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A Cultura da Macieira

1. Introdução

A macieira é uma frutífera típica de clima temperado, da família


Rosaceae, tem suas origens nas montanhas do Cáucaso, Oriente Médio e
Leste Asiático. Espécie exigente em tratos culturais, principalmente no que diz
respeito à condução, poda e tratos fitossanitários. Seu cultivo em São Paulo, e
em regiões edafoclimáticas similares, somente é possível por meio de
cultivares locais adaptadas ou selecionadas por Instituições de Pesquisa como
o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e do Paraná (IAPAR).

Com pequena exigência de frio, essas cultivares apresentam-se aptas


para produzir satisfatoriamente em condições de inverno brando. É
imprescindível o plantio de mudas enxertadas e sadias, em porta-enxertos
clonais, obtidos pela técnica da estaquia ou mergulhia (chinesa ou de cepa),
evitando-se a utilização de sementes, pela alta variabilidade das mesmas, o
que resulta em pomares desuniformes. Por se tratar de cultura perene e de
polinização cruzada, é importante consorciar, no plantio variedades,
polinizadoras. Sua comercialização é feita na grande maioria “in natura” sendo
eventualmente industrializada e, dependendo da variedade, utilizada para a
fabricação de sidra, purê ou suco.

2. Importância Econômica
Entre os principais países produtores de maçã, destaca-se a China
como sendo responsável por 55,6% da produção, seguido da União Européia
com 16,8% e Estados Unidos com 6,6%. Dentro deste panorama, o Brasil
encontra-se na 8ª posição do ranking mundial (Tabela 1) com a região sul
sendo a maior produtora, representando anualmente, cerca de 99,4% da
produção nacional (Gráfico 1), que atualmente é de 1.339.771 milhões de
toneladas (AGRIANUAL, 2015).

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Tabela 1. Principais produtores mundiais de maçã.

Posição Países Produção (%) Consumo fruta fresca (%)

1 China 55,6 86,5

2 União Européia 16,8 67,5

3 Estados Unidos 6,6 54,1

4 Turquia 4,2 89,7

5 Índia 2,6 100,0

6 Rússia 2,0 100

7 Chile 1,9 -

8 Brasil 1,7 92,4

9 Ucrânia 1,5 100,0

10 África do Sul 1,3 -


Fonte: Agrianual (2015)

Gráfico 1. Principais estados produtores de maçã no Brasil.

700.000 659.756
650.000 620.841
600.000
550.000
Produção (toneladas)

500.000
450.000
400.000
350.000
300.000
250.000
200.000
150.000
100.000 50.975
50.000 3.665 3.289 1.245
0
RS SC PR SP MG BA
Estados Produtores

Fonte: Agrianual (2015)

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3. Classificação Botânica

A macieira pertence à família Rosaceae, gênero Malus, apresentando


em torno de 2 mil espécies, como Malus silvestrys; Malus malus; Malus
communis, Pyrus malus, sendo a mais aceita pelo Comitê Internacional de
Classificação Botânica a espécie Malus domestica. Há registro de mais de 7
mil cultivares, mas apenas 40 tem interesse comercial. No Brasil, as duas
principais são ‘Fuji’ e ‘Gala’.

4. Produção de mudas e plantio

Primeiro faz-se a seleção do porta-enxerto a ser utilizado. Ele deve ser


bem adaptado à região de cultivo, com excelente afinidade com a cultivar copa,
capaz de proporcionar plantas com bom desempenho em termos de
produtividade e qualidade dos frutos. Preferencialmente, deve ser resistente a
pragas e doenças do solo, principalmente ao pulgão lanígero e a podridão do
colo. A definição incorreta do porta-enxerto pode causar problemas de
alternância de produção, declínio precoce das plantas, suscetibilidade a
determinadas pragas e doenças, entre outras. Atualmente é comum a
utilização de interenxertos, visando conciliar características favoráveis de dois
porta-enxertos, especialmente no que diz respeito à resistência a pragas e
doenças e vigor da copa. Dentre os porta-enxertos mais utilizados destaca-se a
combinação Maruba/M9, sendo o primeiro utilizado como porta-enxerto
principal por ser resistente ao pulgão lanígero e o segundo como interenxerto
por conferir baixo vigor à copa.
As principais cultivares utilizadas como copa são a 'Gala', 'Fuji' e suas
mutações. Outras cultivares como 'Daiane', 'Baronesa' e 'Catarina', são opções,
sendo as duas primeiras para regiões de 800 m ou mais, e a última, que é
resistente à sarna, para regiões acima de 1200 m. Cultivares precoces como
Eva, Condessa e Anna de baixa exigência em frio, podem ser plantadas em
regiões com menos de 800 m de altitude.
A produção de mudas segue algumas etapas:
1) Faz-se o enraizamento do porta-enxerto selecionado (por estaquia
e/ou mergulhia) em campo a uma distância de aproximadamente 0,3 – 1m
entre plantas;

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2) Quando o porta-enxerto estiver com um ano no campo, faz-se a
enxertia de mesa da variedade copa com o interenxerto (retira-se estacas das
plantas matrizes que serão utilizadas como copa e faz-se a enxertia nas
estacas do interenxerto ou filtro utilizando a técnica da garfagem por inglês
simples);
3) No mesmo período, faz-se o rebaixamento dos porta-enxertos em
campo a uma altura de aproximadamente 10-12 cm e faz-se a enxertia por
garfagem utilizando a técnica do inglês complicado da combinação
copa+interenxerto.;
4) Essas mudas irão se desenvolver, e após um período de 7 a 9 meses,
serão retiradas do campo, lavadas suas raízes e colocadas em câmara fria por
um período de 45 a 60 dias (processo de estratificação para quebra de
dormência)
6) Essas mudas, de raiz nua, só poderão ser plantadas no inverno (fase
de repouso).
7) Mudas produzidas em embalagens plásticas poderão ser plantadas
em qualquer época do ano.
Pela combinação copa/porta-enxerto ou copa/filtro/porta-enxerto
escolhida, adota-se o espaçamento a ser utilizado no plantio (Tabela 2).
O sistema de condução das plantas dependerá do vigor da combinação
utilizada. Embora haja muitos sistemas de condução, o mais utilizado é o líder
central (livre ou com apoio), no qual a planta é conduzida de tal maneira que se
tenha um eixo central e dele partam ramos que deverão ser conduzidos na
horizontal. Os ramos laterais não devem ultrapassar um terço do diâmetro do
líder no ponto de inserção do mesmo.
Procede-se o plantio em cova ou sulco devidamente adubado e
corrigido, com doses recomendadas pelos resultados da análise de solo.
Faz-se a formação da planta até o terceiro ano, sempre retirando ramos
ladrões, fazendo o encurtamento de ramos laterais e o desponte do líder.

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Tabela 2. Densidade de plantio em função da combinação copa/porta-enxerto.
Cultivar vigorosa a Cultivar standard b

Porta-enxerto Distância entre filas Distância entre filas


N o plantas/ha N o plantas/ha
e plantas (m) e plantas (m)

3,75 X 1,00 2667 3,75 X 0,80 3333

Anões M-9, M-26 3,75 X 1,25 2133 3,75 X 1,00 2667

4,00 X 1,50 1667 4,00 X 1,25 2000

4,00 X 1,50 1667 4,00 X 1,00 2500


Semi-anões M-7,
5,00 X 1,50 1333 4,50 X 2,00 1111
MM-106
5,00 X 2,00 1000 5,00 X 2,00 1000

Semi-vigorosos 5,00 X 2,50 800 5,00 X 2,50 800


MM-111 6,00 X 3,00 556 5,50 X 2,50 727

Vigorosos
5,50 X 3,00 606 5,00 X 3,00 606
Marubakaido

6,00 X 3,50 476 6,00 X 3,00 556

a= Fuji e similares
b=Gala e similares

A poda verde só deverá ser realizada em plantas que apresentem


excesso de crescimento vegetativo, eliminando-se os ramos na base, para
favorecer a entrada de luz no interior da planta. A redução do crescimento
deverá ser feita através do arqueamento dos ramos, pois serão nesses ramos
arqueados que serão produzidos os órgãos especializados de frutificação
(brindilas, esporões e dardos) que trarão as gemas de flor e conseqüente
produção.
O plantio pode ser feito em fileiras simples, duplas ou intercalar. Além da
cultivar produtora, devem ser plantadas de 8 a 10% de cultivares polinizadoras,
que coincidam na precocidade de entrada em florescimento e floresçam na
mesma época. O cultivo de plantas polinizadoras se deve ao fato da
autoincompatibilidade das flores da macieira. A colocação de colméias também
favorece a polinização cruzada. Recomenda-se colocar de 2 a 4
colméias/hectare, na linha de plantio, quando o pomar estiver com 10 a 20% de
floração.

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4.1 Estruturas de Frutificação
As macieiras possuem 3 estruturas de frutificação:
- Brindilas: são ramos do ano, com 15 a 30 cm, que florescem no ápice.
Geralmente, estão localizados no ápice da planta e dão as melhores frutas;
- Esporão: são ramos de 2 ou mais anos, com 5 a 10 cm e podem apresentar
mais de 1 gema florífera;
- Dardo: são pequenos ramos, de 0,5 a 5 cm.

5. Tratos culturais

Adubação de produção: a recomendação de adubo deve considerar a análise


de solo e folha, idade das plantas, crescimento vegetativo, adubações
anteriores, produções, tratos culturais e presença de sintomas de deficiências
nutricionais. Para a cultura da macieira são necessárias aplicações foliares
sistemáticas de cálcio, para evitar a ocorrência de distúrbios fisiológicos ligados
a este nutriente, visando melhorar as condições de conservação da fruta. Os
demais nutrientes devem ser aplicados via solo ou foliar, quando identificada a
deficiência.

Quebra de dormência: em regiões com altitude inferior a 1.200 m em que não


ocorre frio suficiente para a quebra de dormência das gemas é necessário um
tratamento químico para uniformizar a brotação e floração. Como a intensidade
de frio varia de um ano para outro, deve-se estabelecer a época de aplicação e
as dosagens dos produtos anualmente. Via de regra, recomenda-se o uso de
óleo mineral (3-4%) associado a cianamida hidrogenada (Dormex 2-4%) em
pulverização no final do período de dormência. A pulverização deve atingir
todos os ramos da planta, pois o efeito do tratamento é localizado. A época
mais adequada para a aplicação é no início do inchamento das gemas, no
estágio de ponta verde ou gema prateada o que normalmente ocorre entre 20 e
30 dias antes do início da brotação normal. As plantas que recebem o
tratamento não devem apresentar resíduos de cobre, pois a cianamida reage
com o cobre formando um composto fitotóxico que reduz a eficiência da quebra
da dormência.

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Raleio de frutos: Nos pomares em produção pode ser feito o raleio químico
dos frutos, utilizando-se um dos seguintes produtos: 20 ppm ANA (auxina) (5 a
10 dias após plena floração) cuja eficiência é variável devido às condições
climáticas, sendo o ideal de 20-25ºC; Citocinina: são mais ativas que as
auxinas, mas podem afetar o tamanho e forma das frutas, pois afeta o
desenvolvimento da semente; Carbaril 750 ppm: de 2 a 4 dias após a plena
florada em casos de temperaturas mais baixas (15-20 ºC), tendo efeito
intensificado em condição de baixa luminosidade e Etephon: o qual exige maior
cuidado, pois doses muito altas podem causa queda total de frutas. O mais
comum é fazer o raleio manual, deixando-se de 1 a 2 frutos/ cacho floral ou 1
fruto a cada 10 cm de ramo. No raleio manual, aumenta-se os gastos com
mão-de-obra.

6. Manejo integrado de pragas e doenças

Um dos objetivos da produção integrada é manejar a cultura para que as


plantas possam expressar sua resistência natural às pragas e patógenos e
possam ser protegidos os organismos benéficos.
Nesse sistema, deve-se conciliar diversos métodos de controle, levando-
se em consideração o custo de produção e o impacto sobre o ambiente,
reduzindo ao máximo o uso de agroquímicos.
Na produção integrada deve-se favorecer a adoção de métodos não
químicos ou alternativos tais como feromônios, biopesticidas, erradicação de
hospedeiros alternativos, retirada e queima das partes vegetais afetadas. A
adubação equilibrada, a poda e o raleio adequados são fatores que
desfavorecem o estabelecimento das pragas e patógenos e facilitam o seu
controle.

- Monitoramento e controle de Pragas

1) Mosca-das-frutas: O monitoramento pode ser efetuado instalando-se


frascos caça-mosca, usando como atrativo o suco de uva a 25%. O controle
com isca tóxica deve ser iniciado quando houver presença da praga no pomar
e as frutas apresentarem tamanho superior a 1,5 cm de diâmetro. A aplicação
de inseticidas em cobertura só deve ocorrer quando for constatado o nível de 1

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mosca/frasco/dia, utilizando inseticidas com ação de profundidade. A isca deve
ser aplicada pelo menos duas vezes por semana, intensificando na periferia do
pomar, nos pontos de entrada da mosca.

2) Lagarta enroladeira: Para o monitoramento, recomenda-se utilizar uma


armadilha com feromônio para cada 5 ha, que deve ser instalado no início de
setembro e retirado após a colheita da última cultivar. Em pomares menores,
deve-se aumentar a densidade, de modo a haver no mínimo duas armadilhas
por talhão. O controle da praga deve ser feito quando houver captura superior a
20 machos/armadilha/semana. É importante analisar o monitoramento por
talhão, aplicando inseticida apenas naqueles com níveis críticos.

3) Ácaro vermelho europeu: O monitoramento é feito através da amostragem


seqüencial no mínimo em 10 plantas por talhão de 5 ha, retirando-se 5 folhas
por planta e anotando-se o número destas com presença do ácaro. As plantas
podem ser diferentes a cada avaliação. Para o controle, deve-se levar em
consideração a percentagem de folhas infestadas e o ciclo vegetativo da
cultura que deve ser feito quando 50% das folhas acusarem a presença da
praga, enquanto que, no período que antecede a colheita, somente deve-se
aplicar o acaricida quando mais de 70% das folhas apresentarem ácaros. Após
a colheita o ácaro deverá ser controlado se a infestação das folhas for superior
a 90%.

4) Grafolita: Para o monitoramento, deve-se utilizar uma armadilha com


feromônio para cada 3 a 5 ha, instalando-a no final de agosto e mantendo-a
até a colheita. Em pomares menores, deve-se aumentar a densidade, devendo
haver no mínimo 2 por talhão. O controle da praga deve ser feito quando
houver captura superior a 30 machos/armadilha/semana.

5) Cochonilha: Deve-se identificar e registrar a presença das larvas


(provavelmente entre setembro e novembro) e efetuar aplicações localizadas
nos focos usando inseticida fosforado. O óleo mineral aplicado para quebra de
dormência ajuda a controlar a cochonilha.

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6) Pulgão lanígero: Passa o inverno na fase de ninfa, desprovida de
cerosidade. Alimenta-se da seiva, induzindo a formação de nodos (calos) ou
rugosidades, como reação da planta às toxinas injetadas pela praga. O ataque
ao sistema radicular induz a formação de galhas e debilita as plantas. É comum
observar-se colônias atacando os brotos do porta-enxerto no sistema radicular
e esta é uma das formas mais comuns de dispersão da praga para pomares
novos, através de mudas. Esse pulgão não causa dano direto aos frutos e sua
incidência varia de ano para ano. Como controle utiliza-se porta-enxertos
resistentes como os da série MM (Merton Malling) e MI (Merton Immune) que
reduzem a incidência da praga nos pomares comerciais. Os porta-enxertos EM
ou simplesmente M (East-Malling) são considerados suscetíveis. A implantação
de pomares em alta densidade utilizando porta-enxertos suscetíveis com M7 e
M9 pode resultar no aumento da incidência desta praga.

- Manejo e controle de doenças

Após a poda, raleio e colheita, os restos vegetais devem ser destruídos,


triturados e a seguir retirados do pomar ou incorporados ao solo da entrelinha
após serem umedecidos com uma solução de uréia (1%) ou com suspensão de
esterco. Essas práticas diminuem a incidência e proliferação de patógenos no
pomar.
A decisão sobre o tipo de tratamento fungicida e a ocasião de executá-lo
deverá ser embasada nas características da doença, nas informações das
Estações de Aviso e nas condições meteorológicas que ocorrem no pomar.
Os tratamentos com fungicidas de contato serão repetidos a cada sete
dias ou 25 mm de chuva, para controle de sarna e a cada 10 dias ou 35 mm
para controle das outras doenças na cv. Gala e a cada 10 dias ou 50 mm na
cv. Fuji.

7. Colheita e pós-colheita pragas e doenças

Para reduzir a utilização de produtos químicos sobre os frutos, prioriza-se


práticas de prevenção de ocorrências de enfermidades fúngicas e fisiológicas.
Para tanto, é obrigatório:
 colher a fruta no momento correto;

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 eliminar fontes de inóculo no pomar;
 manipular cuidadosamente a fruta na colheita, transporte, classificação e
embalagem;
 realizar limpeza e desinfestação ou sanitização de instalações, câmaras
frias, embalagens e máquinas;
 utilizar adequadamente as técnicas de armazenamento.

As frutas devem ser colhidas no momento adequado, segundo a espécie,


variedade e a utilização prevista, ou seja, armazenamento a curto, médio ou
longo prazo, ou mesmo para comercialização imediata (mercado interno ou
exportação). Para isso, deve-se assegurar que os índices mínimos de
maturação estabelecidos pela pesquisa sejam respeitados no início da colheita
e no posterior armazenamento e/ou comercialização, permitindo com isto, uma
máxima eficiência na conservação e manutenção da qualidade interna e
externa da fruta. Deve-se sempre utilizar embalagens (colheita, transporte,
armazenamento, comercialização) limpas e de material não abrasivo para não
contaminar e machucar as frutas. Recomenda-se, quando adequado, utilizar
materiais plásticos, em perfeito estado de conservação e higienização, em vez
de madeira. É sempre importante realizar uma pré-seleção da fruta no campo,
evitando misturar frutas sadias com as caídas no chão, granizadas, com danos
por insetos, podridões, machucadas, etc. Não se deve deixar as frutas colhidas
expostas ao sol, transportando imediatamente para a casa de embalagem,
evitando-se golpes e danos durante o transporte. As frutas de produção
integrada (PIM) que são transportadas conjuntamente com outros sistemas de
produção deverão estar devidamente identificadas e separadas no veículo. Isso
é importante para não haver confusão na recepção da empacotadora, onde
deverá ser tomada uma amostra da carga para as devidas anotações no
caderno de pós-colheita. Na Tabela 3, são apresentados alguns indicadores de
maturação dos frutos de macieira.

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Tabela 3. Indicadores da maturação de frutos de macieira.
Amido SST ATT
Cultivar Firmeza polpa (lbs) Cor
(1-5) (brix) (cmol/L)
Gala 17 a 19 2,0 a 3,0 > 11 5,2 a 6,0 Verde-clara
Fuji 16 a 18 2,5 a 3,5 > 12 3,7 a 5,2 Verde-clara
Golden delicious 15 a 17 2,5 a 3,0 > 12 6,7 a 8,2 Verde-clara
*SST= Sólidos Solúveis Totais, ATT= Acidez Titulável Total.

O armazenamento deve manter a qualidade interna e externa da fruta,


devendo-se assegurar o funcionamento regular das câmaras de conservação,
por meio da observação periódica dos equipamentos de refrigeração e controle
de gases (atmosfera controlada). Para tanto, deve-se realizar controles
periódicos mensais da qualidade, através de análises laboratoriais de amostras
de 20 a 50 frutas. Essas análises permitem prognosticar o potencial e a
duração do período de conservação, avaliar a evolução de problemas de
qualidade observados no início do armazenamento, observar a reação das
frutas às condições de armazenamento, verificar o desempenho das diferentes
cultivares ou lotes em relação às características externas de maturação
(murchamento, podridões, distúrbios fisiológicos) e determinar a qualidade
interna e externa das frutas através de análises laboratoriais (sólidos solúveis
totais, firmeza de polpa, acidez). Também é importante realizar análises de
minerais em amostras de frutas antes do início da colheita, para avaliar a
possibilidade de incidência de distúrbios fisiológicos, permitindo tomar decisões
de qual destino será dado à fruta, ou seja, armazenamento a curto, médio,
longo prazo, ou mesmo a comercialização imediata. Todos esses dados devem
ser devidamente registrados e devem estar disponíveis no caso de
necessidade de inspeção. Por isso, é importante que a fruta que recebeu o selo
de conformidade da produção integrada, seja representativa de cada cultivar,
talhão e câmara fria de armazenamento. Não é recomendável existir o
armazenamento da PIM junto com as da produção convencional. Porém,
quando esse fator for inevitável, os bins deverão estar devidamente
identificados e separados no interior da câmara fria. As condições
recomendadas para o armazenamento de maçãs estão representadas nas
tabelas 4 e 5.
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Tabela 4. Condições para o armazenamento refrigerado de maçãs.
Temperatura UR
Cultivares Período de armazenamento
(°C) (%)
Gala e mutações 0 94-96 4-5 meses
Fuji -1 a 0 92-96 6-7 meses
Golden Delicious 0 94-96 5-6 meses
Belgolden 0 94-96 5-6 meses
Braeburn 0 92-96 6-7 meses

Tabela 5. Condições para armazenamento em atmosfera controlada de maçãs.


Temperatura O2 CO2 Período de
Cultivar Umidade
(°C) kPa kPa armazenamento
- 0,5 1,5 < 0,5
Fuji 1 1 2-3 92% 8 a 9 meses
0,5 1,5 < 0,5

0,5 1 3
Gala e mutantes 1 1 2-3 92 a 95% 6 a 9 meses
0 1 2

0,5 0,75-1,0 3
Golden Delicious 0,5 1 4 > 92% 8 a 10 meses
1 1,5 4

8. Bibliografia Consultada

AGRIANUAL- Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: Instituto FNP,


2015. 480p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE MAÇÃ (ABPM).
Informações estatísticas da produção de maçã. Disponível em:
<http://www.abpm.org.br/informações.html >

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BENDER, R. J. Botânica e Fisiologia. In: Manual da cultura da macieira.
Florianópolis, 1986. p. 27-46.

BERNARDES, L. M.; GODOY,H. A Cultura da Macieira no Paraná. Instituto


Agronômico do Paraná, Londrina, n.50, p.11-18, 1988.

PETRI, J.L., PALLADINI, L.A., SCHUCK, E. et al. Dormência e indução de


brotação de fruteiras de clima temperado. Florianópolis: EPAGRI, 1996.
110p. (Boletim técnico, 75).

Toda Fruta. Cultivares de maçãs. Disponível em: <todafruta.com.br>.

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