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Insetos do Brasil

Diversidade e Taxonomia

Editores
Jose Albertino Rafae l

0
Gabriel A.R. Melo
Claudio lB. de Carvalho 91010.5,
Sonia A. Casari 8CNPq FAPEAM
Reginaldo Constantino ConMiho N«ioMl eM OeNn'lOlvI",.",o
ClMltHlco. T«noIogko
Fund_sao d. Amp.ro • P••qul"
do Est.do do Am.zona.
8difora
BREVE HISTÓRICO DA ENTOMOLOGIA BRASILEIRA

Insetos do Brasil
Diversidade e Taxonomia

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Dilma Vana Rousseff
Presidente da República

Aloízio Mercadante Oliva Nascimento


Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

Glaucius Oliva
Presidente do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia

Omar José Abdel Aziz


Governador do Estado do Amazonas

Odenildo Teixeira Sena


Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia

Maria Olívia de Albuquerque Ribeiro Simão


Diretora-Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

Esta obra foi financiada, em parte, pelo CNPq e pelo Governo do Estado do Amazonas, com
recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM
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Insetos do Brasil
Diversidade e Taxonomia

Editores
José Albertino Rafael
Gabriel A. R. Melo
Claudio J. B. de Carvalho
Sônia A. Casari
Reginaldo Constantino

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Editores
José Albertino Rafael, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Biodiversidade, Manaus, AM,
jarafael@inpa.gov.br
Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, Universidade Federal do Paraná, Departamento de Zoologia, Curitiba, PR,
garmelo@ufpr.br
Claudio José Barros de Carvalho, Universidade Federal do Paraná, Departamento de Zoologia, Curitiba, PR,
cjbcarva@ufpr.br
Sônia Aparecida Casari, Universidade de São Paulo, Museu de Zoologia, São Paulo, SP, casari@usp.br
Reginaldo Constantino, Universidade de Brasília, Departamento de Zoologia, Brasília, DF, constant@unb.br

Nicolau Baptista, Projeto Gráfico


Rosivaldo Antonio dos Santos, Diagramação

Dados Internacionais de Catalogação da Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

595.7
R136i Rafael, José Albertino (ed.)
Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia /
editores, Gabriel Augusto Rodrigues de Melo, Claudio
José Barros de Carvalho, Sônia Aparecida Casari,
Reginaldo Constantino.-- Ribeirão Preto : Holos, Editora,
2012.
810 p. : il. ; 28

1. 595.7 — Entomologia. 2. Zoologia. 3. Biodiversidade


Ambiente. I. Rafael, José Albertino.
II. Gabriel Augusto Rodrigues de Melo. III. Claudio
José Barros de Carvalho. IV. Sônia Aparecida Casari. V.
Reginaldo Constantino. VI. Título.

ISBN 978-85-86699-72-6 CDU


9 788586 699726

2012

Proibida a reprodução total ou parcial.


Os infratores serão processados na forma da lei.

Holos, Editora Ltda-ME


Av. Coronel Fernando Ferreira Leite 102
14.026-020 Ribeirão Preto SP
tele: 0.++16.3234.8083 / fax: 016.3234.8084
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www.holoseditora.com.br

“A educação deve abrir os olhos e permitir enxergar o uno na diversidade.” (Sathya Sai Baba)

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CHAVE PARA AS ORDENS - ADULTOS

CHAVE PARA AS ORDENS - ADULTOS


José Albertino Rafael

O processo de identificação corresponde ao importante para a identificação segura de um espécime, e


estabelecimento de uma relação de identidade entre um provavelmente é Phthiraptera.
exemplo que temos em mãos e exemplares já conhecidos, de A chave abaixo é modificada de Lawrence (1991).
maneira que possamos fazer uso dos nomes dos grupos de
maneira corrente. 1. Asas bem desenvolvidas, um ou dois pares ....................... 2
Para isso, usa-se, em especial em grupos que não ― Asas ausentes, vestigiais ou rudimentares ........................ 33
conhecemos bem, chaves de identificação. O objetivo de uma
2(1). Asa anterior endurecida ou coriácea (élitro), coriácea na parte
chave é separar e segregar caracteres de tal maneira que, por
basal e membranosa na distal (hemiélitro) ou pergaminosa
uma série de escolhas alternativas, permita um caminho seguro (tégmina). Asa posterior membranosa, quando presente .... 3
para a identificação de um determinado táxon (Papavero 1994). ― Asa anterior membranosa, às vezes coberta de escamas.
As dicotomias ao longo da chave (pareamentos de Asa posterior, quando presente, semelhante à textura da asa
alternativas) são numeradas sequencialmente. No final de cada anterior .............................................................................. 11
alternativa, há um número ou um nome correspondente àquele
ponto da chave. Se for um número, o próximo passo é seguir 3(2). Asa anterior coriácea (élitro), sem veias, às vezes com estrias
para o pareamento indicado pelo número, até que um nome paralelas que podem fundir-se posteriormente ................... 4
seja atingido. A partir da segunda dicotomia, muitas vezes há ― Asa anterior coriácea na base (hemiélitro) ou pergaminosa
(tégmina), quase sempre com veias ramificadas ................ 6
um número entre parênteses após o número da dicotomia, por
exemplo “4(1)”. Esse número entre parênteses —(1) — indica 4(3). Asa anterior claviforme, diminuta. Asa posterior membranosa,
a alternativa a partir da qual aquela dicotomia, no caso a 4, sempre expandida, em forma de leque. Antena com quatro a
foi atingida. O referenciamento das chaves (para frente e para sete artículos e pelo menos um flagelômero flabelado (apêndice
trás) é importante para, caso aconteça algum erro no seu uso, lateral longo). Espécimes com menos de 5 mm de comprimento
principalmente em chaves muito extensas, possibilitar a volta (machos de estrepsípteros) ..................... Strepsiptera (parte)
na chave. Também facilita que cada táxon seja caracterizado ― Asa anterior nunca claviforme. Asa posterior oculta sob o
pelos atributos diagnósticos de cada alternativa pelo qual élitro, geralmente com dobras transversais ou longitudinais .... 5
passa ao longo da chave.
5(4). Cerco em forma de pinça. Antena longa, geralmente com mais
As alternativas de cada dicotomia geralmente são
de 12 artículos, delgada. Asa anterior coriácea, curta, deixando a
compostas com vários caracteres, geralmente morfológicos, maior parte do abdômen exposto. Asa posterior membranosa, em
pois são mais facilmente observáveis. Caso um dos caracteres repouso dobrada sob a asa anterior, quando expandida, de forma
não possa ser visto ou interpretado, os outros podem ser semicircular, com dobras radiais em forma de leque (tesourinhas,
usados para tomar sua decisão. Em caso de dúvidas, ambas as lacrainhas) ...................................................... Dermaptera (parte)
alternativas podem ser seguidas, conferindo posteriormente com ― Cerco ausente. Se estrutura em forma de pinça estiver
ilustrações e descrições, então, tomando a decisão sobre sua presente, então a asa anterior cobre a maior parte do abdômen.
identificação. Para o iniciante, sempre é importante comparar Élitro variável em comprimento. Antena com 11 artículos ou
os espécimes com figuras, fotos, descrições para assegurar-se de menos. Asa posterior alongada, com dobras longitudinais ou
transversais (besouros) .......................... Coleoptera (parte)
sua identificação.
A mera identificação não é o objetivo final no estudo 6(3). Aparelho bucal mastigador. Mandíbula com movimentos no
dos insetos — é uma etapa para o uso correto de nomes. É plano horizontal .................................................................. 7
importante buscar informações sobre a biologia, plantas ― Aparelho bucal sugador, em forma de rostro (tubo adaptado
hospedeiras, hábito, distribuição e importância. Por exemplo, para sugar), geralmente alongado, surgindo da parte ventral
um inseto coletado em penas de aves é uma informação da cabeça e geralmente dirigido para trás. Palpo maxilar e

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labial ausentes (pulgões, cochonilhas, cigarras, cigarrinhas, 11(2). Com um par de asas, segundo par às vezes transformado em
percevejos, baratas d’água) ............ Hemiptera (parte) ... A halter (balancim) ............................................................... 12
A― Rostro originando-se na região anterior da cabeça, com ― Com dois pares de asas ..................................................... 17
três ou quatro artículos; quando três, nunca ultrapassando o
primeiro par de coxas. Antena com quatro ou cinco artículos, 12(11). Ápice do abdômen com um a três filamentos longos. Aparelho
nunca cerdiforme. Asa anterior geralmente com a metade bucal vestigial ................................................................... 13
basal coriácea e a metade distal membranosa (hemiélitro), ― Ápice do abdômen sem filamentos longos. Aparelho bucal
plana sobre o abdômen, a parte membranosa sobrepondo-se geralmente bem desenvolvido, com mandíbulas ou rostro ..... 14
quando em repouso (percevejos) ...........................................
.............................................. subordem Heteroptera (parte) 13(12). Asa anterior com várias veias e células. Asa posterior pequena
― Rostro originando-se na região posterior da cabeça ou ou ausente. Antena curta, cerdiforme, inconspícua. Abdômen
aparentemente entre as coxas anteriores, sempre com três com dois ou três filamentos caudais longos. Geralmente mais
artículos. Antena cerdiforme ou com mais de cinco artículos. de 5 mm de comprimento (efeméridas) ..................................
Asa anterior de textura uniforme, pergaminácea (tégmina), às ........................................................ Ephemeroptera (parte)
vezes membranosa, geralmente tectiforme ............................ ― Asa anterior com uma ou duas veias. Asa posterior modificada,
......................................................... Hemiptera (parte) ... B semelhante a um halter em forma de gancho. Antena longa,
B― Tarsos trímeros. Flagelo geralmente curto, cerdiforme. conspícua. Ápice do abdômen com um filamento mediano
Rostro saindo da parte posterior da cabeça. Venação longo. Geralmente menos de 5 mm de comprimento (machos
geralmente bem desenvolvida. Insetos de vida livre de cochonilhas) (Coccoidea) .................................................
(cigarras, cigarrinhas) ......................................................... .................................... Hemiptera: Sternorrhyncha (parte)
................................. subordem Auchenorrhyncha (parte)
― Tarsos mono ou dímeros. Flagelo geralmente longo, filiforme, 14(12). Halter (balancim) presente. Aparelho bucal geralmente
com articulação distinta, nunca com menos de seis artículos. sugador ou vestigial; se mandíbula presente, então corpo com
Rostro, quando presente, saindo entre as coxas anteriores. menos de 1 mm de comprimento. Palpo maxilar presente.
Venação reduzida. Insetos geralmente fixos ao substrato Protórax geralmente muito reduzido e fundido ao mesotórax,
(pulgões, cochonilhas, psilídeos) ........................................... este bastante desenvolvido. Tarsos geralmente pentâmeros ... 15
....................................... subordem Sternorrhyncha (parte) ― Halter ausente. Aparelho bucal com mandíbula ou sem palpo
maxilar. Protórax bem separado do mesotórax, conspícuo.
7(6). Asa posterior mais larga que a anterior, com dobras Tarsos dímeros ou trímeros .............................................. 16
longitudinais em forma de leque ........................................ 8
― Asa posterior um tanto semelhante à anterior, sem dobras 15(14). Base do abdômen com pecíolo bissegmentado. Asa franjada
longitudinais. Asa anterior com base esclerosada separada do com cerdas longas. Aparelho bucal com mandíbula. Menos
restante por uma linha de fraqueza, que permite a quebra da de 1 mm de comprimento (Mymarommatidae) .....................
asa (cupins, siriris, aleluias, térmitas) ......... Isoptera (parte) .............................................................Hymenoptera (parte)
― Base do abdômen normal; se peciolada, sem segmentação.
8(7). Pronoto com lobo lateral descendente bem desenvolvido. Asa sem franja de cerdas longas. Aparelho bucal sugador
Perna posterior quase sempre modificada para o salto, com ou vestigial. Geralmente mais de 1 mm de comprimento
fêmur engrossado. Fêmur e tíbia posteriores mais longos do (moscas, mosquitos) .................................... Diptera (parte)
que os respectivos segmentos das pernas anterior e média.
Se pernas posterior e média semelhantes, então corpo 16(14). Aparelho bucal com mandíbula. Antena longa e conspícua,
subcilíndrico e perna anterior fossorial. Muitos produzem com 13 artículos ou mais. Palpo maxilar e labial presentes ...
sons (gafanhotos, grilos, esperanças, paquinhas) .................. ................................................................ Psocoptera (parte)
................................................................ Orthoptera (parte) ― Aparelho bucal sugador, em forma de rostro. Antena curta,
― Pronoto sem lobo lateral descendente bem desenvolvido. cerdiforme, com menos de 11 artículos. Palpo maxilar e labial
Perna posterior não modificada para o salto. Se maior que ausentes (alguns Fulgoroidea) ...............................................
a perna média, então o fêmur não é engrossado. Se perna ................................ Hemiptera: Auchenorrhyncha (parte)
anterior fossorial, então corpo ovalado e achatado dorso-
ventralmente. Incapazes de produzir sons ou produzindo 17(11). Asas anterior e posterior total ou parcialmente cobertas
somente chiados .............................................................. 9 por escamas. Aparelho bucal geralmente espiralado
(espirotromba), raramente vestigial (borboletas, mariposas) ..
9(8). Corpo largo, achatado dorso-ventralmente. Cabeça quase ou ............................................................. Lepidoptera (parte)
totalmente oculta pelo pronoto em vista dorsal. Pernas curtas ― Asas sem escamas. Aparelho bucal não espiralado .......... 18
e fortes, subiguais na forma e no tamanho, com as tíbias
espinhosas (baratas) ................................... Blattaria (parte) 18(17). Asas longas, estreitas, com duas veias ou menos, franjadas,
― Corpo geralmente estreito, alongado. Cabeça exposta. com cerdas longas nas margens. Tarsos mono ou dímeros.
Pernas delgadas, anteriores geralmente mais longas, às vezes Menos de 5 mm de comprimento (tripes, lacerdinhas) .........
raptoriais. Tíbias sem espinhos ........................................ 10 ................................................................................................
........................................................... Thysanoptera (parte)
10(9). Perna anterior raptorial. Protórax geralmente mais longo que ― Asas largas, com várias veias; se alongada, então tarsos com
o mesotórax. Cerco com vários artículos (louva-a-deus, põe- mais de dois artículos ....................................................... 19
mesa) ....................................................... Mantodea (parte)
― Perna anterior não raptorial. Protórax mais curto do que o 19(18). Asa anterior relativamente grande. Asa posterior pequena,
mesotórax. Cerco com um artículo (bichos-paus, bichos- subarredondada. Asas veias transversais formando células,
gravetos) ............................................ Phasmatodea (parte) quando em descanso, mantidas juntas sobre o corpo. Antena

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curta, cerdiforme. Abdômen com dois ou três filamentos ao tórax ou posteriormente sobre o abdômen, mas não de
caudais longos, multiarticulados (efeméridas) ...................... forma plana. Área anal da asa posterior reduzida. Cerco com
......................................................... Ephemeroptera (parte) um artículo (libélulas, jacintas, lava-bundas) ........ Odonata
― Com outra combinação de caracteres ............................... 20 ― Antena longa, conspícua, com mais de seis artículos. Asas,
quando em repouso, estendidas sobre o abdômen de forma
20(19). Tarsos pentâmeros ............................................................ 21 plana. Área anal da asa posterior dobrada em leque quando em
― Tarsos com quatro artículos ou menos ............................. 26 repouso. Cerco geralmente com vários artículos ... Plecoptera

21(20). Asa anterior distintamente revestida com cerdas. Aparelho 29(27). Abdômen geralmente peciolado. Pescoço estreito. Asa
bucal atrofiado, exceto o palpo labial e o maxilar, geralmente anterior com uma ou duas veias e asa posterior com uma ou
bem desenvolvidos. Antena longa, pelo menos tão longa nenhuma veia. Antena geniculada (dobrada em cotovelo)
quanto o comprimento do corpo ....................... Trichoptera entre o escapo e o pedicelo; escapo mais comprido que o
― Asa anterior sem cerdas ou apenas com cerdas microscópicas. pedicelo (Chalcidoidea) ..................... Hymenoptera (parte)
Aparelho bucal com mandíbula bem desenvolvida. Antena ― Abdômen não peciolado. Pescoço largo. Asa anterior com
mais curta do que o comprimento do corpo ..................... 22 duas veias ou mais, asa posterior geralmente com mais de
uma veia. Antena não geniculada ..................................... 30
22(21). Asa anterior e posterior sem células. Abdômen peciolado.
Protórax grande, separado do mesotórax (cupins, siriris, 30(29). Tarsômero basal anterior maior que os demais, dilatado,
aleluias, térmitas) ........................................ Isoptera (parte) transformado em glândula produtora de seda ........................
― Asas com pelo menos uma célula; caso esteja ausente, então ................................................................Embioptera (parte)
abdômen peciolado e protórax reduzido, unido ao mesotórax ― Tarsômero basal da perna anterior subigual aos demais .. 31
........................................................................................... 23
31(30). Tarsos tetrâmeros. Asa anterior e posterior subiguais no
23(22). Asas anterior e posterior diferentes na forma e na venação; a comprimento (cupins, siriris, aleluias, térmitas) ...................
anterior cerca de 1,5 vezes mais comprida, com menos de 20 ..................................................................... Isoptera (parte)
células. Abdômen geralmente peciolado. Protórax reduzido, ― Tarsos dí- ou trímeros. Asa posterior mais curta que a asa
unido ao mesotórax (abelhas, vespas, cabas, marimbondos) anterior .............................................................................. 32
............................................................ Hymenoptera (parte)
― Asa anterior e posterior aproximadamente do mesmo 32(31). Cerco ausente. Antena filiforme, com 13 artículos ou mais.
comprimento, semelhantes na forma e na venação. Asa Asa anterior com pelo menos quatro veias longitudinais (R,
anterior com mais de 20 células. Abdômen não peciolado. M, CuA, CuP e A) ................................. Psocoptera (parte)
Protórax grande, separado do mesotórax ......................... 24 ― Cerco com um artículo. Antena submoniliforme, com nove
artículos. Asa anterior com três veias longitudinais (R, M e
24(23). Aparelho bucal prolongado, em forma de rostro, com CuA) ........................................................ Zoraptera (parte)
mandíbulas no ápice. Área costal da asa anterior geralmente
com uma ou duas veias transversais, raramente mais. Pernas 33(1). Sem aparência de inseto adulto. Tórax sem pernas ou com um
longas e finas. .................................................... Mecoptera a três pares reduzidos ....................................................... 34
― Aparelho bucal sem projeção em forma de rostro. Área ― Com aparência de inseto adulto, ou pelo menos de ninfa. Tórax
costal da asa anterior geralmente com mais de duas veias com dois ou três pares de pernas, geralmente articuladas e
transversais. ...................................................................... 25 com garras apicais que podem ser cônicas ou reduzidas .. 35

25(24). Base da asa posterior mais larga do que a da asa anterior. 34(33). Corpo geralmente escamiforme, coberto com cera. Aparelho
Veias terminam sem ramificação na margem da asa. Asa bucal sugador, com rostro surgindo da parte posterior da
anterior geralmente medindo mais de 8 mm de comprimento região ventral da cabeça. Insetos sésseis sob o substrato
........................................................................ Megaloptera (cochonilhas) ............ Hemiptera: Sternorrhyncha (parte)
― Base da asa posterior mais estreita que a da asa anterior ou, no ― Corpo vermiforme, sem segmentação distinta. Endoparasita
máximo, da mesma largura. Veias quase sempre bifurcadas de outros insetos, principalmente Hymenoptera e Hemipte-
próximo à margem da asa (exceto em espécies diminutas ra. Cabeça fundida ao tórax (cefalotórax), achatada dorso-
de Coniopterygidae, que possuem asa anterior com menos ventralmente, protraída entre segmentos abdominais do hos-
de 5 mm de comprimento e cobertas de pó esbranquiçado) pedeiro (fêmea larviforme de estrepsípteros) .......................
(formigas-leão) ................................................. Neuroptera .............................................................. Strepsiptera (parte)

26(20). Aparelho bucal mastigador; mandíbulas movendo-se em 35(33). Antena ausente. Perna anterior desenvolvida, projetada
plano transversal. Palpo maxilar e labial presentes .......... 27 para frente, com função sensorial. Menos de 1,5 mm de
― Aparelho bucal sugador, em forma de rostro. Palpo maxilar e comprimento ............................................................ Protura
labial estão ausentes (afídeos, pulgões, cigarras, cigarrinhas, ― Antena presente, às vezes muito reduzida. Perna anterior
percevejos) ....................................... Hemiptera (parte) ... 6 geralmente cursorial, às vezes fossorial, raptorial ou
reduzida ............................................................................ 36
27(26). Asa anterior e posterior com numerosas células e veias
transversais ....................................................................... 28 36(35). Abdômen com seis segmentos, com um colóforo no esternito
― Asa anterior e posterior sem nenhuma ou com poucas células I e geralmente com uma pequena furca (ou fúrcula) no
e veias transversais ........................................................... 29 esternito IV, bifurcada, para o salto. Geralmente com menos
de 6 mm de comprimento ................................. Collembola
28(27). Antena curta, diminuta, cerdiforme, com menos de seis ― Abdômen com mais de seis segmentos, sem colóforo e furca
artículos. Asas, quando em repouso, estendidas lateralmente ........................................................................................... 37

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37(36). Abdômen com pares de estilos ventrais em dois ou mais ― Pró- e metatórax geralmente distintos; se reduzidos, então
segmentos. Ápice do abdômen com um par de fórceps ou pescoço largo ou ausente. Halter ausente. Tarsos mono ou
com dois ou três apêndices articulados ............................ 38 dímeros. Antena mais longa que a largura da cabeça. .......47
― Abdômen sem estilos ventrais. Ápice do abdômen raramente
com apêndices .................................................................. 40 47(46). Corpo coberto com escamas e cerdas. Espirotromba com
palpo maxilar reduzido ou inconspícuo. Antena longa e
38(37). Ápice do abdômen com cercos, que podem ser multiarticulados multiarticulada (mariposas ápteras) ....... Lepidoptera (parte)
ou em forma de pinça. Estilos abdominais ventrais presentes ― Corpo sem escamas e, se cerdoso, com poucas cerdas.
nos segmentos I-VII ou II-VII. Tarsos monômeros. Olhos Aparelho bucal variável, nunca em forma de espirotromba, às
compostos ausentes. Corpo sem escamas ................ Diplura vezes inconspícuo. Antena com forma variável ............... 48
― Ápice do abdômen com três apêndices multiarticulados.
Estilos ventrais abdominais presentes nos segmentos II- 48(47). Aparelho bucal sugador, adaptado para picar e sugar ...... 49
IX, VII-IX ou VIII-IX. Tarsos di-, tri- ou tetrâmeros. Olhos ― Aparelho bucal mastigador, com mandíbulas opostas ..... 50
compostos geralmente presentes. Corpo com escamas ......... 39
49(48). Tarso com arólio em forma de lâmina eversível, com ou sem
39(38). Corpo um tanto cilíndrico. Tórax distintamente arqueado. garras. Aparelho bucal cônico, sem articulação. Palpo maxilar
Olhos compostos grandes, geralmente contíguos. Paracerco e labial presentes (tripes, lacerdinhas) ..... Thysanoptera (parte)
(filamento caudal mediano) mais longo do que os cercos ― Tarso sem arólio eversível, com duas garras (raramente
(traças saltadoras, silvestres) ...................... Archaeognatha uma). Aparelho bucal triangular ou alongado, geralmente
― Corpo achatado dorso-ventralmente. Tórax plano. Olhos articulado, raramente ausente. Palpo maxilar e labial ausentes
compostos pequenos, distanciados entre si, ou ausentes. (afídeos) .................... Hemiptera: Sternorrhyncha (parte)
Paracerco subigual ao comprimento dos cercos (traças-de-
livros) ................................................................. Zygentoma 50(49). Cabeça com a área abaixo da antena (pós-clípeo) geralmente
intumescida, bem desenvolvida. Protórax inconspícuo, menor
40(37). Corpo achatado lateral ou dorso-ventralmente. Ectoparasitas que mesotórax ou metatórax. Tarsos di ou trímeros. Cerco
de aves, mamíferos ou abelhas, geralmente encontrados sobre ausente ................................................... Psocoptera (parte)
o hospedeiro ..................................................................... 41 ― Cabeça sem área intumescida abaixo da antena. Protórax
― Corpo geralmente não achatado e de vida livre ............... 44 conspícuo, aproximadamente igual ou maior que o mesotórax
(exceto em Phasmatodea). Tarsos variáveis. Cerco variável .. 51
41(40). Tarsos pentâmeros. Antena curta, geralmente encaixada em
sulco .................................................................................. 42 51(50). Tarsos dímeros, tarsômero basal menor. Cerco simples.
― Tarsos mono, di ou trímeros ............................................. 43 Antena submoniliforme, com oito ou nove artículos. Menos
de 4 mm de comprimento ........................ Zoraptera (parte)
42(41). Corpo achatado lateralmente. Pernas projetadas ventralmente, ― Tarsos com três a cinco artículos (tarso posterior raramente
as posteriores mais desenvolvidas, adaptadas para o salto dímero). Cerco ausente ou com dois ou mais artículos; se
(pulgas) .......................................................... Siphonaptera simples, então corpo com mais de 10 mm de comprimento.
― Corpo achatado dorso-ventralmente. Pernas projetadas Antena variável ................................................................. 52
lateralmente, as posteriores subiguais às anteriores e médias
no tamanho (moscas ectoparasitas: Braulidae, Hippoboscidae, 52(51). Tarsômero basal da perna anterior intumescido, transformado
Streblidae e Nycteribiidae) .......................... Diptera (parte) em glândula produtora de seda ............. Embioptera (parte)
― Tarsômero basal anterior subigual aos demais ................. 53
43(41). Tarsos trímeros. Antena mais comprida que a cabeça
(percevejos) ..................... Hemiptera: Heteroptera (parte) 53(52). Pronoto com lobo lateral descendente bem desenvolvido.
― Tarsos monômeros. Antena mais curta que a cabeça (piolhos Perna posterior quase sempre modificada para o salto,
mastigadores, piolhos sugadores, chato) ........ Phthiraptera com fêmur engrossado e fêmur e tíbia mais longos que os
respectivos segmentos das pernas anterior e média (quando
44(40). Olho composto ausente. Pteroteca ausente. Rostro surgindo perna posterior e média semelhantes, então perna anterior
da parte posterior da região ventral da cabeça. Palpo maxilar fossorial). Vários grupos produzem sons (gafanhotos, grilos,
e labial ausentes. Insetos fitófagos. (cochonilhas: Coccoidea) esperanças, paquinhas) .......................... Orthoptera (parte)
................................... Hemiptera: Sternorrhyncha (parte) ― Pronoto sem lobo lateral descendente desenvolvido. Perna
― Olhos compostos presentes (às vezes reduzido ou posterior não modificada para o salto; se um tanto maior que
ausente). Pteroteca geralmente presente. Tarsos com dois a perna média, então fêmur não engrossado. Se perna anterior
a cinco artículos (monômeros em alguns Ephemeroptera, fossorial, então corpo ovalado e achatado. Incapazes de
Thysanoptera e Hemiptera) .............................................. 45 produzir sons ou produzem somente chiados .................... 54

45(44). Abdômen geralmente peciolado. Se diferente, então antena 54(53). Perna anterior raptorial. Protórax geralmente muito mais
geniculada, escapo muito mais longo que o pedicelo (formigas comprido que o mesotórax (louva-a-deus) ............................
e vespas) ............................................ Hymenoptera (parte) .................................................................. Mantodea (parte)
― Abdômen livre ou séssil. Antena nunca geniculada ......... 46 ― Perna anterior não raptorial. Protórax não alongado; se
alongado, mais curto que o mesotórax ............................. 55
46(45). Mesotórax muito desenvolvido; pró- e metatórax reduzidos.
Halter geralmente presente; se ausente, então cabeça muito 55(54). Peças bucais protraídas. Cápsula cefálica fechada
móvel, com pescoço estreito. Tarsos pentâmeros. Antena mais ventralmente, formando uma área gular entre a base do lábio
curta que a largura da cabeça, geralmente com três artículos, e a margem posterior da cabeça. Antena com 11 artículos ou
com arista apical (dípteros ápteros) ............. Diptera (parte) menos. Palpo maxilar com quatro artículos ou menos. Clípeo

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CHAVE PARA AS ORDENS - ADULTOS

inconspícuo (besouros sem ou com élitros muito curtos) ..... 58(56). Protórax mais curto que o mesotórax. Tarsos pentâmeros.
................................................................ Coleoptera (parte) Corpo alongado e estreito, em forma de graveto. Geralmente
― Peças bucais retraídas. Cápsula cefálica aberta ventralmente, mais de 30 mm de comprimento (bichos-paus, bichos-
assim o lábio atinge a margem posterior da cabeça. Antena gravetos, mané-magro) ...................... Phasmatodea (parte)
geralmente com 12 artículos ou mais; se menos, então clípeo ― Protórax tão longo quanto comprimento do mesotórax ou
distinto. Palpo maxilar com cinco artículos ..................... 56 mais longo. Tarsos com dois a quatro tarsômeros. Corpo
sem forma de graveto. Geralmente menos de 30 mm de
56(55). Cerco com quatro artículos ou mais ................................. 57 comprimento; se maiores, então cerco grande, em forma de
― Cerco com um a três artículos .......................................... 58 pinça ................................................................................. 59

57(56). Cabeça hipognata ou opistognata. Antena longa, filiforme. 59(58). Coxas relativamente grandes, aproximadas entre si. Cerco
Pronoto em forma de escudo e um tanto arredondado, muito pequeno, com um a três artículos, divergentes. Tarsos
geralmente cobrindo total ou parcialmente a cabeça em vista tetrâmeros. Corpo geralmente pálido ou branco (cupins,
dorsal. Corpo achatado dorso-ventralmente (baratas) .............. térmitas) ...................................................... Isoptera (parte)
.................................................................... Blattaria (parte) ― Coxas pequenas, distanciadas entre si. Cerco grande,
― Cabeça prognata. Antena moniliforme. Pronoto diferente; convergente, em forma de pinça. Tarsos trímeros, raramente
cabeça exposta. Corpo cilíndrico (cupins, siriris, aleluias, dímeros. Corpo geralmente marrom-escuro a preto
térmitas) ...................................................... Isoptera (parte) (tesourinhas, lacrainhas) ...................... Dermaptera (parte)

Referências bibliográficas

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Taylor, M.J. Whitten & M.J. Littlejohn (eds). The Insects of zoológica (coleções, bibliografia, nomenclatura). Segunda
Australia. A textbook for students and research workers. edição, Ed. UNESP, São Paulo. 285 p.

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PROTURA

PROTURA Silvestri, 1907


José Albertino Rafael
José Camilo Bedano

Protura. Do grego protos = primeiro, primitivo; oura = cauda. Morfologia (adultos) (Figs. 12.1-3). Corpo esbranquiçado,
Refere-se à ausência de estrutura especializada na extremidade às vezes variando de amarelo a marrom. Cabeça cônica, com
distal do abdômen, como cercos ou paracercos — cuja presença um par de pseudóculos (Fig. 12.1) com função olfatória.
é considerada primitiva. Antena ausente. Olho composto ausente. Peças bucais
endognatas, que se protraem levemente da cavidade bucal.
Diagnose. Ametábolos, endognatos, ápteros, a maioria Mandíbula estiliforme e maxila delgada, com gálea e lacínia
sem pigmentação. Olhos e antenas ausentes. Perna anterior alongadas. Palpo maxilar com três artículos. Lábio simples,
modificada, sensorial. Abdômen do adulto com 12 segmentos. bilobado distalmente. Tórax distinto, pouco diferenciado
Desenvolvimento anamórfico. do abdômen. Protórax reduzido dorsalmente. Espiráculos,
quando presentes, no meso e metatórax. Perna anterior maior,
Introdução. Os proturos não possuem um nome popular
no Brasil. São relativamente comuns, mas, face ao
tamanho diminuto (0,5-2 mm de comprimento), estão
pouco representados nas coleções. Pertencem ao grupo de
hexápodes mais basais, com desenvolvimento anamórfico.
Após a maturidade sexual, cessam as mudas. São ápteros, sem
pigmentação, alongados e cilíndricos. Não possuem olhos,
nem antenas. O sistema traqueal é pouco desenvolvido ou
ausente. Uma característica importante nos proturos é que
funcionalmente são tetrápodes: as pernas anteriores estão
dirigidas para frente e não são usadas na locomoção. Essas
pernas mantêm-se elevadas, são mais desenvolvidas que os
pares posteriores e funcionam como apêndices sensoriais.
O tipo e a distribuição dos sensores são de importância
taxonômica. São cosmopolitas, com 726 espécies (Szeptycki
2005), ocorrendo também em regiões frias, como Alaska e
Patagônia. No Brasil, foram registradas 26 espécies (Tab. 12.1),
sendo 16 na Amazônia (Overal & Papavero 2002), dez das
quais na Reserva Florestal Ducke (Overal & Papavero 2009).
A estimativa é que não mais que 10% das espécies existentes
já tenham sido descritas no mundo (Szeptycki 1997). Assim,
devem existir aproximadamente sete mil espécies no mundo e,
no Brasil, cerca de 800 espécies.
Não há registro fóssil conhecido. Considerando que
são próximos de Collembola, que têm fósseis conhecidos do
período Devoniano, os proturos devem ter a mesma idade.
Figuras 12.1-3. Protura, Acerentomidae. 1, Delamarentulus sp., vd
Na internet, há informações atualizadas sobre listas de (cerdas omitidas); 2, tarso anterior de Brasilidia auleta Szeptycki
espécies dessa ordem e referências bibliográficas (Maddison & Bedano; 3, ápice do abdômen com posicionamento da genitália.
2002; Szeptycki 2005). Fonte: Fig. 2 de Szeptycki & Bedano (2005).

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PROTURA

Tabela 12.1. Lista das famílias e espécies de Protura com registros Imaturos. Ovos são conhecidos para poucas espécies. A
para o Brasil e distribuição geográfica conhecida. embriologia é desconhecida. O desenvolvimento é anamórfico
em que os jovens são menores, semelhantes aos adultos e, após
Famílias / espécies Registros geográficos cada muda, aparece um novo segmento abdominal antes do
ACERENTOMIDAE último segmento. Os jovens recém-emergidos possuem peças
Amazonentulus amazonicus (Nosek, 1972) Brasil: AM, PA, RO bucais pouco desenvolvidas e abdômen com nove segmentos.
As ninfas passam por cinco ou seis fases: a pré-larva,
A. brasilianus (Nosek, 1973) Brasil: AM, PA, RO
recém-emergida, provavelmente imóvel, com peças bucais pou-
A. hagmannarum (Tuxen, 1976) Brasil: AM, PA
co desenvolvidas e com nove segmentos abdominais; protoninfa
A. ovei (Tuxen, 1976) Brasil: PA (larva I), com nove segmentos abdominais e peças bucais escle-
Baculentulus becki Tuxen, 1976 Brasil: AM rosadas; deuteroninfa (larva II), com dez segmentos abdominais;
B. tuxeni (Nosek & Hüther, 1974) Brasil: AM tritoninfa (adulto jovem), com 12 segmentos abdominais, menor
Berberentulus huetheri Nosek, 1973 Brasil: PA número de cerdas quando comparado com o adulto, sem genitália
externa. O adulto diferencia- se do imaturo pela genitália esclero-
B. nelsoni Tuxen, 1976 Brasil: SP, RS
sada. Membros de Acerentomidae passam por uma fase adicional
B. travassosi (Silvestri, 1938) Brasil: SP antes da fase adulta, com genitália parcialmente desenvolvida.
Brasilentulus huetheri Nosek, 1973 Brasil: AP
Brasilidia tropica Nosek, 1973 Brasil: PR Biologia. A biologia dos proturos é pouco conhecida. São co-
Delamarentulus tristani (Silvestri, 1938) Brasil: AM, PE; Costa do muns, mas difíceis de serem vistos. São crípticos e ocorrem
Marfim, Camarões preferencialmente na mesofauna do solo e na serapilheira, em
Kenyentulus kenyanus (Condé, 1948) Brasil: RJ; Quênia, Ilhas
locais úmidos, mas não encharcados. Algumas espécies são
(= K. neotropicus (Nosek, 1973)) Mauritius, Índia encontradas sob rochas, em madeira em decomposição, sob
cascas de árvores, em ocos de animais e ninhos de formigas,
Silvestridia artiochaeta Bonet, 1942) Brasil: MG, SP; México
ninhos subterrâneos de pequenos mamíferos, troncos em de-
EOSENTOMIDAE composição. São mais comuns em áreas de florestas. O hábito
Eosentomon caatingae Tuxen, 1976 Brasil: AM alimentar é muito pouco conhecido.
E. curupira Tuxen, 1976 Brasil: AM, PA As peças bucais são alongadas, sugerindo que se ali-
E. hoogstraali Nosek, 1973 Brasil: AM, PA, RO
mentam de fluídos. São saprófagos não especializados (panfi-
tófagos) e há evidências de que algumas espécies se alimentam
E. huetheri Nosek, 1973 Brasil: AM
de hifas de fungos, de matéria orgânica em decomposição e
E. proximum Tuxen, 1976 Brasil: AM de outros pequenos insetos que capturam com as mandíbulas,
E. wygodzinskyi Bonet, 1950 Brasil: RJ sugando-lhes o líquido (Machida & Takahashi 2004). O télson
Isoentomon atlanticum (Condé, 1947) Brasil: MG; França pode ser usado na locomoção e na defesa. Durante o acasala-
I. hauseri (Nosek, 1972) Brasil: PR mento, o macho deposita um espermatóforo, que é coletado
pela fêmea. A ecologia e zoogeografia das espécies brasileiras
I. myrmecobium Tuxen, 1975 Brasil: SP
foram discutidos por Tuxen (1977).
I. paulista Tuxen, 1975 Brasil: SP Habitam solo orgânico úmido não muito ácido, preferen-
Isoentomon pluviale Tuxen, 1975 Brasil: PA cialmente até 10 cm de profundidade. Os Protura estão divididos
Isoentomon sylvicola Tuxen, 1975 Brasil: PA em dois subgrupos, de acordo com a profundidade que habitam
no solo. Os que vivem mais próximo da superfície têm pernas
direcionada à frente e levantada, utilizada como antena, com mais longas e os que vivem mais na profundidade têm pernas
cerdas sensoriais (sensores), terminando numa garra (Fig. mais curtas. Os dados ecológicos são escassos ao nível de espé-
12.2). Perna média e posterior utilizadas para locomoção. cie. Possuem densidade variável de acordo com os ambientes e
Tarsos monômeros, com garras simples. Abdômen com 12 mostram certo padrão de agregação. Em condições adversas, mi-
segmentos nos adultos. Abertura glandular do segmento VIII, gram para a profundidade do solo. Na Amazônia, a abundância é
às vezes, pectinada e utilizada para separação de famílias. relativamente alta. Em extrações até 14 cm de profundidade, fo-
Esternos I-III com pequenos apêndices (estilos) com um ou ram capturados mais de mil indivíduos/m2 em floresta secundária
dois artículos; quando dois, com a anelação na extremidade de terra firme e em campinarana (Adis et al. 1989).
distal. Uma vesícula eversível no ápice de cada apêndice
abdominal. Último segmento abdominal denominado télson. Classificação. A classificação mais seguida é a proposta por
Cerco ausente. Genitália (Fig. 12.3) esclerosada, denominada Nosek (1973a-b) e confirmada filogeneticamente por François
escama genital (squama genitalis), abre-se entre os esternos (2003), com a divisão em três superfamílias.
XI e XII e é importante para identificação das espécies; possui
Eosentomoidea Acerentomoidea
dois braços basais (apódemas) e dois distais estilos, às vezes
1. Eosentomidae (12) Protentomidae
dividido em basistilo e dististilo. O macho possui dois poros
Antelientomidae 2. Acerentomidae (14)
genitais, um em cada estilo, e a fêmea um poro genital, entre
os estilos. Ovário em forma de saco. Ânus terminal. Sistema Sinentomoidea
respiratório traqueal ou tegumentar. Sinentomidae

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PROTURA

Relações filogenéticas. As relações entre as subordens apresentadas Importância. Os proturos alimentam-se de matéria orgânica
por François (2003) sustentam as classificações de Nosek (1973b), em decomposição e são importantes na reciclagem de
tendo sido utilizada por autores subsequentes. Eosentomoidea nutrientes. São bons indicadores da qualidade do solo em áreas
aparece como clado basal, seguido de Sinentomoidea e preservadas e em campos agrícolas.
Acerentomoidea, esta aparentemente mais apical. A proposta de
François (2003) ainda não esclarece as afinidades entre famílias e Chave para as famílias
considera a ordem dividida em cinco famílias. 1. Meso e metatórax com espiráculos e traqueias rudimentares.
Segmento abdominal VIII sem estrias na base .......................
Coleta e preservação. Os proturos são coletados em amostras ................................................................... 1. Eosentomidae
― Meso e metatórax sem espiráculos e traqueias. Segmento
do solo e da serapilheira. Os melhores locais são aqueles com
abdominal VIII com banda de estrias na base (Fig. 12.1) .....
pequenas raízes, base de troncos onde as raízes estão sob ................................................................. 2. Acerentomidae
acúmulo de serapilheira. Também podem ser coletados em ocos
de animais e sob pedras. As amostras devem ser colocadas em 1. Eosentomidae. Cosmopolita. Corpo alongado e peças bucais
funil Berlese ou aparelho Berlese-Tullgren. Os proturos movem- largas e robustas. Lacínia em forma de gancho. Apêndices
se lentamente e as amostras devem ser desidratadas lentamente. abdominais (estilos) com dois artículos. No Brasil, foram
Os que habitam solo mais profundo podem ser coletados por registradas 12 espécies de Eosentomon Berlese e Isoentomon
flotação utilizando solução saturada de açúcar. O material Tuxen (Tab. I).
deve ser acondicionado inicialmente em álcool 95% e depois
transferido para álcool 70% - 80% até a preparação em lâminas 2. Acerentomidae. Cosmopolita. Corpo delgado e peças bu-
permanentes. Não devem permanecer no álcool por mais de cais delgadas e alongadas (estiliformes). Lacínia e maxila
dois anos, pois se tornam impróprios para estudos taxonômicos. longas e acuminadas. Segmento abdominal VIII com banda
As lâminas/lamínulas devem ser mais finas possíveis para estriada na base; abertura da glândula abdominal no segmen-
possibilitar boas observações em grandes aumentos. Além da to VIII com ornamentação pectinada póstero-lateralmente.
montagem com bálsamo do Canadá, os proturos podem ser Apêndices abdominais (estilos) com um artículo. Para o Bra-
montados utilizando-se líquido de Swan (20 g de água destilada, sil, foram registradas 14 espécies (Tab. 12.1).
60 g de hidrato de cloral, 15 g de goma arábica, 3 g de glicose e
5 g de ácido acético glacial) ou líquido de Marc André (50 ml de Alguns trabalhos taxonômicos que tratam da fauna bra-
água destilada, 20 g de goma arábica, 200 g de hidrato de cloral sileira em ambas as famílias são Nosek (1973a), Tuxen (1976,
e 40 ml de glicerina). Ambos têm a mesma qualidade óptica. O 1977, 1978) e, mais recentemente, o catálogo das espécies
líquido de Swan seca mais rapidamente, mas é mais sensível amazônicas por Overal & Papavero (2002). Há chaves para
a pequenas sujeiras, podendo cristalizar-se. A secagem das separação de gêneros e espécies em Nosek (1978) e Tuxen
lâminas deve ser feita abaixo de 60 0C. As lâminas permanentes (1964).
devem ter as localizações dos espécimes marcadas com um
círculo no lado de baixo. É comum os espécimes ficarem muito Agradecimentos. Ao Dr. David Maddison, por autorizar o uso
claros e transparentes, de modo que sinalização facilita seu da foto que ilustra a página de rosto deste capítulo.
encontro em observações futuras.

Referências bibliográficas

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