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Como Plantar Cogumelos

4 Métodos:Escolhendo Os Esporos do Cogumelo e o SubstratoCriando o Ambiente de Crescimento ÓtimoColoque o Esporo


no Substrato e Acompanhe o CrescimentoColhendo os Cogumelos

Não é difícil plantar e cultivar cogumelos em casa se você proporcionar o ambiente adequado. Ao contrário das plantas, que
crescem a partir de sementes, cogumelos crescem de esporos microscópicos que se enraízam em um substrato, ou meio de
crescimento. Leia a seguir para obter informações sobre como criar condições ideais de crescimento, sobre quais cuidados
devem ser tomados com os cogumelos, e quando colhê-los.

Decida que tipo de cogumelo plantar. Existem centenas de tipos de cogumelos comestíveis para escolher, e a maioria deles
pode ser cultivada em sua casa. Aqui estão algumas opções a considerar se esta é a sua primeira vez cultivando cogumelos.
Quando você começar a pegar a prática, pode cultivar cogumelos mais sofisticados, que precisam de mais cuidados. Após
decidir que tipo de cogumelo plantar, compre esporos (uma mistura de esporos de cogumelos e os nutrientes que eles
precisam para ter saúde) online.

O champingnon é resistente e produz muitos "frutos". Eles são um ótimo complemento para saladas, sopas e refeições
diárias.

O cogumelo ostra tem um sabor suave e delicioso, que o torna um ingrediente popular em frituras e sopas. Como
cogumelos ostra são delicados, eles não são frequentemente encontrados em lojas, o que torna o cultivo deste em casa ainda
mais especial.

O shiitake possui um sabor mais profundo e defumado, e sua textura firme o torna um bom substituto para a carne.

Compre o tipo certo de substrato. Para cultivar cogumelos, você vai precisar colocar os esporos em um substrato. É importante
ter o tipo certo de substrato para o tipo de cogumelo que você quer cultivar. Cogumelos existem em todo o mundo e precisam
de substratos que imitam as condições de cultivo ao ar livre.

Kits de cultivo de cogumelos vêm com "sacos de plantio" pré-misturados de substrato, onde se coloca esporos através de
um pequeno buraco. Os cogumelos crescem diretamente nos sacos, e você pode cortar a parte superior da bolsa para colhê-
los. Esta é uma boa maneira para quem é novato em plantar cogumelos.

Se você quiser cultivar cogumelos sem a ajuda de um saco de plantio, compre uma bandeja de madeira de cerca de 6
centímetros de profundidade e algumas dezenas de centímetros de largura para preencher com substrato de acordo com o
tipo de cogumelo que você for plantar.

Champignhons precisam de substrato de esterco compostado.

Cogumelos de ostra precisam de substrato de palha.

Shiitakes, juba de leão e galinha-da-mata crescem melhor em madeira ou em pó de madeira serrada. Você pode também
cultivá-los em uma tora.

Encontre um lugar frio e escuro. Se já andou por um bosque e tropeçou em cogumelos, você já sabe que eles tendem a
crescer na sombra úmida de árvores altas. Para cultivá-los em sua casa, você vai precisar para recriar um ambiente de
bosque, com uma temperatura entre 12,7 e 15,5 graus Celsius.
Um porão escuro é ideal, especialmente se você não mantém o seu aquecido. Um banheiro escuro poderia ser um bom
ambiente para os cogumelos também.

Se sua casa fica quente durante o verão, considere cultivar cogumelos que crescem no inverno, para garantir que eles não
fiquem superaquecidos.

Crie um ambiente úmido. Cogumelos precisam de um nível de umidade do ar elevado para prosperar. Se você mora em uma
região muito seca, é recomendado comprar um umidificador para fazer o ar em torno dos cogumelos mais propício para o seu
crescimento.

Ambientes úmidos e escuros podem levar ao surgimento de bolor e atrair insetos. O lugar onde for plantar os cogumelos
deve ser um lugar em sua casa que não gere preocupações se passar a parecer, temporariamente, com um ambiente ao ar
livre.

Diferentes tipos de cogumelos exigem ligeiramente diferentes condições de crescimento. Pesquise sobre o tipo de cogumelo
que você pretende plantar para descobrir exatamente qual a quantidade de umidade ele necessita.

Mantenha o substrato aquecido durante duas semanas. Para a primeira fase do plantio, os esporos devem ser mantidos a uma
temperatura de cerca de 70 graus centígrados. Isso estimula o crescimento destes e a formação de "raízes" brancas e
emplumadas, que produzirão os cogumelos.

Se estiver plantando os cogumelos em um lugar fresco, sem aquecimento controlado, você pode usar uma almofada de
aquecimento para manter o substrato à temperatura correta.

Não deixe que o calor chegue acima de 21 graus celsius, já que temperaturas mais altas podem matar os esporos.

Quando você vir o micélio (estrutura que proporciona a sustentação e absorção de nutrientes para o cogumelo), diminua a
temperatura. Quando uma boa base de raízes for formada, remova a almofada de aquecimento ou ajuste o termostato para
12,7 - 15,55 graus Celsius. Mantenha o substrato a esta temperatura mais baixa durante o restante do ciclo de crescimento.
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Cubra com uma polegada de solo ou turfa. Quando uma delicada camada de micélio se formar, é importante protegê-la com
uma camada de terra ou turfa.

Coloque uma camada de jornal ou um pano fino sobre a camada de terra ou turfa.

Se estiver usando um saco de plantio, abra a parte de cima do saco quando vir um bom crescimento do micélio.

Mantenha a camada superior úmida. Use um borrifador para borrifar água sobre a camada de pano ou jornal. Borrife várias
vezes ao dia. A camada deve ser mantida úmida por pelo menos dez dias.

Não coloque água em excesso. O objetivo é criar condições de umidade, mas o ambiente de crescimento não deve ser
molhado.

Se você estiver usando um saco de plantar, basta borrifar água sobre a camada superior do substrato no saco todos os dias
para mantê-lo úmido

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Após 10 dias, remova o tecido ou jornal. Continue borrifando o terra ou turfa duas vezes por dia até que você veja
minúsculos cogumelos, começando a brotar.
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Colha os cogumelos quando eles tiverem crescido até o tamanho máximo. Os pequenos cogumelos se tornarão cogumelos de
tamanho normal; colha-os quando eles atingirem o tamanho que você julga ser maduro. Você pode comê-los imediatamente
ou secá-las para uso posterior.

Continue colhendo os cogumelos. Depois de colher os primeiros "frutos", os cogumelos darão "frutos" novamente. Há
normalmente mais cogumelos na segunda vez. Colha-os quando estiverem maduros. O ciclo vai continuar por três a quatro
meses até que o cogumelo não possa mais produzir "frutos".

Dicas

Há kits disponíveis em lojas para o cultivo de cogumelos "moonlight".

Estes livros dão boas informações sobre como plantar cogumelos:

"Manual of Mushroom Culture" (em português, Manual da Cultura de Cogumelos), de Raymond Rettew da Mushroom
Supply Company

"The Mushroom Cultivator" (em português, O Cultivador de Cogumelos), de P. E. Stamets e J.S. Chilton.

Avisos

É ilegal em muitos países cultivar, transportar, possuir ou consumir cogumelos psilocibina (cogumelos mágicos), e ao
desobedecer uma destas leis, você pode passar um tempo na prisão.
Materiais Necessários

Lugar adequado para o plantio

Esporos de cogumelos

Substrato ou saco de plantio

Turfa ou terra

Jornal ou pano

Borrifador de água

Esterilização - Composto a Base de Serragem

Procedimento

A esterilização do composto feito a base de serragem deve ser feita seguindo-se o procedimento geral da página
esterilização , onde o tempo necessário para esterilizar-se adequadamente o composto varia entre 1:30 e 1:45 horas
dependendo da quantidade de frascos que estiverem dentro da panela de pressão.Quanto mais frascos estiverem dentro da
panela de forma mais compactada ,maior deve ser o tempo de esterilização.

As panelas de pressão grandes ( em torno de 20-30 litros) vem equipadas com dois discos de alumínio com vários furos. Um
dos discos deve ser colocado no fundo da panela para isolar os frascos do contato direto com o fundo aquecido. Por cima
deste vai a primeira camada de frascos de palmito CLIQUE AQUI , depois é colocado o segundo disco furado CLIQUE AQUI e
por cima deste segundo disco , coloca-se uma segunda camada de frascos de palmito CLIQUE AQUI .

Para uma panela de pressão de 7,0 litros , a quantidade de vidros possível de ser processada de uma só vez é de 4 frascos de
palmito de 600 ml cada CLIQUE AQUI .Uma panela de pressão de 20 litros permite esterilizar cerca de 16 frascos de palmito
de 600 ml por vez ( 2 camadas de 8 vidros ).

Devemos tomar cuidado de não obstruir internamente a saída de vapor do pino central da panela de pressão deixando um
espaço livre entre a segunda camada de frascos de palmito e a tampa da panela de pressão.

Nunca forçar o abaixamento da pressão interna da panela de pressão após transcorrido o tempo de esterilização , pois o
abaixamento súbito da pressão dentro da panela irá fazer com que a água aquecida entre em ebulição , o que poderá encher
de água os frascos localizados na camada inferior , inutilizando-os, pois o composto desses frascos ficará com excesso de
água.

Incubadora de Isopor

Incubadora Caseira
Nos dias frios ,onde a temperatura ambiente é muito baixa , devemos utilizar uma incubadora com temperatura controlada. A
função da incubadora é manter a temperatura na faixa ideal de crescimento do mícelio dos cogumelos. Essa temperatura se
situa em torno de 25ºC à 30ºC, dependendo da espécie de cogumelo.

A construção que sugiro , utiliza poucos componentes muito fáceis de se encontrar no comércio:

Lista de Componentes Necessários

1) Uma caixa de isopor com tampa.

2) Um soquete para lâmpada incandescente.

3) Uma lâmpada incandescente de baixa potência (15 Watts).

4) Uma ventilador de 12 Volts para computador.

5) Uma fonte de alimentação de 12 Volts para o ventilador.

6) Um termostato de aquário para controle da temperatura.

7) Um recipiente plástico pequeno para água.

8) Um termômetro para controle da temperatura.

9) Um conector T (Benjamin).

O esquema elétrico deve ser feito da seguinte forma:

O plug do termostato de aquário vai ligado na tomada. Na saída do termostato ligar o conector T. Nesse conector T ligar a
lampâda incandescente e a entrada da fonte de 12 Volts . A saída da fonte de 12 Volts alimentará o ventilador.

A função do ventilador é promover uma rápida homogenização do ar aquecido no interior da caixa de isopor. A lâmpada atua
como fonte de calor e deve ser montada longe das paredes da caixa de isopor.

O termostato de aquário deve ser regulado para manter a temperatura desejada. Para que regule a temperatura mais
adequadamente devemos retirar o tubo de vidro do termostato de forma a deixar o termostato exposto diretamente ao ar do
interior da caixa. Nesse caso devemos ter muito cuidado para não tocar as partes metálicas do termostato e evitar choques
elétricos. Para evitarmos os choques , toda vez que mexermos no interior da caixa devemos desconectar o plug do termostato
da tomada.

O funcionamento se resume no seguinte :

Com a caixa de isopor fechada e quando a temperatura do interior desta desce abaixo da regulagem do termostato de
aquário , este fecha os contatos e liga juntos a lâmpada e a fonte de 12 Volts. A fonte de 12 Volts aciona o ventilador. O
ventilador circula o ar aquecido pela lâmpada , fazendo com que a temperatura do interior da caixa se eleve e se homogenize.
Ao chegar no ponto de regulagem do termostato , este desliga , desligando junto a lâmpada e o ventilador.

Devemos colocar um pequeno vasilhame com água junto às culturas em crescimento para se manter um teor de umidade no
interior da caixa de isopor . Essa água evitará o ressecamento da parte superior do material em incubação no interior dos
frascos (spawn em grãos ou composto em serragem, por exemplo).

Fazer um furo para passagem do corpo do termostato em um dos cantos da caixa de isopor. Colocar a lâmpada e o ventilador
no outro lado da caixa. Fazer furos para passagem dos fios da lâmpada e do ventilador. Fazer também um furo para passagem
do termõmetro próximo ao termostato de aquário.

Com uma caixa de isopor maior será possível prender o ventilador no teto da caixa , deixando livre a parte inferior interna da
caixa para acomodar os frascos de cultura. Clique no link abaixo e veja uma foto dessa incubadora:

Composto a base de serragem

O composto feito a base de serragem é preparado adicionando-se à serragem uma porcentagem de farelos , o que aumenta
significativamente a produtividade , devido ao aumento da disponibilidade de nutrientes para o micélio.
Quando há um excesso muito grande de nutrientes, também aumenta muito a incidência de contaminantes , sendo necessário
aumentar o tempo de esterilização do composto para assegurar que todos os contaminantes sejam eliminados. Durante o
cultivo um teor muito alto de farelos pode chegar a inibir a formação do cogumelo além de favorecer o aparecimento de
contaminantes.

Adiciona-se também uma quantidade de água suficiente para que o composto fique com um teor de umidade em torno de 60 a
65 % após a esterilização, que é considerado ideal para o crescimento do micélio da maioria dos cogumelos .

Cálculo da quantidade de água para obter um teor de umidade entre 60 a 65 %.

Para uma serragem e farelos que não contivessem umidade alguma , a quantidade de água a ser adicionada para se chegar
ao conteúdo de 60 % de água no composto , seria de exatamente 1,5 vezes o peso da mistura de serragem + farelo , conforme
exemplo abaixo:

1000 g de serragem de eucalipto

50 g de farelo de arroz ou de trigo

1575 ml de água = (1050 g x 1,5 vezes)

total da mistura = 2625 g

Onde temos que os 1575 ml de água correspondem a 60 % do total da mistura (60 % de 2625 g).

Ou seja :

(1575 / 2625) x 100 = 60%

Um método prático para se adicionar a água necessária é feito da seguinte forma:

1) Pesar uma porção de serragem suficiente para encher a quantidade desejada de frascos de palmito que se pretende usar
para produzir os cogumelos.Lembrar que o volume da mistura seca de serragem e farelos diminui ao ser umidecido e
compactado nos frascos, portanto devemos compensar essa diferença.Colocar em um balde plástico . Para grandes
produções , utilizar uma betoneira para realizar as misturas.

2) Adicionar 5 % de farelo de arroz ou trigo a essa serragem .

3) Misturar até homogeneizar bem a mistura .

4) Pelo peso da mistura , fazer o cálculo conforme explicado acima (1,5 x o peso da mistura). Adicionar parte da água
calculada e misturar tudo novamente CLIQUE AQUI.
5) Ir adicionando água aos poucos e após cada adição e homogenização pegar um punhado da mistura e apertar forte com as
mãos.Com um teor de umidade próximo ao ideal deve escorrer apenas poucas gotas de água entre os dedos. Se não escorrer
nada, estará seco ainda e se escorrer água em excesso passou do ponto.Para corrigir o material com excesso de umidade ,
adicionar mais mistura de serragem e farelo (secos) até chegar ao teor de umidade adequado.Não adicionar só serragem pura
para corrigir o tero de umidade ,pois a porcentagem de farelos irá abaixar.

A partir desse ponto siga um dos procedimentos abaixo (itens 6 ou 7) que dependem do uso que será destinado ao
composto.A diferença entre os procedimentos está na quantidade de composto colocada nos frascos e sua compactação.

6) Se estiver preparando o composto para ser usado como inóculo:

Encher os frascos somente até a metade com composto e não compactar muito o material para permitir que possa ser agitado
com facilidade.Tampar com tampa metálica com feltro sob a mesma e proceder a esterilização por 1:30 horas em panela de
pressão. A menor quantidade de composto é necessária para que se possa dispersar o micélio inoculado e acelerar a
colonização do composto pelo micélio.Esse micélio é inoculado a partir da cultura em ágar. Quando esse frasco com composto
cheio até a metade estiver tomado pelo micélio do cogumelo , será usado como inóculo para outros frascos preparados
conforme os ítens 7, 8 e 9 abaixo.

7) Se estiver preparando o composto para ser usado como substrato final para produção dos cogumelos:

A mistura com a umidade corrigida será colocada bem comprimida dentro dos frascos de palmito . Encher até cerca de 2 a 3
cm da boca do frasco .Depois disso, introduzir no centro da mistura um pedaço de madeira roliça ou material plástico de
aproximadamente 1,5 cm de diâmetro com a ponta afilada , fazendo um canal (canal de inoculação) , porém não chegando até
o fundo do frasco CLIQUE AQUI. Quando se inocula somente na superfície do composto , o tempo de crescimento do micélio
é ligeiramente maior do que quando se inocula na superfície e dentro do canal. O uso do canal diminui o tempo necessário
para a corrida do micélio e antecipa o início da produção dos cogumelos. O micélio só produzirá cogumelos após ter tomado
todo o composto dentro do frasco.

8) Com o auxílio de um vaporizador de água , espirrar de 3 a 4 vezes sobre a superfície do composto até deixá-la levemente
úmida. Isto irá aumentar um pouco a umidade na superfície do composto após a esterilização, pois a parte superficial do
composto tende a ressecar mais após ser esterilizada .Lavar os resíduos de serragem aderidos à parede externa do frasco,
tomando o cuidado de não deixar entrar água no frasco, o que poderia inutilizar o composto destes frascos. Limpar com um
pedaço de papel macio , os resíduos de compostos grudados nas paredes internas do frasco acima da serragem e tampar o
frasco com uma tampa metálica preparada com um disco de feltro colocado sob a mesma CLIQUE AQUI. Os quatro frascos
estão agora prontos para serem esterilizados em uma panela de pressâo de 7 litros.

9) Proceder a esterilização dos frascos por 1:30 horas conforme a


página esterilização.

10) Na bibliografia existem outras fórmulações diferentes desta que


utilizo.Clique aqui para ir à página de livros.
Composto Feito Com Restos Vegetais - Folha de Bananeira Seca -
Preparação

Preparo do substrato:

As folhas de bananeira utilizadas devem ser colhidas quando ainda estão presas ao caule da bananeira , porém não devem
estar úmidas e nem verdes. Para que possam ser usadas como substrato ,as folhas devem estar totalmente secas (ao apertar
as folhas elas se quebram com facilidade) (CLIQUE AQUI) . As folhas devem ter aspecto sadio e cor clara , não devendo estar
contaminadas com fungos (folhas com aspecto escuro) e nem ter sido coletadas diretamente do chão a fim de que se minimize
a contaminação por microorganismos presentes no solo.

As folhas devem ser picadas em picadeira agrícola de forma que os pedaços fiquem em torno de 3 cm para facilitar o
manuseio e enchimento dos sacos posteriormente. Os pedaços picados deverão ser pasteurizados por imersão em água
quente (70-80ºC) por 45 minutos a 1 hora. Não deixar que a temperatura da água se eleve muito (não ferver) para que não se
liberem açúcares solúveis na água de pasteurização o que poderia comprometer o resultado da pasteurização com o
aparecimento de contaminantes que se alimentam desses açúcares liberados.

Pasteurização

A pasteurização é feita usando-se um tambor metálico de 200 litros aquecido a lenha ou por queimador a gás em sua parte
inferior. O material picado deve ser acomodado dentro de um cesto
metálico resistente e com malha fina para evitar que o substrato se
espalhe dentro do tambor.

Primeiramente colocamos a água no tambor em um nível suficiente para


cobrir o material picado sem que transborde e aquece-se a água até a
temperatura acima. Depois mergulha-se o cesto metálico com o material
picado de forma que este material fique totalmente submerso todo o
tempo da pasteurização.Se necessário , usar pesos para manter todo o
substrato imerso na água quente.

A temperatura da água deve ser monitorada de forma a manter-se dentro


da faixa estabelecida acima. Esse cesto deve possuir um sistema de
roldanas e cordas para que possa ser levantado com mais facilidade após ser pasteurizado devido ao fato de ficar muito mais
pesado após absorver água.

Após ser retirado da água ,deve-se escorrer todo o excesso de água impregnado nas folhas picadas para que não se forme
um depósito de água no fundo dos sacos que serão inoculados pois essa água favorece o aparecimento de contaminações.O
teor de umidade ideal deve estar em torno de 70% que pode ser verificado apanhando-se um punhado de material e
apertando-se com as mãos .O ponto ideal de umidade deve ser aquele em que as mãos ficam úmidas e quando se aperta
firmemente o substrato escorrem poucas gotas de água por entre os dedos. Se estiver muito úmido escorrerá muita água e se
estiver muito seco não escorrerá água alguma.

Resfriamento

Para possibilitar a inoculação , o material deve ser resfriado espalhando-o sobre uma mesa de fórmica (onde se efetuou uma
limpeza com álcool) para que se resfrie até a temperatura ambiente (em torno de 25ºC). Essa mesa deve estar recoberta com
um filme plástico grosso e novo. O local utilizado para o resfriamento do material deve ser fechado , limpo sem correntes de ar
e pode ser o mesmo local onde se procederá a inoculação do substrato posteriormente. Todos os materiais devem ter sido
previamente desinfetados com formol , álcool ou água sanitária.

Inoculação

Para facilitar o trabalho de inoculação das folhas de bananeira pasteurizadas , é aconselhável trabalhar com no mínimo duas
pessoas.Uma fica responsável pelo enchimento dos sacos com o substrato e a outra só manuseia as "sementes". As duas
pessoas devem fazer a higiene das mãos limpando-as de tempos em tempos com álcool.O uso de luvas novas, limpas e
desinfetadas com álcool também ajuda a minimizar a contaminação.

Para a inoculação usamos sacos plásticos novos transparentes de polietileno com tamanho em torno de 25 x 30 cm onde
podemos colocar cerca de 2 a 3 Kg de material pasteurizado.O enchimento dos sacos é feito colocando-se uma camada de
folhas pasteurizadas no fundo do saco e espalhando-se por cima (com as mãos desinfetadas com álcool) um pouco de
inoculante em grãos , repetindo-se este procedimento até preencher quase que totalmente o saco , camada após camada.

As camadas devem ser bem compactadas de forma a evitar deixar espaços vazios. Amarra-se a boca do saco ,identificando a
espécie que se está cultivando e a data de inoculação por meio de canetas de ponta porosa ou etiquetas.

Incubação

Depois de inoculados , os sacos devem ser transferidos para a sala de incubação ,colocados em prateleiras ,onde deverão
permanecer no escuro e com temperatura ambiente em torno de 23ºC.Os sacos devem ser colocados afastados alguns
centímetros entre sí e nunca uns sobre os outros. O crescimento do fungo no substrato gera calor devido ao seu metabolismo ,
causando um aumento da temperatura interna do substrato .Essa temperatura não deve ficar muito alta (sempre abaixo de
30ºC) para evitar que ocorra a morte do micélio dentro do substrato. Observa-se após alguns dias que o micélio começará a
crescer a partir dos grãos do inoculante para se espalhar por todo o substrato (demora em média 15 a 20 dias para colonizar
todo o substrato dentro dos sacos).Quando todo o substrato estiver colonizado, o bloco ficará com aspecto compacto e todo
branco. Caso surjam contaminações coloridas ou leitosas , devemos eliminar os sacos contaminados. O aroma do micélio do
fungo em crescimento atrai insetos.Os cogumelos Pleurotus são atacados por pequenas moscas pretas e besouros de
carapaça alaranjada que colocam ovos e geram larvas que se alimentam do micélio e do próprio cogumelo , por isso esse local
deve estar protegido com telas finas caso venha a ser utilizado também como sala de produção.

Alguns dias depois da inoculação , quando o micélio já tiver se estabelecido bem no substrato devemos fazer pequenos furos
com uma agulha grossa e esterilizada para se aumentar a ventilação dentro dos sacos (aproximadamente 10 furos de cada
lado dos sacos).A próxima etapa é a frutificação onde as condições ambientais serão alteradas para favorecer a formação dos
primórdios (fase inicial de formação dos cogumelos) e o crescimento dos cogumelos.

Frutificação
Para que se inicie a formação dos primórdios é necessária a presença de luz com aumento da aeração e da umidade relativa
do ar ambiente (aumentar para 85-95 %) que deverá ser mantida alta durante toda fase de frutificação. Quando o substrato
estiver com aspecto compacto e branco , devemos fazer com estiletes desinfetados , pequenos cortes em X (1 cm) na
superfície dos sacos para que os cogumelos se formem nesses locais. Caso não se façam esses cortes com o estilete , os
cogumelos irão se desenvolver no espaço entre a parede do saco e o substrato , ficando mal formados com pé comprido e
sem chapéu (CLIQUE AQUI) .Caso cresçam com aspecto afilado porém , do lado de fora dos sacos , indicam que o ambiente
está com pouca ventilação ou com pouca luz. Se a umidade cair muito e por muito tempo durante a fase de formação dos
primórdios e durante seu crescimento, estes não se desenvolverão estacionando seu crescimento, ficando amarelados e
secando . A iluminação considerada suficiente, na prática, é aquela em que podemos ler de forma confortável as letras de um
jornal com o braço estendido. Quando a luminosidade ambiente for baixa ,a coloração do chapéu ficará desbotada. Depois que
os primórdios se formam os cogumelos serão colhidos depois de 4 a 6 dias aproximadamente. A umidade deve ser mantida
aspergindo-se água sobre as paredes e no chão ,evitando molhar os cogumelos diretamente. Caso fiquem molhados entre
uma irrigação e outra , podem ficar com aspecto melado , diminuindo o tempo de armazenamento.

Colheita

Devemos colher os cogumelos quando as bordas estiverem quase planas. A partir desse momento ocorrerá a liberação em
massa de esporos que podem causar alergias respiratórias em pessoas sensíveis. Recomenda-se usar máscaras com filtros
contra poeira para evitar inalar os esporos dos fungos durante a colheita (CLIQUE AQUI) . Os cogumelos colhidos devem estar
sem sinais de umidade superficial para que se conservem em boas condições por mais tempo após a colheita. Ver a página
sobre conservação dos cogumelos pós colheita.

Método alternativo à pasteurização

Este método pode ser usado como uma alternativa à pasteurização com água quente. É um método adequado para cultivo dos
cogumelos do gênero Pleurotus pulmonarius , ostreatoroseus , sajor-caju e Pleurotus branco, que são fácilmente produzidos
em temperaturas ambientes acima de 20º C utilizando-se de substratos simples como : palha de cereais, capins , ou folhas de
bananeira picados . Estes materiais após serem picados, são tratados por imersão em uma solução de cal hidratada (0,5 a 1,0
% de cal hidratada em água ) , deixados de molho nessa solução (solução fria, não é necessário aquecer nada) por uma noite
e no dia seguinte drenar bem a solução de cal excedente, colocando-se o composto tratado em sacos de polietileno novos ,
procedendo a inoculação com o micélio preparado em sementes de cereais.

A inoculação é feita da seguinte forma : Colocar uma camada do material tratado e drenado no fundo do saco plástico e por
cima um punhado do micélio preparado em grãos de cereais (sementes), outra camada de material e outra porção de
sementes , até preencher todo o saco plástico. Procurar não deixar espaços vazios dentro do saco, compactando bem o
material a cada camada adicionada. Procure trabalhar com um ajudante que irá manusear as sementes enquanto você
manuseia só o material tratado. Ambos devem lavar as mão e desinfetá-las com álcool antes de manusear o material e as
sementes.

Após preencher todo o saco com o material e as sementes , amarrar a boca do saco com um amarril ou elástico e com uma
tesoura cortar os bicos das duas pontas do saco plástico (pontas da base do saco plástico) de forma que saia todo o excesso
de solução de cal que costuma depositar no fundo do saco plástico . Procede-se então a incubação do material em local limpo
e escuro, para que seja todo colonizado pelo micélio do cogumelo.

Depois de alguns dias , todo o material estará colonizado pelo micélio e ficará todo branco. Estará pronto para iniciar a
produção dos cogumelos. Para isso , fazemos com um bisturi ou gilete , pequenos cortes espaçados nas paredes laterais dos
sacos colonizados (cortes em X com cerca de 1 cm) e então colocamos os sacos em ambiente com umidade, ventilação,
temperatura e iluminação adequadas para essas espécies. Os cogumelos sairão pelos cortes efetuados nos sacos plásticos e
se desenvolverão até o ponto de colheita, se as condições adequadas (umidade,ventilação,etc) forem mantidas.
Cultivo em Toras de Madeira

Cultivo em Toras de Eucalipto

O Cultivo em toras de madeira pode ser feito com a maioria das espécies comentadas nesse site. A espécie Stropharia
rugoso-annulata não se desenvolve em toras de madeira , porém pode ser cultivada em cavacos de madeira frescos.

Uma das espécies comestíveis mais cultivadas no mundo em toras de madeira é o Shiitake (Lentinula edodes). No Brasil, o
Shiitake é bastante cultivado em toras de eucalipto. O cultivo de cogumelos em toras apresenta algumas vantagens e
desvantagens. Veja algumas :

Vantagens: A madeira é uma matéria prima relativamente limpa que não requer tratamento térmico, a exemplo do cultivo em
serragem ou compostos , os quais requerem alguma espécie de tratamento térmico para eliminar os organismos competidores.

A madeira para uso no cultivo de cogumelos deve ser recém cortada e não apresentar sinais de deterioração por fungos e nem
estar ressecada. A casca deve recobrir toda a tora , devendo-se evitar seu ressecamento ou a incidência de raios solares
diretos que causam a queda da casca.

A formação do cogumelo inicia-se sob a casca e nos locais onde ela caiu, o cogumelo geralmente não se forma.

Desvantagens : O período de incubação das toras é geralmente longo (em média 3 a 5 meses). A produtividade de algumas
espécies de cogumelos em toras (por exemplo : Pleurotus) é geralmente mais baixa que a produzida em compostos
pasteurizados além da desvantagem do maior tempo de incubação (em compostos, o tempo de incubação gira em torno de 15
dias).

Apesar disso ,as toras de madeira são muito utilizadas em pequenas produções de forma artesanal e até em grandes cultivos.

Princípios do Método

O príncipio do cultivo em toras de eucalipto resume-se em cortar as toras em tamanhos manuseáveis (1 metro de comprimento
por 12 a 15 cm de diâmetro), furar os pontos de inoculação com brocas e furadeira elétrica, inocular todos os furos com inóculo
feito a base de serragem e tampar os furos inoculados com parafina derretida.

Depois de inoculadas as toras devem ser empilhadas em um local adequado para que o micélio colonize toda a tora
(incubação) onde devem ser irrigadas todos os dias para evitar o ressecamento da tora e da casca.

Depois de incubadas, as toras são mergulhadas em água mais fria que o ambiente (choque térmico), escorridas e colocadas
em outro local para proceder-se o crescimento e a colheita dos cogumelos.

O choque térmico em água ocasiona o aparecimento dos primórdios do cogumelos sob a casca das toras devido ao aumento
do teor de umidade e a diminuição da temperatura.

Preparo das Toras

Materiais necessários:

Inóculo preparado em serragem, brocas ,furadeiras ,parafina para fechar os furos inoculados, inoculador e as toras cortadas na
medida padrão comentada acima.

Etapas do Cultivo

A produção de cogumelos em toras de Eucalipto pode ser dividida em várias etapas :

01 - Preparo do inoculante

02 - Seleção da árvore e corte das toras de Eucalipto

03 - Furação das toras

04 - Inoculação das toras

05 - Fechamento dos furos com parafina derretida

06 - Incubação das toras


07 - Indução dos Primórdios e Frutificação

08 - Colheita

09 - Fase de Descanso das Toras

Etapa 01 – Preparo do Inoculante

A qualidade do inoculante é um dos fatores que levam à uma boa produção de cogumelos. Este inoculante pode ser feito em
serragem de acordo com a o procedimento da página Preparo de inoculante.

O inoculante sadio totalmente colonizado deve ter coloração branca CLIQUE AQUI e estar isento de contaminantes coloridos
(contaminação por fungos) CLIQUE AQUI , ou apresentar líquidos com cheiro azedo (contaminação bacteriana) .

O produtor deve programar o corte e a inoculação das toras de forma a usar um inoculante que tenha sido preparado
recentemente e que esteja na fase de crescimento máxima , onde o micélio está totalmente ativo, colonizando a tora com mais
facilidade.

É importante que o inoculante esteja totalmente colonizado pelo micélio do fungo para poder ser usado. Se existirem áreas
onde o micélio não colonizou a serragem , aguardar até que toda a serragem seja colonizada para poder usar o inoculante.

No caso do Shiitake , o inoculante que foi incubado em excesso pode apresentar a formação de uma capa externa endurecida
de coloração marrom e eliminação de líquido marrom , não devendo ser usado , por ser um inoculante velho.(CLIQUE AQUI)

Etapa 02 - Seleção das árvores e corte das toras de Eucalipto

Para obter-se uma colonização rápida pelo micélio do fungo devemos escolher árvores jovens que apresentem uma região de
cerne pequena em relação ao diâmetro da tora.

O cerne ,que pode ser visualizado quando se faz um corte transversal na tora, apresenta coloração diferente e corresponde à
parte mais central da tora (“miolo”) CLIQUE AQUI . Essa região apresenta maior resistência à decomposição pelo micélio do
fungo , demorando mais tempo para entrar em produção. De preferência use as toras que tem menos cerne CLIQUE AQUI .

O diâmetro ideal das toras deve estar em torno de 10 a 15 cm e o comprimento em torno de 0,8-1,2 metros. As toras com
diâmetro pequeno (5 a 8 cm) iniciam a produção antes que uma tora mais grossa , porém a quantidade de cogumelos e o
tamanho destes é menor , além de deixarem de produzir cogumelos mais cedo.

As toras mais grossas que 15 cm podem ser usadas , porém demorarão mais tempo para iniciarem a produção. Essas toras
devem ser cortadas em comprimento menor que 1,0 metro para facilitar o manuseio , devido ao seu maior peso .

Devemos escolher árvores que apresentem casca lisa e grossa porém sem machucados , o que facilitará a inoculação e
diminuirá a possibilidade de ocorrerem contaminações das toras no momento da inoculação.
No momento da derrubada da árvore devemos fazer com que a mesma caia evitando atingir outras árvores ou mesmo pedras
no solo. Os machucados na casca provenientes do choque entre árvores permitem que os contaminantes presentes no solo e
no ar penetrem na tora antes que o micélio do fungo possa se estabelecer.

Da mesma forma devemos evitar arrastar as árvores cortadas pelo chão no local da derrubada , as quais serão contaminadas
com os microorganismos presentes no solo.

Devemos tomar o máximo cuidado em manter as cascas das toras integras , pois a ausência de casca dificulta a formação dos
cogumelos (os primórdios do cogumelo se formam sob a casca), além da casca servir como uma barreira contra os
contaminantes e evitar o ressecamento da tora.

O ideal é derrubar as árvores e cortá-las em toras no próprio local onde estão plantadas , evitando machucar a casca das toras
durante o transporte.

Após o corte as toras devem ser armazenadas na posição horizontal em um local sombreado e sem contato com o solo,
evitando a incidência de raios solares que podem causar o desprendimento da casca.

Abaixo estão listadas algumas espécies de Eucalipto adequadas ao cultivo em toras pois apresentam madeira mais mole:

E.grandis

E.urophilla

E.globulus

E.saligna

Evitar as espécies que apresentam substâncias odoríferas como por exemplo o E.citriodora (eucalipto cheiroso).

Para identificar a espécie adequadamente procure auxílio de um Engenheiro Agrônomo.

Etapa 03 – Furação das Toras

Devemos fazer uma série de furos nas toras para proceder a inoculação do micélio. Os furos devem ter uma profundidade de 2
cm e diâmetro de 0,8 a 1,2 cm (depende do inoculador). Os furos devem ser feitos logo após o corte em toras.

A inoculação e parafinagem também devem ser executadas logo após a furação.


Foto de brocas importadas do Japão CLIQUE AQUI

Algumas dessas brocas já possuem incorporadas um limitador de profundidade de furo, que pode ser visto nas duas brocas
das extremidades da foto acima (as que tem um anel com diâmetro maior próximo ao meio da broca).

A quantidade de furos é variável de acordo com o diâmetro e comprimento das toras .

Devemos proceder uma maior quantidade de furos ao redor de galhos e nas duas pontas das toras para assegurarmos uma
colonização mais rápida das pontas pelo micélio do fungo, pois essas áreas estão sujeitas à maior incidência de
contaminações .

O esquema de espaçamento de furação abaixo serve para toras de 1,0 metro de comprimento:

Toras com diâmetro de 10 cm - 6 linhas de furos com 6 ou 7 furos por linha

Toras com diâmetro de 15 cm - 9 linhas de furos com 6 ou 7 furos por linha

Usando o esquema de furação acima , o total do número de furos em uma tora de 1 metro de comprimento corresponde a
aproximadamente 4 vezes o diâmetro da tora, ou seja:

Toras de 10 cm de diâmetro - quantidade de furos aproximada é de 40 furos (4 x 10 cm) ou (6 linhas x 7 furos por linha = 42
furos)

Toras de 15 cm de diâmetro - quantidade de furos aproximada é de 60 furos (4x15 cm) ou (9 linhas x 7 furos por linha = 63
furos)
DESENHO DO ESQUEMA DE FURAÇÃO CLIQUE AQUI

Usar preferencialmente furadeiras potentes (acima de 400W) e de alta rotação (Makita, Toshiba, etc) cuja rotação varia entre
4.000 a 12.000 rpm ou mesmo na falta destas usar furadeiras nacionais que giram em torno de 2.000 rpm , apesar de não
serem recomendadas para furar muitas toras.

As furadeiras de alta rotação combinadas com brocas afiadas permitem um melhor rendimento e fazem furos sem rebarbas. A
furadeira deve ter um dispositivo limitador da profundidade do furo CLIQUE AQUI

Etapa 04 – Inoculação das toras

A inoculação das toras consiste em introduzir o inoculante (feito com serragem) nos furos feitos com a broca usando-se um
aparelho chamado inoculador.Introduzir o micélio do fungo em vários pontos da tora favorecerá a colonização da mesma pelo
cogumelo que se está cultivando antes que os contaminantes o façam.

O crescimento do micélio dentro das toras acompanha o sentido das fibras da madeira, portanto o crescimento é mais rápido
no sentido do comprimento da tora e menor no sentido da largura da tora CLIQUE AQUI. Esse é o motivo dos furos serem
menos espaçados entre as fileiras (5 cm) e mais espaçados nas fileiras (15 cm) CLIQUE AQUI .

Se usássemos uma maior quantidade de inoculante por tora conseguiriamos acelerar a colonização da mesma , porém isso
representa uma maior quantidade de furos e maior consumo de inoculante com aumento de custos.

A inoculação de poucas toras pode ser feita com um inoculador manual a pistão CLIQUE AQUI . Este tipo de inoculador
permite preencher um furo apenas por vez , devendo ser recarregado com mais inoculante para preencher o próximo furo.Uma
mola interna faz com que o pistão interno retorne a posição inicial toda vez que é liberado.

O pistão interno tem um comprimento tal que deixa na ponta do inoculador um espaço vazio interno , o qual é preenchido com
o inoculante . O espaço vazio tem um comprimento que corresponde à profundidade do furo feito com a broca CLIQUE AQUI.

Para pequenos testes , já cheguei a utilizar uma seringa descartável que foi preparada conforme a foto CLIQUE AQUI . Nesse
caso deve-se usar uma broca cujo diâmetro corresponda ao diâmetro interno da seringa.

Para grandes quantidades de toras devemos adquirir um inoculador com reservatório acoplado . Este reservatório serve para
guardar o inoculante em grande quantidade , permitindo preencher vários furos em seguida sem necessidade de ser
recarregado a cada nova inoculação.
Devemos observar uma boa higiene de todos os utensílios que irão entrar em contato com o inoculante, devendo os mesmos
serem lavados com água e detergente e depois limpos com álcool. As mãos de quem trabalha com o inoculante devem estar
também limpas e desinfetadas com álcool antes de mexer com os materiais de inoculação .

O inoculante utilizado deverá ser de preferência bem novo e com micélio vigoroso. Devemos retirar o inoculante da
embalagem onde foi produzido e passá-lo para um recipiente plástico limpo e com tampa , desmanchando os torrões formados
de forma que fique com aspecto homogêneo. Quando é misturado , o inoculante fica com aspecto de serragem úmida, porém
quando estiver no interior da tora o micélio voltará à crescer ficando de novo branco.

O odor do inoculante sadio deve ser o do próprio cogumelo. Caso apresente odor de fermentação deverá ser descartado e
substítuido por outro em boas condições. Procurar deixar o recipiente onde foi colocado o inoculante sempre protegido com
sua tampa.

Carrega-se o inoculador manual comprimindo-se a ponta deste de encontro ao inóculo feito em serragem que já foi
desagregado conforme citado acima. Coloca-se a ponta do pistão alinhada com o furo feito na tora e empurra-se o inoculante
para dentro do furo , deixando-se o inóculo bem paralelo a superfície da tora e um pouco abaixo da casca.

Devemos inocular as toras logo após terem sido furadas para evitar que os furos fiquem muito tempo expostos aos
contaminantes presentes no ar e também evitar que os furos se ressequem.

Uma boa inoculação é aquela em que os furos estão totalmente preenchidos porém com o nível do inoculante abaixo da casca
, para facilitar a aplicação de uma camada de parafina derretida bem aderente ao furo.

Um procedimento adequado para inocular várias toras mais rapidamente é trabalhar em dupla ou mesmo três pessoas , sendo
que uma pessoa ficará responsável pela furação das toras, outra pela inoculação e a terceira responsável pelo fechamento dos
furos com parafina derretida.

Para facilitar a inoculação , as toras deverão ser colocadas sobre cavaletes CLIQUE AQUI com altura adequada aos
operadores que irão trabalhar em pé todo o tempo. O cavalete pode ser feito com barras de ferro soldadas ou de madeira.
Nesses cavaletes procedem-se as três etapas mencionadas acima.

Consumo aproximado de inoculante:

10 litros para 100 toras de 1,0 m x 10 cm de diâmetro

15 litros para 100 toras de 1,0 m x 15 cm de diâmetro.

Etapa 05 - Fechamento dos furos com parafina derretida

Após proceder a inoculação , os furos devem ser tampados com parafina derretida de forma a impedir a penetração de
contaminantes externos , evitar que o inoculante seque e evitar a infiltração de água nos furos.
Um fator de grande importância a ser observado é a temperatura de aplicação da parafina (entre 115--120ºC) que se estiver
muito quente provocará um desperdício demasiado de parafina que se evapora com formação de fumos tóxicos além do perigo
de pegar fogo. Se for aplicada muito fria , não aderirá bem aos furos ficando quebradiça e esbranquiçada , chegando a se
despreender dos furos. A parafina aplicada na temperatura adequada ficará transparente e irá ter um boa aderência ao furo.

Caso a parafina venha a cair , por ter sido aplicada muito fria , esse ponto de inoculação ficará comprometido e o micélio
inoculado não irá crescer adequadamente , se contaminará ou mesmo morrerá.

A aplicação da parafina sobre os furos já inoculados pode ser feita com um pincel ou com uma “boneca” de palha de aço. Essa
“boneca” de aproximadamente 3 cm de diâmetro é feita amarrando-se com arame fino um pedaço de palha de aço envolvendo
a ponta de uma vareta fina feita de madeira ou bambu . Esse chumaço de palha de aço conservará a temperatura adequada
da parafina por mais tempo. A aplicação da parafina é feita imergindo-se a "boneca" de palha de aço na parafina derretida e
pincelando-se os furos inoculados, recobrindo-se uma área ao redor dos furos com diâmetro de cerca de 2 vezes o diâmetro
do furo. Para uma boa vedação aplicar a parafina duas vezes em cada furo.

Para recolher o excesso de parafina que escorre das toras para o chão devemos recobrí-lo com uma chapa de “Duratex” ou
melhor ainda com uma folha metálica (folha de Flandres) do tipo usado para construir calhas para água de chuva em telhados,
de forma que possamos raspar essa parafina para reaproveitá-la, bastando apenas derretê-la novamente e retirar-se as
impurezas dissolvidas.

Devemos ter cuidados extremos com a segurança ao trabalhar com parafina derretida que pode provocar queimaduras graves
por derramamento sobre a pele e pelo risco de incêndio. Usar de preferência um fogão doméstico ou um aquecedor elétrico
que permite uma boa estabilidade do recipiente usado para se derreter a parafina , evitando que este tombe e cause
acidentes.

Um aquecedor elétrico tem a vantagem de não ter chamas e possuir um melhor controle da temperatura pelo uso de um
termostato.

Consumo de parafina aproximado 5 Kg para 150 a 200 toras

Etapa 06 – Incubação das toras

Após a inoculação das toras e fechamento dos furos com a parafina derretida devemos transferir as toras para a área de
incubação.

Esse local deve ter as seguintes características :

Chão de terra recoberto com cascalho ou pedra britada para evitar a formação de lama.
Deve ser sombreado porém, sem incidência de raios solares diretamente sobre as toras. A incidência de luz solar direta sobre
as toras causa a morte do fungo no interior das toras pela elevação da temperatura interna . Em dias com temperatura muito
elevada a tendência das toras é se ressecarem mais rápidamente , portanto devemos ter cuidados redobrados com a
manutenção da umidade nas toras , molhando-as até ficar completamente úmidas duas a três vezes por dia.

Se a umidade das tora abaixar muito , a casca se soltará ,desprendendo a parafina e matando os inóculos. Caso sequem
demais , as próprias toras racharão. Caso não exista sombra suficiente usar cobertura de bambu ou tela de sombreamento
(sombrite 70-90%).

Devemos dispor de uma fonte de água limpa para molhar as toras, utilizando-se de mangueira ou mesmo aspersores para o
caso de grandes produções.

Devemos evitar colocar as toras em locais com pouca ventilação ou com ventilação excessiva. A falta de ventilação associada
à toras com cascas sempre umidas irá favorecer o aparecimento de fungos competidores do gênero Trichoderma (bolores
verdes). Esse tipo de fungo aprecia locais sombreados , com muita umidade e pouca ventilação.

As toras , a medida que vão envelhecendo ,ficam com as cascas mais macias e absorvem água mais fácilmente. Esse fato
associado com a presença de contaminantes (bolor verde), faz com que seja necessário descartarmos as toras que
apresentarem esse tipo de contaminação. As toras descartadas devem ser levadas para locais distantes do local de cultivo,
sob pena de contaminarem as toras restantes.

O local pode ser descoberto ou não , devendo-se observar que nos dias chuvosos não será necessário molharmos as toras ,
caso a chuva incida sobre as mesmas .

Devemos empilhar horizontalmente as toras inoculadas em camadas , formando pilhas de toras, com espaçamento de cerca
de 3 a 5 cm entre uma tora e outra. Devem ser empilhadas longe do chão colocando-se as duas toras da base sobre blocos de
cimento do tipo usado em construção civil. As toras seguintes são intercaladas em camadas cruzadas de cinco ou seis toras
até uma altura de cerca de 1,50 metros CLIQUE AQUI .

As toras mais finas devem ser colocadas nas partes mais baixas e mais ao centro da pilha pois se ressecam mais fácilmente.
A distribuição da umidade em uma pilha de toras tende a deixar as partes mais baixas e centrais da pilha com maior teor de
umidade do que o restante da pilha. Portanto a distância de separação entre as toras da parte superior da pilha deve se menor
do que as toras da parte de baixo.

Devemos proceder um rodízio a cada 2 meses nas pilhas de toras, passando as toras da parte de baixo da pilha para a parte
de cima e vice-versa e proceder também um giro de 180º em cada tora, ou seja a parte de baixo de cada tora é girada ficando
voltada para cima.Esse procedimento uniformiza a umidade e o crescimento do micélio em toda as toras da pilha.
Um outro cuidado referente ao manuseio das toras é referente aos pontos de contato entre as toras. Nesses locais , o micélio
chega a “soldar” as cascas de uma tora na outra podendo desprender pedaços da casca quando se desfaz a pilha de toras. O
manuseio deve ser feito com cuidado para evitar a perda de parte da casca nesses pontos.

Quando a inoculação , parafinagem e controle das irrigações são feitos corretamente , o micélio passa a crescer do inóculo
para as fibras da madeira. Esse início de crescimento pode ser percebido após 2 ou 3 meses, pois o local de inoculação
adquire uma coloração amarelada sob a parafina e a casca da tora nesses locais fica mais macia devido à colonização da
casca pelo micélio. O micélio em crescimento irá se alastrar por toda a tora e irá aparecer nas extremidades destas , formando
desenhos brancos intercalados com regiões de coloração mais escura.

O crescimento do micélio na tora prossegue com a decomposição da madeira pelo fungo para obter os nutrientes necessários
para a fase seguinte que é a frutificação.

Etapa 07 – Indução dos Primórdios e Frutificação

Após passados alguns meses ,com o amadurecimento da tora inoculada , a frutificação pode ocorrer de forma expontânea
geralmente após alguns dias chuvosos ou quando ocorrer um ligeiro abaixamento da temperatura ambiente. Essa frutificação
inicia-se com o aparecimento de pequenas protuberâncias sob a casca da tora (primórdios do cogumelo). Esses primórdios
rompem a casca e progridem o seu crescimento até a completa formação do cogumelo.

Para ativarmos esse processo e termos um certo controle sobre quando queremos que as toras entrem em produção (indução
dos primórdios), realizamos a imersão das toras em água fria cuja temperatura foi abaixada de 5 a 10º C em relação à
temperatura ambiente através de barras de gêlo ou por meio de um aparelho de refrigeração que resfria a água em um tanque
separado do tanque onde estão imersas as toras.

As toras são deixadas imersas nessa água por cerca de 12 a 24 horas , dependendo do clima e do teor de umidade das
toras.O tanque utilizado deve ter altura suficiente a fim de acomodar as toras em seu interior de forma que fiquem totalmente
imersas na água. As toras devem ser colocadas na horizontal cuidadosamente dentro do tanque vazio e serem mantidas
submersas através de ganchos chumbados no fundo e amarradas com cabos de aço ou cordas nesses ganchos , pois tendem
a boiar quando se enche o tanque com água.

Depois de transcorrido o tempo de imersão , as toras são retiradas do tanque e colocadas de forma intercalada e inclinadas
quase na vertical em um local coberto sem incidência de luz solar direta porém bem iluminado para que os cogumelos não
fiquem com aspecto pálido devido à falta de luz.

Esse local não deve ter muita circulação de ar. A umidade relativa do ar deve ser controlada molhando-se o chão e as paredes
(as toras podem ser molhadas somente até 48 horas depois da indução) para que se mantenha elevada (entre 80-90 %).

Se o cogumelo for irrigado diretamente, ficará com aspecto melado devido ao ataque de bactérias e se estragará mais
rápidamente durante a armazenagem na geladeira . Usar um medidor de umidade relativa CLIQUE AQUI , colocado no centro
do barracão de produção, para fazer o controle da necessidade ou não das irrigações.

Os primórdios aparecem na superfície das toras entre dois a três dias depois do processo de indução e a colheita ocorre entre
sete a dez dias depois , dependendo da temperatura ambiente, quanto mais quente , mais rápido ocorrerá a colheita e vice-
versa.
Uma tora rende várias colheitas , e a medida que o teor de nutrientes decresce , a quantidade de cogumelos produzida irá
decrescer também até que não ocorra mais nenhuma germinação de cogumelos. Essas toras devem então ser retiradas da
área de produção , pois favorecem uma maior incidência de pragas (fungos e insetos) que podem comprometer o restante da
produção. Essa madeira pode ser utilizada como matéria prima para produção de húmus.

Etapa 08 - Colheita

A colheita dos cogumelos deve ser feita quando as bordas do chapéu ainda estão levemente curvadas para baixo. Para se
efetuar a colheita , devemos segurar o cogumelo pelo pé e ao mesmo tempo que se empurra levemente o pé do cogumelo em
direção da tora fazendo uma ligeira torção até que o cogumelo se desprenda , evitando arrancar um pedaço da casca junto. Os
cogumelos devem ser colhidos apenas com o uso das mãos. Não devemos usar facas para retirar o cogumelo da tora , pois o
pedaço que fica aderido à tora constitui-se num foco de contaminação.

Os cogumelos colhidos devem ser préviamente limpos dos restos de casca aderidos ao pé e colocados em embalagem
plástica (isopor) , recobertos com filme de pvc aderente e colocados no refrigerador (4ºC) onde podem permanecer bons para
consumo até 7 dias em média , dependendo da variedade cultivada.

Podem ainda passarem por processo de secagem , o que aumenta em muito o tempo de conservação. Com certas espécies
de cogumelos (ex. Shiitake) a secagem acentua o aroma e sabor pela ação de enzimas presentes no fungo. Podem ser secos
ao sol ou em estufas com temperatura controlada e variável (inicial 35ºC e final 60ºC com aumento gradual da temperatura).

Para fazer a secagem ao sol pode-se construir um secador solar de acordo com o seguinte esquema: CLIQUE AQUI , onde os
cogumelos são arrumados distanciados uns dos outros na superfície do secador. Colocar uma tela metálica de malha aberta
sobre a chapa pintada de preto e sobre esta tela metálica colocar os cogumelos . A secagem leva geralmente 2 a 3 dias
dependendo da insolação do local de secagem. Se forem colocados com as lamelas viradas para cima aumenta-se a área de
exposição à luz ultravioleta do sol e consequentemente aumenta-se o teor de vitamina D2 que é formada pela exposição ao
sol.

Depois de seco o cogumelo fica com um teor de umidade em torno de 10% . O ponto ideal de secagem é quando não se
consegue empurrar o pé do cogumelo em direção ao chapéu e o cogumelo fica quebradiço. Devido ao fato de ser muito
higroscópico , o cogumelo que passou por secagem deve ser armazenado dentro de 2 sacos de polipropileno grossos , um
colocado dentro do outro e ainda esses sacos podem ser guardados dentro de latas que apresentam tampa com vedação
adequada.

Se por acaso os cogumelos ficarem úmidos dentro dessas embalagens (ficam flexíveis novamente) , podem chegar a mofar e
o consumo de cogumelos embolorados deve ser evitado a todo custo para não ocorra uma intoxicação alimentar.

Ver mais algumas informações na página sobre conservação dos cogumelos pós colheita.

Etapa 09 – Fase de Descanso das Toras


Depois de se proceder a colheita , as toras devem retornar para a área de incubação onde ficarão por mais 40 a 60 dias em
descanso , se preparando para um novo processo de indução e colheita.

Durante esse período o micélio absorve mais nutrientes das toras se preparando para uma nova produção. O controle das
irrigações deve ser feito de forma mais cuidadosa para se evitar a ocorrência de contaminantes na casca das toras, evitando-
se deixar as cascas muito tempo úmida e ao mesmo tempo evitar que as toras se ressequem.

A indução das toras deve ser feita agora por um tempo maior (cerca de 24 horas), visto que as toras estarão mais secas e
mais impermeáveis à água devido ao crescimento do micélio no interior da tora.

Geralmente as toras possibilitam 4 a 5 ciclos de descanso e indução antes que se esgotem todos os nutrientes da tora.
Quando a tora estiver esgotada , sua casca já terá se soltado quase por completo e a madeira ficará tão apodrecida que
qualquer batida fará com que se quebre muito facilmente, devendo então ser descartada.

Nessa etapa é necessário que já tenhamos outras toras em fase final de incubação para serem usadas como substitutas
dessas toras exauridas e garantir a continuidade da produção.

Para maiores detalhes sobre cultivo em toras, consultar a página sobre bibliografia Livros indicados
4 - Conservação das Culturas

04 - CONSERVAÇÃO

Devemos proceder a armazenagem das culturas filhas a fim de que quando for necessário possamos recomeçar o processo
de produção dos cogumelos. Cada cultura deverá ser sempre armazenada em 5 tubos de ágar inclinado para assegurar que
pelo menos um ou dois desses tubos se mantenham viáveis e possamos recuperar a cultura. Quando todos os tubos
armazenados são perdidos por algum motivo , fica difícil obtermos uma nova cultura a não ser que recorramos a um banco de
culturas ou aos amigos que também cultivam cogumelos.
4.1 - Métodos de Armazenagem

4.1.1- Repiques feitos a Intervalos regulares

Um dos métodos mais utilizados para armazenagem das culturas consiste em guardar as culturas em tubos de ágar inclinado
e armazená-las na geladeira (sem congelar), fazendo a transferência das culturas para um meio novo a intervalos regulares. É
um método muito trabalhoso pois devemos proceder o repique dessas culturas a cada 4 meses no máximo. Para um
colecionador de culturas que possua várias espécies armazenadas podemos imaginar o trabalho necessário para fazermos o
repique de centenas de tubos de uma só vez.

Após feitos os repiques dos tubos velhos para os novos , devemos deixar o micélio crescer em temperatura ambiente de 25
ºC ,observando sua sanidade e só então armazená-los no refrigerador. Existe ainda o problema de algumas espécies de
cogumelos em que o micélio morre ao se fazer o resfriamento em geladeira , além do fato de que não podemos avaliar uma
cultura quanto a sua produtividade após a mesma ter sido repicada várias vezes.

Quando usamos um meio de cultura muito rico em nutrientes para armazenagem , o micélio do fungo sofrerá degeneração
após muitos repiques no mesmo meio de cultura , adaptando-se a esse meio rico e não mais produzindo cogumelos com a
mesma qualidade quando for transferido para um composto. Quando se atinge esse estágio devemos descartar essa cultura e
obtermos uma nova de um fornecedor de culturas.

4.1.2 - Armazenagem da cultura sob óleo estéril

Nesse método fazemos a armazenagem da cultura em tubos de ágar , onde o ágar foi solidificado com o tubo na vertical ,
formando uma superfície horizontal e perpendicular à parede do tubo de ensaio.

Transfere-se , com a haste metálica ,um pedaço da cultura para esse tubo e deixa-se que o micélio cresça normalmente.
Após ,cobre-se o micélio com uma camada de óleo mineral (Nujol) esterilizado em estufa CLIQUE AQUI . O uso do óleo tem a
capacidade de limitar as trocas gasosas do micélio com o ar , inibindo o crescimento do micélio por diminuição do metabolismo
do fungo .Para fazer o repique devemos extrair assepticamente um pedaço do ágar com o micélio aderido ,escorrer o excesso
de óleo e transferir esse micélio para um tubo com ágar inclinado. Este método possui o inconveniente de produzir muita
sujeira devido ao uso do óleo , podendo-se contaminar fácilmente a cultura, além do que , o repique da cultura pode demorar
para reiniciar a crescer devido ao óleo.

4.1.3 - Armazenagem da cultura em água destilada estéril

Um método que tenho usado e que tem dado bons resultados para as espécies citadas nesses site (quase todas), é o da
armazenagem do micélio sob água destilada estéril e a temperatura ambiente. Para isso uso frascos com tampa rosqueada
onde coloco 10 ml de água destilada e procedo a esterilização desses tubos em panela de pressão por 30 minutos , deixando
esfriar até temperatura ambiente.

Faz-se entâo uma transferência asséptica de pedaços de ágar com micélio aderido para esses frascos (micélio proveniente de
tubos de ágar inclinado). Esses tubos CLIQUE AQUI serão então armazenados em temperatura ambiente dentro de caixas de
isopor . Esse método segundo dados da literatura , pode ser usado para armazenar culturas a temperatura ambiente por até
dois anos sem necessidade de repiques. Pode ser usado com micélios de cogumelos que tem sensibilidade ao frio , pois não é
necessário armazenar os tubos na geladeira, além de ser um método que não produz sujeira como o óleo mineral.

4.1.4 - Outros métodos de armazenagem

Existem métodos muito eficientes usados por empresas que possuem grandes quantidades de culturas. Um deles é a
armazenagem do micélio em nitrogênio líquido em baixíssimas temperaturas. Tem a vantagem de literalmente parar o
metabolismo do fungo quando bem executado , mantendo as características da cultura por muitos anos , porém é um método
caro e que consome muito nitrogênio líquido, necessitando de equipamento específico para armazenagem e técnicas
complexas para sua execução.

Esterilização - Guia Geral

ESTERILIZAÇÃO COM USO DE PANELA DE PRESSÃO

Procedimento Geral

1) Colocar o suporte metálico furado CLIQUE AQUI (vem junto com algumas panelas de pressão) no fundo da panela CLIQUE
AQUI para evitar contato o contato direto do fundo dos vidros com o fundo quente da panela .Colocar uma camada de água
fria no fundo da panela de acordo com as instruções do fabricante CLIQUE AQUI .A camada de água deve ter em torno de 4,0
a 5,0 cm de altura acima do suporte (cerca de 1,5 litros para uma panela de 7,0 litros e cerca de 3,5 litros para uma panela de
20 litros.O importante é que permaneça sempre uma camada de água no fundo da panela durante todo o processo de
esterilização.
2) Colocar os frascos com o material que vai ser esterilizado dentro da panela devidamente apoiados para que não tombem.
CLIQUE AQUI.

3) Fechar a panela de pressão com a tampa , porém não colocar o peso que controla a saída do vapor no pino central da
tampa da panela.

4) Acender o fogo e deixar ferver em fogo alto. Quando iniciar a saída de vapor pelo pino central da tampa , marcar cerca de 3
a 5 minutos para que todo o ar existente na panela seja eliminado e o jato de vapor saia de forma contínua . A presença de ar
misturado ao vapor d’agua dentro da panela faz com que a temperatura de ebulição da água seja menor do que quando se
tem somente vapor d’agua , prejudicando a eficiência da esterilização.

5) Colocar o peso no pino da tampa da panela com o auxílio de uma luva grossa de pvc de cano longo para evitar
queimaduras com o vapor que está saindo. CLIQUE AQUI.

6) Quando o vapor recomeçar a sair e começar a agitar o peso , baixar a intensidade da chama para manter-se apenas uma
saída de vapor constante porém sem muita agitação interna. Começa aqui a contagem do tempo de esterilização .

7) Quando chegar ao término do tempo de esterilização apagar o fogo e deixar a panela esfriar até a temperatura ambiente
antes de abri-la para retirar os frascos (geralmente devemos abrir a panela só no dia seguinte). Se for aberta quando os
frascos de palmito estiverem ainda quentes podem ocorrer quebras por choque térmico.

8) Para o caso do preparo de tubos de ágar inclinado , os tubos devem ser retirados ainda quentes assim que a pressão
interna for eliminada totalmente. Deve-se deixar resfriar a panela por mais 15 minutos após a pressão ter-se igualado com a
pressão ambiente para se retirar os tubos de ensaio (com o auxílio das luvas de cano longo).Se a temperatura do meio de
cultura baixar para menos de 45º C , este endurecerá antes que possamos posicionar os tubos para resfriarem inclinados.
Espécies Disponíveis Para Venda

CULTURAS DISPONÍVEIS EM ÁGAR

Possuo para venda em tubos de ágar inclinado, as espécies seguintes:

ESPÉCIES

PREÇO UNICO

POR ESPÉCIE

R$ 80,00
Agaricus blazei

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Agaricus Portobello

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Agrocybe aegerita (Pioppino)

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Coprinus comatus

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Auricularia spp

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Flammulina velutipes

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Ganoderma lucidum (Reishi)

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Grifola frondosa (Maitake)

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Hericium erinaceus (Pom-Pom)

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Hypsizygus tessulatus (Hon-Shimeji)

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Hypsizygus ulmarius

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Lentinula edodes (Shiitake)

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Pholiota nameko (Nameko)

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Pleurotus cystidiosus

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Pleurotus eryngii

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Pleurotus ostreatoroseus

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Pleurotus ostreatus branco (Hiratake)

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Pleurotus ostreatus cinza (Shimeji)

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Pleurotus pulmonarius

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Pleurotus citrinopileatus (Amarelo)

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Stropharia rugoso-annulata

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Volvariella volvacea (Cogumelo palha)

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Trametes versicolor (Calda de Peru)

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IMPORTANTE:

NÃO FORNEÇO CULTURAS OU ESPOROS DE ESPÉCIES ALUCINÓGENAS OU TÓXICAS.

FORNEÇO APENAS CULTURAS EM ÁGAR DE ESPÉCIES COMESTÍVEIS OU MEDICINAIS.

MAIS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

O valor único das culturas acima é por espécie e sempre serão enviados dois tubos (para cada espécie) pelo valor
indicado.

Infelizmente não posso atender aos pedidos feitos por várias pessoas que desejariam receber apenas 1 tubo pela metade
do valor (R$ 40,00).

Do mesmo modo não posso atender aos pedidos de algumas pessoas que desejam receber 2 tubos , porém cada um dos
tubos contendo uma espécie diferente da outra e pagar por estas duas espécies o valor referente à uma única (R$ 80,00).

Abaixo segue um exemplo para melhor compreensão:

Exemplo: Desejo adquirir culturas de duas espécies diferentes de Pleurotus (espécie A e espécie B)

Nesse caso, o valor cobrado será de R$ 160,00 (R$ 80,00 por espécie) e serão enviados ao destinatário quatro tubos de
culturas em ágar (dois tubos da espécie de Pleurotus A e dois tubos da espécie de Pleurotus B).

As fotos abaixo exemplificam um pedido de uma cultura de Volvariella volvacea.

Atenção : Os valores acima correspondem somente às culturas. Falta adicionar os valores do Sedex e da embalagem de
correio.

Para calcular o Sedex , clique aqui e siga as instruções da página.

Sempre escreva para verificar a disponibilidade das espécies desejadas antes de colocar qualquer pedido.

Para isso , clique AQUI para obter informações de como proceder para fazer as encomendas.

Obrigado!

Wilson Roberto Bastazini

Jundiaí-SP

1 – Meio de
cultura dos Cogumelos Mágicos

Os meios mais difundidos para a produção caseira de Cogumelo P. Cubensis é o meio PF, de vermiculita e farinha de arroz
integral, e uma fórmula melhorada, com adição de sementes para pássaros, de Ryche Hawk. A produção dessa última é
superior, apesar da colonização ser um pouco mais lenta. Uma formulação típica desse meio, que funciona muito bem é a
seguinte:
Medidas por volume:

1/4 vermiculita (1 copo)

2/4 sementes de pássaros (2 copos)

1/4 farinha de arroz integral (1 copo)

Essas medidas dão para 6 a 8 copos.

Vermiculita: material granuloso de origem mineral, usado em jardinagem e em isolamento térmico e acústico. O tipo mais fino é
melhor, mas todos funcionam. Se for muito grossa, algumas fontes aconselham a diminuir a quantidade de água. Vermiculita
não é muito usada em jardinagem no Brasil, então pode ser difícil encontrar pequena quantidade para comprar. Procure em
grandes Pet shops e lojas de artigos para jardinagem. Quando usada para fins de isolamento acústico, geralmente só é
vendida em grandes quantidades (1 metro cúbico ou mais).

Sementes de pássaros: qualquer dessas misturas comerciais de sementes inteiras, sem sementes de girassol, e sem
farináceos ou granulados vitamínicos misturados serve. Alpiste, colza, diversos milhos-alvo, linhaça, níger, milhete, nabão,
aveia e outras sementes são os componentes normais dessas misturas. Níger e linhaça são altamente desejáveis. Se você
quiser pode enriquecer a mistura com niger, até a proporção de 10%.

Farinha de arroz integral: melhor moer a sua própria, 1 dia antes de fazer o meio, mas a comprada pronta também funciona.
Procure em lojas de produtos naturais. Elas têm arroz integral e às vezes a farinha. Evite as que são muito torradas. Pode-se
moer também arroz com casca, em vez do arroz integral.

Água: use uma água mineral sem gás, de PH tendendo a neutro, em TODO o processo. A água de torneira geralmente tem
cloro, e prejudica o crescimento do micélio. Água doce de fonte, de rios, de lagos, etc. é uma boa alternativa, desde que sem
poluentes.

Preparação: Meça o volume necessário das sementes de pássaros, secas. Elas devem ser colocadas em água e levadas ao
fogo. Para cada copo de sementes coloque 2 a 3 copos de água. Esquente até ferver. Deixe fervendo por meia hora em fogo
baixo. Complete a água para não secar se necessário. Em seguida escorra em um escorredor ou coador por meia hora. A
água escorrida pode ser reservada para usar na mistura. É cheia de nutrientes. Após serem escorridas por meia hora as
sementes estão prontas, com a quantidade certa de água. Cada copo de sementes secas, após fervido e escorrido, fica com o
volume aproximado de 2,5 a 3 copos. Meça e misture a vermiculita e a farinha de arroz integral, secas, nas proporções
correspondentes. A quantidade de água a ser adicionada nessa mistura de vermiculita e farinha de arroz é de 40 a 60 ml para
cada copo da mistura. Se você reservou a água da fervura das sementes use-a agora, no lugar de água mineral.

Junte as sementes de pássaros fervidas e escorridas. Após tudo misturado o meio não pode ficar cheio de água. Ele fica no
máximo úmido ao toque. Se ficar sobrando muita água é porque algo deu errado. Como norma de regra, falta de água é
melhor do que o excesso. Após misturar bem prepare-se para colocar o meio nos vidros.

Alternativamente, pode ser usado um meio feito somente de sementes de pássaros e um pouco de arroz integral, inteiros, sem
vermiculita ou farinhas. Para fazer esse meio misture 2 copos de sementes de pássaros (alguma mistura com predominância
de milho alvo, de preferência) e 1 copo de arroz integral (ou arroz com casca). Se você quiser pode enriquecer a mistura, com
niger. A mistura de sementes e arroz é preparada como as sementes do método acima, e após escorrida embalada nos copos.
Pode-se usar ou não o selo de vermiculita (veja abaixo). Se você não tiver vermiculita ou não usar o selo terá que tomar
cuidados redobrados com a esterilização e limpeza do ambiente.

Postado por Mr. Cogu às 13:53 Um comentário: Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no
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Marcadores: Cogumelo P. Cubensis

2 – Preparação dos frascos e esterilização dos Cogumelos Mágicos

Coloque o meio em copos retos, de preferência transparentes e incolores, lisos, de vidro. A medida é a padrão para copos de
água, cerca de 250 ml. Copos tão largos quanto compridos são melhores do que os mais compridos e finos. Coloque o meio
sem compactar, bem aerado. Os espaços são importantes para o micélio crescer e para ter oxigênio para a fase inicial da
cultura. Não encha até a boca do copo. Deixe sobrar 1cm-1,5cm em cima sem meio, com o vidro bem limpo. Complete com
vermiculita seca. Ela faz de filtro, impedindo que muitos contaminantes alcancem o meio de cultura. É o selo de vermiculita.
Tampe o copo com uma rodela de papel alumínio, feita com duas ou três folhas, com uma sobra lateral de 1cm. Dobre a sobra
lateral ao redor do copo. Não aperte muito a tampa. Uma panela de pressão é essencial para a esterilização. Só falarei aqui
sobre esse método de esterilizar. Coloque os vidros na panela, com água até metade da altura dos vidros. Esquente.

Quando começar a soltar o vapor abaixe o fogo para perder menos água e deixe esterilizar por 30 a 40 minutos. O vapor
penetra pelas tampas e esteriliza eficientemente o meio. A esterilização com vapor e pressão é muito mais eficiente que a
esterilização seca na mesma temperatura. Desligue o fogo e espere a panela esfriar. Abrir a panela quente fará os meios
ferverem nos vidros. Prepare um rolo de durex. Abra a panela, pegue rapidamente os vidros, sem deixar a tampa sair do lugar,
aperte-as e vede-as em volta do vidro, usando o durex. Reserve os meios para a inoculação. Não pode haver água acumulada
no fundo após esfriarem. A camada superior de vermiculita pura fica seca ou quase seca, com grãos soltos.

Deixe os vidros esfriarem completamente. Os esporos são muito sensíveis a calor. O melhor lugar para fazer a inoculação é na
tampa aberta de um forno quente. Se você decidir fazer assim esquente o forno em fogo alto por meia hora, depois abra a
tampa e a use como uma bancada de trabalho. Cuidado para não se queimar, ou para não jogar algum desinfetante inflamável
no fogo ou no metal aquecido. Se não for na tampa de forno use uma superfície que possa limpar bem, tipo uma fórmica. Evite
ao máximo lugares sujos e correntes de ar. Esterilize antes o lugar com um desinfetante eficiente (lysol, lisoform, água
sanitária). Esterilize a tampa e a vedação dos vidros com o desinfetante e um pano ou guardanapo limpo. Jogue duro.
Contaminação é trabalho, dinheiro e tempo perdidos. Prepare a seringa de esporos de cogumelos magicos. É bom ter um
chama acessa, para esterilizar a agulha a cada vidro inoculado. Também é bom recolocar a capa protetora da agulha a cada
intervalo, ou a cada vidro. Balance bem a seringa, para dispersar os esporos por toda a água. Para inocular fure a tampa de
papel alumínio com a agulha. Apoie a agulha contra o vidro, logo após a camada de vermiculita, e injete 0,25 ml. Pode ser
difícil para você injetar uma quantidade pequena assim. Mas você pode comprar uma seringa vazia e treinar alguns dias antes.
Faça 3 ou 4 inoculações por vidro. Logo após inocular tampe o furo com durex.

Postado por Mr. Cogu às 13:21 Nenhum comentário: Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no
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3- Colonização dos Cogumelos Mágicos

Após a inoculação guarde os vidros em um lugar escuro, de preferência desinfetado, com a boca para cima. Uma gaveta ou
caixa servem bem. Evite o nível do chão. A maior parte dos contaminantes de culturas se concentra a pouca altura do chão.
Nesse início os meios estão vedados, mas pode ser interessantes abrir os furos depois. Sem luz a colonização dos cogumelos
magicos é mais rápida. Se quiser deixe um ou dois vidros em luz indireta para comparar. Você vai querer olhá-los pelo menos
uma vez ao dia. Esses minutos de luz não vão prejudicar o crescimento.
Os primeiros sinais de crescimento dois Cogumelos Mágicos aparecem entre 3 a 5 dias, perto dos locais de inoculação. São
pequenos focos brancos. Logo esses focos se expandem rapidamente, às vezes mantendo o aspecto de "penugem" do início,
outras vezes com um aspecto de crescimento em "tiras" (rizomórfico), que geralmente é mais rápido. Em 2 a 3 semanas a
parte superior do vidro já deve estar toda colonizada. A área total colonizada passa de 50% da área total. É normal nessa fase
o crescimento diminuir o ritmo. A causa mais provável é a diminuição do suprimento de oxigênio. Para retomar o crescimento
rápido é bom retirar o durex dos furos de inoculação. Só faça isso se a parte superior do vidro estiver completamente
colonizada. Cogumelos Mágicos Psilocybe cubensis é um competidor forte, e dificilmente ocorre contaminação em uma área
se o micélio já estiver estabelecido. Passe um desinfetante na tampa ao redor e tire o durex. Guarde de novo os vidros no
escuro. Se quiser ter mais segurança cubra a tampa de papel alumínio com uma outra de papel filtro ou papel de coador de
café. Essa tampa extra evitará depósito de poeira na tampa de papel alumínio. Com 28 a 35 dias os vidros devem estar
totalmente colonizados. Se não estiverem espere até a colonização chegar a 100%. O bolo só deve ser retirado do vidro
quando o micélio tiver coberto toda a superfície. Só isso evita a contaminação do bolo no terrário.

O fundo geralmente é a última área a colonizar. Se houver excesso de água depositado no fundo essa última etapa da
colonização fica difícil. Pode ser necessário inverter o vidro, ou abortá-lo. Quando um vidro chegar a 100% retire-o do escuro e
coloque-o em um lugar de luz indireta. Se quiser, pode inverter o vidro nessa etapa, e colocá-lo de boca para baixo, posição
em que o bolo vai ser colocado no terrário. Algumas linhagens formam "pins" (pequenos cogumelos - o início da frutificação)
com esse procedimento. Se isso ocorrer é hora de retirar o bolo do vidro e colocá-lo em um terrário. Se após 10 dias na luz
não se formarem "pins" retire o bolo do vidro assim mesmo.

Para retirar o bolo do vidro prepare primeiro o terrário. Em seguida tenha junto uma base para o bolo. Você pode fazer uma de
papel alumínio, no formato e tamanho da tampa do vidro, ou usar um pires, por exemplo. Tire a(s) tampa(s), coloque a base
inverta o vidro e solte o bolo com tapas suaves, se ele não se soltar com o próprio peso.

Contaminação: Nem sempre a cultura ocorre que nem o esperado. A maior fonte de problemas é a contaminação por outros
fungos e bactérias. O micélio de P.cubensis é branco, brilhante ou quase. Áreas amareladas podem ocorrer em contato com
gotas ou acúmulo de água no vidro. Qualquer outra cor indica crescimento de contaminantes. São comuns contaminantes
amarelos, pretos, verdes e marrons. Contaminantes brancos são raros em vidros de cultura, mas podem ocorrer. Nesse caso
você vai distinguí-los pela textura diferente da do micélio. Se ocorrer contaminação, aborte o vidro, mesmo que o micélio
pareça estar sufocando o contaminante. Você não vai querer arriscar ter substâncias tóxicas junto aos seus Cogumelos
Mágicos. Mesmo se a colonização transcorrer normal, se quando você tirar o bolo do vidro sentir um cheiro forte de azedo ou
amargo pode haver contaminação por bactérias. Descarte o vidro. O cheiro normal da cultura é suave. Dependendo da pessoa
é percebido como levemente doce/azedo ou cheiro de mofo. Mesmo com o vidro 100% colonizado e com a cor correta, branco,
podem surgir manchas de outra cor na fase final da colonização. Descarte o vidro contaminado.

www.cogumelomagico.eu

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Marcadores: Cogumelos, Cogumelos Magicos, Cogumelos Mágicos

4 – O Terrário, a Manutenção dos bolos e a Colheita dos Cogumelos Mágicos

O Terrário é o lugar onde vai ocorrer a fase final da cultura, onde vão surgir os Cogumelos Mágicos. Basicamente o terrário é
um recipiente que serve para proteger os bolos e os cogumelos magicos, e manter um meio ambiente propício à produção.

O vasilhame: Um aquário dá um ótimo terrário. Bonito e prático. Muitos recipientes alternativos podem ser usados. Um bom
recipiente é um galão plástico de água de 20 litros. A parte superior, onde fica o bico, pode ser cortada, deixando o tubo reto.
Uma tampa de vidro, com uma camada de espuma colada na borda, é barata, e serve para vedar bem. Em um galão desses
cabem 4 bolos. Use estes ou outros recipientes conforme conseguir adaptá-los à função.

Umidade: É desejável que a umidade do terrário seja alta. Isso pode ser conseguido de com uma ou a combinação de várias
técnicas.

Umidificador: produz vapor d’água, que se for quente deve ser resfriado antes de chegar ao terrário.

Fundo de material poroso: mantendo-se um fundo destes parcialmente umedecido, há uma evaporação contínua, que aumenta
bem a umidade. O ideal é usar perlita, mas esse material não é disponível no Brasil na forma ideal para uso em culturas. Na
falta de perlita uma mistura de pedra pome, areia e vermiculita deve ser a melhor alternativa. Pode acumular água no fundo e
ser necessário drenar de vez em quando. Materiais orgânicos como xaxim em pó se contaminam rapidamente, então são
inúteis.

Umidificação direta dos bolos: no site de PF é descrita uma técnica de "duplo casing" que nada mais é do que umedecer a
camada de vermiculita que ficou entre o suporte e os bolos, e adicionar no topos destes outra camada úmida de vermiculita.
Essas camadas inferior e superior de vermiculita devem ser mantidas úmidas, evitando-se o excesso, como chegar a escorrer
água pelos lados, enquanto não houverem cogumelos magicos surgindo nelas ou nas proximidades. Nos intervalos dos fluxos
elas podem voltar a ser umedecidas. Esta técnica funciona muito bem.

Coloque os bolos no terrário sobre a base escolhida. Evite o contato dos bolos com o material do fundo. Os cogumelos não
necessitam de luz para crescer, só para indicar a direção certa do crescimento. Se estiverem em um armário ou local fechado,
basta uma luz suave durante algumas horas por dia. Cuidado com o super aquecimento. Não cozinhe suas culturas.

Agora é só esperar o aparecimento dos frutos. Vários "pins" se formam, mas normalmente só alguns deles crescem. Os que
param de crescer e escurecem são abortos. Se você conseguir identificá-los e colhê-los antes de ficarem escuros eles serão
aproveitáveis. Se apodrecerem tire-os do bolo de qualquer jeito, mas jogue-os fora. Os "pins" que crescerem chegarão até a
fase final de produção de esporos, a não ser que você impeça, colhendo-os antes. O momento ideal para colher é quando o
chapéu vai começar a se abrir. Arranque o cogumelo magico do bolo. Algum micélio pode vir junto. Não deixe pedaços de
cogumelo lá para apodrecerem e favorecerem o aparecimento de contaminação. As partes pressionadas ou cortadas dos
cogumelos vão ficar azuladas em poucos minutos. Isso é normal, é devido ao processo de desfosforilização da psilocibina para
psilocina.

O motivo de se colher o Cogumelo Magico antes do chapéu abrir é que a concentração de psilocina e psilocibina é maior nas
fases jovens. Quando o chapéu vai se abrir você tem uma ótima taxa de princípios ativos e uma boa biomassa. Se você deixar
o cogumelo crescer além disso a qualidade cai, além de ficarem mais fibrosos e menos digeríveis. Se você quiser coletar seus
próprios prints de esporos é bom deixar um cogumelo grande chegar até a maturidade. Na verdade, é bom coletar prints de
pelo menos 10 cogumelos, em bolos e fluxos diferentes, para se garantir contra uma possível mutação deletéria. Mais tarde
voltaremos aos prints.

Um bolo pode, conforme a técnica, a linhagem de cubensis e as condições de cultura, fornecer ao longo de seus fluxos de 10 a
30 cogumelos magicos, ou seja, de 5 a 10g secas. Ocorrem até 5 ou 6 fluxos, mas normalmente pára em 4.

Linkwww.cogumelomagico.eu

Postado por Mr. Cogu às 12:50 Nenhum comentário: Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no
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Marcadores: Cogumelo, Cogumelos Mágicos

5- A Secagem dos Cogumelos Mágicos

Bem, digamos que agora você tenha em mãos os Cogumelos Magicos adultos. Os Cogumelos Mágicos podem ser
conservados até uma semana em um saco de papel, na geladeira. Se não forem usados nesse tempo começarão a apodrecer.
Congelar os Cogumelos Magicos não é um bom método, vai estragá-los. Há algumas formas de conservação. A secagem é a
mais usada, talvez a mais prática e eficiente. Em resumo são esses os métodos de secagem:

a)- Usar dissecante, somente. Coloque os Cogumelos Magicos em um recipiente hermeticamente fechado, junto com
dissecante. Não deixe em contato direto, entretanto. Use papel, pano ou um anteparo qualquer para separá-los. Prós: é a
maneira mais "limpa", e que afeta menos a potência. Se o dissecante for silica gel pode ser reaproveitado. Os Cogumelos
Magicos ficam realmente secos a ponto de se esfarinhar quando pressionados na mão. Contras: precisa de uma grande
quantidade de dissecante, mais ou menos 1kg de silica gel para cada 20 cogumelos médios, de uns 10cm cada, para ser
rápido. Se for usado pouco dissecante, demora muito, e os cogumelos podem se apodrecer, especialmente os grandes, que
devem ser cortados em pedaços antes, manipulação que leva à perda de potência.

b) - Estufa com luz. Enrole os Cogumelos em papel toalha e depois em um pano bem escuro, que não deixe passar
luminosidade nenhuma. Use uma folha de papel toalha para cada dois cogumelos médios, e coloque ums 4 folhas em um
pano do tamanho de uma camisa. Coloque em um armário ou caixa fechada, com uma lâmpada de 100watts a uns 10-20cm.
Prós: é um método barato, que gasta materiais do dia-a-dia, e exige somente a montagem de um local de secagem. Contra: os
cogumelos não ficam tão secos quanto com dissecante, exceto os muito pequenos. Há alguma perda de potência se ficarem
mais do que 4 ou 5 dias.

c) - Com corrente de ar: esse esquema nunca vi em funcionamento, mas parece simples, e há quem diga que é ótimo. Monte
numa caixa ou armário uma tela pefurada, protegida da luz, coloque os cogumelos nela e jogue em cima a corrente de ar de
um ventilador pequeno. Os relatos mais otimistas falam em dois dias de secagem. Prós: é um método barato, que gasta
materiais do dia-a-dia, e exige somente a montagem de um local de secagem. Contra: Talvez você fique muito dependente da
umidade local do ar.

A secagem dos Cogumelos Magicos tem de estar bastante avançada em 4 a 5 dias, para não começarem a apodrecer.
Guarde protegido da luz, em um recipiente hermeticamente fechado, depois de secos. Shimeji

INTRODUÇÃO

O cultivo de Pleurotus pode ser feito em tronco (da mesma forma descrita para o Shiitake), ou em casas de cultivo com uso de
serragem, palhas de capim, bagaço de cana etc... como substrato. Neste segundo sistema vem sendo feito com muito êxito, e
com produtividade muito superior ao sistema de troncos.

Esse sistema de cultivo possui muitas vantagens, pois o período de cultivo é mais curto, a produção é estável, e o cultivo pode
estender pelo ano todo. Para este cultivo são utilizados potes de vidro ou plástico, caixas e sacos plásticos. Neste texto
explicaremos o sistema de cultivo em pote de vidro ou plástico.

Preparação do substrato:

Serragem: a preferencia é para serragem de árvores de folhas largas ou folhas aciculares. Dependendo do tipo de árvore a
serragem pode conter substancias resinosas, solúveis ou inibidoras do crescimento. Por isso, antes de sua utilização, a
serragem deve ser deixada ao ar livre e exposta por longo período a chuva, orvalhos e raios solares, para que as substancias
danosas se decomponham e se percam. Farelo: existem farelos de arroz, milho, trigo etc., o mais utilizado é o farelo de arroz.
Contudo o farelo de milho e o de trigo faz aumentar a produção, além de melhorar a qualidade do cogumelo. A este exemplo
utilizamos o farelo de arroz, nele misturando 2 a 3 partes de farelo de milho e trigo.

Mistura do substrato: a combinação do farelo e da serragem deve ser feita na proporção de 1:4, em termos de volume, mais
água até atingir umidade de 62 a 65 %. Esta umidade deve ser alcançada na serragem pura. A densidade estará correta
quando num recipiente com capacidade de 1 litro, o conteúdo pesar de 400 a 430 gr. Mas o padrão é que esse recipiente

contenha 600 gr. O pH deve estar entre 6,8 e 7.

Esterilização: - podemos dizer que a esterilização é a chave do sucesso desse cultivo.

Ela pode ser feita de duas formas :

em autoclave a 1,0 atm. de pressão e temperatura de 120 C por 1,5 horas, tomando ocuidado para que a temperatura não
se eleve demasiadamente, pois as substância nutritivas podem sofrer alterações;

em câmaras de esterilização a pressão normal com vapor d' água a temperatura chega a 100 C por 5 horas contados a
partir do momento em que for atingido os 100 C, tomando cuidado para que a temperatura não abaixe durante a esterilização.
Não se deve colocar excesso de potes na câmara, pois pode ocorrer irregularidade na esterilização.

Inoculação: Terminada a esterilização dos potes, quando a temperatura interna abaixar para 20 C, realiza-se a inoculação das
"sementes" em condições estéreis, já citada no cultivo do Shiitake em serragem. Um litro deve ser dividido em 50 potes.

Incubação: passado 4 a 5 dias pode haver um acréscimo na temperatura do substrato de 3 a 5 C, acima da temperatura
ambiente, e que 40 C por 48 horas ocorre morte do micélio. Assim para permitir que o micélio possa desenvolver
uniformemente, o ambiente deve manter temperaturas de 18 a 20 C. Agora é muito importante que o substrato esteja a 25 a 30
C

Periodicamente deve-se renovar o ar do recinto. A baixa umidade pode desidratar a superfície do substrato, por outro lado, a
alta umidade facilita o surgimento de bactérias nocivas, de modo que o recinto deve ser mantido entre 65 a 75 %. Em
condições normais com 25 dias de semeados, o pote estará pronto para ser induzido a produção.

Indução: para que os potes tenham uniformidade no crescimento, realiza-se uma raspagem na superfície do substrato
tornando-a plana. Logo depois, preenche o pote com água até sua borda. Passada 2 a 3 horas, retira-se água, tampa-se o
recipiente, para que a superfície não se resseque e mantenha-o a temperatura de 13 a 16 . 5 a 7 dias após a raspagem inicia-
se a formação de primórdios, então abra o recipiente, e aumente a umidade relativa para 90 %. Daqui para diante os
cogumelos exigem muita ventilação de ar fresco. A falta de ventilação pode resultar na não abertura do chapéu, na formação
de cogumelos compridos, ou no surgimento de ferrugem (avermelhamento e fenecimento).
Colheita: Depois de 7 dias os cogumelos estarão prontos para a colheita, quando o chapéu estiver de 1 a 1,5 cm de diâmetro.
Após a colheita retira-se a serragem da base, e acondiciona-se os fungos em bandejas, em porções de 100 a 200 gr, para a
comercialização.

CULTIVO EM PALHAS, BAGAÇO DE CANA DE AÇUCAR.

Preparação do substrato: molha-se a palha ou bagaço até 70 % de umidade, e adicionamos farelo de arroz ou de algodão na
base de uns 10 % do peso de bagaço ou palha e misturando-o muito bem. Quanto mais rico em farelo, maior é a produção.
Em contra partida maiores são os cuidados a serem tomadas a fim de evitar as contaminações, pois os riscos de infecção
desta aumentam.

Pasteurização: este substrato deverá ser levado ao túnel de pasteurização, onde receberá tratamento a vapor d' água, para
elevar a temperatura do composto até 90 C por umas 10 a 12 horas. Logo após, deixar a temperatura abaixar sozinha, até 30
C, para executar a semeaduras.

Semeadura: o composto deverá ser ensacado com porções de 7 a 10 kg e receber "sementes" numa quantidade de 2 a 4 %
sobre o peso de composto. Se o composto estiver bem rico em farelos há de se aumentar a quantidade de sementes, assim
faremos com que o Pleurotus cresça mais rápido do que as contaminações. Os sacos deverão ser amarrados em sua boca, e
colocados nas prateleiras.

Incubação: os sacos devem ser colocados em prateleiras, onde ficarão em fase de colonização por 25 a 40 dias. Somente
após esse período o composto estará completamente branco (coloração provocada pelo crescimento do micélio)

Indução e Frutificação: Faz-se então vários cortes no saco plástico, de 2 cm de comprimento, por onde apareceram os
cogumelos, num prazo de 1 a 2 semanas.

Colheita: após 4 dias a contar do início da brotação, eles estarão grandes o suficiente para serem colhidos, torcendo a base do
"pé" do cogumelo ou do cacho se for o caso.

É comum efetuar um toalete no cogumelo cortando na base do pé do cogumelo para eliminar uma parte que fica suja com
composto.

Como Cultivar Cogumelos Dentro de Casa

2 Partes:Cultivo básicoCultivos alternativos

Cultivar cogumelos em casa é uma tarefa que qualquer jardineiro interessado em plantar seu próprio alimento deveria tentar.
Cogumelos são uma opção saudável para qualquer dieta, pois têm poucas calorias e gordura, são ricos em fibras e contêm
grandes quantidades de potássio.[1] Além disso, são muito fáceis de cultivar em casa, onde as condições de temperatura e
luminosidade são mais facilmente gerenciadas. Aprender a cultivar cogumelos em casa é uma questão de gerenciar suas
condições de crescimento cuidadosamente. 1

Decida que tipo de cogumelo você quer cultivar. Os três tipos de cogumelos mais fáceis de cultivar em casa são o Ostra, Paris
(champignon), e Shiitake. O método de cultivo de cada um é semelhante, mas o meio ideal de crescimento difere.

Cogumelos ostra crescem melhor em palha. Já Shiitakes crescem melhores na serragem de madeira. O Paris cresce melhor
em compostagem. Estes diferentes ambientes de crescimento refletem as diferentes necessidades nutricionais de cada
espécie. No entanto, todas essas espécies podem ser cultivadas facilmente em serragem ou palha.

A escolha do cogumelo para cultivo é mais uma questão de gosto. Cultive o que você mais quer comer.

O que você precisa para cultivar cogumelos em casa

Pode parecer esmagador na primeira vez que você vê coisas diferentes como substratos, kits de cultivo, panelas de pressão e
suprimentos micológicos. È muita coisa para se gerenciar. Esse artigo deverá ajudar a colocar tudo em perspectiva permitindo
a você saber exatamente o que precisa para começar a cultivar.

Para cultivar cogumelos você vai precisar de três coisas básicas:

Esporos de coguelos / cultura líquida,

Substrato / Meio de crescimento, e

Um ambiente ou câmara para controlar a luz, temperatura e umidade.


Primeiro você vai precisar dos esporos ou da cultura líquida dos cogumelos que você quer cultivar. O mais comum é uma
mistura de esporos e água em uma seringa, esse método é confiável e funciona bem, mas pode levar algum tempo. Uma
cultura viva, ou seringa de cultura líquida vai trabalhar muito mais rápido, mais é mais complicado de criar e administrar.

:arrow: 2) Substratos e Meios de crescimento

O próximo componente para cultivar cogumelos é um substrato ou meio de crescimento. Isso é como o solo para as plantas,
ele ajuda a alimentar o micélio do cogumelo e dá para eles uma base para o seu crescimento. Há uma grande variedade de
substratos para escolher em diferentes formatos como em jarros ou sacos, mais o mais comum é o grão de centeio, que
funciona bem com diversos cogumelos.

:arrow: 3) A Câmara de crescimento

O final e mais importante componente é o seu ambiente de crescimento. Ele pode variar de um simples balde de plástico até
um sistema totalmente automatizado que controla umidade, luz, e temperatura. Enquanto você pode manter a temperatura e a
umidade você está pronto para cultivar.

:arrow: Juntando tudo – Inoculação

Agora você vai ter que juntar tudo. O primeiro passo é produzir micélio dos esporos ou da cultura. Para isso você vai precisar
injetar seus esporos ou cultura líquida no substrato e incubar até que eles germinem e colonizem totalmente até formar um
“pedaço” de micélio. Para a incubação você vai precisar manter seu substrato em um local quente e escuro, com a
temperatura correta específica para cada espécie de cogumelo. Essa incubação e processo de colonização pode demorar
cerca de 2-8 semanas dependendo da espécie, raça e câmara de crescimento utilizada.

Colocando o micélio no casing, ou frutificando diretamente

Depois que você possui um copo ou saco de micélio totalmente colonizado, você pode decidir se você quer frutificar
diretamente, ou em um casing.

:arrow: Frutificando de bolos

Com bolos, você vai precisar retirar o bloco de micélio (bolo) para fora do vidro / plástico, e colocar ele na câmara de
frutificação para começar a frutificar. Você pode empilhar os bolos de micélio para formar uma pirâmide ou simplesmente
organizá-los no interior da câmara.

:arrow: Frutificando de um saco de micélio

Com um saco de crescimento, você pode atualmente frutificar diretamente de dentro do saco. Tudo o que você vai precisar é
adicionar luz e manter o FAE (fresh air exchange – troca de ar) fluindo e os cogumelos vão nascer enchendo o saco.

:arrow: Colocando o bolo despedaçado em um casing

Outra técnica separada da frutificação diretamente é partir o micélio em pedaços e o colocar em um casing. Esse método
combina mais um passo e uma camada de substrato para permitir que o micélio tenha mais força e a área de superfície,
criando muito mais cogumelos grandes. Com qualquer método que você escolher, você vai precisar de um substrato
totalmente colonizado como uma jarra, saco de crescimento, ou mesmo um casing, você vai começar o processo de
frutificação mantendo o micélio exposto à luz e mantendo as temperaturas de frutificação. Com algumas semanas, algumas
vezes poucas dependendo da espécie de cogumelo, você vai começar a ver os pins se formando pela superfície do micélio.
Depois que eles apareceram, vão se transformar em cogumelos muito rápido, e você vai poder colher seu primeiro flush muito
em breve. Você poderá saber quando eles estão prontos para colher quando os píleos estão totalmente abertos, e o véu
começou a se romper ou já se rompeu. CULTIVO DE COGUMELOS MÁGICOS

Um dos guias mais famosos para o cultivo dos Cogumelos Mágicos é o The Magic Mushrooms Growers Guide ou MMGG, que
não passa de uma adaptação do trabalho desenvolvido por um grupo americano chamado Psylocibe Fanaticus. Este guia pode
ser encontrado com facilidade na Net (ver links) e é bastante completo e fácil de seguir.

Contudo, alguns de vocês podem achar chato ler aquela lengalenga toda, pois são mais de 80 páginas e alguns itens
referidos, como a vermiculite (mineral semelhante a pequenas pedras porosas), são difíceis de obter. Para contornar estas
dificuldades, fui desenvolvendo o meu próprio método, que é baseado no MMGG mas só utiliza materiais à venda em qualquer
supermercado.

A taxa de sucesso pode ser muito alta, mas depende do cuidado tido na preparação dos frascos. De qualquer modo,
aconselho a leitura do MMGG.

1. Material
Esporos de cogumelos - não estão à venda nos supermercados… vê nos links.

Arroz integral - de preferência de cultura biológica como o que se vende em lojas de produtos naturais ou nas respectivas
secções de hipermercados.

Água destilada - pode usar-se água da torneira fervida, mas atrasa o crescimento do fungo.

Frascos de vidro com tampa de metal - como não é fácil encontrá-los novos, utilizo frascos de compota, maionese, salsichas
ou outros. Os meus preferidos são os de compota de tampa larga da marca branca do Jumbo, porque a boca do frasco é a
parte mais larga e dá para tirar o “bolo” inteiro sem partir o frasco. Mas como não gosto muito de compota, utilizo o que tiver à
mão.

Panela grande - de preferência de pressão, mas pode ser normal desde que tenha tampa.

Recipiente para preparar a “massa” - deve ser de pirex para ser esterilizado no forno antes da preparação.

Álcool etílico - usar com abundância enquanto se preparam os frascos; convém ir esfregando as mãos e os acessórios que se
utilizarem.

Seringa - uma de 10 c.c. é suficiente. Se não for possível utilizar uma nova, lava-a bem com água quente e detergente e
enche-a com álcool, depois esvazia-a e deixa secar.

Agulha - deve ter cerca de 3/4 do tamanho do frasco maior. Se não for nova, lava-a por fora com álcool e coloca-a na seringa
antes de esvaziares o álcool.

Areia - eu utilizo areia do rio crivada, de grão médio (2 a 4 mm ) e irregular, lavada num coador de cozinha, mas já tive bons
resultados com areia vulcânica para Bonsai que comprei no Aki, só deixei de a usar porque é bastante cara

Papel de alumínio - para fazer chapéus para os frascos e para colocar a areia no forno.

Moinho de café - se não tiveres um moinho de café é melhor comprares a farinha de arroz já moída, mas podes tentar com
uma daquelas maquinetas de fazer a papa dos bebés.

Martelo e prego pequeno - para furar as tampas dos frascos.

Canivete ou faca pequena - para raspar a impressão de esporos.

2. Preparação

As quantidades dependem do número de frascos que vais preparar. Eu geralmente faço entre 4 a 6 frascos médios e para isso
utilizo:

1/2 impressão de esporos

1 pacote de arroz integral

1 garrafa de água destilada

1 frasco de areia crivada e lavada

Coloca no forno o recipiente que vais usar na preparação da “massa” e liga-o a 200ºC durante 10 ou 15 minutos.

Ferve a água destilada durante o tempo em que o recipiente está no forno. Enche a seringa com 1 c.c. por frasco mais um ou
dois para deitar fora.

Limpa o interior do moinho de café com álcool e tritura o arroz até ficar em farinha fina.

Lava bem os frascos e as tampas com água quente até não haver vestígios de sujidade ou cola dos rótulos. Faz quatro furos
em cada tampa, a intervalos regulares e na periferia (como as 4 horas principais num relógio). Depois, passa os frascos por
álcool e coloca-os no forno junto com a areia espalhada em papel de alumínio. Liga o forno a 150ºC durante 20 minutos.

Coloca a farinha no recipiente e deita-lhe toda a água que conseguir absorver, atenção que não pode haver água a mais. A
mistura deve ficar grossa e pegajosa e não líquida como sopa.

Retira os frascos do forno e enche-os até um pouco mais de meio com a mistura. Lava bem o interior do frasco com um
guardanapo humedecido em álcool para não deixar restos de farinha na parte de cima, isto é muito importante porque não
pode ficar farinha acima da areia.
Deita em cada frasco uma camada de areia com 5 a 10 mm de espessura e fecha imediatamente a tampa.

Faz um chapéu em papel de alumínio para cada frasco de maneira a tapar os furos mas sem os selar. Com um alicate, segura
os chapéus por cima de um bico do fogão até ficarem ao rubro e aplica-os nas tampas. Sem contar com a inoculação, estes
chapéus já só vão ser retirados quando a colonização estiver completa, por isso devem estar firmes. Faz o mesmo a um
pedaço maior de papel de alumínio para cobrir o canivete e a agulha enquanto não são utilizados.

Coloca novamente os rascos no forno (confirma que as tampas têm os furos!) durante 15 minutos a 100ºC.

Deita água da torneira na panela, de modo a que os frascos fiquem com água até metade da sua altura. Por causa disto a
altura dos vários frascos não pode variar muito.

Tapa a panela e deixa ferver a água durante 10 minutos e depois coloca os frascos que retiraste do forno ainda quentes. Se a
panela for de pressão, deixa ferver durante 50 minutos, se for normal, deixa ferver com tampa durante 1h 20m. Durante a
fervura, confirma se a quantidade de água está correcta, não convém que a água chegue aos chapéus, mas também não pode
ficar abaixo de metade de nenhum frasco.

Quando acabar o tempo, desliga o fogão e deixa a panela arrefecer com a tampa até à temperatura ambiente, o que pode
levar várias horas.

Enquanto esperas, prepara a seringa.

3. Inoculação

Esteriliza o canivete no bico do fogão e embrulha-o no papel de alumínio para arrefecer. Se a agulha não for nova, coloca-a na
seringa e aquece-a no fogão até ficar ao rubro, mas sem que aqueça demasiado tempo, pois pode derreter a base ou até o
bico da seringa. Faz sair um pouco de água para a agulha arrefecer e embrulha-a no alumínio esterilizado.

Faz uma “cabana” em papel de alumínio tapada dos lados, por cima e atrás, de tamanho suficiente para preparares a seringa
lá debaixo (15 x 20 x 15cm deve ser suficiente) e aquece-a no fogão para esterilizar. A “cabana” deve aguentar-se em pé na
mesa onde vais preparar a inoculação. Tapa a boca com um lenço de pano lavado, lava as mãos com sabão e esfrega-as em
álcool.

Lava bem uma colher de sobremesa e passa-a por álcool, deixa secar debaixo do alumínio e enche-a com água da seringa (à
temperatura ambiente) e com o canivete raspa metade de uma impressão de esporos para a colher. Com a agulha da seringa,
mexe bem para diluir os esporos e aspira-os novamente para a seringa.

Quando os frascos estiverem à temperatura ambiente, podes inoculá-los. Basta 1 c.c. por frasco, repartido pelos quatro furos e
injectado a meio da mistura junto à parede do frasco. Antes de fazer isto não te esqueças de colocar os chapéus numa
superfície limpa e virados para baixo e coloca-os nos frascos assim que acabes.

4. Manuseamento dos frascos

Guarda-os num sítio seco e sem correntes de ar. Eu utilizo uma caixa de cartão com a tampa entreaberta porque evita as
correntes de ar e permite ver os frascos sem ter que lhes tocar, o que se deve evitar.

Depois de uma ou duas semanas já deves ver o fungo branco a colonizar o frasco, este tempo depende de muitos factores,
mas se utilizaste arroz com fungicida ou água com muito cloro, a espera pode ser longa.

Se vires que um frasco está contaminado, deita-o imediatamente para o lixo. A contaminação pode ser por bolor na forma de
machas ou pintas de cores variadas, geralmente cinzentas, pretas ou verdes, ou por bactérias que aparecem em aglomerados
esbranquiçados e que por vezes dão à mistura o aspecto do queijo derretido e um cheiro desagradável. Tudo o que não estava
lá antes e que não se pareça com algodão em rama é contaminação.

Quando o bolo tiver sido completamente colonizado ou quando vires que estão a surgir os primeiros cogumelos, está na altura
de tirar a tampa (não o faças se vires que ainda há zonas por colonizar, por mais pequenas que sejam). Podes sacudir a areia
com cuidado, mas não é preciso retirá-la toda porque os cogumelos conseguem furar essa camada.

Se o frasco tiver a boca mais larga que o resto, podes retirar o bolo com uma pancada, se não, podes partir o frasco ou então
deixa tudo como está. O próximo passo é a colocação do bolo num recipiente para criar humidade próxima de 100%,
necessária para o crescimento dos cogumelos.

Se optares por tirar o bolo do frasco, coloca-o numa garrafa de 1,5 l de água cortada ao meio, põe alguma água no fundo e um
pedaço de plástico ou um copo de vidro invertido de maneira a que o bolo fique bem assente e não toque na água. Depois
fecha bem o corte da garrafa com fita-cola e põe-lhe uma tampa tipo “sport” aberta na posição de beber. A ideia é criar
humidade sem selar completamente a garrafa o que exigiria a abertura diária para a troca de gases.

No caso de não tirares o bolo do frasco, faz a mesma coisa, mas coloca o frasco directamente no fundo da garrafa. Como o
fundo das garrafas de água não é liso, pode dar jeito utilizar papel de cozinha embebido em água de maneira a segurar o
frasco.

Ao fim de algum tempo a água começa a cheirar mal e convém trocá-la, além de que é preciso recolher os cogumelos
maduros, por isso é melhor deixar as coisas de maneira que abertura da garrafa não seja difícil. Eu utilizo uma única tira de
fita-cola larga tipo tela, que é fácil de tirar e pode reutilizar-se.

Não te esqueças que os cogumelos não precisam de luz solar directa, mas sem luminosidade não se desenvolvem
correctamente.

5. Recolha dos esporos

Para recolher os esporos é preciso cortar a cabeça de um cogumelo médio, antes de ele largar o anel de esporos. Isto deve
ser feito com uma lâmina afiada e previamente esterilizada; um x-acto é o ideal. Depois coloca-se a cabeça virada para cima
em metade de um pedaço de papel de alumínio esterilizado e tapa-se com a outra metade. Por fim, põe-se um saco de
plástico com um peso ligeiro e plano em cima (pode ser uma chávena de café). Ao fim de um dia retira-se o peso, o plástico e
a cabeça do cogumelo com uma lâmina ou uma agulha, de maneira a não tocar nos esporos. Mesmo nesta fase é importante
ter cuidado com a contaminação porque não serve de nada ter muito cuidado na preparação dos frascos se depois utilizarmos
esporos contaminados.

Por último, fecha bem o quadrado de papel de alumínio e guarda-o num sítio seco e fresco, se possível com uma saqueta de
gel de sílica como as que vêm com as roupas.

6. Secagem dos cogumelos

Os cogumelos podem ser ingeridos frescos ou secos. Frescos sabem melhor, mas por vezes é preciso secá-los porque se
estragam depressa. Para a secagem é preciso um tupperware grande que vede bem e um saco de carbonato de cálcio como o
das recargas das caixinhas desumidificadoras que se vendem nas drogarias e nos hipermercados. Coloca-se o saco de
desumidificador de um lado do tupperware e do outro, os cogumelos enrolados em papel higiénico de maneira a que não se
toquem. Depois de 2 ou 3 dias estão secos como um palito.

Atenção: não se pode usar calor na secagem dos cogumelos porque perdem o efeito.

7. Consumo dos cogumelos

Eu não recomendo a ingestão de cogumelos considerados “não comestíveis”, mas cada um é livre de fazer o que entender. No
caso de pretenderes consumi-los, experimenta primeiro com um pequeno e com o estômago vazio.

Há inúmeros sites na Net onde podes encontrar relatos de experiências com cogumelos de todos os tipos e sugestões para a
sua utilização.

8. Links

Free Spore Ring Europe

http://www.fsre.org

http://www.fsre.tk

The Magic Mushroom Growers Guide

http://www.erowid.org/plants/mushrooms/mushrooms_mmgg.shtml

http://www.lycaeum.org/drugs/Tryptamines/Psilocybian/gg32/mmgg.htm

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