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PARASITOLOGIA

O que é Parasitologia
Parasitologia é a área da biologia que estuda a relação entre os
parasitas e os seus hospedeiros, a essa relação é dada o nome de
parasitismo e ocorre quando um organismo (parasita) vive em
associação com outro organismo (hospedeiro), do qual retira os meios
(substâncias) para sua sobrevivência, causando doenças ao hospedeiro
durante este processo. Estes organismos podem ser animais, vegetais,
fungos, protozoários, bactérias ou vírus. No estudo da parasitologia são
necessários conhecimentos de outras áreas como a biologia celular,
bioquímica, biologia molecular, imunologia, genética, evolução e
ecologia, só através da interligação entre essas áreas e a parasitologia
é possível entender os processos de transmissão de doenças e o modo
de vida desses seres parasitas.
Os parasitas são dependentes de seus hospedeiros para sobrevivência,
desde protozoários unicelulares até grandes helmintos parasitam os
hospedeiros humanos. Além disso, várias espécies de artrópodes atuam
como vetores de doenças parasitárias. Parasitas continuam sendo uma
causa significativa de morbidade e mortalidade global e ocorrem em
praticamente todos os principais grupos de animais e em muitos grupos de
plantas, com diversos tipos de hospedeiros.

As pesquisas nessa área têm como objetivo identificar os processos de


desenvolvimento de epidemias causadas por parasitas (tanto em seres
humanos quanto em animais), criar métodos de prevenção contra essas
doenças e desenvolver tratamentos. Essa ciência pode ser aplicada em
diversas áreas como, na medicina humana e veterinária, e na área agrícola.
Histórico
A parasitologia teve seu inicio no século XVII, com a observação de giárdias
em fezes pelo pesquisador Anton van Leeuwenhoek, ele analisou suas
próprias fezes. Mas só com a identificação e o estudo dos ciclos de vida dos
parasitas causadores da malária, da amebíase e da tripanossomíase no no
século XIX, essa áreas teve um avanço significativo e nesse mesmo século o
biólogo belga P.J. van Beneden desvendou a história de vida de tênias e
muitos outros grupos.

O parasitologista precisa conhecer muito bem o ciclo de vida, as formas de


infestação e os fatores que influenciam na distribuição e densidade dos
parasitas. Parasitologia médica é o estudo de parasitas e das doenças
humanas causadas por esses organismos.
A Evolução dos parasitas
No decorrer dos anos, os parasitas evoluíram por meio de uma série de
adaptações morfológicas, biológicas e fisiológicas que fortaleceram a sua relação
com os hospedeiros. A área da parasitologia foca em estudar e compreender tais
adaptações para evitar maiores prejuízos para o ser humano.

Adaptações morfológicas
No tocante às adaptações morfológicas, os parasitas passaram por
degenerações com atrofias e perdas de órgãos. Um bom exemplo disso
é a perda da asas pelas pulgas ao longo de sua evolução. Houve outros
parasitas que, ao contrário, tiveram hipertrofia de órgãos,
particularmente os de fixação, reprodução ou resistência.

Alguns helmintos, por exemplo, desenvolveram uma enzima chamada


antiquinase, que atua na neutralização da ação de sucos digestivos,
levando-os a resistir à ação dos anticorpos ou macrófagos. Isso permite
que resistam à agressão do hospedeiro.
Adaptações biológicas
No âmbito biológico eles reforçaram as suas capacidades de reprodução, passando,
então, a produzir quantidades elevadas de ovos, cistos e outras formas infectantes.
Isso permitiu que esses parasitas tivessem mais sucesso na perpetuação da espécie,
driblando eventuais dificuldades impostas pelo hospedeiro.

Adaptações fisiológicas
Mecanismos de reprodução dos parasitas evoluíram consideravelmente nos últimos
anos, com destaque para o hermafroditismo, poliembrionia e partenogênese. Esses
mecanismos tiveram papel imprescindível para facilitar a fecundação e, assim,
assegurar a reprodução da espécie.
Resposta do hospedeiro
Fatores inerentes ao hospedeiro ou ao parasita podem levar a uma relação sintomática ou
assintomática. Dentre esses fatores estão a quantidade de parasitas, a resposta imune do
hospedeiro, a virulência e os hábitos de vida do hospedeiro. Isso quer dizer que algumas
pessoas podem não apresentar sintomas, ainda que estejam servindo de hospedeiras para
parasitas.

Para que fique mais claro, podemos observar o caso de infecção causada por
ancilostomídeos. Se forem 10 ancilostomídeos, a doença clínica se manifestará de maneira
branda ou nem se manifestará. No entanto, se forem 1.000 ancilostomídeos, então haverá o
consumo de uma quantidade elevada de sangue, levando a um episódio de anemia severa.

É interessante observar que os parasitas evoluíram no sentido de causar menos dados aos
seus hospedeiros. Trata-se, inclusive, de um meio de seleção natural, pois, quanto mais
agressivo for o parasita, menos terá condições de se perpetuar, perdendo o seu hospedeiro.
Em caso de morte do hospedeiro, é possível que o parasita também morra.
Divisão da Parasitologia
PROTOZOOLOGIA: protozoários (animais unicelulares, Ameba,
Giardia);

HELMINTOLOGIA: helmintos (Taenia, Ascaris);

ENTOMOLOGIA: artrópodes (Filariose); MICROBIOLOGIA:


bacteriologia/micologia/virologia.
Interações Harmônicas e Desarmônicas
HARMÔNICAS:

1- Comensalismo - associação entre 2 espécies diferentes e uma obtém vantagem sobre a


outra, mas a outra não sofre prejuízo. Ex: Entamoeba coli no intestino grosso.

2 - Mutualismo - 2 espécies se associam para viver e ambas são beneficiadas. Ex: intestino de
cupins com protozoários.

3 - Simbiose - troca de vantagens onde os seres são incapazes de viver isoladamente. Ex:
associação de protozoários que digerem a celulose no rúmen bovino: o ruminante fornece
alimento e proteção e as protozoárias enzimas que fazem a digestão.
Interações Harmônicas e Desarmônicas
DESARMÔNICAS:

1 - Competição - exemplares da mesma espécie ou espécies diferentes lutam pelo mesmo


abrigo ou alimento. Ex: larvas de moscas de espécies diferentes que se desenvolvem em
Cadáveres;

2- Predatismo - espécie animal se alimenta de outra espécie. Ex: gavião e pequenas aves;

3 – Canibalismo - um animal se alimenta da mesma espécie ou da mesma família. Ex: peixes


adultos do gênero Lebistes se alimentam de filhotes;

4 - Parasitismo - associação de unilateralidade de benefícios, hospedeiro é espoliado pelo


parasito, fornece abrigo e proteção.

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