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CAPÍTULO 31

COLEOPTERA LINNAEUS, 1758

Foto: Fabiano Albertoni


Foto: Renato Azevedo

Foto: Elisa von Groll

Foto: Guilherme Ide


Brentidae: Brentus vulneratus Endomychidae: Stenotarsus sp. Megalopodidae: Agathomerus signatus Lampyridae: Aspisoma sp.

Sônia A. Casari USP, Museu de Zoologia, São Paulo, SP. https://orcid.org/0000-0003-4895-6709

Gabriel Biffi USP, Museu de Zoologia, São Paulo, SP. https://orcid.org/0000-0001-7532-3822

Sergio Ide Instituto Biológico, São Paulo, SP. https://orcid.org/0000-0002-9374-138X

Etimologia. Do grego koleos = bainha, estojo + pteron = asa, em referência às asas anteriores endurecidas (élitros).
Diagnose. São holometábolos ou endopterigotos. Adultos variam de 0,3 a 200 mm de comprimento, têm grande diversidade na
forma, coloração, escultura e comportamento. Corpo muito esclerosado, raramente com membranas intersegmentais expostas.
Ocelos raramente presentes. Antena geralmente com 11 antenômeros ou menos, às vezes com 12 ou mais. Peças bucais mandi-
buladas, geralmente do tipo mastigador, mandíbulas geralmente opostas e movendo-se no plano horizontal (raramente sugadoras
ou reduzidas). Protórax bem desenvolvido e livre, articulando-se com pterotórax (meso+metatórax). Mesoscutelo (ou escutelo)
relativamente pequeno e geralmente visível entre as bases dos élitros. Asa mesotorácica (anterior) engrossada e endurecida (élitro).
Asa metatorácica (posterior) geralmente presente, membranosa, e em repouso permanece dobrada embaixo do élitro. Esternitos
abdominais visíveis (ventritos) geralmente mais esclerosados que os tergitos. Cerco ausente. Terminália geralmente invaginada no
ápice do abdômen.
Introdução. Os membros da Ordem Coleoptera são conhecidos popularmente como besouros. Diferentes famílias são conhecidas
por nomes populares particulares para cada região. Com distribuição cosmopolita, a ordem constitui o grupo maior e mais diverso
de organismos do reino Animal, com cerca de 380 mil espécies descritas (Lawrence & Britton 1994; Ślipiński et al. 2011), que
representam cerca de 35% do total de insetos. Em termos comparativos, o número de espécies de besouros excede o de plantas
vasculares ou de fungos e é cerca de 90 vezes maior que o de mamíferos. São registradas cerca de 188 famílias no Mundo. No Bra-
sil, já foram registradas pouco mais de 33 mil espécies em 115 famílias. Estima-se que o número real de espécies existentes esteja
entre 1-12 milhões de espécies no mundo (Erwin 1982), com cerca de 130 mil no Brasil. O fator mais importante no sucesso
de Coleoptera parece ser a evolução dos élitros, a forte esclerosação das partes expostas do corpo, presença de criptonefrídeos e
especializações relacionadas a fitofagia. O principal efeito dessas estruturas está relacionado à proteção e a melhora nos mecanismos
que reduzem a perda de água (Crowson 1981).
O fóssil de besouro mais antigo conhecido (Protocoleoptera) é do Permiano Inferior (ca. 280 milhões), da Eurásia (Lawrence
& Britton 1994; Beutel 2005). Uma das últimas análises para datar a idade dos besouros foi realizada por Toussaint et al. (2017),
baseada nos representantes fósseis de Coleoptera mais antigos (34 fósseis). A análise determinou a origem de Coleoptera no Car-
bonífero Médio, e das 4 subordens atuais, do Carbonífero Superior para o Permiano Inferior, e a origem de muitos dos principais
clados (séries e superfamílias) antecedem a extinção em massa do Permiano Superior. Finalmente, os autores atribuem a origem
das grandes famílias fitófagas (Curculionidae, Cerambycidae e Chrysomelidae) durante o Jurássico Superior ao Médio. Essas novas
estimativas são consistentes com a última datação das plantas com flores no Jurássico (Bell et al. 2010; Clarke et al. 2011; Beaulieu et
al. 2015), e retorna à época das hipóteses antigas de coevolução entre besouros fitófagos e angiospermas (McKenna & Farrel 2009).

Como citar: Casari, S.A.; Biffi, G.; Ide, S. 2024. Cap. 31, Coleoptera Linnaeus, 1758, pp. 575-698. In: Rafael, J.A.; Melo, G.A.R.; Carvalho, C.J.B. de; Casari, S. &
Constantino, R. (eds). Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. 2ª ed. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus. 880 pp.
https://doi.org/10.61818/56330464c31
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Esta datação do Carbonífero Médio para a origem de Co- capacidade de conglobar ocorre em algumas famílias. Superfície
leoptera é mais antiga que as estimativas prévias, datadas do dorsal glabra, subglabra ou revestida por cerdas e/ou escamas.
Carbonífero Superior (Hunt et al. 2007; McKenna & Farrel Revestimento denso ou composto por poucas cerdas com função
2009). Por outro lado, os fósseis de besouro mais antigos, com sensorial e cerdas de comprimento e espessura variável, eretas ou
élitros totalmente desenvolvidos, são conhecidos de depósitos recumbentes. Tegumento liso ou com esculturação representada
do Permiano Inferior da Alemanha, Rússia, República Tcheca por pontuação de diversos tipos, carenas, cristas, costelas e fó-
e Estados Unidos da América, datados entre 295–260 Ma veas rasas ou profundas. Superfície ventral, em muitas espécies
(Ponomarenko 1969; Kukalová 1969; Lubkin & Engel 2005; aquáticas, revestida por áreas hidrófugas opacas, acinzentadas,
Kirejshuk et al. 2014; Beckemeyer & Engel 2018). Isso indica prateadas, amareladas ou castanhas, denominadas plastrão.
uma lacuna de 35- 40 Ma entre a suposta origem de Coleoptera Glândulas defensivas eversíveis pares podem ocorrer no pró e
e o fóssil mais antigo (Coleopsis archaica Kirejtshuk, Poschmann, metatórax e abdômen.
Prokop, Garrouste & Nel, ~295 Ma), o qual é comparável à A cabeça (Figs 31.3A–B) é uma cápsula rígida alojada em
lacuna entre a estimada origem e o fóssil mais antigo de outras uma cavidade na região anterior do protórax, visível dorsalmente,
ordens Holometabola. ou parcial ou totalmente coberta pelo pronoto. Pode apresentar
Atualmente os besouros ocupam todos os hábitats terrestres e um estreitamento abrupto logo atrás dos olhos seguido por um
de água doce e são muito diversos em tamanho e estrutura. Um alargamento leve, formando um tipo de “pescoço”. A junção
dos maiores besouros conhecidos, o Cerambycidae amazônico entre cabeça e protórax é feita pela membrana cervical, que na
Titanus giganteus (L.), atinge 200 mm e o menor, uma espécie maioria dos Polyphaga possui um ou dois pares de escleritos
de Nanosella Motschulsky (Ptiliidae) da América Central, atinge cervicais presternais. Esses escleritos estão ausentes nos Ar-
0,3 mm de comprimento. chostemata, Myxophaga, Adephaga e nas seguintes famílias de
As publicações gerais sobre a fauna de Coleoptera no Bra- Polyphaga: Anobiidae, Bostrichidae, Tenebrionidae, Salpingidae,
sil restringem-se às obras de Costa Lima (1952, 1953, 1955, Cerambycidae (parte), Chrysomelidae e Curculionidae. Pela
1956a), Guérin (1953), Costa et al. (1988) e Costa & Ide posição das peças bucais, a cabeça pode ser prognata, hipognata
(2006). Estas duas últimas tratam das formas imaturas. O livro e raramente opistognata. A fronte, região da cabeça entre os
“The Biology of the Coleoptera” (Crowson 1981) é a obra mais olhos, está limitada anteriormente pelo clípeo (ou epistoma),
ampla sobre morfologia, biologia, interações ecológicas, evolução geralmente separada deste pela sutura frontoclipeal (ou epis-
e adaptações morfo-fisiológicas dos Coleoptera. A maioria das tomal); a área atrás dos olhos é chamada vértice e raramente é
informações apresentadas a seguir para cada cada família está separada por carena. Em muitos táxons, a região frontoclipeal é
baseada nos respectivos capítulos da série de livros “Handbook prolongada, formando um tipo de “bico”, denominado rostro,
of Zoology: Coleoptera, Beetles” (Beutel & Leschen 2005, 2016, no ápice do qual se encontram as peças bucais (Fig. 31.603). A
Leschen et al. 2010, Leschen & Beutel 2014). região frontal pode ter um sulco mediano, que é acompanhado
Existem diversos sítios na internet sobre taxonomia, biologia, internamente pela endocarena.
ecologia e bibliografia em geral ou devotados a grupos específicos: A sutura frontoclipeal (ou epistomal) é uma impressão
e.g. Maddison (2000), Jameson & Ratcliffe (2005), Coleoptera transversal localizada à frente das inserções antenais e atrás das
Home Page (s.d.), The Coleopterist Society (s.d.), Curculionoi- articulações mandibulares, e separa a região anterior da fronte e
dea.org (s.d.), entre outros. A descrição da morfologia a seguir foi
o clípeo. Pode estar ausente, ser incompleta ou completa.
primariamente baseada em Lawrence & Britton (1991, 1994).
As inserções antenais são aberturas na região ântero-lateral
Morfologia (adultos)(adaptado de Lawrence & Britton 1991). ou dorsal da cápsula cefálica nas quais se alojam os côndilos do
Formato oval, elíptico, esférico ou com margens laterais paralelas. escapo. Em muitas espécies, formam depressão ou fossa antenal.
O corpo varia desde achatado a muito convexo dorsalmente, e a Geralmente são visíveis, mas em alguns táxons estão encobertas

Figuras 31.1A–C. Coleoptera, morfologia, corpo. Adephaga, Carabidae, vv, vd, vl.

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Ocelos podem estar presentes em alguns grupos: um media-


no ocorre na fronte de vários Dermestidae; há dois em alguns
Hydraenidae (Fig. 31.106), em algumas espécies de Omaliinae
(Staphylinidae) (Fig. 31.127) e nos Derodontidae; e há três em
Jurodidae (Beutel & Lawrence 2005). Estas duas últimas famílias
não ocorrem no Brasil. Os olhos simples encontrados nas larvas
denominam-se estemas e são estruturalmente semelhantes aos
ocelos, mas com diferente enervação.
As antenas são primariamente órgãos quimiorreceptores
e possuem vários tipos de sensores. O tipo mais comum de
estrutura sensorial são cerdas, presentes em todos os antenô-
meros, com maior densidade nos antenômeros apicais. Outros
tipos de sensores podem ocorrer em todos os antenômeros
ou somente nos flagelômeros, geralmente concentrados nas
serrações, projeções alongadas finas ou achatadas ou nas clavas.
Além da função sensorial, membros de Hydrophilidae aquáticos
utilizam as antenas para quebrar a tensão superficial, permi-
tindo que o ar entre no plastrão; podem ainda ser utilizadas
na corte (Melyridae, Meloidae) ou no combate entre machos
Figuras 31.2. Coleoptera, morfologia, corpo. Polyphaga, Buprestidae,
(Laemophloeidae, Pterogeniidae). Normalmente possuem 11
vv. antenômeros, com escapo e pedicelo distintos; às vezes estão
reduzidas a dez, nove ou oito antenômeros, raramente sete
por projeção da fronte, do clípeo ou por carenas supra-antenais. ou menos (alguns Staphylinidae Pselaphinae, Hydrophilidae,
A extremidade posterior da cabeça, após o vértice e adjacente ao Scarabaeidae e Coccinellidae). Ocorrem 12 antenômeros em
forâmen occipital, é denominada occipício. alguns grupos de Elateridae, Rhagophthalmidae, Phengodidae,
A parte da cápsula cefálica, de cada lado, acima e atrás dos Anthicidae e Vesperinae (Vesperidae); há mais de 12 em alguns
olhos é chamada têmpora; abaixo dos olhos, é chamada gena e grupos de Dryopidae, Lampyridae e Cerambycidae (Prioninae e
estende-se para a região ventral, até as suturas gulares, que limi- Cerambycinae). Os machos de Rhipiceridae podem ter mais de
tam a gula. As suturas gulares podem ser amplamente separadas 30 antenômeros. O comprimento é muito variável e as antenas
(gula larga), aproximadas, (gula estreita), fundidas (gula ausente) podem ser mais longas que o corpo em alguns Cerambycidae e
ou ausentes. Quando as suturas gulares estão ausentes, as genas Anthribidae. Geralmente os machos têm antenas mais longas e
estendem-se por toda região ventral posterior da cápsula cefálica. elaboradas que as fêmeas. Quanto à forma, podem ser filiformes
Na região ventral da cabeça de alguns grupos, ocorrem as carenas (Figs 31.5A–B, 32), encrassadas (dilatadas) (Figs 31.27, 411),
subgenais que se estendem logo abaixo dos olhos. em que os antenômeros aumentam gradualmente em espessura
O sulco ou cavidade antenal é uma área côncava lisa locali- e largura e diminuem em comprimento, clavadas ou capitadas
zada mesial ou mesoventralmente entre os olhos e as articulações (Figs 31.5D–H, 84, 91), quando alguns antenômeros apicais
mandibulares ou carenas genais. Em muitos casos, é curto e serve são maiores na largura; quando a clava terminal possui antenô-
somente para alojar o escapo, mas em algumas espécies é longo meros assimétricos, isto é, expandidos para um dos lados, são
e se estende sob os olhos, abrigando diversos antenômeros. Em ditas lameladas (Figs 31.5I–M, 162, 173); ou moniliformes
Curculionoidea, é denominado escrobo; esse termo também é (Figs 31.5C, 40), com artículos em forma de conta ou barril.
utilizado em Carabidae para denominar um sulco ou depressão Há uma gradação entre o tipo filiforme e o serrado (Figs
na face externa da mandíbula. 31.213, 259), no qual a porção apical de cada antenômero é
Os olhos compostos têm tamanhos e formas muito variadas projetada assimetricamente, conferindo à antena aspecto de
e, por vezes, são reduzidos ou ausentes. Podem ser emarginados serra; variações do tipo serrado são o pectinado (Fig. 31.237)
(sinuosos) anteriormente ou parcialmente divididos por um onde a maioria dos antenômeros tem um ramo curto, estreito,
lobo, o cantus. Em Gyrinidae (Fig. 31.67) e alguns outros gru- cilíndrico ou achatado, e o flabelado (Figs 31.220, 320), onde
pos, há uma divisão completa em uma porção superior e uma cada antenômero tem ramo longo e achatado. Nos tipos bi-
inferior; a divisão pode ser por faixa cuticular linear, de largura pectinados ou biflabelados, emergem um par de ramos de cada
variável em relação a largura das porções oculares. A margem antenômero. Nas antenas plumosas os antenômeros portam
posterior pode ser truncada ou emarginada. Os omatídios geral- um ou dois ramos longos e finos, frequentemente com cerdas
mente são pequenos e achatados nas espécies diurnas, e grossos ou ramos acessórios; algumas espécies têm antenas similares
e convexos nas formas ativas com pouca luminosidade. Cerdas ao tipo pectinado ou flabelado, mas os ramos são articulados
interomatidiais estão presentes em diversos grupos. A estrutura na base. No tipo perfoliado, a maior parte dos antenômeros é
dos omatídios é utilizada na caracterização de grandes grupos e achatada e expandida a partir da região mediana. Nas antenas
foi estudada por Caveney (1986). O tipo mais plesiomórfico de geniculadas (Figs 31.5D–E, I, 604), a articulação entre o escapo
omatídio em Coleoptera é o eucone, que possui uma lente cris- e o pedicelo é assimétrica, ao contrário das demais, em que esta
talina. Os tipos derivados incluem acone, no qual o cristalino foi articulação é do tipo soquete-côndilo. Nas antenas geniculadas, o
perdido, e exocone, no qual a lente é formada a partir da córnea. pedicelo e o flagelo movem-se somente em um plano em relação
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ao escapo, que em geral é longo, formando um ângulo com os


antenômeros restantes.
O clípeo ou epistoma (Fig. 31.3A) é a área da cabeça entre a
sutura frontoclipeal e o labro. Na ausência da sutura frontocli-
peal, corresponde à área adjacente ao labro em frente aos olhos.
Pode ser dividido em uma região basal mais esclerosada (pós-
-clípeo) e uma apical hialina e menos esclerosada (anteclípeo),
onde o labro está aderido.
As peças bucais geralmente são mastigadoras. Peças bucais
tubulares são excepcionais e similares nos táxons em que ocor-
rem, consistindo em um labro pontudo e alongado e mandíbulas
e lobos maxilares em forma de estilete. As estruturas sugadoras
ou lambedoras têm lobos ou palpos maxilares longos e cerdo-
sos. São assinaladas para Leiodidae, Eucinetidae, Cerylonidae e
Corylophidae (Sen Gupta & Crowson 1973; Vit 1977; Costa
et al. 1995, 2003; Beutel & Lawrence 2005).
Labro (Fig. 31.3A) geralmente transverso, visível dorsalmen-
te e preso ao clípeo por uma membrana, às vezes representado
por uma faixa esclerosada estreita. Pode ser membranoso e es-
condido pelo clípeo, como em alguns Scarabaeidae (Aphodiinae
e Scarabaeinae), ou fundido ao clípeo, como em Curculionidae.
A área abaixo do labro e do clípeo forma a parede superior da Figuras 31.3A–B. Coleoptera, morfologia, cabeça. Carabidae, vd, vv.
cavidade pré-oral, chamada de epifaringe. Geralmente um par de
escleritos – os tormas – estão localizados nos ângulos látero-basais gálea ou a lacínia podem estar ausentes. Quando gálea e lacínia
do labro e estendem-se pela superfície epifaringeal do clípeo. estão ausentes, a maxila não tem lobos apicais e aparentemente
As mandíbulas (Figs 31.3A, 4C–D) geralmente se movem é constituída apenas pelos palpos. Os palpômeros apicais podem
no plano transverso, com os ápices opostos. Em muitos táxons ser cilíndricos, mais largos na região mediana e gradualmente
são reduzidas ou ficam ocultas no interior da cavidade bucal. A estreitados para o ápice e base, alargados no ápice ou mais largos
face externa do ápice pode ser reta, curva ou angulada e a face na base e levemente mais estreitados no ápice (subcônicos). O
interna, truncada ou arredondada, ou com dentes e/ou lobos. penúltimo palpômero maxilar de Lymexylidae porta um órgão
Em muitos táxons a parte basal da margem mesial possui uma sensorial complexo e multilobado (Fig. 31.379).
estrutura alargada e espessada, com cristas e/ou tubérculos, O lábio (Figs 31.3B, 4B) está preso à extremidade anterior da
chamada mola. As molas agem juntas para moer ou processar gula (ou gena, quando a gula está ausente) e geralmente consiste
o alimento e podem ser pouco desenvolvidas ou ausentes na em um posmento basal e um premento apical. O posmento
maioria dos predadores. Na face interna, entre o ápice e a base, pode estar dividido em submento distal e mento proximal. O
pode existir um retináculo semelhante a um dente e/ou pode premento sustenta um par de palpos articulados (com 1 a 3 pal-
haver uma prosteca. A prosteca geralmente consiste em uma pômeros); o ápice é chamado de lígula (que pode ser indistinta
membrana acompanhada por franja de cerdas, mas algumas são ou estar ausente) e às vezes está dividido em dois ou mais lobos,
formadas somente por tufos ou franjas cerdosas. O desenvolvi- provavelmente homólogos às glossas e paraglossas dos insetos
mento máximo das mandíbulas ocorre nos machos de alguns basais. A forma do último palpômero pode variar de maneira
Lucanidae e Prostomidae, as quais são usadas apenas no combate similar à do maxilar. A hipofaringe está fundida à região dorsal
entre machos. Ao contrário, alguns Scarabaeidae (Aphodiinae do premento e do mento.
e Scarabaeinae) têm o ápice mandibular reduzido e mais ou O tentório é a porção principal do esqueleto endocefálico.
menos membranoso. Consiste em uma peça ou trave transversal (corpotentório) que
As maxilas (Figs 31.3B, 4A) consistem em cardo basal, com une um par de braços anteriores (supratentórios) e um par de
côndilo que se articula com a cabeça; estipe (pode ser composto braços subparalelos posteriores largos (metatentórios). A junção
por basestipe e medioestipe), no qual está o palpífero, articula- dos supratentórios à cápsula cefálica ocorre ao longo da sutura
do ao palpo maxilar com 3 a 5 palpômeros, e um par de lobos frontoclipeal e é indicada pelas cicatrizes tentoriais anteriores; a
apicais (gálea externa e lacínia interna). Os lobos podem estar dos metatentórios ocorre ao longo das suturas gulares e é indi-
separados ou unidos (=mala) formando um estilete alongado cada pelas cicatrizes tentoriais posteriores. Ocasionalmente pode
e frequentemente com espinhos finos no ápice. As gáleas pos- ocorrer um terceiro par de tentórios dorsais, que se unem ao teto
suem forma variada, geralmente dímeras (basigálea e distigálea), da cápsula cefálica. A estrutura do tentório é bastante variável e
pubescentes (distigálea), palpiformes em Adephaga e ausentes fornece características taxonômicas importantes.
em Myxophaga. As lacínias são alongadas, geralmente com Tórax (Figs 31.1A–C, 2): o protórax é sempre bem desen-
fileira de espinhos ou cerdas ao longo da margem mesial e com volvido, geralmente móvel e conectado com a parte posterior
a parte apical em forma de gancho (por vezes com dois ou três (pterotórax) por membrana intersegmental, mas pode estar
dentes), e podem estar reduzidas ou ausentes. A presença de firmemente encaixado no mesotórax (Haliplidae, Noteridae e
apenas um lobo é registrada em alguns táxons, casos em que a certos Carabidae). Pronoto bem desenvolvido, com margem

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estrutura que confere capacidade de salto à maioria das espécies


da superfamília; pode ser curto ou estar ausente, de modo que
as cavidades coxais são confluentes; ou pode ser muito longo
e estender-se sobre o mesoventrito (mesosterno), raramente
alcançando o metaventrito.
As cavidades procoxais são depressões esclerosadas onde as
coxas se alojam; são formadas pelo prosterno e pela epipleura
pronotal (Archostemata, Adephaga e Myxophaga) ou hipôme-
ro (Polyphaga). Podem ser transversas (forte ou levemente),
circulares ou mais longas que largas; contíguas, estreitas ou
amplamente separadas; abertas ou fechadas externamente; são
fechadas quando o prosterno se encontra com o hipômero atrás
da coxa ou, mais raramente, quando as projeções pós-coxais se
juntam atrás das coxas.
Nas subordens Archostemata, Myxophaga e Adephaga, a
propleura é visível, forma parte da parede torácica e é separada
do noto e do esterno, respectivamente pelas suturas notopleural
e pleurosternal (Figs 31.1A,C). Ela pode ser dividida em um
episterno, anterior, formando a maior parte da parede, e um
epímero, posterior, que pode se estender mesialmente até encon-
trar o esterno, fechando a parte posterior da cavidade coxal. Em
alguns Ommatidae (Archostemata) e Cicindelinae (Adephaga,
Figuras 31.4A–D. Coleoptera, morfologia, peças bucais. A, maxila; Carabidae) a sutura pleurosternal pode estar ausente. O trocan-
B lábio; C–D, mandíbula, vd: Elateridae, Cryptophagidae. tino (Figs 31.6E, 8A–B) é um esclerito pequeno, articulado com
a coxa por um côndilo e separado da pleura por uma membrana.
lateral inflexa (hipômero, epipleura pronotal); região anterior A coxa também se articula diretamente com a pleura.
articulada com a cabeça e posterior encaixada na base dos élitros, Nos membros da subordem Polyphaga, a pleura protorácica
proporcionando um mecanismo de locking; estende-se ventral- tornou-se reduzida e interna e está representada apenas por uma
mente, de cada lado, até a pleura (exceto em Polyphaga). A parte endopleura (ou criptopleura), fundida ao trocantino e invisível;
inflexa do pronoto é denominada epipleura pronotal (Archos- a sutura notopleural está ausente, a coxa articula-se com o tro-
temata, Myxophaga e Adephaga) ou hipômero (Polyphaga). A cantino em dois pontos (Fig. 31.8B). O hipômero está preso
junção da margem anterior com a lateral é denominada ângulo diretamente ao esterno e separado dele pela sutura pleurosternal
anterior, que pode ser projetado, reto, arredondado, amplamente (Fig. 31.2); alguns táxons possuem uma cicatriz rasa e achatada
obtuso ou agudo. O disco, área central do pronoto, é separado que, quando examinada em detalhes, aparenta ser uma depressão
do hipômero pelas carenas pronotais laterais, também chamadas profunda coberta por aleta cuticular. Em alguns Polyphaga, o
de margens laterais, e em geral são contíguas a uma faixa dorsal trocantino pode estar reduzido, escondido e/ou fundido à parede
mais elevada. Outras estruturas que ocorrem na região lateral do notal e, em outros, a sutura pleurosternal pode estar ausente.
protórax são as calosidades ântero-marginais, que são espessa- O meso e o metatórax estão firmemente conectados entre si
mentos achatados e polidos, que contêm abertura de glândula. e formam uma unidade funcional, o pterotórax, que suporta
A borda posterior do pronoto pode ser reta, levemente lobada, os élitros e as asas. Como os élitros exercem pouca ou nenhuma
fortemente projetada na região mediana formando lobo distinto, atividade durante o voo, o mesotórax é reduzido em relação
sinuosa ou multilobada. A região do disco, em muitas espécies, ao metatórax, exceto nas espécies sem asas. A superfície dorsal
é guarnecida por sulco mediano e por carenas laterais, que estão de cada um dos dois segmentos está dividida em um prescuto,
localizadas sobre os ângulos posteriores. Um par de depressões anterior, um escutelo, mediano e escutos laterais. Atrás desses
adjacentes à margem basal ocorre em diversos táxons. escleritos no metatórax, está o posnoto transverso. O mesoscutelo
Na região ventral do protórax (Figs 31.6A–E), ocorrem estru- ou simplesmente escutelo geralmente é triangular e visível entre
turas como cavidades (abertas ou fechadas, externas ou internas, a base dos élitros. Articulação pleural alar geralmente distinta,
visíveis ou não quando vistas dorsalmente), sulcos longitudinais conectada por pequeno esclerito prealar; élitros conectados
(adjacentes às margens laterais, no hipômero ou esterno) e com o tergito e parte superior da pleura, pela membrana e três
depressões. A região anterior do prosterno é bem reduzida em escleritos axilares.
Scirtoidea e alguns Staphylinoidea, bem desenvolvida em muitos A superfície ventral do pterotórax é formada por dois escle-
táxons, enquanto em outros é projetada anteriormente e forma ritos medianos (meso e metaventrito), o episterno e o epímero
uma estrutura denominada lobo prosternal, que esconde as (Figs 31.6A–E, 7A–B). O mesoventrito pode estar modificado
peças bucais de muitas espécies de Histeridae, Elateridae e outras e abrigar parte da procoxa e às vezes, possui uma cavidade pro-
famílias. Quando a parte posterior se prolonga entre as coxas é funda para receber o espinho prosternal. As mesocoxas estão
denominada projeção ou processo prosternal e pode apresen- localizadas em cavidades formadas pelo mesoventrito (anterior
tar modificações. Por exemplo, nos Elateroidea é relativamente e mesialmente), metaventrito (posterior) e escleritos pleurais
longo e encaixa-se em uma cavidade mesoventral, integrando a (lateralmente) (mesepímero e mesanepisterno) ou pelo encontro
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Figuras 31.5A–N. Coleoptera, morfologia, antena. A–B, filiforme: A, Carabidae; B, Tenebrionidae Lagriinae. C, moniliforme, Carabidae
Rhysodinae. D–H, clavada: D–E, geniculada: D, Histeridae; E, Curculionidae Scolytinae; F, Dermestidae; G, Ptinidae Anobiinae; H, Nitidulidae.
I–M, lamelada: I, Lucanidae; J, Scarabaeidae; K, Passalidae; L–M, Scarabaeoidea. N, antena modificada, Gyrinidae.

das porções laterais do meso e metaventrito. As cavidades coxais Metaventrito geralmente com um sulco longitudinal (dis-
são consideradas abertas lateralmente quando o mesepímero se crímen) e menos frequentemente um transversal (catepisterno)
estende até a cavidade mesocoxal e separa o meso do metaventrito (Figs 31.7A–B), geralmente considerados como suturas, que
(Figs 31.7B), e fechadas lateralmente quando o mesoventrito representam invaginações associadas ao metaendosternito (ou
encontra o metaventrito na lateral da cavidade coxal (Fig.31.7A). metafurca). Atrás das mesocoxas, podem ocorrer linhas ou cris-

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Figuras 31.6A–E. Coleoptera, morfologia, protórax, vv. A, cavidade procoxal fechada pelo encontro do prosterno com o hipômero atrás da
coxa; B, cavidade procoxal fechada lateralmente; C–E, cavidade procoxal aberta.

tas, chamadas de linhas femorais, que estão associadas à posição temente desenvolvidos, chamados esporões tibiais. As protíbias
do mesofêmur em repouso. Os metanepisternos geralmente são são geralmente fortemente expandidas e denteadas externamente
estreitos e alongados, localizados de cada lado do metaventrito em formas escavadoras ou subterrâneas.
e os metepímeros são reduzidos e geralmente mais ou menos Os tarsos também tem importância taxonômica. Normal-
escondidos embaixo dos élitros. Metatrocantinos expostos mente são pentâmeros (Figs 31.9A–B), mas podem ser tetrâ-
ocorrem somente na subordem Archostemata. Os espiráculos meros (Figs 31.9C–D), trímeros (Fig. 31.9I), mais raramente
torácicos são grandes, localizados em uma câmara membranosa dímeros ou menos, e excepcionalmente podem estar ausentes.
entre o meso e metatórax e encobertos pelos lobos mesepimerais. Geralmente o número de tarsômeros é indicado pela fórmula
O metaendosternito é uma estrutura complexa, em forma de tarsal, apresentada como 5-5-5, 5-5-4, 4-4-4, 3-3-3 etc., que
furca, na qual estão presos vários feixes de músculos. indica o número de tarsômeros nas pernas pró, meso e me-
As pernas (Fig. 31.8A–B) são bem desenvolvidas, geralmente tatorácicas. Quando o número de tarsômeros não é o mesmo
aumentando de tamanho das anteriores para as posteriores. Estão em todos os pares de pernas é chamado heterômero, como na
adaptadas para andar ou correr, mas um ou mais pares podem maioria dos Tenebrionoidea, onde os metatarsos, diferentes
estar modificados para escavar o solo, fazer túneis em madeira, dos demais, têm quatro tarsômeros (fórmula tarsal 5-5-4). Na
nadar ou saltar. A forma e o grau de separação das coxas são maioria dos Chrysomeloidea e dos Curculionoidea e em alguns
caracteres de importância taxonômica. As procoxas podem ser membros de outros grupos, o quarto tarsômero é reduzido e
de fortemente transversas a globulares ou cônicas e projetadas, escondido na base do terceiro, que é lobado embaixo, sendo
e os protrocantinos podem ser expostos ou livremente móveis denominado pseudotetrâmero (Figs 31.9E–G, 457). Em
a escondidos e imóveis. As pró e mesocoxas normalmente são alguns grupos, como Coccinellidae e Endomychidae, os tarsos
capazes de movimento circular limitado, mas podem ser am- são pseudotrímeros (Figs 31.9I–L,352), isto é, possuem quatro
plamente móveis em besouros de corpo mole, como Cantha- tarsômeros, mas o terceiro é muito reduzido. Os tarsômeros
ridae, Lycidae e Melyridae. Metacoxas geralmente transversas II a IV geralmente são revestidos embaixo por uma massa de
e menos móveis que os dois pares anteriores, e articuladas ao cerdas densas ou cerdas adesivas especializadas; cerdas adesivas
metaventrito tanto lateralmente quanto na região mediana. Na ocorrem nos protarsos de muitos machos de Adephaga (como
subordem Adephaga (Fig. 31.10A), são imóveis e fundidas ao Gyrinidae), os quais são utilizados na cópula. Em Cantharidae,
metaventrito. O trocanter articula-se com a coxa e geralmente Cleridae, Coccinellidae, Chrysomeloidea e Curculionoidea, as
é maior na perna metatorácica. Sua junção com o fêmur pode cerdas adesivas ocorrem em ambos os sexos e são usadas para
ser reta (Fig. 31.315–316) ou ligeiramente oblíqua, mas em escalar. O tarsômero terminal normalmente tem um par de garras
alguns grupos é fortemente oblíqua e faz o contato direto entre (em alguns táxons são conatas ou reduzidas a uma), que podem
o fêmur e a coxa, sendo chamado de trocanter heteromeroide. ser iguais ou desiguais, simples, denteadas, lobadas, bífidas ou
Fêmures geralmente de forma semelhante em todas as pernas; pectinadas; as garras podem estar em diferentes ângulos de in-
metafêmures dilatados em algumas espécies saltadoras ou não. clinação e portar uma ou mais cerdas basais; às vezes, sob cada
Tíbias geralmente levemente expandidas em direção ao ápice, garra pode haver estrutura (membranosa, esclerosada e laminar,
onde possuem, pentes de espinhos ou um par de espinhos for- glabra, cerdosa) ou cerda (flexível, rígida). O empódio, lobo
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COLEOPTERA

Figuras 31.7A–B. Coleoptera, morfologia, meso e metatórax, vv. A. Cavidade mesocoxal fechada: mesoventrito encontra o metaventrito na
lateral da mesocoxa; B, cavidade mesocoxal aberta: mesepímero se estende até a cavidade mesocoxal e separa o meso do metaventrito.

esclerosado e articulado portando duas ou mais cerdas, pode da asa primitiva. As estrias e os intervalos são numerados da
ocorrer entre as garras em muitos grupos. margem sutural para fora.
Os élitros (Figs 31.1B, 114,117) são as asas mesotorácicas As asas metatorácicas (posteriores) (Figs 31.1B, 11–13),
ou asas anteriores modificadas. Estão ausentes em adultos neo- quando desenvolvidas, são membranosas, geralmente mais
tênicos larviformes (quase sempre fêmeas), nos quais também longas que os élitros e, em repouso, ficam dobradas longitudinal
faltam as asas posteriores. São estruturas rígidas, não dobráveis, e transversalmente sob os élitros. Na extensão para o voo, gira
encaixadas acima do abdômen quando em repouso, com as para frente sobre sua base pela ação direta dos músculos do
margens internas em contato. Não possuem venação distinta e voo; a mesma ação causa o desdobramento, abrindo as dobras
cobrem total ou parcialmente as asas metatorácicas e o abdô- longitudinais, que automaticamente ocasiona a abertura das
men. O primeiro tergito exposto é o VIII; alguns Pselaphinae dobras transversais (ausentes em algumas espécies com as de
(Staphylinidae) aparentemente têm dois tergitos expostos, en- Atractocerus Palisot de Beauvois, em Lymexylidae). Em muitos
tretanto o primeiro deles é muito longo e corresponde à fusão grupos de Coleoptera (Adephaga, Scarabaeoidea, Elaterifor-
de vários. Cada élitro consiste em um disco, correspondente à mia, alguns Cucujiformia), o dobramento é mantido por um
superfície geral dorsal, uma margem sutural mesial, a qual en- forte mecanismo elástico intrínseco da estrutura da asa, até
contra a margem correspondente do outro élitro, e geralmente que a tensão provida pelos músculos alares diretos promova o
uma porção lateral encurvada, conhecida como epipleura. A desdobramento. Na maioria desses grupos, não há necessidade
de nenhum outro agente para completar o dobramento, mas,
porção ântero-lateral do disco em geral é levemente elevada ou
em alguns Scarabaeidae, essa ação é assistida por movimentos
angulada, formando o úmero, que encobre a área metatorácica.
do abdômen e áreas com microtríquias nas asas e nos tergitos
A epipleura pode estar separada do disco por uma crista ou ca-
abdominais. Em alguns grupos (Micromalthidae, Myxophaga,
rena, ser completa quando alcança o ápice do élitro, incompleta
muitos Staphylinoidea e Cucujoidea), o mecanismo elástico é
ou ausente, estreita ou larga. O encaixe das margens internas dos
fraco ou ausente e a membrana da asa geralmente é longa; nesses
élitros em repouso é formado por uma aba na margem de um
casos, o dobramento é auxiliado por movimentos do abdômen,
élitro e um sulco na margem oposta; em algumas espécies que
áreas com espículas nos tergitos abdominais e áreas de ligação
não voam, o encaixe é mais complexo, ou os élitros são soldados. ou fricção das asas e élitros. Lawrence et al. (2021, 2022) atua-
Os ápices elitrais podem ser conjunta ou separadamente agudos, lizaram a nomeclatura e ilustraram as asas de representantes de
arredondados, truncados ou de outra forma; também podem todas as famílias de Coleoptera.
apresentar dentes, projeções etc. Um côndilo pequeno na base A venação pode estar reduzida e modificada devido à com-
de cada élitro articula-se com a parte lateral do noto por meio plexidade do dobramento, tornando difícil o estabelecimento
de escleritos axilares. de homologia das veias com as de outras ordens. As veias
O disco elitral geralmente possui fileiras longitudinais de convexas são indicadas pelo sinal (+) e as côncavas por (-). As
pontos que podem estar alojados em sulcos impressos, denomi- principais veias normalmente visíveis nas asas dos besouros são
nadas estrias; essa pontuação das estrias corresponde a colunas (Fig. 31.13A): Costa (C+) e Subcostal Posterior (ScP–), que
esclerosadas conectando a superfície superior e inferior de cada são separadas na base, mas adjacentes ou fundidas na maior
élitro. Geralmente cada élitro possui nove ou dez estrias, mas parte do comprimento, fortalecendo-se na margem anterior;
pode ser um número maior (acima de 25 em alguns Carabidae) Radial Anterior (RA+) está associada à ScP e C e dividida em
ou, em outros, a pontuação é desordenada ou ausente. Uma dois ramos a partir do meio da asa (a base do RA é reduzida em
estria escutelar curta (estríola) está geralmente presente adjacente Polyphaga); Radial Posterior (RP–) é côncava e tende a tornar-se
à margem sutural. Os espaços entre as estrias, denominados não esclerosada basalmente, perdendo a conexão basal; Medial
intervalos (interestrias), correspondem às posições das veias Posterior (MP–), uma veia longa e forte, que primitivamente

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COLEOPTERA

X do macho geralmente é reduzido ou fundido ao IX. Excluindo


o segmento genital, podemos contar oito tergos no abdômen da
maioria dos besouros, que podem ser determinados contando-se
os espiráculos, localizados na membrana pleural. Cada tergo tem
uma placa principal, chamada tergito, e pode ou não ter um par
de laterotergitos. Na maioria dos besouros, os primeiros cinco
ou seis tergitos são ligeiramente esclerosados, mas os últimos po-
dem estar endurecidos quando estão expostos além do ápice dos
élitros; nesse caso, o segmento terminal aparente (VII ou VIII) é
chamado pigídio e o precedente, propigídio. Vários tergitos são
fortemente esclerosados tanto em besouros com élitros curtos
(como Staphylinidae) quanto em alguns com élitros completos
(como Buprestidae).
Figuras 31.8A–B. Coleoptera, morfologia, perna protorácica. A, Na maioria dos besouros, os esternitos abdominais III a
Carabidae (Adephaga); B, Scarabaeidae (Polyphaga).
VII são esclerosados e visíveis externamente (ventritos). O
é bifurcada duas vezes; Cubital (Cu+), também bifurcada para esternito I está ausente ou, raramente, representado por um
formar a célula anal; Anal Anterior (AA3+4+) e Anal Posterior esclerito pequeno, escondido pelas coxas posteriores; esternito
(AP3+4–), separadas pela dobra anal. A Pré-Costal (PC) rara- II geralmente visível apenas lateralmente (geralmente escondido
mente é visível, aparecendo como uma faixa fraca e achatada, embaixo das margens dos élitros) e o VIII geralmente retraído
anterior à costa, perto da base. A Subcosta Anterior (ScA+) é junto com o segmento genital (IX). Os esternitos visíveis são
bem esclerosada, sobreposta à ScP – e fundida com a Costa chamados ventritos e geralmente são cinco (correspondem aos
perto da base. A Medial Anterior (MA+), nos besouros como esternitos III a VII); ocorrem seis quando o esternito II é visível
ou o VIII está exposto no ápice do abdômen; sete quando essas
em todos os endopterigotos, é fundida à Radial e faz parte da
duas condições estão juntas; oito apenas em machos de alguns
RA+. A separação da RA e RP perto da base, unidas de modo
grupos (Pheropsophus spp. (Carabidae), Hydraenidae, Lycidae,
especial com a entrada da MA na base da RA, é uma apomorfia
Cantharidae), quando o esternito IX também está exposto.
para os besouros. A base da RP geralmente é reduzida e sua
Os ventritos (esternitos abdominais visíveis) podem estar
conexão com RA pode estar parcialmente escondida pela base
unidos por membrana (exposta ou escondida pela sobreposi-
da MA, a qual é transformada em uma ligação chamada Trave
ção dos ventritos) e capazes de mover-se livremente, mas em
Medial. O ramo anterior de AA está ausente em Coleoptera.
muitas famílias os ventritos basais II e III são conatos (unidos e
Várias veias transversais e células ocorrem na maioria dos
imóveis) e em alguns grupos, como Eucnemidae, Throscidae ou
Archostemata e Adephaga, mas restam apenas algumas em
Anthribidae, ventritos IV e V podem ser conatos. Em muitos
Polyphaga. Na maioria dos besouros, as veias transversais entre
grupos, as extremidades laterais dos ventritos estão modificadas
os ramos de RA formam a célula radial, que geralmente aloja para formar um esquema de encaixe com os élitros. O ventrito I
o pterostigma. Algumas veias podem formar células fechadas, geralmente possui linhas femorais retas ou curvas, semelhantes
como a célula oblonga e a célula anal. às do metaventrito, e nos machos de algumas espécies ocorrem
Para fins descritivos, a membrana da asa pode ser dividida grupos de cerdas secretoras em um ou mais ventritos basais. O
em 5 regiões (Fig. 31.11): radial, entre a barra radial e RP mas último ventrito também é modificado em muitas espécies. A
basal à veia transversal radial; central, área de dobras complexas extremidade livre pode ser crenulada para servir de encaixe para
envolvendo as veias transversais radial e radio-medial e células o ápice dos élitros (Cerylonidae) ou modificada de várias formas
associadas; apical, área apical para as veias transversais e células; nos machos para acomodar o edeago extrovertido durante a
medial, entre a barra medial e a dobra anal; e anal, posterior à cópula. Nas fêmeas de Cryptocephalinae (Chrysomelidae), uma
dobra anal. Outro ponto de referência, na asa de alguns besouros cavidade no último ventrito é utilizada na formação do casulo
é o sinus sanguíneo, pterostigma, que aparece como uma área fecal para os ovos.
escurecida entre os dois ramos de RA. Os espiráculos geralmente estão localizados na membrana
As asas podem ser curtas e não dobradas (braquipteria), redu- pleural, mas podem estar nos tergitos em Staphylinoidea e alguns
zidas a meros vestígios (micropteria) ou completamente ausentes Scarabaeoidea ou nos esternitos em alguns membros do primeiro
(apteria). Alguns besouros com asas totalmente desenvolvidas grupo. O número básico de espiráculos funcionais no abdômen
não conseguem voar devido à degeneração dos músculos do voo. é oito pares, mas em vários grupos o 8º par está reduzido ou
Em besouros muito pequenos, como Microsporidae e Ptiliidae, ausente, e aqueles de um ou dois segmentos precedentes podem
as asas geralmente são franjadas com cerdas longas e a membrana estar atrofiados; em Hydrophilidae e alguns Staphylinoidea, os
é muito reduzida (Fig. 31.116). A micropteria, braquipteria espiráculos apicais podem ser funcionais, enquanto um ou mais
ou apteria são indicadas pelo desaparecimento ou redução do intermediários estão atrofiados.
úmero elitral, encurtamento do mesoventrito e algumas vezes Os segmentos distais do abdômen formam a terminália ou
pela soldagem dos élitros. segmento genital ou complexo ano-genital, geralmente formada
O abdômen (Figs 31.1A–C, 2, 14) geralmente é composto pelos segmentos IX e X, este último muito reduzido e difícil de
por dez segmentos no macho e nove na fêmea, mas o segmento distinguir. Nos machos, o órgão copulador (edeago) está aderido
IX é modificado para formar o segmento genital, e o segmento à terminália por membranas conectivas. O segmento genital às
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COLEOPTERA

Figuras 31.9A–L. Coleoptera, morfologia, tarsos. A–B, pentâmeros, vl: 5 tarsômeros simples ou bilobados; A, Psephenidae; B, Cerambycidae
Parandrinae. C–D, tetrâmeros: 4 tarsômeros simples ou lobados; C, metatarso Tenebrionidae; D, Oedemeridae, vl. E–G, pseudotetrâmeros,
vd: aparentam ter 4 tarsômeros, porém o 4º é reduzido e localizado na base do 5º; E, Cerambycidae; F, Chrysomelidae; G, Curculionidae.
H, trímero, vl: 3 tarsômeros simples ou lobados, Latridiidae. I–L, pseudotrímero: o 3º é reduzido, localizado na base do 4º; I, Endomychidae,
vl; J, Cleridae, vd; K–L, Coccinellidae, vl, vd.

vezes é chamado de cápsula genital, quando forma um tubo em O pênis está preso à falobase e parâmeros ou ao tégmen por
volta do edeago, mas esse termo também é aplicado à cápsula meio da primeira membrana conectiva, e a falobase ou o tégmen
formada pelo tergito VIII em alguns Cucujoidea (por exemplo, estão presos ao segmento IX por meio da segunda membrana
Nitidulidae). Na maioria dos machos e fêmeas, o tergito IX é conectiva. Durante a cópula, o saco interno é extrovertido através
dividido no meio ou separado em duas partes aparentemente de uma abertura, o óstio, na extremidade do pênis ou próximo
desconectadas. dela, e entra na vagina da fêmea com o flagelo estendido ante-
O órgão copulador do macho (edeago) está situado na parte riormente para atingir a espermateca.
posterior do ducto ejaculatório, que se abre atrás do esternito O edeago trilobado (Fig. 31.15), geralmente considerado
IX e inclui um órgão intromitente, o pênis ou lobo médio, o tipo mais basal nos besouros, consiste em uma peça basal
estruturas associadas – falobase (peça basal), parâmeros (lobos (falobase) esclerosada ventralmente, na qual se prende um par
laterais, tégmen) e o saco interno (endofalo), este primaria- de parâmeros livremente articulados, e um lobo médio (pênis)
mente membranoso – e pode ter uma variedade de espículos acima deles. A partir desse tipo básico, é possível derivar os vários
e, às vezes, um flagelo esclerosado longo, em cuja extremidade tipos de edeago presentes nas várias linhagens de Coleoptera.
está o gonóporo primário. Alguns pesquisadores restringem o Uma modificação comum é a redução ou perda da falobase, e
uso do termo edeago somente ao órgão intromitente (pênis) e os parâmeros aparecem articulados diretamente com o pênis
o termo pênis é empregado pela estrutura formada pelo lobo (tipo adéfago). No tipo bilobado, a falobase e os parâmeros são
médio combinado com a falobase e parâmeros ou tégmen (ede- bem desenvolvidos, mas o pênis é membranoso ou esclerosado
ago). Mais informações sobre termos utilizados na genitália de somente na base, onde um par de traves pode ocorrer.
insetos (incluindo outros sistemas de nomenclatura) podem ser A genitália da fêmea consiste em um ovipositor, com um par
obtidas em Tuxen (1970), Matsuda (1976), Iablokoff-Khnzorian de apêndices presos ventralmente aos paraproctos, e cada apên-
(1980), D’Hotman & Scholtz (1990) e na literatura específica dice é composto de um gonocoxito ou coxito basal, geralmente
para cada família. dividido em duas ou mais partes, e um gonóstilo ou estilo apical.

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COLEOPTERA

Figuras 31.10A–B. Coleoptera, morfologia, região basal do abdômen, vv. A, Adephaga: ventrito I interrompido pelas metacoxas; B, Polyphaga:
ventrito I inteiro.

Besouros que põem ovo profundamente no substrato possuem segmento abdominal X é relativamente pequeno, circundando
ovopositor muito longo e todo o segmento IX é extrovertido, o ânus e às vezes com um ou mais pigópodes ventrais. O seg-
o proctígero forma um par de longas hastes esclerosadas e os mento IX geralmente tem par de prolongamentos pares, fixos
paraproctos são estendidos e formam os báculos. Ovipositor ou articulados, chamados urogonfos (Fig. 31.16). Apresentam
curto, com coxitos fortemente esclerosados e estilos reduzidos, tamanho, forma e esculturação muito variadas.
geralmente são usados para cavar o solo, enquanto ovipositor As formas imaturas foram tratadas de forma mais detalhada
mais longo e esclerosado serve para abrir cavidades para os ovos em Costa et al. (1988) e Costa & Ide (2006). As pupas (Fig.
nos tecidos de plantas. Ovipositor muito reduzido geralmente é 31.24) são adécticas (=mandíbulas não funcionais) e quase
encontrado nas espécies que põem ovos em superfícies expostas. sempre exaratas (=apêndices livres) (obtecta em Ptiliidae,
Staphylinidae Staphylininae, Clambidae, Coccinellidae, Chry-
Imaturos. Os besouros passam por metamorfose completa
somelidae Cassidinae e alguns outros). O abdômen geralmente
(Holometabola). Alguns grupos têm hipermetamorfose. Os
possui nove tergos e oito esternos, e o número de espiráculos
ovos geralmente são simples, ovoides com superfície pouco
geralmente é reduzido em comparação com a larva. O espirá-
ornamentada, mas córion esculturado pode ser encontrado em
culo VIII sempre é fechado. A cabeça e o corpo geralmente têm
membros de Cupedidae e alguns grupos de Chrysomelidae que
várias proeminências e cerdas que evitam o contato da pupa
põem ovos na superfície do substrato. Os ovos de Cryptocepha-
com as paredes da câmara pupal, e o ápice do abdômen pode
linae (Chrysomelidae) estão envolvidos por uma camada de
ter apêndices pares semelhantes aos urogonfos larvais. Vários
fezes, chamada escatoteca. Geralmente a emergência é iniciada
grupos possuem esclerosações em margens opostas de alguns
por dentes, espinhos ou carenas que podem estar presentes na
segmentos abdominais, chamados órgãos dioneiformes (gin
cabeça (Hydrophilidae, Hydraenidae, alguns Staphylinidae)
traps), possivelmente utilizados como defesa contra ácaros e
ou nos tergos torácicos ou abdominais (alguns Histeridae, Sta-
outros possíveis agressores. Bibliografia sobre a morfologia das
phylinidae, Scarabaeoidea e muitos Cucujiformia) do embrião
pupas pode ser encontrada em Newton (2020).
completamente desenvolvido. Estas estruturas geralmente são
Geralmente empupam dentro da planta hospedeira, em
retidas pela larva de primeiro ínstar (egg bursters, ovirruptor).
células no solo ou na última exúvia larval (Myxophaga), que
As larvas (Figs 31.16–23) são muito variadas e não apresen-
normalmente permanece aderida ao ápice da pupa; algumas
tam uma característica exclusiva que as distinguem das demais
espécies constroem casulos de seda ou abrigos. A seda ou a
ordens. Geralmente se diferenciam dos demais endopterigotos
secreção que cimenta as partículas de fezes, madeira, ou outros
pelo conjunto de caracteres: (i) cápsula cefálica bem desenvol-
materiais utilizados para elaborar os abrigos são produzidas pelos
vida e geralmente esclerosada; (ii) sutura adfrontal ausente; (iii)
túbulos de Malpighi.
antenas com quatro ou menos antenômeros; (iv) seis ou menos
estemas (olhos simples das larvas de holometábolos) de cada Biologia. Os besouros ocupam quase todos os hábitats terrestres
lado da cabeça; (v) mandíbulas do tipo mastigador, opostas no e de água doce e também alguns (poucos) marinhos. Podem
plano transverso; (vi) ausência de glândula de seda labial media- ser encontrados em todas as partes das plantas vivas ou mortas;
na ou fiandeiras; (vii) abdômen sem falsas pernas ventrais com no solo, húmus, serrapilheira e escombros; embaixo de pedras;
colchetes; (viii) sistema respiratório geralmente peripnêustico, dentro ou sobre corpos de frutificação de fungos; em estrume e
nunca com o espiráculo metatorácico funcional; e (ix) espirácu- carniça; em ninhos de vertebrados e insetos sociais; em gêneros
los, se cribriformes, nunca com cicatriz ecdisial completamente alimentícios estocados; em água doce de ambientes lênticos e
envolvida pela placa crivada. lóticos; em lagos com água salobra ou estuários; na areia ou cas-
A cabeça (Figs 31.23) é bem desenvolvida e esclerosada, tórax calho nas margens de riachos e lagos; em escombros após a maré
com três segmentos e abdômen geralmente com dez segmentos alta; entre rochas ou coral na zona entre marés; e em cavernas.
(às vezes reduzidos a nove ou oito). Peças bucais muito variáveis. Membros de várias famílias de besouros apresentam adapta-
Os segmentos torácicos são muito semelhantes entre si, embora ções para a vida na água doce apenas no estágio larval ou durante
às vezes o primeiro seja maior e mais esclerosado. Pernas (Figs todo seu ciclo de vida. Muitos adultos aquáticos (como Hydro-
31.17–18, 20) geralmente presentes, com 5–6 segmentos. O philidae e Elmidae) têm uma cobertura de cerdas hidrófugas
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COLEOPTERA

finas na superfície ventral, utilizada para prender uma bolha de


ar, de volume constante, chamada plastrão.
A maioria dos besouros é fitófaga, alimentando-se do tecido
de plantas vivas, mas grande número tem hábitos saprófagos e
consomem apenas matéria vegetal substancialmente alterada pela
ação de bactérias e fungos. Outros são micófagos (ou micetó-
fagos). O hábito carnívoro ocorre em vários grupos, incluindo
quase todos os membros da subordem Adephaga, a maioria dos
quais geralmente é predadora de insetos e outros invertebrados,
Figura 31.11. Coleoptera, morfologia, regiões da asa posterior.
alguns sendo restritos na escolha da presa. Os Coccinellidae, por
exemplo, alimentam-se de Aphidoidea e Coccoidea (Hemipte- (Staphylinidae) mantêm e defendem os túneis larvais e fornecem
ra), e os Lampyridae são geralmente especializados em caracois algas como alimento, enquanto alguns Harpalinae (Carabidae)
(Mollusca, Gastropoda). O hábito parasítico evoluiu em alguns estocam sementes para suas larvas. Os machos e fêmeas de
representantes de Carabidae, Staphylinidae, Rhipiceridae, Pas- Geotrupidae e Scarabaeinae (Scarabaeidae) frequentemente
sandridae, Bothrideridae, Ripiphoridae e Meloidae. cooperam na escavação do ninho e fornecem matéria vegetal ou
As antenas dos machos geralmente são mais longas e mais estrume às larvas; o provisionamento progressivo durante a vida
elaboradas que as das fêmeas, e possuem estruturas especiali- das larvas ocorre neste último grupo e em Silphidae, no gênero
zadas para detectar os feromônios produzidos pela fêmea, que Nicrophorus Fabricius. Algum grau de subsociabilidade também
estimulam o macho a voar em busca de cópula. Várias partes do ocorre em Passalidae, em Phrenapates Kirby (Tenebrionidae) e
corpo, apenas do macho ou menos frequente em ambos os sexos, em alguns Scolytinae e Platypodinae (Curculionidae).
possuem áreas glandulares e, pelo que se conhece, produzem A ovoviviparidade, na qual os ovos são retidos no trato
feromônio de agregação, que atrai ambos os sexos. reprodutivo da fêmea até a eclosão, é conhecido em alguns
Em alguns grupos, como Scarabaeidae, Ciidae e Tenebrio- Pseudomorphinae (Carabidae), Aleocharinae (Staphylinidae),
nidae, os machos possuem cornos na cabeça e/ou pronoto que Tenebrionidae e Chrysomelinae (Chrysomelidae). Hetero-
apresentam variação alométrica em relação ao comprimento, morfose larval ou hipermetamorfose, geralmente envolvendo
usados no combate entre machos da mesma espécie. Alguns um primeiro ínstar ativo ou triungulinídeo e últimos ínstares
grupos apresentam comportamento complexo de corte prece- vermiformes inativos, às vezes ápodes, ocorre em vários grupos
dendo a cópula. Durante a cópula, geralmente o macho assume a de parasitoides: Lebiinae (Carabidae), alguns Aleocharinae
posição de cavalgadura sobre a fêmea e utiliza as tíbias ou tarsos (Staphylinidae), Rhipiceridae, Passandridae, Bothriderinae
anteriores e médios, modificados para manter-se na posição. A (Bothrideridae), Ripiphoridae e Meloidae, e em alguns grupos
necessidade de curvar o abdômen para baixo e para frente para broqueadores de madeira (Micromalthidae, Bostrichidae, Lyme-
atingir o ápice do abdômen da fêmea é frequentemente com- xylidae). Pedogênese ou retenção de caracteres larvais em fêmeas
pensada por uma curvatura no pênis, que é inserido na vagina, adultas ocorre em Micromalthidae, Phengodidae e Lampyridae.
e o saco interno é subsequentemente evertido no trato da fêmea. Em alguns grupos, como Cebrioninae (Elateridae), Lampyridae e
O número de ovos depositados é muito variável. Enquanto Rhipidiinae (Ripiphoridae), as fêmeas são ápteras, mas possuem
besouros minúsculos, como Ptiliidae, produzem um ou dois ovos pernas, antenas e peças bucais de adulto.
a cada postura, muitos ovos pequenos podem ser encontrados A partenogênese não é comum em besouros, mas ocorre em
no abdômen de alguns Elateridae, Lymexylidae e Meloidae. alguns Curculionidae e algumas outras famílias, como Chryso-
Em alguns grupos, como Chrysomelidae (Sagrinae, Hispinae,
melidae, Ptiliidae, Ciidae e Bothrideridae.
Cryptocephalinae, Eumolpinae) e alguns outros, os ovos estão
envolvidos em ootecas ou casulos. Comportamento subsocial, Classificação. A classificação apresentada aqui segue princi-
isto é, cuidado parental dos ovos e larvas, é conhecido em pelo palmente as propostas de Lawrence et al. (2010a) e Lawrence
menos dez famílias (Eickwort 1981). Em espécies de Epimetopus (2016) com as modificações subsequentes citadas ao longo do
Lacordaire (Hydrophilidae), um saco ovígero é carregado embai- texto. A lista das famílias que ocorrem no Brasil, e o número
xo do abdômen da fêmea, onde é mantido pelos fêmures e tíbias aproximado de espécies registradas entre parênteses, foi com-
posteriores. Alguns Carabidae e Staphylinidae põem os ovos em pilada do Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil (CTFB) e
uma câmara especial, que é protegida; fêmeas de Bledius spp. eventuais trabalhos subsequentes.

586
COLEOPTERA

Subordem Archostemata Série Bostrichiformia Série Scarabaeiformia Superfamília Cleroidea


Crowsoniellidae Superfamília Bostrichoidea Superfamília Scarabaeoidea Acanthocnemidae
Cupedidae (2) Bostrichidae (46) Belohinidae Biphyllidae (2)
Jurodidae Dermestidae (55) Diphyllostomatidae Byturidae
Micromalthidae (1) Endecatomidae Geotrupidae (65) Chaetosomatidae
Ommatidae (2) Ptinidae (148) Glaphyridae Cleridae (343)
Subordem Myxophaga Glaresidae (1) Lophocateridae (5)
Série Cucujiformia
Hydroscaphidae (5) Hybosoridae (87) Mauroniscidae
Superfamília Coccinelloidea Melyridae (85)
Lepiceridae Lucanidae (86)
Akalyptoischiidae Peltidae
Sphaeriusidae Ochodaeidae (3)
Alexiidae Phloiophilidae
Torridincolidae (34) Passalidae (115)
Anamorphidae Phycosecidae
Subordem Adephaga Pleocomidae
Boridae Prionoceridae
Amphizoidae Scarabaeidae (2.477)
Bothrideridae (13) Protopeltidae
Aspidytidae Trogidae (13)
Cerylonidae (24) Rentoniidae (1)
Carabidae (1.154) Coccinellidae (747) Série Elateriformia
Rhadalidae
Dytiscidae (298) Corylophidae (6) Superfamília Dascilloidea Thanerocleridae (2)
Gyrinidae (166) Endomychidae (150) Dascillidae Thymalidae
Haliplidae (14) Eupsilobiidae Rhipiceridae (5) Trogossitidae (78)
Hygrobiidae Euxestidae
Meruidae Superfamília Buprestoidea Superfamília Cucujoidea
Latridiidae (6)
Noteridae (73) Buprestidae (1.525) Agapythidae
Murmidiidae (15)
Trachypachidae Schizopodidae Boganiidae
Mycetaeidae
Cavognathidae (2)
Subordem Polyphaga Teredidae Superfamília Byrrhoidea Cryptophagidae (3)
Série Scirtiformia SuperfamíliaTenebrionoidea Byrrhidae (1) Cucujidae (1)
Superfamília Scirtoidea Aderidae (45) Callirhipidae (11) Cybocephalidae
Clambidae (4) Anthicidae (131) Chelonariidae (110) Cyclaxyridae
Decliniidae Archeocrypticidae (2) Cneoglossidae (5) Erotylidae (512)
Eucinetidae (5) Chalcodryidae Dryopidae (26) Helotidae
Scirtidae (46) Ciidae (56) Elmidae (148) Hobartiidae
Lymexylidae (11) Eulichadidae Kateretidae (3)
Série Derodontiformia
Melandryidae (41) Heteroceridae (19) Laemophloeidae (54)
Superfamília Derodontoidea Meloidae (155) Limnichidae (18) Lamingtoniidae
Derodontidae Mordellidae (128) Lutrochidae (3) Monotomidae (11)
Nosodendridae (4) Mycetophagidae (4) Protelmidae Myraboliidae
Jacobsoniidae Mycteridae (51) Psephenidae (13) Nitidulidae (220)
Série Staphyliniformia Oedemeridae (70) Ptilodactylidae (36) Passandridae (23)
Superfamília Hydrophiloidea Prostomidae Superfamília Elateroidea Phalacridae (24)
Epimetopidae (13) Pterogeniidae Artematopodidae (6) Phloeostichidae
Georissidae (2) Pyrochroidae Brachypsectridae Priasilphidae
Helophoridae Pythidae Cantharidae (449) Propalticidae
Histeridae (501) Ripiphoridae (44) Cerophytidae (7) Protocucujidae
Hydrochidae (16) Salpingidae (10) Elateridae (724) Silvanidae (30)
Hydrophilidae (268) Scraptiidae (9) Eucnemidae (144) Smicripidae
Synteliidae Synchroidae Jurasaidae (3) Sphindidae (5)
Spercheidae (1) Stenotrachelidae Iberobaenidae Tasmosalpingidae
Sphaeritidae Tenebrionidae (1.312) Lampyridae (362) Superfam. Chrysomeloidea
Tetratomidae Lycidae (178)
Superfamília Staphylinoidea Cerambycidae (5.000)
Trictenotomidae Omalisidae
Agyrtidae Chrysomelidae (6.055)
Ulodidae Omethidae
Hydraenidae (30) Disteniidae (54)
Zopheridae (108) Phengodidae (53)
Leiodidae (47) Megalopodidae (147)
Rhagophthalmidae Orsodacnidae (1)
Ptiliidae (13)
Rhinorhipidae Oxypeltidae
Silphidae (4)
Throscidae (5) Vesperidae (15)
Staphylinidae (2.829)
Superfam. Curculionoidea
Anthribidae (290)
Attelabidae (96)
Belidae (15)
Brentidae (316)
Caridae
Curculionidae (5.265)
Nemonychidae (2)

587
COLEOPTERA

Relações filogenéticas. A relação filogenética entre as quatro


subordens de Coleoptera é controversa e diversas topologias
diferentes já foram propostas. Reconstruções filogenéticas dos
Coleoptera são grandes desafios devido à extraordinária riqueza
de espécies, caracteres morfológicos complexos e de difícil com-
paração, e dados moleculares esparsos, levando a um desequilí-
brio na quantidade de dados e de táxons amostrados suficientes
para a obtenção de resultados acurados (Zhang et al. 2018).
A subordem Archostemata foi considerada por Crowson
(1955) como grupo-irmão dos demais Coleoptera e Adephaga
como grupo-irmão do clado compreendido por Polyphaga e
Myxophaga – (Archostemata (Adephaga (Polyphaga + Myxopha-
ga))) (Fig. 31.12A). Análises utilizando comparações de estru-
turas diferentes, chegaram a diferentes conclusões por outros Figuras 31.12 A–D. Relações filogenéticas entre as subordens de
autores: (Adephaga + Archostemata) e (Polyphaga + Myxophaga) Coleoptera. A, Crowson (1955); B, Baehr (1979); C, Kukalová-Peck
(Fig. 31.12B) por Baehr (1979) (estudo comparado de estru- & Lawrence (2004); D, Toussaint et al. (2017).
turas protorácicas); (Polyphaga (Archostemata (Adephaga +
pécies são importantes no controle biológico de ervas daninhas
Myxophaga))) (Fig. 31.12C) por Kukalová-Peck & Lawrence
e de insetos pragas. Devido à grande diversidade de hábitats que
(2004) (caracteres da asa membranosa), entre outros. A hipótese
ocupam, explorando uma ampla variedade de fontes de alimento,
proposta por Crowson (l.c.) foi corroborada por Beutel (1997)
muitas espécies acabam interagindo com o homem.
e Hörnschemeyer (1998), com base em estudos da articulação
A importância econômica dos Coleoptera está relacionada
da base das asas, e por Beutel & Haas (2000), baseado em
principalmente às espécies que causam danos à agricultura, pas-
caracteres do adulto e larvas. Beutel et al. (2018), utilizando
tagens, madeira ou produtos estocados e à atividade de outras
caracteres internos e externos de imaturos e adultos, resgatou
espécies no controle de insetos ou plantas que são pragas. Têm
a posição de Crowson e demais (Fig. 31.12A). No entanto, as
muito pouca importância na transmissão de agentes patogênicos
filogenias moleculares mais recentes (e.g. McKenna et al. 2015,
a humanos ou a outros mamíferos e apenas alguns transmitem
2019; Toussaint et al. 2017; Zhang et al. 2018), com genes mi-
agentes causadores de doenças a plantas ou causam dermatites.
tocondriais e nucleares, têm recuperado Polyphaga como grupo
As larvas de alguns Scarabaeidae, Elateridae e Tenebrionidae
irmão das demais subordens (Fig. 31.12D). Zhang et al. (2018)
atacam principalmente pastagens, culturas de cereais e de
compara algumas das topologias para as subordens de Coleop-
cana-de-açúcar, Saccharum officinarum L. (Poaceae). Algumas
tera propostas nas últimas décadas e aborda a dificuldade de se
cucurbitáceas são atacadas por espécies de Epilachna Chevrolat
estabelecer as relações internas entre suas séries e superfamílias.
(Coccinellidae) e Chrysomelidae. Alguns Cerambycidae atacam
O complexo de caracteres mais importante de Coleoptera
árvores frutíferas, enquanto outros causam danos à soja (Glycine
está relacionado à esclerosação forte do corpo, sem membranas
max (L.) Merr., Fabaceae) e à alfafa (Medicago sativa L., Poaceae).
expostas e à simplificação do aparato de músculos torácicos.
Os besouros que são pragas de produtos estocados estão
Essa tendência atinge seu pico em Myxophaga e Polyphaga,
adaptados a ambientes secos e alguns deles são capazes de re-
que também compartilham apomorfias das pernas larvais. Isto
produzir-se em uma ampla variedade de materiais, enquanto
implica que várias simplificações do exoesqueleto e musculatura
outros têm fonte de alimento mais específica. Desempenham
torácica surgiram várias vezes independentemente e também que
um papel importante no controle biológico de insetos pragas e
um aparelho bucal complexo para alimentação saprofítica ou
espécies de plantas nocivas. Vários Coccinellidae são utilizados
esporofítica foi ancestral em Coleoptera, com redução secundária
para controlar pulgões e cochonilhas (Aphidoidea e Coccoidea:
em Archostemata e Adephaga.
Hemiptera), pragas de plantas.
Membros da subordem Archostemata possuem caracteres
Espécies de Paederus Fabricius (Staphylinidae) (potó) causam
considerados por alguns autores como plesiomórficos: padrão
lesões quando os adultos são esmagados ou entram em contato
cuticular com tubérculos e escamas, e élitros com fileiras de
com a pele. O composto pederina provoca irritação quando
‘window punctures’ não esclerosadas, dentre outros.
liberado sobre a pele. Reação semelhante pode ser causada por
Os membros da subordem Polyphaga possuem transforma-
outro composto, a cantaridina, produzida por membros de
ções marcantes no tórax, consideradas mais derivadas, incluindo
Meloidae e Oedemeridae. As larvas de Dermestidae possuem
a presença de escleritos presternais e propleura interna. Uma
cerdas que podem causar dermatite.
modificação importante desta subordem é a perda da zona de
Os coleópteros estão sujeitos ao ataque de vários predadores,
flexão da asa membranosa, o que resulta em um mecanismo
parasitoides e doenças. Os ovos podem ser atacados por vários
de dobramento relativamente simples, que envolve somente a
Hymenoptera e as larvas são predadas por aranhas, vespas, outros
área apical.
besouros e vertebrados, e parasitadas por Hymenoptera (Chal-
Importância. Os besouros desempenham papel importante na cidoidea, Braconidae, Ichneumonidae) e Diptera (Tachinidae).
reciclagem de nutrientes, principalmente na fase larval. Muitas As larvas e os adultos são atacados por ácaros e nematoides, além
espécies são consideradas pragas da agricultura, de produtos de sofrerem ação de vários parasitoides. Os besouros aquáticos
alimentícios armazenados, livros, peles, tapetes etc. Outras es- constituem uma parte apreciável da comida de peixes e muitos

588
COLEOPTERA

Figuras 31.13 A-B. Morfologia, asa posterior. A, principais veias e áreas de dobra; B, Archostemata, Ommatidae, Tetraphalerus sp.

anfíbios. Muitos répteis e aves se alimentam de besouros e outros Como os besouros são mais robustos que os outros insetos,
insetos. Os besouros também estão sujeitos a várias doenças uma variedade de métodos para coleta ativa pode ser utilizada
causadas por fungos, bactérias e vírus. sem danificá-los. O batedor consiste em bater nos galhos e
arbustos com uma vara de tal modo que os insetos são desloca-
Coleta e fixação. O método de coleta mais adequado depende
dos e caem em uma superfície preparada para recepcioná-los, o
do objetivo do coletor. Pode ser ativa, quando há procura dos
guarda-chuva entomológico. Os insetos que caem, podem ser
espécimes, ou passiva, quando há espera das presas. O método
coletados com uma pinça ou com um aspirador.
mais simples de coleta ativa é através da localização visual, se- A rede entomológica, é usada para coletas sobre a vegetação,
guida pela coleta manual. Esse método, para adultos e larvas, solo e folhagens. É mais eficiente para coletas de besouros que
pode ser usado na maioria dos micro-hábitats, mas não é muito estão voando. Esse tipo de coleta é usado para estudos ecológicos
eficiente para coleta geral. Besouros grandes podem ser coletados onde é preciso comparar as amostras com base no número de
facilmente com a mão sem serem danificados, mas para besouros vezes que a rede é passada sobre determinado local. Também
pequenos é mais eficiente aspirá-los em um frasco utilizando um pode ser utilizada na coleta de besouros aquáticos, e nesse caso,
aspirador. O aspirador bucal não deve ser usado para coletas em a rede deve ser mais resistente, com moldura triangular e bolsa
substratos desagradáveis, como carniça e excrementos. Nunca de tecido resistente e poroso.
deve ser usado quando há riscos de inalação de organismos pa- A coleta passiva com armadilha luminosa em noites quen-
togênicos, como em ninhos de mamíferos e pássaros, guano de tes pode atrair grande número de besouros. Para aumentar a
morcegos etc. Nesses casos, deve ser usado um aspirador elétrico atração dos insetos, coloca-se um lençol branco esticado junto
ou um bulbo de sucção. à lâmpada (de vapor de mercúrio ou ultravioleta) geralmente
589
COLEOPTERA

posicionada próxima ao bordo superior do lençol. Para evitar a


queda e perda dos insetos, dobra-se a borda inferior do lençol
para cima, formando uma calha.
O funil de Berlese e o aparelho de Winkler são usados para
coleta em amostras de serapilheira, sendo muito eficientes para
coletar besouros pequenos. Em ambos, a serapilheira fica suspen-
sa em um funil com um tubo coletor preso ao fundo, contendo
líquido fixador. Outro método de coleta em serapilheira consiste
em colocar o material em uma bandeja com água e coletar os
besouros que flutuam.
Outro método também muito usado em estudos ecológicos
que necessitam metodologia de coleta uniforme é o “pitfall” ou
armadilha de queda. É muito eficiente para coleta de besouros
noturnos que vivem no solo. Um método eficiente para coleta de
besouros pequenos é a interceptação de voo. Consiste em uma
barreira feita de plástico transparente ou tela fina que, quando
é colocada em uma trilha de voo, os insetos colidem com o an-
teparo caindo no líquido fixador colocado na borda inferior da
barreira. Geralmente se coloca uma cobertura de plástico sobre Figuras 31.14–15. Elateridae, morfologia. 14, abdômen, vl: há
a armadilha. Um tipo especial de armadilha de interceptação redução de dois esternitos; o ventrito I ou primeiro esternito visível,
de voo – eficiente apenas para alguns grupos de besouros – é é na verdade o esternito III; 15, edeago trilobado.
conhecido como armadilha Malaise. ― Suturas notopleurais presentes; antenas filiformes;
Um método para coleta de insetos em massa consiste na comprimento do corpo maior que 5 mm ..................... 5
fumigação com inseticidas (termonebulização). Envolve a
5(4). Inserções antenais laterais, bem separadas; antenas mais
fumigação da copa de árvores com inseticidas piretroides e os curtas que o comprimento da cabeça e protórax combinados;
insetos que caem, são coletados em uma série de funis suspensos labro indistinto; cavidades procoxais contíguas; tarsômero
abaixo das copas, geralmente dispostos a cerca de um metro IV não lobado; superfície ventral sem sulcos para recepção
de altura do solo. Iannuzzi et al. (2021) detalham as técnicas e das pernas; suturas pleurosternais ausentes; palpômero
métodos de coleta de besouros mais apropriados de acordo com maxilar apical expandido, com grupo de sensórios alojados
em cavidade profunda (Fig. 31.28) ......... Ommatidae
seus hábitos de vida. ― Inserções antenais dorsais, aproximadas; antenas mais longas
Chave para adultos das famílias que ocorrem no Brasil que o comprimento da cabeça e protórax combinados; labro
livre e visível; cavidades procoxais separadas pelo processo
(adaptada de Lawrence & Ślipiński 2013a)
prosternal; tarsômero IV lobado ventralmente; superfície
1. Protórax com suturas notopleurais (Figs 31.1A, C) separando
ventral do tórax com sulcos para recepção das pernas; suturas
o noto da pleura (pleura pode ou não estar separada do
pleurosternais presentes; palpômero maxilar apical com grupo
esterno por par de suturas pleurosternais); ou besouros
de sensórios superficiais (Fig. 31.25) ............Cupedidae
diminutos (Figs 31.29-310), comprimento menor que
1,3 mm, abdômen com pelo menos três ventritos, corpo 6(3). Corpo curto e alargado, convexo, arredondado lateralmente;
hemisférico; ou besouros pequenos, comprimento a partir de élitros longos; abdômen com quatro ou cinco ventritos; antenas
2,5 mm, corpo mole, alongado, asas enroladas em espiral .... 2 com nove a 11 antenômeros, escapo e pedicelo formando
― Protórax sem suturas notopleurais (Figs 31.2, 254), estrutura em forma de urna (Fig. 31.31) ......... Torridincolidae
hipômero estendendo-se até o esterno, separados pelas ― Corpo alongado, achatado dorso-ventralmente; élitros curtos;
suturas notosternais; asas dobradas ou não, não enroladas três ou quatro tergitos expostos; abdômen com seis ou sete
em espiral ......................................... Polyphaga ..... 11 ventritos; antenas com nove antenômeros, antenômero IX em
forma de clava estreita (Figs 31.29–30) .... Hydroscaphidae
2(1). Coxas posteriores fundidas ao metaventrito, dividindo
completamente o ventrito I (Figs 31.1A, 10A) Adephaga ..7 7(2). Metacoxas expandidas lateralmente, alcançando os élitros,
― Coxas posteriores móveis, não dividindo o ventrito I .... 3 encobrindo a junção do metatórax com o ventrito I;
antenas não pubescentes, quase inteiramente glabras; dorso
3(2). Antenas com clava curta, com um a três antenômeros sem cerdas táteis; protíbias sem limpador de antenas... 8
(Figs 31.29–31); asas com oblongo, dobradas quando ― Metacoxas não expandidas lateralmente, junção do
em repouso; até 2 mm de comprimento; em ambientes metatórax com o ventrito I geralmente visível; antenas
higropétricos ............................... Myxophaga ..... 6 pubescentes, geralmente filiformes (moniliformes em
― Antenas filiformes (Figs 31.5A-B, 25) ou submonifilormes, Rhysodinae, Fig. 39.5C, achatadas e alargadas em
alargando gradualmente para o ápice a partir do Paussinae); dorso geralmente com cerdas táteis bem
antenômero IV (Fig. 31.27); asas, quando em repouso, desenvolvidas e em posições fixas; protíbias com limpador
enroladas em espiral; comprimento entre 2,5 e 25 mm; de antenas (Figs 31.8A, 35, 39); metaventrito quase
espécies terrestres ...............,...... Archostemata ..... 4 sempre com sutura catepisternal (Fig. 31.7B) (ausente
em Rhysodinae) (Figs 31.32–52) ........... Carabidae
4(3). Suturas notopleurais ausentes; antenas submoniliformes,
gradualmente alargadas para o ápice a partir do antenômero 8(7). Metacoxas (Fig. 31.75) com placas muito desenvolvidas
IV; élitros lisos, curtos; pigídio exposto; 2,5 mm de encobrindo o ventrito basal e a maior parte dos
comprimento (Figs 31.26–27)) .............. Micromalthidae metafêmures; metaventrito com sutura catepisternal

590
COLEOPTERA

distinta (Fig.31.7B); sutura elitral com pontuação grande ― Antenômeros da clava (Fig. 31.5K) incapazes de se
em fileiras regulares (Fig. 31.76). ........... Haliplidae aporem; abdômen com seis ventritos; cavidades mesocoxais
― Placas metacoxais ausentes ou consistindo de porção separadas; élitros brilhantes e muito achatados dorsalmente,
mediana estreita, ventrito basal e metafêmures não distintamente estriados, tamanho maior que 13 mm (Fig.
encobertos; se sutura catepisternal presente, então élitros 31.174) ........................................................... Passalidae
sem fileiras regulares de pontos .............................. 9
17(16). Olhos não divididos pelo cantus; clípeo com lados
9(8). Olhos (Fig. 31.67) completamente divididos em porções convergindo para o ápice, coloração castanha, acinzentada
dorsal e ventral; antenas (Figs31.5N, 65) curtas, espessadas, ou negra; metafêmures e metatíbias não alargadas, tamanho
pedicelo longo; pernas anteriores (Figs 31.65–66) quase sempre superior a 10 mm (Fig. 31.207) ..... Trogidae
longas e raptoriais; pernas médias e posteriores (Figs ― Olhos divididos por cantus proeminente; clípeo com lados
31.61–62) curtas (Figs 31.73–74)................ Gyrinidae subparalelos ou divergindo anteriormente; coloração testácea
― Olhos não divididos ou parcialmente divididos; antenas ou castanha clara ou escura; metafêmures e metatíbias
longas, pedicelo não alongado; pernas anteriores não alargadas, cobrindo o abdômen, tamanho quase sempre
raptoriais; pernas médias e posteriores alongadas.... 10 inferior a 5 mm (Fig. 31.160) .................. Glaresidae

10(9). Dorso fortemente convexo; escutelo não visível; superfície 18(15). Antenômeros da clava incapazes de se aporem; abdômen
ventral (Fig. 31.77) achatada; metacoxas expandidas em com cinco ventritos; ♂♂ geralmente com mandíbulas
placas longitudinais que cobrem as bases dos trocanteres; muito desenvolvidas, às vezes com tubérculos ou cornos na
junção entre o metaventrito e metacoxa angulada no meio; cabeça e pronoto (Figs 31.168–171) ............. Lucanidae
― Antenômeros da clava capazes de se aporem; abdômen
metanepisternos (Fig. 31.7A) claramente não alcançando
com seis ventritos, exceto em Aclopinae, mas então tarsos
a cavidade coxal (Figs 31.78–79) ........ Noteridae
médios e posteriores muito longos nos machos, bem maiores
― Dorso tão ou ligeiramente mais convexo que a superfície
que as respectivas tíbias, e élitros curtos deixando pelos
ventral; escutelo visível ou não; metacoxas (Fig. 31.55)
menos dois tergos expostos nas ♀♀; ♂♂ com mandíbulas
sem placas; junção entre o metaventrito e metacoxa aguda;
normalmente desenvolvidas; armaduras nos ♂♂, quando
metanepisternos (Fig. 31.7B) alcançando ou muito aproximados
presentes, na cabeça e/ou pronoto ....................... 19
da cavidade coxal (Figs 31.53–54, 62–64) ...... Dytiscidae
19(18). Antenas quase sempre com dez antenômeros e clava sempre
11(1). Élitros presentes, completos, curtos ou reduzidos a abas ... 12 com três antenômeros, muitas vezes cupuliforme (Fig.
― Élitros ausentes ................................................... 231 31.162); tamanho sempre inferior a 12 mm. Se antenas com
12(11). Antenas com clava fortemente assimétrica com três a cinco nove antenômeros, então clava cupuliforme, OU corpo com
antenômeros, geralmente lamelada, por vezes pectinada ou menos de 10 mm e adaptado a enrolar-se ficando com a parte
cupuliforme(Figs 31.7J–M); procoxas grandes, fortemente anterior da cabeça totalmente voltada para trás (Figs 31.165–
e transversas ou cônicas e projetadas abaixo do prosterno, 166) (Figs 31.162–167) ...................... Hybosoridae
trocantinos escondidos ou apenas parcialmente visíveis; ― Antenas quase sempre com menos de dez antenômeros
cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B); (oito ou nove) e clava nunca cupuliforme, com três a
protíbias geralmente achatadas, com um ou mais dentes cinco lamelas (Fig. 31.5J); tamanho muito variável, de
na margem externa (Fig. 31.8B); tarsos geralmente com 1,5 a 180 mm. Quando corpo totalmente fechado, a parte
cinco tarsômeros (mais raramente 0-5-5, 0-4-4, 0-3-3 anterior da cabeça no máximo voltada para baixo, nunca
para trás (Figs 31.175–206) ........................ Scarabaeidae
ou 0-2-2), ou com tarsômeros parcial ou totalmente
soldados e pouco distinguíveis, não lobados, desprovidos 20(12). Besouros diminutos, raramente com mais de 1 mm de
de pubescência densa ......... Scarabaeoidea ..... 13 comprimento; antenas(Fig.31.115) filamentosas, antenômeros
― Antenas não como acima; ou procoxas, protíbias e tarsos alongados com cerdas longas; asas (Fig. 31.116) com franja
diferentes ......................................................... 20 de cerdas longas e finas visíveis nas bordas dos élitros; élitros
truncados (Fig. 31.114); um ou mais tergitos expostos;
13(12). Antenas com 11 antenômeros e clava com três; corpo
metacoxas moderada a amplamente separadas; abdômen com
fortemente convexo e hemisférico; cabeça sempre seis ou sete ventritos (Fig. 31.117) ............................. Ptiliidae
com algum tipo de armadura, no mínimo quilha ou ― Comprimento maior que 1mm; antenas raramente filamentosas;
tubérculo clípeo-frontal; pronoto frequentemente com asas, se franjadas com cerdas longas, corpo mais convexo e
armadura (Figs 31.157–159) ............ Geotrupidae abdômen com menos de seis ventritos ................................ 21
― Antenas com menos de 11 antenômeros ou clava com
mais de três lamelas ...................................................... 14 21(20). Abdômen quase sempre com três ou mais tergitos totalmente
expostos (exceto Silphidae, Silphinae, ex. Figs 31.118, 124);
14(13). Esporão mesotibial mais longo com uma das bordas pectinada, se somente um ou dois expostos, então cabeça com par
tamanho entre 4 e 12 mm (Fig. 31.172) .... Ochodaeidae de ocelos ou primeiro tergito exposto mais longo que os
― Esporão mesotibial mais longo não pectinado, tamanho élitros ......................................................................... 22
muito variável ............................................................ 15 ― Abdômen geralmente completamente encoberto pelos élitros
15(14). Cavidade mesocoxal fechada lateralmente por junção ampla ou expondo o ápice de apenas um tergito; se um ou dois
tergitos expostos, então cabeça sem par de ocelos ou primeiro
do meso e metaventritos (Fig. 31.7A) ............................. 16
tergito exposto muito mais curto que os élitros ........... 38
― Cavidade mesocoxal fechada lateralmente pelo mesepímero
(Fig. 31.7B) ................................................ 18 22(21). Fórmula tarsal 5-5-4 .................................... 23
― Fórmula tarsal diferente (geralmente 5-5-5, ocasionalmente
16(15). Antenômeros da clava capazes de aporem-se formando
4-4-4 ou 3-3-3) .................................................. 24
estrutura compacta; abdômen com cinco ventritos; cavidades
mesocoxais contíguas; élitros geralmente opacos e muito 23(22). Cabeça com constrição abrupta posterior formando
convexos, estrias elitrais fracas ou formadas por pontos “pescoço” estreito ou largo; metacoxas contíguas ou separadas
não conectados, ou ausentes, tamanho 3 a 19 mm ...... 17 estreitamente; corpo levemente achatado a moderadamente
591
COLEOPTERA

convexo; antenas serradas, pectinadas ou flabeladas (Fig. 34(33). Inserções antenais escondidas; labro completamente
31.402) ............................................ Ripiphoridae escondido; processo prosternal completo; garras pectinadas;
― Cabeça sem constrição abrupta; metacoxas distintamente antenas gradualmente expandidas e achadas no ápice ........
separadas estreitamente; corpo fortemente achatado; antenas ............................................................................ Cleridae
filiformes; cabeça e/ou pronoto mais longos que largos (Fig. ― Inserções antenais expostas; labro, pelo menos, parcialmente
31.404) ou mais largos que longos (Fig. 31.403); inserção visível; processo prosternal incompleto; garras simples ou
antenal exposta (Fig. 31.405) ou não .......... Salpingidae com um dente; antenas filiformes, serradas ou pectinadas
.............................................................................. 35
24(22). Antenas com clava distinta ......................................... 25
― Antenas sem clava distinta (por vezes, antenômeros alargam- 35(34). Inserções antenais aproximadas, distância entre elas menor
se gradualmente ou fortemente modificados) ................... 29 ou ligeiramente maior que o diâmetro de uma delas . 36
― Inserções antenais moderada a amplamente separadas,
25(24). Cabeça com par de ocelos, abdômen com menos de três tergitos distância entre elas de, pelo menos, 1,5 vezes o diâmetro
expostos ................................................................... 26 de uma delas ............................................................... 37
― Cabeça sem par de ocelos, abdômen com pelo menos de três
tergitos expostos ....................................................... 28 36(35). Palpômero maxilar apical fusiforme; abdômen com órgão
luminescente (indicado por mancha branca amarelada nos
26(25). Fórmula tarsal 4-4-4; corpo alongado e lados paralelos; ventritos apicais) (Figs 31.307–319).......... Lampyridae
élitros sem fileiras de pontos; borda externa das tíbias sem ― Palpômero maxilar (Fig. 31.313) apical leve a fortemente
espinhos ............................................... Staphylinidae expandido; abdômen sem órgão luminescente (Figs 31.317–
― Fórmula tarsal 5-5-5; corpo mais curto e largo; borda 319) ............................................................... Lycidae
externa das tíbias com espinhos ..................................... 27
37(35). Labro (Fig. 31.245) membranoso; garras (Fig. 31.243)
27(26). Antenas (Fig. 31.121) com clava com três antenômeros simples ou levemente denteadas na base; pilosidade composta
e pouco compacta, antenômeros da clava com pilosidade de cerdas finas e curtas; protarsômero I simples nos ♂♂
densa e uniforme, precedidos por dois antenômeros e ♀♀ (Figs 31.247–252) ......................... Cantharidae
glabros e tranversos; escutelo grande (Fig. 31.118); élitros ― Labro esclerosado; garras (Fig. 31.468) distintamente
carenados (Fig. 31.124) ........................... Silphidae lobadas na base; pilosidade composta de cerdas finas e
― Outra combinação de caracteres ................................... 28 curtas intercaladas com tufos de cerdas eretas e rígidas;
28(25 e 27). Cavidades procoxais (Fig. 31.500) fechadas externamente; protarsômero I nos ♂♂ alargado e pectinado (pente
discrímen metatorácico presente (Fig. 31.501); clava (Fig. fino e escuro) (Fig. 31.469) .......................... Melyridae
31.502) com três antenômeros, compacta; tarsômeros I–III 38(21). Mesotarso pentâmero (Figs 31.9A–B) .......................... 39
lobados, face ventral pilosa; corpo com lados paralelos, ― Mesotarso pseudotetrâmero (Figs 31. 9E–G, 456) .......... 151
achatado, protórax e élitros com comprimentos semelhantes ― Mesotarso tetrâmero (Figs 31.9C–D) ..................... 185
(Figs 31.498–499) (Figs 31.503–508) ....... Nitidulidae ― Mesotarso pseudotrímero (Figs 31. 9I–L, 352) .............. 219
― Cavidades procoxais abertas externamente; discrímen ― Mesotarso trímero (Fig. 31.9H) ........................... 221
metatorácico ausente; Abdômen com ou sem flexibilidade
dorso-ventral; fórmula tarsal 3-3-3; tarsos com uma ou
par de garras com comprimentos desiguais; palpômero 39(38). Cavidade mesocoxal aberta lateralmente (não fechada pela
maxilar apical alargado e geralmente com modificações junção do meso e metaventritos) ...................................... 40
diversas. (Figs 31.125, 146) ......................... Staphylinidae ― Cavidade mesocoxal claramente fechada lateralmente pela
junção do meso e metaventritos .................................. 126
29(24). Maior parte das asas expostas; élitros curtos .................... 30
― Maior parte das asas cobertas pelos élitros ......................... 33 40(39). Protrocantinos (Figs 31.6E, 474), ao menos, parcialmente
expostos .......................................................................... 41
30(29). Antenômeros com apêndices duplos (biserrados, bipectinados ― Protrocantinos completamente encobertos ou aparentemente
ou birramosos); luminescentes (Figs 31.320–322) .............. ausentes ....................................................................... 92
.......................................................... Phengodidae (♂♂)
― Antenômeros não como acima .......................................... 31 41(40). Antenas sem clava distinta (às vezes antenômeros alargando
gradualmente), antenômero VIII não menor que os
31(30). Antenas moniliformes, serradas ou pectinadas; palpômero apical antenômeros VII e IX .......................................................... 42
maxilar e labial muito alongados ... Omethidae ... (Telegeusinae) ― Antenas com clava distinta de um a sete antenômeros; se clava
― Antenas diferentes; se serradas, então palpômero apical e pouco desenvolvida, então antenômero VIII menor (mais curto
maxilar curto ................................................................... 32 ou mais estreito ou ambos) que os antenômeros VII e IX .... 72
32(31). Mesanepisternos amplamente unidos na região mediana 42(41). Fórmula tarsal 5-5-5 ....................................................... 43
separando o mesoventrito da região anterior do mesotórax; ― Fórmula tarsal 5-5-4 ..................................................... 70
olhos não emarginados (Fig. 31.378); inserções antenais
não elevadas (Fig. 31.380) ...................... Lymexylidae 43(42). Élitro com processo digitiforme látero-ventral próximo a curva
― Mesanepisternos distintamente separados na região mediana; subapical que se encaixa no ventrito V (visível apenas com élitros
inserções antenais elevadas e geralmente localizadas em abertos) (Figs 31.240–241) ...................... Artematopodidae
emarginação dos olhos; asas normais com dobras transversais ― Élitro sem processo digitiforme ....................................... 44
e geralmente dobradas sob os élitros (Fig. 31.520); tarsos 44(43). Antenas com nove antenômeros, estreitas, finas, antenômeros
pseudotetrâmeros (Fig. 31.9E)............ Cerambycidae VIII–IX alongados; ocelo mediano presente; coloração
33(29). Tarsômeros simples, não lobados; discrímen metatorácico castanho-amarelada ................................... Dermestidae
ausente; garras simples ........................... Staphylinidae ― Antenas com dez antenômeros, antenômero basal nos ♂♂
― Todos os tarsos com pelo menos um tarsômero lobado; aumentado e modificado; corpo mole; coloração brilhante,
discrímen metatorácico presente (Figs 31.7A-B); se indistinto, vermelha ou amarela sobre azul ou preto .............. Melyridae
então garras denteadas ou pectinadas ............................... 34 ― Antenas com 11 antenômeros (raramente com mais de 11
antenômeros) ............................................................. 45

592
COLEOPTERA

45(44). Cabeça com par de cristas genais, fortemente hipognata de corpo achatado dorso-ventralmente, recoberto por
modo que as cristas genais se apoiam sobre as bordas das cerdas (Figs 31.235–236) ......................... Psephenidae
procoxas; pronoto muito curto e largo ................................ 46 ― Margem posterior do pronoto não crenulada; inserções
― Cabeça sem cristas genais ............................................ 47 antenais escondidas; cavidades mesocoxais separadas por
mais de 0,4 vezes a largura de uma delas; último palpômero
46(45). Carena occipital transversal presente; tarsômeros simples,
maxilar cilíndrico ou fusiforme; corpo moderada a fortemente
não lobados; sutura frontoclipeal distinta; corpo fusiforme,
convexo ........................................................................... 54
fortemente convergente posteriormente; placas metacoxais
grandes e oblíquas; pernas médias e posteriores com franja 54(53). Metaventrito sem sutura catepisternal; sutura frontoclipeal
de espinhos escuros no ápice das tíbias e dos tarsômeros ausente; base do labro em plano inferior ao ápice, de modo
I (Fig. 31.81) ................................... Eucinetidae que um sulco profundo separa o labro do clípeo; tarsômeros
― Carena occipital transversal ausente; tarsômero IV lobado; com pubescência ventral, tarsômero IV frequentemente
sutura frontoclipeal ausente ou indistinta; outra combinação com lobo membranoso; prosterno na frente das coxas
de caracteres. (Figs 31.82–83) ...................... Scirtidae mais curto que o processo intercoxal; corpo fortemente
47(45). Mesanespisternos (episternos do mesotórax) unidos ou convexo (Fig. 31.219) .............................. Byrrhidae
muito aproximados na região mediana ..................... 48 ― Metaventrito com sutura catepisternal (Fig. 31.7B);
― Mesanespisternos distintamente separados na região sutura frontoclipeal presente; sem sulco profundo na base
mediana (Fig. 31.7A) .................................................. 49 do labro; tarsômeros simples e alongados, geralmente
com cerdas esparsas; prosterno na frente das coxas
48(47). Processo intercoxal do ventrito I ausente; cabeça (Fig. mais longo que o processo intercoxal .................... 55
31.378) com constrição posterior abrupta formando
pescoço; antenas de serradas a pectinadas; olhos com 55(54). Escapo curto (Fig. 31.232) ....................... Limnichidae
emarginação suave ............................. Lymexylidae ― Escapo longo (Figs 31.233–234) ................. Lutrochidae
― Processo intercoxal do ventrito I presente, ápice agudo; cabeça 56(52). Cavidades mesocoxais separadas por distância menor
sem constrição posterior abrupta; antenas (Fig. 31.466) que o menor diâmetro de uma delas ................... 57
levemente incrassadas; olhos não emarginados .... Melyridae ― Cavidades mesocoxais separadas por distância maior
49(47). Labro não visível, encoberto pelo clípeo ou fundido ao clípeo que o menor diâmetro de uma delas ......................... 66
........................................................................................ 50
57(56). Ventrito I com processo intercoxal .............................. 58
― Labro visível, não fundido ao clípeo .............................. 52
― Ventrito I sem processo intercoxal ............................... 61
50(49). Comprimento menor que 3 vezes a largura; formato oval;
58(57). Comprimento mais de 3 vezes a largura; tamanho grande
margem posterior do pronoto crenulada; cabeça hipognata,
(comprimento: 10 mm ou mais); antenas flabeladas
encaixando-se em cavidade na região anterior do prosterno;
nos ♂♂, pectinadas nas ♀♀; empódio multicerdoso.
inserções antenais encobertas; placas metacoxais bem
(Figs 31.220–221) ............................... Callirhipidae
desenvolvidas e completas; tíbias achatadas, mais largas
― Comprimento de menos de 3 vezes a largura; antenas de
na região mediana; metaventrito e ventrito I com par de
forma variada; empódio bicerdoso ou ausente ............... 59
linhas curvas delimitando as impressões femorais. (Figs
31.222–223) .................................... Chelonariidae 59(58). Margem posterior do pronoto não crenulada; comprimento
― Comprimento maior que 3 vezes a largura; lados paralelos; da antena menor que o comprimento combinado da
margem posterior do pronoto não crenulada; cabeça, se cabeça e tórax; metaventrito com sutura catepisternal;
hipognata, não encaixada em cavidade na região anterior cavidades mesocoxais moderada a amplamente separadas
do prosterno; inserções antenais não encobertas; placas (mais de 0,4 vezes o diâmetro de uma cavidade coxal
metacoxais pouco desenvolvidas ou ausentes; tíbias achatadas, (Figs 31.226–227, 229) ............................... Elmidae
metaventrito e ventrito I sem par de linhas curvas delimitando ― Margem posterior do pronoto crenulada; comprimento
as impressões femorais .......................................... 51 da antena mais longo que o comprimento combinado
51(50). Cabeça quase tão longa quanto larga, sem constrição da cabeça e tórax; metaventrito sem sutura catepisternal;
posterior abrupta; cavidades pró e mesocoxais aproximadas; cavidades mesocoxais estreitamente separadas (menos
cavidades procoxais estreitamente abertas, projeções notais de 0,4 vezes o diâmetro de uma cavidade coxal) .........
longas, agudas e quase alcançando o processo prosternal; ............................................................................. 60
tíbias com ângulos apicais externos projetados em forma 60(59). Pronoto fortemente inflado anteriormente (Figs 31.238,
de dente; tarsômero IV distintamente mais curto que o 240), carena lateral completa; sutura frontoclipeal ausente;
III. (Fig. 31.522) ................................. Cerambycidae região frontoclipeal com carena longitudinal mediana;
― Cabeça (Fig. 31.480) distintamente mais curta que larga, com palpômero maxilar IV com lados paralelos, não expandido
constrição posterior abrupta em forma de “pescoço”; cavidades apicalmente ............................... Ptilodactylidae
pró e mesocoxais bem separadas; cavidades procoxais ― Pronoto não inflado anteriormente (Figs 31.237, 239),
amplamente abertas, projeções notais curtas e anguladas; tíbias
carena lateral incompleta anteriormente; sutura frontoclipeal
com ângulos apicais externos não projetados; tarsômero IV
presente; região frontoclipeal desprovida de carena
de comprimento similar ao III (Fig. 31.481) ....... Cucujidae
longitudinal; palpômero maxilar IV expandido apicalmente,
52(49). Corpo muito curto e largo, comprimento menor que 1,5 vezes securiforme ........................................ Ptilodactylidae
a largura ..................................................................... 53
61(57). Pronoto com margem posterior crenulada; empódio
― Corpo com comprimento maior que 1,5 vezes a largura ... 56
alargado e multicerdoso; cavidades procoxais separadas pelo
53(52). Margem posterior do pronoto distintamente crenulada; processo prosternal; antenas flabeladas, frequentemente com
inserções antenais expostas; cavidades mesocoxais separadas mais de 30 antenômeros (Fig. 31.208) ..... Rhipiceridae
por menos de 0,4 vezes a largura de uma delas; último ― Pronoto com margem posterior não crenulada; empódio
palpômero maxilar com ápice leve a fortemente expandido; bissetoso, muito reduzido ou ausente; cavidades procoxais
593
COLEOPTERA

contíguas; antenas, se flabeladas, com 11 antenômeros ou ― Antenômeros V–X mais longos que largos; base do protórax
menos ............................................................................. 62 tão ou mais larga que a largura combinada das bases
dos élitros; pronoto sem constrição anterior ou carenas
62(61). Inserções antenais moderada a amplamente separadas longitudinais basais; metacoxas contíguas ou estreitamente
(distância entre elas de, pelo menos, 1,5 vezes, mais separadas; ventrito I com carenas pós-coxais ... Limnichidae
geralmente 2 vezes o diâmetro de uma delas) ................ 63
― Inserções antenais aproximadas (distância entre elas menor 70(42). Mesanepisternos (Fig. 31.266) estreitamente separados,
ou ligeiramente maior que o diâmetro de uma delas) . 65 contíguos ou amplamente unidos na região mediana
de modo que o mesoventrito é agudo anteriormente ou
63(62). Sutura frontoclipeal presente; labro membranoso e, em separado da região anterior do metatórax ...................... 71
geral, parcialmente escondido sob o clípeo; garras simples ― Mesanepisternos distintamente separados (distância entre eles
(Fig. 31.243) ou denteadas, sem apêndice membranoso; de mais de 0,25 vezes o diâmetro da cavidade mesocoxal) de
tarsômero IV bilobado; pubescência, em geral, uniforme modo que a margem anterior do mesoventrito é truncada.
(Fig. 31.247) .................................. Cantharidae Mesocoxas separadas por distância menor que a largura de
― Sutura frontoclipeal ausente; labro esclerosado e com- uma cavidade coxal; pronoto sem carena lateral; cabeça sem
pletamente exposto ..................................................... 64 constrição abrupta posterior; procoxas cônicas e projetando-
se além do prosterno; corpo convexo ou levemente achatado,
64(63). Garras, geralmente, com apêndices membranosos; se
pubescente (Figs 31.399, 401) ...................... Oedemeridae
tarsômero IV lobado, então tarsômero III também
lobado; pubescência dorsal composta de cerdas finas e 71(70). Todos os tarsômeros simples; garras pectinadas, cada
tufos de cerdas eretas espessas e escuras; protórax e base uma com apêndice cerdoso basal; abdômen com seis
do abdômen geralmente com vesículas membranosas ventritos; olhos não ou levemente emarginados; esporões
eversíveis ................................................. Melyridae tibiais glabros (Figs 31.387–388) ................. Meloidae
― Garras com dente basal desenvolvido; tarsômeros não ― Penúltimo tarsômero lobado; garras simples, sem
lobados; pubescência dorsal ausente; sem vesículas apêndice cerdoso basal; abdômen com cinco ventritos;
membranosas eversíveis (Fig. 31.224).... Cneoglossidae olhos profundamente emarginados; esporões tibiais
― Garras sem dente ou apêndice basal (Fig. 31.304) pubescentes (Figs 31.406–407) ............... Scraptiidae
........................................................ Jurasaidae
72(41). Antenas com 7–9 antenômeros .............................. 73
65(62). Abdômen com órgãos luminescentes (visíveis como ― Antenas com 10 antenômeros .................................... 76
estruturas branco-amareladas nos ventritos apicais); ― Antenas com 11 antenômeros .............................. 79
olhos grandes e aproximados; junção metatrocanter-
73(72). Escapo curto e largo, com formato irregular; antenômeros
metafêmur fortemente oblíqua .......... Lampyridae
com cerdas conspícuas; antenômero anterior a clava não
― Abdômen sem órgãos luminescentes; olhos moderadamente
cupuliforme; palpo maxilar raramente mais longo que a
grandes, mas bem separados; junção metatrocanter-
metade do comprimento das antenas; corpo oval a levemente
m e t a f ê m u r ( Fi g s 3 1 . 3 1 5 – 3 1 6 ) t r a n s v e r s a o u
alongado, fortemente achatado .......... Trogossitidae
ligeiramente oblíqua (Figs 31.317–319) ......... Lycidae
― Escapo mais longo que largo; antenômeros precedentes à
66(56). Um ou mais tarsômeros distintamente lobados; ventritos clava glabros; antenômero anterior à clava cupuliforme;
I e II ou I–V conatos ............................................ 67 palpo maxilar mais longo que a metade do comprimento
― Todos os tarsômeros não lobados; ventritos livres das antenas; corpo moderado a fortemente convexo ... 74
ou I–III conatos ................................................ 68 74(73). Pronoto (Fig. 31.88) com projeção ântero-mediana que
67(66). Ventritos I e II conatos, sutura entre eles pouco evidente encobre a cabeça; cabeça fortemente defletida; cúpula pouco
ou incompleta; lobos tarsais membranosos (Fig. 31.211); diferenciada; ♀♀ com casulo de seda com ovos preso ao
olhos inteiros (Fig. 31.212); procoxas globulares; abdômen (Figs 31.88–89) ..................... Epimetopidae
espécies grandes; coloridas ou com brilho metálico (Fig. ― Pronoto não como acima ..................................... 75
31.218) .............................................. Buprestidae 75(74). Clava antenal com três antenômeros; abdômen quase
― Ventritos I–V conatos, suturas entre eles distintas; lobos sempre com cinco ventritos (se seis ventritos presentes, o
tarsais não membranosos; olhos parcialmente divididos pelo corpo é oval e os élitros cobrem totalmente o abdômen)
cantus; procoxas fortemente transversas; espécies com até 3 ..................................................... Hydrophilidae
mm de comprimento; coloração castanha. ... Limnichidae ― Clava antenal (Fig. 31.105) com cinco ou seis antenômeros;
68(66). Corpo alongado, 3 vezes mais longo que largo, abdômen quase sempre com seis ou sete ventritos; se o
fortemente achatado; glabro; cabeça (Fig. 31.480) corpo é oval, os élitros são truncados deixando o ápice
com constrição posterior abrupta formando pescoço do abdômen exposto (Fig. 31.55) ............. Hydraenidae
largo; mesoventrito sem cavidade; placas metacoxais 76(72). Abdômen com seis ventritos; inserções antenais não
ausentes (Fig. 31.481) ............................... Cucujidae visíveis quando observados pelo dorso; clava com quatro
― Comprimento menor que 3 vezes a largura; não fortemente antenômeros .............................................. Leiodidae
achatado; com pilosidade; cabeça sem constrição abrupta; ― Abdômen com cinco ventritos; inserções antenais visíveis
mesoventrito com cavidade para inserção do processo prosternal; quando observados pelo dorso; clava com três ou menos
placas metacoxais bem desenvolvidas e completas .... 69 antenômeros. ..................................................... 77
69(68). Antenômeros V–X transversos; base do protórax 77(76). Mandíbulas com tubérculo dorsal e cavidade cerdosa;
distintamente mais estreita que a largura combinada sutura frontoclipeal distinta e fortemente curvada;
das bases dos élitros; pronoto constrito anteriormente discrímen metaventral moderadamente a muito longo;
ou com par de carenas longitudinais basais; metacoxas cavidades procoxais estreitamente abertas; élitros
moderada a amplamente separadas; ventrito I sem glabros com estríola escutelar e dez fileiras distintas de
carenas pós-coxais (Fig. 31.229) ................... Elmidae pontos (Fig. 31.519) .......................... Sphindidae

594
COLEOPTERA

― Mandíbulas sem tubérculo dorsal ou cavidade cerdosa; 87(84). Processo intercoxal do ventrito I amplamente arredondado
sutura frontoclipeal ausente ou indistinta; discrímen a amplamente angulado ou truncado ........................ 88
metaventral ausente .................................................78 ― Processo intercoxal do ventrito I agudo ou estreitamente
agudo ............................................................... 89
78(77). Cabeça prognata ou levemente declinada; carena
occipital transversal ausente; processo prosternal completo, 88(87). Placas metacoxais (Fig. 31.85) bem desenvolvidas e
estendendo-se atrás das coxas; margem externa da mesotíbia completas; inserções antenais (Fig. 31.86) encobertas por
com espinhos ou dentes em quase toda sua extensão; corpo projeções frontais; sutura metacatepisternal completa
oval, fortemente achatado ....................... Trogossitidae ou quase completa (Figs 31.84, 87).... Nosodendridae
― Cabeça hipognata; carena occipital transversal presente; ― Placas metacoxais ausentes; inserções antenais expostas;
processo prosternal incompleto, às vezes terminando entre as sutura metacatepisternal ausente ................ Nitidulidae
coxas; margem externa da mesotíbia simples; corpo globular 89(87). Cavidade procoxal fechada externamente (Fig. 31.6B) ... 90
coberto por cerdas decumbentes enroladas.... Rentoniidae ― Cavidade procoxal aberta externamente ............... 91
79(72). Protarsômeros I–IV compactados, estreitos e transversos. 90(89). Clava antenal (Figs 31.499–500) oval, tão longa quanto
(Fig. 31.471) ........................... Thanerocleridae larga ou levemente mais longa que larga, simétrica; corpo
― Protarsômeros I–IV não compactados ................... 80 oval ou oblongo; protórax não constrito posteriormente,
80(79). Abdômen com seis ou sete ventritos ................ 81 base tão larga quanto ou ligeiramente mais estreita
― Abdômen com menos de seis ventritos .................. 84 que a largura combinada dos élitros; lacínia ausente;
pilosidade variável, mas nunca com escamas achatadas
81(80). Abdômen com sete ventritos; clava antenal com três (Figs 31.503, 505–506) .................... Nitidulidae
antenômeros, pubescência fina; clava precedida por ― Clava antenal pelo menos 2 vezes mais longa que larga,
antenômero cupuliforme e glabro; corpo achatado; assimétrica; corpo quase sempre alongado, lados paralelos;
coloração castanho-amarelada a preta; pronoto e élitros protórax constrito posteriormente, base distintamente mais
explanados; élitros com tubérculos próximos ao terço estreita que a largura combinada dos élitros; corpo glabro
apical e geralmente formando costas .... Silphidae ou com pilosidade escamiforme (Figs 31.472, 476–477) ...
― Abdômen com seis ventritos; clava antenal não precedida ....................................................................... Trogossidae
por antenômero cupuliforme e glabro .................. 82 91(89). Clava antenal (Figs 31.109–110) com quatro ou cinco
82(81). Clava antenal (Fig. 31.109) com cinco antenômeros, antenômeros; protarsos frequentemente fortemente
segundo antenômero claval menor (mais curto ou mais expandidos e cerdosos; corpo oblongo, convexo; pilosidade
estreito ou ambos) que o primeiro antenômero claval densa, decumbente; sutura frontoclipeal ausente (Figs 31.108,
(Figs 31.108, 111–112) ............................. Leiodidae 112) .................................................................... Leiodidae
― Clava antenal, se com cinco antenômeros, então segundo ― Clava antenal com três antenômeros; protarsos não expandidos
antenômero claval subigual ou maior que o primeiro e cerdosos; se sutura frontoclipeal ausente, corpo alongado e
antenômero claval ............................................... 83 achatado ou glabro; pronoto explanado; procoxas fortemente
transversas; protocantinos amplamente expostos; metacoxas
83(82). Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B); expandidas lateralmente, alcançando a epipleura de modo
procoxas fortemente transversas, não projetadas, bem que os escleritos metapleurais estão separados dos ângulos
separadas pelo processo prosternal; membrana intersegmental ântero-laterais do ventrito I ........................... Trogossidae
abdominal com escleritos organizados em padrão de
92(40). Antenas com 11 antenômeros (raramente com mais de
parede de tijolos ....................................... Nitidulidae
11 antenômeros) ....................................................... 93
― Cavidades procoxais abertas externamente (Figs 31. 6C-
― Antenas com menos de 11 antenômeros .................... 119
D); procoxas globulares ou cônicas, projetadas além do
prosterno, não separadas pelo processo prosternal que é 93(92). Tarsos 5-5-5 ..................................................... 94
incompleto; membrana intersegmental abdominal sem ― Tarsos 5-5-4 ................................................... 106
padrão acima ......................................... Leiodidae
94(93). Pronoto com ângulos posteriores projetados posterior-
84(80). Cabeça moderada a fortemente declinada (hipognata) ....... 85 mente, agudos ............................................................ 95
― Cabeça prognata ou levemente declinada ............ 87 ― Pronoto com ângulos posteriores não projetados ...... 97
85(84). Inserções antenais lateralmente sob carena suave, não 95(94). Labro total ou quase totalmente encoberto pelo clípeo (Figs
visíveis quando observadas do dorso; comprimento 31.297, 300); metacoxas (Fig. 31.297) amplamente separadas,
menor que 1,5 vezes a largura; corpo fortemente convexo; sem placas; metaventrito com dois pares de suturas coxais;
mesoventrito com cavidade onde se aloja o processo pronoto com sulcos basais (Fig. 31.301) ..... Eucnemidae
prosternal (Fig. 31.219) .......................... Byrrhidae ― Labro livre e quase totalmente visível; metacoxas contíguas
― Inserções antenais dorsalmente entre os olhos, visíveis ou estreitamente separadas, com placas; metaventrito sem
quando observadas do dorso; se comprimento menor que 1,5 suturas coxais (raramente com um par) ................... 96
vezes a largura, então cavidade mesoventral ausente ..... 86 96(95). Ventritos I–IV conatos; antenas não clavadas; metaventrito e
86(85). Comprimento menor que 1,5 mm, corpo globoso; metacoxas abdômen sem sulcos tarsais (Fig. 31.254); corpo geralmente
achatadas, não escavadas, sem placas coxais; ventrito I alongado com lados subparalelos ou com élitros afunilando-se
mais longo que a largura combinada dos dois seguintes; em direção ao ápice (Figs 31.259, 290) ............... Elateridae
ocelo mediano ausente (Fig. 31.470) ...... Rentoniidae ― Ventritos I–V conatos; antenas quase sempre com clava
― Comprimento maior que 1,5 mm, corpo alongado e / com três antenômeros; corpo quase sempre ligeiramente
ou achatado; metacoxas escavadas, com placas coxais; achatado, convergindo anterior e posteriormente a partir
ventrito I mais curto que a largura combinada dos dois da junção do pronoto e élitros; se antena desprovida de
seguintes; ocelo mediano presente ou não...... Dermestidae clava e corpo com lados paralelos, então metaventrito e
abdômen com sulcos tarsais (Fig. 31.323) .......... Throscidae
595
COLEOPTERA

97(94). Abdômen com seis ventritos; pelo menos três tarsômeros ― Cavidades mesocoxais separadas por distância menor que
lobados; base do pronoto distintamente mais estreita que o menor diâmetro de uma delas ..................................111
a largura combinada da base dos élitros; corpo alongado;
coloração chamativa e cerdoso; OU olhos protuberantes 107(106). Processo prosternal forte e geralmente abruptamente
(Figs 31.459, 461) ............................. Cleridae expandido no ápice ......................................................... 108
― Abdômen com cinco ventritos; outras características ― Processo prosternal não ou expandido leve e gradualmente
diferentes ....................................................................... 98 no ápice ......................................................... 109

98(97). Processo prosternal com ápice fortemente expandido ......... 108(107). Metacoxas contíguas ou separadas estreitamente e o processo
...................................................... Laemophloeidae (♀♀) intercoxal do ventrito I agudo ou estreitamente arredondado;
― Processo prosternal com ápice não expandido fortemente ......... inserções antenais não visíveis do dorso; prosterno na
........................................................................................ 99 frente das coxas mais curto que o processo prosternal;
cavidades procoxais fechadas internamente; corpo oval a
99(98). Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B) oblongo, moderadamente convexo (Figs 31.372–374) ...
............................................................................. 100 ......................................................... Archeocrypticidae
― Cavidades procoxais abertas externamente .............. 101 ― Metacoxas moderada a amplamente separadas e o processo
100(99). Área pré-gular com par de cavidades cerdosas abertas intercoxal do ventrito I amplamente arredondado ou
lateralmente; metaventrito com carenas coxais; prosterno, truncado; inserções antenais expostas; prosterno na frente
na frente das coxas, pelo menos, ligeiramente mais curto das coxas mais longo que o processo prosternal; cavidades
que a cavidade procoxal; cavidade procoxal levemente procoxais abertas internamente; corpo alongado, lados
transversa ......................................................... Biphyllidae paralelos, achatado.............. Laemophloeidae (♂♂)
― Área pré-gular sem par de cavidades; metaventrito com
109(107).Ventritos I–III conatos; élitros cobrindo todos os
carenas coxais; prosterno, na frente das coxas, distintamente
tergitos ou deixando somente o ápice deles exposto;
mais longo que a cavidade procoxal; cavidade procoxal
corpo alongado, mais de 2 vezes mais longo que largo,
aproximadamente circular .................................... Silvanidae
fortemente achatado. ................. Tenebrionidae
101(99). Antenas sem clava distinta (pode ser incrassada) ..... 102 ― Todos os ventritos livres ou I e II conatos; élitros
― Antenas com clava distinta ......................................... 104 deixando, pelo menos, um tergito exposto; corpo com
comprimento de menos de 2 vezes a largura ou comprimido
102(101).Corpo estreito e alongado, mais de 3 vezes mais longo lateralmente, fortemente achatado, posteriormente
que largo; cabeça abruptamente constrita posteriormente
estreitado e cuneiforme............................. 110
formando pescoço largo; escapo (Fig. 31.517) mais de 3
vezes mais longo que o pedicelo (Fig. 31.518).... Silvanidae 110(109). Antenas (Fig. 31.391) sem clava distinta (por vezes incrassada);
― Comprimento do corpo menor que 3 vezes a largura; cabeça ápice abdominal (Fig 31.390) projetado além do élitro,
sem constrição abrupta posterior (por vezes com estreitamento formando espinho; metacoxas grandes, achatadas, contíguas
gradual); escapo menos de 3 vezes o comprimento do e fundidas ao metaventrito; cabeça com constrição abrupta
pedicelo .................................................................. 103 posterior formando pescoço estreito, bem adpressa ao protórax
103(102). Cavidades mesocoxais separadas por distância menor que o de modo que o pescoço não é visível; corpo comprimido
menor diâmetro de uma delas; ocelo mediano presente ou lateralmente, estreitado posteriormente e cuneiforme,
não; metaventrito sem sutura catepisternal; placas metacoxais pubescente (Fig. 31.392) .................. Mordellidae
desenvolvidas e completas; antenas pubescentes...Dermestidae ― Antenas (Fig. 31.91) com clava com um a três antenômeros;
― Cavidades mesocoxais separadas por distância maior que ápice abdominal não projetado em forma de espinho;
o menor diâmetro de uma delas; ocelo mediano ausente; metacoxas (Fig. 31.92) pequenas, móveis e amplamente
metaventrito com sutura catepisternal; placas metacoxais separadas; cabeça sem constrição abrupta posterior; corpo
pouco desenvolvidas ou ausentes; antenas glabras...... Elmidae glabro não comprimido ou cuneiforme (Figs 31.95–98) ..
.................................................................... Histeridae
104(101). Cavidades mesocoxais (Fig. 31.92) separadas por distância
maior que o menor diâmetro de uma delas; antenas (Figs 31. 111(106). Cavidades procoxais abertas externamente..... 112
5D, 93) geniculadas; comprimento do escapo maior que 3 ― Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B)
vezes o do pedicelo; élitros (Fig. 31.91) truncados, expondo, ..................................................................... 117
pelo menos, um tergito abdominal; corpo glabro e brilhante
112(111). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada). ... 113
(Fig. 31.95) .................................................. Histeridae
― Antenas com clava com três antenômeros (por vezes
― Cavidades mesocoxais separadas por distância menor
não muito distinta) ............................ Anthicidae
que o menor diâmetro de uma delas; antenas não
geniculadas; comprimento do escapo menor que 3 113(112). Tarsômeros do mesotarso não lobados ... Ripiphoridae
vezes o do pedicelo; élitros cobrindo todos os tergitos ― Pelo menos um tarsômero do mesotarso não lobado ... 114
abdominais ou deixando exposto o ápice de um deles;
corpo pubescente ..................................................... 105 114(113). Mesotarsômero III lobado e IV simples; abdômen
geralmente com quatro ventritos, se cinco presentes, então
105(104). Placas metacoxais bem desenvolvidas, completas; cabeça sutura entre I e II fraca ou incompleta; comprimento
hipognata; ocelo mediano presente ou não; fronte sem raramente excedendo 3,5 mm ................. Aderidae
cavidades ou sulcos ................................ Dermestidae ― Mesotarsômero IV lobado; abdômen com cinco ventritos
― Placas metacoxais ausentes; cabeça prognata; sem ocelo .................................................................... 115
mediano; fronte com par de cavidades pequenas geralmente
unidas por sulco fortemente arqueado (Fig. 31.478) ......... 115(114). Cabeça com constrição abrupta posterior formando
................................................................. Cavognathidae pescoço estreito (às vezes escondido) ............ 116
― Cabeça gradualmente estreitada atrás dos olhos, encaixando-
106(93). Cavidades mesocoxais separadas por distância maior que o se no pronoto de maneira telescopada .... Melandryidae
menor diâmetro de uma delas ................................... 107

596
COLEOPTERA

116(115). Olhos (Fig. 31.406) profundamente emarginados; alongada, densamente pubescente; superfície dorsal
esporões tibiais pubescentes; ventrito I sem processo lisa, pubescente; élitros não costados; tergito VII com
i n t e rc ox a l ( Fi g . 3 1 . 4 0 7 ) . . . . . . . . . . . S c rapt iidae sulco mediano ................................ Sphindidae
― Olhos não ou levemente emarginados; esporões tibiais sem
pubescência; ventrito I com processo intercoxal agudo a 126(39). Tarsos 5-5-5 ............................................... 127
amplamente arredondado (Fig. 31.371) ... Anthicidae ― Tarsos 5-5-4 ................................................. 156

117(111). Processo prosternal não, ou leve e gradualmente expandido 127(126). Cavidades procoxais abertas externamente ............ 128
no ápice ......................................................... 118 ― Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B)
― Processo prosternal forte e geralmente abruptamente ............................................................................. 137
expandido no ápice ................................ Archeocrypticidae 128(127). Abdômen com seis ventritos. Cavidades mesocoxais
118(117). Inserções antenais expostas; processo prosternal separadas; élitros cobrindo todos os tergitos ou deixando
incompleto, terminando entre as coxas; todos os ventritos exposto total ou parcialmente um deles; discrímen ausente
livres ....................................................... Anthicidae ou presente no metaventrito; corpo pubescente, geralmente
― Inserções antenais não visíveis do dorso; processo prosternal com constrição entre o protórax e élitros, assumindo
completo, estendendo-se atrás das coxas; ventritos I– aspecto de formiga (se não, então protórax com par de
III conatos ..................................... Tenebrionidae impressões basais) (Fig. 31.151) ............... Staphylinidae
― Abdômen com cinco ventritos .................................. 129
119(92). Cavidades procoxais fechadas externamente ........ 120
― Cavidades procoxais abertas externamente ........ 122 129(128). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada) ...... 130
― Antenas com clava distinta, clava composta de um a sete
120(119). Antenas com oito ou nove antenômeros; cabeça com antenômeros ............................................................ 133
rostro mais longo que largo; pronoto com linhas ou
carenas laterais submarginais................. Silvanidae 130(129). Pronoto com ângulos posteriores projetados; inserções
― Antenas com dez antenômeros; cabeça sem rostro; pronoto antenais não visíveis do dorso ..................................... 131
sem linhas ou carenas laterais submarginais ................ 121 ― Pronoto com ângulos posteriores não projetados; inserções
antenais visíveis do dorso ........................................ 132
121(120). Abdômen com cinco ventritos; procoxas globulares e não
projetadas abaixo do prosterno; clava antenal com um ou dois 131(130). Pronoto (Fig. 31.260) com ângulos posteriores fortemente
antenômeros e globular (Fig. 31.497) ....... Monotomidae projetados .................................................... Elateridae
― Abdômen com seis ventritos; procoxas cônicas e projetadas ― Pronoto com ângulos posteriores levemente projetados
abaixo do prosterno; clava antenal com um antenômero e (Fig. 31.253) ......................................... Cerophytidae
muito mais longa que larga ................................ Cleridae
132(130). Corpo alongado, lados paralelos, glabro; cabeça prognata;
122(119). Cavidades mesocoxais (Fig. 31.100) separadas por prosterno, na frente das coxas, muito mais longo que o menor
distância menor que o menor diâmetro de uma delas; diâmetro da cavidade coxal; comprimento quase sempre
metacoxas contíguas ou estreitamente separadas; antena maior que 10 mm (Figs 31.513–514) ............... Passandridae
com nove antenômeros, clava com três antenômeros, clava ― Corpo geralmente curto e largo, se alongado então tegumento
precedida de antenômero fortemente transverso, glabro e pubescente; cabeça (Fig. 31.340) fortemente declinada
cupuliforme (cúpula); tíbia geralmente espinhosa; palpo (hipognata); prosterno, na frente das coxas, mais curto que
maxilar mais longo que a antena (Figs 31.101, 103) ..... o menor diâmetro da cavidade coxal; comprimento menor
............................................................ Hydrophilidae que 8 mm ..................................................... Ptinidae
― Cavidades mesocoxais separadas por distância maior que
o menor diâmetro de uma delas; metacoxas moderada 133(129). Cabeça moderada a fortemente declinada (hipognata) ... 134
a amplamente separadas ....................................... 123 ― Cabeça prognata ou levemente declinada ........................... 135

123(122). Élitros truncados deixando, pelo menos, um tergito 134(133). Margem externa da mesotíbia (Fig. 31.328) portando
exposto; antenas (Fig. 31.93) geniculadas, escapo 3 vezes espinhos ou dentes na maior parte de sua extensão; sutura
mais longo que o pedicelo; superfície dorsal geralmente frontoclipeal distinta (Fig. 31.324); junção do metatrocanter
lisa, brilhante e glabra (Fig. 31.95) .............. Histeridae com o fêmur fortemente oblíqua (Fig. 31.155) ... Bostrichidae
― Élitros cobrindo todos os tergitos abdominais ou deixando ― Margem externa da mesotíbia simples; sutura frontoclipeal
exposto o ápice de um deles; antenas não geniculadas, ausente; junção do metatrocanter com o fêmur transversa
comprimento do escapo menor que 3 vezes o do pedicelo ... 124 ou levemente oblíqua ............................................ Ptinidae

124(123). Clava antenal com seis antenômeros, pectinada; prosterno na 135(133). Comprimento menor que 1,5 vezes a largura; corpo amplamente
frente das coxas muito longo, estendendo-se abaixo da cabeça oval e fortemente achatado; pronoto com endocarena
como mentoneira; tarsômero V mais longo que o comprimento mediana (visível como sutura distinta) .... Laemophloeidae
combinado dos tarsômeros I–IV (Fig. 31.225). ..... Dryopidae ― Comprimento maior que 1,5 vezes a largura; pronoto sem
― Clava antenal com um a três antenômeros; prosterno endocarena mediana ................................................. 136
relativamente curto, não formando mentoneira; tarsômero
136(135). Epipleura incompleta ou ausente; região occipital sem
V muito mais curto que o comprimento combinado dos
área estridulatória; ventrito I distintamente mais longo
tarsômeros I–IV ...................................................... 125
que o II; ápices elitrais espaçados quando em repouso
125(124). Cabeça moderada a fortemente declinada (hipognata); (causada por deflexão da borda sutural); porção anterior
antenas com sete ou nove antenômeros, clava compacta da carena pronotal lateral ou porção ântero-lateral do
que pode ser indivisa ou dividida indistintamente em três disco pronotal com uma ou mais aberturas glandulares
partes; superfície dorsal tuberculada; élitros costados; tergito geralmente alojadas em calosidades; cavidades procoxais
VII sem sulco mediano (Fig. 31.90)......... Georissidae geralmente amplamente abertas, sem ou com projeções
― Cabeça prognata ou levemente declinada; antenas com coxais muito curtas; ventrito I geralmente sem carenas
dez antenômeros, clava claramente com três antenômeros, pós-coxais, se presentes são curvas .... Cryptophagidae
597
COLEOPTERA

― Epipleura completa alcançando o ápice ou quase; ― Sutura frontoclipeal ausente; epipleura completa até o ápice;
ventrito I não ou ligeiramente mais longo que o II; corpo cavidades procoxais abertas internamente ou fechadas por
elíptico ou alongado, com élitros distintamente curvados barra estreita; tíbias expandidas apicalmente; tarsômero
lateralmente; se corpo alongado e com lados paralelos, I não mais curto que o II ................................. 143
então base do pronoto muito mais estreita que a largura
combinada das bases dos élitros; carena lateral do pronoto 143(142). Cavidades procoxais abertas externamente .............. 144
simples, levemente ondulada ou microdenticulada; ― Cavidades procoxais fechadas externamente .............. 148
região occipital com ou sem áreas estridulatórias; tarsos 144(143). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada) ....... 145
simples ou tarsômeros I–III lobados.... Erotylidae – Antenas com clava com dois ou três antenômeros ...... 147
137(127). Protrocantinos, pelo menos, parcialmente expostos; 145(144). Comprimento maior que 4 vezes a largura; corpo fortemente
cavidades procoxais fortemente transversas; processo achatado; mesanepisternos distintamente separados na
prosternal distintamente expandido no ápice; antenas com região mediana; mesoventrito amplamente arredondado
dez ou menos antenômeros, clava com um antenômero; na região anterior ...................................... Mycteridae
metacoxas estendendo-se lateralmente até a epipleura; ― Comprimento menor que 4 vezes a largura; corpo não
empódio bem desenvolvido e bicerdoso ....... Trogossitidae fortemente achatado; se mesanepisternos separados na região
― Protrocantinos, completamente escondidos; demais mediana então mesoventrito truncado na região anterior .... 146
caracteres diferentes ou ausentes .......................... 138
146(145). Mesanepisternos contíguos ou estreitamente separados
138(137). Labro fundido ao clípeo, não aparente; carena pronotal na região mediana de modo que o mesoventrito é agudo
lateral ausente ou incompleta; escapo antenal mais de 3 vezes anteriormente; cavidades mesocoxais separadas; ventritos
o comprimento do pedicelo, clava antenal compacta ou com livres......................................................... Salpingidae
um antenômero; margem externa das tíbias denteadas (às vezes ― Mesanepisternos bem separados na região mediana;
com espinhos encaixados em soquetes) ou tarsos filiformes e mesoventrito não agudo anteriormente; ventritos I–III
distintamente mais longos que as tíbias ....................... 139 ou IV conatos, ventrito II com área pubescente nos ♂♂
― Labro livre, visível; carena pronotal lateral completa; .............................................................. Mycteridae
escapo antenal menos de 3 vezes o comprimento do
pedicelo, clava antenal, pelo menos, com dois antenômeros, 147(144). Inserções antenais visíveis do dorso; metatrocanter mais de
geralmente não compacta; margem externa das tíbias 2 vezes mais longo que largo, junção com a fêmur transversa
não denteadas ou espinhosas; tarsos sempre mais curtos ou levemente oblíqua; região occipital com crista ou
que as tíbias .................................................... 140 carena transversa .......................... Cryptophagidae (♂♂)
― Inserções antenais não visíveis do dorso; corpo oval; base
139(138). Olhos aproximadamente circulares; tarsômero basal mais do protórax tão larga, ou mais estreita, quanto à largura
longo que o comprimento combinado dos dois seguintes; combinada das bases dos élitros; olhos de tamanho variado;
comprimento entre 5–10 mm ............... Curculionidae hipômero sem cavidade antenal; superfície lisa, glabra (Fig.
― Olhos alongados dorso-ventralmente; tarsômero basal mais 31.446) ou dorso tuberculado ou costado, coberto com
curto que o comprimento combinado dos dois seguintes; cerdas escamiformes (Figs 31.447, 452) .... Zopheridae
raramente com comprimento maior que 5 mm ..............
................................................................ Curculionidae 148(143). Antenas com dez antenômeros; cabeça com rostro o qual é
mais longo que largo; pronoto com três sulcos longitudinais
140(138). Antenas com sete antenômeros, clava com três antenômeros
..................................................... Salpingidae
e pubescente, antenômero precedente à clava glabro e
― Antenas com 11 antenômeros; cabeça sem rostro; pronoto
cupuliforme; antenas mais curtas ou ligeiramente mais
sem sulcos longitudinais ......................................... 149
longas que os palpos maxilares; sutura frontoclipeal distinta,
angulada e unida no meio à sutura mesocranial; dorso 149(148). Processo prosternal não ou somente leve e gradualmente
glabro, ventre densamente coberto por pubescência curta expandido no ápice ..................................... Tenebrionidae
e fina; cabeça e pronoto granulados ou com pontuação ― Processo prosternal forte e abruptamente expandido no ápice
confluente (Fig. 31.99) ........................... Hydrochidae .................................................................................... 150
― Antenas muito mais longas que os palpos maxilares, pelo
menos com 9 antenômeros, antenômero precedente a 150(149). Antenas alojadas em depressões no hipômero; todas as
clava não cupuliforme; sutura frontoclipeal ausente, ou, coxas moderada a amplamente separadas; dorso tuberculado;
se presente, então levemente curvada e não unida a sutura comprimento maior que 20 mm .................. Zopheridae
mesocranial; dorso glabro ou pubescente, ventre não coberto ― Antenas não alojadas em depressões no hipômero; pró e
por pubescência curta e fina ............................................ 141 metacoxas contíguas; dorso não tuberculado; comprimento
menor que 5 mm ............................................ Salpingidae
141(140). Antenas com nove antenômeros, clava compacta com
dois antenômeros; metacoxas estendendo-se lateralmente 151(38). Metatarso com quatro tarsômeros..................................... 152
até a epipleura; corpo fortemente convexo e coberto por ― Metatarso com cinco tarsômeros ..................................... 153
cerdas finas, longas e eretas; tarsômero I muito mais curto 152(151). Corpo oval a subcircular (bordas laterais do pronoto e
que o II ............................................ Trogossitidae élitros formando arco contínuo); pronoto com margens
― Antenas com 11 antenômeros, clava com dois ou três laterais explanadas obliquamente, com carena lateral fina
antenômeros; metacoxas não se estendendo até a epipleura; e simples; procoxas não projetadas, oval ou circular (Fig.
corpo fortemente convexo e coberto por cerdas finas, longas 31.515) ....................................................... Phalacridae
e eretas; se tarsômero I muito mais curto que o II, então ― Corpo alongado com lados subparalelos e não formando arco
corpo alongado e lados aproximadamente paralelos ..... 142 contínuo; pronoto com margens laterais não explanadas,
142(141). Sutura frontoclipeal presente; epipleura incompleta ou ausente; sem carena lateral; procoxas projetadas .......... Aderidae
cavidades procoxais amplamente fechadas internamente; 153(151). Cabeça sem rostro alongado ..................................... 154
tíbias não expandidas apicalmente; tarsômero I distintamente ― Cabeça com rostro alongado ..................................... 174
mais curto que o II (Fig. 31.155) ...... Bostrichidae

598
COLEOPTERA

154(153). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada) ...... 155 ― Labro não visível; margens laterais do pronoto simples;
― Antenas com clava distinta composta de um a sete cavidades procoxais contíguas; cabeça sem carena occipital
antenômeros ............................................................ 167 ou sulcos longitudinais ........................... Belidae
155(154). Metacoxas escavadas formando placa; carena pronotal 166(161). Ventritos I–IV conatos; cabeça, (Fig. 31.598) quase
lateral bem desenvolvida posteriormente, mas obsoleta sempre, com rostro curto; carenas laterais do pronoto
próximo à parte anterior; parte posterior do pronoto distintas na região posterior e ausentes na anterior; maxilas
finamente crenulada e com quatro escavações; escutelo reduzidas e parcialmente encobertas pelas projeções
profundamente fendido anteriormente; esporões tibiais genais (Fig. 31.590) ......................... Anthribidae
pubescentes; antenômeros IV–X, nos ♂♂ , com apêndice ― Ventritos basais livres ou I e II conatos, em Cryptocephalinae,
articulado (Fig. 31.239) ...................... Ptilodactylidae dois ou três sub-basais conatos; cabeça, sem rostro; carenas
― Metacoxas não escavadas, não formando placa; outros laterais do pronoto completas ou ausentes; maxilas bem
caracteres diferentes ........................................... 156 desenvolvidas e não encobertas pelas projeções genais ..
..................................................... Chrysomelidae
156(126, 155). Processo prosternal incompleto, terminando
entre as coxas; cabeça fortemente declinada (hipognata); 167(154). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas
lateralmente pelo mesepímero ................................... 168
protórax estreitado anteriormente, com carena lateral
― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso
incompleta; metafêmur expandido, um ou mais dentes
e metaventrito ................................................. 170
na margem interna; garras denteadas (Figs 31.265,468,
541, 545–547) ...................... Chrysomelidae 168(167). Procoxas projetadas abaixo do prosterno .... Cleridae
― Processo prosternal completo, terminando atrás das coxas; ― Procoxas não projetadas abaixo do prosterno .... 169
outros caracteres diferentes ............................... 157
169(168). Cavidades procoxais com formato aproximadamente
157(156). Antenas defletidas e inseridas em tubérculos elevados, circular, amplamente fechadas externamente, abertas
escapo mais de 3 vezes o comprimento do pedicelo ..... 158 internamente; protrocantinos escondidos, maxila
― Antenas inseridas em tubérculos elevados ou não; escapo com gálea e lacínia ................................... Silvanidae
mais curto que 3 vezes o comprimento do pedicelo; se escapo ― Cavidades procoxais distintamente transversas,
mais de 3 vezes o comprimento do pedicelo, antenas com estreitamente abertas a amplamente fechadas externamente;
comprimento menor que 2/3 do comprimento do corpo e protrocantinos expostos (Fig. 31.249) .... Nitidulidae
não inseridas em tubérculos elevados .......................... 161 170(167). Cavidades procoxais geralmente abertas externamente
158(157). Comprimento da antena no máximo atingindo 2/3 do ............................................................. 171
comprimento do corpo (Figs 31.587, 588) .... Vesperidae ― Cavidades procoxais fechadas externamente .... 191
― Comprimento da antena, em geral, de maior que 171(170). Corpo muito curto e largo, comprimento menor que 1,5
2/3 do comprimento do corpo ........................... 159 vezes a largura; lados uniformemente curvados; cabeça
distintamente transversa; lados do pronoto obliquamente
159(158). Ângulo apical externo da protíbia com um ou mais
explanados; garras denteadas ........... Phalacridae
dentes ou espinhos retos ou voltados para fora (Fig.
― Corpo alongado, comprimento maior que 1,5 vezes a largura;
31.581) ........................................ Disteniidae
lados aproximadamente paralelos; cabeça tão longa quanto
― Ângulo apical externo da protíbia simples ou projetado
larga; lados do pronoto não explanados; garras simples .... 172
levemente, sem lobo, dentes ou espinhos ........ 160
172(171) Carena pronotal lateral completa ou incompleta; palpômero
160(159). Esporões tibiais 2-2-1 ...................... Vesperidae maxilar apical bem desenvolvido, cupuliforme ou securiforme;
― Esporões tibiais, na maioria das espécies, 2-2-2 ... Cerambycidae sutura frontoclipeal presente ou ausente; disco do pronoto
161(157). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas simples, com ou sem par de depressões sub-basais unidas
lateralmente pelo mesepímero .............................. 162 por sulco transversal (Fig. 31.488) .................... Erotylidae
― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo ― Carena pronotal lateral incompleta anteriormente
meso e metaventrito ....................................... 166 ou ausente; palpômero maxilar apical reduzido e
cilíndrico ou fusiforme ......................................... 173
162(161). Inserções antenais visíveis do dorso ................. 163
173(172). Labro (Fig. 31.592) livre e visível em sua maior parte;
― Inserções antenais não visíveis do dorso ................... 165
antenas (Fig. 31.589) não geniculadas, escapo menor
163(162). Mesonoto com área estridulatória, ou seja, ranhuras que 3 vezes o comprimento do pedicelo; ventritos I–IV
transversais muito finas entre o pronoto e escutelo (não conatos .............................................. Anthribidae
facilmente visível) ........................ Megalopodidae ― Labro solidamente fundido ao clípeo; antenas
― Mesonoto sem área estridulatória ............................ 164 geniculadas, escapo maior que 3 vezes o comprimento
do pedicelo; ventritos I e II conatos; margem externa
164(163). Escleritos cervicais (escleritos na membrana entre a da mesotíbia simples ou espinhos ou dentes em quase
cabeça e o protórax) ausentes, edeago do tipo crisomeloide toda a extensão ................................. Curculionidae
(parâmeros se articulam-se à região póstero-ventral
do tégmen) ............................. Chrysomelidae 174(153). Antenas com 11 antenômeros .......................... 175
― Escleritos cervicais presentes, edeago do tipo cucujoide ― Antenas com menos de 11 antenômeros ................. 183
(tégmen reduzido, parâmeros fundidos, reduzidos ou 175(174). Labro livre e visível em sua maior parte ................ 176
ausentes) ....................................... Orsodacnidae ― Labro fundido ao clípeo .............................................. 177
165(162). Labro visível; margens laterais do pronoto geralmente 176(175). Cavidades mesocoxais distantes, separadas por distância
denteadas ou denticuladas; cavidades procoxais distintamente menor que 0,4 vezes o menor diâmetro de uma delas;
separadas; cabeça com carena occipital e par de sulcos ventritos livres; pronoto sem carena lateral (Figs
longitudinais frontais (Fig. 31.518) .......... Silvanidae 31.631–632) ......................................... Nemonychidae
599
COLEOPTERA

― Cavidades mesocoxais próximas, separadas por distância vezes mais longo que largo ou corpo subcircular e cabeça
maior que 0,4 vezes o menor diâmetro de uma delas; muito mais estreita que a base do pronoto ............... 186
ventritos I–IV conatos; pronoto quase sempre com carena ― Se tarsômeros I–III expandidos e ventralmente cerdosos,
lateral (às vezes muito curta ou indistinta) ..... Anthribidae então III não bilobado; cabeça quase tão larga quanto a
base do pronoto; vértex não declinado; se peças bucais são
177(175). Antenas sem clava distinta, por vezes incrassada; direcionadas ventralmente, então cabeça hipognata ...... 187
comprimento dos élitros mais de 2 vezes a largura combinada
de ambos ........................................................... 178 186(185). Inserções antenais bem separadas, distintamente
― Antenas com clava distinta consistindo de um a três ou elevadas e frequentemente localizadas na emarginação
quatro antenômeros, se clava não muito distinta, então dos olhos; antenas estendendo-se bem além da metade
comprimento élitros menor que 2 vezes a largura combinada dos élitros; protíbia com limpador de antena subapical
de ambos .......................................................179 (sulco cerdoso) ................................ Cerambycidae
― Inserções antenais (Fig. 31.542) aproximadas e não elevadas;
178(177). Cavidade mesocoxal parcialmente fechada lateralmente antenas nunca se estendendo além da metade dos élitros; protíbia
pelo mesepímero; ventritos I e II livres e com largura similar sem limpador de antena subapical .................. Chrysomelidae
ou ligeiramente mais largos que o III, IV ou V; cabeça sem
constrição abrupta posterior (Fig. 31.597) ........ Belidae 187(185). Protrocantinos, pelo menos, parcialmente expostos...... 188
― Cavidade mesocoxal fechada lateralmente por junção ― Protrocantinos completamente escondidos............. 194
ampla do meso e metaventritos; ventritos I e II
188(187). Antenas com sete antenômeros, cúpula pubescente,
conatos ou completamente fundidos (sutura entre eles
clava com três antenômeros; pronoto curto, largo e
incompleta ou ausente), muito mais longos que o III,
expandido anteriormente; carena pronotal lateral denticulada
IV ou V; cabeça com constrição abrupta posterior (Figs
(Fig. 31.104) ................................... Spercheidae
31.600–601 ............................................... Brentidae
― Antenas com dez antenômeros, clava com dois antenômeros;
179(177). Comprimento do corpo maior que 3 vezes a largura ... 180 metacoxas com placas amplas escondendo os fêmures;
― Comprimento do corpo menor que 3 vezes a largura ... 181 corpo capaz de conglobar; cabeça fortemente declinada e
encaixando-se nas mesocoxas; tarsos simples e filamentosos
180(179). Antenas (Fig. 31.598) não geniculadas, escapo menos (Fig. 31.80) ....................................... Clambidae
de 3 vezes o comprimento do pedicelo ......................... ― Antenas com nove a 11 antenômeros; corpo, se capaz de
..................................................................... Brentidae conglobar, então metacoxas sem placa e tarsos com lobos
― Antenas (Fig. 31.603) geniculadas, escapo maior que 3 vezes ventrais cerdosos .................................................. 189
o comprimento do pedicelo (Fig. 31.619) ..... Curculionidae
189(188). Antenas muito mais curtas que a largura da cabeça,
181(179). Comprimento do metatrocanter maior que 2 vezes a largura; incrassadas ou com os últimos sete antenômeros
junção do metatrocanter com o fêmur transversa ou levemente expandidos formando clava assimétrica e pouco compacta;
oblíqua; corpo com formato característico, mais largo na região comprimento do corpo maior que 2 vezes a largura,
mediana dos élitros e gradualmente estreitado em direção a um pouco achatado e pubescente; margem externa com
região anterior (Fig. 31.600) ....................... Brentidae espinhos longos (Fig. 31.231) ................ Heteroceridae
― Comprimento do metatrocanter menor que 2 vezes ― Antenas com clava distinta de um a cinco antenômeros;
a largura; junção do metatrocanter com o fêmur se antena ligeiramente mais curta que a largura da cabeça,
fortemente oblíqua ................................................... 182 então comprimento do corpo menor que 1,5 vezes a
182(181). Antenas (Fig. 31.604) geniculadas, escapo maior que 3 largura, fortemente convexo e glabro .....................190
vezes o comprimento do pedicelo; ventritos I e II conatos 190(189). Clava antenal (Fig. 31.108) com cinco antenômeros
(Fig. 31.624) ............................................... Curculionidae sendo o segundo (antenômero VIII) menor que o
― Antenas não geniculadas, escapo menor que 3 vezes o primeiro ou terceiro antenômeros clavais; procoxas
comprimento do pedicelo; ventritos I–III ou IV conatos globulares ou cônicas externamente e projetadas muito
(Fig. 31.594–29.596) ............................. Attelabidae além do prosterno (Figs 31.111–112) ................. Leiodidae
― Número de antenômeros da clava antenal diferente
183(174). Antenas não geniculadas, escapo menor que 3 vezes o
de cinco ou o segundo antenômero claval subigual
comprimento do pedicelo; antenas com dez antenômeros,
ou maior que o primeiro; procoxas transversas e não
clava com um antenômero e 5 vezes mais longa que larga
projetadas além do prosterno ............................. 191
..................................................................... Brentidae
― Antenas geniculadas, escapo maior que 3 vezes o comprimento 191(170, 190). Cavidades mesocoxais contíguas ou subcontíguas;
do pedicelo; comprimento da clava menor que de 5 vezes mesoventrito sem cavidade ................................. 192
a largura.................................................................. 184 ― Cavidades mesocoxais moderada a amplamente separadas;
mesoventrito com cavidade distinta na qual o processo
184(183). Comprimento do metatrocanter maior que 2 vezes a
prosternal se encaixa ............................................... 193
largura; junção do metatrocanter com o fêmur transversa
ou levemente oblíqua; antenas com nove antenômeros, clava 192(191). Corpo muito curto e largo, comprimento menor que
com três antenômeros e pouco compacta...... Brentidae 1,5 vezes a largura, fortemente convexo, glabro, capaz de
― Comprimento do metatrocanter menor que 2 vezes a conglobar; cabeça fortemente declinada encaixando-se nas
largura; junção do metatrocanter com o fêmur fortemente mesocoxas; metacoxas moderada a amplamente separadas;
oblíqua; clava compacta (Fig. 31.604).......... Curculionidae tarsômeros basais lobados .......................... Nitidulidae
― Comprimento do corpo maior que 1,5 vezes a largura,
185(38). Tarsômeros I–III expandidos e ventralmente cerdosos, III
leve a fortemente achatado, densamente cerdoso;
profundamente bilobado; vértex forte e profundamente
metacoxas contíguas a estreitamente separadas; tarsômeros
declinado de modo que as peças bucais são direcionadas
não lobados; ♂♂ com protarsos com três tarsômeros
ventral ou póstero-ventralmente, apesar da base da cabeça (Fig. 31.394) ........................ Mycetophagidae
não ser declinada; comprimento do corpo mais de 2

600
COLEOPTERA

193(191). Metacoxas transversas, estreitamente separadas, com placas 202(201). Clava antenal com um antenômero; ventrito I com
coxais completas e transversas; tíbias espinhosas; cabeça par de carenas pós–coxais; crista ou carena occipital
com crista ou carena occipitais transversais; olhos laterais, transversal presente; comprimento do discrímen metaventral
bem separados; clava antenal com dois antenômeros; maior que 0,25 vezes o comprimento do metaventrito;
cerdas escamiformes (Fig. 31.219) ........... Byrrhidae protórax com par de cavidades nos ângulos anteriores
― Metacoxas subglobulares, amplamente separadas, para recepção das antenas ........................... Cerylonidae
sem placas coxais; tíbias não espinhosas; cabeça sem ― Clava antenal (Fig. 31.362) com três antenômeros; ventrito
crista ou carena occipital transversais; olhos laterais, I sem par de carenas pós–coxais; crista ou carena occipital
bem separados; clava antenal com três antenômeros; transversal ausente; protórax sem cavidades nos ângulos
cerdas finas e decumbentes ................. Limnichidae anteriores (Fig. 31.364) ..................... Endomychidae
― Metacoxas grandes e oblíquas, aproximadas, placas coxais
bem desenvolvidas; metatíbias espinhosas; cabeça sem 203(196). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
crista ou carena occipital transversais; olhos dorsais, pelo mesepímero ...................................................... 204
aproximados; clava antenal com quatro antenômeros; ― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso e
cerdas finas e decumbentes ..................... Limnichidae metaventrito; se meso e metaventrito levemente separados
então mesepímero não se estende entre eles até a cavidade
194(187). Cabeça hipognata e escondida pelo pronoto; antenas coxal ....................................................................... 206
curtas, com 9 antenômeros, clava com três antenômeros;
procoxas grandes, encobrindo o prosterno; prosterno 204(203). Ventrito I com processo intercoxal amplamente truncado
curto e côncavo, formando apoio para a cabeça; dorso e par de carenas pós-coxais; cavidades mesocoxais
tuberculado; élitros com cristas ............ Georissidae separadas por distância maior que o menor diâmetro
― Cabeça não hipognata e não escondida pelo pronoto; de uma delas; metaventrito com par de carenas pós-
antenas com mais de nove antenômeros, se número de coxais; antenas com dez antenômeros, clava com dois
antenômeros menor, então clava com um antenômero; antenômeros ................................ Endomychidae
outros caracteres diferentes ...................................... 195 ― Ventrito I com processo intercoxal agudo, sem carenas
195(194). Cavidades procoxais abertas externamente ............. 196 pós-coxais; cavidades mesocoxais separadas por distância
― Cavidades procoxais fechadas externamente .......... 208 menor que a metade do menor diâmetro de uma delas;
metaventrito sem par de carenas pós-coxais......... 205
196(195). Inserções antenais visíveis do dorso .................... 197
― Inserções antenais não visíveis do dorso .................. 203 205(204). Antenas (Fig. 31.393) com 11 antenômeros, clava com
três antenômeros; cavidades procoxais amplamente
197(196). Abdômen com seis ventritos ............................ 198 abertas externamente e fechadas internamente; tarsos
― Abdômen com cinco ventritos .................................. 199 3-4-4 nos ♂♂ .......................... Mycetophagidae
198(197). Antenas com quatro antenômeros, clava com um ― Antenas com dez antenômeros, clava com dois ou três
antenômero; comprimento do corpo maior que 1,5 antenômeros; cavidades procoxais estreitamente abertas
vezes a largura; mesocoxas separadas por distância menor externamente e abertas internamente; tarsos 4-4-4 nos
que o menor diâmetro de uma cavidade coxal; lados do ♂♂ e ♀♀ (Fig. 31.375) ................................... Ciidae
pronoto e élitros não formando curva contínua; ventrito 206(203). Cavidades procoxais fechadas internamente por
I sem carenas coxais .......................... Endomychidae trave estreita; ventritos livres; ventrito V sem sulco
― Antenas (Figs 31.358–359) com 11 antenômeros, clava transverso ............................................................... 207
com três antenômeros; comprimento do corpo menor que ― Cavidades procoxais abertas internamente por trave
1,5 vezes a largura; mesocoxas separadas por distância maior estreita; três ou mais ventritos basais conatos (às vezes
que o menor diâmetro de uma cavidade coxal; lados do aparentemente livres quando separados por sulcos
pronoto e élitros formando curva contínua; ventrito I com
distintos); ventrito V frequentemente com sulco subapical
par de carenas coxais (Fig. 31.360) ............. Corylophidae
transverso e curvo ........................................................ 229
199(197). Processo intercoxal do ventrito I estreitamente arredondado
207(206). Corpo com lados não paralelos; discrímen metatorácico
ou agudo .................................................................. 200
presente; dorso densamente cerdoso ... Mycetophagidae
― Processo intercoxal do ventrito I amplamente truncado .. 201
― Corpo com lados paralelos; discrímen metatorácico
200(199). Comprimento do corpo menor que 1,5 vezes a largura; ausente; dorso glabro; olhos geralmente presentes;
lados do pronoto e élitros formando curva contínua, carena pronotal lateral simples, levemente ondulada
forte e obliquamente explanados; sutura frontoclipeal posteriormente ou com alguns dentes não muito distintos;
ausente; tarsômeros I–III lobados; garras denteadas processo prosternal com lados paralelos ou fortemente
(Fig. 31.515) .......................................... Phalacridae expandido no ápice (Fig. 31.403) ....... Salpingidae
― Comprimento do corpo maior que 1,5 vezes a largura;
lados do pronoto e élitros não formando curva contínua, 208(195). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
não explanados; sutura frontoclipeal presente; tarsômeros pelo mesepímero ................................................... 209
não lobados; garras simples (Fig. 31.344) .... Bothrideridae ― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso
e metaventrito .................................................... 213
201(199). Margem posterior do ventrito V crenulada; sutura
frontoclipeal ausente; palpo maxilar apical acicular, 209(208). Ventritos livres ..................................................... 210
muito mais estreito e geralmente mais curto que o pré- ― Ventritos I–II ou I–III conatos ................................... 211
apical ......................................................... Cerylonidae
210(209). Antenas com oito antenômeros, clava com um antenômero;
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; sutura
metacoxas contíguas, mas levemente transversas e bem
frontoclipeal presente; palpo maxilar apical não acicular,
separadas das epipleuras; sutura frontoclipeal ausente;
não ou somente ligeiramente mais estreito e geralmente
empódio bem desenvolvido; ventritos fortemente achatados
mais longo que o pré-apical.......................... 202
e no mesmo plano ................................ Trogossitidae
601
COLEOPTERA

― Antenas com dez antenômeros, clava com dois ou três pectinada ou flabelada; carena pronotal lateral presente ou
antenômeros; metacoxas fortemente transversas, estendendo- ausente; disco pronotal com ou sem carena longitudinal; sulco
se quase até as epipleuras; sutura frontoclipeal presente; empódio subantenal presente ou ausente; tíbias podem ser ligeiramente
reduzido ou aparentemente ausente; ventritos fortemente expandidas e achatadas (Fig. 31.441) .......... Tenebrionidae
curvos e em planos diferentes ................................. Ciidae
219(38). Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pela junção
211(209). Antenas com três ou oito antenômeros, clava com do meso e metaventrito; sutura frontoclipeal ausente;
um antenômero; lados do pronoto subparalelos e não comprimento da antena maior que 2 vezes a largura da cabeça,
explanados; carena pronotal lateral simples; processo clava com três antenômeros, pouco compacta, com vesículas
prosternal não expandido apicalmente; pronoto e élitros sensoriais; cabeça encoberta pela porção anterior do pronoto
com cristas longitudinais ................... Tenebrionidae ou, se não, então comprimento do prosterno na frente das
― Antenas com 11 antenômeros, clava com dois ou coxas maior que 2 vezes o menor diâmetro da cavidade
cinco antenômeros; lados do pronoto aproximadamente procoxal projetado formando mentoneira; palpômero maxilar
arredondados, explanados ou denteados; carena pronotal apical cilíndrico ou estreitado apicalmente .......... 250
lateral simples; processo prosternal expandido apicalmente; ― Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
pronoto e élitros sem cristas ....................................... 212 pelo mesepímero; se sutura frontoclipeal ausente, então
comprimento da antena menor que 2 vezes a largura da
212(211). Dois ventritos conatos; clava antenal com dois antenômeros; cabeça, clava relativamente compacta, pouco distinta;
carena lateral do pronoto explanada; processo prosternal cabeça raramente encoberta pela porção anterior do
reto, mas oblíquo em vista lateral ....... Archeocrypticidae pronoto ou, se assim, então palpômero maxilar apical
― Três ventritos conatos; clava antenal com cinco antenômeros, expandido apicalmente e securiforme ............. 220
assimétrica; carena lateral do pronoto denteada; processo
prosternal distintamente curvado em vista lateral ....... 220(219). Sutura frontoclipeal presente; comprimento da antena
........................................................... Tenebrionidae maior que 2 vezes a largura da cabeça, geralmente com
clava grande e pouco compacta; ventrito I sem carenas pós-
213(208). Inserções antenais visíveis do dorso ..................... 214 coxais; palpômero maxilar apical cilíndrico ou fusiforme,
― Inserções antenais não visíveis do dorso ................... 217 não expandido apicalmente; pronoto geralmente com par
214(213). Carena pronotal lateral incompleta anteriormente ou de impressões basais, carena basal ou carena submarginal
ausente ..................................................... Zopheridae (Fig. 31.362) .............................. Endomychidae
― Carena pronotal lateral completa e definida .... 215 ― Sutura frontoclipeal ausente; comprimento da antena menor
que 2 vezes a largura da cabeça, clava curta, compacta e pouco
215(214). Margem posterior do ventrito V crenulada; palpo maxilar distinta; ventrito I com carenas pós-coxais curvas; palpômero
apical acicular, muito mais estreito e geralmente mais maxilar apical expandido e truncado apicalmente, em
curto que o pré-apical; sutura frontoclipeal ausente .. Microweiseinae e Sticholotidini e Scymnillini (Coccinellinae)
.......................................................... Cerylonidae estreitado apicalmente; pronoto sem par de impressões
― Margem posterior do ventrito V simples; palpo maxilar basais ou carena. (Fig. 31.346) ............. Coccinellidae
apical não acicular, não ou somente ligeiramente mais
estreito e geralmente mais longo que o pré-apical; sutura 221(38). Protrocantinos, pelo menos, parcialmente expostos;
frontoclipeal presente .......................................... 216 cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
pelo mesepímero; metacoxas contíguas ou estreitamente
216(215). Trocnter muito reduzido e escondido em fenda na base separadas; clava antenal com 5 antenômeros, segundo
do fêmur, não visível em vista ventral; esporões protibiais antenômero menor (mais curto e / ou mais estreito)
desiguais em tamanho. Corpo cilíndrico ou achatado; carena que o primeiro e o terceiro.................. Leiodidae
pronotal lateral geralmente distinta e visível quando vista ― Protrocantinos completamente escondidos ou aparentemente
por cima, ou muito fina e não visível em toda a extensão ausentes; cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pela
quando vista por cima; disco pronotal simples, com junção do meso e metaventrito; metacoxas moderada a
sulcos ou impressões; cavidades procoxais subcontíguas ou amplamente separadas; segundo antenômero da clava
separadas (Fig. 31.344) ......................... Bothrideridae antenal sempre maior que o primeiro................222
― Trocanter não reduzido, visível em vista ventral; esporões
222(221). Cavidades procoxais abertas externamente ............. 223
protibiais aproximadamente do mesmo tamanho.
― Cavidades procoxais fechadas externamente .............. 228
Comprimento do corpo maior ou menor que 2 vezes a largura,
lados aproximadamente paralelos ou curvos; ventrito I com ou 2 2 3 ( 2 2 2 ) . C avidade s m e socoxais p arcialm e n t e f e c h a d a s
sem carenas pós-coxais retas ou curvas; ventritos sem expansões lateralmente pelo mesepímero ............................. 224
laterais, ou presentes nos ventritos III e IV que se encaixam ― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso e
em depressões da epipleura (Fig. 31.345).... Cerylonidae metaventrito ........................................................... 226
217(213). Ventritos livres ........................ Thanerocleridae 224(223). Placas metacoxais bem desenvolvidas e completas;
― Pelo menos ventritos I–III conatos ...................... 218 corpo muito curto e largo (comprimento menor que 1,5
vezes a largura); lados do pronoto e élitros fortemente
218(217). Processo prosternal achatado, não curvado dorsalmente
explanados; cavidades procoxais amplamente abertas
às vezes abruptamente expandido lateralmente no ápice;
externamente e amplamente fechadas internamente;
ventritos III e IV no mesmo plano; ângulo apical externo
antenas delgadas, com 11 antenômeros, clava com dois
a protíbia projetado e agudo; metacoxas amplamente
antenômeros ............................................... Clambidae
separadas; ventrito I com processo truncado; corpo
― Placas mesocoxais ausentes; outros caracteres diferentes .... 225
alongado, lados paralelos, subglabro ... Zopheridae
― Processo prosternal distintamente curvado dorsalmente; 225(224). Sutura frontoclipeal distintamente impressa; antenas com
ventrito III em plano diferente do IV; antena com 11 antenômeros, distintamente mais longas que a largura
6-11 antenômeros, clava presente ou ausente, com 1-6 da cabeça, clava com três antenômeros, pouco compacta;
antenômeros; se presente clava simétrica ou assimétrica, cabeça constrita atrás dos olhos formando pescoço largo

602
COLEOPTERA

e têmporas; comprimento do corpo maior que 2 vezes a ― Cabeça prognata, antenas com nove ou menos
largura, lados paralelos...................... Mycetophagidae antenômeros ................................................................ 234
― Sutura frontoclipeal ausente; antenas com seis a nove
234(233). Pronoto expandido anteriormente; corpo achatado dorso-
antenômeros, muito mais curtas que a largura da cabeça,
ventralmente; luminescente .............. Lampyridae (♀♀)
clava com um a quatro antenômeros; cabeça não constrita
― Pronoto não expandido anteriormente; corpo arredondado;
posteriormente; corpo amplamente oval, lados distintamente
não luminescente .............................. Jurasaidae (♀♀)
curvos .................................................... Coccinellidae
226(223). Margem posterior do ventrito V crenulada; labro alongado, No tratamento das famílias abaixo, as informações básicas
agudo e estreitado anteriormente, formando tubo sugador estão baseadas principalmente nos livros editados por Beutel &
contendo mandíbulas e maxilas estiliformes; antenas com Leschen (2005, 2016), Leschen et al. (2010a) e Leschen & Beutel
nove antenômeros, clava com dois antenômeros; palpo maxilar (2014), que poderão servir como fonte primária para cada família
apical aciculado .............................................. Cerylonidae e subfamílias, e as referências mais específicas, principalmente
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; peças bucais aquelas que apresentam chaves de identificação, estão informadas
não formando tubo sugador; antenas com mais de nove
antenômeros ou palpo maxilar apical não aciculado ........... 227
no final de cada táxon. Vanin & Ide (2002) apresentaram uma
classificação comentada de Coleoptera. Após a finalização deste
227(226). Inserções antenais não visíveis do dorso; comprimento capítulo foram publicados trabalhos atualizando a classificação
do corpo maior ou menor que 2 vezes a largura; antena aqui utilizada (por ex. Cai et al. 2022), mas não foi possível
com 9-11 antenômeros, clava com 3; lados do pronoto
subparalelos, sinuosos ou distintamente curvos, ângulos
incluir tais mudanças.
anteriores do pronoto projetados ou não anteriormente; Subordem ARCHOSTEMATA
superfície subglabra .................... Endomychidae Sutura notopleural protorácica (Fig. 31.3) geralmente visível,
― Inserções antenais visíveis do dorso; antenas com dez
antenômeros, clava com um antenômero; olhos bem
ausência de escleritos cervicais, e asa posterior enrolada embaixo
desenvolvidos; cavidades procoxais abertas internamente; do élitro e geralmente com células oblonga e anal (Fig. 31.13B).
ventrito I sem carenas pós-coxais; dorso pubescente Asa membranosa com célula Radial curta e larga, completamente
................................................... Cerylonidae despigmentada. Com exceção de Micromalthidae, o élitro é par-
228(222). Cabeça com rostro muito mais longo que largo;
cialmente esclerosado (apenas ao longo das 9 veias longitudinais
labro fundido a cápsula cefálica; antenas geniculadas; e margens anterior e posterior) e corpo coberto por escamas.
ventritos I e II solidamente fundidos, sutura entre eles Perna larval (Fig. 31.18) com 6 segmentos. Larva da maioria
incompleta; garras e tarsômero apical altamente reduzidos, dos táxons desconhecida.
de modo que o tarsômero pré-apical aparenta ser o último Inclui 5 famílias, das quais três (com *) ocorrem no Brasil:
e o tarso com três tarsômeros ............. Curculionidae Crownsoniellidae, Cupedidae*, Jurodidae (incertae sedis), Micro-
― Cabeça sem rostro; labro livre; antenas não geniculadas; malthidae e Ommatidae*. Referências: Beutel & Frank (2008)
ventritos livres; garras presentes ......................... 229
e Beutel et al. (2008).
229(228). Margem posterior do ventrito V crenulada; sutura
frontoclipeal ausente; pronoto e élitros aproximadamente Cupedidae (Fig. 31.25). Caracterizados pela gálea com pe-
paralelos; dorso glabro e brilhante; élitros com quatro dúnculo estreito, e região distal arredondada e pubescente,
a seis estrias ...................................... Cerylonidae e penúltimo tarsômero alargado. Comprimento: 7–12 mm.
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; sutura Corpo alongado, paralelo lateralmente, convexo dorsalmente
frontoclipeal presente; pronoto e élitros independente ou (Paracupes Kolbe); coloração castanho-avermelhada clara; pu-
conjuntamente curvados; élitros não estriados ........ 230 bescência escamiforme longa, densa e castanho-clara; tegumento
230(229). Comprimento do corpo menor que 1,5 vezes a largura; corporal esculturado; cabeça mais larga que longa, constrita atrás
lados fortemente curvados; metacoxas amplamente dos olhos, formando pescoço; clípeo e fronte fundidos; labro
separadas, porção exposta (maior parte oculta) globular; pequeno; antenas filiformes com 11 antenômeros; pronoto
antenas com nove antenômeros, clava com um mais largo na metade anterior; cavidades procoxais separadas e
antenômero (Figs 31.367–368) .............. Murmidiidae
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; sutura
abertas posteriormente; élitros com pontuação grossa, cutícula
frontoclipeal presente; pronoto e élitros independente translúcida e cristas longitudinais dando aspecto reticulado,
ou conjuntamente curvados; élitros não estriados; formando 9–10 fileiras (interestrias); tarsômero IV lobado;
lados do pronoto constritos ou não ; carena pronotal abdômen com cinco ventritos.
lateral bem definida ou indistinta, lisa ou denteada; Larva alongada, subcilíndrica, paralela lateralmente; es-
disco do pronoto simples, com carena longitudinal branquiçada exceto cabeça, peças bucais e ápice do abdômen,
ou duas impressões rasas; dorso glabro, por vezes
castanho-escuros; sutura epicranial ausente; labro livre; antena
coberto com exudado ceroso .................. Latridiidae
geralmente com 4 antenômeros; meso e metatergo com ampolas
231 (11). Pernas com uma garra; cabeça com um a seis estemas; transversais; segmentos I–VIII com ampolas tergais e esternais;
olho formado por um omatídio .................. 232 tergo IX esclerosado e com processo póstero-mediano.
― Pernas com par de garras; olho composto ou com
Adultos alimentam-se de pólen (Crowson 1962); adultos
número reduzido de omatídios ....................... 233
e larvas podem ser encontrados embaixo de casca de troncos
232(230). Gonóporo presente ........................ Phengodidae (♀♀) mortos ou semiapodrecidos infectados por fungos. As larvas são
― Gonóporo ausente .................... Larva de Coleoptera broqueadoras de madeira dura e infestada por fungos. Adultos
233(231). Cabeça hipognata, antenas com 11 antenômeros ........... podem ser atraídos por soluções de hipoclorito de sódio ou
....................................................... Ripiphoridae (♀♀) clorato de sódio.
603
COLEOPTERA

Figuras 31.16–24. Carabidae, Tenebrionidae e Cerambycidae, morfologia de larvas. 16–18, Carabidae. 16, larva, vd; 17–18, pernas, vl; 19–20,
Tenebrionidae; 19, larva, vd; 20, perna, vl; 21–24, Cerambycidae, larva; 21, vd; 22, vl; 23, cabeça, vd; 24, pupa.

Inclui cerca de 31 espécies em nove gêneros, separados em nente e inserido lateralmente; labro, clípeo e fronte fundidos;
duas subfamílias: Priacminae e Cupedinae. No Brasil, ocorre cavidade antenal ausente; antena com 11 antenômeros; suturas
Paracupes Kolbe (Cupedinae), com duas espécies, cujas larvas notopleural e pleurosternal ausentes; metatórax mais longo que
são desconhecidas. Referências: Atkins (1963, 1979), Vulcano pró e mesotórax combinados; élitro curto, truncado, deixando
& Pereira (1975), Beutel & Frank (2008) e Rodríguez-Mirón 5 tergitos expostos, sem áreas com cutícula translúcida; fórmula
& López-Pérez (2019). tarsal 5-5-5.
Micromalthidae (Figs 31.26–27). Caracterizados pelo tamanho Durante o ciclo de vida apresentam quatro tipos de larvas,
pequeno, cabeça tão ou mais larga que a margem anterior do morfologicamente diferentes, não pigmentadas exceto a cabeça e
protórax, antena moniliforme, élitro liso e encurtado, ausência escleritos do segmento IX: cerambicoide (2,6–3,4 mm) alongada,
de lobos maxilares e de sutura lateral no protórax, e presença de cilíndrica e ápoda, cabeça castanha bem esclerosada, corpo não
6–7 ventritos. Comprimento: 1,5–2,8 mm. Corpo levemente pigmentado exceto esterno e tergo do segmento IX, segmento IX
achatado e alongado, paralelo lateralmente; fracamente esclero- com processo póstero-mediano serrado; triungulinídeo (1,5–1,7
sado; castanho claro a escuro, com pernas e antenas amareladas; mm) alongada, levemente achatada, pernas bem desenvolvidas,
cerdas esparsas, longas e eretas; cabeça prognata; olho proemi- e abdômen como de cerambicoide; pedogenética, possui dois

604
COLEOPTERA

Figuras 31.25–28. Cupedidae, Micromalthidae e Ommatidae,


hábito, adulto, vd. 25, Cupedidae, Cupedinae, Paracupes brasiliensis
Kolbe; 26–27, Micromalthidae, Micromalthus debilis LeConte; 28, Figuras 31.29–31. Hydroscaphidae e Torridincolidae, hábito, adulto,
Ommatidae, Tetraphalerus wagneri Waterhouse. vd. 29–30, Hydroscaphidae, Scaphydra angra (Reichardt); 31,
Torridincolidae, Ytu zeus Reichardt.
tipos externamente idênticos, uma em que os ovários produzem
cerca de 10 ovos, que se desenvolvem em triungulinídeos dentro
lateralmente; coloração acinzentada, às vezes com fileiras de
do corpo da mãe, e outra, põe um ovo que eclode uma larva
pontos marrons nos élitros; superfície com microtubérculos,
curculionoide.
cada um com uma cerda curta e robusta; cabeça prognata,
Ocorrem em madeira morta. O ciclo de vida é um dos mais
abruptamente constrita atrás dos olhos; olho arredondado, in-
complexos da ordem e envolve pedogênese e partenogênese. A
serido lateralmente próximo à região mediana da cabeça; sulco
larva pedogenética ocupa posição central no ciclo de vida, onde
antenal abaixo do olho; labro transverso; antena filiforme com
os dois tipos de larvas semelhantes morfologicamente, são capa-
11 antenômeros cilíndricos; protórax mais largo na região me-
zes de formas diferentes de reprodução: um que se reproduz por
diana; élitro com 9–10 fileiras com pontuação grossa e cutícula
ovoviviparidade, põe apenas um ovo que se desenvolve em macho
translúcida; tarso simples, com 5 tarsômeros; abdômen com 8
adulto enquanto o segundo tipo é vivípara e dá origem a cerca
tergitos, totalmente coberto pelos élitros, e 5 ventritos.
de 10 larvas triungulinídeos, que se locomovem e se alimentam
Está dividida em duas subfamílias: Tetraphalerinae e Omma-
da madeira infectada de fungo. Depois de cerca de uma semana,
tinae as quais diferem muito no habitus. Apenas Tetraphalerinae
os triungulinídeos mudam para larva tipo cerambicoide que se
está registrada para o Brasil, cujas as larvas são desconhecidas.
alimenta de madeira e provavelmente de fungo; pode viver alguns
A América do Sul, está representada por duas espécies de
meses durante os quais sofrem mudas. Após curto período de
Tetraphalerus Waterhouse; no Brasil, ocorre apenas T. wagneri
quiescência sofre muda e torna-se uma larva pedogenética, ou
Waterhouse. A biologia é pouco conhecida. As espécies de Te-
raramente pupa, a partir da qual eventualmente emerge uma
traphalerus ocorrem em áreas abertas de arbustos o que sugere
fêmea adulta (diploide). A larva pedogenética pode começar o
que as larvas se alimentam de raízes ou caules de arbustos. Os
ciclo novamente em cerca de 2 semanas por viviparidade, pro-
adultos são aparentemente noturnos, voam em épocas com
duzindo os primeiros ínstares. A opção alternativa é produzir
temperaturas altas e são atraídos pela luz. Referências: Vulcano
apenas um ovo que fica preso ao corpo da larva. Depois de cerca
& Pereira (1975) e Beutel et al. (2008).
de 10 dias, emerge do ovo, uma larva curculionoide, que insere
sua cabeça na abertura genital da mãe e alimenta-se dela. Depois Subordem MYXOPHAGA.
de consumir alimento suficiente, muda e transforma-se em um Apresentam tamanho pequeno (máximo 2,7 mm compri-
tipo de pré-pupa, que muda novamente para transformar-se em mento). Todos os estágios se alimentam de algas. Antena clavada,
pupa. Desta pupa emerge macho adulto (haploide) geralmente com menos de 9 antenômeros; mala mandibular e
A cópula e a produção de espermatozoides e de poucos ovos dente móvel na mandíbula esquerda presentes (também em Lepi-
(dois ou três por fêmea) já foram documentados. Entretanto, até ceridae); gálea ausente; propleura exposta, de tamanho variável, e
agora não foi comprovado que fêmeas aladas sejam capazes de sutura notopleural (Fig. 31.3) presente; asa posterior com franja
depositar ovos que deem origem a larvas. É aventada a hipótese de cerdas marginais, enrolada apicalmente em repouso e com
de que as fêmeas sejam estéreis e que a reprodução e dispersão oblongo geralmente presente; ventritos muito curtos.
sejam totalmente dependentes do estágio larval. As larvas apresentam brânquias espiraculares, órgão respi-
A única espécie conhecida, Micromalthus debilis LeConte, é ratório não conhecido em outros grupos de Coleoptera; pernas
nativa da América do Norte e foi introduzida em várias partes 5-segmentadas. Inclui 4 famílias, duas das quais (com *) ocor-
do mundo. Referências: Costa et al. (1988) e Beutel & Hörns- rem no Brasil: Hydroscaphidae*, Lepiceridae, Sphaeriusidae e
chemeyer (2002). Torridincolidae*. Referências: Reichardt (1973a), Beutel (1999,
2016) e Beutel et al. (1999).
Ommatidae (inclui Tetraphaleridae) (Figs 31.13, 28). É ca-
racterizada por antena inserida lateralmente, labro reduzido, Hydroscaphidae (Figs 31.29–30). Larva e adulto semelhantes,
extremidade cortante da mandíbula vertical, sensilas dorso-la- fusiformes, com cabeça e tórax largos, e abdômen distintamente
terais dos palpômeros apicais localizados em cavidade profunda, estreitando para o ápice; segmentos V–VIII altamente móveis,
procoxa reduzida e tegumento assemelha-se a um cogumelo. semelhante a anel; tergitos III–IV com pubescência recumbente
Comprimento: 10–16 mm. Corpo estreito, achatado, paralelo característica. Assemelham-se a alguns Tachyporinae (Staphyli-
605
COLEOPTERA

nidae), mas a sutura notopleural distinta e a biologia aquática


separam os dois grupos. Comprimento: 1–2 mm. Corpo
fusiforme; região distal do abdômen exposta pelo élitro curto;
geralmente negro; cabeça grande em relação ao tamanho do
corpo, larga e curta; olho grande, integrado ao contorno arre-
dondado da margem lateral da cabeça; labro livre; antena com
5 (Scaphydra Reichardt) ou 8 antenômeros, último antenômero
clavado; protórax curto; élitro encurtado, truncado, deixando
2–4 tergitos expostos; metafêmur parcialmente coberto pela
placa metacoxal; 6 ventritos.
Larva fusiforme; tergitos com cerdas laterais longas; cabeça
com estruturas dorsais semelhantes a escamas; pronoto com
escamas cuticulares serradas; brânquias espiraculares da forma de
balão; urogonfo ausente; segmento X com um par de ganchos.
No Brasil, ocorrem os gêneros Scaphydra Reichardt e Yara
Reichardt & Hinton. Short et al. (2015) apresentaram sinopses
e chaves de identificação para os gêneros e um catálogo para as
espécies do mundo.
Larvas e adultos aquáticos, vivem em ambientes higropétricos
e alimentam-se de algas. Parecem preferir ambientes aquáticos
bem oxigenados e de fluxo rápido. O desenvolvimento da larva
é totalmente aquático. Empupam entre as algas, geralmente
abaixo da superfície da água, dentro da última exúvia larval.
A pupa tem várias adaptações aquáticas, tais como projeções
espiraculares longas e brânquias espiraculares com plastrão, e
respira através da membrana das brânquias espiraculares. O
adulto carrega suprimento de ar sob os élitros, mantido pela
franja de cerdas das asas e pelo dorso do abdômen coberto
pelos élitros, que agem como plastrão. Referências: Reichardt
Figuras 31.32–40. Carabidae, morfologia e hábito, adulto, vd. 32,
(1973a, 1974a), Reichardt & Hinton (1976), Short et al. (2015) Cicindelinae, Megacephala brasiliensis Kirby; 33, Harpalinae, Galerita
e Sampaio & Short (2018). carbonaria Mannerheim; 34, Harpalinae, Polpochila sp.; 35–36,
Harpalinae, Morion brasiliensis Dejean; 35, tíbia e tarso anterior; 36,
Torridincolidae (Fig. 31.31). Larva e adulto em forma de hábito, vd; 37, Rhysodinae, Rhysodiastes costatus (Chevrolat); 38–40,
disco, cabeça do adulto com quilha dorso-mediana e ângulo Rhysodinae, Clinidium sp.; 38, abdômen, vv; 39, perna protorácica;
pronoto-elitral distinto. Comprimento: 1–2,5 mm. Corpo curto, 40, cabeça, vd.
largo e convexo, arredondado lateralmente; coloração escura ou
poluído. Alimentam-se de algas que crescem sobre as rochas.
negra, frequentemente com brilho metálico; cabeça fortemente
Empupam na água, dentro da última exúvia larval. A biologia
retraída, com parte anterior alongada e quilha dorso-mediana
reprodutiva é pouco conhecida. A fêmea põe poucos ovos (3 a
larga; antena curta e com 9 antenômeros; labro livre; pronoto
5) relativamente grandes e o desenvolvimento leva menos de
arredondado lateralmente; élitro quase paralelo e com estrias
quatro semanas. No Brasil, ocorrem os gêneros Iapir Py-Daniel,
distintas.
Fonseca & Barbosa (= Hintonia Reichardt), Ytu Reichardt e
Larva em forma de disco e fortemente achatada, com cerdas
Claudiella Reichardt & Vanin. Referências: Reichardt & Vanin
longas nas margens laterais dos tergitos torácicos; região dorsal
(1976, 1977), Vanin & Costa (2001), Sampaio & Ferreira-Jr
parcialmente coberta por estruturas semelhante a escamas, com
(2014, 2018)e Sampaio & Short (2018).
bordos serrados; tórax aproximadamente do mesmo compri-
mento do abdômen (exceto urogonfos); segmentos I–VIII com Subordem ADEPHAGA.
brânquias espiraculares; segmento IX com urogonfos fixos na Grupo de besouros altamente especializado, o adulto apre-
margem póstero-lateral. senta sutura notopleural (Figs 31.1, 3), coxa posterior imóvel, 6
São aquáticos em todas as fases do ciclo de vida. São os únicos ventritos (o primeiro dividido pela coxa posterior), sendo II–IV
insetos conhecidos com plastrão respiratório nos três estágios, conatos, e glândula pigidial de defesa; gálea (Fig. 31.6) palpi-
pelo menos em algumas espécies. Adulto com plastrão no abdô- forme e 2-segmentada, mento com lobos laterais arredondados
men, larva e pupa com plastrão sobre as brânquias espiraculares. e metacoxa alargada. Larva e adulto da maioria das espécies são
As larvas são as únicas conhecidas com brânquias espiraculares predadores. Larva com peças bucais adaptadas a dieta líquida,
cobertas por uma malha do plastrão. com cabeça prognata, labro fundido ao clípeo, mandíbula
Larva e adulto geralmente são encontrados em ambientes sem mola e perna (Fig. 31.9) com seis segmentos; apresentam
higropétricos, em filme fino de água sobre paredões rochosos. digestão extra-oral.
Geralmente preferem águas limpas, mas adulto e larva de Iapir Inclui 10 famílias, das quais 5 (com *) possuem representan-
britskii (Reichardt & Costa) foram coletados em córrego muito tes no Brasil, dentre as quais, apenas uma (Carabidae) é terrestre,

606
COLEOPTERA

élitro estriado. Dorsalmente têm cerdas sensoriais longas e eretas


em posições fixas. Na subfamília Cicindelinae a sutura notopleu-
ral pode estar ausente. Comprimento: 1–80 mm. Forma variada,
geralmente achatada e alongada; geralmente brilhante, com
coloração negra ou castanho-escura; muitas espécies coloridas,
metálicas e/ou formando padrões; microescultura geralmente
presente como uma fina rede poligonal; algumas espécies pu-
bescentes; cabeça prognata, com olho bem desenvolvido; clípeo
e labro geralmente livres; antena quase sempre filiforme (Fig.
31.5A) e com 11 antenômeros, inserida embaixo da projeção
frontolateral; lacínia fundida com medioestipe, em forma de
gancho, gálea palpiforme e palpo com 4 palpômeros; mento
com lobo lateral distinto e palpo com 3 palpômeros; protórax
arredondado lateralmente e estreitado na base (mais estreito
que base dos élitros); pronoto dividido medianamente por linha
longitudinal, geralmente com margem lateral elevada; protíbia
geralmente com órgão de limpeza antenal; escutelo encoberto
pela base dos élitros ou deslocado anteriormente; élitro geral-
mente cobrindo completamente o abdômen, geralmente com
8 estrias e 9 interestrias; abdômen com 6 ventritos.
Larva (Fig. 31.16) campodeiforme, subparalela e modera-
damente achatada; partes esclerosadas castanhas a negra; cabeça
prognata com até 6 pares de estemas, suturas frontais quase
sempre sinuosas; labro fundido à fronte; antena com 4 ante-
nômeros; segmento IX geralmente com um par de urogonfos
longos e estreitos.
A maioria dos adultos tem asas bem desenvolvidas e voa,
alguns poucos ápteros ou braquípteros. A maioria é predadora
ativa, noturna, mais ativa à noite e no crepúsculo, geralmente
encontrada no solo; alguns são diurnos e encontrados sobre a
vegetação. Também são arbóreos ou estão associados à vegeta-
ção, em árvores vivas ou mortas ou sob casca de troncos caídos.
Algumas espécies são subterrâneas, outras cavernícolas e algumas
mirmecófilas ou termitófilas. Adulto da maioria das espécies são
onívoros, mesmo que a nutrição carnívora prevaleça; alguns
grupos são herbívoros. Adulto e larva fazem digestão extraoral
parcial. Uma forma de defesa desse grupo consiste em exalar
odores penetrantes. Membros de Brachininae são conhecidos
como “besouros-bombardeiros”, emitindo jatos de fluído pela
extremidade anal, que, em contato com o ar, detonam imedia-
tamente, produzindo fumaça, de ação cáustica para a pele. Esta
estrutura está relacionada com a capacidade de ejetar substâncias
Figuras 31.41–52. Carabidae, hábito, vd. 41, Carabinae, Calosoma
voláteis por uma pequena abertura no tergito IX. O grande nú-
granulatus Perty; 42-43, Cicindelinae; 42, Ctenostoma sp.; 43,
Odontocheila sp.; 44-46, Harpalinae, 44, Agra buqueti Gory; 45, Lebia mero de segmentos expostos permite maior mobilidade e melhor
nigropicta (Chaudoir); 46, Pseudomorpha laevissima (Chaudoir); 47, direcionamento do jato de substância e, com isso, conseguem
Panagaeinae, Brachygnathus oxygonus Perty; 48-49, Paussinae; espantar os inimigos. Os maiores bombardeiros pertencem a
48, Homopterus sp.; 49, Ozaena sp.; 50, Rhysodinae, Rhysodiastes Pheropsophus Solier (Brachininae), mas esse comportamento não
costatus (Chevrolat); 51, Scaritinae, Scarites sulciceps (Chaudoir);
é restrito à subfamília desse gênero. Algumas espécies de Colyrini
52, Trechinae, Pheropsophus aequinoctialis (Linnaeus).
são desprovidas de asa e mimetizam formigas Ponerinae, com
e as demais aquáticas: Amphizoidae, Aspidytidae, Carabidae*, as quais se associam.
Dytiscidae*, Gyrinidae*, Haliplidae*, Hygrobiidae, Meruidae, Está dividida em 17 subfamílias (Arndt et al. 2016 + Rhy-
Noteridae* e Trachypachidae. Referência: Beutel et al. (2019). sodinae), das quais 10 (com *) ocorrem no Brasil: Brachininae*,
Carabinae*, Cicindelinae*, Elaphrinae, Gehringiinae, Harpali-
Carabidae (inclui Rhysodidae, Cicindelidae, Paussidae) (Figs nae*, Hiletinae*, Loricerinae, Migapodinae, Omophroninae,
31.32–52). Os principais nomes populares são: besouro artilhei- Panagaeinae*, Paussinae* (= Metriinae + Ozaeninae+ Protopaus-
ro, besouro-bombardeiro, besouro-tigre, carocha, maria-angica, sinae + Paussinae), Pseudomorphinae, Rhysodinae*, Scaritinae*,
peidorreiro, tigre-veloz. São caracterizados principalmente pelo Siagoninae e Trechinae*. Referências: Arrow (1942), Carvalho
pronoto marginado, mandíbula e cabeça bem desenvolvidas e (1963), Reichardt (1977), Cicchino & Roigh-Juñent (2001),
607
COLEOPTERA

tro largo, com ápice abruptamente truncado; abdômen com 7


ventritos na fêmea e 8 no macho.
Carabinae (Fig. 31.41). Vários grupos com espécies coloridas,
geralmente metálicas. Maioria vive no solo como predador mais
ou menos generalista e quase todos não voam. Apresentam
esporão protibial e órgão limpador de antena terminal ou um
esporão subterminal e órgão limpador de antena levemente
prolongado na direção proximal; processo prosternal com ápice
afilado e estendendo-se além da margem posterior da procoxa;
cavidade procoxal aberta.
Cicindelinae (Figs 31.32, 42–43). Considerada por vários
autores como família. Os adultos de vários gêneros possuem
hábitos diurnos, locomoção terrestre muito rápida e excelente
habilidade voadora. Representantes de Megacephalini são pre-
dominantemente noturnos. A larva vive em cavidade vertical ou
horizontal no solo, substrato arenoso ou madeira apodrecida, e
são predadoras. Os grupos basais possuem coloração negra com
pernas robustas; outros com padrões de coloração conspícuos,
áreas metálicas e pernas finas e longas. Apresentam labro bem
desenvolvido e alargado; antena inserida dorsalmente na cabe-
ça; protórax alongado; limpador de antena e esporão protibial
terminal; élitro não estriado.
Harpalinae (Figs 31.33–36, 44–46). Biologia e ecologia muito
variável. Mandíbula sem cerda escrobal; protarso do macho
nunca com protarsômero proximal dilatado unilateralmente;
cavidades procoxais uni ou biperfoliadas; élitro completo ou
truncado no ápice.
Hiletinae. Vivem no solo de floresta ou em áreas de pastagens
com árvores dispersas. Apresentam cabeça robusta em relação
ao pronoto, com sulco transverso que conecta com os sulcos
frontais; antena geniculada, com escapo tão longo quanto an-
tenômeros 2–4; escapo encaixa-se em sulco embaixo do olho;
mandíbula com ápice voltado para baixo, com 8–9 dentes
triangulares; limpador de antena pouco desenvolvido; cerdas
adesivas presentes nos protarsômeros I–III e mesotarsômeros
I–II; cavidade procoxal aberta.
Panagaeinae (Fig. 31.47). Maioria das espécies noturna e pre-
Figuras 31.53–64. Dytiscidae, morfologia e hábito. 53, Colymbetinae, dadora, emite odor característico. Podem ser ápteros ou alados,
Rhantus calidus (Fabricius) vd; 54–55, Hydroporinae, Amarodytes
com tegumento geralmente pontuado e brilhante. Apresentam
duponti (Aubé), vd, vv; 56-57, Dytiscinae, Colymbetinae, cabeça,
vd.; 58, perna protorácica; 59, perna protorácica do macho; 60, tíbia o palpômero maxilar distal articulado obliquamente com o pe-
e tarso mesotorácico; 61, tíbia e tarso metatorácico; 62, Agabinae, núltimo palpômero, élitros relativamente curtos, cerca de duas
Platynectes undecimguttatus (Aubé), vd; 63, Colymbetinae, Rhantus vezes a largura do protórax e constritos na base.
signatus (Fabricius), vd; 64, Copelatinae, Copelatus bimaculatus
(Resende & Vanin), vd. Paussinae (Figs 31.48–49). Os paussíneos superiores (=Proto-
paussinae+Paussinae) são caracterizados pelo hábito mirmecófilo,
Will (2005), Ball & Shephey (2005, 2013), Martínez (2005), pelo menos no estágio larval. Este modo de vida incomum pode
Erwin & Moore (2007), Erwin (2008), Erwin & Zamorano ter se originado do hábito predador especializado das larvas, que
(2014), Orsetti & Lopes-Andrade (2016) e Erwin & Aldebron estão no plano básico da subfamília. Adulto geralmente negro
(2018). ou marrom, com corpo arredondado ou paralelo lateralmente;
Brachininae. Caracterizada principalmente por um mecanismo cavidade procoxal sempre fechada; esporões tibiais, se presentes,
explosivo abdominal complexo, comparável apenas ao aparelho apicais, geralmente obsoletos ou ausentes; órgão limpador de
presente em Paussinae. Larvas conhecidas são parasíticas de pu- antena estendendo-se para a base da tíbia ou reduzido; mesocoxas
pas e ovos de outros insetos. Adulto apresenta mandíbula com separadas ou contíguas; élitro cobrindo ou não todo o abdômen;
uma cerda longa na parte anterior do escrobo externo; protórax apresenta sistema de secreção de defesa abdominal especializado
estreito, no máximo, ligeiramente mais largo que a cabeça; éli- e rebordo elitral subapical (exceto em Metrius Eschscholtz).

608
COLEOPTERA

Trechinae (Fig. 31.52). Grupo muito diverso com biologia e


ecologia muito variável. Macho com protarso geralmente com
tarsômeros proximais dilatados unilateralmente; cavidade pro-
coxal fechada; processo prosternal truncado.
Dytiscidae (Figs 31.53–64). Nome popular: mergulhão. São
caracterizados pela forma hidrodinâmica e pernas média e pos-
terior achatadas, em forma de remo; cabeça curta, compacta e
retraída posteriormente; criptopleura expandida lateralmente;
glândulas protorácicas bem desenvolvidas; metacoxa (Fig. 31.55)
fortemente expandida anteriormente e processo metacoxal com
lobo externo bem desenvolvido. Devido à forma característica,
pode ser confundido com Hydrophilidae, mas possui ventrito
I dividido e palpo maxilar curto. A falta da plataforma esternal
distingue-o de Noteridae e olho não dividido, de Gyrinidae.
Comprimento: 1,2–50 mm. Corpo rígido, de oval a alongado-
-oval, ou em forma de gota; achatado, moderadamente arque-
ado; geralmente liso e glabro a fortemente pontuado, rugoso e
opaco; negro ou marrom, às vezes amarelado ou com manchas
irregulares amarelas ou claras; geralmente com cerdas natatórias
nas tíbias e tarsos; cabeça prognata, mais estreita que o protórax;
ângulo pronoto-elitral ausente ou indistinto; olho emarginado
ou inteiro; labro livre; antena geralmente filiforme e com 11
antenômeros, raramente clavada ou com alguns antenômeros
alargados no macho; pronoto trapezoidal, geralmente mais largo
na base, e com borda lateral; sutura notopleural distinta; par de
glândulas protorácicas presente; tarso pentâmero, tarsômeros
I–III do macho geralmente expandidos lateralmente, com cerdas
adesivas ou discos de sucção ventral; metacoxas completamente
imóveis, largas, semelhantes a placa, e fundidas mesialmente;
placa metacoxal parcialmente reduzida, modificada com processo
póstero-mesial lobado; perna posterior geralmente modificada
como perna natatorial; 6 ventritos presentes; estrias elitrais
presentes ou ausentes, sulco elitral presente em algumas fêmeas.
Figuras 31.65–74. Gyrinidae, morfologia e hábito. 65, Gyretes sp., Larva campodeiforme, com corpo alongado e fusiforme, mais
vd; 66, Enhydrus tibialis Régimbart, vv; 67, cabeça, vl; 68, protarso largo no meio, geralmente totalmente esclerosada dorsalmente;
da fêmea; 69-70, protarso do macho, vd, vv; 71, perna mesotorácica; cabeça prognata de forma variável, sutura epicranial geralmente
72, perna metatorácica; 73–74, Gyrininae, vd; 73, Enhydrus sulcatus presente; labro fundido à fronte; 6 pares de estemas; antena longa
(Wiedman); 74, Gyretes melanarius Aubé.
filiforme com 4 antenômeros; mandíbula falciforme, canal de
Rhysodinae (Figs 31.37–40, 50). Adulto e larva geralmente sucção geralmente presente; protórax mais longo que largo e
mais longo que meso e metatórax; abdômen com 8 segmentos
encontrados em troncos e raízes onde se alimentam do lodo
visíveis; segmentos I–VII com espiráculos funcionais no 3º
e fungos da madeira apodrecida. Geralmente são gregários e
ínstar; segmento VIII com um par de urogonfos articulados.
espécies diferentes podem ser encontradas no mesmo tronco.
Pode ter asa completa ou vestigial. Adulto cilíndrico, estreito, Adulto e larva são, com poucas exceções, aquáticos e bons na-
fortemente esclerosado; apresenta sulcos na cabeça, pronoto dadores, geralmente encontrados no mesmo ambiente. Vivem
em uma enorme variedade de hábitats aquáticos, especialmente
e parte do élitro; cabeça fortemente estreitada na base; olho
em coleções de água doce pouco profundas, e são carnívoros ou
achatado e arredondado nas espécies aladas, e oval, crescente
alimentam-se de carniça. Os adultos podem voar. A maioria das
ou semelhante a ocelo, ou dividido nas formas braquípteras; espécies produz substâncias em glândulas torácica e pigidial,
área gular triangular; antena moniliforme (Fig.31.5C) perna usada como agente defensivo e refrescante. Podem permanecer
média do macho com “calcars” (processo ou ângulo médio no longos períodos submersos, mas precisam vir à superfície para
ápice da tíbia). renovar o suprimento de ar preso embaixo dos élitros. Movem
sincronicamente as pernas metatorácicas durante o nado. A
Scaritinae (Fig. 31.51). Caracterizado especialmente pelo hábito
fêmea põe ovos em superfícies submersas, sobre ou dentro do te-
escavador de solo ou substrato arenoso. Corpo achatado ou quase cido de planta aquática, na água, na axila de folha de bromélia ou
cilíndrico; protórax fortemente estreitado posteriormente, e entre as folhas, e fendas de pedras. A larva geralmente capta o ar
corpo distintamente constrito entre pró e pterotórax; cavidade da superfície através dos espiráculos terminais, situados no ápice
mesocoxal disjunta. do último segmento abdominal, mas algumas espécies respiram
609
COLEOPTERA

através da cutícula ou por brânquias abdominais. Empupam no


solo próximo à água, em casulo feito de uma mistura de solo
ou material vegetal, preparado pela larva em estágio pré-pupal.
O adulto precisa subir em algum substrato fora da água para
iniciar o voo. Enquanto submerso, os sacos aéreos associados ao
primeiro espiráculo torácico estão colapsados, mas tornam-se
funcionais no voo. Retornam à água com algum impacto na
superfície porque suas pernas, adaptadas para natação, não são
utilizadas para descer de substratos. O forte impacto com a su-
perfície da água os leva para baixo, mas retornam rapidamente Figuras 31.75–76. Haliplidae, hábito. 75, vv; 76, Haliplus sp., vd.
para reabastecer o suprimento de ar.
O adulto produz secreções antimicrobianas pelas glândulas
pigidiais, aplicadas ao corpo quando o limpam com as pernas.
Também possui glândulas protorácicas que produzem secreção
leitosa defensiva, que irrita os predadores.
Está dividida em 10 subfamílias (Balke & Hendrich 2016),
das quais 8 (com *) ocorrem no Brasil: Agabinae*, Colymbe-
tinae*, Copelatinae*, Coptotominae, Dytiscinae*, Hydrodyti-
nae*, Hydroporinae*, Laccophilinae*, Lancetinae* e Matinae.
Referências: Pederzani (1995), Nilsson (2001, 2003, 2004),
Miller (2001, 2016, 2017), Benetti et al. (2003, 2018b), Miller
et al. (2007), Toledo et al. (2010), Miller & Bergsten (2014) e Figuras 31.77–79. Noteridae. 77, Hydrocanthus debilis Sharp, vv; 78,
Toledo & Michat (2015). Miller & Bergsten (2014) apresenta- Laccophilus tarsalis Sharp, vd; 79, Macrovatellus ventralis Sharp, vd.
ram os seguintes caracteres dos adultos como diagnósticos das
subfamílias. Laccophilinae. Fêmea com duas aberturas genitais distintas,
macho e fêmea com cerdas natatórias ao longo da margem
Agabinae (Fig. 31.62). Ângulo ântero-ventral do metafêmur póstero-ventral dos metatarsômeros, mas metatíbias sem cerdas
com série de cerdas muito próximas. natatórias póstero-ventrais.
Colymbetinae (Figs 31.53, 57, 63). Olhos emarginados ante- Lancetinae. Ápices dos élitros sinuosos ou subtruncados, trato
riormente, prosterno e processo prosternal no mesmo plano, reprodutivo da fêmea com duas aberturas genitais, e garras
ápices dos élitros uniformemente arredondados, pleurito abdo- metatarsais desiguais em comprimento em ambos os sexos.
minal II com ruga transversa (não visível com élitros fechados)
e garras metatarsais desiguais em comprimento. Gyrinidae (Figs 31.65–74). Nome popular: mergulhão. Distin-
guem-se dos demais, principalmente por caracteres relacionados
Copelatinae (Fig. 31.64). Linhas metacoxais aproximadas me- ao hábito na superfície da água, como corpo ovalado e achatado,
dianamente (ausentes em alguns gêneros, mas região mediana sem ângulo pronoto-elitral, antenas clavadas e curtas, olhos (Fig.
correspondente da metacoxa estreita), escutelo visível externa- 31.67) completamente divididos em porção superior e inferior,
mente, com élitros fechados, e garras metatarsais subiguais em pernas médias e posteriores achatadas e modificadas para natação.
comprimento em ambos os sexos. Comprimento: 4–18 mm. Corpo elíptico, achatado ou forte-
Dytiscinae (Figs 31.56, 58–61). Olhos não emarginados ao mente convexo dorsalmente; liso, região dorsal geralmente negra,
longo da margem ântero-lateral, uma abertura genital feminina, alguns com brilho metálico azul ou bronze, ou áreas testáceas;
prosterno e processo prosternal no mesmo plano, pró e mesotarso região ventral amarelada ou negra; pubescência reduzida, exceto
distintamente pentâmeros, macho com cerdas adesivas protarsais cerdas natatórias longas nas tíbias e tarsos; cabeça retraída no
apicais com disco suctorial circular, e esporão tibial anterior protórax; cristas frontais atingem os olhos; labro livre; antena
delgado e semelhante ao posterior. modificada (Fig.31.5N), com escapo hemisférico, pedicelo seme-
lhante a orelha, com fileira regular de sensilas longas na margem
Hydrodytinae. Escutelo visível com élitros fechados, pró e meso- externa, flagelo compacto com 6–9 antenômeros; perna anterior
tarsos distintamente pentâmeros em ambos os sexos, e prosterno
longa e fina, modificada para prender a presa na superfície da
e processo prosternal no mesmo plano e sem tubérculo mediano.
água; protarso modificado no macho, com numerosas pequenas
Hydroporinae (Figs 31.54–55). porção ântero-mediana do ventosas; escutelo visível ou não; élitro levemente truncado no
prosterno em plano diferente daquele do processo prosternal ápice, expondo 1–2 tergitos.
(i.e., processo prosternal declive em relação ao prosterno), pró Larva alongada e estreita, relativamente não pigmentada
e mesotarso pseudotetrâmeros, tarsômero IV pequeno e escon- com brânquias traqueais abdominais longas; labro fundido com
dido entre os lobos do tarsômero III (em alguns gêneros, pró e a cápsula cefálica; antena com 4 antenômeros; tórax mais largo
mesotarso mais distintamente pentâmeros), e escutelo escondido que a cabeça; abdômen alongado com 10 segmentos; segmentos
com élitros fechados (em alguns gêneros parcialmente visíveis). I–VIII com brânquias espiraculares e geralmente com franja de

610
COLEOPTERA

Pelo menos as espécies de Gyrinus Geoffroy são capazes de voar,


apesar da redução da musculatura do voo. Migram de uma poça
a outra, quando o sol está baixo, e também são atraídos pela
luz. Escalam objetos que se projetam fora da água para iniciar o
voo. As larvas são bentônicas e apenas no último ínstar ocorrem
espiráculos nos segmentos abdominais I a III.
Está dividida em duas subfamílias (Beutel & Roughley
2016), Gyrininae (inclui Gyrinini, Enhydrini e Orectochilini)
e Spanglerogyrinae, das quais apenas a primeira ocorre no
Brasil. Referências: Beutel (1990), Beutel & Roughley (1993),
Figura 31.80. Clambidae, Clambus sp., vd, vv. Benetti et al. (2003, 2018a), Colpani et al. (2014) e Miller &
Bergsten (2014).
Haliplidae (Figs 31.75–76). São facilmente reconhecidos pela
placa metacoxal extremamente larga (relacionada à respiração e
estoque de ar), cobrindo grande parte dos ventritos; élitro geral-
mente pontuado; pubescência ausente exceto tíbias e tarsos, com
cerdas natatórias. Comprimento: 1,5–4,5 mm. Corpo subelípti-
co, às vezes fusiforme ou mais ou menos paralelo lateralmente;
convexo dorsalmente; coloração amarela ou de castanho-clara
a castanho-avermelhada, com manchas negras presentes ou
ausentes; microrreticulação geralmente presente em parte das
coxas, margem dos esternitos e parte distal das pernas; maior
Figura 31.81. Eucinetidae, Eucinetus sp., vd, vv. parte do corpo com pontuação de tamanho variado; micropon-
tuação presente no élitro da fêmea de várias espécies; olho oval
em vista lateral; labro curto; antena filiforme, glabra e com 11
antenômeros; pronoto estreitando-se anteriormente, geralmente
com bordo lateral distinto e margem posterior proeminente no
meio cobrindo o escutelo; prosterno elevado medianamente,
com apófise larga truncada posteriormente (processo prosternal)
que atinge a apófise metaventral (processo metaventral); sutura
notopleural presente; élitros cobrindo totalmente o abdômen;
geralmente com 10 ou mais fileiras de pontuação primária; algu-
mas espécies produzem som pelo atrito do aparelho estridulatório
no lado ventral do élitro e ao longo da extremidade posterior
do abdômen; pernas anterior e média com coxas inseridas em
Figuras 31.82–83. Scirtidae, Scirtes sp., vd. cavidades profundas, restringindo o movimento rotatório; tíbia
alargada distalmente, com 2 esporões bem desenvolvidos e fileira
cerdas finas; segmento IX com um par adicional de brânquias; de espinhos, e geralmente com fileira de cerdas natatórias longas;
segmento X com 4 ganchos tarsos pentâmeros.
Adultos nadam na superfície da água, em círculos, com a Larva estreita e alongada, esbranquiçada com cabeça e partes
parte superior dos olhos acima do nível da água e a parte inferior, dos segmentos abdominais mais escuras; cabeça prognata, labro
abaixo dela. Estão adaptados ao meio aquático e usam a super- fundido ao clípeo; 1–6 estemas cada lado; sutura epicranial
fície do filme d’água como suporte; vivem em hábitats lênticos distinta; antena com 4 antenômeros; mandíbula proeminente
e lóticos, e preferem áreas protegidas, com pouca ou nenhuma e pontiaguda, com canal sugador; segmentos torácicos com
correnteza. Vibrações da superfície são usadas como meio de tubérculos filamentosos segmentados ou tubérculos cerdosos
comunicação. São ágeis, nadam rapidamente na superfície, mas representando as brânquias traqueais; coxa longa; segmentos
podem mergulhar muito bem quando perturbados e aderem-se a abdominais com tubérculos e brânquias como no tórax.
objetos submersos. Quando capturados, expelem líquido leitoso São aquáticos, vivem em água estagnada ou de correnteza
de cheiro desagradável, secretado pelas glândulas pigidiais, utili- lenta; também habitam águas temporárias ou semipermanentes,
zado para tornar os besouros impalatáveis para peixes e também e o adulto geralmente se locomove rastejando. A maioria prefere
como alarme. O mergulho provavelmente também é uma reação corpos d’água com vegetação de algas filamentosas. Tem habili-
de alarme. Quando mergulham, prendem uma bolha de ar dade natatória moderada. A natação é efetuada pela alternância
embaixo dos élitros. Põem ovos sobre plantas aquáticas ou em de movimentos leves das pernas médias e posteriores, assistidos
massas flutuantes. Adulto e larva são predadores, principalmente pelas cerdas natatórias dos tarsos e tíbias de todas as pernas.
de insetos que caem na água, localizados pelo órgão de Johnston, Movem as pernas posteriores alternadamente, dando a impressão
presente no pedicelo. Membros de Gyretes Brullé permanecem de caminhar sobre a água. A força de propulsão é criada pela
em filetes d’água durante o dia e saem à noite para forragear. perna média. Algumas espécies podem voar. Vêm à superfície
611
COLEOPTERA

em intervalos para renovar o suprimento de ar, que funciona


como brânquia física. O ar é estocado na cavidade subelitral
e placas coxais em contato com os espiráculos abdominais. O
tamanho da brânquia física é ampliado pela utilização do espaço
embaixo da placa metacoxal, que está em contato com o espaço
subelitral através da reentrância da epipleura. São atraídos por
fontes de luz. Adulto e larva alimentam-se de algas ou outra
matéria vegetal. Ocasionalmente os adultos podem alimentar-se
de hidrozoários (Cnidaria, Hydrozoa), anelídeos (Annelida),
ovos de insetos, larvas de Chironomidae (Diptera) e de outros
insetos aquáticos, pequenos crustáceos (Arthropoda, Crustacea)
e matéria animal em decomposição. Os ovos são depositados na
superfície de plantas aquáticas, em cavidades nas algas ou em
plantas vasculares aquáticas. As larvas são aquáticas, vivem entre
a vegetação das margens de lagos e riachos e não estão aptas a
nadar. Obtêm oxigênio através de tráqueo-brânquias longas ou
micro tráqueo-brânquias; alimentam-se de algas, sugadas através
das perfurações mandibulares. Empupam no solo, em câmaras
construídas pelo último ínstar larval. A larva é desconhecida
para o Brasil. Inclui apenas o gênero Haliplus Latreille, com 4
subgêneros. No Brasil ocorrem 12 espécies. Referências: Benetti Figuras 31.84–87. Nosodendridae, Nosodendron angelum Reichardt;
et al. (2003, 2018a). 84, vd; 85, vv; 86, cabeça, vf; 87, vd.

Noteridae (Figs 31.77–79). Semelhante a Dytiscidae, dife- O adulto é primariamente carnívoro, alimentando-se de
rencia-se pelo escutelo invisível, protíbia encaixada em uma larvas e ovos de outros insetos, embora possa comer detritos e
escavação na margem ventral do profêmur, presença de órgão insetos mortos. Os ovos geralmente são postos entre as raízes
limpador de antena pré-femural, placa metacoxal larga, e pre- de plantas aquáticas ou na lama. As larvas vivem no lodo nas
sença de plataforma esternal (Fig. 31.77) bem desenvolvida. margens de lagos, lagoas e riachos e acredita-se que se alimen-
Comprimento: 1–5,8 mm. Corpo de subelíptico a fusiforme, tam de tecidos de plantas ou detritos. Algumas larvas obtêm
fortemente convexo dorsalmente, com superfície ventral achata- ar perfurando plantas com a ajuda do sifão com espiráculo no
da; tegumento geralmente liso e brilhante; coloração de negra a ápice do abdômen. Empupam em casulos cheios de ar que ficam
castanho-avermelhada ou castanho-clara, com ou sem pontuação presos a raízes ou outras partes submersas de plantas aquáticas.
elitral; pubescência ausente, exceto cerdas natatórias longas nas Está dividida em três subfamílias, das quais, apenas a primeira
tíbias e tarsos; cabeça prognata, labro transverso, antena com 11 (com *) está registrada no Brasil: Noterinae*, Notomicrinae e
antenômeros, escapo globoso na base, antenômeros geralmente Phreatodytinae. Referências: Benetti et al. (2003, 2018a), Miller
alargados no macho; protórax com suturas notopleural e pleu- (2009, 2010), Gómes & Miller (2013), Baca et al. (2014), Gui-
rosternal; fêmur, tíbia e tarso geralmente com cerdas natatórias; marães & Ferreira-Jr. (2015, 2017) e Guimarães et al. (2018).
pró e mesotarsômeros III geralmente alargados no macho.
Larva alongada, mais ou menos paralela lateralmente, Subordem POLYPHAGA
subcilíndrica ou globosa; coloração esbranquiçada, pálida Geralmente caracterizados pela presença de escleritos cer-
ou marron-avermelhada; perna geralmente curta e fossorial, vicais presternal, propleura internalizada (reduzida ou perdida
cutícula dorsal esclerosada; cabeça prognata, com 6 pares de em alguns grupos) (Fig. 31.254), ausência da veia transversal
estemas; labro fundido com a cápsula cefálica; abdômen com 8 rp-mp1 (essencialmente a perda do oblongo completo), fusão
segmentos, segmento IX reduzido, com um par de urogonfos da propleura e trocantino (compartilhada com Myxophaga),
curtos; segmento X ausente. ausência de músculos esterno-coxal protorácico e coxal-subalar
São aquáticos em todas as fases da vida. A larva é desconheci- mesotorácico, presença de ovaríolos telotróficos, e perna larval
da para o Brasil. Larva e adulto geralmente habitam as margens (Fig. 31.20) com perda de um segmento e pretarso único (pernas
de lagos ou reservatórios de água rasa, com plantas aquáticas 5-segmentadas). Referências: Crowson (1981) e Cai et al. (2019).
vasculares. Espécies de alguns gêneros podem ser encontradas
Série Scirtiformia.
entre as raízes de plantas flutuantes, ou na serapilheira submersa
perto de floresta; alguns estão associados a algas filamentosas. Superfamília Scirtoidea (= Eucinetoidea). Inclui Clambidae,
Também podem ser vistos em água parada próxima a ervas Eucinetidae, Scirtidae e Decliniidae; apenas a última não ocorre
daninhas. É característica uma tendência para escavação do no Brasil.
substrato lamacento, sendo que as pernas anteriores dos adultos Retêm várias características primitivas de Polyphaga e com-
geralmente são modificadas para escavar. Saem da água apenas partilham o tipo de mecanismo compacto, em que a cabeça
quando o hábitat seca, mas são bons voadores e são atraídos em repouso é hipognata e encaixa-se contra as procoxas ou
por luz artificial. metaventrito. Referência: Anton et al. (2016).

612
COLEOPTERA

Figuras 31.88–90. Epimetopidae e Georissidae, vd. 88–89,


Epimetopus trogoides (Sharp); 90, Georissidae, Georissus humeralis
Pic.

Clambidae (Fig. 31.80). Caracteriza-se pela antena com menos


de 11 antenômeros (geralmente 8–10) e clava com 2, placas
metacoxais bem desenvolvidas, largas, cobrindo as pernas e
a base do abdômen; corpo congloboso no adulto; e gálea e
lacínia fundidas na larva. Comprimento: 0,7–2,0 mm. Corpo
arredondado e globoso, altamente convexo e congloboso, ou
ligeiramente achatado; cutícula glabra coberta por cerdas de- Figuras 31.91–98. Histeridae. 91-92, Histerinae, Oxysternus
cumbentes ou eretas; cabeça fortemente defletida (hipognata), maximus (Linnaeus), vd, vv; 93, Histerinae, Hololepta quadridentatum
(Fabricius), antena; 94, Hetaeriinae, Paroecister zikani Reichensperger,
fortemente côncava ventralmente encaixando-se contra as
vd; 95–96, Histerinae; 95; Hololepta reichei (Marseul), vd; 96,
mesocoxas (formas conglobosas); olho inteiro ou dividido pelo Phelister sp., vd; 97, Saprininae, Euspilotus azureus (Sahlberg), vd;
cantus (Clambinae); labro livre, parcialmente visível ou não 98, Trypanaeinae, Trypanaeus sp., vd.
visível; clava antenal frouxa e não achatada; protórax mais largo
posteriormente; carena lateral completa e visível de cima; sutura Comprimento: 1,3–4 mm. Corpo levemente achatado a
pleurosternal presente ou ausente (Clambinae); élitro estriado convexo, uniformemente curvado lateralmente; coloração cas-
ou não; metaventrito mais longo que ventrito abdominal I; tanha ou negra, com antenas e pernas mais claras; geralmente
metacoxas contíguas; placas metacoxais bem desenvolvidas, pubescência clara e densa; cabeça hipognata, escondida pelo
escondendo a maior parte do ventrito I; tarso simples 4-4-4 ou protórax, achatada principalmente em formas suctoriais; olho
3-3-3 (Acalyptomerus Crowson). presente, ausente ou reduzido; labro pelo menos parcialmente
Larva fusiforme; superfície dorsal ligeiramente pigmenta- exposto; antena com 11 antenômeros, filiforme, clavada ou
da ou esclerosada, geralmente lisa ou com granulação fraca e incrassada; peças bucais normais ou suctoriais; protórax mais
tubérculos pequenos; cabeça prognata e declive ou hipognata largo na base, carena lateral do pronoto completa; hipômero
(Acalyptomerus), sutura epicranial presente ou ausente; labro reduzido ou bem desenvolvido e côncavo, escondido em vista
livre; pernas bem desenvolvidas; segmento IX sem urogonfo e lateral; prosterno reduzido; sutura pleurosternal presente; élitro
X orientado posteriormente. não pontuado, irregularmente pontuado, ou estriado; metacoxas
Biologia pouco conhecida, melhor conhecida para fauna da contíguas; placas metacoxais bem desenvolvidas e muito alar-
Europa. Larvas foram coletadas em vegetação em decomposição, gadas, quase atingindo a cavidade mesocoxal; pernas média e
folhiço e troncos apodrecidos. Os adultos são encontrados voan- posterior com fileira de espinhos no ápice e no bordo externo
do no crepúsculo. Provavelmente alimentam-se de microfungos. das tíbias e tarsômeros; mesotíbia fortemente alargada ou mo-
Está dividida em 3 subfamílias: Acalyptomerinae, Calypto- dificada, esporões duplos; metatíbias com esporões duplos ou
merinae e Clambinae; apenas a última está registrada no Brasil. simples; tarsos 5-5-5; abdômen com 5 ventritos, I–II conatos,
Referências: Endrödi-Younga (1998) e Anton et al. (2016). ventrito I quase completamente dividido pela metacoxa.
Eucinetidae (= Cryptomeridae) (Fig. 31.81). Adulto caracteri- Larva relativamente reta ou curvada ventralmente; alongada,
zado pelo corpo fusiforme e compacto com placas metacoxais mais ou menos paralela lateralmente e ligeiramente achatada;
bem desenvolvidas, e larva com espiráculos torácicos localizados superfície dorsal com cerdas simples, às vezes inseridas em tubér-
em tubos curtos, e segmento X visível dorsalmente. culos cerdosos; cutícula levemente pigmentada ou esclerosada,
613
COLEOPTERA

granulada ou tuberculada; cabeça prognata ou de levemente a


fortemente declinada (hipognata); ramos frontais presentes;
5 estemas cada lado; antena com 3 antenômeros; labro livre
ou parcialmente fundido à cápsula cefálica; peças bucais não
formando tubo sugador; tergo IX sem urogonfos; segmento X
orientado posteriormente.
As larvas são semelhantes às de muitos Cucujoidea, diferindo
principalmente pela presença de gálea e lacínia distintas e espirá-
culos anulares. São desconhecidas para o Brasil. Os adultos estão
associados a madeira apodrecida e folhiço, onde ocorrem sob
casca (às vezes agregados) e são micófagos. Jentozkus plaumanni
Vit possui aparelho bucal picador-sugador.
A família possui nove gêneros; no Brasil, ocorrem Jentozkus
Vit e Eucinetus Germar. Referências: Vit (1977, 1990).
Scirtidae (= Cyphonidae, Helodidae, Elodidae) (Figs 31.82–83).
Caracterizada pela cabeça defletida, procoxas cônicas, largas,
ligeiramente achatadas e protórax curto e largo. Comprimento:
1,5–12 mm. Corpo de oblongo ou ovoide a ligeiramente alonga-
do, de levemente achatado a fortemente convexo; coloração de
Figuras 31.99–104. Hydrochidae, Hydrophilidae e Spercheidae. 99,
amarelada a negra, às vezes com manchas; geralmente finamente
Hydrochidae, Hydrochus sp., vd.; 100–103, Hydrophilidae, 100–102,
pubescente; cabeça de moderada a fortemente declive, labro Hydrophilinae; 100, Hydrophilus sp., vv; 101, Berosus (Erosus)
pelo menos parcialmente livre; antena com 11 antenômeros, masculinus Knisch, vd; 102, Tropisternus (Priosternus) ovalis Laporte
filiforme, serrada, pectinada ou raramente incrassada; sutura de Castelnau, vd; 103, Sphaeridinae Phaenonotum sp., vd.; 104,
pleurosternal completa e curta; élitro não pontuado ou irregu- Spercheidae, Spercheus fimbriicollis Bruch, vd.
larmente pontuado; metafêmur às vezes mais desenvolvido que
Série Derodontiformia
os demais; bordo externo das tíbias quase sempre com carenas
longitudinais pares, mais ou menos espinhosas, esporões tibiais Superfamília Derodontoidea. A superfamília Derodontoidea é
duplos. a única da série Derodontiformia e foi restabelecida na classifi-
Larva alongada a elíptica e achatada; cabeça prognata, sutura cação de Lawrence et al. (2010a), embora com ressalvas quanto
frontal presente; 1–3 estemas cada lado, labro livre; antena com à possível parafilia do clado. Lawrence et al. (2010b) apresenta-
80–130 antenômeros (1º ínstar 3–4, e o número aumenta nos ram um histórico da problemática classificação da superfamília
últimos ínstares); abdômen com 8–9 segmentos; ápice do ab- e de suas três famílias e das classificações alternativas baseadas
dômen com câmera respiratória formada a partir do tergo VIII em estudos morfológicos. Para os autores, a classificação dessas
e IX que envolve um par de espiráculos. três famílias como uma superfamília separada seria necessária
Os adultos geralmente são encontrados sobre a vegetação para a manutenção da monofilia de Bostrichoidea (Lawrence
perto da água, enquanto as larvas geralmente ocorrem em há- et al. 2010a, b).
bitats lênticos, como lagos, pântanos e buracos de árvores, mas Estudos filogenéticos subsequentes (e.g. Lawrence et al.
também foram encontradas em madeira apodrecida e úmida. São 2011; McKenna et al. 2015; Zhang et al. 2018) demonstraram
que a superfamília é, de fato, um agrupamento artificial, com as
voadores ativos e espécies de alguns gêneros, como Scirtes Illiger,
três famílias distribuídas por diversos clados na filogenia de Cole-
possuem metafêmures alargados e podem saltar. A preferência
optera. Embora demonstrem a polifilia de Derodontoidea, esses
alimentar dos adultos é pouco conhecida, mas a variação nas trabalhos não propõem classificações alternativas, limitando-se a
mandíbulas pode indicar que alguns são predadores, enquanto indicar as posições filogenéticas das famílias. Lawrence (2016a)
outros não se utilizam de alimento sólido. As larvas são de um reconhece a controvérsia acerca da classificação das famílias de
tipo remanescente de estágios imaturos de insetos exopterigotos, Derodontoidea, mas não as classifica em nenhuma superfamília.
com antenas multianeladas, peças bucais filtradoras e sistema Derodontoidea sensu Lawrence et al. (2010a) é composta
respiratório metapnêustico. São campodeiformes, aparentando pelas famílias Derodontidae, Jacobsoniidae e Nosodendridae*.
imaturos de baratas, esclerosadas e marrons. Larvas de Scirtes Apenas a última ocorre no Brasil. Referências: Lawrence et al.
vivem na água que se acumula na bainha de bromélias e em (2010a, b, 2011), Zahradník & Háva (2014), McKenna et al.
buracos de árvores. São detritívoras filtradoras e usam o oitavo (2015) e Zhang et al. (2018).
espiráculo abdominal para respirar na superfície, enquanto as Nosodendridae (Figs 31.84–87). São reconhecidos especial-
papilas anais também têm função na respiração. mente pela forma oval, coloração negra, habilidade de retrair
Está dividida em três subfamílias, apenas uma delas com os apêndices, pernas anteriores achatadas, mantendo a tíbia
registro no Brasil (com *): Nipponocyphoninae, Scirtinae* e anterior em contato com fêmur quando em repouso, e clava
Stenocyphoninae. Uma das espécies mais comuns no Brasil é antenal protegida em cavidades no hipômero. Comprimento:
Ora complanata (Guérin-Méneville). Referência: Libonatti & 2,3–9 mm. Glabros ou subglabros; cabeça prognata; inserções
Ruta (2018). antenais não visíveis dorsalmente; labro parcialmente visível;

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COLEOPTERA

Reichardt foram encontrados juntos em exsudatos de Casuarina


sp. (Casuarinaceae) atacada por Pantophthalmidae (Diptera).
No Brasil ocorre apenas Nosodendron Latreille.
Diversos posicionamentos filogenéticos já foram propostos
para Nosodentridae: entre os Bostrichoidea, entre os Derodon-
toidea, associados aos Scirtoidea, como grupo-irmão de Scara-
baeiformia, ou agrupado com Elateriformia. Zhang et al. (2018)
posicionaram a família Nosodendridae como um clado irmão
das séries Staphyliniformia, Bostrichiformia e Cucujiformia,
Figuras 31.105–107. Hydraenidae, Hydraeninae. 105, Hydraena sp.,
porém, não a classificou em nenhuma série ou superfamília. Re-
antena; 106, Parhydraenida reichardti Balfour-Browne, cabeça, vd; ferências: Reichardt (1976), Costa et al. (1986), Beutel (1996),
107, Hydraena scintillutea Perkins, vd. Ivie (2002a), Zahradník & Háva (2014) e Zhang et al. (2018).
Série Staphyliniformia. Adulto caracterizado pela redução na
venação das asas (exceto Hydrophilidae), dobra da asa sem me-
canismo elástico intrínseco e com participação do abdômen, e
com quatro ou seis túbulos de Malpighi. A larva possui urogonfos
articulados e espiráculos com aparelho de fechamento. Inclui
duas superfamílias, Hydrophiloidea e Staphylinoidea.
Superfamília Hydrophiloidea (inclui Histeroidea). Caracte-
rizada principalmente pelo clípeo bem desenvolvido, cabeça
abruptamente constrita atrás dos olhos, mandíbula quase sempre
escondida pelo clípeo; antena usada para quebrar o filme da
superfície em espécies aquáticas, superfície corporal ventral com
pubescência hidrófuga fina e densa (plastrão), e ovos postos em
grupos envolvidos por casulo de seda.
Grupo biologicamente muito diverso, com membros encon-
trados tanto em hábitats terrestres quanto aquáticos. Os adultos
podem ser predadores, comedores de carniça ou herbívoros;
larvas geralmente predadoras. Possuem antena relativamente
curta, com escapo longo e clava trímera, pubescente; antenômero
precedente à clava transverso, côncavo e, nas formas aquáticas,
usado para auxiliar no reabastecimento do suprimento de ar.
Procoxa bem desenvolvida, perna geralmente espinosa ou den-
teada. Asa membranosa quase sempre com R–M curva e sem
mecanismo de mola. Espiráculos 7 ou 7 e 8 atrofiados. Edeago
do tipo trilobado (com parâmeros fundidos na maioria dos
Histeridae) e seis túbulos de Malpighi.
A larva é predadora, com mandíbula falciforme e proemi-
nente, sem mola, labro fundido ao clípeo, maxila geralmente
Figuras 31.108–113. Leiodidae. 108, Leiodinae, Scotocryptodes sem lobos apicais, palpífero maxilar completo e geralmente com
germaini Portevin, vd. 109–112, Cholevinae; 109, Dissochaetus apêndices articulados, espiráculo quase sempre bíforo, com
villosus Szymczakowski, antena; 110, Adelopsis sp., cabeça, vf; 111, aparelho de fechamento, urogonfos relativamente pequenos e
Adelopsis leo Gnaspini, vd.; 112, Dissochaetus vanini Gnaspini, vd.;
113, Leiodinae, Scotocryptus (Scotocryptopsis) parasitus Reitter, vd.
articulados ou às vezes ausentes. A pupa sem espiráculo funcional
no primeiro segmento abdominal.
antena com 11 antenômeros e clava com 3; protórax mais largo Inclui 9 famílias das quais 6 (com *) estão registradas para o
que longo, fortemente convexo dorsalmente; processo prosternal Brasil: Epimetopidae*, Georissidae*, Helophoridae, Histeridae*,
largo, atingindo a margem posterior da procoxa; élitro convexo Hydrochidae*, Hydrophilidae*, Spercheidae*, Sphaeritidae e
e pontuado; tíbia protorácica geralmente mais larga, adaptada Syntellidae.
para escavar; abdômen com 5 ventritos. Epimetopidae (Figs 31.88–89). Apresentam estrututura caracte-
Larva alongada e fusiforme, achatada; granulada e tubercu- rística no pronoto, olhos emarginados, ventrito III muito curto
lada dorsalmente; cabeça prognata, ramos frontais em forma de e ausência de pubescência basal no profêmur. Comprimento:
U; 5 estemas cada lado; tórax e abdômen com franja lateral de 1–4 mm. Corpo robusto, contorno interrompido entre pronoto
cerdas longas; segmento VIII alongado e estreitado para o ápice. e élitro por fenda profunda; pronoto com projeção anterior bem
São principalmente comedores de fungos, vivendo em desenvolvida, escondendo a cabeça defletida; cabeça e pronoto
associação com fluxos de seiva em fermentação ou madeira com escultura granulada; olho profundamente emarginado
infestada por fungos. Larvas e adultos de Nosodendron angelum anteriormente, com crista posterior distinta; labro livre; antena
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COLEOPTERA

com 9 antenômeros; cúpula antenal apenas levemente diferen-


ciada, clava compacta; élitro pontuado-estriado; fêmur sem
pubescência hidrófuga; tíbias média e posterior com espinhos
finos e finamente serradas na face externa; tarso simples, com 5
tarsômeros; ventrito III curto e parcialmente escondido embaixo
da metacoxa.
Larva em aspecto geral, geralmente semelhante a Hydrophi-
lidae, mas sem átrio estigmático; cabeça prognata; sutura epicra-
nial presente; labro fundido à fronte formando nasal; mandíbula
em forma de foice, com margem interna distal serrada; estemas
indistintos ou agregados formando uma ou duas manchas de
cada lado; segmento X reduzido; segmento IX com um par de
urogonfos curtos e um par de projeções digitiformes longas.
Apenas o gênero Epimetopus Lacordaire, ocorre no Brasil,
cujas espécies parecem ser ripárias, vivendo entre vegetação na
margem de córregos e algumas espécies são encontradas embai-
xo de pedras de cascalho molhado; as fêmeas carregam casulos Figuras 31.114–117. Ptiliidae, vd. 114, vd; 115, cabeça, vd; 116,
de seda com ovos embaixo do abdômen que são mantidos na asa; 117, Ptiliinae, vd.
posição com a ajuda do metafêmur. Os adultos geralmente são
cobertos por crosta de partículas de solo. As larvas possuem
espiráculos funcionais, o que sugere que podem permanecer
acima do nível de água. Membros de Epimetopus estão associados
à água corrente, mas não está claro se são aquáticos ou vivem na
zona ripária. Rocha (1967) coletou fêmeas com sacos ovígeros
atraídas pela luz, a cerca de 10 m de um riacho. Referências:
Rocha (1967, 1969), Perkins (2012) e Fikáček et al. (2021).
Georissidae (Fig. 31.90). Caracterizada principalmente pelo
prosterno reduzido, procoxas alargadas, mesocoxas separadas,
ausência de pubescência ventral hidrófuga, modificações elitrais
específicas, e esternito III alargado. Comprimento: 1–2 mm.
Corpo curto e largo, fortemente convexo; pronoto e élitros se-
paradamente redondos; pronoto mais largo na metade posterior,
com projeção anterior bem desenvolvida, escondendo a cabeça
defletida; cabeça e pronoto com granulação pronunciada; labro
livre; antena geralmente com 9 antenômeros, escapo abrupta-
mente engrossado apicalmente, cúpula antenal pequena e não
distintamente diferenciada, clava compacta; prosterno reduzido
a uma ponte estreita e levemente esclerosada, sem processo pros-
ternal; procoxas alargadas, fundidas ao protrocanter; hipômero
com sulco antenal anterior; escutelo indistinto; élitro bem en-
caixado no pterotórax e abdômen, pontuado estriado; metacoxas
amplamente separadas, fortemente estreitadas lateralmente;
Figuras 31.118–124. Silphidae, Silphinae, Oxelytrum discicollis
tíbia anterior achatada e sem esporões; tíbias média e posterior (Brullé); 118, vd; 119–120, cabeça, vd, vv; 121, antena; 122-123,
cilíndricas com esporões delgados; tarsos 4-4-4. protarsos da fêmea e do macho; 124, Oxelytrum sp. vd.
Larva semelhante à de Hydrophilidae, mas com pernas curtas
e sem átrio estigmático. Cabeça prognata, nasal subtriangular, de espécies ripárias são geralmente cobertos por crosta feita de
mandíbula em forma de foice, antena dorsal, com 3 antenôme- areia fina ou lama cuja camuflagem torna difícil a observação.
ros; perna com segmentação reduzida; segmento IX com uma As larvas predam pequenos invertebrados ou podem ser
placa dorsal e um par de urogonfos curtos; segmento X com canibais em condições de laboratório. Os casulos de ovos são
pequena placa dorsal e um par de tergitos laterais. construídos de seda e enterrados no solo úmido.
Geralmente ripários, encontrados nas margens de córregos Inclui apenas o gênero Georissus Latreille. No Brasil ocorre
ou rios, entre lama e algas. Algumas espécies podem ser encon- apenas G. humeralis Pic. Referência: Reichardt (1973b).
tradas em água estagnada temporária e poucas habitam o folhiço
em florestas tropicais. Os adultos necessitam de corpos de água Histeridae (inclui Niponiidae) (Figs 31.91–98). Formam um
produzindo bancos de areia sobre os quais lodo e detritos são grupo distinto de besouros negros, principalmente predadores. A
permanentemente depositados. Após o voo de dispersão, os maioria com forma compacta, e cabeça e apêndices retráteis. São
adultos recém-emergidos vivem no solo ou areia úmida. Adultos arredondados ou ovais, às vezes achatados ou cilíndricos; antena

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COLEOPTERA

Figuras 31.125–140. Staphylinidae. 125, Aleochara lateralis Erichson (Aleocharinae), vd; 126, Stenaesthetus sp. (Euaesthetinae), vd; 127,
Phloeonomus sp. (Omaliinae), pronoto e cabeça, vd; 128, Oxytelus sp. (Oxytelinae), vd; Ophites fauveli Lynch (Paederinae); 129, cabeça,
vv; 130, metacoxa; 131, Piestus sp. (Piestinae), vd; 132, Hamotus sp. (Pselaphinae), vd; 133, Hamotocellus sp. (Pselaphinae), cabeça, vd;
134, Scaphidium sp. (Scaphidiinae), cabeça, vd; 135, Philonthus aeruginosus Nordmann (Staphylininae), vd; 136–139, Scydmaeninae; 136,
cabeça, vd; 137, profêmur; 138, mesofêmur; 139, perna metatorácica; 140, Stenus sp. (Steninae), vd.

(Figs 31.5D, 93) geniculada, com clava compacta trímera, élitro Larva e adulto geralmente são predadores de insetos de
curto e truncado, expondo pelo menos os dois últimos tergitos corpo mole, larvas e ovos, principalmente de Cyclorrhapha
e pigídio operculado. Comprimento: 1–23 mm. Geralmente (Diptera). São encontrados embaixo de casca de troncos apo-
bem esclerosado dorsal e ventralmente, às vezes com mandíbulas drecidos, galerias de Scolytinae (Curculionidae) e de outros
proeminentes; maioria negra e brilhante, mas alguns verdes ou besouros broqueadores, excrementos, bromélias, carniça, fungos
azuis metálicos, ou com listras. Cabeça geralmente hipognata, apodrecidos e outras matérias orgânicas em decomposição ou
ocasionalmente prognata; clípeo e fronte fundidos para formar fermentação, ninhos de aves ou mamíferos, ninhos ou colônias
o epistoma; labro livre; protórax geralmente marginado late- de insetos sociais e cavernas. Algumas espécies ocorrem em pro-
ralmente, escavado ventralmente para a recepção das pernas dutos estocados, serapilheira, solo de floresta ou areia de dunas;
outras são atraídas pela seiva exsudada por árvores. Os túneis e
protorácicas; prosterno consiste em quilha mediana elevada,
galerias de besouros broqueadores de madeira são habitados por
geralmente marginada por estrias; élitro geralmente retangular
histerídeos com corpo tipicamente cilíndrico. Algumas espécies
e estriado; meso e metatíbia espinosas lateralmente geralmente
são agentes potenciais de controle biológico contra insetos
com esporões apicais.
broqueadores pragas.
Larva alongada, cilíndrica, paralela lateralmente; escleritos
Quase todos são capazes de voar e são muito suscetíveis à
torácicos e abdominais de tamanho variável; cabeça prognata, captura via interceptação de voo. A maioria parece ser diurna e,
cutícula bem esclerosada, sutura epicranial presente; estemas quando perturbada, retrai a cabeça e dobra as pernas contra o
presentes ou ausentes; labro fundido à cápsula cefálica; antena corpo, fingindo-se de morta. Alguns estão aptos a endireitar-se
com 3 antenômeros; mandíbula falcada; pronoto cobrindo toda quando invertidos, abrindo e fechando rapidamente os élitros.
a superfície dorsal do protórax e geralmente com 21–22 poros As larvas têm dois ínstares, alimentam-se de líquidos e a digestão
cada lado; segmentos I–VIII geralmente com cerdas, poros, e é extraoral.
asperites, ocasionalmente esterno com falsas pernas; segmento IX Está dividida em onze subfamílias (Kovarik & Caterino
geralmente com um par de urogonfos 2-segmentados; segmento 2016), sete delas (com *) ocorrem no Brasil: Abraeinae*,
X ou pigópodo presente. Chlamydopsinae, Dendrophilinae*, Haeteriinae* (Fig. 31.94),
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Figuras 31.141–156. Staphylinidae, vd. 141, Aleocharinae, Ecitogaster schmalzi Wassmann; 142, Euaesthetinae, Stenaestethus sp.; 143,
Osoriinae, Leptochirus scoriaceus Germar; 144, Oxytelinae, Bledius hermani Caron & Ribeiro-Costa; 145, Paederinae, Paederus mandibularis
Erichson; 146, Paederinae, Taenodema sp.; 147, Piestinae, Piestus bicornis (Olivier); 148, Pselaphinae, Fugister sp.; 149, Pselaphinae,
Hamotocellus hirsutus Raffary; 150, Scaphidiinae, Scaphidium sp.; 151, Scydmaeninae, Plaumanniola sanctaecatharinae Costa Lima; 152,
Staphylininae, Glenus chrysis (Gravenhorst); 153, Staphylininae, Plochionocerus sp.; 154, Steninae, Stenus cyaneosplendidens Bernhauer;
155, Tachyporinae, Coproporus hepaticus (Erichson); 156, Tachyporinae, Vatesus goianus Borgmeier.

Histerinae* (Figs 31.91–93, 95–96), Niponiinae, Onthophi- Larva: hábito semelhante a Hydrophilidae, mas difere prin-
linae, Saprininae* (Fig. 31.97), Tribalinae*, Trypanaeinae* cipalmente nas características ventrais da cabeça; nasal presente
(Fig. 31.98) e Trypeticinae. Referências: Mazur (1984, 1997), ou indistinto; suturas frontais curtas; mandíbulas em forma de
Ślipiński & Mazur (1999), Leivas et al. (2013, 2015), Caterino foice; estemas pequenos, fundidos ou agregados; antena robusta,
& Tishechkin (2014, 2016), Celli et al. (2015), Gonçalves & com 3 antenômeros; perna bem desenvolvida; segmento IX com
Leivas (2017) e Correa et al. (2020). vários lobos esclerosados e um par de urogonfos 2-segmentado.
Adulto e larva são aquáticos e vivem associados a plantas
Hydrochidae (Fig. 31.99). Grupo homogêneo, com cavidades aquáticas (raízes ou ramos), nas margens de lagos ou águas com
procoxais fechadas externamente, ventritos com pontuação movimento lento. Os adultos movem-se muito lentamente no
grossa e placa semitransparente no esternito abdominal VII. substrato, alimentam-se de algas ou matéria vegetal em decom-
Comprimento: 1,5–6 mm. Corpo alongado, geralmente estreito; posição; fingem-se de mortos quando perturbados. As fêmeas
pronoto mais largo na região mediana anterior, distintamente constroem casulos de seda e o 1º ínstar emerge 7–10 dias após
estreitado atrás, mais estreito que a base dos élitros; cabeça e a construção do casulo. As larvas rastejam no substrato e sua
pronoto com superfície irregularmente granulada; grânulos dieta permanece desconhecida.
geralmente metálicos, cada um com um ponto cerdoso central. Está representada apenas pelo gênero Hydrochus Leach.
Cabeça fortemente estreitada na frente dos olhos; labro livre; Referência: Oliva (1996).
antena com 7 antenômeros, escapo tão longo quanto a largura Hydrophilidae (Figs 31.100–103). Nomes populares: besouro-
da cabeça, cúpula antenal bem diferenciada, projetada inter- -d’água, mãe-d’água, mergulhão. Caracterizados principalmente
namente, clava compacta; pronoto com fileira transversa de 4 pela margem lateral do pronoto formando uma linha convexa
impressões arredondadas na base, e uma fileira transversa com contínua com os élitros; tíbias anteriores com as duas séries
três impressões em frente as anteriores; élitro pontuado-estriado; de espinhos mais externas intimamente agregadas; epipleura
tíbia com esporões muito pequenos; tarsos 5-5-5, tarsômeros vertical; e fêmures com cristas definindo os sulcos tibiais. Com-
I–IV curtos. primento: 0,5–50 mm. A maioria oval, convexo dorsalmente e

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COLEOPTERA

e ocasionalmente, predadores ou necrófagos; algumas espécies


são predadores de moluscos e outros invertebrados. Os terrestres
pertencem à subfamília Sphaeridiinae, com alguns membros
semiaquáticos e geralmente têm palpo maxilar igual ou mais
curto que a antena.
Os adultos nadam alternando movimentos das pernas meta-
torácicas. Muitas espécies colocam as antenas embaixo da cabeça
enquanto estão na água, mas geralmente ficam estendidas no
ar. Quando submersos, usam as antenas para quebrar a tensão
superficial da água, trazendo ar puro para a bolha do plastrão.
Figuras 31.157–159. Geotrupidae, Bolboceratinae, vd. 157; Athyreus Respiram o ar atmosférico e retém uma bolha ventral com a
sp.; 158, Bolbapium striatopunctatum (Laporte de Castelnau); 159,
Parathyreus sp.
densa pubescência hidrófuga (plastrão). O plastrão estende-se
da parte posterior da cabeça até a superfície ventral do abdômen
e, desse modo, leva ar aos espiráculos abdominais. Quando
necessitam renovar a bolha de oxigênio, nadam para a super-
fície e quebram a tensão superficial com a ajuda das antenas,
que possuem a clava coberta de pubescência hidrófuga. Muitas
espécies, especialmente de Hydrophilini, podem produzir sons
usando o mecanismo elitral-abdominal. Adultos voam bem e
são geralmente atraídos pela luz. Nas espécies aquáticas, a cópula
dá-se na água, seguindo breve corte.
As fêmeas das espécies semiaquáticas e aquáticas mais
basais põem ovos individuais ou em massas cobertas por seda.
Figura 31.160. Glaresidae. Glaresis pardoalcaidei Martinez, Pereira
& Vulcano. Fonte: Maria E. Maldaner. Os grupos aquáticos mais distais põem ovos em casulos de
seda flutuante, submerso ou semissubmerso, geralmente com
achatado ou côncavo ventralmente; geralmente lisos, brilhantes, prolongamento apical longo semelhante a fita. Os casulos são
com coloração negra, às vezes com manchas marrons, raramente produzidos com a ajuda dos gonocoxitos e são variáveis na forma,
amarelados ou metálicos. Pubescência dorsal escassa, moderada tamanho e número de ovos que contém. A seda é produzida
nas pernas e densa no esterno, na clava antenal e nas peças bucais; pelas glândulas anais e liberada pelas fiandeiras.
pronoto mais largo na base; cabeça livre, ligeiramente inclinada As larvas ocorrem em hábitats semelhantes aos adultos, são
(fortemente em Berosini), e ligeiramente estreitada atrás dos predadoras ativas ou ficam à espreita da presa e podem ser cani-
olhos; antena com 7-9 antenômeros (variável ao nível especí- bais. Alimentam-se de todos os tipos de invertebrados aquáticos
fico), com comprimento variável mas geralmente mais curta e pequenos vertebrados. As larvas aquáticas podem respirar na
que a cabeça; clava frouxa, assimétrica ou não; pronoto quase superfície da água através dos espiráculos ou possuem brânquias
sempre convexo e pontuado; élitro frequentemente com estrias traqueais laterais. Empupam fora da água em um casulo, no solo
distintas ou fileiras de pontos seriais, mas às vezes apenas com ou na serapilheira.
estria sutural; metaventrito com porção mediana elevada, a qual Várias subfamílias foram elevadas ao nível de família, como
pode projetar-se anteriormente; metacoxa geralmente levemente Epimetopinae, Georissinae, Hydrochinae e Spercheinae.
estreitada lateralmente; tarso geralmente com 5 tarsômeros (4 Está dividida em seis subfamílias (Archangelsky et al. 2016b),
tarsômeros em machos de Berosus Leach). das quais apenas Cylominae não ocorre no Brasil: Acidocerinae,
Larva com cabeça prognata fortemente esclerosada, corpo Chaetarthriinae, Cylominae, Enochrinae, Hydrophylinae e
não esclerosado; geralmente com pernas bem desenvolvidas e Sphaeridinae. Referências: Smetana (1975), Hansen (1991),
atrio estigmático formado pelos segmentos VIII-IX (reduzido Gustafson & Short (2010), Clarkson et al. (2014, 2018),
em Berosus); ramos frontais completos ou incompletos; labro Kohleberg & Short (2017), Short et al. (2017), Girón & Short
fundido à fronte formando nasal; mandíbulas em forma de (2017, 2018) e Short & Girón (2018).
foice; 6 ou menos estemas cada lado; antena com 3 antenôme-
ros; perna bem desenvolvida, reduzida ou ausente; segmentos Hydrophilinae (Figs 31.100–102). Apresentam um braço me-
VIII-IX modificados para formar o átrio espiracular; segmento sofurcal longo e cerdas natatórias longas nas tíbias; inclui Am-
IX geralmente trilobado, formando a valva ventral do átrio, com phiopini, Berosini, Hydrobiusini, Hydrophylini e Laccobiini.
um par de urogonfos 1-segmentado. Sphaeridinae (Fig. 31.103). Possuem labro retraído embaixo
Os hidrofilídeos formam dois agrupamentos principais, do clípeo; tufo subapical de cerdas no palpômero labial 2; me-
um de besouros aquáticos e outro de terrestres necrófagos. Os tatarsômero I distintamente mais longo que II; presença de uma
aquáticos geralmente podem ser reconhecidos pelo palpo ma- placa mediana elevada no mesoventrito; e ventrito I carenado;
xilar longo, às vezes confundidos com antena, e antena curta, inclui Coelotomatini, Megasternini, Omicrini, Protosternini e
com 6 a 9 antenômeros, geralmente formando clava com três Sphaeridini.
antenômeros. São encontrados em águas paradas de lagos e
lagoas ou riachos com águas calmas, contendo vegetação em Spercheidae (Fig. 31.104). Táxon homogêneo, apresenta antena
abundância. Os adultos geralmente são vegetarianos, onívoros com pedicelo e cúpula densamente pubescentes; gálea longa,

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COLEOPTERA

delgada, em forma de foice, com uma fileira longitudinal bem das quais apenas a primeira não corre no Brasil: Agyrtidae,
definida de cerdas da base ao ápice; empódio multicerdoso em Hydraenidae, Leiodidae, Ptiliidae, Silphidae e Staphylinidae.
todos os tarsos, e hábito filtrador incomum. Comprimento: 3–5
Hydraenidae (= Limnebiidae) (Figs 31.105–107). São reco-
mm. Corpo oval, moderadamente convexo, às vezes levemente
nhecidos pela presença de seis ou sete ventritos e uma pequena
atenuado posteriormente; contorno mais ou menos interrompi-
projeção entre as metacoxas, e suturas gulares confluentes ante-
do entre pronoto e élitros; cabeça e pronoto mais ou menos pon-
riormente. São superficialmente semelhantes aos hidrofilídeos
tuado-ruguloso, nunca granulado; cabeça fortemente estreitada
de pequeno tamanho e geralmente têm a região ventral coberta
atrás dos olhos; clípeo com margens elevadas; labro escondido
de pubescência hidrófuga e às vezes palpos maxilares mais
pelo clípeo; antena com 7 antenômeros, pedicelo mais robusto
longos que as antenas. Comprimento: 0,5–3 mm. Forma de
que escapo, com pubescência hidrófuga longa; antenômero 3
alongada a oval, moderadamente convexa; coloração de negra
(intermediário) muito pequeno, curto e glabro; cúpula antenal
a castanho-avermelhada, às vezes com reflexo metálico; pernas
bem desenvolvida, coberta por pubescência hidrófuga densa
e palpos geralmente mais claros; dorso geralmente esculturado
semelhante aos antenômeros da clava; clava frouxa; pronoto
com impressões ou sulcos no pronoto, e cerdas esparsas; ventre
mais ou menos distintamente explanado lateralmente; élitro
coberto de pubescência hidrófuga, formando o plastrão; cabeça
sem (ou apenas muito fina) fileiras de pontos cerdosos; fêmures
prognata, geralmente abruptamente constrita atrás dos olhos;
médio e posterior com cerdas hidrófugas basais; tíbias robustas,
região dorsal da cabeça convexa, pontuada ou microesculturada,
cilíndricas, finamente serradas externamente; esporões pouco
com fóveas ou sulcos, microtuberculados ou granulados; labro
desenvolvidos; tarsos com 5 (tarsômeros I–IV muito curtos)
livre; antenas curtas, com 7–11 antenômeros, inseridas em frente
ou 4 tarsômeros.
aos olhos; clava com 1–6 antenômeros; élitro bem esclerosado,
Casulo de ovos feitos de seda são carregados pela fêmea
cobrindo totalmente o abdômen ou deixando 2 tergitos expostos;
embaixo do abdômen, mantidos com o fêmur posterior.
tarsos com 5 tarsômeros.
Larva com cabeça, pronoto, pernas e tergos abdominais
Larva campodeiforme; tórax e abdômen com tergitos escle-
VII–IX bem esclerosados; cabeça pentagonal; labro proeminente
rosados; cabeça subprognata, com 5 estemas cada lado; sutura
e fundido à cápsula cefálica; 5 estemas cada lado; antena com 3
epicranial presente, labro livre; antena com 3 antenômeros;
antenômeros; mandíbula em forma de foice; pernas sem cerdas
urogonfos 2-segmentados; segmento X com um par de ganchos.
natatórias; segmentos VIII–IX formam átrio estigmático de
As larvas são desconhecidas para o Brasil. A maioria é aquá-
tamanho moderado.
tica, mas numerosas espécies são estritamente ripárias e vários
Pouco se conhece da biologia da família. O que se conhece
gêneros têm representantes terrestres (humícolas). Habitam
está baseado em Spercheus halophilus Archangelsky e S. emar-
quedas d’água, cascatas e porções higropétricas de riachos.
ginatus (Schaller). Adulto e larva são aquáticos. Adulto de S.
Também são encontrados em estacas de madeira, escombros e
halophilus vive em lagos temporários de água salgada entre a
troncos acumulados pela corrente. Podem viver em depósitos
vegetação emergente. Eles movem-se muito devagar pelo subs-
arenosos úmidos ao longo de rios, lagoas e lagos.
trato e podem andar sob a superfície da água. Adulto respira o
Os adultos, quando submergem, estocam ar em um re-
ar atmosférico e retém uma bolha de ar ventral em um plastrão.
servatório na superfície ventral e embaixo dos élitros. Muitas
Renova a bolha de oxigênio quebrando o filme de água da su-
espécies, especialmente as que vivem em águas estagnadas ou
perfície com a clava pubescente. Adultos geralmente são bons
de fluxo lento, usam as antenas modificadas para reabastecer o
voadores.
reservatório de ar; as espécies que vivem em águas bem oxige-
Adultos alimentam-se de material vegetal e matéria orgânica
nadas podem ficar submersas por longo tempo, pois respiram
em decomposição. Larvas não são muito ativas, rastejam vaga-
através de um microplastrão (camada de ar muito fina, man-
rosamente no substrato e também são capazes de andar sob a
tida ventralmente por densa camada de cerdas hidrófugas). As
superfície da água. Consomem algas e detritos, e também podem espécies aquáticas geralmente não são capazes de nadar; muitas
se alimentar de organismos mortos, mas não são predadoras. espécies, especialmente aquelas que vivem em águas estagnadas
Inclui apenas o gênero Spercheus Kugelann; no Brasil ocorre ou nas margens de água corrente, são capazes de locomover-se
apenas Spercheus fimbriicollis Bruch. Referência: Reichardt et debaixo d’água, suspensas na película de tensão superficial.
al. (1975). Quando vistos de cima, são facilmente reconhecidos pela bolha
Superfamília Staphylinoidea. Os adultos são morfologica- de ar ventral prateada. Registros de voo são raros. Alguns autores
mente variáveis, mas com pronoto sem crista acessória abaixo acreditam que são fitófagos, alimentando-se principalmente de
da margem posterior, face ventral dos élitros sem mancha lateral algas, esporos, detritos etc., enquanto outros acreditam que as
mediana, asas posteriores sem mecanismo de mola distal à célula larvas são predadoras. A oviposição ocorre adjacente ao hábitat
da larva. Os ovos são presos e cobertos com seda produzida pelas
radial e sem loop mediano, peça basal do edeago reduzida ou
fiandeiras caudais.
ausente (membranosa) e quatro túbulos de Malpighi. Procoxas
Os adultos possuem plastrão, mas a maioria das larvas não
geralmente fortemente projetadas, metaventrito quase sempre apresenta adaptações aquáticas especiais, exceto aquelas que
sem sutura ou linha mediana, pernas geralmente espinhosas com vivem em quedas d’água que respiram através de um par de
tarsos simples (pelo menos nas pernas metatorácicas), ventrito tubos espiraculares atrás do protórax. Os Hydraenidae são muito
II geralmente visível apenas lateralmente e élitros geralmente sensíveis à poluição e podem ser utilizados como indicadores da
truncados, expondo de um a vários tergitos. Inclui 6 famílias, qualidade de rios e riachos.

620
COLEOPTERA

estemas cada lado, podendo variar de 0–5; antena longa, com


3–4 antenômeros; labro livre; tergo IX com um par de urogon-
fos, que pode ser 1- ou 2-segmentados, com segmento 2 longo
e multianelado; segmento X visível dorsalmente.
Geralmente são saprófagos de vários tipos de matéria orgâ-
nica em decomposição, incluindo material vegetal e animal, ou
são micófagos. Adulto e larva têm peças bucais “micrófagas”,
adaptadas à alimentação de partículas finas. Vivem em grande
variedade de hábitats, principalmente áreas florestadas, incluindo
serapilheira, excrementos, carniça, fungos apodrecidos e maté-
ria orgânica em decomposição. Alguns ocorrem em cavernas
e ninhos de mamíferos, pássaros, formigas, cupins e abelhas
sem ferrão. A maioria pode ser capturada com iscas de fezes ou
carne apodrecida. Vários Leiodinae se alimentam de esporos e
outros tecidos de fungos. A redução ou perda das asas é comum
na família.
Está dividida em seis subfamílias, das quais três (com *)
ocorrem no Brasil: Camiarinae*, Catopocerinae, Cholevinae*
(Figs 31.109–112), Coloninae, Leiodinae* (Figs 31.108, 113)
e Platypsyllinae. Referências: Gnaspini (1996), Newton (1998),
Peck & Cook (2003) e Peck et al. (2020).
Ptiliidae (= Trichopterygidae; inclui Cephaloplectidae, Limu-
lodidae) (Figs 31.114–117). Distinguem-se principalmente
pela presença de espirais de cerdas nos antenômeros e franja
de cerdas nas margens das asas membranosas. Estão entre os
menores besouros conhecidos. Comprimento: 0,25–1,2 mm.
Corpo geralmente alongado, oval ou limuloide, e convexo em
grau variável; coloração variada, amarelada, castanha, castanho-a-
vermelhada, negra ou cinza, geralmente densamente pubescente,
Figuras 31.161–167. Hybosoridae. 161, Germarostes macleayi (Perty)
(Ceratocanthinae), vl; 162, Chaetodus sp. (Hybosorinae), vd; 163,
com cerdas douradas. Cabeça prognata, geralmente redonda ou
Anaidinae, Cryptogenius fryi Westood; 164–166, Ceratocanthinae; sub-quadrada, constrita atrás dos olhos; antena inserida na frente
164, Germarostes sp., vd; 165, Germarostes sp., vl; 166, dos olhos, na margem anterior da cabeça, com 11 antenômeros;
Astaenomoechus sp., vv; 167, Hybosorinae Coilodes sp, vd. antenômero 3 inserido no 2, os últimos 3 formando clava fraca;
élitro cobrindo quase todo o abdômen ou encurtado, expondo
Está dividida em quatro subfamílias: Hydraeninae*, Och-
3–5 tergitos abdominais; asa membranosa, quando presente,
thebiinae*, Orchymontinae e Prosthetopinae, sendo que as duas
estreita e marginada por cerdas longas; fórmula tarsal 3-3-3,
primeiras ocorrem no Brasil.
tarsômero basal reduzido, II vestigial e III longo e estreito;
No Brasil, ocorrem quatro gêneros, Adelphydraena Perkins,
abdômen com 6 ventritos.
Gymnochthebius d´Orchymont, Hydraena Kugelann e Parhy-
Larva alongada, linear, de branca a castanha com cerdas
draenida Balfour-Browne. Referência: Delgado et al. (2018).
esparsas e simples; cabeça subprognata, sutura epicranial e
Leiodidae (Figs 31.108–113). Geralmente são reconhecidos estemas ausentes; antena com 3 antenômeros; labro livre; abdô-
pelo antenômero VIII menor que o VII e IX; possuem apenas um men 10-segmentado; tergito IX com urogonfo 1-segmentado;
tipo de vesícula sensorial interna, geralmente aberta na superfície segmento X cilíndrico.
distal dos segmentos abdominais VII, IX e X. Vivem em matéria orgânica em decomposição e geralmente
Comprimento: 1–8 mm. Forma do corpo geralmente ova- se alimentam de esporos e hifas de fungos e outras partículas
lada, mas muito variada, mais ou menos alongada, convexa a orgânicas (micrófagos). Podem ser encontrados em troncos apo-
achatada; alguns com capacidade para dobrar-se; coloração de drecidos, dossel da floresta, excrementos de mamíferos, fungos
castanha a negra, raramente com áreas coloridas. Cabeça de que cobrem troncos, buracos de árvores, ninhos de formigas,
prognata a levemente hipognata, coberta em parte pelo pronoto; serapilheira e detritos orgânicos em decomposição. Alguns gru-
élitro geralmente cobrindo todo o abdômen e não truncado, ou pos são mirmecófilos ou termitófilos. Adulto e larva geralmente
levemente truncado e expondo um tergito abdominal; antena habitam o mesmo nicho, a maioria se alimentando das mesmas
com 11 ou raramente 10 antenômeros, geralmente com clava fontes de alimentos. Em condições favoráveis, reproduzem-se
com 5; labro livre; todos os tarsos com 5 tarsômeros ou redu- continuamente.
zidos (3-3-3) às vezes heterômeros ou dimórficos sexualmente. Alguns gêneros, como Ptinella Motschulsky (que não ocorre
Larva alongada, paralela lateralmente ou ovalada, fortemente no Brasil), têm dimorfismo sexual no desenvolvimento das
achatada; superfície forte ou ligeiramente pigmentada; cabeça asas e dos olhos: os olhos estão ausentes nos machos e as asas,
prognata, ramos frontais geralmente presentes; geralmente 5 ausentes nas fêmeas.

621
COLEOPTERA

Está dividida em quatro subfamílias, das quais duas (com


*) ocorrem no Brasil: Acrotrichinae*, Cephaloplectinae, Nano-
selllinae e Ptilinae*. Referências: Sörensson & Delgado (2019)
e Darby (2020).
Silphidae (Figs 31.118–124). Nome popular: coveiros (Ni-
crophorus sp.). Os adultos são facilmente reconhecidos pela
antena clavada ou capitada, procoxa proeminente e élitro não
estriado, às vezes formando costas (elevações). Comprimento:
12–30 mm. Corpo de ovalado a moderadamente alongado;
geralmente glabro dorsalmente; pronoto geralmente total ou
parcialmente amarelado ou avermelhado; élitros geralmente
com cores escuras, negra, castanha com áreas avermelhadas,
alaranjadas ou amareladas.
Larva campodeiforme ou eruciforme; sutura epicranial
presente, 6 estemas cada lado ou ausentes; tergito IX com um
par de urogonfos.
Geralmente são encontrados associados a matéria orgânica
em decomposição, principalmente carcaças de vertebrados.
São necrófagos e geralmente vivem em carne apodrecida ou
escavando o solo, enterrando-se sob as carcaças. Algumas espé- Figuras 31.168–171. Lucanidae, vd. 168–170, Lucaninae; 168,
Casignetus spixi (Perty); 169, Casignetus humboldti (Gyllenhal);
cies se alimentam de fungos (micófagas), de matéria orgânica
170, Leptinopterus tibialis (Eschscholtz); 171, Syndesinae, Psilodon
vegetal em decomposição (saprófagas) ou são predadoras. Os schuberti (Perty).
ovos são postos próximos às carcaças e, quando a larva emerge,
é alimentada pelo adulto e também alimenta-se diretamente das Larva geralmente campodeiforme e com urogonfos 1–3-seg-
carcaças. O desenvolvimento dura poucos dias e a empupação mentados; cabeça prognata, sutura epicranial presente; labro
ocorre perto da carcaça. geralmente livre; 0–6 estemas; antena com 3 antenômeros;
Está dividida em duas subfamílias, Nicrophorinae e Silphi- abdômen 10-segmentado.
nae, a segunda com registros para o Brasil, representada pelo Os adultos possuem glândulas defensivas abdominais asso-
gênero Oxelytrum Gistel. Referências: Peck & Anderson (1985) ciadas a reservatórios e estruturas para dispersão, com posição e
e Sikes et al. (2002). estrutura diferentes nas várias subfamílias.
Staphylinidae (inclui Scydmaenidae, Pselaphidae, Scaphidii- Adulto e larva, com algumas exceções, consomem o mesmo
dae) (Figs 31.125–156). Os principais nomes populares são: tipo de alimento. Geralmente são predadores (generalistas ou
bicho-de-fogo, caga-fogo, caga-pimenta, fogo-selvagem, mijão, especialistas), micófagos ou saprófagos. São abundantes em há-
podó, potó, potó-pimenta, trepa-moleque, tucura. É a segunda bitats de floresta ou de bosque, mas muitas espécies ocorrem no
maior família de Coleoptera. É muito variável na forma, mas gramado, arbusto ou na copa das árvores. Vivem em ambientes
úmidos; em geral, são raros em hábitats secos. Geralmente ocu-
a maioria possui élitros curtos e truncados, expondo mais da
pam superfície de escombros de plantas, solo, grama, embaixo
metade do abdômen (seis ou sete tergitos) e procoxas geralmente
de casca ou dentro de troncos, serapilheira, excrementos, carniça
contíguas. Membros de Pselaphinae têm o abdômen mais rígido
e fungos. Adultos de algumas espécies ficam na vegetação espe-
e geralmente apenas cinco ventritos, mas são facilmente reco-
rando sua presa ou nas flores alimentando-se de pólen; algumas
nhecidos pelo corpo compacto e antenas geralmente clavadas. são fungívoras, fitófagas ou inquilinas de ninhos de vertebrados
Outros estafilinídeos atípicos também podem ser reconhecidos e insetos sociais ou não sociais. Os mirmecófilos ou termitófilos
pela forma particular do corpo. Alguns possuem élitros longos, vivem em comensalismo, mutualismo ou simbiose com formigas
que cobrem quase todo o abdômen, mas podem ser identificados e cupins. Em troca do alimento que recebem, oferecem a secreção
pela presença de seis ventritos e ausência do quarto tarsômero das glândulas anexas aos tricomas nas laterais do abdômen. As
lobado. Comprimento: 1–40 mm. Corpo geralmente alongado, larvas geralmente são predadoras e ocorrem nos mesmos hábitats
com margens laterais paralelas; às vezes achatado ou abaulado; dos adultos. Larvas e adultos podem ser importantes predadores
sempre muito esclerosado; maioria negra ou castanha, mas alguns de invertebrados pragas da agricultura. Espécies de Scaphidiinae
amarelados, castanho-avermelhados, metálicos ou formando são encontradas em cogumelos, tronco de árvores, sobre casca ou
padrões coloridos; glabros ou pubescentes. Cabeça prognata madeira em decomposição; muitas espécies de Pselaphinae vivem
a hipognata, com ou sem pescoço distinto; inserções antenais sob pedras e casca alimentando-se principalmente de ácaros.
geralmente expostas; antenas muito variáveis, às vezes filiformes A maioria é solitária, mas um comportamento subsocial
ou incrassada-clavadas, mas geralmente moniliformes, com 11 envolvendo cuidado parental dos ovos e/ou larvas foi observado
antenômeros, numerosas vezes reduzidas; labro pelo menos em Aleocharinae, Oxyporinae e Oxytelinae. Hipermetamorfose
parcialmente livre; tarsos geralmente 5-5-5, menos frequente- foi observada em espécies de Aleochara Gravenhorst.
mente 5-5-4 (alguns Euaesthetinae), 4-5-5 ou 4-4-5 (muitos As maiores espécies brasileiras pertencem a Eulissus Man-
Aleocharinae), 4-4-4, 3-4-4, 3-3-3, 2-2-2 ou 5-4-4. nerheim, Sterculia Laporte de Castelnau e Trigonopselaphus

622
COLEOPTERA

que o protórax, com olhos enormes, bulbosos; tarsos


diferentes do abaixo. (Figs 31.140, 154) ........... Steninae
― Procoxa não fechada; trocantino pequeno, mas visível;
metacoxas contíguas; olhos variáveis, mas não enormes e
bulbosos; tarsos 4-4-5 ou outra combinação heterômera.
(Figs 31.125, 141) .................. Aleocharinae (parte)
4(1). Corpo robusto, relativamente inflexível, geralmente
castanho-avermelhado, com fóvea cônica profunda no
vértice e geralmente outras partes do corpo; palpo maxilar
com 1 a 4 palpômeros; tarsos 3-3-3, raramente aparentando
2-2-2; ventritos abdominais III e IV geralmente com densa
franja de cerdas cobrindo a impressão basal no ventrito
IV. (Figs 31.132–133, 148–149) ............. Pselaphinae
― Corpo menos robusto, mais flexível; geralmente castanho-
escuro ou preto; sem fóvea profunda no vértice, este às
Figura 31.172. Ochodaeidae, Ochrodainae, 172, Parachodaeus
vezes com fosseta tentorial; palpo maxilar aparentando
sp., vd.
não ter mais que quatro palpômeros; tarsos geralmente
5-5-5, às vezes 2-2-2, 3-3-3 ou 4-4-4; ventritos III
Gemminger & Harold. A mobilidade dos tergitos e ventritos e IV sem densa franja de cerdas ........................... 5
permite andar com o abdômen voltado para cima, principalmen- 5(4). Cabeça com um par de ocelos (Fig. 31.127) entre as margens
te quando atacados. Espécies de Paederus Fabricius (Paederinae), posteriores dos olhos; se ocelos indistintos, então élitros
conhecidas como potós, causam lesões produzidas pela secreção escondendo todos ou todos exceto dois últimos tergitos e
das glândulas pigidiais. A secreção do potó possui propriedades antena com clava distinta, trímera........... Omaliinae (parte)
cáusticas e vesicantes à pele, determinando eritema, prurido, ― Cabeça sem ocelos; sem a outra combinação de
caracteres .................................................................... 6
vesiculação e ulceração. Várias espécies termitófilas têm o ab-
dômen desenvolvido (fisogastria) ou projeções membranosas 6(5). Abdômen com sete ventritos; ventrito II completo.
salientes. Membros de Gyrophaenina, associados a cogumelos (Figs 31.128, 144) ................................. Oxytelinae
frescos, evoluíram para uma condição subsocial, onde a fêmea ― Abdômen com seis ventritos; ventrito II ausente ou
rudimentar ........................................................... 7
cuida dos ovos em uma câmara. Espécies de Amblyopinus Solsky
(Habrocerinae) são ectoparasitas de ratos e gambás. 7(6). Margem anterior do labro com processos longos,
Está dividida em 32 subfamílias (Lawrence 2016a), sendo cerdosos medianamente; olhos enormes e bulbosos .....
que 15 (com *) ocorrem no Brasil: Aleocharinae*, Apateticinae, .................................. (Megalopinus) Megalopsidiinae
Dasycerinae, Empelinae, Euaesthetinae*, Glypholomatinae, ― Labro sem tais processos; olhos menores ................... 8
Habrocerinae*, Leptotyphlinae, Megalopsidiinae*, Micropepli- 8(7). Antena com 10 antenômeros; menores que 2 mm de
nae, Microsilphinae, Neophoninae, Olisthaerinae, Omalinae*, comprimento; forma amplamente oval ...................
Osorinae*, Oxyporinae, Oxytelinae*, Paederinae*, Phloeocha- ................................ Aleocharinae: Hypocyphtini
rinae, Piestinae*, Proteininae, Protopselaphinae, Pselaphinae*, ― Antena com 11 antenômeros; tamanho e forma variada .... 9
Pseudopsinae, Scaphidiinae*, Scydmaeninae*, Solieriinae, 9(8). Metacoxa com parte exposta estreita, mais ou menos
Staphylininae*, Steninae*, Tachyporinae*, Trichophyinae e Tri- cônica, com impressão transversa e ápice projetado
gonurinae. Referências: Herman (1970, 1981, 2001a-g), Ashe posteriormente; extremidade anterior fortemente
convexa; face posterior da coxa vertical (escondida pelo
(1984), Chandler (1988), Newton et al. (2001), O´Keefe (2002),
metaventrito em vista ventral) ............................... 10
Hlavac & Chandler (2005), Newton & Chandler (2006/2007), ― Metacoxa variável, geralmente transversa, com parte
Asenjo et al. (2013, 2019) e Castro et al. (2016). lateral visível em vista ventral, ápice não proeminente,
margem anterior reta ou ligeiramente curvada.....11
Chave para subfamílias com registros para o Brasil (adaptada
de Newton et al. 2001) 10(9). Inserções antenais escondidas embaixo da elevação
1. Antena inserida na superfície da cabeça, posterior à linha frontal; hipômero pronotal com processo coxal bem
que limita a margem anterior dos olhos .............. 2 desenvolvido; último palpômero maxilar alargado,
― Antena inserida na fronte ou margem lateral da cabeça, levemente arqueado, com ápice obliquamente truncado,
anterior à linha que limita a margem anterior dos olhos ... 4 margem apical levemente côncava, com textura. (Figs
31.129–130, 145–146 .......................... Paederinae
2(1). Élitros longos, expondo um ou dois tergitos abdominais; corpo ― Inserções antenais visíveis de cima ou parcialmente
curto, convexo, oval ou oval alongado com contorno curvo; escondidas; hipômero pronotal geralmente estreito
tegumento geralmente brilhante e pouco ou muito glabro; e sem processo pós-coxal esclerosado, no máximo
cabeça hipognata. (Figs 31.134, 150) ......... Scaphidiinae com processo translúcido estreito; último palpômero
― Élitros curtos, expondo 5–6 tergitos abdominais; corpo diferente. (Fig. 31.135) ........................ Staphylininae
alongado, raramente oval, raramente com contorno
curvo; tegumento geralmente cerdoso e não brilhante; 11(9). Abdômen sem suturas laterais separando a maioria dos
geralmente prognato, raramente hipognato ........................ 3 tergos e esternos; cada segmento abdominal formando
um anel contínuo; abdômen cilíndrico ............. 12
3(2). Procoxas fechadas na base; trocantinos não visíveis; ― Abdômen com suturas laterais separando tergos e esternos,
metacoxas pequenas, separadas; cabeça mais larga geralmente com paratergitos formando margem proeminente
623
COLEOPTERA

perto do tergito; se paratergitos ausentes e suturas inconspícuas, Série Scarabaeiformia (= Lamellicornia)


então abdômen estreitado da base para o ápice ........... 13
Superfamília Scarabaeoidea. Os adultos distinguem-se prin-
12(11). Labro largo com margem anterior geralmente denteada; cipalmente por apresentar: (1) protórax escavador, com coxas
mandíbula longa, falciforme ....... Euaesthetinae (parte)
bem desenvolvidas (quase sempre com trocantinos escondidos
― Labro com margem anterior não denteada; mandíbula
curta, não falciforme ................... Osoriinae (parte)
e cavidades fechadas) e tíbias geralmente denteadas lateralmente
com um esporão; (2) asas membranosas com venação reduzida e
13(11). Procoxa com uma pequena parte exposta no ápice; forte mecanismo elástico intrínseco para dobramento; (3) clava
protrocantino bem desenvolvido, maior que a parte apical antenal lamelada; (4) sem placas metacoxais; (5) ventrito II re-
da coxa e, às vezes, maior que o hipômero pronotal; corpo
extremamente achatado; pronoto estreitado na base;
presentado apenas pela porção lateral; (6) tergito VIII formando
abdômen sem laterotergitos; cabeça geralmente maior um pigídio verdadeiro e não escondido pelo VII; e (7) quatro
que o pronoto. (Fig. 31.143) ..... Osoriinae: Eleusinini túbulos de Malpighi. Larvas em forma de C; estemas geralmente
― Protrocantino não tão desenvolvido, menor que a ausentes. Há uma tendência para a redução do oitavo espiráculo,
parte exposta da procoxa ou completamente escondido movimento dorsal ou ventral do espiráculo terminal, perda do
pelo prosterno e hipômero pronotal; outros caracteres aparelho de fechamento do espiráculo larval, redução do número
não como acima ................................................... 14 de antenômeros do adulto e aumento dos ínstares larvais de 3
14(13). Procoxa pequena e globular em vista ântero-lateral ....... 15 para 4. O grupo parece ser primariamente adaptado a escavar o
― Procoxa maior, mais alongada em vista ântero-lateral ........ 16 solo, secundariamente tendendo a outras direções. A perda do
15(14). Protrocantino escondido. (Figs 31.126, 142) ........... aparelho de fechamento espiracular pode estar correlacionada
.............................................. Euaesthetinae (parte) com o desenvolvimento do espiráculo cribriforme, embora em
― Protrocantino exposto. Protíbia espinhosa externamente. Trogidae as duas estruturas ocorram juntas.
(Figs 31.131, 147) .............................. Piestinae Inclui 12 famílias, 8 das quais (com *) ocorrem no Brasil:
16(14). Cabeça constrita atrás dos olhos para formar um pescoço Belohinidae, Dyphyllostomatidae, Geotrupidae*, Glaphyridae,
distinto, claramente visível de cima .................. 17 Glaresidae*, Hybosoridae*, Lucanidae*, Ochodaeidae*, Pas-
― Cabeça paralela lateralmente ou convergindo ininterrup- salidae*, Pleocomidae, Scarabaeidae* e Trogidae*. Referência:
tamente para a base, não constrito para formar pescoço Jameson & Ratcliffe (2005).
claramente visível de cima. ................................................ 18
Geotrupidae (inclui Bolboceratidae) (Figs 31.157–159). Tem
17(16). Antenômeros 3–11 extremamente delgados, filamentosos; ampla distribuição geográfica, com adultos arredondados e for-
élitros não estriados ........ (Habrocerus) Habrocerinae temente convexos, coloração geralmente negra, castanho-escura
― Antenômeros não delgados; élitros com, no máximo, uma estria
sutural impressa (pode ter fileiras de pontos (Tachinus), mas não
ou amarelada, ocasionalmente metálica ou bicolorida. Compri-
em estrias impressas). (Figs 31.155–156) .... Tachyporinae mento: 5–40 mm. Olho total ou parcialmente dividido pelo
cantus; antena com 11 antenômeros e clava com três; empódio
18(16). Corpo acinturado, com constrição distinta na junção presente; espiráculos abdominais nos segmentos I–VII ou I–VIII.
do protórax e élitros; élitros longos e levemente
Larva com segmentos torácicos e abdominais I–VI com duas
arredondados, cobrindo todo o abdômen. (Figs 31.136–
139, 151) ....................................... Scydmaeninae dobras dorsais; labro trilobado; pernas metatorácicas reduzidas
― Corpo não acinturado; élitros geralmente curtos; se élitros em comprimento em alguns grupos, aparelho produtor de som
longos, nunca cobrindo totalmente o abdômen ..... 19 nas pernas médias e posteriores presentes ou ausentes.
Pouco se sabe sobre a biologia da maioria das espécies, mas
19(18). Protrocantino achatado, na forma de lâmina, geralmente
projetando-se anteriormente; parte exposta da metacoxa alguns adultos já foram observados provisionando cavidades com
estreita, mais ou menos cônica, com impressão transversa, húmus para servirem de alimento para as larvas. Nas espécies
ápice fortemente projetado posteriormente, extremidade americanas de Odonteus Samouelle, ovos, larvas, pupas e adultos
anterior fortemente convexa, face posterior da coxa já foram encontrados juntos em um mesmo orifício. Os túneis
(escondida pelo metaventrito em vista ventral) vertical.... 20 podem se estender a uma profundidade de até 3 metros. Os
― Protrocantino com extremidade externa mais ou menos adultos são geralmente noturnos e podem ser coletados com
reta, cortante, não projetada ou raramente escondida
armadilhas de luz e de interceptação de voo.
pelo prosterno e hipômero pronotal; metacoxa posterior
variável, geralmente transversa, com parte lateral visível em Está dividida em três subfamílias, das quais uma (*) com
vista ventral, ápice não muito proeminente, extremidade registros para o Brasil: Bolboceratinae*, Geotrupinae e Tau-
anterior reta ou levemente curva; abdômen sem aberturas rocerastinae. Referências: Howden & Martínez (1963, 1978),
glandulares no tergito IX, mas com glândulas defensivas Martínez (1976), Howden (1985a, b, 2002), Ide & Martínez
associadas a projeção interna anterior na base do ventrito (1994) e Jameson (2002c, 2005a).
VIII. (Fig. 31.127) .................... Omaliinae (parte)
Glaresidae (Fig. 31.160). Comprimento: 2,5–6 mm. Oblongo-
20(19). Protórax com área pós-coxal grande; membranas
-ovais, convexos. Coloração variando de castanho-avermelhada
intersegmentais do abdômen com padrão quadriculado
................................................ Paederinae: Paederini
a castanho-escura; dorso com cerdas curtas e moderadamente
― Protórax sem área pós-coxal ou com área translúcida densas. Cabeça defletida; antena com 10 e clava com 3 antenô-
pequena; membranas intersegmentais do abdômen meros; 5 ventritos. Larvas desconhecidas.
geralmente com escleritos pequenos com padrão triangular Habitam áreas arenosas áridas. Pouco se sabe sobre seus
ou arredondado .................................... Staphylininae hábitos. Os adultos são atraídos por luz. Estridulam quando

624
COLEOPTERA

Os machos da maioria das espécies têm as mandíbulas ex-


tremamente desenvolvidas, que, em geral, são utilizadas para o
combate com machos oponentes para estabelecer dominância.
As mandíbulas da fêmea são normais. Na maioria dos machos,
o desenvolvimento das mandíbulas é alométrico, isto é, o
tamanho delas é proporcional ao tamanho do corpo. Aqueles
com mandíbulas bem desenvolvidas são chamados de machos
maiores, mas existem espécimes com mandíbulas normais que
são denominados machos menores.
Figuras 31.173–174. Passalidae, Passalinae, vd. 173, Passalus Os lucanídeos geralmente estão associados a madeira em
plicatus Percheron; 174, Passalus punctiger Le Peletier & Audinet- decomposição. Os adultos de algumas espécies são atraídos pela
Serville. luz e podem se alimentar de exsudatos de árvores. Espécies de
tamanho pequeno foram observadas alimentando-se em flores.
manipulados e, baseado na forma da lacínia, supõe-se que sejam Os ovos são postos em fendas de troncos mortos e madeira caída
micófagos. e a larva alimenta-se de madeira em decomposição.
Família monogenérica para Glaresis Erichson. Ocorre em Está dividida em seis subfamílias, duas das quais (*) com
todos os continentes, exceto Austrália. Referências: Scholtz et registros para o Brasil: Aesalinae, Ceratognathinae, Lamprimi-
al. (1994), Jameson (2002a, 2005b), Gordon & Hanley (2014) nae, Lucaninae* (Figs 31.168–170), Nicaginae e Syndesinae*
e Paulsen (2016). (Fig. 31.171). Referências: Mizunuma & Nagai (1994), Ratcli-
Hybosoridae (inclui Ceratocanthidae) (Figs 31.161–167). ffe (2002), Grossi & Racca-Filho (2004), Paulsen & Ratcliffe
Comprimento: 2–15 mm. Coloração de castanho-clara a negra, (2005), Grossi & Vaz-de-Mello (2007) e Grossi & Koike (2011).
verde e geralmente brilhante; antena com 8–10 antenômeros e Ochodaeidae (Fig. 31.172). Comprimento: 3–10 mm. Forma
clava com 3; em Hybosorinae, 1º antenômero da clava cupulifor- alongada e convexa; coloração amarelada, castanha, castanho-a-
me para receber os antenômeros apicais; cabeça defletida ou não; vermelhada ou negra, raramente bicolorida. Labro proeminente;
empódio ausente; superfície elitral variavelmente esculturada ou antena com 9–10 antenômeros e clava com 3; esporão mesoti-
polida. Membros de Ceratocanthinae são capazes de enrolar o bial pectinado/crenulado; empódio ausente; élitro com ou sem
corpo encaixando perfeitamente as partes, formando uma bola. estrias, geralmente pontuado ou granulado e cerdoso.
Larva com segmentos torácicos e abdominais subdivididos A única larva descrita é de Pseudochodaeus estriatus (Shaeffer)
em 3 dobras; sutura frontoclipeal presente; antena com 4 an- da América do Norte.
tenômeros; órgãos produtores de som nas pernas anteriores e Pouco se sabe sobre a biologia. Existem poucos registros de
médias de Hybosorinae. observações, exceto de que os adultos da maioria das espécies
Pouco se sabe sobre a biologia, a não ser que os adultos são são noturnos e atraídos pela luz, às vezes em grande número;
atraídos pela luz e que possuem hábitos alimentares variados, algumas espécies são diurnas e coletadas com redes de varredura
mas geralmente associados a matéria em decomposição, como e armadilha Malaise. Adultos já foram encontrados associados a
carcaças de vertebrados e invertebrados nos estágios iniciais de detritos de formigas ceifadeiras, com esporos de basidiomicetos
decomposição (Anaidinae, Hybosorinae), fungos (Ceratocan- nos intestinos médio e posterior. Muitos são encontrados em áre-
thinae, Hybosorinae), fezes (Anaidinae, Hybosorinae), madeira as arenosas e estridulam; acredita-se que se alimentam de fungos.
(Anaidinae, Cerathocanthinae) e associados a cupins (Cerato- Constituem um pequeno grupo com distribuição mundial
canthinae, Hybosorinae). As larvas são encontradas em matéria (exceto Austrália). Está dividida em duas subfamílias, Chaeto-
animal ou vegetal em decomposição ou no solo. canthinae e Ochodaeinae*, a última com registro para o Brasil.
Inclui 5 subfamílias, três das quais (com *) ocorrem no Brasil: Referências: Carlson (2002) e Carlson & Paulsen (2012).
Anaidinae*, Cerathocanthinae*, Hybosorinae*, Liparochrinae e Passalidae (Figs 31.173–174). Nome popular: carapicu. A forma
Pachyplectrinae. Referências: Paulian (1982), Ide et al. (1990), do corpo (alongada e achatada dorso-ventralmente) e a forma do
Howden & Gill (2000), Jameson (2002d), Ocampo & Jameson mento, profundamente emarginado na região apical, ajudam a
(2005), Ocampo (2005, 2006, 2010) e Basílio et al. (2023) distinguir esta família das outras de Scarabaeoidea.
Comprimento: 18–80 mm. Forma cilíndrico-alongada e
Lucanidae (Figs 31.168–171). Nomes populares: cabra-loira
achatada; coloração negra (espécimes jovens alaranjados a cas-
(Lucanus sp.), cervo-voador (Lucanus cervus L.). tanhos); região ventral com ou sem cerdas eretas, amareladas e
Comprimento: 8–90 mm. Corpo alongado, levemente moderadamente densas. Cabeça prognata, mais estreita que o
convexo, ligeiramente achatado ou cilíndrico; coloração de protórax; olhos divididos pelo cantus; labro proeminente; antena
castanho-clara a avermelhada ou negra. Cabeça prognata; ante- inserida embaixo de uma proeminência da fronte, com 10 ante-
na (Fig. 31.5I) com 10 antenômeros, geniculada ou reta; clava nômeros (Fig. 30.5K); clava com 3–6 antenômeros, incapazes
lamelada e espessa com 3–7 antenômeros, incapazes de se dobrar de se fechar em aposição, mas capazes de enrolar-se; mandíbulas
em aposição; empódio bem desenvolvido. projetadas além do labro; empódio presente; élitros estriados,
Larva com segmentos torácicos e abdominais sem dobras; paralelos lateralmente, com ápice arredondado.
sutura frontoclipeal presente; órgão produtor de som nas pernas Larva com cabeça prognata; segmentos torácicos e abdomi-
meso e metatorácicas. nais sem dobra; antena com dois antenômeros; órgão produtor
625
COLEOPTERA

Figuras 31.175–195. Scarabaeidae, vd. 175, Saprosites sp. (Aphodiinae); 176, Hoplopyga brasiliensis (Gory & Percheron) (Cetoniinae); 177,
Trioplus cylindricus (Mannerhein) (Dynastinae); 178, Isonychus sp. (Melolonthinae); 179, Macraspis cincta (Drury) (Rutelinae); 180, Ateuchus
mutilatus (Harold) (Scarabaeinae); 181, Aclopinae, Aclopus wuenschei Ohaus; 182, Aphodinae, Neodiapterna erichsoni (Harold); 183, Aphodinae,
Ataenius sp.; 184–188, Cetoniinae; 184, Cyclidius nero MacLeay; 185, Euphoria lurida (Fabricius); 186, Gymnetis holosericea (Voet); 187, Inca
clathratus (Olivier); 188, Trigonopeltastes triangulum (Kirby); 189–191, Dynastinae; 189, Bothynus entellus (Lepeletier & Audinet-Serville); 190,
Coelosis sp.; 191, Phileurus didymus (Linnaeus); 192–194, Melolonthinae; 192, Ceraspis signata Blanchard; 193, Plectris caliginosa Blanchard;
194, Rhinaspis aenea (Billberg); 195, Orphiinae, Paraegidium costalimai Vulcano, Pereira & Martinez.

de som na perna mesotorácica; perna metatorácica reduzida a de se desenvolver sem a presença dos adultos. Adultos e larvas
um segmento. precisam ingerir fezes de adultos que estão pré-fermentadas
Os adultos vivem em madeira em adiantado estado de de- pela microflora intestinal (essencialmente um rúmen externo).
composição e, junto com as larvas, formam grupos familiares Constituem um grupo com distribuição predominantemente
subsociais. Todos os estágios são encontrados em galerias na tropical. Está dividida em duas subfamílias, Aulacocyclinae e
madeira que são escavadas pelos adultos. Os ovos geralmente são Passalinae*, a última com registros para o Brasil. Referências:
postos em um “ninho” de serragem. Os ovos recém-postos de Luederwaldt (1931), Reyes-Castillo (1970), Schuster & Schus-
muitas espécies são vermelhos e, conforme amadurecem, mudam ter (1985), Schuster (2002, 2005), Fonseca & Reyes-Castillo
para castanho e, depois, verde. Adultos e larvas comunicam-se (2004), Boucher (2006, 2015), Mattos & Mermudes (2013,
por estridulação e podem produzir 14 diferentes chamados. Os 2016, 2018), Jiménez-Ferbans et al. (2016) e Beza-Beza et al.
adultos cuidam e alimentam as larvas e preparam o alimento (2020).
mascando-o e misturando com saliva. As larvas parecem depen- Scarabaeidae (inclui Aclopidae, Cetoniidae, Melolonthidae
der da polpa de madeira preparada pelos adultos e são incapazes etc.) (Figs 31.175–206). Os principais nomes populares são:

626
COLEOPTERA

escondido pelo élitro (Aphodiinae) ou exposto (maioria das


outras subfamílias); protíbia bi, tri, quadridentada ou serrada
na margem externa, e ápice com um esporão.
Larva com sutura frontoclipeal; área estridulatória maxilar
geralmente presente; perna 3-segmentada (Scarabaeinae) ou
5-segmentada, sem aparelho de produção de som; abertura anal
transversa ou em forma de Y.
Formam um grupo extremamente diversificado de inse-
tos. Constituem-se em componentes conspícuos da fauna de
Coleoptera da maioria das regiões zoogeográficas. Adultos de
muitas espécies são notáveis pelo tamanho, coloração brilhante,
ornamentação frequentemente elaborada e ciclos de vida interes-
santes. Inclui o besouro-elefante, Megasoma elephas (Fabricius)
e o besouro-hércules, Dynastes hercules (L.), ambos da América
tropical, conhecidos por seu grande tamanho (mais de 160
mm de comprimento para o besouro-hércules) e cornos bem
desenvolvidos nos machos.
A biologia é extremamente diversificada e inclui adultos
que se alimentam de excrementos, cadáveres, fungos, vegetação,
pólen, frutos ou raízes. Algumas espécies são mirmecófilas,
termitófilas ou vivem em ninhos de roedores e aves. Algumas
espécies de Canthon Hoffmannsegg e Copris Geoffroy (Scara-
baeinae) cuidam das larvas ou das bolas de excrementos nas
quais as larvas se desenvolvem. Alguns são diurnos e podem ser
observados em flores ou sobre vegetação, enquanto muitos ou-
tros são noturnos e atraídos pela luz. Adultos e larvas de poucas
espécies são considerados de importância econômica e podem
causar danos devido à desfolha ou ataque às raízes. Muitas espé-
cies são consideradas benéficas, pois são polinizadoras, reciclam
material vegetal e excrementos.
Muitas espécies têm requisitos ecológicos específicos. Algu-
mas são especializadas em excrementos de uma espécie de ver-
tebrado, outras produzem bolas de excrementos e as rolam para
longe da massa para evitar competição com outros coprófagos,
podem estar associadas a ninhos de vertebrados, alimentar-se
de fungos ou ocorrem em ninhos de formigas. A maioria dos
Melolonthinae, Dynastinae, Rutelinae e Cetoniinae alimenta-se
Figuras 31.196–206. Scarabaeidae, vd. 196–200, Rutelinae; 196,
de material vegetal. Larvas de muitos dinastíneos e rutelíneos
Cnemida retusa (Fabricius); 197, Leucothyreus sp.; 198, Pelidnota utilizam madeira em decomposição com o alimento, enquanto
burmeisteri Burmeister; 199, Rutela lineola (Linnaeus); 200, de melolontíneos (por exemplo, Phyllophaga spp.), rutelíneos
Trizogeniates bicolor Ohaus; 201–206, Scarabaeinae; 201, Ateuchus (Anomala spp.) e dinastíneos (Cyclocephala spp.) alimentam-se
mutilatus (Harold); 202, Canthon (Canthon) virens (Mannerheim); 203, de raízes de gramíneas.
Eurysternus hamaticolis Balthasar; 204, Phanaeus kirbyi Vigors; 205,
Uroxys terminalis Waterhouse; 206, Zonocopris gibbicollis (Harold).
As larvas da maioria das espécies se desenvolvem de maneira
similar. Os ovos são depositados em solo apropriado, excremento
besouro-da-cana, besouro-de-chifre, besouro-mamona, be- ou outro tipo de material orgânico. Após a emergência, as larvas
souro-rinoceronte, bicho-bolo, bicho-gordo, bosteiro, capitão, sofrem duas mudas e empupam em casulo construído pela larva
caracachá, cascudo, coró, embola bosta, escaravelho, forreca, de último ínstar. A emergência dos adultos ocorre em resposta a
pão-de-galinha, rola-bosta, torresmo, touro-voador, vira-bosta. estímulos ambientais como chuva e temperatura.
Comprimento: 1,4–180 mm. Forma variável, oval, suboval, Está dividida em 10 subfamílias, das quais oito (com *)
estão registradas para o Brasil: Aclopinae*, Allidiostomatinae,
quadrada, cilíndrica; coloração variável, com aspecto metálico,
Aphodiinae*, Cetoniinae*, Dynastinae*, Melolonthinae*, Orph-
com ou sem reflexos metálicos, tegumento cerdoso ou não.
ninae*, Phaenomeridinae, Rutelinae* e Scarabaeinae*. Referên-
Cabeça levemente defletida ou não; antena geralmente com cias: Ratcliffe & Jameson (2005) e Cherman & Morón (2014).
10 antenômeros, raramente 9, com clava “oponente” com 3–7
antenômeros; antenômero distal da clava glabro (Melolonthinae, Chave para as subfamílias com registros para o Brasil
1. Abdômen com cinco ventritos; antena com nove
Dynastinae, Rutelinae, Cetoniinae) ou tomentoso (Aphodiinae, antenômeros; pronoto e élitros com cerdas longas e
Scarabaeinae); olhos parcialmente divididos; clípeo com ou sem esparsas. Macho com meso e metatarsos mais longos que
chifres; élitro achatado ou convexo, com ou sem estrias; pigídio o protarso; corpo muito alongado, alados. Fêmea áptera,
627
COLEOPTERA

com élitros soldados, curtos, deixando os dois últimos 3 antenômeros; metatíbia com 2 esporões apicais; tarsos com
tergitos expostos; pernas mais curtas que as do macho. garras distintas; élitro cobrindo o pigídio total ou parcialmente;
Comprimento entre 4 e 12 mm. (Fig. 31.181) .... Aclopinae 6 ventritos. Referências: Dellacasa et al. (2001) e Skelley (2008).
― Abdômen com seis ventritos ................................... 2
Cetoniinae (Figs 31.176, 184–188). Os adultos alimentam-se
2(1). Cabeça com bordo anterior formado por bordos anteriores
do clípeo e das genas contínuos, cobrindo totalmente as peças quase que exclusivamente de fluídos dependendo do fluxo de
bucais (Figs 31.175, 180), labro e mandíbulas membranosas ... 3 seiva de feridas nas árvores, frutos e néctar, embora membros de
― Cabeça com clípeo e genas sem formar um bordo anterior Cremastochelini deram um passo adiante e atacam estoques de
contínuo, não cobrindo totalmente as peças bucais, mandíbulas alimento de insetos sociais. Vários adultos foram encontrados
sempre esclerosadas e visíveis pelo menos em vista frontal, labro em excrementos, e ninhos de cupins. A maioria das espécies é
quase sempre também esclerosado e geralmente visível ... 4
diurna. Corpo achatado, coloração opaca marrom a negra, a
3(2). Tíbias posteriores com dois esporões apicais, pigídio coberto brilhante e geralmente metálico; labro geralmente membranoso
pelo menos parcialmente pelos ápices dos élitros; comprimento e escondido; olho dividido pelo cantus longo; inserções antenais
entre 1,4 e 10 mm (Figs 31.175, 182–183) ..... Aphodiinae visíveis de cima, ao lado do clípeo; antena com 10 e clava com 3
― Tíbias posteriores com um esporão apical, pigídio
sempre totalmente exposto; comprimento a partir de
antenômeros; mandíbulas pouco desenvolvidas, escondidas pelo
1,9 mm, geralmente maior que 3 mm. (Figs 31.180, clípeo; élitro com emarginação pós-umeral distinta e geralmente
201–206) ............................................. Scarabaeinae com vértices umeral e subapical distintos; empódio presente; me-
sotíbia com 2 esporões apicais; garras tarsais simples e subiguais
4(2). Inserção antenal visível dorsalmente; clípeo com
lados constritos medianamente pouco antes dos olhos em tamanho; pigídio exposto. Referência: Ratcliffe (2005a).
(Figs 31.176, 184–188) ........................ Cetoniinae Dynastinae (Figs 31.177, 189–191). Conhecidos como besou-
― Inserção antenal não visível dorsalmente; clípeo com
ros rinocerontes, devido aos chifres presentes na cabeça e/ou
lados não constritos ............................................. 5
pronoto do macho de algumas espécies. Os adultos alimentam-se
5(4). Garras meso e metatarsais com comprimentos diferentes de tubérculos, grãos ou flores, enquanto as larvas se alimentam
(Figs 31.179, 196–200) ....................... Rutelinae principalmente de raízes e húmus. Coloração geralmente testá-
― Garras meso e metatarsais com comprimentos iguais ... 6
cea, marrom ou negra; antena com 9–10 e clava com 3 antenô-
6(5). Garras meso e metatarsais bífidas ou denteadas ou meros; cabeça e pronoto do macho com ou sem chifres; olho
base do pronoto muito mais estreita que a base dos dividido; clípeo com margem anterior bidenteada, arredondada,
élitros (Figs 31.178, 192–194) .............. Melolonthinae acuminada ou truncada; labro escondido pelo clípeo; procoxa
― Garras meso e metatarsais simples, largura da base do
pronoto similar a largura da base dos élitros ................... 7 transversa; mesotíbia com 2 esporões apicais; na maioria, todas
as garras tarsais subiguais em tamanho. Referências: Endrödi
7(6). Bases dos esporões metatibiais adjacentes; comprimento (1985) e Ratcliffe (2005b).
superior a 10 mm (Figs 31.177, 189–191) ...... Dynastinae
― Bases dos esporões metatibiais separadas pelo tarsômero Melolonthinae (Figs 31.178, 192–194). Maior subfamília de
basal; comprimento inferior a 10 mm, se maior, coloração Scarabaeidae. Adultos e larvas principalmente fitófagos embo-
cinzento-acastanhada e corpo coberto por pontuação grossa ra os adultos de muitas espécies não se alimentem. As larvas
e densa (Fig. 31.195) ................................. Orphninae
alimentam-se principalmente de raízes de plantas. Apresentam
Aclopinae (Fig. 31.181). Biologia pouco conhecida. Adultos coloração geralmente de marrom-avermelhada a negra, às vezes
machos coletados na luz, mas as fêmeas não voam. Os caracteres com brilho metálico azul ou verde, ou com áreas com escamas;
morfológicos, como asa e tarso posterior reduzidos e abdômen olho dividido; labro embaixo do clípeo ou preso à margem
inflado, sugerem que os adultos passam a maior parte da vida clipeal anterior; inserções antenais não visíveis de cima; antena
enterrados. Corpo oval alongado, com pernas longas; coloração com 7–10, ou raramente 11 antenômeros, clava oval ou alon-
de marrom a negra; tíbia e tarso posterior juntos tão ou mais gada com 3–7 antenômeros; escutelo exposto; garras tarsais
longo que o corpo; antena com 8–9 e clava com 3 antenômeros; geralmente simples, as quais podem ser bífidas ou denteadas,
labro e mandíbulas proeminentes; coxas largas, transversas; pro- serradas ou pectinadas; garras metatarsais geralmente pares e
noto com ou sem projeções anteriores; escutelo exposto; cinco iguais; margens elitrais retas, sem cavidade posterior no úmero;
ventritos expostos; garras tarsais iguais com pequeno dente basal, 5–6 ventritos fundidos, com suturas visíveis apenas lateralmente;
e não móveis independentemente em todas as pernas; pigídio pigídio exposto. Referências: Evans (2003, 2005).
exposto. Referência: Ocampo & Mondaca (2012).
Orphninae (Fig. 31.195). Adultos e larvas dos grupos do Novo
Aphodiinae (Figs 31.175, 182–183). Apresentam hábitat e Mundo são encontrados alimentando-se de bananeiras caídas.
preferência alimentar altamente diversos. A preferência alimentar Corpo oval alongado, coloração marrom; labro e mandíbulas
varia de detritos a excrementos, carniça, fungos, e de plantas proeminentes; antena com 10 antenômeros; clava com 3 ante-
vivas a associações altamente especializadas com cupins e for- nômeros tomentosos; procoxa transversa; pronoto com ou sem
migas. Mas a maioria das espécies se alimenta de húmus ou são projeções anteriores ou laterais; escutelo exposto; metatíbia com
coprófagas. Apresentam forma do corpo geralmente alongada, espinhos apicais separados pelo metatarsômero basal; garras tar-
coloração marrom ou negra, às vezes formando padrões elitrais; sais iguais, em todas as pernas e não móveis independentemente;
cabeça prognata; olho dividido pelo cantus; clípeo geralmente pigídio levemente exposto. Referências: Frolov (2012) e Frolov
dilatado para cobrir as peças bucais; antena com 9 e clava com et al. (2017a, b, 2019).

628
COLEOPTERA

Figura 31.207. Trogidae, Omorgus persuberosus (Varie), vd.

Rutelinae (Figs 31.179, 196–200). Adultos são fitófagos e Figura 31. 208. Rhipiceridae, Polytomus marginatus (Kirby), vd.
alimentam-se de folhas e flores; larvas alimentam-se de raízes
e matéria vegetal em decomposição. Corpo oval alongado, co- Adultos e larvas são encontrados em restos secos de carcaças,
loração marrom e amarela opaca (espécies noturnas) a padrões em ninhos de aves e mamíferos alimentando-se de fezes, pelos,
coloridos e brilhantes metálicos; antena com 9–10 e clava com penas e pele.
3 antenômeros; olho dividido pelo cantus; labro levemente São mais diversificados nas regiões temperadas e subtropicais
proeminente à frente do clípeo; escutelo exposto; procoxa e mais comuns em hábitats áridos. Adultos e larvas estão entre
transversa; mesotíbia com 2 esporões apicais; garras tarsais de os últimos necrófagos que visitam animais mortos, onde se
todas as pernas móveis independentemente; garras de tamanhos alimentam de penas, pelos e pele. São os únicos Scarabaeoidea
diferentes e geralmente fracamente divididas no ápice; uma em que as larvas e adultos de todas as espécies se alimentam
garra de cada par reduzida; empódio presente; pigídio exposto. primariamente de queratina. Adultos de muitas espécies são
Referência: Jameson (2005d). atraídos por luz à noite. A biologia de muitas espécies permanece
pouco conhecida devido à associação especializada com ninhos
Scarabaeinae (Figs 31.180, 201–206). Considerados os verda- de aves e mamíferos. Quando ameaçados, os adultos fingem-se de
deiros “rola-bosta”, e adultos e larvas alimentam-se de excremen- mortos e permanecem imóveis. Esse comportamento, associado
tos ou são derivados de um ancestral comedor de excremento. As à aparência de sujeira incrustada, os capacitam a evadir-se de
larvas geralmente se alimentam de uma massa de esterco apro- predadores potenciais que podem estar ocupando as carcaças.
visionada pelo adulto. O cuidado com a prole é comum e pode Adultos estridulam raspando o plectro, localizado no penúltimo
ser altamente especializado. Podem ser funcionalmente divididos segmento abdominal, na margem interna dos élitros. As larvas
em dois grupos principais baseados no comportamento de rolar que se alimentam de carcaças vivem em orifícios curtos e verticais
ou fazer túneis: o primeiro coleta e rola o excremento para longe e sob elas, mas não estridulam.
para ser enterrado a uma distância da fonte, enquanto o segundo Está dividida em duas subfamílias, Troginae e Omorgi-
enterra pedaços de excremento diretamente embaixo ou ao lado nae*, a última com registros para o Brasil. Referências: Scholtz
da massa. Em uma terceira categoria de comportamento, adul- (1990), Jameson (2002b, 2005c), Zídek (2013) e Costa-Silva
tos e larvas vivem dentro do excremento (também ocorrem em et al. (2021).
Aphodiinae). O comportamento no ninho é complexo. Corpo
geralmente amplamente oval, coloração principalmente negra, Série Elateriformia (= Dasciliformia; inclui Eucinetiformia).
mas algumas espécies com colorido brilhante, metálico; cabeça Uma característica geral compartilhada pela maioria dos mem-
prognata; olho dividido pelo cantus; antena com 8–9 e clava com bros dessa série é o ciclo de vida heterogêneo, com larvas de vida
3 antenômeros; peças bucais cobertas pela frontoclípeo; mandí- longa e adultos de vida curta, geralmente ocupando diferentes
bula membranosa. Referências: Halffter & Matthews (1966), hábitats. Os adultos geralmente têm corpo aerodinâmico e meca-
nismo de articulação pró-mesotorácico complexo ou, se ausente,
Hanski & Cambefort (1991) e Vaz-de-Mello et al. (2011, 2020).
com um sistema de defesa químico e coloração aposemática.
Trogidae (Fig. 31.207). Constitui um pequeno grupo que ocorre Inclui as superfamílias Buprestoidea, Byrroidea, Dascilloidea
na maioria dos continentes. Os adultos são reconhecidos pela e Elateroidea.
aparência enrugada, incrustada com sujeira, coloração castanha,
Superfamília Buprestoidea. Caracterizada principalmente pela
cinza ou negra e abdômen achatado. Comprimento: 2,5–20
cabeça hipognata, antenas serradas, presença de sutura transversa
mm. Corpo oblongo-oval, convexo; frequentemente com cerdas
no metaventrito e dois ventritos basais conatos. Inclui Bupres-
curtas, moderadamente densas, castanhas ou cinzas; superfície
tidae e Schizopodidae, mas apenas a primeira ocorre no Brasil.
dorsal geralmente com aspecto gorduroso ou com sujeira in-
Referências: Bellamy (2003, 2008, 2009), Kolibáč (2001), Evans
crustada. Cabeça defletida; olhos sem cantus; antena com 10
et al. (2015) e Kundrata et al. (2016).
antenômeros, clava com três; empódio ausente.
Larva com cabeça quase negra; segmentos torácicos e seis Buprestidae (Figs 31.209–218). Nomes populares: broca-de-
abdominais basais, cada um com 3 dobras; um estema de cada -cabeça-chata, broca-da-figueira (Colobogaster cyanitarsis Laporte
lado; espiráculos bíforos ou cribriformes. de Castelnau & Gory), mãe-de-sol (Euchroma gigantea (L.)),
629
COLEOPTERA

olho-de-sol, vaca-loura. Comprimento: 1,5–80 mm. Corpo


compacto geralmente alongado, de cilíndrico a achatado, escle-
rosado e rígido, aparentando bloco único devido à forte junção
do protórax com o resto do corpo; com colorido brilhante
e iridescente, geralmente metálico ou escuro com manchas
coloridas; pubescência ausente ou variada, às vezes com cerdas
escamiformes. Cabeça defletida, geralmente tão larga quanto a
região anterior do pronoto; antena serrada, em alguns machos
flabelada ou pectinada; labro pequeno geralmente bilobado;
hipômero geralmente largo; tarsos 5-5-5, às vezes tarsômero
pré-apical bilobado.
Larva estreita, alongada, cilíndrica, geralmente com seg-
mentos torácicos alargados; ápoda; coloração próxima de
branca; cabeça quase totalmente retraída no protórax; labro
livre; abdômen geralmente com dois lobos carnudos apicais;
espiráculos cribriformes.
Adultos são facilmente reconhecidos pela cabeça hipognata,
antenas geralmente serradas, sutura catepisternal e dois primeiros
ventritos conatos. A maior espécie brasileira, Euchroma gigantea
L., pode atingir 80 mm de comprimento; as menores, com cor-
po cilíndrico ou curto e ovalado (Agrilus Curtis, Pachyschellus
Solier), com cerca de 2–4 mm. São coletados em flores, onde se
alimentam de pólen ou néctar; algumas espécies se alimentam de
raízes, galhos, folhagens ou fungos. Podem ser pragas de árvores
florestais e frutíferas e plantas ornamentais; algumas espécies
atacam material de construção.
As larvas são xilófagas, geralmente brocas de caule, muitas
de importância econômica. Abrem galerias em galhos e troncos,
vivos ou mortos; muitas são minadoras de folhas ou produzem
galhas.
Está dividida em seis subfamílias, das quais quatro (com*)
ocorrem no Brasil: Agrilinae* (Figs 31.214–215), Buprestinae*
(Figs 31.210–213, 216–217), Chrysochroinae* (Figs 31.209,
218), Galbellinae, Julodinae e Polycestinae*. Referências: Costa
et al. (1988), Hespenheide (1991), Hołyński (1993), Bellamy
(2003, 2008, 2009, 2013), Bílý (2013), Evans (2018) e Migliore
et al. (2020a, b).
Superfamília Byrrhoidea (inclui Dryopoidea, Psephenoidea). Figuras 31.209–218. Buprestidae. 209, Euchroma gigantea
Grupo muito variável e difícil de caracterizar. Os adultos pos- (Linnaeus) (Chrysochroinae), vd; 210, Psiloptera bicarinata (Thunberg)
suem um tipo de dobramento da asa especializado (tipo drio- (Buprestinae), vv; 211, protarso; 212, cabeça, vf; 213, Agrilaxia sp.
poide de Forbes 1926), que foi modificado subsequentemente (Buprestinae), vd; 214–215, Agrilinae, vd; 214, Agrilus postulator
Kerremans; 215, Eurynodes gemmatus Migliore, Biffi & Curletti; 216–
nas formas com tamanho maiores, alongadas (Callirhipidae, 217, Buprestinae, vd; 216, Chrysobotris biimpressa (Chevrolat); 217,
Eulichadidae), para assemelhar-se àquela encontrada na maioria Hyperantha sp.; 218, Chrysochroinae, Euchroma gigantea (Linnaeus).
dos elateroides. As larvas de Byrrhoidea geralmente têm pretarsos
com uma cerda, mas os de Byrrhidae têm duas, de Eulichadidae antenômeros; cavidades procoxais abertas atrás, separadas pelo
têm várias e os de Callirhipidae não têm cerdas. prosterno; pernas curtas e robustas, retráteis; tíbias dilatadas,
Inclui 13 famílias: Byrrhidae, Callirhipidae, Chelonariidae, geralmente sulcadas para alojamento dos tarsos; tarsos pentâ-
Cneoglossidae, Dryopidae, Elmidae, Eulichadidae, Heteroce- meros, excepcionalmente tetrâmeros em espécies de Syncalypta
ridae, Limnichidae, Lutrochidae, Protelmidae, Psephenidae
Stephens; três primeiros ventritos mais longos que os demais.
e Ptilodactylidae, apenas Eulichadidae não ocorre no Brasil.
S. striata Pic possui cerdas eretas e eriçadas ou escamiformes.
Referências: Forbes (1926), Costa et al. (1999b) e Kundrata
et al. (2016). Larva alongada, cilíndrica ou oblonga, levemente curvada
ventralmente; ligeiramente pigmentada exceto cabeça e tergo
Byrrhidae (inclui Syncalyptidae) (Fig. 31.219). Reconhecidos
X; cabeça protraída e levemente hipognata; sutura epicranial
pelo corpo compacto e muito convexo dorsalmente, cabeça
defletida, procoxa transversa, apêndices retráteis; estão associa- em forma de Y; geralmente 6 estemas cada lado; labro livre;
dos a musgos. Comprimento: 1–3 mm. Corpo oval alongado, protórax mais longo que meso e metatórax combinados; pernas
convexo. Cabeça hipognata, retrátil; antena com clava com 2–3 bem desenvolvidas. As larvas são desconhecidas para o Brasil.

630
COLEOPTERA

embaixo de casca ou associados a madeira em decomposição. As


larvas são xilófagas e escavam madeira dura; vivem cerca de dois
anos, enquanto os adultos têm vida curta. Referências: Costa &
Vanin (1985), Costa et al. (1988) e Hájek (2011).
Chelonariidae (Figs 31.222–223). São reconhecidos prin-
cipalmente pela forma oval e compacta, cabeça fortemente
defletida, pronoto carenado lateral e anteriormente, pronoto e
escutelo crenulados na base, com escavação mediana no pró e
mesoventrito para recepção dos antenômeros basais, tarsômero
IV reduzido, parcialmente escondido pelo tarsômero III, lobado.
Figura 31. 219. Byrrhidae, Syncalypta striata Pic (Syncalyptinae), vd. Podem retrair a cabeça e os apêndices em cavidades localizadas
na superfície ventral, formando um corpo compacto, com a
cabeça não visível de cima. Comprimento: 5,5–10 mm. Co-
loração negra, castanha ou pálida. Labro muito reduzido, não
visível; tarsos 5-5-5: tarsômeros I–II cerdosos ventralmente, III
com lobo membranoso, IV reduzido, V alongado, com garra
denteada e empódio bicerdoso.
Larva alongada e subcilíndrica, estreitada posteriormente;
grupos de cerdas longas na margem lateral dos segmentos to-
rácicos e abdominais anteriores; superfície dorsal com cutícula
rígida e tufos de cerdas; cabeça prognata com um estema grande
Figuras 31.220-221. Callirhipidae, Celadonia scapularis (Laporte de de cada lado; labro livre; meso, metatórax e segmentos abdomi-
Castelnau), vd. 220, Callirhipis goryi Castelnau, vd; 221, Callirhipis
goryi Castelnau, vd.
nais I–VIII com protuberâncias e tufos de cerdas.
No Brasil, ocorre apenas Chelonarium Fabricius. Os adultos
Adultos e larvas são saprófagos, geralmente encontrados em são atraídos pela luz e podem ser coletados na vegetação com
musgos, líquens e raízes. Os adultos são ativos sob luz fraca ou redes, guarda-chuva entomológico ou com armadilha Malaise,
à noite e ficam escondidos sob fragmentos de madeira, folhas, especialmente à noite. As larvas alimentam-se de detritos na
embaixo de pedras etc. durante as horas mais claras do dia. serapilheira sobre o solo, nas bases de árvores, em bromélias e
Quando em perigo, retraem-se bruscamente, ficando como outras plantas, em galerias de cupins em galhos e troncos, em
mortos e com aspecto pilular. ninhos de formigas ou sob casca. Os adultos de algumas espécies
Está dividida em três subfamílias, Amphicyrtinae, Byrrhinae têm, nos élitros, estruturas semelhantes a tricomas, que podem
e Syncalyptinae, a última com registro no Brasil, representada indicar relação com formigas. A forma compacta do corpo
apenas por Syncalypta striata Pic. Referência: Reichardt (1974b). pode ser uma adaptação que facilite a ovipostura em colônias
Callirhipidae (Figs 31.220–221). É reconhecida principalmente de cupins e formigas.
pela antena sexualmente dimórfica, pectinada e flabelada, inse- Lenko (1967) observou Chelonarium semivestitum inquilino
rida em uma proeminência frontal; olhos bem desenvolvidos, da formiga Camponotus rufipes (L). Referências: Lenko (1967)
pronoto com mecanismo de encaixe basal bem desenvolvido e e Ivie (2001).
ausência de projeção prosternal articulada. Comprimento: 9–23 Cneoglossidae (Fig. 31.224). Besouros com tegumento pouco
mm. Corpo alongado, tegumento geralmente castanho-escuro esclerosado, élitros escuros e pronoto com mancha amarelada,
ou negro com faixas claras; pubescência fina e densa. Cabeça
e cabeça parcialmente escondida pelo pronoto. Assemelham-se
declinada, subquadrada ou transversa; inserções antenais estrei-
a Lampyridae. Comprimento: 3–5 mm. Corpo alongado e
tamente separadas, elevadas, originando-se no pedicelo frontal
ovalado, levemente esclerosado; coloração escura com pronoto
central; labro livre; antena com 11 antenômeros; protórax trans-
geralmente amarelado, com mancha mediana escura e élitros
verso, mais largo posteriormente; disco geralmente com um par
totalmente escuros ou com margens laterais amareladas. Antena
de impressões basais largas; processo prosternal completo; élitro
irregularmente pontuado ou estriado; união trocantero-femoral serrada a pectinada com 11 antenômeros; pronoto arqueado
fortemente oblíqua; todas as tíbias com dois esporões curtos; lateralmente; tarsos 5-5-5, garras robustas com dente basal.
tarsos 5-5-5; tarsômeros não lobados; empódio bem desenvol- Larva alongada, cilíndrica; cabeça prognata; sutura frontal
vido e multicerdoso; três primeiros ventritos conatos. em forma de V; um par de estemas; labro livre; antena longa
Larva alongada, cilíndrica, fortemente esclerosada e pigmen- com 3 antenômeros; região gular membranosa; segmento IX com
tada; cabeça protraída; sutura epicranial em forma de Y; labro margem posterior arredondada; urogonfos ausentes.
livre; suturas gulares separadas; tórax às vezes com asperites ou O único gênero conhecido é Cneoglossa Guérin-Méneville.
rugas. As larvas de Cneoglossa edsoni Costa, Vanin & Ide foram encon-
No Brasil, ocorrem apenas os gêneros Callirhipis Latreille tradas dentro de gravetos submersos em riacho pequeno e raso,
e Celadonia Laporte de Castelnau. Os adultos geralmente são com correnteza moderada a rápida e fundo lodoso ou arenoso.
noturnos e podem ser atraídos pela luz. Podem ser encontrados Referências: Crowson (1972) e Costa et al. (1999b).
631
COLEOPTERA

Dryopidae (Parnidae, Pelonomidae, Chiloeidae) (Fig. 31.225).


São reconhecidos pelas antenas curtas, com a maioria dos ante-
nômeros mais largos que longos e estão associados a ambientes
aquáticos. É um dos poucos grupos de insetos com espécies cujos
adultos são aquáticos e as larvas terrestres. Comprimento: 1–8
mm. Corpo fortemente esclerosado, curto, largo e compacto;
oval e compacto ou alongado e paralelo lateralmente, convexo
ou ligeiramente achatado; coloração geralmente negra, cinza-
-opaca ou castanha; apêndices geralmente mais claros que o
corpo. Cabeça geralmente larga e arqueada, hipognata; inserções Figuras 31.222-223. Chelonariidae, vd. 222, Chelonarium ornatum
antenais visíveis de cima; antena curta, geralmente pectinada Klug; 223, Chelonarium sp.
(total ou parcialmente) ou capitada, com 6–13 antenômeros;
1º e 2º antenômeros mais longos, 3º mais curto que o 2º, geral-
mente subcilíndrico, 2º às vezes mais largo que os demais, 4–13
formando uma clava frouxa; labro curto e largo, parcialmente
escondido pelo clípeo; tarsos 5-5-5 ou 4-4-4.
Larva alongada, cilíndrica, fortemente esclerosada; coloração
de amarelada a marrom com terço posterior dos segmentos to-
rácicos e abdominais mais escuros; superfície pontuada; cabeça
prognata; sutura epicranial em forma de Y; 6 estemas cada lado,
ou ausente; labro curto e transverso; complexo maxilolabial
presente; pernas curtas, estreitamente separadas; segmento IX
com opérculo ventral achatado.
Os adultos de modo geral estão intimamente associados
à água; vivem em troncos, galhos ou pedras dentro d’água; Figura 31.224. Cneoglossidae, Cneoglossa edsoni Costa, Vanin &
Ide, vd.
alguns vivem entre a vegetação na margem de lagos, enquanto
outros são ripários. A maioria das larvas são terrestres e vivem emarginado apicalmente com opérculo ventral com ganchos
em solo úmido perto de rios, enquanto algumas são aparente- operculares; com tufo de traqueobrânquias anais.
mente aquáticas e vivem entre musgos que crescem em rochas Habitam quase que exclusivamente águas correntes e muito
submersas. Alimentam-se primariamente de matéria vegetal em oxigenadas, mas geralmente não ocorrem em cascatas ou corren-
decomposição. A pupa é terrestre. Referências: Brown (1981b), tes rápidas. Os adultos de Larainae são ripários e os de Elminae
Vanin et al. (1997), Passos et al. (2018) e Polizei et al. (2022). são aquáticos e raramente deixam a água e respiram através
Elmidae (Helmidae, Elminthidae, Helminthidae, Elmididae, do plastrão. Os adultos das duas subfamílias, principalmente
Limniidae) (Figs 31.226–229). Os adultos distinguem-se recém-emergidos, são atraídos por luz ultravioleta, mas, após o
principalmente pelo hábito aquático ou semiaquático, corpo voo inicial, voltam para a água. Nos Elminae, os músculos do
compacto, antena fina ou levemente dilatada, olhos glabros e voo atrofiam.
pernas não natatórias, com garras bem desenvolvidas. Compri- As larvas geralmente são aquáticas; algumas vivem entre raí-
mento: 2,3–11 mm. Corpo de ovalado a alongado, achatado zes ou musgos aquáticos. O alimento consiste principalmente de
ou moderadamente convexo; coloração de negra a castanho- matéria vegetal em decomposição, detritos e micro-organismos,
-escura, algumas espécies com manchas ou bandas vermelhas como diatomáceas e algas verdes. Seus movimentos são vagarosos
ou amarelas; cerdas geralmente finas, plastrão cobrindo grande e geralmente se aderem firmemente ao substrato. As larvas de
parte do ventre e pernas. Cabeça quase tão longa quanto larga; ambas as subfamílias respiram pelas brânquias caudais; larvas de
inserções antenais expostas, amplamente separadas; gula dis- último ínstar adquirem espiráculos funcionais. Empupam em
tinta; antena com 11 antenômeros, capitada (curta), clavada células no substrato fora d’água. Após a emergência, os adultos
ou serrada (moderadamente longa), ou filiforme (longa); labro podem voar. Muitas espécies são coletadas à luz. As duas sub-
e clípeo distintos; procoxa transversa; cavidade procoxal aberta famílias, Elminae (Figs 31.226–228) e Larainae (Fig. 31.229),
atrás; metacoxa transversa, oblíqua, encontrando o élitro; asa ocorrem no Brasil. Referências: Brown (1981a), Spangler &
membranosa presente ou ausente; 5–6 ventritos; élitro estriado. Santiago (1987), Spangler (1990), Manzo (2005), Passos et
Larva alongada, paralela lateralmente, achatada ventral- al. (2007, 2018), Segura et al. (2012, 2013), Barbosa et al.
mente e convexa dorsalmente; bem esclerosada; coloração de (2013), Jäch et al. (2016), Polizei & Barclay (2018) e Polizei &
castanha a castanho-escura; superfície com áreas glabras (signa);
Fernandes (2020).
geralmente com asperites, cerdas de várias formas, tubérculos e
sulcos, formando padrões distintos; plastrão de cerdas presente; Heteroceridae (Figs 31.230–231). São reconhecidos principal-
cabeça com 1-6 estemas agrupados de cada lado; labro trans- mente pela pubescência densa, mandíbulas longas e projetadas
verso; protórax com 6–7 escleritos ventrais; meso e metatórax para frente, tíbias achatadas e espinhosas, adaptadas para escavar
com 5–6 escleritos; perna curta; segmento IX arredondado ou e ventrito I com limas estridulatórias pareadas.

632
COLEOPTERA

inundado. Durante a inundação, também podem respirar por


um curto espaço de tempo com o ar preso no túnel. Podem ser
coletados lavando a camada superficial de areia e, desse modo,
forçando os besouros a abandonar o túnel. Empupam dentro do
túnel ou em uma câmara construída na lama. A câmara pupal
geralmente tem uma “chaminé” na extremidade. Larvas, pupas e
adultos de Efflagitatus freudei Pacheco foram coletados em areia
de praias litorâneas. No Brasil, ocorrem os gêneros Efflagitatus
Pacheco, Heterocerus Fabricius e Tropicus Pacheco.
Está dividida em duas subfamílias, Elythomerinae e Hetero-
cerinae*, das quais apenas a última está registrada para o Brasil.
Figura 31.225. Dryopidae, Parigrus sp., vd. Referências: Pacheco (1964), Vanin et al. (1995) e Skalicky
(2017).
Limnichidae (Fig. 31.232). É caracterizada principalmente pelo
tamanho pequeno, pubescência densa, protrocantinos expostos
e hábitat ripário. Assemelham-se aos Byrrhidae pelas cavidades
ventrais onde as pernas podem ser alojadas, mas diferem por
serem mais convexos e, geralmente, pelas antenas mais delgadas,
prosterno mais longo, estendendo-se além das procoxas e suturas
catepisternal e frontoclipeal distintas. Comprimento: 0,5–4,5
mm. Corpo alongado ou oval, convexo dorsalmente; tegumento
de castanho a castanho-escuro, coberto por cerdas hidrófugas
decumbentes, eretas ou ocasionalmente microcerdas. Cabeça
fortemente defletida ou opistognata; clípeo e labro distintos;
antena com 11 antenômeros, filiforme ou com antenômeros
apicais engrossados, não formando lamela; pronoto com margens
laterais afiladas e base crenulada em algumas espécies; processo
prosternal largo; pernas encaixadas no tórax e abdômen quan-
do em repouso; tarsos 5-5-5 ou 4-4-4; metacoxas geralmente
aproximadas; élitros geralmente não estriados.
Larva morfologicamente semelhante às de Dryopidae e
Figuras 31.226-229. Elmidae, vd. 226, Macrelmis sp. (Elminae); Elmidae. Corpo alongado, subcilíndrico, paralelo lateralmente;
227-228, Elminae; 227, Cylloepus quinquecarinatus Sampaio, castanha dorsalmente e menos pigmentada ventralmente; cabeça
Passos & Ferreira-Jr; 228, Hintonelmis opis Hinton; 229, Larainae,
prognata; ramos frontais em forma de V ou U; 4–5 estemas cada
Potamophilus sp.
lado, às vezes com mancha pigmentada adicional; labro e clípeo
Comprimento: 2,2–5,3 mm. Corpo alongado, achatado, livres; segmentos VIII–X curvados; sem urogonfo. As larvas são
paralelo lateralmente; coloração de castanha a enegrecida, éli- desconhecidas para o Brasil.
tros geralmente com máculas. Cabeça prognata; labro e clípeo Os adultos geralmente são semiaquáticos ou ripários, vivem
distintos; antena com 9–11 antenômeros; 6–7 antenômeros sobre plantas ao lado do leito de rios ou vegetação e madeira
distais formando clava serrada frouxa; pronoto transverso, arre- que emerge na água; podem ser atraídos pela luz. Geralmente
dondado lateralmente; protíbia com fileira de espinhos espessos são encontrados com outras famílias de Dryopoidea ripárias,
na margem externa; élitro coberto de cerdas recumbentes; crista como Heteroceridae ou Dryopidae. As larvas geralmente vivem
estridulatória ventro-lateral na base do abdômen. na areia, lama ou serapilheira e aparentemente alimentam-se de
Larva campodeiforme; superfície dorsal marrom-escura matéria orgânica em decomposição.
com cerdas curtas e longas; cabeça prognata; ramos frontais em Está dividida em quatro subfamílias: Cephalobyrrhinae,
forma de V ou U; 5 estemas cada lado; clípeo e labro distintos; Hyphalinae, Limnichinae e Thaumastodinae. Apenas Limnichi-
complexo maxilolabial presente; perna protorácica fossorial; seg- nae ocorre no Brasil, representada pelos gêneros Byrrhinus Mots-
chulsky, Corrinea Wooldridge, Eulimnichus Casey, Limnichoderus
mento IX com ápice arredondado; segmento X tubular e ventral.
Casey, Phalacrichus Sharp e Physemus LeConte. Referências:
São besouros semiaquáticos, sem adaptações para a vida
Wooldridge (1975) e Spangler et al. (2002).
aquática. Alimentam-se de algas, diatomáceas e detritos finos.
Larvas e adultos estão associados a hábitos ripários ou areia Lutrochidae (Figs 31.233–234). É reconhecida pelos adultos
úmida e lama. Os adultos são bons voadores e podem ser encon- com forma oval característica, pubescência densa e antenas
trados a alguma distância da água; são atraídos por luz. Cavam a curtas, com os dois primeiros antenômeros longos e largos. Com-
areia para por os ovos e as larvas podem ser encontradas em túneis primento: 4,5–6 mm. Corpo convexo dorsal e plano ventral;
superficiais na areia, onde ingerem quantidade de substrato do tegumento brilhante, castanho-escuro, densamente pontuado;
qual extraem algas, diatomáceas e outra matéria orgânica. São pubescência densa. Cabeça hipognata; epicrânio com carena
ativos e podem voar ou rastejar para longe quando o hábitat fica em forma de Y invertido; inserções antenais visíveis de cima;
633
COLEOPTERA

labro livre; antena curta, não atingindo a margem posterior da


cabeça, com 11 antenômeros; escapo quase tão longo quanto
flagelo, globoso na base e com cerdas longas na margem externa;
pedicelo quase tão largo quanto escapo e tão longo quanto ante-
nômeros 3–5 juntos; flagelo mais estreito que o escapo; pronoto
transverso, trapezoidal; lobo prosternal bem desenvolvido; élitro
densamente pontuado e cerdoso.
Larva semelhante ao verme-arame; região dorsal bem escle-
rosada; castanho-escura, fortemente pontuada e cerdosa (cerdas
curtas e plumosas entre cerdas longas); cabeça prognata; ramos
Figuras 31.230-231. Heteroceridae, vd. 230, Efflagitatus freudei
frontais em forma de V; 5 estemas cada lado; clípeo e labro li-
Pacheco; 231, Efflagitatus freudei Pacheco (Heterocerinae).
vres; segmento IX alongado e achatado, semielíptico; segmento
X formando um opérculo ventral articulado; traqueobrânquias
anais retráteis.
Esses besouros não são aquáticos verdadeiros, mas são quase
sempre encontrados em situações ripárias. Adultos e larvas de
Lutrochus germari Grouvelle foram encontrados em troncos caí-
dos e submersos. Os adultos ficam permanentemente submersos,
com uma bolha de ar presa pelas cerdas hidrófugas, que cobrem
a maior parte do corpo.
No Brasil, ocorre apenas Lutrochus Erichson. Referência:
Spangler et al. (2002).
Protelmidae (Fig. 31.235). Esta família era tradicionalmente
considerada como Protelmini, uma tribo de Elmidae (Elminae)
com seis espécies em quatro gêneros da região Afrotropical. No Figura 31.232. Limnichidae, vd.
entanto, estudos morfológicos revelaram que os Protelmini
diferem consideravelmente dos demais Elmidae, e devem ser às rochas, a salvo de predadores e de serem levadas pela corren-
considerados como uma família distinta (Jäch et al. 2016). A teza. Empupam no solo, em lugar protegido, perto da água e
principal característica que os diferencia dos Elmidae é a antena permanecem dentro da última exúvia larval.
com 9 antenômeros. As pupas de Psephenidae, Hydroscaphidae e Torridincoli-
Membros de Protelmidae foram registrados na América do dae são as únicas com brânquias espiraculares conhecidas em
Sul e o material coletado no Brasil encontra-se em estudo e será Coleoptera.
publicado em breve. Referência: Jäch et al. (2016) Está dividida cinco subfamílias, das quais uma (com *) ocorre
Psephenidae (Figs 31.236–237). Comprimento: 2,8–8,5 no Brasil, representada pelos gêneros Psephenus Haldeman e
mm. Corpo oblongo ou oval; alguns lampiriformes, levemente Pheneps Darlington: Afroeubriinae, Eubrianacinae, Eubriinae,
esclerosados; coloração negra ou castanha, às vezes amarelada Psepheninae* e Psephenoidinae. Além disso, imaturos de Eu-
ou com manchas amareladas. Cabeça hipognata; labro exposto briinae foram coletados, mas ainda não descritos. Referências:
parcialmente ou escondido pelo clípeo; antena com 6–11 an- Fernandez et al. (2001), Shepard & Barr (2014) e Passos et al.
tenômeros, sexualmente dimórficas ou não; serrada, pectinada (2018).
ou flabelada; margens lateral e posterior do pronoto lisas ou
Ptilodactylidae (inclui Podabrocephalidae) (Figs 31.238–240).
crenuladas; processo prosternal estreito ou largo; tarsos 5-5-5
(Fig. 31. 9A); tarsômeros I–II do macho às vezes dilatado (pernas São reconhecidos principalmente pelo pronoto estreitado e
anterior e média ou todas); garras simples ou com dente basal; arredondado anteriormente, com margens laterais incompletas
abdômen com 5 ventritos em ambos os sexos ou com 7 ventritos ou obsoletas e margem basal crenulada, antenas às vezes apen-
no macho e 6 na fêmea; élitros estriados ou não. diculadas, élitros macios e escutelo cordiforme. Comprimento:
Larva geralmente onisciforme ou alongada e cilíndrica; cas- 2,5–8,5 mm. Alongado-oval, convexo, pubescente. Cabeça de-
tanha, com padrão de pigmento característico; cabeça prognata, clive, inserções antenais expostas; antena com 11 antenômeros,
visível ou totalmente coberta pelo protórax; estemas presentes; filiforme, serrada, pectinada ou flabelada, com ramos começando
labro livre; abdômen com 9 ou 10 segmentos visíveis de cima. no 3º ou apêndices articulados começando no 4º antenômero;
As larvas de Psepheninae são estritamente aquáticas, enquan- tarsos 5-5-5 ou pseudotetrâmeros; garras simples, apendiculadas,
to os adultos são estritamente terrestres. Os adultos geralmente serradas ou pectinadas.
são ripários, exceto as fêmeas, que podem por ovos sobre rochas Larva alongada, cilíndrica, paralela lateralmente; superfície
submersas. São terrestres de vida curta e voam rapidamente, pigmentada em grau variável; cabeça prognata; ramos frontais em
geralmente em dias ensolarados. As larvas são encontradas em- forma de V; estemas em número variável; labro livre; abdômen
baixo de rochas ou outros substratos lisos em riachos de águas com 10 segmentos visíveis de cima.
torrenciais ou calmas, de onde raspam as algas para alimentação. Geralmente vivem em hábitat ripário, semiaquático e aquáti-
Seu corpo achatado permite que fiquem agarradas firmemente co. Os adultos são atraídos pela luz e podem ser coletados sobre

634
COLEOPTERA

junção trocantero-femoral oblíqua; margem externa da mesotíbia


geralmente crenulada, denticulada ou espinosa; esporão tibial
em todas as pernas; tarsos pentâmeros, geralmente com lobos
ventrais nos tarsômeros I–IV ou II–IV.
Larva hipermetamórfica; larva de último ínstar vermiforme,
alongada, fusiforme com abdômen alongado; ligeiramente
pigmentada; cabeça prognata; sutura epicranial em forma de V;
antena com um antenômero; labro fundido à cápsula cefálica;
protórax mais estreito que o abdômen; pernas reduzidas, 3- ou
4-segmentadas; segmento IX com um urogonfo fixo. Larva de
Figuras 31.233-234. Lutrochidae, Lutrochus germairi Grouvelle, vd.
1º ínstar semelhante a um triungulinídeo: alongada, achatada,
ligeiramente esclerosada; ovorruptores nos tergos abdominais
III–VII; tergo IX sem urogonfo.
As larvas são desconhecidas para o Brasil. Geralmente são
parasitoides externos de ninfas de cigarras.
Os adultos não são coletados com frequência, e podem ser
encontrados agregados durante o dia, ou atraídos por luz; apa-
rentemente não se alimentam. Os machos voam em volta das
árvores onde encontram as fêmeas. Depois da cópula, a fêmea
insere o ovipositor tubular em buracos ou fendas embaixo de
casca, provavelmente no mesmo lugar de ovipostura das cigarras.
A eclosão dos ovos produz larvas semelhantes a triungulinideos,
que caem no chão ou são lançados pela chuva e entram no solo
juntamente com as ninfas de cigarras.
No Brasil, ocorrem os gêneros Polytomus Dalman e Sandalus
Figura 31.235. Protelmidae, vd. Knoch. Referência: Jin et al. (2013).
Superfamília Elateroidea. Os elateroides adultos desenvolveram
a vegetação ripária ou com armadilhas de interceptação de voo.
um tipo de comportamento defensivo conhecido como ‘clic’ em
Os hábitos alimentares dos adultos não foram registrados. As
adultos de Cerophytidae, Eucnemidae, Throcidae e Elateridae;
larvas geralmente ocorrem em hábitats úmidos e podem ser
redução na esclerosação da cutícula, geralmente acompanhada
ripárias ou aquáticas. Geralmente são saprófagas, encontradas
por mecanismos de defesa química e coloração aposemática
na serapilheira, madeira apodrecida, matéria vegetal úmida em
(“Cantharoidea”); e retenção de características larvais (neotenia)
decomposição e detritos acumulados nas margens de riachos. As
em adultos. Nas larvas, ocorre ecdise do tipo elateroide associada
larvas de Anchytarsinae, parecem ser verdadeiramente aquáticas,
a espiráculos bíforos e perda do aparelho de fechamento espi-
alimentando-se de madeira submersa. Todas empupam no solo.
racular, mola mandibular ausente, e consolidação das maxilas
Está dividida em cinco subfamílias, das quais quatro (com
e lábio larval para formar o complexo maxilolabial, adaptado
*) registradas para o Brasil: Anchytarsinae*, Aploglossinae*,
para alimentação líquida. A família Artematopodidae possui um
Araeopidiinae, Cladotominae* (Fig. 31.238) e Ptilodactylinae*
tipo de dobramento da asa muito primitivo, o que sugere uma
(Figs 31.237, 239). Referências: Ivie (2002c), Kundrata et al.
posição mais basal dentro do grupo.
(2019b) e Stribling (1986).
Inclui 15 famílias, sendo que 11 (com *) ocorrem no Brasil:
Superfamília Dascilloidea. Os adultos compartilham os tipos Artematopodidae*, Brachypsectridae, Cantharidae*, Cerophy-
de interligação protorácica, de metaendosternito, venação e tidae*, Elateridae*, Eucnemidae*, Jurasaidae*; Lampyridae*,
dobra da asa, e de edeago. Inclui Dascillidae e Rhipiceridae; Lycidae*, Omalisidae, Omethidae*, Phengodidae*, Rhagoph-
apenas a última ocorre no Brasil. thalmidae, Rhinorhipidae e Throscidae*. Referências: Beutel
(1995), Kundrata et al. (2014) e Bocak et al. (2018).
Rhipiceridae (= Sandalidae) (Fig. 31.208). São sexualmente
dimórficos, antenas pectinadas nas fêmeas e flabeladas nos Artematopodidae (= Artematopidae; inclui Eurypogonidae)
machos, inseridas em tubérculos na base das mandíbulas, olho (Figs 31.241–242). Assemelham-se aos Elateridae, mas os
bem desenvolvido e tarsômeros I–IV com lobos membranosos. adultos não possuem processo prosternal tão bem desenvolvido
Comprimento: 17–27 mm. Corpo de castanho-escuro a negro, e a carena frontal está ausente, enquanto as larvas apresentam
às vezes com antenas alaranjadas ou cor de cedro; tórax mais labro distinto. Comprimento: 3–10 mm. Forma ovalada; con-
escuro que os élitros; pubescência fina, curta e densa. Cabeça vexidade de moderada a forte; coloração de castanha a negra;
mais longa que larga, levemente declinada; sutura frontoclipeal pubescência moderadamente longa; cabeça fortemente declive;
ausente; labro visível; antena com 11 antenômeros em todas antena longa e filiforme, tarsos pentâmeros; tarsômeros II–IV
as fêmeas, 11–40 antenômeros nos machos; escapo três vezes ou III–IV bífidos ou lamelados.
o comprimento do pedicelo; sutura pleurosternal completa; Larva semelhante à de Elateridae, mas com labro livre;
cavidades procoxais separadas pelo processo prosternal; élitro alongada, levemente achatada e fortemente esclerosada; sutura
pontuado irregularmente, geralmente com cristas longitudinais; frontal presente; um estema cada lado; segmento IX côncavo
635
COLEOPTERA

dorsalmente e marginado por tubérculos com cerdas; segmento


X ventral.
A biologia é pouco conhecida. Adultos são coletados var-
rendo ou batendo a vegetação. Larvas de Artematopus Perty
foram encontradas no solo de floresta, embaixo de serapilheira.
São consideradas carnívoras, apesar de não atacarem as presas.
Está dividida em três subfamílias, das quais apenas uma
(com *) ocorre no Brasil, representada por Artematopus Perty:
Allopogoninae, Artematopodinae* e Electribiinae. Referências:
Costa et al. (1985, 1988), Cooper (1991) e Lawrence (2005). Figuras 31.236-237. Psephenidae, vd. 236, Psephenus sp.; 237,
Cantharidae (= Telephoridae; inclui Chauliognathidae) (Figs Pheneps sp.
31.243–252). São caracterizados principalmente pelo labro
membranoso e geralmente encoberto pelo clípeo, mesocoxas
geralmente contíguas, abdômen com 7 a 8 ventritos e larvas e
adultos com poros glandulares tergais. Comprimento: 2–30 mm.
Alongados, paralelos lateralmente e moderadamente achatados;
corpo mole, com cutícula levemente esclerosada e flexível; colo-
ração muito variada, de totalmente negra a predominantemente
vermelha, amarela ou alaranjada; coloração aposemática no
corpo e élitros, ou restrita ao pronoto; geralmente com pu-
bescência curta, moderadamente densa e decumbente. Cabeça Figuras 31.238-240. Ptilodactylidae, vd. 238, Ptilodactylinae,
parcialmente visível dorsalmente; cavidades procoxais contíguas; Ptilodactyla sp.; 239, Cladotominae, Cladotoma ovalis Westwood;
mesocoxas contíguas, cavidades mesocoxais abertas lateralmente; 240, Ptilodactylinae, Ptilodactyla sp.
tarsos pentâmeros; tarsômero IV expandido e bilobado ventral-
morphocerinae, Malthininae e Silinae. Referências: Delkeskamp
mente; élitros curtos ou cobrindo todo o abdômen; pubescência
(1977), Brancucci (1980, 1981), Constantin (2008, 2010,
e escultura dos élitros variadas; abdômen com 7 (fêmeas e alguns
machos) ou 8 (maioria dos machos) ventritos. 2020), Biffi (2015, 2016, 2017, 2019, 2020), Biffi & Casari
Larva alongada, mais ou menos paralela lateralmente; (2017), Biffi & Constantin (2018a, b) e Biffi & Geiser (2020).
cutícula com protuberâncias diminutas densas, dando aspecto Chave para subfamílias com registros para o Brasil (modifi-
aveludado, geralmente com cerdas curtas e eretas; parcialmente cada de Constantin 2008)
ou totalmente escuras, pelo menos com máculas dorsais; cabeça 1. Sutura frontoclipeal completa; palpômeros maxilares
prognata; suturas epicraniais ausentes; geralmente um estema I–III de comprimento subigual; esporões tibiais
cada lado da cabeça; labro fundido à cápsula cefálica; antena com ausentes; machos com ventrito VIII e genitália
assimétricos. (Figs 31.242–248) ..... Chauliognathinae
3 antenômeros; mandíbula falciforme com canal longitudinal;
— Sutura frontoclipeal ausente; palpômeros maxilares de
palpo maxilar com 3 ou 4 palpômeros; tergitos torácicos e ab- comprimentos diferentes; esporões tibiais robustos e bem
dominais I–VIII, cada um com um par de aberturas glandulares visíveis; machos com abdômen e genitália simétricos ... 2
lateral (às vezes também no IX).
2(1). Quarto tarsômero com um vinco transversal na base;
São besouros diurnos, abundantes em folhagens e flores,
abdômen com 7 ventritos (esternitos visíveis), os demais
onde se alimentam de insetos, néctar e pólen. Muitos adultos invaginados; último ventrito dos machos dividido
que permanecem longo tempo expostos aos predadores, sobre a longitudinalmente. (Figs 31.251–252) ......... Silinae
vegetação, estão envolvidos em um eficiente sistema químico de — Quarto tarsômero sem vinco transversal na base; abdômen
defesa. Adultos e larvas possuem glândulas tergais que secretam com 8 ventritos (esternitos visíveis); último ventrito
substâncias repugnantes que reduzem a palatabilidade para o dos machos não dividido longitudinalmente .......3
predador. Produzem vários compostos defensivos que acredita-se 3(2). Último palpômero maxilar globoso com ápice acuminado;
sejam, em parte, sintetizados a partir do material da dieta. Adul- élitros geralmente curtos, expondo 2 ou mais tergitos
tos de muitas espécies possuem coloração aposemática, e algumas abdominais ......................................... Malthininae
espécies estão envolvidas em complexos miméticos com outros — Último palpômero maxilar em forma de machadinha;
élitros cobrindo completamente o abdômen (Figs
cantarídeos e membros de muitas outras famílias de Coleoptera.
31.249–250) .................................... Dysmorphocerinae
As larvas são noturnas, vivem sobre vegetação, no solo, em-
baixo de pedras ou troncos, serapilheira ou madeira apodrecida, Cerophytidae (Fig. 31.253). São reconhecidos principalmente
onde geralmente predam outros invertebrados, mas algumas pelas antenas serradas ou pectinadas, com ramos surgindo da
podem alimentar-se de plantas. Alimentam-se predominan- base, cabeça defletida com fronte proeminente entre os olhos,
temente de líquidos dos hospedeiros. Algumas larvas, quando peças bucais ventrais, olhos proeminentes e globulares, protórax
perturbadas, expelem pela cavidade bucal, líquido escuro e de transverso, sem carenas laterais, placas coxais ausentes e metatro-
gosto desagradável. canteres longos; último tarsômero lobado, garra tarsal pectinada.
Está dividida em cinco subfamílias, apenas a primeira não Comprimento: 4,3–9,2 mm. Corpo alongado, levemente conve-
está registrada no Brasil: Cantharinae, Chauliognathinae, Dys- xo; coloração de amarelo-avermelhada a castanho-avermelhada

636
COLEOPTERA

ou negra; pubescência escura, moderadamente densa; cabeça


levemente defletida; fronte proeminente em frente aos olhos;
antena com 11 antenômeros, pectinada; élitro com 9 fileiras de
pontos grossos e profundos.
Larva alongada, mais ou menos paralela lateralmente, bran-
ca, exceto pernas e cápsula cefálica, amarelas; cabeça prognata,
sutura epicranial ausente; um estema cada lado; maxilas e lábio
formando o complexo maxilobial; processo prosternal modera-
damente amplo e curvado dorsalmente.
Os adultos, como em Elateridae, possuem habilidade para
saltar e capacidade de emitir o “clic”, mas a natureza do meca- Figuras 31.241-242. Artematopodidae, vd. 241, Artematopus
discoidalis Pic; 242, Artematopus sp. (Artematopodinae).
nismo de salto ainda não está bem entendido.
No Brasil, ocorre apenas Phytocerum Costa, Vanin, Lawrence Há várias espécies bioluminescentes, com duas vesículas pró-
& Ide. ximas aos ângulos posteriores do pronoto e às vezes uma ventral
As larvas são desconhecidas para o Brasil; em outras regiões, entre o tórax e o abdômen, visível apenas durante o voo. São as
estão associadas a várias angiospermas, alimentando-se de madei- espécies conhecidas como vaga-lumes e emitem luz verde-azulada
ra em decomposição. Adultos geralmente são capturados, voando pelos órgãos luminescentes do protórax e do abdômen.
no final da tarde e podem ser capturados com armadilhas, redes Algumas espécies de Agrypnini (Agrypninae) possuem
ou varredura. Também são encontrados na serapilheira e embaixo suturas pleurosternais sulcadas formando bolsas para alojar as
de escombros no chão. Referências: Costa et al. (2003, 2014). antenas embaixo do hipômero; também podem ter sulcos para
Elateridae (inclui Cebrionidae, Dicronychidae, Drilidae, Lis- receber os tarsos no hipômero ou metaventrito.
somidae, Plastoceridae) (Figs 31.254–295). Nomes populares: Nas formas luminescente, larvas e pupas também emitem
alfinete, larva-arame (Conoderus scalaris (Germar)), pirilampo, luz. As larvas podem ser confundidas com as de Tenebrionidae,
salta-Martim, toque-toque, tuco, verme-arame. Geralmente são mas não possuem labro distinto. Larvas de Cardiophorinae
reconhecidos pelo protórax relativamente grande, articulado têm segmentação secundária nos segmentos I a VIII dando a
livremente e com ângulos posteriores pontiagudos, processo impressão de três segmentos para cada segmento verdadeiro.
prosternal bem desenvolvido, encaixando-se na fosseta mesos- As larvas vivem no solo, folhiço, sob casca de tronco, em
ternal, pernas delgadas e antenas serradas. Comprimento: 2–70 raízes de plantas e dentro de cupinzeiros. Geralmente são pre-
mm. Corpo geralmente achatado; geralmente com cores pouco dadoras ou se alimentam de madeira em decomposição, raízes
vistosas, de castanha a negra; muitos com manchas amareladas e tubérculos e a digestão é extraoral. Algumas espécies ocorrem
ou avermelhadas. A maioria com pubescência simples, modera- em grande número e são importantes pragas da agricultura,
damente longa e decumbente; alguns com cerdas escamiformes; principalmente nas regiões temperadas. O desenvolvimento
labro livre; pronoto com carena lateral geralmente completa, ân- larval geralmente leva até três anos, embora algumas espécies
gulos posteriores agudos e geralmente carenados; placa metacoxal possam completar seu ciclo em menos tempo.
presente; tarsos pentâmeros e tarsômeros geralmente simples. Está dividida em 19 subfamílias (Kundrata et al. 2018;
Larva alongada, cilíndrica (verme-arame) ou achatada, forte- Bi et al. 2019), oito delas (com *) com registros para o Brasil:
mente esclerosada; sutura frontal presente; labro fundido à fronte Agrypninae*, Campyloxeninae, Cardiophorinae*, Dendrometri-
formando nasal mediano e lobos paranasais; com ou sem este- nae*, Elaterinae*, Eudicronychinae, Hemiopinae, Lissominae*,
mas; maxilas e lábio unidos formando o complexo maxilolabial; Morostominae, Negastriinae, Oestodinae, Parablacinae, Physo-
segmento IX com ou sem urogonfos fixos; segmento X ventral. dactylinae*, Plastocerinae*, Pityobiinae, Subprotelaterinae, Sy-
Os adultos são primariamente noturnos e voam muito bem. nopyrophorinae, Tetralobinae e Thylacosterninae*. Referências:
Podem ser encontrados sobre ou sob plantas, sob pedras, na Hayek (1973), Costa (1975), Stibick (1979), Golbach (1994),
serapilheira, embaixo de casca ou de troncos caídos. As espécies Wells (2003), Casari (2008, 2013, 2017), Kundrata & Bocak
noturnas são atraídas pela luz. As espécies diurnas são encontra- (2011, 2019), Rosa (2014), Barbosa (2016), Douglas (2017),
das sobre flores, folhagens, grama e troncos e, quando ameaçadas, Kundrata et al. (2018, 2019c) e Bi et al. (2019).
se deixam cair no solo para evitar captura. Os adultos possuem Chave para subfamílias com registros para o Brasil
articulação perfeita do protórax com o resto do corpo, mas em 1. Abdômen com 5 ventritos ................................... 2
repouso as partes ficam firmemente encaixadas. A flexibilidade — Abdômen com 6 ventritos ................. Plastocerinae
da conexão entre o protórax (através do processo prosternal) e 2(1). Processo prosternal curto; antena inserida internamente
mesotórax (pela fosseta mesosternal) permite o salto quando na fronte; sutura pleurosternal geralmente com sulco
colocados de costas. Durante esse processo, o corpo é mantido profundo para recebimento da antena; tegumento
arqueado com as antenas e pernas fortemente aderidas ao corpo relativamente mole ........................................... 3
e, em um movimento brusco, endireitam o corpo, saltando no — Processo prosternal geralmente longo; antena não
ar e caindo no solo na posição correta. Durante o movimento, inserida na fronte; sutura pleurosternal sem sulco
profundo para recebimento da antena; tegumento
emitem um “clic” característico, resultante do forte encaixe do fortemente esclerosado ...................................... 4
processo prosternal na fosseta mesosternal.

637
COLEOPTERA

3(2). Corpo achatado; antena levemente serrada; tegumento


liso e brilhante; cabeça prognata; sutura pleurosternal
com sulco profundo para recebimento da antena.
(Figs 31.276–277, 292) ................ Lissominae
— Corpo cilíndrico; antena flabelada; tegumento geralmente
tuberculado; cabeça hipognata (Figs 31.282–284, 294–
295) .............................................. Thylacosterninae
4(2). Garras tarsais (Fig. 31.255) com uma ou várias cerdas
basais. (Figs 31.254, 256–261, 285–288) ...... Agrypninae
― Garras tarsais sem cerdas basais .......................... 5
5(4). Pernas fossoriais; processo prosternal fortemente curvado
para dentro; mandíbulas longas e proeminentes. (Figs
31.278–280, 293) .................... Physodactylinae
― Pernas não fossoriais; processo prosternal de forma
diferente; mandíbula de tamanho moderado, não
proeminente ............................................................… 6
6(5). Escutelo geralmente cordiforme; carena lateral do
protórax incompleta; processo prosternal estreito e
encurtado. (Figs 31.262–268, 289) ..... Cardiophorinae
― Escutelo não cordiforme; carena lateral do protórax
completa; processo prosternal diferente do acima. ............ 7
7(6). Bordos da fosseta mesosternal declives; mesoventrito separado
do metaventrito; mesocoxas distantes; tarsômeros geralmente
dilatados ou lamelados (Figs 31.273–275, 291) .... Elaterinae
— Bordos da fosseta mesosternal horizontal ou declives;
meso e metaventrito fundidos ou não atrás da fosseta
mesoventral; tarsômeros simples ou lobados (Figs 31.269–
272, 290) ......................................... Dendrometrinae
Subfamílias que ocorrem no Brasil.
Agrypninae (Figs 31.254–261, 285–288). O adulto apresenta
uma ou mais cerdas inseridas no lado externo de cada garra
tarsal e asa membranosa sem célula anal. A larva é achatada
dorso-ventralmente. Inclui Agrypnini, Anaissini, Euplinthini
(Cleidecostina (=Heligmini; Compsoplinthina e Euplinthina)),
Drilini, Hemirhipini (Hemirhipina e Tetrigusina), Oophorini
(=Monocrepidiini), Platycrepidiini, Pseudomelanactini e Pyro-
phorini (Hapsodrilina Nyctophyxina e Pyrophorina), entre
as quais alguns grupos apresentam formas bioluminescentes e
Figuras 31.243-252. Cantharidae. 243-246, Chauliognathus
opacipennis Pic (Chauliognathinae); 243, vd; 244, tarso, vd;
neotênicas.
245, cabeça, vd; 246, coxa e trocanter metatorácico; 247-248, Cardiophorinae (Figs 31.262–268, 289). Os adultos são
Chauliognathinae, vd; 247, Chauliognathus binotaticeps Pic; 248,
Lobetus lemoulti Pic; 249-250, Dysmorphocerinae, vd; 249, Oontelus
reconhecidos pela presença de cavidade mesocoxal fechada
sp.; 250, Plectonotum laterale Pic; 251-252, Silinae, vd; 251, Discodon lateralmente, processo prosternal curto e com ápice truncado,
cinctum (Laporte de Castelnau); 252, Silis laeta Blanchard. escutelo cordiforme e carena lateral do pronoto incompleta ou
ausente. A larva é única dentro da família, com corpo cilíndrico,
vermiforme, com segmentos abdominais I–VII formados, cada
um por 3 anéis subiguais.
Dendrometrinae (Figs 31.269–272, 290). Caracterizada
especialmente pela fusão do meso e metaventritos. As larvas
são achatadas. Inclui 10 tribos, Dendrometrini (Denticollina
e Hemicrepidiina), Hypnoidini e Semiotini ocorrem no Brasil.
Elaterinae (Figs 31.273–275, 291). Adultos geralmente apresen-
tam cabeça globular e defletida e tarsômeros com ou sem lamelas
embaixo. Larva geralmente cilíndrica. Inclui 12 tribos das quais
7 ocorrem no Brasil: Agriotini (Agriotina e Cardiorhinina),
Figura 31.253. Cerophytidae, Phytocerum ingens Costa, Vanin, Ampedini, Dicrepidiini, Elaterini, Megapenthini, Physorhinini
Lawrence & Ide, vd. e Pomachiliini.

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COLEOPTERA

Figuras 31.254-269. Elateridae. 254-262, Agrypninae. 254, vv; 255, garras; 256-257, processo do salto; 258, Heteroderes sp. (Oophorini),
vd; 259, Chalcolepidius zonatus Eschscholtz (Hemirhipini), vd; 260, Pyrophorus divergens Eschscholtz (Pyrophorini), vd; 261, Dilobitarsus
abbreviatus Candèze (Agrypnini), vd; 262, Aptopus sp. (Cardiophorinae), garras; 263-268, Cardiophorinae, Horistonotus sp.; 263, vd; 264,
escutelo; 265, garras; 266, tórax, vl; 267, processo prosternal e fosseta mesosternal, vv; 268, tarso; 269, Dendrometrinae, Cylindroderus
indutus Candèze, processo prosternal e fosseta mesosternal, vv.

Lissominae (Figs 31.276–277, 292). Apresentam corpo bri- convexo, com pubescência fina, curta e esparsa; coloração de
lhante e geralmente antenas, quando em repouso, recebidas em castanha a castanho-escura; inserções antenais expostas; antena
sulcos prosternais. No Brasil ocorre Drapetes Dejean, Hypochaetes geralmente com 11 antenômeros (12 em machos de Phyllocerus
Bonvouloir, Lissomus Dalman e Paradrapetes Schwarz. Drapetes Lepeletier & Serville), de moniliforme a flabelada, às vezes in-
e Lissomus já fizeram parte de Throscidae. crassada ou clavada; escapo inflado e pedicelo minúsculo; labro
parcialmente visível ou encoberto pelo clípeo; tarso pentâmeros;
Physodactylinae (Figs 31.278–280, 293). Adultos apresentam
tarsômeros simples ou I–IV densamente pubescentes embaixo
mandíbulas falciformes (pelo menos em um sexo) e pernas
ou lobados; garra simples ou denteada na base; ventritos I–IV
posteriores escavadoras. A larva é desconhecida.
geralmente com comprimento semelhante, e V mais longo.
Plastocerinae. Já foi considerada família de Elateroidea, possui Larva alongada, cilíndrica ou subcilíndrica, paralela late-
abdômen com 6 ventritos. ralmente; superfície macia ou bem esclerosada; coloração de
esbranquiçada a amarelada com cabeça e ápice do abdômen
Thylacosterninae (Figs 31.282–284, 294–295). Esta subfamília
mais escuros; ápodas; cabeça achatada formando uma placa
já pertenceu às famílias Eucnemidae e Throscidae. Inclui Balgus
esclerosada e serrada; mandíbula geralmente totalmente fundida
schnusei (Heller), a única espécie conhecida dessa subfamília
à cápsula cefálica, móveis ou opostas.
que emite luz.
A biologia dos adultos é pouco conhecida. São excelentes
Eucnemidae (= Melasidae; inclui Perothopidae, Phylloceridae) voadores e ativos ao entardecer na primavera e verão, quando
(Figs 31.301–303). Assemelham-se aos elaterídeos na forma do podem ser coletados com batedor ou rede entomológica. Todas
protórax e na posse de mecanismo de salto, mas diferem especial- as espécies têm mecanismo de salto, mas muitas não podem
mente pelo labro escondido embaixo do clípeo, todos os ventritos saltar. A maioria dos adultos têm antenas longas, usadas para
conatos e antenas geralmente recebidas em sulcos. Não têm a auxiliar o inseto a endireitar-se, quando cai de costas, mas parece
mesma facilidade de movimentação do protórax dos elaterídeos, que muitos deles perderam essa habilidade. As larvas da maioria
o que os impede de saltar com a mesma eficiência. Comprimen- das espécies são encontradas em madeira dura de troncos caídos,
to: 2–40 mm. Corpo compacto; alongado, em geral levemente alimentando-se de fungos. A digestão é extraoral. Larvas em
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COLEOPTERA

Figuras 31.270-284. Elateridae. 270-272, Dendrometrinae, Semiotus intermedius (Herbst); 270, vd; 271, tórax, vl; 272, processo prosternal
e fosseta mesosternal, vv; 273, Elaterinae, Anoplischius boraceiensis Casari-Chen & Costa, vd; 274-275, Elaterinae, Cardiorhinus sp.; 274,
cabeça, vf; 275, tórax, vl; 276-277, Lissominae, Lissomus sp.; 276, vv; 277, cabeça, vf; 278-281, Physodactylinae, Physodactylus sp.; 278-
279, pernas protorácica e metatorácica; 280, ápice do processo prosternal; 281, cabeça, vf; 282-284, Thylacosterninae, Balgus sp.; 282,
cabeça, vf; 283, protórax, vv; 284, perna protorácica.

estágio pré-pupal encontram-se dobradas em forma de V em abdômen semelhante a larva (com oóporo na margem posterior
câmaras na madeira. do esternito VIII); perna curta com garras pares; oóporo com
Está dividida em dez subfamílias, das quais cinco (com *) valvas semelhante a lobo membranoso, cada uma com uma
ocorrem no Brasil: Anischinae*, Eucneminae*, Macraulacinae* placa esclerosada.
(Figs 31.296–301), Melasinae* (Fig. 31.303), Palaeoxeninae, Larva. Corpo creme ou branco-leitoso, cilíndrico com
Perothopinae, Phlegoninae*, Phyllocerinae, Pseudomeninae e poucas cerdas; cabeça esclerosada, em forma de cigarra; sutura
Schizophilinae. Referências: Muona (1993, 1995), Lawrence epicranial e endocarena ausentes; clípeo-labro triangular; gula,
et al. (2007) e Muona & Teräväinen (2020). maxilas e lábio fundidos um ao outro e à cápsula cefálica ventral-
mente; parte anterior do lábio projetada com um par de canais
Jurasaidae (Fig. 31.304). Comprimento: 2,5–4,0 mm. Ma-
dorsalmente, encaixando-se na metade apical das mandíbulas
cho com corpo mole; sutura frontoclipeal ausente; labro livre;
pontiagudas, formando como que um bico; perna com 5 seg-
inserções antenais visíveis de cima; antena filiforme com 11
mentos; pretarso glabro.
antenômeros; mandíbula falcada, com um dente; cardo, estipe,
Está representada por seis espécies e dois gêneros, Jurasai
gálea e lacínia indistintos; suturas gulares separadas; pronoto
Rosa et al. e Tujamita Rosa et al., todas do Brasil. Referên-
mais largo que longo, mais estreito que élitros na base; processo
cias: Rosa et al. (2020a, b), Roza (2021) e Biffi et al. (2021).
prosternal curto, não se estende além das coxas; cavidades pro-
coxais abertas interna e externamente, separadas pelo processo Lampyridae (Figs 31.305–312). Nomes populares: caga-fogo,
prosternal; esporões tibiais longos; tarsos 5-5-5; élitros macios, caga-lume, cudelume, esmeraldina, lumeeiro, luze-luze, luzecu,
irregularmente pontuado; asa mais longa que élitro, dobrada mosca-de-fogo, tec-tec, tem-tem, vaga-lume. São facilmente re-
longitudinalmente e escondendo o abdômen na posição de conhecidos pelo tegumento mole, pronoto geralmente cobrindo
repouso; abdômen com 5 ventritos; esternito IX com ápice bi- os olhos e pela emissão de lampejos luminosos à noite. Adultos da
lobado, densamente piloso; edeago trilobado e não inteiramente subfamília Chespiritoinae (do México) não emitem luz. As larvas
retráctil no abdômen. emitem luz intermitente, especialmente ao anoitecer. Compri-
Fêmea com corpo alongado, sem asas, com variado grau mento: 3–43 mm. Corpo alongado ou oval-alongado, levemente
de neotenia mas sempre com pelo menos meso/metatórax e achatado; cabeça total ou parcialmente coberta pelo pronoto;

640
COLEOPTERA

Figuras 31.285-295. Elateridae, vd. 285-288, Agrypninae; 285, Dilobitarsus quadrituberculatus Candèze; 286, Monocrepidius geminatus
(Germar); 287, Pherhimius fascicularis (Fabricius); 288, Pyrearinus janus (Herbst); 289, Cardiophorinae, Triplonychus plagiatus Erichson; 290,
Dendrometrinae, Semiotus sanguinicollis Blanchard; 291, Elaterinae, Cardiorhinus pullatus Candèze; 292, Lissominae, Lissomus sp.; 293,
Physodactilinae, Physodactylus niger Feutiaux; 294-295, Thylacosterninae, 294, Balgus tuberculosus (Dalman); 295, Pterotarsus bimaculatus
Laporte de Castelnau.

coloração variada, negra, castanha, castanho-avermelhada, no oitavo segmento abdominal. Chave para gêneros do mundo:
castanho-clara ou amarelada; pronoto primariamente amarelo Martin et al. (2020). A classificação dos gêneros em subfamílias
e élitros castanho-escuros; geralmente com manchas amarelas, é controversa devido à má definição dos limites morfológicos
avermelhadas ou negras; antena filiforme a serrada, pectinada, das subfamílias. Alguns gêneros permanecem classificados como
flabelada, biflabelada ou raramente capitada; margem anterior do incertae sedis.
pronoto arredondada; abdômen hologastro em muitos machos, Está dividida em doze subfamílias, cinco (com *) das quais
geralmente com 7–8 ventritos; órgãos bioluminescentes em um com registros para o Brasil: Amydetinae* (Fig. 31.307), Che-
ou ambos os sexos, geralmente nos ventritos V, VI e VII. guevariinae, Chespiritoinae, Cladodinae*, Cyphonocerinae,
Larva onisciforme, fusiforme ou subparalela, achatada com Lamprohizinae, Lampyrinae* (Figs 31.305–306, 308–310),
cabeça estreita, geralmente encoberta pelo protórax; tegumento Luciolinae, Ototretinae, Photurinae* (Fig. 31.311), Psilocladi-
esclerosado e pigmentado; cabeça prognata; sutura epicranial nae* (Fig. 31.312) e Pterotinae. Referências: McDermott (1964,
geralmente presente; labro fundido à cápsula cefálica; mandíbula 1966), Silveira & Mermudes (2014a, b), Silveira et al. (2016,
falcada com canal interno (da base ao ápice da mandíbula); 2020), Martin et al. (2019, 2020), Ferreira et al. (2020) e Vaz
segmento X reduzido e ventral. et al. (2020a, b).
A maioria dos adultos é alada, de corpo mole; fêmeas de
algumas espécies possuem asas reduzidas ou são larviformes. Lycidae (Figs 31.313–319). Caracterizados especialmente pelo
Larvas e adultos possuem órgãos luminescentes que produzem corpo relativamente mole, cabeça parcialmente coberta pelo
lampejos de luz, utilizados na atração sexual e, às vezes, para atrair pronoto, abdômen com sete (fêmeas) ou oito (machos) ventritos,
presas. Muitas espécies são ativas à noite e usam a luminescência mesocoxas separadas e pró e mesotrocanteres intersticiais (Figs
como sinal sexual; as diurnas usam feromônios. O padrão de 31.315–318).
emissão de luz dos adultos é muito variável e pode ser usado para Comprimento: 3–25 mm (algumas fêmeas larviformes,
identificar as espécies durante o voo. Geralmente se alimentam acima de 80 mm). Corpo estreito, pronoto mais estreito que
de outros insetos ou de néctar. As larvas geralmente vivem em élitros, com extremidade anterior proeminente; coxas separadas,
lugares encharcados, como solo, raízes, sob casca e pedras, e são trocanter obliquamente preso ao fêmur, tarsômeros II–IV geral-
ativas à noite. São predadoras de caramujos, lesmas, diplópodes, mente com lamelas membranosas; élitros paralelos ou expan-
lagartas e outros invertebrados. Com suas mandíbulas falcifor- didos além das margens laterais do abdômen, geralmente com
mes, injetam substância paralisante e enzimas digestivas na presa, cristas longitudinais ou reticulados; aparência macia, coriácea;
que é digerida extraoralmente; as larvas ingerem apenas líquido. coberto por cerdas finas. Geralmente com coloração aposemá-
As larvas emitem luz, geralmente ao anoitecer, a partir de órgãos tica, envolvendo várias combinações de amarelo, avermelhado e

641
COLEOPTERA

Figura 31.304. Jurasaidae, Jurasai digitusdei Rosa et al., 2020,


macho, vd, vv.

Figuras 31.296-303. Eucnemidae, 296-302, Macraulacinae; 296-297,


Fornax sp., vd, vv; 298-300, Plesiofornax gravis (Bonvouloir); 298,
tarso; 299, cabeça, vf; 300, cabeça e tórax, vv; 301, Ceratogonys
spinicorne (Fabricius), vd; 302, Fornax foersteri Cobos, vd; 303,
Melasinae, Arrhipis sp., vd.

negro. Algumas espécies que não ocorrem no Brasil apresentam


fêmeas larviformes, semelhantes a trilobita.
Larva campodeiforme, achatada; cabeça prognata, parcial-
mente retraída no protórax; labro fundido à fronte; mandí-
bulas falciformes, não opostas e divididas longitudinalmente,
dando a aparência de dois pares; segmento IX com um par de
urogonfos fixos ou ausente; segmento X reduzido e ventral;
digestão extraoral. Geralmente são encontradas sob ou sobre
casca ou troncos caídos; a maioria se alimenta de material mole Figuras 31.305-312. Lampyridae. 305-306, Lampyrinae, Lucio
castelnaui Kirsch; 305, vd; 306, cabeça e protórax, vf; 307,
ou líquidos associados à madeira apodrecida, apesar de alguns
Amydetinae, Amydetes sp., vd; 308-310, Lampyrinae, vd; 308,
autores as considerarem predadoras. Alguns grupos possuem Aspisoma sticticum (Gemminger); 309, Cratomorphus besckei Olivier;
fêmeas larviformes. 310, Macrolampis omissa (Olivier); 311, Photurinae, Pyrogaster sp.;
Os adultos geralmente são ativos durante o dia e abundantes 312, Psilocladinae, Psilocladus sp.
sobre folhas e flores, onde muitas espécies se alimentam de pólen
e néctar. Algumas espécies têm colorido aposemático, imitando Mimetismo com outros coleópteros inclui alguns clerídeos e
o tipo cromático de outros insetos. A biologia é pouco conhecida vários cerambicídeos.
e vários autores discordam sobre suas preferências alimentares. Está dividida em seis subfamílias: Ateliinae, Dexorinae, Dic-
Os adultos aparentam ter vida curta. Várias espécies são gregárias tyopterinae, Libnetinae, Lycinae e Lyropaeinae. Apenas Lycinae
em um dos estágios e os adultos podem servir como modelo ocorre no Brasil. Referências: Bocák & Bocáková (1989, 2008),
de complexos miméticos. Tanto larvas quanto adultos não são Nascimento & Bocáková (2010a, b, 2012, 2017), Bocáková et
palatáveis e possuem colorido aposemático. Algumas espécies de al. (2012a), Nascimento (2013) e Ferreira (2016a, b).
Calopteron Guérin-Méneville têm um tipo cromático que imita Omethidae (inclui Telegeusinae e Penicillophorinae). Compri-
insetos de outras ordens, como algumas mariposas Arctiinae. mento: 2,5–8 mm. Corpo alongado, mais ou menos paralelo

642
COLEOPTERA

Figuras 31.320-322. Phengodidae, macho, vd. 320-321,


Mastinocerinae 320, Phrixothrix hirtus Olivier; 321, Phrixothrix
tiemanni Wittmer; 322, Phengodinae, Phengodes bipennifera Gorham.

alongado, achatado dorso-ventralmente; corpo ligeiramente cas-


tanho-amarelado; cabeça geralmente castanho-escura ou negra,
pronoto amarelado, élitros enegrecidos ou de castanho-claros a
escuros; pubescência curta, densa e ereta; labro livre ou fundido à
fronte; antena geralmente com 12 antenômeros, ocasionalmente
10 ou 11, de serrada a bipectinada ou plumosa; élitro encurtado
em grau variável, com porção distal lobada ou acuminada; tarsos
Figuras 31.313-319. Lycidae, Lycinae. 305-312. Calopteron pentâmeros, simples ou tarsômeros III–IV com lamela ventral;
brasiliense Laporte de Castelnau; 313, cabeça e protórax, vf; garra simples ou denteada; 8 ventritos livres.
314, protarso, vv; 315, protrocanter (intersticial); 316, perna Fêmea larviforme, semelhante à larva exceto principalmente
protorácica; 317, Calopteron sp.; vd; 318, Calopteron sp., vd; 319,
por apresentar espiráculos anulares, esternito IX com ooporo
Macrolygistopterus sp., vd.
transverso e abertura anal com duas lamelas transversas, escuras
lateralmente e achatado. Coberto por cerdas eretas ou suberetas. e esclerosadas.
Cabeça mais longa que larga, mais longa que o pronoto; região Larva ortosomática, tegumento moderadamente esclerosa-
frontal abruptamente declive anteriormente; olhos proemi- do; coloração de creme, laranja, amarelo ou vermelho a negra;
nentes, amplamente separados; inserções antenais levemente cabeça prognata; sutura epicranial ausente; um estema cada
elevadas, separadas e expostas dorsalmente; sutura frontoclipeal lado; labro fundido à fronte; mandíbula falciforme, sulcada
ausente; labro livre, trilobado anteriormente; antena com 11 dorsalmente; segmento X reduzido e ventral, provavelmente
antenômeros, geralmente moniliforme (fortemente serrada agindo como proleg.
ou pectinada em Pseudotelegeusis Wittmer); mandíbula longa, As larvas são encontradas na serapilheira ou no solo. São pre-
delgada, curvada e aguda, com canal aberto mesialmente; palpo dadoras e, juntamente com as fêmeas larviformes, alimentam-se
maxilar com 4 palpômeros, palpômero apical mais longo que os principalmente de diplópodes. Injetam substância paralisante e
basais combinados, levemente achatados e densamente cobertos enzimas em suas presas.
por cerdas bifurcadas especializadas; élitros mais largos que o A pupa fêmea também é larviforme e, assim como a fêmea
protórax, irregularmente pontuados; ápices independentemente (larviforme), são capazes de locomover-se e emitir luz. Nas
arredondados, expondo vários tergitos abdominais; pernas delga- fêmeas larviformes e nas larvas, os órgãos luminescentes estão
das; esporões tibiais bem desenvolvidos; tarsos pentâmeros; tar- distribuídos na cabeça e ao longo do corpo como órgãos late-
sômeros simples; garra tarsal mais ou menos serrada e pectinada. rais verde-amarelados ou vermelhos. Os machos são atraídos
Machos são frequentemente coletados à luz ou armadilha à distância por feromônios e nas proximidades pelos órgãos
de interceptação de voo, mas nada se conhece da biologia das luminescentes da fêmea (Tiemman 1967; Lloyd 1971, 1979).
fêmeas e as larvas são desconhecidas. Em Phengodes Illiger e Zarhipis LeConte, os machos são fraca-
Está dividida em duas subfamílias, Omethinae e Telegeusi- mente luminescentes, mas, em Phrixotrix Olivier, são muito
nae. Apenas a última está registrada no Brasil, cujos táxons en- luminescentes e possivelmente usam a luz para se comunicar
contram-se em estudo. Referências: Crowson (1972), Kundrata com a fêmea.
et al. (2014) e Roza et al. (2019). Está dividida em três subfamílias, sendo que duas (com *)
ocorrem no Brasil: Cydistinae, Mastinocerinae* (Figs 31.320–
Phengodidae (Figs 31.320–322). Nomes populares: bonde-elé-
321) e Phengodinae* (Fig. 31.322). Referências: Tiemman
trico, caga-fogo, caga-lume, cudelume, esmeraldina, fere-lume,
(1967), Lloyd (1971, 1979), Costa et al. (1999a), Zaragoza-Ca-
lumeeiro, luze-luze, luzeco, mosca-de-fogo, tec-tec, tem-tem,
ballero & Pérez-Hernández (2014), Kundrata et al. (2019a) e
vaga-lume. Os machos são facilmente identificados pelo corpo
Roza & Mermudes (2020).
mole e élitros geralmente curtos, antenas com 10–12 antenô-
meros pectinados ou biflabelados, olhos grandes e convexos; as Throscidae (= Trixagidae) (Fig. 31.323). São caracterizados
fêmeas são larviformes. São luminescentes em todas as fases do especialmente pela forma oblonga, cabeça defletida, pronoto
ciclo de vida (ovo maduro, larvas, pupa e adulto). Comprimento encaixado na base dos élitros e antena capitada. Possuem meca-
do macho: 6–30 mm. Tegumento macio, pouco esclerosado; nismo de salto envolvendo a projeção prosternal e a cavidade me-
643
COLEOPTERA

Figura 31.323. Throscidae, Aulonothroscus sp., vd.

sosternal. Comprimento: 1–5 mm. Corpo oblongo, compacto;


ligeiramente achatado ou raramente subcilíndrico; coloração de
castanho-avermelhada a negra; pubescência fina, subereta. Ante-
na geralmente com 11 antenômeros e clava assimétrica com 2–5
antenômeros; pronoto não mais estreito que a base dos élitros,
geralmente mais largo posteriormente; carena lateral do pronoto
geralmente incompleta; margem posterior encaixando-se firme-
mente contra os élitros; sutura pleurosternal completa, aberta
anteriormente formando sulco antenal; hipômero escavado atrás
dos sulcos antenais para receber o profêmur; placas metacoxais
contíguas; abdômen com 5 ventritos conatos, geralmente com
impressões pares transversas para alojar as pernas.
Larva alongada, mais larga no meio, levemente pigmentada
e macia, de branca a amarelada exceto a cabeça, escura; cabeça
prognata e protraída; sutura epicranial ausente; mandíbulas não
opostas; complexo maxilolabial presente; perna anterior mais Figuras 31.324-332. Bostrichidae. 324-326; Bostrychopsis uncinata
desenvolvida; tergito IX com urogonfo pequeno, semelhante a Germar (Bostrichinae); 324, cabeça e pronoto, vl; 325, antena; 326,
dente, ou ausente; segmento X reduzido e apical. ápice dos élitros, vdl; 327, Lyctinae, Lyctus brunneus (Stephens),
vd; 328, Dinoderinae, Dinoderus minutus (Fabricius), vd; 329-330,
No Brasil, ocorrem Aulonothroscus Horn e Cryptophthalma Bostrichinae; 329, Dominikia laminifer (Lesne), vd; 330, Lichenophanes
Cobos. A biologia é pouco conhecida e as larvas são desconheci- plicatus (Guérin), vd, vl; 331, Lyctinae, Lyctus brunneus (Stephens),
das para o Brasil; em outras regiões, vivem em madeira apodre- vd; 332, Polycaoninae, Melalgus gracilipes (Blanchard), vd.
cida ou solo úmido embaixo de folhiço; a digestão é extraoral e
provavelmente se alimentam de sucos extraídos de micorrizas. Bostrichidae (inclui Lyctidae) (Figs 31.324–332). Nomes
Os adultos alimentam-se de pólen e bolor e geralmente são populares: besourinho-do-trigo, broca-do-bambu (Dinoderus
capturados com armadilhas luminosas ou redes. Voam ao en- minutus (Fabricius)), carcoma, caruncho, broca-do-grão. É difícil
tardecer e são encontrados sobre flores, na serapilheira perto de de ser caracterizada pela morfologia externa. A maioria pode ser
reconhecida pelo pronoto em forma de capuz, mas as espécies pe-
madeira apodrecida e várias folhagens. Compartilham com os
quenas podem ser confundidas com Scolytinae (Curculionidae),
Elateridae e Eucnemidae a habilidade de saltar, pela articulação
das quais podem ser separados especialmente pelas antenas retas,
rápida do protórax e mesotórax contra o substrato. Referências:
com antenômeros da clava livres. Em Psoinae, Polycaoninae e
Cobos (1963) e Muona (2019).
Lyctinae (Fig. 31.161), o pronoto não tem forma de capuz. Os
Série Bostrichiformia. Uma potencial autapomorfia para Bos- Lyctinae geralmente são confundidos com Colydiinae (Zopheri-
trichiformia é a cabeça larval globular e hipognata (Beutel 1996), dae), dos quais diferem pela fórmula tarsal 5-5-5. Comprimento:
convertida em uma cabeça mais alongada e retraída na maioria 1–50 mm. Corpo geralmente alongado, paralelo lateralmente,
dos Bostrichidae e alguns Ptinidae. Excluindo Dermestidae, o cilíndrico ou achatado; geralmente tegumento bem esclerosado
corpo larval é vermiforme em forma de C, ápice do abdômen com tubérculos ou granulações; coloração negra, castanha ou
formado por segmento IX alargado e arredondado e ausência do castanho-avermelhada; olhos protuberantes; antenas com 8–11
segmento X. Inclui Bostrichoidea. Referências: Beutel (1996) e antenômeros (geralmente 10), sempre capitadas, clava com 2–4
Zahradník & Háva (2014). antenômeros; carena lateral do protórax incompleta ou ausente.
Larva alongada, paralela lateralmente com tórax mais largo,
Superfamília Bostrichoidea. Inclui quatro famílias, Bostrichi- levemente em forma de C; esbranquiçada e macia, exceto a ca-
dae, Dermestidae, Ptiniidae e Endecatomidae, das quais apenas beça; cabeça prognata, fortemente retraída no protórax; sutura
a última não ocorre no Brasil. Referência: Zahradník & Háva epicranial ausente; labro livre; segmentos abdominais com 2–4
(2014). dobras transversas; segmento X reduzido e apical.

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COLEOPTERA

Figuras 31.340-343. Ptinidae. 340, Mesocoelopodinae, Tricorynus


sp., vl; 341, Dorcatominae, Petalium sp., vd; 342-343. Ptininae,
vd; 342, Mezium americanum (Laporte de Castelnau); 343, Ptinus
brasiliensis Pic.

2(1). Cabeça totalmente visível de cima; projeção prosternal


longa, atingindo o mesoventrito e ligeiramente ex-
pandida no ápice; antena geralmente com 11 ante-
Figuras 31.333-339. Dermestidae. 333-336, Dermestinae, Dermestes nômeros, podendo variar entre 9 e 11. (Fig. 31.332)
maculatus Degeer; 333, antena; 334, cabeça, vld; 335, coxa, trocanter ........................................................ Polycaoninae
e fêmur metatorácico; 336, vd; 337, Megatominae, Thaumaglossa ― Cabeça parcialmente coberta pelo pronoto; projeção prosternal
sp., vd; 338, Attageninae, Attagenus fasciatus (Thunberg), vd; 339, curta, aguda, não se estendendo entre as procoxas; antena
Dermestinae, Dermestes ater Degeer, vd. geralmente com 10 antenômeros, podendo variar entre 8 e 10 ... 3

Normalmente são xilófagos, encontrados em madeira seca. 3(2). Protíbia com um esporão apical; pronoto arredondado
na frente; tarsômero basal longo, subigual ao segundo.
Eventualmente broqueiam galhos e troncos de plantas vivas
(Fig. 31.328) ................................ Dinoderinae
como bambuzeiros (Poaceae), abacateiros (Persea americana ― Protíbia com dois esporões apicais; pronoto achatado ou
Mill. – Lauraceae), cajueiros (Anacardium occidentale L. – escavado na frente; tarsômero basal muito mais curto que
Anacardiaceae) e outras plantas. Muitas espécies são polífagas. o segundo. (Figs 31.324–326, 329–330) ... Bostrichinae
Algumas são as principais pragas de grãos armazenados e têm
4(1). Pronoto com margem lateral completa; antena com 11
importância econômica. antenômeros; clava geralmente dímera, raramente trímera;
Os adultos são capazes de broquear verticalmente a madeira procoxas amplamente separadas; cavidades procoxais
dura e escavar galerias horizontais, nas quais põem seus ovos. abertas ou fechadas externamente (Figs 31.327, 331)
Após a postura, os adultos geralmente morrem na entrada do ................................................................. Lyctinae
túnel, bloqueando a entrada de predadores ou parasitoides. As ― Pronoto sem margem lateral ou apenas com a parte
larvas escavam galerias paralelas à superfície da madeira; cada basal marginada; antena com 11 ou menos antenômeros
e clava trimera ou tetrâmera; cavidades procoxais
geração broqueia um pouco mais fundo na madeira e depois
abertas externamente; primeiro ventrito com projeção
prossegue em direção à superfície para empupar. intercoxal larga ............................................. Dysidinae
Está dividida em sete subfamílias das quais cinco (com*)
estão registradas para o Brasil: Bostrichinae*, Dinoderinae*, Dermestidae (inclui Thorictidae, Thylodriidae) (Figs 31.333–
Dysidinae*, Euderiinae, Lyctinae*, Polycaoninae* e Psoinae. 339). Nomes populares: polia, polilha, punilha. Os adultos são
Referências: Teixeira (1992), Ivie (2002b) e Zahradník & Háva reconhecidos principalmente pela forma ovalada e compacta,
(2014). antenas clavadas recebidas em fossetas antenais e metacoxas
escavadas para recepção dos fêmures; algumas espécies possuem
Chave para subfamílias com registros para o Brasil (adaptada cerdas moderadamente densas, simples ou escamiformes e/ou
de Ivie 2002b) ocelo mediano. Comprimento: 2–13 mm. Corpo compacto,
1. Cabeça total ou parcialmente visível de cima; suturas gu-
lares convergentes ...................................................... 2 de subparalelo a ovalado ou levemente arredondado, maioria
― Cabeça totalmente visível de cima; suturas gulares separa- fortemente convexa; coloração escura, alguns com cerdas esca-
das, às vezes estreitamente separadas ................................. 4 miformes ou simples formando padrões com manchas brancas,
645
COLEOPTERA

amarelas, marrons ou avermelhadas; antena (Fig. 31.5F) geral-


mente com 11 antenômeros, clavada ou capitada; clava com
1–6 antenômeros, raramente filiforme ou pectinada; tarsos
simples, pentâmeros.
Larva alongada a oblonga ou ovalada; pubescência densa
e longa, com um ou mais tipos de cerdas modificadas; cabeça
hipognata; sutura epicranial completa; estemas presentes; labro
livre; pernas bem desenvolvidas, garras pretarsais com 2 cerdas;
segmento IX geralmente simples, às vezes com urogonfos un-
ciformes.
A maioria se alimenta de matéria animal ou vegetal desi-
dratada, rica em proteínas, embora alguns sejam encontrados
Figura 31.344-345. Bothrideridae e Cerylonidae. 344, Bothrideridae,
sobre flores e alimentam-se de néctar ou pólen. Muitas espécies
Sosylus sp., vd.; 345, Cerylonidae, vd.
pequenas ocorrem em ninhos de vespas e abelhas, alimentando-se
nos depósitos de pólen ou de restos de insetos secos. Outras são natureza vegetal ou animal. Larvas e adultos alimentam-se de
encontradas em ninhos de pássaros, alimentando-se de penas e matéria orgânica seca, de origem animal ou vegetal. Adultos de
outros restos orgânicos, ou em ninhos de mamíferos, alimen- Ptininae causam danos em produtos de lã e encadernação de livros;
tando-se de pelos. Espécies de Thaumaglossa Redtenbacher são as larvas podem ocorrer em excrementos e ninhos de pássaros,
encontradas em casulos de mantódeos. Dermestes L. são comuns mamíferos e insetos sociais. Lasioderma serricorne (Fabricius)
em carcaças de animal; Dermestes maculatus DeGeer é utilizado e Stegobium paniceum (L.) são cosmopolitas e praga séria de
para a limpeza de esqueletos de pequenos animais em taxidermia. produtos estocados.
Espécies de Anthrenus Schaeffer também são pragas de material É comum provocarem ruídos nas galerias em que vivem,
seco em coleções zoológicas. Todavia, podem causar estragos resultante de uma série de pancadas bruscas da cabeça, contra
roendo couros, tapetes, peles, artigos de lã etc., tornando-se a madeira. Em alguns Ptininae, as asas são atrofiadas em graus
pragas em armazéns e residências. As cerdas longas das larvas variáveis ou completamente ausentes; em outros, as fêmeas não
podem causar dermatites em seres humanos. têm capacidade de voar.
Está dividida em seis subfamílias, sendo três (com *) registra- Está dividida em dez subfamílias, das quais sete (com *)
das para o Brasil: Attageninae* (Fig. 31.338), Dermestinae* (Figs estão registradas para o Brasil: Alvarenganiellinae*, Anobiinae*,
31.333–336, 339), Megatominae* (Fig. 31.337), Orphilinae, Dorcatominae*, Dryophilinae, Ernobiinae, Eucraninae, Meso-
Trogoparvinae e Trinodinae. Referências: Mroczkowiski (1968), coelopodinae*, Ptininae*, Ptilininae*, Xyletininae*. Referências:
Háva et al. (2006), Háva (2015), Zahradník & Háva (2014) e Hinton (1941), White (1974) e Zahradník & Háva (2014).
Zhou et al. (2022). Chave para as subfamílias com registros para o Brasil (adap-
Ptinidae (inclui Anobiidae) (Figs 31.340–343). Nomes popu- tada de White 1974)
lares: besouro/broca/caruncho-do-fumo, do-cigarro, dos-livros, 1. Élitros geralmente muito convexos; pernas relativamente
longas; antenas inseridas muito próximas entre si na
do-charuto, traça-dos-livros. A maioria é reconhecida princi-
fronte; três antenômeros distais não alongados. (Figs
palmente pela cabeça bastante defletida dentro do protórax, 31.342–343) ................................................ Ptininae
protórax em forma de capuz e apêndices retráteis. Comprimento: ― Élitros moderadamente convexos; pernas de comprimento
0,9–10,5 mm. Corpo alongado, e cilíndrico a oval, geralmente normal; antenas inseridas moderadamente distantes entre si
fortemente convexo; geralmente coloração castanha a castanho- na fronte; três antenômeros distais geralmente alongados ... 2
-escura; cerdas simples ou escamiformes, às vezes aparentando 2(1). Corpo, quando retraído, com cabeça não muito defletida;
glabros; alguns com manchas de cerdas ou escamas mais claras mandíbulas distantes do metaventrito ...................... 3
formando vários padrões. Cabeça geralmente defletida, mode- ― Corpo, quando retraído, com cabeça muito defletida;
rada a fortemente inserida no protórax; antena geralmente com mandíbulas próximas ou atingindo o metaventrito ..... 5
11 antenômeros, ocasionalmente com 8, 9 ou 10; filiforme, 3(2). Pronoto geralmente granuloso anteriormente; antena
serrada, pectinada ou raramente flabelada; às vezes clava com do macho pectinada e da fêmea serrada ...... Ptilininae
1–3 antenômeros; tarsos pentâmeros. ― Pronoto nunca granuloso anteriormente; antena raramente
Larva esbranquiçada, leve a fortemente curvada, em forma como acima ...................................................... 4
de C; cabeça hipognata e protraída; sutura coronal longa; ramos 4(3). Protórax, visto dorsalmente, cerca de duas vezes mais largo que
frontais presentes ou ausentes; labro livre; pernas geralmente longo, com margem distintamente marcada; antena serrada,
5-segmentadas, reduzidas ou ausentes; meso e metatórax e pri- últimos três antenômeros não alargados ... Alvarenganiellinae
― Protórax, visto dorsalmente, nunca tão largo como acima,
meiros segmentos abdominais com 2–3 pregas dorsais; segmento margem nunca distintamente marcada; antena raramente
X reduzido e terminal. serrada, quase sempre com últimos três antenômeros
Geralmente são xilófagos e desenvolvem-se em madeira alargados (Fig.31.5G) ................................ Anobiinae
morta, mas alguns atacam árvores vivas, outros se alimentam de
5(2). Primeiro ventrito não modificado, sem depressão ou sulco
produtos estocados, charutos, goma de capa de livros ou corpos para as pernas posteriores .......................... Xyletininae
de frutificação de fungos. Algumas espécies são as maiores pra- ― Primeiro ventrito modificado, com depressão ou sulcado
gas econômicas de madeira tratada ou produtos dessecados de para as pernas posteriores ........................................ 6

646
COLEOPTERA

6(5). Margem anterior do metaventrito proeminente entre as


mesocoxas, formando um lobo distinto que interrompe a
carena transversal. (Fig. 31.341) ..................... Dorcatominae
― Margem anterior do metaventrito não proeminente,
formando lobo, carena transversal não interrompida. (Fig.
31.340) .............................................. Mesocoelopodinae
Série Cucujiformia. A série Cucujiformia constitui um clado
com monofilia bem fundamentada: a presença de túbulos de
Malpighi criptonéfricos (Lawrence & Newton 1982) otimizou
o mecanismo de reabsorção da água, capacitando seus represen-
tantes a viver em ambientes mais áridos (por exemplo, Tene-
brionidae) ou em partes expostas de plantas. Essa modificação
é considerada essencial para a forte diversificação que ocorreu
nos grupos fitófagos.
Os adultos possuem olhos acones com rabdomas abertos,
ausência de placas nas metacoxas, ausência de espiráculos fun-
cionais no segmento abdominal VIII, redução dos segmentos
pré-genitais (IX e X) e edeago do tipo cucujoide. As larvas retêm
a maioria dos caracteres primitivos de Polyphaga, mas geralmente
com gálea e lacínia fundidas, formando uma mala.
É a maior série de Polyphaga e inclui as seis superfamílias
restantes de Polyphaga: Coccinelloidea, Tenebrionoidea, Cleroi-
dea, Cucujoidea, Chrysomeloidea e Curculionoidea.
Superfamília Coccinelloidea. Inclui 15 famílias, das quais 7
(com *) estão registradas para o Brasil: Akalyptoischiidae, Ale-
xiidae, Anamorphidae, Boridae, Bothrideridae*, Cerylonidae*,
Coccinellidae*, Corylophidae*, Endomychidae*, Eupsilobiidae,
Euxestidae, Latridiidae*, Murmidiidae*, Mycetaeidae e Teredi-
dae. Referência: Robertson et al. (2015).
Bothrideridae (Fig. 31.344). A maioria é reconhecida pela
forma oblonga ou estreita, corpo subcilíndrico ou ligeiramente
achatado, clavas antenais com 1 a 2 antenômeros, trocanteres
com articulação muito oblíqua (heteromeroide) ou muito
reduzidos, inserções antenais expostas e fórmula tarsal 4-4-4.
Assemelham-se superficialmente aos Zopheridae (Colydii-
nae), dos quais podem ser separados pelas inserções antenais
expostas. Podem ser confundidos com Cerylonidae, mas estes Figuras 31.346-356. Coccinellidae, Coccinellinae. 346-348.
Coccinella ocelligera (Crotch); 346, vd; 347, cabeça, vd; 348, palpo
nunca possuem trocanteres heteromeroides, são mais ovoides,
maxilar; 349-350, Epilachna clandestina Mulsant; 349, vd; 350,
o ventrito I é mais longo que os demais e geralmente o bordo cabeça, vd; 351-353, Epilachna sp.; 351, palpo maxilar; 352, tarso;
posterior do último ventrito crenulado. Comprimento: 1,5–13 353, garras; 354, Poria sp., cabeça, vd; 355, Coleomegilla maculata
mm. Coloração de amarela a negra; geralmente subglabros, às (Degeer), vd; 356, Mononeda marginata (Linnaeus), vd.
vezes com cerdas eretas e decumbentes, raramente com cerdas
tais ausentes ou retos e separados; labro geralmente livre; tórax
escamiformes. Cabeça declinada; labro livre; antenas com 9–11
antenômeros; sutura pleurosternal completa. relativamente curto e estreito; pernas geralmente reduzidas; tergo
Larva de vida livre: alongada, mais ou menos paralela late- IX simples ou com urogonfos curtos.
ralmente, ligeiramente pigmentada; superfície dorsal granulada, Essa família inclui membros ectoparasitas e comedores de
com asperites ou tuberculada; cabeça prognata, sutura coronal fungos. Aparecem associados a galerias de besouros broqueadores
curta ou ausente; ramos frontais geralmente liriformes ou au- de madeira, onde são ectoparasitas de larvas e pupas ou de vida
sentes; estemas presentes ou ausentes; labro livre; pretarso com livre. Nos grupos não ectoparasitas, as larvas são de vida livre,
uma cerda; cada tergo abdominal com fileira transversal de cerdas sem modificações associadas ao ectoparasitismo e provavelmente
escamiformes ou asperites; tergo IX com elevação mediana, um
se alimentam de fungos, incluindo aqueles cultivados nas galerias
par de processos com urogonfos voltados para cima e dois ou três
pares de processos adicionais na base dos urogonfos. de madeira. Também podem ser encontrados no solo e serapi-
Larva ectoparasita: primeiro estágio triungulinídeos. Larva lheira. As espécies ectoparasitas são hipermetamórficas, com
madura: corpo alongado, cilíndrico com abdômen variavelmente um triungulinídeo ativo e os ínstares mais tardios modificados
alargado (fisogástrico); cabeça protraída, prognata; ramos fron- como ectoparasitoides. As larvas são desconhecidas para o Brasil.
647
COLEOPTERA

Está dividida em quatro subfamílias, das quais apenas uma


(com *) está registrada para o Brasil, representada pelos gêne-
ros Bothrideres Erichson, Lithophorus Sharp e Sosylus Erichson:
Anommatinae, Bothriderinae*, Teredinae e Xylariophilinae.
Referências: Ślipiński et al. (1989) e Klausnitzer (2005).
Cerylonidae (Fig. 31.345). Besouros de tamanho pequeno a
minúsculo, lisos e brilhantes. Praticamente os únicos em que
larvas e adultos possuem peças bucais sugadoras. Comprimento:
1–5 mm. Corpo oval, oblongo a alongado e quase cilíndrico;
geralmente castanho ou negro, raramente bicolorido; geralmente
com superfície lisa e brilhante; cabeça globular, moderadamente
declinada; inserções antenais expostas dorsalmente, amplamente
separadas; labro livre; antena com 6–11 antenômeros; clava
antenal com 1–3 antenômeros; mandíbula em Ceryloninae e
Loebliorylinae formando lâmina perfurante; margens laterais
do pronoto curvadas; cavidades antenais na região anterior do
prosterno, ao longo da sutura pleurosternal ou no hipômero;
tarsos com III–IV tarsômeros; tarsômero I lobado em vários
táxons; élitro cobrindo completamente o abdômen; pontuação Figuras 31.357-360. Corylophidae. 357, cabeça, vf; 358, Sacium sp.,
geralmente em fileiras (estrias). vd; 359, Orthoperus sp., vd; 360, Sacium sp., vd.
Larva alongada, quase paralela lateralmente; ligeiramente
achatada e pigmentada; superfície dorsal densamente granulada com tegumento levemente pigmentado; tegumento granuloso
e com asperites ou tubérculos cerdosos; cerdas de várias formas; ou espinuloso, geralmente com placas esclerosadas; esclerosações
cabeça prognata e protraída, sutura epicranial ausente; estema dorsais geralmente associadas a armadura cuticular complexa
presente ou ausente; labro livre; pernas robustas, amplamente e processos ramificados; cabeça prognata e protraída; ramos
separadas, pretarsos com uma cerda; tergo IX com um par de frontais variados, raramente ausentes; labro geralmente livre;
urogonfos ou ausentes; segmento X reduzido e ventral. pernas bem desenvolvidas; pretarso com dente basal com uma
Adultos e larvas são encontrados embaixo de casca e na sera- cerda; segmentos I–VII geralmente com um par de aberturas
pilheira, onde aparentemente se alimentam de fungos. Hábitos glandulares dorsais.
pobremente documentados. Adultos e larvas geralmente são predadores ativos, alimen-
Está dividida em três subfamílias, das quais apenas uma tando-se principalmente de afídeos (pulgões) (Hemiptera, Aphi-
(com*) está registrada para o Brasil: Ceryloninae*, Loebliorylo- didae) e coccídeos (cochonilhas) (Hemiptera, Coccoidea), mas
ninae e Ostomopsinae. Referências: Ślipiński (1984, 1990), às vezes são especializados na predação de pequenos artrópodes,
Sen Gupta & Crowson (1973) e Besuchet & Ślipiński (1987). como ácaros, formigas e larvas de outros besouros pequenos.
Alguns Psylloborini são micetófagos, enquanto membros de
Coccinellidae (Figs 31.346–356). Nomes populares: cabe-
Epilachnini são fitófagos e alimentam-se principalmente de
ça-amarga, joaninha, maria guenza, michola, tartaruguinha,
folhas de Solanaceae e Curcubitaceae, às vezes causando danos
tatuzinho. Família difícil de caracterizar. A maioria pode ser
a plantas cultivadas. São de grande importância econômica
identificada pelo corpo compacto e arredondado, convexo dor-
devido a sua atividade benéfica no controle biológico de insetos
salmente e achatado ventralmente, antenas clavadas, geralmente
pragas ou por sua própria posição de praga, atacando plantas
com linha pós-coxal no ventrito I, e fórmula tarsal geralmente
4-4-4 e tarsômero III diminuto e encaixado no II, largo e da agricultura. Larvas e adultos geralmente estão associados ao
triangular (criptotetrâmeros ou pseudotrímeros). Comprimen- mesmo hospedeiro ou na mesma planta, e as pupas ficam presas
to: 0,8–28 mm. Muitas espécies com colorido aposemático, ao pedúnculo ou no lado inferior das folhas, dentro da última
vermelho, alaranjado ou amarelo, frequentemente com man- exúvia larval. Geralmente são encontrados em lugares infestados
chas ou listras negras ou brancas; algumas com colorido negro, por formigas e os adultos defendem-se encolhendo as pernas e
castanho, marfim ou cinza, poucas metálicas. Cabeça pequena, antenas sob o corpo e prendendo-se firmemente ao substrato.
parcialmente encaixada no protórax, geralmente prognata e Também exsudam fluído pelas junções das pernas, para deter
achatada, às vezes hipognata; labro geralmente livre; antena com os predadores. As larvas geralmente são coloridas e acredita-se
7–11 antenômeros, geralmente com clava fraca, às vezes serrada que são impalatáveis aos predadores ou são camufladas com
ou pectinada; inserções antenais geralmente expostas; protórax uma exsudação serosa.
transverso, geralmente mais largo na base; disco pronotal con- Está dividida em duas subfamílias, ambas registradas no
vexo; tarso 4-4-4, às vezes 3-3-3, com tarsômeros I–II largos e Brasil: Coccinellinae (Figs 31.346–356) e Microweiseinae.
lobados embaixo e III muito pequeno (Figs 31.9K–L); garras Referências: Gordon (1977, 1994), Gordon & Vandenberg
geralmente apendiculadas, raramente simples ou bífidas élitro (1987), Duverger (2003), Escalona & Ślipiński (2012), Gon-
geralmente irregularmente pontuado. zález (2013), Gordon et al. (2013, 2014), Canepari et al. (2013,
Larva geralmente oblonga a alongada, ou fusiforme; super- 2016), Almeida & Santos (2014), Krüger et al. (2016) e Gordon
fície dorsal geralmente coberta por exudação cerosa, combinada & Hanley (2017).

648
COLEOPTERA

esclerosada e granulada; cabeça prognata e protraída; geralmen-


te dois estemas cada lado; labro geralmente livre; pernas bem
desenvolvidas; pretarso com uma cerda.
Larvas e adultos alimentam-se de esporos e hifas de fungos.
Vivem em troncos caídos, sob casca de árvores e em acúmulos
de matéria orgânica vegetal em decomposição; muitas espécies
estão presentes sobre folhas e flores.
Está dividida em duas subfamílias: Corylophinae* e Pterip-
tyctinae; apenas a primeira está registrada para o Brasil, represen-
tada pelos gêneros Corylophodes Mattheus, Hoplicnema Mattheus
e Sacium LeConte. Referência: Bowestead & Leschen (2002).
Endomychidae (Figs 31.361–364). Apresentam dois sulcos
longitudinais ou linhas sublaterais no pronoto, sutura fronto-
clipeal, fórmula tarsal 4-4-4 e ausência de linhas subcoxais no
ventrito I. Comprimento: 1–20 mm. Corpo de amplamente
oval a alongado; de fortemente convexo a levemente achatado;
coloração de negra, marrom, vermelha a amarela, geralmente
com manchas contrastantes. Cabeça prognata; inserções ante-
nais geralmente visíveis dorsalmente; labro livre, parcialmente
Figuras 31.361-364. Endomychidae. 361, Amphix sp. (Lycoperdininae), exposto; antena geralmente com 11 antenômeros e clava trímera;
vd; 362, Rhymbus pallidus Gerstaecker (Epipocinae), vd; 363,
protórax geralmente subquadrado; pronoto geralmente margi-
Epipocinae, Bystus pallidulus (Gerstaecker), vd; 364, Lycoperdininae,
Corynomalus vexillarius (Gorham), vd. nado lateralmente; em Lycoperninae com área estridulatória
(=membrana estridulatória) no bordo ântero-mediano; sulcos
pronotais basal e lateral bem definidos e geralmente presentes;
élitro cobrindo completamente o abdômen, geralmente com
pontuação irregular; linhas femorais ocorrem em “Eupsilobiinae”
e alguns Lycoperdininae; tarsos geralmente 4-4-4; em Merophy-
siinae, 3-3-3; às vezes pseudotrímeros (Fig.31.9I).
Larva de curta e ovalada a alongada; de achatada dorsalmente
a convexa ou subcilíndrica; região dorsal geralmente castanho-
-clara e moderadamente esclerosada; cabeça parcialmente visível
dorsalmente, geralmente hipognata; ramos frontais geralmente
Figuras 31.365-366. Latridiidae. 365, Eufallia seminiveus longo, em forma de V ou U; labro livre; pernas bem desenvol-
(Motschulsky), vd; 366, vd. vidas; tergito IX geralmente curto, raramente com urogonfo.
São encontrados em condições úmidas, geralmente associa-
Corylophidae (Figs 31.357–360). Forma do corpo semelhante das a troncos apodrecidos, sob ou sobre casca ou na serapilheira.
à dos Coccinellidae, cabeça geralmente coberta pelo pronoto, A maioria é micófaga, geralmente se alimentando de grande
sutura frontoclipeal ausente, apenas um lobo maxilar, antenas variedade de fungos, mas alguns estão associados a formigas
moderadamente alongadas com clava trímera, cavidades pro- ou cupins, ou são predadores ou pragas de produtos estocados.
coxais fechadas externamente, fórmula tarsal 4-4-4 e pigídio Está dividida em nove subfamílias, das quais três (com *)
exposto na maioria dos táxons. Comprimento: 0,5–2,5 mm. estão registradas para o Brasil: Danascelinae, Endomychinae,
Corpo globoso, geralmente oval ou arredondado, às vezes he- Epipocinae*, Holoparamecinae, Leiestinae, Lycoperdininae*,
misférico; coloração variável, geralmente castanho-avermelhada Merophysiinae*, Pleganoploinae e Xenomycetinae. Referên-
ou negra, às vezes mais clara próximo à borda do pronoto ou cias: Pakaluk & Ślipiński (1990), Tomaszewska (2000, 2005) e
em manchas discais; geralmente com pernas e antenas pálidas, Arriaga-Varela et al. (2018).
com clavas enegrecidas. Cabeça pequena; inserções antenais
expostas e separadas; labro livre e parcialmente visível; antena Chave para as subfamílias com registros para o Brasil (adap-
relativamente longa, geralmente com 11 antenômeros (às vezes, tada de Tomaszewska 2000)
1. Segundo palpômero labial oval, inflado; cavidade
8–10), com escapo longo e clava com 3 antenômeros, ou aparen- mesocoxal estreitamente fechada externamente; tarsos
temente com 5; antena com capacidade de dobrar-se no ápice simples, trímeros ....................................... Merophysiinae
do pedicelo e no meio dando a impressão de geniculada dupla; ― Segundo palpômero labial subcilíndrico ou transverso; cavidade
pronoto transverso; tíbia geralmente sexualmente dimórfica; mesocoxal aberta externamente; tarsos pseudotrímeros .... 2
tarsômero II ou I–II mais ou menos lobado embaixo; élitro 2(1). Cabeça com lima estridulatória occipital; margem anterior
irregularmente pontuado, cobrindo ou não completamente o do pronoto geralmente com membrana estridulatória;
abdômen; geralmente com 6 ventritos. margem lateral do pronoto não marginada; ovipositor
Larva oblonga ou alongada, mais ou menos paralela late- com coxitos pelo menos parcialmente fundidos; esternito
ralmente, ou amplamente ovalada e achatada, semelhante a IX do macho e lobo médio diferentes do abaixo. (Figs
disco; superfície dorsal geralmente mais ou menos fortemente 31.361, 364) ..................................... Lycoperdininae

649
COLEOPTERA

― Cabeça sem lima; membrana estridulatória do pronoto


ausente; margem lateral do pronoto marginada; ovipositor com
coxitos separados; esternito IX do macho com bordos laterais
assimétricos; lobo médio fortemente esclerosado, geralmente
ramificado apicalmente. (Figs 31.362–363) ..... Epipocinae
Latridiidae (Figs 31.365–366). Reconhecida pela forma oval-
-alongada e tarsos trímeros. Comprimento: 1–3 mm. Alongado
ou oval-alongado, de achatado a levemente convexo; coloração
geralmente de castanha a castanho-escura; pubescência mode-
radamente longa, semiereta, recumbente ou ausente; superfície
do corpo de membros de Latridiinae geralmente glabra, rugosa, Figuras 31.367-368. Murmidiidae, Discolomatinae. 367, Discoloma
modestum John, vd; 368, Discolomatinae, vd, vl.
geralmente com carena dorsal pelo menos no pronoto. Cabe-
ça prognata, alargada na base; olhos geralmente com facetas
grossas; labro livre; antena com 10–11 antenômeros; escapo
globular, pedicelo alargado e alongado; 2–3 antenômeros apicais
formam clava; protórax mais largo anteriormente ou no meio;
margens laterais geralmente arqueadas, sinuosas ou emargina-
das; membros de Latridiinae com carenas longitudinais dorsais;
élitro geralmente mais largo que a base do pronoto e cobrindo
totalmente o abdômen; sutura elitral fundida nas espécies que
não voam; irregularmente pontuada ou formando estrias; tarsos
geralmente 3-3-3; 5–6 ventritos.
Figuras 31.369-370. Aderidae, vd.
Larva de alongada a oval-alongada; superfície dorsal geral-
mente levemente pigmentada; sutura epicranial em forma de Y
ou V; 6 estemas ou menos cada lado; labro livre; tórax ligeira- Larvas e adultos podem ser coletados na serapilheira ou em-
mente mais curto que o abdômen; pernas bem desenvolvidas; baixo de casca de troncos caídos, onde se alimentam de corpos
pretarso com uma cerda. de frutificação de vários fungos políporos.
Adultos e larvas alimentam-se de esporos e hifas de uma Está dividida em duas subfamílias, Discolomatinae e Murmi-
variedade de fungos, principalmente ascomicetos. Alguns se diinae, das quais apenas a primeira está registrada para o Brasil,
especializaram em Mixomicetos e outros se alimentam de representada pelos gêneros Discoloma Erichson, Aphanocephalus
produtos estocados atacados por fungos. Podem ser encon- Wollaston e Solitarius John. Referências: Costa Lima (1956) e
trados na serapilheira, sob musgo, casca de árvores, madeira Sen Gupta & Crowson (1973).
apodrecida, ninhos de animais, habitações humanas e também Superfamília Tenebrionoidea (= Heteromera). Tarsos 5-5-4,
sobre vegetação. Espécies encontradas em produtos estocados embora alguns táxons reduzidos, 4-4-4 ou 3-4-4; procoxa pro-
podem ser frequentemente vistas como pragas, mas sua presença jetada ou, se não, trocanter geralmente do tipo heteromeroide
geralmente indica condições úmidas de estocagem e não causam (oblíquo); ventritos I–III conatos; edeago do tipo heteromeroide
prejuízos porque se alimentam dos fungos. Outras espécies são (com falobase dorsal ou ventral, mas não formando anel em volta
encontradas em habitações humanas, onde a umidade permite do pênis); abdômen com 7 pares de espiráculos; maxila com gálea
crescimento de bolor. e lacínia distintas; cabeça larval geralmente com sutura epicranial
Está dividida em duas subfamílias: Corticariinae e Latridii- mediana. Inclui 21 famílias, das quais 16 (com *) ocorrem no
nae*, a última registrada para o Brasil. Referência: Dajoz (1974). Brasil: Aderidae*, Anthicidae*, Archeocrypticidae*, Chalco-
Murmidiidae (inclui Discolomatidae) (Figs 31.367–368). São dryidae, Ciidae*, Lymexylidae*, Melandryidae*, Meloidae*,
facilmente reconhecidos pela forma do corpo arredondada e Mordellidae*, Mycetophagidae*, Mycteridae*, Oedemeridae*,
achatada, com expansões laterais no pronoto e élitros e último Ripiphoridae*, Salpingidae*, Scraptiidae*, Synchroidae, Steno-
antenômero clavado. Comprimento: 1,3–2 mm. Corpo achata- trachelidae, Tenebrionidae*, Tetratomidae, Trictenotomidae,
do a ligeiramente convexo; geralmente castanho, subglabro ou Ulodidae e Zopheridae*.
pubescente; cerdas de formato variável. Cabeça de pró a hipog- Aderidae (Euglenidae, Euglenesidae) (Figs 31.369–370).
nata, na maioria parcialmente escondida pelo pronoto; inserções São reconhecidos principalmente pelos olhos emarginados,
antenais visíveis dorsalmente; antena com 9–10 antenômeros, com granulação grossa e cerdas, cabeça transversa e defletida,
com clava robusta com um antenômero; pronoto transverso; abruptamente constrita na base e dois ventritos basais fundidos.
élitro forte e irregularmente pontuado; sutura elitral fundida São semelhantes aos Anthicidae, diferindo principalmente por
nas espécies que não voam; tarsos trímeros. apresentar pescoço curto e largo, último palpômero maxilar
Larva semelhante a disco, onisciforme; cerdas de formato bem desenvolvido e securiforme, penúltimo tarsômero muito
variável; cabeça prognata, totalmente escondida pelo protórax; pequeno e primeiro metatarsômero longo. Comprimento: 1,5–3
ramos frontais liriformes; labro distinto; abdômen com 9 seg- mm. Corpo de oval a alongado; pubescência densa, variando de
mentos visíveis dorsalmente. fortemente decumbente a subereta, geralmente com não mais

650
COLEOPTERA

Larva alongada, subcilíndrica ou ligeiramente achatada;


abdômen ligeiramente alargado em direção ao ápice; corpo
esbranquiçado exceto peças bucais e ápice do abdômen; cabeça
prognata, ramos frontais presentes; labro livre; coxas separadas;
par de urogonfos fixos geralmente presente no ápice do tergito
IX.
Os adultos são encontrados associados a matéria vegetal em
decomposição, na serapilheira, solo, entre vegetação, sob pedras
e escombros, ou sobre vegetação e flores. Algumas espécies estão
associadas a ambientes mais específicos, como areias de dunas e
de margens de rios. A maioria é onívora, alguns são predadores
oportunistas de pequenos artrópodes, mas também podem se
Figura 31.371. Anthicidae, Anthicinae, Ischyropalpus goyasensis alimentar de pólen, exsudatos de plantas ou hifas e esporos de
(Pic), vd.
fungos. As larvas geralmente estão associadas a matéria vegetal
em decomposição; são onívoras ou micetófagas, algumas pre-
dadoras oportunistas, alimentando-se de pequenos artrópodes e
seus ovos. Algumas espécies estão sendo investigadas para serem
utilizadas como agentes de controle biológico, primariamente
através da predação de ovos ou larvas pequenas de espécies pragas.
Larvas, pupas e adultos de Lagrioida nortoni Costa, Vanin & Ide
foram coletados junto às raízes de vegetação das dunas no Rio
Grande, RS. Esta espécie foi considerada por Lawrence et al.
(2010c) como pertencente à subfamília Lagrioidinae Abdullah
& Abdullah, no grupo de Tenebrionoidea incertae sedis.
Figuras 31.372-374. Archeocrypticidae, vd. 373, Enneboeus sp.;
374, Pseudenneboeus ruficolor (Pic).
Está dividida em oito subfamílias, das quais quatro (com
*) estão registradas para o Brasil: Anthicinae* (Fig. 31.371),
que dois tipos de cerdas; labro livre, antena geralmente filiforme, Copobaeninae*, Eurygeniinae*, Lemodinae, Macratriinae,
moniliforme, serrada ou clavada, raramente flabelada; tarso 5-5- Notoxinae, Steropinae e Tomoderinae*. Referências: Abdullah
4, com antepenúltimo tarsômero lobado embaixo. (1963), Werner (1983) e Costa et al. (1995b).
Larva alongada, ligeiramente achatada; superfície dorsal e Archeocrypticidae (Figs 31.372–374). Possuem cavidades
ventral ligeiramente pigmentada exceto mandíbulas e urogonfos, procoxais fechadas, tarsos simples e heterômeros. Diferem de
quando presentes, fortemente pigmentados; cabeça prognata, Tenebrionidae especialmente pela extensão lateral posterior
sutura epicranial presente; labro livre; coxas amplamente se- da projeção intercoxal protorácica envolvendo as procoxas e
paradas; segmento IX geralmente com um par de urogonfos fechando parcialmente as cavidades coxais, e os dois ventritos
simples no ápice. basais conatos. Comprimento: 1,5–2 mm. Corpo oval alongado
Os adultos geralmente são encontrados sobre a vegetação, e fortemente convexo; de castanho-escuro a negro, finamente
principalmente de angiospermas de folhas largas; alguns são pubescente; antena com 11 antenômeros geralmente clavada;
termitófilos. As larvas são desconhecidas para o Brasil; em labro livre; carena lateral do pronoto com margens elevadas; ca-
outras regiões, são encontradas em madeira apodrecida, ninhos vidades procoxais levemente transversas a circulares, e separadas;
de abelhas e cupins, serapilheira e embaixo de casca. No Brasil, ventritos III–V livres mas sem membrana visível separando-os;
ocorre apenas Aderus Westwood. Referência: Lawrence & Śli- tarsos quase sempre 5-5-4; tarsômeros I–II ou I–III densamente
piński (2010). cerdosos embaixo, penúltimo às vezes bem reduzido.
Anthicidae (Fig. 31.371). São reconhecidos principalmente Larva alongada, paralela, levemente pigmentada dorsal e
pela cabeça abruptamente constrita formando pescoço, pronoto ventral, com cerdas esparsas e eretas; cabeça prognata e total-
mais largo na metade anterior ou mediana e estreitando-se para mente protraída; labro livre; ramos frontais liriformes; 5 estemas
a base, base do pronoto mais estreita que a base dos élitros e cada lado; pernas separadas, bem desenvolvidas; tergito IX com
dois primeiros ventritos articulados livremente. Comprimento: um par de urogonfos não articulados. A larva é desconhecida
1,5–15 mm. Forma geralmente alongada e característica, leve- para o Brasil.
mente convexa, cabeça totalmente exposta; superfície dorsal Larvas e adultos parecem ser saprófagos e geralmente são
geralmente com pubescência curta, decumbente ou esparsa, encontrados na serapilheira ou matéria vegetal em decomposição.
ereta, ou aparentemente glabra; cabeça defletida, olhos geral- No Brasil estão registradas Enneboeus brasilianus Merkl e
mente presentes, proeminentes e finamente facetados; antena E. ruficolor Pic, e Pseudenneboeus Kaszab é endêmico do Brasil.
quase sempre com 11 antenômeros, geralmente filiforme com Referência: Gimmel et al. (2018).
antenômeros descrescendo em comprimento e alargando ligei- Ciidae (Cisidae) (Figs 31.375–377). Pequenos ou minúsculos,
ramente do 4º ao penúltimo; tíbia ligeiramente alargada para o convexos, geralmente oval ou alongados, com fórmula tarsal
ápice, esporões tibiais pares; tarsos 5-5-4, penúltimo tarsômero 4-4-4, antenas com 8 a 10 antenômeros, últimos dois ou três
geralmente bilobado e cerdoso ventralmente. antenômeros formando clava, olhos ovais, projeção prosternal
651
COLEOPTERA

estreitada apicalmente ou paralela lateralmente, mesocoxas não


fechadas lateralmente pelo esterno, élitros geralmente não estria-
dos e abdômen com cinco ventritos articulados. Comprimento:
0,5–6 mm. Coloração geralmente de castanha a castanho-escura,
parcialmente ferrugínea ou amarelada; glabro ou subglabro,
alguns com cerdas curtas e eretas; cabeça globular; região fron-
toclipeal elevada no macho formando uma ou duas placas ou
chifres ou 2–4 tubérculos ou dentes; labro livre.
Larva alongada, subcilíndrica e paralela lateralmente, ligeira-
mente pigmentada, exceto cabeça e ápice do urogonfo; segmento
IX com disco côncavo esclerosado ou um par de urogonfos fixos.
Adultos e larvas alimentam-se de fungos, geralmente no
interior de corpos de frutificação ou de hifas vegetativas de
basidiomicetos. Geralmente empupam dentro do fungo. Oca-
sionalmente são encontrados embaixo de casca de troncos,
madeira apodrecida ou galerias de broqueadores (Curculionidae,
Scolytinae), mas provavelmente associados a fungos. A maioria
se alimenta e reproduz em um pequeno número de espécies de
fungos. Algumas espécies são atraídas por fungos secos e podem
se transformar em pragas de fungo seco comercial. Os machos de Figuras 31.375-377. Ciidae. 375, Xylographus sp., vd; 376, Porculus
vianai (Pic), vd; 377, Xylographus brasiliensis Pic, vd, vl.
algumas espécies usam os cornos da cabeça e às vezes do pronoto
para lutar com outros dentro do túnel que habitam.
Está dividida em duas subfamílias, Ciinae e Sphindociinae,
a primeira com registros para o Brasil. Referências: Lawrence
(1987), Lopes-Andrade (2005, 2007, 2008), Antunes-Carvalho
et al. (2012) e Araujo & Lopes-Andrade (2016).
Lymexylidae (Figs 31.378–381). Família com poucas espécies,
reconhecida principalmente pelos olhos salientes, antena curta,
de filiforme a serrada ou clavada, raramente flabelada, palpo
maxilar muito modificado no macho, procoxa cilíndrica e
projetada, e corpo alongado e cilíndrico. Comprimento: 6–45
mm. Alongado, estreito, paralelo lateralmente, subcilíndrico ou
ligeiramente achatado; finamente pubescente; corpo aparente-
mente macio; cabeça prognata; inserções antenais quase sempre
escondidas; labro pequeno, antena com 11 antenômeros; élitro
irregularmente pontuado, geralmente expondo de um a 5–7
tergitos; tarsos 5-5-5; empódio multicerdoso em Atractocerinae.
Larva alongada e mais ou menos cilíndrica com protórax
alargado; cabeça hipognata, globular; superfícies dorsal e ventral
ligeiramente pigmentada ou fortemente pigmentada no tergo Figuras 31.378-381. Lymexylidae. 378-379, Atractocerus sp.
IX; sutura coronal longa, ramos frontais em forma de V; 5 es- (Atractocerinae), cabeça (macho), vd, vl; 380, Atractocerinae,
temas cada lado ou ausentes; labro livre; coxas separadas; tergo Atractocerus sp., vd, vl; 381, Melitomatinae Melitoma sp., vd, vv.
IX proeminente póstero-dorsalmente formando um processo
achatado coberto por microespinhos ou côncavo e circular e Está dividida em quatro subfamílias, duas das quais
marginado por dentes, ou com par de urogonfos. (com*) estão registradas para o Brasil: Atractocerinae* (Figs
Os adultos são encontrados em madeira apodrecida, andando 31.378–380), Hylecoetinae, Lymexylinae e Melittomatinae*
sobre troncos de árvores ou embaixo da casca e, provavelmente, (Fig. 31.381), representadas pelos gêneros Atractocerus Palisot
apresentam vida curta. As larvas são broqueadoras de madeira, de Beauvois e Melittomma Murray. As espécies de Atractocerus
atacando principalmente madeira morta, mas às vezes também lembram neurópteros ou dípteros e possuem élitros muito curtos.
árvores vivas, retém gálea e lacínia separadas. Acredita-se que A espécie brasileira mais conhecida é A. brasiliensis (Lepeletier
formam uma associação com o fungo ambrosia (Ascoides spp., & Serville). Referências: Wheeler (1986) e Fonseca & Vieira
Ascomycetes) que cresce na parede das cavidades. Fêmeas adultas (2001).
carregam esporos de fungos na micângia (área para transporte de Melandryidae (= Serropalpidae) (Figs 31.382–385). Diver-
fungos) perto da extremidade do ovipositor, postos juntamente sidade estrutural moderada e difícil caracterização, a maioria
com os ovos. Quando os ovos eclodem, as larvas de primeiro com metatarsômero basal alongado, esporões tibiais distintos
ínstar carregam os esporos no corpo para dentro da madeira. nas metatíbias e palpômero maxilar distal bem desenvolvido,
Empupam na madeira. securiforme ou cultriforme. Comprimento: 2–20 mm. Corpo

652
COLEOPTERA

Apresentam desenvolvimento larval hipermetamórfico, com


vários ínstares larvais, diferindo tanto na morfologia quanto
no comportamento, embora Eleticinae, com biologia pouco
conhecida, pode ser exceção.
Os ovos são postos no solo, sobre a vegetação e menos
comumente no ninho do hospedeiro. As larvas de primeiro
ínstar são muito ativas triungulinídeos, fortemente esclerosadas,
campodeiformes, com cabeça prognata. Seguem-se mais quatro
ínstares sedentários, do tipo escarabeiforme, ligeiramente escle-
Figuras 31.382-385. Melandryidae, Melandryinae. 382-384,
rosado e com cabeça hipognata. A larva de sexto ínstar, possui
Phloeotrya sp.; 382, vd; 383, palpo maxilar; 384, metatarso; 385, peças bucais e pernas reduzidas, e permanece em diapausa. O
Eudircaea sp., vd. sétimo e último ínstar é escarabeiforme, semelhante ao quinto,
mas não se alimenta. Pupa exarata.
alongado, paralelo lateralmente ou eventualmente curvo; de As larvas geralmente são parasitoides e predadoras, geral-
achatado a convexo; coloração geralmente uniforme, de castanha mente atacando ninhos de abelhas, onde consomem tanto os
a negra; às vezes com padrão de colorido contrastante; pubescên- imaturos do hospedeiro quanto as provisões de uma ou mais cé-
cia dorsal geralmente combinando cerdas eretas e decumbentes; lulas. Também são encontradas em ootecas de gafanhotos, onde
labro livre; antena com 11 antenômeros, raramente com 10; predam os ovos. Os parasitoides de abelhas atingem o ninho do
filiforme, moniliforme, serrada, pectinada ou clavada. hospedeiro por forésia, preso a abelhas adultas visitando flores.
Larva alongada, esbranquiçada com cápsula cefálica escura; Esses triungulinídeos podem ser carregados por seus hospedeiros
suturas frontais distintas; labro livre; coxas geralmente separadas; a distâncias consideráveis.
segmento IX com urogonfo desenvolvido ou ausente. Os adultos de meloídeos são fitófagos e alimentam-se de
Adultos e larvas geralmente alimentam-se de madeira folhas e flores de várias famílias de plantas; os de algumas espécies
apodrecida e corpos de frutificação de fungos. Geralmente são não se alimentam. Os machos produzem cantaridina, substância
encontrados sob casca, raízes de árvores ou fungos que crescem defensiva e vesicante, que é eliminada quando perturbados. Essa
em madeira morta. Ocasionalmente podem ser encontrados substância é transferida para a fêmea durante a cópula e está
parados sobre flores. Os adultos são primariamente noturnos e presente também nas larvas. É utilizada na medicina, mas pode
podem ser divididos em duas categorias: fungívoros e xilófagos. ser perigosa, causando bolhas externas ou hemorragias internas
Está dividida em duas subfamílias, ambas com registros e morte se ingerida pelo homem ou por animal. Devido ao ta-
para o Brasil: Melandryinae (Figs 31.382–385) e Osphyinae. manho moderado e comportamento de enxamear, podem causar
Referências: Costa et al. (1988) e Lawrence et al. (1999). danos consideráveis a colheitas, alimentando-se da folhagem ou
Meloidae (inclui Tetraonychidae) (Figs 31.386–389). Nomes brotos. Mas algumas espécies podem ser benéficas à agricultura
populares: burrinho-da-batata, burrinho-cinzento, burrinho- enquanto larvas, ajudando a controlar populações de gafanhotos,
-da-pimenteira, burrinho-zebra, caga-fogo, papa-pimenta, apesar de ser praga enquanto adulto.
vaquinha-da-batatinha, vaquinha. Pode ser reconhecida princi- Está dividida em quatro subfamílias, todas com registros para
palmente pelo corpo mole, alongado, pernas longas, cabeça defle- o Brasil: Eleticinae, Meloinae (Figs 31.387–388), Nemognathi-
tida, com pescoço estreito, pronoto não carenado lateralmente, nae (Fig. 31.386) e Tetraonychinae (Fig. 31.389). Referências:
tarsos heterômeros, pernas longas e garras com apêndice ventral Selander (1966), Selander & Selander (1992/1993), Pinto &
ou inferior. Comprimento: 5–35 mm. Forma heterogênea; co- Bologna (1999), Campos-Soldini & Roig-Juñent (2015) e
loração variável, de opaca a metálica ou colorida de vermelho Campos-Soldini et al. (2018).
ou amarelo e preto (típica coloração de alerta); pubescência Mordellidae (Figs 31.390–392). Besouros em forma de cigarra,
variável; cabeça defletida, mais larga que a região anterior do com antenas curtas, parte anterior do corpo retrátil, élitros in-
protórax; olhos alargados e estendendo-se ventralmente nas teiros, pigídio geralmente longo e em forma de ponta e pernas
espécies noturnas, alguns (Meloetyphlus Waterhouse) sem olhos; posteriores longas. Comprimento: 1,5–15 mm. Aerodinâmicos,
antena com 11 antenômeros ou menos, geralmente subfiliforme caracteristicamente curvados quando vistos de perfil, compri-
ou submoniliforme, às vezes clavada, raramente serrada; labro midos lateralmente e afilados em direção ao ápice (forma de
variável, às vezes estendendo-se até o ápice da mandíbula; cigarra); região ventral convexa; coloração variada, frequente-
pronoto sem margem lateral distinta, mais estreito que élitros; mente negra, geralmente bicoloridos, com cabeça e pronoto
élitros inteiros ou encurtados; perna longa, trocanter geralmente diferindo dos élitros; pubescência de esparsa a densa, cerdas
com um apêndice no macho; tíbia modificada no macho de grossas e decumbentes ou cerdas escamiformes de várias cores,
várias espécies; tarsômeros bilobados apenas em Tetraonycinae geralmente branca ou acinzentada, frequentemente formando
e alguns Eleticinae; geralmente tarsômeros com lobos embaixo, vários padrões; cabeça fortemente inclinada com peças bucais
particularmente nos machos, os quais em algumas espécies de voltadas para trás; labro livre; antena geralmente filiforme, serra-
Meloinae tem modificado também nas pernas anterior e média; da ou levemente clavada; protíbia do macho levemente dilatada
abdômen macio com 6 ventritos, exceto em Eleticinae com 5, e com franja de cerdas internamente; esporões metatibiais bem
ventrito I apresenta depressão para acomodar a metacoxa. desenvolvidos e geralmente assimétricos; tarsos 5-5-4, às vezes
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COLEOPTERA

Figuras 31.390-392. Mordellidae. 390-391, Mordella sp., vd, vl; 392,


Mordella clavicornis Kirby, vd, vl.

troncos, madeira apodrecida ou matéria vegetal em decompo-


sição. Alguns podem ser encontrados em produtos estocados,
onde sua presença é indicativa de condições com umidade e
bolor. As larvas são desconhecidas para o Brasil.
Está dividida em três subfamílias, apenas a última ocorre no
Brasil: Bergininae, Esarcinae e Mycetophaginae, representada
Figuras 31.386-389. Meloidae, vd. 386, Nemognathinae, Meloetyphlus pelos gêneros Caserus Dajoz, Pseudochrodes Reitter e Typhaea
attacephalus Borgmeier; 387, Meloinae, Epicauta excavata (Klug); Stephens. Referência: Lawrence et al. (2014).
388, Meloinae, Pyrota vittigera Blanchard; 389, Tetraonychinae,
Tetraonyx sp. Mycteridae (= Pythidae, Salpingidae; inclui Hemipeplidae) (Figs
31.395–398). Antenômeros relativamente curtos, prosterno
penúltimo protarsômero lobado embaixo; garras geralmente encoberto pelas procoxas na região anterior, élitros com man-
levemente serradas. cha sutural apical na superfície ventral, frequentemente visível
Larva alongada, paralela lateralmente, cilíndrica, ligeira- dorsalmente como área elíptica de cor contrastante e machos
mente pigmentada; cabeça hipognata; sutura epicranial ausente, geralmente com área elevada e/ou área cerdosa nos ventritos.
endocarena longa; labro livre; perna curta, 3- ou 4-segmentada; Comprimento: 2,5–9 mm. Corpo alongado, paralelo lateralmen-
segmento IX com um par de urogonfos curtos e agudos ou um te e achatado ou robusto e convexo dorsalmente; pubescência
processo mediano esclerosado. dorsal geralmente densa e curta; labro livre, a maioria com
Os adultos podem ser encontrados sobre a vegetação, es- faixa de cutícula na base do labro; antena com 11 antenômeros,
pecialmente sobre flores, onde aparentemente se alimentam de moniliforme, filiforme, serrada, pectinada ou flabelada; às vezes
néctar e pólen. Em certas condições, podem se formar grandes sexualmente dimórficas, com artículos mais pronunciados nos
enxames de adultos. A maioria se desenvolve em madeira morta machos; tarsos 5-5-4, penúltimo tarsômero expandido lateral-
e apodrecida, mas algumas espécies se desenvolvem em corpos mente formando lobo ventral, garra tarsal dilatada na base ou
de frutificação de fungos e outras, em caule de arbustos e plantas com dente basal; élitros paralelos a subovais, às vezes mais largos
herbáceas, causando danos a algumas espécies cultivadas. próximos ao ápice.
Está dividida em duas subfamílias, Ctenidiinae e Mordellli- Larva alargada, paralela lateralmente, fortemente achatada
nae; a última com registros para o Brasil. Referência: Ray (1939). a ligeiramente cilíndrica (Stilpnonotus Gray); tegumento leve-
Mycetophagidae (Figs 31.393–394). Distingue-se dos demais mente esclerosado exceto cabeça e placa urogonfal, fortemente
Tenebrionoidea principalmente pela forma do corpo de oblonga esclerosada; cabeça e tórax mais estreitos que abdômen; cabeça
a ovalada, levemente achatada e pubescente, olhos grosseiramen- prognata, ramos frontais presentes; labro livre; coxas amplamente
te facetados e antenas clavadas. Comprimento: 1,5–5 mm. Co- separadas; segmento IX formando placa urogonfal, com margem
loração de castanha a castanho-escura, geralmente com mancha posterior lisa, denteada, com 2–4 pequenos tubérculos no meio,
amarelada; pubescência densa e longa; labro livre; antena com ou com processo mediano simples. Pupa adéctica e exarata.
11 antenômeros, clavada ou capitada; clava geralmente com 2–5 A biologia é pouco conhecida. Alguns adultos estão associa-
antenômeros; esporões tibiais bem desenvolvidos, às vezes serra- dos a palmeiras. Uma espécie de Hemipeplus Berthold é apontada
dos ou pectinados; tarsos quase sempre 4-4-4 na fêmea e 3-4-4 como praga de palmeiras. As larvas de Mycteridae são fitófagas e
no macho; tarsômero I muito mais longo que II, e geralmente ocorrem embaixo de casca ou na axila de folhas vivas ou mortas
tão longo quanto II e III juntos. de plantas monocotiledôneas. Durante o desenvolvimento, após
Larva alongada, mais ou menos paralela; superfície dorsal o último ínstar larval, Eurypus muelleri Seidlitz, passa por estágio
mais pigmentada que ventral; cabeça prognata e protraída; ramos morfologicamente distinto e quiescente (pré-pupa) que antecede
frontais liriformes; labro livre; 4–5 estemas cada lado; pernas o estágio pupal (Costa & Vanin 1977).
bem desenvolvidas, coxas bem separadas; segmento IX com um Está dividida em três subfamílias, das quais as duas primeiras
par de urogonfos unciformes e não articulados. (com *) ocorrem no Brasil: Eurypinae* (Figs 31.395–39), He-
A maioria dos membros dessa família se alimenta de fungos, mipeplinae* e Mycterinae. Referências: Costa & Vanin (1977),
e geralmente é encontrada nos próprios fungos, sob casca de Pollock (1999, 2006, 2016) e Pollock et al. (2000).

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COLEOPTERA

Figuras 31.393-394. Mycetophagidae, vd. Figuras 31.399-401. Oedemeridae. Oedemerinae, vd. 399, Diplectrus
vicinus Pic; 400, Diplectrus sp.; 401, Vodomaris sp.

Figura 31.402. Ripiphoridae, Pelecotominae, Trigonodera sp., vd, vl.

maioria das larvas se alimenta de madeira apodrecida, algumas


ocorrem em caules ou raízes de arbustos ou plantas herbáceas.
Nenhuma espécie tem importância econômica na silvicultura
ou agricultura. Entretanto, uma espécie cosmopolita pode
causar danos à madeira estrutural. Secretam cantaridina e são
conhecidos por causar dermatites vesiculares agudas na pele
humana (Mizota 2001).
Figuras 31.395-398. Mycteridae, Eurypinae, vd. 395, Eurypus muelleri Está dividida em três subfamílias, das quais apenas uma (com
Seidlitz; 396, Stilpnonotus postsignatus (Fairmaire); 397, Eurypus
*) ocorre no Brasil: Calopodinae, Oedemerinae* e Polypriinae.
muelleri Seidlitz; 398, Stilpnonotus sp.
Referências: Arnett (1951) e Mizota (2001).
Oedemeridae (Figs 31.399–401). Assemelham-se a Meloidae, Ripiphoridae (=Rhipiphoridae) (Fig. 31.402). Com pequeno
mas são reconhecidos pelo corpo alongado com élitro cobrindo número de espécies e difícil de caracterizar, apresenta larvas
o abdômen, tegumento macio e colorido variado, pronoto alon- parasitoides de outros insetos. Comprimento: 3,5–38 mm.
gado e alargado anteriormente, sem carenas laterais e base mais Forma variada, geralmente curvada, comprimida lateralmente
estreita que os élitros, cavidades procoxais abertas e tarsos 5-5-4. e afilada em direção ao ápice; levemente em forma de cigarra,
Comprimento: 5–20 mm. Coloração variável, de pálida a casta- mas ápice do abdômen não apresenta forma de espinho; geral-
nho-escura, às vezes metálica, geralmente com manchas amarelas; mente subglabros ou cobertos com cerdas decumbentes; cabeça
pubescência muito variada, recumbente ou ereta; labro livre; fortemente declinada, geralmente abruptamente estreitada na
antena geralmente filiforme (serrada Polypriinae, Calopodinae base; olho inteiro a fortemente emarginado; labro livre; antena
e alguns Oedemerinae); perna longa, união trocantero-femoral geralmente com 11 antenômeros (com 10 antenômeros nas
fortemente oblíqua; esporões tibiais sempre pareados; penúltimo fêmeas de alguns grupos), serrada, unipectinada ou uniflabelada
tarsômero lobado embaixo (Fig. 31.9D); cerdas adesivas especiais a partir do antenômero 3–6; pronoto mais largo na base; carena
geralmente presentes no penúltimo tarsômero. lateral do pronoto incompleta ou ausente; élitro cobrindo total
Larva alongada, cilíndrica, geralmente ligeiramente escle- ou parcialmente o abdômen. Fêmeas de alguns grupos são
rosada, exceto a cabeça e urogonfos; sutura epicranial presente, larviformes.
endocarena longa; labro livre; tergos do tórax e segmentos ab- Ciclo de vida pouco estudado, mas são endoparasitas de
dominais I–III ou I–IV geralmente com áreas transversais com outros insetos pelo menos em algum ponto do seu desenvol-
microespinhos; geralmente esternitos abdominais III–IV ou vimento. Nada se sabe sobre Ptilophorinae (grupo mais basal,
II–IV com ampolas e microespinhos (funcionando como falsas não ocorre no Brasil). A maioria dos grupos tem pelo menos
pernas); tergito IX com ou sem urogonfos fixos. uma fase ectoparasítica antes de entrar no corpo do hospedei-
Geralmente desenvolvem-se em lugares úmidos e raízes de ro; em Ripidiinae, o triungulinídeo consome hemolinfa antes
plantas. Os adultos normalmente são encontrados sobre flores, de entrar no hospedeiro. Os hospedeiros de Pelecotominae e
onde se alimentam de néctar. Também são encontrados em Hemirhipidiinae são larvas de brocadores de madeira. Larvas
folhagens, madeira flutuante ou troncos apodrecidos úmidos. A de 1º ínstar de Pelecotominae não são do tipo triungulinídeo
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COLEOPTERA

enquanto aquelas de Ripidiinae e Ripiphorinae são deste tipo,


mas nenhuma delas apresenta urogonfo.
Os ínstares seguintes são variados nos diversos grupos.
Ulysséa & Albertoni (2020) descreveram a larva triungulinídeo
e apresentaram dados biológicos de Macrosiagon octomaculata
(Gerstäcker), a única informação de imaturos para o Brasil.
Os Ripiphoridae são parasitoides hipermetamórficos de ima-
turos de Hymenoptera, Blattaria (baratas) e alguns Coleoptera
(Curculionidae, Scolytinae). Os ovos são postos em massas de
poucos a várias centenas, em botões de flores, folhas, no solo
ou em madeira. O desenvolvimento envolve estágios com ali- Figuras 31.403-405. Salpingidae, vd. 403, Othniinae, Elacatis
ruficornis (Pic); 404, Inopeplinae, Inopeplus sp.; 405, Othniinae,
mentação interna e externa. São entomófagos e possuem uma Elacatis ruficornis (Pic).
larva de primeiro ínstar ativa (triungulinídeo ou não) que se
prende nos adultos dos hospedeiros. Nos ínstares posteriores,
podem se transformar em larva com pernas reduzidas, indistin-
tamente segmentadas, que se alimenta externamente de larvas
de vespas, abelhas ou besouros, ou em uma larva degenerada,
ápoda, semelhante a um saco, que se alimenta internamente
de ninfas de barata. O último tipo adquire, posteriormente,
apêndices distintos. Ambos os tipos abandonam o hospedeiro
para empupar e transformam-se em adultos de vida livre. Pupa
exarata ou obtecta.
Está dividida em cinco subfamílias, das quais, quatro (com Figuras 31.406-407. Scraptiidae, vd. 406, Scraptia sp.; 407, Scraptia
*) ocorrem no Brasil: Hemirhipidiinae*, Pelecotominae*, Pti- triangularis Champion.
lophorinae, Ripidiinae* e Ripiphorinae*. Referências: Barclay
(2015) e Ulysséa & Albertoni (2020). antenais expostas; antena com 11 antenômeros geralmente
filiforme a serrada ou clavada (clava com 3–5 antenômeros em
Salpingidae (inclui, Elacatidae, Inopeplidae, Othniidae) (Figs Anaspidinae, que não ocorre no Brasil); labro livre; palpômero
31.403–405). Comprimento: 1,5–8 mm. Corpo alongado, mais maxilar apical de fusiforme a subtriangular, securiforme ou
ou menos paralelo lateralmente (pedunculado em Inopeplinae), cultriforme; palpômero labial apical de fusiforme a fortemente
convexo a fortemente achatado; cabeça declinada, fortemente expandido apicalmente; suturas pleurosternais incompletas
constrita na base; olhos geralmente protuberantes; região fron- ou ausentes; cavidades procoxais transversas, contíguas; élitro
toclipeal proeminente; labro livre; antenas com 11 antenômeros,
irregularmente pontuado; tarsos 5-5-4, penúltimo tarsômero
clava com 3–5 antenômeros; filiforme in Inopeplinae; pronoto
lobado embaixo em Scraptiinae.
mais largo anteriormente ou no meio; élitro cobrindo os tergitos
Larva alongada, levemente pigmentada exceto região anterior
abdominais exceto em Inopeplinae onde vários tergitos estão
da cabeça mais escura; corpo ligeiramente estreitado em direção
expostos; irregularmente pontuado ou estriado; tarso geralmente
ao ápice; cabeça prognata, ramos frontais presentes, labro livre;
5-5-4 (4-4-4 em alguns Inopeplinae); penúltimo tarsômero às
coxas amplamente separadas; segmento IX mais curto que VIII,
vezes mais curto que antepenúltimo.
completamente dorsal e com processo deiscente bem desen-
Larva alongada, paralela lateralmente, moderada a forte-
mente achatada; tegumento dorsal e ventral geralmente pouco volvido em Scraptiinae. Adultos são encontrados sobre flores e
esclerosado exceto cabeça e segmento IX; cabeça prognata, ramos folhagens. As larvas sob casca de troncos apodrecidos.
frontais presentes; labro livre; coxas moderada a amplamente Está dividida em duas subfamílias, das quais a última está
separadas; segmento IX com par de urogonfos fixos geralmente registrada para Brasil: Anaspidinae e Scraptiinae*, representada
bifurcado ou com espinhos ou tubérculos acessórios. apenas pelo gênero Scraptia Latreille. Referência: Vanin et al.
Os adultos são encontrados sobre flores, folhagens ou asso- (1996).
ciados a galhos e troncos apodrecidos. As larvas são encontradas Tenebrionidae (inclui Alleculidae, Lagriidae, Nilionidae)
embaixo da casca de tronco apodrecido ou na axila de folhas. (Figs 31.408–445). Nomes populares: besouro-preto, besouro-
Está dividida em sete subfamílias, das quais 4 (com *) estão -cornudo-das-farinhas, bicho-do-amor, bicho-do-amendoim,
registradas para o Brasil: Aegialitinae, Agleninae, Dacoderinae, bicho-do-pão, bicho-capixaba, bicho-da-farinha, dragão-da-lua,
Inoplepinae* (Fig. 31.404), Othniinae* (Figs 31.403, 405), gorgulho-da-farinha, idiamin (Lagriinae), ligeirinho (às vezes,
Prostominiinae* e Salpinginae*. na forma diminutiva, como besourinho-preto ou bichinho-
Scraptiidae (inclui Anaspididae) (Figs 31.407–407). Com- -do-amor). Família muito diversa e difícil de caracterizar pelas
primento: 3,5–13 mm. Corpo alongado, alargado na junção muitas exceções nos caracteres diagnósticos: corpo tipicamente
pronoto-elitral, levemente estreitado para a frente e fortemente rígido, antenas tipicamente com 11 antenômeros, inseridas
estreitado para o ápice; coloração geralmente castanho-averme- embaixo de expansões laterais da fronte, cavidades procoxais
lhada a negra, às vezes formando padrões de cores contrastantes; fechadas; abdômen com ventritos I a III conatos e IV a V móveis,
cabeça declinada, abruptamente constrita na base; inserções e fórmula tarsal geralmente 5-5-4. Comprimento: 1–80 mm.

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COLEOPTERA

Figuras 31.408-429. Tenebrionidae. 408, Lobopoda sp. (Alleculinae), cabeça, vd; 409-410, Lobopoda velutina Laporte de Castelnau; 409,
tarso; 410, garras tarsais; 411, Mylaris maxima (Germar) (Stenochiinae), vd; 412-414, Mylaris gigas (Linnaeus) (Stenochiinae); 412, protórax, vv;
413, cabeça vd; 414, tarso, vd; 415, Talaus sp. (Stenochiinae), tarso; 416, Strongylium bicolor (Laporte de Castelnau) (Stenochiinae), cabeça,
vd; 417, Platydema sp. (Diaperinae), cabeça, vd; 418-419, Goniadera sp. (Lagriinae); 418, antena; 419, tarso. 420-421, Statira gemmifera
Mäkllin (Lagriinae); 420, tarso; 421, antena; 422, Nilio testaceum Thomson (Nilioninae), antena; 423-424, Delognatha sp. (Phrenaptinae); 423,
vd; 424, cabeça, vd; 425-427, Pimeliinae; 425, Epitragus aurulentus (Kisch), cabeça, vd; 426, Scotinus platynotos (Perty), cabeça, vd; 427,
Scotinus sp., vd; 428-429, Tenebrioninae; 428, Pyanisia nebulosa (Fabricius), cabeça, vd; 429, Tauroceras aries Dalman, vd.

Tamanho e forma do corpo muito variada; bem esclerosado e em Elateridae). Pupa adéctica e exarata, geralmente com órgãos
muito rígido; geralmente negros ou marrons e subglabros; alados dioneiformes laterais no abdômen.
ou ápteros; cabeça de prognata a fortemente declive, inserções A maioria é crepuscular ou ativos à noite. Devido à rigidez
antenais geralmente escondidas pela fronte; labro livre; antena do corpo, são geralmente bem adaptados a ambientes xéricos.
geralmente filiforme, moniliforme ou clavada; união trocante- A maioria também é caracterizada por possuírem reservatórios
ro-femoral fortemente oblíqua; tarsômeros geralmente simples, glandulares pares, associados ao sistema de defesa química, ge-
ocasionalmente penúltimo tarsômero lobado embaixo; garra ralmente localizados na base do ventrito V. Vivem em madeira
tarsal simples (pectinada na maioria dos Alleculinae). apodrecida, geralmente amolecida e alterada quimicamente pela
Larva alongada, levemente achatada ou cilíndrica, forte- ação de vários fungos, sob casca de árvores, troncos caídos, em
mente esclerosada; sutura epicranial geralmente presente, labro galerias de outros besouros broqueadores, associados a corpos
livre; urogonfos presentes ou ausentes; se presente, simples ou de frutificação de fungos, em líquens, algas e musgos que cres-
bifurcado. Algumas larvas se assemelham a Elateridae das quais cem em troncos, sobre folhas e flores, no solo, serapilheira, sob
podem ser facilmente separadas por apresentar labro livre (nasal pedras ou troncos. Algumas espécies estão associadas a ninhos

657
COLEOPTERA

de insetos ou outros invertebrados e produtos estocados. Em 7(4). Antena de filiforme a gradualmente expandida (Fig.
alguns grupos, os adultos estão adaptados a escavar o substrato e 31.5B); antenômero apical geralmente longo (Lagriini);
ocupam o mesmo hábitat das larvas; em outros, possuem corpo sensores setiformes apenas no antenômero apical; pelo
menos penúltimo tarsômero lobado ventralmente e mais
relativamente mole e vida curta, e geralmente são diurnos e largo que os demais; tarsômero apical originando-se antes
coloridos. Algumas espécies podem ser braquípteras ou ápteras. do ápice. (Figs 31.418–421, 432) ................ Lagriinae
São primariamente saprófagos e alimentam-se de matéria vegetal ― Antena de modo geral gradualmente dilatada para o
e animal, incluindo húmus, serapilheira, troncos apodrecidos, ápice ou levemente clavada; tarsômeros dilatados e/ou
carniça, excrementos e corpos de frutificação de fungos; alguns o tarsômero IV menor que os demais. (Figs 31.411–
são predadores. Devido a seu tamanho grande e associação com 416, 436–442) ..................................... Stenochiinae
plantas, podem ser encontrados na agricultura, mas possuem Subfamílias que ocorrem no Brasil
pouca ou nenhuma importância econômica. Entretanto, algu-
mas espécies podem ser pragas de produtos estocados e outras, Alleculinae (Figs 31.408–410, 430). Adultos geralmente ligei-
cujas larvas se alimentam de raiz, podem se tornar pragas da ramente esclerosados e levemente pigmentados, ocorrem sobre
agricultura, especialmente de plantas jovens, durante condições plantas, incluindo flores, ou atraídas pela luz; algumas espécies
secas. Também podem danificar sementes plantadas ou mudas não voam. As larvas vivem no solo ou em madeira apodrecida.
jovens. Espécies que se alimentam de fungos podem se tornar Cabeça às vezes estreitada posteriormente ou proeminente
pragas de cogumelos cultivados. anteriormente formando focinho curto; olho vertical, oval e
Está dividida em nove subfamílias, das quais apenas a úl- emarginado anteriormente; antena geralmente filiforme, serrada
tima não está registrada para o Brasil: Alleculinae, Diaperinae, ou levemente clavada; pronoto com margens laterais mais ou
Lagriinae, Nilioninae, Phrenapatinae, Pimeliinae, Stenochiinae, menos arredondadas ou curvadas anteriormente; garra tarsal
Tenebrioninae (inclui Trachelostenidae) e Zolodininae. Referên- quase sempre pectinada; abertura dos reservatórios de glândulas
cias: Freude (1967, 1968) e Flores & Triplehorn (2002). defensivas simples, entre os esternitos VII–VIII; 5–6 ventritos.

Chave para subfamílias com registros para o Brasil Diaperinae (Figs 31.417, 431). Vivem principalmente na
1. Corpo curto e largo, quase arredondado, de moderado a floresta, mas alguns grupos ocorrem em regiões mais áridas,
fortemente convexo dorsalmente e achatado ventralmente; frequentemente em áreas arenosas ou praias e são principal-
antena mais ou menos moniliforme, com anel de mente saprófagos. Outros vivem embaixo de casca ou em
sensores composto no ápice dos antenômeros IV–X. madeira morta. Forma do corpo muito variável, com superfície
(Figs 31.422, 433) ................................. Nilioninae
geralmente glabra e colorida; olho geralmente oval, vertical e
― Corpo alongado, convexidade variável; antena de outra
forma ................................................................... 2 emarginado; antena com 11 antenômeros ou menos, filiforme,
serrada, perfoliada, clavada (1 ou 3–5 antenômeros) ou capitada;
2(1). Abdômen geralmente sem membrana visível na margem sutura pleurosternal geralmente incompleta ou ausente; processo
posterior dos ventritos III e IV; antena geralmente
filiforme, com 2 a 3 antenômeros distais formando clava
prosternal elevado atrás das procoxas; membranas intersegmen-
fraca, às vezes moniliforme ou clavada, com sensores tais visíveis entre ventritos III–V; abertura dos reservatórios de
setiformes simples geralmente agrupados em anéis glândulas defensivas entre os esternitos VII–VIII.
apicais nos últimos três antenômeros. (Figs 31.425–
427, 434–435) ..................................... Pimeliinae Lagriinae (Figs 31.418–421, 432). As larvas ocorrem na serapi-
― Abdômen geralmente com membrana visível na margem lheira ou acúmulo de matéria vegetal, internamente em madeira
posterior dos ventritos III e IV; antena de forma variada .... 3 morta ou em axila de folhas de samambaia. Adultos com corpo
geralmente alongado e convexo; cabeça prognata, abruptamente
3(2). Garras tarsais pectinadas. (Figs 31.408–410, 430) ..
............................................................ Alleculinae constrita na base; antena quase sempre com 11 antenômeros e
― Garras tarsais não pectinadas ................................ 4 filiforme, moniliforme ou levemente incrassada; pronoto mais
estreito que base dos élitros; carena lateral do pronoto completa
4(3). Tarsômeros simples, não dilatados; membrana clípeo-labral
exposta ..............................................................................
ou incompleta; élitro com pontuação geralmente seriada ou
5 estriada, com 10 estrias e estríola escutelar; penúltimo tarsô-
― Pelo menos um tarsômero dilatado ou lamelado; membrana mero geralmente pelo menos fracamente lobado embaixo, com
clípeo-labral exposta ou não .................................... 7 tarsômero terminal surgindo acima e antes do ápice do anterior;
5(4). Antena geralmente clavada, com sensores setiformes nos abertura dos reservatórios de glândulas defensivas variável; 5–6
antenômeros apicais; escapo às vezes muito alongado (geniculado ventritos; membrana intersegmentar quase sempre exposta entre
em Phrenaptini); mandíbula de moderada a fortemente ventritos III–V; margem externa do ventrito V sulcada para re-
projetada, tridenteada. (Figs 31.423–424) .... Phrenaptinae ceber a margem elitral. Larva cilíndrica ou fortemente achatada.
― Antena gradualmente alargada para o ápice ou formando
clava com 5 a 7 antenômeros, com sensores nos Nilioninae (Figs 31.422, 433). Larvas e adultos de Nilio varius
antenômeros apicais; outros caracteres diferentes .......... 6 Ihering são gregários sobre galhos cobertos por fungos e líquens,
6(5). Labro em forma de faixa estreita. (Figs 31.417, 431)
raspando a superfície para alimentação. Antes de empupar, a
...................................................... Diaperinae larva fixa-se no substrato, pelas pernas e ápice do abdômen, e
― Labro de comprimento moderado; membrana clípeo- empupa dentro da última exúvia larval. O ápice de cada pro-
labral exposta ou escondida. (Figs 31.428–429, 443– cesso halteriforme excreta um líquido que se acumula como
445) ..............................................Tenebrioninae pequena gota (Jorge 1974). Adultos com corpo arredondado
ou elíptico e convexo, e com pilosidade moderadamente longa,

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COLEOPTERA

Figuras 31.430-445. Tenebrionidae, vd. 430, Alleculinae, Lystronichus coeruleus Solier; 431, Diaperinae, Cosmonota rubripennis Chevrolat;
432, Lagriinae, Phymatestes spathifer Gebien; 433, Nilioninae, Nilio brunneus Thomson; 434-435, Pimeliinae, 434, Epitragus sp.; 435,
Scotinus sp.; 436-442, Stenochiinae; 436, Acropteron sp.; 437, Blapida okeni Perty; 438, Cuphotes formosus (Thomsom); 439, Cyrtosoma
unicolor Perty; 440, Poecilesthus fasciatus Fabricius; 441, Strongylium aurichalceum Germar; 442, Tentyriopsis striipuncta Perty; 443-445,
Tenebrioninae; 443, Antimachus nigerrimus (Perty); 444, Watius cucullatus (Pascoe); 445, Zophobas quadrimaculatus (Olivier).

fina e subereta; cabeça não constrita na base; antena com 11 brana intersegmentar entre esternitos V–VII visíveis; glândulas
antenômeros, levemente moniliforme com anel de sensórios no defensivas abdominais ausentes.
ápice dos antenômeros 4–10; pronoto mais estreito que bases
Pimeliinae (Figs 31.425–427, 434–435). Maioria dos membros
elitrais, arredondado e explanado lateralmente; élitro pontuado
é saprófaga, geralmente em regiões abertas áridas ou semiáridas,
irregularmente ou com 9 fileiras de pontos, sem estríola escu-
com larvas quase sempre vivendo no solo e caracterizadas por
telar; epipleura elitral larga e explanada na base; ventrito I com
possuir primeiro par de pernas alargado, para escavar. A mir-
processo intercoxal estreitamente arredondado; abertura dos
reservatórios de glândulas defensivas entre os segmentos VII– mecofilia evoluiu em vários grupos. Apresentam forma variável
VIII, marcadas por impressões na margem externa do esternito e cor escura; cabeça de prognata a fortemente inclinada; antena
VIII. Referência: Jorge (1974). estreita, geralmente com 11 antenômeros e 2–3 últimos for-
mando clava fraca; às vezes moniliforme, clavada ou geniculada;
Phrenapatinae (Figs 31.423–424). Adultos e larvas vivem processo prosternal sempre mais ou menos elevado atrás das
e alimentam-se em madeira apodrecida. Phrenapates ohausi procoxas; aberturas de glândulas defensivas ausentes.
Gebien exibe cuidado parental, com a larva alimentando-se de
aparas finas de madeira providas pelo adulto (Ohaus 1909). Stenochiinae (Figs 31.411–416, 436–442). São primariamente
Adultos geralmente com corpo alongado, paralelo lateralmente habitantes de florestas. Adultos geralmente são encontrados na
e convexo; inserções antenais não visíveis dorsalmente; sulco superfície à noite ou no dossel de florestas, enquanto a larva
subantenal geralmente bem desenvolvido; antena geralmente geralmente se alimenta de madeira apodrecida. Forma do corpo
com 11 antenômeros, capitada com clava com 2–4 antenômeros; muito variável, com coloração negra, e às vezes brilhante ou
antena geniculada em Phrenapatini; pronoto não explanado, metálica. Antena geralmente filiforme, moniliforme ou clavada,
com carena lateral completa, simples, raramente crenulada; élitro raramente pectinada; tarsômeros basais geralmente com área ven-
com 9 fileiras regulares de pontos, sem estríola escutelar; mem- tral com pilosidade amarela; membrana intersegmentar visível
659
COLEOPTERA

Figuras 31.453-454. Biphyllidae, vd. 453, Diplocoelus sp.; 454,


Diplocoelus sp.

Larva alongada, paralela lateralmente, achatada ou cilíndrica;


superfície dorsal levemente pigmentada, cabeça e segmento IX
esclerosados; cabeça prognata, ramos frontais presentes, labro
livre; tergito IX geralmente com um par de urogonfos fixos de
comprimento variado.
Adultos e larvas geralmente encontrados em madeira apo-
drecida ou em corpos de frutificação de fungos. Larvas, pupas
Figuras 31.446-452. Zopheridae. 446, Aulonium sp. (Colydiinae),
vd; 447, Noserinus dormeanus (Fairmaire) (Zopherinae), vd; 448-449,
e adultos foram coletados em galerias escavadas no cerne de
Noserinus sp.; 448, cabeça, vd; 449, metacoxa e ventritos; 450, troncos caídos.
Hyporhagus rufocinctus Pic (Zopherinae), antena; 451, Colydiinae, Está dividida em duas subfamílias, ambas registradas para
Ethelema luctuosa Pascoe, vd; 452, Zopherinae, Noserinus o Brasil: Colydiinae (Figs 31.446, 451) e Zopherinae (Figs
dormeanus Fairmaire, vd.
31.447–450, 452). Referências: Doyen & Lawrence (1979),
entre ventritos III–V; aberturas dos reservatórios das glândulas Ferreira & Santos (2015), Ivie & Ślipiński (1990) e Węgrzy-
defensivas presente entre esternitos VII–VIII. nowicz (1999).

Tenebrioninae (Figs 31.428–429, 443–445). Grande parte com Superfamília Cleroidea. Inclui 18 famílias, das quais sete (com
larvas que se alimentam de madeira apodrecida enquanto outros *) estão registradas para o Brasil: Acanthocnemidae, Biphylli-
ocorrem no solo, onde são saprófagos ou se alimentam de raízes, dae*, Byturidae, Chaetosomatidae, Cleridae*, Lophocateridae*,
e poucos se tornaram pragas de grãos estocados. Adultos com Mauroniscidae, Melyridae*, Peltidae, Phloiophilidae, Phycose-
forma muito variável; sulcos subantenais ausentes na maioria dos cidae, Prionoceridae, Protopeltidae, Rentoniidae*, Rhadalidae,
Thanerocleridae*, Thymalidae e Trogossitidae*. Referências:
grupos; antena quase sempre com 11 antenômeros, geralmente
Crowson (1964), Bocáková et al. (2012) e Gimmel et al. (2019).
de filiforme ou clavada; antenômeros apicais com sensórios
compostos (aglomerados de sensilas dispostos em círculo sobre Biphyllidae (= Diphyllidae) (Figs 31.453–454). Comprimento:
base elevada) ou simples; tarsômeros raramente com lobos 2,3–6,5 mm. Corpo oval, levemente convexo; coloração casta-
ventrais; aberturas dos reservatórios das glândula defensivas nho-avermelhada a castanho-escura; pubescência moderada,
quase sempre presentes entre esternitos VII–VIII; membranas mais longa e ereta dorsalmente, decumbente ventralmente;
intersegmentares entre os ventritos III–V quase sempre exposta. cabeça prognata, inserida no protórax; olho globoso, grosseira-
mente facetado; inserções antenais não visíveis de cima; labro
Zopheridae (inclui Colydiidae, Monommatidae) (Figs 31.446–
livre; antena geralmente com 11 e clava com 3 antenômeros;
452). É reconhecida pela presença de quatro ventritos conatos, pronoto transverso, margens laterais às vezes finamente crenulada
antenas inseridas abaixo da margem frontal, tarsos variáveis ou serrulada, geralmente com 1 ou 2 pares de carenas sublate-
e metacoxas separadas por distância maior que sua largura. rais longitudinais; escutelo transverso; élitro estriado; protíbias
Comprimento: 1,8–34 mm. Alongado, cilíndrico ou achatado, geralmente com espinhos ou esporões apicais; tarsos 5-5-5;
de paralelo lateralmente a oval convexo; glabro ou coberto de tarsômeros II–IV com lobos delgados pubescentes, penúltimo
cerdas simples ou escamiformes; liso ou tuberculado, carenado reduzido, último tão longo quanto os demais juntos; garras
ou pustulado, geralmente com camada de secreções. Cabeça simples; ventrito I com linhas pós-coxais que se estendem até
prognata, fortemente encaixada no protórax ou constrita na ou perto da borda do esclerito.
base; labro geralmente parcialmente escondido embaixo do Larva alongada, paralela lateralmente, gradualmente estrei-
clípeo; antena com 8–11 antenômeros, filiforme, moniliforme, tada no ápice; levemente achatada; superfície dorsal esclerosada
clavada (principalmente em Colydiinae) ou capitada; élitro e ligeira a moderadamente pigmentada; protergo com uma ou
irregularmente pontuado ou estriado; tarsos 5-5-4 na maioria mais placas esclerosadas; cabeça prognata, ramos frontais liri-
dos Zopherinae (4-4-4 em alguns gêneros), 4-4-4 na maioria formes; labro parcialmente fundido à cápsula cefálica; pernas
dos Colydiinae (aparentemente 3-3-3 em alguns gêneros); bem desenvolvidas; mesotergo, metatergo e segmentos I–VIII
tarsômeros geralmente simples e similares; tarsômeros I ou I–II com carena transversa perto do bordo anterior; tergo IX com
alargados e lobados embaixo em alguns Colydiinae. ou sem urogonfos.

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COLEOPTERA

Figura 31.463. Lophocateridae, Leptonyxa sp., vd.

Figuras 31.455-462. Cleridae. 455-457, Lasiodera rufipes (Klug)


(Korynetinae); 455, cabeça, vf; 456, antena; 457, tarso; 458,
Pelonium scoparium Klug (Korynetinae), cabeça, vf; 459, Clerinae,
Enoclerus jucundus (Klug), vd; 455-462, Korynetinae, vd; 460, Cregya
sexnotata (Klug); 461, Lasiodera rufipes (Klug); 462, Necrobia ruficollis
(Fabricius). Figuras 31.464-469. Melyridae. 464, Lemphus sp. (Malachinae), vd;
465, Astylus gayi (Solier) (Melyrinae), cabeça, vd; 466-468, Astylus
Geralmente vivem sob casca de árvores mortas ou galhos caí- (Astylus) cyanerythrus (Perty) (Melyrinae); 466, antena; 467, tarso;
dos, onde aparentemente se alimentam de fungos e seus esporos. 468, garras; 469, Melyrinae, Astylus (Macroastylus) antis (Perty), vd.
Larvas de Diplocoelus aff. amplicollis Reitter foram coletadas em Larva alongada, paralela lateralmente; cilíndrica a ligeira-
cones masculinos de pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia mente achatada; pubescência longa e esparsa; coloração rosa
(Bertol.) Kuntze – Araucariaceae). No Brasil, ocorre apenas o a esbranquiçada; cápsula cefálica, escleritos notais, pernas e
gênero Diplocoelus Guérin. Referências: Costa et al. (1988) e urogonfos (não articulados) fortemente esclerosados; cabeça
Węgrzynowicz (2015). prognata e protraída; ramos frontais em forma de U, V ou Y;
Cleridae (inclui Corynetidae [= Korynetidae]) (Figs 31.455– 5 estemas cada lado ou menos; labro livre; pernas curtas; coxas
462). Os adultos são geralmente reconhecidos pelas cores vivas distantes; tergito IX geralmente com urogonfos de tamanho
e contrastantes, pubescência densa e ereta, palpômero distal variado.
geralmente bem desenvolvido, pronoto mais estreito que élitros Adultos e larvas da maioria das espécies são predadores,
e tarsômeros geralmente lobados. Comprimento: 2–50 mm. especialmente de larvas de besouros broqueadores de madeira e
Geralmente alongado, subcilíndrico ou levemente achatado; de outras pragas de produtos estocados. Podem ser encontrados
ângulos umerais dos élitros quadrangulares; geralmente com sobre ou sob casca de tronco caído, em galerias de insetos bro-
colorido formando padrões com faixas de cores vivas, averme- queadores de madeira, fungos, serapilheira, carniça, ninhos de
lhadas ou amareladas; pubescência geralmente densa, formada abelhas, vespas e cupins, e em vários produtos estocados. Alguns
por cerdas eretas longas ou moderadamente longas; olhos emar- adultos podem ser encontrados sobre flores, onde se alimentam
ginados anteriormente; labro livre; antena com 4–11 antenôme- de pólen. Algumas larvas são provavelmente ectoparasitas.
ros, serrada, pectinada, filiforme, geralmente com clava com 3 Adultos de algumas espécies de Necrobia Olivier podem ser
antenômeros; tarsos 5-5-5, 1–4 com lobos membranosos; garras encontrados em estoques de carne, onde geralmente não apenas
com ou sem dentículos; abdômen geralmente com 6 ventritos, predam, mas também se alimentam da própria carne. Algumas
sendo I–III fundidos. espécies mimetizam formicídeos ou mutilídeos (Hymenoptera).
661
COLEOPTERA

Figura 31.472. Thanerocleridae, Isoclerus spp.: pronoto (I.


triimpressus (Pic) e palpo labial (I. tantillus (Leconte)). Fonte: adaptado
Figuras 31.470-471. Rentoniidae. Globorentonium plaumanni
de Kolibáč (1992).
Lawrence & Ślipiński; 470, vd; 471, antena, perna protorácica e
ventritos. Fonte: fig. 470, Adam Ślipiński (CSIRO, Austrália); 471,
distinto, e élitros com pontuação irregular, não estriados. Com-
adaptada de Lawrence & Ślipiński (2013).
primento: 1–20 mm. Corpo mole e piloso; forma variada, de ro-
Segundo Gimmel et al. (2019), está dividida em cinco busta a delicada, de ligeiramente achatada a fortemente convexa;
subfamílias, das quais quatro (com *) estão registradas para o geralmente com cores vistosas, de azul ou verde metálico (alguns
Brasil: Clerinae*, Epiclininae, Hydnocerinae*, Korynetinae* e Melyrinae) a uma combinação de vermelho e azul ou laranja e
Tillinae*. Referências: Opitz (1997, 2004, 2005, 2006, 2010, preto (alguns Melyrinae e muitos Malachinae), ou uniforme-
2011, 2013, 2015a, b, 2016). mente preto, marrom ou amarelo (maioria dos Dasytinae); pu-
bescência geralmente formada por cerdas decumbentes e cerdas
Chave para as subfamílias com registros para o Brasil eretas esparsas. Cabeça prognata, inserções antenais visíveis de
1. Terceiro e quarto tarsômeros aproximadamente do mesmo
comprimento; pronoto sem rebordo lateral; garras com
cima; labro livre; antena geralmente com 11 antenômeros (9–10
ou sem dente ........................................................ 2 em alguns grupos), filiforme, serrada, pectinada ou levemente
― Quarto tarsômero muito curto, normalmente envolvido incrassada; pronoto geralmente mais largo no meio ou perto
pelos lóbulos do terceiro; pronoto com rebordo lateral; da base, carena lateral geralmente completa e visível de cima;
garras geralmente bífidas ou com dente basal. (Figs 31.455– élitros mais largos que o pronoto, irregularmente pontuado, à
458, 460–462) ..................................... Korynetinae vezes truncado, expondo vários tergitos abdominais; tarsos geral-
2(1). Olhos geralmente achatados; cavidade procoxal fechada; mente 5-5-5, (4-4-4 ou 4-5-5 em algumas espécies); tarsômeros
tarsos pentâmeros ..................................... Tillinae geralmente simples; garras tarsais geralmente denteadas ou com
― Cavidade procoxal aberta ou fechada; tarsômero I apêndice membranoso; abdômen com 6 ventritos.
geralmente reduzido ......................................................... 3 Larva alongada levemente achatada, paralela lateralmente,
3(2). Olhos de largura normal; antena de forma variada; geralmente com cabeça e segmento IX mais estreitos e mais
garras geralmente simples; pronoto com ou sem pigmentados; superfície dorsal levemente esclerosada exceto a
tubérculos. (Fig. 31.459) .................................. Clerinae cabeça e tergo IX, às vezes com pigmentação avermelhada simi-
― Olhos largos, elevados; três antenômeros distais geralmente lar a Cleridae; cabeça prognata; sutura epicranial em forma de
formando clava; ápice do último tarsômero com
Y; labro livre; pernas bem desenvolvidas com coxas separadas;
membrana conectando o empódio; garras com um dente;
pronoto com dois tubérculos .............. Hydnocerinae segmento IX geralmente mais estreito e esclerosado com um
par de urogonfos fixos.
Lophocateridae (Fig. 31.463). Corpo achatado, densa e Adultos são ativos e geralmente diurnos, encontrados em
grosseiramente pontuado; pronoto e élitros explanados. Olhos flores e sobre folhagem. Malachiinae contém espécies aposemáti-
protuberantes; sutura frontoclipeal ausente ou fraca; mandí- cas, muito coloridas, que possuem glândulas de defesa eversíveis
bula com dois dentes apicais, extremamente desenvolvida no (carúnculas) na parte anterior do protórax e base do ventrito I;
macho; mola ausente. Antena com 10 antenômeros; clava com essa mesma subfamília é caracterizada por uma variedade de
3 antenômeros, levemente assimétrica. Cavidades procoxais estruturas glandulares na cabeça, antenas ou élitros do macho,
abertas externa e internamente. Pronoto transverso com ângulos que são usados na corte. Os adultos geralmente são polífagos e
posteriores amplamente arredondados. Élitro com pontuação podem se alimentar de pólen, néctar e outros insetos. As larvas
grossa e irregular, e costas longitudinais. Protíbias com espinhos ocorrem embaixo de casca de troncos caídos, solo, serapilheira,
moderados. Esporões tibiais presentes; tarsos pentâmeros e garras em galerias de besouros broqueadores e cupinzeiros, e são ne-
simples. Provavelmente larvas e adultos predadores. crófagas ou predadoras.
Larvas desconhecidas para o Brasil. Está dividida em três subfamílias, todas com registros para
No Brasil estão registradas cinco espécies do gênero Lep- o Brasil: Dasytinae (Fig. 31.469), Malachiinae (Fig. 31.464)
tonyxa Reitter. e Melyrinae (Figs 31.465–468). Referências: Marshal (1954),
Grupo taxonomicamente problemático, às vezes considera- Peacock (1987), Majer (1999, 2002) e Bocáková et al. (2012b), .
do subfamília de Trogossitidae, não está incluído na chave de
Rentoniidae (=Trogossitidae (parte), Rentoniinae) (Fig.
identificação aqui apresentada. Referência: Crowson (1964),
31.470). Besouros pequenos, micófagos da serapilheira ou sa-
Kolibáč (2013) e Gimmel et al. (2019).
proxílicos. Caracterizados pelo tamanho entre 1–2 mm, corpo
Melyridae (inclui Malachidae e Dasytidae) (Figs 31.464–469). fortemente globular e convexo, com capacidade de conglobu-
Diferenciam-se de outros Cleroidea especialmente pelo clípeo lação; margens laterais do pronoto mais ou menos explanada

662
COLEOPTERA

Figura 31.478-479. Cavognathidae e Cryptophagidae. 478,


Cavognathidae, Taphropiestes plaumanni Ślipiński & Tomaszewska,
vd.; 479. Cryptophagidae, vd.

bem desenvolvidas; segmento IX com placa dorsal esclerosada e


um par de urogonfos pequenos, reduzidos a ausentes.
Todas as espécies conhecidas aparentam ser predadoras.
Larvas e adultos predam larvas de besouros broqueadores e
micófagos como Ptinidae, Tenebrionidae e Curculionidae. Mem-
Figuras 31.473-477. Trogossitidae. 473-475, Temnoscheila colossus
bros de Isoclerus Lewis são encontrados em ramos e em fungos
(Audinet-Serville); 473, antena; 474, procoxa e protrocantino; 475,
tarso; 476, Temnoscheila aenea Olivier, vd; 477, Temnoscheila arborizados e foram registrados em fardos de tabaco estocado
colossus (Audinet-Serville), vd. Originalmente classificada como subfamília de Cleridae, está
formada por cerca de 30 espécies incluídas em 7 gêneros e com
verticalmente; antena clavada e com 10–11 antenômeros, clava distribuição mundial. Membros de Thanerocleridae diferem
com 1 ou 3 antenômeros; edeago com tégmen não dividido. daqueles de Cleridae principalmente pelos protarsos compactos,
Larva com processo lacinial agudo e único, e urogonfo com com tarsômeros I–IV distintamente alargados.
um par de processos adjacentes medianamente ou consistindo No Brasil foram registradas duas espécies, Parathaneroclerus
de um gancho único, não pareado. triimpressus Pic e Ababa tantilla (LeConte), a última prova-
No Brasil ocorre apenas uma espécie, Globorentonium plau- velmente introduzida. Ambas são diminutas (1,8 mm em A.
manni Lawrence & Ślipiński, caracterizada pela antena com tantilla e 4,0 mm em P. triimpressus), com corpo achatado e
10 antenômeros e clava com um antenômero, antenômero IX coloração marrom uniforme. Referências: Kolibáč (1992) e
levemente mais largo que VII ou VIII, corpo globular, forte- Peris et al. (2022).
mente convexo, élitros mais curtos que a largura combinada, Trogossitidae (inclui Ostomidae, Ostomatidae, Peltidae, Tem-
asas membranosas ausentes, escutelo pequeno e geralmente nochilidae) (Figs 31.472–477). Grupo heterogêneo caracterizado
escondido, e protíbia fortemente expandida apicalmente, mais especialmente pelo corpo relativamente rígido, protrocantino
larga no terço apical. Referências: Lawrence & Ślipiński (2013a), exposto e carena lateral do protórax geralmente bem desenvol-
Gimmel & Leschen (2014) e Gimmel et al. (2019). vida. Comprimento: 1–50 mm. Corpo alongado, paralelo late-
Thanerocleridae (=Cleridae, Thaneroclerinae) (Fig. 31.471). ralmente, ou ovalado; achatado ou convexo, às vezes cilíndrico;
Comprimento: 1,8–8 mm. Corpo alongado e cilíndrico ou coloração variada, negra, castanho-avermelhada, verde ou azul;
ligeiramente achatado; pubescência esparsa e curta, às vezes suturas gulares separadas; antena com 8–11 antenômeros, e
formando tufos no úmero; superfície dorsal com microescultura clava com 1–3 antenômeros ou antenômeros distais alargados e
assimétricos; pronoto com carena lateral quase sempre presente,
fina: cabeça pontuada ou com rugas longitudinais, pronoto e
geralmente denticulada; procoxa transversa; tarsos pentâmeros e
élitros com pontuação regular ou irregular. Cabeça prognata,
não lamelados; tarsômeros I–II às vezes parcialmente fundidos
levemente inclinada; margem anterior da fronte emarginada;
dando aparência de 4-4-4 ou 4-4-5; abdômen com 5–6 ventri-
antena com 11 antenômeros (10–11 podem estar fundidos,
tos, I–III fundidos.
mas sempre com suturas distintas), clava com 3 antenômeros
Larva alongada, levemente achatada; esbranquiçada com
geralmente presente; labro livre; pronoto geralmente com 1 ou cabeça e protórax pigmentados e áreas específicas no tórax e
3 depressões, constrito ou não na base; sutura pleurosternal abdômen; cabeça prognata e protraída; ramos frontais presentes,
completa; tarsos 5-5-5 ou 5-4-4; tarsômero I mais longo ou tão labro livre; tergito IX geralmente com um par de urogonfos não
longo quanto o II, protarsômeros I–IV alargados; garras simples. articulados.
Larva alongada, achatada a cilíndrica, paralela lateralmente; A maioria é predadora, alguns são micófagos ou pragas
superfície do corpo lisa, esbranquiçada exceto cabeça, escleritos de produtos estocados. Geralmente vivem embaixo de casca
notais, pernas e superfície dorsal do segmento IX; cabeça progna- de troncos, em galerias de insetos broqueadores de madeira e
ta, mais estreita que o protórax; sutura epicranial presente; labro corpos de frutificação de fungos. Alguns ocorrem em produtos
livre; protórax com um esclerito dorsal (maior) e um ventral; estocados, especialmente cereais, ou estão associados a flores e
mesonoto com 1 ou 2 e metanoto com 2–3 escleritos; pernas alimentam-se de pólen. As larvas geralmente são predadoras de
663
COLEOPTERA

Figuras 31.480-481. Cucujidae, Palaestes freyreissi (Heyden); 480,


cabeça, vd; 481, macho, fêmea, vd.

outros insetos ou alimentam-se de fungos. Algumas são onívoras


e alimentam-se de cereais estocados e outras sementes, e também
predam outras pragas dos produtos estocados.
Está dividida em quatro subfamílias, das quais apenas uma
(com *) está registrada para o Brasil: Calityinae, Egoliinae,
Larinotinae e Trogossitinae*. Alguns autores consideram ainda
Lophocateridae (5 espécies no Brasil) como subfamília de Tro-
gossitidae. Kolibáč (2013) revisou a família e propôs chaves
de identificação para gêneros, tribos e subfamílias, além de um
catálogo das espécies do mundo. Referências: Ślipiński (1992),
Kolibáč (2013) e Lawrence & Ślipiński (2013a, b).
Superfamília Cucujoidea (= Clavicornia). Superfamília mais
problemática da Série Cucujiformia; nenhuma sinapomorfia para
suportar o grupo (Leschen & Ślipiński 2010). Distinguem-se
dos Tenebrionoidea pelo edeago do tipo cucujoide ou tipo anel
e segmento X da larva mais ou menos cilíndrico, semelhante ao
pigopódio. Adultos com a união trocantero-femoral raramente
muito oblíqua, fêmeas nunca com fórmula tarsal 5-5-4 e podem
ter mais que quatro veias atrás da MP. Nas larvas, as mandíbulas
geralmente têm prosteca, mala geralmente falciforme e podem
ter seis pares de estemas. Inclui 26 famílias, das quais 12 (com
*) ocorrem no Brasil: Agapythidae, Boganiidae, Cavognathidae*,
Cryptophagidae*, Cucujidae*, Cybocephalidae, Cyclaxyridae,
Erotylidae*, Helotidae, Hobartiidae, Kateretidae*, Laemo-
phloeidae*, Lamingtoniidae, Monotomidae*, Myraboliidae,
Nitidulidae*, Passandridae*, Phalacridae*, Phloeostichidae, Figuras 31.482-489. Erotylidae, vd. 482, Erotylus histrio Fabricius
Priasilphidae, Propalticidae, Protocucujidae, Silvanidae*, Smi- (Erotylinae); 483, Mycotretus sp. (Erotylinae); 484-488, Erotylinae;
cripidae, Sphindidae* e Tasmosalpingidae. 484, Aegithus cyanipennis Guérin; 485, Brachysphoenus flavovittatus
(Duponchel); 486, Gibbifer tigrinus Voet, vd, vl; 487, Megalodacne
Cavognathidae (Fig. 31.478). Comprimento: 2,4–4,6 mm. indica (Linnaeus); 488, Scaphidomorphus bosci Guérin; 489,
Corpo mais longo que largo, coberto por cerdas finas e decum- Languriinae, Goniolanguria latipes (Saunders).
bentes. Cabeça transversa, declive, constrita abruptamente na volvidas, coxas amplamente separadas; tergito IX com um par
base; olhos redondos, proeminentes e grosseiramente facetados; de urogonfos fixos, dirigidos para cima.
inserção antenal coberta parcialmente pela carena frontal; clípeo São vistos como parasitas de pássaros. Adultos e larvas foram
projetado à frente das inserções antenais; antena com 11 ante-
encontrados no ninho de pássaro ou em restos de ninho penei-
nômeros e clava com três; antenômeros 5 e 7 (principalmente
rado, mas essa associação ainda não foi entendida.
nos machos) mais largos que os demais; labro livre; pronoto
A família contém apenas um gênero, Taphropiestes Reitter,
mais estreito que élitros na base; sutura pleurosternal incompleta
com três espécies na América do Sul, duas com registros para o
anteriormente; escutelo transverso; élitro com pontuação densa
Brasil. Referências: Ślipiński & Tomaszewska (2010) e Di Iorio
e irregular; metacoxa fortemente transversa; tarsos 5-5-5; nos
& Turienzio (2016).
machos, tarsos anterior e médio com tarsômeros I–III expandi-
dos e esponjosos embaixo. Cryptophagidae (Fig. 31.479). São caracterizados principal-
Larva alongada, paralela lateralmente, levemente achatada; mente pelo tamanho pequeno, inserções antenais expostas em
levemente pigmentada, exceto cabeça, tergos torácicos e abdo- vista dorsal, mandíbulas sem micângia, protórax com ou sem
minais e urogonfos; cabeça prognata, ramos frontais presentes, carena lateral bem desenvolvida, cavidades mesocoxais fechadas
antena moderadamente longa; labro livre; pernas bem desen- lateralmente pelo metaventrito, ventrito I mais longo que os

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COLEOPTERA

demais, epipleuras distintas na metade basal e pontuação elitral Erotylidae (inclui Languriidae) (Figs 31.482–489). Asseme-
irregular. Comprimento: 0,8–5,2 mm. Corpo em geral oblon- lham-se a alguns Tenebrionidae associados a fungos, principal-
go ou oval, convexo ou achatado; coloração variada, a maioria mente pelo tamanho, coloração e forma do corpo, mas podem
escura ou castanho-avermelhada; pubescência variada; ductos ser diferenciados deles principalmente pela fórmula tarsal 5-5-5
glandulares presentes em várias partes do corpo; cabeça geral- (muitos pseudotetrâmeros) e antenas geralmente clavadas. Com-
mente mais larga que longa, com carena occipital transversa pelo primento: 2,5–25 mm. Forma de oval a alongada, convexa, às
menos em Cryptophaginae; clípeo estendendo-se em frente às vezes semi-hemisférica ou gibosa; geralmente glabro, de colorido
inserções antenais; labro transverso; antena com clava com 2–3 brilhante, amarelo, vermelho ou negro com manchas coloridas;
antenômeros ou incrassada; tarsos 5-5-5 ou 4-4-4 em ambos cabeça alongada com região anterior curvada ventralmente;
os sexos, ou 5-4-4 no macho; tarsômeros geralmente simples a clava antenal com 3–6 antenômeros; clípeo estendendo-se bem
ligeiramente lobados. à frente da inserção antenal; labro livre; carena lateral do pronoto
Larva alongada, paralela lateralmente; levemente achatada a com margem elevada ou gota, frequentemente finamente serra-
cilíndrica; pigmentação leve a moderada; cutícula dorsal lisa ou da, crenulada ou grosseiramente denteada; sutura pleurosternal
com asperites finas, finamente granulada a tuberculada; cabeça incompleta; élitro irregularmente pontuado ou estriado; lobo
prognata e protraída, ramos frontais presentes; labro livre; perna tarsal ausente ou presente apenas no antepenútimo tarsômero,
bem desenvolvida, coxas separadas por 1–2 vezes seu diâmetro; ou em mais de um tarsômero.
tergo IX simples ou com um par de urogonfos fixos curtos. Larva alongada, paralela lateralmente a fusiforme, cilín-
São tipicamente micófagos e ocorrem em hábitats com ma- drica ou achatada; pigmentada ou não; superfície dorsal lisa,
terial em decomposição, que permite o crescimento de fungos, com placas esclerosadas ou com asperites, tubérculos cerdosos,
como troncos, serapilheira e embaixo de casca. Também são grânulos, espinhos ou escolus complexos; cabeça prognata ou
encontrados em ninhos de animais ou produtos estocados. São hipognata, geralmente protraída; ramos frontais presentes; la-
em geral fungívoros, mas muitos são florícolas ou vivem em bro livre; antena longa; mesocoxas separadas por dois ou mais
depósitos de produtos armazenados, roendo principalmente diâmetros; tergo IX geralmente com um par de urogonfos fixos
sementes. As larvas são desconhecidas para o Brasil. As espécies ou processo mediano simples.
Larvas e adultos alimentam-se quase que exclusivamente
conhecidas vivem em ninhos de abelhas e vespas sociais, aves
de fungos superiores, especialmente aqueles que crescem em
e mamíferos.
ambientes úmidos ou troncos caídos. Os adultos podem ser
Está dividida em duas subfamílias, ambas com registro para
encontrados associados ou sob casca com crescimento de fungos;
o Brasil: Atomariinae e Cryptophaginae. Referências: Leschen
depositam os ovos nos fungos em que as larvas se alimentam. É
(1996) e Lyubarsky (1998).
comum encontrar larvas bem desenvolvidas junto aos adultos
Cucujidae (Figs 31.480–481). São reconhecidos principalmente no mesmo fungo.
pelo corpo achatado e geralmente colorido. A maioria com as Está dividida em seis subfamílias, três das quais (com *) regis-
têmporas bem desenvolvidas e fórmula tarsal heterômera nos tradas para o Brasil: Cryptophilinae, Erotylinae*, Languriinae*,
machos. Comprimento: 14–21 mm. Alongado, paralelo late- Loberinae*, Pharaxonothinae e Xenoscelinae. Referências: Alva-
ralmente, fortemente achatado dorso-ventralmente; brilhante renga (1994), Martins & Pereira (1965), Sen Gupta & Crowson
e castanho-escuro; superfície dorsal lisa ou pontuada; cabeça (1971), Węgrzynowicz (2002), Leschen (2003) e Lopes (2006).
prognata, abruptamente constrita na base; em Palaestes Perty, Chave para subfamílias com registros para o Brasil (adaptada
têmpora reduzida a processo agudo; linha ou crista do vértice de Leschen 2003)
presente; clípeo estendendo-se à frente das inserções antenais; 1. Articulação entre meso e metaventrito (metaventral)
inserções antenais não visíveis; antena com 11 antenômeros, dicondílica ou achatada; cavidade procoxal completamente
filiforme; 3º antenômero mais longo que os demais; mandíbula fechada atrás pela borda da projeção prosternal. (Figs
modificada no macho de Palaestes; pronoto com margens laterais 31.482–488) .............................................. Erotylinae
― Articulação entre meso e metaventrito (metaventral)
fortemente curvadas; élitro com pontuação irregular; união
monocondílica; cavidade procoxal aberta ou ligeiramente
trocantero-femoral fortemente oblíqua; protarso do macho aberta ............................................................... 2
levemente expandido lateralmente quando comparado com o
da fêmea; tarsos 5-5-5 na fêmea e 5-5-4 no macho. 2(1). Linhas submesocoxais ausentes; gonóstilo apical; célula
anal da asa posterior ausente; inserção antenal apenas
Larva ortosomática; de esbranquiçada a marrom-averme- parcialmente visível dorsalmente ................. Loberinae
lhada, exceto cabeça e ápice do abdômen mais escuros; cabeça ― Linhas submesocoxais presentes (ausentes em grupos com
prognata; sutura epicranial em forma de Y; 6 estemas cada lado; gonocoxito agudo); gonóstilo, se presente, subapical ou
labro livre; pernas bem desenvolvidas; pretarso com 2 cerdas. apical; célula anal da asa posterior presente (ausente em
Larva desconhecida para o Brasil. Penolanguria Kolbe); inserção antenal visível dorsalmente
na maioria dos táxons. (Fig. 31.489) ....... Languriinae
Larvas e adultos vivem juntos sob casca de árvores e pro-
vavelmente são predadores. Está dividida em três subfamílias, Kateretidae (=Brachypteridae) (Fig. 31.490). São reconhecidos
das quais uma (com *) ocorre no Brasil: Cucujinae, Platisinae* principalmente pela fórmula tarsal 5-5-5, maxilas com gálea
e Pediacinae; no Brasil ocorre apenas Palaestes freyreissi Heyden. e lacínia separadas, clava antenal fraca, cavidades procoxais
Referências: Pereira & Almeida (2001), Jin et al. (2020) e Jaskuła abertas e élitros geralmente curtos. Comprimento: 1,5–6 mm.
et al. (2021). Geralmente oval alongado, convexo ou levemente achatado;
665
COLEOPTERA

coloração de castanha a castanho-escura; cabeça prognata,


olhos moderadamente convexos, finamente facetados; inserções
antenais expostas; clípeo projetado à frente da inserção antenal;
labro livre; antena com 11 e clava fraca com 3 antenômeros;
antenômero 9, às vezes prolongado, aparentando uma clava com
2 antenômeros; pronoto transverso, mais largo próximo ao meio
ou posteriormente, arqueado lateralmente; élitro encurtado,
deixando o pigídio e parte dos tergos precedentes expostos,
irregularmente pontuado; linhas pós coxais bem desenvolvidas;
tíbia alargada posteriormente, com 2 esporões; tarsômeros I–III
bilobados, geralmente com lamela cerdosa embaixo; garras
Figura 31.490. Kateretidae, Neobrachypterus sp., vd.
simples ou denteadas.
Larva alongada a oblonga oval, moderadamente convexa;
cutícula lisa ou com tubérculos pigmentados. Cabeça prognata
a hipognata, mais estreita que o protórax; ramos frontais presen-
tes; labro livre antena curta; pernas robustas; urogonfos sempre
ausentes, mas às vezes, processo terminal presente.
As larvas são desconhecidas para o Brasil.
Larvas e adultos são antófagos, desenvolvendo-se em flores
de angiospermas. Os adultos são voadores ativos e encontram-se
sobre flores. O desenvolvimento larval dura de 1–3 semanas. São
consumidores de pólen tanto no estágio larval quanto no adulto.
A família inclui 14 gêneros, dos quais Cercometes Leng e Neobra- Figuras 31.491-493. Laemophloeidae, vd. 491, Laemophloeus sp.;
chypterus Jelínek ocorrem no Brasil. Referência: Jelínek (1979). 492, cabeça e protórax; 493, Laemophloeus mathani Grouvelle.

Laemophloeidae (inclui Propalticidae) (Figs 31.491–493). São insetos que possuem glândulas de seda prosternal, com as quais
reconhecidos principalmente pelo corpo achatado, pronoto com constroem casulo para empupar. Referências: Halstead (1993)
um par de carenas submarginais longitudinais, élitro geralmente e Thomas (2002/2003, 2009, 2014).
com células elitrais e antena longa. Comprimento: 1–5 mm. Monotomidae (inclui Rhizophagidae) (Figs 31.494–497). Be-
Forma ovalada ou alongada, geralmente fortemente achatada; souros pequenos, semelhantes aos Nitidulidae. Diferenciam-se
coloração castanha ou castanho-escura; pubescência geralmente especialmente pela antena curta, com dez antenômeros e clava
inconspícua; cabeça com carenas ou linhas sublaterais sulcadas, formada por um ou dois antenômeros. Comprimento: 1–6 mm.
olhos grosseiramente facetados; antena alongada, filiforme, Alongado, subcilíndrico ou achatado; coloração fosca; pubes-
raramente moniliforme, com 11 antenômeros (raramente 10), cência curta e esparsa, ou ausente; cabeça prognata; inserções
com clava mal definida com 3 (maioria) a 6 antenômeros; clípeo antenais amplamente separadas; clípeo projetado à frente da
projetado à frente da inserção antenal, com 3–5 emarginações; inserção antenal; labro geralmente escondido pelo clípeo; mar-
labro livre; pronoto mais estreito na base; sutura pleurosternal gens laterais do pronoto geralmente retas, levemente curvas ou
ausente; élitro não pontuado, irregularmente pontuado ou for- levemente divergentes anteriormente, lisas ou crenuladas; ângulo
mando estrias; tarsos 5-5-5 nas fêmeas e raramente em ambos posterior do pronoto geralmente arredondado; élitro geralmen-
os sexos, geralmente 5-5-4 nos machos, tarsômeros simples; te paralelo, e estriado e grosseiramente pontuado, com ápice
tarsômero basal, geralmente mais curto que os demais. truncado, expondo um (fêmea) ou dois (macho) tergitos; tarsos
Larva alongada, achatada dorso-ventralmente, maior parte geralmente 5-5-5 na fêmea, 5-5-4 no macho, ocasionalmente
do corpo esbranquiçada e ligeiramente pigmentada; mandíbulas 5-5-5 ou 4-4-4 nos dois sexos; tarsômeros simples.
e segmentos VIII–IX pigmentados; tegumento dorsal e ven- Larva alongada, subcilíndrica a levemente achatada; super-
tral com ou sem asperites arranjadas em elipses longitudinais fície dorsal geralmente granulada ou tuberculada, e levemente
incompletas; cabeça prognata; ramos frontais presentes; labro pigmentada; cabeça prognata, mais estreita que protórax; ramos
livre; perna bem desenvolvida; coxas amplamente separadas; seg- frontais presentes; labro livre; tergos abdominais I-IX geralmente
mentos I–VII mais largos que o tórax; segmento VIII mais longo com asperites, às vezes com 2 ou 3 tubérculos palmados; tergo
que anteriores; tergito IX formando uma placa esclerosada com IX com um par de urogonfos fixos e complexos. As larvas são
um par de urogonfos fixos e curtos, orientados posteriormente. desconhecidas para o Brasil.
A maioria parece se alimentar de fungos, especialmente A maioria das espécies vive sob casca de árvores, algumas
ascomicetos, mas alguns gêneros com adultos cilíndricos, ocorrem em matéria vegetal em decomposição, outras em ninhos
associados a túneis de escolitíneos (Curculionidae), podem de formigas ou abelhas. Larvas e adultos de Rhizophagus Herbst
ser predadores. Várias espécies são pragas de grãos estocados. (que não ocorre no Brasil) são listados como predadores de
Aqueles sem importância econômica geralmente são subcorti- insetos xilófagos, como larvas de escolitíneos (Curculionidae),
cais e considerados predadores, apesar do pouco conhecimento embora haja algumas indicações de que se alimentam também
sobre a sua biologia. Larvas de algumas espécies de Cryptolestes de fungos. Informações sobre outros grupos de Monotomidae
Ganglbauer (que não ocorre no Brasil) são as únicas entre os sugerem que se alimentam de fungos. Membros de Crowsonius

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COLEOPTERA

ventralmente; cabeça prognata, ramos frontais presentes ou


incompletos; antena inserida em elevação membranosa; labro
livre; pernas bem desenvolvidas, coxas moderadamente separa-
das; tergo IX com urogonfo fixo, simples bífido ou ramificado,
ou urogonfos ausentes.
São primariamente saprófagos e micetófagos, ocasionalmente
necrófagos; muitas espécies se alimentam em corpos de frutifica-
ção de fungos ou esporos, e algumas são predadoras ou atacam
folhas, flores e frutos saudáveis. O hábito mais característico da
família é a associação com levedura e outros fungos que causam
a fermentação em feridas de árvores, embaixo de casca ou entre
folhas, frutos e flores apodrecidos. Algumas espécies vivem em
flores, mas a maioria é encontrada em frutos caídos, sucos de
plantas fermentadas e em fungos. Relativamente poucos têm
importância econômica, mas várias espécies de Carpophilus
Stephens (gênero cosmopolita) são pragas de produtos estoca-
dos. Várias espécies estão implicadas na transmissão de fungos
patogênicos.
Figuras 31.494-497. Monotomidae. Monotominae, vd. 494,
Larvas geralmente se encontram junto com os adultos,
Hyporhagus sp.; 495, Hesperobaenus sp.; 496, Hyporhagus sp.; pelo menos no mesmo substrato; alimentam-se tanto como
497, Monotoma sp. herbívoras (maioria), quanto imersas no fluído da fermentação
(alguns Nitidulinae e Cryptarchinae), constroem túneis através
Pakaluk & Ślipiński, foram encontrados em ninhos de abelhas
de fungos frescos (muitos Nitidulinae) ou raramente minando
sem ferrão Trigona Jurine (Hymenoptera, Apidae).
folhas de plantas. A vasta maioria se alimenta em fungos macro
Está dividida em duas subfamílias, Monotominae e Rhi-
ou microscópicos que ocorrem em matéria orgânica em decom-
zophaginae, das quais a primeira ocorre no Brasil. Referências:
posição ou tecido de plantas.
Pakaluk & Ślipiński (1993), Sen Gupta (1988), McElrath et al.
Está dividida em dez subfamílias, cinco das quais (com *)
(2016), e Wagner et al. (2020).
com registros para o Brasil: Amphicrossinae, Calonecrinae, Car-
Nitidulidae (inclui Cybocephalidae) (Figs 31.498–508). Distin- pophilinae* (Fig. 31.499), Cillaeinae* (Figs 31.498, 503–504),
guem-se de outras famílias de tarsos pentâmeros especialmente Cryptarchinae* (Fig. 31.505), Epuraeinae, Maynipeplinae, Me-
pelas cavidades procoxais transversas, metacoxas sulcadas, tar- ligethinae*, Nitidulinae* (Figs 31.500–502, 506–508) e Prome-
sômeros dilatados, quarto tarsômero pequeno e clava com três topinae. Referências: Gillogly (1965), Audisio (1993), Leschen
antenômeros. Comprimento: 1–40 mm. Forma oblonga ou (1999), Cline & Carlton (2004) e Hisamatu et al. (2016).
oval, achatada ou convexa; coloração de castanha a castanho-
-escura, geralmente com manchas avermelhadas ou amareladas; Passandridae (= Catogenidae) (Figs 31.509–514). Alongado,
maioria com pubescência esparsa, fina e curta; cabeça prognata, paralelo lateralmente, geralmente com antenas moniliformes, su-
fortemente declive, olho protuberante, oval, arredondado ou turas gulares confluentes e genas expandidas; muito esculturado,
reniforme; vértice da cabeça com área estridulatória em alguns com sulcos e carenas longitudinais. Comprimento: 3–30 mm.
Cryptarchinae; labro livre, geralmente bilobado; antena (Fig. Achatado ou cilíndrico; coloração castanha, castanho-averme-
31.5H) geralmente com 11 e clava com 3 antenômeros, mas lhada ou negra; superfície dorsal geralmente glabra; cabeça larga,
alguns com antena com 10 e clava com 2 antenômeros; tar- não protraída no protórax, levemente declive, frequentemente
sos pentâmeros, três tarsômeros basais subiguais, variando de com carena occipital transversa; fronte geralmente com carena
simples a dilatado ou lobado; tarsômero IV sempre menor que ou sulco mediano; labro pequeno; antena robusta, com 11
qualquer outro; élitro quadrado, sub-rectangular a subtriangular, antenômeros (10 em Passandrella Grouvelle), às vezes assimétri-
atingindo o comprimento máximo perto da sutura, na maioria cos, antenômeros com áreas ou pontos sensoriais; antenômero
cobrindo todo o abdômen (às vezes excluindo o pigídio), mas terminal geralmente com quilha na extremidade externa; fêmur
expondo múltiplos segmentos abdominais em outros; dimor- dilatado, tíbia com ápice alargado e acuminado lateralmente;
fismo sexual manifestado pelo ápice dos élitros acuminados nas tarsos pentâmeros, tarsômeros simples; tarsômero I geralmente
fêmeas; superfície dorsal dos élitros com pontuação difusa ou mais curto que II.
com fileiras indistintas. As larvas são desconhecidas para o Brasil. Em outras regiões,
Larva alongada, paralela lateralmente a fusiforme, cilíndrica são ectoparasitas de besouros broqueadores de madeira, prin-
ou achatada; região dorsal fraca a moderadamente esclerosada cipalmente pupas de Cerambycidae. O primeiro ínstar é ativo,
(às vezes com placas); região ventral membranosa ou esclerosada; triungulinídeo, bem esclerosado, com pernas bem desenvolvidas;
tegumento com cerdas simples, grossas e eriçadas, espinhos, os últimos ínstares têm corpo mole e pernas reduzidas.
escamas, escolos ou a combinação desses; tegumento liso ou Os hábitos alimentares dos adultos são desconhecidos. Re-
granulado, seco ou viscoso (visco produzido por glândulas cuti- ferências: Ślipiński (1987, 1989), Buckhardt & Ślipiński (1991,
culares em alguns Nitidulinae de corpo mole); corpo curvado 2003) e Zubarán & Di Iorio (2018).
667
COLEOPTERA

penúltimo tarsômero reduzido e pelo menos antepenúltimo


lobado embaixo; 4-4-4 em Phaenocephalinae (não ocorre no
Brasil); garras denteadas ou bífidas.
Larva alongada, mais ou menos paralela lateralmente; super-
fície dorsal ligeiramente a mais ou menos fortemente pigmen-
tada; cabeça prognata, ligeiramente protraída; ramos frontais
presentes; labro geralmente livre; tergos torácicos e abdominais
às vezes com placas esclerosadas; pernas bem desenvolvidas, me-
socoxas amplamente separadas; tergo IX com par de urogonfos
curtos e não articulados.
Alimentam-se principalmente de fungos. Geralmente asso-
ciados a vários fungos, incluindo aqueles que causam doenças em
plantas vasculares. As larvas são desconhecidas para o Brasil; em
outras regiões, vivem em botões florais ou são saprófagas. Está
dividida em duas subfamílias, Phaenocephalinae e Phalacrinae,
a última com registros para o Brasil. Referências: Champion
(1925), Steiner (1984), Lawrence et al. (2010d) e Gimmel
(2013).
Silvanidae (Figs 31.516–518). Família muito diversa e difícil
de caracterizar. Alguns caracteres são diagnósticos para toda a
família, como a presença de micângia mandibular, tarsos pen-
tâmeros e cabeça geralmente constrita atrás dos olhos. Compri-
mento: 1,7–15 mm. Corpo alongado, paralelo lateralmente ou
ovalado; coloração geralmente de castanha a negra, alguns com
manchas formando padrões de colorido; pubescência geralmente
conspícua; tegumento geralmente densamente pontuado; ca-
beça prognata, geralmente mais longa que larga, com margem
anterior reta ou emarginada; labro muito curto; antena com 11
antenômeros e de dois tipos: alongada e filiforme, com escapo
alongado e clava inconspícua ou menos alongada, com escapo
curto e clava com 3 antenômeros.
Larva alongada, paralela lateralmente, cilíndrica a levemente
achatada; ligeiramente pigmentada exceto cabeça e urogonfos;
cabeça prognata, antena longa; ramos frontais presentes; labro
livre ou parcialmente fundido à cápsula cefálica; pernas bem
Figuras 31.498-508. Nitidulidae. 498, Urophorus sp. (Carpophilinae), desenvolvidas e coxas separadas; tergito IX com ou sem par de
vd; 499, Amphicrossus sp. (Carpophilinae), vd; 500-502, Lobiopa urogonfos em forma de chicote.
insularis (Laporte de Castelnau) (Nitidulinae); 500, cabeça e protórax, Geralmente são encontrados sob casca, sobre plantas, na
vv; 501, coxa e trocanter metatorácico; 502, cabeça, vd; 503-504, serapilheira e no solo, onde adultos e larvas provavelmente se
Cillaeinae, vd; 503, Colopterus alvarengai Marek; 504, Conotelus
alimentam de fungos. Algumas espécies podem estar associadas
sp.; 505, Cryptarchinae, Paromedia ebenina (Blanchard); 506-508,
Nitidulinae, vd; 506, Aethina tumida Murray; 507, Camptodes vittatus a ninhos de formigas ou às secreções açucaradas dos coccídeos;
Erichson; 508, Platychora lebasi Erichson. outras são predadoras facultativas. Algumas espécies são regu-
larmente encontradas em produtos estocados e sua presença é
Phalacridae (inclui Phaenocephalidae) (Fig. 31.515). São reco- indicativa de condições úmidas, permitindo o crescimento de
nhecidos principalmente pela forma oval e fortemente convexa, bolor. Espécies de Oryzaephilus Ganglbauer são pragas de pro-
superfície dorsal brilhante, cabeça visível, antena clavada e quarto dutos estocados, economicamente importantes. As larvas são
tarsômero curto. Comprimento: 1–4,5 mm. Contorno do corpo desconhecidas para o Brasil. Em outras regiões, são semelhantes
de largamente oval a ligeiramente circular; compacto, fortemente às de Cucujidae, exceto pelos ramos frontais contíguos na base.
convexo dorsalmente, achatado ventralmente; geralmente glabro Está dividida em duas subfamílias, Brontinae e Silvaninae,
e brilhante; coloração de negra a castanha ou bicolorida; cabeça a última registrada para o Brasil. Referências: Halstead (1973,
declive, transversa; olhos não protuberantes; labro livre; antena 1980, 1993), Ślipiński (1983) e Pereira & Almeida (2001).
com 11 antenômeros, clava (4–5 antenômeros) simétrica ou as- Sphindidae (inclui Aspidiphoridae) (Fig. 31.519). Distin-
simétrica; pronoto transverso, fortemente curvado lateralmente; guem-se dos táxons semelhantes especialmente pelas antenas
pontuação do élitro formando ou não estrias; fêmur geralmente com 10 a 11 antenômeros, com clava abrupta, pilosa, com 2 a
largo e escavado para receber a tíbia; tíbia pode ser fortemente 3 antenômeros; escapo e pedicelo dilatados assimetricamente;
alargada no ápice e armada com franja de espinhos; tarso em fórmula tarsal 5-5-5 nas fêmeas e 5-5-4 nos machos e élitros
Phalacrinae 5-5-5 em ambos os sexos ou 5-5-4 nos machos com pontuado-estriados. Comprimento: 1,5–3,5 mm. Forma de

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COLEOPTERA

madilhas de interceptação de voo, armadilhas de luz ultravioleta


ou extraídos de matéria vegetal em decomposição por funil de
Berlese ou Winkler.
Larvas e adultos alimentam-se de esporos de mixomicetos.
Supõe-se que as cavidades das mandíbulas dos adultos servem
como micângia (cavidades associadas a glândulas para transporte
de fungos); a maioria é encontrada pelo menos parcialmente
coberta por esporos.
Está dividida em quatro subfamílias, Odontosphindinae,
Protosphindinae, Sphindinae* e Sphindiphorinae, sendo apenas
uma (com *) registrada no Brasil, representada pelos gêneros
Euyrysphindus LeConte, Genisphindus McHugh e Sphindus
Chevrolat. Referências: Sen Gupta & Crowson (1979) e
McHugh (1993).
Superfamília Chrysomeloidea (Phytophaga). Adultos com
tarsos pseudotetrâmeros, edeago do tipo cucujoide reduzido e
Figuras 31.509-514. Passandridae. 509-511, Catogenus castaneus órgãos reprodutivos internos do macho semelhantes; nas larvas,
Perty; 509, cabeça, vd; 510, cabeça, vv; 511, antena; 512, Passandra falta a mola mandibular e uma área gular distinta. Diferem de
rubrolineata Blanchard, antena; 513, Catogenus castaneus (Perty), Curculionoidea pelos adultos com peças bucais bem desenvol-
vd; 514, Passandra fasciata (Gray), vd.
vidas, mas sem rostro ou clava antenal distinta, e falta de trave
hipofaríngea nas larvas. Reid (2000) apresentou uma chave para
famílias e subfamílias de Chrysomeloidea.
Inclui as famílias Cerambycidae, Chrysomelidae, Distenii-
dae, Megalopodidae, Orsodacnidae, Oxypeltidae e Vesperidae,
várias das quais megadiversas. Geralmente apresentam espécies
de colorido brilhante e estão bem representadas nas coleções.
Apenas Oxypeltidae não ocorre no Brasil. Referências: Reid
(1995).
Cerambycidae (inclui Parandridae, Spondylidae) (Figs
31.520–540). Os principais nomes populares são arlequim,
arlequim-pequeno, besouro-maguari, besouro-serrador, besou-
ro-das-hastes, carocha, corintiano, serrador-da-acácia, serra-
Figura 31.515. Phalacridae, Phalacrinae, vd. dor-da-bracatinga, serrador-do-cacau, serrador-do-jenipapeiro,
serra-pau, tange-viola, testa-de-lã, tigre-do-mate, toca-viola.
oval alongada a fortemente oval, convexa, com cabeça defletida, São reconhecidos pelas antenas longas, geralmente inseridas
parcialmente visível de cima; coloração de castanha a negro-a- em emarginação dos olhos, e tarsos característicos. Inclui os
vermelhada, às vezes élitros bicoloridos; pubescência geralmente maiores besouros conhecidos, Macrodontia cervicornis (L.) e
esparsa, curta e suberecta; cabeça com margem dorsal posterior Titanus giganteus (L.) da Amazônia, que podem atingir mais de
fortemente sinuosa, geralmente com faixa de pontuação grossa; 150 mm de comprimento. Comprimento: 3–200 mm. Forma
antena inserida perto da margem frontal dos olhos e base da extremamente variável, geralmente alongada, de cilíndrica a
mandíbula; antenômeros 1–3 geralmente se encaixam em sulcos fortemente achatada; coloração geralmente castanha ou com
na superfície dorsal ou ventral da cabeça; labro quase totalmente cores brilhantes, às vezes metálica; pubescência variável, simples,
coberto pelo clípeo; mandíbula larga com tubérculo proeminente aveludada ou escamiforme; cabeça de prognata a fortemente
e cavidade dorsal; estrias elitrais simples ou geminadas; fêmur declive, às vezes abruptamente constrita na base, proeminente na
mais largo medianamente, geralmente sulcado ventralmente para frente para formar um focinho curto a moderado; labro livre ou
receber a tíbia; tíbia sulcada distalmente para receber o tarso; fundido ao anteclípeo; antena geralmente com 11 antenômeros,
tarsômeros simples; ventritos geralmente com pontuação grossa raramente com menos; 12 antenômeros em vários grupos não
ou concavidades irregulares. relacionados, pela divisão do antenômero terminal; mais que 12
Larva de alongada a fusiforme, levemente achatada; corpo (até mais de 30) em vários outros grupos; escapo pode ser muito
uniformemente esbranquiçado ou com cabeça mais escura e longo (ultrapassando a base do pronoto), mas nunca geniculado;
tergos abdominais pigmentados; tegumento liso ou com asperi- geralmente filiforme ou serrada e muito longa, ocasionalmente
tes, principalmente no tergo; cerdas longas dispostas em fileiras moniliforme, pectinada, bipectinada ou flabelada; tarsos 5-5-5
transversais; cabeça prognata, sutura coronal curta ou ausente; em ambos os sexos (4-4-4 em alguns Lamiinae pela fusão dos
ramos frontais em forma de U; antena longa, labro livre; tergo tarsômeros IV e V), geralmente pseudotetrâmeros (Fig.31.9E).
IX simples ou com par de urogonfos fixos curtos. Larva cerambicoide, ápoda ou com pernas reduzidas; tórax
Pouco se conhece da biologia. As larvas são desconhecidas e abdômen com ampolas dorsal e ventral; ampolas com ou sem
para o Brasil. Ocasionalmente os adultos são coletados em ar- asperites; tegumento geralmente com áreas com microespinhos
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COLEOPTERA

Figuras 31.516-518. Silvanidae. 516, Eunausibius lophius Parsons,


antena; 517-518, Telephanus sp.; 517, antena; 518, vd.

principalmente no pronoto.
Adultos são bons voadores e podem ser diurnos ou noturnos;
há muitas dúvidas sobre sua alimentação, e acredita-se que a Figura 31.519. Sphindidae, Genisphindus sp., vd.
maioria não se alimenta, uma vez que geralmente têm vida curta, 2014) (a primeira e a última publicação dessa série). Há também
morrendo após completar as etapas de reprodução e postura de
uma base de dados “titan” (Tavakilian & Chevillotte s.d.).
ovos. São conhecidas muitas adaptações comportamentais das
fêmeas envolvendo a preparação dos lugares para ovipostura. Por Chave para as subfamílias com registros para o Brasil (adap-
exemplo, fazendo sulco circundando o galho de plantas vivas, tada de Triplehorn & Johnson 2005, Monné et al. 2017).
interrompe o fluxo normal da seiva da planta através dos tecidos 1. Tarsos distintamente pentâmeros (Fig. 31.9B), sem
do floema, o que proporciona o desenvolvimento da larva com lobos pubescentes ventrais; tarsômero III não dilatado,
tarsômero IV pequeno; antena curta, geralmente se
um aumento da quantidade de nutrientes. estendendo além da base do pronoto; pronoto com margem
As larvas são fitófagas e geralmente se alimentam interna- lateral elevada. (Figs 31.522, 535) ...... Parandrinae
mente da casca, floema, seiva ou cerne de árvores. Algumas ― Tarsos pseudotetrâmeros, com lobos pubescentes ventrais;
se desenvolvem em mudas ou no caule de plantas herbáceas. tarsômero III dilatado, ocultando o IV; antena longa
Atacam principalmente árvores mortas ou danificadas, mas a muito longa, estendendo-se muito além da base do
algumas podem atacar árvores vivas e saudáveis; devido ao seu pronoto; carena lateral do pronoto ausente ................ 2
tamanho moderado a grande, podem causar danos considerá- 2(1). Cabeça vertical ou retraída; margem genal sempre dirigida
veis. Muitas espécies são pragas especialmente de árvores que posteriormente; protíbia com sulco oblíquo interno ou posterior
produzem madeira comercial. Por outro lado, a perfuração da na metade ou terço distal; mesotíbia geralmente entalhada ou
madeira morta pelos cerambicídeos e suas larvas é uma parte sulcada externamente; último palpômero fusiforme, quase
pontiagudo. (Figs 31.521, 529–533) .............. Lamiinae
essencial do processo de decomposição e reciclagem de nutrientes ― Cabeça geralmente prognata ou obliquamente inclinada
dentro do ecossistema de floresta, e a maioria das espécies é de anteriormente; margem genal nunca dirigida posteriormente;
importância econômica. Algumas larvas carregam simbiontes no protíbia sem sulcos; mesotíbia nunca entalhada ou
tubo digestivo, que secretam celulase, permitindo assim utilizar sulcada externamente; último palpômero maxilar obtuso
os componentes da celulose da madeira. O desenvolvimento leva ou com ápice truncado ....................................... 3
de poucos meses a vários anos, dependendo da qualidade dos 3(2). Pronoto com margem lateral elevada, geralmente
nutrientes e componentes do tecido do hospedeiro. Geralmente carena lateral denteada ou espinosa; labro fundido ao
empupam dentro do hospedeiro em uma câmara pupal perto epistoma; lobo interno da maxila (gálea) obsoleto; procoxa
ou fora da superfície. Muitas larvas que se alimentam de raízes fortemente transversa; mesoscuto sem área estridulatória
empupam no solo. Duffy (1960) apresentou uma monografia estriada. (Figs 31.536–540) .................... Prioninae
― Pronoto sem carena lateral distinta; labro livre; lobo interno
dos imaturos de Cerambycidae da região Neotropical. da maxila (gálea) bem desenvolvido; procoxa geralmente
Está dividida em oito subfamílias, cinco das quais (com *) globular; mesoscuto com área estridulatória estriada .......... 4
com registros para o Brasil: Cerambycinae*, Dorcasominae,
4(3). Placa estridulatória do mesonoto bem desenvolvida
Lamiinae*, Lepturinae*, Necydalinae, Parandrinae*, Prioninae*
(ausente em alguns), não dividida; cabeça não estrangulada
e Spondylidinae. atrás dos olhos; sutura pleurosternal raramente completa,
A família possui dois catálogos voltados para o Novo Mundo geralmente indistinta ou incompleta anteriormente, ou
ou região Neotropical, ambos publicados em vários volumes; ausente; empódio geralmente pequeno ou indistinto
aqui citam-se a primeira e a última publicação de cada catálogo, (Figs 31.520, 523–528) ............Cerambycinae
através das quais o interessado poderá obter informações sobre as ― Placa estridulatória do mesonoto dividida por faixa
demais: Monné (1993, 1995), com o catálogo dos cerambicídeos longitudinal mediana; cabeça proeminente atrás dos olhos
formando têmporas, seguida por constrição formando pescoço;
do hemisfério ocidental; e Monné (2001, 2004), com o catálo- procoxas cônicas, proeminentes e projetando-se fortemente
go dos cerambicídeos neotropicais e suas plantas hospedeiras. abaixo do processo prosternal. (Fig. 31.534) .... Lepturinae
Os catálogos desse autor complementam-se com os de Monné
(2005a, b, 2006), em catálogo dos cerambicídeos neotropicais. Cerambycinae (Figs 31.520, 523–528). Segunda maior sub-
Outra série sobre a família tratando da taxonomia das diferentes família, com distribuição mundial. As peças bucais larvais
tribos também publicada em vários volumes é de Martins (1997, demonstram especialidade em material compacto resistente, e

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COLEOPTERA

Figuras 31.520-540. Cerambycidae, vd. 520, Acyphoderes aurulenta (Kirby) (Cerambycinae); 521, Cosmotoma sertifer (Audinet-Serville)
(Lamiinae); 522. Parandra sp. (Parandrinae); 523-528, Cerambycinae; 523, Charisia melanaria Gounelle; 524, Dorcacerus barbatus (Olivier);
525, Eburodacrys sexmaculata (Olivier); 526, Poeciloxestia suturalis (Perty); 527, Psygmatocerus wagleri Perty; 528, Trachyderes succinctus
(Linnaeus); 529-533, Lamiinae; 529, Acrocinus longimanus (Linnaeus); 530, Oncideres saga (Dalman); 531, Onychocerus albitarsis Pascoe;
532, Phoebella phoebe (Lepeletier & Audinet-Serville); 533, Steirastoma stellio Pascoe; 534, Lepturinae, Strangalia fulvicornis (Bates); 535,
Parandrinae, Parandra (Parandra) brasilica Zikán; 536-540, Prioninae; 536, Enoplorecus armillatus (Linnaeus); 537, Macrodontia cervicornis
(Linnaeus); 538, Mallodon spinibarbis (Linnaeus); 539, Myzomorphus quadripunctatus (Gray); 540, Titanus giganteus (Linnaeus).

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COLEOPTERA

larvas não ocorrem em madeira macia ou solo. As mandíbulas voar até a oviposição de uma porção de ovos. Referência: San-
larvais arredondadas são especializadas em remover pequenos tos-Silva et al. (2016).
pedaços do material do hospedeiro, geralmente deixando
Chrysomelidae (inclui Bruchidae, Sagridae) (Figs 31.541–579).
galerias com padrão característico, mas não produzem fibras
Os principais nomes populares são apaga-luz (Bruchinae),
longas principalmente na construção da câmara pupal. Como
barata-do-coqueiro, barata-da-palmeira, bicho-do-coco, bi-
Lamiinae, as larvas desenvolvem-se em ramos ou galhos finos, e
cho-do-feijão, brasileirinho, carcoma (Bruchinae), caruncho
tipicamente são longas e delgadas, geralmente com áreas inter-
segmentais expandidas ou pseudosegmentadas. Os adultos são (Bruchinae), caruncho-do-feijão, cascudinho, gorgulho-do-fei-
extremamente diversos, de formas noturnas escuras a espécies jão, gorgulho-da-ervilha, vaquinha-da-aboboreira, vaquinha-
diurnas, miméticas, coloridas e brilhantes. São comuns espécies -do-algodoeiro, vaquinha-da-batatinha, vaquinha-do-cacau,
florícolas. Referências: Monné & Martins (1992), Clarke (2015) vaquinha-do-feijão, vaquinha-do-fumo, vaquinha-da-goiabeira,
e Botero & Monné (2019). vaquinha-da-melancia, voador, etc.
Dentre os fitófagos, ocupa o segundo lugar em número de
Lamiinae (Figs 31.521, 529–533). É a maior subfamília, com espécies, atrás de Curculionidae. Distingue-se das demais famí-
distribuição mundial, particularmente diversa nos trópicos. São lias de Chrysomeloidea pela presença de apódemas anteriores
biologicamente especializados e desenvolvem-se em hospedeiros da genitália masculina fundidos, formando uma peça basal
lenhosos e herbáceos, vivos ou recém-caídos. As fêmeas nunca semelhante a um capuz, estrutura única entre as famílias de
ovopositam em madeira sem casca e quase sempre preparam ou Phytophaga. Falta também a área estridulatória do mesonoto e
modificam o lugar de oviposição com as mandíbulas. O desen-
algumas espécies possuem lígula exposta e membranosa. Outros
volvimento pode ser rápido, às vezes com pequeno número de
caracteres, mais facilmente observáveis, incluem antenas geral-
ínstares (3). Adultos alimentam-se de tecidos fresco de plantas,
mente de curtas a médias, não inseridas em proeminências e não
cascas ou fungos. Formas não voadoras são comuns e o dimor-
parcialmente circundadas pelos olhos, esporões tibiais reduzidos,
fismo sexual moderado. Hábitos crepusculares ou noturno são
forma do corpo muito variada, mas geralmente oval-alongada.
amplamente distribuídos; espécies miméticas são geralmente
Comprimento: 0,5–35 mm. Forma extremamente variada,
crípticas; muitos Hemilophini e alguns Colobotheini, mimeti-
de cilíndrica a hemisférica, às vezes achatada; coloração variável,
zam Lycidae. Referências: Galileo & Martins (1995), Martins
& Galileo (1998), Nearns et al. (2019) e Souza et al. (2020). com frequência brilhante ou metálica, geralmente bicolorida
dorsalmente ou formando padrões distintos, muitas vezes com
Lepturinae (Fig. 31.534). É mais abundante na região Holártica, pronoto pálido e élitros mais escuros; geralmente glabro, às vezes
penetrando nas regiões Neotropical e Oriental, e uma espécie superfície dorsal com pubescência esparsa ou densa, formada por
Afrotropical. Larvas geralmente se alimentam de madeira morta cerdas simples ou escamiformes, eretas ou inclinadas; superfície
e alguns táxons se desenvolvem em madeira morta e apodreci- mais ou menos esculturada por pontuação superficial com vários
da em árvores vivas. Os adultos são geralmente florícolas e a níveis de pontuações secundárias e microrreticulações.
morfologia da cabeça e peças bucais de muitos estão adaptadas Larvas com formas muito variadas, geralmente alongadas, de
a alimentação do pólen e néctar: cabeça com rostro, mandíbula fraca a fortemente curvadas, achatadas ou convexas dorsalmente;
longa e extensivamente franjada com cerdas e com placa molar às vezes com pequenos tubérculos cerdosos; cabeça geralmente
esculturada; gálea e lacínia com armadura coletora de pólen defletida com 5-6 estemas cada lado; sutura epicranial geral-
especializada.
mente presente, labro livre; tergitos abdominais simples ou
Parandrinae (Figs 31.522, 535). Está amplamente distribuída, com 2-4 dobras transversais; tergito IX sem urogonfos, mas
principalmente pelas regiões mais quentes. As larvas desenvol- ocasionalmente formando uma placa mais esclerosada.
vem-se em troncos apodrecidos de diâmetro moderado a grande, Todos são fitófagos. Os adultos alimentam-se externamente
ou madeira morta em árvores vivas. Muitas espécies são polífa- e as larvas externa e internamente de uma grande variedade de
gas, mas geralmente as angiospermas são preferidas, e algumas tecidos de plantas, incluindo raízes, folhagens, caules herbáceos,
associadas a gimnospermas do gênero Araucaria. Os adultos são folhas, flores, pólen, frutos e sementes. A maioria dos adultos se
encontrados em cavidades de árvores, rachaduras na madeira e alimenta de folhas, embora alguns de pólen e anteras; o hábito
casca solta, e geralmente são noturnos. A oviposição ocorre na alimentar das larvas é mais diverso, podendo se alimentar sobre
madeira com várias gerações geralmente se desenvolvendo dentro ou dentro das folhas, como minadores, dentro do caule ou
do mesmo material. Referência: Santos-Silva & Martins (2010). raízes, ou externamente sobre raízes no solo. Algumas espécies
Prioninae (Figs 31.536–540) de distribuição mundial, predo- são mirmecófilas, enquanto outras se alimentam no interior de
minantemente nas regiões mais quentes. Larva geralmente se certos frutos. Adultos e larvas podem ter hábitos alimentares
desenvolve na madeira morta, mas também nas partes mortas diferentes: algumas larvas se alimentam de raízes de gramíneas
em árvores vivas, e algumas espécies com habilidade de penetrar (Monocotyledoneae), enquanto seus adultos, de folhas de di-
no tecido vivo ou morto recentemente. Adultos com vida curta, cotiledôneas. Muitas espécies são pragas de plantas cultivadas,
parecem não se alimentar, são crepusculares ou noturnos, com causando dano direto pela redução da área foliar, danificando
colorido brilhante (alguns miméticos) ou metálicos. Formas as raízes, minando o caule e causando atrofia por afetar o trans-
que não voam ou braquipteria é comum, particularmente nas porte de nutrientes ou injúrias indiretas pela transmissão de
regiões secas, mas é restrita a fêmeas que podem ser também viroses. Entretanto, várias espécies são utilizadas com sucesso,
braquielitras e fisogástricas; algumas fêmeas aladas não podem no controle biológico de ervas daninhas.

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COLEOPTERA

Figuras 31.541-558. Chrysomelidae, vd. 541, Pachymerus lacerdae Chevrolat (Bruchinae); 542, Sceloenopla sp. (Cassidinae); 543, Botanochara
impressa (Panzer) (Cassidinae); 544, Coelomera lanio (Dalman) (Galerucinae); 545-547, Bruchinae; 545, Caryedes brasiliensis (Thunberg), vd,
vl; 546, Speciomerus giganteus (Chevrolat); 547, Zabrotes subfasciatus (Boheman); 548-558, Cassidinae; 548, Acromis spinifex (Linnaeus);
549, Cephaloleia caeruleata Baly; 550, Charidotis consentanea (Boheman); 551, Cistudinella notata (Boheman); 552, Coraliomela aeneoplagiata
(Lucas); 553, Cyclosoma (Cyclosoma) palliata (Fabricius); 554, Dorynota (Dorynora) monoceros (Germar), vd, vl; 555, Omocerus (Platytauroma)
truncatus (Boheman); 556, Oxychalepus opacicollis Ramos; 557, Sceloenopla maculata (Olivier); 558, Stolas imperialis (Spaeth).
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COLEOPTERA

Chrysomelidae está dividida em 12 subfamílias, das quais 9 ― Pigídio encoberto pelos élitros, não vertical; ventritos
(com *) estão registradas no Brasil: Bruchinae*, Cassidinae* (in- intermediários não estreitados no meio; cabeça mais saliente ... 7
clui Hispinae), Chrysomelinae*, Criocerinae*, Cryptocephali- 7(6). Tarsômero 3 geralmente inteiro, não bilobado; garras
nae* (inclui Chlamisinae, Clytrinae), Donaciinae, Eumolpinae*, geralmente simples, em alguns gêneros com dente na base
Galerucinae* (inclui Alticinae), Lamprosomatinae*, Sagrinae*, (apendiculadas); cavidades procoxais transversalmente ovais
Spilopyrinae e Synetinae. Referências: Crowson (1946), Costa (procoxas transversas). (Figs 31.559–562) ... Chrysomelinae
― Tarsômero 3 bilobado; cavidades procoxais circulares
Lima (1955) e Reid (1995, 2000).
(procoxas arredondadas) ....................................... 8
Chave para as subfamílias com registros para o Brasil (adap- 8(7). Margens laterais do pronoto continuando com a dos élitros
tada de Costa Lima 1955) na base e providas, embaixo, de sulco para o alojamento das
1. Margens laterais do pronoto e dos élitros foliáceas, explanadas, antenas em repouso; antenas geralmente mais longas que o
encobrindo respectivamente a cabeça e o abdômen; contorno protórax; corpo curto, arredondado globular; quase sempre
do corpo na maioria das espécies subcircular. (Figs 31.543, de cor metálica brilhante; olhos fracamente chanfrados;
548, 550–551, 553–555, 558) ....... Cassidinae (parte) garras tarsais geralmente apendiculadas, às vezes simples,
― Outro aspecto ....................................................... 2 soldadas na base, ou bífidas; epipleuras elitrais com depressões
2(1). Cabeça sempre visível adiante do protórax; peças bucais femurais. (Figs 31.577–578) .......... Lamprosomatinae
hipognata; élitros relativamente bem esclerosados, quase ― Margens laterais do pronoto não em continuação com
sempre fortemente carenados, sulcados, ou profundamente a dos élitros, sem sulcos antenais embaixo ou com
pontuados; margem apical largamente arredondada ou sulcos antenais curtos; epipleuras elitrais simples ou
truncada e, neste caso, denteada ou espinosa; antenas ausentes; garras tarsais variáveis ................................ 9
aproximadas na base, rígidas e estendidas horizontalmente. (Figs 9(8). Antenas afastadas na base (distância maior que o
31.542, 549, 552, 556–557) ................... Cassidinae (parte) comprimento do escapo); procoxas arredondadas. (Figs
― Outro aspecto; cavidade e peças bucais na parte anterior 31.569–571) .......................................... Eumolpinae
da cabeça .......................................................... 3 ― Antenas aproximadas na base, geralmente inseridas na
3(2). Cabeça completamente visível de cima, com base mais ou fronte entre os olhos; procoxas cônicas e proeminentes;
menos alongada; olhos afastados da margem anterior do fêmures posteriores dilatados ou não (Figs 31.544,
protórax; protórax distintamente mais estreito que a base 572–576) .................................... Galerucinae
dos élitros, quase sempre arredondado lateralmente ou Subfamílias que ocorrem no Brasil.
tuberculado e não marginado; se marginado, as antenas são
curtas, não mais longas que a cabeça e o pronoto reunidos e Bruchinae (Figs 31.541, 545–547). Ocorre em todos os con-
com 7 antenômeros distais dilatando-se até o ápice ............ 4 tinentes, exceto Antártica. É o único grupo dentro de Chryso-
― Cabeça invisível ou parcialmente escondida sob o pronoto, melidae que se alimenta quase exclusivamente de sementes. O
quando vista de cima; olhos tocando a margem anterior
do pronoto ou escondidos sob ela; pronoto na base crescimento larval ocorre inteiramente dentro da semente, e o 1º
tão largo ou, se não tão largo quanto os élitros, quase ínstar larval possui uma placa esclerosada denteada no pronoto,
sempre distintamente marginado ............................. 6 que ajuda na penetração do tecido da semente. Normalmente as
larvas cortam um buraco de saída na semente antes de retornar
4(3). Fêmures posteriores extraordinariamente dilatados e
denteados ventralmente; metatíbias geralmente recurvadas ao interior para empupar. As peças bucais do adulto parecem
na base; prosterno geralmente distinto entre as procoxas; ser especializadas em finalizar o buraco de saída que foi iniciado
olhos inteiros, arredondados; cabeça geralmente constrita pela larva. Espécies economicamente importantes incluem pragas
posteriormente, formando pescoço distinto ................ 5 de leguminosas estocadas como espécies de Callosobruchus Pic,
― Fêmures posteriores normais ou dilatados; tíbias retas; prosterno Zabrotes subfasciatus (Boheman) e Acanthocelides obtectus (Say);
raramente distinto entre as procoxas, neste caso os olhos são pragas de campos de leguminosas, como múltiplas espécies
distintamente chanfrados; cabeça não constrita posteriormente
em pescoço distinto. (Figs 31.563–564) ....... Criocerinae dos gêneros Bruchus L., Acanthoscelides Schilsky, Bruchidius
Schilsky, Borowiecius Anton e Conicobruchus Decelle, e as pra-
5(4). Cabeça prognata, geralmente com sulcos, em forma de X gas tropicais de tamarindo e amendoim do gênero Caryedon
ou H, entre as inserções antenais; olhos inteiros; raramente
Schoenher. Espécies do gênero Pachymerus Thunberg são pragas
com carena pronotal lateral; metaendosternito com placa
lamelar na base dos ramos. (Fig. 31.579) ....... Sagrinae de palmeiras, e larvas do gênero Megacerus atacam batata doce
― Cabeça geralmente hipognata, sem sulcos em forma de X (Ipomoea batatas (L.)). É provável que os adultos da maioria das
ou H; olhos emarginados ou reniformes; pronoto carenado espécies geralmente se alimentam de pólen e muitas espécies têm
lateralmente, pelo menos na base; metaendosternito reduzido, especializações morfológicas na maxila.
em forma de Y. (Figs 31.541, 545–547) ..... Bruchinae
Cryptocephalinae (Figs 31.565–568). Distribuição mundial.
6(3). Pigídio exposto, vertical ou quase vertical; ventritos Larvas saprófagas, alimentam-se de folhas em decomposição da
intermediários mais ou menos estreitados no meio; cabeça
escondida no protórax até a fronte que é vertical; antenas serapilheira e da vegetação que cresce sobre rochas, mas também
longas e filiformes, ou mais curtas que a cabeça e o protórax remove a camada externa de galhos e frutos; algumas se alimen-
reunidos, com 7–8 antenômeros distais serrados; em repouso, tam de folhas frescas e mudas. Adultos geralmente encontrados
livres, ou escondidas em sulco sob as bordas do pronoto, sobre flores, onde se alimentam de pólen e pétalas, mas também
que são pouco desenvolvidas; olhos fracamente chanfrados de folhas frescas. Semelhante a Lamprosomatinae, exibe cons-
ou inteiros; garras simples, apendiculadas ou bífidas e trução de casulo e comportamento de oviposição complexos. A
soldadas. (Figs 31.565–568) ............. Cryptocephalinae
biologia única envolve invólucros fecais providos pela fêmea, na

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COLEOPTERA

forma de escatoteca. Cada ovo é revestido individualmente com ovos são postos na haste e as larvas desenvolvem-se dentro da
uma mistura de suas próprias fezes e secreções retais. Durante haste, causando dilatações ou galhas. Referência: Monrós (1956).
a oviposição e durante o processo de revestimento de cada ovo,
Disteniidae (Figs 31.580–581). Grupo que foi tradicionalmente
a fêmea mantém seu corpo dirigido para frente sobre as pernas
incluído em Cerambycidae. Formado por insetos elegantes e com
anteriores e médias, enquanto seu tarso posterior segura e gira aspecto homogêneo. Possuem mandíbulas em forma de cinzel
o ovo dentro de uma pequena fóvea ou depressão, no ventrito e clípeo oblíquo à fronte. Comprimento: 5–40 mm. Corpo
V. O processo de colocação e arranjo das camadas, ou das placas alongado e estreito; base dos élitros mais larga que o pronoto;
fecais, envolta dos ovos para formar a escatoteca, pode levar coloração negra, amarela ou azul, verde ou violeta metálico,
aproximadamente 20–30 minutos. Os ovos assemelham-se a geralmente a parte anterior do corpo mais sóbria que os élitros,
pequenas vagens. Referência: Moldenke (1981). algumas espécies com base dos élitros castanho-avermelhada ou
Eumolpinae (Figs 31.569–571). Distribuição cosmopolita. avermelhada; tegumento geralmente com pontuação densa, mui-
Os adultos alimentam-se externamente em folhas de plantas, to fina ou grossa, com cerdas curtas ou longas, às vezes formando
enquanto as larvas são comedoras de raízes subterrâneas. Adul- padrões característicos; região frontal com sulco ou linha média,
tos que se alimentam de plantas tóxicas, também são tóxicos e que pode continuar atrás dos olhos; inserções antenais expostas,
muitos têm cores aposemáticas. Maioria se alimenta de plantas próximas à articulação mandibular; carena curta geralmente
dicotiledôneas, mas há exceções. Adultos de muitas espécies presente atrás do soquete antenal; clípeo anterior membranoso,
são polífagos, mas espécies de muitos gêneros possuem uma esclerosação pós clipeal atingindo a articulação mandibular;
tendência rigidamente especializada. As larvas parecem ser todas labro livre; antenas filiformes com 11 antenômeros, geralmente
habitantes de solo que se alimentam de raízes, mas poucos deta- ultrapassando o ápice dos élitros; escapo longo, ocasionalmente
lhes são conhecidos sobre o ciclo de vida da maioria das espécies. atingindo a margem posterior do protórax; pedicelo curto (no
máximo levemente mais longo que largo) mas com côndilo
Galerucinae (Figs 31.544, 572–576). Distribuição mundial com encaixando-se na ampla abertura distal do escapo; protórax
maior diversidade nas regiões tropicais. Adultos alimentam-se geralmente com espinhos ou tubérculos laterais; suturas pleuros-
externamente de folhas de grande variedade de angiospermas, ternais incompletas ou indistintas; élitros cobrindo totalmente
preferencialmente dicotiledôneas; algumas espécies consomem o abdômen, irregularmente pontuado ou com fileiras de pontos
pólen, sugam néctar de flores femininas ou pecíolos de folhas. obliteradas posteriormente; esporões tibiais 2-2-2; geralmente
Espécies que se alimentam externamente e minadoras, põem protíbia internamente e mesotíbia externamente com sulcos
ovos na superfície inferior da folha, enquanto as habitantes de cerdosos oblíquos (semelhante a limpadores de antenas); tarsos
solo, ovipositam na superfície, dentro do solo superficialmente pseudotetrâmeros, tarsômeros 1–3 com lamela pilosa ventral.
ou na base de haste de plantas. Ovos são postos individualmente Larva cerambicoide com pernas reduzidas e ampolas dorsal
ou em grupos 6-100; podem conter uma cola onde cerca de e ventral.
70 ovos são mantidos em um tipo de ooteca. Algumas espécies Pouco se sabe sobre seus hábitos. Alguns adultos são diurnos,
mascaram o grupo de ovos com excremento ou substância mas muitos são predominantemente crepusculares ou noturnos e
espumosa. O desenvolvimento do ovo dura 5-8 dias e há 3-4 são atraídos pela luz. Pouco é conhecido sobre a alimentação dos
ínstares larvais. As larvas de Galerucini são geralmente gregá- adultos, e alguns possivelmente não se alimentam. As larvas são
rias sobre folhas, e empupam no solo ou penduradas na folha. desconhecidas para o Brasil. As larvas conhecidas alimentam-se
Adultos geralmente são bons voadores, quando a asa posterior de ou embaixo da casca e às vezes da seiva de árvores e arbustos
está totalmente desenvolvida. São muito vulneráveis a predação mortos ou morrendo, e geralmente assumem uma posição do-
e ataque de parasitas, e apresentam vários mecanismos de defesa, brada característica como larvas de Buprestidae. Fazem galerias
como por ex., a fêmea envolver os ovos com fezes e várias espécies sinuosas embaixo da casca onde empupam.
são tóxicas. Em espécies de Coelomera Chevrolat, as larvas são Está dividida em quatro tribos, das quais, duas (com *)
gregárias e formam um anel de defesa, enquanto em Macrohal- ocorrem no Brasil: Cyrtonopini, Distenini*, Dynamostini e
tica Bechyně, os adultos alimentam-se gregariamente formando Heteropalpini*. Referências: Monné & Giesbert (1995), San-
grandes agregados. Também pode ocorrer sangramento reflexo tos-Silva & Martins (2004) e Botero & Almeida (2019).
na membrana intersegmentar entre os dois últimos ventritos Megalopodidae (Figs 31.582–585). Compartilham com a maio-
(Diabrotica Chevrolat), na junção tibiofemural (Galerucella, ria dos cerambicídeos caracteres plesiomórficos, como esporões
Altica Geoffroy) ou na região pré-bucal (Coelomera). tibiais apicais pareados em todas as pernas e apódemas anteriores
Lamprosomatinae (Figs 31.577–578). Distribuição mundial. da genitália do macho alongados e separados. O principal caráter
As larvas constroem casulos fecais portáteis, e alimentam-se distintivo é a presença de antena localizada acima da base da
ativamente e às vezes destrutivamente, da casca de árvores vivas, mandíbula, não inserida em tubérculo e não defletida para trás.
Todos possuem área estridulatória mesonotal e a maioria possui
incluindo suas hastes. Algumas espécies (ex. Lamprosoma azu-
lígula bilobada, membranosa e bem desenvolvida. Comprimen-
reum Germar) têm sido consideradas como agentes potenciais
to: 3,3–15 mm. Forma alongada na maioria das espécies, com
de controle biológico de plantas invasivas.
margens laterais paralelas ou subparalelas; coloração geralmente
Sagrinae (Fig. 31.579). Biologia pouco conhecida. Adultos escura, de negra a castanha, às vezes levemente metálica; unico-
geralmente se alimentam em flores, provavelmente incluindo loridos ou bicoloridos, com padrões de manchas dorsalmente;
pólen, mas não das flores que são hospedeiras das larvas. Os cabeça abruptamente constrita na base; olhos protuberantes e
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COLEOPTERA

Figuras 31.559-579. Chrysomelidae, vd. 559-562, Chrysomelinae; 559, Cosmograma fulvocincta Stål; 560, Platyphora albovirens (Stål); 561,
Platyphora vigintiunopunctata (Chevrolat); 562, Stilodes decorata (Perty); 563-564, Criocerinae; 563, Lema (Neolema) fasciata (Germar); 564,
Lema (Quasilema) reticulosa Clark; 565-568, Cryptocephalinae; 565, Chlamisus mimicus Monrós; 566, Fulcidax bacca (Kirby), vd, vl; 567,
Megalostomis obesa Lacordaire, 1848; 568, Stereoma angularis Lacordaire; 569-571, Eumolpinae; 569, Colaspis calcarifera (Bechyně); 570,
Colaspoides itaituba Bechyně & Špringlová; 571, Eumolpus opacus Špringlová; 572-576, Galerucinae; 572, Coelomera raquia Bechyně; 573,
Diabrotica sp.; 574, Omophoita superba Weise; 575, Paranaita generosa (Harold); 576, Syphraea speciosa (Olivier); 577-578, Lamprosomatinae;
577, Lamprosoma bicolor Kirby; 578, Lamprosoma chamaelon Lacordaire; 579, Sagrinae, Megamerus alvarengai Monrós.

emarginados; inserções antenais geralmente expostas dorsalmen- segmentos abdominais com ou sem ampolas ambulatórias
te; labro livre; antena com 11 antenômeros, serrada a incrassada dorsais e ventrais.
ou clavada; sutura pleurosternal geralmente completa; procoxas Adultos estão associados a grande variedade de famílias de
projetando-se bem abaixo do prosterno; cavidade procoxal plantas. Possuem mandíbulas bem desenvolvidas, usadas para
transversa, fechada externamente; mesoscuto com aparato cortar as folhas e o caule terminal em crescimento e preparar os
estridulatório; élitro com pontuação irregular, não formando lugares para ovipostura; alimentam-se de fluídos de exsudatos
fileiras; sutura metacapisternal longa, discrímen moderado a dos caules cortados. Foram observados alguns adultos expelindo
longo; metacoxas contíguas ou levemente separadas, placas au- jatos curtos de fluído pelo ápice do abdômen, sugerindo que a
sentes; união trocantofemural oblíqua; metafêmur inflado com quantidade ingerida é grande. Também se alimentam de sólidos,
dente mesial perto do ápice em alguns Megalopodinae; tarsos incluindo a casca interna do caule e brotos das folhas. Voam bem
pseudotetrâmeros; garra tarsal simples. à luz do sol e produzem barulho estridente, causado pelo atrito
Larva cerambicoide, levemente mais achatada e cabeça menos do pronoto com a parte estriada do mesonoto. As fêmeas põem
introvertida que Cerambycidae; pernas reduzidas ou ausentes; ovos no haste e as larvas alimentam-se internamente dos tecidos.

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COLEOPTERA

Está dividida em duas subfamílias: Aulacoscelidinae e Or-


sodacninae. Apenas a primeira está registrada no Brasil, repre-
sentada pelo gênero Janbechynea. Referências: Monrós (1953),
Crowson (1955), Reid (1995, 2000) e Santiago-Blay (2004).
Vesperidae (Figs 31.587–588). Nomes populares: iaiá-de-cintu-
ra, vaqueiro (Hypocephalus armatus Desmarest), lalá-de-cintura
(Migdolus fryanus Westwood). É formada por um agrupamento
de três subfamílias, consideradas por vários autores como perten-
centes a Cerambycidae. Comprimento: 8,6–50,0 mm. Corpo
Figuras 31.580-581. Disteniidae, Disteniinae, vd. 580, Cometes achatado ou globoso, paralelo lateralmente, geralmente com
hirticornis Lepeletier & Audinet-Serville; 581, Distenia viridicyanea cerdas curtas, mais concentradas no pronoto e região ventral;
(Thomson).
coloração de negra a castanho-escura; cabeça quase prognata, mas
As larvas conhecidas são broqueadoras de madeira, mina- extensivamente móvel verticalmente, abruptamente constrita na
doras de folhas jovens de plantas adultas ou consomem pólen base; olhos moderadamente ou não emarginados; inserções ante-
dentro de cones masculinos de Araucariaceae. Podem danificar nais geralmente parcialmente expostas; clípeo variável, anteclípeo
solanáceas em geral. Fazem galerias nos caules de seus hospedei- e labro parcialmente cobertos por projeção pós-clipeal esclero-
ros, mas saem para empupar no solo. sada em alguns Anoplodermatinae; antenas geralmente com 11
Apresenta distribuição Pantropical. Está dividida em três antenômeros, 8–10 na fêmeas de alguns Anoplodermatinae e 12
subfamílias, das quais apenas a primeira ocorre no Brasil: em ambos os sexos de Veperoctenus Bates; mais longa que o corpo
Megalopodinae*, Palophaginae e Zeugophorinae. Referências: em alguns machos, curta a muito curta em fêmeas de Anoplo-
Monrós (1947), Reid (1995), Carvalho & Monné (2006), dermatinae e alguns Vesperus; antenas filiformes, moniliformes,
Rodríguez-Mirón (2018) e Biffi et al. 2021. serradas ou pectinadas; escapo de curto a moderado, de anelado
a ligeiramente mais longo que largo e flagelo sem cerdas longas;
Orsodacnidae (Fig. 31.586). Comprimento: 3.5–16 mm. Cor- base do pronoto distintamente mais estreito que base dos élitros;
po mais ou menos paralelo lateralmente, levemente achatado; élitro totalmente desenvolvido ou encurtado em algumas fêmeas,
coloração amarela a vermelha ou negra, élitros às vezes mais irregularmente pontuado ou rugoso; metacoxas geralmente con-
escuros que cabeça e protórax, ou élitros e protórax bicoloridos; tíguas ou estreitamente separadas; pernas geralmente moderada-
olhos fortemente protuberantes e finamente facetados; inser- mente longas e delgadas, mais curtas e mais robustas a fossoriais
ções antenais expostas dorsalmente; sutura clipeal fracamente em vários Anoplodermatinae, e extremamente modificadas em
impressa no meio; labro livre; antena com 11 antenômeros, Hypocephalus Desmarest; união trocantero-femural oblíqua, mas
fracamente serrada a partir do antenômero 4; escapo globular a base do fêmur permanece separada da coxa; extremidade distal
levemente alongado e ligeiramente mais longo que o pedicelo; do metatrocanter em machos de Paramigdolus Dias projetados
pronoto levemente arredondado ou sinuoso lateralmente; base em um espinho geralmente ultrapassando metade do fêmur;
do pronoto, mais estreita que bases dos élitros; suturas pleuros- metafêmur extremamente alargado em Hypocephalus; esporões
ternais completas; cavidades procoxais transversas estreitamente tibiais 1-2-2, 2-2-2 ou 2-2-1; tarsos 5-5-5 em ambos os sexos,
separadas; élitros irregularmente pontuados, disco simples ou mais ou menos pseudotetrâmeros em alguns grupos.
com uma ou duas costas longitudinais fracas; metaventrito Larva cerambicoide, esbranquiçada com corpo macio e
com discrímen longo, sutura metacatepisternal mais ou menos cilíndrico ou subcilíndrico; tórax e parte do abdômen com
completa; junção trocantero-femural oblíqua; tíbia geralmente microtríquia e/ou ampolas dorsal e ventral; cabeça embutida
com 4 carenas longitudinais, as duas mais externas alinhadas no protórax, labro livre, pernas reduzidas.
com uma franja de cerdas cada uma; mesotíbia curvada para Os adultos geralmente não se alimentam e têm vida curta;
fora pelo menos em algumas espécies de Janbechynea Monrós; as larvas conhecidas são terrícolas e alimentam-se de raízes; os
ápice das tíbias levemente alargados; tarsos 5-5-5 nos dois sexos; dados disponíveis consideram-nas fitófagas. Migdolus fryanus
protarsômero e metatarsômero I alargados no macho de pelo Westwood é praga de cana-de-açúcar, os adultos são escavadores
menos alguns espécies de Janbechynea; tarsômero 4 altamente e as larvas são subterrâneas, alimentando-se de raízes.
reduzido e parcialmente escondido na base do tarsômero 3 Está dividida em três subfamílias, das quais apenas a pri-
bilobado; tarsômeros 1–3 ventralmente cobertos com cerdas meira está registrada para o Brasil: Anoplodermatinae, Philinae
adesivas densas; garras tarsais simples. e Vesperinae.
Larva alongada, cilíndrica, mais ou menos paralela lateral- É a família mais problemática do agrupamento cerambicoi-
mente; esbranquiçada com superfície ligeiramente esclerosada, de, e dessa forma será apresentada a biologia da subfamília que
exceto cabeça, placa pronotal, segmento IX e par de placas tergais ocorre no Brasil (Švácha & Lawrence 2014c).
no meso e metatórax mais escuras; cabeça prognata, mais estreita Anoplodermatinae apresenta adultos noturnos, que são
que o protórax, suturas epicranial e frontoclipeal presentes; labro atraídos pela luz. Hypocephalus armatus Desmarest, áptero em
livre; pernas bem desenvolvidas, mesocoxas bem separadas. ambos os sexos, possui hábito fossorial. Adultos são encontrados
Adultos de Aulacoscelidinae geralmente se alimentam de rastejando ou escondidos embaixo de vários objetos em áreas
folhas de várias espécies de Cycadales: Zamiacea. Os hábitos abertas com alguns arbustos, mas sem árvores ou cobertura
larvais são pobremente conhecidos. contínua de vegetação, em solo com barro ou arenoso com
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COLEOPTERA

fragmentos de quartzo. Como em todos os anoplodermatíneos,


as fêmeas raramente são encontradas e provavelmente perma-
necem no solo a maior parte de sua vida. As larvas são pouco
conhecidas, mas muito provavelmente subterrâneas. Migdolus
fryanus, único anoplodermatíneo com desenvolvimento larval
conhecido, causa danos à cana de açúcar e algumas outras plantas
cultivadas no Brasil. Referências: Dias (1984, 1986, 1988) e
Švácha et al. (1997).
Superfamília Curculionoidea (= Rhynchophora). São caracte-
rizados pelo alongamento da parte anterior da cabeça, formando
rostro que acompanha modificações das peças bucais, como
fusão do labro, redução das mandíbulas, fusão da gálea e lacínia,
presença de palpos curtos e rígidos etc. Compartilham com
membros de Chrysomeloidea a posse de tarsos pseudotetrâme-
ros, às vezes perdido secundariamente, e a redução do edeago
cucujiforme nos adultos, ausência de gula e redução ou perda da
mola mandibular na larva. Os curculionoideos são separados dos
crisomeloideos pelas modificações nas peças bucais dos adultos e
presença de trave hipofaringeal nas larvas. Membros de Curcu-
lionoidea geralmente apresentam corpo mais ou menos rígido, Figuras 31.582-585. Megalopodidae, vd. 582, Agathomerus
com cavidades pró e mesocoxais fechadas, procoxas globulares, testaceus (Klug); 583, Homalopterus tristis Perty; 584, Mastosthethus
com trocantinos escondidos e dois ou mais ventritos conatos em frontalis (Klug); 585, Mastosthethus variegatus (Klug).
muitas formas. Além disso, as antenas geralmente são clavadas,
com escapo longo muitas vezes encaixado em um sulco (escrobo)
de cada lado do rostro. As larvas geralmente são ápodes, mas
pernas muito curtas ou moderadamente desenvolvidas ocorrem
em alguns Nemonychidae, muitos Anthribidae e Brentidae. O
hábito fitófago é quase universal para a superfamília; Nemony-
chidae alimenta-se de pólen.
Vivem em ambientes tanto terrestres quanto de água doce;
sementes de todos os táxons e quase todas as partes das plantas
são utilizadas como alimento pelos gorgulhos. As larvas geral-
mente se alimentam de partes doentes ou estressadas da planta,
aparentando explorar o estágio em que os tecidos já não se
defendem contra substâncias químicas ou toxinas, mas ainda
contêm nutrientes suficientes para o rápido crescimento da
larva. O desenvolvimento em madeira morta ou apodrecida é
Figura 31.586. Orsodacnidae, Janbechynea paradoxa Monrós, vd.
menos comum, a não ser que esta esteja associada com fungos.
Inclui 7 famílias, das quais seis (com *) estão registradas
para o Brasil: Anthribidae*, Attelabidae*, Belidae*, Brentidae*,
Caridae, Curculionidae* e Nemonychidae*. Referências: Kuschel
(1995a), Morrone (1996), Thompson (1992), Marvaldi (2003),
Marvaldi & Lanteri (2005), Oberprieler et al. (2007), McKenna
et al. (2009) e Shin et al. (2018).
Anthribidae (= Platystomidae, Platostomatidae, Platyrhinidae;
inclui Bruchelidae, Urodontidae) (Figs 31.589–593). Nomes
populares: besouro (ou caruncho)-do-café-armazenado, besouro-
-do-nariz-largo, besouro-das-tulhas. Caracterizam-se pelo rostro Figuras 31.587-588. Vesperidae, vd. 587, Migdolus fryanus
largo, antena não geniculada, pigídio geralmente exposto, apenas (Westwood); 588, Hypocephalus armatus Desmarest.
o tarsômero III bilobado e tomentoso embaixo, pubescência da
cabeça e pronoto dirigida para frente e dos élitros dirigida para formando padrões; sutura frontoclipeal ausente, labro livre, par-
trás; élitros geralmente com estria escutelar curta. Comprimento: cialmente visível; antena filiforme, incrassada ou clavada, com
0,5– 40 mm. Corpo compacto, forma variada, de moderadamen- 11 antenômeros; clava frouxa ou compacta, geralmente com 3
te alongada a ovalada, de leve a fortemente convexa. Coloração antenômeros; carena pronotal lateral completa, incompleta ou
geralmente negra, castanha, marrom-avermelhada a cinza, ge- ausente; élitro deixando pigídio visível, não pontuado, irregu-
ralmente com faixas ou máculas; geralmente coberto por cerdas larmente pontuado ou com 10 estrias, ápice com cristas internas
ou escamas decumbentes, negras, marrons e/ou brancas, às vezes que se encaixam em sulcos do pigídio; tarso pseudotetrâmero.

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COLEOPTERA

apical (macho de Pilolabus girafa Hamilton); escrobo antenal


indistinto, como um sulco longitudinal (Rhynchitinae) ou uma
fóvea sub-rotunda (Atellabinae); clava antenal geralmente bem
definida, com 3 antenômeros e artículo terminal aparentando
subdividido (pseudotetrâmero), compacta (Attelabinae), frouxa
(alguns Rhynchitinae) ou delgada e confluente com o funículo
(alguns Deporaini); sutura pleurosternal distinta; fêmur clavado,
com ou sem dente ventral; tíbia com (Rhynchitinae) ou sem
(Atellabinae) esporões.
Larva ápoda, alongada, cilíndrica, geralmente fortemente
curvada (ortossomática e achatada nos minadores de folhas);
esbranquiçada com corpo macio, com asperites distintos (Rhyn-
chitinae) ou indistintos (Atellabinae); sutura epicranial presente;
labro livre; segmentos abdominais com 2 dobras.
Maioria das espécies associada a dicotiledôneas. Geralmente
são oligófagos, alimentando-se de várias espécies relacionadas
de plantas.
Os Attelabinae incluem os gorgulhos enroladores de folhas,
têm rostro curto e dilatado no ápice, mandíbulas robustas e
Figuras 31.589-593. Anthribidae, Anthribinae, vd. 589, Ptychoderes
elongatus (Germar) (Anthribinae); 590, Euparius equestris Fåhraeus; denteadas apenas na margem interna, pernas anteriores alargadas
591, Gymnognathus aulicus Jordan, vd, vl; 592, Hypselotropis vittata e garras tarsais conatas. Os Rhynchitinae têm rostro estreito e
(Kirsch); 593, Phaenithon albipennis Jordan. alongado, mandíbulas achatadas e denteadas nas margens interna
e externa, pernas subiguais e garras tarsais apendiculadas.
Larva esbranquiçada, cilíndrica, em forma de C; pernas Muitas espécies são de importância econômica, prejudiciais
geralmente reduzidas ou ausentes; cabeça hipognata; sutura a plantas herbáceas e produtoras de madeira, especialmente
epicranial presente; labro livre; antena com um antenômero; árvores frutíferas. Os adultos alimentam-se de folhas e ovipo-
tergitos I–VII geralmente com duas dobras. sitam em brotos, veias das folhas (causando seu enrolamento),
Os adultos geralmente são encontrados nas plantas que são pecíolos, talo das flores e pedúnculos e polpa de frutos. As fêmeas
alimentos das larvas. Nas espécies cujas larvas se alimentam do ovipositam no parênquima ou veia foliar, e o enrolamento da
caule ou receptáculo de ervas daninhas, parece que os adultos folha é precedido ou acompanhado por uma incisão no pecíolo
se alimentam do pólen dessas plantas. Espécies com larvas ou na base da veia principal, causando secamento da folha. As
fungívoras são encontradas alimentando-se na superfície do larvas alimentam-se da folha no interior do cartucho, onde se
mesmo fungo; aquelas com larvas broqueadoras de madeira desenvolvem, constroem um casulo e empupam. As larvas de
ocorrem sobre troncos mortos ou galhos caídos e, em alguns Rhynchitinae, até o momento desconhecidas para o Brasil,
casos, pelo menos se alimentam sobre a casca. Ainda existem geralmente se desenvolvem em frutos, caules, flores e folhas.
espécies que se alimentam de sementes. Espécies de Anthribus A única larva de Attelabinae descrita para o Brasil é Hybolabus
Geoffroy (Anthribinae) são predadores de Coccidae (Hemiptera, amazonicus Voss (Vanin & Bená 2020).
Sternorrhyncha). A praga do café, Araecerus fasciculatus (DeGeer) Hybolabus amazonicus Voss e H. columbinus (Erichson) foram
(Choraginae), cosmopolita, alimenta-se de sementes e, às vezes, registrados causando danos em castanheiras na região amazônica.
ataca produtos estocados. Está dividida em duas subfamílias, Attelabinae (Figs 31.594–
Está dividida em três subfamílias, duas das quais (com *) 595) e Rhynchitinae (Fig. 31.596), ambas com registros para o
estão registradas para o Brasil: Anthribinae* (Figs 31.589–593), Brasil. Referências: Kuschel (1995a), Hamilton (2005), Marvaldi
Chyoraginae* e Urodontinae. Referências: Kuschel (1995a), & Lanteri (2005), Legalov (2007) e Vanin & Bená (2020).
Mermudes (2003, 2004, 2005), Marvaldi & Lanteri (2005),
Mermudes & Mourão (2010), Queiroz et al. (2014, 2017), Belidae (Fig. 31.597). São reconhecidos principalmente pelas
Legalov (2018a) e Lopes & Mermudes (2018). antenas retas e pernas moderadamente robustas, com fêmures
alargados, principalmente nos machos. Comprimento: 5–23
Attelabidae (inclui Apoderidae, Pterocolidae, Rhynchitidae) mm. Alongado, achatado a moderadamente convexo. Coloração
(Figs 31.594–596). Possuem antenas retas inseridas dorso-late- de pálida a castanho-escura ou marrom-avermelhada, subglabro
ralmente. Comprimento: 2–24 mm. Corpo de oblongo a ligeira- ou coberto por cerdas decumbentes; cabeça de forma variada,
mente alongado, estreitado anteriormente; geralmente metálicos, nunca semiesférica; cabeça convexa dorsal e achatada ventral-
mas algumas espécies são amarelas, marrons, ou avermelhadas mente, rostro inserido ventralmente (Belinae) ou não, ou apenas
com negro; subglabras ou cobertas com cerdas decumbentes e levemente convexo e região ventral convexa, e rostro inserido
eretas; olhos projetados; rostro geralmente mais longo que a medialmente ou dorsalmente (Oxycorinae); rostro estendido a
cabeça, reto ou curvado ventralmente (Rhynchitinae) ou mais suavemente arqueado, geralmente alongado, dimórfico sexu-
curto que a cabeça, e robusto (Atellabinae); labro fundido ao almente (mais longo na fêmea, mais curto e mais espesso no
clípeo; inserção antenal dorsolateral entre o terço basal e o meio macho); inserções antenais escondidas em vista dorsal; escrobos
do rostro, mas excepcionalmente basal (muitos Aulectini) ou (sulcos subantenais) geralmente foveiformes ou fracamente
679
COLEOPTERA

definidos, às vezes sulciformes; labro indistinto; antena com


antenômeros alargando gradualmente em direção ao ápice (Beli-
nae) ou formando clava de 3 antenômeros (Oxycoryninae); élitro
cobrindo todos os tergitos abdominais, maioria irregularmente
pontuado, ou em alguns Oxycoryninae, com pontuação alinhada
regularmente, geralmente em 10 estrias e estríola escutelar; meso
e metatíbias às vezes com crenulação dorsal; tarsômero I mais
curto que II em Oxycoryninae.
Larva ápoda, alongada, tegumento macio, de ligeiramente
achatada e paralela lateralmente a robusta e fortemente curvada;
ampolas ambulatoriais dorsais geralmente presentes; labro livre.
Possuem hábito fitófago, aparentemente relacionado a
Pteridophyta (Filicineae) e Gymnospermae (principalmente
Coniferae). Os adultos voam ativamente durante o dia. As larvas
são desconhecidas para o Brasil; em outras regiões, geralmente
broqueiam madeira.
As fêmeas usam o rostro para preparar o lugar para oviposi-
ção; os ovos são depositados dentro do tecido da planta e a larva
desenvolve-se endofiticamente. Oxycoryninae desenvolve-se
principalmente em órgãos reprodutivos da planta, de gimnos- Figuras 31.594-596. Attelabidae. 594-595, Attelabinae, vd; 594,
Euscelus (Pheleuscelus) spiniger Voss; 595, Hybolabus ater (Olivier);
permas (araucárias e cicas), assim como angiospermas, mas
596, Rhynchitinae, Pseudauletes luceus (Gyllenhal), vd, vl.
também em hastes ou embaixo de cascas. Referências: Vanin
(1976, 2014), Kuschel (1995a, b, 2003), Alonso-Zarazaga & mesosrostral ou inserções antenais até a articulação mandibular);
Lyal (1999), Kuschel & Leschen (2003), Marvaldi & Lanteri rostro variado em forma e comprimento; labro escondido ou
(2005), Marvaldi et al. (2006), Mermudes (2006), Aquino dos aparentemente ausente; inserções antenais estreitas ou ampla-
Santos et al. (2007), e Legalov (2018a). mente separadas, visíveis de cima; antena com 11 antenômeros
Belinae (Fig. 31.597). Apresenta base dos élitros com rebordo (9–10 em vários gêneros), filiforme ou capitada, às vezes moni-
arredondado projetando-se sobre o pronoto; metaventrito liforme, incrassada ou clavada; escutelo pouco desenvolvido ou
conspicuamente inchado; epipleura elitral indistinta; procoxa na ausente; élitros não pontuados, pontuados irregularmente ou
linha média, mais ou menos equidistante das margens anterior formando estrias; tarsos pseudotetrâmeros ou 4-4-4, tarsômero
e posterior. Larva com região posterior do pronoto alargada e I geralmente alongado, III simples ou bilobado, garras simples.
inclinada para a margem posterior. As fêmeas usam o rostro delgado e longo para perfurar a madeira
para ovipositar.
Oxycorinae. Rostro inserido na região dorsal da cabeça em vista Larva ápoda, esbranquiçada, cilíndrica e curvada; tórax e
lateral; região ventral da cabeça fortemente convexa; funículo abdômen com dobras dorsais; sutura epicranial presente.
antenal com segundo antenômero igual ou subigual ao primei- Larvas e adultos geralmente são encontrados sob a casca de
ro; mesoventrito plano ou apenas levemente convexo; ápice do madeira. As larvas cavam galerias na madeira e provavelmente se
protrocanter saliente além da coxa; tarsômero I muito curto, alimentam de fungo que cresce nas paredes das galerias. Algumas
mais curto que o II e quase escondido; rostro aproximadamente espécies fazem posturas em galerias de coleobrocas. Lima et al.
uniforme em largura, da base para o ápice. Larva: antena com (2020) descreveram a primeira larva de Apioninae para o Brasil,
um antenômero, palpômero maxilar distal sem cerda, e todos os coletada em vagens de sementes de Copaifera L. (Fabaceae).
espiráculos unicamerais, com tubos de ar simples, não anelados. Está dividida em 6 subfamílias, das quais, duas (com *)
Brentidae (= Brenthidae; inclui Apionidae, Cyladidae, Eurhyn- registradas para Brasil: Apioninae* (Fig. 31.599), Brentinae*
chidae, Ithyceridae) (Figs 31.598–601). Composta pelas formas (Figs 31.598, 600–601), Eurhynchinae, Ithycerinae, Microce-
basais de Curculionoidea, que não são facilmente reconhecidas rinae e Nanophyinae. Referências: Kissinger (1968), Scivittaro
por um ou poucos caracteres. Possuem antena reta, não genicu- (1975), Thompson (1992), Kuschel (1995a), Sforzi & Barto-
lada, com élitros ovais e expandidos (em forma de pera); élitros lozzi (2004), Marvaldi & Lanteri (2005), Mantilleri & Sforzi
às vezes tão largos quanto o pronoto, raramente mais largos. (2006), De Sousa & Ribeiro-Costa (2018), Legalov (2018a) e
Comprimento: 3–80 mm. Corpo longo e estreito, ligeiramente Lima et al. (2020).
achatado ou fortemente convexo; geralmente cores escuras, de
Subfamílias registradas para o Brasil.
marrom avermelhado a negro; geralmente subglabro, às vezes
com cerdas eretas ou escamiformes; cabeça constrita ou não na Apioninae. Corpo em forma de pera, trocanter longo e cilíndrico
base; rostro pode ser sexualmente dimórfico, e pode ser divi- com fêmur preso ao ápice. Coloração uniforme, variegada ou
dido em 3 regiões: metarostro (corresponde a área da margem com padrões contrastantes, bandas ou manchas mais escuras
anterior dos olhos à extremidade posterior do escrobo ou placa nos élitros; fronte geralmente sulcada, às vezes escavada; rostro
mesorostral), mesorostro (área da inserção antenal, às vezes com variável em forma e comprimento; inserções antenais de pré a
a placa mesorostral), prorostro (área da margem anterior da placa pós-mediana; quando sub-basal, margem posterior do escrobo

680
COLEOPTERA

A forma do corpo dos membros da família é muito variável,


mas são reconhecidos por rostro alongado, com peças bucais
situadas no ápice, antena geniculada e clava antenal compacta.
Alguns Entiminae, Cossoninae e Scolytinae têm o rostro redu-
zido. Comprimento: 0,5–90 mm. Besouros geralmente com-
pactos, bem esclerosados; geralmente de moderada a fortemente
convexos e cobertos por cerdas ou escamas; alguns com brilho
metálico ou formando padrões contrastantes, outros subglabros
ou apenas com cerdas eretas ou suberetas. Coloração de modo
geral tipicamente negra ou castanho-escura, alguns com cores
vivas. Cabeça com rostro longo e estreito, em vista lateral mais ou
Figura 31.597. Belidae, Belinae, Homalocerus lyciformis (Germar), vd.
menos curvado e estreitado da base para o ápice; a maioria sexu-
almente dimórfico, mais longo nas fêmeas; escrobo terminando
geralmente expandido e semelhante a dente; escrobo antenal antes da margem anterior dos olhos; antena geralmente inserida
geralmente moderadamente profundo com borda ventral perto do meio do rostro, mas geralmente mais basal na fêmea
afilada; antena com 11 antenômeros, curta e reta, (em alguns que no macho; funículo com 5–7 antenômeros, geralmente com
aparentando geniculada devido ao longo comprimento do es- os dois primeiros mais longos que os demais; mandíbulas às
capo), capitada; clava distinta com 3 antenômeros; nos gêneros vezes movendo-se verticalmente (alguns Curculionini); escutelo
basais, pseudotetrâmeros; pronoto em vista dorsal trapezoidal ou distinto ou não; fêmur fraca a distintamente clavado, geralmente
sub-retangular, raramente subcircular; escutelo exposto (exceto com dente; tíbia com ápice oblíquo, geralmente sem esporões;
nas forma ápteras); élitros em forma de pera ou oval, geralmente protíbia às vezes sexualmente dimórfica; tarso (Fig. 31.9G) com
fortemente convexo e estriado; tíbia com ápice truncado e com tarsômero III geralmente bilobado e mais largo que II, oníquio
franja de cerdas curtas e espessas, sem esporões; garras denteadas (onychium) (tarsômero 5) geralmente longo, às vezes curto,
na base ou raramente simples. Especialmente fitófagos, com reduzido ou totalmente perdido; garra simples a apendiculada,
larvas e adultos alimentando-se de tecidos de plantas vivas, ge- denteada ou bífida, divergente a divaricada.
ralmente oligófagos. Os adultos são encontrados sobre a planta Larva alongada, leve a fortemente curvada; tegumento
hospedeira. Larvas de Apioninae minam pericarpo de frutos ou geralmente branco, de ruguloso a liso; tuberculado a espinoso,
vagens de leguminosas. asperites geralmente distribuídas por todo o corpo; cabeça livre,
amarelada, marrom ou negra; sutura epicranial presente; clípeo
Brentinae. Corpo alongado, paralelo lateralmente, geralmente
e labro distintos; segmentos abdominais I–VII, cada um com
com rostro reto, com dimorfismo sexual. Rostro alargado apical-
3 dobras dorsais.
mente e na base; olhos inteiros, às vezes sexualmente dimórficos;
A maioria dos adultos é estritamente fitófaga e as larvas
sutura frontoclipeal ausente; labro escondido ou aparentemente
geralmente têm uma estreita variedade de plantas hospedeiras.
ausente; inserções antenais visíveis de cima ou não; antena não
A maioria está associada a angiospermas, mas algumas podem
geniculada, filiforme ou capitada, com 11 antenômeros. A
estar associadas a gimnospermas, principalmente várias coníferas.
maioria das espécies tropicais e subtropicais é xilófaga, enquanto
Os hábitos alimentares de adultos e larvas variam muito, mas
que a mirmecofilia ocorre predominantemente nas espécies de
podem ser separados em dois grupos: um grupo em que adultos e
áreas xéricas. Habitam predominantemente florestas secundárias
larvas são polífagos (Entiminae) e outro no qual adultos e larvas
e degradadas. Os adultos são encontrados principalmente sob
têm plantas hospedeiras mais restritas (outras subfamílias). Entre
casca de árvores mortas ou parcialmente decompostas, mas às
as espécies polífagas, as larvas alimentam-se externamente de
vezes também sobre flores e folhas. A maioria das espécies é
raízes, no solo, enquanto os adultos geralmente se alimentam de
noturna e geralmente atraída pela luz artificial, enquanto outras
folhagens. Espécies com hospedeiros mais restritos geralmente
são encontradas de dia andando sobre troncos caídos, procuran-
se alimentam pouco como adultos; geralmente visitam flores,
do túneis de Platypodinae e Scolytinae, nos quais põem ovos.
alimentam-se de folhagem ou estruturas reprodutivas e suas
Curculionidae (inclui Calendridae, Cossonidae, Rhyncho- larvas alimentam-se internamente no caule, raízes, folhas ou
phoridae, Platypodidae, Scolytidae etc.) (Figs 31.602–630). estruturas reprodutivas de algumas plantas de um mesmo gênero
Os principais nomes populares são: aramandaia, besouro-(ou ou mesma família. A maioria das fêmeas põe ovos no tecido
besourinho-)-da-orquídea, besouro-negro, besouro-ambrosia, da planta em fendas ou orifícios feitos com o rostro, embora
besouro-australiano, besouro-da-tromba-de-elefante, bicho-do- alguns possam pôr os ovos no solo adjacente ao tronco do hos-
-arroz, bicho-carpinteiro, bicho-da-goiaba, bicho-da-jabuticaba, pedeiro, enquanto outros põem grupos de ovos sobre as folhas.
bicudo-do-algodão, bicudo-do-coqueiro, bicudo-da-soja, broca Geralmente empupam dentro da planta hospedeira ou no solo.
(ou caruncho- ou gorgulho-)-do-abacateiro, broca-do-abacaxi, Curculionidae é, provavelmente, a família de Coleoptera
broca-do-algodoeiro, broca-do-bambu, broca-da-bananeira, bro- com maior importância econômica. Grande número de espécies
ca-do-café, broca-do-coqueiro, broca-do-fumo, broca-da-laran- causa danos a plantas cultivadas pelo homem. Algumas espécies
jeira, broca-da-mangueira, broca-da-mandioca, broca-do-milho estão relacionadas com a transmissão de viroses. Muitas espécies
(e outras brocas), caracho, elefantinho, furão-das-maçãs-do-al- são benéficas, sendo utilizadas no controle de ervas daninhas ou
godoeiro, manhoso, maromba, rapa-cuia, rola, tamanduá-soja. como polinizadores.
681
COLEOPTERA

Está dividida em 12 subfamílias, todas registradas para o


Brasil: Brachycerinae, Conoderinae, Cossoninae, Curculioninae,
Cyclominae, Dryophthorinae, Entiminae, Lixinae, Mesopti-
liinae, Molytinae, Platypodinae e Scolytinae. Gonipterinae e
Hyperinae foram consideradas por Oberprieler et al. (2014a,
b) como tribos e não incluídas em qualquer subfamília. Re-
ferências: O’Brien & Wibmer (1981), Wibmer & O´Brien
(1986), Kuschel (1995a), Vanin (1999), Alonso-Zarazaga &
Lyal (1999), Marvaldi (2003), Marvaldi & Lanteri (2005) e
Oberprieler (2014b).
Devido à grande variação e complexidade, apresenta-se um Figuras 31.598-601. Brentidae, vd. 598, Brentinae, Estenorrhinus
breve resumo de cada subfamília. angulicollis (Gyllenhal); 599, Apioninae, Apionion sp.; 600-601,
Brentinae; 600, Brentus armiger Herbst; 601, Stereodermus similis
Brachycerinae (inclui Erirhininae) (Fig. 31.607). Frequente- Mantilleri & Sforzi.
mente ocorre em regiões áridas a xéricas, embora muitos estão
associados a grama que cresce em volta de corpos de água per- Cyclominae (inclui Eugnominae, Listroderinae, Rhythirrini-
manentes ou sazonais. Estão associados predominantemente a nae). Ocorre principalmente no hemisfério sul. Algumas poucas
angiospermas monocotiledôneas. Adultos geralmente noturnos; espécies, principalmente de Listroderini, foram introduzidas
durante o dia escondem-se entre plantas, embaixo de escombros por humanos em regiões fora do seu alcance natural, onde
ou pedras ou sob água. A maioria pode voar, mas a apteria ocorre geralmente se tornaram pragas agrícolas. A maioria ocorre em
em vários gêneros não relacionados. As larvas geralmente são regiões abertas, esparsamente vegetadas. Muitas espécies são
endofíticas, escavando folhas, caules, raízes ou bulbos jovens, mas terrícolas e não voam, os adultos emergindo apenas ao entarde-
poucas vivem ectofiticamente sobre raízes na água. Várias espécies cer ou à noite para alimentar-se. Geralmente apresentam rostro
de Tanysphyrini (não ocorre no Brasil) são empregadas como curto ou muito curto e alimentam-se de folhas ou caules. Os
agente de controle biológico contra várias espécies aquáticas de ovos geralmente são postos no solo, próximo ao caule da planta
monocotiledôneas que se tornaram umas das principais ervas hospedeira da larva, geralmente com um ovipositor altamente
daninhas do mundo. Algumas formas desta tribo e também de modificado. As larvas geralmente se alimentam ectofiticamente
Erirhinini são consideradas pragas de cultura de arroz em várias ou semiendofiticamente nas raízes subterrâneas, bulbos, cormos
partes do mundo. Lissorhoptrus oryzophylus Kuschel reproduz-se e hastes, mas alguns se desenvolvem endofiticamente em raízes,
partenogeneticamente. troncos e ramos de árvores. Poucas se alimentam nas partes
aéreas da planta, escalando seu hospedeiro à noite. Algumas
Conoderinae (inclui Baridinae e Zygopinae) (Figs 31.602,
espécies se reproduzem partenogeneticamente em áreas em que
604, 608–611). Representada em todas as regiões biogeográ-
ficas, exceto ecossistemas polares. Maioria das espécies com foi introduzida.
adultos diurnos e larvas endofíticas associadas a espermatófitas. Dryophthorinae (Fig. 31.615). Ocorre em todas as maiores
São oligófagos ou mesmo monófagos, mas pouco é conhecido regiões do mundo, mas é muito mais abundante e diversa nos
sobre a especificidade do hospedeiro das espécies associadas à climas tropical e subtropical. Várias espécies da subfamília são
madeira. Referências: Davis (2009, 2010) e (Baridinae sensu sérias pragas da agricultura de banana, cana de açúcar e palmas
Alonso-Zarazaga & Lyal 2009). (coco), e horticultura de bromélias. Maioria das espécies asso-
Cossoninae. Espécies encontradas em todos os continentes, ciada a angiospermas monocotiledôneas. Maioria das larvas se
exceto Antártica. A alimentação e o desenvolvimento larval desenvolve em plantas vivas e geralmente se alimenta em haste
ocorrem tanto em matéria vegetal viva ou morta, de plantas e raízes. Litosomina inclui algumas espécies que se alimentam
herbáceas a arborizadas, de madeira fresca a apodrecida, de de sementes, entre as quais estão várias espécies de Sitophilus
tecidos extremamente secos a muito úmidos, às vezes também Schönherr, conhecidas por atacar grãos de cereais estocados.
usando folhas, sementes, frutos, folhas de palmeiras, ou folhas Fêmeas desta subfamília usam o rostro para preparar os pontos
de samambaia como hábitats para reprodução. Geralmente co- de oviposição dentro dos tecidos da planta, sendo os ovos postos
pulam no exterior da planta hospedeira, e a fêmea põe os ovos individualmente em cada orifício.
nas frestas ou buracos da epiderme da planta. Entiminae (Figs 31.616 –20). Distribuição mundial, ocorre em
Curculioninae (Figs 31.612–614). Adultos geralmente en- todas as regiões biogeográficas. A larva da maioria das espécies
contrados sobre flores, frutos, ramos e folhas de várias plantas vive livremente no solo, alimentando-se externamente da raiz
herbáceas e árvores, em quase todos os tipos de hábitats, desde das plantas hospedeiras. Empupam no solo, em uma célula de
planícies baixas a altas montanhas, e de desertos a florestas tro- barro forrada com secreção larval. Os adultos alimentam-se nas
pical pluvial. As larvas são predominantemente endofíticas das partes aéreas verdes das plantas, especialmente folhas e flores
partes reprodutivas das plantas, como flores, sementes e frutos, frescas, cortando suas arestas em “entalhe” com um padrão ca-
mas algumas induzem a formação de galhas ou minam folhas. A racterístico. O ciclo geralmente dura cerca de um ano, mas em
biologia da subfamília varia consideravelmente entre as tribos e, alguns casos, completa em 2 ou 3 anos. As fêmeas não usam o
às vezes, entre os gêneros. Referências: Vanin (1986), Pelsue & rostro para preparar o lugar de oviposição. Os ovos são depo-
O’Brien (2011) e Cardona-Duque & Franz (2012). sitados aleatoriamente sobre plantas, serapilheira ou solo (ovos

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COLEOPTERA

Figuras 31.602-620. Curculionidae, vd. 602, Cratosomus flavofasciatus Guérin (Conoderinae); 603, Naupactus sp. (Entiminae); 604,
Linomadarus sp. (Conoderinae); 605, Tesserocerus insignis (Saunders) (Platypodinae); 606, Pityophthorus sp. (Scolytinae); 607, Brachycerinae,
Haplopodus westermanni (Boheman); 608-611, Conoderinae; 608, Diorymerus auritus Boheman; 609, Eurhinus splendidus Blanchard; 610,
Orissus flavipennis (Blanchard); 611, Zygops sanctus (Fabricius), vd, vl; 612-614, Curculioninae; 612, Camarotus attelaboides Karsch; 613,
Celetes binotatus Gyllenhaal; 614, Hammatostylus longirostris (Pascoe); 615, Dryophthorinae, Mesocordylus memnonius Cisiki; 616-620,
Entiminae; 616, Briarius augustus (Illiger); 617, Entyus auricinctus (Germar); 618, Hyphantus titan Vaurie; 619, Pantomorus glaucus (Perty);
620, Platyomus besckei (Germar).

escurecem durante o desenvolvimento), ou ovos depositados partenogênese telítoca: ovos não fertilizados produzem apenas
em grupos e cobertos com substância viscosa adesiva, secretada fêmeas. Referências: Vanin (1983), Morrone (1999/2000), Vanin
durante a oviposição, escondidos entre a superfície adjacente & Gaiger (2005), Lanteri & del Río (2005, 2006, 2017a, b),
(ovos permanecem pálidos). A maioria das larvas desta subfamília Girón (2020) e del Río & Lanteri (2013).
habita o solo e é polífaga, alimentando-se de uma variedade de Lixinae (Fig. 31.621). Cosmopolita, com maior número de
plantas nos estágios larval e adulto. Algumas espécies, pragas táxons presente nas regiões Paleártica e Afrotropical. Larvas
cosmopolitas, são extremamente polífagas, com centenas de geralmente brocam caule ou raíz, mas também podem se ali-
plantas hospedeiras registradas, a maioria cultivada. Geralmente mentar de sementes ou formar galhas. Os adultos alimentam-se
os adultos não causam danos sérios às plantas, mas as larvas das mesmas espécies que as larvas, ou são polífagos, e alguns
são prejudiciais às raízes. Algumas espécies se reproduzem por podem ser pragas de cultivos.
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COLEOPTERA

Figuras 31.621-630. Curculionidae, vd. 621, Lixinae, Lixus sp.; 622, Mesoptiliinae, Laemosaccus canaliculatus Hustache; 623-627, Molytinae;
623, Ameris dufresnii (Kirby); 624, Desmosomus longipes (Perty); 625, Heilipus discoidalis (Fabricius); 626, Homalinotus hystrix (Olivier); 627,
Tylomus guttatus Germar; 628, Platypodinae, Megaplatypus subsulcatus (Chapuis), vd, vl; 629-630, Scolytinae; 629, Camptocerus noel Smith
& Cognato, vd, vl; 630, Xyleborus retusus Eichholf, vd, vl.

Mesoptiliinae (Fig. 31.622) Distribuição mundial, encontrados com a fêmea durante todos os estágios do desenvolvimento lar-
particularmente nas regiões Neotropical e Australiana. Adultos val. A entrada do túnel em um novo sistema de galeria é sempre
alimentam-se de folhas, geralmente das árvores em que a larva feita pelo macho, que admite apenas uma fêmea no novo túnel.
se desenvolve, produzindo o dano típico de ‘buraco da bala’. A cópula ocorre na ou próximo à entrada do túnel; a fêmea então
Aparentemente, todas as larvas se alimentam de madeira viva escava um sistema de túneis mais longo e põem ovos em grupos,
ou morta de galhos e ramos, dentro ou sob a casca; se viva, a no fundo do túnel. O macho ajuda a fêmea a remover as fezes
madeira está geralmente estressada ou morta. Às vezes, causam do túnel. Referência: Schedl (1972).
prejuízos econômicos.
Scolytinae (Figs 31.606, 629–630). Encontrados em todos
Molytinae (inclui Cryptorynchinae) (Figs 31.623–627). Encon- os continentes florestados, com uma grande proporção nos
trada em todas as regiões zoogeográficas, com maior diversidade
trópicos. A alimentação e desenvolvimento larval ocorre em
nas regiões tropicais. Adultos e larvas podem se alimentar em
muitos tipos de substratos arborizados, mas principalmente em
diferentes plantas e de diferentes modos. A associação dos
troncos e ramos de árvores a arbustos mortos. As preferências
adultos às plantas pode ser devido à alimentação, mas também
pela planta-hospedeira ou tecido-hospedeiro pode ser restrita
porque macho e fêmea tendem a estar associados no momento
da oviposição, portanto agrupamento de adultos sobre as plantas ou extremamente ampla. A maioria possui associação faculta-
pode indicar apenas o hospedeiro da dieta larval em vez de pre- tiva ou obrigatória a fungos que proporcionam, exclusiva ou
ferência do adulto. Adultos geralmente se alimentam de folhas parcialmente, nutrientes de outra forma não disponíveis para
vivas. Acredita-se que as larvas são endofíticas e que muitas se esses besouros. Os adultos fazem túneis na planta hospedeira
alimentam inicialmente dos tecidos vivos, que se degrada e com todo o corpo, e escava nichos de cópula e túneis para ovos,
apodrece com o progresso da alimentação. Referências: Vanin & dentro do tecido do hospedeiro. Os túneis proporcionam abrigo
Reichardt (1976) , Lanteri & Marvaldi (2005) e Kuschel (1955). contra predadores e parasitoides e também valioso recurso para
colonização secundária do inseto. O ciclo completo dentro
Platypodinae (Figs 31.605, 628). Encontrados em regiões
do tecido hospedeiro está associado à evolução de diferentes
tropical ou subtropical. Praticamente todas as espécies cultivam
sistemas de cópula e comportamento subsocial. A monogamia
fungos para alimentação em túneis escavados profundamente no
alburno ou cerne de uma árvore morta. Apenas duas linhagens é o mais comum, e geralmente a fêmea inicia a construção do
mais basais alimentam-se no câmbio de madeira morta. Todas túnel. O macho permanece com a fêmea durante a postura dos
as demais espécies são inteiramente dependentes do fungo que ovos e desenvolvimento larval, ou deixa o túnel em algum desses
cresce nos túneis, e o desenvolvimento larval é possivelmente estágios. Quando permanece com a fêmea, ajuda na remoção
dependente dos componentes esteroides da sua dieta fungal. A das fezes do sistema de túneis e o bloqueio da entrada. Também
transmissão do esporo ou hifa fungal entre plantas é facilitada por pode ocorrer “harem polygyny” que consiste em pareamento
estruturas altamente especializadas no tegumento do besouro, regular de um macho e duas fêmeas; nesse caso o túnel dos ovos
formando micângia, que é comumente encontrada apenas nas é construído longe do nicho de cópula. Referências: Wood &
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