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Organização do núcleo das células

O núcleo é uma estrutura bem organizada, delimitada por uma membrana dupla com
poros (por onde sai o RNA) revestidos por proteínas – membrana ou invólucro nuclear.
É constituído por um nucléolo, nucleoplasma, cromossomas (visíveis quando a célula
está em divisão) e cromatina (constituída por vários cromossomas)

Ácidos nucleicos – DNA e RNA


Nucleótidos: monómeros
Constituídos por:
 uma pentose: desoxirribose (no DNA) ou ribose (no RNA)
 uma base azotada: ligada ao carbono 1´ da pentose; caráter hidrofóbico
 um grupo fosfato: ligado ao carbono 5´ da pentose; confere características ácidas à
molécula; caráter hidrofílico

DNA – polímero
Pentose: desoxirribose (não tem a quantidade de água proporcional à quantidade de oxigénio,
ao contrário das outras pentoses, tem um oxigénio a menos)
Bases azotadas: adenina ligada à timina e a guanina ligada à citosina

- É a molécula biológica universal – todos os seres vivos são constituídos por DNA – e é o
suporte molecular da informação genética de cada ser vivo.

RNA – polímero
Pentose: ribose
Bases azotadas: adenina, uracilo (substitui a timina), guanina e citosina

As bases azotadas podem ter dois anéis, bases púricas, no caso da adenina e da
guanina ou podem ter apenas um anel, bases pirimídicas, no caso da timina, do uracilo e da
citosina.

A descoberta do DNA
Experiência de Frederick Griffith (1928):
O cientista trabalhou com dois tipos de bactérias: tipo S (bactérias virulentas;
envolvidas por uma cápsula de polissacarídeos que lhes confere um aspeto liso) e tipo R
(bactérias não virulentas; sem cápsula e com aspeto rugoso). Griffith preparou 4 lotes:

1. Injetou bactérias virulentas (tipo S) num rato: rato morre


2. Injetou bactérias não virulentas (tipo R) num rato: rato vive
3. Injetou bactérias virulentas mortas pelo calor num rato: rato vive
4. Injetou bactérias tipo R vivas e bactérias tipo S mortas pelo calor num rato: rato morre e são
encontradas bactérias tipo S vivas no sangue do rato

Variável independente: injetar bactérias tipo S ou tipo R, vivas ou mortas, no rato


Variável dependente: rato morre ou vive; há ou não bactérias virulentas no sangue do rato
Conclusão: A experiência sugere que as bactérias do tipo S conseguiam transmitir a sua
virulência às bactérias do tipo R que se tornariam, assim, virulentas. Esta informação deveria
ser transmitida por uma substância química, que ficou conhecida por princípio transformante.

Experiência de Avery e colaboradores:


Amostra A: Bactérias não virulentas vivas + bactérias virulentas mortas + protease (enzima que
desfaz proteínas) – rato morre uma vez que as proteínas foram destruídas, mas o DNA
continuou intacto

Amostra B: Bactérias não virulentas vivas + bactérias virulentas mortas pelo calor + DNAase
(desfaz DNA) – rato vive uma vez que o DNA das bactérias foi destruído

Variável independente: presença de protease ou DNAase


Variável dependente: ratou vive ou rato morre

Problema: qual é a substância química que transforma as bactérias?


Hipótese: as substâncias químicas que transformam as bactérias são as proteínas ou o DNA

Conclusão: Esta experiência mostrou, pela primeira vez, que o DNA é responsável pela
transformação de bactérias tipo S mortas em bactérias tipo R vivas, dando-lhes informação
necessária para que produzam cápsula, se tornem virulentas e comecem a reproduzir bactérias
tipo S vivas.
Experiência de Hershey e Chase:
Os cientistas utilizam bacteriófagos, vírus que se instala na superfície da bactéria e
instala lá o seu material genético fazendo com que essa bactéria comece a reproduzir novos
vírus. Os bacteriófagos que foram utilizados são compostos por uma molécula de DNA rodeada
por uma cápsula proteica, que permanece no exterior da bactéria.

1. Os bacteriófagos foram introduzidos num meio com fósforo (P) radioativo. Por
consequência, o seu DNA ficou marcado radioativamente – os bacteriófagos produzidos nessa
bactéria eram radioativos dado que na infeção da bactéria, o DNA entrou radioativo e como
serviu para a produção dos novos vírus, estes tinham incorporado DNA radioativo. As cápsulas
proteicas dos novos vírus não estavam marcadas radioativamente uma vez que foram
produzidas com aminoácidos sintetizados na bactéria, sem nenhuma molécula radioativa.

2. Os bacteriófagos foram introduzidos num meio com enxofre (S) radioativo. Por
consequência, a sua cápsula proteica ficou marcada radioativamente – os bacteriófagos
produzidos nessa bactéria não eram radioativos dado que na infeção das bactérias, o DNA
entrou normalmente, mas a cápsula proteica, marcada radioativamente, ficou no exterior.

Variável independente: enxofre e fósforo radioativos


Variável dependente: os vírus produzidos pela bactéria estavam ou não marcados
radioativamente

Problema: qual é a substância química responsável pelo armazenamento do material


genético?
Hipótese: a substância química responsável pelo armazenamento do material genético é o
DNA ou as proteínas
Conclusão: o DNA é responsável pelo armazenamento do material genético

Miescher: descobriu que há uma substância que é comum ao núcleo das células à qual
chamou nucleína, composta por fósforo e azoto (1869)
Kossel: demonstra que a nucleína continha bases azotadas, daí serem ricas em fósforo e azoto
(1880)
Altmann: comprova a natureza ácida desta substância e designou-a ácido nucleico (1889)
Francis Crick e James Watson: apresentam o modelo da estrutura de dupla hélice do DNA
(1953)

Polimerização do DNA – anabolismo


Ao carbono 3´ de um nucleótido liga-se um carbono 5´ de outro através de uma ligação
fosfodiéster. A adição de nucleótidos faz-se sempre no sentido 5´- 3´.

Regra de Chargaff
Numa molécula de DNA, a quantidade de A+G é sempre aproximadamente igual à de
T+C uma vez que a base azotada A liga se sempre, com duas pontes de hidrogénio, à T e a base
azotada G liga-se sempre, com três pontes de hidrogénio, à C e, por isso, a quantidade de A é
igual à de T e a quantidade de G é igual à de C.
Uma base púrica liga-se a uma base pirimídica específica; A¿T e C≡G. No DNA, há
tantas bases púricas como pirimídicas.

Estrutura e características do DNA


O DNA apresenta uma estrutura de dupla hélice porque é formado por duas cadeias
enroladas. Eis as suas características:

Cadeias antiparalelas: as duas cadeias têm orientações diferentes. Uma das cadeias está no
sentido 3´- 5´ e a outra está no sentido 5´- 3´

Cadeias complementares: cada base azotada de uma cadeia liga-se com uma base azotada
específica da cadeia oposta. Portanto quando sabemos as bases azotadas de uma cadeia
conseguimos sempre decifrar as bases azotadas da outra cadeia.

A molécula de DNA tem um diâmetro constante porque há sempre uma base púrica
numa cadeia ligada a uma base pirimídica da cadeia oposta.

A viscosidade do DNA deve-se ao facto de ser uma molécula grande e com uma
estrutura de dupla hélice.
As bases azotadas das duas cadeias estabelecem pontes de hidrogénio entre si. A cada
ligação feita liberta-se uma molécula de H 2O.
As bases azotadas têm caráter hidrofóbico pelo que tendem a isolar-se de meios
aquosos, como o conteúdo celular onde o DNA se integra. Por esta razão ocupam uma posição
protegida no interior da molécula. Pelo contrário, o grupo fosfato tem caráter hidrofílico, daí a
encontrar-se virado para o exterior da molécula.
Quando sujeitas a aquecimento, as pontes de hidrogénio, estabelecidas entre as bases
azotadas quebram, fazendo com que a molécula de DNA perca a viscosidade. Contudo, a
energia de despolimerização A¿T é menor do que aquela que é necessário consumir para
despolimerizar o grupo C≡G uma vez que o último tem três pontes de hidrogénio e o primeiro
apenas duas.

Nucleosídeo: constituído por uma pentose ligada a uma base azotada.


Gene: excerto de uma molécula de DNA que tem informações específicas / segmento de DNA
Há genes que não se manifestam em nós, mas podem-se manifestar nos nossos
descendentes
Genoma: conjunto de genes correspondente à informação genética de um indivíduo
Fenótipo: genes que se expressam; aqueles que são transformados em proteínas
Cromossoma: molécula de DNA envolvida por proteínas. Quando o cromossoma aparece em
forma de X, com dois cromatídeos, já tem o seu DNA replicado

Universalidade e variabilidade do DNA


O DNA é uma molécula complexa, formada por duas cadeias antiparalelas de
nucleótidos. É nas sequências nucleotídicas do DNA que está codificada a informação genética
que define as características e traços únicos de cada indivíduo. Apesar de o DNA variar de ser
vivo para ser vivo, a sua estrutura e os seus nucleótidos são iguais em todas as moléculas –
UNIVERSALIDADE.
Mesmo tendo em conta que há pouca variabilidade de nucleótidos, uma vez que só
diferem nas quatro bases azotadas diferentes, os monómeros podem ter sequências e
quantidades diferentes de molécula para molécula, fazendo com que se formem milhões de
moléculas de DNA diferentes e que cada indivíduo tenha o seu próprio DNA – VARIABILIDADE.
Podemos então concluir que a universalidade do DNA é garantida pela estrutura e
pelos nucleótidos. Por sua vez, a sua variabilidade é garantida pelo número de nucleótidos e
pela sua sequência.
O DNA é uma molécula bastante estável, o que é muito importante para manter o
material genético de um indivíduo seguro. Todas as células de um mesmo organismo têm o
mesmo DNA.
Dentro de uma célula eucariótica, podemos encontrar moléculas de DNA no
cloroplasto, na mitocôndria e com maior concentração no núcleo. Nas células procarióticas, o
DNA encontra-se disperso no citoplasma, formando o nucleoide.

Criocongelação: congelar o DNA de um ser vivo com o objetivo de o conservar

Remoção de DNA – processo manual


1. Remoção das células, Lise celular e Remoção do DNA:
 Obter o tecido a partir do qual o DNA será extraído
 Esmagar ou triturar com o objetivo de abrir e separar as células
 Adicionar água para provocar a lise celular e libertar os constituintes da célula
 Adicionar detergente que desfaz os lípidos e provoca a rutura das membranas
celulares
 Adicionar sal que é constituído por iões que neutralizam a carga negativa do DNA
(garantida pelo grupo fosfato, que tem 1 hidrogénio a menos e caráter hidrofílico)

2. Filtração:
 No filtro vão ficar presos vários constituintes da célula. O DNA e outras biomoléculas
vão passar o filtro

3. Precipitação do DNA:
 Adiciona-se etanol frio. O DNA é insolúvel em álcool por isso isola-se
 O DNA torna-se visível com o aspeto de filamentos esbranquiçados

Replicação do DNA
São apresentadas três hipóteses com o objetivo de explicar a replicação do DNA:

Conservativa: defende que uma molécula de DNA dá origem a duas moléculas: uma formada
por duas cadeias de DNA antigo e outra formada por duas cadeias de DNA recém-formado
Dispersiva: defende que uma molécula de DNA dá origem a duas moléculas: cada uma
formada por duas cadeias com DNA antigo e recém-formado intercalados

Semi-conservativa: defende que uma molécula de DNA dá origem a duas moléculas: cada uma
com uma cadeia de DNA antigo e outra de DNA recém-formado. Teoria aceite e correta.

Experiência de Meselson e Stahl


Problema: Como ocorre a replicação de DNA?

Experiência de controlo: São colocadas duas bactérias em meios diferentes: uma num meio
com N14 e outra num meio com N15. Posteriormente separa-se o DNA de cada bactéria e
coloca-se num só meio. O DNA da bactéria que esteve num meio com N14 fica contaminado
com este isótopo e, por consequência, em cima (tem menos densidade, é mais leve) e o DNA
da bactéria que esteve num meio com N15 fica em baixo (tem maior densidade, é mais
pesado)

Coloca-se DNA com N15 num meio com N14: O DNA com N15 começa-se a replicar num meio
N14 e regista-se as diferentes gerações e a quantidade de N14 e N15 em cada uma:

Geração 0: molécula de DNA original, com 100% de DNA N15

Geração 1: após 1 replicação, constata-se que as duas moléculas recém-formadas são


constituídas, cada uma, por uma cadeia de N14 e outra cadeia de N15 (100% de moléculas
híbridas). Ambas as moléculas têm uma densidade intermédia.

Geração 2: após 2 replicações, constata-se que uma das moléculas recém-formadas é híbrida e
a outra é constituída por N14 (50% de moléculas híbridas e 50% moléculas de N14).

Variável independente: meio com N14 ou com N15


Conclusão: Esta experiência prova que a replicação do DNA é feita através do processo semi-
conservativo.

Replicação do DNA – Processo


1. Na molécula de DNA original atua a enzima helicase, que abre a molécula e separa as duas
cadeias, partindo as pontes de hidrogénio estabelecidas entre as bases azotadas, deixando as
bases azotadas expostas. As cadeias de DNA são separadas por proteínas, mantêm-se abertas
e servem de molde para a junção de novos nucleótidos. Cria-se uma bolha de replicação.

2. A enzima primase ajuda a adição de um primer de RNA, onde se inicia o processo de


formação contínua ou descontinuamente.

3. A enzima DNA polimerase atua, juntando nucleótidos livres às cadeias. Primeiro


estabelecem-se pontes de hidrogénio entre as bases azotadas e posteriormente liga-se os
grupos fosfato e os carbonos, através de ligações fosfodiéster.
A polimerização começa sempre no primer de RNA e acaba na forquilha de replicação.
Contudo, na formação contínua, a polimerização tem o sentido 5´- 3´e na formação
descontínua tem o sentido 3´- 5´.

Formação descontínua: a polimerização


do DNA é feita em pequenas partes –
fragmentos de Okazaki. Como não é
possível polimerizar nucleótidos do
sentido 3´- 5´, vão ser adicionados vários
primers de RNA ao longo da cadeia de
modo a que a enzima DNA polimerase
polimerize os nucleótidos do primer de
RNA até à forquilha de replicação, mas
sempre no sentido 5´- 3´.

4. A última enzima a atuar neste processo é a ligase que liga os fragmentos de Okazaki.

As cadeias recém-formadas são complementares das cadeias originais, sendo cada


uma antiparalela em relação à que lhe serve de molde.

Importância deste processo – manutenção do material genético


 Conservação do material genético: dentro de um ser vivo, produz-se novas
células sempre com o mesmo DNA
 Transmissão do material genético: a replicação do DNA garante a transmissão
do material genético ao longo das gerações através de reprodução assexuada
ou sexuada. No caso da reprodução assexuada há apenas um progenitor,
portanto os 46 cromossomas vão ser fornecidos por ele e os filhos vão lhe
exatamente iguais ao pai. No caso da reprodução sexuada há dois progenitores:
23 cromossomas de cada progenitor (2 gâmetas).

Composição do RNA
As moléculas de RNA são formadas por uma cadeia simples de nucleótidos. As bases
azotadas que podemos encontrar são: uracilo, citosina, guanina e adenina. A razão A+G e U+C
varia uma vez que só há uma cadeia nucleotídica e não há bases a corresponderem-se. O RNA
é formado a partir de um gene de DNA e transporta informações específicas / excertos de
material genético. É criado para uma função específica e depois de a desempenhar desfaz-se
rapidamente. Ao contrário do DNA, é uma molécula instável. O RNA é formado no núcleo.
Dentro de uma célula, podemos encontrar moléculas de RNA no citoplasma.

Tipos de RNA
 mRNA: RNA mensageiro. Tem a função de transportar
uma mensagem específica do DNA e vai até aos
ribossomas para ser codificado (4% do RNA produzido é
mRNA)
 tRNA: RNA de transferência. Transporta o anticodão e um
aminoácido (ligado na extremidade 3´). Ajuda no processo
da tradução do mRNA. (figura ao lado)
 rRNA: RNA ribossómico. Faz parte da constituição dos
ribossomas (96% do RNA produzido é tRNA e rRNA)

Como é que o que está no DNA se expressa na célula?


Dogma central da biologia molecular: A informação presente no DNA é copiada para o RNA e
é expressa numa proteína
Síntese de proteínas
Transcrição
Produção de RNA a partir de um molde de DNA. Dá se sempre no sentido 5´- 3´ e
acontece no núcleo.

Nos seres procariontes:


1. É selecionado um excerto de DNA que é necessário
transformar em RNA
2. A molécula de DNA abre nessa zona (há proteínas
que impedem que ela feche)
3. Entram nucleóticos que completam a cadeia exposta
e o mRNA é formado

Nos seres eucariontes:


1. É selecionado um excerto de DNA que é necessário transformar em RNA
2. A molécula de DNA abre nessa zona (há proteínas que impedem que ela feche)
3. Entram nucleótidos que completam a cadeia exposta e forma-se o RNA pré-mensageiro

Processamento do RNA pré-mensageiro / Maturação do RNA:


4. O RNA pré-mensageiro é dividido em intrões (parte que não codifica informação) e exões
(parte que codifica/ traduz informação)
5. Com a ajuda da nuclease os intrões são retirados, com a ajuda da ligase os exões são unidos
e forma-se o mRNA funcional
6. O mRNA passa para o citoplasma – exportação
- Através deste processo um só gene pode originar diferente mRNA e, posteriormente,
diferentes proteínas

Codão: tripleto de nucleótidos no mRNA que codifica um aminoácido específico


Codogene: tripleto de nucleótidos de DNA complementares do codão de mRNA
Anticodão: sequência de três nucleótidos de tRNA que correspondem por complementaridade
a um codão
Há quatro nucleótidos diferentes que podem constituir o RNA. Como há mais de 20
aminoácidos, os quatro nucleótidos não chegavam por isso formulou-se a hipótese de haver
tripletos de nucleótidos, os codões, que codificam um aminoácido específico. Se os quatro
nucleótidos se organizarem em grupos de 3, então haverão 64 codões, o que é suficiente para
os 20 aminoácidos.
O quadro de correspondência entre os 64 codões e os 20 aminoácidos possíveis
designa-se código genético. Há algumas exceções que não cumprem o código genético, tais
como alguns protozoários (paramécia, por exemplo).

Características do código genético


 Universal: aplica-se a todos os seres vivos, apesar de algumas exceções (alguns
protozoários como a paramécia)
 Não é ambíguo: a um codão corresponde apenas um aminoácido
 É redundante: vários codões são sinónimos, ou seja, codificam o mesmo aminoácido
 O terceiro nucleótido de cada codão não é tão específico como os dois primeiros. Na
maior parte dos casos apenas os dois primeiros nucleótidos decifram o aminoácido, o
terceiro é insignificante.
 O tripleto AUG tem dupla função: tanto pode ser o codão de iniciação para a síntese
de proteínas como pode codificar o aminoácido metionina.
 Os tripletos UAA, UAG e UGA são codões de finalização / codões stop: estes codões
são a instrução para a terminação da cadeia de síntese e não codificam aminoácidos.

Tradução
Conversão do RNA em aminoácidos. O RNA é formado por vários codões - tripleto de
nucleótidos. Cada codão codifica um aminoácido específico. Este processo acontece nos
ribossomas e divide-se nas seguintes etapas:

Iniciação: montagem da “fábrica” para produzir a proteína:


1. O mRNA liga-se, por complementaridade, à subunidade pequena do ribossoma
2. O tRNA traz um anticodão e um aminoácido correspondente ao codão. O anticodão
encontra e liga-se a um codão de iniciação (AUG) e começa a formação da cadeia peptídica
3. A subunidade grande do ribossoma liga-se ao mRNA

Alongamento: ligam-se vários aminoácidos trazidos pelo tRNA


4. O processo continua com vários anticodões a ligarem-se aos codões correspondentes e
aminoácidos a juntarem-se à cadeia peptídica
Finalização: destrói-se a estrutura inicial e o péptido é libertado
5. Os aminoácidos, correspondentes aos vários codões, ligam-se por ligações peptídicas e,
quando chegam a um codão de finalização / stop a cadeia polipeptídica para de ser alongada,
formando uma proteína. A proteína vai para o complexo de Golgi e torna-se funcional.

- Um mRNA pode estar a ser lido simultaneamente por vários ribossomas e originar várias
proteínas

Mutações
Mutação
 Qualquer modificação ou alteração brusca de genes ou de cromossomas, podendo
provocar uma variação hereditária ou uma mudança no fenótipo.
 A mutação pode produzir uma característica favorável num ambiente e desfavorável
noutro
 São a fonte primaria da variabilidade genética
 São importantes do ponto de vista evolutivo
Mutação Génica: Mudança na estrutura de um gene
Mutação Cromossómica: Mudança na estrutura ou no número de cromossomas
Deleção: Remoção de um par de bases
Inserção: Adição de um par de bases
Substituição: Substituição de um par de bases por outro
Agentes Mutagénicos Físicos: Radiações ionizantes; Radiações não ionizantes
Agentes Mutagénicos Químicos: Poluição
Agentes Mutagénicos Biológicos: Alguns vírus
Mutação Somática: Ocorre durante a replicação do DNA que precede uma divisão mitótica.
Todas as células descendentes são afetadas, mas podem localizar-se apenas numa pequena
parte do corpo. Estão na origem dos cancros. Não são transmitidas à descendência.
Mutações nas células germinativas: Ocorre durante a replicação do DNA que precede a
meiose. Afeta os gâmetas e todas as células que deles descendem após a fecundação. É
transmitido à descendência
Mutações Silenciosas: Por vezes ocorrem mutações que não provocam alterações nas
proteínas, pois, devido à redundância do código genético, o codão mutado pode codificar o
mesmo aminoácido
Mutações Espontâneas
 Podem ocorrer devido:
 Ao facto de que as quatro bases nucleotídicas podem existir sob duas formas
diferentes, uma usual e outra muito rara. Quando uma base adquire,
temporariamente, a sua forma rara, pode emparelhar-se com uma base
diferente
 A erros na replicação do DNA motivados pela DNA polimerase. Quase sempre
estes erros são reparados durante o processo de replicação do DNA, contudo,
alguns persistem
 A erros na meiose ou mitose: não disjunção de homólogos ou cromatídeos,
tendo como consequência a formação de células com excesso ou falta de
cromossomas

Ciclo Celular
Ciclo Celular
 Conjunto de transformações desde a formação de uma célula até ao momento em que
ela própria se divide
 A vida de uma célula começa quando ela surge a partir da célula-mãe e acaba quando
se divide para originar duas células-filhas
Eucromatina: Cromatina menos condensada e, por isso é ativa (é transcrita)
Heterocromatina: Cromatina mais condensada, é ativa
Cromossoma: Estrutura filamentosa complexa, que se encontra no núcleo das células
eucarióticas, constituído por DNA ligado a proteínas
Cromatídio: Componente do cromossoma contendo uma molécula de DNA
Centrómero: Zona do cromossoma onde ocorre uma união dos cromatídeos de um
cromossoma
Telómero: Porções de DNA particulares existentes em ambas as extremidades
Interfase
G1
 Corresponde ao período entre o período mitótico e a replicação do DNA
 Crescimento celular
 Intensa atividade biossintética de proteínas, enzimas, RNA e formação de organelos
 Intervalo de crescimento da célula
S
 Intervalo em que ocorre a replicação do DNA
 Cada cromossoma passa a ser constituído por dois cromatídios ligados pelo
centrómero
 Duplicação dos centríolos na célula animal
G2
 Corresponde ao período antes do período mitótico
 Intensa atividade biossintética de proteínas, enzimas, RNA e formação de organelos,
moléculas e estruturas necessárias para a divisão celular
 Crescimento celular

Fase Mitótica
Mitose: Conjunto de transformações durante as quias o núcleo se divide; tem 4 subfases:
prófase, metáfase, anáfase e telófase
Citocinese: Divisão do citoplasma
Prófase
 Fase mais longa da mitose
 Condensação dos cromossomas
 Afastamento dos dois pares de centríolos para os polos opostos formando fuso
acromático ou fuso mitótico
 Desaparecimento dos nucléolos
 Rutura da membrana nuclear
Metáfase
 Os cromossomas atingem o seu máximo encurtamento com grande condensação
 Os pares de centríolos estão nos polos da célula
 Fuso acromático completamente formado, com algumas fibrilas ligadas aos
cromossomas e outras vão de polo a polo
 Os cromossomas dispõe-se com os centrómeros no plano equatorial com um
cromatídio voltada para cada um dos lados, formando a placa equatorial
Anáfase
 Aumento da distância entre os polos da célula
 Separação dos cromatídios-irmãos que passam a constituir dois cromossomas
independentes
 As fibrilas ligadas aos cromossomas do fuso acromático encurtam e estes começam a
afastar-se em direção a polos opostos- ascensão polar
 Etapa mais curta da mitose
Telófase
 Cromossomas filhos atingem os polos
 Desaparecimento do fuso acromático
 Reorganização da membrana nuclear
 Descondensação dos cromossomas
 Reaparecimento dos nucléolos
 Formam-se dois núcleos
Citocinese
 Divisão do citoplasma e individualização das células-filhas
 Nas células animais ocorre por estrangulamento porque não tem parede celular
 Nas células vegetais 1º Vesículas com origem no complexo de golgi alinham-se na
região equatorial 2º O conteúdo das vesículas origina a lamela mediada entre as
células-filhas 3º Estas membranas unem-se e formam uma estrutura (fragmoplasto)
que origina a membrana plasmática 4º A decomposição de fibrilas de celulose constitui
a parede celular que começa a formar-se do centro para a periferia

Estabilidade Genética
 A auto-replicação de DNA ocorre na fase S, faz com que a quantidade de DNA duplique
(cada cromossoma passa a ser constituído por 2 cromatídios)
 Na anáfase ocorre a distribuição equitativa dos cromossomas (DNA) pelas células-
filhas, recebendo cada uma a quantidade, que se mantém assim, ao longo das
gerações

Significado Biológico da Mitose


 Crescimento
 Renovação tecidular
 Regeneração celular
 Reprodução assexuada

Pontos de Regulação
1º G1- A célula aumentou de volume? O meio é apropriado? DNA danificado?
2º G2- DNA danificado? Célula aumentou de volume? O meio é apropriado?
3º Entre a Metáfase e Anáfase- Analisa a repartição dos cromossomas, se foi equitativa
Apoptose
 Processo em que se verifica o “suicídio celular” visto que esta não está em condições
para se dividir, torna-se inútil e, portanto, ocorre a morte da mesma
 Na célula quando entra em apoptose, verifica-se o colapso do núcleo, fragmentação
do material genético

Metaplasia: Mudanças reversíveis num determinado tipo de células que são substituídas por
células de outro tipo
Importância biológica da divisão celular
 Assegura a estabilidade genética
 Crescimento dos organismos pluricelulares
 Regeneração de estruturas e renovação de tecidos
Células Indiferenciadas: Célula que não sofreu processo de diferenciação e que apresenta
potencialidades para originar todos os tipos de célula
Células Especializadas: Célula que sofreu processo de diferenciação durante o qual adquiriu
especialização celular responsável pela definição da sua estrutura e função
Diferenciação Celular: Expressão diferencial do genoma
Num individuo multicelular
 Células são geneticamente iguais
 Especialização das células no desempenho de uma determinada função
 Células morfologicamente diferentes, especializadas no desempenho da sua função
Pluripotentes: Pode originar todos os tipos de célula
Multipotentes: Pode originar apenas alguns tipos de célula
O DNA de uma célula especializada é igual ao da célula inicial, uma vez que consegue
regenerar indivíduos completos
A capacidade de uma célula originar outros tipos de células especializadas é tanto maior
quanto menor for o seu grau de especialização
Reprodução Assexuada
Bipartição ou Divisão Binária: Divisão de um ser em dois com idênticas dimensões.
Exemplos: amiba, paramécia, planária.
Gemulação: Formação de uma ou mais saliências, os gomos ou gemas, que se desenvolvem e
separam, originando novos seres. Exemplos: levedura, hidras de água doce, anémonas-do-mar.
Esporulação: Formação de células reprodutoras, os esporos, cada um dos quais pode originar
um novo indivíduo. Exemplos: bolores como o do pão ou da fruta.
Multiplicação Vegetativa: Formação de novos seres a partir do desenvolvimento de certas
estruturas vegetativas, como raízes, caules, folhas. Exemplos: batateira, lírio, cenoura.
Fragmentação: Separação de fragmentos do corpo, originando cada fragmento um novo
individuo por regeneração. Exemplo: estrela-do-mar, algas, plantas.
Partenogénese: Formação de novos indivíduos exclusivamente a partir do desenvolvimento
de gâmetas femininos. Exemplos: rotíferos, pulgões.
Vantagens
 Formação de clones
 Todos podem originar descendentes
 Rápida reprodução com baixo dispêndio de energia
 Colonização de habitats a partir de um só individuo
Desvantagens
 Diversidade de indivíduos praticamente nula

 Difícil adaptação a alterações ambientais

 Não favorece a evolução das espécies

Reprodução Sexuada
Os gâmetas são haploides possuem metade do número de cromossomas do organismo adulto,
isto é, n cromossomas.
Fecundação
 Quando ocorre a fecundação e a junção aleatória dos gâmetas, que são células
haploides, forma-se o ovo ou zigoto, que é diploide
 Da fecundação resulta duplicação cromossómica n+n=2n o ovo possui um conjunto de
cromossomas proveniente do óvulo e outro do espermatozoide
Genes Alelos: Tem informação para a mesma característica
Cromossomas homólogos: Tem genes com informação para as mesmas características- tem
o mesmo tamanho e forma

Meiose
 Processo em que uma célula diploide (2n) origina quatro células haploides (n)
 É um mecanismo de divisão nuclear que permite que uma célula diploide, cujo núcleo
possui pares de cromossomas homólogos, origines quatro células haploides
Divisão I ou Divisão Reducional: Um núcleo diploide origina 2 núcleos haploides
Divisão II ou Divisão Equacional: Ocorre a separação dos cromatídeos. Formam-se 4
núcleos haploides (n)- cada cromossoma possui apenas 1 cromatídeo. O número de
cromossomas mantém-se
Antes da Meiose
 Há replicação do DNA

 Durante o período S, os cromossomas duplicam- passam a ter dois cromatídios ligados


por um centrómero
Divisão I
Prófase I
 Fase mais longa da meiose
 Os cromossomas homólogos emparelham, num processo designado por Sinapse pares
de cromossomas chamam-se bivalentes e possuem 4 cromatídeos (2 cada). Entre os
cromatídeos dos bivalentes ocorrem sobre cruzamentos em vários locais - os pontos
de contacto designam-se por Quiasma (plural: Quiasmata).
 Nos quiasmata pode ocorrer troca de informação genética- quebra e trocas de
segmentos entre os cromatídios de cromossomas homólogos; este fenómeno é
designado por sobrecruzamento ou crossing-over.
Metáfase I
 Os cromossomas homólogos de cada bivalente dispõem-se aleatoriamente na placa
equatorial;
 Os cromossomas ficam a distâncias iguais dos polos e presos pelos centrómeros às
fibras do fuso acromático;
 Nesta altura, não são já os centrómeros que se encontram no plano equatorial, mas
sim os pontos de quiasma.

Anáfase I
 Os cromossomas homólogos separam-se aleatoriamente (redução cromática) e
afastam-se em direção aos polos; a ascensão ocorre por retração das fibras do fuso
acromático (despolimerização das proteínas que o constituem);
 Cada um dos dois grupos de cromossomas em ascensão para os polos – haplóides e
formados por metade do número inicial de cromossomas (n) – possuem informações
genéticas diferentes; isto vai contribuir para a variabilidade genética dos núcleos em
formação.
 Separação aleatória dos cromossomas homólogos
Telófase I
 Após chegarem aos polos, os cromossomas iniciam a despiralização, tornando-se finos
e longos;
 O fuso acromático desorganiza-se e diferenciam-se os nucléolos e as membranas
nucleares (invólucros nucleares) ---- formam-se dois núcleos haplóides (n);
 Em certas células, ocorre Citocinese, formando-se duas células-filhas;
 Estas células-filhas iniciam a segunda divisão (Divisão II) da Meiose imediatamente ou
após uma curta Interfase.
Divisão II
Prófase II
 Os cromossomas, ainda com dois cromatídeos, condensam-se;
 O fuso acromático forma-se, após a divisão do Centrossoma;
 Os cromossomas deslocam-se para a placa equatorial, presos pelo centrómero às
fibras do fuso acromático.
Metáfase II
 Os cromossomas dispõem-se na placa equatorial, à mesma distância dos polos;
 Ainda se mantêm presos pelo centrómero às fibras do fuso acromático.
Anáfase II
 Ocorre divisão do Centrómero e Ascensão polar- os cromatídeos de um mesmo
cromossoma separam-se e migram para polos opostos;
 Os conjuntos de cromossomas formado são Haplóides (n) e formados por um único
cromatídeo.

Telófase II
 Os cromossomas atingem os polos e começam a desespiralizar- tornam-se finos,
longos e invisíveis ao microscópio;
 Tal como na Telófase I, o fuso acromático desorganiza-se e os nucléolos (e membranas
nucleares) diferenciam-se, formando-se 4 núcleos haplóides (n);
Vantagens da reprodução sexuada
 Diversidade biológica
 Maior capacidade de resistência a mudanças nas condições ambientais
 Favorece a evolução das espécies
Desvantagens da reprodução sexuada
 Lenta produção de descendentes
 Grande dispêndio de energia na produção de gâmetas e na fecundação

Existem espécies cujos indivíduos produzem gâmetas femininos e masculinos:


▪ Espécies monoicas (nas plantas);
▪ Espécies hermafroditas (nos animais).
Noutras espécies, os gâmetas femininos e masculinos são produzidos em indivíduos diferentes:
▪ Espécies dioicas (nas plantas);
▪ Espécies gonocóricas (nos animais).
Na fecundação ocorre cariogamia- fusão dos núcleos dos gâmetas, formando-se o ovo ou
zigoto.
A fecundação pode ser:
 Interna: ocorre no interior do organismo, geralmente no feminino. Ocorre na
generalidade das plantas e animais terrestres.
 Externa: acontece no exterior do corpo, geralmente dentro de água. É necessária a
produção de grande quantidade de gâmetas para garantir que há fecundação.
Hermafroditas
 Animais com ovários e testículos no mesmo indivíduo
 Podem ser: Suficientes- animais com autofecundação
Insuficientes- animais com fecundação cruzada

Ciclos de Vida
O ciclo de vida de um organismo é a sequência de acontecimentos da sua história reprodutiva,
desde a sua conceção até à sua própria reprodução.
Haplofase: Parte do ciclo em que as células são haploides (com n cromossomas). Tem início
na meiose e termina com a fecundação. Resulta da meiose.
Diplofase: Parte do ciclo em que as células são diploides (com 2n cromossomas). Tem início
na fecundação e termina com a meiose. Resulta da fecundação.

Ciclo de vida diplonte


 A meiose é pré-gamética, ou seja, a meiose ocorre durante a produção dos gâmetas.
 É um ciclo de vida característico da maioria dos animais e também de algumas algas.
 Os indivíduos adultos são diplontes (são constituídos por células diploides).
 A meiose ocorre durante a formação dos gâmetas – meiose pré-gamética.
 Os gâmetas são as únicas células haploides.
 Os indivíduos adultos resultam de mitoses sucessivas do zigoto.

Ciclo de vida haplonte


 A meiose é pós-zigótica, ou seja, a meiose ocorre após a formação do zigoto.
 É um ciclo de vida característico da maioria dos fungos e também de algumas algas.
 Os indivíduos adultos são haplontes (são constituídos por células haploides).
 A meiose ocorre após a formação do zigoto – meiose pós-zigótica.
 O zigoto é a única célula diploide.
 Os gâmetas são produzidos por mitose (e não por meiose).
 Os indivíduos adultos resultam de mitoses sucessivas de uma célula haploide.
Ciclo de vida haplodiplonte
 A meiose é pré-espórica, isto é, a meiose ocorre na formação de esporos (células
sexuais que se multiplicam e formam estruturas multicelulares).
 É um ciclo de vida característico da maioria das plantas e também de algumas algas.
 A meiose é pré-espórica, formando-se esporos haploides. Da multiplicação dos
esporos origina-se uma entidade multicelular haploide – gametófito.
 ▪ Inclui, ao contrário dos ciclos diplontes e haplontes, entidades pluricelulares
diplontes (esporófito) e haplontes (gametófito) – a par da alternância de fases
nucleares, há alternância de gerações.
Anterídio: gametângio masculino
Anterozoide: gametângio masculino
Arquegónio: gametângio feminino
Oosfera: gameta feminino
Soros (2n): estrutura formada por agrupamento de esporângios
Esporângios (2n): estruturas multicelulares que contém as células-mãe dos esporos
Células-mãe dos esporos (2n): células que sofrem meiose para originar esporos
Esporos (n): células haploides que resultam da meiose. Germinam originando o protalo
Gametófito (n): é a estrutura mais desenvolvida da geração gametófita, que no caso do
polipódio é o protalo. Resulta da germinação do esporo e é onde se vão desenvolver os
gametângios masculinos e femininos
Esporófito (2n): é a estrutura mais desenvolvida da geração esporófita
Evolução
Hipótese Autogénica
 De acordo com a hipótese autogénica, os seres eucariontes são o resultado de uma
evolução gradual dos seres procariontes.
 As células desenvolveram sistemas endomembranares através de invaginações
progressivas da membrana plasmática.
 O núcleo ter-se-á formado por porções da membrana que envolveram o material
nuclear.
 Outras membranas evoluíram no sentido de produzir organelos semelhantes ao
retículo endoplasmático.
 Posteriormente, algumas porções de material genético abandonaram o núcleo e terão
incorporado pequenas estruturas membranares, onde evoluíram sozinhas, originando
deste modo as mitocôndrias e os cloroplastos.
Argumentos a favor
 As membranas celulares apresentam continuidade física entre todas;
 Todas as membranas apresentam a mesma estrutura e composição bioquímica.
 Membranas dos organelos assimétricas como a membrana plasmática.
Onde falha
 Se o material genético e as membranas tivessem todos uma origem comum, como
defende o modelo autogénico, todo o material genético deveria ser semelhante, o que
efetivamente não acontece.
 Principalmente no facto de o ADN das mitocôndrias e dos cloroplastos ser muito
diferente do ADN presente no núcleo.
 O ADN destas estruturas assemelha-se mais às bactérias do que propriamente ao ADN
presente no núcleo, o que põe em causa a origem desse ADN através de porções do
ADN presente no núcleo.
Hipótese Endossimbiótica
 Uma célula procariótica grande (hospedeiro) terá captado outras células procarióticas
(células-hóspedes) que permanecem no seu interior resistindo à digestão;
 Estabelecem-se relações de simbiose;
 Cooperação muito íntima e eficaz que resultou numa dependência entre hospedeiro e
hóspede;
 Assim as células hóspedes vieram a constituir os organelos das células eucarióticas:
-Cloroplastos através da captura de Cianobactérias
-Mitocôndrias através de bactérias com eficiente capacidade respiratória
Argumentos a favor
 As mitocôndrias e os cloroplastos replicam-se por um processo semelhante ao que
ocorre nas bactérias.
 Os ribossomas dos cloroplastos e das mitocôndrias são mais semelhantes aos
ribossomas dos procariontes do que aos ribossomas do citoplasma das células
eucarióticas.
Onde falha
 Não explica muito bem como o núcleo comanda as mitocôndrias e os cloroplastos,
mas sabe-se que o ADN do núcleo contém pequenas porções do ADN dos cloroplastos
e mitocôndrias;
 Admite que o núcleo e retículos se formaram através de invaginações da membrana
plasmática.
 Sabe-se de casos na natureza em que porções de ADN de bactérias passaram para ser
parte integrante do ADN de células eucariontes.
 Nada impede que isso tenha acontecido nos tempos remotos da origem dos
eucariontes.
Vantagens da Multicelularidade
 Aumento de tamanho – favorável para a competição pelo território e pelo alimento
 Aumentam de tamanho e mantém-se, no entanto, uma relação área/volume das
células ideal para a ocorrência de trocas com o meio
 Maior diversidade de formas como resultado da especialização e diversificação celular,
o que permite uma melhor adaptação a diferentes ambientes.
 Utilização da energia mais eficaz. A diferenciação celular e consequente especialização
de funções permitiu a redução do metabolismo celular
 Maior complexidade e interação entre os sistemas de órgãos permite uma maior
independência do organismo face ao meio externo, pois a interação facilita a
regulação do meio interno
 Homeostasia (equilíbrio dinâmico do meio interno) cada vez mais eficaz, resultante de
um trabalho coordenado dos vários sistemas de órgãos, permitiu aos seres ocupar
novos nichos ecológicos/habitats

Evolução
Fixismo
 Espécies são imutáveis

 Criacionismo: todos os seres vivos são obras divinas e por isso não sofrem alterações

 Espontaneísmo: a vida surgia quando existia condições favoráveis a isso, com um


princípio ativo que podia transformar matéria inerte em formas de vida
 Catastrofismo: a existência de catástrofes naturais destruía determinados seres vivos,
outras espécies existentes iriam repovoar esses locais desabitados ou ocorriam novas
recriações.
Evolucionismo
 As espécies não são imutáveis e sofrem modificações ao longo do tempo, e podem se
estabelecer relações de parentesco entre espécies com origem comum.
 Existem 3 mecanismo de evolução: Lamarckismo, Darwinismo e Neodarwinismo
Argumentos do evolucionismo
 Anatomia comparada
 Paleontologia
 Embriologia
 Biogeografia
 Citologia
 Bioquímica
Estruturas homólogas
 Homologia (semelhança de origem)
 Possuem idêntica organização estrutural e idêntica posição relativa
 Podem desempenhar funções diferentes
Evolução divergente: ancestral comum, por adaptação a meios diferentes, origina vários
grupos distintos
Estruturas Vestigiais: São estrutura sem significado ou função aparente em algumas espécies,
mas com função bem determinadas noutras espécies
Evolução convergente: ancestrais distintos, por adaptação a meios semelhantes, originam
morfologicamente
Estruturas Análogas
 Estruturas anatomicamente diferentes encontram-se adaptadas para a mesma função.
 Mesmo aspeto morfológico externo, mas a organização interna é diferente.
 Indicativo de adaptação a meios semelhantes- evolução convergente.
Paleontologia
 Indicam-nos que no passado os organismos eram muito diferentes dos atuais -
evoluíram
 Espécies sintéticas (fósseis de transição): fósseis de espécies com características
semelhantes a dois grupos atuais
 Os organismos não tiveram uma origem independente
Embriologia
 O estudo comparado de embriões releva semelhanças nas primeiras etapas do seu
desenvolvimento e estruturas comuns em embriões de diferentes grupos.
 Quanto mais fases embrionárias têm em comum maior é o grau de parentesco.
 Evidencia algumas homologias que não são evidentes no estado adulto.
Biogeografia
 Analisa a distribuição geográfica dos seres vivos.
 Quanto maior é a proximidade física, mais aparentadas são as espécies; quanto maior
a distância, mais distintas, mesmo com condições ambientais semelhantes.
 Defendem que as espécies tendem a ser mais semelhantes quanto maior é a sua
proximidade geográfica. Quanto mais isoladas, maiores as diferenças entre si.

Citologia
 A célula é a unidade básica, estrutural dos seres vivos

 A célula é uma unidade reprodutora

 A célula é a unidade fisiológica de um ser vivo

 A célula é a unidade transmissora das características hereditárias

 Os mecanismos celulares são iguais em todas as células, logo, em qualquer se vivo


Bioquímica
 Quanto mais aparentado são os organismos, maior é a sua semelhança a nível
molecular
 Se o ADN codifica as proteínas, quanto mais semelhantes forem as proteínas dos
organismos, mais semelhante será o seu ADN e o seu grau de parentesco evolutivo
Hibridação de DNA
 Mede-se o grau de emparelhamento entre cadeias de DNA de espécies diferentes.
 Quanto mais próximas, maior o emparelhamento.
 Mede-se a quantidade de calor necessária para separar a cadeia híbrida. Quanto mais
calor necessário, maior é o número de ligações estabelecidas.
Dados Sorológicos
 Mede-se a extensão da resposta imunitária.
 Quanto mais afastada evolutivamente uma espécie se encontra de outra, maior o
número de proteínas diferentes e, há mais produção de anticorpos.
 Como os anticorpos são específicos, quanto maior a complementaridade entre os
anticorpos e as proteínas, maior a aglutinação obtida (e o grau de parentesco)
Lamarckismo
 Lei do uso e desuso: As caraterísticas de um ser vivo podem modificar-se no decorrer
da vida em função do uso ou do desuso
 Lei da Transmissão dos Carateres Adquiridos: As caraterísticas adquiridas durante a
vida podem ser transmitidas aos descendentes
 Ambiente é o “motor” da evolução

Interpretação Lamarckista
1. Mudança no ambiente
2. Novas necessidades
3. Novos hábitos de vida
4. Mudanças no organismo: uso leva ao desenvolvimento; desuso leva a atrofia
5. Transmissão das características adquiridas aos descendentes
6. Adaptações ao longo das gerações
Críticas ao Lamarckismo
 A lei do uso e do desuso é válida para alguns órgãos, como os músculos, que se
desenvolvem por meio de exercícios e se atrofiam com a inatividade.
 A lei da transmissão das caraterísticas adquiridas não é válida em nenhuma
circunstância. Os seres vivos transmitem aos descendentes apenas o material genético
das suas células reprodutoras, e não as alterações somáticas.
 Lamarck ficou na história por ter fornecido a primeira explicação para a evolução das
espécies e ter reconhecido que a evolução envolve interações entre os organismos e o
seu ambiente.
Darwinismo
Fundamentações
Crescimento das Populações – Malthus
Segundo Malthus:
 A população cresce em progressão geométrica;
 A produção de alimento cresce em progressão aritmética;
 A população tornar-se-ia demasiado grande para a quantidade de alimento disponível-
luta pela sobrevivência
Seleção artificial: É o processo conduzido pelo ser humano de cruzamentos seletivos com o
objetivo de selecionar características desejáveis em animais, plantas e outros seres vivos.
Variação intraespecífica: Os seres vivos da mesma espécie apresentam variações
Sobrevivência diferencial: os indivíduos melhor adaptados num dado meio e tempo,
possuem uma vantagem competitiva, são mantidos por seleção e produzem mais
descendentes
Seleção Natural: É o processo pelo qual as alterações aleatórias dos organismos são
selecionadas pela natureza. Por influência do meio ambiente as caraterísticas favoráveis são
positivas e acumulam-se através das gerações, e as desfavoráveis são negativas são
eliminadas.

Interpretação Darwinista
1. Variação intraespecífica (que por acaso existe na população)
2. Ocorrem alterações ambientais
3. Ambiente faz seleção natural- mais aptos sobrevivem e reproduzem-se; menos aptos
não sobrevivem
4. Transmissão das características selecionadas aos descendentes e adaptação ao longo
das gerações- evolução
Neodarwinismo
População como unidade evolutiva: A Teoria sintética da evolução admite que as populações
constituem unidades evolutivas e apresentam variabilidade genética sobre a qual a seleção
natural atua- a variabilidade resulta das mutações e da recombinação génica (meiose e
fecundação).
Fundo genético: conjunto de todos os genes presentes numa população num dado momento
Fatores de Evolução
 Mutações- alterações do material genético, sendo o fator que introduz a novidade
genética numa população
 Seleção natural
 Migrações- são deslocamentos de indivíduos da mesma espécie, em idade de
reprodução, de uma população para outra, criando fluxo de genes
 Deriva genética
 Ausência de panmixia
Interpretação Neodarwinista
1. Na população original das borboletas havia variabilidade genética, em que a maior
parte das borboletas era de fenótipo branco e algumas pretas.
2. A variabilidade entre os organismos na população resulta da ocorrência de mutações
e de fenómenos de recombinação génica, resultantes da meiose e fecundação.
3. O ambiente vai ficando mais poluído devido à industrialização.
4. Por seleção natural as borboletas de fenótipo de cor preta (melânicas), que lhes
permite camuflarem-se melhor dos predadores, estão em situação favorável,
sobrevivem e reproduzem-se. A cor branca é o fenótipo desfavorável.
5. Os genes são herdados pelos descendentes, o gene responsável pela cor preta
aumenta de frequência, e o gene cor branca diminui de frequência.
6. O fundo genético da população vai sendo alterado e na população passa a
predominar o fenótipo de cor preta.

Sistemática
Grupos ou Categorias Taxonómicas
Reino Filo/divisões Classe Ordem Família Género Espécie
Diminuição da Diversidade de Espécies
Espécie: Unidade biológica da classificação. Único agrupamento natural.
Cada espécie tem, além do nome vulgar, que varia de país para país (e até dentro do mesmo
país), um nome científico, em latim, que é igual em todo o mundo.
Nome científico é: Universal
 Rigoroso
 Específico
 Único para cada espécie
Nomenclatura da espécie e do género
Foi Lineu que uniformizou a Nomenclatura científica e biológica da espécie. Em 1758 publicou
a obra Systema Naturae, onde propôs a designação binominal para a espécie - nomenclatura
binominal
Regras Básicas de Nomenclatura
 A designação dos taxa é feita em língua latina.
 A primeira palavra é escrita com inicial maiúscula e corresponde ao nome do género a
que a espécie pertence
 A segunda palavra, escrita com inicial minúscula, designa-se por epíteto específico,
sendo geralmente um adjetivo.
 Em itálico ou negrito se for manuscrito sublinhado
Sistemas de classificação

Sistemas de
classificação

Racionais Práticos

Horizontais Verticais

Artificiais Naturais Filogenéticos

Podem ser:
Práticos:
 Têm em conta as necessidades básicas do homem, sem considerar quaisquer
fundamentos científicos.
 São as mais primitivas
Racionais:
 Baseiam-se num pequeno número de características estruturais.
Horizontais:
 São estáticas, não tiveram em consideração o fator tempo – Imutabilidade das
Espécies.
Verticais:
 Têm em consideração o fator tempo – carácter dinâmico da transformação dos
organismos. As semelhanças entre os seres vivos são interpretadas como
consequência da existência de um ancestral comum a partir do qual os grupos
divergiram, há mais ou menos tempo. O grau de semelhança reflete o tempo em que
se deu a divergência.
Artificiais:
 Baseiam-se num pequeno número de caracteres (cor do sangue, tipo de
reprodução...), por isso os grupos formados são muito heterogéneos.
Naturais:
 Baseiam-se numa maior quantidade de informação/caracteres.
Evolutivos ou filogenéticos:
 Tentam reproduzir a história evolutiva dos seres vivos através de árvores filogenéticas,
criando, assim, relações de parentesco entre os organismos.

Classificação de Whittaker
Critérios de classificação:
 Organização estrutural
 Modo de nutrição
 Interação nos ecossistemas

Reino Monera
 Procariontes e unicelulares
 Solitários e coloniais
 Heterotróficos por absorção, autotróficos, fotossintéticos e quimiosintéticos
 Produtores e microconsumidores
Reino Protista
 Célula eucariótica unicelulares ou multicelulares sem diferenciação celular
 Autotróficos (fotossíntese), heterotróficos por ingestão e por absorção.
 Produtores, macroconsumidores e microconsumidores
 Ex: Algas eucarióticas unicelulares/coloniais/multicelulares sem diferenciação de
tecidos
Reino Fungi
 Célula eucariótica unicelulares ou multicelulares sem diferenciação celular
 Heterotróficos por absorção
 Microconsumidores ou decompositores
Reino Plantae
 Célula eucariótica multicelulares com diferenciação celular
 Autotróficos fotossintéticos
 Produtores
Reino Animalia
 Célula eucariótica multicelulares com diferenciação celular.
 Heterotróficos por ingestão
 Macroconsumidores

Classificação de Woese
 Alguns sistematas baseados em dados moleculares, consideram para a ordenação da
vida um sistema de 3 grandes domínios
 Archeabacteria
 Eucária
 Eubactéria

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