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Universidade de Brasília

Departamento de Fitopatologia

Doenças da cultura da Mandioca


Letícia Pereira da Silva
Introdução
Manihot esculenta Crantz

Classificação Botância
Família: Euphorbiaceae
Nomes populares: Mandioca, macaxeira, aipim
Nome em inglês: Cassava

Originária da América do Sul;

Componente cotidiano da refeição


de cerca 1 bilhão de pessoas;

Principais alimentos energéticos no


mundo;

Consumo per capita, no mundo,


14,4 Kg/ ano. 2
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Produção de mandioca no Brasil

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Tudo se aproveita da mandioca

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Principais
doenças

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Doenças
causadas por
bactérias

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Murcha Bacteriana ou Bacteriose
Etiologia

Agente causal

Xanthomonas axonopodis pv. manihotis

 Gram-negativas
 Aeróbicas com células em formato de bastonete
 Monotríquia (um único flagelo polar),
 Não produz xantomonadina como as demais Xanthomonas;
 Colônias côncavas, brilhantes e de bordas lisas, com aspecto mucoide

Considerada uma das únicas bactérias fitopatogênicas a


causar variedade de sintomas no hospedeiro

Dificuldade em desenvolver métodos de controles


eficientes
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Fonte: Cohn, 2015
Murcha Bacteriana ou Bacteriose
Epidemiologia Ciclo da doença
 Principal doença da cultura podendo causar perdas de até 100% na
produção de raízes da mandioca;

 Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste no Brasil

 Precipitação média anual acima de 1200 mm com variação brusca da


temperatura entre o dia e a noite (> 10°C) no período de cinco dias.

Sobrevivência

Manivas-semente

Disseminação

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Manivas-semente contaminadas
Murcha Bacteriana ou Bacteriose

Sintomas

Fotos: Miguel A. Dita.


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Murcha Bacteriana ou Bacteriose
Medidas de controle

Remoção dos restos culturais


seguida de aração Rotação de culturas

Cultivares resistentes

Erradicação das plantas


infectadas
Manivas-semente sadias
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Pousio por no mínimo de seis meses
Superbrotamento
Etiologia
Ciclo da doença
Agente causal

Fitoplasma
 Bactérias Gram-negativas;
 Não possuem parede celular;
 Residem no floema das plantas;
 Não são cultiváveis in vitro

Dependem da planta hospedeira para obtenção de açúcares e


nutrientes

Transmissão

Insetos vetores sugadores de seiva


 Hemiptera
 (cigarrinhas e pecervejos)

Disseminação

Manivas-semente 12
contaminadas Inseto vetor
Superbrotamento
Sintomas
Epidemiologia

 Perdas de produção podem


atingir até 70%;

 Acentuada diminuição nos teores


de amido.

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Superbrotamento

Medidas de controle

Manivas-semente sadias

Uso de variedades com


resistência genética Inspeção fitossanitária

Erradicação das plantas


infectadas
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Doenças
causadas por
fungos

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Superalongamento
Etiologia
Ciclo da doença
Agente causal

Sphaceloma manihoticola Bitancourt & Jenkis


 Fase assexuada do gênero Elsinoe
 Produz conídios pequenos, unicelulares e hialinos
 Estruturas estromáticas denominadas acérvulos.

Epidemiologia

 Chuvas abundantes (Alta UR)


 Temperaturas em torno de 20 a 22°C
 Ataca todas as regiões do Brasil
 Causa perdas superiores a 80% da produção
total.

Disseminação

Manivas-semente 16
Vento Chuva
contaminadas
Superalongamento

Sintomas

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Superalongamento

Medidas de controle

Utilização de manivas-sementes
sadias
Rotação de culturas

Remoção dos restos culturais


seguida de aração

Erradicação das plantas


infectadas
Cultivares resistentes 18
Cercosporiose
Etiologia Ciclo da doença
Agente causal

Cercosporidium henningsii Allesch. e Cercospora vicosae A.

Fonte: Michereff et al. (1999)


S. Mull. & Chupp
 Produzem conídios compridos e multi-septados, na extremidade de
conidióforos situados no centro das lesões, na face inferior das folhas.

Ocorrem com alta frequência na cultura da mandioca

Epidemiologia
 Alta UR
 Temperaturas em torno de 20 a 22°C
 Ataca todas as regiões do Brasil
 Causa perda da área fotossintética da folha
 Perdas na produção em torno de 20% da produção total.

Disseminação

19
Vento
Cercosporiose

Sintomas

 Níveis da gravidade da doença

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Cercosporiose

Medidas de controle

Utilização de manivas-sementes
sadias
Cultivares resistentes

Remoção dos restos culturais


seguida de aração

Eliminação de plantas
Aumento do espaçamento entre infectadas
plantas 21
Doenças
causadas por
vírus

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Mosaico comum
Etiologia Sintomas
Agente causal

Cassava vein mosaic virus (CsVMV)

 Família: Alphaflexiviridae Gênero: Potexvirus


 Partículas alongadas
 Genoma: RNA de fita simples
 Disseminação: manivas-semente contaminadas

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Mosaico das nervuras
Etiologia Sintomas
Agente causal

Cassava vein mosaic virus (CsVMV)

 Família:  Caulimoviridae Gênero: Caulimovirus


 Partículas circulares não segmentados
 Genoma: DNA de fita dupla
 Vetor: Mosca branca (Bemisia tabaci Gennadius)
 Disseminação: enxertia e manivas-semente contaminadas

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Couro de sapo
Etiologia Sintomas
Agente causal

“Cassava frogskin disease”, CFSD

Atribuída ao mesmo tempo a um complexo de espécies de vírus


e a um fitoplasma

 Vetor: Mosca branca (Bemisia tuberculata)


 Disseminação: manivas-semente contaminadas
 Alto potencial de danos à cultura da mandioca

Considerada uma das mais importantes viroses da


mandioca da América do Sul

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Controle de Viroses

Queima de manivas-sementes
Utilização de manivas-sementes infectadas
sadias

Controle do inseto vetor


Desinfestação das ferramentas

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Doenças
causadas por
nematoides

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Nematoide-das-galhas
Agente causal

Meloidogyne spp.
 Ciclo de vida: 3 a 4 semanas
 Fase infectante: J2
 Os ovos podem sobreviver no interior de raízes;
 Disseminação ocorre através de raízes infectada, água e
implementos agrícolas.
 Temperaturas acima de 25ºC

Disseminação
Manivas-semente
contaminadas 28
Nematoide-das-galhas

Sintomas

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Nematoide das lesões radiculares
Ciclo da doença
Agente causal

Pratylenchus brachyurus

 O período embrionário varia de 6 a 8 dias;


 Temperatura de 28ºC a 30ºC;
 Tempo para completar o ciclo de vida é de 3 a 4 semanas;
 Sobrevive por vários meses sem uma planta hospedeira.

Disseminação
Manivas-semente
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contaminadas
Nematoide das lesões radiculares

Sintomas

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Controle

Rotação de culturas
Cultivares resistentes

Remoção dos restos culturais


seguida de aração

Limpeza do maquinário Eliminação de plantas


infectadas
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Universidade de Brasília
Departamento de Fitopatologia

Obrigada!
leticiapereirasc@gmail.com

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