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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

JULIA SANTOS DA SILVA

MANEJO DE PRAGAS TRANSMISSORAS DE DOENÇAS EM


CULTURAS DE GRANDE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Bandeirantes – PR

2022
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

JULIA SANTOS DA SILVA

MANEJO DE PRAGAS TRANSMISSORAS DE DOENÇAS EM


CULTURAS DE GRANDE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Trabalho de Revisão apresentada à


Universidade Estadual do Norte do Paraná –
UENP, Câmpus Luiz Meneguel, como parte
dos requisitos para aprovação da disciplina
de Entomologia Agrícola do curso de
Agronomia.

Orientador (a):José Celso Martins

Bandeirantes - PR

2022

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RESUMO

O manejo de pragas é de extrema importância para manter o equilíbrio do


ambiente, controlando os inimigos naturais das pragas de doenças e evitando
prejuízos econômicos. Para isso, usa várias táticas de controle, como controle
químico, biológico e cultural.

O objetivo do trabalho é revisar os manejos de pragas transmissoras de


doença nas principais culturas de grande importância econômica, sendo elas a
cultura do milho, da soja, do algodão, do café e da cana-de-açúcar.

Palavras-chaves: Controle, manejo, pragas, insetos.

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1. INTRODUÇÃO

As culturas milho, soja, cana-de-açúcar, café e algodão são consideradas


mundialmente de grande importância, tem grande importância econômica mundial e
são utilizadas na alimentação humana e animal. Além disso, é utilizado como uma
fonte de subsistência para a agricultura familiar.

Um dos grandes desafios na agricultura brasileira continua sendo o ataque de


pragas que transmitem doenças na produção.

Os danos causados pelos insertos às plantas são variáveis. Dependendo no


numero populacional e da espécie, do estágio de desenvolvimento e a estrutura
atacada, pode ter ou não um prejuízo significativo. Os danos vão ser variáveis de
acordo com as características climáticas, a variedade, o manejo, e socioeconômicas.

Os danos causados pelos insetos podem ser diretos ou indiretos na planta,


alterando processos fisiológicos e prejudicando na produtividade. Além disso, há em
algumas situações a transmissões de patógenos, especialmente o vírus, que podem
ser transmitidos por pulgões, tripes, cigarrinhas, cochonilhas e entre outros insetos.

Os métodos de controles tem como objetivo impedir a disseminação de pragas,


evitando prejuízo na produção. Os controles podem ser mecânico, culturais,
químico, biológico, físico ou comportamental. Isso vai depender do tipo de insetos
que esta presente na lavoura, e o seu número na população.

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2. MANEJO DE CONTROLE DO PULGÃO NA CULTURA DO ALGODOEIRO

2.1 INTRODUÇÃO

Um dos grandes desafios na agricultura brasileira continua sendo o ataque de


pragas na produção. O pulgão do algodoeiro, Aphis gossypii (Glover, 1877) e Myzus
persicae Sulzer, 1776), é uma das primeiras e principais pragas que acorrem na
cultura. São insetos que vivem sob brotos novos das plantas, sugando a seiva e
provocando ´prejuízo com a transmissão de doenças na planta do algodoeiro,
podendo reduzir drasticamente a produção, caso não sejam tomadas, a tempo as
devidas medidas de controle. (GALLO, et al. 2021).

De acordo com Associação Brasileira dos Produtos de Algodão (ABRAPA),


nos últimos o Brasil tem se mantido entre os cinco maiores produtores mundiais, e
ocupa primeiro lugar em produtividade em sequeiro, produzindo na safra 2020/21,

5
2.815,40 milhões de toneladas (CONAB, 2021), e também um dos maiores
exportadores mundiais, 2,4 milhões de toneladas de algodão.

A presença do inseto faz dele uma praga na cultura quando sua população
estiver em um número de causas de prejuízo econômico.

2.2 DESCRIÇÃO DO PULGÃO

O A. gossypii, são insetos pequenos, de coloração amarelada e esverdeada.


Os pulgões vivem sob as folhas e brotos novos das plantas, sugando a seiva. Em
climas tropicais, há uma maior capacidade de reprodução, que é por partenogênese
telítoca.

Pulgão verde é como é conhecido popularmente o M. percicae, muitas vezes


são confundidos com o pulgão-do-algodoeiro, quando são amarelos. São mais
alongados, menores, formato cilíndrico com sifúnculo escuro. Esse inseto só
aparece no período de temperatura baixa durante a fase de crescimento da planta
do algodão. Não exigem métodos de controle, pois não conseguem se colonizar na
cultura.

2.3 PREJUÍZOS

Os pulgões vão se alimentar da planta através da sucção de seiva, essa


picada com o seu rosto pontiagudo pode causar encarquilhamento das folhas e
deformação dos brotos, além de inoculação de vírus, causando as doenças
“vermelhidão” e “azulão”.

A doença do “azulão”, causa um encurtamento dos entrenós, o porte é


reduzido, e as folhas curvadas. O seu controle pode ser de 5 a 10%, e tem ocorrido
em maior proporção na região do centro-oeste do Brasil, nos estados do Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul (GALLO, 2002).

A virose “vermelhidão” deixa a nervura das folhas vermelhas, mas causa


pouco prejuízo, tendo um nível de controle de até 70%.

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2.4 CONTROLE

No manejo de controle, é de extrema importância o reconhecimento da praga-


chave e seus inimigos naturais; e o número de amostras para determinação do nível
de controle.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP), é um método imprescindível de reduzir


e controlas as populações de praga, através também do controle biológico, controle
cultural, controle genético e controle químico.

2.4.1 Controle Biológico

No controle biológico as pragas são atacadas por inimigos naturais, que


regularam o número de população do inseto. Existe espécies como predadores no
controle, como os percevejos Podisus nigrispinus, Geocoris spp., Orius spp, e
Zeluus spp., as joaninhas Cycloneda sanguínea e Scymnus spp., o besouro
Calosoma sp., a tesourinha Dorus sp. Entre os parasitoides as espécies
Thrichogramma spp., por meio de liberação de parasitoide de ovos. E entre os
entomopatógenos, os fungos Beauveria bassiana e Nomuraea rileyi.

2.4.2 Controle Cultural

É um manejo de manipulação cultural, sendo econômico e que favorece as


medidas de controle reduzindo populações de pragas.

As práticas são a uniformização da data de semeadura de acordo com a


época da região, desencontrando o ápice de disponibilidade de alimentos e o ápice
de número de insetos; a limpeza e eliminação dos restos culturais, de modo que os
insetos não se desenvolva nessas estruturas que permite a proteção, alimentação e
reprodução; o uso de culturas-armadilhas, que antecipa a semeadura de uma
variedade mais atrativa á praga; e a rotação de culturas, alternando o cultivo do
algodoeiro com outra cultura.

2.4.3 Controle Químico

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O controle químico ocasiona danos altos nas populações de pragas, mas
ocorre grande risco ao homem. Além disso, o uso não seguindo as recomendações
podem acarretar a resistência das pragas.

O controle pode ser feito com tratamentos de sementes, que para o controle
do pulgão é uma maneira comum de uso de inseticida. A pulverização deve ser feita
com produtos do mesmo grupo no tratamento de sementes para evitar a resistência
do pulgão.

O controle químico granulado sistêmico no sulco é uma substituição ao


tratamento de sementes.

Referências

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.

MIRANDA, José Ednilson. Manejo Integrado de Pragas do Algodoieiro no


Cerrado Brasileiro. Campina Grande: Embrapa-CNPA, 2006, 23p. (Embrapa-
CNPA. Documentos, 98).

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de


safra brasileira: cana-de-açúcar, terceiro levantamento. Brasília, DF: Embrapa,
2021. Disponível em: https://www.conab.gov.br/

ABRAPA. Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. Ranking:


Algodão. Brasília, DF: ICAC, 2022. Disponível em: https://www.abrapa.com.br/

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3. MANEJO DE CONTROLE DA CIGARRINHA NA CULTURA DO MILHO

3.1 INTRODUÇÂO

O milho é uma das culturas de maior significância para o Brasil, é a base da


alimentação humana e animal, por ter grande valor energético e se adapta com
facilidade ao clima (RIBEIRO, 2014).

Segundo dados da Embrapa (2019), em dois mil e dezoito, o Brasil a nível


mundial foi o segundo maior exportador de milho, perdendo apenas para os Estados
Unidos. E em 2021, dados da Embrapa revelam que o Brasil é um dos maiores
produtores de milho, ficando entre os top dez produtores de milho no mundo; na
safra de dois mil e vinte/dois mil e vinte e um produziu cerca de oitenta e sete
milhões de toneladas. Consiste na segunda cultura mais plantada no Brasil,
ganhando muito desta na agricultura. De acordo com a Companhia Nacional de
Abastecimento, a safra 2021/22 está previsto uma produção de 29% a mais que a
safra anterior (CONAB, 2022).

Atualmente, com o plantio safrinha, a produção de milho é no campo


praticamente o ano todo, isso altera o comportamento de pragas. Uma das principais
pragas que prejudicam a lavoura do milho é a cigarrinha Dalbulus maidis (DeLong &
Wolcott, 1923), causadora de doenças que acarretam prejuízos a produção de mais
de 70% (EMBRAPA, 2021). É encontrada em todo o Brasil, sendo o principal
hospedeiro, o milho, onde se alimenta e se reproduz (SAHÙ, M. C.. 2012).

3.2 DESCRIÇÃO DA CIGARRINHA

A cigarrinha Dalbulus maidis, (Hemiptera: Cicadellidae), conhecida como


cigarrinha-do-milho, tem hábito alimentas de sucção da seiva. Na fase adulta é de
coloração amarelada, com duas pontuações negras no dorso da cabeça e asas
transparentes, medindo 3 a 4mm de comprimento. As ninfas também vivem com os
mesmo hábitos dos adultos. Seu ciclo é de 20 a 40 dias.

3.3 PREJUÍZOS
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As doenças causadas pela cigarrinha são o vírus mayze rayado fino vírus,
que é causador da risca nas folhas. Os sintomas vão aparecer em plantas jovens,
com pontos que se unem formando riscas curtas, e como consequência, espigas e
grãos menores que o normal.

3.4 CONTROLE

O controle de cigarrinhas nas plantas de milho, é importante com conjuntos


de ações preventivas. Um método muito eficaz e econômico é o Manejo Integrado
de Pragas (MIP), que usa várias táticas de controle, como controle químico,
biológico e cultural, diminuindo a população da pragas e não causar danos
econômicos ao produtor.

3.4.1 Controle Biológico

No controle biológico, há interação entre o inimigos naturais e a praga. corre


naturalmente na cultura do milho há espécies que realizam o controle biológico das
pragas da cultura. Entre os predadores estão joaninhas ( Coccinellidae); aranhas,
besouros da Família Carabidae, tesourinhas (Dermaptera) e percevejos.

3.4.2 Controle Químico

A utilização de inseticidas para a proteção das plantas do milho,


principalmente na fase inicial de desenvolvimento da planta. Pode ter os
tratamentos de sementes com inseticidas, com Neonicotinóides, como Tiametoxame
Imidacloprido, e também a pulverização com inseticidas para o controle da
população da D. maidis.

3.4.3 Controle Cultural

Manejo que se baseia na modificação de práticas para dificultar a


sobrevivência, a reprodução, a dispersão e os danos da cultura do milho. Os

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métodos são a rotação de culturas, uso de culturas-armadilhas, destruição dos
restos culturais e a uniformização da data de semeadura por região.

Referências

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GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.
SAHÚ, M. C. Determinação de parâmetros e modelagem matemática de
enfezamentos em milho considerando infectividade do vetor antes da
fase adulta. Universidade Estadual de Campinas, 2012.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de safra
brasileira: milho, terceiro levantamento. Brasília, DF: Embrapa, 2022.
Disponível em: https://www.conab.gov.br/
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Expotação: milho, DF:
EMBRAPA, 2019. Disponível em: https://www.embrapa.br/
NOGUEIRA, Glaudia Cortez. YOCIO, Juliana Mayumi. OLIVEIRA, Maria da
Conceição. SOUZA, Gabriel Inácio. Controle e manejo da cigarrinha
(Dalbulus maidis) no Brasil. 2022. 15 p. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Anhembi Morumbi. São
Paulo, SP.

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4. MANEJO DE CONTROLE DA CIGARRINHA NA CULTURA DA CANA-DE
AÇÚCAR

4.1 INTRODUÇÃO

A cigarrinha é uma espécie comum no Brasil, cujo pode causar prejuízos


significativos na produção de cana-de-açúcar, que acarreta, por se alimentarem nas
raízes, comprometendo o transporte de água e nutrientes pelas ninfas, e por meio
de sucção de seiva, a “queima” das folhas, causadas pelo adulto que injeta toxinas
no terço superior da planta da cana, que se manifesta pelas estrias longitudinais de
coloração amarelada nas folhas, com as pontas enroladas, colmo definhados,
espaço internodal reduzido, prejudicando a produção, pela perda de açúcar, que
pode atingir até 17% (GALLO, et al. 2002).

O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar no mundo. A produção


brasileira de cana na safra de 2020/2021 registrou um total de 654,5 milhões de
toneladas. (CONAB, 2021), tendo posição de destaque no cenário socioeconômico
brasileiro, devido sua renda e empregos no Brasil (CONAB, 2014).

A mecanização da colheita da produção de cana-de-açúcar favoreceu o


aumento das populações de cigarrinhas, porque os matéria morta deixada no
campo, pelo cultivo direto, promove alterações no microclima do solo, favorecendo a
população da praga, como abrigo para as ninfas (DINARDO_MIRANDA et al., 2002).

4.2 DESCRIÇÂO DA CIGARRINHA

As espécies de cigarrinhas são as Mahanarva fimbriolata (Stal, 1854) –


racigarrinhas-das-raízes, e Mahanarva posticata (Stal, 1855) – cigarrinha-da-folha.

M. fimbriolata, tem tamanho de 13mm de comprimento e 6,5mm de largura,


tem coloração marrom-avermelhada. As fêmeas efetuam a postula em bainhas
secas ou sobre o solo, próxima ao colmo.

A espécie M. posticata os adultos podem chegar 12 mm. de comprimento e 5


mm de largura os machos, e as fêmeas 14 mm por 6 mm. Apresentam coloração-
avermelhada.
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4.3 PREJUÍZO

As ninfas da cigarrinha-das-raízes se dirigem as raízes, onde vão sugar a


seiva, isso se reconhece pela exsudação de espuma esbranquiçada semelhante à
espuma de sabão.

A cigarrinha-da-folha pode causar, por conta da sucção de seiva, a “queima


das folhas”, que se manifesta como estrias longitudinais de coloração amarelada.

Devido a esses ataques as pragas podem prejuízo, tornando uma das


principais pragas da cana-de-açúcar, por causar uma perda do açúcar de ate 17%
(GALLO, 2002).

4.4 CONTROLE

O controle da cigarrinha pode se dar por métodos físicos, químicos, biológicos


e culturais, sendo a associação de métodos culturais e biológicos a pratica que
confere maior retorno econômico e sustentabilidade ao programa de manejo
integrado (ALMEIDA, STINGEL & ARRIGONI, 2008).

4.4.1 Controle biológico

Os inimigos naturais nativos da cigarrinha-das-raízes são muitos, mas


destacam-se a mosca predadora de ninfas (Salpingogaster nigra), o fungo (Batkoa
apiculata), que atua sobre os adultos, e os parasitoides de ovos (Anagrus urichi) e
(Acmopolynema hervali). Entretanto, o fungo-verde (Metarhizium anisopliae) tem
sido o agente mais pesquisado, chamado de fungo verde, esse fungo te a
capacidade de infectar ninfas e insetos adultos.

4.4.2 Controle Químico

O controle químico para o controle da cigarrinha nas plantas de cana-de-


açúcar, via inseticidas, é uma forma eficiente no controle dessas pragas. Vide os

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produtos indicados para cigarrinhas em pastagens. Para as ninfas, recomenda-se a
aplicação de Thiamethoxam (DINARDO, 2002). Por outro lado, apresenta algumas
desvantagens, a possibilidade ressurgência da praga, seleção de insetos resistentes
e contaminação quanto humana e animal.

4.4.3 Controle Cultural

O controle cultural tem o objetivo de fazer com que a cultura manifeste seu
máximo potencial produtivo. As práticas de manejo são, a uniformização da data de
semeadura de acordo com a época da região, desencontrando o ápice de
disponibilidade de alimentos e o ápice de número de insetos; a limpeza e eliminação
dos restos culturais, de modo que os insetos não se desenvolva nessas estruturas
que permite a proteção, alimentação e reprodução; o uso de culturas-armadilhas,
que antecipa a semeadura de uma variedade mais atrativa à praga; e a rotação de
culturas, alternando o cultivo da cana-de-açúcar com outra cultura.

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Referências

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.

DINARDO-MIRANDA, L. L.; GARCIA, V.; PARAZZI, V. J. Efeito de inseticidas


no controle de Mahanarva fimbriolata (Stal) (Hemiptera: Cercopidae) e de
nematóides fitoparasitos na qualidade tecnológica e na produtividade da cana-de-
açúcar. Neotropical Entomology, Londrina, v.31, n.4, p.609-614, 2002.

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento de


safra brasileira: cana-de-açúcar, terceiro levantamento. Brasília, DF: Embrapa,
2021. Disponível em: https://www.conab.gov.br/

CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Safra Brasileira de Cana-


de-Açúcar. Brasília, DF: Embrapa, 2014. Disponível em: https://www.conab.gov.br/

BARBOSA, Rogério. KASSAB, Samir. PEREIRA, Fabricio. ROSSONI, Camila.


Controle Químico e Biológico de Mahanarva fimbriolata Stal, 1854 (Hemiptera:
Crcopidae) para Regiões Produtoras de Cana-de-açúcar de Mato Grosso do
Sul. Ambiência: Revista de Ciências Agrárias e Ambientais. Vol 2. Guarapuava –
PR. 2015. 247 – 255 p.

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5. MANEJO DE CONTROLE DA CIGARRINHA NA CULTURA DO CAFÉ

5.1 INTRODUÇÂO

O inseto cochonilha-da- raiz, situam-se taxonomicamente na ordem


Hemiptera, subordem Dternorrhyncha, anteriormente eram classificadas na ordem
Homoptera, porém, com base em estudos filogenéticos esses insetos passaram a
ordem Hemiptera (GALLO et.al, 2002). São pragas que vivem em colônias, que
sugam a seiva da planta e compromete o sistema radicular.

Dados da Embrapa (2021), o Brasil tem-se notabilizado como o maior


produtor, exportador e segundo maior consumidor de café no mundo. A produção de
café foi 63.08 milhões de sacas de 60 kg em 2020, com produtividade média de
33,48 sacas por hectare.

As cochonilhas-da-raiz vão causar danos principalmente em cafezais novos,


onde o principal sintomas é o amarelecimento das folhas, queda do fruto, podendo
causar até a morte da planta do café, de acordo com a intensidade dos danos nas
raízes, tendo prejuízos econômicos aos produtores.

5.2 DESCRIÇÂO

Há várias espécies de cochonilhas, a Coccus viridis (Green, 1899) –


cochonilha-verde; a Saissetia coffeae (Walker, 1852) – cochonilhas-pardas; a
Planococcus citri (Risso, 1813) – cochonilhas-branca; a Pinnaspis aspidistrae (Sign.,
1869) – cochonilhas-farinha; e a Dysmicoccus cryptus (Hempel, 1918) – cochonilha-
da-raiz.

D. cryptus vide cana, tem corpo oval, com cerca de 2,5mm de comprimentos
com 17 apêndices de cada lado do corpo, de coloração branco-pulverulenta.

17
5.3 PREJUÍZO

As cochonilhas vão prejudicar diretamente a planta pela contínua sucção de


seiva que debilita a planta e reduzindo a capacidade produtiva, e prejuízo indiretos,
pela ocorrência da transmissão de vírus na planta do café, e inoculando quando o
vetor virulífero se alimenta na planta, debilitando as plantas e reduzem sua
capacidade de produção.

5.4 CONTROLE

Alguns métodos de controle podem ser utilizados para eliminar ou controlar a


população de pragas no cafezal.

5.5.1 Controle Cultural

Ao verificar a presença de cochonilhas em mudas, deve-se recusar os lotes


ou mudas que apresentam a infestação dessa praga.

5.5.2 Controle Biológico

Organismos vão auxiliar no controle das cochonilhas. Em destaque, os


predadores como a joaninhas e besouros (Azya luteipes) e (Pentilea egena).
Também a ocorrência de fungos dos gêneros Cephalosporium e Acrostalatagmus
( FORNAZIER, 2016).

5.5.3 Controle Químico

As cochonilhas-de-carapaça como as pulverulentas são protegidas por


secreção cerosa, o que dificulta o contato do inseticida com o corpo do inseto, é de
primordial importância seguir a recomendação dos fabricantes para a utilização de
produtos usados no controle químico desses insetos. Para o controle da cochonilha-

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da-raiz, a aplicação de inseticidas granulados, após a constatação da infestação, de
forma localizada nas reboleiras, tem-se mostrado eficiente.

REFERÊNCIAS

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.

FORNAZIER, M.J. Bioecologia, dano e controle de Planococcus citri


(Risso) (Hemiptera: Pseudococcidae) em Coffea canephora Pierre ex Froehner
(Rubiaceae). 2016. 91f. Tese (Doutorado em Entomologia) – Universidade Federal
de Viçosa, Viçosa, MG, 2016. Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/
handle/123456789/11861/texto%20 completo.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso
em: 9 out. 2019

FANTON, César José. QUEIROZ, Renan Batista. Manejo de Pragas do


Cafeeiro Colonion. Informe Agropecuário. Cafés Conilon e Robusta:
Potencialidades e desafios. Belo Horizonte. V.41. n.309. 12 p. 2020.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção dos


Cafés do Brasil ocupa área de 1,82 milhão de hectares dos quais 1,45 milhão
são de café arábica e 375,99 mil de conilon , DF: EMBRAPA, 2021. Disponível
em: https://www.embrapa.br/

6. MANEJO DE CONTROLE DATRIPES NA CULTURA DA SOJA

6.1 INTRODUÇÃO

Brasil obteve posições importantes no mercado internacional de soja, e desde


2020 é o maior produtor e exportador, com uma produção estimada em 136 milhões
19
de toneladas, 8,9 % maior que no último safra, como exportações deveram ficar
próximos dos 50 milhões de toneladas. A área de produção da oleaginosa aumentou
4,3% em comparação com o último safra, chegando a 38,5 milhões de hectares
(CONAB, 2021). Em compensação ao aumento da produção, também há um
aumento nos problemas fitossanitários que culminam em queda significativa de
produção.

6.2 DESCRIÇÃO DA TRIPES

A tripes Caliothrips brasiliensis (Morgan, 1929), são insetos de aproximadamente 1


mm de comprimento com asas franjadas e de coloração escuras. C. brasiliensis tem
duas faixas brancas nas asas. As ninfas são ápteras e tem uma coloração branco
meio amarelada. Vivem na face inferior de folhas novas.

6.3 PREZUÍZO

A tripes é ima praga de dar prejuízo significativo, pois esse inseto é vetor de
uma virose, transmitida na sucção da seiva. O vírus causa a “queima-dos-brotos-da-
soja”, afetando o desenvolvimento de folhas novas e consequentemente a
produtividade da planta da soja.

6.4 CONTROLE

Vários métodos de controle, o mais usual é o controle químico, sendo um dos


principais. Os principais princípios ativos são neonicotinoides no tratamentos de
sementes imidacloprido e tiametoxam, e produtos de aplicação foliar, inseticidas do
grupo químico tiametoxam, acefato, imidacloprido e bifentrina.

REFERÊNCIAS

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920 p.

HEINFARTH, Michele. Estágio Supervisionado na Área de Grande


Culturas em uma Empresa da Região Oeste de Santa Catarina. 2020. 42 p.
20
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Instituto Federal de
Santa Catarina. São Miguel do Oeste, SC.

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Estimativa Indica


Estimativa na Produção de Grãos na Safra 2020/21: soja. Brasília, DF: Embrapa,
2021. Disponível em: https://www.conab.gov.br/

CONCLUSÂO

O manejo de controle nas grandes culturas é de extrema importância na


prevenção e controle de pragas, no caso, as transmissoras de doenças.

Os métodos mais utilizados no manejo, são o controle biológico, o controle


cultural, e principalmente o controle químico, que é mais usual e eficiente no controle
de pagas. Entretanto, a interação entre os controles no manejo tem uma eficácia
maior.

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