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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

CAMPUS VIII - VARGINHA – MG


BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DO EFEITO DA CHUVA NA


ESTABILIDADE DE ENCOSTA

Orientado: Luís Fernando de Miranda Aquino

Orientador: Armando Belato Pereira, Dr.

Varginha - MG
2023
Relatório de Pesquisa
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica
Relatório de Pesquisa
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica

AQUINO, Luís Fernando M.

Relatório Técnico Científico- Centro Federal de


Educação Tecnológica de Minas Gerais -
Unidade
Varginha, 2023.
Relatório de Pesquisa
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica

1. RESUMO

Este projeto de pesquisa tem como objetivo investigar o efeito da chuva


na estabilidade de encostas por meio de simulações computacionais, com
ênfase no uso do software GeoStudio. A estabilidade de encostas é uma
preocupação significativa em áreas suscetíveis a deslizamentos e erosão, e
compreender como as chuvas afetam é crucial para a prevenção de desastres
naturais. O estudo envolve a criação de modelos geotécnicos que incorporam
dados reais do solo, topografia e condições meteorológicas, permitindo
simulações que avaliam o comportamento da encosta sob diferentes níveis de
precipitação. Os resultados auxiliam na identificação de áreas de risco e no
desenvolvimento de estratégias de mitigação. Este trabalho é fundamental para
a gestão de riscos geotécnicos.

PALAVRAS CHAVES: Chuva, encosta, estabilidade.


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2. ABSTRACT

This research project aims to investigate the effect of rain on slope


stability through computer simulations, with an emphasis on the use of
GeoStudio software. Slope stability is a significant concern in areas susceptible
to landslides and erosion, and understanding how rainfall affects these slopes is
crucial to preventing natural disasters. The study involves the creation of
geotechnical models that incorporate real soil data, topography and
meteorological conditions, allowing simulations that evaluate the behavior of the
slope under different levels of precipitation. The results help to identify risk
areas and develop mitigation strategies. This work is fundamental for the
management of geotechnical risks.

KEYWORDS: Rain, slope, stability.


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3. Sumário
RESUMO...........................................................................................................................................
ABSTRACT.........................................................................................................................................
1. Introdução................................................................................................................................
2. Revisão Bibliográfica.................................................................................................................
2.1 CRITÉRIO DE RUPTURA DE MOHR-COULOMB........................................................................
2.2 TENSÕES TOTAIS E TENSÕES EFETIVAS...................................................................................
2.3 CONCEITO DE POROPRESSÃO.................................................................................................
2.4 PARÂMENTRO RU...................................................................................................................
2.5 SUCÇÃO................................................................................................................................10
2.6 REGIME TRANSIENTE............................................................................................................11
2.7 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DO SOLO AO CISALHAMENTO..........12
2.8 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA VIA SPT...................................................................................13
2.9 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO.........................................................................14
2.9.1. ÂNGULO DE ATRITO......................................................................................................14
2.9.2 COESÃO.........................................................................................................................16
2.10 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE SOLOS NÃO SATURADOS.........................................17
2.11 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL...................................................................................19
3. ANÁLISES DE PROJETOS E COMO FOI CONSIDERADA O EFEITO DA CHUVA...........................20
4. ESTUDO DE CASO...................................................................................................................42
4.1 DEFINIÇÃO DO PERFIL GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO..........................................................45
4.2 ENSAIOS GEOTÉCNICOS DE LABORATORIO....................................................................50
4.2.1 LIMITES DE ATTERBERG LL E LP.....................................................................................51
4.2.2 ANALISE GRANULOMÉTRICA.........................................................................................52
4.2.3 ENSAIO TRIAXIAL...........................................................................................................53
5. CONSIDERAÇÕES DA CHUVA COMO FATOR DE INSTABILIDADE.............................................69
6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..................................................................70
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................93
Referências.....................................................................................................................................95
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4. Introdução

Existem muitos fatores que podem levar a uma instabilização de um


talude, sejam fatores externos como intemperismo e sobrecargas, ou fatores
internos, estando principalmente relacionados a poropressão e a perda de
resistência ao cisalhamento. No caso de encostas que não tenham sofrido
modificações recentes na sua geometria, a ocorrência de movimentos deve
estar relacionada a algum mecanismo de perda de resistência, ou seja, a
alguma causa interna (Terzaghi, 1950).

Um importante fator a ser considerado são os efeitos da água sobre o


maciço que infelizmente é um assunto muito pouco visado e cujo consideração
diversas vezes não é realizada, o presente trabalho visa por meio de
modelagem computacional no GeoStudio, demonstrar os efeitos que a chuva
tem sobre uma encosta para tal será utilizado um estudo de caso na cidade de
Varginha. Além de analisar outros trabalhos e quais considerações foram
utilizadas para levar em consideração o efeito da água no solo.

Por fim o trabalho busca por meio de demonstração prática e teórica


demonstrar as consequências da negligência em relação a tal consideração na
parte de cálculos, e incentivar profissionais a serem mais cuidadosos em
relação aos efeitos da chuva, visando trazer mais segurança e durabilidade as
edificações.
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5. Revisão Bibliográfica

2.1 CRITÉRIO DE RUPTURA DE MOHR-COULOMB

Decorrente Pinto (2006), o critério de ruptura que melhor reflete o


comportamento dos solos é o de Mohr-Coulomb, sendo “"Os critérios ou
hipóteses de ruptura dos materiais, com base em especulações teóricas ou em
informações experimentais, estabelecem as condições de ruptura dos
materiais” (CAPUTO, 1996, p.141).

Seguindo o que propõem Das e Sobhan (2014), os problemas de


estabilidade do solo, submete-se a estudos de resistência ao cisalhamento,
consistindo em fazer investigações de tensões nas quais poderiam provocar
ruptura. Originando os chamados de critérios de ruptura. De modo geral, esses
critérios operam com o lugar geométrico, definido de Envoltória de Ruptura.

A envoltória de ruptura é definida por uma linha curva, porém, para


maioria dos problemas de mecânica dos solos, uma função linear é suficiente
para representar a tensão de cisalhamento no plano de ruptura (DAS, 2007).

A combinação do Critério de Coulomb, confirma que não existe ruptura


se a tensão cisalhante for inferior ao valor da Equação (1) e o critério de Mohr,
que admite que não ocorrerá ruptura se o círculo se encontrar abaixo da curva
de envoltória dos círculos como pode ser observado na Figura (1). Nunes
(2010) faz essa afirmativa, que é comprovada experimentalmente por
Cavalcante.

 = c +  . tg (1)

Em que c representa a coesão do material,  é o ângulo de atrito interno,


𝜎 é a tensão normal no plano de ruptura e 𝜏 é a resistência ao cisalhamento do
solo.
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Figura 1- Estado de tensão no plano de ruptura

Fonte: Adaptado de Cavalcante, 2006

As curvas vindas das envoltórias dificultam a evidenciação do critério de


ruptura de Mohr, por consequência são substituídas por retas conforme Figura
(2), fazendo assim a aproximação de Coulomb com Mohr.

Figura 2- substituição de envoltória de ruptura

Fonte: Nunes, 2010.

A função linear pode ser descrita por meio da Equação (2), onde está
expressa em termos de tensão efetiva.

 = c’ + tg’ (2)

2.2 TENSÕES TOTAIS E TENSÕES EFETIVAS


Gerscovich aborda o solo como um elemento trifásico, sendo assim uma
parte das tensões existentes no mesmo são transmitidas pelos grãos e outra é
transmitida pela água, isto em condições de solos minimamente saturados.
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Desta forma em um solo saturado, a soma de duas parcelas, tanto tensão
efetiva como a poropressão, conforme Equação (3) resultam na tensão normal
total em qualquer plano.

 = ’ + u (3)
Desta forma, é denominada de tensão normal (𝜎) a soma da tensão
efetiva (𝜎′) e da poropressão (𝜇).

Ao se tratar da resistência ao cisalhamento, no entanto, apenas a parte


sólida – representada pela tensão efetiva – é que mobiliza resistência e, assim,
é possível expressar o critério de Mohr-Coulomb em termos desta, conforme a
Equação (4) (DAS; SOBHAN, 2014).

 = c’ + ( - 𝜇). tg’   = c’ + ’ . tg’ (4)

Fazendo a análise da Equação (4), é possível observar que a resistência


ao cisalhamento não é uma grandeza fixa, já que está diretamente relacionada
a poropressão e consequentemente as condições do solo, tanto em questão de
saturação como de drenagem. E estas variam conforme o tipo de solo, já que
possuem estruturas físico-químicas diferentes.

2.3 CONCEITO DE POROPRESSÃO


Tendo abordado as tensões totais e tensões efetivas um importante
parâmetro foi destacado que seria a poropressão. É importante ressaltar que a
mecânica dos solos clássica avalia somente o comportamento de solos
saturados ou secos. A poropressão em condições de saturação tem costume
de assumir valores positivos por consequência da submersão ou por conta de
processos de adensamento. Já em solos não saturados, apresenta valores
negativos devido à interação da água com o solo e com os solutos dissolvidos
(MACHADO; VILAR,2015).

Segundo TERZAGUI (1943) a soma entre a pressão exercida pela água


no interior dos vazios do solo, comumente denominada de pressão neutra ou
poropressão (u) e a tensão produzida pelo contato entre as partículas do solo,
chamada de tensão efetiva (σ’), gera uma tensão total.
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2.4 PARÂMENTRO RU
Levando em conta a análise de estabilidade de taludes é necessário
inserir a geração de poropressão à qual o maciço possa estar submetido,
assunto abordado no capitulo 3.3 anteriormente. Sendo utilizado para tal um
parâmetro ru, que pode ser obtido por meio da Equação (5) onde é feito a
relação entre a poropressão estática e a tensão vertical total
(GERSCOVICH,2016).

Us
ru= Equação (5)
σν

Ainda em relação a estabilidade de taludes, a força que a água tem


sobre o maciço é uma das principais responsáveis pela deflagração dos
movimentos das encostas, tendo atuação no aumento das solicitações e na
redução da resistência, o que por consequência gera deformações no maciço.

Nas análises de tensões efetivas a poropressão deve ser estimada por


meio das condições da água subterrânea no talude utilizando os seguintes
métodos (ABRAMSON et.al,2002):

1 - Superfície freática: Essa superfície, ou linha em duas dimensões, é


obtida pelo nível da água subterrânea livre. Ela pode ser delimitada em campo
através de poços de monitoramento. É o método mais comum utilizado.

2 – Dados piezométricos: São obtidos valores de poropressão em


pontos descontínuos no interior do talude, os quais são interpolados para se
estimar a poropressão em qualquer outro ponto. Os dados podem ser obtidos
por piezômetros de campo, redes de fluxo preparadas manualmente ou através
de solução numérica.

3 – Razão de poropressão (pore water pressure ratio): Método simples e


popular para normalizar as poropressões medidas em um talude de acordo
com a Equação (5) já vista anteriormente. Onde u é a poropressão e v é a
tensão vertical total na profundidade z.

4 – Poropressão constante: Este método pode ser utilizado caso se


deseje especificar uma poropressão constante em qualquer camada de solo.
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Para melhor entendimento do que o parâmetro ru representa, pensemos
no maciço dividido em fatias, onde o ru seria uma aplicação de um valor de
poropressão na base de cada uma das fatias, onde costuma-se usar o mesmo
valor par as fatias, porém essa adoção não tem uma boa representação do
real, já que existem variações em cada uma das fatias, sendo a adoção de
mesmo valor feita por conta da dificuldade de se medir tais variações.

2.5 SUCÇÃO
Quando se pensa nas propriedades hidráulicas dos materiais, obter
informações referentes as curvas características tornam-se bastante relevante,
já que além da própria importância do conhecimento dos valores da sucção
consoante a humidade, é essencial para as análises de infiltração das chuvas.

A sucção em si pode ser definida como o valor da energia aplicada por


unidade de volume de água para a desprender do solo devido à retenção ou
adsorção que a água experimenta quando migra dentro de um solo (Bicalho et
al., 2007 através de Lee & Wray, 1995).

A variação da sucção se mostra inversa com a humidade, como por


exemplo, conforme o solo aumenta sua saturação a sucção tende a um valor
nulo, já que quanto mais saturado um solo está, menor é sua capacidade de
armazenamento de água e de sugar essa água.

Um importante ponto quando é falado em sucção é entender que a


sucção total é uma resultante da soma da sucção matricial e da osmótica.
Onde a sucção matricial depende basicamente da matriz do solo, ou seja, da
estrutura do solo e seu arranjo de partículas. E a sucção osmótica está
relacionada diretamente com a concentração química da água no solo seja in
situ ou em laboratório.

O valor de entrada de ar (ψb) é um valor atribuído a sucção,


relacionando a humidade do solo. Este valor, existente em todas as curvas
características seja qual for o material em questão, corresponde à sucção que
é necessária aplicar para que a água presente no maior vazio comece a sair
(Gerscovich, 2001) sendo que quanto menor o vazio, mais dificilmente perde a
água que contém.
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Por fim entendendo um pouco de como funciona a sucção e seus
conceitos, é de suma importância citar como tais parâmetros podem ser
obtidos. Sendo alguns possíveis métodos para medição de sucção os que
estão representados na Figura 3 a seguir.

Figura 3 Métodos para medição de sucção

Fonte: FERNANDES, 2014.

2.6 REGIME TRANSIENTE


Alguns programas atualmente utilizam muito de regimes para fazerem as
análises de estabilidades dos taludes, seja por meio de regimes permanentes
ou transientes. Tendo em vista que tanto a natureza da cobertura vegetal do
solo, quanto a própria geometria do talude interferem no regime de infiltração,
sendo possível tal observação na alteração do escoamento superficial caso
exista presença ou não de cobertura vegetal, ou ainda devido a maior ou
menor declividade do talude (SANTOS, 2004).

Um exemplo de uso do regime transiente seria uma análise paramétrica


desenvolvida por meio de uma simulação do fluxo, onde poderia ser utilizado
métodos como o de elementos finitos e posteriormente feito uma análise de
estabilidade por meio de um programa baseado em método das fatias.

De forma sucinta um regime transiente seria a condição de um fluido em


determinados pontos ou regiões tendo variação conforme o tempo. Para tal é
necessário a coleta de alguns parâmetros como por exemplo condutividade
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hidráulica, velocidade de infiltração, taxa de infiltração, tempo desejado,
poropressão, dentre outros.

2.7 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DO


SOLO AO CISALHAMENTO
Uma das principais propriedade mecânicas segundo Nunes (2010) é a
resistência mecânica, juntamente da permeabilidade e da compressibilidade.
Desta forma, é necessário compreender os parâmetros de resistência do solo e
seus variados comportamentos mediante a diferentes tensões.

Para poder validar e averiguar essas variações é indispensável que


sejam desenvolvidas investigações tanto de campo como de laboratório, com o
propósito de obter dados experimentais que possibilitem representar diferente
cenários que influenciam nas condições de resistência ao cisalhamento do
maciço. Para definição dos parâmetros de projeto é preciso que os dados
sejam devidamente interpretados (GERSCOVICH, 2016).

Segundo Das e Sobhan (2014), existe uma diversidade de ensaios que


se relacionam com essa determinação de parâmetros de resistência ao
cisalhamento disponíveis, dentre eles existem o ensaio de cisalhamento direto,
ensaio triaxial, ensaio de cisalhamento simples, ensaio triaxial de deformação
plana e ensaio de cisalhamento anular. Sendo que os mais comuns utilizados
são os ensaios triaxial, por ser mais oneroso e complexo, logo consegue
simular diferentes oscilações de carregamento e drenagem, reproduzindo as
condições da obra dentro do possível; ensaio de cisalhamento direto, sendo
mais simples e consequentemente menos condizente com o real. Porém, por
serem ensaios de custo elevado e certa complexidade Berberian (2015)
destaca que na grande maioria os projetos de obra se baseiam nos resultados
do Standard Penetration Test (SPT). Ocorrência devido ao fato de o SPT
possuir custos mais baixos e metodologias mais simples, sendo simples fazer a
interpretação dos dados, mesmo estes não sendo o mais próximo possível do
real. Desta forma, diversos autores buscaram encontrar maneiras de relacionar
os dados obtidos com o SPT e os parâmetros de resistência do solo – coesão e
ângulo de atrito – desenvolvendo formulações empíricas (SCHNAID;
ODEBRECHT, 2012).
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2.8 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA VIA SPT
O Standard Penetration Test (SPT) é uma ferramenta de investigação
geotécnica dentro dos diversos métodos diretos de investigação. O ensaio SPT
além de medir a resistência do solo à penetração de um amostrador padrão,
que possibilita a identificação da consistência de solos coesivos, apresenta
indicativos de densidade do solo (SCHNAID & ODEBRECHT, 2012).

Conforme ABNT NBR 6484(2020), o ensaio tem como finalidade


determinar os tipos de solo, assim como suas profundidades de ocorrência,
além de identificar a posição dos níveis de água, índices de resistência à
penetração (N) a cada metro e aferir através da quantidade de golpes, a
capacidade e consistência dos solos. A execução desse estilo de sondagem se
baseia em 3 etapas, sendo estas, locação dos furos, processo de perfuração e
o ensaio SPT em conjunto as amostras.

Importante ressaltas que a locação de cada furo deve ser estudada


previamente, fazendo assim a escolha dos melhores locais para realizar a
furação, em pontos estratégicos, em relação a quantidade de furos é
determinado de acordo com normas específicas ao tipo de projeto a ser
executado (NBR 6484, 2020).

O processo de perfuração ocorre primeiramente, fazendo o uso de um


trado espiral até a profundidade de 1 metro, adiante inicia-se a cravação de um
amostrador padrão, por meio de um peso de 65 kg e uma altura de 750mm,
sendo que a cada 1 metro, é recolhido amostras do solo. O valor obtido pela
quantidade de golpes necessários para atingir a cota de 300 mm é denominado
NSPT, isso partindo de uma cravação inicial de 150 mm (SCHNAID;
ODEBRECHT, 2012). Em casos de atingir o nível de água, o processo de
perfuração continua por meio do trépano com circulação de água (NBR 6484,
2020).

2.9 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DO SOLO

Em um solo sua resistência ao cisalhamento pode-se ter como definição


“a máxima tensão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer
ruptura, ou a tensão de cisalhamento do solo no plano em que a ruptura
ocorre” (PINTO,2006, p.260). Esse efeito pode ocorrer por diversos fatores,
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como geometria do talude, saturação do maciço ou efeitos derivados de
carregamentos externos. Além disso Gerscovich (2016) exalta que “a ruptura
em si é caracterizada pela formação de uma superfície de cisalhamento
contínua na massa”. Onde uma superfície sofre alteração em suas
características quando sofre efeito de ruptura. Ambos os parâmetros são de
suma importância quando se pensa em solução de problemas geotécnicos de
instabilidades de taludes, encostas, barragens, solos de forma geral.

Conforme Cavalcante e Casa Grande (2006) devido ao solo ser


particulado, suas tensões são dadas com a interação entre partículas, o que
intercede diretamente na resistência ao cisalhamento. Sendo as resistências
divididas em 2 categorias, resistência de atrito e resistência coesiva, podendo
ser confirmada conforme a Equação de Coulomb (6).

 = C + tg (6)

Partindo do pressuposto que somente as pressões efetivas mobilizam


resistência ao cisalhamento, a equação pode ser reescrita abordando o
conceito de tensões efetivas.

 = C + ( - u) tg (7)

Em que C se refere a coesão do material,  é o ângulo de atrito interno,


 é a tensão normal no plano de ruptura,  é a resistência ao cisalhamento do
solo e u é a pressão neutra que representa a pressão que a água exerce no
interior dos poros do solo (CAPUTO, 1996).

2.9.1. ÂNGULO DE ATRITO


O ângulo de atrito é proveniente não só do contato de seus grãos, mas
também de um entrosamento de suas partículas denominado por Gerscovich
(2016) como interloocking, que define o fenômeno como o trabalho necessário
para movimentar uma partícula ascendentemente. Este está representado na
Figura 3 em solos arenosos fofos e arenosos densos.
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Figura 3 - Interloocking

Fonte: Gerscovich, 2006

Segundo Pinto (2006), o ângulo de atrito pode ser comparado ao que


ocorre com um corpo que sofre deslizamento a uma superfície plana horizontal,
como exemplificado na Figura 4. Onde N é a força vertical transmitida pelo
corpo, T é a força horizontal para que o corpo deslize e está necessita ser
superior a f. N, sendo f o coeficiente de atrito entre dois materiais, dando
origem a Equação (8)

T N tg =   (8)

 é o ângulo de atrito, formado pela resultante das forças com a força normal.
Figura 4- Esquemas do atrito entre dois corpos

Fonte: Pinto, 2006.

O que diferencia o atrito entre dois corpos sólidos segundo Cavalcante e


Casagrande (2006), é que o deslocamento envolve um imenso número de
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grãos, que deslizam uns sobre os outros, até que estes se alojem nos vazios,
sendo essa resistência de atrito predominante em solos granulares.

2.9.2 COESÃO
Segundo Vargas (1997), coesão é a contribuição à resistência ao
cisalhamento promovida pela fração argilosa do solo, permitindo que o mesmo
se mantenha coeso. Conforme Pinto (2006) essa contribuição se deve a
atração química entre partículas do solo, tendo em sua grande predominância
solos de granulometrias finas, como argilas e siltes, onde pode-se gerar uma
resistência independente da tensão normal no plano.

De acordo com Caputo (1996) a coesão se difere entre coesão aparente


e coesão real, a princípio a coesão real é resultante da pressão capilar da água
contida no solo, oriunda de solos não saturados, comportando -se como
pressão externa. Já a coesão aparente, se dá através de forças eletroquímicas
atraindo as partículas até que estas fiquem mais próximas umas das outras.

2.10 RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE SOLOS NÃO


SATURADOS

Para melhor entendimento um solo saturado pode ser entendido como


um elemento bifásico onde existe a presença de água e de partículas minerais
já que o a água preenche os espaços antes ocupados pelo ar. Levando em
conta a existência de ar e água nos vazios faz com que exista diferentes
interações entre os componentes. A interação de solo-água pode ser
quantificada por meio da relação que um solo não saturado tem ao se
relacionar com água. O solo quando em contato com um reservatório de água
exerce um fenômeno nomeado de sucção onde se a pressão de sucção for
aplicada sobre um reservatório de água livre e o fluxo for impedido a pressão
na água livre será equivalente à pressão de água no solo o que constitui uma
medida de sucção. (VILAR,2001).

A pressão manométrica negativa relacionada a pressão externa de gás


sobre a água do solo também pode ser chamada de sucção total do solo. Esta
deve ser aplicada a um reservatório de água pura buscando manter o
equilíbrio, entre água do reservatório e água do solo, através de uma
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membrana semipermeável que impede o fluxo de solutos, mas permite que a
água flua (VILAR,2001).

A respeito da sucção total, ela pode ser dividida em duas, sendo a


sucção osmótica e a sucção matricial. A sucção osmótica em solo saturado se
iguala a sucção total, restando assim o efeito da concentração de solutos, ou
seja, com intuito de diminuir a diferença entre as concentrações da água do
solo e do reservatório existe uma tendência de fluxo de água do reservatório
para o solo (VILAR,2001).

Quando a água do solo é equivalente a água pura a sucção total é abordada


como sucção matricial, restando o efeito da matriz do solo na atração por água
(VILAR,2001). Relacionando o conteúdo inicial da água no solo com a
componente de sucção matricial e levando em conta que a sucção osmótica
não aponta sensibilidade as diversas variações do conteúdo de água no solo
em Mecânica dos Solos não saturados, tem-se atribuído uma mudança na
sucção total a variações na sucção matricial, tornando-se desprezível a
contribuição da sucção osmótica (FREDLUND & RAHARDJO, 1993).

Para prever a resistência ao cisalhamento em solos saturados a variável


tensão efetiva é utilizada pela teoria de Mohr Coulomb. A equação da
resistência ao cisalhamento para solos saturados é expressa pela função linear
da tensão efetiva como representado na Equação 6 anteriormente.

A sucção atua como ponto de partida para o estudo da influência da


variação do teor de umidade ou grau de saturação e alguns apontamentos são
feitos por Juca (JUCA, 1990 apud CALLE, 2000):

 A sucção pode variar com o estado de tensões a que está


submetido o solo, mesmo que o teor de umidade se mantenha
constante;
 Em solos compactados em um mesmo teor de umidade, a sucção
matricial estará influenciada pela estrutura, e, portanto, também
representa o tipo de energia de compactação que foi utilizada;
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 Nas relações estabelecidas diretamente com a sucção matricial o


efeito da histerese é menos pronunciado que nas relações entre os
parâmetros do solo e o teor de umidade.

A sucção matricial e seu efeito na resistência pode ser relacionado como


um aumento na rigidez do solo devindo a ação intergranular o que tende a
fortalecer a união das partículas do solo.

Bishop dentre outros participantes em 1960 desenvolveram uma das


primeiras e mais usadas expressões que relaciona a resistência ao
cisalhamento com a sucção matricial, fazendo uso da tensão efetiva atuante
em solo não saturado, a Equação 9 a seguir representa a expressão abordada.

Τ = c + (σ – ua + χ (ua – uw )) tgϕ Equação (9)

Onde:

Χ : parâmetro que depende do grau de saturação, tipo de solo e de


efeitos de histerese decorrentes da secagem ou umedecimento.

Em contrapartida JENNINGS & BURLAND (1962) indagam a respeito da


validade de tal expressão, já que a mesma não leva em consideração a tensão
efetiva e sim a tensão intergranular, ainda apresentam que a expressão não
consegue expressar o comportamento de diversos solos em graus de
saturação baixos, nas ordens de 20% em areias, 50% em siltes e 85% em
argilas. Além desses aspectos ela não explica o colapso onde a princípio um
corpo umedecido e tendo a redução da sucção atuante juntamente da tensão
efetiva conforme a expressão o volume teoricamente deveria aumentar, o que
vai opostamente ao que ocorre na realidade que é uma redução do volume que
é característica do colapso.

FREDLUND & MORGENSTERN (1977) abordam um estudo um pouco


diferente referente a resistência ao cisalhamento de solos não saturado.
FREDLUND et al. Em 1978 propõem uma outra equação linear para calcular a
resistência ao cisalhamento de solos não saturados, expressa pela Equação 10
a seguir:

Τ = c + (σ - ua ) tgϕ + (ua – uw ) tgϕ’ Equação (10)


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Onde:

ϕ’: ângulo que indica a taxa de crescimento da resistência ao


cisalhamento relativo a uma mudança na sucção.

Algumas observações podem ser feitas a respeito da equação proposta


por FREDLUND et al. (1978):

 o ângulo de atrito interno é suposto constante com a sucção


matricial;
 a resistência ao cisalhamento cresce linearmente com a sucção
matricial;
 envoltória de ruptura plana;

 como o ângulo de atrito interno é suposto constante com a sucção


matricial, todo o ganho de resistência ao cisalhamento do solo se
refletirá em um acréscimo de coesão, de modo que a coesão do solo
não saturado pode ser quantificada por:

C = C’ +(ua – uw )tgϕ’ Equação (11)

2.11 ENSAIO DE COMPRESSÃO TRIAXIAL


Ensaios triaxiais são muito versáteis, podendo ser empregados em
praticamente qualquer tipo de solo. Além disso conseguem simular de maneira
próxima ao real as condições de campo, desenvolvendo envoltórias de ruptura
mais confiáveis do que as obtidas por meio de ensaio de cisalhamento direto
(HEAD,1982). Contudo conforme Ortigão (1995), o nome triaxial concebido ao
ensaio não é apropriado já que as amostras em si não são verdadeiramente
triaxiais e sim axissimétricas.

O ensaio triaxial consiste na variação radial e vertical das tensões em


uma amostra cilíndrica por meio de uma campânula fazendo-se uma
compressão. A pressão confinante efetiva (’c) é transmitida por meio de um
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fluído, este comumente água ou ar quando ensaio de materiais terrosos e para
rochas costuma-se fazer o uso de óleo.

A tensão desvio (d) surge com o carregamento axial por meio de um


pistão e o cisalhamento do corpo de prova. Onde 1 é a tensão principal sendo
o resultado da soma da tensão de desvio e da tensão de confinamento. Já 2 e
3 são respectivamente as tensões intermediárias e tensão de confinamento.

Por meio de um sistema de válvulas é possível controlar as condições


de drenagem, sendo este um importante fator. Além disso é possível fazer a
medição da poropressão por meio de ensaios.

Head (1982) apresenta uma descrição minuciosa do equipamento e dos


procedimentos de ensaio. As três técnicas mais comuns são comentadas
sucintamente a seguir, em consonância com Craig (2004) e Ortigão (1995):

a) Não-consolidado e não-drenado (UU): o corpo de prova está sujeito a


uma pressão confinante e, sem a possibilidade de drenagem em qualquer
instante do ensaio, é cisalhado;

b) Consolidado isotropicamente drenado (CID): a consolidação se dá por


meio da aplicação isotrópica de tensão confinante, com o sistema de drenagem
aberto. O cisalhamento também ocorre na condição drenada, e a variação de
volume do corpo de prova durante o ensaio equivale ao volume de água
expulso pelo mesmo. A tensão-desvio deve ser imposta lentamente, de modo
que não surja excesso de poropressão;

c) Consolidado isotropicamente não-drenado (CIU): a consolidação


ocorre da mesma forma que no ensaio CID. Durante o cisalhamento,
entretanto, o sistema de drenagem é completamente fechado e há o
surgimento de poro-pressões, que podem ser medidas. Neste ensaio não há
variação de volume do corpo de prova.

6. ANÁLISES DE PROJETOS E COMO FOI CONSIDERADA O


EFEITO DA CHUVA

Para o desenvolvimento do trabalho no presente momento foram


separadas algumas referências para fazer uma apuração de como o efeito da
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água é considerado no solo, com isso abordando alguns parâmetros de
resistência, condutividade hidráulica, dentre outros.

Em diversos trabalhos podem ser vistos diferentes tomadas de


decisões e soluções propostas, porém como o foco do trabalho é em fazer um
levantamento de como é realizado as análises de estabilidade, levando em
consideração o efeito da água no solo, tais soluções não serão explicadas, no
máximo será feito pequenas abordagens.
Na primeira referência “ANÁLISE DE PROBABILIDADE DE RUÍNA DE
ATERRO SOBRE SOLO DE BAIXA CONSISTÊNCIA NÃO SATURADO –
Estudo de caso”, trabalho desenvolvido por Maria Paula Castro de Miranda
Brito para apuração de alguns parâmetros, foi utilizado uma planilha
desenvolvida pela empresa Geofast (2012) que faz uma correlação com os
dados SPT com a coesão e ângulo de atrito, assim como a proposta de
Godoy e Hachich para anotações de peso específico.

Para considerações do efeito da água foi realizada uma modelagem por


meio do software computacional GeoStudio, módulo Slope/w e fazendo uso
do modelo determinístico de cálculo de Morgenstern-Prince o talude foi
analisado tendo abordagem determinística, onde obtém um valor do fator de
segurança e também teve uma abordagem probabilística, onde se obteve
uma confiabilidade fazendo a associação do fator de segurança com a
probabilidade de ruína.

Para a modelagem probabilística, fixou-se a superfície crítica de ruptura


obtida no modelo determinístico e variou-se os parâmetros de resistência
conforme coeficiente de variação. Além disso, por meio da razão de
poropressão ru, foi simulado a saturação das camadas do solo, onde ru = 0
representa o talude completamente seco e ru = 0,4 quase atingindo a
saturação total. Para o desenvolvimento da abordagem determinística, foi
lançada a geometria do talude no Slope/W do Geostudio e foram definidos os
materiais de cada camada. Além disso, foi inserida uma sobrecarga de 10 KPa
sobre o aterro, por conta do galpão assente ali.

Feita a modelagem, variou-se o valor do parâmetro ru de 0,05 em 0,05


até que se obtivesse um valor de FS menor do que um, que representa a
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ruptura do talude.

O segundo trabalho analisado foi “ANÁLISE DE UM TALUDE


ROMPIDO EM SOLO RESIDUAL DE ARENITO: RS122/ SÃO SEBASTIÃO
DO CAÍ-RS” desenvolvido por Anays Mertz Antunes onde para obtenção da
condutividade hidráulica in situ foi usado um permeametro de carga variável e
para verificar a carga hidráulica que age no sistema, foi confeccionado um
equipamento medidor de nível de água. Para obter os resultados desse
parâmetro horizontalmente foi utilizado a formulação proposta por Hvorslev
(1951). Em relação a verificação de estabilidade foi realizado em programa
computacional uma análise determinística de equilíbrio limite por meio do
software Slope/W da Geostudio, fazendo uso dos parâmetros obtidos de
resistência e de condições de saturação buscando obter fatores de segurança
relativos a cada caso.

O tipo de análise utilizado foi o de Morgenstern-Price e a superfície


crítica foi encontrada pelo método de raios e grade. O solo foi considerado
homogêneo, e não foi considerado superfície freática ou qualquer outra forma
de presença de água.

A estabilidade do talude é fortemente associada à sua condição de não


saturação. As análises de estabilidade realizadas no Slope/W ou consideram
o maciço não saturado, ou consideram-no completamente saturado. O
primeiro caso analisa o talude em um período de estiagem, enquanto o
segundo caso busca modelar a estabilidade do talude face a uma precipitação
suficiente para que se ocorra a saturação.

Para verificar o efeito da infiltração de água da chuva na estabilidade


do talude, utilizou-se o software Seep/W, também da Geostudio, que permite
analisar os fluxos de água subsuperficiais por meio de método de elementos
finitos. O programa modela tanto problemas saturados e estáticos simples
quanto análises transientes saturadas e não-saturadas mais sofisticadas.
Além disso, é possível associar os resultados obtidos no Seep/w a uma
análise de estabilidade do Slope/W.

A intensidade da precipitação para realizar as análises foi obtida a partir


de dados históricos de chuva fornecidos pelo sistema de informações
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HidroWeb da Agência Nacional de Águas para um posto pluviométrico de São
Sebastião do Caí (código da estação: 2951081). Considerou-se o registro
diário de três dias consecutivos ocorridos no inverno, durante a execução da
obra.

Para encontrar a precipitação em 24horas foi utilizado o modelo


proposto por Occhipinti e Santos (1966, apud CARDOSO; ULLMANN;
BERTOL, 1998).

A condição de contorno de precipitação foi analisada como fluxo


unitário, com intensidade constante e de valor 3,07×10-7m/s, como foi definida
anteriormente. Está posicionada sobre toda a superfície do talude, simulando
o efeito de infiltração da chuva. A segunda condição de contorno é necessária
para realizar as análises transientes e definiu um valor de pressão de água
igual a zero na região inferior do modelo.

Em seguida na terceira referência cuja autora Camila Westphalen


Barroso desenvolveu o trabalho com titulação “SUSCETIBILIDADE A
ESCORREGAMENTOS NA BACIA SÃO GERALDO, NOVA FRIBURGO/RJ,
COM BASE NA ANÁLISE DOS EVENTOS DE JANEIRO DE 2011”.

No trabalho para determinar os parâmetros e o comportamento do solo


em estudo, foram realizadas análises paramétricas dos pontos principais da
área. Normalmente, as análises de estabilidade são realizadas por meio de
retro análises onde, a partir de ensaios do solo local, se obtêm três, de quatro
parâmetros necessários, sendo eles o peso específico, o ângulo de atrito e a
coesão, sobrando apenas a determinação do parâmetro de poro-pressão
(Ru). Como no talude não foram realizados ensaios, tais parâmetros não são
conhecidos, sendo assim insuficientes para desenvolvimento de uma retro
análise. A metodologia adotada para análise de estabilidade desses pontos foi
através da fixação do peso específico e do ângulo de atrito do solo, e variação
da coesão e do parâmetro de poro-pressão do solo, de forma que a ruptura
esteja de acordo com as condições observadas em campo.

De acordo com Avelar et al. (2011), ocorreram 3.562 deslizamentos na


região serrana do Rio de Janeiro, e notou-se que haviam quatro tipos que
solos predominantes nesses escorregamentos: saprólito cinza, saprólito rosa,
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colúvio avermelhado e colúvio castanho em cavidades dos vales. Foram
realizados ensaios de cisalhamento direto nestes solos para a determinação
dos parâmetros.

Além deste estudo de Avelar et al. (2011), há também estudos do solo


da região de Campo do Coelho, em Nova Friburgo, a 15 km de distância de
São Geraldo, por Machado (2013). Esses estudos consistiram na realização
de ensaios de cisalhamento direto em amostras do solo saprólito rosa. A partir
dos resultados dos ensaios foi observado no gráfico, que relaciona a tensão
normal com a tensão cisalhante, dois comportamentos de resistências
distintos, uma para tensões normais maiores que 50 kPa e outro, para
tensões menores que 50 kPa, formando um ponto de inflexão.
A partir do critério de Coulomb, foram definidas duas envoltórias de
resistência, uma para tensões até 50 kPa, com ângulo de atrito de 54° e
coesão efetiva de 0 kPa e outra para tensões maiores que 50 kPa, com
ângulo de atrito de 48° e coesão efetiva de 8,7 kPa (MACHADO, 2013).

Machado (2013) definiu peso específico do material de 17,8 kN/m³,


valores coerentes para esse tipo de solo, porém o ângulo de atrito calculado
difere do obtido por Avelar et al. (2011).
A análise de estabilidade foi realizada com auxílio do programa
SLOPE/W da GEOSTUDIO e o SLIDE v 6.0 da ROCSCIENCE, sempre
aplicando o método de Morgenstern e Price.

Por conta de não existir sondagens nos pontos em estudo, a análise de


estabilidade foi realizada com a utilização do solo homogêneo, com o peso
específico e o ângulo de atrito fixados em 17,8kN/m³ e 38,6°,
respectivamente. Os parâmetros de saturação do solo e de coesão foram
variados de forma a alcançar o fator de segurança igual a 1,00. Através do
parâmetro de poro- pressão, Ru, foi simulada a saturação do solo, onde Ru=0
indica um talude seco e Ru=0,4 indica um talude praticamente saturado, para
o material em questão. Os valores de Ru adotados foram 0; 0,10; 0,20; 0,30 e
0,40. A partir destes parâmetros foram encontradas 5 coesões diferentes para
cada nível de saturação, nas quais o fator de segurança atingia o valor
unitário.
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Levando em conta a topografia do local antes dos escorregamentos,
foram realizadas as seções topográficas no sentido da ruptura dos sete pontos
para aplicação no SLIDE e SLOPE/W. A análise de estabilidade consistiu na
delimitação da ocorrência do local da ruptura, conforme observado em campo,
para que a superfície de ruptura ficasse mais representativa do ocorrido.

Na quarta analise foi observado o trabalho “ANÁLISE DE RUPTURA DE


TALUDE EM SOLO NÃO SATURADO” de José Antonio Cancino Calle, alguns
pontos importantes, como perfil de sucção matricial in situ, analise de
estabilidade para condições iniciais, influencia da precipitação no avanço da
frente de umedecimento, analise de ruptura e variação do fator de segurança
com o tempo de precipitação.
Considerando-se as máximas sucções matriciais obtidas "in situ" pelos
tensiômetros, entre valores de 50 a 60kPa na base da fenda, obteve-se o
perfil inicial de sucções matriciais no talude, por meio do programa SEEP/W.
Para tal obtenção de perfil assumiu-se um nível de água com 25 metros de
profundidade, além disso foi considerado um solo homogêneo e seco, com
ambas extremidades tendendo ao infinito em um estado de fluxo transiente.
Também foi utilizado duas funções, a primeira de condutividade hidráulica
para solos não saturados e a segunda da curva de retenção.

Posteriormente discriminando o talude e considerando as condições


inicias, foi adicionado uma precipitação qualquer, fazendo variação no tempo
e selecionando o que melhor representava a situação em campo.
Para as condições inicias de sucção matricial foi verificado qual fator de
segurança sem considerar fenda de tração, para tal considerou-se as
características a seguir para o solo não saturado ρ = 1,6g/cm³, c ́= 0kPa, ϕ’ = 35° e

ϕb = 20°. Única modificação foi que para solos saturados, considerou-se ϕb =


0°.

Em seguida fazendo observações em campo, notou-se que a fenda de


tração continuou no talude que ainda não havia escorregado, com isso foi
incluído no programa e realizado novas analises.
Para a análise da influência da precipitação no avanço da frente de
umedecimento do talude foi definido valores conhecidos de precipitação,
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sendo 20mm/h e 70mm/h e foi utilizado o perfil obtido anteriormente, além de
fazer analises variando o tempo.

Com intuito de verificar a análise de ruptura, foi realizada combinações


de coesão efetiva (c’) e de ângulo de atrito(ϕ’), buscando qual condição
atendia o estado crítico de ruptura (FS=1).

Para se adequar a tais condições o ângulo considerado nos cálculos foi

de ϕb = 20°, fazendo variações apenas nos valores de coesão (c ́) e ângulo de


atrito (ϕ’). Dessa forma por meio do programa SLOPE/W foram adicionadas
diversas combinações e considerado a pressão de ar nula. Posteriormente
tendo obtido os fatores de segurança, foi plotado a envoltória, onde as
condições iniciais de pressão de água no solo, utilizadas para uma
precipitação de 20mm/h, foram de 0h, 15h, 20h e no estado saturado. Já para
precipitação de 70mm/h, as condições foram de 0h, 2h, 3h, 4h e no estado
saturado.

Além desse método também foi realizado uma análise de ruptura


considerando os ábacos de Hoek (1972) e o talude com e sem fenda.

Por fim foi realizado uma relação do fator de segurança e suas


variações, com os diferentes tempos de precipitação. Dessa forma foi fixado

ϕb = 20°, fazendo a variação de ϕ’ e utilizando c ́= 0kPa e c ́= 20kPa para


precipitações de 20mm/h e 70mm/h, respectivamente.

O quinto trabalho visto foi o do Marco Antonio Grigoletto Conte


“AVALIAÇÃO GEOTÉCNICA DA RUPTURA DE UM TALUDE EM UM SOLO
RESIDUAL MIGMATÍTICO DO LESTE DE SANTA CATARINA”. As análises
de estabilidade no trabalho em questão buscam avaliar as condições de
campo que levaram ao maciço sofrer instabilidade.
O conceito de razão de poropressão foi empregado para realização
dessa analise, já que tal parâmetro (ru) simplifica o processo não sendo
necessário levantar hipóteses de diferentes níveis d’água no maciço.
Empregando o software Slope/W (versão agosto/2015), foram
efetuados analises determinísticas pelo método de Morgenstern-Price. Em
relação ao perfil geomecânico, utilizou-se como base o perfil geológico
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desenvolvido no trabalho. Onde para o solo maduro foram utilizados os
parâmetros de resistência correspondentes ao solo MgB (Migmatito de
Horizonte B). Já para o solo jovem foram usados os parâmetros do solo MgB-
C (Migmatito de Horizonte B-C), por fim no solo saprolítico foi considerado
como impenetrável.

A primeira analise realizada consistiu em verificar a magnitude das


poro- pressões geradas que levaram o talude à ruptura. Sabendo-se que o
fator de segurança é igual a 1 e por meio dos parâmetros obtidos por
cisalhamento direto, foi utilizado uma envoltória do tramo 1 para o solo MgB
para os valores de tensão menores que 100 kPa. Para o solo MgB-C, utilizou-
se a envoltória do tramo 2, com valores de tensão maiores que 100 kPa. Já
em relação ao peso específico considerando as condições da encosta quando
foi rompida, utilizou-se o valor saturado.
Para a segunda análise foram empregados os mesmos parâmetros para
o solo MgB. No entanto, para o solo MgB-C, foi empregado o tramo 1 da
envoltória de ruptura dos ensaios triaxiais.

A terceira análise consistiu em avaliar qual o fator de segurança do


talude em períodos secos. Considerou-se ru =0 e os pesos específicos dos
materiais na condição natural. Foram utilizados os mesmos parâmetros de
resistência da análise anterior.

Outra analise realizada foi referente aos parâmetros obtidos por meio do
ensaio de cisalhamento torcional, onde os solos se encontravam em uma zona
de plastificação inserida no maciço. Para tal foi usado um valor de r u =0,05,
simulando situações de precipitação pluviométrica intermitente, de baixa
intensidade. Ademais foi empregado um levantamento topográfico, sendo este
em uma situação que a encosta já havia sofrido rompimento.

Na sexta analise realizada no trabalho de Fábio Conterato “PROJETO


DE ESTABILIDADE DE TALUDE RODOVIÁRIO”. Para a obtenção de dados e
parâmetros necessários para o entendimento da instabilidade e realização do
projeto de estabilização, foram realizados ensaios de campo e de laboratório.

Em campo foram realizadas 5 sondagens mista, basicamente unificando


sondagens à percussão e sondagens rotativas. Com isso foi possível identificas
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o nível de água no interior do furo.

Os ensaios de laboratório consistiram em ensaios para a determinação


dos parâmetros de resistência ao cisalhamento (cisalhamento direto). A
amostra indeformada de solo foi coletada na região do pé do aterro da
rodovia, correspondendo ao material coluvionar.

O perfil geotécnico foi obtido usando as 5 sondagens como auxilio. Já


para obter os parâmetros de resistência do material coluvionar foram
realizados três ensaios de cisalhamento direto inundado em amostras
indeformadas obtidas em campo. As tensões normais utilizadas nos ensaios
foram de 25 kPa, 50 kPa e 100 kPa. Os valores de intercepto coesivo e de
ângulo de atrito foram de aproximadamente 9 kPa e 36° respectivamente.

Posteriormente, já definido o perfil geotécnico e os parâmetros


necessários, foi desenvolvido uma retroanálise utilizando análises de equilíbrio
limite. Para os materiais que não foram ensaiados em laboratório foi utilizado os
valores corresponde a vários ensaios de cisalhamento direto realizados por
Perazzolo (2003), cujo talude estudado apresentava semelhanças com o deste
trabalho.

Utilizando os parâmetros obtidos em laboratório (solo coluvionar) e na


bibliografia (Perazzolo, 2003), juntamente com o nível de água próximo à
superfície, foi verificado que o fator de segurança era superior à unidade.
Dessa forma, optou-se pela fixação dos parâmetros do solo residual jovem,
aterro e da rocha, e foi feita a diminuição gradual e conjunta dos parâmetros
do solo coluvionar e solo residual maduro até atingir o fator de segurança
igual à unidade. Com isso a retroanálise realizada forneceu um FS=1,027
(Morgenstern- Price), considerado satisfatório por estar próximo a unidade.

A seguir o sétimo artigo “ESTUDO DE TENSÃO DEFORMAÇÃO PARA


O 3º ALTEAMENTO DA BARRAGEM DO ITABIRUÇU” desenvolvido por
Aluísio Marcondes da Costa.
No final do alteamento foi realizado um estudo de estabilidade, fazendo
uso de uma modelagem numérica em tempo real inserida nos programas
Slope e Sigma.

Antes do desenvolvimento da modelagem o autor exemplifica bem


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alguns tópicos importantes como poropressão e parâmetro ru, assim como
ensaio triaxial, drenados e não drenados, parâmetro Bbarra, sucção dentre
outros.

Por meio do programa Sigma foi gerado uma poropressão, obtida


diretamente da equação de adensamento do próprio programa (“Coupled
Stress/PWP” – Tensão Deformação com Adensamento Acoplado) e
posteriormente realizada uma modelagem bem sofisticada para a situação de
carregamento do maciço. Esta análise acopla o processo de adensamento
simultâneo com os incrementos de tensão no tempo. Partindo desse
pressuposto o programa Slope pode avaliar a estabilidade do talude alteado,
fazendo a relação com o tempo.
Ainda em relação a analise de estabilidade, foi utilizado o método de
equilíbrio limite de Morgenstern e Price (M&P), para obtenção de alguns
parâmetros e dados, como fator de segurança, taxa de mobilização, superfície
de ruptura, dentre outros.

Por fim foram realizadas algumas comparações entre os métodos de


análises Morgenstern e Price (M&P) e análise acoplada Slope-Sigma como foi
chamada, sendo basicamente a unificação dos dados obtidos pelo programa
Sigma, sendo importados para o Slope e desenvolvendo as analises. Onde
foram observadas as diferenças em poropressão, fator de segurança, dentre
outros parâmetros. Assim como uma realização de um estudo após 1 (um) ano
e analisando possíveis variações em relação as tensões e fatores de
segurança, fazendo também uma verificação se os resultados convergiam com
os obtidos pelo projetista.
O oitavo trabalho analisado é uma monografia de Jonathan Ecks com
titulação “APLICAÇÃO DA TEORIA DO EQUILIBRIO-LIMITE NA ANÁLISE DE
ESTABILIDADE DE TALUDES: ESTUDO DE CASO”.
Para a análise de instabilidade desse trabalho foram necessários
alguns parâmetros para construir modelos de taludes nos softwares de cálculo
de instabilidade, estes são geometria do talude, posição estimada da camada
de solo e topo rochoso, linha piezométrica e propriedades de resistência ao
cisalhamento. O método de equilíbrio limite foi utilizado para alguns cálculos
no trabalho.
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O método de Bishop Simplificado, foi o escolhido para desenvolver as
análises de estabilidade do trabalho o qual tem como hipótese que a
resultante das forças entres as fatias é horizontal, com o apoio do software
SLIDE, produzido pela Rocscience Inc. Toronto Canadá, o qual realiza
análises bidimensionais utilizando-se da teoria do equilíbrio-limite para avaliar
a estabilidade de taludes tanto em superfícies de ruptura circular como não-
circular e com diferentes formas de superfície de deslizamento (SLIDE, 2003).
Em relação as considerações utilizadas, foram utilizadas superfícies
circulares de ruptura, possibilitando caracterizar os taludes considerando,
primeiramente, uma retroanálise para se estimar as condições dos taludes no
momento da ruptura. Em seguida, foi realizada uma estimativa das condições
do talude antes da ruptura do talude, com o rebaixamento do nível freático e,
então, situações posteriores em relação a condição atual.

Por meio do software foi calculado considerando-se a pior condição


possível de estabilidade. Dessa forma o cálculo para a condição antes da
ruptura foi rebaixando o nível freático e como os parâmetros de resistência já
foram estabelecidos por meio dos ensaios de laboratório a única variável
restante foi a condição geohidrológica do talude.
Com o rebaixamento é possível ter uma ideia das condições iniciais do
talude antes da ruptura, assim possibilitando fazer uma relação entre o nível
freático e os valores de fator de segurança.
Por fim para a condição pós-ruptura foi considerado a solução de
retaludamento, a de elevação do N.A no talude, uma situação de
rebaixamento rápido no nível d’água, e por último, a influência que a solução
de retaludamento causaria neste caso.
A nona análise a seguir é referente ao trabalho de Eduarda de Queiroz
Motta “AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS COM CODISPOSIÇÃO DE LODO DE TRATAMENTO
DE ESGOTO ATRAVÉS DE ENSAIOS DE CISALHAMENTO DIRETO DE
GRANDES DIMENSÕES”.

Neste trabalho foi realizado uma análise de estabilidade de talude de um


aterro de RSU simulado com o objetivo de se avaliar o efeito das fibras como
componente de reforço e as poro-pressões do excesso de biogás como agente
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de instabilização. Para isso foi utilizado o programa GGU Stability, e como
dados de entrada: uma geometria comumente empregada a taludes em
projetos de aterros sanitários, parâmetros de resistência encontrados na
literatura e valores recomendados por GDA R 2-35 (DGGT, 1997) e Collins et
al. (1997) para efeito comparativo com os parâmetros de resistência obtidos
nos ensaios de resistência ao cisalhamento de grandes dimensões realizados
nesta pesquisa, e variação do parâmetro ru para verificação das poro-pressões
de lixiviado e biogás na estabilidade.
Para a análise foi empregada a geometria definida usualmente em
projetos no Brasil, que preconiza a implantação de células de resíduos
executadas em camadas de 5,0 m de altura, com taludes externos na
inclinação máxima de 2:1 (h:v) e bermas intermediárias com 6,0 m de largura,
que auxiliam o equilíbrio do maciço.
Como já comentado a análise de instabilidade foi realizada pelo
programa GGU-Stability, este realiza os cálculos conforme a norma Alemã DIN
4084 (1981 e 2000). Além disso foi utilizado o método de fatias de Bishop
(1995). Os parâmetros geotécnicos necessários foram ângulo de atrito interno,
coesão e peso especifico dos materiais.
Para a análise do efeito de reforço conferido pelas fibras, considera-se
a ativação de um parâmetro, obtido com: um ângulo de tensão de tração (ζ),
um fator de correção para a ativação das fibras (aζ) e a tensão de tração das
fibras (zmax).

Para a análise do efeito das poro-pressões do excesso de biogás como


agente de instabilização, simulando condições de drenagem interna do aterro
insuficiente, foram realizadas variações no parâmetro ru.

Por fim foram utilizados ao todo 6 (seis) estudos de caso para análise de
estabilidade de talude de aterro RSU simulado. Que auxiliaram nos parâmetros
e obtenção de resultados.
Na análise de número 10 (dez) o trabalho “CARACTERIZAÇÃO
GEOTÉCNICA E AVALIAÇÃO DA COMPACTAÇÃO DE UM RESÍDUO DA
PRODUÇÃO DE ALUMINA (LAMA VERMELHA) DESAGUADO POR
FILTRO PRENSA” de Kellen Dias Nery foi estudado.
O presente trabalho não levou muito em conta os efeitos da água, já que
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não era o enfoque, porém ele se preocupou em realizar diversos ensaios,
sendo de caracterização, os ensaios de teor de umidade higroscópica, peso
específico dos grãos, peso específico natural, granulometria e limites de
consistência, além desses ele também realizou difração por raio x, microscopia
eletrônica por varredura, ensaios de compactação, moldagem dos corpos de
prova para os ensaios especiais, ensaios de permeabilidade, curva
característica de sucção, ensaios de adensamento unidimensional e por fim os
ensaios triaxiais UU e PN.

Nos ensaios triaxiais do tipo não-adensado e não-drenado, foram


executados em corpos de prova não saturados, aplicando-se tensões
confinantes de 50, 100, 200 e 400 kPa, e com leituras das poro pressões na
base, onde foi colocada uma pedra porosa de alta entrada de ar e sem
drenagem pela parte superior.
Já para os ensaios triaxiais PN, foram observadas amostras
indeformadas, onde não houve geração de poropressão, e para as amostras
compactadas, somente na condição de 90% de compactação e 5% de
umidade ótima foi analisado o surgimento de poropressão, tendo se como
parâmetro a poropressão igual a 0,49, calculada em um intervalo de tensão
vertical entre 300 kPa e 750 kPa.

Por meio dos resultados obtidos de parâmetros de resistência, foi


realizado uma analise de estabilidade para avaliação do ângulo global de pilha
de resíduo de 50m de altura. Dessa forma foi utilizado o software Slide
versão 5.0 da Rocsciense, juntamente com o método de Bishop Simplificado
(1955) que é baseado em equilíbrio limite. No caso o estudo foi mais focado
em relação a angulação como bem exemplificado, porém por meio dos
diversos ensaios que foram realizados no trabalho, juntamente com o software
em questão seria facilmente possível a realização de um levantamento
considerando o efeito da água.

Para a análise de número 11 foi estudado o trabalho de Lilian


Perazzolo “ESTUDO GEOTÉCNICO DE DOIS TALUDES DA FORMAÇÃO
SERRA GERAL, RS” neste foram realizados analises em dois solos sendo o
Colúvio de Canastra, em Canela e o Colúvio da Rodovia RS470, em Bento
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Gonçalves.

Para tais analises foram utilizados dois programas, para a estabilidade


foi usado o SLOPE/W da GeoSlope Inc. e para a simulação do fluxo de água
no talude usou-se o SEEP/W da mesma empresa. Vale ressaltar que a
estabilidade foi calculada pelo método de equilíbrio limite.

As características geológicas do talude permitiram definir o perfil


geotécnico, sendo uma camada de solo coluvionar, uma zona de transição
argilosa e um solo residual, sendo um talude com uma inclinação bem suave.

Por meio de ensaios de condutividade hidráulica foi possível identificar


a permeabilidade entre o solo residual e o coluvionar, possuindo uma zona
quase impermeável, ocasionando em dois lençóis freáticos, um suspenso no
coluvio e outro mais profundo no solo residual.

Assim como já falado anteriormente analise do fluxo foi realizada com o


software SEEP/W da Geoslope. Fazendo uso dos coeficientes de
condutividade hidráulica saturado obtidos através de ensaios de campo. Já
que a analise de fluxo é por regime transiente foi necessário determinar as
curvas de condutividade hidráulica relacionadas com a sucção, porém devido
a não medição das curvas, foram realizadas outras aproximações para fazer
uma simulação mais próxima do real.

Com as informações coletadas foi simulada sobre o talude uma


precipitação pluviométrica de intensidade 26mm/dia. Valor adotado pensando-
se no valor de condutividade hidráulica obtido. Dessa maneira foi
estudado 3 variações de tempo com a mesma intensidade obtendo-se os
níveis freáticos resultantes da percolação.

As análises consideraram os seguintes coeficientes de condutividade


hidráulica: k=1x10-6 cm/s para o colúvio, k=5x10-8 cm/s para a camada de
transição e k=1x10-5 cm/s para o solo residual. Foram simuladas chuvas com
tempos de duração de 15minutos, 2,8 dias e 23 dias.
Em relação as analises de estabilidade realizadas pelo programa
Slope/W da GeoSlope. O modelo usado para realização dos cálculos foi o de
Spencer, sendo utilizados superfícies de ruptura circulares e não-circulares.
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Para o desenvolvimento foram usados os seguintes parâmetros:
 resistência ao cisalhamento de pico do colúvio (tensões efetivas até
100kPa): φ’ = 29° e c’ = 17kPa;
 parâmetros de resistência ao cisalhamento residual da camada de
transição entre o colúvio e o solo residual: φr = 6,6°;
 parâmetros de resistência de pico do solo residual (tensões efetivas
até 100kPa): φ’ = 42° e c’ = 24kPa;
 presença de nível d’água somente no colúvio e na camada de
transição, considerada zona impermeável.

Juntamente com todos os cálculos foram realizadas simulações


hipotéticas para situação original, pensando-se em um possível
escorregamento anteriormente e também um estudo da situação atual do
maciço.
Para o segundo solo Colúvio da Rodovia RS470, em Bento Gonçalves,
foi realizado basicamente o mesmo processo, sendo admitido uma situação
inicial, e simulado sobre o talude uma certa intensidade pluviométrica e
verificado as alterações com a variação do tempo.

A intensidade da chuva imposta ao talude é similar à intensidade


verificada no local na época do escorregamento (180mm em 16horas ou
11,25mm/h). O coeficiente de condutividade hidráulica saturado utilizado
(k=1x10-4 cm/s) foi idêntico ao obtido a partir dos ensaios de campo.

Partindo dessa logística foram simulados utilizando chuvas com


duração de 1h, 8h e 16h. Obtendo as máximas poro-pressões, atingindo
31kPa para 1h de chuva, 60kPa para uma chuva de 8h e 68kPa para uma
chuva de 16h.

Além disso para as análises de estabilidade bidimensionais foram


usados, parâmetros de resistência ao cisalhamento de pico do colúvio, para
tensões de até 100kPa (φ’=32° e c ́=16kPa) e variando-se as condições de
poro-pressão.
Outra consideração feita foram os efeitos laterais de resistência ao
cisalhamento foi realizado uma análise pelo método de talude infinito. Os
parâmetros utilizados nesta análise foram: φ’ = 32°, c’ = 16kPa, β = 35°, γ =
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15kN/m³, z = 6m, γa = 10kN/m³.

Por fim foi desenvolvida uma analise considerando tanto a largura


como o comprimento infinitos, sendo usados os parâmetros: φ’ = 32°, c’ =
16kPa, β = 35°, γ = 15kN/m³, z = 6m, B = 20m e k0 = 0,48.
A próxima analise, de número 12 é referente ao trabalho de José
Henrique Ferronato Pretto cuja titulação é “ANÁLISE DE TENSÃO X
DEFORMAÇÃO DE UMA ENCOSTA NATURAL ESTUDO DE CASO:
MORRO DO BOI BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC”, onde para analises
relacionadas a estabilidade do maciço foi utilizado o software Phase2
(ROCSCIENCE, 2011), por meio do método de elementos finitos fazendo-se
uma relação entre tensão x deformação, gerando assim resultados através de
SRF (Strenght Reduction Factor ou Fator de Redução da Resistência).

Para o estudo da encosta, além de serem realizados ensaios SPT,


também se optou por utilizar sondagens geofísicas, o que gerou uma maior
riqueza de dados e parâmetros para análise do local.

Alguns pontos relevantes a serem comentados é que a caracterização


do solo foi feita por meio de analise granulométrico, definido por ensaios de
peneiramento grosso, fino e sedimentação. As CRA’s (curvas de retenção de
água) foram realizadas com amostras indeformadas da própria encosta, além
disso por meio de ensaios in situ foram definidos parâmetros de condutividade
hidráulica e por fim para resistência ao cisalhamento foi baseado na teoria da
envoltória de Mohr-Coulomb.

O estudo em questão, utilizou alguns passos para fazer a verificação da


estabilidade e da eficiência da solução adotada, para tal foi utilizado
principalmente o método de Gerscovich (2012). Como já abordado para
analise de tensão x deformação foi utilizado o software Phase2, fazendo uma
relação do efeito do lençol freático e a queda da resistência ao cisalhamento e
também realizando algumas analises de inserção de contenção.

Primeiramente foi definido as condições de contorno, visando


resultados mais próximos da realidade, evitando possíveis erros. Um ponto
analisado foi que a encosta se apresentava estável, por conta disso se optou
por utilizar os carregamentos como Field Stress & Body Force, que a princípio
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parte da ideia de um sistema em equilíbrio, além disso, usando o conceito de
ruptura de Mohr- Coulomb, foi obtido algumas propriedades do material.

As leituras do nível d’água na encosta foram realizadas utilizando o furo


de sondagem SM-4 e INCL-01 e o INCL-02 e juntamente com algumas
estimativas foi obtido diversos resultados do SRF.
Em um primeiro momento a análise dos parâmetros geotécnicos foi
realizada de maneira manual e individualizada para cada um dos parâmetros,
variando apenas um parâmetro e desprezando a poropressão e o
posicionamento do lençol freático. Posteriormente foram realizados analises
com variação do nível do lençol freático tendo o programa de auxilio AutoCad
2013 (AUTODESK, 2013).
Por fim para análise do fator de redução crítico, cujo intuito é de
verificar possíveis linhas freáticas que poderiam levar a movimentações
futuras foram realizadas variações na cota do lençol freático até que o mesmo

resultasse em valore de SRF1 menores do que 1.

O projeto utilizado para fazer a 13° (decima terceira) analise foi


“EFEITO DA PENETRAÇÃO DA CHUVA NA ESTABILIDADE DE
ENCOSTAS ARGILOSAS” desenvolvido por Guiomar Pereira Rodrigues em
seu mestrado.
A proposta do trabalho é executar uma análise no programa de cálculo
SEEP/W, para fazer a verificação de como o teor de água evolui no interior de
determinado talude da linha do norte sob certas condições de precipitação,
dessa forma fazer uma relação entre coesão e teor de umidade e identificar
como a coesão varia em detrimento da precipitação introduzida.

Em um segundo momento foi proposto uma analise de estabilidade,


executado por meio de um programa auxiliar, sendo este o SLOPE/W. O
intuito disso é confirmar como a coesão afeta o FS (fator de segurança), para
isso foi utilizado diferente camadas, com diferentes níveis de coesão no perfil
terroso.
No trabalho é possível identificar uma explicação mais detalhada do por
que foram utilizados o SEEP/W e o SLOPE/W, além de como estes funcionam,
tendo o método de elementos finitos, lei de Darcy, dentre outros nas bases de
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dados. Além disso é explicado a importância da correta definição do material e
de onde foram coletados alguns dados para o estudo.

Como a definição dos materiais já havia sido definida por (Krahn, 2004),
foi utilizado essa definição como parâmetro para a realização das análises.
Alguns dados coletados foram que o aterro é constituído por uma areia siltosa
com um coeficiente de permeabilidade de 4.8×10-7 m/s e que na fundação
desse aterro foi utilizado um material argiloso com coeficiente de
permeabilidade de 2.5×10-8 m/s.
No trabalho também foi realizado um estudo utilizando duas fronteiras
para verificar a variação do teor de umidade em relação a profundidade. A
primeira foi realizada através da imposição de uma carga piezométrica (Head)
que igualasse os pontos de coordenadas yy assegurando uma pressão igual a
zero e a segunda através da imposição de um fluxo unitário aplicado em toda
a superfície do terreno.

Como já falado para as analises de estabilidades foi usado o programa


SLOPE/W e o método que é considerado o mais completo e escolhido no
trabalho foi o de Morgenstern e Price. Com isso em mente foi definido o valor

de sobrecarga levando em consideração RSAEEP (Artigo 50 o), sendo


selecionado o caso mais desfavorável possível, este sendo Q=156,25kN e
posteriormente realizando os ajustes necessários para a melhor
representação do caso real.

O engenheiro Cláudio Rodrigues dos Santos realizou o trabalho


“ANÁLISE PARAMÉTRICA DA INFILTRAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA
ESTABILIDADE DE TALUDES EM SOLO NÃO SATURADO” alvo da nossa
14° (decima quarta) analise, no trabalho foi utilizado dois programas de
auxilio, as análises de fluxo foram realizadas utilizando o programa SEEP/W
(GEO-SLOPE INTERNATIONAL, 1998a) enquanto as análises de estabilidade
foram conduzidas utilizando o programa SLOPE/W (GEO-SLOPE
INTERNATIONAL, 1998b).
O talude de estudo foi discretizado por uma malha de elementos finitos,
esta foi definida com elementos de dimensão de 0,2 metros na direção do
fluxo principal que no caso foi a coordenada y e 1 metro em x, além disso a
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uma distancia de 5 metros da face do talude também foi utilizada essa malha.

Com isso foi realizado uma analise de fluxo estabilizado para se obter o
perfil de pressão inicial, para isso adotou-se uma altura de 10 metros como
nível de água, e peso específico da água padronizado em 10kN/m³, tal perfil
foi usado para analises iniciais de fluxo transiente.

Na análise de fluxo transiente foi utilizada uma condição de contorno


cujo fluxo se da através da superfície, sendo este fluxo aplicado de forma a
não gerar poropressões na superfície.
O próprio fabricante do pacote GEO-SLOPE comenta que é bem
complicado modelar a infiltração em um solo com nível freático profundo,
principalmente com condutividade hidráulica com grande declividade,
exatamente o caso estudado, sendo valores de condutividade hidráulica para
sucção da ordem de 50 kPa.
Para melhorar na hora de obter os parâmetros e refinar os resultados
foram realizados alguns ajustes na malha de elementos finitos, já que dessa
forma algumas imprecisões podem ser desconsideradas pela baixa influencia
sobre o fator de segurança.

Por fim referente ao programa SLOPE/W o método de análise de


estabilidade utilizado foi o método proposto por BISHOP (1955), conhecido
como método de Bishop simplificado.

A seguir na analise de número 15 Emmanuel Kennedy da Costa


Teixeira propôs “ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA INFILTRAÇÃO DE ÁGUAS
PLUVIAIS NA ESTABILIDADE DE UM TALUDE DE SOLO RESIDUAL” onde
foi realizado uma analise numérica que fez uso de dois programas auxiliares,
sendo estes VADOSE/W e SLOPE/W, ambos da GeoStudio, onde
respectivamente foram utilizados para avaliar a infiltração de água no talude e
variar o fator de segurança do talude ao longo do ano.

As analises realizadas foram no ano de 2011 por conta de um talude


adjacente ter sofrido ruptura, onde em um primeiro instante obteve-se
diariamente as sucções em todos os pontos do talude. Já na segunda etapa,
estes valores de sucções foram importados para o programa SLOPE/W, onde
se calculou diariamente os fatores de segurança mínimos de qualquer
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superfície do talude através do método de Bishop.
Posteriormente com o levantamento topográfico, foi definido um perfil
estratigráfico por meio de dois furos de sondagem e com o auxílio do
programa VADOSE/W definiu-se a malha de elementos finitos considerando
os diferentes materiais com seus respectivos parâmetros e as condições de
contorno de drenagem e climáticas.

Por fim com o uso do programa SLOPE, foi definido os parâmetros de


resistência de cada material, o raio e a grade de centros das superfícies
circulares estudadas e buscou-se o valor de fator de segurança mais reduzido
ao longo de 365 dias totalizando o estudo de um ano.

Outra analise realizada foi referente a dissertação de Juliana Borges de


Senna Valle “AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE MODELO SIMPLIFICADO
PARA PREVISÃO DE CURVA DE RETENÇÃO DE UMIDADE DOS SOLOS
EM ANÁLISES DE ESTABILIDADE DE TALUDES” onde a autora separou
alguns estudos de caso para testar modelos de previsão de curva de retenção
de umidade.

De modo geral, as análises de estabilidades de taludes dos estudos de


casos escolhidos utilizaram métodos diferenciados para avaliar a influência da
sucção na resistência ao cisalhamento do solo. Os métodos, que por sua vez,
usaram ensaios de laboratório para aferir os parâmetros de resistência e os
aplicaram em análises de estabilidade, foram consideradas como análises
convencionais. Esse termo foi empregado no estudo de Cerqueira de
Jesus (2008), onde foram mostradas as análises de estabilidade na condição
saturada e não saturada com a inserção direta dos parâmetros do solo no
programa SLOPE/W. Outro método bastante utilizado é a simulação de fluxo
com SEEP/W dentro das análises de estabilidade, onde a resistência é em
função da relação do teor de umidade e sucção representada pela malha de
elementos finitos. Os estudos de casos de Calle (2000) e Cerqueira de Jesus
(2008) utilizaram como método o programa SEEP/W e os demais fizeram
análises convencionais.
Os modelos de previsão de curvas de retenção de umidade do solo
analisados foram: Arya e Paris (1981) e Aubertin et al.(2003). Para esses
modelos serem analisados foram utilizadas duas formas de aplicação: primeiro
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utilizou-se das ferramentas do programa VADOSE/W, por onde se inserem os
dados geotécnicos do solo que são necessários para estimar a sua curva de
retenção de umidade. A segunda forma de aplicação somente foi realizada com
o modelo de previsão de Aubertin et al.(2003), e consistiu em calcular as
equações empíricas do modelo. Dessa forma, foi possível confrontar as curvas
de retenção de umidade do solo obtidas pelo modelo de previsão de Aubertin et
al.(2003) via VADOSE/W e as curvas calculadas através do programa MATLAB
7.12.

Sintetizando as ideias utilizadas é possível separas as analises


desenvolvidas em três situações a primeira utilizando modelos de previsão de
curvas de retenção de umidade, a segunda aferição da implementação do
modelo de Aubertin et al.(2003) e por fim avaliação da escolha do modelo de
ajuste nos dados medidos de curva de retenção de umidade. E os programas
utilizados juntando todas as analises foram o VADOSE/W, SEEP/W, SLOPE/W
e MATLAB 7.12.

Para a 17° (decima sétima) analise foi utilizado a dissertação “Análise


numérica da influência de chuvas extremas na estabilidade de taludes” de
Veroska Dueñas Zambrana onde foi levantando um estudo a respeito da
Serra de Cubatão região serrana do Rio de Janeiro.

Além do estudo da estabilidade, também foi realizado uma analise a


respeito da infiltração, onde para tal foi desenvolvido uma modelagem de fluxo
em solos não saturados e variando a umidade com o decorrer do tempo.
Para obter os resultados esperados foi utilizado como ferramenta o programa
computacional de elementos finitos SEEP/W.

Algumas variáveis do estudo foram a precipitação antecedente, a


distribuição da precipitação, o coeficiente de permeabilidade saturada e a
geometria do talude. Onde com isso foram realizados modelos que não
gerassem poropressões positivas na superfície, dessa forma quando o fluxo
for maior que a permeabilidade do solo o modelo não permitirá pressões
superiores a 0 kPa na superfície.

Já para o desenvolvimento da analise de estabilidade foi obtida a


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variação do φb (ângulo que indica a taxa do incremento da tensão de


cisalhamento em relação à sucção matricial) com a sucção a partir da
equação de resistência obtida por Abramento (1988), visto que os valores de
pressão neutra obtidos nas análises de fluxo encontram-se dentro da faixa de
0 a 60 kPa.

Observado a situação do local chegou-se a uma conclusão que no caso


das encostas da Serra de Cubatão, o método de talude infinito é o que melhor
insere as características dos escorregamentos, porque os taludes possuem
grande extensão e uma camada superficial de pouca espessura de solo
coluvionar, e como observado por diversos pesquisadores os
escorregamentos desenvolvem-se nessa camada. Por fim foram realizados
cálculos para chegar a fatores de segurança.
Por fim a ultima analise realizado foi do trabalho de finalização de curso
do Raphael Zanotti do Carmo com titulação “ANÁLISE PROBABILÍSTICA DE
RUÍNA DE ENCOSTA – ESTUDO DE CASO” onde a analise de estabilidade
foi realizada por método probabilístico e determinístico.

Essas analises tiveram como auxilio o software computacional


GeoStudio (2021), módulo Slope/W, onde foram separadas em três etapas
estabilidade global do maciço; estudo probabilístico e por fim, estudo de
sensibilidade.

Para obter o modelo determinístico foi adotado o modelo de


Morgenstern- Price, buscando principalmente a superfície crítica de ruptura.
Já o modelo probabilístico fixa-se a superfície crítica de ruptura do modelo
determinístico e variam-se os parâmetros de resistência a fim de avaliar a
probabilidade de ruína associado ao fator de segurança determinístico.

Importantes aspectos que valem ser ressaltados é que a geometria do


talude foi desenvolvida no programa Autocad e posteriormente exportado para
o Slope/W, com isso foi definido as configurações iniciais como os parâmetros
ru para a situação de talude seco e talude saturado. Posteriormente foi
definido os materiais com base em (PEREIRA, 2020a), assim permitindo
realizar a abordagem determinística.
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Por fim para a abordagem probabilística foi feito variações dos
parâmetros do solo por meio do software SLOPE/W, onde foi visado somente
a parte de superfície critica que existe um maior potencial de ruptura, sendo
desenvolvidas 4000 simulações.
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7. ESTUDO DE CASO

O local de estudo está localizado na Avenida José Adélio de Rezende,


número 241, no bairro Campos Elíseos no município de Varginha - Minas
Gerais. Por meio do software Google Earth foi retirada a Figura 5 que
representa os arredores da área de estudo.

Figura 1 Proximidade da área estudada

Fonte: PEREIRA, 2022

Durante os períodos de 03 e 24 de maio de 2022 foram desenvolvidas


vistorias na área e foi possível evidenciar alguns pontos:

 Existe elevados sinais de deslizamento de terras antigos (que


será comprovado a seguir), com isso é possível inferir uma potencial condição
instável da encosta;

 A não existencia de proteção de face, torna o talude mais


suscetível aos efeitos erosivos promovidos pela chuva;

 É nitdo a elevada inclinação do talude em questão que está em


torno de 60° tornando-se um fator que pode potencializar a instabilidade ;
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 O fato de não possuir um sistema de drenagem como canaleta de
crista, canaleta de pé, drenos e outros, aumenta o efeito da água das chuvas
nas propriedades de resistência ao cisalhamento do maciço;

 A possibilidade de nova construção na mesma condição,


juntamente com a existente à jusante do talude, implica em maiores cuidados
e uma necessidade de aumentar o nível da segurança.

A Figura 6 ilustras as evidencias destacadas.

Figura 2 Edificação logo à jusante do talude

Fonte: PEREIRA, 2022.

Segundo informação anônima, houve instabilização da encosta em


período chuvoso no ínicio do ano de 2022, sendo possível fazer tal constatação
pelas Figuras 7 e 8.
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Figura 3 Deslizamento do taludo estudado

Fonte: PEREIRA, 2022.


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Figura 4 Deslizamento do taludo estudado

Fonte: PEREIRA, 2022.


.

7.1 DEFINIÇÃO DO PERFIL GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO

Para a definição do perfil geológico/geotécnico do local de estudo foi


realizado sondagens a percussão do tipo SPT e levantamento topográfico. Os
furos SP-01, SP-02 e SPP-03 e sua locação aproximada estão definidos na
Figura 9, bem como suas seções de análise S01, S02 e S03, porém o trabalho
terá enfoque na seção 01 já que se trata da mais crítica entre as três.
(PEREIRA,2022).
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Figura 5 Locação dos furos e das seções de análise (SPT)

Fonte: PEREIRA, 2022.


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Os resultados obtidos por meio da realização dos três furos foram
consolidados e representados nos quadros 1, 2 e 3 a seguir. Onde é possível
identificar o NSPT (índice de resistência à penetração ou número de golpes), e
descrição litológica e designação (compacidade ou consistência).

Quadro 1 – Resultados da sondagem SP-01.


SP - 01
Designação conforme a
Profundidade NBR 6484:2020
NSPT Descrição litológica
(m) (compacidade ou
consistência)
-1,00 17 Argila areno pouco siltosa com rija
-2,00 22 pedregulho miúdo, marrom claro muito rija
-3,00 22 muito rija
-4,00 24 muito rija
-5,00 28 muito rija
Silte areno pouco argiloso, rosa com
-6,00 29 muito rija
veios amarelo e branco, variegado
-7,00 33 compacto
-8,00 36 compacto
-9,00 40 compacto

Fonte: PEREIRA, 2022.

Quadro 2 – Resultados da sondagem SP-02.


SP - 02
Designação conforme a
Profundidade NBR 6484:2020
NSPT Descrição litológica
(m) (compacidade ou
consistência)
-1,00 5 mole
-2,00 3 mole
-3,00 4 Argila areno pouco siltosa com mole
-4,00 5 pedregulho miúdo, vermelho mole
-5,00 5 mole
-6,00 6 média
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-7,00 7 média
Argila areno pouco siltosa com
-8,00 8 média
veios de pedregulho miúdo, marrom
-9,00 10 média
-10,00 19 compacto
-11,00 24 compacto
-12,00 27 Silte areno pouco argiloso, rosa com compacto
-13,00 32 veios amarelo e branco, variegado compacto
-14,00 36 compacto
-15,00 39 compacto

Fonte: PEREIRA, 2022.

Quadro 3 – Resultados da sondagem SP-03.


SP - 03
Designação conforme a
Profundidade NBR 6484:2020
NSPT Descrição litológica
(m) (compacidade ou
consistência)
-1,00 3 mole
-2,00 4 mole
-3,00 4 Argila areno pouco siltosa com mole
-4,00 4 pedregulho miúdo, vermelho mole
-5,00 5 mole
-6,00 6 média
-7,00 6 média
Argila areno pouco siltosa com
-8,00 8 média
veios de pedregulho miúdo, marrom
-9,00 9 média
-10,00 18 Silte areno pouco argiloso, rosa com rijo
veios amarelo e branco, variegado
-11,00 22 compacto
-12,00 27 compacto
-13,00 32 compacto
-14,00 32 compacto
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-15,00 40 compacto

Fonte: PEREIRA, 2022.

Por meio dos resultados da sondagem SPT foi possível constatar que
em nenhum dos 3 furos realizados foi identificado nível d’água. Além de que
nos laudos de sondagem das seções de referência constatou-se que o talude
apresenta 2 tipos de solos predominantemente, sendo solo Argila areno pouco
siltosa com pedregulho miúdo sendo distinto apenas em suas cores onde no
primeiro furo tem uma coloração marrom claro no segundo e terceiro vermelho.
E um solo Silte areno pouco argiloso rosa com veios amarelo e branco,
variegado, sendo classificado quanto a sua consistência por meio da NBR 6484
(ABNT, 2020), que tem como parâmetros a compacidade e consistência dos
solos com base no NSPT, Figura 10.

Figura 6 Tabela dos estados de compacidade e de consistência

Fonte: Anexo A (NBR 6484)

Por fim, o perfil geológicos/geotécnicos da seção 01 trecho mais crítico


de análise, foi gerado e representado na Figura 11.
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Figura 7 Perfil SPT seção 01

Fonte: PEREIRA, 2022.

7.2 ENSAIOS GEOTÉCNICOS DE LABORATORIO

Para obtenção dos resultados referentes ao maciço foram desenvolvidos


ensaios de Atterberg de limites de liquides e limites de plasticidade, assim
como ensaios de densidade real dos grãos, granulometria e ensaio triaxial.
Para tais ensaios foi utilizado uma amostra indeformada do tipo bloco com
dimensões de 30x30x30cm.

Para execução foi feito uma talhagem e posteriormente o corpo de prova


foi colocado em uma célula triaxial onde foi submetido a uma tensão confinante
de 0,20 kgf/cm². Em seguida foi realizado a saturação por percolação em um
período de 15 horas. Transitando para saturação por contrapressão aplicada
em estágios de 0,50 kgf/cm² até alcançar o parâmetro B de aproximadamente
1,00.
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Finalmente finalizando a saturação, foi aplicado uma tensão confinante
de ensaio e foi feito o adensamento juntamente com a variação de volume em
relação ao tempo. Assim alcançando a fase de cisalhamento.

Para o carregamento foi aplicada uma carga axial no corpo de prova em


prensa de deformação controlada com velocidade de deformação de 0,118
mm/min, sem que houvesse drenagem. Foram realizadas medições de pressão
neutra para determinação dos parâmetros de resistência do solo em termos de
tensões efetivas. Onde o critério de ruptura considerado foi o de máxima
variação da tensão axial dentro de um intervalo de 0 a 20% de deformação. A
envoltória de resistência foi determinada adotando-se a hipótese de que a
ruptura ocorre em planos de 45 + /2 com o plano principal maior.

4.2.1 LIMITES DE ATTERBERG LL E LP


Conforme ilustrado na Figura 12 é possível verificar que por meio do
ensaio obteve-se um Limite de liquidez de 47% e um Limite de plasticidade de
13%, em uma profundidade entre 1,20 a 1,50 metros. Sendo sua sedimentação
nas proporções de 61,3% de Argila, 9,9% de Silte, 28,7% de Areia e finalmente
0,2% de Pedregulho. A densidade real dos grãos obtidas foi de 2,753 g/cm³ e a
classificação do solo pelo laboratório foi de Argila areno-siltosa marrom.
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Figura 8 Caracterização com sedimentação e compactação

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA

4.2.2 ANALISE GRANULOMÉTRICA

Referente ao diâmetro dos grãos por meio da Figura 15 é possível


separar o solo em 61,26% de argila, 9,85% de Silte, 12,42% de areia fina,
11,55% de areia média, 4,68% de areia grossa e constatou-se apenas
pedregulhos finos com 0,24%.
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Figura 9 Curva de Distribuição Granulométrica

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA

4.2.3 ENSAIO TRIAXIAL

Fazendo a análise das Figuras 16 até 30 é possível identificar diversos


aspectos como o ângulo de atrito representado pela letra  coesão pela C’ nos
ensaios de Tensão efetiva e Tensão total. Também existe ensaio para
verificação da deformação específica axial e por meio dos ensaios de
Rompimento que foram divididos em 4, fazendo a variação do Rsat é possível
verificar alguns parâmetros como índice de vazios, peso úmido, saturação,
densidade úmida, densidade real dos grãos e densidade aparente seca e
velocidade de cisalhamento que a obtida foi de 0,118mm/min.
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Figura 10 Tensão efetiva e Tensão total

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 11 Deformação Específica Axial

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 12 Corpos de prova

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 13 Ensaio de Rompimento 1

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 14 Ensaio de Adensamento 1

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 15 Ensaio de Saturação 1

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 16 Ensaio de Rompimento 2

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 17 Ensaio de Adensamento 2

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 18 Ensaio de Saturação 2

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 19 Ensaio de Rompimento 3

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 20 Ensaio de Adensamento 3

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 21 Ensaio de Saturação 3

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 22 Ensaio de Rompimento 4

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 23 Ensaio de Adensamento 4

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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Figura 24 Ensaio de Saturação 4

Fonte: BENJESOLO ENGENHARIA E GEOTECNIA LTDA


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8. 5. CONSIDERAÇÕES DA CHUVA COMO FATOR DE
INSTABILIDADE

No que se refere as condições de chuva como fator de instabilidade,


algumas considerações iniciais podem ser realizadas. Primeiramente para
existir qualquer instabilidade são necessárias algumas causas, e com isso é
importante levar em conta alguns fatores como geologia, morfologia,
características físicas e antrópicas que acabam por permitir possíveis
movimentos na encosta, além de levar em conta também os fatores
acionadores.

Exemplificando sucintamente causas de deslizamento de encostas, no


que se refere a causas geológicas, podem ocorrer por conta do perfil
geotécnico, materiais problemáticos, orientação desfavorável de massa,
contraste tanto da rigidez como da permeabilidade, já possíveis causas por
morfologia são a geometria, inclinação e forma da encosta, remoção da
vegetação, erosão tanto superficial como profunda, dentre outros, já as causas
físicas estão principalmente relacionadas as chuvas, por fim as causas
antrópicas se dão por meio de escavações na base da encostas, sobrecarga,
vibrações causadas por exemplo pelo tráfego de máquinas e o um importante
fator que é causa de vários problemas quando se trata de encostas que é a
drenagem. Dentre as diversas causas já apresentadas, vale ressaltar que não
se leva em conta alguns fatores naturais como terremotos, erupções.

Os fatores acionadores dividem-se ainda em dois tipos: os que


provocam o aumento das solicitações e os que reduzem a resistência. Os
primeiros podem ser mencionados remoções de massa tanto lateral como da
base por meio de erosões, cortes e sobrecargas sendo nessa etapa
considerados tanto peso da água como de estruturas. Já referente a redução
de resistência é um fator principalmente relacionado as características do
material, como tensões iniciais, propriedades geomecânicas, intemperismo,
onde pode ter como consequência a redução da coesão, ângulo de atrito ou
até mesmo da sucção.
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A chuva está presente nos dois lados dos fatores acionadores, ou seja,
as suas consequências são visíveis tanto no aumento das solicitações como na
redução da resistência. Este facto torna-a num dos principais fatores a ter em
conta no processo de instabilidade de encostas sendo que os movimentos de
massa estão fortemente relacionados com precipitações intensas (Bandeiras,
2003).

Com a infiltração das chuvas ocorre um aumento no grau de saturação


do solo e como consequência ocorre um aumento volumétrico do mesmo, já
que seus espaços vazios são preenchidos por água. Levando isso em
consideração é de suma importância entender que com isso ocorre também um
aumento das forças desestabilizadoras e não somente estas, mas um aumento
significativo do poro pressão do solo, podendo ser facilmente identificado pelo
comportamento das curvas características. Outro fator importante de se levar
em consideração é a permeabilidade, que por conta da infiltração das chuvas
no solo, pode acontecer um aumento do nível freático obtendo assim uma
variação da mesma dependendo da profundidade. Essa condição pode resultar
na criação de caminhos de percolação da água, provocando erosão interna e
consequentemente reduzindo a resistência ao cisalhamento, tendo um maior
potencial de deslizamento e movimentação do maciço.

9. 6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para a obtenção dos dados foi utilizado os programas da GeoStudio


Slope/w, Seep/w e Sigma/w onde é importante descrever como foi realizado a
modelagem do programa para melhor entendimento da obtenção de
resultados. Inicialmente é montada a geometria do talude no software AutoCad
e com isso é importado para o programa conforme a finalidade necessária, seja
para o Seep/w, Slope/w ou Sigma/w. O programa seguiu os passos
encontrados no Manual da Geofast que foram divididos em 15 tópicos, sendo
inicialmente feito uma Análise de fluxo, começando pelo item 1.0 - TIPO DE
ANÁLISE – FLUXO PERMANENTE.
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Criado análise no seep/w, posteriormente configurou-se as unidades de
tempo, comprimento e temperatura com as unidades segundos, metros e
celsius respectivamente. Em seguida ajustou-se a escala para 1:400, para
melhorar a visualização do talude foi realizada a inserção dos eixos, com isso
finalizando os procedimentos iniciais e deixando o arquivo pronto para iniciar a
modelagem.

Inicialmente foi atribuído os materiais e suas funções de Teor de


Umidade Volumétrico e Condutividade Hidráulica para todos os 3 tipos de solos
encontrados no talude por meio de inspeção SPT conforme Figura 25 e 26 a
seguir.

Figura 25 Parâmetros do solo

Fonte: Autor
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Figura 26 Definição dos materiais no Geostudio

Fonte: Autor

Dessa forma foi adotado o pior valor de saturação para verificar o fator
de segurança na pior das hipóteses, sendo este valor de 52% colocado na
parte do teor de umidade volumétrica. Além disso foram adotados valores de
Kx saturado de 1e-06 m/seg e teor de umidade residual de 0,04, na parte de
condutividade hidráulica como exemplificado nas Figuras 27 e 28.
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Figura 27 Teor de Umidade Volumétrica

Fonte: Autor

Figura 28 Condutividade Hidráulica

Fonte: Autor

Dessa forma manteve-se essa configuração de solos Saturados/Não


Saturados para os 3 tipos de solos do maciço e mesmos parâmetros de teor de
umidade, kx e umidade residual. Finalizado as configurações de materiais é
realizado a aplicação de cada um em sua devida camada conforme Figura 29.
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Figura 29 Aplicação dos materiais

Fonte: Autor

Em seguida é necessário definir suas condições de contorno tanto a


montante, quanto a jusante como é possível verificar nas Figuras 30 e 31 e
realizar suas aplicações nas devidas regiões como na Figura 32.
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Figura 30 Carga Montante

Fonte: Autor

Figura 31 Carga Jusante

Fonte: Autor
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Figura 32 Aplicação condições de contorno

Fonte: Autor

Por fim é aplicado a malha de elementos finitos e configura-se conforme


melhor otimização da malha para o talude em estudo. Ficando com o aspecto
final conforme Figura 33 e pronto para rodar a análise.
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Figura 33 Malha de Elementos finitos

Fonte: Autor

Posteriormente rodando-se a análise é possível verificar algumas


opções como Water total Head, Pore-Water pressure ou até mesmo criar
opções como por exemplo grau de saturação, além disso caso necessário é
possível criar uma linha freática e aplicar os isovalores para cada camada.

O próximo tópico é referente a análise de estabilidade, iniciando no 2.0


Análise de Estabilidade Ampla, criando uma análise no Slope/w de equilíbrio
limite, usando a análise 1.0 como referência e o método de Morgenstern-Price,
as configurações são referentes ao estilo de cada talude, no caso do estudado
a superfície de pesquisa foi da direita para a esquerda, entrada e saída como
na Figura 34.
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Figura 34 Análise de Estabilidade Ampla

Fonte: Autor

Para os materiais foi utilizado a Figura 25 que além da representação


dos materiais de cada camada, apresenta os valores de peso específico,
coesão e ângulo de atrito necessários nessa análise. O modelo foi o de Mohr-
Coulomb e os parâmetros foram definidos como representado pela Figura 35.
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Figura 35 Parâmetros materiais Geostudio

Fonte: Autor

Em seguida é aplicado os materiais e definido a superfície de pesquisa


tanto de entrada quanto de saída. Varia muito da região que precisa ser
estudada, mas é possível definir o número de divisões desejadas, o que torna
mais ou menos preciso a análise.

O modelo da análise fica de acordo com a Figura 36 gerando um fator


de segurança 1,03, conforme Figura 37.

Figura 36 Modelo da análise 2.0

Fonte: Autor
Relatório de Pesquisa
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Figura 37 Fator de Segurança análise 2.0

Fonte: Autor

Após isso foi clonado a análise 2.0 para realizar um estudo da


Estabilidade Global, item 2.1, fazendo a alteração apenas da superfície de
pesquisa, onde cobre praticamente totalmente o talude e roda a análise para
verificar o fator de segurança do maciço como um todo, sendo o valor obtido de
0.99, as Figuras 38 e 39 apresentam o resultado da análise.
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Figura 38 Intervalo de entrada e saída da análise

Fonte: Autor

Figura 39 Fator de Segurança da análise 2.1

Fonte: Autor
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Para o item 2.2 Estabilidade Global Otimizada foi clonado o tópico
anterior, acrescentando a seleção da opção otimizar a posição da superfície
crítica, assim rodando a análise e verificando as alterações no fator de
segurança, sendo o valor obtido de 0,98, os passos estão dispostos nas
Figuras 40 e 41.

Figura 40 Otimização da superfície crítica

Fonte: Autor
Relatório de Pesquisa
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Figura 41 Fator de Segurança da análise 2.2

Fonte: Autor

Em sequência para Análise de Tensões In Situ tópico 3.0, foi


desenvolvido uma nova releitura utilizando como referência o tópico 1.0,
atribuindo valores de parâmetros efetivos drenados para cada um dos solos de
acordo com a Figura 42, em seguida foram aplicados os materiais e as
aplicações de contorno de tensão/deformação, resultando na Figura 43.
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Figura 42 Parâmetros efetivos drenados

Fonte: Autor

Figura 43 Aplicação das condições de contorno tensão/deformação

Fonte: Autor
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Com isso é possível trabalhar em cima dessa análise verificando as


tensões e identificando os isovalores de cada camada.

O próximo tópico e de Estabilidade Acoplada, onde foi clonado o item


2.2 e usou-se o item anterior como referência, fazendo assim uma análise de
tensão Sigma/w nomeada como 4.0 Estabilidade Global Tensão Sigma dessa
forma obtendo um valor de fator de segurança 1,06, expresso na Figura 44.

Figura 44 Fator de Segurança da análise 4.0

Fonte: Autor

Ademais o tema Estabilidade com Zona de Tração e Sobrecarga foi


iniciado, sendo realizado a clonagem do item 2.2, fazendo a alteração da trinca
de tração para profundidade, possibilitando a verificação do efeito da trinca e
da água sobre o fator de segurança, o passo foi nomeado como 7.0
Estabilidade – Intervalo de Tração, sendo o valor de fator de segurança obtido
de 0,82, conforme Figura 45.
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Figura 45 Fator de Segurança da análise 7.0

Fonte: Autor

Em seguida o tópico foi clonado e renomeado para 7.1 Estabilidade –


Trinca Ângulo limite, onde foi selecionado a opção de trinca de tração por
ângulo limite e definiu-se um valor de 60 graus, obtendo um fator de segurança
0,84, disposto na Figura 46.

Figura 46 Fator de Segurança da análise 7.1

Fonte: Autor
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Posteriormente foi clonado novamente o item 2.2 para realização da
análise de estabilidade por sobrecarga, nomeado como item 7.2, neste tópico
foi acrescentado um valor de sobrecarga referente a uma edificação presente
no local e averiguou-se o efeito que isso causava no fator de segurança do
maciço, sendo o valor obtido de 0,98, pode-se observar que não houve
mudança do valor para análise sem sobrecarga, pois este efeito também foi
considerado nos demais tópicos, visando sempre o pior caso, o valor obtido
está representado na Figura 47.

Figura 47 Fator de Segurança da análise 7.2

Fonte: Autor

Finalizando a parte de sobrecarga, iniciou-se o tema central do projeto


que é a Estabilidade infiltração por chuvas, seu ponto de partida foi a criação
de uma análise Seep/w em regime transiente o item foi nomeado como 9.0
Ajuste de Umidade foi utilizado o item 1.0 como análise parente, na parte em
relação ao tempo foi estipulado uma simulação de 1000 dias.

Para as condições de contorno foi adicionado e aplicado a opção de


Ajuste de umidade representada pela Figura 48 e posteriormente adicionado a
opção de tempo decorrido para poder alterar o tempo conforme necessário, o
resultado é possível visualizar na Figura 49.
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Figura 48 Condições de contorno Ajuste de Umidade

Fonte: Autor

Figura 49 Tempo decorrido

Fonte: Autor
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O próximo passo foi a criação do item 9.1 de Simulação de chuva
utilizando o tópico anterior como análise parente, nele é possível incluir os
dados de chuva presentes na região de estudo, sendo estes dados coletados
em uma estação localizada na cidade de Varginha, pelo site do INMET.

Para realizar a simulação de chuva, foi criado uma condição de contorno


cujo nome foi Chuva, e nele foram acrescentados os dados pluviométricos do
ano de 2023 em um período de 90 dias. Além disso no item foi adicionado a
opção de poropressão para aplicar nas linhas de isovalores o resultado pode
ser observado na Figura 50 a seguir.

Figura 50 Análise 9.1 Simulação de Chuva

Fonte: Autor
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Em seguida foi feito uma nova análise no Slope/w de equilíbrio limite e
nomeada como 10.0 Estabilidade Chuva, sua análise parente foi a 9.1 sendo
assim possível verificar o fator de segurança, aferindo as alterações conforme
o número de dias de chuva, o resultado de 90 dias de chuva gerou um fator de
segurança 0,65, presentado na figura 51.

Figura 51 Fator de Segurança da análise 10.0

Fonte: Autor

Para acrescentar a parte de sucção foi realizado a clonagem do item


10.0, criando o 10.1 e na parte de materiais foi clonado os materiais já
existentes para configurá-los e levar em consideração a parte de sucção como
exemplificado na Figura 52, dessa forma com os materiais prontos aplicou-se
eles ao maciço e rodando a análise foi possível verificar a alteração no valor do
fator de segurança, sendo este de 1,13, conforme Figura 53.
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Figura 52 Materiais considerando Sucção

Fonte: Autor

Figura 53 Fator de Segurança da análise 10.1

Fonte: Autor

Por fim para o estudo In situ de chuvas foi realizado a clonagem do item
3.0 e renomeando para 3.1 Insitu (chuva) e utilizando a análise 9.1 como
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parente, em seguida clonando o tópico 10.0 e finalizando com o item 10.2
Estabilidade Chuva – Sigma, usando como parente analise 3.1 previamente
clonada e fazendo uma análise do tipo tensão Sigma/w, assim permitindo fazer
as verificações de tensões sem ajuste de umidade, com efeito de chuva a 90
dias e diversas outras opções.
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10. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho por meio de modelagem computacional no GeoStudio,


realizou análises no Slope/w, Seep/w e Sigma/w, permitindo fazer as
considerações necessárias de influência da chuva no talude possibilitando
identificar de quais maneiras ele modifica o fator de segurança da encosta.

Com isso demonstrando o quão importante é se levar em conta os


efeitos da chuva na parte de cálculos pois é um dos, se não o fator mais
relevante quando se tem instabilidade e movimentação de encostas.

Seguindo o passo a passo da modelagem é possível observar que em


um primeiro momento o Fator de segurança estava em 1,03, em seguida
fazendo uma análise em toda a extensão do talude verificou-se que o fator de
segurança sofreu uma leve alteração, reduzindo para 0,99, seguindo o mesmo
princípio de analisar toda a extensão da encosta na análise subsequente foi
realizado de forma otimizada, ou seja o programa identifica o trecho com os
menores fatores de segurança, visando visualizar o pior caso, sendo o
resultado de 0,98 um pouco inferior ao anterior.

Posteriormente levando em conta as tensões Sigma, encontrou-se um


fator de segurança de 1,06, porém quando levado em conta o intervalo de
tração o valor reduz para 0,82 e aumenta novamente se trocado a análise para
trinca de tração em relação ao ângulo limite, sendo o valor obtido de 0,84. Em
seguida considerando a parte de sobrecarga o valor obtido foi novamente 0,98,
porém isso se dá por conta de a sobrecarga ter sido considerada em todos os
processos para visualização do pior caso sempre.

Finalmente nas considerações da chuva visualizou-se o quanto o fator


de segurança sofreu com os efeitos provocados por ela e a grande redução na
resistência da encosta, na análise de 90 dias de chuva no ano de 2023 com os
dados pluviométricos de Janeiro a Março obteve-se um fator de 0,65 valor
extremamente baixos, logo após levando em conta o efeito da sucção o fator
encontrado foi de 1,13.
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Levando em conta os valores obtidos é possível identificar que a encosta
está em uma situação de instabilidade e que dependendo das condições nas
quais o talude seja exposto pode levá-lo a ruptura.

Por fim visualizando as diversas alterações sofridas no fator de


segurança é possível aferir a importância de levar em consideração as diversas
situações e principalmente os efeitos da chuva que foi onde o fator sofreu
maiores reduções o que aumenta muito a probabilidade de ruína do talude.
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11. Referências

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