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Etimologia. Do grego koleos = bainha, estojo + pteron = asa, em referência às asas anteriores endurecidas (élitros).
Diagnose. São holometábolos ou endopterigotos. Adultos variam de 0,3 a 200 mm de comprimento, têm grande diversidade na
forma, coloração, escultura e comportamento. Corpo muito esclerosado, raramente com membranas intersegmentais expostas.
Ocelos raramente presentes. Antena geralmente com 11 antenômeros ou menos, às vezes com 12 ou mais. Peças bucais mandi-
buladas, geralmente do tipo mastigador, mandíbulas geralmente opostas e movendo-se no plano horizontal (raramente sugadoras
ou reduzidas). Protórax bem desenvolvido e livre, articulando-se com pterotórax (meso+metatórax). Mesoscutelo (ou escutelo)
relativamente pequeno e geralmente visível entre as bases dos élitros. Asa mesotorácica (anterior) engrossada e endurecida (élitro).
Asa metatorácica (posterior) geralmente presente, membranosa, e em repouso permanece dobrada embaixo do élitro. Esternitos
abdominais visíveis (ventritos) geralmente mais esclerosados que os tergitos. Cerco ausente. Terminália geralmente invaginada no
ápice do abdômen.
Introdução. Os membros da Ordem Coleoptera são conhecidos popularmente como besouros. Diferentes famílias são conhecidas
por nomes populares particulares para cada região. Com distribuição cosmopolita, a ordem constitui o grupo maior e mais diverso
de organismos do reino Animal, com cerca de 380 mil espécies descritas (Lawrence & Britton 1994; Ślipiński et al. 2011), que
representam cerca de 35% do total de insetos. Em termos comparativos, o número de espécies de besouros excede o de plantas
vasculares ou de fungos e é cerca de 90 vezes maior que o de mamíferos. São registradas cerca de 188 famílias no Mundo. No Bra-
sil, já foram registradas pouco mais de 33 mil espécies em 115 famílias. Estima-se que o número real de espécies existentes esteja
entre 1-12 milhões de espécies no mundo (Erwin 1982), com cerca de 130 mil no Brasil. O fator mais importante no sucesso
de Coleoptera parece ser a evolução dos élitros, a forte esclerosação das partes expostas do corpo, presença de criptonefrídeos e
especializações relacionadas a fitofagia. O principal efeito dessas estruturas está relacionado à proteção e a melhora nos mecanismos
que reduzem a perda de água (Crowson 1981).
O fóssil de besouro mais antigo conhecido (Protocoleoptera) é do Permiano Inferior (ca. 280 milhões), da Eurásia (Lawrence
& Britton 1994; Beutel 2005). Uma das últimas análises para datar a idade dos besouros foi realizada por Toussaint et al. (2017),
baseada nos representantes fósseis de Coleoptera mais antigos (34 fósseis). A análise determinou a origem de Coleoptera no Car-
bonífero Médio, e das 4 subordens atuais, do Carbonífero Superior para o Permiano Inferior, e a origem de muitos dos principais
clados (séries e superfamílias) antecedem a extinção em massa do Permiano Superior. Finalmente, os autores atribuem a origem
das grandes famílias fitófagas (Curculionidae, Cerambycidae e Chrysomelidae) durante o Jurássico Superior ao Médio. Essas novas
estimativas são consistentes com a última datação das plantas com flores no Jurássico (Bell et al. 2010; Clarke et al. 2011; Beaulieu et
al. 2015), e retorna à época das hipóteses antigas de coevolução entre besouros fitófagos e angiospermas (McKenna & Farrel 2009).
Como citar: Casari, S.A.; Biffi, G.; Ide, S. 2024. Cap. 31, Coleoptera Linnaeus, 1758, pp. 575-698. In: Rafael, J.A.; Melo, G.A.R.; Carvalho, C.J.B. de; Casari, S. &
Constantino, R. (eds). Insetos do Brasil: Diversidade e Taxonomia. 2ª ed. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus. 880 pp.
https://doi.org/10.61818/56330464c31
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Esta datação do Carbonífero Médio para a origem de Co- capacidade de conglobar ocorre em algumas famílias. Superfície
leoptera é mais antiga que as estimativas prévias, datadas do dorsal glabra, subglabra ou revestida por cerdas e/ou escamas.
Carbonífero Superior (Hunt et al. 2007; McKenna & Farrel Revestimento denso ou composto por poucas cerdas com função
2009). Por outro lado, os fósseis de besouro mais antigos, com sensorial e cerdas de comprimento e espessura variável, eretas ou
élitros totalmente desenvolvidos, são conhecidos de depósitos recumbentes. Tegumento liso ou com esculturação representada
do Permiano Inferior da Alemanha, Rússia, República Tcheca por pontuação de diversos tipos, carenas, cristas, costelas e fó-
e Estados Unidos da América, datados entre 295–260 Ma veas rasas ou profundas. Superfície ventral, em muitas espécies
(Ponomarenko 1969; Kukalová 1969; Lubkin & Engel 2005; aquáticas, revestida por áreas hidrófugas opacas, acinzentadas,
Kirejshuk et al. 2014; Beckemeyer & Engel 2018). Isso indica prateadas, amareladas ou castanhas, denominadas plastrão.
uma lacuna de 35- 40 Ma entre a suposta origem de Coleoptera Glândulas defensivas eversíveis pares podem ocorrer no pró e
e o fóssil mais antigo (Coleopsis archaica Kirejtshuk, Poschmann, metatórax e abdômen.
Prokop, Garrouste & Nel, ~295 Ma), o qual é comparável à A cabeça (Figs 31.3A–B) é uma cápsula rígida alojada em
lacuna entre a estimada origem e o fóssil mais antigo de outras uma cavidade na região anterior do protórax, visível dorsalmente,
ordens Holometabola. ou parcial ou totalmente coberta pelo pronoto. Pode apresentar
Atualmente os besouros ocupam todos os hábitats terrestres e um estreitamento abrupto logo atrás dos olhos seguido por um
de água doce e são muito diversos em tamanho e estrutura. Um alargamento leve, formando um tipo de “pescoço”. A junção
dos maiores besouros conhecidos, o Cerambycidae amazônico entre cabeça e protórax é feita pela membrana cervical, que na
Titanus giganteus (L.), atinge 200 mm e o menor, uma espécie maioria dos Polyphaga possui um ou dois pares de escleritos
de Nanosella Motschulsky (Ptiliidae) da América Central, atinge cervicais presternais. Esses escleritos estão ausentes nos Ar-
0,3 mm de comprimento. chostemata, Myxophaga, Adephaga e nas seguintes famílias de
As publicações gerais sobre a fauna de Coleoptera no Bra- Polyphaga: Anobiidae, Bostrichidae, Tenebrionidae, Salpingidae,
sil restringem-se às obras de Costa Lima (1952, 1953, 1955, Cerambycidae (parte), Chrysomelidae e Curculionidae. Pela
1956a), Guérin (1953), Costa et al. (1988) e Costa & Ide posição das peças bucais, a cabeça pode ser prognata, hipognata
(2006). Estas duas últimas tratam das formas imaturas. O livro e raramente opistognata. A fronte, região da cabeça entre os
“The Biology of the Coleoptera” (Crowson 1981) é a obra mais olhos, está limitada anteriormente pelo clípeo (ou epistoma),
ampla sobre morfologia, biologia, interações ecológicas, evolução geralmente separada deste pela sutura frontoclipeal (ou epis-
e adaptações morfo-fisiológicas dos Coleoptera. A maioria das tomal); a área atrás dos olhos é chamada vértice e raramente é
informações apresentadas a seguir para cada cada família está separada por carena. Em muitos táxons, a região frontoclipeal é
baseada nos respectivos capítulos da série de livros “Handbook prolongada, formando um tipo de “bico”, denominado rostro,
of Zoology: Coleoptera, Beetles” (Beutel & Leschen 2005, 2016, no ápice do qual se encontram as peças bucais (Fig. 31.603). A
Leschen et al. 2010, Leschen & Beutel 2014). região frontal pode ter um sulco mediano, que é acompanhado
Existem diversos sítios na internet sobre taxonomia, biologia, internamente pela endocarena.
ecologia e bibliografia em geral ou devotados a grupos específicos: A sutura frontoclipeal (ou epistomal) é uma impressão
e.g. Maddison (2000), Jameson & Ratcliffe (2005), Coleoptera transversal localizada à frente das inserções antenais e atrás das
Home Page (s.d.), The Coleopterist Society (s.d.), Curculionoi- articulações mandibulares, e separa a região anterior da fronte e
dea.org (s.d.), entre outros. A descrição da morfologia a seguir foi
o clípeo. Pode estar ausente, ser incompleta ou completa.
primariamente baseada em Lawrence & Britton (1991, 1994).
As inserções antenais são aberturas na região ântero-lateral
Morfologia (adultos)(adaptado de Lawrence & Britton 1991). ou dorsal da cápsula cefálica nas quais se alojam os côndilos do
Formato oval, elíptico, esférico ou com margens laterais paralelas. escapo. Em muitas espécies, formam depressão ou fossa antenal.
O corpo varia desde achatado a muito convexo dorsalmente, e a Geralmente são visíveis, mas em alguns táxons estão encobertas
Figuras 31.1A–C. Coleoptera, morfologia, corpo. Adephaga, Carabidae, vv, vd, vl.
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Figuras 31.5A–N. Coleoptera, morfologia, antena. A–B, filiforme: A, Carabidae; B, Tenebrionidae Lagriinae. C, moniliforme, Carabidae
Rhysodinae. D–H, clavada: D–E, geniculada: D, Histeridae; E, Curculionidae Scolytinae; F, Dermestidae; G, Ptinidae Anobiinae; H, Nitidulidae.
I–M, lamelada: I, Lucanidae; J, Scarabaeidae; K, Passalidae; L–M, Scarabaeoidea. N, antena modificada, Gyrinidae.
das porções laterais do meso e metaventrito. As cavidades coxais Metaventrito geralmente com um sulco longitudinal (dis-
são consideradas abertas lateralmente quando o mesepímero se crímen) e menos frequentemente um transversal (catepisterno)
estende até a cavidade mesocoxal e separa o meso do metaventrito (Figs 31.7A–B), geralmente considerados como suturas, que
(Figs 31.7B), e fechadas lateralmente quando o mesoventrito representam invaginações associadas ao metaendosternito (ou
encontra o metaventrito na lateral da cavidade coxal (Fig.31.7A). metafurca). Atrás das mesocoxas, podem ocorrer linhas ou cris-
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Figuras 31.6A–E. Coleoptera, morfologia, protórax, vv. A, cavidade procoxal fechada pelo encontro do prosterno com o hipômero atrás da
coxa; B, cavidade procoxal fechada lateralmente; C–E, cavidade procoxal aberta.
tas, chamadas de linhas femorais, que estão associadas à posição temente desenvolvidos, chamados esporões tibiais. As protíbias
do mesofêmur em repouso. Os metanepisternos geralmente são são geralmente fortemente expandidas e denteadas externamente
estreitos e alongados, localizados de cada lado do metaventrito em formas escavadoras ou subterrâneas.
e os metepímeros são reduzidos e geralmente mais ou menos Os tarsos também tem importância taxonômica. Normal-
escondidos embaixo dos élitros. Metatrocantinos expostos mente são pentâmeros (Figs 31.9A–B), mas podem ser tetrâ-
ocorrem somente na subordem Archostemata. Os espiráculos meros (Figs 31.9C–D), trímeros (Fig. 31.9I), mais raramente
torácicos são grandes, localizados em uma câmara membranosa dímeros ou menos, e excepcionalmente podem estar ausentes.
entre o meso e metatórax e encobertos pelos lobos mesepimerais. Geralmente o número de tarsômeros é indicado pela fórmula
O metaendosternito é uma estrutura complexa, em forma de tarsal, apresentada como 5-5-5, 5-5-4, 4-4-4, 3-3-3 etc., que
furca, na qual estão presos vários feixes de músculos. indica o número de tarsômeros nas pernas pró, meso e me-
As pernas (Fig. 31.8A–B) são bem desenvolvidas, geralmente tatorácicas. Quando o número de tarsômeros não é o mesmo
aumentando de tamanho das anteriores para as posteriores. Estão em todos os pares de pernas é chamado heterômero, como na
adaptadas para andar ou correr, mas um ou mais pares podem maioria dos Tenebrionoidea, onde os metatarsos, diferentes
estar modificados para escavar o solo, fazer túneis em madeira, dos demais, têm quatro tarsômeros (fórmula tarsal 5-5-4). Na
nadar ou saltar. A forma e o grau de separação das coxas são maioria dos Chrysomeloidea e dos Curculionoidea e em alguns
caracteres de importância taxonômica. As procoxas podem ser membros de outros grupos, o quarto tarsômero é reduzido e
de fortemente transversas a globulares ou cônicas e projetadas, escondido na base do terceiro, que é lobado embaixo, sendo
e os protrocantinos podem ser expostos ou livremente móveis denominado pseudotetrâmero (Figs 31.9E–G, 457). Em
a escondidos e imóveis. As pró e mesocoxas normalmente são alguns grupos, como Coccinellidae e Endomychidae, os tarsos
capazes de movimento circular limitado, mas podem ser am- são pseudotrímeros (Figs 31.9I–L,352), isto é, possuem quatro
plamente móveis em besouros de corpo mole, como Cantha- tarsômeros, mas o terceiro é muito reduzido. Os tarsômeros
ridae, Lycidae e Melyridae. Metacoxas geralmente transversas II a IV geralmente são revestidos embaixo por uma massa de
e menos móveis que os dois pares anteriores, e articuladas ao cerdas densas ou cerdas adesivas especializadas; cerdas adesivas
metaventrito tanto lateralmente quanto na região mediana. Na ocorrem nos protarsos de muitos machos de Adephaga (como
subordem Adephaga (Fig. 31.10A), são imóveis e fundidas ao Gyrinidae), os quais são utilizados na cópula. Em Cantharidae,
metaventrito. O trocanter articula-se com a coxa e geralmente Cleridae, Coccinellidae, Chrysomeloidea e Curculionoidea, as
é maior na perna metatorácica. Sua junção com o fêmur pode cerdas adesivas ocorrem em ambos os sexos e são usadas para
ser reta (Fig. 31.315–316) ou ligeiramente oblíqua, mas em escalar. O tarsômero terminal normalmente tem um par de garras
alguns grupos é fortemente oblíqua e faz o contato direto entre (em alguns táxons são conatas ou reduzidas a uma), que podem
o fêmur e a coxa, sendo chamado de trocanter heteromeroide. ser iguais ou desiguais, simples, denteadas, lobadas, bífidas ou
Fêmures geralmente de forma semelhante em todas as pernas; pectinadas; as garras podem estar em diferentes ângulos de in-
metafêmures dilatados em algumas espécies saltadoras ou não. clinação e portar uma ou mais cerdas basais; às vezes, sob cada
Tíbias geralmente levemente expandidas em direção ao ápice, garra pode haver estrutura (membranosa, esclerosada e laminar,
onde possuem, pentes de espinhos ou um par de espinhos for- glabra, cerdosa) ou cerda (flexível, rígida). O empódio, lobo
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Figuras 31.7A–B. Coleoptera, morfologia, meso e metatórax, vv. A. Cavidade mesocoxal fechada: mesoventrito encontra o metaventrito na
lateral da mesocoxa; B, cavidade mesocoxal aberta: mesepímero se estende até a cavidade mesocoxal e separa o meso do metaventrito.
esclerosado e articulado portando duas ou mais cerdas, pode da asa primitiva. As estrias e os intervalos são numerados da
ocorrer entre as garras em muitos grupos. margem sutural para fora.
Os élitros (Figs 31.1B, 114,117) são as asas mesotorácicas As asas metatorácicas (posteriores) (Figs 31.1B, 11–13),
ou asas anteriores modificadas. Estão ausentes em adultos neo- quando desenvolvidas, são membranosas, geralmente mais
tênicos larviformes (quase sempre fêmeas), nos quais também longas que os élitros e, em repouso, ficam dobradas longitudinal
faltam as asas posteriores. São estruturas rígidas, não dobráveis, e transversalmente sob os élitros. Na extensão para o voo, gira
encaixadas acima do abdômen quando em repouso, com as para frente sobre sua base pela ação direta dos músculos do
margens internas em contato. Não possuem venação distinta e voo; a mesma ação causa o desdobramento, abrindo as dobras
cobrem total ou parcialmente as asas metatorácicas e o abdô- longitudinais, que automaticamente ocasiona a abertura das
men. O primeiro tergito exposto é o VIII; alguns Pselaphinae dobras transversais (ausentes em algumas espécies com as de
(Staphylinidae) aparentemente têm dois tergitos expostos, en- Atractocerus Palisot de Beauvois, em Lymexylidae). Em muitos
tretanto o primeiro deles é muito longo e corresponde à fusão grupos de Coleoptera (Adephaga, Scarabaeoidea, Elaterifor-
de vários. Cada élitro consiste em um disco, correspondente à mia, alguns Cucujiformia), o dobramento é mantido por um
superfície geral dorsal, uma margem sutural mesial, a qual en- forte mecanismo elástico intrínseco da estrutura da asa, até
contra a margem correspondente do outro élitro, e geralmente que a tensão provida pelos músculos alares diretos promova o
uma porção lateral encurvada, conhecida como epipleura. A desdobramento. Na maioria desses grupos, não há necessidade
de nenhum outro agente para completar o dobramento, mas,
porção ântero-lateral do disco em geral é levemente elevada ou
em alguns Scarabaeidae, essa ação é assistida por movimentos
angulada, formando o úmero, que encobre a área metatorácica.
do abdômen e áreas com microtríquias nas asas e nos tergitos
A epipleura pode estar separada do disco por uma crista ou ca-
abdominais. Em alguns grupos (Micromalthidae, Myxophaga,
rena, ser completa quando alcança o ápice do élitro, incompleta
muitos Staphylinoidea e Cucujoidea), o mecanismo elástico é
ou ausente, estreita ou larga. O encaixe das margens internas dos
fraco ou ausente e a membrana da asa geralmente é longa; nesses
élitros em repouso é formado por uma aba na margem de um
casos, o dobramento é auxiliado por movimentos do abdômen,
élitro e um sulco na margem oposta; em algumas espécies que
áreas com espículas nos tergitos abdominais e áreas de ligação
não voam, o encaixe é mais complexo, ou os élitros são soldados. ou fricção das asas e élitros. Lawrence et al. (2021, 2022) atua-
Os ápices elitrais podem ser conjunta ou separadamente agudos, lizaram a nomeclatura e ilustraram as asas de representantes de
arredondados, truncados ou de outra forma; também podem todas as famílias de Coleoptera.
apresentar dentes, projeções etc. Um côndilo pequeno na base A venação pode estar reduzida e modificada devido à com-
de cada élitro articula-se com a parte lateral do noto por meio plexidade do dobramento, tornando difícil o estabelecimento
de escleritos axilares. de homologia das veias com as de outras ordens. As veias
O disco elitral geralmente possui fileiras longitudinais de convexas são indicadas pelo sinal (+) e as côncavas por (-). As
pontos que podem estar alojados em sulcos impressos, denomi- principais veias normalmente visíveis nas asas dos besouros são
nadas estrias; essa pontuação das estrias corresponde a colunas (Fig. 31.13A): Costa (C+) e Subcostal Posterior (ScP–), que
esclerosadas conectando a superfície superior e inferior de cada são separadas na base, mas adjacentes ou fundidas na maior
élitro. Geralmente cada élitro possui nove ou dez estrias, mas parte do comprimento, fortalecendo-se na margem anterior;
pode ser um número maior (acima de 25 em alguns Carabidae) Radial Anterior (RA+) está associada à ScP e C e dividida em
ou, em outros, a pontuação é desordenada ou ausente. Uma dois ramos a partir do meio da asa (a base do RA é reduzida em
estria escutelar curta (estríola) está geralmente presente adjacente Polyphaga); Radial Posterior (RP–) é côncava e tende a tornar-se
à margem sutural. Os espaços entre as estrias, denominados não esclerosada basalmente, perdendo a conexão basal; Medial
intervalos (interestrias), correspondem às posições das veias Posterior (MP–), uma veia longa e forte, que primitivamente
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Figuras 31.9A–L. Coleoptera, morfologia, tarsos. A–B, pentâmeros, vl: 5 tarsômeros simples ou bilobados; A, Psephenidae; B, Cerambycidae
Parandrinae. C–D, tetrâmeros: 4 tarsômeros simples ou lobados; C, metatarso Tenebrionidae; D, Oedemeridae, vl. E–G, pseudotetrâmeros,
vd: aparentam ter 4 tarsômeros, porém o 4º é reduzido e localizado na base do 5º; E, Cerambycidae; F, Chrysomelidae; G, Curculionidae.
H, trímero, vl: 3 tarsômeros simples ou lobados, Latridiidae. I–L, pseudotrímero: o 3º é reduzido, localizado na base do 4º; I, Endomychidae,
vl; J, Cleridae, vd; K–L, Coccinellidae, vl, vd.
vezes é chamado de cápsula genital, quando forma um tubo em O pênis está preso à falobase e parâmeros ou ao tégmen por
volta do edeago, mas esse termo também é aplicado à cápsula meio da primeira membrana conectiva, e a falobase ou o tégmen
formada pelo tergito VIII em alguns Cucujoidea (por exemplo, estão presos ao segmento IX por meio da segunda membrana
Nitidulidae). Na maioria dos machos e fêmeas, o tergito IX é conectiva. Durante a cópula, o saco interno é extrovertido através
dividido no meio ou separado em duas partes aparentemente de uma abertura, o óstio, na extremidade do pênis ou próximo
desconectadas. dela, e entra na vagina da fêmea com o flagelo estendido ante-
O órgão copulador do macho (edeago) está situado na parte riormente para atingir a espermateca.
posterior do ducto ejaculatório, que se abre atrás do esternito O edeago trilobado (Fig. 31.15), geralmente considerado
IX e inclui um órgão intromitente, o pênis ou lobo médio, o tipo mais basal nos besouros, consiste em uma peça basal
estruturas associadas – falobase (peça basal), parâmeros (lobos (falobase) esclerosada ventralmente, na qual se prende um par
laterais, tégmen) e o saco interno (endofalo), este primaria- de parâmeros livremente articulados, e um lobo médio (pênis)
mente membranoso – e pode ter uma variedade de espículos acima deles. A partir desse tipo básico, é possível derivar os vários
e, às vezes, um flagelo esclerosado longo, em cuja extremidade tipos de edeago presentes nas várias linhagens de Coleoptera.
está o gonóporo primário. Alguns pesquisadores restringem o Uma modificação comum é a redução ou perda da falobase, e
uso do termo edeago somente ao órgão intromitente (pênis) e os parâmeros aparecem articulados diretamente com o pênis
o termo pênis é empregado pela estrutura formada pelo lobo (tipo adéfago). No tipo bilobado, a falobase e os parâmeros são
médio combinado com a falobase e parâmeros ou tégmen (ede- bem desenvolvidos, mas o pênis é membranoso ou esclerosado
ago). Mais informações sobre termos utilizados na genitália de somente na base, onde um par de traves pode ocorrer.
insetos (incluindo outros sistemas de nomenclatura) podem ser A genitália da fêmea consiste em um ovipositor, com um par
obtidas em Tuxen (1970), Matsuda (1976), Iablokoff-Khnzorian de apêndices presos ventralmente aos paraproctos, e cada apên-
(1980), D’Hotman & Scholtz (1990) e na literatura específica dice é composto de um gonocoxito ou coxito basal, geralmente
para cada família. dividido em duas ou mais partes, e um gonóstilo ou estilo apical.
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Figuras 31.10A–B. Coleoptera, morfologia, região basal do abdômen, vv. A, Adephaga: ventrito I interrompido pelas metacoxas; B, Polyphaga:
ventrito I inteiro.
Besouros que põem ovo profundamente no substrato possuem segmento abdominal X é relativamente pequeno, circundando
ovopositor muito longo e todo o segmento IX é extrovertido, o ânus e às vezes com um ou mais pigópodes ventrais. O seg-
o proctígero forma um par de longas hastes esclerosadas e os mento IX geralmente tem par de prolongamentos pares, fixos
paraproctos são estendidos e formam os báculos. Ovipositor ou articulados, chamados urogonfos (Fig. 31.16). Apresentam
curto, com coxitos fortemente esclerosados e estilos reduzidos, tamanho, forma e esculturação muito variadas.
geralmente são usados para cavar o solo, enquanto ovipositor As formas imaturas foram tratadas de forma mais detalhada
mais longo e esclerosado serve para abrir cavidades para os ovos em Costa et al. (1988) e Costa & Ide (2006). As pupas (Fig.
nos tecidos de plantas. Ovipositor muito reduzido geralmente é 31.24) são adécticas (=mandíbulas não funcionais) e quase
encontrado nas espécies que põem ovos em superfícies expostas. sempre exaratas (=apêndices livres) (obtecta em Ptiliidae,
Staphylinidae Staphylininae, Clambidae, Coccinellidae, Chry-
Imaturos. Os besouros passam por metamorfose completa
somelidae Cassidinae e alguns outros). O abdômen geralmente
(Holometabola). Alguns grupos têm hipermetamorfose. Os
possui nove tergos e oito esternos, e o número de espiráculos
ovos geralmente são simples, ovoides com superfície pouco
geralmente é reduzido em comparação com a larva. O espirá-
ornamentada, mas córion esculturado pode ser encontrado em
culo VIII sempre é fechado. A cabeça e o corpo geralmente têm
membros de Cupedidae e alguns grupos de Chrysomelidae que
várias proeminências e cerdas que evitam o contato da pupa
põem ovos na superfície do substrato. Os ovos de Cryptocepha-
com as paredes da câmara pupal, e o ápice do abdômen pode
linae (Chrysomelidae) estão envolvidos por uma camada de
ter apêndices pares semelhantes aos urogonfos larvais. Vários
fezes, chamada escatoteca. Geralmente a emergência é iniciada
grupos possuem esclerosações em margens opostas de alguns
por dentes, espinhos ou carenas que podem estar presentes na
segmentos abdominais, chamados órgãos dioneiformes (gin
cabeça (Hydrophilidae, Hydraenidae, alguns Staphylinidae)
traps), possivelmente utilizados como defesa contra ácaros e
ou nos tergos torácicos ou abdominais (alguns Histeridae, Sta-
outros possíveis agressores. Bibliografia sobre a morfologia das
phylinidae, Scarabaeoidea e muitos Cucujiformia) do embrião
pupas pode ser encontrada em Newton (2020).
completamente desenvolvido. Estas estruturas geralmente são
Geralmente empupam dentro da planta hospedeira, em
retidas pela larva de primeiro ínstar (egg bursters, ovirruptor).
células no solo ou na última exúvia larval (Myxophaga), que
As larvas (Figs 31.16–23) são muito variadas e não apresen-
normalmente permanece aderida ao ápice da pupa; algumas
tam uma característica exclusiva que as distinguem das demais
espécies constroem casulos de seda ou abrigos. A seda ou a
ordens. Geralmente se diferenciam dos demais endopterigotos
secreção que cimenta as partículas de fezes, madeira, ou outros
pelo conjunto de caracteres: (i) cápsula cefálica bem desenvol-
materiais utilizados para elaborar os abrigos são produzidas pelos
vida e geralmente esclerosada; (ii) sutura adfrontal ausente; (iii)
túbulos de Malpighi.
antenas com quatro ou menos antenômeros; (iv) seis ou menos
estemas (olhos simples das larvas de holometábolos) de cada Biologia. Os besouros ocupam quase todos os hábitats terrestres
lado da cabeça; (v) mandíbulas do tipo mastigador, opostas no e de água doce e também alguns (poucos) marinhos. Podem
plano transverso; (vi) ausência de glândula de seda labial media- ser encontrados em todas as partes das plantas vivas ou mortas;
na ou fiandeiras; (vii) abdômen sem falsas pernas ventrais com no solo, húmus, serrapilheira e escombros; embaixo de pedras;
colchetes; (viii) sistema respiratório geralmente peripnêustico, dentro ou sobre corpos de frutificação de fungos; em estrume e
nunca com o espiráculo metatorácico funcional; e (ix) espirácu- carniça; em ninhos de vertebrados e insetos sociais; em gêneros
los, se cribriformes, nunca com cicatriz ecdisial completamente alimentícios estocados; em água doce de ambientes lênticos e
envolvida pela placa crivada. lóticos; em lagos com água salobra ou estuários; na areia ou cas-
A cabeça (Figs 31.23) é bem desenvolvida e esclerosada, tórax calho nas margens de riachos e lagos; em escombros após a maré
com três segmentos e abdômen geralmente com dez segmentos alta; entre rochas ou coral na zona entre marés; e em cavernas.
(às vezes reduzidos a nove ou oito). Peças bucais muito variáveis. Membros de várias famílias de besouros apresentam adapta-
Os segmentos torácicos são muito semelhantes entre si, embora ções para a vida na água doce apenas no estágio larval ou durante
às vezes o primeiro seja maior e mais esclerosado. Pernas (Figs todo seu ciclo de vida. Muitos adultos aquáticos (como Hydro-
31.17–18, 20) geralmente presentes, com 5–6 segmentos. O philidae e Elmidae) têm uma cobertura de cerdas hidrófugas
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Figuras 31.13 A-B. Morfologia, asa posterior. A, principais veias e áreas de dobra; B, Archostemata, Ommatidae, Tetraphalerus sp.
anfíbios. Muitos répteis e aves se alimentam de besouros e outros Como os besouros são mais robustos que os outros insetos,
insetos. Os besouros também estão sujeitos a várias doenças uma variedade de métodos para coleta ativa pode ser utilizada
causadas por fungos, bactérias e vírus. sem danificá-los. O batedor consiste em bater nos galhos e
arbustos com uma vara de tal modo que os insetos são desloca-
Coleta e fixação. O método de coleta mais adequado depende
dos e caem em uma superfície preparada para recepcioná-los, o
do objetivo do coletor. Pode ser ativa, quando há procura dos
guarda-chuva entomológico. Os insetos que caem, podem ser
espécimes, ou passiva, quando há espera das presas. O método
coletados com uma pinça ou com um aspirador.
mais simples de coleta ativa é através da localização visual, se- A rede entomológica, é usada para coletas sobre a vegetação,
guida pela coleta manual. Esse método, para adultos e larvas, solo e folhagens. É mais eficiente para coletas de besouros que
pode ser usado na maioria dos micro-hábitats, mas não é muito estão voando. Esse tipo de coleta é usado para estudos ecológicos
eficiente para coleta geral. Besouros grandes podem ser coletados onde é preciso comparar as amostras com base no número de
facilmente com a mão sem serem danificados, mas para besouros vezes que a rede é passada sobre determinado local. Também
pequenos é mais eficiente aspirá-los em um frasco utilizando um pode ser utilizada na coleta de besouros aquáticos, e nesse caso,
aspirador. O aspirador bucal não deve ser usado para coletas em a rede deve ser mais resistente, com moldura triangular e bolsa
substratos desagradáveis, como carniça e excrementos. Nunca de tecido resistente e poroso.
deve ser usado quando há riscos de inalação de organismos pa- A coleta passiva com armadilha luminosa em noites quen-
togênicos, como em ninhos de mamíferos e pássaros, guano de tes pode atrair grande número de besouros. Para aumentar a
morcegos etc. Nesses casos, deve ser usado um aspirador elétrico atração dos insetos, coloca-se um lençol branco esticado junto
ou um bulbo de sucção. à lâmpada (de vapor de mercúrio ou ultravioleta) geralmente
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distinta (Fig.31.7B); sutura elitral com pontuação grande ― Antenômeros da clava (Fig. 31.5K) incapazes de se
em fileiras regulares (Fig. 31.76). ........... Haliplidae aporem; abdômen com seis ventritos; cavidades mesocoxais
― Placas metacoxais ausentes ou consistindo de porção separadas; élitros brilhantes e muito achatados dorsalmente,
mediana estreita, ventrito basal e metafêmures não distintamente estriados, tamanho maior que 13 mm (Fig.
encobertos; se sutura catepisternal presente, então élitros 31.174) ........................................................... Passalidae
sem fileiras regulares de pontos .............................. 9
17(16). Olhos não divididos pelo cantus; clípeo com lados
9(8). Olhos (Fig. 31.67) completamente divididos em porções convergindo para o ápice, coloração castanha, acinzentada
dorsal e ventral; antenas (Figs31.5N, 65) curtas, espessadas, ou negra; metafêmures e metatíbias não alargadas, tamanho
pedicelo longo; pernas anteriores (Figs 31.65–66) quase sempre superior a 10 mm (Fig. 31.207) ..... Trogidae
longas e raptoriais; pernas médias e posteriores (Figs ― Olhos divididos por cantus proeminente; clípeo com lados
31.61–62) curtas (Figs 31.73–74)................ Gyrinidae subparalelos ou divergindo anteriormente; coloração testácea
― Olhos não divididos ou parcialmente divididos; antenas ou castanha clara ou escura; metafêmures e metatíbias
longas, pedicelo não alongado; pernas anteriores não alargadas, cobrindo o abdômen, tamanho quase sempre
raptoriais; pernas médias e posteriores alongadas.... 10 inferior a 5 mm (Fig. 31.160) .................. Glaresidae
10(9). Dorso fortemente convexo; escutelo não visível; superfície 18(15). Antenômeros da clava incapazes de se aporem; abdômen
ventral (Fig. 31.77) achatada; metacoxas expandidas em com cinco ventritos; ♂♂ geralmente com mandíbulas
placas longitudinais que cobrem as bases dos trocanteres; muito desenvolvidas, às vezes com tubérculos ou cornos na
junção entre o metaventrito e metacoxa angulada no meio; cabeça e pronoto (Figs 31.168–171) ............. Lucanidae
― Antenômeros da clava capazes de se aporem; abdômen
metanepisternos (Fig. 31.7A) claramente não alcançando
com seis ventritos, exceto em Aclopinae, mas então tarsos
a cavidade coxal (Figs 31.78–79) ........ Noteridae
médios e posteriores muito longos nos machos, bem maiores
― Dorso tão ou ligeiramente mais convexo que a superfície
que as respectivas tíbias, e élitros curtos deixando pelos
ventral; escutelo visível ou não; metacoxas (Fig. 31.55)
menos dois tergos expostos nas ♀♀; ♂♂ com mandíbulas
sem placas; junção entre o metaventrito e metacoxa aguda;
normalmente desenvolvidas; armaduras nos ♂♂, quando
metanepisternos (Fig. 31.7B) alcançando ou muito aproximados
presentes, na cabeça e/ou pronoto ....................... 19
da cavidade coxal (Figs 31.53–54, 62–64) ...... Dytiscidae
19(18). Antenas quase sempre com dez antenômeros e clava sempre
11(1). Élitros presentes, completos, curtos ou reduzidos a abas ... 12 com três antenômeros, muitas vezes cupuliforme (Fig.
― Élitros ausentes ................................................... 231 31.162); tamanho sempre inferior a 12 mm. Se antenas com
12(11). Antenas com clava fortemente assimétrica com três a cinco nove antenômeros, então clava cupuliforme, OU corpo com
antenômeros, geralmente lamelada, por vezes pectinada ou menos de 10 mm e adaptado a enrolar-se ficando com a parte
cupuliforme(Figs 31.7J–M); procoxas grandes, fortemente anterior da cabeça totalmente voltada para trás (Figs 31.165–
e transversas ou cônicas e projetadas abaixo do prosterno, 166) (Figs 31.162–167) ...................... Hybosoridae
trocantinos escondidos ou apenas parcialmente visíveis; ― Antenas quase sempre com menos de dez antenômeros
cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B); (oito ou nove) e clava nunca cupuliforme, com três a
protíbias geralmente achatadas, com um ou mais dentes cinco lamelas (Fig. 31.5J); tamanho muito variável, de
na margem externa (Fig. 31.8B); tarsos geralmente com 1,5 a 180 mm. Quando corpo totalmente fechado, a parte
cinco tarsômeros (mais raramente 0-5-5, 0-4-4, 0-3-3 anterior da cabeça no máximo voltada para baixo, nunca
para trás (Figs 31.175–206) ........................ Scarabaeidae
ou 0-2-2), ou com tarsômeros parcial ou totalmente
soldados e pouco distinguíveis, não lobados, desprovidos 20(12). Besouros diminutos, raramente com mais de 1 mm de
de pubescência densa ......... Scarabaeoidea ..... 13 comprimento; antenas(Fig.31.115) filamentosas, antenômeros
― Antenas não como acima; ou procoxas, protíbias e tarsos alongados com cerdas longas; asas (Fig. 31.116) com franja
diferentes ......................................................... 20 de cerdas longas e finas visíveis nas bordas dos élitros; élitros
truncados (Fig. 31.114); um ou mais tergitos expostos;
13(12). Antenas com 11 antenômeros e clava com três; corpo
metacoxas moderada a amplamente separadas; abdômen com
fortemente convexo e hemisférico; cabeça sempre seis ou sete ventritos (Fig. 31.117) ............................. Ptiliidae
com algum tipo de armadura, no mínimo quilha ou ― Comprimento maior que 1mm; antenas raramente filamentosas;
tubérculo clípeo-frontal; pronoto frequentemente com asas, se franjadas com cerdas longas, corpo mais convexo e
armadura (Figs 31.157–159) ............ Geotrupidae abdômen com menos de seis ventritos ................................ 21
― Antenas com menos de 11 antenômeros ou clava com
mais de três lamelas ...................................................... 14 21(20). Abdômen quase sempre com três ou mais tergitos totalmente
expostos (exceto Silphidae, Silphinae, ex. Figs 31.118, 124);
14(13). Esporão mesotibial mais longo com uma das bordas pectinada, se somente um ou dois expostos, então cabeça com par
tamanho entre 4 e 12 mm (Fig. 31.172) .... Ochodaeidae de ocelos ou primeiro tergito exposto mais longo que os
― Esporão mesotibial mais longo não pectinado, tamanho élitros ......................................................................... 22
muito variável ............................................................ 15 ― Abdômen geralmente completamente encoberto pelos élitros
15(14). Cavidade mesocoxal fechada lateralmente por junção ampla ou expondo o ápice de apenas um tergito; se um ou dois
tergitos expostos, então cabeça sem par de ocelos ou primeiro
do meso e metaventritos (Fig. 31.7A) ............................. 16
tergito exposto muito mais curto que os élitros ........... 38
― Cavidade mesocoxal fechada lateralmente pelo mesepímero
(Fig. 31.7B) ................................................ 18 22(21). Fórmula tarsal 5-5-4 .................................... 23
― Fórmula tarsal diferente (geralmente 5-5-5, ocasionalmente
16(15). Antenômeros da clava capazes de aporem-se formando
4-4-4 ou 3-3-3) .................................................. 24
estrutura compacta; abdômen com cinco ventritos; cavidades
mesocoxais contíguas; élitros geralmente opacos e muito 23(22). Cabeça com constrição abrupta posterior formando
convexos, estrias elitrais fracas ou formadas por pontos “pescoço” estreito ou largo; metacoxas contíguas ou separadas
não conectados, ou ausentes, tamanho 3 a 19 mm ...... 17 estreitamente; corpo levemente achatado a moderadamente
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COLEOPTERA
convexo; antenas serradas, pectinadas ou flabeladas (Fig. 34(33). Inserções antenais escondidas; labro completamente
31.402) ............................................ Ripiphoridae escondido; processo prosternal completo; garras pectinadas;
― Cabeça sem constrição abrupta; metacoxas distintamente antenas gradualmente expandidas e achadas no ápice ........
separadas estreitamente; corpo fortemente achatado; antenas ............................................................................ Cleridae
filiformes; cabeça e/ou pronoto mais longos que largos (Fig. ― Inserções antenais expostas; labro, pelo menos, parcialmente
31.404) ou mais largos que longos (Fig. 31.403); inserção visível; processo prosternal incompleto; garras simples ou
antenal exposta (Fig. 31.405) ou não .......... Salpingidae com um dente; antenas filiformes, serradas ou pectinadas
.............................................................................. 35
24(22). Antenas com clava distinta ......................................... 25
― Antenas sem clava distinta (por vezes, antenômeros alargam- 35(34). Inserções antenais aproximadas, distância entre elas menor
se gradualmente ou fortemente modificados) ................... 29 ou ligeiramente maior que o diâmetro de uma delas . 36
― Inserções antenais moderada a amplamente separadas,
25(24). Cabeça com par de ocelos, abdômen com menos de três tergitos distância entre elas de, pelo menos, 1,5 vezes o diâmetro
expostos ................................................................... 26 de uma delas ............................................................... 37
― Cabeça sem par de ocelos, abdômen com pelo menos de três
tergitos expostos ....................................................... 28 36(35). Palpômero maxilar apical fusiforme; abdômen com órgão
luminescente (indicado por mancha branca amarelada nos
26(25). Fórmula tarsal 4-4-4; corpo alongado e lados paralelos; ventritos apicais) (Figs 31.307–319).......... Lampyridae
élitros sem fileiras de pontos; borda externa das tíbias sem ― Palpômero maxilar (Fig. 31.313) apical leve a fortemente
espinhos ............................................... Staphylinidae expandido; abdômen sem órgão luminescente (Figs 31.317–
― Fórmula tarsal 5-5-5; corpo mais curto e largo; borda 319) ............................................................... Lycidae
externa das tíbias com espinhos ..................................... 27
37(35). Labro (Fig. 31.245) membranoso; garras (Fig. 31.243)
27(26). Antenas (Fig. 31.121) com clava com três antenômeros simples ou levemente denteadas na base; pilosidade composta
e pouco compacta, antenômeros da clava com pilosidade de cerdas finas e curtas; protarsômero I simples nos ♂♂
densa e uniforme, precedidos por dois antenômeros e ♀♀ (Figs 31.247–252) ......................... Cantharidae
glabros e tranversos; escutelo grande (Fig. 31.118); élitros ― Labro esclerosado; garras (Fig. 31.468) distintamente
carenados (Fig. 31.124) ........................... Silphidae lobadas na base; pilosidade composta de cerdas finas e
― Outra combinação de caracteres ................................... 28 curtas intercaladas com tufos de cerdas eretas e rígidas;
28(25 e 27). Cavidades procoxais (Fig. 31.500) fechadas externamente; protarsômero I nos ♂♂ alargado e pectinado (pente
discrímen metatorácico presente (Fig. 31.501); clava (Fig. fino e escuro) (Fig. 31.469) .......................... Melyridae
31.502) com três antenômeros, compacta; tarsômeros I–III 38(21). Mesotarso pentâmero (Figs 31.9A–B) .......................... 39
lobados, face ventral pilosa; corpo com lados paralelos, ― Mesotarso pseudotetrâmero (Figs 31. 9E–G, 456) .......... 151
achatado, protórax e élitros com comprimentos semelhantes ― Mesotarso tetrâmero (Figs 31.9C–D) ..................... 185
(Figs 31.498–499) (Figs 31.503–508) ....... Nitidulidae ― Mesotarso pseudotrímero (Figs 31. 9I–L, 352) .............. 219
― Cavidades procoxais abertas externamente; discrímen ― Mesotarso trímero (Fig. 31.9H) ........................... 221
metatorácico ausente; Abdômen com ou sem flexibilidade
dorso-ventral; fórmula tarsal 3-3-3; tarsos com uma ou
par de garras com comprimentos desiguais; palpômero 39(38). Cavidade mesocoxal aberta lateralmente (não fechada pela
maxilar apical alargado e geralmente com modificações junção do meso e metaventritos) ...................................... 40
diversas. (Figs 31.125, 146) ......................... Staphylinidae ― Cavidade mesocoxal claramente fechada lateralmente pela
junção do meso e metaventritos .................................. 126
29(24). Maior parte das asas expostas; élitros curtos .................... 30
― Maior parte das asas cobertas pelos élitros ......................... 33 40(39). Protrocantinos (Figs 31.6E, 474), ao menos, parcialmente
expostos .......................................................................... 41
30(29). Antenômeros com apêndices duplos (biserrados, bipectinados ― Protrocantinos completamente encobertos ou aparentemente
ou birramosos); luminescentes (Figs 31.320–322) .............. ausentes ....................................................................... 92
.......................................................... Phengodidae (♂♂)
― Antenômeros não como acima .......................................... 31 41(40). Antenas sem clava distinta (às vezes antenômeros alargando
gradualmente), antenômero VIII não menor que os
31(30). Antenas moniliformes, serradas ou pectinadas; palpômero apical antenômeros VII e IX .......................................................... 42
maxilar e labial muito alongados ... Omethidae ... (Telegeusinae) ― Antenas com clava distinta de um a sete antenômeros; se clava
― Antenas diferentes; se serradas, então palpômero apical e pouco desenvolvida, então antenômero VIII menor (mais curto
maxilar curto ................................................................... 32 ou mais estreito ou ambos) que os antenômeros VII e IX .... 72
32(31). Mesanepisternos amplamente unidos na região mediana 42(41). Fórmula tarsal 5-5-5 ....................................................... 43
separando o mesoventrito da região anterior do mesotórax; ― Fórmula tarsal 5-5-4 ..................................................... 70
olhos não emarginados (Fig. 31.378); inserções antenais
não elevadas (Fig. 31.380) ...................... Lymexylidae 43(42). Élitro com processo digitiforme látero-ventral próximo a curva
― Mesanepisternos distintamente separados na região mediana; subapical que se encaixa no ventrito V (visível apenas com élitros
inserções antenais elevadas e geralmente localizadas em abertos) (Figs 31.240–241) ...................... Artematopodidae
emarginação dos olhos; asas normais com dobras transversais ― Élitro sem processo digitiforme ....................................... 44
e geralmente dobradas sob os élitros (Fig. 31.520); tarsos 44(43). Antenas com nove antenômeros, estreitas, finas, antenômeros
pseudotetrâmeros (Fig. 31.9E)............ Cerambycidae VIII–IX alongados; ocelo mediano presente; coloração
33(29). Tarsômeros simples, não lobados; discrímen metatorácico castanho-amarelada ................................... Dermestidae
ausente; garras simples ........................... Staphylinidae ― Antenas com dez antenômeros, antenômero basal nos ♂♂
― Todos os tarsos com pelo menos um tarsômero lobado; aumentado e modificado; corpo mole; coloração brilhante,
discrímen metatorácico presente (Figs 31.7A-B); se indistinto, vermelha ou amarela sobre azul ou preto .............. Melyridae
então garras denteadas ou pectinadas ............................... 34 ― Antenas com 11 antenômeros (raramente com mais de 11
antenômeros) ............................................................. 45
592
COLEOPTERA
45(44). Cabeça com par de cristas genais, fortemente hipognata de corpo achatado dorso-ventralmente, recoberto por
modo que as cristas genais se apoiam sobre as bordas das cerdas (Figs 31.235–236) ......................... Psephenidae
procoxas; pronoto muito curto e largo ................................ 46 ― Margem posterior do pronoto não crenulada; inserções
― Cabeça sem cristas genais ............................................ 47 antenais escondidas; cavidades mesocoxais separadas por
mais de 0,4 vezes a largura de uma delas; último palpômero
46(45). Carena occipital transversal presente; tarsômeros simples,
maxilar cilíndrico ou fusiforme; corpo moderada a fortemente
não lobados; sutura frontoclipeal distinta; corpo fusiforme,
convexo ........................................................................... 54
fortemente convergente posteriormente; placas metacoxais
grandes e oblíquas; pernas médias e posteriores com franja 54(53). Metaventrito sem sutura catepisternal; sutura frontoclipeal
de espinhos escuros no ápice das tíbias e dos tarsômeros ausente; base do labro em plano inferior ao ápice, de modo
I (Fig. 31.81) ................................... Eucinetidae que um sulco profundo separa o labro do clípeo; tarsômeros
― Carena occipital transversal ausente; tarsômero IV lobado; com pubescência ventral, tarsômero IV frequentemente
sutura frontoclipeal ausente ou indistinta; outra combinação com lobo membranoso; prosterno na frente das coxas
de caracteres. (Figs 31.82–83) ...................... Scirtidae mais curto que o processo intercoxal; corpo fortemente
47(45). Mesanespisternos (episternos do mesotórax) unidos ou convexo (Fig. 31.219) .............................. Byrrhidae
muito aproximados na região mediana ..................... 48 ― Metaventrito com sutura catepisternal (Fig. 31.7B);
― Mesanespisternos distintamente separados na região sutura frontoclipeal presente; sem sulco profundo na base
mediana (Fig. 31.7A) .................................................. 49 do labro; tarsômeros simples e alongados, geralmente
com cerdas esparsas; prosterno na frente das coxas
48(47). Processo intercoxal do ventrito I ausente; cabeça (Fig. mais longo que o processo intercoxal .................... 55
31.378) com constrição posterior abrupta formando
pescoço; antenas de serradas a pectinadas; olhos com 55(54). Escapo curto (Fig. 31.232) ....................... Limnichidae
emarginação suave ............................. Lymexylidae ― Escapo longo (Figs 31.233–234) ................. Lutrochidae
― Processo intercoxal do ventrito I presente, ápice agudo; cabeça 56(52). Cavidades mesocoxais separadas por distância menor
sem constrição posterior abrupta; antenas (Fig. 31.466) que o menor diâmetro de uma delas ................... 57
levemente incrassadas; olhos não emarginados .... Melyridae ― Cavidades mesocoxais separadas por distância maior
49(47). Labro não visível, encoberto pelo clípeo ou fundido ao clípeo que o menor diâmetro de uma delas ......................... 66
........................................................................................ 50
57(56). Ventrito I com processo intercoxal .............................. 58
― Labro visível, não fundido ao clípeo .............................. 52
― Ventrito I sem processo intercoxal ............................... 61
50(49). Comprimento menor que 3 vezes a largura; formato oval;
58(57). Comprimento mais de 3 vezes a largura; tamanho grande
margem posterior do pronoto crenulada; cabeça hipognata,
(comprimento: 10 mm ou mais); antenas flabeladas
encaixando-se em cavidade na região anterior do prosterno;
nos ♂♂, pectinadas nas ♀♀; empódio multicerdoso.
inserções antenais encobertas; placas metacoxais bem
(Figs 31.220–221) ............................... Callirhipidae
desenvolvidas e completas; tíbias achatadas, mais largas
― Comprimento de menos de 3 vezes a largura; antenas de
na região mediana; metaventrito e ventrito I com par de
forma variada; empódio bicerdoso ou ausente ............... 59
linhas curvas delimitando as impressões femorais. (Figs
31.222–223) .................................... Chelonariidae 59(58). Margem posterior do pronoto não crenulada; comprimento
― Comprimento maior que 3 vezes a largura; lados paralelos; da antena menor que o comprimento combinado da
margem posterior do pronoto não crenulada; cabeça, se cabeça e tórax; metaventrito com sutura catepisternal;
hipognata, não encaixada em cavidade na região anterior cavidades mesocoxais moderada a amplamente separadas
do prosterno; inserções antenais não encobertas; placas (mais de 0,4 vezes o diâmetro de uma cavidade coxal
metacoxais pouco desenvolvidas ou ausentes; tíbias achatadas, (Figs 31.226–227, 229) ............................... Elmidae
metaventrito e ventrito I sem par de linhas curvas delimitando ― Margem posterior do pronoto crenulada; comprimento
as impressões femorais .......................................... 51 da antena mais longo que o comprimento combinado
51(50). Cabeça quase tão longa quanto larga, sem constrição da cabeça e tórax; metaventrito sem sutura catepisternal;
posterior abrupta; cavidades pró e mesocoxais aproximadas; cavidades mesocoxais estreitamente separadas (menos
cavidades procoxais estreitamente abertas, projeções notais de 0,4 vezes o diâmetro de uma cavidade coxal) .........
longas, agudas e quase alcançando o processo prosternal; ............................................................................. 60
tíbias com ângulos apicais externos projetados em forma 60(59). Pronoto fortemente inflado anteriormente (Figs 31.238,
de dente; tarsômero IV distintamente mais curto que o 240), carena lateral completa; sutura frontoclipeal ausente;
III. (Fig. 31.522) ................................. Cerambycidae região frontoclipeal com carena longitudinal mediana;
― Cabeça (Fig. 31.480) distintamente mais curta que larga, com palpômero maxilar IV com lados paralelos, não expandido
constrição posterior abrupta em forma de “pescoço”; cavidades apicalmente ............................... Ptilodactylidae
pró e mesocoxais bem separadas; cavidades procoxais ― Pronoto não inflado anteriormente (Figs 31.237, 239),
amplamente abertas, projeções notais curtas e anguladas; tíbias
carena lateral incompleta anteriormente; sutura frontoclipeal
com ângulos apicais externos não projetados; tarsômero IV
presente; região frontoclipeal desprovida de carena
de comprimento similar ao III (Fig. 31.481) ....... Cucujidae
longitudinal; palpômero maxilar IV expandido apicalmente,
52(49). Corpo muito curto e largo, comprimento menor que 1,5 vezes securiforme ........................................ Ptilodactylidae
a largura ..................................................................... 53
61(57). Pronoto com margem posterior crenulada; empódio
― Corpo com comprimento maior que 1,5 vezes a largura ... 56
alargado e multicerdoso; cavidades procoxais separadas pelo
53(52). Margem posterior do pronoto distintamente crenulada; processo prosternal; antenas flabeladas, frequentemente com
inserções antenais expostas; cavidades mesocoxais separadas mais de 30 antenômeros (Fig. 31.208) ..... Rhipiceridae
por menos de 0,4 vezes a largura de uma delas; último ― Pronoto com margem posterior não crenulada; empódio
palpômero maxilar com ápice leve a fortemente expandido; bissetoso, muito reduzido ou ausente; cavidades procoxais
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COLEOPTERA
contíguas; antenas, se flabeladas, com 11 antenômeros ou ― Antenômeros V–X mais longos que largos; base do protórax
menos ............................................................................. 62 tão ou mais larga que a largura combinada das bases
dos élitros; pronoto sem constrição anterior ou carenas
62(61). Inserções antenais moderada a amplamente separadas longitudinais basais; metacoxas contíguas ou estreitamente
(distância entre elas de, pelo menos, 1,5 vezes, mais separadas; ventrito I com carenas pós-coxais ... Limnichidae
geralmente 2 vezes o diâmetro de uma delas) ................ 63
― Inserções antenais aproximadas (distância entre elas menor 70(42). Mesanepisternos (Fig. 31.266) estreitamente separados,
ou ligeiramente maior que o diâmetro de uma delas) . 65 contíguos ou amplamente unidos na região mediana
de modo que o mesoventrito é agudo anteriormente ou
63(62). Sutura frontoclipeal presente; labro membranoso e, em separado da região anterior do metatórax ...................... 71
geral, parcialmente escondido sob o clípeo; garras simples ― Mesanepisternos distintamente separados (distância entre eles
(Fig. 31.243) ou denteadas, sem apêndice membranoso; de mais de 0,25 vezes o diâmetro da cavidade mesocoxal) de
tarsômero IV bilobado; pubescência, em geral, uniforme modo que a margem anterior do mesoventrito é truncada.
(Fig. 31.247) .................................. Cantharidae Mesocoxas separadas por distância menor que a largura de
― Sutura frontoclipeal ausente; labro esclerosado e com- uma cavidade coxal; pronoto sem carena lateral; cabeça sem
pletamente exposto ..................................................... 64 constrição abrupta posterior; procoxas cônicas e projetando-
se além do prosterno; corpo convexo ou levemente achatado,
64(63). Garras, geralmente, com apêndices membranosos; se
pubescente (Figs 31.399, 401) ...................... Oedemeridae
tarsômero IV lobado, então tarsômero III também
lobado; pubescência dorsal composta de cerdas finas e 71(70). Todos os tarsômeros simples; garras pectinadas, cada
tufos de cerdas eretas espessas e escuras; protórax e base uma com apêndice cerdoso basal; abdômen com seis
do abdômen geralmente com vesículas membranosas ventritos; olhos não ou levemente emarginados; esporões
eversíveis ................................................. Melyridae tibiais glabros (Figs 31.387–388) ................. Meloidae
― Garras com dente basal desenvolvido; tarsômeros não ― Penúltimo tarsômero lobado; garras simples, sem
lobados; pubescência dorsal ausente; sem vesículas apêndice cerdoso basal; abdômen com cinco ventritos;
membranosas eversíveis (Fig. 31.224).... Cneoglossidae olhos profundamente emarginados; esporões tibiais
― Garras sem dente ou apêndice basal (Fig. 31.304) pubescentes (Figs 31.406–407) ............... Scraptiidae
........................................................ Jurasaidae
72(41). Antenas com 7–9 antenômeros .............................. 73
65(62). Abdômen com órgãos luminescentes (visíveis como ― Antenas com 10 antenômeros .................................... 76
estruturas branco-amareladas nos ventritos apicais); ― Antenas com 11 antenômeros .............................. 79
olhos grandes e aproximados; junção metatrocanter-
73(72). Escapo curto e largo, com formato irregular; antenômeros
metafêmur fortemente oblíqua .......... Lampyridae
com cerdas conspícuas; antenômero anterior a clava não
― Abdômen sem órgãos luminescentes; olhos moderadamente
cupuliforme; palpo maxilar raramente mais longo que a
grandes, mas bem separados; junção metatrocanter-
metade do comprimento das antenas; corpo oval a levemente
m e t a f ê m u r ( Fi g s 3 1 . 3 1 5 – 3 1 6 ) t r a n s v e r s a o u
alongado, fortemente achatado .......... Trogossitidae
ligeiramente oblíqua (Figs 31.317–319) ......... Lycidae
― Escapo mais longo que largo; antenômeros precedentes à
66(56). Um ou mais tarsômeros distintamente lobados; ventritos clava glabros; antenômero anterior à clava cupuliforme;
I e II ou I–V conatos ............................................ 67 palpo maxilar mais longo que a metade do comprimento
― Todos os tarsômeros não lobados; ventritos livres das antenas; corpo moderado a fortemente convexo ... 74
ou I–III conatos ................................................ 68 74(73). Pronoto (Fig. 31.88) com projeção ântero-mediana que
67(66). Ventritos I e II conatos, sutura entre eles pouco evidente encobre a cabeça; cabeça fortemente defletida; cúpula pouco
ou incompleta; lobos tarsais membranosos (Fig. 31.211); diferenciada; ♀♀ com casulo de seda com ovos preso ao
olhos inteiros (Fig. 31.212); procoxas globulares; abdômen (Figs 31.88–89) ..................... Epimetopidae
espécies grandes; coloridas ou com brilho metálico (Fig. ― Pronoto não como acima ..................................... 75
31.218) .............................................. Buprestidae 75(74). Clava antenal com três antenômeros; abdômen quase
― Ventritos I–V conatos, suturas entre eles distintas; lobos sempre com cinco ventritos (se seis ventritos presentes, o
tarsais não membranosos; olhos parcialmente divididos pelo corpo é oval e os élitros cobrem totalmente o abdômen)
cantus; procoxas fortemente transversas; espécies com até 3 ..................................................... Hydrophilidae
mm de comprimento; coloração castanha. ... Limnichidae ― Clava antenal (Fig. 31.105) com cinco ou seis antenômeros;
68(66). Corpo alongado, 3 vezes mais longo que largo, abdômen quase sempre com seis ou sete ventritos; se o
fortemente achatado; glabro; cabeça (Fig. 31.480) corpo é oval, os élitros são truncados deixando o ápice
com constrição posterior abrupta formando pescoço do abdômen exposto (Fig. 31.55) ............. Hydraenidae
largo; mesoventrito sem cavidade; placas metacoxais 76(72). Abdômen com seis ventritos; inserções antenais não
ausentes (Fig. 31.481) ............................... Cucujidae visíveis quando observados pelo dorso; clava com quatro
― Comprimento menor que 3 vezes a largura; não fortemente antenômeros .............................................. Leiodidae
achatado; com pilosidade; cabeça sem constrição abrupta; ― Abdômen com cinco ventritos; inserções antenais visíveis
mesoventrito com cavidade para inserção do processo prosternal; quando observados pelo dorso; clava com três ou menos
placas metacoxais bem desenvolvidas e completas .... 69 antenômeros. ..................................................... 77
69(68). Antenômeros V–X transversos; base do protórax 77(76). Mandíbulas com tubérculo dorsal e cavidade cerdosa;
distintamente mais estreita que a largura combinada sutura frontoclipeal distinta e fortemente curvada;
das bases dos élitros; pronoto constrito anteriormente discrímen metaventral moderadamente a muito longo;
ou com par de carenas longitudinais basais; metacoxas cavidades procoxais estreitamente abertas; élitros
moderada a amplamente separadas; ventrito I sem glabros com estríola escutelar e dez fileiras distintas de
carenas pós-coxais (Fig. 31.229) ................... Elmidae pontos (Fig. 31.519) .......................... Sphindidae
594
COLEOPTERA
― Mandíbulas sem tubérculo dorsal ou cavidade cerdosa; 87(84). Processo intercoxal do ventrito I amplamente arredondado
sutura frontoclipeal ausente ou indistinta; discrímen a amplamente angulado ou truncado ........................ 88
metaventral ausente .................................................78 ― Processo intercoxal do ventrito I agudo ou estreitamente
agudo ............................................................... 89
78(77). Cabeça prognata ou levemente declinada; carena
occipital transversal ausente; processo prosternal completo, 88(87). Placas metacoxais (Fig. 31.85) bem desenvolvidas e
estendendo-se atrás das coxas; margem externa da mesotíbia completas; inserções antenais (Fig. 31.86) encobertas por
com espinhos ou dentes em quase toda sua extensão; corpo projeções frontais; sutura metacatepisternal completa
oval, fortemente achatado ....................... Trogossitidae ou quase completa (Figs 31.84, 87).... Nosodendridae
― Cabeça hipognata; carena occipital transversal presente; ― Placas metacoxais ausentes; inserções antenais expostas;
processo prosternal incompleto, às vezes terminando entre as sutura metacatepisternal ausente ................ Nitidulidae
coxas; margem externa da mesotíbia simples; corpo globular 89(87). Cavidade procoxal fechada externamente (Fig. 31.6B) ... 90
coberto por cerdas decumbentes enroladas.... Rentoniidae ― Cavidade procoxal aberta externamente ............... 91
79(72). Protarsômeros I–IV compactados, estreitos e transversos. 90(89). Clava antenal (Figs 31.499–500) oval, tão longa quanto
(Fig. 31.471) ........................... Thanerocleridae larga ou levemente mais longa que larga, simétrica; corpo
― Protarsômeros I–IV não compactados ................... 80 oval ou oblongo; protórax não constrito posteriormente,
80(79). Abdômen com seis ou sete ventritos ................ 81 base tão larga quanto ou ligeiramente mais estreita
― Abdômen com menos de seis ventritos .................. 84 que a largura combinada dos élitros; lacínia ausente;
pilosidade variável, mas nunca com escamas achatadas
81(80). Abdômen com sete ventritos; clava antenal com três (Figs 31.503, 505–506) .................... Nitidulidae
antenômeros, pubescência fina; clava precedida por ― Clava antenal pelo menos 2 vezes mais longa que larga,
antenômero cupuliforme e glabro; corpo achatado; assimétrica; corpo quase sempre alongado, lados paralelos;
coloração castanho-amarelada a preta; pronoto e élitros protórax constrito posteriormente, base distintamente mais
explanados; élitros com tubérculos próximos ao terço estreita que a largura combinada dos élitros; corpo glabro
apical e geralmente formando costas .... Silphidae ou com pilosidade escamiforme (Figs 31.472, 476–477) ...
― Abdômen com seis ventritos; clava antenal não precedida ....................................................................... Trogossidae
por antenômero cupuliforme e glabro .................. 82 91(89). Clava antenal (Figs 31.109–110) com quatro ou cinco
82(81). Clava antenal (Fig. 31.109) com cinco antenômeros, antenômeros; protarsos frequentemente fortemente
segundo antenômero claval menor (mais curto ou mais expandidos e cerdosos; corpo oblongo, convexo; pilosidade
estreito ou ambos) que o primeiro antenômero claval densa, decumbente; sutura frontoclipeal ausente (Figs 31.108,
(Figs 31.108, 111–112) ............................. Leiodidae 112) .................................................................... Leiodidae
― Clava antenal, se com cinco antenômeros, então segundo ― Clava antenal com três antenômeros; protarsos não expandidos
antenômero claval subigual ou maior que o primeiro e cerdosos; se sutura frontoclipeal ausente, corpo alongado e
antenômero claval ............................................... 83 achatado ou glabro; pronoto explanado; procoxas fortemente
transversas; protocantinos amplamente expostos; metacoxas
83(82). Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B); expandidas lateralmente, alcançando a epipleura de modo
procoxas fortemente transversas, não projetadas, bem que os escleritos metapleurais estão separados dos ângulos
separadas pelo processo prosternal; membrana intersegmental ântero-laterais do ventrito I ........................... Trogossidae
abdominal com escleritos organizados em padrão de
92(40). Antenas com 11 antenômeros (raramente com mais de
parede de tijolos ....................................... Nitidulidae
11 antenômeros) ....................................................... 93
― Cavidades procoxais abertas externamente (Figs 31. 6C-
― Antenas com menos de 11 antenômeros .................... 119
D); procoxas globulares ou cônicas, projetadas além do
prosterno, não separadas pelo processo prosternal que é 93(92). Tarsos 5-5-5 ..................................................... 94
incompleto; membrana intersegmental abdominal sem ― Tarsos 5-5-4 ................................................... 106
padrão acima ......................................... Leiodidae
94(93). Pronoto com ângulos posteriores projetados posterior-
84(80). Cabeça moderada a fortemente declinada (hipognata) ....... 85 mente, agudos ............................................................ 95
― Cabeça prognata ou levemente declinada ............ 87 ― Pronoto com ângulos posteriores não projetados ...... 97
85(84). Inserções antenais lateralmente sob carena suave, não 95(94). Labro total ou quase totalmente encoberto pelo clípeo (Figs
visíveis quando observadas do dorso; comprimento 31.297, 300); metacoxas (Fig. 31.297) amplamente separadas,
menor que 1,5 vezes a largura; corpo fortemente convexo; sem placas; metaventrito com dois pares de suturas coxais;
mesoventrito com cavidade onde se aloja o processo pronoto com sulcos basais (Fig. 31.301) ..... Eucnemidae
prosternal (Fig. 31.219) .......................... Byrrhidae ― Labro livre e quase totalmente visível; metacoxas contíguas
― Inserções antenais dorsalmente entre os olhos, visíveis ou estreitamente separadas, com placas; metaventrito sem
quando observadas do dorso; se comprimento menor que 1,5 suturas coxais (raramente com um par) ................... 96
vezes a largura, então cavidade mesoventral ausente ..... 86 96(95). Ventritos I–IV conatos; antenas não clavadas; metaventrito e
86(85). Comprimento menor que 1,5 mm, corpo globoso; metacoxas abdômen sem sulcos tarsais (Fig. 31.254); corpo geralmente
achatadas, não escavadas, sem placas coxais; ventrito I alongado com lados subparalelos ou com élitros afunilando-se
mais longo que a largura combinada dos dois seguintes; em direção ao ápice (Figs 31.259, 290) ............... Elateridae
ocelo mediano ausente (Fig. 31.470) ...... Rentoniidae ― Ventritos I–V conatos; antenas quase sempre com clava
― Comprimento maior que 1,5 mm, corpo alongado e / com três antenômeros; corpo quase sempre ligeiramente
ou achatado; metacoxas escavadas, com placas coxais; achatado, convergindo anterior e posteriormente a partir
ventrito I mais curto que a largura combinada dos dois da junção do pronoto e élitros; se antena desprovida de
seguintes; ocelo mediano presente ou não...... Dermestidae clava e corpo com lados paralelos, então metaventrito e
abdômen com sulcos tarsais (Fig. 31.323) .......... Throscidae
595
COLEOPTERA
97(94). Abdômen com seis ventritos; pelo menos três tarsômeros ― Cavidades mesocoxais separadas por distância menor que
lobados; base do pronoto distintamente mais estreita que o menor diâmetro de uma delas ..................................111
a largura combinada da base dos élitros; corpo alongado;
coloração chamativa e cerdoso; OU olhos protuberantes 107(106). Processo prosternal forte e geralmente abruptamente
(Figs 31.459, 461) ............................. Cleridae expandido no ápice ......................................................... 108
― Abdômen com cinco ventritos; outras características ― Processo prosternal não ou expandido leve e gradualmente
diferentes ....................................................................... 98 no ápice ......................................................... 109
98(97). Processo prosternal com ápice fortemente expandido ......... 108(107). Metacoxas contíguas ou separadas estreitamente e o processo
...................................................... Laemophloeidae (♀♀) intercoxal do ventrito I agudo ou estreitamente arredondado;
― Processo prosternal com ápice não expandido fortemente ......... inserções antenais não visíveis do dorso; prosterno na
........................................................................................ 99 frente das coxas mais curto que o processo prosternal;
cavidades procoxais fechadas internamente; corpo oval a
99(98). Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B) oblongo, moderadamente convexo (Figs 31.372–374) ...
............................................................................. 100 ......................................................... Archeocrypticidae
― Cavidades procoxais abertas externamente .............. 101 ― Metacoxas moderada a amplamente separadas e o processo
100(99). Área pré-gular com par de cavidades cerdosas abertas intercoxal do ventrito I amplamente arredondado ou
lateralmente; metaventrito com carenas coxais; prosterno, truncado; inserções antenais expostas; prosterno na frente
na frente das coxas, pelo menos, ligeiramente mais curto das coxas mais longo que o processo prosternal; cavidades
que a cavidade procoxal; cavidade procoxal levemente procoxais abertas internamente; corpo alongado, lados
transversa ......................................................... Biphyllidae paralelos, achatado.............. Laemophloeidae (♂♂)
― Área pré-gular sem par de cavidades; metaventrito com
109(107).Ventritos I–III conatos; élitros cobrindo todos os
carenas coxais; prosterno, na frente das coxas, distintamente
tergitos ou deixando somente o ápice deles exposto;
mais longo que a cavidade procoxal; cavidade procoxal
corpo alongado, mais de 2 vezes mais longo que largo,
aproximadamente circular .................................... Silvanidae
fortemente achatado. ................. Tenebrionidae
101(99). Antenas sem clava distinta (pode ser incrassada) ..... 102 ― Todos os ventritos livres ou I e II conatos; élitros
― Antenas com clava distinta ......................................... 104 deixando, pelo menos, um tergito exposto; corpo com
comprimento de menos de 2 vezes a largura ou comprimido
102(101).Corpo estreito e alongado, mais de 3 vezes mais longo lateralmente, fortemente achatado, posteriormente
que largo; cabeça abruptamente constrita posteriormente
estreitado e cuneiforme............................. 110
formando pescoço largo; escapo (Fig. 31.517) mais de 3
vezes mais longo que o pedicelo (Fig. 31.518).... Silvanidae 110(109). Antenas (Fig. 31.391) sem clava distinta (por vezes incrassada);
― Comprimento do corpo menor que 3 vezes a largura; cabeça ápice abdominal (Fig 31.390) projetado além do élitro,
sem constrição abrupta posterior (por vezes com estreitamento formando espinho; metacoxas grandes, achatadas, contíguas
gradual); escapo menos de 3 vezes o comprimento do e fundidas ao metaventrito; cabeça com constrição abrupta
pedicelo .................................................................. 103 posterior formando pescoço estreito, bem adpressa ao protórax
103(102). Cavidades mesocoxais separadas por distância menor que o de modo que o pescoço não é visível; corpo comprimido
menor diâmetro de uma delas; ocelo mediano presente ou lateralmente, estreitado posteriormente e cuneiforme,
não; metaventrito sem sutura catepisternal; placas metacoxais pubescente (Fig. 31.392) .................. Mordellidae
desenvolvidas e completas; antenas pubescentes...Dermestidae ― Antenas (Fig. 31.91) com clava com um a três antenômeros;
― Cavidades mesocoxais separadas por distância maior que ápice abdominal não projetado em forma de espinho;
o menor diâmetro de uma delas; ocelo mediano ausente; metacoxas (Fig. 31.92) pequenas, móveis e amplamente
metaventrito com sutura catepisternal; placas metacoxais separadas; cabeça sem constrição abrupta posterior; corpo
pouco desenvolvidas ou ausentes; antenas glabras...... Elmidae glabro não comprimido ou cuneiforme (Figs 31.95–98) ..
.................................................................... Histeridae
104(101). Cavidades mesocoxais (Fig. 31.92) separadas por distância
maior que o menor diâmetro de uma delas; antenas (Figs 31. 111(106). Cavidades procoxais abertas externamente..... 112
5D, 93) geniculadas; comprimento do escapo maior que 3 ― Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B)
vezes o do pedicelo; élitros (Fig. 31.91) truncados, expondo, ..................................................................... 117
pelo menos, um tergito abdominal; corpo glabro e brilhante
112(111). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada). ... 113
(Fig. 31.95) .................................................. Histeridae
― Antenas com clava com três antenômeros (por vezes
― Cavidades mesocoxais separadas por distância menor
não muito distinta) ............................ Anthicidae
que o menor diâmetro de uma delas; antenas não
geniculadas; comprimento do escapo menor que 3 113(112). Tarsômeros do mesotarso não lobados ... Ripiphoridae
vezes o do pedicelo; élitros cobrindo todos os tergitos ― Pelo menos um tarsômero do mesotarso não lobado ... 114
abdominais ou deixando exposto o ápice de um deles;
corpo pubescente ..................................................... 105 114(113). Mesotarsômero III lobado e IV simples; abdômen
geralmente com quatro ventritos, se cinco presentes, então
105(104). Placas metacoxais bem desenvolvidas, completas; cabeça sutura entre I e II fraca ou incompleta; comprimento
hipognata; ocelo mediano presente ou não; fronte sem raramente excedendo 3,5 mm ................. Aderidae
cavidades ou sulcos ................................ Dermestidae ― Mesotarsômero IV lobado; abdômen com cinco ventritos
― Placas metacoxais ausentes; cabeça prognata; sem ocelo .................................................................... 115
mediano; fronte com par de cavidades pequenas geralmente
unidas por sulco fortemente arqueado (Fig. 31.478) ......... 115(114). Cabeça com constrição abrupta posterior formando
................................................................. Cavognathidae pescoço estreito (às vezes escondido) ............ 116
― Cabeça gradualmente estreitada atrás dos olhos, encaixando-
106(93). Cavidades mesocoxais separadas por distância maior que o se no pronoto de maneira telescopada .... Melandryidae
menor diâmetro de uma delas ................................... 107
596
COLEOPTERA
116(115). Olhos (Fig. 31.406) profundamente emarginados; alongada, densamente pubescente; superfície dorsal
esporões tibiais pubescentes; ventrito I sem processo lisa, pubescente; élitros não costados; tergito VII com
i n t e rc ox a l ( Fi g . 3 1 . 4 0 7 ) . . . . . . . . . . . S c rapt iidae sulco mediano ................................ Sphindidae
― Olhos não ou levemente emarginados; esporões tibiais sem
pubescência; ventrito I com processo intercoxal agudo a 126(39). Tarsos 5-5-5 ............................................... 127
amplamente arredondado (Fig. 31.371) ... Anthicidae ― Tarsos 5-5-4 ................................................. 156
117(111). Processo prosternal não, ou leve e gradualmente expandido 127(126). Cavidades procoxais abertas externamente ............ 128
no ápice ......................................................... 118 ― Cavidades procoxais fechadas externamente (Fig. 31.6B)
― Processo prosternal forte e geralmente abruptamente ............................................................................. 137
expandido no ápice ................................ Archeocrypticidae 128(127). Abdômen com seis ventritos. Cavidades mesocoxais
118(117). Inserções antenais expostas; processo prosternal separadas; élitros cobrindo todos os tergitos ou deixando
incompleto, terminando entre as coxas; todos os ventritos exposto total ou parcialmente um deles; discrímen ausente
livres ....................................................... Anthicidae ou presente no metaventrito; corpo pubescente, geralmente
― Inserções antenais não visíveis do dorso; processo prosternal com constrição entre o protórax e élitros, assumindo
completo, estendendo-se atrás das coxas; ventritos I– aspecto de formiga (se não, então protórax com par de
III conatos ..................................... Tenebrionidae impressões basais) (Fig. 31.151) ............... Staphylinidae
― Abdômen com cinco ventritos .................................. 129
119(92). Cavidades procoxais fechadas externamente ........ 120
― Cavidades procoxais abertas externamente ........ 122 129(128). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada) ...... 130
― Antenas com clava distinta, clava composta de um a sete
120(119). Antenas com oito ou nove antenômeros; cabeça com antenômeros ............................................................ 133
rostro mais longo que largo; pronoto com linhas ou
carenas laterais submarginais................. Silvanidae 130(129). Pronoto com ângulos posteriores projetados; inserções
― Antenas com dez antenômeros; cabeça sem rostro; pronoto antenais não visíveis do dorso ..................................... 131
sem linhas ou carenas laterais submarginais ................ 121 ― Pronoto com ângulos posteriores não projetados; inserções
antenais visíveis do dorso ........................................ 132
121(120). Abdômen com cinco ventritos; procoxas globulares e não
projetadas abaixo do prosterno; clava antenal com um ou dois 131(130). Pronoto (Fig. 31.260) com ângulos posteriores fortemente
antenômeros e globular (Fig. 31.497) ....... Monotomidae projetados .................................................... Elateridae
― Abdômen com seis ventritos; procoxas cônicas e projetadas ― Pronoto com ângulos posteriores levemente projetados
abaixo do prosterno; clava antenal com um antenômero e (Fig. 31.253) ......................................... Cerophytidae
muito mais longa que larga ................................ Cleridae
132(130). Corpo alongado, lados paralelos, glabro; cabeça prognata;
122(119). Cavidades mesocoxais (Fig. 31.100) separadas por prosterno, na frente das coxas, muito mais longo que o menor
distância menor que o menor diâmetro de uma delas; diâmetro da cavidade coxal; comprimento quase sempre
metacoxas contíguas ou estreitamente separadas; antena maior que 10 mm (Figs 31.513–514) ............... Passandridae
com nove antenômeros, clava com três antenômeros, clava ― Corpo geralmente curto e largo, se alongado então tegumento
precedida de antenômero fortemente transverso, glabro e pubescente; cabeça (Fig. 31.340) fortemente declinada
cupuliforme (cúpula); tíbia geralmente espinhosa; palpo (hipognata); prosterno, na frente das coxas, mais curto que
maxilar mais longo que a antena (Figs 31.101, 103) ..... o menor diâmetro da cavidade coxal; comprimento menor
............................................................ Hydrophilidae que 8 mm ..................................................... Ptinidae
― Cavidades mesocoxais separadas por distância maior que
o menor diâmetro de uma delas; metacoxas moderada 133(129). Cabeça moderada a fortemente declinada (hipognata) ... 134
a amplamente separadas ....................................... 123 ― Cabeça prognata ou levemente declinada ........................... 135
123(122). Élitros truncados deixando, pelo menos, um tergito 134(133). Margem externa da mesotíbia (Fig. 31.328) portando
exposto; antenas (Fig. 31.93) geniculadas, escapo 3 vezes espinhos ou dentes na maior parte de sua extensão; sutura
mais longo que o pedicelo; superfície dorsal geralmente frontoclipeal distinta (Fig. 31.324); junção do metatrocanter
lisa, brilhante e glabra (Fig. 31.95) .............. Histeridae com o fêmur fortemente oblíqua (Fig. 31.155) ... Bostrichidae
― Élitros cobrindo todos os tergitos abdominais ou deixando ― Margem externa da mesotíbia simples; sutura frontoclipeal
exposto o ápice de um deles; antenas não geniculadas, ausente; junção do metatrocanter com o fêmur transversa
comprimento do escapo menor que 3 vezes o do pedicelo ... 124 ou levemente oblíqua ............................................ Ptinidae
124(123). Clava antenal com seis antenômeros, pectinada; prosterno na 135(133). Comprimento menor que 1,5 vezes a largura; corpo amplamente
frente das coxas muito longo, estendendo-se abaixo da cabeça oval e fortemente achatado; pronoto com endocarena
como mentoneira; tarsômero V mais longo que o comprimento mediana (visível como sutura distinta) .... Laemophloeidae
combinado dos tarsômeros I–IV (Fig. 31.225). ..... Dryopidae ― Comprimento maior que 1,5 vezes a largura; pronoto sem
― Clava antenal com um a três antenômeros; prosterno endocarena mediana ................................................. 136
relativamente curto, não formando mentoneira; tarsômero
136(135). Epipleura incompleta ou ausente; região occipital sem
V muito mais curto que o comprimento combinado dos
área estridulatória; ventrito I distintamente mais longo
tarsômeros I–IV ...................................................... 125
que o II; ápices elitrais espaçados quando em repouso
125(124). Cabeça moderada a fortemente declinada (hipognata); (causada por deflexão da borda sutural); porção anterior
antenas com sete ou nove antenômeros, clava compacta da carena pronotal lateral ou porção ântero-lateral do
que pode ser indivisa ou dividida indistintamente em três disco pronotal com uma ou mais aberturas glandulares
partes; superfície dorsal tuberculada; élitros costados; tergito geralmente alojadas em calosidades; cavidades procoxais
VII sem sulco mediano (Fig. 31.90)......... Georissidae geralmente amplamente abertas, sem ou com projeções
― Cabeça prognata ou levemente declinada; antenas com coxais muito curtas; ventrito I geralmente sem carenas
dez antenômeros, clava claramente com três antenômeros, pós-coxais, se presentes são curvas .... Cryptophagidae
597
COLEOPTERA
― Epipleura completa alcançando o ápice ou quase; ― Sutura frontoclipeal ausente; epipleura completa até o ápice;
ventrito I não ou ligeiramente mais longo que o II; corpo cavidades procoxais abertas internamente ou fechadas por
elíptico ou alongado, com élitros distintamente curvados barra estreita; tíbias expandidas apicalmente; tarsômero
lateralmente; se corpo alongado e com lados paralelos, I não mais curto que o II ................................. 143
então base do pronoto muito mais estreita que a largura
combinada das bases dos élitros; carena lateral do pronoto 143(142). Cavidades procoxais abertas externamente .............. 144
simples, levemente ondulada ou microdenticulada; ― Cavidades procoxais fechadas externamente .............. 148
região occipital com ou sem áreas estridulatórias; tarsos 144(143). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada) ....... 145
simples ou tarsômeros I–III lobados.... Erotylidae – Antenas com clava com dois ou três antenômeros ...... 147
137(127). Protrocantinos, pelo menos, parcialmente expostos; 145(144). Comprimento maior que 4 vezes a largura; corpo fortemente
cavidades procoxais fortemente transversas; processo achatado; mesanepisternos distintamente separados na
prosternal distintamente expandido no ápice; antenas com região mediana; mesoventrito amplamente arredondado
dez ou menos antenômeros, clava com um antenômero; na região anterior ...................................... Mycteridae
metacoxas estendendo-se lateralmente até a epipleura; ― Comprimento menor que 4 vezes a largura; corpo não
empódio bem desenvolvido e bicerdoso ....... Trogossitidae fortemente achatado; se mesanepisternos separados na região
― Protrocantinos, completamente escondidos; demais mediana então mesoventrito truncado na região anterior .... 146
caracteres diferentes ou ausentes .......................... 138
146(145). Mesanepisternos contíguos ou estreitamente separados
138(137). Labro fundido ao clípeo, não aparente; carena pronotal na região mediana de modo que o mesoventrito é agudo
lateral ausente ou incompleta; escapo antenal mais de 3 vezes anteriormente; cavidades mesocoxais separadas; ventritos
o comprimento do pedicelo, clava antenal compacta ou com livres......................................................... Salpingidae
um antenômero; margem externa das tíbias denteadas (às vezes ― Mesanepisternos bem separados na região mediana;
com espinhos encaixados em soquetes) ou tarsos filiformes e mesoventrito não agudo anteriormente; ventritos I–III
distintamente mais longos que as tíbias ....................... 139 ou IV conatos, ventrito II com área pubescente nos ♂♂
― Labro livre, visível; carena pronotal lateral completa; .............................................................. Mycteridae
escapo antenal menos de 3 vezes o comprimento do
pedicelo, clava antenal, pelo menos, com dois antenômeros, 147(144). Inserções antenais visíveis do dorso; metatrocanter mais de
geralmente não compacta; margem externa das tíbias 2 vezes mais longo que largo, junção com a fêmur transversa
não denteadas ou espinhosas; tarsos sempre mais curtos ou levemente oblíqua; região occipital com crista ou
que as tíbias .................................................... 140 carena transversa .......................... Cryptophagidae (♂♂)
― Inserções antenais não visíveis do dorso; corpo oval; base
139(138). Olhos aproximadamente circulares; tarsômero basal mais do protórax tão larga, ou mais estreita, quanto à largura
longo que o comprimento combinado dos dois seguintes; combinada das bases dos élitros; olhos de tamanho variado;
comprimento entre 5–10 mm ............... Curculionidae hipômero sem cavidade antenal; superfície lisa, glabra (Fig.
― Olhos alongados dorso-ventralmente; tarsômero basal mais 31.446) ou dorso tuberculado ou costado, coberto com
curto que o comprimento combinado dos dois seguintes; cerdas escamiformes (Figs 31.447, 452) .... Zopheridae
raramente com comprimento maior que 5 mm ..............
................................................................ Curculionidae 148(143). Antenas com dez antenômeros; cabeça com rostro o qual é
mais longo que largo; pronoto com três sulcos longitudinais
140(138). Antenas com sete antenômeros, clava com três antenômeros
..................................................... Salpingidae
e pubescente, antenômero precedente à clava glabro e
― Antenas com 11 antenômeros; cabeça sem rostro; pronoto
cupuliforme; antenas mais curtas ou ligeiramente mais
sem sulcos longitudinais ......................................... 149
longas que os palpos maxilares; sutura frontoclipeal distinta,
angulada e unida no meio à sutura mesocranial; dorso 149(148). Processo prosternal não ou somente leve e gradualmente
glabro, ventre densamente coberto por pubescência curta expandido no ápice ..................................... Tenebrionidae
e fina; cabeça e pronoto granulados ou com pontuação ― Processo prosternal forte e abruptamente expandido no ápice
confluente (Fig. 31.99) ........................... Hydrochidae .................................................................................... 150
― Antenas muito mais longas que os palpos maxilares, pelo
menos com 9 antenômeros, antenômero precedente a 150(149). Antenas alojadas em depressões no hipômero; todas as
clava não cupuliforme; sutura frontoclipeal ausente, ou, coxas moderada a amplamente separadas; dorso tuberculado;
se presente, então levemente curvada e não unida a sutura comprimento maior que 20 mm .................. Zopheridae
mesocranial; dorso glabro ou pubescente, ventre não coberto ― Antenas não alojadas em depressões no hipômero; pró e
por pubescência curta e fina ............................................ 141 metacoxas contíguas; dorso não tuberculado; comprimento
menor que 5 mm ............................................ Salpingidae
141(140). Antenas com nove antenômeros, clava compacta com
dois antenômeros; metacoxas estendendo-se lateralmente 151(38). Metatarso com quatro tarsômeros..................................... 152
até a epipleura; corpo fortemente convexo e coberto por ― Metatarso com cinco tarsômeros ..................................... 153
cerdas finas, longas e eretas; tarsômero I muito mais curto 152(151). Corpo oval a subcircular (bordas laterais do pronoto e
que o II ............................................ Trogossitidae élitros formando arco contínuo); pronoto com margens
― Antenas com 11 antenômeros, clava com dois ou três laterais explanadas obliquamente, com carena lateral fina
antenômeros; metacoxas não se estendendo até a epipleura; e simples; procoxas não projetadas, oval ou circular (Fig.
corpo fortemente convexo e coberto por cerdas finas, longas 31.515) ....................................................... Phalacridae
e eretas; se tarsômero I muito mais curto que o II, então ― Corpo alongado com lados subparalelos e não formando arco
corpo alongado e lados aproximadamente paralelos ..... 142 contínuo; pronoto com margens laterais não explanadas,
142(141). Sutura frontoclipeal presente; epipleura incompleta ou ausente; sem carena lateral; procoxas projetadas .......... Aderidae
cavidades procoxais amplamente fechadas internamente; 153(151). Cabeça sem rostro alongado ..................................... 154
tíbias não expandidas apicalmente; tarsômero I distintamente ― Cabeça com rostro alongado ..................................... 174
mais curto que o II (Fig. 31.155) ...... Bostrichidae
598
COLEOPTERA
154(153). Antenas sem clava distinta (por vezes incrassada) ...... 155 ― Labro não visível; margens laterais do pronoto simples;
― Antenas com clava distinta composta de um a sete cavidades procoxais contíguas; cabeça sem carena occipital
antenômeros ............................................................ 167 ou sulcos longitudinais ........................... Belidae
155(154). Metacoxas escavadas formando placa; carena pronotal 166(161). Ventritos I–IV conatos; cabeça, (Fig. 31.598) quase
lateral bem desenvolvida posteriormente, mas obsoleta sempre, com rostro curto; carenas laterais do pronoto
próximo à parte anterior; parte posterior do pronoto distintas na região posterior e ausentes na anterior; maxilas
finamente crenulada e com quatro escavações; escutelo reduzidas e parcialmente encobertas pelas projeções
profundamente fendido anteriormente; esporões tibiais genais (Fig. 31.590) ......................... Anthribidae
pubescentes; antenômeros IV–X, nos ♂♂ , com apêndice ― Ventritos basais livres ou I e II conatos, em Cryptocephalinae,
articulado (Fig. 31.239) ...................... Ptilodactylidae dois ou três sub-basais conatos; cabeça, sem rostro; carenas
― Metacoxas não escavadas, não formando placa; outros laterais do pronoto completas ou ausentes; maxilas bem
caracteres diferentes ........................................... 156 desenvolvidas e não encobertas pelas projeções genais ..
..................................................... Chrysomelidae
156(126, 155). Processo prosternal incompleto, terminando
entre as coxas; cabeça fortemente declinada (hipognata); 167(154). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas
lateralmente pelo mesepímero ................................... 168
protórax estreitado anteriormente, com carena lateral
― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso
incompleta; metafêmur expandido, um ou mais dentes
e metaventrito ................................................. 170
na margem interna; garras denteadas (Figs 31.265,468,
541, 545–547) ...................... Chrysomelidae 168(167). Procoxas projetadas abaixo do prosterno .... Cleridae
― Processo prosternal completo, terminando atrás das coxas; ― Procoxas não projetadas abaixo do prosterno .... 169
outros caracteres diferentes ............................... 157
169(168). Cavidades procoxais com formato aproximadamente
157(156). Antenas defletidas e inseridas em tubérculos elevados, circular, amplamente fechadas externamente, abertas
escapo mais de 3 vezes o comprimento do pedicelo ..... 158 internamente; protrocantinos escondidos, maxila
― Antenas inseridas em tubérculos elevados ou não; escapo com gálea e lacínia ................................... Silvanidae
mais curto que 3 vezes o comprimento do pedicelo; se escapo ― Cavidades procoxais distintamente transversas,
mais de 3 vezes o comprimento do pedicelo, antenas com estreitamente abertas a amplamente fechadas externamente;
comprimento menor que 2/3 do comprimento do corpo e protrocantinos expostos (Fig. 31.249) .... Nitidulidae
não inseridas em tubérculos elevados .......................... 161 170(167). Cavidades procoxais geralmente abertas externamente
158(157). Comprimento da antena no máximo atingindo 2/3 do ............................................................. 171
comprimento do corpo (Figs 31.587, 588) .... Vesperidae ― Cavidades procoxais fechadas externamente .... 191
― Comprimento da antena, em geral, de maior que 171(170). Corpo muito curto e largo, comprimento menor que 1,5
2/3 do comprimento do corpo ........................... 159 vezes a largura; lados uniformemente curvados; cabeça
distintamente transversa; lados do pronoto obliquamente
159(158). Ângulo apical externo da protíbia com um ou mais
explanados; garras denteadas ........... Phalacridae
dentes ou espinhos retos ou voltados para fora (Fig.
― Corpo alongado, comprimento maior que 1,5 vezes a largura;
31.581) ........................................ Disteniidae
lados aproximadamente paralelos; cabeça tão longa quanto
― Ângulo apical externo da protíbia simples ou projetado
larga; lados do pronoto não explanados; garras simples .... 172
levemente, sem lobo, dentes ou espinhos ........ 160
172(171) Carena pronotal lateral completa ou incompleta; palpômero
160(159). Esporões tibiais 2-2-1 ...................... Vesperidae maxilar apical bem desenvolvido, cupuliforme ou securiforme;
― Esporões tibiais, na maioria das espécies, 2-2-2 ... Cerambycidae sutura frontoclipeal presente ou ausente; disco do pronoto
161(157). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas simples, com ou sem par de depressões sub-basais unidas
lateralmente pelo mesepímero .............................. 162 por sulco transversal (Fig. 31.488) .................... Erotylidae
― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo ― Carena pronotal lateral incompleta anteriormente
meso e metaventrito ....................................... 166 ou ausente; palpômero maxilar apical reduzido e
cilíndrico ou fusiforme ......................................... 173
162(161). Inserções antenais visíveis do dorso ................. 163
173(172). Labro (Fig. 31.592) livre e visível em sua maior parte;
― Inserções antenais não visíveis do dorso ................... 165
antenas (Fig. 31.589) não geniculadas, escapo menor
163(162). Mesonoto com área estridulatória, ou seja, ranhuras que 3 vezes o comprimento do pedicelo; ventritos I–IV
transversais muito finas entre o pronoto e escutelo (não conatos .............................................. Anthribidae
facilmente visível) ........................ Megalopodidae ― Labro solidamente fundido ao clípeo; antenas
― Mesonoto sem área estridulatória ............................ 164 geniculadas, escapo maior que 3 vezes o comprimento
do pedicelo; ventritos I e II conatos; margem externa
164(163). Escleritos cervicais (escleritos na membrana entre a da mesotíbia simples ou espinhos ou dentes em quase
cabeça e o protórax) ausentes, edeago do tipo crisomeloide toda a extensão ................................. Curculionidae
(parâmeros se articulam-se à região póstero-ventral
do tégmen) ............................. Chrysomelidae 174(153). Antenas com 11 antenômeros .......................... 175
― Escleritos cervicais presentes, edeago do tipo cucujoide ― Antenas com menos de 11 antenômeros ................. 183
(tégmen reduzido, parâmeros fundidos, reduzidos ou 175(174). Labro livre e visível em sua maior parte ................ 176
ausentes) ....................................... Orsodacnidae ― Labro fundido ao clípeo .............................................. 177
165(162). Labro visível; margens laterais do pronoto geralmente 176(175). Cavidades mesocoxais distantes, separadas por distância
denteadas ou denticuladas; cavidades procoxais distintamente menor que 0,4 vezes o menor diâmetro de uma delas;
separadas; cabeça com carena occipital e par de sulcos ventritos livres; pronoto sem carena lateral (Figs
longitudinais frontais (Fig. 31.518) .......... Silvanidae 31.631–632) ......................................... Nemonychidae
599
COLEOPTERA
― Cavidades mesocoxais próximas, separadas por distância vezes mais longo que largo ou corpo subcircular e cabeça
maior que 0,4 vezes o menor diâmetro de uma delas; muito mais estreita que a base do pronoto ............... 186
ventritos I–IV conatos; pronoto quase sempre com carena ― Se tarsômeros I–III expandidos e ventralmente cerdosos,
lateral (às vezes muito curta ou indistinta) ..... Anthribidae então III não bilobado; cabeça quase tão larga quanto a
base do pronoto; vértex não declinado; se peças bucais são
177(175). Antenas sem clava distinta, por vezes incrassada; direcionadas ventralmente, então cabeça hipognata ...... 187
comprimento dos élitros mais de 2 vezes a largura combinada
de ambos ........................................................... 178 186(185). Inserções antenais bem separadas, distintamente
― Antenas com clava distinta consistindo de um a três ou elevadas e frequentemente localizadas na emarginação
quatro antenômeros, se clava não muito distinta, então dos olhos; antenas estendendo-se bem além da metade
comprimento élitros menor que 2 vezes a largura combinada dos élitros; protíbia com limpador de antena subapical
de ambos .......................................................179 (sulco cerdoso) ................................ Cerambycidae
― Inserções antenais (Fig. 31.542) aproximadas e não elevadas;
178(177). Cavidade mesocoxal parcialmente fechada lateralmente antenas nunca se estendendo além da metade dos élitros; protíbia
pelo mesepímero; ventritos I e II livres e com largura similar sem limpador de antena subapical .................. Chrysomelidae
ou ligeiramente mais largos que o III, IV ou V; cabeça sem
constrição abrupta posterior (Fig. 31.597) ........ Belidae 187(185). Protrocantinos, pelo menos, parcialmente expostos...... 188
― Cavidade mesocoxal fechada lateralmente por junção ― Protrocantinos completamente escondidos............. 194
ampla do meso e metaventritos; ventritos I e II
188(187). Antenas com sete antenômeros, cúpula pubescente,
conatos ou completamente fundidos (sutura entre eles
clava com três antenômeros; pronoto curto, largo e
incompleta ou ausente), muito mais longos que o III,
expandido anteriormente; carena pronotal lateral denticulada
IV ou V; cabeça com constrição abrupta posterior (Figs
(Fig. 31.104) ................................... Spercheidae
31.600–601 ............................................... Brentidae
― Antenas com dez antenômeros, clava com dois antenômeros;
179(177). Comprimento do corpo maior que 3 vezes a largura ... 180 metacoxas com placas amplas escondendo os fêmures;
― Comprimento do corpo menor que 3 vezes a largura ... 181 corpo capaz de conglobar; cabeça fortemente declinada e
encaixando-se nas mesocoxas; tarsos simples e filamentosos
180(179). Antenas (Fig. 31.598) não geniculadas, escapo menos (Fig. 31.80) ....................................... Clambidae
de 3 vezes o comprimento do pedicelo ......................... ― Antenas com nove a 11 antenômeros; corpo, se capaz de
..................................................................... Brentidae conglobar, então metacoxas sem placa e tarsos com lobos
― Antenas (Fig. 31.603) geniculadas, escapo maior que 3 vezes ventrais cerdosos .................................................. 189
o comprimento do pedicelo (Fig. 31.619) ..... Curculionidae
189(188). Antenas muito mais curtas que a largura da cabeça,
181(179). Comprimento do metatrocanter maior que 2 vezes a largura; incrassadas ou com os últimos sete antenômeros
junção do metatrocanter com o fêmur transversa ou levemente expandidos formando clava assimétrica e pouco compacta;
oblíqua; corpo com formato característico, mais largo na região comprimento do corpo maior que 2 vezes a largura,
mediana dos élitros e gradualmente estreitado em direção a um pouco achatado e pubescente; margem externa com
região anterior (Fig. 31.600) ....................... Brentidae espinhos longos (Fig. 31.231) ................ Heteroceridae
― Comprimento do metatrocanter menor que 2 vezes ― Antenas com clava distinta de um a cinco antenômeros;
a largura; junção do metatrocanter com o fêmur se antena ligeiramente mais curta que a largura da cabeça,
fortemente oblíqua ................................................... 182 então comprimento do corpo menor que 1,5 vezes a
182(181). Antenas (Fig. 31.604) geniculadas, escapo maior que 3 largura, fortemente convexo e glabro .....................190
vezes o comprimento do pedicelo; ventritos I e II conatos 190(189). Clava antenal (Fig. 31.108) com cinco antenômeros
(Fig. 31.624) ............................................... Curculionidae sendo o segundo (antenômero VIII) menor que o
― Antenas não geniculadas, escapo menor que 3 vezes o primeiro ou terceiro antenômeros clavais; procoxas
comprimento do pedicelo; ventritos I–III ou IV conatos globulares ou cônicas externamente e projetadas muito
(Fig. 31.594–29.596) ............................. Attelabidae além do prosterno (Figs 31.111–112) ................. Leiodidae
― Número de antenômeros da clava antenal diferente
183(174). Antenas não geniculadas, escapo menor que 3 vezes o
de cinco ou o segundo antenômero claval subigual
comprimento do pedicelo; antenas com dez antenômeros,
ou maior que o primeiro; procoxas transversas e não
clava com um antenômero e 5 vezes mais longa que larga
projetadas além do prosterno ............................. 191
..................................................................... Brentidae
― Antenas geniculadas, escapo maior que 3 vezes o comprimento 191(170, 190). Cavidades mesocoxais contíguas ou subcontíguas;
do pedicelo; comprimento da clava menor que de 5 vezes mesoventrito sem cavidade ................................. 192
a largura.................................................................. 184 ― Cavidades mesocoxais moderada a amplamente separadas;
mesoventrito com cavidade distinta na qual o processo
184(183). Comprimento do metatrocanter maior que 2 vezes a
prosternal se encaixa ............................................... 193
largura; junção do metatrocanter com o fêmur transversa
ou levemente oblíqua; antenas com nove antenômeros, clava 192(191). Corpo muito curto e largo, comprimento menor que
com três antenômeros e pouco compacta...... Brentidae 1,5 vezes a largura, fortemente convexo, glabro, capaz de
― Comprimento do metatrocanter menor que 2 vezes a conglobar; cabeça fortemente declinada encaixando-se nas
largura; junção do metatrocanter com o fêmur fortemente mesocoxas; metacoxas moderada a amplamente separadas;
oblíqua; clava compacta (Fig. 31.604).......... Curculionidae tarsômeros basais lobados .......................... Nitidulidae
― Comprimento do corpo maior que 1,5 vezes a largura,
185(38). Tarsômeros I–III expandidos e ventralmente cerdosos, III
leve a fortemente achatado, densamente cerdoso;
profundamente bilobado; vértex forte e profundamente
metacoxas contíguas a estreitamente separadas; tarsômeros
declinado de modo que as peças bucais são direcionadas
não lobados; ♂♂ com protarsos com três tarsômeros
ventral ou póstero-ventralmente, apesar da base da cabeça (Fig. 31.394) ........................ Mycetophagidae
não ser declinada; comprimento do corpo mais de 2
600
COLEOPTERA
193(191). Metacoxas transversas, estreitamente separadas, com placas 202(201). Clava antenal com um antenômero; ventrito I com
coxais completas e transversas; tíbias espinhosas; cabeça par de carenas pós–coxais; crista ou carena occipital
com crista ou carena occipitais transversais; olhos laterais, transversal presente; comprimento do discrímen metaventral
bem separados; clava antenal com dois antenômeros; maior que 0,25 vezes o comprimento do metaventrito;
cerdas escamiformes (Fig. 31.219) ........... Byrrhidae protórax com par de cavidades nos ângulos anteriores
― Metacoxas subglobulares, amplamente separadas, para recepção das antenas ........................... Cerylonidae
sem placas coxais; tíbias não espinhosas; cabeça sem ― Clava antenal (Fig. 31.362) com três antenômeros; ventrito
crista ou carena occipital transversais; olhos laterais, I sem par de carenas pós–coxais; crista ou carena occipital
bem separados; clava antenal com três antenômeros; transversal ausente; protórax sem cavidades nos ângulos
cerdas finas e decumbentes ................. Limnichidae anteriores (Fig. 31.364) ..................... Endomychidae
― Metacoxas grandes e oblíquas, aproximadas, placas coxais
bem desenvolvidas; metatíbias espinhosas; cabeça sem 203(196). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
crista ou carena occipital transversais; olhos dorsais, pelo mesepímero ...................................................... 204
aproximados; clava antenal com quatro antenômeros; ― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso e
cerdas finas e decumbentes ..................... Limnichidae metaventrito; se meso e metaventrito levemente separados
então mesepímero não se estende entre eles até a cavidade
194(187). Cabeça hipognata e escondida pelo pronoto; antenas coxal ....................................................................... 206
curtas, com 9 antenômeros, clava com três antenômeros;
procoxas grandes, encobrindo o prosterno; prosterno 204(203). Ventrito I com processo intercoxal amplamente truncado
curto e côncavo, formando apoio para a cabeça; dorso e par de carenas pós-coxais; cavidades mesocoxais
tuberculado; élitros com cristas ............ Georissidae separadas por distância maior que o menor diâmetro
― Cabeça não hipognata e não escondida pelo pronoto; de uma delas; metaventrito com par de carenas pós-
antenas com mais de nove antenômeros, se número de coxais; antenas com dez antenômeros, clava com dois
antenômeros menor, então clava com um antenômero; antenômeros ................................ Endomychidae
outros caracteres diferentes ...................................... 195 ― Ventrito I com processo intercoxal agudo, sem carenas
195(194). Cavidades procoxais abertas externamente ............. 196 pós-coxais; cavidades mesocoxais separadas por distância
― Cavidades procoxais fechadas externamente .......... 208 menor que a metade do menor diâmetro de uma delas;
metaventrito sem par de carenas pós-coxais......... 205
196(195). Inserções antenais visíveis do dorso .................... 197
― Inserções antenais não visíveis do dorso .................. 203 205(204). Antenas (Fig. 31.393) com 11 antenômeros, clava com
três antenômeros; cavidades procoxais amplamente
197(196). Abdômen com seis ventritos ............................ 198 abertas externamente e fechadas internamente; tarsos
― Abdômen com cinco ventritos .................................. 199 3-4-4 nos ♂♂ .......................... Mycetophagidae
198(197). Antenas com quatro antenômeros, clava com um ― Antenas com dez antenômeros, clava com dois ou três
antenômero; comprimento do corpo maior que 1,5 antenômeros; cavidades procoxais estreitamente abertas
vezes a largura; mesocoxas separadas por distância menor externamente e abertas internamente; tarsos 4-4-4 nos
que o menor diâmetro de uma cavidade coxal; lados do ♂♂ e ♀♀ (Fig. 31.375) ................................... Ciidae
pronoto e élitros não formando curva contínua; ventrito 206(203). Cavidades procoxais fechadas internamente por
I sem carenas coxais .......................... Endomychidae trave estreita; ventritos livres; ventrito V sem sulco
― Antenas (Figs 31.358–359) com 11 antenômeros, clava transverso ............................................................... 207
com três antenômeros; comprimento do corpo menor que ― Cavidades procoxais abertas internamente por trave
1,5 vezes a largura; mesocoxas separadas por distância maior estreita; três ou mais ventritos basais conatos (às vezes
que o menor diâmetro de uma cavidade coxal; lados do aparentemente livres quando separados por sulcos
pronoto e élitros formando curva contínua; ventrito I com
distintos); ventrito V frequentemente com sulco subapical
par de carenas coxais (Fig. 31.360) ............. Corylophidae
transverso e curvo ........................................................ 229
199(197). Processo intercoxal do ventrito I estreitamente arredondado
207(206). Corpo com lados não paralelos; discrímen metatorácico
ou agudo .................................................................. 200
presente; dorso densamente cerdoso ... Mycetophagidae
― Processo intercoxal do ventrito I amplamente truncado .. 201
― Corpo com lados paralelos; discrímen metatorácico
200(199). Comprimento do corpo menor que 1,5 vezes a largura; ausente; dorso glabro; olhos geralmente presentes;
lados do pronoto e élitros formando curva contínua, carena pronotal lateral simples, levemente ondulada
forte e obliquamente explanados; sutura frontoclipeal posteriormente ou com alguns dentes não muito distintos;
ausente; tarsômeros I–III lobados; garras denteadas processo prosternal com lados paralelos ou fortemente
(Fig. 31.515) .......................................... Phalacridae expandido no ápice (Fig. 31.403) ....... Salpingidae
― Comprimento do corpo maior que 1,5 vezes a largura;
lados do pronoto e élitros não formando curva contínua, 208(195). Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
não explanados; sutura frontoclipeal presente; tarsômeros pelo mesepímero ................................................... 209
não lobados; garras simples (Fig. 31.344) .... Bothrideridae ― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso
e metaventrito .................................................... 213
201(199). Margem posterior do ventrito V crenulada; sutura
frontoclipeal ausente; palpo maxilar apical acicular, 209(208). Ventritos livres ..................................................... 210
muito mais estreito e geralmente mais curto que o pré- ― Ventritos I–II ou I–III conatos ................................... 211
apical ......................................................... Cerylonidae
210(209). Antenas com oito antenômeros, clava com um antenômero;
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; sutura
metacoxas contíguas, mas levemente transversas e bem
frontoclipeal presente; palpo maxilar apical não acicular,
separadas das epipleuras; sutura frontoclipeal ausente;
não ou somente ligeiramente mais estreito e geralmente
empódio bem desenvolvido; ventritos fortemente achatados
mais longo que o pré-apical.......................... 202
e no mesmo plano ................................ Trogossitidae
601
COLEOPTERA
― Antenas com dez antenômeros, clava com dois ou três pectinada ou flabelada; carena pronotal lateral presente ou
antenômeros; metacoxas fortemente transversas, estendendo- ausente; disco pronotal com ou sem carena longitudinal; sulco
se quase até as epipleuras; sutura frontoclipeal presente; empódio subantenal presente ou ausente; tíbias podem ser ligeiramente
reduzido ou aparentemente ausente; ventritos fortemente expandidas e achatadas (Fig. 31.441) .......... Tenebrionidae
curvos e em planos diferentes ................................. Ciidae
219(38). Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pela junção
211(209). Antenas com três ou oito antenômeros, clava com do meso e metaventrito; sutura frontoclipeal ausente;
um antenômero; lados do pronoto subparalelos e não comprimento da antena maior que 2 vezes a largura da cabeça,
explanados; carena pronotal lateral simples; processo clava com três antenômeros, pouco compacta, com vesículas
prosternal não expandido apicalmente; pronoto e élitros sensoriais; cabeça encoberta pela porção anterior do pronoto
com cristas longitudinais ................... Tenebrionidae ou, se não, então comprimento do prosterno na frente das
― Antenas com 11 antenômeros, clava com dois ou coxas maior que 2 vezes o menor diâmetro da cavidade
cinco antenômeros; lados do pronoto aproximadamente procoxal projetado formando mentoneira; palpômero maxilar
arredondados, explanados ou denteados; carena pronotal apical cilíndrico ou estreitado apicalmente .......... 250
lateral simples; processo prosternal expandido apicalmente; ― Cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
pronoto e élitros sem cristas ....................................... 212 pelo mesepímero; se sutura frontoclipeal ausente, então
comprimento da antena menor que 2 vezes a largura da
212(211). Dois ventritos conatos; clava antenal com dois antenômeros; cabeça, clava relativamente compacta, pouco distinta;
carena lateral do pronoto explanada; processo prosternal cabeça raramente encoberta pela porção anterior do
reto, mas oblíquo em vista lateral ....... Archeocrypticidae pronoto ou, se assim, então palpômero maxilar apical
― Três ventritos conatos; clava antenal com cinco antenômeros, expandido apicalmente e securiforme ............. 220
assimétrica; carena lateral do pronoto denteada; processo
prosternal distintamente curvado em vista lateral ....... 220(219). Sutura frontoclipeal presente; comprimento da antena
........................................................... Tenebrionidae maior que 2 vezes a largura da cabeça, geralmente com
clava grande e pouco compacta; ventrito I sem carenas pós-
213(208). Inserções antenais visíveis do dorso ..................... 214 coxais; palpômero maxilar apical cilíndrico ou fusiforme,
― Inserções antenais não visíveis do dorso ................... 217 não expandido apicalmente; pronoto geralmente com par
214(213). Carena pronotal lateral incompleta anteriormente ou de impressões basais, carena basal ou carena submarginal
ausente ..................................................... Zopheridae (Fig. 31.362) .............................. Endomychidae
― Carena pronotal lateral completa e definida .... 215 ― Sutura frontoclipeal ausente; comprimento da antena menor
que 2 vezes a largura da cabeça, clava curta, compacta e pouco
215(214). Margem posterior do ventrito V crenulada; palpo maxilar distinta; ventrito I com carenas pós-coxais curvas; palpômero
apical acicular, muito mais estreito e geralmente mais maxilar apical expandido e truncado apicalmente, em
curto que o pré-apical; sutura frontoclipeal ausente .. Microweiseinae e Sticholotidini e Scymnillini (Coccinellinae)
.......................................................... Cerylonidae estreitado apicalmente; pronoto sem par de impressões
― Margem posterior do ventrito V simples; palpo maxilar basais ou carena. (Fig. 31.346) ............. Coccinellidae
apical não acicular, não ou somente ligeiramente mais
estreito e geralmente mais longo que o pré-apical; sutura 221(38). Protrocantinos, pelo menos, parcialmente expostos;
frontoclipeal presente .......................................... 216 cavidades mesocoxais parcialmente fechadas lateralmente
pelo mesepímero; metacoxas contíguas ou estreitamente
216(215). Trocnter muito reduzido e escondido em fenda na base separadas; clava antenal com 5 antenômeros, segundo
do fêmur, não visível em vista ventral; esporões protibiais antenômero menor (mais curto e / ou mais estreito)
desiguais em tamanho. Corpo cilíndrico ou achatado; carena que o primeiro e o terceiro.................. Leiodidae
pronotal lateral geralmente distinta e visível quando vista ― Protrocantinos completamente escondidos ou aparentemente
por cima, ou muito fina e não visível em toda a extensão ausentes; cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pela
quando vista por cima; disco pronotal simples, com junção do meso e metaventrito; metacoxas moderada a
sulcos ou impressões; cavidades procoxais subcontíguas ou amplamente separadas; segundo antenômero da clava
separadas (Fig. 31.344) ......................... Bothrideridae antenal sempre maior que o primeiro................222
― Trocanter não reduzido, visível em vista ventral; esporões
222(221). Cavidades procoxais abertas externamente ............. 223
protibiais aproximadamente do mesmo tamanho.
― Cavidades procoxais fechadas externamente .............. 228
Comprimento do corpo maior ou menor que 2 vezes a largura,
lados aproximadamente paralelos ou curvos; ventrito I com ou 2 2 3 ( 2 2 2 ) . C avidade s m e socoxais p arcialm e n t e f e c h a d a s
sem carenas pós-coxais retas ou curvas; ventritos sem expansões lateralmente pelo mesepímero ............................. 224
laterais, ou presentes nos ventritos III e IV que se encaixam ― Cavidades mesocoxais fechadas lateralmente pelo meso e
em depressões da epipleura (Fig. 31.345).... Cerylonidae metaventrito ........................................................... 226
217(213). Ventritos livres ........................ Thanerocleridae 224(223). Placas metacoxais bem desenvolvidas e completas;
― Pelo menos ventritos I–III conatos ...................... 218 corpo muito curto e largo (comprimento menor que 1,5
vezes a largura); lados do pronoto e élitros fortemente
218(217). Processo prosternal achatado, não curvado dorsalmente
explanados; cavidades procoxais amplamente abertas
às vezes abruptamente expandido lateralmente no ápice;
externamente e amplamente fechadas internamente;
ventritos III e IV no mesmo plano; ângulo apical externo
antenas delgadas, com 11 antenômeros, clava com dois
a protíbia projetado e agudo; metacoxas amplamente
antenômeros ............................................... Clambidae
separadas; ventrito I com processo truncado; corpo
― Placas mesocoxais ausentes; outros caracteres diferentes .... 225
alongado, lados paralelos, subglabro ... Zopheridae
― Processo prosternal distintamente curvado dorsalmente; 225(224). Sutura frontoclipeal distintamente impressa; antenas com
ventrito III em plano diferente do IV; antena com 11 antenômeros, distintamente mais longas que a largura
6-11 antenômeros, clava presente ou ausente, com 1-6 da cabeça, clava com três antenômeros, pouco compacta;
antenômeros; se presente clava simétrica ou assimétrica, cabeça constrita atrás dos olhos formando pescoço largo
602
COLEOPTERA
e têmporas; comprimento do corpo maior que 2 vezes a ― Cabeça prognata, antenas com nove ou menos
largura, lados paralelos...................... Mycetophagidae antenômeros ................................................................ 234
― Sutura frontoclipeal ausente; antenas com seis a nove
234(233). Pronoto expandido anteriormente; corpo achatado dorso-
antenômeros, muito mais curtas que a largura da cabeça,
ventralmente; luminescente .............. Lampyridae (♀♀)
clava com um a quatro antenômeros; cabeça não constrita
― Pronoto não expandido anteriormente; corpo arredondado;
posteriormente; corpo amplamente oval, lados distintamente
não luminescente .............................. Jurasaidae (♀♀)
curvos .................................................... Coccinellidae
226(223). Margem posterior do ventrito V crenulada; labro alongado, No tratamento das famílias abaixo, as informações básicas
agudo e estreitado anteriormente, formando tubo sugador estão baseadas principalmente nos livros editados por Beutel &
contendo mandíbulas e maxilas estiliformes; antenas com Leschen (2005, 2016), Leschen et al. (2010a) e Leschen & Beutel
nove antenômeros, clava com dois antenômeros; palpo maxilar (2014), que poderão servir como fonte primária para cada família
apical aciculado .............................................. Cerylonidae e subfamílias, e as referências mais específicas, principalmente
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; peças bucais aquelas que apresentam chaves de identificação, estão informadas
não formando tubo sugador; antenas com mais de nove
antenômeros ou palpo maxilar apical não aciculado ........... 227
no final de cada táxon. Vanin & Ide (2002) apresentaram uma
classificação comentada de Coleoptera. Após a finalização deste
227(226). Inserções antenais não visíveis do dorso; comprimento capítulo foram publicados trabalhos atualizando a classificação
do corpo maior ou menor que 2 vezes a largura; antena aqui utilizada (por ex. Cai et al. 2022), mas não foi possível
com 9-11 antenômeros, clava com 3; lados do pronoto
subparalelos, sinuosos ou distintamente curvos, ângulos
incluir tais mudanças.
anteriores do pronoto projetados ou não anteriormente; Subordem ARCHOSTEMATA
superfície subglabra .................... Endomychidae Sutura notopleural protorácica (Fig. 31.3) geralmente visível,
― Inserções antenais visíveis do dorso; antenas com dez
antenômeros, clava com um antenômero; olhos bem
ausência de escleritos cervicais, e asa posterior enrolada embaixo
desenvolvidos; cavidades procoxais abertas internamente; do élitro e geralmente com células oblonga e anal (Fig. 31.13B).
ventrito I sem carenas pós-coxais; dorso pubescente Asa membranosa com célula Radial curta e larga, completamente
................................................... Cerylonidae despigmentada. Com exceção de Micromalthidae, o élitro é par-
228(222). Cabeça com rostro muito mais longo que largo;
cialmente esclerosado (apenas ao longo das 9 veias longitudinais
labro fundido a cápsula cefálica; antenas geniculadas; e margens anterior e posterior) e corpo coberto por escamas.
ventritos I e II solidamente fundidos, sutura entre eles Perna larval (Fig. 31.18) com 6 segmentos. Larva da maioria
incompleta; garras e tarsômero apical altamente reduzidos, dos táxons desconhecida.
de modo que o tarsômero pré-apical aparenta ser o último Inclui 5 famílias, das quais três (com *) ocorrem no Brasil:
e o tarso com três tarsômeros ............. Curculionidae Crownsoniellidae, Cupedidae*, Jurodidae (incertae sedis), Micro-
― Cabeça sem rostro; labro livre; antenas não geniculadas; malthidae e Ommatidae*. Referências: Beutel & Frank (2008)
ventritos livres; garras presentes ......................... 229
e Beutel et al. (2008).
229(228). Margem posterior do ventrito V crenulada; sutura
frontoclipeal ausente; pronoto e élitros aproximadamente Cupedidae (Fig. 31.25). Caracterizados pela gálea com pe-
paralelos; dorso glabro e brilhante; élitros com quatro dúnculo estreito, e região distal arredondada e pubescente,
a seis estrias ...................................... Cerylonidae e penúltimo tarsômero alargado. Comprimento: 7–12 mm.
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; sutura Corpo alongado, paralelo lateralmente, convexo dorsalmente
frontoclipeal presente; pronoto e élitros independente ou (Paracupes Kolbe); coloração castanho-avermelhada clara; pu-
conjuntamente curvados; élitros não estriados ........ 230 bescência escamiforme longa, densa e castanho-clara; tegumento
230(229). Comprimento do corpo menor que 1,5 vezes a largura; corporal esculturado; cabeça mais larga que longa, constrita atrás
lados fortemente curvados; metacoxas amplamente dos olhos, formando pescoço; clípeo e fronte fundidos; labro
separadas, porção exposta (maior parte oculta) globular; pequeno; antenas filiformes com 11 antenômeros; pronoto
antenas com nove antenômeros, clava com um mais largo na metade anterior; cavidades procoxais separadas e
antenômero (Figs 31.367–368) .............. Murmidiidae
― Margem posterior do ventrito V não crenulada; sutura
abertas posteriormente; élitros com pontuação grossa, cutícula
frontoclipeal presente; pronoto e élitros independente translúcida e cristas longitudinais dando aspecto reticulado,
ou conjuntamente curvados; élitros não estriados; formando 9–10 fileiras (interestrias); tarsômero IV lobado;
lados do pronoto constritos ou não ; carena pronotal abdômen com cinco ventritos.
lateral bem definida ou indistinta, lisa ou denteada; Larva alongada, subcilíndrica, paralela lateralmente; es-
disco do pronoto simples, com carena longitudinal branquiçada exceto cabeça, peças bucais e ápice do abdômen,
ou duas impressões rasas; dorso glabro, por vezes
castanho-escuros; sutura epicranial ausente; labro livre; antena
coberto com exudado ceroso .................. Latridiidae
geralmente com 4 antenômeros; meso e metatergo com ampolas
231 (11). Pernas com uma garra; cabeça com um a seis estemas; transversais; segmentos I–VIII com ampolas tergais e esternais;
olho formado por um omatídio .................. 232 tergo IX esclerosado e com processo póstero-mediano.
― Pernas com par de garras; olho composto ou com
Adultos alimentam-se de pólen (Crowson 1962); adultos
número reduzido de omatídios ....................... 233
e larvas podem ser encontrados embaixo de casca de troncos
232(230). Gonóporo presente ........................ Phengodidae (♀♀) mortos ou semiapodrecidos infectados por fungos. As larvas são
― Gonóporo ausente .................... Larva de Coleoptera broqueadoras de madeira dura e infestada por fungos. Adultos
233(231). Cabeça hipognata, antenas com 11 antenômeros ........... podem ser atraídos por soluções de hipoclorito de sódio ou
....................................................... Ripiphoridae (♀♀) clorato de sódio.
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Figuras 31.16–24. Carabidae, Tenebrionidae e Cerambycidae, morfologia de larvas. 16–18, Carabidae. 16, larva, vd; 17–18, pernas, vl; 19–20,
Tenebrionidae; 19, larva, vd; 20, perna, vl; 21–24, Cerambycidae, larva; 21, vd; 22, vl; 23, cabeça, vd; 24, pupa.
Inclui cerca de 31 espécies em nove gêneros, separados em nente e inserido lateralmente; labro, clípeo e fronte fundidos;
duas subfamílias: Priacminae e Cupedinae. No Brasil, ocorre cavidade antenal ausente; antena com 11 antenômeros; suturas
Paracupes Kolbe (Cupedinae), com duas espécies, cujas larvas notopleural e pleurosternal ausentes; metatórax mais longo que
são desconhecidas. Referências: Atkins (1963, 1979), Vulcano pró e mesotórax combinados; élitro curto, truncado, deixando
& Pereira (1975), Beutel & Frank (2008) e Rodríguez-Mirón 5 tergitos expostos, sem áreas com cutícula translúcida; fórmula
& López-Pérez (2019). tarsal 5-5-5.
Micromalthidae (Figs 31.26–27). Caracterizados pelo tamanho Durante o ciclo de vida apresentam quatro tipos de larvas,
pequeno, cabeça tão ou mais larga que a margem anterior do morfologicamente diferentes, não pigmentadas exceto a cabeça e
protórax, antena moniliforme, élitro liso e encurtado, ausência escleritos do segmento IX: cerambicoide (2,6–3,4 mm) alongada,
de lobos maxilares e de sutura lateral no protórax, e presença de cilíndrica e ápoda, cabeça castanha bem esclerosada, corpo não
6–7 ventritos. Comprimento: 1,5–2,8 mm. Corpo levemente pigmentado exceto esterno e tergo do segmento IX, segmento IX
achatado e alongado, paralelo lateralmente; fracamente esclero- com processo póstero-mediano serrado; triungulinídeo (1,5–1,7
sado; castanho claro a escuro, com pernas e antenas amareladas; mm) alongada, levemente achatada, pernas bem desenvolvidas,
cerdas esparsas, longas e eretas; cabeça prognata; olho proemi- e abdômen como de cerambicoide; pedogenética, possui dois
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Noteridae (Figs 31.77–79). Semelhante a Dytiscidae, dife- O adulto é primariamente carnívoro, alimentando-se de
rencia-se pelo escutelo invisível, protíbia encaixada em uma larvas e ovos de outros insetos, embora possa comer detritos e
escavação na margem ventral do profêmur, presença de órgão insetos mortos. Os ovos geralmente são postos entre as raízes
limpador de antena pré-femural, placa metacoxal larga, e pre- de plantas aquáticas ou na lama. As larvas vivem no lodo nas
sença de plataforma esternal (Fig. 31.77) bem desenvolvida. margens de lagos, lagoas e riachos e acredita-se que se alimen-
Comprimento: 1–5,8 mm. Corpo de subelíptico a fusiforme, tam de tecidos de plantas ou detritos. Algumas larvas obtêm
fortemente convexo dorsalmente, com superfície ventral achata- ar perfurando plantas com a ajuda do sifão com espiráculo no
da; tegumento geralmente liso e brilhante; coloração de negra a ápice do abdômen. Empupam em casulos cheios de ar que ficam
castanho-avermelhada ou castanho-clara, com ou sem pontuação presos a raízes ou outras partes submersas de plantas aquáticas.
elitral; pubescência ausente, exceto cerdas natatórias longas nas Está dividida em três subfamílias, das quais, apenas a primeira
tíbias e tarsos; cabeça prognata, labro transverso, antena com 11 (com *) está registrada no Brasil: Noterinae*, Notomicrinae e
antenômeros, escapo globoso na base, antenômeros geralmente Phreatodytinae. Referências: Benetti et al. (2003, 2018a), Miller
alargados no macho; protórax com suturas notopleural e pleu- (2009, 2010), Gómes & Miller (2013), Baca et al. (2014), Gui-
rosternal; fêmur, tíbia e tarso geralmente com cerdas natatórias; marães & Ferreira-Jr. (2015, 2017) e Guimarães et al. (2018).
pró e mesotarsômeros III geralmente alargados no macho.
Larva alongada, mais ou menos paralela lateralmente, Subordem POLYPHAGA
subcilíndrica ou globosa; coloração esbranquiçada, pálida Geralmente caracterizados pela presença de escleritos cer-
ou marron-avermelhada; perna geralmente curta e fossorial, vicais presternal, propleura internalizada (reduzida ou perdida
cutícula dorsal esclerosada; cabeça prognata, com 6 pares de em alguns grupos) (Fig. 31.254), ausência da veia transversal
estemas; labro fundido com a cápsula cefálica; abdômen com 8 rp-mp1 (essencialmente a perda do oblongo completo), fusão
segmentos, segmento IX reduzido, com um par de urogonfos da propleura e trocantino (compartilhada com Myxophaga),
curtos; segmento X ausente. ausência de músculos esterno-coxal protorácico e coxal-subalar
São aquáticos em todas as fases da vida. A larva é desconheci- mesotorácico, presença de ovaríolos telotróficos, e perna larval
da para o Brasil. Larva e adulto geralmente habitam as margens (Fig. 31.20) com perda de um segmento e pretarso único (pernas
de lagos ou reservatórios de água rasa, com plantas aquáticas 5-segmentadas). Referências: Crowson (1981) e Cai et al. (2019).
vasculares. Espécies de alguns gêneros podem ser encontradas
Série Scirtiformia.
entre as raízes de plantas flutuantes, ou na serapilheira submersa
perto de floresta; alguns estão associados a algas filamentosas. Superfamília Scirtoidea (= Eucinetoidea). Inclui Clambidae,
Também podem ser vistos em água parada próxima a ervas Eucinetidae, Scirtidae e Decliniidae; apenas a última não ocorre
daninhas. É característica uma tendência para escavação do no Brasil.
substrato lamacento, sendo que as pernas anteriores dos adultos Retêm várias características primitivas de Polyphaga e com-
geralmente são modificadas para escavar. Saem da água apenas partilham o tipo de mecanismo compacto, em que a cabeça
quando o hábitat seca, mas são bons voadores e são atraídos em repouso é hipognata e encaixa-se contra as procoxas ou
por luz artificial. metaventrito. Referência: Anton et al. (2016).
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Figuras 31.125–140. Staphylinidae. 125, Aleochara lateralis Erichson (Aleocharinae), vd; 126, Stenaesthetus sp. (Euaesthetinae), vd; 127,
Phloeonomus sp. (Omaliinae), pronoto e cabeça, vd; 128, Oxytelus sp. (Oxytelinae), vd; Ophites fauveli Lynch (Paederinae); 129, cabeça,
vv; 130, metacoxa; 131, Piestus sp. (Piestinae), vd; 132, Hamotus sp. (Pselaphinae), vd; 133, Hamotocellus sp. (Pselaphinae), cabeça, vd;
134, Scaphidium sp. (Scaphidiinae), cabeça, vd; 135, Philonthus aeruginosus Nordmann (Staphylininae), vd; 136–139, Scydmaeninae; 136,
cabeça, vd; 137, profêmur; 138, mesofêmur; 139, perna metatorácica; 140, Stenus sp. (Steninae), vd.
(Figs 31.5D, 93) geniculada, com clava compacta trímera, élitro Larva e adulto geralmente são predadores de insetos de
curto e truncado, expondo pelo menos os dois últimos tergitos corpo mole, larvas e ovos, principalmente de Cyclorrhapha
e pigídio operculado. Comprimento: 1–23 mm. Geralmente (Diptera). São encontrados embaixo de casca de troncos apo-
bem esclerosado dorsal e ventralmente, às vezes com mandíbulas drecidos, galerias de Scolytinae (Curculionidae) e de outros
proeminentes; maioria negra e brilhante, mas alguns verdes ou besouros broqueadores, excrementos, bromélias, carniça, fungos
azuis metálicos, ou com listras. Cabeça geralmente hipognata, apodrecidos e outras matérias orgânicas em decomposição ou
ocasionalmente prognata; clípeo e fronte fundidos para formar fermentação, ninhos de aves ou mamíferos, ninhos ou colônias
o epistoma; labro livre; protórax geralmente marginado late- de insetos sociais e cavernas. Algumas espécies ocorrem em pro-
ralmente, escavado ventralmente para a recepção das pernas dutos estocados, serapilheira, solo de floresta ou areia de dunas;
outras são atraídas pela seiva exsudada por árvores. Os túneis e
protorácicas; prosterno consiste em quilha mediana elevada,
galerias de besouros broqueadores de madeira são habitados por
geralmente marginada por estrias; élitro geralmente retangular
histerídeos com corpo tipicamente cilíndrico. Algumas espécies
e estriado; meso e metatíbia espinosas lateralmente geralmente
são agentes potenciais de controle biológico contra insetos
com esporões apicais.
broqueadores pragas.
Larva alongada, cilíndrica, paralela lateralmente; escleritos
Quase todos são capazes de voar e são muito suscetíveis à
torácicos e abdominais de tamanho variável; cabeça prognata, captura via interceptação de voo. A maioria parece ser diurna e,
cutícula bem esclerosada, sutura epicranial presente; estemas quando perturbada, retrai a cabeça e dobra as pernas contra o
presentes ou ausentes; labro fundido à cápsula cefálica; antena corpo, fingindo-se de morta. Alguns estão aptos a endireitar-se
com 3 antenômeros; mandíbula falcada; pronoto cobrindo toda quando invertidos, abrindo e fechando rapidamente os élitros.
a superfície dorsal do protórax e geralmente com 21–22 poros As larvas têm dois ínstares, alimentam-se de líquidos e a digestão
cada lado; segmentos I–VIII geralmente com cerdas, poros, e é extraoral.
asperites, ocasionalmente esterno com falsas pernas; segmento IX Está dividida em onze subfamílias (Kovarik & Caterino
geralmente com um par de urogonfos 2-segmentados; segmento 2016), sete delas (com *) ocorrem no Brasil: Abraeinae*,
X ou pigópodo presente. Chlamydopsinae, Dendrophilinae*, Haeteriinae* (Fig. 31.94),
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Figuras 31.141–156. Staphylinidae, vd. 141, Aleocharinae, Ecitogaster schmalzi Wassmann; 142, Euaesthetinae, Stenaestethus sp.; 143,
Osoriinae, Leptochirus scoriaceus Germar; 144, Oxytelinae, Bledius hermani Caron & Ribeiro-Costa; 145, Paederinae, Paederus mandibularis
Erichson; 146, Paederinae, Taenodema sp.; 147, Piestinae, Piestus bicornis (Olivier); 148, Pselaphinae, Fugister sp.; 149, Pselaphinae,
Hamotocellus hirsutus Raffary; 150, Scaphidiinae, Scaphidium sp.; 151, Scydmaeninae, Plaumanniola sanctaecatharinae Costa Lima; 152,
Staphylininae, Glenus chrysis (Gravenhorst); 153, Staphylininae, Plochionocerus sp.; 154, Steninae, Stenus cyaneosplendidens Bernhauer;
155, Tachyporinae, Coproporus hepaticus (Erichson); 156, Tachyporinae, Vatesus goianus Borgmeier.
Histerinae* (Figs 31.91–93, 95–96), Niponiinae, Onthophi- Larva: hábito semelhante a Hydrophilidae, mas difere prin-
linae, Saprininae* (Fig. 31.97), Tribalinae*, Trypanaeinae* cipalmente nas características ventrais da cabeça; nasal presente
(Fig. 31.98) e Trypeticinae. Referências: Mazur (1984, 1997), ou indistinto; suturas frontais curtas; mandíbulas em forma de
Ślipiński & Mazur (1999), Leivas et al. (2013, 2015), Caterino foice; estemas pequenos, fundidos ou agregados; antena robusta,
& Tishechkin (2014, 2016), Celli et al. (2015), Gonçalves & com 3 antenômeros; perna bem desenvolvida; segmento IX com
Leivas (2017) e Correa et al. (2020). vários lobos esclerosados e um par de urogonfos 2-segmentado.
Adulto e larva são aquáticos e vivem associados a plantas
Hydrochidae (Fig. 31.99). Grupo homogêneo, com cavidades aquáticas (raízes ou ramos), nas margens de lagos ou águas com
procoxais fechadas externamente, ventritos com pontuação movimento lento. Os adultos movem-se muito lentamente no
grossa e placa semitransparente no esternito abdominal VII. substrato, alimentam-se de algas ou matéria vegetal em decom-
Comprimento: 1,5–6 mm. Corpo alongado, geralmente estreito; posição; fingem-se de mortos quando perturbados. As fêmeas
pronoto mais largo na região mediana anterior, distintamente constroem casulos de seda e o 1º ínstar emerge 7–10 dias após
estreitado atrás, mais estreito que a base dos élitros; cabeça e a construção do casulo. As larvas rastejam no substrato e sua
pronoto com superfície irregularmente granulada; grânulos dieta permanece desconhecida.
geralmente metálicos, cada um com um ponto cerdoso central. Está representada apenas pelo gênero Hydrochus Leach.
Cabeça fortemente estreitada na frente dos olhos; labro livre; Referência: Oliva (1996).
antena com 7 antenômeros, escapo tão longo quanto a largura Hydrophilidae (Figs 31.100–103). Nomes populares: besouro-
da cabeça, cúpula antenal bem diferenciada, projetada inter- -d’água, mãe-d’água, mergulhão. Caracterizados principalmente
namente, clava compacta; pronoto com fileira transversa de 4 pela margem lateral do pronoto formando uma linha convexa
impressões arredondadas na base, e uma fileira transversa com contínua com os élitros; tíbias anteriores com as duas séries
três impressões em frente as anteriores; élitro pontuado-estriado; de espinhos mais externas intimamente agregadas; epipleura
tíbia com esporões muito pequenos; tarsos 5-5-5, tarsômeros vertical; e fêmures com cristas definindo os sulcos tibiais. Com-
I–IV curtos. primento: 0,5–50 mm. A maioria oval, convexo dorsalmente e
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delgada, em forma de foice, com uma fileira longitudinal bem das quais apenas a primeira não corre no Brasil: Agyrtidae,
definida de cerdas da base ao ápice; empódio multicerdoso em Hydraenidae, Leiodidae, Ptiliidae, Silphidae e Staphylinidae.
todos os tarsos, e hábito filtrador incomum. Comprimento: 3–5
Hydraenidae (= Limnebiidae) (Figs 31.105–107). São reco-
mm. Corpo oval, moderadamente convexo, às vezes levemente
nhecidos pela presença de seis ou sete ventritos e uma pequena
atenuado posteriormente; contorno mais ou menos interrompi-
projeção entre as metacoxas, e suturas gulares confluentes ante-
do entre pronoto e élitros; cabeça e pronoto mais ou menos pon-
riormente. São superficialmente semelhantes aos hidrofilídeos
tuado-ruguloso, nunca granulado; cabeça fortemente estreitada
de pequeno tamanho e geralmente têm a região ventral coberta
atrás dos olhos; clípeo com margens elevadas; labro escondido
de pubescência hidrófuga e às vezes palpos maxilares mais
pelo clípeo; antena com 7 antenômeros, pedicelo mais robusto
longos que as antenas. Comprimento: 0,5–3 mm. Forma de
que escapo, com pubescência hidrófuga longa; antenômero 3
alongada a oval, moderadamente convexa; coloração de negra
(intermediário) muito pequeno, curto e glabro; cúpula antenal
a castanho-avermelhada, às vezes com reflexo metálico; pernas
bem desenvolvida, coberta por pubescência hidrófuga densa
e palpos geralmente mais claros; dorso geralmente esculturado
semelhante aos antenômeros da clava; clava frouxa; pronoto
com impressões ou sulcos no pronoto, e cerdas esparsas; ventre
mais ou menos distintamente explanado lateralmente; élitro
coberto de pubescência hidrófuga, formando o plastrão; cabeça
sem (ou apenas muito fina) fileiras de pontos cerdosos; fêmures
prognata, geralmente abruptamente constrita atrás dos olhos;
médio e posterior com cerdas hidrófugas basais; tíbias robustas,
região dorsal da cabeça convexa, pontuada ou microesculturada,
cilíndricas, finamente serradas externamente; esporões pouco
com fóveas ou sulcos, microtuberculados ou granulados; labro
desenvolvidos; tarsos com 5 (tarsômeros I–IV muito curtos)
livre; antenas curtas, com 7–11 antenômeros, inseridas em frente
ou 4 tarsômeros.
aos olhos; clava com 1–6 antenômeros; élitro bem esclerosado,
Casulo de ovos feitos de seda são carregados pela fêmea
cobrindo totalmente o abdômen ou deixando 2 tergitos expostos;
embaixo do abdômen, mantidos com o fêmur posterior.
tarsos com 5 tarsômeros.
Larva com cabeça, pronoto, pernas e tergos abdominais
Larva campodeiforme; tórax e abdômen com tergitos escle-
VII–IX bem esclerosados; cabeça pentagonal; labro proeminente
rosados; cabeça subprognata, com 5 estemas cada lado; sutura
e fundido à cápsula cefálica; 5 estemas cada lado; antena com 3
epicranial presente, labro livre; antena com 3 antenômeros;
antenômeros; mandíbula em forma de foice; pernas sem cerdas
urogonfos 2-segmentados; segmento X com um par de ganchos.
natatórias; segmentos VIII–IX formam átrio estigmático de
As larvas são desconhecidas para o Brasil. A maioria é aquá-
tamanho moderado.
tica, mas numerosas espécies são estritamente ripárias e vários
Pouco se conhece da biologia da família. O que se conhece
gêneros têm representantes terrestres (humícolas). Habitam
está baseado em Spercheus halophilus Archangelsky e S. emar-
quedas d’água, cascatas e porções higropétricas de riachos.
ginatus (Schaller). Adulto e larva são aquáticos. Adulto de S.
Também são encontrados em estacas de madeira, escombros e
halophilus vive em lagos temporários de água salgada entre a
troncos acumulados pela corrente. Podem viver em depósitos
vegetação emergente. Eles movem-se muito devagar pelo subs-
arenosos úmidos ao longo de rios, lagoas e lagos.
trato e podem andar sob a superfície da água. Adulto respira o
Os adultos, quando submergem, estocam ar em um re-
ar atmosférico e retém uma bolha de ar ventral em um plastrão.
servatório na superfície ventral e embaixo dos élitros. Muitas
Renova a bolha de oxigênio quebrando o filme de água da su-
espécies, especialmente as que vivem em águas estagnadas ou
perfície com a clava pubescente. Adultos geralmente são bons
de fluxo lento, usam as antenas modificadas para reabastecer o
voadores.
reservatório de ar; as espécies que vivem em águas bem oxige-
Adultos alimentam-se de material vegetal e matéria orgânica
nadas podem ficar submersas por longo tempo, pois respiram
em decomposição. Larvas não são muito ativas, rastejam vaga-
através de um microplastrão (camada de ar muito fina, man-
rosamente no substrato e também são capazes de andar sob a
tida ventralmente por densa camada de cerdas hidrófugas). As
superfície da água. Consomem algas e detritos, e também podem espécies aquáticas geralmente não são capazes de nadar; muitas
se alimentar de organismos mortos, mas não são predadoras. espécies, especialmente aquelas que vivem em águas estagnadas
Inclui apenas o gênero Spercheus Kugelann; no Brasil ocorre ou nas margens de água corrente, são capazes de locomover-se
apenas Spercheus fimbriicollis Bruch. Referência: Reichardt et debaixo d’água, suspensas na película de tensão superficial.
al. (1975). Quando vistos de cima, são facilmente reconhecidos pela bolha
Superfamília Staphylinoidea. Os adultos são morfologica- de ar ventral prateada. Registros de voo são raros. Alguns autores
mente variáveis, mas com pronoto sem crista acessória abaixo acreditam que são fitófagos, alimentando-se principalmente de
da margem posterior, face ventral dos élitros sem mancha lateral algas, esporos, detritos etc., enquanto outros acreditam que as
mediana, asas posteriores sem mecanismo de mola distal à célula larvas são predadoras. A oviposição ocorre adjacente ao hábitat
da larva. Os ovos são presos e cobertos com seda produzida pelas
radial e sem loop mediano, peça basal do edeago reduzida ou
fiandeiras caudais.
ausente (membranosa) e quatro túbulos de Malpighi. Procoxas
Os adultos possuem plastrão, mas a maioria das larvas não
geralmente fortemente projetadas, metaventrito quase sempre apresenta adaptações aquáticas especiais, exceto aquelas que
sem sutura ou linha mediana, pernas geralmente espinhosas com vivem em quedas d’água que respiram através de um par de
tarsos simples (pelo menos nas pernas metatorácicas), ventrito tubos espiraculares atrás do protórax. Os Hydraenidae são muito
II geralmente visível apenas lateralmente e élitros geralmente sensíveis à poluição e podem ser utilizados como indicadores da
truncados, expondo de um a vários tergitos. Inclui 6 famílias, qualidade de rios e riachos.
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Figuras 31.175–195. Scarabaeidae, vd. 175, Saprosites sp. (Aphodiinae); 176, Hoplopyga brasiliensis (Gory & Percheron) (Cetoniinae); 177,
Trioplus cylindricus (Mannerhein) (Dynastinae); 178, Isonychus sp. (Melolonthinae); 179, Macraspis cincta (Drury) (Rutelinae); 180, Ateuchus
mutilatus (Harold) (Scarabaeinae); 181, Aclopinae, Aclopus wuenschei Ohaus; 182, Aphodinae, Neodiapterna erichsoni (Harold); 183, Aphodinae,
Ataenius sp.; 184–188, Cetoniinae; 184, Cyclidius nero MacLeay; 185, Euphoria lurida (Fabricius); 186, Gymnetis holosericea (Voet); 187, Inca
clathratus (Olivier); 188, Trigonopeltastes triangulum (Kirby); 189–191, Dynastinae; 189, Bothynus entellus (Lepeletier & Audinet-Serville); 190,
Coelosis sp.; 191, Phileurus didymus (Linnaeus); 192–194, Melolonthinae; 192, Ceraspis signata Blanchard; 193, Plectris caliginosa Blanchard;
194, Rhinaspis aenea (Billberg); 195, Orphiinae, Paraegidium costalimai Vulcano, Pereira & Martinez.
de som na perna mesotorácica; perna metatorácica reduzida a de se desenvolver sem a presença dos adultos. Adultos e larvas
um segmento. precisam ingerir fezes de adultos que estão pré-fermentadas
Os adultos vivem em madeira em adiantado estado de de- pela microflora intestinal (essencialmente um rúmen externo).
composição e, junto com as larvas, formam grupos familiares Constituem um grupo com distribuição predominantemente
subsociais. Todos os estágios são encontrados em galerias na tropical. Está dividida em duas subfamílias, Aulacocyclinae e
madeira que são escavadas pelos adultos. Os ovos geralmente são Passalinae*, a última com registros para o Brasil. Referências:
postos em um “ninho” de serragem. Os ovos recém-postos de Luederwaldt (1931), Reyes-Castillo (1970), Schuster & Schus-
muitas espécies são vermelhos e, conforme amadurecem, mudam ter (1985), Schuster (2002, 2005), Fonseca & Reyes-Castillo
para castanho e, depois, verde. Adultos e larvas comunicam-se (2004), Boucher (2006, 2015), Mattos & Mermudes (2013,
por estridulação e podem produzir 14 diferentes chamados. Os 2016, 2018), Jiménez-Ferbans et al. (2016) e Beza-Beza et al.
adultos cuidam e alimentam as larvas e preparam o alimento (2020).
mascando-o e misturando com saliva. As larvas parecem depen- Scarabaeidae (inclui Aclopidae, Cetoniidae, Melolonthidae
der da polpa de madeira preparada pelos adultos e são incapazes etc.) (Figs 31.175–206). Os principais nomes populares são:
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com élitros soldados, curtos, deixando os dois últimos 3 antenômeros; metatíbia com 2 esporões apicais; tarsos com
tergitos expostos; pernas mais curtas que as do macho. garras distintas; élitro cobrindo o pigídio total ou parcialmente;
Comprimento entre 4 e 12 mm. (Fig. 31.181) .... Aclopinae 6 ventritos. Referências: Dellacasa et al. (2001) e Skelley (2008).
― Abdômen com seis ventritos ................................... 2
Cetoniinae (Figs 31.176, 184–188). Os adultos alimentam-se
2(1). Cabeça com bordo anterior formado por bordos anteriores
do clípeo e das genas contínuos, cobrindo totalmente as peças quase que exclusivamente de fluídos dependendo do fluxo de
bucais (Figs 31.175, 180), labro e mandíbulas membranosas ... 3 seiva de feridas nas árvores, frutos e néctar, embora membros de
― Cabeça com clípeo e genas sem formar um bordo anterior Cremastochelini deram um passo adiante e atacam estoques de
contínuo, não cobrindo totalmente as peças bucais, mandíbulas alimento de insetos sociais. Vários adultos foram encontrados
sempre esclerosadas e visíveis pelo menos em vista frontal, labro em excrementos, e ninhos de cupins. A maioria das espécies é
quase sempre também esclerosado e geralmente visível ... 4
diurna. Corpo achatado, coloração opaca marrom a negra, a
3(2). Tíbias posteriores com dois esporões apicais, pigídio coberto brilhante e geralmente metálico; labro geralmente membranoso
pelo menos parcialmente pelos ápices dos élitros; comprimento e escondido; olho dividido pelo cantus longo; inserções antenais
entre 1,4 e 10 mm (Figs 31.175, 182–183) ..... Aphodiinae visíveis de cima, ao lado do clípeo; antena com 10 e clava com 3
― Tíbias posteriores com um esporão apical, pigídio
sempre totalmente exposto; comprimento a partir de
antenômeros; mandíbulas pouco desenvolvidas, escondidas pelo
1,9 mm, geralmente maior que 3 mm. (Figs 31.180, clípeo; élitro com emarginação pós-umeral distinta e geralmente
201–206) ............................................. Scarabaeinae com vértices umeral e subapical distintos; empódio presente; me-
sotíbia com 2 esporões apicais; garras tarsais simples e subiguais
4(2). Inserção antenal visível dorsalmente; clípeo com
lados constritos medianamente pouco antes dos olhos em tamanho; pigídio exposto. Referência: Ratcliffe (2005a).
(Figs 31.176, 184–188) ........................ Cetoniinae Dynastinae (Figs 31.177, 189–191). Conhecidos como besou-
― Inserção antenal não visível dorsalmente; clípeo com
ros rinocerontes, devido aos chifres presentes na cabeça e/ou
lados não constritos ............................................. 5
pronoto do macho de algumas espécies. Os adultos alimentam-se
5(4). Garras meso e metatarsais com comprimentos diferentes de tubérculos, grãos ou flores, enquanto as larvas se alimentam
(Figs 31.179, 196–200) ....................... Rutelinae principalmente de raízes e húmus. Coloração geralmente testá-
― Garras meso e metatarsais com comprimentos iguais ... 6
cea, marrom ou negra; antena com 9–10 e clava com 3 antenô-
6(5). Garras meso e metatarsais bífidas ou denteadas ou meros; cabeça e pronoto do macho com ou sem chifres; olho
base do pronoto muito mais estreita que a base dos dividido; clípeo com margem anterior bidenteada, arredondada,
élitros (Figs 31.178, 192–194) .............. Melolonthinae acuminada ou truncada; labro escondido pelo clípeo; procoxa
― Garras meso e metatarsais simples, largura da base do
pronoto similar a largura da base dos élitros ................... 7 transversa; mesotíbia com 2 esporões apicais; na maioria, todas
as garras tarsais subiguais em tamanho. Referências: Endrödi
7(6). Bases dos esporões metatibiais adjacentes; comprimento (1985) e Ratcliffe (2005b).
superior a 10 mm (Figs 31.177, 189–191) ...... Dynastinae
― Bases dos esporões metatibiais separadas pelo tarsômero Melolonthinae (Figs 31.178, 192–194). Maior subfamília de
basal; comprimento inferior a 10 mm, se maior, coloração Scarabaeidae. Adultos e larvas principalmente fitófagos embo-
cinzento-acastanhada e corpo coberto por pontuação grossa ra os adultos de muitas espécies não se alimentem. As larvas
e densa (Fig. 31.195) ................................. Orphninae
alimentam-se principalmente de raízes de plantas. Apresentam
Aclopinae (Fig. 31.181). Biologia pouco conhecida. Adultos coloração geralmente de marrom-avermelhada a negra, às vezes
machos coletados na luz, mas as fêmeas não voam. Os caracteres com brilho metálico azul ou verde, ou com áreas com escamas;
morfológicos, como asa e tarso posterior reduzidos e abdômen olho dividido; labro embaixo do clípeo ou preso à margem
inflado, sugerem que os adultos passam a maior parte da vida clipeal anterior; inserções antenais não visíveis de cima; antena
enterrados. Corpo oval alongado, com pernas longas; coloração com 7–10, ou raramente 11 antenômeros, clava oval ou alon-
de marrom a negra; tíbia e tarso posterior juntos tão ou mais gada com 3–7 antenômeros; escutelo exposto; garras tarsais
longo que o corpo; antena com 8–9 e clava com 3 antenômeros; geralmente simples, as quais podem ser bífidas ou denteadas,
labro e mandíbulas proeminentes; coxas largas, transversas; pro- serradas ou pectinadas; garras metatarsais geralmente pares e
noto com ou sem projeções anteriores; escutelo exposto; cinco iguais; margens elitrais retas, sem cavidade posterior no úmero;
ventritos expostos; garras tarsais iguais com pequeno dente basal, 5–6 ventritos fundidos, com suturas visíveis apenas lateralmente;
e não móveis independentemente em todas as pernas; pigídio pigídio exposto. Referências: Evans (2003, 2005).
exposto. Referência: Ocampo & Mondaca (2012).
Orphninae (Fig. 31.195). Adultos e larvas dos grupos do Novo
Aphodiinae (Figs 31.175, 182–183). Apresentam hábitat e Mundo são encontrados alimentando-se de bananeiras caídas.
preferência alimentar altamente diversos. A preferência alimentar Corpo oval alongado, coloração marrom; labro e mandíbulas
varia de detritos a excrementos, carniça, fungos, e de plantas proeminentes; antena com 10 antenômeros; clava com 3 ante-
vivas a associações altamente especializadas com cupins e for- nômeros tomentosos; procoxa transversa; pronoto com ou sem
migas. Mas a maioria das espécies se alimenta de húmus ou são projeções anteriores ou laterais; escutelo exposto; metatíbia com
coprófagas. Apresentam forma do corpo geralmente alongada, espinhos apicais separados pelo metatarsômero basal; garras tar-
coloração marrom ou negra, às vezes formando padrões elitrais; sais iguais, em todas as pernas e não móveis independentemente;
cabeça prognata; olho dividido pelo cantus; clípeo geralmente pigídio levemente exposto. Referências: Frolov (2012) e Frolov
dilatado para cobrir as peças bucais; antena com 9 e clava com et al. (2017a, b, 2019).
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Rutelinae (Figs 31.179, 196–200). Adultos são fitófagos e Figura 31. 208. Rhipiceridae, Polytomus marginatus (Kirby), vd.
alimentam-se de folhas e flores; larvas alimentam-se de raízes
e matéria vegetal em decomposição. Corpo oval alongado, co- Adultos e larvas são encontrados em restos secos de carcaças,
loração marrom e amarela opaca (espécies noturnas) a padrões em ninhos de aves e mamíferos alimentando-se de fezes, pelos,
coloridos e brilhantes metálicos; antena com 9–10 e clava com penas e pele.
3 antenômeros; olho dividido pelo cantus; labro levemente São mais diversificados nas regiões temperadas e subtropicais
proeminente à frente do clípeo; escutelo exposto; procoxa e mais comuns em hábitats áridos. Adultos e larvas estão entre
transversa; mesotíbia com 2 esporões apicais; garras tarsais de os últimos necrófagos que visitam animais mortos, onde se
todas as pernas móveis independentemente; garras de tamanhos alimentam de penas, pelos e pele. São os únicos Scarabaeoidea
diferentes e geralmente fracamente divididas no ápice; uma em que as larvas e adultos de todas as espécies se alimentam
garra de cada par reduzida; empódio presente; pigídio exposto. primariamente de queratina. Adultos de muitas espécies são
Referência: Jameson (2005d). atraídos por luz à noite. A biologia de muitas espécies permanece
pouco conhecida devido à associação especializada com ninhos
Scarabaeinae (Figs 31.180, 201–206). Considerados os verda- de aves e mamíferos. Quando ameaçados, os adultos fingem-se de
deiros “rola-bosta”, e adultos e larvas alimentam-se de excremen- mortos e permanecem imóveis. Esse comportamento, associado
tos ou são derivados de um ancestral comedor de excremento. As à aparência de sujeira incrustada, os capacitam a evadir-se de
larvas geralmente se alimentam de uma massa de esterco apro- predadores potenciais que podem estar ocupando as carcaças.
visionada pelo adulto. O cuidado com a prole é comum e pode Adultos estridulam raspando o plectro, localizado no penúltimo
ser altamente especializado. Podem ser funcionalmente divididos segmento abdominal, na margem interna dos élitros. As larvas
em dois grupos principais baseados no comportamento de rolar que se alimentam de carcaças vivem em orifícios curtos e verticais
ou fazer túneis: o primeiro coleta e rola o excremento para longe e sob elas, mas não estridulam.
para ser enterrado a uma distância da fonte, enquanto o segundo Está dividida em duas subfamílias, Troginae e Omorgi-
enterra pedaços de excremento diretamente embaixo ou ao lado nae*, a última com registros para o Brasil. Referências: Scholtz
da massa. Em uma terceira categoria de comportamento, adul- (1990), Jameson (2002b, 2005c), Zídek (2013) e Costa-Silva
tos e larvas vivem dentro do excremento (também ocorrem em et al. (2021).
Aphodiinae). O comportamento no ninho é complexo. Corpo
geralmente amplamente oval, coloração principalmente negra, Série Elateriformia (= Dasciliformia; inclui Eucinetiformia).
mas algumas espécies com colorido brilhante, metálico; cabeça Uma característica geral compartilhada pela maioria dos mem-
prognata; olho dividido pelo cantus; antena com 8–9 e clava com bros dessa série é o ciclo de vida heterogêneo, com larvas de vida
3 antenômeros; peças bucais cobertas pela frontoclípeo; mandí- longa e adultos de vida curta, geralmente ocupando diferentes
bula membranosa. Referências: Halffter & Matthews (1966), hábitats. Os adultos geralmente têm corpo aerodinâmico e meca-
nismo de articulação pró-mesotorácico complexo ou, se ausente,
Hanski & Cambefort (1991) e Vaz-de-Mello et al. (2011, 2020).
com um sistema de defesa químico e coloração aposemática.
Trogidae (Fig. 31.207). Constitui um pequeno grupo que ocorre Inclui as superfamílias Buprestoidea, Byrroidea, Dascilloidea
na maioria dos continentes. Os adultos são reconhecidos pela e Elateroidea.
aparência enrugada, incrustada com sujeira, coloração castanha,
Superfamília Buprestoidea. Caracterizada principalmente pela
cinza ou negra e abdômen achatado. Comprimento: 2,5–20
cabeça hipognata, antenas serradas, presença de sutura transversa
mm. Corpo oblongo-oval, convexo; frequentemente com cerdas
no metaventrito e dois ventritos basais conatos. Inclui Bupres-
curtas, moderadamente densas, castanhas ou cinzas; superfície
tidae e Schizopodidae, mas apenas a primeira ocorre no Brasil.
dorsal geralmente com aspecto gorduroso ou com sujeira in-
Referências: Bellamy (2003, 2008, 2009), Kolibáč (2001), Evans
crustada. Cabeça defletida; olhos sem cantus; antena com 10
et al. (2015) e Kundrata et al. (2016).
antenômeros, clava com três; empódio ausente.
Larva com cabeça quase negra; segmentos torácicos e seis Buprestidae (Figs 31.209–218). Nomes populares: broca-de-
abdominais basais, cada um com 3 dobras; um estema de cada -cabeça-chata, broca-da-figueira (Colobogaster cyanitarsis Laporte
lado; espiráculos bíforos ou cribriformes. de Castelnau & Gory), mãe-de-sol (Euchroma gigantea (L.)),
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Figuras 31.254-269. Elateridae. 254-262, Agrypninae. 254, vv; 255, garras; 256-257, processo do salto; 258, Heteroderes sp. (Oophorini),
vd; 259, Chalcolepidius zonatus Eschscholtz (Hemirhipini), vd; 260, Pyrophorus divergens Eschscholtz (Pyrophorini), vd; 261, Dilobitarsus
abbreviatus Candèze (Agrypnini), vd; 262, Aptopus sp. (Cardiophorinae), garras; 263-268, Cardiophorinae, Horistonotus sp.; 263, vd; 264,
escutelo; 265, garras; 266, tórax, vl; 267, processo prosternal e fosseta mesosternal, vv; 268, tarso; 269, Dendrometrinae, Cylindroderus
indutus Candèze, processo prosternal e fosseta mesosternal, vv.
Lissominae (Figs 31.276–277, 292). Apresentam corpo bri- convexo, com pubescência fina, curta e esparsa; coloração de
lhante e geralmente antenas, quando em repouso, recebidas em castanha a castanho-escura; inserções antenais expostas; antena
sulcos prosternais. No Brasil ocorre Drapetes Dejean, Hypochaetes geralmente com 11 antenômeros (12 em machos de Phyllocerus
Bonvouloir, Lissomus Dalman e Paradrapetes Schwarz. Drapetes Lepeletier & Serville), de moniliforme a flabelada, às vezes in-
e Lissomus já fizeram parte de Throscidae. crassada ou clavada; escapo inflado e pedicelo minúsculo; labro
parcialmente visível ou encoberto pelo clípeo; tarso pentâmeros;
Physodactylinae (Figs 31.278–280, 293). Adultos apresentam
tarsômeros simples ou I–IV densamente pubescentes embaixo
mandíbulas falciformes (pelo menos em um sexo) e pernas
ou lobados; garra simples ou denteada na base; ventritos I–IV
posteriores escavadoras. A larva é desconhecida.
geralmente com comprimento semelhante, e V mais longo.
Plastocerinae. Já foi considerada família de Elateroidea, possui Larva alongada, cilíndrica ou subcilíndrica, paralela late-
abdômen com 6 ventritos. ralmente; superfície macia ou bem esclerosada; coloração de
esbranquiçada a amarelada com cabeça e ápice do abdômen
Thylacosterninae (Figs 31.282–284, 294–295). Esta subfamília
mais escuros; ápodas; cabeça achatada formando uma placa
já pertenceu às famílias Eucnemidae e Throscidae. Inclui Balgus
esclerosada e serrada; mandíbula geralmente totalmente fundida
schnusei (Heller), a única espécie conhecida dessa subfamília
à cápsula cefálica, móveis ou opostas.
que emite luz.
A biologia dos adultos é pouco conhecida. São excelentes
Eucnemidae (= Melasidae; inclui Perothopidae, Phylloceridae) voadores e ativos ao entardecer na primavera e verão, quando
(Figs 31.301–303). Assemelham-se aos elaterídeos na forma do podem ser coletados com batedor ou rede entomológica. Todas
protórax e na posse de mecanismo de salto, mas diferem especial- as espécies têm mecanismo de salto, mas muitas não podem
mente pelo labro escondido embaixo do clípeo, todos os ventritos saltar. A maioria dos adultos têm antenas longas, usadas para
conatos e antenas geralmente recebidas em sulcos. Não têm a auxiliar o inseto a endireitar-se, quando cai de costas, mas parece
mesma facilidade de movimentação do protórax dos elaterídeos, que muitos deles perderam essa habilidade. As larvas da maioria
o que os impede de saltar com a mesma eficiência. Comprimen- das espécies são encontradas em madeira dura de troncos caídos,
to: 2–40 mm. Corpo compacto; alongado, em geral levemente alimentando-se de fungos. A digestão é extraoral. Larvas em
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Figuras 31.270-284. Elateridae. 270-272, Dendrometrinae, Semiotus intermedius (Herbst); 270, vd; 271, tórax, vl; 272, processo prosternal
e fosseta mesosternal, vv; 273, Elaterinae, Anoplischius boraceiensis Casari-Chen & Costa, vd; 274-275, Elaterinae, Cardiorhinus sp.; 274,
cabeça, vf; 275, tórax, vl; 276-277, Lissominae, Lissomus sp.; 276, vv; 277, cabeça, vf; 278-281, Physodactylinae, Physodactylus sp.; 278-
279, pernas protorácica e metatorácica; 280, ápice do processo prosternal; 281, cabeça, vf; 282-284, Thylacosterninae, Balgus sp.; 282,
cabeça, vf; 283, protórax, vv; 284, perna protorácica.
estágio pré-pupal encontram-se dobradas em forma de V em abdômen semelhante a larva (com oóporo na margem posterior
câmaras na madeira. do esternito VIII); perna curta com garras pares; oóporo com
Está dividida em dez subfamílias, das quais cinco (com *) valvas semelhante a lobo membranoso, cada uma com uma
ocorrem no Brasil: Anischinae*, Eucneminae*, Macraulacinae* placa esclerosada.
(Figs 31.296–301), Melasinae* (Fig. 31.303), Palaeoxeninae, Larva. Corpo creme ou branco-leitoso, cilíndrico com
Perothopinae, Phlegoninae*, Phyllocerinae, Pseudomeninae e poucas cerdas; cabeça esclerosada, em forma de cigarra; sutura
Schizophilinae. Referências: Muona (1993, 1995), Lawrence epicranial e endocarena ausentes; clípeo-labro triangular; gula,
et al. (2007) e Muona & Teräväinen (2020). maxilas e lábio fundidos um ao outro e à cápsula cefálica ventral-
mente; parte anterior do lábio projetada com um par de canais
Jurasaidae (Fig. 31.304). Comprimento: 2,5–4,0 mm. Ma-
dorsalmente, encaixando-se na metade apical das mandíbulas
cho com corpo mole; sutura frontoclipeal ausente; labro livre;
pontiagudas, formando como que um bico; perna com 5 seg-
inserções antenais visíveis de cima; antena filiforme com 11
mentos; pretarso glabro.
antenômeros; mandíbula falcada, com um dente; cardo, estipe,
Está representada por seis espécies e dois gêneros, Jurasai
gálea e lacínia indistintos; suturas gulares separadas; pronoto
Rosa et al. e Tujamita Rosa et al., todas do Brasil. Referên-
mais largo que longo, mais estreito que élitros na base; processo
cias: Rosa et al. (2020a, b), Roza (2021) e Biffi et al. (2021).
prosternal curto, não se estende além das coxas; cavidades pro-
coxais abertas interna e externamente, separadas pelo processo Lampyridae (Figs 31.305–312). Nomes populares: caga-fogo,
prosternal; esporões tibiais longos; tarsos 5-5-5; élitros macios, caga-lume, cudelume, esmeraldina, lumeeiro, luze-luze, luzecu,
irregularmente pontuado; asa mais longa que élitro, dobrada mosca-de-fogo, tec-tec, tem-tem, vaga-lume. São facilmente re-
longitudinalmente e escondendo o abdômen na posição de conhecidos pelo tegumento mole, pronoto geralmente cobrindo
repouso; abdômen com 5 ventritos; esternito IX com ápice bi- os olhos e pela emissão de lampejos luminosos à noite. Adultos da
lobado, densamente piloso; edeago trilobado e não inteiramente subfamília Chespiritoinae (do México) não emitem luz. As larvas
retráctil no abdômen. emitem luz intermitente, especialmente ao anoitecer. Compri-
Fêmea com corpo alongado, sem asas, com variado grau mento: 3–43 mm. Corpo alongado ou oval-alongado, levemente
de neotenia mas sempre com pelo menos meso/metatórax e achatado; cabeça total ou parcialmente coberta pelo pronoto;
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Figuras 31.285-295. Elateridae, vd. 285-288, Agrypninae; 285, Dilobitarsus quadrituberculatus Candèze; 286, Monocrepidius geminatus
(Germar); 287, Pherhimius fascicularis (Fabricius); 288, Pyrearinus janus (Herbst); 289, Cardiophorinae, Triplonychus plagiatus Erichson; 290,
Dendrometrinae, Semiotus sanguinicollis Blanchard; 291, Elaterinae, Cardiorhinus pullatus Candèze; 292, Lissominae, Lissomus sp.; 293,
Physodactilinae, Physodactylus niger Feutiaux; 294-295, Thylacosterninae, 294, Balgus tuberculosus (Dalman); 295, Pterotarsus bimaculatus
Laporte de Castelnau.
coloração variada, negra, castanha, castanho-avermelhada, no oitavo segmento abdominal. Chave para gêneros do mundo:
castanho-clara ou amarelada; pronoto primariamente amarelo Martin et al. (2020). A classificação dos gêneros em subfamílias
e élitros castanho-escuros; geralmente com manchas amarelas, é controversa devido à má definição dos limites morfológicos
avermelhadas ou negras; antena filiforme a serrada, pectinada, das subfamílias. Alguns gêneros permanecem classificados como
flabelada, biflabelada ou raramente capitada; margem anterior do incertae sedis.
pronoto arredondada; abdômen hologastro em muitos machos, Está dividida em doze subfamílias, cinco (com *) das quais
geralmente com 7–8 ventritos; órgãos bioluminescentes em um com registros para o Brasil: Amydetinae* (Fig. 31.307), Che-
ou ambos os sexos, geralmente nos ventritos V, VI e VII. guevariinae, Chespiritoinae, Cladodinae*, Cyphonocerinae,
Larva onisciforme, fusiforme ou subparalela, achatada com Lamprohizinae, Lampyrinae* (Figs 31.305–306, 308–310),
cabeça estreita, geralmente encoberta pelo protórax; tegumento Luciolinae, Ototretinae, Photurinae* (Fig. 31.311), Psilocladi-
esclerosado e pigmentado; cabeça prognata; sutura epicranial nae* (Fig. 31.312) e Pterotinae. Referências: McDermott (1964,
geralmente presente; labro fundido à cápsula cefálica; mandíbula 1966), Silveira & Mermudes (2014a, b), Silveira et al. (2016,
falcada com canal interno (da base ao ápice da mandíbula); 2020), Martin et al. (2019, 2020), Ferreira et al. (2020) e Vaz
segmento X reduzido e ventral. et al. (2020a, b).
A maioria dos adultos é alada, de corpo mole; fêmeas de
algumas espécies possuem asas reduzidas ou são larviformes. Lycidae (Figs 31.313–319). Caracterizados especialmente pelo
Larvas e adultos possuem órgãos luminescentes que produzem corpo relativamente mole, cabeça parcialmente coberta pelo
lampejos de luz, utilizados na atração sexual e, às vezes, para atrair pronoto, abdômen com sete (fêmeas) ou oito (machos) ventritos,
presas. Muitas espécies são ativas à noite e usam a luminescência mesocoxas separadas e pró e mesotrocanteres intersticiais (Figs
como sinal sexual; as diurnas usam feromônios. O padrão de 31.315–318).
emissão de luz dos adultos é muito variável e pode ser usado para Comprimento: 3–25 mm (algumas fêmeas larviformes,
identificar as espécies durante o voo. Geralmente se alimentam acima de 80 mm). Corpo estreito, pronoto mais estreito que
de outros insetos ou de néctar. As larvas geralmente vivem em élitros, com extremidade anterior proeminente; coxas separadas,
lugares encharcados, como solo, raízes, sob casca e pedras, e são trocanter obliquamente preso ao fêmur, tarsômeros II–IV geral-
ativas à noite. São predadoras de caramujos, lesmas, diplópodes, mente com lamelas membranosas; élitros paralelos ou expan-
lagartas e outros invertebrados. Com suas mandíbulas falcifor- didos além das margens laterais do abdômen, geralmente com
mes, injetam substância paralisante e enzimas digestivas na presa, cristas longitudinais ou reticulados; aparência macia, coriácea;
que é digerida extraoralmente; as larvas ingerem apenas líquido. coberto por cerdas finas. Geralmente com coloração aposemá-
As larvas emitem luz, geralmente ao anoitecer, a partir de órgãos tica, envolvendo várias combinações de amarelo, avermelhado e
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Normalmente são xilófagos, encontrados em madeira seca. 3(2). Protíbia com um esporão apical; pronoto arredondado
na frente; tarsômero basal longo, subigual ao segundo.
Eventualmente broqueiam galhos e troncos de plantas vivas
(Fig. 31.328) ................................ Dinoderinae
como bambuzeiros (Poaceae), abacateiros (Persea americana ― Protíbia com dois esporões apicais; pronoto achatado ou
Mill. – Lauraceae), cajueiros (Anacardium occidentale L. – escavado na frente; tarsômero basal muito mais curto que
Anacardiaceae) e outras plantas. Muitas espécies são polífagas. o segundo. (Figs 31.324–326, 329–330) ... Bostrichinae
Algumas são as principais pragas de grãos armazenados e têm
4(1). Pronoto com margem lateral completa; antena com 11
importância econômica. antenômeros; clava geralmente dímera, raramente trímera;
Os adultos são capazes de broquear verticalmente a madeira procoxas amplamente separadas; cavidades procoxais
dura e escavar galerias horizontais, nas quais põem seus ovos. abertas ou fechadas externamente (Figs 31.327, 331)
Após a postura, os adultos geralmente morrem na entrada do ................................................................. Lyctinae
túnel, bloqueando a entrada de predadores ou parasitoides. As ― Pronoto sem margem lateral ou apenas com a parte
larvas escavam galerias paralelas à superfície da madeira; cada basal marginada; antena com 11 ou menos antenômeros
e clava trimera ou tetrâmera; cavidades procoxais
geração broqueia um pouco mais fundo na madeira e depois
abertas externamente; primeiro ventrito com projeção
prossegue em direção à superfície para empupar. intercoxal larga ............................................. Dysidinae
Está dividida em sete subfamílias das quais cinco (com*)
estão registradas para o Brasil: Bostrichinae*, Dinoderinae*, Dermestidae (inclui Thorictidae, Thylodriidae) (Figs 31.333–
Dysidinae*, Euderiinae, Lyctinae*, Polycaoninae* e Psoinae. 339). Nomes populares: polia, polilha, punilha. Os adultos são
Referências: Teixeira (1992), Ivie (2002b) e Zahradník & Háva reconhecidos principalmente pela forma ovalada e compacta,
(2014). antenas clavadas recebidas em fossetas antenais e metacoxas
escavadas para recepção dos fêmures; algumas espécies possuem
Chave para subfamílias com registros para o Brasil (adaptada cerdas moderadamente densas, simples ou escamiformes e/ou
de Ivie 2002b) ocelo mediano. Comprimento: 2–13 mm. Corpo compacto,
1. Cabeça total ou parcialmente visível de cima; suturas gu-
lares convergentes ...................................................... 2 de subparalelo a ovalado ou levemente arredondado, maioria
― Cabeça totalmente visível de cima; suturas gulares separa- fortemente convexa; coloração escura, alguns com cerdas esca-
das, às vezes estreitamente separadas ................................. 4 miformes ou simples formando padrões com manchas brancas,
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Figuras 31.393-394. Mycetophagidae, vd. Figuras 31.399-401. Oedemeridae. Oedemerinae, vd. 399, Diplectrus
vicinus Pic; 400, Diplectrus sp.; 401, Vodomaris sp.
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Figuras 31.408-429. Tenebrionidae. 408, Lobopoda sp. (Alleculinae), cabeça, vd; 409-410, Lobopoda velutina Laporte de Castelnau; 409,
tarso; 410, garras tarsais; 411, Mylaris maxima (Germar) (Stenochiinae), vd; 412-414, Mylaris gigas (Linnaeus) (Stenochiinae); 412, protórax, vv;
413, cabeça vd; 414, tarso, vd; 415, Talaus sp. (Stenochiinae), tarso; 416, Strongylium bicolor (Laporte de Castelnau) (Stenochiinae), cabeça,
vd; 417, Platydema sp. (Diaperinae), cabeça, vd; 418-419, Goniadera sp. (Lagriinae); 418, antena; 419, tarso. 420-421, Statira gemmifera
Mäkllin (Lagriinae); 420, tarso; 421, antena; 422, Nilio testaceum Thomson (Nilioninae), antena; 423-424, Delognatha sp. (Phrenaptinae); 423,
vd; 424, cabeça, vd; 425-427, Pimeliinae; 425, Epitragus aurulentus (Kisch), cabeça, vd; 426, Scotinus platynotos (Perty), cabeça, vd; 427,
Scotinus sp., vd; 428-429, Tenebrioninae; 428, Pyanisia nebulosa (Fabricius), cabeça, vd; 429, Tauroceras aries Dalman, vd.
Tamanho e forma do corpo muito variada; bem esclerosado e em Elateridae). Pupa adéctica e exarata, geralmente com órgãos
muito rígido; geralmente negros ou marrons e subglabros; alados dioneiformes laterais no abdômen.
ou ápteros; cabeça de prognata a fortemente declive, inserções A maioria é crepuscular ou ativos à noite. Devido à rigidez
antenais geralmente escondidas pela fronte; labro livre; antena do corpo, são geralmente bem adaptados a ambientes xéricos.
geralmente filiforme, moniliforme ou clavada; união trocante- A maioria também é caracterizada por possuírem reservatórios
ro-femoral fortemente oblíqua; tarsômeros geralmente simples, glandulares pares, associados ao sistema de defesa química, ge-
ocasionalmente penúltimo tarsômero lobado embaixo; garra ralmente localizados na base do ventrito V. Vivem em madeira
tarsal simples (pectinada na maioria dos Alleculinae). apodrecida, geralmente amolecida e alterada quimicamente pela
Larva alongada, levemente achatada ou cilíndrica, forte- ação de vários fungos, sob casca de árvores, troncos caídos, em
mente esclerosada; sutura epicranial geralmente presente, labro galerias de outros besouros broqueadores, associados a corpos
livre; urogonfos presentes ou ausentes; se presente, simples ou de frutificação de fungos, em líquens, algas e musgos que cres-
bifurcado. Algumas larvas se assemelham a Elateridae das quais cem em troncos, sobre folhas e flores, no solo, serapilheira, sob
podem ser facilmente separadas por apresentar labro livre (nasal pedras ou troncos. Algumas espécies estão associadas a ninhos
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de insetos ou outros invertebrados e produtos estocados. Em 7(4). Antena de filiforme a gradualmente expandida (Fig.
alguns grupos, os adultos estão adaptados a escavar o substrato e 31.5B); antenômero apical geralmente longo (Lagriini);
ocupam o mesmo hábitat das larvas; em outros, possuem corpo sensores setiformes apenas no antenômero apical; pelo
menos penúltimo tarsômero lobado ventralmente e mais
relativamente mole e vida curta, e geralmente são diurnos e largo que os demais; tarsômero apical originando-se antes
coloridos. Algumas espécies podem ser braquípteras ou ápteras. do ápice. (Figs 31.418–421, 432) ................ Lagriinae
São primariamente saprófagos e alimentam-se de matéria vegetal ― Antena de modo geral gradualmente dilatada para o
e animal, incluindo húmus, serapilheira, troncos apodrecidos, ápice ou levemente clavada; tarsômeros dilatados e/ou
carniça, excrementos e corpos de frutificação de fungos; alguns o tarsômero IV menor que os demais. (Figs 31.411–
são predadores. Devido a seu tamanho grande e associação com 416, 436–442) ..................................... Stenochiinae
plantas, podem ser encontrados na agricultura, mas possuem Subfamílias que ocorrem no Brasil
pouca ou nenhuma importância econômica. Entretanto, algu-
mas espécies podem ser pragas de produtos estocados e outras, Alleculinae (Figs 31.408–410, 430). Adultos geralmente ligei-
cujas larvas se alimentam de raiz, podem se tornar pragas da ramente esclerosados e levemente pigmentados, ocorrem sobre
agricultura, especialmente de plantas jovens, durante condições plantas, incluindo flores, ou atraídas pela luz; algumas espécies
secas. Também podem danificar sementes plantadas ou mudas não voam. As larvas vivem no solo ou em madeira apodrecida.
jovens. Espécies que se alimentam de fungos podem se tornar Cabeça às vezes estreitada posteriormente ou proeminente
pragas de cogumelos cultivados. anteriormente formando focinho curto; olho vertical, oval e
Está dividida em nove subfamílias, das quais apenas a úl- emarginado anteriormente; antena geralmente filiforme, serrada
tima não está registrada para o Brasil: Alleculinae, Diaperinae, ou levemente clavada; pronoto com margens laterais mais ou
Lagriinae, Nilioninae, Phrenapatinae, Pimeliinae, Stenochiinae, menos arredondadas ou curvadas anteriormente; garra tarsal
Tenebrioninae (inclui Trachelostenidae) e Zolodininae. Referên- quase sempre pectinada; abertura dos reservatórios de glândulas
cias: Freude (1967, 1968) e Flores & Triplehorn (2002). defensivas simples, entre os esternitos VII–VIII; 5–6 ventritos.
Chave para subfamílias com registros para o Brasil Diaperinae (Figs 31.417, 431). Vivem principalmente na
1. Corpo curto e largo, quase arredondado, de moderado a floresta, mas alguns grupos ocorrem em regiões mais áridas,
fortemente convexo dorsalmente e achatado ventralmente; frequentemente em áreas arenosas ou praias e são principal-
antena mais ou menos moniliforme, com anel de mente saprófagos. Outros vivem embaixo de casca ou em
sensores composto no ápice dos antenômeros IV–X. madeira morta. Forma do corpo muito variável, com superfície
(Figs 31.422, 433) ................................. Nilioninae
geralmente glabra e colorida; olho geralmente oval, vertical e
― Corpo alongado, convexidade variável; antena de outra
forma ................................................................... 2 emarginado; antena com 11 antenômeros ou menos, filiforme,
serrada, perfoliada, clavada (1 ou 3–5 antenômeros) ou capitada;
2(1). Abdômen geralmente sem membrana visível na margem sutura pleurosternal geralmente incompleta ou ausente; processo
posterior dos ventritos III e IV; antena geralmente
filiforme, com 2 a 3 antenômeros distais formando clava
prosternal elevado atrás das procoxas; membranas intersegmen-
fraca, às vezes moniliforme ou clavada, com sensores tais visíveis entre ventritos III–V; abertura dos reservatórios de
setiformes simples geralmente agrupados em anéis glândulas defensivas entre os esternitos VII–VIII.
apicais nos últimos três antenômeros. (Figs 31.425–
427, 434–435) ..................................... Pimeliinae Lagriinae (Figs 31.418–421, 432). As larvas ocorrem na serapi-
― Abdômen geralmente com membrana visível na margem lheira ou acúmulo de matéria vegetal, internamente em madeira
posterior dos ventritos III e IV; antena de forma variada .... 3 morta ou em axila de folhas de samambaia. Adultos com corpo
geralmente alongado e convexo; cabeça prognata, abruptamente
3(2). Garras tarsais pectinadas. (Figs 31.408–410, 430) ..
............................................................ Alleculinae constrita na base; antena quase sempre com 11 antenômeros e
― Garras tarsais não pectinadas ................................ 4 filiforme, moniliforme ou levemente incrassada; pronoto mais
estreito que base dos élitros; carena lateral do pronoto completa
4(3). Tarsômeros simples, não dilatados; membrana clípeo-labral
exposta ..............................................................................
ou incompleta; élitro com pontuação geralmente seriada ou
5 estriada, com 10 estrias e estríola escutelar; penúltimo tarsô-
― Pelo menos um tarsômero dilatado ou lamelado; membrana mero geralmente pelo menos fracamente lobado embaixo, com
clípeo-labral exposta ou não .................................... 7 tarsômero terminal surgindo acima e antes do ápice do anterior;
5(4). Antena geralmente clavada, com sensores setiformes nos abertura dos reservatórios de glândulas defensivas variável; 5–6
antenômeros apicais; escapo às vezes muito alongado (geniculado ventritos; membrana intersegmentar quase sempre exposta entre
em Phrenaptini); mandíbula de moderada a fortemente ventritos III–V; margem externa do ventrito V sulcada para re-
projetada, tridenteada. (Figs 31.423–424) .... Phrenaptinae ceber a margem elitral. Larva cilíndrica ou fortemente achatada.
― Antena gradualmente alargada para o ápice ou formando
clava com 5 a 7 antenômeros, com sensores nos Nilioninae (Figs 31.422, 433). Larvas e adultos de Nilio varius
antenômeros apicais; outros caracteres diferentes .......... 6 Ihering são gregários sobre galhos cobertos por fungos e líquens,
6(5). Labro em forma de faixa estreita. (Figs 31.417, 431)
raspando a superfície para alimentação. Antes de empupar, a
...................................................... Diaperinae larva fixa-se no substrato, pelas pernas e ápice do abdômen, e
― Labro de comprimento moderado; membrana clípeo- empupa dentro da última exúvia larval. O ápice de cada pro-
labral exposta ou escondida. (Figs 31.428–429, 443– cesso halteriforme excreta um líquido que se acumula como
445) ..............................................Tenebrioninae pequena gota (Jorge 1974). Adultos com corpo arredondado
ou elíptico e convexo, e com pilosidade moderadamente longa,
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Figuras 31.430-445. Tenebrionidae, vd. 430, Alleculinae, Lystronichus coeruleus Solier; 431, Diaperinae, Cosmonota rubripennis Chevrolat;
432, Lagriinae, Phymatestes spathifer Gebien; 433, Nilioninae, Nilio brunneus Thomson; 434-435, Pimeliinae, 434, Epitragus sp.; 435,
Scotinus sp.; 436-442, Stenochiinae; 436, Acropteron sp.; 437, Blapida okeni Perty; 438, Cuphotes formosus (Thomsom); 439, Cyrtosoma
unicolor Perty; 440, Poecilesthus fasciatus Fabricius; 441, Strongylium aurichalceum Germar; 442, Tentyriopsis striipuncta Perty; 443-445,
Tenebrioninae; 443, Antimachus nigerrimus (Perty); 444, Watius cucullatus (Pascoe); 445, Zophobas quadrimaculatus (Olivier).
fina e subereta; cabeça não constrita na base; antena com 11 brana intersegmentar entre esternitos V–VII visíveis; glândulas
antenômeros, levemente moniliforme com anel de sensórios no defensivas abdominais ausentes.
ápice dos antenômeros 4–10; pronoto mais estreito que bases
Pimeliinae (Figs 31.425–427, 434–435). Maioria dos membros
elitrais, arredondado e explanado lateralmente; élitro pontuado
é saprófaga, geralmente em regiões abertas áridas ou semiáridas,
irregularmente ou com 9 fileiras de pontos, sem estríola escu-
com larvas quase sempre vivendo no solo e caracterizadas por
telar; epipleura elitral larga e explanada na base; ventrito I com
possuir primeiro par de pernas alargado, para escavar. A mir-
processo intercoxal estreitamente arredondado; abertura dos
reservatórios de glândulas defensivas entre os segmentos VII– mecofilia evoluiu em vários grupos. Apresentam forma variável
VIII, marcadas por impressões na margem externa do esternito e cor escura; cabeça de prognata a fortemente inclinada; antena
VIII. Referência: Jorge (1974). estreita, geralmente com 11 antenômeros e 2–3 últimos for-
mando clava fraca; às vezes moniliforme, clavada ou geniculada;
Phrenapatinae (Figs 31.423–424). Adultos e larvas vivem processo prosternal sempre mais ou menos elevado atrás das
e alimentam-se em madeira apodrecida. Phrenapates ohausi procoxas; aberturas de glândulas defensivas ausentes.
Gebien exibe cuidado parental, com a larva alimentando-se de
aparas finas de madeira providas pelo adulto (Ohaus 1909). Stenochiinae (Figs 31.411–416, 436–442). São primariamente
Adultos geralmente com corpo alongado, paralelo lateralmente habitantes de florestas. Adultos geralmente são encontrados na
e convexo; inserções antenais não visíveis dorsalmente; sulco superfície à noite ou no dossel de florestas, enquanto a larva
subantenal geralmente bem desenvolvido; antena geralmente geralmente se alimenta de madeira apodrecida. Forma do corpo
com 11 antenômeros, capitada com clava com 2–4 antenômeros; muito variável, com coloração negra, e às vezes brilhante ou
antena geniculada em Phrenapatini; pronoto não explanado, metálica. Antena geralmente filiforme, moniliforme ou clavada,
com carena lateral completa, simples, raramente crenulada; élitro raramente pectinada; tarsômeros basais geralmente com área ven-
com 9 fileiras regulares de pontos, sem estríola escutelar; mem- tral com pilosidade amarela; membrana intersegmentar visível
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Tenebrioninae (Figs 31.428–429, 443–445). Grande parte com Superfamília Cleroidea. Inclui 18 famílias, das quais sete (com
larvas que se alimentam de madeira apodrecida enquanto outros *) estão registradas para o Brasil: Acanthocnemidae, Biphylli-
ocorrem no solo, onde são saprófagos ou se alimentam de raízes, dae*, Byturidae, Chaetosomatidae, Cleridae*, Lophocateridae*,
e poucos se tornaram pragas de grãos estocados. Adultos com Mauroniscidae, Melyridae*, Peltidae, Phloiophilidae, Phycose-
forma muito variável; sulcos subantenais ausentes na maioria dos cidae, Prionoceridae, Protopeltidae, Rentoniidae*, Rhadalidae,
Thanerocleridae*, Thymalidae e Trogossitidae*. Referências:
grupos; antena quase sempre com 11 antenômeros, geralmente
Crowson (1964), Bocáková et al. (2012) e Gimmel et al. (2019).
de filiforme ou clavada; antenômeros apicais com sensórios
compostos (aglomerados de sensilas dispostos em círculo sobre Biphyllidae (= Diphyllidae) (Figs 31.453–454). Comprimento:
base elevada) ou simples; tarsômeros raramente com lobos 2,3–6,5 mm. Corpo oval, levemente convexo; coloração casta-
ventrais; aberturas dos reservatórios das glândula defensivas nho-avermelhada a castanho-escura; pubescência moderada,
quase sempre presentes entre esternitos VII–VIII; membranas mais longa e ereta dorsalmente, decumbente ventralmente;
intersegmentares entre os ventritos III–V quase sempre exposta. cabeça prognata, inserida no protórax; olho globoso, grosseira-
mente facetado; inserções antenais não visíveis de cima; labro
Zopheridae (inclui Colydiidae, Monommatidae) (Figs 31.446–
livre; antena geralmente com 11 e clava com 3 antenômeros;
452). É reconhecida pela presença de quatro ventritos conatos, pronoto transverso, margens laterais às vezes finamente crenulada
antenas inseridas abaixo da margem frontal, tarsos variáveis ou serrulada, geralmente com 1 ou 2 pares de carenas sublate-
e metacoxas separadas por distância maior que sua largura. rais longitudinais; escutelo transverso; élitro estriado; protíbias
Comprimento: 1,8–34 mm. Alongado, cilíndrico ou achatado, geralmente com espinhos ou esporões apicais; tarsos 5-5-5;
de paralelo lateralmente a oval convexo; glabro ou coberto de tarsômeros II–IV com lobos delgados pubescentes, penúltimo
cerdas simples ou escamiformes; liso ou tuberculado, carenado reduzido, último tão longo quanto os demais juntos; garras
ou pustulado, geralmente com camada de secreções. Cabeça simples; ventrito I com linhas pós-coxais que se estendem até
prognata, fortemente encaixada no protórax ou constrita na ou perto da borda do esclerito.
base; labro geralmente parcialmente escondido embaixo do Larva alongada, paralela lateralmente, gradualmente estrei-
clípeo; antena com 8–11 antenômeros, filiforme, moniliforme, tada no ápice; levemente achatada; superfície dorsal esclerosada
clavada (principalmente em Colydiinae) ou capitada; élitro e ligeira a moderadamente pigmentada; protergo com uma ou
irregularmente pontuado ou estriado; tarsos 5-5-4 na maioria mais placas esclerosadas; cabeça prognata, ramos frontais liri-
dos Zopherinae (4-4-4 em alguns gêneros), 4-4-4 na maioria formes; labro parcialmente fundido à cápsula cefálica; pernas
dos Colydiinae (aparentemente 3-3-3 em alguns gêneros); bem desenvolvidas; mesotergo, metatergo e segmentos I–VIII
tarsômeros geralmente simples e similares; tarsômeros I ou I–II com carena transversa perto do bordo anterior; tergo IX com
alargados e lobados embaixo em alguns Colydiinae. ou sem urogonfos.
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demais, epipleuras distintas na metade basal e pontuação elitral Erotylidae (inclui Languriidae) (Figs 31.482–489). Asseme-
irregular. Comprimento: 0,8–5,2 mm. Corpo em geral oblon- lham-se a alguns Tenebrionidae associados a fungos, principal-
go ou oval, convexo ou achatado; coloração variada, a maioria mente pelo tamanho, coloração e forma do corpo, mas podem
escura ou castanho-avermelhada; pubescência variada; ductos ser diferenciados deles principalmente pela fórmula tarsal 5-5-5
glandulares presentes em várias partes do corpo; cabeça geral- (muitos pseudotetrâmeros) e antenas geralmente clavadas. Com-
mente mais larga que longa, com carena occipital transversa pelo primento: 2,5–25 mm. Forma de oval a alongada, convexa, às
menos em Cryptophaginae; clípeo estendendo-se em frente às vezes semi-hemisférica ou gibosa; geralmente glabro, de colorido
inserções antenais; labro transverso; antena com clava com 2–3 brilhante, amarelo, vermelho ou negro com manchas coloridas;
antenômeros ou incrassada; tarsos 5-5-5 ou 4-4-4 em ambos cabeça alongada com região anterior curvada ventralmente;
os sexos, ou 5-4-4 no macho; tarsômeros geralmente simples a clava antenal com 3–6 antenômeros; clípeo estendendo-se bem
ligeiramente lobados. à frente da inserção antenal; labro livre; carena lateral do pronoto
Larva alongada, paralela lateralmente; levemente achatada a com margem elevada ou gota, frequentemente finamente serra-
cilíndrica; pigmentação leve a moderada; cutícula dorsal lisa ou da, crenulada ou grosseiramente denteada; sutura pleurosternal
com asperites finas, finamente granulada a tuberculada; cabeça incompleta; élitro irregularmente pontuado ou estriado; lobo
prognata e protraída, ramos frontais presentes; labro livre; perna tarsal ausente ou presente apenas no antepenútimo tarsômero,
bem desenvolvida, coxas separadas por 1–2 vezes seu diâmetro; ou em mais de um tarsômero.
tergo IX simples ou com um par de urogonfos fixos curtos. Larva alongada, paralela lateralmente a fusiforme, cilín-
São tipicamente micófagos e ocorrem em hábitats com ma- drica ou achatada; pigmentada ou não; superfície dorsal lisa,
terial em decomposição, que permite o crescimento de fungos, com placas esclerosadas ou com asperites, tubérculos cerdosos,
como troncos, serapilheira e embaixo de casca. Também são grânulos, espinhos ou escolus complexos; cabeça prognata ou
encontrados em ninhos de animais ou produtos estocados. São hipognata, geralmente protraída; ramos frontais presentes; la-
em geral fungívoros, mas muitos são florícolas ou vivem em bro livre; antena longa; mesocoxas separadas por dois ou mais
depósitos de produtos armazenados, roendo principalmente diâmetros; tergo IX geralmente com um par de urogonfos fixos
sementes. As larvas são desconhecidas para o Brasil. As espécies ou processo mediano simples.
Larvas e adultos alimentam-se quase que exclusivamente
conhecidas vivem em ninhos de abelhas e vespas sociais, aves
de fungos superiores, especialmente aqueles que crescem em
e mamíferos.
ambientes úmidos ou troncos caídos. Os adultos podem ser
Está dividida em duas subfamílias, ambas com registro para
encontrados associados ou sob casca com crescimento de fungos;
o Brasil: Atomariinae e Cryptophaginae. Referências: Leschen
depositam os ovos nos fungos em que as larvas se alimentam. É
(1996) e Lyubarsky (1998).
comum encontrar larvas bem desenvolvidas junto aos adultos
Cucujidae (Figs 31.480–481). São reconhecidos principalmente no mesmo fungo.
pelo corpo achatado e geralmente colorido. A maioria com as Está dividida em seis subfamílias, três das quais (com *) regis-
têmporas bem desenvolvidas e fórmula tarsal heterômera nos tradas para o Brasil: Cryptophilinae, Erotylinae*, Languriinae*,
machos. Comprimento: 14–21 mm. Alongado, paralelo late- Loberinae*, Pharaxonothinae e Xenoscelinae. Referências: Alva-
ralmente, fortemente achatado dorso-ventralmente; brilhante renga (1994), Martins & Pereira (1965), Sen Gupta & Crowson
e castanho-escuro; superfície dorsal lisa ou pontuada; cabeça (1971), Węgrzynowicz (2002), Leschen (2003) e Lopes (2006).
prognata, abruptamente constrita na base; em Palaestes Perty, Chave para subfamílias com registros para o Brasil (adaptada
têmpora reduzida a processo agudo; linha ou crista do vértice de Leschen 2003)
presente; clípeo estendendo-se à frente das inserções antenais; 1. Articulação entre meso e metaventrito (metaventral)
inserções antenais não visíveis; antena com 11 antenômeros, dicondílica ou achatada; cavidade procoxal completamente
filiforme; 3º antenômero mais longo que os demais; mandíbula fechada atrás pela borda da projeção prosternal. (Figs
modificada no macho de Palaestes; pronoto com margens laterais 31.482–488) .............................................. Erotylinae
― Articulação entre meso e metaventrito (metaventral)
fortemente curvadas; élitro com pontuação irregular; união
monocondílica; cavidade procoxal aberta ou ligeiramente
trocantero-femoral fortemente oblíqua; protarso do macho aberta ............................................................... 2
levemente expandido lateralmente quando comparado com o
da fêmea; tarsos 5-5-5 na fêmea e 5-5-4 no macho. 2(1). Linhas submesocoxais ausentes; gonóstilo apical; célula
anal da asa posterior ausente; inserção antenal apenas
Larva ortosomática; de esbranquiçada a marrom-averme- parcialmente visível dorsalmente ................. Loberinae
lhada, exceto cabeça e ápice do abdômen mais escuros; cabeça ― Linhas submesocoxais presentes (ausentes em grupos com
prognata; sutura epicranial em forma de Y; 6 estemas cada lado; gonocoxito agudo); gonóstilo, se presente, subapical ou
labro livre; pernas bem desenvolvidas; pretarso com 2 cerdas. apical; célula anal da asa posterior presente (ausente em
Larva desconhecida para o Brasil. Penolanguria Kolbe); inserção antenal visível dorsalmente
na maioria dos táxons. (Fig. 31.489) ....... Languriinae
Larvas e adultos vivem juntos sob casca de árvores e pro-
vavelmente são predadores. Está dividida em três subfamílias, Kateretidae (=Brachypteridae) (Fig. 31.490). São reconhecidos
das quais uma (com *) ocorre no Brasil: Cucujinae, Platisinae* principalmente pela fórmula tarsal 5-5-5, maxilas com gálea
e Pediacinae; no Brasil ocorre apenas Palaestes freyreissi Heyden. e lacínia separadas, clava antenal fraca, cavidades procoxais
Referências: Pereira & Almeida (2001), Jin et al. (2020) e Jaskuła abertas e élitros geralmente curtos. Comprimento: 1,5–6 mm.
et al. (2021). Geralmente oval alongado, convexo ou levemente achatado;
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Laemophloeidae (inclui Propalticidae) (Figs 31.491–493). São insetos que possuem glândulas de seda prosternal, com as quais
reconhecidos principalmente pelo corpo achatado, pronoto com constroem casulo para empupar. Referências: Halstead (1993)
um par de carenas submarginais longitudinais, élitro geralmente e Thomas (2002/2003, 2009, 2014).
com células elitrais e antena longa. Comprimento: 1–5 mm. Monotomidae (inclui Rhizophagidae) (Figs 31.494–497). Be-
Forma ovalada ou alongada, geralmente fortemente achatada; souros pequenos, semelhantes aos Nitidulidae. Diferenciam-se
coloração castanha ou castanho-escura; pubescência geralmente especialmente pela antena curta, com dez antenômeros e clava
inconspícua; cabeça com carenas ou linhas sublaterais sulcadas, formada por um ou dois antenômeros. Comprimento: 1–6 mm.
olhos grosseiramente facetados; antena alongada, filiforme, Alongado, subcilíndrico ou achatado; coloração fosca; pubes-
raramente moniliforme, com 11 antenômeros (raramente 10), cência curta e esparsa, ou ausente; cabeça prognata; inserções
com clava mal definida com 3 (maioria) a 6 antenômeros; clípeo antenais amplamente separadas; clípeo projetado à frente da
projetado à frente da inserção antenal, com 3–5 emarginações; inserção antenal; labro geralmente escondido pelo clípeo; mar-
labro livre; pronoto mais estreito na base; sutura pleurosternal gens laterais do pronoto geralmente retas, levemente curvas ou
ausente; élitro não pontuado, irregularmente pontuado ou for- levemente divergentes anteriormente, lisas ou crenuladas; ângulo
mando estrias; tarsos 5-5-5 nas fêmeas e raramente em ambos posterior do pronoto geralmente arredondado; élitro geralmen-
os sexos, geralmente 5-5-4 nos machos, tarsômeros simples; te paralelo, e estriado e grosseiramente pontuado, com ápice
tarsômero basal, geralmente mais curto que os demais. truncado, expondo um (fêmea) ou dois (macho) tergitos; tarsos
Larva alongada, achatada dorso-ventralmente, maior parte geralmente 5-5-5 na fêmea, 5-5-4 no macho, ocasionalmente
do corpo esbranquiçada e ligeiramente pigmentada; mandíbulas 5-5-5 ou 4-4-4 nos dois sexos; tarsômeros simples.
e segmentos VIII–IX pigmentados; tegumento dorsal e ven- Larva alongada, subcilíndrica a levemente achatada; super-
tral com ou sem asperites arranjadas em elipses longitudinais fície dorsal geralmente granulada ou tuberculada, e levemente
incompletas; cabeça prognata; ramos frontais presentes; labro pigmentada; cabeça prognata, mais estreita que protórax; ramos
livre; perna bem desenvolvida; coxas amplamente separadas; seg- frontais presentes; labro livre; tergos abdominais I-IX geralmente
mentos I–VII mais largos que o tórax; segmento VIII mais longo com asperites, às vezes com 2 ou 3 tubérculos palmados; tergo
que anteriores; tergito IX formando uma placa esclerosada com IX com um par de urogonfos fixos e complexos. As larvas são
um par de urogonfos fixos e curtos, orientados posteriormente. desconhecidas para o Brasil.
A maioria parece se alimentar de fungos, especialmente A maioria das espécies vive sob casca de árvores, algumas
ascomicetos, mas alguns gêneros com adultos cilíndricos, ocorrem em matéria vegetal em decomposição, outras em ninhos
associados a túneis de escolitíneos (Curculionidae), podem de formigas ou abelhas. Larvas e adultos de Rhizophagus Herbst
ser predadores. Várias espécies são pragas de grãos estocados. (que não ocorre no Brasil) são listados como predadores de
Aqueles sem importância econômica geralmente são subcorti- insetos xilófagos, como larvas de escolitíneos (Curculionidae),
cais e considerados predadores, apesar do pouco conhecimento embora haja algumas indicações de que se alimentam também
sobre a sua biologia. Larvas de algumas espécies de Cryptolestes de fungos. Informações sobre outros grupos de Monotomidae
Ganglbauer (que não ocorre no Brasil) são as únicas entre os sugerem que se alimentam de fungos. Membros de Crowsonius
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principalmente no pronoto.
Adultos são bons voadores e podem ser diurnos ou noturnos;
há muitas dúvidas sobre sua alimentação, e acredita-se que a Figura 31.519. Sphindidae, Genisphindus sp., vd.
maioria não se alimenta, uma vez que geralmente têm vida curta, 2014) (a primeira e a última publicação dessa série). Há também
morrendo após completar as etapas de reprodução e postura de
uma base de dados “titan” (Tavakilian & Chevillotte s.d.).
ovos. São conhecidas muitas adaptações comportamentais das
fêmeas envolvendo a preparação dos lugares para ovipostura. Por Chave para as subfamílias com registros para o Brasil (adap-
exemplo, fazendo sulco circundando o galho de plantas vivas, tada de Triplehorn & Johnson 2005, Monné et al. 2017).
interrompe o fluxo normal da seiva da planta através dos tecidos 1. Tarsos distintamente pentâmeros (Fig. 31.9B), sem
do floema, o que proporciona o desenvolvimento da larva com lobos pubescentes ventrais; tarsômero III não dilatado,
tarsômero IV pequeno; antena curta, geralmente se
um aumento da quantidade de nutrientes. estendendo além da base do pronoto; pronoto com margem
As larvas são fitófagas e geralmente se alimentam interna- lateral elevada. (Figs 31.522, 535) ...... Parandrinae
mente da casca, floema, seiva ou cerne de árvores. Algumas ― Tarsos pseudotetrâmeros, com lobos pubescentes ventrais;
se desenvolvem em mudas ou no caule de plantas herbáceas. tarsômero III dilatado, ocultando o IV; antena longa
Atacam principalmente árvores mortas ou danificadas, mas a muito longa, estendendo-se muito além da base do
algumas podem atacar árvores vivas e saudáveis; devido ao seu pronoto; carena lateral do pronoto ausente ................ 2
tamanho moderado a grande, podem causar danos considerá- 2(1). Cabeça vertical ou retraída; margem genal sempre dirigida
veis. Muitas espécies são pragas especialmente de árvores que posteriormente; protíbia com sulco oblíquo interno ou posterior
produzem madeira comercial. Por outro lado, a perfuração da na metade ou terço distal; mesotíbia geralmente entalhada ou
madeira morta pelos cerambicídeos e suas larvas é uma parte sulcada externamente; último palpômero fusiforme, quase
pontiagudo. (Figs 31.521, 529–533) .............. Lamiinae
essencial do processo de decomposição e reciclagem de nutrientes ― Cabeça geralmente prognata ou obliquamente inclinada
dentro do ecossistema de floresta, e a maioria das espécies é de anteriormente; margem genal nunca dirigida posteriormente;
importância econômica. Algumas larvas carregam simbiontes no protíbia sem sulcos; mesotíbia nunca entalhada ou
tubo digestivo, que secretam celulase, permitindo assim utilizar sulcada externamente; último palpômero maxilar obtuso
os componentes da celulose da madeira. O desenvolvimento leva ou com ápice truncado ....................................... 3
de poucos meses a vários anos, dependendo da qualidade dos 3(2). Pronoto com margem lateral elevada, geralmente
nutrientes e componentes do tecido do hospedeiro. Geralmente carena lateral denteada ou espinosa; labro fundido ao
empupam dentro do hospedeiro em uma câmara pupal perto epistoma; lobo interno da maxila (gálea) obsoleto; procoxa
ou fora da superfície. Muitas larvas que se alimentam de raízes fortemente transversa; mesoscuto sem área estridulatória
empupam no solo. Duffy (1960) apresentou uma monografia estriada. (Figs 31.536–540) .................... Prioninae
― Pronoto sem carena lateral distinta; labro livre; lobo interno
dos imaturos de Cerambycidae da região Neotropical. da maxila (gálea) bem desenvolvido; procoxa geralmente
Está dividida em oito subfamílias, cinco das quais (com *) globular; mesoscuto com área estridulatória estriada .......... 4
com registros para o Brasil: Cerambycinae*, Dorcasominae,
4(3). Placa estridulatória do mesonoto bem desenvolvida
Lamiinae*, Lepturinae*, Necydalinae, Parandrinae*, Prioninae*
(ausente em alguns), não dividida; cabeça não estrangulada
e Spondylidinae. atrás dos olhos; sutura pleurosternal raramente completa,
A família possui dois catálogos voltados para o Novo Mundo geralmente indistinta ou incompleta anteriormente, ou
ou região Neotropical, ambos publicados em vários volumes; ausente; empódio geralmente pequeno ou indistinto
aqui citam-se a primeira e a última publicação de cada catálogo, (Figs 31.520, 523–528) ............Cerambycinae
através das quais o interessado poderá obter informações sobre as ― Placa estridulatória do mesonoto dividida por faixa
demais: Monné (1993, 1995), com o catálogo dos cerambicídeos longitudinal mediana; cabeça proeminente atrás dos olhos
formando têmporas, seguida por constrição formando pescoço;
do hemisfério ocidental; e Monné (2001, 2004), com o catálo- procoxas cônicas, proeminentes e projetando-se fortemente
go dos cerambicídeos neotropicais e suas plantas hospedeiras. abaixo do processo prosternal. (Fig. 31.534) .... Lepturinae
Os catálogos desse autor complementam-se com os de Monné
(2005a, b, 2006), em catálogo dos cerambicídeos neotropicais. Cerambycinae (Figs 31.520, 523–528). Segunda maior sub-
Outra série sobre a família tratando da taxonomia das diferentes família, com distribuição mundial. As peças bucais larvais
tribos também publicada em vários volumes é de Martins (1997, demonstram especialidade em material compacto resistente, e
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Figuras 31.520-540. Cerambycidae, vd. 520, Acyphoderes aurulenta (Kirby) (Cerambycinae); 521, Cosmotoma sertifer (Audinet-Serville)
(Lamiinae); 522. Parandra sp. (Parandrinae); 523-528, Cerambycinae; 523, Charisia melanaria Gounelle; 524, Dorcacerus barbatus (Olivier);
525, Eburodacrys sexmaculata (Olivier); 526, Poeciloxestia suturalis (Perty); 527, Psygmatocerus wagleri Perty; 528, Trachyderes succinctus
(Linnaeus); 529-533, Lamiinae; 529, Acrocinus longimanus (Linnaeus); 530, Oncideres saga (Dalman); 531, Onychocerus albitarsis Pascoe;
532, Phoebella phoebe (Lepeletier & Audinet-Serville); 533, Steirastoma stellio Pascoe; 534, Lepturinae, Strangalia fulvicornis (Bates); 535,
Parandrinae, Parandra (Parandra) brasilica Zikán; 536-540, Prioninae; 536, Enoplorecus armillatus (Linnaeus); 537, Macrodontia cervicornis
(Linnaeus); 538, Mallodon spinibarbis (Linnaeus); 539, Myzomorphus quadripunctatus (Gray); 540, Titanus giganteus (Linnaeus).
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larvas não ocorrem em madeira macia ou solo. As mandíbulas voar até a oviposição de uma porção de ovos. Referência: San-
larvais arredondadas são especializadas em remover pequenos tos-Silva et al. (2016).
pedaços do material do hospedeiro, geralmente deixando
Chrysomelidae (inclui Bruchidae, Sagridae) (Figs 31.541–579).
galerias com padrão característico, mas não produzem fibras
Os principais nomes populares são apaga-luz (Bruchinae),
longas principalmente na construção da câmara pupal. Como
barata-do-coqueiro, barata-da-palmeira, bicho-do-coco, bi-
Lamiinae, as larvas desenvolvem-se em ramos ou galhos finos, e
cho-do-feijão, brasileirinho, carcoma (Bruchinae), caruncho
tipicamente são longas e delgadas, geralmente com áreas inter-
segmentais expandidas ou pseudosegmentadas. Os adultos são (Bruchinae), caruncho-do-feijão, cascudinho, gorgulho-do-fei-
extremamente diversos, de formas noturnas escuras a espécies jão, gorgulho-da-ervilha, vaquinha-da-aboboreira, vaquinha-
diurnas, miméticas, coloridas e brilhantes. São comuns espécies -do-algodoeiro, vaquinha-da-batatinha, vaquinha-do-cacau,
florícolas. Referências: Monné & Martins (1992), Clarke (2015) vaquinha-do-feijão, vaquinha-do-fumo, vaquinha-da-goiabeira,
e Botero & Monné (2019). vaquinha-da-melancia, voador, etc.
Dentre os fitófagos, ocupa o segundo lugar em número de
Lamiinae (Figs 31.521, 529–533). É a maior subfamília, com espécies, atrás de Curculionidae. Distingue-se das demais famí-
distribuição mundial, particularmente diversa nos trópicos. São lias de Chrysomeloidea pela presença de apódemas anteriores
biologicamente especializados e desenvolvem-se em hospedeiros da genitália masculina fundidos, formando uma peça basal
lenhosos e herbáceos, vivos ou recém-caídos. As fêmeas nunca semelhante a um capuz, estrutura única entre as famílias de
ovopositam em madeira sem casca e quase sempre preparam ou Phytophaga. Falta também a área estridulatória do mesonoto e
modificam o lugar de oviposição com as mandíbulas. O desen-
algumas espécies possuem lígula exposta e membranosa. Outros
volvimento pode ser rápido, às vezes com pequeno número de
caracteres, mais facilmente observáveis, incluem antenas geral-
ínstares (3). Adultos alimentam-se de tecidos fresco de plantas,
mente de curtas a médias, não inseridas em proeminências e não
cascas ou fungos. Formas não voadoras são comuns e o dimor-
parcialmente circundadas pelos olhos, esporões tibiais reduzidos,
fismo sexual moderado. Hábitos crepusculares ou noturno são
forma do corpo muito variada, mas geralmente oval-alongada.
amplamente distribuídos; espécies miméticas são geralmente
Comprimento: 0,5–35 mm. Forma extremamente variada,
crípticas; muitos Hemilophini e alguns Colobotheini, mimeti-
de cilíndrica a hemisférica, às vezes achatada; coloração variável,
zam Lycidae. Referências: Galileo & Martins (1995), Martins
& Galileo (1998), Nearns et al. (2019) e Souza et al. (2020). com frequência brilhante ou metálica, geralmente bicolorida
dorsalmente ou formando padrões distintos, muitas vezes com
Lepturinae (Fig. 31.534). É mais abundante na região Holártica, pronoto pálido e élitros mais escuros; geralmente glabro, às vezes
penetrando nas regiões Neotropical e Oriental, e uma espécie superfície dorsal com pubescência esparsa ou densa, formada por
Afrotropical. Larvas geralmente se alimentam de madeira morta cerdas simples ou escamiformes, eretas ou inclinadas; superfície
e alguns táxons se desenvolvem em madeira morta e apodreci- mais ou menos esculturada por pontuação superficial com vários
da em árvores vivas. Os adultos são geralmente florícolas e a níveis de pontuações secundárias e microrreticulações.
morfologia da cabeça e peças bucais de muitos estão adaptadas Larvas com formas muito variadas, geralmente alongadas, de
a alimentação do pólen e néctar: cabeça com rostro, mandíbula fraca a fortemente curvadas, achatadas ou convexas dorsalmente;
longa e extensivamente franjada com cerdas e com placa molar às vezes com pequenos tubérculos cerdosos; cabeça geralmente
esculturada; gálea e lacínia com armadura coletora de pólen defletida com 5-6 estemas cada lado; sutura epicranial geral-
especializada.
mente presente, labro livre; tergitos abdominais simples ou
Parandrinae (Figs 31.522, 535). Está amplamente distribuída, com 2-4 dobras transversais; tergito IX sem urogonfos, mas
principalmente pelas regiões mais quentes. As larvas desenvol- ocasionalmente formando uma placa mais esclerosada.
vem-se em troncos apodrecidos de diâmetro moderado a grande, Todos são fitófagos. Os adultos alimentam-se externamente
ou madeira morta em árvores vivas. Muitas espécies são polífa- e as larvas externa e internamente de uma grande variedade de
gas, mas geralmente as angiospermas são preferidas, e algumas tecidos de plantas, incluindo raízes, folhagens, caules herbáceos,
associadas a gimnospermas do gênero Araucaria. Os adultos são folhas, flores, pólen, frutos e sementes. A maioria dos adultos se
encontrados em cavidades de árvores, rachaduras na madeira e alimenta de folhas, embora alguns de pólen e anteras; o hábito
casca solta, e geralmente são noturnos. A oviposição ocorre na alimentar das larvas é mais diverso, podendo se alimentar sobre
madeira com várias gerações geralmente se desenvolvendo dentro ou dentro das folhas, como minadores, dentro do caule ou
do mesmo material. Referência: Santos-Silva & Martins (2010). raízes, ou externamente sobre raízes no solo. Algumas espécies
Prioninae (Figs 31.536–540) de distribuição mundial, predo- são mirmecófilas, enquanto outras se alimentam no interior de
minantemente nas regiões mais quentes. Larva geralmente se certos frutos. Adultos e larvas podem ter hábitos alimentares
desenvolve na madeira morta, mas também nas partes mortas diferentes: algumas larvas se alimentam de raízes de gramíneas
em árvores vivas, e algumas espécies com habilidade de penetrar (Monocotyledoneae), enquanto seus adultos, de folhas de di-
no tecido vivo ou morto recentemente. Adultos com vida curta, cotiledôneas. Muitas espécies são pragas de plantas cultivadas,
parecem não se alimentar, são crepusculares ou noturnos, com causando dano direto pela redução da área foliar, danificando
colorido brilhante (alguns miméticos) ou metálicos. Formas as raízes, minando o caule e causando atrofia por afetar o trans-
que não voam ou braquipteria é comum, particularmente nas porte de nutrientes ou injúrias indiretas pela transmissão de
regiões secas, mas é restrita a fêmeas que podem ser também viroses. Entretanto, várias espécies são utilizadas com sucesso,
braquielitras e fisogástricas; algumas fêmeas aladas não podem no controle biológico de ervas daninhas.
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Figuras 31.541-558. Chrysomelidae, vd. 541, Pachymerus lacerdae Chevrolat (Bruchinae); 542, Sceloenopla sp. (Cassidinae); 543, Botanochara
impressa (Panzer) (Cassidinae); 544, Coelomera lanio (Dalman) (Galerucinae); 545-547, Bruchinae; 545, Caryedes brasiliensis (Thunberg), vd,
vl; 546, Speciomerus giganteus (Chevrolat); 547, Zabrotes subfasciatus (Boheman); 548-558, Cassidinae; 548, Acromis spinifex (Linnaeus);
549, Cephaloleia caeruleata Baly; 550, Charidotis consentanea (Boheman); 551, Cistudinella notata (Boheman); 552, Coraliomela aeneoplagiata
(Lucas); 553, Cyclosoma (Cyclosoma) palliata (Fabricius); 554, Dorynota (Dorynora) monoceros (Germar), vd, vl; 555, Omocerus (Platytauroma)
truncatus (Boheman); 556, Oxychalepus opacicollis Ramos; 557, Sceloenopla maculata (Olivier); 558, Stolas imperialis (Spaeth).
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Chrysomelidae está dividida em 12 subfamílias, das quais 9 ― Pigídio encoberto pelos élitros, não vertical; ventritos
(com *) estão registradas no Brasil: Bruchinae*, Cassidinae* (in- intermediários não estreitados no meio; cabeça mais saliente ... 7
clui Hispinae), Chrysomelinae*, Criocerinae*, Cryptocephali- 7(6). Tarsômero 3 geralmente inteiro, não bilobado; garras
nae* (inclui Chlamisinae, Clytrinae), Donaciinae, Eumolpinae*, geralmente simples, em alguns gêneros com dente na base
Galerucinae* (inclui Alticinae), Lamprosomatinae*, Sagrinae*, (apendiculadas); cavidades procoxais transversalmente ovais
Spilopyrinae e Synetinae. Referências: Crowson (1946), Costa (procoxas transversas). (Figs 31.559–562) ... Chrysomelinae
― Tarsômero 3 bilobado; cavidades procoxais circulares
Lima (1955) e Reid (1995, 2000).
(procoxas arredondadas) ....................................... 8
Chave para as subfamílias com registros para o Brasil (adap- 8(7). Margens laterais do pronoto continuando com a dos élitros
tada de Costa Lima 1955) na base e providas, embaixo, de sulco para o alojamento das
1. Margens laterais do pronoto e dos élitros foliáceas, explanadas, antenas em repouso; antenas geralmente mais longas que o
encobrindo respectivamente a cabeça e o abdômen; contorno protórax; corpo curto, arredondado globular; quase sempre
do corpo na maioria das espécies subcircular. (Figs 31.543, de cor metálica brilhante; olhos fracamente chanfrados;
548, 550–551, 553–555, 558) ....... Cassidinae (parte) garras tarsais geralmente apendiculadas, às vezes simples,
― Outro aspecto ....................................................... 2 soldadas na base, ou bífidas; epipleuras elitrais com depressões
2(1). Cabeça sempre visível adiante do protórax; peças bucais femurais. (Figs 31.577–578) .......... Lamprosomatinae
hipognata; élitros relativamente bem esclerosados, quase ― Margens laterais do pronoto não em continuação com
sempre fortemente carenados, sulcados, ou profundamente a dos élitros, sem sulcos antenais embaixo ou com
pontuados; margem apical largamente arredondada ou sulcos antenais curtos; epipleuras elitrais simples ou
truncada e, neste caso, denteada ou espinosa; antenas ausentes; garras tarsais variáveis ................................ 9
aproximadas na base, rígidas e estendidas horizontalmente. (Figs 9(8). Antenas afastadas na base (distância maior que o
31.542, 549, 552, 556–557) ................... Cassidinae (parte) comprimento do escapo); procoxas arredondadas. (Figs
― Outro aspecto; cavidade e peças bucais na parte anterior 31.569–571) .......................................... Eumolpinae
da cabeça .......................................................... 3 ― Antenas aproximadas na base, geralmente inseridas na
3(2). Cabeça completamente visível de cima, com base mais ou fronte entre os olhos; procoxas cônicas e proeminentes;
menos alongada; olhos afastados da margem anterior do fêmures posteriores dilatados ou não (Figs 31.544,
protórax; protórax distintamente mais estreito que a base 572–576) .................................... Galerucinae
dos élitros, quase sempre arredondado lateralmente ou Subfamílias que ocorrem no Brasil.
tuberculado e não marginado; se marginado, as antenas são
curtas, não mais longas que a cabeça e o pronoto reunidos e Bruchinae (Figs 31.541, 545–547). Ocorre em todos os con-
com 7 antenômeros distais dilatando-se até o ápice ............ 4 tinentes, exceto Antártica. É o único grupo dentro de Chryso-
― Cabeça invisível ou parcialmente escondida sob o pronoto, melidae que se alimenta quase exclusivamente de sementes. O
quando vista de cima; olhos tocando a margem anterior
do pronoto ou escondidos sob ela; pronoto na base crescimento larval ocorre inteiramente dentro da semente, e o 1º
tão largo ou, se não tão largo quanto os élitros, quase ínstar larval possui uma placa esclerosada denteada no pronoto,
sempre distintamente marginado ............................. 6 que ajuda na penetração do tecido da semente. Normalmente as
larvas cortam um buraco de saída na semente antes de retornar
4(3). Fêmures posteriores extraordinariamente dilatados e
denteados ventralmente; metatíbias geralmente recurvadas ao interior para empupar. As peças bucais do adulto parecem
na base; prosterno geralmente distinto entre as procoxas; ser especializadas em finalizar o buraco de saída que foi iniciado
olhos inteiros, arredondados; cabeça geralmente constrita pela larva. Espécies economicamente importantes incluem pragas
posteriormente, formando pescoço distinto ................ 5 de leguminosas estocadas como espécies de Callosobruchus Pic,
― Fêmures posteriores normais ou dilatados; tíbias retas; prosterno Zabrotes subfasciatus (Boheman) e Acanthocelides obtectus (Say);
raramente distinto entre as procoxas, neste caso os olhos são pragas de campos de leguminosas, como múltiplas espécies
distintamente chanfrados; cabeça não constrita posteriormente
em pescoço distinto. (Figs 31.563–564) ....... Criocerinae dos gêneros Bruchus L., Acanthoscelides Schilsky, Bruchidius
Schilsky, Borowiecius Anton e Conicobruchus Decelle, e as pra-
5(4). Cabeça prognata, geralmente com sulcos, em forma de X gas tropicais de tamarindo e amendoim do gênero Caryedon
ou H, entre as inserções antenais; olhos inteiros; raramente
Schoenher. Espécies do gênero Pachymerus Thunberg são pragas
com carena pronotal lateral; metaendosternito com placa
lamelar na base dos ramos. (Fig. 31.579) ....... Sagrinae de palmeiras, e larvas do gênero Megacerus atacam batata doce
― Cabeça geralmente hipognata, sem sulcos em forma de X (Ipomoea batatas (L.)). É provável que os adultos da maioria das
ou H; olhos emarginados ou reniformes; pronoto carenado espécies geralmente se alimentam de pólen e muitas espécies têm
lateralmente, pelo menos na base; metaendosternito reduzido, especializações morfológicas na maxila.
em forma de Y. (Figs 31.541, 545–547) ..... Bruchinae
Cryptocephalinae (Figs 31.565–568). Distribuição mundial.
6(3). Pigídio exposto, vertical ou quase vertical; ventritos Larvas saprófagas, alimentam-se de folhas em decomposição da
intermediários mais ou menos estreitados no meio; cabeça
escondida no protórax até a fronte que é vertical; antenas serapilheira e da vegetação que cresce sobre rochas, mas também
longas e filiformes, ou mais curtas que a cabeça e o protórax remove a camada externa de galhos e frutos; algumas se alimen-
reunidos, com 7–8 antenômeros distais serrados; em repouso, tam de folhas frescas e mudas. Adultos geralmente encontrados
livres, ou escondidas em sulco sob as bordas do pronoto, sobre flores, onde se alimentam de pólen e pétalas, mas também
que são pouco desenvolvidas; olhos fracamente chanfrados de folhas frescas. Semelhante a Lamprosomatinae, exibe cons-
ou inteiros; garras simples, apendiculadas ou bífidas e trução de casulo e comportamento de oviposição complexos. A
soldadas. (Figs 31.565–568) ............. Cryptocephalinae
biologia única envolve invólucros fecais providos pela fêmea, na
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COLEOPTERA
forma de escatoteca. Cada ovo é revestido individualmente com ovos são postos na haste e as larvas desenvolvem-se dentro da
uma mistura de suas próprias fezes e secreções retais. Durante haste, causando dilatações ou galhas. Referência: Monrós (1956).
a oviposição e durante o processo de revestimento de cada ovo,
Disteniidae (Figs 31.580–581). Grupo que foi tradicionalmente
a fêmea mantém seu corpo dirigido para frente sobre as pernas
incluído em Cerambycidae. Formado por insetos elegantes e com
anteriores e médias, enquanto seu tarso posterior segura e gira aspecto homogêneo. Possuem mandíbulas em forma de cinzel
o ovo dentro de uma pequena fóvea ou depressão, no ventrito e clípeo oblíquo à fronte. Comprimento: 5–40 mm. Corpo
V. O processo de colocação e arranjo das camadas, ou das placas alongado e estreito; base dos élitros mais larga que o pronoto;
fecais, envolta dos ovos para formar a escatoteca, pode levar coloração negra, amarela ou azul, verde ou violeta metálico,
aproximadamente 20–30 minutos. Os ovos assemelham-se a geralmente a parte anterior do corpo mais sóbria que os élitros,
pequenas vagens. Referência: Moldenke (1981). algumas espécies com base dos élitros castanho-avermelhada ou
Eumolpinae (Figs 31.569–571). Distribuição cosmopolita. avermelhada; tegumento geralmente com pontuação densa, mui-
Os adultos alimentam-se externamente em folhas de plantas, to fina ou grossa, com cerdas curtas ou longas, às vezes formando
enquanto as larvas são comedoras de raízes subterrâneas. Adul- padrões característicos; região frontal com sulco ou linha média,
tos que se alimentam de plantas tóxicas, também são tóxicos e que pode continuar atrás dos olhos; inserções antenais expostas,
muitos têm cores aposemáticas. Maioria se alimenta de plantas próximas à articulação mandibular; carena curta geralmente
dicotiledôneas, mas há exceções. Adultos de muitas espécies presente atrás do soquete antenal; clípeo anterior membranoso,
são polífagos, mas espécies de muitos gêneros possuem uma esclerosação pós clipeal atingindo a articulação mandibular;
tendência rigidamente especializada. As larvas parecem ser todas labro livre; antenas filiformes com 11 antenômeros, geralmente
habitantes de solo que se alimentam de raízes, mas poucos deta- ultrapassando o ápice dos élitros; escapo longo, ocasionalmente
lhes são conhecidos sobre o ciclo de vida da maioria das espécies. atingindo a margem posterior do protórax; pedicelo curto (no
máximo levemente mais longo que largo) mas com côndilo
Galerucinae (Figs 31.544, 572–576). Distribuição mundial com encaixando-se na ampla abertura distal do escapo; protórax
maior diversidade nas regiões tropicais. Adultos alimentam-se geralmente com espinhos ou tubérculos laterais; suturas pleuros-
externamente de folhas de grande variedade de angiospermas, ternais incompletas ou indistintas; élitros cobrindo totalmente
preferencialmente dicotiledôneas; algumas espécies consomem o abdômen, irregularmente pontuado ou com fileiras de pontos
pólen, sugam néctar de flores femininas ou pecíolos de folhas. obliteradas posteriormente; esporões tibiais 2-2-2; geralmente
Espécies que se alimentam externamente e minadoras, põem protíbia internamente e mesotíbia externamente com sulcos
ovos na superfície inferior da folha, enquanto as habitantes de cerdosos oblíquos (semelhante a limpadores de antenas); tarsos
solo, ovipositam na superfície, dentro do solo superficialmente pseudotetrâmeros, tarsômeros 1–3 com lamela pilosa ventral.
ou na base de haste de plantas. Ovos são postos individualmente Larva cerambicoide com pernas reduzidas e ampolas dorsal
ou em grupos 6-100; podem conter uma cola onde cerca de e ventral.
70 ovos são mantidos em um tipo de ooteca. Algumas espécies Pouco se sabe sobre seus hábitos. Alguns adultos são diurnos,
mascaram o grupo de ovos com excremento ou substância mas muitos são predominantemente crepusculares ou noturnos e
espumosa. O desenvolvimento do ovo dura 5-8 dias e há 3-4 são atraídos pela luz. Pouco é conhecido sobre a alimentação dos
ínstares larvais. As larvas de Galerucini são geralmente gregá- adultos, e alguns possivelmente não se alimentam. As larvas são
rias sobre folhas, e empupam no solo ou penduradas na folha. desconhecidas para o Brasil. As larvas conhecidas alimentam-se
Adultos geralmente são bons voadores, quando a asa posterior de ou embaixo da casca e às vezes da seiva de árvores e arbustos
está totalmente desenvolvida. São muito vulneráveis a predação mortos ou morrendo, e geralmente assumem uma posição do-
e ataque de parasitas, e apresentam vários mecanismos de defesa, brada característica como larvas de Buprestidae. Fazem galerias
como por ex., a fêmea envolver os ovos com fezes e várias espécies sinuosas embaixo da casca onde empupam.
são tóxicas. Em espécies de Coelomera Chevrolat, as larvas são Está dividida em quatro tribos, das quais, duas (com *)
gregárias e formam um anel de defesa, enquanto em Macrohal- ocorrem no Brasil: Cyrtonopini, Distenini*, Dynamostini e
tica Bechyně, os adultos alimentam-se gregariamente formando Heteropalpini*. Referências: Monné & Giesbert (1995), San-
grandes agregados. Também pode ocorrer sangramento reflexo tos-Silva & Martins (2004) e Botero & Almeida (2019).
na membrana intersegmentar entre os dois últimos ventritos Megalopodidae (Figs 31.582–585). Compartilham com a maio-
(Diabrotica Chevrolat), na junção tibiofemural (Galerucella, ria dos cerambicídeos caracteres plesiomórficos, como esporões
Altica Geoffroy) ou na região pré-bucal (Coelomera). tibiais apicais pareados em todas as pernas e apódemas anteriores
Lamprosomatinae (Figs 31.577–578). Distribuição mundial. da genitália do macho alongados e separados. O principal caráter
As larvas constroem casulos fecais portáteis, e alimentam-se distintivo é a presença de antena localizada acima da base da
ativamente e às vezes destrutivamente, da casca de árvores vivas, mandíbula, não inserida em tubérculo e não defletida para trás.
Todos possuem área estridulatória mesonotal e a maioria possui
incluindo suas hastes. Algumas espécies (ex. Lamprosoma azu-
lígula bilobada, membranosa e bem desenvolvida. Comprimen-
reum Germar) têm sido consideradas como agentes potenciais
to: 3,3–15 mm. Forma alongada na maioria das espécies, com
de controle biológico de plantas invasivas.
margens laterais paralelas ou subparalelas; coloração geralmente
Sagrinae (Fig. 31.579). Biologia pouco conhecida. Adultos escura, de negra a castanha, às vezes levemente metálica; unico-
geralmente se alimentam em flores, provavelmente incluindo loridos ou bicoloridos, com padrões de manchas dorsalmente;
pólen, mas não das flores que são hospedeiras das larvas. Os cabeça abruptamente constrita na base; olhos protuberantes e
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Figuras 31.559-579. Chrysomelidae, vd. 559-562, Chrysomelinae; 559, Cosmograma fulvocincta Stål; 560, Platyphora albovirens (Stål); 561,
Platyphora vigintiunopunctata (Chevrolat); 562, Stilodes decorata (Perty); 563-564, Criocerinae; 563, Lema (Neolema) fasciata (Germar); 564,
Lema (Quasilema) reticulosa Clark; 565-568, Cryptocephalinae; 565, Chlamisus mimicus Monrós; 566, Fulcidax bacca (Kirby), vd, vl; 567,
Megalostomis obesa Lacordaire, 1848; 568, Stereoma angularis Lacordaire; 569-571, Eumolpinae; 569, Colaspis calcarifera (Bechyně); 570,
Colaspoides itaituba Bechyně & Špringlová; 571, Eumolpus opacus Špringlová; 572-576, Galerucinae; 572, Coelomera raquia Bechyně; 573,
Diabrotica sp.; 574, Omophoita superba Weise; 575, Paranaita generosa (Harold); 576, Syphraea speciosa (Olivier); 577-578, Lamprosomatinae;
577, Lamprosoma bicolor Kirby; 578, Lamprosoma chamaelon Lacordaire; 579, Sagrinae, Megamerus alvarengai Monrós.
emarginados; inserções antenais geralmente expostas dorsalmen- segmentos abdominais com ou sem ampolas ambulatórias
te; labro livre; antena com 11 antenômeros, serrada a incrassada dorsais e ventrais.
ou clavada; sutura pleurosternal geralmente completa; procoxas Adultos estão associados a grande variedade de famílias de
projetando-se bem abaixo do prosterno; cavidade procoxal plantas. Possuem mandíbulas bem desenvolvidas, usadas para
transversa, fechada externamente; mesoscuto com aparato cortar as folhas e o caule terminal em crescimento e preparar os
estridulatório; élitro com pontuação irregular, não formando lugares para ovipostura; alimentam-se de fluídos de exsudatos
fileiras; sutura metacapisternal longa, discrímen moderado a dos caules cortados. Foram observados alguns adultos expelindo
longo; metacoxas contíguas ou levemente separadas, placas au- jatos curtos de fluído pelo ápice do abdômen, sugerindo que a
sentes; união trocantofemural oblíqua; metafêmur inflado com quantidade ingerida é grande. Também se alimentam de sólidos,
dente mesial perto do ápice em alguns Megalopodinae; tarsos incluindo a casca interna do caule e brotos das folhas. Voam bem
pseudotetrâmeros; garra tarsal simples. à luz do sol e produzem barulho estridente, causado pelo atrito
Larva cerambicoide, levemente mais achatada e cabeça menos do pronoto com a parte estriada do mesonoto. As fêmeas põem
introvertida que Cerambycidae; pernas reduzidas ou ausentes; ovos no haste e as larvas alimentam-se internamente dos tecidos.
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Figuras 31.602-620. Curculionidae, vd. 602, Cratosomus flavofasciatus Guérin (Conoderinae); 603, Naupactus sp. (Entiminae); 604,
Linomadarus sp. (Conoderinae); 605, Tesserocerus insignis (Saunders) (Platypodinae); 606, Pityophthorus sp. (Scolytinae); 607, Brachycerinae,
Haplopodus westermanni (Boheman); 608-611, Conoderinae; 608, Diorymerus auritus Boheman; 609, Eurhinus splendidus Blanchard; 610,
Orissus flavipennis (Blanchard); 611, Zygops sanctus (Fabricius), vd, vl; 612-614, Curculioninae; 612, Camarotus attelaboides Karsch; 613,
Celetes binotatus Gyllenhaal; 614, Hammatostylus longirostris (Pascoe); 615, Dryophthorinae, Mesocordylus memnonius Cisiki; 616-620,
Entiminae; 616, Briarius augustus (Illiger); 617, Entyus auricinctus (Germar); 618, Hyphantus titan Vaurie; 619, Pantomorus glaucus (Perty);
620, Platyomus besckei (Germar).
escurecem durante o desenvolvimento), ou ovos depositados partenogênese telítoca: ovos não fertilizados produzem apenas
em grupos e cobertos com substância viscosa adesiva, secretada fêmeas. Referências: Vanin (1983), Morrone (1999/2000), Vanin
durante a oviposição, escondidos entre a superfície adjacente & Gaiger (2005), Lanteri & del Río (2005, 2006, 2017a, b),
(ovos permanecem pálidos). A maioria das larvas desta subfamília Girón (2020) e del Río & Lanteri (2013).
habita o solo e é polífaga, alimentando-se de uma variedade de Lixinae (Fig. 31.621). Cosmopolita, com maior número de
plantas nos estágios larval e adulto. Algumas espécies, pragas táxons presente nas regiões Paleártica e Afrotropical. Larvas
cosmopolitas, são extremamente polífagas, com centenas de geralmente brocam caule ou raíz, mas também podem se ali-
plantas hospedeiras registradas, a maioria cultivada. Geralmente mentar de sementes ou formar galhas. Os adultos alimentam-se
os adultos não causam danos sérios às plantas, mas as larvas das mesmas espécies que as larvas, ou são polífagos, e alguns
são prejudiciais às raízes. Algumas espécies se reproduzem por podem ser pragas de cultivos.
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Figuras 31.621-630. Curculionidae, vd. 621, Lixinae, Lixus sp.; 622, Mesoptiliinae, Laemosaccus canaliculatus Hustache; 623-627, Molytinae;
623, Ameris dufresnii (Kirby); 624, Desmosomus longipes (Perty); 625, Heilipus discoidalis (Fabricius); 626, Homalinotus hystrix (Olivier); 627,
Tylomus guttatus Germar; 628, Platypodinae, Megaplatypus subsulcatus (Chapuis), vd, vl; 629-630, Scolytinae; 629, Camptocerus noel Smith
& Cognato, vd, vl; 630, Xyleborus retusus Eichholf, vd, vl.
Mesoptiliinae (Fig. 31.622) Distribuição mundial, encontrados com a fêmea durante todos os estágios do desenvolvimento lar-
particularmente nas regiões Neotropical e Australiana. Adultos val. A entrada do túnel em um novo sistema de galeria é sempre
alimentam-se de folhas, geralmente das árvores em que a larva feita pelo macho, que admite apenas uma fêmea no novo túnel.
se desenvolve, produzindo o dano típico de ‘buraco da bala’. A cópula ocorre na ou próximo à entrada do túnel; a fêmea então
Aparentemente, todas as larvas se alimentam de madeira viva escava um sistema de túneis mais longo e põem ovos em grupos,
ou morta de galhos e ramos, dentro ou sob a casca; se viva, a no fundo do túnel. O macho ajuda a fêmea a remover as fezes
madeira está geralmente estressada ou morta. Às vezes, causam do túnel. Referência: Schedl (1972).
prejuízos econômicos.
Scolytinae (Figs 31.606, 629–630). Encontrados em todos
Molytinae (inclui Cryptorynchinae) (Figs 31.623–627). Encon- os continentes florestados, com uma grande proporção nos
trada em todas as regiões zoogeográficas, com maior diversidade
trópicos. A alimentação e desenvolvimento larval ocorre em
nas regiões tropicais. Adultos e larvas podem se alimentar em
muitos tipos de substratos arborizados, mas principalmente em
diferentes plantas e de diferentes modos. A associação dos
troncos e ramos de árvores a arbustos mortos. As preferências
adultos às plantas pode ser devido à alimentação, mas também
pela planta-hospedeira ou tecido-hospedeiro pode ser restrita
porque macho e fêmea tendem a estar associados no momento
da oviposição, portanto agrupamento de adultos sobre as plantas ou extremamente ampla. A maioria possui associação faculta-
pode indicar apenas o hospedeiro da dieta larval em vez de pre- tiva ou obrigatória a fungos que proporcionam, exclusiva ou
ferência do adulto. Adultos geralmente se alimentam de folhas parcialmente, nutrientes de outra forma não disponíveis para
vivas. Acredita-se que as larvas são endofíticas e que muitas se esses besouros. Os adultos fazem túneis na planta hospedeira
alimentam inicialmente dos tecidos vivos, que se degrada e com todo o corpo, e escava nichos de cópula e túneis para ovos,
apodrece com o progresso da alimentação. Referências: Vanin & dentro do tecido do hospedeiro. Os túneis proporcionam abrigo
Reichardt (1976) , Lanteri & Marvaldi (2005) e Kuschel (1955). contra predadores e parasitoides e também valioso recurso para
colonização secundária do inseto. O ciclo completo dentro
Platypodinae (Figs 31.605, 628). Encontrados em regiões
do tecido hospedeiro está associado à evolução de diferentes
tropical ou subtropical. Praticamente todas as espécies cultivam
sistemas de cópula e comportamento subsocial. A monogamia
fungos para alimentação em túneis escavados profundamente no
alburno ou cerne de uma árvore morta. Apenas duas linhagens é o mais comum, e geralmente a fêmea inicia a construção do
mais basais alimentam-se no câmbio de madeira morta. Todas túnel. O macho permanece com a fêmea durante a postura dos
as demais espécies são inteiramente dependentes do fungo que ovos e desenvolvimento larval, ou deixa o túnel em algum desses
cresce nos túneis, e o desenvolvimento larval é possivelmente estágios. Quando permanece com a fêmea, ajuda na remoção
dependente dos componentes esteroides da sua dieta fungal. A das fezes do sistema de túneis e o bloqueio da entrada. Também
transmissão do esporo ou hifa fungal entre plantas é facilitada por pode ocorrer “harem polygyny” que consiste em pareamento
estruturas altamente especializadas no tegumento do besouro, regular de um macho e duas fêmeas; nesse caso o túnel dos ovos
formando micângia, que é comumente encontrada apenas nas é construído longe do nicho de cópula. Referências: Wood &
fêmeas. São tipicamente monogâmicos, e o macho permanece Bright (1987, 1992a, b), Bright & Skidmore (1997, 2002),
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