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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


MELIPONICULTURA E APICULTURA FGP203

Discente: Nayla Corintima dos Santos – 21953057

Doenças das abelhas

As abelhas são criaturas sociais altamente organizadas, vivendo em colônias


complexas. Essa complexidade social torna-as suscetíveis a várias doenças que
podem se espalhar rapidamente e ter impactos devastadores. Entre as principais
doenças das abelhas, destacam-se a Nosemose, a Varroose e o Distúrbio do Colapso
das Colônias (CCD).

As abelhas desempenham um papel vital na polinização de plantas, contribuindo


significativamente para a manutenção da biodiversidade e a produção de alimentos.
No entanto, esses insetos essenciais enfrentam desafios sérios relacionados a
diversas doenças que ameaçam suas populações. Este texto se propõe a explorar
algumas das principais enfermidades que afetam as abelhas, suas causas e
consequências, baseando-se em pesquisas e estudos científicos relevantes.

Abaixo será citado algumas doenças de abelhas:

Nosemose: Um Desafio Microscópico

A Nosemose é uma doença causada por protozoários do gênero Nosema. Esses


parasitas invadem o trato digestivo das abelhas, comprometendo a capacidade de
absorção de nutrientes e resultando em debilitamento e morte prematura das colônias.
Estudos indicam que fatores ambientais, como umidade e temperatura, podem
influenciar significativamente a prevalência da Nosemose nas populações de abelhas.

Varroose: O Desafio dos Ácaros Varroa

Uma das maiores ameaças às abelhas é a infestação pelo ácaro Varroa


destructor. Esse parasita suga a hemolinfa das abelhas e transmite vírus perigosos,
enfraquecendo as colônias e contribuindo para a disseminação de outras doenças. A
resistência genética das abelhas ao ácaro Varroa é crucial para a sobrevivência das
colônias, sendo uma área ativa de pesquisa para apicultores e cientistas.

Distúrbio do Colapso das Colônias (CCD): Um Enigma

O CCD é um fenômeno misterioso em que colônias inteiras de abelhas


abandonam suas colmeias, deixando para trás a rainha, cria e alimento. A causa exata
do CCD ainda não está totalmente esclarecida, mas fatores como pesticidas,
patógenos e estresse ambiental são considerados contribuintes. A compreensão do
CCD é crucial para a implementação de estratégias de manejo que visam prevenir
esse colapso catastrófico.

Cria Pútrida Americana (CPA)

Agente causador: a doença é causada pela bactéria Paenibacillus larvae subsp.


larvae. As larvas são infectadas quando comem alimentos contaminado.

Ocorrências e danos: no Brasil, já foram isolados esporos dessa bactéria em abelhas


e mel provenientes de colmeias sem sintomas da doença, no Estado do Rio Grande
do Sul (Schuch et al., 2003). A contaminação pode ter ocorrido pela alimentação das
abelhas com mel e pólen importados, contaminados com a bactéria, ou mesmo pela
coleta, por abelhas campeiras, de alimento contaminado em entreposto. Nesse caso,
o governo brasileiro tomou medidas imediatas para erradicação desse patógeno
naquela região (Gonçalves, 2004). Esta doença pode provocar sérios prejuízos, pois
seu controle é bastante difícil. A bactéria produz poros que sobrevivem no alimento
larva1 e restos de larvas de abelhas mortas (escamas) por muitos anos. Esses
esporos são altamente resistentes ao calor, a desidratação, a luz solar direta e h
desinfecção por diversos produtos químicos (White, 1920; Rose, 1969; Máchová,
1993; Miyagi et al., 2000; Evans, 2003).
Cria ensacada

Agente causador: em vários países a doença é causada pelo vírus "Sac Brood Virus"
(SBV). No Brasil, esse vírus não foi oficialmente detectado. Entretanto, a doença que
ocorre com sintomas semelhantes é causada pelo pólen da planta barbatimáo
(Stryphnodendron sp.) e, por isso, passou a ser chamada de cria ensacada brasileira.
Ocorrência e danos: a doença ocorre em áreas de cerrado onde se encontra a planta
barbatimão e tem ocasionado prejuízos em várias regiões, principalmente no sudeste
brasileiro. Em alguns casos, pode provocar 100% de mortalidade de crias, chegando
a destruir uma colônia forte em menos de dois meses (Message. 2002).

Acariose

Agente causador: ácaro endoparasita Acarapis woodi

Ocorrência e danos: assim como a nosemose, a acariose foi mais frequente até as
décadas de 70, não sendo mais considerada problema nos apiários brasileiros. O
ácaro se aloja nastraqu6iastorácicas. Perfurando-as e alimentandos e da hemolinfa
(sangue das abelhas). É transmitido de abelhas mais velhas para as mais novas. O
ataque do ácaro pode diminuir a longevidade das abelhas e consequentemente,
reduzir a população da colmeia, provocando perdas na produção.

As doenças das abelhas representam uma ameaça iminente à saúde das


colônias e, por extensão, à polinização e produção de alimentos. Compreender as
causas, sintomas e estratégias de manejo dessas doenças é essencial para a
preservação das abelhas e a sustentabilidade dos ecossistemas. O engajamento
contínuo de apicultores, pesquisadores e formuladores de políticas é fundamental
para desenvolver soluções eficazes e garantir a prosperidade das abelhas e, por
conseguinte, do nosso planeta.
Referências:

Higes, M., García-Palencia, P., Martín-Hernández, R., & Meana, A. (2007). Nosema
ceranae in Europe: an emergent type C nosemosis. The Apicultural Society of Japan,
55(3), 381-386.

Rosenkranz, P., Aumeier, P., & Ziegelmann, B. (2010). Biology and control of Varroa
destructor. Journal of Invertebrate Pathology, 103, S96-S119.

vanEngelsdorp, D., & Meixner, M. D. (2010). A historical review of managed honey bee
populations in Europe and the United States and the factors that may affect them.
Journal of Invertebrate Pathology, 103, S80-S95.

Potts, S. G., et al. (2010). Global pollinator declines: trends, impacts and drivers.
Trends in Ecology & Evolution, 25(6), 345-353.

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/36207/1/Doc103.pdf. Acesso
em 25/02/2024

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