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© Jair Putzke – todos os direitos reservados

PREFÁCIO

Como em toda a história que cerca a biodiversidade (e o Brasil tem muito dela), têm-se as
espécies em grande número, mas ainda não sabe-se quantas são, como são e nem qual a sua
importância. Enquanto na Europa já há preocupação em preservar espécies ameaçadas de
cogumelos, aqui nem sabemos quais são as espécies, que dirá as que são ameaçadas. Do livro
didático de todas as séries, ao conhecimento popular e indígena, perde-se muito pela pouca
divulgação do que são e para o que servem os cogumelos.
Precisa-se de mais especialistas nesta área e é para que eles sejam formados que foi escrito o
presente livro. A inexistência de um compêndio dos cogumelos do Brasil afasta muitos jovens desta
área, e para facilitar o trabalho de busca por bibliografias, reuniu-se tudo o que foi possível para
apresentar no presente livro.
A falta de conhecimento leva a preocupação com o que eles podem causar, especialmente se
os comermos ou tocarmos neles (o que é incompreensível!). Portanto, reza a lenda que não
podemos tocá-los, que dirá aproveitá-los de alguma forma. Lembro-me de uma ex-professora que
dizia, lá no interior, que usava uma bolota de um fungo (Lycoperdales – Lycoperdon cyathiformis)
para apagar o quadro negro antigamente, pois era uma esponja excelente para isso. Lembro-me do
susto de meu sogro quando viu meu rosto cheio de bolotinhas disparadas por centenas de Ascobolus
(Gasteromycete), quando manuseei o esterco seco onde eles cresciam. Lembro de muitos leigos
impressionados com o que pode ser feito com fungos. Lembro de um grupo de estudantes, em plena
selva Amazônica, saboreando centenas de Pleurotus comestíveis (alimento riquíssimo), enquanto
em um descampado uma família estava sem comer naquele dia, porque o marido não voltara com a
caça e ninguém sabia que podiam comer aquilo! Lembro-me do dia em que na Europa vi crianças
identificarem cogumelos pelo nome popular, como se faz com árvores por aqui (no interior):
quando vamos chegar neste ponto em nosso país? Até porque, no interior, os jovens já não
identificam mais nem as árvores.
Por fim, lembro-me de um primo mais velho que, ao ver que eu pegava um substrato com
um fungo semelhante a uma taça de vinho, cheio de bolinhas (Cyathus sp.), me dizia que era pra ter
cuidado, pois aquelas bolinhas saltavam fora e, ao bater em nosso pescoço, deixavam a vítima com
torcicolo. A este meu primo, sr. Arídio Back e sua família, com quem muito aprendi e a quem muito
respeitei, agradeço por despertar meu interesse pelos fungos, basicamente em função daquela
informação do conhecimento popular e um agradecimento especial à Dra. Maria Auxiliadora de
Queiroz Cavalcanti por nos orientar no mestrado e doutorado.
SIGLAS E ABREVIATURAS

AC – Acre
AL - Alagoas
AM – Amazônas.
AP – Amapá.
BA – Baía.
BAFC – Herbário da Argentina.
CE – Ceará.
ES – Espírito Santo.
F – Farlow Herbarium.
GO – Goiás.
HCB – Herbário da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS.
IMUR – Herbário da Universidade Federal de Pernambuco – PE.
INPA – Herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
M & P – cores tal como expostas em Maerz & Paul (1950).
MA – Maranhão
MG – Minas Gerais.
MS – Mato Grosso do Sul.
MT – Mato Grosso.
PA – Pará.
PACA – Herbário do Instituto Anchietano de Pesquisas.
PE – Pernambuco.
PI – Piauí.
PR – Paraná.
RJ – Rio de Janeiro.
RN – Rio Grande do Norte.
RO – Rondônia.
RR – Roraima.
RS – Rio Grande do Sul.
SC – Santa Catarina.
SE - Sergipe
SP – São Paulo.
(SP) – Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo.
RJ – Rio de Janeiro.
TO – Tocantins.

Obs.: muitas siglas de herbários não são aqui citadas por serem de uso corriqueiro e se referem às
que são citadas pelo Index Herbariorum e são referidas no item Material examinado de cada
descrição.
Deus, perdoai-nos, porque não
sabemos o que fazer com
nossa biodiversidade.

Ao Josué Lopes Putzke, esperando que ele possa compreender o tempo que perdemos preparando
esta obra e o seu propósito.
INTRODUÇÃO
Os fungos Agaricales são organismos em geral macroscópicos, apesar de alguns nem
atingirem um milímetro, com uma variedade tão grande que não tem uma só vez que entro em um
mato e não me impressiono com um exemplar diferente e maravilhoso.
Das matas do Recife, Horto de Dois Irmãos (Pernambuco), aos banhados do sul do Rio
Grande do Sul e de Poconé (MT) e Passo do lontra (MS), às matas do Instituto de Botânica de São
Paulo e ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da floresta Amazônica às cidades, por todo o Brasil
há espécimes lindíssimos. Estão por toda a parte!
São tantas as formas, cores e tamanhos que já nem discuto mais estas coisas com
profundidade quando tento caracterizar esta ordem. Surgindo a taxonomia molecular então, onde
uma Lepiota é do mesmo grupo que um Coprinus, que me pergunto como estão reagindo os mais
velhos taxonomistas (e talvez até os já falecidos!) e onde vai parar a taxonomia (dita) moderna. Só
lembro que este tipo de taxonomia não me adianta, pois é do reconhecimento a campo, com aquilo
que tenho na mão e o mais rapidamente possível e com poucos ou nenhum custo, que se faz a
verdadeira taxonomia, pelo menos por enquanto, no Brasil e no mundo.
No Brasil chega-se ao cúmulo de ver o número de Agaricólogos com doutorado estar
reduzido a um número tão pequeno. E estamos no país com a maior biodiversidade também deste
grupo. Em termos de cogumelos deve-se ter pelo menos 1/3 do que existe no mundo, mas destas
espécies só usamos menos de 10. Infelizmente, este é o preço da ignorância.
Estamos substituindo nossas matas nativas riquíssimas em cogumelos (entre outras
espécies), por matas de uma só espécie e exóticas, plantadas. Lá se vão muitas espécies de
cogumelos. E entram outras que estão associadas como micorriza com estas exóticas.
As pessoas que vão, por ventura, se interessar pelo grupo, devem ter uma coisa bem clara:
estudar cogumelos é muito gratificante, mas tem-se pouco estímulo pela pouquíssima bibliografia e
poucos orientadores na área. Vai aqui uma contribuição, ainda que bem básica, aos iniciantes.
Precisamos nos ajudar para conhecermos mais da agaricobiota brasileira. Portanto, vamos
nos unir e trabalhar juntos para compensar: estamos à disposição.
QUEM SÃO E COMO ESTUDAR OS COGUMELOS AGARICALES s. l.

Os cogumelos Agaricales ou o grupo do clado dos Euagaricos é um grupo monofilético de


aproximadamente 8.500 espécies. Pertencem à classe Agaricomycetes (= Homobasidiomycetes
sensu Hibbett & Thorn, 2001; Binder et al., 2005) e junto com os Boletales e Atheliales formam os
Agaricomycetidae. O trabalho de SINGER (1986) define bem os Agaricales, mas estas definições
reuniam um grupo de fungos que não eram monofiléticos, restando para esta ordem, atualmente,
apenas os que este autor considerava como uma subordem: as Agaricineae.
Os estudos na área da filogenética avançaram muito nos últimos anos, reunindo grupos cujas
afinidades nunca antes eram consideradas. Muitas posições taxonômicas devem mudar
drasticamente com o avanço das pesquisas nesta área. Está ficando cada vez mais evidente, por
exemplo, que os agáricos cefaloides e as falsas trufas tenham provavelmente evoluído de ancestrais
lamelados. Da mesma forma, alguns produziram basidiomas clavarioides. É ainda investigado
também, o fato de que o ancestral comum mais recente dos Agaricales tenha sido lamelado
(Matheny et al., 2006). Os achados fósseis de Agaricales são também escassos, o que dificulta ainda
mais os avanços nos estudos de filogenética. Somente quatro gêneros fósseis de cogumelos
lamelados são reconhecidos de acordo com HIBBETT et al. (2003), sendo o mais velho registrado
do Cretáceo, há cerca de 90 milhões de anos.
Relações entre os grupos encontram-se nos trabalhos de MATHENY et al. (2006), BINDER
et al. (2005), BODENSTEINER et al. (2004) e MONCALVO et al. (2000), entre outros.
Os cogumelos são extremamente diversificados em formas. Tem-se alguns mais raros, com
formas de clavas minúsculas ou mesmo como vasos de um milímetro. Pertencem alguns deles, aos
Agaricales evidentemente, mas a maioria tem o formato usual de um cogumelo, com chapéu (píleo)
e pé (estipe ou estípite) característicos que lembram um guarda-chuva (Figura 03). Mais ou menos
carnosos, às vezes formados somente por uma pele finíssima, mas esta é a forma da maioria. Alguns
não têm o tal pé, chamado estipe ou estípite. Outros têm um deles (estipe ou píleo) maior que o
outro. Há muitas variações macroscópicas, mas a certeza da espécie que se tem em mãos só pode
ser conseguida se observarmos também as características microscópicas.
O iniciante em taxonomia de cogumelos deve ter acesso, portanto, a um microscópio. A
potência deste influencia, mas deve-se que ter condições de medir o tamanho das estruturas sob
observação e às vezes usar óleo de imersão em um aumento maior. Dimensões de esporos
(estruturas de reprodução), cistídios (estruturas estéreis que emergem das lamelas e poros que
recobrem o lado inferior dos píleos) e outras estruturas são importantíssimas. Portanto, sempre que
possível, meça logo o que está sendo observado.

COMO COLETÁ-LOS:
Os cogumelos podem ser encontrados em todas as épocas do ano, alguns sendo exclusivos
de certas estações. Os substratos são variados, mas ocorrem principalmente em solo, esterco ou
restos vegetais, em especial madeira. Mas existem substratos bem diferentes como carvão e rocha
pura, por exemplo.
Durante as coletas, o material deve ser destacado do substrato com auxílio de faca ou
espátula, cuidando para não puxá-lo com os dedos, pois isto danifica certas estruturas
microscópicas. Quando possível, o substrato, em sendo de origem vegetal, deve ser identificado
ainda a campo e, quando não for possível, consultar especialistas em taxonomia vegetal para a
correta identificação do material.
O cogumelo coletado deve ser acondicionado individualmente em potes de plástico, para
evitar a mistura de esporada (massa de esporos que é liberada gradualmente durante a maturação) e
para garantir a segurança do espécime, no sentido de preservá-lo de acidentes que o danifiquem
irremediavelmente, impossibilitando a posterior identificação. Desta forma, as coletas devem ser
transportadas até o laboratório, onde se faz a identificação específica, através da análise macro- e
microscópica dos espécimes coletados. Para o acondicionamento final das coletas no herbário,
pode-se utilizar a metodologia exposta em BOHUS (1963) e KENDRICK (1969), sendo todas as
exsicatas acondicionadas em potes de plástico individuais ou sacos de papel. A desidratação deve
ser feita em estufa a 40o C, sendo anotadas as modificações em forma e coloração dos basidiomas.
Na verdade, uma boa coleta deve ser logo medida em todos os seus aspectos. Para isto
monta-se um esquema de anotações para que seu cogumelo seja meticulosamente analisado, sendo
que isto deve ser feito com todas as amostras encontradas. Portanto, medir (e anotar) é o melhor
negócio! Veja a seguir.

O QUE DEVE SER MEDIDO (MACROSCOPIA):


Devem ser medido com régua ou, de preferência paquímetro, as seguintes estruturas
macroscópicas:
Píleo: medir o diâmetro. Se o cogumelo for assimétrico, medir o lado maior e o menor,
indicando ambos. O tracejado da Figura 01 (a, b) indica onde deve ser posto a régua ou o
paquímetro para as medições de diâmetro.
Se a margem do píleo for lobada, medir o tamanho dos lobos (traço negro na Figura 01 c, d,
em vista superior).

Figura 01 – Vista superior de cogumelos indicando disposição da régua ou paquímetro para


obtenção do diâmetro do píleo (a, b) ou da largura do lóbulo (c, d).

Fazer corte longitudinal ao basidioma conforme Figura 02 e medir a espessura do contexto (a)
e tamanho das lamelas (b).

Estipe: aproveite a seção feita para obtenção das dimensões acima e faça as seguintes
observações: medir o diâmetro do estipe (aproximadamente no centro deste– Figura 2c) e na base
(especialmente se for alargada formando um bulbo basal - Figura 2d), além do comprimento total
(Figura 2e). Na seção, observe se houve mudança na coloração original, pois muitos fungos podem
apresentar mudanças para amarelo, vermelho, verde, azul ou outras cores, o que ajuda na
identificação. Na seção longitudinal observe também se o estipe é oco ou se apresenta algum tipo de
espaço com ar (cavernoso). Ainda observe se o estipe se desconecta fácil do píleo e sua
consistência.
Figura 02 – A - esquema mostrando corte longitudinal e regiões que devem ser medidas. B-
Esquema apresentando a sequência de corte para observar a trama da lamela, camada cortical e
himênio (a): b-e: tramas homomêras: b- trama regular; c- trama bilateral; d- trama inversa; e- trama
irregular; f- trama heterômera; g- himênio; h. basídios; i. basidíolos. (adaptado de Pereira & Putzke,
1989).

Anel ou véu: anote se ele está virado para cima (funil) ou para baixo, e a localização (meio,
metade basal ou metade apical) e se é fixo ou móvel (Figura 3c). Se restos dele ficaram na margem
do píleo ou em sua superfície e a cor destes restos.
Volva: tamanho, se é lobada ou não e como se apresenta sua superfície incluindo a cor e
textura (Figura 3d).
Figura 03 – Partes macroscópicas principais de um cogumelo completo: a- píleo (a seta está
indicado a sua superfície); b- estipe; c- anel ou véu; d- volva; e- himenóforo, neste caso lamelado; f-
rizomorfas, em geral sobre o substrato ou dentro deste. Adaptado de PEREIRA & PUTZKE (1989).

Deve-se anotar ainda a forma geral do píleo e estipe e de sua superfície, conforme a figura 6.
A esporada é retirada do cogumelo colocando o mesmo em um pote fechado com uma
bolinha de papel higiênico molhada para manter alta a umidade do ambiente. Corte o estipe ou
posicione o píleo de maneira a ficar com o himenóforo (lado com lamelas ou poros) voltado para
baixo como na Figura 04.
Figura 04 – Acima: píleo de cogumelo com estipe cortado e posicionado sobre folha de papel para
obtenção de esporada. Abaixo esporos vistos ao microscópio - Lisos (A): a- globoso; b-
subelipsóide; c- fusóide; d- limoniforme; e- alantóide; f- assimétrico; g- rombóide; h- subexagonais;
i- com parede dupla; j- calcarado; l- cruciforme; m- angulosos; n- com poro germinativo e parede
grossa; o- subgloboso; p- elipsóide. Ornamentados (B): a- equinados-espinhodos; b- equinados; c-
verrucoso; d- com plage; e- subreticulado; f- nodoso; g- com nervuras longitudinais; h- reticulado;
i- tuberculoso; j- rugulosos; l- rugosos (Adaptado de Pereira & Putzke 1989).

A forma do píleo e sua superfície (tipo de ornamento) também devem ser anotados a fresco.
Para estas anotações devem ser comparadas as Figura 06 a 07 e aproximações a alguma destas
formas devem ser anotadas com os prefixos “sub-” .
IDENTIFICAÇÃO
Tanto para o material coletado, quanto para os revisados de coleções de herbários, devem ser
anotados e quando necessários desenhados, os seguintes caracteres:

a) MACROSCÓPICOS
- Hábitat e hábito: descrever o micro-habitat da espécie bem como seu posicionamento entre os
hábitos conhecidos, especialmente se eram pleurotoides (estipe de excêntrico a lateral ou séssil),
clitociboides (lamelas decurrentes em estipe central e com mais de dois mm de diâmetro),
onfaloides (lamelas decurrentes em estipe central e com menos de dois mm de diâmetro),
colibioides (lamelas adnexas a adnatas, com contexto fino e cartilaginoso, estipe central),
tricholomoides (basidiomas grandes, com lamelas adnato-emarginadas, com contexto grosso e
carnoso), marasmioides (píleo cartilaginoso a membranáceo com estipe muito fino e negro
lembrando fio de crina de cavalo), entre outros.
- Substrato: quando de origem vegetal, procurar identificar se era pelo menos mono ou
dicotiledônea e, quando possível, a espécie ou pelo menos a família. No caso de esterco, o tipo
de animal.
- Crescimento: se isolado, gregário, cespitoso ou em tufos.
- Píleo: diâmetro, forma, superfície, cor, tipo de margem; contexto - espessura, cor e consistência
(ver Figuras 4 – 6).
- Lamelas: forma, inserção em relação ao estipe (livres, colariadas, adnexas, adnatas,
decurrentes), abundância (próximas a distantes), cor, bordos, consistência.
- Estipe: dimensões, posição, forma, cor, superfície, consistência.
- Véu: duração (logo evanescente ou fugaz a permanente ), tamanho, forma, posição, superfície,
cor.
- Anel: duração, tamanho, forma, posição, superfície, cor, consistência, margem, relação com o
estipe.
- Cor da esporada (ver Figura 04 para saber como obter a esporada).
- Odor.
- Sabor.
Figura 05 – Acima da linha - tipos de camada cortical do píleo: a- tricoderme; b- tricoderme-
paliçadoderme; c- paliçadoderme; d- himenoderme; e- exotricoderme; f- tricocútis; g- epitélio; h-
com equinídios do tipo Siccus; i- com equinídios do tipo Rotalis; j- aspecto geral da camada cortical
com equinídios; l- com dermatocistídios do tipo esclerocistídios; m- hifas prostadas; n- com hifas
diverticuladas; o- equinídios do tipo Mycena; p- cutis de hifas prostadas com pigmento intracelular;
q- hifas com pigmento intraparietal; r- hifas com fíbulas e pigmento intracelular.
Abaixo da linha: formas e tipos de cistídios: a- metulóides; b- macrocistídios; c- crisocistódios; d-
leptocistídio; e- feocistídio; f- tipo Melanoleuca; g- acantófise; h- hifóide; i- piriforme; j- utriforme;
l- lageniforme; m- fusóide; n- capitado; o- utricóide; p- equinídio; q- metulóides do tipo Cervinus
(adaptado de Pereira & Putzke, 1989).
b) MICROSCÓPICOS
Para a microscopia devem ser preparadas lâminas utilizando-se KOH (hidróxido de
potássio) para reidratação. Com o uso de lâmina de barbear, devem ser realizados cortes
transversais à lamela e contexto de acordo com a metodologia exposta em PUTZKE & PUTZKE
(1998; 2012). Seções longitudinais finas do estipe e perpendiculares à superfície do píleo devem ser
realizadas para observar-se estruturas importantes destas regiões. Entre as que devem ser
observadas constam as seguintes:
- Camada cortical (tipo se diferenciada, tipo de pigmento e sua localização, diâmetro das hifas,
hipoderme - quando diferenciada – Figura 5).
- Contexto (tipo, diâmetro e disposição das hifas que a compõe, presença de espaços e ocorrência
de gelatinização).
- Fíbulas (presença ou não).
- Trama da lamela (disposição e diâmetro das hifas, tamanho de mediostrato e laterostrato -
Figura 2B).
- Himênio (organização e disposição de estruturas férteis e estéreis- Figura 2B)
- Cistídios (forma, dimensões, disposição e pigmentação; reações químicas – Figura 5).
- Basídios (forma, dimensões, disposição e pigmentação; número de esterigmas e comprimento;
espessura da parede); dimensões de acordo com WASSER & BERGER (1983).
- Esporos (dimensões, cor, forma, reação com Melzer, parede e vacúolos). De acordo com
SINGER (1986) - (Figura 4).
A metodologia exposta em KOHLMEYER & KOHLMEYER (1996) pode ser empregada
para o preparo de lâminas permanentes. PUTZKE & PUTZKE (2003) apresentam glossário
ilustrado de micologia que pode ajudar na identificação de macro e microestruturas.

DESIDRATAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO

Os cogumelos podem ser facilmente desideratados para conservar uma amostra. A


desidratação deve ser feita a no máximo 40º C, para não perder-se a química, muitas vezes essencial
para estudos posteriores. Isto pode ser conseguido com uma caixa com porta de madeira onde se
instalam duas lâmpadas incandescentes de 60 W e furos para a saída da umidade que evapora, o que
permitirá desidratar bem o material, mas cuidando-se para que a luz não entre em contato direto
com os cogumelos. Percebe-se que a desidratação foi suficiente quando se encosta no cogumelo e
ele está durinho. Cuide para que o cogumelo não reidrate depois, enrolando-o em um papel toalha
ou papel higiênico e acondicionando-o em envelope de papel encerado ou mesmo um saquinho do
plástico ou potes de qualquer natureza.
Assim preparada uma amostra pode ficar guardada prá sempre, mas cuide para que insetos
não tenham acesso à amostra, pois muitos são comidos até anos mais tarde. É o que se percebe em
coleções de cogumelos depositados em herbários do Brasil e do mundo. Muitas coletas importantes
são perdidas para sempre e nada garantirá que poderemos recoletá-las.
Pode-se acondicionar amostras em FAA ou misturas de vinagre com álcool, mas são difícieis
de manter pelo custo e espaço. Uma última forma de acondiciona-los é imersos em óleo mineral,
mas tem o mesmo problema da técnica anterior. Uma descrição completa destas técnicas pode ser
encontrada em PUTZKE & PUTZKE (2012).
É importante notar que em muitas coleções de herbário os cogumelos têm sido perdidos,
mofam ou são comidos por insetos. Na revião de material feita no herbário SP por ESPOLAOR
(2014) para o estado de São Paulo, das 2.242 excicatas citadas, 235 não foram encontradas no
acervo e 191 (dados expostos no tópico Conclusão) estavam em mau estado de conservação,
representando estes dois últimos números, 18,7 % do total. Portanto, todo cuidado é pouco.
Figura 06 – Formas gerais de píleo para Agaricales: a- aplanado (seção, logo acima); b- convexo; c-
côncavo; d- depresso no centro; e-plano-convexo; f-hemisférico; g- campanulado; h-cônico; i-
umbonado; j- umbilicado; l- infundibuliforme; m- papilado; n- infundibuliforme-depresso.
Adaptado de PEREIRA & PUTZKE (1989).
Figura 07- Tipos principais de superfície de píleo em Agaricales, com b, e, h, o (píleo inteiro e parte
terminal do estipe); a, c, n, p (aumento visto sob lupa); d, f, g, i, j, m (seções de metade do píleo
vendo-se a lamela, contexto do píleo e superfície (de baixo para cima): a- pruinoso (aumentado em
lupa); b- areolado; c- furfuráceo (sob lupa); d- esquarroso (seção de metade do píleo); e- escamoso;
f- escamoso (seção); g- viloso; h- esquamuloso; i- híspido; j- hirsuto; l- com esquâmulas piramidais
agudas; m- estrigoso; n- flocoso (sob lupa); o- plicado-sulcado; p- tomentoso. Adaptado de
PEREIRA & PUTZKE (1989).
Para que tudo seja observado, recomenda-se seguir a lista da ficha que deve acompanhar a
amostra que é sugerida abaixo (adaptada de Putzke & Putzke, 2012):
CARACTERIZAÇÃO DOS AGARICALES sensu lato

A Ordem Agaricales (Basidiomycota – Fungi) está sendo muito subdividida em função dos
avanços em pesquisas de filogenia, em especial com o uso da genética. O desmembramento de
ordens a partir de Agaricales tem sido uma constante nos trabalhos baseados em biologia molecular,
o que implica em profundas mudanças na taxonomia nos graus mais superiores e até mesmo ao
nível de gênero e espécie.
De acordo com SINGER (1986) e PEREIRA & PUTZKE (1989), a ordem inicialmente
caracterizava-se por apresentar: basidiomas de hábito variado, desde muito pequeno (menos de um
milímetro) até gigantes (com mais de 50 centímetros). Himenóforo lamelado (às vezes intervenoso)
ou poroide a favoloide, às vezes pouco desenvolvido e em alguns liso. Lamelas (se presentes) de
livres a colariadas ou sublivres, adnexas, adnatas, sinuadas a decurrentes. Estipe geralmente
presente e central, às vezes excêntrico, lateral ou ausente, em algumas espécies com pseudoestipe;
véu e volva ausentes ou presentes em bem formados. Contexto muito fino (com menos de 1 mm)
até grosso e carnoso (com mais de 1 cm). Esporada branca ou creme, às vezes rosa-creme, violeta-
pálido ou verde, ou mais escura, ferrugínea, marrom a preta, com várias tonalidades. Esporos de
parede lisa ou variadamente ornamentada, com ou sem poro germinativo, inamiloides, amiloides ou
pseudoamiloides, cianófilos ou acianófilos. Basídios com ou sem granulações carminófilas,
apresentando (1)-2-(3)-4 esterigmas, a grande maioria das espécies com 4. Cistídios ou
pseudocistídios presentes ou ausentes, versiformes e de diversos tamanhos, desde inconspícuos e
não projetantes até muito projetantes, de paredes geralmente finas e hialinas, raro grossas e
pigmentadas, em algumas espécies são do tipo metaloides. Hifas da trama do píleo e/ou do estipe
gelatinizadas ou não, densamente dispostas ou com espaços preenchidos por ar ou mesmo por
gelatina, inamiloides, amiloides ou pseudoamiloides. Camada cortical muito variada, desde não
diferenciada até recoberta por uma epícutis, com hifas terminais erguidas e geralmente
morfologicamente distintas, normalmente himeniforme, paliçadoderme ou tricoderme,
eventualmente com seus elementos ornamentados, formando equinídios ou celular, com elementos
muito inflados. Trama himenoforal heterômera ou homômera, às vezes com células globosas,
regular a irregular, raramente bilateral ou inversa. Sistema de hifas monomítico, septos com ou sem
fíbulas.
Ocorrem em todos os continentes incluindo o Antártico (Singer & Corte, 1962; Putzke &
Pereira, 1996).
No presente trabalho utiliza-se esta definição para a ordem, admitindo, entretanto a
separação em ordens como Boletales e a inclusão nesta de diversas famílias originalmente dispostas
em Agaricales como Paxillaceae e Strobilomycetaceae.
ALGUNS TRABALHOS QUE CITAM AGARICALES PARA O BRASIL

Os primeiros registros de fungos macroscópicos para o Brasil datam de 1767, ano em que se
coletou a exsicata mais antiga do país, Pycnoporus sanguineus, recolhida por P. Commerson e
depositada no Museu de História Natural de Paris, de acordo com FIDALGO (1970). Os primeiros
Agaricales foram citados para o Brasil somente na primeira metade do século XIX, nos trabalhos de
LINK (1809), onde há referências às espécies coletadas por J. C. Hoffmannsegg (local e data
ignorados).
MONTAGNE (1837) e BERKELEY (1839; 1843; 1879-80), BERKELEY & COOKE
(1876; 1877) descrevem espécies do Brasil ainda hoje reconhecidas (como Marasmius
haematocephalus Mont., por exemplo).
Para o Rio Grande do Sul, um dos estados mais estudados, os primeiros trabalhos que citam
espécies são os de ROMELL (1901), THEISSEN (1908; 1912) e de RICK (1905; 1907; 1930; 1938;
1961). SINGER (1953a) revisa as espécies descritas pelo padre Johannes Rick, considerado o pai da
micologia brasileira, adaptando-as à taxonomia moderna, especialmente com a adição dos
caracteres microscópicos, praticamente ignorados por Rick (cita o tamanho dos esporos).
THEISSEN (1908) apresenta revisão do gênero Marasmius para o Rio Grande do Sul,
citando um total de 38 espécies. Muitas destas foram transferidas para Marasmiellus, na revisão de
SINGER (1973a). THEISSEN (1912) reúne os fungos Hymenomycetes já encontrados até a data
para este estado.
Após a revisão de SINGER (1953a) dos tipos de Rick e de coletas feitas pelo autor no estado
do Rio Grande do Sul, os trabalhos com Agaricales diminuíram muito, ocorrendo citações apenas
em trabalhos continuados de Rolf Singer, incluindo às vezes alguns colaboradores, como SINGER
& DIGILIO (1951), mas baseados principalmente em sua revisão publicada em 1953. Citam-se
neste caso, ainda os trabalhos de SINGER (1964a), que revisa algumas Boletales para a América do
Sul; SINGER (1969) que apresenta revisão de fungos encontrados no Sul da América do Sul,
reportando inclusive os encontrados em seu trabalho de 1953. SINGER (1973a) apresenta, entre
outros, resultados da revisão dos Marasmius coletados por Rick e Theissen. SINGER (1989) revisa
coleções para a Amazônia, entre outras, citando muitas espécies novas.
O Padre Balduíno Rambo reúne os manuscritos deixados por Rick e publica a obra póstuma
RICK (1961), onde cerca de 700 espécies da família Agaricaceae lato sensu são referidas para o Rio
Grande do Sul, demonstrando o grandioso trabalho empreendido pelo pai da micologia brasileira,
mas criando uma série de confusões, especialmente com nomes científicos já rearranjados por
SINGER (1953a).
Augusto Chaves Batista dedicou-se ao estudo de muitos grupos de fungos incluindo
Agaricales, principalmente no Nordeste brasileiro, tendo publicado, ainda com colaboradores,
BATISTA (1955), sobre alguns Agaricaceae saprófitos de Pernambuco, BATISTA & BEZERRA
(1960), sobre Basidiomycetes vulgares no Nordeste, BATISTA at al. (1966) uma revisão de fungos
do Pará e BATISTA et al. (1955) uma coletânea de novas espécies.
Osvaldo Fidalgo contribuiu não só para a pesquisa básica em taxonomía de Agaricales e
outros fungos quando publicou FIDALGO (1968) sobre fungos do Mato Grosso, FIDALGO (1970),
com algumas adições a história da micologia brasileira, FIDALGO et al. (1965) sobre fungos do
cerrado e FIDALGO & HIRATA (1979) resgatando o conhecimento de nossos índios, mas também
deu uma grande contribuição aos iniciantes em taxonomia ao lançar dicionário micológico com sua
esposa, em FIDALGO & FIDALGO (1967).
Somente na década de 80, por iniciativa de micólogos como Rosa Trinidad Guerrero e
Antônio Batista Pereira, ressurge a agaricologia com ênfase em taxonomia no Rio Grande do Sul.
GUERRERO & HOMRICH (1983; 1999) apresentam um guia de identificação para os fungos
macroscópicos que consideram mais comuns no estado. PEREIRA (1984a, b) apresenta os
resultados de sua dissertação de mestrado envolvendo o levantamento dos gêneros encontrados no
RS e dos encontrados na Floresta Nacional de São Francisco de Paula. PEREIRA (1998; 2000)
apresenta revisão do gênero Lepiota no Brasil.
RAITHELHUBER (1973; 1974; 1980; 1984a; 1984b; 1984c; 1985a; 1985b, 1985c; 1987a;
1987b; 1987c; 1988; 1990; 1991) apresenta revisões de Agaricales para a América do Sul, incluindo
um trabalho monográfico do gênero Mycena, reunindo várias espécies referidas por Rick para o Rio
Grande do Sul. RAITHELHUBER (1991) expõe suas conclusões quanto à revisão de fungos
Argentinos, referindo espécies inclusive do sul do Brasil, cuja citação baseia-se principalmente nos
trabalhos realizados pelo Padre Johannes Rick.
PUTZKE & PEREIRA (1988) revisam o gênero Oudemansiella para o RS, registrando a
ocorrência de 4 espécies para a área.
PEREIRA & PUTZKE (1989) em um guia de identificação, reúnem as famílias e os
gêneros já conhecidos para o RS e referem à ocorrência de pelo menos 17 famílias e 100 gêneros de
Agaricales.
PUTZKE & PEREIRA (1990) apresentam a revisão dos gêneros Cyptotrama, Resupinatus e
Dictyopanus (Tricholomataceae) para o Rio Grande do Sul, concluindo estarem representados, cada
um deles, por uma espécie.
PUTZKE (1994) e PUTZKE & CAVALCANTI (1995) revisam o gênero Hohenbuehelia
para o estado do Rio Grande do Sul, apresentando descrições e ilustrações para 17 espécies.
PUTZKE (1999) revisa o gênero Laccaria no RS e conclui que o mesmo está representado por 3
espécies na área.
PUTZKE (1994), em uma lista inicial compilada com o objetivo de reunir o máximo de
referências existentes sobre cogumelos do Brasil, apresenta um total de 1.011 espécies de
Agaricales para o País, reforçando o grande número de representantes desta ordem para na área. O
autor refere ainda, o grande número de espécies de posição incerta, especialmente por terem sido
perdidos os tipos em função de ataque de insetos, mofo, bolores ou mesmo de causa ignorada.
Estranhamente a lista de Agaricales de CAPELARI et al. (2010) refere apenas 255 espécies que,
adicionados às 86 espécies de Boletales tratadas no mesmo trabalho por ALVES et al. (2010) mal
chegam a 1/3 das que realmente ocorrem por aqui (341 x 1011- além das adições em anos recentes).
Como comparativo, cita-se ainda que MEIJER (2006) apresenta lista completa dos Agaricales
referidos para o Paraná, onde pelo menos 1.113 espécies são citadas somente para este estado!
MUELLER & WU (1997) apresentam a revisão de todos os trabalhos publicados por Rolf
Singer e apresentam um lista das descritas a partir de material encontrado pelo mesmo em toda a
sua vida científica. Como resultado, tem-se a citação de 379 espécies (além de Mycena cyatheae
Singer, erradamente ignorada na lista) de Basidiomycetes para o Brasil descritas pelo autor,
demonstrando como são importantes os trabalhos deste agaricólogo para a taxonomia de Agaricales
no Brasil.
Excelentes contribuições aos estudos de fungos macroscópicos brasileiros surgiram com os
trabalhos Vera Lúcia Ramos Bononi e de seus orientados, citando-se BONONI (1984 e 1992) com
os levantamentos de Basidiomycetos do Cerrado da Reserva Biologica de Moji Guaçu, São Paulo
e de Rio Branco no Acre, respectivamente, além de BONONI et al. (1981; 1981a, b, c; 1984; 1995),
tratando de fungos Agaricales de São Paulo, cultivo de cogumelos, fungos macroscópicos em
coleções, entre outros.
GRANDI et al. (1984) estudam Agaricales de São Paulo. PEGLER (1997) propõe chaves de
identificação para os Agaricales de São Paulo. CAPELARI et al. (1998) citam a ocorrência de 208
espécies em 64 gêneros de Agaricales para o estado de São Paulo. Destes, 9,6% foram citados para
restinga, 69,7% para mata atlântica, 20,2% para campo de altitude (Campos do Jordão), 6,7% para
mata mesófila sem decídua e 2,4% para cerrado. A Mata Atlântica é o ecossistema com maior
porcentagem de espécies conhecidas em decorrência das coletas efetuadas por Puigarii e por
CAPELARI (1989).
NEVES & CAPELARI (2007) referiram 20 gêneros e 70 espécies de Boletales (incluída na
ordem Agaricales por Singer, 1986) em revisão das espécies do Brasil.
Aristóteles Góes-Neto dedica-se ao estudo dos fungos principalmente encontrados na Bahia
ao nível bioquímico e fisiológico, publicando alguns trabalhos com taxonomia de Agaricales, entre
eles GÓES-NETO (1996, 1999), GÓES-NETO & BASEIA (2006) e GÓES-NETO et al. (2003).
Larissa Trierveiler Pereira, Bianca Denise Barbosa da Silva e Tiara Souza Cabral têm
trabalhado com Agaricomycetes gasteroides com uma série de trabalhos publicados sobre
taxonomia como TRIERVEILER-PEREIRA et al. (2010; 2014; 2017), TRIERVEILER-PEREIRA
& BASEIA (2010), SILVA et al. (2012), SILVA et al. (2010) e CABRAL et al. (2017).
Camila Ribeiro Alves tem se dedicado ao estudo dos Agaricomycetes gasteroides, tendo
publicado inclusive especies novas, podendo-se citar ALVES et al. (2014; 2016; 2017).
Clarice Loguercio-Leite orientou muitos agaricólogos, mas dedicou-se principalmente ao
estudo dos pliporáceos afiloforoides, apresentando vários estudos com Polyporus e uma lista de
macromycetes para Santa Catarina LOUGUERCIO-LEITE et al. (2009).
Dirce Leimi Komura, apesar de trabalhar mais em outra área, tem se dedicado também à
taxonomia de Agaricales como em KOMURA det al. (2016), com desc rição de duas espécies novas
de Marasmius.
Elisandro Ricardo Drechsler dos Santos atua na taxonomia de afiloforoides, mas
eventualmente reazliza pesquisas com Agaricales em especial com trabalhos sobre fungos
lentinoides em WARTCHOW et al. (2010), sobre as Oudemansiella de esporos equinados,
DRECHSLER-SANTOS et al. (2008), sobre uma espécie nova de Polyporus e revisão de material
de herbário e DRECHSLER-SANTOS et al. (2007) sobre macromycetes em mata nativa do sul do
Brasil.
Felipe Wartchow dedicou-se ao estudo de muitos gêneros de Agaricales, dedicando-se mais
as Entolomataceae, Amanitaceae, Agaricaceae e Pluteaceae, dentre outras, como em WARTCHOW
(2005) e WARTCHOW et al. (2007; 2008; 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017).
Fernanda Karstedt apresenta diversos trabalhos envolvendo a família Entolomataceae no
estado de São Paulo, em especial KARSTEDT & CAPELARI (2010; 2013) sobre Calliderma e
Inocephalus, KARSTEDT et al. (2007) sobre Pouzarella. Em KARSTEDT (2013) relatam
ocorrência de Phaeocollybia megalospora var. tetraspora em SP e em KARSTEDT & STURMER
(2008) os fungos encontrados em floresta ombrófila densa e plantações de Pinus em Santa Catarina.
Seguem trabalhos com Entolomataceae em KARSTEDT & CAPELARI (2016) e KARSTEDT
(2015).
Francisco Junior Simões Calaça e Solange Xavier dos Santos têm se dedicado ao estudo dos
fungos coprófilos, eumerado também Agaricales em trabalhos como CALAÇA & XAVIER-
SANTOS (2012) e CALAÇA et al. (2014), com lista dos coprófilos referidos ao Brasil.
Gilberto Coelho, apesar de dedicar-se mais a fungos afiloforoides e similares, tem publicado
artigos considerando Agaricales, como SILVA et al. (2016), WARTCHOW et al. (2006), CORTEZ
& COELHO (2005), entre outros.
Helen Maria Pontes Sótão apresenta estudos para os Agaricales do Amapá e sobre os
Basidiomycetes de manguezais, como SOTÃO et al. (1991; 2002) e CAMPOS et al. (2005).
Iuri Goulart Baseia dedica-se ao estudo de fungos gasteroides, mas tem contribuido com
alguns trabalhos em taxonomia de agaricoides como em SA et al. (2013 a, b) com lista de
Russulaceae para o Brasil e uma espécie nova de Lactifluus, respectivamente, MENOLI et al.
(2009) sobre Amanita, OLIVEIRA et al. (2008) sobre Marasmous, entre outros.
Izonete de Jesus Araújo Aguiar foi quem mais pesquisas realizou com Agaricales da
Amazônia, tendo contribuido inclusive com as atividades de Rolf Singer na região. Entre outros
trabalhos publicou mais recentemente com Helenires Queiroz de Souza, SOUZA & AGUIAR
(2004; 2007), no qual referem 39 espécies, distribuídas em 13 gêneros e seis famílias e espécies de
Marasmius, respectivamente, para uma reserva do Amazonas e reiniciam os trabalhos com este
grupo para aquela região, muito biodiversa em Agaricales sensu lato.
Jadson José de Souza Oliveira tem se dedicado ao estudo de Marasmius e gêneros afins
(Oliveira & Capelari, 2012; 2016; Oliveira et al., 2008; 2014, entre outros).
Maria Alice Neves tem se dedicado a taxonomia de Agaricomycetes, tendo orientado
mestres e doutores em taxonomia do grupo, especialmente Boleales, publicando com eles uma série
de trabalhos como NEVES & CAPELARI (2007), MAGNAGO & NEVES (2008), MAGNAGO et
al. (2015; 2016), DREWINSKI et al. (2017).
Marcelo Aloysio Sulzbacher dedicou-se ao estudo de fungos Agaricoides e Gasteroiddes,
incluindo micorrizas, tendo descrito várias espécies de Agaricales em trabalhos com vários
colaboradores como em SULZBACHER et al. (2008; 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015;
2016; 2017) e SULZBACHER & PUTZKE (2005).
Maria Helena Alves tem trabalhado com Agaricales do Nordeste brasileiro, com artigos
como ALVES & CAVALCANTI (2006) sobre Coprinaceae, ALVES & NASCIMENTO (2012;
2014) sobre uma Mycena bioluminescente e Entoloma, respectivamente, NASCIMENTO &
ALVES (2014), com novas referências, entre outros.
Margéli Pereira de Albuquerque apresenta estudos dos Agaricales para o Rio de Janeiro e
para o Rio Grande do Sul, citando-se os trabalhos de ALBUQUERQUE et al. (2006; 2010; 2012)
com revisão para coletas feitas em trechos de Mata Atlântica da Reserva Biológica do Tinguá (RJ),
ALBUQUERQUE et al. (2007) com novas ocorrências para o Brasil, ALBUQUERQUE et al.
(2006) com a ecologia e distribuição do gênero Leucocoprinus Pat. no Rio Grande do Sul. Com
ALVES et al. (2012), publica os primeiros relatos de Agaricales para o Bioma Pampa do Brasil, um
dos menos estudados no Brasil e exclusivo do RS.
Maria Auxilliadora de Queiroz Cavalcanti foi uma das mais importantes figuras na
Agaricologia brasileira por formar muitos pesquisadores para a taxonomia deste grupo, apesar de
dedicar-se também aos afiloforoides e endófitos, com trabalhos realizados principalmente no
nordeste brasileiro, além de orientar e co-orientar os autores do presente livro em nível de mestrado
e doutorado.
Marina Capelari tem feito grandes contribuições à agaricologia brasileira, ao estudar fungos
principalmente do sudeste brasileiro, mas também de estados distantes como Rondônia. Citam-se
como exemplos CAPELARI (1989, 1996, 2007), CAPELARI & GIMENES (2004). CAPELARI &
MAZIERO (1988a,b), CAPELARI et al. (2006, 2010, 2013) e SILVA & CAPELARI (2009), além
de dissertações e teses orientadas, como KARSTEDT & CAPELARI (2010; 2013) sobre
Entolomataceae e MENOLLI (2013), MENOLLI & CAPELARI (2008, 2013) e MENOLLI et al.
(2010) sobre Pluteaceae.
Nelson Menolli Junior tem se dedicado aos estudos com Pluteaceae principalmente, citando-
se além dos já referidos acima, sob orientação de Marina Capelari, MENOLLI et al. (2016; 2015;
2014) e MENOLLI & CAPELARI (2015).
Paula Santos da Silva tem se dedicado aos fungos da família Strophariaceae, tendo
elaborado trabalhos como SILVA et al. (2016; 2014; 2013; 2012; 2009; 2008; 2007).
Roger Fagner Ribeiro Melo tem se dedicado ao estudo de fungos coprófilos (que vivem em
esterco) tendo referido também Agaricales, como em MELO (2015 - Tese) e MELO et al. (2016).
Rosa Mara Borges da Silveira orientou vários agaricólogos na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e publicou dezenas de trabalhos sobre cogumelos encontrados principalmente no Rio
Grande do Sul.Uma série de trabalhos desenvolvidos por Felipe Wartchow (Wartchow, 2009,
Wartchow e Cavalcanti, 2010; Wartchow et al., 2004, 2006, 2007, 2009, 2010), Geraldo Coelho,
Vagner Gularte Cortez e Marcelo Somenzi Rother em conjunto ou com a orientadora Rosa Mara
Borges da Silveira (Cortez, 2008a, b; Cortez e Coelho, 2003, 2004, 2005, 2008; Cortez e Silveira,
2005, 2007a, 2007b, 2008; Rother e Silveira, 2008, 2009a, 2009b), Marcelo A. Sulzbacher
(Sulzbacher et al., 2007; Cortez e Sulzbacher, 2009), Paula Santos da Silva (Silva et al., 2006,
2007, 2008, 2009), Elisandro Ricardo Drechsler-Santos (Drechsler et al., 2008a, b; 2012), Victor R.
M. Coimbra (Coimbra et al., 2012, 2013a; 2013b; 2015) e George Sobestiansky (Sobestiansky,
2005) tem revelado novas citações de espécies para o Brasil e inventários taxonômicos de excelente
qualidade.
Tatiana Baptista Gibertoni, apesar de dedicar-se mais aos afiloforoides, orientou e publicou
com Agaricales principalmente do nordeste brasileiro, destacando-se artigos publicados em
COIMBRA et al. (2013; 2014; 2015 a, b), TRUJILLO et al. (2014), GIBERTONI et al. (2014), entre
outros.
Vagner Goularte Cortez tem publicado trabalhos com fungos agaricoides principalmente da
família Strophariaceae, destacando-se CORTEZ & COELHO (2003; 2004; 2005; 2008), CORTEZ
(2008 a, b), CORTEZ & SILVEIRA (2007 a, b; 2008), entre outros.
Victor Rafael Matos Coimbra tem se dedicado a estudos com vários grupos, destacando-se
Gymnopus (Coimbra et al., 2015), Phaeocollybia (Coimbra et al., 2012), fungos lentinoides
(Drechler-Santos et al., 2012), Entolomataceae (Coimbra et al., 2015), além de elaborar listas
atualizadas para as Américas Central e do Sul para Entolomataceae e Strophariaceae (Coimbra,
2014; 2015), respectivamente.
Outro autor que desenvolve muitas atividades em taxonomia é André de Meijer, destacando-
se entre outros, MAAS GESTERANUS & MEIJER (1997; 1998), que apresenta revisão para as
espécies de Mycena encontradas no Paraná e uma chave para as referidas ou mencionadas para a
América do Sul nos diversos trabalhos de Rolf Singer. MEIJER (2001; 2006) apresenta lista
completa dos Agaricales referidos para o Paraná, onde pelo menos 1.113 espécies de Basidiomycota
são referidas. MEIJER (2008) publica livro com as espécies de Agaricales mais interessantes do
Paraná (mata com Araucária) com descrição e ilustração de 100 espécies, com atualizações em
MEIJER (2010).
Mais agaricólogos brasileiros e estrangeiros importantes pelos trabalhos taxonômicos que
realizaram, serão citados nos demais volumes desta obra.
A maioria das espécies de cogumelos Agaricales cujo tamanho é grande o suficiente para
aproveitamento econômico, são comestíveis e de excelente sabor segundo PUTZKE (2014).
Evidentemente, algumas destas são venenosas e mortais. Várias espécies são consideradas
comestíveis, mas a grande maioria não é aproveitada pelo tamanho muito reduzido de seus
basidiomas. Lepista é um dos que figura entre os de melhor sabor. Entretanto, é preciso cautela.
SINGER (1986), por exemplo, refere que para cada Tricholoma comestível há uma espécie
venenosa, sendo um dos gêneros em que se deve tomar muito cuidado quanto ao consumo como
alimento.
Das mais de 6.000 espécies de cogumelos descritas de acordo com SINGER (1986), apenas
por volta de 30 eram cultivadas na época. Algumas como Agaricus bisporus, A. blazei, Lentinellus
edodes e Pleurotus spp. já são cultivadas comercialmente no Brasil, oferecendo ao produtor uma
excelente fonte de renda, segundo PUTZKE & PUTZKE (2012).
Nossos antepassados consumiam cogumelos em seus países de origem, mas esta tradição
não se manteve entre os que aqui se instalaram. Os europeus e asiáticos ainda hoje mantêm os
mesmos em suas dietas, especialmente porque a ciência tem descoberto qualidades ignoradas por
tanto tempo e que inexistem (combinados) na maioria dos demais alimentos, de acordo com
PUTZKE (1994).
Entre as qualidades dos cogumelos como alimento, as seguintes podem ser destacadas de
acordo com PUTZKE & PUTZKE (2012):
- baixam o nível do colesterol no sangue (especialmente Agaricus bisporus e Lentinus edodes);
- tem substâncias anticancerígenas como a lentinina [encontrada em Lentinus edodes (Berk.) Singer
e Pleurotus ostreatus (Jaqu. ex Fr.) Kummer] e substância quinoide (Agaricus bisporus), entre
outras;
- são fonte de aminoácidos, contendo todos os essenciais e alguns não essenciais;
- contêm minerais como cálcio, potássio, iodo e fósforo;
- contêm várias vitaminas, entre elas: riboflavina, tiamina, ácido ascórbico, niacina e algumas
relacionadas ao complexo B;
- nutrem e não engordam: BONONI et al. (1995) indicam que 200 g de cogumelos secos são
suficientes para alimentar um homem de 70 kg, conferindo um balanço nutricional adequado (há
necessidade de adição de alguns gramas de ferro).
Entre as espécies fitopatógenas têm-se exemplos principalmente entre os gêneros
Marasmius, Marasmiellus, Crinipellis e Armillariella. Das espécies de Armillariella, A. mellea e A.
puiggarii, de acordo com SINGER (1970a), atacam árvores ainda vivas na América do Sul, sem
preferência por espécies. ROBINSON-BAX & FOX (2002) referem que, aparentemente, nenhuma
árvore é completamente imune ao ataque de A. mellea, que ocorre como patógeno inclusive de
várias plantas herbáceas.
Em Crinipellis tem-se espécies parasitas específicos, como C. perniciosa (Stahel) Singer de
acordo com BASTOS (1978; 1979), a qual ataca o Cacaueiro (Theobroma cacao), causando a
vassoura-de-bruxa e como consequência grandes perdas na produção desta importante cultura no
Brasil.
Em Marasmiellus, M. troyanus é citada por ORDOSGOITTI et al. (1972) como atacando
árvores como Platanus sp., resultando em podridão-seca e morte de estacas desta espécie. Para este
mesmo gênero, SINGER (1986) refere espécies patogênicas a Cana-de-açúcar e outras gramíneas,
ao Cafeeiro, a seringueira, palmeiras, oleaginosas e bananeiras.
Marasmius igualmente apresenta espécies fitopatogênicas, enumerando-se M. oreades, um
dos causadores do que se conhece por anel-de-bruxas em formações campestres. Um círculo de
gramíneas mortas é formado anualmente na zona de crescimento e frutificação da espécie, de
acordo com MEIER-MULLER (1998).
Um grupo bem particular de espécies pode ser encontrado crescendo entre briófitas,
ocorrendo gêneros como Leptoglossum, Mniopetalum e Cyphellostereum exclusivamente neste
substrato. REDHEAD (1981) descreve os resultados de seus trabalhos com fungos muscícolas,
estudando inclusive uma Tricholomataceae, Lyophyllum palustre (Peck) Singer, a qual é
comprovada como parasita efetivo de Sphagnum.
Cupins africanos cultivam espécies de Tricholomataceae como alimento, especialmente
Termitomyces e Podabrella. Os cupins conseguem reciclar até 95% da produção anual de matéria
orgânica graças à atividade enzimática excepcional do cogumelo que cultivam, apresentando as
espécies associadas variações enzimáticas entre si, de acordo com IKHOANE & ROULAND
(1996). SINGER (1989) refere que espécies americanas de Podabrella não são termitófilas.
Há espécies micorrízicas, podendo-se citar Laccaria spp., gênero representado no Brasil e
revisto por PUTZKE (1999), cujas espécies são encontradas associadas com árvores exóticas como
Pinus (Laccaria laccata) e Eucalipto (Laccaria fraterna) e até mesmo associadas a árvores nativas.
DESCHAMPS & WRIGHT (1997) citam números estimados de espécies (entre parêntesis a seguir)
micorrízicas de Tricholomataceae, ocorrendo nos seguintes gêneros: Catathelasma (5), Laccaria
(30), Leucopaxillus (25), Tricholoma (150), só considerando a família Tricholomataceae.
O gênero Hohenbuehelia apresenta espécies que, em seu estágio anamórfico
(Nematoctonus), são predadoras de nematoides (Barron, 1977; Barron & Dierkes, 1977). Uma
célula especializada secreta uma substância gelatinosa que atrai e prende os nematoides, passando
as hifas para o seu interior, digerindo-o completamente, de acordo com THORN & BARRON
(1984; 1986a; 1986b).
Collybia e Asterophora têm espécies parasitas de outros cogumelos, podendo ocorrer sobre
Lactarius e Russula (Russulaceae), por exemplo. Algumas espécies de Tricholomataceae podem ser
inclusive parasitadas por outros Agaricales, como é o caso de Volvariella surrecta (Pluteaceae) que
ataca Clitocybe nebularis (Batsch. ex Fr.) Kummer, de acordo com WOOD (1997).
Substâncias antibióticas são encontradas em gêneros como Leucopaxillus, de acordo com
PUTZKE & PUTZKE (2002), Clitocybe, Hohenbuehelia segundo ROBBINS et al. (1947), entre
outros, comprovando o potencial medicinal deste grupo. BRIZUELA et al. (1998) cita que os
Basidiomycetes em geral são fontes de antimicrobianos, antifúngicos, antivirais e citostáticos, além
de enzimas. Entre as outras estes autores citam os seguintes:
1. Mycena leiaiana (Berk.) Sacc. - produz leianafulveno que tem atividade antibiótica e citotóxica.
2. Marasmius scorodonius (Fr.) Fr. - produz a escorodonina, um antibiótico com alta atividade
antifúngica, antibacteriana e citotóxica.
3. Oudemansiella mucida (Schr. ex Fr.) Hoehnel – produz a mucidina, substância citotóxica para
grande variedade de bactérias e leveduras, sendo utilizada comercialmente contra dermatófitos.
4. Collybia confluens (Pers. ex Fr.) Kummer – produz o colibial, um sesquiterpenoide que inibe o
crescimento de bactérias gram-positivas.
5. Clitocybe nebularis – produz nebularina, substância antibacteriana e antiviral.
Ainda segundo estes autores, podem ser extraídos, de determinados fungos, substâncias
aromáticas, citando-se entre elas, Marasmius alliaceus que produz odor forte a alho, além de
enzimas úteis, como colesterol-oxidase de espécies de Oudemansiella, a que se emprega na
determinação enzimática do colesterol, que é inclusive diferente de todas as outras conhecidas.
Além disso, o pigmento de Oudemansiella melanotricha funciona como um anticolesterol de
acordo com os resultados de pesquisas com células humanas, podendo vir a ser utilizado no futuro
no tratamento para redução dos níveis de colesterol.
Pesquisas deste tipo são possíveis a partir do momento em que a parte taxonômica estiver
bem conhecida e as espécies bem delimitadas, como refere SINGER (1986).
A grande maioria das espécies de Agaricales, entretanto, são saprófitas, crescendo sobre os
mais diversos substratos, desde solo, esterco, areia, folhas (incluindo seus pecíolos e às vezes
somente sobre as nervuras), córtex, galhos e troncos. Algumas espécies são restritas ao córtex,
inclusive de árvores ainda vivas, mas sem atuar como parasitas. Outras são exclusivas de folhas e
inclusive algumas específicas a alguma espécie ou pelo menos a um grupo taxonômico em
particular. Entre os Marasmius e Melanotus, por exemplo, têm-se espécies que ocorrem apenas em
restos de Monocotyledoneae, outras somente de Dicotyledoneae e outras ainda, que ocorrem em
ambos os grupos. Há espécies que crescem em tecido, sobre rochas ou mesmo em carvão, só para
citar alguns substratos inusitados.
Não existe para o Brasil trabalho que apresente chaves, ilustrações e descrições que
permitam a identificação das espécies da Ordem Agaricales s. l. que aqui ocorrem; os trabalhos
sobre o grupo feitos são, em sua maioria a nível genérico e apresentam apenas listas e/ou descrições
de poucas espécies, as quais são insuficientes para a identificação dos taxa já referidos,
especialmente por serem incompletas quanto a características microscópicas em sendo muito
antigos. Tal fato vem a tornar mais importante ainda à realização de uma revisão taxonômica na
área de estudo.

METODOLOGIA QUE RESULTOU NESTE LIVRO

O autor realizou revisão de material autêntico coletado fresco ou depositado em vários herbários no
Brasil e no exterior que cotinham material coletado no país, além de coletas de material similar.
Sempre que possível o herbário consultado e o material revisado é citado, mas casos como o
material utilizado por SOBESTIANSKY (2005) ainda não estão catalogadas em nenhum herbário (a
Universidade de Caxias do Sul etá realizando esta atividade), por isso não foram referidas, apesar
de revisadas com a participação do próprio autor. Cursos de identificação de cogumelos em vários
estados brasileiros permitiram a adição de coletas frescas. A metodologia de coleta e beneficiamento
de material fresco utilizada foi a exposta neste livro. Para facilitar o acesso ao material, pelo menos
uma exsicata produzida ou revisada (denominado Material examinado) pelos autores é citada ou,
quando não foi localizado material no Brasil ou este não foi emprestado, o item não consta junto da
descrição. Muitos herbários foram visitados para a revisão de amostras. A descrição apresentada
para cada família, gênero e espécie foi adaptada das publicações originais citadas junto de cada lista
de espécies e enriquecida com dados conseguidos pelas revisões de material original. Casos como o
de MEIJER (2008), que descrevem e ilustram 100 espécies do Paraná com 20 novas para a ciência,
não foram incluídas em sua maioria para evitar repetição e possibilitar ao interessado revisão destas
obras. Descrições e ilustrações já publicadas pelo autor foram adaptadas com poucas modificações.
Outras ilustrações foram adaptadas das descrições e fotos publicadas. Para a família
Tricholomataceae, melhor estudada pelo autor, foram inseridos mais dados como Basiônimo,
Sinonímia, Distribuição e Importâncias, entre outras. Os desenhos são originais a partir da revisão
de coletas frescas ou de material desidratado de herbários, quando então fotos ou desenhos foram
adaptados para o formato a partir das descrições, desenhos e/ou fotos publicados. O desenho sempre
apresenta estruturas obtidas a partir da análise da primeira ou da única coleta citada no Material
examinado ou na descrição original do trabalho que publica a espécie pela primeira vez (neste caso,
muitas vezes, citada na lista por gênero). Quando a coleta analisada é a da citação original, o
material examinado nem sempre é citado, subentendendo-se ter sido feita análise desta coleção.
Coleções como as feitas por Johannes Rick (PACA), George Sobestiansky e as do Instituto de
Botânica de São Paulo foram quase inteiramente revisadas ao longo de vários anos de trabalho e,
portanto, correspondem ao item Material examinado, mas nem sempre são citadas.
As cores apresentadas no texto muitas vezes representam as que foram publicadas em
MAERZ & PAUL (1950), um dos mais amplamente empregados em micologia (citado abreiado
como M & P). O livro ainda é facilmente encontrado em sebos de compras pela internet.
As descrições e desenhos representam parte da agaricobiota brasileira, sendo que muitas espécies
ainda serão adicionadas nos trabalhos futuros, algumas até publicadas durante a produção deste
livro e impossíveis de serem adicionadas em tempo. Revisões futuras permitirão a ampliação desta
obra em edições subsequentes.
Nas listas de espécies, as destacadas em negrito são descritas no texto. Espécies citadas com
dúvidas pelos micologistas, ou como aff. ou cf. não foram descritas. Um asterisco indica que a
espécie foi adicionada na chave de identificação, pelo menos nos gêneros com muitas espécies.
Uma discussão mais completa acerca dos limites de cada espécie foi suprimida em muitos casos
pelo tamanho da obra e podem ser vistas em referências citadas nas listas e/ou no texto.

ORDEM AGARICALES (sensu lato)


Os Agaricales sensu lato reúnem os fungos popularmente denominados de cogumelos ou
chapéus de cobra, da Divisão Basidiomycota Classe Agaricomycetes. Os basidiomas são anuais e
não zonados concentricamente, com diâmetro variado de 1 mm a 50 cm ou até pouco mais, e peso
de alguns mg até mais de 8 kg. A consistência pode ser membranosa a carnosa até quase coriácea, às
vezes com diferentes graus de gelatinização, mas nunca lenhosos ou duros. Os basidiomas (também
chamados de carpóforos, basidiocarpos ou corpos de frutificação) caracteristicamente apresentam
um chapéu, denominado de píleo e um estipe (ou estípite). A forma destas estruturas é muito
variável e em alguns casos o estipe não está centralmente inserido, mas é excêntrico, lateral ou é
muito rudimentar ou completamente ausente. Outros cogumelos são fixos diretamente pela camada
cortical estéril do píleo (parte de cima do chapéu) ao substrato.
As estruturas de reprodução, chamados de esporos ou basidiosporos, são formados na
superfície denominada de himenial, a qual está em geral voltada para baixo e é revestida pelos
basídios. Algumas séries reduzidas podem ter himênio revestindo basidiomas com forma de clavas,
vasos ou esferas, mas são muito pequenas e muitos são de grupos intermediários. O himênio pode
estar cobrindo lamelas, mas em alguns grupos como Boletaceae, Polyporaceae (em Polyporus e
Pseudofavolus) e Tricholomataceae (Filoboletus, Dictyopanus e alguns outros) o himenóforo é
poroso, alveolar ou favoloide. Em Mycobonia flava (Polyporaceae), que ocorre no Brasil, tem-se
himenóforo com medas, isto é, espinhos estéreis que lembram aqueles de Hydnaceae, pertencente a
Ordem Aphyllophorales. Há também espécies com himenóforo somente venoso (veias que
sobressaem pouco) e outras completamente liso.
Os esporos são formados no himenóforo, em um conjunto de estruturas clavadas, cilíndricas
a fusoides que formam apicalmente estruturas espinescentes: são os esterigmas. Nestes os esporos
amadurecem e, quando completado este estágio, são liberados à força. O número mais encontrado
de esterigmas é 4, mas pode ser menor. Há espécies caracterizadas por apresentar apenas dois
esterigmas, como Agaricus bisporus, um dos populares champignons de mercado.
Quando se coleta um cogumelo em geral, podem ser observados sobre folhas ou mesmo no
próprio substrato ou solo logo abaixo, uma mancha que parece ter sido pintada. Esta mancha é a
esporada, originada pela deposição de milhões de esporos que são liberados pelos basídios,
formando uma massa denominada de esporada. Caso não seja possível observá-la a campo, a
esporada pode ser obtida ao oferecerem-se as condições adequadas ao cogumelo em laboratório.
Isto é possível desde que o ambiente onde o cogumelo for colocado apresentar-se com grande
umidade para que ele complete sua maturação. Um frasco grande com tampa (um para cada
cogumelo para não haver misturas de esporos) onde se introduz papel higiênico ou algodão
umedecido é suficiente. Deve-se colocar um papel branco ou azul no fundo do frasco e, sobre este,
o cogumelo com as lamelas ou himenóforo voltadas para baixo, diretamente sobre a folha; tampe o
frasco e espere algumas horas até observar-se a formação de uma mancha que fica com estilo
radiado, acompanhando as lamelas ou pontilhado se forem poros, que é provocada pelos esporos. A
cor desta mancha (a esporada) é muito importante e deve ser anotada a fresco e a seco. As cores as
mais frequentes são a esporada branca e a marrom ou preta, mas podem ser obtidas esporadas
amareladas, alaranjadas, rosadas, verdes etc. Os esporos podem ser observados no microscópio a
partir de raspagem da esporada ou das lamelas, preparando-se uma lâmina, com gota d´água ou
Hidróxido de Potássio (KOH).
Os esporos vistos sob microscópio variam muito em forma, ornamentação estruturas anexas
e coloração. Quanto a cor podem ser hialinos a pigmentados (geralmente méleos ou negros). A
estruturação da parede pode ser fina e quase imperceptível ou moderadamente grossa, apresentando
camadas ou revestimentos formando como que uma túnica (Galerina) ou mesmo espinhos e outros
ornamentos formados a partir de sua superfície ou de suas camadas internas (Crepidotus). A parede
quando é grossa pode apresentar num dos lados um estreitamento da mesma, muitas vezes deixando
aquele lado reto (abrupto) e/ou mais claro: é o poro germinativo. No outro lado observamos
facilmente um biquinho que se chama hilo ou apêndice hilar, o qual representa o ponto onde o
esporo estava preso ao esterigma do basídio.
Reações químicas são importantes para a taxonomia, sendo que a realizada empregando-se o
reagente de Melzer é uma das mais importantes. Se os esporos ficarem marrons ou marrom-
avermelhados em contato com este reagente tem-se esporos pseudoamiloides (dextrinoides); se
ficarem azul-escuros a quase negros tem-se esporos amiloides e, se não houver mudança de
coloração, são denominados de inamiloides.
Uma coleção de Agaricales pode ser feita secando-se ou acondicionando-se as coletas em
recipientes com líquido para preservação. Se o objetivo for guardar o material seco, recomenda-se
que os basidiomas sejam desidratados em estufa a no máximo 40 C. Pode-se utilizar uma estufa (se
for com lâmpadas não deixar a luz entrar em contato direto com o material, sendo suficientes duas
lâmpadas de 60 W), um forno de fogão, o próprio sol se colocarmos os fungos dentro de recipiente
pintado de preto, desde que sejam tomados cuidados para que a temperatura não fique
exageradamente alta (acima do limite citado). A forma original é geralmente perdida, por isto deve-
se desenhar o basidioma e colori-lo, ou fotografá-lo antes da desidratação, ou pelo menos anotar a
cor de cada estrutura ou região, baseando-se em um dicionário de cores. Com o advento da
fotografia digital atualmente é relativamente fácil obter boas fotos das coletas. Outra forma de
colecionar cogumelos é colocá-los em frasco com tampa de rosca, mergulhados em líquido
conservante, como álcool 70%, formalina/ácido acético etc. A cor geralmente é perdida após algum
tempo nestas condições, mas a vantagem está na manutenção da forma.
A utilização de óleo mineral também preserva bem exemplares de Agaricales, e com a
vantagem do material permanecer vivo. O óleo mineral (tipo nujol ou amerol) encontrado em
farmácias e drogarias, deve ser esterilizado em autoclave a 120 C, durante 60 minutos em balões
de fundo chato ou em erlenmeyer tamponados com algodão hidrófobo e depois dessecado, para
retirar a água de condensação, em uma estufa a 170 -180C, durante uma hora. Após o resfriamento,
com pipeta esterilizada, colocar quantidade suficiente para cobrir todo o cogumelo em tubos de
ensaio ou outro frasco esterilizado qualquer, com excesso de óleo de maneira a permitir uma
camada de cerca de 1 cm da borda superior do píleo.
As coletas submersas em óleo mineral têm consumo de Oxigênio reduzido em cerca de 80%
e, consequentemente, a taxa metabólica também é reduzida.
O desenvolvimento das técnicas de conservação deu origem a coleções de culturas de
fungos em várias instituições de todo o mundo, oferecendo um número diversificado de serviços. A
preservação do fungo crescendo-o em meio artificial é outra forma de manter estruturas viáveis de
um fungo, mas somente na qualidade de micélio ou mesmo desencadeando o desenvolvimento de
basidiomas na cultura. Os métodos de preservação têm como objetivo manter completa a
viabilidade e estabilidade dos organismos, tais como a patogenicidade, a virulência, as
características morfológicas e fisiológicas da cultura (Putzke & Putzke, 2012). Há entretanto,
aspectos que podem inviabilizar a manutenção de tais características, como:
- a contaminação por outros organismos;
- o dessecamento do meio por alterações da temperatura;
- o esgotamento do meio em função da taxa metabólica de cada espécie;
- a ocorrência de mutações;
- a ocorrência de autointoxicações.
Não há grandes problemas em coletar cogumelos na natureza, desde que não seja exagerada,
visto que eles representam um corpo de frutificação, isto é, você está coletando um fruto (como uma
laranja), sendo que o corpo do fungo propriamente dito (a laranjeira), ficará no substrato. Além
disso, estarás contribuindo para a dispersão dos esporos do cogumelo durante o deslocamento até o
laboratório, garantindo a perpetuação das espécies de Agaricales, muitas das quais, sem dúvida,
estão em vias de extinção. Para toda a atividade de coleta, entretanto, deve-se solicitar autorização
ao IBAMA. A ordem Agaricales sensu lato está representada por quinze famílias, cento e trinta e
seis gêneros e mil e onze espécies no território Brasileiro, segundo PUTZKE (1994), tendo recebido
maior atenção dos especialistas nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco. Mas
esta lista ainda está longe de ser completa e aqui ela está sendo complementada e ampliada.

ORDEM AGARICALES SENSU STRICTO


Com os dados da taxonomia moderna, em especial a molecular, as seguintes famílias são
consideradas como pertencentes à ordem Agaricales (as tratadas neste livro estão em negrito):
Agaricaceae, Amanitaceae, Bolbitiaceae, Broomeiaceae, Chromocyphellaceae, Clavariaceae,
Cortinariaceae, Cyphellaceae, Entolomataceae, Fistulinaceae, Hemigasteraceae, Hydnangiaceae,
Hygrophoraceae, Inocybaceae, Lyophyllaceae, Marasmiaceae, Mycenaceae, Niaceae,
Omphalotaceae, Phelloriniaceae, Physalacriaceae, Pleurotaceae, Pluteaceae, Porotheleaceae,
Psathyrellaceae, Pterulaceae, Schizophyllaceae, Strophariaceae, Tricholomataceae,
Tubariaceae e Typhulaceae.
Outros cogumelos originalmente colocados em Agaricales são atualmente mantidos em
outras ordens, a saber: Boletales, Polyporales e Russulales (Bondarzewiaceae e Russulaceae).
Boletales conta com as famílias (as tratadas neste livro estão em negrito): Amylocorticiaceae,
Boletaceae, Boletinellaceae, Calostomataceae, Coniophoraceae, Diplocystidiaceae, Gasterellaceae,
Gastrosporiaceae, Gomphidiaceae, Gyroporaceae, Hygrophoropsidaceae, Paxillaceae,
Protogastraceae, Rhizopogonaceae, Sclerodermataceae, Sclerogastraceae, Serpulaceae, Suillaceae e
Tapinellaceae.

Este livro portanto, está dividido em 3 volumes, a saber:

- Volume 1: Ordem Agaricales - famílias Agaricaceae, Amanitaceae, Bolbitiaceae,


Coprinaceae/Psathyrellaceae, Crepidotaceae, Entolomataceae e Hygrophoraceae.

- Volume 2: Ordem Agaricales – famílias Cortinariaceae, Inocybaceae, Pluteaceae e Strophariaceae,


e ordens Russulales e Boletales; além da ordem Polyporales com família Polyporaceae (somente
gêneros Polyporus e Lentinus) e Pleurotaceae;

- Volume 3: Ordem Agaricales - família Trichlomataceae lato sensu (incluindo Lyophyllaceae,


Marasmiaceae, Mycenaceae).

No presente volume tem-se as descrições e ilustrações de 369 espécies encontradas no Brasil


das famílias Agaricaceae, Amanitaceae, Bolbitiaceae, Coprinaceae/Psathyrellaceae, Crepidotaceae,
Entolomataceae e Hygrophoraceae.

Os seguintes nomen novum são apresentados:


- Lepiota osvaldoi J. Putzke é um nomen novum para Lepiota minuta Batista.
- Lepiota imaiensis J. Putzke é nomen novum para Lepiota subamanitiformis
Dennis.
CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DA ORDEM
AGARICALES E AFINS (adaptada de Putzke & Putzke, 2012)

1.1. Himenóforo com poros, tubular (a), alveolar, favoloide (b) ou com medas
(c) ..................................................2
1.2. Himenóforo com lamelas (d) ou completamente liso .....................5

2.1. Esporada amarelo-limão, marrom (várias tonalidades) ou preta; esporos


pigmentados sob o microscópio (não hialinos); himenóforo tubular (a), com
trama bilateral (g)................ BOLETACEAE
2.2. Esporada branca; esporos hialinos sob o microscópio; himenóforo tubular,
poroso (a), alveolar, favoloide (b) ou com medas (c); trama himenoforal regular
(e) ou irregular (f)....................................3

3.1. Látex frequentemente presente; esporos ornamentados (h); fíbulas ausentes


(j) ............................... ....................BONDARZEWIACEAE
3.2. Látex ausente; esporos lisos; fíbulas presentes (i) ....................4

4.1. Esporos geralmente cilíndricos ou cilíndrico-elipsoide-oblongos (m),


raramente elipsoide-oblongos ou fusiformes, inamiloides; camada cortical do
píleo formada por hifas prostradas (cútis - q); contexto não
gelatinizado ................................................. POLYPORACEAE
4.2. Esporos geralmente subglobosos (k) à elipsoides (l), se elipsoide-cilíndricos
ou oblongo-elipsoides, então amiloides e a camada cortical do píleo com
numerosas estruturas disciformes ou com caulocistídios; contexto às vezes
gelatinizado.................. TRICHOLOMATACEAE

5.1. Esporos angulosos ou nodoso-subangulares ou subangulosos


(R) .................................................................6
5.2. Esporos de outra forma......................................................... 9

6.1. Esporada marrom-fusco, marrom-tabaco ou marrom-argiláceo; esporos


marrons, fortemente marrom-fusco ou cinza-fusco, quando vistos sob o
microscópio..........7
6.2. Esporada branca, creme ou rosada; esporos hialinos ou estramíneo-rosado,
quando vistos sob o microscópio ...................................8

7.1. Lamelas livres (S); esporos


subangulosos .............. ......... ...................................AGARICACEAE
7.2. Lamelas adnexas, ou adnatas (T); esporos angulosos, subangulosos ou
nodosos subangulares (R)............... INOCYBACEAE (Inocybe)

8.1 Esporada branca ou creme; esporos de parede fina; píleo enegrecido ou


azulado .................... ..........................................TRICHOLOMATACEAE (s.l.)
8.2. Esporada rosada; esporos com parede grossa; píleo se pigmentado não
negrecente nem azulado ............................. ENTOLOMATACEAE
9.1. Esporada branca, creme, rosada, verde, amarelada, violeta-pálido;
esporos hialinos ou amarelos sob o microscópio .............................. 10
9.2. Cor da esporada variando do marrom ao preto; esporos fortemente
pigmentados sob o microscópio ................... 22

10.1. Trama da lamela heterômera (U); esporos ornamentados (h); fíbulas


ausentes (j) .......................................... RUSSULACEAE
10.2. Trama da lamela homômera (V), se parecendo heterômera, esporos
lisos e fíbulas presentes (i) ......................................11

11.1. Lamelas perfeitamente livres (S), às vezes formando colário; estipe


presente ......... .................................12
11.2. Lamelas adnatas (T) a decurrentes, raramente sublivres; estipe
presente ou ausente .....................................15

12.1. Trama da lamela bilateral (g); volva presente (x) e sempre formando
ectomicorriza, ou volva ausente e então formando ectomicorriza ou
não......... ........................AMANITACEAE
12.2. Trama da lamela inversa (Y), regular (e) ou irregular (f); volva
raramente presente, ectomicorrizas ou não...................13

13.1. Trama da lamela inversa (Y); esporada rosada; esporos


inamiloides .. ........... ...........................................PLUTEACEAE
13.2. Trama da lamela regular (e) ou irregular (f); esporada branca, verde,
ou rosada; esporos geralmente pseudoamiloides, às vezes amiloides ou
inamiloides .................................................14

14.1. Camada cortical do píleo formada por células claviformes com


apêndices (Z) digitiformes (equinídios), hifas prostradas diverticuladas
(ZZ) ou com longos pileocistídios; esporos sem poro germinativo; anel
não formado .....TRICHOLOMATACEAE
14.2. Camada cortical do píleo formada por uma paliçadoderme (o) ou
himenioderme (n), às vezes epitelial (p) ou hifas prostradas (q); esporos
com ou sem poro germinativo; anel frequentemente
presente ............................. .......................AGARICACEAE

15.1. Esporos ornamentados (h) ..................16


15.2. Esporos lisos (k, l, m).........................18

16.1. Anel presente; lamelas adnatas (T). ......... AGARICACEAE


16.2. Anel ausente; lamelas geralmente decurrentes (W), às vezes adnatas
(T) ................................................17

17.1. Esporos longitudinalmente estriados (3 = vista lateral e 4 = vista


frontal) ou diferentemente ornamentados, mas então angulosos em vista
frontal (4); esporada rosada; fíbulas presentes ou
ausentes ......................................ENTOLOMATACEAE
17.2. Esporos rugosos ou equinados; esporada branca, creme ou, se rosada,
esporos não angulosos em vista frontal e fíbulas presentes .............................
TRICHOLOMATACEAE
18.1 Basídios gigante (5), com mais de cinco vezes o comprimento dos esporos
(5 x 55); lamelas grossas e cerosas, subdistantes a distantes; basidiomas
geralmente vivamente coloridos, raro sem pigmentos, geralmente crescendo no
solo, raro lignícolas, frequentemente formando micorriza com fanerógamas; não
combinam as seguintes características basidiocarpos com camada cortical bem
diferenciada e com pleurocistídios, crescendo em madeira (quando tem véu) ou
no solo (então com pseudorriza) ..............................HYGROPHORACEAE
18.2 Não combinam as características acima; caso o basídio for gigante como
acima, os basidiomas tem camada cortical bem diferenciada, apresentam
pleurocistídios e crescem em madeira ou no solo, quando então, formam
pseudorriza ...............19

19.1 Hábito cespitoso (6), geralmente com um bulbo basal de onde partem os
estipes (tubos protocárpicos) e/ou camada cortical do píleo formada por um
epitélio (7); lamelas sempre adnatas ....AGARICACEAE
19.2 Hábito geralmente não cespitoso, sem bulbo basal (de onde partem os
estipes); se a camada cortical do píleo for um epitélio, as lamelas são
decurrentes (W) ..................20

20.1 Esporos geralmente alongados e finos, subcilíndricos a cilíndricos (m);


contexto não gelatinizado, nem com hifas gelificadas; camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas (q); lamelas decurrentes (W); sistema de hifas
mono-, di- ou trimítico ......... ........... .............................................
POLYPORACEAE/PLEUROTACEAE
20.2 Esporos versiformes; se subcilíndricos as hifas do contexto são
gelatinizadas ou a camada cortical não é formada por hifas prostradas; lamelas
decurrentes (W) ou não (T, S); sistema de hifas
monomítico ..................................21

21.1 Trama himenoforal bilateral; lamelas decurrentes (W), furcadas ou


anastomosadas... ......... ............. PAXILLACEAE
21.2 Trama da lamela regular ou irregular, se bilateral, as lamelas são
decurrentes, furcadas ou anastomosadas ...........TRICHOLOMATACEAE

22.1 Camada cortical do píleo formada por um epitélio celular (p), às vezes com
esferocistídios subisodiamétricos ... ......... ......... ...... ...........23
22.2 Camada cortical do píleo diferente de um epitélio (n, o, q).... ...26

23.1 Esporos sem poro germinativo (2), geralmente ornamentados (h); se lisos,
então o hilo é excêntrico ou os esporos são
cruciformes ....... ..............................................................AGARICACEAE
23.2 Esporos com poro germinativo geralmente presente (2); se poro ausente
(1), então os esporos são lisos e o hilo é
cêntrico ........... .........................................24

24.1 Esporada preta; esporos opacos sob o microscópio (9), ou raramente


marrom-escuros, mas então descolorindo em ácido sulfúrico
concentrado ......................COPRINACEAE
24.2 Esporada marrom ferrugem, marrom-tabaco ou marrom-fusca; esporos
méleos sob o microscópio (10) ou, se marrom-escuros, então não descolorindo
em ácido sulfúrico concentrado ...........................25
25.1 Esporos com poro germinativo quase imperceptível ou completamente
ausente (1); pleurocistídios ausentes (11) .................. STROPHARIACEAE
25.2 Esporos geralmente com poro germinativo bem desenvolvido (2), truncado
ou, se pouco desenvolvido ou ausente, então os pleurocistídios (8) estão
presentes .............. ......... ......... ......... BOLBITIACEAE

26.1 Lamelas livres (S) ou, se indistintamente livres, então fíbulas ausentes;
estipe central .....................................AGARICACEAE
26.2 Lamelas adnexas, adnatas (T) à decurrentes (W); se parecendo livres,
fíbulas presentes e estipe central (13), excêntrico (14) à lateral (12) ..........27

27.1 Trama da lamela bilateral (g); lamelas decurrentes (W) ............. 28


27.2 Trama da lamela regular (e) ou irregular (f); lamelas geralmente adnatas
(T) ........................................................... 29

28.1 Esporos fusoides ou subcilíndricos; cistídios presentes; crescendo no solo,


formando micorrizas ............................... GOMPHIDIACEAE
28.2 Esporos globosos a elipsoides; cistídios presentes ou ausentes; crescendo
em solo ou madeira ................................PAXILLACEAE

29.1 Estipe excêntrico, lateral ou ausente (12, 14) .....................30


29.2 Estipe central (13) ...... ......... ......... ...... ......... ................32

30.1 Esporos lisos (1, 2); poro germinativo presente


(2) ...... ............ ............................ STROPHARIACEAE
30.2 Esporos lisos (1) ou ornamentados (h); poro germinativo ausente
(1) ............................ 31

31.1 Fíbulas presentes; superfície do píleo, quando tratada com Hidróxido de


Potássio a 15%, apresenta manchas escuras ...... .............................
CORTINARIACEAE
31.2 Fíbulas presentes ou ausentes; superfície do píleo não mudando de cor
quando tratada com KOH 15% .............CREPIDOTACEAE

32.1 Esporos com parede grossa (1); poro germinativo presente, formando uma
extremidade truncada ...........STROPHARIACEAE
32.2 Esporos com parede fina (2) ou engrossada; poro germinativo indistinto a
ausente, às vezes apresentando calus ..................33

33.1 Esporos ornamentados (h) ............34


33.2 Esporos lisos (1, 2) ...........................35

34.1 Esporos de parede grossa (bem distinta) (1) .........CORTINARIACEAE


34.2 Esporos de parede fina (2) .......... ..............CREPIDOTACEAE

35.1 Metuloides presentes (15) ou ausentes (11); formando micorriza; esporos


com calus ou com poro germinativo indistinto, pseudoamiloides .................
CORTINARIACEAE
35.2 Metuloides ausentes (11); não formando micorriza; esporos sem calus e
sem poro germinativo, inamiloides ..................36

36.1 Camada cortical do píleo com hifas terminais cistidioides ou com


conjuntos esparsos de dermatocistídios, ou com cutis de hifas prostradas não
diferenciadas, mas então esporos de parede fina
(2) ............ ..................................................... CREPIDOTACEAE
36.2 Camada cortical do píleo formada por um tricoderme (17) ou por hifas
prostradas (18), mas então esporos de parede grossa e dupla
(1) .................................................... STROPHARIACEAE

POSIÇÃO SISTEMÁTICA DA ORDEM


Com os dados da biologia molecular, os cogumelos Agaricales, Boletales e Polyporales
pertencem à Classe Agaricomycetes, subclasse Agaricomycetidae, sendo que antes eram agrupados
em uma única ordem (Agaricales).
Os Agaricales (com Amanitales, Cortinariales, Entolomatales, Schizophyllales e Fistulinales
como sinonímias), compreende pelo menos 33 famílias, as Boletales incluem 16 e as Russulales
(ainda de posição incerta) pelo menos 12.

DESCRIÇÃO DAS FAMÍLIAS, GÊNEROS E ESPÉCIES DE


COGUMELOS ENCONTRADOS NO BRASIL

AGARICACEAE Fr.
Píleo de forma muito variável, mas em geral aplanado, convexo a hemisférico e
frequentemente umbonado, glabro, escamoso, esquamuloso, fibriloso a pruinoso ou completamente
glabro, às vezes com o centro inteiro e metade marginal rompendo-se para formar escamas, com
margem sulcada (às vezes profundamente assim e parecendo um leque), variadamente estriada ou
lisa, lobada ou não, eventualmente rachada ou rompendo-se irregularmente. Lamelas geralmente
livres e muitas vezes remotas, às vezes com colário, ou adnexas, adnatas a decurrentes e com
variações entre estes. Estipe presente e central, geralmente bulboso na base e afinando em direção
ao ápice, às vezes com micélio basal; véu membranoso ou cortinoide presente e às vezes anuliforme
(com anel) e frequentemente formando escamas ou esquâmulas sobre o píleo e estipe; volva em
geral ausente, presente em algumas espécies ou mesmo caracterizando um gênero (Volvolepiota).
Contexto usualmente carnoso, mas em muitas espécies muito fino. Esporada variando de gênero
para gênero, mas de branca a creme ou rosada, verde a ocrácea, marrom, púrpura até marrom
escuro, às vezes modificando o tom ao secar. Esporos geralmente lisos, às vezes equinados,
punctados a equinado-rugosos, hialinos ou pigmentados (estramíneos, méleos ou amarronzados a
negros sob o microscópio), de parede fina a muito grossa, com ou sem endospório metacromático
(em azul cresil), com ou sem poro germinativo, inamiloides, pseudoamiloides ou amiloides.
Basídios clavados, principalmente tetrasporados. Queilocistídios frequentemente abundantes,
versiformes, de parede fina, hialinos ou pigmentados. Pleurocistídios presentes ou ausentes. Trama
himenoforal regular a irregular, nunca bilateral nem inversa. Camada cortical do píleo muito
variável, geralmente bem diferenciada na forma de tricoderme, paliçada, epitelial ou com
esferocistos facilmente destacáveis. Hifas inamiloides, às vezes pseudoamiloides, com ou sem
fíbulas.
Substrato muito variado, terrícolas ou humícolas com mais frequência, às vezes sobre
madeira ou muscícolas. Algumas espécies são cultivadas por formigas em seus jardins de fungos,
em especial as do gênero Leucoagaricus. Não formam micorriza.
A família é facilmente separável das demais, mas há problemas de identificação, em especial
com relação aos gêneros de lamelas adnatas, como Ripartitella (alguns autores a colocam em
Tricholomataceae) e com volva, como Volvolepiota. Discussões sobre a separação destes podem ser
encontrados sob estes nomes genéricos no texto.
As novas descobertas em biologia molecular têm revelado que outras famílias pertencem a
Agaricaceae, sendo que VELLINGA (2008) apresenta uma discussão e a posição dos diferentes
gêneros das seguintes famílias consideradas sinonímias: Lycoperdaceae Chevall. (Agerer, 2002),
Podaxaceae Corda, Battarreaceae Corda, Secotiaceae Tul., Lepiotaceae Roze, Tulostomataceae E.
Fisch., Mycenastraceae Zeller, Phelloriniaceae Ulbr., Montagneaceae Singer, Leucocoprinaceae
Julich. No presente trabalho as Agaricaceae, tal como as demais famílias, estão dispostas de acordo
com SINGER (1986) para facilitar a identificação dos usualmente denominados cogumelos.
MONTAGNE (1856) cita as primeiras espécies da família para o Brasil, mas a maioria
destas atualmente pertencem a outras Agaricales de acordo com PEGLER (1990) e WARTCHOW
et al. (2008). THEISSEN (1912), SINGER (1953), RICK (1961) e RAITHELHUBER (1987a;
1987b; 1988), FRANCO-MOLANO (1995), PEREIRA (1998; 2000), SPIELMANN & PUTZKE
(1998), SOBESTIANSKY (2005), ALBUQUERQUE et al. (2006), WARTCHOW (2005), MEIJER
(2006) e ROTHER & SILVEIRA (2008, 2009a, b) citam espécies para o Rio Grande do Sul. HEIM
(1957) e PEREIRA (1998) citam exemplares coletados também em Santa Catarina; JEZEK (1973) e
ALBUQUERQUE et al. (2010) citam espécies do Rio de Janeiro; BONONI et al. (1981a; b; 1984),
GRANDI et al. (1984), PEGLER (1997), CAPELARI & GIMENES (2004) e CAPELARI et al.
(2006) de São Paulo; CAPELARI & MAZIERO (1988) de Rondônia; SINGER (1973; 1989) e
SINGER & AGUIAR (1986) do Amazonas e Pará; MUCHOVEJ et al. (1991) de Minas Gerais;
BONONI (1992) do Acre; HEINEMANN & MEIJER (1996) e MEIJER (2001; 2006; 2009) do
Paraná; HEINEMANN (1989; 1993) do Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo;
KIMBROUGH et al. (1994; 1995) e MAIA et al. (2002) do Nordeste brasileiro.
De acordo com VELLINGA (2008), a tribo Cystodermatae não é considerada dentro das
Agaricaceae, mas a mesma é mantida aqui para facilitar a diferenciação, mas KIRK et al. (2008)
consideram os gêneros ainda em Agaricaceae.

CHAVE PARA AS TRIBOS E GÊNEROS DA FAMÍLIA AGARICACEAE


ENCONTRADOS NO RIO GRANDE DO SUL:
1.1 Lamelas adnexas (3), adnatas (2) a decurrentes (1). Esporada branca, raro
ocrácea ou fulvo-mélea (assim apenas em Phaeolepiota). Esporos hialinos a
estramíneos, sem poro germinativo (5). Fíbulas presentes (6) ou, se ausentes
(7), esporos pseudoamiloides …. .......................... CYSTODERMATEAE .... 2
1.2 Lamelas livres (4), raramente adnexas (3) (então esporada verde ou
marrom). Esporada branca, marrom (várias tonalidades), verde-azulada ou
verde-oliva. Esporos hialinos a profundamente pigmentados, com (4) ou sem
poro germinativo (5). Fíbulas presentes (6) ou, se fíbulas ausentes (7), os
esporos são pseudoamiloides ou não ................................ 3

2.1 Esporos lisos (9); camada cortical do píleo e estipe formada por epitélio de
elementos esferocistidioides (10).................... Cystoderma (se esporos
amiloides) ou Cystodermella (se esporos inamiloides).
2.2 Esporos verrucosos a equinados (8); camada cortical do píleo e estipe sem
esferocistes ................................ Ripartitella

3.1 Esporada marrom, marrom-escura a negra (esporos marrons ou marrom-


escuros ao microscópio), às vezes verde-azulada ou verde oliva [então esporos
sub-hialinos, punctados ou rugosos (8), inamiloides, camada cortical do píleo
epitelial (10) e fíbulas presentes (6)] ........................
...............................AGARICEAE .............. 4
3.2 Esporada branca, creme ou rosada; esporos hialino-amarelados sob o
microscópio, lisos (9) ou ornamentados (8) [mas então fíbulas ausentes (7) ou,
se presentes (6), camada cortical do píleo formada por hifas prostradas (11), ou
com escamas constituídas por escassos esferocistes entre numerosas hifas
filamentosas(12)]...................... 6

4.1 Esporada verde–azulada a verde-oliva quando fresca; esporos hialinos a


levemente pigmentados, finamente punctados a rugosos (8), sem poro
germinativo (5); fíbulas presentes (6) ............Melanophyllum
4.2 Esporada marrom-purpúrea a marrom-fusca ou sépia quando fresca;
esporos pigmentados, lisos, com (4) ou sem poro germinativo (5); fíbulas
ausentes (7) ........................ 5

5.1 Esporos inamiloides; queilocistídios se presentes, largos e vesiculosos


(13); fíbulas ausentes (7)................ Agaricus
5.2 Esporos pseudoamiloides; queilocistídios estreitos e longos a capitados
(14), filamentosos ......... Micropsalliota

6.1 Esporos sempre pseudoamiloides, metacromáticos em azul cresil, fíbulas


ausentes (7). Esporos lisos (9) ou, se ornamentados (8), camada cortical do
píleo formada por um himenioderme (15) (hifas terminais com 27-70 x 11-21
μm); poro germinativo presente ou ausente ........................
...............LEUCOCOPRINEAE ..................7
6.2 Esporos não metacromáticos em azul cresil e sem poro germinativo
(5); se ornamentados (8), fíbulas presentes (6) ou, se ausentes (7), camada
cortical do píleo formada por um epitélio (com células globosas); se lisos,
então fíbulas presentes (6) ou ausentes (7) (distinguindo-se então e
principalmente, pelos esporos não metacromáticos em azul cresil, amiloides,
inamiloides ou pseudoamiloides); esporos pseudoamiloides ou
não................. ...............................................................LEPIOTEAE ......... 11

7.1 Volva presente; hifas com numerosas


fíbulas .... ..... ..... ..... ................................................................... Volvolepiota
7.2 Volva ausente; hifas com ou sem fíbulas ....................8

8.1 Esporada verde, lamelas esverdeadas na


maturidade ............... ............................................... Chlorophyllum
8.2 Esporada branca, creme ou rosada; lamelas brandas ou rosadas na
maturidade........................................9

9.1 Hifas com numerosas fíbulas (6).......... Macrolepiota


9.2 Hifas sem fíbulas (7) ........................................ 10

10.1 Margem do píleo longamente sulcado-pectinada


(16) ........ ........................................................ Leucocoprinus
10.2 Margem do píleo não pectinada ou muito curtamente pectinada (apenas
junto a margem) ....... Leucoagaricus

11.1 Esporos inamiloides, finamente punctados; camada cortical do píleo


formada por esferocistos dispostos descontinuamente sobre hifas prostradas
(20); fíbulas presentes (6) ............... Smithiomyces
11.2 Esporos inamiloides, amiloides ou pseudoamiloides, lisos (se
ornamentados então sem esferocistes na camada cortical); camada cortical do
píleo variável, exclusivamente formada por eferocistes (19) ou paliçadoderme
(18), himenioderme (17) a tricodermial (21) ou somente com hifas prostradas
(11); fíbulas presentes (6) ou ausentes (7).......................................12

12.1 Camada cortical do píleo formada exclusivamente por esferocistos (19),


muitos em cadeias e desprendendo-se facilmente; esporos
lisos ......................... Cystolepiota
12.2 Camada cortical do píleo, se apresentando esferocistos, estes ocorrem
somente em pontas de escamas ou espinhos, mas no restante a camada cortical
é diferente ou os esporos são ornamentados ............................................. 13

13.1 Esporos lisos ......................................... Lepiota


13.2 Esporos ornamentados ............................14

14.1 Camada cortical do píleo formada por um epitélio; esporos


pseudoamiloides; hifas sem fíbulas ....................... Janauaria
14.2 Camada cortical do píleo não formada por epitélio; esporos inamiloides
ou fracamente pseudoamiloides; hifas com fíbulas ......15

15.1 Píleo radialmente pectinado e lamelas livres; esporos subglobosos a


globosos ........................Hiatulopsis
15.2 Píleo não pectinado e lamelas sublivres a
adnexas .................... .....................Ver Cystodermatae acima.

1. AGARICUS L. ex Fr.

Hábito pluteoide ou também chamado de agaricoide. Píleo carnoso, de superfície lisa,


fibrilosa, esquamulosa a escamosa, ou com espinhos piramidais, às vezes com o centro (disco
central) íntegro e metade marginal rompendo-se para formar escamas; forma muito variável, mas
em geral convexo a hemisférico. Lamelas livres a remotas, mas sem colário, brancas a rosadas, ou
escurecendo somente a partir da maturação dos esporos. Estipe central, às vezes com base bulbosa,
raro com volva; véu membranoso ou cortinoide presente, às vezes rudimentar ou fugaz,
desaparecendo rapidamente ou permanecendo como escamas na superfície; volva geralmente
ausente. Contexto carnoso. Esporada variando de marrom-púrpura até marrom-escuro ou sépia.
Esporos lisos, amarronzados sob o microscópio, de parede grossa, com (e então às vezes rudimentar
como em A. campestris) ou sem poro germinativo, inamiloides, raro maiores que 10 μm. Basídios
clavados, principalmente tetrasporados (em uma espécie são bisporados). Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios, se presentes, largos e vesiculosos ou clavados a piriformes. Trama himenoforal
regular a irregular. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, às vezes com uma paliçada
fragmentária. Hifas inamiloides, sem fíbulas.
Terrícolas ou humícolas. Não formam micorriza.
Muitas espécies são comestíveis, mas há espécies muito tóxicas (mortais) como Agaricus
xanthodermus (cujo contexto do estipe muda de cor para amarelo na base, quando machucado),
Agaricus placomyces, Agaricus heinemanii e outras. Portanto, para o consumo de espécies nativas
deste gênero, deve-se saber diferenciar estas espécies que, por exemplo, são citadas para países
vizinhos como a Argentina por WRIGHT & ALBERTÓ (2002) e que podem ocorrer no Brasil.
Entre as espécies comestíveis tem-se elementos introduzidas e outros brasileiros aclimatados para
cultivo, como Agaricus subrufescens (= A. brasiliensis; A. blazei) popularmente conhecido como
cogumelo do sol.
Características macro e microscópicas são importantes para a taxonomia do grupo, além de
uma série de reações químicas. Entre estas tem-se a reação com ácido nítrico mais óleo de anilina
(concentrados, traçados formando uma cruz sobre o píleo e nesta sequência-cada traço com um
deles, vendo-se a reação no ponto de cruzamento, onde cor avermelhada deve aparecer –
denominada reação de Schaeffer positiva), reação com óleo de anilina (deixa marrom-avermelhada
a superfície do píleo, quando positiva) e reação com NH 4OH ou KOH (uma gota no píleo deixa a
superfície amarelada ou alaranjada se positiva).
SINGER (1986) cita 35 espécies válidas no gênero, mas outras têm sido descritas desde
então, sendo que BAS (1991) refere 300, um número reduzido para cerca de 200 em KIRK et al.
(2008).
HEINEMMAN (1962 a 1993) publicou uma série “Agarici Austroamericani”, onde reúne 92
espécies encontradas nas Américas do Sul e Antilhas, trabalho fundamental para identificar espécies
deste gênero na região.
Para o Brasil são referidas pelo menos 37 espécies, especialmente nos trabalhos de PEGLER
(1997), HEINEMANN (1962; 1993), PUTZKE (1994) que elabora a primeira lista para o país,
WARTCHOW et al. (2008), MEIJER (2006) e ROTHER & SILVERIA (2008), mas muitas ainda
com dúvidas sobre sua identidade específica (apresentadas como cf.).
Algumas espécies ainda são duvidosas como Lepiota trichroa Mont. que, de acordo com
PEGLER (1990), é um Agaricus da seção Minores.
RICK (1939; 1961) descreve 20 espécies como ocorrendo no Rio Grande do Sul, sendo que
SINGER (1953), ao revisar coletas deste autor, confirma somente duas: Agaricus campestris L. e
Agaricus pampeanus (Speg.) Singer.
ALBERTÓ et al. (2005) refere que, estudando as espécies citadas por Rick e revisadas
pelos autores, 10 são de identidade duvidosa, 6 permaneceram com o nome original, 4 trocaram de
nome e 3 não foi possível analisar pelo estado de conservação ou pela inexistência de exsicatas.
Com relação às espécies citadas como Pholliotella, duas foram transferidas ao gênero Agaricus,
uma ao gênero Pholiota e outra a Micropsalliota. Do material colecionado encontraram ainda 3
citações novas e uma possível espécie nova.
MEIJER (2008) cita 16 espécies de Agaricus para o estado do Paraná, mas a maioria como
cf. e apenas Agaricus mediofuscus (F. H. Møller) Pilát, Agaricus meijeri Heinem., Agaricus
parasilvaticus Heinem., Agaricus subrufescens Peck e Agaricus volvatulus Heinem. & Gooss.-Font.
confirmadas ao nível específico. Na lista de MEIJER (2008) são citadas 27 espécies para o Paraná.
WARTCHOW et al. (2008) fazem revisão para Agaricaceae coletados em Pernambuco, no
Horto Zoobotânico Dois Irmãos e Reserva Gurjaú, sendo que foram encontradas 9 espécies.
ROTHER & SILVERIA (2008) citam espécies da família Agaricaceae coletadas no Parque
Estadual de Itapuã – RS, referindo 4 espécies de Agaricus das quais Agaricus porphyrizon P.D.
Orton e Agaricus pseudoargentinus Albertó & J.E. Wright foram citadas pela primeira vez para o
Brasil.
Espécies novas tem sido descritas ainda neste gênero tão estudado e inclusive de países
europeus e muitos trabalhos desta região são importantes para a taxonomia de espécies aqui
encontradas, como FREEMAN (1979), ESTEVE-RAVENTÓS & ORTEGA (1999). Agaricus
globocystidiatus, uma espécie com pleurocistídios, algo raro no gênero, foi descrito recentemente
em DREWINSKI et al. (2017) e sua revisão não foi possível no presente trabalho.
A lista de espécies referidas para o Brasil abaixo exposta foi adaptada de PUTZKE &
PUTZKE (2017) (espécies descritas no texto estão em negrito e com asterisco estão na chave):
*- Agaricus argentinus Speg. (RS) – RICK (1961).
*- Agaricus argyropotamicus Speg. (SP, RS, MT) – PEGLER (1997). (MT) HENEMANN
(1993).
*- Agaricus bisporus (J. Lange) Imbach (cultivado em todo o Brasil).
*- Agaricus brunneostictus Heinem. (MG) - ROSA & CAPELARI (2009).
- Agaricus cf. bugandensis Pegler (PR) – HEINEMANN (1993).
*- Agaricus campestris L. ex Fr. (RS) – SINGER (1953).
*- Agaricus cheilotulus Heinem. (PR) – HEINEMANN (1993).
*- Agaricus dennisii Heinem. (SP) – PEGLER (1997). Ver também A. puttemansii.
*- Agaricus dicystis Heinem. (PR) – HEINEMANN (1962).
*- Agaricus dulcidulus Schulzer (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2010). (SP) – PEGLER (1997).
(PE) - (Wartchow et al. 2008). Agaricus purpurellus Heinem. é sinonímia.
*- Agaricus endoxanthus Berk. & Br. (SP, PE, RS)- WARTCHOW (2005); ALVES et al. (2012).
(SP) – PEGLER (1997).
*- Agaricus fiardii Pegler (SP) – PEGLER (1997).
*- Agaricus cf. fuscofibrilosus (Moeller) Pilát (PR) – HEINEMANN (1993): 361.
*- Agaricus globocystidiatus Drewinski & M.A. Neves - DREWINSKI et al. (2017).
*- Agaricus hornei Murr. (SP) – PEGLER (1997).
*- Agaricus junquitensis Heinem. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). (PR) – HEINEMANN
(1993) e MEIJER (1992), deve ser revisto.
- Agaricus cf. litoralis (Wakef & A. Pearson) Pilát (RS) – ROTHER (2007).
*- Agarricus martineziensis Heinem (SP) - CAPELARI et al. (2006).
*- Agaricus mediofuscus (F. H. Møller) Pilát (PR) – MEIJER (2008).
*- Agaricus meijeri Heinem. (PR) – MEIJER (2008). (PR) – HEINEMANN (1993) afirma que
mais material deverá ser coletado para confirmar a identidade.
*- Agaricus nigrescentulus Heinem. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
- Agaricus cf. nivescens (Moeller) Moeller (PR) – HEINEMANN (1993).
- Agaricus cf. ochrascens Heinem & Goossens (PR) – HEINEMANN (1993).
*- Agaricus ochraceosquamulosus Hein. (SP) – PEGLER (1997).
*- Agaricus pampeanus Seg. (RS) – SINGER (1953) com dúvidas.
*- Agaricus parasilvaticus Hein. (PR, SP, PE aff., MG) – MEIJER (2008). ROSA &
CAPELARI (2009). (PR) – HEINEMANN (1993). (SP) – PEGLER (1997).
*- Agaricus porosporus Heinem. (SP) – PEGLER (1997). GRANDI et al. (1984).
*- Agaricus porphyrizon P.D. Orton (RS) – ROTHER & SILVEIRA (2008).
*- Agaricus pseudoargentinus Albertó & J.E. Wright (RS) – ROTHER (2007).
*- Agaricus puttemansii Pegler (SP) – PEGLER (1997). É próximo e difícil de diferenciar de A.
dennisii, até mesmo pela chave apresentada neste trabalho, exceto pelos queilocistídios, muitas
vezes difícil de diferenciar em material desidratado.
*- Agaricus purpurellus (MOELLER) MOELLER (PE) – Wartchow et al. (2008).
*- Agaricus riberaltensis Heinem. (PR) – MEIJER (2008 – como cf.). (PR, RJ) – HEINEMANN
(1993).
*- Agaricus rufoaurantiacus Heinem. (SP, PE) – PEGLER (1997).
*- Agaricus silvaticus Schaeff. ex Secr. (PR, SP, RO, PE) (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
(PR) – HEINEMANN (1993) – PEGLER (1997). (RS) – ROTHER (2007) aff.
*- Agaricus silvicola (Vitt.) Sacc. (PR) – HEINEMANN (1993).
*- Agaricus singeri Hein. (SP) (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). (SP) – PEGLER (1997).
GRANDI et al. (1984).
*- Agaricus spissicaulis Moeller (PR) – HEINEMANN (1993).
*- Agaricus stijvei Meijer (PR, CE) – MEIJER (2008). NASCIMENTO & ALVES (2014).
*- Agaricus (Psalliota) stramineus (Rick) Rick (RS) – HEINEMANN (1993).
*- Agaricus subrufescens Peck (A. brasiliensis Wasser, M. Didukh, M. A. Amazonas & Stamets
é sinonímia de acordo com KERRIGAN (2005); A. blazei Murr. é sinonímia – espécie
cultivada em todo o Brasil.
*- Agaricus subrutilescens (Kauffman) Hotson & D.E. Stuntz (SC) – KARSTEDT &
STURMER (2008).
- Agaricus sulcatellus Heinem. (PR) – HEINEMANN (1993) refere a citação de MEIJER (1992)
com a indicação de que tem dúvidas, portanto não foi incluída na chave.
- Agaricus trinitatensis R. E. D. Baker & W. T. Dale (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). Não foi
incluída na chave, sem material citado.
- Agaricus trisulphuratus Berk. (RS) – HEINEMANN (1993) refere que os dados de RICK (1939)
deixam dúvidas sobre a identidade de sua coleta, portanto não foi incluída na chave.
*- Agaricus cf. violaceosquamulosus R.E. D. Baker & Dale (MG) - ROSA & CAPELARI (2009).
Esta espécie é uma Micropsalliota.
*- Agaricus volvatulus Heinem. & Goossens (PR, RJ, SP) – MEIJER (2008). (PR) – HEINEMANN
(1993), refere que a identificação de material do Rio de Janeiro a partir de coletas de Corner é
duvidosa.
Deve ser notado ainda, que muitas espécies de Agaricus têm sido cultivadas comercialmente
para consumo como alimento no Brasil e, por isso, uma série de espécies diferentes vem sendo
introduzidas e podem estar ocorrendo na natureza. É o caso do mundialmente conhecido como
Champignon, encontrado em qualquer supermercado e de consumo generalizado entre a população,
apesar do valor elevado de venda e de sua adição à alimentação mais como um condimento.
Agaricus bisporus é uma das espécies mundialmente mais cultivadas, além de A. subrufescens,
conhecida como cogumelo do sol, cujas propriedades medicinais têm atraído a atenção dos
especialistas.
Cogumelos têm sido cultivados como alimento desde a mais remota antiguidade, com
registros nos impérios romano, grego, chinês e egípcio, e na América Central, entre os incas e os
astecas. Agaricus bisporus, que é o cogumelo mais cultivado na atualidade, tem registros de cultivo
que remontam a 1600 d.C. (Chang & Miles, 1989), sendo que representa hoje 31,8% da produção
mundial de cogumelos (Choudhary, 2011).
Agaricus blazei, o cogumelo do sol começou a ser cultivado no Brasil a partir da década de
1990, impulsionada pelo alto preço desse no mercado internacional e pelo desenvolvimento das
técnicas de cultivo pelos japoneses (Braga et al., 1998; Neves, 2000).
Os principais fornecedores do cogumelo Champignon estão localizados no Estado de São
Paulo (82,6%), nos municípios de Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Itupeva e Jundiaí. O Distrito
Federal é responsável por 17,35% do fornecimento, seguido por Goiânia com 4,34% (Duprat &
Souza, 2003). Na região de Mogi das Cruzes/SP, que até hoje ainda é o maior produtor nacional
desta espécie, são produzidas 10 mil toneladas de cogumelos, o que representa 80% da produção
nacional (Moda, 2003).
O cultivo de cogumelos emprega em geral resíduos agrícolas como substrato, o que permite
ao setor o aproveitamento destas sobras e a adição de lucro substancial aos que se emprenham em
cultivar cogumelos (Chang et al., 1992). Várias macrófitas aquáticas foram inclusive testadas após
serem produzidas em esgoto e serviram para a produção comercial de espécies de cogumelos
(Putzke, 2009). Além disso, para a produção podem ser utilizadas estruturas de minas abandonadas,
câmaras refrigeradas e galpões dispondo os sacos de cultivos em prateleiras, infraestrutura muitas
vezes disponíveis no meio rural (Tasnadi e Racz, 1991; Tseng e Luong, 1984).
Muitos estudos tem destacado a possibilidade de cultivar em pequena escala e com poucos
investimentos fungos deste gênero, mas pesquisas com novas espécies de Agaricus, com novas
raças melhor adaptadas, novas técnicas de cultivo adaptadas à realidade regional e técnicas mais
baratas de cultivo ainda tem sido pouco trabalhadas (Nieuwenhuijzen, 2007; Dias, 2010; Figueirêdo
& Dias, 2014).
De acordo com MODA (2003) a produção de cogumelos representa, em termos comerciais,
uma das maiores taxas de retorno por unidade de área, podendo gerar lucro de até 150% sobre o
capital investido ao final do ciclo produtivo. O autor destaca que a expansão desta cultura no país
depende de pesquisas objetivando maior produtividade, controle de qualidade, aproveitamento de
matéria orgânica disponível, produção a baixo custo e exportação.
Considerando a existência de várias espécies do gênero Agaricus no Brasil, mais espécies e
raças poderiam ser encontradas, isoladas, testadas e de fato cultivadas, pois por estarem
aclimatadas, poderiam ser cultivadas com pouca infraestrutura, em especial pela manutenção de
temperaturas mais baixas para o cultivo, já que o controle de temperatura encarece em muito a
produção (Figueirêdo & Dias, 2014).
CHAVE PARA AS SEÇÕES E ESPÉCIES DE AGARICUS ENCONTRADAS NO BRASIL:

1.1 Volva presente ....................................................................................... 3


1.2 Volva ausente ........................................................................................ 4

3.1 Anel presente .................................. A. martineziensis


3.2 Anel ausente .................................... A volvatulus

4.1 Píleo com margem estriada até metade do raio; contexto fino, não carnoso; véu universal
reduzido ou ausente ................... (Conioagaricus)..............5
4.2 Margem do píleo não estriada ou mais curto estriada; contexto fino a grosso e carnoso; véu
universal de ausente a bem desenvolvido .............. 7

5.1 Píleo vináceo mas ficando pálido rosado em direção à margem; anel branco, ascendente,
localizado no terço superior; com queilocistídios claviformes a
piriformes. ..... ....................................A. dulcidulus
5.2 Píleo marrom-rosado pálido a cinza escuro; anel efêmero a persistente; queilocistídios, se
presentes, do tipo cavados ................................... 6

6.1 Píleo marrom-rosado pálido, mais escuro no centro; anel efêmero; queilocistídios
ausentes ............................ A. dennisii
6.2 Píleo uniformemente cinza-escuro; anel persistente; queilocistídios
clavados ........... ......................................... A. puttemansii

7.1 Contexto do píleo avermelhado quando exposto; reação de Schaeffer negativa, KOH
negativo...........................................................................8
7.2 Contexto às vezes amarelando ou enegrecendo quando exposto; reação de Schaeffer negativa ou
positiva ....................................................... 14

8.1 Píleo com até 3,5 cm de diâmetro; esporos com 4 – 4,7 x 3,5 – 4,2 um ......................... A.
parasilvaticus
8.2 Píleo com mais de 6 cm de diâmetro; esporos como acima ou maiores ...............9

9.1 Píleo creme-acastanhado, com esquâmulas concolores; queilocistídios em parte catenulados;


esporos com 5,5—7,3 x 3,3—4,2 μm....... A dicystis
9.2 Píleo de colorido mais forte; queilocistídios não catenulados ..................................10

10.1 Píleo branco amarelado, com odor a anís; contexto ficando muito avermelhado quando
exposto; esporos com até 4 μm de comprimento................... Psalliota straminea
10.2 Píleo de colorido mais escuro e odor diferente; contexto variando diferentemente em coloração
quando exposto; esporos mais alongados ..........................................11

11.1 Píleo marrom, fibriloso; esporos curto elipsoides (Q= 1,25) .......... A. fuscofibrillosus
11.2 Píleo diferente e esporos mais alongados (Q= 1,6 – 1,9) ............................12

12.1 Superfície do píleo muda de cor para verde-oliva com KOH ...............A.subrutilescens
12.2 Superfície do píleo não fica verde oliva com KOH ........................13

13.1 Centro do píleo e esquâmulas marrons, contrastando um pouco com o fundo um pouco mais
claro; apenas estipe muda de cor para marrom avermelhado quando manuseado; odor acidulado;
queilocistídios clavado-ovados, com 20 – 40 x 10 – 22 μm; esporos com 6 – 8 x 4 – 4,5 μm
............. A. mediofuscus
13.2 Píleo e esquâmulas concolores, contexto manchando de marrom rosado no local exposto; odor
a iodo; queilocistídios 12-17 x 7 –12 μm, inflado clavados, piriformes a globosos; esporos com 4,5-
6 x 3-4 μm ..................... A. silvaticus

14.1 Basidioma não tornando-se amarelado quando machucado ou tocado; reação de Schaeffer (+)
ou (-) e odor em geral não à amêndoas ou a anis ........................................15
14.2 Superfície do basidioma e/ou contexto ou estipe descolorindo para amarelo ou formando
manchas amareladas, especialmente no estipe se este for tocado ou machucado, ou às vezes
enegrecendo, ou não descolorindo, mas então reação de Schaeffer positiva; odor a amêndoas ou a
anís; reação de Schaeffer (+) ou (-) (reação cruzada de óleo de anilina e ácido
nítrico)............. .......................................... Flavoagaricus..................... 29

15.1 Píleo com até 4 cm de diâmetro, rosado a marrom-escuro no centro, com pequenas esquâmulas
triangulares marrom-escuras, dipostas em círculos concêntricos na periferia; queilocistídios
piriformes ............A. brunneostictus
15.2 Píleo com dimensões como acima ou diferentes, mas escamas não arranjadas concentricamente
ou de colorido diferente; queilocistídios como acima ou diferentes a completamente ausentes.....16

16.1 Píleo e metade basal do estipe cobertos por remanescentes esquamulosos e rufos ou pálido-
ocráceos do véu universal, ou cotonoso, formados por hifas filamentosas multisseptadas e
facilmente removíveis; contexto carnoso ................................... ..................... Lanagaricus ...........17
16.2 Véu universal ausente ou reduzido a esquâmulas pequenas e isoladas, fixas, mas então não
combinando demais características como acima; reação de Schaeffer (-) ........ ........................
Agaricus...................................... 21

17.1 Píleo vináceo-purpúreo-pálido; esquâmulas eretas, recurvadas, marrom-purpúreas;


queilocistídios piriformes ........... A. violaceosquamulosus
17.2 Píleo sem tons purpúreos; esquâmulas ocráceas a rufas e/ou queilocistídios clavados;
esquâmulas brancas a marrom alaranjadas abaixo do anel....................8

18.1 Píleo com até 20 cm de diâmetro com esquâmulas amarronzadas ou vináceas; superfície do
píleo ficando esverdeada com KOH; estipe cotonoso abaixo do anel...................... .......................A.
subrutilescens
18.2 Píleo com até 10 cm de diâmetro, com esquâmulas brancas, ocráceas ou marrom alaranjadas;
superfície não ficando esverdeada em KOH; estipe com esquâmulas abaixo do anel ......................19

19.1 Estipe sólido, acastanhado na base, mas sem esquâmulas .......... A. argentinus
19.2 Estipe fistuloso, com esquâmulas brancas a ocráceas ou marrom-alaranjadas.......20

20.1 Píleo com 4 - 9 cm de diâmetro; estipe com esquâmulas minúsculas brancas a ocráceas abaixo
do anel ............. .................................. . A. ochraceosquamulosus
20.2 Píleo com 2 - 5 cm de diâmetro; estipe com esquâmulas marrom-
alaranjadas .................. ................................. A. rufoaurantiacus

21.1 Anel pouco desenvolvido, fino e frágil; estipe frequentemente alongado,cilíndrico ou atenuado
em direção à base, mas sem base bulbosa ................. 22
21.2 Anel bem desenvolvido e persistente, muitas vezes com remanescentes do véu universal no
lado inferior; estipe frequentemente com base bulbosa ..... 24

22.1 Píleo esbranquiçado, com esquâmulas concêntricas rufas ou fulvas; queilocistídios presentes;
poro germinativo presente ................ A. porosporus
22.2 Píleo branco a ocráceo no centro; queilocistídios ausentes; poro germinativo presente ou
ausente ......................................... 23

23.1 Esporos com 5,5 - 7,0 x 4 - 5 μm, sem poro germinativo ......... A. argyropotamicus
23.2 Esporos com 7 - 8,5 x 4,5 - 6 μm, com poro germinativo rudimentar ................ ............... A.
campestris (se esporos um pouco maiores e poro germinativo evidente é A. pampeanus)

24.1 Píleo com 6 - 10 cm de diâmetro, com esquâmulas fuscas sobre um fundo


branco ............................................. A. silvaticus
24.2 Píleo com diâmetro como acima ou diferente, com esquâmulas de outras cores e fundo branco
ou colorido .............................25

25.1 Píleo com 2 - 3,5 cm de diâmetro, com esquâmulas amarelas ou ocráceas sobre um fundo
marrom-pálido (estipe eventualmente cambiando para amarelado quando
machucado) ................................... A. parasilvaticus
25.2 Píleo com mais de 6 cm de diâmetro, com esquâmulas castanho claras ou ocráceas a marrom-
douradas .....................................26

26.1 Basídios bisporados .......................................................... Agaricus bisporus


26.2 Basídios tetrasporados ou bi e tetrasporado juntos ........................... 27

27.1 Píleo com escamas concêntricas marrom-douradas; queilocistídios catenulados ................. A.


subrufescens
27.2 Píleo fibriloso a esquamuloso, mas esquâmulas castanhas; queilocistídios não
catenulados ......................................28

28.1 Estipe sólido; anel duplo .................................. A. argentinus


28.2 Estipe fistuloso; anel simples ............................. A. pseudoargentinus

29.1 Píleo enegrecendo quando machucado ou amassado .............A. nigrescentulus


29.2 Píleo não enegrecendo quando machucado ou amassado, eventualmente
amarelescendo ...............................30

30.1 Píleo com 2 - 5 cm de diâmetro, com centro vináceo e margem pálido-rosada ou centro
marrom-purpúreo ............... 31
30.2 Píleo geralmente com mais de 5 cm de diâmetro, branco, creme, alaranjado, cinza-pálido,
amarelado ou marrom, ou, se menores, com caraterísticas diferentes das mencionadas
acima ............................................... 35

31.1 Píleo marrom-purpúreo; queilocistídios ausentes ..................... A. singeri


31.2 Píleo de outras cores e/ou queilocistídios presentes ......................32

32.1 Píleo vináceo com margem pálido-rosada; estipe imutável; queilocistídios


piriformes ...................... .................................... A. dulcidulus
32.2 Píleo marrom-purpúreo ou marrom amarelado ou creme e recoberto por esquâmulas pardas a
amareladas; queilocistídios versiformes ...................33

33.1 Estipe liso abaixo do anel; queilocistídios pedunculados, eventualmente com dois pedúnculos,
não catenulados ... .. ..............................................A. junquitensis
33.1 Estipe esquamuloso abaixo do anel; queilocistídiios catenuados ou muito
inconspícuos ............................34
34.1 Píleo marrom purpúreo; estipe coberto por esquâmulas alaranjado-pálidas abaixo do anel ou
apenas fibriloso; queilocistídios catenulados ...... A. riberaltensis (se queilocistídios não catenulados
então A. purpurellus)
34.2 Píleo em geral de outras cores; estipe coberto por esquâmulas pardas a amareladas abaixo do
anel; queilocistídios não cateulados, incospícuos e em geral piriformes ou clavados ............ A.
parasilvaticus

35.1 Contexto da base do estipe muda de cor instantaneamente para amarelo-cromo quando
exposto; píleo cinza-pálido; queilocistídios piriformes.......... A. endoxanthus
35.2 Contexto da base do estipe não cambiando para amarelo-cromo instantaneamente quando
exposto, mas aos poucos ficando amarelado; píleo branco a marrom ou violáceo a castanho-vináceo
ou amarelado; queilocistídios catenulados a piriformes ou clavados a inflado-clavados ou
ausentes ................................... 36

36.1 Píleo violáceo, esbranquiçado, gríseo-avermelhado ou amarelado, alaranjado a avermelhado-


amarelado a marrom-amarelado ou marrom escuro a cinza ou marrom-avermelhado; queilocistídios
não catenulados, às vezes inconspícuos ou mesmo ausentes .................. 37
36.2 Píleo branco a bege, ficando levemente marrom em direção ao centro, sedoso-estriado ou
escamoso a esquamuloso; queilocistídios catenulados .......... 45

37.1 Píleo violáceo a castanho-vináceo ............................A. porphyrizon


37.2 Píleo não violáceo nem vináceo ....................................38

38.1 Píleo com zonas concêntricas de esquâmulas marrons fibrilosas; queilocistídios


piriformes ................................... A. hornei
38.2 Esquâmulas não em zonas concêntricas, ou estas são de outras cores; queilocistídios clavados a
inflado-clavados, ovais a subglobosos ou cilíndricos, catenulados ou
ausentes ..................................................... 39

39.1 Píleo com 5 – 8 cm de diâmetro, de hemisférico a convexo expandido, com centro levemente
aplanado, liso, esbranquiçado a gríseo-avermelhado, com esquâmulas amareladas ou lilacinas;
queilocistídios numerosos, estreito clavados a cilíndricos, 18 – 32 x 3 – 9
μm. ........................................................... A. spissicaulis
39.2 Píleo com menos de 5 cm de diâmetro, umbonado ou não, com esquâmulas marrom
alaranjadas, ou se píleo maior, então queilocistídios catenulados; nos demais com queilocistídios
clavados a obovoides ou oblongos a globosos ou catenulados, às vezes ausentes ............40

40.1 Píleo com 2-3 cm de diâmetro, convexo com um umbo grande e proeminente; superfície com
numerosas escamas recurvadas marrom-alaranjadas sobre uma superfície creme pálida; crescem em
interior de florestas; queilocistídios 13,5-20 x 5-7,5 μm, clavados a inflado-
clavados ................................ A. rufoaurantiacus (da seção Lanagaricus)
40.2 Píleo com mais de 4,5 cm de diâmetro, em geral não umbonado; esquamuloso ou não; crescem
em campos abertos; queilocistídios, se presentes, obovoides a oblongos ou globosos................. 41

41.1 Píleo com 4,5 - 5 cm de diâmetro, disco de amarelado a avermelhado-amarelado a marrom-


amarelado ou marrom escuro a cinza, restante branco; queilocistídios com 5,5 – 26 x 3,5 – 15 µm,
obovoides a oblongos ou globosos (aparentemente ausentes na maturidade); esporos sem poro
germinativo .................................. A. cheilotulus
41.2 Píleo com mais de 5 cm de diâmetro, branco a acinzentado ou alaranjado ou bege com
esquâmulas púrpuras; queilocistídios ausentes ou presentes; esporos com poro germinativo
rudimentar ou bem desenvolvido a ausente .......................42
42.1 Crescem em interior de florestas ou áreas abertas; queilocistídios presentes, ovados a inflados
ou catenulados ....... ............ 43
42.2 Crescem em campos abertos; queilocistídios ausentes ................................44

43.1 Píleo com fundo bege e esquâmulas purpúreas; pleurocistídios presentes ..... Agaricus
globocystidiatus
43.2 Píleo esbranquiçado a alaranjado ou amarronzado; pleurocistídios ausentes .............. 43

43'.1 Píleo esbranquiçado; queilocistídios ovados a inflados ........... Agaricus silvicola


43'.2 Píleo alaranjado-claro a alaranjado acinzentado com centro marrom-claro; queilocistídios
catenulados .............................. Agaricus stijvei

44.1 Esporos com 7,5 – 8,1 μm de comprimento, com poro germinativo


rudimentar ......... ................................................. A. campestris
44.2 Esporos com 8,7 – 9,4 μm de comprimento, com poro germinativo bem
desenvolvido ....................... .........................A. pampeanus

45.1 Píleo sedoso-estriado, branco com tons rosados, com fibrilas concolores; esporos ovoides a
curto elipsoides .............. A. fiardii
45.2 Píleo não sedoso-estriado; esporos algo faseoliformes a elípticos.............46

46.1 Píleo marrom escuro com esquâmulas marrom-violáceas a acinzentado-avermelhadas sobre


fundo branco a branco amarelado; esporos subglobosos a curto elipsoides ou
faseoliformes ............................................. A. meijeri
46.2 Píleo branco a marrom-claro, com esquâmulas concêntricas marrom-douradas densamente
arranjadas na região central do píleo; esporos elípticos ........... A. subrufescens

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DO GÊNERO AGARICUS CITADAS PARA O BRASIL

1- Agaricus argentinus Speg., Figura 08


Anal. Mus. nac. Hist. nat. B. Aires 6: 142. 1898 [1899].

Píleo 6 – 10 cm de diâmetro, convexo a levemente aplanado, com esquâmulas e fibrilas mais


escuras, castanhas, de margem apendiculada, esbranquiçado. Estipe com 10 – 13 x 1 – 1,5 cm,
cilíndrico, branco, somente a base mais escura a acastanhada, sólido, com rizomorfas brancas. Anel
central ou superior, duplo, membranoso, branco. Contexto grosso, carnoso, branco e imutável
quando exposto. Lamelas livres, remotas. Esporada marrom-chocolate. Esporos com 4,5 – 6 x 3,5 –
4,5 μm, elipsoides, marrons, sem poro germinativo, de parede grossa. Basídios com 15 – 25 x 6 – 8
μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 15 – 25 x 9 – 15 μm, de
subglobosos a curto clavados, hialinos ou amarronzados. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas, pouco diferenciadas. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo, em geral isolados.
Agaricus pseudoargentinus Albertó & Wright é próxima, diferenciando-se basicamente pelo
estipe fistuloso e anel simples. É citada para o Rio Grande do Sul.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, J. Rick, PACA.
Figura 08 – Agaricus argentinus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

2- Agaricus argyropotamicus Speg., Figura 09


Ann. Mus. Nac. Buenos Aires 6: 146. 1899.

Píleo com 4 - 6 cm de diâmetro, carnoso, subgloboso a convexo, umbonado, de superfície


branca a ocrácea no disco, seca, fibrilosa a algo esquamulosa, margem levemente apendiculada.
Estipe com 2,5 - 4 x 1 - 1,5 cm, atenuado em direção à base, sólido, branco, levemente flocoso
pulverulento abaixo do anel. Anel inferior, frágil, flocoso, evanescente. Contexto com até 15 mm de
espessura no disco, esbranquiçado, descolorindo para rosado rapidamente quando exposto. Lamelas
livres, escurecendo até ficarem negras, com 3 mm de largura, próximas. Esporada marrom-escura.
Esporos com 6 - 7,5 x 4 - 5,5 μm, ovoides a elipsoides, marrom-escuros sob o microscópio, de
parede grossa, lisa, sem poro germinativo. Basídios com 25 - 30 x 7 - 10 μm, tetrasterigmatados.
Pleuro- e queilocistídios ausentes. Trama da lamela regular. Hifas do contexto muito infladas e de
parede fina, 4 - 25 μm de diâmetro. Camada cortical do píleo com hifas prostradas pouco
diferenciadas, entrelaçadas, de 6 - 10 μm de diâmetro. Fíbulas ausentes.
Espécie comum, de ampla dispersão pela América segundo PEGLER (1983). É citada para o
Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Apiaí, junho de 1881, Puiggari, s. n., Cidade
Universitária, 7/12/1984, Maziero SP (193725).
Figura 09 – Agaricus argyropotamicus: a- basidioma; b-esporos.

3- Agaricus bisporus (J. Lange) Imbach, Figura 10


Mitt. naturf. Ges. Luzern 15: 15 (1946).

Píleo com 3 – 10 cm de diâmetro, branco e liso quando jovem, surgindo pequenas escamas
(brancas ou amarronzadas) e ficando esbranquiçado ou castanho-claro, convexo a aplanado. Estipe
com 3 – 6 x 1 – 2 cm, esbranquiçado, rosado sobre o anel, com base algo bulbosa. Anel ínfero,
estriado na superfície superior. Contexto branco, ficando rosado ao ser exposto ou tocado. Lamelas
livres, remotas, marrom-chocolate. Esporada marrom-chocolate. Esporos com 5 – 7,5 x 4,5 – 5,5
μm, globosos a curtamente elipsoides, castanhos, lisos, de parede grossa. Basídios com 15 – 30 x 5
– 10 μm, bisporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 20 – 40 x 8 – 15 μm,
claviformes, hialinos. Camada cortical do píleo com hifas pouco diferenciadas e prostradas. Fíbulas
ausentes. Reação de Schaeffer negativa.
Crescem em solo de campos e em locais com esterco, especialmente de cavalo. Muito
cultivado em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os basídios bisporados em basidomas brancos são
caracteres distintivos mais evidentes para esta espécie.
Material examinado: BRASIL. RS, Santa Cruz do Sul, Parque Ambiental da Souza Cruz,
05/02/2010, J. Putzke, HCB.
Figura 10 – Agaricus bisporus: a- basidioma; b- esporos; c- basídios.

4- Agaricus brunneostictus Heinem., Figura 11


Bulletin du Jardin Botanique de l'État à Bruxelles 32: 159. 1962.

Píleo com 3 - 4 cm de diâmetro, algo carnoso, fino, convexo a aplanado, rosado a marrom-
escuro no centro, com pequenas esquâmulas triangulares marrom escuras, dispostas em círculos
concêntricos na periferia, de margem não estriada. Estipe com 6-7 x 0,2 - 0,45 cm, cilíndrico,
engrossado na base a até 8 mm, oco, esbranquiçado ou eventualmente mais ocre na base que
termina em ponta. Anel superior, membranoso, pendente. Lamelas rosadas no início e então ficando
marrom-rosado-escuras, livres. Contexto isabelino no píleo e ocráceo-amarelado no estipe. Odor
nulo. Esporos com 5,5 – 6,3 x 3,6 – 4 μm, elipsoides, raramente com uma constrição mediana, sem
poro germinativo, com apículo hialino e restante amarronzado. Basídios com 15 – 21 x 6,5 – 8,5
μm, tetrasporados. Queilocistídios com 20 – 27 x 11 – 15 μm, curtamente piriformes, hialinos.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas cilíndricas, de 5 – 8 μm de diâmetro, as mais
superficiais formando as esquâmulas e apresentando um pigmento interno marrom ou violáceo.
Reação de Schaeffer desconhecida.
Crescem em solo de interior de florestas. Citado para MG.
Figura 11 – Agaricus brunneostictus: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

5- Agaricus campestris L. ex Fr., Figura 12


Syst. Mycol. 1: 291. 1921.

Píleo globoso no início, 4 – 10 cm de diâmetro, ficando convexo a campanulado,


frequentemente umbonado, algumas vezes levemente depresso ou aplanado, carnoso, branco a
esbranquiçado, com alguns tons rosados, mas descolorindo ocráceo-escuro em tempo seco, liso e
glabro, às vezes superfície rompendo-se em escamas; margem incurvada, com restos de véu.
Lamelas livres, brancas ficando rosadas com o amadurecimento, ventricosas, de até 8 mm,
próximas. Estipe 4-8 x 0,7-1,7 cm, cilíndrico ou afinando em direção à base, sólido, escamoso por
baixo do anel, branco ou amarelado quando tocado. Anel superior, membranoso, branco, fino.
Contexto de até 10 mm de espessura junto ao disco, carnoso, branco, levemente avermelhado
quando exposto, de sabor e odor agradável. Esporada castanha. Esporos (6,5-) 7 – 8 x 3,8 - 5,5 μm,
ovoides, castanhos sob o microscópio, lisos, com poro germinativo ainda que rudimentar. Basídios
de 23-26 x 5-7 μm, estreitamente clavados, formando quatro esterigmas de até 5 μm de
comprimento. Pleurocistídios e queilocistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada
cortical do píleo com hifas prostradas pouco diferenciadas. Hifas do contexto de parede grossa, 1,5
– 5 μm de diâmetro, infladas a até 20 μm. Fíbulas ausentes. Reação de Schaeffer negativa.
Pode ser confundido macroscopicamente com várias outras espécies brancas de Agaricus,
para o que apenas a microscopia pode contribuir na diferenciação. A. pampeanus, por exemplo, tem
esporos com 1 μm a mais de comprimento e poro germinativo melhor desenvolvido.
Material examinado: BRASIL. RS, Santa Cruz do Sul, Parque Ambiental da Souza Cruz,
08/10/2008, J. Putzke, HCB.
Figura 12 – Agaricus campestris: a- basidioma imaturo; b- basidioma maduro; c-esporos.

6- Agaricus cheilotulus Heinem., Figura 13


Bull. Jard. Bot. Nat. Belg. 60: 346. 1990.

Píleo com 4,5 - 5 cm de diâmetro, cilíndrico no primórdio e então convexo a plano


convexo ou aplanado, com margem às vezes rachada, glabro a algo esquamuloso, seco, às vezes
esquamuloso no disco, no restante glabro, disco de amarelado a avermelhado-amarelado a marrom-
amarelado ou marrom escuro a cinza, restante branco, imutável. Contexto branco, imutável, de até 7
mm de espessura. Lamelas livres, próximas, com 3 – 4 séries de lamélulas, rosadas quando jovens e
ficando amarronzadas na maturidade. Estipe 2,5 – 9 x 0,6 – 1,2 cm, cilíndrico ou afinando para o
ápice, de contexto na base ficando levemente amarelado quando cortado, no restante imutável,
superfície glabra, raramente longitudinalmente estriado, esbranquiçado. Anel presente, fino,
mediano e pendente ou não. Esporos 4 – 6,2 x 3 – 4,5 µm, elipsoide-ovoides, lisos, marrom-escuros,
de parede fina, de apêndice hilar não proeminente e poro germinativo não evidente. Basídios 12 –
25 x 5 – 8 µm, cilíndrico clavados a clavados, hialinos, tetrasporados, com esterigmas de até 3,5 µm
de comprimento. Pleurocistídios e caulocistídios ausentes. Queilocistídios com 5,5 – 26 x 3,5 – 15
µm, obovoides a oblongos ou globosos, hialinos, de paredes finas, abundantes e formando camada
contínua quando jovens e aparentemente ausentes na maturidade. Trama himenoforal regular a
subregular. Camada cortical do píleo do tipo enterocutis, com hifas de 2 – 25 µm de diâmetro,
prostradas, entrelaçadas, hialinas. Hifas da cobertura do estipe paralelas, hialinas, de 1 - 34 µm de
diâmetro. Véu formado por hifas levemente a muito infladas, hialinas e de paredes finas, com 1,5 –
32 µm de diâmetro. Fíbulas ausentes.
Reações químicas: KOH – amarelo; anilina x ácido acético glacial – escarlate.
Crescem em campos formando anéis de bruxa ou de escassos a agrupados. A espécie é
encontrada também na Argentina e nas Ilhas do Havaí.
Material examinado: BRASIL. Paraná, dunas costeiras, A. Meijer.
Figura 13 – Agaricus cheilotulus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

7- Agaricus dennisii Heinem., Figura 14


Kew Bull. 15: 245. 1961.

Píleo com 3 – 4 cm de diâmetro, pequeno e frágil, de cônico campanulado a convexo com


centro umbonado, branco a pálido cinamômeo, escamoso fibriloso, estriado até metade do raio,
apendiculado. Lamelas remotas, próximas, amarronzadas quando maduras. Estipe cm 3 – 5 x 0,2-
0,3 cm, oco, cilíndrico a expandido na base a até 5 mm. Anel branco, membranoso, cupulado.
Contexto de até 2 mm de espessura no disco, pálido rosado. Esporos com 4 – 5 x 3 -3,6 μm, curto
elipsoides, de parede grossa e marrom escura, sem poro germinativo. Basídios com 15 – 20 x 7 – 8
μm, clavados, tetrasporados. Pleuro e queilocistídios ausentes. Trama himenoforal regular, hialina,
com hifas paralelas. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, de paredes finas, 30 – 90 x 6 –
45 μm, hialinas ou com pigmento vacuolar amarronzado.
Crescem em solo. O porte reduzido e margem do píleo estriada a incluem na seção
Conioagaricus.
Material examinado: Brasil, SP, São Paulo, Instituto de Botânica, K.L. Povineli et al. s.n.,
5/V/1993, SP (250972).

Figura 14 – Agaricus dennisii: a- basidioma; b- esporos.


8- Agaricus dicystis Heinem., Figura 15
Bulletin du Jardin Botanique de l'État à Bruxelles 32: 25. 1962.

Píleo com até 7-9 cm de diâmetro, creme-acastanhado claro, com esquâmulas concolores
formando círculos concêntricos, de margem levantada com o amadurecimento. Estipe com 8-9 x 0,9
cm, cilíndrico, alargando na base a até 1,7 cm formando um bulbo, esbranquiçado a creme, liso.
Anel branco, frágil. Lamelas livres, amarronzado escuras quando os esporos estiverem maduros.
Contexto atingindo 1 cm de espessura no centro, avermelhado quando exposto ou em frutificações
mais velhas, não cambiando para amarelado, reagindo fracamente com óleo de anilina e ácido
nítrico. Esporos 5,5—7,3 x 3,3—4,2 μm, elípticos a largo-elipsoides, alguns com constrição
mediana e o lado do hilo mais alargado, sem poro germinativo. Basídios com 1, 2, 3 ou 4
esterigmas. Queilocistídios vesiculosos-claviformes, em parte catenulados, com (12-) 18 - 26 x (7-)
10 - 14 μm. Sub-himênio celular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco
diferenciadas. Esquâmulas do píleo formadas por elementos facilmente removíveis, de hifas curtas
com 14 – 40 x 4 – 8 μm, com pigmento intracelular amarronzado solúvel em amônia. Reação de
Schaeffer positiva, ficando marrom escuro na superfície do píleo.
Crescem em interior de florestas sobre madeira, o que é raro para o gênero.
Material examinado: BRASIL. Paraná, Curitiba, A. Meijer, 11/10/1979, 309 c.

Figura 15 – Agaricus dicystis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

9- Agaricus dulcidulus Schulzer, Figura 16


Icon. Sel. Hymenomyc. Hung.: 29. 1874.

Píleo cônico ficando campanulado a aplanado, com 3,5-4,5 cm de diâmetro, vináceo mas
ficando pálido rosado em direção à margem, fibriloso-escamoso, involuto, estriado. Lamelas livres,
brancas, mas marrons com a desidratação, próximas. Estipe com 3-8,5 x 0,2-0,5 cm, cilíndrico, com
bulbo basal, branco, imutável, fistuloso. Anel branco, ascendente, localizado no terço superior.
Esporos com 4-6 x 3,5 - 4 μm, marrons, ovoides, parede dupla, sem poro germinativo, inamiloides.
Basídios 13-16,7 x 5-6,9 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35-40 x
12-20 μm, claviformes a piriformes. Camada cortical do píleo formada por tricoderme com
pigmento violáceo-amarronzado. Reação de Schaeffer (+). Fíbulas ausentes.
Uma espécie gregária crescendo em ninho de formigas cortadeiras (Albuquerque et al.,
2010) tal como registrado para Leucoagricus gongylophorus por SPIELMANN & PUTZKE (1996),
ou em solo de florestas. É uma espécie comestível.
MAIA et al. (2002) citam esta espécie para Pernambuco a partir de material de herbário, mas
a exsicata sob este nome Agaricus purpurellus (URM 75672) tem esporos com (5-)5.5-7.5(-8)×3.5-
4.8 μm, similares aos dos esporos de A. goossensiae Heinem. da África (Heinemann, 1956; Pegler,
1969), uma espécie que é próxima de A. purpurellus (Pegler, 1977).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Cabo de Santo Agostinho, Complexo do
Gurjaú (Mata do Xangô), 19/VII/2004, F. Wartchow 17/2004, 78680 (URM); Complexo do Gurjaú
(Mata do Café), 3/VIII/2004, F. Wartchow 20/2004 78679 (URM); Complexo do Gurjaú (Mata do
São Braz), 3/VIII/2004, F. Wartchow 21/2004, 78678 (URM).

Figura 16 – Agaricus dulcidulus: a- basidioma jovem; b- basidioma maduro; c- esporos; d-


queilocistídios.

10- Agaricus endoxantus Berk. & Broome, Figura 17


J. Linn. Soc., Bot. 11: 548. 1871.

Píleo com 1,5 – 4,5 cm de diâmetro, plano a umbonado, marrom púrpura no disco,
rompendo-se em esquâmulas concolores sobre uma superfície branco-acinzentado clara. Contexto
carnoso. Lamelas livres, marrom-acinzentadas, próximas, membranosas. Estipe 60 - 75 x 2 - 4 mm,
central, cilíndrico, inflado na base a até 6 mm, branco, com esquâmulas brancas próximas do anel,
tornando-se amarelo-cromo na metade basal ao toque ou se exposto (instantaneamente), oco. Anel
membranoso, branco, frágil, pendente, na metade superior do estipe. Esporos 4-5,3 x 2,5-3,5 μm,
curto-elipsoides, marrons, de parede lisa e espessa. Basídios 15-20 x 6-7,5 μm, clavados a sub-
fusoides, com 2 a 4 esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios inconspícuos, com 15-25 x
7,5- 10 μm, inflado-clavados a sub-piriforme, hialinos, de parede fina. Camada cortical do píleo
com hifas ascendentes de elementos terminais com 22,5-52 x 6-10 μm, cilíndricos, com
pigmentação marrom violácea, parede moderadamente espessada. Trama da lamela sub-regular.
Fíbulas ausentes. Crescem em solo no interior de mata.
Esta espécie pertence ao subgênero Flavoagaricus Hein., diferenciada pelas esquâmulas
marrom-vináceas sobre uma superfície branca a acinzentada do píleo e pela mudança de coloração
para o amarelo na base do estipe quando esta é tocada ou cortada (Pegler, 1977 e 1983). É citada
para Pernambuco por WARTCHOW (2005) e RS por ALVES et al. (2012).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho, Complexo do
Gurjaú (Mata do Xangô), F. Wartchow, 19/VII/2004 (HCB); Complexo do Gurjaú (Mata do Café),
F. Wartchow, 03/VIII/2004 (HCB). Material Examinado: BRASIL. RIO GRANDE SO SUL: São
Gabriel, Reserva Ecológica Sanga da Bica. 2011, Graciéle Cunha Alves F109.

Figura 17 – Agaricus endoxanthus: a- Basidioma com detalhe da seção transversal do estipe; b-


esporos; c- Basídios bisporados e tetrasporados e queilocistídios entremeados (setas); d- elementos
da camada cortical do píleo.

11- Agaricus fiardii Pegler, Figura 18


Kew Bull. Add. Series 1983: 447.

Píleo com 6 - 8 cm de diâmetro, largo campanulado e umbonado, branco com tons rosados,
com fibrilas concolores, com margem apendiculada. Estipe com 8 - 11 x 0,6 - 0,8 cm, levemente
inflado na base, fistuloso, branco mas ficando amarronzado com a maturação, frequentemente
rosado acima do anel; anel superior, grande e frágil, pêndulo, cotonoso-esquamuloso. Contexto
carnoso, branco, não cambiando de cor quando exposto, odor a anís. Lamelas livres, marrom
chocolate a negras quando maduras, estreitas, próximas. Esporada marrom-escura a quase negra.
Esporos 4,7 - 6 x 3,2 - 4,5 μm, ovoides a curto elipsoides, marrom-escuros, de parede grossa.
Basídios tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios abundantes, catenulados em 3 - 4
células, globosas ou elipsoides, 4 - 20 x 3 - 12 μm, hialinos, de parede fina. Trama himenoforal
regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas. Fíbulas
ausentes. Reação de Schaeffer (+) laranja após 2 - 3 minutos.
Crescem em solo de florestas.
O tamanho dos basidiomas, esporos e queilocistídios catenulados caracterizam a espécie, de
ampla distribuição, citada para São Paulo por PEGLER (1997).
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual Fontes do Ipiranga,
28/01/1987, Pegler 3872, SP (214302).
Figura 18 – Agaricus fiardii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

12- Agaricus hornei Murr., Figura 19


Mycologia 10 (2): 80. 1918.

Píleo convexo, firme, com 5- 10 cm de diâmetro, seco, convexo, esbranquiçado com


esquâmulas formando zonas concêntricas, de tamanho pequeno, imbricadas, fibrilosas e
amarronzadas, com margem plana, algo apendiculada. Contexto branco, manchando de amarelo
quando exposto, sem sabor nem gosto pronunciáveis. Estipe de com 10 – 15 x 2 – 3 cm, de largura
irregular e base inflada, flocoso esquamuloso, avançando no substrato mas não radicante. Anel
grosso, membranoso, branco, persistente, localizado a 1 cm do píleo. Lamelas livres, próximas,
rosado-amarronzadas. Esporos com 5 – 6,5 x 4 - 5 μm, ovoides a largo elipsoides, lisos, opacos,
marrom-purpúreos, ovoides. Basídios tetrasporados. Queilocistídios piriformes, hialinos, com 20 –
30 x 10 – 12 μm, de paredes finas. Camada cortical do píleo com hifas prostradas. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo. O basidioma grande, amarescendo nos locais machucados, com píleo
recoberto por esquâmulas marrons e fibrilosas arranjadas em zonas concêntricas caracterizam bem a
espécie, além da forma ovoide dos esporos e os queilocistídios piriformes quanto a características
microscópicas.
Material examinado: BRASIL, São Paulo, Campinas, Moji Guaçu, 30/01/1987, Pegler
3902, SP (214325).
Figura 19 – Agaricus horneii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

13- Agaricus junquitensis Heinem., Figura 20


Bulletin du Jardin Botanique de l'État à Bruxelles 32: 157. 1962.

Píleo com 2,5- 4,5 cm de diâmetro, carnoso exceto na margem, marrom amarelado,
rompendo–se para formar esquâmulas fibrilosas marrom-acinzentadas, sobre um fundo branco na
periferia e tornando-se inteiramente rosado na maturidade, com margem fendida. Estipe com 6 – 8 x
0,4 – 0,6 cm, oco, com base bruscamente dilatada formando bulbo de até 15 mm de diâmetro, com
superfície branca, cambiando levemente para amarelado quando manuseado. Anel branco,
membranoso, fino, fixo à metade superior do estipe e pendente. Lamelas largas, livres, de rosadas a
amarronzadas. Contexto imutável. Odor nulo. Esporos com 5,7 – 6,3 x 3,3 – 3,9 μm, longo-
ovoides, de parede fina, sem poro germinativo. Basídios com 1,2 3 a 4 esterigmas, 19 – 23 x 7 – 8
μm. Queilocistídios piriformes e longamente pedunculados, com 23 – 43 x 11 – 20 μm, de parede
fina, hialinos, eventualmente com dois pedúnculos. Sub-himênio celular. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas de 7 – 19 μm de diâmetro, as mais superficiais com parede
amarronzada, finamente encrustados. Reação de Schaeffer negativa.
Alguns elementos himeniais das laterais da lamela parecem com pleurocistídios, mas podem
ser basídios anormais, o que deverá ser averiguado com a realização de mais coletas de acordo com
HEINEMANN (1962).
Figura 20 - Agaricus junquitensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

14- Agaricus martineziensis Heinem., Figura 21


Bull. Jard. Bot. Nat. Belg. 60: 339. 1990.

Píleo com 15 – 22 cm de diâmetro, convexo no início e depois aplanado a levemente


umbonado, liso, seco, esbranquiçado, com esquâmulas amarronzadas, de margem inteira. Lamelas
amarronzadas na maturidade, próximas, de margem inteira, livres. Estipe bulboso, com 12 x 3-5,5
cm, marrom violáceo, esbranquiçado acima do anel e em direção à volva. Anel superior, branco,
esquamuloso. Volva sacada, branca. Esporos 5,5-7 x 4-5,5 μm (Q = 1.25-1.33), marrom escuros sob
o microscópio, ovoides, lisos, de parede grossa e sem poro germinativo, inamiloides. Basídios
clavados, 26,5-29,5 x 8,5-17 μm, de parede algo engrossada, tetrasterigmatados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios 19,5-28 x 8,5-10 μm, calvados a piriformes, hialinos e de parede fina.
Trama himenoforal irregular. Camada cortical do píleo formada por um tricoderme estratificado,
com elementos em cadeias de 4 – 7 células subglobosas a cilíndricas, 14-22,5 x 10-15,5 μm, os
terminais com pigmento marrom vacuolar. Esquâmulas formadas por hifas septadas, hialinas a
pálido amareladas, infladas ou não, com 4-12,5 μm de diâmetro.
Crescem em solo. Espécie citada para a Argentina e São Paulo e encontrada pela primeira
vez no presente trabalho para o Rio Grande do Sul.
Material examinado: Brasil, SP, São Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, U.C.
Peixoto s.n., 13/VI/2001, SP (307635). U.C. Peixoto s.n., 14/XII/2001, SP (307818).
Figura 21 – Agaricus martineziensis: a- basidioma; b- queilocistídios; c- esporos.

15- Agaricus mediofuscus (Möller) Pilat = A. langei, Figura 22


Actae Musei Nationale Pragae, VII B, 1, p. 8. 1951.

Píleo com 6 – 10 cm de diâmetro, ovado ficando plano convexo, seríceo, com umbo
fuligíneo, liso ou com esquâmulas adnatas e fibrilosas marrom escuras, superfície marrom pálida.
Lamelas livres, amarronzadas quando maduras, mas com bordo esbranquiçado. Estipe 5 – 8 x 1,5 –
2 cm, atenuado para o ápice, não bulboso na base, oco, liso e branco acima do anel e com
flocosidade amarronzada abaixo, ficando marrom-avermelhado com o manuseio. Anel súpero,
branco no lado superior e amarronzado flocoso no inferior. Contexto branco, cambiando para
vináceo purpúreo, principalmente no estipe. Odor acídulo. Esporada marrom escura. Esporos com 6
– 8 x 4 – 4,5 μm, ovado oblongos, amarronzados, de parede lisa e grossa, bigutulados. Basídios 20
– 26 x 6 – 8 μm, tetrasporados. Queilocistídios clavado-ovados, hialinos ou amarronzados, 20 – 40
x 10 – 22 μm. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, pouco diferenciadas, marrom escuras,
quase violáceas.
Crescem em solo, em geral em interior de bosques de coníferas. É considerada por alguns
autores sinonímia de A. langei.
Figura 22 – Agaricus mediofuscus: a- basidioma; b- esporos.

16- Agaricus meijeri Heinem., Figura 23


Bull. Jard. Bot. Belg. 62: 368. 1993.

Píleo 7 – 12 cm de diâmetro, de hemisférico a aplanado, com disco liso e marrom escuro e


restante com esquâmulas marrom-violáceas a acinzentado avermelhadas sobre fundo branco a
branco amarelado. Lamelas livres a remotas, brancas, cambiando para rosa pálido e alaranjado
quando machucadas e ficando amarronzadas pela maturação dos esporos. Estipe com 5 – 9 x 10 –
17 cm, branco ficando amarelado apenas junto a base, sólido a fistuloso, liso na metade acima do
anel e esquamuloso abaixo, ficando amarelado alaranjado na base quando machucado, sem
rizomorfas. Anel simples, superior, liso e branco acima e flocoso abaixo. Contexto branco, grosso,
amarelecendo levemente quando exposto. Odor forte e sabor suave. Esporada marrom acinzentada.
Esporos 4,5 – 5,8 x 3,3 – 4,1 μm, subglobosos a curto-elipsoides em vista frontal e levemente
faseoliformes em vista lateral, amarronzados e de parede lisa e grossa, sem poro germinativo e sem
espessamento apical. Basídios com 20 – 25 x 7,5 – 8 μm, tetrasporados. Queilocistídios abundantes,
esferoidais, raro lageniformes ou utriformes, frequentemente catenulados 16 – 40 x 8 – 23 μm,
hialinos e de parede fina. Sub-himênio celular bem desenvolvido e trama da lamela regular. Camada
cortical do píleo com hifas prostradas com pigmento intracelular. Esquâmulas formadas por hifas
finas e cilíndricas, com 3,5 – 5 μm de diâmetro, com pigmento intracelular. Fíbulas ausentes.
Reação de Schaeffer positiva, alaranjada ou avermelhada em material jovem e quase negativa em
adulto.
Cresce em solo em interior de florestas. Os esporos faseoliformes permitem a fácil
diferenciação microscópica desta espécie.
A mudança de cor para amarelado fraco na base machucada do estipe encaixa a espécie em
seção Arvensis subseção Augusti. HEINEMANN (1993) afirma que mais material deverá ser
coletado para confirmar a identidade.
Material examinado: Brasil, Paraná, São José dos Pinhais, 21/10/1979, A. de Meijer, 196a.
Figura 23- Agaricus meijeri: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

17- Agaricus nigrescentulus Heinem., Figura 24


Bulletin du Jardin Botanique de l'État à Bruxelles 32: 19. 1962.

Píleo com 2 – 3 cm de diâmetro, de convexo a plano, algo carnoso-submembranáceo, ocre-


avermelhado mas mais pálido na margem, radialmente fibriloso esquamuloso, cambiando para
enegrescido quando machucado. Estipe com 3 – 4 x 0,2 – 0,35 cm, cilíndrico, com base algo inflada
a até 4,5 mm, branco a gríseo, fibriloso abaixo do anel. Anel membranoso, fino e frágil. Lamelas
livres, inicialmente pálidas e depois escuras. Contexto branco, avermelhado na margem. Odor nulo.
Esporos 4,8 - 5,3 x 3,1 – 3,4 μm, de algo ovoides a elipsoides, de paredes finas e sem poro
germinativo. Basídios tetrasporados. Queilocistídios com 13 – 20 x 10 – 14 μm, piriforme-
subglobosos, hialinos. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, de 5 – 15 μm de diâmetro.
Reação de Schaeffer negativa.
Cresce no interior de florestas.

Figura 24 – Agaricus nigrescentulus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

18- Agaricus ochraceosquamulosus Heinem., Figura 25


Kew Bull. 15: 243. 1961.

Píleo com 4 – 9 cm de diâmetro, convexo a depresso, com margem recurvada, ocráceo,


coberto por esquâmulas minúsculas também ocráceas. Lamelas amarronzadas, algo sinuosas, livres,
muito próximas, ventricosas. Estipe 4,5 – 10 x 5 – 8 mm cilíndrico mas com bulbo basal bem
evidente, fistuloso, glabro acima do anel, mas com esquâmulas verrugosas brancas a ocráceas
minúsculas abaixo do anel. Anel superior, ascendente ou pendente, liso na parte superior e algo
esquamuloso embaixo. Contexto grosso com até 6 mm de espessura, branco, imutável. Contexto
formado por hifas infladas de até 45 μm de diâmetro. Gosto e sabor suaves. Esporos 4,5 – 6,5 x 3,2
– 4,2 μm, elipsoides, de parede grossa e marrom avermelhada, sem poro germinativo. Basídios com
10 – 20 x 5 – 7 μm tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios pouco projetantes, 20 –
25 x 10 – 15 μm, clavados a piriformes, hialinos e de paredes finas. Trama himenoforal regular,
hialina, com hifas infladas a até 20 μm de diâmetro. Camada cortical do píleo formada por um
epicutis fragmentária, com elementos cilíndricos 20 – 50 x 5 - 15μm, de paredes finas e com
conteúdo refrativo amarelado. Fíbulas ausentes. Reação de Schaeffer: alaranjado brilhante.
Crescem em solo em interior de florestas. Foi colocada na seção Laeticolores por
HEINEMANN (1961) pela reação de Schaeffer característica, produzindo coloração alaranjada e
que é encontrada também em Agaricus laeticolor.
Material examinado: Brasil, SP, Mogi Guaçu, Parque Fazenda da Campininha D.N. Pegler
et al. DN3871, 29-30/I/1987, SP (214379).

Figura 25 – Agaricus ochraceosquamulosus: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

19- Agaricus parasilvaticus Heinem., Figura 26


Bulletin du Jardin Botanique de l'État à Bruxelles 32: 156. 1962.

Píleo 2 - 4,5 cm de diâmetro, convexo e largamente umbonado a aplanado ou mesmo


levemente depresso; superfície composta por numerosas e minúsculas esquâmulas pardas a
amareladas sobre uma superfície creme, mais escuro e inteiro no disco; margem fina, não sulcada.
Estipe 3 - 8 x 0,3-0,6 cm, central, cilíndrico com um pequeno bulbo basal, creme, com pequenas
esquâmulas pardas na metade em direção à base, oco, rizomorfas presentes, descolorindo para
amarelo ou não na base. Anel persistente, superior, membranoso, pardo. Contexto carnoso no disco,
fino na margem. Lamelas livres, cinza-escuras, membranosas, moderadamente próximas. Esporos
4,0-5,5 x 2,5-3,5 μm, elipsoide, marrons, com parede ligeiramente espessa. Basídios 13-17,5 x 5-6
μm, clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios muito inconspícuos, 14-
17 x 5-7,5 μm, inflado-clavados a piriformes, hialinos, parede fina. Trama da lamela regular.
Camada cortical com hifas eretas a prostradas com 2-7,5 μm diâmetro, muito septadas, de parede
fina, com pigmento marrom pálido amarelado. Fíbulas ausentes. Ocorre em solo, no interior de
floresta.
No material citado por WARTCHOW (2005) para Pernambuco, não foi observada uma
mudança na coloração da coleta para amarelo e as características microscópicas concordam com a
descrição de Pegler (1983). Deste modo, são necessárias mais coletas para confirmar a ocorrência
de Agaricus parasilvaticus em Pernambuco e mesmo em outras regiões do Brasil. É citado ainda
para o Paraná e São Paulo.
Esta espécie é próxima de A. silvaticus, mas tem basidioma menor.
Material examinado: Brasil. São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso, M. Capelari 155, SP
(193826).

Figura 26 – Agaricus parasilvaticus: a- basidiomas; b- basídios; c- esporos; d- queilocistídios.

20- Agaricus porosporus Heinem., Figura 27


Kew. Bull. 15: 235. 1961.

Píleo com 2,5 - 5 cm de diâmetro, carnoso, largo campanulado, umbonado, branco com
esquâmulas concêntricas rufas a ferrugíneas, em maior número próximo ao disco. Estipe com 4,5 -
6 x 0,5 – 0,7 cm, flexuoso, cilíndrico ou atenuado em direção à base, sólido a fistuloso, branco,
fibriloso. Anel branco, frágil, aracnoide, evanescente. Contexto com até 5 mm de espessura no
disco, branco. Lamelas livres, marrom chocolate quando maduras. Esporos 5 - 7 x 3,2 - 4,5 μm,
elipsoide, marrom-escuros, com parede grossa e com pequeno poro germinativo (às vezes ausente
em alguns esporos), lisos. Basídios 15 - 20 x 5,5 - 8 μm, clavados, tetrasterigmatados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios pequenos e inconspícuos, 12 - 25 x 6 - 15 μm, ovoides a
subpiriformes ou globosos a clavados, hialinos, de paredes finas. Camada cortical do píleo com
hifas prostradas pouco diferenciadas, sem fíbulas. Reação de Schaeffer (-), KOH (-).
Crescem em solo de interior de mata ou locais sombreados.
Material examinado: Brasil. São Paulo, Parque Estadual Fontes do Ipiranga, 10/11/1982,
Guzmán, SP (177137).
Figura 27 – Agaricus porosporus: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- queilocistídios.

21- Agaricus porphyrizon P. D. Orton, Figura 28


Trans. Brit. Mycol. Soc. 43 (2): 174. 1960.

Píleo com 4- 10 cm de diâmetro, violáceo a castanho-vináceo, com escamas e fibrilas


adpressas purpúreo-lilases, com centro mais escuro. Lamelas livres, próximas, esbranquiçadas a
rosadas e, com a maturação dos esporos, ficando marrons. Estipe 5 – 10 x 1,2 – 2 cm, clavado,
branco, cambiando para amarelado quando tocado, com a superfície esquamulosa-fibrilosa e anel
simples, membranoso e descendente. Contexto branco, no estipe cambiando para amarelo quando
exposto, em especial próximo à base. Odor e sabor suaves. Esporada marrom. Esporos ovoides, 4,5
– 5,6 x 3,2 – 3,8 μm, lisos, marrons.
Crescem solitários e em pequenos grupos, em solo.
Agaricus purpurellus (F. H. Mueller) F. H. Mueller apresenta a coloração do píleo similar,
mas os basidiomas são menores, a superfície do píleo é fibrilosa e os esporos são menores
(Cappelli, 1984; Rother & Silveira, 2008). PARRA (2005) considera esta espécie sinonímia de
Agaricus brunneolus (J. E. Lange) Pilát.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Praia da Pedreira, 09 abr. 2005, M.S. Rother 029/05, ICN (139293).

Figura 28 – Agaricus porphyrizon: a- basidioma; b- esporos.


22- Agaricus pseudoargentinus Albertó & J. E. Wright, Figura 29
Mycotaxon 50: 272. 1994.

Píleo com 6 – 10 cm de diâmetro, hemisférico a plano-convexo, com abundantes fibrilas


castanho-claras a castanho-escuras sobre um fundo esbranquiçado, centro mais escuro, com
margem apendiculada e excedendo um pouco as lamelas. Contexto branco imutável, com até 15
mm de espessura. Estipe branco, cilíndrico a levemente clavado, 11 – 14 x 1 cm, às vezes com base
castanha, fistuloso. Anel simples, bem desenvolvido, membranoso, central ou súpero e descendente.
Sabor e odor agradável. Esporada marrom chocolate. Esporos 4,7 – 5,7 x 3,7 – 4 μm, curto-
elipsoides, marrons, lisos, sem poro germinativo mas com apículo bem visível. Basídios 20 – 25 x 5
– 7 μm, clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 15 – 25 x 9 - 14 μm,
globosos a subglobosos e hialinos ou amarronzados. Camada cortical do píleo tipo cutis, hifas sem
fíbulas. Basidiomas solitários ou em pequenos grupos, crescendo no solo. Reação de Schaeffer
negativa na superfície do píleo. Comestível.
Crescem em solo.
Agaricus argentinus Speg. apresenta estipe sólido e anel duplo.
Material examinado: BRASIL- Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Praia da Pedreira, 22 out. 2005, M.S. Rother 096/05 (ICN 139297).

Figura 29 – Agaricus pseudoargentinus: a- basidioma; b- seção transversal do estipe; c- esporos; d-


queilocistídios.

23 – Agaricus purpurellus (Muell.) Muell., Figura 30


Friesia 4: 204. 1952.

Píleo de 2 – 4 cm de diâmetro, convexo a convexo aplanado, raro algo côncavo e com centro
algo subumbonado, higrófano ou não, alaranjado-amarronzado a marrom-avermelhado ou algo
violáceo, com margem cinza avermelhada, disco glabro e metade marginal fibrilosa a escamosa, de
margem às vezes translúcido estriada. Lamelas próximas, livres a remotas, marrom-acinzentadas a
marrom escuras. Estipe 3,5 – 8 x 2 - 2,5 cm, cilíndrico de base algo bulbosa, afinando levemente
em direção ao ápice, branco a laranja amarronzado acima do anel e alaranjado-amarronzado a
amarelo-pálido abaixo, liso a fibriloso, branco pruinoso. Anel branco puro, simples. Contexto
branco mudando a cor para amarelado quando exposto no estipe e imutável ou ficando amarronzado
no píleo. Reação de Schaeffer no estipe alaranjado ficando com o tempo avermelhado. KOH no
píleo deixa-o amarelado. Esporos 4 – 6 x 6,5 – 8 μm, elipsoides, amarronzados, lisos, sem poro
germinativo de parede com até 0,5 μm de espessura. Basídios clavados, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 14 – 45 x 7 – 25 μm, clavados a esferopedunculados a
obpiriformes, utriformes a cilíndricos, hialinos. Trama himenoforal regular. Camada cortical do
píleo formada por hifas prostradas com pigmento intracelular pálido e de paredes finas. Fíbulas
ausentes.
Basidiomas solitários ou agrupados em interior de florestas.
Material examinado: BRASIL- São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso, 1/12/1983, Capelari
25, SP (193827).

Figura 30 – Agaricus purpurellus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

24- Agaricus riberaltensis Heinem., Figura 31


Bulletin du Jardin Botanique de l'État à Bruxelles 32: 9. 1962.

Píleo com até 5 cm de diâmetro, carnoso, de aplanado a aplanado-depresso, fibriloso-


esquamuloso, marrom-avermelhado ou marrom purpúreo, com centro mais escuro, com fibrilas
marrons sobre fundo esbranquiçado na margem, que é apendiculada pelos fragmentos no anel
remanescentes. Estipe com 5,5 x 0,8 cm, sólido a fistuloso, afinando em direção ao ápice e à base,
coberto por esquâmulas alaranjado-pálidas abaixo do anel e liso e branco acima, algo estriado, com
micélio basal. Lamelas livres, escuras na maturidade. Anel na metade superior do estipe. Contexto
branco, cambiando para amarelo-alaranjado se exposto. Odor a benzoil. Esporos 4,3 – 5,1 x 3,5 – 4
μm, curto elípticos, sem poro germinativo. Basídios com 17 – 20 x 7 – 10 μm, tetrasporados.
Queilocistídios com 20- 30 x 7,5 – 11,5 μm, claviformes ou com alguns raramente lanceolados ou
capitados. Camada cortical do píleo formada por elementos facilmente removíveis, de 14 – 40 x 4 –
9 μm, com pigmento marrom-avermelhado interno. Camada cortical do estipe com flocos formados
por elementos similares aos das esquâmulas do píleo, pigmentadas ou não. Reação de Schaeffer
positiva, avermelhada na superfície do píleo. KOH amarelo limão no estipe.
Crescem em solo.
Material examinado: BRASIL- Paraná, Curitiba, Reserva Biológica Cambuí, 12/10/1979,
A. de Meijer, BR (183 a, b).

Figura 31 - Agaricus riberaltensis Heinem.: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

25- Agaricus rufoaurantiacus Heinem., Figura 32


Kew Bull. 15: 242. 1961.

Píleo com 2-3 cm de diâmetro, convexo com um umbo grande e proeminente; superfície
com numerosas escamas recurvadas marrom-alaranjadas sobre uma superfície creme pálida;
contexto fino-carnoso. Lamelas livres, marrons, membranosas, próximas. Estipe 3 - 4 x 0,4 -0,5
mm, central, cilíndrico, inflado na base (6 mm), creme pálido, com numerosas esquâmulas
recurvadas concolores às escamas do píleo. Anel persistente, membranoso, creme, superior e
próximo ao píleo. Véu presente, membranoso, escamoso/esquamuloso, cobrindo píleo e estipe a
partir do anel. Esporos 4-5 x 2,5-3,7 μm, elipsoide a ovoides, marrons, lisos, de parede espessada.
Basídios 12,5-18 x 5-6,5 μm, clavados a sub-fusoides, 2 a 4 esterigmas. Pleurocistídios não
observados. Queilocistídios 13,5-20 x 5-7,5 μm, clavados a inflado-clavados, hialinos, de parede
fina. Trama himenoforal regular. Camada cortical com uma tricoderme de hifas terminais estreitas e
paralelas, com 15-37,5 x 4,5-8 μm, com um conteúdo marrom claro a marrom-alaranjado, de parede
ligeiramente espessada. Fíbulas não observados.
Crescem em solo no interior de floresta.
Esta espécie é muito próxima a A. ochraceosquamulosus Heinem., que possui escamas do
píleo menos alaranjadas e esporos um pouco maiores, apresentando: 5,1-5,7 x 3,6-4 μm.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Recife, Mata de Dois Irmãos, F. Wartchow
04/08/2004 (URM).

Figura 32 – Agaricus rufoaurantiacus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


26- Agaricus silvaticus Schaeff. ex Secr., Figura 33
Mycograph. Suisse 1: 98.1833.

Píleo com 6,5 – 10 cm de diâmetro, convexo com disco plano. Superfície marrom
cinamômea, com escamas grandes e fibrilosa, de colorido marrom escuro sobre fundo
esbranquiçado; margem apendiculada, especialmente em espécimes jovens. Estipe 6,5 – 9 x 0,8-1,0
cm, mais ou menos flexuoso, cilíndrico com um pequeno bulbo basal, sólido ou oco; superfície
cinza esbranquiçada com fibrilas inconspícuas de mesma cor. Anel superior, branco, frágil,
pendente e evanescente. Contexto de até 8 mm de espessura no disco, branco puro mas com
manchas rosadas, finalmente manchando de marrom rosado no local exposto. Lamelas livres,
marrom acinzentadas tornando-se marrom-chocolate com pigmento purpúreo, 8-10 mm de altura,
próximas, de borda branca, floculosa. Odor a iodo. Esporos 4,5-6 x 3-4 μm, ovoides, escuros, com
parede grossa, sem poro germinativo. Basídios 17-23 x 6-7 μm, clavados com 4 esterigmas. Bordo
da lamela estéril. Queilocistídios 12-17 x 7 –12 μm, inflado clavados, piriformes a globosos, de
parede fina, hialina ou marrom. Camada subhimenial bem desenvolvida, 12-15 μm de largura,
pseudoparenquimatoso. Trama himenoforal regular, hialina, parede fina, inflando, 2-11 μm de
diâmetro. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, radialmente paralelas, 1,5 – 6 μm de
diâmetro, de parede fina hialina ou marrom. Em solo de florestas. Fíbulas ausentes. Crescem em
solo, principalmente em interior de mata.
Os basidiomas grandes com escamas escuras sobre fundo claro, diferenciam a espécie.
ROTHER & SILVEIRA (2008) citam espécie como aff. para o Rio Grande do Sul. HEINEMANN
(1993) confirma uma variedade mais pálida para o Rio de Janeiro e Paraná.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Campos do Jordão, 11/1982, Guzmán, SP
(177908).

Figura 33 – Agaricus silvaticus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

27- Agaricus silvicola (Vittad.) Peck, Figura 34


Annual Report on the New York State Museum of Natural History 23: 97. 1872.

Píleo com 6 – 18 cm de diâmetro, convexo a largo convexo ou aplanado, seco,


esbranquiçado, às vezes com alguns pontos ficando amarelados, liso ou com escamas inatas
prostradas na maturidade, cambiando para amarelo principalmente na margem, esta que é encurvada
no início. Lamelas livres, brancas no início, mas ficando rosadas a rosa acinzentadas ou
amarronzadas com a maturidade dos esporos, ficando amareladas com KOH. Estipe com 5 – 20 x 2
– 2,5 cm, cilíndrico ou com base levemente ou largamente e abruptamente alargada, liso ou com
finas fibrilas abaixo do anel, branco, às vezes manchando de amarelo. Anel persistente e grande.
Contexto grosso e branco, geralmente ficando levemente amarelado quando exposto, mas não
fortemente assim na base do estipe. Odor e sabor suaves. Esporada marrom escura a marrom
púrpura. Esporos 5 – 7,5 x 3,5 – 4,5 μm, elipsoides a ovoides, lisos, de parede grossa e
amarronzada. Queilocistídios numerosos, com 10 – 20 x 7 – 20 μm, ovais ou subglobosos, de
paredes finas e hialinos. Camada cortical do píleo com hifas prostradas.
Espécie comestível encontrada em solo no interior de florestas. Muito confundida por
autores europeus com A. abruptibulbus.
Material examinado: BRASIL, Paraná, Curitiba, 02/03/1980, A. de Meijer, BR (382).

Figura 34 – Agaricus silvicola: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

28- Agaricus singeri Heinem., Figura 35


Bulletin du Jardin Botanique de l'État à Bruxelles 32: 2. 1962.

Píleo com 2 – 5 cm de diâmetro, marrom purpúreo a marrom-avermelhado e mais ou menos


violáceo, fibriloso, coberto inteiramente por esquâmulas pequenas e fibrilosas, densamente
dispostas no umbo, no início campanulado e depois aplanado com centro umbonado. Estipe fino,
com 2,3 – 3,8 x 0,3 – 0,5 mm, branco, fibriloso abaixo do anel, cilíndrico, atenuando em direção à
base ou com um pequeno bulbo. Anel branco, pêndulo. Lamelas próximas, livres, inicialmente
rosadas e depois marrom purpúreas. Contexto fino, branco a levemente ocráceo, cambiando de cor
para amarelo quando exposto. Odor característico. Esporos 5,5 – 6,7 x 4 – 5,5 μm, curto elipsoides
a elípticos, sem poro germinativo. Basídios com 17 – 23 x 7,5 – 10 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios e queilocistídios ausentes. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas,
com pigmento amarronzado intracelular solúvel em amônia. Reação de Schaeffer positiva
(avermelhada), mas de difícil observação. KOH no estipe muda a cor para amarelo limão.
Crescem em solo.
Material examinado: Brasil- São Paulo, Parque Estadual Fontes do Ipiranga, 10/11/1982,
Guzman, SP (177827).
Figura 35- Agaricus singeri Heinem.: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

29 – Agaricus spissicaulis Möller, Figura 36


Friesia IV, p. 203. 1952.

Píleo com 5 – 8 cm de diâmetro, de hemisférico a convexo expandido, com centro


levemente aplanado, liso, esbranquiçado, gríseo-avermelhado, manchando de amarelado ao toque,
com esquâmulas amareladas ou lilacinas, com margem inicialmente involuta. Lamelas livres,
próximas, estreitas, fuscas, com bordo estéril e branco fimbriado. Estipe curto, 3 – 5 x 0,2 – 0,3 cm,
concolor ao píleo, seríceo, liso. Anel súpero, branco amplo, simples, estriado no lado superior e liso
no inferior. Contexto espesso, branco, mais pálido quando exposto ou amarelado no píleo. Odor
fraco. Esporada marrom escura. Esporos 5 – 7 x 4 – 5,5 μm, , curto elípticos aelipsoides,
amarronzados, sem poro germinativo. Basídios com 24 – 42 x 7 – 9 μm, clavados,
tetrasterigmatados. Queilocistídios numerosos, estreito clavados a cilíndricos, 18 – 32 x 3 – 9 μm.
Cresce em solo arenoso em áreas de dunas costeiras. Pertence à seção Arvensis.
Material examinado: Brasil- Paraná, A. Meijer (BR).

Figura 36 – Agaricus spissicaulis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


30 – Agaricus stijvei de Meijer, Figura 37
Macrofungos Notáveis das Floresta de Pinheiro-do-Paraná, p. 302. 2008.

Píleo com 4 – 7 cm de diâmetro, cônico-truncado quando jovem, ficando convexo-aplanado


ou aplanado a levemente côncavo, alaranjado-claro a alaranjado acinzentado com centro marrom-
claro, fibriloso-escamoso inato, seco. Contexto fino com até 5 mm de espessura junto ao estipe,
imutável. Lamelas livres, próximas. Estipe 5 – 7 x 0,5 – 0,8 cm, com base bulbosa e atenuando para
o ápice, oco, branco puro, ficando amarelado na base quando tocado, fibriloso. Anel superior
descendente, simples, liso, branco. Esporos 4 – 4,5 x 3 – 3,5 μm, subglobosos a elipsoides,
amarronzados, de parede com até 0,4 μm de espessura, lisos, sem poro germinativo. Basídios
clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios catenulados, com elemento
terminal clavado com 8 – 30 x 6 – 9 μm, hialinos e de paredes finas. Trama himenoforal regular.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas apresentando pigmento intracelular granuloso e
amarelo amarronzado. Fíbulas ausentes. Reação de Schaeffer negativa.
A descrição acima foi adaptada de MEIJER (2008) e NASCIMENTO & ALVES (2014). A.
endoxanthus é próxima mas diferencia-se por ter esporos maiores e queilocistídios algo menores
(Pegler, 1983).
Material examinado: Ceará, Crato, Floresta Nacional do Araripe, 26 Jan 2011, M.H. Alves e
C.C Nascimento, 029/11 (HDELTA).

Figura 37 – Agaricus stijvei: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

31- Agaricus subrufescens Peck, Figura 38


New York State Mus. Ann. Rep. 46: 105. 1893.
Píleo com 6,5 - 12 cm de diâmetro, carnoso, campanulado a umbonado ou aplanado, branco
a marrom-claro, com esquâmulas concêntricas marrom-douradas densamente arranjadas na região
central do píleo, margem involuta. Contexto branco. Lamelas livres, rosadas no início e depois
marrom escuras. Estipe 7-11 x 1,5-2 cm, cilíndrico, sólido ou oco, branco, superfície esquamulosa,
fibroso, imutável ao toque ou amarelecendo se machucado, base bulbosa com rizoides. Anel no
terço superior, ascendente depois pendente, branco, simples, membranoso, com flóculos cotonosos
na face inferior. Sabor de amêndoa. Esporos 5,4–7,8 x 3,4–4,2 µm (5,9 x 4,3 µm em média),
méleos, elípticos, inamiloides, sem poro germinativo. Basídios 14-16 x 7-8 µm, hialinos, clavados,
com 2-4 esterigmas. Trama himenoforal irregular. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 16,8–20
x 5,9–7,8 µm, clavados com apêndice lageniforme ou claviformes com apêndice sub-capitado e
muitos catenulados. Camada cortical formada por hifas cilíndricas, prostradas, septadas, às vezes
apresentando elementos globosos no ápice das hifas. Fíbulas ausentes. Hábito solitário, em solo de
bordo e interior de mata e campos.
HEINEMANN (1993) considerava a cor marrom clara, odor de amanda, o tamanho dos
esporos (4,5-7,5 x 4,5 – 5,5 µm) e o hábito silvícola como característicos de A. subrufescens, ao
passo que a cor creme a bege, o odor fúngico, as dimensões dos esporos (5,3 – 6,8 x 4,1 – 5,0 µm) e
o hábito pratícola como sendo A. blazei. A. brasiliensis Wasser, M. Didukh, M. A. Amazonas &
Stamets e A. rufotegulis Nauta são sinonímias de A. subrufescens, de acordo com KERRIGAN
(2005), mas A. blazei é tratada como entidade taxonômica independente (este que é uma espécie
cultivada em todo o Brasil e conhecida como cogumelo do sol). Atualmente A.blazei é considerada
sinonímia de A. subrufescens segundo revisão publicada por WISITRASSAMEEWONG et al.
(2012). Foi citada para o Rio Grande do Sul pela primeira vez por RICK (1930) como Psaliotta
subrufescens Peck, mas esta coleta apresenta esporos menores. RICK (1939) sugere uma variedade
para A. subrufescens como "varietas microspora", considerada por KERRIGAN (2005) como uma
designação sem valor taxonômico (Albuquerque et al., 2010). DIDUKH et al. (2003), descrevem
para esta espécie atividades antigenotóxicas e antimutagênicas.
Material examinado: BRASIL. RS, Santa Cruz do Sul, Parque Ambiental da Souza Cruz,
06/09/2013, J. Putzke, HCB.

Figura 38 – Agaricus subrufescens: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- basídios.

32– Agaricus subrutilescens (Kauffman) Hotson & Stuntz, Figura 39


Mycologia 30: 219. 1938.

Píleo com 6 – 20 cm de diâmetro, convexo, expandindo até plano convexo ou quase


aplanado, às vezes formando um umbo raso, com margens inicialmente encurvadas e ficando
erguidas com a idade, de superfície seca, marrom escuro a marrom purpúrea, com escamas apressas
e fibrilosas ou prostradas e amarronzadas ou vináceas, mais escuro no disco e mais pálido em
direção às margens até o branco total, com superfície cambiando para verde em KOH. Contexto
branco, imutável quando exposto ou cambiando levemente para vermelho, grosso. Odor e sabor
suave. Lamelas livres, moderadamente grossas, marrom rosadas a marrom escuras na maturidade.
Estipe com 6 – 16 x 1 – 2 cm, branco, sólido ou oco, igual ou algo alargado na base, liso no ápice e
com escamas cotonosas na base, ou totalmente cotonoso na metade basal. Véu membranoso, com
superfície superior estriada e inferior branca e cotonosa fibrilosa. Esporada marrom-escura. Esporos
4 - 6 x 3,5 - 4,5 µm, lisos, elípticos, de parede grossa, amarronzados ao microscópio. Basídios18 –
22 x 6 – 7 µm, tetrasporados. Queilocistídios 30 – 40 x 17 – 20 µm, clavados a quase globosos,
escassos a abundantes. Reação de Schaeffer negativa e com KOH positiva (verde oliváceo).
Crescem solitários ou em grupo e às vezes formando anéis de bruxa. A. hondensis (espécie
tóxica) é próxima, mas diferencia-se pela reação com KOH (fica amarelada), pela base do estipe
que fica amarelada quando exposta, pelo anel mais desenvolvido e estipe glabro, não flocoso nem
cotonoso abaixo do anel.

Figura 39 – Agaricus subrutilescens: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

2. CHAMAEMYCES Batt. Ex Earle

Píleo algo carnoso. Lamelas livres, mas não remotas (sem colário). Esporada pálido creme a
creme ocrácea. Esporos subhialinos, sem poro germinativo, inamiloides, cianofílicos, binucleados,
de parede lisa e homogênea. Pleurocistídios presentes e conspícuos. Camada cortical do píleo
himeniforme. Hifas da trama inamiloides, com fíbulas.
Crescem sobre solo ou em madeira muito decomposta. Dependendo do alinhamento e dos
dados analisados, o posicionamento do gênero pela biologia molecular pode ser junto ao gênero
Lepiota ou sua exclusão e manutenção como um grupo basal para toda a família (Vellinga, 2003a).
As espécies são principalmente europeias, mas DIDUKH et al. (2004) citam espécies para
Israel. Uma espécie denominada como Mellomyces paraenses em material de herbário pode ser
considerada pertencendo a este gênero, apesar de SINGER (1989) ainda considerar o
posicionamento duvidoso.
RAITHELHUBER (1988) cita Chamaemyces medullaris (Rick) Raithelh. baseado em
Lepiota medullaris Rick., mas o material precisa se recoletado para melhor posicionamento
taxonômico. DIDUKH et al. (2004) descrevem as espécies do gênero encontradas em Israel.

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE DE CHAMAEMYCES ENCONTRADA:

1. Chamaemyces paraensis Singer, Figura 40


Fieldiana Botany 29: 101. 1989.

Píleo com até 1,7 cm de diâmetro, fuligíneo ("elk" M&P), algo velutino no centro e
pubescente na margem, macroscopicamente glabro, liso, não viscoso nem higrófano, subaplanado,
umbonado. Lamelas pálido acinzentadas, próximas, estreitas e lineares, livres ou sinuado-sublivres.
Estipe acinzentado ("grey 31" M&P), glabro, igual, com 30 x 1,8 mm. Contexto do píleo gríseo,
inodoro. Esporos 5-7,8 x 3,5-5 µm, a maioria 7 x 5 µm, elipsoides, sem depressão supra-hilar, lisos,
hialinos, não metacromáticos em azul cresil, não siderófilos, inamiloides. Basídios 18-23 x 6,5-7
µm, tetrasporados, clavados, basidíolos não fusoides. Pleurocistídios esparsos, similares aos
queilocistídios. Queilocistídios dimórficos (1) cilíndrico-subutriformes, com massa resinácea
amorfa succínea ou ocráceo-amarronzados, com 25-40 x 5-5,5 µm; (2) mais esparsos, ampuláceos
ou cilíndricos, com 29-40 x 2-5 µm, hialinos e não incrustados. Ambos os tipos são hialinos e de
parede fina. Hifas inamiloides e sem fíbulas. Na zona supralamelar do píleo estreitamente hialina,
com disposição radial e pigmento intracelular e intraparietal e incrustante fusco. Trama himenoforal
regular, hialina (NH4OH), com hifas de cerca de 25 µm de diâmetro. Hifas do contexto de 2 – 22
µm de diâmetro e em nenhuma parte gelatinizadas. Camada cortical do píleo com
dermatocistícidos, mas não formando camada contínua, com 13-25 x 4-6,5 µm, sobre hifas
prostradas ou levemente erguidas, fusoide-ventricosos ou ampuláceos, com finas excrescências;
pigmento ausente ou vacuolar e diluído, fuscídulo. Camada cortical do píleo himeniforme ou
subhimeniforme, com elementos clavados, ventricosos ou ampuláceos de até 26 x 7 µm, a maioria
hialinos, íntegros, obtusos. Hipoderme cutiforme, com pigmento intracelular ou incrustante fusco
escuro. Superfície do estipe coberta por dermatocistídios, com 10-20 x 3,5-5 µm, versiformes,
muitos filamentosos a subvesiculosos.
Crescem em detritos em selva úmida tropical.
Material examinado: Brasil, Pará, Belém, Estância Pirelli, 7/06/1966, Singer B 4243
(BAFC) (como "Mellomyces paraensis").

Figura 40 - Chamaemyces paraensis Singer: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d-


pleurocistídios; e- elementos da camada cortical do píleo.

3. CHLOROPHYLLUM Massee

Hábito pluteoide, com basidiomas muito grandes. Píleo carnoso, frequentemente convexo a
aplanado, de margem não sulcada, nem amarelada, com superfície lisa ou coberta por escamas
grandes, com centro em geral mais inteiro, branco a creme com esquâmulas amareladas a
amarronzadas e umbo branco a amarelo amarronzado. Lamelas livres (remotas) colariadas,
esbranquiçadas no início, mas logo verdes pela formação dos esporos (nas com esporada verde),
largas e próximas. Estipe central, com base bulbosa, superfície escamosa, com anel complexo,
persistente e livre. Contexto grosso, esbranquiçado, mas ficando avermelhado quando exposto ou
tocado. Esporada verde quando fresca, ocrácea ao desidratar. Esporos ovoides, lisos, de parede
grossa, com ou sem poro germinativo e pseudoamiloides, indistintamente metacromáticos em azul
cresil. Basídios bi a tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes e numerosos,
tomando toda a borda, cilíndricos a piriforme ou ventricosos, a esferopedunculados e então às vezes
catenulados ou formando grupos ou fascículos.. Trama himenoforal regular a irregular. Camada
cortical do píleo paliçádica, mais densamente assim no disco central. Hifas inamiloides e fíbulas
geralmente presentes, mas não em todos os septos.
Crescendo em solo, geralmente em campos, jardins e plantações.
Clarkeinda, gênero não encontrado no Brasil e que forma esporada verde, diferencia-se por
ter volva. Macrolepiota pode ser confundido a campo se a esporada não tiver sido ainda formada,
mas diferencia-se porque o contexto não fica avermelhado quando exposto ou, se reagir assim,
como é o caso de M. rhacodes, os esporos são maiores que 12,5 μm, o que ajuda a diferenciar de
Chlorophyllum.
Conhecem-se quatro espécies neste gênero: duas da Índia, uma do Madagascar e a melhor
conhecida e de ampla dispersão, C. molybdites (Meyer ex Fr.) Massee. Destas apenas a última é
citada pela primeira vez para o Brasil por SINGER (1953), que se baseou nas espécies que RICK
(1905; 1920) citou como Lepiota molybdites Meyer e Lepiota morgani Peck para o RS. Esta espécie
é descrita como tóxica e associada com grande número de intoxicações na América do Norte
(Vellinga & Kok, 2002).
Alguns autores atestam que este gênero é próximo de Macrolepiota, sinonimizando-os
inclusive (Moreno et al., 1995). VELLINGA & KOK (2002), entretanto, consideram o gênero
independente e mais próximo do gênero secotioide Endoptychum Czern. (inclusive com relação a
biologia molecular), propondo conservar-se o nome Chlorophyllum por diversas razões, entre as
quais: 1- Endoptychum (fungos secotioides) não é bem conhecido, sendo heterogêneo e não
monofilético, sendo que só o tipo deste pertence ao mesmo grupo monofilético com Chlorophyllum
e Macrolepiota seção Laevistipedes; manter este nome como válido (apesar de mais antigo)
significaria associar fungos agaricáceos bem conhecidos a uma única espécie secotioide pouco
conhecida; 2- poderia ser perigoso mudar um nome que médicos estão acostumados a reconhecer
facilmente, especialmente pelas intoxicações comuns associadas a este grupo na América do Norte;
3 - o número de nomes específicos a serem mudados seria menor com a manutenção do nome
Chlorophyllum.
Leucoagaricus hortensis (Murrill) Pegler citada por PEGLER (1997) para SP, é atualmente
considerada como pertencente a Chlorophyllum, de acordo com VELLINGA (2002), baseando-se
em evidências moleculares (pertencem ao mesmo clado), junto com Macrolepiota rhacodes (=
Chlorophyllum rhacodes). Preferimos tratar estas espécies ainda nos gêneros antigos para facilitar a
identificação.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CHLOROPHYLLUM ENCONTADAS:

1.1 Lamelas esverdeadas e esporada verde .........Chlorophyllum molybdites


1.2 Lamelas e esporada não esverdeadas ....................................2

2.1 Píleo branco com esquâmulas amareladas e umbo amarelo amarronzado; basídios bisporados;
esporos sem poro germinativo; queilocistídios cilíndricos .................................Chlorophyllum
(Leucoagaricus) hortense (Murrill) Vellinga
2.2 Píleo branco a creme com esquâmulas amarronzadas; basídios tetrasporados; esporos com poro
germinativo; queilocistídios esferopedunculados, às vezes catenulados
........... ............................. ...Chlorophyllum (Macrolepiota) rachodes (Vittadini) Vellinga
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE ENCONTRADA (demais espécies da chave são descritas nos gêneros
a que pertenciam antes):

1. Chlorophyllum molybdites (Meyer ex Fr.) Massee, Figura 41


Bull. Misc. Information Kew 135. 1898.

Píleo com 5 - 28 cm de diâmetro, carnoso, no início globoso-campanulado e depois


expandindo-se até plano-convexo, com um umbo central; superfície seca, não higrófana, coberto
por uma camada cuticular marrom-escura que rompe-se para formar escamas revolutas vináceas,
exceto pelo umbo onde a cutícula permanece inteira; margem inteira, levemente sulcado-estriada,
mas por uma curta extensão. Estipe 10 - 28 x 1,2 - 2,5 cm, facilmente separável do píleo, reto e
flexuoso, com bulbo basal, fistuloso, fibroso, inicialmente esbranquiçado e depois pálido
amarronzado, com fibrilas esbranquiçadas abaixo do anel. Anel superior, móvel, grosso e carnoso,
duplo, pálido-vináceo. Contexto do píleo com até 15 mm de diâmetro no disco, cinamômeo-rosado
pálido, avermelhando quando exposto. Lamelas livres, remotas, pálido-rosadas no início e
cambiando depois para verde-escuro e eventualmente mudando de cor para vermelho quando
machucadas, ventricosas, quebram facilmente, moderadamente distantes (8 por cm na margem),
com bordo levemente serrado. Esporada verde. Esporos 8 - 11 x 6,2 - 9 μm, ovoide a largo-
elipsoide, com poro germinativo truncado, lisos, hialinos a esverdeados, pseudoamiloides,
metacromáticos em azul cresil. Basídios tetrasporados, 24 - 30 x 8 - 10 μm, clavados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios tomando todo o bordo da lamela, 27 - 45 x 10 - 20 μm, de
piriforme a cilíndricos ou ventricosos, hialinos, de parede fina, às vezes formando grupos ou
fascículos. Camada cortical do píleo tricodermial-paliçádica, com hifas septadas eretas de 3 - 10 μm
de diâmetro, com parede marrom-pálida levemente engrossada, que se rompe em direção à margem.
Fíbulas presentes em alguns septos.
Cresce em solo de plantações, campos e jardins. Espécie mortal se ingerida e facilmente
confundida com Macrolepiota se a esporada não tiver ainda se formado.
Esta espécie é muito variável, especialmente em dimensões de estruturas microscópicas
(Pegler, 1983) e pode ser confundida a campo com Macrolepiota, mas a esporada verde (tingindo as
lamelas desta cor) separa facilmente os exemplares maduros.
É encontrada em todo o Brasil e foi citada por BERKLEY (1880) como Agaricus glaziovii
Berk. para o nosso país.

Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Praia da Pedreira, 09 abr. 2005, M.S. Rother 038/05, ICN (139304).
Figura 41 – Chlorophyllum molybdites: a- basidioma; b- esporos; c- qeiocistídios; d- elementos da
camada cortical do píleo.

4. CYSTODERMA Fayod

Píleo e estipe cobertos por uma camada do véu composta exclusivamente por esferocistes ou
misturada a alguns elementos mais alongados. Lamelas adnexas, adnatas ou curto decurrentes, às
vezes separada do estipe com a idade. Estipe com anel distinto ou não. Esporada branca a creme.
Esporos hialinos, lisos, de parede homogênea, elipsoides a subglobosos, ou ventricosos a
subromboides, ou oblongo a subcilíndricos, amiloides a inamiloides, raro fraco pseudoamiloides,
binucleados e cianofílicos, raro o contrário. Cistídios se presentes do tipo Melanoleuca. Trama
himenoforal regular a subregular. Hifas com fíbulas. Artrosporos formados no píleo de algumas
espécies.
Crescem em solo ou entre musgos, raro em madeira.
O gênero é mantido por alguns em Tricholomataceae, inclusive com os dados de biologia
molecular. SMITH & SINGER (1948) é fundamental para o trabalho taxonômio com o gênero.
Cystoderma austrofallax Singer é citada para o Paraná por MEIJER (2008), mas precisa ser
revisada para confirmar sua posição sistemática. O gênero Cystodermella foi desmembrado de
Cystoderma, mas as espécies são aqui apresentadas ainda neste gênero para facilitar a distinção. O
que foi citado como Cystoderma amianthinum (Scop.) Konr. & Maubl. por PEGLER (1997),
BONONI et al. (1981) e CAPELARI (1989) é na verdade C. chocoanum de acordo com
CAPELARI & ASAI (2009). Cerca de 30 espécies são referidas ao gênero.
Espécies citadas para o Brasil:
- Cystoderma chocoanum Franco-Mol. (SP) - BONONI et al. (1981), CAPELARI (1989),
PEGLER (1997). Os exemplares citados como Cystoderma amianthinum por BONONI et al.
(1981), CAPELARI (1989) e PEGLER (1997) pertencem a esta espécie de acordo com
CAPELARI & ASAI (2009).
- Cystoderma contusifolia Pegler (SP) - CAPELARI (1989). (SP) – PEGLER (1997).
CAPELARI & ASAI (2009 – como Cystodermella).
- Cystoderma siparianum (Dennis) Thoen (SP) – PEGLER (1997). CAPELARI & ASAI (2009 –
como Cystodermella).

CHAVE PARA ESPÉCIES DE CYSTODERMA/CYSTODERMELLA ENCONTRADAS:


1.1 Píleo pelo menos com alguns tons de alaranjado ou amarelado; esporos
amiloides ......................................... Cystoderma chocoanum
1.2 Píleo inteiramente branco ou esbranquiçado a amarronzado ou pálido ocráceo, sem tons
alaranjados ou amarelados; esporos inamiloides ............... ................................. 2

2.1 Queilocistídios de parede fina sem incrustações resinosas ..... Cystoderma contusifolium
2.2 Queilocistídios do tipo metuloidais, de paredes engrossadas pelo menos no ápice e com
inscrustações resinosas ......................................Cystoderma siparianum

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CYSTODERMA (CYSTODERMELLA) ENCONTRADAS:

1. Cystoderma chocoanum Franco-Mol., Figura 42


Mycologia 85 (4): 673. 1993.

Píleo de 0,8 – 4 cm de diâmetro, de convexo a aplanado, seco, marrom alaranjado a marrom


amarelado com centro mais escuro, coberto por esquâmulas pequenas deixando a superfície
pruinosa, membranoso, com margem apendiculada, involuta quando jovem mas ficando revoluta
com a maturidade. Lamelas adnexas a levemente decurrentes, brancas, próximas, de bordo inteiro.
Estipe de 25-55 x 1-5 mm, cilíndrico, levemente subulboso, duro, branco a amarelado acima do anel
e marrom escuro a negro em direção à base, sólido, coberto por um tecido esbranquiçado
semelhante ao que forma o anel, base com micélio esbranquiçado. Anel branco, superior. Contexto
do píleo branco, fino. Esporada branca a bege. Esporos com (5-) 6-7 x 3- 4 μm, elipsoides, lisos, de
parede fina e lisa, fortemente amiloides, sem poro germinativo. Basídios clavados 21,2 - 22,5 x 7 –
9 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios e queilocistídios ausentes. Hifas do contexto finas (com 3
– 8 μm de diâmetro) e hialinas, de paredes finas. Trama himenoforal regular. Camada cortical do
píleo com esferocistes amarronzados, globosos, alguns papilados, 27-40 μm de diâmetro. Fíbulas
presentes.
Crescem gregários a cespitosos em madeira morta em geral.
Figura 42 - Cystoderma chocoanum: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical.

2. Cystoderma contusifolium Pegler, Figura 43


Kew Bull. add. ser. 9: 410. 1983.

Píleo com 2 – 4 cm de diâmetro, pálido ocráceo, cônico a campanulado, mas expandindo


com a idade, esbranquiçado e coberto por esquâmulas amarronzadas e piramidais a verrucosas, de
margem lisa não estriada. Lamelas adnexas, brancas, próximas, de bordo inteiro. Estipe 2-5,5 x 0,2-
0,4 cm, cilíndrico, sólido, esbranquiçado, pruinoso a fracamente esquamuloso. Anel ausente.
Contexto branco. Esporos 3,5 – 4 x 2,2 - 3 μm, elipsoides, de parede fina e lisa, hialinos,
inamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 18 -38 x 7 – 8 μm, ventricosos, hialinos, de
parede fina e lisos. Trama himenoforal regular. Contexto com hifas finas, hialinas, com 4 – 8 μm de
diâmetro. Camada cortical do píleo com esferocistes com 30 – 60 μm de diâmetro, subglobosos, de
parede e conteúdo vacuolar marrom. Fíbulas presentes.
Crescem em solo.

Figura 43 - Cystoderma contusifolium: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


3. Cystoderma siparianum (Dennis) Thoen, Figura 44
Bull. Jard. Bot. Nat Belg. 39: 190. 1969.

Píleo com 2 – 4 cm de diâmetro, cônico a convexo, branco a amarronzado, coberto por


grânulos furfuráceos frouxamente dispostos. Lamelas sinuadas a adnatas, brancas a amarronzadas,
próximas. Estipe 3 – 4 x 0,2 – 0,4 cm, cilíndrico, mas afinando em direção à base, sólido ou com
um lúmen bem reduzido, concolor ao píleo, com pequenos grânulos amarronzados na metade
inferior. Contexto fino, esbranquiçado. Esporos 4 – 6 x 2 – 3 μm, oblongo elipsoides, hialinos,
inamiloides, lisos. Basídios 11 – 14 x 3 – 6 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios de poucos a numerosos, 25 – 45 x 3 – 12 μm, cilíndricos a fusoide ventricosos,
frequentemente constritos, hialinos, com ápice levemente engrossado e incrustado com cristais.
Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo epitelial, com esferocistes de 30 – 55 μm de
diâmetro, globosos a elipsoides, de parede levemente engrossa e pálido-amarronzada. Fíbulas
presentes.
Ocorrem em serapilheira no interior de floresta ou em solo, em geral de restinga. A
informação de presença de pleurocistídios para esta espécie de CAPELARI & ASAI (2009) parece
ser uma informação equivocada, pois não há descrição da presença desta estrutura na descrição
original.

Figura 44 - Cystoderma siparianum: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

5. CYSTOLEPIOTA Singer

Hábito lepiotoide. Píleo escamoso, esquamuloso a fibriloso ou flocoso. Lamelas livres, ou


emarginado sublivres em geral brancas, mas também de colorido claro. Estipe central geralmente
com anel ou véu; volva presente em poucas espécies. Esporada branca. Esporos hialinos de parede
levemente engrossada a fina, sem poro germinativo, não metacromáticos em azul cresil, inamiloides
a pseudoamiloides (então ocorrendo eventualmente alguns amiloides ou inamiloides. Basídios com
4 esterigmas. Pleurocistídios, gloeocistídios e queilocistídios ou esferocistes (no bordo) às vezes
presentes. Camada cortical do píleo formada por um epitélio de esferocistes, às vezes formando
camada contínua ou espaçada, não himeniodermal. Hifas inamiloides a fraco pseudoamiloides, com
ou raro sem fíbulas.
Crescendo em solo no interior de mata.
Apenas na seção Echinatae de Lepiota podem ocorrer esferocistes na camada cortical, mas
estes são restritos à extremidade de escamas ou espinhos da superfície do píleo, o que diferencia
este grupo de Cystolepiota. Leucocoprinus exannulatus apresenta uma camada de esferocistes
recobrindo o píleo, mas não apresenta anel (como diz o nome) e tem esporos metacromáticos em
azul cresil.
SINGER & DIGILIO (1952) citam 3 espécies para a Argentina e PEREIRA et al. (2016)
revisam as espécies da América do Sul, sendo que 6 são citadas para o Brasil. As seguintes espécies
ocorrem no Brasil:
- Cystolepiota amazonica Singer (AM) – SINGER (1989): 99.
- Cystolepiota albogilva Singer (AM) - SINGER (1989): 98.
- Cystolepiota luteohemisphaerica (Dennis) I. Saar & Læssøe (Cystoderma luteohemisphaericum
Dennis) (PR, MT) - MEIJER (2010), LODGE & SOURELL (2015).
- Cystolepiota marthae Singer (SP) – PEGLER (1997).
- Cystolepiota potassiovirens (AM) - SINGER (1989): 99.
- Cystolepiota seminuda (Lash) Bom (RJ, RS, CE) – ALBUQUERQUE et al. (2010): 499.
ALVES et al. (2012). NASCIMENTO & ALVES (2014).
- Cystolepiota violaceogrisea (Rick) Singer (RS) - SINGER (1953): 76.
Outras espécies devem ocorrer no Brasil, em especial pelas coletas que têm sido
encontradas, sendo que uma revisão é necessária.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CYSTOLEPIOTA ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Píleo amarelo-claro, com até 1 cm de diâmetro; anel ausente ......................C. albogilva
1.2 Píleo se amarelado assim apenas no umbo e/ou com 1 cm ou mais de diâmetro (se menor então
de colorido marrom ferrugíneo); anel presente ou ausente ...........2

2.1 Píleo branco a rosado ou bege; esporos com 5,2-6,5 x 2,8-3,7 μm, pseudoamiloides; basídios
bisporados ..............C. seminuda
2.2 Píleo marrom a marrom-escuro ou violáceo a amarelado, ou braco; esporos com até 5 μm de
comprimento, inamiloides; basídios tetrasporados ..........3

3.1 Píleo umbonado-papilado, marrom a marrom-escuro com até 1 cm de diâmetro, cambiando a


cor para verde com KOH......... .......................................... C. potassiovirens
3.2 Píleo campanulado, ou campanuado papilado a convexo ou aplanado, branco a amarronzado a
violáceo ou amarelado, de 0,3 a 5 cm de diâmetro ...............................................4

4.1 Píleo marrom-ferrugíneo, com até 3 mm de diâmetro .............C. amazonica


4.2 Píleo violáceo-acinzentado a branco ou amarronzado a ocráceo ou amarelado, com mais de 10
mm de diâmetro...................................................................5

5.1 Píleo violáceo acinzentado, com até 5 cm de diâmetro............C. violaceogrisea


5.2 Píleo branco a ocráceo cinamômeo ou amarronzado a amarealdo, com até 2,1 cm de
diâmetro....................................................... 6

6.1 Píleo branco a ocráceo cinamômeo ou amarronzado............................... C. marthae


6.2 Píleo amarelado .............................................................................. C. luteohemisphaerica

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CYSTOLEPIOTA ENCONTRADAS:

1- Cystolepiota amazonica Singer, Figura 45


Fieldiana Botany 21: 99. 1989.

Píleo de até 0,3 cm de diâmetro, ferrugíneo-amarronzado ou subcastanho, não higrófano


nem víscido, glabro, levemente venoso-ruguloso ou subliso, com margem algo subsulcada,
campanulado, papilado. Lamelas brancas, pálido amarronzadas quando secas, subpróximas,
moderadamente estreitas, não intervenosas, livres ou adnexas. Estipe castanho, glabro, atenuado em
direção ao ápice, com 1,2 x 0,08 cm. Anel não observado. Micélio basal branco. Contexto branco,
fino, inodoro. Esporos 2,5-2,8 x 2-2,2 μm, subglobosos ou globosos, cianófilos, a maioria
pseudoamiloides, lisos, hialinos, não metracromáticos em azul cresil. Basídios 11-12,5 x 3,5-4,5
μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios dimórficos: a- ampuláceos, de ápice
clavulado e base e meio ventricosos; b- ventricosos ou subventricosos, obtusos; todos hialinos, de
paredes finas, inamiloides. Hifas da trama do píleo e estipe hialinas , não gelatinizadas, sem ou
raramente com fíbulas. Trama himenoforal regular, com hifas cilíndricas finas ou filamentosas,
densas, levemente pseudoamiloides. Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos
ventricosos e vesiculosos, bistratososos a tristratosos, formando um epitélio, inamiloides, não
incrustados, de paredes finas, hialinos em KOH. Hipoderme cutiforme, densa, de hifas
multisseptadas.
Crescem em folhas caídas, solitários.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, 17/05/1977, Singer B 9643
(INPA).

Figura 45 - Cystolepiota amazonica: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

2- Cystolepiota albogilva Singer, Figura 46a


Fieldiana 21: 98. 1989.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, amarelo-claro, floculoso sobre um fundo pálido, margem
branca, flocosidade com aparência subvenosa quando jovem, incialmente convexo, depois
subaplanado com centro levemente depresso. Lamelas brancas a creme pálido, acuminadas, largas,
livres, próximas. Estipe branco, concolor ao píleo, glabro a glabrescente, tenuamente pruinoso,
cilíndrico, com 15-19 x 1-2 mm. Anel ausente. Micélio basal branco. Contexto branco, inodoro.
Esporos com 3,8-5,5 x 2,5 – 3,0 μm, elipsoides, não truncados, nem calcarados, lisos, hialinos,
inamiloides. Basídios 11-13 x 3,5-4,5 μm, tetrasporados. Basidíolos não fusoides. Pleurocistídios
esparsos, com 7-15 x 5-7 μm, basidiiformes. Hifas hialinas, inamiloides. Camada cortical do píleo
formada por epitélio intermitente, com células angulares a subisodiamétricas, com até 25 μm de
diâmetro, estramíneas. Fíbulas presentes.
Crescendo no solo entre folhas secas de palmeiras, no interior de mata secundária.
Materia examinado: BRASIL, Amazonas, Ponta Negra, 01/01/1978. Singer. B. 10445
(INPA - holotipo).
Figura 46a – Cystolepiota albogilva: a- basidiomas; b- esporos; c- basídios e basidíolos (direita); d-
pleurocistídios; e- esferocistes da camada cortical do píleo.

3- Cystolepiota luteohemisphaerica (Dennis) I. Saar & Læssøe, Figura 46b


Mycotaxon 104: 317. 2008.
Píleo com até 20 mm de diâmetro, cônico a aplanado, farinoso, algo radialmente venoso,
mas não estriado, com remanescentes do véu na margem especialmente quando jovem, amarelado.
Lamelas livres a adnexas, próximas, amareladas na maturidade. Estipe com 20–40 x 1 - 2 mm,
cilíndrico, helicoidalmente amarelo flocoso pruinoso, com zona anelar inconspícua, amarelo na
metade superior e amarronzado na basal, com rizoides brancos. Contexto amarelado, não
modificando a cor quando exposto. Esporos com 2,8–3,8 x 1,7–2,6 µm, largo elipsoides a ovoides,
de parede fina e hialina, inamiloide e metacromática em azul cresil. Basídios co 13–19 x 5 - 6 µm.
Pleurocistídios e queilocistídios ausentes. Camada cortical do píleo com esferocistos catenulados
com 18–25 x 20–30 µm, globosos a oblongos, finamente rugosos, hialinos. Camada cortical do
estipe com esferocistes similares. Fíbulas presentes.
Crescem gregários ou em grupos, em solo de campos ou jardins.

Figura 46b - Cystolepiota luteohemisphaerica: a- basidioma; b- esporos.

4- Cystolepiota marthae Singer, Figura 47


Beih. Nova Hedwigia 29: 168, 1969.

Píleo com 1 – 2,1 cm de diâmetro, convexo a aplanado com um umbo raso ou sem ele,
branco a esbranquiçado, coberto por esquâmulas lanosas ocráceo-cinamômeas ou amarronzadas,
agrupadas no centro até ficar liso, não víscido. Lamelas brancas, próximas, livres, de bordo inteiro.
Estipe branco na metade apical e de branco a amarronzado-avermelhado do meio para a base,
fibriloso sob lente de aumento, ficando glabro com a maturidade, subigual ou algo atenuado em
direção ao ápice, com 4 – 5 x 0,1 – 0,3 cm, véu muito fugaz. Contexto branco, imutável. Esporos
com 3,5 – 5 x 2,3 – 3 μm, de elipsoides a subcilíndricos, hialinos, inamiloides, lisos. Basídios com
15 – 20 x 5 – 5,5 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios esparsos, versiformes,
mas frequentemente ventricosos (não mucronados nem apendiculados), com 15 – 20 x 5 – 6,5 μm,
hialinos. Camada cortical do píleo formada por elementos esferocistidioides, globosos a elipsoides,
com 25 – 72 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Material examinado: Argentina, Neuquén, 07/04/1963, Martha Singer & J. Diem, M3296
(BAFC).

Figura 47 - Cystolepiota marthae: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.

5- Cystolepiota potassiovirens Singer, Figura 48


Fieldiana 21: 99. 1989.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, marrom a marrom-azulado, umbo algo alutáceo-pálido-


furfuráceo, convexo, papilado e muito ornamentado no umbo. Lamelas algo fuscas, largas, sub-
ventricosas, sub-próximas, livres. Estipe castanho escuro, pruinoso, liso, fino, sub-cilíndrico, com
14-17 x 0,8-1 mm. Contexto concolor à superfície do píleo, inodoro. Esporos com 3,3-4 x 2,5-3 μm,
elipsoides, hialinos, inamiloides, poro germinativo e depressão supra-hilar ausentes. Basídios com
15-21 x 5 - 7 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios heteromórficos, com 31-
57 x 7-9,5 μm, ampuláceos, raro estreito utriformes, na constrição com 5-5,5 μm de diâmetro,
hialinos, griseo-pálidos em KOH. Camada cortical do píleo formada por epitélio floculoso, células
subglobosas a angulares, com 10-25 μm de diâmetro. Hipoderme contínua. Pigmento da epicutis e
da hipoderme violáceo em meio ácido e verde em meio alcalino.
Crescendo no solo, solitários ou gregários, no interior de florestas tropicais. Espécie descrita
originalmente para a Amazônia.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30km de Manaus, (EMBRAPA). 31/11/1977,
Singer, B 10247 (INPA).
Figura 48 – Cystolepiota potassiovirens: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- queilocistídios; e-
esferocistes da camada cortical (não em cadeia) do píleo.

6- Cystolepiota seminuda (Lash) Bom, Figura 49


Documents Mycologiques 6(24): 43. 1976.

Píleo com 1,5-2 cm de diâmetro, cônico-campanulado quando jovem, convexo-campanulado


a plano, umbonado, branco a levemente rosado ou bege com umbo amarelado, cambiando de cor
para rosado-ocre quando tocado ou machucado, carnoso, liso a pulverulento, margem lisa,
eventualmente com remanescentes do véu pendentes. Lamelas livres, concolores ao píleo, mudando
de cor ao toque, próximas. Estipe com 3,2-4 x 0,2-0,4 cm, branco, fibroso, de superfície
pulverulenta, base bulbosa, oco. Anel pêndulo, branco, membranoso, formado no terço superior.
Contexto branco, fino. Esporos com 5,2-6,5 x 2,8-3,7 μm, ovalados a levemente alongados ou
alguns até cilíndricos, hialinos a méleos, com hilo excêntrico, sem poro germinativo,
pseudoamiloides. Basídios clavados com 17,9–20 x 5,2–6,2 μm, hialinos, bisterigmatados.
Pleurocistidios não observados. Queilocistídios claviformes, inconspícuos, com 10 – 15 x 5 – 8 μm.
Camada cortical formada exclusivamente por esferocistos subesféricos a ovoides, 10 – 14 x 5 – 9
μm. Fíbulas ausentes.
Crescendo gregários em solo na borda da mata. Citada por RICK (1961) e ALVES et al.
(2012) para o Rio Grande do Sul e por ALBUQUERQUE et al. (2010) para o Rio de Janeiro. O
material do Padre Rick foi revisado, mas encontra-se em péssimo estado de conservação.
NASCIMENTO & ALVES (2014) citam material coletado no Ceará, aumentando a área de
ocorrência da espécie no Brasil.
Material examinado: Brasil, Rio Grande do Sul, São Salvador, 21-I-1944, Rick, 29.440
(PACA). São Gabriel, Reserva Ecológica Sanga da Bica. 2010. Coletor: Graciéle Cunha Alves F052
(HBEI). Ceará, Crato, Floresta Nacional do Araripe, 25 Jan 2011, M.H. Alves e C.C Nascimento,
020/11 (HDELTA). São Gabriel, Reserva Ecológica Sanga da Bica. 2010, Graciéle Cunha Alves F052.

Figura 49 – Cystolepiota seminuda: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- queilocistídios; e-


esferocistes da camada cortical do píleo.

7- Cystolepiota violaceogrisea (Rick) Singer, Figura 50


Lilloa 26: 76. 1953.

Píleo com até 5 cm de diâmetro, campanulado, violáceo-gríseo, velutino, não estriado.


Estipe branco-gríseo, filiforme, com 4-5 x 2- 4 mm, sem bulbo basal. Lamelas sublivres,
subdistantes, pouco arqueadas, liláceo-gríseas. Esporos com 3 - 3,5 (-4) x 2 – 2,5 μm, elipsoides, de
apêndice hilar fortemente excêntrico, lisos, de parede homogênea e moderadamente fina,
inamiloides. Camada cortical do píleo formada por esferocistos colapsados catenulados.
Crescendo em floresta, entre folhas.
SINGER (1953) prefere não transferir a espécie para este gênero em função da dificuldade
de observar-se os elementos da camada cortical e a cita como Cystolepiota spec. (Mycena
violaceogrisea Rick), mas o faz em SINGER (1973; 1986). A espécie é incluída na seção
Cystolepiota (Lepiota seção Pruinosae Murr.).

Figura 50 – Cystolepiota violaceogrisea: a- basidioma; b- esporos; c- esferocistes da camada


cortical do píleo.

6. HIATULOPSIS Singer & Grinling

Basidiomas de hábito pluteoide, similar a Leucocoprinus. Píleo com escamas grandes e


amarronzadas sobre um fundo branco, ou com escamas menores verrucosas ou apenas fibrilas,
fortemente radialmente pectinado. Lamelas livres, remotas. Esporos globosos a subglobosos,
pequenos, simétricos, inamiloides, com endospório metacromático em azul cresil, ornamentados
(tipo XI) e heterógenos. Basídios com esterigmas quase retos, com ponta virada formando um
espículo. Pleuro e queilocistídios ausentes. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
densamente dispostas e entrelaçadas. Pigmentos intraparietais. Hifas inamiloides com fíbulas.
Crescem em madeira e outros restos vegetais. Duas espécies conhecidas, uma descrita para
o Brasil. Leucocoprinus não tem parede heterogênea nos esporos. Smithiomyces não tem margem
do píleo sulcado-pectinada.

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE DE HIATULOPSIS ENCONTRADA:


1- Hiatulopsis aureoflava Singer, Figura 51
Fieldiana Botany 21: 98, 1989.

Píleo com 0,7 – 1,1 cm de diâmetro dourado ("Florida gold" M&P), na margem amarelado
("primuline Y" M&P), desamente flocoso, flóculos destacando-se, pectinado até o meio do raio,
obovado ou campanulado. Lamelas brancas, estreitas, ascendentes, próximas, sublivres a livres.
Estipe amarelado ("amber Y" em M&P), dourado na base ("Florida gold" em M&P) e tomentoso,
ficando floculoso-pulverulento acima da zona tomentosa, atenuado em direção ao ápice, com 3,6 x
0,18 cm, na base com 4 mm de diâmetro; anel ausente ou fugaz; micélio basal branco. Esclerócio
ausente. Contexto branco, inodoro. Esporos com 7-10 x 5,5-6,5 μm, elipsoides, de parede no início
homogênea e depois com ornamentações do tipo XI (como em alguns Crepidotus), hialina, sem
poro germinativo, inamiloides, sem depressão supra-hilar. Basídios com 22-34 x 11-13 μm,
tetrasporados. Cistídios ausentes. Hifas hialinas em KOH, de parede fina, inamiloides. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo de hifas prostradas entrelaçadas, com pigmento
intracelular. Fíbulas ausentes.
Crescem em radicelas e folhas caídas na selva tropical (campinarana), solitários.
Material examinado: Brasil - Amazonas, estrada Manaus-Caracarai, km 45, 28/02/1978,
Singer B 10733 (INPA).

Figura 51 – Hiatulopsis aureoflava: a- basidiomas; b- esporos.

7. JANAUARIA Singer

Basidioma pluteoide lembrando Leucocoprinus, mas de menor estatura. Estipe central, liso e
glabro, com anel fixo, infundibuliforme. Esporada branca. Esporos cilíndricos a elipsoides, de
apêndice hilar excêntrico, muito finamente punctulados espinulosos (ornamentação do tipo XI como
em alguns Crepidotus), pseudoamiloides, não metacromáticos em azul cresil, sem poro germinativo.
Basídios normais, mas esterigmas às vezes curvados para fora. Pleurocistídios inconspícuos e
queilocistídios vesiculosos. Camada cortical do píleo formada por um epitélio, com uma a muitas
camadas de células globosas com pigmento vacuolar no centro do píleo. Hipoderme não
gelatinizada. Hifas inamiloides, sem fíbulas.
Crescem em solo ou madeira muito podre de floresta inundável do tipo várzea.
VELLINGA et al. (2011) citam o gênero como tendo poro germinativo, contrariando a
descrição original (aparentemente um erro).
O gênero tem uma espécie encontrada na Amazônia brasileira (Singer, 1986) com descrição
igual a do gênero mais acima: Janauaria amazonica Singer (Figura 52).
Figura 52 – Janauaria amazonica: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

8. LEPIOTA (Pers. ex) S. F. Gray

Hábito pluteoide a lepiotoide, com basidiomas apresentando véu ou anel e de tamanho


pequeno a médio. Píleo de escamoso, esquamuloso a fibriloso ou mesmo totalmente liso e glabro, às
vezes com ornamentações somente na metade marginal e com disco central inteiro. Lamelas livres,
razoavelmente estreitas. Estipe central, às vezes escamoso, esquamuloso a levemente piloso, com
anel distinto, apesar de às vezes ser perdido logo cedo (evanescente). Volva rarissimamente
presente. Esporada branca ou creme, raro levemente rosada. Esporos pequenos a relativamente
grandes, hialinos e de parede levemente engrossada ou fina, não metacromáticos em azul cresil, sem
poro germinativo, cianófilos, geralmente pseudoamiloides, às vezes amiloides, mas não ou apenas
raramente inamiloides, apesar de que às vezes tem-se alguns inamiloides entre outros
pseudoamiloides, em algumas espécies calcarados. Pleurocistídios e queilocistídios (estes na
maioria) às vezes presentes. Camada cortical do píleo não formada exclusivamente por hifas
prostradas nem com esferocistes formando um epitélio, geralmente com hifas eretas em alguns
pontos e que formam os ornamentos superficiais, ou formando um tricoderme ou himenioderme, em
ambos os casos, entretanto, não contínuos. A camada cortical tem seus elementos geralmente mais
densamente dispostos no disco e menos na margem. Esferocistos podem ocorrer no ápice de
escamas ou espinhos. Hifas inamiloides, raro pseudoamiloides, com ou sem fíbulas.
Crescem em solo ou restos vegetais (às vezes em plantas vivas), mas sem formar micorriza.
O gênero Lepiota (Pers. ex) S. F. Gray pertence à tribo Lepiotae, sendo caracterizado
principalmente pelo seu píleo em geral escamoso ou esquamuloso, lamelas livres de colorido branco
a creme ou levemente rosado, esporos lisos, pseudoamiloides a amiloides, não metacromáticos, sem
poro e de parede fina, camada cortical não epitelial (apesar das escamas apresentarem às vezes
células esféricas) mas tricodermial, paliçádica ou himenial. Várias revisões antigas são importantes
para o trabalho com o gênero, destacando-se SMITH (1954), HORAK (1980), CANDUSSO &
LANZONI (1990), BON (1993).
O gênero teve várias espécies citadas inicialmente do Rio Grande do Sul nos diversos
trabalhos de Rick. Referências mais têm sido feitas para o Pará (Singer, 1973), São Paulo (Grandi et
al., 1984; Pegler, 1997), Rondônia (Capelari & Maziero, 1988), Amazonas (Singer, 1989), Brasil
(Pereira, 1997) e Pernambuco (Wartchow, 2005).
No trabalho de PEREIRA (2000) com a revisão do gênero Lepiota (Pers. Fr.) S. F. Gray no
Brasil, discutem-se 159 epítetos específicos, entre os descritos, citados ou catalogados em herbários
brasileiros entre 1906 e 1993. Pela revisão bibliográfica e o estudo dos matériais depositados nos
herbários, o autor constatou que, entre os epítetos listados, 23 são válidos para o gênero e existe
material preservado, 19 são espécies válidas citadas para o Brasil, porém não foram encontrados
materiais preservados (estas portanto considerou-se aqui como de ocorrência duvidosa), 28 foram
citadas para a região em estudo, porém não encontrou-se material preservado, e na revisão
bibliográfica, constatou a existência de problemas quanto a sua clara posição taxonômica, 89 são
excluídas do gênero Lepiota, devido a falta de tipo ou por terem sido transferidas para outros
gêneros. Além das espécies conhecidas, 10 taxa especifícos foram associadas a espécies novas.
De acordo com KIRK et al. (2008), o gênero reúne 400 espécies cosmopolitas. VELLINGA
(2003b; 2009) apresenta estudos filogenéticos para Lepiota e uma revisão para os epítetos
específicos dos fungos lepiotáceos, sendo trabalhos básicos para o estudo deste gênero e de outros
próximos.
Lepiota, Cystolepiota e Melanophyllum formam um clado monofilético de acordo com os
estudos moleculares de VELLINGA (2003b), usando evidências das sequências nrITS e LSU. No
gênero, quatro clados puderam ser reconhecidos: Clado (I) caracterizado por uma camada cortical
tricodermial, esporos fusiformes, com forma de pinguim ou largo elipsoides, acomodando as
espécies da seção Lepiota e Ovisporae. No clado (II) estão as espécies com camada cortical do píleo
do tipo tricodermial ou cutis de hifas prostradas, e os esporos são elipsoides ou calcarados,
compreendendo as espécies das seções Stenosporae e Ovisporae. No clado (III), as espécies com
píleo himeniodermal com esporos versiformes da seção Lilaceae M. Bon. O quarto clado não é
monofilético e compreende a seção Echinatae Fay.
As seguintes espécies ocorrem no Brasil, até o momento (espécies destacadas em negrito
estão descritas mais abaixo):
1. *Lepiota abruptibulba Murr. (AM) (PR) - MEIJER (2008). (SP) – PEGLER (1997). –
PEREIRA (2000).
2. *Lepiota anthomyces Berk. & Br. (RS) – RAITHELHUBER (1988). Necessita ser
revisada.
3. *Lepiota apicipigmentata Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
4. *Lepiota araucariicola A. B. Pereira (SC) - (Pereira, 2000)
5. *Lepiota aspera (Pers. ex Fr.) Quél. (RS) - (Pereira, 2000)
6. Lepiota aurea Pers. ex Fr. (SP) – BONONI et al. (1981a). Necessita ser revisto, pois não
aparece esta espécie com estes autores na revisão de VELLINGA (2009).
7. *Lepiota besseyi H. V. Sm. & N. S. Weber (SC) – CABRERA (2015).
8. *Lepiota bifurcata Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
9. *Lepiota brunneoannulata Rick (RS) - (Pereira, 2000).
10. *Lepiota brunneocarnea Rick (RS) - (Pereira, 2000).
11. *Lepiota brunneopurpurea Rick (RS) – ALVES et al. (2012); (Pereira, 2000).
12. *Lepiota brunneosquarrosa Rick (RS) - (Pereira, 2000).
13. *Lepiota brunneotabacina Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
14. *Lepiota citriodora Dennis (RO) – CAPELARI & MAZIERO (1988). (SP) – PEGLER
(1997).
15. *Lepiota citrophylla (Berk. & Br.) Sacc. GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS (1992).
(PR) MEIJER (2008). CANDUSSO & LANZONI (1990) a apresentam como sinonímia
de L. xanthophylla Orton.
16. *Lepiota clypeolaria (Bull. ex Fr.) Kummer (RS) – RICK (1961). BONONI et al.
(1981a).
17. *Lepiota colorada Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
18. *Lepiota conglobata Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
19. Lepiota crassior Singer (RS) – SINGER (1953). Estudos anatômicos da cutícula não foram
possíveis, segundo este autor, sendo difícil posicionar corretamente o material.
20. *Lepiota cristata (Bolton ex Fr.) Kumm. (RS) - (Pereira, 2000).
21. *Lepiota cutisquamosa Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
22. *Lepiota echinella var. rhodorhiza (Romagn. & Locq. ex P. D. Orton) Hardtke & Rödel
(RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007).
23. *Lepiota elaiophylla Vellinga & Huijser (PR) – FERREIRA & CORTEZ (2012). (PE) -
WARTCHOW (2005).
24. *Lepiota epicharis Berk. & Br. (SP; MG) – GRANDI et al. (1984). ROSA &
CAPELARI (2009). (SP) – PEGLER (1997 – var. occidentalis).
25. *Lepiota erinana Dennis (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
26. *Lepiota erythrosticta (Berk. & Broome) Sacc. (PE) - KIMBROUGH et al. (1995)
27. Lepiota flavidula (Rick) Singer (RS) - SINGER (1953). Descrição anatômica incompleta
dificultam o posicionamento.
28. *Lepiota flavipes Rick (RS) - (Pereira, 2000).
29. *Lepiota forquignonii var. forquignonii Quel. (RS, RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2010).
30. *Lepiota gomezii Singer (AM) – SINGER (1989).
31. *Lepiota griseorubescens Dennis (SP) – PEGLER (1997). (PE) MAIA et al. (2002).
32. *Lepiota guatopoensis Dennis (AM; RO; PR)- MEIJER (2008). SINGER (1984).
CAPELARI & MAZIERO (1988). (SP) – PEGLER (1997). (RS) – ROTHER (2007).
33. *Lepiota hemisclera (Berk. & M.A. Curtis) Sacc. (PR)- MEIJER (2008).
34. *Lepiota holosericea (Fr.) Gillet (PE) - MAIA et al. (2002).
35. *Lepiota hypholoma Rick (RS) - (Pereira, 2000).
36. *Lepiota inclinata Rick (RS) - (Pereira, 2000).
37. *Lepiota ingrata Rick (RS) - (Pereira, 2000).
38. *Lepiota izonetae Singer (AM) – SINGER (1989). - (Pereira, 2000).
39. *Lepiota lactea Murr. (SP) – PEGLER (1997).
40. Lepiota laeviceps Speg. (RS) - GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS (1992). Baseado em L.
felina var. laeviceps). Limacella de acordo com RAITHELHUBER (1980). Necessita ser
revisto.
41. *Lepiota lentiginosa Pegler (SP) – GRANDI et al. (1984). GUZMÁN & GUZMÁN-
DÁVALOS (1992).
42. *Lepiota lilacea Bres. (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2010). (SP) – PEGLER (1997).
43. Lepiota lineata Pegler (SP) – PEGLER (1997). (PE) MAIA et al. (2002).
44. *Lepiota lungens Rick (RS) - (Pereira, 2000).
45. *Lepiota ministipitata Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
46. *Lepiota minuta Batista (PE) - BATISTA (1955). GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS
(1992). O nome já foi estabelecido para outras Lepiota anteriormente, necessitando ser
revista.
47. *Lepiota murinocapitata Dennis (PR)- MEIJER (2008). (SP) – PEGLER (1997).
48. *Lepiota nigropunctata Dennis (SP) – PEGLER (1997).
49. Lepiota ochraceoaurantiaca Dennis (RO) – CAPELARI & MAZIERO (1988).
GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS (1992). (SP) – PEGLER (1997).
50. *Lepiota olivaceomamosa Rick (RS)- RICK (1961). SINGER (1962; 1975; 1986). -
(Pereira, 2000).
51. Lepiota parvannulata (Lasch. ex Fr.) Gill. (RS) (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). -
(Pereira, 2000).
52. *Lepiota phaeopus Rick (RS) - (Pereira, 2000).
53. *Lepiota phaeosticta Morgan (PR, RO)- MEIJER (2008). Cf. CAPELARI &
MAZIERO (1988). (SP) – PEGLER (1997). - (Pereira, 2000).
54. *Lepiota plumbicolor (Berk. & Br. ) Sacc. (RS, CE) – RICK (1961); NASCIMENTO &
ALVES (2014).
55. Lepiota pluvialis Speg. (RS) – RICK (1939). GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS (1992).
Precisa ser revisto.
56. *Lepiota pseudoignicolor Dennis (PR)- MEIJER (2008). (RS) – ROTHER (2007).
57. Lepiota puttemansii Pat. (RJ) – PATTOUILLARD (1921). GUZMÁN & GUZMÁN-
DÁVALOS (1992). Precisa ser revisado e recoletado.
58. *Lepiota pyrrhaes Berk. & Br. (RS) - (Pereira, 2000).
59. *Lepiota quinamana Dennis (SP) – PEGLER (1997).
60. *Lepiota radicata Rick (RS) - (Pereira, 2000).
61. *Lepiota rimosa Murr. (SP) – PEGLER (1997).
62. *Lepiota roseolivida Murrill - (SC) – CABRERA (2015).
63. *Lepiota rubella Bres. (RS) - (Pereira, 2000).
64. Lepiota rufogranulata Henn. – HENNING (1897). Necessita ser revisto.
65. *Lepiota rubrostraminea Rick (RS) – RICK (1961). - (Pereira, 2000).
66. *Lepiota santacruzensis Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
67. *Lepiota septata Pereira (RS) - (Pereira, 2000).
68. *Lepiota serena (Fr.) Sacc. (SP) – PEGLER (1997).
69. *Lepiota silvae-araucariae de Meijer (PR)- MEIJER (2008).
70. Lepiota stuhlmannii Henn. (PE) - MAIA et al. (2002).
71. *Lepiota subalba Kuhner ex P. D. Orton (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
72. *Lepiota subamanitiformis Dennis (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
73. *Lepiota subclypeolaria (Berk & Curt.) Sacc. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
74. *Lepiota subcristata Murr. (SP) – PEGLER (1997). Cf. em WARTCHOW (2005).
75. *Lepiota subincarnata Lange (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007). (PE) -
WARTCHOW (2005).
76. *Lepiota subflavescens Murr. (SP) – PEGLER (1997).
77. *Lepiota tepeitensis Murr. (PE, RJ) - KIMBROUGH et al. (1995). ALBUQUERQUE et
al. (2010).
78. Lepiota trichroa Mont. – SACCARDO (1887). LOCQUIN (1951). GUZMÁN &
GUZMÁN-DÁVALOS (1992); necessita ser recoletado.
79. *Lepiota ventriosospora Reid (RS) – RICK (1961). Lepiota metulispora (Berk. &
Broome) Sacc. citada para o PR por MEIJER (2008) é considerada sinonímia desta
espécie.
80. Lepiota viridiflava (Rick) Singer (RS) - GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS (1992).
Precisa ser recoletada.
81. *Lepiota viriditincta (Berk. & Br.) Sacc. - GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS (1992).
82. Lepiota xanthophylloides Singer – SINGER (1973; 1976; 1989). GUZMÁN & GUZMÁN-
DÁVALOS (1992). Precisa ser recoletada.

As espécies de Lepiota para o Brasil são encontradas no trabalho de PEREIRA (1998), sendo
que as descrições para as espécies estão adaptadas mais abaixo. Lepiota citrinella Speg. citada para
o Acre por BONONI (1992) é um Leucocoprinus.
Lepiota morganii Peck citada para RS por RICK (1961), para SP por BONONI et al. (1981a),
para PE por MAIA (1998) deve ser Chlorophyllum molybdites (G. Mey.) Massee, conforme
DRESCHSLER-SANTOS et al. (2008).

CHAVE PARA AS SEÇÕES DE LEPIOTA ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Base do estipe com volva .................................... L. subamanitiformis
1.2 Base do estipe bulbosa ou não, mas sem volva ...................1’

1’.1 Esporos amiloides ......................................Seção Amyloidea (apresenta esferocistes; sem


representantes no Brasil até o momento) ou Seção Amylosporae (se não tiver esferocistes na camada
cortical – somente Lepiota athomyces citada, mas necessita ser revisada)
1’.2 Esporos pseudoamiloides ........................................................................ 2

2.1 Superfície do píleo com ornamentos do tipo espinhos ou cotonosa a lanosa, sendo que estas
estruturas são formadas por esferocistes terminais; fíbulas presentes ...... Seção
Echinatae ............................... 3
2.2 Superfície do píleo escamosa, esquamulosa a fibrilosa ou lisa, sem esferocistes; fíbulas
presentes ou ausentes ...............................................................................7

3.1 Píleo com mais de 3 cm de diâmetro; esporos calcarados ..............L.aspera (se esporos
elipsoide alongados a quase cilíndricos é L. hemisclera).
3.2 Píleo com menos de 3 cm de diâmetro; esporos não calcarados ................4

4.1 Estipe com mais de duas vezes o diâmetro do píleo; anel fugaz; crescendo
conglobados ........................ L. conglobata
4.2 Estipe com até duas vezes o diâmetro do píleo; anel fugaz ou persistente, mas não crescendo
conglobados ..............5

5.1 Píleo pálido amarelado com esquâmulas marrom escuras; esporos


calcarados ............ ......................................L. lentiginosa
5.2 Píleo castanho-escuro ou cárneo-oliváceo; esporos elipsoides a amigdaliformes ........5’

5’.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro, castanho-escuro; anel fugaz; esporos elipsoides a
amigdaliformes ...... L. brunneosquarrosa
5’.2 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, castanho-escuro ou cárneo-oliváceo; anel persistente;
esporos amigdaliformes, ovalados, elipsoides ou calcarados .............6

6.1 Píleo cárneo-oliváceo, com até 1 cm de diâmetro; estipe pálido amarelado no terço superior e
branco manchado na base ....................L. brunneocarnea
6.2 Píleo castanho-escuro, com mais de 1 cm de diâmetro; estipe castanho-escuro
......................L. phaeopus

7.1 Camada cortical do píleo formada por uma himenioderme ............ Seção Cristatae....8
7.2 Camada cortical do píleo formada por uma paliçadoderme, tricoderme ou por hifas
prostradas.................10

8.1 Píleo com 2 – 7 cm de diâmetro; esporos calcarados ................L. cristata


8.2 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro; esporos não calcarados ...................9

9.1 Estipe de comprimento maior que 3 vezes o diâmetro do píleo; píleo ferrugíneo amarelado a
marrom-ferrugíneo no centro, no restante com esquâmulas ferrugíneas sobre fundo branco; lamelas
brancas ..... L. izonetae (L. brunneoannulata se o píleo com tons cinzento-azulados, com pontuações
negras ou L.minuta se píleo e estipe ferrugíneos e lamelas amareladas)
9.2 Estipe de comprimento menor que 3 vezes o diâmetro do píleo ..................9’

9’.1 Píleo violeta ou lilás, com até 4 cm de diâmetro; esporos com 4,6 – 6 x 2,8 – 3,5
μm ................... .................L. lilacea
9’.2 Píleo pardo-escuro a quase negro, com centro completamente negro, com até 0,8 cm de
diâmetro; esporos com 5 – 8 x 4 – 4,5 μm ...... L. inclinata (se com até 1 cm de diâmetro e esporos
com 4,5 – 5 x 3 – 3,5 μm é L. nigropunctata)

10.1 Camada cortical do píleo paliçádica ou com hifas prostradas ................10’


10.2 Camada cortical do píleo do tipo tricoderme ...................18’

10’.1 Esporos fusoides ......Seção Lepiotae...........................11


10'.2 Esporos subglobosos, ovoides a elipsoides a cilíndricos ou calcarados ................13

11.1 Elementos eretos da camada cortical do píleo em geral clavados com até 20 micrômetros de
comprimento .... ...........................L. brunneotabacina
11.2 Elementos eretos da camada cortical do píleo filiformes com mais de 40 micrômetros de
comprimento, ou somente com hifas prostradas.............................. 12
12.1 Esporos com 5,5 – 7 x 4 – 4,5 μm, elipsoide fusiformes; queilocistídios ausentes; camada
cortical do píleo de hifas prostradas........................... L. rimosa
12.2 Esporos com mais de 11 μm de comprimento, fusiformes; queilocistídios presentes; camada
cortical do píleo com hifas eretas longas, paliçádica a tricodermial ...............12’

12’.1 Píleo 3 cm diâmetro, com centro marrom, rompendo-se em sulcos em direção a margem, de
tons mais claros; estipe liso ou raro com escamas; camada cortical do píleo formada por elementos
filiformes, 70-130 x 2 -4 μm; esporos com 11-12 x 3,0-3,5 μm... ..................... L. araucariicola
12’.2 Píleo com 3 ou mais cm de diâmetro, sem sulcos; estipe cotonoso a densamente fibriloso
flocoso; camada cortical do píleo formada por elementos filiformes, menores ou maiores que os
acima indicados; esporos com mais de 12 μm de comprimento ....................12”

12”.1 Píleo com 2 – 6 cm de diâmetro; estipe contonoso abaixo do anel; camada cortical do píleo
com 50-450 x 6-12 μm; esporos 13,5-16 (16,5) x 5-6,7 μm ........ L. clypeolaria
12”.2 Píleo com 3-3,5 cm de diâmetro; estipe densamente fibriloso flocoso; camada cortical do
píleo com elementos de 40 – 50 x 5 – 8 μm; esporos com 15-20 x 4,5-5,5 μm.... ..............................
L.ventriosospora

13.1 Esporos calcarados ou pelo menos truncados na base ........ Seção Stenosporae ........14
13.2 Esporos subglobosos a ovoides, elipsoides a subcilíndricos, mas não calcarados nem truncados
na base ................. 17

14.1 Píleo com pelo menos algum tom de vermelho ................................ 15


14.2 Píleo com pelo menos algum tom de amarelo .................................. 16

15.1 Anel ausente na maturidade; elementos da camada cortical filiformes, com pigmento restrito ao
ápice da célula terminal ....... L. apicipigmentata
15.2 Anel persistente; elementos da camada cortical clavado-alongados, sem pigmento
apical .............................................................. L. pyrrhaes

16.1 Píleo com 6 cm de diâmetro, subumbonado, amarelo-amarronzado; anel


persistente ..................L. ingrata
16.2 Píleo com até 2 cm de diâmetro, como acima ou diferente; anel persistente ou
não ............................ 16’

16’.1 Píleo campanulado com até 10 mm de diâmetro ........ L. hypholoma


16’.2 Píleo cônico com 12 a 20 mm de diâmetro .............. L. flavipes

17.1 Fíbulas ausentes ......................... Seção Anomalae ........................18


17.2 Fíbulas presentes .................... Seção Ovisporae.............................19

18.1 Píleo branco-acinzentado metálico, com centro marrom-escuro, estriado-fendido do centro e


em direção à margem, plicado ...................... L. lungens (ou L. subclypeolaria se píleo branco)
18.2 Píleo avermelhado ou amarelado, alaranjado a amarronzado a branco ou rosado, se plicado,
então coloração do píleo diferente ...............18’

18’.1 Basidioma cambiando a cor para verde quando machucado ...........L. viriditincta
18’.2 Basidioma não cambiando de cor quando machucado ou cambiando para outras cores, mas
não verde.............................18ª’

18ª’.1 Píleo branco com esquâmulas marrons ........................ L. teipeitensis (se cambiando a cor
para vermelho quando machucado é Lepiota bessey) ou L. lactea (se esquâmulas também brancas)
ou L. gomezii (se cambiando a cor do píleo para marrom com KOH).
18ª’.2 Píleo colorido, em geral rosado, avermelhado, alaranjado, amarronzado, oliváceo ou
amarelado a verde amarelado ............18”

18”.1 Píleo amarronzado e com odor cítrico ............................ L. citriodora


18”.2 Píleo rosado, avermelhado, alaranjado, oliváceo ou amarelado a amarelo esverdeado ou
acinzentado, ou se amarronzado então sem odor cítrico ..... .................................... 18A

18A.1 Píleo avermelhado a vermelho alaranjado ou acinzentado, mas ficando avermelhado quando
cortado; camada cortical do píleo paliçádico-himeniodermal ........ ......................... L. colorada (se
vermelho alaranjado e camada cortical com hifas prostradas e apenas alguns elementos cilíndricos
eretos é L. guatopoensis) (se acinzentado e ficando vermelho quando cortado é L. griseorubescens)
18A.2 Píleo sem tons avermelhados (raro avermelhado-ocráceo), mas em geral amarelado,
alaranjado ou amarronzado a oliváceo ou verde amarelado a rosado ou vináceo-rosado ............18B

18B.1 Píleo com até 4 cm de diâmetro, cinza-oliváceo; esporos com hilo muito
excêntrico................. Lepiota forquignonii var. forquignonii
18B.2 Píleo com menos de 3,5 cm de diâmetro, sem coloração olivácea (às vezes esquâmulas
marrom-oliváceas); esporos de hilo não excêntrico ................................. 18C

18C.1 Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, amarelado e coberto por esquâmulas marrom-oliváceas;
anel presente............. L. citrophylla (se píleo cinza escuro é L. murinocapitata)
18C.2 Píleo com até 2,8 cm ou mais de diâmetro (em uma espécie até 1 cm), amarronzado com
esquâmulas concolores ou alaranjado a castanho alaranjado com fibrilas concolores ou amarelado a
verde amarelado (neste caso anel presente) a rosado; anel ausente ou pelo menos logo evanescente
ou fugaz ..... ................. 18D

18D.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro, cônico mas expandido para obtuso, amarronzado, velutino-
esquamuloso, recoberto por pelos formados por dois a três elementos em sequência, com fíbulas e
terminando com célula clavada ....................... Lepiota erinana (se píleo de coloração marrom
vinácea coberto por esquâmulas angulares, adpressas, marrom-vináceas, com margem estriada é L.
subcristata)
18D.2 Píleo com até 5 cm de diâmetro, convexo a aplanado, rosado, alaranjado a marrom-
alaranjado escuro ou ocráceo-avermelhado ou marrom escuro a amarelado ............... 18E

18E.1 Píleo marrom-escuro, com esquâmulas mais pálidas dispostas na metade marginal sobre uma
superfície creme ou pálido rosada; contexto do píleo branco e do estipe concolor ao píleo, mas na
metade basal deste ficando avermelhado ................L. echinella
18E.2 Píleo rosado, alaranjado a marrom-alaranjado ou ocráceo-avermelhado ou amarelado a verde
amarelado, com esquâmulas ou fibrilas mais claras ou concolores; contexto branco a amarelado ou
amarronzado..........................18F

18F.1 Esporos não calcarados.........................................18G


18F.2 Esporos calcarados .............................................. 18J

18G.1 Píleo marrom, sem tons alaranjados ..................... L.subincarnata


18G.2 Píleo marrom-alaranjado escuro ou ocráceo-avermelhado a cinamômeo-alaranjado ou verde
amarelado ..........................................18H

18H.1 Píleo verde amarelado ...................................... L.subflavescens


18H.2 Píleo não esverdeado ................................................18 I
18I.1 Contexto do píleo pálido enxofre-amarelado a amarelado-oliváceo, oliva-amarelado escuro no
estipe; esporos oblongos a subcilíndricos................. L. elaiophylla
18I.2 Contexto do píleo branco; esporos subglobosos a elipsoides ou ovoides..........18I’

18I’.1 Esporos subglobosos .......................... L. quinamana


18I’.2 Esporos elipsoides a ovoides ................. L. holosericea

18J.1 Píleo rosado a vináceo rosado ou purpúreo ................ L.,erythrosticta


18J.2 Píleo creme a amarelado ou alaranjado a amarronzado .......................18K

18K.2 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, alaranjado a marrom alaranjado, com fibrilas concolores;
contexto do píleo e estipe brancos....................... L. pseudoignicolor ou L.silvae-araucariae (se
píleo com até 5 cm de diâmetro, esquamuloso e contexto do píleo e estipe laranja-amarronzado)
18K.2 Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, pálido amarelado no centro, pálido ocráceo a creme em
direção à margem, com formações flocosas sobre fundo branco ou com esquâmulas fibrilosas na
margem ..................................... L. subalba

19.1 Estipe com pseudorriza ............................................................... 20


19.2 Estipe sem pseudorriza .............................................................. 22

20.1 Píleo com até 3 cm de diâmetro, com pseudorriza bem


desenvolvida ....................... .......................................... L. radicata
20.2 Píleo com mais de 3,5 cm de diâmetro quando maduro, com pseudorriza pouco
desenvolvida .................................... 21

21.1 Píleo de superfície aveludada, amarronzado ................. L. abruptibulba


21.2 Píleo de superfície fibrosa esquamulosa, róseo
oliváceo ............... .............................. ..........................................L. olivaceomammosa

22.1 Píleo com centro marrom-purpúreo e margem esbranquiçada; base do estipe


bulbosa ....................................... L. brunneopurpurea
22.2 Píleo de coloração diferente; base do estipe não bulbosa, ou se apresentando bulbo então píleo
branco a bege...................... 23

23.1 Píleo vináceo a marrom-vináceo; crescendo em madeira apresentando estipe


curvo .... ............................. 24
23.2 Píleo não vináceo; crescendo em solo com estipe reto ................... 24’

24.1 Esporos elipsoide-cilíndricos; queilocistídios com 18 - 20 x 11 – 12 μm, com forma de balão


ou largo ventricosos .................L. subcristata
24.2 Esporos ovoides; queilocistídios com 22-30 x 10-12 μm curto-
clavados .............. .......................... L. ministipitata

24’.1 Píleo branco, plicado na metade marginal .................. L. phaeosticta


24’.1 Píleo colorido ou se esbranquiçado, então não plicado.......................25

25.1 Píleo avermelhado ou vermelho-amarelado ......................... 26


25.2 Píleo sem tons avermelhados .................................................27

26.1 Píleo hemisférico a subumbonado; anel fugaz; esporos com 4 – 5 x 2 – 2,5


micrômetros ................................... L. rubella
26.2 Píleo aplanado; anel persistente; esporos com 7 – 8 x 4 - 5
micrômetros ....................... .................................... L. rubrostraminea

27.1 Píleo campanulado a aplanado, esbranquiçado com centro amarelado; esporos 3,2 – 4,5 x 2 – 3
micrômetros .............................. L. parvannulata
27.2 Píleo com formato como acima ou diferente, mas colorido mais forte, não esbranquiçado (ou
então os esporos são maiores e o centro do píleo é bege); esporos como acima ou
maiores........................ 28

28.1 Comprimento do estipe maior que 3 vezes o diâmetro do píleo, que é membranáceo e
umbonado ......................................L. brunneoanullata
28.2 Comprimento do estipe menor que 3 vezes o diâmetro do píleo; consistência e formato do
píleo como acima ou diferente ........... 29

29.1 Píleo esbranquiçado a oliváceo, com esquâmulas alaranjadas .................... L. forquignonii


29.2 Píleo amarronzado, alaranjado, rosado ou branco, mas esquâmulas não alaranjadas ......... 30

30.1 Píleo marrom-tabaco ou branco alaranjado, com até 2 cm de diâmetro, plano convexo e
umbonado; elementos da camada cortical eretos e com um ou mais septos
transversais ...................... ................ L. septata (se píleo branco alaranjado, com umbo acinzentado
a purpúreo sobre um fundo branco amarelado, com esquâmulas marrom claras é Lepiota
plumbicolor)
30.2 Píleo com mais de 2 cm de diâmetro, convexo a aplanado ou plano-umbonado ou com centro
depresso; elementos eretos da camada cortical do píleo septados ou não ou com hifas unicamente
prostradas ............................ 31

31.1 Píleo plano umbonado com margem branco-amarelada e umbo marrom a negro, com
esquâmulas marrom enegrecidas; lamelas pálido amareladas............ Lepiota epicharis
31.2 Píleo sem tons nem com esquâmulas marrom enegrecidas; lamelas brancas a creme ou
rosadas ...................................... 32

32.1 Píleo cinamômeo-alaranjado; estipe vináceo-cinamômeo, finamente tomentoso mas não


esquamuloso; anel persistente; esporos subglobosos ..................... L. quinamana
32.2 Píleo marrom a branco ou branco amarelado, marrom rosado a marrom ocre ou rosado; estipe
de colorido diferente; anel persistente a fugaz; esporos não subglobosos, mas subamigdaliformes,
ovoides a elipsoides ................................33

33.1 Píleo branco-rosado com esquâmulas rosadas; estipe cambiando a cor rosada para marrom
quando tocado; camada cortical do píleo com hifas prostradas ................................. L. roseolivida
33.2 Píleo não rosado ou eventualmente marrom rosado, mas então camada cortical do píleo
paliçádica ..........................................33’

33’.1 Píleo convexo, fortemente escamoso; estipe sem rizomorfas ...........L. cutisquamosa
33’.2 Píleo aplanado, levemente esquamuloso; estipe com rizomorfas .........34

34.1 Píleo branco, com centro algo bege; camada cortical do píleo com hifas
prostradas ................................... L. serena
34.2 Píleo branco amarelado ou com tons de amarronzados; camada cortical do píleo
paliçádica ...................... 35

35.1 Píleo marrom-rosado; anel persistente; elementos da camada cortical não


bifurcados ..................................................................... L. santacruzensis
35.2 Píleo marrom-ocre; anel fugaz; elementos da camada cortical
bifurcados......... ........................................................... L. bifurcata

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE LEPIOTA ENCONTRADAS:

1- Lepiota abruptibulba Murr., Figura 53


Mycologia 3: 88. 1911.

Píleo com até 7 cm de diâmetro, convexo mas com umbo largo e raso, marrom-cinamômeo
ou castanho-avermelhado, aveludado, de margem estriada. Contexto grosso, branco sob a camada
cortical e avelâneo na parte superior do estipe. Lamelas próximas, com 8 mm de espessura, livres e
remotas, brancas. Estipe com 6 – 6,5 x 0,4 – 1,5 cm, com base bulbosa, oco, atenuado em direção
ao ápice, aveludado, avelâneo acima do anel, castanho-avermelhado e aveludado abaixo, facilmente
destacado do píleo. Anel superior, infundibuliforme, móvel, membranoso, esbranquiçado acima,
aveludado e castanho-avermelhado abaixo. Esporos com 5 – 7 x 4,4 – 5,5 μm, elipsoides a largo
elipsoides, hialinos, lisos, pseudoamiloides (vermelhos). Pleurocistídios subglobosos a globosos
apresentando curtos pescoços, com 10 – 15,6 x 6 – 15 μm, presentes somente na região da curvatura
da lamela. Queilocistídios similares, porém mais alongados. Pelos da superfície do píleo eretos, não
septados, de parede fina, de ápice obtuso, 100 – 140 x 11 – 14 μm, alguns com paredes grossas.
Crescem solitários em solo.

Figura 53 – Lepiota abruptibulba: a- basidiomas; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.

2- Lepiota anthomyces (Berk. & Br.) Sacc., Figura 54


Syll. Fung. 5: 61, 1887.

Píleo com 2 – 5 cm de diâmetro, no início convexo e depois campanulado, com margem


translúcido estriada, rachando na maturidade, seco, com escamas cotonosas, branco avermelhado
ficando vermeho-pastel quando machucado. Odor e sabor suaves. Lamelas livres, próximas, largas,
branco avermelhadas, imutáveis, com bordo fimbriado. Estipe com 3,5 - 4 x 0,2 - 0,4 cm, clavado,
carnoso, branco a levemente amarronzado, avermelhado quando machucado, sólido, cotonoso
fibriloso. Anel membranoso. Esporos com 5-7 x 3-4,3 μm, elipsoides, lisos, de parede algo
engrossada, amiloides. Basídios com 15,6-18,5 x 5,7-7 μm, calvados, tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 17-34 x 4,3-7 μm, calvados, deixando a margem estéril. Camada
cortical do píleo com elementos prostrados e partes terminais eretas a partir desta camada, atingindo
17-23 x 3-10
μm, com pigmento escasso. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo. PEGLER (1977) e GOLTAPEH (2002) apresentam boas descrições e
ilustrações desta espécie.

Figura 54 – Lepiota anthomyces: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

3- Lepiota apicipigmentata A. B. Pereira, Figura 55


Iheringia 51(II): 229. 1998.

Píleo com 1,5-1,9 cm de diâmero, hemisférico, subumbonado, superfície lisa, marrom-


avermelhado até roxo-avermelhado, em tons mais escuros no centro, mais claros em direção ao
bordo. Contexto carnoso, creme. Estipe cilíndrico, marrom-avermelhado, mais claro na porção
superior, central, com rizomorfas, com 3-4 x 0,1 cm. Anel efêmero, ausente na maturidade. Esporos
calcarados, hialinos, parede fina, sem poro germinativo, pseudoamiloides, com 7,0-8,0 x 3,0-4,0
μm. Basídios clavados, com quatro esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
claviformes a ampuláceos, com 22-28 x 5,0-9,0 μm. Camada cortical do píleo formada por
estrutura mais ou menos paliçádica de elementos claviformes alongados a filiformes, às vezes
septados, pigmentados no ápice, com 50-90 x 8 -10 μm. Fíbulas presentes.
Crescem isolados sobre solo ou serapilheira em interior de mata.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Campus da
Universidade de Santa Cruz do Sul, 9/11/1985, A. Spielmann & M. Sulzbacher, 11.854 (HCB).

Figura 55 – Lepiota apicepigmentata: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.

4- Lepiota araucariicola A. B. Pereira, Figura 56


Iheringia 51(II): 231. 1998.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, campanulado, umbonado, centro marrom, rompendo-se em


sulcos em direção a margem, de tons mais claros. Contexto carnoso creme. Estipe central,
cilíndrico, marrom-claro, liso, com rizomorfas brancas, com 7 -7,5 x 0,2-0,3 cm. Anel efêmero,
ausente na maturidade. Lamelas livres, próximas, creme, de bordo lisa. Esporos longo-fusoides,
com depressão supra-hilar, pseudoamiloides, lisos, hialinos, parede fina, sem poro germinativo,
com 11-12 x 3,0-3,5 μm. Basídios clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 18-20 x 6-8 μm, ampuliformes a ovoide-alongados, de parede fina. Camada
cortical do píleo formada por paliçada de elementos filiformes, com 70-130 x 2 -4 μm. Fíbulas
presentes. Crescendo solitários em solo, no interior de floresta com Araucaria angustifolia (Bertol.)
O. Kze.
L. araucariicola foi coletado no município de Chapecó, Santa Catarina, sendo até o momento
o único material conhecido (Pereira, 2000).
Material examinado: BRASIL, Santa Catarina, Chapecó, Bairro Efapi, 1/XI/1994, A. B.
Pereira, 10.065 (HCB).

Figura 56 – Lepiota araucariicola: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c –


queilocistídios; d- esporos.

5- Lepiota aspera (Pers. Ex Fr.) Quél., Figura 57


Echiridion Fungorum 5-6. 1886.

Píleo com 5 – 10 cm de diâmetro, semiesférico a campanulado umbonado na maturidade,


com escamas piramidais ocráceas sobre fundo creme. Estipe 5-12 x 0,7 - 1,2 cm, cilíndrico, de base
algo bulbosa, oco, fibriloso, algo mais claro que o píleo, algo esquamuloso abaixo do anel. Anel
membranoso, preso ao terço superior do estipe. Lamelas livres, distantes, esbranquiçadas. Esporos
com 6 – 9 x 2 – 4 μm, elipsoides, hialinos, de parede fina a grossa, sem poro germinativo,
pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios de claviformes a piriformes, com 15 – 35
x 11 – 20 μm. Camada cortical do píleo formada por elementos elípticos a globosos de 20 – 90 x 15
– 45 μm, pigmentados. Fíbulas presentes.
Crescem em solo de campos e matas.
Foi citada como Lepiota friesii por RICK (1937), espécie atualmente considerada sinonímia
desta. HORAK (1980) apresenta boa chave e ilustração com esta espécie.

Figura 57 – Lepiota aspera: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do píleo; d-


queilocistídios.

6- Lepiota besseyi H. V. Sm. & N. S. Weber, Figura 58


Contributions from the Mich. Herb. 16: 212. 1987.

Píleo com 3 – 4,5 cm de diâmetro, aplanado a plano-convexo, fibriloso a esquamuloso, com


esquâmulas marrom claro a escuras facilmente destacadas sobre um fundo branco a rosado.
Contexto branco, ficando avermelhado imediatamente após exposto. Lamelas livres, próximas,
ventricosas a largo ventricosas, brancas, ficando avermelhadas quando machucadas. Estipe com 3 –
4,5 x 0,3 – 0,4 cm, cilíndrico, branco com esquâmulas marrom-escuras na base e cambiando para
avermelhado quando machucado. Anel marrom-escuro, ascendente. Esporos com 9 – 12 x 7 – 8 μm,
elipsoides, de paredes finas, com poro germinativo, pseudoamiloides e metacromáticos.
Pleurocistídios com 55 – 90 x 15 – 25 μm, similares aos queilocistídios. Queilocistídios com 35 –
50 x 11 – 20 μm, ventricoso-rostrados, amarronzados, de paredes grossas. Camada cortical do píleo
tricodermial com elementos eretos de 100 – 125 x 10 – 15 μm, lanceolados pigmentados. Fíbulas
ausente.
Crescem em madeira morta ou solo de campos, gregários. Provavelmente um representante
de Leucoagaricus.
Figura 58 - Lepiota besseyi; a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios.

7- Lepiota bifurcata A.B. Pereira, Figura 59


Iheringia 51(ll): 232. 1998.

Píleo com até 3,4 cm de diâmetro, aplanado, carnoso, marrom-ocre, centro mais escuro,
superfície finamente escamosa, bordo lacerado. Contexto branco, carnoso. Estipe creme, central,
cilíndrico, base levemente bulbosa, com rizomorfas brancas, 5,8 x 0,3 cm. Anel fugaz, ausente em
basidiomas adultos. Lamelas livres, cremes, próximas, bordas finamente serruladas. Esporos com
4,0-4,5 x 3,3-3,5 μm, ovoides, hialinos, pseudoamiloides, de parede fina, sem poro germinativo,
lisos. Basídios clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios hialinos,
curto-clavados, 17-18 x 8-8,3 μm. Camada cortical do píleo formada por estrutura paliçádica de
elementos filiformes, geralmente originados da bifurcação de hifas, com 85-92 x 7,5-8,0 μm.
Fíbulas presentes.
Hábito isolado. Crescendo no solo em interior de floresta.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Sede Campestre da
Associação Atlética Banco do Brasil, 26/X/1994, A.B. Pereira & J. Putzke, 12.387 (HCB).
Figura 59 – Lepiota bifurcata: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c-
queilocistídios; d- esporos.

8- Lepiota brunneoannulata Rick, Figura 60


Lilloa 1: 340. 1937.

Píleo com até 0,7 mm de diâmetro, membranáceo, cinzento-azulado, fibroso, centro com
pontuações negras. Contexto carnoso, frágil. Estipe filiforme, branco-gríseo, farinoso na porção
superior ao anel, abaixo castanho-gris, com 25 – 30 x 0,1-0,2 mm. Anel mediano, fixo. Lamelas de
tamanhos diferentes, próximas, arqueadas, albas. Esporos com 4,0-5,0 x 3,0 μm oblongos, hialinos,
sem poro germinativo, parede fina, gutulados, pseudoamiloides. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes, Queilocistídios não observados. Camada cortical do
píleo himeniforme pelo menos no disco central, hifas com extremidades claviformes. Fíbulas
presentes.
Hábito solitário, crescendo no solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1932, Rick, 17.175
(PACA - holotipo).

Figura 60- Lepiota brunneoanullata: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.
9- Lepiota brunneocarnea Rick, Figura 61
Lilloa 1: 343. 1937.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, campanulado, marrom-pálido, com umbo cárneo escuro,
estriado, fibroso. Estipe pálido amarelado acima e branco manchado na metade inferior, cilíndrico.
Anel preso no terço superior, membranoso. Contexto carnoso. Lamelas livres, próximas,
esbranquiçadas. Esporos 7 – 10 x 4-5 μm, amigdaliformes de extremidades afiladas, hialinos, de
parede fina e sem poro germinativo, pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios de
claviformes a piriformes, 15 – 35 x 11 – 20 μm. Camada cortical do píleo formada por
paliçadoderme, com escamas piramidais formadas por células globosas a elípticas 10 – 15 x 9 – 12
μm, em cadeias que vão aumentando de tamanho. Fíbulas presentes.
Cresce em solo de campos e matas.
ALVES et al. (2012) citam-na para o bioma Pampa no RS.
Material examinado: Brasil, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, J. Rick, 1930, 17144 (PACA).

Figura 61 – Lepiota brunneocarnea: a- basidiomas; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.

10- Lepiota brunneopurpurea Rick, Figura 62


Broteria 18: 51. 1920.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, carnoso-rígido, umbonado, esquamuloso, centro marrom-


purpúreo, margem branco-paleácea. Contexto carnoso. Estipe branco acima do anel, engrossado na
base, 18 - 20 x 2 – 3 mm. Anel sólido, persistente. Lamelas pálidas, de tamanhos diferentes,
próximas, remotas. Esporos amigdaliformes-alongados, hialinos, sem poro germinativo, de parede
fina, gutulados, pseudoamiloides, 10-12 x 5 - 6 μm. Basídios clavados, tetrasterigmatados.
Pleurocistídios ausentes, queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo himeniforme
pelo menos no disco central, com células terminais claviforme-alongadas, com pigmento
intraparietal. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo de interior de mata.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopodo, 1930, Rick, 17.125
(PACA-holotipo); São Leopoldo, 1934, J. Rick, 17.176 (PACA). São Gabriel, Reserva Ecológica
Sanga da Bica. 2010. Graciéle Cunha Alves F040.

Figura 62 – Lepiota brunneopurpurea: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.

11- Lepiota brunneosquarrosa Rick, Figura 63


Lilloa 1: 342. 1937.
Píleo com 0,8 – 1 cm de diâmetro, convexo a aplanado, com disco central liso e no restante
estriado, castanho-escuro, com esquâmulas. Contexto carnoso. Estipe filiforme, curvo, branco,
fibriloso, curto em relação ao píleo, com 10 – 15 x 1-3 mm. Anel fibroso, farináceo, fugaz. Lamelas
branco-amareladas, livres, de bordo liso. Esporos 4 – 6 x 3 – 4 μm, ellipsoides a amigdaliformes,
hialinos de parede fina sem poro germinativo, pseudoamiloides. Pleurocistídios e queilocistídios
não observados. Camada cortical do píleo formada por elementos catenulados isodiamétricos que
terminam em esferocistes de 10 – 20 x 8 – 12 μm. Fíbulas presentes.
Espécie citada por RICK (1937; 1961) para o Rio Grande do Sul.
Material examinado: Brasil, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, J. Rick, 1932, 17128
(PACA).
Figura 63 – Lepiota brunneosquarrosa: a- basidiomas; b- elementos da camada cortical do píleo; c-
esporos.

12- Lepiota brunneotabacina A. B. Pereira, Figura 64


Iheringia 51 (11): 233. 1998.

Píleo com até 4,5 cm de diâmetro, campanulado, de margem plana, com centro marrom-
tabaco, em direção à margem com estrias creme e com escamas marrons. Contexto carnoso, odor
agradável, típico de cogumelo. Estipe central, cilíndrico, marrom-claro acima e marrom-escuro
abaixo do anel, com rizomorfas brancas na base, 60 - 75 x 5,0-6,3 mm. Anel bem desenvolvido,
localizado no terço superior do estipe. Lamelas livres, subpróximas, creme, de borda lisa e creme-
escuras. Esporos fusoides a longo-fusoides, com depressão supra-hilar, pseudoamiloides, lisos,
hialinos, com parede fina, sem poro germinativo, 14,5-15 x 4-4,5 μm. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios claviformes, de parede fina, 10 - 15 x
2,5-3 μm. Camada cortical do píleo formada por arranjo paliçádico de hifas, elementos terminais
subovoides até longo-clavados, 10-20 x 3,0-10 μm. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo de interior de matas.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Ijuí, BR 392, Km 337, 26/10/1994, A. B.
Pereira & J. Putzke, 11.857 (HCB).
Figura 64 – Lepiota brunneotabacina: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c-
esporos; d- queilocistídios.

13- Lepiota citriodora Dennis, Figura 65


Kew Bull. 7: 483. 1952.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, campanulado com centro levemente umbonado, velutino-
esquamuloso, mais denso no centro, amarronzado. Lamelas livres, próximas, com 2 – 3 mm de
largura, brancas mas depois amarronzadas. Contexto fino, branco. Estipe cilíndrico, dee base
uniforme não bulboso, glabro, branco mas ficando pálido amarronzado em direção à base, oco. Anel
superior, persistente, membranáceo, branco com margem amarronzada, ascendente. Odor suave, a
citrus. Esporos 4 – 5 x 3 – 4 μm, elípticos, amarelados, gutulados, pseudoamiloides, lisos.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios ventricosos, 20 – 25 x 6 – 7 μm. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas cobertas por hifas eretas multicelulares, formando pelos agrupados.
O odor cítrico caracteriza esta espécie.

Figura 65 - Lepiota citriodora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


14- Lepiota citrophylla (Berk. & Br.) Sacc., Figura 66
Syll. Fung. 5:57. 1887.

Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, campanulado mas com um umbo largo e raso, a
aplanado-umbonado e com bordo às vezes revoluto, amarelado, coberto por esquâmulas minúsculas
marrom-oliváceas, agrupadas e contínuas no umbo e mais escassas no restante. Contexto fino,
esbranquiçado, isabelino no estipe. Lamelas próximas, amareladas, com 1 – 1,5 mm de largura.
Estipe com 2 – 3 x 0,3 – 0,4 cm, atenuado em direção ao ápice, mas não bulboso, isabelino,
levemente furfuráceo abaixo do anel. Anel fibroso, evanescente, superior, ascendente. Esporos com
5 – 7 x 2,5 – 3,5 μm, elíptico-cilíndricos, calcarados, vermelho-amarronzados em reagente Melzer.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25 – 30 x 5 – 6 μm, mais ou menos largo-cilíndricos e
eventualmente constritos no centro. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas cobertas
por células eretas e cilíndricas de 70 – 80 x 8 – 10 μm, não septadas, afinando em direção à base, de
ápice arredondado e conteúdo granular marrom.
Crescem em solo entre serapilheira. É uma espécie muito polimórfica.

Figura 66 - Lepiota citrophylla: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical.

15- Lepiota clypeolaria (Bull. ex Fr.) Kumm., Figura 67


Syll. Fung. 5: 36. 1887.

Píleo com 2,5-6 cm de diâmetro, convexo e umbonado, margem revoluta, centro marrom-
claro a marrom, apresentando escamas marrom-claras a escuras sobre superfície creme em direção
à margem,. Contexto carnoso, odor desagradável. Estipe afinando em direção ao ápice, base
bulbosa, esbranquiçado a ocráceo-claro, ápice liso, veludoso a cotonoso na base, liso com a idade,
com rizoides miceliais esbranquiçados, 90 x 6,0 mm (na região mediana). Lamelas livres,
próximas, borda lisa ou finamente entalhada, esbranquiçada a creme. Basídios clavados, com
quatro esterigmas. Esporos longo elipsoides, pseudoamiloides, lisos, hialinos, com parede fina, sem
poro germinativo, 13,5-16 (16,5) x 5-6,7 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios longo-
clavados, hialinos de parede fina, com 15-30 x 7-10 μm. Camada cortical do píleo formada por
arranjo paliçádico de hifas grossas, filamentosas, frequentemente de parede espessada, 50-450 x 6-
12 μm. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários raramente conglobados, em solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 1943, Rick, 17.212
(PACA).

Figura 67 – Lepiota clypeolaria: a- basidiomas; b- elementos da camada cortical do píleo; c-


esporos.

16- Lepiota colorada A. B. Pereira, Figura 68


Iheringia 51 (II): 234.1998.

Píleo com até 2 cm de diâmetro, convexo a plano, de superfície lisa, glabra, de coloração
vermelho salmão, com centro mais vermelho vináceo. Estipe branco creme, com 25 - 30 x 1- 1,5
mm, de base bulbosa. Anel membranoso, central, aberto para cima, com bordo concolor ao píleo e
resatante concolor ao estipe. Contexto carnoso, branco. Lamelas livres, próximas, branco-creme de
bordo serreado. Esporos 8 – 8,3 x 4 – 4,2 μm, ovoide alongados, hialinos, de parede lisa e fina, sem
poro germinativo. Basídios curto-clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios claviformes e abundantes, 35 – 35 x 9 – 12 μm. Fíbulas ausentes. Camada cortical
do píleo paliçádico-himeniodermal, com elementos claviformes a clavado-alongados.
Crescem em solo de campos, solitária.
De acordo com Pereira (1998), Lepiota pyrrhaes é similar, mas difere microscopicamente
pelos esporos calcarados.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Rio Pardo, 16/IV/1994, Anelise
Kappes, 11412 (HCB).
Figura 68 – Lepiota colorada: a- basidioma; b- queilocistídios; c- elementos da camada cortical do
píleo; d- esporos.

17- Lepiota conglobata A. B. Pereira, Figura 69


Iheringia 51 (II): 237. 1998.

Píleo com 1 – 1,5 cm de diâmetro, semi-esférico a campanulado ou subumbonado, não


sulcado, creme-amarelado com escamas piramidais a espinhos marrom-escuros. Contexto carnoso
branco. Estipe 28 – 30 x 1,8 – 2 mm, cilíndrico, com base pouco engrossada, creme amarelado com
escamas marrom escuro. Anel fugaz, cotonoso, branco. Lamelas livres, creme, de bordo liso.
Esporos 4,5 – 5,5 x 3 – 3,5 μm, ovoide-alongados, lisos de parede fina e sem poro germinativo,
pseudoamiloides. Pleurocistídios e queilocistídios ausentes. Camada cortical do píleo com escamas
compostas por esferocistos isodiamétricos ou subclavados, 18 – 22 x 16 – 21 μm. Fíbulas presentes.
Crescem em serapilheira no interior de mata de maneira conglobada.
Descrita em PEREIRA (1998) para o centro do estado do RS.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Balneário Panke,
21/02/1995, A. B. Pereira, Adriano Afonso Spielmann e Lis Angela Bresciani, 10.002 (HCB).
Figura 69 – Lepiota conglobata: a- basidiomas; b- esporos; c- elementos da camada cortical do
píleo.

18- Lepiota cristata (Bolton ex Fr.) Kumm., Figura 70


Fuhr. Pilzk. P. 137. 1871.

Píleo 2 – 7 cm de diâmetro, de semiesférico a plano-convexo, com bordo frequentemente


revoluto, superfície seca, com disco central avermelhado. Contexto carnoso, com cheiro forte e
desagradável, gosto suave. Estipe piloso, estriado, avermelhado vináceo abaixo do anel, de base
bulbosa, 60 x 3,5 mm, afinando em direção ao ápice. Véu membranoso, esbranquiçado, preso ao
terço superior do estipe, desaparecendo na maturidade. Lamleas livres, próximas, branco-cremes.
Esporos 6 – 8 x 3 – 4,5 μm, calcarados, hialinos,deparedes finas. Basídios clavados, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios longo clavados, hialinos, de parede grossa. Camada
cortical do píleo himeniforme, com elementos curto a longo clavados ou piriformes, fortemente
pigmentados de marrom-avermelhado. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo.
Citada para o Rio Grande do Sul por RICK (1937; 1961).
Material examinado: Brasil, Rio Grande do Sul, Torres, Maria Salete Klein Alves,
02/01/1987, 11415 (HCB).
Figura 70 – Lepiota cristata: a- basidioma; b- basidioma em seção longitudinal; c- elementos da
camada cortical do píleo; d- esporos.

19- Lepiota cutisquamosa A. B. Pereira, Figura 71


Iheringia 51 (II): 236. 1998.

Píleo com 1,7-4,1 cm de diâmetro, convexo, superfície fortemente escamosa, disco central
marrom-carne, restante com escamas cor de carne sobre fundo branco. Contexto carnoso branco.
Estipe cilíndrico, sem pseudorriza, rizomorfas não observada, superfície glabra, marrom-carne
abaixo do anel, branco-creme acima, 35-45 x 2,0-4,0 mm. Lamelas livres, cremes, borda lisa.
Basídios clavados, com quatro esterigmas. Esporos subamigdaliformes, lisos, pseudoamiloides,
hialinos, parede fina, sem poro germinativo, 5-5,5 x 2,7 - 3,4 μm. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios hialinos, curto-clavados, 21-27 x 7-12 μm. Camada cortical do píleo formada por
tricoderme paliçádica, com elementos de dois tamanhos, filiformes a clavados, 40-80 x 10-11 μm.
Crescem isolados ou conglobados em solo e sobre serapilheira, em interior de matas.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Campus da
Universidade de Santa Cruz do Sul, 9/11/1995, A.A. Spielmann & M. Sulzbacher, 13.261 (HCB).

Figura 71 – Lepiota cutiscamosa: a- basidioma; b- queilocistídios; c- esporos; d- elementos da


camada cortical do píleo.
20- Lepiota echinella var. rhodorhiza (Romagn. & Locq. ex P. D. Orton) Hardtke & Rödel,
Figura 72
Bull. Soc. Mycol. Fr. 4: 51. 1888.

Píleo com 0,5 – 2,8 cm de diâmetro, convexo a plano-convexo ou aplanado, sem umbo,
marrom (avermelhado) escuro fragmentando-se no centro para formar esquâmulas ou flóculos,
concolores ao centro ou mais pálidas em direção à margem, sobre uma superfície creme ou pálido
rosada. Lamelas moderadamente distantes a próximas, livres com até 2 mm de largura, creme ou
brancas, com bordo erodido floculoso. Estipe com 1,7 – 3,5 x 0,1-0,3 cm, cilíndrico ou às vezes
levemente engrossado na base, fistuloso, branco fibriloso na parte superior e no restante
irregularmente cotonoso fibriloso e avermelhado ou vináceo, sem anel, mas na base às vezes com
esquâmulas similares às do píleo, estrigoso na base. Contexto do píleo branco e do estipe concolor
ao píleo, mas na metade basal avermelhado. Esporos 4,5 – 6,5 x 3 – 4 μm, elipsoides a oblongos,
pseudoamiloides, cianófilos e não metacromáticos. Basídios com 15 – 23 x 6 – 8 μm, maioria
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 15 – 33 x 6 – 12 μm, lageniformes a
utriformes, com pescoço de 2 – 6 μm de diâmetro, hialinos e de parede levemente engrossada.
Camada cortical do píleo formada por elementos cilíndricos, eretos, com 185 – 300 x 8 – 12,5 μm,
associados com elementos clavados a cilíndricos com 15 – 46 x 8 – 10 μm. Pigmentos presentes na
metade basal dos elementos da camada cortical, incrustantes, amarronzados. Fíbulas presentes.
Crescem solitários ou gregários em solo de florestas. CANDUSSO & LANZONI (1990) a
descrevem para a Europa como Lepiota rhodorhiza.

Figura 72 - Lepiota echinella var. rhodorhiza: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

21- Lepiota elaiophylla Vellinga & Huijser, Figura 73


Bol. Gruppo Mycol. G. Bres. N. S. 40 (2-3): 462. 1998 (1997).

Píleo com 1,5 – 3,5 cm de diâmetro, na maturidade plano-convexo, com ou sem um umbo
raso, com um disco central velutinoso a subtomentoso marrom-alaranjado escuro ou ocráceo-
avermelhado, que se fragmenta para formar esquâmulas minúsculas aracnoide-subtomentosas e
concêntricas em direção à margem, levemente mais pálidas que o centro, dispostas sobre um fundo
pálido oliváceo amarelado a pálido enxofre-amarelado. Lamelas distantes a próximas, livres,
ventricosas, oliva-amareladas a oliváceo-acinzentado- amareladas, com bordo amarelado e
levemente erodido. Estipe com 3 – 4 x 0,2 – 0,3 cm, cilíndrico, oco, subglabro a lanoso-fibriloso na
metade superior e oliva amarelado, com uma zona anelar amarronzada, abaixo desta área com
pequenas esquâmulas iguais às do píleo, dispostas sobre uma superfície lanosa. Contexto pálido
enxofre-amarelado a amarelado-oliváceo no píleo e oliva-amarelado escuro no estipe. Esporada
creme-amarelada. Esporos com 6,5 – 9,5 x 3,5 – 4,5 μm, oblongos a subcilíndricos,
pseudoamiloides, congófilos, não metacromáticos, lisos. Basídios com 18 – 35 x 6 – 10 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 15 – 40 x 5 - 12 μm, clavados,
desaparecendo com a idade. Camada cortical do píleo formada por elementos mais ou menos eretos,
com 60 - 270 x 6,5 – 18 μm, com pigmento amarronzado parietal e intracelular. Fíbulas presentes.
Cresem em grupos em solo ou serapilheira. Muito citada na Europa crescendo em estufas.
VELLINGA & HUIJSER (1998) distinguem esta espécie de L. xanthophylla pela inexistência de
uma camada de elementos curto calvados por entre os elementos terminais fusiformes a cilíndricos
na camada cortical do píleo.

Figura 73 - Lepiota elaiophylla: a– basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

22- Lepiota epicharis Berk. & Br., Figura 74


Syll. Fung. 5: 60. 1887.

Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, plano-umbonado, seco, branco amarelado na metade marginal e
marrom enegrecido no centro, carnoso, com esquâmulas marrom enegrecidas, com margem inteira,
lacerada. Contexto branco amarelado, fino. Lamelas livres, pálido amareladas, subdistantes,
desiguais, de bordo inteiro. Estipe com 3 – 3,5 x 0,2 – 0,4 cm, cilíndrico, oco, cinza amarelado com
tomento ou esquâmulas marrom enegrecidas e estriado. Anel fugaz. Esporos com 5 – 7 x 4 – 5,5
μm, elipsoide a curto elipsoides, pálido amarelados, lisos, pseudoamiloides. Basídios 15 – 20 x 5 –
8 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 40 x 9 – 15 μm, clavado a
subfusoides, mas pontiagudos no ápice, pálido amarelados. Trama himenoforal subregular. Camada
cortical do píleo paliçádica e hifas do contexto amareladas. Fíbulas presentes.
Crescem solitários em interior de florestas.

Figura 74 - Lepiota epicharis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


23- Lepiota erinana Dennis, Figura 75
Kew Bull. 7 (4): 484. 1952.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, cônico mas expandido para obtuso, amarronzado, velutino-
esquamuloso. Contexto fino, branco. Lamelas livres, próximas, arcuadas, rosadas. Estipe cilíndrico,
ondulado longitudinalmente, 3-4,2 x 0,05 – 0,1 cm, concolor ao píleo, flocoso esquamuloso abaixo
do anel e liso acima. Anel súpero, evanescente. Esporos 4-5 x 2 -2,5 μm, elipsoides,
pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 18 – 20 x 7 – 8 μm, largos e curto-
cilíndricos, de ápice arredondado. Camada cortical do píleo formada por uma cmada de pelos
formados por dois a três elementos em sequência, com fíbulas e terminando com célula clavada.
Crescem em madeira podre.

Figura 75 - Lepiota erinana: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

24- Lepiota erythrosticta (Berk. & Broome) Sacc., Figura 76


Syll. Fung. 5: 62. 1887.

Píleo com 1,5 - 3 cm de diâmetro, hemisférico a convexo ou cônico-campanulado ficando


aplanado, umbonado, vináceo-rosado a purpúreo ficando rosado com a idade, mas pontilhado por
esquâmulas minúsculas, vináceo-escuras e fibrilosas, margem não estriada e branca com
remanescentes do véu. Contexto fino, esbranquiçado próximo à camada cortical, mas amarronzado
junto ao estipe. Lamelas livres, próximas, de 2 comprimentos, brancas a amarelo marfim, de bordo
fimbriado. Estipe com 2 – 4 x 0,15 – 0,25 cm, cilíndrico, oco, concolor ao píleo, seco, sem escamas
acima do anel e todo esquamuloso abaixo, formado a partir de um micélio basal branco. Anel
superior, a 1 cm do píleo, evanescente. Esporos com 6,5 – 9 x 2,5 – 4 μm, reagindo para vermelho
com Melzer, cilíndrico-calcarados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35 – 40 x 7 – 14 μm,
levemente ventricosos a vesiculosos, clavados ou fusoides, hialinos, de parede fina. Esquâmulas da
camada cortical formadas por pelos eretos, obtusos, de paredes finas, principalmente unicelulares,
com 20 – 100 x 12 – 14 μm, com pigmento plasmático marrom ou amarelado. Fíbulas presentes.
Crescem solitários em madeira podre.
HORAK (1980) apresenta boa descrição e ilustrações desta espécie.
Figura 76 – Lepiota erythrosticta: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da
camada cortical.

25- Lepiota flavipes Rick, Figura 77


Lilloa 1: 341. 1937.

Píleo com 1,2-2 cm de diâmetro, cônico, branco-amarelado, com escamas lanuginosas


subsulfúreas. Contexto carnoso, branco. Estipe cartilaginoso, porção superior branca, inferior verde-
amarelado, brilhante, seco, micélio basal concolor, rizomorfas não observadas, com 30-35 x 2 – 4
mm. Véu aracnoide, pendente na margem. Anel não observado. Lamelas estreitas, próximas,
irregularmente denticuladas. Basídios clavados, com quatro esterigmas. Esporos calcarados,
hialinos, parede fina, sem poro germinativo, não gutulados, pseudoamiloides, 7 – 8 x 4,5 - 5 μm.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo formada por
uma estrutura mais ou menos paliçádica, com as hifas apresentando elementos terminais filiformes.
Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1932, Rick, 17.189
(PACA - holotipo).
Figura 77 – Lepiota flavipes: a- basidiomas; b- elementos da camada cortical do píleo; c- esporos.

26- Lepiota forquignonii var. forquignonii Quél., Figura 78


Comptes rendu Assoc. Franc. Avanc. Sci. 13: 277. 1885.

Píleo com 1,5 – 4 cm de diâmetro, cinza-oliváceo ou oliváceo, carnoso, campanulado a


aplanado, sub-umbonado, superfície recoberta por escamas de coloração laranja, disco central mais
escuro, margem esbranquiçada. Lamelas livres, brancas, subdistantes, não mudando de cor ao
toque, borda da lamela fértil. Estipe 3,5 - 5 x 0,2 - 0,3 cm, branco, cilíndrico, levemente curvado,
membranoso, não mudando de cor ao toque, recoberto no terço basal por escamas concolores à
superfície do píleo, base não bulbosa. Sem vestígios de anel ou com um anel flocoso. Esporos 6-8 x
2,8-3,9 μm, hialinos, elípticos a ovoides, de parede fina, sem poro germinativo, com apêndice hilar
excêntrico bastante pronunciado, uninucleado ou binucleado, pseudoamiloides. Basídios 10-18 x
5,1-7,2 μm claviformes, hialinos, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 16-27
x 6,1-9,1 μm, hialinos, cilíndricos, ventricosos. Camada cortical com elementos de 115-260 x 7,7 –
15 μm, composta por hifas eretas, finas, longas, hialinas a amarronzadas, algumas bifurcadas,
formando uma paliçada. Fíbulas presentes na camada cortical.
Crescendo solitários sobre madeira na borda da mata ou solo.
Citada para o RS por RICK (1937). GUZMÁN & GUZMÁN-DÁVALOS (1992) citam esta
espécie para os Estados Unidos, Europa e África. CANDUSSO & LANZONI (1990) e GIERCZYK
et al. (2011) apresentam descrições e ilustrações de material coletado na Europa.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1932, Rick, 17.178 (PACA);
São Leopoldo, 1932, Rick, (PACA).
Figura 78 – Lepiota forquignonii: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da
camada cortical do píleo.

27- Lepiota gomezii Singer, Figura 79


Fieldiana Botany 21: 99. 1989.

Píleo com 0,7 – 1,1 cm de diâmetro, branco, subesquamuloso, lanoso, não estriado na
margem, de umbo inteiro, convexo-umbonado, ficando amarronzado com KOH. Lamelas livres,
brancas. Estipe com 1,6 – 3 x 0,1 – 0,15 cm, branco, subglabro a lanoso, cilíndrico mas
gradativamente engrossado na base a até 3,5 mm de diâmetro, branco, subsquamoso, lanoso.
Esporos com 5 – 6 x 3 – 4 μm, ovoides, sem depressão supra-hilar, não calcarados e sem poro
germinativo, lisos, não metacromáticos, pseudoamiloides. Basídios tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 18 – 40 x 4 – 8 μm, ampuláceos ou subcilíndricos, de ápice
frequentemente engrossado chegando a 6 μm de diâmetro nos ampuláceos, hialinos, de paredes
finas, hialinas ou pálido estramíneos. Camada cortical do píleo tricodermial, com elementos
alongados e multisseptados. Fíbulas ausentes, hifas inamiloides.
Crescem em serapilheira de interior de mato.

Figura 79 - Lepiota gomezii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


28- Lepiota griseorubescens Dennis, Figura 80
Kew Bull. 15 (1): 113. 1961.

Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, campanulado convexo, glabro, acinzentado, ficando
vermelho purpúreo quando cortado, não estriado. Lamelas livres, pálido rosadas. Estipe 5 – 7 x 0,3
– 0,4 cm, cilíndrico a levemente engrossado na base, oco, com anel súpero e voltado para cima, algo
estriado longitudinalmente. Esporada pálido rosada. Esporos com 5 – 6 x 3,5 4 μm, largo elípticos,
hialinos, pseudoamiloides, sem poro germinativo. Queilocistídios com 25 – 28 x 6 – 9 μm,
vesiculares ou levemente clavados a ventricosos. Camada cortical do píleo formada por hifas
prostradas entrelaçadas, de paredes finas, com 5 – 8 μm de diâmetro.
Crescem em solo no interior de floresta, sendo o hábito subcespitoso distintivo. Foi
considerada Dennisiomyces griseus em SINGER (1955).

Figura 80 - Lepiota griseorubescens: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

29- Lepiota guatopoensis Dennis, Figura 81


Kew Bull. 15 (1): 111.1961.

Píleo com 0,8-1,5 cm de diâmetro, convexo a aplanado, levemente umbonado, laranja


avermelhado ficando vermelho alaranjado, fibriloso com fibrilas apressas concolores à superfície.
Contexto branco, carnoso. Lamelas livres, brancas, próximas. Estipe com 14-35 x 0,8-1,5 mm,
branco, cilíndrico, fistuloso, fibroso com rizomorfas brancas. Anel mediano, simples, membranoso,
branco com a margem concolor. Esporada branca. Esporos 7-8 x 3,5-4,5 μm, elipsoides a levemente
amigdaliformes, hialinos, de parede moderadamente espessa, sem poro germinativo,
pseudoamiloides, congófilos, não metacromáticos em azul de cresil. Basídios com 18-30 x 7-8 μm,
clavados, tetrasterigmatados. Queilocistídios com 20-40 x 6-14 μm, clavados, hialinos, parede fina.
Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas com elementos terminais cilíndricos algumas
vezes eretos, eventualmente com pigmentação castanho-avermelhada pálida. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários ou gregários, em solo no interior de florestas.
Material examinado: BRASIL. São Paulo: Cananéia, Ilha do Cardoso, Bernardo Pires,
31/X/1985, M. Capelari 469, SP (194044).

Figura 81 - Lepiota guatopoensis: a- basidioma; b- esporos; c- quelocistídios.


30- Lepiota hemisclera (Berk. & M.A. Curtis) Sacc., Figura 82
C. Fungi Cub. 1867.

Píleo carnoso, com 5 – 9 cm de diâmetro, de convexo a aplanado, com superfície coberta


por um manto fibroso alutáceo ou umber, cujas extremidades das fibrilas se erguem para formar
espinhos pequenos lacerados, floculosos e que se soltam facilmente. Contexto fino, branco.
Lamelas livres, próximas, brancas. Estipe fistuloso, com 5 – 10 x 0,6 – 1 cm, fibroso, branco acima
do anel, abaixo branco e fibriloso, com ou sem esquâmulas pigmentadas, com base bulbosa, sendo
o bulbo depresso e marginado. Véu presente, grande, pendente e esbranquiçado. Esporos com 5 - 8
x 3 -3,5 μm, elipsoides alongados a quase cilíndricos, lisos, de paredes finas. Queilocistídios
vesiculosos, com conteúdo amarelado a amarronzado.
A espécie foi incluída no gênero Echinoderma ou Cystolepiota pelos resultados da biologia
molecular.

Figura 82 - Lepiota hemisclera: a- basidioma; b- esporos.


31- Lepiota holosericea (Fr.) Gillet, Figura 83
Epicr. P. 16. 1838.

Píleo com 2 – 7 cm de diâmetro, esférico no botão e então expandindo, branco alaranjado ou


amarronzado, farináceo ou tomentoso, de margem ondulada e finamente curto estriada. Lamelas
livres colariadas, brancas a amarronzadas. Estipe com 9 – 13 x 0,6 – 0,7 cm, branco mas
pulverulento-tomentoso alaranjado, com base bulbosa, com anel súpero, móvel, fugaz, pendente,
simples, branco a branco acinzentado. Contexto branco, com até 3 mm de espessura junto ao ponto
de fixação do estipe. Esporada branca. Esporos 6,5 – 9 x 5,5 – 7 μm, elipsoides a ovoides,
pseudoamiloides, hialinos, lisos. Basídios com 30 – 40 x 10 – 15 μm, bi- ou tetrasporados.
Pleurocistídios com 45- 55 x 7 – 9 μm, clavados. Queilocistídios com 50 – 85 x 9 – 11 μm,
clavados, com a parte superior alargada e rugosa. Caulocistídios clavados, com 50 – 85 x 18 – 24
μm, em grupos. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas com 3 – 6 μm de diâmetro.
Fíbulas ausentes.
Crescem em solo de interior de floresta. O que RICK (1961) refere como Lepiota
holosericea é na verdade Leucoagaricus leucothites (Vittad.) Wasser.

Figura 83- Lepiota holosericea: a- basidioma; b- esporos; c- queiocistídios; d- pleurocistídios.

32- Lepiota hypholoma Rick, Figura 84


Broteria 18: 48. 1920.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, campanulado, amarelo-páleo, escamoso. Contexto carnoso,


frágil, branco. Estipe alongado, fibriloso, micélio basal branco, rizomorfas presentes, 35 mm compr.
Anel aracnoide, com restos pendentes na margem do píleo. Lamelas remotas, de mais de um
tamanho, lineares, próximas, brancas. Esporos com 6,0-8,0 x 3,0 μm, levemente calcarados a
elipsoides, hialinos, de parede fina, sem poro germinativo, com uma gútula gigante internamente,
pseudoamiloides. Basídios clavados, tetraterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
não observados. Camada cortical do píleo formada por tricoderme, com elementos hifálicos
terminais pigmentados. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1930, Rick, 17.216 (PACA -
holotipo).

Figura 84 – Lepiota hypholoma: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c- esporos.

33- Lepiota inclinata Rick, Figura 85


Lilloa 1: 335. 1937.

Píleo com até 0,8 cm de diâmetro, membranoso, esquamuloso, de pardo-escuro a quase


negro, com centro completamente negro. Estipe com 0,8 - 1,0 x 0,08 - 0,1 mm, branco, curvado,
finamente lanoso, com micélio basal branco. Anel ausente. Lamelas próximas, brancas a rosadas
quando secas, de bordo serrulado. Esporos com 5 – 8 x 4 – 4,5 μm, oval-alongados, de parede fina e
lisa, sem poro germinativo, pseudoamiloides. Basídios clavados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos clavados de
35 – 45 x 7 – 10 μm, pelo menos no disco central e que se rompem em esquâmulas. Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira muito podre em interior de mata.
Citada por RICK (1937; 1961) para o RS, mas sem indicação de tipo a não ser para uma
variedade descrita posteriormente. Deve ser recoletada para confirmar a identidade e
posicionamento, de acordo com PEREIRA (2000).

Figura 85 - Lepiota inclinata: a – basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


34- Lepiota ingrata Rick, Figura 86
Iheringia 8: 311. 1961.

Píleo com até 6 cm de diâmetro, subumbonado, amarelo-amarronzado, levemente


esquamuloso, não estriado. Contexto carnoso-seríceo, sabor muito desagradável. Estipe glabro e
sem escamas, cilíndrico, de base engrossada, concolor, 80 - 100 x 0,2 – 0,4 mm. Anel estramíneo,
pendente, preso no terço superior do estipe. Lamelas estreitas, próximas, brancas. Basídios
clavados, quatro esterigmas. Esporos com 4,5 - 5,0 x 3,0 – 3,5 μm, calcarados, hialinos, de parede
fina, sem poro germinativo, pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não
observados. Camada cortical do píleo formada por estrutura paliçádica de hifas, com elementos
terminais claviformes. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo de interior de mato.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 1942, Rick, 17.217, (PACA -
Tipo).

Figura 86 – Lepiota ingrata: a- basidiomas; b- esporos; c- elementos da camada cortical do píleo.

35- Lepiota izonetae Singer, Figura 87


Fieldiana Botany, 21: 100. 1989.

Píleo com até 0,7 cm de diâmetro, ferrugíneo amarelado a marrom-ferrugíneo no centro, no


restante com esquâmulas ferrugíneas sobre fundo branco, liso, campanulado-convexo a obtuso.
Lamelas brancas, próximas, livres. Estipe com até 39 mm de comprimento e 2 mm de diâmetro,
branco, algo ferrugíneo fibriloso na metade inferior, cilíndrico, sem bulbo basal, sem anel, mas com
véu anuliforme. Contexto branco, imutável, inodoro. Esporos com 6 - 7 x 4,5 – 5 μm, elipsoides,
não calcarados, sem poro germinativo, de parede fina, pseudoamiloides. Basídios tetrasporados,
com 17 - 20 x 6 - 8 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 27-53 x 8-11 μm, clavados,
hialinos, de paredes finas. Camada cortical do píleo formada por uma subhimenioderme, com
elementos eretos semelhantes aos queilocistídios, com 30 - 38 x 13,5-25 μm, ventricosos ou
subventricosos, lisos, de parede grossa, amarronzados. Hifas com fíbulas, inamiloides.
Crescem em folhas de dicotiledôneas em interior de floresta. Pertence à seção Cristatae,
sendo próxima de Lepiota apalochroa.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, 26/12/1977, Izonete Araujo
Aguiar & Singer INPA (10409).

Figura 87 - Lepiota izonetae: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

36- Lepiota lactea Murr., Figura 88


Mycologia 3 (2): 81. 1911.

Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, fino, convexo e levemente umbonado, branco puro, liso,
glabro, levemente esquamuloso principalmente assim próximo da margem, onde também é estriado.
Lamelas livres, próximas, planas, brancas. Estipe com 3,8 – 4 x 0,2 – 0,5 cm, branco, oco,
subglabro, afinando até o ápice a partir de uma base alargada. Anel grande, branco, persistente ou
evanescente, aproximadamente mediano no estipe. Contexto fino, branco. Esporos com 4,9 – 6,5 x
4 – 5 μm, ovoides, lisos, de paredes finas e hialinas, sem poro germinativo, pseudoamiloides.
Basídios clavados, tetrasporados. Queilocistídios clavados, com 30 – 40 x 10 – 15 μm, hialinos, de
paredes finas, hialinos. Camada cortical do píleo tricodermial.
Crescem solitários em solo,originalmente de plantação de bananeiras. A espécie é próxima
de Lepiota colimensis Murr.

Figura 88 – Lepiota lactea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


37- Lepiota lentiginosa Pegler, Figura 89
Kew Bulletin Additional Series 6: 361. 1977.

Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, convexo, subumbonado, pálido amarelado, com
esquâmulas granulares flocosas e marrom escuras, seco, não estriado. Lamelas livres, brancas a
creme, subdistantes. Estipe com 2,5 – 3 x 0,2 – 0,4 cm, gradualmente expandido na base, oco,
pálido creme, fibriloso, estriado, glabro. Véu presente apenas como umas poucas fibrilas cortinoides
na metade apical do estipe, sem anel verdadeiro. Contexto fino, branco. Esporos com 6 – 7 x 2,7 –
3,5 μm, calcarados, hialinos, pseudoamiloides, de parede fina e lisa. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 24 – 36 x 3,5 – 7 μm, cilíndricos,
fusiformes a lageniformes, com ápice arredondado, hialinos e de paredes finas. Trama himenoforal
regular. Camada cortical do píleo formada por esferocistes que se desprendem facilmente, com 12 –
40 x 12 – 25 μm, globosos a piriformes, hialinos e de paredes finas ou levemente engrossadas e
amarronzadas. Fíbulas presentes.
Crescem em ramos caídos. Uma das espécies com os menores esporos calcarados no gênero.

Figura 89 - Lepiota lentiginosa: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.

38- Lepiota lilacea Bres., Figura 90


Fungi Tridentini 2: 3. 1892.

Píleo com 2,5 – 4 cm de diâmetro, plano-convexo a aplanado, com disco glabro e violeta
forte a lilás, quebrando em escamas radialmente arranjadas em direção à margem, estas concolores
com o disco, superfície branca e radialmente fibrilosa na margem e neste ponto sem escamas, mas
proximamente estriada. Lamelas livres, próximas, largo ventricosas, com até 6 mm de espessura,
brancas e com margem concolor e plana. Estipe com 2 – 3 x 0,2 – 0,7 cm, cilíndrico a levemente
engrossado em direção à base, branco fibriloso a purpúreo avermelhado na metade basal e sob esta
camada fibrilosa, oco, com anel localizado na metade inferior, vermelho purpúreo com bordo
esbranquiçado. Contexto branco. Esporos 4,6 – 6 x 2,8 – 3,5 μm, elipsoides a oblongos, com lado
adaxial plano ou convexo, de parede levemente engrossada, lisa, sem poro germinativo,
inamiloides, com parede interna rosada em azul cresil. Basídios com 20 – 30 x 6 – 7 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 17 – 35 x 7 – 9 μm, estreito cilíndricos
ou utriformes ou clavados a vesiculosos, hialinos, de parede levemente engrossada. Camada cortical
do píleo himenioderme com elementos clavados a largo clavados com 30 – 65 x 10 – 15 μm, com
pigmento intracelular marrom. Fíbulas presentes.
Crescem gregários ou solitários em solo. A cor caracteriza a espécie bem como o tipo de
anel. CANDUSSO & LANZONI (1990) e GIERCZYK et al. (2011) descrevem a espécie de
material coletado na Europa.
Figura 90 – Lepiota lilacea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.

39- Lepiota lugens Rick, Figura 911


Lilloa 1: 341. 1939.

Píleo com 1 – 2 cm de diâmetro campanulado umbonado, branco-acinzentado-metálico,


esquarroso, com centro marrom-escuro, estriado-fendido do centro e em direção à margem.
Contexto subcarnoso. Estipe fibroso, com 18 - 20 x 0,5 – 1 mm. Anel fugaz. Lamelas próximas,
algo remotas, de lados quase paralelos, serruladas no bordo. Esporos 6 - 6,5 x 3 – 4 μm, oval-
alongados, hialinos, de parede fina, sem poro germinativo, pseudoamiloides. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios não encontrados. Camada cortical do píleo formada por uma
paliçadoderme com elementos terminais septados ou não e eventualmente mais alongados. Fíbulas
ausentes.
Crescem isolados em solo no interior de mata. Citado somente para o Rio Grande do Sul por
RICK (1937; 1961).
Material examinado: Brasil, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1930, Rick, 17.169 (PACA
– holotipo).
Figura 91 – Lepiota lungens: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical.

40- Lepiota ministipitata A. B. Pereira, Figura 92


Iheringia 51(ll): 238. 1998.

Píleo com 0,8 -1,3 cm de diâmetro umbonado convexo, frágil, centro vináceo, margem com
escamas vináceas sobre fundo branco. Contexto fino, carnoso. Estipe levemente vináceo, central,
curvo, com rizomorfas, 6-8 x 1,8-2 mm; comprimento do estipe aproximadamente igual ao diâmetro
do píleo. Anel efêmero, ausente em carpóforos adultos. Lamelas livres, cremes de bordo lisa.
Basídios clavados, tetrasterigmatados. Esporos ovoides, hialinos, pseudoamiloides, parede fina, sem
poro germinativo, 5,0-5,8 x 3,3-4,1 μm. Pleurocistidios ausentes. Queilocistídios hialinos, curto-
clavados, 22-30 x 10-12 μm. Camada cortical do píleo formada por estrutura paliçádica de
elementos clavados, com pigmentos nas paredes, com 20-50 x 15-20 μm. Fíbulas presentes.
Crescem isolados sobre madeira muito podre em interior de matas.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Ijuí, BR 392, Km 337, 26/X/1994, A.B.
Pereira & J. Putzke, 12.388 (HCB); Sinimbu, 20/IX/1992, M. T. L. Putzke, 11.853 (HCB).
Figura 92 – Lepiota ministipitata: a- basidiomas em madeira; b- queilocistídios; c- elementos da
camada cortical do píleo; d- esporos.

41- Lepiota minuta Batista nom. inval., Figura 93


Mycopathologia et Mycologia Applicata 8 (2): 128. 1957.
Non Lepiota minuta J. E. Lange, Dansk botanisk Arkiv 4 (4): 48. 1923.
Lepiota osvaldoi J. Putzke nomen novum
Píleo com até 0,5 cm de diâmetro, convexo, mas ficando expandido e levemente umbonado,
seco, estriado-granuloso, ferrugíneo com umbo mais escuro, de margem inteira. Lamelas sinuosas a
recurvadas, amareladas, imutáveis, largas, livres, de bordo finamente franjado. Estipe com 4,5 – 5 x
0,08 – 0,1 cm, igual, liso, glabro, ferrugíneo, com anel superior, subcortiniforme, fixo, persistente e
branco. Contexto com até 1 mm de espessura, ocre, inodoro. Esporos com 5 – 7,5 x 2,5 – 3,5 μm,
elipsoides, lisos, hialinos, de parede fina e sem poro germinativo, com apículo distinto. Basídios
clavados, tetrasporados, 15 – 20 x 5 – 7,5 μm. Cistidíolos elipsoides, hialinos, com 15 – 17,5 x 6 –
7,5 μm. Camada cortical do píleo muito destruída, aparentemente himeniforme.
Crescem em serapilheira em interior de mata. Como este nome específico já foi usado para
outras Lepiota, sugere-se aqui um “nomen novum”: Lepiota osvaldoi J. Putzke (Lepiota minuta
Batista nom. inval.) em homenagem ao coletor. O tamanho dos basidiomas e a coloração
ferrugínea, associado às dimensões dos esporos caracterizam a espécie.
Material examinado: Brasil, Pernambuco, Jardim Zoo-Botânico de Dois Irmãos, Osvaldo
Sares da Silva, 25/09/1954, 982 (URM).
Figura 93 – Lepiota minuta: a- basidioma; b- esporos.

42- Lepiota murinocapitata Dennis, Figura 94


Kew Bull. 15: 114. 1961.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, cinza escuro, com esquâmulas apressas, convexo a quase
aplanado. Lamelas livres, brancas a pálido amareladas. Estipe cilíndrico, com 2 – 2,5 cm de
comprimento, com anel persistente, fixo. Esporos com 4,5 – 6 x 3,5 – 4,5 μm, subamigdaliformes,
não calcarados, não metacromáticos, de parede fina e lisa. Elementos da camada cortical
ascendentes ou eretos, cilíndricos, com pigmento escuro interno, sem pigmentos incrustantes.
Fíbulas ausentes.
Para mais detalhes ver MEIJER (2008).

Figura 94 – Lepiota murinocapitata: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.

43- Lepiota nigropunctata Dennis, Figura 95


Kew Bull. 7 (4): 466. 1952.

Píleo com 1 – 1,2 cm de diâmetro, obutso e umbonado a plano e por fim depresso no centro
e algo côncavo, algo plicado crenado, branco e com pontuações negras, umbo na parte central
enegrecido. Lamelas livres, brancas. Estipe 1 – 2,3 x 0,1 – 0,15 cm, cilíndrico, branco a argiláceo,
glabro, fistuloso, com anel se desprendendo muito cedo, dobrado para o lado do substrato, com
micélio basal branco e com rizomorfas brancas abundante. Contexto branco, fino, fibroso, imutável.
Esporos com 4,5 – 5 x 3 – 3,5 μm, elipsoides, pseudoamiloides, lisos, de parede fina.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 40 x 8 – 10 μm, ventricosos a largo lageniformes
ou quase capitados, hialinos e de parede fina. Camada cortical do píleo não identificada.
Crescem em restos de plantas.
MEIJER (2008) cita a espécie para o Paraná mas em sua variedade lutea Dennis, a qual tem
o estipe argiláceo. Foi descrito originalmente de Trinidad e Tobago, incluindo esta variedade.
Os esporos com até 5 μm de comprimento, associado a coloração do píleo e esquâmulas
diferenciam esta espécie.

Figura 95 – Lepiota nigropunctata: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

44- Lepiota ochraceoaurantiaca Dennis, Figura 96


Kew Bull. 7 (4): 487. 1952.

Píleo com até 5 cm de diâmetro, cônico umbonado a plano, fibriloso, ocráceo-alaranjado.


Lamelas próximas, mais pálidas que o píleo, livres. Estipe cilíndrico, com 6- 8 x 0,5 – 0,6 cm de
diâmetro, fistuloso, pálido na metade superior e alaranjado em direção à base, com anel súpero,
grande, membranoso, esbranquiçado, mas margem ocráceo alaranjada. Contexto branco, fino.
Esporos com 8 – 9 x 4 – 6 μm, ovoides, de parede fina, inamiloides. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 35 – 40 x 10 – 11 μm, fusoides ou ventricosos, hialinos.
Cresce, em solo de gramados. L. erythrella é próxima, mas tem queilocistídios incrustados e
esporos menores.

Figura 96 – Lepiota ocraceoaurantiaca: a-basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.

45- Lepiota olivaceomammosa Rick, Figura 97


Broteria 18: 49. 1920.

Píleo com 3-6 cm de diâmetro, sub-aplanado, umbonado, estriado, róseo-oliváceo, fibroso-


esquamuloso, centro oliváceo. Contexto submembranáceo, flácido, quebradiço. Estipe branco-
acinzentado, fibriloso, bulboso, 60-90 x 3,0-4,0 mm. Anel persistente, bem desenvolvido, com
borda concolor ao píleo, formado no terço superior do estipe. Lamelas próximas, brancas, largas.
Basídios clavados, com quatro esterigmas. Esporos ovoides, hialinos, pseudoamiloides, de parede
fina, sem poro germinativo, 5 - 6 x 3 - 4 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não
observados. Camada cortical do píleo no disco central formada por uma estrutura paliçádica de
elementos clavados alongados a filiformes.
Crescem solitários em solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 29/ll/1944, Rick,
20.675 (PACA - holotipo).

Figura 97 – Lepiota olivaceomammosa: a- basidiomas; b- elementos da camada cortical do píleo; c-


esporos.
46- Lepiota parvannulata (Lasch. ex Fr.) Gill., Figura 98
Les Hyménomycètes p. 66. 1874.

Píleo com 0,6-2,5 cm de diâmetro, campanulado hemisférico, depois convexo a plano,


obtuso-mamilado, expandido em direção à margem, branco-creme-sujo a levemente acastanhado,
centro fulvo, superfície inicialmente subglabra, depois tomentosa, flocosa ou pelúcida,
esquamulosa. Contexto carnoso. Estipe cilíndrico ou engrossado na base, 11-23 x 0,7-3,0 mm. Anel
caduco ou persistente, tinamente tomentoso. Lamelas livres, ventricosas. Basídios claviformes,
quatro esterigmas. Esporos elípiticos a ovalados, hialinos, de parede fina, sem poro germinativo,
pseudoamiloides, 3,2-4,5 x 2,0-3,0 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não observados.
Camada cortical do píleo subimeniforme pelo menos no disco, hifas terminais com elementos
claviformes. Fíbulas presentes.
Hábito conglobado ou isolado. Crescendo no solo.
GUZMÁN & GUZMÁN-DAVALOS (1992), referem-se à ocorrência desta espécie nos
EUA, na Europa, na Ásia e na Austrália sendo completamente descrita em CANDUSSO &
LANZONI (1990) e citada pra a Polônia por e GIERCZYK et al. (2011).
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 17/0l/1944, Rick, 20.726
(PACA).

Figura 98 – Lepiota parvannulata: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c-


esporos.
47- Lepiota phaeopus Rick, Figura 99
Brotéria 24: 98. 1930.

Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, membranoso-carnoso, centro borda mais pálida,
subsulcado. Contexto carnoso frágil. Estipe castanho-escuro, branco-fibroso, brilhante, 30 x 2,0-3,0
mm. Anel tênue, firme, preso no terço superior do estipe. Lamelas subpróximas, remotas,
subventricosas, brancas, estramíneas ao secar. Esporos 8,0 x 4,0 μm, ovalados a oblongos, hialinos,
sem poro germinativo, parede fina, gutulados, pseudoamiloides. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios e queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo
formada por arranjo mais ou menos ereto de hifas com elementos subisodiamétricos, cujas
extremidades possuem células oblongas a curto-clavadas ou subglobosas a esféricas, com 7 – 12 x
5 – 12 μm. Fíbulas presentes. Crescem isolados em solo.
RAITHELHUBER (1987) faz a combinação nova Leucocoprinus phaeopus (Rick) Raithel.,
baseando-se na exsicata PACA 17.185, a qual, de acordo com PEREIRA (2000) está muito mal
preservada inviabilizando estudos na camada cortical do píleo; os esporos não possuem poro
germinativo o que leva a crer que este é no mínimo um nome duvidoso.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 19/1/1944, Rick,
20.934 (PACA - holótipo).

Figura 99- Lepiota phaeopus: a- basidiomas; b- esporos; c- elementos da camada cortical do píleo.
48- Lepiota phaeosticta Morg., Figura 100
Journ. Mycol. 12: 248. 1906.

Píleo com 2,5-3,2 cm de diâmetro, inicialmente ovoide depois campanulado-expandido,


umbonado, superfície externa esbranquiçada, umbo com escamas cinza-escuras, plicado-estriada em
direçäo a margem. Contexto carnoso, fino, branco. Estipe cilíndrico, ocasionalmente sub-bulboso,
fistuloso, branco, glabro, 30-40 x 2,0-3,0 mm. Anel membranáceo, branco, margem escurecida,
persistente, preso no terço superior do estipe. Lamelas livres, brancas, lamélulas de dois tamanhos,
borda finamente denticulada. Basídio clavado, quatro esterigmas. Esporos elipsoides, hialinos, de
parede fina, sem poro germinativo, pseudoamiloides, 5,5 - 6,2 x 3,0 - 3,7 μm. Pleurocistidios
ausentes. Queilocistídios hialinos, cilíndricos a fusoides, de parede fina, 30-70 x 6,0-11 μm.
Camada cortical do píleo formada por elementos suberetos a eretos, cilíndricos, septados
transversalmente, 25-60 x 4,0-7,0 μm. Fíbulas presentes.
Crescendo no solo, isolados no interior de floresta.
Material examinado: BRASIL, Estado de São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso,
I8/X/1985, M. Capelari, 193.993 (SP); Jarú, margem direita do igarapé Paraiso, 2/X/1986, M.
Capelari & R. Maziero, 194.357 (SP); Mogi das Cruzes, 31/III/1987, P.L.B. Tomasulo, 214.766
(SP).

Figura 100 – Lepiota phaeosticta: a- basidioma; b- queilocistídios; c- esporos; d- elementos da


camada cortical do píleo.
49- Lepiota plumbicolor (Berk. & Br. ) Sacc., Figura 101
Syll. Fung. 5: 63. 1887.

Píleo com 1 – 2 cm de diâmetro, convexo, branco alaranjado, com umbo acinzentado a


purpúreo sobre um fundo branco amarelado, com esquâmulas marrom claras, fibrilosas a
espinhosas, cutícula podendo ser inteiramente arrancada. Contexto amarelado, imutável. Estipe com
2- 3 x 0,2 – 0,3 cm, branco amarelado a branco alaranjado quando machucado, cilíndrico mas com
base levemente inflada, oco, pruinoso fibriloso, soltando as fibrilas com o manuseio. Anel fibriloso,
evanescente. Lamelas livres, colariadas, subdistantes, branco-amareladas, imutáveis, de bordo
serreado. Esporada branca. Esporos com 8,0 – 9,6 x 4,8 – 6,4 μm, largo elipsoides, sem poro
germinativo, com parede grossa e dupla, pseudoamiloides, não metacromáticos, congófilos.
Basídios com 12 – 38 x 7 - 9 μm, largo calvados, tetrasporados. Queilocistídios abundantes, com 25
– 40 x 8 – 11 μm, de parede fina, largo calvados a piriformes ou utriformes e pedicelados. Camada
cortical do píleo tricodermial a himeniforme, formada por elementos terminais septados, alongado
cilíndricos a largo clavados, com 25 – 90 x 8 – 17 μm. Fíbulas presentes. Camada cortical do estipe
formada por caulocistídios de paredes grossas, septados, com 40 – 60 x 8 – 16 μm, clavados a
piriformes. Fíbulas presentes.
Esta espécie foi referida por PEGLER (1986) na seção Ovisporae. NASCIMENTO &
ALVES (2014) apresentam descrição e ilustrações da espécie.
Material examinado: Ceará, Crato, Floresta Nacional do Araripe, 24 Jan 2011, M.H. Alves
e C.C Nascimento, 010/11 (HDELTA).

Figura 101 - Lepiota plumbicolor: a – basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
50- Lepiota pseudoignicolor Dennis, Figura 102
Kew Bull. 15: 115. 1961.

Píleo com 1 - 3 cm de diâmetro, de campanulado a convexo ou plano-convexo, umbonado,


alaranjado ou castanho-alaranjado, com fibrilas apressas de coloração castanho claras a castanho-
alaranjadas. Contexto carnoso, branco a creme. Lamelas livres, brancas a amarelo palha com
margem branca, próximas. Estipe com 17-40 x 1-3,5 mm, cilíndrico, fistuloso, castanho-alaranjado,
mas branco na base, com algumas esquâmulas castanho-alaranjadas com rizomorfas pequenas,
brancas. Anel súpero, fibriloso, concolor ao estipe, fugaz. Esporada branca. Esporos com 9-10 x 4-
4.5(-5) μm, calcarados, de parede levemente espessada e hialina, sem poro germinativo,
pseudoamiloides, congófilos, não metacromáticos em azul de cresil. Basídios com 20-30 x 7-10 μm,
tetrasterigmatados. Queilocistídios com 21-35 x 6 - 8 μm, de ventricosos a cilíndricos ou
estreitamente clavados, hialinos. Camada cortical do píleo tricodermial, com os elementos terminais
eretos, de 140 – 150 x 15 – 20 μm, cilíndricos a subcilíndricos, longos, com fíbulas, acastanhados,
terminando arredondados. Fíbulas presentes.
Crescem solitários a gregários, em solo no interior de florestas. Os esporos e queilocistídios
parecem ter muita variação quanto a dimensões (Dennis, 1961). Assemelha-se a Lepiota
subgranulosa, diferenciando-se por apresentar pelos mais alongados do píleo e esporos mais
elípticos. Lepiota ingnicolor é igualmente próxima, mas a base do estipe e o bordo da lamela
esbranquiçados permitem o fácil reconhecimento.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã, encosta do
Morro da Grota, 01/04/2006, M.S. Rother 116/06, ICN (139309).

Figura 102 – Lepiota pseudoignicolor: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


51- Lepiota pyrrhaes Berk. & Br., Figura 103
Syll. Fung. 5: 62. 1887.

Píleo com 0,5-2 cm de diâmetro, cônico-campanulado, obtusamente umbonado, superfície


vermelho-tijolo a laranja, disco inteiramente coberto por pequenas esquâmulas, eretas e verrucosas,
margem inteira. Contexto carnoso, branco ou paleáceo-avermelhado. Lamelas livres, rosadas com
lamélulas de dois tamanhos, borda inteira, concolor. Estipe cilíndrico ou levemente bulboso,
superfície marrom-avermelhada, fibriloso, coberto com esquâmulas ou glabro, 15-30 x 1,0-3,0 mm.
Anel fino, membranáceo, no terço superior do estipe. Basídios clavados, com quatro esterigmas.
Esporos oblongos-cilíndricos, calcarados, de parede fina, hialinos, pseudoamiloides, 6,5 x 2,3-3,5
μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não encontrados. Camada cortical do píleo formada
por uma tricoderme descontínua, consistindo de tufos de elementos eretos, extremidades com
parede ligeiramente engrossada. Fíbulas presentes.
Crescem isoladas em solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Francisco de Paula, Floresta
Nacional do IBDF, 19/11/1980, A. B. Pereira 6868 (ICN).

Figura 103 – Lepiota pyrrhaes: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c- esporos.
52- Lepiota quinamana Dennis, Figura 104
Kew Bull. 7: 474. 1952.

Píleo com até 4 cm de diâmetro, de hemisférico a aplanado e então com centro depresso,
cinamômeo-alaranjado, de tomentoso a inato esquamuloso. Contexto fino, branco. Lamelas
próximas, com 4 mm de espessura, rosadas, livres. Estipe 4 – 5 x ,3 – 0,4 cm, subatenuado em
direção ao ápice, em geral cilíndrico, fistuloso, vináceo-cinamômeo, finamente tomentoso mas não
esquamuloso. Anel súpero, membranáceo, branco com margem cinamômea. Esporos com 5 – 7 x 4
– 5 μm, subglobosos, lisos, hialinos, pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
ventricosos, com 38 – 60 x 7 – 10 μm, hialinos e de parede fina. Camada cortical do píleo com
escamas formadas por pelos longos, eretos, septados, cilíndricos, com ápice arredondado, hialinos.
Crescem em solo no interior de floresta.

Figura 104 – Lepiota quinamana: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.


53- Lepiota radicata Rick, Figura 105
Lilloa 1: 337. 1937.

Píleo com 2-3 cm de diâmetro, hemisférico, rosa-claro, finamente granuloso, centro mais
escuro. Contexto carnoso. Estipe curto, bulboso, com pseudorriza mais pálida, bem desenvolvida.
Anel persistente. Lamelas livres, rubro-flavescentes quando jovens, avermelhadas, quando secas.
Basídios claviformes, com quatro esterigmas. Esporos elíptico-alongados, hialinos, parede fina, sem
poro germinativo, gutulados, pseudoamiloides, 5 - 7 x 3,5 - 4 μm. Pleurocistidios ausentes.
Queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo formada por hifas mais ou menos erectas
terminadas por elementos claviformes alongados. Fíbulas presentes.
Hábito isolado, crescendo no solo, em interior de floresta.
RAITHELHUBER (1988) cita as condições precárias do material original (Rick, 1937) e
refere que a aparência do estipe e das hifas indicam tratar-se de Squamanita; a superfície do píleo
lembra Cystoderma, o avermelhado chama a atenção para Leucocoprinus, porém para a clara
identificação da espécie, são necessárias novas coletas.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1932, Rick, 17.133
(PACA — holotipo).

Figura 105 – Lepiota radicata: a- basidioma; b- detalhe do himenóforo; c- elementos da camada


cortical do píleo; d- esporos.
54- Lepiota rimosa Murr., Figura 106
Mycologia 3: 85. 1911.

Píleo com até 1,8 cm de diâmetro, convexo com um umbo raso e largo, pálido acinzentado a
amarronzado, esquamuloso, margem não estriada, rimoso. Contexto fino, carnoso, branco. Lamelas
próximas, de dois tamanhos, 2 – 4 mm de espessura, pálido acinzentado vináceas, abruptamente
arredondadas junto ao estipe e então livres. Estipe com 2-3 x 0,1 – 0,2 cm, cilíndrico mas de base
levemente inflada, confluente com o píleo, liso, vináceo a avelâneo, oco. Anel superior,
esbranquiçado, fixo, membranoso. Esporos com 5,5 – 7 x 4 – 4,5 μm, elipsoide fusiformes,
pseudoamiloides (avermelhados). Basídios tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes.
Camada cortical do píleo de hifas prostradas, rompendo-se para formar as esquâmulas.
Crescem solitários em gramados ou em serapilheira.

Figura 106 – Lepiota rimosa: a- basidioma; b- esporos.

55- Lepiota roseolivida Murr., Figura 107


Mycologia 4 (5): 234. 1912.

Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, convexo a aplanado, rosado e com esquâmulas branco-
rosadas, margem inteira. Lamelas livres, próximas, brancas. Estipe com 30- 35 x 0,2 – 0,4 mm, de
base levemente alargada e afinando em direção ao ápice, cinza rosado, amarronzando quando
tocado. Anel membranoso, superior, bem formado, ascendente mas frágil. Contexto branco,
cambiando para amarelo quando exposto, com 1 mm de espessura. Esporos com 6 – 7 x 3 – 4 μm,
estreito elipsoides a amigdaliformes, pseudoamiloides, de parede grossa mas sem poro germinativo.
Basídios clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 65 x 9 – 20
μm, subventricosos a oblongo cilíndricos, de paredes grossas, com pigmento intracelular amarelado
a amarronzado. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, com pigmento parietal
amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem isolados em solo de interior de florestas. A primeira referência desta espécie para o
Brasil foi feita por CABRERA (2015).
Figura 107 - Lepiota roseolivida: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

56- Lepiota rubella Bres., Figura 108


Hénn. Verhandlungen des Botanischen Vereins der -Provinz Brandenburg Vol. XXXI, p. 149.
1889.

Píleo com 0,3 – 1,1 cm de diâmetro, hemisférico expandido a subumbonado,


submembranáceo, seco, cárneo-rubiginoso a avermelhado, com esquâmulas purpúreas, centro
levemente hirto. Contexto carnoso, branco. Estipe cilíndrico, de base subengrossada, estreitamente
fistuloso, ferruginoso, flocoso abaixo do anel e acima fibriloso, 5-10 x 1 - 1,5 mm. Lamelas livres,
brancas quando frescas, subdistantes, ventricosas. Basídios clavados, com quatro esterigmas.
Esporos subelípticos, hialinos, de parede fina, lisos, sem poro germinativo, pseudoamiloides, 4-5 x
2-2,5 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios clavados, similares aos elementos terminais das
hifas da camada cortical, 15-20 x 5,0-6,0 μm, hialinos. Camada cortical do píleo formada por
estrutura paliçádica de hifas eretas ou quase, terminadas por elementos curto-clavados. Fíbulas
presentes.
Crescem isolados em solo.
RICK (1937) lista L. rubella do Brasil, mas RAITHELHUBER (1988) duvida que a coleção
de Rick pertença a esta espécie, já que uma das coleções teria esporos punctados e deve pertencer a
Smithiomyces lannosofarinosa (Rick) Raithelhuber. O tamanho dos esporos da outra coleção foi
considerado muito grande para ser esta espécie de acordo com o mesmo autor (6,2-7 x 4,3-5 μm).
Nossa revisão revelou esporos menores. VELLINGA et al. (1998) revisa coleções da América do
Sul, mas não cita material do Brasil. CANDUSSO & LANZONI (1990) e GIERCZYK et al. (2011)
descrevem a espécie a partir de material coletado na Europa.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1932, Rick, 17.131
(PACA); Salvador do Sul, 16/11/1944, Rick, 20.881 (PACA); Torres, 8/11/86, Alves, 11.422 (HCB).
Figura 108 – Lepiota rubella: a- basidiomas; b- queilocistídios (esquerda) e elemento da camada
cortical do píleo; c- esporos.

57- Lepiota rubrostraminea Rick, Figura 109


Lilloa 1: 343. 1937.

Píleo com 1,5 cm de diâmetro, plano, carnoso, rubro-amarelado, superfície ooberta de


escamas párvulas, centro liso, brilhante, diminutamente umbilicado. Contexto carnoso, branco.
Estipe cilíndrico, com engrossamento basal, 50 - 55 x 1 – 3 mm. Anel mediano. Lamelas remotas,
brancas, próximas, ventricosas. Basídios clavados, com quatro esterigmas. Esporos subcilíndricos,
hialinos, de parede fina, lisos, sem poro germinativo, pseudoamiloides, 7,0-8,0 x 4,0-5,0 μm.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo formada por
estrutura paliçádica, terminando por elementos claviformes alongados. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo no interior de florestas.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 1944, Rick, 22.607
(PACA - holotipo); Salvador do Sul, 13/1/1944, Rick, 20.697 (PACA); Salvador do Sul, 17/1/44,
Rick, 20.802 (PACA).

Figura 109 – Lepiota rubrostraminea: a- basidiomas; b- elementos da camada cortical do píleo; c-


esporos.
58- Lepiota santacruzensis A. B. Pereira, Figura 110
Iheringia 51 (ll): 239. 1998.

Píleo com 2,3 cm de diâmetro, aplanado, carnoso, marrom-rosado, superfície levemente


escamosa, esquâmulas marrom-rosadas sobre fundo branco. Contexto carnoso, branco. Estipe
branco-creme, central, cilíndrico, sem engrossamento basal, com rizomorfas, 30 - 35 x 3 - 4 mm.
Anel fugaz, ausente em basidiomas velhos. Lamelas livres, brancas, de bordo serrulado, próximas.
Basídios clavados, com quatro esterigmas. Esporos ovoides, hialinos, parede fina, sem poro
germinativo, pseudoamiloides, 5,0-5,5 x 3,3-4,1 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
hialinos, curto-clavados, 12-14 x 6,0-6,4 μm. Camada cortical do píleo formada por estrutura
paliçádica de elementos filiformes com pigmentos parietais, originados da modificação de
estremidades de hifas, 120-140 x 10-12 μm. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo no interior de matas.
Lepiota santacruzensis está próxima de L. guatopoensis Dennis, a qual foi descrita para a
Venezuela em Dennis (1961). Entretanto, L. santacruzensis possui píleo aplanado, marrom-rosado e
os elementos da camada cortical do píleo são filiformes e não septados transversalmente como em
L. guatopoensis.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Sede da Associação
Banco do Brasil, 26/X/1994, A.B. Pereira & J. Putzke, 10.420 (HCB).

Figura 110 – Lepiota santacruzensis: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c-


queilocistídios; d- esporos.
59- Lepiota septata A. B. Pereira, Figura 111
Iheringia 51(II):241. 1998.

Píleo com 1,5-1,8 cm de diâmetro, levemente plano-convexo, umbonado, frágil, marrom-


tabaco, superfície aveludada, margem serreada. Contexto carnoso, branco. Estipe branco-creme,
cilíndrico, central, com rizomorfas abundantes, 30 - 36 x 1 – 2 mm. Anel efêmero, no terço superior
do estipe. Lamelas livres, creme, com borda finamente serrulada. Basídios clavados, com quatro
esterigmas. Esporos ovoides, hialinos, de parede fina, sem poro germinativo, pseudoamiloides, 4,1 -
5,0 x 1,5-2,0 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios hialinos, clavados, 22-30 x 10-12 μm.
Camada cortical do píleo formada por uma estrutura paliçádica de elementos clavados, com dois a
três septos, 65-85 x 5,0-10 μm. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo de interior de matas.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Fundos do Colégio Mauá,
26/10/1994, AB. Pereira & J. Putzke, 10413 (HCB).

Figura 111 – Lepiota septata: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c-


queilocistídios; d- esporos.
60- Lepiota serena (Fr.) Sacc., Figura 112
Syll. Fung. 5: 52. 1887.

Píleo com 0,8 – 4 cm de diâmetro, no início cônico truncado e então convexo campanulado,
depois convexo a plano-umbonado, branco a creme, com umbo levemente bege, glabro, fibriloso,
eventualmente excoriado, fracamente sulcado e incurvado próximo da margem. Lamelas livres,
brancas, estreitas, próximas, de bordo finamente fimbriado. Estipe com 3 – 7 x 0,2 – 0,5 cm,
cilíndrico, com base bulbosa de até 7 mm de diâmetro, fistuloso a oco, quebradiço, branco, liso e
glabro. Anel branco, de persistente a evanescente, súpero. Contexto branco, imutável, odor suave e
sabor adocicado. Esporada branca. Esporos 6 – 8,5 (-9,5) x 3,3 – 4,5 μm, ovoide elipsoides a
amigdaliformes, com uma depressão supra-hilar, de parede fina a levemente engrossada, hialina,
pseudoamiloides. Basídios com 17 – 24 x 6 – 9 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 20 – 50 x 7 – 15 μm, subcilíndrico a ventricoso clavados, com ápice largo
arredondado, hialinos, às vezes com incrustações cristalinas no ápice. Trama himenoforal
subregular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, mais estreitas que as do
contexto, com pigmento citoplasmático denso. Fíbulas ausentes.
É uma espécie de ampla dispersão, crescendo solitária ou gregária em solo ou serapilheira.
A espécie caracteriza-se principalmente por apresentar basidioma delicado, de pequeno
tamanho e todo branco. Basidiomas em pequenos grupos, crescendo no solo.
É citada em muitos trabalhos como Leucoagaricus serena, Sericeomyces serenus (Fr.)
Heinem. e Pseudobaeospora serena (Fr.) Locq. PEGLER (1997) refere esta espécie para o estado
de São Paulo.

Figura 112- Lepiota serena: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


61- Lepiota silvae-araucariae de Meijer, Figura 113
Macrofungos Notáveis das Florestas do Pinheiro-do-Paraná, p. 283. 2008.

Píleo com 3 – 5 cm de diâmetro, convexo a plano, umbonado, laranja amarronzado e liso no


centro, ficando esquamuloso, com esquâmulas concolores ao centro do píleo, sobre um fundo
branco amarelado, seco. Lamelas livres, pálido amareladas. Estipe com 40 – 44,5 x 0,35 – 0,6 cm,
cilíndrico, pálido alaranjado, na metade basal com flocosidades concolores ao píleo, com micélio
basal e rizomorfas brancos. Anel ausente. Contexto laranja amarronzado. Esporos com 5,8 – 6,5 x 3
– 3,5 μm, oblongos a subcilíndricos, lisos, calcarados, pseudoamiloides. Basídios clavados,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 18 – 35 x 8 – 20 μm, piriformes,
clavados a esferopedunculados, de parede fina e hialina. Camada cortical do píleo formada por uma
tricoderme, com elementos de 50 – 180 x 4 – 20 μm, de ápice obtuso, com pigmento intracelular
marrom. Fíbulas presentes.
Crescem em húmus no interior de florestas.

Figura 113 - Lepiota silvae-araucariae: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


62- Lepiota subalba Kuhner ex P. D. Orton, Figura 114
Trans. Br. Mycol. Soc. 43: 287. 1960.

Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, hemisférico, campanulado ou cônico, mas ficando


aplanado a plano-côncavo, e ondulado, com ou sem um umbo amplo, pálido amarelado no centro,
pálido ocráceo a creme em direção à margem, com formações flocosas sobre fundo branco ou com
esquâmulas fibrilosas na margem. Lamelas distantes a próximas, livres, às vezes algo furcadas,
ventricosas, subventricosas a segmentiformes, brancas a amarronzado-creme, com margem branca e
finamente flocosa. Estipe com 1,8 – 6 x 0,1 – 0,5 cm, cilíndrico ou levemente alargado na base, raro
afinando em direção à base, fistuloso, branco e fibriloso ou glabro no ápice, e na metade basal
marrom-rosado ou rosa, com zona anelar lanado-flocosa, abaixo da qual a cobertura fica flocosa ou
lanosa e ocráceo-amarelado a amarelo amarronzado, com micélio basal branco. Contexto do píleo
esbranquiçado. Esporos 7,5 – 10 x 2,5 – 3,5 μm, calcarados, pseudoamiloides, congófilos e não
metacromáticos. Basídios com 15 – 35 x 5 – 8,5 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 15 – 40 x 6 – 10 μm, cilíndricos com ápice subcapitado ou levemente inflado
no centro e lageniformes, raro clavados, hialinos e de parede levemente engrossada ou fina. Camada
cortical do píleo formada por elementos eretos, com 60 – 120 x 10 – 16 μm, irregulares,
estreitamente fusiformes a cilíndricos com ápice arredondado, hialinos e de paredes levemente
engrossadas. Fíbulas presentes.
Crescem solitários a gregários em solo ou serapilheira.
ENDERLE & KRIEGSTEINER (1989) apresentam descrição e ilustração desta espécie
encontrada na Alemanha e CANDUSSO & LANZONI (1990) para a Europa.

Figura 114 – Lepiota subalba: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da camada


cortical do píleo.
63- Lepiota subamanitiformis Dennis, Figura 115
Kew Bulletin 7 (4): 467. 1952.
Lepiota imaiensis J. Putzke nomen novum
Píleo com até 5 cm de diâmetro, convexo, pálido amarronzado, com umbo mais escuro,
radiado-fibriloso, glabro. Contexto espesso, branco. Lamelas próximas, com 5 mm de espessura,
brancas, livres. Estipe com 5 – 6 x 0,3 – 0,5 cm, de base engrossada, branco acima do anel,
quebradiço, com anel súpero, membranoso, firme, branco de margem amarronzada, com volva
basal. Esporos com 7 – 8 x 4 - 5 μm, elipsoides, de paredes finas, pseudoamiloides.
Crescem em ramos mortos tendo sido descrita por DENNIS (1952) de Trinidad. A espécie
Lepiota subamanitiformis S. Imai de Hokkaido (Japão) tem píleo marrom avermelhado e a margem
do anel é encarnada (Imai, 1938). Desta forma este último autor descreveu a espécie primeiro
merecendo a anterior um nome novo. Lepiota imaiensis J. Putzke é proposto como nomen novum
para esta espécie, como homenagem a S. Imai em reconhecimento aos seus trabalhos com
agaricologia.
Lepiota volvatula Pegler é outra espécie volvada do gênero descrita das Ilhas do Caribe
(Martinica), mas com píleo menor (com até 3 cm de diâmetro), com píleo fino, frágil, sulcado
plicado e os esporos tem 5,5-7,2 x 3,5-4,5 μm (Pegler, 1983).
Lepiota amanitiformis Murrill tem píleo marrom-avermelhado, estipe curto e grosso e com
um bulbo abrupto e globoso, afinando em direção ao ápice, branco ou pontilhado de marrom-
avermelhado (Murrill, 1914).
Material examinado: Brasil, Minas Gerais, Belo Horizonte, Estação ecológica da
Universidade Federal de Minas Gerais, Rosa, L.H. 06/2000, SP-Fungi 307669.

Figura 115 - Lepiota subamanitiformis: a- basidioma; b- esporos.


64- Lepiota subclypeolaria (Berk & Curt.) Sacc., Figura 116
Syll. Fung. 5: 67. 1887.

Píleo com até 5 cm de diâmetro, inicialmente ovado com um disco plano, mas depois
cônico e então aplanado com um umbo amplo e argiláceo, branco, coberto por esquâmulas
minúsculas, recurvadas, concolores ou mais pálidas que a superfície, plicado-estriado até o meio.
Contexto fino, branco e carnoso. Lamelas livres e de dois comprimentos, 2 – 4 mm de espessura,
próximas, brancas com margem denticulada. Estipe com 6 – 8 x 0,4 – 0,6 cm, com base subulbosa,
saindo vários de um mesmo ponto comum, atenuado em direção ao ápice, liso, oco, branco. Anel
mediano a superior, ereto, fixo, membranáceo, liso e branco. Esporos com 6 – 8 x 3,5 – 5 μm,
elipsoides, hialinos, de parede fina e sem poro germinativo, pseudoamiloides. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 60 – 70 x 10 – 15 μm, cilíndricos, obtusos, às vezes septados, de
paredes finas, em grupos para formar uma margem denticulada. Camada cortical do píleo com
esquâmulas formadas por hifas com até 7 μm de diâmetro.
Crescem solitários ou subcespitosos em gramados sob árvores. A espécie é próxima de
Lepiota longistriata e lembra um Leucocoprinus.

Figura 116 - Lepiota subclypeolaria: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.


65- Lepiota subcristata Murr., Figura 117
Mycologia 3:83. 1911.

Píleo com até de 1 cm de diâmetro, cônico-campanulado, com umbo marrom-vináceo


coberto por esquâmulas angulares, adpressas, marrom-vináceas, com margem estriada. Contexto
muito fino, branco. Lamelas próximas brancas, livres, arcuadas de aparência denticulada quando
secas. Estipe com 3 – 3,2 x 0,08 – 0,1 cm, de base não bulbosa, cilíndrico, branco, mas tingido de
marrom-vináceo abaixo do anel, liso, oco, com micélio basal branco, com anel persistente fixo na
metade superior, mas ficando livre, ascendente, branco com bordo franjado e marrom vináceo.
Esporos com 5 – 6 x 2,5-3,5 μm, elipsoide-cilíndricos, inamiloides, lisos, hialinos, de paredes finas.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 18 20 x 11 – 12 μm, com forma de balão ou largo
ventricosos, hialinos. Camada cortical do píleo com células eretas clavadas em forma de paliçada
com conteúdo citoplasmático marrom purpúreo, que formam as escamas.
Crescem em pequenos grupos a partir de madeira podre.

Figura 117 - Lepiota subcristata: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


66- Lepiota subflavescens Murr., Figura 118
North American Flora 10 (1): 54. 1914.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, plano, verde amarelado, com esquâmulas de cor café
escuro, formando placa contínua no centro. Lamela livres, amareladas. Estipe com 5 – 6 x 0,3 – 0,4
cm, branco amarelado, com esquâmulas de cor café escuro, de base bulbosa. Anel branco,
evanescente, membranoso, situado na metade apical do estipe. Esporos com 5,7 – 8 x 3,6 – 4,9 μm,
oblongo elípticos, sem poro germinativo, pseudoamiloides, não metacromáticos em azul de cresil.
Basídios clavados, tri e tetrasterigmatados. Trama himenoforal regular, hialina, inamiloides.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 26 – 33 x 6,4 – 9,5 μm, ventricosos, de parede fina e
hialina. Camada cortical do píleo tricodermial, formada por pileocistídios com 27 – 65 x 8 – 11 μm,
clavados a ventricosos, de parede fina e café amarelados a hialinos.
Crescem solitários em solo, no interior de florestas.

Figura 118 - Lepiota subflavescens: a – basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


67- Lepiota subincarnata J. Lange, Figura 119
Fl. Agar. Danica 1: 34. 1935.

Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro convexo, mas ficando aplanado com umbo raso e obtuso,
marrom, com disco inteiro e rompendo em direção à margem para formar esquâmulas minúsculas,
cônicas sobre um fundo esbranquiçado a ocráceo, margem inteira, não estriada. Lamelas livres,
ventricosas, moderadamente próximas, de bordo inteiro e concolores. Estipe com 1,5 – 5,5 x 0,1 –
0,4 cm, cilíndrico ou levemente atenuado acima, cinamômeo rosado em direção à base, com 2/3
inferiores cobertos por remanescentes flocosos do véu. Esporos com 5,3 – 7 x 3 – 4,5 μm,
elipsoides, hialinos, lisos, de parede fina. Basídios com 14 – 25 x 4 – 5 μm, tetrasterigmatados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 15 – 26 x 4 – 8 μm, cilíndricos a clavados, às vezes
constritos, raro fusoides, hialinos, de parede algo engrossada às vezes. Camada cortical do píleo
formada por uma tricoderme com elementos em grupos mais ou menos eretos, piliformes, com 40 –
290 x 4 - 12 μm. Fíbulas presentes.
A espécie ocorre isolada ou gregária em interior de florestas, muito frequente entre
coníferas. Pertence à seção Ovisporae.
ENDERLE & KRIEGSTEINER (1989) apresentam descrição e ilustração desta espécie
encontrada na Alemanha e CANDUSSO & LANZONI (1990) para a Europa.

Figura 119 – Lepiota subincarnata: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
68- Lepiota tepeitensis Murril, Figura 120
Mycologia 3: 82. 1911.

Píleo com 6 ou mais cm de diâmetro, esbranquiçado a marrom escuro, convexo-aplanado,


carnoso, umbonado, superfície com escamas marrom avermelhadas, dilacerando-se em direção à
margem, estriado apenas na margem. Lamelas livres, remotas, creme pálidas. Estipe 8 - 9,4 x 0,2 -
0,3 cm, bege avermelhado, cilíndrico, reto, fibroso, fistuloso, com base bulbosa a até 0,8 cm, com
rizomorfas. Anel membranoso, simples, móvel. Esporos com 4,3-6,7 x 2,9 - 4,4 μm, hialinos,
elipsoides a ovais, sem poro germinativo, de hilo excêntrico. Queilocistídios 38-67 x 11-16 μm,
claviformes a ventricosos, com longos apêndices. Pleurocistidios com 40 - 46 x 30 - 36,5 μm,
esferopedunculados, com pigmento marrom. Camada cortical do píleo com elementos eretos
apresentando 35-134 x 10-21 μm, de formas semelhantes aos queilocistídios, de clavados a
utriformes, ventricosos, formando uma tricoderme. Fíbulas ausentes.
Crescendo isolados em solo de borda de mata. A descrição acima foi adaptada de
ALBUQUERQUE et al. (2010).
Material examinado: Brasil. Rio de Janeiro: Nova Iguacú, REBIO-Tinguá, Estrada do
Colomi. 22o34’01.7”S– 43o22’47.9”W, alt. 51m, 30/06/2004 Albuquerque 4-II; RB (417242).

Figura 120 - Lepiota tepeitensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d-pleurocistídios.


69- Lepiota ventriosospora D. A. Reid, Figura 121
Trans. Br. mycol. Soc. 41 (4): 427. 1958.

Píleo com 3-3,5 cm de diâmetro, hemisférico a plano, pálido marrom amarelado, com
esquâmulas marrons, margem lisa com remanescentes do véu. Lamelas livres, brancas, de bordo
plano. Estipe com 6-8 x 0,4-0,5 cm, cilíndrico, oco, branco, densamente fibriloso flocoso. Anel
branco, membranoso. Esporos 15-20 x 4,5-5,5 μm, fusiformes, hialinos, lisos, pseudoamiloides.
Basídios calvados, 26-32 x 9-10 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
com 20-27 x 8-10 μm, clavados a lageniformes inflados. Camada cortical do píleo formada por
hifas cilíndricas a clavadas, do tipo paliçadoderme, algumas vezes sinuosas, com 40 – 50 x 5 – 8
μm. Fíbulas presentes.
Crescem em solo de interior de floresta. É próxima de Lepiota clypeolaria, mas esta tem
píleo esbranquiçado e esporos mais curtos (até 16 μm de comprimento).
ENDERLE & KRIEGSTEINER (1989) apresentam descrição e ilustração desta espécie.

Figura 121 – Lepiota ventriosospora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical.
70- Lepiota viriditincta (Berk. & Broome) Sacc., Figura 122
Syll. Fung. 5: 59. 1887.

Píleo com 2 – 3 cm de diâmetro, convexo umbonado, de margem finamente estriada,


coberto por fibrilas marrom-ruivas que acabam formando esquâmulas na metade marginal, sobre
fundo branco, cambiando de cor para verde-acinzentado em todas as partes quando machucado.
Lamelas livres, brancas, próximas. Estipe com 4 – 5 x 0,3 – 0,6 cm, cilíndrico ou com base sub-
bulbosa, oco, branco e liso. Anel evanescente a persistente, membranoso, ascendente, branco com
margem marrom. Contexto branco, ficando esverdeado quando exposto. Esporos 6 – 7,5 x 3,6 – 4
μm amigdaliformes, pseudoamiloides, de parede levemente engrossada. Basídios
tetrasterigmatados. Pleuro e queilocistídios ausentes. Camada cortical do píleo formada por um
tricoderme com grupos de elementos terminais calvados a cilíndricos, 30 – 45 x 5 – 10 μm, com
pigmentos incrustantes e plasmáticos.
Crescem em solo.

Figura 122 - Lepiota viriditincta: a- basidioma; b- esporos.


9. LEUCOAGARICUS (Locquin) Singer

Hábito lepiotoide, mas com basidiomas grandes, pigmentadas ou não. Píleo grosso e
carnoso, com superfície escamosa, esquamulosa fibrilosa, pubescente ou glabra e lisa, mas de
margem não sulcada (raro assim somente quando seca). Lamelas livres, brancas ou rosadas. Estipe
central sem volva, mas com anel bem desenvolvido, em uma espécie pouco desenvolvido e
evanescente. Contexto em geral cambiando a cor quando exposto ou tocado, branco ficando escuro
ou amarelado a avermelhado. Esporada branca, creme, amarelada, alaranjada, rosada ou lilás
rosada. Esporos com menos de 10 μm de comprimento (se tetrasporados), lisos a levemente
ornamentados, pseudoamiloides, de parede grossa, com poro germinativo truncado a pouco
desenvolvido ou mesmo ausente, metacromáticos em azul cresil. Basídios tetra ou bisporados,
clavados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes a ausentes, versiformes. Trama
himenoforal regular ou quase assim. Camada cortical do píleo tricodermial-paliçádica, mas
fragmentando-se. Em somente uma espécie é epitelial (celular). Pigmentos vacuolares,
intracelulares ou intraparietais.
Crescem em solo, esterco, madeira morta, em interior de matas e em áreas abertas
principalmente campos, às vezes em dunas de areia. Uma associação curiosa é a com formigas
cortadeiras, as quais cultivam espécies deste gênero em seus jardins como alimento (Spielmann &
Putzke, 1998). Algumas espécies são comestíveis.
AKERS et al. (2000) transferem Leucocoprinus sulphurellus para o gênero Leucoagaricus,
além de descreverem uma espécie nova (Leucoagaricus viridiflavoides). Na Seção Annulati, Bon
(1993) cria a subseção Rubentes (Wasser) Bon, incluindo as espécies que cambiam a cor se tocadas
ou machucadas, como por exemplo, Leucoagaricus bresadolae (Schulzer) Bon & Boiffard, L.
meleagris (Sowerby) Singer e L. sulphurellus. A presença de pleurocistídios caracteriza esta espécie
e esta característica pode ser encontrada ainda em L. viridiflavoides e L. pleurocystidiatus
(Migliozzi & Testoni, 2000), esta última descrita para a Itália. No presente trabalho a espécie é
mantida entre os Leucocoprinus pela facilidade de identificação da espécie no modelo proposto por
SINGER (1986).
BON & BOIFFARD (1974) apresentam chave para espécies europeias da seção Rubrotincti
e BOISSELET & MIGLIOZZI (2002) descrevem uma espécie nova e outra da mesma região.
SINGER (1953) cita L. olivaceommamilatus (Rick) Singer, L. confusus (Rick) Singer e L.
rubrosquamosus (Rick) Singer para o RS. Esta última foi sinonimizada com Rugosospora
pseudorubiginosa (Cifuentes & Guzmán) Guzmán & Bandala (Franco-Molano, 1995). No presente
trabalho mantêm-se a espécie em Leucoagaricus para facilitar a identificação. SINGER (1986) cita
para esta mesma seção e do Brasil, ainda, as espécies L. rickianus (Speg.) Singer (Spegazzini, 1919
- descrita como Lepiota) e L. erythrellus (Speg.) Singer (Raithelhuber, 1988) também para o Rio
Grande do Sul, além de L. tricolor Singer, para a Amazônia. CABRERA (2015) cita novas
ocorrências para o sul do Brasil, cujas descrições não foi possível reunir em tempo nem revisar
material autêntico.
Pelo menos as seguintes espécies ocorrem no Brasil (as destacadas em negrito estão
descritas mais abaixo):
*- Leucoagaricus americanus (Peck) Vellinga (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007). Como
Lepiota americana Peck (PE) - MAIA (1998). MAIA et al. (2002). CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus aurantiacus Heinem. (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus badhami (Berk. & Br.) Singer (RS) – RICK (1937; 1961). RAITHELHUBER
(1988). CABRERA (2015).
- Leucoagaricus barsii (Zeller) Vellinga (MG) - ROSA & CAPELARI (2009). CABRERA
(2015).*- Leucoagaricus brunneocingulatus (P. D. Horton) Bon (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus caerulescens (Peck) J. F. Liang (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus confusus (Rick) Singer (RS) – RICK (1937; 1961). – SINGER (1953).
CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus erythrellus (Rick) Singer (PR; RS) – MEIJER (2008). RAITHELHUBER (1988).
CABRERA (2015).
- Leucoagaricus fuligineus Pegler (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
*- Leucoagaricus georginae (W. G. Sm.) Candusso (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus glabridiscus (Sundb.) Wilb. (SC, RJ, PR) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus gongyllophorus (Muell.) Singer (RS, PR) – MEIJER (2008). RICK (1961).
SPIELMANN & PUTZKE (1998). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992). CABRERA
(2015).
*- Leucoagaricus goossensiae (Beeli) Heinem. (AM, RJ, SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus griseus Heinem. (SC) – CABRERA (2015).
- Leucoagaricus holosericeus (Fr.) Moser (RS) - GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992)
baseado na identificação de Lepiota holosericea de Rick.
*- Leucoagaricus hortensis (Murrill) Pegler (RS, CE) – SOBESTIANSKY (2005).
NASCIMENTO & ALVES (2014). (SP) – PEGLER (1997) = Chlorophyllum hortense.
*- Leucoagaricus imperialis (Speg.) Pegler (SP) – PEGLER (1997).
- Leucoagaricus leucothites (Vittad.) Wasser (PR) - Meijer (2006); (SP) GRANDI et al. (1984);
(RS) RICK (1961 - como Lepiota holosericea). CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus lilaceus Singer (PR) – MEIJER (2008). FERREIRA & CORTEZ (2012). Cf.
SOBESTIANSKY (2005). (RS) – ROTHER (2007). CABRERA (2015).
- “Leucoagaricus melanotrichus f. citrifolius” Courtec. (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus meleagris (Sowerby) Singer (PE) - MAIA et al. (2002). (RJ) ALBUQUERQUE
(2006); (RS) RICK (1961 - como Lepiota meleagris); (SP) PEGLER (1997).
- Leucoagaricus naucinus (Fr.) Singer (SP) – GRANDI et al. (1984).
*- Leucoagaricus olivaceomamillatus (Rick) Singer (RS) – SINGER (1953). CABRERA (2015).
*- Rugosospora (Leucoagaricus) pseudorubiginosa (Cifuentes & Guzmán) Guzmán & Bandala
(RS) (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).(PR) - FERREIRA & CORTEZ (2012).
Leucoagaricus rubrosquamosus (Rick) Singer é sinonímia (RS) – RICK (1961). SINGER
(1953). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992).
- Leucoagaricus rickianus (Speg.) Singer (RS) – RICK (1961). GUZMAN & GUZMAN-
DÁVALOS (1992). CABRERA (2015).
*
- Leucoagaricus rubrotinctus (Peck) Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). (PR) –
MEIJER (2008). FERREIRA & CORTEZ (2012). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992).
CAPELARI & MAZIERO (1988). (RS) – ROTHER (2007). CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus serenus (Fr.) Bom. & Boiffard. (RS) – ROTHER & SILVEIRA (2008). (PR) –
MEIJER (2008). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992). (RS) – ROTHER (2007).
CABRERA (2015). Ver Lepiota serena.
- Leucoagaricus (Leucocoprinus) sulphurellus (Pegler) A. P. Akers (PE) – WARTCHOW et al.
(2008). CABRERA (2015). Está na chave de Leucocoprinus.
*- Leucoagaricus tricolor Singer (AM) – SINGER (1989). CABRERA (2015).
- Leucoagaricus viridiflavoides Akers & S. A. Angels (PR) – MEIJER (2008).
*- Leucoagaricus weberi Muchovej - MUCHOVEJ et al. (1991).
*- Leucoagaricus wychanskyi (Pilát) Bom. & Boiffardt (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
(RJ) ALBUQUERQUE et al. (2007).

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE LEUCOAGARICUS REFERIDAS PARA O BRASIL:


1.1 Ocorrendo associado a ninhos de formigas cortadeiras, sendo cultivadas pelas
mesmas ....................................................2
1.2 Crescendo em solo, principalmente em campos ou interior de mata, não associados a
formigueiros ............................ ..3
2.1 Píleo com esquâmulas marrom-escuras a negras; esporos com 8,5 – 10 x 4 – 5 μm;
queilocistídios ausentes ........... L. weberi
2.2 Píleo com esquâmulas marrom-purpúreas; esporos com 5,7 – 7,8 x 4,5 – 5 μm; queilocistídios
presentes....L. gongyllophorus

3.1 Píleo avermelhado; esporos ornamentados (reticulados), sem poro


germinativo .... ................................................... Rugosospora pseudorubiginosa
3.2 Píleo avermelhado ou de outras cores; esporos lisos, com ou sem poro
germinativo ........................... 4

4.1 Superfície do píleo esverdeada com NH 4OH (amônia); contexto avermelhado quando
exposto ................... L. georginae (ou talvez ainda aqui L. badhamii)
4.1 Se contexto avermelhando quando exposto, então reação com amônia não resulta em cor
esverdeada no píleo .............. 5

5.1 Píleo branco, mas coberto por esquâmulas marrons no disco; estipe branco cambiando para
vináceo-rosado ou avermelhado quando tocado ou machucado ........ L. hortensis
5.2 Píleo se branco e com esquâmulas marrons, o estipe não cambia para vináceo rosado ou
avermelhado quando machucado .......................................5’

5’.1 Píleo e estipe inteiramente brancos ................................ L. serenus


5’.2 Píleo e/ou estipe com algum pigmento ........................... 6

6.1 Píleo cônico-umbonado com esquâmulas marrom-acinzentadas; estipe branco na metade


superior e cinza na inferior; crescendo em interior de mata ............................... L. imperialis
6.2 Píleo e estipe diferentes; ocorrem em campo ou interior de mata ............... 7

7.1 Píleo com umbo oliváceo ......................... L. olivaceomamillatus


7.2 Píleo de outras cores no umbo, se este for formado............. 8

8.1 Píleo acinzentado a amarronzado; queilocistídios de ápice verrucoso ....... L. griseus


8.2 Se píleo amarronzado, queilocistídios de ápice liso .....................................8’

8’.1 Píleo de colorido áureo-flocoso; camada cortical do píleo paliçádica, com elementos terminais
septados no disco central, com 15 – 65 x 6,5 – 13 μm ................... L. confusus
8’.2 Píleo de colorido diferente; camada cortical do píleo como acima ou diferente .......... 9

9.1 Camada cortical do píleo em duas camadas, a mais externa gelatinizada e hialina sobre uma não
gelatinizada e amarronzada .................... L. glabridiscus
9.2 Camada cortical do píleo não em duas camadas ..............................9’

9’.1 Píleo de branco alaranjado a marrom alaranjado, com contexto branco que fica azulado quando
exposto .................................L. caerulescens
9’.2 Se píleo com estas cores então contexto não cambiando para azul quando exposto ....9”

9”.1 Píleo alaranjado, com centro mais escuro, até quase preto ....... L. erythrellus
9”.2 Píleo de outras cores .................. 10

10.1 Píleo vermelho a marrom-violáceo no disco central e com escamas vermelhas sobre um fundo
branco na margem; basídios bisporados ....... L. rubrotinctus
10.2 Píleo de outras cores e/ou basídios tetrasporados ................... 11
11.1 Píleo com até 6 mm de diâmetro, purpúreo com margem mais pálida; anel fragmentário, fugaz
e branco; esporos com poro germinativo................... L. tricolor
11.2 Píleo de 2 – 12 cm de diâmetro; anel bem formado; esporos com ou sem poro
germinativo ............................... 12

12.1 Píleo lilás purpúreo a marrom-violeta ou marrom-avermelhado; lamelas brancas, ficando


rosadas com a idade ...........................L. lilaceus
12.2 Píleo não lilás; lamelas brancas .........................13

13.1 Píleo com até 2 cm de diâmetro, marrom avermelhado a avermelhado; camada cortical do
píleo com hifas eretas formando um tricoderme, com elementos não incrustados por pigmento;
queilocistídios com incrustações apicais (são perdidas em KOH)...................L. goossensiae
13.2 Píleo com mais de 2 cm de diâmetro, com tons avermelhados ou não; se camada cortical for
tricodermial os elementos são incrustados ou pelo menos os queilocistídios não tem
incrustações .............................................14

14.1 Píleo com 2 – 3 cm de diâmetro, coberto por fibrilas marrom escuras radialmente dispostas em
direção à margem e sobre um fundo branco ................ L. brunneocingulatus
14.2 Píleo com 2 – 12 cm de diâmetro, não fibriloso ................................15

15.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, laranja avermelhado a laranja amarronzado; queilocistídios
elipsoides a clavados; esporos com ápice obtuso; camada cortical do píleo com elementos longos e
septados (articulados) ........................... L. aurantiacus
15.2 Píleo com mais de 2,5 cm de diâmetro, podendo chegar a 12 cm, branco a avermelhado ou
amarronzado; queilocistídios variáveis, às vezes com apêndices; camada cortical do píleo formada
por hifas prostradas ................................. 16

16.1 Píleo com até 12 cm de diâmetro, de fundo branco a amarronzado, com esquâmulas
alaranjadas a avermelhadas ou amarronzadas; queilocistídios clavados a clavados mas com um
apêndice apical estreito e longo, eventualmente moniliformes ou
capitados........... .................................................. L. americanus
16.2 Píleo com até 6 cm de diâmetro, ocráceo a ocre avermelhado pelo menos no umbo central;
queilocistídios claviformes a subfusiformes......................L. wychanskyi
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE LEUCOAGARICUS MAIS ENCONTRADAS:

1. Leucoagaricus americanus (Peck) Vellinga, Figura 123


Mycotaxon 76:429-438. 2000.

Píleo com 5 – 12 cm de diâmetro, obtuso cônico, mas ficando campanulado a convexo ou


quase plano, umbonado, com margem incurvada ou decurvada, em geral levantada em exemplares
maduros, de superfície finamente tomentosa (sob aumento), escurecendo um pouco quando
manuseado, intacto no disco e no restante rachando para formar escamas apressas, marrom
cinamômeo a marrom avermelhado escuras sobre um fundo branco. Contexto esbranquiçado,
carnoso, com até 5 mm de espessura no disco o qual fica em alguns pontos amarelado ou
alaranjado-amarronzado. Odor não distintivo a levemente pungente. Lamelas livres, próximas,
largas com até 1 cm de espessura, brancas a creme, com bordos cambiando para laranja-rosado a
amarronzado. Estipe com 7-12 x 0,5 - 2 cm, em geral fusiforme, raro clavado, oco ou estufado,
fibriloso apresso, pálido, as fibrilas marrom escuras sobre um fundo pálido, cambiando para
amarelo quando manuseado, eventualmente ficando marrom avermelhado escuro a marrom. Véu
membranoso, branco a marrom com a idade, com margem flocosa, superior e evanescente. Esporos
com 8,-10,4 x 5,8-7,2 µm, elípticos, lisos, de parede moderadamente engrossada, com poro
germinativo, fracamente pseudoamiloides, metacromáticos, com apêndice hilar inconspícuo.
Basídios com 10 – 26 x 7 – 10 μm, tetrasporados, mas alguns são bisporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 35 – 65 x 10 – 20 μm, clavados ou clavados mas com um apêndice
estreito e longo apical, eventualmente moniliformes ou capitados, com 20 – 50 x 2 – 5 μm. Camada
cortical do píleo com elementos cistidioides, eretos e cilíndricos, longos. Fíbulas ausentes.
Crescem em pequenos grupos em madeira podre e solo com muitos restos de lignina.

Figura 123 - Leucoagaricus americanus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos


da camada cortical do píleo.
2- Leucoagaricus badhami (Berk. & Br.) Singer, Figura 124
Lilloa 22: 419 1951.

Píleo com até 9 cm de diâmetro, levemente convexo a aplanado, às vezes com pequeno
umbo, com margem revoluta quando velho, bege-claro a marrom-escuro, com tonalidade purpúrea,
centro liso e rompendo-se em escamas alaranjadas a amarronzadas em direção à margem. Estipe
com até 12 x 1,5 cm, cilíndrico, engrossado na base, com anel pêndulo no terço superior, sólido a
oco, esbranquiçado, com base marrom-clara. Contexto carnoso, branco, geralmente avermelhado
quando exposto. NH4OH torna o contexto oliva-esverdeado. Lamelas livres, próximas,
esbranquiçadas a amareladas, em NH4OH oliva-esverdeadas. Esporos 6 – 7,6 x 4 – 5 μm, elipsoides
a piriformes, lisos, hialinos, de parede grossa, sem poro germinativo. Basídios com 18 – 24 x 8 – 10
μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35 – 65 x 14 – 20 μm, clavados ou
lageniformes a fusoides ou apiculados a capitados, hialinos a amarronzados, de parede fina.
Caulocistídios no ápice do estipe clavados a cilíndricos com 8 – 20 μm de espessura. Camada
cortical do píleo com hifas prostradas, pouco diferenciadas.
A superfície do píleo fica esverdeada ao aplicar-se NH 4OH (amônia) e o contexto fica
avermelhado quando exposto, o que diferencia claramente o material.

Figura 124 - Leucoagaricus badhami: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


3- Leucoagaricus confusus (Rick) Singer, Figura 125
Lilloa 26: 68. 1953.
Píleo com até 4 cm de diâmetro, campanulado no início a convexo ou aplanado umbonado
no amadurecimento, com superfície áureo-flocosa, rompendo-se em esquâmulas sobre uma
superfície creme. Lamelas livres, membranosas, brancas. Estipe com 4 - 5 x 0,2 – 0,3 cm, creme,
com esquâmulas, cilíndrico, central, base com numerosas rizomorfas brancas. Anel persistente,
membranoso, mais próximo ao píleo. Esporada branca. Esporos com 6 - 10 x 3,8 - 5 μm, elipsoides,
lisos, pseudoamiloides, com endospório metacromático muito fino, sem poro germinativo,
exospório violeta enegrecido, mas extremamente fino e homogêneo quando visto em azul cresil e
epispório hialino. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25-35 x 7,5-10 μm, clavados,
hialinos. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo formando uma paliçada, com
elementos septados junto ao disco, 15 - 65 x 6,5 - 13 μm. Fíbulas ausentes.
Ocorre em solo, no interior de mata.

Caracteres macroscópicos são intermediários entre Leucoagaricus rubrotinctus e L.


rubrosquamosus.

Figura 125 - Leucoagaricus confusus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4- Leucoagaricus gongyllophorus (Muell.) Singer, Figura 126
The Agaricales in Modern Taxonomy 3rd edition, p. 455. 1975.

Píleo com até 9 cm de diâmetro, convexo a campanulado, umbonado, liáceo-amarronzado,


com escamas marrom-púrpuras, involuto. Estipe 8 – 20 x 1 – 2 cm, bulboso, cilíndrico, afinando
em direção ao ápice, fistuloso, facilmente separável do píleo, liláceo-claro a marrom escuro, assim
especialmente em direção à base, escamoso a esquamuloso abaixo do anel. Anel superior,
persistente, concolor ao píleo. Contexto do píleo amarelado, carnoso, imutável. Lamelas livres,
amareladas a ocre-esverdeadas com a maturidade, próximas a subdistantes. Sabor e odor
agradáveis. Esporos 8 – 12,1 x 4 – 8 μm, muito variáveis em tamanho e formato, principalmente
subglobosos a ovado-piriformes, às vezes subfusiformes, hialinos, pseudoamiloides,
metacromáticos em azul cresil, lisos, com poro germinativo apesar de indistinto, de parede grossa.
Basídios 20 – 35 x 8 – 14 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 25 – 45 x 5,5
– 8,5 μm, clavados a fusoides, hialinos. Camada cortical do píleo uma tricocutis. Fíbulas ausentes.
Gongilídios formados na base do estipe.
Crescem associados a formigueiros, especialmente nos enfraquecidos, onde formam-se a
partir de um prolongamento pseudorrízico que sai do jardim das formigas (onde as formigas
cultivam seu micélio) e forma basidiomas fora do ninho.
Esta espécie foi descrita para o Rio Grande do Sul em SPIELMANN & PUTZKE (1996),
que citam seu achado sobre ninho de formigas em declínio.
No Brasil ocorre ainda L. weberi associada a formigas cortadeiras, a qual difere pelas
esquâmulas marrom-escuras a negras do píleo e pelos esporos com 8,5 – 10 x 4 – 5 μm, além de não
apresentar queilocistídios.
Material examinado: Brasil, RS, Santa Cruz do Sul, Linha Rio Pardinho, morro a 2 Km a
leste do balneário Panke, 29/11/1995, Spielmann & Sulzbacher, 16949 (HCB).

Figura 126 – Leucoagaricus gongyllophorus: a- basidiomas; b- esporos; c- elementos da camada


cortical do píleo; d- gongilídios.
5- Leucoagaricus hortensis (Murrill) Pegler, Figura 127
= Chlorophyllum hortense (Murrill) Vellinga
Kew Bull. Add. Ser. 9: 414. 1983.

Píleo de até 8 cm de diâmetro, de colorido branco pálido, com escamas esbranquiçadas ou


oliváceas, com umbo largo e amarelado, cônico campanulado, margem levemente estriada. Lamelas
livres, brancas, próximas, largas. Estipe muda para vermelho ou rosado forte quando machucado.
Anel simples, superior, fixo, fino, membranáceo, branco. Contexto do píleo esbranquiçado, ficando
amarronzado vináceo quando exposto. Esporos com 9 – 11 x 5,5 – 6 μm, ovoides, pseudoamiloides,
sem poro germinativo ou às vezes algo inconspícuo. Basídios bisporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 40 -50 x 7 – 8 μm, cilíndricos, obtusos ou levemente capitados, hialinos, de
parede fina. Fíbulas presentes.
Crescem em solo rico em esterco, como jardins e canteiros ou até mesmo em vasos de
plantas e pastagens. Podem formar anel de bruxa e em geral são gregários. Leucoagaricus
americanus apresenta queilocistídios ventricosos ou algo pontiagudos, o que o diferencia desta
espécie. NASCIMENTO & ALVES (2014) apresentam descrição e ilustrações desta espécie
encontrada no Ceará.
Material examinado: Ceará, Crato, Floresta Nacional do Araripe, 26 Jan 2011, M.H. Alves e
C.C Nascimento, 032/11 (HDELTA).

Figura 127 - Leucoagaricus hortensis: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- elementos das


esquâmulas do píleo; e- quelocistídios.
6- Leucoagaricus lilaceus Singer, Figura 128
Lilloa 25: 274 (1952) ‘1951’.

Píleo com 3 – 7 cm de diâmetro, convexo a plano convexo, levemente umbonado, com


superfície fibrilosa, lilás purpúreo, marrom acinzentada a marrom violáceo, cinza avermelhado em
direção à margem, sobre fundo branco e margem com remanescentes do véu. Contexto carnoso,
branco. Lamelas livres, próximas, branco amareladas, com tons rosados com a idade. Estipe com
4,5 - 7,5 x 0,3–0,6 mm, central, afinando em direção ao ápice, com base bulbosa de até 1,2 cm de
diâmetro, fibriloso, branco a amarelado, fibroso, com poucas rizomorfas brancas. Anel membranoso
na metade apical do estipe, ascendente, fixo, branco a amarronzado. Esporos 6,1–7,3(–8,9) x 3,8–
4,5 μm, ovoides a elípticos, hialinos, de parede algo engrossada e lisa, sem poro germinativo,
metacromáticos em azul cresil e pseudoamiloides. Basídios 15 – 24 x 6–9 μm, clavados,
tetrasporados, hialinos. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 23–36 x 11–17 μm, ventricosos,
versiformes, mas principalmente piriformes a calvados, de ápice curto rostrado a capitado, hialinos,
lisos, de parede fina. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo tricodermial, com
elementos terminais apresentando 24–88 x 5–12 μm. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários ou em pequenos grupos.
A espécie é citada para a Argentina (Tucumán) e Sul do Brasil (Meijer 2006; Rother &
Silveira 2009a).

Figura 128- Leucoagaricus lilacinus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


7- Leucoagaricus olivaceomamillatus (Rick) Singer, Figura 128 B
Lilloa 26: 68. 1953.

Píleo com até 4 cm de diâmetro, de convexo a umbonado no amadurecimento, com umbo de


colorido oliváceo, rompendo-se em esquâmulas sobre uma superfície creme. Lamelas livres,
brancas. Estipe com 4 - 5 x 0,2 – 0,3 cm, creme, com esquâmulas, cilíndrico, central, base com
numerosas rizomorfas brancas. Anel persistente, membranoso. Esporada branca. Esporos com 6 - 10
x 3,8 - 5 μm, elipsoides, lisos, estramíneos, pseudoamiloides, com endospório metacromático muito
fino, sem poro germinativo, exospório violeta enegrecido, mas extremamente fino e homogêneo
quando visto em azul cresil e epispório hialino. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25-35
x 7,5-11 μm, clavados, hialinos. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo formando
uma paliçada, com elementos septados junto ao disco, 15 - 65 x 6,5 - 13 μm. Fíbulas ausentes.
Ocorre em solo, no interior de mata.
O píleo com umbo de colorido oliváceo distingue esta espécie de L. confusus, à qual se
assemelha. Ainda há confusão sobre o real posicionamento desta espécie.

Figura 128 B - Leucoagaricus olivaceomamillatus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


8- Rugosospora (Leucoagaricus) pseudorubiginosa (Cifuentes & Guzmán) Guzmán & Bandala,
Figura 129
Brenesia 32: 108. 1989.

Píleo de 1-5 cm de diâmetro, convexo a plano-convexo, umbonado, de cor café avermelhado


a café vináceo ou marrom-avermelhado, lepiotoide, rachando na superfície exceto no centro, com
escamas imbricadas, concêntricas, formando sulcos sobre o píleo. Lamelas livres, brancas. Estipe
45-100 x 3-5 mm, liso, cilíndrico, concolor com o píleo, com anel peronado de bordo vermelho a
café. Esporos hialinos 9-13 x 6-8 μm, elipsoides a ovoides, reticulados , dextrinoides, de parede
grossa, sem poro germinativo. Basídios 21-25 - 28 x 10-12 μm, clavados, hialinos, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 25-37,5 x 7,5-10 mm μm clavados a ventricosos, hialinos.
Camada cortical do píleo himeniforme, com células esferopedunculadas a clavadas de 37 - 95 x 7 -
20 μm, hialinas. Fíbulas presentes. Crescem em solo, gregários.
Os esporos reticulados foram o caráter utilizado para separar esta espécie de Leucoagaricus
e incluí-la em um gênero novo (Franco-Molano, 1995), junto a uma espécie africana (R.
ochraceobadia).
ROSA & CAPELARI (2009) citam esta espécie para Minas Gerais e FERREIRA &
CORTEZ (2012) para o Paraná com lindas fotos. GUZMÁN et al. (1989) têm informações
importantes sobre o gênero Rugosospora.

Figura 129- Rugosospora (Leucoagaricus) pseudorubiginosa: a- basidioma; b- esporos; c-


queilocistídios; d- elementos da camada cortical do píleo.
9- Leucoagaricus rubrotinctus (Peck) Singer, Figura 130
Sydowia 2: 36. 1948.

Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, campanulado no início a convexo ou aplanado umbonado
no amadurecimento, com superfície marrom violácea, rompendo-se em esquâmulas sobre uma
superfície creme, com margem apendiculada pelos restos do véu. Lamelas livres, membranosas,
brancas. Estipe com 40 - 51 x 2 - 3 mm, creme, com esquâmulas marrom vináceas, cilíndrico
recurvado, central, base com numerosas rizomorfas brancas. Anel persistente, membranoso, marrom
violáceo, próximo ao píleo. Esporada branca. Esporos 6 - 10 x 3,8 - 5 μm, alguns com 12,5-13,7
µm, elipsoides a subcilíndricos, estramíneos, pseudoamiloides, metacromáticos, de parede espessa e
sem poro germinativo. Basídios com apenas 2 esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
25-35 x 7,5-11,2 μm, clavados, hialinos, com incrustações cristalinas no ápice. Camada cortical
uma paliçada com elementos terminais 24,5-107,5 x 6,3-10 μm, cilíndricos, pigmentados de
marrom acinzentado. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal regular. Ocorre em solo, no interior de
mata.
Esta é a espécie-tipo da seção Rubrotincti Singer, na qual pertencem todos os Leucoagaricus
com esporos menores que 12 μm de comprimento e píleo fortemente colorido, tanto no disco como
nas esquâmulas (Singer, 1948).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Recife, Mata de Dois Irmãos, J. Putzke & F.
Wartchow, 22/VII/2003 (IMUR).

Figura 130 - Leucoagaricus rubrotinctus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos


da camada cortical do píleo.
10- Leucoagaricus (Leucocoprinus) sulphurellus (Pegler) A. P. Akers, Figura 131
In Akers et al., Mycotaxon 76: 48. 2000.
Kew Bull. Add. Ser. 9: 420. 1986.

Píleo 0,8 – 2,1 cm de diâmetro, campanulado a plano, de superfície amarela sulfúrea, com
pequenas esquâmulas marrom-acinzentadas; margem indistintamente sulcada; contexto fino
carnoso. Lamelas livres, amarelas sulfúricas, descolorindo ao toque para uma coloração azul
esverdeada, membranosas. Estipe 38-40 x 2,5-4,5 mm, cilíndrico, central, concolor ao píleo e
lamelas, oco. Esporos 6,2-7,2 x 3,7 μm, elipsoides, estramíneos, metacromáticos, com um pequeno
poro germinativo, parede lisa. Basídios 15-18 x 7,5-8 μm, clavados, 4 esterigmas. Pleurocistídios
30-50 (62) x 8-12 (15) μm, fusoides mucronados, hialinos, de parede fina. Queilocistídios 22,5-37,5
x 7,0-5-12 μm, inflado clavado a alguns fusoides, com um ápice subcapitado, largamente
arredondado, hialinos, de parede fina. Trama da lamela regular. Camada cortical do píleo uma
epícutis com elementos terminais (13,3) 15-35 (42) x 5-10 μm cilíndricos a clavados. Fíbulas
ausentes.
Ocorrem em solo no interior de mata, crescendo solitário.
Esta espécie se caracteriza pelo basidioma amarelo, pelas lamelas que cambiam para verde
azuladas ou amarronzadas quando tocadas ou machucadas, pelo tamanho dos esporos e pela
presença de pleurocistídios.
AKERS et al. (2000) transferem Leucocoprinus sulphurellus para o gênero Leucoagaricus.
WARTCHOW (2005) refere esta espécie para o estado de Pernambuco.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Recife, Mata de Dois Irmãos; L. Ryvarden &
F. Wartchow 04/II/2004 (URM, HCB).

Figura 131 – Leucoagaricus (Leucocoprinus) sulphurellus: a- basidiomas; b- esporos; c-


pleurocistídios; d- queilocistídios.
11- Leucoagaricus tricolor Singer, Figura 132
Fieldiana, Bot. 21: 98. 1989.

Píleo com até 0,6 cm de diâmetro, purpúreo com margem mais pálida, radiado fibriloso
purpúreo sobre fundo pálido, mas não sulcado nem pectinado nem rimoso, parcialmente
subesquamuloso, convexo, obtuso. Lamelas pálido gisáceas, amarronzadas quando secas, próximas,
livres. Estipe branco, pruinoso, igual ou com base levemente engrossada, 1 - 1,4 x 0,1 – 0,2 cm.
Anel fragmentário, fugaz, branco, pruinoso-pubescente. Contexto branco a esbranquiçado. Esporos
com (7,5-) 8,2-9 x 4,5-5,2 μm, elipsoides, de parede dupla e poro germinativo presente, hialinos,
pseudoamiloides, lisos. Basídios com 24-27 x 7,5-9,5 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios cilíndricos ou filamentosos, estramíneo-ocráceos, 23-38 x 5,5-10 μm, de paredes
finas. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal regular, hialina. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas com 2 – 8 μm de diâmetro, estramíneo-ocráceas, sem pigmento intraparietal nem
incrustante.
Cresce em solo, solitário. É uma das menores espécies de Leucoagaricus, o que ajuda na
identificação.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, 04/1978, Singer B 10868
(INPA).

Figura 132 - Leucoagaricus tricolor: a- basidioma; b- esporos.


12- Leucoagaricus wychanskyi (Pilát) Bom. & Boiffardt, Figura 133
Bulletin de la Société Mycologique de France 90 (4): 303. 1975.

Píleo de 4 – 6 cm de diâmetro, hemisférico convexo, não umbonado ou com um pequeno


umbo inconspícuo na forma de um disco central mais escuro, ocre avermelhado, ocre vináceo ou
cárneo, quando jovem lisa e uniforme e com o amadurecimento finamente e radialmente
esquamuloso, esquâmulas ocre-pardacentas. Lamelas livres, brancas, imutáveis. Estipe de 4 -7 x 0,6
– 1 cm, cilíndrico, com bulbo basal, branco, glabro e brilhante, com anel branco, membranoso e
persistente, de margem ocre-vinácea ou concolor à superfície do píleo. Contexto branco, imutável.
Odor ausente e sabor suave. Esporada branca. Esporos de 8 – 10 x 5 – 5,5 μm, elipsoides a
amigdaliformes, lisos, hialinos, com poro germinativo, pseudoamiloides e metacromáticos.
Queilocistídios claviformes a subfusiformes. Camada cortical do píleo formada por hifas cilíndricas
prostradas. Fíbulas ausentes.
Crescem em pequenos grupos em solo. O anel persistente e a coloração caracterizam esta
espécie.

Figura 133 - Leucoagaricus wychanskyi: a- basidioma;b- esporos.


10. LEUCOCOPRINUS Pat.

Basidiomas em geral frágeis, com píleo muito fino e membranoso, frequentemente flocoso-
escamoso, radialmente sulcado a sulcado-pectinado (lembrando um leque), especialmente na
margem. Lamelas livres, finas, próximas, às vezes algo deliquescentes. Estipe central, em geral oco
e com base bulbosa, sem volva, geralmente com anel. Contexto muito fino. Esporada branca, creme
ou amarelada. Esporos hialinos a amarelados sob o microscópio, lisos ou ornamentados, de parede
grossa, com ou sem poro germinativo, metacromáticos em azul cresil. Basídios clavados com 2 – 4
esterigmas. Pleuro- e queilocistídios presentes ou ausentes, versiformes. Trama himenoforal mais ou
menos regular. Camada cortical do píleo formada por hifas esparsa e irregularmente eretas.
Crescem geralmente em solo, preferencialmente de áreas sombreadas.
SINGER (1986) refere 13 espécies para o gênero, WASSER (1993) menciona 15 a 18 e
KIRK et al. (2001) citam 40. SMITH (1981) apresenta espécies que crescem associadas a vasos de
plantas, forma comum de aparecimento deste gênero.
CAPELARI & GIMENES (2004) descrevem como nova L. brunneoluteus.
ALBUQUERQUE et al. (2006) referem 16 espécies para o RS e ALBUQUERQUE & VICTORIA
(2012) uma espécie nova para o RJ. ROTHER & SILVEIRA (2009) referem 6 espécies ocorrentes
no Parque Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul. A espécie Leucocoprinus cf. medioflavus é
confirmada como tal neste trabalho. FERREIRA & CORTEZ (2012) citam L. cretaceus para o
Paraná. Até o momento as seguintes espécies estão confirmadas para o Brasil (além de L.
sulphurellus que atualmente é aceita em Leucoagaricus, mas está incluída na chave abaixo).
RAITHELHUBER (1988, 1991) cita outas espécies para o RS que necessitam ser revistas.
VALENCIA (2013) revisa os Leucocoprinus do Brasil e refere a ocorrência de 25 espécies.
As espécies Leucocoprinus bulbipes (Mont.) Raith., Leucocoprinus cristatula (Rick) Raith.,
Leucocoprinus phaeopus (Rick) Raith, Leucocoprinus proletarius (Rick) Raith., Leucocoprinus
revolutus (Rick) Raith., Leucocoprinus rivulosus Raith. e Leucocoprinus russoceps (Berk. & Br.)
Raith. necessitam ser revistas à luz da taxonomia moderna e redescritas, sendo que foram aqui
incluídas na chave para facilitar a identificação de possíveis recoletas. Leucocoprinus inflatus
Raithelh. Descrita em RAITHELHUBER (1987) é inválida por não ter tido sido apresentada
diagnose latina de acordo com VELLINGA (2009). O autor estabeleceu este nome novo para
Lepiota trombophora publicada em RICK (1961).
Leucocoprinus sulphurellus Pegler citada para MG por ROSA & CAPELARI (2009), SP por
PEGLER (1997) e PE por WARTCHOW et al. (2008) é aqui discutida sob Leucoagaricus.
Leucocoprinus straminellus (Bagl.) Narducci & Caroti citada para o RS por
ALBUQUERQUE et al. (2006) é conspecífica com Leucocoprinus denudatus (Rabenh. ex Fr.)
Singer sendo descrita sob este gênero.
Leucocoprinus venezuelanus Dennis foi citado para MG por ROSA & CAPELARI (2009),
para SC – como cf. por KARSTEDT & STURMER (2008) e para SP por PEGLER (1997), mas o
único exemplar localizado foi verificado ser, na verdade, L. brebissonii segundo GIMENES (2007).
As espécies citadas para o Brasil são as seguintes (as destacadas em negrito estão descritas
mais abaixo e o asterisco indica que estão na chave de identificação):
*- Leucocoprinus birnbaumii (Corda) Singer (SP, RS, CE) - SOBESTIANSKY (2005).
ALBUQUERQUE et al. (2006). (PR) – MEIJER (2008). NASCIMENTO & ALVES (2014).
(SP) - VILDOSO (2010). (SP) – PEGLER (1997). (SP) - GRANDI et al. (1984). (RS) –
ROTHER (2007). SC – VALENCIA (2013). (MT) LODGE & SOURELL (2015).
*- Leucocoprinus brebissonii (Godey) Locquin (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006); (PR)
MEIJER (2008). (SP) - VILDOSO (2010). (SP) – PEGLER (1997). (RS) – ROTHER (2007).
*- Leucocoprinus brunneoluteus Capelari & Gimenes (SP) - CAPELARI & GIMENES (2004).
(SC, ES, RJ) – VALENCIA (2013).
- Leucocoprinus brunescens (Peck) Locq. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
*- Leucocoprinus bulbipes (Mont.) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006)
*- Leucocoprinus cepistipes (Sow. ex Fr.) Pat. (RS, SP) - ALBUQUERQUE et al. (2006). (PR) –
MEIJER (2008). (SP) - BONONI et al. 1981a). – SINGER (1953). (RS) – ROTHER (2007).
*- Leucocoprinus citrinellus (Speg.) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). (AC) –
BONONI (1992). (SP) CAPELARI (1989).
*- Leucocoprinus cretaceus (Bull. Ex Fr.) Locq. (RS) - SOBESTIANSKY (2005). (PR) –
MEIJER (2008). FERREIRA & CORTEZ (2012). (RS) – ROTHER (2007); ROTHER &
SILVEIRA (2008). (MT) LODGE & SOURELL (2015).
*- Leucocoprinus cristatula (Rick) Raith (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006).
*- Leucocoprinus denudatus (Rabenh. ex Fr.) Singer (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006),
considerada sinonímia de Leucocoprinus straminellus.
- Leucocoprinus fibrillosus Raith. (RS) - baseado em Lepiota erythrella ss. Rick. (RS) -
ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser revisto.
*- Leucocoprinus fluminensis Albuquerque & Victoria – (RJ) – ALBUQUERQUE & VICTORIA
(2012), ver descrição neste trabalho.
*- Leucocoprinus fragilissimus (Rav.) Pat. (RS)- ALBUQUERQUE et al. (2006). (PR) –
MEIJER (2008). (CE) - NASCIMENTO & ALVES (2014). (SP) – PEGLER (1997). (SP) -
BONONI et al. (1981a). (RS) – ROTHER (2007). SC – VALENCIA (2013). (MT) LODGE &
SOURELL (2015).
*- Leucocoprinus ianthinus (Sacc.) P. Mohr (RJ) - Albuquerque et al. (2007). SC – VALENCIA
(2013).
*- Leucocoprinus lilacinogranulosus (Henn.) Locq. (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007).
*- Leucocoprinus longistriatus (Peck) H. V. Sm. & N.S. Weber – (MG) ROSA & CAPELARI
(2009); (RS) RICK (1961). SC – VALENCIA (2013).
- Leucocoprinus cf. medioflavus (Boud.) Bom. (RS) – ROTHER & SILVEIRA (2009). (RS) –
ROTHER (2007).
*- Leucocoprinus meleagris (Sow. ex Rick) Raith. (RS, SP) - ALBUQUERQUE et al. (2006).
(SP) – PEGLER (1997).
*- Leucocoprinus nigricans Jezek (PE, Brasil) – JEZEK (1973). cf. em WARTCHOW (2005).
*- Leucocoprinus noctiphilus (Ell.) Hein. ss. Rick (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006).
DRECHSLER et al. (2007).
*- Leucocoprinus phaeopus (Rick) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). Está descrito
em Lepiota mais acima e na chave deste gênero.
*- Leucocoprinus proletarius (Rick) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser
revisto.
*- Leucocoprinus revolutus (Rick) Raith. (RS)- ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser
revisto.
*- Leucocoprinus rivulosus Raith. (baseado em Lepiota sordescens Berk. & Curt. ss. Rick) (RS) -
ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser revisto.
*- Leucocoprinus russoceps (Berk. & Br.) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita
ser revisto.
- Leucocoprinus tenellus (Boud.) Locq. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). Necessita ser revisto.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE LEUCOCOPRINUS ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Píleo amarelado, pelo menos no disco central ......................................... 2
1.2 Píleo de outras cores, às vezes apenas com esquâmulas amareladas ..... 6

2.1 Crescendo em madeira (ramos mortos), sem odor aparente ......... L. citrinellus
2.2 Crescendo em solo ou húmus, eventualmente com odor agradável. ....... 3

3.1 Pleurocistídios presentes; lamelas cambiando de cor para marrom-rosado a verde-azulada


quando machucadas ................. L. sulphurellus (= Leucoagaricus)
3.2 Pleurocistídios ausentes; lamelas se cambiando de cor, para tons diferentes............ 4

4.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, com odor agradável ........ L. denudatus
4.2 Píleo com mais de 2,5 cm de diâmetro, em geral com até 5 cm, sem odor
característico ................... 5

5.1 Píleo branco com o centro apenas amarelado; esporos constritos no ápice que fica curto-
cilíndrico ............. L. fragilissimus (Rav.) Pat.
5.2 Píleo completamente amarelado; esporos não constritos, ovoides a elipsoide ....... ............ L.
birnbaumii (Corda) Singer (se umbo castanho escuro conferir L. brunneoluteus).

6.1 Píleo com pequenas esquâmulas negras; bordo da lamelas algo serrulado; esporos 5 - 7 x 4 - 4,5
µm ....................... L. noctiphilus (Ell.) Hein ss. Rick para o RS.
6.2 Esporos geralmente maiores ou, se com as dimensões expostas acima, então píleo e lamelas
diferentes ................... 7

7.1 Píleo marrom-oliváceo, com até 2,5 cm diâmetro; estipe extremamente longo, 70 - 85 x 2,5 – 4
mm ............................ L. proletarius (Rick) Raith.
7.2 Píleo sem coloração olivácea, em geral maior e estipe proporcionalmente longo ........ 8

8.1 Píleo com esquâmulas vermelhas sobre superfície marrom, cambiando para amarelo ou
vermelho quando machucado e para marrom escuro quando desidratado......... L. meleagris
8.2 Píleo não como acima, não descolorindo................ 9

9.1 Píleo com até 15 mm diâmetro, crescendo no solo .................................... 10


9.2 Píleo com mais de 15 mm diâmetro, crescendo em solo ou madeira ..........12

10.1 Bordo das lamelas algo serrulado; estipe amarelado na metade


basal ........ ......................................................................... L. cristatula
10.2 Bordo das lamelas não serrulado; estipe marrom-pálido ................. 11

11.1 Píleo cônico-campanulado, tornando-se cônico-convexo.... L. phaeopus


11.2 Píleo hemisférico, tomando-se aplanado ............................L. revolutus

12.1 Píleo com centro negro rompendo-se em esquâmulas escuras em direção à margem sobre
fundo branco; camada cortical do píleo tricodermial, com elementos apresentando 27,5-50 (66) x
7,5-15 μm ................................................................ L. nigricans
12.2 Píleo de outras cores ou, se apresentando centro negro, a camada cortical não é
tricodermial ...........................................12’

12’.1 Em madeira morta .....................L. rivulosus


12’.2 Em madeira ou em solo.......................................13

13.1 Píleo laranja-rosado; crescendo em campos .................... L. fibrilosus


13.2 Píleo com outras cores; crescem em campo ou florestas ................... 14

14.1 Píleo branco, às vezes marrom-acinzentado a marrom avermelhado no centro ......... 15


14.2 Píleo pigmentado, ou com centro lilás .......................................................................16

15.1 Píleo branco puro, às vezes marrom-acinzentado no centro, mas geralmente creme, com
esquâmulas marrons; estipe inflado na base (bulboso) ....................................... ..............................
L. cepistipes (se disco central do píleo com esquâmulas marrom-avermelhadas; estipe cilíndrico e
esporos elípticos-globosos é L. fluminensis)
15.2 Píleo totalmente branco, com esquâmulas igualmente
brancas .................. ............................................................................ L. cretaceus

16.1 Píleo ocre a marrom-amarelado, esporos com 7,2 - 9,0 x 4,2 - 4,6 µm ....L. russoceps
16.2 Píleo pálido, com centro negro ou píleo branco com disco marrom, ou com pigmento lilás;
esporos com 10 - 14 x 6 - 7,5 µm ou menores................... 17

17.1 Píleo pálido com centro negro..................L. bulbipes


17.2 Píleo branco a amarelado com disco marrom ou lilás............... 18

18.1 Píleo amarelado com umbo castanho escuro; escamas


acastanhadas ............... ....................................L. brunneoluteus
18.2 Píleo branco com disco marrom ou lilás............................................ 19

19.1 Disco lilás ...................................20


19.2 Disco marrom ou mais escuro ............................21

20.1 Píleo com até 5 cm de diâmetro; queilocistídios largo fusoides a calvados ou subglobosos, com
40-60 x 10-23 μm .......................................... L. lilacinogranulosus
21.2 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro; queilocistídios com 17-20 x 7-10 μm, cilíndricos a sub-
clavados .............................. L. ianthinus

21.1 Camada cortical do píleo com hifas prostradas; esporos 6,5 - 8,5 x 4 - 5,5
µm ............... ....................... L. venezuelanus
21.2 Camada cortical do píleo himeniforme ou se com hifas prostradas, algumas ficam eretas e
esporos são maiores ....................................22

22.1 Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos ovoides, elipsoides a clavados, 25-70 x
12-27 μm................. ............................... ........................ L. brebissonii
22.2 Camada cortical do píleo com hifas prostradas em alguns pontos erguidas, mas sem formar
tricoderme.................... L. longistriatus
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE LEUCOCOPRINUS MAIS ENCONTRADAS:

1- Leucocoprinus birnbaumii (Corda ) Singer, Figura 134


Sydowia 15: 67 (1962).

Píleo de 2-6 cm de diâmetro, ovoide tornando-se cônico ou com formato de sino, finalmente
expandindo a campanulado, com o ápice truncado ou aplanado; superfície amarelada, com umbo
amarelo ou alaranjado, seca e escamosa (flocoso, fácil de remover), curtamente plicado-estriada até
o meio do disco central. Lamelas livres, amarelo enxofre, largas, estreitas, moderadamente
próximas. Estipe 3-10 x 0,1-0,5 cm, cilíndrico ou com uma base levemente proeminente 5-6 mm de
diâmetro, às vezes afinando em direção ao ápice, oco; superfície concolor com o píleo, com
escamas floculosas acima. Anel membranoso ou fragmentado, algumas vezes evanescente, concolor
com o estipe. Contexto fino, carnoso, concolor com o píleo ou mais claro. Esporada branca. Esporos
de 7-13 x 4,7-8 μm, ovoide a elipsoides, truncados até o ápice por um pequeno mas distinto poro
germinativo, hialinos, fortemente dextrinoides, com uma parede grossa e complexa. Basídios com
16-41 x 8-9,5 μm, inflado clavado, formando 4 esterigmas curvos. Borda da lamela estéril.
Queilocistídios versiformes mas principalmente de dois tipos os quais estão misturados: (a) curtos,
inflados a piriformes, com 15-22 x 10-15 μm; (b) alongados a lageniformes, com 40-50 x 11-13 μm
(até a base); ambos os tipos são de parede fina e hialinos. Pleurocistídios ausentes. Camada cortical
do píleo uma epicutis mal definida de hifas livres, ramificando-se para formar cadeias cilíndricas,
de elementos de paredes finas, os quais tornam-se fragmentários para formar floculação livre;
elementos individuais 20-90 x 2-10 μm, com parede fina, hialina ou amarelada.
Crescem solitários a gregários em interior de mata ou em locais expostos, mas em geral à
sombra. Espécie muito tóxica.
CAPELARI & GIMENES (2004) descreveram para o Brasil L. brunneoluteus, espécie
próxima de L. birnbaumii, mas difere por apresentar umbo castanho-escuro distinto, coloração das
escamas castanha e pela consistência membranácea do basidioma.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Encosta do Morro da Grota,25/VI/2005, M.S. Rother, ICN (067/05).

Figura 134 – Leucocoprinus birnbaumii: a- basidiomas; b- esporos.


2- Leucocoprinus brebissonii (Godey) Locquin, Figura 135
Bull. Soc. Linn. Lyon 12:41 (1943)

Píleo com 2-5 cm de diâmetro, frágil, cônico-campanulado tornando-se aplanado,


obtusamente umbonado; superfície marrom-acinzentado-escura, fusco a marrom castanho até o
disco, em algumas partes rompido e formando pequenas escamas marrons floculosas, sobre um
fundo branco, fortemente plicado sulcado até o meio ou mais do disco, frequentemente separável.
Lamelas livres, brancas, de até 3 mm de largura, sub-próximas, com lamélulas de dois tamanhos,
margem serrulada. Estipe 3,5-8 x 0,2-0,4 cm, cilíndrico, expandindo levemente na base, oco;
superfície branca, finalmente granulosa tornando-se glabrescente. Anel membranoso, persistente,
reflexo peronado, branco. Contexto de até 1 mm de espessura no disco, algumas vezes muito fino,
branco, de parede fina, hialina, hifas infladas, com 5-18 μm de diâmetro. Esporos de 10-12,5 (-14) x
6-7,5 μm, elipsoide, truncado por um poro germinativo apical, hialino, pseudoamiloides, com uma
parede complexa. Basídios com 18-21 x 8-9 μm, curto clavados, formando 4 esterigmas,
entremeados com braquicistídios. Borda da lamela estéril, cheio de queilocistídios. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios 45-60 x 6-15 μm, alongados, cilíndricos a clavados, frequentemente
constritos, no início mucronados, hialinos, de parede fina. Trama himenoforal regular, hialina, com
hifas infladas, 4-13 μm de diâmetro. Camada subhimenial de hifas entrelaçadas. Camada cortical do
píleo himeniforme até o disco, com elementos ovoides, elipsoides a clavados, com 25-70 x 12-27
μm, de parede fina, contendo um pigmento vacuolar marrom acinzentado.Cresce solitário em
interior de mata. L. fragilissimus difere por apresentar basidiomas bastante frágeis e delicados, píleo
com a coloração mais clara e pela presença de esferocistos e ausência de queilocistídios. L.
venezuelanus Dennis difere por apresentar esporos menores, com 6-8 x 4-5 μm (Dennis, 1961).
PUSHPA & PURUSHOTHALMA (2011) apresentam descrição recente desta espécie encontrada na
Índia.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Praia da Predreira, 22/X/2005, M.S. Rother 089/05 (ICN).

Figura 135 – Leucocoprinus brebissonii: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.

3- Leucocoprinus brunneoluteus Capelari & Gimenes, Figura 136


Hoehnea 31(3): 331-335. 2004.

Píleo com 3 – 5 cm de diâmetro, de cônico no primórdio a aplanado-umbonado, amarelo


forte e umbo central marrom-alaranjado, rompendo-se para formar esquâmulas concolores ao umbo,
plicado-estriado. Lamelas remotas, amareladas, próximas. Estipe 4-10 x 0,1 0,7 cm, bulboso,
concolor ao píleo, fibriloso, fistuloso. Anel frágil, membranoso, efêmero, ascendente, superior,
concolor ao píleo. Esporada branca. Esporos com (-7) 10-12 x 6-8 (-9) μm, elipsoides, hialinos,
metacromáticos e pseudoamiloides, com poro germinativo truncado. Basídios 16-28 x 8-10 μm,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30-60 x 10-14 μm, de cilíndricos a
clavados, de parede e hialina. Camada cortial do píleo himeniforme, formada por hifas catenuladas
que terminam em elemento elipsoide ou clavado com 70- 90 x 10-15 μm. Fíbulas presentes.
Crescem solitários ou gregários em solo de interior de florestas.
Espécie descrita como nova para o Brasil em CAPELARI & GIMENES (2004), portanto
mais detalhes podem ser encontrados neste trabalho. Difere das próximas com coloração amarelada
forte, por apresentar um umbo e esquâmulas amarronzadas, esporos ovoides a elipsoides, com 10 –
12 x 7 – 9 μm.
Crescem em solo. CAPELARI & GIMENES (2004) descrevem esta espécie.
Material examinado: BRASIL, São Paulo, São Paulo, Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga, Arboreto, 23°39'S, 46°37'W, 12-XII-2001, U. C. Peixoto s.n., SP (307880).

Figura 136 - Leucocoprinus brunneoluteus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4- Leucocoprinus cepistipes (Sow. Ex Fr.) Pat. , Figura 137
Tab. Analyt, Fung. Fasc.7: 45 (1889).

Píleo 2-4 cm de diâmetro, inicialmente ovoide depois cônico, obtusamente umbonado,


finalmente campanulado ou expandindo; superfície branca tornando-se creme ou marrom
acinzentada até o disco, coberto com escamas granulosas castanhas no disco e fibrilado no restante,
plicado-estriado até a margem. Lamelas livres, brancas ou cremes, de até 7 mm de largura,
próximas, com lamélulas de três tamanhos, borda concolor. Estipe 3-6 x 2-3 mm, cilíndrico
tornando-se fusiforme, inflado (6-8 mm de diâmetro) junto à base, oco, central, fibroso; superfície
branca a creme, algumas vezes com pigmento rosado, com escamas brancas pulverulentas. Anel
membranoso, móvel, branco, logo se fragmentando, preso na região mediana do estipe. Contexto
fino, esbranquiçado, macio. Esporos 7,5-10,5 x 6-7 μm, curto ovoides a elipsoides, truncados por
um poro germinativo apical, hialinos, dextrinoides. Basídio 16-18 x 9-11 μm, inflado clavado,
formando 4 esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Borda da lamela estéril. Queilocistídios de 30-80 x
5-20 μm, muito variáveis, mas frequentemente clavados e quase sempre mucronados,
frequentemente constritos até o ápice, ocasionalmente bifurcados, parede fina, hialina. Trama
himenoforal regular, hialina. Camada cortical do píleo uma epicutis de cadeias de hifas entrelaçadas
hialinas de parede fina; elementos individuais 20-90 x 2-20 μm, algumas vezes formando fascículos
eretos entrelaçados, produzindo escamas, as quais podem incluir dermatocistídios similares a
queilocistídios. Contexto formado por hifas infladas 2-18 μm de diâmetro.
A espécie cresce como gregária ou cespitosa, no solo ou em troncos de árvores caídas no
interior da mata. Em vários trabalhos é citada como L. cepaestipes. PUSHPA &
PURUSHOTHALMA (2011) apresentam descrição recente desta espécie encontrada na Índia.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Praia da Pedreira, 22/X/2005, M.S. Rother 090/05 (ICN); Praia das Pombas, 18/IV/2006, M.S.
Rother 132/06 (ICN).

Figura 137 – Leucocoprinus cepistipes: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


5- Leucocoprinus citrinellus (Speg.) Raith., Figura 138
Metrodiana 15(1): 9. 1987; Lepiota citrinella Speg. in An. Mus. nac. Buenos Aires, Ser. II, 6:
90. (‘1898’)1899 (Fungi Arg. novi v. crit.).

Píleo com 0,5 – 2 cm de diâmetro, citrino, membranáceo, elíptico a subgloboso no início e


depois aplanado e levemente umbonado (umbo com até 3 mm de altura), pulverulento
subfurfuráceo no centro, estriado sulcado na margem até quase o centro, de margem inteira.
Lamelas próximas, atenuado agudas, branco citrinas, de bordo inteiro. Estipe frágil, com 2 – 6 x 0,1
– 0,4 cm, de base mais ou menos engrossada mas não bulbosa, branco citrino, pruinoso furfuráceo,
subfistuloso. Anel móvel, membranáceo, concolor ao estipe, descendente, persistente. Esporos com
7 – 8 x 4,5 – 5 μm, ovoides, lisos, hialinos e de parede fina.
Gregários a cespitosos sobre ramos mortos. Este hábito, as dimensões reduzidas e a cor
citrina diferem esta espécie das demais do gênero.
Novas coletas precisam ser feitas para confirmar a identidade deste material.

Figura 138 - Leucocoprinus citrinellus: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical


do píleo
6- Leucocoprinus cretaceus (Bull. Ex Fr.) Locq., Figura 139
Bull. mens. Soc. Linn. Lyon 14: 93. 1945.

Píleo branco, com 3 – 11 cm de diâmetro, de hemisférico a campanulado a convexo ou plano


convexo, levemente umbonado ou não, com escamas ou flóculos piramidais ou cônicos e brancos,
facilmente removidos com o manuseio. Contexto esbranquiçado ou pálido, algo sórdido com a
idade. Lamelas livres, brancas, próximas. Estipe 3 – 10 x 0,5 – 1 cm, branco a creme quando
tocado, central, oco, fibroso, com escamas iguais às do píleo, de base fortemente bulbosa, bulbo
com 5,5 – 6,5 mm de diâmetro. Gosto de suave a muito forte e desagradável. Esporada branca a
creme-pálida. Esporos 8 – 12 x 5,5 – 7,5 μm, elipsoides a oblongos, levemente amigdaliformes,
cianófilos e com poro germinativo, hialinos, de parede grossa. Basídios 18 – 28 x 8 – 12 μm,
clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Borda da lamela estéril, com queilocistídios de 40
– 100 x 7 – 20 μm, estreito-clavados a fusiformes ou lageniformes, às vezes cilíndricos e raro
clavados, hialinos ou com conteúdo pigmentado no ápice. Pleurocistídios ausentes. Trama da lamela
regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, de parede fina, sem fíbulas.
Solitário a cespitoso sobre troncos de árvores.
Leucocoprinus squamulosus (Mont.) Pegler, difere por não apresentar anel e estipe não
bulboso (Pegler, 1983) e L. cepistipes (J. Sowerby ex Fr.) Pat., tem esquâmulas ocráceas a marrom
claras na superfície do píleo (Candusso & Lanzoni 1990).
Espécie citada para o RS por SOBESTIANSKY (2005) e ROTHER & SILVEIRA (2009). L.
cretaceus foi citada também para os estados de Pernambuco (Wartchow et al., 2008) e Paraná
(Meijer, 2006).
A espécie branca descrita como L. cepaestipes em PEGLER (1986), de acordo com
VELLINGA (2001), trata-se na verdade de L. cretaceus (Bull.) Locq. NIVEIRO et al. (2012)
apresentam esta espécie encontrada pela primeira vez para a Argentina
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Praia da Pedreira, 9/04/2005, M.S. Rother 024/05 (ICN); 22/10/2005, M.S. Rother 088/05 (ICN).

Figura 139- Leucocoprinus cretaceus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


7- Leucocoprinus denudatus (Rabenh. ex Fr.) Singer, Figura 140
Lilloa 22: 424. ('1949') 1951; Agaricus denudatus Rabenh. in Hedwigia 6: 45. 1867; Lepiota
denudata (Rabenh.) Sacc., Syll. Fung. 5: 52. 1887.
Sinonímia de Leucocoprinus straminellus de acordo com Vellinga (2009).

Píleo com 1,7 – 2,5 cm de diâmetro, campanulado a convexo ou cônico e ficando mais tarde
aplanado, pálido-amarelado, pulverulento, com margem estriada. Lamelas livres, pálido-amareladas
a cremes, de bordo liso. Estipe com 4,5-6 x 0,2-0,4 cm, cilíndrico, oco, pálido amarelado,
pulverulento. Anel pálido amarelado, membranoso ou fragmentário. Contexto fino, concolor, odor
agradável. Esporos ovoides a curto-elípticos ou subglobosos, hialinos, lisos, de parede grossa, com
5,2-6 x 3,5- 4,6 μm, pseudoamiloides, sem poro germinativo. Basídios clavados 12-15 x 6-7 μm,
com 4 esterigmas. Queilocistídios fusiformes a ventricosos ou pseudoparafisoides, com 15-35 x 7-
10 μm. Camada cortical do píleo formada por células subglobosas, subisodiamétricas, 10-30 (40)
μm de diâmetro, com suporte cilíndrico, septado. Pigmento predominantemente vacuolar. Septos
sem fíbulas.
Crescem em solo, solitários ou gregários.
ALBUQUERQUE et al. (2006) confirmam a ocorrência desta espécie para o RS a partir das
citações de RAITHELHUBER (1991).

Figura 140 – Leucocoprinus denudatus: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.


8- Leucocoprinus fragilissimus (Berk. & M.A. Curtis) Pat., Figura 141
Essai Hymen. (Lons-le-Saunier): 171 (1900).

Píleo com 0,5-3,5 cm de diâmetro, convexo e depois mais aplanado ou depresso na


maturidade, às vezes umbonado, branco a branco-amarelado, com umbo mais amarelado ou
totalmente branco, translúcido na metade marginal, superfície seca, coberta por minúsculas
esquâmulas de coloração branco-amarelada, bordas planas, com margem plicada até o centro,
desmanchando-se rapidamente após coletados, subdeliquescente.. Contexto membranoso, muito
fino, de coloração branca. Lamelas livres, colariadas, brancas, moderadamente próximas,
membranosas, colapsando rapidamente. Estipe 50-70 x 2-3 mm, central, cilíndrico, branco pálido,
de superfície com poucas e minúsculas esquâmulas flocosas; fistuloso, de consistência fibrosa;
contexto branco. Anel persistente, mediano a geralmente súpero, branco a amarelado, simples,
ascendente, membranoso, afunilado e fino. Esporos 10 – 12,5 x 6 - 8,8 μm, elipsoides a largo
elipsoides, com região cilíndrica terminando em um grande poro germinativo, hialinos, parede
espessa e lisa, dextrinoides, metacromáticos em Azul Cresil. Esporada branca. Basídios 20-29 x 9-
12 μm, clavados, hialinos, parede fina e lisa, com 4 esterigmas de 1,5-3 μm de comprimento.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes, mas dificilmente observados porque as lamelas
desmancham rapidamente, clavados 13-25(-36) x 9-15 μm. Trama himenoforal regular, formada por
hifas hialinas, de parede fina e lisa. Camada cortical do píleo formada por hifas hialinas, prostradas
e pouco ramificadas, de parede fina e lisa, 5-18 μm, apresentando esferocistos com 28-40 x 20-35
μm de diâmetro e elementos levemente cilíndricos, com 45 – 100 x 7,5 – 15 μm, eretos onde se
concentram as fibrilas. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários ou gregários em solo no interior da mata. A consistência membranácea e
a coloração geral mais amarelo-pálida diferem esta de L. birnbaumii. Foi citada para outras regiões
do Brasil como São Paulo (Bononi et al., 1981; Capelari, 1989; Pegler, 1997), Paraná (Meijer,
2006) e Pernambuco (Wartchow et al., 2008). NIVEIRO et al. (2012) citam esta espécie encontrada
pela primeira vez para a Argentina. PUSHPA & PURUSHOTHALMA (2011) apresentam descrição
recente desta espécie encontrada na Índia.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Encosta do Morro da Grota, 1/IV/2006, M.S. Rother 117/06 (ICN); Pernambuco: Recife, Mata de
Dois Irmãos, 4/II/2004, B.T. Goto et al. s.n. (URM 78665).

Figura 141 – Leucocoprinus fragilissimus: a- basidioma (está deitado em função do


tamanho); b- esporos.
9 - Leucocoprinus ianthinus (Sacc.) P. Mohr, Figura 142
Boletus 18 (2): 48. 1994.

Píleo com 1 - 2,5 cm de diâmetro, carnoso, campanulado, branco, mas com centro marrom-
vináceo, formando esquâmulas diminutas, de margem sulcado-estriada, com fibrilas violeta-escuras.
Lamelas livres, brancas, próximas, de bordo fimbriado. Estipe 3-4 x 0,2-0,3 cm, cilíndrico com base
bulbosa, branco, mas metade basal marrom vinácea, finamente fibriloso, com anel frágil,
membranoso, ínfero, branco. Esporada branca. Esporos com 8-10 x 5-6,5 (-7) μm, elipsoides,
amigdaliformes em vista frontal, hialinos, pseudoamiloides, metacromáticos, de parede lisa e
engrossada, com poro germinativo truncado. Basídios com 18-25 x 9-10 μm, clavados,
tetrasterigmatados. Queilocistídios com 17-20 x 7-10 μm, deixando o bordo da lamela estéril, em
fascículos, cilíndricos a sub-clavados ou largo clavados a ventricosos, de parede lisa e hialinos.
Camada cortical do píleo formada por duas camadas, a mais interna com hifas desarticuladas de 6-
15 μm de diâmetro, sobre a qual se instala outra camada de hifas ovoides e células esféricas de 15-
37 x 10-23 μm, amarelo-amarronzadas em H2O, pálidas em KOH. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários. Esta espécie é próxima de L. lilacinogranulosus sendo sinonimizada com
esta por alguns autores.

Figura 142 - Leucocoprinus ianthinus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


10- Leucocoprinus lilacinogranulosus (Henn.) Locq., Figura 143
Bulletin Mensuel de la Société Linnéenne de Lyon 12: 95. 1943.

Píleo com 1 – 5 cm de diâmetro, campanulado a largo campanulado ou plano, com umbo


obtuso, plicado a até 2/3 do raio, fino-carnoso, granuloso a flocoso, purpúreo a marrom-violáceo ou
lilás, mais escuro no centro, com fundo esbranquiçado ou amarelado, membranoso. Estipe fino e
frágil, 3 - 4 x 0,1 – 0,2 cm, com base bulbosa, oco, branco a amarelado acima do anel, abaixo deste
branco e com fibrilas liláses na base. Anel ascendente, evanescente, com a cor da margem do píleo.
Lamelas livres, moderadamente próximas, brancas. Esporos com 8,0-11 x 6,2-7,5 μm, elipsoides a
amigdaliformes, hialinos, com poro germinativo truncado, pseudoamiloides. Basídios com 20-40 x
7-12 μm, calvados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios largo fusoides a
calvados ou subglobosos, com 40-60 x 10-23 μm. Camada cortical do píleo formada por elementos
globosos a largo cilíndricos, às vezes algo diverticulados, com 25 μm de diâmetro, com pigmento
intracelular. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo. Muita variação em forma de esporos resultou na descrição inclusive de
variedade com esporos subglobosus. GIERCZYK & DUBIEL (2014) apresentam descrições e
ilustrações de um achado da Polônia, com excelentes discussões dos limites.

Figura 143 - Leucocoprinus lilacinogranulosus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


11- Leucocoprinus longistriatus (Peck) H. V. Sm. N. S. Weber, Figura 144
Contr. Univ. Mich. Herb. 15: 299. 1982.

Píleo com 2,5 – 4 cm de diâmetro, convexo no início a aplanado côncavo quando maturo,
branco-creme nas margens a marrom-escuro no centro, escamoso (escamas fibriloso prostradas), de
margem estriado-plicada. Contexto branco, imutável, odor e sabor fúngico. Lamelas livres, brancas,
mas mais escuras na maturidade, próximas. Estipe 6-10 x 0,2 – 0,3 cm, cilíndrico mas com base
subulbosa, branco, finamente fibriloso, com anel frágil, membranoso, ascendente, branco. Esporada
branca. Esporos com 10 - 12 x 6 - 8 μm, elipsoide alongados, hialinos, pseudoamiloides,
metacromáticos, de parede lisa, grossa, com poro germinativo truncado. Basídios com 20-55 x 10-
14 μm, clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 55-70 x 16-20
μm, deixando o bordo da lamela estéril, versiformes, alguns apresentando papila no ápice, lisos e
hialinos. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, mas com algumas hifas levantadas,
mas sem formar uma tricoderme, com 6-11 μm de diâmetro. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários a gregários em serapilheira de interior de mato.

Figura 144 – Leucocoprinus longistriatus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


12- Leucocoprinus meleagris (Sow.) S. F. Gray, Figura 145
Bull. Soc. Linn. Lyon. 14:93 (1943)

Píleo com 3-6 cm de diâmetro, convexo, algumas vezes subumbonado; superfície coberta
por pequenas fibrilas pardas a fuscas, escamas sobre um fundo branco, amarelo ou azulado, marrom
escuro quando seco; margem sulcado-estriada. Lamelas livres, remotas, esbranquiçadas tornando-se
azuladas a marrom ferrugem, ventricosas, 3-4 mm de largura, próximas, com lamélulas de dois
tamanhos. Estipe 4-5 cm x 3-4 mm, cilíndrico, levemente expandindo até a base para 5 mm de
diâmetro, fistuloso; superfície branca, escurecendo junto à base, manchas amareladas acima,
avermelhando junto a base. Anel branco, fino, membranoso, mediano ao estipe, evanescente.
Contexto branco depois amarelando, finalmente marrom quando seco. Esporos 8-10 x 5,5-6,5 μm,
largamente elipsoides, levemente truncado apicalmente por um pequeno mas distinto poro
germinativo, hialinos ou com um pigmento cinza, pseudoamiloides, com uma parede espessa.
Basídios 16-20 x 9-11 μm, curto clavados a piriformes, tetrasporados. Queilocístidios abundantes,
frequentemente em grupos fasciculados, 30-60 x 12-16 μm, elipsoides a curto cilíndricos,
frequentemente com um ápice mucronado (7-27 x 3-4,5 μm), parede fina, hialinos com conteúdo
vacuolar granuloso marrom. Pleurocistídios ausentes. Trama himenoforal regular, hialina, de hifas
de parede fina, 2-5 μm de diâmetro. Camada subhimenial estreita, de hifas entrelaçadas. Camada
cortical de hifas prostradas com tufos suberetos inflados de elementos terminais clavados, 50-105 x
11-20 μm, com ápice agudo ou obtuso, parede fina, preenchido com conteúdo marrom granuloso.
Todas as hifas sem fíbulas.

Figura 145 – Leucocoprinus meleagris: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos


eretos da camada cortical do píleo.
13- Leucocoprinus cf. nigricans Jezek, , Figura 146
C.C.H. 50: 78. 1973.

Píleo com até 2,3 cm de diâmetro, plano-umbonado, enegrecido no disco, rompendo-se em


pequenas esquâmulas em direção à margem, sobre uma superfície branca, sulcada próxima à
margem; contexto submembranoso. Estipe 4,4 x 0,2 cm, central, clavado (4 mm na base), branco,
liso, glabro, oco. Anel persistente, membranoso, branco com margem acinzentada, membranoso,
posição mediano-superior. Lamelas livres, brancas, membranosas, próximas. Esporos (9) 9,5-12
(12,5) x 6,2-7,2 μm, elipsoides, hialinos, pseudoamiloides, de parede complexa, metacromática, de
ápice truncado apresentando um conspícuo poro germinativo. Basídios 17,5-25 x 10-13 μm,
clavados, 2 a 4 esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios não observados. Camada
cortical uma tricoderme com elementos terminais 27,5-50 (66) x 7,5-15 μm, curto-cilíndricos a
subclavados, de conteúdo marrom, parede hialina moderadamente espessada. Fíbulas ausentes.
Trama himenoforal aparentemente regular, mas muito inconspícua. Cresce em tronco de árvore
morta no interior de mata.
PUTZKE (1994) cita a ocorrência de Leucocoprinus nigricans a partir do trabalho de
JEZEK (1973), mas este último não refere o estado. Leucocoprinus brebissonii (Godey) Locq.,
difere principalmente pela camada cortical do píleo himeniforme, em alguns pontos com
esferocistos (Breitenbach & Kranzlin, 1995).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho, Complexo do
Grujaú (Mata do São Braz), F. Wartchow 14/V/2004. (URM).

Figura 146 - Leucocoprinus cf. nigricans Jezek: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada
cortical do píleo.
14- Leucocoprinus noctiphilus (Ellis) Heinem., Figura 147
Bull. Jard. Bot. Nat. Belg. 47: 84. 1977.

Píleo com até 2, 5 cm de diâmetro, convexo, levemente umbonado, enegrecido no centro,


quebrando em esquâmulas sobre uma superfície branca, margem plicado-sulcada, contexto
submembranoso. Lamelas livres, brancas, subpróximas, membranosas. Estipe central, cilíndrico
recurvado, branco, liso, glabro. Anel persistente, branco de margem enegrecido, membranoso,
próximo ao píleo. Esporos 4,8-6 (6,2) x 2,8-3,8 μm, elipsoides, hialinos, dextrinoides, lisos, de
parede ligeiramente espessada. Basídios 15-18,2 x 6-7,5 μm, clavados, 2 a 4 esterigma.
Pleurocistídios não observados. Queilocistídios abundantes 60-102,5 x 7,5-17,5 μm, fusoides a
sinuosos, com alguns clavados 21-52 x 10-23 μm, hialinos, de parede fina. Camada cortical de
curtas cadeias de elementos globosos, piriformes a ovoides 10-37,5 x 8,2-30 μm, de conteúdo
celular marrom, parede moderadamente espessada. Trama da lamela subregular. Fíbulas não
observados. Em solo no interior de mata.
A cor das esquâmulas difere de acordo com os autores, podendo ser enegrecidas (Rick,
1961; Raithelhuber, 1987a), “dark fuscous Brown” (Pegler, 1977) a “color café” (Guzmán-Dávalos
& Guzmán, 1982). A citação de Leucocoprinus submontagnei Heinem. da Colômbia apresenta
tamanho dos esporos semelhantes às coletas brasileiras (Wartchow, 2005), mas possui esquâmulas
“pardo avermelhadas” (Saldarriaga et al., 1988).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho, Complexo do
Grujaú (Mata do Coxiu), F. Wartchow 04/2004, 10/V/2004 (URM).

Figura 147- Leucocoprinus noctiphilus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos


da camada cortical do píleo.
11. MACROLEPIOTA Singer

Hábito lepiotoide, com basidiomas relativamente muito grandes. Píleo carnoso,


frequentemente umbonado, de margem não longo pectinada, nem amarelada, com superfície
rompendo-se em ou coberta por grandes escamas, com centro em geral mais inteiro. Lamelas livres
(remotas) colariadas, esbranquiçadas, largas e próximas. Estipe central, frequentemente com base
bulbosa, superfície fibrilosa a escamosa, com anel complexo, persistente e livre logo cedo. Contexto
grosso, esbranquiçado, em algumas espécies cambiando de cor quando exposto, em especial junto
do ponto de fixação do estipe. Esporada branco-pura a rosa-pálido. Esporos hialinos a amarelados
ao microscópio, lisos, de parede grossa, com poro germinativo e pseudoamiloides, grandes (10 – 25
μm de comprimento), de largo elipsoides a amigdaliformes, metacromáticos em azul cresil.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes e numerosos, versiformes. Trama himenoforal
regular. Camada cortical do píleo tricodermial-paliçádica, mais densamente assim no disco central.
Fíbulas geralmente presentes, mas às vezes restritas à base de basídios ou queilocistídios, raro
ausentes. Crescem em solo de campos ou no interior de matas, às vezes em esterco.
As seguintes espécies ocorrem no Brasil (as destacadas em negrito estão descritas mais
abaixo):
- *Macrolepiota bonaerensis (Speg.) Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). (SP) –
PEGLER (1997). (RS) – SINGER (1953). (PR) MEIJER (2006). (SP) MEIJER (2016).
- *Macrolepiota brasiliensis (Rick) Raith. (RS) - RAITHELHUBER (1988) – descrição
insuficiente. Lepiota permixta var. brasiliensis Rick (Rick, 1939).
- *Macrolepiota colombiana Franco-Molano (PR) - FERREIRA & CORTEZ (2012). (MT)
LODGE & SOURELL (2015).
- Macrolepiota delicatula (Berk. & Br.) Pegler & Rayner (SP) - GRANDI et al. (1984).
- *Macrolepiota dolichaula (Berk. & Br. ) Pegler & R. W. Rayner (SP) - GRANDI et al. (1984).
- *Macrolepiota excoriata (Schaeff. ex Fr.) Mos.
- Macrolepiota gracilenta var. acuteumbonata Raithelh. (RS)- RICK (1961 - como Lepiota procera
f. gracilenta).
- *Macrolepiota kerandi (Speg.) Singer
- *Macrolepiota mastoidea (Fr.) Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). (SP) - GRANDI
et al. (1984).
- *Macrolepiota procera (Scop. Ex Fr.) Singer (SP) - BONONI et al. (1984). (PE) - MAIA
(1998). (RS) – ROTHER (2007).
- Macrolepiota pulchella Vellinga & de Meijer (RS) - SOBESTIANSKY (2005): 449. É descrita
mais abaixo em Volvolepiota.
- *Macrolepiota rhacodes (Vitt.) Singer (= Chlorophyllum rhacodes).
- *Macrolepiota stercoraria (Rick) Raith. (RS) – baseado em Lepiota stercoraria Rick (Rick,
1939).
- *Macrolepiota zeyheri (Fr.) Singer

VELLINGA (2002), baseando-se em evidências moleculares apresenta Macrolepiota


rhacodes como Chlorophyllum rhacodes. Esta é descrita mais abaixo apenas para facilitar a
identificação.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE MACROLEPIOTA ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Crescendo diretamente em esterco .............. M. stercoraria
1.2 Crescendo em solo ou húmus de campos e/ou interior de matas ....................... 2

2.1 Contexto do píleo cambiando de cor quando exposto, de branco para vermelho ou castanho;
estipe liso, sem escamas; esporos com até 12,5 μm de
comprimento ................... ........................................ M. rhacodes (= Chlorophyllum rhacodes).
2.2 Contexto do píleo imutável ou não cambiando para vermelho quando exposto; estipe geralmente
com esquâmulas ou escamas; esporos com as dimensões acima ou
diferentes ...................................................... 3

3.1 Crescendo em solos muito arenosos, como dunas; esporos com 12 – 13 x 8 – 9


μm ..... .......................................................................... M. zeyheri
3.2 Sem esta preferência por solos arenosos; esporos como acima ou diferentes ............. 4

4.1 Esporos com 9,5 – 12,2 x 6 – 7 μm ............ M. brasiliensis


4.2 Esporos maiores que 12,2 μm ................... 5

5.1 Píleo com até 8 cm de diâmetro; base do estipe não bulbosa ................... M. kerandi
5.2 Píleo maior que 8 cm de diâmetro; base do estipe bulbosa ou não ...................... 6

6.1 Píleo com até 5,5 cm de diâmetro, com escamas agregadas no umbo deixando uma marca com
formato de estrela de várias pontas sobre a superfície do mesmo; superfície do estipe lisa, sem
escamas; anel simples; fíbulas presentes na base dos basídios ............. ........... M. excoriata
6.2 Píleo maior; superfície do estipe com escamas amarronzadas ou sem escamas; anel simples ou
duplo; fíbulas presentes ou não na base dos basídios ...............................7

7.1 Base do estipe não bulbosa ou apenas levemente subulbosa; camada cortical do píleo formada
por uma tricoderme de células curtas catenuladas, globosas a subglobosas (a terminal podendo ser
clavada); queilocistídios septados, com células alongadas e ramificados ........................................M.
colombiana
7.2 Base do estipe caracteristicamente bulbosa; camada cortical do píleo com elementos
tricodermiais mais longos; queilocistídios se septados e ramificados então com célula terminal
maior e curtas células basais ............................8

8.1 Basidiomas com até 34 cm de altura; base do estipe cambiando de cor para rosado ou
amarronzado se machucado; esporos de poro germinativo algo
insconspícuo ....... ............................M. dolichaula
8.2 Se basidiomas tão altos então base do estipe não cambiando para rosado ou amarronzado; poro
germinativo bem evidente ...............................9

9.1 Superfície do píleo com esquâmulas pequenas, pálido ocráceas a amarronzadas; anel
simples ........................................ M. mastoidea
9.2 Superfície do píleo com esquâmulas grandes, em placas, marrom escuras; anel em geral mais
complexo .................................................................10

10.1 Escamas do píleo formadas por hifas longas, com pigmento marrom alaranjado, de 25 – 90 x 7
– 11 (14) μm ................................................. M. procera
10.2 Escamas do píleo com elementos mais curtos, tricodermial com elementos terminais piriformes
.................................................................. M. bonaerensis
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE MACROLEPIOTA ENCONTRADAS:

1- Macrolepiota bonaerensis (Speg.) Singer, Figura 148


Lilloa 22: 417. 1951.

Píleo com 8,5 – 10 cm de diâmetro, campanulado a aplanado, levemente umbonado,


esbranquiçado a avelâneo, coberto por escamas concêntricas, disco central liso a algo rimoso
apenas, com margem fimbriada a lisa. Estipe 15 – 18 x 1 – 1,8 cm, base muito bulbosa, pardo-
esbranquiçado a avelâneo-claro, fina e concentricamente ornamentado por escamas pequenas, mais
escuras. Anel superior e duplo, livre. Contexto branco, imutável. Odor a noz moscada ou farináceo,
principalmente quando seco. Lamelas brancas, amplas, de até 19 mm, com pontuações pardas no
bordo, livres, próximas. Esporada branca ou creme. Esporos 14,5 – 16 x 11,5 – 12 μm,
subelipsoidais a elipsoidais, hialinos, lisos, de parede grossa, pseudoamiloides, metacromáticos,
com poro germinativo. Basídios 26 – 30 x 8 – 11 μm, tetrasporados. Pleurocistídios não observados.
Queilocistídios 20 – 50 x 14 – 25 μm, vesiculosos a claviformes. Camada cortical do píleo
tricodermial, com hifas terminais piriformes. Fíbulas presentes.
Crescem isolados ou gregários em campos. Espécie comestível, mas facilmente confundível
com Chlorophyllum molybdites que é mortal.
RICK (1937) refere para o RS Lepiota procera forma bonaerensis (Speg.) Rick, a qual
pertence a presente espécie e está corretamente identificada de acordo com SINGER (1951).

Figura 148 – Macrolepiota bonaerensis: a- basidioma; b- esporos.


2- Macrolepiota colombiana Franco-Molano, Figura 149
Actual. Biol. 21: 14. 1999.

Píleo com 12 – 14 cm de diâmetro, plano convexo, umbonado, seco, areolado na metade


marginal e deixando uma calota central inteira ou finamente areolada, marrom amarelado no centro
e mais claro para as margens, com escamas ou aréolas pequenas a grandes sobre fundo branco, liso
ou finamente fibriloso. Contexto carnoso, branco. Lamelas livres, próximas, laranja esbranquiçadas.
Estipe 17–30 x 0,8-10 cm, central, cilíndrico e levemente subulboso na base, marrom-amarelado na
base e mais claro para cima, ficando algo avermelhado quando machucado, fibriloso, fistuloso,
fibroso, com rizomorfas brancas. Anel membranoso apical, simples e móvel. Esporos 12–17 x 8–10
μm, elipsoides, lisos metacromáticos em azul cresil e pseudoamiloides, com poro germinativo.
Basídios 30–45 x 10–15 μm, calvados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
(23–)30–50(–60) x 10–20 μm, clavados a fusoides ou utriformes, muitos septados e ramificados,
hialinos e de paredes finas. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com uma camada
basal de hifas prostradas coberta por cadeias de elementos globosos a subglobosos a clavados,
marrom amarelados, 12–50 x 9–20 μm, lisos e de paredes finas. Superfície do estipe com
dermatocistídios 20–60 x 6–12 μm, calvados a fusoides e agrupados, amarronzados. Fíbulas
presentes.
Cresce em solo de gramados, tendo sido citado para o Panamá, Colômbia e Paraná
(Piepenbring, 2009; Franco-Molano, 1999; Ferreira & Cortez, 2012).

Figura 149 – Macrolepiota colombiana: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortial


do píleo.
3- Macrolepiota dolichaula (Berk. & Broome) Pegler & Rayner, Figura 150
Kew Bull. 23: 365, 1969.

Píleo com 4,5 - 15 cm de diâmetro, subgloboso a convexo até aplanado na maturidade,


marrom-alaranjado a laranja escuro ou com um umbo marrom claro, escamoso, escamas laranja
escuras a laranja amarronzadas sobre um fundo amarelo esbranquiçado, margem rachada na
maturidade, cutícula removível. Contexto de até 1 cm de espessura, branco, imutável. Sabor e odor
suaves. Lamelas livres, colariadas, próximas. Esporada branco amarelada. Estipe central, com 17 -
30 x 0,4 – 1,5 cm, bulbo basal com até 2,2 cm de diâmetro, branco amarelado a alaranjado ou
amarronzado, oco, pruinoso fibriloso, carnoso, ficando rosado a amarronzado quando machucado
junto a base. Anel duplo, persistente, fibroso, fixo, esbranquiçado cambiando para rosado ou
amarronzado quando machucado. Esporos com 9,6 - 16 x 7,0 – 9,6 μm, largo elipsoides com ápice
arredondado, pseudoamiloides, de parede moderadamente grossa, metacromáticos em azul cresil, de
poro germinativo algo inconspícuo. Basídios com 25 - 35 x 9 – 13,7 μm, calvados, tetrasporados.
Queilocistídios escassos, com 24 - 32 x 4 – 9,6 μm, piriformes a calvados, septados, de paredes
finas. Camada cortical do píleo tricodermial paliçádica, com elementos terminais septados. Fíbulas
presentes nas hifas do estipe.
Crescem em solos em geral de interior de florestas ou beira de estradas. GE et al. (2010)
discutem esta espécie apartir de coletas da China, onde é considerada comestível.

Figura 150 – Macrolepiota dolichaula: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
4- Macrolepiota excoriata (Schaeff. ex Fr) Wasser, Figura 151
Ukr. Bot. Zh. 35: 516. 1987.

Píleo com até 5,5 cm de diâmetro, com até 17 cm de altura, seco, convexo com umbo
apresentando uma mancha com formato de estrela, escamoso, escamas mais densas no centro,
marrom-claras sobre um fundo branco-amarelado, margem irregular, rachando com a maturidade.
Lameas livres, colariadas, subdistantes à próximas, branco amareladas, de bordo serreado. Estipe
com 12- 15 x 0,3 - 0,7 cm, branco-amarelado, cambiando levemente para amarronzado quando
machucado, cilíndrico com base levemente bulbosa, sólido no início e oco na maturidade. Anel
simples, tomentoso, creme com bordo amarronzado, persistente, fixo. Esporos com 10,8 – 17 x 7,5
– 10 μm, elipsoides a amigdaliformes, truncados por um poro germinativo estreito e coberto por
capa hialina, pseudoamiloides, metacromáticos em azul cresil, cianófilos, congófilos. Basídios
calvados, tetrasporados. Queilocistídios abundantes, com 18 – 30 x 7,5 – 11 μm, mais
frequentemente clavados a estreito clavados ou subcilíndricos. Camada cortical do píleo formada
por um tricoderme de hifas erguidas com 4 – 8 μm de diâmetro. Fíbulas presentes na superfície do
estipe e na base de alguns basídios.
Crescem em solo de campos. As escamas organizadas para formar uma mancha estelada no
centro do píleo que alcança cerca de 5 cm (um dos menores no gênero), a base do estipe não ou
somente levemente bulbosa e os queilocistídios estreito clavados a subcilíndricos ajudam a
caracterizar a espécie.

Figura 151 – Macrolepiota excoriata: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios


5- Macrolepiota kerandi (Speg.) Singer, Figura 152
Lilloa 25: 273. 1951.

Píleo com 4 – 8 cm de diâmetro, cônico-expandido a aplanado, subumbonado a obtuso


agudo, esbranquiçado a castanho, com esquâmulas que se desprendem facilmente, margem lisa a
fimbriada. Estipe 5- 11 x 0,2 – 0,9 cm, cilíndrico, reto ou torcido, de base não bulbosa, de
esbranquiçado a rosado-castanho-pálido, glabro a fibriloso, fistuloso, com anel súpero, móvel,
duplo e membranáceo. Lamelas livres, remotas, colariadas, de margem inteira, brancas a rosadas.
Esporada branco-pálida. Esporos 14 – 16,5 x 9 – 10 μm, elipsoides, hialinos, de parede grossa e
com poro germinativo, lisos. Basídios 35 x 40 x 12 – 15 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios 13 – 30 x 6 – 10 μm, piriformes, hialinos. Camada cortical do píleo uma tricoderme
de elementos eretos, piriformes. Fíbulas presentes.
Crescem gregários em campos. Espécie comestível.

Figura 152- Macrolepiota kerandi: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


6- Macrolepiota mastoidea (Fr. ex Fr.) Singer, Figura 153
Lilloa 22: 417. 1951 (1949).

Píleo com 5–11 cm de diâmetro, carnoso, ovoide quando jovem, ficando convexo ou plano
convexo quando amadurecem, com um umbo distinto, branco e coberto por escamas marrom-
acinzentadas, margem levemente apendiculada. Lamelas livres, marrom acinzentadas, com
lamélulas de 2-3 comprimentos. Estipe com 6–15 x 0,5–1,0 cm, atenuando para o ápice,
esbranquiçado, coberto por escamas pequenas, furfuráceo amarronzadas, base alargada. Anel
ascendente, simples, esbranquiçado, membranoso. Contexto esbranquiçado, imutável. Esporos 12-
14 x 9 – 10 μm, elipsoides a ovoides em vista lateral e elipsoides em vista frontal, de paredes
grossas, lisos, hialinos, metacromáticos em azul cresil, com poro germinativo, apêndice hilar com
1–1,5 μm. Basídios com 32–44 x 12–14 μm, clavados, de paredes finas, hialinos, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 15–20 x 7–10 μm, calvados, hialinos, de paredes finas, em
grupos formando um bordo estéril. Esquâmulas no píleo formadas por uma paliçada de hifas
subcilíndricas sem fíbulas (com 6–12 μm de diâmetro), com elementos terminais levemente
atenuados em direção ao ápice, com pigmento vacuolar amarelado ou amarronzado, de parede
levemente engrossada. Fíbulas ocasionais na base de basídios.
É uma espécie próxima de M. excoriata, mas difere pela cobertura do estipe sem escamas
nesta última. GE et al. (2010) discutem esta espécie a partir de coletas da China.

Figura 153 – Macrolepiota mastoidea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
7- Macrolepiota procera (Scop. : Fr.) Singer in Papers, Figura 154
Mich. Acad. Sci., Arts Letters 32: 141. 1948 (‘1946’).

Píleo com 7– 25 cm de diâmetro, ovoide quando jovem e expandindo para ficar convexo a
plano-convexo, com um umbo obtuso, branco a esbranquiçado, mas coberto por escamas marrom a
marrom escuras, com disco liso, amarronzado. Lamelas livres, próximas, finas, brancas a creme.
Estipe esbranquiçado, com 18–34 x 1–2,2 cm, atenuando para o ápice, alargado na base a até 4 cm,
coberto por escamas marrons ou marrom-escuras, oco ou fibroso. Anel superior, cerca de 5 cm
abaixo do ápice do estipe, complexo e livre. Contexto esponjoso, branco a creme, acinzentado
avermelhado a marrom purpúreo no ponto de fixação do estipe, imutável. Sabor suave. Esporada
branca. Esporos 13–16 x 8–10 (12) μm, elipsoides a ovoides em vista lateral e elipsoides em vista
frontal, de parede grossa, lisa, hialina, dextrinoide, metacromáticos em azul cresil, com poro
germinativo, apêndice hilar não distinto. Basídios com 30–43 x12– 17 μm, calvados, de paredes
finas, hialinos tetrasporados. Queilocistídios 20–39 x 10–23 μm, calvados a utriformes, hialinos, de
paredes finas, formando bordo estéril. Pleurocistídios ausentes. Esquâmulas do píleo formados por
uma paliçada de hifas sem fíbulas, subcilíndricas, de parede levemente engrossada, com 25 – 90 x
7–11 (14) μm de diâmetro, gradualmente atenuados para o ápice, com pigmento vacuolar marrom
amarelado. Fíbulas comuns nas bases dos basídios e queilocistídios.
BONONI et al. (1984) citam esta espécie comestível encontrada comumente na Europa e
Ásia, para São Paulo. GE et al. (2010) fornecem informações da espécie que é encontrada também
na China.

Figura 154 – Macrolepiota procera: a- basidioma; b- queilocistídios; c- esporos; d- elementos da


camada cortical do píleo.
8- Macrolepiota rhacodes (Vitt.) Singer (= Chlorophyllum rhacodes), Figura 155
Lilloa 22: 417. 1951.

Píleo com 8 – 16 cm de diâmetro, globoso a convexo ou campanulado, esbranquiçado a


acinzentado coberto por grossas escamas (placas poligonais concêntricas), disco central mais
escuro. Estipe 10 - 15 x 1 – 2,5 cm, de base bulbosa, cinza-esbranquiçado a castanho-alaranjado,
oco, liso (sem escamas), cilíndrico. Anel superior e duplo, pouco livre. Contexto branco, cambiando
a castanho quando exposto. Lamelas brancas, amplas, de até 19 mm, livres, próximas. Esporada
branca. Esporos 9 – 13 x 6 - 8 μm, elipsoidais, hialinos, lisos, de parede grossa, pseudoamiloides,
metacromáticos, com poro germinativo. Basídios 26 – 35 x 7,54 – 11 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios não observados. Queilocistídios 10-38 x 8,5-25 μm, claviformes a
esferopedunculados. Camada cortical do píleo tricodermial a himeniforme. Fíbulas presentes.
Crescem isolados ou gregários em campos.
Espécie que pode causar distúrbios gastrintestinais em algumas pessoas. É considerado
tóxico na Europa. É facilmente confundível com Chlorophyllum molybdites (que tem esporada
esverdeada) que é mortal, portanto precisa-se ter cuidado. A biologia molecular inclui esta espécie
neste último gênero.

Figura 155 – Macrolepiota rhacodes: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


12. MELANOPHYLLUM Vel.

Hábito pluteoide. Píleo geralmente flocoso-escamoso, convexo a umbonado, com margem


apendiculada. Lamelas adnexas a livres, próximas. Estipe central com anel pouco definido , flocoso
pelo menos na metade inferior. Contexto carnoso, com odor a pepino. Esporada verde azulada ou
oliva a verde, frequentemente purpúreo-fusca quando desidratada. Esporos pequenos (geralmente
menores que 7 μm de comprimento) oblongo-fusoides a elipsoides, sub-hialinos a levemente
pigmentados sob o microscópio, frequentemente angulares em vista frontal (eixo longitudinal
apontado para a objetiva), de parede fina, punctulados a rugosos, sem poro germinativo,
inamiloides. Basídios tetrasporados. Queilocistídios e pleurocistídios ausentes. Trama himenoforal
regular com sub-himênio pseudoparenquimatoso. Camada cortical do píleo formada por hifas
prostradas, sobreposta por uma camada epitelial celular, originada do véu e também presente no
estipe, com elementos de parede fina e geralmente com um pigmento vacuolar. Hifas inamiloides.
Crescendo em vários substratos, mas geralmente em solo.
Uma única espécie referida para o Brasil: Melanophyllum echinatum (Roth. ex Fr.) Singer,
citada em SINGER (1953), considerado sinonímia de Melanophyllum haematospermum (Bull. ex
Fr.) Kreisel por alguns autores, incluindo VELLINGA (2009).
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE DE MELANOPHYLLUM ENCONTRADA:

1- Melanophyllum echinatum (Roth. ex Fr.) Singer = Melanophyllum haematospermum (Bull.


ex Fr.) Kreisel, Figura 156
Lilloa 22: 436. 1951.

Píleo com 1 - 4 cm de diâmetro, no início ovoide e mais tarde cônico-convexo e


expandindo-se a convexo, usualmente umbonado; superfície levemente rosa-acinzentada escuro
ficando depois marrom-escuro com tons ocráceos ou rosados em certos pontos, coberto por
remanescentes flocoso-verrucosos do véu que deixam também a margem apendiculada. Estipe com
2,5 - 6 x 0,2 - 0,5 cm, cilíndrico a levemente inflado na base (até a 6 mm), fistuloso a oco, rosado,
coberto por escamas velares furfuráceas, marrom escuro na base. Véu indistinto no estipe, flocoso
cortinoide. Contexto, fino, branco. Lamelas sinuadas a livres, carmim avermelhadas a púrpuras,
enegrecendo na maturidade, mais ou menos ventricosas. Esporada oliva-esverdeada. Esporos 5,5 -
6,5 x 2,5 - 3,2 μm, oblongo-elipsoides, amarronzados a quase hialinos, de parede levemente
engrossada, rugosa a finamente asperulada. Basídios 14 - 18 x 5 - 6 μm, tetrasterigmatados. Pleuro e
queilocistídios ausentes. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas não gelatinizadas,
coberta por remanescentes do véu formados por esferocistes com pigmento vacuolar marrom-
escuro, 24 - 40 μm de diâmetro, de parede fina e lisa. Fíbulas presentes.
Cresce entre serapilheira de interior de mato.
O tamanho e ornamentação dos esporos e a estrutura da camada cortical caracterizam a
espécie, que é de ampla dispersão.

Figura 156 – Melanophyllum echinatum: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical


superior do píleo.
13. MICROPSALLIOTA Hoehnel

Hábito pluteoide, com basidiomas de píleo fino-carnoso a membranoso, com superfície


reagindo e ficando esverdeada em amônia na maioria das espécies. Lamelas livres, remotas, brancas
inicialmente, depois amarronzadas ou marrom-chocolate. Estipe central, com anel membranoso,
fixo, mais ou menos persistente, sólido ou fistuloso. Esporada marrom-fusca. Esporos elipsoides a
amigdaliformes, lisos, com parede algo engrossada e homogênea, sem poro germinativo, mas
eventualmente com calo, pseudoamiloides. Queilocistídios presentes, geralmente capitados. Hifas
inamiloides, sem fíbulas.
Crescem em solo ou húmus. O gênero pode ser confundido com Agaricus, sendo que os
queilocistídios capitados ajudam na diferenciação.
SINGER (1986) reconhecia 4 espécies apenas, mas outras tem sido descritas chegado a 51
diferentes espécies além de duas variedades. Destas, 40 taxa foram descritas por Paul Heinemann de
material coletado na Índia (Heinemann 1983; Heinemann & Leelavathy, 1991), Malásia e Indonésia
(Heinemann, 1983) e América tropical (South America e região Caribenha; Heinemann, 1989).
Outros 13 taxa foram descritos por outros autores do Novo Mundo (Texas, Caribe, América Central
e do Sul) e Velho Mundo (África, Índia, Indonésia, Sri Lanka) (Zhao et al., 2010). GUZMÁN-
DÁVALOS (1992) é importante também para a taxonomía de espécies aquí ocorrentes.
Micropsalliota cephalocystis Hein. citada por HEINEMANN (1993) para o PR foi
considerada sinonímia de Micropsalliota brunneosperma Singer por PEGLER (1977). PEGLER
(1983) cita M. roseovinacea Pegler para o Brasil.
ALBERTÓ et al. (2005) confirmam espécies deste gênero entre material coletado por Rick
no RS.
Espécies referidas para o Brasil:
- Micropsaliotta arginea (Berk. & Broome) Pegler & Rayner (PR) – HEINEMANN (1993).
- Micropsalliota brunneosperma Singer (PE) - WARTCHOW & CAVALCANTI (2008).
WARTCHOW (2005). Micropsalliota cephalocystis Hein. (PR) é sinonímia ss. PEGLER (1977).
- Micropsalliota cf. campestroides (Heinem.) Heinem. (PR) – HEINEMANN (1993).
- Micropsalliota pruinosa Heinemann (RJ) - HEINEMANN (1989).
- Micropsalliota roseovinacea Pegler (SP) – PEGLER (1997). (PE) MAIA et al. (2002) mas que
se refere a um Leucoagaricus. (RJ) - HEINEMANN (1989). WARTCHOW (2005).
- Micropsalliota violaceosquamulosa Baker & Dale (SP) (MG, cf.) – ROSA & CAPELARI (2009).
(SP) – PEGLER (1997). BAKER & DALE (19510 apresentam descrição desta espécie.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE MICROPSALLIOTA ENCONTRADAS:


1.1 Píleo com mais de 1,3 cm de diâmetro ................................ 2
1.2 Píleo com no máximo 1,3 cm de diâmetro ...........................4

2.1 Píleo vináceo-rosado, com disco mais escuro até quase negro, com numerosas esquâmulas mais
escuras ................................. M. roseovinacea
2.2 Píleo marrom-purpúreo ou violáceo ..............................................................3

3.1 Píleo marrom purpúreo; esporos verde escuros em


KOH .............................................. .......................................M. brunneosperma
3.2 Píleo violáceo ........................................................ M. violaceosquamulosa

4.1 Píleo branco a pálido acinzentado ou creme, não pruinoso ...................... M. arginea
4.2 Píleo amarronzado claro a algo rosado, finamente pruinoso furfuráceo ...... M. pruinosa
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE MICROPSALLIOTA ENCONTRADAS:

1- Micropsalliota arginea (Berk. & Broome) Pegler & R.W. Rayner, Figura 157
Kew Bull. 23: 367. 1969.

Píleo com 0,5 – 1,3 cm de diâmetro, campanulado a convexo ou largo convexo com a idade,
fibriloso, branco a pálido acinzentado ou creme. Contexto branco. Lamelas livres, próximas,
levemente ventricosas, brancas a amarelo-amarronzadas, de bordo mais pálido, com 2-3 séries de
lamélulas. Estipe com 17– 25 x 1 mm, cilíndrico, liso a levemente fibriloso, branco. Anel presente,
fugaz, simples, superior, branco. Odor não distinto. Esporos com 4 – 5,5 x 2,7 – 3,5 μm,
elipsoides a elipso-amigdaliformes, com engrossamento apical do episporio, sem poro germinativo.
Basídios com 13 – 16 x 4 – 4,5 µm, curto clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios deixando o bordo da lamela estéril, com 20 – 36 x 5 – 9 μm, com uma base largo
ventricosa e ápice capitado, capítulo com 3 - 7 μm de diâmetro. Subhimênio
pseudoparenquimatoso, trama da lamela regular. Caulocistídios similares aos queilocistídios.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas, hialinas, com 4 – 5 μm de diâmetro.
Crescem gregários no solo.

Figura 157 – Micropsalliota arginea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


2- Micropsalliota brunneosperma (Singer) Pegler in Pegler & Rayner, Figura 158
Kew Bull. 23: 369. 1969.

Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, inteiramente marrom purpúreo escuro quando seco,
convexo, umbonado, formando pequenas esquâmulas sobre fundo marrom acinzentado, margem
não sulcada nem estriada. Lamelas livres, membranosas, próximas, amarronzadas. Estipe com 4 - 5
x 0,4 – 0,5 cm, cilíndrico, creme pálido com esquâmulas marrom escuras e fibrilosas,
principalmente junto à base. Anel presente, duradouro, creme pálido com margem marrom,
membranoso. Contexto fino, carnoso, imutável. Esporos 4,6 -6,2 x 2,5 - 4 µm, amigdaliformes em
vista lateral, lisos, com parede levemente engrossada no ápice, verde escuros em KOH. Basídios
com 13,5 -17,5 x 5-6 µm, calvados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
abundantes, 25 - 50 x 2,5 - 5,5 (-6) µm, a maioria fusoides, alguns ventricosos, capitados, capítulo
com até 3,5 µm de diâmetro, de parede fina e hialina. Trama himenoforal regular. Camada cortical
do píleo com hifas terminais eretas 25 – 95 x 5 – 17 (20) µm, com ápice subagudo e conteúdo
purpúreo amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários no solo em interior de floresta.

Figura 158 – Micropsalliota brunneosperma: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d-


elementos terminais da camada cortical do píleo.
3- Micropsalliota pruinosa Heinemann, Figura 159
Bulletin du Jardin Botanique National de Belgique. 59(3-4): 461. 1989.

Píleo com 0,5 – 1 cm de diâmetro, plano a algo mamelonado, amarronzado claro a algo
rosado, finamente pruinoso furfuráceo, mais densamente assim no centro. Estipe com 1 – 2 x 0,05 –
0,1 cm, amarronzado acinzentado claro ou algo rosado na metade basal, no início esbranquiçado no
ápice, todo pruinoso ou farinoso-fibriloso. Anel ausente. Lamelas livres, serreadas, avermelhado
claras. Contexto muito fino, tornando-se rapidamente vermelho ao ser cortado. Esporos com 4,9 –
6,1 x 3,1 – 3,6 µm, amarronzado claros, elipsoide-amigdaliformes, às vezes algo truncados, de
parede algo engrossada. Basídios tetrasporados. Queilocistídios capitados a subcapitados, com 16 –
20 x 4 – 9 µm, capítulo com 3 – 6 µm de diâmetro. Pleurocistídios ausentes ou raros. Camada
cortical do píleo com hifas cilíndricas de 9 – 12 µm de diâmetro, finamente incrustadas e com
pigmento vacuolar revestidas por esferocistes. Fíbulas não observadas.
Material examinado:

Figura 159 – Micropsalliota pruinosa: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4- Micropsalliota roseovinacea Pegler, Figura 160
Kew Bull., add. ser. : 457. 1983.

Píleo com 2,5 - 3,5 cm de diâmetro, cônico-convexo e mais tarde aplanado e com um umbo
baixo, vináceo-rosado, com disco mais escuro até quase negro, com numerosas esquâmulas mais
escuras, margem não estriada. Lamelas livres, remotas, brancas no início e depois marrom-
chocolate, estreitas, com até 2 mm de largura, próximas. Estipe 3 - 4,5 x 0,25 - 0,4 cm, cilíndrico a
levemente inflado na base, fistuloso, levemente amarronzado acima do anel, esbranquiçado e
pruinoso-flocoso abaixo. Anel branco, membranoso, pendente. Contexto fino, branco a creme.
Esporos 4 - 5,2 x 2,5 - 3,2 μm, ovoides a curto elipsoides, marrom-fusco ao microscópio, de parede
moderadamente engrossada, lisa, sem poro germinativo. Basídios clavados a subutriformes,
tetrasterigmatados, 18 - 20 x 6 - 8 μm. Queilocistídios 12 - 23 x 1,5 - 3,5 μm, cilíndricos e capitados
no ápice (2 - 11 μm de diâmetro), parecendo mais clavados ou piriformes. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas subparalelas, com 2 - 12 μm de diâmetro, de parede fina e hialina e pigmento
vacuolar vináceo, com elementos terminais obtusamente arredondados. Fíbulas ausentes.
Esta espécie foi descrita de Martinica (Antilhas) por PEGLER (1983) e citada por este
trabalho para o Rio Grande do Sul. Os típicos queilocistídios a diferem das demais espécies e
mesmo de Agaricus, do qual é próximo. GUZMÁN-DÁVALOS & HENEMANN (1994) descrevem
M. subalpina, uma espécie próxima encontrada no México.

Figura 160 - Micropsalliota roseovinacea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos


da camada cortical do píleo.
14. PHAEOLEPIOTA Maire

Hábito quase tricolomoide. Píleo e estipe e lado inferior do anel cobertos por um epitélio
pulverulento. Lamelas adnexas. Estipe central. Contexto carnoso, grosso. Esporada fuligíneo-
méleo-clara ou ocrácea. Esporos pálido amarelados sob o microscópio, lisos ou quase assim
(rugulosos sob microscópio eletrônico de varredura), gutiforme-oblongos a amigdaliformes, com
depressão supra-hilar, inamiloides, cianofílicos. Basídios tetrasporados, clavados. Sem pleuro- nem
queilocistídios. Trama himenoforal regular a subregular. Hifas inamiloides, sem fíbulas.
Crescendo em solo.
Somente uma espécie é citada para o Brasil: Phaeolepiota aurea (Muttushka ex Fr.) Gillet
citada por BONONI et al. (1981): 44. Esta espécie é citada como comestível em alguns trabalhos,
mas é na verdade tóxica.

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE ENCONTRADA:

1. Phaeolepiota aurea (Fr.) Konrad & Maublanc, Figura 161


Icon. Select. Fung. 6: 11. 1924-1928.

Píleo com 7 - 25 cm de diâmetro, convexo a obtusamente campanulado quando jovem,


ficando expandido a obtusamente umbonado ou quase plano, alaranjado a laranja-ocráceo,
geralmente mais pálido com a idade, de superfície seca, granulosa no início, mas grânulos são
perdidos com a idade, margem frequentemente apendiculada com os restos do véu. Contexto pálido,
imutável, odor suave a algo pungente, gusto suave a algo adstringente. Lamelas concolores ou mais
escuras que o píleo na maturidade, largas, próximas, com bordos inteiros e concolores. Estipe 10-20
x 3-5 cm, mais alargado na metade basal a subclavado, concolor ou mais escuro que o píleo na
metade apical, liso e glabro acima do anel, e floculoso abaixo, com manto peronado destacável,
com anel membranoso, persistente ou desaparecendo com a idade. Base do estipe com tufos de
micélio branco e rizomorfas pouco evidentes. Esporada amarelo-amarronzada a alaranjado-
amarronzada. Esporos 10,7-13 (14) x 5-6 µm, amarelados em KOH e com uma gota central
alargada, elípticos a subfusoides, inamiloides, lisos ou com marcas minúsculas, de parede fina e
sem poro germinativo. Basídios calvados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes ou com alguns
raramente encontrados e clavado-mucronados e amarronzados em KOH, 26-30 x 7,5-8,5 µm.
Queilocistídios ausentes. Trama do himenóforo regular, amarelada ou amarronzada. Camada
cortical do píleo com células isodiamétricas, infladas, 12-25 µm de diâmetro, lisas ou com alguns
apêndices curtos apicais nas células terminais da cadeia. Fíbulas presentes.
Crescem gregários ou cespitosos em solo.
Figura 161 - Phaeolepiota aurea: a- basidiomas jovem (esquerda) e maduro; b- esporos; c-
elementos da camada cortical do píleo.
15. RIPARTITELLA Singer

Hábito lepiotoide a colibioides (mas carnoso) até quase clitociboide. Píleo esquamuloso,
convexo-umbonado a aplanado. Lamelas adnexas, adnatas a emarginadas e às vezes separando-se
do ápice em basidiomas maduros, às vezes decurrentes. Estipe central ou mais ou menos excêntrico,
com véu distinto ou indistinto, mas anel raramente desenvolvido. Contexto carnoso, firme.
Esporada branca. Esporos hialinos, equinados, elipsoides a subglobosos, cianófilos, inamiloides,
sem poro germinativo. Basídios normais, tetrasporados. Cistídios presentes nos lados e bordo da
lamela, às vezes escassos. Trama da lamela regular, hialina, com hifas de parede fina. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas, com elementos hifoides curtos, densos e catenulados,
suas células quase isodiamétricas ou mais alongadas e subcilíndricas, mas não esferocistidioides.
Hifas inamiloides com fíbulas.
Crescendo em solo, madeira morta em estado adiantado de decomposição, entre folhas e
húmus.
Este gênero é colocado entre as Tricholomataceae por alguns autores.
Duas espécies ocorrem no Brasil: Ripartitella brasiliensis (Speg.) Singer citada para PE
(Wartchow et al., 2007), MT (Pegler, 1989), SP (Grandi et al., 1984), PR (Meijer, 2001) e RS
(Sobestiasnky, 2005), e R. alba citada para PE (Wartchow et al., 2007).
SINGER (1986) lista apenas duas espécies para este gênero: R. rickenii (Bohus) Singer e R.
brasiliensis (Speg.) Singer. SINGER (1953), baseando-se na espécie citada em RICK (1920) como
Armillaria rhagadiosa Fr., cita R. brasiliensis para o estado, até agora a única espécie conhecida no
Rio Grande do Sul. Descrição completa pode ser encontrada em PEGLER (1983a), autor que coloca
Ripartitella na tribo Clitocybeae (= Tricholomateae) da família Tricholomataceae e em
WARTCHOW et al. (2007).
A discussão detalhada sobre este posicionamento do autor pode ser encontrada em PEGLER
(1977).

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE RIPARTITELLA ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Superfície do píleo flocoso-tomentoso, indistintamente esquamulosa, com uma coloração
amarelada no disco central, crescendo isolados..................R. alba
1.2 Superfície do píleo apresentando pequenas esquâmulas marrons a avermelhadas; crescendo
gregários ................................ R. brasiliensis.
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE RIPARTITELLA ENCONTRADAS:

1- Ripartitella alba Halling & Franco-Mol., Figura 162


Mycologia 88: 669. 1996.
Píleo com até 1 cm de diâmetro, convexo e largo-umbonado, com coloração levemente
amarelada no disco, de superfície finamente flocoso-tomentosa, com margem apresentando
remanescentes do véu universal. Lamelas adnexas, membranosas, moderadamente próximas,
brancas. Estipe com 22 x 1 mm, central , cilíndrico, branco a amarelado na base, flocoso-tomentoso,
com rizomorfas. Contexto fino, carnoso, imutável. Esporos 4-5 x 2,5 – 3,2 μm, subovoides a
elipsoides, verrucosos e equinulados, de parede levemente engrossada, inamiloides, hialinos.
Basídios com 12,5–18 x 5–6 μm, calvados, bi a tetrasterigmatados. Pleurocistídios muito escassos,
fusoides, com 24–27 x 5 - 7,5 μm, de paredes finas, de paredes finas, hialinas, com cristais
incrustando o ápice e que se dissolvem em KOH, mas são mantidos com Reagente Melzer. Camada
cortical do píleo formada por hifas ascendentes, em fileiras, com elementos terminais apresentando
20–48 x 5–15 μm, subcilíndricos a ovoides, lisos, de parede moderadamente grossa, hialina. Trama
himenoforal irregular. Fíbulas presentes. Crescem em madeira morta no interior de florestas.
A descrição acima foi adaptada da primeira citação ao Brasil da espécie feita por
WARTCHOW et al. (2007).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Cabo de Santo Agostinho, Gurjaú (“Mata do
Coxiu”), 19/VII/2004, F. Wartchow 16/2004, 78672 (URM).

Figura 162 – Ripartitella alba: a- basidioma; b- esporos; c- queilcistídios.


2- Ripartitella brasiliensis (Speg.) Singer, Figura 163
Lilloa 22: 452. 1951.

Píleo com 1 - 3 cm de diâmetro, subgloboso a convexo-umbonado ou aplanado, creme, não


víscido, liso exceto pelo umbo que é coberto por esquâmulas marrons a avermelhadas ou
cinamômeas, margem inteira, ondulada. Estipe central ou algo excêntrico, 20 - 30 x 1 - 3 mm,
cilíndrico, fistuloso a oco, concolor ao píleo, com pequenas esquâmulas em direção à base. Véu
presente como zona cortinoide na margem do píleo e/ou estipe, mas fugaz. Contexto fino, rígido,
branco. Lamelas adnatas, às vezes com dente decurrente, brancas, finas, muito próximas. Esporada
branca. Esporos com 3,7 - 4,5 x 2,9 - 3,5 μm, largo ovoides a curto elipsoides, finamente equinados,
hialinos, inamiloides, de parede fina. Basídios 20 - 25 x 4 - 7 μm, clavados, tetrasterigmatados.
Pleuro- e queilocistídios ausentes. Trama da lamela subregular. Camada cortical do píleo com hifas
radialmente prostradas, 3 - 5 μm de diâmetro. Esquâmulas formadas por elementos curto-ovoides a
oblongo-cilíndricos, catenulados e em fascículos, com 8 - 25 x 4 - 9 μm, de paredes grossas e
amarronzadas. Fíbulas presentes.
Este é um dos cogumelos mais comuns em nossas matas e ocorrendo sobre madeira, sem
especificidade por substrato.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Esmeralda, Estação Ecológica de Aracuri,
05.VI.2004, Sulzbacher-39 (HCB).

Figura 163 – Ripartitella brasiliensis: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.
16. SMITHIOMYCES Singer

Hábito pluteoide, lembrando um pouco um exemplar de Amanita. Píleo coberto por


fragmentos extremamente finos do véu membranáceo, seco. Lamelas livres. Estipe central com anel
distinto e volva rudimentar, pouco visível. Contexto macio, carnoso, branco. Esporada branca.
Esporos hialinos praticamente lisos, mas finamente pontuados, inamiloides, pequenos (menores que
7 μm de comprimento), de parede fina e sem poro germinativo. Cistídios ausentes. Trama
himenoforal regular ou quase assim. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas e
filamentosas, cobertas ou intercaladas por esferocistes. Hifas inamiloides, com fíbulas.
Crescem em solo no interior de matas ou em madeira em adiantado estado de decomposição.
Provavelmente duas espécies ocorrem no Brasil, das quais apenas S. mexicanus (Murr.)
Singer é confirmada em SINGER (1953). Smithiomyces lanoso-farinosa (Rick) Raith. descrita por
RAITHELHUBER (1988) a partir do que RICK (1937; 1961) descreve como Lepiota rubella,
necessita ser recoletada e melhor revisada para confirmar sua validade taxonômica.
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE DE SMITHIOMYCES ENCONTRADA:

1- Smithiomyces mexicanus (Murr.) Singer, Figura 164


Mycologia 36: 366. 1944.

Píleo com 5 – 10 cm de diâmetro, totalmente branco puro, inicialmente hemisférico a plano


quando maduro, superfície coberta por remanescentes do véu, não higrófana, eventualmente com
restos de solo grudados. Lamelas muito próximas (30 – 40 lamelas por cm), finas, brancas. Estipe 4
– 8 x 0,3 – 0,8 cm, cilíndrico, com um bulbo pouco evidente, branco. Anel largo, membranoso,
pendente. Contexto branco, quebradiço a firme. Odor variável, de terra até a frutas. Esporada
branca. Esporos 3,5 – 6 x 2 – 3,5 um, ovalados a cilíndricos, de praticamente lisos a finamente
punctados, de parede fina e sem poro germinativo. Basídios tetrasporados. Queilocistídios
abundantes, formando um bordo estéril, de formato globoso, 10 – 30 x 7 – 30 um, com um pé curto
a alongado. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas e filamentosas, cobertas ou
intercaladas por esferocistes. Hifas inamiloides, com fíbulas.
Crescem em solo, gregários.

Figura 164 – Smithiomyces mexicanus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


17. VOLVOLEPIOTA Singer

Hábito lepiotoide. Píleo umbonado a quase plano, radialmente fibroso a esquarroso,


geralmente pardo. Lamelas estreitas, próximas, remotas, brancas. Estipe alongado, concolor,
geralmente esquarroso, bulboso, com volva bem desenvolvida, saciforme, membranosa; anel
presente, adnato, móvel. Contexto carnoso, avermelhado quando tocado ou machucado. Esporada
branca. Esporos de tamanho médio, fortemente pseudoamiloides, metacromáticos em azul cresil,
lisos, de parede grossa e com poro germinativo. Basídios tetrasporados, clavados. Trama da lamela
regular. Hifas com fíbulas, apesar de alguns septos não as apresentarem ou de serem difíceis de
observar. Crescem em solo.
Facilmente diferenciada dos demais gêneros da tribo pela presença de volva bem distinta.
Clarkeinda também apresenta volva, diferenciando-se principalmente pela esporada que é verde ou
oliva (pelo menos quando fresca) na única espécie conhecida, Clarkeinda trachodes (Berk.) Singer
Lepiota apresenta algumas espécies com volva, mas os caracteres dos esporos, principalmente, são
totalmente diferentes (não tem poro germinativo, são menores e de parede fina). Em Volvariella, os
esporos não têm poro germinativo, a esporada é rosada e a trama é inversa. Em Amanita
(Amanitaceae) a trama é bilateral.
Uma espécie ocorre no Brasil, Volvolepiota brunnea (Rick) Singer, citada em SINGER
(1953) e baseando-se em Lepiotella brunnea Rick para o RS e em BONONI et al. (1981) para SP.
HEINEMANN & MEIJER (1996) revisam o gênero, descrevendo as espécies americanas.

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE DE VOLVOLEPIOTA ENCONTRADA:

1- Volvolepiota brunnea (Rick) Singer, Figura 165


Bol. Soc. Arg. Bot. 8: 12. 1959.

Píleo 4 – 8,5 cm de diâmetro, fortemente convexo a aplanado, com umbo obtuso, seco,
marrom-acinzentado-escuro, liso, com esquâmulas marrom-acinzentado-escuras sobre uma
superfície mais clara e fibrilosa, margem não estriada. Estipe com 11 – 13 x 0,5 – 0,6 cm, subulboso
até 0,9 cm de diâmetro, atenuando em direção ao ápice, não oco, liso a finamente estriado, marrom-
acinzentado escuro, com anel apical, peronado, membranoso; volva com até 1,5 cm de altura,
membranosa, branca, lisa e glabra. Lamelas livres, colariadas, remotas, brancas a amareladas a
concolores ao píleo, com bordo fimbriado. Contexto branco, quebradiço. Gosto suave, odor a fungo.
Esporada branco-pura, creme quando seca. Esporos com 8,6 – 11,3 x 5,8 – 7,5 μm, lisos, elipsoides,
avermelhados em Melzer, metacromáticos, de parede grossa e com poro germinativo. Basídios com
24 – 26 x 10,5 – 12,5 μm, largo-piriformes, tetrasporados (raro com menos em alguns).
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 18 – 40 x 4 – 8 μm, clavados a lanceolados, às vezes
com ápice verrucoso. Trama da lamela subregular. Camada cortical do píleo paliçádica, com hifas
eretas de 20 – 45 x 5 – 8 μm, coberta por hifas prostradas originadas do véu universal, radiais.
Fíbulas presentes, mas difíceis de observar.
Crescem em húmus em interior de mata.
Uma segunda espécie, Volvolepiota albida Singer é citada para o Norte da Argentina
(Tucumán) que difere principalmente por seu píleo maior (até 12 cm) com esquâmulas marrons e
remanescentes brancos do véu universal, contexto branco cambiando para rosado e então marrom
quando exposto e aparente ausência de queilocistídios. HEINEMANN & MEIJER (1996)
descrevem e discutem os limites de ambas as espécies. VELLINGA (2004) considera o gênero
sinonímia de Macrolepiota, mas para facilitar a diferenciação, é mantida no presente trabalho à
parte. VELLINGA & YANG (2003), não consideram a presença de volva um caráter suficiente para
separar espécies de Volvolepiota e Macrolepiota, transferindo as espécies do primeiro para este
último gênero; propondo o novo nome Macrolepiota pulchella para Volvolepiota brunnea.
Figura 165 – Volvolepiota brunnea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.
AMANITACEAE Heim
Hábito pluteoide. Píleo carnoso, geralmente campanulado a convexo ou aplanado, sem
pigmento ou vivamente pigmentado. Lamelas livres ou sublivres e frequentemente finas e próximas.
Estipe carnoso, volva frequentemente presente na base do estipe, tanto saciforme como com estrias
transversais e em muitos casos deixando escamas piramidais ou flocosas sobre o píleo; anel
presente ou não. Esporada branca. Esporos variando de globosos a elipsoides, lisos, amiloides ou
inamiloides e binucleados. Basídios com 2 – 4 esterigmas, clavados. Cistídios normalmente
ausentes. Trama da lamela bilateral em basidiomas maduros; em espécimes jovens é bilateral
tendendo ao regular. Contexto carnoso, hifas com ou sem fíbulas. Camada cortical do píleo
geralmente com hifas prostradas pouco diferenciadas, às vezes mergulhadas em massa gelatinosa.
Geralmente crescendo no solo, formando micorriza ou não. Raramente sobre madeira morta.
Um site importante para os trabalhos taxonômicos com Amanitaceae é
http://www.amanitaceae.org/. Uma revisão das espécies do Brasil é apresentada por WARTCHOW
(2010). TULLOSS (1993; 1994), TULLOSS et al. (1992), WARTCHOW et al. (1992), WEIST et al.
(1998) e DREHMEL et al. (1999), entre outros, são essenciais para estudos com esta família.

CHAVE PARA OS GÊNEROS DE AMANITACEAE REFERIDOS PARA O BRASIL:


1.1 Volva bem desenvolvida e presente na base do estipe, e/ou como escamas na superfície do píleo;
forma micorriza ............................................................................. Amanita
1.2 Volva ausente ou muito reduzida; não forma micorriza ........ Limacella

1. AMANITA Pers. ex Hooker

Píleo com margem sulcada e esporos inamiloides ou margem lisa e esporos amiloides;
fragmentos da volva geralmente presentes na superfície do píleo. Lamelas livres, às vezes adnatas e
separando-se com a idade. Estipe central, bem desenvolvido; véu, volva e anel geralmente
formados. Esporada branca, creme, esverdeada ou rosada. Esporos lisos (exceto em duas espécies),
de parede fina, binucleados, amiloides ou inamiloides, globosos a cilíndricos. Basídios com 4
esterigmas, raramente dois. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios e pseudocistídios às vezes
presentes. Trama himenoforal bilateral. Hifas com ou sem fíbulas. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas.
Crescem em solo, formando ectomicorriza obrigatória com fanerógamas.
BAS (1978) descreve espécies novas para a Amazônia. BAS & MEIJER (1993) descrevem
Amanita grallipes do Paraná. WARTCHOW et al. (2007) citam Amanita lilloi para o Brasil e
WARTCHOW & CAVALCANTI (2009) descrevem Amanita lippiae como nova para o Brasil.
WARTCHOW (2010) apresenta revisão das Amanita encontradas no Brasil.
Muitas das espécies deste gênero são tóxicas e mortais, portanto recomenda-se cuidado. Das
espécies introduzidas com plantações de árvores exóticas como Pinus spp. tem-se Amanita
muscaria, Amanita pantherina e Amanita phalloides que são tóxicas e Amanita rubescens que é
comestível. É de se esperar a ocorrência de mais espécies associadas com árvores introduzidas para
fins comerciais e ornamentais no Brasil.
As citadas para Brasil são:
*- Amanita ameghinoi (Speg.) Singer (SP)- PEGLER (1997). WARTCHOW (2010) como não
confirmada para o Brasil.
*- Amanita campinaranae Bas (AM) - BAS (1978). SINGER & ARAUJO (1979).
*- Amanita chrysoleuca Pegler (PR) – BAS & MEIJER (1993); MEIJER (2006).
SULZBACHER et al. (2013).
*- Amanita coacta Bas (AM) - BAS (1978). (SP) - MENOLLI et al. (2009).
*- Amanita craseoderma Bas (AM) - BAS (1978). (RO) - CAPELARI & MAZIERO (1988).
*- Amanita crebresulcata Bas (AM, PE, SP, PR) - BAS (1978); WARTCHOW & MAIA (2007).
GRANDI et al. (1984).
*- Amanita grallipes Bas & Meijer (PR) - MEIJER (2006). (RS) - RICK (1906) as “Amanita
spissa var. laeta”. SULZBACHER et al. (2013).
*- Amanita lanivolva Bas (AM) - BAS (1978).
*- Amanita lilloi Singer (PE) – WARTCHOW et al. (2007).
*- Amanita lippiae Wartchow & Cavalcanti - WARTCHOW & CAVALCANTI (2009).
*- Amanita muscaria (L. ex Fr.) S. F. Gray (RS, SC, PR, SP) - HOMRICH (1965); STIJVE
(1995); STIJVE & MEIJER (1993). (SC) – KARSTEDT & STURMER (2008). FOSCO-
MUCCI & YOKOMIZO (1985); FIGUEIREDO et al. (1996); GIACHINI et al. (2000);
MEIJER (2001, 2006); GIACHINI et al. (2004). SOBESTIANSKY (2005). SULZBACHER et
al. (2013). (PR) CERVI (1984).
*- Amanita pantherina (DC.: Fr.) Krombh. var. velatipes (Peck) Dav.J. Jenkins –
WARTCHOW & MAIA (2007). No caso de Amanita pantherina var. multisquamosa (Peck)
Dav.T. Jenkins de GIACHINI et al. (2000), SULZBACHER et al. (2013) consideram o
material como Amanita multisquamosa Peck. (PR) CERVI (1984).
- Amanita petalinivolva Wartchow (RS) – WARTCHOW et al. (2012b). SULZBACHER et al.
(2013).
- Amanita phaea Bas (nom. prov.) (AM) - BAS (1978). Material estéril, portanto ainda não
corretamente posicionado.
*- Amanita phalloides (Vail. Ex Fr.) Secr. – Muito tóxica.
- Amanita psammolimbata (RN) - WARTCHOW et al. (2015).
*- Amanita rubescens Pers. (RS) – SOBESTIANSKY (2005). SULZBACHER et al. (2013).
*- Amanita sulcatissima Bas (AM) - BAS (1978). SINGER & ARAUJO (1979).
*- Amanita viscidolutea Menolli, Capelari & Baseia – (RN) - MENOLLI, CAPELARI &
BASEIA (2009).
*- Amanita xerocybe Bas (AM) - BAS (1978); SINGER & ARAUJO (1979).

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE AMANITA MAIS ENCONTRADAS:


1.1 Píleo vermelho forte, com escamas brancas ................. Amanita muscaria
1.2 Píleo branco a amarelado ou alaranjado, castanho-verdoso, cinza a marrom ou marrom escuro,
com escamas brancas ou diferentes ........................2

2.1 Estipe apresentando um prolongamento para dentro do solo, radicante ou formando uma
pseudorriza ............................................................................. 2’
2.2 Estipe não radicante e sem pseudorriza .............................2A

2’.1 Píleo marrom escuro a marrom acinzentado; anel fugaz ................ Amanita grallipes
2’.2 Píleo branco a bege; anel bem desenvolvido e persistente ou fugaz ................ 2”

2”.1 Esporos subglobosos a largo elipsoides, com 7,5–9,5 (–10,5) x (6–) 6,5–7,5 (–8) μm, amiloides
................ Amanita lilloi
2”.2 Esporos elipsoides a cilíndricos, 10–21 x (6,5–) 7–11(–12,4) μm,
inamiloides ............ ................ Amanita lippiae

2A.1 Píleo sulcado estriado na metade marginal, amarelo no centro e limão cromo no restante;
remanescentes do véu universal deixando escamas amarelado-ocráceas sobre o
píleo ................ .................... Amanita chrysoleuca
2A.2 Píleo sulcado ou não, amarelado ou não; remanescentes do véu universal ausentes ou de outras
cores ................................3
3.1 Píleo amarelado; anel ausente ......................... Amanita viscidolutea
3.2 Píleo não amarelado e anel presente ou ausente..........................................4

4.1 Anel ausente ou fragmentário...............................................................5


4.2 Anel presente, pelo menos em indivíduos não muito maduros ...........10

5.1 Píleo não sulcado; anel fragmentário ...... Amanita pantherina var. multisquamosa
5.2 Píleo sulcado a sulcado plicado na metade marginal; anel totalmente ausente ...........6

6.1 Volva formada por um manto flocoso de 6 mm de altura a partir da base do estipe, marrom
acinzentada; estipe subcilíndrico, não bulboso .............. Amanita craseoderma
6.2 Volva bem desenvolvida e membranosa ou formada a partir do ápice de um bulbo bem
formado .....................................................7

7.1 Volva formada a partir da parte superior do bulbo, de superfície subtomentosa ou sublanosa,
com um limbo submembranoso apenas em um dos lados do
bulbo ................... .............................................................. Amanita sulcatissima
7.2 Volva sacada, bem desenvolvida, membranosa a submembranosa ..... 8

8.1 Estipe bulboso ...............................Amanita lanivolva


8.2 Estipe cilíndrico, não bulboso ........... 9

9.1 Píleo plano-depresso a plano côncavo, sem remanescentes de volva


(escamas)....... .................................... Amanita crebresulcata
9.2 Píleo convexo a aplanado ou até mesmo côncavo, com remanescentes de volva
amarronzados ............ Amanita coacta

10.1 Píleo branco a acinzentado; estipe pálido acinzentado; esporos globosos a subglobosos, com
5,6 – 6,7 µm de diâmetro.............. Amanita campinaranae (se esporos com 10 – 12,8 (-14,8) x 8,0 -
10 (-12) µm, largo elipsoides a elipsoides é A. ameghinoi)
10.2 Píleo de outras cores ou, se branco a acinzentado, assim apenas nos primórdios; esporos 8 – 11
µm de comprimento, em geral elipsoides............11

11.1 Píleo sulcado até a metade; estipe apresenta anel muito frágil e às vezes ausente; ocorre em
florestas nativas..............................................................Amanita xerocybe
11.2 Píleo não sulcado; anel em geral bem desenvolvido; ocorrem em matas plantadas de Pinus e
Quercus ....................12

12.1 Píleo com restos do véu na forma de placas; contexto fica avermelhado ou castanho-vináceo ao
ser exposto ou machucado; crescem principalmente sob Pinus
spp. .............................................Amanita rubescens
11.2 Píleo coberto por pequenas fibrilas; contexto imutável; crescem principalmente sob Quercus
spp. ................. Amanita phalloides
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE AMANITA ENCONTRADAS:

1- Amanita ameghinoi (Speg.) Singer, Figura 166


Sydowia 6 (5-6): 344. 1952.

Píleo com 5 – 10 cm de diâmetro, convexo a aplanado, carnoso, branco a pálido alaranjado


rosado, fibriloso, de margem inflexa, não sulcada e apendiculada, superfície coberta por escamas
densamente dispostas, esbranquiçadas a amarronzadas. Lamelas próximas, adnexas a livres, algo
alargadas, brancas a pálidas. Estipe com 5 - 9 x 1 – 1,5 cm, subcilíndrico, branco a pálido
alaranjado, mais ou menos escamoso abaixo do anel. Esporos 10 – 12,8 (-14,8) x 8,0 - 10 (-12) µm,
amiloides, largo elipsoides a elipsoides, lisos. Basídios com abundantes fíbulas na base. Trama do
himenóforo bilateral.
Não é micorrízica com plantas arbóreas, sendo encontrada em campos abertos. De acordo
com WARTCHOW (2010) esta espécie não está confirmada para o Brasil.

Figura 166 – Amanita ameghinoi: a- basidioma; b- esporos; c- basídio.


2- Amanita campinaranae Bas, Figura 167
Persoonia 10 (1): 4. 1978.

Píleo com até 6 cm de diâmetro, branco ou pálido acinzentado, convexo ficando quase plano
a depresso no centro, sem fibrilas aparentes, víscido quando úmido, com margem não estriada nem
apendiculada. Lamelas livres, próximas, furcadas em direção à margem ou ao estipe, brancas a
amareladas, de bordo concolor, atenuadas. Estipe com até 7,7 x 0,9 cm, afinando um pouco em
direção ao ápice, pálido acinzentado e glabro, bulboso, com bulbo de até 20 mm de diâmetro,
globoso a subabrupto, algo subemarginado, ocre sujo ou branco. Volva acinzentada, pulverulenta a
levemente espinhosa, formando um região anelar onde o bulbo encontra o estipe. Anel apical,
membranoso, fino, branco e liso acima, pálido acinzentado embaixo. Contexto do píleo branco e
imutável. Odor nulo. Esporos com 5,6 – 6,7 x 5,5 – 6,5 µm, globosos a subglobosos, fortemente
amiloides. Base dos basídios sem fíbulas. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas diferenciadas em duas camadas somente pelo adensamento das hifas,
algo gelatinizada.
Foi encontrada na vegetação de Campinarana sob Leguminosae e Sapotaceae na Amazônia
brasileira.
Pertence à seção Validae pelos esporos pequenos e globosos a subglobosos, coloração clara e
bulbo na base do estipe com uma aparência subemarginada.

Figura 167 – Amanita campinaranae; a- basidioma; b- esporos; c- basídio.


3- Amanita chrysoleuca Pegler, Figura 168
Kew Bulletin Additional Series 9: 285. 1983.

Píleo com 2,5 – 3,5 cm de diâmetro, amarelo no centro e limão cromo no restante, cônico
convexo a convexo aplanado ou levemente depresso no centro, seco, com margem profundamente
sulcado-estriada, superfície coberta por remanescentes pulverulentos amarelado-ocráceos do véu.
Contexto branco e imutável. Lamelas livres a adnatas, brancas finas, estreitas, com até 2 mm de
largura, moderadamente próximas. Estipe com 3,5 - 5 x 0,4 – 0,5 cm, cilíndrico com base bulbosa,
branca, finamente pruinosa, sem anel, sólido, contexto imutável, branco. Volva formada por
esquâmulas frouxamente dispostas, amareladas, flocosas, depositadas como um anel acima do
bulbo. Esporos com 7 – 9,5 x 4,5 - 6 µm, subglobosos a elipsoides, inamiloides. Basídios com 28 –
32 x 8 – 10 µm, clavados, tetrasterigmatados. Fíbulas ausentes na base dos basídios. Pleuro e
queilocistídios ausentes. Trama himenoforal bilateral, hialina. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas, de 2 – 4 µm de diâmetro. Remanescentes da volva formados por esferocistes de paredes
finas, com 20 – 40 µm de diâmetro, com pigmento incrustante.
Encontrada em solo de interior de floresta. Amanita xerocybe é similar, mas diferencia-se
pela presença de anel. De acordo com WARTCHOW (2010) esta espécie não está confirmada para o
Brasil.

Figura 168 – Amanita chrysoleuca: a- basidioma; b- esporo; c- basídio.


4- Amanita coacta Bas, Figura 169
Persoonia 10 (1): 15. 1978.

O píleo tem até 7 cm de diâmetro, fusco no centro e pálido nos sulcos marginais, convexo a
aplanado ou até mesmo côncavo, umbo se presente muito pequeno, sulcado estriado até metade do
diâmetro, coberto por fragmentos da volva representados por poucas cascas de formato irregular,
marrom acinzentadas, finas e em volta do centro do píleo (eventualmente perdidas pelo tempo).
Lamelas livres, próximas, algo alargadas, brancas. Estipe 7-10 x 0,3 – 0,8 cm, afinando em direção
ao ápice, sem bulbo, sem anel e branco, com fibrilas amarronzadas. Volva feltrado
submembranácea, com até 1 cm de altura da base do estipe, com fibrilas esbranquiçadas. Esporos
8,5 – 10 x 7,5 – 8,5 µm, subglobosos a largo elipsoides ou elipsoides, hialinos e inamiloides, lisos.
Basídios com 30 – 50 x 10 – 14 µm, tetrasporados, clavados. Fíbulas ausentes da base dos basídios.
Pleuro- e queilocistídios ausentes. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo com
hifas prostradas com pigmento vacuolar amarronzado. Fíbulas ausentes.
A espécie foi encontrada inicialmente em floresta na Amazônia e por MENOLLI et al.
(2009) em São Paulo. Os esporos inamiloides e píleo sulcado-plicado caracterizam a espécie.

Figura 169 – Amanita coacta: a- basidioma; b- esporos.


5- Amanita craseoderma Bas, Figura 170
Persoonia 10: 20. 1978.

Píleo com 4-7 cm de diâmetro, plano convexo, com centro depresso e subumbilicado, de
margem sulcado-estriada a sulcado pectinada, cinza amarronzado a marrom escuro, margem mais
pálida, coberto por remanescentes da volva de formato verrucoso e marrom-escuras. Lamelas
remotas, estreitas, truncadas, próximas, com até 4 mm de largura. Estipe 6-11 x 0,7-1,1 cm,
subcilíndirco, sem anel, cinza escuro, de pruinoso a glabro ou subglabro, afinando para o ápice.
Anel ausente. Contexto fino e frágil, esbranquiçado. Volva na forma de um manto completo,
estreito, marrom acinzentado escuro, subflocoso, de cerca de 6 mm de altura. Esporos 7,5 - 9 x 7 - 8
µm, subglobosos, inamiloides. Basídios 34-55 x 8 – 15 µm, clavados e tetrasporados. Fíbulas
ausentes na base dos basídios. Trama himenoforal indistintamente bilateral. Camada cortical do
píleo formada por hifas subradiais, hialinas, em camada gelatinizada de cerca de 50 µm de
espessura e com pigmento vacuolar marrom. Fíbulas ausentes no contexto.
Amanita craseoderma foi descrita de material coletado em floresta primária na Amazônia.
Uma descrição completa pode ser vista em PEGLER (1983).

Figura 170 – Amanita craseoderma: a- basidioma; b- esporos.


6- Amanita crebresulcata Bas, Figura 171
Persoonia 10: 18. 1978.

Píleo 60-70 mm, plano-depresso a plano côncavo, com margem profundamente sulcada.
Colorido marrom-acinzentado escuro (16A3 M&P) no centro, algo levemente mais pálido na zona
sulcada. Superfície glabra, víscida, brilhante nos espécimes desidratados, sem remanescentes de
volva. Lamelas livres, brancas, membranosas, próximas, bordo concolor, cerca de 5 mm de largura,
com raras lamélulas. Estipe 10-12 x 0,7-0,9 cm, cilíndrico, não bulboso, creme pálido MP10B1
(Oyster White) com pequenas fibrilas amarronzadas na metade superior da superfície do estipe, sem
anel. Volva sacada, creme, membranosa, fina, com cerca de 10 mm de altura, com o limbo interno
bitangente em exemplares desidratados. Esporos 8-10,5 (-11,5) x 7-9 (-9,5) μm, subglobosos a largo
elipsoide, de paredes finas, lisos, hialinos, inamiloides. Basídios 25-30 x 10-11 μm, calvados e
tetrasterigmatados. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal bilateral. Contexto do píleo acrofisalídico.
Contexto do estipe acrofisalídico, com acrófises de até 300-370 x 75 μm. Camada cortical do píleo
do tipo cútis com cerca de 180 μm de espessura, sobre a qual tem-se uma ixocutis atingindo algo
como 15 μm no centro. Véu universal formado por hifas frouxamente entrelaçadas, com células
infladas de aproximadamente 63 x 45 μm, ovoides e hialinas.
A espécie foi citada para o Amazonas, São Paulo e Pernambuco, de acordo com
WARTCHOW & MAIA (2007), os quais apresentam uma boa descrição e ilustrações.
Material examinado: BRAZIL. AMAZONAS: Manaus, próximo do INPA, 9-V-1977, R.
Singer B 9680 (holotipo INPA).

Figura 171 – Amanita crebresulcata: a- basidioma; b- esporos.


7- Amanita grallipes Bas & Meijer, Figura 172
Persoonia 15 (3): 345. 1993.

Píleo 22 - 90 mm de diâmetro, hemisférico ou cônico-convexo a plano-convexo ou aplanado


sem umbo, seco, carnoso, com margem apendiculada quando jovem, de superfície marrom-escura
ou pálido acinzentado escura. Remanescentes da volva presentes como escamas piramidais
escassas, adnatas, concolores. Contexto branco. Lamelas livres, próximas, algo alargadas, de
brancas a creme e amareladas quando maduras. Estipe 7 - 12 x 1 – 1,8 cm (largura medida na base),
branco, seco, com anel no primórdio, mas que logo é perdido, radicante, não bulboso. Volva
formada por escamas pequenas, eretas a prostradas, pálido amarelado amarronzadas, flocosas. Anel
grosso, branco, liso em ambas as superfícies, membranoso feltrado e fugaz, com espinhos
amarronzados na margem. Contexto branco, mas pode cambiar para amarelado na base do estipe.
Odor nulo e sabor suave. Esporos 7,5 – 9,6 x 5,6 – 6,9 (-7,2) µm, largo elipsoides ou elipsoides,
amiloides. Fíbulas presentes na base dos basídios. Trama do himenóforo bilateral.
Amanita grallipes foi descrita do Sul do Brasil (PR e RS). RICK (1906) a citou como
Amanita spissa var. laeta.

Figura 172 – Amanita grallipes: a- basidioma; b- esporos.


8- Amanita lanivolva Bas, Figura 173
Persoonia 10 (1): 12. 1978.

Píleo 30 - 75 mm de diâmetro, plano-convexo com uma ampla depressão central,


subumbonado ou não, glabro, subvíscido, com uma margem sulcada em 40 – 60% do raio, de
colorido moderadamente escuro, levemente oliváceo a amarronzado, algo marrom avermelhado no
centro, com região entre as estrias esbranquiçada na margem. Remanescentes espinhosos da volva
eventualmente presentes no centro ou completamente ausentes. Lamelas livres, próximas, estreitas,
brancas a pálido acinzentadas. Estipe 65 - 100 x 5 - 8 mm, afinando para cima, oco, sem anel,
branco, frágil, liso e glabro, bulboso. Contexto branco e imutável. Volva limbado-sacada,
membranosa, livre mais acima e fixa ao bulbo abaixo, cobrindo ¼ a 1/3 do comprimento do estipe e
seu bulbo, cinza a fusco cinza. Esporos 7,5 – 9,5 (-10,5) x 5 - 7 µm, largo elipsoides a elipsoides
alongados, inamiloides. Trama do himenóforo bilateral.
Amanita lanivolva foi encontrada na Amazônia Brasileira e das Guianas.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, sede do INPA, 29/V/1977. R. Singer B 9897
(INPA 66716).

Figura 173 – Amanita lanivolva: a- basidioma; b- esporos.


9- Amanita lilloi Singer, Figura 174
Singer & Digilio, Lilloa 25: 245. 1952 (‘1951’).

Píleo (14-) 20 - 95 mm de diâmetro, branco ou levemente bege, subgloboso no início e então


hemisférico a convexo aplanado a plano côncavo, seco, de margem apendiculada, mas não sulcada
nem estriada. Volva formada por esquâmulas e espinhos flocosos, subpiramidais a piramidais,
brancas ou amarelado ocráceas a bege, com até 2 mm de altura em espécimes jovens, cobrindo
densamente o píleo, mais tarde ficando subverrucosas e escassas e concentradas no centro. Contexto
com 5 mm de espessura no centro, branco e imutável. Lamelas próximas, adnexas a quase livres,
moderadamente largas, com até 6 mm de largura, brancas a creme ou pálido amareladas a pálido
ocráceas quando desidratadas. Estipe (16-) 23 - 60 x (2-) 4 - 16 mm, cilíndrico acima do solo,
branco, às vezes com escamas ou espinhos eretos ou recurvados abaixo do anel, radicante fusiforme
e então atenuado, com 35 – 60 mm de comprimento dentro do solo. Anel branco, superior,
moderadamente grosso, com margem inferior coberta por esquâmulas brancas e verrugosas,
persistente ou decíduo. Volva deixando escassos remanescentes na superfície do píleo. Contexto
branco, imutável e sólido. Odor desagradável. Esporos (6,5-) 7 – 8,5 (-10,5) x 5 - 7 (-7,5) µm,
amiloides, subglobosos a largo elipsoides. Trama do himenóforo bilateral. Fíbulas presentes na base
dos basídios.
Pertence à seção Vittadini e é encontrada em campos ou jardins.

Figura 174 – Amanita lilloi: a- basidioma; b- esporos.


10- Amanita lippiae Wartchow & Tulloss, Figura 175
Mycologia 101(6): 864. 2009.

Píleo com 3 – 5 cm de diâmetro, convexo a plano convexo na maturidade, pálido bege a


ocráceo, exceto pela margem que é branca ou creme e indistintamente estriada, imutável,
remanescentes da volva como escamas brancas. Lamelas livres, brancas ou ocráceas quando secas.
Estipe 55–80 x 5–10 mm, cilíndrico acima do bulbo, branco, finamente esquamuloso quando visto
sob algum aumento, com mais da metade do seu comprimento enterrado, bulbo de até 15 mm de
diâmetro, formando uma pseudorriza curta. Contexto carnoso, branco, imutável. Remanescentes de
volva ausentes, anel infrequente e sub-basal. Véu universal formando um colar acima do bulbo,
sulimbado, às vezes rompido e formando escamas verrucosas irregulares ou espinhos no ponto de
junção do estipe com o bulbo. Odor desagradável. Esporos (9–)10–21(–22) x (6,5–) 7–11(–12,4)
µm, inamiloides, hialinos, elipsoide a alongados ou cilíndricos, lisos, de paredes finas, algo
achatados adaxialmente. Basídios bi a tetrasterigmatados, fíbulas não encontradas. Trama do
himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo com hifas prostradas em duas camadas.
Crescem em solo arenoso sob Lippia sp. (Verbenaceae), tendo sido descrito de Pernambuco.
Material examinado: BRAZIL. PERNAMBUCO: Buíque, Parque Nacional do Catimbau,
119 “Trilha do Cânion” (08°31′41″ S / 37°14′48″ W, at 879 m elev.), 3 Jul 2006 B.T. Goto, E.R.120
Drechsler-Santos & F. Wartchow s.n. (URM – HOLOTIPO).

Figura 175– Amanita lippiae: a- basidioma; b- esporos.


11- Amanita muscaria (L. ex Fr.) S. F. Gray, Figura 176
Natural Arrangment of British Plants

Píleo com 8 – 20 cm de diâmetro, convexo a aplanado, vermelho forte, com escamas brancas
grandes, com margem inteira, plana. Estipe 150 – 200 x 10 – 30 mm, facilmente separável do píleo,
cilíndrico, reto, esbranquiçado com tons amarelados, com base bulbosa e com volva (esta formada
por anéis incompletos, branca e fugaz). Anel superior, membranáceo, pendente, branco com bordo
mais amarelado. Lamelas brancas, próximas, livres. Esporada branca. Esporos 9 – 11 x 6 – 9 μm,
ovoides a subesféricos, hialinos, lisos, inamiloides. Basídios com 44 – 55 x 7 – 10 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35 – 65 x 8 – 10 μm, clavados e
catenulados. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
pouco diferenciadas. Fíbulas ausentes.
Espécie tóxica encontrada em associação micorrízica com árvores de Pinus spp.
É utilizada como veneno natural para moscas (daí seu nome), adicionada ao leite e em
repouso noturno para servir às mesmas com açúcar pela manhã.

Figura 176 – Amanita muscaria: a- basidiomas; b- esporos.


12- Amanita pantherina (DC.: Fr.) Krombh. var. velatipes (Peck) Dav. J. Jenkins Figura 177
Biblioth. Mycol. 57: 72. 1977.

Píleo com 37 - 110 mm de diâmetro, marrom a marrom ocráceo, hemisférico a convexo ou


plano convexo ou aplanado, víscido e brilhante, com margem curto estriada (10 – 15% do raio), não
apendiculada. Remanescentes da volva formados como espinhos densamente dispostos, brancos a
creme, finamente verrucosos, flocosos. Contexto branco, imutável, com até 8 mm de espessura.
Lamelas livres a remotas, próximas, brancas a acinzentadas, 7 a 10 mm de largura, de bordo
flocoso. Lamélulas truncadas. Estipe 50 - 140 x 6 - 20 mm, subcilíndrico, afinando em direção ao
ápice, branco, flocoso acima do anel, mas ficando liso, com esquâmulas flocosas cremes abaixo do
anel e acima do bulbo, este com até 3 cm de diâmetro, redondo a ovoide ou subfusiforme. Anel
formado na metade basal, membranoso, branco, ascendente, liso. Volva branca a acinzentada,
facilmente quebrada e frequentemente formando um anel no ponto de junção do estipe com o bulbo,
lembrando uma meia enrolada. Contexto branco, imutável, oco na maturidade. Esporos 8 – 11,7 (-
14) × (4,9-) 6,2 – 8,1 (-9,8) µm, largo elipsoides a elipsoides ou alongados, muito raramente
cilíndricos, lisos e inamiloides. Fíbulas ausentes nas bases dos basídios. Trama do himenóforo
bilateral.
Uma espécie europeia muito tóxica cuja variedade é considerada Amanita velatipes por
alguns autores (Tulloss, 2007).

Figura 177 – Amanita pantherina: a- basidioma; b- esporos.


13- Amanita phalloides (Vail. Ex Fr.) Secr., Figura 178
Mycographie Suisse 1: 8. 1833.

Píleo com 80 – 140 mm de diâmetro, convexo a aplanado, de branco a amarelado ou


castanho-verdoso, com pequenas fibrilas radiais oliváceas, com margem inteira, plana. Estipe 70 -
150 x 10 – 20 mm, facilmente separável do píleo, cilíndrico, reto, esbranquiçado com tons
verdosos, com base bulbosa e com volva saciforme, branca e fugaz. Anel superior, membranáceo,
pendente, branco com bordo estriado. Lamelas livres, brancas, próximas. Esporada branca. Esporos
8 – 10 x 7 – 9 μm, subesféricos, hialinos, lisos, amiloides. Basídios com 44 – 50 x 7 – 15 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35 – 55 x 27 - 35 μm, largo-clavados a
vesiculosos. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
pouco diferenciadas, mas gelatinizadas. Fíbulas ausentes.
Espécie tóxica encontrada em associação micorrízica com árvores, especialmente Quercus
spp.

Figura 178 – Amanita phalloides: a- basidioma; b- esporos.


14- Amanita rubescens Pers., Figura 179
Tent. Disp. Meth. Fung. (Lipsiae): 71. 1797.

Píleo globoso a hemisférico no início e depois plano-convexo ou convexo a plano, com 5-20
cm de diâmetro, creme-ocráceo ou castanho, com tonalidades vináceas ou avermelhadas,
apresentando restos do véu, na forma de placas esbranquiçadas, ocráceas ou acinzentadas e com
tonalidades avermelhadas, verrucosas e dispostas concentricamente. Contexto branco, com
tonalidades acastanhadas ou avermelhadas sob a cutícula e na base do estipe; fica avermelhado ou
castanho-vináceo ao ser exposto ou machucado. Lamelas livres brancas com tonalidades vináceas e
mais tarde ocráceas. Estipe cilíndrico ou claviforme, com a base bulbosa, 5-15 x 1-4 cm
esbranquiçado acima do anel, e branco-rosado ou castanho avermelhado, mais intenso na base,
abaixo do anel floculoso ou coberto de esquâmulas finas, às vezes subradicante. Anel descendente e
simples, fugaz e membranoso, branco ou rosado, muito estriado na face superior. Volva quase
inexistente e floculosa, ovoide-napiforme, com um ou dois círculos de escamas acastanhadas,
vermelho-vinácea. Esporada esbranquiçada a branco-rosada. Esporos 8,0-11,0 x 6,0-8,0 μm,
hialinos, lisos, elípticos a ovoides. Basídios com (24-) 27 – 30 x 7 – 10 μm, clavados, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes ou clavados e basidiiformes. Queilocistídios 18 – 22 x 12-15 μm,
vesiculares a claviformes. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo formada por
hifas prostradas, paralelas e em parte gelificadas. Fíbulas ausentes.
Micorrízico com Pinus spp. e comestível somente quando cozida e pelo menos por alguns
minutos, mas cuidado deve ser tomado por poder ser confundida com Amanita pantherina, da qual
difere por mudar de cor para vermelho quando machucada (entre outras características) e base do
estipe bulbosa. Cresce solitária. WARTCHOW (2010) acredita que o material citado sob esta
espécie por SOBESTIANSKY (2005) para o RS seja na verdade A. amerirubescens (um nome
provisório).

Figura 179 – Amanita rubescens: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


15- Amanita sulcatissima Bas, Figura 180
Persoonia 10: 9. 1978.

Píleo com até 4 cm de diâmetro, plano convexo a aplanado no centro, de branco a ocráceo,
mais escuro no centro, sulcado-estriado. Contexto branco, não cambiando quando exposto. Lamelas
livres, estreitas, marrom acinzentadas. Estipe com até 4,5 x 0,4 cm, mas com bulbo de até 1 cm de
diâmetro, afinando em direção ao ápice, acinzentado, finamente fibriloso. Volva formada a partir da
parte superior do bulbo, de superfície subtomentosa ou sublanosa, com um limbo submembranoso
apenas em um dos lados do bulbo. Esporos com 7 – 9,5 x 6 – 7 μm, largo elipsoides a elipsoides,
lisos, inamiloides, de parede fina. Basídios clavados, tetrasterigmatados. Trama da lamela bilateral.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas. Fíbulas presentes.
Cresce em vegetação de campinarana amazônica, em solo.
Material examinado: Brasil, Amazonas, Estrada Manaus-Caracaraí, Km 45, 25/VII/1977,
R. Singer B 10123 (L).

Figura 180 - Amanita sulcatissima: a- basidioma; b- esporos.


16- Amanita viscidolutea Menolli, Capelari & Baseia, Figura 181
Mycologia 101 (3): 396. 2009.

Píleo de 4 – 6 cm de diâmetro, plano a depresso, amarelado, mas clareando em direção à


margem até ficar branco, com cascas do véu universal no disco central, margem às vezes crenada,
finamente estriada. Lamelas livres, amarelo-esbranquiçadas, com lamélulas truncadas. Estipe 8–12
x 0,8–0,9 cm, cilíndrico, liso, concolor ao píleo, sem anel, levemente bulboso (até 2 cm de
diâmetro). Volva friável, concolor. Aroma agradável. Esporos 8,7–10 (–11,2) x (5–) 6,2– 7,5 (–8,7)
μm, elipsoides a largo elipsoides ou alongados, hialinos, de paredes finas, inamiloides, sem poro
germinativo. Basídios (37–) 39–44 (–47) x 8,7–12,5 μm, calvados, tetrasporados. Pleuro- e
queilocistídios ausentes. Trama himenoforal bilateral. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas não diferenciadas, filamentosas, com até 1,2 μm de diâmetro, coberta por manto
gelatinoso. Véu universal formado por hifas filamentosas com células terminais infladas, ovoides a
globosas e hialinas, de paredes finas, ou com elementos alongados 45–60 x 35–42 μm. Fíbulas
ausentes.
Crescem solitários a subgregários.
Material examinado: BRASIL, Paraíba, Mataraca, Mineradora Crysal, 5/V/2009, R. G.
Souza, V. R. M. Coimbra & F. Wartchow, s.n. (URM).

Figura 181 – Amanita viscidolutea: a- basidioma; b- esporos.


17- Amanita xerocybe Bas, Figura 182
Persoonia 10(1): 7 (1978).

Píleo 2 - 7 cm de diâmetro, cônico-convexo a aplanado em volta de um umbo baixo e


obtuso, com até 65% da margem sulcado-estriada, superfície branca a creme, ficando ocrácea, com
centro ocráceo amarronzado amarelado a ocráceo amarronzado. Volva formada por cascas
cotonosas ou pulverulento-granulares, marrom avermelhadas, mais densas no centro. Lamelas
livres, distantes, algo intervenosas, esbranquiçadas a creme. Lamélulas parcialmente adnatas as
normais, escassas. Estipe 7-9 x 0,5 - 0,6 cm, com anel (às vezes facilmente perdido), pendente da
metade apical, algo estufado, ocráceo. Contexto branco e imutável. Remanescentes da volva na
forma de um a mais anéis em volta da parte superior do bulbo basal. Esporos 7,8 – 9,1 x 7,6 – 9,1
µm (ou menores de acordo com BAS, 1978), globosos a subglobosos, inamiloides. Trama
himenoforal bilateral.
Foi descrita da Amazônia brasileira e é encontrada também nas Guianas.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, Estrada Manaus – Caracaraí, Km 45,
28/II/1978, H. St. John & R. Singer, B 10730, INPA (73540) holótipo.

Figura 182 – Amanita xerocybe: a- basidioma; b- esporos.


2. LIMACELLA Earle

Píleo mais ou menos víscido, sem fragmentos de volva. Lamelas livres ou sublivres;
lamélulas não truncadas. Estipe central, seco ou víscido com anel glutinoso, cortinoide, carnoso ou
membranoso, sempre central; volva não formada ou inteiramente viscoso-glutinosa. Contexto
carnoso. Esporada branca. Esporos pequenos ou, mais raramente, médios, lisos ou muito finamente
rugosos a subpunctulados, hialinos, de parede homogênea, ovoides ou curto elipsoides a
subglobosos ou globosos, inamiloides (alguns esporos eventualmente pseudoamiloides),
acianófilos. Basídios normais, tetrasporados. Cistídios nulos. Trama da lamela distintamente
bilateral em basidiomas jovens, posteriormente tornando-se mais ou menos irregular. Camada
cortical do píleo de hifas terminais variadamente dispostas em uma massa gelatinosa. Hifas
inamiloides com fíbulas. Ocorrendo em solo, não formando micorriza, com exceção de algumas que
formam ectomicorriza facultativa e mais raramente em madeira morta.
O gênero é citado para o Rio Grande do Sul por PEREIRA & PUTZKE (1989), mas o
espécime não foi identificado ao nível específico. Limacella glischra (Morg.) Murr. e L. guttata
(Pers. ex Fr.) Konrad & Maublanc são citadas para São Paulo por BONONI (1984) e PEGLER
(1997), respectivamente. A última espécie é citada como de ampla dispersão pelo autor. Limacella
laeviceps (Speg.) Raith. é citada para a Argentina, para a região de Buenos Aires e pode ainda
ocorrer no Brasil.
Uma revisão do gênero para a America do Norte é apresentada por SMITH (1945) e espécies
europeias da seção Limacella são discutidas em GMINDER (1994).

CHAVE PARA ESPÉCIES DE LIMACELLA CITADAS PARA O BRASIL


1.1 Píleo e estipe gelatinosos víscidos (uma substância glutinosa grossa cobre a superfície do píleo),
com gelatina ficando amarronzada a marrom avermelhada com a
maturidade ...... ........................................................................................ L. gilschra
1.2 Píleo e estipe secos ..................................................... L. guttata
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE LIMACELLA ENCONTRADAS:

1- Limacella glischra (Morg.) Murr., Figura 183

Píleo com 2 – 4 cm de diâmetro, convexo ou subumbonado a largo umbonado, gelatinoso


víscido (substância glutinosa grossa cobre a superfície do píleo), com gelatina ficando amarronzada
a marrom avermelhada com a maturidade, de superfície marrom amarelada a marrom avermelhada
por debaixo da gelatina, mais escuro no centro. Contexto branco, grosso, carnoso. Lamelas livres,
próximas, brancas, largas. Estipe com 6 – 8 x 0,8 - 1 cm, cilíndrico ou quase assim, glutinoso, com
a gelatina ficando marrom avermelhada, concolor ao píleo ou esbranquiçado, liso, cotonoso na base,
sólido, com um anel evanescente, glutinoso-fibriloso. Esporada branca. Esporos 3-4 x 4-5 μm,
esféricos a subesféricos, inamiloides, hialinos. Trama da lamela distintamente bilateral em
basidiomas jovens, posteriormente tornando-se mais ou menos irregular. Camada cortical do píleo
de hifas terminais variadamente dispostas em uma massa gelatinosa. Hifas inamiloides com fíbulas.
Crescem isolados ou em poucos basidiomas no solo de florestas.

Figura 183- Limacella gilschra: a- basidiomas; b- esporos.


2- Limacella guttata (Pers. ex Fr.) Konrad & Maublanc, Figura 184
Icones Selectae Fungorum Fasc. 1: pl. 9. 1924.

Píleo com 5 - 15 cm de diâmetro, branco puro no início e depois cinza a bege ou ocráceo,
convexo ou campanulado ou ficando largo umbonado, de margem incurvada e cotonosa no
primórdio. Contexto branco, grosso, carnoso. Lamelas livres, próximas, brancas às vezes oliváceas,
largas. Estipe com 10-15 x 1-2,5 cm, seco, com base bulbosa, cor creme ficando oxidado para
oliváceo acinzentado, sólido, ficando riscado por pelos adpressos acima e abaixo do anel. Anel
persistente, fino, membranoso, de colorido pálido róseo-acinzentado, finamente piloso em ambas as
superfícies. Odor levemente farináceo quando fresco. Sabor adocicado. Esporada branca a creme ou
amarelada. Esporos 4 - 5 x 3,5 - 4 μm, subglobosos a elipsoides, inamiloides, hialinos. Trama da
lamela distintamente bilateral em basidiomas jovens, posteriormente tornando-se mais ou menos
irregular. Camada cortical do píleo de hifas terminais prostradas. Hifas inamiloides com fíbulas.
Crescem isolados ou em poucos basidiomas no solo.

Figura 184 – Limacella guttata: a- basidioma; b- esporos.


BOLBITIACEAE Singer
Basidiomas micenoides, colibioides, tricolomoides ou coprinoides. Píleo usualmente
higrófano, às vezes plicado-sulcado (principalmente em Bolbitius), escamoso, fibriloso a liso.
Himenóforo lamelado. Lamelas livres, adnexas a adnatas. Estipe central, carnoso a frágil, com ou
sem véu, raramente com volva. Esporada ferrugínea, marrom-ferrugínea, ferrugíneo-fusca, marrom-
tabaco a marrom-argilácea, raramente ocrácea, marrom clara ou escura, ou marrom-escura a quase
negra. Esporos ocráceo-méleos, ferrugíneos (em KOH geralmente de cor mais viva ou escura),
ocráceo-amarelados ou marrom-claros ao microscópio, lisos ou raramente ornamentados
(verruculosos, verrucosos ou punctados), geralmente com poro germinativo grande e truncado, mas
em algumas espécies de Agrocybe (atualmente em Strophariaceae) poro reduzido e não truncado ou
completamente ausente [nas seções Velatae e Aporus], normalmente binucleados. Basídios
frequentemente algo alargados, com 1-2-3-4 esterigmas (raças bisporadas são comuns e espécies
bisporadas também podem ser encontradas). Cistídios diferenciados somente no bordo da lamela
(queilocistídios), ou também nos lados (pleurocistídios) e então em algumas espécies com parede
um pouco engrossada ou, mais frequentemente de parede fina; metuloides e crisocistídios podem
ocorrer em algumas espécies. Trama himenoforal regular, em dois gêneros (Conocybe e Galerella)
muito reduzida, com os lados do himênio (himenopódio) quase tocando-se pela base dos basídios
ou pelo sub-himênio. Camada cortical do píleo celular. Caulocistídios frequentemente formados.
Fíbulas presentes ou ausentes.
Terrestres, humícolas, coprófilos ou lignícolas.
Cinco gêneros desta família são referidos para o Brasil, os quais são diferenciados na chave
abaixo. Somente o gênero Descolea não foi ainda encontrado no território nacional. Agrocybe foi
transferido para Strophariaceae e é aqui tratado sob esta família.

CHAVE PARA OS GÊNEROS DE BOLBITIACEAE REFERIDOS PARA O BRASIL:


1. 1 Trama himenoforal com mediostrato muito reduzido, com o himenopódio de ambos os lados da
lamela quase se tocando...................................... 2
1.2 Trama do himenóforo com mediostrato bem desenvolvido, do tipo
regular ........................................................................................................... 3

2.1 Píleo plicado-sulcado; queilocistídios não capitados ................... Galerella


2.2 Píleo não plicado-sulcado; queilocistídios abruptamente
capitados ................................ ....................................................Conocybe

3.1 Píleo com margem plicado-sulcada; lamelas quase lineares e estreitas; contexto do píleo muito
fino ................................................. Bolbitius
3.2 Píleo com margem não plicado-sulcada; lamelas geralmente largas, ou às vezes moderadamente
estreitas; contexto geralmente grosso ........................ 4

4.1 Esporada marrom-ferrugem........... Pholiotina


4.2 Esporada marrom-escura............... Agrocybe (pertence a Strophariaceae – ver lá)
2. BOLBITIUS Fr.

Basidiomas de píleo profundamente sulcado, lembrando um pequeno Coprinus. Píleo


plicado-sulcado ou pectinado, com superfície víscida, de contexto muito fino. Lamelas livres ou
quase assim, eventualmente deliquescentes. Estipe geralmente branco, às vezes rosado, central, oco
e frágil. Esporada ferrugíneo-clara a marrom-escura. Esporos lisos, de parede grossa e com poro
germinativo truncado, méleos a marrom-escuros sob o microscópio. Queilocistídios presentes, mas
não capitados. Trama da lamela bem formada, regular. Camada cortical do píleo celular, com
elementos inflados. Hifas com ou sem fíbulas.
Crescem em solo, húmus, esterco, madeira morta em interior de mata ou áreas abertas como
campos.
SINGER (1986) reconhece 13 espécies neste gênero e KIRK et al. (2008) pelo menos 25,
das quais as seguintes são confirmadas para o Brasil:
- Bolbitius demangei (Q uél.) Sacc. & D. Sacc. (PE) - MELO (2015).
- Bolbitius mesosporus Singer (PR) - ver WATLING (1992): 86. MEIJER (2008).
- Bolbitius mexicanus (Murril) Murril (SP) - ver WATLING (1992): 86. MEIJER (2016).
- Bolbitius reticulatus (Pers. ex Fr.) Ricken (RS) - SINGER (1953): 109.
- Bolbitius variicolor Atkinson (PR)-ver WATLING (1992): 86 (trata-se de uma variedade da
próxima espécie).
- Bolbitius vitellinus (Pers.ex Fr.) Fr. (SP)- ver WATLING (1992): 87. MEIJER (2016).

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE BOLBITIUS REFERIDAS PARA O BRASIL:


1.1 Píleo amarelo-ovo a amarronzados no disco; estipe fistuloso, fino; esporos 11 - 15 x 6,5 - 9,0
μm, coprófilos ........................................... B. vitellinus (se amarelados no disco) ou B. demagei (se
amarronzado no disco)
1.2 Não coprófilos, mas em madeira ou restos de cana de açúcar, e não combinando os demais
caracteres ..............2

2.1 Píleo branco a acinzentado; esporos com 8 -10 x 6 – 7 μm ........... B. mexicanus


2.2 Píleo não branco, mas se acinzentado então com tons de lilás ou purpúreo; esporos como acima
ou diferentes .............. 3

3.1 Píleo oliváceo, fortemente enrolado; estipe amarelo punctados; crescem em solo ou esterco em
campos ......... B. variicolor (considerada variedade de B. vittelinus)
3.2 Píleo acinzentado com alguns tons de lilás até purpúreo ou cromo-amarelado; estipe branco a
amarelado; crescem em madeira ou restos de cana-de-açúcar .......................4

4.1 Em madeira; píleo reticulado-venoso, fusco-violeta, com alguns tons de lilás até purpúreos
…………. ……………..........B. reticulatus
4.2 Não em madeira, mas em restos de cana de açúcar; píleo não reticulado venoso, apenas plicado,
cromo amarelado.................... .......................... B. mesosporus

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE BOLBITIUS ENCONTRADAS:

1- Bolbitius mesosporus Singer, Figura 185


Sydowia 30 (16): 219. 1978.
Píleo com 3 – 6 cm de diâmetro, cromo-amarelado, víscido, pectinado até quase o meio,
glabro, de obovado a convexo ou com centro depresso e eventualmente umbonado e umbo às vezes
umbilicado. Lamelas amareladas a ocráceas, próximas, livres. Estipe com 7 – 8 x 0,1 – 0,6 cm,
amarelo limão a cromo-amarelado, de ápice pruinoso e base branco- flocosa, oco, cilíndrico a
levemente afinando em direção ao ápice a partir de uma base ventricosa. Esporos com 7,5 – 9 x 4,5
– 5 μm, elipsoides, ocráceo-ferrugíneos, lisos, de parede grossa e com poro germinativo. Basídios
com 15 – 28 x 8 – 9 μm, com 2 a 4 esterigmas, mas maioria tetrasterigmatados. Queilocistídios com
30 – 40 x 7 – 15 μm, de estreito clavados a ampuláceo-subventricosos, hialinos, numerosos.
Pleurocistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo himeniodermal-
celular e no estipe com apenas algumas partes terminais de hifas eretas. Fíbulas ausentes.
Crescem em restos de cana-de-açúcar. A presença de tonalidade amarela no estipe, associada
ao tamanho dos esporos (menores que 10 μm de comprimento), além do substrato, caracterizam a
espécie.

Figura 185 – Bolbitius mesosporus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


2- Bolbitius mexicanus (Murr.) Murr., Figura 186
Mycologia 4: 332. 1912.

Píleo com 2 - 3,5 cm de diâmetro, membranoso, frágil, plano-cônico a aplanado e depois


com umbo papilado a depresso, com margem estriada apenas na maturidade, branco a acinzentado,
víscido a seco, liso. Lamelas livres ou adnexas, frequentemente deliquescentes, pálido-ocráceas a
ferrugíneas, finas, moderadamente próximas. Estipe 3 - 8 x 0,2 - 0,5 cm, cilíndrico, oco, branco,
pruinoso-esquamuloso acima, glabrescente na base. Contexto fino, aquoso, branco. Sabor suave,
odor nulo. Esporos 8 - 10 x 4,5 - 6,5 μm, ovoides, com poro germinativo truncado, marrom-
ferrugíneos, lisos, de parede grossa. Basídios 15 - 25 x 7 - 9 μm, piriformes, tetrasterigmatados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios numerosos, de globosos a piriformes, 21-25 x 15 - 18 μm,
hialinos, de parede fina. Trama da lamela com hifas paralelas, regular. Camada cortical do píleo
epitelial, com elementos globosos a piriformes, de parede fina, com 11 - 25 μm de diâmetro,
hialinos. Fíbulas ausentes.
Crescem em madeira ou outros restos vegetais, em campo ou plantações.

Figura 186 – Bolbitius mexicanus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


3- Bolbitius reticulatus (Pers. ex Fr.) Ricken, Figura 187
Die Blätterpilze 1: 68 (1915).

Píleo frágil, com 1,5 – 6 cm de diâmetro, com forma de sino ou largo-convexo até aplanado,
profundamente plicado sulcado, reticulado-venoso, gelatinoso, liso, fusco-violeta, com alguns tons
de lilás até purpúreo, com centro mais colorido que a margem, de superfície venoso-reticulada.
Lamelas livres ou adnexas, esbranquiçadas a amarronzadas com o amadurecimento dos esporos.
Estipe com 3 – 7 x 0,5 cm cilíndrico, finamente escamoso, pulverulento, a finamente piloso, branco,
não tendendo ao amarelo na metade basal, oco. Contexto fino, esbranquiçado. Odor não distinto.
Esporada marrom escura ou ocráceo-ferrugínea brilhante. Esporos 9 – 13 x 4 – 6 μm, elípticos,
lisos, de parede grossa e com poro germinativo. Braquibasidíolos presentes. Camada cortical do
píleo do tipo himeniforme-tricodermial, com elementos do tipo celular.
Crescem em madeira.

Figura 187 – Bolbitius reticulatus: a- basidioma; b- esporos.


4- Bolbitius vitellinus (Pers. ex Fr.) Fr., Figura 188
Epicrisis: 254. 1838.

Píleo com 1 - 11 cm de diâmetro, membranoso, frágil, cônico-campanulado a aplanado e


depois com margem involuta, amarelo ouro a amarelo-ovo, principalmente no disco e mais pálido
em direção à margem, víscido quando jovem, pelúcido-estriado até quase plicado. Lamelas livres ou
quase assim, frequentemente subdeliquescentes, marrom-argiláceo a marrom-ocráceo, finas,
moderadamente próximas, com bordo branco floculoso. Estipe 3 - 8 (-15) x 0,2 - 0,5 cm, cilíndrico
a levemente atenuado no ápice, fistuloso, cartilaginoso, branco a amarelo-palha e com esquâmulas
furfuráceas fugazes formando estrias longitudinais acima, glabrescente mas viloso na base.
Contexto fino, aquoso, marrom. Sabor suave, odor nulo. Esporos 11 - 15 x 6,5 - 9 μm, ovoides a
elipsoides, com poro germinativo truncado, marrom ocráceo a marrom-ferrugíneo, lisos, de parede
grossa. Basídios 16 - 25 x 8,5 - 12 μm, clavado-inflados a piriformes, tetrasterigmatados.
Queilocistídios numerosos, de globosos a lageniformes ventricosos, 34 - 60 x 15 - 28 μm, hialinos,
de parede fina. Pleurocistídios ausentes. Trama da lamela regular, com hifas infladas. Camada
cortical do píleo epitelial, com elementos clavado-globosos, de parede fina, 22 - 40 x 11 - 15 μm,
hialinos. Fíbulas ausentes.
É uma espécie comum, associada com esterco em campos abertos. Bolbitius variicolor, de
coloração mais olivácea, é considerada aqui uma variedade de B. vitellinus. Bolbitius coprophilus
diferencia-se por apresentar tonalidades rosadas no píleo. Descrições detalhadas podem ser
encontradas em SINGER (1977), PEGLER (1977) e WATLING (1992). AMANDEEP et al. (2013)
apresentam descrição e ilustração recente desta espécie encontrada na Índia. B. coprophilus e B.
variicolor são próximas diferindo a primeira pelo tom rosado e a segunda pela tonalidade olivácea
(Watling, 1992).

Figura 188- Bolbitius vitellinus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocstídios.


3. CONOCYBE Fayod

Píleo higrófano, não radialmente sulcado ou pectinado, às vezes apenas transparentemente


estriado a algo sulcado, com restos de véu frequentes na margem. Lamelas adnexas a adnatas,
geralmente ascendentes. Estipe central, alongado e fino a grosso e carnoso (raro), frequentemente
viloso, pubescente, pruinoso, etc., branco ou colorido, com ou sem pseudorriza, raro algo
marasmioide. Esporada ferrugínea. Esporos lisos a finamente verruculosos, nodulosos ou
espinhosos, ferrugíneos sob microscópio, com poro germinativo e de paredes grossas. Basídios com
2 - 4 esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes e abruptamente capitados.
Trama do himenóforo com mediostrato pouco desenvolvido, praticamente ausente na maioria dos
casos, com os lados da lamela quase se tocando no centro. Camada cortical do píleo celular, não
gelatinizada, às vezes com dermatocistídios capitados. Camada cortical do estipe pode apresentar
também caulocistídios capitados, ou mesmo longos pelos. Fíbulas geralmente presentes. Ocorrem
em interior de matas ou em campos, jardins, solo de plantações ou em áreas recentemente
queimadas, entre musgos e gramíneas, em madeira morta, esterco, dunas de areia, etc.
Conocybe se caracteriza pelos esporos méleos, poro germinativo presente e truncado, bem
evidente, esporada marrom-ferrugem, trama himenoforal com mediostrato muito reduzido, com
himenopódio de ambos os lados quase se tocando, camada cortical himeniforme, queilocistídios
capitados e píleo não plicado-sulcado. Apresenta distribuição quase cosmopolita (Singer, 1986),
com 26 espécies citadas para o Brasil (Putzke, 1994).
O presente trabalho cita a ocorrência de seis espécies de Conocybe para o RS, a saber: C.
alba Singer, C. crispella (Murr.) Singer, C. lactea (Lange) Métrod, C. magnispora (Murr.) Singer
var. levis Singer, C. magnispora (Murr.) Singer var. striatella Singer, C. pubescens (Gill.) Kuhner,
C. tenera (Schaeff. ex Fr.) Fayod ex aut., sendo que as três primeiras são novas ocorrências para o
Brasil. Apesar de alguns autores como Watling e Kits van Wavereen seguirem Kuhner que coloca
Pholiotina como subgênero de Conocybe, o que faria o gênero contar com um número bem maior
de espécies, inclusive para o Brasil, aqui seguiu-se SINGER (1986), que desmembra os gêneros, por
acreditar que estes dois taxa têm diferenças suficientes para serem considerados em gêneros
separados.
Conocybe austrofilaris citada por WATLING (1992) para o Paraná pertence a Pholiotina.
As seguintes espécies de Conocybe têm ocorrência confirmada para o Brasil:
*- Conocybe alba Singer (RS)
*- Conocybe amazonica Singer (AM) - SINGER (1989): 103.
*- Conocybe ambigua (Kuehner) Watling (PR) - ver WATLING (1992): 87. MEIJER (2008).
*- Conocybe anthracophila (Maire & Kuehner) Kuehner & Watling (PR) - ver WATLING
(1992): 90.
*- Conocybe crispa (Longyear) Singer (SP)
*- Conocybe crispella (Murr.) Singer (RS)
*- Conocybe farinacea Watling (PR) - ver WATLING (1992): 87. (SP) MEIJER (2016).
*- Conocybe fragilis (Peck) Singer (PR) - MEIJER (2008).
*- Conocybe izonetae Singer (AM) - SINGER (1989): 103.
*- Conocybe juruensis (Henn.) Singer (AM) - SINGER (1969): 204.
*- Conocybe lactea (Lange) Métrod (RS)
*- Conocybe lentispora Singer (PR) - ver WATLING (1992): 92. MEIJER (2008). (SP)
MEIJER (2016).
*- Conocybe macrorhina (Speg.) Singer - (SP) - SINGER (1950): 204.
*- Conocybe magnispora (Murril) Singer (PR, RS) - ver WATLING (1992): 92.
*- Conocybe mesospora Kuehner ex Kuehner & Watling (PR) - ver WATLING (1992): 89.
MEIJER (2008).
*- Conocybe microsperma Singer (BA) - SINGER (1992): 103. Nome novo proposto por
SINGER (1992) para Conocybe microspora (Velen.) Dennis; Conocybe brunneola (Kuehner)
Kuehner & Watling (PR) é cosiderada sinonímia - ver WATLING (1992): 87. MEIJER (2008).
HAUSKNECHT et al. (2009). (SP) MEIJER (2016).
*- Conocybe missionum Singer apud Singer & Digilio (PR) - ver WATLING (1992): 94.
MEIJER (2008).
*- Conocybe pilosella (Pers. ex Fr.) Kuehner (PR) - ver WATLING (1992): 92.
*- Conocybe pubescens (Gillet) Kuehner (PR, SP, RS) - ver WATLING (1992): 89.
*- Conocybe siennophylla (Berk. & Broome) Singer (PR) - ver WATLING (1992). MEIJER
(2008). (SP) MEIJER (2016).
- Conocybe siliginea (Fr.) Kühner - MELO (2015). Caulocistídios não citados na descrição original.
*- Conocybe stictospora Singer (AM) - SINGER (1989): 104.
*- Conocybe tenera (Schaeff. ex Fr.) Kuehner (SP, RS) - SINGER & DIGILIO (1951): 290.
*- Conocybe xylophila Singer (PR) - ver WATLING (1992): 90. MEIJER (2008).

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CONOCYBE REFERIDAS PARA O BRASIL (ALÉM DE


ALGUMAS PRÓXIMAS):
1.1 Esporos ornamentados ................ 2
1.2 Esporos lisos .......................... 4

2.1 Esporos com até 6 μm de comprimento (raro 7); píleo 0,2 - 0,8 cm de diâmetro, marrom a
marrom-ocráceo ........................................................................ C. juruensis
2.2 Esporos com 7 ou mais μm de compr.; píleo 0,5- 2,2 cm diâmetro, marrom avermelhado a
marrom-amarelado ........................................................................ ...3

3.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro; esporos com 8,2 - 12 x 6,5 - 7,5 μm; crescem em ramos mortos
............ ............ .................................. C. macrorhina
3.2 Píleo com mais de 1 cm de diâmetro; esporos com até 9 µm de comprimento; crescem em solo
ou entre folhas mortas .............3’

3’.1 Píleo com 1,0 - 2,2 cm de diâmetro; esporos 7 - 7,5 x 4,5 - 4,8 μm; crescem em solo ......... C.
missionum
3’.2 Píleo com até 3,1 cm de diâmetro; esporos com até 9 μm de comprimento; crescem entre folhas
mortas ................ ............................................ C. stictospora

4.1 Píleo vináceo; campanulado, até 1,2 cm diâmetro............................... C. fragilis


4.2 Píleo de outras cores, com a forma e tamanho acima especificados ou
diferentes ............................................................... 5

5.1 Ocorrendo em solo humoso, recém queimado, onde restos vegetais carbonizados são
abundantes................... ......................................................... C. anthracophila
5.2 Se ocorre em solo, este não foi recentemente queimado.............................. 6

6.1 Caulocistídios no meio do estipe somente do tipo capitado, não piliformes ................7
6.2 Caulocistídios lageniformes a piliformes, às vezes misturados a alguns capitados ....10

7.1 Píleo plano.................................................................8


7.2 Píleo pelo menos algo campanulado.....................................................9

8.1 Caulocistídios capitados; crescendo em caules herbáceos ou no


solo ............... ...................................C. brunneola
8.2 Caulocistídios capitados e lageniformes; crescendo em
madeira.......................... ....................................C. proxima
9.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro; esporos 5-6,2 (-6,9) x 3,1-3,7 µm, arredondado
elipsoides.......................... C. microsperma
9.2 Píleo com 0,6 a mais de 1 cm de diâmetro; esporos maiores, com 7,5 – 15 µm de
comprimento ..................... 9’

9’.1 Píleo marrom-ocráceo com 0,6 cm de diâmetro; crescendo em gravetos em interior de


floresta .......................... C. amazonica
9’.2 Píleo com mais de 1 cm de diâmetro, marrom a marrom ocráceo; crescendo em solo de
gramados ...............................................9”

9”.1 Píleo marrom ocráceo, com até 2,1 cm de diâmetro; formando agulhas ou cristais no
himênio ou superfície do estipe quando tratados com amônia; queilocistídios com até 10 μm
diâmetro .................................................................. C. tenera
9”.2 Píleo marrom a marrom amarelado, com até 3,5 cm de diâmetro, não formando agulhas ou
cristais no himênio ou superfície do estipe quando tratados com amônia; queilocistídios com mais
de 10 μm diâmetro .................................................................. 9A

9A.1 Píleo marrom, obtuso quando adulto ................. ....................... C. mesospora


9A.2 Píleo marrom amarelado pálido, cônico campanulado ....................... C. crispa

10.1 Píleo campanulado com margem reflexa, marrom escuro; esporos com 11,7 - 15,5 μm de
comprimento; caulocistídios hialinos, piliformes, com mais de 20 μm de comprimento................. C.
inocyboides
10.2 Píleo campanulado a plano, não como acima; demais caracteres como acima ou
diferentes..................... 11

11.1 Esporos amigdaliformes; basídios com dois esterigmas........ C. ambigua


11.2 Não como acima................................................ 12

12.1 Caulocistídios lecitiformes e/ou lageniformes, além de elementos hifálicos


piliformes ............................................................................13
12.2 Caulocistídios apenas do tipo piliforme .........18

13.1 Crescendo em madeira; esporos 7,5 - 8 x 5 μm; caulocistídios lecitiformes junto a outros
piliformes ............................... C. xylophila
13.2 Crescendo em solo ou esterco; esporos e caulocistídios como acima ou
diferentes ............................................... 14

14.1 Esporos com 16,5 - 17,8 x 8,8 - 9,7 μm; caulocistídios lecitiformes junto a outros
piliformes ........................ ........................ C. pubescens
14.2 Esporos menores; caulocistídios como acima ou diferentes .................. 15

15.1 Estipe com pseudorriza ..........................C. izonetae


15.2 Estipe sem pseudorriza ...........................16

16.1 Caulocistídios lecitiformes junto a outros versiformes............... C. alba


16.2 Caulocistídios ou do tipo lageniforme junto com piliformes ou do tipo lageniforme junto a
outros elipsoide-alongados ..................................................17

17. 1 Caulocistídios lageniformes junto a outros piliformes; esporos com poro germinativo bem
evidente......................... C. farinacea (píleo convexo a cônico-convexo e expandindo no final,
frequentemente umbonado; basídios tetrasporados) ou Conocybe siliginea (se píleo obtusamente
cônico, campanulado; basídios bisporados)
17.2 Caulocistídios lageniformes a elipsoide-alongados; esporos com poro germinativo muito
reduzido na maioria; gosto não farináceo ................ C. pilosella

18.1 Esporos lentiformes, pequenos, até 5 μm de comprimento........... C. lentispora


18.2 Esporos não lentiformes, maiores que 7 μm .................................. 19

19.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro; esporos com 13 - 18 x 8 - 10 μm


................................................. C. magnispora
19.2 Píleo com 2,5 cm ou mais de diâmetro; esporos em geral com até 13 x 9
μm ............................................... 20

20.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, amarelo amarronzado a laranja amarronzado; estipe
esbranquiçado no início e então amarronzado principalmente na metade basal, liso a finamente
pulverulento; esporos com 8 – 11,5 x 5 – 6,3 μm ....................... C. siennophylla
20.2 Estipe branco a creme e restante das características como acima ou diferentes…21

21.1 Píleo com até 3 cm de diâmetro, branco a creme ou amarelo-amarronzado apenas no disco;
estipe rachando longitudinalmente com facilidade, pruinoso no início ou levemente estriado, glabro
com a idade, mais ou menos igual ................................... C. lactea
20.2 Píleo com 2,5—5,3 cm de diâmetro, isabelino a avelâneo; estipe fortemente pubescente, mas
ficando glabrescente com o envelhecimento com parte basal algo
alargada .......................................................................... C. crispella
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CONOCYBE ENCONTRADAS:

1- Conocybe alba Singer, Figura 189


Lilloa 25: 295. 1951.

Píleo com 1,5 – 1,7 cm de diâmetro, branco a esbranquiçado, pelúcido estriado quando
fresco, liso, convexo a obtuso, higrófano, glabro. Contexto inodoro, imutável ao ser exposto, branco
a branco aquoso. Lamelas pálido amarronzadas a amarronzadas com o amadurecimento dos
esporos, estreitas a subventricosas, curto adnexas. Estipe branco, pruinoso a subpubescente quando
jovem, mais tarde glabrescente, sem anel, tubuloso, sem bulbo basal, com 18 - 22 x 1 - 1,2 mm.
Esporos 9,8 – 15 x 6,2 – 7,5 μm, elipsoides, lisos, ferrugíneos, com poro germinativo truncado e
parede grossa. Basídios 18 – 20,5 x 6 – 7,5 μm, tetrasporados, alguns bisporados presentes.
Queilocistídios capitados ou não; capítulo com 3 – 4,2 μm. Caulocistídios capitados misturados a
alguns não capitados, capítulo com 3 – 4,8 μm de diâmetro, com 16 – 25 x 7,5 – 11,3 μm, se não
apresentam capítulo são globosos a elipsoides ou ampuláceos ou versiformes, raro com apêndice
filiforme. Hifas do estipe paralelas, hialinas; reação à amônia nula. Fíbulas presentes.
A espécie foi descrita para a Argentina por SINGER & DIGILIO (1951) ocorrendo sobre
solo em mata esparsa, sendo solitária e de ambiente xerofítico.

Figura 189 – Conocybe alba: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- caulocistídios.


2- Conocybe amazonica Singer, Figura 190
Fieldiana Botany 21: 103. 1989.

Píleo com até 0,6 cm de diâmetro, ocráceo-amarronzado, algo higrófano, glabro, pelúcido
estriado, campanulado-subhemisférico. Lamelas ferrugíneo-amarronzado-ocráceas, largas,
subventricosas, subascendentes, bordo mais pálido, adnexas. Estipe branco no ápice e no restante
pálido amarronzado, esparsamente farináceo-pruinoso, não radicante, cilíndrico, com 43 x 0,5 mm.
Contexto pálido ou pálido amarronzado e fino, inodoro. Esporos 13,5-15,5 x 8-8,5 μm, elipsoides,
lisos, pigmentados em amônia, com poro germinativo amplo, truncado. Basídios com 24,5 x 7-12
μm, tetrasporados, mas alguns bisporados formados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com
23-32 x 7-10 μm, lecitiformes, hialinos ou algo amarronzados, com capítulo de 5-7(-7,8) μm de
diâmetro. Camada cortical do píleo celular himeniforme. Camada cortical do estipe formada por
caulocistídios esparsos ou agregados, mas não em camada contínua, lecitiformes, com 29-32 x 7 –
10 μm, numerosos, misturados a outros não lecitiformes com 20 - 23 x 8 - 10 μm, todos hialinos.
Pelos hifálicos ausentes. Fíbulas presentes.
Crescem em galhos na floresta tropical de terra firme. Solitários.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, 30 km N de Manaus, 11/05/1977, Singer B
9862 (INPA).

Figura 190 - Conocybe amazonica: a- basidioma; b- esporos; c- queilocstídios.


3- Conocybe ambigua Kuehner ex Singer, Figura 191
Mycologia 51 (3): 393. 1959.

Basidiomas micenoides. Píleo com até 1,2 cm de diâmetro, convexo a aplanado,


transparentemente estriado. Estipe com 2 – 2,5 x 0,1 – 0,2 cm, cilíndrico, sem base radicante nem
bulbosa, todo revestido por cistídios que dão um aspecto salpicado à superfície. Esporada marrom
ferrugem. Esporos 15 – 17 x 6 – 7,5 μm, amigdaliformes, ferrugíneos, de parede grossa, com poro
germinativo. Basídios exclusivamente bisporados, com esterigmas longos e afinando gradualmente.
Queilocistídios com 10 – 15 x 15 – 20 μm, lecitiformes, sem contar o pescoço e capítulo, com
pescoço de 3 – 4 μm e capítulo de até 7 μm, hialinos, de paredes finas. Camada cortical do píleo
celular com alguns elementos lecitiformes. Camada cortical do estipe com cistídios lecitiformes.
A espécie é próxima de C. macrospora, mas difere pelos esporos menores e amigdaliformes.

Figura 191 – Conocybe ambigua: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4- Conocybe anthracophila (Maire & Kuehner) Kuehner & Watling, Figura 192
Notes R. bot. Gdn Edinb. 40(3): 540. 1983.

Píleo com 2-3 cm de diâmetro, campanulado a cônico-campanulado a umbonado, marrom


ocráceo ou marrom-amarelado, mais escuro no disco, finamente pubescente. Estipe com 6 – 8 x
0,15 – 0,2 cm, cilíndrico, mas com um pequeno bulbo na base. Esporos 10-12 x 6-7 (-7,5) µm,
ovoides a levemente lentiformes, lisos, de paredes grossas, com poro germinativo. Basídios
tetrasporados, com 18-25 x 8-8,5 µm. Queilocistídios lecitiformes, com 14,5-17,5 x 7-9,5 µm,
capítulo com 3-4,5 µm de diâmetro. Estipe coberto por estipitocistídios não lecitiformes, com parte
basal ovoide-elipsoide a clavados ou lageniformes, além de pilosidades com 30 - 40 x 5 - 5,5 µm.
Camada cortical celular, com elementos piriformes a esferopedunculados de 20-35 µm de diâmetro,
entremeadas por pilocistídios não lecitiformes, mais estreitos que os estipitocistídios, algumas vezes
uma ou duas vezes constritos ou filiforme sinuosos, com 17,3-52 x 4-5,5 µm, a maioria com
pigmento amarronzado.
É um dos grandes Conocybe, diferindo pelos cistídios do píleo e estipe não lecitiformes. Seu
hábito também é exclusivo, pois prefere solos recém queimados.

Figura 192 – Conocybe antracophila: a- basidioma; b- esporos; c- quelocistídios.


5- Conocybe crispa (Longyear) Singer, Figura 193
Lilloa 22:485. 1951.

Píleo com 1,5 – 2,5 cm de diâmetro, cônico campanulado, marrom amarelado pálido na
margem e mais escuro no disco, higrófano, nos primórdios finamente pubescentes, mas ficando
glabro com a maturidade, estriado até o disco, margem inteira e crenulada. Lamelas adnexas,
ventricosas, ferruginosas, com bordo mais pálido. Estipe 8 – 10 x 0,1 – 0,2 cm, cilíndrico, base sub-
bulbosa, oco, cor de palha, no primórdio finamente pubescente, mas ficando glabro com a
maturidade. Anel ausente. Esporada ferrugínea. Esporos 11 – 14 x 7 – 9 μm, ovoides a elipsoides,
com poro germinativo truncado, lisos, de parede grossa e dupla, amarronzados. Basídios
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios abundantes, deixando o bordo
heteromorfo, com 9 – 14 x 6 – 9 μm, lecitiformes, hialinos e de paredes finas, com capítulo de 1,5 –
3 μm de diâmetro. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com um epitélio celular
monostratoso, com elementos de 20 – 30 x 10 – 20 μm, de paredes hialinas na base e amarronzadas
acima, entremeados por escassos pilocistídios lecitiformes com 10 – 40 x 2,5 – 5 μm, hialinos ou
pigmentados. Fíbulas presentes.
Crescem em gramados ou sobre folhas de bambu.
Facilmente diferenciada pelo hábito e presença de pilocistídios, além da coloração.

Figura 193 – Conocybe crispa: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pilocistídios.


6- Conocybe crispella (Murr.) Singer, Figura 194
Lloydia 5: 148. 1942.

Píleo com 2,5—5,3 cm, isabelino ("oak, briar" ou "burnt umber" - Maerz & Paul) no centro e
uma mistura de "lariat" e "bran" na margem, ficando avelâneo no centro e pálido avelâneo na
margem quando secos, estriados na margem até metade ou ¾ do raio, permanecendo sulcado
quando seco, rachando até a metade em alguns pontos, higrófano, obtusamente cônico a cônico-
campanulado, expandindo até tornar-se umbonado-subaplanado. Estipe branco puro, fortemente
pubescente, mas ficando glabrescente com o envelhecimento, com parte basal algo alargada (1,5-5
mm), 50-105 x 1-3 mm. Lamelas 'Pablo" M&P, ascendentes, lineares, adnexas a sublivres, estreitas
(2-3 mm), próximas. Contexto branco, sem odor. Esporada ferrugínea. Esporos 10-13,5 (-13,7) x 7-
8,8 (-9,3) μm, elipsoides, coloridos, com poro germinativo, lisos. Basídios 18,3-29 x 11-13,5 μm,
curto calvados, tetrasporados, mas com alguns bi e trisporados. Queilocistídios 21-29 x 7-9,4 μm,
capitados, apresentando um capítulo de 3-4,2 μm de diâmetro. Camada cortical do estipe com
dermatocistídios clavados, ventricosos, fusoides, frequentemente ondulados e com prolongamentos
alongados e hifálicos (pelos), com 23-30 x 7-9 μm (sem contar o prolongamento piloso que pode
chegar a 60 μm de comprimento). Camada cortical do píleo celular, com elementos piriforme-
vesiculosos, somente com raros dermatocistídios.
Crescem em gramados à sombra ou no interior de matas, subgregários.
HAUSKNECHT (1997) refere esta espécie pela primeira vez para a Europa.

Figura 194 – Conocybe crispella: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


7- Conocybe farinacea Watling, Figura 195
Notes R. bot. Gdn Edinb. 25: 311. 1964

Píleo com 0,8-3,5 cm de diâmetro, inicialmente campanulado, ficando convexo a cônico-


convexo e expandindo no final, frequentemente umbonado, amarelo ocráceo a ocráceo, de margem
estriada, pubescente. Lamelas adnatas, lineares ou ventricosas, inicialmente amarronzadas e depois
ferrugíneo-fuscas, subpróximas. Estipe 6-13,5 x 0,2-0,4 cm, cilíndrico mas com bulbo basal distinto
(até 5 mm de diâmetro), branco ocráceo a ferrugíneo, pubescente a conspicuamente pruinoso-
estriado na base. Contexto fino, concolor ao píleo. Sabor e odor farináceos. Esporos 11 - 14 x 7 - 9
µm, elipsoides, com poro germinativo distinto, lisos. Basídios tetrasporados, claviformes, 20-27 x
8-10 µm. Queilocistídios lecitiformes, com base 7-7,5 µm de diâmetro e capítulo de 3-4 µm de
diâmetro, coluna com 1,5-2 µm. Estipe coberto por estipitocistídios similares aos queilocistídios
mas sem capítulo, somente clavados ou com um prolongamento apical simples. Camada cortical do
píleo celular, com elementos curto clavados a esferoidais e elementos lecitiformes mesclados.
É próxima de Conocybe pubescens.

Figura 195 – Conocybe farinacea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do estipe.
8- Conocybe fragilis (Peck) Singer, Figura 196
Acta Bot. Inst. Komarov Acad. Sci. URSS Series 2 , 6: 438. 1950.

Píleo 0,6 – 1 cm de diâmetro, submembranoso, muito frágil, largo campanulado, glabro, cor
de carne. Lamelas ascendentes, adnatas, subdistantes, amarelo escuras a subcoriáceas, ficando
ferrugíneas com o amadurecimento. Estipe 2 – 3 x 0,1 cm, fino, flexuoso e oco. Esporos com 8,5 –
10 x 5 – 6 μm, elipsoides, lentiformes, de parede levemente dupla e com poro germinativo de até
1,5 μm de largura, amarelo claros a amarelo alaranjados ao microscópio e em KOH. Basídios
tetrasporados, com 18 – 22 x 9 – 11 μm. Queilocistídios lecitiformes, com 14 – 21 x 6,5 – 9,5 μm,
capítulo com 3,5 – 4,7 μm. Camada cortical do píleo celular com elementos arredondado
estipetados de 22 – 40 x 15 – 25 μm, sem pileocistídios. Camada cortical do estipe com muitos
pelos e elementos não lecitiformes associados com cerca de 20 % de elementos lecitiformes
similares aos queilocistídios.

Figura 196 – Conocybe fragilis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


9- Conocybe izonetae Singer, Figura 197
Fieldiana Botany 21: 103. 1989.

Píleo fuscídulo-amarronzado, pálido-virgato, quando fresco pelúcido estriado, higrófano,


convexo, obtuso, glabro, com até 7 mm de diâmetro. Lamelas ocráceo-amarronzadas, próximas,
adnexas. Estipe pálido, levemente pubescente (sob aumento), cilíndrico, mas com pseudorriza, 85 x
0,2 mm. Contexto inodoro. Esporos 8,7-9,5 (-10,5) x 5-5,7 (-6) nm, elipsoides, sem depressão
supra-hilar, lisos, de parede grossa, bem pigmentados em amônia, poro germinativo presente e
truncado. Himênio sem cristais. Basídios 14,5-18 x 8,5-9,5 µm, tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios lecitiformes, com 14-21 x 6,5-7 µm, hialinos, com capítulo de 3,3-4,5 µm
de diâmetro. Camada cortical do píleo celular, com elementos subisodiamétricos, subvesiculosos, de
paredes hialinas; dermatocistídios poucos e similares aos encontrados no estipe. Cobertura do estipe
com estipitocistídios lecitiformes de 17-21 x 3-6,5 µm, com capítulo de 2,5-4 µm de diâmetro
misturados com alguns ventricosos, mas não capitados, obtusos, de 10-26 x 6,5-8,5 µm, associados
a pelos hifosos de (12-) 50-60 x 2-2,5 µm, mais alargados na base onde atingem 3-5,5 µm de
diâmetro, hialinos. Fíbulas presentes.
Crescem solitários em ambiente de terra firme na amazônia. Esta espécie pertence à seção
Mixtae sendo a pseudorriza o caráter marcante.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, 23/03/1978, Singer B 10855
(INPA).

Figura 197 – Conocybe izonetae: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


10- Conocybe juruensis (Henn.) Singer, Figura 198
Lilloa 22: 485, 1951.

Basidiomas micenoides, com píleo de 0,2 - 0,8 cm de diâmetro, marrom a marrom-ocráceo.


Estipe fino e cartilagíneo, não radicante. Contexto muito fino, inodoro e de sabor suave. Esporada
marrom amarelada. Esporos com 3,8- 6 (7) x 2,8 – 3,7 µm, elipsoides ou com formato de barril, não
lentiformes, com espinhos isolados, bem visíveis em microscópio óptico e mais escuros que a
parede relativamente fina, poro germinativo apesar de presente indistinto, visível somente em
microscópio eletrônico. Basídios tetrasporados, pequenos, 12 – 15 x 4 – 5 µm. Queilocistídios
lecitiformes, com 16 – 21 x 6,5 – 10 µm, com um pescoço largo e capítulo com 4,7 – 6 µm de
diâmetro. Cobertura do estipe formada principalmente por caulocistídios colapsados e por estruturas
capitadas formadas diretamente das hifas entremeadas por elementos cilíndricos a esféricos, sem
capítulo com 20 – 30 x 10 – 15 µm. Camada cortical do píleo com elementos esféricos grandes, de
25 – 40 x 12 – 22 µm, mas sem pileocistídios, entremeados apenas por elementos lecitiformes com
20 – 35 x 8 – 15 µm. Fíbulas presentes.
Uma segunda citação é feita para o Pará por SINGER (1969), mas difere em alguns detalhes
micro e macroscópicos, podendo corresponder a outra espécie. Crescem em madeira mas um
exemplar foi coletado em solo. HAUSKNECHT & KRISAI-GREILHUBER (1998) apresentam
revisão do tipo desta espécie.

Figura 198 – Conocybe juruensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- caulocistídios; e-


elementos da camada cortical do píleo.
11- Conocybe lactea (Lange) Métrod (= Conocybe albipes), Figura 199
Bull. trimest. Soc. mycol. Fr.: 46. 1940.

Píleo 0,5 - 3 cm de diâmetro, frágil, obtuso-cônico a cônico, ocasionalmente expandindo-se


até convexo, com margem decurvada ou recurvada quando madura, seco, liso, estriado até a metade
do raio, branco a creme ou amarelo-amarronzado no disco. Contexto muito fino, frágil, marrom-
pálido; odor e sabor suaves. Lamelas adnexas, muito próximas, estreitas, pálidas ficando marrom-
alaranjadas com o amadurecimento. Estipe 1,5-5 x 0,1- 0,2 cm, mais ou menos igual, fino, frágil,
oco, reto, rachando longitudinalmente com facilidade, pruinoso no início ou levemente estriado,
glabro com a idade, branco-creme; véu ausente. Esporada marrom-ferrugem. Esporos 10-15 x 6-9
µm, elípticos, lisos, com poro germinativo apical. Basídios tetrasporados. Queilocistídios
lecitiformes, com 25- 12 x 4 - 5 µm, com pescoço de até 10 µm de comprimento. Camada cortical
do píleo celular. Estipe com caulocistídios longos e finos.
Crescem escassos ou gregário em gramados.
Panaeolus foenisecii (Coprinaceae) diferencia-se pelo píleo convexo, marrom escuro e
lamelas manchadas de escuro pelo amadurecimento irregular dos esporos. Espécies de Agrocybe
próximas têm píleo mais convexo, lamelas mais escuras e apresentam geralmente anel. Apesar de
não se saber ao certo se é comestível, há relatos de crianças com problemas causados por ingestão
acidental do que parece ter sido esta espécie. HALLEN et al. (2003) encontraram falotoxinas nesta
espécie, toxina encontrada até o momento em Amanita. É considerada sinonímia de Conocybe
albipes por alguns autores.

Figura 199 – Conocybe lactea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


12- Conocybe lentispora Singer, Figura 200
Sydowia 4 (1-6): 134. 1950.

Píleo com 0,5 – 0,7 cm de diâmetro e 3 – 4 mm de altura, fusco (Clove manchu de M & P),
higrófano, pálido fuscídulo (Oakbuff de M & P) quando seco, na terça parte marginal estriado,
glabro, pálido, convexo. Lamelas adnexas a sublivres, ferrugíneas, algo ascendentes, ventricosas,
moderadamente próximas. Estipe com 15 – 18 x 0,5 – 0,7 mm, fuscídulo alutáceo (Lariat de M &
P), mais escuro na parte inferior, subglabro, filamentoso. Contexto muito fino, inodoro. Esporada
ferrugínea. Esporos com 5,5 – 5,8 x 4,3 – 4,8 µm, subromboides a lentiformes ou elipsoides, lisos,
com poro germinativo truncado. Basídios com 15 – 17 x 7 - 8,5 µm, tetrasporados, hialinos.
Queilocistídios lecitiformes, 17 – 20 x 8,5 – 10 µm, com capítulo de 3 – 4,3 µm de diâmetro,
hialinos. Camada cortical do píleo celular, sem dermatocistídios ou estes não lecitiformes, mas
versiformes (ampuláceos principalmente), esparsos.
Os esporos muito pequenos e lentiformes caracterizam esta espécie. C. hexagonospora
difere por crescer em carvão e pelos esporos hexagonais e maiores.

Figura 200 - Conocybe lentispora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocstídios.


13- Conocybe macrorhina (Speg.) Singer, Figura 201
Lilloa 22: 485. 1950 (1949).

Píleo com até 1 cm de diâmetro, convexo com umbo cônico e estreito, de margem estriado-
subsulcada, vermelho tijolo, mais escuro no umbo. Lamelas sinuado adnatas, ferrugíneas, lineares,
subpróximas. Estipe liso, concolor ao píleo, glabro, ereto, fino, de base levemente engrossada e
inserta, não radicante. Contexto branco amarelado. Esporos 8,2 - 12 x 6,5 - 7,5 μm, rugulosos,
elipsoide-ovados, ferrugíneos ao microscópio. Queilocistídios capitados. Camada cortical do píleo
celular, com elementos esferoidais.
Crescem em ramos mortos.

Figura 201– Conocybe macrorhina: a- basidioma; b- esporos.


14- Conocybe magnispora (Murril) Singer, Figura 202
Mycologia 35 : 530. 1943.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, de colorido escuro, fusco, mais claro nas estriads,
higrófano, secando muito rapidamente, transparentemente estriado até metade do diâmetro, liso,
campanulado a convexo, raro obtusamente cônico a campanulado-subgloboso. Lamelas marrom
ocráceo escuras com bordo mais pálido, ficando ferrugíneas, largas (3,5 mm), ventricosas,
ascendentes, adnatas a largo adnexas, subpróximas a distantes. Estipe concolor ou mais pálido até
esbranquiçado, com base mais amarronzada, estriolado acima a liso, levemente pubescente a
pruinoso, glabrescente e algo brilhante com base levemente engrossada, oco, 30-48 x 1-2 mm.
Contexto fino, esbranquiçado, inodoro. Esporada ferrugínea. Esporos 11,3-19,2 x 7,2-10,2—(11,5)
μm, lisos ferruginosos, com poro germinativo bem desenvolvido, truncado, estreito-elipsoide, de
parede composta e alguns romboides. Basídios 21,5-34,8 x 11,5-10 um, tetrasporados, mas com
alguns bisporados ou trisporados. Queilocistídios 10-20 x 6,8-11,7 μm, capitados, apresentando
capítulo com 2,8-4,7 μm de diâmetro. Himenóforo sem cristais na reação com amônia. Camada
cortical do píleo celular, com elementos piriformes de 20 – 30 x 15 – 20 μm. Dermatocistídios do
estipe não capitados, versiformes, em geral curto subglobosos a fusoides ou cilíndricos, ou
ampuláceos a oblongos, alguns alongados formando um pelo, com 14 - 40 x 3,8 - 8 um. Hifas sem
fíbulas.
Crescem em solo e esterco em campos ou florestas.
Diferencia-se pelas dimensões do basidioma e dos esporos e pelos basídios tetrasporados.
Uma descrição mais recente é a encontrada em PRYDIUK (2014).
Duas variedades podem ser reconhecidas, uma com píleo liso (C. magnispora var. levis) e
outra com píleo estriado (C. magnispora var. striatella).

Figura 202 – Conocybe magnispora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios;


d- elementos da camada cortical do estipe.
15- Conocybe mesospora Kühner ex Watling, Figura 203
Notes from the Royal Botanical Garden Edinburgh 38 (2): 336. 1980.

Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, amarelo, cônico no início e obtuso com a idade, de
margem transparentemente estriada. Estipe 3,5-4,5 x 0,1- 0,2 cm, cilíndrico ou afinando levemente
em direção ao ápice. Esporos 7,5-10 x 4,5-5 µm, elipsoides, com poro germinativo, lisos, de parede
grossa. Basídios tetrasporados, com 17-25 x 7,5-9 µm. Queilocistídios lecitiformes 18-25x 7,5-12
µm, capítulo com 4-5 µm de diâmetro. Camada cortical do estipe com cistídios similares, de 16 -27
x 8 - 12 µm e capítulo com 3-4 µm de diâmetro. Camada cortical do píleo celular com elementos
piriformes ou esferopedunculados, de 10-25 µm de diâmetro. Pileocistídios com 25-27 x 5,5-8 µm,
capítulo com 3-4 µm de diâmetro, em geral com metade apical marrom clara.
Crescem em solo de gramados. SINGER & HAUSKNECHT (1992) discutem esta espécie.

Figura 203 – Conocybe mesospora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios;


d- elementos da camada cortical do estipe.
16- Conocybe microsperma Singer, Figura 204
Sinonímia: Conocybe microspora (Velen.) Dennis
in Bulletin de la Société Mycologique de France 69 (2): 189. 1953.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, muito frágil, pálido, obtuso cônico-campanulado,


membranáceo, glabro, higrófano, depois pálido ocráceo, estriado por transparência. Estipe frágil,
longo, fibriloso estriado, oco, com até 1 mm de diâmetro, branco ou concolor ao píleo, de metade
apical pulverulenta. Lamelas próximas, estreitas, adnatas, creme pálidas ou concolores ao píleo.
Esporos com 5-6,2 (-6,9) x 3,1-3,7 µm, arredondado elipsoides, amarronzados com depressão
supra-hilar, lisos. Basídios com 19-22 x 5,5-6,8 µm, tetrasporados. Queilocistídios lecitiformes,
com 19-27,3 x 7-9,6 µm, capítulo com 4-8 µm de diâmetro. Camada cortical do píleo celular, com
elementos esferopedunculados entremeados por pileocistídios lecitiformes com 22-30 x 6,8-9,5 µm,
capítulo com até 3 µm de diâmetro. Estipe coberto por caulocistídios lecitiformes de 16,5-24,5 x
5,5-15 µm, capítulo com 3-5 µm de diâmetro.
Crescem em gramados, solitários. SINGER & HAUSKNECHT(1992) considera esta espécie
nomen novum para Conocybe microspora (Velen.) Dennis.

Figura 204 – Conocybe microsperma: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios;


d- elementos da camada cortical do estipe.
17- Conocybe missionum Singer apud Singer & Digilio, Figura 205
Lilloa 25: 308.1953.

Píleo de 1 – 2,5 cm de diâmetro, obtuso, umbonado a convexo ou quase aplanado, ocráceo


amarronzado, com centro e estrias mais escuras, pelúcido estriado por ¾ do raio, glabro. Lamelas
adnexas, estreitas, subpróximas argiláceo amarronzadas. Estipe com 14 x 0,7 mm, de coloração
semelhante à das lamelas. Contexto subconcolor à superfície, higrófano, subfrágil, inodoro. Esporos
com 6,2 – 7,6 x 3,6 – 4,2 µm, elipsoies-amigdaliformes a limoniformes, mas não lentiformes,
frequentemente angulares em vista frontal, com um poro germinativo distinto e papilado, finamente
punctuado-espinosos, marrom amarelados em KOH. Basídios (2-) 3 – 4 esterigmas, 12 – 18 x 6 – 8
µm. Queilocistídios lecitiformes, 15 – 20 x 9 – 10 µm, com capítulo de até 5 µm de diâmetro, com
pescoço longo e capa mucilaginosa espêssa. Estipe coberto por cistídios lecitiformes. Camada
cortical do píleo formada por esferocistes pedunculados.
Crescem em solo arenoso ou humoso, solitários.

Figura 205 – Conocybe missionum: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


18- Conocybe pilosella (Pers. ex Fr.) Kuehner, Figura 206
Le Genre Galera 95. 1935.

Píleo com 1,5 – 2,2 cm de diâmetro, cônico-convexo até convexo, não umbonado, marrom-
ocráco a amarronzado, higrófano, mais claro na margem e escuro no centro. Lamelas próximas a
moderadamente distantes, amarronzadas com bordo mais claro. Estipe 4,5 – 5,5 x 0,1 – 0,2 mm,
esbranquiçado quando jovem e depois mais escuro até concolor ao píleo na metade basal, branco
pulverulento na metade apical, com base levemente bulbosa. Sabor não farináceo. Esporos 6,2 – 7,4
(7,8) x 4 – 4,5 µm, elipsoides a levemente amigdaliformes ou algo faseoliformes, com poro
germinativo pequeno a grande, de parede fina a levemente engrossada. Basídios 18 – 22 x 8 – 9 µm,
tetrasporados. Queilocistídios lecitiformes, 16 – 21 x 7,5 – 9 µm, capítulo com 4,5 – 5,5 µm de
diâmetro, de parede fina e hialinos. Caulocistídios piliformes, lageniformes a elipsoide-alongados,
de até 100 µm de comprimento. Camada cortical do píleo celular, com elementos de até 40 µm de
diâmetro, entremeados por pileocistídios lecitiformes de até 35 µm de comprimento.
O tamanho, ausência de caulocistídios lecitiformes e o sabor não farináceo caracterizam esta
espécie.

Figura 206 – Conocybe pilosella: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo; e- elementos da camada cortical do estipe.
19- Conocybe pubescens (Gillet) Kuehner, Figura 207
Encycl. Mycol. 7: 85. 1935.

Píleo campanulado, estriado, fulvo a amarelo-ocre no bordo, escurecendo em direção ao


centro. Lamelas adnexas, pálido ocráceas a ferrugíneas, próximas. Estipe com 3 – 9 x 0,1 – 0,2 cm,
de branco creme a amarelado-méleo, com base algo amarronzada e algo inflada, pubescente.
Esporada cinamômea. Esporos 15-17 x 8,5-9,5 um, elípticos em vista frontal e levemente achatados
em vista lateral, de parede grossa, com poro germinativo. Basídios tetrasporados, 24 - 26 x 11 - 13
µm. Queilocistídios capitados, com 16-20 x 8-10 µm e capítulo de até 3 µm de diâmetro. Camada
cortical do píleo celular, com elementos esferopedunculados, com 20 – 35 µm de diâmetro,
misturados com células pilosas com 50 – 75 x 2 - 5 µm de comprimento e dermatocistídios
capitados com 37 x 6 µm, algo amareladas em soluções alcalinas e com capítulo de até 6 µm de
diâmetro. Camada cortical do estipe com hifas prostradas, cilíndricas de cerca de 7 µm de diâmetro,
com caulocistídios em feixes densos, com ao menos alguns elementos capitados nestes feixes
misturados com pelos.
Crescem em esterco ou gramados, solitários ou em grupos de poucos basidiomas.
Como SINGER (1951) informa, a taxonomia deste taxa é uma completa confusão.

Figura 207 – Conocybe pubescens: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d-elementos da


camada cortical do píleo; e- elementos da camada cortical do estipe.
20- Conocybe siennophylla (Berk. & Broome) Singer, Figura 208
Sydowia 9 (1-6): 402. 1955.

Píleo com 0,5 – 2,5 cm de diâmetro, cônico no início e depois campanulado umbonado a
plano, amarelo amarronzado a laranja amarronzado, umbrino pulverulento, com margem crenada,
seco. Lamelas adnatas a sublivres, pálido amareladas no início e depois cinamômeas. Estipe frágil,
com 4 – 8 x 0,1 – 0,2 cm, fistuloso, esbranquiçado no início e então amarronzado principalmente
na metade basal, liso a finamente pulverulento. Odor e sabor não distintivos. Esporada marrom
cinamômea a marrom avermelhada. Esporos oblongos, 8-11,5 x 5-6,3 µm, lisos, de parede grossa,
com poro germinativo, amarelados em água e amarronzados em KOH. Basídios com 16,5-23 x 7-
9,5 µm, tetrasporados. Queilocistídios com 16,5-25 x 8-9,5 µm, capítulo com 2-5 µm de diâmetro.
Camada cortical do píleo celular, com elementos piriformes ou esferopedunculados, sem
pilocistídios. Estipe coberto por pilocistídios de até 70 µm de comprimento, com base alargada e
parte apical longa e estreita, entremeados por células clavadas, mais curtas, mas nenhum do tipo
lecitiforme.
Crescem em solo.
Conocybe moseri, Conocybe kuehneriana e Conocybe fuscimarginata são espécies que
devem ser melhor estudadas para definição de limites com esta espécie.

Figura 208 – Conocybe sienophylla: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do estipe.
21- Conocybe stictospora Singer, Figura 209
Fieldiana Botany 21: 105. 1989.

Píleo com até 3,1 cm de diâmetro, amarronzado (14 J 10 M&P) e mais pálido quando seco
(11 C 4 M&P), higrófano, levemente víscido, glabro, sem pelos, convexo com margem recurvada.
Lamelas adnexas, ocráceas ("desert" em M&P), próximas, estreitas. Estipe branco ou
esbranquiçado, na base amarronzado e um pouco engrossado (até 7 mm de diâmetro), mas não
radicante, afinando em direção ao ápice, 5,3 x 0,2 – 0,35 mm, oco, algo farinoso sob aumento.
Contexto inodoro. Esporos 7-7,5 (-8,5) x 3,5 – 4,2 (-4,7) µm, alguns 9 x 4- 4,5 µm quando
formados em basídios bisporados, muitos punctulados, com poro germinativo truncado,
amarronzados, elipsoides com alguns fusoides. Basídios 13-21 x 6-7 µm, a maioria tetrasporados e
alguns bisporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios lecitiformes, com 12-19 x 3,5-6 µm,
capítulo com 2,5-4 µm de diâmetro. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo celular,
com elementos esferopedunculados de até 12 µm de diâmetro, sem dermatocistídios. Estipe coberto
por cistídios lecitiformes de
12-20 x 3,5-6 µm , capítulo de 2- 6 µm de diâmetro, entremeados por alguns ventricosos e pelos
hifosos longos e hialinos. Fíbulas presentes.
Crescem solitários entre folhas mortas, em selva de terra firme. A cobertura do estipe é do
tipo encontrado na seção Mixtae e a ornamentação dos esporos do subgênero Ochromarasmius.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, 25/05/1977, Singer B 9715
(INPA).

Figura 209 – Conocybe stictospora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do estipe.
22- Conocybe tenera (Schaeff. ex Fr.) Kuehner, Figura 210
Encycl. Mycol., Paris 7: 68.

Píleo com 1 - 3,5 cm de diâmetro, cônico-campanulado a convexo, marrom-ocráceo, mais


escuro no disco, higrófano, fino, ocráceo quando seco, glabro, com margem estriada. Lamelas
adnatas, marrom-ferrugem, moderadamente próximas, com até 3 mm de largura. Estipe 3,5 - 11 x
0,1 - 0,3 cm, cilíndrico com base sub-bulbosa de até 4 mm de diâmetro, fistuloso, branco acima e
marrom-escuro na metade basal, finamente pruinoso. Contexto fino, marrom. Esporada ferrugínea.
Esporos 9,5 - 13 x 4,5 - 7,5 μm, ovoides a elipsoide, ferrugíneos ao microscópio, com poro
germinativo truncado, com parede grossa e lisa. Basídios com 22 - 25 x 8 - 10 μm, curtos e largos,
bi- ou tetrasterigmatados. Queilocistídios deixando o bordo heteromorfo, lecitiformes, com 9 - 16 x
4,5 - 12 μm no corpo basal, com um capítulo de 3,5 - 4,5 μm de diâmetro. NH 4OH resulta na
produção de cristais no himênio. Trama da lamela regular, de mediostrato reduzido. Camada
cortical do píleo formada por um epitélio de elementos globosos a piriformes, 25 - 35 x 13 - 24 μm,
hialinos, de parede fina, entremeados por pileocistídios similares aos queilocistídios. Caulocistídios
numerosos a escassos, lecitiformes, com corpo basal mais largo, com 8 - 18 x 5 - 15 μm e capítulo
de 2,5 - 6 μm de diâmetro, com pescoço curto de 6 - 9 μm de comprimento. Cristais ou agulhas
também formadas em reação com amônia no estipe. Fíbulas presentes.
As dimensões do píleo e o fato de formar agulhas ou cristais no himênio ou superfície do
estipe quando tratados com amônia, além do tamanho dos queilocistídios (com até 10 μm de
diâmetro) diferenciam esta espécie das demais encontradas.

Figura 210 – Conocybe tenera: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da camada


cortical do píleo; e – elementos da camada cortical do estipe.
23- Conocybe xylophila Singer, Figura 211
Beihefte zur Nova Hedwigia 29: 208. 1969.

Píleo miceonide, com 8 – 9 mm de diâmetro, cinamômeo-ocráceo (“macaroon em M & P),


higrófano, mais pálido quando seco, pelúcido estriado a até 3/4 do diâmetro, cônico-convexo a
obtuso ou aplanado e margem algo recurvada. Lamelas amarronzadas (oak wood no M & P),
subpróximas, adnatas. Estipe branco, oco, glabro macroscopicamente, não radicante, igual ou algo
bulboso, 17 – 19 x 1 mm. Contexto fino, inodoro. Eporada ferrugínea. Esporos com 7,5 - 8 x 4,8 -
5 μm, elipsoides, não lentiformes, de parede engrossada e com poro germinativo bem desenvovido.
Basídios com 12 – 14 x 6-8 μm, tetrasporados. Queilocistídios lecitiformes, com 11 – 20 x 7 – 8,5
μm, hialinos, com capítulo de 2,5 – 4 μm de diâmetro. Estipe com caulocistídios lecitiformes junto
a outros (20 – 50%) piliformes. Camada cortical do píleo celular com elementos piriformes ou
esferopedunculados pigmentados de ocráceo, misturados a alguns dermatocistídios.
Uma espécie lignícola neste gênero que tem elementos predominantemente terrestres.

Figura 211 – Conocybe xylophyla: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4. GALERELLA Earle

Características tais como as de Conocybe, mas diferenciando-se principalmente pelo píleo


plicado-sulcado e queilocistídios não capitados, mas ampuláceos, fusoides ou lageniformes.
Galerella plicatella (Peck) Kuehner, (PR, RS) é citada por WATLING (1992), STIJVE &
MEIJER (1993) e PEREIRA & PUTZKE (1989). Galerella fibrillosa Hausknecht é citada por
HORAK & HAUSKNECHT (2002). Uma outra espécie é descrita do Sri Lanka por PEGLER
(1986): G. microphues (Berk. & Br.) Pegler. Uma revisão global é apresentada por HAUSKNECHT
& CONTU (2003).

DESCRIÇÃO DA ÚNICA ESPÉCIE DE GALERELLA:

1- Galerella plicatella (Peck) Kuehner, Figura 212


Lilloa 22: 490. 1951.

Píleo com 14 – 20 mm de diâmetro, cônico-convexo a convexo ou convexo papilado ou


hemisférico até aplanado e com um pequeno umbo, de superfície levemente víscida no centro e seca
no restante, profundamente plicado-sulcado, higrófano. Estipe com 30 – 35 x 1,5 – 2,5 mm, central,
pálido, glabro, liso, cilíndrico mas com bulbo basal. Lamelas ferrugíneo brilhantes, de próximas a
distantes, estreitas, livres. Contexto branco, inodoro. Esporos com 7,5 – 9 x 4 – 4,8 (5,5) μm,
elipsoides, como poro germinativo não truncado, lisos, ferrugíneo-méleos (coloridos como em
Conocybe). Basídios clavados, 17 – 22 x 8 – 10 μm, tetrasporados, mas alguns são bisporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios ventricosos na base, com ápice estrangulado, ampuláceos,
21 – 77,5 x 8 – 16 μm, ápice 3,3 – 5 μm de diâmetro. Trama da lamela tipo Conocybe. Camada
cortical do píleo celular, com esferocistes pedicelados. Caulocistídios como os queilocistídios, mas
com porção apical mais alargada. Fíbulas presentes.
Cresce sobre húmus ou solo.

Figura 212 – Galerella plicatella: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo; e- caulocistídios.
5. PHOLIOTINA Fayod

Píleo às vezes víscido a subvíscido, campanulado a convexo ou raro aplanado, higrófano.


Lamelas adnexas a adnatas. Estipe central com véu indistinto a ausente ou presente e persistente.
Contexto em algumas espécies cambiando de cor quando exposto. Esporada marrom-ferrugínea ou
ferrugíneo-clara. Esporos lisos a ornamentados, de parede grossa, com poro germinativo.
Queilocistídios geralmente presentes e não capitados ou, se capitados, véu presente e anuliforme.
Trama himenoforal regular, com mediostrato bem desenvolvido. Camada cortical do píleo celular,
com ou sem dermatocistídios e estes capitados ou não, às vezes projetando-se como elementos
filiformes. Fíbulas presentes ou não.
Ocorrem em solo, húmus ou madeira morta, dentro ou fora de áreas florestadas.
HAUSKNECHT & KRISAI-GREILHUBER (2007) apresentam um estudo infragenérico de
Pholiotina, reconhecendo 55 espécies e 4 variedades.
As seguintes são referidas para o Brasil:
- Pholiotina cf. austrofilaris Singer [citada como Conocybe cf. austrofilaris (Singer) Watling em
WATLING (1992: 96 - PR)].
- Pholiotina blattaria (Fr.) Fayod ex Singer (RS) - Pholiota blattaria Fr. em RICK (1961).
- Pholiota highlandensis (Peck) A.H.Sm. & Hesler (SP) - MEIJER (2016).
- Pholiotina rugosa (Peck) Singer – como Conocybe rugosa (Peck) Watling (PR) em MEIJER
(2008).
- Pholiotina teneroides (Lange) Singer [citada como Conocybe percincta Orton por WATLING
(1992 - PR)].
Pholiota togularis Bull. referida para o RS por RICK (1961) pode corresponder a mais uma
espécie deste gênero [Pholiotina togularis (Bull. ex Fr.) Fayod. ex Singer] na área. Há entretanto,
necessidade de revisar-se o material coletado por Rick para confirmar a ocorrência no Brasil.
MEIJER (2016) refere ainda Pholiota highlandensis (Peck) A.H.Sm. & Hesler para São Paulo.

CHAVE PAPA AS ESPÉCIES DE PHOLIOTINA REFERIDAS PARA O BRASIL:


1.1 Queilocistídios utriformes; basídios com dois esterigmas .............. P. teneroides
1.2 Queilocistídios de outras formas ou, se utriformes, então basídos tetrasterigmatados .....2

2.1 Queilocistídios fusoides, basidiomorfos........... P. blattaria


2.2 Queilocistídios bem diferenciados dos basídios .................................3

3.1 Píleo vermelho amarelado ou ferruginoso sem esquâmulas do véu; queilocistídios ampuláceos a
lageniformes, com 22-33 µm de coprimento.......P. rugosa
3.2 Píleo marrom avermelhado a ocráceo, com esquâmulas do véu; queilocistídios cilíndricos a
fusoides ou clavados, com 30 – 60 µm de coprimento..................4

4.1 Píleo com 1 – 2 cm de diâmetro, ocráceo com disco castanho ocráceo; queilocistídios
cilíndricos, ventricosos a ampuliformes,......................................................................P. austrofilaris
4.2 Píleo com 2 – 6 cm de diâmetro, marrom avermelhado; queilocistídios fusoides a clavados
….............................................................. P. highlandensis
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE PHOLIOTINA ENCONTRADAS:

1- Pholiotina austrofilaris Singer, Figura 213


Myc. Austr.: 217. 1969.

Píleo com 1 – 2 cm de diâmetro, convexo a hemisférico, ocráceo com disco castanho


ocráceo, ficando mais pálido quando seco, levemente víscido, liso, fortemente higrófano, estriado e
ornamentado por esquâmulas esbranquiçadas do véu na margem. Lamelas adnatas, ventricosas,
próximas, ocráceo-pálidas com bordo esbranquiçado e fimbriado. Estipe 2 – 4,5 x 0,2 - 0,3 cm,
cilíndrico ou afinando gradualmente até o ápice, esbranquiçado a ocráceo-pálido, seco, oco, coberto
por fibrilas esbranquiçadas na metade basal. Véu membranoso, estriado, persistente, ocráceo-pálido.
Esporada ocrácea ou castanho-ferruginosa. Esporos com 7 – 10 x 4,5 – 5,5 μm, subamigdaliformes,
amarronzados, lisos, com poro germinativo truncado. Basídios com 20 – 30 x 7 – 5 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 30 – 60 x 5 – 10 μm, cilíndricos, ventricosos
a ampuliformes, não capitados no ápice, hialinos, de paredes finas, formando um bordo estéril.
Estipitocistídios similares aos queilocistídios. Camada cortical do píleo formada por um epitélio
celular incrustado por pigmento castanho ferruginoso, com células de 10 – 30 μm de diâmetro.
Fíbulas presentes.
Foi citada como Conocybe cf. austrofilaris (Singer) Watling em WATLING (1992) para o
Paraná. Cresce em solo e em madeira morta. Foi citada também da Argentina por HORAK (1979b).

Figura 213 - Pholiotina austrofilaris: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


2- Pholiotina blattaria (Fr.) Fayod ex Singer, Figura 214
Champ. Jura Vosg. 1 Suppl., in Mem. Soc. D'Emul. Month. 2 ser. V, 319, 1872.

Píleo com 1,5-3 cm de diâmetro, cônico a subcampanulado, depois umbonado ou convexo,


de superfície glabra, higrófana, ferrugíneo ocráceo quando fresco, ficando mais pálido e levemente
rugoso quando seco, de margem mais pálida, levemente estriada. Lamelas sinuadas a livres,
amarelado ocráceo pálidas a cinamômeas, ventricosas. Estipe 2,5 – 5 x 0,2 -0,3 cm, cilíndrico ou
levemente engrossado na base, branco a amarelado, concolor pelo menos na base. Anel
membranoso, branco, estriado acima. Contexto muito fino, concolor na base, oco. Esporada
ferrugínea. Esporos elipsoides a ovoides, truncados, lisos, 10-12 x 5-6 μm, com poro germinativo.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios basidiiformes, fusoides. Camada cortical do píleo celular.
Crescem solitários ou gregários em solo de gramados ou florestas. Alguns autores
consideram esta espécie como Conocybe blattaria, como AKTAS et al. (2008) ao descrever achado
da Turquia.

Figura 214- Pholiotina blattaria: a- basidioma; b- esporos.


3- Pholiotina rugosa (Peck) Singer, Figura 215
Pap. Mich. Acad. Sci. 32: 148. 1948 ("1946").

Píleo com até 3 cm de diâmetro, fino, largo cônico a campanulado e expandindo,


frequentemente umbonado, higrófano, vermelho amarelado ou ferruginoso e estriado na margem
em material fresco, pálido amarelado e rugoso quando seco. Lamelas próximas, adnexas, branco-
amareladas ou creme e ficando ferruginosas ou marrom-ferruginosas quando maduras, de bordo
branco e finamente denticulado. Estipe com 4 – 6 x 0,2 – 0,4 mm, flexuoso, cilíndrico ou levemente
engrossado na base, oco, fibriloso ou às vezes esquamuloso abaixo do anel, pruinoso ou farinoso
acima do anel. Anel membranoso, branco ou esbranquiçado, radialmente estriado no lado superior.
Esporos com 8-10 x (3,7-) 4,5 - 5,5 µm, estreito elipsoides a obovados, lisos, com poro germinativo
e de parede grossa, marrom-amarelados. Basídios com 20-27,3 x 8-9,5 µm, tetrasporados.
Queilocistídios não lecitiformes, ampuláceos a lageniformes, com 22-33 x 5,5-15 µm, hialinos de
paredes finas. Camada cortical do píleo celular, com elementos piriformes a esferopedunculados.
Citada por vários autores como Conocybe rugosa.

Figura 215 – Pholiotina rugosa: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4- Pholiotina teneroides (J. E. Lange) Singer, Figura 216
Beihefte zum Botanischen Zentralblatt 56: 170. 1936.

Píleo com até 1,2 cm de diâmetro, amarelo-ocre com margem mais pálida, higrófano,
hemisférico a convexo, transparentemente estriado na margem. Lamelas distantes, amarronzadas
com bordo mais claro. Estipe com 1,8 – 2,5 x 1 – 2 mm, afinando em direção ao ápice mas não
verdadeiramente bulboso, na metade apical creme claro e no terço inferior amarelo ocre, com anel
descendente preso medianamente. Esporos 11,8 – 12,8 x 5,7 – 6,8 μm, elipsoides a elipsoide
alongados, frequentemente com uma leve depressão supra-hilar, com poro germinativo
proeminente, apículo muito pequeno, ocre-amarelados sob o microscópio. Basídios clavados,
bisporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 45 x 10 – 15 μm, utriformes, em
geral hialinos e de paredes finas. Camada cortical do píleo celular com elementos inflados, curto
clavados a esferoidais, com 30 – 68 x 20 – 40 μm de diâmetro, mas sem pileocistídios intercalares.
Crescem em solo muito fértil ou esterco.
A espécie é facilmente reconhecível pelos basídios bisporados, tamanho dos esporos
(maiores que 11 μm) e queilocistídios utriformes. ENDERLE (1993) cita a espécie para a Alemanha
com descrição e ilustrações. Alguns autores consideram esta espécie como Conocybe blattaria
(Aktas et al., 2009).

Figura 216 – Pholiotina teneroides: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- basídios.


COPRINACEAE/PSATHYRELLACEAE
Píleo cônico ou campanulado no início do desenvolvimento e frequentemente persistindo
assim em basidiomas adultos, ou ficando convexo a aplanado, pigmentos presentes ou ausentes,
escamoso a glabro. Himenóforo lamelado. Lamelas livres a subdecurrentes, com lados paralelos
(tipo-Coprinus), subparalelos ou cuneados, deliquescentes ou não. Estipe central, com ou sem véu;
volva às vezes formada. Convexo carnoso a membranoso, frequentemente muito frágil. Esporada
preta, fusco-púrpura, mais raramente marrom-avermelhada. Esporos lisos, raramente equinados,
espinhosos, reticulados ou com outro tipo de ornamentação, de colorido escuro sob o microscópio
(até pretos e frequentemente opacos), algumas vezes descolorindo em ácido sulfúrico concentrado,
globosos, elipsoides, cilíndrico-oblongos, limoniformes, reniformes ou angulares, com poro
germinativo, raramente sem (em poucas espécies do gênero Psathyrella), pequenos a grandes,
normalmente binucleados, às vezes em tamanhos diferentes devido ao amadurecimento em tempos
diferentes. Basídios normais, frequentemente curtos e alargados. Cistídios presentes ou ausentes, às
vezes com metuloides. Trama do himenóforo regular a subregular. Camada cortical do píleo celular.
Fíbulas presentes ou ausentes.
Ocorrem em vários tipos de substratos.
Pela biologia molecular o gênero tipo Coprinus pertence às Agaricaceae, deixando esta
família inválida. É mantida aqui somente para facilitar a diferenciação via morfologia e anatomia.

CHAVE PARA OS GÊNEROS DE COPRINACEAE/PSATHYRELLACEAE REFERIDOS


PARA O BRASIL:
1.1 Píleo com margem plicada, desfazendo-se em líquido preto na maturidade (deliquescente); lados
da lamela (em seção) paralelos................................. Coprinus
1.2 Píleo com margem não plicada e não deliquescente; lados da lamela
cuneados ........................................... 2

2.1 Esporos descolorindo quando tratados com ácido sulfúrico


concentrado ..................... ................................... Psathyrella
2.2 Esporos não descolorindo quando tratados com ácido sulfúrico concentrado.............. 3

3.1 Esporada profundamente fusco-purpúrea ou fusca; esporos


espinhosos ..................... ............................................ Panaeolina
3.2 Esporada preta; esporos lisos ….............................4

4.1 Pleurocistídios ausentes.........................................Panaeolus


4.2 Pleurocistídios de algum tipo presentes..................5

5.1 Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, mudando a cor para azulado quando machucado; cistídios do
tipo metuloide...................Copelandia
5.2 Píleo com 2 – 7 cm de diâmetro, não mudando de cor para azul quando machucado; cistídios
não do tipo metuloide............Anellaria

1. ANELLARIA Karst.

Píleo campanulado, levemente expandido, mas não aplanado na maturidade, com pouco
pigmento (praticamente branco na maioria das espécies, quando aparece apenas um disco central
mais ou menos ocráceo), carnoso víscido, projetando uma longa margem estéril. Lamelas
variegadas como em Panaeolus. Estipe sem pigmentos, central, um pouco longo, às vezes víscido,
formando ou não véu e frequentemente seus restos são visíveis apenas na margem do píleo, um
pouco carnoso, sólido ou anulado. Contexto branco e não cambinado de cor quando tocado.
Esporada preta. Esporos purpúreo-fuscos a opacos sob o microscópio, lisos, com mais de 10 μm de
comprimento, de parede grossa e complexa, não descolorindo em ácido sulfúrico, elipsoide a
limoniformes. Basídios normalmente clavados, tetraspóricos. Queilocistídios versiformes.
Pleurocistídios com 39–60 x 18,5–24 μm, muito volumosos, vesiculosos e hialinos, não amarelando
em amônia nem ficando azulados em azul cresil. Trama himenoforal regular, mas hifas não
totalmente paralelas. Camada cortical do píleo celular. Fíbulas presentes.
Crescendo no solo ou em esterco em campos abertos.
Somente A. sepulchralis é referida para o Brasil, sendo tratada em alguns trabalhos como
Panaeolus [P. antillarum (Fr.) Dennis], como PEGLER (1983b) e SOBESTIANSKY (2005), mas o
píleo e estipe completamente brancos diferenciam esta espécie das do gênero Panaeolus, que tem
espécies extremamente tóxicas.
Uma descrição mais recente pode ser encontrada em WANG & TZEAN (2015), a partir de
material coletado em Taiwan.

ESPÉCIE DE ANELLARIA ENCONTRADA NO BRASIL:

- Anellaria sepulchralis (Berk.) Singer (PR, RJ, RS), referida por RICK (1930; 39; 61), SINGER
(1953), PEGLER [1983b: 477 - como Panaeolus antillarum (Fr.) Dennis], STIJVE & MEIJER
(1993) e SOBESTIANSKY (2005). (SP) MEIJER (2016).

DESCRIÇÃO DA ÚNICA ESPÉCIE DE ANELLARIA ENCONTRADA:

1- Anellaria sepulchralis (Berk.) Singer, Figura 217


Lilloa 22: 475. 1951.

Píleo com 2 - 7 cm de diâmetro, campanulado a sub-hemisférico, branco a grisáceo, liso a


escamoso, de margem inteira. Estipe 10 - 20 x 0,3 - 0,9 cm, cilíndrico, com superfície branca ou
manchada de negro pela deposição de esporos, levemente estriada, pulverulento na metade superior
e liso no restante, sólido, sem anel e sem volva, com base levemente engrossada, cilíndrico e reto a
dobrado em forma de "L". Contexto fino, 2 - 3 mm de espessura, carnoso-fibroso, esbranquiçado.
Lamelas de sub-livres a adnexas ascendentes, brancas no início e depois negras com margem
branca. Odor fraco e sabor a fungo. Esporada negra. Esporos com 17 - 20 x 10 - 13 μm, elipsoidais
a limoniformes, marrom-escuros ao microscópio, algo opacos, lisos, de parede grossa e com poro
germinativo. Basídios com 20 - 28 x 15 - 16 μm, tetrasporados. Pleurocistídios com 43 - 60 x 15 -
25 μm, abundantes, vesiculosos a lageniformes, com pigmento amarelado internamente e no
restante hialinos. Queilocistídios 45 - 60 x 23 - 26 μm, abundantes, tornando o bordo heteromorfo,
lageniformes ou fusoides a clavados, com inclusão amarela interior. Camada cortical do píleo
tricodermial. Fíbulas presentes.
Crescem em esterco de gado e cavalo em campos e locais expostos ao sol direto.
Apesar do nome, é uma espécie comestível e que poderá a vir a ser importante pelo tamanho
dos basidiomas e pela facilidade de obtenção, pois cresce muito rápido e diretamente em esterco.
Apenas empilhando esterco em locais expostos ao sol pode-se obter abundantemente esta espécie.
Se o esterco for mantido à sombra não desenvolve cogumelos. Mas o formato do píleo pode
confundir com Panaeolus que é mortal em especial com material lavado pela chuva.
Figura 217 - Anellaria sepulchrallis: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios e queilocistídios.

2. COPELANDIA Bres.

Píleo parabólico, pigmentado (forte ou escassamente), cambiando a cor para azul quando
machucado ou tocado. Lamelas adnatas, ascendentes, variegadas. Estipe central, alongado,
geralmente pigmentado. Esporada preta. Esporos limoniformes, lisos, com poro germinativo bem
visível, opacos ao microscópio. Basídios bispóricos ou tetraspóricos. Queilocistídios presentes.
Pleurocistídios metuloidais numerosos, de parede grossa, de ápice subagudo, estreitamente
mucronados ou alongados, subampuláceos, geralmente encrustados por cristais. Trama do
himenóforo regular. Camada cortical do píleo celular. Fíbulas presentes ou ausentes.
Crescem em geral em esterco de gado em campos.
Para o Brasil é referida apenas Copelandia cyanescens, por GUZMÁN et al. (2000 – sem
citar o estado), MEIJER (2006) para o PR e recentemente para Pernambuco por WARTCHOW et al.
(2009). Uma outra espécie ocorre no Rio Grande do Sul, referida como indeterminada por
PEREIRA & PUTZKE (1990). O gênero produz substâncias alucinógenas (Wright & Albertó,
2002).

DESCRIÇÃO DA ÚNICA ESPÉCIE DE COPELANDIA ENCONTRADA:

1- Copelandia cyanescens (Berk. & Br.) Singer, Figura 218a


Lilloa 22: 473. 1951.

Píleo com 1 - 3,5 cm de diâmetro, campanulado, branco-acinzentado a marrom-amarelado


pálido, mais escuro próximo do disco central, liso, subvíscido, translúcido-estriado na margem,
cambiando de cor para azulado quando machucado, com margem apendiculada quando jovem.
Estipe 5 - 10 x 0,2 - 0,6 cm, cilíndrico, oco, reto, cambiando de cor para azulado quando
machucado, longitudinalmente estriado Lamelas adnatas, negras, quando maduras com tonalidade
purpúrea, próximas, de bordo branco, com remanescentes de véu somente na margem do píleo
quando jovem. Esporada negra. Esporos 12 - 14 x 6-5 - 8 μm, lenticulares, limoniformes a
levemente hexagonais em vista frontal, lateralmente elípticos, negros, lisos, de parede grossa e
opaca, com poro germinativo truncado. Basídios 20 - 25 x 8 - 12 μm, tetrasporados. Pleurocistídios
presentes como metuloides, 40 - 80 x 10 - 25 μm, fusoides ventricosos e mucronados, de parede
grossa e mélea, alguns com incrustações de sais no ápice. Queilocistídios abundantes, 20 - 35 x 5 -
8 μm, cilíndricos a clavados, lageniformes a fusoides, de parede fina e hialinos. Trama da lamela
regular. Camada cortical do píleo epitelial com elementos globosos a piriformes, 30 - 50 x 20 - 45
μm, hialinos, de parede fina, com pileocistídios versiformes semelhantes aos queilocistídios
intercalados. Caulocistídios também presentes e semelhantes aos queilocistídios. Fíbulas presentes.
Crescem em solo ou esterco, em campos abertos ou pastagens.
A espécie é alucinógena, sendo que a reação dos basidiomas ao toque ou machucado
(ficando azulados, como em espécies de Psilocybe), associado ao tamanho e formato do píleo e
cistídios é o que caracteriza o gênero e a espécie. Esta mudança de cor diferencia esta de
Panaeolus, gênero que pode crescer em condições semelhantes e muitas vezes associado.
Na literatura foi citada em gêneros como Agaricus, Panaeolus e Campanularius, mas é
nitidamente distinta também por caracteres microscópicos. WARTCHOW et al. (2010) descrevem
achado de Pernambuco.
Material examinado: BRAZIL. Pernambuco, Carpina, Parque de Exposições Senador
Paulo Guerra, 11/06/2006, A.S. Carvalho s.n. URM (80092).

Figura 218a - Copelandia cyanescens: a- basidioma; b- esporos; c- metuloides.

3. COPRINUS (Pers. ex) S. F. Gray

Píleo usualmente cônico ou campanulado, mais raramente inicialmente subgloboso, plicado-


sulcado. Lamelas adnexas a adnatas, deliquescentes. Estipe central, mais ou menos fino,
deliquescente ou não. Véu ausente ou presente, formando ou não anel, raramente com uma volva
aparente. Esporada preta ou fusca. Esporos pretos ou opacos sob o microscópio, profundamente
coloridos, pigmento facilmente removido por ácido sulfúrico concentrado, com poro germinativo,
lisos, mais raramente rugosos ou equinados. Basídios raramente clavados, geralmente cilíndricos,
com 2 ou 4 esporos, às vezes 1 ou 3. Pleurocistídios grandes trabeculados, geralmente presentes e
característicos; crisocistídios não diferenciados na maioria das espécies. Trama himenoforal regular.
Camada cortical do píleo tipicamente celular, com elementos globosos ou piriformes, mas às vezes
com elementos inflados mas mais cilíndricos. Contexto carnoso, frágil. Hifas geralmente com
fíbulas.
Crescem sobre esterco, solo, madeira etc.
Posicionado atualmente nas Agaricaceae pelos estudos de biologia molecular, o gênero é aqui
discutido para facilitar a diferenciação. Coprinus foi desmembrado em vários outros gêneros como
Coprinopsis, Coprinellus e Parasola (Redhead et al., 2001), os quais são ainda mantidos em
Coprinus aqui, somente para facilitar a identificação. Os três últimos são mantidos em
Psathyrellaceae.
O número de espécies ocorrentes no Brasil ainda está muito abaixo do que realmente deve
existir por aqui. RICK (1939; 1961) cita, por exemplo, outras 24 espécies cuja posição sistemática
real deve ainda ser examinada, especialmente baseando-se em recoletas, pois grande parte do
material original foi perdido. BATISTA (1957), cita Pseudocoprinus brasilianus Bat., espécie que
precisa igualmente ser reexaminada. ALVES & CAVALCANTI (1996) apresentam um estudo das
espécies de Coprinus que ocorrem no campus da Universidade Federal de Pernambuco e ALVES et
al. (2012) referam espsécies da Paraíba. RICHARDSON (2001) cita as espécies coprófilas
encontradas no Mato Grosso do Sul e o material encontra-se depositado fora do Brasil, não tendo
sido revisado. SOBESTIANSKY (2005) refere espécies do Rio Grande do Sul e ROSA &
CAPELARI (2009) de Minas Gerais.
GOMES & WARTCHOW (2014) descrevem uma espécies nova de Coprinellus da Paraíba.
MELO (2015) CITA ESPÉCIES ENCONTRADAS EM ESTERCO DE PERNAMBUCO E
MEIJER (2016) cita material adicional de São Paulo que ainda necessita ser revisado.
A seguir estão listadas para o Brasil as seguintes espécies referidas em literatura (em negrito
estão as descritas mais abaixo):
- Coprinopsis cf. acuminata (Romagn.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo 2001 (Coprinus acuminatus
(Romagn.) P. D.Orton) (PR) - MEIJER (2010).
- *Coprinellus angulatus (Peck) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PE) - MELO (2015).
- *Coprinellus arenicola Wartchow & A. R. Gomes (PB) - WARTCHOW |& GOMES (2014).
- *Coprinus auricomus Pat. = Parasola auricoma (Pat.) Redhead, Vilgalys & Hopple 2001
(PR) - MEIJER (2010).
- Coprinopsis austrofriesii (Redhead & Pegler) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PR) - MEIJER
(2010). Necessita ser revisto.
- Coprinellus brevisetulosus (Arnolds) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PR) - MEIJER (2010).
- Coprinopsis brunneofibrilosa (Dennis) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PE) - ALVES &
CAVALCANTI (1996).
- *Coprinus (Coprinopsis) cinereus (Schaeff. Ex Fr.) S. F. Gray (RS; PR) - PEGLER (1983b):
465. MEIJER (2010) como cf.
- *Coprinus comatus (Mueller) S. F. Gray (PR; RS; SP) - HORAK (1979b).
- *Coprinopsis cordispora (T. Gibbs) Watling & M. J. Richardson (GO, MS) - RICHARDSON
(2001). CALAÇA & XAVIER-SANTOS (2012).
- *Coprinopsis cothurnata (Godey) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PE) - MELO (2015).
- *Coprinellus curtus (Kalchbr.) Vigalys, Hopple & Jacq. Johnson (MS, PR) - RICHARDSON
(2001). MEIJER (2010).
- *Coprinus (Coprinellus) disseminatus (Pers. ex Fr.) Kuehner (RS; SP) - PEGLER (1983b):
471; SOBESTIANSKY (2005). (SP) MEIJER (2010, 2016).
- *Coprinus (Coprinellus) ephemerus (Bull. ex Fr.) Fr. (SP) - PEGLER (1983b): 472.
- *Coprinus foetidellus P. D. Orton (PE) - MELO (2015).
- Coprinopsis aff. geesterani (Uljé) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PR) - MEIJER (2010).
Necessita ser revisto.
- *Coprinellus heptemerus (M. Lange & A. H. Smith) Vigalys, Hopple & Jacq. Johnson (MS)
RICHARDSON (2001). MEIJER (2010) como aff.
- *Coprinus jamaicensis Murr. (SP, RS) - PEGLER (1983b): 462. DRECHSLER et al. (2007).
- *Parasola lactea (A.H.Sm.) Redhead, Vilgalys & Hopple 2001 (P. leiocephala (P.D.Orton)
Redhead, Vilgalys & Hopple, Coprinus leiocephalus P.D.Orton) (PR) - MEIJER (2010).
- *Coprinus (Coprinopsis) lagopus Fr. (RS) - PEGLER (1983b): 463. (SP) MEIJER (2010;
2016).
- Coprinopsis mexicana (Murrill) Redhead, Vilgalys & Moncalvo 2001 (Coprinus mexicanus
Murrill ) (PR, MT) - MEIJER (2010). LODGE & SOURREL (2015). Necessita ser revisto.
- *Coprinellus marculentus (Britzelm.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PE) - MELO (2015).
- Coprinellus micaceus (Bull.) Vilgalys, Hopple & Jacq.Johnson 2001 (PR) - MEIJER (2010).
Necessita ser revisto.
- *Coprinus miser P. Karst. (= Parasola misera) (GO, PR) - CALAÇA & XAVIER-SANTOS
(2012). ALVES & CAVALCANTI (1996). MEIJER (2010).
- Coprinopsis cf. neotropica (Redhead & Pegler) Redhead, Vilgalys & Moncalvo 2001 (Coprinus
neotropicus Redhead & Pegler) (PR) - MEIJER (2010).
- *Coprinopsis nivea (Pers.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (GO, PR) - CALAÇA & XAVIER-
SANTOS (2012). MEIJER (2010).
- Coprinopsis cf. paleotropica (Redhead & Pegler) Redhead, Vilgalys & Moncalvo 2001 (Coprinus
paleotropicus Redhead & Pegler) (PR) - MEIJER (2010).
- Coprinus patouillardii Quél. (PE) - MELO (2015). O material de CALAÇA & XAVIER-SANTOS
(2012) é na verdade Coprinopsis cordispora (é sinonimia).
- Coprinellus pellucidus (P. Karst.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (MS) - RICHARDSON
(2001).
- *Coprinus (Parasola) plicatilis (Curt. ex Fr.) Fr. (RO; SP) - PEGLER (1983b): 474. =
Parasola plicatilis (Curt. ex Fr.) Redhead, Vilgalys & Hopple (MG) – ROSA & CAPELARI
(2009).
- Coprinus pseudomicaceus Dennis (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). Necessita ser revisto.
- *Coprinopsis pseudoradiata (Kühner & Joss. & Watling) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PE)
- MELO (2015).
- *Coprinopsis radiata (Bolton) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (MS) RICHARDSON (2001).
- Coprinus (Parasola) setulosa (Berk. & Broome) Redhead, Vilgalys & Hopple (PE) - ALVES et al.
(2002). O material necessita ser revisto.
- *Coprinus (Coprinopsis) stercoreus Fr. (RS; PR; SP) - PEGLER (1983b): 469. (SP) MEIJER
(2010; 2016). RICHARDSON (2001).
- Coprinellus cf. subimpatiens (M. Lange & A. H. Smith) Redhead, Vilgalys & Moncalvo
(Coprinus subimpatiens M. Lange & A. H. Smith) (PR) - MEIJER (2010). (PE) ALVES &
CAVALCANTI (1996).
- Coprinopsis tuberosa (Quél.) Doveri, Granito & Lunghini 2005 (Coprinus tuberosus Quél.) (PR) -
MEIJER (2010). Necessita ser revisto.
- *Coprinopsis vermiculifer (Joss. ex Dennis) Redhead, Vilgalys & Moncalvo (PE) - MELO
(2015).
- *Coprinus xanthothryx Romagnesi (RS) - SOBESTIANSKY (2005). (SP) MEIJER (2010;
2016).
- Coprinus cf. xerophilus (MT) - LODGE & SOURELL (2015). Necessita ser revisto.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE COPRINUS REFERIDAS PARA O BRASIL:


1.1 Remanescentes do véu formando esquâmulas ou flóculos na superfície do píleo................ 2
1.2 Véu universal ausente (pelo menos em basidiomas maduros) ............................................. 13

2.1 Coprófilo; esquâmulas ou flóculos formados por esferocistos ou por hifas filamentosas......... . 3
2.2 Lignícolas ou terrestres; esquâmulas ou flóculos formados por hifas filamentosas.................... 11

3.1 Esquâmulas formadas por esferocistos ........................... 4


3.2 Esquâmulas formadas por hifas filamentosas.................. 9
4.1 Elementos globosos da camada cortical do píleo lisos, entremeados ou não por pequenos cristais
.................... 5
4.2 Elementos globosos da camada cortical do píleo ornamentados, mamilosos ou espinhosos .....8

5.1 Esporos com poro germinativo excêntrico ...................... C. curtus (se pileocistídios capitados)
ou C. heptemerus (se pileocistídios lageniformes, não capitados) ou Coprinus niveus (se
pileocistídios ausentes)
5.2 Esporos com poro germinativo central; não apresentam pileocistídios capitados .............6

6.1 Píleo com até 3,5 cm de diâmetro; esporos com 12,5-15 × 7,5 -9 µm, hexagonais em vista
frontal; pleurocistídios ausentes ...................................... C. cothurnata
6.2 Píleo com até 40 mm de diâmetro; esporos como acima ou menores; pleurocistídios
presentes .......................................7

7.1 Píleo e estipe brancos; esporos com 12 - 18,5 x 9,5–13,5 x 7,5–8,5 μm .............. C. niveus
7.2 Píleo e estipe pelo menos algo pigmentados; esporos com menos de 12 μm de
comprimento .....................................7'

7'.1 Esporos com 7,2-8,6 x 6-7,5 µm, cordiformes em vista frontal ..............C. cordispora (= C.
patouillardii)
7'.2 Esporos com 8,8–11,5 x 5,2–7,6 µm, estreitamente elipsoides a algo faseoliformes ou
amigdaliformes ................C. radiata

8.1 Esporos com 7,5-10,5 x 5-7,5 µm ............................ C. foetidellus


8.2 Esporos com 6,5-8 x 3-4 µm ..................................... C. stercoreus

9.1 Célula terminal dos filamentos da camada cortical do píleo de paredes idênticas às das células
anteriores; esporos com 7,5-9,6 x 4,8-6 µm, subglobosos a elipsóides.............. C. pseudoradiata
9.2 Célula terminal dos filamentos da camada cortical com paredes mais engrossadas; esporos em
geral com mais de 9,6 µm de comprimento (raro menores) ..............10

10.1 Filamentos da camada cortical estrangulados junto aos septos; esporos com 9,5 – 11 x 5,5 –7,2
μm, ovoides a elipsoides ......................................C. cinereus
10.2 Filamentos da camada cortical sem estrangulamento nos septos; esporos com 8,4˗13,5 x 6-8
µm, subglobosos a ovóides................................... C. vermiculifer

11.1 Basidiomas robustos com até 5 cm de diâmetro, píleo cilíndrico a elipsoide, expandindo pouco,
de até 15 cm de altura; em solo........................ C. comatus
11.2 Basidiomas menores, com píleo de 1 - 4 cm de diâmetro, em geral expandindo até ficar
aplanado; lignícolas, em solo ou areia............................ 12

12.1 Crescem em solo ou areia ......................................................................12'


12.2 Crescendo em madeira ...........................................................................12"

12'.1 Crescendo em solo; véu no início esbranquiçado a marrom acinzentado cobrindo todo o píleo
e fragmentando-se mais tarde, formando flocos fibrilosos pontiagudos e apressos a recurvados,
ficando marrons com a desidratação ............................... C. lagopus
12'.2 Crescendo em areia; píleo coberto por esquâmulas velares subpiramidais de coloração bege
sobre fundo bege pálido .................................................. C. areanicola

12".1 Píleo marrom acinzentado com esquâmulas formando espinhos eretos agrupadas no disco
central; esquâmulas velares formadas por elementos curtos, com 10 – 65 x 5 – 20 µm, marrom
dourados e de paredes levemente engrossadas, constritas nos septos. Fíbulas
ausentes. ................... ......... C. jamaicensis
12".2 Píleo inicialmente ocráceo, mas com a maturação torna-se acinzentado, com fibrilosidade
radial, mas permanecendo ócreo-amarronzado no centro, coberto de floculosidade esbranquiçada
que pode apresentar-se amarronzada apenas parte superior; floculosidade formada por cadeias de
elementos resultando em pelos multicelulares e amarronzados (pigmento incrustante), ramificados
ou não. .................. C. xanthothryx

13.1 Basidiomas terrestres ou coprófilos, solitários, geralmente deliquescentes ........ 14


13.2 Basidiomas lignícolas, gregários ou em agrupamentos densos ...........................18

14.1 Em solo; píleo glabro, logo no início já aplanado ................... C. plicatilis (se esporos com 13,5
- 14,5 x 9,5 - 12 x 7,5 - 9 μm ou Parasola lactea (se esporos com 9,2–11 x 8,2–9,2 x 5,8–7,3 µm)
14.2 Coprófilos; píleo pruinoso a setuloso, cônico e então expandindo-se ou não ............15

15.1 Píleo marrom, pruinoso, aplanado quando maduro....................................... C. ephemerus


15.2 Píleo esbranquiçado a cinza-escuro, setuloso, campanulado a aplanado...........................16

16.1 Lamelas livres, formando colario; pleurocistídios ausentes; pileocistídios presentes ou ausentes
.............................. C. miser (pileocistídios ausentes) ou C. pellucidus (pileocistídios lageniformes
com 30-50 x 9-14 μm)
16.2 Lamelas livres, adnexas ou adnatas, mas não formando colario; pleurocistídios presentes;
pileocistídios com 60 - 110 x 10 - 15 µm ....................17

17.1 Píleo campanulado, esbranquiçado a cinza-escuro, com setas agudas; esporos mitriformes em
vista frontal................................ C. angulatus
17.2 Píleo cônicos a convexo-campanulados, amarronados no centro e mais claros na margem, com
setas algo capitadas; esporos hexagonais em vista frontal,.............................. C. marculentus

18.1 Formando agrupamentos densos; esporos 7 - 9,5 x 4 - 5 μm, ovoides; pileocistídios


lageniformes de 10 - 180 x 10 - 20 μm .............................. C. disseminatus
18.2 Gregários; esporos com 9,2–11,6 (–13,2) x 7,6–8,8 (–10,8) µm, largo elipsoides a lacrimoides,
submitriformes a cordiformes ou quase triangulares e em vista frontal, estreito elipsoides em vista
lateral; píleo coberto por setas longas, lageniformes e base bulbosa, de paredes grossas e de
coloração dourada 100–300 (–400) x 3– 16 µm ..................... C. auricomus

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE COPRINUS ENCONTRADAS:

1- Coprinellus angulatus (Peck) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, in Redhead, Vilgalys,


Moncalvo, Johnson & Hopple, Figura 218b
Taxon 50(1): 232. 2001.

Píleo com até 27 mm de diâmetro, elipsoide e marrom ocráceo a marrom acinzentado,


setuloso no primordio, ficando campanulado quando maduro, esbranquiçados a cinza escuros, sem
remanescentes do véu. Lamelas livres a raro adnexas, pretas quando maduras. Estipe cilíndrico,
oco, pubescente, reto ou algo contorcido, branco, 25-50 x 1,5-2 mm, sem anel. Esporos com 7 - 8,5
x 6-7,5 µm, mitriformes em vista frontal, cilíndricos a elipsoides em vista lateral, marrom
avermelhado escuros, de parede grossa e lisa, com poro germinativo central. Basídios
tetrasterigmatados. Queilocistídios com 25-80 x 7-35 µm, esferopedunculados, clavados a
utriformes, hialinos. Pleurocistídios com 60-180 x 15-60 µm, subcilíndricos a utriformes,
fusiformes ou até mesmo esferopedunculados a clavados. Camada cortical do píleo com
pileocistídios setosos, com 75-110 x 10-5 µm, afinando em direção ao ápice até cerca de 1-2 µm,
hialinos, lisos, de parede fina a algo engrossada. Fíbulas presentes.
Crescem gregários em esterco ou restos vegetais, mas geralmente em locais recentemente
queimados. A forma dos esporos e o fato de crescerem em locais queimados permitem o fácil
reconhecimento.

Figura 218b - Coprinellus angulatus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d-


ppileocistídios; e- pleurocistídios.

2- Coprinellus arenicola Wartchow & A. R. Gomes, Figura 218c


Sydowia 66 (2): 251. 2014.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, convexo umbonado, coberto por esquâmulas velares
subpiramidais de coloração bege sobre fundo bege pálido, pectinado-sulcado. Lamelas andexas,
subpróximas a subdistantes, ficando negras com a maturidade. Estipe com 32–47 x
2,5–3 mm, cilíndrico, branco, liso, oco. Esporos com 7,6–9,2 x 6,1–7,6 x 4,6–6,1 µm, elipsoides em
vista lateral, triangular a cordiformes em vista frontal, amarronzados a negros, de parede grossa e
lisa, com poro germinativo pequeno, hilo reduzido. Basídios com 10 - 22 x 6 - 10 µm,
tetrasporados. Queilocistídios com 20 - 35 x 13 - 21 µm, de piriformes a lageniformes, de parede
fina, lisa e hialina. Pleurocistídios ausentes. Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos
apresentando 20 - 30 x 15 - 25 µm, clavados a largo elípticos, subhialinos, sem pileocistídios.
Caulocistídios com 30 - 50 x 11 - 18 µm, clavados, de parede fina e hialina. Véu universal
formado por elementos hifálicos de 30 - 45 x 5 - 12 µm, com célula terminal pouco diferenciada,
com ponta obtuso-arredondada, amarelada. Fíbulas presentes.
Gregários em solo arenoso. A formação hifálica dos remanescentes do véu, o diâmetro do
píleo, a ausência de pleurocistídios e o tipo de esporos caracterizam esta espécie.
Figura 218c - Coprinellus arenicola: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- caulocistícios;
e- elementos da camada cortical do píleo; f- hifas velares.

3- Coprinus auricomus Pat., Figura 218d


Tabulae Analyticae Fungorum 5: 200. 1886.
= Parasola auricoma (Pat.) Redhead, Vilgalys & Hopple
Taxon 50: 235. 2001.

Píleo com até 4 cm de diâmetro, paraboloide a ovoide ou oblongo a elipsoide no primórdio,


ficando cônico a campanulado, eventualmente formando umbo raso, ou largo convexo a aplanado e
depresso na maturidade, plicado-sulcado, pruinoso quando jovem mas grabrescente na maturidade,
amarronzado a marrom avermelhado ou alaranjado, não deliquescente. Lamelas subdistantes a
próximas, livres, ficando negras com a maturidade. Estipe 45 - 90 x 1 - 3 mm, cilíndrico ou
afinando levemente na direção do píleo, glabro ou raro com poucos pelos, branco a amarelado ou
acinzentado alaranjado, com micélio basal marrom alaranjado. Odor não distinto. Esporos 9,2–11,6
(–13,2) x 7,6–8,8 (–10,8) µm, largo elipsoides a lacrimoides, submitriformes a cordiformes ou
quase triangulares em vista frontal, estreito elipsoides em vista lateral, com hilo visível, de paredes
grossas e lisas, com poro germinativo central ou levemente excêntrico, marrom chocolate ao
microscópio. Basídios com 18–24 x 8–10 µm, tetrasporados. Queilocistídios com 12–50 x 10–22
µm, vesiculares a subglobosos, elipsoides ou estreito elípticos, hialinos. Pleurocistídios com 40–70
x 8–14 µm, elipsoides e subpedicelados, hialinos. Camada cortical do píleo formada por uma
himenioderme de células clavadas com 25–35 x 10–15 µm, apresentando intercalarmente setas
longas, lageniformes, de paredes grossas e de coloração dourada, com (50–) 100–300 (–400) x 3–
16 µm e base bulbosa. Véu universal ausente.
Crescem em grupos ou gregários, em restos de madeira.
Figura 218d - Coprinus auricomus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios.

4- Coprinus brevisetulosus Arnolds, Figura 218e


Ecol. Coenol. Macrofungi Grassl. Heathl. Drenthe Netherl.: 309. 1982 (1983).

Píleo com até 20 mm de diâmetro, elipsoide a ovoide no primórdio, e campanulado a obtuso


na maturidade, ocráceo no disco central e mais pálido em direção à margem. Lamelas livres,
ficando negras com o amadurecimento dos esporos. Estipe com 30-70 x 0,5-2 mm, cilíndrico,
pubescente, branco. Esporos com 7,9-11,4 x 5,2-6,7 µm, ovoides, de parede grossa e poro
germinativo central. Basídios com 15-30 x 8-11 µm, tetrasporados, com 3 - 6 pseudoparáfises por
basídio. Queilocistídios com 40-60 x 20-30 µm, globosos a elipsoides, ovoides ou oblongos,
hialinos e de paredes finas. Pleurocistídios com 60-120 x 15-35 µm, elipsoides, ovoides, obovoides,
oblongos a cilíndricos ou até mesmo utriformes. Camada cortical do píleo com pileocistídios com
20-65 x 7-14 µm, lageniformes com um pescoço de 2,5-5 µm de diâmetro. Caulocistídios similares
mas alguns podem ocorrer bifurcados. Fíbulas ausentes.
Crescem gregários ou raro solitários em esterco. C. pellucidus diferencia-se pela ausência
de pleurocistídios e píleo menor.

Figura 218e - Coprinus brevisetulosus: a- basidioma; b- esporos; c- pilocistídios; d- queilocistídios;


e- pleurocistídios.
5- Coprinus cinereus (Schaeff. ex Fr.) S. F. Gray, Figura 219
Natural Arrangement of British Plants 1: 634. 1821.
= Coprinopsis cinerea (Schaeff.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, in Redhead, Vilgalys,
Moncalvo, Johnson & Hopple
Taxon 50(1): 227 . 2001.

Píleo com até 5 cm de diâmetro, cilíndrico alongado a cônico campanulado, expandindo-se


até ficar aplanado; superfície branca com centro vináceo, após cinza até a margem, no início
densamente coberto com escamas brancas fibrilosas floculosas, glabrescente, de margem estriada.
Lamelas livres, esbranquiçadas a preto fuscas, deliquescentes, estreitas, muito próximas. Estipe com
4-12 x 0,3-0,6 cm, levemente expandido a pouco inflado com base plana, base tipicamente com
rizomorfas, oco; superfície branca a vinácea, com fibrilas basais floculosas, nunca com escamas.
Contexto fino, branco. Esporos com 9,5 – 11 x 5,5 –7,2 μm, ovoides a elipsoides, marrom escuros,
lisos, translúcidos, com um engrossamento na parede e poro germinativo apical. Basídios com 18-
26 x 7-9 μm, clavado-pedicelados, tetrasterigmatados. Bordo da lamela estéril, com queilocistídios
próximos. Pleurocistídios com 60-80 x 18-30 μm, cilíndrico alongado a elipsoide ou utriformes
a obclavados, hialinos, de parede fina. Queilocistídios com 20-50 x 16-26 μm, globosos a
piriformes. Trama himenoforal regular, hialina. Camada cortical do píleo uma epícutis de hifas
infladas radialmente arranjadas, com 20-25 μm de diâmetro. Véu composto por elementos
filamentosos, catenulados, de até 180 µm de diâmetro, com células terminais em geral subglobosas,
lisas, e de parede mais grossa que as demais. Com fíbulas.
Crescem em esterco, em geral em campos abertos, mas também encontrados entre restos de
gamíneas.

Figura 219 – Coprinus cinereus: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios.


6- Coprinus comatus (Muell. ex Fr.) S. F. Gray, Figura 220a
Natural Arrangement of British Plants 1: 633. 1821.

Píleo com 30 - 50 mm de diâmetro, elipsoidal a cilíndrico, expandindo-se muito pouco,


desmanchando-se completamente em um líquido preto (deliquescentes) restando, por fim, apenas
parte do estipe, de coloração cinza a esbranquiçada, no início fibrilosa e depois rompendo-se em
escamas brancas com pontas amareladas. Estipe com 60 - 150 x 10 - 20 mm, branco a acinzentado,
fibriloso, de base algo alargada, fistuloso, com rizomorfas. Lamelas cinzentas e depois da
maturação dos esporos negras, largas, de bordos paralelos. Contexto grosso, branco. Odor nulo e
sabor fúngico a desagradável. Esporada negra. Esporos com 11 - 15 x 6,5 - 8,5 μm, elipsoides e
levemente assimétricos, com poro germinativo truncado, pretos, lisos. Basídios com 20 - 40 x 10 –
25 μm, tetrasporados, dimórficos, claviformes. Queilocistídios com 40 - 60 x 15 - 30 μm,
subglobosos a piriformes, hialinos de paredes finas, eventualmente septados. Camada cortical do
píleo formada por células alargadas um tanto alongadas, esquâmulas de origem velar formadas por
hifas filamentosas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo, principalmente em áreas abertas.
Este é um dos maiores Coprinus, sendo comestível (não pode haver ingestão concomitante
de álcool) se as lamelas ainda não iniciaram o processo de deliquescência. O cultivo obedece às
técnicas utilizadas para Agaricus, mas deve ser rapidamente consumido para não ser logo perdido
por desmanchar-se e porque muda o sabor para desagradável com o amadurecimento. A
deliquescência contribui para a disseminação dos esporos, pois o odor e o aspecto podem atrair
moscas e, ao aderir às suas pernas, podem ser dispersas facilmente. Este mecanismo de dispersão é
encontrado raramente em outros gêneros de Agaricales.

Figura 220a – Coprinus comatus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


7- Coprinus cordisporus T. Gibbs, Figura 220b
= Coprinopsis cordispora (T. Gibbs) Noordel.

Píleo com até 20 mm de diâmetro, subgloboso, globoso a elipsoide ou cilíndrico no


primórdio, aplanado quando maduros, de amarronzados a acinzentados com centro amarelado,
perfurado, com cobertura velar esbranquiçada e esquarrosa ou flocosa quando jovem, dissolvendo-
se para formar granulações presentes mais no disco central. Lamelas adnexas, negras e
deliquescentes na maturidade, de bordo branco. Estipe com 15-50 x 0,8-2 mm, esbranquiçado a
amarronzado, cilíndrico mas com base algo engrossada, fortemente tomentoso. Esporos com (5,6-)
7,5-9,7 x (5,3-) 6,2-7,5 µm, frontalmente arredondado-triangulares a quadrangulares de base
truncada, fortemente achatados lateralmente, ou limoniformes, mas lentiformes em vista frontal,
marrom avermelhados escuros, com poro germinativo distinto e central. Basídios com 16,5-26 x 7-
9,5 µm, tetrasporados. Queilocistídios com 33-55 x 5-19 µm, utriformes a lageniformes ou
eferopedunculados (neste caso com 19-33 x 16,5-27µm). Pleurocistídios com 40-80 x 13,5-28 µm,
utriformes, subglobosos a elipsoides ou subcilíndricos a lageniformes, hialinos. Remanescentes do
véu formados por elementos globosos a raro elipsoides, hialinos a pálido amarelados com 10-45 µm
de diâmetro, às vezes catenulados. Fíbulas ausentes.
Crescem em esterco de diversos herbívoros. É próxima de C. pattouillardii da qual se
diferenciava-se pelos pleurocistídios maiores, principalmente, mas que pela biologia molecular
foram sinonimizadas (Nagy et al., 2011).

Figura 220b - Coprinopsis cordispora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d-


pleurocistídios; e- elementos velares do píleo.

8- Coprinopsis cothurnata (Godey) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, in Redhead, Vilgalys,


Moncalvo, Johnson & Hopple, Figura 220c
Taxon 50(1): 227. 2001.
Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, elipsoide a subcilíndrico no primórdio, com restos velares
pulverulentos, na maturidade cônicos a campanulados ficando aplanados e com margem revoluta,
sob os remanescentes do véu de cor cinza escura a preta, plicado-sulcado, com centro amarronzado.
Lamelas adnexas a livres, de brancas no primórdio a negras na maturidade. Estipe cilíndrico ou
afinando em direção ao ápice, oco, finamente fibriloso, flocoso principalmente na metade superior,
branco à acinzentado, 80-90 x 2-4,5 mm, sem anel. Esporos com 12,5-15 x 7,5-9 µm, hexagonais
em vista frontal, elipsóides em vista lateral, castanhos a marrom avermelhados, com poro
germinativo bem evidente. Basídios tetrasporados. Queilocistídios com 27-40 x 15-25 µm,
globosos, clavados a sacados, hialinos, de parede fina e lisa. Pleurocistídios ausentes. Elementos
velares da camada cortical do píleo formados por células subglobosas com até 130 µm de diâmetro,
entremeados por cristais.
Crescem em esterco. O tamanho dos basidiomas e dos esporos permitem uma rápida
diferenciação entre os demais Coprinus que crescem como coprófilos.

Figura 220c - Coprinus cothurnata: a - basidiomas (primórdio e adulto); b- esporos; c-


queilocistídios; d- elementos velares.

9- Coprinus curtus Kachlbr., Figura 220d


Thümen, Flora 59:424. 1876.
Coprinellus curtus (Kalchbr.) Vilgalys, Hoppe & Jacq. Johnson
Taxon 50 (1): 233. 2001.

Píleo com até 15 mm de diâmetro, com forma de barril ou campanulados e levemente


pilosos no primórdio, ficando aplanados quando maduros, plicado-sulcados, translúcido estriados,
marrom amarelados a pálido amarronzados ou acinzentados, com remanescentes do véu
aparecendo como grânulos amarronzados que rapidamente desaparecem. Lamelas livres,
moderadamente próximas, ficando negras com a maturidade e deliquescentes, de bordo branco
levemente fimbriado. Estipe com 5-70 x 0,25-1 mm, esbranquiçado a amarronzado, pruinoso. Odor
indistinto. Esporos com (9-) 10-12,6 (-13,5) x (5-) 6 -8,5 µm frontalmente elipsoides a ovoides,
lateralmente aplanados, com poro germinativo distinto e excêntrico, marrom avermelhado escuros a
opacos. Basídios tetra- ou raro bisporados, com 22-30 x 8,7-12,5 µm. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 15-40 x 16-20 µm, esferopedunculados a clavados, hialinos, deixando o bordo
heteromorfo. Camada cortical do píleo com pileocistídios com 60-110 (-140) x 9,7-20 µm,
lageniformes e capitados. Caulocistídios com 30-60 x 5,5-11 µm, lageniformes e capitados,
isolados. Remanescentes do véu formados por elementos esféricos com 10-16 µm de diâmetro, com
paredes de até 2,5 µm de grossura, amarronzados, com pigmento incrustante. Fíbulas presentes.
Crescem gregários, em esterco de herbívoros.
Figura 220d- Coprinus curtus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pilocistídios; e-
caulocistídios; f- elementos velares.

10- Coprinus disseminatus (Pers. ex Fr.) Kuehner, Figura 221


Natural Arrangement of British Plants 1: 632. 1821.

Píleo com 12 - 50 mm de diâmetro, cilíndrico no início e depois campanulado a convexo,


creme a acinzentado ou castanho, profundamente sulcado (acanalado) até quase o centro, onde
forma-se um disco mais pigmentado, hirsuto, com restos de véu em escamas acinzentadas, lanosas;
não deliquescente. Lamelas adnatas, ascendentes, próximas, esbranquiçadas a acinzentadas quando
imaturas, depois negras, não deliquescentes. Estipe com 20 - 40 x 1 - 3 mm de diâmetro, cilíndrico,
curvado, pubescente, muito frágil, esbranquiçado. Anel esbranquiçado muito delicado, somente
visível em material jovem. Contexto muito fino, branco. Esporada castanho-escura a negra. Esporos
com 7 - 10 x 4 - 5 μm, elipsoide, castanhos, com poro germinativo truncado, de parede grossa e
negra. Basídios com 15 - 30 x 5 - 10 μm, cilíndrico-clavados, tetrasporados. Pleurocistídios (se
observáveis) e queilocistídios semelhantes, com 50 - 110 x 10 - 15 μm, lageniformes a cilíndricos.
Camada cortical do píleo formada por hifas globosas, com 15 - 50 μm de diâmetro, hialinas,
formando camada celular intercalada por pileocistídios lageniformes de 10 - 180 x 10 - 20 μm;
remanescentes do véu formados por células globosas. Fíbulas presentes.
Muito gregários sobre troncos ou galhos mortos.
Esta espécie ocorre em grande número em troncos mortos em interior de mata; pequeno e
frágil, com píleo bastante sulcado, é eventualmente colocado no gênero Pseudocoprinus por alguns
autores.

Figura 221 – Coprinus disseminatus: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios.


11- Coprinus ephemerus (Bull.: Fr.) Fr., Figura 222a
Epicrisis: 252, 1838.

Píleo com 0,5 – 2,5 cm de diâmetro, campanulado a convexo e obtusamente cônico até
finalmente aplanado, profundamente plicado, marrom ocráceo a marrom escuro no centro e mais
pálido em direção às margens, pruinoso. Lamelas livres ou quase, esbranquiçadas, mas ficando
amarronzadas e finalmente negras. Estipe com 2,5 – 7,5 x 0,1 – 0,3 cm, afinando levemente para o
ápice, um pouco clavado na base, esbranquiçado e finamente pubescente. Contexto fino,
esbranquiçado. Esporada negra. Esporos com 11 – 14,5 x 6 – 8 μm, ovoides a ovoide-elipsoides,
com poro germinativo excêntrico de até 1,8 μm, marrom avermelhado escuros ao microscópio.
Basídios com 20 – 30 x 8 – 12 μm, tetrasporados, envoltos por 4 – 6 pseudoparáfises.
Pleurocistídios com 50 – 100 x 20 – 45 μm, ovoides a largo elipsoides ou largo cilíndricos.
Queilocistídlios com 20 – 55 x 20 – 45 μm, ovoides a largo elipsoides. Camada cortical do píleo
celular, com longos pileocistídios intercalares apresentando 30 – 95 x 7 – 20 μm, lageniformes com
ápice terminando em um prolongamento longo e estreito com 5 – 9 μm de diâmetro. Estipe coberto
por caulocistídios com 20 – 65 x 10 – 14 μm, lageniformes e terminando em prolongamento mais
estreito e longo, com 5 – 8,5 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem solitários ou raro em pequenos grupos em esterco, no interior de florestas ou
campos.

Figura 222 – Coprinus ephemerus: a- basidiomas; b- esporos; c- pleurocistídios;


d- queilocistídios.

12- Coprinus foetidellus P. D. Orton, Figura 222b


Notes R. bot. Gdn Edinb. 32 (1): 139. 1972.

Píleos com 8-11 mm de diâmetro, subglobosos a elipsoides, esbranquiçados a acinzentados,


com fragmentos velares farináceos a fibrilosos nos primórdios, ficando campanulados a aplanados
quando maduros. Lamelas livres, no início brancas e depois negras. Estipe com 30-40 x 0,5 - 0,8
mm, cilíndrico a levemente clavado na base, oco, finamente fibriloso, esbranquiçado a acinzentado,
sem anel. Esporos com 7,5-10,5 x 5-7,5 µm, ovóides a oblongos em vista frontal, elipsóides a
cilíndricos em vista lateral, marrom avermelhados a marrom escuros sob o microscópio, de parede
grossa e lisa, com base arredondada e poro germinativo central. Basídios tetrasporados.
Queilocistídios com 22 -37 x 15-22 µm, subglobosos, sacados ou clavados, hialinos, de parede fina
e lisa. Pleurocistídios com 40 - 75 x 20- 30 µm, subglobosos, subelipsóides a obpiriformes, hialinos,
de parede fina e lisa. Véu formado por elementos globosos, hialinos, de parede fina, com até 70 µm
de diâmetro, recobertos por projeções cristalinas mamiformes. Fíbulas ausentes.
Crescem em esterco ou restos vegetais.

Figura 222b - Coprinus foetidellus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios;


e- elementos do véu universal.

13- Coprinus heptemerus M. Lange & A. H. Smith, Figura 222c


Mycologia 45: 751. 1953.
= Coprinellus heptemerus (M. Lange & A. H. Sm.) Vilgalys, Hopple & Jacq. Johnson

Píleo com até 10 mm de diâmetro, globoso a elipsoide no primórdio e campanulado a


aplanado na maturidade, amarronzado a amarelo amarronzado, mais pálido nas margens, com
flóculos granulares amarronzados do véu universal cobrindo a superfície, plicado sulcado e
eventualmente rachando ao longo dos sulcos, deixando a margem lobulada. Lamelas livres,
estreitas, distantes, negras quando maduras. Estipe com 25-60 x 0,5-1 mm, esbranquiçado
translúcido, esparsamente pubescente. Esporos com 10,7-16,6 x 7,2-8,5 µm, elipsoides a oblongos
em vista forntal, formando um poro germinativo excêntrico, de parede grossa e lisa. Basídios com
14-38 x 9-11 µm, tetrasporados. Queilocistídios com 25-55 µm de diâmetro, globosos a vesiculosos.
Pleurocistídios ausentes. Camada cortical do píleo formando pileocistídios com 50-120 x 8-21 µm,
ventricoso-lageniformes, com um pescoço fino (2,5-4 µm de diâmetro) e comprido a partir de uma
base vesiculosa-lageniforme. Esferocistes velares com 20-40 µm de diâmetro, frequentemente com
incrustações parietais granulosas de pigmento. Fíbulas ausentes.
Crescem em esterco. O hábito coprófilo, os típicos esferocistes lageniformes com um longo
pescoço, o colorido marrom do píleo e o poro germinativo excêntrico contribuem para a fácil
diferenciação. Os esporos citados na descrição de RICHARDSON (2001), com 6-9 x 3,5-4,5 µm
são bem menores que os referidos para a espécie.

Figura 222c - Coprinus heptemerus: a - basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- pileocistídios;


e- elementos velares.

14- Coprinus jamaicensis Murr., Figura 223a


Mycologia 10: 84. 1918.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, ovoide, mas expandindo até que as margens se tornem
revolutas, marrom acinzentado, esquamuloso, esquâmulas formando espinhos eretos agrupados,
com margem estriada. Lamelas livres, negras, deliquescentes, próximas. Estipe com 5 – 10 x 0,1 –
0,4 cm, cilíndrico a levemente expandido na base, oco, branco, finamente flocoso, glabrescente.
Esporos com 6 – 8 x 3,5 – 5 µm, ovoides a curto elipsoides, com poro germinativo grande, de
parede grossa e lisa. Basídios tetrasterigmatados, dimórficos: os macrobasídios com 17 – 24 x 6 – 7
µm e os microbasídios com 11 – 14 x 6 – 7 µm. Pleurocistídios com 50 – 100 x 25 - 30 µm,
cilíndricos a elipsoides ou subfusoides, de parede fina e hialina. Queilocistídios com 15 – 25 x 10 –
20 µm, globosos a ovoides, de parede fina e hialina. Trama himenoforal regular. Camada cortical do
píleo celular com elementos de 20 – 30 µm de diâmetro, cobertos por esquâmulas velares formadas
por elementos curtos, com 10 – 65 x 5 – 20 µm, marrom dourados e de paredes levemente
engrossadas, constritas nos septos. Fíbulas ausentes.
Crescem em madeira morta.
Figura 223a – Coprinus jamaicensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios.

15- Parasola lactea (A.H.Sm.) Redhead, Vilgalys & Hopple, Figura 223b
Taxon 50(1): 236. 2001.
P. leiocephala (P.D.Orton) Redhead, Vilgalys & Hopple, Coprinus leiocephalus P.D.Orton são
sinonímia.

Píleo com 10–15 mm de altura e 8–35 mm de diâmetro, cônico a convexo até finalmente
aplanado e o disco ficando algo depresso e amarelado a amarronzado, glabro, plicado-estriado mas
liso no disco, de colorido lácteo ou rosado a amarronzado ou pálido argiláceo, sem fragmentos do
véu universal. Lamelas adnatas, próximas a subdistantes, estreitas, negras quando maduras, não
deliquescentes. Estipe com 30 - 65 x 0,5 - 2 mm, translúcido, cilíndrico, glabro, frágil. Odor e
sabor não distintos. Esporos com 9,2–11 x 8,2–9,2 x 5,8–7,3 µm, fortemente lentiformes,
principalmente arredondado triangulares em vista frontal, mas alguns ovoides ou subglobosos
podem também ser formados que, em vista lateral, apresentam-se elipsoides, poro germinativo
presente e excêntrico, de parede grossa e lisa, marrom avermelhado escuros ao microscópio.
Basídios tetrasporados. Pleurocistídios com 50 - 70 x 25 - 30 µm, largo cilíndricos ou elipsoides.
Queilocistídios com 22–36 x (8-)10–16 µm, elipsoides a lageniformes. Camada cortical do píleo
sem pileocistídios.
Crescem gregários ou raro isolados em gramados, muitas vezes à sombra de árvores. É
próxima de C. plicatilis, da qual é distinta pelo tamanho dos esporos.
Figura 223b- Parasola lactea: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios.

16- Coprinus lagopus Fr., Figura 224a


Syst. mycol. 1: 312. 1821.

Píleo com 20 - 55 mm de diâmetro, campanulado a cônico e depois convexo a aplanado


terminando plano côncavo, marrom acinzentado pálido na margem e escuro no centro, com margem
revoluta. Véu no início esbranquiçado a marrom acinzentado cobrindo todo o píleo e fragmentando-
se mais tarde, formando flocos fibrilosos pontiagudos e apressos a recurvados, ficando marrons com
a desidratação. Lamelas livres, próximas, brancas no início, depois amarronzadas. Estipe com 5-10
x 0,2-0,5 cm, esbranquiçado, afinando um pouco em direção ao ápice, com bulbo de até 8 mm de
diâmetro na base, oco, flocoso piloso, principalmente na metade basal e glabro com a maturidade.
Esporos 9,8-14 x 6,2-8 µm, elipsoides a ovoides, marrom-avermelhado escuros, com poro
germinativo. Basídios com 16-42 x 8-12 µm, tetrasporados, envoltos por 3 – 6 pseudoparáfises.
Pleurocistídios com 70-150 x 20-60 µm, elipsoides a oblongos, utriformes a subcilíndricos.
Queilocistídios com 50-100 x 18-40 µm, elipsoides a oblongos ou subutriformes. Camada cortical
do píleo com elementos de 100 - 150 x 4-35 µm, cilíndricos a fusiformes. Remanescentes do véu
com elementos de 40-140 (-180) x 10-40 µm, cilíndricos e frequentmeente inflados, em geral
constritos no septo. Elementos terminais elipsoides, ovoides a fusiformes. Fíbulas presents.
Crescem isolados ou em fascículos em restos de vegetais (serapilheira) incluindo madeira.
Figura 224a – Coprinus lagopus: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios.

17- Coprinus marculentus Britzelm., Figura 224b


Bot. Zbl. 54(15/17): 13. 1893.
= Coprinellus marculentus (Britzelm.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, in Redhead, Vilgalys,
Moncalvo, Johnson & Hopple
Taxon 50 (1): 234. 2001.

Píleo com 2 - 3 cm de diâmetro, subgloboso a elipsóide ou cilíndrico no primórdio,


amarronzado a ferrugíneo, marrom ocráceos a ferrugíneos no centro, tornando-se mais claros em
direção a margem, castanhos a amarelados ou ocráceos na margem, com remanescentes do véu
granulosos a floculosos, cônicos a convexos ou campanulados e algo umbonados na maturidade,
cinza-azulados a marrom avermelhados no centro, setulosos, deliquescentes. Lamelas livres, pretas
quando maduras. Estipe com 50-90 x 1-2 mm, cilíndrico, oco, pubescente a setuloso, esbranquiçado
a rosado, sem anel. Esporos com 10,5-15 × 6,5-7,5 µm, hexagonais em vista frontal, irregulares em
vista lateral, amarelados a dourados, de parede grossa e lisa, com poro germinativo excêntrico.
Basídios tetrasporados. Pleurocistídios elipsoides a ovoides ou subglobosos presentes.
Queilocistídios com 45- 50 × 15-27,5 µm, globosos a subglobosos ou elipsoides, hialinos, de parede
fina. Camada cortical do píleo com esferocistos globosos, com 35-45 µm de diâmetro, com
pileocistídios de até 60 - 110 x 10-15 µm, setulosos, algo capitados a lageniformes, hialinos, lisos,
de parede fina. Caulocistídios similares aos pileocistídios. Fíbulas presentes.
Crescem subfasciculados em esterco ou restos vegetais.
Os esporos hexagonais e o tamanho do basidoma são distintivos.
Figura 224b- Coprinus marculentus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios;
e- pileocistídios; f- caulocistídios.

18- Coprinus miser P. Karst., Figura 224c


Kännedom af Finlands Natur och Folk 37: 236. 1882.
= Parasola misera

Píleo com até 15 mm de diâmetro, elipsoide a obovoide no primórdio, ficando obtusamente


cônico a campanulado ou convexo-hemisférico quando maduro, plicado-sulcado e translúcido
estriado, glabro, liso no disco, méleo a acinzentado. Lamelas próximas, livres, com colário em torno
do estipe, com bordos fimbriados, ficando negras com a maturação, não deliquescentes. Estipe com
10–25 x 0,3–1 mm, cilíndrico mas de base às vezes inflada, fistuloso, muito frágilfibrilosos quando
jovem mas ficando glabro na maturidade, branco a pálido ocráceo. Sem odor característico. Esporos
com 8,5–10,6 x 8,5–10 µm, ovoides a elipsoides em vista lateral, com poro germinativo fortemente
excêntrico, de aprede grossa e marrom avermelhado escuros a opacos, lisos. Basídios com 25–35 ×
9–10 µm, tetrasporados. Queilocistídios com 20–25 × 13–17 µm, clavados, vesiculosos a globosos.
Pleurocistídios ausentes. Camada cortical do píleo com elementos vesiculoso-globosos, com 22–40
x 21–25 µm. Elementos velares, pileocistídios e caulocistídios não formados. Fíbulas presentes.
Crescem em esterco.

Figura 224c- Coprinus miser: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da camada


cortical do píleo.

19- Coprinus niveus (Pers.: Fr.) Fr., Figura 224d.


Epicrisis: 246, 1838.

Píleo com 10–30 mm de diâmetro, subgloboso, ovoide, elipsoide ou cilíndrico-elipsoide no


primórdio, cônico a convexo até aplanado e com margens revolutas quando maduro, pliado-sulcado,
coberto por restos pulverulentos do véu universal e ficando piloso-flocoso na margem, branco-neve
(daí o nome). Lamelas livres, próximas, ficando negras quando maduras. Estipe com 10 - 70 x 2 -
3,5 mm, afinando levemente na direção do píleo, clavado na base, branco, floculoso. Sabor e odor
não distintos. Esporos com 12 - 18,5 x 9,5–13,5 x 7,5–8,5 μm, largo elipsoides com hilo apical,
limoniformes a arredondado-hexagonais com base arredondada e hilo apical em vista frontal,
elipsoides em vista lateral, com parede grossa e lisa e poro germinativo central ou levemente
excêntrico, amarronzados a negros sob o microscópio. Basídios com 24–36 x 10–12 μm,
tetrasporados, envoltos por 5–7 pseudoparáfises. Queilocistídios com 30 – 80 x 15–45 μm,
elipsoides a largo utriformes ou subcilíndricos. Pleurocistídios com 50–130 x 25–55 μm, muito
similares aos queilocistídios exceto pelo tamanho maior. Remanescentes do véu formados por
elementos subglobosos de até 80 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem solitários ou subfasciculados em esterco de herbívoros. O píleo e estipes brancos ,
forma e tamanho dos esporos são bem característicos.
Figura 224d - Coprinus niveus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios; e-
elementos da camada velar.

20- Coprinus pellucidus P. Karst., Figura 224e


= Coprinellus pellucidus (P. Karst.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo

Píleo atingindo até 7 mm de diâmetro, subgloboso a ovoide ou elipsoide nos primórdios,


ficando aplanado nos basidiomas maduros, branco a marrom ocráceo, setuloso. Lamelas adnatas,
ficando negras com o amadurecimento dos esporos. Estipe 15 - 18 x 0,1 - 0,5 mm, branco,
cilíndrico. Esporos com 6,5-9,5 x 3,5-4 μm, oblongos a cilíndricos ou algo ovoides, marrom
avermelhados, com parede grossa, lisa e poro germinativo distinto, deixando o ápice algo truncado.
Basídios tetrasporados, com 15-22 x 6-9 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25-35 x
18-23 μm, globosos, hialinos e de paredes finas. Camada cortical do píleo com pileocistídios
lageniformes 30-50 x 9-14 μm, de ápice agudo. Caulocistídios similares aos pileocistídios, algo
subcilíndricos. Fíbulas não encontradas.
Crescem em esterco de diversos herbívoros. Pouco coletado provavelmente pelas dimensões
reduzidas dos basidiomas. Os esporos com menos de 10 μm, ausência de pleurocistídios e
pileocistídios lageniformes também caracterizam esta espécie.
Figura 224e- Coprinus pellucidus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pileocistídios; e-
caulocistídios.

21- Coprinus plicatilis (Curt. ex Fr.) Fr., Figura 225a


Epicrisis Systematis Mycologici: 252. 1838.
= Parasola plicatilis (Curt.: Fr.) Redhead, Vilgalys & Hopple

Píleo com 10 - 15 mm de diâmetro, convexo quando jovem e depois expandindo-se ficando


praticamente plano, branco a acinzentado, com superfície glabra, sem restos de véu, profundamente
e radialmente sulcado, a partir do centro mais amarelado-alaranjado-castanho. Estipe com 40 - 60 x
1 - 2 mm, cilíndrico, de base bulbosa, branco a creme, frágil, glabro a fibriloso, sem anel. Lamelas
concolores ao píleo, livres, afastadas, pouco deliquescentes. Contexto muito fino, esbranquiçado.
Odor e sabor não apreciáveis. Esporada negra. Esporos com 13,5 - 14,5 x 9,5 - 12 x 7,5 - 9 μm,
lenticulares, elipsoidais a ovalados, negros, lisos, com poro germinativo. Basídios 23 - 27 x 9 - 11,5
μm, tetrasporados, claviformes. Pleurocistídios e queilocistídios similares, com 60 - 80 x 20 - 30
μm, claviformes a cilíndricos ou fusoides. Camada cortical do píleo himeniforme, sem restos de
véu. Fíbulas presentes.
Ocorre em solo de jardins e campos, isolados ou em pequenos grupos, mas bastante
dispersos, formando basidiomas principalmente à noite e que desaparecem logo pela manhã.
Material examinado: Brasil. RJ, Nova Iguaçú, REBIO-Tinguá, Estrada do Colomi 22º 35’
03.4”S – 43º 24’ 47,4”W, 6.XII.2004, M. P. Albuquerque, RB (417245).

Figura 225a – Coprinus plicatilis: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios e queilocistídios.


22- Coprinus pseudoradiatus Kühner & Joss., Figura 225b
Bull. trimest. Soc. mycol. Fr. 60: 26 . 1944.
= Coprinopsis pseudoradiata (Kühner & Joss. & Watling) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, in
Redhead, Vilgalys, Moncalvo, Johnson & Hopple
Taxon 50(1): 230. 2001.

Píleo elipsóide a cilíndrico-elipsóide no primórdio, cotonoso a tomentoso em função dos


remanescentes esbranquiçados a acinzentados do véu universal, fiando hemisféricos a cônicos ou
aplanados e de margem um pouco revoluta na maturidade, 10-12 mm de diâmetro, acinzentados
quando maduros, plicado-sulcado. Lamelas livres, deliquescentes, ficando marrom-escuras a negras.
Estipe com 35-45 x 1-2,5 mm, cilíndrico ou afinando um pouco em direção ao píleo, oco,
finamente fibriloso, sem anel. Esporos com 7,5-9,6 x 4,8-6 µm, subglobosos a elipsóides, marrons
avermelhados a negros sob o microscópio, lisos. Basídios tetrasterigmatados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 30-50 x 22,5-25 µm, globosos a elipsóides, de parede fina e lisa,
hialinos. Pleurocistídios com 29 - 75 x 15- 20 µm, elipsoides a elipsoide-alongados até utriformes.
Camada cortical do píleo formada por elementos filamentosos, hialinos a amarelados, cobertos por
restos do véu que por sua vez são formados por células catenuladas, subglobosas a largo-elipsóides,
60-150 x 10-25 µm, sem espessamento diferenciado e sem diferenciação de célula terminal.
Fíbulas presentes.
Crescem em esterco. É macroscopicamente semelhante a C. radiata, diferindo pelo tamanho
dos esporos. C. cinereus apresenta espessamento nas células terminais e esporos maiores. MELO
(2015) não descreve os pleurocistídios de material encontrado no Brasil.

Figura 225b- Coprinus pseudoradiatus: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios; d- elementos


velares; e- queilocistídios.

23- Coprinopsis radiata (Bolton) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, Figura 225c
Taxon 50: 230. 2001.

Píleo com 7 - 16 mm de diâmetro, com até 15 mm de altura no primórdio, logo


deliquescendo, de subgloboso a parabólico ficando obtusamente cônico a campanulado e com
margens revolutas no final, fendendo-se, finamente plicado; fibrilas velares densas e radialmente
dispostas deixam o primórdio piloso, brancas na margem a amarronzadas no centro; superfície do
píleo embaixo das fibrilas de acinzentada a negra. Lamelas de adenxas a livres. Estipe com 17–80 x
1–3 mm, cilíndrico ou afinando para cima, com base levemente bulbosa, branco, flocoso a
tomentoso, fibriloso a pubescente, sem anel. Esporos 9–15,5 x 6 –8,5 µm, estreitamente elipsoides
a ovoides ou cilíndrico-elipsoides, com hilo visível e poro germinativo central, de amarronzados a
negros. Basídios clavados, 20–45 x 5–11 µm, tetrasporados. Queilocistícios com 30 - 80 x 20 - 40
µm, de ellipsoides a utriformes, hialinos. Pleurocistídios com 50–90 x 20 - 40 µm, volumosos,
elipsoides a cilíndricos. Camada cortical do píleo formada por hifas radialmente prostradas,
alongadas, com 20–90 x 5–10 µm. Véu universal formado por cadeias longas de hifas alongadas e
estranguladas nos septos, com 50–190 x 10–40 µm. Fíbulas presentes.
Crescendo em vários tipos de esterco, principalmente de cavalo. O material citado para o
Brasil apresenta esporos intermediários entre esta e C. pseudoradiata de acordo com
RICHARDSON (2001), indicando a grande variação neste caracter nas amostras brasileiras (Melo,
2015).

Figura 225c - Coprinopsis radiata: a- basidioma; b- esporos; c- quailocistídios; d- pleurocistídios;


e- hifas dos elementos velares.

24- Coprinus stercoreus Fr., Figura 226a


= Coprinopsis stercorea (Fr.) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, in Redhead, Vilgalys, Moncalvo,
Johnson & Hopple, Taxon 50(1): 231. 2001.

Píleo com 4-12 mm de diâmetro, convexo no início e depois expandindo para obtuso-cônico e
ficando aplanado, com margem recurvada; superfície branca a pálido acinzentada, estriado plicada
até próximo do centro, granuloso farinoso, pilosa em direção à margem, com pelos inconspícuos na
maturidade. Contexto fino, membranoso, levemente deliquescente. Odor desagradável. Lamelas
adnexas, subdistantes, estreitas, pálidas quando jovens e depois enegrecendo. Estipe com 1-3,5 x
0,05-0,1 cm, cilíndrico, oco e frágil, branco a pálido acinzentado, coberto por pelos esbranquiçados
que ficam, aos poucos, mais esparsos, exceto pela base. Véu parcial ausente. Esporada negra.
Esporos com 6,5-8 x 3-4 µm, lisos, de parede grossa, elíptico-alongados, de apêndice hilar
inconspícuo, com poro germinativo bem central, amarronzados sob KOH. Elementos da camada
cortical globosos, com cerca de 80 µm de diâmetro cobertos por pequenos espinhos e conectados
por hifas diverticuladas.
Crescem em esterco de herbívoros.
A espécie é considerada atualmente Coprinopsis stercorea, uma das muitas espécies associadas
a esterco de gado e cavalos. Os grânulos que parecem açúcar na cobertura do píleo são distintivos
em material jovem, além do odor. Os elementos globosos e espinhosos do véu que recobrem o píleo
são característicos. C. foetidellus diferencia-se por apresentar esporos mais largos, principalmente.
RICHARDSON (2001) cita esta espécie como uma das mais comuns em esterco.

Figura 226a – Coprinus stercoreus: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.

25- Coprinus vermiculifer Joss., Figura 226b


Bull. trimest. Soc. mycol. Fr. 60: 5. 1944.
= Coprinopsis vermiculifera (Joss. ex Dennis) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, in Redhead,
Vilgalys, Moncalvo, Johnson & Hopple
Taxon 50 (1): 232. 2001.

Píleo com 7-13 mm de diâmetro, elipsoide a subcilíndricos no primórdio, com fragmentos


de véu fibrilosos e brancos, cotonoso, esbranquiçado a acinzentado, ficando cônicos a
campanulados e finalmente aplanados com a maturidade, acinzentados a amarronzados no centro,
plicado-sulcados. Lamelas livres, amarronzadas a pretas na maturidade. Estipe com 25-35 x 0,5- 1
mm, cilíndrico ou afinando levemente em direção ao píleo, oco, finamente fibriloso, esbraquiçado,
sem anel. Esporos com 8,4˗13,5 x 6-8 µm, subglobosos a ovóides, marrons a marrom
avermelhados, de parede grossa e com poro germinativo central, lisos. Basídios tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30-40 x 20-25 µm, subglobosos a elipsóides, de
parede fina, hialinos, lisos. Camada cortical do píleo com hifas prostradas cobertas por elementos
alongados do véu que formam radiações até a margem, apresentandos de 5 - 8 µm de diâmetro,
diminuindo aos poucos em direção ao ápice, elementos terminais e parede grossa e hialina ou com
pigmento incrustante, lisa. Fíbulas presentes.
Crescem em esterco de herbívoros. Parece não haver preferência quanto à origem do esterco,
havendo citações para cavalo, gado, búfalos, ovelhas e elefantes (Amandeep et al., 2014). Este
hábito associado às hifas de parede grossa do véu universal e as dimensões dos esporos permitem o
fácil reconhecimento.
Figura 226b - Coprinus vermiculifer: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios.

26- Coprinus xanthothryx Romagnesi, Figura 227

Píleo de 2 – 4 cm de diâmetro, inicialmente ocráceo, mas com a maturação torna-se


acinzentado, com fibrilosidade radial, mas permanecendo ócreo-amarronzado no centro, coberto de
floculosidade esbranquiçada, mas amarronzada no ápice (restos do véu), sulcado-plicado até quase
o centro. Lamelas sublivres, no início esbranquiçadas e depois ócreo-amarronzadas, deliquescentes.
Estipe 5 – 8 x 0,4 – 0,5 cm, cilíndrico ou afinando em direção ao ápice, alargado na base e ficando
subulboso, branco com restos flocosos do véu. Contexto fino, esbranquiçado. Odor e sabor não
diferenciados. Esporos com 7 – 9,5 x 4,5 – 5,5 µm, marrom-escuros a negros ao microscópio, com
poro germinativo truncado, elipsoide-alongados a faseoliformes. Basídios 28 – 35 x 8 – 10 µm,
tetrasterigmatados. Queilocistídios e pleurocistídios elipsoidais a lageniformes. Camada cortical do
píleo celular, com elementos globosos entremeados por cadeias de elementos formando pelos
multicelulares e amarronzados (pigmento incrustante), ramificados ou não.
Crescem em interior de floresta e gramados, sobre restos de madeira.
Material examinado: coleção de George Sobestiansky (Herbário da UCS).

Figura 227 – Coprinus xanthothryx: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.
4. PANAEOLINA Maire

Muito próximo dos demais gêneros da subfamília Panaeolideae, diferenciando-se


principalmente pelo píleo pigmentado e pelos esporos ornamentados, além de não apresentar
pseudocistídios. A esporada não é preta e sim marrom púrpura escuro.
Apenas uma espécie foi referida para o Brasil até o momento (RICK, 1961; STIJVE &
MEIJER, 1993; GUZMÁN, 1998), a saber: Panaeolina foenisecii (Pers. ex Fr.) R. Maire (RS; PR).
A espécie é considerada como pertencente a Bolbitiaceae pela biologia molecular.

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE DE PANAEOLINA ENCONTRADA:

1- Panaeolina foenisecii (Pers. ex Fr.) R. Maire, Figura 228


Contributions à l'étude de la Flore Mycologique de la Catalogne: 109. 1933.

Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, cônico a convexo, campanulado quando maduro, seco, sem
pelos, de margem incurvada quando jovem, levemente estriado quando úmido, marrom cinamômeo
escuro a marrom avermelhado, às vezes zonado, ficando mais tarde pálido e algo enrugado.
Contexto branco acinzentado. Lamelas ascendentes adnatas, subdistantes, desiguais, largas
ventricosas, manchadas com a idade, de bordo branco. Estipe 4-10 cm x 1.5-3 mm, oco, quase
cilíndrico mas levemente alargado na base, estriado, com pilosidade no ápice, esbranquiçado a
marrom rosado. Véu universal ausente. Esporos 11-18 6-9 µm, marrom vináceo escuros a marrom
purpúreos, de parede grossa, largo elipsoides, ornamentados com espinhos curtos, com poro
germinativo. Camada cortical do píleo celular.
Crescem em grupos sobre gramados e pastagens.
A espécie é tóxica e não alucinógena (apesar de alguns trabalhos constatarem presença de
substâncias com estas propriedades).

Figura 228 - Panaeolina foenisecii: a- basidioma; b- esporos.


5. PANAEOLUS (Fr.) Quél.

Píleo campanulado a convexo, mais raramente cônico, geralmente pigmentado, não ou muito
pouco expandido na maturidade, frequentemente higrófano (mais ou menos), víscido ou seco.
Lamelas adnexas a adnatas, ascendentes, variegadas (devido ao amadurecimento em tempos
diferentes dos esporos em determinados grupos de basídios). Estipe central, usualmente bastante
alongado em comparação ao diâmetro do píleo, um pouco fino, usualmente ao menos parcialmente
pigmentado, tubuloso; fistuloso ou oco, com ou sem véu. Contexto não cambiando de cor quando
tocado ou machucado. Esporada preta. Esporos lisos, limoniformes ou, mais raramente, algo
elipsoides, opacos ao microscópio, geralmente maiores que 10 μm, com poro germinativo bem
proeminente. Pleurocistídios ausentes, raramente com crisocistídios (mas então basidiomas
pequenos e de colorido escuro). Queilocistídios presentes. Trama do himenóforo regular. Camada
cortical do píleo celular, com elementos globosos a piriformes. Em solo ou esterco.
Duas espécies que não ocorrem no Brasil apresentam crisocistídios, o que modificaria a
entrada na chave. Preferiu-se manter a chave baseada em espécies brasileiras para não complicar a
identificação ainda mais.
Das espécies citadas para o Brasil, há problemas com referência ao material coletado por
RICK no RS, e identificado como P. campanulatus L.; de acordo com SINGER (1986), este nome
deve ser abandonado, pelo menos até que material autêntico seja encontrado (é um nomen dubium).
Panaeolus acuminatus (Schaeffer ex Seer.) Quél., também citado por Rick, pode ser o mesmo que
P. rickenii Hora, sendo que adicionou-se esta espécie na lista e chave abaixo para diferenciação.
GUZMÁN et al. (2000) apresentam lista para o Brasil.
São as seguintes as espécies ocorrentes no Brasil, e que são descritas mais adiante:
- Panaeolus acuminatus (Schaeff. ex Seer.) Quél. (RS) - PEGLER (1977): 411. (considerda
sinonímia de P. rickenii).
- Panaeolus campanulatus (L. ex Fr.) Quél. (RS) - ver discussão acima; descrição em
PEGLER (1983b): 480. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
- Panaeolus cinctulus (Bolton) Sacc. (RS) - SOBESTIANSKY (2005). Panaeolus subbalteatus
(Berk. & Br.) Sacc. citada por GUZMÁN et al. (1998) é sinonímia. (SP) MEIJER (2016).
- Panaeolus fimicola (Fr.) Gillet (RS) - PEGLER (1977): 411. GUZMÁN et al. (1998).
- Panaeolus papilionaceus (Bull.) Fr. (RS; SP) - PEGLER (1983b): 480. SOBESTIANSKY
(2005). GUZMÁN et al. (1998).
- Panaeolus pygmaea (Bull. Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
- Panaeolus rickenii Hora (talvez igual ao que Rick cita como P. acuminatus?) - descrição em
PEGLER (1983b): 481.
- Panaeolus semiovatus (Sowerby : Fr.) S. Lundell var. phalaenarum (Fr.) Ew. Gerhardt -
Panaeolus phalaenarum (Fr.) Quél. (RS) - SINGER (1969): 201 é sinonímia.
- Panaeolus sphinctrinus (Fr.) Quél. - OLA’H (1969). GUZMÁN et al. (1998).

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE PANAEOLUS REFERIDAS PARA O BRASIL:


1.1 Superfície do píleo pálido acinzentada, rachando em clima mais seco; esporos com 12 - 15 μm
de compr. ............................................................... P. papilionaceus
1.2 Píleo e estipe com tonalidade marrom ou mais clara, mas geralmente não rachando quando seco;
esporos com 10 - 16 μm de compr. ............................................2

2.1 Píleo não higrófano, ficando marrom-avermelhado quando seco; esporos 13 - 16 μm de


compr. .................................................. P. campanulatus
2.2 Píleo higrófano ou não, não marrom-avermelhado quando seco, geralmente não cambiando a
cor quando desidratado; esporos como acima ou diferentes ..................... 3

3.1 Estipe com mais de 4 vezes o diâmetro do píleo, marrom-escuro; píleo com 10 - 20 mm
diâmetro, marrom-escuro, higrófano; esporos 10 - 12,5 μm de compr. ................ P. rickenii
3.2 Não combinam as características acima.................................. 4

4.1 Basidiomas cespitosos ................................... P. cinctulus (P. subbalteatus)


4.2 Basidiomas não cespitosos ...............................5

5.1 Píleo campanulado, com margem apresentando dentes brancos


dependurados ......... ...... ....................................P. sphinctrinus
5.2 Píleo subgloboso a convexo ou umbonado .....................................6

6.1 Esporos com 18 – 24 x 10,5 – 13,5 μm, alongado elipsoides; pleurocistídios presentes ..............
Panaeolus semiovatus var. phalaenarum
6.2 Esporos menores, largo elipsoides a limoniformes ou hexagonais; pleurocistídios ausentes
.................7

7. 1 Píleo subgloboso a convexo; esporos largo-elipsoides a limoniformes; queilocistídios


lageniformes...... ........................................... P. fimicola
7.2 Píleo umbonado; esporos com 10 - 13 x 7 - 9,5 x 6 - 7,5 μm, comprimidos, limoniformes a
hexagonais em vista frontal e ovado em vista lateral; queilocistídios sinuoso-
cilíndricos; ...................... ................ P. rickenii (P. acuminatus é sinonímia)
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE PANAEOLUS ENCONTRADAS:

1- Panaeolus campanulatus (L. ex Fr.) Quél., Figura 229


Champ. Jura Vosgues 1: 151. 1872.

Píleo com 1,5 - 3 cm de diâmetro, cônico a campanulado, de cor marrom-avermelhada, liso,


geralmente seco (às vezes algo víscido), margem com alguns remanescentes de véu quando jovem.
Estipe com 7 - 12 x 0,1 - 0,3 cm, fistuloso, cilíndrico, concolor ao píleo, pruinoso especialmente na
metade apical. Contexto marrom, aquoso. Lamelas adnatas, ascendentes, cinza a negras, variegadas,
próximas, ventricosas. Esporada negra. Esporos 13 - 16 x 10 - 13 x 8 - 9 μm, comprimidos, largo-
ovados a limoniformes em vista frontal e elípticos lateralmente, negros, de parede grossa e lisa, com
poro germinativo truncado. Basídios 25 - 30 x 10 - 15 μm, largo-clavados a cilíndricos,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 30 - 45 x 3 - 9 μm, cilíndrico-sinuosos, com
base mais inflada, de parede fina, hialinos. Trama da lamela regular. Camada cortical do píleo
epitelial, com elementos globosos a piriformes ou clavados, 30 - 40 x 15 - 25 μm, hialinos, de
parede fina. Fíbulas presentes.
Esta espécie cresce em esterco e parece restrita ao de cavalo (Pegler, 1983) apesar de
WRIGHT & ALBERTÓ (2002) não mencionarem este detalhe no material encontrado na Argentina.
Estes autores a referem como tóxica especialmente por poder ser confundida com material tóxico
semelhante de outras espécies.

Figura 229 – Panaeolus campanulatus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


2- Panaeolus cinctulus (Bolton) Sacc., Figura 230
Sylloge Fungorum 5: 1124. 1887.

Píleo 1 – 7 cm de diâmetro, de esférico no início a convexo, com 2 – 3 círculos enegrecidos


e concêntricos, eventualmente apenas um círculo restrito a margem, higrófano. Lamelas adnatas,
marrons no início e posteriormente negras. Estipe de branco a marrom rosado ou marrom
avermelhado, estriado espiraladamente e estrias rachando longitudinalmente, eventualmente ficando
azulado quando machucado na região basal. Esporada negra. Esporos com 11 – 14 x 7,5 – 8 μm,
elípticos a romboides, lisos, de paredes grossas, mais escuros que outros Panaeolus, com poro
germinativo, não descolorindo em ácido sulfúrico concentrado. Basídios tetrasporados.
Queilocistídios lageniformes, capitados com pescoço longo e largo. Camada cortical do píleo
celular. Caulocistídios cilíndricos de paredes grossas.
Crescem cespitosos, o que é exclusivo desta espécie, além do fato do estipe lascar
longitudinalmente e em espiral, podendo ser encontrados em esterco ou solo. Citada para a
Argentina por NIVEIRO et al. (2010) que apresentam descrição e ilustração.

Figura 230 – Panaeolus cinctulus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- caulocistídios.


3- Panaeolus fimicola (Pers.: Fr.) Gillet, Figura 231
Mémoires de la Société d'Émulation de Montbéliard 5: 257. 1872.

Píleo com 2 – 3,5 cm de diâmetro, higrófano, amarronzado a marrom ocráceo ou marrom


acinzentado, campanulado a convexo e obtuso, finamente estriado na margem, liso. Lamelas
adnatas, de dois comprimentos, marrom acinzentadas e com a maturação mais escuras, com bordo
branco e fimbriado. Estipe com 5 - 10 x 0,2 – 0,4 cm, cilíndrico, oco, sem véu, subconcolor ao
píleo, pruinoso na parte superior, levemente escamoso estriado, oco. Contexto fino, acinzentado.
Odor e sabor não distintivos. Esporos com 11-15 x 6,8-9 μm, largo-elipsoides a limoniformes, com
poro germinativo apical, de parede grossa e opaca. Basídios clavados, tetrasterigmatados, com 22 –
28 x 12 – 14 μm. Apresentam crisocistídios. Queilocistídios lageniformes a cilíndrico-clavados,
com 28 – 40 x 7 – 10 μm Camada cortical do píleo celular, com elementos globosos a piriformes,
com 20 – 40 x 15 – 30 μm, entremeados por pileocistídios cilíndrico a clavados, marrom claros.
Fíbulas presentes.
Crescem em esterco ou em solo de gramados, solitários a gregários.

Figura 231 – Panaeolus fimicola: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical com pileocistídios.
4- Panaeolus papilionaceus (Bull.) Fr., Figura 232
Champ. Jura Vosgues 1: 152. 1872.

Píleo com 2 - 4 cm de diâmetro, convexo, pálido acinzentado e eventualmente algo


amarronzado em direção ao disco central, liso, rachando quando seco, não higrófano, com
remanescentes do véu na margem quando o material é jovem. Estipe 5 - 15 x 0,2 - 0,3 cm,
cilíndrico, flexuoso, fistuloso, finamente pruinoso, branco, levemente rosado na base. Véu fugaz,
desaparecendo logo no início. Contexto carnoso, até 3 mm de espessura. Odor e sabor não
apreciáveis. Lamelas adnatas ascendentes, cinzentas e então negras, variegadas, largo-ventricosas,
subdistantes. Esporos com 12 - 15 x 8,5 - 10,5 x 7 - 8,3 μm, comprimidos, limoniformes em vista
frontal, elípticos em vista lateral, com poro germinativo truncado, lisos, de parede grossa e negra.
Basídios com 20 - 22 x 8 - 12 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 30 - 40 x
5 - 20 μm, de cilíndricos a clavados, ventricosos e frequentemente sinuosos, hialinos, de parede
fina. Trama da lamela regular. Camada cortical do píleo epitelial, com elementos globosos a
piriformes, hialinos, de parede fina, 20 - 35 x 12 - 30 μm, entremeados por pileocistídios de 30 - 40
x 4 - 10 μm, clavado cilíndricos a subcapitados, hialinos a amarronzados (pigmento vacuolar), de
parede muito fina. Fíbulas presentes.
Esta é uma espécie comum em campos, às vezes por entre esterco velho. É extremamente
fácil confundi-la com outras espécies tóxicas semelhantes, sendo que a ingestão da espécie errada
pode levar à morte.
A espécie distingue-se das demais principalmente pela superfície do píleo pálido-
acinzentada, rachando em clima mais seco e pelos esporos com 12 - 15 μm de comprimento.

Figura 232 – Panaeolus papilionaceus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


5- Panaeolus rickenii Hora, Figura 233
Trans. Brit. Micol. Soc. 43: 454. 1960.

Píleo com 1 - 2 cm de diâmetro, de hemisférico a cônico-campanulado, higrófano, marrom-


acinzentado-escuro, pelúcido-estriado na margem. Estipe com 5 - 10 x 0,1 - 0,4 cm, com mais de 4
vezes o diâmetro do píleo, base algo bulbosa, cartilaginoso, fistuloso, marrom-escuro a marrom-
avermelhado escuro, às vezes mais claro na metade apical. Véu ausente. Contexto fino,
amarronzado, aquoso. Lamelas adnatas, ascendentes, ventricosas, marrom-escuras, variegadas,
finas, com bordo branco. Esporada negra. Esporos com 10 - 13 x 7 - 9,5 x 6 - 7,5 μm, comprimidos,
limoniformes a hexagonais em vista frontal e ovado em vista lateral, com poro germinativo ,
marrons a negros sob o microscópio, lisos e de parede grossa. Basídios 20 - 25 x 8 - 10 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 29 - 35 x 2,5 - 6,5 μm, filiforme-sinuosos,
ampuláceos, hialinos, de parede fina. Trama da lamela regular. Camada cortical do píleo epitelial,
com elementos globosos a piriformes 10 - 17 x 8 - 13 μm, de paredes finas e hialinos, entremeados
por pileocistídios 25 - 35 x 3 - 6 μm. Fíbulas presentes. Crescem em gramados e sobre esterco.
Talvez igual ao que Rick cita para o Rio Grande do Sul como P. acuminatus, uma espécie de
ampla distribuição tropical segundo PEGLER (1983), que a cita para as Antilhas. Esta espécie era
originalmente conhecida apenas da Europa, mas citada por PEGLER (1977) para a África. Como o
esterco é seu principal substrato deve ter sido veiculado pelo gado para outros continentes.

Figura 233 – Panaeolus rickenii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


6- Panaeolus semiovatus (Sowerby : Fr.) S. Lundell var. phalaenarum (Fr.) Ew. Gerhardt,
Figura 234
Bibliotheca Botanica 147: 24. 1996.

Píleo com até 5 cm de diâmetro, semiglobado, campanulado a convexo, carnoso, liso, não
higrófano, no início amarelado a amarelo acinzentado ficando ocráceo, com remanescente
esbranquiçados do véu na margem. Lamelas adnatas, próximas, estreitas, manchadas de negro com
o amadurecimento dos esporos, com bordo mais claro. Estipe com 8 – 12 x 0,2 – 0,4 cm, cilíndrico,
esbranquiçado a cinza ocráceo, estriado ao longo de toda a sua extensão, com um véu fibriloso mas
não formando um anel característico. Odor não perceptível. Esporos com 18 – 24 x 10,5 – 13,5 μm,
alongado elipsoides, lisos, opacos, algo achatados, de paredes grossas e com poro germinativo
excêntrico. Basídios tetrasporados, clavados. Pleurocistídios crisocistidioides, clavados a
vesiculosos, com 30 – 45 x 20 – 25 μm, ficando vermelho vinho em sulfovanilina. Queilocistídios
com 25 – 40 x 15 – 22 μm, hialinos a amarelados, versiformes, em geral cilíndricos a estrangulados
centralmente e então subcapitados, entremeados por crisocisítios. Camada cortical do píleo celular,
com elementos globosos a piriformes com 20 – 40 x 13 – 25 μm, entremeados por pileocistídios
cilíndricos.

Figura 234 - Panaeolus semiovatus var. phalaenarum: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios;


d- crisocistídios; e- elementos da camada cortical do píleo.
7- Panaeolus sphinctrinus (Fr) Quél., Figura 235
Mém. Soc. Émul. Montbéliard, Sér. 25: 151. 1872.

Píleo com 1-2 cm de diâmetro e até 2 cm de altura, cônico a campanulado, amarronzado


quando imaturo e acinzentado amarronzado a cinza esbranquiçado ou cinza oliváceo quando
maduro, com centro laranja amarronzado, liso, na margem ficando dentes pontiagudos
esbranquiçados dependurados. Contexto com até 1 mm de espessura, creme, imutável. Lamelas
adnexas a adnatas, distantes, acinzentadas e manchadas de negro quando jovens, mas ficando
completamente negras quando maduras, de bordo branco. Estipe cilíndrico com 2,5-7 x 0,1-0,2 cm,
oo, marrom, eventualmente com micélio basal branco. Esporada preta. Esporos com 13,5-18,5 x
9,3-11,5 μm, limoniformes, lisos, de paredes grossas e com um poro germinativo evidente, negro
amarronzados quando maduros. Basídios com 20-33 x 12-14 μm, esféricos ou com formato de
barril, com 2 a 4 esterigmas, hialinos. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 16,9-30,4 x
8,4-10 μ, versiformes, com conteúdo granular, principalmente no ápice. Hifas do contexto do estipe
com hifas de paredes finas, longitudinalmente paralelas, com caulocistídios de 15-33 x 5,6-7,6 μm,
claviformes a fusoides. Fíbulas ausentes.
Espécie tóxica crescendo em esterco.

Figura 235 – Panaeolus sphinctrinus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- caulocistídios.


6. PSATHYRELLA (Fr.) Quél.

Píleo campanulado a cônico ou aplanado, frequentemente higrófano, fino e frágil. Lamelas


fortemente adnexas, adnatas raramente subdecurrentes. Estipe central usualmente tubuloso,
radicante ou não, algumas vezes com rizomorfas, véu presente ou ausente, volva ausente. Esporada
fusca, profundamente fusca a preta. Esporos lisos ou rugosos, truncados e com poro germinativo
bem desenvolvido, fortemente pigmentados (méleo-escuros a negros) e descolorindo-se quando
tratados com ácido sulfúrico concentrado. Basídios normais com quatro esporos, raramente dois.
Trama himenoforal regular, tornando-se subregular com a idade. Camada cortical do píleo celular.
Contexto carnoso frágil, branco ou colorido. Hifas usualmente com fíbulas. Crescendo geralmente
no solo.
O gênero tem atualmente cerca de 400 – 600 espécies, sendo que estudos moleculares
sugerem sua separação em vários outros.
SINGER (1986) estudou 74 espécies. Psathyrella plana (Rick) Guzmán (RS) é na verdade um
Psilocybe [GUZMÁN (1978): 474].
Para o Brasil tem-se referência às seguintes espécies:
- Psathyrella annulosa Singer (PA) - SINGER (1973 d): 70.
- Psathyrella araguana Dennis (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
- Psathyrella argillospora Rick ex Singer (RS) - SINGER (1973d): 71.
- Psathyrella candolleana (Fr.) A. H. Smith (RS) - PEGLER (1983): 487. ALVES et al. (2012).
DRECHSLER et al. (2007). (SP) MEIJER (2016).
- Psathyrella copriniceps (Berk. & Curt.) Dennis (RS; SP) - PEGLER (1986); CORTEZ &
COELHO (2005): 70.
- Psathyrella janauariensis Singer (AM) - SINGER (1989): 101.
- Psathyrella hypertropicalis Guzmán, Band. - Muñoz & Montoya (RS) - foi considerada
Lacrymaria por CORTEZ & COELHO (2005).
- Psathyrella lignatilis Singer - SINGER (1989): 101.
- Psathyrella murrillii Smith (SP) - PEGLER (1997): 41. (MT) – BONONI et al. (2009).
- Psathyrella palmigena (Berk. & Curt.) Guzmán (SP) - PEGLER (1997): 41.
- Psathyrella piluliformis (Bull. ex Fr.) P. D. Orton (SP) - PEGLER (1997): 41.
- Psathyrella pygmaea (Bull.ex Fr.) Singer (SP) - PEGLER (1986).
- Psathyrella roystoniae (Earle) Singer (AM) - SINGER (1961): 15.
- Psathyrella typhae (Kalchbr.) A.Pearson & Dennis var. typhae (SP) – MEIJER (2016).
- Psathyrella varzeae Singer - SINGER (1989): 102.
Psasthyrella atroumbonata Pegler, Psathyrella glaucescens Dennis e Psathyrella bernadiana
Dennis, todas referidas para São Paulo, não aparecem na revisão de PEGLER (1997), apesar de
citadas por outros autores, sendo que não foram incluídas na chave abaixo.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE PSATHYRELLA REFERIDAS PARA O BRASIL:


(exceto P. roystoniae)
1.1 Crescendo em Typha spp. (taboa) ..........................P. typhae
1.2 Crescendo em outros substratos ..............................2

2.1 Basidiomas com zona anelar presente no estipe e com remanescentes velares no píleo; pleuro e
queilocistídios cilíndrico capitados, esporos
verrucosos ................................... ............................................................................ Psathyrella
hypertropicalis
2.2 Basidiomas com ou sem anel; esporos lisos .........................................3

3.1 Basidiomas em grupos cespitosos; metuloides presentes ............. 4


3.2 Basidiomas em grupos ou solitários; metuloides ausentes..............5
4.1 Metuloides de paredes finas, mas fortemente incrustados apicalmente; esporos com 5 - 7 μm de
compr. ....................................................................... P. pygmaea
4.2 Metuloides de paredes grossas (2 - 4 μm de espessura); esporos 6,5 - 8,0 μm de
compr ........ ...................................................................................... P. varzae

5.1 Basidiomas cespitosos em troncos; pleurocistídios presentes,


abundantes ............ .............................P. piluliformes
5.2 Basidiocarpos cespitosos ou não, em solo ou lignícolas; pleurocistídios ausentes ou muito
esparsos .......................... 6

6.1 Queilocistídios utriformes, subampuláceos e/ou lageniformes ............. 7


6.2 Queilocistídios globosos, piriformes ou vesiculosos .............................11

7.1 Píleo com 4 - 6 cm diâmetro, marrom pálido ................................... P. candolleana


7.2 Píleo menor, com até 3 cm diâmetro, marrom a marrom-fusco ou cárneo-grisáceo ...8

8.1 Píleo marrom-fusco, expandindo-se ....... P. palmigena


8.2 Píleo marrom-claro ou cárneo-grisáceo, cônico a convexo ou umbonado..................9

9.1 Em madeira; píleo cárneo-grisáceo....... P. lignatilis


9.2 Em húmus ou madeira; píleo marrom (às vezes isabelino quando seco).................. 10

10.1 Estipe com anel mediano, pêndulo, branco ................ P. annulosa


10.2 Anel ausente .............................................................. P. janauariensis

11.1 Crescem em madeira morta; poro germinativo ausente ....................... P. argillospora


11.2 Crescem em solo, madeira ou palmeiras mortas; poro germinativo presente ......... 12

12.1 Crescendo dispersos sobre solo; queilocistídios vesiculosos ......... P. murrillii


12.2 Crescendo subcespitosos a cespitosos, em madeira ou em palmeiras; queilocistídios piriformes
a clavados.............................13

13.1 Crescendo em madeira; píleo esbranquiçado a vináceo, amarelado no disco central;


queilocistídios piriformes.............................. P. coprinoceps
13.2 Crescendo em palmeiras; píleo com tons purpúreos; queilocistídios clavados a
vesiculosos..................................................... P. roystoniae
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE PSATHYRELLA ENCONTRADAS:

1- Psathyrella annulosa Singer, Figura 236


Beihefte zur Sydowia 7: 70. 1973.

Píleo com 12 – 17 mm de diâmetro, amarronzado, higrófano, marrom claro a isabelino,


ficando radiado rugoso quando seco, glabro, liso, não viscoso, levemente sulcado na margem.
Lamelas marrom violáceas, próximas, levemente alargadas, brancas nos bordos, adnatas. Estipe
com 4 – 4,5 x 0,2 – 0,3 cm, branco, glabro, liso, atenuado em direção ao ápice, com anel mediano,
branco, pêndulo, liso, membranáceo. Contexto branco. Esporos com 7,5-8,5 x 4,5-5 µm, elipsoides,
lisos, de parede grossa, com poro germinativo. Basídios tetrasporados. Pleurocistídios esparsos,
iguais aos queilocistídios, com 25 – 40 x 7,5 – 13 µm, utriformes ou subampuláceos, de paredes
finas, hialinas, não incrustadas. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo celular.
Fíbulas presentes.
Crescem em folhas mortas no interior de floresta.

Figura 236 – Psathyrella annulosa: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios.


2- Psathyrella argillospora Rick ex Singer, Figura 237
Beihefte zur Sydowia 7: 71. 1973.

Píleo com 12 - 33 mm de diâmetro, semigloboso a convexo a umbonado e às vezes


subumbilicado, marrom, higrófano, concolor quando desidratado, com umbo sórdido ferrugíneo,
opaco, subtomentoso a glabro. Lamelas adnexas a adnatas, próximas, marrom escuras. Estipe com
12 – 45 x 1,5 – 4 mm, amarronzado, subigual, subpruinoso a glabrescente, véu ausente, com micélio
basal estrigoso e branco. Esporos com 7 – 9 x 4 – 5 µm, elipsoides, lisos, sem poro germinativo,
pálido amarronzados a marrom acinzentados, sem calo. Basídios com 14 – 18 x 7,5 – 8,5 µm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 20 – 35 x 8,5 – 15 µm, subhialinos a
parcialmente pálido amarronzados em KOH, vesiculosos a cilíndrico-ventricosos, hialinos a pálido
amarronzados, de parede fina. Trama himenoforal regular, com células volumosas e catenuladas,
algo méleas. Camada cortical do píleo celular, com células de 30 – 40 x 25 – 35 µm, globosas a
subglobosas, de parede amarronzado-fuscas, de parede grossa (0,7 – 1,3 µm de espessura). Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira morta. O poro germinativo ausente aproxima esta espécie de P. apora
Sing.
Material examinado: Brasil, Rio Grande do Sul, São Salvador, Jan. 1943, Rick (PACA).

Figura 237 – Psathyrella argillospora: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


3- Psathyrella candolleana (Fr.) A. H. Smith, Figura 238
Contributions University of Michigan Herbarium 5: 41. 1941.

Píleo com 3 - 7 cm de diâmetro, obtusamente cônico a convexo, expandindo-se, méleo claro


a castanho purpúreo, com superfície úmida lisa a rugulosa, com margem estriada, não
deliquescente. Estipe 6 - 12 x 0,3 - 0,8 cm, cilíndrico, oco, fibriloso, com anel muito evanescente,
branco. Contexto fino, branco. Lamelas adnatas a sinuadas, castanho-violáceas com margem branca
e crenada, apertadas. Esporada pardo-negra. Esporos 5,5 - 7,5 x 3,5 - 5 μm, ovoides a elipsoides,
com poro germinativo truncado, marrom-avermelhados sob o microscópio, de parede levemente
engrossada e lisa. Basídios 15 - 23 x 5 - 6 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios 25 - 35 x 8 - 14 μm, utriformes a lageniformes, com ápice obtusamente
arredondado, hialino, de parede fina. Trama da lamela regular. Camada cortical do píleo celular,
com elementos globosos a elipsoidais inflados, com 28 - 40 x 20 - 30 μm, hialinos e de parede fina.
Fíbulas presentes.
Crescem em campo, gregários.
Esta espécie cosmopolita e comum. Pode lembrar a campo um Coprinus, mas não são
deliquescentes em nenhuma parte do basidioma.
Material Examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, São Gabriel, Reserva Ecológica Sanga
da Bica. 2010, Graciéle Cunha Alves F057 (HBEI).

Figura 238 – Psathyrella candolleana: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4- Psathyrella coprinoceps (Berk. & M.A. Curtis) Dennis, Figura 239
Kew Bull. Add. Ser., v. 3, p. 65. 1970.

Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, hemisférico a convexo ou umbonado, levemente obtuso
ou cônico em material jovem, glabro, margem não estriada, esbranquiçado a vináceo, amarelado no
disco central. Contexto fino, carnoso. Lamelas adnexas, marrom vináceas com bordo mais
fortemente pigmentado. Estipe com 7-27 x 0,5-3,5 mm, central ou levemente excêntrico, cilíndrico,
esbranquiçado, longitudinalmente estriado, micélio basal esbranquiçado. Esporada marrom-vinácea.
Esporos com 6,4 - 8 x 4 – 4,8 µm, elipsoides, de parede grossa e lisa, marrom-púrpura, descolorindo
em ácido sulfúrico, com pequeno poro germinativo. Basídios com 16 - 24 x 6,5 - 9 µm, clavados a
subcilíndricos tetrasterigmatados, raro bi. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 14 - 28 x
9,5 - 18 µm, esferoidais a piriformes, hialinos de parede fina. Camada cortical do píleo epitelial-
himeniforme. Trama himenoforal regular, com hifas hialinas.
Esta espécie é citada por CORTEZ & COELHO (2005) para o RS crescendo em bambu.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Maria, Morro do Elefante,
29.I.2002, F. Wartchow 024, 9540 (SMDB).

Figura 239 – Psathyrella coprinoceps: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


5- Psathyrella hypertropicalis Guzmán, Band.-Muñoz & Montoya, Figura 240
Brittonia 40: 229, 1988.

Píleo com até 6 cm de diâmetro, de campanulado a convexo, marrom ferrugíneo a pálido


amarronzado, seco, velutinoso a estrigoso, com remanescentes apendiculados e glutinosos do véu.
Contexto amarelado, com até 3 mm de espessura. Lamelas adnexas, subpróximas, negras com
bordo branco. Estipe com 11 - 12 x 1 - 1,5 cm, igual, amarelado a amarelo amarronzado, com
fibrilas amarronzadas, oco, com zona anelar central mas sem um anel verdadeiro. Esporada negra.
Esporos 9-12 x 6-8 µm, elipsoides a largo elipsoides, irregularmente verrucosos, marrom escuros,
descolorindo em ácido sulfúrico, com poro germinativo. Basídios clavados, tetrasterigmatados.
Pleurocistídios escassos, similares aos queilocistídios. Queilocistídios com 45 – 70 x 10 – 15 µm,
cilíndricos e capitados, de paredes finas e hialinos. Camada cortical do píleo celular, com elementos
subglobosos de até 45 µm de diâmetro. Camada cortical do píleo com hifas prostradas e paralelas,
com estipitocistídios de 65-95 x 10-15 µm, em fascículos, cilíndricos e capitados. Fíbulas presentes.
Crescem em solo. Considerada Lacrymaria por CORTEZ & COELHO (2005) que
apresentam redescrição e ilustrações de material coletado no RS.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, V. G. Cortez 036/04, 28/VI/2004 (ICN).

Figura 240 – Psathyrella hypertropicalis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


6- Psathyrella janauariensis Singer, Figura 241
Fieldiana Botany 21: 101. 1989.

Píleo com 10-15 mm de diâmetro, 3,5-5 mm de altura, amarronzado, higrófano, radialmente


pelúcido estriado e sulcado em 4/5 da margem, glabro, cônico. Lamelas cinamômeo-gríseo,
subpróximas ou medianamente próximas, estreito adnexas. Estipe com 31-42 x 0,6-1,2 mm, branco,
glabro, sem anel, oco, igual. Contexto inodoro. Esporos 6,7-7,5(-8,2) x 4,3-4,8 µm, elipsoides ou
ovoides, em vista lateral faseoliformes, lisos, com poro germinativo truncado, mais ou menos
pálidos, castanhos em NH4OH, em KOH gríseos. Basídios a maioria tetrasporados.
Queilocistídioscom 20 - 25 x 8 - 10 µm, utriformes. Hifas fibuladas com pigmento méleo
intraparietal, subparalelas e hialinas no estipe. Camada cortical do píleo himeniforme com
elementos de 10 - 15 x 10 - 12 µm, subvesiculosos, eretos. Hipoderme com elementos
subvesiculosos, verticalmente catenulados, pálido ocáraceos em KOH, e subepidermiais.
Crescem em folhas mortas e madeira em floresta tipo várzea, gregários.
A espécie lembra Psathyrella dichroma (Berk. & Curt.) A. H. Smith, que ocorre em Cuba,
mas que apresenta estipe mais fino e lamelas distantes.

Figura 241 – Psathyrella janauariensis: a- basidioma; b- esporos; c – queilocistídios.


7- Psathyrella lignatilis Singer, Figura 242
Fieldiana Botany 21: 101. 1989.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, cárneo-gríseo, higrófano, glabro, sem véu, centro liso,
margem por dois terços do raio pelúcido estriada e sulcada, convexo, subumbonado. Lamelas
porfírio-amarronzadas, algo estreitas, adnatas. Estipe branco, oco, igual, 26 x 2 mm. Contexto
branco, inodoro. Esporos 7-8,7 x 4,7-5,7 µm, elipsoides, poro germinativo ausente ou de parede
mais atenuada numa das extremidades, lisos, bem pigmentados, porfírio-amarronzados em NH 4OH,
em KOH gríseos. Basídios 16 - 18 x 7 - 8 µm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios numerosos, a maioria utriformes, ventricosos ou clavados, 28 - 40 x 8,5 - 14,3 µm,
hialinos, de parede fina. Trama himenoforal regular, subhialinas ou ócreo-hialinas, alargadas.
Camada cortical do píleo himeniforme com elementos subvesiculosos, subhialinos.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas em floresta campinarana, gregários.
Material examinado: Brasil, Amazonas, estrada Manaus-Caracaraí, km 45, 01/07/1977,
Singer B 10076 (INPA).

Figura 242 – Psathyrella lignatilis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocisstídios.


8- Psathyrella murrillii Smith, Figura 243
Mem. New York Bot. Gard. 24: 287. 1972.

Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, cônico a largo convexo, eventualmente com um pequeno
umbo, higrófano, sépia a ocráceo, de margem translúcido estriada, liso, glabro. Lamelas adnexas,
cinza a marrom purúreo, próximas. Estipe com 2,5 – 6 x 0,2 – 0,3 cm, quebradiço, cilíndrico e oco,
branco, liso e glabro. Contexto com até 1,5 mm de espessura, marrom, aquoso. Esporos com 6 - 7,5
x 3,5 - 4,5 µm, elipsoides, marrom-fusco, de parede fina e lisa, com poro germinativo truncado.
Basídios com 16 – 20 x 7 – 9 µm, inflado-clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 25 – 45 x 12 – 20 µm, sacados, elipsoides a largo ventricosos, hialinos e de
paredes finas. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo celular com elementos globosos
a piriformes com 20 – 40 x 15 – 35 µm, hialinos e de paredes finas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo em interior de floresta, gregários.

Figura 243 – Psathyrella murrillii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


9- Psathyrella piluliformis (Bull.) P. D. Orton, Figura 244
Notes R. bot. Gdn Edinb. 29 (1): 116. 1969.

Píleo com até 8 cm de diâmetro, campanulado a convexo, aplanado quando maduro,


amarronzado a marrom-avermelhado, fortemente higrófano, coberto com remanescentes do véu
quando jovens e que ficam apenas na forma apendiculada nas margens com o amadurecimento.
Lamelas próximas, marrom amareladas a marrom escuras, com bordo algo mais claro. Estipe com
2-10 (-15) x 0,2-0,9 cm, branco a amarelo-amarronzado, marrom escuro em direção à base, no ápice
pruinoso, com anel. Esporada marrom. Esporos com 4,5-6,5 (-7,5) x 2,5-4 (-5) µm, elipsoides a
ovoides, muitos faseoliformes em vista lateral, com calo ou poro germinativo, não opacos, mas
marrom escuros, lisos. Basídios com 15-22,5 x 5,5-8 µm, tetrasporados. Pleurocistídios com 22-70
x 9-17,5 (-20) µm, de paredes levemente engrossadas. Queilocistídios com 20-45 (-57,5) x 7-22,5
µm, lageniformes ou versiformes. Camada cortical do píleo celular, com elementos esferoidais.
Crescem gregários em madeira morta.

Figura 244- Psathyrella piluliformis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios.


10- Psathyrella pygmaea (Bull. ex Fr.) Singer, Figura 245
Lilloa 22: 467. 1951.

Píleo 6 -15 mm de diâmetro, convexo a largo campanulado ou cônico, branco a amarronzado,


translúcido estriado. Lamelas adnato-adnexas, brancas a rosadas, para então finalmente marrom-
escuras, largas, próximas, de bordo esbranquiçado. Estipe com 1 - 3 x 0,1 – 0,5 cm, cilíndrico com
base sub-bulbosa, branco, oco e glabro. Sem anel ou véu. Contexto branco. Esporos com 5,2 - 7 x
3,3 - 4 µm, elipsoides, de parede grossa, marrom escuros, com poro germinativo truncado. Basídios
tetrasterigmatados. Queilocistídios com 16 - 25 x 6 - 14 µm, metuloidais, com parede engrossada e
incrustada apicalmente, ventricosos a lageniformes. Pleurocistídios com 17 – 25 x 6 - 12 µm,
fusoides a lageniformes, metuloidais, de parede fina e incrustados no ápice, hialinos a amarelados.
Trama himenoforal regular, hialina. Camada cortical do píleo epitelial, com células piriformes a
clavadas, com 30 – 40 x 16 – 35 µm.
Forma grupos fasciculados sobre madeira morta.

Figura 245 – Psathyrella pygmaea: a- basidiomas fasciculados; b- esporos; c- pleurocistídios; d-


queilocistídios.
11- Psathyrella roystoniae (Earle) Singer, Figura 246
Lilloa 22: 470. 1951.

Píleo com 1–3 cm de diâmetro, convexo a aplanado, obtuso, higrófano, reticulado a


finamente estriado, algo purpúreo, ficando esbranquiçado quando seco. Estipe com 1,8 – 2 x 0,1 –
0,2 cm, fistuloso, glabro, branco, sem anel ou anel fugaz, com base micelioide. Lamelas adnexas,
largas, próximas, pálidas no início e depois marrom purpúreas. Contexto fino e frágil. Esporos com
7-8 x 4-5 μm, elipsoides a ovoides, de parede grossa, truncados e com poro germinativo,
inicialmente marrons em KOH e depois quase hialinos. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
com 22-28 x 9-14 μm, subglobosos a vesiculosos. Camada cortical do píleo celular. Fíbulas
presentes.
Crescem em estipe de palmeiras do gênero Roystonia, subcespitosos. SINGER (1961) cita a
espécie para a Amazônia.

Figura 246 - Psathyrella roystoniae: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


12- Psathyrella varzeae Singer, Figura 247
Fieldiana Botany 21: 102. 1989.

Píleo com até 3,1 cm de diâmetro amarronzado quando fresco, fortemente higrófano, glabro,
liso, sem restos de véu, obtuso, cônico a cônico-convexo ou convexo, pelúcido estriado quando
fresco, estriado quando seco. Lamelas marrom escuras ou vináceo-amarronzadas, estreitas,
próximas, intervenosas quando maduras, adnexas. Esporada marrom escura. Estipe branco, glabro,
oco, igual mas na base abruptamente engrossado e gradualmente atenuado para o ápice, 4-11 x 0,2-
0,4 mm, na base com até 5,5 mm de diâmetro, sem véu. Contexto parcialmente amarronzado,
palescente, branco no estipe, inodoro. Esporos 6,5-8 x 4-5 µm, ovoides ou elipsoides, raro
faseoliformes em vista lateral, lisos, pigmentados, amarronzados em amônia, com poro germinativo
grande, apical, truncado. Basídios com 20 - 24 x 7-8 µm, hialinos, tetrasporados. Metuloides
presentes, numerosos na margem e bordo, com 34-66 x (9-) 10 - 26 µm, hialinos ou subhialinos, na
parte superior de parede grossa (com 2 – 4 µm de espessura) e afinando em direção à base, com
incrustações tênues e hialinas, pelo menos no ápice, fusoides ou largo fusoides. Queilocistídios com
20 - 30 x 10 -15 µm, versiformes, frequentemente ampuláceos, de parede fina, colabentes. Hifas
pálido amarronzadas, fibuladas. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo epitelial,
hialina ou subhialina. Hipoderme amarronzada.
Crescem em solo em floresta e várzea, gregários.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, Lago Janauari, 18/03/1983, Singer B 12430 (F).

Figura 247 - Psathyrella varzae: a – basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios


metuloidais.
CREPIDOTACEAE (Imai) Singer
Hábito onfaloide a colibioide ou pleurotoide a cifeloide. Píleo carnoso, pigmentado ou não.
Lamelas adnatas a decurrentes, se o estipe estiver presente. Estipe central, excêntrico, lateral a
ausente. Véu, se presente, membranoso a cortinoide. Esporada marrom a marrom amarelada, raro
subfuligínea. Esporos lisos ou equinados, não angulosos, méleos sob o microscópio, inamiloides,
uni ou binucleados. Queilocistídios frequentemente presentes, pleurocistídios raramente formados.
Trama himenoforal regular ou irregular, nunca bilateral. Camada cortical do píleo variando de
gênero para gênero, frequentemente formada por hifas prostradas, raro epitelial e com
pileocistídios.
Crescendo sobre madeira ou solo.
A família reúne 9 gêneros, dos quais 4 ocorrem no Brasil: Simocybe, Tubaria, Melanomphalia
e Crepidotus. Pela biologia molecular a família foi considerada grupo irmão de Inocybaceae, mas
preferimos mantê-la ainda separada para facilitar a identificação. Os gêneros Tubaria e
Melanomphalia são excluídos das Crepidotaceae de acordo com AIME et al. (2005) e devem ser
agrupados em Strophariaceae. Enquanto se define a posição final os mesmos são ainda aqui
discutidos.

CHAVE PARA GÊNEROS DE CREPIDOTACEAE CITADOS PARA O BRASIL:


1.1 Hábito pleurotoide; estipe excêntrico, lateral ou ausente, pelo menos em basidiomas
adultos ............... 2
1.2 Hábito micenoide ou colibioide a onfaloide ou clitociboide, com estipe perfeitamente
central .............. 3

2.1 Estipe geralmente ausente, ou em forma de um pseudoestipe, ou sublateral a excêntrico, mas


então esporos ornamentados e/ou fíbulas ausentes; se a camada cortical do píleo apresenta
dermatocistídios, as hifas não têm fíbulas ou os esporos são
ornamentados ....... ......................... ..................... Crepidotus
2.2 Estipe excêntrico e bem desenvolvido; fíbulas presentes; esporos lisos; camada cortical do píleo
com numerosos dermatocistídios, às vezes sub-himeniforme .......... Simocybe

3.1 Camada cortical do píleo do tipo cutis; esporos lisos ou ornamentados, com parede
homogênea........... Tubaria
3.2 Camada cortical do píleo não do tipo cutis ou se assim, os esporos tem parede
heterogênea........................... 4

4.1 Parede do esporo homogênea, lisa; camada cortical do píleo com esferocistos ou, sub-
himeniforme ou dermatocistidioide ................................ Simocybe
4.2 Parede do esporo heterogênea, ornamentada; camada cortical do píleo
variada ............... ................................................... Melanomphalia (uma espécie citada e M.
termophila é considerada um Crepidotus de acordo com Aime et al., 2002)
1. CREPIDOTUS Kummer

Basidiomas pleurotoides, pequenos a médios. Píleo semi-orbicular, flabeliforme a espatulado,


fino, às vezes com contexto gelatinizado. Lamelas radiando do ponto de fixação ou decurrentes se
apresentam um estipe, marrom argiláceas na maturidade ou com tons rosados, estreitas a largas.
Estipe ausente ou se presente, muito curto e lateral ou excêntrico, sem anel ou véu. Esporada
ferrugínea a amarronzada. Esporos globosos a elipsoide ou amigdaliformes, lisos a ornamentados,
de parede composta ou simples, sem poro germinativo. Basídios clavados. Queilocistídios
presentes. Trama da lamela regular a subregular ou irregular. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas ou tricodermial, com pigmento incrustante.
Crescem em madeira e outros restos vegetais de mono e dicotiledôneas.
PEREIRA (1990) revisa as espécies do RS e SENN-IRLET & MIEJER (1998) as espécies
ocorrentes no PR. CAPELARI (2007) descreve as espécies encontradas no Parque estadual das
Fontes do Ipiranga em São Paulo. MEIJER (2016) ainda refere C. sublevisporus para SP.
As seguintes espécies de Crepidotus são referidas para o Brasil:
- Crepidotus acanthosyrinus Singer in Singer & Digilio - SENN-IRLET & MEIJER (1998):
194. (SP) MEIJER (2016).
- Crepidotus albidus Ellis & Everh. var. bisporus Singer(RJ) em SINGER (1973 a): 436, 478;
var. boliviae Singer - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 193. C. citri Pat. em Kimbrough et al.
(1994/1995). Crepidotus sublevisporus Singer & Digilio (PR) - SENN-IRLET & MEIJER
(1998): 172 é considerado sinonímia.
- Crepidotus antillarum (Pat. apud Dus.) Singer (PR) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 176.
(SP) MEIJER (2016).
- Crepidotus apodus Capelari (SP) - CAPELARI (2007): 76.
- Crepidotus applanatus (Pers. ex Fr.) Kummer (RS; SP) - PEREIRA (1990): 72. (SP) -
CAPELARI (2007): 81. Com var. subglobiger (Pegler, 1997).
- Crepidotus aquosus Murr. (PR) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 180.
- Crepidotus brasiliensis Rick (RS) - PEREIRA (1990): 72.
- Crepidotus candidus Capelari (SP) - CAPELARI (2007): 77.
- Crepidotus catamarcae Singer (PR) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 189. (SP) -
CAPELARI (2007): 79.
- Crepidotus citricolor Singer (RS) - PEREIRA (1990): 72.
- Crepidotus croceitinctus Peck. (RS) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 184.
- Crepidotus crocophyllus (Berk.) Sacc. (RS) - PEREIRA (1990): 74.
- Crepidotus cystidiosus Hesler & Smith (PR) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 179.
- Crepidotus defibulatus Singer (SP) - CAPELARI (2007): 80.
- Crepidotus epibryus (Fr. ex Fr.) Quél. (PR) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 196.
- Crepidotus euterpicola Senn-Irlet & Meijer - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 191. Ver
descrição neste trabalho.
- Crepidotus guzmanii Singer (PE) - SINGER (1973): 415.
- Crepidotus igapoensis Singer (AM) - SINGER (1989): 121.
- Crepidotus martini Singer (SP) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 190. (SP) - CAPELARI
(2007): 82. O material original não pertence a esta espécie, portanto necessita ser recoletada.
- Crepidotus mollis (Schaeff. ex Fr.) Kummer (RS) - PEREIRA (1990): 75.
- Crepidotus palmarum Singer (RS) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 186. (SP) -
CAPELARI (2007).
- Crepidotus pilosiceps Singer (AM) - SINGER (1989): 121.
- Crepidotus polylepidis Singer (SP) - SINGER (1973a): 352. (SP) - CAPELARI (2007): 82.
- Crepidotus quitensis Pat. (RS; SP) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 182.
- Crepidotus reversus (Berk. & Br.) Sacc. (RS) - PEREIRA (1990): 77.
- Crepidotus rubriceps Singer (SP) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 187.
- Crepidotus septicoides (Singer) Singer (RJ) - SINGER (1955): 773 (como Marasmiellus).
- Crepidotus thermophilus (Singer) Aime, Baroni, et O.K. Miller (PE) – AIME et al. (2002).
- Crepidotus truncatus Petch var. truncatus (PR) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 177.
- Crepidotus uber (Berk. & Curt.) Sacc. (RS) - SENN-IRLET & MEIJER (1998): 174.
- Crepidotus variabilis (Pers. ex Fr.) Kummer (SP) - SPEGAZZINI (1888): 411.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CREPIDOTUS REFERIDAS PARA O BRASIL:


1.1 Basidioma centralmente ou algo excentricamente estipitado quando maduro, com lamelas curto
decurrentes ............................................................. Crepidotus termophilus
1.2 Basidioma séssil ou com um curto estipe lateral ..............................................1’

1’.1 Esporos lisos ................................2


1’.2 Esporos ornamentados ..................9

2.1 Fíbulas presentes (pelo menos na base dos basídios) ..........3


2.2 Fíbulas ausentes ...........................5

3.1 Camada cortical do píleo bem diferenciada, tricodermial ........... C. albidus (se píleo até 8 mm
de diâmetro) ou C. candidus (se píleco com até 28 mm de diâmetro).
3.2 Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas ............4

4.1 Com camada gelificada no contexto; queilocistídios clavados, com 60 - 70 μm compr......... C.


antillarum
4.2 Contexto não gelificado; queilocistídios estreitamente clavados, com até 65 μm compr. ..........
C. acanthosyrinus

5.1 Camada cortical do píleo cutis de hifas prostradas, não diferenciadas, somente
pigmentadas........... C. uber
5.2 Camada cortical do píleo tricodermial ou com elementos cistidioides intercalados a uma
cutis.............. 6

6.1 Píleo com até 5 mm diâmetro; queilocistídios longo sinuosos, 27 - 40 x 4 - 6 μm; camada
cortical do píleo tricodermial.................................................... C. epibryus
6.2 Píleo com 5 - 40 mm diâmetro; queilocistídios cilíndricos a lageniformes, clavados ou
ventricosos, algumas vezes flexuosos; camada cortical do píleo com hifas finamente incrustadas ou
hialinas, prostradas ou eretas e elementos cistidioides intercalares ou com dermatocistídios
mamosos, ou tricodermial........................................... 7

7.1 Camada cortical do píleo tricodermial com hifas de parede marrom....... C. brasiliensis
7.2 Camada cortical do píleo não tricodermial................ 8

8.1 Pileocistídios amarelados, com ápice curvo ou


enrolado............ .................................. ...................... C. sublevisporus (= C. albidus)
8.2 Pileocistídios mamosos ou representados por hifas da cutis que ficam levemente
erguidas ................................... C. mollis

9.1 Esporos largo elipsoide, ovoides a amigdaliformes ou fusoides................10


9.2 Esporos globosos a subglobosos .....................13

10.1 Píleo branco, seríceo-piloso, até 3 mm diâmetro, com estipe no início central, mas que fica
excêntrico a sublateral em basidiomas adultos ...................... C. pilosiceps
10.2 Não combinam todos os caracteres acima; estipe lateral ou ausente......10'
10'.1 Píleo marrom sangue a vermelho tijolo; queilocistídios com até 30 μm de
compr......... .....................C. rubriceps (se píleo amarelado e qilocistídios com até 30 μm é C.
apodus)
10'.2 Píleo de colorido pálido ou branco a amarelado; queilocistídios com 60 μm
compr. .... .......................11

11.1 Píleo higrófano e fortemente translúcido estriado; queilocistídios clavados a cilíndricos, às


vezes capitados ................................................... C. catamarcae
11.2 Píleo não higrófano e não translucidamente estriado; queilocistídios cilíndricos, levemente
flexuosos........... 12

12.1 Basidiomas com 2 - 10 mm diâmetro, branco a branco amarelados; esporos elipso-


amigdaliformes a fusoides ou fusoide-ventricosos................................... 12A
12.2 Basidiomas maiores, atingindo até 20 mm diâmetro, brancos; esporos como acima ou maiores,
oblongo- elipsoide a amigdaliformes...................................... 12'

12A.1 Píleo branco-amarelado; esporos 5,5 - 9 x 3,5 5,2 μm elipso-


amigadaloides ............. .............................. C. martini
12A.2 Píleo branco; esporos 11 - 12 x 4,5 - 5 μm, fusoides ou fusoide-
ventricosos ............................. C septicoides

12'. 1 Esporos oblongo-elipsoide, 5 - 7 x 3 - 3,5 μm .................. C. variabilis


12'.2 Esporos elipsoide, levemente amigdaliformes lateralmente, 8 - 11 x 5 - 6
μm ...... ............................ C. euterpicola

13.1 Fíbulas ausentes, mesmo na base dos basídios ...................... 14


13.2 Fíbulas presentes ...................................................................14”

14.1 Píleo branco, com até 10 mm de diâmetro...................... C. defibulatus


14.2 Píleo pigmentado, com até 9 mm de diâmetro ........... 14’

14’. 1 Píleo amarelo-limão, 1,5 - 4 mm diâmetro ...................C. citricolor


14’.2 Píleo marrom-pálido, 9 mm diâmetro .......................... C. igapoensis

14”.1 Esporos pequenos, com 4 - 4,5 μm ............................... C. quitensis


14”.2 Esporos maiores, com 5,5 - 8,5 x 4,5 - 7,0 μm................ 15

15.1 Pleurocistídios presentes ....................................16


15.2 Pleurocistídios ausentes ......................................17

16.1 Píleo de amarelo-alaranjado a laranja ........... C. croceitinctus var. cystidiophilus


16.2 Píleo esbranquiçado .........................................C. cystidiosus

17.1 Camada cortical do píleo formada por cutis com elementos terminais não diferenciados,
crescendo em restos de palmeiras.................................. C. palmarum
17.2 Camada cortical do píleo com elementos cistidioides eretos, pilocistídios ou tricoderme,
crescendo em restos de vários vegetais; se cutis, então não em restos de
palmeiras .................................................. 18

18.1 Píleo branco com cobertura fibrilosa marrom-clara ..................... C. crocophyllus


18.2 Se apresenta cobertura fibrilosa, esta não é amarronzada e o píleo tem pigmentos ....18'
18'.1 Píleo ocráceo-áureo a amarelado-alaranjado a alaranjado..................................18”
18'.2 Píleo branco de outras cores .......................................... 19

18”.1 Píleo amarelo a alaranjado; esporos ovoides a elipsoide-ovoides; queilocistídios 22-58 x (3)
6-9 (16) µm, calvados, ventricosos e frequentemente mais ou menos capitados, às vezes de formato
irregular (furcados e nodulosos) .................... C. croceitinctus
18’.2 Píleo ocráceo-áureo; esporos globosos; queilocistídios subulados, com ápice estreito e
subagudo ou filamentosos e com base algo alargada .................... C. polylepidis

19.1 Píleo branco ................................... C. guzmanii


19.2 Píleo pigmentado ............................19’

19’.1 Píleo rosado a profundamente amarronzado; queilocistídios clavados a lageniformes; camada


cortical do píleo com hifas apresentando pigmento avermelhado e elementos terminais eretos
formando fascículos ................................. C. reversus
19’.2 Não como acima ............................... 20

20.1 Queilocistídios largo clavados, cilíndricos a vesiculoso-clavados ou largo fusiforme-


ventricosos ou subcapitados, às vezes com projeções laterais; camada cortical do píleo com fibrilas
amarronzadas mais ou menos distintas ................................................... C. truncatus
20.2 Queilocistídios cilíndricos a clavados ou subventricosos, flexuosos ou não; camada cortical
diferente....................... 21

21.1 Queilocistídios cilíndricos a estreitamente clavados, fortemente flexuosos; camada cortical do


píleo com numerosos elementos terminais estreitamente lageniformes.... ...................... C. aquosus
21.2 Queilocistídios subcilíndricos, clavados a subventricosos, não flexuosos; camada cortical sem
elementos lageniformes, somente com hifas prostradas …........................C. applanatus
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CREPIDOTUS ENCONTRADAS:

1- Crepidotus acanthosyrinus Singer in Singer & Digilio, Figura 248


Lilloa 25: 411. 1952.

Píleo com 3 – 5 mm de diâmetro, pálido avelâneo a pálido amarronzado, higrófano,


subglabro a subtomentoso, liso, convexo. Lamelas amarronzadas na maturidade, de bordo branco e
fimbriado, subdistantes, adnatas a adnexas. Estipe rudimentar, lateral, branco, muito curto. Contexto
branco, sem odor, não gelificado. Esporos com 6,5 - 8,5 x 5 – 6,8 μm, sem depressão supra-hilar,
ovoides a curto elipsoides mas não subglobosos, lisos. Basídios com 24 – 26 x 7 – 7,5 μm,
clavados, tetrasporados. Queilocistídios estreitamente clavados, filamentosos, ventricosos, raro de
ápice subcapitado, 40 - 65 x 3 – 4,5 μm, hialinos a méleo-subhialinos. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas pouco diferenciadas. Fíbulas presentes.
Crescem em ramos mortos e troncos podres.

Figura 248 – Crepidotus acanthosyrinus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


2- Crepidotus albidus Ellis & Everh., Figura 249
Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia 46: 322. 1895.

Píleo com 5 – 8 mm de diâmetro, branco, glabro, margem incurvada quando seco, séssil.
Lamelas radiando a partir do ponto de fixação, pálidas a amarelo-amarronzadas, finas. Estipe
ausente. Esporos 5 – 7 x 4 – 5 μm lisos, elipsoides, inamiloides. Basídios 26 – 32 x 5 – 6,5 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 25 – 35 x 2 – 5 μm, filamentosos a
cilíndricos, algo flexuosos. Trama do himenóforo algo irregular. Camada cortical do píleo de hifas
prostradas entremeadas por hifas curtas mais ou menos eretas finas irregularmente entrelaçadas e
erguidas. Fíbulas presentes, mas raras e muito pequenas.
Crescem em madeira morta, gregários. A revisão das espécies americanas de BANDALA &
MONTOYA (2000) apresenta descrição e ilustrações desta espécie.

Figura 249 – Crepidotus albidus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
3- Crepidotus antillarum (Pat. apud Duss) Singer, Figura 250
Lilloa 13: 62. 1947.

Píleo com até 2 cm de diâmetro, convexo a plano, reniforme a orbicular, branco aquoso a
cinamômeo, pulverulento a quase glabro, de base às vezes estrigosa, fixo por um ponto lateral ou
excêntrico, ou por um ponto estéril da superfície do píleo, seco, de margem estriada. Contexto fino,
carnoso. Lamelas radiando a partir do ponto de fixação, brancas, ficando amareladas, finas,
próximas, largas. Estipe ausente. Esporos com 7,5-10,5 x 5-7 µm, elipsoides, lisos, méleos.
Basídios com 20-38 x 6-8 µm, bi- a tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25-
50 x 5-9 µm, versiformes, de ventricosos a calvados ou mais ou menos constritos, às vezes
subcapitados, muitos colapsados. Trama himenoforal subregular. Camada cortical do píleo formada
por hifas prostradas, eventualmente com algumas hifas eretas, hialinas e septadas. Fíbulas presentes.
Crescem em grupos sobre madeira morta.

Figura 250 – Crepidotus antillarum: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


4- Crepidotus apodus Capelari, Figura 251
Hoehnea 34 (1): 76. 2007.

Píleo com 0,2 – 0,4 cm de diâmetro, flabeliforme, convexo, amarelo-claro, piloso, de


margem revoluta, preso ao substrato pela superfície estéril do píleo. Lamelas amarelo-claras,
distantes. Estipe ausente. Contexto fino. Esporos com 7 - 7,5 x 5 - 6 μm, elipsoides, verrucosos a
rugulosos, amarelados ao microscópio, ornamentados. Basídios com 20-30 x 7,5 μm clavados, bi ou
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25,5- 27,5 x 5,5-6,5 μm, cilíndricos a
clavados, hialinos, de parede fina. Trama himenoforal regular, hialina, não gelatinizada, com hifas
de parede fina, septadas, hialinas, com 3,7-5 μm de diâmetro. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas pouco diferenciadas ou eretas e formando uma tricoderme agrupada. Fíbulas presentes.
Crescem agregados sobre madeira morta.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, São Paulo, Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga, 23-X-2002, Capelari & Braga Neto 4176 (SP); 19-X-2002, Capelari 4197.

Figura 251 – Crepidotus apodus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


5- Crepidotus applanatus (Pers.: Fr.) Kum., Figura 252
Fuhr. Pilz, p. 74. 1871.

Píleo de colorido argiláceo amarelado, mais pálido quando seco, tomentoso, com margem
estriada, reniforme ou conchado, convexo, 5 - 30 (-45) mm de diâmetro. Contexto branco, não
gelatinizado. Estipe ausente a rudimentar e então lateral ou dorsalmente aderido. Lamelas radiando
do ponto de fixação, esbranquiçadas a argiláceo-amareladas, de borda lisa ou fimbriada. Esporada
castanha. Esporos globosos, com verrugas espinhosas, com 5-7 μm de diâmetro. Basídios clavados,
tetrasporados, com 20 - 30 x 6 - 9 μm. Queilocistídios de 35 - 50 x 5 - 14 μm, subcilíndricos,
clavados a subventricosos, de ápice arredondado, parede fina e hialina. Trama da lamela regular.
Camada cortical do píleo de hifas prostradas, com 3 - 6 μm de diâmetro não gelatinizadas,
pigmentadas. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Vera Cruz, Linha Número Um, Putzke,
10/09/1986, 10627 (HCB).

Figura 252 – Crepidotus applanatus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- basídios.


6- Crepidotus aquosus Murr., Figura 253
Mycologia 5: 30. 1913.

Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, séssil, amarronzado, reniforme, expandindo com a
maturação, glabro a subglabro, de margem profundamente sulcada. Contexto fino, carnoso e
aquoso. Lamelas subpróximas, ocráceo escuras a subamareladas. Esporos com 4,5 – 7 µm de
diâmetro, globosos, finamente punctados, amarronzados em KOH. Pleurocistídios e queilocistídios
ausentes. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, com alguns elementos
ascendentes, hialinos. Fíbulas presentes.
Crescem em grupo sobre madeira morta.

Figura 253 – Crepidotus aquosus: a- basidioma; b- esporos.


7- Crepidotus brasiliensis Rick, Figura 254
Brotéria 24: 116. 1930.

Píleo de colorido esbranquiçado a estramíneo, mais ocre-amarronzado quando maduro, liso


a levemente tomentoso a subglabro ou com fibrilosidade ocrácea, com margem sulcada quando
velho, convexo, 5 - 12 mm de diâmetro. Contexto branco, não gelatinizado. Gosto suave e sem
odor. Estipe ausente. Lamelas radiando do ponto de fixação, pardo-argiláceas a ocráceas, próximas,
de borda lisa ou fimbriada. Esporada castanha. Esporos elipsoides, lisos, méleos, com 7,2 - 9,5 x 4,8
- 6,7 μm. Basídios clavados, tetrasporados, com 26 - 30 x 6 - 8 μm. Queilocistídios subfilamentosos
e gelatinizados. Trama da lamela regular, em parte gelatinizada. Camada cortical do píleo de hifas
prostradas, de parede grossa e marrom, com elementos terminais eretos formando tricoderme,
gelatinizadas, incluindo parte do contexto. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira de dicotiledôneas mortas (Nectandra spp.).
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, Rick, 18/06/1943, 12
635 (PACA - TIPO).

Figura 254 – Crepidotus brasiliensis: a- basidiomas; b- esporos; c- camada cortical do píleo e hifas
do contexto.
8- Crepidotus candidus Capelari, Figura 255
Hoehnea 34 (1): 77. 2007.

Píleo séssil, com até 3 cm de diâmetro, aplanado, de margem levemente sulcada, branco,
carnoso, liso, fixo ao substrato pela superfície estéril. Lamelas radiando do ponto de fixação,
brancas, próximas. Estipe ausente. Esporos com 10 - 11,5 x 5 - 6,5 μm, elipsoides, lisos,
amarronzados, de parede grossa. Basídio com 22 - 27 × 7,5-10 μm, tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios 20 - 27 x 10 - 11 μm, globosos e pedicelados, hialinos, de parede fina.
Trama do himenóforo regular. Camada cortical do píleo formada por um tricoderme, sem
gelatinização. Fíbulas presentes.
Crescem em galhos mortos, isolados.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 26-XII-
2001, U.C. Peixoto s.n. (SP380913).

Figura 255 – Crepidotus candidus: a-basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


9- Crepidotus catamarcae Singer, Figura 256
Beih. Nova Hedwigia 44: 478. 1973.

Píleo com até 2 cm de diâmetro, em geral séssil, convexo, branco a bege, viloso, frágil, não
higrófano, de margem lisa. Lamelas bege-escuras, distantes, radiando do ponto de fixação. Estipe
ausente, às vezes inconspícuo em exemplares jovens. Esporos com 6,2-7,5 x 3,7-5 μm, elipsoides,
rugulosos, de parede grossa, inamiloides. Basídios 18-26 x 6,5-7,5 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 54-80 x 4,5-12,5 μm, cilíndricos a clavados, de parede
fina e hialinos. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
pouco diferenciadas, com 2,5-5 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem gregários, em galhos mortos.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 1-II-
2005, Capelari 4302 (SP); 7-IV-2005, Capelari et al. s.n. (SP380915).

Figura 256 – Crepidotus catamarcae: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


10- Crepidotus citricolor Singer, Figura 257
Lilloa 25: 411. 1951.

Píleo com 1,5 – 4 mm de diâmetro, de colorido amarelo limão, glabro a branco tomentoso,
convexo a aplanado. Lamelas concolores, estreitas, adnatas a lateralmente concorrentes. Estipe
concolor, excêntrico, muito pequeno, com 0,7 x 0,1 mm, evanescente ou píleo totalmente séssil.
Contexto amarelado, fino, sem odor e gosto suave. Esporos com 5-6 x 4,8 – 5,8 μm, globosos a
subglobosos, com ornamentações do tipo pontuações. Basídios clavados, tetrasporados ou às vezes
bisporados, com 20 - 21 x 6 - 7 μm. Queilocistídios versiformes e insconspícuos, do mesmo
tamanho dos basídios. Trama do píleo com hifas de parede um pouco espessa, hialinas, não
gelatinizadas, densamente dispostas, sem fíbulas.
Crescem em ramos mortos de Citrus spp. (patogênica) e outras dicotiledôneas.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Vera Cruz, Linha Número Um, Putzke,
02/11/1986, 10669 (HCB).

Figura 257 – Crepidotus citricolor: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- basídios.


11- Crepidotus croceitinctus Peck., Figura 258
New York State Mus. Nat. Hist. Rept. 39: 72. 1886.

Píleo com 1-4 cm de diâmetro, sessil, flabeliforme a reniforme ou dimidiado a suborbicular,


pálido amarelado a alaranjado quando jovem, tornando-se amarelo ocráceo ou laranja forte na
maturidade, higrófano, glabro ou apresso-fibriloso, margem apresentando fibrilas brancas a
amareladas que logo desaparecem, de margem plana ou levemente estriada. Contexto firme,
amarelado, aquoso. Odor e sabores suaves. Lamelas pálido amareladas ficando ocráceas, próximas,
alargadas, de bordo algo irregular. Esporada amarronzada. Esporos (4,5) 5-6,5 (7) x 3,9-5,3 µm,
ovoides a elipsoide-ovoides, distintamente puctulados ou frequentemente equinulado-punctados,
com uma depressão supra-hilar leve. Basídios com 20-30 x 5-6 (7) µm, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 22-58 x (3) 6-9 (16) µm, calvados, ventricosos e
frequentemente mais ou menos capitados, às vezes de formato irregular (furcados e nodulosos).
Trama himenoforal subparalela, especialmente no mediostrato, irregular no laterostrato, com hifas
de 4-10 µm de diâmetro. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas com algumas ou
várias partes terminais eretas, com 3-6 µm de diâmetro ou às vezes com pileocistídios cilíndricos,
levemente clavados, capitados, furcados ou nodulosos. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira de dicotiledôneas.
Material examinado: BRASIL.Rio Grande do Sul. Salvador do Sul, Singer B 122,
09/11/1951 (LIL); Sapiranga, Picada Verão, A. B. Pereira e J. Putzke, 14/05/1988, 15331 (HCB).

Figura 258 – Crepidotus croceitinctus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


12- Crepidotus crocophyllus (Berk.) Sacc., Figura 259
Syll. Fung. 5: 886. 1887.

Píleo com 1 – 3 cm de diâmetro, séssil, flabeliforme, espatulado ou suborbicular e na


maturidade reniforme a dimidiado, pálido amarelado a alaranjado, com fibrilas ou escamas laranja-
cinamômeas. Contexto fino, branco, carnoso. Odor suave e frequentemente levemente amargo.
Lamelas próximas, largas a medianamente alargadas, inicialmente amarelado alaranjadas ficando
ocráceo alaranjadas e com a formação da esporada ficando amarronzadas, com bordos fimbriados.
Estipe ausente. Esporos com 4,5‐7 μm, globosos ou às vezes ovoides, frequentemente com um lado
um tanto aplanado, punctados. Basídios com (20) 30‐40 x 5‐8 μm, bi- ou tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 32‐53 x 5‐10 (12) μm, clavados, cilíndrico-
ventricosos e às vezes mais ou menos capitados. Trama da lamela irregular a subparalela, com hifas
de 6‐12 μm de diâmetro. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, com tufos de hifas
amarronzadas (incrustadas) entremeando tufos de hifas hialinas. Fíbulas presentes. Crescem em
grupo sobre madeira morta.
A coloração do píleo é muito variável e pode induzir a erros de identificação, em especial
quando se avalia a cor da superfície pela coloração das fibrilas. KASUYA et al. (2014) citam esta
espécie para o Japão.
Material examinado: ARGETINA. Tucumán, Singer T 449, 17/04/1949 (LIL). BRASIL.
Rio Grande do Sul, São Leopoldo, Rick, 1929, 12637 (PACA); Torres, Roça da Estância, M. S.
Klein Alves, 01/05/1987, 14508 (HCB).

Figura 259 – Crepidotus crocophyllus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- basídios.


13- Crepidotus cystidiosus Hesler & Smith, Figura 260
North American species of Crepidotus: 43. 1965.

Píleo com 2-6 cm de diâmetro, glabro a levemente tomentoso, com margem estriada.
Contexto fino, branco, carnoso. Odor suave e sabor suave a amargo. Lamelas próximas, brancas
quando jovens, largas, com bordos fimbriados. Esporada marrom cinamômea. Esporos com 5 - 7,5
µm, globosos, punctados. Basídios com 24-36 x (6) 7-9 (12) µm, bi a tetrasporados, raro
unisporados. Pleurocistídios com (24) 35-62 x 5-12 µm, versiformes, de clavados e às vezes ainda
mucronados ou apendiculados a ventricosos, mais raramente capitados. Queilocistídios com 24 - 48
(55) x 5 - 11 µm, calvados a ventricosos. Trama himenoforal regular a irregular. Camada cortical do
píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas, eventualmente com pileocistídios. Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira morta.

Figura 260 – Crepidotus cystidiosus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d-pleurocstídios.


14- Crepidotus defibulatus Singer in Singer & Digilio, Figura 261
Lilloa 25: 410. 1952.

Píleo fixo ao substrato pela superfície estéril, branco, com até 10 mm de diâmetro, aplanado,
conchado. Lamelas creme, próximas. Estipe ausente, mas micélio basal desenvolvido, branco.
Esporos globosos a subglobosos, rugosos ou asperulados, méleos, inamiloides, com 4 – 6,5 μm de
diâmetro. Basídios clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios clavados,
ventricosos a ampuláceos ou filamentosos, e bi a tetrafurcados, hialinos, de parede fina, com 17-25
x 4-8,5 μm. Contexto fino, de hifas não gelatinizadas, hialinas, de parede fina, sem fíbulas, com 5-
6,5 μm de diâmetro. Trama do himenóforo regular. Camada cortical do píleo com hifas hialinas, não
gelatinizadas, erguidas, de parede grossa, eventualmente com incrustações hialinas, arredondadas
no ápice, sem fíbulas.
Crescem em galhos finos, gregários. Ocorre de Buenos Aires à São Paulo.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga,
25/09/2001. Capelari et al., 4133 (SP).

Figura 261 – Crepidotus defibulatus: a- basidioma; b- esporos; d- queilocistídios.


15- Crepidotus epibryus (Fr.) Quél., Figura 262
Mémoires de la Société d'Émulation de Montbéliard 5: 138. 1872.

Píleo com 0,3 – 1 cm de diâmetro, séssil, suborbicular, subaplanado, branco, viloso a


fibriloso, de margem plana e incurvada. Contexto esbranquiçado, fino. Odor e sabor suaves.
Lamelas radiando de um ponto lateral, brancas no início e depois amarronzado-rosadas, próximas a
sudistantes, largas e de bordo mas pálido e fimbriado. Esporos com 7,5-10 (11) x 4,5-6 µm,
elipsoides a subovoides, de base mais ou menos pontuda, algo assimétricos, verrucosos. Basídios
com 28 - 35 x 6 - 8 µm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25 - 60 (70) x
4 - 9 µm, filamentosos, clavados, com forma de garrafa ou ventricosos com um pescoço fino,
lecitiformes. Trama do himenóforo subregular. Camada cortical do píleo formada por tufos de hifas
eretas subhialinas, com 3-7 µm de diâmetro, às vezes enrolados uns aos outros. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira morta, às vezes associada a musgos.

Figura 262 – Crepidotus epibryus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


16- Crepidotus guzmanii Singer, Figura 263
Beihefte zur Nova Hedwigia 44: 479. 1973.

Píleo com até 2,4 c m de diâmetro, branco, higrófano, algo transparentemente hialino,
velutinoso tomentoso, conchado ou cordiforme, convexo a aplanado. Lamelas cinamômeas, largas,
próximas, concorrentes a um ponto excêntrico junto a uma incisão no píleo. Estipe ausente, mas
micélio basal no ponto de fixação abundante e branco. Contexto branco. Odor nulo. Sabor suave.
Esporos com 5,5 – 8,5 x 4,5 – 6,5 μm, de subglobosos a curto elipsoides ou elipsoides, com
ornamentação do tipo XI (com os cilíndricos embebidos na parede e levemente projetando-se além
do epispório), fortemente punctados, com pontuações mais escuras que o epispório. Basídios com
15 – 30 x 6 – 8,5 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios deixando o bordo
heteromorfo, com 23 – 40 x 7 – 11 μm, versiformes, maqs a maioria subcilíndricos a clavados ou
ventricosos, alguns com apêndices apicais, às vezes com apêndices lateriais ou centralmente
constritos, hialinos. Camada cortical do píleo uma cútis de hifas prostradas com elementos
terminais erguidos e com pileocistídios versiformes, com 18 – 50 x 4 – 10 μm, alguns com
projeções no ápice ou laterais, cilíndricos, curvados a geniculados ou furcados, hialinos. Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas em interior de floresta, isolados a
principalmente gregários. O material coletado no Brasil talvez seja uma variedade de C. luridus
segundo SINGER (1973).
Material examinado: Brasil, Pernambuco, Dois Irmãos, 5/06/1960, R. Singer, B 3064
(BAFC).

Figura 263 – Crepidotus guzmanii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pileocistídios.


17- Crepidotus igapoensis Singer, Figura 264
Fieldiana Botany 21: 121. 1989.

Píleo com até 9 mm de diâmetro, pálido amarronzado, higrófano, mais pálido quando
desidratado, estriado ou levemente pelúcido estriado, glabro, não víscido, convexo, dimidiado.
Lamelas amarronzadas, medianamente alargadas, próximas. Estipe muito pequeno, com 0,5 x 0,2
mm, branco, glabro, sublateral. Micélio basal branco. Contexto fino, imutável, branco. Esporos com
5,3-7 x 5-6,7 μm, globosos, no epispório méleo, acúleos amarronzado-méleos, em imersão com
ornamentação do tipo XI, sem depressão supra-hilar. Basídios com 24,5-26,8 x 8-9,3 μm,
tetrasporados, hialinos, poucos apresentam-se pálido amarronzados, base sem fíbula. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios deixando o bordo heteromorfo, com 20-30 x 8,5-12 μm, clavados,
hialinos, poucos pálido-amarronzados. Estrato gelatinoso não formado, hifas de paredes finas, sem
fíbulas. Trama himenoforal regular, hialina. Hifas oleíferas com 2,7-6,7 μm de diâmetro. Camada
cortical do píleo com hifas lisas, prostradas pouco diferenciadas, com 2 – 6,7 μm de diâmetro,
hialinas; dermatocistídios na margem do píleo numerosos, mais esparsos no restante, com 20-54 x
5-9,5 μm, eretos, poucos prostrados ou ascendentes, clavados, hialinos, de paredes finas.
Crescem em madeira de dicotiledôneas, em floresta, solitários.
Material examinado: BRASIL. Amazonas, Igarapé do Tarumazinho, 12/03/1980, Singer B
12019 (INPA).

Figura 264 – Crepidotus igapoensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios;


d-pileocistídios.
18- Crepidotus martini Singer, Figura 265
Mycologia 47:775. 1955.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, de esbranquiçado a branco amarelado ou marrom,


higrófano, leve a distintamente transparentemente estriados quando frescos, finamente pubescentes,
glabrescentes, de ovais a reniformes, convexos a aplanados. Lamelas livres a adnatas ou radiando a
partir do ponto de fixação, creme a marrom amareladas a ocráceas, subdistantes a próximas. Estipe
central nos primórdios, mas ficando lateral ou sublateral com o crescimento, marrom, curvo,
ausente em material maduro. Contexto branco. Esporada marrom. Esporos com 5,5 - 9 x 3,5 5,2
μm, elipsoides a elipso-amigadaloides, com ornamentação do tipo XI, finamente punctados,
marrom-méleos, com depressão supra-hilar. Basídios com 17 – 23 x 7 – 10 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 13 – 32 x 6 – 15 μm, versiformes, de cilíndricos a
clavados ou vesiculosos a ventricosos, alguns constritos, de hialinos a amarelados. Camada cortical
do píleo com hifas prostradas pouco diferenciadas. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira morta.

Figura 265 – Crepidotus martini: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


19- Crepidotus mollis (Schaeff. ex Fr.) Kummer, Figura 266
Die Schwämme Mitteldeutschlands, p. 71. 1857.

Píleo com 1 – 5 raro 8 cm de diâmetro, séssil, reniforme a obovado ou aplanado, com


cutícula gelatinosa, flácido, de glabro a fibriloso, com fibrilas amarronzadas ou escamoso,
higrófano, marrom oliva ficando ocráceo esbranquiçado com a desidratação, com margem
levemente estriada. Contexto fino, branco, odor e gosto suave ou raro algo amargo. Lamelas
decurrentes sobre um estipe rudimentar e obsoleto ou radiando de um ponto de fixação,
esbranquiçadas, mas ficando cinamômeas, largas a estreitas, próximas, com bordos às vezes
gelatinizados e fimbriados. Esporos com 7‐9 (10) x 4.5‐5.5 (6) μm, elipsoides mas levemente
assimétricos em vista frontal, lisos, amarronzados em KOH 2%, de parede dupla e sem poro
germinativo. Basídios com 23‐34 x 5‐7 μm, bi- a tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios de dois tipos: 1 – himeniais de 30‐60 x 6‐8 μm, com forma de garrafa a
irregularmente cilíndricos; 2 – tramais, com 70‐105 x 4‐6 μm, filamentosos, de ápice algo mais
alargado, gelatinosos. Trama da lamela subparalela a irregular com hifas de 4‐9 μm de diâmetro.
Camada cortical do píleo com uma zona gelatinosa de 130‐500 μm de espessura, com hifas
irregulares e estreitas com 1,5‐2 μm de diâmetro, com hifas prostradas apresentando tufos de hifas
eretas e fuscas, algumas encrustadas. Hipoderme distinta. Fíbulas ausentes.
Crescem em vários tipos de madeira e em grupos.
PEREIRA (1990) cita a espécie para o RS.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, São Leopoldo, J. Rick, 1937, 12636
(PACA). INGLATERRA. Surrey, Nickleham, Norbury Park, Dennis s/n, 14/11/1952 (LIL).

Figura 266 – Crepidotus mollis: a- basidioma; b- quilocistídios e basídio; c- esporos.


20- Crepidotus palmarum Singer, Figura 267
Lilloa 25: 406. 1952.

Píleo 1 – 19 mm de diâmetro, pálido fusco, marrom esbranquiçado a branco, higrófano,


branco a esbranquiçado quando seco, séssil, lateralmente aderido. Ponto de fixação apresentando
micélio branco, tomentoso. Margem do píleo transparentemente estriada e frequentemente sulcada.
Superfície glabra a subglabra e lisa. Contexto branco, de sabor suave, odor nulo. Lamelas grossas,
cinamômeas ou da cor da esporada. Esporada marrom ocrácea brilhante. Esporos globosos a
subglobosos ou elipsoides, ornamentados, com 5,5 - 8,5 x 4,5 - 7,0 μm, fortemente ferrugíneos.
Basídios tetrasporados, com 23 – 24 x 8,3 – 9 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com
parte apical alargada sustentada por pedicelo fino, com 23 – 72 x 11 – 16 μm. Camada cortical do
píleo formada por cutis com elementos terminais não diferenciados. Fíbulas presentes.
Crescem em restos de palmeiras.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Pareci, Singer, B-48, 02/11/1951 (LIL);
Sapiranga, Picada Verão, A. B. Pereira e J. Putzke, 14/05/1988, 15346 (HCB).

Figura 267 – Crepidotus palmarum: a- basidiomas; b- queilocistídios; c- esporos.


21- Crepidotus pilosiceps Singer, Figura 268
Fieldiana Botany 21: 121. 1989.

Píleo branco, seríceo-piloso a parcialmente lanoso, liso, seco, não higrófano, inicialmente
globoso a subgloboso e então convexo, obtuso, não umbilicado, com até 3 mm de diâmetro.
Lamelas brancas, distantes, estreitas, a maioria de bordo fimbriado. Estipe central nos exemplares
mais jovens ficando sublateral em exemplares adultos, preso no lado inferior do píleo, branco, algo
pubescente a glabrescente, curvado, igual ou atenuado em direção à base, com 2 – 4 x 1,2 – 1,5 mm.
Micélio basal branco. Contexto fino, inodoro. Esporos com 7,5-9,5(-10,3) x 4,2-5,5(-6) μm,
elipsoides ou ovoides, punctados, de parede heterogênea, ocráceo-amarronzados, inamiloides.
Basídios com 19-27 x 8-10,7 μm, 2-3-4-sporados, a maioria tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios versiformes, com 24-58 x 4,5-6,5 μm, deixando o bordo heteromorfo,
frequentemente ampuláceos ou subulados a utriformes, não agudos mas frequentemente no ápice
nodulosos ou lobados a furcados ou capitados a geniculados, de paredes finas e hialinas. Hifas não
gelatinizadas, fibuladas. Camada cortical do píleo com fascículos hifálicos ascendentes, com células
terminais hifosas, com cerca de 120 x 3 μm, com dermatocistídios similares aos queilocistídios, mas
frequentemente menores ou maiores e apêndice mais largo, curto e obtuso. Dermatocistídios do
estipe com 20-37 x 5-9,8 μm, versiformes, frequentemente subulados ou utriformes a ampuláceos
(colo com 3-4,5 μm de diâmetro), de paredes finas e hialinas.
Crescem em troncos mortos de dicotiledôneas em floresta, densamente gregários.
Material examinado: BRASIL. Amazonas, 30 km N de Manaus, 18/01/1978, Singer B
10556 (INPA).

Figura 268 – Crepidotus pilosiceps: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


22- Crepidotus polylepidis Singer apud Dennis, Figura 269
Kew Bull. 15: 145. 1961.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, áureo ocráceo, pubescente, liso, conchado, convexo.
Lamelas pálido amareladas a cinamômeas com bordos brancos, largas, subdistantes, concorrentes a
um estipe rudimentar. Estipe subcentral no primórdio e na maturidade lateral, rudimentar, indistinto,
velutinoso. Esporos com 6,2 – 7,5 μm, globosos, com ornamentação do tipo XI (parecem lisos),
punctuados. Basídios com 20 – 25 x 6 – 7 μm, tetrasporados. Queilocistídios com 33-81 x 5,5 – 8,2
μm, subulados, com ápice estreito e subagudo ou filamentosos e com base algo alargada. Camada
cortical do píleo tricodermial paliçádica formada por elementos dematocistidioides com
prolongamentos hifoides amarelo-dourados, entremeados por alguns elementos esferocistidioides,
com 16 – 21 x 10 – 11 μm. Fíbulas presentes.
Crescem em ramos mortos.

Figura 269 – Crepidotus polylepidis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
23- Crepidotus quitensis Pat., Figura 270
Bull. Soc. Myc. France 9: 128. 1893.

Píleo com 1‐6 mm de diâmetro, séssil, resupinado a reflexo, semiorbicular, reniforme a


conchado, branco no primórdio e então ficando amarronzado, com margem fusca, flocoso,
pubérulo, viloso no ponto de fixação ao substrato. Contexto fino. Lamelas estreitas, próximas,
marrom-fuscas. Esporos com 5‐6(7) μm de diâmetro, globosos ou levemente subglobosos,
conspicuamente punctados, parecendo algo verrucosos. Basídios com 16‐20 x 6‐7 μm, bi a
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 26‐36 x 6‐10 μm, irregularmente
calvados ou ventricosos, às vezes subcapitados ou com um leve pescoço. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas, com tufos de hifas hialinas de paredes grossas e ramificadas, 3‐7 μm de
diâmetro. Hifas sem fíbulas.
Crescem em madeira morta.
Material examinado: ARGENTINA. Tucumán, Vale San Javier, Singer T 1686, 30/12/1951
(LIL); BRASIL. Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, Rick, 06/1943, 20200 (PACA).

Figura 270 – Crepidotus quitensis: a- basidiomas; b- queilocistídios; c- esporos.


24- Crepidotus reversus (Berk. & Br.) Sacc., Figura 271
Syll. Fung. 5: 885. 1887.

Píleo com 1 – 6 (-10) mm de diâmetro, rosa-palha a profundamente amarronzado,


avermelhado em direção à margem, convexo a orbicular, com superfície pruinosa ou formando
pequenas escamas avermelhadas e com micélio basal branco tomentoso. Contexto muito fino, sabor
suave, inodoro. Estipe ausente ou, se presente, curto e excêntrico, recurvado, sólido e glabro.
Lamelas adnexas, no início profundamente rosadas e finalmente marrom cinamômeas, muito
distantes e com lamélulas intermédias. Esporos subglobosos, de parede grossa e superfície
verrucosa, com 6 – 7,5 x 5 – 6 μm. Basídios clavados tetrasporados, com 18 – 23 x 6 – 7,5 μm.
Queilocistídios elipsoides a elipsoide cilíndricos, às vezes com um ou dois processos apicais curtos,
hialinos e de parede fina, com 20 – 26 x 8 – 10 μm. Pleurocistídios ausentes. Trama himenoforal
subregular. Fíbulas presentes. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, de parede
grossa e às vezes pigmentadas de vermelho, com alguns elementos eretos, assumindo aspecto
fascicular.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, Rick, 22/01/1944,
299114 (PACA).

Figura 271 – Crepidotus reversus: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios; d- basídios.


25- Crepidotus rubriceps Singer, Figura 272
Beihefte zur Nova Hedwigia 44: 480. 1973.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, marrom sangue a vermelho tijolo, liso, eventualmente com
margem sulcada, involuta quando jovem e plana quando maduro, de superfície finamente pustulada
sob lente, opaco, convexo a aplanado. Lamelas atenuado-subdecurrentes, pálido sórdidas a pálido
amareladas subpróximas. Estipe ausente ou se presente, excêntrico a lateral, cilíndrico ou alargando
na base, branco ou com zonas avermelhadas, muito curto, com micélio basal branco, estrigoso
tomentoso. Contexto branco aquoso. Odor nulo, sabro suave. Esporos com 6 – 6,6 x 4 – 4,4 μm,
elipsoides a amigdaliformes, com ornamentação do tipo XI, com pontuações mais amarronzadas
que o restante do esporo. Basídios com 15 – 21 x 5 – 7 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios deixando o bordo heteromorfo, com 15 - 30 x 8 – 12 μm, ventricoso vesiculosos, de
parede fina e lisa, pálido ocráceos a estramíneos. Camada cortical do píleo formada por elementos
catenulados ou longo pedicelados ou dermatocistídios com 15 – 51 x 10 – 17 μm, vesiculosos a
largo-clavados, com parede superior algo irregular, amarelados a avermelhados. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira morta em interior de floresta.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Serra da Cantareira, Reserva Florestal,
17/12/1964, R. Singerr, B 4098 (F).

Figura 272 – Crepidotus rubriceps: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
26- Crepidotus septicoides (Singer) Singer, Figura 273
Beih. Nova Hedwigia 44:399. 1973.

Píleo com 1 – 1,7 cm de diâmetro, séssil ou com um ponto de fixação inconspícuo ou fixo
pela lateral ou pela superfície dorsal, de hemisférico a cupuloide ou ungulado, convexo a aplanado,
às vezes umbonado, de circular a flabeliforme, esbranquiçado a pálido amarelado, seco, levemente
higrófano, densamente fibriloso a viloso ou tomentoso, de margem incurvada e lisa a levemente
sulcada. Estipe rudimentar a ausente, com no máximo 1 mm de comprimento, branco, pruinoso a
glabro, usualmente com micélio basal branco. Lamelas livres a adnatas ao ponto lateral ou radiando
a partir do ponto de fixação dorsal, subpróximas a distantes, subventricosas, brancas a marrom
amareladas ou algo mais escuras. Contexto esbranquiçado, higrófano, imutável ao ser exposto. Odor
e sabor indistintos. Esporada ocrácea a pálido amarronzada. Esporos com 7–10 x 4,5–6,5 μm,
elipsoides a alongados, com uma leve depressão supra-hilar, levemente amigdaliformes em vista
lateral ou largo subfusiformes, levemente rugulosos, pálido amarelados em KOH, inamiloides, de
parede fina. Basídios com 20–35 x 7–9 (–10) μm , tetrasporados ou raro bisporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 35–80 x (3–) 4–7 (–8) μm, subcilíndricos a sublageniformes,
flexuosos, geralmente com constrições, de ápice arredondado ou levemente afinando, às vezes
irregulares ou com projeções bifurcadas. Trama himenoforal regular a subregular. Camada cortical
do píleo uma tricoderme com hifas cilíndricas de 3 – 10 μm de diâmetro, de paredes finas hialinas
ou pálido amareladas, não gelatinizadas, às vezes agrupadas. Fíbulas presentes.
Crescem em restos vegetais diversos. BANDALA & HORAK (2006) citam esta espécie para
o México com descrição completa e ilustrações.

Figura 273 – Crepidotus septicoides: a – basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


27- Crepidotus thermophiluls (Singer) Aime, Baroni, et O.K. Miller, Figura 274
Mycologia 94 (6): 1062. 2002.

Píleo com 2 – 5 cm de diâmetro, marrom avermelhado ficando marrom cinamômeo com a


idade, de convexo a aplanado e finalmente umbonado a depresso pelas margens levantadas, de
margem ondulada e fendida, seco a úmido, subtomentoso a fibriloso-punctado. Lamelas curto
decurrentes, branco alaranjadas, próximas, de bordo concolor ou mais claro e fimbriado. Estipe com
20 - 37 x 1,5 - 4 mm, branco, cilíndrico, em geral flexuoso, central ou levemente excêntrico,
fibriloso-pruinoso apenas no ápice, sólido, com micélio basal branco. Esporada marrom
avermelhada. Esporos com 7–10,7 x 4,8–6 μm, amigdaliformes a fusiformes elípticos, verrucosos,
marrom amarelados. Basídios clavados, a maioria bisporados mas alguns mono- ou tetrasporados
entremeados, com 18–24 x 6–8 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 20 – 45 x 10 – 20
μm, hialinos, versiformes mas muitos clavados, obpiriformes, esferopedunculados a largo
fusiformes, alguns com apêndices digitiformes. Trama do himenóforo formada por hifas infladas
regulares com 8–17 μm de diâmetro. Camada cortical do píleo com hifas prostradas. Cilíndricas a
levemente infladas com 6–18 μm de diâmetro, formando pileocistídios ascendentes cilíndricos a
fusoides a levemente inflados, com 30–120 x 6–18 μm, com pigmento marrom escuro vacuolar.
Camada cortical do estipe com hifas prostradas marrom amareladas, cilíndricas, com 2,4–5,6 μm de
diâmetro, com caulocistídios entremeados versiformes, cilíndrico contorcidos a fusoides ou
clavados a esféricos, eventualmente catenulados, com 14–45 x 10–18 μm. Fíbulas presentes.
Crescem em folhedo, solo ou restos de madeira muito decompostos em interior de floresta.
O estipe central e a coloração diferenciam esta espécie das demais do gênero. SINGER (1967;
1971) cita esta espécie para Pernambuco. Mais dados sobre a posição da espécie podem ser
encontrados em AIME et al. (2002).

Figura 274 – Crepidotus thermophilus: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d-


caulocistídios.
28- Crepidotus truncatus Petch var. truncates, Figura 275
Ann. R. Bot. Gard. Peradyniya 9: 226. 1924.

Píleo com 9 – 17 mm de diâmetro, marrom ocráceo a pálido amarronzado sórdido,


higrófano, tomentoso e glabrescente em alguns pontos, com fibrilas amarronzadas mais ou menos
distintas, fortemente transparentemente estriado e sulculado, circulares a reniformes ou
flabeliformes, frequentemente subumbonados na porção anterior. Lamelas pálido argiláceas a
amarronzadas, largas, subpróximas a subdistantes, livres a radiantes a partir da lateral. Estipe
excêntrico a lateral e rudimentar no início para ficar ausente com o amadurecimento deixando o
píleo séssil. Contexto branco a amarronzado. Esporos com 5 – 6,5 μm, globosos, frequentemente
com depressão supra-hilar, com ornamentação do tipo XI, com punctuações. Basídios com 15 – 20
x 6 – 8,2 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 14 – 35 x 5 – 13 μm, de
cilíndricos a vesiculoso-clavados ou largo fusiforme-ventricosos ou subcapitados, às vezes com
projeções laterais, hialinos. Trama himenoforal regular, algo amarronzada e com elementos
esferoidais. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, hialinas a amareladas, com
dermatocistídios versiformes isolados ou em grupos. Fíbulas presentes.
Crescem gregários em madeira morta de dicotiledôneas. Os esporos mais fortemente
punctados e o tipo de queilocistídios diferem esta espécie de C. aquosus.
Material examinado: Brasil, Pernambuco, Dois Irmãos, 5/07/1960, R. Singer B 3068
(BAFC).

Figura 275 - Crepidotus truncatus var. truncates: a- basidioma (vista abhimenial acima e himenial
abaixo); b- esporos; c- queilocistídios.
29- Crepidotus uber (Berk. & Curt.) Sacc., Figura 276
Syll. Fung. 5: 878. 1887.

Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, branco a amarelo fusco, flabeliforme a orbiculado
reniforme, lateralmente séssil, delicado, membranoso-carnoso, de superfície glabra, víscida, de
margem não involuta. Lamelas moderadamente próximas, largas, fusco-argiláceas a ferrugíneas.
Esporos com 6‐8 x 4,5‐5,5 μm, principalmente com 7 μm ou menos em comprimento, elipsoides, às
vezes levemente assimétricos, lisos, de parede dupla, grossa. Basídios com 28 ‐ 34 x 6 ‐ 7 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 26 ‐ 35 x 4 ‐ 6 μm, calvados ou
obclavados, poucos, principalmente colapsados contra o bordo da lamela. Trama himenoforal
subregular, com hifas de 3‐5 μm de diâmetro. Contexto formado por hifas radialmente entrelaçadas,
aparecendo mais ou menos celulares em cortes tangenciais. Camada cortical do píleo e trama logo
abaixo mais ou menos uniformemente gelatinizada, mas sem estrato gelatinoso distinto na
superfície.
Crescem em madeira morta.
Material examinado: Rio Grande do Sul, Torres, Roça da Estância, Maria Salete Klein
Alves, 29/11/1986, 10656 (HCB).

Figura 276 – Crepidotus uber: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.


30- Crepidotus variabilis var. variabilis (Fr.) Kummer, Figura 277
Der Führer in die Pilzk., p. 74. 1871.

Píleo com 0,5 – 2 cm de diâmetro, ressupinado a reflexo, lateral ou dorsalmente fixo ao


substrato, flabeliforme, dimidiado ou reniforme, branco, viloso ou tomentoso, seco. Estipe ausente
ou com uma protuberância pequena presente apenas em exemplares jovens. Lamelas radiando a
partir do ponto de fixação, brancas a cinamômeo rosadas, próximas a subdistantes, de bordo
fimbriado. Esporos com 4,5 - 6 x 2,5 – 3,5 (4) µm, oblongo-elipsoides, às vezes algo subovoides,
punctados, pálido amarronzados. Basídios com 20 - 28 x 5 - 6 µm, bi- a tetrasporados, clavados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 20 - 50 x 5 - 16 µm, calvados, ventricosos e às vezes
capitados, às vezes furcados. Trama himenoforal subregular a irregular. Camada cortical do píleo de
hifas prostradas pouco diferenciadas, com 3 – 4 μm de diâmetro, às vezes flexuosas. Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira morta.

Figura 277 – Crepidotus variabilis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


2. MELANOMPHALIA M.P. Christ.

O gênero é excluído das Crepidotaceae de acordo com AIME et al. (2005) e deve ser
agrupado em Strophariaceae. Enquanto se define a posição descreve-se aqui pelo menos a espécie
confirmada.

1- Melanomphalia universitaria Singer, Figura 278


Atas do Instituto de Micologia da Universidade do Recife 5: 479. 1967.

Píleo com 3 – 3,3 cm de diâmetro, lilás-ametista a ocráceo amarronzado, esquamuloso


granuloso, liso, convexo com centro depresso. Lamelas lilases a ferrugíneas, largas, próximas,
sinuado decorrentes. Estipe concolor às lamelas, levemente subtomentoso, oco, afinando para cima
4 – 4,5 x 0,5 – 0,65 cm, com 4,5 mm de diâmetro no ápice. Contexto amarelado. Esporos com 5,5 –
6,5 x 4,4 – 8 µm, elipsoides a curto elipsoides, subangulares quando jovens, de parede finamente
ornamentada, subhialinos, inamiloides. Basídios clavados, com 24 – 33 x 6 – 7 µm, tetrasporados.
Pleuro e queilocistídios formados, com 35 – 76 x 6 – 16, subampuláceos, às vezes ventricosos na
base e de parede algo engrossada, de ápice obtuso ou bifurcado a irregular. Trama himenoforal
regular. Camada corticla do píleo formada por hifas prostradas com fascículos de hifas erguidas
formando dermatocistídios terminais, similares a queilocistídios. Hifas inamiloides. Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira enterrada. SINGER (1967) cita a espécie para Pernambuco.
Material examinado: Brasil, Pernambuco, Recife, Dois Irmãos, Singer, 13/vii/1960, B 3387
(BAFC).

Figura 278 – Melanomphalia universitara: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios; d-


dermatocistídios.
3. SIMOCYBE P. Karst.

Basidioma micenoide, colibioide ou pleurotoide, pequeno. Píleo campanulado a subgloboso,


frequentemente aplanado, mais ou menos higrófano. Lamelas adnexas a sublivres ou sinuadas.
Estipe central a fortemente excêntrico. Esporos com até 10 μm de comprimento, ovoides a
elipsoides ou faseoliformes com superfície adaxial côncava, marrom-méleos, lisos. Basídios
clavados, bi- a tetrasterigmatados. Queilocistídios presentes, às vezes abundantes. Trama da lamela
regular. camada cortical do píleo com esferocistes ou sub-himeniforme a dermatocistidioide.
Fíbulas presentes.
Crescem em restos vegetais.
Espécimes coletados no Rio Grande do Sul ainda necessitam ter sua identidade específica
estudada. SOBESTIANSKY (2005) cita Simocybe cf. tucumana Singer para o RS em madeira de
Populus e para São Paulo em MEIJER (2016), mas o material necessita ser revisto.
4. TUBARIA (W. G. Smith) Gillet

Pelo menos uma espécie ocorre no Brasil, sendo referida por PEGLER (1997): Tubaria
furfuracea (Pers.: Fr.) Gillet. ROSA & CAPELARI (2009) referem para Minas Gerais Tubaria cf.
dispersa (L.) Singer. O gênero é excluído das Crepidotaceae de acordo com AIME et al. (2005) e
deve ser agrupado em Strophariaceae. Enquanto se define a posição descreve-se aqui pelo menos
uma das espécies confirmadas. As seguintes espécies são de posição incerta:
- Tubaria embolus Fr. - RICK (1961): 401 (o tamanho dos esporos não combina com o descrito por
Fries para a espécie-tipo - deve pertencer a outro gênero).
- Tubaria substagnina Rick - SINGER (1953) não encontrou espécimes - é "nomen dubium").

DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE DE TUBARIA ENCONTRADA:

1- Tubaria furfuracea (Pers.: Fr.) Gillet., Figura 279


Les Hyménomycètes ou Description de tous les Champignons qui Croissent en France: 537,
538. 1876.

Píleo com até 4 cm de diâmetro, hemisférico no primórdio e então plano convexo a


aplanado, de margem estriada e com restos esbranquiçados do véu quando jovem, marrom
avermelhado, higrófano. Lamelas adnadas a subdecurrentes, ocráceas a marrom cinamômeas,
próximas. Estipe de 3 - 5 x 0,3 – 0,7 cm, cilíndrico, sinuoso, concolor ao píleo, com flocos velares
esbranquiçados, branco pruinoso no ápice, com micélio contonoso branco na base. Odor fúngico,
sabor suave. Esporada marrom-alaranjada. Esporos com 6,6 - 9 x 4,3 - 6 μm, ovoides a elipsoides
ou subglobosos, hialinos, lisos. Basídios clavados, tetrasporados e com fíbula na base.
Queilocistídios cilíndricos a lageniformes, com 30 – 40 x 5 – 10 μm, hialinos. Camada cortical do
píleo formada por hifas finas, mais ou menos paralelas e com fíbulas.
Crescem solitários a gregários em restos de madeira.

Figura 279- Tubaria furfuracea: a- basidioma; b- esporos.


ENTOLOMATACEAE Kotlaba & Pouzar
Basidioma micenoide a colibioide, tricolomoide, clitociboide, onfaloide ou raro pleurotoide.
Píleo convexo a umbonado ou papilado, umbilicado a infundibuliforme, membranoso a carnoso,
liso a estriado ou escamoso. Himenóforo lamelado. Lamelas adnexas, adnatas a decurrentes, em
geral rosadas em função da maturação dos esporos. Estipe central a excêntrico ou lateral a ausente.
Esporada rosada, rosa-acinzentada ou cinamômeo-rosada. Esporos iso ou heterodiamétricos,
facetados-angulosos, quadráticos ou multi-angulosos, às vezes com rugas longitudinais paralelas, ou
verrucosos, inamiloides, sub-hialinos a estramíneos, sem poro germinativo. Basídios bi ou
tetrasporados, clavados, em uma espécie com paredes muito grossas. Pleuro- e queilocistídios
presentes e então versiformes ou ausentes. Trama da lamela regular. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas pouco diferenciadas ou uma paliçada a epitelial. Crescendo em
madeira ou solo, raro como micorriza.
A família inicialmente foi denominada de Rhodophyllaceae por SINGER (1949) incluindo
além de Rhodophyllus, os gêneros Clitopilus e Rhodocybe, sendo esta posição também reconhecida
por estudos moleculares (Moncalvo et al., 2002; Matheny et al., 2006; Co-David et al., 2009).
Entretanto o nome Rhodophyllus é supérfluo sendo que KOTLÁBA & POUZAR (1972)
propuseram Entolomataceae, com Entoloma como gênero tipo. A mesma reúne atualmente algo em
torno de 3.000 espécies, sendo que tem sido separada em até 19 gêneros diferentes (Largent, 1994)
o que não foi corroborado pelos estudos moleculares de CO-DAVID et al. (2009).
Para facilitar a diferenciação de material coletado no Brasil, neste trabalho mantemos os
gêneros reunidos num só: Entoloma.
Os três gêneros encontrados no Brasil, são diferenciados pela chave abaixo.

CHAVE PARA OS GÊNEROS DE ENTOLOMATACEAE ENCONTRADOS NO BRASIL:


1.1 Esporos angulosos em vista lateral e frontal, não rugosos nem
verrucosos................. ................................................................... Entoloma
1.2 Esporos rugosos ou com pregas longitudinais que dão forma angulosa ao mesmo em vista
frontal .................................................... 2

2.1 Esporos rugosos ou verrucosos...................................... Rhodocybe


2.2 Esporos lisos, mas com pregas longitudinais semelhantes a nervuras, que dão aspecto anguloso
em vista frontal................................. Clitopilus
1. ENTOLOMA (Fr.) Kummer

Hábito variável: tricolomatoide, micenoide, colibioide, onfaloide, clitociboide, pleurotoide a


crepidotoide. Lamelas de quase livres a adnexas, adnatas, adnato-emarginadas ou adnato-
decurrentes; véu ausente, raro presente com traços de cortina sobre a margem do píleo. Esporada
rosada ou marrom-rosada. Esporos angulosos em vista frontal e lateral, com parede relativamente
grossa. Basídios com quatro raro dois esterigmas. Queilocistídios presentes ou ausentes.
Pleurocistídios raros e em combinação com queilocistídios. Trama da lamela regular. Subhimênio
usualmente fino, em alguns casos bem diferenciado e sub-celular, raro algo gelatinizado. Camada
cortical do píleo variando de cutis a uma epicutis bem diferenciada em tricoderme de hifas
terminais infladas ou cilíndricas, ou tricoderme bem diferenciada, com pê1os atenuados e
encrustados com pigmento ou himeniforme a epitelial; pigmento encrustado e/ou membranal e/ou
intracelular. Trama do píleo regular, hifas oleíferas algumas vezes presentes. Fíbulas presentes ou
ausentes; hifas sempre inamiloides; desenvolvimento do basidioma gimnocárpico.
As espécies deste gênero são usualmente terrestres, crescendo saprofiticamente em húmus e
outros restos vegetais, raro em interior de matas e sobre madeira. Cosmopolitas, mas alguns grupos
parecem ter distribuição restrita, como as do subgênero Inocephalus que ocorre quase
exclusivamente em áreas tropicais e subtropicais (Noordeloos, 1981).
O gênero tem sido desmembrado em vários outros por diversos autores. Como aceita-se aqui
a proposta de SINGER (1986), prefere-se reconhecer estes como sinonímia de Entoloma, o que é
corroborado com o trabalho molecular apresentado por CO-DAVID et al. (2009). Estes mesmos
autores consideram Rhodocybe sinonímia de Clitopilus o que não é seguido neste trabalho. Desta
forma, os seguintes gêneros e outras categorias taxonômicas são sinonímia: Acurtis Fr, Agaricus
tribo Entoloma Fr., Agaricus tribo Eccilia Fr., Calliderma, Eccilia Kummer, Eccilia (Fr.) Quél.,
Agaricus tribo Nolanea Fr., Nolanea (Fr.) Kummer, Nolanea (Fr.) Quél., Agaricus tribo Leptonia
Fr., Leptonia (Fr.) Kummer, Leptonia (Fr.) Quél., Agaricus subgênero Claudopus W. G. Smith,
Claudopus (Fr.) Gillet, Rodophyllus Quél., Hyporrhodius Schröter in Cohn, Leptonia O. Kuntze,
Leptoniella Earle, Lanolea Nieuwland, Arenicola Velen., Pouzaromyces Pilát, Alboleptonia Largent
& Benedict, Pouzarella Mazer. BARONI et al. (2011) ainda propõe o gênero Entocybe como novo
para a família, o qual também é mantido ainda neste gênero.
Um trabalho de revisão para o Rio Grande do Sul é apresentado por PUTZKE &
CAVALCANTI (1997), outro para São Paulo, mas este referindo-se a todos os Agaricales, por
PEGLER (1997) e um segundo também para SP por KARSTEDT (2010). Esta última autora prefere
separar o gênero em outros 19, seguindo outros posicionamentos e tem publicado várias espécies
novas para São Paulo nos últimos anos. COIMBRA & GILBERTONI (2015) apresenta chave para
as espécies encontradas no Norte do Brasil e TEIXEIRA-SILVA (2014) refere as espécies
encontradas no Paraná.
SOBESTIANSKY (2005) cita ainda Entoloma murrayi (Berk. & Curt.) Sacc para Nova Pádua
- RS.
Rhodophyllus (Entoloma) callidermus Romagn. (Meijer, 2006) e Entoloma pruinatocutis E.
Horak (Horak, 1982) do PR, E. tucuchense Dennis do AM (Horak, 1982) e Leptonia
caeruleocapitata (Dennis) Pegler (Pegler, 1983) de SP são considerados pertencentes a Calliderma
(Capelari, 1989).
MEIJER (2008) cita para o PR: Entoloma bakeri Dennis, Entoloma bloxamii (Berk. &
Broome) Sacc., Entoloma cystidiophorum Dennis, Entoloma machielli de Meijer, Entoloma
murrayi (Berk. & M.A.Curtis) Sacc., Entoloma obtusisporum H. Horak, Entoloma pruinatocutis E.
Horak, Entoloma silvae-araucariae de Meijer, Entoloma tympaniferum (E. Horak) J. Putzke & M.
T. L.Putzke.
As seguintes espécies são citadas para o Brasil (espécies com asterisco estão na chave e em
negrito foram descritas mais abaixo):
*- Leptonia acystidiata Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
*- Entoloma alboserrulata (Rick) Putzke & Cavalcanti = Entoloma atripes (RS) - Putzke &
Cavalcanti (1997).
*- Entoloma aff. antillancae E. Horak - HORAK (1978); MEIJER (2006).
*- Entoloma argyropelle (Pegler) Coutec. & Fiard - Leptonia argyropellis Pegler – SP (Capelari,
1989). (Karstedt & Capelari, 2013).
*- Entoloma aripoanum Dennis - WARTCHOW et al. (2011); SP (Capelari, 1989)
*- Entoloma atripes (Dennis) Horak (RS) - PUTZKE & CAVALCANTI (1997). PUTZKE &
PUTZKE (2000). Entoloma alboserrulata (Rick) Putzke & Cavalcanti é sin.
*- Leptonia atrocyanea Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
- Entoloma cf. avilanum (Dennis) E. Horak = Nolanea avilana Dennis - CAPELARI (1989 como
cf.); Meijer (2006 como Entoloma aff. avilanum) (Karstedt & Capelari, 2013). PE (Coimbra et al.,
2013).
*- Entoloma azureoviride E. Horak & Singer - Inocephalus azureoviridis (E.Horak & Singer)
Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013). Horak (1982 como E. azureoviride); Souza
& Aguiar (2004 as E. cf. azureoviride- AM); Meijer (2006 as E. cf. azureoviride- PR). PUTZKE &
PUTZKE (2000).
*- Entoloma belouvense Noordel. & Hauskn. - Nolanea belouvense (Noordel. & Hauskn.) Karstedt
& Capelari (SP) - KARSTEDT (2010).
*- Entoloma bloxamii (Berk. & Broome) Sacc. (PR) - Meijer (2006).
*- Nolanea brunneogriseola Karstedt & Capelari (SP) - KARSTEDT (2010).
*- Entoloma callidermus (Romagn.) Noordelos & Co-David - Rhodophyllus callidermus Romagn.
(PR) – MEIJER (2006; 2010). KARSTED (2010) não localizou coletas desta espécie.
*- Entoloma cantharelluloides (Singer) Horak (PB) – Horak (1982).
*- Entoloma caribaeum (Pegler) Courtec. & Fiard (PE) - Meijer (2008, 2010); Coimbra et al.
(2013).
*- Leptonia caulocystidiata Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
- Entoloma aff. cedretorum (Romagn. & Riousset) Noordel. (PR) - Meijer (2008)
*- Entoloma cerussatum Pegler (MT) - (Bononi et al., 2008).
*- Inocephalus cervinus Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
- Leptonia chloropolia Fr. - PUTZKE & CAVALCANTI (1997) não localizaram material autêntico
em herbário sob este nome = Entoloma incanum.
*- Entoloma clitocyboides Horak & Singer (AM) – HORAK (1977).
- Nolanea cf. conferenda (Britzelm.) Sacc. – (PR) MEIJER (2006) as E. cf. conferendum
- Entoloma cf. conoideum (Speg.) Horak (SP) – HORAK (1982); MEIJER (2006) como cf.
*- Entoloma conspicuocystidiosum Horak e Singer (AM) - HORAK (1982).
- Entoloma aff. cuniculorum Arnolds & Noordel. (PR) - MEIJER (2006).
*- Entoloma cutifractum Horak e Singer (AM) – HORAK (1982).
*- Entoloma cyathiforme Dennis - BA (Horak, 1982); RS (Putzke & Cavalcanti, 1997).
*- Entoloma cystidiophorum Dennis - Inocephalus cystidiophorus (Dennis) Karstedt & Capelari –
SP (Karstedt & Capelari, 2013). BONONI et al. (1984 - como E.cystidiophorum); Capelari (1989 -
como Inopilus cystidiophorus); Rosa (2002 como I. cystidiophorus); Souza & Aguiar (2004 - como
E. cf. cystidiophorum - AM); Meijer (2006, 2008 - PR)
*- Entoloma dennisii E. Horak = Inocephalus dennisii (E. Horak) Karstedt & Capelari – SP
(Karstedt & Capelari, 2013). CAPELARI (1989 como Inopilus cf. dennisii). Como - Entoloma
murrayi (Berk. & M.A. Curtis) Sacc. - Inocephalus murrayi (Berk. & M.A. Curtis) Rutter &
Watling - SOBESTIANSKY (2005 - RS); MEIJER (2006 - PR) todos como E.murrayi (Karstedt &
Capelari, 2013).
*- Entoloma depluens (Batsch : Fr.) Hesler = Claudopus depluens (Batsch: Fr.) Gillet – SP (Pegler,
1997). DENNIS (1961).
*- Entoloma dichroum (Persoon ex Fries) Kummer (RS) - (Putzke & Cavalcanti, 1997).
*- Nolanea dissimilis (Singer) Karstedt & Capelari (SP) - KARSTEDT (2010).
*- Entoloma dragonosporum(Singer) Horak - MEIJER (2001, 2006 - PR); WARTCHOW (2006).
PE - (Coimbra et al., 2013).
*- Entoloma dysthales (Peck) Saccardo - RS (Putzke & Cavalcanti 1997); PR (Meijer 2001).
Como Pouzarella dysthales var. acystidiata (Noordel.) Karstedt & Capelari - SC (Karstedt et
al. 2007). (PR) - TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ (2014).
- Entoloma aff. farinogustus Arnolds & Noordel. (PR) - MEIJER (2006).
*- Trichopilus fasciculatus Largent et Aime (RO) - COIMBRA & GIBERTONI (2015).
*- Pouzarella ferrerii T.J. Baroni, S.A. Cantrell & Perd.-Sánch. SC (Karstedt et al. 2007). (PR) -
TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ (2014).
- Entoloma ferrugineogranulatum (Singer) E. Horak – (PR) HORAK (1978); MEIJER (2006)
*- Calliderma fibulatum Karstedt & Capelari. = Rhodophyllus callidermus Romagn. (PR) - (Meijer,
2006; 2010). KARSTEDT (2010)
*- Inocephalus flavotinctum (E. Horak) Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
HORAK (1982 como E. flavotinctus).
*- Leptonia fragilis (Baker & Dale) Dennis = Entoloma trinitense Dennis- SP (Karstedt & Capelari,
2013).
*- Entoloma fuscogrisella (Peck) Putzke - RS (Putzke & Cavalcanti 1997).
- Entoloma fuscorufescens (Speg.) Horak = Eccilia fuscorufescens Speg. (Singer, 1969; Aime et al.,
2010). (SP) - KARSTEDT (2010).
*- Entoloma gainsvillae Morgan-Jones - Pegler (1987) como Claudopus cyaneus; Putzke &
Cavalcanti (1997) como E. cyaneum.
*- Entoloma glycosmum (Pegler) Courtec. & Fiard = Inocephalus glycosmus (Pegler) Karstedt &
Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013 como Inocephalus glycosmus (Pegler) Karstedt &
Capelari var. paranapiacabensis Karstedt & Capelari).
- Leptonia aff. griseorubida (Kuhner ex Noordel.) P.D. Orton - MEIJER (2006) como E. aff.
griseorubidum
*- Entoloma guatopoanum (Dennis) Horak - RS (Putzke & Cavalcanti 1997).
- Nolanea aff. hebes (Romagn.) P. D. Orton - MEIJER (2006) como E. aff. hebes.
- Entoloma aff. hololeucum (Singer) E. Horak - HORAK (1978); MEIJER (2006) as E. aff.
ololeucum; Singer (1969) as Rhodophyllus hololeucus.
- Entoloma howellii (Peck) Dennis (SP) – DENNIS (1970). Não Citado.
*- Entoloma incanum (Fries) Heslerm - RS (Putzke & Cavalcanti 1997);
*- Entoloma infirmum E. Horak – como Leptonia infirma (E. Horak) Karstedt & Capelari - SP
(Karstedt & Capelari, 2013).
*- Entoloma inocephalum (Romagn.) Dennis = Inopilus inocephalus (Romagn.) Pegler - PEGLER
(1997); MEIJER (2006 como E. inocephalum). (Karstedt & Capelari, 2013). PE - (Coimbra et al.
2013).
- Inopilus kamerunensis (Bres.) Pegler - PEGLER (1997). (Karstedt & Capelari, 2013).
*- Entoloma lampropus (Fries) Hesler - RS (Putzke & Cavalcanti 1997).
- Leptonia linkii Fr. - PUTZKE & CAVALCANTI (1997).
*- Entoloma lividoalbum (Kuhner & Romagn.) Moser - ALBUQUERQUE et al. (2007).
*- Pouzarella longicystidiata Teixeira–Silva & Cortez (PR) - TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ
(2014).
- Entoloma lowyi (Singer) Horak (PA) – SINGER (1973); HORAK (1977).
*- Entoloma luteosplendidum E. Horak & Cheype (PE)- COIMBRA et al., (2013).
*- Entoloma lycopersicum E. Horak & Singer (AM) – HORAK (1982).
- Entoloma lyophylliforme (Singer) Horak (SP) – SINGER (1973).
- Entoloma machielii de Meijer (PR) - MEIJER (2008).
*- Pouzarella metallica Teixeira–Silva & Cortez (PR) - TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ (2014).
- Nolanea metalis (Romagn.) Dennis - ROSA & CAPELARI (2009)
*- Inocephalus mucronatus Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
*- Entoloma murinoalbum Horak & Singer (AM) – HORAK (1982).
- Entoloma nigropapillata (Romagn.) J. Putzke & M. T. L. Putzke (SP) – PUTZKE & PUTZKE
(2000); Nolanea nigropapillatum (Romagn.) Pegler - BONONI et al. (1984) (Karstedt & Capelari,
2013).
- Entoloma cf. obscura Dennis - CAPELARI & MAZIERO (1988)
- Entoloma obtusisporum Horak (PR) – HORAK (1982). MEIJER (2006).
*- Pouzarella olivacea T.J. Baroni, Albertó, Niveiro & B.E. Lechner (PR) - TEIXEIRA–SILVA &
CORTEZ (2014).
- Pouzarella olivaceosimilis Teix.-Silva & Cortez (PR) - TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ (2014).
*- Nolanea pallidosalmonea Karstedt & Capelari (SP) - KARSTEDT (2010).
*- Entoloma pampeanum Spegazzini - RS (Putzke & Cavalcanti 1997); Putzke & Putzke (2000).
*- Entoloma papillatum (Bresadola) Dennis - RS (Putzke & Cavalcanti 1997); Putzke & Putzke
(2000).
*- Leptonia paranapiacabensis Karstedt & Capelari- SP (Karstedt & Capelari, 2013).
*- Nolanea parvispora Karstedt & Capelari (SP) - KARSTEDT (2010).
*- Pouzarella parvispora T.J. Baroni, Albertó, Niveiro & B.E. Lechner (PR) - TEIXEIRA–SILVA
& CORTEZ (2014).
- Entoloma peculiare Horak & Corner (RJ) HORAK (1982). Putzke & Putzke (2000).
*- Entoloma perbrevisporum (Singer) Horak – SINGER (1973). Putzke & Putzke (2000).
*- Entoloma permutatum Horak - RS (Putzke & Cavalcanti 1997); PUTZKE & PUTZKE
(2000).
*- Entoloma pinnum (Romagnesi) Dennis- RS (Putzke & Cavalcanti 1997); PUTZKE &
PUTZKE (2000).
*- Trichopilus porphyrophaeoideus Karstedt & Capelari – SP (Karstedt, 2010).
- Entoloma cf. proximum E. Horak - MEIJER (2006) as E. cf. proximum
*- Entoloma pruinatocutis Horak = Calliderma pruinatocutis (E. Horak) Karstedt & Capelari - SP
(Karstedt, 2010). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma pruinosipes (Singer) Horak- RS (Putzke & Cavalcanti 1997); PUTZKE &
PUTZKE (2000).
- Entoloma aff. pseudopapillatum (Pegler) Courtec. & Fiard - MAZIERO et al. (2013).
*- Entoloma pulchrum Karstedt & Capelari (SP) - (Karstedt, 2010).
*- Entoloma radicatum Pegler (PE)- (Coimbra et al., 2013). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Calliderma rimosum Karstedt & Capelari.
*- Leptonia rolfii Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
- Entoloma roseum (Longyear) Hesler - HESLER (1967). (SP) PEGLER (1997).
*- Pouzaromyces sepiaceobasalis E. Horak – PR (aff. em Meijer, 2006); (PR) - TEIXEIRA–SILVA
& CORTEZ (2014).
*- Alboleptonia sericella (Fr.) Largent & R.G. Benedict (SP) – KARSTEDT (2010).
*- Entoloma serrulatum (Fr.) Hesler – como Leptonia serrulata (Fr.) P. Kumm. - SP (Karstedt &
Capelari, 2013). RS (Rick 1930). PR (Meijer 2006 como Entoloma cf. serrulatum).
* Entoloma silva-araucariae de Meijer – PR (Meijer, 2008).
- Nolanea singeri (Singer) Karstedt & Capelari (SP) - KARSTEDT (2010). Sin. = - Entoloma
substrictor (Singer) Horak (SP) SINGER (1977). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma siparianum Dennis = Inopilus siparianus (Dennis) Pegler - ROSA (2002, como I.
siparianum); MEIJER (2001, 2006, 2008 como E. cf. e aff. siparianum). (PE)- (Coimbra et al.,
2013).
*- Entoloma sodale Kuhn. & Romagn. ex Noordel. – como Leptonia sodalis (Kuhn. &
Romagn.) P.D.Orton – PR (Meijer 2001 como Entoloma cf. sodale). SP (Karstedt & Capelari,
2013).
*- Entoloma spadiceum E. Horak & Singer (Horak & Singer, 1982, nom. illeg. – não Entoloma
spadiceum Hesler, 1967); TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ (2014).
*- Entoloma spadix Hesler (PE) – SINGER (1973 – como E. fraterna); HORAK (1974).
*- Entoloma sparsicystis Horak & Singer (AM) – HORAK (1982). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma speciosum (Romagn.) Putzke & M. Putzke ex Courtec. – como Inopilus speciosus
(Romagn.) Pegler - CAPELARI & MAZIERO (1988); CAPELARI (1989); PEGLER (1997);
ROSA (2002: 109). (PE)- (Coimbra et al., 2013). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma spineum Horak & Singer (AM) - HORAK (1982). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma squamifolium (Murrill) Singer – RS (SINGER & DIGILIO, 1951; PUTZKE &
CAVALCANTI, 1997); PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma strigosissima (Rea) Noordeloos - RS (Putzke & Cavalcanti 1997); AM (Souza &
Aguiar, 2004). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma stylophorum (Berkeley & Broome) Saccardo - RS (Putzke & Cavalcanti 1997); SP
(Bononi et al., 1984; Pegler, 1997). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Pouzarella subinflata Teix.-Silva & Cortez (PR) - TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ (2014).
*- Paraleptonia subtropica Teixeira –Silva & Cortez (PR) - TEIXEIRA–SILVA & CORTEZ
(2014).
*- Entoloma sulcatum (T.J. Baroni & Lodge) Noordel. & Co-David – como Alboleptonia
sulcata Baroni & Lodge - PR (Meijer, 2006 como cf.). SP (Karstedt, 2010).
*- Inocephalus tenuis Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari, 2013).
*- Entoloma tucuchense Dennis - AM (Horak, 1982). SP (Karstedt, 2010). Sin.: Calliderma
tucuchense (Dennis) Karstedt & Capelari. (PE)- (Coimbra et al., 2013). Putzke & Putzke
(2000).
*- Entoloma tympanifer (E. Horak) J. Putzke & M. T. L.Putzke - Claudopus tympanifer E. Horak –
PR (Horak, 1982; Meijer, 2006). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma underwoodii Dennis (Eccilia earlei Murr. é sinonímia) (SP) _ DENNIS (1953).
*- Entoloma vallicutis (Pegler) J. Putzke & M. T. L. Putzke (SP) - PUTZKE & PUTZKE (2000).
- Eccilia vespertilio (Berk.) Pegler - PEGLER (1987).
*- Inocephalus virescens (Berk. & M.A. Curtis) Karstedt & Capelari – SP (Karstedt & Capelari,
2013). PEGLER (1997, como Inopilus virescens). PUTZKE & PUTZKE (2000). (CE) ALVES &
NASCIMENTO (2012 – como Entoloma).
*- Entoloma viscaurantium Horak & Singer (AM) - HORAK (1982). PUTZKE & PUTZKE (2000).
*- Entoloma vitellinum (Singer) Horak (PE) – HORAK (1977).
*- Entoloma wednae V. Coimbra & Wartchow (PE) - (Coimbra et al., 2013).

Apenas as espécies confirmadas são incluídas na chave abaixo e espécies recentemente


descritas devem ter sua descrição e figuras comparadas nos trabalhos originais citados acima.

CHAVE PARA ESPÉCIES DE ENTOLOMA ENCONTRADAS:

1.1 Esporos cuboides com projeções digitiformes longas, com 20 – 30 x 18 – 26


μm ........ .......................................................................................... E. dragonosporum
1.2 Esporos apenas angulosos (cuboides ou não), sem projeções
digitiformes ..........................................................................................1A

1A.1 Camada cortical do píleo celular, com elementos curtos e largos .........E. tucuchense
1A.2 Camada cortical do píleo com hifas prostradas ou tricodermial a himeniforme, mas não celular
...................................................1B

1B.1 Píleo com até 6,2 cm de diâmetro, apresentando espinhos rasos e piramidais arranjados em
linhas concêntricas .................................. E. wednae
1B.2 Píleo com diâmetro como acima ou diferente, sem espinhos arranjados
concentricamente ......................................................1B’

1B’.1 Píleo azul (às vezes ficando esverdeado com o envelhecimento ou se machucado); estipe
central ou excêntrico a lateral (neste caso nem sempre píleo azulado) ......................................1C
1B”.2 Píleo de outras cores; estipe central ..............................2G

1C.1 Estipe excêntrico ou lateral .............................................1C’


1C.2 Estipe central................................................................... 1D

1C’.1 Píleo azulado ........................................... Entoloma gainsvillae (=E. cyaneum)


1C’.2 Píleo branco ou cinza-rosado................ E. tympanifer (se branco) ou E. depluens (se cinza-
rosado)

1D. Píleo gigante, com até 8 cm de diâmetro, largo convexo, às vezes com um pequeno umbo;
lamelas adnatas a emarginadas, branco a rosadas; esporos com 7,5-9 x 6,5-8
μm. ................Entoloma bloxamii
1D.2 Píleo menor que 4 cm, versiforme; lamelas livres a adnatas ou decurrentes; esporos hetero- ou
isodiamétricos ...........................................................1E

1E.1 Esporos heterodiamétricos ...............................................2A


1E.2 Esporos isodiamétricos ........................................................2E

2A.1 Píleo plano-convexo ou cônico com margem revoluta; queilocistídios piriformes a cilíndrico-
clavados......................... ............................................................ E. argyropellis (se píleo com até 2
cm de diâmetro, cinza ou cinza-azulado-claro e plano-convexo) ou E. sodale (se píleo com até 3,5
cm de diâmetro, azul escuro e cônico com margem revoluta)
2A.2 Píleo campanulado-irregular ou convexo, com o centro depresso ou apenas depresso a
umbilicado ou levemente umbonado; queilocistídios ausentes ou se presentes cilíndricos a clavados;
se píleo plano-convexo queilocistídios ausentes ........................................2B

2B.1 Queilocistídios ausentes ........................................... 2C


2B.2 Queilocistídios presentes .......................................... 2D

2C.1 Píleo cinza azulado, quando jovem fibriloso-pubescente, mais evidente no centro, com a idade
glabrescente, translúcido-estriado ........................Entoloma infirmum
2C.2 Píleo azul escuro e pelo menos em algum estágio esquamuloso ..................2C’

2C’.1 Píleo esquamuloso, com as escamas mais evidentes nas estrias; esporos com 10-13,7 x 6,2-
8,7 μm ............................................ Leptonia acystidiata
2C’.2 Píleo com superfície inteira a esquamuloso-pruinosa quando jovem e, com a maturação
escamosa a craquelada no centro; esporos com 8,7-10 x 7,5-8,7
μm ....................... ..................................................................Leptonia atrocyanea

2D.1 Píleo com até 2,4 cm de diâmetro; camada cortical do píleo com hifas prostradas entremeada
por dermatocistídios em grupos que lembram um tricoderme ou himenioderme; esporos com 10-
12,5 × 7,5-8,7(-10) μm; queilocistídios clavados a cilíndricos, não septados; fíbulas
ausentes .......................... ..................................... E. serrulatum (se píleo com até 3,2 cm de
diâmetro, camada cortical tricodermial e fíbulas presentes então é Trichopilus fasciculatus) - (se
píleo com até 0,7 cm de diâmetro, camada cortical do píleo tricodermial paliçádica e fíbulas
ausentes é E. valllicutis)
2D.2 Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos terminais fusoides, cilíndricos ou
obclavados em cadeias de 2 – 3 elementos; esporos 7,5 – 10 x 6,2 – 8,7 μm; queilocistídios
clavados a cilíndricos e às vezes septados; fíbulas presentes ..................... ...................................
Calliderma fibulatum (se queilocistídios cilíndrico-sinuosos e septados e esporos com 10-12 x 8-9
μm é E. underwoodii)
2E.1 Píleo ficando amarronzado com a idade; elementos da camada cortical do píleo clavados ou
lageniformes, com pigmento vacuolar azul-violáceo; esporos com 6,5–8,5 x 5,7–8,0
μm .................... Rhodophyllus callidermus
2E.2 Píleo ficando verde com a idade ou quando machucado; esporos como acima ou
maiores .........................................2F

2F.1 Superfície do píleo fica esverdeada apenas com a idade; esporos com 4 ângulos, com 6,2-10
μm ........................................................................... I. azureoviridis
2F.2 Superfície do píleo fica verde quando machucada; esporos com 3 ou 4 ângulos, com 8,7-12,5
μm ................................................................ I. virescens

2G.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, campanulado a cônico-papilado ou cônico- convexo,
branco marfim ou amarelo escuro; esporos cuboides a cuboide estelados .......... .....................E.
caribaeum (se branco e esporos com 12 – 17 x 11 – 15 μm) ou E. avilanum (se amarelo escuro e
esporos com 7,5 – 10,5 x 8 – 10 μm)
2G.2 Píleo com o diâmetro e forma como acima ou diferentes, se branco ou amarelado os esporos
não são cuboides ou são cuboides mas menores ................................... 2H

2H.1 Estipe formando pseudorriza ................................. E. radicatum (se píleo glabro a fibriloso)
ou E. wednae (se píleo apresentando círculos concêntricos de espinhos piramidais esbranquiçados)
2H.2 Estipe não formando pseudorriza ......................... 2I

2I.1 Píleo pelo menos com algum tom esverdeado ou oliváceo.....................................2J


2I.2 Píleo sem tons esverdeados nem oliváceos ............................................................2M

2J.1 Píleo piloso a fibriloso-esquamuloso; esporos heterodiamétricos, com 14.5–19.7 μm de


comprimento.........................................E. olivaceum
2J.2 Píleo não como acima; esporos com menos de 12 μm de comprimento .................2J’

2J’.1 Píleo com até 5,2 cm de diâmetro, marrom oliváceo; esporos subisodiamétricos com 6,5 – 7,5
μm ......... .................................E. perbrevisporum
2J’.2 Píleo com até 4,5 cm de diâmetro, marrom oliváceo a amarelo-oliváceo ou azul-esverdeado;
esporos heterodiamétricos ou com mais de 9 μm de comprimento ou esporos quadrados ou
cuboides ........................................2K

2K.1 Píleo com até 2 cm de diâmetro, campanulado, pálido amarelado oliváceo; lamelas adnato-
subdecurrentes; queilocistídios ausentes ................ E. antillance (se esporos com 9,5 – 10 μm,
isodiamétricos e pentagonais) ou E.incanum (se esporos com 10-12x 7-9 μm, heterodiamétricos,
apresentando seis a oito ângulos)
2K.1 Píleo com até mais de 2 cm de diâmetro, convexo a aplanado ou cônico, marrom-oliváceo ou
azul-esverdeado; lamelas adnexas; queilocistídios fusoides ou clavados ..............................2L

2L.1 Píleo convexo a aplanado, marrom oliváceo; queilo e pleurocistídios presentes, com 50 - 170 x
15 - 40 μm, esparsos ............ E. sparsicystis
2L.2 Píleo marrom-oliváceo; queilocistídios fusoides; queilo e pleurocistídios presentes, este com
com 35-90 x 7-18 μm; esporos heterodiamétricos ........ ..... E. siparianum

2M.1 Esporos com 12,5-16 x 14-17 μm, isodiamétricos, cuboides com projeções; queilocistídios
presentes, com 31-137 x 6,2-19 μm, cilíndricos a clavados..... E. tenuis
2M.2 Se esporos com mais de 12 μm estes são heterodiamétricos e não cuboides; queilocistídios
presentes ou não ..................................................2N
2N.1 Esporos sempre heterodiamétricos, alongados, com mais de 12 μm de comprimento;
superfície do píleo e/ou estipe pilosa, escamosa, furfurácea, pubescente a tomentoso-cotonosa; se
esporos menores então superfície pilear marrom a marrom com um leve tom avermelhado,
adpresso-fibriloso a escamoso-fibriloso ou escamoso no centro, às vezes translúcido-estriado,
margem involuta......................3
2N.2 Esporos iso- ou heterodiamétricos, menores que 12 μm de comprimento; superfície do píleo e
estipe em geral glabra ou pruinosa a fibrilosa ...............5

3.1 Superfície pilear marrom a marrom com um leve tom avermelhado; esporos com 8,7-10 x 6,2-
7,5 μm; queilocistídios capitados ................... Trichopilus porphyrophaeoideus
3.2 Píleo como acima ou diferente; esporos maiores que 12 μm ou queilocistídios não
capitados ............................................3A

3A.1 Estipe com a superfície finamente pubescente; caulocistídios setiformes


presentes ................................ E. strigosissima (se esporos com 15–19 x 8,5–10,5 μm e
queilocistídios piriformes a subcatenulados, com 35–65 x 18–25 μm) ou E. metallica (se esporos
com 13–16 x 7-9,5 μm, e queilocistídios cilíndrico-clavados a ventricosos, com 47-141 x 14-27 μm
com ápice rostrado) ou E. parvispora (se esporos com 11 – 13 x 6 – 9 μm e queilocistídios com 20 -
70 x 10 - 20 μm, cilíndricos a clavados a fusoides ou ramificados e a maioria com uma base mais
inflada)
3A.2 Estipe com a superfície quase glabra a tomentoso-cotonosa ou peludo cotonosa esquamosa.
Caulocistídios setiformes ausentes ..............................4

4.1 Basidiomas ficando enegrecidos quando manuseados .............4A


4.2 Basidiomas não enegrecendo quando manuseados, às vezes algo mais amarronzados
apenas ..................4C

4A.1 Píleo vermelho amarelado a vermelho alaranjado ............ E. ferreri


4A.2 Píleo amarronzado ...........................................................4B

4B.1 Píleo com fibrilas esbranquiçadas a acinzentadas. Caulocistídios cilíndrico-clavados,


ventricosos a fusiformes, com 61- 214 x 9.8–24 μm ....................... P. longicystidiata
4B.2 Píleo sem fibrilas esbranquiçadas nem acinzentadas; caulocistídios clavados a globosos, com
26–69 x 10–26 μm ................................................. P. sepiaceobasalis

4C.1 Esporos com até 13 μm de comprimento; queilocistídios


ausentes ............................. ...............E. silvae-araucariae
4C.2 Esporos com mais de 14 μm de comprimento, podendo atingir 20 μm; queilocistídios
presentes ............. 4D

4D.1 Píleo e estipe com pelos ferruginosos, densamente felpudo-esquamulosos; esporos 14,6 – 16 x
7,8 – 9 μm ...........................E. squamifolium (se não apresentar hifas infladas na hipoderme) ou
Pouzarella subinflata (se apresentar hifas infladas na hipoderme)
4D.2 Píleo e estipe furfuráceo a finamente esquamuloso, marrom acinzentado a marrom-escuro;
esporos 15 – 20 x 7,5 – 10 μm ......... E. dysthales

5.1 Píleo com até 1,6 cm de diâmetro, campanulado; estipe amarelado; lamelas arcuado
decurrentes, esporos isodiamétricos com 6 – 7 μm de diâmetro; queilocistídios
ausentes .. .......................................................E. cantharelluloides
5.2 Não combinando as características acima ......................................... 5A

5A.1 Píleo higrófano, estriado ou pelo menos transparentemente estriado. Hábito geralmente
micenoide raro clitociboides ou tricolomoides; esporos de iso- a heterodiamétricos ou
prismáticos ...................................6
5A.2 Píleo nunca higrófano, raro estriado. Hábito geralmente colibioide, raro tricolomoide; esporos
sempre heterodiamétricos ou se (sub-)isodiamétricos então píleo não
higrófano ...............................................................................12

6.1 Esporos prismáticos, quadrados ou quase ........... 6A


6.2 Esporos com 5 ou mais facetas, nunca quadrados ................7

6A.1 Píleo vermelho ou laranja avermelhado, com até 1,5 cm de diâmetro; esporos com até 10 μm e
com queilocistídios .................................... E. lycopersicum
6A.2 Píleo marrom ou bege-esbranquiçado a bege-amarronzado-pálido, marrom no centro; se píleo
alaranjado então esporos com mais de 10 μm de comprimento e queilocistídios com 30 – 100 x 6 –
12 μm; queilocistídios presentes ou ausentes .................................6B

6B.1 Crescem em madeira; esporos com 6,2-7,5 μm .................... Nolanea parvispora


6B.2 Crescem em solo; esporos maiores ...............................................6C

6C.1 Esporos menores que 10,5 μm ..............................E. spadix


6C.2 Esporos maiores que 10,5 μm ........................................6D

6D.1 Píleo marrom escuro a negro; queilocistídios ausentes ......................E. pinnum


6D.2 Píleo marrom a marrom alaranjado; queilocistídios
presentes............................... ...........................E. viscaurantium

7.1 Píleo marrom, geralmente convexo a cônico, papilado ou não ....................................8


7.2 Píleo de coloração branca a cinza ou rosado a bege ou marrom acinzentado a amarelado,
geralmente convexo a campanulado ou cônico campanulado a plano, umbonado ou não, raro
infundibuliforme .............10

8.1 Esporos heterodiamétricos ...............................................................8A


8.2 Esporos isodiamétricos, com 7,5 – 9,5 μm ...........................................9

8A.1 Queilocistídios e pleurocistídios presentes, estes com 35-100 x 8-20 μm, fusoides,
com pigmento vacuolar e/ou plasmático marrom em KOH ......E. conspicuocystidiosum (se píleo
convexo a aplanado, em solo) ou E. spineum (se píleo convexo e papilado, em madeira).
8A.2 Queilocistídios presentes ou ausentes; pleurocistídios ausentes .........................8B

8B.1 Queilocistídios esparsos, frequentemente mais observados próximo à margem do píleo, do


tipo capitados ................................................. Entoloma belouvense
8B.2 Queilocistídios ausentes .....................................................................8C

8C.1 Píleo rosado ou salmão rosado ................................. Nolanea pallidoslmonea


8C.2 Píleo sem coloração rosada........................................................8D

8D.1 Píleo cônico-convexo papilado; esporos com 8,5 – 11 x 6 – 8 μm; com pigmento vacuolar nos
elementos da camada cortical do píleo ........... E. albo-serrulata = E. atripes
8D.2 Píleo plano-umobnado a convexo ou plano e eventualmente papilado; esporos como acima ou
menores; pigmento incrustando nas hifas da camada cortical do píleo, ou se intracelular, então
esporos com menos de 8,5 μm de comprimento ou hifas completamente
hialinas..................................................8E
8E.1 Píleo plano-umbonado; esporos com menos de 8,7 μm de comprimento; pigmentos
intracelulares nos elementos da camada cortical do píleo .........Nolanea brunneogriseola
8E.2 Píleo convexo ou plano e eventualmente papilado; esporos com mais de 8,7 – 12 μm de
comprimento; pigmentos incrustantes nos elementos da camada cortical do
píleo ...... ................................................................................................... Entoloma dissimile

9.1 Estipe pruinoso; caulocistídios cilíndricos com ápice


subcapitado ............. .............................................................. E. pruinosipes
9.2 Estipe sem pruinosidade, caulocistídios ausentes ........E. permutatum (queilo e pleurocistídios
ausentes) ou E. speciosum (queilo e pleurocistídios presentes)

10.1 Esporos heterodiamétricos, maiores que 10 μm de comprimento; pigmento


incrustado ..............................................................E. papillatum
10.2 Esporos iso ou subisodiamétricos, com até 10 μm de comprimento; pigmento incrustado ou
não ....................................... 11A

11A.1 Píleo branco, com até 5 cm de diâmetro, convexo com centro depresso a umbilicado;
lamelas decurrentes ...............................E. clitocyboides
11A.2 Píleo pigmentado, com até 4 cm de diâmetro ou mais de 5 cm, convexo a campanulado ou
cônico campanulado a plano; lamelas livres, sinuadas a adnexas .....11B

11B.1 Píleo com até 1,5 cm de diâmetro; com pleuro e queilocistídios de 50 – 75 x 8 – 15 μm,
fusoides afinando para um pescoço longo e filiforme ........... E. murinoalbum
11B.2 Píleo como acima ou maior; sem pleurocistídios; queilocistídios presentes ou
ausentes ........................................11C

11C.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro; esporos com 8 – 10 x 6 -8 μm; queilocistídios
presentes .....................................E. fuscogrisella (se píleo com mais de 2,5 cm de diâmetro,
marrom e com as demais características então é E. pruinatocutis) (se píleo com até 1 cm de
diâmetro de colorido amarelado; queilocistídios clavados e lignícola é E. vitellinum)
11C.2 Píleo com mais de 3 cm de diâmetro; esporos como acima ou menores; queilocistídios
ausentes ...................................11D

11D.1 Píleo com até 4 cm de diâmetro; esporos com 6,5 – 8,5 μm; camada cortical do píleo do tipo
cutis com transição para tricoderme .........................................E. pampeanum
11D.2 Píleo com até 9 cm de diâmetro; esporos com 8,7 – 10 μm; camada cortical somente do tipo
cutis, com poucos elementos anticlinais ................................... Entoloma pulchrum

12.1 Píleo de colorido forte, brilhante, incluindo laranja escuro, marrom, violáceo ou
preto ................................................................................................ 13
12.2 Píleo de coloração pálida, branco, rosa ou amarelado a marrom-claro, ou tons entre estas
cores ...............................................................................16

13.1 Píleo distintamente violáceo; estipe azul; fíbulas presentes .............E. dichroum
13.2 Píleo marrom a preto; estipe verde a verde amarelado, branco a violáceo (mas então etipe não
azul) ou outros tons; fíbulas presentes ou ausentes .............. 15

15.1 Píleo campanulado, rachando para tornar-se rimoso, marrom escuro; estipe pálido
amarronzado; queilocistídios presentes; fíbulas ausentes ................................ E. rimosum
15.2 Píleo campanulado a convexo ou cônico, às vezes ficando aplanado ou depresso no centro ou
cônico- papilado ou cônico, amarelado, alaranjado escuro a amarronzado ou preto, não rimoso, às
vezes sulcado; estipe branco a acinzentado, amarelado, alaranjado marrom ou violáceo;
queilocistídios ausentes ou presentes; fíbulas presentes ou ausentes ...............15A

15A.1 Píleo cônico-papilado, de margem estriada a sulcada; esporos


cuboides...................... .............. Inocephalus cervinus (se margem sulcada; sem pleurocistídios) ou
Inocephalus glycosmus (se margem estriada e com pleurocistídios)
15A.2 Píleo campanulado a convexo, às vezes ficando plano ou depresso no centro ou se cônico
então margem não sulcada ............................................15B

15B.1 Píleo marrom escuro a preto; estipe violáceo; fíbulas presentes no


himênio ............. ...................................................... E. lampropus
15B.2 Píleo marrom escuro ou marrom claro a amarelado ou alaranjado; estipe branco a marrom
acinzentado ou marrom sépia a alaranjado ou amarelado; fíbulas ausentes ou
presentes............ .................................................. 15C

15C.1 Estipe branco; esporos heterodiamétricos .................................E. guatopoanum (se camada


cortical do píleo com hifas prostradas) ou E. cutifractum (se camada crotical do píleo paliçádica)
15C.2 Estipe pelo menos em alguma parte pigmentado; esporos iso- a
heterodiamétricos .........................................15D

15D.1 Píleo pruinoso, punctado-esquamuloso ou fibriloso a esquamuloso; esporos


heterodiamétricos ................................. 15E
15D.2 Píleo pulverulento a subvelutinoso ou esquamuloso; esporos isodiamétricos ..... 15H

15E.1 Lamelas adnexas, sinuadas a decurrentes; pleurocistídios ausentes .............15F


15E.2 Lamelas livres a sublivres; pleurocistídios presentes .................................15H

15F.1 Hábito cespitoso; píleo com 2-4 cm de diâmetro ...................Leptonnia rolfii


15F.2 Hábito não cespitoso, crescendo isolados ou em grupos esparsos; píleo como acima ou menor
.................................................15G

15G.1 Lamelas adnexas, sinuadas a decurrentes; queilocistídios cilíndricos, clavados ou piriformes;


caulocistídios ausentes ou se hifas terminais anticlinais, estas são
clavadas ............................................................. E. sodale
15G.2 Lamelas sinuadas e queilocistídios fusoides; caulocistídios fusoides bem
desenvolvidos ................. Leptonia caulocystidiata

15H.1 Píleo marrom chocolate ou marrom; queilocistídios e pleurocistídios ventricosos a rostrados


e às vezes lanceolados ou mucronados.... ....................................E. inocephalum (se pleurocistídios
ventricosos a rostrados e às vezes lanceolados) ou Inocephalus mucronatus (se pleurocistídios
mucronados)
15H.2 Píleo alaranjado escuro; queilocistídios e pleurocistídios fusiformes a
clavados .................................................................... E. luteosplendidum

15H.1 Píleo pulverulento a subvelutinoso, mas não sulcado; lamelas sinuadas a adnatas; estipe
marrom acinzentado a bege, com base às vezes esbranquiçada mas metade apical amarronzada;
camada cortical do píleo com 3 – 4 elementos, o último de clavado a
fusoide ...................................... Calliderma pruinatocutis
15H.2 Píleo estriado sulcado até quase o disco, desprendendo pequenas esquâmulas; lamelas
adnexas; estipe marrom escuro coberto por fibrilas negras; camada cortical do píleo formada por 2
– 3 elementos clavados em cadeia ........................ ................................... E. tucuchense

16.1 Píleo cônico-campanulado, com papila; esporos com 10 – 13,5 x 7,0- 9,5 μm; queilocistídios
ausentes ................................E. stylophorum
16.2 Píleo quando maduro convexo, convexo-plano, convexo-umbonado, plano a depresso ou
ciatiforme; esporos menores que 12 μm; queilocistídios presentes .....................17

17.1 Píleo com até 2 cm de diâmetro, quando maduro plano a levemente côncavo, marrom pálido
na margem e marrom escuro a quase preto no disco central; pleurocistídios e queilocistídios
presentes, fusoides a ventricoso-fusoides com pescoço longo
subcapitado ... .......................................................................... Leptonia paranapiacabensis
17.2 Píleo em geral com mais de 2 cm de diâmetro ou, se até 2 cm, então branco, branco-amarelado
a creme-esbranquiçado, ou com centro levemente amarelado-amarronzado; pleurocistídios
ausentes; queilocistídios se presentes não capitados .....................18

18.1 Píleo com 7 – 9 cm de diâmetro, marrom-amarelado a marrom acinzentado, tricolomoide ........


Entoloma lividoalbum
18.2 Píleo bem menor, branco a amarelado ou amarronzado,
colibioides ....................................................18A

18A.1 Camada cortical do píleo formada por um tricoderme ou com hifas prostradas com
conjuntos de pileocistídios, com pigmento intracelular marrom; esporos isodiamétricos a
subisodiamétricos ..................................... ................................ 18B
18A.2 Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas; esporos iso ou
heterodiamétricos ......................................19

18B.1 Píleo e lamelas brancos e esporos com 10-12,5 x 8,7-11,25


μm .................... ........................................... Alboleptonnia sericella
18B.2 Píleo pigmentado, raro creme; lamelas brancas a pigmentadas; esporos com menos de 11 μm
........................................ 18C

18C.1 Píleo marrom amarelado com lamelas alaranjadas; queilocistídios clavados, não septados
........ Paraleptonia subtropica
18C.2 Píleo creme a bege ou amarronzado a marrom acinzentado e lamelas brancas ficando rosadas
com o amadurecimento; quelocistídios clavados ou não, septados ou não ........19

19.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, creme a bege ou amarronzado; queilocistídios clavados a
cilíndrico-clavados, raramente irregulares mas não multisseptados ............ ..............Leptonia
fragilis (= Entoloma trinitense) ou E. spadix (se queilocistídios ausentes)
19.2 Píleo com até 6 cm de diâmetro, marrom acinzentado pálido; queilocistídios cilindricos a
clavados, multisseptados ................ E. spadiceum

19.1 Esporos isodiamétricos, muitos subquadrados ............................................. 20


19.2 Esporos heterodiamétricos ..........................................................................22

20.1 Píleo esbranquiçado a levemente rosado; pleurocistídios ausentes ............. E. dennisii (se
esporos com 6.2-7,5 μm e com 4 ângulos) ou Alboleptonnia sericella ( se esporos com 5-6 ângulos
em perfil, com 10-12,5 × 8,7-11,25 μm)
20.2 Píleo amarronzado; pleurocistídios presentes ...........................................21

21.1 Píleo campanulado a depresso, bege a marrom, com superfície fibriloso-escamosa; esporos não
cuboides .......................................................E. cystidiophorum
21.2 Píleo cônico, marrom amarelado a marrom, subvelutinoso a pruinoso; esporos
cuboides ..............................................................E. flavotinctus
22.1 Píleo depresso a ciatiforme, levemente estriado; queilocistídios com 40 - 60 x 14 - 20 μm,
inflado-clavados a vesiculosos ou raro cilíndricos..................... E. cyathiforme
22.1 Píleo convexo a plano ou apenas levemente depresso, liso ou sulcado; queilocistídios em geral
cilíndricos, clavados a fusoides ...........23

23.1 Píleo plano a levemente depresso, sulcado; queilocistídios com 16-43 x 10-17 μm, clavados a
globoso-clavados, às vezes fusoides........................... E. sulcatum
23.2 Píleo plano-convexo com depressão central, não sulcado; queilocistídios com 47–72 × 9–17
μm, cilíndricos a clavados ..................................Entoloma aripoana
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE ENTOLOMA MAIS ENCONTRADAS:

1- Entoloma alboserrulata (Rick) Putzke & Cavalcanti, Figura 280


Sydowia 30: 74. 1977.

Píleo com 10-20 mm de diâmetro, frágil, cônico convexo com uma pequena papila,
superfície higrófana, marrom, mais escuro no centro, translúcido estriado quando úmido. Lamelas
adnexas a adnatas, pálido rosadas, ventricosas, subdistantes, até 2-3 lamelas por mm, com
lamélulas de três tamanhos. Estipe com 20-40 x 1-1,5 mm de diâmetro, filiforme, cilíndrico, fístulo,
marrom pálido a marrom escuro, glabro, com base branco lanosa. Contexto membranoso, marrom.
Esporos com 8,5 - 11,5 x 6 – 8 μm, heterodiamétricos, ovados, angulosos, com facetas planas e base
simples, rosados. Basídios 30-40 x 10-11 μm, clavados, tetrasterigmatados. Queilocistídios
ausentes. Camada sub-himenial delgada. Trama himenoforal regular, hialina, de hifas infladas, 3-10
μm de diâmetro. Camada cortical do píleo pouco diferenciada, formada por hifas delgadas (3-7 μm
diâmetro), prostradas, com pigmento vacuolar. Contexto com hifas infladas, 3-15 μm de diâmetro.
Fíbulas ausentes.
Crescendo solitária em solo, no interior de mata nativa.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Pareci, Rick, 33915,1918.

Figura 280 – Entoloma alboserrulata: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- hifas da camada


cortical do píleo.
2- Entoloma bloxamii (Berk. & Br.) Sacc., Figura 281
Sylloge Fungorum 5: 684. 1887.

Píleo com 4 – 8 cm de diâmetro, cônico no início e depois convexo-umbonado, não


higrófano, azul ficando marrom violáceo com a idade, liso com fibrilas radialmente dispostas, mas
não sulcado, com margem involuta. Lamelas adnatas a emarginadas, próximas, brancas a rosadas,
bordos planos, concolores às margens. Estipe 3,5 – 7 x 0,1 – 0,4 cm, afinando em direção à base e
às vezes até inflado na região central, concolor à superfície do píleo mas branco ou amarelado na
base, com fibrilas longitudinalmente dipostas, oco quando mais velho. Odor levemente farináceo,
sabor suave. Contexto branco. Esporada marrom-rosada. Esporos com 7,5 – 9 x 6,5 – 8 μm, com 5
– 6 ângulos, hialinos a rosados, isodiamétricos. Cistídios ausentes. Camada cortical do píleo
ixocutis ou ixotricoderme, com elementos de 2,5 – 7 μm de diâmetro, sem pigmento incrustante.
Fíbulas presentes.
Cresem em solo, isolados ou agrupados. É um dos maiores basidiomas da família e distinto
também pela cor azulada. Entoloma prunuloides, E. bloxamii, E. rubellum (Scop.) Gillet, E.
viridans (Fr.) P. Karst. e E. luteobasis Ebert & E. Ludwig são espécies do gênero com coloração
similar e que tem esporos com menos de 9 μm de comprimento (Noordeloos, 1992) do subgênero
Entoloma.
SULZBACHER et al. (2013) cita a espécie como possivelmente micorrízica.

Figura 281 - Entoloma bloxamii: a- basidioma; b- esporos.


3- Entoloma cerussatum Pegler, Figura 282
Kew Bull., Addit ser. 9: 329. 1983.

Píleo com 5-8 cm de diâmetro, plano-convexo com pequeno umbo, com superfície branca,
higrófana, estriada, com margem translúcido-estriada. Lamelas adnato-sinuadas, brancas a
castanho-claro-rosadas, com lamélulas de dois comprimentos; margem irregular. Estipe 5 – 6 x 0,5-
0,8 mm de diâmetro, cilíndrico, sólido a fistuloso, branco, glabro, logitudinalmente estriado.
Contexto com 3 mm de espessura. Esporada rosada. Esporos heterodiamétricos, depressos em uma
das faces, 8-10 µm de diâmetro. Basídios clavados, 30- 40 x 8-10 µm, tetrasporados. Cistídios
ausentes. Trama himenoforal regular com hifas hialinas, sem fíbulas, 3-17 µm de diâmetro. Camada
cortical do píleo formada por hifas aglutinadas.
Ocorre solitário ou em pequenos grupos.
Material examinado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Rio Negro, Pantanal do Rio
Negro, 19º30'11,4"S e 55º36'32,8"W, em gramado, isolado ou em pequenos grupos, 24-VI-2006,
V.L.R. Bononi et al. s.n. (SP381535).

Figura 282 – Entoloma cerussatum: a- basidioma; b- esporos.


4- Entoloma cutifractum Horak & Singer, Figura 283
Sydowia 35: 91. 1982.

Píleo com até 5,5 cm de diâmetro, convexo no início mas ficando aplanado com centro
plano a depresso, margem incurvada, centro marom-fusco (M & P : 7 H 6, 10; 7 L 9), laranja-rosado
(M & P: 4 F 10, 11; 5 F 9, 11) em direção à margem, seco, tomentoso, cutícula fragmentando-se,
especialmente em volta do centro, não higrófano, não estriado. Lamelas adnatas, próximas,
ventricosas, pálido argiláceas com tonalidade rosada, de bordo concolor, frequentemente crenulado.
Estipe com 5 - 6 x 0,5 - 1 cm, cilíndrico, igual ou levemente clavado em direção à base,
esbranquiçado, seco, glabro, com micélio basal branco, sólido. Contexto branco. Odor e sabor não
distinto. Esporos com 10-12 x 6-7,5 μm, com 6 – 7 ângulos. Basídios com 40-60 x 10 - 12 μm,
tetrasporados. Frequentemente com pseudocistídios hialinos (4 -10 μm de diâmetro). Camada
cortical do píleo formada por uma paliçada de hifas eretas com 8 – 15 μm de diâmetro, com
pigmento plasmático marrom em KOH. Hifas oleíferas presentes. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo entre serrapilhira.

Figura 283 – Entoloma cutifractum: a- basidioma; b- esporos; c- elementos dacamada cortical do


píleo; d- pseudocistídios.
5- Entoloma cyaneum (Murril) Hesler = Entoloma gainsvillae Morgan-Jones, Figura 284
Nova Hedwigia Beih. 23: 1-196. 1967.

Píleo até 10 mm de diâmetro, azul brilhante a azul-escuro ou azul-violáceo, radialmente


fibriloso; fibrilas com pigmento, sobre fundo branco. Lamelas sublivres, com bordo concolor à
superfície do píleo. Estipe reduzido, excêntrico quase lateral, curvo, cinza-azulado, com micélio
basal e rizomorfas ramificadas brancas bem desenvolvidas. Esporos 9-10 (-12) x 6-7μm. Basídios
30-36 x 9-11μm, clavados, (2-)4 esporos. Hifas da camada cortical com 5 – 10 μm de diâmetro,
fortemente pigmentadas, pigmento incrustado e intracelular. Trama da lamela sub-regular. Pleuro e
queilocistídios ausentes. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal regular.
Segundo SINGER (1986), esta espécie pertence ao subgênero Claudopus. Pela coloração
esta é dificilmente confundida com outras espécies de Claudopus. O estipe excêntrico e o tipo de
pigmento são características que diferenciam a espécie de outros subgêneros. Segundo SINGER
(1986), no gênero Entoloma, há somente mais uma seção contendo espécies pleurotoides (seção
Paraleptonia, do subgênero Paraleptonia), a qual difere na ausência do pigmento incrustante e pela
coloração cinza ou marrom do píleo.
Material Examinado: Rio Grande do Sul: Santa Cruz do Sul, Campus da Universidade de
Santa Cruz do Sul (bordo de mata), 04/04/92, Marisa Putzke, 16340 (HCB).

Figura 284 – Entoloma cyaneum: a- basidioma; b- esporos; c- basídios bisporados; d- elementos da


camada cortical do píleo.
6- Entoloma cyathiforme Dennis, Figura 285
Bull. Soc. Myc. Fr. 69: 163. 1953.

Píleo de 20 - 30 cm diâmetro, depresso a ciatiforme, com superfície branca, a levemente


rosada no centro, seca, sedoso-estriada. Contexto branco. Lamelas adnato-decurrentes, rosa-pálidas,
próximas, com lamélulas de dois tamanhos. Estipe com 40-50 x 2-3 mm, cilíndrico, sólido, branco,
finamente pruinoso. Esporada branco-rosada. Odor e gosto não característicos. Esporos de 7,5 - 9,0
x 5,5 - 7,0 μm, heterodiamétrico-ovados, com facetas planas, rosados. Basídios de 25 - 32 x 7 - 8
μm, clavados, tetrasterigmatados. Bordos das lamelas estéreis, com queilocistídios próximos uns
aos outros, 40 - 60 x 14 - 20 μm, inflado-clavados a vesiculosos ou raro cilíndricos, hialinos, de
parede fina. Contexto formado por hifas de parede fina, infladas, 3 - 12 μm de diâmetro, com
fíbulas. Trama da lamela irregular, de hifas paralelas, hialinas, com 3-10 μm de diâmetro. Camada
sub-himenial estreita, entrelaçada. Camada cortical do píleo em cutis de hifas prostradas não
diferenciadas, de parede fina, 6 - 14 μm de diâmetro. Solitária, ocorrendo em solo de interior de
mata.
Os queilocistídios longos, vesiculosos a clavados e hialinos distinguem esta espécie das
demais do gênero (Horak,1977).
Entoloma clitocyboides Horak & Singer, citada para Manaus, assemelha-se a esta pelo
hábitat, coloração e forma do píleo, mas pode ser diferenciada microscopicamente pelo tipo de
queilocistídios cilíndricos, ramificados e articulados, além do basidioma ser maior. Entoloma
hololeucum citada para o Chile, também é próxima a esta, diferindo por apresentar estipe pruinoso
e queilocistídios cilíndricos.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Santa Cruz do Sul, Parque da Gruta, 18/03/1992,
Marisa Putzke, 16473 (HCB). Santa Cruz do Sul, Morro Verde, Marisa Putzke, Spielmann,
Sulzbacher e Mainhardt, 16587 (HCB).

Figura 285 – Entoloma cyathiforme: a- basidiomas; b- esporos; c- camada cortical do píleo com
hifas oleíferas; d- basídios; e- queilocistídios.
7- Entoloma dichroum (Persoon ex Fries) Kummer, Figura 286
Fuhr. Pilzk.: 97.1871.

Píleo até 2 cm de diâmetro, campanulado expandido, umbonado, nunca depresso, não


higrófano, não estriado, violáceo, escamoso fibriloso, quando jovem mais fibriloso granuloso, com
escamas muito pequenas no centro. Lamelas sinuadas adnexas, rosadas a marrom rosadas, com
borda inteira, próximas. Estipe com 30 - 40 x 3 - 4 mm, cilíndrico, levemente engrossado em
direção a base, cinza-escuro-azulado a violeta-azulado, geralmente diferente da cor do píleo,
fibriloso-farinoso, com base branco- lanosa. Esporos 10-12x7-8,2 μm, com seis ângulos irregulares,
marrom pálidos em KOH. Basídios 27-50 x 7-15 μm, tetrasterigmatados. Queilocistídios20-42 x 5-
16 μm, irregularmente cilíndricos, às vezes septados, hialinos. Camada cortical do píleo em
tricoderme, hifas 20 μm de diâmetro, septadas, com células terminais assemelhando-se a cistídios,
35-10 x 20-42 μm, pigmento abundante, intracelular na camada cortical e descendo pela trama do
píleo. Fíbulas abundantes. Crescendo em húmus.
RICK (1920) descreve o material coletado no Rio Grande do Sul como tendo estipe
farinoso-fibriloso, enquanto que NOORDELOOS (1982) descreve como tendo estipe liso. O último
autor cita que o diâmetro do píleo pode chegar até 55 mm, e o diâmetro do estipe até 5mm. Estas
dimensões do basidioma, segundo PEGLER (1983), caracterizam o gênero Entoloma (subgênero
segundo NOORDELOOS, 1981, o qual seguimos em nosso trabalho), do qual pode ser
diferenciado especialmente pelos esporos heterodiamétricos e a cor do basidioma. Segundo
NOORDELOOS (1982), pertence a seção Leptonia do subgênero Leptonia, diferenciando-se
macroscopicamente de Entoloma euchroum, pertencente a mesma seção, por não apresentar
basidioma inteiramente violáceo.
Material examinado: Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1930, Rick, 12953 (PACA).

Figura 286 – Entoloma dichroum: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- elementos da camada


cortical do píleo; e- queilocistídios.
8- Entoloma dysthales (Peck) Saccardo, Figura 287
Syll. Fung. 9:85. 1891.

Píleo até 2 cm de diâmetro; obtusamente cônico no início, expandindo-se a convexo quase


plano na maturidade, disco central no início plano ou depresso, margem enrolada no início, plana a
levemente crenulada ou ondulada na maturidade. Superfície seca, furfurácea a esquamulosa,
finamente translúcido estriada e higrófana quando jovem, sépia, marrom acinzentado ou cinza a
cinamômeo. Contexto fino, quase da mesma cor da superfície do píleo quando fresco, mas
tornando-se pálido a marrom acinzentado. Gosto e odor não farináceo, usualmente não distinto.
Lamelas 1-2 mm largura, subdistantes a distantes, adnatas a uncinadas com dente subdecurrente,
acinzentadas e mais pálidas que o píleo, quase avelâneas, tornando-se escuras e um tanto vináceas
com a maturidade dos esporos, margem quase sempre levemente fimbriada, com uma ou duas
séries de lamélulas. Estipe 20-60 mm de comprimento, 1-2 mm de diâmetro, superfície seca,
tomentosa a flocoso, méleo tornando-se cinza a marrom acinzentado ou cinamômeo; oco na
maturidade, parecendo aplanado, pelos basais cinza escuro. Esporos 14-20 x 7,5-10 μm, angulosos,
7-8 faces, quase cinamômeo-vináceos ou levemente escuros em depósito. Basídios 40-55 x 10-15
μm, 2-4 esterigmas, alguns abortados, com um conteúdo citoplasmático amorfo marrom.
Queilocistídios 35-80 x 15-22 μm marrom pálidos a marrom, fusoide ventricosos, piriformes com
ápice mucronado ou subcatenulados; hifas cuticulares com pigmento marrom, algumas vezes com
parede irregularmente delgada, e com incrustações resinosas pigmentadas, com 10-20 μm de
diâmetro; pelos basais em fascículos ou estendidos, hifas raro septadas. Camada cortical de hifas
prostradas, hialinas, com pigmento marrom incrustado. Trama himenoforal regular. Fíbulas
ausentes.
Cresce solitária ou gregária em locais com muito húmus, especialmente sobre restos de
Araucaria angustifolia (araucária) ou outras madeiras mortas, em interior ou bordo de mata
geralmente em locais com plantas da família Myrtaceae.
É facilmente reconhecida pelo hábito, fibrilosidade do píleo e estipe, e características
microscópicas. De acordo com MAZZER (1976), é considerada Pouzarella dysthales (Peck)
Mazzer, apesar da mesma já ter sido descrita anteriormente, por outros autores, como Agaricus,
Entoloma, Inocybe, Nolanea, Astroporina e Rhodophyllus. Agaricus “acolhia” todos os cogumelos
da época, sendo o desmembramento para Inocybe justificável pela forma do basidioma, mas os
esporos angulosos característicos pelo tamanho, definiram a inclusão desta espécie em Entoloma
ou em algum dos gêneros desmembrados deste. É a espécie tipo da seção Dysthales, do gênero
Pouzarella, diferencciando-se da secção Inflatae de Mazzer pela presença de hifas subcuticulares
não infladas. A espécie é muito próxima de Pouzarella elongata (Romagn.) Mazzer, da qual é
diferenciada pela coloração dos pelos da base do estipe, marrom escuros ou marrom acinzentado
(MAZZER, 1976). De acordo com HORAK (1977), esta espécie juntamente com Entoloma
dunstervillei (Dennis) Horak, pelo tipo de esporos, formam um grupo bem definido dentro do
gênero Entoloma. Entoloma dunstervillei se diferencia desta por não apresentar queilocistídios.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Passo Fundo, Cabanha Butiá, Marisa Putzke e
Flavia Biondo, 13/02/92, 16470 (HCB).
Figura 287 – Entoloma dysthales: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- Queilocistídios; e-
caulocistídios; f- pileocistídios.
9- Entoloma fuscogrisella (Peck) J. Putzke & M. T. L. Putzke, Figura 288
Caderno de Pesquisa, série Botânica. 1997.

Píleo com 1,2-2,4 cm de diâmetro, submembranáceo, convexo ou subcampanulado, cinza


escuro, estriado, pálido e brilhante quando seco, frequentemente escuro. Lamelas adnexas,
próximas, glabras. Estipe com 50 -70 x 2-4 mm, tênue, frágil, glabro, oco, ápice pruinoso ou
farinoso, pálido ou cinza-chumbo-azulado, micélio basal branco, dotado de radicelas. Esporos
méleo-pálidos em KOH, 8-10 x 6-8 μm, com cinco a sete ângulos. Basídios 32-40 x 8-11μm, bi ou
tetrasterigmatado. Queilocistídios com 40-60 x 6-12 μm, clavados, pálido fusco, em tufos sobre a
borda da lamela, (ausente em muitas seções da lamela). Trama da lamela subparalela, com 5-10 μm
diâmetro. Camada cortical do píleo de hifas prostradas, com numerosos pileocistídios marrom-
escuros. Fíbulas e hifas lacticíferas ausentes.
Crescendo em solo, em interior de mata nativa.
Esta espécie foi inicialmente citada como Agaricus fuscogrisellus Peck em 1886, depois
como Nolanea fuscogrisella (Peck) Saccardo em 1891; em 1933, como Rhodophyllus
fuscogrisellus (Peck) Romagnesi. LARGENT (1977) cita Leptonia fuscogrisella (Peck) Largent.
LARGENT (1977), acredita que o material de Romagnesi trata-se de uma variedade desta espécie,
pois na descrição o mesmo não cita a presença de queilocistídios.
Material examinado: Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1934, Rick, 14116 (PACA)

Figura 288 – Entoloma fuscogrisella: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- pilocistídios; e-


queilocistídios.
10- Entoloma guatopoanum (Dennis) Horak, Figura 289
Sydowia 30: 82. 1977.

Píleo com 1,5 – 2,7 cm de diâmetro, convexo, frequentemente com depressão no centro,
superfície marrom pálido a amarelado, sulcado, translúcido estriado; margem levemente recurvada.
Lamelas adnatas, rosa pálido, distantes (3 por mm), com lamélulas de dois tamanhos. Estipe de 20 -
30 mm de comprimento, 15 - 20 mm de diâmetro, cilíndrico; superfície branca, finamente pruinosa,
longitudinalmente estriada. Esporos heterodiamétricos, com 5 - 7 ângulos, com 9-11,6 x 6-8 μm.
Basídio com 27- 32 x 8-10 μm, clavados, bi a tetrasterigmatado. Cistídios ausentes. Trama
himenoforal regular com hifas hialinas. Camada cortical do píleo formando uma cutis de hifas
prostradas, com 5-11 μm de diâmetro, com pigmento marrom plasmático, parietal. Fíbulas
ausentes.
Crescem em solo em interior de mata.

O material de Dennis citado para a Venezuela foi encontrado a 2400 metros de altitude.
PEGLER (1983) cita Leptonia guatopoana para as Antilhas ocorrendo a uma altitude de 400 e 800
metros. Em nossas coletas, a maior altitude em que encontramos a espécie foi 200 metros do nível
do mar. HORAK (1977) refere que a mesma pode crescer tanto em solo como em madeira em
decomposição, o que é corroborado por PEGLER (1983). Nosso material foi coletado somente em
solo.
Material examinado: Brasil: Rio Grande do Sul: Torres, Roça da Estância, 16/01/87,
Maria Salete, 14387 (HCB). Rio Pardo, Propriedade do Sr. Alceu Lopes, 06/01/1996, Marisa
Putzke, 16586 (HCB). Roraima, 212079 (Instituto de Botânica de São Paulo).

Figura 289 – Entoloma guatopoanum: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- hifas da camada


cortical do píleo.
11- Entoloma incanum (Fries) Hesler, Figura 290
Nova Hedwigia Beih.23: 147. 1967.

Píleo com 1,5 – 2,5 cm de diâmetro, convexo com o centro umbilicado, castanho
esverdeado, brilhante, com o centro escuro quando jovem e pálido quando seco, subfibriloso a
velutíneo; margem estriada; submembranáceo. Contexto verde. Lamelas adnexas com dente
decurrente, inicialmente pálidas a verde pálidas, tornando-se rosadas com a maturidade,
subdistantes. Estipe 3-5 x 0,2-0,3 cm, cilíndrico, com a parte inferior verde-pálida a esbranquiçada
e superior verde amarelada, glabro, seco, oco, isolado ou cespitoso. Esporos 10-12x 7-9 μm, com
seis a oito ângulos. Basídios 35-45 x 10-13 μm, tetrasterigmados. Cistídios ausentes. Camada
cortical formada em cutis de hifas prostradas a levemente erguidas com pigmento plasmático
marrom-pardo, 4,5-9 μm diâmetro. Fíbulas ausentes. Em floresta, entre Gramíneas.
Pela pigmentação esverdeada do basidioma, ausência de cistídios e característica dos
esporos, a espécie facilmente se diferencia das demais. Entoloma necopinatum Horak, citada para o
Chile, é próxima, diferenciando-se facilmente se observados os caracteres microscópicos,
especialmente o tamanho dos esporos (Horak, 1977). HORAK (1982) cita, para o Brasil, duas
espécies de Entoloma com pigmento oliváceo, mas ambas tem esporos pentagonais,
subisodiamétricos e menores. Segundo SINGER (1986), a espécie pertence ao subgênero Leptonia,
seção Paludocybe.
Material examinado: Rio Grande do Sul: São Salvador, 1942, número13896 (PACA).

Figura 2990 – Entoloma incanum: a- basidiomas; b- esporos; c- basídios; d- hifas da camada


cortical do píleo.
12- Entoloma lampropus (Fries) Hesler, Figura 291
Nova Hedwigia 23: 154. 1967.

Píleo com 1 – 2,7 cm de diâmetro, marrom-escuro a preto no centro, pálido em direção a


margem, convexo, inicialmente expandido, tornando-se depresso, não higrófano, não estriado, com
margem involuta quando jovem, inicialmente floculoso, tornando-se escamoso. Estipe fistuloso,
sólido, punctado, firme, violáceo, oco, lamelas adnatas, ventricosas, róseas. Esporos com 8-11 x 6-
8 μm, heterodiamétricos, com seis a nove ângulos irregulares. Basídios com 23-45 x 7-12 μm,
tetrasterigmados. Queilocístidios ausentes. Trama himenoforal regular, formada de hifas com
pigmento intracelular e em adição pigmento incrustante na parede. Fíbulas presentes nas hifas
himeniais.
Crescem entre gramíneas no campo e em interior de mata.
Segundo NOORDELOOS (1982) a espécie foi descrita por FRIES (1821) como sendo
próxima a Agaricus placidus (Entoloma placidum), mas diferindo desta pelo tipo de pigmentação,
hábito, coloração levemente distinta e ausência de odor farináceo. Segundo este autor, a espécie tem
sido variadamente interpretada. ORTON (1960) e NOORDELOOS (1982) sugerem que a
interpretação de LANGE (1936) seja rejeitada, por tratar-se de uma espécie com píleo azul.
NOORDELOOS (1982) aceita a interpretação de KUHNER & ROMAGNESI (1953) por tratar-se
de uma espécie com píleo escuro. A espécie de Rick revisada no presente trabalho apresenta
coloração violácea, mas os demais caracteres encaixam-se perfeitamente na descrição original.
Material examinado: Rio Grande do Sul, São Salvador, 1944, Rick, 22611 (PACA).

Figura 291 – Entoloma lampropus: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- elementos da camada


cortical do píleo.
13- Entoloma lycopersicum Horak & Singer, Figura 292
Sydowia 35: 78. 1982.

Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, cônico nos primórdios mas logo ficando expandido a
aplanado, de margem sulcada, vermelho alaranjado a vermelho tomate (M & P: 3G 12 - 3 1 12), cor
perdida com a desidratação ou envelhecimento, higrófano, seco e glabro. Lamelas adnexas a
adnatas, distantes, concolores ao píleo, mas com bordos amarelados, inteiros e liberando gotas
resinosas. Estipe com até 3 x 0,15 cm, cilíndrico, igual, concolor ao píleo, com micélio basal
esbranquiçado, seco, liso, sólido. Contexto fino, avermelhado. Esporos com 6 – 10 μm,
isodiamétricos e cuboides, hialinos. Basídios com 50 – 65 x 9 – 12 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 35 – 90 x 10 – 22 μm, clavados a subfusoides, de
parede fina, hialinos, ocasionalmente com pigmento plasmático amarelado em KOH. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas com 6 – 10 μm de diâmetro, pouco diferenciadas,
com pigmento plasmático amarelado e hifas oleíferas numerosas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo, entre folhas e em madeira morta.

Material examinado – Brasil, Manaus, Res. Ducke (25 km N de Manaus), 28/06/ 1978, leg.
FEEIRE, Singer, 81188 (INPA).

Figura 292 – Entoloma lycopersicum: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.


14- Entoloma pampeanum Spegazzini, Figura 293
An. Mus. Nac. B. Aires 6:119.1899.

Píleo com até 4 cm de diâmetro, convexo a campanulado, umbonado, cinza, de superfície


lisa, estriada por transparência, levemente plano ao redor do umbo, bordo levemente ondulado.
Lamelas cinzas, sinuosas a adnexas, às vezes com dentes decurrentes, distantes, bordo liso. Estipe
com 30 - 35 x 1 – 2 mm, cinza, cilíndrico, levemente estriado, glabro a muito levemente fibriloso.
Base com micélio cotonoso, branco. Odor e gosto farináceo. Esporada rosada. Esporos 6,5 - 8,5
(10) μm, isodiamétricos globosos, levemente angulosos, 5-6 faces. Basídios bi a tetrasterigmatados.
Trama himenoforal regular. Cistídios ausentes. Camada cortical em cutis com transição para
tricoderme; hifas com 5-20 μm de diâmetro, pigmento marrom incrustado na parede das hifas.
Fíbulas presentes.
Crescem solitários em solo rico em material vegetal em decomposição, em interior de mata
ou em campo.
De acordo com HORAK (1977) a espécie além de apresentar uma ampla distribuição, ainda
ocupa áreas ecológicas diferentes. Pode crescer tanto em madeira como em solo. A coloração cinza
das lamelas, do píleo e do estipe, pigmento incrustado e esporos isodiamétricos caracterizam esta
espécie, diferenciando-a facilmente das demais do gênero. HORAK (1982) cita, para o Brasil, uma
espécie com píleo umbonado cinza (Entoloma murinoalbum), mas a mesma apresenta estipe branco
e possui queilo- e pleurocistídios fusoides com o ápice afilado.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Passo Fundo, Fazenda Butiá, 21/08/1992, Marisa
Putzke e Flávia Biondo, 4746 (Museu Augusto Ruschi, Passo Fundo); Sinimbu, 02 /11/1987,
Pereira, Putzke e Maria, 15054(HCB). Barros Cassal, nascente do Rio Pardinho, 05/05/93, Marisa
Putzke, Pereira e Bender, 16461(HCB). Rio Pardo, Propriedade do Sr. Alceu Lopes, 03/05/1996,
Marisa Putzke, 16585 (HCB). Santa Cruz do Sul, Campus da Universidade, novembro de 1995,
Marisa Putzke, 16582 (HCB).

Figura 293 – Entoloma pampeanum: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- elementos da camada


cortical do píleo.

15- Entoloma papillatum (Bresadola) Dennis, Figura 294


Bull. Soc. Myc. Fr. 69:162.1953.

Píleo com até 1,9 cm de diâmetro, cinza escuro, cônico a levemente umbonado até plano,
seco, algo estriado, sendo que no centro eventualmente ocorrem rachaduras expondo o contexto,
com bordas revolutas na maturidade. Contexto branco. Lamelas adnexas, branco rosadas,
tornando-se cinza rosadas na maturidade, distantes, 3 a 4 por mm, bordo plano, com lamélulas.
Estipe com 40 - 52 x 1 - 1,5 mm , cinza escuro até negro, com preenchimento branco. Micélio
cotonoso na base. Esporada rosa pálido. Esporos com 10-11,8 (13) x 6,6-8,3(10) μm,
heterodiamétricos, parede espessa, com até duas constrições. Basídios clavados, com 30-50 x 10-
12μm, com 2-4 esporos. Cistídios ausentes. Pigmento incrustado na parede das hifas. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo formada de hifas prostradas. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo rico em húmus no interior de mata.
RICK (1938; 1961) cita Nolanea papillata Bresadola para São Leopoldo - RS. Em revisão
do material existente na coleção de Rick, constatamos tratar-se realmente desta espécie. SINGER
(1953) revisando o material, afirma não ter localizado a exsicata de Rick. DENNIS (1953)
identificou uma espécie de Trinidad como Entoloma papillatum (Bresadola) Dennis, no entanto
HORAK (1977) e PEGLER (1983), afirmam que esta não é coespecífica com a espécie de
Bresadola, pelo tamanho dos esporos e do basidioma. PEGLER (1983) identificou-a como
Nolanea pseudopapillata Pegler. Revisou-se material do Instituto de Botânica de São Paulo
registrado como E. pseudopapillata Pegler, mas nossos espécimes não são conspecíficos.
Material examinado: Rio Grande do Sul: São Leopoldo, 1930, Rick, 14112 (PACA).
Canela, fevereiro 1992, Marisa Putzke e Sobestianski, 16465 (HCB).Venâncio Aires, junto ao trevo
de entrada , 28/03/1985, Pereira, Pilz e Moura, 16470 (HCB) e 14/01/1996, Sulzbacher,
Spielmamm, Jair e Marisa Putzke, 16581(HUNIC). Santa Cruz do Sul, Propriedade do Sulzbacher,
08/04/1996, 16583 (HCB). Rio Pardo, Propriedade do Sr. Alceu Lopes, 06/01/1996, 16584 (HCB).

Figura 294 – Entoloma papillatum: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- hifas da camada


cortical do píleo.
16- Entoloma permutatum Horak, Figura 295
Sydowia 30: 62. 1977.

Píleo de 1-2,5 cm de diâmetro, convexo a cônico com papila, rugoso no ápice, superfície
seca, membranosa, marrom pálido, mais escuro quando úmido, translúcido estriado até a margem.
Contexto marrom pálido, com 2 mm de espessura no centro. Lamelas livres a adnexas, cinza
rosadas, ventricosas, subdistantes, com 2-3 lamelas por mm. Estipe com 40- 65 x 1,5 - 3 mm,
cilíndrico, oco, superfície concolor com o píleo ou mais pálido, seco, base coberta com micélio
branco. Odor e gosto não característicos (refere-se a presença de odor forte). Esporada rosada.
Esporos com 7,5 - 9 x 6,5 – 8 μm, isodiamétrico-angulosos, com facetas planas, rosados. Basídios
com 30 - 37 x 10 – 13 μm, clavados, tetrasterigmados. Cistídios ausentes. Trama himenoforal
regular, hialina a marrom pálida, com hifas infladas, com 4-16 μm de diâmetro. Camada cortical
formada por um arranjo radial de hifas, com 5-12 μm de diâmetro, com pigmento marrom
amarelado incrustado e vacuolar.
Cresce em solo arenoso, com pouco material orgânico, em interior de mata secundária.
De acordo com HORAK (1977), em campo, esta espécie pode ser confundida com E.
papillatum Bres., pois cresce em habitat similar. Segundo este autor a espécie é largamente
distribuída nas florestas de Nothofagus do Chile e Argentina e apresenta odor e gosto desagradável,
com cheiro desagradável. Em nossas coletas não constatamos a presença de cheiro e gosto
desagradável. Segundo PEGLER (1983) tem esporos isodiamétricos e pode ser encontrada em
locais secos e arenosos, em florestas xerofíticas, mas o mesmo não faz referência a odor e gosto.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Santa Cruz do Sul, Parque da Gruta, Chirley &
Neusa, 20/07/1985, 10212 (HCB). Gramado Xavier, Fazenda São Roque, Marisa Putzke,
18/07/1995,16189 (HCB). Vera Cruz, Linha Número Um, Marisa Putzke, 02/06/1996, 16489
(HCB).

Figura 295 – Entoloma permutatum: a- basidiomas; b- seção longitudinal do píleo; c- esporos; d-


basídios; e- hifas da camada cortical do píleo.
17- Entoloma pinnum (Romagnesi) Dennis, Figura 296
Bull. Soc. Mycol. Fr. 69:160. 1953.

Píleo com 2-3 cm de diâmetro, cônico campanulado com um umbo pontudo, de superfície
higrófana, marrom escuro a negro, sedoso estriado. Contexto branco. Lamelas adnexas,
ascendentes. Estipe com até 9 x 0,4-1 cm de diâmetro, cilíndrico, oco, superfície concolor com o
píleo, longitudinalmente estriado. Esporada rosada. Gosto e odor suave. Esporos com 10-13 x 10-
12,5 μm, isodiamétricos angulosos, prismáticos com facetas depressas e planas, parede grossa,
rosados. Basídios com 30-45 x 10-14 μm, oblongo-clavado, formando 2-4 esterigmas. Cistídios
ausentes. Contexto com hifas infladas 2-25 μm de diâmetro. Camada sub-himenial
pseudoparenquimatosa. Trama himenoforal regular, hialina, hifas paralelas. Camada cortical do
píleo uma epícutis, hifas com 6-15 μm diâmetro, com pigmento parietal. Fíbulas presentes, na
camada cortical.
Crescem em solo, rico em húmus no interior de mata.
Os esporos caracteristicamente prismáticos e o tamanho e forma do píleo caracterizam esta
espécie. Sendo facilmente distinguível das demais espécies estudadas. HORAK (1977) cita
Entoloma hesleri para os USA e afirma ser a mesma próxima de E. pinnum, diferenciando-se desta
pela coloração e tamanho dos basidiomas. PEGLER (1983), refere para a América Central Nolanea
caribaea com esporos prismáticos, mas esta se diferencia de E. pinnum por apresentar
queilocistídios e basidioma menores. Segundo HORAK (1977) Entoloma pinnum tem pigmento
somente incrustado, porém nosso exemplar apresentava pigmento parietal, o que, possivelmente
indique uma outra variedade. RICK (1938) cita uma espécie com esporos quadrados, Nolanea
pascua, mas o material não foi encontrado no Herbário PACA. Uma exsicata do Herbário URM,
identificada como Entoloma sp, foi determinada como Entoloma pinnum.
Material examinado: Brasil: Rio Grande do Sul, São Francisco de Paula, Lotemento
Colinas, 14/10/1986, Marlene, 13711 (HCB). Nova Petrópolis, fevereiro de 1992, Sobestianskii,
16475 (HCB). Sinimbu, Propriedade do Sr. Frantz, 01/09/1995, Marisa Putzke, 16486(HCB).
Pernambuco: Recife, 877 (IMUR).

Figura 296 – Entoloma pinnum: a- basidioma; b- píleo em seção longitudinal; c- esporos; d-


basídios; e- hifas da camada cortical do píleo.
18- Entoloma pruinosipes (Singer) Horak, Figura 297
Sydowia 30: 59.1977

Píleo com 21 mm de diâmetro, umbonado, marrom rosado, glabro, estriado por


transparência, borda crenulada, membranoso. Contexto marrom pálido. Lamelas sub-livres,
distantes, rosadas. Estipe com até 29 x 1,5 mm, central, seco, pruinoso, oco, frágil, marrom.
Esporada não observada. Odor e gosto não distinguíveis. Esporos com 7,4-8,3 x 6,6-7,4 μm,
isodiamétricos hexagonais, méleos ao microscópio. Basídios com 30-45 x 9-15 μm,
tetrasterigmados. Queilocistídios ausentes. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal regular. Camada
cortical de hifas prostradas, pigmento plasmático marrom. Caulocistídios cilíndricos com o ápice
subcapitado.
Cresce em solo e em madeira de Angiospermae em adiantado estado de decomposição, em
interior de mata.
O estipe pruinoso e a presença de caulocistídios capitados caracterizam essa espécie. É
próxima a Entoloma permutatum pela coloração e tamanho do basidioma, hábitat e tipo de esporos,
diferenciando-se pelo estipe pruinoso e a presença de caulocistídios cilíndricos com ápice
subcapitado. Entoloma spadix Hesler citada para Pernambuco pode ser confundida
macroscopicamente com esta, mas apresenta esporos quadrados a cuboides e não tem
caulocistídios. Entoloma brunneum Petch var. chilense Horak, citada para o Chile, assemelha-se
pelos caracteres macroscópicos, inclusive apresentando estipe pruinoso até o ápice, podendo ser
diferenciada por possuir basidiocarpo maior e esporos cuboides a quadrados.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Itapoã (em restinga), 14/10/86,
Pereira e Putzke, 14955 (HCB) e Passo Fundo, Cabanha Butiá (madeira), 13/06/92, Marisa Putzke
e Flavia Biondo, 16469 (HCB). Santa Cruz do Sul, Parque da Gruta, 04/09/1995, Marisa Putzke,
16488 (HCB). Rio Pardo, Propriedade do Sr. Alceu Lopes, 19/08/1995, Marisa Putzke,
16492(HCB).

Figura 297 – Entoloma pruinosipes: a- basidiomas; b- esporos; c- basídios; d- caulocistídios.


19- Entoloma sodale Kuhn. & Romagn. ex Noordel., Figura 298
Int. J. Mycol. Lich. 1: 58. 1982.

Píleo com 0,8 – 3,5 cm de diâmetro, hemisférico a campanulado ou convexo ficando cônico
a plano e com centro depresso, papilado ou não, de amarronzado a quase negro, um pouco mais
pálido com o amadurecimento ficando marrom acinzentado, pruinoso a fibriloso ou esquamuloso,
mas glabrescente, não translúcido-estriado, não higrófano. Lamelas adnexas, sinuadas a
decurrentes, brancas a rosadas, ventricosas, subdistantes. Estipe 2-6 x 0,1 – 0,5 cm, cilíndrico ou
afinando para o ápice, marrom acinzentado eventualmente com alguma tonalidade azulada, com
base mais clara até quase branca, fibroso, fibriloso ou não, oco. Esporos 10-12,5 x 6,2-8,7 μm,
heterodiamétricos, algo pigmentados ao microscópio, de parede fina. Basídios com 26-50 x 8,7-11
μm, em geral bi ou trisporados, raro tetrasporados. Queilocistídios deixando a borda estéril, com 20-
110 x 8,7-13,7 μm, cilíndricos, leve a fortemente clavados, hialinos ou com pigmento intracelular
amarelo-palha a amarronzado, parede fina, frequentemente ramificadas. Trama himenoforal regular.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas, pouco diferenciadas, com grupos de pileocistídios
clavados a cilíndricas com pigmento intracelular marrom ou hialinos, que dão a impressão de
formar uma tricoderme. Fíbulas ausentes
Crescem em solo, isolados ou agrupados, às vezes em locais muito umidos.

Figura 298- Entoloma sodale: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


20- Entoloma speciosa (Romagn.) Putzke & M. Putzke ex Courtec., Figura 299
Doc. Mycol. 34 (133-134): 100. 2006.

Píleo com 2 – 3,5 cm de diâmetro, convexo a plano-convexo ou levemente depresso no


centro, não umbonado, levemente higrófano, com centro marrom escuro e margem marrom
amarelada, fibriloso a granuloso tomentoso a radialmente fibriloso tomentoso, de margem sulcada e
denteada. Lamelas adnexas a adnatas, brancas quando jovens ficando rosadas, subdistantes a
distantes, largo ventricosas, de bordo concolor. Estipe com 3,5 – 5,5 x 0,2 – 0,5 cm, cilíndrico,
fibriloso a glabro, oco, branco puro a levemente bege. Contexto branco, às vezes cambiando para
vermelho quando exposto na região próxima ao estipe. Sabor suave. Esporos com 8 – 11 x 7 – 9,5
μm, subisodiamétricos a heterodiamétricos, com 5 – 6 ângulos. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios e queilocistídios similares, 45 – 85 x 15 – 20 μm, lageniformes a
clavado mucronados, pigmentados de marrom escuro. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas pouco diferenciadas, mas tricodermial nas esquâmulas no centro. Grânulos brilhantes
esparsos às vezes presentes na trama. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo ou madeira podre, agrupados.

Figura 299 – Entoloma speciosa: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios; d- queilocistídios.


21- Entoloma squamifolium (Murril) Singer, Figura 300
Agaricales in Modern Taxonomy. 4 ed., p.713. 1986.

Píleo com até 1 cm de diâmetro, cônico a convexo, não expandido, margem inteira, plana,
superfície mélea coberta com longos pelos frouxamente dispostos, ferruginoso-fulvos. Lamelas
ventricosas, distantes, adnatas, pálido-rosado-acastanhadas. Estipe 40 mm de comprimento, 1,5mm
de diâmetro, cilíndrico, pouco alargado na base, pálido, com pelos ferruginosos conspícuos e
similares aos do píleo, ápice tornando-se subglabro com a maturidade. Gosto e odor desconhecidos.
Esporos com 14,6 - 16,2 x 7,8 - 9,2 μm, com 6 - 8 ângulos, marrom-pálidos em KOH; basídios com
45 - 63 x 15 - 20 μm, com 2 - 4 esporos, clavados, com parede delgada, marrom. Queilocistídios
com 45 - 70 x 15 - 25 μm, largo-clavados a subfusiformes, com parede marrom, levemente
engrossada.
Cresce em solo junto a Pteridófitas, no interior de mata. O material de Rick foi coletado
sobre Pteridófita.
Esta espécie foi citada para o Rio Grande do Sul por SINGER (1953) baseado na exsicata
identificada por RICK (1919) como Inocybe megalospora Rick. De acordo com MAZZER (1976)
esta espécie é próxima de Pouzarella fulvolanata, da qual pode ser dintinguida pela cor ferrugínea
dos pelos do píleo e estipe. Esta característica associada ao tamanho dos esporos e tipo de pelos
diferencia esta de Entoloma dysthales.
Material examinado: Rio Grande do Sul, Sinimbu, Prainha, 26/06/93, Marisa e Jair Putzke,
16407 (HCB). Lajeado, Propriedade do Sr. Ito, Marisa Putzke, 2/07/1995, 16485(HCB).

Figura 300 – Entoloma squamifolium: a- basidioma; b- queilocistídios; c- caulocistídios; d- esporos;


e- basídios; f- pilocistídios.
22- Entoloma strigosissima (Rea) Noordeloos, Figura 301
Persoonia 10: 1979.

Píleo com 0,2-1,7 cm de diâmetro, inicialmente muito cônico, largamente cônico ou


subcampanulado na maturidade, margem levemente enrolada no início, tornando-se plana,
superfície seca, não higrófana, densamente pubescente-estrigosa, com pequenos pelos, no início
profundamente marrons, na maturidade tornando-se mais chocolate ou marrom ferrugíneo.
Contexto fino, marrom cinza aquoso, por vezes quase concolor com a superfície, frequentemente
desenvolvendo uma mancha fracamente vinácea quando machucada ou esmagado Odor e gosto
ausente a fracamente farináceo. Lamelas 1-2,5mm largura, adnatas a uncinadas, ocasionalmente
com 2 ou 3 séries de lamélulas, marrom no início, marrom -claro na maturidade, margem quase
plana, levemente fimbriada. Estipe 16-42 mm comprimento, 1-2 mm de espessura, igual ou
levemente alargado na parte inferior, fistuloso na maturidade; superfície finamente pubescente,
aveludado, com pelos marrons especialmente na parte inferior; base estrigosa com um manto de
pelos marrom escuros, descorados. Esporos de 15-19(23) x 8,5-10,5(11,5) μm, angulosos com 7-9
faces, marrom pálidos em KOH Basídios 30-38 x 17-19 μm, curto-clavados ou subcilíndricos, 2-4
esporos, hialinos, frequentemente com um pigmento amorfo marrom escuro disperso no
citoplasma; sub-himênio com numerosas células curtas e infladas, queilocistídios 35-65(84) x 18-
25(30) μm, piriformes a subcatenulados, parede marrom pálida a levemente avermelhada. Camada
cortical com pelos setiformes 350-650 μm de comprimento, 15 μm de diâmetro na base e porção
distal longa e atenuada com 4-6 μm ; de parede incrustada; pelos do estipe similares, porém mais
longos até 900μm de comprimento; pelos da base do estipe em fascículos de hifas marrom- pálidas,
3-4 μm de diâmetro. Fíbulas ausentes. Trama da lamela regular.
Crescem solitárias a agrupadas, em solo rico em húmus ou sobre madeira em decomposição.
Os pelos são bem característicos, especialmente pela base alargada, e pelo prolongamento
terminando em ponta (na base tem aproximadamente 15 μm, e próximo ao ápice 4-6 μm de
diâmetro), o que diferencia-a das demais espécies da seção Dysthales. Segundo MAZZER (1976),
esta espécie pertence a seção Pouzarella, junto com outras duas: P. nodospora e P. babingtonii. A
primeira diferencia-se de E. strigosissima por apresentar pelos setiformes essencialmente
confinados a superfície do estipe, raros ou geralmente ausentes na superfície do píleo. A segunda
diferencia-se por apresentar a superfície do píleo cinérea a marrom-escura, sem tons avermelhados
e caulocistídios geralmente com 3-8 septos e não ventricosos.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Torres, Roça da Estância, 22/05/87,
Maria Salete, 12355 (HCB).
Figura 301 – Entoloma strigosissima: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- pilocistídios; e-
queilocistídios; f- caulocistídios.
23- Entoloma stylophorum (Berkeley & Broome) Saccardo, Figura 302
Syll. Fung. 5: 687. 1887.

Píleo de 7 - 20 mm de diâmetro, cônico campanulado com umbo mucronado (até 3 mm de


altura); superfície branca a creme, com pigmento rosado; margem estriada. Lamelas adnexas a
adnatas, algumas vezes com dentes decurrentes, pálido a pálido-rosadas, ventricosas com até 1mm
de largura, moderadamente espaçadas, com lamélulas de dois tamanhos. Estipe de 1 - 5cm de
comprimento, por 1 – 2 mm de diâmetro, cartilaginoso, estreitamente fistuloso; branco, glabro,
brilhante. Contexto com até 1 mm de largura no centro, branco. Esporos de 10 - 13,5 x 7 - 9,5 μm,
heterodiamétrico-ovados, distintamente angulosos, com facetas planas ou côncavas. Basídios de 12
- 30 x 7 – 10 μm, clavados, formando 4 esterigmas. Bordo da lamela fértil. Queilocistídios ausentes.
Contexto com hifas infladas, de parede fina, 5 - 15 μm de diâmetro, com fíbulas. Trama regular,
hialina, com hifas infladas com 3 - 9 μm de diâmetro. Camada sub-himenial pseudoparenquimatosa.
Camada cortical uma epícutis de hifas paralelas com 3 - 7 μm de diâmetro.
Cresce em solo no interior de mata.
HORAK (1977), refere que a espécie tem ampla distribuição em áreas tropicais e
subtropicais. HORAK & DESJARDIN (1993) citam que Entoloma stylophorum tem sido
redescoberta subsequentemente em muitas localidades nos trópicos (Sudoeste Asiático,
Madagascar, Singapura, Papua e Nova Guiné, Ilhas Salomon), e no Caribe neotropical e Hawai
pantropical. A mesma é citada como tendo esporos heterodiamétricos normais e queilocistídios
ausentes (Horak, 1977; Pegler, 1983). HORAK & DESJARDIN (1993 -referindo espécies para as
Ilhas Hawai) citam a presença de queilocistídios cilíndricos a subclavados, hialinos, com muitos
septos e esporos heterodiamétricos frequentemente retorcidos. Em nossos exemplares não
encontramos queilocistídios, porém uma das exsicatas (16474) apresentava alguns esporos
retorcidos, chegando a quase estelados. BONONI (1984) cita a espécie para São Paulo (Brasil)
como Leptonia stylophora.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Venâncio Aires, 28/03/1985, Pereira, 10045
(HCB). Santa Cruz, Parque da Gruta, 18/03/1992, Marisa Putzke, 16474 (HCB); Linha Chaves,
10/05/1996, Spielmann e Sulzbacher, 16589 (HCB). Passo Fundo, Campus da Universidade,
10/05/1996, Marisa Putzke e Simone, 16590 (HCB). Camaquã, 22/09/1995, Marisa Putzke, 16593
(HCB). Pelotas, próximo ao aeroporto, 16594 (HCB).

Figura 302 – Entoloma stylophorum: a- basidioma; b- seção longitudinal de um basidioma; c-


esporos; d- basídios; e- hifas da camada cortical do píleo.
24- Entoloma sulcatum (T.J. Baroni & Lodge) Noordel. & Co-David, Figura 303
Persoonia 23: 174. 2009.

Píleo com 0,5 – 1,7 cm de diâmetro, no início convexo papilado e com a maturidade ficando
aplanado a levemente depresso, branco-amarelado a creme-esbranquiçado, com centro levemente
amarelado-amarronzado, glabrescente, de margem sulcada e translúcido-estriada, não higrófano.
Lamelas adnexas a adnatas ou curto-decurrentes, brancas a creme-pálidas, de bordo irregular. Estipe
com 2,3 x 0,3 cm, cilíndrico, concolor com a superfície do píleo, liso. Esporos 8,7-11 x 7,5-8,7
μm, heterodiamétricos, inamiloides, de parede lisa e fina. Basídios com 22-37 x 8,7-12,5 μm,
clavados a cilíndrico-clavados, bi, tri e tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
abundantes, com 16-43 x 10-17 μm, clavados a globoso-clavados, às vezes fusoides, hialinos,
parede fina. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas,
pouco diferenciadas. Fíbulas ausentes.
KARSTEDT (2010) cita a ocorrência de caulocistídios clavados, clavado-ventricosos a
irregulares na metade apical.

Figura 303- Entoloma sulcatum: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


25- Entoloma tucuchense Dennis, Figura 304
Bull. Soc. Myc. Fr. 69: 161. 1953.

Píleo com até 5 cm de diâmetro, campanulado convexo mas expandindo até ficar plano-
convexo, marrom escuro, estriado plicado a craqueada, de margem inteira. Lamelas adnexas,
distantes, pálido amarronzadas. Estipe com 4 – 5 x 0,2 – 0,4 cm, cinza a marrom escuro, pruinoso a
fibriloso no ápice, oco. Esporos com 9-11 x 7 - 9 μm, isodiamétricos, com 5 – 6 ângulos, hialinos.
Basídios com 35 - 45 x 8 - 10 μm, tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes. Caulocistídios
presentes, 40 – 50 x 6 – 8 μm, cilíndricos. Camada cortical do píleo celular, com células clavadas a
ovoides, com 20 – 55 x 20 – 30 μm, de parede fina, com pigmento vacuolar ou plasmático
amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários em húmus.

Figura 304- Entoloma tucuchense: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- elementos da


camada cortical do píleo.
2. CLITOPILUS (Fr.) Kummer

Basidioma clitociboide, onfaloide ou pleurotoide. Píleo subglabro a seríceo, liso ou


raramente venoso, não víscido, margem geralmente involuta, branca a ocrácea ou marrom.
Lamelas decurentes, rosadas. Estipe presente ou ausente, central ou lateral, sem véu. Esporada
rosada. Esporos hialinos a estramíneos, com cinco a dez costelas longitudinais e paralelas, sem
poro germinativo, inamiloides. Pleurocistídios ausentes e queilocistídios às vezes presentes.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas. Hifas sem fíbulas.Crescendo em solo, húmus,
esterco, entre musgos ou sobre madeira.
COOPER (2014) refere que, entre as espécies pleurotoides, reconhecem-se as seguintes: C.
scyphoides f. reductus, C. rhodophyllus, C. hobsonii, C. hobsonii var. chilensis, C. daamsii, C.
rhodotrama, C. cystidiatus, C. passeckerianus, C. fasciculatus, C. incrustatus, C. incrustatus var.
macrospora, C. argentinus, C. kamaka, C. pinsitus, C. venososulcatus além de duas espécies ainda
não nomeadas (Horak, 2008). KIRK et al. (2008) consideraram Rhodocybe como sinônimo de
Entoloma s.l. mas esta sinonimização ainda não foi feita e consiste num erro de acordo com CO-
DAVID et al. (2009), os quais o consideram o gênero sinonímia de Clitopilus.
Chaves e descrições para Clitopilus podem ser encontradas em BARONI & HALING (2000)
que trata das espécies da Costa Rica. O material aqui revisado encontra-se citado em PUTKZE &
PUTZKE (2000).
Pelo menos as seguintes espécies ocorrem no Brasil (espécies em negrito estão descritas mais
abaixo):
*- Clitopilus argentinus Singer (PR)- MEIJER (2008).
*- Clitopilus hobsonii (Berk. & Br.) Orton (AM; RS) - SINGER (1969): 333. (PR)- MEIJER
(2008) com var. hobsonii. (SP) MEIJER (2016).
*- Clitopilus incrustatus Singer (RS) - PEREIRA (1990): 70 (notas apenas). PUTZKE &
PUTZKE (2000).
*- Clitopilus rhodotrama Singer (RS; SP) - PEGLER (1983b): 370. PUTZKE & PUTZKE
(2000).
*- Clitopilus scyphoides (Fr.) Singer (PR)- MEIJER (2008); var. submicropus (Rick) Singer
(RS) - SINGER (1953): 97. PUZTKE & PUTZKE (2000).

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CLITOPILUS REFERIDAS PARA O BRASIL:

1.1 Esporos com cinco a dez costelas longitudinais e paralelas .........................2


1.2 Esporos nodosos, rugoso-espinhosos ou verrucosos .............ver Rhodocybe

2.1 Basidioma clitociboide, com estipe central .............. C. scyphoides


2.2 Basidioma pleurotoide, com estipe lateral ou ausente .................. 3

3.1 Hifas da trama apresentando pigmento rosado ................. C. rhodotrama


3.2 Hifas da trama hialinas ..............................4

4.1 Camada cortical do píleo com hifas apresentando incrustações marrom escuras
...................... ................................ C. incrustatus
4.2 Camada cortical do píleo formada por hifas sem incrustações fuligíneas, mas apresentando-se
hialinas a amarronzadas .... ......................... 5

5.1 Píleo piloso ............................... C. argentinus


5.2 Píleo glabro ............................... C. hobsonii
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CLITOPILUS ENCONTRADAS

1- Clitopilus argentinus Singer, Figura 305


Singer & Digilio, Lilloa 25: 513 (1952) [1951]

Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, séssil ou com estipe muito curto (1-3 mm), esbranquiçado
a acinzentado, piloso, de margem ondulada. Lamelas esbranquiçadas a acinzentadas, adnatas
(quando apresenta estipe) ou radiando de um ponto excêntrico. Estipe quando presente piloso,
muito curto e lateral. Esporos com 7- 8 x 4,5 - 5,5 μm, ovoides, hialinos, apresentando estrias
longitudinais. Basídios tetrasporados com 14 – 20 x 6 – 7 μm. Camada cortical do píleo formada
por hifas eretas a semieretas, septadas, agudas, que deixam a aparência pilosa à superfície. Cristais
hialinos presentes na camada cortical do píleo e sem pigmento marrom incrustante. Fíbulas
ausentes.
Crescem em madeira morta.

Figura 305 – Clitopilus argentinus: a- basidioma; b- esporos (vista frontal em b’); c- elementos da
camada cortical do píleo.
2- Clitopilus hobsonii (Berk.) P. D. Orton, Figura 306
Trans. Brit. Mycol. Soc. 43: 174. 1960.

Píleo com 0,2 – 1,2 cm de diâmetro, convexo a dimidiado ou conchado-subespatulado,


branco ou creme a rosado quando velho, glabro a seríceo, branco híspido no ponto de fixação ao
substrato, às vezes translúcido estriado. Lamelas brancas a creme, adnatas a adnexas, próximas, de
bordo concolor e plano. Estipe branco a creme, central quando jovem, mas logo ficando excêntrico,
lateral a ausente nas formas mais maduras, com 1 mm de comprimento no máximo. Esporos com 6
– 9,6 x 3,5 – 5 μm, elipsoides, com 7 – 11 estrias longitudinais, de parede cianófila. Basídios com
15 – 24 x 7 – 9 μm, clavados, tetrasterigmatados. Cistídios ausentes. Camada cortical do píleo com
hifas prostradas em camada de até 150 μm, hialinas, com numerosas hifas terminais ascendentes,
sem incrustações nem cristais, raramente com alguns cristais cuboides próximos do ponto de
contato com o substrato. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo, casca na base de árvores e galhos mortos e até sobre rochas cobertas por
camada de algas ou protonema de musgos, em geral em interior de floresta. Clitopilus hobsonii var.
cystidiosus tem queilocistídios ventricoso-rostrados ou cilíndricos de até 80 μm de comprimento.

Figura 306 – Clitopilus hobsonii: a- basidioma; b- esporos.


3- Clitopilus incrustatus Singer, Figura 307
Sydowia 2: 38. 1948.

Píleo com 0,5 – 1 cm de diâmetro, marrom acinzentado, convexo e dimidiado a plano, fixo
lateralmente ao substrato, de margem sulcada ou subestriada, seca, fibrilosa, involuta. Lamelas
pálido creme a levemente acinzentadas, decurrentes, próximas. Estipe excêntrico a quase lateral
com o desenvolvimento do píleo, acinzentado, com 0,1- 0,2 x 0,1 cm, reduzido a ausente com a
idade. Esporos com 5 – 6,5 x 3 – 4 μm, elipsoides, com sulcos longitudinais rasos resultando em 8 a
10 facetas visíveis em vista frontal, fortemente cianófilos. Basídios com 16 – 25 x 7 – 8 μm,
clavados, tetrasporados. Cistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas, entrelaçadas, cobertas por incrustações grossas e amarronzadas a marrom
escuras, formando células terminais escassas e projetantes (eretas), hialinas, com 2,4 – 4 μm de
diâmetro. Fíbulas ausentes.
Crescem em pequenos fragmentos de galhos mortos em interior de floresta.
O píleo marrom acinzentado, hábito pleurotoide e hifas encrustadas da camada cortical
diferenciam a espécie. A variedade macrosporus Singer tem esporos com 6-9 x 4,5 – 6 μm.

Figura 307 – Clitopilus incrustatus: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada cortical do


píleo.
4- Clitopilus rhodotrama Singer, Figura 308
Lilloa 25: 421. 1952 (1953).

Píleo marrom avermelhado, com 2 – 4 mm de diâmetro, convexo ou dimidiado, fixo


lateralmente ao substrato, sulcado, glabro exceto pela fina pubescência no ponto de fixação.
Lamelas concolores ao píleo, adnatas, distantes a subdistantes, com 6 lamelas completas e uma a
duas lamélulas, largas. Estipe ausente. Esporos com 5-7 x 3-4 μm, elipsoides, com costelas
longitudinais, angulares em vista polar com (6-)8-9(-10) facetas; parede fortemente cianofílica.
Basídios tetrasterigmatados, clavados, 14-20 x 6,4-7 μm. Cistídios ausentes. Corpos pigmentados
presentes no himênio, irregulares, extracelulares, com 4 – 8 μm no eixo maior, vermelho escuros a
ocráceos em água e ocre dourado escuros em KOH, não dissolvendo-se mas ficando rosados em
50% de HCl e deixando o tecido circundante com a mesma coloração. Trama do himenóforo
regular, com hifas de 1,6 – 4 μm de diâmetro com corpos pigmentados irregulares abundantes
entremeados (extracelulares) ocre-dourados. Contexto do píleo com hifas irregulares, cilíndricas ou
levemente infladas, 1,6 – 6,4 μm de diâmetro, com os mesmos corpos pigmentados do himênio.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas, entrelaçadas cobertas por cristais hialinos, cuboides
ou prismáticos que se dissolvem em HCl 50%. Fíbulas ausentes.
Crescem em madeira morta em interior de floresta, gregários. A presença dos cristais
cuboides nos elementos prostrados da camada cortical são um caracter exclusivo.

Figura 308 – Clitopilus rhodotrama: a- basidioma em tamanho real; b- basidioma ampliado; c-


esporos; d- elementos da camada cortical do píleo.
5- Clitopilus scyphoides (Fr.) Singer, Figura 309
Farlowia 2: 554. 1946.

Píleo com 1 – 3 cm de diâmetro, convexo a plano-convexo, com umbigo bem definido ou


ciatiforme, de colorido amarelo pálido a esbranquiçado, liso, translúcido estriado, de margem
ondulada. Lamelas decurrentes, pálido rosado ocráceas, próximas, estreitas, às vezes furcadas.
Estipe com 1 – 2 x 0,2 – 0,4 cm, cilíndrico, afinando em direção à base, sólido, creme, com micélio
basal esbranquiçado. Contexto fino, branco. Esporos com 6 – 7,5 x 3 – 4 μm, oblongo elipsoides,
com 8 estrias longitudinais pouco pronunciadas. Basídios com 17 – 20 x 6 – 8 μm, tetrasporados.
Bordo da lamela fértil. Trama do himenóforo subregular. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas, hialinas, com 3 – 5 μm de diâmetro. Fíbulas ausentes.
O basidioma centralmente estipitado com píleo atingindo 3 cm de diâmetro e as estrias
fracas dos esporos diferenciam a espécie.

Figura 309 – Clitopilus scyphoides: a- basidioma; b- esporos (um em vista frontal); c- elementos da
camada cortical do píleo.
3. RHODOCYBE R. Maire

Basidioma micenoide a colibioide ou tricolomitoide a clitociboide ou pleurotoide. Píleo


pigmentado ou liso. Himenóforo lamelado. Lamelas adnexas, adnatas a decurrentes. Estipe de
central a excêntrico ou lateral. Esporada rosada a cinza-rosada. Esporos nodosos, rugoso-
espinhosos ou verrucosos, inamiloides, sub-hialinos a estramíneos, angulares se vistos de perfil.
Cistídios presentes ou ausentes. Trama regular. Camada cortical do píleo formada por hifas
prostradas, ou com arranjo paliçádico.
Crescendo no solo, raramente em ramos finos. BARONI (1981) apresenta revisão
taxonômica para o gênero.
Rhodocybe oenocephala (Mont. ss. Rick) Raith. descrito por RAITHELHUBER (1991),
necessita ser melhor estudado. Para o Brasil 11 taxa foram registrados de Rhodocybe dos estados
do Amazonas (Singer, 1973; 1989), Paraná (Meijer 2001, 2006, 2008), Rio Grande do Sul (Putzke
& Putzke, 2000) e São Paulo (Pegler 1997).
Todos os Rhodocybe foram considerados Clitopilus seguindo a proposta de CO-DAVID et
al. (2009). Mas recentemente os dois gêneros foram mantidos separados por novos estudos
moleculares e Rhodocybe ainda foi desmembrado em outros três gêneros: Clitopilopsis,
Rhodophana e Clitocella (Kluting et al., 2014). Clitopilopsis reúne apenas C. hirneola ainda não
referida para ao Brasil. Rhodophana reúne as espécies Rhodocybe mundula, R. popinalis e R. fallax
ainda não citadas para o Brasil. Clitocella reúne somente C. hirneola e C. heterospora não citadas
para o Brasil.
As seguintes espécies ocorrem no Brasil, mas na chave mais abaixo e na descrição
subsequente apenas as confirmadas (sem aff. e cf.) foram incluídas (espécies descritas estão em
negrito):
- Rhodocybe aff. albovelutina (G.Stev.) E.Horak (PR) – MEIJER (2010).
- Rhodocybe caelatoidea Dennis (PR) – MEIJER (2010).
- Rhodocybe cf. caelata (Fr.) Maire - (PR) – MEIJER (2010).
- Rhodocybe aff.conchata E. Horak - (PR) – MEIJER (2010).
*- Rhodocybe conica Singer (AM) – SINGER (1989): 122.
*- Rhodocybe crepidotoides Singer (PB) - SINGER (1973): 95.
*- Rhodocybe levispora de Meijer (PR) – MEIJER (2008) ver descrição neste trabalho. MEIJER
(2010) sinonimiza esta espécie com Clitocybe levisporus (de Meijer) de Meijer)
*- Rhodocybe mellea T. J. Baroni & Ovrebo - (PR) – MEIJER (2010).
- Rhodocybe cf. mycenoides Singer) (PR) – MEIJER (2010).
*- Rhodocybe pseudonitellina Dennis - (PR) – MEIJER (2010).
*- Rhodocybe rickii Singer var. rickii (RS) [R. gilvoides (Rick) Singer é sin.] - BARONI (1981):
89.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE RHODOCYBE ENCONTRADAS:


1.1 Píleo convexo a plano, com cor de mel; lamelas amareladas; pseudocistídios himeniais
presentes e com pigmento acre-avermelhado ............................... R. mellea
1.2 Píleo e lamelas como acima ou diferentes; pseudocistídios ausentes ............2

2.1 Hábito pleurotoide ................ R. crepidotoides (esporos ornamentados) ou R. levispora (se


esporos lisos ao microsópio ótico).
2.2 Hábito não pleurotoide ............ 2

2.1 Píleo cônico-agudo, fuligíneo com até 2 cm de diâmetro; crescem em


húmus........... .......................................................................... R. conica
2.2 Píleo amarronzado a levemente cinamômeo ocráceo ou marrom-alaranjado, com 2 – 4,5 cm de
diâmetro, crescem em solo ............................... 3
3.1 Píleo amarronzado a levemente cinamômeo ocráceo; esporos curto elipsoides a
obovoides ........................................... R. rickii var. rickii
3.2 píleo marrom alaranjado; esporos globosos a subglobosos ..........R. pseudonitellina
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DO SUBGÊNERO RHODOCYBE ENCONTRADAS:

1- Rhodocybe caelatoidea Dennis, Figura 310


Kew Bull. 15: 154. 1961.

Píleo rosa salmão. Esporos com 6 – 7 x 4 – 5 μm, ovoides a elipsoides, não amigdaliformes,
rugulosos, subhialinos, inamiloides. Basídios com 22 – 30 x 4 – 7 μm, tetrasporados. Cistídios do
tipo pseudocistídios com 35 – 60 x 4 – 7 μm, cilíndricos a sufusoides, com pigmento interno
amarelo-amarronzado em KOH, de parede fina. Subhimênio celular. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas de 2 – 5 μm de diâmetro, com grupos de pileocistídios inflados
incrustados com pigmento amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo humoso em floresta. R. tasmanica é similar mas difere pela coloração do
píleo e por ter esporos amigdaliformes. Rhodocybe caelata (Fr.) Maire tem esporos amigdaliformes.

Figura 310 – Rhodocybe caelatoidea: a- basidioma; b- esporos; c- pseudocistídios.


2- Rhodocybe conica Singer, Figura 111
Fieldiana Botany 29: 122. 1989.

Píleo fuligíneo, macroscopicamente glabro, não viscoso, liso, margem inicialmente


incurvada, com 20 mm de diâmetro e 11 mm de altura, cônico, agudo, subpapilado. Lamelas pálido
acinzentadas e então sórdidas, parecendo ter gútulas resináceas succíneas ou castanhas em material
seco, estreitas, próximas, ascendentes, mais ou menos adnexas. Estipe fuligíneo, glabro, liso, não
víscido, com 17 x 1,2 mm. Contexto um pouco mais pálido que a superfície, imutável, fino,
inodoro. Esporos com 5-7 x 2,8-4,4 μm, versiformes, a maioria elipsoides, asperulados, angulosos
em vista polar, hialinos a subhialinos, inamiloides. Basídios com 16-20 x 5,5-6,2 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios longo filamentosos, 2 – 5 μm de diâmetro, hialinos, de
paredes finas, com conteúdo resináceo castanho incrustado em material de herbário. Hifas sem
fíbulas, não gelatinizadas, inamiloides. Trama himenoforal regular, formada por hifas subhialinas ou
levemente pigmentadas. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, castanho escuras (pigmento
intraparietal e incrustante), com alguns pilocistídios com 100-125 x 1,7-2,5 μm, hialinos de paredes
finas, obtusos, similares aos queilocistidios.
Crescem em húmus, entre folhas mortas e restos lignosos em interior de mata.
Material examinado: Brasil, Amazonas, estrada Manaus-Caracarai, km 125, 21/05/1978,
Singer B 11049 (INPA).

Figura 311- Rhococybe conica: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


3- Rhodocybe crepidotoides Singer, Figura 312
Beih. Sydowia 7:95. 1973.

Píleo com até 9 mm de diâmetro, pleurotoide, lateralmente estipitado ou praticamente séssil,


ligulado, de superfície seríceo pruinosa a finamente tomentosa, branco a acinzentado, ficando
amarronzado quando secos. Contexto fino, branco. Lamelas adnatas a decurrentes, lateralmente
atenuadas até o ponto de fixação, estreita a moderadamente largas, com 2 – 2,5 mm de largura,
bordo obtuso, brancas a acinzentadas e ficando amarronzadas (“Oak” PL. 14, L-11 M&P). Estipe
minúsculo a quase ausente, excêntrico a lateral, viloso, com rizomorfas brancas, concolor com o
píleo. Sabor suave, odor nulo. Esporada rosada-estramínea. Esporos com (5-) 5,5- 7 (-8) x 4 – 5,5
μm, subglobosos a subelipsoides, mais ou menos angulares em vista frontal (com 7 – 8 facetas),
undulado pustulado em todas as vistas, parede cianofílica, inamiloides, hialinos a pálido amarelados
em KOH, de parede algo engrossada. Basídios com 18 – 25 x 6,5 – 8,5 μm, tetrasterigmatados, não
cianofílicos. Pleurocistídios e queilocistídios (pseudocistídios) similares, com 20 – 65 x 3 – 7 μm,
cilíndricos a ventricosos a ventricoso mucronado ou lageniformes (alguns com seu ápice cilíndrico
de até 20 μm de comprimento), com conteúdo pálido ocráceo a avermelhado ocráceo escuro em
KOH, mais escuro em H2O, abundantes, formados a partir do subhimênio e trama e projetando a
mais de 20 μm por cima do himênio. Trama da lamela com hifas entrelaçadas, com 2 – 7 μm de
diâmetro, cilíndricas, com pigmento vermelho-amarronzado escuro a fulvo. Contexto com hifas
igualmente pigmentadas. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, finamente incrustadas,
cilíndricas, com 2,5 – 5 μm de diâmetro, com células ascendentes e projetantes, hialinas, cilíndricas
ou estreito clavadas, 15 – 40 x 3 – 5 μm. Fíbulas ausentes.
Crescem em casca e troncos de árvores dicotiledôneas. R. levispora de Meijer citada para o
Paraná (ver descrição e desenho em Meijer, 2008) também apresenta hábito pleurotoide, mas os
esporos são lisos ao microscópio ótico.

Figura 312 – Rhodocybe crepidotoides: a- basidioma; b- esporos; c- pleuro e queilocistídios.


4- Rhodocybe mellea T. J. Baroni & Ovrebo, Figura 313
Micologia 80: 513. 1988.

Píleo com 2 – 4,2 cm de diâmetro, cor de mel (5C5), levemente ocráceo amarelado,
higrófano, não descolorindo, convexo a plano, opaco, glabro, de margem incurvada quando jovem
apenas, ondulada. Lamelas pálido amareladas, descolorindo para amarelo cinamômeo quando
machucadas, próximas, adnatas com dente decurrente. Estipe com 2,5 – 6,5 x 0,2 – 0,7 cm, central,
glabro, oco, às vezes achatado, mais escuro que o píleo, marrom-méleo, não descolorindo. Esporos
com 5,5 – 7 x 4,5 – 5,5 μm, subglobosos a obovoides, angulares em vista frontal, ondulado
pustulados, inamiloides, cianofílicos. Basídios com 20 – 30 x 5,5 – 6,5 μm, tetrasporados, clavados.
Queilocistídios e pleurocistídios similares, do tipo pseudocistídios, com 45 – 80 x 6,5 – 10 μm,
lanceolados a ventricosos ou lageniformes, de conteúdo ocáceo dourado, formados na trama.
Camada cortical do píleo de hifas prostradas, algumas incrustadas com pigmentos, amarelado-
douradas. Fíbulas ausentes.
Crescem de escassos a gregários em solo no interior de floresta.

Figura 313 – Rhodocybe mellea: a- basidioma; b- esporos; c- pseudocistídios.


5- Rhodocybe pseudonitellina Dennis, Figura 314
Bull. Soc. Mycol. France 69: 197. 1953.

Píleo com até 4,5 cm de diâmetro, marrom cinamômeo, convexo com disco depresso,
glabro, higrófano. Lamelas adnatas, próximas. Estipe com 50 – 60 x 0,8 – 1 cm, cilíndrico ou
afinando em direção à base, glabro. Esporada vermelho acinzentada. Esporos 5 – 6,5 x 4 – 5 μm,
subglobosos a curto elipsoides, angulosos em vista frontal, undulado-pustulados a rugulosos.
Basídios com 20 – 26 x 6,5 – 8 μm, tetrasporados. Cistídios de todos os tipos ausentes. Camada
cortical do píleo com hifas prostradas, finamente incrustadas apenas em algumas células terminais,
às vezes com pigmento marrom, com células curtas, com hifas de 2 – 8 μm de diâmetro. Fíbulas
ausentes.
A espécie foi citada como R. nitellina por PEGLER (1977) para a África de acordo com
BARONI (1999).

Figura 314 - Rhodocybe pseudonitellina: a- basidioma; b- esporos.


6- Rhodocybe rickii Singer var. rickii, Figura 315
Lilloa 26: 71. 1953.

Píleo com 2 – 3 cm de diâmetro, infundibuliforme, liso, glabro, não víscido, higrófano,


amarronzado a levemente cinamômeo ocráceo. Lamelas decurrentes, arcuadas, largas, distantes,
algumas furcadas, cinamômeas. Estipe 4 – 5,5 – 0,4 – 0,7 cm, mais engrossado na base, subigual ou
ventricoso, irregular na forma, glabro e liso, mais pálido que o píleo, sólido. Contexto concolor à
superfície. Sabor suave a levemente adstringente. Esporos com 5 – 6,5 x 3 – 4 μm, curto elipsoide a
obovoides, angulares em vista polar (com 6 – 9 facetas) fracamente ondulado-pustulados a quase
lisos, cianofílicos, inamiloides. Basídios com 20 – 25 x 5 – 6 μm. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios difíceis de diferenciar, com 15 – 30 x 3,5 – 5 μm, de parede fina, muitos
semelhantes aos basidíolos, pouco projetantes, às vezes furcados ou ramificados, hialinos em KOH.
Camada cortical do píleo com hifas frouxamente entrelaçadas, algo eretas ou totalmente prostradas,
não incrustadas, cilíndricas, com 3,5 – 5,5 μm de diâmetro. Superfície do estipe coberta por hifas
paralelas, prostradas, não incrustadas, cilíndricas, com 3,5 – 5,5 (-7) μm de diâmetro, com algumas
camadas de hifas terminais ascendentes. Fíbulas ausentes
Crescem em solo. A var. convexa diferencia-se pelo píleo convexo e por crescer em madeira.

Figura 315 – Rhodocybe rickii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


HYGROPHORACEAE Lotsy
Píleo frequentemente víscido a glutinoso, em geral fortemente pigmentado. Lamelas grossas e
cerosas adnatas a decurrentes. Estipe subcartilaginoso a carnoso, algumas vezes víscido a glutinoso,
às vezes com véu, liso ou fibriloso até o ápice, ou longitudinalmente estriado-fibriloso. Contexto
usualmente carnoso. Esporada branca. Esporos dimórficos ou não, de parede fina, pequenos e
globosos a grandes e cilíndricos, ovoide-elipsoide, geralmente lisos, raramente estelado-equinados,
inamiloides, raramente amiloides. Basídios grandes, com 5-7 vezes o comprimento dos esporos,
com quatro ou dois esterigmas, dimórficos em algumas espécies. Basidíolos filamentosos. Cistídios
ausentes ou muito inconspícuos. Trama de lamela regular, irregular ou bilateral. Camada cortical do
píleo constituída de arranjo radial de hifas, mais raramente hifas prostradas ou hifas eretas
embebidas em massa gelatinosa formando uma camada himeniforme. Hifas com contexto sempre
inamiloides, com numerosas fíbulas, raramente sem.
Crescem no solo, formando ou não micorriza (assim em Hygrophorus), entre musgos
(Sphagnum), raramente sobre madeira morta.
KIRK et al. (2008) listam 325 espécies para a família.
Os estudos moleculares, em especial LODGE et al. (2013) consideram a família composta
pelos seguintes gêneros: Acantholichen, Ampulloclitocybe, Arrhenia, Cantharellula, Cantharocybe,
Chromosera, Chrysomphalina, Cora, Corella, Cuphophyllus, Cyphellostereum, Dictyonema,
Eonema, Gliophorus, Haasiella, Humidicutis, Hygroaster, Hygrocybe, Hygrophorus (com
Camarophyllus), Lichenomphalia, Neohygrocybe, Porpolomopsis e Pseudoarmillariella, além de
descreverem como novos Gloioxanthomyces. Muitos destes gêneros são liquenizados.
Os gêneros Arrhenia e Lichenomphalia (este em Omphalina) que ocorrem no Brasil serão
tratados aqui em Tricholomataceae para facilitar a diferenciação.

CHAVE PARA OS GÊNEROS DE HYGROPHORACEAE QUE OCORREM NO BRASIL:


1.1 Esporos nodosos ou estelados, mas com parede homogênea; fíbulas
ausentes ......... ......... ........................................... Hygroaster
1.2 Esporos lisos, não como acima; fíbulas presentes ou ausentes ...............2

2.1 Trama himenoforal bilateral; sempre ectomicorrízico ........ Hygrophorus


2.2 Trama himenoforal regular a irregular; não ectomicorrízicos ................. 3

3.1 Camada cortical do píleo tricodermial-paliçádica a himeniforme, pelo menos em parte da


superfície .................... .......................... Hygrotrama
3.2 Camada cortical do píleo uma ixotricoderme, ixocutis ou cutis de hifas prostradas,
frequentemente pouco diferenciada; se tricodermial, as hifas que a formam não são
infladas ....................................................................... 4

4.1 Trama himenoforal irregular, de hifas estreitas ........ Camarophyllus (= Hygrophorus)


4.2 Trama himenoforal regular, de hifas consideravelmente largas.............Hygrocybe

1. CAMAROPHYLLUS Kummer

Hábito clitociboide. Píleo pigmentado em tons de creme, esverdeado, ou violeta, porém nunca
brilhantemente colorido como Hygrocybe, de superfície lisa. Lamelas adnatas decurrentes. Estipe
central. Esporada branca. Esporos lisos, com parede homogênea e fina, frequentemente globosos,
hialinos, inamiloides, tipicamente uninucleados. Basídios normais. Cistídios usualmente ausentes.
Trama da lamela irregular, com hifas axialmente arranjadas. Camada cortical do píleo uma cutis,
formada por hifas prostradas ou às vezes uma tricoderme. Contexto carnoso, hifas com ou sem
fíbulas.
Crescendo sobre madeira ou solo, nunca formando micorriza.
Este gênero é tratado por LODGE et al. (2013) como sinonímia de Hygrophorus.

As seguintes espécies são referidas para o Brasil (as descritas estão em negrito):
*- Camarophyllus buccinulus (Speg.) Pegler (SP) - PEGLER (1983b): 48. (PR) – MEIJER
[2008 -erradamente identificado, é na verdade C. niveicolor ss. Meijer (2010)]. (SC) -
KARSTEDT & STURMER (2008).
*- Camarophyllus niveicolor (Murr.) Singer (SP) - PEGLER (1983b): 48. (PR) MEIJER (2010)
(SP) MEIJER (2016).
*- Camarophyllus paraiboensis Singer (PB) - SINGER (1977g): 278.
*- Camarophyllus pratensis (Pers.ex Fr.) Kummer - pode ser o que RICK (1961) referiu como
Hygrophorus pratensis Pers. (PR) – MEIJER (2008).
*- Camarophyllus subpratensis (Beeli) Heinem.- referida para São Paulo por BONONI et al.
(1984) mas não foi confirmada para a área por PEGLER (1997) na revisão deste material.
Camarophyllus virgineus (Fr.) Fr. pode ser o que RICK (1961) refere como Hygrophorus
virgineus Fr. ss. Rick, mas o material original necessita ser revisado.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE CAMAROPHYLLUS ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Píleo com 0,6 - 0,8 cm de diâmetro; esporos 3,5 - 4,0 x 3,0 - 3,2 μm; fíbulas
ausentes............... ..........................................C. paraiboensis
1.2 Píleo como acima ou maior; esporos com 6 μm ou mais de comprimento; fíbulas
presentes .......................................................................2

2.1 Píleo com 1,0 - 2,5 cm diâmetro, convexo a levemente umbilicado, branco; odor adocicado;
esporos com 6 - 8 x 4,5 - 6,5 μm.......................... C. buccinulus
2.2 Píleo com 0,5 - 7 cm de diâmetro, convexo a umbonado; odor apimentado a muito fraco ou
nulo; esporos como acima ou maiores.............................3

3.1 Píleo com 0,5 - 2 cm diâmetro; esporos com 9 – 13,3 x 6,4 – 8,8 μm ....... C. niveicolor
3.2 Píleo com 2 - 7 cm de diâmetro; esporos como acima ou menores.........................4

4.1 Esporos elipsoides, com 8 - 12 x 5 - 7 μm ........................ C. virgineus


4.2 Esporos subglobosos, com 7 - 9 x 6 – 7 μm ...................... 5

5.1 Píleo plano com uma ampla depressão central, ocráceo a algo ocre-rosado, glabro e liso, de
margem involuta; lamelas profundamente decurrentes, arqueadas, ocre claras; esporos 8,4 – 9,6 x 6
– 7,4 μm, elipsoides a subglobosos .................................. C. subpratensis
5.2 Píleo obtuso ou convexo a expandido, largamente convexo a umbonado ou turbinado, amarelo a
alaranjado, mas ficando cinamômeo-amarelado a ocráceo-amarelado; lamelas decurrentes,
concolores ao píleo ou mais pálidas; esporos com 5,5-8 x 3,5 – 5 μm, elipsoides a subovoides ou
raro subglobosos .....................C. pratensis
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CAMAROPHYLLUS ENCONTRADAS NO BRASIL:

1- Camarophyllus buccinulus (Speg.) Pegler, Figura 316


Kew Bull. Add. Ser. 9, p. 48. 1983.

Píleo com 1 - 2,5 cm de diâmetro, convexo com um pequeno umbigo, branco, seco. Lamelas
decurrentes, brancas, grossas, distantes. Estipe branco, afinando em direção a base, ondulado, seco,
fibroso, sólido a oco pelo menos na metade apical. Odor suave. Esporos com 6 -8 (-10) x 4,5 - 6,5
μm, subglobosos a largo elipsoides, inamiloides. Basídios com 67 - 75 x 9 – 10 μm, tetrasporados.
Trama da lamela irregular. Camada cortical do píleo de hifas prostradas radialmente arranjadas com
4 – 5 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem em solo. O diâmetro do píleo e o tamanho dos esporos são caracteres distintivos
desta espécie.
Material examinado: Brasil, SP, Mogi Guaçu, 29-30/I/1987, D.N. Pegler et al. DNP3913
(SP214416).

Figura 316 - Camarophyllus buccinulus: a- basidioma; b- basídio; c- esporos.


2- Camarophyllus niveicolor (Murr.) Singer, Figura 317
Lloydia 5: 99. 1942.

Píleo com 0,3 – 2 cm de diâmetro, convexo, branco, liso, glabro, de margem decurvada,
levemente irregular, seco. Lamelas decurrentes, brancas, levemente arcuadas, distantes. Estipe com
1 – 2,5 x 0,1 – 0,3 cm, branco, cilíndrico, glabro, carnoso, flexuoso, afinando em direção ao ápice.
Odor ausente ou a hortelã pimenta. Esporos com 9 – 13,3 x 6,4 – 8,8 μm, elipsoides a subglobosos,
inamiloides, hialinos e de parede fina. Basídios com 60 – 80 x 9 – 12 μm, tetrasporados. Trama
himenoforal irregular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas.
Fíbulas presentes.
Crescem em solo. O píleo seco e o tamanho dos esporos diferenciam esta espécie.
Material examinado: Brasil, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, Tajuba em restinga alta
costeira, 25/IV/1985, M. Capelari MC366 (SP193852).

Figura 317 - Camarophyllus niveicolor: a- basidioma; b- esporos; c- basídios.


3- Camarophyllus paraiboensis Singer, Figura 318
Sydowia 30(1-6): 278. 1978 (1977).

Píleo com 6 – 8 mm de diâmetro, cinza, não víscido, liso, opaco, convexo a subumbonado.
Lamelas branco cinzentas, secando pálido alutáceas, distantes a subdistantes, grossas, adnatas a
adnato decurrentes. Estipe branco acinzentado, branco na base, finamente apresso fibriloso no
ápice, sólido, com 10 - 15 x 1,5 mm. Esporos com 3,5 - 4 x 3 – 3,2 μm, subglobosos, alguns
levemente arredondado-angulares, hialinos, de parede fina, inamiloides mas alguns com grânulos
pseudoamiloides. Basídios com 18 - 31 x 4,5 -5 μm, clavados, tetrasporados. Cistídios himeniais
ausentes. Fíbulas ausentes, inamiloides ou com grânulos pseudoamiloides. Trama himenoforal
regular, com o mediostrato diferenciado do laterostrato. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas.
Crescem em solo, no interior de floresta. O píleo muito pequeno, com camada cortical de
hifas prostradas não gelatinizadas e os esporos minúsculos diferenciam esta espécie.
Material examinado: Brasil, Paraíba, João Pessoa, R. Singer, 11/07/1960, BAFC (B 3334).

Figura 318 - Camarophyllus paraiboensis: a- basidioma; b- esporos; c- basídios.


4- Camarophyllus pratensis (Fr.) Kummer, Figura 319
Führ. in Pilzk., p. 117. 1871.

Píleo com 2 – 7 cm de diâmetro, obtuso ou convexo a expandido, largamente convexo a


umbonado ou turbinado, amarelo a alaranjado, mas ficando cinamômeo-amarelado a ocráceo-
amarelado, glabro a finamente fibriloso sob aumento, úmido a seco, areolado a rachado
irregularmente no disco. Lamelas decurrentes, concolores ao píleo ou mais pálidas, subdistantes a
distantes, estreitas a moderadamente grossas, geralmente intervenosas. Estipe com 3-8 x 0,5 – 2 cm,
esbranquiçado ou de colorido igual ao píleo, afinando em direção à base ou cilíndrico, seco e
glabro. Contexto grosso, esbranquiçado a pálido amarelado. Odor e gosto suaves. Esporos com 5,5-
8 x 3,5 – 5 μm, elipsoides a subovoides ou raro subglobosos, lisos, inamiloides. Basídios com 40 –
54 x 5 – 7 μm, terasporados. Cistídios não formados. Trama do himenóforo irregular. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas. Fíbulas presentes nas hifas da
trama.
Crescem solitários a cespitosos em áreas abertas no solo. É incluído no gênero
Cuphophyllus de acordo com a biologia molecular. AKTAS et al. (2008) citam material da Turquia
com descrição e ilustração (sob Hygrophorus).

Figura 319 – Camarophylus pratensis: a- basidioma; b- esporos.


5- Camarophyllus subpratensis (Beeli) Heinem., Figura 320
Bull. Jard. Bot. Etat Brux. 33 (4): 424. 1963.

Píleo com 5 – 7 cm de diâmetro, plano com uma ampla depressão central, ocráceo a algo
ocre-rosado, glabro e liso, de margem involuta. Lamelas profundamente decurrentes, arqueadas,
ocre claro, subdistantes, com 0,6 mm de espessura, com venações até intervenoso na base, de bordo
plano e concolor aos lados. Estipe 4-5 x 0,5 – 1 cm, central, cilíndrico, concolor, mas mais claro que
a superfície do píleo, seco e glabro, liso. Esporos (7,4-) 8,4 – 9,6 x 6 – 7,4 (-8,7) μm, elipsoides a
subglobosos, lisos, inamiloides. Basídios com 47 – 52 x 10 -12 μm, terasporados. Cistídios não
formados. Trama do himenóforo irregular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
pouco diferenciadas. Fíbulas presentes nas hifas da trama.
Crescem solitários a agrupados em solo. Os esporos subglobosos são caráter distintivo, em
especial com relação a C. pratensis.
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
29/XI/1982, G. Guzmán et al. s.n. (SP177752).

Figura 320 - Camarophyllus subpratensis: a – basidioma; b- esporos.


2. HYGROASTER Singer

Basidiomas pequenos. Píleo branco a pigmentado quando fresco, mas tornando-se negro
quando desidratado, subumbilicado a umbilicado. Lamelas adnatas a adnato-subdecurrentes,
subdistantes a distantes, engrossadas. Estipe oco, não inserto. Esporos relativamente grandes,
subglobosos, com espinhos agudos ou cilindros obtusos, parecendo estelados. Pseudocistídios
ausentes. Trama regular a bilateral, com mediostrato pigmentado e laterostrato hialino. Pigmento, se
presente, pricipalmente vacuolar.
Crescendo no solo.
LODGE et al. (2013) confirmam este gênero em Hygrophoraceae de acordo com a biologia
molecular.
Duas espécies ocorrem no Brasil (as descritas estão em negrito):
*- Hygroaster albellus Singer, citada por SINGER (1989) para a Amazônia. MEIJER (2008) -
PR.
*- Hygroaster nodulisporus (Dennis) Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). MEIJER
(2008) - PR.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE HYGROASTER ENCONTRADAS:


1.1 Píleo com até 2,5 – 5,5 cm de diâmetro, marrom a
negro ................................. ....................................................................... Hygroaster nodulisporus
1.2 Píleo com 2-2,8 mm de diâmetro, branco ou branco sujo..............................................
....................................................................... Hygroaster albellus
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE HYGROASTER ENCONTRADAS:

1- Hygroaster albellus Singer, Figura 321


Fieldiana Botany 21: 7. 1989.

Píleo com 2-2,8 mm de diâmetro, branco ou branco sujo, algo amarronzado quando
desidratado, glabro e liso, seco, convexo com centro levemente depresso-umbilicado. Lamelas
brancas, horizontais, distantes, engrossadas, adnatas. Estipe com 7-9 x 0,8 - 1,1 mm, branco,
quando seco algo amarronzado, glabro, estreitamente oco, subigual ou gradualmente afinando em
direção ao ápice, com micélio basal fibriloso, branco. Véu ausente. Contexto tênue, branco,
imutável, inodoro. Esporos com 10-14 x 9,5-13,5 μm (sem as ornamentações apresentam 8-8,5 x 6-
7,5 μm), globosos ou subglobosos, com 15-18 espinhos cônicos, agudos, 2-3,5 μm de altura, de
parede fina, hialinos, inamiloides, com apêndice hilar excêntrico, ± 2 x 0,9 μm. Basídios com 33-75
x 11-13 μm, tetrasporados, poucos 1-2-3-esporados também encontrados, sem fíbula na base.
Basidíolos estreito clavados. Pleuro e queilocistídios ausentes. Hifas do contexto filamentosas,
hialinas, de paredes finas, sem fíbulas. Hifas oleíferas numerosas, com 3-4,5 μm de diâmetro.
Trama himenoforal regular ou bilateral (do tipo Phylloporus), com hifas de 2-2,7 μm de diâmetro,
com extrato lateral pouco diferenciado. Camada cortical do píleo do tipo cutis de hifas prostradas
cerca de 3 μm de diâmetro, de paredes finas, lisas, hialinas, não gelatinizadas e sem
dermatocistídios. Superfície do estipe similar.
Crescem em terra argilosa e madeira, gregários. É uma espécie bem incomum para o gênero
pela ausência de pigmentos e pequeno tamanho do basidioma.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, EMBRAPA, 3/04/1978,
Singer & Araujo B 10874 (INPA).

Figura 321 – Hygroaster abellus: a- basidioma; b- esporos.


2- Hygroaster nodulisporus (Dennis) Singer, Figura 322
Sydowia 9: 370. 1955.

Píleo com 2,5 – 5,5 cm de diâmetro, convexo ficando plano a subumbilicado ou


infundibuliforme, escamoso, amarronzado a negro, higrófano. Contexto amarronzado a negro, fino,
higrófano. Lamelas adnato-decurrentes, acinzentadas, subdistantes, grossas e frequentemente
furcadas. Estipe acinzentado, cilíndrico, glabro, fistuloso. Esporos com 7 – 10 x 6 - 8 μm,
elipsoides, hialinos, com cerca de 10 espinhos projetantes subcilíndicos a longos e cônicos,
inamiloides. Basídios com 38 – 57 x 9 – 9,5 μm, cilíndrico-clavados, tetrasporados. Trama
himenoforal bilateral, com um cordão central de hifas levemente entrelaçadas não gelatinizadas e
um extrato lateral de hifas finas e filamentosas, mais ou menos divergentes na direção do himênio e
embebidas em uma massa gelificada (este detalhe não foi observado subsequentemente em coletas
desta espécie, somente que a parte central da trama é fortemente pigmentada). Camada cortical do
píleo formada por hifas prostradas e filamentosas com leve incrustação de pigmentos em algumas
hifas. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo, solitários a dispersos. As coletas descritas por MEIJER (2008) sob este
nome para o Paraná têm esporos globosos e talvez pertençam a outra espécie.
Material examinado: BRASIL, Paraná, 16/01/1999, A. de Meijer Coa-3589.

Figura 322 – Hygroaster nodulisporus: a- basidioma; b- esporos.


3. HYGROCYBE Kummer

Píleo víscido ou seco, em geral brilhantemente colorido em tom vermelho, escarlate,


amarelo, vermelho-alaranjado, mais raramente violeta, verde, rosado ou vináceo, ou sem pigmento.
Lamelas adnatas a decurrentes. Estipe longitudinalmente estriado. Contexto carnoso, com sabor
agradável ou amargo. Esporada branca. Esporos inamiloides, uni ou binucleados, lisos. Basídios
com dois ou quatro esporos. Pleurocistídios e/ou queilocistídios às vezes presentes. Trama da
lamela regular, raramente sub-regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
(cutis).
Crescem geralmente no solo (nunca formando micorriza), raramente sobre madeira. Muitos
trabalhos sobre o gênero de outros países podem ser utilizados para identificação de espécies deste
gênero, podendo-se citar HESLER & SMITH (1963 – como Hygrhorus), DESJARDIN &
HEMMES (1997).
Foram encontradas 36 espécies de Hygrocybe referidas para o Brasil com material depositado
em coleções de herbários. As citadas como aff. ou cf. não serão descritas nem incluídas na chave
abaixo (as descritas estão em negrito e o asterisco indica que a espécie está na chave):
- *Hygrocybe amazoniensis Singer (AM) - SINGER (1989): 3.
- *Hygrocybe arnoldsii de Meijer (PR)– MEIJER (2008) Ver descrição original neste trabalho.
- H. atrosquamosa Pegler (PE) - Lodge & Pegler (1990)- os esporos são menores que os do tipo.
- *Hygrocybe batistae Singer (PE) - SINGER (1965a): 20. (PB) - MAGNAGO et al. (2011). (PR)
MEIJER (2010). (MT) LODGE & SOURELL (2015).
- *Hygrocybe campinaranae Singer (AM) - SINGER (1989): 4.
- Hygrocybe cf. cantharellus (Schwein. Ex Fr.) Murrill (PR) – MEIJER (2008).
- Hygrocybe cf. cinereifolia Courtec. & Priou (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe coccinea (Schaeff.) ex Fr. Kummer (SP) -
- Hygrocybe conica (Scop.ex Fr.) Karst. (SP, RS, PR) - SOBESTIANSKY (2005): 447. MEIJER
(2008). (SC) – KARSTEDT & STURMER (2008). (PB) - MAGNAGO et al. (2011).
- *Hygrocybe conica var. brevispora (Dennis) S. A. Cantrell & Lodge - Hygrocybe nigrescens
(Quél.) Kummer var. brevispora (Dennis) Pegler é sinonímia (SP).
- *Hygrocybe earlei (Murr.) Murr. (SP). HALSEY (2012).
- Hygrocybe firma (Berk. & Broome) Singer = H. trinitensis.
- Hygrocybe cf. flavescens (Kauffman) Singer (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe flavolutea (Murr.) Pegler (SP) - HESLER & SMITH (1963): 173.
- *Hygrocybe hololeuca Singer (AM) - SINGER (1989): 4. (PR) – cf. em MEIJER (2008).
- Hygrocybe cf. huronensis (Smith & Hesler) Singer (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe hypohaemacta (Corner) Pegler (PR) - MEIJER (2008). (PB) - MAGNAGO et al.
(2011).
- *Hygrocybe ignitipileata Pegler (SP) - PEGLER (1983b): 62.
- Hygrocybe konradii var. antillana Lodge & S.A.Cantrell (PR) - MEIJER (2010).
- Hygrocybe magnifica de Meijer (PR) – MEIJER (2008), para descrição e desenho ver neste
trabalho.
- *Hygrocybe martinicensis Pegler & Fiard (SP) - PEGLER & FIARD (1978): 308.
- *Hygrocybe megistospora Singer (GO) - SINGER (1989): 5.
- *Hygrocybe melleofusca Lodge & Pegler (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe mexicana Singer f. mexicana (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe miniata (Fr.) Kummer (RS, SP) - PEGLER (1983 b): 63.
- *Hygrocybe mutabilis Singer (AM) - SINGER (1989): 5.
- *Hygrocybe naranjana Pegler (SP) - PEGLER & FIARD (1978): 304.
- *Hygrocybe neofirma Cantrell & Lodge (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007)
- *Hygrocybe occidentalis (Dennis) Pegler (SP) - PEGLER & FIARD (1978): 310. SOUZA &
AGUIAR (2004) (AM). (PR) – MEIJER (2008). (PB) - MAGNAGO et al. (2011). (PE)
COIMBRA (2013).
- *Hygrocybe paraibensis Singer (PB) - SINGER (1965 a): 19.
- *Hygrocybe parvula (Peck) Pegler (SP) - PEGLER (1983 b): 64. SOBESTIANSKY (2005):
447 (cf.). (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe pernambucensis (Bat. & Vital) Putzke (PE) - BATISTA & VITAL (1957): 127.
- *Hygrocybe prieta Lodge & Pegler (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007)
- *Hygrocybe psittacina (Schaeff.) P.Kumm. (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe rhodoleuca Singer (PB) - SINGER (1973d): 6.
- Hygrocybe rubroalba (Vizzini et al., 2015) é sinonímia de H. magnifica de acordo com MEIJER
(2015).
- *Hygrocybe silvae-araucariae de Meijer (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe siparia (Berk.) Singer (AM, PE) - PEGLER (1987): 462.
- *Hygrocybe subcaespitosa (Murrill) Lodge & Pegler (PB) - MAGNAGO et al. (2011).
- *Hygrocybe subflavida (Murrill) Pegler (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe subminutula (Murrill) Pegler (PE) – COIMBRA (2013).
- *Hygrocybe trinitensis (PB) - MAGNAGO et al. (2011). (SP) – PEGLER & FIARD (1978):
306. (PR) – MEIJER (2008). Citado frequentemente como H. firma var. trinitensis. (PE)
COIMBRA (2013). MAIA et al. (2002). SINGER (1965).
- *Hygrocybe troyana Murrill (PR) – MEIJER (2008).
- *Hygrocybe viridis Capelari & Maziero (RO) - CAPELARI & MAZIERO (1988). (PR) –
MEIJER (2008; 2010) pertencente a secção Coccineae e não a Firmae.

Basidiomas de colorido vermelho com esporos dimórficos, em geral, levam a considerar


estes espécimes como Hygrocybe firma (Berk. & Broome) Singer, uma espécie amplamente
distribuída e muito variável, geralmente coletada no Brasil. CORNER (1936) reconhece 17
variedades desta espécie, somente com base no tamanho e forma dos esporos, mostrando quão
diversa é esta espécie. As citadas para o Brasil são na realidade Hygrocybe trinitensis.

CHAVE PAPA AS ESPÉCIES DE HYGROCYBE ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Lamelas livres a estreitamente adnatas; trama himenoforal regular com elementos alongados;
basidioma escarlate, vermelho a alaranjado, logo cambiando para preto quando coletado e
manuseado................................. 2
1.2 Lamelas adnatas (ou emarginadas), mas com dente decurrente ou decurrentes, raro adnexas a
sublivres (mas então píleo não enegrecendo); trama himenoforal sub-regular a irregular, com
elementos em geral curtos; coloração do basidioma como acima ou em geral
diferente ................................................... 3

2.1 Píleo com até 9 cm diâmetro, cônico a agudamente umbonado; esporos 7 - 9 (-12) x 4 - 7
μm ................................... H. conica
2.2 Píleo com 1,5 - 3 cm diâmetro, agudamente cônico, não expandindo-se; esporos 7,5 - 9,5 x 6,5 -
8,0 μm .... H. conica var. brevispora (H. nigrescens var. brevispora é sinonímia).

3.1 Basidiomas apresentando pelo menos algum tom esverdeado ou completamente verdes e sem
queilocistídios.......................3’
3.2 Basidiomas sem tons esverdeados; queilocistídios presentes ou ausentes .....................4

3’.1 Basidiomas completamente verdes, não glutinosos nem viscosos; camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas pouco diferenciadas.......... ...... H. viridis
3’.2 Somente partes do basidioma com colorido esverdeado, glutinosos ou não; camada cortical do
píleo formada por uma ixotricoderme ou tricoderme ........3”
3”.1 Lamelas verdes e píleo purpúreo a avermelhado com alguns tons esverdeados, não glutinosos
nem viscosos; camada cortical do píleo formada por uma tricoderme; esporos e basídios
dimórficos............................ H. prieta
3”.2 Píleo e lamelas amarelados com tonalidades esverdeadas e alaranjadas, ou verde claro a escuro
a verde-azulado; píleo e estipe muito glutinosos e viscosos; camada cortical do píleo formada por
uma ixotricoderme; esporos e basídios monomórficos ..................... .......................... H. psittacina

4.1 Basídios e esporos monomórficos; basidiomas pequenos a médios ............................. 5


4.2 Basídios e/ou esporos dimórficos; basidiomas frequentemente (algumas excessões) grandes e
carnosos ....................... .............................. ............................ 11

5.1 Píleo branco, glabro a pelúcido-estriado no centro, 7 - 14 mm de diâmetro; estipe branco;


esporos 5,3 - 6,5 x 4,5 - 5,8 μm, subglobosos ............................... H. hololeuca
5.2 Píleo pigmentado, vermelho, escarlate, róseo, amarelo ou alaranjado a violáceo ou méleo fusco
a ferruginoso; estipe igualmente colorido, raro branco; esporos subglobosos como acima ou de
outras formas e tamanhos ................. 6

6.1 Píleo vermelho escarlate ou rosado a violáceo ou méleo fusco a ferruginoso, seco ou levemente
úmido; queilocistídios ausentes ......................................................................7
6.2 Píleo avermelhado a amarelo ou amarelo alaranjado, úmido a subvíscido; queilocistídios
presentes ..............................9

7.1 Píleo violeta-purpúreo-escuro; estipe violeta-escuro ........ Hygrocybe silvae-araucariae


7.2 Píleo e estipe sem tons violáceos, mas rosado, alaranjado, amarelado a
avermelhado .. .......................................................................7’

7’.1 Píleo esquamuloso ou fibriloso; estipe alaranjado ou rosado (especialmente no ápice) ou


branco a amarelado..............................................................................................8'
7’.2 Píleo glabro; estipe pálido amarelado a avermelhado ....................................... 8

8’.1 Píleo largo cônico a campanulado, com umbo agudo a subpapilado, vermelho escarlate a
amarelo limão; estipe branco a branco amarelado ........ ..................... H. subflavida
8’.2 Píleo hemisférico a convexo e por fim aplanado a depresso, laranja-amarelado a laranja-
avermelhado a rosado; estipe rosado a alaranjado .. ....................................8”

8”.1 Píleo laranja-amarelado a laranja-avermelhado; estipe alaranjado; esporos com 7,0 - 9,5 x 4,0 -
5,5 μm ................................. H. miniata
8”.2 Píleo rosado; estipe rosado no ápice; esporos com 8,5 - 14 x 6 - 7,4
μm...................... ............................................................. H. rhodoleuca

8.1 Píleo com 2 - 5 cm de diâmetro; lamelas adnexas a adnatas; esporos com 6,5 – 13,5 x 4,5-6,5
μm; camada cortical do píleo do tipo ixocutis, com hifas
gelatinizadas ..................... ....................................... H. coccinea
8.1 Píleo em geral com menos de 2 cm de diâmetro; lamelas adnatas a decurrentes; esporos como
acima ou diferentes; camada cortical do píleo formada por hifas prostradas não
gelatinizadas.... ....................................................8”

8”.1 Píleo méleo fusco a ferruginoso....................................H. melleofusca (se méleo-fusco e estipe


pálido amarelado) ou H. troyana (se píleo ferruginoso e estipe vermelho tijolo)
8”.2 Píleo vermelho a vermelho escarlate .......................... 8ª
8ª.1 Crescem isolados; lamelas decurrentes, pálido creme e estipe pálido
amarelado........ ....................................... H. ignitipileata
8ª.2 Crescem agrupados a subcespitosos; lamelas adnatas, brancas a amareladas ou avermelhadas e
estipe vermelho .............. 8B

8B.1 Píleo com até 1,5 cm de diâmetro e estipe mais longo do que o diâmetro do píleo; lamelas
amareladas a avermelhadas ........................ H. mexicana8B.2 Píleo com até 3 cm de diâmetro e
comprimento do estipe menor que o diâmetro do píleo; lamelas brancas a levemente
amareladas ...... H. subcaespitosa

9.1 Píleo marrom-alaranjado; esporos 11 - 15 x 5 - 7,5 μm ...................H. pernambucensis


9.2 Se píleo como acima, então esporos com menos de 9 μm de comprimento ............ 10

10.1 Píleo avermelhado a laranja-avermelhado, com até 7 cm de diâmetro; esporos com 14 – 18,5 x
7 – 12 μm; basídios uni a bisporados ....................... .................H. arnoldsii
10.2 Píleo amarelado a avermelhado, com até 3 cm de diâmetro; esporos com 5 – 8,5 x 2,5 – 5 μm;
basídios bi e/ou tetrasporados ........................... ...................10’

10’.1 Píleo lúteo e com finos traços de vermelho, radiado-estriado; estipe amarelo-citrino; esporos 5
- 6 x 4 - 5 μm ............................. H. flavolutea
10’.2 Píleo amarelo âmbar a amarelo palha a avermelhado; estipe avermelhado na base e no restante
amarelado; esporos 6,5 - 8,5 x 2,5 - 4,0 μm .......H. parvula (se estipe avermelhado na metade
apical, então é H. subminutula)

11.1 Macrosporos muito grandes, a maioria com mais de 15 μm de comprimento .......12


11.2 Macrosporos menores, atingindo no máximo 15 μm de comprimento.................. 14

12.1 Píleo com 3 - 7 cm diâmetro, ocráceo a alaranjado, tomentoso-esquamuloso; macrosporos com


13,5 - 19 x 7,5 - 11 μm ................. H. firma (se lamelas coloridas) ou H. magnifica (se lamelas
brancas)
12.2 Píleo aurantiaco, avermelhado a amarelado, glabro e liso, com 0,9 a 3 cm diâmetro; esporos
como acima ou maiores ........................... 13

13.1 Píleo com até 3 cm de diâmetro, laranja-amarelado, mas com escamas que mudam a cor para
marrom-escuro quando tocadas; camada cortical do píleo
tricodermial.............. ........... .............................. H. neofirma
13.2 Píleo com até 2 cm de diâmetro amarelado ou vermelho amarelado, sem escamas que ficam
enegrecidas quando tocadas; camada cortical do píleo do tipo cútis ou ixocutis .....13’

13’.1 Píleo com 1,4 - 2 cm de diâmetro, amarelado; macrosporos 16,5 - 22 x 11 - 14 μm, com
esparsos pleurocistídios filamentosos......................................... H. megistospora
13’.2 Píleo se amarelado com até 1 cm de diâmetro; macrosporos com até 19 μm de
comprimento ...........................................................................................13”

13”.1 Píleo com 0,9 - 1,0 cm diâmetro, amarelado a aurantiaco-avermelhado; queilocistídios


presentes, abundantes, deixando o bordo da lamela
heteromorfo.................. ........................................ H. amazoniensis
13”.2 Píleo com até 2 cm de diâmetro, avermelhado; queilocistídios
ausentes... ............... ........................................H. paraibensis
14.1 Píleo carmim violáceo-escuro, com 1,5 cm diâmetro; estipe amarelo com ápice vináceo;
macrosporos com 10 - 14 x 6,5 - 8,0 μm........ H. naranjana
14.2 Píleo de coloração grísea, rosada, amarelada, enxofre, laranja, vermelho ou escarlate;
macrosporos como acima ou diferentes.......................... 15

15.1 Píleo gríseo, subvelutino, seco, obtuso-convexo, com 2,5 cm diâmetro; esporos 7 - 8 x 5,5 - 6,5
μm, os macrosporos de até 10,2 x 6,2 μm .......... ......................... H. tetraspora
15.2 Píleo de coloração rosada, amarelada, enxofre, laranja, vermelho ou escarlate; esporos como
acima ou maiores .........................................16

16.1 Píleo rosado a purpúreo-rosado, ficando amarelado quando seco; basídios não dimórficos, mas
esporos muitíssimo versiformes (curto-elipsoide, oblongos, ovoides, triangulares ou obtuso-
cônicos) ............ H. mutabilis
16.2 Píleo de cor amarelada, enxofre, laranja, vermelho ou escarlate; basídios e esporos dimórficos;
esporos como acima ou maiores, mas não tão versiformes .................. 17

17.1 Píleo amarelo, amarelo-enxofre, às vezes com manchas escarlate, mas não avermelhado, com 3
- 8 cm de diâmetro ................................. 18
17.2 Píleo vermelho a escarlate, não amarelado; píleo como acima ou
menor ................................................................................ 19

18.1 Píleo opaco, não estriado, raramente perfurado; lamelas


brancas............. ....................................... H. martinicensis
18.2 Píleo translúcido estriado, perfurado; lamelas amarelo-
enxofre.............. ................ .................................... H. occidentalis var. occidentalis

19.1 Píleo com até 1,3 cm de diâmetro; ocorrendo sobre madeira morta, metade apical do estipe
coberta por dermatocistídios com 14 - 30 x 8 - 20 μm ................. H. campinaranae
19.2 Píleo variado quanto ao diâmetro, mas em geral maior; ocorrendo em solo; estipe sem
dermatocistídios.........................................20

20.1 Píleo com até 5 cm diâmetro, perfurado no disco; lamelas vermelho-coral a alaranjadas; estipe
esbranquiçado .............. H. occidentalis var. scarletina
20.2 Píleo com até 3 cm diâmetro; lamelas vermelhas a pálido-amareladas ou brancas; estipe
geralmente colorido .......................................... 21

21.1 Píleo com 0,3 - 1 cm diâmetro, liso; lamelas vermelhas ............. H. trinitensis
21.2 Píleo com 1 – 3 cm diâmetro, esquamuloso a liso; lamelas pálido-amareladas ou
brancas.... .............................................................22

22.1 Hábito cespitoso; píleo amarelado a alaranjado ou raro laranja-avermelhado; lamelas brancas;
camada cortical do píleo com hifas coraloides; macrosporos com 10,5 – 14,5 x 6,5 – 8
μm ....................................................H. batistae
22.2 Hábito não cespitoso; píleo avermelhado; lamelas brancas a pálido amareladas; camada
cortical do píleo tricodermial ou ixocutis a tricocutis; macrosporos como acima ou
menores. ............................................................ 23

23.1 Lamelas brancas, de bordo fimbriado; camada cortical do píleo formada por uma ixocutis ou
tricocutis; macrosporos com 9 – 11 x 6 – 8 μm ...................... H. hypohaemacta
23.2 Lamelas brancas no início mas logo pálido amareladas; camada cortical do píleo ixocutis ou
apenas tricodermial, macrosporos como acima ou maiores .........................24
24.1 Píleo vermelho-alaranjado a laranja ou amarelado; camada cortical do píleo ixocutis;
macrosporos com 7-9 (-10) × (4.5-) 5-7 μm ............................................... H. earlei
24.2 Píleo vermelho vivo; camada cortical do píleo tricodermial descontínua, de hifas não
gelatinizadas; macrosporos com 10 – 13 x 6 – 8,5 μm ..........H. siparia

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE HYGROCYBE ENCONTRADAS:

1- Hygrocybe amazoniensis Singer, Figura 323


Fieldiana Botany 21: 3. 1989.

Píleo com 9 – 10 mm de diâmetro amarelado dourado, em uma das formas com coloração
avermelhada, com margem amarelada e estriada, liso ou subliso, higrófano e mais pálido quando
desidratado, glabro, não viscoso, convexo com centro depresso ou umbilicado. Lamelas amareladas,
com margem amarela ou algo creme, muito largas, subdistantes a distantes, não intervenosas,
quando secas amareladas, subsinuado-decurrentes ou adnexas a adnatas. Estipe com 30- 41 x 1,5-
2,5 mm, vermelho amarelado ou amarelado, seco, glabro, liso, sólido a fistuloso, cilíndrico ou
atenuado para a base ou para o ápice. Contexto amarelo-avermelhado inodoro. Esporos dimórficos,
os macrosporos com 16,5- 18,5 x 10-12 μm, microsporos com 7,5-8,5 x 4,5-6,5 μm ou (na forma
rubra) 12-14,5 x 7- 9,5 μm; alguns esporos maiores (talvez de basídios bisporados) com cerca de 16
x 8,5-9 μm, hialinos, elipsoides, lisos, inamiloides. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 36-
85 x 13,5-22 μm, cheios de granulações lipídicas amorfas; microbasídios 33-50 x 6-13 μm,
clavados a ventricosos, tetrasporados com alguns bisporados entremeados. Queilocistídios fazendo
o bordo da lamela heteromorfo, com 40-67 x 4,5-7 μm, filamentosos com ápice clavado,
subcapitado, raramente ventricosos, hialinos. Cistidíolos mais curtos também observados.
Pleurocistídios ausentes. Hifas oleíferas com 2-6 μm de diâmetro. Trama himenoforal regular.
Camada cortical do píleo do tipo cutis, com hifas prostradas (nunca ixocutis), hialinas. Camada
cortical do estipe não gelatinosa, de hifas prostradas paralelas.
Crescem em solo argiloso ou (na forma rubra) em solo arenoso em interior de floresta de
terra firme.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus (EMBRAPA), 13/07/1977,
Singer B 10097 (INPA).

Figura 323 – Hygrocybe amazoniensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


2- Hygrocybe arnoldsii de Meijer, Figura 324
Macrofungos Notáveis das Florestas de Pinheiro-do-Paraná, 154. 2008.

Píleo com até 7 cm de diâmetro, aplanado na maturidade, umbonado ou não e eventualmente


com centro perfurado em continuidade ao estipe, avermelhado a laranja-avermelhado, com estrias
amareladas a avermelhadas, liso, seco, inatamente fibriloso. Lamelas livres a adnexas ou
emarginadas com dente decurrente, esbranquiçadas a pálido amareladas. Estipe com 2 – 18 x 0,3 –
1,2 cm, avermelhado a alaranjado ou amarelado, às vezes com ápice e base esbranquiçados,
cilíndrico ou atenuado tanto para a base como para o ápice, oco. Esporos monomórficos, com 14 –
18,5 x 7 – 12 μm, elipsoides a oblongos, às vezes mais largos anteriormente ou constritos, hialinos,
lisos, de paredes finas, inamiloides. Basídios uni- a bisporados, com esterigmas atingindo 18 μm de
comprimento. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 45 – 60 x 5 – 18 μm, de fusiformes a
mucronados, hialinos, de paredes finas, muito numerosos. Camada cortical do píleo formada por
hifas prostradas pouco diferenciadas, não gelatinizadas e sem pileocistídios. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em interior de florestas.
Material examinado: BRASIL, Paraná, São José dos Pinhais, Contenda, 15/12/2000, A. A.
R. de Meijer, MBM (3884).

Figura 324 – Hygrocybe arnoldsii: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; c- queilocistídios.


3- Hygrocybe batistae Singer, Figura 325
Atas Inst. Micol. 2: 20. 1965.

Píleo com 0,7 - 2 cm de diâmetro, convexo a hemisférico, depresso no centro e perfurado neste
ponto quando maduro, higrófano, alaranjado avermelhado ou profundamente alaranjado ou
amarelado, frequentemente rugoso a ruguloso, com esquâmulas recurvadas no centro, seco,
pelúcido estriado. Lamelas decurrentes, concolores ao píleo, grossas e cerosas, subdistantes,
frequentemente bifurcadas, inteiras. Estipe com 2,5 – 6 x 0,3 – 0,5 cm, central, cilíndrico, em geral
achatado e enrolado, concolor com o píleo, mas esbranquiçado na base e ficando totalmente
esbranquiçado à medida que o píleo fica amarelado, brilhante e liso. Contexto concolor ao píleo,
com até 3 mm de espessura. Esporada branca. Esporos dimórficos, os macrosporos com 10,5 – 14,5
x 6,5-8 μm, ovoides a elipsoides, de paredes finas, hialinos, com conteúdo oleaginoso; microsporos
5 – 7,5 x 3 – 4,5 μm, ovoides a curto elipsoides, hialinos, de paredes finas, com pouco conteúdo
oleaginoso. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 58 – 62 x 10 – 11 μm e microbasídios com
12 – 29 x 4 – 4,5 μm e ambos os tipos bi- e tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
12 – 29 x 4 – 4,5, cilíndrico-clavados, de paredes finas, hialinos. Trama himenoforal regular,
subhimênio irregular. Camada cortical do píleo de hifas radiais, frequentemente com hifas terminais
suberetas na parte central, hialinas, de parede fina; hifas superficiais irregulares, com divertículos
(coraloides) ou ramificações, frequentemente bifurcadas. Hifas oleíferas presentes sob a camada
cortical. Estipe com hifas prostradas paralelas, hialinas e de paredes finas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo em interior de floresta, agrupados e frequentemente cespitosos. O
crescimento cespitoso e as hifas coraloides do píleo permitem a fácil diferenciação. Citado para
Pernambuco, Costa Rica e Índia. SINGER (1965) descreve o material, que não foi revisto por
LODGE & PEGLER (1990) quando citam o material de Porto Rico, sendo que este talvez possa
representar outra espécie (Meijer, 2008). CANTRELL & LODGE (2001) citam-na para as Antilhas.
VRINDA et al. (2009) citam-na para a Índia.
Material examinado: Brasil, São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso, G. Guzmán GG23002,
18/XI/1982, (SP177709).

Figura 325 – Hygrocybe batistae: a- basidioma; b- macrosporos; c- microsporos; d- queilocistídios.


4- Hygrocybe campinaranae Singer, Figura 326
Fieldiana Botany 21:3. 1989.

Píleo avermelhado, amarelado quando desidratado, opaco, glabro, víscido, liso, convexo, com
centro aplanado, depresso quando seco, com 12-13 mm de diâmetro. Lamelas avermelhadas,
amareladas quando secas, largas, ventricosas, não intervenosas, adnexas. Estipe avermelhado,
amarelado quando seco, glabro mas com uma pubescência pruinosa no ápice, subigual mas
engrossando na terça parte inferior, oco, atingindo 37 x 2 mm, na base com 3-3,5 mm de diâmetro.
Contexto concolor à superfície, inodoro. Esporos dimórficos: macrosporos numerosos, com 11,5-15
x 7,3-11,5 μm, com conteúdo oleaginoso amorfo; microsporos com 5,5-8,5 x 3,5-5,5 μm, raramente
com conteúdo oleaginoso, elipsoides, hialinos, lisos, inamiloides. Basídios dimórficos, os
macrobasídios com 45-60 x 10-16 μm, cheios de um conteúdo oleaginoso, a maioria tetrasporados
com alguns raros bisporados. Microbasídios 15- 22(-39) x 6,5-7,5(-12) μm, tetrasporados, muitos
com conteúdo oleaginoso. Queilocistídios com 17-19 x 3,5 - 5 μm, clavados, hialinos, sem
conteúdo oleaginoso. Pleurocistídios inconspícuos a longos, estreito clavados, sem conteúdo
oleaginoso, com cerca de 100 x 4 μm. Cistidíolos similares aos queilocistídios. Hifas inamiloides,
com fíbulas, não gelatinizadas. Trama himenoforal regular com hifas subparalelas. Camada cortical
do píleo cutiforme, com hifas filamentosas, prostradas, alguns pontos gelatinizados, mas não
formando ixocutis. Superfície do estipe não gelatinosa, com caulocistídios similares aos cistídios
himeniais no ápice, alguns vesiculosos ou ventricosos, com 14-30 x 8-20 μm, de parede fina no
início e depois engrossada (0,8-1,8
μm), septados, talvez clamidospóricos.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas em selva arenosa (campinarana), solitários.
Material examinado: Brasil, Amazonas, ao longo da Estrada Manaus/Caracaraí, km 125,
22/05/1978, Singer B 11022 (INPA).

Figura 326 – Hygrocybe caminaranae: a- basidioma; b- macrosporos; c- microsporos; d-


queilocistídios; e- pleurocistídios.
5- Hygrocybe coccinea (Schaeff.) ex Fr. Kummer, Figura 327
Der Führer in die Pilzkunde: 112. 1871.

Píleo com 6–17 mm de diâmetro, convexo a cônico, umbonado, de superfície escarlate,


cromo-alaranjado, com margem amarelo alaranjada, translúcido-estriada, superfície lisa, úmida.
Lamelas adnatas, amareladas, com 2 mm de largura, com lamélulas de dois comprimentos, bordo
plano, concolor. Estipe com 7–27 x 3–7 mm, afinando em direção à base ou cilíndrico, cromo
alaranjado, às vezes escarlate no ápice, liso, fibroso, úmido. Esporos com 6,5 – 13,5 x 4,5-6,5 μm,
oblongos, elipsoides às vezes algo estrangulados, com gútulas refrativas. Basídios com 41,5 – 50 x
5,5–7 μm, monomórficos, subcilíndricos ou subclavados, tetrasporados, com fíbula na base. Pleuro
e queilocistídios ausentes. Trama himenoforal regular, com hifas lacticíferas. Camada cortical do
píleo do tipo ixocutis com hifas de 60 – 68 μm de diâmetro, cobertas por camada de hifas mais finas
e longas, com 50–96 x 2–5,5 μm, com fíbulas proeminentes. Hipoderme de hifas largas, 27–70 x
12–19 μm, constritas no septo, fibuladas. Estipe coberto por hifas prostradas com manchas de
gelatinização, 29–75x 4–5,5 μm, com fíbulas e hifas lacticíferas entremeadas.
Crescem em solo de interior de floresta. CANTRELL & LODGE (2004) citam esa espécie
para a República Dominicana.

Figura 327– Hygrocybe coccinea: a- basidioma; b- esporos.


6- Hygrocybe conica (Schaeff.) Kummer, Figura 328
Der Führer in die Pilzkunde: 111. 1871.

Píleo com 2 – 9 cm de diâmetro, largo ou estreitamente cônico, às vezes convexo, mas com
centro cônico a agudamente umbonado, gelatinoso quando fresco, mas ficando seco rapidamente,
liso ou finamente pelúcido estriado a fibriloso (fibrilas amarelo-douradas vistas principalmente em
material desidratado) quando adulto, avermelhado (mas não somente com esta cor) a alaranjado
escarlate, alaranjado, às vezes amarelado, frequentemente com tons oliváceos ou esverdeados,
manchando de negro em pontos tocados ou machucados. Lamelas cerosas, quase livres a adnatas,
próximas quando jovens ficando mais afastadas quando maduras, esbranquiçadas ficanado
amareladas ou alaranjadas a oliváceas, assumindo cor negra nos locais tocados ou machucados.
Estipe com 4 – 12 x 0,5 – 1 cm, concolor ao píleo, esbranquiçado na base, igual ou algo clavado,
úmido a gelatinoso, frágil, frequentemente sulcado ou enrolado e estriado longitudinalmente, oco,
manchando de negro em ponto tocado ou machucado. Contexto concolor ao píleo mas enegrecendo
quando exposto. Sabor suave, odor às vezes a frutas. Esporada branca. Esporos com (7-) 9-13 (-15)
x 4,5-6,5 µm, lisos, elípticos a largo elípticos a irregulares, hialinos. Basídios tetrasporados,
raramente com alguns bisporados. Elementos filamentosos e finos eventualmente projetando-se por
entre os basídios, às vezes lageniformes ou capitados. Trama do himenóforo regular.
Esta espécie é considerada tóxica. O que se denominava H. nigrescens (Quél.) Kühner var.
brevispora (Dennis) Pegler é considerada variedade de H. conica, apresentando píleo menor (até 3
cm) e esporos subglobosos.
Material examinado: Brasil, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, picada entre Ipanema e
Cambriú, 29/XI/1983, M. Capelari s.n. (SP193624).

Figura 328 – Hygrocybe conica (H. nigrescens): a – basidioma; b- esporos; c- cistídios; d- basídio.
7- Hygrocybe earlei (Murr.) Pegler, Figura 329
Kew Bulletin 42 (4): 873. 1987.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, convexo a umbonado, pálido avermelhado a amarelado,


alaranjado ou laranja-amarelado, glabro, sedoso brilhante, de margem às vezes estriada e erguida.
Contexto amarelado. Lamelas adnexas, esbranquiçadas a creme, largas, próximas. Estipe com 4-6 x
0,4 – 0,6 cm, creme a pálido amarelado, glabro, algo achatado, cilíndrico, oco. Esporos levemente
dimórficos, os macrosporos com 7-8 (-10) x 6-7,5 μm, subglobosos a largo elipsoides, lisos, pálido
amarelados em Melzer e microsporos 5,8 – 7 x 4 – 5 μm, largo elipsoides. Basídios dimórficos, os
macrobasídios 24-50 x 6-10 μm e microbasídios com 22 – 30 x 5 – 7 μm, a maioria bisporados
entre alguns tetrasporados. Cistídios de todos os tipos ausentes. Trama himenoforal subregular.
Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, de formato irregular, muitas delas mais ou
menos nodulosas, de 6 – 12 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem solitários em solo. A espécie é próxima de H. sphaerosporus de acordo com
HESLER & SMITH (1963). Os mesmos autores consideram o material referido em DENNIS
(1953) sob esta espécie como H. subflavidus em função do tamanho dos esporos.
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
29/XI/1982, G. Guzmán et al. s.n. (SP177750).

Figura 329 – Hygrocybe earlei: a- basidioma; b- esporos (macro e microsporos).


8- Hygrocybe flavolutea (Murr.) Pegler, Figura 330
Mycologia 3 (4): 196. 1911.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, convexo, lúteo e com finos traços de vermelho, polido,
levemente víscido, radiado-estriado. Lamelas aparentemente livres, mas na verdade adnexas por
fina camada de tecido junto ao ápice, amareladas, próximas, algo alargadas, levemente ventricosas,
com muitas lamélulas. Estipe com até 2,2 cm de comprimento e até 1,5 mm de diâmetro, citrino,
branco tomentoso e com base levemente alargada, igual acima, lisa, glabra. Contexto muito fino.
Esporos 5 – 7 x 5 – 6 µm, globosos a subglobosos, lisos, inamiloides a pálido amarelados em
Melzer. Basídios 40 – 52 x 7 – 8 µm, tetrasporados, clavados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 16 – 41 x 6 – 16 µm, versiformes, de vesiculosos a piriformes ou clavados a
cuneiformes. Trama do himenóforo regular a subregular com hifas subparalelas, hialinas. Camada
cortical do píleo formada por hifas vesiculosas formando um epitélio, não paliçádica. Hipoderme
não diferenciada. Trama do contexto formada por hifas muito finas, pseudoparenquimatosas.
Fíbulas ausentes.
Crescem em solo. A camada cortical celular diferencia esta espécie das próximas.
Material examinado: Brasil, São Paulo, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do
Jordão, D.N. Pegler et al. s.n., 27-28/I/1987 (SP214371).

Figura 330– Hygrocybe flavolutea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


9- Hygrocybe hololeuca Singer, Figura 331
Fieldiana Botany 21: 4. 1989.

Píleo com 7-14 mm de diâmetro, branco, glabro, liso, mas pelúcido estriado a partir da
metade marginal, não víscido, obtuso cônico ou convexo. Lamelas brancas, não intervenosas,
distantes, adnatas a decurrentes. Estipe branco, glabro, não víscido, oco, cilíndrico, mas algo
gradativamente engrossado na base (até 2 mm de diâmetro), com 20 - 27 x 1-1,5 mm. Contexto
branco, fino, inodoro, imutável. Esporos 5,3-6,5 x 4,5-5,8 μm, subglobosos, lisos, hialinos,
inamiloides. Basídios com 25-36 (-41) x 5-8,8 μm tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes.
Hifas do contexto filamentosas, não gelatinosas, de paredes finas, com fíbulas, inamiloides. Hifas
oleíferas com 5 – 5,5 μm de diâmetro. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com
cutis de hifas não gelatinizadas, com dermatocistídios raros, com 24-34 x 4-7 μm, ventricoso-
capitados ou fusoide-ampuláceos ou utriformes; endocistídios raros, mais como células hifálicas
infladas abruptamente (com até 10 μm). Superfície do estipe não gelatinizada e sem
dermatocistídios.
Crescem em solo argiloso na selva pluvial de terra firme, solitários.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, 30 km N de Manaus (EMBRAPA), 17/05/1977,
Singer B 9639 (INPA).

Figura 331 – Hygrocybe hololeuca: a- basidioma; b- esporos.


10- Hygrocybe hypohaemacta (Corner) Pegler, Figura 332
Kew Bull. 32: 299. 1978.

Píleo com 0,7 – 2,7 cm de diâmetro, convexo, mas ficando aplanado e eventualmente
umbonado, vermelho brilhante, raro vermelho amarelado ou amarelo damasco na margem,
perfurado no disco na maturidade, higrófano, viscoso até ficar coberto por um manto glutinoso
espesso. Lamelas adnexas a livres ou adnexas com um dente decurrente, brancas e de bordo
fimbriado. Estipe com 2 – 6 x 0,2 – 0,5 cm, alaranjado a amarelo-avermelhado, atenuando em
direção ao ápice, liso, viscoso, coberto por manto glutinoso, sólido no início e depois oco. Contexto
concolor com a superfície do píleo, com 1 – 3 mm de espessura. Esporos dimórficos, os
macrosporos com 7 – 11 x 5 – 8 μm, elipsoides, constritos ou não e os microsporos com 4,5 – 7 x
3,5 – 4,5 μm, subglobosos a largo elipsoides. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 30 – 40 x
10 – 13 μm e os microbasídios com 20- 30 x 5 – 7 μm, todos tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios de 30 – 40 x 6 – 8 μm, versiformes, mas em geral de clavados a cilíndricos
ou ventricosos, às vezes com um ramo lateral, hialinos, de parede fina. Trama himenoforal regular
com hifas longas e partes terminais mais estreitas. Camada cortical do píleo com hifas semieretas a
eretas embebidas em uma camada gelatinosa (ixocutis a ixotricoderme), com hifas de 2 – 5 μm de
diâmetro, não incrustadas por pigmento. Fíbulas presentes.
Basidiomas solitários a dispersos. MEIJER (2008) cita o material como raro no Paraná. O
basidioma pequeno, com píleo vermelho coberto por manto glutinoso, associado a lamelas brancas
caracterizam esta espécie. CANTRELL & LODGE (2001) citam-na para as Antilhas.
Material examinado: BRASIL, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, entre Morro dos Três Irmãos e
Ipanema, 29/I/1985, Capelari MC253 (SP194073).

Figura 332– Hygrocybe hyphoaemacta: a- basidioma; b- macrosporos; c- micrósporos; d-


queilocistídios.
11- Hygrocybe ignitipileata Pegler, Figura 333
Kew Bull add. Ser. 9: 58. 1983.

Píleo com 1,5 – 2 cm de diâmetro, convexo ficando depresso no centro até finalmente
perfurado, vermelho escarlate, higrófano, liso, não víscido, de margem ondulada. Lamelas
decurrentes, esbranquiçadas a pálido creme, subdistantes. Estipe com 10 – 15 x 0,1 – 0,2 cm,
cilíndrico ou afinando para a base, oco, pálido amarelado, liso e glabro. Contexto com até 1,5 mm
de espessura, carnoso-aquoso. Esporos com 5,5 – 7,5 x 3,2 – 4 μm, oblongo elipsoides,
adaxialmente aplanados a constritos, hialinos, inamiloides e de parede fina. Basídios com 35 – 40 x
5,5 – 8 μm, bi- a tetrasterigmatados. Cistídios não formados. Trama himenoforal regular. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas, não gelatinizadas, com hifas de
2 – 8 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem em solo. A cor do basidioma associado aos esporos pequenos e ausência de
gelatinização, permitem o fácil reconhecimento desta espécie.
Material examinado: BRASIL, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, próximo ao sítio do Sr. João
Cardoso, 19/XII/1984, M. Capelari & R. Maziero MC230, (SP194104).

Figura 333 – Hygrocybe ignitipleata: a- baasdioma; b- esporos.


12- Hygrocybe magnifica Meijer, Figura 34
Macrofungos notáveis das Florestas de Pinheiro-do-Paraná, 161. 2008.

Píleo com até 7,5 cm de diâmetro, convexo a levemente depresso, translúcido estriado na
margem, vermelho mas ficando amarelado entre as estrias, liso, seco, glabro. Lamelas emarginadas
com dente decurrente , distantes, intervenosas na maturidade, brancas,de bordo fimbriado. Estipe
com 6,5 – 8 x 0,5 – 1,1 cm, amarelo claro nas extemidades e medianamente vermelho, cilíndrico,
oco, compresso, seco e glabro. Esporos dimórficos, os macrosporos com 15 – 18 x 6 – 8,5 μm,
subcilíndricos, hialinos, lisos, de parede fina; os micrósporos com 6 – 8 x 4 – 4,5 μm, elipsoides a
oblongos, mais alargados na porção inferior, hialinos, lisos, de parede fina. Basídios dimórficos, os
macrobasídios com 75 – 81 x 11 – 14 μm, tetrasterigmatados e microbasídios com 37 – 45 x 6,5 – 8
μm, igualmente tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 40 – 45 x 6 – 15
μm, ventricosos e apresentando um pescoço largo, às vezes mucronados ou com dois ramos curtos
e obtusos. Camada cortical do píleo pouco diferenciada, formada por hifas cilíndricas com
pigmento intracelular avermelhado. Fíbulas presentes.
Crescem em solo de interior de florestas.
Material examinado: BRASIL, Paraná, São José dos Pinhais, Contenda, 06/02/2001, A. de
Meijer, MBM (3969).

Figura 334 - Hygrocybe magnifica: a- basidioma; b- esporos.


13- Hygrocybe martinicensis Pegler & Fiard, Figura 335
Kew Bull. 32 (2): 308. 1976.

Píleo com 3 – 6 cm de diâmetro, convexo no início e depois expandindo e ficando depresso


ou umbilicado, mas não ou raramente perfurado no centro, amarelo limão a amarelo enxofre, sem
pigmentos avermelhados ou alaranjados, com zona marginal branca, seco, liso, glabro, não
translúcido-estriado. Lamelas adnatas a decurrentes, brancas ficando rosadas, subdistantes, com 4 –
5 mm de espessura. Estipe com 5 – 8 x 0,4 – 1 cm, cilíndrico ou afinando em direção ao ápice,
frequentemente comprimido, oco, concolor ao píleo, mas mais pálido na metade basal, glabro e liso.
Contexto com até 2 mm de espessura, firme, pálido amarelado. Esporos dimórficos, os macrosporos
com 11 – 15,5 x 7 – 9 μm, elipsoides, hialinos a pálido amarelados e microsporos com 5,5 – 7,5 x
3,5 – 5 μm, ovoides a elipsoides, hialinos. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 70 – 80 x 10
– 12 μm, os microbasídios com 38 – 45 x 6 – 8 μm, ambos tetrasporados. Queilocistídios presentes,
com 30 – 47 x 2,5 – 4 μm, hifoides, cilíndricos, frequentemente sinuosos, hialinos, de paredes finas.
Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com hifas prostradas pouco diferenciadas.
Fíbulas presentes.
A margem não translúcido estriada, as lamelas brancas ou pálidas, o contexto firme e não
aquoso e o píleo glabro e opaco diferenciam esta espécie.
Material examinado: MBrasil, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, Pedro Luiz, 25/IV/1984,
Capelari MC106 (SP194108).

Figura 335 – Hygrocybe martinicensis: a- basidioma; b- macro (acima) e micrósporos (abaixo); c –


quelocistídios; d- basídio.
14- Hygrocybe megistospora Singer, Figura 336
Fieldiana Botany 21: 5. 1989.

Píleo com 14-20 mm de diâmetro, amarelado, esbranquiçado quando seco, superfície de


subseca a subvíscida, glabra, lisa, convexo e mais tarde com centro moderadamente depresso.
Lamelas de colorido amarelo limão, subpróximas até moderadamente distantes, subventricosas,
largas, adnexas. Estipe amarelado ou branco, não víscido, glabro, oco, cilíndrico, mas atenuado para
o ápice ou base, com 26-54 x 2,5-6 mm. Contexto branco, sem odor característico. Esporos
dimórficos, macrosporos numerosos, com 16,5-22 x 11-14 μm, cheios de conteúdo oleaginoso,
elipsoides, lisos, inamiloides; microsporos escassos, com 12-14 x 2,5-6 μm, similares aos
macroscporos. Basídios dimórficos; macrobasídios numerosos, com 62-99 x 19-21,5 μm,
tetrasporados; microbasídios escassos, com 50 x 10 μm, tetrasporados. Pleurocistídios raros,
inconspícuos, cilíndricos, formados a partir da trama da lamela, com cerca de 90-100 x 7-12 μm.
Trama himenoforal regular, com hifas filamentosas longas, com 150-180 x 20-25 μm entre os
septos, fibuladas, não gelatinosas, inamiloides. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, em
parte gelatinizadas formando uma ixocutis.
Crescem em solo de interior de floresta (cerrado).
Material examinado: Brasil, Goiás, Aguas Emendadas Res., 21/01/1978, Singer B 10560
(INPA).

Figura 336- Hygrocybe megistospora: a- basidioma; b- macrosporos; c- microsporos.


15- Hygrocybe melleofusca Lodge & Pegler, Figura 337
Mycol. Res. 94: 453. 1990.

Píleo com 1 – 5 cm de diâmetro, inicialmente convexo, ficando depresso no centro e


finalmente perfurado junto ao ponto de fixação ao estipe, cor de mel a amarelado ou amarelo
amarronzado ou fusco. Lamelas distantes, adnatas a decorrentes, brancas a amareladas ou rosadas.
Estipe com 2 – 4 x 0,2 – 1 cm, de colorido pálido, amarelado pelo menos na base, oco, cilíndrico ou
afinando em direção ao píleo ou à base. Contexto fino, branco, ficando amareldo quando exposto,
mas não em espécimes adultos. Esporos com 7 – 9 x 10 - 12 μm, elipsoides, hialinos, lisos,
inamiloides. Basídios tetrasporados. Cistídios ausentes. Trama himenoforal subregular. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas, mas com elementos condutores
característicos na hipoderme. Fíbulas presentes e abundantes.
Crescem isolados ou agrupados em solo. O colorido méleo amarelado a fusco é
característico para esta espécie. Hygrophorus caespitosus da América do Norte é uma espécie
próxima.

Figura 337 – Hygocybe melleofusca: a – basidioma; b- esporos.


16- Hygrocybe mexicana Singer, Figura 338
Sydowia 12 (1-6): 225. 1959.

Píleo com 0,5 – 1,5 cm de diâmetro, convexo a umbilicado, vermelho escarlate brilhante,
glabro, com margem sulcada e transparentemente estriada até a metade do raio, não víscido.
Lamelas adnatas, mas com um leve dente decurrente ou subdecurrentes, distantes, largas amareladas
a vermelho rosadas. Estipe vermelho escarlate claro, não estriado, não víscido, afinando na direção
ao píleo, com 2 – 2,5 x 1 – 2,5 cm, com base algo alargada. Contexto concolor ou mais claro que a
superfície do píleo. Esporos com 7 – 9,5 x 4 – 7 μm, elipsoides, lisos, hialinos. Basídios com 25 –
35 x 7 – 9,5 μm, bi- ou tetrasporados, clavados, não dimórficos. Cistídios ausentes. Trama
himenoforal subregular. Hifas e líquido da lâmina ficando pálido amareladas em KOH e amônia.
Camada cortical do píleo pouco diferenciada, com hifas prostradas não gelatinizadas. Fíbulas
presentes.
Crescem gregários em terra ou húmus. Para o Brasil tem sido registrada a forma mexicana
que apresenta fíbulas.

Figura 338 – Hygrocybe mexicana: a- basidioma; b- esporos.


17- Hygrocybe miniata (Fr.) Kummer, Figura 339
Der Führer in die Pilzkunde: 112. 1871.

Píleo com 10–40 mm de diâmetro, de hemisférico com margem incurvada quando jovem, a
aplanado e então depresso no centro, seco, esquamuloso, laranja-amarelado a laranja-avermelhado,
mais pálido quando seco (alaranjado-ocráceo a marrom-alaranjado), finamente piloso. Lamelas
distantes, adnatas a decurrentes, amareladas a amarelo-alaranjadas. Estipe com 2–5 x 0,2–0,4 cm,
amarelo-alaranjado, liso, cilindrico ou levemente achatado. Contexto alaranjado-amarelado sem
odor ou sabor, ceroso. Esporada branca. Esporos com (6,9–)7,4–9,0(–9,5) x 4,5–6,5 μm, elipsoides
a ovoides ou obovoides, frequentemente constritos, uninucleados. Basídios com 38–50 x 6–10 μm,
tetrasporados. Pseudocistídios estreitamente cilíndircos e flexuosos, com 31–37 x 3 –4,5 μm. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo tricodermial com elementos terminais com (15–) 21–
80 x 8–15 μm, subcilíndricos, obtusamente fusoides, raro lanceolados. Estipe coberto por grupos ou
fascículos de pilocistídios (13–)15–44 x 3,4–4,9 μm. Fíbulas presentes.
Crescem em solo, frequentemente entre musgos e em geral gregários. A espécie foi
recentemente citada para a Índia por KUMAR et al. (2014) e foi reportada para a América do Norte
sob coníferas.
Material examinado: Brasil, São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso, 19/XI/1982, G.
Guzmán, GG22978 (SP177705).

Figura 339 – Hygrocybe miniata: a- basidiom; b- esporos; c- basídio.


18- Hygrocybe mutabilis Singer, Figura 340
Fieldiana Botany 21: 5. 1989.

Píleo com 10-16 mm de diâmetro, sordido rosado a purpúreo-rosado ("withered rose" dein
"rosevale" M&P), não seco mas higrófano, amarelo quando seco, liso, finamente pelúcido estriado,
convexo, centro subumbilicado a subaplanado. Lamelas brancas, ficando amarelado-
esbranquiçadas, ocráceo-amareladas quando secas, ventricosas, subdistantes, adnexas. Estipe
branco a pálido amarelado com ápice avermelhado, amarelado quando seco, glabro, liso, mas
frequentemente longitudinalmente canaliculado, não víscido, subcilíndrico, mas base algo atenuada,
com 13-15 x 3 mm. Contexto concolor à superfície ou mais pálido, inodoro. Esporos com 7,5-12,5
x 4,5-7,5 μm, elipsoides, ovoides, oblongos a triangulares ou obtusamente cônicos, com ou sem
depressão supra-hilar, lisos, de parede homogênea, fina, inamiloides, hialinos. Basídios (1-)2(-3-)4-
esporados, a maioria tetrasporados, de conteúdo oleaginoso interno, clavados, com 35-41 x 6-9,5
μm, mas não dimórficos. Pleurocistídios e pseudocistídios ausentes, mas cistidíolos misturados aos
basídios e basidíolos, fasciculados, sem conteúdo interno discernível, hialinos, estreito-clavados,
com 33-35 x 4-6 μm, presentes até a margem, mas queilocistídios verdadeiros ausentes. Camada
cortical do píleo do tipo cutis, não gelatinosa, com algumas hifas ascendentes. Superfície do estipe
sem gelatinização.
Crescem em floresta (várzea). A espécie não tem basídios dimórficos, apesar dos esporos
serem versiformes.
Material examinado: Brasil, Amazonas, Laguna Janauari, 21/12/1978, Singer B 11465
(INPA).

Figura 340 – Hygrocybe mutabilis: a- basidioma; b- esporos.


19- Hygrocybe naranjana Pegler, Figura 341
Kew Bull. 32: 304. 1978.

Píleo com 1 – 1,5 cm de diâmetro, de convexo a umbilicado, liso, seco, avermelhado a


violáceo carmin, higrófano. Estipe com 3 – 4 x 0,3 – 0,5 cm, cilíndrico, oco vináceo rosado na
metade apical até amarelo ocráceo na metade basal. Contexto fino com até 1 mm de espessura.
Esporos dimórficos, os macrosporos com 10 – 14 x 6,5 – 8 μm, elipsoides e hialinos, de parede fina
e microsporos com 5 – 8 x 3,5 – 5 μm, ovoides a elipsoides, hialinos e de parede fina. Basídios
também dimórficos, os macrobasídios com 35 – 40 x 7,5 – 10 μm e os microbasídios 22 – 30 x 5 –
6 μm, ambos tetrasporados e clavados. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com
hifas prostradas pouco diferenciadas, com hifas de 8 – 20 μm de diâmetro, com pigmento vacuolar
purpúreo escuro. Fíbulas muito pequenas, mas presentes.
Uma espécie antes considerada variedade de H. firma, contribuindo para sua diferenciação
as dimensões reduzidas do basidioma, coloração, dimensões dos esporos e tipo de camada cortical.

Material examinado: Brasil, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, 2-5/I/1987, D. N. Pegler et al.
s.n. (SP214349).

Figura 341 – Hygrocybe naranjana: a- basidioma; b- marco (acima) e micrósporos (abaixo);


c – basídio.
20- Hygrocybe neofirma Cantrell & Lodge, Figura 342
Mycol. Res. 105 (2): 221. 2001.

Píleo com até 3 cm de diâmetro, amarelo alaranjado com escamas que ficam marrom-
enegrecidas quando machucadas, com perfuração estelada no disco central. Contexto com até 2 mm
de espessura, de amarelado a laranja-avermelhado. Lamelas adnatas com dente decurrente, amarelo
claras a amarelo brilhante, grossas, subdistantes, com bordo ficando marrom purpúreo com a idade.
Estipe central com 1,8 – 2,2 x 0,1 - 0,4 cm, achatado, oco, pálido amarelado, mas com fibrilas que
mudam para marrom purpúreo com a idade. Esporos dimórficos, largo elipsoides a elipsoides,
hialinos, lisos, de parede fina, os macrosporos com 12,8 – 17,5 x 8 – 10,4 μm e os microsporos com
6,4 – 8 x 4 – 6,3 μm. Basídios dimórficos, todos tetrasporados, os macrobasídios com 45 – 70 x 10
– 15 μm e os microbasídios com 30 – 60 x 4,8 – 8 μm. Trama himenoforal regular, com hifas de 8 –
20 μm de diâmetro, mescladas com hifas lacticíferas. Camada cortical do píleo uma tricoderme de
hifas eretas com 26 – 130 x 6,6 – 24 μm, com algumas fíbulas e hifas lacticíferas entremeadas.
Crescem em solo. CANTRELL & LODGE (2001) descrevem esta espécie para Porto Rico.
Material examinado: Brasil. RJ, Nova Iguaçú, REBIO-Tinguá, Estrada do Ouro 22º 34’
08.9”S – 43º 28’ 05.8”W, 14-X-2004, M. P. Albuquerque et al.; (RB417249).

Figura 342 – Hygrocybe neofirma: a- basidioma; b- macrosporos; c- microsporos.


21- Hygrocybe occidentalis (Dennis) Pegler, Figura 343
Kew Bull. 32: 310. 1978.

Píleo de até 6 cm de diâmetro, convexo a depresso e frequentemente com centro perfurado,


pálido limão a amarelo, liso, translúcido estriado. Lamelas adnatas, amarelo enxofre, subdistantes.
Estipe amarelo limão, liso, levemente atenuado para cima, oco. Basídios dimórficos, os
macrobasídios com 35 – 40 x 9 - 10 μm, bi a tetrasporados, formando esporos com 11 – 14 x 6 – 8
μm, largo elipsoides. Os microbasídios com 20 - 30 x 4 – 5 μm, formando microsporos com 5 – 6,5
x 3 – 4 μm, elipsoide cilíndricos. Cistídios não formados. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas pouco diferenciadas, com elementos terminais subfusoides a clavados, eventualmente
algo erguidos. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários ou em pequenos grupos em solo. CANTRELL & LODGE (2001)
descrevem esta espécie para Porto Rico.
Material examinado: Brasil, SP, Mogi Guaçu, Fazenda Campininha, 30/I/1987, D.N. Pegler
et al. s.n. (SP214415).

Figura 343 – Hygrocybe occidentalis: a-basidioma; b- macro (acima) e microsporos (abaixo); c –


macro (direita) e microbasídios (esquerda).
22- Hygrocybe paraibensis Singer, Figura 344
Atas Inst Mycol. Univ. Recife 2: 19. 1965.

Píleo com 1,7 – 2 cm de diâmetro, avermelhado, umbilicado, liso mas ficando


moderadamente sulcado quando seco, não cambiando de cor quando machucado. Lamelas adnatas a
subdecurrentes. Estipe com 4,5 – 5 x 0,3 - 0,5 cm, cilíndrico. Esporos dimórficos, os macrosporos
com 10 – 19 x 5,8 – 9,5 μm, cilíndricos a elipsoides, inamiloides. Basídios dimórficos, os
macrobasídios com 54 – 63 x 12 – 13 μm, tetrasporados, os microbasídios com 27 – 44 x 6,5 – 9,5
μm, tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes. Camada cortical do píleo com hifas prostradas
pouco diferenciadas.
Crescem em solo.

Figura 344 – Hygrocybe paraibensis: a- basidioma; b- macrosporos.


23- Hygrocybe parvula (Peck) Pegler, Figura 345
Kew Bull. Add. Ser. 58: 64. 1983

Píleo com 1 – 3 cm de diâmetro, obtuso a convexo, às vezes com disco depresso, glabro,
umido a subvíscido, higrófano, amarelo âmbar a amarelo palha ou amarelo cera a alaranjado, opaco,
translúcido estriado. Lamelas decurrentes, subdistantes, largas, subtriangulares, intervenosas,
esbranquiçadas a pálido amareladas ou amarelo cera, bordos planos. Contexto ceroso, fino, concolor
com a superfície, imutável. Odor e sabor suaves. Estipe 3 - 6 x 0,2 – 0,3 cm, amarelo limão a
amarelo âmbar, com base apresentando tons avermelhados ou ocráceo salmão, torcido ou
comprimido, mais estreito na base ou igual, frágil, glabro, seco ou úmido, oco. Esporos 5-7 (8,5) x
3,5-5 μm, elipsoides, lisos, pálido amarelados em reagente Melzer. Basídios com 26-40 x 5-7 μm,
bi- ou tetrasporados. Cistídios ausentes. Trama do himenóforo regular. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas pouco diferenciadas, levemente gelatinizadas e com alguns elementos
terminais erguidos. Fíbulas presentes.
Crescem em solo. Uma descrição completa e ilustrações são encontradas em MEIJER
(2008).
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
27-28/I/1987, D.N. Pegler et al. s.n. (SP214308).

Figura 345 - Hygrocybe parvula: a- basidioma; b-esporos; c- basídio.


24- Hygrocybe pernambucensis (Bat. & Vital) Putzke, Figura 346
Mycopathologia et Mycologia Applicata 8 (2): 127. 1957.

Píleo com 6 – 10 mm de diâmetro (2 mm de altura), inicialmente convexo e depois ficando


convexo-aplanado, umbonado, marrom-alaranjado mas disco algumas vezes amarelado, úmido a
subvíscido, com margem incurvada, glabro, estriado. Lamelas subdecurrentes, subdistantes, 18 – 20
delas chegam ao estipe, bordo algo crenulado, amareladas. Estipe firmemente preso ao píleo, com 3
– 3,5 x 0,1 – 0,2 cm, concolor ao píleo, cilíndrico, tubular, com rizomorfas. Contexto fino, ceráceo,
frágil, amarelado, sem sabor e sem odor. Esporos 11 - 15 x 5 - 7,5 μm, monomórficos, elipsoides a
lacrimoides, inamiloides, lisos, hialinos. Basídios monomórficos, tetrasporados, com 25 – 48 x 10
– 13 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes, numerosos, subcilíndricos a elipsoides,
de ápice agudo, com 20 – 48 x 9 – 25 μm. Trama da lamela subregular, amarelo-pálida. Trama do
píleo homogênea, não formando película.
Crescem em serapilheira em interior de mata. BATISTA & VITAL (1957) descrevem esta
espécie como Hygrophorus.
Material examinado: Brasil, Pernambuco, Jardim Zoo-Botânico do Recife, Dois Irmãos,
Osvaldo Soares, 14/11/1954, 1116 (URM).

Figura 346 – Hygrocybe pernambucensis: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.


25- Hygrocybe prieta Lodge & Pegler, Figura 347
Mycol. Res. 94: 453. 1990.

Píleo com 2 – 5 cm de diâmetro, no início hemisférico a convexo e com a maturidade


ficando depresso e com rachadura central sobre o estipe a até quase infundibuliforme, purpúreo a
avermelhado com tonalidades de verde escuro a preto, em geral mais claro na depressão central e
verde escuro nas margens, às vezes esbranquiçado no bordo. Lamelas verdes, adnatas a
subdecurrentes. Estipe com 8 – 10 x 0,3 – 0,5 cm, cilíndrico ou afinando gradualmente até a base,
verde escuro na metade apical e ficando amarelado ou alaranjado na metade basal, base bem mais
clara que o restante. Esporos dimórficos, hialinos, sub-globosos a subelipsóides, parede fina, lisa,
inamilóides, micrósporos com 5,5-7,0 x 3,6-5,3 μm. Basídios dimórficos, tetrasporados, os
macrobasídios com 20-28 x 5-7 μm, os microbasídios com 7,3-18 x 4-6,4 μm. Queilocistídios e
pleurocistídios ausentes. Trama himenoforal sub-regular. Camada cortical do píleo formada por
hifas finas, eretas formando uma tricoderme.
Crescem em solo.
Material examinado: Brasil. Rio de Janeiro: Nova Iguaçú, REBIO-Tinguá, Estrada do
Deserto. 22º 36’ 31.7”S– 43º 28’ 08.0”W Alt. 772m, M. P. Albuquerque et al. 59-I, 3/12/2003
(RB417277).

Figura 347 – Hygrocybe prieta: a- basidioma; b- macrosporos; c- microsporos.


26- Hygrocybe psittacina (Schaeff.) P. Kummer, Figura 348
Der Führer in die Pilzkunde: 112. 1871.

Píleo com 0,8 – 3,5 cm de diâmetro, de hemisférico a plano convexo, mamelonado e com
margem estriada por transparência, de superfície muito viscosa e de cor amarelado com tonalidades
esverdeadas e alaranjadas, ou verde claro a escuro ficando verde-azulado, fortemente glutinoso.
Lamelas adnatas com dente decurrente, amareladas a alaranjadas com tons esverdeados ou verdes,
distantes. Estipe com 2,5 – 8 x 0,2 – 0,7 cm, cilíndrico a levemente fusiforme, sólido a oco, muito
viscoso e concolor ao píleo. Esporos com (6,7) 7,5 – 8,9 (9,3) x (4,4) 4,9 – 6,1 (6,3) μm, elipsoides
a ovoide-oblongos, hialinos, lisos. Basídios com 30 – 55 x 6 – 10 μm, tetrasporados. Cistídios não
formados. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas gelatinizadas ou por uma
ixotricoderme. Fíbulas presentes.
Crescem isolados ou algo gregários, em solo.
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
27/01/1987, D. N. Pegler et al. s.n. SP (214370).

Figura 348 – Hygrocybe psittacina: a- basidiomas; b- esporos.


27- Hygrocybe rhodoleuca Singer, Figura 349
Beih. Syd. Ann. Mycol., ser. II: 3. 1973.

Píleo com cerca de 2 cm de diâmetro, convexo a aplanado a levemente depresso, rosado (2J5
a 2K6 M&P), ao secar ficando sórdido amarelado, coberto por esquâmulas ou fibrilas eretas ou
recurvadas, esquamuloso ou fibriloso, seco ou levemente úmido, não viscoso, estriado. Lamelas
adnatas com dente decurrente, brancas, distantes. Estipe rosado no ápice e branco na base, não
viscoso, glabro, às vezes canaliculado, subigual, com até 2 cm de comprimento e 2 mm de largura.
Odor nulo. Esporos com 8,5 - 14 x 6 - 7,4 μm, subelipsoides a versiformes, monomórficos, hialinos,
inamiloides. Basídios com 46 – 70 x 8,5 – 9,5 μm, bi- a tetrasporados. Pleuro e queilocistídios
ausentes. Trama da lamela regular, hialina, não gelatinizada. Camada cortical do píleo formada por
uma tricoderme, não gelatinizada, com células terminais de 27 – 78 x 5 – 12 μm, cilíndricas a
clavadas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo de interior de floresta.
Material examinado: Brasil: Paraiba, João Pessoa, 11/07/1960, Singer B (3345).

Figura 349 – Hygrocybe rhodoleuca: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.


28- Hygrocybe silvae-araucariae de Meijer, Figura 250
Macrofungos Notáveis das Florestas de Pinheiro-do-Paraná, 154. 2008.

Píleo com 0,7 – 5,5 cm de diâmetro, de hemisférico a convexo e eventualmente umbonado e


por fim aplanado, levemente translúcido estriado, higrófano, violeta purpúreo escuro, liso e glabro,
seco. Lamelas adnatas com dente decurrente, violeta purpúreas, distantes. Estipe com 1,5 – 5 x 0,3 –
1 cm, violeta-acinzentado, igual ou afinando para cima ou para baixo. Esporada branca. Esporos
monomórficos, com 3 – 5 x 2 – 3,2 μm, elipsoides, de parede fina e lisa, hialinos. Basídios
monomórficos, tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes. Trama himenoforal regular.
Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, não gelatinizadas com pigmento intracelular.
Fíbulas ausentes.
Crescem em solo em interior de floresta. A coloração é característica da espécie que é
considerada rara.
Material examinado: BRASIL, Paraná, São José dos Pinhais, Contenda, 05/03/2001, A. de
Meijer, MBM (4034).

Figura 350 – Hygrocybe silvae-araucariae: a- basidioma; b- esporos.


29- Hygrocybe siparia (Berk.) Singer, Figura 351
Atas Inst. Micol. Recife 2: 17. 1965.

Píleo com 1 – 2 cm de diâmetro, convexo no início e depois umbilicado no centro, vermelho


vivo, seco, tomentoso a furfuráceo, finamente esquamuloso. Lamelas adnatas com dente
decurrente, creme a pálido amareladas, subventricosas, subdistantes, de bordo plano. Estipe com 3
– 6 x 0,3 – 0,8 cm, cilíndrico, alaranjado, glabro, seco e liso. Contexto com até 1 mm de espessura,
concolor à superfície. Esporos hialinos e de paredes finas, dimórficos, os macrosporos com 10 – 13
x 6 – 8,5 μm, ovoides a elipsoides, os microsporos com 6,5 – 7 x 4,5 – 5 μm, ovoides. Basídios
tetraspóricos, dimórficos, os macrobasídios com 40 – 50 x 8 – 11 μm e microbasídios com 30 – 35 x
4 - 6 μm. Pleuro e queilocistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo
formada por uma tricoderme não contínua, com elementos eretos e cilíndricos, com 5 – 12 μm de
diâmetro. Fíbulas presentes.
A camada cortical do píleo tricodermial separa esta espécie das demais da seção Firmae de
acordo com PEGLER & FIARD (1978).

Figura 351 – Hygrocybe siparia: a- basidioma; b- macrosporos; c- microsporos.


30- Hygrocybe subflavida (Murrill) Pegler, Figura 352
Kew Bull add. Ser. 9: 58. 1983.

Píleo com 2,5 – 5 cm de diâmetro, largo cônico a campanulado, com umbo agudo a
subpapilado, amarelo limão a vermelho escarlate, higrófano, não víscido, liso, inata e radialmente
fibriloso, margem ondulada e frequentemente fendida. Lamelas adnexas a adnatas, brancas a pálido
amarelado-creme, grossas e ventricosas. Estipe com 4 – 5,5 x 0,4 – 0,8 cm, cilíndrico, oco, glabro,
branco a branco amarelado. Contexto amarelado, aquoso, com até 5 mm de espessura. Esporos com
9 – 11 (-13) x 5,5 – 6,5 (-7,5) μm, oblongo elipsoides a elipsoides, hialinos, de parede fina. Basídios
com 44 – 56 x 10 – 12 μm, clavados, tetrasterigmatados, raro bi-. Cistídios ausentes. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo com hifas prostradas com 3 – 11 μm de diâmetro.
Fíbulas presentes.
Crescem em solo. PEGLER (1983) refere que há grande variação na cor dos basidiomas
desta espécie.

Figura 352 – Hygrocybe subflavida: a- basidioma; b- esporos.


31- Hygrocybe subcaespitosa (Murrill) Lodge & Pegler, Figura 353
Mycol. Res. 94: 450 (1990).

Píleo com 1- 3 cm de diâmetro, vermelho vivo, convexo a plano e finalmente com margens
erguidas deixando-o côncavo, com diâmetro maior que o comprimento do estipe. Lamelas adnatas
com um curto dente decurrente, distantes, brancas a levemente amareladas. Estipe cilíndrico,
vermelho mais claro que o píleo, com base apresentando micélio basal esbranquiçado e estrigoso.
Esporos com (6–) 7,5–8,5 (–10) x 4–6 μm, elipsoides, constritos, hialinos, lisos, inamiloides.
Basídios não dimórficos. Trama himenoforal regular, com hifas de 3 – 6 μm de diâmetro. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas, com algumas pontas hifálicas
erguidas.
O colorido diferente do píleo e lamelas diferencia esta de H. miniata. O hábito subcespitoso
auxilia no reconhecimento a campo.

Figura 353 – Hygrocybe subcaespitosa: a- basidiomas subcespitosos; b- esporos.


32- Hygrocybe subminutula (Murrill) Pegler, Figura 354
Kew Bulletin Additional Series 9: 61. 1983.

Píleo com 7 – 10 mm de diâmetro, convexo a subexpandido, raro depresso, víscido, glabro,


avermelhado e logo desbotando para amarelado ou alaranjado, mas às vezes ficando um pouco
avermelhado no centro. Lamelas arcuado decurrentes, pálido amareladas a esbranquiçadas,
distantes, largas. Estipe com 1,5 – 2,5 x 0,1 – 0,2 cm, víscido, glabro, afinando em direção à base,
avermelhado na metade apical e amarelado na basal. Esporos com 5 – 7 x 3,5 –5 μm, elipsoides,
lisos, amarelados em reagente de Melzer. Basídios com 28 – 35 x 5 – 7 μm, tetrasporados. Pleuro- e
queilocistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com hifas prostradas,
gelatinizadas. Fíbulas presentes, escassas.
Crescem em solo. Citada para a Inglaterra e América do Norte em HESLER & SMITH
(1963), difere de H. minutula exclusivamente pelo tamanho dos esporos. Foi sinonimizada com H.
insipida, mas isto requer confirmação.

Figura 354 - Hygrocybe subminutula: a- basidioma; b- esporos.


33- Hygrocybe trinitensis (Dennis) Pegler, Figura 355
Kew Bull. 32: 306. 1978.

Píleo com 0,4-0,8 cm de diâmetro, cilíndrico ou truncado-parabólico, umbilicado, vermelho


a laranja amarelado, translúcido estriado, radialmente fibriloso escamoso, brilhante, úmido.
Lamelas adnatas com um dente decurrente, brilhantes, laranja amareladas a vermelhas. Estipe com
17-40 x 0,1 – 0,15 cm, cilíndrico, liso, escamoso, úmido. Esporos dimórficos, subglobosos ou
elipsoides, hialinos, lisos, de parede fina, os macrosporos com 8,8-12 x 6,4-8 μm, os microsporos
com 6,4-8,8 x 4,4-6,4 μm. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 32-55 x 8,8-12,8 μm,
tetrasporados, com fíbula na base, microbasídios 16-31 x 5,6-8,8 μm, bi- ou tetrasporados, com
esterigmas de até 7,2 μm de comprimento. Cistídios ausentes. Trama himenoforal regular a
subregular com hifas de 26-120 x 8-22,5 μm, constrictas no septo, com fíbulas; hifas lacticíferas
presentes, com conteúdo refractivo e de 2-4 μm de diâmetro. Camada cortical do píleo formada por
um manto gelificado com hifas prostradas de 3-12 μm de diâmetro, com fíbulas.
Crescem em solo. CANTRELL & LODGE (2001) descrevem esta espécie encontrada
também em Porto Rico.
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
30/XII/1982, P.G. Kupper s.n. (SP177905).

Figura 355 – Hygrocybe trinitensis: a- basidiomas; b- macro (acima) e micrósporos.


34- Hygrocybe troyana Murrill, Figura 356
Mycologia 3: 198 . 1911.

Píleo com 1–1,5 cm de diâmetro, subhemisférico a convexo, ferruginoso, liso, víscido


quando úmido. Lamelas decurrentes, violáceas, largas. Estipe com 3 – 4 x 0,2 – 0,25 cm, cilíndrico,
vermelho tijolo escuro, mais pálido na metade superior, mudando de cor para amarelado na base,
glabro. Esporos com 6,5–9 x 3,5–5,5 μm, largo elipsoides, elipsoides a oblongos, constritos.
Basídios com 32–37 x 5 - 9 μm, clavados, tetrasporados com alguns bisporados, fíbulados na base.
Cistídios ausentes. Trama himenoforal regular, com hifas lacticíferas eventualmente presentes.
Camada cortical do píleo do tipo ixocutis com hifas de 2,5 – 15 μm de diâmetro associadas a hifas
lacticíferas de 5 – 7 μm de diâmetro. Estipe com hifas prostradas cobertas por um fino manto
gelatinoso. Fíbulas presentes.
As lamelas violáceas e os esporos constritos caracterizam esta espécie. CANTRELL &
LODGE (2004) citam-na para a Jamaica. H. lilaceolamellata Horak pode ser conspecífica.

Figura 356 – Hygrocybe troyana: a- basidioma; b- esporos.


35- Hygrocybe viridis Capelari & Maziero, Figura 357
Mycotaxon 33: 192. 1988.

Píleo com 1,5 - 3 cm de diâmetro, convexo no início e com a maturidade expandindo, ficando
também depresso a umbilicado e ainda perfurado no disco, verde (23H12), liso, higrófano. Lamelas
adnatas a decurrentes, concolores à superfície do píleo, distantes. Estipe com 3,5 – 7 x 0,5 – 0,8 cm,
cilíndrico ou algo achatado, verde intenso no ápice, mas clareando em direção à base onde é
esbranquiçado, liso, glabro, oco. Esporos dimórficos hialinos e de paredes finas; os macrosporos
com 8,4 – 11 x 4,8 – 6 μm, alongado elipsoides, e microsporos com 6 – 7,2 x 4,8 - 6 μm,
elipsoides. Basídios tetrasporados, pouco diferenciados, os macrobasídios com 45 - 50 x 9,4 – 9,6
μm. Cistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com hifas prostradas
pouco diferenciadas. Fíbulas presentes.
Descrito de Rondônia, a espécie é próxima de H. chloochlora que tem píleo verde amarelado,
enquanto que nesta espécie não há coloração em tons amarelos, apresenta queilocistídios e os
esporos são maiores (Capelari & Maziero, 1988).

Figura 357 – Hygrocybe viridis: a- basidioma; b- macrosporos; c- microsporos.


4. HYGROPHORUS Fr.

Píleo em geral fortemente colorido, frequentemente víscido. Lamelas adnatas a decurrentes.


Estipe estriado longitudinalmente, véu frequentemente presente. Esporada branca. Esporos lisos ou
ornamentados, inamiloides e hialinos. Basídios normais com quatro esporos. Cistídios muito raros e
inconspícuos. Pseudocistídios ausentes. Trama de lamela bilateral. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas. Contexto carnoso. Hifas com fíbulas.
Crescem no solo e sempre formando micorriza com Fanerógamas.
Apenas uma espécie é referida para o Brasil até o momento, mas a ocorrência do gênero está
na dependência de revisões destes materiais e de coletas adicionais.
- Hygrophorus (Hygrocybe) juruensis Henn. [da coleção E. Ule do Brasil -
FRIEDERICHSEN (1973)]. O material autêntico necessita ser revisado.
5. HYGROTRAMA Singer

Hábito mais ou menos clitociboide, com pigmentos escuros, intracelulares, intramembranais


ou incrustantes. Lamelas adnatas a decurrentes. Véu ausente ou fugáceo e não glutinoso. Esporos
lisos, com parede homogênea, na maioria binucleados. Basídios normais, eventualmente com
esclerobasídios pseudoamiloides entremeados. Cistídios de ausentes a inconspícuos, ou na forma de
cistidíolos ou hifosos. Camada cortical do píleo de com hifas prostradas ou formando himenioderme
ou tricoderme. Fíbulas presentes ou ausentes. Latex ausente.
Em solo e húmus, dentro ou fora de florestas, não micorrízicos.
Este gênero foi excluído das Hygrophoraceae de acordo com LODGE et al. (2013) mas é aqui
discutido para facilitar a diferenciação.
Duas espécies ocorrem no Brasil, a saber:
- Hygrotrama leucopus Singer (PB) - SINGER (1973): 3.
- Hygrotrama tetrasporum Singer (AM) - SINGER (1989): 3.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES DE HYGROTRAMA ENCONTRADAS NO BRASIL:


1.1 Píleo com até 1,2 cm de diâmetro; camada cortical do píleo
himeniforme................ ..............................................H. leucopus
1.2 Píleo com até 0,25 cm de diâmetro; camada cortical do píleo com hifas
prostradas........ .............................................H. tetrasporum
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE HYGROTRAMA ENCONTRADAS:

1- Hygrotrama leucopus Singer, Figura 358


Beih. Syd. Ann. Mycol., ser. II: 3. 1973.

Píleo gríseo, subvelutinoso, levemente sulcado na margem, convexo a depresso no centro,


com até 1,2 cm de diâmetro. Estipe branco, sólido, cilíndrico, pruinoso na metade apical, com cerca
de 3 x 0,2 cm. Contexto branco, inodoro. Esporos com 5,5 – 8,5 (-9) x 4 – 5,5 (-6) μm, versiformes,
elipsoides ou subelipsoides a subglobosos, lisos, hialinos, inamiloides. Basídios com 25 – 45 x 6,8 –
8 (-9) μm, bi- ou tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios ausentes ou formados na
margem do píleo e na forma de corpos estéreis, com 16 x 12 μm, vesiculosos e hialinos. Trama do
himenóforo irregular a regular, com hifas de 1 – 9 μm de diâmetro. Camada cortical do píleo
himeniforme, formando grupos intermitentes com elementos ampuláceos ou vesiculosos, com 16 –
32 x 7 – 25 μm, hialinos, alguns capitados. Hipoderme com hifas filamentosas, com pigmento
intracelular fuscídulo. Camada cortical do estipe em sua metade apical semelhante a camada
cortical do píleo, com elementos de 12 – 50 x 4 – 16 μm.
Crescem em solo em interior de floresta.

Figura 358 – Hygrtrama leucopus: a- basidioma; b- esporos; c- basídios.


2- Hygrotrama tetrasporum Singer, Figura 359
Fieldiana Botany 21: 3. 1989.

Píleo gríseo, subvelutino, seco, obtuso, liso, convexo, com até 2,5 mm de diâmetro. Lamelas
brancas arcuadas, decurrentes. Estipe pálido gríseo, glabro, liso, seco, gradualmente atenuado para o
ápice, com 10 x 0,7 mm (no ápice cerca de 0,3 mm de diâmetro). Véu ausente. Contexto branco ou
palidamente gríseo, imutável, inodoro. Esporos com 7-8 x 5,5-6,5 μm (alguns com até 10,2 x 6,2
μm nos formados em basídios bisporados), subglobosos ou levemente elipsoides, com uma gútula
amorfa, lisos, inamiloides, com apêndice hilar conspícuo e excêntrico com 1-1,5 μm de
comprimento, sem depressão supra-hilar. Basídios com 32-39 x 8,5-10 μm, clavados (inclusive os
basidíolos), cerca de 95% deles tetrasporados e 5% bisporados e nestes com esterigmas de até 8 μm
de comprimento. Pleuro- e queilocistídios ausentes. Hifas inamiloides, sem fíbulas. Trama
himenoforal subregular, com hifas de 3-6 μm de diâmetro, de paredes finas, hialinas não
gelatinizadas. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, cilíndricas ou ventricosas, não
gelatinizadas, com pigmento fusco granular interno, pseudoamiloides.
Crescem como humícolas, solitários em interior de floresta. RAITHELHUBER (1992)
transfere esta espécie para Camarophyllopsis.
Material examinado: Brasil, Amazonas, Estrada Manaus-Caracaraí, km 45, 28/02/1978,
Singer & Araujo B, 10714 (INPA).

Figura 359 – Hygrotrama tetrasporum: a- basidioma; b- esporos.

Continua no Volume 2
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ÍNDICE GERAL
PREFÁCIO .........................................................................................................................................3
SIGLAS E ABREVIATURAS ...........................................................................................................4
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................6
DESIDRATAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO ..................................................................................14
CARACTERIZAÇÃO DOS AGARICALES sensu lato .................................................................18
ALGUNS TRABALHOS QUE CITAM AGARICALES PARA O BRASIL .................................19
METODOLOGIA QUE RESULTOU NESTE LIVRO ...................................................................26
ORDEM AGARICALES (sensu lato) ............................................................................................. 27
ORDEM AGARICALES SENSU STRICTO ..................................................................................29
CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS .....................................................................30
POSIÇÃO SISTEMÁTICA DA ORDEM ........................................................................................34
DESCRIÇÃO DAS FAMÍLIAS, GÊNEROS E ESPÉCIES DE COGUMELOS
ENCONTRADOS NO BRASIL .......................................................................................................35
AGARICACEAE Fr. ........................................................................................................................35
AGARICUS ...............................................................................39
CHAMAEMYCES .....................................................................77
CHLOROPHYLLUM ................................................................79
CYSTODERMA .........................................................................81
CYSTOLEPIOTA .......................................................................84
HIATULOPSIS ...........................................................................90
JANAUARIA ..............................................................................90
LEPIOTA ....................................................................................91
LEUCOAGARICUS ................................................................168
LEUCOCOPRINUS .................................................................184
MACROLEPIOTA ...................................................................202
MELANOPHYLLUM ..............................................................212
MICROPSALLIOTA ................................................................214
PHAEOLEPIOTA .....................................................................219
RIPARTITELLA .......................................................................221
SMITHIOMYCES ....................................................................224
VOLVOLEPIOTA .....................................................................226

AMANITACEAE Heim .................................................................................................................228


AMANITA .................................................................................228
LIMACELLA .............................................................................248

BOLBITIACEAE Singer ................................................................................................................251


BOLBITIUS .................................................................................252
CONOCYBE ................................................................................257
GALERELLA ..............................................................................284
PHOLIOTINA ..............................................................................285

COPRINACEAE/PSATHYRELLACEAE .....................................................................................290
ANELLARIA .......................................................................................291
COPELANDIA ....................................................................................293
COPRINUS ..........................................................................................295
PANAEOLINA ....................................................................................306
PANAEOLUS ......................................................................................307
PSATHYRELLA .................................................................................. 316

CREPIDOTACEAE (Imai) Singer .................................................................................................330


CREPIDOTUS .......................................................................................331
MELANOMPHALIA ............................................................................365
SIMOCYBE ...........................................................................................366
TUBARIA ..............................................................................................367
ENTOLOMATACEAE Kotlaba & Pouzar .....................................................................................368
ENTOLOMA ...............................................................................369
CLITOPILUS .............................................................................. 408
RHODOCYBE ............................................................................ 414

HYGROPHORACEAE Lotsy ........................................................................................................422


CAMAROPHYLLUS .................................................................... 422
HYGROASTER ............................................................................. 429
HYGROCYBE ............................................................................... 432
HYGROPHORUS ...........................................................................472
HYGROTRAMA .............................................................................473

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................476

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