrenagens, eixo de c o m a n d o de válvulas, pequenos
virabrequins, grandes blocos de motor, cabeçotes,
buchas, bombas, compressores, rotores, válvulas, munhões,
cilindros e anéis de locomotivas, bigornas, pistões
hidráulicos, etc.
fina: até 13mm Aplicações: idênticas às d a classe 4 0 .
50 m é d i a : de 13 a 2 5 m m
g r o s s a : a c i m a de 25mm
fina: até 13mm É a classe de maior resistência mecânica, usando-se
m é d i a : de 13 a 25mm normalmente pequenos teores de Ni, Cr e Mo.
60 g r o s s a : acima de 25mm Tambores de freio especiais, virabrequins, bielas,
cabeçotes, corpos de m á q u i n a s diesel, peças de b o m b a s
de alta pressão, carcaças de britadores, matrizes p a r a
forjar a quente, cilindros hidráulicos, etc.

O u t r a p r o p r i e d a d e c a r a c t e r í s t i c a d o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o é a usinabilidade. Os ferros
fundidos cinzentos mais comumente produzidos apresentam u m a estrutura em que a matriz
é ferrítica ou ferrítioo-perlítica. A l é m d a influência evidente d o s v e i o s de grafita - q u a n t i d a d e ,
hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
distribuição e t a m a n h o - a própria matriz o u a porcentagem r e l a t i v a d e ferrita e perlita p r e s e n -
tes é fator i m p o r t a n t e n a usinabilidade d o material, como a Fig. 2 2 8 | 3 0 B | demonstra' 3 0 8 '.
A resistência ao desgaste do ferro f u n d i d o cinzento é i g u a l m e n t e considerada u m a c a r a c -
t e r í s t i c a i m p o r t a n t e , o q u e é, a l i á s , c o m p r o v a d o n a p r á t i c a p e l o s e u e m p r e g o u s u a l e m p e ç a s
móveis de m á q u i n a s . U m dos fatores favoráveis ao c o m p o r t a m e n t o do ferro fundido cinzento
quanto à resistência ao desgaste é a alta usinabilidade do m a t e r i a l . A s s i m , as p e ç a s c o r r e s -
pondentes podem ser produzidas economicamente dentro de rigorosas tolerâncias
d i m e n s i o n a i s , o q u e c o n t r i b u i p a r a d i m i n u i r o a t r i t o entre p a r t e s e d i m i n u i r á a ç ã o d e d e s g a s t e .
O f a t o r p r i n c i p a l , e n t r e t a n t o , e s t á r e l a c i o n a d o c o m a p r e s e n ç a d e g r a f i t a livre, q u e t e n d e a
adicionar ao material característicos lubrificantes, contribuindo igualmente para diminuir o
atrito e n t r e a s p a r t e s e m c o n t a t o e e v i t a r o f e n ó m e n o d e e n g r i p a m e n t o , o q u a l , p o r s u a v e z ,
pode levar à possibilidade de, pelo calor desenvolvido, ocorrer u m a soldagem localizada,
com c o n s e q u e n t e arrancamento de partículas, tomando n o v a m e n t e à superfície áspera.

525
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

TABELA167
C o m p o s i ç õ e s b á s i c a s e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s d e f e r r o f u n d i d o para v e í c u l o s a u t o m o t o r e s

C o m p o s i ç ã o q u í m i c a (%) Propriedades m e c â n i c a s
Carga Defle- Limite
Classe Dureza transv. xão Resistência
c, Mn SI P S
SAE Brinell min. min. Tração
kgf mm kgf/mm MPa
2

Q-1800(a) 3,40-3,70 0,50-0,80 2,80-2,30 0,15 0,15 187 máx. 780 3,6 12,6 126
G-2500(a) 3,20-3,50 0,60-0,90 2,40-2,00 0,12 0,15 170-229 910 4,3 17,5 175
G-3000(b) 3,10-3,40 0,60-0,90 2,30-1,90 0,10 0,15 187-241 1000 5,1 21,0 210
G-3500(b) 3,00-3,30 0,60-0,90 2,20-1,80 0,08 0,15 207-255 1100 6,1 24,5 245
G-4000(b) 3,00-3,30 0,70-1,00 2,10-1,80 0,07 0,15 217-269 1180 6,9 28,0 270
Nota: (a) - microestruturaferrítica-periítica
(b) - microestrutura martensítica
Se o carbono ou o silício estão d o lado mais elevado d a f a i x a de composições, o outro elemento deverá
situar-se no lado mais baixo.

A p a r e n t e m e n t e , a m e l h o r e s t r u t u r a para o ferro f u n d i d o cinzento, s o b o p o n t o d e vista de


r e s i s t ê n c i a ao d e s g a s t e , é a m a t r i z 1 0 0 % p e r l í t i c a e grafita do tipo A ( 3 0 a | , o u seja, veios
i r r e g u l a r e s e d e s o r i e n t a d o s . O pior ferro f u n d i d o s e r i a o q u e a p r e s e n t a m a t r i z ferrítica asso-
c i a d a c o m g r a f i t a d e n d r í t i c a , t i p o D o u E.

4 . Aplicações do ferro fundido cinzento - A l g u m a s d a s aplicações m a i s importantes dos


ferros fundidos cinzentos e s t ã o relacionados na Tabela 166.
O s característicos d o s ferros fundidos cinzentos tornam esses materiais de grande
i m p o r t â n c i a para a indústria automobilística. Por e s s a razão, a S A E , p o r intermédio da
especificação J 4 3 1 , e l a b o r o u u m a classificação d e s s e s materiais, c o n f o r m e a Tabela
167 mostra' 3 0 8 ».
A s s u a s principais a p l i c a ç õ e s são:

- classe G 1800 - p e ç a s fundidas miscelâneas (no estado fundido ou recozido), onde a


resistência mecânica não é u m fator primordial.
- c l a s s e G 2 5 0 0 - p e q u e n o s blocos de cilindro, c a b e ç o t e s de cilindro, c i l i n d r o s resfriados
a ar, p i s t õ e s , d i s c o s d e e m b r e a g e m , c a r c a ç a s d e b o m b a s d e ó l e o , c a i x a s d e t r a n s m i s s ã o ,
c a i x a s d e e n g r e n a g e n s , t a m b é m d e f r e i o p a r a s e r v i ç o l e v e ; t a m b é m p a r a t a m b o r e s d e freios
e d i s c o s d e e m b r e a g e m p a r a s e r v i ç o m o d e r a d o , o n d e o alto t e o r d e c a r b o n o m i n i m i z a o
efeito desfavorável do calor;
- c l a s s e G - 3 0 0 0 - b l o c o s d e c i l i n d r o d e a u t o m ó v e i s e m o t o r e s D i e s e l , c a b e ç o t e s d e cilin-
dro, v o l a n t e s , pistões, t a m b o r e s de freio e c a i x a s d e t r a n s m i s s ã o d e t r a t a r e s p a r a serviço
médico;
- classe G 3500 - blocos d e motores Diesel, blocos e cabeças de cilindro d e caminhões e
tratores, volantes p e s a d o s , c a i x a s de transmissão d e tratores, caixas de e n g r e n a g e n s pesa-
d a s ; t a m b é m para t a m b o r e s d e freio e discos de e m b r e a g e m para s e r v i ç o p e s a d o , onde se
e x i g e altas resistência m e c â n i c a e à fadiga térmica;
- c l a s s e G 4 0 0 0 - p e ç a s f u n d i d a s p a r a m o t o r e s D i e s e l , c a m i s a s d e c i l i n d r o , cilindros,
pistões e eixos d e c o m a n d o d e válvulas.

5 . Elementos de liga nos ferros fundidos cinzentos. Ferros Fundidos Ligados.

5 . 1 . Efeitos dos elementos de liga - E m b o r a s e j a h o j e p o s s í v e l p r o d u z i r f e r r o s f u n d i d o s cin-


z e n t o s d e alta q u a l i d a d e s e m a a d i ç ã o de e l e m e n t o s d e liga, a p e n a s c o m u m c o n t r o l e rigoroso do
c a r b o n o livre e d o c a r b o n o c o m b i n a d o e d o s t e o r e s d e silício e m a n g a n ê s e m a i s d a t é c n i c a de
f a b r i c a ç ã o , a a d i ç ã o d e e l e m e n t o s d e liga v e m s e t o m a n d o u m a prática u s u a l , p o r p e r m i t i r não s ó
o b t e r m a i o r e s r e s i s t ê n c i a s c o m o c a r b o n o e q u i v a l e n t e m a i s e l e v a d o ( * ) , c o m o t a m b é m p o r q u e as
e s t r u t u r a s resultantes s ã o m e n o s s e n s í v e i s à v a r i a ç ã o d a e s p e s s u r a d a s p e ç a s .

526
FEDCBA FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

Nos ferro f u n d i d o s , os e l e m e n t o s d e liga t e m dois efeitos:

. - t e n d e m a d e c o m p o r a c e m e n t i n a , o u s e j a , s ã o elementos grafitizantes; silício, a l u m í n i o ,


níquel, cobre e titânio;
- t e n d e m a estabilizar os c a r b o n e t o s , o u seja, retardam a f o r m a ç ã o d a grafita; m a n g a n ê s ,
cromo, m o l i b d ê n i o e v a n á d i o , entre o u t r o s . Estes elementos d e v e m , pois, ser e v i t a d o s , e m
peças de p a r e d e s finas.
T o d o s o s e l e m e n t o s d e liga t e n d e m a a u m e n t a r a r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o e a d u r e z a , s e n d o
os m a i s e f i c i e n t e s , n e s s e s e n t i d o , o v a n á d i o , o m o l i b d ê n i o e o c r o m o .
T o m a n d o c o m o b a s e u m ferro c i n z e n t o d e c o m p o s i ç ã o 3 , 2 0 % C ; 1,0% C , 1,5% Si, 0 , 7 %
t c

M n , 0 , 4 % P, 0 , 5 % S, 1 % d e m o l i b d ê n i o e l e v a o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o d e a p r o x i m a d a -
mente 26 k g f / m m / ( 2 6 0
2 MPa) para a p r o x i m a d a m e n t e 3 2 k g f / m m / ( 3 1 0 MPa) '
2 3 1 1 ). Normal-
m e n t e , o molibdênio ê adicionado e m t e o r e s d e 0,20% a 0 , 8 0 % . R e f i n a a perlita e f a v o r e c e
a obtenção de bainitaí 311 ). Além do efeito n a matriz, o molibdênio exerce influência na grafita,
que tende a "nodulizar" 1 3 1 2 1 . Finalmente a u m e n t a a temperabilidade d o ferro fundido e m e l h o r a
as p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s a t e m p e r a t u r a s elevadas. R a r a m e n t e , é usado i s o l a d a m e n t e .

390

C = 2.80%

(J = 2 . 9 0 % 340

c= 3.00%

c= 3.10%

C = 3.20%
290
c = 3.30%

c = 3.40%

c = 3.50%

250

200
4,5
COBRE, %

R g . 229 - Resistência à tração de f e n o fundido cinzento de vários teores de carbono, para


porcentagem crescente de cobre.

O cromo e o vanádio aumentam inicialmente a resistência à tração, verificando-se, e m


seguida, entre 0,5% e 1,0% u m a q u e d a d e s s a p r o p r i e d a d e , d e v i d o ao e x c e s s o de
carbonetos livres que tendem a aparecer. A dureza, entretanto, continua aumentando.

(") Os ferros fundidos cinzentos comuns de alta resistência apresentam baixo carbono equivalente.

527
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

O cromo é geralmente adicionado, quando isolado, até cerca d e 0 , 3 0 % . A c i m a desse


teor, d e v e s e r conjugado u m e l e m e n t o grafitizante, s o b r e t u d o e m p e ç a s d e s e c ç õ e s finas,
c o m cantos vivos.
O c r o m o e o v a n á d i o t o m a m a estrutura de m a t r i z d o ferro fundido c i n z e n t o m a i s perlítica
e mais fina.
O c r o m o e o m o l i b d ê n i o a u m e n t a m a r e s i s t ê n c i a a r u p t u r a t r a n s v e r s a l . O níquel também,
principalmente e m ferros f u n d i d o s cinzentos c o m o teor d e carbono inferior a 3,0%.
O titânio, e m teores d e 0 , 8 0 % a 0,25% d e titânio residual, a u m e n t a a resistência à
r u p t u r a transversal, s o b r e t u d o e m ferros fundidos c o m o teor d e c a r b o n o s u p e r i o r a 3,4%.
Do m e s m o modo atua o vanádio, que, e m teores d e 0,10% a 0,20%, e m secções de
aproximadamente 7 5 m m d e diâmetro, aumenta a resistência à ruptura transversal de
cerca de 50%.
O níquel, cujo efeito e m relação à resistência à r u p t u r a transversal j á f o i m e n c i o n a d o , é
u m elemento grafitizante; a s quantidades mais c o m u m e n t e s adicionadas situam-se entre
0,5% e 1,5%, para contrabalançar o efeito e s t a b i l i z a d o r de e l e m e n t o s como cromo,
molibdênio e vanádio; p o r e s s a razão, é raramente adicionado isoladamente' "). 3

O cobre - outro e l e m e n t o grafitizante - é a d i c i o n a d o usualmente e m t e o r e s d e 0,5% a


2 , 0 % . A figura 2 2 9 ' ' 3 3 1 m o s t r a a resistência à t r a ç ã o d o ferro fundido cinzento, e m barras de
20 m m d e diâmetro d e v á r i o s teores d e carbono, e m f u n ç ã o d o teor de c o b r e . Verifica-se que,
a c i m a d e 3 , 0 % d e c o b r e , q u e c o r r e s p o n d e a p a r e n t e m e n t e a o limite d e s o l u b i l i d a d e d o cobre,
a r e s i s t ê n c i a cai. Q u a n d o o c o b r e é adicionado i s o l a d a m e n t e , r e c o m e n d a - s e r e d u z i r o teor de
silício d e u m a quantidade correspondente a 0 , 2 5 % p a r a 1,0% de cobre adicionado' 3 1 3 '. O
c o b r e melhora a usinabilidade d o material e s u a resistência à corrosão, principalmente e m
meios contendo enxofre. Pode ainda ser utilizado conjuntamente c o m o cromo ou o
molibdênio ou cromo-molibdênio.-
F i n a l m e n t e o estanho t e m sido usado até teores de 0,10/0,15% como elemento
estabilizador d a perlita. S e u efeito é mais notado e m ferros fundidos d e alto t e o r d e carbono,
a c i m a d o eutético. Diminui, entretanto, a resistência a o c h o q u e , motivo pelo qual s e deve
procurar manter seu teor abaixo d e 0,10%.
E m trabalho relativamente recente' 3 1 4 ' , C . P e n t e a d o d e C a s t r o , L. M . C h a v e s F i l h o e A .
P í e s k e e s t u d a r a m o s e f e i t o s d o nióbio e m ferro f u n d i d o cinzento, c h e g a n d o à s seguintes
c o n c l u s õ e s principais: a p r o f u n d i d a d e d e c o q u i l h a m e n t o foi reduzida; h á t e n d ê n c i a à elimina-
ção d e grafita de superesfriamento, à redução de grafita e m geral e ao d e c r é s c i m o d a porcen-
t a g e m d e -ferrita e m f e r r o s f u n d i d o s n ã o i n o c u l a d o s ; o s c a r b o n e t o s ( o u c a r b o n e t o d e nióbio)
s i t u a m - s e , e m geral, p r e f e r e n c i a l m e n t e nas dendritas d e austenita; f i n a l m e n t e c o m a adição
d e t e o r e s d e nióbio até o u a c i m a d e 0,3%, o b s e n / a - s e u m a t e n d ê n c i a à e l e v a ç ã o d a s propri-
edades mecânicas.
N o r m a l m e n t e , a a d i ç ã o d e e l e m e n t o s de liga n o s ferros fundidos c i n z e n t o s d e baixo teor
e m liga é feita pela c o m b i n a ç ã o d e vários e l e m e n t o s , s e n d o as c o m b i n a ç õ e s clássicas Cr-Ni,
C r - N i - f v I o , C r - C u , C r - C u - M o , C u - f v l o e Ni-fvlo.

5 . 2 . Ferros fundidos cinzentos de baixo teor em liga - A l g u n s e x e m p l o s e s t ã o i l u s t r a d o s n a


Tabela 168' 3 1 5 '.
O s tipos 1 e 2 s ã o utilizados quand o s e d e s e j a e l e v a d a resistência a o desgaste , e m
grandes secções.
O tipo 3 , q u a n d o s e d e s e j a e l e v a d a r e s i s t ê n c i a a o d e s g a s t e e m g e r a l .
O s tipcs 4 , 5, 6 e 7 s ã o utilizados e m peças p a r a máquinas operatrizes, b o m b a s e moto-
res d e combustão interna. A p r e s e n t a m elevada resistência a o desgaste e b o a usinabilidade
nas partes menos espessas.
O s t i p o s 8, 9 e 1 0 s ã o u t i l i z a d o s e m p e ç a s d e s e c ç ã o m é d i a e f i n a , a p r e s e n t a n d o alta
resistência à tração e e l e v a d a resistência ao d e s g a s t e . P o d e m s e r t r a t a d o s p o r têmpera
superficial e por martêmpera.
O s t i p o s 11 e 1 2 s ã o e m p r e g a d o s e m v i r a b r e q u i n s , e i x o s d e c o m a n d o d e v á l v u l a s e e m
e n g r e n a g e n s , caracterizados p o r alta resistência à t r a ç ã o e ao desgaste.

528
FEDCBA FERROS FUNDIDOS CINZENTOS zyxwvut

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529
Aços zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E FERROS FUNDIDOS

TABELA 169
C o m p o s i ç ã o e p r o p r i e d a d e s de f e r r o f u n d i d o s r e s i s t e n t e s à c o r r o s ã o

Alto Alto Alto


silício cromo níquel

Carbono total 0,4-1,1 1,2-4,0 3,0


Manganês 1,5 0,3-1,5 0,5-1,5
Fósforo 0,15 0,15 0,08
Enxofre 0,15 0,15 0,12
Silício 14-17 0,5-3,0 1,0-2,8
Níquel zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 13,5-36 5,0
Cromo 5,0 12-35 1,5-6,0
Molibdênio • 1,0 4,0 1,0
Cobre 0,5 3,0 7,0

Estrutura da matriz do Ferrita Martensita Austenita


estado fundido Austenita

Dureza Brinell 480 a 520 2 5 0 a 740 130 a 2 5 0


Limite de resistência à
t r a ç ã o , k g f / m m (MPa)
z 9,1 a 18,2 21,0 a 84,0 17,5 a 31,5
(91 a 182) (210 a 820) ( 1 7 5 a 305)
Resist. à Ruptura Trans-
versal
- c a r g a , kgf 545 a 1000 910a1590 8 2 0 a 1590
- deflexão, m m 0,65 1,5 a 3,8 5a25
Temperatura máxima de
serviço, °C zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 815 a 1093 7 0 5 a 815

5 . 3 . Ferro fundido de alto teor de liga - D o m e s m o q u e n o s a ç o s , a a d i ç ã o d e e l e m e n t o s


d e liga e m teores elevados n o s ferros fundidos t e m p o r objetivo conferir-lhe propriedades
e s p e c i a i s , c o m o resistência à corrosão, resistência a o calor, e t c , característicos esses que
s ã o a p e n a s ligeiramente m e l h o r a d o s c o m baixos t e o r e s de alguns e l e m e n t o s d e liga.
E n t r e o s f e r r o s f u n d i d o s e s p e c i a i s , o s resistentes à corrosão constituem u m dos grupos
m a i s importantes.
C o m o s e s a b e , a c o r r o s ã o d o s metais, n a p r e s e n ç a d e s o l u ç õ e s c o n t e n d o o x i g é n i o , é u m
p r o c e s s o e l e t r o q u í m i c o . O r e s u l t a d o d a c o r r o s ã o é a " f e r r u g e m " . Q u a n d o s e t r a t a d e ferro de alta
p u r e z a , c o m superfície e x t r e m a m e n t e u n i f o r m e , a p r e s e n ç a d e q u a n t i d a d e s u f i c i e n t e d e oxigé-
n i o , o r i g i n a ó x i d o d e f e r r o h i d r a t a d o q u e é a f o r m a m e n o s s o l ú v e l d e ó x i d o d e f e r r o . S e n o pqnto
d e a t a q u e , o c o n e r forte a d e r ê n c i a d a f e r r u g e m , p o r a u s ê n c i a d e m o v i m e n t o , p o r e x e m p l o , é
possível que o ataque c e s s e . No entanto, normalmente h á muitos pontos n a superfície da peça
o n d e o c o m p o r t a m e n t o é d i f e r e n t e . E s s a d i f e r e n ç a d e c o m p o r t a m e n t o p o d e o c o r r e r no meio
c i r c u n v i z i n h o . C o m o este é , e m g e r a l , c o n d u t o r d e e l e t r i c i d a d e o u "eletrólito", c r i a - s e u m a diferen-
ç a d e p o t e n c i a i entre os v á r i o s p o n t o s d e c o m p o r t a m e n t o d i f e r e n t e ; r e s u l t a m c é l u l a s galvânicas,
e n t r e â n o d o s locais e c á t o d o s n a superfície d o m e t a l , p r o v o c a n d o a c o n t i n u i d a d e d a c o n o s ã o .
N o ferro fundido c i n z e n t o , a d m i t e - s e que a grafita s e j a u m fator d e t e r m i n a n t e n o progresso e
distribuição d a corrosãof 3161 . A g r a f i t a é insolúvel n a m a i o r i a d o s m e i o s c o r r o s i v o s ; entretanto, e m
c e r t o s m e i o s , c o m o d e t e r m i n a d o s á c i d o s f o r t e s , o a t a q u e d a m a t r i z é a c e l e r a d o p e l a célula
g a l v â n i c a c r i a d a entre a g r a f i t a e o ferro, d e s d e q u e a e s t r u t u r a d o ferro f u n d i d o e a distribuição das
• p a r t í c u l as s e j a m tais q u e p e r m i t a m a infiltração d o s c o n s t i t u i n t e s corrosivos n o c o r p o d o material.
A melhor prática p a r a evitar esse f e n ó m e n o consiste na produção d e u m a matriz
a u s t e n í t i c a , m e d i a n t e a i n t r o d u ç ã o d e q u a n t i d a d e s s u f i c i e n t e s d e níquel o u níquel e corbre. A
m a t r i z austenític a r e s u l t a n t e é m a i s resistente a o a t a q u e q u í m i c o e m e n o s a t i v a na sua
reação galvânica com a grafita.
O cromo é outro e l e m e n t o m u i t o eficiente s o b o p o n t o de vista d e conferir, resistência à
c o r r o s ã o aos ferros cinzentos. E m teores de 20 a 3 5 % , apresenta bons resultado n a presen-
ç a d e á c i d o s o x i d a n t e s , s o b r e t u d o nítrico, n u m e r o s a s s o l u ç õ e s s a l i n a s , s o l u ç õ e s o r g â n i c a s
ácidas e para exposição à atmosfera.

530
EDCBA FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

D o m e s m o m o d o , o silício, a d i c i o n a d o e m t e o r e s d e 1 4 , 5 % o u mais< > c o n f e r e a o s f e r r o s


3l7

f u n d i d o s e l e v a d a resistência ao ácido s u l f ú r i c o fervente a 3 0 % d e c o n c e n t r a ç ã o ; c o m 1 6 , 5 %


de Si, os f e r r o s f u n d i d o s a p r e s e n t a m b o a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o n a p r e s e n ç a d e ácidos nítrico
e sulfúrico ferventes, de praticamente t o d a s as concentrações.
E s s e s e l e m e n t o s , S i , Cr, Ni e C u o r i g i n a m o s c h a m a d o s ferros fundidos resistentes à
corrosão, cujos t i p o s mais importantes, c o m as respectivas p r o p r i e d a d e s estão r e p r e s e n t a -
dos na Tabela 1 eg' 3 0 2 !' 3 1 7 ).
O s t i p o s d e a l t o s i l í c i o - entre o s q u a i s o Duriron - aproximam-se mais dos aços do que d o s
ferros f u n d i d o s .
A Esses materiais são considerados os melhores, em relação a o custo. Empregam-se em
indústrias q u í m i c a s , n a p r e s e n ç a de m e i o s m e d i a n a m e n t e c o r r o s i v o s . A c i m a de 1 4 , 2 % d e
silício, a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o e m á c i d o s u l f ú r i c o e m e b u l i ç ã o é m u i t o g r a n d e . C o m a d i ç ã o
d e c r o m o e m o l i b d ê n i o e siifcic e m t o r n o d e 1 7 % , a p r e s e n t a b o a r e s i s t ê n c i a à c o r r o s ã o p e i a
ação do ácido clorídrico. Resistem igualmente a soluções de ácidos orgânicos a q u a i s q u e r
concentrações e temperaturas.
As p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s n ã o s ã o b o a s : s ã o ligas d u r a s e q u e b r a d i ç a s : d i f í c e i s de
fundir e d e u s i n a b i i i d a d e praticamente n u l a . E s s e s materiais s ã o u s a d o s em tubos d e d r e n a -
g e m d e i n d ú s t r i a s q u í m i c a s , l a b o r a t ó r i o s , h o s p i t a i s etc.
Na indústria de fertilizantes e de e x p l o s i v o s , utilizam-se e s s e s materiais para t o r r e s ,
tubos e dispositivos para concentração d e ácido sulfúrico e nítrico. E m p r e g a m - s e ainda e m
bombas, válvulas, bocais, para d e s c a r g a d e tanques e t c , de e q u i p a m e n t o s para m a n u s e i o
de substâncias corrosivas como ácido crômico, lamas e outras substâncias corrosivas típi-
cas de f á b r i c a s d e p a p e l e celulose, p i g m e n t o s , etc.
EDCBA Os m a t e r i a i s d e alto teor de c r o m o , e n t r e 2 0 e 3 5 % , a p r e s e n t a m b o a resistência à a ç ã o d e
á c i d o s o x i d a n t e s , c o m o o nítrico, m a s n ã o r e s i s t e m à a ç ã o d e á c i d o s r e d u t o r e s . S u a s a p l i c a -
ções p o d e m s e r feitas e m ácidos fracos, s o b condições 'oxidantes, e m soluções salinas, e m
soluções ácidas orgânicas e atmosferas marítimas e industriais.
A a p l i c a ç ã o d e s s e s m a t e r i a i s é, e m c o n s e q u ê n c i a , f e i t a n o s s e g u i n t e s c a s o s : a s c o m p o -
sições d e alto c r o m o e baixo c a r b o n o , e m p o t e s de r e c o z i m e n t o , p o t e s de fusão de c h u m b o ,
zinco ou a l u m í n i o e outras peças e x p o s t a s e elevadas t e m p e r a t u r a s . Nos teores mais e l e v a -
d o s d e c r o m o , n a i n d ú s t r i a de p a p e l o n d e h a j a l i c o r e s d e b r a n q u e a m e n t o d e h i p o c l o r e t o s ,
s u l f a t o d e a l u m í n i o ( a t é 5 % de c o n c e n t r a ç ã o ) , á c i d o s f o s f ó r i c o s ( e m c o n c e n t r a ç õ e s a t é 6 0 % ,
a t e m p e r a t u r a s a t é a de ebulição e até 8 5 % a t e m p e r a t u r a s a t é 8 0 ° C ) , etc.

T A B E L A 170
EspecIflcaçõesASTM A 4 3 6 de ferros f u n d i d o s Ni-Resist

Composição química Propriedades mecânicas (min.)

Tipo Dureza limite d e r e s i s t .


% SI Mn Ni Cu Cr S Brinell tração
kgf/mm* MPa
1 min. 1,00 0,50 13,50 5,50 1,50 131 17,5 175
max 3,00 2,80 1,50 17,50 7,50 2,50 0,12 183
1b min. 1,00 0,50 13,50 5,50 2,50 149 21,0 210
max 3,00 2,80 1,50 17,50 7,50 3,50 0,12 212
2 min. 1,00 0,50 18,00 1,50 118 17,5 175
max 3,00 2,80 1,50 22,00 0,50 2,50 0,12 174
2b min. 1,00 0,50 18,00 3,00 171 21,0 210
max 3,00 2,80 1,50 22,00 0,50 6,00 0,12 248
3 min. 1,00 0,50 28,00 2,50 118 17,5 175
max 2,60 2,00 1,50 32,00 0,50 3,50 0,12 159
4 min. 5,00 0,50 29,00 4,50 149 17,5 175
max 2,60 6,00 1,50 32,00 0,50 5,50 0,12 212
5 min. 1,00 0,50 34,00 '99 14,0 140
max 2,40 2,00 1,50 36,00 0,50 0,10 0,12 124

531
A ç o s s FERROS FUNDIDOS

A p r e s e n t a m , f i n a l m e n t e , m e l h o r e s propriedades m e c â n i c a s que as d e alto silício. T a m -


b é m s ã o resistentes ao c h o q u e e p o d e m ser u s i n a d o s .
O s t i p o s d e alto n í q u e l c o n s t i t u e m o s c o n h e c i d o s f e r r o s f u n d i d o s a u s t e n í t i c o s d e n o m i n a -
d o s "Ni-Resisf, caracterizados por s u a elevada resistência à corrosão. S u a s propriedades e
e m p r e g o s são função d a s s u a s várias c o m p o s i ç õ e s s e g u n d o as quais s ã o produzidos. A
Tabela 170 ( 3 < a l indica a l g u m a s d a s c o m p o s i ç õ e s u s u a i s . O s tipos m o s t r a d o s c o r r e s p o n d e m à
especificação ASTM A 436.
O s tipos 1 e 2 são i n t e r c a m b i á v e i s e m murtas a p l i c a ç õ e s para resistência à corrosão e ao
d e s g a s t e , sobretudo e m s e r v i ç o crítico de d e s g a s t e m e t a i c o m metal. O tipo 1 a p r e s e n t a
a l g u m a s vantagens no m a n u s e i o de água salgada e ácidos minerais corrosivos.
O tipo 1b é mais r e s i s t e n t e e m a i s duro e p o s s u i m e l h o r resistência à c o r r o s ã o - e r o s ã o .
O tipo 2 é o mais c o m u m e n t e empregado, devido sua boa resistência e m ambientes
c o r r o s i v o s . A l é m disso, é p r e f e r i d o e m a p l i c a ç õ e s d e v a p o r q u a n d o se d e s e j a resistência ao
c a l o r e à o x i d a ç ã o até c e r c a d e 7 0 0 ° C . É a i n d a e m p r e g a d o no m a n u s e i o d e s o l u ç õ e s c á u s -
tica, alcalinas, e de a m ó n i a , p r o d u t o s alimentares, r a y o n , plásticos e e m a m b i e n t e s similares
o n d e d e v e ser evitada c o n t a m i n a ç ã o pelo cobre.
O tipo 2b é e s p e c i a l m e n t e r e c o m e n d a d a p a r a a p l i c a ç õ e s a t e m p e r a t u r a s até c e r c a de
8 1 5 ° C . A s aplicações i n c l u e m p e ç a s de turbinas, t u b o s de exaustão e turboalímentadores.
O tipo 3 é r e c o m e n d a d o p a r a serviço o n d e p o s s a ocorrer apreciável c h o q u e entre a
t e m p e r a t u r a ambiental e 2 3 0 ° C . A temperatura entre 2 3 0 ° C e 815°C, s e m c h o q u e térmico,
esse tipo é empregado em aplicações tais como tubo de exaustão diesel e
turboalimentadorès.
O tipo 4 é r e c o m e n d a d o o n d e s e exige r e s i s t ê n c i a a m a r c h a s . P o r o u t r o l a d o , este tipo é
s u p e r i o r a o s outras tipos d e N l - B e s i s t n o q u e s e refere à r e s i s t ê n c i a à erosão, c o r r o s ã o e oxidação.
O tipo 5 possui m í n i m a expansividade térmica o q u e fornece estabilidade dimensional
p a r a c o m p o n e n t e s d e m á q u i n a s operatrizes, m a t r i z e s d e c o n f o r m a ç ã o , t u r b i n a s a vapor, ins-
t r u m e n t o s científicos e j u n t a s d e e x p a n s ã o .
D e u m m o d o geral, a usinabilidade dos Ni-Resist é b o a .
O u t r o g r u p o d e f e r r o s f u n d i d o s c i n z e n t o s e s p e c i a i s c o m p r e e n d e o s ferros fundidos resis-
tentes ao calor.
O que se procura n e s s a s ligas é resistência a o crescimento pelo calor, resistência à
o x i d a ç ã o a altas t e m p e r a t u r a s , resistência a o c h o q u e t é r m i c o , resistência à fluência e limite
d e f a d i g a adequado a altas temperaturas.
O " c r e s c i m e n t o " c o r r e s p o n d e a o p e r m a n e n t e a u m e n t o de v o l u m e q u e o c o r r e no ferro
f u n d i d o q u a n d o e x p o s t o l o n g a m e n t e a t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s ou a ciclos r e p e t i d o s de a q u e -
c i m e n t o e esfriamento. E s s e f e n ó m e n o resulta d a e x p a n s ã o pela grafriização, e x p a n s ã o e
c o n t r a ç ã o a temperaturas d e transformação e o x i d a ç ã o interna do ferrof 319 '. P o r outro lado,
g a s e s p o d e m s e r i n t r o d u z i r n a s u p e r f í c i e d o f e r r o s f u n d i d o s a altas t e m p e r a t u r a s n o s locais
c o r r e s p o n d e n t e s aos v e i o s d e grafita e oxidá-la, a s s i m c o m o o ferro e o silício.
O silício que e m t e o r e s a t é c e r c a d e 3 , 5 % a u m e n t a a v e l o c i d a d e d e c r e s c i m e n t o , devido
s u a tendência de grafriização, a c i m a de 4 % retarda o f e n ó m e n o .
O c r o m o , que é elemento estabilizador de carbonetos, retarda a t e n d ê n c i a ao crescimen-
to d o ferro fundido, q u a n d o utilizado a temperaturas d e 4 5 5 ° C ou superiores.
O s i l í c i o e o c r o m o a u m e n t a m a i n d a a r e s i s t ê n c i a à f o r m a ç ã o d e c a s c a d e ó x i d o , pois
formam u m a c a m a d a superficial fina de óxido, a qual é i m p e r m e á v e l às atmosferas
oxidantes' 3 1 9 '.
O níquel atua sobretudo n o sentido de melhorar a resistência e a t e n a c i d a d e a tempera-
turas elevadas. O molibdênio atua do mesmo m o d o .
U s a m - s e também adições de alumínio que r e d u z e m o crescimento e a t e n d ê n c i a à forma-
ção de c a s c a de óxido. E s s e elemento, entretanto, afeta negativamente as propriedades
m e c â n i c a s do material à t e m p e r a t u r a ambiental.
ATabela 171 ( 3 0 a | mostra a l g u m a s composições e propriedades mecânicas de ferros fundi-
d o s r e s i s t e n t e s a o calor.
A s i i g a s d e médio silício a p r e s e n t a m b o a r e s i s t ê n c i a à f o r m a ç ã o d e c a s c a d e ó x i d o e ao

532
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS zyxwvutsrqponmlk

T A B E L A 171
Faixa de c o m p o s i ç õ e s e p r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de f e r r o s f u n d i d o s r e s i s t e n t e s ao c a l o r

De m é d i o De alto De alto Ao Ao
(%)
silício cromo níquel Ni-Cr-Si Alumínio
Carbono 1,6-2,5 1,8-3,0 1,8-3,0 1,8-2,6 1,3-2,0
Silício 4,0-7,0 0,5-2,5 1,0-2,75 5,0-6,0 1,3-6,0
Manganês 0,4-0,8 0,3-1,5 0,4-1,5 0,4-1,0 0,4-1,0
Níquel zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 5,0 - 13,5-36,0 13,0-43,0
Cromo - 15,0-35,0 1,3-6,0 1,8-5,5 -
Cobre - - 7,0 max. 10,0 max. -
Molibdênio - - 1,0 max. 1,0 max. -
Alumínio - - - - 20,0-25,0
Estrutura da Femia
matriz no estado Ferrita Periita Austenita Austenita Ferrita
fundido grosseira
Limite resist. tração (175-305) (210-620) (175-305) (140-305) (240-610)
(MPa) k g f / m m 2 17,5-31,5 21-63 17,5-31,5 14,0-31,5 (24-63
Dureza Brinell 170-250 25C-500 130-250 110-210 180-350
Resist. à ruptura
transversal
- carga, kgf 450-1090 900-1560 820-1360 820-1130 -
- flecha, m m . 4,5-9,0 1,5-3,8 5,1-25,0 7,5-35,5 -
Resist. aa 2-3,3 2,8-4,8 8,3-20,7 11,0-20,7 -
choque kgm (J) (19,6-32,4) (27,5-47,0) (81,4-203) (107,9-203) -

c r e s c i m e n t o . G o m o o silício a u m e n t a t a m b é m a t e m p e r a t u r a d e t r a n s f o r m a ç ã o p a r a cerca
de 900°C, a f a i x a d e temperatura d e s s a s ligas é igualmente e l e v a d a . S ã o u m tanto frágeis.
As ligas de alto cromo são largamente usadas devido à ação estabilizadora de
carbonetos, q u e i m p e d e o crescimento e porque apresentam a t e n d ê n c i a de formar u m óxido
superficial protetor. P o r isso, p o d e m s e r e m p r e g a d a s e m t e m p e r a t u r a s d e o r d e m d e 1 0 0 0 ° C
e mesmo 1100°C sob condições atmosféricas e na presença de alguns reagentes q u í m i c o s .
A s d e alto níquel são do tipo austenítico, conhecidas c o m o Ni-Resist, já c o m e n t a d a s .
A p r e s e n t a m b o a r e s i s t ê n c i a à f o r m a ç ã o d e c a s c a d e ó x i d o e c r e s c i m e n t o até t e m p e r a t u r a s
de 815°C na m a i o r i a das atmosferas o x i d a n t e s e b o m c o m p o r t a m e n t o sob a ação do vapor,-
até cerca de 5 3 0 ° C .
Os ferros f u n d i d o s ao Ni-Cr-Si p o d e m s e r usados até t e m p e r a t u r a s d a ordem d e 9 5 0 ° C .
T a n t o o s d e a l t o n í q u e l c o m o os a o M i - C r - S Í t ê m e x c e l e n t e s t e n a c i d a d e e e l e v a d a r e s i s t ê n c i a
ao choque, c o m o se p o d e verificar pela T a b e l a 1 7 1 .
F i n a l m e n t e , o s f e r r o s f u n d i d o s a o alumínio, apesar de sua b o a resistência à tendência d e
formação de c a s c a de óxido, t ê m p e q u e n o uso comercial, d e v i d o s u a fragilidade e dificulda-
de na s u a fusão.
Um importante grupo de ferros f u n d i d o s ligados constitui a classe dos "Ni-Hard". Os
ferros fundidos d e s s a classe se c a r a c t e r i z a m p o r extraordinária resistência à a b r a s ã o , de
modo que são g r a n d e m e n t e aplicados n a s indústrias de m i n e r a ç ã o , energia, cimento, c e r â -
mica, d r a g a g e m , c a n / ã o / c o q u e etc. O N i - H a r d é u m ferro f u n d i d o b r a n c o ligado.
Peças típicas fabricadas de N i - H a r d p a r a as indústrias a c i m a m e n c i o n a d a s compreen-
d e m : m o i n h o s d e b o l a , revestimento d e m o i n h o d e bola, c a b e ç o t e s d e rolos de m o i n h o , a n é i s
de pulverizadores, c o m p o n e n t e s d e b o m b a s para vários tipos d e a r g a m a s s a s , tubos e c o t o -
velos, cilindros p a r a c o n f o r m a ç ã o de m e t a i s etc.
A microestrutura do Ni-Hard é s e m e l h a n t e à do aço t e m p e r a d o , c o n t e n d o ainda u m a q u a n -
tidade de c a r b o n e t o s finos q u e c o n t r i b u e m d e m o d o apreciável p a r a s u a resistência à a b r a s ã o .
A c o m p o s i ç ã o q u í m i c a e as p r o p r i e d a d e s dos principais tipos de N l - H a r d estão i n d i c a d o s
n a T a b e l a 172< >. 320

O tipo 4 caracterizá-se por reter d u r e z a a temperatura a c i m a d o a m b i e n t e . A s s i m , s e n d o


P 0 5
3 g.
§ |
T A B E L A 172
C o m p o s i ç ã o q u f m i c a e p r o p r i e d a d e s d e Ni-Hard
3,0/3,6 2,90 max. 2,9/3,7 2,5/3,6
0,8 max 0,8 max 0,8 max 1,0/2,2
1,3 max 1,3 max 1,3 max 1,3 max
0,15 max 0,15 max 0,15 max 0,15 max
0,30 max. 0,30 max. 0,30 max. 0,10 max
3,3/5,0 3,3/5,0 2,7/4,0 5,0/7,0
1,4/4,0 1,4/4,0 1,1/1,5 7,0/11,0
Propriedades Fundição Fundição Fundição Fundição Fundição
e m are/a Fundição Fundição Fundição
em coquilha e m areia em coquilha e m areia em c o q u i l h a em areia
Dureza Brinell, min 550 em c o q u i l h a
600 550 600
Dureza RC, min. 550 600 550
53 56 53 55Õ
Carga para ruptura transversal 56 53 56 53 53
em kg, corpo de prova de 1,20"
dia, e v ã o de 12"
1816/2270 2043/3078 2043/2497
Deflexão, em m m 2497/3178
2,03/2,79 2,03/3,05 2270/2724 2497/3178
Resistência à tração k g f / m m 2,54/3,05 2,54/3,05
2
2,03/2,79 2,54/3,81
(MPa), corpo de prova, 1,20"
28/35 35/42 31,5/38,5
dia. 42/52,5
(270/340) (340/410) 52,5/59,5 56/77
(305/375) (41.0/515)
Resistência ao choque 2,76/4,14 (515/585) (555/760)
3,45/5,52 3,45/4,83 4,83/7,59
Izod, kgfm (J) 4,83/6,21 4,83/6,21
(27,1/40,6) (33,8/54,1) (33,8/47,4) (47,4/74,5)
(47,4/60,9) (47,4/60,9)
EZ X a -n m D O tu >
• 7 ^ Q T l m o O 03
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O X " CD o CD O
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TEMPERATURA, "C f S J
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P 0 5
3 g.
§ |
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

A s t e n s õ e s assim o r i g i n a d a s p o d e m causar e m p e n a m e n t o das peças o u m e s m o fissuras


e s u a ruptura. A intensidade dessas tensões, por outro lado, depende da f o r m a e das dimen-
sões das peças e da própria c o m p o s i ç ã o do material.
A s consequências mais graves dessas tensões p o d e m ser atenuadas p o r u m projeto
a d e q u a d o das peças, t é c n i c a apropriada de f u n d i ç ã o e seleção de c o m p o s i ç ã o que repre-
s e n t e u m e q u i l í b r i o a p r o p r i a d o e n t r e as p r o p r i e d a d e s d e r e s i s t ê n c i a e c o n t r a ç ã o .
Entretanto, na maioria d o s c a s o s , essas tensões internas d e v e m ser aliviadas o u eliminadas.
D u r a n t e muito t e m p o , o m e i o utilizado p a r a e s s e fim e r a deixar as p e ç a s d e f e r r o fundido
e x p o s t a s ao tempo durante m e s e s . Esse processo é frequentemente c h a m a d o d e "envelhe-
c i m e n t o natural". Por m e i o de ensaios a d e q u a d o s , c o n t u d o verificou-se q u e o m á x i m o de
alívio d e tensões obtido p o r e s s e método era d e 1 0 % , o que levou ao s e u a b a n d o n o e ao
e m p r e g o , d o " e n v e l h e c i m e n t o artificial".
C o n s i s t e n o p r o c e s s o e m a q u e c e r as p e ç a s a u m a t e m p e r a t u r a g e r a l m e n t e i n f e r i o r à
f a i x a d e transformação d a perlita e m austenita, durante um tempo determinado.

25 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\

50

75

100
100 200 300 400 500 600 700

Temperatura ° C

Fig. 231 - Efeito d a temperatura sobre a quantidade de tensões internas aliviadas.

A d m i t e - s e que a r e d u ç ã o d e t e n s õ e s s e deve a o a b a i x a m e n t o do limite elástico do mate-


rial, à m e d i d a que ele s e a q u e c e , ocorrendo d e f o r m a ç ã o plástica, fluência o u movimento
s u f i c i e n t e p a r a aliviar p r a t i c a m e n t e t o d a s as t e n s õ e s i n t e r n a s * 3221 . •
O s mais importantes fatores no tratamento de t e n s õ e s s ã o , pois, a t e m p e r a t u r a e o tempo
de p e r m a n ê n c i a a essa t e m p e r a t u r a . Como seria d e s e esperar, quanto mais e l e v a d a a tem-
peratura, maior a quantidade de tensões aliviadas, d e v e n d o - s e entretanto, evitar alterações
na estrutura e propriedades d o ferro fundido.
A Figura 2 3 1 | 3 2 , ) m o s t r a o efeito d a t e m p e r a t u r a s o b r e a quantidade de t e n s õ e s aliviadas.
V e r i f i c a - s e q u e , abaixo d e 4 0 0 ° C , o efeito é m u i t o p e q u e n o e que s e r á n e c e s s á r i o aquecer-
s e o material acima de pelo m e n o s 500°C para resultados mais positivos. D e acordo com
d a d o s e x p e r i m e n t a i s ( F i g . 3 2 1 ) , o m á x i m o alivio d e t e n s õ e s , c o m p r o b a b i l i d a d e m í n i m a de
modificações da estrutura pela decomposição do c a r b o n o combinado, é obtido entre tempe-
raturas de 500°C a 565°C.
A F i g u r a 232< ) i n d i c a o e f e i t o d o t e m p o c o m b i n a d o c o m a t e m p e r a t u r a . A q u e c e o d o - s e ,
322

p o r e x e m p l o , entre 5 0 0 ° C e 5 6 5 ° C , basta m a n t e r o m a t e r i a l n e s s a faixa d e temperaturas


d u r a n t e u m a hora, p a r a s e o b t e r c e r c a de 8 0 % d a s t e n s õ e s aliviadas.
P a r a ferros fundidos c i n z e n t o s de baixo teor e m liga s ã o necessárias m a i o r e s temperatu-
r a s , d a o r d e m d e 5 6 0 ° C a 6 0 0 ° C , p o i s o s e l e m e n t o s d e l i g a u s u a i s - Cr, M o , N i e V - t e n d e m

536
FERROS FUNDIDOS CINZENTOSzyxwvutsrqponmlk

a aumentar a resistência do ferro f u n d i d o à fluência, ou seja a d e f o r m a ç ã o plástica n e c e s s á -


ria p a r a r e d u z i r o u e l i m i n a r a s t e n s õ e s i n t e r n a s .
Por outro l a d o , e s s a s t e m p e r a t u r a s e l e v a d a s , nos f e r r o s f u n d i d o s ligados, n ã o s ã o a i n d a
suficientes p a r a modificar a estrutura d o material e p r o m o v e r u m amolecimento prematuro.
E m r e s u m o , a s t e m p e r a t u r a s r e c o m e n d a d a s para alívio d e t e n s õ e s s ã o as i n d i c a d a s n a
Tabela MS^l

10

FEDCBA

100 200 300 400 500 600 700 800

TEMPERATURA, °C

Fig. 2 3 2 - Efeito do tempo à temperatura no tratamento de alívio de tensões.

T A B E L A 173
Faixa d e t e m p e r a t u r a s r e c o m e n d a d a s p a r a alívio de t e n s õ e s d o f e r r o f u n d i d o c i n z e n t o

T i p o d e ferro f u n d i d o Temperatura para


cinzento alívio de t e n s õ e s
S e m elemento de liga 530°C-565°C
De baixo teor em liga 610°C-620°C
De alto teor em liga 620°C-650°C

O r e s f r i a m e n t o , a p ó s a q u e c i m e n t o p a r a alívio de t e n s õ e s , d e v e ser c o n d u z i d o c o m c u i -
dado, pois u m resfriamento rápido p o d e originar novas t e n s õ e s internas. Recomenda-se,
assim, que as p e ç a s sejam resfriadas n o forno de aquecimento até a temperatura atingir
2 9 0 ° C , q u a n d o , e n t ã o , p o d e m s e r r e s f r i a d a s a a ar. C o m p e ç a s d e f o r m a c o m p l e x a , é r e c o -
m e n d á v e f q u e o r e s f r i a m e n t o n o i n t e r i o r d o f o r n o s e j a feito a t é a t e m p e r a t u r a a t i n g i r ^ " C ^ .

6.2. Recozimento - O objetivo principal do recozimento é m e l h o r a r a usinabilidade do


ferro fundido c i n z e n t o , p a r a o q u e ele d e v e s e r aquecido a t e m p e r a t u r a c o r r e s p o n d e n t e s à
z o n a crítica p a r a p r o p i c i a r u m a a l t e r a ç ã o d a s u a estrutura. A r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a e a d u r e z a
diminuem, ao m e s m o t e m p o que as t e n s õ e s internas são t o t a l m e n t e aliviadas.
A Figura 2 3 3 ' 3 2 2 1 m o s t r a os ciclos d e r e c o z i m e n t o r e c o m e n d a d o s p a r a ferro fundidos c i n z e n t o s .
Mostra ainda, p a r a fins c o m p a r a t i v o s , o cicio d e a q u e c i m e n t o utilizado n o alívio d e t e n s õ e s i n t e r n a s .

537
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

A c u r v a d e r e c o z i m e n t o m a i s b a i x a (B) s e a p l i c a p a r a o s f e r r o s f u n d i d o s c o m u n s o u c o m
b a i x o t e o r d e liga, q u a n d o s e d e s e j a a p e n a s m e l h o r a r a u s i n a b i l i d a d e , o q u e s e c o n s e g u e
p e l a c o n v e r s ã o da perlita e m f e r r i t a e grafita. A f a i x a d e t e m p e r a t u r a s r e c o m e n d a d a situa-se
entre 700°G e 760°C.
A c u r v a m é d i a (B,), c o r r e s p o n d e n t e a u m a f a i x a d e t e m p e r a t u r a s d e a q u e c i m e n t o entre
7 9 0 ° C e 9 0 0 ° C , é e m p r e g a d a p a r a c o n s e g u i r r e s u l t a d o s m a i s positivos s o b o p o n t o de vista
d e m e l h o r a d a usinabilidade, s o b r e t u d o e m ferros f u n d i d o s ligados.
F i n a l m e n t e a c u r v a m a i s e l e v a d a (C) é a p l i c a d a q u a n d o o m a t e r i a l p o s s u i m u i t o c a r b o n o
c o m b i n a d o n a forma de c e m e n t i t a , como no caso d o ferro fundido m e s c l a d o o u branco. A
faixa d e temperatura r e c o m e n d a d a , na presença de c e m e n t i t a maciça, é d e 9 0 0 ° C a 950°C,
e m t e m p o s que v a r i a m d e u m a a três horas, a l é m d e m a i s u m a hora p a r a c a d a 2,5 c m de
secção das peças.

Fig. 233 - Ciclos de recozimento recomendados para f e n o s fundidos cinzentos (curvas B, B, e C).

A Tabela 174 ( 3 2 2 ) resume a s práticas r e c o m e n d a d a s p a r a recozimento d o s ferros fundidos.

6 . 3 . Normalização - E s s e t r a t a m e n t o é utilizado p a r a melhorar as p r o p r i e d a d e s mecâni-


c a s d o ferro f u n d i d o , tais c o m o resistência à t r a ç ã o e d u r e z a ou c o m o o b j e t i v o d e restaurar
a s p r o p r i e d a d e s d o e s t a d o b r u t o d e f u s ã o , c u j a e s t r u t u r a t e n h a s i d o a l t e r a d a p o r o u t r o pro-
cesso de aquecimento, c o m o por exemplo, grafitização ou preaquecimento o u aquecimento
p o s t e r i o r a s s o c i a d o s c o m s o l d a g e m de reparo< 3231 - A f a i x a de temperaturas é d e 885°C a
9 2 5 ° C , a c i m a portanto d a z o n a crítica, devendo o m a t e r i a l s e r mantido n a t e m p e r a t u r a esco-
l h i d a d u r a n t e cerca de 2 5 m i n u t o s por c m de s e c ç ã o ; s e g u e - s e resfriamento a o ar tranquilo.
É i m p o r t a n t e n o t a r q u e a n o r m a l i z a ç ã o é u m p r o c e s s o de a m o l e c i m e n t o p a r a ferros
f u n d i d o s c i n z e n t o s s e m e l e m e n t o s de liga e u m p r o c e s s o de e n d u r e c i m e n t o p a r a ferros
f u n d i d o s ligados, o que é d e m o n s t r a d o pela Tabela Í75 ? ).
1 23

6 . 4 . Têmpera e Revenido - O objetivo desse t r a t a m e n t o é aumentar a r e s i s t ê n c i a mecâ-


nica e a dureza, e c o n s e q u e n t e m e n t e , a resistência a o desgaste do ferro f u n d i d o cinzento.
E s t a última propriedade p o d e m e l h o r a r cerca de 5 v e z e s e m relação à r e s i s t ê n c i a ao desgas-
te d o ferro fundido cinzento periítico.
O a q u e c i m e n t o p o d e s e r f e i t o e m f o m o s , e m b a n h o s d e sal ou o e n d u r e c i m e n t o pod e ser
o b t i d o p o r c h a m a o u p o r i n d u ç ã o . N e s t e s ú l t i m o s c a s o s - a q u e c i m e n t o p o r c h a m a o u por
i n d u ç ã o - o ferro fundido d e v e conter u m a q u a n t i d a d e relativamente g r a n d e d e carbono
c o m b i n a d o , devido ao t e m p o m u i t o curto d i s p o n í v e l p a r a a solução do c a r b o n o n a austenita.

538 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPO
FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

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Aços e FERROS FUNDIDOS

TABELA 175
E f e i t o d o r e s f r i a m e n t o ao ar, a p a r t i r de várias t e m p e r a t u r a s , n a s p r o p r i e d a d e s d o f e r r o f u n d i d o

F e r r o F u n d i d o s e m liga Ferro F u n d i d o L i g a d o
L i m i t e de Limite de
Condição Dureza resistência Dureza resistência Carbono
Brinell à tração Brinell à tração combinado
kgf/mm 2 Mpa kgf/mm 2 Mpa (%)
Estado fundido 207 26,7 267 212 27,1 261 0,84
Resfriado a o ar
a partir de
815°C 152 20,8 208 212 29,8 288 0,76
870°C 152 20,8 208 217 30,9 299 0,81
925°C 152 20,7 207 223 29,7 287 0,82
980°C 152 21,1 211 255 34,3 333 0,80
Corpos de prova de 30,5 m m de diâmetro e 178 mm de comprimento, mantidos durante u m a hora às tempe-
raturas e e m seguida resfriados e m artranqúilo até a temperatura ambiente.
Ferro fundido comum: C,-3,15%,C -0,54%,Si-2,59%, P-0,09%,S-O,13%,Mn-0,88%,Cr-0,01%eMi-0,10%.
0

Ferro fundido ligado: C,-3,33%, C -0,84%, Si-2,27%, P-0,076%, S-0,12%, Mn-0,72%, Cr-0,44%, Ni-0,36% e
c

Mo-0,28%.

A t e m p e r a t u r a de a q u e c i m e n t o situa-se a c i m a d a z o n a crítica de m o d o q u e o c o r r a forma-


ção de austenita e o t e m p o de permanência à temperatura depende da composição do
m a t e r i a l , s e n d o o n e c e s s á r i o p a r a q u e haja s u f i c i e n t e s o l u ç ã o de c a r b o n o .
Devido à influência do teor de carbono combinado e dos teores de silício e de
m a n g a n ê s quanto à e n d u r e c i b i l i d a d e d o ferro f u n d i d o ' 3 2 3 1 , a temperatura e o tempo de
a u s t e n i t i z a ç ã o p a r a a t ê m p e r a s ã o muito i m p o r t a n t e s . A s s i m , por e x e m p l o c o m o o silício
r e d u z a solubilidade do c a r b o n o na austenita, os ferros fundidos c i n z e n t o s de silício mais
elevado exigem temperaturas m a i s altas de a u s t e n i t i z a ç ã o para obter-se a máxima
endurecibilidade. O manganês aumenta a endurecibilidade, assim c o m o elementos de
liga molibdênio, cromo e níquel, Por outro lado, ferros fundidos cinzentos comuns de
baixo teor de carbono c o m b i n a d o devem ser austenitizados durante u m t e m p o relativa-
mente longo.
D e q u a l q u e r m o d o , a t e m p e r a t u r a d e a q u e c i m e n t o é d e t e r m i n a d a p e l a t e m p e r a t u r a de
t r a n s f o r m a ç ã o de c a d a ferro f u n d i d o e m particular e o t e m p o de p e r m a n ê n c i a à t e m p e r a t u r a
d e v e s e r o suficiente p a r a q u e ocorra a q u e c i m e n t o u n i f o r m e através de t o d a s e c ç ã o das
p e ç a s , r e c o m e n d a n d o - s e c e r c a d e 10 min. por c e n t í m e t r o d e s e c ç ã o .
O resfriamento é l e v a d o a efeito geralmente e m ó l e o , u s a n d o - s e ar p a r a f e r r o s fundidos
c i n z e n t o s d e e l e v a d o t e o r e m l i g a . R e c o m e n d a - s e , a i n d a , d e v i d o a o f a t o d a s p e ç a s d e ferro
f u n d i d o t e m p e r a d a s s e r e m m u i t o sensíveis à f i s s u r a ç ã o , q u e elas sejam r e m o v i d a s do meio
d e r e s f r i a m e n t o , assim que a t e m p e r a t u r a atingir a p r o x i m a d a m e n t e 1 5 0 ° C e s e j a m imediata-
mente revenidas 1 3 2 3 1 ,
O revenido, l e v a d o a e f e i t o l o g o a p ó s a t ê m p e r a , e m t e m p e r a t u r a s b e m i n f e r i o r e s às
t e m p e r a t u r a s de t r a n s f o r m a ç ã o , reduz a fragilidade, alivia as tensões, d i m i n u i a dureza e
m e l h o r a a resistência m e c â n i c a e a t e n a c i d a d e , c o m o a F i g u r a 2 3 4 m o s t r a p a r a u m ferro
f u n d i d o cinzento de baixo d e silício, temperado e m óleo a partir de 8 7 0 ° C ( 3 2 3 ) .
A p r á t i c a tem m o s t r a d o q u e a t e m p e r a t u r a m a i s a c o n s e l h á v e l de r e v e n i d o , n o sentido de
melhora das propriedades de resistência mecânica, varia de 370°C a BOO © 0 3 2 3 1 , p a r a ferros
f u n d i d o s c i n z e n t o s s e m e l e m e n t o s d e liga o u l i g a d o s , s e n d o a s m a i o r e s u t i l i z a d a s p a r a estes
últimos.
A p e s a r dos resultados p o s i t i v o s que se p o d e a l c a n ç a r n a t ê m p e r a e r e v e n i d o d o s ferros
f u n d i d o s , esses tratamentos n ã o s ã o ainda muito a p l i c a d o s nesses materiais. Devido aos
s e u s característicos estruturais e alto teor de c a r b o n o , os f e r r o s fundidos p o d e m apresentar
vários problemas durante a t ê m p e r a , porém sua e l e v a d a endurecibilidade (Fig. 2 3 5 ) ( 3 2 2 1 ( 3 2 3 1 ,
p e r m i t e a utilização de m e i o s b r a n d o s de resfriamento, o q u e atenua a l g u m a s d a s dificulda-

S40
EDCBA FERROS FUNDIDOS CINZENTOS

des q u e p o d e m s u r g i r no resfriamento a p ó s a t ê m p e r a , c o m o e m p e n a m e n t o o u f i s s u r a ç ã o .
Muitas p e ç a s d e importante e m p r e g o industrial podem ter s u a s propriedades mecânicas
grandemente m e l h o r a d a s pela t ê m p e r a e revenido, de m o d o q u e o engenheiro tem diante d e
si u m c a m p o e x t r e m a m e n t e p r o m i s s o r a s e r c o n v e n i e n t e m e n t e e x p l o r a d o e q u e poderá
estender a i n d a m a i s a utilização d e s s e s m a t e r i a i s .

6 . 5 . Tratamentos isotérmicos - A curva l l l representada na Figura 235 demonstra que


os ferros f u n d i d o s p o d e m ser s u b m e t i d o s a t r a t a m e n t o s i s o t é r m i c o s c o m o a u s t ê m p e r a e
martêmpera , j á descritos no Capítulo V I , referente a tratamento térmicos dos aços.
As Figuras 236 e 237 ( 3 2 2 1 mostram esquematicamente ciclos de a u s t ê m p e r a e
martêmpera respectivamente.
N a a u s t ê m p e r a , a estrutura final é a b a i n i t a . O resfriamento é l e v a d o a efeito e m b a n h o
de sal, óleo ou c h u m b o , mantidos entre 2 3 0 ° C e 425°C.
A m a r t ê m p e r a produz uma estrutura martensítica, s e m resultar em tensões elevadas

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T E M P E R A T U R A DE REVENIDO, °C

Fig. 2 3 4 - Modificação das propriedades mecânicas de ferro fundido temperado, em função


da temperatura de revenido.

c o mo acontece c o m a têmpera usual; d e v e - s e , contudo, p r o c e d e r a u m revenido posterior. A


m a r t ê m p e r a , p o r outro lado, permite o b t e r u m a dureza final m a i o r do q u e a d a a u s t ê m p e r a ;
e s s a diferença é, entretanto, e v e n t u a l m e n t e diminuída, devido a o revenido d a m a r t ê m p e r a .
D e q u a l q u e r m o d o , os t r a t a m e n t o s i s o t é r m i c o s c o n f e r e m à s p e ç a s de f e r r o s fundido
cinzento, m a i o r t e n a c i d a d e do q u e no c a s o d a t ê m p e r a e r e v e n i d o c o m m e s m a d u r e z a .
U m a visão geral do resultado de t r a t a m e n t o s térmicos de t ê m p e r a normal e t ê m p e r a a
quente ( a u s t ê m p e r a e martêmpera) p o d e s e r apreciada na Tabela 176. O ferro fundido cin-
zento s u b m e t i d o a o s diversos t r a t a m e n t o s a p r e s e n t a v a as s e g u i n t e c o m p o s i ç ã o : 2 , 8 4 % C,
1 , 4 0 % S i , 0 , 6 7 % M n , 0 , 1 1 % P, 0 , 0 5 9 % S , 1 , 6 8 % N i , 0 , 1 6 % Cr, 0 , 4 6 % M o e 0 , 1 5 % C u .

6.6 Endurecimento superficial - F i n a l m e n t e , o ferro fundido c i n z e n t o p o d e ser s u b m e t i d o


ao processo de endurecimento superficial, por c h a m a ou por i n d u ç ã o .
O e n d u r e c i m e n t o superficial p r o d u z u m a c a m a d a externa martensífica dura e d e alta
resistência ao d e s g a s t e e u m núcleo, q u e n o tratamento não atingiu a temperatura de t r a n s -
formação, mais mole.
O processo s e aplica tanto a ferros f u n d i d o s cinzentos c o m u n s c o m o ligados. H á c o m p o -
sições , contudo, que se prestam melhor ao processo. Assim, o carbono combinado deve
situar-se na f a i x a d e 0 . 5 0 % a 0 . 7 0 % . A c i m a d e 0,80% de c a r b o n o c o m b i n a d o , o e n d u r e c i -
mento superficial n ã o é recomendado, pois o material pode fissurar 1 3 2 3 1 .

541
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

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TEMPO.s

Fig. 235 - Curva C C C p a r a ferro fundido cinzento, contendo 3,75% C , 2 , 9 0 % S i , 0 , 5 5 % M n ,


t

0,40% P e 0 , 0 6 5 % S . Linha sólida corresponde a tamanho de grão fino;


linha pontilhada, a tamanho de grão grosseiro.

A p ó s o e n d u r e c i m e n t o s u p e r f i c i a l , d e v e - s e p r o c e d e r a u m alívio d e t e n s õ e s , mediante
u m aquecimento entre 150°C e 205°C, e m forno, e m óleo quente ou p a s s a n d o - s e uma
c h a m a sobre a superfície endurecida' 3 2 3 1 .
V e r i f i c o u - s e q u e u m a q u e c i m e n t o a 150°C d u r a n t e 7 h o r a s r e m o v e u d e 25% a 40% d a s
t e n s õ e s residuais, c o m r e d u ç ã o d a dureza superficial d e apenas 2 a 5 p o n t o s n a escala de
d u r e z a Rockwell A' 3 2 3 '.
O limite d e f a d i g a g e r a l m e n t e a u m e n t a pelo e n d u r e c i m e n t o superficial, d e v i d o a o fato de
s e r e m introduzidas t e n s õ e s d e compressão na superfície do material, o q u e n ã o s e conse-
gue mediante u m e n d u r e c i m e n t o total d a s p e ç a s .
O resfriamento, a p ó s a aplicação d a c h a m a , d e p e n d e do método utilizado h o processo.
Q u a n d o o aquecimento d a superfície for progressivo, utilizam-se meios d e resfriamento não
i n f l a m á v e i s , c o m o á g u a , m i s t u r a s d e ó l e o s s o l ú v e i s e s o l u ç õ e s e m ' á g u a d e á l c o o l polivinílíco.
Q u a n d o o aquecimento d a superfície for p o r p o n t o s o u localizado, p r o c e s s o s e m que a
c h a m a é retirada a n t e s d o r e s f r i a m e n t o , as p e ç a s s ã o resfriadas m e r g u l h a n d o - a s e m óleo.

542
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Fig. 236 - Representação esquemática de um exemplo de um ciclo de austêmpera de ferro fundido.

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Fig. 237 - Representação esquemática de u m exemplo de um ciclo de martêmpera de ferro fundido.

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FERROS FUNDIDOS
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Aços E FERROS FUNDIDOS

1 . Introdução - O ferro f u n d i d o é u m material q u e , c o m o se viu, a p r e s e n t a p o u c a ou


n e n h u m a ductilidade. E m b o r a d e razoável e m p r e g o industrial, os seus c a r a c t e r í s t i c o de fra-
gilidade limitam sua utilização e m peças para vários e importante setores d e indústria.
C o m o material alternativo, desenvolveu-se u m tipo de ferro fundido b r a n c o , o qual, sub-
m e t i d o a u m t r a t a m e n t o t é r m i c o e s p e c i a l - c h a m a d o maleabilização - adquire maleabilidade,
ou s e j a a liga adquire ductilidade e torna-se mais t e n a z , característico q u e , a l i a d o s a boas
p r o p r i e d a d e s de resistência à t r a ç ã o , dureza, r e s i s t ê n c i a à f a d i g a , resistência a o d e s g a s t e e
usinabilidade, permitiram a b r a n g e r outras e importantes aplicações industriais.
E s s a l i g a é o ferro fundido maleável.
A p a r e n t e m e n t e , u m p r o c e s s o p a r a t o m a r o ferro f u n d i d o dúctil era j á p r a t i c a d o no século
XIV. C o m o desenvolvimento das técnicas de p r o d u ç ã o n a Europa e nos E s t a d o s Unidos e
c o m o s c o n h e c i m e n t o s c i e n t í f i c o s a d q u i r i d o s n o d e c o r r e r d o s a n o s , foi p o s s í v e l a u t i l i z a ç ã o
d e m é t o d o s de fabricação d e alto c o n t e ú d o t e c n o l ó g i c o e produzir p e ç a s d e ferro fundido
m a l e á v e l dentro de rigorosas condições de controle d e c o m p o s i ç ã o e propriedades.
O processo europeu l e v a a u m maleável caracterizado p o r u m a estrutura q u e consiste
p r i n c i p a l m e n t e de ferrita c o m a l g u m c a r b o no r e m a n e s c e n t e no estado c o m b i n a d o .
O process o americano a p r e s e n t a u m a estrutura terrífica uniforme c o m n ó d u l o s de carbo-
n o l i v r e e a p r e s e n t a , e m c e r t o s e n t i d o , p r o p r i e d a d e s m e l h o r e s q u e o m a l e á v e l p r o d u z i d o pelo
processo europeu.

2 . Processos de maleabilização - A maleabilização é, e m princípio, u m t r a t a m e n t o térmico


a o quaJ s e s u b m e t e m f e r r o s f u n d i d o s b r a n c o s ; d e c o m p o s i ç õ e s b e m d e f i n i d a s , c o m c a r b o n o
n a f o r m a primária d e c e m e n t i t a e periita, e q u e c o n s i s t e n u m a q u e c i m e n t o p r o l o n g a d o , em
c o n d i ç õ e s previamente e s t a b e l e c i d a s de t e m p e r a t u r a , t e m p o e meio, de m o d o a provocar
t r a n s f o r m a ç ã o de parte o u t o t a l i d a d e do carbono c o m b i n a d o e m grafita o u , e m c e r t o s casos,
eliminar completamente u m a parte do carbono. H á dois processos f u n d a m e n t a i s de
maleabilização.

2.1. Maleabilização por descarbonetação - que origina o maleável tipo europeu ou


maleável de núcleo branco o u s i m p l e s m e n t e maleável branco. Essa d e n o m i n a ç ã o é atribu-
ída ao maleável devido ao aspecto metálico da s u a fratura, cuja a estrutura é constituída,
e s s e n c i a l m e n t e de ferrita. E s s e aspecto, contudo, s o m e n t e é observado e m p e ç a s de pa-
r e d e s finas, de 5 ou 6 m m ; e m p e ç a s de p a r e d e s m a i s e s p e s s a s , o n ú c l e o é cinzento ou
escuro, devido a grafitização; s o m e n t e a periferia t e m o aspecto m e t á l i c o típico do
maleável branco' 3 2 4 '.
O princípio do p r o c e s s o c o n s i s t e no a q u e c i m e n t o d e u m ferro fundido b r a n c o , e m caixas
f e c h a d a s , n u m m e i o o x i d a n t e c o n s t i t u í d o d e m i n é r i o d e f e r r o ( u m a m i s t u r a q u e p o d e s e r 1/4
de m i n é r i o novo e 3/4 de m i n é r i o usado, a fim d e evitar excessiva o x i d a ç ã o d a s peças);
n e s s a s condições o carbono do ferro fundido é eliminado s o b forma-de gás.
O ferro fundido branco inicial apresenta u m a c o m p o s i ç ã o química entre o s seguintes
limites' 3 2 4 ':

Carbono combinado 3,00 a 3,50%


Silício 0,45 a 0,75%
Manganês 0,10 a 0,40%
Enxofre 0,20 a 0,45%
Fósforo 0,15% máx.

O ciclo de maleabilização está e s q u e m a t i c a m e n t e representado na figura 238' 3 2 5 1 . No


trecho A , a c i m a de t e m p e r a t u r a crítica, verifica-se d e s c a r b o n e t a ç ã o i n t e n s a e, q u a n d o se
estiver e m presença de p e ç a s espessas, ocorre t a m b é m grafitização pela d e c o m p o s i ç ã o da
c e m e n t i t a l i v r e . N o t r e c h o B, c o n t i n u a a g r a f i t i z a ç ã o e, n a s p e ç a s e s p e s s a s , a c e m e n t i t a que
s e o r i g i n a d a austenita t a m b é m s e d e c o m p õ e , r e s u l t a d o m a i s grafita. No t r e c h o C, forma-se
periita, seiaindarhouver carbono combinado em solução.

546
DCBA
DCBA FERROS FUNDIDOS MALEÁVEIS

A reação de d e s c a r b o n e t a ç ã o d á - s e p e l o C 0 . De fato, o o x i g é n i o aprisionado n a s c a i x a s


2

onde são colocadas as peças a serem maleabilizadas, oxida o carbono da superfície do


metal p r o d u z i n d o u m a mistura de C O e C 0 . 2

O C O reage c o m óxido do meio produzindo mais C 0 2 s e g u n d o a reação


F e 0 + 3CO = 2Fe + 3 C 0
2 3 2

Este a t u a s o b r e o c a r b o n o do ferro f u n d i d o , s e g u n d o a r e a ç ã o
C+C0 = 2CO 2

O ciclo das d u a s reações prossegue a t é a eliminação do c a r b o n o , o que ocorre até p r o f u n -


didade d e cerca de 5 m m .
Para e s p e s s u r a s maiores, parte do c a r b o n o fica retido e t o r n a - s e antieconômico p r o s -
seguir o ciclo a t é c o m p l e t a d e s c a r b o n e t a ç ã o p o r difusão d o c a r b o n o d o centro e m d i r e ç ã o
à p e r i f e r i a , a l é m d e c o r r e r - s e o risco d e p r o d u z i r u m a c a m a d a d e o x i d a ç ã o relativamente
espessa.
S i m u l t a n e a m e n t e c o m a oxidação, ocorre, pois, grafitização; o carbono na f o r m a de
g r a f i t a , t e n d e a d i s s o l v e r - s e n a a u s t e n i t a ; c o n t u d o , e s s a o p e r a ç ã o é. m u i t a l e n t a . A o m e s m o
t e m p o , a t e n d ê n c i a a grafitização é d i m i n u í d a , d e s d e que s e m a n t e n h a o teor de silício b a i x o
- entre 0,45 e 0 , 7 5 % .
Em resumo, n a s peças de p e q u e n a espessura(até cerca de 5 m m ) o maleável b r a n c o é
c o n s t i t u í d a s ó d e f e r r i t a e e m p e ç a s d e m a i o r e s p e s s u r a ( d e 5 m m a 15 m m ) a e s t r u t u r a
a p r e s e n t a f e r r i t a n a s c a m a d a s s u p e r f i c i a i s e g r a f i t a , e m nódulos arredondados, sobre uma
m a t r i z d e f e r r i t a ( à s v e z e s c o m c e r t a q u a n t i d a d e d e periita) n a p a r t e c e n t r a l .

2 . 2 . Maleabilização por grafitização - q u e o r i g i n a o m a / e á v e / t i p o americano ou maleável


de núcleo preto o u s i m p l e s m e n t e maleável preto. Essa d e n o m i n a ç ã o é atribuída ao a s p e c t o
escuro d a fratura, cuja a estrutura é c o n s t i t u í d a essencialmente d e grafita e m nódulos s o b r e
u m f u n d o de ferrita.
O princípio d o p r o c e s s o consiste e m a q u e c e r - s e um ferro f u n d i d o de composição a d e q u a -
da, a temperaturas apropriadas durante longo tempo, porém m e n o r que no c a s o da
maleabilização p o r d e s c a r b o n e t a ç ã o ; o ciclo d e tratamento p o d e s e r mais curto, p o r q u e , p o r
precipitação de c a r b o n o , a distância de m i g r a ç ã o do carbono é menor.

547
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

O ferro fundido b r a n c o original utilizado n o t r a t a m e n t o d e maleabilização p o r grafitização


t e m a seguinte composição aproximada' 3 2 6 1 :

Carbono combinado 2,20 a 2,80%


Silício 0,90 a 1,60%
Manganês 0,50% máx.
Enxofre 0,10% máx.
Fósforo 0,20% máx.

O ciclo e maleabilização está esquematicamente representado na figura 2 3 9 onde o


t r e c h o A c o r r e s p o n d e a o ciclo d e grafitização d a c e m e n t i t a livre, o t r e c h o B, à grafitização d a
c e m e n t i t a q u e s a i d a a u s t e n i t a e o t r e c h o C, à g r a f i t i z a ç ã o d a c e m e n t i t a d a p e r i i t a .
A grafita resultante s e a p r e s e n t a c o m aspecto d e c o n t o r n o s rendilhados.
O tratamento d e m a l e a b i l i z a ç ã o é levado a efeito e m a t m o s f e r a neutra, p a r a o q u e a s p e ç a s s ã o
c o l o c a d a s e m caixas de ferro f u n d i d o e envoltas e m a r e i a , c i n z a s o u outro material i n e r t e .
O t e m p o de p e r m a n ê n c i a no p a t a m a r A varia d e s d e a l g u m a s horas até d i a s , d e p e n d e n d o
d a e s p e s s u r a das p e ç a s e d a c o m p o s i ç ã o q u í m i c a d o material; o ciclo c o r r e s p o n d e n t e ao
p a t a m a r C pode ser mais l o n g o , pois, a t e m p e r a t u r a s b a i x a s , a grafitização é m a i s lenta.
U m ciclo de m a l e a b i l i z a ç ã o r á p i d o é m o s t r a d o n a f i g u r a 2 4 0 ' 3 2 7 '.
Mo primeiro estágio, s ã o n e c e s s á r a s temperaturas elevadas, para acelerar as reações de
solução, difusão e s u b s e q u e n t e decomposição da cementita. Como a tendência de
d e s c a r b o n e t a ç ã o das p e ç a s a u m e n t a com a t e m p e r a t u r a , esta não deve ultrapassar 950°C.
N o 2°. estágio, a temperatura, q u e depende d a c o m p o s i ç ã o química do ferro fundido, deve
ficar s i t u a d a n a faixa d e 7 6 0 ° C - 6 9 0 ° C . N e s s a faixa, a austenita t r a n s f o r m a - s e e m periita e
e s t a , p o r s u a vez, p o d e d e c o m p o r - s e e m grafita e m n ó d u l o s e ferrita.
D e q u a l q u e r m o d o , a d u r a ç ã o d o ciclo d e m a l e a b i l i z a ç ã o d e p e n d e d e f a t o r e s t a i s c o m o
t e m p e r a t u r a , composição q u í m i c a do material, q u a n t i d a d e de nódulos e s e c ç ã o das peças.

3 . Propriedades do ferro fundido maleável - A propriedade fundamental q u e distingue esta


liga d o ferro fundido cinzento c o m u m é sua ductilidade, a qual, expressa e m alongamento,
p o d e ultrapassar 10%.

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Fig. 239 - Representação esquemática do ciclo de maleabilização por grafitização


(maleável tipo americano ou de núcleo preto).

548
EDCBA
EDCBA FERROS FUNDIDOS NLALEÃVEIS zyxwvuts

1000

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600

500

HORAS

Fig. 240 - Ciclo de maleabilização rápido.

Por essa r a z ã o , é c o m u m dizer-se q u e o ferro maleável é liga intermediária entre o a ç o e


o ferro f u n d i d o c i n z e n t o .
Os m a l e á v e i s de núcleo branco e d e núcleo preto são, e m princípio, maleáveis ferríticos.
A rigor, o d e n ú c l e o p r e t o é o q u e a p r e s e n t a m a i o r i m p o r t â n c i a t e c n o l ó g i c a .
O maleável d e núcleo branco, especificado pelas normas a l e m ã s (DIN-1692), a p r e s e n t a ,
d e p e n d e n d o d o s diâmetros dos corpos de prova ensaiados (portanto das secções das p e ç a s
f u n d i d a s ) , v a l o r e s d e limite de e s c o a m e n t o q u e d e v e m s e r s u p e r i o r e s a 2 0 k g f / m m ( 2 0 0 M P a ) ,
2

d e limite d e r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o m í n i m a d e 3 4 a 3 5 k g f / m m ( 3 3 0 a 3 4 0 M P a ) , c o m a l o n g a m e n -
2

tos, medidos e m 3d que variam d e 3 a 1 0 % .


O maleável americano é coberto por três especificações d a A S T M , conforme a T a b e l a 1 7 7
mostra' 3 2 8 '.
As aplicações típicas dessas c l a s s e s s ã o as seguintes:

- A S T M A 1 4 7 - serviços gerais p a r a b o a s usinabilidade e resistência ao choque; flanges,


tubos, peças d e válvulas e acessórios diversos para equipamento ferroviário, equipamento
naval e outros s e r v i ç o s pesados até t e m p e r a t u r a s de 3 4 5 ° C ;
- A S T M A 1 9 7 - acessórios de t u b o s e peças de válvulas p a r a serviços de pressão;
- A S T M A 2 2 0 - aplicações gerais a temperaturas normais e elevadas;
- A S T M A 6 0 2 e S A E 5158 - peças de automóveis e compressores, como alojamentos de
m e c a n i s m o s d e direção, virabrequins, bielas, certas e n g r e n a g e n s , t a m p a s de mancais, c o m -
ponentes d e t r a n s m i s s ã o a u t o m á t i c a , c u b o s d e rodas etc.

A Associação Brasileira de N o r m a s e Técnicas, por intermédio de suas especificações


PEB-128, e s t a b e l e c e as condições e as p r o p r i e d a d e s que d e v e m s e r satisfeitas pelas p e ç a s
de ferro f u n d i d o m a l e á v e l de núcleo b r a n c o e d e núcleo p r e t o , r e s p e c t i v a m e n t e , p a r a u s o s
gerais.
Os característicos mecânicos d e s s e s maleáveis, de a c o r d o c o m as normas brasileiras
mencionadas, estão representados na Tabela 178.

4 . Maleável perlítico - Este maleável a p r e s e n t a propriedades melhores, devido s u a e s t r u -


tura. Em face do desenvolvimento c o n s t a n t e da técnica de maleabilização, tem sido p o s s í v e l

549
Aços E FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

produzir, n o maleável, e s t r u t u r a s diversificadas. A s s i m , o m a l e á v e l perlítico a p r e s e n t a estru-


turas diferentes, d e p e n d e n d o d o ciclo de maleabilização 1 3 2 8 '.
O s materiais c o m d u r e z a n a faixa mais alta o b t i d a p o r resfriamento a o a r e revenido
a p r e s e n t a periita revenida e " o l h o s d e boi" ferrfticos, o u s e j a , u m orla d e f e r r i t a e m t o m o d e
n ó d u l o s d a grafita: n e s s a m e s m a faixa d e d u r e z a , o s materiais resfriados e m líquidos e
revenidos consistem d e martensita parcialmente esferoidizada uniforme. N o nível baixo d e
dureza, abaixo de 1 9 7 Brinell, a s estruturas são s e m e l h a n t e s , respeitadas a s condições d e
resfriamento.
O ciclo d e maleabilização compreende vários estágios. O primeiro, entretanto,
c o r r e s p o n d e exatamente a o d o ciclo d e produzir m a l e á v e l d e núcleo preto. A partir desse
primeiro estágio, s ã o i n t r o d u z i d a s a s modificações q u e p o d e m levar a o m a l e á v e l perlítico.
A s possíveis alterações s ã o a s seguintes' 3 2 9 ':

- t e r m i n a d o o a q u e c i m e n t o c o r r e s p o n d e n t e a o 1 . e s t á g i o , resfria-se n o f o r n o a t é 7 8 5 ° C -
9

8 7 0 ° C ; r e t i r a - s e do f o r n o e r e s f r i a - s e a o a r ; r e v i n e - s e a t é a d e s e j a d a d u r e z a ;
- r e s f r i a - s e n o f o r n o a t é 7 8 5 ° C - 8 7 0 ° C ; r e t i r a - s e e r e s f r i a - s e a o ar, c o m o a c i m a ; e m s e g u i d a
r e a q u e c e - s e a 815°C-870°C e resfria-se e m água o u óleo; revine-se até a d u r e z a desejada;
- c o m p l e t a - s e o c i c l o d e m a l e a b i l i z a ç ã o p a r a a p r o d u ç ã o n o r m a l do m a l e á v e l ; e m s e g u i d a
reaquece-se a 815°C-870°C e resfria-se a o ar ou e m líquido; revine-se até a d u r e z a desejada.

A A S T M , por intermédio d e s u a norma A-220, especifica as propriedades mecânicas dos


m a l e á v e i s perlíticos e m a r t e n s í t i c o s , d e acordo c o m o s v a l o r e s a p r e s e n t a d o s n a T a b e l a 177.
O s m a l e á v e i s perlíticos d e m a i o r resistência m e c â n i c a s ã o obtidos por t ê m p e r a e m óleo e
revenido, a o passo q u e o s níveis médios d e resistência s ã o obtidos p o r t ê m p e r a a o ar e
revenido.
C o m tratamento térmico a d e q u a d o , pode-se obter ferros maleáveis c o m matriz apresen-
tando u m a microestrutura bainítica. Nessas condições, o s ferros maleáveis p o d e m s e r e m -
p r e g a d o s e m aplicações especiais, tais como correntes d e alta resistência.
O t r a t a m e n t o térmico q u e possibilita a obtenção d e tal microestrutura é a t ê m p e r a a quen-
te, e m b a n h o d e sal, d a s p e ç a s f u n d i d a s .
O e x e m p l o abaixo ilustra m e l h o r a matéria, pois indica a s propriedades q u e p o d e m ser
obtidas c o m dois tratamentos d e s s e tipo, após a u s t e n i z a ç ã o a 900°C.

T e m p e r a t u r a do banho d e s a l 400°C 293°C


Tempo 3 horas 3 horas
D u r e z a Brinell 288 387
Resistência à tração, k g f / m m ( M P a ) 2 88,6(873) 100,9(994)
Limite d e escoamento, k g f / m m ( M P a ) 2 73,3(722) 9 6 , 8 (954)
Alongamento em 50 mm, % 1,4 1,0

5 . Outros característicos dos ferros fundidos maleáveis - A usinabilidade d o ferro fundido


m a l e á v e l é c o n s i d e r a d a a m e l h o r entre a s ligas f e r r o s a s d e idêntica r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , o
q u e s e p o d e verificar pela T a b e l a 1 7 9 ' 3 3 0 '.
A resistência à corrosão é c o n s i d e r a d a muito b o a , e m d i v e r s a s a p l i c a ç õ e s . A d m i t e - s e q u e
e s s a q u a l i d a d e s e j a c o n f e r i d a a o m a t e r i a l pela c a m a d a s u p e r f i c i a l q u e s e d e s e n v o l v e d u r a n t e a
m a l e a b i l i z a ç ã o , c o n s t i t u í d a d e f e r r i t a l i g a d a c o m silício n a f a i x a d e 0,80 a 1 , 7 0 % t 327 ) . E s t a estrutura
a p r e s e n t a u m a alta r e s i s t ê n c i a a m e i o s corrosivos, p o i s , q u a n d o a t a c a d a , d e s e n v o i V e u m p r o d u t o
s u p e r f i c i a l q u e a d e r e f o r t e m e n t e a o m a t e r i a l e q u e e v i t a p e n e t r a ç ã o ulterior d o m e i o c o r r o s i v o .
O m a l e á v e l p o d e t a m b é m s e r g a l v a n i z a d o , c o m o o b j e t i v o d e m e l h o r a r s u a r e s i s t ê n c i a ao
ataque corrosivo.
A resistência ao desgaste depende, principalmente, d a dureza, d e m o d o q u e os
m a l e á v e i s perlíticos mais d u r o s s ã o o s q u e a p r e s e n t a m m e l h o r e s c o n d i ç õ e s d e resistir à
ação d e desgaste, o que t o m a a liga recomendável p a r a aplicações de partes e m movimento,
sujeitas a o atrito.

550 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPON
EDCBA FERROS FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjih
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Aços E FERROS FUNDIDOS

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552
DCBA
DCBA FERROS FUNDIDOS MALEÁVEIS

6. Aplicações do ferro fundido maleável - A s industrias m e c â n i c a s , de materiais de c o n s -


dcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
trução, de v e í c u l o s , tratores, materiais elétricos utilizam, e m g r a n d e escala, p e ç a s d e f e r r o
fundido m a l e á v e l . Entre as aplicações m a i s c o m u n s p o d e m s e r e n u m e r a d a s as s e g u i n t e s :
conexões para t u b u l a ç õ e s hidráulicas; c o n e x õ e s para linhas de t r a n s m i s s ã o elétrica; c o r r e n -
te; suporte de m o l a s ; caixas de direção; caixas de diferencial; c u b o s de rodas; s a p a t a s d e
freios; p e d a i s d e e m b r e a g e m e freio; b i e l a s ; colares de t r a t o r e s ; c a i x a s d e e n g r e n a g e m , e t c .

T A B E L A " ) 79
Usinabilidade c o m p a r a t i v a de diversas ligas ferrosas

Material Usinabilidade Dureza B r i n e l l

Maleável c o m u m 120 110-145


Maleável perlítico 95 163-207
Maleável perlítico 80 197-241
Ferro Fundido Cinzento Mole 80 160-193
Ferro Fundido Médio 65 193-220
SAE 1022 70 159-192
SAE 1112 100 179-229
SAE 1035 65 174-217
SAE 1045 60 179-229
SAE 5040 65 179-229

A Figura 2 4 1 m o s t r a o aspecto m i c r o g r á f i c o d e um ferro f u n d i d o m a l e á v e l .

Fig. 241 -Aspecto micrográfico de ferro fundido maleável mostrando ferrita, nódulos de grafita e algumas
i r i d i i s õ e s . A ! a q u e : p i c a l . A u m e n t o : 100X.
(Gentileza do Instituto d e Pesquisa Tecnológicas de S ã o Paulo).

553
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZ
FERROS FUNDÍDOS DE GRAFITA COMPACTADA

XXXII zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVU
FERRO S FU N D ID O S D E G RA FIT A
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zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

1. Introdução - Este tipo d e f e r r o f u n d i d o é c o n h e c i d o t a m b é m c o m o "ferro f u n d i d o s e m i -


dúctil" o u "ferro fundido c o m grafita vermicular"' 3 3 1 ' . É, p o r a s s i m dizer, u m p r o d u t o i n t e r m e d i -
ário e n t r e o ferro fundido c i n z e n t o e o ferro f u n d i d o n o d u l a r . D e s s e m o d o , a p r e s e n t a m e l h o r
resistência mecânica que o ferro fundido cinzento a l é m de a l g u m a ductilidade. A l é m disso, o
s e u a c a b a m e n t o por u s i n a g e m é s u p e r i o r ao q u e s e v e r i f i c a c o m o ferro f u n d i d o c i n z e n t o .
P o r outro lado, em relação a o ferro fundido nodular, p o s s u i maior c a p a c i d a d e d e amorte-
cimento e condutibilidade térmica mais elevada.
E s s e s característicos s ã o d e v i d o s à forma d a grafita, q u e se apresenta mais a r r e d o n d a d a
e m a i s g r o s s e i r a , de m o d o q u e a microestrutura p o d e s e r c o n s i d e r a d a c o m o intermediária
e n t r e a d o ferro fundido c i n z e n t o e a d o ferro nodular.
E m a l g u m a s aplicações c o m o rotores de freios de discos e cabeçotes de m o t o r e s diesel,
ele é s u p e r i o r tanto ao ferro f u n d i d o cinzento c o m o n o d u l a r .
A f a i x a de carbono e silício n e s s e s tipos de p r o d u t o s é a m p l a , p o d e n d o v a r i a r de 3,00 a
3 , 8 0 % d e c a r b o n o e 1,00 a 3 , 5 0 % d e s i l í c i o . O i m p o r t a n t e é q u e o ó t i m o c a r b o n o e q u i v a l e n t e
C E s e j a escolhido em função d a espessura d a secção, de modo a evitar-se flutuação de
c a r b o n o q u a n d o o C E é muito elevado ou excessiva t e n d ê n c i a de coquilhamento q u a n d o o
C E é m u i t o b a i x o . O t e o r d e m a n g a n ê s p o d e v a r i a r e n t r e 0,1 e 0 , 6 , d e p e n d e n d o d e d e s e j a r -
se u m a e s t r u t u r a ferrítica o u p e r i í t i c a ' 3 2 8 '. O fósforo é m a n t i d o abaixo de 0,06%, d e m o d o a t e r -
s e a m á x i m a ductilidade d a m a t r i z . O t e o r de enxofre d e v e s e r inferior a 0 , 0 2 5 % . P a r a produzir
a estrutura compacta da grafita, pode-se adicionar u m ou mais dos seguintes elementos:
m a g n é s i o , terras raras (cario, l a n t â n i o , prasiodímio e t c ) , c á l c i o , titânio e a l u m í n i o .
A q u a n t i d a d e d e m a g n é s i o d e v e s e r tal a resultar u m t e o r r e s i d u a l d e s s e e l e m e n t o d e 5 0 a 6 0 0
p p m , n a p r e s e n ç a de 0,15 a 0 , 5 0 % d e titânio e 1 0 a 1 5 0 p p m d e t e r r a s raras c o m o o c a r i o ' 331 '.

2 . Propriedades - A Tabela 180' 3 3 1 ' apresenta p r o p r i e d a d e s típicas d e s s e s m a t e r i a i s , de


a c o r d o c o m a s estruturas e a d i ç õ e s .

TABELA180
P r o p r i e d a d e s m e c â n i c a s de v á r i o s t i p o s d e f e r r o s f u n d i d o s
de g r a f i t a c o m p a c t a d a , à t e m p e r a t u r a a m b i e n t e

L i m i t e resist. Limite
Along. Dureza
C o n d i ç ã o estrutural à tração escoamento
% HB
MPa (0,2%) MPa
T r a t a d o s c o m adições
de cario
Mo estado fundido, ferrita
a c i m a de 9 5 % 336 257 6,7 150
Ferrítica/Perlítica com
periita acima de 5 % 298 224 5,3 128
1 0 0 % ferrita 338 245 8,0 140
Ferrítica/Perlítica com
8 5 % ferrita 320 242 3,5 164
Periítica ( 9 0 % periita,
1 0 % ferrita) 400/550 320/430 0,5/1,5 zyxwvutsrqponmlkjih
-

Tratados com combinações


d e M g m a i s T i (mais Ce)
Ferrita no estado fundido
( 0 , 0 1 7 % Mg, 0,062% Ti,
0 , 0 3 6 % As) 380 272 2 179
Ferrita no estado fundido
( 0 , 0 2 4 % Mg, 0,084% Ti,
0 , 0 3 0 % As) 338 276 2,5 184 .
Periita no estado fundido
( 0 , 0 2 6 % M g , 0,083% Ti,
0 , 0 7 4 % As) 473 335 2 217
Periita no estado fundido
( 7 0 % periita, 3 0 % ferrita) 386 278 2 -

556
DCBA
CBA FERROS FUNDIDOS DE GRAFITA COMPACTADA

Afigura n 242 s ( 3 3 2 ) indica que a resistência à tração do ferro f u n d i d o de grafita c o m p a c t a d a


diminui à m e d i d a q u e a u m e n t a o carbono equivalente; mas a velocidade de decréscimo d e s -
sa propriedade é m e n o r do que no caso d o ferro fundido cinzento.
A e l e v a ç ã o d o t e o r d e silício d e 1,2 a 2 , 6 % r e s u l t a n u m a u m e n t o d o l i m i t e d e r e s i s t ê n c i a à
tração, limite de e s c o a m e n t o e d u r e z a , t a n t o n a condiçã o f u n d i d a c o m o n a recozida.
O limite d e f a d i g a a p r e s e n t a u m a r e l a ç ã o c o m a r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o e m t o m o d e 0 , 4 5 .
N u m ferro f u n d i d o d e grafita c o m p a c t a d a d e matriz p r e d o m i n a n t e m e n t e periítica, a r e s i s -
tência à c o m p r e s s ã o é cerca de três v e z e s superior à resistência à tração.
O c o m p o r t a m e n t o d e s s e material à t e m p e r a t u r a s de 5 0 0 ° C , s o b o p o n t o de vista de d i l a -
tação e f o r m a ç ã o d e c a s c a de óxido é m a i s o u m e n o s idêntico a o d o s ferros fundidos c i n z e n -
tos de c o m p o s i ç ã o semelhante. C o n t u d o , a resistência à f o r m a ç ã o de casca de óxido e à
expansão a 6 0 0 ° C é superior à do ferro f u n d i d o cinzento.
O ferro f u n d i d o d e grafita c o m p a c t a d a t è m substituído c o m v a n t a g e n s o nodular e m apli-
cações e m que este último não pode ser e m p r e g a d o devido s u a condutibilidade térmica m a i s
baixa e s u a t e n d ê n c i a de empenar* 331 '.

3. Aplicações - P o d e - s e resumir as v a n t a g e n s d a grafita c o m p a c t a d a sobre a grafita


lamelar (do ferro f u n d i d o cinzento) da s e g u i n t e maneira' 3 3 1 ':

onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• maior resistência à tração para o m e s m o carbono equivalente, o q u e reduz a necessida-
de de elementos d e liga de custo elevado c o m o níquel, cromo, c o b r e e molibdênio;
• relação mais alta resistência/fadiga;
• maiores ductilidade e tenacidade, o q u e resulta em m a r g e m superior de segurança para
fratura;
• menor o x i d a ç ã o e dilatação a t e m p e r a t u r a s elevadas.

C o m p a r a n d o c o m a grafita esferoidal (do ferro fundido dúctil), a s vantagens da grafita


compactada são as seguintes' 3 2 8 ':

• coeficiente m a i s baixo de dilatação t é r m i c a ;


• maior condutibilidade térmica;

557
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços e FERROS

• m a i o r resistência ao c h o q u e térmico;
• m a i o r capacidade de a m o r t e c i m e n t o ;
• maior fundibiiidade;
• m e l h o r usinabilidade.

E m c o n s e q u ê n c i a , e s s e m a t e r i a l é aplicado e m s i t u a ç õ e s e m que a r e s i s t ê n c i a d o ferro


f u n d i d o cinzento é insuficiente, m a s a utilização d o ferro f u n d i d o nodular é i n d e s e j á v e l devido
às propriedades menos favoráveis de fundição. E x e m p l o s de aplicações:

• p l a c a s de suporte para g r a n d e s motores diesel, cárters, caixas de e n g r e n a g e n s , carca-


ças d e turbo-alimentadores, garfos de ligação, suportes d e mancais, rodas d e n t a d a s , engre-
n a g e n s excêntricas etc.

D e v i d o a s u a m a i o r c o n d u t i b i l i d a d e t é r m i c a e m r e l a ç ã o a o ferro f u n d i d o n o d u l a r , o ferro
fundido d e grafita c o m p a c t a d a é preferido para peças f u n d i d a s a serem utilizadas a tempera-
t u r a s e l e v a d a s e/ou s o b c o n d i ç õ e s de f a d i g a t é r m i c a . E x e m p l o s : l i n g o t e i r a s , cárters,
c a b e ç o t e s , tubulações de e x a u s t ã o e discos de freio.

558
CBA FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS OU NODULARES zyxwvut

FERRO S FU N D ID O S D ÚCTEIS
O U N O D U LA RES

559
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

1 . introdução - O ferro f u n d i d o , dúctil ou n o d u l a r c a r a c t e r i z a - s e pela d u c t i l i d a d e , t e n a c i d a -


de e resistência mecânica. O característico mais importante, entretanto, relacionado com a
r e s i s t ê n c i a m e c â n i c a , é o limite d e e s c o a m e n t o q u e é m a i s e l e v a d o no f e r r o f u n d i d o n o d u l a r
do q u e n o ferro cinzento, ferro m a l e á v e l e m e s m o n o s a ç o s - c a r b o n o c o m u n s ( s e m e l e m e n -
tos d e liga).
A g r a f i t a do ferro f u n d i d o n o d u l a r a p r e s e n t a - s e n a f o r m a esferoidal ( v e r m i c r o g r a f i a s d a s
Figuras 2 4 3 e 244), forma e s s a q u e não interrompe a continuidade da matriz tanto quanto a
grafita e m veio, resultando n a s u a melhor ductilidade e tenacidade.

2 . Processo de fabricação do ferro nodular- A c o m p o s i ç ã o química é s e m e l h a n t e à dos


ferros fundidos cinzentos.
A Tabela 181 ( 3 3 3 ) mostra v á r i a s c o m p o s i ç õ e s q u í m i c a s d e ferros f u n d i d o s b á s i c o s utiliza-
dos p a r a a produção do nodular.
O tipo 1 apresenta, na c o n d i ç ã o bruta de f u s ã o o u a p ó s tratamento d e normalização,
e s t r u t u r a periítica. O tipo 2 c o r r e s p o n d e à faixa n o r m a l d e c o m p o s i ç ã o q u e l e v a a estruturas
ferrítico-perlítica, na c o n d i ç ã o b r u t a de f u s ã o e ferrítica o u periítica, p o r t r a t a m e n t o térmico.
O tipo 3 apresenta, no estado bruto de fusão, estrutura ferrítica; essa estrutura t a m b é m é
obtida p o r tratamento térmico d e ferritização. Caracteriza-se por elevada resistência ao cho-
q u e . F i n a l m e n t e , o tipo 4 c o r r e s p o n d e ao ferro n o d u l a r ferrítico no e s t a d o b r u t o d e f u s ã o ou
p o r t r a t a m e n t o t é r m i c o d e f e r r i t i z a ç ã o . C a r a c t e r i z a - s e , c o m o o tipo 3, p o r e l e v a d a r e s i s t ê n c i a
ao c h o q u e .
A grafita na forma esferoidal é obtida pela adição d e determinados e l e m e n t o s no metal
f u n d i d o , c o m o magnésio, cério e alguns outros q u e d e v e m ser b e m c o n t r o l a d o s , d e m o d o a
p r o d u z i r a forma d e s e j a d a d a grafita e c o n t r a b a l a n ç a r o efeito de e l e m e n t o s perniciosos,
c o m o antimônio, chumbo, titânio, telúrio, bismuto e zircônio que interferem c o m o processo
d e n o d u l i z a ç ã o e, p o r i s s o , d e v e m s e r e l i m i n a d o s o u m a n t i d o s o s m a i s b a i x o s p o s s í v e i s ' 3 3 4 ).
O s principais agentes n o d u l i z a n t e s c o n t é m , t o d o s eles, geralmente o m a g n é s i o . São;
m a g n é s i o s e m liga, n o d u l i z a n t e s a b a s e d e n í q u e l e n o d u l i z a n t e s a b a s e d e M g - F e - S i . N a
maioria das vezes esses nodulizantes são introduzidos n a forma de ligas, entre as quais
p o d e m s e r citadas as s e g u i n t e s :

1 5 M g - 82 Ni
1 5 M g - 3 0 S i - 5 0 Ni
8 M g - 4 6 Si - 4 2 Fe
5 M g - 4 5 Si - 5 0 F e
12 M g - 4 0 S i - 1 8 C u - 3 0 Fe

o u o m a g n é s i o s e m liga, n a f o r m a de briquetes, lingotes ou fios.


O nodulizante é colocado n o fundo da panela de v a z a m e n t o e o metal f u n d i d o é rapida-
m e n t e derramado sobre a liga nodulizante.
O u t r o m é t o d o , no qual é u s a d o o m a g n é s i o s e m liga, c o n s i s t e e m c o l o c a r e s t e m e t a l no
interior d e u m a panela c o n t e n d o f e r r o líquido e a p a n e l a é g i r a d a de m o d o a q u e o material
líquido escorra sobre o m a g n é s i o .
Q u a l q u e r que seja a técnica usada, há u m a reação violenta que o c a s i o n a fervura: o
m a g n é s i o é vaporizado e o v a p o r atravessa o ferro líquido, diminuindo o seu teor d e enxofre
e p r o v o c a n d o a formação de grafita esferoidal. G e r a l m e n t e adiciona-se i m e d i a t a m e n t e após
o a g e n t e noduiizante, Fe-Si p a r a produzir u m a matriz d e microestrutura a d e q u a d a .
O m a g n é s i o atua com o u m a espécie de inibidor d e curta duração, que retarda a formação
inicial d e grafita. Então, o f e r r o fundido cinzento solidifica, inicialmente c o m f o r m a ç ã o de
c e m e n t i t a ; logo a seguir, c e s s a d a a a ç ã o d o m a g n é s i o , a c e m e n t i t a d e c o m p õ e - s e , p r o d u z i n -
do a grafita que se d e s e n v o l v e por igual e m todas as d i r e ç õ e s , resultando a s s i m u m a forma
sensivelmente esférica.
E x p e r i ê n c i a s realizadas p o r e n g e n h e i r o s d a F u n d i ç ã o Tupy, cujos r e s u l t a d o s f o r a m apre-
s e n t a d o s , n o Simpósio s o b r e F u s ã o , V a z a m e n t o e S o l i d i f i c a ç ã o de P e ç a s F u n d i d a s , e m S ã o

560
Fig. 243 -Aspecto micrográfico de ferro nodular; ferrita, periita, nódulos d e grafita, steadita e inclusões
Ataque: p i c r a l . A u m e n t o : 100X (Gentileza d o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo).

Fig. 2 4 4 - A s p e c t o micrográfico de ferro fundido nodular perlítico: periita, ferrita, nódulos de


grafita e inclusões.Ataque: picral.Aumento: 100X (Gentileza do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas d e São Paulo).

Tabela 181
C o m p o s i ç ã o q u í m i c a d o s ferros f u n d i d o s b á s i c o s para p r o d u ç ã o d e f e r r o f u n d i d o n o d u l a r .
Tipo C,% Si,% Mn,% P,% S,% Ni,% Cu,% Cr,% Mo,% Sn,%
1 4,0 máx. 1,7/2,8 0,25/0,50 0,10 máx. 0,01 máx. 1,0/3,0 1,50 0,3 0,3 0,10
2 4,0 máx. 1,6/2,8 0,30 0,10 máx. 0,01 máx. 0,5 0,15 0,1 0,01 0,02
3 4,0 máx. 2,5 máx. 0,20 0,05 máx. 0,01 máx. 0,8
4 4,0 máx. 2,1 máx. 0,10 máx. 0,03 máx. 0,01 máx.

561
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

Paulo 1 3 3 4 ', demonstraram que de seis inoculantes comerciais disponíveis e testados, as c o m -


b i n a ç õ e s d e Fe-Si 7 5 % - B i f o r a m a s q u e levaram os r e s u l t a d o s mais favoráveis n o q u e diz
respeito à nucieação da grafita.
D e início, foi constatado q u e a p o r c e n t a g e m m á x i m a d e a d i ç ã o do inoculante Fe-Si 7 5 % ,
foi 0 , 6 % , s o b os pontos de v i s t a técnico e económico e no q u e diz respeito a o a u m e n t o do
n ú m e r o d e n ó d u l o s de grafita. A i n t r o d u ç ã o de 0 , 0 1 5 d e Bi p r o v o c o u n ã o s ó e l e v a ç ã o do
n ú m e r o d e nódulos de grafita, c o m o u m a melhora nas propriedades m e c â n i c a s d e u m deter-
m i n a d o tipo d e ferro nodular ( c i a s s e F E - 7 0 0 2 ) .

3 . Tratamentos térmicos do ferro nodular- A estrutura n o r m a l do ferro n o d u l a r n o estado


fundido é constituída de m a t r i z periítica c o m grafita e s f e r o i d a l : p o d e , c o n t u d o , apresentar
f e r r i t a o u c e m e n t i t a l i v r e . M u r t a s p e ç a s d e ferro n o d u l a r s ã o e m p r e g a d a s n o e s t a d o f u n d i d o .
Outras, entretanto, são tratadas termicamente.
O tratamento térmico usual é o que decompõe a cementita produzindo ferrita e mais
grafita esferoidal, mediante u m recozimento ou n o r m a l i z a ç ã o . Pode-se t a m b é m t e m p e r a r e
revenir à dureza desejada.
De qualquer modo, as o p e r a ç õ e s de tratamento térmico a que usualmente p o d e m ser
s u b m e t i d o s o s ferros n o d u l a r e s s ã o a s s e g u i n t e s 1 3 3 5 ':

3 . 1 . Alívio da tensões - P a r a reduzir ou eliminar a s t e n s õ e s residuais das p e ç a s fundidas


de g r a n d e s dimensões ou de s e c ç ã o transversal não uniforme. Normalmente, a temperatura
não p o d e ultrapassar 6 0 0 ° C e o t e m p o é de cerca de 20 minutos por centímetro d e secção.
Não h á efeito sobre as propriedades mecânicas.

3 . 2 . Recozimento - Para o b t e n ç ã o de matriz ferrítica, mediante a q u e c i m e n t o a 900°C,


resfriamento até 700°C, e m u m a h o r a , seguido de r e s f r i a m e n t o até 6 5 0 ° C , à r a z ã o do 3 ° C /
h. E s s e t r a t a m e n t o é t a m b é m c h a m a d o de " r e c o z i m e n t o p a r a ferritização", p o r q u e produz
u m a matriz essencialmente ferrítica.

3 . 3 . Normalização - D e p o i s d e austenitizado o material (à temperatura de 9 0 0 ° C , durante


o t e m p o n e c e s s á r i o ) , e l e é r e s f r i a d o n o f o r n o a t é 7 8 5 ° C e e m s e g u i d a r e s f r i a d o a o ar. S e o
resultado final apresentar d u r e z a muito elevada, p o d e - s e p r o c e d e r a um r e v e n i d o posterior,
até a d u r e z a desejada, revenido e s s e que t a m b é m reduz as tensões internas.

3 . 4 . Têmpera e Revenido - O material é austenitizado pelo aquecimento entre 870° e


9 0 0 ° C . S e g u e - s e r e s f r i a m e n t o e m ó l e o , g e r a l m e n t e e r e v i n e - s e até a d u r e z a d e s e j a d a . A s
estruturas resultantes c o r r e s p o n d e m à da martensita r e v e n i d a e o objetivo d o t r a t a m e n t o é
conferir a o material resistência m e c â n i c a , dureza e resistência ao desgaste m a i o r e s .
A T a b e l a 182< 336 ' a p r e s e n t a ciclos típicos de t ê m p e r a e revenido para f e r r o s nodulares e
ferro f u n d i d o cinzento.

3.5. Austêmpera - M e d i a n t e e s s e t r a t a m e n t o , t ê m - s e o b t i d o substancial m e l h o r a d a s proprie-


d a d e s d o f e r r o nodular. N o p r o c e s s o , o a q u e c i m e n t o p a r a a u s t e n i t i z a ç ã o , é f e i t o e n t r e 8 5 0 ° e
925°C< 336 ' , d e m o d o a q u e h a j a t r a n s f e r ê n c i a suficiente d e c a r b o n o à matriz a u s t e n í t i c a . C o m o as
z o n a s ferrftjcas d o ferro n o d u l a r s ã o i s e n t a s d e c a r b o n o , p a r a q u e o material s e t o m e e n d u r e c í v e l ,
é n e c e s s á r i o , n a austenitização, q u e h a j a suprimento d e c a r b o n o à ferrita o u a u s t e n i t a ( a c i m a d a
t e m p e r a t u r a critica), o q u e o c o r r e p o r s o l u ç ã o e d i f u s ã o , a partir d o s n ó d u l o s d e g r a f i t a . Esse
p r o c e s s o d e p e n d e d a t e m p e r a t u r a e d o t e m p o . Por isso, à s v e z e s s e austenitiza a t e m p e r a t u r a s
m a i s e l e v a d a s . O s t e m p o s v a r i a m d e d u a s a quatro h o r a s , d e p e n d e n d o d a s e c ç ã o , j u s t a m e n t e
p a r a c o n s e g u i r - s e a m á x i m a s o l u b i l i z a ç ã o d o c a r b o n o e r e s u l t a n t e e n d u r e c i b i l i d a d e . N o c a s o de
c o m p o n e n t e s p a r a a indústria a u t o m o b i l í s t i c a , verificou-se q u e , p o r e x e m p l o , e n g r e n a g e n s p e a d a s
e x i g i r a m q u a t r o horas a 9 0 0 ° C e e n g r e n a g e n s d e eixo t r a s e i r o três h o r a s a 9 0 0 ° C 1 3 3 8 '. A temperatura
d e f o r m a ç ã o d a bainita v a r i a e n t r e 2 3 5 ° a 4 0 0 ° C , p a r a n o d u l a r s e m e l e m e n t o s d e l i g a . N a f a i x a de
2 3 5 a 2 7 0 ° C o b t é m - s e b a i n i t a inferior o u acicular, d e alta d u r e z a , alta resistência m e c â n i c a a o

562
CBA
CBA FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS ou NODULARES

d e s g a s t e , c o m m o d e r a d a s t e n a c i d a d e e r e s i s t ê n c i a ao c h o q u e . A s t e m p e r a t u r a s mais altas d e
a u s t ê m p e r a - 3 0 0 ° a 4 0 0 ° C - p r o d u z e m b a i n i t a m a i s dúctil e t e n a z .
A Tabela 1 8 3 | 3 3 7 ) a p r e s e n t a a s p r o p r i e d a d e s de ferro n o d u l a r a u s t e m p e r a d o , d e a c o r d o
com a especificação A S T M A 897 M-90.

Tabela 183
Propriedades d o ferro dúctil austemperado

Resistência Limite e s - Alonga- Resist Dureza


Tipo à tração coamento mento ao choque HB
MPa MPa % J
1 850 550 10 100 269-321
2 1050 700 7 80 302-363
3 1200 850 4 60 341-444
4 1400 1100 1 35 388-477
5 1600 1300 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUT
- 444-555
Os valores de resistência à tração, limite de escoamento, dureza e resistência ao choque são os mínimos
exigidos. A resistência ao choque é Charpy s e m entalhe.

3 . 6 . Têmpera superficial-Pode-se aplicar tanto o processo por c h a m a como por indução,


p a r a o b t e r - s e u m a d u r e z a s u p e r f i c i a l d a o r d e m d e 60 R . C . e u m a s u p e r f í c i e d e elevada
resistência ao d e s g a s t e . A t e m p e r a t u r a d a superfície deve atingir 9 0 0 ° C durante alguns
segundos, s e g u i n d o - s e resfriamento i m e d i a t o por jato de á g u a .

4. Especificações e propriedades do ferro fundido nodular - A tabela 184 ( 3 3 5 ) indica as


c o m p o s i ç õ e s e s p r o p r i e d a d e s de c l a s s e s p a d r õ e s de ferro nodular, s e g u n d o e s p e c i f i c a ç õ e s
da A S T M , A S M E E S A E .
A Tabela 1 8 5 ' 3 3 5 ' indica as aplicações gerais e empregos típicos d e s s e s materiais.
A A B N T p e l a s u a especificação P - E B - 5 8 5 , classifica os ferros n o d u l a r e s , que ela d e s i g n a
c o m o ferro fundido com grafita esferoidal, c o n f o r m e mostra a T a b e l a 186< 333 '.
O tipo mais utilizado e m construção m e c â n i c a é o F E - 5 0 0 7 . A s p r o p r i e d a d e s i n d i c a d a s n a
Tabela c o r r e s p o n d e m ao estado bruto de fusão.
Os tipos F E - 4 2 1 2 e F E - 6 0 0 2 são i g u a l m e n t e muito usados; o primeiro contém m e n o s M n
e mais Si que o s e g u n d o . Este c o n t é m , p o i s , m a i o r quantidade d e M n o u , p r e f e r e n c i a l m e n t e ,
pequenas adições de Sn e Cu.
Os tipos F E - 3 8 1 7 e FE-3817-RI são tratados termicamente, p o r recozimento, que p r o d u z
estrutura ferrítica.
O tipo F E - 7 0 0 2 é normalizado ou t e m p e r a d o e revenido e c o n t é m elementos d e liga c o m
o propósito de a u m e n t a r a endurecibilidade e tornar a estrutura periítica.
A n o r m a D I N - 1 6 9 3 classifica os ferros fundidos nodulares c o n f o r m e indicado n a T a b e l a
187 1 3 3 3 ', que a p r e s e n t a t a m b é m os característicos mecânicos m a i s importantes.

563
Tabela 184
C o m p o s i ç õ e s e P r o p r i e d a d e s M e c â n i c a s d o s t i p o s c o m u n s d e Ferro N o d u l a r
Composição Propriedades Mecânicas
Resist. Limite Alonga-
Especificação escoa-
tração mento
IM Classe SI Mn P s Natureza Dureza
2
kgf/mm 5
mento e m 50 m m
Brinell kgf/mm
(MPa) 2
(%)
(MPa)
A S T M A 395 60-40-18 3,0 min. 2,50 max. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- 0,08 max. - Ferrítica; 143-187 42,0 28,0 , 18
A S M E SA 395 recozida (410) (270)
A S T M A 476 80-60-03 3,0 min. 3,0 max. - 0,08 max. 0,05 max. Fundida 201 min. 56,0 42,0 3
SAE AMS 5316 (550) (410)
60-40-18 Ferrítica; pode 42,0 28,0
ser recozida (410) (270) 18
65-45-12 Composição química especificada Principalmente 45,5 31,5
ferrítica (445) (305) 12
80-55-06 mediante acordo mútuo entre Ferrítica- 56,0 38,5
A S T M A 536 perlítlca - (550) (375) 6
100-70-03 produtor e consumidor Principalmente 70,0 49,0
periítica (690) (480) 3
120-90-02 Martensítica
temperada em 84,0 63,0
óleo e revenlda (820) (620) 2
D 4018 3-20-4,10 1,80-3,00 | 0,10-1,00 | 0,015-0,10 0,005-0,035 Ferrítica 170 max. 42,0 28,0 18
(410) (27,0)
Ferrítica 45,5 31,5
D 4512 periítica 156-217 (445) (305) 12
SAE J 434 D 5506 Valores devem ser compatíveis Ferrítica- 187-255 56,0 38,5
perlltica 241-302 (550) (375) 6
D 7003 com a dureza mínima especificada Periítica 70,0 49,0 • 3
' (690) (480)
Tabela 182
Ciclos típicos de têmpera e revenido para ferros nodulares e ferro f u n d i d o cinzento
Temperatura e t e m p o de M e l o de r e s f r i a m e n t o C i c l o de r e v e n i d o
Objetlvo austenitização (a)
Ferro fundido cinzento com máxima dureza Pré-aquecimento a 560°C Óleo em agitação 200°C, uma hora
Aquecimento a 870°C, u m a Resfriar até 120°C Resfriar em artranqOilo
hora p o r p o l . de secção
Ferro fundido cinzento com ótlmas Pré-aquecimento a 650°C Óleo em agitação 400°C, uma hora
resistência e tenacidade Aquecimento a 870°G, uma Resfriar até 120°C Resfriarem ar tranquilo
hora por pol. de secção
Para obter ferro nodular 120-90-02 900°C, uma hora por pol. de Óleo em agitação 480°C, 2 horas; resfriar
secção no forno até 345°C; resfriar
no ar
Para obter ferro nodular 100-70-03 900°C, uma hora por pol. de Óleo em agitação 4 8 0 ' C , 2 horas; resfriar
,
secção no forno até 345°C; resfriar
ao ar
Alternativa para tipo 100-70-03 900°C, uma hora por pol. de Ar até 425°C (b) 595°C, 2 h o r a s
secção
Preparo de ferro nodular para tempera 900°C, uma hora por pol. de Óleo em agitação 650°C, 2 horas; resfriar
por chama secção no forno até 345°C; resfriar
ao ar
(a) A temperatura do óleo deve ser controlada numa faixa de 55 a 8 5 ° C ; (b) dispositivos ou ventiladores especiais de ar comprimido
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

T A B E L A I 85
Aplicações gerais e empregos típicos de ferro nodular

Especificação Classe U s o s gerais Aplicações típicas


N 2

A S T M A 395 60-40-18 Componentes para pressão p a r a Válvulas e aplicações p a r a equi-


A S M E S A 395 emprego a altas temperaturas pamento de vapor e d a indústria
ASTM A 476 80-60-03 Equipamento de fábricas de p a - Cilindros de s e c a g e m d e fábri-
S A E A M S 5316 pel, até temperaturas de 2 3 0 ° C . cas de papel.
A S T M A 536 60-40-18 Partes para resistência ao c h o - Válvulas e corpos d e b o m b a s de
que; serviços para baixas t e m - pressão.
peraturas.
65-45-12 Serviços gerais. Componentes de m á q u i n a s s u -
jeitos a cargas de c h o q u e e fa-
diga.
80-55-06 Serviços gerais. Virabrequins, engrenagens e ro-
lamentos.
100-70-03 Melhor combinação de resistên- Engrenagens e c o m p o n e n t e s de
cia mecânica e ao desgaste e à máquinas para s u p o r t a r eleva-
t ê m p e r a superficial. dos esforços.
120-90-02 Mais elevadas resistência m e c â - Pinhões, engrenagens, rolamen-
nica e a o desgaste tos etc.
SAE J 434 Q4018 Componentes mecânicos s o b Articulações de direção.
cargas moderadas, exigindo
D4512 boas ductilidade e usinabilidade Calibres de freios a disco.
D 5506 Componentes sujeitos a t e n s õ e s Virabrequins
elevadas, exigindo boa tenaci-
dade.
Componentes sujeitos a t e n s õ e s
D 7003 Engrenagens
elevadas, exigindo muito b o a r e -
sistência ao desgaste e reação
ao endurecimento parcial.
Componentes sujeitos a t e n s õ e s
DQ&T Braços de balancim.
elevadas, exigindo uniformidade
de microestrutura e controle ri-
goroso de propriedades.

TABELA186
C l a s s i f i c a ç ã o d o f e r r o f u n d i d o n o d u l a r , s e g u n d o aABNT.
Limite de Limite de Alonga- A título I n f o r m a t i v o
resistência à escoamento mento (5d), F a i x a de dureza
Classe tração, min. (0,2%) m i n . min. aproximada Estruturas
kgf/mm 2 kgf/mm 2
(%) Brinell predominantes
(MPa) (MPa)
FE 3817 38,0 (370) 24,0 (240) 17 140-180 ferritica
FE 4212 42,0 (410) 28,0 (270) 12 150-200 femtica-periítica
FE 5007 50,0 (490) 35,0 (340) 7 170-240 periítica-ferrítica
FE 6002 60,0 (590) 40,0 (390) 2 210-280 periítica
FE 7 0 0 2 70,0 (690) 45,0 (440) 2 230-300 periitica
FE 3 8 1 7 38,0 (370) 24,0 (240) 17 140-180 ferrítica
RI*
* Classe c o m requisito de resistência a o choque.

566
DCBA
DCBA FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS OU MODULARES

TABELA187
C l a s s i f i c a ç ã o d o s f e r r o s f u n d i d o s n o d u l a r e s , s e g u n d o a DIN

Limite de Umite de Módulo Resistência


resistência escoa- R2slsL
Alonga- Dureza de à flexão
Classe à tração mento ao c h o q u e
mento Brinell elastic. kgf/mm 2

kgf/mm kgf/mm
kgf/mm' kgf/mm'
2
2 1
(%) 1 (MPa)
(MPa) (MPa)
GGG-45 45(440) 35(340) 5 160/240 17.000 2 80/95 (780/930)
GGG-38 38 (370) 25(250) 17 140/180 T 10 75/90 (740/880)
GGG-42 42(410) 28 (270) 12 150/200 16.500 8 80/90 (780/880)
GGG-50 50 (490) 35(340) 7 170/240 a 6 85/100 (830/980)
GGG-60 60 (590) 42(410) 2 210/300 18.500 4 90/110 (880/1080)
GGG-70 70(690) 50(490) 2 230/320 2 100/120 (108Q/1180)

E m r e l a ç ã o à s p r o p r i e d a d e s d o s f e r r o s f u n d i d o s nodulares, p o d e m s e r feitas as s e g u i n t e s
considerações complementares:

- a s propriedades de tração s ã o m u i t o b e m r e l a c i o n a d a s c o m a dureza Brinell. Essa rela-


ção d e p e n d e d a microestrutura do m a t e r i a l . A figura 245 |337 > m o s t r a a relação geral e n t r e a
dureza e os c a r a c t e r í s t i c o s de r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o , limite d e e s c o a m e n t o e a l o n g a m e n t o d e
f e r r o s n o d u l a r e s n a s c o n d i ç õ e s f u n d i d a e r e c o z i d a (ou n o r m a l i z a d a ) c o m u m a m i c r o e s t r u t u r a
de ferrita e/ou periita.

220 260
D u r e z a Brinell

Fig. 245 - Relação geral entre dureza e propriedades de tração de f e n o s nodulares na condição
fundida e recozida (ou normalizada) c o m micro-esirutura d e ferrita e/ou periita

567
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

A figura 246 ( 3 3 9 i mostra o c o m p o r t a m e n t o d a c u r v a t e n s ã o - d e f o r m a ç ã o p a r a dois tipos


de ferro nodular.

Deformação, %

Fig. 246 - O c o m p o r t a m e n t o "tensão-deformação" de dois tipos de ferro nodular

A figura 247 ( 3 3 3 ) m o s t r a o efeito d a d i m e n s ã o d a s e c ç ã o n a s p r o p r i e d a d e s d e t r a ç ã o de


dois ferros nodulares. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIH

84

1 1
77
• ntiiJiíii zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDC
_
70
E
A
CD 63

ca
56
*o
—-
n
22 49
trj
'cn
CD
rr 42

B Limita de escoa mento zyxwvutsrqponmlkjihgfedc


35

28
-

Espessura da seção, polegadas

Fig. 2 4 7 - Efeito da dimensão d a secção nas propriedades de tração de dois ferros n o d u l a r e s

568
EDCBA
CBA FERROS F i a v o r o o s DÚCTEIS OU NODULARES

- o s f e r r o s n o d u l a r e s a p r e s e n t a m u m módulo de elasticidade c o n s t a n t e até o seu limite de


elasticidade.
. - a r e l a ç ã o e n t r e o limite de fadiga e a resistência à tração situa-se, de acordo c o m várias
pesquisas, entre 0,33 e 0,52 (339 L A resistência à fadiga dos ferros nodulares t o m a - o s a l t a m e n -
te r e c o m e n d á v e i s p a r a p e ç a s c r i t i c a s u t i l i z a d a s e m c o n d i ç õ e s d e alta v e l o c i d a d e , como
virabrequins d e compressores.
- n o q u e s e r e f e r e à resistência ao choque, a Tabela I S S ' 3 3 9 ' m o s t r a as p r o p r i e d a d e s de
ferros m o d u l a r e s e m várias condições d e tratamento térmico s u b m e t i d o s a ensaios d e c h o -
que Charoy. A c o m p o s i ç ã o química do material considerado n e s s e ensaio é a seguinte:

C, = 3 , 6 5 % ; S i = 2 , 4 8 % ; M n = 0 , 5 2 % ; P = 0 , 0 6 5 % ; N i = 0 , 7 8 % ; C r = 0 , 0 8 % ; C u = 0 , 1 5 %

- finalmente, a figura 2 4 8 1 3 4 0 ' m o s t r a a influência dos vários tratamentos térmicos c o n s i d e -


r a d o s n a T a b e l a 1 8 8 n o c o m p o r t a m e n t o d e r e s i s t ê n c i a a o c h o q u e -de f e r r o n o d u l a r .

MLKJIHGFEDCBA

HGFEDCBA

lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A versatilidade dos ferros f u n d i d o s nodulares, sob o p o n t o d e vista de propriedades


m e c â n i c a s , s e m a n e c e s s i d a d e de i n t r o d u ç ã o de e l e m e n t o s d e liga, mas a p e n a s c o m a
aplicação de tratamentos térmicos relativamente simples, está demonstrada na gráfico da
f i g u r a 249< >.
341

569
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E PERROS FUNDIDOS

TABELA188
P r o p r i e d a d e s de u m f e r r o n o d u l a r t r a t a d o t e r m i c a m e n t e para e n s a i o C h a r p y d e
resistência ao c h o q u e

Resistência à tração U m i t e de escoamento Alongamento Dureza


Amostra Tratamento Térmico em 50 m m R.C.
kgf/mm 2MPa kgf/mm MPa 2
%
A Estado fundido 54,4 536 34,0 336 13,0 7
B Recoádo sub-crftico a 700°C 43,7 431 32,1 315 23,6 1
C Temperado a 9Q0°C e
revenido a 680°C 64,5 635 53,5 527 8,8 19
E Normalizado a 900°C e
revenido a 63S°C 79,1 779 47,7 470 8,2 21
J Temperado a 860°C e
revenido a 650°C 75,9 748 58,9 581 9,4 18
G Temperado a 860°C a
revenido a 480°C 106,7 1051 80,4 792 4,1 29

0,005 0,010 0,015 0,020 0,025

DEFORMAÇÃO, mm/mm

Fig. 249 - Curvas tensão-deformação para ferros fundidos nodulares


e m diversos estados de tratamento térmico

A c u r v a 1 d o gráfico c o r r e s p o n d e a material t o t a l m e n t e recozido. A c u r v a 2, n o r m a l i z a d o


a p a r t i r d e 9 0 0 ° C ; a c u r v a 3, t e m p e r a d o e m ó l e o a p a r t i r d e 9 0 0 ° C e r e v e n i d o d u r a n t e d u a s
horas a 5 4 0 ° C ; a curva 4, t e m p e r a d o e m óleo a partir d e 9 0 0 ° C e revenido d u r a n t e d u a s horas
a 4 2 5 ° C e a c u r v a 5, t e m p e r a d o e m ó l e o a partir d e 9 0 0 ° C , s e m r e v e n i d o p o s t e r i o r .
O s v a l o r e s de limite d e e s c o a m e n t o são m u i t o i m p o r t a n t e s , s o b o p o n t o d e v i s t a de
projetos d e p e ç a s estruturais, p o i s eles d e t e r m i n a m o s limites d a s cargas no e s t á g i o elástico,
o s q u a i s s ã o m a i s e l e v a d o s , c o m o Já s e m e n c i o n o u , q u e o s a p r e s e n t a d o s p o r a ç o s f u n d i d o s ,
s e m liga, d e resistência à t r a ç ã o c o m p a r á v e l .

570
A
BA FERROS FUNDIDOS DÚCTEIS OU NODULARES

A ductilidade é, c o m o t a m b é m j á s e ressaltou várias v e z e s , a p r o p r i e d a d e mais i m p o r t a n -


te e, c o m o s e p o d e v e r i f i c a r , é p o s s í v e l c h e g a r a v a l o r e s d e 2 0 % d e a l o n g a m e n t o o u p r ó x i -
mos, comparáveis t a m b é m aos obtidos e m aços fundidos.
Essa ductilidade e l e v a d a confere i g u a l m e n t e aos referidos m a t e r i a i s razoável resistência
ao choque.
A u s i n a b i l i d a d e é m u i t o boa, c o m p a r á v e l à do ferro f u n d i d o c i n z e n t o .

5. Ferro fundido nodular ligado - A i n t r o d u ç ã o de e l e m e n t o s d e liga no ferro n o d u l a r é


prática que t e n d e a s e generalizar, d e v i d o à s u a influência s e r a p r o x i m a d a m e n t e i d ê n t i c a à
que ocorre nos a ç o s .
Os próprios ferros fundidos básicos i n d i c a d o s na Tabela 181 m o s t r a m , em alguns tipos, a
presença desses elementos.
O níquel e o molibdênio, por e x e m p l o , s ã o adicionados até 1 % a 2 % , para m e l h o r a r a
endurecibilidade. O c r o m o t a m b é m p o d e s e r utilizado, p o r é m e m t e o r e s menores d e v i d o s u a
tendência de f o r m a r u m rendilhado frágil d e carboneto.
Ferros f u n d i d o s n o d u l a r e s c o m m a i o r e s t e o r e s de Ni e M o a p r e s e n t a m , após t r a t a m e n t o
térmico a d e q u a d o , excelente c o m b i n a ç ã o de resistência, t e n a c i d a d e e ductilidade, d e v i d o à
estrutura bainítica q u e s e d e s e n v o l v e a p ó s revenido, a partir d o e s t a d o fundido.
Vários tipos d e ferro fundido n o d u l a r austenítico estão s e n d o utilizados, c a r a c t e r i z a d o s
p o r a p r e s e n t a r e m c a r b o n o e n t r e 2 , 4 % e 3 , 0 % , silício e n t r e 1,5 e 6 , 0 % , m a n g a n ê s e n t r e 0 , 5
e 1,5%, n í q u e l e n t r e 1 8 e 3 6 % e c r o m o e n t r e 0 e 5 , 5 % .
A A S T M , por Intermédio de s u a s especificações A439-77 e A 5 7 1 -71 e a A S M , especificam
a l g u n s t i p o s d e f e r r o s n o d u l a r e s d e a l t o t e o r e m liga, c o m o a T a b e l a 1 8 9 ' 3 4 1 " 3 4 2 ' mostra.

5.1 Aplicações - A s aplicações desses materiais são as s e g u i n t e s ' 3 4 1 " 3 4 2 ':


ASTM A 439-77

- D-2 - b u c h a s d e hastes de v á l v u l a s ; v á l v u l a s e corpos de b o m b a , e m serviços de p e t r ó -


leo, água salgada e ambiente c á u s t i c o ; t u b o s de e s c a p a m e n t o ; carcaças de turbo-
a l i m e n t a d o r e s ; c o m p o n e n t e s d e c o m p r e s s o r e s d e ar;
- D-2B - c a r c a ç a s d e t u r b o - a l i m e n t a d o r e s ; cilindros;
- D-2C - a n é i s d e g u i a de eletrodos;
- D-3 - c a r c a ç a s e b o c a i s d e t u r b o - a l i m e n t a d o r e s , d i a f r a g m a s d e h a s t e s d e v á l v u l a s ;
difusores de c o m p r e s s o r e s de g á s ;
- D-3A - a n é i s de m a n c a i s p a r a s e r v i ç o a alta t e m p e r a t u r a , exigindo r e s i s t ê n c i a ao
escoriamento;
- D-4 - t u b o s d e e s c a p a m e n t o d e m o t o r e s D i e s e l ; j u n t a s d e t u b o s d e e s c a p a m e n t o ;
- D-5 - c a r c a ç a s d e s i s t e m a s d e g u i a ; a n é i s d e e n v ó l u c r o s d e t u r b i n a s d e g á s ;
- D-5B - e s p e l h o s e c o m p o n e n t e s p a r a estabilidade d i m e n s i o n a l de sistemas óticos;
estatores de c o m p r e s s o r e s .

ASTM A 571-71

- D-2M - c o m p o n e n t e s de c o m p r e s s o r e s , expansores, b o m b a s e outros s i s t e m a s de


bombas exigindo u m a matriz austenítica estável a - 250°C;
A S T M 5 3 9 4 - tipo a u s t e n í t i c o , c o m p o n e n t e s q u e e x i g e m r e s i s t ê n c i a a c e r c a d e 6 5 0 ° C ;
A M S 5395 - b o a f u n c M í d a d e e resistência à corrosão; as p e ç a s podem ser fabricadas
por s o l d a g e m .

H á a i n d a c l a s s e s p a r a n a v i o s , c o n t e n d o 2 , 4 0 a 3 , 1 0 C, 1,80 a 3 , 2 0 S i , 0 , 8 0 a 2 , 5 0 M n ,
0 , 1 5 a 0 , 2 0 P, 1 8 , 0 0 a 2 3 , 0 0 Ni e 0 a 0 , 5 0 Cr, c o m d u r e z a B r i n e l l v a r i a n d o d e 1 7 5 a 1 9 0 , l i m i t e
de resistência à t r a ç ã o de 35 a 38,5 k g f / m m 2 (340 a 375 MPa) limite de escoamento de 17,5
a 21,0 k g f / m m 2 ( 1 7 5 a 2 1 0 M P a ) e a l o n g a m e n t o d e 2 0 a 7 % , s u b m e t i d o s a alívio d e t e n s õ e s
a 6 5 0 ° C (e, s e n e c e s s á r i o , s o l u ç ã o d e c a r b o n e t o s a 9 5 0 ° C ) , u t i l i z a d o s p a r a r e s i s t ê n c i a a

571
125 35,0 17,5 20 min. 2,50 2,00 1,90 20,0
175 (340) (175) max. 3,00 3,00 2,50 0,15 24,0 0,50
O b s e r v a ç õ e s : Os tipos D-2 e D-3 podem apresentar molibdênio entre 0,7 a 1,0% para aumentar as propriedades mecânicas acima de 425°C; o tipo de e.specificaç ã o A M S
5395 não pode possuir chumbo além de 0,003% e cobre além de 0,50%.
T A B E L A I 90
P r o p r i e d a d e s d e a l g u n s f e r r o s n o d u l a r e s de alto s i l í c i o
Temperatura ambiente 540°C 650°C 700°C
Teor Limite Limite Alonga- Limite Limite Alonga- Limite Limite Alonga- Limite Limite Alonga-
de escoam. resistência mento escoam. resistência mento escoam. resistência mento escoam. resistência mento
liga kgf/mm 2 tração % kgf/mm 2 tração % kgf/mm 2 tração % kgf/mm 2 tração %
(MPa) kgf/mm 2 (MPa) kgf/mm 2 (MPa) kgf/mm 2 (MPa) kgf/mm 2
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
4 Si 45,0 (440) 57,3 (563) 19,5 22,7 (227) 24,9 (249) 45,0 6,8 (68) 8,5 (85) 59,0 . 5,1 (51) 6,2 (62) 87,5
4Si-0,5Mo 47,7(467) 60,5 (595) 17,0 25,4(254) 28,1 (271) 35,5 11,4(114) 13,2 (132) 71,5 6,9 (69) 7,8(78) . 75,5
4 S I - 1 . 0 Mo 48,2 (472) 61,9 (609) 14,5 27,7 (267) 30,7 (297) 24,4 11,3 (113) 13,2(132) 53,0 7,7(77) 9,0 (90) 59,0
4SI-1.5 M o 49,2 (482) 63,1 (621) 12,0 26,6 (256) 30,3 (293) 23,0 12,1 (121) 14,0 (140) 48,5 8,0 (80) 9,1 (91) 55,5
4 Si-2,0 Mo 48,5 (475) 64,5 (635) 10,0 28,5 (275) 32,5 (315) 21,5 12,2 (122) 14,7(147) 42,5 8,6 (86) 9,9 (99) 51,5
4 Si-2,5 M o 49,7(487) 66,4 (654) 10,5 27,7 (267) 32,6 (316) 20,5 12,5 (125) 15,0 (150) 31,0 9,0 (90) 10,1 (101) 40,5
2,8 S M . O M o 35,7 (347) 54,5 (535) 15,0 23,1 (231) 27,5 (265) 20,0 12,3 (123) 14,4 (144) 45,0 7,1 (71) 9,2 (92) 51,5
4 Si-0,8 V 51,3(503) 59,0 (580) 4,5 zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- - - 9,8 (98) 10,5 (105) 34,0 4,4 (44) 4,8 (48) 37,5
Todas as ligas foram recozldas a 790°C, durante 4 horas.
O limite de escoamenlo correspondeu ao desvio 0,2% (limite convencional n).
A liga 4 SI-0,8 V foi submetida a aquecimento a 900°C, durante 3 horas, resfriamento a 700°C, mantido durante cinco horas, seguido de resfriamento ao forno,
até abaixo de 425°C.
TABELA189
E s p e c i f i c a ç õ e s e p r o p r i e d a d e s de f e r r o n o d u l a r a l t a m e n t e l i g a d o .
Limite Limite C o m p o s i ç ã o q u í m i c a (%)
Resistência Escoamento Alongamento
Especificação Classe Dureza Tração kgf/mm 2 em 2"
N° Brinell kgf/mm (MPa) C, Si Mn P Ni Cr
2 (%)
(MPa)
A S T M A 439-77 D-2 139 40,6 21,0 8 min. 1,50 0,70 18,0 1,75
202 (396) (210) max. 3,00 3,00 1,25 0,08 22,0 2,75
D-2B 148 40,6 21,0 7 min. 1,50 0,70 18,0 2,75
211 (396) (210) max. 3,00 3,00 1,25 0,08 22,0 4,00
D-2C 121 40,6 19,6 20 min. 1,00 1,80 21,0
171 (396) (196) max. 2,90 3,00 2,40 0,08 24,0 0,50
D-3 139 38,5 21,0 6 min. 1,00 28,0 2,50
202 (375) (210) max. 2,60 2,80 1,00 0,08 32,0 3,50
D-3A 131 38,5 21,0 10 min. 1,00 28,0 1,00
193 (375) (210) max. 2,60 2,80 1,00 0,08 32,0 1,50
D-4 202 42,0 - - min. 5,00 28,0 4,50
273 (410) zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
max. 2,60 6,00 1,00 0,08 32,0 5,50
D-5 131 38,5 21,0 20 min. 1,00 34,0
185 (375) (210) max. 2,40 2,80 1,00 0,08 36,0 0,10
D-5B 139 38,5 21,0 6 min. 1,00 34,0 2,00
193 (375) (210) max. 2,40 2,80 1,00 0,08 36,0 3,00
ASTM D-2M 121 45,4 21,0 30 min. 2,20 1,50 3,75 21,0
A 571-71 • 171 (444) (210) Recoz. max. 2,70 2,50 4,50 0,08 24,0 0,20
AMS5394 140 38,5 22,4 7 min. 2,40 2,00 0,80 18,0 1,70
180 (375) (224) tensões max. 3,00 3,20 1,60 0,25 22,0 2,40
aliviadas
A M S 5395 125 35,0 17,5 20 min. 2,50 2,00 1,90 20,0
175 (340) (175) max. 3,00 3,00 2,50 0,15 24,0 0,50
O b s e r v a ç õ e s : Os tipos D-2 e D-3 podem apresentar molibdênio entre 0,7 a 1,0% para aumentar as propriedades mecânicas acima de 425°C; o tipo de e.specificaç ã o A M S
5395 não pode possuir chumbo além de 0,003% e cobre além de 0,50%.
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

corrosão, ao calor e ao c h o q u e , e m hélices e aplicações diversas e m navios, S ã o classes


não m a g n é t i c a s .
Finalmente, a Tabela 1 9 0 P ' m o s t r a as p r o p r i e d a d e s a diversas t e m p e r a t u r a s de ferros
4 4

dúcteis a o silício, de matriz t i p i c a m e n t e ferrítica, c u j a r e s i s t ê n c i a à oxidação é b o a a t é c e r c a


de 8 7 0 ° C . C o m o a resistência m e c â n i c a a alta t e m p e r a t u r a c a i , introduz-se c r o m o e v a n á d i o
que reduzem a velocidade de fluência e aumentam o s valores de t e n s ã o - r u p t u r a . O
m o l i b d ê n i o c o n f e r e i g u a l m e n t e b o a s propriedades m e c â n i c a s a altas t e m p e r a t u r a s , com
p e q u e n o decréscimo d a ductilidade e d a resistência ao c h o q u e à temperatura a m b i e n t e .

6. Conclusões - Inicialmente, é preciso lembrar q u e as propriedades m e c â n i c a s dos


ferros fundidos dúcteis contendo n ó d u l o s bem f o r m a d o s d e p e n d e m da estrutura d a matriz, o
que é o p o s t o aos ferros fundidos cinzentos, onde a r e s i s t ê n c i a é principalmente controlada
pela f o r m a e t a m a n h o dos veios d e grafita.
No processo de produção de ferros nodulares, p o d e m surgir alguns p r o b l e m a s criando
dificuldades, as quais p o d e m afetar a qualidade do material. Alguns desses p r o b l e m a s são
citados a seguir 1 3 4 5 1 :

• flutuação de nódulos de grafita, o que juntamente c o m o aparecimento d e bolhas em


c o m b i n a ç ã o c o m escória p o d e m produzir um a c a b a m e n t o superficial i n a d e q u a d o . Esse de-
feito é c a u s a d o p e l o v a z a m e n t o d e f e r r o d e c o m p o s i ç ã o h i p e r - e u t é t i c a e é a g r a v a d o pela
p r e s e n ç a de grandes secções, e m q u e a velocidade d e esfriamento é menor;
• estrias de escória que c o m p r e e n d e m compostos d e óxido/sulfato/silicato d e m a g n é s i o .
S u a f o r m a ç ã o s e dá e é a g r a v a d a pela prática de v a z a m e n t o , sobretudo q u a n d o s e v a z a
metal m a i s frio;
• bordas de grafita escamosa, as quais podem ocorrer nas superfícies das p e ç a s . S e elas
não f o r e m removidas por u s i n a g e m , podem causar r e d u ç ã o localizada de propriedades
mecânicas;
• segregação de fósforo, q u e p o d e ocorrer devido a u m a reação molde/metal, resultante
do e m p r e g o d e catalizadores á c i d o s e m sistemas de m o l d a g e m quimicamente aglutinados.
O ácido fosfórico é geralmente u s a d o para substituir á c i d o sulfônico e m s i t u a ç õ e s o n d e a
quantidade d e f u m a ç a s de dióxido d e enxofre e sulfeto d e hidrogénio gerada a p ó s a f u n d i ç ã o

e inaceitável,.. , ^ ^ ^ K ? y i 8 | w £ > « í < t H m M p „ ,. J „ , 4

• casca de oxido retida, s e g u i n d o - s e a o t r a t a m e n t o termiGo^aíe.tHaa.apos a l i m p e z a a j a t o .


E s s a r e t e n ç ã o p o d e t e r e f e i t o s a d v e r s o s n a u s i n a b i l i d a d e p e l o rfSãí@fS®eá§àste d a s f ^ r t ã m e n - M3A
tas d e corte. P o r outro lado, o e m p r e g o de u m p r o c e s s o mais-fofje^ge í í p i p e z a a j á f ò p o d e
r e d u z i r a d u c t i i i c f a d e t l S • f ^ S f J r ! à T * c ' r ^ ! % f ô ^' ' o x Í ^ ^ ^ ^ a r 0 , ) ^ 0 ^ â § s H U fissuração; • gel

|4 .c •

1.1 V -V 1 i
«- J

rtJo

j.V.3»>'.

-•CA • rq

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581
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

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582
BA
BA ÍNDICE ANALÍTICO zyxwvu

ÍN D ICE A N A LÍTICO
A

Abrasivo (desgaste) 374


Acicular (martensita) 46
Aço(s) 22,26,175
ABNT 176,177
acalmado 204
AISI 176,200
alta resistência e baixo teor em liga 218,220,222
austenítico 409
duplex 415
inoxidável 409
resistente ao desgaste 373
classificação 200
composição química 22
constituintes 26,28
criogênico(s) 463,469
definição 22
aço-carbono 22
aço-liga 22
diagrama de equilíbrio , 23,24,27
diagrama de transformação isotérmica 44.45
diagrama para resfriamento contínuo 47
doce • 35,178
duplex 415
duro 3 5

efervescente 180,204
elementos de liga nos 187
elétricos e magnéticos 441
encruado 184,219
endurecível p o r precipitação 417
estrutura micrográfica 29,30,31
estruturais 217
eutetóide 30
ferramentas p a r a fins especiais 320
ferramentas tipo-matriz 335
ferrftico 406
fundido 183,438
gratifico 334
Hadfiald 376
hipereutetóide 30
hipoeutetóide 30
impurezas normais nos 176
inclusões não-metálicas nos 177,180
indeformável , 339
inoxidável 394
magnético 459
"maraging" 467
martensítjco 397,459
microestrutura 26
mordido 220
Nitralloy 306
para a r a m e s a fios 261
para barras 261
para cabos 265
para cementação 299,302
seleção 300
para chapas 239
para estruturas 218

583
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

para ferramentas e matrizes 313, 486


seleção 320
p a r a fins elétricos e magnéticos 441
p a r a fundição 203,206
p a r a imãs permanentes 459
para mancais 309
para molas 273
para nitretação 305,306
para produtos planos 239
p a r a trabalho a frio 339
para trabalho a quente 346
para trilhos 235
p a r a tubos 253
patenteados 219,266
propriedades mecânicas dos 34,182

m rápidos
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
rápidos fundidos
rápidos sinterizados
351
369
491
refratários .-. 426
seleção 440
resistentes à corrosão 224, 3 8 1
resistentes ao calor 425, 431
resistentes ao choque 326
resistentes ao desgaste 373
SAE 176, 2 6 0
semi-rápidos 329,338
sinterizados 477, 485
super-rápido . 355
t a m a n h o d e grão dos 183
temperáveis e m água 321
ultra resistentes 463,464
usinagem fácil 289,291
Aços-carbono, definição 22
importância e limitações 185
impurezas normais 177
propriedades mecânicas 34, 9 8 , 182
Aços-liga, definição 22.187
efeito d o s elementos de liga 187
Aço-manganês 376
Aço(s) inoxidável(eis) 381,394
ao nitrogénio 418
austeníticos 394, 4 0 9
394,415
endurecíveis porpracipitação 394,417
ferríticos 394.403,406
martensíticos 394, 3 9 7 , 4 0 1
nitrônicos 394, 4 1 8
Á g u a (como meio de resfriamento) 171
AISI 204
Alavanca, regra de .... 28

11
Alfa (ferro) 22,27
Alívio de tensões 93,95,413,534
recozimento para 93
tratamentos típicos 95
Alnico, (tipos) . 461
Alotropia do ferro puro 22
Alumínio
como desoxidante 179
nos aços estruturais ... 223
nos a ç o s p a r a nitretação . 306
nos a ç o s resistentes à oxidação . 429
nos a ç o s resistentes ao calor 429
Amortecimento (capacidade) 523,524
Anisotropiados materiais magnéticos 450
ÍNDICE ANALÍTICO
BA
Anodização 231,251
Aquecimento 83,164
efeito sobre a posição das linhas de transformação , 35,36
• temperatura de 83
tempo de 7. • -— 8 3

velocidade de 64
A r (como meio de resfriamento) 84,85
Arames (aços para) 261,263,265
Arames para concreto armado 219
Arames para concreto protendido 220
Amico, ferro 240
Aspectos micrográficos
de aço austemperado 112
de aço coalescido 108
de aço doce forjado 178
de aço duro encruado 134
de aço eutetóide 29
de aça fundido _ - 133
de aço hipéreutetóide 30
de aço hipoeutetóide 29,31
de aço inoxidável — • 414
de aço meio d o c e moldado 179,183
de aço temperado 103,104
de aço t e m p e r a d o e revenido 105
de ferro fundido cinzento 503
de ferro íundido eutético 496
de ferro fundido hipereutético 498
de ferro fundido hipoeutético 497
de feno fundido maleável 5 5 3

de ferro fundido nodular 5 6 1

de ferro puro 31,86


Atmosfera de forno 36
controlada 16o
de gasogênio 169
endotérmica 167,170
exotérmica 166,169
reações devidas à 38,89
sintética nitrogênio-alcool 87
Ausforming 466
Austêmpera 109,110
Austenita 25,32
efeitos dos elementos de liga 38,39,190
homogeneidade _ - 54,59
retida ou residual : 56,59,107
tamanho de grão 54,57
transformação d a • 107
Austenítico ^

Auto-revenido 193
Avaliação da temperabilidade 64
Avaliação da temperatura 164

Bainita _ 46,110,112
inferior 1 1 3

, superior TO

Banhos de têmpera 34
de chumbo 36
de sal 85,147,160
Barras • 240,262
Beta, ferro 22^
Boretação •. 1 5 3

585
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS

Borrifos (como meio de esfriamento) '71


Bruta de fusão (textura) 133

Cabos, aços para 265


Caixa
cementação em 134
recozimento em 93
Calibragem de peças sinterizadas 479
Calor, aços resistentes ao 425
Camada cementada 151,300
Camada cianetada 151
Campa magnético. 442
Canos (ver tubos) 2 5 3

Capacidade de amortecimento 523,524


Carbonato d e bário (na cementação) 133
Carbonetação 1 0 3

Carboneto(s)
de ferro 25
efeito dos elementos de liga nos 188
Carbonitretação 153
a plasma 154
ferrítica 154
Carbono
combinado 568
equivalente 498,520
gratifico (ou livre) 508
influência na posição das curvas e m C 57
Influência nas propriedades mecânicas 34,199
total 508
Carburizante
gás 137
mistura 137
Carbomaag 139
Casca de laranja (defeito) 86,246,248
Casca de óxido 86
Cementação 130
a alta temperatura 132
aionplasma 142
aços p a r a 299,302
gasosa 137
líquida 140
reações fundamentais , 133
seleção do aço para •—
. 300
sob v á c u o 142
sólida o u e m caixa 184
tratamentos térmicos na 143
Cementita 25,28,33,187
Chama, t ê m p e r a por 120
Chapa(s) 240
aços para 241
composição tfpica 241
defeitos 247
especificações daAB14T 244
finais) 240
galvanizada (s) 250
grossa(s) 240,252
propriedades 246
revestimento 250
tipos 244
tratamentos 249
Choque, aços resistentes ao 326

586
AA ÍNDICE ANALÍTICO

Chumbo (nos a ç o s d e usinagem fácil) 295


Cianetação 152,153
Ciclo de histerese do ferro _ 446,447
• do Isoperm 458
do Permalloy 456
doPerminvar ~ 458
Classificação
dosaços 176,200
dos aços de u s i n a g e m fácil 291
dos aços inoxidáveis _ — 394
dos aços p a r a ferramentas e matrizes 320
dos aços p a r a fundição 206
dos ferros fundidos cinzentos 516
dos ferros fundidos maleáveis 546
dos f e n o s fundidos nodulares 566
Coalescimento 90,108
estrutura resultante 108
Cobalto
na indústria elétrica 453
nos aços p a r a ferramentas e matrizes 318
nos aços rápidos 356
Cobre
nos aços estruturais 222
nos aços resistentes à conosão 383
nos ferros fundidos • 502,527
Coeficiente de difusão (na cementação) •. 130
Compostos intermetállcos 37,188,190
Compressão de p ó s metálicos 479
Conpemick (liga) 458
Constituintes
dos aços _ 26
dos aços inoxidáveis 394
dos ferros fundidos 495
resultantes d a transformação da austenita . „ 46
Coquilha 504,508
"Corda de piano" (aço) _ 265,271
Corrosão 382,386
aços resistentes à 381
atmosférica 382
em água d o c e 384
em água salgada 384
fenómeno d a 382
ferros fundidos resistentes à 530,532
intergranular 389
localizada 389
no solo 383
sob tensão 393
Corte fácil, aços d e ; 289,291
Criogênicos
aço (s) 469
Cromo
efeito na resistência à corrosão 386,387,394
efeito na resistência à oxidação 429
efeito na resistência ao calor ._. 429
efeito nas propriedades mecânicas _ 189,193,194
nos aços estruturais _ 223
nos aços p a r a cementação 302
nos aços p a r a ferramentas e matrizes 317
nos aços p a r a fundição 212
nos aços p a r a imãs permanentes , 460
nos aços p a r a molas 275
nos aços para nitretação 306
nos aços rápidos 356
nos aços resistentes à corrosão 388

587
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

nos a ç o s resistentes à oxidação 427


nos a ç o s resistentes ao calor 427
nos ferros fundidos brancos 509
nos ferros fundidos cinzentos 509
Cunha (de coquilhamento) 504
Curie (ponto) 22,23
Curvas(s)
de desmagnetização 462
de d u r e z a - 66
de esfriamento „ _ 50,77
de fluência— 426
de magnetização 446,447,443
de resistência ao choque-temperatura de transição 473
de revenido 104,105
de revenido para aços rápidos 357
de temperabilidade 68
de transformação isotérmica 42
p a r a açoAIS11321 57
p a r a aço AIS11335 55
p a r a aço A I S I 2 3 4 0 55
p a r a aço AISI 4340 56
p a r a açoAISI 5140 56
para aço-ferramenta 323
p a r a aço hipereutetóide 48
p a r a aço hipoeutetóide 47
p a r a aço rápido ; 359
p a r a ferro fundido 542
em C (ver cup/a de transformação isotérmico) 42
Curva T T T o u em C 42,47

Defeitos (durante tratamento térmico) 172


Delta (forma alotrópica) 22,24
Descarbonetação (no tratamento térmico) 86,546
Desgaste - 374
abrasivo _ — 374
aços resistentes ao » 373
metálico 374
. resistência ao 314
Desoxidantes (agentes) 181,182
Diagramaís)
de resfriamento contínuo 49
de constituição (ou equilíbrio) > 23,24,27
liga Fe-C _ 23,24,27
iigaFe-C-Si 498
ligaFe-Cr 395
ligaFe-Cr-C : 396,397,398
ligaFe-Cr-N! 399,400 .
de equilíbrio 23,24,27
de transformação 41
para austêmpera 110
para martêmpera 113
para normalização _ _ 97
p a r a recczimenfc) isotérmica 91
para recozimento pleno 90
p a r a têmpera e revenido 99
de transformação isotérmica (curvas e m C) 44,45
Diamagnéticos (materiais) 443
Diâmetro
critico 65, 89
ideal 64,69
Difusão d e carbono (na cementação) : 130
Domínios ferromagnéticos 446

588
ÍNDICE ANALÍTICO

Ductilidade
efeito do encruamento sobre a 185
ensaio 246
Dupla compressão
de ferro e aço sinterizado 481
Dureza
aquente 316,357
à temperatura ambiente 314
critica 63
curvas de -. 65,66, 67
secundária 357
Duriron 533

Eíeito Banett 450


Efeito Joule 450
Efeito Wiedmann 450
efervescentes (aças) 204
Eficácia dos meios de esfriamento 84,85
Elementos de liga
distribuição nos aço esfriados lentamente 54,188,189
efeito sobre a austenita 38,39,190
efeito sobre a ferrita 138
efeito sobre a martensita 191
efeito sobre a temperabilidade 54
efeito sobre a temperatura eutetóide 38,39
efeito sabre o c a m p o austenítico 38,39
efeito sobre o d i a g r a m a de-equilíbrio Fe-C 36,39
efeito sobre o revenido 192
efeito sobre os carbonetos 188
efeitos específicos sobre os aços 38,195,196,197
Encruamento 134
dos aços de usinagem fácil 296
sobre a ductilidade 185
sobre a resistência à tração 184
sobre as curvas tensão-deformação 186
Endotérmico(a)
atmosfera 167
gerador 171
Endurecibilidade (vertemperabilidade) 53,63
Endurecimento
por precipitação 115,222
secundário 106
superficial 118,130,541
Ensaio
Olsen 246
Envelhecimento 534,536
Enxofre
nos aços-carbono 177
nos aços de usinagem fácil 291
Equilíbrio
diagrama de (ver diagrama de constituição) 23,24,27
Esferoidfta 90
Esferoidização 93
Esfriamento (ver t a m b é m resfriamento) 83
curvas de 50,51
efeito sobre a posição das linhas de transformação 35,36
meios 84,171
velocidades 85,183
efeito na s e c ç ã o 51,52
no centro de u m a esfera de 4 mm de diâmetro 85
nos diversos meios 34
Estabilidade estrutural 415,428

589
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

Estampagem profunda
chapas para - 243
Estanho (nos aços-carbono) 131
Estruturais)
dendrítica 183
dos a ç o s austemperados 112
dos aços coalescidos 108
dos a ç o s encruados 184
dos a ç o s fundidos 183
dos aços recozidos 29,30
dos a ç o s temperados 103,104
dos a ç o s temperados e revenidos 105
do ferro fundido branco 496,497,498
do ferro fundido cinzento 503
do ferro maleável 553
do ferro nodular 561
do ferro puro 31
Estruturas (dos aços) 26,359
Eutética (liga) 25
Eutético (ponto) 25
Eutetóide
aço 26
estrutura 26
ponto 25
Exotérmico(a)
atmosfera '. 166
gerador 168
Expansão térmica 428

Fadiga, limite ,.. 144


Faixa de temperabilidade 72,73,74
Falhas (durante o tratamento térmico) 173
Fase s i g m a 394
Feixe eletrônico 126
Ferramentas
aços para 313
Ferrita 27,28,33,187
característico 33
efeitos dos elementos de liga s o b r e a 189
estrutura 31
Ferrítico (aço inoxidável) 394,403
Feno alfa 27,28
FenoArmco 240
Feno comercialmente puro 26, 30
Ferro fundido 2 6 , 2 8 , 493, 494
branco 494,507
cinzento 494,515, 526,528
de grafita compactada 494,555
maleável 494, 545
mesclado 494
nodular (ou dúctil) 494,559,560
Ferro sintetizado 485,571
Fenos magnéticos (materiais) 443,444
Ferrugem 382,530
Fio(s) 262,263
aços para 261
de m ú s i c a 262, 2 6 5 , 283 -
efeitos do teor de carbono 268
Fio-máquina 262
Fissuras
concentração de 392
nos tratamentos térmicos 173

590
A
BA ÍNDICE ANALÍTICO

427
curvas de 427
resistência à ... 428
Folhas (aços para) 240
Folhas de f l a n d r e s . , 250
Força
coerciva 448
magnetizante.. _ 445
Forjado sinterizado 482
Fomofe) _. 1 5 8 , 1 5 9 , 1 6 0 ,
161,162
Fósforo
nos aços c a r b o n o 178
nos aços d e usinagem fácil _. 294
nos aços estruturais 222
nos fenos fundidos ' 509
Fragilidade
a475°C 407
afrio 182
aquente 180,182
de revenido 106
pelo hidrogénio 403
Fraturas-padrão .". 316
Fundidos (aço) 203,206

Galvanizada
chapa 250
Gama
ferro ".. 22
Gás de carbonetação 137
Gazes (como meio de esfriamento) 171
Gasogânio 169
Gerador
endotérmico 171
exotérmico 170
"Ghost-lines" (textura) : 172
Grafita 25,504,508
compactada 556
em veios 505
nodular 553,561
Grafítico
aço 339
Grafitização 547
Grão
• austenítico 57,60,61
tamanho d e „ 58,59
Grossmann
método de 65

Hadfield (aços) 376


Hidrogénio (nos aços carbonos) —.—___ 181
fragilidade pelo 403
Hipereutetóide
aço 26,30
estrutura 31
Hlperco (liga) 457
Hipernik (liga) 455
Hipersil (liga) 453
Hipoeutetóide
aço 26

591
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

estrutura — 29, 31
Histerese (ciclo de)
do f e r r o _ — 447
do Isoperm '• 458
doPermalIoy - - - 456
doPerminvar 458
Homogeneidade d a austenita 54,59

Ideal (diâmetro) 64
Imãs permanentes
aços p a r a 459
materiais para _ 459
Importância dos aços- carbono 185
Impregnação metálica (do feno e do a ç o sinterizado) 481
Impurezas nos aços _ _ 176
Inclusões 70,177,180
influência n a curva B vs H 450
não-metálicas _ 177,189
Indeformável (aço) 339
Indução
magnética 442,443, 444
residual 448
têmpera por _ 122
Inoculação 482,537
Inaculantes 506,560
Inoxidável
aço ; 394
ferro fundido 532
Intensidade
de c a m p o magnético 442
de magnetização 442
de saturação 443
Intergranular (corrosão) 389
lonitretação 150
lonplasma (cementação) 142
lonplasma (nitretação) 150
Isoperm (liga) 459

Jacto-percussão - : 286
Jominy
curvas de temperabilidade 68
dispositivo «... 68
método - — 67

Laminados _ - 240
Laser (têmpera por) 126
Ledeburita 496
Liga(s)
endurecfveis por precipitação :— 459
eutética 25
eutetóide 25
ferro-carbono 22
feno-carbono-silício 498
ferro-cobalto .". 456
ferro-cromo , 395
ferro-cromo-níquel 399
feno-níquel 455
ferra-silício 453
ÍNDICE ANALÍTICO

para indústria elétrica , 452


Limitações dos aços-carbono 185
Linhas de LOder (linhas de distensão) 247,248
'Linhas de transformação 26
efeito do aquecimento 35
efeito do resfriamento 35
efeito dos elementos de liga 36
Liquidus (linhas) 26
Luder (linhas de) 247
Lupa austenítica _ 394

Magnética (anisotropia) 449


Magnéticos (materiais) 452
Magnetismo 442
Magnetização 442
curva de 446,447
intensidade de 442
Magnetizante (força) 442
Magneto-estricção 450
sistema Fe-Ni : 451
Maleável
americano 547
branco , 546
europeu 546
perlítico 549
preto 547
Maleabilização .-. 546
processos 546
Mancais (aços para) 309
Manganês
aços-manganês 376
como desoxidante 179
como dessulfurante 179
nos aços-carbono 179
nos aços d e usinagem fácil 291
nos aços estruturais 222
nos aços fundidos 212,214
nos aços p a r a ferramentas e matrizes 317
nos aços p a r a molas 275
nos aços resistentes ao desgaste 376
"Maraging" (aços) 115,467
Martêmpera 114
diagrama esquemático de transformação 113
Martêmpera p a r a modificada 115
Martenslta - 42,45,46,100
acicular 46
aspecto micrográfico 103
característicos 101
dureza 101,103,191
revenida 63
Martensítico (aço) 397
Materiais
com permeabilidade constante 458
diamagnéticos 443,444
fenomagnéticos 443,444
magneticamente duro 459
magneticamente moles 453
para imãs permanentes 459
paramagnéticos 443,444
Matrizes (aços para) 313,335
Medida de temperabilidade 65
Meio(s) de esfriamento 84,171,300 .
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS FUNDIDOS

água 85,100
a r 84,85
circulação do 86
chumbo fundido 8 6

gás - 36
movimentado 86
óleo(s) 85,86,100
salmoura 85,100,172
soluções 85,100,172
Metais e ligas p a r a a indústria elétrica 452
Metanol-acetato de etila 139
Metalurgia do pó 478
Método de Grossmann 65
Método d e Jominy 67
Misturas carburizantes 134
Molas 274
aços para 273
helicoidais 274,276
semi-elipticas 274,283
Moldagem (da peças fundidas de aço) 206
Molibdênio
nos aços estruturais 223
nos a ç o s "maraging" 467
nos a ç o s para cementação 302
nos aços para ferramentas e matrizes 318
nos aços para fundição 213,214
nos a ç o s para nitretação 306
nos a ç o s rápidos 354
nos a ç o s resistentes á conosão 328
nos a ç o s resistentes à oxidação 430
nos a ç o s resistentes ao calor «... 430
Mudanças dimensionais (durante os tratamentos térmicos) 172

"Ni-Hard" 536
Nióbio 223,389,533,535
Níquel 223,388
efeito s o b r e as propriedades m e c â n i c a s 189,194
na indústria elétrica 449,451,453,
455,458,461
nos aços criogênicos 463
nos a ç o s estruturais 223
nos a ç o s para cementação 302,303
nos aços "maraging" 467
nos aços para fundição 211
nos a ç o s resistentes á conosão 328,396
nos a ç o s resistentes à oxidação 430
nos aços resistentes ao calor 430
"Ni-Resist" 533
Nitralloy (aços) 306
Nitretação 144
a gás 144
aionplasma 150
aços para 305
dos aços rápidos 369
e m b a n h o de sal 147
líquido s o b pressão 150
temperaturade 144
t e m p o de 145,148,149
tenaz 147
tratamento térmico na 144
Nitretos 306
Nltrocarbonetação ferrítica 154

594
ÍNDICE ANALÍTICO

Nitrogénio 181
nos aços-carbono 181
nos aços estruturais 223
nos aços inoxidáveis 418
Nitrogênio-álcool (atmosfera) 171
Nodular (ou dúctil), f e n o fundido 559
Nodulizantes 560
Nódulos (de grafita) 561
Normalização 96
diagrama esquemático d transformação 97
Núcleo (na cementação) 130.301

Óleo (como meio d e resfriamento) 171


Orvalho (ponto de) 168,389
Oxidação .-. 382
aços resistentes à 381,386
condições de 382
do feno sinterizado 480
resistência 426
Óxido (casca de) 86
Oxigénio (nos aços-carbono) .'. 181

Padrões(tamanhodegrão) 60,61
Paramagnéticos (materiais) 443,444
Passividade 388
Partículas metálicas 478
Patenteamento 86,115,266
Peças
fundidas 204,419
sinterizadas 478,490
Perda do núcleo 448
Periita 28,33,187
aspecto micrográfico 29
característicos 33
grosseira 46,49
fina 46
lamelar 46
Permalloy (liga) 455
Permeabilidade magnética 443
Permendur(liga) 457
Perminvar (liga) 1 458
Plasmanitretação 150
Pó(s) metálico(s) 478
Polímeros 119,171 *
Ponto Curie 22,23
Ponto eutetóide 23
Ponto de orvalho 168
Pontos moles 85
Potencial de carbono _ 168
Prática dos tratamentos térmicos 157
Precipitação (endurecimento por) 115,222
Preservação d a superfície 165
Produtos tubulares 253
Profundidade de endurecimento 64,119
Projeto
de peças fundidas 204
de peças sinterizadas 485
Propriedades dos

: 595
FUNDIDOS zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A ç o s E FERROS

aços-carbono 34,98,132,
207,209
efeito d a estrutura 32
do ferro nodular 563
dos ferros fundidos cinzentos 519
dos ferros fundidos maleáveis 548
magnéticas d a matéria 442
Proteção à corrosão 386

Rápido(s)aço 351
Reação Martensítica 45
Recompressão (de peças sinterizadas) 479
Recozimento 87
d i a g r a m a esquemático de transformação 90
em caixa 96
isotérmico ou cíclico 91,92
para alívio de tensões ou sub-crítico 93
subcrítico 93
total o u pleno 87
Refratários (aços) 426
Regra d a a l a v a n c a 28
Remanência 448
Resfriamento ( v e r t a m b é m esfriamento) 83
cun/as 50
ideal 64
meios 84,171
severidade : 69
subzero 368
velocidade 85,183
velocidade crítica 50
Resfriamento contínuo (transformação e m ) 49
Resistência à corrosão 388
Resistência à fluência 428
Resistência à oxidação _ 426
Resistência a o calor 426
Resistência a o desgaste 314
Resistividade 453
efeito d o silício 452
Revenido 103,126
. cun/as 104
diagrama esquemático de transformação 63
efeito d o s elementos de liga 192
estruturas resultantes 105
fragilidade .'. 106
influência do intervalo de tempo 105
temperatura 104,105
Revestimento (de chapas de aço) 150

S (curvas em) (ver curvas em C ou T T T ) 42


SAE (sistema d e classificação de aços) 176
Sal fundido (banhos de) 85,147,160
para cementação 140
para cianetação 152
para nitretação 147
Salmoura ( c o m o meio de resfriamento) 171
Sazonamento 107
Saturação (intensidade de) 443
Segurança 173
Severidade d e resfriamento .'. 69

Mi
Sigma (fase) 394
ÍNDICE A N A LÍ T I CO

Silício
como desoxidante 179
na liga Fe-Si 453
• nos aços elétricos . 453
nos aços estruturais". 222
nos aços p a r a ferramentas e matrizes 317,328
nos aços p a r a molas 275
nos aços resistentes à oxidação ; 429
nos aços resistentes ao calor 429
nos ferros fundidos — 494
Sintetização 479
Sinterizado (aço e f e n o ) 477
forjado 482
Sistema de classificação dos aços 176,177
Soldabilldade dos aços para fundição 215
Solldus (linha) '26
Soluções aquosas (como meio de resfriamento) — 171
Solubilidade
do carbono n o ferro alfa 26
do carbono no ferro g a m a '• 25
dos elementos de liga no ferro alfa 54
dos elementos de liga no f e n o gama 54
Solução sólida : 25
Sorbita 105
Sorbíticas (estruturas) 105
"Spins" 22
Steadita 504
Sub-crítico (recozimento) 93
Subzero (tratamento) 368
Sulfetos 179
de f e n o 130
de manganês 180
Sulfocarborírtretação gasosa 154
Superaquecimento 355
Superenvelhecimento 96
Super-rápido (aço) 355
Superficial (têmpera) 117,118,122
Superfície (preservação) 165
Suscetibilidade '
à corrosão intergranular 389
à corrosão localizada 389
diamagnética 443,444
magnética 443

Tamanho de grão 54,57,59,316


austenítico 54,57,183
efeitos sobre os característicos dos aços — 58
efeitos sobre a reação de transformação d a austenita 59
padrõesASTM 60,61
Temperpass" 248
Têmpera 99,143
diagrama esquemático de transformação 99
estrutura resultante 103,104
intenompida - 100
por chama 120
porfeixe eletrônico 126
porindução , 122
por laser 126
superficial 117,118,122
Temperabilidade ( v e r t a m b é m endurecibilidade) 53,63,314
avaliação 64
curva Jominy 6 7

dispositivo J o m i n y de medida 68
faixa de 72

597
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Aços E FERROS FUNDIDOS

fatores que afetam a '0


importância 7 2

medida ^
Temperado (aço)
microestrutura 103,104
Temperatura(s)
avaliação 64,65,164
crítica(s) (ou de transformação) 26
de aquecimento 33
de sinterização 479
de transição 473
determinação (da) 164
influência na penetração superficial d e carbono 131
influência sobre a dureza e a resistência ao choque 104
relação c o m as resistências à fluência e à ruptura 439
Tempo
de permanência 83
influência n a espessura d a c a m a d a nitretada 145
influência n a penetração superficial d e carbono 131
influência do revenido 105
Tenacidade (medida) 315
Tenazes 159
Tensões
internas (ou residuais) 103
Textura bruta de fusão ,. 183
Textura "ghost Unes" .'. 178
Tiras(s) 240
Titânio
nos aços rápidos 356
nos aços resistentes ao calor 431
Transição (temperatura) 473
Transformação d a austenita 43
constituintes resultantes 46
efeitos d a velocidade de resfriamento 41
efeito do tamanho de grão 58
Transformação da austenita retida 107
Transformação e m resfriamento contínuo 49
Transformação isotérmica 42
diagramas (ver também curvas T T T o u e m C) 44,45
Tratamento a vapor (do feno sinterizado) 480
Tratamento(s) isotérmico(s) dos aços 100
austêmpera 109.11°
martêmpera ; 114
Tratamento sub-zero 368
Tratamento(s) superficial(ais) de ferro e a ç o sinterizado 480
Tratamento superficial em aços para ferramentas 369
Tratamento térmico dos aços •• 8 1 , 8 2
alívio de tensões 93
atmosferas utilizadas 86
coalescimento _ 108
equipamentos e acessórios 158
fatores d e influência 82
"maraging" 468
normalização 96
praticados „ 157
recozimento 87
em c a i x a 96
isotérmico ou cíclico 91,92
p a r a alívio de tensões 93
total o u pleno 87
recursos 158
revenido 103
têmpera 99,117
Tratamento(s) térmico
dos aços Hadfield -. 377

598
ÍNDICE ANALÍTICO
A
dos aços inoxidáveis 413
dos aços p a r a fundição 214
dos aços rápidos _ 366
• dos aços sinterizados • 480
dos aços temperáveis em água , 323
dos ferros fundidos 534
brancos 511
dnzentos 534
nodulares 562
Tratamentosís) termo-químico(s) 129
carbonitret_ção 153
cementação 130,132
cianetação 152
ionitretação o u plasmanrtretação 150 •
nitretação 144
Trilhos
aços para 235
especificações 237
Trincas 173
Troostira 46,104,106
T T T (curva) 42,47
Tubos (aços para) 253
tipos 254,255
Tungsténio
nos aços p a r a f e n a m e n t a s e matrizes 318
nos aços para fins magnéticos 459
nos aços rápidos '. 354
nos aços resistentes ao calor 430

Ultra-resistentes(s) (aços) 463


Usinabilidade 95,317
avaliação 290
dos aços inoxidáveis 423
Usinagem
do aço sinterizado _ 479
Usinagem fácil (aços de) 289

Vácuo (cementação sob) 142


Vanádio
nos aços estruturais 223
nos aços p a r a ferramentas e matrizes _ 317,354
nos aços p a r a molas 275
nos aços resistentes ao calor 430
Veios de grafita 505
Velocidade crítica d e esfriamento (ou de têmpera) 42,64
Velocidade de aquecimento 83,84
Velocidade de resfriamento 50,85,183
efeito da s e c ç ã o da peça 51
efeito do movimento do meio 86
efeito na estrutura dos fenos fundidos 501
efeito sobre a transformação da austenita 41,42,62
no centro de u m a esfera de 4 mm de diâmetro 85
retativa de diversos meios 84
Vida (da ferramenta) 290

Z •

Zircônio 223
Zona de difusão (na nitretação) 147,148
Zona crítica 26
Zona de compostos (na nitretação) 147
Zona de transição (na cementação) 143,301

599
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