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PREFÁCIO
Como em toda a história que cerca a biodiversidade (e o Brasil tem muito dela), têm-se as
espécies em grande número, mas ainda não sabe-se quantas são, como são e nem qual a sua
importância. Enquanto na Europa já há preocupação em preservar espécies ameaçadas de
cogumelos, aqui nem sabemos quais são as espécies, que dirá as que são ameaçadas. Do livro
didático de todas as séries, ao conhecimento popular e indígena, perde-se muito pela pouca
divulgação do que são e para o que servem os cogumelos.
Precisa-se de mais especialistas nesta área e é para que eles sejam formados que foi escrito o
presente livro. A inexistência de um compêndio dos cogumelos do Brasil afasta muitos jovens desta
área, e para facilitar o trabalho de busca por bibliografias, reuniu-se tudo o que foi possível para
apresentar no presente livro.
A falta de conhecimento leva a preocupação com o que eles podem causar, especialmente se
os comermos ou tocarmos neles (o que é incompreensível!). Portanto, reza a lenda que não
podemos tocá-los, que dirá aproveitá-los de alguma forma. Lembro-me de uma ex-professora que
dizia, lá no interior, que usava uma bolota de um fungo (Lycoperdales – Lycoperdon cyathiformis)
para apagar o quadro negro antigamente, pois era uma esponja excelente para isso. Lembro-me do
susto de meu sogro quando viu meu rosto cheio de bolotinhas disparadas por centenas de Ascobolus
(Gasteromycete), quando manuseei o esterco seco onde eles cresciam. Lembro de muitos leigos
impressionados com o que pode ser feito com fungos. Lembro de um grupo de estudantes, em plena
selva Amazônica, saboreando centenas de Pleurotus comestíveis (alimento riquíssimo), enquanto
em um descampado uma família estava sem comer naquele dia, porque o marido não voltara com a
caça e ninguém sabia que podiam comer aquilo! Lembro-me do dia em que na Europa vi crianças
identificarem cogumelos pelo nome popular, como se faz com árvores por aqui (no interior):
quando vamos chegar neste ponto em nosso país? Até porque, no interior, os jovens já não
identificam mais nem as árvores.
Por fim, lembro-me de um primo mais velho que, ao ver que eu pegava um substrato com
um fungo semelhante a uma taça de vinho, cheio de bolinhas (Cyathus sp.), me dizia que era pra ter
cuidado, pois aquelas bolinhas saltavam fora e, ao bater em nosso pescoço, deixavam a vítima com
torcicolo. A este meu primo, sr. Arídio Back e sua família, com quem muito aprendi e a quem muito
respeitei, agradeço por despertar meu interesse pelos fungos, basicamente em função daquela
informação do conhecimento popular e um agradecimento especial à Dra. Maria Auxiliadora de
Queiroz Cavalcanti por nos orientar no mestrado e doutorado.
SIGLAS E ABREVIATURAS
AC – Acre
AL - Alagoas
AM – Amazônas.
AP – Amapá.
BA – Baía.
BAFC – Herbário da Argentina.
CE – Ceará.
ES – Espírito Santo.
F – Farlow Herbarium.
GO – Goiás.
HCB – Herbário da Universidade de Santa Cruz do Sul – RS.
IMUR – Herbário da Universidade Federal de Pernambuco – PE.
INPA – Herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.
M & P – cores tal como expostas em Maerz & Paul (1950).
MA – Maranhão
MG – Minas Gerais.
MS – Mato Grosso do Sul.
MT – Mato Grosso.
PA – Pará.
PACA – Herbário do Instituto Anchietano de Pesquisas.
PE – Pernambuco.
PI – Piauí.
PR – Paraná.
RJ – Rio de Janeiro.
RN – Rio Grande do Norte.
RO – Rondônia.
RR – Roraima.
RS – Rio Grande do Sul.
SC – Santa Catarina.
SE - Sergipe
SP – São Paulo.
(SP) – Herbário do Instituto de Botânica de São Paulo.
RJ – Rio de Janeiro.
TO – Tocantins.
Obs.: muitas siglas de herbários não são aqui citadas por serem de uso corriqueiro e se referem às
que são citadas pelo Index Herbariorum e são referidas no item Material examinado de cada
descrição.
Deus, perdoai-nos, porque não
sabemos o que fazer com
nossa biodiversidade.
Ao Josué Lopes Putzke, esperando que ele possa compreender o tempo que perdemos preparando
esta obra e o seu propósito.
INTRODUÇÃO
Os fungos Agaricales são organismos em geral macroscópicos, apesar de alguns nem
atingirem um milímetro, com uma variedade tão grande que não tem uma só vez que entro em um
mato e não me impressiono com um exemplar diferente e maravilhoso.
Das matas do Recife, Horto de Dois Irmãos (Pernambuco), aos banhados do sul do Rio
Grande do Sul e de Poconé (MT) e Passo do lontra (MS), às matas do Instituto de Botânica de São
Paulo e ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, da floresta Amazônica às cidades, por todo o Brasil
há espécimes lindíssimos. Estão por toda a parte!
São tantas as formas, cores e tamanhos que já nem discuto mais estas coisas com
profundidade quando tento caracterizar esta ordem. Surgindo a taxonomia molecular então, onde
uma Lepiota é do mesmo grupo que um Coprinus, que me pergunto como estão reagindo os mais
velhos taxonomistas (e talvez até os já falecidos!) e onde vai parar a taxonomia (dita) moderna. Só
lembro que este tipo de taxonomia não me adianta, pois é do reconhecimento a campo, com aquilo
que tenho na mão e o mais rapidamente possível e com poucos ou nenhum custo, que se faz a
verdadeira taxonomia, pelo menos por enquanto, no Brasil e no mundo.
No Brasil chega-se ao cúmulo de ver o número de Agaricólogos com doutorado estar
reduzido a um número tão pequeno. E estamos no país com a maior biodiversidade também deste
grupo. Em termos de cogumelos deve-se ter pelo menos 1/3 do que existe no mundo, mas destas
espécies só usamos menos de 10. Infelizmente, este é o preço da ignorância.
Estamos substituindo nossas matas nativas riquíssimas em cogumelos (entre outras
espécies), por matas de uma só espécie e exóticas, plantadas. Lá se vão muitas espécies de
cogumelos. E entram outras que estão associadas como micorriza com estas exóticas.
As pessoas que vão, por ventura, se interessar pelo grupo, devem ter uma coisa bem clara:
estudar cogumelos é muito gratificante, mas tem-se pouco estímulo pela pouquíssima bibliografia e
poucos orientadores na área. Vai aqui uma contribuição, ainda que bem básica, aos iniciantes.
Precisamos nos ajudar para conhecermos mais da agaricobiota brasileira. Portanto, vamos
nos unir e trabalhar juntos para compensar: estamos à disposição.
QUEM SÃO E COMO ESTUDAR OS COGUMELOS AGARICALES s. l.
COMO COLETÁ-LOS:
Os cogumelos podem ser encontrados em todas as épocas do ano, alguns sendo exclusivos
de certas estações. Os substratos são variados, mas ocorrem principalmente em solo, esterco ou
restos vegetais, em especial madeira. Mas existem substratos bem diferentes como carvão e rocha
pura, por exemplo.
Durante as coletas, o material deve ser destacado do substrato com auxílio de faca ou
espátula, cuidando para não puxá-lo com os dedos, pois isto danifica certas estruturas
microscópicas. Quando possível, o substrato, em sendo de origem vegetal, deve ser identificado
ainda a campo e, quando não for possível, consultar especialistas em taxonomia vegetal para a
correta identificação do material.
O cogumelo coletado deve ser acondicionado individualmente em potes de plástico, para
evitar a mistura de esporada (massa de esporos que é liberada gradualmente durante a maturação) e
para garantir a segurança do espécime, no sentido de preservá-lo de acidentes que o danifiquem
irremediavelmente, impossibilitando a posterior identificação. Desta forma, as coletas devem ser
transportadas até o laboratório, onde se faz a identificação específica, através da análise macro- e
microscópica dos espécimes coletados. Para o acondicionamento final das coletas no herbário,
pode-se utilizar a metodologia exposta em BOHUS (1963) e KENDRICK (1969), sendo todas as
exsicatas acondicionadas em potes de plástico individuais ou sacos de papel. A desidratação deve
ser feita em estufa a 40o C, sendo anotadas as modificações em forma e coloração dos basidiomas.
Na verdade, uma boa coleta deve ser logo medida em todos os seus aspectos. Para isto
monta-se um esquema de anotações para que seu cogumelo seja meticulosamente analisado, sendo
que isto deve ser feito com todas as amostras encontradas. Portanto, medir (e anotar) é o melhor
negócio! Veja a seguir.
Fazer corte longitudinal ao basidioma conforme Figura 02 e medir a espessura do contexto (a)
e tamanho das lamelas (b).
Estipe: aproveite a seção feita para obtenção das dimensões acima e faça as seguintes
observações: medir o diâmetro do estipe (aproximadamente no centro deste– Figura 2c) e na base
(especialmente se for alargada formando um bulbo basal - Figura 2d), além do comprimento total
(Figura 2e). Na seção, observe se houve mudança na coloração original, pois muitos fungos podem
apresentar mudanças para amarelo, vermelho, verde, azul ou outras cores, o que ajuda na
identificação. Na seção longitudinal observe também se o estipe é oco ou se apresenta algum tipo de
espaço com ar (cavernoso). Ainda observe se o estipe se desconecta fácil do píleo e sua
consistência.
Figura 02 – A - esquema mostrando corte longitudinal e regiões que devem ser medidas. B-
Esquema apresentando a sequência de corte para observar a trama da lamela, camada cortical e
himênio (a): b-e: tramas homomêras: b- trama regular; c- trama bilateral; d- trama inversa; e- trama
irregular; f- trama heterômera; g- himênio; h. basídios; i. basidíolos. (adaptado de Pereira & Putzke,
1989).
Anel ou véu: anote se ele está virado para cima (funil) ou para baixo, e a localização (meio,
metade basal ou metade apical) e se é fixo ou móvel (Figura 3c). Se restos dele ficaram na margem
do píleo ou em sua superfície e a cor destes restos.
Volva: tamanho, se é lobada ou não e como se apresenta sua superfície incluindo a cor e
textura (Figura 3d).
Figura 03 – Partes macroscópicas principais de um cogumelo completo: a- píleo (a seta está
indicado a sua superfície); b- estipe; c- anel ou véu; d- volva; e- himenóforo, neste caso lamelado; f-
rizomorfas, em geral sobre o substrato ou dentro deste. Adaptado de PEREIRA & PUTZKE (1989).
Deve-se anotar ainda a forma geral do píleo e estipe e de sua superfície, conforme a figura 6.
A esporada é retirada do cogumelo colocando o mesmo em um pote fechado com uma
bolinha de papel higiênico molhada para manter alta a umidade do ambiente. Corte o estipe ou
posicione o píleo de maneira a ficar com o himenóforo (lado com lamelas ou poros) voltado para
baixo como na Figura 04.
Figura 04 – Acima: píleo de cogumelo com estipe cortado e posicionado sobre folha de papel para
obtenção de esporada. Abaixo esporos vistos ao microscópio - Lisos (A): a- globoso; b-
subelipsóide; c- fusóide; d- limoniforme; e- alantóide; f- assimétrico; g- rombóide; h- subexagonais;
i- com parede dupla; j- calcarado; l- cruciforme; m- angulosos; n- com poro germinativo e parede
grossa; o- subgloboso; p- elipsóide. Ornamentados (B): a- equinados-espinhodos; b- equinados; c-
verrucoso; d- com plage; e- subreticulado; f- nodoso; g- com nervuras longitudinais; h- reticulado;
i- tuberculoso; j- rugulosos; l- rugosos (Adaptado de Pereira & Putzke 1989).
A forma do píleo e sua superfície (tipo de ornamento) também devem ser anotados a fresco.
Para estas anotações devem ser comparadas as Figura 06 a 07 e aproximações a alguma destas
formas devem ser anotadas com os prefixos “sub-” .
IDENTIFICAÇÃO
Tanto para o material coletado, quanto para os revisados de coleções de herbários, devem ser
anotados e quando necessários desenhados, os seguintes caracteres:
a) MACROSCÓPICOS
- Hábitat e hábito: descrever o micro-habitat da espécie bem como seu posicionamento entre os
hábitos conhecidos, especialmente se eram pleurotoides (estipe de excêntrico a lateral ou séssil),
clitociboides (lamelas decurrentes em estipe central e com mais de dois mm de diâmetro),
onfaloides (lamelas decurrentes em estipe central e com menos de dois mm de diâmetro),
colibioides (lamelas adnexas a adnatas, com contexto fino e cartilaginoso, estipe central),
tricholomoides (basidiomas grandes, com lamelas adnato-emarginadas, com contexto grosso e
carnoso), marasmioides (píleo cartilaginoso a membranáceo com estipe muito fino e negro
lembrando fio de crina de cavalo), entre outros.
- Substrato: quando de origem vegetal, procurar identificar se era pelo menos mono ou
dicotiledônea e, quando possível, a espécie ou pelo menos a família. No caso de esterco, o tipo
de animal.
- Crescimento: se isolado, gregário, cespitoso ou em tufos.
- Píleo: diâmetro, forma, superfície, cor, tipo de margem; contexto - espessura, cor e consistência
(ver Figuras 4 – 6).
- Lamelas: forma, inserção em relação ao estipe (livres, colariadas, adnexas, adnatas,
decurrentes), abundância (próximas a distantes), cor, bordos, consistência.
- Estipe: dimensões, posição, forma, cor, superfície, consistência.
- Véu: duração (logo evanescente ou fugaz a permanente ), tamanho, forma, posição, superfície,
cor.
- Anel: duração, tamanho, forma, posição, superfície, cor, consistência, margem, relação com o
estipe.
- Cor da esporada (ver Figura 04 para saber como obter a esporada).
- Odor.
- Sabor.
Figura 05 – Acima da linha - tipos de camada cortical do píleo: a- tricoderme; b- tricoderme-
paliçadoderme; c- paliçadoderme; d- himenoderme; e- exotricoderme; f- tricocútis; g- epitélio; h-
com equinídios do tipo Siccus; i- com equinídios do tipo Rotalis; j- aspecto geral da camada cortical
com equinídios; l- com dermatocistídios do tipo esclerocistídios; m- hifas prostadas; n- com hifas
diverticuladas; o- equinídios do tipo Mycena; p- cutis de hifas prostadas com pigmento intracelular;
q- hifas com pigmento intraparietal; r- hifas com fíbulas e pigmento intracelular.
Abaixo da linha: formas e tipos de cistídios: a- metulóides; b- macrocistídios; c- crisocistódios; d-
leptocistídio; e- feocistídio; f- tipo Melanoleuca; g- acantófise; h- hifóide; i- piriforme; j- utriforme;
l- lageniforme; m- fusóide; n- capitado; o- utricóide; p- equinídio; q- metulóides do tipo Cervinus
(adaptado de Pereira & Putzke, 1989).
b) MICROSCÓPICOS
Para a microscopia devem ser preparadas lâminas utilizando-se KOH (hidróxido de
potássio) para reidratação. Com o uso de lâmina de barbear, devem ser realizados cortes
transversais à lamela e contexto de acordo com a metodologia exposta em PUTZKE & PUTZKE
(1998; 2012). Seções longitudinais finas do estipe e perpendiculares à superfície do píleo devem ser
realizadas para observar-se estruturas importantes destas regiões. Entre as que devem ser
observadas constam as seguintes:
- Camada cortical (tipo se diferenciada, tipo de pigmento e sua localização, diâmetro das hifas,
hipoderme - quando diferenciada – Figura 5).
- Contexto (tipo, diâmetro e disposição das hifas que a compõe, presença de espaços e ocorrência
de gelatinização).
- Fíbulas (presença ou não).
- Trama da lamela (disposição e diâmetro das hifas, tamanho de mediostrato e laterostrato -
Figura 2B).
- Himênio (organização e disposição de estruturas férteis e estéreis- Figura 2B)
- Cistídios (forma, dimensões, disposição e pigmentação; reações químicas – Figura 5).
- Basídios (forma, dimensões, disposição e pigmentação; número de esterigmas e comprimento;
espessura da parede); dimensões de acordo com WASSER & BERGER (1983).
- Esporos (dimensões, cor, forma, reação com Melzer, parede e vacúolos). De acordo com
SINGER (1986) - (Figura 4).
A metodologia exposta em KOHLMEYER & KOHLMEYER (1996) pode ser empregada
para o preparo de lâminas permanentes. PUTZKE & PUTZKE (2003) apresentam glossário
ilustrado de micologia que pode ajudar na identificação de macro e microestruturas.
A Ordem Agaricales (Basidiomycota – Fungi) está sendo muito subdividida em função dos
avanços em pesquisas de filogenia, em especial com o uso da genética. O desmembramento de
ordens a partir de Agaricales tem sido uma constante nos trabalhos baseados em biologia molecular,
o que implica em profundas mudanças na taxonomia nos graus mais superiores e até mesmo ao
nível de gênero e espécie.
De acordo com SINGER (1986) e PEREIRA & PUTZKE (1989), a ordem inicialmente
caracterizava-se por apresentar: basidiomas de hábito variado, desde muito pequeno (menos de um
milímetro) até gigantes (com mais de 50 centímetros). Himenóforo lamelado (às vezes intervenoso)
ou poroide a favoloide, às vezes pouco desenvolvido e em alguns liso. Lamelas (se presentes) de
livres a colariadas ou sublivres, adnexas, adnatas, sinuadas a decurrentes. Estipe geralmente
presente e central, às vezes excêntrico, lateral ou ausente, em algumas espécies com pseudoestipe;
véu e volva ausentes ou presentes em bem formados. Contexto muito fino (com menos de 1 mm)
até grosso e carnoso (com mais de 1 cm). Esporada branca ou creme, às vezes rosa-creme, violeta-
pálido ou verde, ou mais escura, ferrugínea, marrom a preta, com várias tonalidades. Esporos de
parede lisa ou variadamente ornamentada, com ou sem poro germinativo, inamiloides, amiloides ou
pseudoamiloides, cianófilos ou acianófilos. Basídios com ou sem granulações carminófilas,
apresentando (1)-2-(3)-4 esterigmas, a grande maioria das espécies com 4. Cistídios ou
pseudocistídios presentes ou ausentes, versiformes e de diversos tamanhos, desde inconspícuos e
não projetantes até muito projetantes, de paredes geralmente finas e hialinas, raro grossas e
pigmentadas, em algumas espécies são do tipo metaloides. Hifas da trama do píleo e/ou do estipe
gelatinizadas ou não, densamente dispostas ou com espaços preenchidos por ar ou mesmo por
gelatina, inamiloides, amiloides ou pseudoamiloides. Camada cortical muito variada, desde não
diferenciada até recoberta por uma epícutis, com hifas terminais erguidas e geralmente
morfologicamente distintas, normalmente himeniforme, paliçadoderme ou tricoderme,
eventualmente com seus elementos ornamentados, formando equinídios ou celular, com elementos
muito inflados. Trama himenoforal heterômera ou homômera, às vezes com células globosas,
regular a irregular, raramente bilateral ou inversa. Sistema de hifas monomítico, septos com ou sem
fíbulas.
Ocorrem em todos os continentes incluindo o Antártico (Singer & Corte, 1962; Putzke &
Pereira, 1996).
No presente trabalho utiliza-se esta definição para a ordem, admitindo, entretanto a
separação em ordens como Boletales e a inclusão nesta de diversas famílias originalmente dispostas
em Agaricales como Paxillaceae e Strobilomycetaceae.
ALGUNS TRABALHOS QUE CITAM AGARICALES PARA O BRASIL
Os primeiros registros de fungos macroscópicos para o Brasil datam de 1767, ano em que se
coletou a exsicata mais antiga do país, Pycnoporus sanguineus, recolhida por P. Commerson e
depositada no Museu de História Natural de Paris, de acordo com FIDALGO (1970). Os primeiros
Agaricales foram citados para o Brasil somente na primeira metade do século XIX, nos trabalhos de
LINK (1809), onde há referências às espécies coletadas por J. C. Hoffmannsegg (local e data
ignorados).
MONTAGNE (1837) e BERKELEY (1839; 1843; 1879-80), BERKELEY & COOKE
(1876; 1877) descrevem espécies do Brasil ainda hoje reconhecidas (como Marasmius
haematocephalus Mont., por exemplo).
Para o Rio Grande do Sul, um dos estados mais estudados, os primeiros trabalhos que citam
espécies são os de ROMELL (1901), THEISSEN (1908; 1912) e de RICK (1905; 1907; 1930; 1938;
1961). SINGER (1953a) revisa as espécies descritas pelo padre Johannes Rick, considerado o pai da
micologia brasileira, adaptando-as à taxonomia moderna, especialmente com a adição dos
caracteres microscópicos, praticamente ignorados por Rick (cita o tamanho dos esporos).
THEISSEN (1908) apresenta revisão do gênero Marasmius para o Rio Grande do Sul,
citando um total de 38 espécies. Muitas destas foram transferidas para Marasmiellus, na revisão de
SINGER (1973a). THEISSEN (1912) reúne os fungos Hymenomycetes já encontrados até a data
para este estado.
Após a revisão de SINGER (1953a) dos tipos de Rick e de coletas feitas pelo autor no estado
do Rio Grande do Sul, os trabalhos com Agaricales diminuíram muito, ocorrendo citações apenas
em trabalhos continuados de Rolf Singer, incluindo às vezes alguns colaboradores, como SINGER
& DIGILIO (1951), mas baseados principalmente em sua revisão publicada em 1953. Citam-se
neste caso, ainda os trabalhos de SINGER (1964a), que revisa algumas Boletales para a América do
Sul; SINGER (1969) que apresenta revisão de fungos encontrados no Sul da América do Sul,
reportando inclusive os encontrados em seu trabalho de 1953. SINGER (1973a) apresenta, entre
outros, resultados da revisão dos Marasmius coletados por Rick e Theissen. SINGER (1989) revisa
coleções para a Amazônia, entre outras, citando muitas espécies novas.
O Padre Balduíno Rambo reúne os manuscritos deixados por Rick e publica a obra póstuma
RICK (1961), onde cerca de 700 espécies da família Agaricaceae lato sensu são referidas para o Rio
Grande do Sul, demonstrando o grandioso trabalho empreendido pelo pai da micologia brasileira,
mas criando uma série de confusões, especialmente com nomes científicos já rearranjados por
SINGER (1953a).
Augusto Chaves Batista dedicou-se ao estudo de muitos grupos de fungos incluindo
Agaricales, principalmente no Nordeste brasileiro, tendo publicado, ainda com colaboradores,
BATISTA (1955), sobre alguns Agaricaceae saprófitos de Pernambuco, BATISTA & BEZERRA
(1960), sobre Basidiomycetes vulgares no Nordeste, BATISTA at al. (1966) uma revisão de fungos
do Pará e BATISTA et al. (1955) uma coletânea de novas espécies.
Osvaldo Fidalgo contribuiu não só para a pesquisa básica em taxonomía de Agaricales e
outros fungos quando publicou FIDALGO (1968) sobre fungos do Mato Grosso, FIDALGO (1970),
com algumas adições a história da micologia brasileira, FIDALGO et al. (1965) sobre fungos do
cerrado e FIDALGO & HIRATA (1979) resgatando o conhecimento de nossos índios, mas também
deu uma grande contribuição aos iniciantes em taxonomia ao lançar dicionário micológico com sua
esposa, em FIDALGO & FIDALGO (1967).
Somente na década de 80, por iniciativa de micólogos como Rosa Trinidad Guerrero e
Antônio Batista Pereira, ressurge a agaricologia com ênfase em taxonomia no Rio Grande do Sul.
GUERRERO & HOMRICH (1983; 1999) apresentam um guia de identificação para os fungos
macroscópicos que consideram mais comuns no estado. PEREIRA (1984a, b) apresenta os
resultados de sua dissertação de mestrado envolvendo o levantamento dos gêneros encontrados no
RS e dos encontrados na Floresta Nacional de São Francisco de Paula. PEREIRA (1998; 2000)
apresenta revisão do gênero Lepiota no Brasil.
RAITHELHUBER (1973; 1974; 1980; 1984a; 1984b; 1984c; 1985a; 1985b, 1985c; 1987a;
1987b; 1987c; 1988; 1990; 1991) apresenta revisões de Agaricales para a América do Sul, incluindo
um trabalho monográfico do gênero Mycena, reunindo várias espécies referidas por Rick para o Rio
Grande do Sul. RAITHELHUBER (1991) expõe suas conclusões quanto à revisão de fungos
Argentinos, referindo espécies inclusive do sul do Brasil, cuja citação baseia-se principalmente nos
trabalhos realizados pelo Padre Johannes Rick.
PUTZKE & PEREIRA (1988) revisam o gênero Oudemansiella para o RS, registrando a
ocorrência de 4 espécies para a área.
PEREIRA & PUTZKE (1989) em um guia de identificação, reúnem as famílias e os
gêneros já conhecidos para o RS e referem à ocorrência de pelo menos 17 famílias e 100 gêneros de
Agaricales.
PUTZKE & PEREIRA (1990) apresentam a revisão dos gêneros Cyptotrama, Resupinatus e
Dictyopanus (Tricholomataceae) para o Rio Grande do Sul, concluindo estarem representados, cada
um deles, por uma espécie.
PUTZKE (1994) e PUTZKE & CAVALCANTI (1995) revisam o gênero Hohenbuehelia
para o estado do Rio Grande do Sul, apresentando descrições e ilustrações para 17 espécies.
PUTZKE (1999) revisa o gênero Laccaria no RS e conclui que o mesmo está representado por 3
espécies na área.
PUTZKE (1994), em uma lista inicial compilada com o objetivo de reunir o máximo de
referências existentes sobre cogumelos do Brasil, apresenta um total de 1.011 espécies de
Agaricales para o País, reforçando o grande número de representantes desta ordem para na área. O
autor refere ainda, o grande número de espécies de posição incerta, especialmente por terem sido
perdidos os tipos em função de ataque de insetos, mofo, bolores ou mesmo de causa ignorada.
Estranhamente a lista de Agaricales de CAPELARI et al. (2010) refere apenas 255 espécies que,
adicionados às 86 espécies de Boletales tratadas no mesmo trabalho por ALVES et al. (2010) mal
chegam a 1/3 das que realmente ocorrem por aqui (341 x 1011- além das adições em anos recentes).
Como comparativo, cita-se ainda que MEIJER (2006) apresenta lista completa dos Agaricales
referidos para o Paraná, onde pelo menos 1.113 espécies são citadas somente para este estado!
MUELLER & WU (1997) apresentam a revisão de todos os trabalhos publicados por Rolf
Singer e apresentam um lista das descritas a partir de material encontrado pelo mesmo em toda a
sua vida científica. Como resultado, tem-se a citação de 379 espécies (além de Mycena cyatheae
Singer, erradamente ignorada na lista) de Basidiomycetes para o Brasil descritas pelo autor,
demonstrando como são importantes os trabalhos deste agaricólogo para a taxonomia de Agaricales
no Brasil.
Excelentes contribuições aos estudos de fungos macroscópicos brasileiros surgiram com os
trabalhos Vera Lúcia Ramos Bononi e de seus orientados, citando-se BONONI (1984 e 1992) com
os levantamentos de Basidiomycetos do Cerrado da Reserva Biologica de Moji Guaçu, São Paulo
e de Rio Branco no Acre, respectivamente, além de BONONI et al. (1981; 1981a, b, c; 1984; 1995),
tratando de fungos Agaricales de São Paulo, cultivo de cogumelos, fungos macroscópicos em
coleções, entre outros.
GRANDI et al. (1984) estudam Agaricales de São Paulo. PEGLER (1997) propõe chaves de
identificação para os Agaricales de São Paulo. CAPELARI et al. (1998) citam a ocorrência de 208
espécies em 64 gêneros de Agaricales para o estado de São Paulo. Destes, 9,6% foram citados para
restinga, 69,7% para mata atlântica, 20,2% para campo de altitude (Campos do Jordão), 6,7% para
mata mesófila sem decídua e 2,4% para cerrado. A Mata Atlântica é o ecossistema com maior
porcentagem de espécies conhecidas em decorrência das coletas efetuadas por Puigarii e por
CAPELARI (1989).
NEVES & CAPELARI (2007) referiram 20 gêneros e 70 espécies de Boletales (incluída na
ordem Agaricales por Singer, 1986) em revisão das espécies do Brasil.
Aristóteles Góes-Neto dedica-se ao estudo dos fungos principalmente encontrados na Bahia
ao nível bioquímico e fisiológico, publicando alguns trabalhos com taxonomia de Agaricales, entre
eles GÓES-NETO (1996, 1999), GÓES-NETO & BASEIA (2006) e GÓES-NETO et al. (2003).
Larissa Trierveiler Pereira, Bianca Denise Barbosa da Silva e Tiara Souza Cabral têm
trabalhado com Agaricomycetes gasteroides com uma série de trabalhos publicados sobre
taxonomia como TRIERVEILER-PEREIRA et al. (2010; 2014; 2017), TRIERVEILER-PEREIRA
& BASEIA (2010), SILVA et al. (2012), SILVA et al. (2010) e CABRAL et al. (2017).
Camila Ribeiro Alves tem se dedicado ao estudo dos Agaricomycetes gasteroides, tendo
publicado inclusive especies novas, podendo-se citar ALVES et al. (2014; 2016; 2017).
Clarice Loguercio-Leite orientou muitos agaricólogos, mas dedicou-se principalmente ao
estudo dos pliporáceos afiloforoides, apresentando vários estudos com Polyporus e uma lista de
macromycetes para Santa Catarina LOUGUERCIO-LEITE et al. (2009).
Dirce Leimi Komura, apesar de trabalhar mais em outra área, tem se dedicado também à
taxonomia de Agaricales como em KOMURA det al. (2016), com desc rição de duas espécies novas
de Marasmius.
Elisandro Ricardo Drechsler dos Santos atua na taxonomia de afiloforoides, mas
eventualmente reazliza pesquisas com Agaricales em especial com trabalhos sobre fungos
lentinoides em WARTCHOW et al. (2010), sobre as Oudemansiella de esporos equinados,
DRECHSLER-SANTOS et al. (2008), sobre uma espécie nova de Polyporus e revisão de material
de herbário e DRECHSLER-SANTOS et al. (2007) sobre macromycetes em mata nativa do sul do
Brasil.
Felipe Wartchow dedicou-se ao estudo de muitos gêneros de Agaricales, dedicando-se mais
as Entolomataceae, Amanitaceae, Agaricaceae e Pluteaceae, dentre outras, como em WARTCHOW
(2005) e WARTCHOW et al. (2007; 2008; 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017).
Fernanda Karstedt apresenta diversos trabalhos envolvendo a família Entolomataceae no
estado de São Paulo, em especial KARSTEDT & CAPELARI (2010; 2013) sobre Calliderma e
Inocephalus, KARSTEDT et al. (2007) sobre Pouzarella. Em KARSTEDT (2013) relatam
ocorrência de Phaeocollybia megalospora var. tetraspora em SP e em KARSTEDT & STURMER
(2008) os fungos encontrados em floresta ombrófila densa e plantações de Pinus em Santa Catarina.
Seguem trabalhos com Entolomataceae em KARSTEDT & CAPELARI (2016) e KARSTEDT
(2015).
Francisco Junior Simões Calaça e Solange Xavier dos Santos têm se dedicado ao estudo dos
fungos coprófilos, eumerado também Agaricales em trabalhos como CALAÇA & XAVIER-
SANTOS (2012) e CALAÇA et al. (2014), com lista dos coprófilos referidos ao Brasil.
Gilberto Coelho, apesar de dedicar-se mais a fungos afiloforoides e similares, tem publicado
artigos considerando Agaricales, como SILVA et al. (2016), WARTCHOW et al. (2006), CORTEZ
& COELHO (2005), entre outros.
Helen Maria Pontes Sótão apresenta estudos para os Agaricales do Amapá e sobre os
Basidiomycetes de manguezais, como SOTÃO et al. (1991; 2002) e CAMPOS et al. (2005).
Iuri Goulart Baseia dedica-se ao estudo de fungos gasteroides, mas tem contribuido com
alguns trabalhos em taxonomia de agaricoides como em SA et al. (2013 a, b) com lista de
Russulaceae para o Brasil e uma espécie nova de Lactifluus, respectivamente, MENOLI et al.
(2009) sobre Amanita, OLIVEIRA et al. (2008) sobre Marasmous, entre outros.
Izonete de Jesus Araújo Aguiar foi quem mais pesquisas realizou com Agaricales da
Amazônia, tendo contribuido inclusive com as atividades de Rolf Singer na região. Entre outros
trabalhos publicou mais recentemente com Helenires Queiroz de Souza, SOUZA & AGUIAR
(2004; 2007), no qual referem 39 espécies, distribuídas em 13 gêneros e seis famílias e espécies de
Marasmius, respectivamente, para uma reserva do Amazonas e reiniciam os trabalhos com este
grupo para aquela região, muito biodiversa em Agaricales sensu lato.
Jadson José de Souza Oliveira tem se dedicado ao estudo de Marasmius e gêneros afins
(Oliveira & Capelari, 2012; 2016; Oliveira et al., 2008; 2014, entre outros).
Maria Alice Neves tem se dedicado a taxonomia de Agaricomycetes, tendo orientado
mestres e doutores em taxonomia do grupo, especialmente Boleales, publicando com eles uma série
de trabalhos como NEVES & CAPELARI (2007), MAGNAGO & NEVES (2008), MAGNAGO et
al. (2015; 2016), DREWINSKI et al. (2017).
Marcelo Aloysio Sulzbacher dedicou-se ao estudo de fungos Agaricoides e Gasteroiddes,
incluindo micorrizas, tendo descrito várias espécies de Agaricales em trabalhos com vários
colaboradores como em SULZBACHER et al. (2008; 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015;
2016; 2017) e SULZBACHER & PUTZKE (2005).
Maria Helena Alves tem trabalhado com Agaricales do Nordeste brasileiro, com artigos
como ALVES & CAVALCANTI (2006) sobre Coprinaceae, ALVES & NASCIMENTO (2012;
2014) sobre uma Mycena bioluminescente e Entoloma, respectivamente, NASCIMENTO &
ALVES (2014), com novas referências, entre outros.
Margéli Pereira de Albuquerque apresenta estudos dos Agaricales para o Rio de Janeiro e
para o Rio Grande do Sul, citando-se os trabalhos de ALBUQUERQUE et al. (2006; 2010; 2012)
com revisão para coletas feitas em trechos de Mata Atlântica da Reserva Biológica do Tinguá (RJ),
ALBUQUERQUE et al. (2007) com novas ocorrências para o Brasil, ALBUQUERQUE et al.
(2006) com a ecologia e distribuição do gênero Leucocoprinus Pat. no Rio Grande do Sul. Com
ALVES et al. (2012), publica os primeiros relatos de Agaricales para o Bioma Pampa do Brasil, um
dos menos estudados no Brasil e exclusivo do RS.
Maria Auxilliadora de Queiroz Cavalcanti foi uma das mais importantes figuras na
Agaricologia brasileira por formar muitos pesquisadores para a taxonomia deste grupo, apesar de
dedicar-se também aos afiloforoides e endófitos, com trabalhos realizados principalmente no
nordeste brasileiro, além de orientar e co-orientar os autores do presente livro em nível de mestrado
e doutorado.
Marina Capelari tem feito grandes contribuições à agaricologia brasileira, ao estudar fungos
principalmente do sudeste brasileiro, mas também de estados distantes como Rondônia. Citam-se
como exemplos CAPELARI (1989, 1996, 2007), CAPELARI & GIMENES (2004). CAPELARI &
MAZIERO (1988a,b), CAPELARI et al. (2006, 2010, 2013) e SILVA & CAPELARI (2009), além
de dissertações e teses orientadas, como KARSTEDT & CAPELARI (2010; 2013) sobre
Entolomataceae e MENOLLI (2013), MENOLLI & CAPELARI (2008, 2013) e MENOLLI et al.
(2010) sobre Pluteaceae.
Nelson Menolli Junior tem se dedicado aos estudos com Pluteaceae principalmente, citando-
se além dos já referidos acima, sob orientação de Marina Capelari, MENOLLI et al. (2016; 2015;
2014) e MENOLLI & CAPELARI (2015).
Paula Santos da Silva tem se dedicado aos fungos da família Strophariaceae, tendo
elaborado trabalhos como SILVA et al. (2016; 2014; 2013; 2012; 2009; 2008; 2007).
Roger Fagner Ribeiro Melo tem se dedicado ao estudo de fungos coprófilos (que vivem em
esterco) tendo referido também Agaricales, como em MELO (2015 - Tese) e MELO et al. (2016).
Rosa Mara Borges da Silveira orientou vários agaricólogos na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e publicou dezenas de trabalhos sobre cogumelos encontrados principalmente no Rio
Grande do Sul.Uma série de trabalhos desenvolvidos por Felipe Wartchow (Wartchow, 2009,
Wartchow e Cavalcanti, 2010; Wartchow et al., 2004, 2006, 2007, 2009, 2010), Geraldo Coelho,
Vagner Gularte Cortez e Marcelo Somenzi Rother em conjunto ou com a orientadora Rosa Mara
Borges da Silveira (Cortez, 2008a, b; Cortez e Coelho, 2003, 2004, 2005, 2008; Cortez e Silveira,
2005, 2007a, 2007b, 2008; Rother e Silveira, 2008, 2009a, 2009b), Marcelo A. Sulzbacher
(Sulzbacher et al., 2007; Cortez e Sulzbacher, 2009), Paula Santos da Silva (Silva et al., 2006,
2007, 2008, 2009), Elisandro Ricardo Drechsler-Santos (Drechsler et al., 2008a, b; 2012), Victor R.
M. Coimbra (Coimbra et al., 2012, 2013a; 2013b; 2015) e George Sobestiansky (Sobestiansky,
2005) tem revelado novas citações de espécies para o Brasil e inventários taxonômicos de excelente
qualidade.
Tatiana Baptista Gibertoni, apesar de dedicar-se mais aos afiloforoides, orientou e publicou
com Agaricales principalmente do nordeste brasileiro, destacando-se artigos publicados em
COIMBRA et al. (2013; 2014; 2015 a, b), TRUJILLO et al. (2014), GIBERTONI et al. (2014), entre
outros.
Vagner Goularte Cortez tem publicado trabalhos com fungos agaricoides principalmente da
família Strophariaceae, destacando-se CORTEZ & COELHO (2003; 2004; 2005; 2008), CORTEZ
(2008 a, b), CORTEZ & SILVEIRA (2007 a, b; 2008), entre outros.
Victor Rafael Matos Coimbra tem se dedicado a estudos com vários grupos, destacando-se
Gymnopus (Coimbra et al., 2015), Phaeocollybia (Coimbra et al., 2012), fungos lentinoides
(Drechler-Santos et al., 2012), Entolomataceae (Coimbra et al., 2015), além de elaborar listas
atualizadas para as Américas Central e do Sul para Entolomataceae e Strophariaceae (Coimbra,
2014; 2015), respectivamente.
Outro autor que desenvolve muitas atividades em taxonomia é André de Meijer, destacando-
se entre outros, MAAS GESTERANUS & MEIJER (1997; 1998), que apresenta revisão para as
espécies de Mycena encontradas no Paraná e uma chave para as referidas ou mencionadas para a
América do Sul nos diversos trabalhos de Rolf Singer. MEIJER (2001; 2006) apresenta lista
completa dos Agaricales referidos para o Paraná, onde pelo menos 1.113 espécies de Basidiomycota
são referidas. MEIJER (2008) publica livro com as espécies de Agaricales mais interessantes do
Paraná (mata com Araucária) com descrição e ilustração de 100 espécies, com atualizações em
MEIJER (2010).
Mais agaricólogos brasileiros e estrangeiros importantes pelos trabalhos taxonômicos que
realizaram, serão citados nos demais volumes desta obra.
A maioria das espécies de cogumelos Agaricales cujo tamanho é grande o suficiente para
aproveitamento econômico, são comestíveis e de excelente sabor segundo PUTZKE (2014).
Evidentemente, algumas destas são venenosas e mortais. Várias espécies são consideradas
comestíveis, mas a grande maioria não é aproveitada pelo tamanho muito reduzido de seus
basidiomas. Lepista é um dos que figura entre os de melhor sabor. Entretanto, é preciso cautela.
SINGER (1986), por exemplo, refere que para cada Tricholoma comestível há uma espécie
venenosa, sendo um dos gêneros em que se deve tomar muito cuidado quanto ao consumo como
alimento.
Das mais de 6.000 espécies de cogumelos descritas de acordo com SINGER (1986), apenas
por volta de 30 eram cultivadas na época. Algumas como Agaricus bisporus, A. blazei, Lentinellus
edodes e Pleurotus spp. já são cultivadas comercialmente no Brasil, oferecendo ao produtor uma
excelente fonte de renda, segundo PUTZKE & PUTZKE (2012).
Nossos antepassados consumiam cogumelos em seus países de origem, mas esta tradição
não se manteve entre os que aqui se instalaram. Os europeus e asiáticos ainda hoje mantêm os
mesmos em suas dietas, especialmente porque a ciência tem descoberto qualidades ignoradas por
tanto tempo e que inexistem (combinados) na maioria dos demais alimentos, de acordo com
PUTZKE (1994).
Entre as qualidades dos cogumelos como alimento, as seguintes podem ser destacadas de
acordo com PUTZKE & PUTZKE (2012):
- baixam o nível do colesterol no sangue (especialmente Agaricus bisporus e Lentinus edodes);
- tem substâncias anticancerígenas como a lentinina [encontrada em Lentinus edodes (Berk.) Singer
e Pleurotus ostreatus (Jaqu. ex Fr.) Kummer] e substância quinoide (Agaricus bisporus), entre
outras;
- são fonte de aminoácidos, contendo todos os essenciais e alguns não essenciais;
- contêm minerais como cálcio, potássio, iodo e fósforo;
- contêm várias vitaminas, entre elas: riboflavina, tiamina, ácido ascórbico, niacina e algumas
relacionadas ao complexo B;
- nutrem e não engordam: BONONI et al. (1995) indicam que 200 g de cogumelos secos são
suficientes para alimentar um homem de 70 kg, conferindo um balanço nutricional adequado (há
necessidade de adição de alguns gramas de ferro).
Entre as espécies fitopatógenas têm-se exemplos principalmente entre os gêneros
Marasmius, Marasmiellus, Crinipellis e Armillariella. Das espécies de Armillariella, A. mellea e A.
puiggarii, de acordo com SINGER (1970a), atacam árvores ainda vivas na América do Sul, sem
preferência por espécies. ROBINSON-BAX & FOX (2002) referem que, aparentemente, nenhuma
árvore é completamente imune ao ataque de A. mellea, que ocorre como patógeno inclusive de
várias plantas herbáceas.
Em Crinipellis tem-se espécies parasitas específicos, como C. perniciosa (Stahel) Singer de
acordo com BASTOS (1978; 1979), a qual ataca o Cacaueiro (Theobroma cacao), causando a
vassoura-de-bruxa e como consequência grandes perdas na produção desta importante cultura no
Brasil.
Em Marasmiellus, M. troyanus é citada por ORDOSGOITTI et al. (1972) como atacando
árvores como Platanus sp., resultando em podridão-seca e morte de estacas desta espécie. Para este
mesmo gênero, SINGER (1986) refere espécies patogênicas a Cana-de-açúcar e outras gramíneas,
ao Cafeeiro, a seringueira, palmeiras, oleaginosas e bananeiras.
Marasmius igualmente apresenta espécies fitopatogênicas, enumerando-se M. oreades, um
dos causadores do que se conhece por anel-de-bruxas em formações campestres. Um círculo de
gramíneas mortas é formado anualmente na zona de crescimento e frutificação da espécie, de
acordo com MEIER-MULLER (1998).
Um grupo bem particular de espécies pode ser encontrado crescendo entre briófitas,
ocorrendo gêneros como Leptoglossum, Mniopetalum e Cyphellostereum exclusivamente neste
substrato. REDHEAD (1981) descreve os resultados de seus trabalhos com fungos muscícolas,
estudando inclusive uma Tricholomataceae, Lyophyllum palustre (Peck) Singer, a qual é
comprovada como parasita efetivo de Sphagnum.
Cupins africanos cultivam espécies de Tricholomataceae como alimento, especialmente
Termitomyces e Podabrella. Os cupins conseguem reciclar até 95% da produção anual de matéria
orgânica graças à atividade enzimática excepcional do cogumelo que cultivam, apresentando as
espécies associadas variações enzimáticas entre si, de acordo com IKHOANE & ROULAND
(1996). SINGER (1989) refere que espécies americanas de Podabrella não são termitófilas.
Há espécies micorrízicas, podendo-se citar Laccaria spp., gênero representado no Brasil e
revisto por PUTZKE (1999), cujas espécies são encontradas associadas com árvores exóticas como
Pinus (Laccaria laccata) e Eucalipto (Laccaria fraterna) e até mesmo associadas a árvores nativas.
DESCHAMPS & WRIGHT (1997) citam números estimados de espécies (entre parêntesis a seguir)
micorrízicas de Tricholomataceae, ocorrendo nos seguintes gêneros: Catathelasma (5), Laccaria
(30), Leucopaxillus (25), Tricholoma (150), só considerando a família Tricholomataceae.
O gênero Hohenbuehelia apresenta espécies que, em seu estágio anamórfico
(Nematoctonus), são predadoras de nematoides (Barron, 1977; Barron & Dierkes, 1977). Uma
célula especializada secreta uma substância gelatinosa que atrai e prende os nematoides, passando
as hifas para o seu interior, digerindo-o completamente, de acordo com THORN & BARRON
(1984; 1986a; 1986b).
Collybia e Asterophora têm espécies parasitas de outros cogumelos, podendo ocorrer sobre
Lactarius e Russula (Russulaceae), por exemplo. Algumas espécies de Tricholomataceae podem ser
inclusive parasitadas por outros Agaricales, como é o caso de Volvariella surrecta (Pluteaceae) que
ataca Clitocybe nebularis (Batsch. ex Fr.) Kummer, de acordo com WOOD (1997).
Substâncias antibióticas são encontradas em gêneros como Leucopaxillus, de acordo com
PUTZKE & PUTZKE (2002), Clitocybe, Hohenbuehelia segundo ROBBINS et al. (1947), entre
outros, comprovando o potencial medicinal deste grupo. BRIZUELA et al. (1998) cita que os
Basidiomycetes em geral são fontes de antimicrobianos, antifúngicos, antivirais e citostáticos, além
de enzimas. Entre as outras estes autores citam os seguintes:
1. Mycena leiaiana (Berk.) Sacc. - produz leianafulveno que tem atividade antibiótica e citotóxica.
2. Marasmius scorodonius (Fr.) Fr. - produz a escorodonina, um antibiótico com alta atividade
antifúngica, antibacteriana e citotóxica.
3. Oudemansiella mucida (Schr. ex Fr.) Hoehnel – produz a mucidina, substância citotóxica para
grande variedade de bactérias e leveduras, sendo utilizada comercialmente contra dermatófitos.
4. Collybia confluens (Pers. ex Fr.) Kummer – produz o colibial, um sesquiterpenoide que inibe o
crescimento de bactérias gram-positivas.
5. Clitocybe nebularis – produz nebularina, substância antibacteriana e antiviral.
Ainda segundo estes autores, podem ser extraídos, de determinados fungos, substâncias
aromáticas, citando-se entre elas, Marasmius alliaceus que produz odor forte a alho, além de
enzimas úteis, como colesterol-oxidase de espécies de Oudemansiella, a que se emprega na
determinação enzimática do colesterol, que é inclusive diferente de todas as outras conhecidas.
Além disso, o pigmento de Oudemansiella melanotricha funciona como um anticolesterol de
acordo com os resultados de pesquisas com células humanas, podendo vir a ser utilizado no futuro
no tratamento para redução dos níveis de colesterol.
Pesquisas deste tipo são possíveis a partir do momento em que a parte taxonômica estiver
bem conhecida e as espécies bem delimitadas, como refere SINGER (1986).
A grande maioria das espécies de Agaricales, entretanto, são saprófitas, crescendo sobre os
mais diversos substratos, desde solo, esterco, areia, folhas (incluindo seus pecíolos e às vezes
somente sobre as nervuras), córtex, galhos e troncos. Algumas espécies são restritas ao córtex,
inclusive de árvores ainda vivas, mas sem atuar como parasitas. Outras são exclusivas de folhas e
inclusive algumas específicas a alguma espécie ou pelo menos a um grupo taxonômico em
particular. Entre os Marasmius e Melanotus, por exemplo, têm-se espécies que ocorrem apenas em
restos de Monocotyledoneae, outras somente de Dicotyledoneae e outras ainda, que ocorrem em
ambos os grupos. Há espécies que crescem em tecido, sobre rochas ou mesmo em carvão, só para
citar alguns substratos inusitados.
Não existe para o Brasil trabalho que apresente chaves, ilustrações e descrições que
permitam a identificação das espécies da Ordem Agaricales s. l. que aqui ocorrem; os trabalhos
sobre o grupo feitos são, em sua maioria a nível genérico e apresentam apenas listas e/ou descrições
de poucas espécies, as quais são insuficientes para a identificação dos taxa já referidos,
especialmente por serem incompletas quanto a características microscópicas em sendo muito
antigos. Tal fato vem a tornar mais importante ainda à realização de uma revisão taxonômica na
área de estudo.
O autor realizou revisão de material autêntico coletado fresco ou depositado em vários herbários no
Brasil e no exterior que cotinham material coletado no país, além de coletas de material similar.
Sempre que possível o herbário consultado e o material revisado é citado, mas casos como o
material utilizado por SOBESTIANSKY (2005) ainda não estão catalogadas em nenhum herbário (a
Universidade de Caxias do Sul etá realizando esta atividade), por isso não foram referidas, apesar
de revisadas com a participação do próprio autor. Cursos de identificação de cogumelos em vários
estados brasileiros permitiram a adição de coletas frescas. A metodologia de coleta e beneficiamento
de material fresco utilizada foi a exposta neste livro. Para facilitar o acesso ao material, pelo menos
uma exsicata produzida ou revisada (denominado Material examinado) pelos autores é citada ou,
quando não foi localizado material no Brasil ou este não foi emprestado, o item não consta junto da
descrição. Muitos herbários foram visitados para a revisão de amostras. A descrição apresentada
para cada família, gênero e espécie foi adaptada das publicações originais citadas junto de cada lista
de espécies e enriquecida com dados conseguidos pelas revisões de material original. Casos como o
de MEIJER (2008), que descrevem e ilustram 100 espécies do Paraná com 20 novas para a ciência,
não foram incluídas em sua maioria para evitar repetição e possibilitar ao interessado revisão destas
obras. Descrições e ilustrações já publicadas pelo autor foram adaptadas com poucas modificações.
Outras ilustrações foram adaptadas das descrições e fotos publicadas. Para a família
Tricholomataceae, melhor estudada pelo autor, foram inseridos mais dados como Basiônimo,
Sinonímia, Distribuição e Importâncias, entre outras. Os desenhos são originais a partir da revisão
de coletas frescas ou de material desidratado de herbários, quando então fotos ou desenhos foram
adaptados para o formato a partir das descrições, desenhos e/ou fotos publicados. O desenho sempre
apresenta estruturas obtidas a partir da análise da primeira ou da única coleta citada no Material
examinado ou na descrição original do trabalho que publica a espécie pela primeira vez (neste caso,
muitas vezes, citada na lista por gênero). Quando a coleta analisada é a da citação original, o
material examinado nem sempre é citado, subentendendo-se ter sido feita análise desta coleção.
Coleções como as feitas por Johannes Rick (PACA), George Sobestiansky e as do Instituto de
Botânica de São Paulo foram quase inteiramente revisadas ao longo de vários anos de trabalho e,
portanto, correspondem ao item Material examinado, mas nem sempre são citadas.
As cores apresentadas no texto muitas vezes representam as que foram publicadas em
MAERZ & PAUL (1950), um dos mais amplamente empregados em micologia (citado abreiado
como M & P). O livro ainda é facilmente encontrado em sebos de compras pela internet.
As descrições e desenhos representam parte da agaricobiota brasileira, sendo que muitas espécies
ainda serão adicionadas nos trabalhos futuros, algumas até publicadas durante a produção deste
livro e impossíveis de serem adicionadas em tempo. Revisões futuras permitirão a ampliação desta
obra em edições subsequentes.
Nas listas de espécies, as destacadas em negrito são descritas no texto. Espécies citadas com
dúvidas pelos micologistas, ou como aff. ou cf. não foram descritas. Um asterisco indica que a
espécie foi adicionada na chave de identificação, pelo menos nos gêneros com muitas espécies.
Uma discussão mais completa acerca dos limites de cada espécie foi suprimida em muitos casos
pelo tamanho da obra e podem ser vistas em referências citadas nas listas e/ou no texto.
1.1. Himenóforo com poros, tubular (a), alveolar, favoloide (b) ou com medas
(c) ..................................................2
1.2. Himenóforo com lamelas (d) ou completamente liso .....................5
12.1. Trama da lamela bilateral (g); volva presente (x) e sempre formando
ectomicorriza, ou volva ausente e então formando ectomicorriza ou
não......... ........................AMANITACEAE
12.2. Trama da lamela inversa (Y), regular (e) ou irregular (f); volva
raramente presente, ectomicorrizas ou não...................13
19.1 Hábito cespitoso (6), geralmente com um bulbo basal de onde partem os
estipes (tubos protocárpicos) e/ou camada cortical do píleo formada por um
epitélio (7); lamelas sempre adnatas ....AGARICACEAE
19.2 Hábito geralmente não cespitoso, sem bulbo basal (de onde partem os
estipes); se a camada cortical do píleo for um epitélio, as lamelas são
decurrentes (W) ..................20
22.1 Camada cortical do píleo formada por um epitélio celular (p), às vezes com
esferocistídios subisodiamétricos ... ......... ......... ...... ...........23
22.2 Camada cortical do píleo diferente de um epitélio (n, o, q).... ...26
23.1 Esporos sem poro germinativo (2), geralmente ornamentados (h); se lisos,
então o hilo é excêntrico ou os esporos são
cruciformes ....... ..............................................................AGARICACEAE
23.2 Esporos com poro germinativo geralmente presente (2); se poro ausente
(1), então os esporos são lisos e o hilo é
cêntrico ........... .........................................24
26.1 Lamelas livres (S) ou, se indistintamente livres, então fíbulas ausentes;
estipe central .....................................AGARICACEAE
26.2 Lamelas adnexas, adnatas (T) à decurrentes (W); se parecendo livres,
fíbulas presentes e estipe central (13), excêntrico (14) à lateral (12) ..........27
32.1 Esporos com parede grossa (1); poro germinativo presente, formando uma
extremidade truncada ...........STROPHARIACEAE
32.2 Esporos com parede fina (2) ou engrossada; poro germinativo indistinto a
ausente, às vezes apresentando calus ..................33
AGARICACEAE Fr.
Píleo de forma muito variável, mas em geral aplanado, convexo a hemisférico e
frequentemente umbonado, glabro, escamoso, esquamuloso, fibriloso a pruinoso ou completamente
glabro, às vezes com o centro inteiro e metade marginal rompendo-se para formar escamas, com
margem sulcada (às vezes profundamente assim e parecendo um leque), variadamente estriada ou
lisa, lobada ou não, eventualmente rachada ou rompendo-se irregularmente. Lamelas geralmente
livres e muitas vezes remotas, às vezes com colário, ou adnexas, adnatas a decurrentes e com
variações entre estes. Estipe presente e central, geralmente bulboso na base e afinando em direção
ao ápice, às vezes com micélio basal; véu membranoso ou cortinoide presente e às vezes anuliforme
(com anel) e frequentemente formando escamas ou esquâmulas sobre o píleo e estipe; volva em
geral ausente, presente em algumas espécies ou mesmo caracterizando um gênero (Volvolepiota).
Contexto usualmente carnoso, mas em muitas espécies muito fino. Esporada variando de gênero
para gênero, mas de branca a creme ou rosada, verde a ocrácea, marrom, púrpura até marrom
escuro, às vezes modificando o tom ao secar. Esporos geralmente lisos, às vezes equinados,
punctados a equinado-rugosos, hialinos ou pigmentados (estramíneos, méleos ou amarronzados a
negros sob o microscópio), de parede fina a muito grossa, com ou sem endospório metacromático
(em azul cresil), com ou sem poro germinativo, inamiloides, pseudoamiloides ou amiloides.
Basídios clavados, principalmente tetrasporados. Queilocistídios frequentemente abundantes,
versiformes, de parede fina, hialinos ou pigmentados. Pleurocistídios presentes ou ausentes. Trama
himenoforal regular a irregular, nunca bilateral nem inversa. Camada cortical do píleo muito
variável, geralmente bem diferenciada na forma de tricoderme, paliçada, epitelial ou com
esferocistos facilmente destacáveis. Hifas inamiloides, às vezes pseudoamiloides, com ou sem
fíbulas.
Substrato muito variado, terrícolas ou humícolas com mais frequência, às vezes sobre
madeira ou muscícolas. Algumas espécies são cultivadas por formigas em seus jardins de fungos,
em especial as do gênero Leucoagaricus. Não formam micorriza.
A família é facilmente separável das demais, mas há problemas de identificação, em especial
com relação aos gêneros de lamelas adnatas, como Ripartitella (alguns autores a colocam em
Tricholomataceae) e com volva, como Volvolepiota. Discussões sobre a separação destes podem ser
encontrados sob estes nomes genéricos no texto.
As novas descobertas em biologia molecular têm revelado que outras famílias pertencem a
Agaricaceae, sendo que VELLINGA (2008) apresenta uma discussão e a posição dos diferentes
gêneros das seguintes famílias consideradas sinonímias: Lycoperdaceae Chevall. (Agerer, 2002),
Podaxaceae Corda, Battarreaceae Corda, Secotiaceae Tul., Lepiotaceae Roze, Tulostomataceae E.
Fisch., Mycenastraceae Zeller, Phelloriniaceae Ulbr., Montagneaceae Singer, Leucocoprinaceae
Julich. No presente trabalho as Agaricaceae, tal como as demais famílias, estão dispostas de acordo
com SINGER (1986) para facilitar a identificação dos usualmente denominados cogumelos.
MONTAGNE (1856) cita as primeiras espécies da família para o Brasil, mas a maioria
destas atualmente pertencem a outras Agaricales de acordo com PEGLER (1990) e WARTCHOW
et al. (2008). THEISSEN (1912), SINGER (1953), RICK (1961) e RAITHELHUBER (1987a;
1987b; 1988), FRANCO-MOLANO (1995), PEREIRA (1998; 2000), SPIELMANN & PUTZKE
(1998), SOBESTIANSKY (2005), ALBUQUERQUE et al. (2006), WARTCHOW (2005), MEIJER
(2006) e ROTHER & SILVEIRA (2008, 2009a, b) citam espécies para o Rio Grande do Sul. HEIM
(1957) e PEREIRA (1998) citam exemplares coletados também em Santa Catarina; JEZEK (1973) e
ALBUQUERQUE et al. (2010) citam espécies do Rio de Janeiro; BONONI et al. (1981a; b; 1984),
GRANDI et al. (1984), PEGLER (1997), CAPELARI & GIMENES (2004) e CAPELARI et al.
(2006) de São Paulo; CAPELARI & MAZIERO (1988) de Rondônia; SINGER (1973; 1989) e
SINGER & AGUIAR (1986) do Amazonas e Pará; MUCHOVEJ et al. (1991) de Minas Gerais;
BONONI (1992) do Acre; HEINEMANN & MEIJER (1996) e MEIJER (2001; 2006; 2009) do
Paraná; HEINEMANN (1989; 1993) do Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo;
KIMBROUGH et al. (1994; 1995) e MAIA et al. (2002) do Nordeste brasileiro.
De acordo com VELLINGA (2008), a tribo Cystodermatae não é considerada dentro das
Agaricaceae, mas a mesma é mantida aqui para facilitar a diferenciação, mas KIRK et al. (2008)
consideram os gêneros ainda em Agaricaceae.
2.1 Esporos lisos (9); camada cortical do píleo e estipe formada por epitélio de
elementos esferocistidioides (10).................... Cystoderma (se esporos
amiloides) ou Cystodermella (se esporos inamiloides).
2.2 Esporos verrucosos a equinados (8); camada cortical do píleo e estipe sem
esferocistes ................................ Ripartitella
1. AGARICUS L. ex Fr.
4.1 Píleo com margem estriada até metade do raio; contexto fino, não carnoso; véu universal
reduzido ou ausente ................... (Conioagaricus)..............5
4.2 Margem do píleo não estriada ou mais curto estriada; contexto fino a grosso e carnoso; véu
universal de ausente a bem desenvolvido .............. 7
5.1 Píleo vináceo mas ficando pálido rosado em direção à margem; anel branco, ascendente,
localizado no terço superior; com queilocistídios claviformes a
piriformes. ..... ....................................A. dulcidulus
5.2 Píleo marrom-rosado pálido a cinza escuro; anel efêmero a persistente; queilocistídios, se
presentes, do tipo cavados ................................... 6
6.1 Píleo marrom-rosado pálido, mais escuro no centro; anel efêmero; queilocistídios
ausentes ............................ A. dennisii
6.2 Píleo uniformemente cinza-escuro; anel persistente; queilocistídios
clavados ........... ......................................... A. puttemansii
7.1 Contexto do píleo avermelhado quando exposto; reação de Schaeffer negativa, KOH
negativo...........................................................................8
7.2 Contexto às vezes amarelando ou enegrecendo quando exposto; reação de Schaeffer negativa ou
positiva ....................................................... 14
8.1 Píleo com até 3,5 cm de diâmetro; esporos com 4 – 4,7 x 3,5 – 4,2 um ......................... A.
parasilvaticus
8.2 Píleo com mais de 6 cm de diâmetro; esporos como acima ou maiores ...............9
10.1 Píleo branco amarelado, com odor a anís; contexto ficando muito avermelhado quando
exposto; esporos com até 4 μm de comprimento................... Psalliota straminea
10.2 Píleo de colorido mais escuro e odor diferente; contexto variando diferentemente em coloração
quando exposto; esporos mais alongados ..........................................11
11.1 Píleo marrom, fibriloso; esporos curto elipsoides (Q= 1,25) .......... A. fuscofibrillosus
11.2 Píleo diferente e esporos mais alongados (Q= 1,6 – 1,9) ............................12
12.1 Superfície do píleo muda de cor para verde-oliva com KOH ...............A.subrutilescens
12.2 Superfície do píleo não fica verde oliva com KOH ........................13
13.1 Centro do píleo e esquâmulas marrons, contrastando um pouco com o fundo um pouco mais
claro; apenas estipe muda de cor para marrom avermelhado quando manuseado; odor acidulado;
queilocistídios clavado-ovados, com 20 – 40 x 10 – 22 μm; esporos com 6 – 8 x 4 – 4,5 μm
............. A. mediofuscus
13.2 Píleo e esquâmulas concolores, contexto manchando de marrom rosado no local exposto; odor
a iodo; queilocistídios 12-17 x 7 –12 μm, inflado clavados, piriformes a globosos; esporos com 4,5-
6 x 3-4 μm ..................... A. silvaticus
14.1 Basidioma não tornando-se amarelado quando machucado ou tocado; reação de Schaeffer (+)
ou (-) e odor em geral não à amêndoas ou a anis ........................................15
14.2 Superfície do basidioma e/ou contexto ou estipe descolorindo para amarelo ou formando
manchas amareladas, especialmente no estipe se este for tocado ou machucado, ou às vezes
enegrecendo, ou não descolorindo, mas então reação de Schaeffer positiva; odor a amêndoas ou a
anís; reação de Schaeffer (+) ou (-) (reação cruzada de óleo de anilina e ácido
nítrico)............. .......................................... Flavoagaricus..................... 29
15.1 Píleo com até 4 cm de diâmetro, rosado a marrom-escuro no centro, com pequenas esquâmulas
triangulares marrom-escuras, dipostas em círculos concêntricos na periferia; queilocistídios
piriformes ............A. brunneostictus
15.2 Píleo com dimensões como acima ou diferentes, mas escamas não arranjadas concentricamente
ou de colorido diferente; queilocistídios como acima ou diferentes a completamente ausentes.....16
16.1 Píleo e metade basal do estipe cobertos por remanescentes esquamulosos e rufos ou pálido-
ocráceos do véu universal, ou cotonoso, formados por hifas filamentosas multisseptadas e
facilmente removíveis; contexto carnoso ................................... ..................... Lanagaricus ...........17
16.2 Véu universal ausente ou reduzido a esquâmulas pequenas e isoladas, fixas, mas então não
combinando demais características como acima; reação de Schaeffer (-) ........ ........................
Agaricus...................................... 21
18.1 Píleo com até 20 cm de diâmetro com esquâmulas amarronzadas ou vináceas; superfície do
píleo ficando esverdeada com KOH; estipe cotonoso abaixo do anel...................... .......................A.
subrutilescens
18.2 Píleo com até 10 cm de diâmetro, com esquâmulas brancas, ocráceas ou marrom alaranjadas;
superfície não ficando esverdeada em KOH; estipe com esquâmulas abaixo do anel ......................19
19.1 Estipe sólido, acastanhado na base, mas sem esquâmulas .......... A. argentinus
19.2 Estipe fistuloso, com esquâmulas brancas a ocráceas ou marrom-alaranjadas.......20
20.1 Píleo com 4 - 9 cm de diâmetro; estipe com esquâmulas minúsculas brancas a ocráceas abaixo
do anel ............. .................................. . A. ochraceosquamulosus
20.2 Píleo com 2 - 5 cm de diâmetro; estipe com esquâmulas marrom-
alaranjadas .................. ................................. A. rufoaurantiacus
21.1 Anel pouco desenvolvido, fino e frágil; estipe frequentemente alongado,cilíndrico ou atenuado
em direção à base, mas sem base bulbosa ................. 22
21.2 Anel bem desenvolvido e persistente, muitas vezes com remanescentes do véu universal no
lado inferior; estipe frequentemente com base bulbosa ..... 24
22.1 Píleo esbranquiçado, com esquâmulas concêntricas rufas ou fulvas; queilocistídios presentes;
poro germinativo presente ................ A. porosporus
22.2 Píleo branco a ocráceo no centro; queilocistídios ausentes; poro germinativo presente ou
ausente ......................................... 23
23.1 Esporos com 5,5 - 7,0 x 4 - 5 μm, sem poro germinativo ......... A. argyropotamicus
23.2 Esporos com 7 - 8,5 x 4,5 - 6 μm, com poro germinativo rudimentar ................ ............... A.
campestris (se esporos um pouco maiores e poro germinativo evidente é A. pampeanus)
25.1 Píleo com 2 - 3,5 cm de diâmetro, com esquâmulas amarelas ou ocráceas sobre um fundo
marrom-pálido (estipe eventualmente cambiando para amarelado quando
machucado) ................................... A. parasilvaticus
25.2 Píleo com mais de 6 cm de diâmetro, com esquâmulas castanho claras ou ocráceas a marrom-
douradas .....................................26
30.1 Píleo com 2 - 5 cm de diâmetro, com centro vináceo e margem pálido-rosada ou centro
marrom-purpúreo ............... 31
30.2 Píleo geralmente com mais de 5 cm de diâmetro, branco, creme, alaranjado, cinza-pálido,
amarelado ou marrom, ou, se menores, com caraterísticas diferentes das mencionadas
acima ............................................... 35
33.1 Estipe liso abaixo do anel; queilocistídios pedunculados, eventualmente com dois pedúnculos,
não catenulados ... .. ..............................................A. junquitensis
33.1 Estipe esquamuloso abaixo do anel; queilocistídiios catenuados ou muito
inconspícuos ............................34
34.1 Píleo marrom purpúreo; estipe coberto por esquâmulas alaranjado-pálidas abaixo do anel ou
apenas fibriloso; queilocistídios catenulados ...... A. riberaltensis (se queilocistídios não catenulados
então A. purpurellus)
34.2 Píleo em geral de outras cores; estipe coberto por esquâmulas pardas a amareladas abaixo do
anel; queilocistídios não cateulados, incospícuos e em geral piriformes ou clavados ............ A.
parasilvaticus
35.1 Contexto da base do estipe muda de cor instantaneamente para amarelo-cromo quando
exposto; píleo cinza-pálido; queilocistídios piriformes.......... A. endoxanthus
35.2 Contexto da base do estipe não cambiando para amarelo-cromo instantaneamente quando
exposto, mas aos poucos ficando amarelado; píleo branco a marrom ou violáceo a castanho-vináceo
ou amarelado; queilocistídios catenulados a piriformes ou clavados a inflado-clavados ou
ausentes ................................... 36
39.1 Píleo com 5 – 8 cm de diâmetro, de hemisférico a convexo expandido, com centro levemente
aplanado, liso, esbranquiçado a gríseo-avermelhado, com esquâmulas amareladas ou lilacinas;
queilocistídios numerosos, estreito clavados a cilíndricos, 18 – 32 x 3 – 9
μm. ........................................................... A. spissicaulis
39.2 Píleo com menos de 5 cm de diâmetro, umbonado ou não, com esquâmulas marrom
alaranjadas, ou se píleo maior, então queilocistídios catenulados; nos demais com queilocistídios
clavados a obovoides ou oblongos a globosos ou catenulados, às vezes ausentes ............40
40.1 Píleo com 2-3 cm de diâmetro, convexo com um umbo grande e proeminente; superfície com
numerosas escamas recurvadas marrom-alaranjadas sobre uma superfície creme pálida; crescem em
interior de florestas; queilocistídios 13,5-20 x 5-7,5 μm, clavados a inflado-
clavados ................................ A. rufoaurantiacus (da seção Lanagaricus)
40.2 Píleo com mais de 4,5 cm de diâmetro, em geral não umbonado; esquamuloso ou não; crescem
em campos abertos; queilocistídios, se presentes, obovoides a oblongos ou globosos................. 41
43.1 Píleo com fundo bege e esquâmulas purpúreas; pleurocistídios presentes ..... Agaricus
globocystidiatus
43.2 Píleo esbranquiçado a alaranjado ou amarronzado; pleurocistídios ausentes .............. 43
45.1 Píleo sedoso-estriado, branco com tons rosados, com fibrilas concolores; esporos ovoides a
curto elipsoides .............. A. fiardii
45.2 Píleo não sedoso-estriado; esporos algo faseoliformes a elípticos.............46
Píleo com 3 – 10 cm de diâmetro, branco e liso quando jovem, surgindo pequenas escamas
(brancas ou amarronzadas) e ficando esbranquiçado ou castanho-claro, convexo a aplanado. Estipe
com 3 – 6 x 1 – 2 cm, esbranquiçado, rosado sobre o anel, com base algo bulbosa. Anel ínfero,
estriado na superfície superior. Contexto branco, ficando rosado ao ser exposto ou tocado. Lamelas
livres, remotas, marrom-chocolate. Esporada marrom-chocolate. Esporos com 5 – 7,5 x 4,5 – 5,5
μm, globosos a curtamente elipsoides, castanhos, lisos, de parede grossa. Basídios com 15 – 30 x 5
– 10 μm, bisporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 20 – 40 x 8 – 15 μm,
claviformes, hialinos. Camada cortical do píleo com hifas pouco diferenciadas e prostradas. Fíbulas
ausentes. Reação de Schaeffer negativa.
Crescem em solo de campos e em locais com esterco, especialmente de cavalo. Muito
cultivado em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os basídios bisporados em basidomas brancos são
caracteres distintivos mais evidentes para esta espécie.
Material examinado: BRASIL. RS, Santa Cruz do Sul, Parque Ambiental da Souza Cruz,
05/02/2010, J. Putzke, HCB.
Figura 10 – Agaricus bisporus: a- basidioma; b- esporos; c- basídios.
Píleo com 3 - 4 cm de diâmetro, algo carnoso, fino, convexo a aplanado, rosado a marrom-
escuro no centro, com pequenas esquâmulas triangulares marrom escuras, dispostas em círculos
concêntricos na periferia, de margem não estriada. Estipe com 6-7 x 0,2 - 0,45 cm, cilíndrico,
engrossado na base a até 8 mm, oco, esbranquiçado ou eventualmente mais ocre na base que
termina em ponta. Anel superior, membranoso, pendente. Lamelas rosadas no início e então ficando
marrom-rosado-escuras, livres. Contexto isabelino no píleo e ocráceo-amarelado no estipe. Odor
nulo. Esporos com 5,5 – 6,3 x 3,6 – 4 μm, elipsoides, raramente com uma constrição mediana, sem
poro germinativo, com apículo hialino e restante amarronzado. Basídios com 15 – 21 x 6,5 – 8,5
μm, tetrasporados. Queilocistídios com 20 – 27 x 11 – 15 μm, curtamente piriformes, hialinos.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas cilíndricas, de 5 – 8 μm de diâmetro, as mais
superficiais formando as esquâmulas e apresentando um pigmento interno marrom ou violáceo.
Reação de Schaeffer desconhecida.
Crescem em solo de interior de florestas. Citado para MG.
Figura 11 – Agaricus brunneostictus: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.
Píleo com até 7-9 cm de diâmetro, creme-acastanhado claro, com esquâmulas concolores
formando círculos concêntricos, de margem levantada com o amadurecimento. Estipe com 8-9 x 0,9
cm, cilíndrico, alargando na base a até 1,7 cm formando um bulbo, esbranquiçado a creme, liso.
Anel branco, frágil. Lamelas livres, amarronzado escuras quando os esporos estiverem maduros.
Contexto atingindo 1 cm de espessura no centro, avermelhado quando exposto ou em frutificações
mais velhas, não cambiando para amarelado, reagindo fracamente com óleo de anilina e ácido
nítrico. Esporos 5,5—7,3 x 3,3—4,2 μm, elípticos a largo-elipsoides, alguns com constrição
mediana e o lado do hilo mais alargado, sem poro germinativo. Basídios com 1, 2, 3 ou 4
esterigmas. Queilocistídios vesiculosos-claviformes, em parte catenulados, com (12-) 18 - 26 x (7-)
10 - 14 μm. Sub-himênio celular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco
diferenciadas. Esquâmulas do píleo formadas por elementos facilmente removíveis, de hifas curtas
com 14 – 40 x 4 – 8 μm, com pigmento intracelular amarronzado solúvel em amônia. Reação de
Schaeffer positiva, ficando marrom escuro na superfície do píleo.
Crescem em interior de florestas sobre madeira, o que é raro para o gênero.
Material examinado: BRASIL. Paraná, Curitiba, A. Meijer, 11/10/1979, 309 c.
Píleo cônico ficando campanulado a aplanado, com 3,5-4,5 cm de diâmetro, vináceo mas
ficando pálido rosado em direção à margem, fibriloso-escamoso, involuto, estriado. Lamelas livres,
brancas, mas marrons com a desidratação, próximas. Estipe com 3-8,5 x 0,2-0,5 cm, cilíndrico, com
bulbo basal, branco, imutável, fistuloso. Anel branco, ascendente, localizado no terço superior.
Esporos com 4-6 x 3,5 - 4 μm, marrons, ovoides, parede dupla, sem poro germinativo, inamiloides.
Basídios 13-16,7 x 5-6,9 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35-40 x
12-20 μm, claviformes a piriformes. Camada cortical do píleo formada por tricoderme com
pigmento violáceo-amarronzado. Reação de Schaeffer (+). Fíbulas ausentes.
Uma espécie gregária crescendo em ninho de formigas cortadeiras (Albuquerque et al.,
2010) tal como registrado para Leucoagricus gongylophorus por SPIELMANN & PUTZKE (1996),
ou em solo de florestas. É uma espécie comestível.
MAIA et al. (2002) citam esta espécie para Pernambuco a partir de material de herbário, mas
a exsicata sob este nome Agaricus purpurellus (URM 75672) tem esporos com (5-)5.5-7.5(-8)×3.5-
4.8 μm, similares aos dos esporos de A. goossensiae Heinem. da África (Heinemann, 1956; Pegler,
1969), uma espécie que é próxima de A. purpurellus (Pegler, 1977).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco: Cabo de Santo Agostinho, Complexo do
Gurjaú (Mata do Xangô), 19/VII/2004, F. Wartchow 17/2004, 78680 (URM); Complexo do Gurjaú
(Mata do Café), 3/VIII/2004, F. Wartchow 20/2004 78679 (URM); Complexo do Gurjaú (Mata do
São Braz), 3/VIII/2004, F. Wartchow 21/2004, 78678 (URM).
Píleo com 1,5 – 4,5 cm de diâmetro, plano a umbonado, marrom púrpura no disco,
rompendo-se em esquâmulas concolores sobre uma superfície branco-acinzentado clara. Contexto
carnoso. Lamelas livres, marrom-acinzentadas, próximas, membranosas. Estipe 60 - 75 x 2 - 4 mm,
central, cilíndrico, inflado na base a até 6 mm, branco, com esquâmulas brancas próximas do anel,
tornando-se amarelo-cromo na metade basal ao toque ou se exposto (instantaneamente), oco. Anel
membranoso, branco, frágil, pendente, na metade superior do estipe. Esporos 4-5,3 x 2,5-3,5 μm,
curto-elipsoides, marrons, de parede lisa e espessa. Basídios 15-20 x 6-7,5 μm, clavados a sub-
fusoides, com 2 a 4 esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios inconspícuos, com 15-25 x
7,5- 10 μm, inflado-clavados a sub-piriforme, hialinos, de parede fina. Camada cortical do píleo
com hifas ascendentes de elementos terminais com 22,5-52 x 6-10 μm, cilíndricos, com
pigmentação marrom violácea, parede moderadamente espessada. Trama da lamela sub-regular.
Fíbulas ausentes. Crescem em solo no interior de mata.
Esta espécie pertence ao subgênero Flavoagaricus Hein., diferenciada pelas esquâmulas
marrom-vináceas sobre uma superfície branca a acinzentada do píleo e pela mudança de coloração
para o amarelo na base do estipe quando esta é tocada ou cortada (Pegler, 1977 e 1983). É citada
para Pernambuco por WARTCHOW (2005) e RS por ALVES et al. (2012).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho, Complexo do
Gurjaú (Mata do Xangô), F. Wartchow, 19/VII/2004 (HCB); Complexo do Gurjaú (Mata do Café),
F. Wartchow, 03/VIII/2004 (HCB). Material Examinado: BRASIL. RIO GRANDE SO SUL: São
Gabriel, Reserva Ecológica Sanga da Bica. 2011, Graciéle Cunha Alves F109.
Píleo com 6 - 8 cm de diâmetro, largo campanulado e umbonado, branco com tons rosados,
com fibrilas concolores, com margem apendiculada. Estipe com 8 - 11 x 0,6 - 0,8 cm, levemente
inflado na base, fistuloso, branco mas ficando amarronzado com a maturação, frequentemente
rosado acima do anel; anel superior, grande e frágil, pêndulo, cotonoso-esquamuloso. Contexto
carnoso, branco, não cambiando de cor quando exposto, odor a anís. Lamelas livres, marrom
chocolate a negras quando maduras, estreitas, próximas. Esporada marrom-escura a quase negra.
Esporos 4,7 - 6 x 3,2 - 4,5 μm, ovoides a curto elipsoides, marrom-escuros, de parede grossa.
Basídios tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios abundantes, catenulados em 3 - 4
células, globosas ou elipsoides, 4 - 20 x 3 - 12 μm, hialinos, de parede fina. Trama himenoforal
regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas. Fíbulas
ausentes. Reação de Schaeffer (+) laranja após 2 - 3 minutos.
Crescem em solo de florestas.
O tamanho dos basidiomas, esporos e queilocistídios catenulados caracterizam a espécie, de
ampla distribuição, citada para São Paulo por PEGLER (1997).
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual Fontes do Ipiranga,
28/01/1987, Pegler 3872, SP (214302).
Figura 18 – Agaricus fiardii: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.
Píleo com 2,5- 4,5 cm de diâmetro, carnoso exceto na margem, marrom amarelado,
rompendo–se para formar esquâmulas fibrilosas marrom-acinzentadas, sobre um fundo branco na
periferia e tornando-se inteiramente rosado na maturidade, com margem fendida. Estipe com 6 – 8 x
0,4 – 0,6 cm, oco, com base bruscamente dilatada formando bulbo de até 15 mm de diâmetro, com
superfície branca, cambiando levemente para amarelado quando manuseado. Anel branco,
membranoso, fino, fixo à metade superior do estipe e pendente. Lamelas largas, livres, de rosadas a
amarronzadas. Contexto imutável. Odor nulo. Esporos com 5,7 – 6,3 x 3,3 – 3,9 μm, longo-
ovoides, de parede fina, sem poro germinativo. Basídios com 1,2 3 a 4 esterigmas, 19 – 23 x 7 – 8
μm. Queilocistídios piriformes e longamente pedunculados, com 23 – 43 x 11 – 20 μm, de parede
fina, hialinos, eventualmente com dois pedúnculos. Sub-himênio celular. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas de 7 – 19 μm de diâmetro, as mais superficiais com parede
amarronzada, finamente encrustados. Reação de Schaeffer negativa.
Alguns elementos himeniais das laterais da lamela parecem com pleurocistídios, mas podem
ser basídios anormais, o que deverá ser averiguado com a realização de mais coletas de acordo com
HEINEMANN (1962).
Figura 20 - Agaricus junquitensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.
Píleo com 6 – 10 cm de diâmetro, ovado ficando plano convexo, seríceo, com umbo
fuligíneo, liso ou com esquâmulas adnatas e fibrilosas marrom escuras, superfície marrom pálida.
Lamelas livres, amarronzadas quando maduras, mas com bordo esbranquiçado. Estipe 5 – 8 x 1,5 –
2 cm, atenuado para o ápice, não bulboso na base, oco, liso e branco acima do anel e com
flocosidade amarronzada abaixo, ficando marrom-avermelhado com o manuseio. Anel súpero,
branco no lado superior e amarronzado flocoso no inferior. Contexto branco, cambiando para
vináceo purpúreo, principalmente no estipe. Odor acídulo. Esporada marrom escura. Esporos com 6
– 8 x 4 – 4,5 μm, ovado oblongos, amarronzados, de parede lisa e grossa, bigutulados. Basídios 20
– 26 x 6 – 8 μm, tetrasporados. Queilocistídios clavado-ovados, hialinos ou amarronzados, 20 – 40
x 10 – 22 μm. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, pouco diferenciadas, marrom escuras,
quase violáceas.
Crescem em solo, em geral em interior de bosques de coníferas. É considerada por alguns
autores sinonímia de A. langei.
Figura 22 – Agaricus mediofuscus: a- basidioma; b- esporos.
Píleo com 2,5 - 5 cm de diâmetro, carnoso, largo campanulado, umbonado, branco com
esquâmulas concêntricas rufas a ferrugíneas, em maior número próximo ao disco. Estipe com 4,5 -
6 x 0,5 – 0,7 cm, flexuoso, cilíndrico ou atenuado em direção à base, sólido a fistuloso, branco,
fibriloso. Anel branco, frágil, aracnoide, evanescente. Contexto com até 5 mm de espessura no
disco, branco. Lamelas livres, marrom chocolate quando maduras. Esporos 5 - 7 x 3,2 - 4,5 μm,
elipsoide, marrom-escuros, com parede grossa e com pequeno poro germinativo (às vezes ausente
em alguns esporos), lisos. Basídios 15 - 20 x 5,5 - 8 μm, clavados, tetrasterigmatados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios pequenos e inconspícuos, 12 - 25 x 6 - 15 μm, ovoides a
subpiriformes ou globosos a clavados, hialinos, de paredes finas. Camada cortical do píleo com
hifas prostradas pouco diferenciadas, sem fíbulas. Reação de Schaeffer (-), KOH (-).
Crescem em solo de interior de mata ou locais sombreados.
Material examinado: Brasil. São Paulo, Parque Estadual Fontes do Ipiranga, 10/11/1982,
Guzmán, SP (177137).
Figura 27 – Agaricus porosporus: a- basidioma; b- esporos; c- basídios; d- queilocistídios.
Píleo de 2 – 4 cm de diâmetro, convexo a convexo aplanado, raro algo côncavo e com centro
algo subumbonado, higrófano ou não, alaranjado-amarronzado a marrom-avermelhado ou algo
violáceo, com margem cinza avermelhada, disco glabro e metade marginal fibrilosa a escamosa, de
margem às vezes translúcido estriada. Lamelas próximas, livres a remotas, marrom-acinzentadas a
marrom escuras. Estipe 3,5 – 8 x 2 - 2,5 cm, cilíndrico de base algo bulbosa, afinando levemente
em direção ao ápice, branco a laranja amarronzado acima do anel e alaranjado-amarronzado a
amarelo-pálido abaixo, liso a fibriloso, branco pruinoso. Anel branco puro, simples. Contexto
branco mudando a cor para amarelado quando exposto no estipe e imutável ou ficando amarronzado
no píleo. Reação de Schaeffer no estipe alaranjado ficando com o tempo avermelhado. KOH no
píleo deixa-o amarelado. Esporos 4 – 6 x 6,5 – 8 μm, elipsoides, amarronzados, lisos, sem poro
germinativo de parede com até 0,5 μm de espessura. Basídios clavados, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 14 – 45 x 7 – 25 μm, clavados a esferopedunculados a
obpiriformes, utriformes a cilíndricos, hialinos. Trama himenoforal regular. Camada cortical do
píleo formada por hifas prostradas com pigmento intracelular pálido e de paredes finas. Fíbulas
ausentes.
Basidiomas solitários ou agrupados em interior de florestas.
Material examinado: BRASIL- São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso, 1/12/1983, Capelari
25, SP (193827).
Píleo com 2-3 cm de diâmetro, convexo com um umbo grande e proeminente; superfície
com numerosas escamas recurvadas marrom-alaranjadas sobre uma superfície creme pálida;
contexto fino-carnoso. Lamelas livres, marrons, membranosas, próximas. Estipe 3 - 4 x 0,4 -0,5
mm, central, cilíndrico, inflado na base (6 mm), creme pálido, com numerosas esquâmulas
recurvadas concolores às escamas do píleo. Anel persistente, membranoso, creme, superior e
próximo ao píleo. Véu presente, membranoso, escamoso/esquamuloso, cobrindo píleo e estipe a
partir do anel. Esporos 4-5 x 2,5-3,7 μm, elipsoide a ovoides, marrons, lisos, de parede espessada.
Basídios 12,5-18 x 5-6,5 μm, clavados a sub-fusoides, 2 a 4 esterigmas. Pleurocistídios não
observados. Queilocistídios 13,5-20 x 5-7,5 μm, clavados a inflado-clavados, hialinos, de parede
fina. Trama himenoforal regular. Camada cortical com uma tricoderme de hifas terminais estreitas e
paralelas, com 15-37,5 x 4,5-8 μm, com um conteúdo marrom claro a marrom-alaranjado, de parede
ligeiramente espessada. Fíbulas não observados.
Crescem em solo no interior de floresta.
Esta espécie é muito próxima a A. ochraceosquamulosus Heinem., que possui escamas do
píleo menos alaranjadas e esporos um pouco maiores, apresentando: 5,1-5,7 x 3,6-4 μm.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Recife, Mata de Dois Irmãos, F. Wartchow
04/08/2004 (URM).
Píleo com 6,5 – 10 cm de diâmetro, convexo com disco plano. Superfície marrom
cinamômea, com escamas grandes e fibrilosa, de colorido marrom escuro sobre fundo
esbranquiçado; margem apendiculada, especialmente em espécimes jovens. Estipe 6,5 – 9 x 0,8-1,0
cm, mais ou menos flexuoso, cilíndrico com um pequeno bulbo basal, sólido ou oco; superfície
cinza esbranquiçada com fibrilas inconspícuas de mesma cor. Anel superior, branco, frágil,
pendente e evanescente. Contexto de até 8 mm de espessura no disco, branco puro mas com
manchas rosadas, finalmente manchando de marrom rosado no local exposto. Lamelas livres,
marrom acinzentadas tornando-se marrom-chocolate com pigmento purpúreo, 8-10 mm de altura,
próximas, de borda branca, floculosa. Odor a iodo. Esporos 4,5-6 x 3-4 μm, ovoides, escuros, com
parede grossa, sem poro germinativo. Basídios 17-23 x 6-7 μm, clavados com 4 esterigmas. Bordo
da lamela estéril. Queilocistídios 12-17 x 7 –12 μm, inflado clavados, piriformes a globosos, de
parede fina, hialina ou marrom. Camada subhimenial bem desenvolvida, 12-15 μm de largura,
pseudoparenquimatoso. Trama himenoforal regular, hialina, parede fina, inflando, 2-11 μm de
diâmetro. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, radialmente paralelas, 1,5 – 6 μm de
diâmetro, de parede fina hialina ou marrom. Em solo de florestas. Fíbulas ausentes. Crescem em
solo, principalmente em interior de mata.
Os basidiomas grandes com escamas escuras sobre fundo claro, diferenciam a espécie.
ROTHER & SILVEIRA (2008) citam espécie como aff. para o Rio Grande do Sul. HEINEMANN
(1993) confirma uma variedade mais pálida para o Rio de Janeiro e Paraná.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Campos do Jordão, 11/1982, Guzmán, SP
(177908).
Píleo algo carnoso. Lamelas livres, mas não remotas (sem colário). Esporada pálido creme a
creme ocrácea. Esporos subhialinos, sem poro germinativo, inamiloides, cianofílicos, binucleados,
de parede lisa e homogênea. Pleurocistídios presentes e conspícuos. Camada cortical do píleo
himeniforme. Hifas da trama inamiloides, com fíbulas.
Crescem sobre solo ou em madeira muito decomposta. Dependendo do alinhamento e dos
dados analisados, o posicionamento do gênero pela biologia molecular pode ser junto ao gênero
Lepiota ou sua exclusão e manutenção como um grupo basal para toda a família (Vellinga, 2003a).
As espécies são principalmente europeias, mas DIDUKH et al. (2004) citam espécies para
Israel. Uma espécie denominada como Mellomyces paraenses em material de herbário pode ser
considerada pertencendo a este gênero, apesar de SINGER (1989) ainda considerar o
posicionamento duvidoso.
RAITHELHUBER (1988) cita Chamaemyces medullaris (Rick) Raithelh. baseado em
Lepiota medullaris Rick., mas o material precisa se recoletado para melhor posicionamento
taxonômico. DIDUKH et al. (2004) descrevem as espécies do gênero encontradas em Israel.
Píleo com até 1,7 cm de diâmetro, fuligíneo ("elk" M&P), algo velutino no centro e
pubescente na margem, macroscopicamente glabro, liso, não viscoso nem higrófano, subaplanado,
umbonado. Lamelas pálido acinzentadas, próximas, estreitas e lineares, livres ou sinuado-sublivres.
Estipe acinzentado ("grey 31" M&P), glabro, igual, com 30 x 1,8 mm. Contexto do píleo gríseo,
inodoro. Esporos 5-7,8 x 3,5-5 µm, a maioria 7 x 5 µm, elipsoides, sem depressão supra-hilar, lisos,
hialinos, não metacromáticos em azul cresil, não siderófilos, inamiloides. Basídios 18-23 x 6,5-7
µm, tetrasporados, clavados, basidíolos não fusoides. Pleurocistídios esparsos, similares aos
queilocistídios. Queilocistídios dimórficos (1) cilíndrico-subutriformes, com massa resinácea
amorfa succínea ou ocráceo-amarronzados, com 25-40 x 5-5,5 µm; (2) mais esparsos, ampuláceos
ou cilíndricos, com 29-40 x 2-5 µm, hialinos e não incrustados. Ambos os tipos são hialinos e de
parede fina. Hifas inamiloides e sem fíbulas. Na zona supralamelar do píleo estreitamente hialina,
com disposição radial e pigmento intracelular e intraparietal e incrustante fusco. Trama himenoforal
regular, hialina (NH4OH), com hifas de cerca de 25 µm de diâmetro. Hifas do contexto de 2 – 22
µm de diâmetro e em nenhuma parte gelatinizadas. Camada cortical do píleo com
dermatocistícidos, mas não formando camada contínua, com 13-25 x 4-6,5 µm, sobre hifas
prostradas ou levemente erguidas, fusoide-ventricosos ou ampuláceos, com finas excrescências;
pigmento ausente ou vacuolar e diluído, fuscídulo. Camada cortical do píleo himeniforme ou
subhimeniforme, com elementos clavados, ventricosos ou ampuláceos de até 26 x 7 µm, a maioria
hialinos, íntegros, obtusos. Hipoderme cutiforme, com pigmento intracelular ou incrustante fusco
escuro. Superfície do estipe coberta por dermatocistídios, com 10-20 x 3,5-5 µm, versiformes,
muitos filamentosos a subvesiculosos.
Crescem em detritos em selva úmida tropical.
Material examinado: Brasil, Pará, Belém, Estância Pirelli, 7/06/1966, Singer B 4243
(BAFC) (como "Mellomyces paraensis").
3. CHLOROPHYLLUM Massee
Hábito pluteoide, com basidiomas muito grandes. Píleo carnoso, frequentemente convexo a
aplanado, de margem não sulcada, nem amarelada, com superfície lisa ou coberta por escamas
grandes, com centro em geral mais inteiro, branco a creme com esquâmulas amareladas a
amarronzadas e umbo branco a amarelo amarronzado. Lamelas livres (remotas) colariadas,
esbranquiçadas no início, mas logo verdes pela formação dos esporos (nas com esporada verde),
largas e próximas. Estipe central, com base bulbosa, superfície escamosa, com anel complexo,
persistente e livre. Contexto grosso, esbranquiçado, mas ficando avermelhado quando exposto ou
tocado. Esporada verde quando fresca, ocrácea ao desidratar. Esporos ovoides, lisos, de parede
grossa, com ou sem poro germinativo e pseudoamiloides, indistintamente metacromáticos em azul
cresil. Basídios bi a tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes e numerosos,
tomando toda a borda, cilíndricos a piriforme ou ventricosos, a esferopedunculados e então às vezes
catenulados ou formando grupos ou fascículos.. Trama himenoforal regular a irregular. Camada
cortical do píleo paliçádica, mais densamente assim no disco central. Hifas inamiloides e fíbulas
geralmente presentes, mas não em todos os septos.
Crescendo em solo, geralmente em campos, jardins e plantações.
Clarkeinda, gênero não encontrado no Brasil e que forma esporada verde, diferencia-se por
ter volva. Macrolepiota pode ser confundido a campo se a esporada não tiver sido ainda formada,
mas diferencia-se porque o contexto não fica avermelhado quando exposto ou, se reagir assim,
como é o caso de M. rhacodes, os esporos são maiores que 12,5 μm, o que ajuda a diferenciar de
Chlorophyllum.
Conhecem-se quatro espécies neste gênero: duas da Índia, uma do Madagascar e a melhor
conhecida e de ampla dispersão, C. molybdites (Meyer ex Fr.) Massee. Destas apenas a última é
citada pela primeira vez para o Brasil por SINGER (1953), que se baseou nas espécies que RICK
(1905; 1920) citou como Lepiota molybdites Meyer e Lepiota morgani Peck para o RS. Esta espécie
é descrita como tóxica e associada com grande número de intoxicações na América do Norte
(Vellinga & Kok, 2002).
Alguns autores atestam que este gênero é próximo de Macrolepiota, sinonimizando-os
inclusive (Moreno et al., 1995). VELLINGA & KOK (2002), entretanto, consideram o gênero
independente e mais próximo do gênero secotioide Endoptychum Czern. (inclusive com relação a
biologia molecular), propondo conservar-se o nome Chlorophyllum por diversas razões, entre as
quais: 1- Endoptychum (fungos secotioides) não é bem conhecido, sendo heterogêneo e não
monofilético, sendo que só o tipo deste pertence ao mesmo grupo monofilético com Chlorophyllum
e Macrolepiota seção Laevistipedes; manter este nome como válido (apesar de mais antigo)
significaria associar fungos agaricáceos bem conhecidos a uma única espécie secotioide pouco
conhecida; 2- poderia ser perigoso mudar um nome que médicos estão acostumados a reconhecer
facilmente, especialmente pelas intoxicações comuns associadas a este grupo na América do Norte;
3 - o número de nomes específicos a serem mudados seria menor com a manutenção do nome
Chlorophyllum.
Leucoagaricus hortensis (Murrill) Pegler citada por PEGLER (1997) para SP, é atualmente
considerada como pertencente a Chlorophyllum, de acordo com VELLINGA (2002), baseando-se
em evidências moleculares (pertencem ao mesmo clado), junto com Macrolepiota rhacodes (=
Chlorophyllum rhacodes). Preferimos tratar estas espécies ainda nos gêneros antigos para facilitar a
identificação.
2.1 Píleo branco com esquâmulas amareladas e umbo amarelo amarronzado; basídios bisporados;
esporos sem poro germinativo; queilocistídios cilíndricos .................................Chlorophyllum
(Leucoagaricus) hortense (Murrill) Vellinga
2.2 Píleo branco a creme com esquâmulas amarronzadas; basídios tetrasporados; esporos com poro
germinativo; queilocistídios esferopedunculados, às vezes catenulados
........... ............................. ...Chlorophyllum (Macrolepiota) rachodes (Vittadini) Vellinga
DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE ENCONTRADA (demais espécies da chave são descritas nos gêneros
a que pertenciam antes):
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Praia da Pedreira, 09 abr. 2005, M.S. Rother 038/05, ICN (139304).
Figura 41 – Chlorophyllum molybdites: a- basidioma; b- esporos; c- qeiocistídios; d- elementos da
camada cortical do píleo.
4. CYSTODERMA Fayod
Píleo e estipe cobertos por uma camada do véu composta exclusivamente por esferocistes ou
misturada a alguns elementos mais alongados. Lamelas adnexas, adnatas ou curto decurrentes, às
vezes separada do estipe com a idade. Estipe com anel distinto ou não. Esporada branca a creme.
Esporos hialinos, lisos, de parede homogênea, elipsoides a subglobosos, ou ventricosos a
subromboides, ou oblongo a subcilíndricos, amiloides a inamiloides, raro fraco pseudoamiloides,
binucleados e cianofílicos, raro o contrário. Cistídios se presentes do tipo Melanoleuca. Trama
himenoforal regular a subregular. Hifas com fíbulas. Artrosporos formados no píleo de algumas
espécies.
Crescem em solo ou entre musgos, raro em madeira.
O gênero é mantido por alguns em Tricholomataceae, inclusive com os dados de biologia
molecular. SMITH & SINGER (1948) é fundamental para o trabalho taxonômio com o gênero.
Cystoderma austrofallax Singer é citada para o Paraná por MEIJER (2008), mas precisa ser
revisada para confirmar sua posição sistemática. O gênero Cystodermella foi desmembrado de
Cystoderma, mas as espécies são aqui apresentadas ainda neste gênero para facilitar a distinção. O
que foi citado como Cystoderma amianthinum (Scop.) Konr. & Maubl. por PEGLER (1997),
BONONI et al. (1981) e CAPELARI (1989) é na verdade C. chocoanum de acordo com
CAPELARI & ASAI (2009). Cerca de 30 espécies são referidas ao gênero.
Espécies citadas para o Brasil:
- Cystoderma chocoanum Franco-Mol. (SP) - BONONI et al. (1981), CAPELARI (1989),
PEGLER (1997). Os exemplares citados como Cystoderma amianthinum por BONONI et al.
(1981), CAPELARI (1989) e PEGLER (1997) pertencem a esta espécie de acordo com
CAPELARI & ASAI (2009).
- Cystoderma contusifolia Pegler (SP) - CAPELARI (1989). (SP) – PEGLER (1997).
CAPELARI & ASAI (2009 – como Cystodermella).
- Cystoderma siparianum (Dennis) Thoen (SP) – PEGLER (1997). CAPELARI & ASAI (2009 –
como Cystodermella).
2.1 Queilocistídios de parede fina sem incrustações resinosas ..... Cystoderma contusifolium
2.2 Queilocistídios do tipo metuloidais, de paredes engrossadas pelo menos no ápice e com
inscrustações resinosas ......................................Cystoderma siparianum
5. CYSTOLEPIOTA Singer
2.1 Píleo branco a rosado ou bege; esporos com 5,2-6,5 x 2,8-3,7 μm, pseudoamiloides; basídios
bisporados ..............C. seminuda
2.2 Píleo marrom a marrom-escuro ou violáceo a amarelado, ou braco; esporos com até 5 μm de
comprimento, inamiloides; basídios tetrasporados ..........3
Píleo com até 1 cm de diâmetro, amarelo-claro, floculoso sobre um fundo pálido, margem
branca, flocosidade com aparência subvenosa quando jovem, incialmente convexo, depois
subaplanado com centro levemente depresso. Lamelas brancas a creme pálido, acuminadas, largas,
livres, próximas. Estipe branco, concolor ao píleo, glabro a glabrescente, tenuamente pruinoso,
cilíndrico, com 15-19 x 1-2 mm. Anel ausente. Micélio basal branco. Contexto branco, inodoro.
Esporos com 3,8-5,5 x 2,5 – 3,0 μm, elipsoides, não truncados, nem calcarados, lisos, hialinos,
inamiloides. Basídios 11-13 x 3,5-4,5 μm, tetrasporados. Basidíolos não fusoides. Pleurocistídios
esparsos, com 7-15 x 5-7 μm, basidiiformes. Hifas hialinas, inamiloides. Camada cortical do píleo
formada por epitélio intermitente, com células angulares a subisodiamétricas, com até 25 μm de
diâmetro, estramíneas. Fíbulas presentes.
Crescendo no solo entre folhas secas de palmeiras, no interior de mata secundária.
Materia examinado: BRASIL, Amazonas, Ponta Negra, 01/01/1978. Singer. B. 10445
(INPA - holotipo).
Figura 46a – Cystolepiota albogilva: a- basidiomas; b- esporos; c- basídios e basidíolos (direita); d-
pleurocistídios; e- esferocistes da camada cortical do píleo.
Píleo com 1 – 2,1 cm de diâmetro, convexo a aplanado com um umbo raso ou sem ele,
branco a esbranquiçado, coberto por esquâmulas lanosas ocráceo-cinamômeas ou amarronzadas,
agrupadas no centro até ficar liso, não víscido. Lamelas brancas, próximas, livres, de bordo inteiro.
Estipe branco na metade apical e de branco a amarronzado-avermelhado do meio para a base,
fibriloso sob lente de aumento, ficando glabro com a maturidade, subigual ou algo atenuado em
direção ao ápice, com 4 – 5 x 0,1 – 0,3 cm, véu muito fugaz. Contexto branco, imutável. Esporos
com 3,5 – 5 x 2,3 – 3 μm, de elipsoides a subcilíndricos, hialinos, inamiloides, lisos. Basídios com
15 – 20 x 5 – 5,5 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios esparsos, versiformes,
mas frequentemente ventricosos (não mucronados nem apendiculados), com 15 – 20 x 5 – 6,5 μm,
hialinos. Camada cortical do píleo formada por elementos esferocistidioides, globosos a elipsoides,
com 25 – 72 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Material examinado: Argentina, Neuquén, 07/04/1963, Martha Singer & J. Diem, M3296
(BAFC).
Píleo com 0,7 – 1,1 cm de diâmetro dourado ("Florida gold" M&P), na margem amarelado
("primuline Y" M&P), desamente flocoso, flóculos destacando-se, pectinado até o meio do raio,
obovado ou campanulado. Lamelas brancas, estreitas, ascendentes, próximas, sublivres a livres.
Estipe amarelado ("amber Y" em M&P), dourado na base ("Florida gold" em M&P) e tomentoso,
ficando floculoso-pulverulento acima da zona tomentosa, atenuado em direção ao ápice, com 3,6 x
0,18 cm, na base com 4 mm de diâmetro; anel ausente ou fugaz; micélio basal branco. Esclerócio
ausente. Contexto branco, inodoro. Esporos com 7-10 x 5,5-6,5 μm, elipsoides, de parede no início
homogênea e depois com ornamentações do tipo XI (como em alguns Crepidotus), hialina, sem
poro germinativo, inamiloides, sem depressão supra-hilar. Basídios com 22-34 x 11-13 μm,
tetrasporados. Cistídios ausentes. Hifas hialinas em KOH, de parede fina, inamiloides. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo de hifas prostradas entrelaçadas, com pigmento
intracelular. Fíbulas ausentes.
Crescem em radicelas e folhas caídas na selva tropical (campinarana), solitários.
Material examinado: Brasil - Amazonas, estrada Manaus-Caracarai, km 45, 28/02/1978,
Singer B 10733 (INPA).
7. JANAUARIA Singer
Basidioma pluteoide lembrando Leucocoprinus, mas de menor estatura. Estipe central, liso e
glabro, com anel fixo, infundibuliforme. Esporada branca. Esporos cilíndricos a elipsoides, de
apêndice hilar excêntrico, muito finamente punctulados espinulosos (ornamentação do tipo XI como
em alguns Crepidotus), pseudoamiloides, não metacromáticos em azul cresil, sem poro germinativo.
Basídios normais, mas esterigmas às vezes curvados para fora. Pleurocistídios inconspícuos e
queilocistídios vesiculosos. Camada cortical do píleo formada por um epitélio, com uma a muitas
camadas de células globosas com pigmento vacuolar no centro do píleo. Hipoderme não
gelatinizada. Hifas inamiloides, sem fíbulas.
Crescem em solo ou madeira muito podre de floresta inundável do tipo várzea.
VELLINGA et al. (2011) citam o gênero como tendo poro germinativo, contrariando a
descrição original (aparentemente um erro).
O gênero tem uma espécie encontrada na Amazônia brasileira (Singer, 1986) com descrição
igual a do gênero mais acima: Janauaria amazonica Singer (Figura 52).
Figura 52 – Janauaria amazonica: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.
As espécies de Lepiota para o Brasil são encontradas no trabalho de PEREIRA (1998), sendo
que as descrições para as espécies estão adaptadas mais abaixo. Lepiota citrinella Speg. citada para
o Acre por BONONI (1992) é um Leucocoprinus.
Lepiota morganii Peck citada para RS por RICK (1961), para SP por BONONI et al. (1981a),
para PE por MAIA (1998) deve ser Chlorophyllum molybdites (G. Mey.) Massee, conforme
DRESCHSLER-SANTOS et al. (2008).
2.1 Superfície do píleo com ornamentos do tipo espinhos ou cotonosa a lanosa, sendo que estas
estruturas são formadas por esferocistes terminais; fíbulas presentes ...... Seção
Echinatae ............................... 3
2.2 Superfície do píleo escamosa, esquamulosa a fibrilosa ou lisa, sem esferocistes; fíbulas
presentes ou ausentes ...............................................................................7
3.1 Píleo com mais de 3 cm de diâmetro; esporos calcarados ..............L.aspera (se esporos
elipsoide alongados a quase cilíndricos é L. hemisclera).
3.2 Píleo com menos de 3 cm de diâmetro; esporos não calcarados ................4
4.1 Estipe com mais de duas vezes o diâmetro do píleo; anel fugaz; crescendo
conglobados ........................ L. conglobata
4.2 Estipe com até duas vezes o diâmetro do píleo; anel fugaz ou persistente, mas não crescendo
conglobados ..............5
5’.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro, castanho-escuro; anel fugaz; esporos elipsoides a
amigdaliformes ...... L. brunneosquarrosa
5’.2 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, castanho-escuro ou cárneo-oliváceo; anel persistente;
esporos amigdaliformes, ovalados, elipsoides ou calcarados .............6
6.1 Píleo cárneo-oliváceo, com até 1 cm de diâmetro; estipe pálido amarelado no terço superior e
branco manchado na base ....................L. brunneocarnea
6.2 Píleo castanho-escuro, com mais de 1 cm de diâmetro; estipe castanho-escuro
......................L. phaeopus
7.1 Camada cortical do píleo formada por uma himenioderme ............ Seção Cristatae....8
7.2 Camada cortical do píleo formada por uma paliçadoderme, tricoderme ou por hifas
prostradas.................10
9.1 Estipe de comprimento maior que 3 vezes o diâmetro do píleo; píleo ferrugíneo amarelado a
marrom-ferrugíneo no centro, no restante com esquâmulas ferrugíneas sobre fundo branco; lamelas
brancas ..... L. izonetae (L. brunneoannulata se o píleo com tons cinzento-azulados, com pontuações
negras ou L.minuta se píleo e estipe ferrugíneos e lamelas amareladas)
9.2 Estipe de comprimento menor que 3 vezes o diâmetro do píleo ..................9’
9’.1 Píleo violeta ou lilás, com até 4 cm de diâmetro; esporos com 4,6 – 6 x 2,8 – 3,5
μm ................... .................L. lilacea
9’.2 Píleo pardo-escuro a quase negro, com centro completamente negro, com até 0,8 cm de
diâmetro; esporos com 5 – 8 x 4 – 4,5 μm ...... L. inclinata (se com até 1 cm de diâmetro e esporos
com 4,5 – 5 x 3 – 3,5 μm é L. nigropunctata)
11.1 Elementos eretos da camada cortical do píleo em geral clavados com até 20 micrômetros de
comprimento .... ...........................L. brunneotabacina
11.2 Elementos eretos da camada cortical do píleo filiformes com mais de 40 micrômetros de
comprimento, ou somente com hifas prostradas.............................. 12
12.1 Esporos com 5,5 – 7 x 4 – 4,5 μm, elipsoide fusiformes; queilocistídios ausentes; camada
cortical do píleo de hifas prostradas........................... L. rimosa
12.2 Esporos com mais de 11 μm de comprimento, fusiformes; queilocistídios presentes; camada
cortical do píleo com hifas eretas longas, paliçádica a tricodermial ...............12’
12’.1 Píleo 3 cm diâmetro, com centro marrom, rompendo-se em sulcos em direção a margem, de
tons mais claros; estipe liso ou raro com escamas; camada cortical do píleo formada por elementos
filiformes, 70-130 x 2 -4 μm; esporos com 11-12 x 3,0-3,5 μm... ..................... L. araucariicola
12’.2 Píleo com 3 ou mais cm de diâmetro, sem sulcos; estipe cotonoso a densamente fibriloso
flocoso; camada cortical do píleo formada por elementos filiformes, menores ou maiores que os
acima indicados; esporos com mais de 12 μm de comprimento ....................12”
12”.1 Píleo com 2 – 6 cm de diâmetro; estipe contonoso abaixo do anel; camada cortical do píleo
com 50-450 x 6-12 μm; esporos 13,5-16 (16,5) x 5-6,7 μm ........ L. clypeolaria
12”.2 Píleo com 3-3,5 cm de diâmetro; estipe densamente fibriloso flocoso; camada cortical do
píleo com elementos de 40 – 50 x 5 – 8 μm; esporos com 15-20 x 4,5-5,5 μm.... ..............................
L.ventriosospora
13.1 Esporos calcarados ou pelo menos truncados na base ........ Seção Stenosporae ........14
13.2 Esporos subglobosos a ovoides, elipsoides a subcilíndricos, mas não calcarados nem truncados
na base ................. 17
15.1 Anel ausente na maturidade; elementos da camada cortical filiformes, com pigmento restrito ao
ápice da célula terminal ....... L. apicipigmentata
15.2 Anel persistente; elementos da camada cortical clavado-alongados, sem pigmento
apical .............................................................. L. pyrrhaes
18’.1 Basidioma cambiando a cor para verde quando machucado ...........L. viriditincta
18’.2 Basidioma não cambiando de cor quando machucado ou cambiando para outras cores, mas
não verde.............................18ª’
18ª’.1 Píleo branco com esquâmulas marrons ........................ L. teipeitensis (se cambiando a cor
para vermelho quando machucado é Lepiota bessey) ou L. lactea (se esquâmulas também brancas)
ou L. gomezii (se cambiando a cor do píleo para marrom com KOH).
18ª’.2 Píleo colorido, em geral rosado, avermelhado, alaranjado, amarronzado, oliváceo ou
amarelado a verde amarelado ............18”
18A.1 Píleo avermelhado a vermelho alaranjado ou acinzentado, mas ficando avermelhado quando
cortado; camada cortical do píleo paliçádico-himeniodermal ........ ......................... L. colorada (se
vermelho alaranjado e camada cortical com hifas prostradas e apenas alguns elementos cilíndricos
eretos é L. guatopoensis) (se acinzentado e ficando vermelho quando cortado é L. griseorubescens)
18A.2 Píleo sem tons avermelhados (raro avermelhado-ocráceo), mas em geral amarelado,
alaranjado ou amarronzado a oliváceo ou verde amarelado a rosado ou vináceo-rosado ............18B
18B.1 Píleo com até 4 cm de diâmetro, cinza-oliváceo; esporos com hilo muito
excêntrico................. Lepiota forquignonii var. forquignonii
18B.2 Píleo com menos de 3,5 cm de diâmetro, sem coloração olivácea (às vezes esquâmulas
marrom-oliváceas); esporos de hilo não excêntrico ................................. 18C
18C.1 Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, amarelado e coberto por esquâmulas marrom-oliváceas;
anel presente............. L. citrophylla (se píleo cinza escuro é L. murinocapitata)
18C.2 Píleo com até 2,8 cm ou mais de diâmetro (em uma espécie até 1 cm), amarronzado com
esquâmulas concolores ou alaranjado a castanho alaranjado com fibrilas concolores ou amarelado a
verde amarelado (neste caso anel presente) a rosado; anel ausente ou pelo menos logo evanescente
ou fugaz ..... ................. 18D
18D.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro, cônico mas expandido para obtuso, amarronzado, velutino-
esquamuloso, recoberto por pelos formados por dois a três elementos em sequência, com fíbulas e
terminando com célula clavada ....................... Lepiota erinana (se píleo de coloração marrom
vinácea coberto por esquâmulas angulares, adpressas, marrom-vináceas, com margem estriada é L.
subcristata)
18D.2 Píleo com até 5 cm de diâmetro, convexo a aplanado, rosado, alaranjado a marrom-
alaranjado escuro ou ocráceo-avermelhado ou marrom escuro a amarelado ............... 18E
18E.1 Píleo marrom-escuro, com esquâmulas mais pálidas dispostas na metade marginal sobre uma
superfície creme ou pálido rosada; contexto do píleo branco e do estipe concolor ao píleo, mas na
metade basal deste ficando avermelhado ................L. echinella
18E.2 Píleo rosado, alaranjado a marrom-alaranjado ou ocráceo-avermelhado ou amarelado a verde
amarelado, com esquâmulas ou fibrilas mais claras ou concolores; contexto branco a amarelado ou
amarronzado..........................18F
18K.2 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, alaranjado a marrom alaranjado, com fibrilas concolores;
contexto do píleo e estipe brancos....................... L. pseudoignicolor ou L.silvae-araucariae (se
píleo com até 5 cm de diâmetro, esquamuloso e contexto do píleo e estipe laranja-amarronzado)
18K.2 Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, pálido amarelado no centro, pálido ocráceo a creme em
direção à margem, com formações flocosas sobre fundo branco ou com esquâmulas fibrilosas na
margem ..................................... L. subalba
27.1 Píleo campanulado a aplanado, esbranquiçado com centro amarelado; esporos 3,2 – 4,5 x 2 – 3
micrômetros .............................. L. parvannulata
27.2 Píleo com formato como acima ou diferente, mas colorido mais forte, não esbranquiçado (ou
então os esporos são maiores e o centro do píleo é bege); esporos como acima ou
maiores........................ 28
28.1 Comprimento do estipe maior que 3 vezes o diâmetro do píleo, que é membranáceo e
umbonado ......................................L. brunneoanullata
28.2 Comprimento do estipe menor que 3 vezes o diâmetro do píleo; consistência e formato do
píleo como acima ou diferente ........... 29
30.1 Píleo marrom-tabaco ou branco alaranjado, com até 2 cm de diâmetro, plano convexo e
umbonado; elementos da camada cortical eretos e com um ou mais septos
transversais ...................... ................ L. septata (se píleo branco alaranjado, com umbo acinzentado
a purpúreo sobre um fundo branco amarelado, com esquâmulas marrom claras é Lepiota
plumbicolor)
30.2 Píleo com mais de 2 cm de diâmetro, convexo a aplanado ou plano-umbonado ou com centro
depresso; elementos eretos da camada cortical do píleo septados ou não ou com hifas unicamente
prostradas ............................ 31
31.1 Píleo plano umbonado com margem branco-amarelada e umbo marrom a negro, com
esquâmulas marrom enegrecidas; lamelas pálido amareladas............ Lepiota epicharis
31.2 Píleo sem tons nem com esquâmulas marrom enegrecidas; lamelas brancas a creme ou
rosadas ...................................... 32
33.1 Píleo branco-rosado com esquâmulas rosadas; estipe cambiando a cor rosada para marrom
quando tocado; camada cortical do píleo com hifas prostradas ................................. L. roseolivida
33.2 Píleo não rosado ou eventualmente marrom rosado, mas então camada cortical do píleo
paliçádica ..........................................33’
33’.1 Píleo convexo, fortemente escamoso; estipe sem rizomorfas ...........L. cutisquamosa
33’.2 Píleo aplanado, levemente esquamuloso; estipe com rizomorfas .........34
34.1 Píleo branco, com centro algo bege; camada cortical do píleo com hifas
prostradas ................................... L. serena
34.2 Píleo branco amarelado ou com tons de amarronzados; camada cortical do píleo
paliçádica ...................... 35
Píleo com até 7 cm de diâmetro, convexo mas com umbo largo e raso, marrom-cinamômeo
ou castanho-avermelhado, aveludado, de margem estriada. Contexto grosso, branco sob a camada
cortical e avelâneo na parte superior do estipe. Lamelas próximas, com 8 mm de espessura, livres e
remotas, brancas. Estipe com 6 – 6,5 x 0,4 – 1,5 cm, com base bulbosa, oco, atenuado em direção
ao ápice, aveludado, avelâneo acima do anel, castanho-avermelhado e aveludado abaixo, facilmente
destacado do píleo. Anel superior, infundibuliforme, móvel, membranoso, esbranquiçado acima,
aveludado e castanho-avermelhado abaixo. Esporos com 5 – 7 x 4,4 – 5,5 μm, elipsoides a largo
elipsoides, hialinos, lisos, pseudoamiloides (vermelhos). Pleurocistídios subglobosos a globosos
apresentando curtos pescoços, com 10 – 15,6 x 6 – 15 μm, presentes somente na região da curvatura
da lamela. Queilocistídios similares, porém mais alongados. Pelos da superfície do píleo eretos, não
septados, de parede fina, de ápice obtuso, 100 – 140 x 11 – 14 μm, alguns com paredes grossas.
Crescem solitários em solo.
Píleo com até 3,4 cm de diâmetro, aplanado, carnoso, marrom-ocre, centro mais escuro,
superfície finamente escamosa, bordo lacerado. Contexto branco, carnoso. Estipe creme, central,
cilíndrico, base levemente bulbosa, com rizomorfas brancas, 5,8 x 0,3 cm. Anel fugaz, ausente em
basidiomas adultos. Lamelas livres, cremes, próximas, bordas finamente serruladas. Esporos com
4,0-4,5 x 3,3-3,5 μm, ovoides, hialinos, pseudoamiloides, de parede fina, sem poro germinativo,
lisos. Basídios clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios hialinos,
curto-clavados, 17-18 x 8-8,3 μm. Camada cortical do píleo formada por estrutura paliçádica de
elementos filiformes, geralmente originados da bifurcação de hifas, com 85-92 x 7,5-8,0 μm.
Fíbulas presentes.
Hábito isolado. Crescendo no solo em interior de floresta.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Sede Campestre da
Associação Atlética Banco do Brasil, 26/X/1994, A.B. Pereira & J. Putzke, 12.387 (HCB).
Figura 59 – Lepiota bifurcata: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c-
queilocistídios; d- esporos.
Píleo com até 0,7 mm de diâmetro, membranáceo, cinzento-azulado, fibroso, centro com
pontuações negras. Contexto carnoso, frágil. Estipe filiforme, branco-gríseo, farinoso na porção
superior ao anel, abaixo castanho-gris, com 25 – 30 x 0,1-0,2 mm. Anel mediano, fixo. Lamelas de
tamanhos diferentes, próximas, arqueadas, albas. Esporos com 4,0-5,0 x 3,0 μm oblongos, hialinos,
sem poro germinativo, parede fina, gutulados, pseudoamiloides. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes, Queilocistídios não observados. Camada cortical do
píleo himeniforme pelo menos no disco central, hifas com extremidades claviformes. Fíbulas
presentes.
Hábito solitário, crescendo no solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1932, Rick, 17.175
(PACA - holotipo).
Píleo com até 1 cm de diâmetro, campanulado, marrom-pálido, com umbo cárneo escuro,
estriado, fibroso. Estipe pálido amarelado acima e branco manchado na metade inferior, cilíndrico.
Anel preso no terço superior, membranoso. Contexto carnoso. Lamelas livres, próximas,
esbranquiçadas. Esporos 7 – 10 x 4-5 μm, amigdaliformes de extremidades afiladas, hialinos, de
parede fina e sem poro germinativo, pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios de
claviformes a piriformes, 15 – 35 x 11 – 20 μm. Camada cortical do píleo formada por
paliçadoderme, com escamas piramidais formadas por células globosas a elípticas 10 – 15 x 9 – 12
μm, em cadeias que vão aumentando de tamanho. Fíbulas presentes.
Cresce em solo de campos e matas.
ALVES et al. (2012) citam-na para o bioma Pampa no RS.
Material examinado: Brasil, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, J. Rick, 1930, 17144 (PACA).
Píleo com até 4,5 cm de diâmetro, campanulado, de margem plana, com centro marrom-
tabaco, em direção à margem com estrias creme e com escamas marrons. Contexto carnoso, odor
agradável, típico de cogumelo. Estipe central, cilíndrico, marrom-claro acima e marrom-escuro
abaixo do anel, com rizomorfas brancas na base, 60 - 75 x 5,0-6,3 mm. Anel bem desenvolvido,
localizado no terço superior do estipe. Lamelas livres, subpróximas, creme, de borda lisa e creme-
escuras. Esporos fusoides a longo-fusoides, com depressão supra-hilar, pseudoamiloides, lisos,
hialinos, com parede fina, sem poro germinativo, 14,5-15 x 4-4,5 μm. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios claviformes, de parede fina, 10 - 15 x
2,5-3 μm. Camada cortical do píleo formada por arranjo paliçádico de hifas, elementos terminais
subovoides até longo-clavados, 10-20 x 3,0-10 μm. Fíbulas presentes.
Crescem isolados em solo de interior de matas.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Ijuí, BR 392, Km 337, 26/10/1994, A. B.
Pereira & J. Putzke, 11.857 (HCB).
Figura 64 – Lepiota brunneotabacina: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c-
esporos; d- queilocistídios.
Píleo com até 3 cm de diâmetro, campanulado com centro levemente umbonado, velutino-
esquamuloso, mais denso no centro, amarronzado. Lamelas livres, próximas, com 2 – 3 mm de
largura, brancas mas depois amarronzadas. Contexto fino, branco. Estipe cilíndrico, dee base
uniforme não bulboso, glabro, branco mas ficando pálido amarronzado em direção à base, oco. Anel
superior, persistente, membranáceo, branco com margem amarronzada, ascendente. Odor suave, a
citrus. Esporos 4 – 5 x 3 – 4 μm, elípticos, amarelados, gutulados, pseudoamiloides, lisos.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios ventricosos, 20 – 25 x 6 – 7 μm. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas cobertas por hifas eretas multicelulares, formando pelos agrupados.
O odor cítrico caracteriza esta espécie.
Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, campanulado mas com um umbo largo e raso, a
aplanado-umbonado e com bordo às vezes revoluto, amarelado, coberto por esquâmulas minúsculas
marrom-oliváceas, agrupadas e contínuas no umbo e mais escassas no restante. Contexto fino,
esbranquiçado, isabelino no estipe. Lamelas próximas, amareladas, com 1 – 1,5 mm de largura.
Estipe com 2 – 3 x 0,3 – 0,4 cm, atenuado em direção ao ápice, mas não bulboso, isabelino,
levemente furfuráceo abaixo do anel. Anel fibroso, evanescente, superior, ascendente. Esporos com
5 – 7 x 2,5 – 3,5 μm, elíptico-cilíndricos, calcarados, vermelho-amarronzados em reagente Melzer.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25 – 30 x 5 – 6 μm, mais ou menos largo-cilíndricos e
eventualmente constritos no centro. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas cobertas
por células eretas e cilíndricas de 70 – 80 x 8 – 10 μm, não septadas, afinando em direção à base, de
ápice arredondado e conteúdo granular marrom.
Crescem em solo entre serapilheira. É uma espécie muito polimórfica.
Píleo com 2,5-6 cm de diâmetro, convexo e umbonado, margem revoluta, centro marrom-
claro a marrom, apresentando escamas marrom-claras a escuras sobre superfície creme em direção
à margem,. Contexto carnoso, odor desagradável. Estipe afinando em direção ao ápice, base
bulbosa, esbranquiçado a ocráceo-claro, ápice liso, veludoso a cotonoso na base, liso com a idade,
com rizoides miceliais esbranquiçados, 90 x 6,0 mm (na região mediana). Lamelas livres,
próximas, borda lisa ou finamente entalhada, esbranquiçada a creme. Basídios clavados, com
quatro esterigmas. Esporos longo elipsoides, pseudoamiloides, lisos, hialinos, com parede fina, sem
poro germinativo, 13,5-16 (16,5) x 5-6,7 μm. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios longo-
clavados, hialinos de parede fina, com 15-30 x 7-10 μm. Camada cortical do píleo formada por
arranjo paliçádico de hifas grossas, filamentosas, frequentemente de parede espessada, 50-450 x 6-
12 μm. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários raramente conglobados, em solo.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 1943, Rick, 17.212
(PACA).
Píleo com até 2 cm de diâmetro, convexo a plano, de superfície lisa, glabra, de coloração
vermelho salmão, com centro mais vermelho vináceo. Estipe branco creme, com 25 - 30 x 1- 1,5
mm, de base bulbosa. Anel membranoso, central, aberto para cima, com bordo concolor ao píleo e
resatante concolor ao estipe. Contexto carnoso, branco. Lamelas livres, próximas, branco-creme de
bordo serreado. Esporos 8 – 8,3 x 4 – 4,2 μm, ovoide alongados, hialinos, de parede lisa e fina, sem
poro germinativo. Basídios curto-clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios claviformes e abundantes, 35 – 35 x 9 – 12 μm. Fíbulas ausentes. Camada cortical
do píleo paliçádico-himeniodermal, com elementos claviformes a clavado-alongados.
Crescem em solo de campos, solitária.
De acordo com Pereira (1998), Lepiota pyrrhaes é similar, mas difere microscopicamente
pelos esporos calcarados.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Rio Pardo, 16/IV/1994, Anelise
Kappes, 11412 (HCB).
Figura 68 – Lepiota colorada: a- basidioma; b- queilocistídios; c- elementos da camada cortical do
píleo; d- esporos.
Píleo com 1,7-4,1 cm de diâmetro, convexo, superfície fortemente escamosa, disco central
marrom-carne, restante com escamas cor de carne sobre fundo branco. Contexto carnoso branco.
Estipe cilíndrico, sem pseudorriza, rizomorfas não observada, superfície glabra, marrom-carne
abaixo do anel, branco-creme acima, 35-45 x 2,0-4,0 mm. Lamelas livres, cremes, borda lisa.
Basídios clavados, com quatro esterigmas. Esporos subamigdaliformes, lisos, pseudoamiloides,
hialinos, parede fina, sem poro germinativo, 5-5,5 x 2,7 - 3,4 μm. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios hialinos, curto-clavados, 21-27 x 7-12 μm. Camada cortical do píleo formada por
tricoderme paliçádica, com elementos de dois tamanhos, filiformes a clavados, 40-80 x 10-11 μm.
Crescem isolados ou conglobados em solo e sobre serapilheira, em interior de matas.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul, Campus da
Universidade de Santa Cruz do Sul, 9/11/1995, A.A. Spielmann & M. Sulzbacher, 13.261 (HCB).
Píleo com 0,5 – 2,8 cm de diâmetro, convexo a plano-convexo ou aplanado, sem umbo,
marrom (avermelhado) escuro fragmentando-se no centro para formar esquâmulas ou flóculos,
concolores ao centro ou mais pálidas em direção à margem, sobre uma superfície creme ou pálido
rosada. Lamelas moderadamente distantes a próximas, livres com até 2 mm de largura, creme ou
brancas, com bordo erodido floculoso. Estipe com 1,7 – 3,5 x 0,1-0,3 cm, cilíndrico ou às vezes
levemente engrossado na base, fistuloso, branco fibriloso na parte superior e no restante
irregularmente cotonoso fibriloso e avermelhado ou vináceo, sem anel, mas na base às vezes com
esquâmulas similares às do píleo, estrigoso na base. Contexto do píleo branco e do estipe concolor
ao píleo, mas na metade basal avermelhado. Esporos 4,5 – 6,5 x 3 – 4 μm, elipsoides a oblongos,
pseudoamiloides, cianófilos e não metacromáticos. Basídios com 15 – 23 x 6 – 8 μm, maioria
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 15 – 33 x 6 – 12 μm, lageniformes a
utriformes, com pescoço de 2 – 6 μm de diâmetro, hialinos e de parede levemente engrossada.
Camada cortical do píleo formada por elementos cilíndricos, eretos, com 185 – 300 x 8 – 12,5 μm,
associados com elementos clavados a cilíndricos com 15 – 46 x 8 – 10 μm. Pigmentos presentes na
metade basal dos elementos da camada cortical, incrustantes, amarronzados. Fíbulas presentes.
Crescem solitários ou gregários em solo de florestas. CANDUSSO & LANZONI (1990) a
descrevem para a Europa como Lepiota rhodorhiza.
Píleo com 1,5 – 3,5 cm de diâmetro, na maturidade plano-convexo, com ou sem um umbo
raso, com um disco central velutinoso a subtomentoso marrom-alaranjado escuro ou ocráceo-
avermelhado, que se fragmenta para formar esquâmulas minúsculas aracnoide-subtomentosas e
concêntricas em direção à margem, levemente mais pálidas que o centro, dispostas sobre um fundo
pálido oliváceo amarelado a pálido enxofre-amarelado. Lamelas distantes a próximas, livres,
ventricosas, oliva-amareladas a oliváceo-acinzentado- amareladas, com bordo amarelado e
levemente erodido. Estipe com 3 – 4 x 0,2 – 0,3 cm, cilíndrico, oco, subglabro a lanoso-fibriloso na
metade superior e oliva amarelado, com uma zona anelar amarronzada, abaixo desta área com
pequenas esquâmulas iguais às do píleo, dispostas sobre uma superfície lanosa. Contexto pálido
enxofre-amarelado a amarelado-oliváceo no píleo e oliva-amarelado escuro no estipe. Esporada
creme-amarelada. Esporos com 6,5 – 9,5 x 3,5 – 4,5 μm, oblongos a subcilíndricos,
pseudoamiloides, congófilos, não metacromáticos, lisos. Basídios com 18 – 35 x 6 – 10 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 15 – 40 x 5 - 12 μm, clavados,
desaparecendo com a idade. Camada cortical do píleo formada por elementos mais ou menos eretos,
com 60 - 270 x 6,5 – 18 μm, com pigmento amarronzado parietal e intracelular. Fíbulas presentes.
Cresem em grupos em solo ou serapilheira. Muito citada na Europa crescendo em estufas.
VELLINGA & HUIJSER (1998) distinguem esta espécie de L. xanthophylla pela inexistência de
uma camada de elementos curto calvados por entre os elementos terminais fusiformes a cilíndricos
na camada cortical do píleo.
Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, plano-umbonado, seco, branco amarelado na metade marginal e
marrom enegrecido no centro, carnoso, com esquâmulas marrom enegrecidas, com margem inteira,
lacerada. Contexto branco amarelado, fino. Lamelas livres, pálido amareladas, subdistantes,
desiguais, de bordo inteiro. Estipe com 3 – 3,5 x 0,2 – 0,4 cm, cilíndrico, oco, cinza amarelado com
tomento ou esquâmulas marrom enegrecidas e estriado. Anel fugaz. Esporos com 5 – 7 x 4 – 5,5
μm, elipsoide a curto elipsoides, pálido amarelados, lisos, pseudoamiloides. Basídios 15 – 20 x 5 –
8 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 40 x 9 – 15 μm, clavado a
subfusoides, mas pontiagudos no ápice, pálido amarelados. Trama himenoforal subregular. Camada
cortical do píleo paliçádica e hifas do contexto amareladas. Fíbulas presentes.
Crescem solitários em interior de florestas.
Píleo com até 1 cm de diâmetro, cônico mas expandido para obtuso, amarronzado, velutino-
esquamuloso. Contexto fino, branco. Lamelas livres, próximas, arcuadas, rosadas. Estipe cilíndrico,
ondulado longitudinalmente, 3-4,2 x 0,05 – 0,1 cm, concolor ao píleo, flocoso esquamuloso abaixo
do anel e liso acima. Anel súpero, evanescente. Esporos 4-5 x 2 -2,5 μm, elipsoides,
pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 18 – 20 x 7 – 8 μm, largos e curto-
cilíndricos, de ápice arredondado. Camada cortical do píleo formada por uma cmada de pelos
formados por dois a três elementos em sequência, com fíbulas e terminando com célula clavada.
Crescem em madeira podre.
Píleo com 0,7 – 1,1 cm de diâmetro, branco, subesquamuloso, lanoso, não estriado na
margem, de umbo inteiro, convexo-umbonado, ficando amarronzado com KOH. Lamelas livres,
brancas. Estipe com 1,6 – 3 x 0,1 – 0,15 cm, branco, subglabro a lanoso, cilíndrico mas
gradativamente engrossado na base a até 3,5 mm de diâmetro, branco, subsquamoso, lanoso.
Esporos com 5 – 6 x 3 – 4 μm, ovoides, sem depressão supra-hilar, não calcarados e sem poro
germinativo, lisos, não metacromáticos, pseudoamiloides. Basídios tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 18 – 40 x 4 – 8 μm, ampuláceos ou subcilíndricos, de ápice
frequentemente engrossado chegando a 6 μm de diâmetro nos ampuláceos, hialinos, de paredes
finas, hialinas ou pálido estramíneos. Camada cortical do píleo tricodermial, com elementos
alongados e multisseptados. Fíbulas ausentes, hifas inamiloides.
Crescem em serapilheira de interior de mato.
Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, campanulado convexo, glabro, acinzentado, ficando
vermelho purpúreo quando cortado, não estriado. Lamelas livres, pálido rosadas. Estipe 5 – 7 x 0,3
– 0,4 cm, cilíndrico a levemente engrossado na base, oco, com anel súpero e voltado para cima, algo
estriado longitudinalmente. Esporada pálido rosada. Esporos com 5 – 6 x 3,5 4 μm, largo elípticos,
hialinos, pseudoamiloides, sem poro germinativo. Queilocistídios com 25 – 28 x 6 – 9 μm,
vesiculares ou levemente clavados a ventricosos. Camada cortical do píleo formada por hifas
prostradas entrelaçadas, de paredes finas, com 5 – 8 μm de diâmetro.
Crescem em solo no interior de floresta, sendo o hábito subcespitoso distintivo. Foi
considerada Dennisiomyces griseus em SINGER (1955).
Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, fino, convexo e levemente umbonado, branco puro, liso,
glabro, levemente esquamuloso principalmente assim próximo da margem, onde também é estriado.
Lamelas livres, próximas, planas, brancas. Estipe com 3,8 – 4 x 0,2 – 0,5 cm, branco, oco,
subglabro, afinando até o ápice a partir de uma base alargada. Anel grande, branco, persistente ou
evanescente, aproximadamente mediano no estipe. Contexto fino, branco. Esporos com 4,9 – 6,5 x
4 – 5 μm, ovoides, lisos, de paredes finas e hialinas, sem poro germinativo, pseudoamiloides.
Basídios clavados, tetrasporados. Queilocistídios clavados, com 30 – 40 x 10 – 15 μm, hialinos, de
paredes finas, hialinos. Camada cortical do píleo tricodermial.
Crescem solitários em solo,originalmente de plantação de bananeiras. A espécie é próxima
de Lepiota colimensis Murr.
Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, convexo, subumbonado, pálido amarelado, com
esquâmulas granulares flocosas e marrom escuras, seco, não estriado. Lamelas livres, brancas a
creme, subdistantes. Estipe com 2,5 – 3 x 0,2 – 0,4 cm, gradualmente expandido na base, oco,
pálido creme, fibriloso, estriado, glabro. Véu presente apenas como umas poucas fibrilas cortinoides
na metade apical do estipe, sem anel verdadeiro. Contexto fino, branco. Esporos com 6 – 7 x 2,7 –
3,5 μm, calcarados, hialinos, pseudoamiloides, de parede fina e lisa. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 24 – 36 x 3,5 – 7 μm, cilíndricos,
fusiformes a lageniformes, com ápice arredondado, hialinos e de paredes finas. Trama himenoforal
regular. Camada cortical do píleo formada por esferocistes que se desprendem facilmente, com 12 –
40 x 12 – 25 μm, globosos a piriformes, hialinos e de paredes finas ou levemente engrossadas e
amarronzadas. Fíbulas presentes.
Crescem em ramos caídos. Uma das espécies com os menores esporos calcarados no gênero.
Píleo com 2,5 – 4 cm de diâmetro, plano-convexo a aplanado, com disco glabro e violeta
forte a lilás, quebrando em escamas radialmente arranjadas em direção à margem, estas concolores
com o disco, superfície branca e radialmente fibrilosa na margem e neste ponto sem escamas, mas
proximamente estriada. Lamelas livres, próximas, largo ventricosas, com até 6 mm de espessura,
brancas e com margem concolor e plana. Estipe com 2 – 3 x 0,2 – 0,7 cm, cilíndrico a levemente
engrossado em direção à base, branco fibriloso a purpúreo avermelhado na metade basal e sob esta
camada fibrilosa, oco, com anel localizado na metade inferior, vermelho purpúreo com bordo
esbranquiçado. Contexto branco. Esporos 4,6 – 6 x 2,8 – 3,5 μm, elipsoides a oblongos, com lado
adaxial plano ou convexo, de parede levemente engrossada, lisa, sem poro germinativo,
inamiloides, com parede interna rosada em azul cresil. Basídios com 20 – 30 x 6 – 7 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 17 – 35 x 7 – 9 μm, estreito cilíndricos
ou utriformes ou clavados a vesiculosos, hialinos, de parede levemente engrossada. Camada cortical
do píleo himenioderme com elementos clavados a largo clavados com 30 – 65 x 10 – 15 μm, com
pigmento intracelular marrom. Fíbulas presentes.
Crescem gregários ou solitários em solo. A cor caracteriza a espécie bem como o tipo de
anel. CANDUSSO & LANZONI (1990) e GIERCZYK et al. (2011) descrevem a espécie de
material coletado na Europa.
Figura 90 – Lepiota lilacea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.
Píleo com 0,8 -1,3 cm de diâmetro umbonado convexo, frágil, centro vináceo, margem com
escamas vináceas sobre fundo branco. Contexto fino, carnoso. Estipe levemente vináceo, central,
curvo, com rizomorfas, 6-8 x 1,8-2 mm; comprimento do estipe aproximadamente igual ao diâmetro
do píleo. Anel efêmero, ausente em carpóforos adultos. Lamelas livres, cremes de bordo lisa.
Basídios clavados, tetrasterigmatados. Esporos ovoides, hialinos, pseudoamiloides, parede fina, sem
poro germinativo, 5,0-5,8 x 3,3-4,1 μm. Pleurocistidios ausentes. Queilocistídios hialinos, curto-
clavados, 22-30 x 10-12 μm. Camada cortical do píleo formada por estrutura paliçádica de
elementos clavados, com pigmentos nas paredes, com 20-50 x 15-20 μm. Fíbulas presentes.
Crescem isolados sobre madeira muito podre em interior de matas.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Ijuí, BR 392, Km 337, 26/X/1994, A.B.
Pereira & J. Putzke, 12.388 (HCB); Sinimbu, 20/IX/1992, M. T. L. Putzke, 11.853 (HCB).
Figura 92 – Lepiota ministipitata: a- basidiomas em madeira; b- queilocistídios; c- elementos da
camada cortical do píleo; d- esporos.
Píleo com até 1 cm de diâmetro, cinza escuro, com esquâmulas apressas, convexo a quase
aplanado. Lamelas livres, brancas a pálido amareladas. Estipe cilíndrico, com 2 – 2,5 cm de
comprimento, com anel persistente, fixo. Esporos com 4,5 – 6 x 3,5 – 4,5 μm, subamigdaliformes,
não calcarados, não metacromáticos, de parede fina e lisa. Elementos da camada cortical
ascendentes ou eretos, cilíndricos, com pigmento escuro interno, sem pigmentos incrustantes.
Fíbulas ausentes.
Para mais detalhes ver MEIJER (2008).
Píleo com 1 – 1,2 cm de diâmetro, obutso e umbonado a plano e por fim depresso no centro
e algo côncavo, algo plicado crenado, branco e com pontuações negras, umbo na parte central
enegrecido. Lamelas livres, brancas. Estipe 1 – 2,3 x 0,1 – 0,15 cm, cilíndrico, branco a argiláceo,
glabro, fistuloso, com anel se desprendendo muito cedo, dobrado para o lado do substrato, com
micélio basal branco e com rizomorfas brancas abundante. Contexto branco, fino, fibroso, imutável.
Esporos com 4,5 – 5 x 3 – 3,5 μm, elipsoides, pseudoamiloides, lisos, de parede fina.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 40 x 8 – 10 μm, ventricosos a largo lageniformes
ou quase capitados, hialinos e de parede fina. Camada cortical do píleo não identificada.
Crescem em restos de plantas.
MEIJER (2008) cita a espécie para o Paraná mas em sua variedade lutea Dennis, a qual tem
o estipe argiláceo. Foi descrito originalmente de Trinidad e Tobago, incluindo esta variedade.
Os esporos com até 5 μm de comprimento, associado a coloração do píleo e esquâmulas
diferenciam esta espécie.
Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, membranoso-carnoso, centro borda mais pálida,
subsulcado. Contexto carnoso frágil. Estipe castanho-escuro, branco-fibroso, brilhante, 30 x 2,0-3,0
mm. Anel tênue, firme, preso no terço superior do estipe. Lamelas subpróximas, remotas,
subventricosas, brancas, estramíneas ao secar. Esporos 8,0 x 4,0 μm, ovalados a oblongos, hialinos,
sem poro germinativo, parede fina, gutulados, pseudoamiloides. Basídios clavados,
tetrasterigmatados. Pleurocistídios e queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo
formada por arranjo mais ou menos ereto de hifas com elementos subisodiamétricos, cujas
extremidades possuem células oblongas a curto-clavadas ou subglobosas a esféricas, com 7 – 12 x
5 – 12 μm. Fíbulas presentes. Crescem isolados em solo.
RAITHELHUBER (1987) faz a combinação nova Leucocoprinus phaeopus (Rick) Raithel.,
baseando-se na exsicata PACA 17.185, a qual, de acordo com PEREIRA (2000) está muito mal
preservada inviabilizando estudos na camada cortical do píleo; os esporos não possuem poro
germinativo o que leva a crer que este é no mínimo um nome duvidoso.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Salvador do Sul, 19/1/1944, Rick,
20.934 (PACA - holótipo).
Figura 99- Lepiota phaeopus: a- basidiomas; b- esporos; c- elementos da camada cortical do píleo.
48- Lepiota phaeosticta Morg., Figura 100
Journ. Mycol. 12: 248. 1906.
Figura 103 – Lepiota pyrrhaes: a- basidioma; b- elementos da camada cortical do píleo; c- esporos.
52- Lepiota quinamana Dennis, Figura 104
Kew Bull. 7: 474. 1952.
Píleo com até 4 cm de diâmetro, de hemisférico a aplanado e então com centro depresso,
cinamômeo-alaranjado, de tomentoso a inato esquamuloso. Contexto fino, branco. Lamelas
próximas, com 4 mm de espessura, rosadas, livres. Estipe 4 – 5 x ,3 – 0,4 cm, subatenuado em
direção ao ápice, em geral cilíndrico, fistuloso, vináceo-cinamômeo, finamente tomentoso mas não
esquamuloso. Anel súpero, membranáceo, branco com margem cinamômea. Esporos com 5 – 7 x 4
– 5 μm, subglobosos, lisos, hialinos, pseudoamiloides. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
ventricosos, com 38 – 60 x 7 – 10 μm, hialinos e de parede fina. Camada cortical do píleo com
escamas formadas por pelos longos, eretos, septados, cilíndricos, com ápice arredondado, hialinos.
Crescem em solo no interior de floresta.
Píleo com 2-3 cm de diâmetro, hemisférico, rosa-claro, finamente granuloso, centro mais
escuro. Contexto carnoso. Estipe curto, bulboso, com pseudorriza mais pálida, bem desenvolvida.
Anel persistente. Lamelas livres, rubro-flavescentes quando jovens, avermelhadas, quando secas.
Basídios claviformes, com quatro esterigmas. Esporos elíptico-alongados, hialinos, parede fina, sem
poro germinativo, gutulados, pseudoamiloides, 5 - 7 x 3,5 - 4 μm. Pleurocistidios ausentes.
Queilocistídios não observados. Camada cortical do píleo formada por hifas mais ou menos erectas
terminadas por elementos claviformes alongados. Fíbulas presentes.
Hábito isolado, crescendo no solo, em interior de floresta.
RAITHELHUBER (1988) cita as condições precárias do material original (Rick, 1937) e
refere que a aparência do estipe e das hifas indicam tratar-se de Squamanita; a superfície do píleo
lembra Cystoderma, o avermelhado chama a atenção para Leucocoprinus, porém para a clara
identificação da espécie, são necessárias novas coletas.
Material examinado: BRASIL, Rio Grande do Sul, São Leopoldo, 1932, Rick, 17.133
(PACA — holotipo).
Píleo com até 1,8 cm de diâmetro, convexo com um umbo raso e largo, pálido acinzentado a
amarronzado, esquamuloso, margem não estriada, rimoso. Contexto fino, carnoso, branco. Lamelas
próximas, de dois tamanhos, 2 – 4 mm de espessura, pálido acinzentado vináceas, abruptamente
arredondadas junto ao estipe e então livres. Estipe com 2-3 x 0,1 – 0,2 cm, cilíndrico mas de base
levemente inflada, confluente com o píleo, liso, vináceo a avelâneo, oco. Anel superior,
esbranquiçado, fixo, membranoso. Esporos com 5,5 – 7 x 4 – 4,5 μm, elipsoide fusiformes,
pseudoamiloides (avermelhados). Basídios tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes.
Camada cortical do píleo de hifas prostradas, rompendo-se para formar as esquâmulas.
Crescem solitários em gramados ou em serapilheira.
Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, convexo a aplanado, rosado e com esquâmulas branco-
rosadas, margem inteira. Lamelas livres, próximas, brancas. Estipe com 30- 35 x 0,2 – 0,4 mm, de
base levemente alargada e afinando em direção ao ápice, cinza rosado, amarronzando quando
tocado. Anel membranoso, superior, bem formado, ascendente mas frágil. Contexto branco,
cambiando para amarelo quando exposto, com 1 mm de espessura. Esporos com 6 – 7 x 3 – 4 μm,
estreito elipsoides a amigdaliformes, pseudoamiloides, de parede grossa mas sem poro germinativo.
Basídios clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 65 x 9 – 20
μm, subventricosos a oblongo cilíndricos, de paredes grossas, com pigmento intracelular amarelado
a amarronzado. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, com pigmento parietal
amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem isolados em solo de interior de florestas. A primeira referência desta espécie para o
Brasil foi feita por CABRERA (2015).
Figura 107 - Lepiota roseolivida: a- basidiomas; b- esporos; c- queilocistídios.
Píleo com 0,8 – 4 cm de diâmetro, no início cônico truncado e então convexo campanulado,
depois convexo a plano-umbonado, branco a creme, com umbo levemente bege, glabro, fibriloso,
eventualmente excoriado, fracamente sulcado e incurvado próximo da margem. Lamelas livres,
brancas, estreitas, próximas, de bordo finamente fimbriado. Estipe com 3 – 7 x 0,2 – 0,5 cm,
cilíndrico, com base bulbosa de até 7 mm de diâmetro, fistuloso a oco, quebradiço, branco, liso e
glabro. Anel branco, de persistente a evanescente, súpero. Contexto branco, imutável, odor suave e
sabor adocicado. Esporada branca. Esporos 6 – 8,5 (-9,5) x 3,3 – 4,5 μm, ovoide elipsoides a
amigdaliformes, com uma depressão supra-hilar, de parede fina a levemente engrossada, hialina,
pseudoamiloides. Basídios com 17 – 24 x 6 – 9 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 20 – 50 x 7 – 15 μm, subcilíndrico a ventricoso clavados, com ápice largo
arredondado, hialinos, às vezes com incrustações cristalinas no ápice. Trama himenoforal
subregular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, mais estreitas que as do
contexto, com pigmento citoplasmático denso. Fíbulas ausentes.
É uma espécie de ampla dispersão, crescendo solitária ou gregária em solo ou serapilheira.
A espécie caracteriza-se principalmente por apresentar basidioma delicado, de pequeno
tamanho e todo branco. Basidiomas em pequenos grupos, crescendo no solo.
É citada em muitos trabalhos como Leucoagaricus serena, Sericeomyces serenus (Fr.)
Heinem. e Pseudobaeospora serena (Fr.) Locq. PEGLER (1997) refere esta espécie para o estado
de São Paulo.
Píleo com até 5 cm de diâmetro, inicialmente ovado com um disco plano, mas depois
cônico e então aplanado com um umbo amplo e argiláceo, branco, coberto por esquâmulas
minúsculas, recurvadas, concolores ou mais pálidas que a superfície, plicado-estriado até o meio.
Contexto fino, branco e carnoso. Lamelas livres e de dois comprimentos, 2 – 4 mm de espessura,
próximas, brancas com margem denticulada. Estipe com 6 – 8 x 0,4 – 0,6 cm, com base subulbosa,
saindo vários de um mesmo ponto comum, atenuado em direção ao ápice, liso, oco, branco. Anel
mediano a superior, ereto, fixo, membranáceo, liso e branco. Esporos com 6 – 8 x 3,5 – 5 μm,
elipsoides, hialinos, de parede fina e sem poro germinativo, pseudoamiloides. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 60 – 70 x 10 – 15 μm, cilíndricos, obtusos, às vezes septados, de
paredes finas, em grupos para formar uma margem denticulada. Camada cortical do píleo com
esquâmulas formadas por hifas com até 7 μm de diâmetro.
Crescem solitários ou subcespitosos em gramados sob árvores. A espécie é próxima de
Lepiota longistriata e lembra um Leucocoprinus.
Píleo com até 3 cm de diâmetro, plano, verde amarelado, com esquâmulas de cor café
escuro, formando placa contínua no centro. Lamela livres, amareladas. Estipe com 5 – 6 x 0,3 – 0,4
cm, branco amarelado, com esquâmulas de cor café escuro, de base bulbosa. Anel branco,
evanescente, membranoso, situado na metade apical do estipe. Esporos com 5,7 – 8 x 3,6 – 4,9 μm,
oblongo elípticos, sem poro germinativo, pseudoamiloides, não metacromáticos em azul de cresil.
Basídios clavados, tri e tetrasterigmatados. Trama himenoforal regular, hialina, inamiloides.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 26 – 33 x 6,4 – 9,5 μm, ventricosos, de parede fina e
hialina. Camada cortical do píleo tricodermial, formada por pileocistídios com 27 – 65 x 8 – 11 μm,
clavados a ventricosos, de parede fina e café amarelados a hialinos.
Crescem solitários em solo, no interior de florestas.
Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro convexo, mas ficando aplanado com umbo raso e obtuso,
marrom, com disco inteiro e rompendo em direção à margem para formar esquâmulas minúsculas,
cônicas sobre um fundo esbranquiçado a ocráceo, margem inteira, não estriada. Lamelas livres,
ventricosas, moderadamente próximas, de bordo inteiro e concolores. Estipe com 1,5 – 5,5 x 0,1 –
0,4 cm, cilíndrico ou levemente atenuado acima, cinamômeo rosado em direção à base, com 2/3
inferiores cobertos por remanescentes flocosos do véu. Esporos com 5,3 – 7 x 3 – 4,5 μm,
elipsoides, hialinos, lisos, de parede fina. Basídios com 14 – 25 x 4 – 5 μm, tetrasterigmatados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 15 – 26 x 4 – 8 μm, cilíndricos a clavados, às vezes
constritos, raro fusoides, hialinos, de parede algo engrossada às vezes. Camada cortical do píleo
formada por uma tricoderme com elementos em grupos mais ou menos eretos, piliformes, com 40 –
290 x 4 - 12 μm. Fíbulas presentes.
A espécie ocorre isolada ou gregária em interior de florestas, muito frequente entre
coníferas. Pertence à seção Ovisporae.
ENDERLE & KRIEGSTEINER (1989) apresentam descrição e ilustração desta espécie
encontrada na Alemanha e CANDUSSO & LANZONI (1990) para a Europa.
Píleo com 3-3,5 cm de diâmetro, hemisférico a plano, pálido marrom amarelado, com
esquâmulas marrons, margem lisa com remanescentes do véu. Lamelas livres, brancas, de bordo
plano. Estipe com 6-8 x 0,4-0,5 cm, cilíndrico, oco, branco, densamente fibriloso flocoso. Anel
branco, membranoso. Esporos 15-20 x 4,5-5,5 μm, fusiformes, hialinos, lisos, pseudoamiloides.
Basídios calvados, 26-32 x 9-10 μm, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
com 20-27 x 8-10 μm, clavados a lageniformes inflados. Camada cortical do píleo formada por
hifas cilíndricas a clavadas, do tipo paliçadoderme, algumas vezes sinuosas, com 40 – 50 x 5 – 8
μm. Fíbulas presentes.
Crescem em solo de interior de floresta. É próxima de Lepiota clypeolaria, mas esta tem
píleo esbranquiçado e esporos mais curtos (até 16 μm de comprimento).
ENDERLE & KRIEGSTEINER (1989) apresentam descrição e ilustração desta espécie.
Hábito lepiotoide, mas com basidiomas grandes, pigmentadas ou não. Píleo grosso e
carnoso, com superfície escamosa, esquamulosa fibrilosa, pubescente ou glabra e lisa, mas de
margem não sulcada (raro assim somente quando seca). Lamelas livres, brancas ou rosadas. Estipe
central sem volva, mas com anel bem desenvolvido, em uma espécie pouco desenvolvido e
evanescente. Contexto em geral cambiando a cor quando exposto ou tocado, branco ficando escuro
ou amarelado a avermelhado. Esporada branca, creme, amarelada, alaranjada, rosada ou lilás
rosada. Esporos com menos de 10 μm de comprimento (se tetrasporados), lisos a levemente
ornamentados, pseudoamiloides, de parede grossa, com poro germinativo truncado a pouco
desenvolvido ou mesmo ausente, metacromáticos em azul cresil. Basídios tetra ou bisporados,
clavados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios presentes a ausentes, versiformes. Trama
himenoforal regular ou quase assim. Camada cortical do píleo tricodermial-paliçádica, mas
fragmentando-se. Em somente uma espécie é epitelial (celular). Pigmentos vacuolares,
intracelulares ou intraparietais.
Crescem em solo, esterco, madeira morta, em interior de matas e em áreas abertas
principalmente campos, às vezes em dunas de areia. Uma associação curiosa é a com formigas
cortadeiras, as quais cultivam espécies deste gênero em seus jardins como alimento (Spielmann &
Putzke, 1998). Algumas espécies são comestíveis.
AKERS et al. (2000) transferem Leucocoprinus sulphurellus para o gênero Leucoagaricus,
além de descreverem uma espécie nova (Leucoagaricus viridiflavoides). Na Seção Annulati, Bon
(1993) cria a subseção Rubentes (Wasser) Bon, incluindo as espécies que cambiam a cor se tocadas
ou machucadas, como por exemplo, Leucoagaricus bresadolae (Schulzer) Bon & Boiffard, L.
meleagris (Sowerby) Singer e L. sulphurellus. A presença de pleurocistídios caracteriza esta espécie
e esta característica pode ser encontrada ainda em L. viridiflavoides e L. pleurocystidiatus
(Migliozzi & Testoni, 2000), esta última descrita para a Itália. No presente trabalho a espécie é
mantida entre os Leucocoprinus pela facilidade de identificação da espécie no modelo proposto por
SINGER (1986).
BON & BOIFFARD (1974) apresentam chave para espécies europeias da seção Rubrotincti
e BOISSELET & MIGLIOZZI (2002) descrevem uma espécie nova e outra da mesma região.
SINGER (1953) cita L. olivaceommamilatus (Rick) Singer, L. confusus (Rick) Singer e L.
rubrosquamosus (Rick) Singer para o RS. Esta última foi sinonimizada com Rugosospora
pseudorubiginosa (Cifuentes & Guzmán) Guzmán & Bandala (Franco-Molano, 1995). No presente
trabalho mantêm-se a espécie em Leucoagaricus para facilitar a identificação. SINGER (1986) cita
para esta mesma seção e do Brasil, ainda, as espécies L. rickianus (Speg.) Singer (Spegazzini, 1919
- descrita como Lepiota) e L. erythrellus (Speg.) Singer (Raithelhuber, 1988) também para o Rio
Grande do Sul, além de L. tricolor Singer, para a Amazônia. CABRERA (2015) cita novas
ocorrências para o sul do Brasil, cujas descrições não foi possível reunir em tempo nem revisar
material autêntico.
Pelo menos as seguintes espécies ocorrem no Brasil (as destacadas em negrito estão
descritas mais abaixo):
*- Leucoagaricus americanus (Peck) Vellinga (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007). Como
Lepiota americana Peck (PE) - MAIA (1998). MAIA et al. (2002). CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus aurantiacus Heinem. (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus badhami (Berk. & Br.) Singer (RS) – RICK (1937; 1961). RAITHELHUBER
(1988). CABRERA (2015).
- Leucoagaricus barsii (Zeller) Vellinga (MG) - ROSA & CAPELARI (2009). CABRERA
(2015).*- Leucoagaricus brunneocingulatus (P. D. Horton) Bon (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus caerulescens (Peck) J. F. Liang (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus confusus (Rick) Singer (RS) – RICK (1937; 1961). – SINGER (1953).
CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus erythrellus (Rick) Singer (PR; RS) – MEIJER (2008). RAITHELHUBER (1988).
CABRERA (2015).
- Leucoagaricus fuligineus Pegler (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
*- Leucoagaricus georginae (W. G. Sm.) Candusso (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus glabridiscus (Sundb.) Wilb. (SC, RJ, PR) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus gongyllophorus (Muell.) Singer (RS, PR) – MEIJER (2008). RICK (1961).
SPIELMANN & PUTZKE (1998). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992). CABRERA
(2015).
*- Leucoagaricus goossensiae (Beeli) Heinem. (AM, RJ, SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus griseus Heinem. (SC) – CABRERA (2015).
- Leucoagaricus holosericeus (Fr.) Moser (RS) - GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992)
baseado na identificação de Lepiota holosericea de Rick.
*- Leucoagaricus hortensis (Murrill) Pegler (RS, CE) – SOBESTIANSKY (2005).
NASCIMENTO & ALVES (2014). (SP) – PEGLER (1997) = Chlorophyllum hortense.
*- Leucoagaricus imperialis (Speg.) Pegler (SP) – PEGLER (1997).
- Leucoagaricus leucothites (Vittad.) Wasser (PR) - Meijer (2006); (SP) GRANDI et al. (1984);
(RS) RICK (1961 - como Lepiota holosericea). CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus lilaceus Singer (PR) – MEIJER (2008). FERREIRA & CORTEZ (2012). Cf.
SOBESTIANSKY (2005). (RS) – ROTHER (2007). CABRERA (2015).
- “Leucoagaricus melanotrichus f. citrifolius” Courtec. (SC) – CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus meleagris (Sowerby) Singer (PE) - MAIA et al. (2002). (RJ) ALBUQUERQUE
(2006); (RS) RICK (1961 - como Lepiota meleagris); (SP) PEGLER (1997).
- Leucoagaricus naucinus (Fr.) Singer (SP) – GRANDI et al. (1984).
*- Leucoagaricus olivaceomamillatus (Rick) Singer (RS) – SINGER (1953). CABRERA (2015).
*- Rugosospora (Leucoagaricus) pseudorubiginosa (Cifuentes & Guzmán) Guzmán & Bandala
(RS) (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).(PR) - FERREIRA & CORTEZ (2012).
Leucoagaricus rubrosquamosus (Rick) Singer é sinonímia (RS) – RICK (1961). SINGER
(1953). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992).
- Leucoagaricus rickianus (Speg.) Singer (RS) – RICK (1961). GUZMAN & GUZMAN-
DÁVALOS (1992). CABRERA (2015).
*
- Leucoagaricus rubrotinctus (Peck) Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). (PR) –
MEIJER (2008). FERREIRA & CORTEZ (2012). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992).
CAPELARI & MAZIERO (1988). (RS) – ROTHER (2007). CABRERA (2015).
*- Leucoagaricus serenus (Fr.) Bom. & Boiffard. (RS) – ROTHER & SILVEIRA (2008). (PR) –
MEIJER (2008). GUZMAN & GUZMAN-DÁVALOS (1992). (RS) – ROTHER (2007).
CABRERA (2015). Ver Lepiota serena.
- Leucoagaricus (Leucocoprinus) sulphurellus (Pegler) A. P. Akers (PE) – WARTCHOW et al.
(2008). CABRERA (2015). Está na chave de Leucocoprinus.
*- Leucoagaricus tricolor Singer (AM) – SINGER (1989). CABRERA (2015).
- Leucoagaricus viridiflavoides Akers & S. A. Angels (PR) – MEIJER (2008).
*- Leucoagaricus weberi Muchovej - MUCHOVEJ et al. (1991).
*- Leucoagaricus wychanskyi (Pilát) Bom. & Boiffardt (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
(RJ) ALBUQUERQUE et al. (2007).
4.1 Superfície do píleo esverdeada com NH 4OH (amônia); contexto avermelhado quando
exposto ................... L. georginae (ou talvez ainda aqui L. badhamii)
4.1 Se contexto avermelhando quando exposto, então reação com amônia não resulta em cor
esverdeada no píleo .............. 5
5.1 Píleo branco, mas coberto por esquâmulas marrons no disco; estipe branco cambiando para
vináceo-rosado ou avermelhado quando tocado ou machucado ........ L. hortensis
5.2 Píleo se branco e com esquâmulas marrons, o estipe não cambia para vináceo rosado ou
avermelhado quando machucado .......................................5’
8’.1 Píleo de colorido áureo-flocoso; camada cortical do píleo paliçádica, com elementos terminais
septados no disco central, com 15 – 65 x 6,5 – 13 μm ................... L. confusus
8’.2 Píleo de colorido diferente; camada cortical do píleo como acima ou diferente .......... 9
9.1 Camada cortical do píleo em duas camadas, a mais externa gelatinizada e hialina sobre uma não
gelatinizada e amarronzada .................... L. glabridiscus
9.2 Camada cortical do píleo não em duas camadas ..............................9’
9’.1 Píleo de branco alaranjado a marrom alaranjado, com contexto branco que fica azulado quando
exposto .................................L. caerulescens
9’.2 Se píleo com estas cores então contexto não cambiando para azul quando exposto ....9”
9”.1 Píleo alaranjado, com centro mais escuro, até quase preto ....... L. erythrellus
9”.2 Píleo de outras cores .................. 10
10.1 Píleo vermelho a marrom-violáceo no disco central e com escamas vermelhas sobre um fundo
branco na margem; basídios bisporados ....... L. rubrotinctus
10.2 Píleo de outras cores e/ou basídios tetrasporados ................... 11
11.1 Píleo com até 6 mm de diâmetro, purpúreo com margem mais pálida; anel fragmentário, fugaz
e branco; esporos com poro germinativo................... L. tricolor
11.2 Píleo de 2 – 12 cm de diâmetro; anel bem formado; esporos com ou sem poro
germinativo ............................... 12
13.1 Píleo com até 2 cm de diâmetro, marrom avermelhado a avermelhado; camada cortical do
píleo com hifas eretas formando um tricoderme, com elementos não incrustados por pigmento;
queilocistídios com incrustações apicais (são perdidas em KOH)...................L. goossensiae
13.2 Píleo com mais de 2 cm de diâmetro, com tons avermelhados ou não; se camada cortical for
tricodermial os elementos são incrustados ou pelo menos os queilocistídios não tem
incrustações .............................................14
14.1 Píleo com 2 – 3 cm de diâmetro, coberto por fibrilas marrom escuras radialmente dispostas em
direção à margem e sobre um fundo branco ................ L. brunneocingulatus
14.2 Píleo com 2 – 12 cm de diâmetro, não fibriloso ................................15
15.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, laranja avermelhado a laranja amarronzado; queilocistídios
elipsoides a clavados; esporos com ápice obtuso; camada cortical do píleo com elementos longos e
septados (articulados) ........................... L. aurantiacus
15.2 Píleo com mais de 2,5 cm de diâmetro, podendo chegar a 12 cm, branco a avermelhado ou
amarronzado; queilocistídios variáveis, às vezes com apêndices; camada cortical do píleo formada
por hifas prostradas ................................. 16
16.1 Píleo com até 12 cm de diâmetro, de fundo branco a amarronzado, com esquâmulas
alaranjadas a avermelhadas ou amarronzadas; queilocistídios clavados a clavados mas com um
apêndice apical estreito e longo, eventualmente moniliformes ou
capitados........... .................................................. L. americanus
16.2 Píleo com até 6 cm de diâmetro, ocráceo a ocre avermelhado pelo menos no umbo central;
queilocistídios claviformes a subfusiformes......................L. wychanskyi
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE LEUCOAGARICUS MAIS ENCONTRADAS:
Píleo com até 9 cm de diâmetro, levemente convexo a aplanado, às vezes com pequeno
umbo, com margem revoluta quando velho, bege-claro a marrom-escuro, com tonalidade purpúrea,
centro liso e rompendo-se em escamas alaranjadas a amarronzadas em direção à margem. Estipe
com até 12 x 1,5 cm, cilíndrico, engrossado na base, com anel pêndulo no terço superior, sólido a
oco, esbranquiçado, com base marrom-clara. Contexto carnoso, branco, geralmente avermelhado
quando exposto. NH4OH torna o contexto oliva-esverdeado. Lamelas livres, próximas,
esbranquiçadas a amareladas, em NH4OH oliva-esverdeadas. Esporos 6 – 7,6 x 4 – 5 μm, elipsoides
a piriformes, lisos, hialinos, de parede grossa, sem poro germinativo. Basídios com 18 – 24 x 8 – 10
μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35 – 65 x 14 – 20 μm, clavados ou
lageniformes a fusoides ou apiculados a capitados, hialinos a amarronzados, de parede fina.
Caulocistídios no ápice do estipe clavados a cilíndricos com 8 – 20 μm de espessura. Camada
cortical do píleo com hifas prostradas, pouco diferenciadas.
A superfície do píleo fica esverdeada ao aplicar-se NH 4OH (amônia) e o contexto fica
avermelhado quando exposto, o que diferencia claramente o material.
Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, campanulado no início a convexo ou aplanado umbonado
no amadurecimento, com superfície marrom violácea, rompendo-se em esquâmulas sobre uma
superfície creme, com margem apendiculada pelos restos do véu. Lamelas livres, membranosas,
brancas. Estipe com 40 - 51 x 2 - 3 mm, creme, com esquâmulas marrom vináceas, cilíndrico
recurvado, central, base com numerosas rizomorfas brancas. Anel persistente, membranoso, marrom
violáceo, próximo ao píleo. Esporada branca. Esporos 6 - 10 x 3,8 - 5 μm, alguns com 12,5-13,7
µm, elipsoides a subcilíndricos, estramíneos, pseudoamiloides, metacromáticos, de parede espessa e
sem poro germinativo. Basídios com apenas 2 esterigmas. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
25-35 x 7,5-11,2 μm, clavados, hialinos, com incrustações cristalinas no ápice. Camada cortical
uma paliçada com elementos terminais 24,5-107,5 x 6,3-10 μm, cilíndricos, pigmentados de
marrom acinzentado. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal regular. Ocorre em solo, no interior de
mata.
Esta é a espécie-tipo da seção Rubrotincti Singer, na qual pertencem todos os Leucoagaricus
com esporos menores que 12 μm de comprimento e píleo fortemente colorido, tanto no disco como
nas esquâmulas (Singer, 1948).
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Recife, Mata de Dois Irmãos, J. Putzke & F.
Wartchow, 22/VII/2003 (IMUR).
Píleo 0,8 – 2,1 cm de diâmetro, campanulado a plano, de superfície amarela sulfúrea, com
pequenas esquâmulas marrom-acinzentadas; margem indistintamente sulcada; contexto fino
carnoso. Lamelas livres, amarelas sulfúricas, descolorindo ao toque para uma coloração azul
esverdeada, membranosas. Estipe 38-40 x 2,5-4,5 mm, cilíndrico, central, concolor ao píleo e
lamelas, oco. Esporos 6,2-7,2 x 3,7 μm, elipsoides, estramíneos, metacromáticos, com um pequeno
poro germinativo, parede lisa. Basídios 15-18 x 7,5-8 μm, clavados, 4 esterigmas. Pleurocistídios
30-50 (62) x 8-12 (15) μm, fusoides mucronados, hialinos, de parede fina. Queilocistídios 22,5-37,5
x 7,0-5-12 μm, inflado clavado a alguns fusoides, com um ápice subcapitado, largamente
arredondado, hialinos, de parede fina. Trama da lamela regular. Camada cortical do píleo uma
epícutis com elementos terminais (13,3) 15-35 (42) x 5-10 μm cilíndricos a clavados. Fíbulas
ausentes.
Ocorrem em solo no interior de mata, crescendo solitário.
Esta espécie se caracteriza pelo basidioma amarelo, pelas lamelas que cambiam para verde
azuladas ou amarronzadas quando tocadas ou machucadas, pelo tamanho dos esporos e pela
presença de pleurocistídios.
AKERS et al. (2000) transferem Leucocoprinus sulphurellus para o gênero Leucoagaricus.
WARTCHOW (2005) refere esta espécie para o estado de Pernambuco.
Material examinado: BRASIL. Pernambuco, Recife, Mata de Dois Irmãos; L. Ryvarden &
F. Wartchow 04/II/2004 (URM, HCB).
Píleo com até 0,6 cm de diâmetro, purpúreo com margem mais pálida, radiado fibriloso
purpúreo sobre fundo pálido, mas não sulcado nem pectinado nem rimoso, parcialmente
subesquamuloso, convexo, obtuso. Lamelas pálido gisáceas, amarronzadas quando secas, próximas,
livres. Estipe branco, pruinoso, igual ou com base levemente engrossada, 1 - 1,4 x 0,1 – 0,2 cm.
Anel fragmentário, fugaz, branco, pruinoso-pubescente. Contexto branco a esbranquiçado. Esporos
com (7,5-) 8,2-9 x 4,5-5,2 μm, elipsoides, de parede dupla e poro germinativo presente, hialinos,
pseudoamiloides, lisos. Basídios com 24-27 x 7,5-9,5 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios cilíndricos ou filamentosos, estramíneo-ocráceos, 23-38 x 5,5-10 μm, de paredes
finas. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal regular, hialina. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas com 2 – 8 μm de diâmetro, estramíneo-ocráceas, sem pigmento intraparietal nem
incrustante.
Cresce em solo, solitário. É uma das menores espécies de Leucoagaricus, o que ajuda na
identificação.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, 04/1978, Singer B 10868
(INPA).
Basidiomas em geral frágeis, com píleo muito fino e membranoso, frequentemente flocoso-
escamoso, radialmente sulcado a sulcado-pectinado (lembrando um leque), especialmente na
margem. Lamelas livres, finas, próximas, às vezes algo deliquescentes. Estipe central, em geral oco
e com base bulbosa, sem volva, geralmente com anel. Contexto muito fino. Esporada branca, creme
ou amarelada. Esporos hialinos a amarelados sob o microscópio, lisos ou ornamentados, de parede
grossa, com ou sem poro germinativo, metacromáticos em azul cresil. Basídios clavados com 2 – 4
esterigmas. Pleuro- e queilocistídios presentes ou ausentes, versiformes. Trama himenoforal mais ou
menos regular. Camada cortical do píleo formada por hifas esparsa e irregularmente eretas.
Crescem geralmente em solo, preferencialmente de áreas sombreadas.
SINGER (1986) refere 13 espécies para o gênero, WASSER (1993) menciona 15 a 18 e
KIRK et al. (2001) citam 40. SMITH (1981) apresenta espécies que crescem associadas a vasos de
plantas, forma comum de aparecimento deste gênero.
CAPELARI & GIMENES (2004) descrevem como nova L. brunneoluteus.
ALBUQUERQUE et al. (2006) referem 16 espécies para o RS e ALBUQUERQUE & VICTORIA
(2012) uma espécie nova para o RJ. ROTHER & SILVEIRA (2009) referem 6 espécies ocorrentes
no Parque Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul. A espécie Leucocoprinus cf. medioflavus é
confirmada como tal neste trabalho. FERREIRA & CORTEZ (2012) citam L. cretaceus para o
Paraná. Até o momento as seguintes espécies estão confirmadas para o Brasil (além de L.
sulphurellus que atualmente é aceita em Leucoagaricus, mas está incluída na chave abaixo).
RAITHELHUBER (1988, 1991) cita outas espécies para o RS que necessitam ser revistas.
VALENCIA (2013) revisa os Leucocoprinus do Brasil e refere a ocorrência de 25 espécies.
As espécies Leucocoprinus bulbipes (Mont.) Raith., Leucocoprinus cristatula (Rick) Raith.,
Leucocoprinus phaeopus (Rick) Raith, Leucocoprinus proletarius (Rick) Raith., Leucocoprinus
revolutus (Rick) Raith., Leucocoprinus rivulosus Raith. e Leucocoprinus russoceps (Berk. & Br.)
Raith. necessitam ser revistas à luz da taxonomia moderna e redescritas, sendo que foram aqui
incluídas na chave para facilitar a identificação de possíveis recoletas. Leucocoprinus inflatus
Raithelh. Descrita em RAITHELHUBER (1987) é inválida por não ter tido sido apresentada
diagnose latina de acordo com VELLINGA (2009). O autor estabeleceu este nome novo para
Lepiota trombophora publicada em RICK (1961).
Leucocoprinus sulphurellus Pegler citada para MG por ROSA & CAPELARI (2009), SP por
PEGLER (1997) e PE por WARTCHOW et al. (2008) é aqui discutida sob Leucoagaricus.
Leucocoprinus straminellus (Bagl.) Narducci & Caroti citada para o RS por
ALBUQUERQUE et al. (2006) é conspecífica com Leucocoprinus denudatus (Rabenh. ex Fr.)
Singer sendo descrita sob este gênero.
Leucocoprinus venezuelanus Dennis foi citado para MG por ROSA & CAPELARI (2009),
para SC – como cf. por KARSTEDT & STURMER (2008) e para SP por PEGLER (1997), mas o
único exemplar localizado foi verificado ser, na verdade, L. brebissonii segundo GIMENES (2007).
As espécies citadas para o Brasil são as seguintes (as destacadas em negrito estão descritas
mais abaixo e o asterisco indica que estão na chave de identificação):
*- Leucocoprinus birnbaumii (Corda) Singer (SP, RS, CE) - SOBESTIANSKY (2005).
ALBUQUERQUE et al. (2006). (PR) – MEIJER (2008). NASCIMENTO & ALVES (2014).
(SP) - VILDOSO (2010). (SP) – PEGLER (1997). (SP) - GRANDI et al. (1984). (RS) –
ROTHER (2007). SC – VALENCIA (2013). (MT) LODGE & SOURELL (2015).
*- Leucocoprinus brebissonii (Godey) Locquin (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006); (PR)
MEIJER (2008). (SP) - VILDOSO (2010). (SP) – PEGLER (1997). (RS) – ROTHER (2007).
*- Leucocoprinus brunneoluteus Capelari & Gimenes (SP) - CAPELARI & GIMENES (2004).
(SC, ES, RJ) – VALENCIA (2013).
- Leucocoprinus brunescens (Peck) Locq. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
*- Leucocoprinus bulbipes (Mont.) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006)
*- Leucocoprinus cepistipes (Sow. ex Fr.) Pat. (RS, SP) - ALBUQUERQUE et al. (2006). (PR) –
MEIJER (2008). (SP) - BONONI et al. 1981a). – SINGER (1953). (RS) – ROTHER (2007).
*- Leucocoprinus citrinellus (Speg.) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). (AC) –
BONONI (1992). (SP) CAPELARI (1989).
*- Leucocoprinus cretaceus (Bull. Ex Fr.) Locq. (RS) - SOBESTIANSKY (2005). (PR) –
MEIJER (2008). FERREIRA & CORTEZ (2012). (RS) – ROTHER (2007); ROTHER &
SILVEIRA (2008). (MT) LODGE & SOURELL (2015).
*- Leucocoprinus cristatula (Rick) Raith (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006).
*- Leucocoprinus denudatus (Rabenh. ex Fr.) Singer (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006),
considerada sinonímia de Leucocoprinus straminellus.
- Leucocoprinus fibrillosus Raith. (RS) - baseado em Lepiota erythrella ss. Rick. (RS) -
ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser revisto.
*- Leucocoprinus fluminensis Albuquerque & Victoria – (RJ) – ALBUQUERQUE & VICTORIA
(2012), ver descrição neste trabalho.
*- Leucocoprinus fragilissimus (Rav.) Pat. (RS)- ALBUQUERQUE et al. (2006). (PR) –
MEIJER (2008). (CE) - NASCIMENTO & ALVES (2014). (SP) – PEGLER (1997). (SP) -
BONONI et al. (1981a). (RS) – ROTHER (2007). SC – VALENCIA (2013). (MT) LODGE &
SOURELL (2015).
*- Leucocoprinus ianthinus (Sacc.) P. Mohr (RJ) - Albuquerque et al. (2007). SC – VALENCIA
(2013).
*- Leucocoprinus lilacinogranulosus (Henn.) Locq. (RJ) – ALBUQUERQUE et al. (2007).
*- Leucocoprinus longistriatus (Peck) H. V. Sm. & N.S. Weber – (MG) ROSA & CAPELARI
(2009); (RS) RICK (1961). SC – VALENCIA (2013).
- Leucocoprinus cf. medioflavus (Boud.) Bom. (RS) – ROTHER & SILVEIRA (2009). (RS) –
ROTHER (2007).
*- Leucocoprinus meleagris (Sow. ex Rick) Raith. (RS, SP) - ALBUQUERQUE et al. (2006).
(SP) – PEGLER (1997).
*- Leucocoprinus nigricans Jezek (PE, Brasil) – JEZEK (1973). cf. em WARTCHOW (2005).
*- Leucocoprinus noctiphilus (Ell.) Hein. ss. Rick (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006).
DRECHSLER et al. (2007).
*- Leucocoprinus phaeopus (Rick) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). Está descrito
em Lepiota mais acima e na chave deste gênero.
*- Leucocoprinus proletarius (Rick) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser
revisto.
*- Leucocoprinus revolutus (Rick) Raith. (RS)- ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser
revisto.
*- Leucocoprinus rivulosus Raith. (baseado em Lepiota sordescens Berk. & Curt. ss. Rick) (RS) -
ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita ser revisto.
*- Leucocoprinus russoceps (Berk. & Br.) Raith. (RS) - ALBUQUERQUE et al. (2006). Necessita
ser revisto.
- Leucocoprinus tenellus (Boud.) Locq. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). Necessita ser revisto.
2.1 Crescendo em madeira (ramos mortos), sem odor aparente ......... L. citrinellus
2.2 Crescendo em solo ou húmus, eventualmente com odor agradável. ....... 3
4.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, com odor agradável ........ L. denudatus
4.2 Píleo com mais de 2,5 cm de diâmetro, em geral com até 5 cm, sem odor
característico ................... 5
5.1 Píleo branco com o centro apenas amarelado; esporos constritos no ápice que fica curto-
cilíndrico ............. L. fragilissimus (Rav.) Pat.
5.2 Píleo completamente amarelado; esporos não constritos, ovoides a elipsoide ....... ............ L.
birnbaumii (Corda) Singer (se umbo castanho escuro conferir L. brunneoluteus).
6.1 Píleo com pequenas esquâmulas negras; bordo da lamelas algo serrulado; esporos 5 - 7 x 4 - 4,5
µm ....................... L. noctiphilus (Ell.) Hein ss. Rick para o RS.
6.2 Esporos geralmente maiores ou, se com as dimensões expostas acima, então píleo e lamelas
diferentes ................... 7
7.1 Píleo marrom-oliváceo, com até 2,5 cm diâmetro; estipe extremamente longo, 70 - 85 x 2,5 – 4
mm ............................ L. proletarius (Rick) Raith.
7.2 Píleo sem coloração olivácea, em geral maior e estipe proporcionalmente longo ........ 8
8.1 Píleo com esquâmulas vermelhas sobre superfície marrom, cambiando para amarelo ou
vermelho quando machucado e para marrom escuro quando desidratado......... L. meleagris
8.2 Píleo não como acima, não descolorindo................ 9
12.1 Píleo com centro negro rompendo-se em esquâmulas escuras em direção à margem sobre
fundo branco; camada cortical do píleo tricodermial, com elementos apresentando 27,5-50 (66) x
7,5-15 μm ................................................................ L. nigricans
12.2 Píleo de outras cores ou, se apresentando centro negro, a camada cortical não é
tricodermial ...........................................12’
15.1 Píleo branco puro, às vezes marrom-acinzentado no centro, mas geralmente creme, com
esquâmulas marrons; estipe inflado na base (bulboso) ....................................... ..............................
L. cepistipes (se disco central do píleo com esquâmulas marrom-avermelhadas; estipe cilíndrico e
esporos elípticos-globosos é L. fluminensis)
15.2 Píleo totalmente branco, com esquâmulas igualmente
brancas .................. ............................................................................ L. cretaceus
16.1 Píleo ocre a marrom-amarelado, esporos com 7,2 - 9,0 x 4,2 - 4,6 µm ....L. russoceps
16.2 Píleo pálido, com centro negro ou píleo branco com disco marrom, ou com pigmento lilás;
esporos com 10 - 14 x 6 - 7,5 µm ou menores................... 17
20.1 Píleo com até 5 cm de diâmetro; queilocistídios largo fusoides a calvados ou subglobosos, com
40-60 x 10-23 μm .......................................... L. lilacinogranulosus
21.2 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro; queilocistídios com 17-20 x 7-10 μm, cilíndricos a sub-
clavados .............................. L. ianthinus
21.1 Camada cortical do píleo com hifas prostradas; esporos 6,5 - 8,5 x 4 - 5,5
µm ............... ....................... L. venezuelanus
21.2 Camada cortical do píleo himeniforme ou se com hifas prostradas, algumas ficam eretas e
esporos são maiores ....................................22
22.1 Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos ovoides, elipsoides a clavados, 25-70 x
12-27 μm................. ............................... ........................ L. brebissonii
22.2 Camada cortical do píleo com hifas prostradas em alguns pontos erguidas, mas sem formar
tricoderme.................... L. longistriatus
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE LEUCOCOPRINUS MAIS ENCONTRADAS:
Píleo de 2-6 cm de diâmetro, ovoide tornando-se cônico ou com formato de sino, finalmente
expandindo a campanulado, com o ápice truncado ou aplanado; superfície amarelada, com umbo
amarelo ou alaranjado, seca e escamosa (flocoso, fácil de remover), curtamente plicado-estriada até
o meio do disco central. Lamelas livres, amarelo enxofre, largas, estreitas, moderadamente
próximas. Estipe 3-10 x 0,1-0,5 cm, cilíndrico ou com uma base levemente proeminente 5-6 mm de
diâmetro, às vezes afinando em direção ao ápice, oco; superfície concolor com o píleo, com
escamas floculosas acima. Anel membranoso ou fragmentado, algumas vezes evanescente, concolor
com o estipe. Contexto fino, carnoso, concolor com o píleo ou mais claro. Esporada branca. Esporos
de 7-13 x 4,7-8 μm, ovoide a elipsoides, truncados até o ápice por um pequeno mas distinto poro
germinativo, hialinos, fortemente dextrinoides, com uma parede grossa e complexa. Basídios com
16-41 x 8-9,5 μm, inflado clavado, formando 4 esterigmas curvos. Borda da lamela estéril.
Queilocistídios versiformes mas principalmente de dois tipos os quais estão misturados: (a) curtos,
inflados a piriformes, com 15-22 x 10-15 μm; (b) alongados a lageniformes, com 40-50 x 11-13 μm
(até a base); ambos os tipos são de parede fina e hialinos. Pleurocistídios ausentes. Camada cortical
do píleo uma epicutis mal definida de hifas livres, ramificando-se para formar cadeias cilíndricas,
de elementos de paredes finas, os quais tornam-se fragmentários para formar floculação livre;
elementos individuais 20-90 x 2-10 μm, com parede fina, hialina ou amarelada.
Crescem solitários a gregários em interior de mata ou em locais expostos, mas em geral à
sombra. Espécie muito tóxica.
CAPELARI & GIMENES (2004) descreveram para o Brasil L. brunneoluteus, espécie
próxima de L. birnbaumii, mas difere por apresentar umbo castanho-escuro distinto, coloração das
escamas castanha e pela consistência membranácea do basidioma.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul: Viamão, Parque Estadual de Itapuã,
Encosta do Morro da Grota,25/VI/2005, M.S. Rother, ICN (067/05).
Píleo com 1,7 – 2,5 cm de diâmetro, campanulado a convexo ou cônico e ficando mais tarde
aplanado, pálido-amarelado, pulverulento, com margem estriada. Lamelas livres, pálido-amareladas
a cremes, de bordo liso. Estipe com 4,5-6 x 0,2-0,4 cm, cilíndrico, oco, pálido amarelado,
pulverulento. Anel pálido amarelado, membranoso ou fragmentário. Contexto fino, concolor, odor
agradável. Esporos ovoides a curto-elípticos ou subglobosos, hialinos, lisos, de parede grossa, com
5,2-6 x 3,5- 4,6 μm, pseudoamiloides, sem poro germinativo. Basídios clavados 12-15 x 6-7 μm,
com 4 esterigmas. Queilocistídios fusiformes a ventricosos ou pseudoparafisoides, com 15-35 x 7-
10 μm. Camada cortical do píleo formada por células subglobosas, subisodiamétricas, 10-30 (40)
μm de diâmetro, com suporte cilíndrico, septado. Pigmento predominantemente vacuolar. Septos
sem fíbulas.
Crescem em solo, solitários ou gregários.
ALBUQUERQUE et al. (2006) confirmam a ocorrência desta espécie para o RS a partir das
citações de RAITHELHUBER (1991).
Píleo com 1 - 2,5 cm de diâmetro, carnoso, campanulado, branco, mas com centro marrom-
vináceo, formando esquâmulas diminutas, de margem sulcado-estriada, com fibrilas violeta-escuras.
Lamelas livres, brancas, próximas, de bordo fimbriado. Estipe 3-4 x 0,2-0,3 cm, cilíndrico com base
bulbosa, branco, mas metade basal marrom vinácea, finamente fibriloso, com anel frágil,
membranoso, ínfero, branco. Esporada branca. Esporos com 8-10 x 5-6,5 (-7) μm, elipsoides,
amigdaliformes em vista frontal, hialinos, pseudoamiloides, metacromáticos, de parede lisa e
engrossada, com poro germinativo truncado. Basídios com 18-25 x 9-10 μm, clavados,
tetrasterigmatados. Queilocistídios com 17-20 x 7-10 μm, deixando o bordo da lamela estéril, em
fascículos, cilíndricos a sub-clavados ou largo clavados a ventricosos, de parede lisa e hialinos.
Camada cortical do píleo formada por duas camadas, a mais interna com hifas desarticuladas de 6-
15 μm de diâmetro, sobre a qual se instala outra camada de hifas ovoides e células esféricas de 15-
37 x 10-23 μm, amarelo-amarronzadas em H2O, pálidas em KOH. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários. Esta espécie é próxima de L. lilacinogranulosus sendo sinonimizada com
esta por alguns autores.
Píleo com 2,5 – 4 cm de diâmetro, convexo no início a aplanado côncavo quando maturo,
branco-creme nas margens a marrom-escuro no centro, escamoso (escamas fibriloso prostradas), de
margem estriado-plicada. Contexto branco, imutável, odor e sabor fúngico. Lamelas livres, brancas,
mas mais escuras na maturidade, próximas. Estipe 6-10 x 0,2 – 0,3 cm, cilíndrico mas com base
subulbosa, branco, finamente fibriloso, com anel frágil, membranoso, ascendente, branco. Esporada
branca. Esporos com 10 - 12 x 6 - 8 μm, elipsoide alongados, hialinos, pseudoamiloides,
metacromáticos, de parede lisa, grossa, com poro germinativo truncado. Basídios com 20-55 x 10-
14 μm, clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 55-70 x 16-20
μm, deixando o bordo da lamela estéril, versiformes, alguns apresentando papila no ápice, lisos e
hialinos. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, mas com algumas hifas levantadas,
mas sem formar uma tricoderme, com 6-11 μm de diâmetro. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários a gregários em serapilheira de interior de mato.
Píleo com 3-6 cm de diâmetro, convexo, algumas vezes subumbonado; superfície coberta
por pequenas fibrilas pardas a fuscas, escamas sobre um fundo branco, amarelo ou azulado, marrom
escuro quando seco; margem sulcado-estriada. Lamelas livres, remotas, esbranquiçadas tornando-se
azuladas a marrom ferrugem, ventricosas, 3-4 mm de largura, próximas, com lamélulas de dois
tamanhos. Estipe 4-5 cm x 3-4 mm, cilíndrico, levemente expandindo até a base para 5 mm de
diâmetro, fistuloso; superfície branca, escurecendo junto à base, manchas amareladas acima,
avermelhando junto a base. Anel branco, fino, membranoso, mediano ao estipe, evanescente.
Contexto branco depois amarelando, finalmente marrom quando seco. Esporos 8-10 x 5,5-6,5 μm,
largamente elipsoides, levemente truncado apicalmente por um pequeno mas distinto poro
germinativo, hialinos ou com um pigmento cinza, pseudoamiloides, com uma parede espessa.
Basídios 16-20 x 9-11 μm, curto clavados a piriformes, tetrasporados. Queilocístidios abundantes,
frequentemente em grupos fasciculados, 30-60 x 12-16 μm, elipsoides a curto cilíndricos,
frequentemente com um ápice mucronado (7-27 x 3-4,5 μm), parede fina, hialinos com conteúdo
vacuolar granuloso marrom. Pleurocistídios ausentes. Trama himenoforal regular, hialina, de hifas
de parede fina, 2-5 μm de diâmetro. Camada subhimenial estreita, de hifas entrelaçadas. Camada
cortical de hifas prostradas com tufos suberetos inflados de elementos terminais clavados, 50-105 x
11-20 μm, com ápice agudo ou obtuso, parede fina, preenchido com conteúdo marrom granuloso.
Todas as hifas sem fíbulas.
Figura 146 - Leucocoprinus cf. nigricans Jezek: a- basidioma; b- esporos; c- elementos da camada
cortical do píleo.
14- Leucocoprinus noctiphilus (Ellis) Heinem., Figura 147
Bull. Jard. Bot. Nat. Belg. 47: 84. 1977.
2.1 Contexto do píleo cambiando de cor quando exposto, de branco para vermelho ou castanho;
estipe liso, sem escamas; esporos com até 12,5 μm de
comprimento ................... ........................................ M. rhacodes (= Chlorophyllum rhacodes).
2.2 Contexto do píleo imutável ou não cambiando para vermelho quando exposto; estipe geralmente
com esquâmulas ou escamas; esporos com as dimensões acima ou
diferentes ...................................................... 3
5.1 Píleo com até 8 cm de diâmetro; base do estipe não bulbosa ................... M. kerandi
5.2 Píleo maior que 8 cm de diâmetro; base do estipe bulbosa ou não ...................... 6
6.1 Píleo com até 5,5 cm de diâmetro, com escamas agregadas no umbo deixando uma marca com
formato de estrela de várias pontas sobre a superfície do mesmo; superfície do estipe lisa, sem
escamas; anel simples; fíbulas presentes na base dos basídios ............. ........... M. excoriata
6.2 Píleo maior; superfície do estipe com escamas amarronzadas ou sem escamas; anel simples ou
duplo; fíbulas presentes ou não na base dos basídios ...............................7
7.1 Base do estipe não bulbosa ou apenas levemente subulbosa; camada cortical do píleo formada
por uma tricoderme de células curtas catenuladas, globosas a subglobosas (a terminal podendo ser
clavada); queilocistídios septados, com células alongadas e ramificados ........................................M.
colombiana
7.2 Base do estipe caracteristicamente bulbosa; camada cortical do píleo com elementos
tricodermiais mais longos; queilocistídios se septados e ramificados então com célula terminal
maior e curtas células basais ............................8
8.1 Basidiomas com até 34 cm de altura; base do estipe cambiando de cor para rosado ou
amarronzado se machucado; esporos de poro germinativo algo
insconspícuo ....... ............................M. dolichaula
8.2 Se basidiomas tão altos então base do estipe não cambiando para rosado ou amarronzado; poro
germinativo bem evidente ...............................9
9.1 Superfície do píleo com esquâmulas pequenas, pálido ocráceas a amarronzadas; anel
simples ........................................ M. mastoidea
9.2 Superfície do píleo com esquâmulas grandes, em placas, marrom escuras; anel em geral mais
complexo .................................................................10
10.1 Escamas do píleo formadas por hifas longas, com pigmento marrom alaranjado, de 25 – 90 x 7
– 11 (14) μm ................................................. M. procera
10.2 Escamas do píleo com elementos mais curtos, tricodermial com elementos terminais piriformes
.................................................................. M. bonaerensis
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE MACROLEPIOTA ENCONTRADAS:
Píleo com até 5,5 cm de diâmetro, com até 17 cm de altura, seco, convexo com umbo
apresentando uma mancha com formato de estrela, escamoso, escamas mais densas no centro,
marrom-claras sobre um fundo branco-amarelado, margem irregular, rachando com a maturidade.
Lameas livres, colariadas, subdistantes à próximas, branco amareladas, de bordo serreado. Estipe
com 12- 15 x 0,3 - 0,7 cm, branco-amarelado, cambiando levemente para amarronzado quando
machucado, cilíndrico com base levemente bulbosa, sólido no início e oco na maturidade. Anel
simples, tomentoso, creme com bordo amarronzado, persistente, fixo. Esporos com 10,8 – 17 x 7,5
– 10 μm, elipsoides a amigdaliformes, truncados por um poro germinativo estreito e coberto por
capa hialina, pseudoamiloides, metacromáticos em azul cresil, cianófilos, congófilos. Basídios
calvados, tetrasporados. Queilocistídios abundantes, com 18 – 30 x 7,5 – 11 μm, mais
frequentemente clavados a estreito clavados ou subcilíndricos. Camada cortical do píleo formada
por um tricoderme de hifas erguidas com 4 – 8 μm de diâmetro. Fíbulas presentes na superfície do
estipe e na base de alguns basídios.
Crescem em solo de campos. As escamas organizadas para formar uma mancha estelada no
centro do píleo que alcança cerca de 5 cm (um dos menores no gênero), a base do estipe não ou
somente levemente bulbosa e os queilocistídios estreito clavados a subcilíndricos ajudam a
caracterizar a espécie.
Píleo com 5–11 cm de diâmetro, carnoso, ovoide quando jovem, ficando convexo ou plano
convexo quando amadurecem, com um umbo distinto, branco e coberto por escamas marrom-
acinzentadas, margem levemente apendiculada. Lamelas livres, marrom acinzentadas, com
lamélulas de 2-3 comprimentos. Estipe com 6–15 x 0,5–1,0 cm, atenuando para o ápice,
esbranquiçado, coberto por escamas pequenas, furfuráceo amarronzadas, base alargada. Anel
ascendente, simples, esbranquiçado, membranoso. Contexto esbranquiçado, imutável. Esporos 12-
14 x 9 – 10 μm, elipsoides a ovoides em vista lateral e elipsoides em vista frontal, de paredes
grossas, lisos, hialinos, metacromáticos em azul cresil, com poro germinativo, apêndice hilar com
1–1,5 μm. Basídios com 32–44 x 12–14 μm, clavados, de paredes finas, hialinos, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 15–20 x 7–10 μm, calvados, hialinos, de paredes finas, em
grupos formando um bordo estéril. Esquâmulas no píleo formadas por uma paliçada de hifas
subcilíndricas sem fíbulas (com 6–12 μm de diâmetro), com elementos terminais levemente
atenuados em direção ao ápice, com pigmento vacuolar amarelado ou amarronzado, de parede
levemente engrossada. Fíbulas ocasionais na base de basídios.
É uma espécie próxima de M. excoriata, mas difere pela cobertura do estipe sem escamas
nesta última. GE et al. (2010) discutem esta espécie a partir de coletas da China.
Píleo com 7– 25 cm de diâmetro, ovoide quando jovem e expandindo para ficar convexo a
plano-convexo, com um umbo obtuso, branco a esbranquiçado, mas coberto por escamas marrom a
marrom escuras, com disco liso, amarronzado. Lamelas livres, próximas, finas, brancas a creme.
Estipe esbranquiçado, com 18–34 x 1–2,2 cm, atenuando para o ápice, alargado na base a até 4 cm,
coberto por escamas marrons ou marrom-escuras, oco ou fibroso. Anel superior, cerca de 5 cm
abaixo do ápice do estipe, complexo e livre. Contexto esponjoso, branco a creme, acinzentado
avermelhado a marrom purpúreo no ponto de fixação do estipe, imutável. Sabor suave. Esporada
branca. Esporos 13–16 x 8–10 (12) μm, elipsoides a ovoides em vista lateral e elipsoides em vista
frontal, de parede grossa, lisa, hialina, dextrinoide, metacromáticos em azul cresil, com poro
germinativo, apêndice hilar não distinto. Basídios com 30–43 x12– 17 μm, calvados, de paredes
finas, hialinos tetrasporados. Queilocistídios 20–39 x 10–23 μm, calvados a utriformes, hialinos, de
paredes finas, formando bordo estéril. Pleurocistídios ausentes. Esquâmulas do píleo formados por
uma paliçada de hifas sem fíbulas, subcilíndricas, de parede levemente engrossada, com 25 – 90 x
7–11 (14) μm de diâmetro, gradualmente atenuados para o ápice, com pigmento vacuolar marrom
amarelado. Fíbulas comuns nas bases dos basídios e queilocistídios.
BONONI et al. (1984) citam esta espécie comestível encontrada comumente na Europa e
Ásia, para São Paulo. GE et al. (2010) fornecem informações da espécie que é encontrada também
na China.
2.1 Píleo vináceo-rosado, com disco mais escuro até quase negro, com numerosas esquâmulas mais
escuras ................................. M. roseovinacea
2.2 Píleo marrom-purpúreo ou violáceo ..............................................................3
4.1 Píleo branco a pálido acinzentado ou creme, não pruinoso ...................... M. arginea
4.2 Píleo amarronzado claro a algo rosado, finamente pruinoso furfuráceo ...... M. pruinosa
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE MICROPSALLIOTA ENCONTRADAS:
1- Micropsalliota arginea (Berk. & Broome) Pegler & R.W. Rayner, Figura 157
Kew Bull. 23: 367. 1969.
Píleo com 0,5 – 1,3 cm de diâmetro, campanulado a convexo ou largo convexo com a idade,
fibriloso, branco a pálido acinzentado ou creme. Contexto branco. Lamelas livres, próximas,
levemente ventricosas, brancas a amarelo-amarronzadas, de bordo mais pálido, com 2-3 séries de
lamélulas. Estipe com 17– 25 x 1 mm, cilíndrico, liso a levemente fibriloso, branco. Anel presente,
fugaz, simples, superior, branco. Odor não distinto. Esporos com 4 – 5,5 x 2,7 – 3,5 μm,
elipsoides a elipso-amigdaliformes, com engrossamento apical do episporio, sem poro germinativo.
Basídios com 13 – 16 x 4 – 4,5 µm, curto clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios deixando o bordo da lamela estéril, com 20 – 36 x 5 – 9 μm, com uma base largo
ventricosa e ápice capitado, capítulo com 3 - 7 μm de diâmetro. Subhimênio
pseudoparenquimatoso, trama da lamela regular. Caulocistídios similares aos queilocistídios.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas, hialinas, com 4 – 5 μm de diâmetro.
Crescem gregários no solo.
Píleo com até 3,5 cm de diâmetro, inteiramente marrom purpúreo escuro quando seco,
convexo, umbonado, formando pequenas esquâmulas sobre fundo marrom acinzentado, margem
não sulcada nem estriada. Lamelas livres, membranosas, próximas, amarronzadas. Estipe com 4 - 5
x 0,4 – 0,5 cm, cilíndrico, creme pálido com esquâmulas marrom escuras e fibrilosas,
principalmente junto à base. Anel presente, duradouro, creme pálido com margem marrom,
membranoso. Contexto fino, carnoso, imutável. Esporos 4,6 -6,2 x 2,5 - 4 µm, amigdaliformes em
vista lateral, lisos, com parede levemente engrossada no ápice, verde escuros em KOH. Basídios
com 13,5 -17,5 x 5-6 µm, calvados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
abundantes, 25 - 50 x 2,5 - 5,5 (-6) µm, a maioria fusoides, alguns ventricosos, capitados, capítulo
com até 3,5 µm de diâmetro, de parede fina e hialina. Trama himenoforal regular. Camada cortical
do píleo com hifas terminais eretas 25 – 95 x 5 – 17 (20) µm, com ápice subagudo e conteúdo
purpúreo amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários no solo em interior de floresta.
Píleo com 0,5 – 1 cm de diâmetro, plano a algo mamelonado, amarronzado claro a algo
rosado, finamente pruinoso furfuráceo, mais densamente assim no centro. Estipe com 1 – 2 x 0,05 –
0,1 cm, amarronzado acinzentado claro ou algo rosado na metade basal, no início esbranquiçado no
ápice, todo pruinoso ou farinoso-fibriloso. Anel ausente. Lamelas livres, serreadas, avermelhado
claras. Contexto muito fino, tornando-se rapidamente vermelho ao ser cortado. Esporos com 4,9 –
6,1 x 3,1 – 3,6 µm, amarronzado claros, elipsoide-amigdaliformes, às vezes algo truncados, de
parede algo engrossada. Basídios tetrasporados. Queilocistídios capitados a subcapitados, com 16 –
20 x 4 – 9 µm, capítulo com 3 – 6 µm de diâmetro. Pleurocistídios ausentes ou raros. Camada
cortical do píleo com hifas cilíndricas de 9 – 12 µm de diâmetro, finamente incrustadas e com
pigmento vacuolar revestidas por esferocistes. Fíbulas não observadas.
Material examinado:
Píleo com 2,5 - 3,5 cm de diâmetro, cônico-convexo e mais tarde aplanado e com um umbo
baixo, vináceo-rosado, com disco mais escuro até quase negro, com numerosas esquâmulas mais
escuras, margem não estriada. Lamelas livres, remotas, brancas no início e depois marrom-
chocolate, estreitas, com até 2 mm de largura, próximas. Estipe 3 - 4,5 x 0,25 - 0,4 cm, cilíndrico a
levemente inflado na base, fistuloso, levemente amarronzado acima do anel, esbranquiçado e
pruinoso-flocoso abaixo. Anel branco, membranoso, pendente. Contexto fino, branco a creme.
Esporos 4 - 5,2 x 2,5 - 3,2 μm, ovoides a curto elipsoides, marrom-fusco ao microscópio, de parede
moderadamente engrossada, lisa, sem poro germinativo. Basídios clavados a subutriformes,
tetrasterigmatados, 18 - 20 x 6 - 8 μm. Queilocistídios 12 - 23 x 1,5 - 3,5 μm, cilíndricos e capitados
no ápice (2 - 11 μm de diâmetro), parecendo mais clavados ou piriformes. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas subparalelas, com 2 - 12 μm de diâmetro, de parede fina e hialina e pigmento
vacuolar vináceo, com elementos terminais obtusamente arredondados. Fíbulas ausentes.
Esta espécie foi descrita de Martinica (Antilhas) por PEGLER (1983) e citada por este
trabalho para o Rio Grande do Sul. Os típicos queilocistídios a diferem das demais espécies e
mesmo de Agaricus, do qual é próximo. GUZMÁN-DÁVALOS & HENEMANN (1994) descrevem
M. subalpina, uma espécie próxima encontrada no México.
Hábito quase tricolomoide. Píleo e estipe e lado inferior do anel cobertos por um epitélio
pulverulento. Lamelas adnexas. Estipe central. Contexto carnoso, grosso. Esporada fuligíneo-
méleo-clara ou ocrácea. Esporos pálido amarelados sob o microscópio, lisos ou quase assim
(rugulosos sob microscópio eletrônico de varredura), gutiforme-oblongos a amigdaliformes, com
depressão supra-hilar, inamiloides, cianofílicos. Basídios tetrasporados, clavados. Sem pleuro- nem
queilocistídios. Trama himenoforal regular a subregular. Hifas inamiloides, sem fíbulas.
Crescendo em solo.
Somente uma espécie é citada para o Brasil: Phaeolepiota aurea (Muttushka ex Fr.) Gillet
citada por BONONI et al. (1981): 44. Esta espécie é citada como comestível em alguns trabalhos,
mas é na verdade tóxica.
Hábito lepiotoide a colibioides (mas carnoso) até quase clitociboide. Píleo esquamuloso,
convexo-umbonado a aplanado. Lamelas adnexas, adnatas a emarginadas e às vezes separando-se
do ápice em basidiomas maduros, às vezes decurrentes. Estipe central ou mais ou menos excêntrico,
com véu distinto ou indistinto, mas anel raramente desenvolvido. Contexto carnoso, firme.
Esporada branca. Esporos hialinos, equinados, elipsoides a subglobosos, cianófilos, inamiloides,
sem poro germinativo. Basídios normais, tetrasporados. Cistídios presentes nos lados e bordo da
lamela, às vezes escassos. Trama da lamela regular, hialina, com hifas de parede fina. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas, com elementos hifoides curtos, densos e catenulados,
suas células quase isodiamétricas ou mais alongadas e subcilíndricas, mas não esferocistidioides.
Hifas inamiloides com fíbulas.
Crescendo em solo, madeira morta em estado adiantado de decomposição, entre folhas e
húmus.
Este gênero é colocado entre as Tricholomataceae por alguns autores.
Duas espécies ocorrem no Brasil: Ripartitella brasiliensis (Speg.) Singer citada para PE
(Wartchow et al., 2007), MT (Pegler, 1989), SP (Grandi et al., 1984), PR (Meijer, 2001) e RS
(Sobestiasnky, 2005), e R. alba citada para PE (Wartchow et al., 2007).
SINGER (1986) lista apenas duas espécies para este gênero: R. rickenii (Bohus) Singer e R.
brasiliensis (Speg.) Singer. SINGER (1953), baseando-se na espécie citada em RICK (1920) como
Armillaria rhagadiosa Fr., cita R. brasiliensis para o estado, até agora a única espécie conhecida no
Rio Grande do Sul. Descrição completa pode ser encontrada em PEGLER (1983a), autor que coloca
Ripartitella na tribo Clitocybeae (= Tricholomateae) da família Tricholomataceae e em
WARTCHOW et al. (2007).
A discussão detalhada sobre este posicionamento do autor pode ser encontrada em PEGLER
(1977).
Píleo 4 – 8,5 cm de diâmetro, fortemente convexo a aplanado, com umbo obtuso, seco,
marrom-acinzentado-escuro, liso, com esquâmulas marrom-acinzentado-escuras sobre uma
superfície mais clara e fibrilosa, margem não estriada. Estipe com 11 – 13 x 0,5 – 0,6 cm, subulboso
até 0,9 cm de diâmetro, atenuando em direção ao ápice, não oco, liso a finamente estriado, marrom-
acinzentado escuro, com anel apical, peronado, membranoso; volva com até 1,5 cm de altura,
membranosa, branca, lisa e glabra. Lamelas livres, colariadas, remotas, brancas a amareladas a
concolores ao píleo, com bordo fimbriado. Contexto branco, quebradiço. Gosto suave, odor a fungo.
Esporada branco-pura, creme quando seca. Esporos com 8,6 – 11,3 x 5,8 – 7,5 μm, lisos, elipsoides,
avermelhados em Melzer, metacromáticos, de parede grossa e com poro germinativo. Basídios com
24 – 26 x 10,5 – 12,5 μm, largo-piriformes, tetrasporados (raro com menos em alguns).
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 18 – 40 x 4 – 8 μm, clavados a lanceolados, às vezes
com ápice verrucoso. Trama da lamela subregular. Camada cortical do píleo paliçádica, com hifas
eretas de 20 – 45 x 5 – 8 μm, coberta por hifas prostradas originadas do véu universal, radiais.
Fíbulas presentes, mas difíceis de observar.
Crescem em húmus em interior de mata.
Uma segunda espécie, Volvolepiota albida Singer é citada para o Norte da Argentina
(Tucumán) que difere principalmente por seu píleo maior (até 12 cm) com esquâmulas marrons e
remanescentes brancos do véu universal, contexto branco cambiando para rosado e então marrom
quando exposto e aparente ausência de queilocistídios. HEINEMANN & MEIJER (1996)
descrevem e discutem os limites de ambas as espécies. VELLINGA (2004) considera o gênero
sinonímia de Macrolepiota, mas para facilitar a diferenciação, é mantida no presente trabalho à
parte. VELLINGA & YANG (2003), não consideram a presença de volva um caráter suficiente para
separar espécies de Volvolepiota e Macrolepiota, transferindo as espécies do primeiro para este
último gênero; propondo o novo nome Macrolepiota pulchella para Volvolepiota brunnea.
Figura 165 – Volvolepiota brunnea: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios.
AMANITACEAE Heim
Hábito pluteoide. Píleo carnoso, geralmente campanulado a convexo ou aplanado, sem
pigmento ou vivamente pigmentado. Lamelas livres ou sublivres e frequentemente finas e próximas.
Estipe carnoso, volva frequentemente presente na base do estipe, tanto saciforme como com estrias
transversais e em muitos casos deixando escamas piramidais ou flocosas sobre o píleo; anel
presente ou não. Esporada branca. Esporos variando de globosos a elipsoides, lisos, amiloides ou
inamiloides e binucleados. Basídios com 2 – 4 esterigmas, clavados. Cistídios normalmente
ausentes. Trama da lamela bilateral em basidiomas maduros; em espécimes jovens é bilateral
tendendo ao regular. Contexto carnoso, hifas com ou sem fíbulas. Camada cortical do píleo
geralmente com hifas prostradas pouco diferenciadas, às vezes mergulhadas em massa gelatinosa.
Geralmente crescendo no solo, formando micorriza ou não. Raramente sobre madeira morta.
Um site importante para os trabalhos taxonômicos com Amanitaceae é
http://www.amanitaceae.org/. Uma revisão das espécies do Brasil é apresentada por WARTCHOW
(2010). TULLOSS (1993; 1994), TULLOSS et al. (1992), WARTCHOW et al. (1992), WEIST et al.
(1998) e DREHMEL et al. (1999), entre outros, são essenciais para estudos com esta família.
Píleo com margem sulcada e esporos inamiloides ou margem lisa e esporos amiloides;
fragmentos da volva geralmente presentes na superfície do píleo. Lamelas livres, às vezes adnatas e
separando-se com a idade. Estipe central, bem desenvolvido; véu, volva e anel geralmente
formados. Esporada branca, creme, esverdeada ou rosada. Esporos lisos (exceto em duas espécies),
de parede fina, binucleados, amiloides ou inamiloides, globosos a cilíndricos. Basídios com 4
esterigmas, raramente dois. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios e pseudocistídios às vezes
presentes. Trama himenoforal bilateral. Hifas com ou sem fíbulas. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas.
Crescem em solo, formando ectomicorriza obrigatória com fanerógamas.
BAS (1978) descreve espécies novas para a Amazônia. BAS & MEIJER (1993) descrevem
Amanita grallipes do Paraná. WARTCHOW et al. (2007) citam Amanita lilloi para o Brasil e
WARTCHOW & CAVALCANTI (2009) descrevem Amanita lippiae como nova para o Brasil.
WARTCHOW (2010) apresenta revisão das Amanita encontradas no Brasil.
Muitas das espécies deste gênero são tóxicas e mortais, portanto recomenda-se cuidado. Das
espécies introduzidas com plantações de árvores exóticas como Pinus spp. tem-se Amanita
muscaria, Amanita pantherina e Amanita phalloides que são tóxicas e Amanita rubescens que é
comestível. É de se esperar a ocorrência de mais espécies associadas com árvores introduzidas para
fins comerciais e ornamentais no Brasil.
As citadas para Brasil são:
*- Amanita ameghinoi (Speg.) Singer (SP)- PEGLER (1997). WARTCHOW (2010) como não
confirmada para o Brasil.
*- Amanita campinaranae Bas (AM) - BAS (1978). SINGER & ARAUJO (1979).
*- Amanita chrysoleuca Pegler (PR) – BAS & MEIJER (1993); MEIJER (2006).
SULZBACHER et al. (2013).
*- Amanita coacta Bas (AM) - BAS (1978). (SP) - MENOLLI et al. (2009).
*- Amanita craseoderma Bas (AM) - BAS (1978). (RO) - CAPELARI & MAZIERO (1988).
*- Amanita crebresulcata Bas (AM, PE, SP, PR) - BAS (1978); WARTCHOW & MAIA (2007).
GRANDI et al. (1984).
*- Amanita grallipes Bas & Meijer (PR) - MEIJER (2006). (RS) - RICK (1906) as “Amanita
spissa var. laeta”. SULZBACHER et al. (2013).
*- Amanita lanivolva Bas (AM) - BAS (1978).
*- Amanita lilloi Singer (PE) – WARTCHOW et al. (2007).
*- Amanita lippiae Wartchow & Cavalcanti - WARTCHOW & CAVALCANTI (2009).
*- Amanita muscaria (L. ex Fr.) S. F. Gray (RS, SC, PR, SP) - HOMRICH (1965); STIJVE
(1995); STIJVE & MEIJER (1993). (SC) – KARSTEDT & STURMER (2008). FOSCO-
MUCCI & YOKOMIZO (1985); FIGUEIREDO et al. (1996); GIACHINI et al. (2000);
MEIJER (2001, 2006); GIACHINI et al. (2004). SOBESTIANSKY (2005). SULZBACHER et
al. (2013). (PR) CERVI (1984).
*- Amanita pantherina (DC.: Fr.) Krombh. var. velatipes (Peck) Dav.J. Jenkins –
WARTCHOW & MAIA (2007). No caso de Amanita pantherina var. multisquamosa (Peck)
Dav.T. Jenkins de GIACHINI et al. (2000), SULZBACHER et al. (2013) consideram o
material como Amanita multisquamosa Peck. (PR) CERVI (1984).
- Amanita petalinivolva Wartchow (RS) – WARTCHOW et al. (2012b). SULZBACHER et al.
(2013).
- Amanita phaea Bas (nom. prov.) (AM) - BAS (1978). Material estéril, portanto ainda não
corretamente posicionado.
*- Amanita phalloides (Vail. Ex Fr.) Secr. – Muito tóxica.
- Amanita psammolimbata (RN) - WARTCHOW et al. (2015).
*- Amanita rubescens Pers. (RS) – SOBESTIANSKY (2005). SULZBACHER et al. (2013).
*- Amanita sulcatissima Bas (AM) - BAS (1978). SINGER & ARAUJO (1979).
*- Amanita viscidolutea Menolli, Capelari & Baseia – (RN) - MENOLLI, CAPELARI &
BASEIA (2009).
*- Amanita xerocybe Bas (AM) - BAS (1978); SINGER & ARAUJO (1979).
2.1 Estipe apresentando um prolongamento para dentro do solo, radicante ou formando uma
pseudorriza ............................................................................. 2’
2.2 Estipe não radicante e sem pseudorriza .............................2A
2’.1 Píleo marrom escuro a marrom acinzentado; anel fugaz ................ Amanita grallipes
2’.2 Píleo branco a bege; anel bem desenvolvido e persistente ou fugaz ................ 2”
2”.1 Esporos subglobosos a largo elipsoides, com 7,5–9,5 (–10,5) x (6–) 6,5–7,5 (–8) μm, amiloides
................ Amanita lilloi
2”.2 Esporos elipsoides a cilíndricos, 10–21 x (6,5–) 7–11(–12,4) μm,
inamiloides ............ ................ Amanita lippiae
2A.1 Píleo sulcado estriado na metade marginal, amarelo no centro e limão cromo no restante;
remanescentes do véu universal deixando escamas amarelado-ocráceas sobre o
píleo ................ .................... Amanita chrysoleuca
2A.2 Píleo sulcado ou não, amarelado ou não; remanescentes do véu universal ausentes ou de outras
cores ................................3
3.1 Píleo amarelado; anel ausente ......................... Amanita viscidolutea
3.2 Píleo não amarelado e anel presente ou ausente..........................................4
5.1 Píleo não sulcado; anel fragmentário ...... Amanita pantherina var. multisquamosa
5.2 Píleo sulcado a sulcado plicado na metade marginal; anel totalmente ausente ...........6
6.1 Volva formada por um manto flocoso de 6 mm de altura a partir da base do estipe, marrom
acinzentada; estipe subcilíndrico, não bulboso .............. Amanita craseoderma
6.2 Volva bem desenvolvida e membranosa ou formada a partir do ápice de um bulbo bem
formado .....................................................7
7.1 Volva formada a partir da parte superior do bulbo, de superfície subtomentosa ou sublanosa,
com um limbo submembranoso apenas em um dos lados do
bulbo ................... .............................................................. Amanita sulcatissima
7.2 Volva sacada, bem desenvolvida, membranosa a submembranosa ..... 8
10.1 Píleo branco a acinzentado; estipe pálido acinzentado; esporos globosos a subglobosos, com
5,6 – 6,7 µm de diâmetro.............. Amanita campinaranae (se esporos com 10 – 12,8 (-14,8) x 8,0 -
10 (-12) µm, largo elipsoides a elipsoides é A. ameghinoi)
10.2 Píleo de outras cores ou, se branco a acinzentado, assim apenas nos primórdios; esporos 8 – 11
µm de comprimento, em geral elipsoides............11
11.1 Píleo sulcado até a metade; estipe apresenta anel muito frágil e às vezes ausente; ocorre em
florestas nativas..............................................................Amanita xerocybe
11.2 Píleo não sulcado; anel em geral bem desenvolvido; ocorrem em matas plantadas de Pinus e
Quercus ....................12
12.1 Píleo com restos do véu na forma de placas; contexto fica avermelhado ou castanho-vináceo ao
ser exposto ou machucado; crescem principalmente sob Pinus
spp. .............................................Amanita rubescens
11.2 Píleo coberto por pequenas fibrilas; contexto imutável; crescem principalmente sob Quercus
spp. ................. Amanita phalloides
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE AMANITA ENCONTRADAS:
Píleo com até 6 cm de diâmetro, branco ou pálido acinzentado, convexo ficando quase plano
a depresso no centro, sem fibrilas aparentes, víscido quando úmido, com margem não estriada nem
apendiculada. Lamelas livres, próximas, furcadas em direção à margem ou ao estipe, brancas a
amareladas, de bordo concolor, atenuadas. Estipe com até 7,7 x 0,9 cm, afinando um pouco em
direção ao ápice, pálido acinzentado e glabro, bulboso, com bulbo de até 20 mm de diâmetro,
globoso a subabrupto, algo subemarginado, ocre sujo ou branco. Volva acinzentada, pulverulenta a
levemente espinhosa, formando um região anelar onde o bulbo encontra o estipe. Anel apical,
membranoso, fino, branco e liso acima, pálido acinzentado embaixo. Contexto do píleo branco e
imutável. Odor nulo. Esporos com 5,6 – 6,7 x 5,5 – 6,5 µm, globosos a subglobosos, fortemente
amiloides. Base dos basídios sem fíbulas. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas diferenciadas em duas camadas somente pelo adensamento das hifas,
algo gelatinizada.
Foi encontrada na vegetação de Campinarana sob Leguminosae e Sapotaceae na Amazônia
brasileira.
Pertence à seção Validae pelos esporos pequenos e globosos a subglobosos, coloração clara e
bulbo na base do estipe com uma aparência subemarginada.
Píleo com 2,5 – 3,5 cm de diâmetro, amarelo no centro e limão cromo no restante, cônico
convexo a convexo aplanado ou levemente depresso no centro, seco, com margem profundamente
sulcado-estriada, superfície coberta por remanescentes pulverulentos amarelado-ocráceos do véu.
Contexto branco e imutável. Lamelas livres a adnatas, brancas finas, estreitas, com até 2 mm de
largura, moderadamente próximas. Estipe com 3,5 - 5 x 0,4 – 0,5 cm, cilíndrico com base bulbosa,
branca, finamente pruinosa, sem anel, sólido, contexto imutável, branco. Volva formada por
esquâmulas frouxamente dispostas, amareladas, flocosas, depositadas como um anel acima do
bulbo. Esporos com 7 – 9,5 x 4,5 - 6 µm, subglobosos a elipsoides, inamiloides. Basídios com 28 –
32 x 8 – 10 µm, clavados, tetrasterigmatados. Fíbulas ausentes na base dos basídios. Pleuro e
queilocistídios ausentes. Trama himenoforal bilateral, hialina. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas, de 2 – 4 µm de diâmetro. Remanescentes da volva formados por esferocistes de paredes
finas, com 20 – 40 µm de diâmetro, com pigmento incrustante.
Encontrada em solo de interior de floresta. Amanita xerocybe é similar, mas diferencia-se
pela presença de anel. De acordo com WARTCHOW (2010) esta espécie não está confirmada para o
Brasil.
O píleo tem até 7 cm de diâmetro, fusco no centro e pálido nos sulcos marginais, convexo a
aplanado ou até mesmo côncavo, umbo se presente muito pequeno, sulcado estriado até metade do
diâmetro, coberto por fragmentos da volva representados por poucas cascas de formato irregular,
marrom acinzentadas, finas e em volta do centro do píleo (eventualmente perdidas pelo tempo).
Lamelas livres, próximas, algo alargadas, brancas. Estipe 7-10 x 0,3 – 0,8 cm, afinando em direção
ao ápice, sem bulbo, sem anel e branco, com fibrilas amarronzadas. Volva feltrado
submembranácea, com até 1 cm de altura da base do estipe, com fibrilas esbranquiçadas. Esporos
8,5 – 10 x 7,5 – 8,5 µm, subglobosos a largo elipsoides ou elipsoides, hialinos e inamiloides, lisos.
Basídios com 30 – 50 x 10 – 14 µm, tetrasporados, clavados. Fíbulas ausentes da base dos basídios.
Pleuro- e queilocistídios ausentes. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo com
hifas prostradas com pigmento vacuolar amarronzado. Fíbulas ausentes.
A espécie foi encontrada inicialmente em floresta na Amazônia e por MENOLLI et al.
(2009) em São Paulo. Os esporos inamiloides e píleo sulcado-plicado caracterizam a espécie.
Píleo com 4-7 cm de diâmetro, plano convexo, com centro depresso e subumbilicado, de
margem sulcado-estriada a sulcado pectinada, cinza amarronzado a marrom escuro, margem mais
pálida, coberto por remanescentes da volva de formato verrucoso e marrom-escuras. Lamelas
remotas, estreitas, truncadas, próximas, com até 4 mm de largura. Estipe 6-11 x 0,7-1,1 cm,
subcilíndirco, sem anel, cinza escuro, de pruinoso a glabro ou subglabro, afinando para o ápice.
Anel ausente. Contexto fino e frágil, esbranquiçado. Volva na forma de um manto completo,
estreito, marrom acinzentado escuro, subflocoso, de cerca de 6 mm de altura. Esporos 7,5 - 9 x 7 - 8
µm, subglobosos, inamiloides. Basídios 34-55 x 8 – 15 µm, clavados e tetrasporados. Fíbulas
ausentes na base dos basídios. Trama himenoforal indistintamente bilateral. Camada cortical do
píleo formada por hifas subradiais, hialinas, em camada gelatinizada de cerca de 50 µm de
espessura e com pigmento vacuolar marrom. Fíbulas ausentes no contexto.
Amanita craseoderma foi descrita de material coletado em floresta primária na Amazônia.
Uma descrição completa pode ser vista em PEGLER (1983).
Píleo 60-70 mm, plano-depresso a plano côncavo, com margem profundamente sulcada.
Colorido marrom-acinzentado escuro (16A3 M&P) no centro, algo levemente mais pálido na zona
sulcada. Superfície glabra, víscida, brilhante nos espécimes desidratados, sem remanescentes de
volva. Lamelas livres, brancas, membranosas, próximas, bordo concolor, cerca de 5 mm de largura,
com raras lamélulas. Estipe 10-12 x 0,7-0,9 cm, cilíndrico, não bulboso, creme pálido MP10B1
(Oyster White) com pequenas fibrilas amarronzadas na metade superior da superfície do estipe, sem
anel. Volva sacada, creme, membranosa, fina, com cerca de 10 mm de altura, com o limbo interno
bitangente em exemplares desidratados. Esporos 8-10,5 (-11,5) x 7-9 (-9,5) μm, subglobosos a largo
elipsoide, de paredes finas, lisos, hialinos, inamiloides. Basídios 25-30 x 10-11 μm, calvados e
tetrasterigmatados. Fíbulas ausentes. Trama himenoforal bilateral. Contexto do píleo acrofisalídico.
Contexto do estipe acrofisalídico, com acrófises de até 300-370 x 75 μm. Camada cortical do píleo
do tipo cútis com cerca de 180 μm de espessura, sobre a qual tem-se uma ixocutis atingindo algo
como 15 μm no centro. Véu universal formado por hifas frouxamente entrelaçadas, com células
infladas de aproximadamente 63 x 45 μm, ovoides e hialinas.
A espécie foi citada para o Amazonas, São Paulo e Pernambuco, de acordo com
WARTCHOW & MAIA (2007), os quais apresentam uma boa descrição e ilustrações.
Material examinado: BRAZIL. AMAZONAS: Manaus, próximo do INPA, 9-V-1977, R.
Singer B 9680 (holotipo INPA).
Píleo com 8 – 20 cm de diâmetro, convexo a aplanado, vermelho forte, com escamas brancas
grandes, com margem inteira, plana. Estipe 150 – 200 x 10 – 30 mm, facilmente separável do píleo,
cilíndrico, reto, esbranquiçado com tons amarelados, com base bulbosa e com volva (esta formada
por anéis incompletos, branca e fugaz). Anel superior, membranáceo, pendente, branco com bordo
mais amarelado. Lamelas brancas, próximas, livres. Esporada branca. Esporos 9 – 11 x 6 – 9 μm,
ovoides a subesféricos, hialinos, lisos, inamiloides. Basídios com 44 – 55 x 7 – 10 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 35 – 65 x 8 – 10 μm, clavados e
catenulados. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
pouco diferenciadas. Fíbulas ausentes.
Espécie tóxica encontrada em associação micorrízica com árvores de Pinus spp.
É utilizada como veneno natural para moscas (daí seu nome), adicionada ao leite e em
repouso noturno para servir às mesmas com açúcar pela manhã.
Píleo globoso a hemisférico no início e depois plano-convexo ou convexo a plano, com 5-20
cm de diâmetro, creme-ocráceo ou castanho, com tonalidades vináceas ou avermelhadas,
apresentando restos do véu, na forma de placas esbranquiçadas, ocráceas ou acinzentadas e com
tonalidades avermelhadas, verrucosas e dispostas concentricamente. Contexto branco, com
tonalidades acastanhadas ou avermelhadas sob a cutícula e na base do estipe; fica avermelhado ou
castanho-vináceo ao ser exposto ou machucado. Lamelas livres brancas com tonalidades vináceas e
mais tarde ocráceas. Estipe cilíndrico ou claviforme, com a base bulbosa, 5-15 x 1-4 cm
esbranquiçado acima do anel, e branco-rosado ou castanho avermelhado, mais intenso na base,
abaixo do anel floculoso ou coberto de esquâmulas finas, às vezes subradicante. Anel descendente e
simples, fugaz e membranoso, branco ou rosado, muito estriado na face superior. Volva quase
inexistente e floculosa, ovoide-napiforme, com um ou dois círculos de escamas acastanhadas,
vermelho-vinácea. Esporada esbranquiçada a branco-rosada. Esporos 8,0-11,0 x 6,0-8,0 μm,
hialinos, lisos, elípticos a ovoides. Basídios com (24-) 27 – 30 x 7 – 10 μm, clavados, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes ou clavados e basidiiformes. Queilocistídios 18 – 22 x 12-15 μm,
vesiculares a claviformes. Trama do himenóforo bilateral. Camada cortical do píleo formada por
hifas prostradas, paralelas e em parte gelificadas. Fíbulas ausentes.
Micorrízico com Pinus spp. e comestível somente quando cozida e pelo menos por alguns
minutos, mas cuidado deve ser tomado por poder ser confundida com Amanita pantherina, da qual
difere por mudar de cor para vermelho quando machucada (entre outras características) e base do
estipe bulbosa. Cresce solitária. WARTCHOW (2010) acredita que o material citado sob esta
espécie por SOBESTIANSKY (2005) para o RS seja na verdade A. amerirubescens (um nome
provisório).
Píleo com até 4 cm de diâmetro, plano convexo a aplanado no centro, de branco a ocráceo,
mais escuro no centro, sulcado-estriado. Contexto branco, não cambiando quando exposto. Lamelas
livres, estreitas, marrom acinzentadas. Estipe com até 4,5 x 0,4 cm, mas com bulbo de até 1 cm de
diâmetro, afinando em direção ao ápice, acinzentado, finamente fibriloso. Volva formada a partir da
parte superior do bulbo, de superfície subtomentosa ou sublanosa, com um limbo submembranoso
apenas em um dos lados do bulbo. Esporos com 7 – 9,5 x 6 – 7 μm, largo elipsoides a elipsoides,
lisos, inamiloides, de parede fina. Basídios clavados, tetrasterigmatados. Trama da lamela bilateral.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas. Fíbulas presentes.
Cresce em vegetação de campinarana amazônica, em solo.
Material examinado: Brasil, Amazonas, Estrada Manaus-Caracaraí, Km 45, 25/VII/1977,
R. Singer B 10123 (L).
Píleo mais ou menos víscido, sem fragmentos de volva. Lamelas livres ou sublivres;
lamélulas não truncadas. Estipe central, seco ou víscido com anel glutinoso, cortinoide, carnoso ou
membranoso, sempre central; volva não formada ou inteiramente viscoso-glutinosa. Contexto
carnoso. Esporada branca. Esporos pequenos ou, mais raramente, médios, lisos ou muito finamente
rugosos a subpunctulados, hialinos, de parede homogênea, ovoides ou curto elipsoides a
subglobosos ou globosos, inamiloides (alguns esporos eventualmente pseudoamiloides),
acianófilos. Basídios normais, tetrasporados. Cistídios nulos. Trama da lamela distintamente
bilateral em basidiomas jovens, posteriormente tornando-se mais ou menos irregular. Camada
cortical do píleo de hifas terminais variadamente dispostas em uma massa gelatinosa. Hifas
inamiloides com fíbulas. Ocorrendo em solo, não formando micorriza, com exceção de algumas que
formam ectomicorriza facultativa e mais raramente em madeira morta.
O gênero é citado para o Rio Grande do Sul por PEREIRA & PUTZKE (1989), mas o
espécime não foi identificado ao nível específico. Limacella glischra (Morg.) Murr. e L. guttata
(Pers. ex Fr.) Konrad & Maublanc são citadas para São Paulo por BONONI (1984) e PEGLER
(1997), respectivamente. A última espécie é citada como de ampla dispersão pelo autor. Limacella
laeviceps (Speg.) Raith. é citada para a Argentina, para a região de Buenos Aires e pode ainda
ocorrer no Brasil.
Uma revisão do gênero para a America do Norte é apresentada por SMITH (1945) e espécies
europeias da seção Limacella são discutidas em GMINDER (1994).
Píleo com 5 - 15 cm de diâmetro, branco puro no início e depois cinza a bege ou ocráceo,
convexo ou campanulado ou ficando largo umbonado, de margem incurvada e cotonosa no
primórdio. Contexto branco, grosso, carnoso. Lamelas livres, próximas, brancas às vezes oliváceas,
largas. Estipe com 10-15 x 1-2,5 cm, seco, com base bulbosa, cor creme ficando oxidado para
oliváceo acinzentado, sólido, ficando riscado por pelos adpressos acima e abaixo do anel. Anel
persistente, fino, membranoso, de colorido pálido róseo-acinzentado, finamente piloso em ambas as
superfícies. Odor levemente farináceo quando fresco. Sabor adocicado. Esporada branca a creme ou
amarelada. Esporos 4 - 5 x 3,5 - 4 μm, subglobosos a elipsoides, inamiloides, hialinos. Trama da
lamela distintamente bilateral em basidiomas jovens, posteriormente tornando-se mais ou menos
irregular. Camada cortical do píleo de hifas terminais prostradas. Hifas inamiloides com fíbulas.
Crescem isolados ou em poucos basidiomas no solo.
3.1 Píleo com margem plicado-sulcada; lamelas quase lineares e estreitas; contexto do píleo muito
fino ................................................. Bolbitius
3.2 Píleo com margem não plicado-sulcada; lamelas geralmente largas, ou às vezes moderadamente
estreitas; contexto geralmente grosso ........................ 4
3.1 Píleo oliváceo, fortemente enrolado; estipe amarelo punctados; crescem em solo ou esterco em
campos ......... B. variicolor (considerada variedade de B. vittelinus)
3.2 Píleo acinzentado com alguns tons de lilás até purpúreo ou cromo-amarelado; estipe branco a
amarelado; crescem em madeira ou restos de cana-de-açúcar .......................4
4.1 Em madeira; píleo reticulado-venoso, fusco-violeta, com alguns tons de lilás até purpúreos
…………. ……………..........B. reticulatus
4.2 Não em madeira, mas em restos de cana de açúcar; píleo não reticulado venoso, apenas plicado,
cromo amarelado.................... .......................... B. mesosporus
Píleo frágil, com 1,5 – 6 cm de diâmetro, com forma de sino ou largo-convexo até aplanado,
profundamente plicado sulcado, reticulado-venoso, gelatinoso, liso, fusco-violeta, com alguns tons
de lilás até purpúreo, com centro mais colorido que a margem, de superfície venoso-reticulada.
Lamelas livres ou adnexas, esbranquiçadas a amarronzadas com o amadurecimento dos esporos.
Estipe com 3 – 7 x 0,5 cm cilíndrico, finamente escamoso, pulverulento, a finamente piloso, branco,
não tendendo ao amarelo na metade basal, oco. Contexto fino, esbranquiçado. Odor não distinto.
Esporada marrom escura ou ocráceo-ferrugínea brilhante. Esporos 9 – 13 x 4 – 6 μm, elípticos,
lisos, de parede grossa e com poro germinativo. Braquibasidíolos presentes. Camada cortical do
píleo do tipo himeniforme-tricodermial, com elementos do tipo celular.
Crescem em madeira.
2.1 Esporos com até 6 μm de comprimento (raro 7); píleo 0,2 - 0,8 cm de diâmetro, marrom a
marrom-ocráceo ........................................................................ C. juruensis
2.2 Esporos com 7 ou mais μm de compr.; píleo 0,5- 2,2 cm diâmetro, marrom avermelhado a
marrom-amarelado ........................................................................ ...3
3.1 Píleo com até 1 cm de diâmetro; esporos com 8,2 - 12 x 6,5 - 7,5 μm; crescem em ramos mortos
............ ............ .................................. C. macrorhina
3.2 Píleo com mais de 1 cm de diâmetro; esporos com até 9 µm de comprimento; crescem em solo
ou entre folhas mortas .............3’
3’.1 Píleo com 1,0 - 2,2 cm de diâmetro; esporos 7 - 7,5 x 4,5 - 4,8 μm; crescem em solo ......... C.
missionum
3’.2 Píleo com até 3,1 cm de diâmetro; esporos com até 9 μm de comprimento; crescem entre folhas
mortas ................ ............................................ C. stictospora
5.1 Ocorrendo em solo humoso, recém queimado, onde restos vegetais carbonizados são
abundantes................... ......................................................... C. anthracophila
5.2 Se ocorre em solo, este não foi recentemente queimado.............................. 6
6.1 Caulocistídios no meio do estipe somente do tipo capitado, não piliformes ................7
6.2 Caulocistídios lageniformes a piliformes, às vezes misturados a alguns capitados ....10
9”.1 Píleo marrom ocráceo, com até 2,1 cm de diâmetro; formando agulhas ou cristais no
himênio ou superfície do estipe quando tratados com amônia; queilocistídios com até 10 μm
diâmetro .................................................................. C. tenera
9”.2 Píleo marrom a marrom amarelado, com até 3,5 cm de diâmetro, não formando agulhas ou
cristais no himênio ou superfície do estipe quando tratados com amônia; queilocistídios com mais
de 10 μm diâmetro .................................................................. 9A
10.1 Píleo campanulado com margem reflexa, marrom escuro; esporos com 11,7 - 15,5 μm de
comprimento; caulocistídios hialinos, piliformes, com mais de 20 μm de comprimento................. C.
inocyboides
10.2 Píleo campanulado a plano, não como acima; demais caracteres como acima ou
diferentes..................... 11
13.1 Crescendo em madeira; esporos 7,5 - 8 x 5 μm; caulocistídios lecitiformes junto a outros
piliformes ............................... C. xylophila
13.2 Crescendo em solo ou esterco; esporos e caulocistídios como acima ou
diferentes ............................................... 14
14.1 Esporos com 16,5 - 17,8 x 8,8 - 9,7 μm; caulocistídios lecitiformes junto a outros
piliformes ........................ ........................ C. pubescens
14.2 Esporos menores; caulocistídios como acima ou diferentes .................. 15
17. 1 Caulocistídios lageniformes junto a outros piliformes; esporos com poro germinativo bem
evidente......................... C. farinacea (píleo convexo a cônico-convexo e expandindo no final,
frequentemente umbonado; basídios tetrasporados) ou Conocybe siliginea (se píleo obtusamente
cônico, campanulado; basídios bisporados)
17.2 Caulocistídios lageniformes a elipsoide-alongados; esporos com poro germinativo muito
reduzido na maioria; gosto não farináceo ................ C. pilosella
20.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, amarelo amarronzado a laranja amarronzado; estipe
esbranquiçado no início e então amarronzado principalmente na metade basal, liso a finamente
pulverulento; esporos com 8 – 11,5 x 5 – 6,3 μm ....................... C. siennophylla
20.2 Estipe branco a creme e restante das características como acima ou diferentes…21
21.1 Píleo com até 3 cm de diâmetro, branco a creme ou amarelo-amarronzado apenas no disco;
estipe rachando longitudinalmente com facilidade, pruinoso no início ou levemente estriado, glabro
com a idade, mais ou menos igual ................................... C. lactea
20.2 Píleo com 2,5—5,3 cm de diâmetro, isabelino a avelâneo; estipe fortemente pubescente, mas
ficando glabrescente com o envelhecimento com parte basal algo
alargada .......................................................................... C. crispella
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CONOCYBE ENCONTRADAS:
Píleo com 1,5 – 1,7 cm de diâmetro, branco a esbranquiçado, pelúcido estriado quando
fresco, liso, convexo a obtuso, higrófano, glabro. Contexto inodoro, imutável ao ser exposto, branco
a branco aquoso. Lamelas pálido amarronzadas a amarronzadas com o amadurecimento dos
esporos, estreitas a subventricosas, curto adnexas. Estipe branco, pruinoso a subpubescente quando
jovem, mais tarde glabrescente, sem anel, tubuloso, sem bulbo basal, com 18 - 22 x 1 - 1,2 mm.
Esporos 9,8 – 15 x 6,2 – 7,5 μm, elipsoides, lisos, ferrugíneos, com poro germinativo truncado e
parede grossa. Basídios 18 – 20,5 x 6 – 7,5 μm, tetrasporados, alguns bisporados presentes.
Queilocistídios capitados ou não; capítulo com 3 – 4,2 μm. Caulocistídios capitados misturados a
alguns não capitados, capítulo com 3 – 4,8 μm de diâmetro, com 16 – 25 x 7,5 – 11,3 μm, se não
apresentam capítulo são globosos a elipsoides ou ampuláceos ou versiformes, raro com apêndice
filiforme. Hifas do estipe paralelas, hialinas; reação à amônia nula. Fíbulas presentes.
A espécie foi descrita para a Argentina por SINGER & DIGILIO (1951) ocorrendo sobre
solo em mata esparsa, sendo solitária e de ambiente xerofítico.
Píleo com até 0,6 cm de diâmetro, ocráceo-amarronzado, algo higrófano, glabro, pelúcido
estriado, campanulado-subhemisférico. Lamelas ferrugíneo-amarronzado-ocráceas, largas,
subventricosas, subascendentes, bordo mais pálido, adnexas. Estipe branco no ápice e no restante
pálido amarronzado, esparsamente farináceo-pruinoso, não radicante, cilíndrico, com 43 x 0,5 mm.
Contexto pálido ou pálido amarronzado e fino, inodoro. Esporos 13,5-15,5 x 8-8,5 μm, elipsoides,
lisos, pigmentados em amônia, com poro germinativo amplo, truncado. Basídios com 24,5 x 7-12
μm, tetrasporados, mas alguns bisporados formados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com
23-32 x 7-10 μm, lecitiformes, hialinos ou algo amarronzados, com capítulo de 5-7(-7,8) μm de
diâmetro. Camada cortical do píleo celular himeniforme. Camada cortical do estipe formada por
caulocistídios esparsos ou agregados, mas não em camada contínua, lecitiformes, com 29-32 x 7 –
10 μm, numerosos, misturados a outros não lecitiformes com 20 - 23 x 8 - 10 μm, todos hialinos.
Pelos hifálicos ausentes. Fíbulas presentes.
Crescem em galhos na floresta tropical de terra firme. Solitários.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, 30 km N de Manaus, 11/05/1977, Singer B
9862 (INPA).
Píleo com 1,5 – 2,5 cm de diâmetro, cônico campanulado, marrom amarelado pálido na
margem e mais escuro no disco, higrófano, nos primórdios finamente pubescentes, mas ficando
glabro com a maturidade, estriado até o disco, margem inteira e crenulada. Lamelas adnexas,
ventricosas, ferruginosas, com bordo mais pálido. Estipe 8 – 10 x 0,1 – 0,2 cm, cilíndrico, base sub-
bulbosa, oco, cor de palha, no primórdio finamente pubescente, mas ficando glabro com a
maturidade. Anel ausente. Esporada ferrugínea. Esporos 11 – 14 x 7 – 9 μm, ovoides a elipsoides,
com poro germinativo truncado, lisos, de parede grossa e dupla, amarronzados. Basídios
tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios abundantes, deixando o bordo
heteromorfo, com 9 – 14 x 6 – 9 μm, lecitiformes, hialinos e de paredes finas, com capítulo de 1,5 –
3 μm de diâmetro. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com um epitélio celular
monostratoso, com elementos de 20 – 30 x 10 – 20 μm, de paredes hialinas na base e amarronzadas
acima, entremeados por escassos pilocistídios lecitiformes com 10 – 40 x 2,5 – 5 μm, hialinos ou
pigmentados. Fíbulas presentes.
Crescem em gramados ou sobre folhas de bambu.
Facilmente diferenciada pelo hábito e presença de pilocistídios, além da coloração.
Píleo com 2,5—5,3 cm, isabelino ("oak, briar" ou "burnt umber" - Maerz & Paul) no centro e
uma mistura de "lariat" e "bran" na margem, ficando avelâneo no centro e pálido avelâneo na
margem quando secos, estriados na margem até metade ou ¾ do raio, permanecendo sulcado
quando seco, rachando até a metade em alguns pontos, higrófano, obtusamente cônico a cônico-
campanulado, expandindo até tornar-se umbonado-subaplanado. Estipe branco puro, fortemente
pubescente, mas ficando glabrescente com o envelhecimento, com parte basal algo alargada (1,5-5
mm), 50-105 x 1-3 mm. Lamelas 'Pablo" M&P, ascendentes, lineares, adnexas a sublivres, estreitas
(2-3 mm), próximas. Contexto branco, sem odor. Esporada ferrugínea. Esporos 10-13,5 (-13,7) x 7-
8,8 (-9,3) μm, elipsoides, coloridos, com poro germinativo, lisos. Basídios 18,3-29 x 11-13,5 μm,
curto calvados, tetrasporados, mas com alguns bi e trisporados. Queilocistídios 21-29 x 7-9,4 μm,
capitados, apresentando um capítulo de 3-4,2 μm de diâmetro. Camada cortical do estipe com
dermatocistídios clavados, ventricosos, fusoides, frequentemente ondulados e com prolongamentos
alongados e hifálicos (pelos), com 23-30 x 7-9 μm (sem contar o prolongamento piloso que pode
chegar a 60 μm de comprimento). Camada cortical do píleo celular, com elementos piriforme-
vesiculosos, somente com raros dermatocistídios.
Crescem em gramados à sombra ou no interior de matas, subgregários.
HAUSKNECHT (1997) refere esta espécie pela primeira vez para a Europa.
Píleo 0,6 – 1 cm de diâmetro, submembranoso, muito frágil, largo campanulado, glabro, cor
de carne. Lamelas ascendentes, adnatas, subdistantes, amarelo escuras a subcoriáceas, ficando
ferrugíneas com o amadurecimento. Estipe 2 – 3 x 0,1 cm, fino, flexuoso e oco. Esporos com 8,5 –
10 x 5 – 6 μm, elipsoides, lentiformes, de parede levemente dupla e com poro germinativo de até
1,5 μm de largura, amarelo claros a amarelo alaranjados ao microscópio e em KOH. Basídios
tetrasporados, com 18 – 22 x 9 – 11 μm. Queilocistídios lecitiformes, com 14 – 21 x 6,5 – 9,5 μm,
capítulo com 3,5 – 4,7 μm. Camada cortical do píleo celular com elementos arredondado
estipetados de 22 – 40 x 15 – 25 μm, sem pileocistídios. Camada cortical do estipe com muitos
pelos e elementos não lecitiformes associados com cerca de 20 % de elementos lecitiformes
similares aos queilocistídios.
Píleo com 0,5 – 0,7 cm de diâmetro e 3 – 4 mm de altura, fusco (Clove manchu de M & P),
higrófano, pálido fuscídulo (Oakbuff de M & P) quando seco, na terça parte marginal estriado,
glabro, pálido, convexo. Lamelas adnexas a sublivres, ferrugíneas, algo ascendentes, ventricosas,
moderadamente próximas. Estipe com 15 – 18 x 0,5 – 0,7 mm, fuscídulo alutáceo (Lariat de M &
P), mais escuro na parte inferior, subglabro, filamentoso. Contexto muito fino, inodoro. Esporada
ferrugínea. Esporos com 5,5 – 5,8 x 4,3 – 4,8 µm, subromboides a lentiformes ou elipsoides, lisos,
com poro germinativo truncado. Basídios com 15 – 17 x 7 - 8,5 µm, tetrasporados, hialinos.
Queilocistídios lecitiformes, 17 – 20 x 8,5 – 10 µm, com capítulo de 3 – 4,3 µm de diâmetro,
hialinos. Camada cortical do píleo celular, sem dermatocistídios ou estes não lecitiformes, mas
versiformes (ampuláceos principalmente), esparsos.
Os esporos muito pequenos e lentiformes caracterizam esta espécie. C. hexagonospora
difere por crescer em carvão e pelos esporos hexagonais e maiores.
Píleo com até 1 cm de diâmetro, convexo com umbo cônico e estreito, de margem estriado-
subsulcada, vermelho tijolo, mais escuro no umbo. Lamelas sinuado adnatas, ferrugíneas, lineares,
subpróximas. Estipe liso, concolor ao píleo, glabro, ereto, fino, de base levemente engrossada e
inserta, não radicante. Contexto branco amarelado. Esporos 8,2 - 12 x 6,5 - 7,5 μm, rugulosos,
elipsoide-ovados, ferrugíneos ao microscópio. Queilocistídios capitados. Camada cortical do píleo
celular, com elementos esferoidais.
Crescem em ramos mortos.
Píleo com até 1 cm de diâmetro, de colorido escuro, fusco, mais claro nas estriads,
higrófano, secando muito rapidamente, transparentemente estriado até metade do diâmetro, liso,
campanulado a convexo, raro obtusamente cônico a campanulado-subgloboso. Lamelas marrom
ocráceo escuras com bordo mais pálido, ficando ferrugíneas, largas (3,5 mm), ventricosas,
ascendentes, adnatas a largo adnexas, subpróximas a distantes. Estipe concolor ou mais pálido até
esbranquiçado, com base mais amarronzada, estriolado acima a liso, levemente pubescente a
pruinoso, glabrescente e algo brilhante com base levemente engrossada, oco, 30-48 x 1-2 mm.
Contexto fino, esbranquiçado, inodoro. Esporada ferrugínea. Esporos 11,3-19,2 x 7,2-10,2—(11,5)
μm, lisos ferruginosos, com poro germinativo bem desenvolvido, truncado, estreito-elipsoide, de
parede composta e alguns romboides. Basídios 21,5-34,8 x 11,5-10 um, tetrasporados, mas com
alguns bisporados ou trisporados. Queilocistídios 10-20 x 6,8-11,7 μm, capitados, apresentando
capítulo com 2,8-4,7 μm de diâmetro. Himenóforo sem cristais na reação com amônia. Camada
cortical do píleo celular, com elementos piriformes de 20 – 30 x 15 – 20 μm. Dermatocistídios do
estipe não capitados, versiformes, em geral curto subglobosos a fusoides ou cilíndricos, ou
ampuláceos a oblongos, alguns alongados formando um pelo, com 14 - 40 x 3,8 - 8 um. Hifas sem
fíbulas.
Crescem em solo e esterco em campos ou florestas.
Diferencia-se pelas dimensões do basidioma e dos esporos e pelos basídios tetrasporados.
Uma descrição mais recente é a encontrada em PRYDIUK (2014).
Duas variedades podem ser reconhecidas, uma com píleo liso (C. magnispora var. levis) e
outra com píleo estriado (C. magnispora var. striatella).
Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, amarelo, cônico no início e obtuso com a idade, de
margem transparentemente estriada. Estipe 3,5-4,5 x 0,1- 0,2 cm, cilíndrico ou afinando levemente
em direção ao ápice. Esporos 7,5-10 x 4,5-5 µm, elipsoides, com poro germinativo, lisos, de parede
grossa. Basídios tetrasporados, com 17-25 x 7,5-9 µm. Queilocistídios lecitiformes 18-25x 7,5-12
µm, capítulo com 4-5 µm de diâmetro. Camada cortical do estipe com cistídios similares, de 16 -27
x 8 - 12 µm e capítulo com 3-4 µm de diâmetro. Camada cortical do píleo celular com elementos
piriformes ou esferopedunculados, de 10-25 µm de diâmetro. Pileocistídios com 25-27 x 5,5-8 µm,
capítulo com 3-4 µm de diâmetro, em geral com metade apical marrom clara.
Crescem em solo de gramados. SINGER & HAUSKNECHT (1992) discutem esta espécie.
Píleo com 1,5 – 2,2 cm de diâmetro, cônico-convexo até convexo, não umbonado, marrom-
ocráco a amarronzado, higrófano, mais claro na margem e escuro no centro. Lamelas próximas a
moderadamente distantes, amarronzadas com bordo mais claro. Estipe 4,5 – 5,5 x 0,1 – 0,2 mm,
esbranquiçado quando jovem e depois mais escuro até concolor ao píleo na metade basal, branco
pulverulento na metade apical, com base levemente bulbosa. Sabor não farináceo. Esporos 6,2 – 7,4
(7,8) x 4 – 4,5 µm, elipsoides a levemente amigdaliformes ou algo faseoliformes, com poro
germinativo pequeno a grande, de parede fina a levemente engrossada. Basídios 18 – 22 x 8 – 9 µm,
tetrasporados. Queilocistídios lecitiformes, 16 – 21 x 7,5 – 9 µm, capítulo com 4,5 – 5,5 µm de
diâmetro, de parede fina e hialinos. Caulocistídios piliformes, lageniformes a elipsoide-alongados,
de até 100 µm de comprimento. Camada cortical do píleo celular, com elementos de até 40 µm de
diâmetro, entremeados por pileocistídios lecitiformes de até 35 µm de comprimento.
O tamanho, ausência de caulocistídios lecitiformes e o sabor não farináceo caracterizam esta
espécie.
Píleo com 0,5 – 2,5 cm de diâmetro, cônico no início e depois campanulado umbonado a
plano, amarelo amarronzado a laranja amarronzado, umbrino pulverulento, com margem crenada,
seco. Lamelas adnatas a sublivres, pálido amareladas no início e depois cinamômeas. Estipe frágil,
com 4 – 8 x 0,1 – 0,2 cm, fistuloso, esbranquiçado no início e então amarronzado principalmente
na metade basal, liso a finamente pulverulento. Odor e sabor não distintivos. Esporada marrom
cinamômea a marrom avermelhada. Esporos oblongos, 8-11,5 x 5-6,3 µm, lisos, de parede grossa,
com poro germinativo, amarelados em água e amarronzados em KOH. Basídios com 16,5-23 x 7-
9,5 µm, tetrasporados. Queilocistídios com 16,5-25 x 8-9,5 µm, capítulo com 2-5 µm de diâmetro.
Camada cortical do píleo celular, com elementos piriformes ou esferopedunculados, sem
pilocistídios. Estipe coberto por pilocistídios de até 70 µm de comprimento, com base alargada e
parte apical longa e estreita, entremeados por células clavadas, mais curtas, mas nenhum do tipo
lecitiforme.
Crescem em solo.
Conocybe moseri, Conocybe kuehneriana e Conocybe fuscimarginata são espécies que
devem ser melhor estudadas para definição de limites com esta espécie.
Píleo com até 3,1 cm de diâmetro, amarronzado (14 J 10 M&P) e mais pálido quando seco
(11 C 4 M&P), higrófano, levemente víscido, glabro, sem pelos, convexo com margem recurvada.
Lamelas adnexas, ocráceas ("desert" em M&P), próximas, estreitas. Estipe branco ou
esbranquiçado, na base amarronzado e um pouco engrossado (até 7 mm de diâmetro), mas não
radicante, afinando em direção ao ápice, 5,3 x 0,2 – 0,35 mm, oco, algo farinoso sob aumento.
Contexto inodoro. Esporos 7-7,5 (-8,5) x 3,5 – 4,2 (-4,7) µm, alguns 9 x 4- 4,5 µm quando
formados em basídios bisporados, muitos punctulados, com poro germinativo truncado,
amarronzados, elipsoides com alguns fusoides. Basídios 13-21 x 6-7 µm, a maioria tetrasporados e
alguns bisporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios lecitiformes, com 12-19 x 3,5-6 µm,
capítulo com 2,5-4 µm de diâmetro. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo celular,
com elementos esferopedunculados de até 12 µm de diâmetro, sem dermatocistídios. Estipe coberto
por cistídios lecitiformes de
12-20 x 3,5-6 µm , capítulo de 2- 6 µm de diâmetro, entremeados por alguns ventricosos e pelos
hifosos longos e hialinos. Fíbulas presentes.
Crescem solitários entre folhas mortas, em selva de terra firme. A cobertura do estipe é do
tipo encontrado na seção Mixtae e a ornamentação dos esporos do subgênero Ochromarasmius.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, 25/05/1977, Singer B 9715
(INPA).
3.1 Píleo vermelho amarelado ou ferruginoso sem esquâmulas do véu; queilocistídios ampuláceos a
lageniformes, com 22-33 µm de coprimento.......P. rugosa
3.2 Píleo marrom avermelhado a ocráceo, com esquâmulas do véu; queilocistídios cilíndricos a
fusoides ou clavados, com 30 – 60 µm de coprimento..................4
4.1 Píleo com 1 – 2 cm de diâmetro, ocráceo com disco castanho ocráceo; queilocistídios
cilíndricos, ventricosos a ampuliformes,......................................................................P. austrofilaris
4.2 Píleo com 2 – 6 cm de diâmetro, marrom avermelhado; queilocistídios fusoides a clavados
….............................................................. P. highlandensis
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE PHOLIOTINA ENCONTRADAS:
Píleo com até 1,2 cm de diâmetro, amarelo-ocre com margem mais pálida, higrófano,
hemisférico a convexo, transparentemente estriado na margem. Lamelas distantes, amarronzadas
com bordo mais claro. Estipe com 1,8 – 2,5 x 1 – 2 mm, afinando em direção ao ápice mas não
verdadeiramente bulboso, na metade apical creme claro e no terço inferior amarelo ocre, com anel
descendente preso medianamente. Esporos 11,8 – 12,8 x 5,7 – 6,8 μm, elipsoides a elipsoide
alongados, frequentemente com uma leve depressão supra-hilar, com poro germinativo
proeminente, apículo muito pequeno, ocre-amarelados sob o microscópio. Basídios clavados,
bisporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 30 – 45 x 10 – 15 μm, utriformes, em
geral hialinos e de paredes finas. Camada cortical do píleo celular com elementos inflados, curto
clavados a esferoidais, com 30 – 68 x 20 – 40 μm de diâmetro, mas sem pileocistídios intercalares.
Crescem em solo muito fértil ou esterco.
A espécie é facilmente reconhecível pelos basídios bisporados, tamanho dos esporos
(maiores que 11 μm) e queilocistídios utriformes. ENDERLE (1993) cita a espécie para a Alemanha
com descrição e ilustrações. Alguns autores consideram esta espécie como Conocybe blattaria
(Aktas et al., 2009).
5.1 Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, mudando a cor para azulado quando machucado; cistídios do
tipo metuloide...................Copelandia
5.2 Píleo com 2 – 7 cm de diâmetro, não mudando de cor para azul quando machucado; cistídios
não do tipo metuloide............Anellaria
1. ANELLARIA Karst.
Píleo campanulado, levemente expandido, mas não aplanado na maturidade, com pouco
pigmento (praticamente branco na maioria das espécies, quando aparece apenas um disco central
mais ou menos ocráceo), carnoso víscido, projetando uma longa margem estéril. Lamelas
variegadas como em Panaeolus. Estipe sem pigmentos, central, um pouco longo, às vezes víscido,
formando ou não véu e frequentemente seus restos são visíveis apenas na margem do píleo, um
pouco carnoso, sólido ou anulado. Contexto branco e não cambinado de cor quando tocado.
Esporada preta. Esporos purpúreo-fuscos a opacos sob o microscópio, lisos, com mais de 10 μm de
comprimento, de parede grossa e complexa, não descolorindo em ácido sulfúrico, elipsoide a
limoniformes. Basídios normalmente clavados, tetraspóricos. Queilocistídios versiformes.
Pleurocistídios com 39–60 x 18,5–24 μm, muito volumosos, vesiculosos e hialinos, não amarelando
em amônia nem ficando azulados em azul cresil. Trama himenoforal regular, mas hifas não
totalmente paralelas. Camada cortical do píleo celular. Fíbulas presentes.
Crescendo no solo ou em esterco em campos abertos.
Somente A. sepulchralis é referida para o Brasil, sendo tratada em alguns trabalhos como
Panaeolus [P. antillarum (Fr.) Dennis], como PEGLER (1983b) e SOBESTIANSKY (2005), mas o
píleo e estipe completamente brancos diferenciam esta espécie das do gênero Panaeolus, que tem
espécies extremamente tóxicas.
Uma descrição mais recente pode ser encontrada em WANG & TZEAN (2015), a partir de
material coletado em Taiwan.
- Anellaria sepulchralis (Berk.) Singer (PR, RJ, RS), referida por RICK (1930; 39; 61), SINGER
(1953), PEGLER [1983b: 477 - como Panaeolus antillarum (Fr.) Dennis], STIJVE & MEIJER
(1993) e SOBESTIANSKY (2005). (SP) MEIJER (2016).
2. COPELANDIA Bres.
Píleo parabólico, pigmentado (forte ou escassamente), cambiando a cor para azul quando
machucado ou tocado. Lamelas adnatas, ascendentes, variegadas. Estipe central, alongado,
geralmente pigmentado. Esporada preta. Esporos limoniformes, lisos, com poro germinativo bem
visível, opacos ao microscópio. Basídios bispóricos ou tetraspóricos. Queilocistídios presentes.
Pleurocistídios metuloidais numerosos, de parede grossa, de ápice subagudo, estreitamente
mucronados ou alongados, subampuláceos, geralmente encrustados por cristais. Trama do
himenóforo regular. Camada cortical do píleo celular. Fíbulas presentes ou ausentes.
Crescem em geral em esterco de gado em campos.
Para o Brasil é referida apenas Copelandia cyanescens, por GUZMÁN et al. (2000 – sem
citar o estado), MEIJER (2006) para o PR e recentemente para Pernambuco por WARTCHOW et al.
(2009). Uma outra espécie ocorre no Rio Grande do Sul, referida como indeterminada por
PEREIRA & PUTZKE (1990). O gênero produz substâncias alucinógenas (Wright & Albertó,
2002).
2.1 Coprófilo; esquâmulas ou flóculos formados por esferocistos ou por hifas filamentosas......... . 3
2.2 Lignícolas ou terrestres; esquâmulas ou flóculos formados por hifas filamentosas.................... 11
5.1 Esporos com poro germinativo excêntrico ...................... C. curtus (se pileocistídios capitados)
ou C. heptemerus (se pileocistídios lageniformes, não capitados) ou Coprinus niveus (se
pileocistídios ausentes)
5.2 Esporos com poro germinativo central; não apresentam pileocistídios capitados .............6
6.1 Píleo com até 3,5 cm de diâmetro; esporos com 12,5-15 × 7,5 -9 µm, hexagonais em vista
frontal; pleurocistídios ausentes ...................................... C. cothurnata
6.2 Píleo com até 40 mm de diâmetro; esporos como acima ou menores; pleurocistídios
presentes .......................................7
7.1 Píleo e estipe brancos; esporos com 12 - 18,5 x 9,5–13,5 x 7,5–8,5 μm .............. C. niveus
7.2 Píleo e estipe pelo menos algo pigmentados; esporos com menos de 12 μm de
comprimento .....................................7'
7'.1 Esporos com 7,2-8,6 x 6-7,5 µm, cordiformes em vista frontal ..............C. cordispora (= C.
patouillardii)
7'.2 Esporos com 8,8–11,5 x 5,2–7,6 µm, estreitamente elipsoides a algo faseoliformes ou
amigdaliformes ................C. radiata
9.1 Célula terminal dos filamentos da camada cortical do píleo de paredes idênticas às das células
anteriores; esporos com 7,5-9,6 x 4,8-6 µm, subglobosos a elipsóides.............. C. pseudoradiata
9.2 Célula terminal dos filamentos da camada cortical com paredes mais engrossadas; esporos em
geral com mais de 9,6 µm de comprimento (raro menores) ..............10
10.1 Filamentos da camada cortical estrangulados junto aos septos; esporos com 9,5 – 11 x 5,5 –7,2
μm, ovoides a elipsoides ......................................C. cinereus
10.2 Filamentos da camada cortical sem estrangulamento nos septos; esporos com 8,4˗13,5 x 6-8
µm, subglobosos a ovóides................................... C. vermiculifer
11.1 Basidiomas robustos com até 5 cm de diâmetro, píleo cilíndrico a elipsoide, expandindo pouco,
de até 15 cm de altura; em solo........................ C. comatus
11.2 Basidiomas menores, com píleo de 1 - 4 cm de diâmetro, em geral expandindo até ficar
aplanado; lignícolas, em solo ou areia............................ 12
12'.1 Crescendo em solo; véu no início esbranquiçado a marrom acinzentado cobrindo todo o píleo
e fragmentando-se mais tarde, formando flocos fibrilosos pontiagudos e apressos a recurvados,
ficando marrons com a desidratação ............................... C. lagopus
12'.2 Crescendo em areia; píleo coberto por esquâmulas velares subpiramidais de coloração bege
sobre fundo bege pálido .................................................. C. areanicola
12".1 Píleo marrom acinzentado com esquâmulas formando espinhos eretos agrupadas no disco
central; esquâmulas velares formadas por elementos curtos, com 10 – 65 x 5 – 20 µm, marrom
dourados e de paredes levemente engrossadas, constritas nos septos. Fíbulas
ausentes. ................... ......... C. jamaicensis
12".2 Píleo inicialmente ocráceo, mas com a maturação torna-se acinzentado, com fibrilosidade
radial, mas permanecendo ócreo-amarronzado no centro, coberto de floculosidade esbranquiçada
que pode apresentar-se amarronzada apenas parte superior; floculosidade formada por cadeias de
elementos resultando em pelos multicelulares e amarronzados (pigmento incrustante), ramificados
ou não. .................. C. xanthothryx
14.1 Em solo; píleo glabro, logo no início já aplanado ................... C. plicatilis (se esporos com 13,5
- 14,5 x 9,5 - 12 x 7,5 - 9 μm ou Parasola lactea (se esporos com 9,2–11 x 8,2–9,2 x 5,8–7,3 µm)
14.2 Coprófilos; píleo pruinoso a setuloso, cônico e então expandindo-se ou não ............15
16.1 Lamelas livres, formando colario; pleurocistídios ausentes; pileocistídios presentes ou ausentes
.............................. C. miser (pileocistídios ausentes) ou C. pellucidus (pileocistídios lageniformes
com 30-50 x 9-14 μm)
16.2 Lamelas livres, adnexas ou adnatas, mas não formando colario; pleurocistídios presentes;
pileocistídios com 60 - 110 x 10 - 15 µm ....................17
17.1 Píleo campanulado, esbranquiçado a cinza-escuro, com setas agudas; esporos mitriformes em
vista frontal................................ C. angulatus
17.2 Píleo cônicos a convexo-campanulados, amarronados no centro e mais claros na margem, com
setas algo capitadas; esporos hexagonais em vista frontal,.............................. C. marculentus
Píleo com até 3 cm de diâmetro, convexo umbonado, coberto por esquâmulas velares
subpiramidais de coloração bege sobre fundo bege pálido, pectinado-sulcado. Lamelas andexas,
subpróximas a subdistantes, ficando negras com a maturidade. Estipe com 32–47 x
2,5–3 mm, cilíndrico, branco, liso, oco. Esporos com 7,6–9,2 x 6,1–7,6 x 4,6–6,1 µm, elipsoides em
vista lateral, triangular a cordiformes em vista frontal, amarronzados a negros, de parede grossa e
lisa, com poro germinativo pequeno, hilo reduzido. Basídios com 10 - 22 x 6 - 10 µm,
tetrasporados. Queilocistídios com 20 - 35 x 13 - 21 µm, de piriformes a lageniformes, de parede
fina, lisa e hialina. Pleurocistídios ausentes. Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos
apresentando 20 - 30 x 15 - 25 µm, clavados a largo elípticos, subhialinos, sem pileocistídios.
Caulocistídios com 30 - 50 x 11 - 18 µm, clavados, de parede fina e hialina. Véu universal
formado por elementos hifálicos de 30 - 45 x 5 - 12 µm, com célula terminal pouco diferenciada,
com ponta obtuso-arredondada, amarelada. Fíbulas presentes.
Gregários em solo arenoso. A formação hifálica dos remanescentes do véu, o diâmetro do
píleo, a ausência de pleurocistídios e o tipo de esporos caracterizam esta espécie.
Figura 218c - Coprinellus arenicola: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- caulocistícios;
e- elementos da camada cortical do píleo; f- hifas velares.
Píleo com 0,5 – 2,5 cm de diâmetro, campanulado a convexo e obtusamente cônico até
finalmente aplanado, profundamente plicado, marrom ocráceo a marrom escuro no centro e mais
pálido em direção às margens, pruinoso. Lamelas livres ou quase, esbranquiçadas, mas ficando
amarronzadas e finalmente negras. Estipe com 2,5 – 7,5 x 0,1 – 0,3 cm, afinando levemente para o
ápice, um pouco clavado na base, esbranquiçado e finamente pubescente. Contexto fino,
esbranquiçado. Esporada negra. Esporos com 11 – 14,5 x 6 – 8 μm, ovoides a ovoide-elipsoides,
com poro germinativo excêntrico de até 1,8 μm, marrom avermelhado escuros ao microscópio.
Basídios com 20 – 30 x 8 – 12 μm, tetrasporados, envoltos por 4 – 6 pseudoparáfises.
Pleurocistídios com 50 – 100 x 20 – 45 μm, ovoides a largo elipsoides ou largo cilíndricos.
Queilocistídlios com 20 – 55 x 20 – 45 μm, ovoides a largo elipsoides. Camada cortical do píleo
celular, com longos pileocistídios intercalares apresentando 30 – 95 x 7 – 20 μm, lageniformes com
ápice terminando em um prolongamento longo e estreito com 5 – 9 μm de diâmetro. Estipe coberto
por caulocistídios com 20 – 65 x 10 – 14 μm, lageniformes e terminando em prolongamento mais
estreito e longo, com 5 – 8,5 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem solitários ou raro em pequenos grupos em esterco, no interior de florestas ou
campos.
Píleo com até 3 cm de diâmetro, ovoide, mas expandindo até que as margens se tornem
revolutas, marrom acinzentado, esquamuloso, esquâmulas formando espinhos eretos agrupados,
com margem estriada. Lamelas livres, negras, deliquescentes, próximas. Estipe com 5 – 10 x 0,1 –
0,4 cm, cilíndrico a levemente expandido na base, oco, branco, finamente flocoso, glabrescente.
Esporos com 6 – 8 x 3,5 – 5 µm, ovoides a curto elipsoides, com poro germinativo grande, de
parede grossa e lisa. Basídios tetrasterigmatados, dimórficos: os macrobasídios com 17 – 24 x 6 – 7
µm e os microbasídios com 11 – 14 x 6 – 7 µm. Pleurocistídios com 50 – 100 x 25 - 30 µm,
cilíndricos a elipsoides ou subfusoides, de parede fina e hialina. Queilocistídios com 15 – 25 x 10 –
20 µm, globosos a ovoides, de parede fina e hialina. Trama himenoforal regular. Camada cortical do
píleo celular com elementos de 20 – 30 µm de diâmetro, cobertos por esquâmulas velares formadas
por elementos curtos, com 10 – 65 x 5 – 20 µm, marrom dourados e de paredes levemente
engrossadas, constritas nos septos. Fíbulas ausentes.
Crescem em madeira morta.
Figura 223a – Coprinus jamaicensis: a- basidioma; b- esporos; c- queilocistídios; d- pleurocistídios.
15- Parasola lactea (A.H.Sm.) Redhead, Vilgalys & Hopple, Figura 223b
Taxon 50(1): 236. 2001.
P. leiocephala (P.D.Orton) Redhead, Vilgalys & Hopple, Coprinus leiocephalus P.D.Orton são
sinonímia.
Píleo com 10–15 mm de altura e 8–35 mm de diâmetro, cônico a convexo até finalmente
aplanado e o disco ficando algo depresso e amarelado a amarronzado, glabro, plicado-estriado mas
liso no disco, de colorido lácteo ou rosado a amarronzado ou pálido argiláceo, sem fragmentos do
véu universal. Lamelas adnatas, próximas a subdistantes, estreitas, negras quando maduras, não
deliquescentes. Estipe com 30 - 65 x 0,5 - 2 mm, translúcido, cilíndrico, glabro, frágil. Odor e
sabor não distintos. Esporos com 9,2–11 x 8,2–9,2 x 5,8–7,3 µm, fortemente lentiformes,
principalmente arredondado triangulares em vista frontal, mas alguns ovoides ou subglobosos
podem também ser formados que, em vista lateral, apresentam-se elipsoides, poro germinativo
presente e excêntrico, de parede grossa e lisa, marrom avermelhado escuros ao microscópio.
Basídios tetrasporados. Pleurocistídios com 50 - 70 x 25 - 30 µm, largo cilíndricos ou elipsoides.
Queilocistídios com 22–36 x (8-)10–16 µm, elipsoides a lageniformes. Camada cortical do píleo
sem pileocistídios.
Crescem gregários ou raro isolados em gramados, muitas vezes à sombra de árvores. É
próxima de C. plicatilis, da qual é distinta pelo tamanho dos esporos.
Figura 223b- Parasola lactea: a- basidioma; b- esporos; c- pleurocistídios.
23- Coprinopsis radiata (Bolton) Redhead, Vilgalys & Moncalvo, Figura 225c
Taxon 50: 230. 2001.
Píleo com 4-12 mm de diâmetro, convexo no início e depois expandindo para obtuso-cônico e
ficando aplanado, com margem recurvada; superfície branca a pálido acinzentada, estriado plicada
até próximo do centro, granuloso farinoso, pilosa em direção à margem, com pelos inconspícuos na
maturidade. Contexto fino, membranoso, levemente deliquescente. Odor desagradável. Lamelas
adnexas, subdistantes, estreitas, pálidas quando jovens e depois enegrecendo. Estipe com 1-3,5 x
0,05-0,1 cm, cilíndrico, oco e frágil, branco a pálido acinzentado, coberto por pelos esbranquiçados
que ficam, aos poucos, mais esparsos, exceto pela base. Véu parcial ausente. Esporada negra.
Esporos com 6,5-8 x 3-4 µm, lisos, de parede grossa, elíptico-alongados, de apêndice hilar
inconspícuo, com poro germinativo bem central, amarronzados sob KOH. Elementos da camada
cortical globosos, com cerca de 80 µm de diâmetro cobertos por pequenos espinhos e conectados
por hifas diverticuladas.
Crescem em esterco de herbívoros.
A espécie é considerada atualmente Coprinopsis stercorea, uma das muitas espécies associadas
a esterco de gado e cavalos. Os grânulos que parecem açúcar na cobertura do píleo são distintivos
em material jovem, além do odor. Os elementos globosos e espinhosos do véu que recobrem o píleo
são característicos. C. foetidellus diferencia-se por apresentar esporos mais largos, principalmente.
RICHARDSON (2001) cita esta espécie como uma das mais comuns em esterco.
Píleo com 1 – 3,5 cm de diâmetro, cônico a convexo, campanulado quando maduro, seco, sem
pelos, de margem incurvada quando jovem, levemente estriado quando úmido, marrom cinamômeo
escuro a marrom avermelhado, às vezes zonado, ficando mais tarde pálido e algo enrugado.
Contexto branco acinzentado. Lamelas ascendentes adnatas, subdistantes, desiguais, largas
ventricosas, manchadas com a idade, de bordo branco. Estipe 4-10 cm x 1.5-3 mm, oco, quase
cilíndrico mas levemente alargado na base, estriado, com pilosidade no ápice, esbranquiçado a
marrom rosado. Véu universal ausente. Esporos 11-18 6-9 µm, marrom vináceo escuros a marrom
purpúreos, de parede grossa, largo elipsoides, ornamentados com espinhos curtos, com poro
germinativo. Camada cortical do píleo celular.
Crescem em grupos sobre gramados e pastagens.
A espécie é tóxica e não alucinógena (apesar de alguns trabalhos constatarem presença de
substâncias com estas propriedades).
Píleo campanulado a convexo, mais raramente cônico, geralmente pigmentado, não ou muito
pouco expandido na maturidade, frequentemente higrófano (mais ou menos), víscido ou seco.
Lamelas adnexas a adnatas, ascendentes, variegadas (devido ao amadurecimento em tempos
diferentes dos esporos em determinados grupos de basídios). Estipe central, usualmente bastante
alongado em comparação ao diâmetro do píleo, um pouco fino, usualmente ao menos parcialmente
pigmentado, tubuloso; fistuloso ou oco, com ou sem véu. Contexto não cambiando de cor quando
tocado ou machucado. Esporada preta. Esporos lisos, limoniformes ou, mais raramente, algo
elipsoides, opacos ao microscópio, geralmente maiores que 10 μm, com poro germinativo bem
proeminente. Pleurocistídios ausentes, raramente com crisocistídios (mas então basidiomas
pequenos e de colorido escuro). Queilocistídios presentes. Trama do himenóforo regular. Camada
cortical do píleo celular, com elementos globosos a piriformes. Em solo ou esterco.
Duas espécies que não ocorrem no Brasil apresentam crisocistídios, o que modificaria a
entrada na chave. Preferiu-se manter a chave baseada em espécies brasileiras para não complicar a
identificação ainda mais.
Das espécies citadas para o Brasil, há problemas com referência ao material coletado por
RICK no RS, e identificado como P. campanulatus L.; de acordo com SINGER (1986), este nome
deve ser abandonado, pelo menos até que material autêntico seja encontrado (é um nomen dubium).
Panaeolus acuminatus (Schaeffer ex Seer.) Quél., também citado por Rick, pode ser o mesmo que
P. rickenii Hora, sendo que adicionou-se esta espécie na lista e chave abaixo para diferenciação.
GUZMÁN et al. (2000) apresentam lista para o Brasil.
São as seguintes as espécies ocorrentes no Brasil, e que são descritas mais adiante:
- Panaeolus acuminatus (Schaeff. ex Seer.) Quél. (RS) - PEGLER (1977): 411. (considerda
sinonímia de P. rickenii).
- Panaeolus campanulatus (L. ex Fr.) Quél. (RS) - ver discussão acima; descrição em
PEGLER (1983b): 480. (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
- Panaeolus cinctulus (Bolton) Sacc. (RS) - SOBESTIANSKY (2005). Panaeolus subbalteatus
(Berk. & Br.) Sacc. citada por GUZMÁN et al. (1998) é sinonímia. (SP) MEIJER (2016).
- Panaeolus fimicola (Fr.) Gillet (RS) - PEGLER (1977): 411. GUZMÁN et al. (1998).
- Panaeolus papilionaceus (Bull.) Fr. (RS; SP) - PEGLER (1983b): 480. SOBESTIANSKY
(2005). GUZMÁN et al. (1998).
- Panaeolus pygmaea (Bull. Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009).
- Panaeolus rickenii Hora (talvez igual ao que Rick cita como P. acuminatus?) - descrição em
PEGLER (1983b): 481.
- Panaeolus semiovatus (Sowerby : Fr.) S. Lundell var. phalaenarum (Fr.) Ew. Gerhardt -
Panaeolus phalaenarum (Fr.) Quél. (RS) - SINGER (1969): 201 é sinonímia.
- Panaeolus sphinctrinus (Fr.) Quél. - OLA’H (1969). GUZMÁN et al. (1998).
3.1 Estipe com mais de 4 vezes o diâmetro do píleo, marrom-escuro; píleo com 10 - 20 mm
diâmetro, marrom-escuro, higrófano; esporos 10 - 12,5 μm de compr. ................ P. rickenii
3.2 Não combinam as características acima.................................. 4
6.1 Esporos com 18 – 24 x 10,5 – 13,5 μm, alongado elipsoides; pleurocistídios presentes ..............
Panaeolus semiovatus var. phalaenarum
6.2 Esporos menores, largo elipsoides a limoniformes ou hexagonais; pleurocistídios ausentes
.................7
Píleo com até 5 cm de diâmetro, semiglobado, campanulado a convexo, carnoso, liso, não
higrófano, no início amarelado a amarelo acinzentado ficando ocráceo, com remanescente
esbranquiçados do véu na margem. Lamelas adnatas, próximas, estreitas, manchadas de negro com
o amadurecimento dos esporos, com bordo mais claro. Estipe com 8 – 12 x 0,2 – 0,4 cm, cilíndrico,
esbranquiçado a cinza ocráceo, estriado ao longo de toda a sua extensão, com um véu fibriloso mas
não formando um anel característico. Odor não perceptível. Esporos com 18 – 24 x 10,5 – 13,5 μm,
alongado elipsoides, lisos, opacos, algo achatados, de paredes grossas e com poro germinativo
excêntrico. Basídios tetrasporados, clavados. Pleurocistídios crisocistidioides, clavados a
vesiculosos, com 30 – 45 x 20 – 25 μm, ficando vermelho vinho em sulfovanilina. Queilocistídios
com 25 – 40 x 15 – 22 μm, hialinos a amarelados, versiformes, em geral cilíndricos a estrangulados
centralmente e então subcapitados, entremeados por crisocisítios. Camada cortical do píleo celular,
com elementos globosos a piriformes com 20 – 40 x 13 – 25 μm, entremeados por pileocistídios
cilíndricos.
2.1 Basidiomas com zona anelar presente no estipe e com remanescentes velares no píleo; pleuro e
queilocistídios cilíndrico capitados, esporos
verrucosos ................................... ............................................................................ Psathyrella
hypertropicalis
2.2 Basidiomas com ou sem anel; esporos lisos .........................................3
Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, hemisférico a convexo ou umbonado, levemente obtuso
ou cônico em material jovem, glabro, margem não estriada, esbranquiçado a vináceo, amarelado no
disco central. Contexto fino, carnoso. Lamelas adnexas, marrom vináceas com bordo mais
fortemente pigmentado. Estipe com 7-27 x 0,5-3,5 mm, central ou levemente excêntrico, cilíndrico,
esbranquiçado, longitudinalmente estriado, micélio basal esbranquiçado. Esporada marrom-vinácea.
Esporos com 6,4 - 8 x 4 – 4,8 µm, elipsoides, de parede grossa e lisa, marrom-púrpura, descolorindo
em ácido sulfúrico, com pequeno poro germinativo. Basídios com 16 - 24 x 6,5 - 9 µm, clavados a
subcilíndricos tetrasterigmatados, raro bi. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 14 - 28 x
9,5 - 18 µm, esferoidais a piriformes, hialinos de parede fina. Camada cortical do píleo epitelial-
himeniforme. Trama himenoforal regular, com hifas hialinas.
Esta espécie é citada por CORTEZ & COELHO (2005) para o RS crescendo em bambu.
Material estudado: BRASIL, Rio Grande do Sul, Santa Maria, Morro do Elefante,
29.I.2002, F. Wartchow 024, 9540 (SMDB).
Píleo com até 3 cm de diâmetro, cárneo-gríseo, higrófano, glabro, sem véu, centro liso,
margem por dois terços do raio pelúcido estriada e sulcada, convexo, subumbonado. Lamelas
porfírio-amarronzadas, algo estreitas, adnatas. Estipe branco, oco, igual, 26 x 2 mm. Contexto
branco, inodoro. Esporos 7-8,7 x 4,7-5,7 µm, elipsoides, poro germinativo ausente ou de parede
mais atenuada numa das extremidades, lisos, bem pigmentados, porfírio-amarronzados em NH 4OH,
em KOH gríseos. Basídios 16 - 18 x 7 - 8 µm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios numerosos, a maioria utriformes, ventricosos ou clavados, 28 - 40 x 8,5 - 14,3 µm,
hialinos, de parede fina. Trama himenoforal regular, subhialinas ou ócreo-hialinas, alargadas.
Camada cortical do píleo himeniforme com elementos subvesiculosos, subhialinos.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas em floresta campinarana, gregários.
Material examinado: Brasil, Amazonas, estrada Manaus-Caracaraí, km 45, 01/07/1977,
Singer B 10076 (INPA).
Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, cônico a largo convexo, eventualmente com um pequeno
umbo, higrófano, sépia a ocráceo, de margem translúcido estriada, liso, glabro. Lamelas adnexas,
cinza a marrom purúreo, próximas. Estipe com 2,5 – 6 x 0,2 – 0,3 cm, quebradiço, cilíndrico e oco,
branco, liso e glabro. Contexto com até 1,5 mm de espessura, marrom, aquoso. Esporos com 6 - 7,5
x 3,5 - 4,5 µm, elipsoides, marrom-fusco, de parede fina e lisa, com poro germinativo truncado.
Basídios com 16 – 20 x 7 – 9 µm, inflado-clavados, tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 25 – 45 x 12 – 20 µm, sacados, elipsoides a largo ventricosos, hialinos e de
paredes finas. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo celular com elementos globosos
a piriformes com 20 – 40 x 15 – 35 µm, hialinos e de paredes finas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo em interior de floresta, gregários.
Píleo com até 3,1 cm de diâmetro amarronzado quando fresco, fortemente higrófano, glabro,
liso, sem restos de véu, obtuso, cônico a cônico-convexo ou convexo, pelúcido estriado quando
fresco, estriado quando seco. Lamelas marrom escuras ou vináceo-amarronzadas, estreitas,
próximas, intervenosas quando maduras, adnexas. Esporada marrom escura. Estipe branco, glabro,
oco, igual mas na base abruptamente engrossado e gradualmente atenuado para o ápice, 4-11 x 0,2-
0,4 mm, na base com até 5,5 mm de diâmetro, sem véu. Contexto parcialmente amarronzado,
palescente, branco no estipe, inodoro. Esporos 6,5-8 x 4-5 µm, ovoides ou elipsoides, raro
faseoliformes em vista lateral, lisos, pigmentados, amarronzados em amônia, com poro germinativo
grande, apical, truncado. Basídios com 20 - 24 x 7-8 µm, hialinos, tetrasporados. Metuloides
presentes, numerosos na margem e bordo, com 34-66 x (9-) 10 - 26 µm, hialinos ou subhialinos, na
parte superior de parede grossa (com 2 – 4 µm de espessura) e afinando em direção à base, com
incrustações tênues e hialinas, pelo menos no ápice, fusoides ou largo fusoides. Queilocistídios com
20 - 30 x 10 -15 µm, versiformes, frequentemente ampuláceos, de parede fina, colabentes. Hifas
pálido amarronzadas, fibuladas. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo epitelial,
hialina ou subhialina. Hipoderme amarronzada.
Crescem em solo em floresta e várzea, gregários.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, Lago Janauari, 18/03/1983, Singer B 12430 (F).
3.1 Camada cortical do píleo do tipo cutis; esporos lisos ou ornamentados, com parede
homogênea........... Tubaria
3.2 Camada cortical do píleo não do tipo cutis ou se assim, os esporos tem parede
heterogênea........................... 4
4.1 Parede do esporo homogênea, lisa; camada cortical do píleo com esferocistos ou, sub-
himeniforme ou dermatocistidioide ................................ Simocybe
4.2 Parede do esporo heterogênea, ornamentada; camada cortical do píleo
variada ............... ................................................... Melanomphalia (uma espécie citada e M.
termophila é considerada um Crepidotus de acordo com Aime et al., 2002)
1. CREPIDOTUS Kummer
3.1 Camada cortical do píleo bem diferenciada, tricodermial ........... C. albidus (se píleo até 8 mm
de diâmetro) ou C. candidus (se píleco com até 28 mm de diâmetro).
3.2 Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas ............4
5.1 Camada cortical do píleo cutis de hifas prostradas, não diferenciadas, somente
pigmentadas........... C. uber
5.2 Camada cortical do píleo tricodermial ou com elementos cistidioides intercalados a uma
cutis.............. 6
6.1 Píleo com até 5 mm diâmetro; queilocistídios longo sinuosos, 27 - 40 x 4 - 6 μm; camada
cortical do píleo tricodermial.................................................... C. epibryus
6.2 Píleo com 5 - 40 mm diâmetro; queilocistídios cilíndricos a lageniformes, clavados ou
ventricosos, algumas vezes flexuosos; camada cortical do píleo com hifas finamente incrustadas ou
hialinas, prostradas ou eretas e elementos cistidioides intercalares ou com dermatocistídios
mamosos, ou tricodermial........................................... 7
7.1 Camada cortical do píleo tricodermial com hifas de parede marrom....... C. brasiliensis
7.2 Camada cortical do píleo não tricodermial................ 8
10.1 Píleo branco, seríceo-piloso, até 3 mm diâmetro, com estipe no início central, mas que fica
excêntrico a sublateral em basidiomas adultos ...................... C. pilosiceps
10.2 Não combinam todos os caracteres acima; estipe lateral ou ausente......10'
10'.1 Píleo marrom sangue a vermelho tijolo; queilocistídios com até 30 μm de
compr......... .....................C. rubriceps (se píleo amarelado e qilocistídios com até 30 μm é C.
apodus)
10'.2 Píleo de colorido pálido ou branco a amarelado; queilocistídios com 60 μm
compr. .... .......................11
17.1 Camada cortical do píleo formada por cutis com elementos terminais não diferenciados,
crescendo em restos de palmeiras.................................. C. palmarum
17.2 Camada cortical do píleo com elementos cistidioides eretos, pilocistídios ou tricoderme,
crescendo em restos de vários vegetais; se cutis, então não em restos de
palmeiras .................................................. 18
18”.1 Píleo amarelo a alaranjado; esporos ovoides a elipsoide-ovoides; queilocistídios 22-58 x (3)
6-9 (16) µm, calvados, ventricosos e frequentemente mais ou menos capitados, às vezes de formato
irregular (furcados e nodulosos) .................... C. croceitinctus
18’.2 Píleo ocráceo-áureo; esporos globosos; queilocistídios subulados, com ápice estreito e
subagudo ou filamentosos e com base algo alargada .................... C. polylepidis
Píleo com 5 – 8 mm de diâmetro, branco, glabro, margem incurvada quando seco, séssil.
Lamelas radiando a partir do ponto de fixação, pálidas a amarelo-amarronzadas, finas. Estipe
ausente. Esporos 5 – 7 x 4 – 5 μm lisos, elipsoides, inamiloides. Basídios 26 – 32 x 5 – 6,5 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios 25 – 35 x 2 – 5 μm, filamentosos a
cilíndricos, algo flexuosos. Trama do himenóforo algo irregular. Camada cortical do píleo de hifas
prostradas entremeadas por hifas curtas mais ou menos eretas finas irregularmente entrelaçadas e
erguidas. Fíbulas presentes, mas raras e muito pequenas.
Crescem em madeira morta, gregários. A revisão das espécies americanas de BANDALA &
MONTOYA (2000) apresenta descrição e ilustrações desta espécie.
Píleo com até 2 cm de diâmetro, convexo a plano, reniforme a orbicular, branco aquoso a
cinamômeo, pulverulento a quase glabro, de base às vezes estrigosa, fixo por um ponto lateral ou
excêntrico, ou por um ponto estéril da superfície do píleo, seco, de margem estriada. Contexto fino,
carnoso. Lamelas radiando a partir do ponto de fixação, brancas, ficando amareladas, finas,
próximas, largas. Estipe ausente. Esporos com 7,5-10,5 x 5-7 µm, elipsoides, lisos, méleos.
Basídios com 20-38 x 6-8 µm, bi- a tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 25-
50 x 5-9 µm, versiformes, de ventricosos a calvados ou mais ou menos constritos, às vezes
subcapitados, muitos colapsados. Trama himenoforal subregular. Camada cortical do píleo formada
por hifas prostradas, eventualmente com algumas hifas eretas, hialinas e septadas. Fíbulas presentes.
Crescem em grupos sobre madeira morta.
Píleo de colorido argiláceo amarelado, mais pálido quando seco, tomentoso, com margem
estriada, reniforme ou conchado, convexo, 5 - 30 (-45) mm de diâmetro. Contexto branco, não
gelatinizado. Estipe ausente a rudimentar e então lateral ou dorsalmente aderido. Lamelas radiando
do ponto de fixação, esbranquiçadas a argiláceo-amareladas, de borda lisa ou fimbriada. Esporada
castanha. Esporos globosos, com verrugas espinhosas, com 5-7 μm de diâmetro. Basídios clavados,
tetrasporados, com 20 - 30 x 6 - 9 μm. Queilocistídios de 35 - 50 x 5 - 14 μm, subcilíndricos,
clavados a subventricosos, de ápice arredondado, parede fina e hialina. Trama da lamela regular.
Camada cortical do píleo de hifas prostradas, com 3 - 6 μm de diâmetro não gelatinizadas,
pigmentadas. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Vera Cruz, Linha Número Um, Putzke,
10/09/1986, 10627 (HCB).
Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, séssil, amarronzado, reniforme, expandindo com a
maturação, glabro a subglabro, de margem profundamente sulcada. Contexto fino, carnoso e
aquoso. Lamelas subpróximas, ocráceo escuras a subamareladas. Esporos com 4,5 – 7 µm de
diâmetro, globosos, finamente punctados, amarronzados em KOH. Pleurocistídios e queilocistídios
ausentes. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, com alguns elementos
ascendentes, hialinos. Fíbulas presentes.
Crescem em grupo sobre madeira morta.
Figura 254 – Crepidotus brasiliensis: a- basidiomas; b- esporos; c- camada cortical do píleo e hifas
do contexto.
8- Crepidotus candidus Capelari, Figura 255
Hoehnea 34 (1): 77. 2007.
Píleo séssil, com até 3 cm de diâmetro, aplanado, de margem levemente sulcada, branco,
carnoso, liso, fixo ao substrato pela superfície estéril. Lamelas radiando do ponto de fixação,
brancas, próximas. Estipe ausente. Esporos com 10 - 11,5 x 5 - 6,5 μm, elipsoides, lisos,
amarronzados, de parede grossa. Basídio com 22 - 27 × 7,5-10 μm, tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios 20 - 27 x 10 - 11 μm, globosos e pedicelados, hialinos, de parede fina.
Trama do himenóforo regular. Camada cortical do píleo formada por um tricoderme, sem
gelatinização. Fíbulas presentes.
Crescem em galhos mortos, isolados.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 26-XII-
2001, U.C. Peixoto s.n. (SP380913).
Píleo com até 2 cm de diâmetro, em geral séssil, convexo, branco a bege, viloso, frágil, não
higrófano, de margem lisa. Lamelas bege-escuras, distantes, radiando do ponto de fixação. Estipe
ausente, às vezes inconspícuo em exemplares jovens. Esporos com 6,2-7,5 x 3,7-5 μm, elipsoides,
rugulosos, de parede grossa, inamiloides. Basídios 18-26 x 6,5-7,5 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 54-80 x 4,5-12,5 μm, cilíndricos a clavados, de parede
fina e hialinos. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
pouco diferenciadas, com 2,5-5 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem gregários, em galhos mortos.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, 1-II-
2005, Capelari 4302 (SP); 7-IV-2005, Capelari et al. s.n. (SP380915).
Píleo com 1,5 – 4 mm de diâmetro, de colorido amarelo limão, glabro a branco tomentoso,
convexo a aplanado. Lamelas concolores, estreitas, adnatas a lateralmente concorrentes. Estipe
concolor, excêntrico, muito pequeno, com 0,7 x 0,1 mm, evanescente ou píleo totalmente séssil.
Contexto amarelado, fino, sem odor e gosto suave. Esporos com 5-6 x 4,8 – 5,8 μm, globosos a
subglobosos, com ornamentações do tipo pontuações. Basídios clavados, tetrasporados ou às vezes
bisporados, com 20 - 21 x 6 - 7 μm. Queilocistídios versiformes e insconspícuos, do mesmo
tamanho dos basídios. Trama do píleo com hifas de parede um pouco espessa, hialinas, não
gelatinizadas, densamente dispostas, sem fíbulas.
Crescem em ramos mortos de Citrus spp. (patogênica) e outras dicotiledôneas.
Material examinado: BRASIL. Rio Grande do Sul, Vera Cruz, Linha Número Um, Putzke,
02/11/1986, 10669 (HCB).
Píleo com 2-6 cm de diâmetro, glabro a levemente tomentoso, com margem estriada.
Contexto fino, branco, carnoso. Odor suave e sabor suave a amargo. Lamelas próximas, brancas
quando jovens, largas, com bordos fimbriados. Esporada marrom cinamômea. Esporos com 5 - 7,5
µm, globosos, punctados. Basídios com 24-36 x (6) 7-9 (12) µm, bi a tetrasporados, raro
unisporados. Pleurocistídios com (24) 35-62 x 5-12 µm, versiformes, de clavados e às vezes ainda
mucronados ou apendiculados a ventricosos, mais raramente capitados. Queilocistídios com 24 - 48
(55) x 5 - 11 µm, calvados a ventricosos. Trama himenoforal regular a irregular. Camada cortical do
píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas, eventualmente com pileocistídios. Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira morta.
Píleo fixo ao substrato pela superfície estéril, branco, com até 10 mm de diâmetro, aplanado,
conchado. Lamelas creme, próximas. Estipe ausente, mas micélio basal desenvolvido, branco.
Esporos globosos a subglobosos, rugosos ou asperulados, méleos, inamiloides, com 4 – 6,5 μm de
diâmetro. Basídios clavados, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios clavados,
ventricosos a ampuláceos ou filamentosos, e bi a tetrafurcados, hialinos, de parede fina, com 17-25
x 4-8,5 μm. Contexto fino, de hifas não gelatinizadas, hialinas, de parede fina, sem fíbulas, com 5-
6,5 μm de diâmetro. Trama do himenóforo regular. Camada cortical do píleo com hifas hialinas, não
gelatinizadas, erguidas, de parede grossa, eventualmente com incrustações hialinas, arredondadas
no ápice, sem fíbulas.
Crescem em galhos finos, gregários. Ocorre de Buenos Aires à São Paulo.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga,
25/09/2001. Capelari et al., 4133 (SP).
Píleo com até 2,4 c m de diâmetro, branco, higrófano, algo transparentemente hialino,
velutinoso tomentoso, conchado ou cordiforme, convexo a aplanado. Lamelas cinamômeas, largas,
próximas, concorrentes a um ponto excêntrico junto a uma incisão no píleo. Estipe ausente, mas
micélio basal no ponto de fixação abundante e branco. Contexto branco. Odor nulo. Sabor suave.
Esporos com 5,5 – 8,5 x 4,5 – 6,5 μm, de subglobosos a curto elipsoides ou elipsoides, com
ornamentação do tipo XI (com os cilíndricos embebidos na parede e levemente projetando-se além
do epispório), fortemente punctados, com pontuações mais escuras que o epispório. Basídios com
15 – 30 x 6 – 8,5 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios deixando o bordo
heteromorfo, com 23 – 40 x 7 – 11 μm, versiformes, maqs a maioria subcilíndricos a clavados ou
ventricosos, alguns com apêndices apicais, às vezes com apêndices lateriais ou centralmente
constritos, hialinos. Camada cortical do píleo uma cútis de hifas prostradas com elementos
terminais erguidos e com pileocistídios versiformes, com 18 – 50 x 4 – 10 μm, alguns com
projeções no ápice ou laterais, cilíndricos, curvados a geniculados ou furcados, hialinos. Fíbulas
presentes.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas em interior de floresta, isolados a
principalmente gregários. O material coletado no Brasil talvez seja uma variedade de C. luridus
segundo SINGER (1973).
Material examinado: Brasil, Pernambuco, Dois Irmãos, 5/06/1960, R. Singer, B 3064
(BAFC).
Píleo com até 9 mm de diâmetro, pálido amarronzado, higrófano, mais pálido quando
desidratado, estriado ou levemente pelúcido estriado, glabro, não víscido, convexo, dimidiado.
Lamelas amarronzadas, medianamente alargadas, próximas. Estipe muito pequeno, com 0,5 x 0,2
mm, branco, glabro, sublateral. Micélio basal branco. Contexto fino, imutável, branco. Esporos com
5,3-7 x 5-6,7 μm, globosos, no epispório méleo, acúleos amarronzado-méleos, em imersão com
ornamentação do tipo XI, sem depressão supra-hilar. Basídios com 24,5-26,8 x 8-9,3 μm,
tetrasporados, hialinos, poucos apresentam-se pálido amarronzados, base sem fíbula. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios deixando o bordo heteromorfo, com 20-30 x 8,5-12 μm, clavados,
hialinos, poucos pálido-amarronzados. Estrato gelatinoso não formado, hifas de paredes finas, sem
fíbulas. Trama himenoforal regular, hialina. Hifas oleíferas com 2,7-6,7 μm de diâmetro. Camada
cortical do píleo com hifas lisas, prostradas pouco diferenciadas, com 2 – 6,7 μm de diâmetro,
hialinas; dermatocistídios na margem do píleo numerosos, mais esparsos no restante, com 20-54 x
5-9,5 μm, eretos, poucos prostrados ou ascendentes, clavados, hialinos, de paredes finas.
Crescem em madeira de dicotiledôneas, em floresta, solitários.
Material examinado: BRASIL. Amazonas, Igarapé do Tarumazinho, 12/03/1980, Singer B
12019 (INPA).
Píleo branco, seríceo-piloso a parcialmente lanoso, liso, seco, não higrófano, inicialmente
globoso a subgloboso e então convexo, obtuso, não umbilicado, com até 3 mm de diâmetro.
Lamelas brancas, distantes, estreitas, a maioria de bordo fimbriado. Estipe central nos exemplares
mais jovens ficando sublateral em exemplares adultos, preso no lado inferior do píleo, branco, algo
pubescente a glabrescente, curvado, igual ou atenuado em direção à base, com 2 – 4 x 1,2 – 1,5 mm.
Micélio basal branco. Contexto fino, inodoro. Esporos com 7,5-9,5(-10,3) x 4,2-5,5(-6) μm,
elipsoides ou ovoides, punctados, de parede heterogênea, ocráceo-amarronzados, inamiloides.
Basídios com 19-27 x 8-10,7 μm, 2-3-4-sporados, a maioria tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios versiformes, com 24-58 x 4,5-6,5 μm, deixando o bordo heteromorfo,
frequentemente ampuláceos ou subulados a utriformes, não agudos mas frequentemente no ápice
nodulosos ou lobados a furcados ou capitados a geniculados, de paredes finas e hialinas. Hifas não
gelatinizadas, fibuladas. Camada cortical do píleo com fascículos hifálicos ascendentes, com células
terminais hifosas, com cerca de 120 x 3 μm, com dermatocistídios similares aos queilocistídios, mas
frequentemente menores ou maiores e apêndice mais largo, curto e obtuso. Dermatocistídios do
estipe com 20-37 x 5-9,8 μm, versiformes, frequentemente subulados ou utriformes a ampuláceos
(colo com 3-4,5 μm de diâmetro), de paredes finas e hialinas.
Crescem em troncos mortos de dicotiledôneas em floresta, densamente gregários.
Material examinado: BRASIL. Amazonas, 30 km N de Manaus, 18/01/1978, Singer B
10556 (INPA).
Píleo com até 1 cm de diâmetro, áureo ocráceo, pubescente, liso, conchado, convexo.
Lamelas pálido amareladas a cinamômeas com bordos brancos, largas, subdistantes, concorrentes a
um estipe rudimentar. Estipe subcentral no primórdio e na maturidade lateral, rudimentar, indistinto,
velutinoso. Esporos com 6,2 – 7,5 μm, globosos, com ornamentação do tipo XI (parecem lisos),
punctuados. Basídios com 20 – 25 x 6 – 7 μm, tetrasporados. Queilocistídios com 33-81 x 5,5 – 8,2
μm, subulados, com ápice estreito e subagudo ou filamentosos e com base algo alargada. Camada
cortical do píleo tricodermial paliçádica formada por elementos dematocistidioides com
prolongamentos hifoides amarelo-dourados, entremeados por alguns elementos esferocistidioides,
com 16 – 21 x 10 – 11 μm. Fíbulas presentes.
Crescem em ramos mortos.
Píleo com até 1 cm de diâmetro, marrom sangue a vermelho tijolo, liso, eventualmente com
margem sulcada, involuta quando jovem e plana quando maduro, de superfície finamente pustulada
sob lente, opaco, convexo a aplanado. Lamelas atenuado-subdecurrentes, pálido sórdidas a pálido
amareladas subpróximas. Estipe ausente ou se presente, excêntrico a lateral, cilíndrico ou alargando
na base, branco ou com zonas avermelhadas, muito curto, com micélio basal branco, estrigoso
tomentoso. Contexto branco aquoso. Odor nulo, sabro suave. Esporos com 6 – 6,6 x 4 – 4,4 μm,
elipsoides a amigdaliformes, com ornamentação do tipo XI, com pontuações mais amarronzadas
que o restante do esporo. Basídios com 15 – 21 x 5 – 7 μm, tetrasporados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios deixando o bordo heteromorfo, com 15 - 30 x 8 – 12 μm, ventricoso vesiculosos, de
parede fina e lisa, pálido ocráceos a estramíneos. Camada cortical do píleo formada por elementos
catenulados ou longo pedicelados ou dermatocistídios com 15 – 51 x 10 – 17 μm, vesiculosos a
largo-clavados, com parede superior algo irregular, amarelados a avermelhados. Fíbulas presentes.
Crescem em madeira morta em interior de floresta.
Material examinado: BRASIL. São Paulo, Serra da Cantareira, Reserva Florestal,
17/12/1964, R. Singerr, B 4098 (F).
Píleo com 1 – 1,7 cm de diâmetro, séssil ou com um ponto de fixação inconspícuo ou fixo
pela lateral ou pela superfície dorsal, de hemisférico a cupuloide ou ungulado, convexo a aplanado,
às vezes umbonado, de circular a flabeliforme, esbranquiçado a pálido amarelado, seco, levemente
higrófano, densamente fibriloso a viloso ou tomentoso, de margem incurvada e lisa a levemente
sulcada. Estipe rudimentar a ausente, com no máximo 1 mm de comprimento, branco, pruinoso a
glabro, usualmente com micélio basal branco. Lamelas livres a adnatas ao ponto lateral ou radiando
a partir do ponto de fixação dorsal, subpróximas a distantes, subventricosas, brancas a marrom
amareladas ou algo mais escuras. Contexto esbranquiçado, higrófano, imutável ao ser exposto. Odor
e sabor indistintos. Esporada ocrácea a pálido amarronzada. Esporos com 7–10 x 4,5–6,5 μm,
elipsoides a alongados, com uma leve depressão supra-hilar, levemente amigdaliformes em vista
lateral ou largo subfusiformes, levemente rugulosos, pálido amarelados em KOH, inamiloides, de
parede fina. Basídios com 20–35 x 7–9 (–10) μm , tetrasporados ou raro bisporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios com 35–80 x (3–) 4–7 (–8) μm, subcilíndricos a sublageniformes,
flexuosos, geralmente com constrições, de ápice arredondado ou levemente afinando, às vezes
irregulares ou com projeções bifurcadas. Trama himenoforal regular a subregular. Camada cortical
do píleo uma tricoderme com hifas cilíndricas de 3 – 10 μm de diâmetro, de paredes finas hialinas
ou pálido amareladas, não gelatinizadas, às vezes agrupadas. Fíbulas presentes.
Crescem em restos vegetais diversos. BANDALA & HORAK (2006) citam esta espécie para
o México com descrição completa e ilustrações.
Figura 275 - Crepidotus truncatus var. truncates: a- basidioma (vista abhimenial acima e himenial
abaixo); b- esporos; c- queilocistídios.
29- Crepidotus uber (Berk. & Curt.) Sacc., Figura 276
Syll. Fung. 5: 878. 1887.
Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, branco a amarelo fusco, flabeliforme a orbiculado
reniforme, lateralmente séssil, delicado, membranoso-carnoso, de superfície glabra, víscida, de
margem não involuta. Lamelas moderadamente próximas, largas, fusco-argiláceas a ferrugíneas.
Esporos com 6‐8 x 4,5‐5,5 μm, principalmente com 7 μm ou menos em comprimento, elipsoides, às
vezes levemente assimétricos, lisos, de parede dupla, grossa. Basídios com 28 ‐ 34 x 6 ‐ 7 μm,
tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 26 ‐ 35 x 4 ‐ 6 μm, calvados ou
obclavados, poucos, principalmente colapsados contra o bordo da lamela. Trama himenoforal
subregular, com hifas de 3‐5 μm de diâmetro. Contexto formado por hifas radialmente entrelaçadas,
aparecendo mais ou menos celulares em cortes tangenciais. Camada cortical do píleo e trama logo
abaixo mais ou menos uniformemente gelatinizada, mas sem estrato gelatinoso distinto na
superfície.
Crescem em madeira morta.
Material examinado: Rio Grande do Sul, Torres, Roça da Estância, Maria Salete Klein
Alves, 29/11/1986, 10656 (HCB).
O gênero é excluído das Crepidotaceae de acordo com AIME et al. (2005) e deve ser
agrupado em Strophariaceae. Enquanto se define a posição descreve-se aqui pelo menos a espécie
confirmada.
Pelo menos uma espécie ocorre no Brasil, sendo referida por PEGLER (1997): Tubaria
furfuracea (Pers.: Fr.) Gillet. ROSA & CAPELARI (2009) referem para Minas Gerais Tubaria cf.
dispersa (L.) Singer. O gênero é excluído das Crepidotaceae de acordo com AIME et al. (2005) e
deve ser agrupado em Strophariaceae. Enquanto se define a posição descreve-se aqui pelo menos
uma das espécies confirmadas. As seguintes espécies são de posição incerta:
- Tubaria embolus Fr. - RICK (1961): 401 (o tamanho dos esporos não combina com o descrito por
Fries para a espécie-tipo - deve pertencer a outro gênero).
- Tubaria substagnina Rick - SINGER (1953) não encontrou espécimes - é "nomen dubium").
1A.1 Camada cortical do píleo celular, com elementos curtos e largos .........E. tucuchense
1A.2 Camada cortical do píleo com hifas prostradas ou tricodermial a himeniforme, mas não celular
...................................................1B
1B.1 Píleo com até 6,2 cm de diâmetro, apresentando espinhos rasos e piramidais arranjados em
linhas concêntricas .................................. E. wednae
1B.2 Píleo com diâmetro como acima ou diferente, sem espinhos arranjados
concentricamente ......................................................1B’
1B’.1 Píleo azul (às vezes ficando esverdeado com o envelhecimento ou se machucado); estipe
central ou excêntrico a lateral (neste caso nem sempre píleo azulado) ......................................1C
1B”.2 Píleo de outras cores; estipe central ..............................2G
1D. Píleo gigante, com até 8 cm de diâmetro, largo convexo, às vezes com um pequeno umbo;
lamelas adnatas a emarginadas, branco a rosadas; esporos com 7,5-9 x 6,5-8
μm. ................Entoloma bloxamii
1D.2 Píleo menor que 4 cm, versiforme; lamelas livres a adnatas ou decurrentes; esporos hetero- ou
isodiamétricos ...........................................................1E
2A.1 Píleo plano-convexo ou cônico com margem revoluta; queilocistídios piriformes a cilíndrico-
clavados......................... ............................................................ E. argyropellis (se píleo com até 2
cm de diâmetro, cinza ou cinza-azulado-claro e plano-convexo) ou E. sodale (se píleo com até 3,5
cm de diâmetro, azul escuro e cônico com margem revoluta)
2A.2 Píleo campanulado-irregular ou convexo, com o centro depresso ou apenas depresso a
umbilicado ou levemente umbonado; queilocistídios ausentes ou se presentes cilíndricos a clavados;
se píleo plano-convexo queilocistídios ausentes ........................................2B
2C.1 Píleo cinza azulado, quando jovem fibriloso-pubescente, mais evidente no centro, com a idade
glabrescente, translúcido-estriado ........................Entoloma infirmum
2C.2 Píleo azul escuro e pelo menos em algum estágio esquamuloso ..................2C’
2C’.1 Píleo esquamuloso, com as escamas mais evidentes nas estrias; esporos com 10-13,7 x 6,2-
8,7 μm ............................................ Leptonia acystidiata
2C’.2 Píleo com superfície inteira a esquamuloso-pruinosa quando jovem e, com a maturação
escamosa a craquelada no centro; esporos com 8,7-10 x 7,5-8,7
μm ....................... ..................................................................Leptonia atrocyanea
2D.1 Píleo com até 2,4 cm de diâmetro; camada cortical do píleo com hifas prostradas entremeada
por dermatocistídios em grupos que lembram um tricoderme ou himenioderme; esporos com 10-
12,5 × 7,5-8,7(-10) μm; queilocistídios clavados a cilíndricos, não septados; fíbulas
ausentes .......................... ..................................... E. serrulatum (se píleo com até 3,2 cm de
diâmetro, camada cortical tricodermial e fíbulas presentes então é Trichopilus fasciculatus) - (se
píleo com até 0,7 cm de diâmetro, camada cortical do píleo tricodermial paliçádica e fíbulas
ausentes é E. valllicutis)
2D.2 Camada cortical do píleo himeniforme, com elementos terminais fusoides, cilíndricos ou
obclavados em cadeias de 2 – 3 elementos; esporos 7,5 – 10 x 6,2 – 8,7 μm; queilocistídios
clavados a cilíndricos e às vezes septados; fíbulas presentes ..................... ...................................
Calliderma fibulatum (se queilocistídios cilíndrico-sinuosos e septados e esporos com 10-12 x 8-9
μm é E. underwoodii)
2E.1 Píleo ficando amarronzado com a idade; elementos da camada cortical do píleo clavados ou
lageniformes, com pigmento vacuolar azul-violáceo; esporos com 6,5–8,5 x 5,7–8,0
μm .................... Rhodophyllus callidermus
2E.2 Píleo ficando verde com a idade ou quando machucado; esporos como acima ou
maiores .........................................2F
2F.1 Superfície do píleo fica esverdeada apenas com a idade; esporos com 4 ângulos, com 6,2-10
μm ........................................................................... I. azureoviridis
2F.2 Superfície do píleo fica verde quando machucada; esporos com 3 ou 4 ângulos, com 8,7-12,5
μm ................................................................ I. virescens
2G.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, campanulado a cônico-papilado ou cônico- convexo,
branco marfim ou amarelo escuro; esporos cuboides a cuboide estelados .......... .....................E.
caribaeum (se branco e esporos com 12 – 17 x 11 – 15 μm) ou E. avilanum (se amarelo escuro e
esporos com 7,5 – 10,5 x 8 – 10 μm)
2G.2 Píleo com o diâmetro e forma como acima ou diferentes, se branco ou amarelado os esporos
não são cuboides ou são cuboides mas menores ................................... 2H
2H.1 Estipe formando pseudorriza ................................. E. radicatum (se píleo glabro a fibriloso)
ou E. wednae (se píleo apresentando círculos concêntricos de espinhos piramidais esbranquiçados)
2H.2 Estipe não formando pseudorriza ......................... 2I
2J’.1 Píleo com até 5,2 cm de diâmetro, marrom oliváceo; esporos subisodiamétricos com 6,5 – 7,5
μm ......... .................................E. perbrevisporum
2J’.2 Píleo com até 4,5 cm de diâmetro, marrom oliváceo a amarelo-oliváceo ou azul-esverdeado;
esporos heterodiamétricos ou com mais de 9 μm de comprimento ou esporos quadrados ou
cuboides ........................................2K
2K.1 Píleo com até 2 cm de diâmetro, campanulado, pálido amarelado oliváceo; lamelas adnato-
subdecurrentes; queilocistídios ausentes ................ E. antillance (se esporos com 9,5 – 10 μm,
isodiamétricos e pentagonais) ou E.incanum (se esporos com 10-12x 7-9 μm, heterodiamétricos,
apresentando seis a oito ângulos)
2K.1 Píleo com até mais de 2 cm de diâmetro, convexo a aplanado ou cônico, marrom-oliváceo ou
azul-esverdeado; lamelas adnexas; queilocistídios fusoides ou clavados ..............................2L
2L.1 Píleo convexo a aplanado, marrom oliváceo; queilo e pleurocistídios presentes, com 50 - 170 x
15 - 40 μm, esparsos ............ E. sparsicystis
2L.2 Píleo marrom-oliváceo; queilocistídios fusoides; queilo e pleurocistídios presentes, este com
com 35-90 x 7-18 μm; esporos heterodiamétricos ........ ..... E. siparianum
2M.1 Esporos com 12,5-16 x 14-17 μm, isodiamétricos, cuboides com projeções; queilocistídios
presentes, com 31-137 x 6,2-19 μm, cilíndricos a clavados..... E. tenuis
2M.2 Se esporos com mais de 12 μm estes são heterodiamétricos e não cuboides; queilocistídios
presentes ou não ..................................................2N
2N.1 Esporos sempre heterodiamétricos, alongados, com mais de 12 μm de comprimento;
superfície do píleo e/ou estipe pilosa, escamosa, furfurácea, pubescente a tomentoso-cotonosa; se
esporos menores então superfície pilear marrom a marrom com um leve tom avermelhado,
adpresso-fibriloso a escamoso-fibriloso ou escamoso no centro, às vezes translúcido-estriado,
margem involuta......................3
2N.2 Esporos iso- ou heterodiamétricos, menores que 12 μm de comprimento; superfície do píleo e
estipe em geral glabra ou pruinosa a fibrilosa ...............5
3.1 Superfície pilear marrom a marrom com um leve tom avermelhado; esporos com 8,7-10 x 6,2-
7,5 μm; queilocistídios capitados ................... Trichopilus porphyrophaeoideus
3.2 Píleo como acima ou diferente; esporos maiores que 12 μm ou queilocistídios não
capitados ............................................3A
4D.1 Píleo e estipe com pelos ferruginosos, densamente felpudo-esquamulosos; esporos 14,6 – 16 x
7,8 – 9 μm ...........................E. squamifolium (se não apresentar hifas infladas na hipoderme) ou
Pouzarella subinflata (se apresentar hifas infladas na hipoderme)
4D.2 Píleo e estipe furfuráceo a finamente esquamuloso, marrom acinzentado a marrom-escuro;
esporos 15 – 20 x 7,5 – 10 μm ......... E. dysthales
5.1 Píleo com até 1,6 cm de diâmetro, campanulado; estipe amarelado; lamelas arcuado
decurrentes, esporos isodiamétricos com 6 – 7 μm de diâmetro; queilocistídios
ausentes .. .......................................................E. cantharelluloides
5.2 Não combinando as características acima ......................................... 5A
5A.1 Píleo higrófano, estriado ou pelo menos transparentemente estriado. Hábito geralmente
micenoide raro clitociboides ou tricolomoides; esporos de iso- a heterodiamétricos ou
prismáticos ...................................6
5A.2 Píleo nunca higrófano, raro estriado. Hábito geralmente colibioide, raro tricolomoide; esporos
sempre heterodiamétricos ou se (sub-)isodiamétricos então píleo não
higrófano ...............................................................................12
6A.1 Píleo vermelho ou laranja avermelhado, com até 1,5 cm de diâmetro; esporos com até 10 μm e
com queilocistídios .................................... E. lycopersicum
6A.2 Píleo marrom ou bege-esbranquiçado a bege-amarronzado-pálido, marrom no centro; se píleo
alaranjado então esporos com mais de 10 μm de comprimento e queilocistídios com 30 – 100 x 6 –
12 μm; queilocistídios presentes ou ausentes .................................6B
8A.1 Queilocistídios e pleurocistídios presentes, estes com 35-100 x 8-20 μm, fusoides,
com pigmento vacuolar e/ou plasmático marrom em KOH ......E. conspicuocystidiosum (se píleo
convexo a aplanado, em solo) ou E. spineum (se píleo convexo e papilado, em madeira).
8A.2 Queilocistídios presentes ou ausentes; pleurocistídios ausentes .........................8B
8D.1 Píleo cônico-convexo papilado; esporos com 8,5 – 11 x 6 – 8 μm; com pigmento vacuolar nos
elementos da camada cortical do píleo ........... E. albo-serrulata = E. atripes
8D.2 Píleo plano-umobnado a convexo ou plano e eventualmente papilado; esporos como acima ou
menores; pigmento incrustando nas hifas da camada cortical do píleo, ou se intracelular, então
esporos com menos de 8,5 μm de comprimento ou hifas completamente
hialinas..................................................8E
8E.1 Píleo plano-umbonado; esporos com menos de 8,7 μm de comprimento; pigmentos
intracelulares nos elementos da camada cortical do píleo .........Nolanea brunneogriseola
8E.2 Píleo convexo ou plano e eventualmente papilado; esporos com mais de 8,7 – 12 μm de
comprimento; pigmentos incrustantes nos elementos da camada cortical do
píleo ...... ................................................................................................... Entoloma dissimile
11A.1 Píleo branco, com até 5 cm de diâmetro, convexo com centro depresso a umbilicado;
lamelas decurrentes ...............................E. clitocyboides
11A.2 Píleo pigmentado, com até 4 cm de diâmetro ou mais de 5 cm, convexo a campanulado ou
cônico campanulado a plano; lamelas livres, sinuadas a adnexas .....11B
11B.1 Píleo com até 1,5 cm de diâmetro; com pleuro e queilocistídios de 50 – 75 x 8 – 15 μm,
fusoides afinando para um pescoço longo e filiforme ........... E. murinoalbum
11B.2 Píleo como acima ou maior; sem pleurocistídios; queilocistídios presentes ou
ausentes ........................................11C
11C.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro; esporos com 8 – 10 x 6 -8 μm; queilocistídios
presentes .....................................E. fuscogrisella (se píleo com mais de 2,5 cm de diâmetro,
marrom e com as demais características então é E. pruinatocutis) (se píleo com até 1 cm de
diâmetro de colorido amarelado; queilocistídios clavados e lignícola é E. vitellinum)
11C.2 Píleo com mais de 3 cm de diâmetro; esporos como acima ou menores; queilocistídios
ausentes ...................................11D
11D.1 Píleo com até 4 cm de diâmetro; esporos com 6,5 – 8,5 μm; camada cortical do píleo do tipo
cutis com transição para tricoderme .........................................E. pampeanum
11D.2 Píleo com até 9 cm de diâmetro; esporos com 8,7 – 10 μm; camada cortical somente do tipo
cutis, com poucos elementos anticlinais ................................... Entoloma pulchrum
12.1 Píleo de colorido forte, brilhante, incluindo laranja escuro, marrom, violáceo ou
preto ................................................................................................ 13
12.2 Píleo de coloração pálida, branco, rosa ou amarelado a marrom-claro, ou tons entre estas
cores ...............................................................................16
13.1 Píleo distintamente violáceo; estipe azul; fíbulas presentes .............E. dichroum
13.2 Píleo marrom a preto; estipe verde a verde amarelado, branco a violáceo (mas então etipe não
azul) ou outros tons; fíbulas presentes ou ausentes .............. 15
15.1 Píleo campanulado, rachando para tornar-se rimoso, marrom escuro; estipe pálido
amarronzado; queilocistídios presentes; fíbulas ausentes ................................ E. rimosum
15.2 Píleo campanulado a convexo ou cônico, às vezes ficando aplanado ou depresso no centro ou
cônico- papilado ou cônico, amarelado, alaranjado escuro a amarronzado ou preto, não rimoso, às
vezes sulcado; estipe branco a acinzentado, amarelado, alaranjado marrom ou violáceo;
queilocistídios ausentes ou presentes; fíbulas presentes ou ausentes ...............15A
15H.1 Píleo pulverulento a subvelutinoso, mas não sulcado; lamelas sinuadas a adnatas; estipe
marrom acinzentado a bege, com base às vezes esbranquiçada mas metade apical amarronzada;
camada cortical do píleo com 3 – 4 elementos, o último de clavado a
fusoide ...................................... Calliderma pruinatocutis
15H.2 Píleo estriado sulcado até quase o disco, desprendendo pequenas esquâmulas; lamelas
adnexas; estipe marrom escuro coberto por fibrilas negras; camada cortical do píleo formada por 2
– 3 elementos clavados em cadeia ........................ ................................... E. tucuchense
16.1 Píleo cônico-campanulado, com papila; esporos com 10 – 13,5 x 7,0- 9,5 μm; queilocistídios
ausentes ................................E. stylophorum
16.2 Píleo quando maduro convexo, convexo-plano, convexo-umbonado, plano a depresso ou
ciatiforme; esporos menores que 12 μm; queilocistídios presentes .....................17
17.1 Píleo com até 2 cm de diâmetro, quando maduro plano a levemente côncavo, marrom pálido
na margem e marrom escuro a quase preto no disco central; pleurocistídios e queilocistídios
presentes, fusoides a ventricoso-fusoides com pescoço longo
subcapitado ... .......................................................................... Leptonia paranapiacabensis
17.2 Píleo em geral com mais de 2 cm de diâmetro ou, se até 2 cm, então branco, branco-amarelado
a creme-esbranquiçado, ou com centro levemente amarelado-amarronzado; pleurocistídios
ausentes; queilocistídios se presentes não capitados .....................18
18A.1 Camada cortical do píleo formada por um tricoderme ou com hifas prostradas com
conjuntos de pileocistídios, com pigmento intracelular marrom; esporos isodiamétricos a
subisodiamétricos ..................................... ................................ 18B
18A.2 Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas; esporos iso ou
heterodiamétricos ......................................19
18C.1 Píleo marrom amarelado com lamelas alaranjadas; queilocistídios clavados, não septados
........ Paraleptonia subtropica
18C.2 Píleo creme a bege ou amarronzado a marrom acinzentado e lamelas brancas ficando rosadas
com o amadurecimento; quelocistídios clavados ou não, septados ou não ........19
19.1 Píleo com até 2,5 cm de diâmetro, creme a bege ou amarronzado; queilocistídios clavados a
cilíndrico-clavados, raramente irregulares mas não multisseptados ............ ..............Leptonia
fragilis (= Entoloma trinitense) ou E. spadix (se queilocistídios ausentes)
19.2 Píleo com até 6 cm de diâmetro, marrom acinzentado pálido; queilocistídios cilindricos a
clavados, multisseptados ................ E. spadiceum
20.1 Píleo esbranquiçado a levemente rosado; pleurocistídios ausentes ............. E. dennisii (se
esporos com 6.2-7,5 μm e com 4 ângulos) ou Alboleptonnia sericella ( se esporos com 5-6 ângulos
em perfil, com 10-12,5 × 8,7-11,25 μm)
20.2 Píleo amarronzado; pleurocistídios presentes ...........................................21
21.1 Píleo campanulado a depresso, bege a marrom, com superfície fibriloso-escamosa; esporos não
cuboides .......................................................E. cystidiophorum
21.2 Píleo cônico, marrom amarelado a marrom, subvelutinoso a pruinoso; esporos
cuboides ..............................................................E. flavotinctus
22.1 Píleo depresso a ciatiforme, levemente estriado; queilocistídios com 40 - 60 x 14 - 20 μm,
inflado-clavados a vesiculosos ou raro cilíndricos..................... E. cyathiforme
22.1 Píleo convexo a plano ou apenas levemente depresso, liso ou sulcado; queilocistídios em geral
cilíndricos, clavados a fusoides ...........23
23.1 Píleo plano a levemente depresso, sulcado; queilocistídios com 16-43 x 10-17 μm, clavados a
globoso-clavados, às vezes fusoides........................... E. sulcatum
23.2 Píleo plano-convexo com depressão central, não sulcado; queilocistídios com 47–72 × 9–17
μm, cilíndricos a clavados ..................................Entoloma aripoana
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE ENTOLOMA MAIS ENCONTRADAS:
Píleo com 10-20 mm de diâmetro, frágil, cônico convexo com uma pequena papila,
superfície higrófana, marrom, mais escuro no centro, translúcido estriado quando úmido. Lamelas
adnexas a adnatas, pálido rosadas, ventricosas, subdistantes, até 2-3 lamelas por mm, com
lamélulas de três tamanhos. Estipe com 20-40 x 1-1,5 mm de diâmetro, filiforme, cilíndrico, fístulo,
marrom pálido a marrom escuro, glabro, com base branco lanosa. Contexto membranoso, marrom.
Esporos com 8,5 - 11,5 x 6 – 8 μm, heterodiamétricos, ovados, angulosos, com facetas planas e base
simples, rosados. Basídios 30-40 x 10-11 μm, clavados, tetrasterigmatados. Queilocistídios
ausentes. Camada sub-himenial delgada. Trama himenoforal regular, hialina, de hifas infladas, 3-10
μm de diâmetro. Camada cortical do píleo pouco diferenciada, formada por hifas delgadas (3-7 μm
diâmetro), prostradas, com pigmento vacuolar. Contexto com hifas infladas, 3-15 μm de diâmetro.
Fíbulas ausentes.
Crescendo solitária em solo, no interior de mata nativa.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Pareci, Rick, 33915,1918.
Píleo com 5-8 cm de diâmetro, plano-convexo com pequeno umbo, com superfície branca,
higrófana, estriada, com margem translúcido-estriada. Lamelas adnato-sinuadas, brancas a
castanho-claro-rosadas, com lamélulas de dois comprimentos; margem irregular. Estipe 5 – 6 x 0,5-
0,8 mm de diâmetro, cilíndrico, sólido a fistuloso, branco, glabro, logitudinalmente estriado.
Contexto com 3 mm de espessura. Esporada rosada. Esporos heterodiamétricos, depressos em uma
das faces, 8-10 µm de diâmetro. Basídios clavados, 30- 40 x 8-10 µm, tetrasporados. Cistídios
ausentes. Trama himenoforal regular com hifas hialinas, sem fíbulas, 3-17 µm de diâmetro. Camada
cortical do píleo formada por hifas aglutinadas.
Ocorre solitário ou em pequenos grupos.
Material examinado: BRASIL. MATO GROSSO DO SUL: Rio Negro, Pantanal do Rio
Negro, 19º30'11,4"S e 55º36'32,8"W, em gramado, isolado ou em pequenos grupos, 24-VI-2006,
V.L.R. Bononi et al. s.n. (SP381535).
Píleo com até 5,5 cm de diâmetro, convexo no início mas ficando aplanado com centro
plano a depresso, margem incurvada, centro marom-fusco (M & P : 7 H 6, 10; 7 L 9), laranja-rosado
(M & P: 4 F 10, 11; 5 F 9, 11) em direção à margem, seco, tomentoso, cutícula fragmentando-se,
especialmente em volta do centro, não higrófano, não estriado. Lamelas adnatas, próximas,
ventricosas, pálido argiláceas com tonalidade rosada, de bordo concolor, frequentemente crenulado.
Estipe com 5 - 6 x 0,5 - 1 cm, cilíndrico, igual ou levemente clavado em direção à base,
esbranquiçado, seco, glabro, com micélio basal branco, sólido. Contexto branco. Odor e sabor não
distinto. Esporos com 10-12 x 6-7,5 μm, com 6 – 7 ângulos. Basídios com 40-60 x 10 - 12 μm,
tetrasporados. Frequentemente com pseudocistídios hialinos (4 -10 μm de diâmetro). Camada
cortical do píleo formada por uma paliçada de hifas eretas com 8 – 15 μm de diâmetro, com
pigmento plasmático marrom em KOH. Hifas oleíferas presentes. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo entre serrapilhira.
Figura 285 – Entoloma cyathiforme: a- basidiomas; b- esporos; c- camada cortical do píleo com
hifas oleíferas; d- basídios; e- queilocistídios.
7- Entoloma dichroum (Persoon ex Fries) Kummer, Figura 286
Fuhr. Pilzk.: 97.1871.
Píleo com 1,5 – 2,7 cm de diâmetro, convexo, frequentemente com depressão no centro,
superfície marrom pálido a amarelado, sulcado, translúcido estriado; margem levemente recurvada.
Lamelas adnatas, rosa pálido, distantes (3 por mm), com lamélulas de dois tamanhos. Estipe de 20 -
30 mm de comprimento, 15 - 20 mm de diâmetro, cilíndrico; superfície branca, finamente pruinosa,
longitudinalmente estriada. Esporos heterodiamétricos, com 5 - 7 ângulos, com 9-11,6 x 6-8 μm.
Basídio com 27- 32 x 8-10 μm, clavados, bi a tetrasterigmatado. Cistídios ausentes. Trama
himenoforal regular com hifas hialinas. Camada cortical do píleo formando uma cutis de hifas
prostradas, com 5-11 μm de diâmetro, com pigmento marrom plasmático, parietal. Fíbulas
ausentes.
Crescem em solo em interior de mata.
O material de Dennis citado para a Venezuela foi encontrado a 2400 metros de altitude.
PEGLER (1983) cita Leptonia guatopoana para as Antilhas ocorrendo a uma altitude de 400 e 800
metros. Em nossas coletas, a maior altitude em que encontramos a espécie foi 200 metros do nível
do mar. HORAK (1977) refere que a mesma pode crescer tanto em solo como em madeira em
decomposição, o que é corroborado por PEGLER (1983). Nosso material foi coletado somente em
solo.
Material examinado: Brasil: Rio Grande do Sul: Torres, Roça da Estância, 16/01/87,
Maria Salete, 14387 (HCB). Rio Pardo, Propriedade do Sr. Alceu Lopes, 06/01/1996, Marisa
Putzke, 16586 (HCB). Roraima, 212079 (Instituto de Botânica de São Paulo).
Píleo com 1,5 – 2,5 cm de diâmetro, convexo com o centro umbilicado, castanho
esverdeado, brilhante, com o centro escuro quando jovem e pálido quando seco, subfibriloso a
velutíneo; margem estriada; submembranáceo. Contexto verde. Lamelas adnexas com dente
decurrente, inicialmente pálidas a verde pálidas, tornando-se rosadas com a maturidade,
subdistantes. Estipe 3-5 x 0,2-0,3 cm, cilíndrico, com a parte inferior verde-pálida a esbranquiçada
e superior verde amarelada, glabro, seco, oco, isolado ou cespitoso. Esporos 10-12x 7-9 μm, com
seis a oito ângulos. Basídios 35-45 x 10-13 μm, tetrasterigmados. Cistídios ausentes. Camada
cortical formada em cutis de hifas prostradas a levemente erguidas com pigmento plasmático
marrom-pardo, 4,5-9 μm diâmetro. Fíbulas ausentes. Em floresta, entre Gramíneas.
Pela pigmentação esverdeada do basidioma, ausência de cistídios e característica dos
esporos, a espécie facilmente se diferencia das demais. Entoloma necopinatum Horak, citada para o
Chile, é próxima, diferenciando-se facilmente se observados os caracteres microscópicos,
especialmente o tamanho dos esporos (Horak, 1977). HORAK (1982) cita, para o Brasil, duas
espécies de Entoloma com pigmento oliváceo, mas ambas tem esporos pentagonais,
subisodiamétricos e menores. Segundo SINGER (1986), a espécie pertence ao subgênero Leptonia,
seção Paludocybe.
Material examinado: Rio Grande do Sul: São Salvador, 1942, número13896 (PACA).
Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, cônico nos primórdios mas logo ficando expandido a
aplanado, de margem sulcada, vermelho alaranjado a vermelho tomate (M & P: 3G 12 - 3 1 12), cor
perdida com a desidratação ou envelhecimento, higrófano, seco e glabro. Lamelas adnexas a
adnatas, distantes, concolores ao píleo, mas com bordos amarelados, inteiros e liberando gotas
resinosas. Estipe com até 3 x 0,15 cm, cilíndrico, igual, concolor ao píleo, com micélio basal
esbranquiçado, seco, liso, sólido. Contexto fino, avermelhado. Esporos com 6 – 10 μm,
isodiamétricos e cuboides, hialinos. Basídios com 50 – 65 x 9 – 12 μm, tetrasporados.
Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 35 – 90 x 10 – 22 μm, clavados a subfusoides, de
parede fina, hialinos, ocasionalmente com pigmento plasmático amarelado em KOH. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas com 6 – 10 μm de diâmetro, pouco diferenciadas,
com pigmento plasmático amarelado e hifas oleíferas numerosas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo, entre folhas e em madeira morta.
Material examinado – Brasil, Manaus, Res. Ducke (25 km N de Manaus), 28/06/ 1978, leg.
FEEIRE, Singer, 81188 (INPA).
Píleo com até 1,9 cm de diâmetro, cinza escuro, cônico a levemente umbonado até plano,
seco, algo estriado, sendo que no centro eventualmente ocorrem rachaduras expondo o contexto,
com bordas revolutas na maturidade. Contexto branco. Lamelas adnexas, branco rosadas,
tornando-se cinza rosadas na maturidade, distantes, 3 a 4 por mm, bordo plano, com lamélulas.
Estipe com 40 - 52 x 1 - 1,5 mm , cinza escuro até negro, com preenchimento branco. Micélio
cotonoso na base. Esporada rosa pálido. Esporos com 10-11,8 (13) x 6,6-8,3(10) μm,
heterodiamétricos, parede espessa, com até duas constrições. Basídios clavados, com 30-50 x 10-
12μm, com 2-4 esporos. Cistídios ausentes. Pigmento incrustado na parede das hifas. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo formada de hifas prostradas. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo rico em húmus no interior de mata.
RICK (1938; 1961) cita Nolanea papillata Bresadola para São Leopoldo - RS. Em revisão
do material existente na coleção de Rick, constatamos tratar-se realmente desta espécie. SINGER
(1953) revisando o material, afirma não ter localizado a exsicata de Rick. DENNIS (1953)
identificou uma espécie de Trinidad como Entoloma papillatum (Bresadola) Dennis, no entanto
HORAK (1977) e PEGLER (1983), afirmam que esta não é coespecífica com a espécie de
Bresadola, pelo tamanho dos esporos e do basidioma. PEGLER (1983) identificou-a como
Nolanea pseudopapillata Pegler. Revisou-se material do Instituto de Botânica de São Paulo
registrado como E. pseudopapillata Pegler, mas nossos espécimes não são conspecíficos.
Material examinado: Rio Grande do Sul: São Leopoldo, 1930, Rick, 14112 (PACA).
Canela, fevereiro 1992, Marisa Putzke e Sobestianski, 16465 (HCB).Venâncio Aires, junto ao trevo
de entrada , 28/03/1985, Pereira, Pilz e Moura, 16470 (HCB) e 14/01/1996, Sulzbacher,
Spielmamm, Jair e Marisa Putzke, 16581(HUNIC). Santa Cruz do Sul, Propriedade do Sulzbacher,
08/04/1996, 16583 (HCB). Rio Pardo, Propriedade do Sr. Alceu Lopes, 06/01/1996, 16584 (HCB).
Píleo de 1-2,5 cm de diâmetro, convexo a cônico com papila, rugoso no ápice, superfície
seca, membranosa, marrom pálido, mais escuro quando úmido, translúcido estriado até a margem.
Contexto marrom pálido, com 2 mm de espessura no centro. Lamelas livres a adnexas, cinza
rosadas, ventricosas, subdistantes, com 2-3 lamelas por mm. Estipe com 40- 65 x 1,5 - 3 mm,
cilíndrico, oco, superfície concolor com o píleo ou mais pálido, seco, base coberta com micélio
branco. Odor e gosto não característicos (refere-se a presença de odor forte). Esporada rosada.
Esporos com 7,5 - 9 x 6,5 – 8 μm, isodiamétrico-angulosos, com facetas planas, rosados. Basídios
com 30 - 37 x 10 – 13 μm, clavados, tetrasterigmados. Cistídios ausentes. Trama himenoforal
regular, hialina a marrom pálida, com hifas infladas, com 4-16 μm de diâmetro. Camada cortical
formada por um arranjo radial de hifas, com 5-12 μm de diâmetro, com pigmento marrom
amarelado incrustado e vacuolar.
Cresce em solo arenoso, com pouco material orgânico, em interior de mata secundária.
De acordo com HORAK (1977), em campo, esta espécie pode ser confundida com E.
papillatum Bres., pois cresce em habitat similar. Segundo este autor a espécie é largamente
distribuída nas florestas de Nothofagus do Chile e Argentina e apresenta odor e gosto desagradável,
com cheiro desagradável. Em nossas coletas não constatamos a presença de cheiro e gosto
desagradável. Segundo PEGLER (1983) tem esporos isodiamétricos e pode ser encontrada em
locais secos e arenosos, em florestas xerofíticas, mas o mesmo não faz referência a odor e gosto.
Material examinado: Rio Grande do Sul: Santa Cruz do Sul, Parque da Gruta, Chirley &
Neusa, 20/07/1985, 10212 (HCB). Gramado Xavier, Fazenda São Roque, Marisa Putzke,
18/07/1995,16189 (HCB). Vera Cruz, Linha Número Um, Marisa Putzke, 02/06/1996, 16489
(HCB).
Píleo com 2-3 cm de diâmetro, cônico campanulado com um umbo pontudo, de superfície
higrófana, marrom escuro a negro, sedoso estriado. Contexto branco. Lamelas adnexas,
ascendentes. Estipe com até 9 x 0,4-1 cm de diâmetro, cilíndrico, oco, superfície concolor com o
píleo, longitudinalmente estriado. Esporada rosada. Gosto e odor suave. Esporos com 10-13 x 10-
12,5 μm, isodiamétricos angulosos, prismáticos com facetas depressas e planas, parede grossa,
rosados. Basídios com 30-45 x 10-14 μm, oblongo-clavado, formando 2-4 esterigmas. Cistídios
ausentes. Contexto com hifas infladas 2-25 μm de diâmetro. Camada sub-himenial
pseudoparenquimatosa. Trama himenoforal regular, hialina, hifas paralelas. Camada cortical do
píleo uma epícutis, hifas com 6-15 μm diâmetro, com pigmento parietal. Fíbulas presentes, na
camada cortical.
Crescem em solo, rico em húmus no interior de mata.
Os esporos caracteristicamente prismáticos e o tamanho e forma do píleo caracterizam esta
espécie. Sendo facilmente distinguível das demais espécies estudadas. HORAK (1977) cita
Entoloma hesleri para os USA e afirma ser a mesma próxima de E. pinnum, diferenciando-se desta
pela coloração e tamanho dos basidiomas. PEGLER (1983), refere para a América Central Nolanea
caribaea com esporos prismáticos, mas esta se diferencia de E. pinnum por apresentar
queilocistídios e basidioma menores. Segundo HORAK (1977) Entoloma pinnum tem pigmento
somente incrustado, porém nosso exemplar apresentava pigmento parietal, o que, possivelmente
indique uma outra variedade. RICK (1938) cita uma espécie com esporos quadrados, Nolanea
pascua, mas o material não foi encontrado no Herbário PACA. Uma exsicata do Herbário URM,
identificada como Entoloma sp, foi determinada como Entoloma pinnum.
Material examinado: Brasil: Rio Grande do Sul, São Francisco de Paula, Lotemento
Colinas, 14/10/1986, Marlene, 13711 (HCB). Nova Petrópolis, fevereiro de 1992, Sobestianskii,
16475 (HCB). Sinimbu, Propriedade do Sr. Frantz, 01/09/1995, Marisa Putzke, 16486(HCB).
Pernambuco: Recife, 877 (IMUR).
Píleo com 0,8 – 3,5 cm de diâmetro, hemisférico a campanulado ou convexo ficando cônico
a plano e com centro depresso, papilado ou não, de amarronzado a quase negro, um pouco mais
pálido com o amadurecimento ficando marrom acinzentado, pruinoso a fibriloso ou esquamuloso,
mas glabrescente, não translúcido-estriado, não higrófano. Lamelas adnexas, sinuadas a
decurrentes, brancas a rosadas, ventricosas, subdistantes. Estipe 2-6 x 0,1 – 0,5 cm, cilíndrico ou
afinando para o ápice, marrom acinzentado eventualmente com alguma tonalidade azulada, com
base mais clara até quase branca, fibroso, fibriloso ou não, oco. Esporos 10-12,5 x 6,2-8,7 μm,
heterodiamétricos, algo pigmentados ao microscópio, de parede fina. Basídios com 26-50 x 8,7-11
μm, em geral bi ou trisporados, raro tetrasporados. Queilocistídios deixando a borda estéril, com 20-
110 x 8,7-13,7 μm, cilíndricos, leve a fortemente clavados, hialinos ou com pigmento intracelular
amarelo-palha a amarronzado, parede fina, frequentemente ramificadas. Trama himenoforal regular.
Camada cortical do píleo com hifas prostradas, pouco diferenciadas, com grupos de pileocistídios
clavados a cilíndricas com pigmento intracelular marrom ou hialinos, que dão a impressão de
formar uma tricoderme. Fíbulas ausentes
Crescem em solo, isolados ou agrupados, às vezes em locais muito umidos.
Píleo com até 1 cm de diâmetro, cônico a convexo, não expandido, margem inteira, plana,
superfície mélea coberta com longos pelos frouxamente dispostos, ferruginoso-fulvos. Lamelas
ventricosas, distantes, adnatas, pálido-rosado-acastanhadas. Estipe 40 mm de comprimento, 1,5mm
de diâmetro, cilíndrico, pouco alargado na base, pálido, com pelos ferruginosos conspícuos e
similares aos do píleo, ápice tornando-se subglabro com a maturidade. Gosto e odor desconhecidos.
Esporos com 14,6 - 16,2 x 7,8 - 9,2 μm, com 6 - 8 ângulos, marrom-pálidos em KOH; basídios com
45 - 63 x 15 - 20 μm, com 2 - 4 esporos, clavados, com parede delgada, marrom. Queilocistídios
com 45 - 70 x 15 - 25 μm, largo-clavados a subfusiformes, com parede marrom, levemente
engrossada.
Cresce em solo junto a Pteridófitas, no interior de mata. O material de Rick foi coletado
sobre Pteridófita.
Esta espécie foi citada para o Rio Grande do Sul por SINGER (1953) baseado na exsicata
identificada por RICK (1919) como Inocybe megalospora Rick. De acordo com MAZZER (1976)
esta espécie é próxima de Pouzarella fulvolanata, da qual pode ser dintinguida pela cor ferrugínea
dos pelos do píleo e estipe. Esta característica associada ao tamanho dos esporos e tipo de pelos
diferencia esta de Entoloma dysthales.
Material examinado: Rio Grande do Sul, Sinimbu, Prainha, 26/06/93, Marisa e Jair Putzke,
16407 (HCB). Lajeado, Propriedade do Sr. Ito, Marisa Putzke, 2/07/1995, 16485(HCB).
Píleo com 0,5 – 1,7 cm de diâmetro, no início convexo papilado e com a maturidade ficando
aplanado a levemente depresso, branco-amarelado a creme-esbranquiçado, com centro levemente
amarelado-amarronzado, glabrescente, de margem sulcada e translúcido-estriada, não higrófano.
Lamelas adnexas a adnatas ou curto-decurrentes, brancas a creme-pálidas, de bordo irregular. Estipe
com 2,3 x 0,3 cm, cilíndrico, concolor com a superfície do píleo, liso. Esporos 8,7-11 x 7,5-8,7
μm, heterodiamétricos, inamiloides, de parede lisa e fina. Basídios com 22-37 x 8,7-12,5 μm,
clavados a cilíndrico-clavados, bi, tri e tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
abundantes, com 16-43 x 10-17 μm, clavados a globoso-clavados, às vezes fusoides, hialinos,
parede fina. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas,
pouco diferenciadas. Fíbulas ausentes.
KARSTEDT (2010) cita a ocorrência de caulocistídios clavados, clavado-ventricosos a
irregulares na metade apical.
Píleo com até 5 cm de diâmetro, campanulado convexo mas expandindo até ficar plano-
convexo, marrom escuro, estriado plicado a craqueada, de margem inteira. Lamelas adnexas,
distantes, pálido amarronzadas. Estipe com 4 – 5 x 0,2 – 0,4 cm, cinza a marrom escuro, pruinoso a
fibriloso no ápice, oco. Esporos com 9-11 x 7 - 9 μm, isodiamétricos, com 5 – 6 ângulos, hialinos.
Basídios com 35 - 45 x 8 - 10 μm, tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes. Caulocistídios
presentes, 40 – 50 x 6 – 8 μm, cilíndricos. Camada cortical do píleo celular, com células clavadas a
ovoides, com 20 – 55 x 20 – 30 μm, de parede fina, com pigmento vacuolar ou plasmático
amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem solitários em húmus.
4.1 Camada cortical do píleo com hifas apresentando incrustações marrom escuras
...................... ................................ C. incrustatus
4.2 Camada cortical do píleo formada por hifas sem incrustações fuligíneas, mas apresentando-se
hialinas a amarronzadas .... ......................... 5
Píleo com até 1,5 cm de diâmetro, séssil ou com estipe muito curto (1-3 mm), esbranquiçado
a acinzentado, piloso, de margem ondulada. Lamelas esbranquiçadas a acinzentadas, adnatas
(quando apresenta estipe) ou radiando de um ponto excêntrico. Estipe quando presente piloso,
muito curto e lateral. Esporos com 7- 8 x 4,5 - 5,5 μm, ovoides, hialinos, apresentando estrias
longitudinais. Basídios tetrasporados com 14 – 20 x 6 – 7 μm. Camada cortical do píleo formada
por hifas eretas a semieretas, septadas, agudas, que deixam a aparência pilosa à superfície. Cristais
hialinos presentes na camada cortical do píleo e sem pigmento marrom incrustante. Fíbulas
ausentes.
Crescem em madeira morta.
Figura 305 – Clitopilus argentinus: a- basidioma; b- esporos (vista frontal em b’); c- elementos da
camada cortical do píleo.
2- Clitopilus hobsonii (Berk.) P. D. Orton, Figura 306
Trans. Brit. Mycol. Soc. 43: 174. 1960.
Píleo com 0,5 – 1 cm de diâmetro, marrom acinzentado, convexo e dimidiado a plano, fixo
lateralmente ao substrato, de margem sulcada ou subestriada, seca, fibrilosa, involuta. Lamelas
pálido creme a levemente acinzentadas, decurrentes, próximas. Estipe excêntrico a quase lateral
com o desenvolvimento do píleo, acinzentado, com 0,1- 0,2 x 0,1 cm, reduzido a ausente com a
idade. Esporos com 5 – 6,5 x 3 – 4 μm, elipsoides, com sulcos longitudinais rasos resultando em 8 a
10 facetas visíveis em vista frontal, fortemente cianófilos. Basídios com 16 – 25 x 7 – 8 μm,
clavados, tetrasporados. Cistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas, entrelaçadas, cobertas por incrustações grossas e amarronzadas a marrom
escuras, formando células terminais escassas e projetantes (eretas), hialinas, com 2,4 – 4 μm de
diâmetro. Fíbulas ausentes.
Crescem em pequenos fragmentos de galhos mortos em interior de floresta.
O píleo marrom acinzentado, hábito pleurotoide e hifas encrustadas da camada cortical
diferenciam a espécie. A variedade macrosporus Singer tem esporos com 6-9 x 4,5 – 6 μm.
Figura 309 – Clitopilus scyphoides: a- basidioma; b- esporos (um em vista frontal); c- elementos da
camada cortical do píleo.
3. RHODOCYBE R. Maire
Píleo rosa salmão. Esporos com 6 – 7 x 4 – 5 μm, ovoides a elipsoides, não amigdaliformes,
rugulosos, subhialinos, inamiloides. Basídios com 22 – 30 x 4 – 7 μm, tetrasporados. Cistídios do
tipo pseudocistídios com 35 – 60 x 4 – 7 μm, cilíndricos a sufusoides, com pigmento interno
amarelo-amarronzado em KOH, de parede fina. Subhimênio celular. Camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas de 2 – 5 μm de diâmetro, com grupos de pileocistídios inflados
incrustados com pigmento amarronzado. Fíbulas ausentes.
Crescem em solo humoso em floresta. R. tasmanica é similar mas difere pela coloração do
píleo e por ter esporos amigdaliformes. Rhodocybe caelata (Fr.) Maire tem esporos amigdaliformes.
Píleo com 2 – 4,2 cm de diâmetro, cor de mel (5C5), levemente ocráceo amarelado,
higrófano, não descolorindo, convexo a plano, opaco, glabro, de margem incurvada quando jovem
apenas, ondulada. Lamelas pálido amareladas, descolorindo para amarelo cinamômeo quando
machucadas, próximas, adnatas com dente decurrente. Estipe com 2,5 – 6,5 x 0,2 – 0,7 cm, central,
glabro, oco, às vezes achatado, mais escuro que o píleo, marrom-méleo, não descolorindo. Esporos
com 5,5 – 7 x 4,5 – 5,5 μm, subglobosos a obovoides, angulares em vista frontal, ondulado
pustulados, inamiloides, cianofílicos. Basídios com 20 – 30 x 5,5 – 6,5 μm, tetrasporados, clavados.
Queilocistídios e pleurocistídios similares, do tipo pseudocistídios, com 45 – 80 x 6,5 – 10 μm,
lanceolados a ventricosos ou lageniformes, de conteúdo ocáceo dourado, formados na trama.
Camada cortical do píleo de hifas prostradas, algumas incrustadas com pigmentos, amarelado-
douradas. Fíbulas ausentes.
Crescem de escassos a gregários em solo no interior de floresta.
Píleo com até 4,5 cm de diâmetro, marrom cinamômeo, convexo com disco depresso,
glabro, higrófano. Lamelas adnatas, próximas. Estipe com 50 – 60 x 0,8 – 1 cm, cilíndrico ou
afinando em direção à base, glabro. Esporada vermelho acinzentada. Esporos 5 – 6,5 x 4 – 5 μm,
subglobosos a curto elipsoides, angulosos em vista frontal, undulado-pustulados a rugulosos.
Basídios com 20 – 26 x 6,5 – 8 μm, tetrasporados. Cistídios de todos os tipos ausentes. Camada
cortical do píleo com hifas prostradas, finamente incrustadas apenas em algumas células terminais,
às vezes com pigmento marrom, com células curtas, com hifas de 2 – 8 μm de diâmetro. Fíbulas
ausentes.
A espécie foi citada como R. nitellina por PEGLER (1977) para a África de acordo com
BARONI (1999).
1. CAMAROPHYLLUS Kummer
Hábito clitociboide. Píleo pigmentado em tons de creme, esverdeado, ou violeta, porém nunca
brilhantemente colorido como Hygrocybe, de superfície lisa. Lamelas adnatas decurrentes. Estipe
central. Esporada branca. Esporos lisos, com parede homogênea e fina, frequentemente globosos,
hialinos, inamiloides, tipicamente uninucleados. Basídios normais. Cistídios usualmente ausentes.
Trama da lamela irregular, com hifas axialmente arranjadas. Camada cortical do píleo uma cutis,
formada por hifas prostradas ou às vezes uma tricoderme. Contexto carnoso, hifas com ou sem
fíbulas.
Crescendo sobre madeira ou solo, nunca formando micorriza.
Este gênero é tratado por LODGE et al. (2013) como sinonímia de Hygrophorus.
As seguintes espécies são referidas para o Brasil (as descritas estão em negrito):
*- Camarophyllus buccinulus (Speg.) Pegler (SP) - PEGLER (1983b): 48. (PR) – MEIJER
[2008 -erradamente identificado, é na verdade C. niveicolor ss. Meijer (2010)]. (SC) -
KARSTEDT & STURMER (2008).
*- Camarophyllus niveicolor (Murr.) Singer (SP) - PEGLER (1983b): 48. (PR) MEIJER (2010)
(SP) MEIJER (2016).
*- Camarophyllus paraiboensis Singer (PB) - SINGER (1977g): 278.
*- Camarophyllus pratensis (Pers.ex Fr.) Kummer - pode ser o que RICK (1961) referiu como
Hygrophorus pratensis Pers. (PR) – MEIJER (2008).
*- Camarophyllus subpratensis (Beeli) Heinem.- referida para São Paulo por BONONI et al.
(1984) mas não foi confirmada para a área por PEGLER (1997) na revisão deste material.
Camarophyllus virgineus (Fr.) Fr. pode ser o que RICK (1961) refere como Hygrophorus
virgineus Fr. ss. Rick, mas o material original necessita ser revisado.
2.1 Píleo com 1,0 - 2,5 cm diâmetro, convexo a levemente umbilicado, branco; odor adocicado;
esporos com 6 - 8 x 4,5 - 6,5 μm.......................... C. buccinulus
2.2 Píleo com 0,5 - 7 cm de diâmetro, convexo a umbonado; odor apimentado a muito fraco ou
nulo; esporos como acima ou maiores.............................3
3.1 Píleo com 0,5 - 2 cm diâmetro; esporos com 9 – 13,3 x 6,4 – 8,8 μm ....... C. niveicolor
3.2 Píleo com 2 - 7 cm de diâmetro; esporos como acima ou menores.........................4
5.1 Píleo plano com uma ampla depressão central, ocráceo a algo ocre-rosado, glabro e liso, de
margem involuta; lamelas profundamente decurrentes, arqueadas, ocre claras; esporos 8,4 – 9,6 x 6
– 7,4 μm, elipsoides a subglobosos .................................. C. subpratensis
5.2 Píleo obtuso ou convexo a expandido, largamente convexo a umbonado ou turbinado, amarelo a
alaranjado, mas ficando cinamômeo-amarelado a ocráceo-amarelado; lamelas decurrentes,
concolores ao píleo ou mais pálidas; esporos com 5,5-8 x 3,5 – 5 μm, elipsoides a subovoides ou
raro subglobosos .....................C. pratensis
DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DE CAMAROPHYLLUS ENCONTRADAS NO BRASIL:
Píleo com 1 - 2,5 cm de diâmetro, convexo com um pequeno umbigo, branco, seco. Lamelas
decurrentes, brancas, grossas, distantes. Estipe branco, afinando em direção a base, ondulado, seco,
fibroso, sólido a oco pelo menos na metade apical. Odor suave. Esporos com 6 -8 (-10) x 4,5 - 6,5
μm, subglobosos a largo elipsoides, inamiloides. Basídios com 67 - 75 x 9 – 10 μm, tetrasporados.
Trama da lamela irregular. Camada cortical do píleo de hifas prostradas radialmente arranjadas com
4 – 5 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem em solo. O diâmetro do píleo e o tamanho dos esporos são caracteres distintivos
desta espécie.
Material examinado: Brasil, SP, Mogi Guaçu, 29-30/I/1987, D.N. Pegler et al. DNP3913
(SP214416).
Píleo com 0,3 – 2 cm de diâmetro, convexo, branco, liso, glabro, de margem decurvada,
levemente irregular, seco. Lamelas decurrentes, brancas, levemente arcuadas, distantes. Estipe com
1 – 2,5 x 0,1 – 0,3 cm, branco, cilíndrico, glabro, carnoso, flexuoso, afinando em direção ao ápice.
Odor ausente ou a hortelã pimenta. Esporos com 9 – 13,3 x 6,4 – 8,8 μm, elipsoides a subglobosos,
inamiloides, hialinos e de parede fina. Basídios com 60 – 80 x 9 – 12 μm, tetrasporados. Trama
himenoforal irregular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas pouco diferenciadas.
Fíbulas presentes.
Crescem em solo. O píleo seco e o tamanho dos esporos diferenciam esta espécie.
Material examinado: Brasil, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, Tajuba em restinga alta
costeira, 25/IV/1985, M. Capelari MC366 (SP193852).
Píleo com 6 – 8 mm de diâmetro, cinza, não víscido, liso, opaco, convexo a subumbonado.
Lamelas branco cinzentas, secando pálido alutáceas, distantes a subdistantes, grossas, adnatas a
adnato decurrentes. Estipe branco acinzentado, branco na base, finamente apresso fibriloso no
ápice, sólido, com 10 - 15 x 1,5 mm. Esporos com 3,5 - 4 x 3 – 3,2 μm, subglobosos, alguns
levemente arredondado-angulares, hialinos, de parede fina, inamiloides mas alguns com grânulos
pseudoamiloides. Basídios com 18 - 31 x 4,5 -5 μm, clavados, tetrasporados. Cistídios himeniais
ausentes. Fíbulas ausentes, inamiloides ou com grânulos pseudoamiloides. Trama himenoforal
regular, com o mediostrato diferenciado do laterostrato. Camada cortical do píleo com hifas
prostradas.
Crescem em solo, no interior de floresta. O píleo muito pequeno, com camada cortical de
hifas prostradas não gelatinizadas e os esporos minúsculos diferenciam esta espécie.
Material examinado: Brasil, Paraíba, João Pessoa, R. Singer, 11/07/1960, BAFC (B 3334).
Píleo com 5 – 7 cm de diâmetro, plano com uma ampla depressão central, ocráceo a algo
ocre-rosado, glabro e liso, de margem involuta. Lamelas profundamente decurrentes, arqueadas,
ocre claro, subdistantes, com 0,6 mm de espessura, com venações até intervenoso na base, de bordo
plano e concolor aos lados. Estipe 4-5 x 0,5 – 1 cm, central, cilíndrico, concolor, mas mais claro que
a superfície do píleo, seco e glabro, liso. Esporos (7,4-) 8,4 – 9,6 x 6 – 7,4 (-8,7) μm, elipsoides a
subglobosos, lisos, inamiloides. Basídios com 47 – 52 x 10 -12 μm, terasporados. Cistídios não
formados. Trama do himenóforo irregular. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas
pouco diferenciadas. Fíbulas presentes nas hifas da trama.
Crescem solitários a agrupados em solo. Os esporos subglobosos são caráter distintivo, em
especial com relação a C. pratensis.
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
29/XI/1982, G. Guzmán et al. s.n. (SP177752).
Basidiomas pequenos. Píleo branco a pigmentado quando fresco, mas tornando-se negro
quando desidratado, subumbilicado a umbilicado. Lamelas adnatas a adnato-subdecurrentes,
subdistantes a distantes, engrossadas. Estipe oco, não inserto. Esporos relativamente grandes,
subglobosos, com espinhos agudos ou cilindros obtusos, parecendo estelados. Pseudocistídios
ausentes. Trama regular a bilateral, com mediostrato pigmentado e laterostrato hialino. Pigmento, se
presente, pricipalmente vacuolar.
Crescendo no solo.
LODGE et al. (2013) confirmam este gênero em Hygrophoraceae de acordo com a biologia
molecular.
Duas espécies ocorrem no Brasil (as descritas estão em negrito):
*- Hygroaster albellus Singer, citada por SINGER (1989) para a Amazônia. MEIJER (2008) -
PR.
*- Hygroaster nodulisporus (Dennis) Singer (MG) – ROSA & CAPELARI (2009). MEIJER
(2008) - PR.
Píleo com 2-2,8 mm de diâmetro, branco ou branco sujo, algo amarronzado quando
desidratado, glabro e liso, seco, convexo com centro levemente depresso-umbilicado. Lamelas
brancas, horizontais, distantes, engrossadas, adnatas. Estipe com 7-9 x 0,8 - 1,1 mm, branco,
quando seco algo amarronzado, glabro, estreitamente oco, subigual ou gradualmente afinando em
direção ao ápice, com micélio basal fibriloso, branco. Véu ausente. Contexto tênue, branco,
imutável, inodoro. Esporos com 10-14 x 9,5-13,5 μm (sem as ornamentações apresentam 8-8,5 x 6-
7,5 μm), globosos ou subglobosos, com 15-18 espinhos cônicos, agudos, 2-3,5 μm de altura, de
parede fina, hialinos, inamiloides, com apêndice hilar excêntrico, ± 2 x 0,9 μm. Basídios com 33-75
x 11-13 μm, tetrasporados, poucos 1-2-3-esporados também encontrados, sem fíbula na base.
Basidíolos estreito clavados. Pleuro e queilocistídios ausentes. Hifas do contexto filamentosas,
hialinas, de paredes finas, sem fíbulas. Hifas oleíferas numerosas, com 3-4,5 μm de diâmetro.
Trama himenoforal regular ou bilateral (do tipo Phylloporus), com hifas de 2-2,7 μm de diâmetro,
com extrato lateral pouco diferenciado. Camada cortical do píleo do tipo cutis de hifas prostradas
cerca de 3 μm de diâmetro, de paredes finas, lisas, hialinas, não gelatinizadas e sem
dermatocistídios. Superfície do estipe similar.
Crescem em terra argilosa e madeira, gregários. É uma espécie bem incomum para o gênero
pela ausência de pigmentos e pequeno tamanho do basidioma.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus, EMBRAPA, 3/04/1978,
Singer & Araujo B 10874 (INPA).
2.1 Píleo com até 9 cm diâmetro, cônico a agudamente umbonado; esporos 7 - 9 (-12) x 4 - 7
μm ................................... H. conica
2.2 Píleo com 1,5 - 3 cm diâmetro, agudamente cônico, não expandindo-se; esporos 7,5 - 9,5 x 6,5 -
8,0 μm .... H. conica var. brevispora (H. nigrescens var. brevispora é sinonímia).
3.1 Basidiomas apresentando pelo menos algum tom esverdeado ou completamente verdes e sem
queilocistídios.......................3’
3.2 Basidiomas sem tons esverdeados; queilocistídios presentes ou ausentes .....................4
3’.1 Basidiomas completamente verdes, não glutinosos nem viscosos; camada cortical do píleo
formada por hifas prostradas pouco diferenciadas.......... ...... H. viridis
3’.2 Somente partes do basidioma com colorido esverdeado, glutinosos ou não; camada cortical do
píleo formada por uma ixotricoderme ou tricoderme ........3”
3”.1 Lamelas verdes e píleo purpúreo a avermelhado com alguns tons esverdeados, não glutinosos
nem viscosos; camada cortical do píleo formada por uma tricoderme; esporos e basídios
dimórficos............................ H. prieta
3”.2 Píleo e lamelas amarelados com tonalidades esverdeadas e alaranjadas, ou verde claro a escuro
a verde-azulado; píleo e estipe muito glutinosos e viscosos; camada cortical do píleo formada por
uma ixotricoderme; esporos e basídios monomórficos ..................... .......................... H. psittacina
6.1 Píleo vermelho escarlate ou rosado a violáceo ou méleo fusco a ferruginoso, seco ou levemente
úmido; queilocistídios ausentes ......................................................................7
6.2 Píleo avermelhado a amarelo ou amarelo alaranjado, úmido a subvíscido; queilocistídios
presentes ..............................9
8’.1 Píleo largo cônico a campanulado, com umbo agudo a subpapilado, vermelho escarlate a
amarelo limão; estipe branco a branco amarelado ........ ..................... H. subflavida
8’.2 Píleo hemisférico a convexo e por fim aplanado a depresso, laranja-amarelado a laranja-
avermelhado a rosado; estipe rosado a alaranjado .. ....................................8”
8”.1 Píleo laranja-amarelado a laranja-avermelhado; estipe alaranjado; esporos com 7,0 - 9,5 x 4,0 -
5,5 μm ................................. H. miniata
8”.2 Píleo rosado; estipe rosado no ápice; esporos com 8,5 - 14 x 6 - 7,4
μm...................... ............................................................. H. rhodoleuca
8.1 Píleo com 2 - 5 cm de diâmetro; lamelas adnexas a adnatas; esporos com 6,5 – 13,5 x 4,5-6,5
μm; camada cortical do píleo do tipo ixocutis, com hifas
gelatinizadas ..................... ....................................... H. coccinea
8.1 Píleo em geral com menos de 2 cm de diâmetro; lamelas adnatas a decurrentes; esporos como
acima ou diferentes; camada cortical do píleo formada por hifas prostradas não
gelatinizadas.... ....................................................8”
8B.1 Píleo com até 1,5 cm de diâmetro e estipe mais longo do que o diâmetro do píleo; lamelas
amareladas a avermelhadas ........................ H. mexicana8B.2 Píleo com até 3 cm de diâmetro e
comprimento do estipe menor que o diâmetro do píleo; lamelas brancas a levemente
amareladas ...... H. subcaespitosa
10.1 Píleo avermelhado a laranja-avermelhado, com até 7 cm de diâmetro; esporos com 14 – 18,5 x
7 – 12 μm; basídios uni a bisporados ....................... .................H. arnoldsii
10.2 Píleo amarelado a avermelhado, com até 3 cm de diâmetro; esporos com 5 – 8,5 x 2,5 – 5 μm;
basídios bi e/ou tetrasporados ........................... ...................10’
10’.1 Píleo lúteo e com finos traços de vermelho, radiado-estriado; estipe amarelo-citrino; esporos 5
- 6 x 4 - 5 μm ............................. H. flavolutea
10’.2 Píleo amarelo âmbar a amarelo palha a avermelhado; estipe avermelhado na base e no restante
amarelado; esporos 6,5 - 8,5 x 2,5 - 4,0 μm .......H. parvula (se estipe avermelhado na metade
apical, então é H. subminutula)
13.1 Píleo com até 3 cm de diâmetro, laranja-amarelado, mas com escamas que mudam a cor para
marrom-escuro quando tocadas; camada cortical do píleo
tricodermial.............. ........... .............................. H. neofirma
13.2 Píleo com até 2 cm de diâmetro amarelado ou vermelho amarelado, sem escamas que ficam
enegrecidas quando tocadas; camada cortical do píleo do tipo cútis ou ixocutis .....13’
13’.1 Píleo com 1,4 - 2 cm de diâmetro, amarelado; macrosporos 16,5 - 22 x 11 - 14 μm, com
esparsos pleurocistídios filamentosos......................................... H. megistospora
13’.2 Píleo se amarelado com até 1 cm de diâmetro; macrosporos com até 19 μm de
comprimento ...........................................................................................13”
15.1 Píleo gríseo, subvelutino, seco, obtuso-convexo, com 2,5 cm diâmetro; esporos 7 - 8 x 5,5 - 6,5
μm, os macrosporos de até 10,2 x 6,2 μm .......... ......................... H. tetraspora
15.2 Píleo de coloração rosada, amarelada, enxofre, laranja, vermelho ou escarlate; esporos como
acima ou maiores .........................................16
16.1 Píleo rosado a purpúreo-rosado, ficando amarelado quando seco; basídios não dimórficos, mas
esporos muitíssimo versiformes (curto-elipsoide, oblongos, ovoides, triangulares ou obtuso-
cônicos) ............ H. mutabilis
16.2 Píleo de cor amarelada, enxofre, laranja, vermelho ou escarlate; basídios e esporos dimórficos;
esporos como acima ou maiores, mas não tão versiformes .................. 17
17.1 Píleo amarelo, amarelo-enxofre, às vezes com manchas escarlate, mas não avermelhado, com 3
- 8 cm de diâmetro ................................. 18
17.2 Píleo vermelho a escarlate, não amarelado; píleo como acima ou
menor ................................................................................ 19
19.1 Píleo com até 1,3 cm de diâmetro; ocorrendo sobre madeira morta, metade apical do estipe
coberta por dermatocistídios com 14 - 30 x 8 - 20 μm ................. H. campinaranae
19.2 Píleo variado quanto ao diâmetro, mas em geral maior; ocorrendo em solo; estipe sem
dermatocistídios.........................................20
20.1 Píleo com até 5 cm diâmetro, perfurado no disco; lamelas vermelho-coral a alaranjadas; estipe
esbranquiçado .............. H. occidentalis var. scarletina
20.2 Píleo com até 3 cm diâmetro; lamelas vermelhas a pálido-amareladas ou brancas; estipe
geralmente colorido .......................................... 21
21.1 Píleo com 0,3 - 1 cm diâmetro, liso; lamelas vermelhas ............. H. trinitensis
21.2 Píleo com 1 – 3 cm diâmetro, esquamuloso a liso; lamelas pálido-amareladas ou
brancas.... .............................................................22
22.1 Hábito cespitoso; píleo amarelado a alaranjado ou raro laranja-avermelhado; lamelas brancas;
camada cortical do píleo com hifas coraloides; macrosporos com 10,5 – 14,5 x 6,5 – 8
μm ....................................................H. batistae
22.2 Hábito não cespitoso; píleo avermelhado; lamelas brancas a pálido amareladas; camada
cortical do píleo tricodermial ou ixocutis a tricocutis; macrosporos como acima ou
menores. ............................................................ 23
23.1 Lamelas brancas, de bordo fimbriado; camada cortical do píleo formada por uma ixocutis ou
tricocutis; macrosporos com 9 – 11 x 6 – 8 μm ...................... H. hypohaemacta
23.2 Lamelas brancas no início mas logo pálido amareladas; camada cortical do píleo ixocutis ou
apenas tricodermial, macrosporos como acima ou maiores .........................24
24.1 Píleo vermelho-alaranjado a laranja ou amarelado; camada cortical do píleo ixocutis;
macrosporos com 7-9 (-10) × (4.5-) 5-7 μm ............................................... H. earlei
24.2 Píleo vermelho vivo; camada cortical do píleo tricodermial descontínua, de hifas não
gelatinizadas; macrosporos com 10 – 13 x 6 – 8,5 μm ..........H. siparia
Píleo com 9 – 10 mm de diâmetro amarelado dourado, em uma das formas com coloração
avermelhada, com margem amarelada e estriada, liso ou subliso, higrófano e mais pálido quando
desidratado, glabro, não viscoso, convexo com centro depresso ou umbilicado. Lamelas amareladas,
com margem amarela ou algo creme, muito largas, subdistantes a distantes, não intervenosas,
quando secas amareladas, subsinuado-decurrentes ou adnexas a adnatas. Estipe com 30- 41 x 1,5-
2,5 mm, vermelho amarelado ou amarelado, seco, glabro, liso, sólido a fistuloso, cilíndrico ou
atenuado para a base ou para o ápice. Contexto amarelo-avermelhado inodoro. Esporos dimórficos,
os macrosporos com 16,5- 18,5 x 10-12 μm, microsporos com 7,5-8,5 x 4,5-6,5 μm ou (na forma
rubra) 12-14,5 x 7- 9,5 μm; alguns esporos maiores (talvez de basídios bisporados) com cerca de 16
x 8,5-9 μm, hialinos, elipsoides, lisos, inamiloides. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 36-
85 x 13,5-22 μm, cheios de granulações lipídicas amorfas; microbasídios 33-50 x 6-13 μm,
clavados a ventricosos, tetrasporados com alguns bisporados entremeados. Queilocistídios fazendo
o bordo da lamela heteromorfo, com 40-67 x 4,5-7 μm, filamentosos com ápice clavado,
subcapitado, raramente ventricosos, hialinos. Cistidíolos mais curtos também observados.
Pleurocistídios ausentes. Hifas oleíferas com 2-6 μm de diâmetro. Trama himenoforal regular.
Camada cortical do píleo do tipo cutis, com hifas prostradas (nunca ixocutis), hialinas. Camada
cortical do estipe não gelatinosa, de hifas prostradas paralelas.
Crescem em solo argiloso ou (na forma rubra) em solo arenoso em interior de floresta de
terra firme.
Material examinado: Brasil, Amazonas, 30 km N de Manaus (EMBRAPA), 13/07/1977,
Singer B 10097 (INPA).
Píleo com 0,7 - 2 cm de diâmetro, convexo a hemisférico, depresso no centro e perfurado neste
ponto quando maduro, higrófano, alaranjado avermelhado ou profundamente alaranjado ou
amarelado, frequentemente rugoso a ruguloso, com esquâmulas recurvadas no centro, seco,
pelúcido estriado. Lamelas decurrentes, concolores ao píleo, grossas e cerosas, subdistantes,
frequentemente bifurcadas, inteiras. Estipe com 2,5 – 6 x 0,3 – 0,5 cm, central, cilíndrico, em geral
achatado e enrolado, concolor com o píleo, mas esbranquiçado na base e ficando totalmente
esbranquiçado à medida que o píleo fica amarelado, brilhante e liso. Contexto concolor ao píleo,
com até 3 mm de espessura. Esporada branca. Esporos dimórficos, os macrosporos com 10,5 – 14,5
x 6,5-8 μm, ovoides a elipsoides, de paredes finas, hialinos, com conteúdo oleaginoso; microsporos
5 – 7,5 x 3 – 4,5 μm, ovoides a curto elipsoides, hialinos, de paredes finas, com pouco conteúdo
oleaginoso. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 58 – 62 x 10 – 11 μm e microbasídios com
12 – 29 x 4 – 4,5 μm e ambos os tipos bi- e tetrasporados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios
12 – 29 x 4 – 4,5, cilíndrico-clavados, de paredes finas, hialinos. Trama himenoforal regular,
subhimênio irregular. Camada cortical do píleo de hifas radiais, frequentemente com hifas terminais
suberetas na parte central, hialinas, de parede fina; hifas superficiais irregulares, com divertículos
(coraloides) ou ramificações, frequentemente bifurcadas. Hifas oleíferas presentes sob a camada
cortical. Estipe com hifas prostradas paralelas, hialinas e de paredes finas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo em interior de floresta, agrupados e frequentemente cespitosos. O
crescimento cespitoso e as hifas coraloides do píleo permitem a fácil diferenciação. Citado para
Pernambuco, Costa Rica e Índia. SINGER (1965) descreve o material, que não foi revisto por
LODGE & PEGLER (1990) quando citam o material de Porto Rico, sendo que este talvez possa
representar outra espécie (Meijer, 2008). CANTRELL & LODGE (2001) citam-na para as Antilhas.
VRINDA et al. (2009) citam-na para a Índia.
Material examinado: Brasil, São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso, G. Guzmán GG23002,
18/XI/1982, (SP177709).
Píleo avermelhado, amarelado quando desidratado, opaco, glabro, víscido, liso, convexo, com
centro aplanado, depresso quando seco, com 12-13 mm de diâmetro. Lamelas avermelhadas,
amareladas quando secas, largas, ventricosas, não intervenosas, adnexas. Estipe avermelhado,
amarelado quando seco, glabro mas com uma pubescência pruinosa no ápice, subigual mas
engrossando na terça parte inferior, oco, atingindo 37 x 2 mm, na base com 3-3,5 mm de diâmetro.
Contexto concolor à superfície, inodoro. Esporos dimórficos: macrosporos numerosos, com 11,5-15
x 7,3-11,5 μm, com conteúdo oleaginoso amorfo; microsporos com 5,5-8,5 x 3,5-5,5 μm, raramente
com conteúdo oleaginoso, elipsoides, hialinos, lisos, inamiloides. Basídios dimórficos, os
macrobasídios com 45-60 x 10-16 μm, cheios de um conteúdo oleaginoso, a maioria tetrasporados
com alguns raros bisporados. Microbasídios 15- 22(-39) x 6,5-7,5(-12) μm, tetrasporados, muitos
com conteúdo oleaginoso. Queilocistídios com 17-19 x 3,5 - 5 μm, clavados, hialinos, sem
conteúdo oleaginoso. Pleurocistídios inconspícuos a longos, estreito clavados, sem conteúdo
oleaginoso, com cerca de 100 x 4 μm. Cistidíolos similares aos queilocistídios. Hifas inamiloides,
com fíbulas, não gelatinizadas. Trama himenoforal regular com hifas subparalelas. Camada cortical
do píleo cutiforme, com hifas filamentosas, prostradas, alguns pontos gelatinizados, mas não
formando ixocutis. Superfície do estipe não gelatinosa, com caulocistídios similares aos cistídios
himeniais no ápice, alguns vesiculosos ou ventricosos, com 14-30 x 8-20 μm, de parede fina no
início e depois engrossada (0,8-1,8
μm), septados, talvez clamidospóricos.
Crescem em madeira morta de dicotiledôneas em selva arenosa (campinarana), solitários.
Material examinado: Brasil, Amazonas, ao longo da Estrada Manaus/Caracaraí, km 125,
22/05/1978, Singer B 11022 (INPA).
Píleo com 2 – 9 cm de diâmetro, largo ou estreitamente cônico, às vezes convexo, mas com
centro cônico a agudamente umbonado, gelatinoso quando fresco, mas ficando seco rapidamente,
liso ou finamente pelúcido estriado a fibriloso (fibrilas amarelo-douradas vistas principalmente em
material desidratado) quando adulto, avermelhado (mas não somente com esta cor) a alaranjado
escarlate, alaranjado, às vezes amarelado, frequentemente com tons oliváceos ou esverdeados,
manchando de negro em pontos tocados ou machucados. Lamelas cerosas, quase livres a adnatas,
próximas quando jovens ficando mais afastadas quando maduras, esbranquiçadas ficanado
amareladas ou alaranjadas a oliváceas, assumindo cor negra nos locais tocados ou machucados.
Estipe com 4 – 12 x 0,5 – 1 cm, concolor ao píleo, esbranquiçado na base, igual ou algo clavado,
úmido a gelatinoso, frágil, frequentemente sulcado ou enrolado e estriado longitudinalmente, oco,
manchando de negro em ponto tocado ou machucado. Contexto concolor ao píleo mas enegrecendo
quando exposto. Sabor suave, odor às vezes a frutas. Esporada branca. Esporos com (7-) 9-13 (-15)
x 4,5-6,5 µm, lisos, elípticos a largo elípticos a irregulares, hialinos. Basídios tetrasporados,
raramente com alguns bisporados. Elementos filamentosos e finos eventualmente projetando-se por
entre os basídios, às vezes lageniformes ou capitados. Trama do himenóforo regular.
Esta espécie é considerada tóxica. O que se denominava H. nigrescens (Quél.) Kühner var.
brevispora (Dennis) Pegler é considerada variedade de H. conica, apresentando píleo menor (até 3
cm) e esporos subglobosos.
Material examinado: Brasil, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, picada entre Ipanema e
Cambriú, 29/XI/1983, M. Capelari s.n. (SP193624).
Figura 328 – Hygrocybe conica (H. nigrescens): a – basidioma; b- esporos; c- cistídios; d- basídio.
7- Hygrocybe earlei (Murr.) Pegler, Figura 329
Kew Bulletin 42 (4): 873. 1987.
Píleo com até 3 cm de diâmetro, convexo, lúteo e com finos traços de vermelho, polido,
levemente víscido, radiado-estriado. Lamelas aparentemente livres, mas na verdade adnexas por
fina camada de tecido junto ao ápice, amareladas, próximas, algo alargadas, levemente ventricosas,
com muitas lamélulas. Estipe com até 2,2 cm de comprimento e até 1,5 mm de diâmetro, citrino,
branco tomentoso e com base levemente alargada, igual acima, lisa, glabra. Contexto muito fino.
Esporos 5 – 7 x 5 – 6 µm, globosos a subglobosos, lisos, inamiloides a pálido amarelados em
Melzer. Basídios 40 – 52 x 7 – 8 µm, tetrasporados, clavados. Pleurocistídios ausentes.
Queilocistídios com 16 – 41 x 6 – 16 µm, versiformes, de vesiculosos a piriformes ou clavados a
cuneiformes. Trama do himenóforo regular a subregular com hifas subparalelas, hialinas. Camada
cortical do píleo formada por hifas vesiculosas formando um epitélio, não paliçádica. Hipoderme
não diferenciada. Trama do contexto formada por hifas muito finas, pseudoparenquimatosas.
Fíbulas ausentes.
Crescem em solo. A camada cortical celular diferencia esta espécie das próximas.
Material examinado: Brasil, São Paulo, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do
Jordão, D.N. Pegler et al. s.n., 27-28/I/1987 (SP214371).
Píleo com 7-14 mm de diâmetro, branco, glabro, liso, mas pelúcido estriado a partir da
metade marginal, não víscido, obtuso cônico ou convexo. Lamelas brancas, não intervenosas,
distantes, adnatas a decurrentes. Estipe branco, glabro, não víscido, oco, cilíndrico, mas algo
gradativamente engrossado na base (até 2 mm de diâmetro), com 20 - 27 x 1-1,5 mm. Contexto
branco, fino, inodoro, imutável. Esporos 5,3-6,5 x 4,5-5,8 μm, subglobosos, lisos, hialinos,
inamiloides. Basídios com 25-36 (-41) x 5-8,8 μm tetrasporados. Pleuro- e queilocistídios ausentes.
Hifas do contexto filamentosas, não gelatinosas, de paredes finas, com fíbulas, inamiloides. Hifas
oleíferas com 5 – 5,5 μm de diâmetro. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com
cutis de hifas não gelatinizadas, com dermatocistídios raros, com 24-34 x 4-7 μm, ventricoso-
capitados ou fusoide-ampuláceos ou utriformes; endocistídios raros, mais como células hifálicas
infladas abruptamente (com até 10 μm). Superfície do estipe não gelatinizada e sem
dermatocistídios.
Crescem em solo argiloso na selva pluvial de terra firme, solitários.
Material examinado: BRASIL, Amazonas, 30 km N de Manaus (EMBRAPA), 17/05/1977,
Singer B 9639 (INPA).
Píleo com 0,7 – 2,7 cm de diâmetro, convexo, mas ficando aplanado e eventualmente
umbonado, vermelho brilhante, raro vermelho amarelado ou amarelo damasco na margem,
perfurado no disco na maturidade, higrófano, viscoso até ficar coberto por um manto glutinoso
espesso. Lamelas adnexas a livres ou adnexas com um dente decurrente, brancas e de bordo
fimbriado. Estipe com 2 – 6 x 0,2 – 0,5 cm, alaranjado a amarelo-avermelhado, atenuando em
direção ao ápice, liso, viscoso, coberto por manto glutinoso, sólido no início e depois oco. Contexto
concolor com a superfície do píleo, com 1 – 3 mm de espessura. Esporos dimórficos, os
macrosporos com 7 – 11 x 5 – 8 μm, elipsoides, constritos ou não e os microsporos com 4,5 – 7 x
3,5 – 4,5 μm, subglobosos a largo elipsoides. Basídios dimórficos, os macrobasídios com 30 – 40 x
10 – 13 μm e os microbasídios com 20- 30 x 5 – 7 μm, todos tetrasporados. Pleurocistídios
ausentes. Queilocistídios de 30 – 40 x 6 – 8 μm, versiformes, mas em geral de clavados a cilíndricos
ou ventricosos, às vezes com um ramo lateral, hialinos, de parede fina. Trama himenoforal regular
com hifas longas e partes terminais mais estreitas. Camada cortical do píleo com hifas semieretas a
eretas embebidas em uma camada gelatinosa (ixocutis a ixotricoderme), com hifas de 2 – 5 μm de
diâmetro, não incrustadas por pigmento. Fíbulas presentes.
Basidiomas solitários a dispersos. MEIJER (2008) cita o material como raro no Paraná. O
basidioma pequeno, com píleo vermelho coberto por manto glutinoso, associado a lamelas brancas
caracterizam esta espécie. CANTRELL & LODGE (2001) citam-na para as Antilhas.
Material examinado: BRASIL, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, entre Morro dos Três Irmãos e
Ipanema, 29/I/1985, Capelari MC253 (SP194073).
Píleo com 1,5 – 2 cm de diâmetro, convexo ficando depresso no centro até finalmente
perfurado, vermelho escarlate, higrófano, liso, não víscido, de margem ondulada. Lamelas
decurrentes, esbranquiçadas a pálido creme, subdistantes. Estipe com 10 – 15 x 0,1 – 0,2 cm,
cilíndrico ou afinando para a base, oco, pálido amarelado, liso e glabro. Contexto com até 1,5 mm
de espessura, carnoso-aquoso. Esporos com 5,5 – 7,5 x 3,2 – 4 μm, oblongo elipsoides,
adaxialmente aplanados a constritos, hialinos, inamiloides e de parede fina. Basídios com 35 – 40 x
5,5 – 8 μm, bi- a tetrasterigmatados. Cistídios não formados. Trama himenoforal regular. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas, não gelatinizadas, com hifas de
2 – 8 μm de diâmetro. Fíbulas presentes.
Crescem em solo. A cor do basidioma associado aos esporos pequenos e ausência de
gelatinização, permitem o fácil reconhecimento desta espécie.
Material examinado: BRASIL, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, próximo ao sítio do Sr. João
Cardoso, 19/XII/1984, M. Capelari & R. Maziero MC230, (SP194104).
Píleo com até 7,5 cm de diâmetro, convexo a levemente depresso, translúcido estriado na
margem, vermelho mas ficando amarelado entre as estrias, liso, seco, glabro. Lamelas emarginadas
com dente decurrente , distantes, intervenosas na maturidade, brancas,de bordo fimbriado. Estipe
com 6,5 – 8 x 0,5 – 1,1 cm, amarelo claro nas extemidades e medianamente vermelho, cilíndrico,
oco, compresso, seco e glabro. Esporos dimórficos, os macrosporos com 15 – 18 x 6 – 8,5 μm,
subcilíndricos, hialinos, lisos, de parede fina; os micrósporos com 6 – 8 x 4 – 4,5 μm, elipsoides a
oblongos, mais alargados na porção inferior, hialinos, lisos, de parede fina. Basídios dimórficos, os
macrobasídios com 75 – 81 x 11 – 14 μm, tetrasterigmatados e microbasídios com 37 – 45 x 6,5 – 8
μm, igualmente tetrasterigmatados. Pleurocistídios ausentes. Queilocistídios com 40 – 45 x 6 – 15
μm, ventricosos e apresentando um pescoço largo, às vezes mucronados ou com dois ramos curtos
e obtusos. Camada cortical do píleo pouco diferenciada, formada por hifas cilíndricas com
pigmento intracelular avermelhado. Fíbulas presentes.
Crescem em solo de interior de florestas.
Material examinado: BRASIL, Paraná, São José dos Pinhais, Contenda, 06/02/2001, A. de
Meijer, MBM (3969).
Píleo com 0,5 – 1,5 cm de diâmetro, convexo a umbilicado, vermelho escarlate brilhante,
glabro, com margem sulcada e transparentemente estriada até a metade do raio, não víscido.
Lamelas adnatas, mas com um leve dente decurrente ou subdecurrentes, distantes, largas amareladas
a vermelho rosadas. Estipe vermelho escarlate claro, não estriado, não víscido, afinando na direção
ao píleo, com 2 – 2,5 x 1 – 2,5 cm, com base algo alargada. Contexto concolor ou mais claro que a
superfície do píleo. Esporos com 7 – 9,5 x 4 – 7 μm, elipsoides, lisos, hialinos. Basídios com 25 –
35 x 7 – 9,5 μm, bi- ou tetrasporados, clavados, não dimórficos. Cistídios ausentes. Trama
himenoforal subregular. Hifas e líquido da lâmina ficando pálido amareladas em KOH e amônia.
Camada cortical do píleo pouco diferenciada, com hifas prostradas não gelatinizadas. Fíbulas
presentes.
Crescem gregários em terra ou húmus. Para o Brasil tem sido registrada a forma mexicana
que apresenta fíbulas.
Píleo com 10–40 mm de diâmetro, de hemisférico com margem incurvada quando jovem, a
aplanado e então depresso no centro, seco, esquamuloso, laranja-amarelado a laranja-avermelhado,
mais pálido quando seco (alaranjado-ocráceo a marrom-alaranjado), finamente piloso. Lamelas
distantes, adnatas a decurrentes, amareladas a amarelo-alaranjadas. Estipe com 2–5 x 0,2–0,4 cm,
amarelo-alaranjado, liso, cilindrico ou levemente achatado. Contexto alaranjado-amarelado sem
odor ou sabor, ceroso. Esporada branca. Esporos com (6,9–)7,4–9,0(–9,5) x 4,5–6,5 μm, elipsoides
a ovoides ou obovoides, frequentemente constritos, uninucleados. Basídios com 38–50 x 6–10 μm,
tetrasporados. Pseudocistídios estreitamente cilíndircos e flexuosos, com 31–37 x 3 –4,5 μm. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo tricodermial com elementos terminais com (15–) 21–
80 x 8–15 μm, subcilíndricos, obtusamente fusoides, raro lanceolados. Estipe coberto por grupos ou
fascículos de pilocistídios (13–)15–44 x 3,4–4,9 μm. Fíbulas presentes.
Crescem em solo, frequentemente entre musgos e em geral gregários. A espécie foi
recentemente citada para a Índia por KUMAR et al. (2014) e foi reportada para a América do Norte
sob coníferas.
Material examinado: Brasil, São Paulo, Cananéia, Ilha do Cardoso, 19/XI/1982, G.
Guzmán, GG22978 (SP177705).
Píleo com 10-16 mm de diâmetro, sordido rosado a purpúreo-rosado ("withered rose" dein
"rosevale" M&P), não seco mas higrófano, amarelo quando seco, liso, finamente pelúcido estriado,
convexo, centro subumbilicado a subaplanado. Lamelas brancas, ficando amarelado-
esbranquiçadas, ocráceo-amareladas quando secas, ventricosas, subdistantes, adnexas. Estipe
branco a pálido amarelado com ápice avermelhado, amarelado quando seco, glabro, liso, mas
frequentemente longitudinalmente canaliculado, não víscido, subcilíndrico, mas base algo atenuada,
com 13-15 x 3 mm. Contexto concolor à superfície ou mais pálido, inodoro. Esporos com 7,5-12,5
x 4,5-7,5 μm, elipsoides, ovoides, oblongos a triangulares ou obtusamente cônicos, com ou sem
depressão supra-hilar, lisos, de parede homogênea, fina, inamiloides, hialinos. Basídios (1-)2(-3-)4-
esporados, a maioria tetrasporados, de conteúdo oleaginoso interno, clavados, com 35-41 x 6-9,5
μm, mas não dimórficos. Pleurocistídios e pseudocistídios ausentes, mas cistidíolos misturados aos
basídios e basidíolos, fasciculados, sem conteúdo interno discernível, hialinos, estreito-clavados,
com 33-35 x 4-6 μm, presentes até a margem, mas queilocistídios verdadeiros ausentes. Camada
cortical do píleo do tipo cutis, não gelatinosa, com algumas hifas ascendentes. Superfície do estipe
sem gelatinização.
Crescem em floresta (várzea). A espécie não tem basídios dimórficos, apesar dos esporos
serem versiformes.
Material examinado: Brasil, Amazonas, Laguna Janauari, 21/12/1978, Singer B 11465
(INPA).
Material examinado: Brasil, SP, Cananéia, Ilha do Cardoso, 2-5/I/1987, D. N. Pegler et al.
s.n. (SP214349).
Píleo com até 3 cm de diâmetro, amarelo alaranjado com escamas que ficam marrom-
enegrecidas quando machucadas, com perfuração estelada no disco central. Contexto com até 2 mm
de espessura, de amarelado a laranja-avermelhado. Lamelas adnatas com dente decurrente, amarelo
claras a amarelo brilhante, grossas, subdistantes, com bordo ficando marrom purpúreo com a idade.
Estipe central com 1,8 – 2,2 x 0,1 - 0,4 cm, achatado, oco, pálido amarelado, mas com fibrilas que
mudam para marrom purpúreo com a idade. Esporos dimórficos, largo elipsoides a elipsoides,
hialinos, lisos, de parede fina, os macrosporos com 12,8 – 17,5 x 8 – 10,4 μm e os microsporos com
6,4 – 8 x 4 – 6,3 μm. Basídios dimórficos, todos tetrasporados, os macrobasídios com 45 – 70 x 10
– 15 μm e os microbasídios com 30 – 60 x 4,8 – 8 μm. Trama himenoforal regular, com hifas de 8 –
20 μm de diâmetro, mescladas com hifas lacticíferas. Camada cortical do píleo uma tricoderme de
hifas eretas com 26 – 130 x 6,6 – 24 μm, com algumas fíbulas e hifas lacticíferas entremeadas.
Crescem em solo. CANTRELL & LODGE (2001) descrevem esta espécie para Porto Rico.
Material examinado: Brasil. RJ, Nova Iguaçú, REBIO-Tinguá, Estrada do Ouro 22º 34’
08.9”S – 43º 28’ 05.8”W, 14-X-2004, M. P. Albuquerque et al.; (RB417249).
Píleo com 1 – 3 cm de diâmetro, obtuso a convexo, às vezes com disco depresso, glabro,
umido a subvíscido, higrófano, amarelo âmbar a amarelo palha ou amarelo cera a alaranjado, opaco,
translúcido estriado. Lamelas decurrentes, subdistantes, largas, subtriangulares, intervenosas,
esbranquiçadas a pálido amareladas ou amarelo cera, bordos planos. Contexto ceroso, fino, concolor
com a superfície, imutável. Odor e sabor suaves. Estipe 3 - 6 x 0,2 – 0,3 cm, amarelo limão a
amarelo âmbar, com base apresentando tons avermelhados ou ocráceo salmão, torcido ou
comprimido, mais estreito na base ou igual, frágil, glabro, seco ou úmido, oco. Esporos 5-7 (8,5) x
3,5-5 μm, elipsoides, lisos, pálido amarelados em reagente Melzer. Basídios com 26-40 x 5-7 μm,
bi- ou tetrasporados. Cistídios ausentes. Trama do himenóforo regular. Camada cortical do píleo
com hifas prostradas pouco diferenciadas, levemente gelatinizadas e com alguns elementos
terminais erguidos. Fíbulas presentes.
Crescem em solo. Uma descrição completa e ilustrações são encontradas em MEIJER
(2008).
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
27-28/I/1987, D.N. Pegler et al. s.n. (SP214308).
Píleo com 0,8 – 3,5 cm de diâmetro, de hemisférico a plano convexo, mamelonado e com
margem estriada por transparência, de superfície muito viscosa e de cor amarelado com tonalidades
esverdeadas e alaranjadas, ou verde claro a escuro ficando verde-azulado, fortemente glutinoso.
Lamelas adnatas com dente decurrente, amareladas a alaranjadas com tons esverdeados ou verdes,
distantes. Estipe com 2,5 – 8 x 0,2 – 0,7 cm, cilíndrico a levemente fusiforme, sólido a oco, muito
viscoso e concolor ao píleo. Esporos com (6,7) 7,5 – 8,9 (9,3) x (4,4) 4,9 – 6,1 (6,3) μm, elipsoides
a ovoide-oblongos, hialinos, lisos. Basídios com 30 – 55 x 6 – 10 μm, tetrasporados. Cistídios não
formados. Camada cortical do píleo formada por hifas prostradas gelatinizadas ou por uma
ixotricoderme. Fíbulas presentes.
Crescem isolados ou algo gregários, em solo.
Material examinado: Brasil, SP, Campos do Jordão, Parque Estadual de Campos do Jordão,
27/01/1987, D. N. Pegler et al. s.n. SP (214370).
Píleo com cerca de 2 cm de diâmetro, convexo a aplanado a levemente depresso, rosado (2J5
a 2K6 M&P), ao secar ficando sórdido amarelado, coberto por esquâmulas ou fibrilas eretas ou
recurvadas, esquamuloso ou fibriloso, seco ou levemente úmido, não viscoso, estriado. Lamelas
adnatas com dente decurrente, brancas, distantes. Estipe rosado no ápice e branco na base, não
viscoso, glabro, às vezes canaliculado, subigual, com até 2 cm de comprimento e 2 mm de largura.
Odor nulo. Esporos com 8,5 - 14 x 6 - 7,4 μm, subelipsoides a versiformes, monomórficos, hialinos,
inamiloides. Basídios com 46 – 70 x 8,5 – 9,5 μm, bi- a tetrasporados. Pleuro e queilocistídios
ausentes. Trama da lamela regular, hialina, não gelatinizada. Camada cortical do píleo formada por
uma tricoderme, não gelatinizada, com células terminais de 27 – 78 x 5 – 12 μm, cilíndricas a
clavadas. Fíbulas presentes.
Crescem em solo de interior de floresta.
Material examinado: Brasil: Paraiba, João Pessoa, 11/07/1960, Singer B (3345).
Píleo com 2,5 – 5 cm de diâmetro, largo cônico a campanulado, com umbo agudo a
subpapilado, amarelo limão a vermelho escarlate, higrófano, não víscido, liso, inata e radialmente
fibriloso, margem ondulada e frequentemente fendida. Lamelas adnexas a adnatas, brancas a pálido
amarelado-creme, grossas e ventricosas. Estipe com 4 – 5,5 x 0,4 – 0,8 cm, cilíndrico, oco, glabro,
branco a branco amarelado. Contexto amarelado, aquoso, com até 5 mm de espessura. Esporos com
9 – 11 (-13) x 5,5 – 6,5 (-7,5) μm, oblongo elipsoides a elipsoides, hialinos, de parede fina. Basídios
com 44 – 56 x 10 – 12 μm, clavados, tetrasterigmatados, raro bi-. Cistídios ausentes. Trama
himenoforal regular. Camada cortical do píleo com hifas prostradas com 3 – 11 μm de diâmetro.
Fíbulas presentes.
Crescem em solo. PEGLER (1983) refere que há grande variação na cor dos basidiomas
desta espécie.
Píleo com 1- 3 cm de diâmetro, vermelho vivo, convexo a plano e finalmente com margens
erguidas deixando-o côncavo, com diâmetro maior que o comprimento do estipe. Lamelas adnatas
com um curto dente decurrente, distantes, brancas a levemente amareladas. Estipe cilíndrico,
vermelho mais claro que o píleo, com base apresentando micélio basal esbranquiçado e estrigoso.
Esporos com (6–) 7,5–8,5 (–10) x 4–6 μm, elipsoides, constritos, hialinos, lisos, inamiloides.
Basídios não dimórficos. Trama himenoforal regular, com hifas de 3 – 6 μm de diâmetro. Camada
cortical do píleo formada por hifas prostradas, pouco diferenciadas, com algumas pontas hifálicas
erguidas.
O colorido diferente do píleo e lamelas diferencia esta de H. miniata. O hábito subcespitoso
auxilia no reconhecimento a campo.
Píleo com 1,5 - 3 cm de diâmetro, convexo no início e com a maturidade expandindo, ficando
também depresso a umbilicado e ainda perfurado no disco, verde (23H12), liso, higrófano. Lamelas
adnatas a decurrentes, concolores à superfície do píleo, distantes. Estipe com 3,5 – 7 x 0,5 – 0,8 cm,
cilíndrico ou algo achatado, verde intenso no ápice, mas clareando em direção à base onde é
esbranquiçado, liso, glabro, oco. Esporos dimórficos hialinos e de paredes finas; os macrosporos
com 8,4 – 11 x 4,8 – 6 μm, alongado elipsoides, e microsporos com 6 – 7,2 x 4,8 - 6 μm,
elipsoides. Basídios tetrasporados, pouco diferenciados, os macrobasídios com 45 - 50 x 9,4 – 9,6
μm. Cistídios ausentes. Trama himenoforal regular. Camada cortical do píleo com hifas prostradas
pouco diferenciadas. Fíbulas presentes.
Descrito de Rondônia, a espécie é próxima de H. chloochlora que tem píleo verde amarelado,
enquanto que nesta espécie não há coloração em tons amarelos, apresenta queilocistídios e os
esporos são maiores (Capelari & Maziero, 1988).
Píleo gríseo, subvelutino, seco, obtuso, liso, convexo, com até 2,5 mm de diâmetro. Lamelas
brancas arcuadas, decurrentes. Estipe pálido gríseo, glabro, liso, seco, gradualmente atenuado para o
ápice, com 10 x 0,7 mm (no ápice cerca de 0,3 mm de diâmetro). Véu ausente. Contexto branco ou
palidamente gríseo, imutável, inodoro. Esporos com 7-8 x 5,5-6,5 μm (alguns com até 10,2 x 6,2
μm nos formados em basídios bisporados), subglobosos ou levemente elipsoides, com uma gútula
amorfa, lisos, inamiloides, com apêndice hilar conspícuo e excêntrico com 1-1,5 μm de
comprimento, sem depressão supra-hilar. Basídios com 32-39 x 8,5-10 μm, clavados (inclusive os
basidíolos), cerca de 95% deles tetrasporados e 5% bisporados e nestes com esterigmas de até 8 μm
de comprimento. Pleuro- e queilocistídios ausentes. Hifas inamiloides, sem fíbulas. Trama
himenoforal subregular, com hifas de 3-6 μm de diâmetro, de paredes finas, hialinas não
gelatinizadas. Camada cortical do píleo com hifas prostradas, cilíndricas ou ventricosas, não
gelatinizadas, com pigmento fusco granular interno, pseudoamiloides.
Crescem como humícolas, solitários em interior de floresta. RAITHELHUBER (1992)
transfere esta espécie para Camarophyllopsis.
Material examinado: Brasil, Amazonas, Estrada Manaus-Caracaraí, km 45, 28/02/1978,
Singer & Araujo B, 10714 (INPA).
Continua no Volume 2
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ÍNDICE GERAL
PREFÁCIO .........................................................................................................................................3
SIGLAS E ABREVIATURAS ...........................................................................................................4
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................6
DESIDRATAÇÃO PARA CONSERVAÇÃO ..................................................................................14
CARACTERIZAÇÃO DOS AGARICALES sensu lato .................................................................18
ALGUNS TRABALHOS QUE CITAM AGARICALES PARA O BRASIL .................................19
METODOLOGIA QUE RESULTOU NESTE LIVRO ...................................................................26
ORDEM AGARICALES (sensu lato) ............................................................................................. 27
ORDEM AGARICALES SENSU STRICTO ..................................................................................29
CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS .....................................................................30
POSIÇÃO SISTEMÁTICA DA ORDEM ........................................................................................34
DESCRIÇÃO DAS FAMÍLIAS, GÊNEROS E ESPÉCIES DE COGUMELOS
ENCONTRADOS NO BRASIL .......................................................................................................35
AGARICACEAE Fr. ........................................................................................................................35
AGARICUS ...............................................................................39
CHAMAEMYCES .....................................................................77
CHLOROPHYLLUM ................................................................79
CYSTODERMA .........................................................................81
CYSTOLEPIOTA .......................................................................84
HIATULOPSIS ...........................................................................90
JANAUARIA ..............................................................................90
LEPIOTA ....................................................................................91
LEUCOAGARICUS ................................................................168
LEUCOCOPRINUS .................................................................184
MACROLEPIOTA ...................................................................202
MELANOPHYLLUM ..............................................................212
MICROPSALLIOTA ................................................................214
PHAEOLEPIOTA .....................................................................219
RIPARTITELLA .......................................................................221
SMITHIOMYCES ....................................................................224
VOLVOLEPIOTA .....................................................................226
COPRINACEAE/PSATHYRELLACEAE .....................................................................................290
ANELLARIA .......................................................................................291
COPELANDIA ....................................................................................293
COPRINUS ..........................................................................................295
PANAEOLINA ....................................................................................306
PANAEOLUS ......................................................................................307
PSATHYRELLA .................................................................................. 316
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................476