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GEOTECNIA
DE
FUNDAÇÕES
Prof. M. Marangon
Engenheiro Civil e Geotécnico
Mestre (PUC-Rio) - Doutor (COPPE/UFRJ)
Versão 2018
SUMÁRIO
1.1 Conceitos 01
1.2 O projeto de fundações 02
1.3 Escolha do Tipo de Fundações 05
1.4 Previsão e Controle das Fundações 07
São listadas abaixo as principais referências utilizadas na redação destas “Notas de Aula”.
Cintra, J. C. A.; Aoki, N.; Tsuha, C. H. C.; Giacheti, H. Fundações Ensaios Estáticos e Dinâmicos.
Editora Oficina de Textos, 2014. 144p.
Hachich, W.; Falconi, F. F.; Saes, J. L.; Frota, R. G. O.; Carvalho, C. S.; Niyama, S. Fundações –
Teoria e Prática. São Paulo: Editora PINI, 1996. 750p.
Unidade 01
INTRODUÇÃO À GEOTECNIA DE FUNDAÇÕES
1. 1 - Conceitos
Para se escolher a fundação mais adequada, devem-se conhecer os esforços atuantes sobre
a edificação, as características do solo e dos elementos estruturais que formam as fundações.
Assim, analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente de
complexidade e custos (WOLLE, 1993).
“Dois prédios desabam em mesma rua em Muriaé (MG); não houve vítima”.
Tribuna de Minas 01/09/2008
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Fundações x “Geotecnia”
O primeiro requisito para se abordar qualquer problema de mecânica dos solos é o
conhecimento tão perfeito quanto possível das condições do subsolo, isto é reconhecimento da
disposição, natureza e espessura das suas camadas, assim como das suas características com
relação aos problemas em questão. Este conhecimento implica na prospecção do subsolo e na
amostragem ao longo de seu decurso.
Em toda obra de engenharia, há sempre um parâmetro indefinido marcado pelo solo onde
ela se repousa. Não há como fugir da realidade imposta pela natureza. Assim, somos obrigados a
aceitá-lo como é: com suas qualidades e defeitos; daí o ênfase que se tem dado, na engenharia, às
questões referentes ao solo. (GEOESP, 2018)
1. 2 - O Projeto de Fundações
Fundações são necessárias para diferentes tipos de obras, que apresentarão naturezas
diferenciadas quanto à forma de transferência de carga. Alguns exemplos:
Casas
Prédios residenciais
Prédios comerciais e Indústriais
Pontes e viadutos
Estações de embarque
Portos
Torres de transmissão
Monumentos
Reservatórios de água
...
É de conhecimento dos profissionais da área que, o solo na sua maioria favorece o uso de
fundações profundas. É sabido que as fundações, sejam elas rasas ou profundas, são elementos
estruturados destinados a transmitir as cargas da estrutura para o solo, mas para quantificar os
parâmetros geométricos destas peças, e para defini-los é necessário o conhecimento o mais
detalhado possível das características do seu subsolo.
- Projeto do edifício
- Cálculo das cargas
- Investigação do terreno
- Definição do tipo de fundação
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Intensidade de Carga
Natureza da Carga na Estrutura
Natureza da Carga na Fundação
Concepção da Estrutura
Isto nos leva a concluir que, duas estacas implantadas no mesmo meio e com o mesmo diâmetro,
sendo uma curta e outra profunda, possuem capacidades de carga diferentes. Para quantificar
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O custo deste serviço será rapidamente revertido em benefício da obra, e na economia que
obterá no dimensionamento do projeto de fundação, evitando desta forma o desperdício de
material, pelo super dimensionamento, por não conhecer as condições do subsolo.
Segundo Nuernberg (2018), incertezas estão presentes em todo o canteiro de obra, até
mesmo em construções com alto nível de planejamento. No caso da fundação de uma edificação
o cuidado na decisão deve ser ainda maior.
Ainda segundo este autor, logo que um construtor inicia o projeto de sua obra, ele se
depara com uma das decisões mais impactante do seu empreendimento: definir qual tipo de
fundação irá executar para sustentar sua edificação. Ainda mais desafiante que optar por um ou
outro método, é lidar com a possível carência de conhecimento técnico do proprietário da obra,
em que muitas vezes culmina na total “terceirização” da tomada de decisão ao projetista ou aos
fornecedores que executam o serviço. Todavia, a inexistência de discussões sobre o tema pode
ocasionar indesejados custos ou até mesmo problemas à edificação.
Figura - Principais tipos de fundações. Superficiais: bloco, sapata, viga e radier, Profundas: estacas metálicas,
pré-moldadas, moldadas “in situ”, escavadas - tubulões.
Uma obra executada sem o conhecimento prévio do subsolo implica na adoção de uma
fundação que nem sempre é a que melhor se adapta a ela tecnicamente e economicamente, o que
poderá trazer sérios problemas em curto prazo, tanto para a obra como para o responsável
técnico.
Figura – Fundação direta executada, em sapatas isoladas, com “cintamento” sob paredes da
edificação e posterior execução de “contra piso”
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Figura – Execução de fundação em tubulão à céu aberto, em obra de Shopping Center estudado
nesta disciplina de “Geotecnia de Fundações e Obras de Terra”
Aspectos Gerais:
As fundações como qualquer outra parte de uma estrutura, devem ser projetadas e
executadas para garantir, sob ação das cargas em serviço, as condições mínimas demonstradas
a seguir:
a) Segurança, isto é, atender aos coeficientes de segurança contra a ruptura, fixados
pelas normas técnicas, tanto no que diz respeito às resistências dos elementos estruturais que as
compõem, quanto às do solo que lhe dá suporte.
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A maneira como são atendidas as condicões acima irá refletir-se desempenho da fundação
(Fig.). O bom desempenho está intimamente ligada ao controle e à garantia d qualidade mpostos
pelas equipes envolvidas com o projeto e a execução da fundação.
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Garantia da Qualidade
A qualidade nada mais é do que a adequação ao uso, isto é, a propriedade que permite
avaliar e, consequentemente, aprovar, aceitar ou recusar qualquer serviço ou produto. É,
portanto, um conceito relativo, que varia com o tempo, seja em decorrência da descoberta de
novas tecnologias, seja em função dos custos envolvidos ou outros aspectos da questão. Segundo
Velloso (1990), a garantia da qualidade tem uma função pedagógica, que deve se estender a toda
a empresa, desde o topo da direção até o mis subalterno servidor, sendo a ignorância o maior
inimigo da qualidade e a burocracia o maoir inimigo
da garantia da qualidade. Além disso, só pode controlar aquilo que se pode verificar e só se pode
exigir o que se pode controlar.
Tripé em Fundações
Uma boa Fundação é aquela que tem como apoio um tripé harmonioso, constituído pelo
projeto, pela execução e pelo controle (Figura), conforme Alonso (1991).
Uma outra característica das fundações, é que as mesmas ficam enterradas e, portanto,
não é possível inspeciona-las facilmente após sua conclusão, como acontece com outros
elementos da estrutura (pilares, vigas, alvenaria, etc). É por essa razão que a eficiência e a
competência das equipes envolvidas com projetos, execução e o controle são de primordial
importância para um bom desempenho da fundação.
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Nesse aspecto, volta-se a lembrar de que só é válido controlar aquilo que se prevê.
Controle sem previsão não tem sentido! Fazer controles do tipo: anotar se a cota de implantação
da fundação está igual ao projetado, se o tempo da obra estava bom ou com chuvas, se o
equipamento teve ou não problemas etc., não são mais do que registros de eventos. O controle é
muito mais abrangente, é um acompanhamento, passo a passo, daquilo que se previu durante o
projeto. Sua finalidade básica é detectar, o mais rapidamente possível, fatos que permitem
concluir se o projeto que está sendo executado atende ou não às premissas do projeto e, neste
caso, disparar todo o processo para readaptação do mesmo. Não confundir controle fundação
com registros de eventos da fundação.
O controle durante a execução de uma fundação deve ser exercido em três frentes
distintas, conforme figura apresentada.
abreviar o tempo decorrido entre a confecção da fundação e seu controle da capacidade de carga.
Nesse controle deve ser escolhido e testado um número significativo de elementos para permitir a
extrapolação de seus resultados a toda à fundação.
Unidade 02
GEOTECNIA DO SUBSOLO
Introdução:
2. 1 - Reconhecimento do Subsolo
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Em casas ou construções que aplicam baixa tensão sobre o solo (fundações diretas – por
meio de sapatas), muitas vezes não são realizadas sondagens à percussão. Pode-se executar uma
sondagem de reconhecimento com o auxílio de um trado, sendo válido, neste caso, a experiência
do Engenheiro responsável, ou mesmo construtor, para estabelecer até onde deve ir a escavação
para ser colocada a fundação classificada como direta. A experiência é reforçada pelo
conhecimento dos solos da região, com a devida atenção para as diversas condições geotécnicas
desfavoráveis para fundações diretas, conforme ilustrado na figura a seguir.
2. 2 – Formações Geológicas-Geotécnicas
O solo deve ser considerado sob o aspecto de ente natural e, como tal é tratado pelas
ciências que estudam a natureza, como a geologia, a pedologia e a geomorfologia.
Uma boa introdução sobre o assunto voltada para a área de Engenharia Civil, é
apresentada pelo Prof. Milton Vargas (1978). Outra boa abordagem sobre o assunto
principalmente no que se refere as diferentes formações geológicas dos solos deve-se a Salomão
e Antunes (1998), sendo ambas referências bibliográficas utilizadas na redação deste subitem.
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Vista aérea (1994) de uma “obra de terra” - Construção de um grande aterro nas proximidades
de uma das cabeçeiras do Aeroporto de Juiz de Fora, que utilizou apenas solo como material de
construção. Observe a coloração diferenciada do solo cortado, mostrando o contorno da antiga rocha ali
existente, que se intemperizou, transformando-se em solo.
A palavra solo não tem um significado intuitivo imediato. Em português clássico, o termo
solo significa tão somente a superfície do chão, sendo o significado original da palavra herdada
do latim “solum”.
Portanto, sob um ponto de vista puramente técnico, aplica-se o termo solo a materiais da
crosta terrestre que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e utilizados nas
obras da Engenharia Civil. Tais materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e atuam
sobre os arrimos e coberturas, deformam-se e resistem a esforços nos aterros e taludes,
influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamentos. O estudo teórico e a
verificação prática dessas propriedades e atuação é que constituem a Mecânica dos Solos. É essa
última, portanto, um ramo da Mecânica, aplicada a um material preexistente na natureza.
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Origem e Constituição:
(processo físico-químico de
fragmentação e decomposição
das rochas, transporte
e evolução pedogênica).
No caso da rocha madre ser por exemplo, um basalto em clima tropical (Brasil), de
invernos secos e verões úmidos, a decomposição se faz, principalmente, pelo ataque químico das
águas aciduladas aos plagioclásios e outros elementos melanocráticos, dando como resultado
predominantemente argilas. Não apareceria neste solo a fração areia, pois o basalto não contém
quartzo, mas aparecem, em pequenas porcentagens, grãos de óxidos de ferro, muitas vezes sob a
forma de magnetita. É o caso da terra roxa, do interior Centro-Sul do Brasil, que é
predominantemente uma argila vermelha.
a) Coleta em uma jazida a ser ensaiada para ser utilizada como material de construção.
b) Coleta em um subleito de futura Avenida em São Pedro, próximo a UFJF.
c) Investigação do subsolo através de sondagem, com amostragem para avaliação das características e
classificação de diferentes horizontes de solo (classificação em sondagem – no campo).
Sabe-se que o comportamento dos solos está de certo modo ligado ao tamanho das
partículas que os compõem. De acordo com a granulometria, os solos são classificados nos
seguintes tipos, de acordo com o tamanho decrescente dos grãos:
Nomeclatura:
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Perfil de Intemperismo:
O perfil acima, à direita (dados reais obtidos em uma boletim de sondagem) evidencia a
ocorrência de solo do tipo residual.
Observe a ocorrência de um horizonte de argila avermelhada sobre um horizonte de silte
arenoso róseo. Abaixo deste é identificada na sondagem um solo de alteração sobre alterada,
fraturada até sã.
Fenômeno de erosão
contribuindo para o
desmoronamento de
grandes volumes de solo
permitindo-nos visualizar
um horizonte (mais
superficial) de solo
orgânico sobre um
horizonte quase que
inexistentes de solo
residual maduro, seguido
abaixo de horizonte
considerável de solo
jovem - saprolito.
Observe as “manchas”
claras evidenciando a
decomposição das
concetrações de
determinados minerais
provenientes da rocha de
origem.
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Solo de alteração de rocha - Material proveniente da alteração de rochas “in situ”, que se
encontra em estágio avançado de desintegração. Possui a estrutura original da rocha e a ela se
assemelha em todos os aspectos visuais perceptíveis, salvo na coloração. Sua constituição é
variável, mostrando o conjunto em geral, anisotropia ou heterogeneidade acentuada, decorrente
da presença de núcleos de material consistente entremeados a uma massa com características de
solo. É descrita pela textura, plasticidade e consistência ou compacidade, com indicação do
grau de alteração e, se possível, rocha de origem.
As imagens abaixo ilustram a ocorrência de solo residual (em corte realizado, expondo
os materiais). Observe na foto à esquerda a ocorência de solo residual maduro e jovem e
na foto à direita o aspecto dos solos sobre material (solo) de alteração e este sobre rocha
alterada. Abaixo deste material identificou-se (não mostrada na foto) a ocorrência de
rocha fraturada e abaixo praticamente sã (com poucas fraturas).
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Exemplo de subsolo
interpretado a partir
da representação de 3
furos de sondagens
alinhados (“terreno”
de formação residual
após terraplenagem –
remoção da formação
argilosa e execução de
aterro)
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a) - Solos Coluviais:
Coluviões
Nas escarpas abruptas, como as da Serra do Mar, os mantos de solo residual com blocos
de rocha podem escorregar, sob a ação de seu próprio peso, durante chuvas violentas, indo
acumular-se ao pé do talude em depósito de material detrítico, geralmente fofo, formando os
“talus”.
Tálus
Estes depósitos podem ter variadas dimensões, ocorrendo, ao contrário dos coluviões, de forma
localizada, com morfologia própria, ocupando os sopés das encostas de relevos acidentados
como serras, escarpas, etc. Os tálus também podem apresentar movimentos como o rastejo, que
podem se alterar caso tenham seu frágio equilíbrio alterado, como, por exemplo, por um talude
de corte.
Em vista disto são depósitos quase sempre problemáticos e de difícil contenção quando
estáveis.
Depósitos de tálus mais antigos, provavelmente de idade terciária, apresentam quase
sempre a matriz laterizada, sendo, nestes casos, depósitos mais consolidados, sem nível d’água e
mais estáveis.”
Assim, tem-se que os “talus” são sujeitos a movimento de rastejo (expansões e contrações
periódicas, pelo efeito de temperatura, que resultam num lento movimento talude abaixo). Esse é
o transporte por gravidade ou coluvial. Mas, nem todo transporte coluvial é tão “violento”,
muitas vezes uma topografia suavemente ondulada é o resultado de erosão no topo dos morros de
solo residual profundamente alterado e deposição coluvial nos vales. Esse é o caso do planalto
brasileiro, onde ocorrem camadas recentes de solo coluvial fino sobre solo residual de material
semelhante.
OBS: a gravidade não forma o solo, ela já estava formado, sendo apenas transportado.
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b) - Solos Aluviais:
Aluviões
A princípio as grandes torrentes carregam consigo todo o detrito das erosões, mas logo
depositam os grandes blocos e depois os pedregulhos. Ao perder sua velocidade, e portanto sua
capacidade de carrear os sedimentos, os grandes rios passam a depositar as camadas de areia e,
em seguida, os grãos de menor diâmetro, formando os leitos de areia fina e silte. Finalmente,
somente os microcristais de argila permanecem em suspensão nas grandes massas de água dos
lagos ou das lagunas próximas ao mar. A sedimentação da argila dá-se, então, ou por floculação
das partículas em suspensão, devido à neutralização de suas cargas elétricas de mesmo sinal, pelo
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contato com água salgada do mar, ou por efeito da radiação solar nas águas doces dos lagos
interiores.
Assim, a enxurrada e as águas dos rios em seu caminho para o mar transportarão os
detritos de erosão e os sedimentos em camadas, na ordem decrescente de seus diâmetros.
Inicialmente sedimentam-se as camadas de pedregulhos, depois as de areias e siltes e, por fim, a
camada de argila. Essas camadas constituem os solos transportados aluvionares, formando o seu
conjunto, “ciclos de sedimentação”. Em cada camada predominam ordenadamente os tamanhos
de grãos correspondentes aos pedregulhos, areias, silte e argila (ver figura).
Embora os aluviões sejam, via de regra, fonte de materiais de construções, são, por outro
lado, péssimos materiais de fundações.
Ocorrência de aluvião
no traçado do “Acesso
Norte” em Juiz de
Fora, próximo ao
Cimento Tupi, próximo
à Benfica.
Observa-se o fato do
local estar próximo do
rio paraibuna.
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* Camadas de predominância de
argila e areia
Exemplos de perfis de solos de formação aluvionar. Observa-se uma pequena variação nos tons de cores
(claras), tendo o primeiro perfil com predominância arenosa e o segundo argilosa.
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Terraços fluviais
c) - Sedimentos marinhos:
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d) - Solos Eólicos:
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2. 3. 3 - Outros Solos:
a) - Solos Orgânicos:
Exemplos:
Areia grossa, fofa, com matéria orgânica.
Argila siltosa, com matéria orgânica (lodo).
Turfa
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Unidade 03
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA
E PARÂMETROS PARA FUNDAÇÕES
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de uma forma geral, a tabela a seguir apresentada os principais ensaios disponíveis para esta
investigação.
1 – Definição
2 - Âmbito
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1 - Definição
2 - Âmbito
Através dos valores das resistências de ponta (qc ou qT) e/ou do atrito lateral localizado
(fs), associados com a profundidade de execução do ensaio, pode-se estimar:
1 - Definição
No ensaio ilustrado acima, foram investigados 2 furos, um com 3 ensaios e outros com 4
ensaios, sendo plotados resultados de Su.
2 - Âmbito
1 - Definição
2 - Âmbito
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Por fim, o “Plano de Investigação Geotécnica” deve ser apresentado ao cliente na forma
de planta de desenho, onde são indicados os tipos de sondagem, as locações dos furos, a
estimativa dos comprimentos de execução e a indicação de outros eventuais ensaios a serem
requeridos.
Pela importância do ensaio padronizado SPT, este será detalhado no item seguinte,
inclusive com o detalhamento das diretrizes para execução desta sondagem.
1 - Definição
2 - Identificação
As sondagens à percussão deverão ser identificadas pela sigla SP seguida de número indicativo.
Em cada obra o número indicativo deverá ser sempre crescente independentemente do local, fase
ou objetivo da sondagem. Quando for necessária a execução de mais de um furo num mesmo
ponto de investigação, de furos subseqüentes terão a mesma numeração do primeiro acrescida
das letras A, B, C etc. No caso de prosseguimento da sondagem pelo método rotativo, esta deverá
ser denominada com a sigla e número das sondagens rotativas.
3 - Equipamentos e ferramentas
3.2 - Os equipamentos e ferramentas constarão dos seguintes elementos principais: tripé com
roldana, guincho mecânico, ou com moitão; trado concha e espiral; hastes e luvas de aço;
alimentador d'água, cruzeta, trépano e "T" de lavagem; barriletes amostradores e peças para
cravação destes: martelo com 65 kg e guia; tubos de revestimento; bomba d'água; abraçadeiras
para revestimento; abaixadores e alçadores para hastes, saca-tubos; baldinho com válvula de pé;
chaves de grifo; metro ou trena; recipientes herméticos para amostras tipo copo; parafina, sacos
plásticos, etiquetas para identificação; medidor de nivel d'água.
Figura - Equipamento para realização das sondagens de simples reconhecimento por meio
da execução de escavação por circulação de água
3.3 - As peças de avanço da sondagem deverão permitir a abertura de um furo com diâmetro
mínimo de 2 1/2".
3.4 - A forma e distribuição das saídas d'água do trépano, bem como as características das hastes
dos ensaios penetrométricos e de lavagem por tempo, deverão ser idênticas para todos os
equipamentos, durante todo o serviço de sondagem de uma Empreiteira numa mesma obra.
3.5 - Para os ensaios penetrométricos as hastes deverão ser do tipo Schedule 80, retilíneas, com
1" de diâmetro interno e dotadas de roscas em bom estado, que permitam firme conexão com as
luvas, e peso de aproximadamente 3,0 kg por metro linear. Quando acopladas, as hastes deverão
formar um conjunto retilíneo.
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3.6 - A firma Empreiteira deverá dispor de hastes com comprimentos métricos exatos (p. ex. 1, 2,
3 m etc.), a fim de facilitar as operações de inicio do furo, e evitar emendas sucessivas
(inconvenientes) a maiores profundidades.
3.7 - Os barriletes amostradores deverão se encontrar em bom estado, com roscas e ponteiras
perfeitas e firmes, assim como não apresentar fraturas em nenhuma parte.
3.8 - O trépano deverá estar em bom estado e sua extremidade inferior cortante sempre afiada.
4- Execução da sondagem
4.1 - A sondagem deverá ser iniciada após a limpeza de uma área que permita o desenvolvimento
de todas as operações sem obstáculos e abertura de um sulco ao seu redor para desviar as águas
de enxurradas, no caso de chuvas. Quando for necessária a construção de uma plataforma, essa
deverá ser totalmente assoalhada e cobrir no mínimo, a área delimitada pelos pontos de fixação
do tripé.
4.2 - Junto ao local onde será executada a sondagem deverá ser cravado um piquete com a
identificação da sondagem, que servirá de ponto de referência para medidas de profundidades e
para fins de amarração topográfica.
4.3 - As sondagens deverão ser iniciadas utilizando-se o trado concha até onde possível.
4.4 - Tornando-se impossível com o trado concha, o avanço será feito utilizando-se trado espiral.
4.5 - No caso de ser atingido o nível freático, ou quando o avanço do trado espiral for inferior a 5
cm em 10 minutos de operação contínua de perfuração, poder-se-á passar para o método de
percussão com circulação de água (lavagem). Para tanto, é obrigatória a cravação do
revestimento.
4.6 - Quando o avanço do furo se fizer por lavagem, deve-se erguer o sistema de circulação
d'água (o que equivale a elevar o trépano) da altura de aproximadamente 0,3 m e durante sua
queda deve ser manualmente imprimido um movimento de rotação no hasteamento.
4.7 - Os detritos pesados, que não são carreados com a circulação d'água, deverão ser retirados
com o baldinho com válvula de pé.
4.8 - O controle das profundidades do furo, com precisão de 1 (um) cm, deverá ser feito pela
diferença entre o comprimento total das hastes com a peça de perfuração e a sobra delas em
relação ao piquete de referência usado junto à boca do furo.
4.9 - No caso da sondagem atingir o nível freático, a sua profundidade deverá ser anotada.
Quando ocorrer artesianismo não surgente deverá ser registrado o nível estático e, no caso de
artesianismo surgente, além do nível estático deverá ser medida a vazão e o respectivo nível
dinâmico.
4.10 - O nível d'água ou as características do artesianismo deverão ser medidos todos os dias
antes do início dos trabalhos e na manhã seguinte após a conclusão da sondagem.
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4.11 - A sondagem á percussão será dada por terminada nos seguintes casos:
4.12 - Salvo especificação em contrário, imediatamente ap6s a última leitura do nível d'água, ou
término do furo seco, este deverá ser totalmente preenchido com solo, solo-cimento ou outro
material qualquer, a critério da Fiscalização, deixando-se cravada ao seu lado uma estaca com a
identificação da sondagem.
5 - Ensaio de penetração padronizado - SPT
5.1 - O ensaio de penetração padronizado, também denominado Standard Penetration Test (SPT),
é um ensaio executado durante uma sondagem a percussão, com o propósito de se obterem
índices de resistência à penetração do solo.
5.2 - O ensaio de penetração deverá ser executado a cada metro, a partir de 1,0 m de
profundidade da sondagem.
5.4 - O fundo do furo deverá estar limpo. Caso se observem desmoronamentos da parede do furo,
o tubo de revestimento deverá ser cravado de tal modo que sua boca inferior nunca fique a menos
de 10,0 cm acima da cota do ensaio penetrométrico. Nos casos em que, mesmo com o
revestimento cravado, ocorrer fluxo de material para o furo, o nível d'água no furo deverá ser
mantido acima do nível do terreno por adição de água. Nestes casos, a operação de retirada do
equipamento de perfuração deverá ser feita lentamente.
5.6 - O martelo para cravação do amostrador deverá ser erguido manualmente, com auxílio de
uma corda e polia fixa no tripé. É vedado o emprego de cabo de aço para erguer o martelo. A
queda do martelo deverá se dar verticalmente sobre a composição, com a menor dissipação de
energia possível. O martelo deverá possuir uma haste guia onde deverá estar claramente
assinalada a altura de 75 cm.
5.7 - O barrilete deverá ser apoiado suavemente no fundo do furo, confirmando-se que sua
extremidade se encontra na cota desejada e que as conexões entre as hastes estejam firmes e
retilíneas. A ponteira do amostrador não poderá estar fraturada ou amassada.
5.8 - Colocado o barrilete no fundo, deverão ser assinalados com giz, na porção da haste que
permanece fora do revestimento, três trechos de 15,0 cm cada um, referenciados a um ponto fíxo
no terreno. A seguir, o martelo deverá ser suavemente apoiado sob a composição de hastes,
anotando-se a eventual penetração observada. A penetração obtida desta forma corresponderá a
zero golpes.
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5.9 - Não tendo ocorrido penetração igual ou maior do que 45 cm no procedimento acima, inicia-
se a cravação do barrilete através da queda do martelo. Cada queda do martelo corresponderá a
um golpe e serão aplicados tantos golpes quantos forem necessários à cravação de 45 cm do
amostrador, atendida a limitação do número de golpes indicados no item 5.11. Deverá ser
anotado o número de golpes e a penetração em centímetros para a cravação de cada terço do
barrilete; caso ocorram penetrações superiores a 15 cm (cada terço do barrilete), estas deverão ser
anotadas, não se fazendo aproximações.
5.11- A cravação do barrilete será interrompida quando se obtiver penetração inferior a 5,0 cm
durante 10 golpes consecutivos, não se computando os cinco primeiros golpes do teste, ou
quando o valor do SPT ultrapassar 50, num mesmo ensaio. Nestas condições o terreno será
considerado impenetrável ao SPT e deverão ser anotados o números de golpes e a penetração
respectiva.
6.1 - O ensaio de lavagem por tempo ‚ utilizado numa sondagem à percussão, com o objetivo de
se avaliar a penetrabilidade do solo ao avanço do trépano de lavagem. Consiste na aplicação do
processo definido em 4.6. por trinta minutos, anotando-se os avanços obtidos a cada período de
dez minutos. O equipamento a ser utilizado é o especificado nos itens 3.4 e 3.5.
6.3 - Quando no ensaio de lavagem por tempo, forem obtidos avanços inferiores a 5,0 cm por
períodos, em três períodos consecutivos de dez minutos, o material será considerado
impenetrável à lavagem.
6.4 - O impenetrável à lavagem por tempo, como critério para término da sondagem à percussão,
não implica na eliminação dos ensaios de penetração SPT (5), devendo ser observadas as
condições definidas no item 5.12.
6.5 - Não é recomendada a adoção do critério de impenetrável à lavagem por tempo (6.2) para
término da sondagem à percussão, quando estiver prevista a continuação da sondagem pelo
processo rotativo.
8 - Amostragem
8.2 - As amostras a serem obtidas nas sondagens á percussão serão dos seguintes tipos:
a - Amostras de barrilete amostrador SPT, com cerca de 200 g, constituídas pela parte inferior do
material obtido no amostrador. Sempre que possível, a amostra do barrilete deve ser
acondicionada, mantendo-se intactos os cilindros de solo obtidos.
b - Amostras de trado, com cerca de 500 g, constituídas por material obtido durante a perfuração
e coletadas na parte inferior das lâminas cortantes do trado.
c - Amostras de lavagem, com cerca de 500 g, obtidas pela decantação d'água de circulação, em
recipiente com capacidade mínima de 100 litros. Neste processo de amostragem‚ vedada a
prática de coleta do material acumulado durante o avanço da sondagem, em recipiente colocado
junto à saída d'água de circulação.
d -Amostras de baldinho, com cerca de 500 g, constituídas por material obtido no baldinho com
válvula de pé.
8.3 - Excetuando-se as amostras de barrilete, deve ser coletada, no mínimo, uma amostra para
cada metro perfurado. Deverão ser coletadas tantas amostras quantos forem os diferentes tipos de
materiais.
8.4 - As amostras acondicionadas em copos (item 8.10) e sacos plásticos (demais amostras),
serão colocadas em caixas de madeira, ou de plástico, tipo e dimensões usados em furos rotativos
de diâmetro BW. As caixas deverão ser providas de tampa com dobradiças. Na tampa e num dos
lados menores da caixa deverão ser anotados com tinta indelével os seguintes dados:
- número do furo;
- nome da obra;
- local;
- número da caixa e o número de caixas do furo.
Quando a sondagem à percussão for seguida por sondagem rotativa, deve ser utilizada caixa de
amostra apropriada para o diâmetro da sondagem rotativa programada.
8.5 - As amostras serão coletadas desde o início do furo e acondicionadas na caixa, com
separação de tacos de madeira, pregados na divisão longitudinal. A sequência de colocação das
amostras na caixa iniciar-se-á no lado da dobradiça da esquerda para a direita.
A profundidade de cada trecho amostrado deve ser anotada, com caneta esferográfica ou tinta
indelével, no taco do lado direito da amostra. No lado direito da última amostra do furo deve ser
colocado um saco adicional com a palavra "FIM".
8.6 - Cada metro perfurado, com exceção do primeiro, deve estar representado na caixa de
amostra por duas porções de material separadas por tacos de madeira: a primeira com amostra de
penetrômetro, e a segunda, com amostra de trado, lavagem ou baldinho.
8.7 - Não havendo recuperação de material no barrilete, no local da amostra deve ser colocado
um taco de madeira com as palavras "não recuperou". No caso de ser utilizado todo o material
disponível para a amostragem especificada no item 3.8.10, deve ser colocado no local da amostra
um taco com as palavras "recuperou pouco".
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8.9 - Na divisão longitudinal de madeira junto à amostra, do lado da dobradiça, deve constar o
tipo de amostragem, isto é: trado, lavagem, penetrômetro, etc.
8.10 - A cada ensaio de penetração, cerca de 100 g da amostra do barrilete deverão ser
imediatamente acondicionados em recipientes de vidro ou plástico rígido, com tampa hermética,
parafinada ou selada com fita colante. Esta amostra deve ser identificada por duas etiquetas, em
papel cartão, uma interna e outra colada na parte externa do recipiente, onde constem:
- nome da obra;
- nome do local;
- número de sondagens;
- número da amostra;
- profundidade da amostra;
- número de golpes e penetração do ensaio;
- data;
- operador.
As anotações deverão ser feitas com caneta esferográfica ou tinta indelével, em papel cartão,
devendo as etiquetas ser protegidas, com sacos plásticos, de avarias no manuseio da amostra.
Estes recipientes deverão ser acondicionados em caixas apropriadas para transporte ou, de
preferência, na caixa especificada no item 8.4.
8.11 - As caixas de amostras deverão permanecer guardadas à sombra, em local ventilado, até o
final da sondagem, quando serão transportadas para o local indicado pela Fiscalização, na obra.
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9 . Resultados
9.1 - Informações sobre o andamento das sondagens deverão ser fornecidas diariamente, quando
solicitadas.
9.2 - Os resultados preliminares de cada sondagem à percussão deverão ser apresentados, num
prazo máximo de 15 dias após seu término, em boletins (modelo em anexo) com 3 vias, onde
constem, no mínimo:
- tabela com leitura de nível d'água com data, hora, profundidade do furo, profundidade do
revestimento e observações sobre eventuais fugas d'água, artesianismo etc. No caso de não ter
sido atingido o nível d'água, deverão constar no boletim as palavras "furo seco";
- resultados dos ensaios de penetração, com o número de golpes e avanço em centímetros para
cada terço de penetração do amostrador;
- resultados dos ensaios de lavagem, com o intervalo ensaiado, avanço em centímetros e tempo
de operação da peça de lavagem;
9.3 - Os resultados finais de cada sondagem à percussão deverão ser apresentados, num prazo
máximo de 30 dias após o seu término, na forma de perfis individuais na escala 1:100 (modelo
em anexo), onde conste, além dos dados do item 9.2, calculados e colocados em gráficos, quando
for o caso, a classificação geológica e geotécnica dos materiais atravessados, feita por geólogo ou
engenheiro geotécnico, cujo nome e assinatura deverão constar no perfil.
9.4 - Até 30 dias após o término do último furo da campanha programada, a firma Empreiteira
deve entregar o relatório final, contendo:
a - texto explicativo com localização, tempo gasto, número de furos executados, total de metros
perfurados, bem como outras informações de interesse e conhecimento da Empreiteira;
b - planta de localização das sondagens ou, na sua falta, esboço com distâncias aproximadas e
amarração.
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Obs. Este procedimento como critério de paralisação pode trazer ao amostrador sérios
“danos – desgastes” ao seu “bico”, danificando-o, o que implica em substituição por um
novo com muita freqüência.
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sentido da caída
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Os resultados são, portanto, reais e são divulgados aqui como exemplos de resultados que
se obtêm, nomenclaturas comumente adotadas, anotação dos dados em planilha entre outros com
o objetivo de se destacar didaticamente alguns pontos relevantes.
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Esta Normalização, pela ABNT, registro NBR 8036, fixa as condições exigíveis na
programação das sondagens de simples reconhecimento dos solos destinada a elaboração de
projetos geotécnicos para construção de edifícios. Esta programação abrange o número, a
localização e a profundidade das sondagens.
1 – Considerações Gerais
Procedimento
Para a fase de projeto, ou para o caso de estruturas especiais, eventualmente podeerão ser
necessárias investigações complementares para determinação dos parâmetros de resistências ao
cisalhamento e da compressibilidade dos solos, que terão influência sobre o comportamento da
estrutura projetada. Para tanto, devem ser realizados programas específicos de investigações
complementares.
1.1.2 - As sondagens devem ser, no mínimo, de uma para cada 200 m2 de área da projeção em
planta do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2 deve-se fazer uma sondagem
para cada 400 m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve
ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em qualquer circusntâncias o
número de sondagens deve ser:
1.1.3 - Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como os estudos
de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de forma que a
distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três sondagens.
1.1.4 - As sondagens devem ser localizadas em planta e obedecer às seguintes regras gerais:
b) quando o número de sondagens for superior a três, elas não devem ser distribuídas ao
longo de um mesmo alinhamento.
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1.2.1 - A profundidade a ser explorada pelas sondagens de simples reconhecimento, para efeito
do projeto geotécnico, é função do tipo de edifício, das características particulares de sua
estrutura, de suas dimensões em planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e
topográficas locais.
Nota: A exploração deve ser levada a profundidade tais que incluam todas as camadas impróprias
ou que sejam questionáveis como apoio de fundações, de tal forma que não venham a prejudicar
a estabilidade e o comportamento estrutural ou funcional do edifício.
1.2.2 - As sondagens devem ser levadas até a profundidade onde o solo não seja mais
significativamente solicitado pelas cargas estruturais, fixando-se como critério aquela
profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devido às cargas estruturais aplicadas, for
menor do que 10% da pressão geostática efetiva.
Dados Indiretos
Por exemplo, nas areias a amostragem indeformada, bem como a moldagem de corpos de
prova para a execução de ensaios de laboratório, são operações extremamente difíceis de
proceder. Por tais motivos, recorre-se, em geral, a procedimentos indiretos para se obter dados
sobre as características “in situ” de resistência ao cisalhamento e também de compressibilidade
desses solos, em especial. As sondagens de percussão, bem como os ensaios de penetração
estática de cone (tipo holandês), usualmente as únicas disponíveis em análises preliminares, são
muito utilizadas nesses procedimentos.
Neste item são apresentados alguns parâmetros dos solos, estimados a partir de
correlações com a sua compacidade e/ou consistência, para uso prático, e que poderão ser
utilizados em estudos preliminares e em anteprojetos de engenharia.
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1 KPa = 1KN/m2
1 t/m2 = 10 KPa
1 Kgf/cm2 = 100 KPa
1 Kgf/cm2 = 10 t/m2
1KN = 1000N
1KN = 0,1 tf
1 tf = 10 kN
1 Kgf = 9,81 N
Obs.: IC = (LL – w) / ( LL – LP) e GC = ( emáx – enat) / ( emáx – emín) = Compacidade relativa (Dr)
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SPT 0 4 10 30 50
(tf/m3) 1,12 – 1,60 1,44 – 1,76 1,76 – 2,08 1,76 – 2,24 2,24 – 2,40
Característica Consistência
Muito Mole Mole Média Rija Muito Rija Dura
qu 0 0,25 0,5 1,0 2,0 4,0
SPT 0 2 4 8 16 30
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2. Areia
Siltosa 50 – 200
Fofa 100 – 250
Compacta 500 – 1000
3. Areia e Pedregulho
Compacto 800 – 2000
Fofo 500 – 1400
4. Silte 20 - 200
1. Coesão
Para a estimativa do valor de coesão não drenada (c u), quando se dispõem de resultados de ensaios de
laboratório, Teixeira & Godoy (1996) sugerem a seguinte a seguinte correlação com o índice de resistência à
penetração (N) do SPT:
Cu 10 N ( KPa)
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2. Ângulo de Atrito
Para a adoção do ângulo de atrito interno da areia, pode-se utilizar a Figura 04 (Mello, 1967), que mostra
correlações estatísticas entre os pares de valores (v, N) e os prováveis valores de , em que v é a tensão vertical
efetiva à cota de obtenção de N.
Ainda para a estimativa de , Godoy (1983) menciona a seguinte correlação empírica com o índice de
resistência à penetração (N) do SPT:
280 0,4 N
3. Peso Específico
Se não houver ensaios de laboratório, pode-se adotar o peso específico efetivo do solo a partir dos valores
aproximados das Tabelas 8 e 9 (Godoy, 1972), em função da consistência da argila e da compacidade da areia,
respectivamente. Os estados de consistência de solos finos e de compacidade de solos grossos, por sua vez, são
dados em função do índice de resistência à penetração (N) do SPT, de acordo com a NBR 7250/82.
Solos Coesivos
- Argila pura
N
p
4
- Argila siltosa
N
p
5
- Argila arenosa siltosa
N
p
7,5
Depois de estudadas as diversas correlações entre penetrômetros dinâmicos e estáticos, transcreve-se duas
tabelas referentes a ângulo de atrito de areias, resistências a compressão e coesão das argilas:
Módulo de Deformabilidade
Não se dispondo de ensaios de laboratório nem de prova de cargas sobre placa para a determinação do
módulo de deformabilidade do solo (Es), podem ser utilizadas correlações com a resistência de ponta com do cone
(qc) ou com índice de resistência à penetração (N) da sondagem SPT, como, por exemplo, as apresentadas por
Teixeira & Godoy (1996):
E s qc
E com qc K N Es K N
em que e K são coeficientes empíricos dados pelas tabelas 13 e 14, em função do tipo de solo. Esse coeficiente
correlaciona qc com Es e, portanto, não deve ser confundido com o coeficiente de Aoki & Velloso (1995), que
transforma qc em atrito lateral unitário do próprio cone. Já o coeficiente K tem o mesmo significado para Aoki &
Velloso e, por isso, valores da tabela 4 têm a mesma ordem de grandeza dos valores de Aoki & Velloso (1995).
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De acordo com D’Appolonia et al. (1970), a presença do lençol freático pode ser ignorada porque seu
efeito no módulo de deformabilidade é refletido na obtenção de N, ratificado Meyerhof (1965). Posteriormente, essa
assertiva foi confirmada por Terzaghi et al. (1996), com base nos resultados de Burland-Burbidge, de 1985.
No caso de saturação de uma areia que não estava saturada no momento da sondagem, por exemplo, por
ascensão do N.A., o recalque aumenta de um valor que, dependendo do autor, pode ser de 1/3 (Bolognesi, 1969) até
100% (Terzaghi & Peck, 1948; Terzaghi & Peck, 1967; Terzaghi et al., 1996).
Coeficiente de Poisson
Teixeira & Godoy (1996) também apresentam valores típicos para o coeficiente de Poisson do solo (),
reproduzidos na tabela 15.
Simons & Menzies (1981) observam que não é constante, variando desde o valor não-drenado no
momento do carregamento (u – 0,5 para o caso ideal não-drenado) até os valores drenados no fim da dissipação do
excesso de pressões neutras.
De acordo com Mayne & Poulos (1999), pesquisas mais recentes mostram que os valores drenados de são
bem menores do que se acreditava. Para carregamento drenado em todos tipos de solo, incluindo areia e argilas, tem-
se:
' 0,15 0,05
Esses autores confirmam = 0,5 para condições não-drenadas envolvendo carregamentos rápidos em
argilas saturadas.
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Unidade 04
FUNDAÇÕES DIRETAS
- Sapata
- Bloco
- “Radier”
Elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos os pilares de uma estrutura,
distribuindo os carregamentos.
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- Sapata Associada
- Sapata Corrida
Em relação à fundação superficial, podemos definir Baldrame e Cinta (não constantes da norma):
Viga baldrame é uma fundação rasa de apoio, feita de concreto armado. Ela percorre todo
o comprimento das paredes da construção.
É um tipo comum de fundação para pequenas edificações. Constitui-se de uma viga, que
pode ser de alvenaria, de concreto simples ou armado, construída diretamente no solo, que pode
ter estrutura transversal tipo bloco, sem armadura transversal, dentro de uma pequena vala para
receber pilares alinhados. É mais empregada em casos de cargas leves como residências
construídas sobre solo firme.
- Cintas de Fundação
Na extremidade de cada sapata ou bloco de coroamento deve ser executada uma cinta de
“amarração” (“travamento”) para reforço das ligações entre todos os elementos de fundação. A
presença da cinta diminui o risco do aparecimento de fissuras nas paredes da edificação em caso
de recalque diferencial, e distribui as cargas concentradas sobre o plano das fundações.
Construir cinta de fundação tem como finalidade absorver esforços não previstos,
suportar pequenos recalques, distribuir o carregamento e combater esforços horizontais. A cinta
de “amarração” geralmente é concebida de concreto armado.
Segundo Velloso e Lopes (2012), as fundações isoladas devem ser, sempre que possível,
ligadas por cintas em duas direções ortogonais. As cintas desempenham papéis importantes,
como (i) impedir deslocamentos horizontais das fundações, (ii) limitar rotações (absorvendo
momentos) decorrentes de excentricidades construtivas, (iii) definir o comprimento de
flambagem do primeiro trecho de pilares, no caso de fundações profundas ou de sapatas
implantadas a grandes profundidades e (iv) servir de fundação para paredes no pavimento térreo.
2 - Fundações Profundas
- Estacas
- Tubulão
Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo menos na sua etapa final de
escavação, há descida de operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido
(pneumático), e ter ou não base alargada.
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3 - Pressões Admissíveis
Pressão aplicada por uma fundação superficial ao terreno, que provoca apenas recalques
que a construção pode suportar sem inconvenientes e que oferece, simultaneamente um
coeficiente de segurança satisfatório contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento
estrutural de fundação (perda de capacidade de carga).
Diferença entre os recalques absolutos de dois apoios, dividida pela distância entre os
apoios.
Elemento estrutural que recebe as cargas de um ou dois pilares (ou pontos de carga) e é
dimensionado de modo a transmiti-las centradas às fundações. Da utilização de viga de equilíbrio
resultam cargas nas fundações diferentes das cargas dos dois pilares nelas atuantes.
São apresentados aqui o que prescreve a Norma Brasileira sobre a elaboração de projeto e
a execução de fundações particularmente em superfície.
• Por meio de prova de cargas sobre placa, devidamente interpretada (ver NBR 6489).
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No caso de não haver dúvida nas características do solo, conhecidas com segurança, como
resultado da experiência ou fruto de uma satisfatória interpretação de sondagens, pode-se
considerar como pressões admissíveis sobre o solo as indicadas na tabela1.
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Em qualquer fundação sobre rocha, deve-se para a fixação da pressão admissível, levar
em conta a continuidade da rocha, sua inclinação e influência da altitude da rocha sobre a sua
estabilidade. Pode-se assentar fundação sobre rocha de superfície inclinada desde que se prepare,
se necessário, essa superfície (chumba mentos, escalonamentos em superfícies horizontais, etc.),
de modo a evitar um deslizamento da fundação.
• Pressão admissível nas areias médias e finas, fofas; argilas moles; siltes fofos; aterros e
outros materiais
Nesses solos a implantação de fundações só pode ser feita após cuidadoso estudo com
base em ensaios de laboratório e campo, compreendendo o cálculo de capacidade de carga, o
cálculo e a analise da repercussão dos recalques sobre o comportamento da estrutura.
• Solos expansivos
Quando se encontram abaixo da cota de fundação até uma profundidade de duas vezes a
largura da construção, apenas solos das classes 4, 5, 6, 7 e 8 (areias e pedregulhos), pode-se
aumentar a pressão admissível em função da largura L do corpo de fundação, de acordo com a
fórmula a seguir; desde que tal largura seja maior que dois metros:
Nota: Para larguras de corpos de fundação menores do que dois metros, vale a mesma fórmula
para cálculo de pressão admissível, a qual será menor que a fornecida na Tabela 1.
10
adm = 0 adm > 0,5 0 adm
S
Onde:
S = área total da parte considerada, ou da construção inteira, em m2
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Nota: Em qualquer caso, pode-se somar a pressão calculada, mesmo aquela que já tiver sido
corrigido conforme o peso efetivo das camadas de solo sobrejacentes, desde que garantida a sua
permanência.
4.2.2 - Dimensionamento
• A área de fundação solicitada por cargas centradas deve ser tal que a pressão transmitida
ao terreno, admitida uniformemente distribuída, seja a pressão admissível conforme 2.1.
• Diz-se que uma função é solicitada por carga excêntrica quando for solicitada:
a) por uma força vertical cujo suporte não passa pelo centro de gravidade da superfície de
contato da fundação com o solo;
b) por uma força vertical e por forças horizontais situadas fora do centro da base da
fundação.
No caso de uma função circular plena de raio “r”, a excentricidade “e” deve satisfazer a
condição:
e
0,59
r
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c) nas sapatas dos pilares situados nas divisas de terrenos, a excentricidade deve ser
eliminada mediante o emprego de soluções estruturais como por exemplo, as vigas de equilíbrio.
• Para equilibrar a força horizontal que atua sobre uma fundação em sapata ou bloco, pode-
se contar com o empuxo passivo e o atrito entre o solo e a base da fundação. O coeficiente de seu
emprego de segurança ao deslizamento deve ser, pelo menos, igual a 1,5.
O cálculo estrutural deve ser feito de maneira a atender às normas estruturais brasileiras, e
observar as condições abaixo:
• As sapatas para pilares isolados e as sapatas corridas podem ser calculadas como placas
(por ex.: pelo método de linhas de ruptura, por método baseado na teoria da elasticidade ou pelo
método das bielas). Em qualquer caso deve-se considerar que:
a) quando calculadas como placas, não se pode deixar de considerar o puncionamento;
b) para efeito de cálculo estrutural, as pressões na base das fundações podem ser
admitidas como uniformemente distribuídas, exceto nos casos das fundações apoiadas sobre
rocha;
c) quando a sapata for submetida a cargas excêntricas, pode-se, na falta de um processo
mais rigoroso, uniformizar a pressão, adotando-se a maior dos seguintes valores: dois terços do
valor máximo ou a média dos valores extremos;
d) para efeito de cálculo estrutural de fundações apoiadas sobre rocha, o elemento
estrutural deve ser calculado como peça rígida, adotando-se o diagrama de distribuição da figura1
• os blocos de fundação podem ser dimensionados de tal maneira que o ângulo , indicado
na figura 2, satisfaça a equação:
tg
= 1
f1
Onde:
= pressão no terreno
ft = tensão admissível de tração no concreto
f tk
ft 2,5
0,8
80
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Quanto à distribuição das pressões sob a base do bloco, é aplicável o mesmo já disposto
para sapatas.
As vigas e placas de fundação podem ser calculadas pelo método de coeficiente de recalque
ou por um método que considere o solo como um meio elástico contínuo.
A base de uma fundação deve ser assente a uma profundidade tal que garanta que o solo
de apoio não seja influenciado pelos agentes atmosféricos e fluxos d’água. Nas divisas de
terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, tal profundidade não deve ser
menor que 1,5 metros.
• No caso de fundações contíguas assentes em cotas diferentes, uma reta passando pelos
seus bordos deve fazer, com a vertical, um ângulo ( ver figura 3 ), que dependerá das
características geotécnicas do terreno ( conforme 2.1.2-a ), observando-se que:
• A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar, a não ser
que se tomem cuidados especiais.
81
Geotecnia de Fundações e Obras de Terra - 2018 Prof. M. Marangon
Nota: Em fundações que não se apoiam sobre rochas deve-se executar anteriormente à execução
da fundação uma camada de concreto de regularização de, no mínimo, 10cm ocupando toda a
área da cava de fundação.
Quando uma carga proveniente de uma fundação é aplicada ao solo, este deforma-se
e a fundação recalca, como sabemos. Quanto maior a carga, maiores os recalques. Como
indicado na Fig. 1, para pequenas cargas os recalques são aproximadamente proporcionais.
Das duas curvas pressões-recalques mostradas, observa-se que uma delas apresenta uma
bem definida pressão de ruptura pr , que, atingida, os recalques tornam-se incessantes. Este
caso, designado por ruptura generalizada, corresponde aos solos pouco compressíveis
(compactos ou rijos). A outra curva mostra que os recalques continuam crescendo com o
aumento das pressões, porém não evidencia, como anteriormente, uma pressão de ruptura; esta
será então arbitrada (pr’) em função de um recalque máximo (r’) especificado. Nesse caso,
denominado ruptura localizada, enquadram-se os solos muito compressíveis (fofos ou moles).
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Geotecnia de Fundações e Obras de Terra - 2018 Prof. M. Marangon
Recentemente tem sido mencionado um outro tipo de ruptura, que ocorre por
puncionamento, ainda em fase de investigação.
Tendo em vista que os dados básicos necessários para o projeto e execução de uma
fundação provêm de fontes as mais diversas, a escolha do coeficiente de segurança é de grande
responsabilidade.
Fórmula de Terzaghi:
Para deduzi-la, consideremos em um solo não coesivo uma “fundação corrida”, ou seja,
uma fundação com forma retangular alongada.
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Segundo esta teoria e como ilustrado nas Figs. 3 e 4, o solo imediatamente abaixo da
fundação forma uma “cunha”, que em decorrência do atrito com a base da fundação se desloca
verticalmente, em conjunto com a fundação. O movimento dessa “cunha” força o solo adjacente
e produz então duas zonas de cisalhamento, cada uma delas constituída por duas partes: uma de
cisalhamento radial e outra de cisalhamento linear.
Fig. 3
Fig. 4
Assim, após a ruptura, desenvolvem-se no terreno de fundação três zonas: I, II e III, sendo
que a zona II admite-se ser limitada inferiormente por um arco de espiral logarítimica.
Da Fig. 5, obtém-se:
b
AB =
cos
onde é o ângulo de atrito inteiro do solo. (também indicado por ou )
bc
C = c . AB = .
cos
bc 1
P=2 sen + 2Ep - (2b . b.tg) ou,
cos 2
P = 2 bc tg + 2Ep - b tg,
2
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Entrando-se com a consideração do valor de Ep, que omitiremos para não alongar, a
expressão final obtida por Terzaghi escreve-se:
pr = c Nc + b N + h Nq
Onde Nc, Nq e N são fatores de capacidade de suporte, função apenas do seu ângulo de
atrito () do solo e definidos por:
Nq = etan tan2 (45º + /2) Nc e Nq: Expressões apresentadas por Reisnner (1924),
adotado por Vésic (1975)
Nc = (Nq - 1) cot
Fig. 5
Explicando o significado dos termos da fórmula de Terzaghi, pode-se escrever (fig. 6).
coesão atrito
sobrec
arg a
pr = cNc 1bN 2 hN q
pr = 5,7c + h.
Se h = 0:
pr = 5,7c,
o que dará:
pr = 5,7c, para fundações corridas
e:
prb = prr = 5,7 x 1,3c = 7,4c, para fundações
Fig. 6 quadradas e circulares.
* Para as areias (c = 0)
pr = 1bN + 2hNq’
o que mostra que a capacidade de carga das areias é proporcional à dimensão da fundação e
aumenta com a profundidade.
Vimos que para fundações corridas de comprimento L e largura 2b, em argilas ( = 0º):
pr = cNc + h
Introduzindo, agora, as razões 2b/L e h/2b (que deverá ser menor que 2,5), o valor de Nc é
obtido pela fórmula de Skempton:
2b h
Nc = 5 1
L 10b
* Ocorrência de NA
Abaixo do nível d’água deve-se usar o peso específico de solo submerso, o que reduzirá o
valor da capacidade de carga.
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Pela fórmula de Terzaghi vimos que para carga vertical centrada e fundação alongada, a
capacidade de carga dos solos é dada pela fórmula:
1
pr = cNc + hNq + bN
2
onde aqui, b é a largura total da fundação.
1
pr = sccNc + sqhNq + sbN
2
com os fatores de capacidade N dados pelo Quadro 1 e os coeficientes de formas pelo Quadro 2.
Quadro 1 - Meyerhof
0.º 5.º 10.º 15.º 20.º 22,5.º 25.º 27,5.º 30.º 32,5.º 35.º 37,5.º 40.º 42,5.º
Nc 5,1 6,5 8,3 11,0 14,8 17,5 20,7 24,9 30,1 37,0 46,1 58,4 75,3 99,2
Nq 1,0 1,6 2,5 3,9 6,4 8,2 10,7 13,9 18,4 24,6 33,3 45,8 64,2 91,9
N 0,0 0,3 0,7 1,6 3,5 5,0 7,2 10,4 15,2 22,5 33,9 54,5 81,8 131,7
Quadro 2
Forma da Fundação Coeficiente de Forma
sc , sq s
Corrida 1,0 1,0 1,0
Retangular b b
1 + 0,3 1 - 0,4
(b < a) a a
Quadrada (a = b) 1,3 1,0 0,8
Circular (D = b) 1,3 1,0 0,6
Fig. 7
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Uma vez definida a capacidade de carga do solo, restaria dividi-la pelo fator de
segurança, para obter-se a taxa de trabalho ou tensão admissível do solo. Tem-se:
pr
FS
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A NBR 6489 fixa a metodologia a ser observada para a realização da prova de carga
sobre placa.
A placas deve ser rígida e não ter área inferior a 0,5 m2; será colocada no fundo de um
poço de base nivelada ocupando toda a área. A relação entre a largura e a profundidade do
poço para a prova deverá ser a mesma que a relação existente entre a largura e a profundidade
da futura fundação.
A carga será aplicada em estádios sucessivos de, no mínimo, 20% da taxa de trabalho
admissível provável do terreno.
Em cada estádio de carga, os recalques, com precisão de 0,01m, serão lidos
imediatamente após a aplicação da carga e após intervalos de tempo sucessivamente dobrados
(1, 2, 4, 8, 16, ...n minutos). Só será aplicado novo acréscimo de carga depois de verificar a
estabilidade dos recalques (com tolerância máxima de 5% do recalque total neste estádio,
calculado entre duas leituras sucessivas). O dispositivo de leitura dos recalques deve estar
acoplado em barras apoiadas a uma distância de 1,5 vezes o diâmetro da placa, distância esta
medida a partir do centro da placa.
O ensaio deverá ser levado até, pelo menos, observar-se um recalque total de 25mm ou
até atingir-se o dobro da taxa admitida para o solo.
A carga máxima alcançada no ensaio, caso não se vá até a ruptura, deverá ser mantida,
pelo menos, durante 12 horas.
A descarga deverá ser feita em estádios sucessivos, não superiores a 25% da carga total,
lendo-se os recalques de maneira idêntica à do carregamento e mantendo-se cada estádio até a
estabilização dos recalques, dentro da precisão requerida.
A taxa de trabalho será o menor valor dentre a tensão que provoca um recalque de 25 mm
reduzida por um fator de segurança e a tensão que provoca um recalque de 10mm.
10mm
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1º) Capacidade de carga para uma sapata corrida, assente no horizonte de areia (para a mínima
escavação), com cálculo:
Sc Nc 58
S 1 N 42 => ruptura generalizada “areia med. comp.”
S q N q 41
qr C Nc a ha N q b b N
qr 1.6 1.5 41 1.9 1.0 42 Obs.: b = 0.5 x B
qr 98.4 79.8 178.2 t / m2 17.8 Kg / cm2
qr 17.8
adm 5.9 Kg / cm 2
FS 3
2°) Dimensionamento de uma sapata (corrida, quadrada ....) a partir do valor da capacidade de
carga (taxa admissível ) calculado, como no exemplo anterior.
F F
A F carregamento na Fundação
A
taxa (arbitrada ou calculada )
pr
Só que: e pr f (b) onde b = dimensão da fundação
FS
Logo:
Arbitra-se um valor esperado para “b” e calcula-se o valor de . A partir de , calcula-
F
se a área necessária A e b.
Se o valor de b distanciar muito do “b” anteriormente arbitrado no cálculo da taxa ,
F
recalcular o valor de pr e com este novo “b” e depois a nova área A e b (a dimensão da
fundação) até convergir.
3°) Capacidade de suporte para o NA na base da camada de argila (ao nível de assentamento):
b) areia γsub =?
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Tem –se valores de sob NA sempre menores que na condição de não ocorrer.
b) areia
Considere agora a hipótese dos dois materiais ocorrerem em posição inversa:
a) arg ila
Nc' 5
Coeficientes de forma diferentes – “argila” (Ruptura Localizada) N ' 0
Nq' 1
qr Ca N c b hb N q abN
qr 2,5 5,7 1,9 1,5 1,0 0
qr 14,25 2,85 17,1 1,71 Kg / cm²
parcela sobrec arg a
coesão
1,71
0,57 Kg / cm²
3
6°) Qual a dimensão que deve ter uma sapata quadrada para uma carga centrada de 11,8 t, a
uma profundidade de 1,5m, em uma argila que se consegue molda-la com relativo esforço.
Solução:
Argila de consistência média a rija
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0 (desprezado )
Parâmetros 1,8 t / m³ (valor clássico valor médio tab.3, entre " média e rija")
C ?
tab. 2 C = 0,5 Kg/m² maior média
menor rija
tab. 3 C = 5,0 t/m² menor rija
tab. 5 Valores médio para consistência média (relativo esforço)
C 57,5 (entre 40 e 75) Cadotado = 50 KN/m²
qr 1,3 C N c h N q 0,8 b N
qr 1,3 5 5,7 1,8 1,5 1,0 0 Sc 1,3
qr 37,05 2,7 39,75 t / m² 3,97 Kg / cm² OBS . : Sq 1,0
S 0,8
Valores práti cos
empíri cos
pr 3,97
1,32 Kg / cm²
FS 3 utilizados na
prática 1,0 a 1,5 Kg / cm²
F F 11800 KH
A A 8939,4 cm²
A 1,32 Kg / cm²
L A L 94,5 cm
Logo:
1,35 Kg / cm²
Pouca diferença, no caso de argila, se mantido o valor da coesão constante, o que não
ocorre na prática.
Os valores de coesão são crescentes com a profundidade.
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O fato de se ter fundações diretas assentes em aterro não nos garante termos uma
situação favorável, ou com melhores condições de estabilidade uma vez que o grau de
compactação obtido na execução do aterro pode não ser satisfatório a ponto de imprimir ao solo
uma densidade maior que este poderia apresentar na condição natural antes de sofrer escavação e
compactação.
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Observe que a estrutura do solo compactado passou de uma taxa de 1,04 para 2,95
2
Kg/cm se alcançada a densidade máxima de laboratório (como frequentemente especificado na
construção dos aterros para assentamento de fundações rasas) e cai de 2,95 para 1,99 Kg/cm2
pelo fato do GC ficar abaixo em apenas 5%.
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Estacas brocas são fundações consideradas profundas, executada por perfuração com
trado e posteriormente concretada. Destacada aqui por ser opção de procedimento construtivo a
ser eventualmente utilizado conjuntamente com sapatas.
Executada para contribuir com a capacidade de carga das fundações diretas (sapatas e
blocos), em terrenos de baixa capacidade de carga.
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Exemplo de planta final de projeto de fundações diretas, em sapatas, cintadas, e com sapatas
isoladas, associadas e com vigas de equilíbrio junto à divisa.
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Unidade 05
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Fundação Profunda
Elemento de fundação que transfere a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou
por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, devendo sua
ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em
planta, e no mínimo 3,0 m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.
Estaca
Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem
que, em qualquer fase da execução, haja descida de pessoas. Os materiais empregados podem
ser: madeira, aço, concreto pré-moldado in loco ou pela combinação dos anteriores.
Tubulão
Elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo menos na etapa final, há
descida de pessoas, que se faz necessária para executar o alargamento de base ou pelo menos a
limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas
preponderadamente pela ponta.
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Estacas Pré-moldadas
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Cravação de Estacas
É a operação que consiste, por meio de percussões aplicadas à cabeça da estaca ou do
seu molde, em forçar a estaca ou tubo no terreno até a profundidade em que passe a oferecer
uma resistência satisfatória.
Vários são os Tipos de Bate-Estacas (em inglês, pile drivers, e em francês, sonnetes)
empregados.
Capacete de cravação – Para evitar a destruição das cabeças das estacas durante a
cravação, usam-se “capacetes de cravação”, os quais, embora de vários tipos, consistem, em
geral, num anel de ferro fundido, contendo um bloco de madeira dura, que recebe diretamente o
golpe do martelo e transmite a estaca.
O emprego de capacetes, se por um lado reduz o rendimento de cravação, por outro,
permite a adoção de maiores alturas de quedas e pesos de martelos.
Estacas de Madeira
A sua utilização é bastante limitada e deve-se ser vista como uma alternativa de
viabilidade técnica questionável.
No que se refere ao seu uso deve-se observar o que registra a norma, transcrito nestas
notas de aula no item “5.3 - Peculiaridades dos Diferentes Tipos de Fundações Profundas
(Segundo a NBR 6122)”.
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Estacas Simplex
Neste tipo de estaca, procede-se a descida do tubo dentro do terreno por cravação (ou
por perfuração – neste caso torna-se “escavada” – sem deslocamento), como se faz coma a
estaca Strauss.
Os golpes de martelo, para a cravação, são aplicados sobre um capacete de proteção
fixado no topo do tubo.
Para impedir a entrada de terra no interior do tubo, emprega-se uma ponteira pré-
moldada de concreto, perdida após a cravação.
Alcançada a profundidade desejada, enche-se o molde com concreto plástico e, em
seguida, retira-se o molde de uma só vez.
As estacas Duplex e Triplex são variantes da Simplex.
Estacas Vibrex
Trata-se de variação das estacas tipo Simplex, também conhecidas com “Vibrofranki”.
Observe que neste tipo de estaca, procede-se a descida do tubo dentro do terreno por cravação,
conforme ilustrado abaixo.
Observa-se que a extração do tubo após concretagem se faz com o auxílio da vibração, o
que melhora as condições de assentamento do concreto ao longo da estaca.
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Estacas Franki
Trata-se de um tipo de estaca largamente usada. Foram introduzidas a técnica, em 1999,
pelo Sr. Frankignoul. Caracteriza-se pelo seu processo de cravar o tubo no solo, que é o seguinte,
como mostrado na figura:
1. Estando o tubo colocado sobre o solo, nele se derrama uma quantidade de concreto mais
ou menos seco, apiloado por meio de um martelo de 1 a 4 toneladas, de modo a formar um
tampão estanque.
2. Sob os golpes do pilão, o tubo penetra no solo e comprime fortemente; quando se deseja
evitar virações provocadas pela cravação do tubo, pede-se previamente escavar o terreno,
perfurando-o por meio de um equipamento adequado.
4. Uma vez executada a base, inicia-se a execução do fuste da estaca, socando-se o concreto
por camadas sucessivas; um tampão de concreto no tubo assegura a impossibilidade da água ou
da terra no concreto.
5. Desse modo, obtém-se uma estaca de grande diâmetro, de parede rugosa e fortemente
ancorada no solo.
Nas estacas armadas, que são as mais freqüentes, coloca-se a armação logo após a
execução da base. O seu diâmetro varia de 30 60 cm. Podem ser verticais ou inclinadas, a
inclinação pode atingir até 25º com a vertical.
A capacidade de cargas dessas estacas é muito grande, como tem sido revelado por
numerosos ensaios. Para uma estaca de 350 mm de diâmetro, é da ordem de 55 t; de 400 mm, é
de 75 t; de 450 mm, é de 95 t; de 520 mm, é de 130 t, e de 600 mm, é de 170 t.
A concretagem das estacas moldadas “in situ” deve ser feita com cuidado, a fim de
suprimir o risco da ruptura ou de rachar as estacas, abaixo do nível do bloco.
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Estacas Ômega
Trata-se de estacas moldadas “in loco” em que o solos é deslocado lateralmente quando
da execução da estaca, conforme ilustrado na figura adiante.
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Estacas Metálicas
São estacas “pré-fabricadas” pela indústria, em que se tem como material o aço.
Apresentam assim elevada resistência à compressão, havendo uma variabilidade muito grande de
seções.
Observa-se que são estacas de seções muito mais esbeltas que às de concreto armado –
consequentemente “deslocaram” um volume de solo muito menor no seu processo de penetração
nos solos.
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No que se refere ao seu uso deve-se observar o que registra a norma, transcrito nestas
notas de aula no item “5.3 - Peculiaridades dos Diferentes Tipos de Fundações Profundas
(Segundo a NBR 6122)”.
Figura – Diferentes tipos de seções e detalhe de uma emenda entre dois elementos de
estaca metálica de seção em “I”.
Estacas Mega
A estaca Mega (“Estaconsolida”) é constituída por tubos de concreto simples ou armado,
vazados, com diâmetro externo de 25 cm e interno de 8 cm. O comprimento de cada tubo é de 50
cm. A estaca é formada pela justaposição vertical de diversos tubos, cravados no terreno por
meio de um macaco hidráulico acionado por uma bomba injetora de óleo.
A reação de cravação é obtida contra as fundações existentes, monitorada por
equipamento de precisão, ajustado a um manômetro de controle de pressão. Após ser atingida a
reação máxima permitida, por baixo das fundações existentes é colocado um cabeçote de
concreto armado, medindo 40 x 30 x 25 cm, ajustado aos elementos de fundação existentes por
meio de cunhas de concreto simples de modo a permitir que a estaca nova entre em carga
imediatamente após a retirada do macaco.
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Estacas Escavadas
Assim se denomina a estaca em que, com auxílio de lama bentonítica (se for o caso), é
previamente feita uma perfuração no terreno, com retirada de material, em seguida, é cheia com
concreto (concretagem submersa, quando abaixo do nível d’água).
Essas estacas substituem, em alguns casos, os clássicos tubulões sob ar comprimido. Os
seus diâmetros variam até 2,5 m e suas profundidades alcançam 40 m ou mais.
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Seqüência Construtiva:
1) Cravação de camisa metálica até o topo da rocha.
2) Colocação da perfuratriz Wirth e escavação em rocha por circulação reversa.
3) Colocação da armadura.
4) Concretagem submersa da estaca.
5) Estaca pronta.
Estacas Broca
Estaca em que a perfuração do solo é feita manualmente, com o auxílio de um trado
manual. É cravada em pequena profundidade.
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Seqüência executiva:
1) Colocação da camisa guia escavação com clamshell, completando com lama o volume
escavado.
2) Atingida a profundidade prevista, coloca-se a armadura e o "air-lift" ou bomba de
submersão para a troca de lama usada por nova.
3) Colocação do tubo de concretagem e da bomba de submersão início da concretagem
submersa com concreto plástico.
4) Terminada a concretagem, procede-se o aterro da parte superior e ao arrancamento da
camisa guia.
Segundo publicação da Franki, a utilização das estacas escavadas oferece as seguintes vantagens:
- execução sem vibração e ruídos;
- possibilidade de atravessar camadas do solo de grande resistência devido as ferramentas
de escavação;
- execução rápida;
- possibilidade de atingir grandes profundidades;
- possibilidade de resistir a grandes cargas com um único elemento de fundação,
reduzindo deste modo o volume dos blocos;
- executada com ferramenta mecânica “clam-shell”.
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Estacas Raiz
A estaca raiz é uma estaca concretada “in loco”, com diâmetro acabado variando de 80 a
410 mm e que apresenta elevada tensão de trabalho ao longo do fuste que é constituído de
argamassa de areia e cimento e é inteiramente armado ao longo de todo seu comprimento.
A aplicação inicial das estacas raiz foi ligada ao reforço de antigas fundações de
edificações de pequeno porte, as quais o acesso era restrito a equipamentos de grande porte. A
utilização de equipamentos de pequeno porte e movidos à eletricidade favorecia o
funcionamento em locais fechados, evitando barulho e fumaça de motores à explosão. As
perfuratrizes atingiam grandes profundidades, flexibilizando o dimensionamento de cargas de
trabalho, determinadas muito mais pela capacidade estrutural da seção do que pela condição de
suporte do subsolo.
Essas vantagens fizeram com que este tipo de estaca se desenvolvesse mundialmente.
Passou a ser utilizada também como solução de contenção de encostas, devido à possibilidade de
executá-la inclinada com orientações tridimensionais formando um reticulado espacial. A
concepção é aquela de uma estrutura de gravidade interna no terreno, fazendo com que o volume
de solo atravessado pelas estacas, convenientemente espaçadas, trabalhasse como um maciço
rígido resistindo à tração, através de armação do fuste da estaca. Atualmente, o aumento dos
diâmetros das estacas tipo raiz bem como do porte dos equipamentos que a executam, tornaram
essa estaca uma solução viável para fundações de edifícios.
O processo executivo de uma estaca tipo raiz é composto basicamente de quatro fases
consecutivas; perfuração, instalação da armadura, preenchimento com argamassa e remoção do
revestimento e aplicação de golpes de ar comprimido. A Figura abaixo ilustra todo o processo
executivo das estacas tipo raiz. (Moura et al, 2009 -UNIFOR)
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Estacas Injetada
A Norma de Fundações NBR 6122, na versão de 96 definia estaca injetada como sendo
aquela na qual através de injeção sob pressão de produtos aglutinantes, normalmente calda de
cimento, procura-se aumentar a resistência de atrito laterais, de ponta ou ambas.
A injeção deve ser feita de maneira a garantir que a estaca tenha a carga admissível
prevista no projeto e pode ser aplicada em um ou mais estágios.
Seqüência Executiva:
A execução de uma estaca injetada moldada no solo compreende as seguintes fases:
• Escavação do furo;
• Colocação da armadura;
• Moldagem do fuste.
Estacas Strauss
A sua execução é muito simples, não requerendo aparelhagem especial além de um pilão.
Embora bastante simples a sua execução, devem-se tomar cuidados especiais, sobretudo
quando se trabalha abaixo do lençol d’água dentro do molde. Isto se consegue observando-se
constantemente as posições relativas do molde e do concreto de enchimento.
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Dimensionamento
A determinação das seções, as localizações e profundidades serão fornecidas pelo calculista das
fundações, com seu dimensionamento de acordo com a NBR 6118 – “Projeto e Execução de
Obras de Concreto Armado” e NBR 6122 – “Projeto e Execução de Fundações “.
Perfuração
Após a locação dos pontos das estacas, através de gabarito indicando seus eixos, inicia-se a
perfuração, com a piteira posicionada dentro do primeiro tubo de revestimento ( extremidade
inferior dentada ) e com golpes sucessivos, a piteira retirará o solo do interior, abaixo do tubo,
que se introduzirá aos poucos no terreno, por efeito de seu peso próprio.
Quando o tubo estiver totalmente cravado, será rosqueado um novo tubo em sua extremidade
superior livre e reiniciado o trabalho da piteira. Este procedimento será repetido até que se atinja
a profundidade prevista para a perfuração ou as condições de suporte previstas para o terreno.
Concretagem
Ao atingir a profundidade desejada e procedida a limpeza do tubo, será lançado o primeiro
volume de concreto no interior do tubo e apiloado com o auxílio de um pilão metálico, visando a
formação de um “bulbo”na base da estaca.
Igual volume de concreto será novamente lançado e procedido novo apiloamento, iniciando-se a
remoção dos tubos de revestimento, com auxílio de um guincho mecânico. Esta operação se
repetirá até que o concreto atinja a cota desejada, com a máxima precaução, a fim de impedir sua
descontinuidade, completando assim, eventuais espaços vazios e preenchendo as deformações no
subsolo.
Armadura
Antes da concretagem dos últimos dois metros da estaca, ou a critério do calculista das
fundações, será colocada uma armadura, onde as barras deverão emergir fora da cota de
arrasamento da estaca, conforme detalhe do projeto de fundações.
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Concretagem
Alcançada a profundidade desejada, o concreto é bombeado através do tubo central,
preenchendo simultaneamente a cavidade deixada pela hélice que é extraída do terreno sem girar
ou girando lentamente no mesmo sentido da perfuração.
O concreto normalmente utilizado apresenta resistência característica fck de 18 Mpa, é
bombeável e composto de areia, pedriscos ou brita 1 e consumo de cimento de 350 a 450 Kg/m 3,
sendo facultativa a utilização de aditivos.
O abatimento ou "Slump" é mantido entre 200 e 240mm. Normalmente é utilizada bomba
de concreto ligada ao equipamento de perfuração através de mangueira flexível. O
preenchimento da estaca com concreto é normalmente executado até a superfície de trabalho
sendo possível o seu arrastamento abaixo da superfície do terreno guardadas as precauções
quanto a estabilidade do furo no trecho não concretado e a colocação da armação.
Colocação da armação
O método de execução da estaca hélice contínua exige a colocação da armação após a sua
concretagem.
A armação, em forma de gaiola, é introduzida na estaca por gravidade ou com o auxílio
de um pilão de pequena carga ou vibrador. As estacas submetidas a esforços de compressão
levam uma armação no topo, em geral de 2 a 5,5m de comprimento. No caso de estacas
submetidas a esforços transversais ou de tração, somente será possível para comprimentos de
armações de no máximo 16m, m função do método construtivo. No caso de armações longas, as
"gaiolas" devem ser constituídas de barras grossas e estribo espiral soldado na armação
longitudinal para evitar a sua deformação durante a introdução no fuste da estaca.
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Equipamentos
O equipamento empregado para cravar a hélice no terreno é constituido de um guindaste
de esteiras, sendo nele montada a torre vertical de altura apropriada à profundidade da estaca,
equipada com guias por onde corre a mesa de rotação de acionamento hidráulico. Os
equipamentos disponíveis permitem executar estacas de no máximo 25m de profundidade e
inclinação de até 1:4 (H:V)
Controle executivo
Para controlar a pressão de
bombeamento do concreto, utiliza-se um
instrumento medidor digital, que informa
todos os dados de execução da estaca, tais
como: inclinação da haste, profundidade da
perfuração, torque e velocidade de rotação
da hélice, pressão de injeção, perdas e
consumo de concreto. Os parâmetros
indicados no mostrador digital são
registrados e fornecidos a um
microcomputador para aplicação de
software que imprime o relatório da estaca
com as informações obtidas no campo.
Em centros urbanos, próximo a
estruturas existentes, escolas, hospitais e
edifícios históricos, por não produzir
distúrbios ou vibrações e de não causar
descompressão do terreno.
Em obras industriais e conjuntos
habitacionais onde, em geral, há um grande
número de estacas sem vibrações de
diâmetros pela produtividade alcançada.
Como uma estrutura de contenção,
associada ou não a tirantes protendidos,
próximo à estruturas existentes, desde que
os esforços transversais sejam compatíveis
com os comprimentos de armação
permitidos.
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Tubulões
Trata-se de fundação profunda, porem destaca-se que estas fundações apresentam
características de transmissão de carga ao sub-solo diferentes das diversas “estacas” existentes na
Engenharia de Fundações Estas fundações, abordadas adiante, transmitem carga para o sub-solo
através do contato da base com o solo de apoio, semelhante a uma fundação direta (como um
bloco ou sapata).
Esse tipo de fundação é recomendado para solos de elevada “rigidez” (boa resistência).
Isso se justifica devido ao fato da escavação ser normalmente manual, dependente de um
“poceiro”, um ajudante e um sarilho (equipamento – figura abaixo). Mesmo com a utilização de
equipamentos de perfuração mecânica a presença de um operário é necessária, pois o
alargamento da base deve ser feito manualmente.
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ASPECTOS CONSTRUTIVOS
(ALONSO, 1983).
Os tubulões a céu aberto podem ser agrupados em três tipos (CINTRA et al, 1998):
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A aparição de água durante a escavação não é um problema, desde que possa ser contida
e não prejudique a perfuração. "Isto é possível desde que a água seja esgotada com uma bomba
submersível dentro do poço, expelindo o líquido do fuste", diz o engenheiro Daniel Rozenbaum,
da Fundacta (2004). Rozenbaum explica ainda que nesse tipo de fundação é necessário
inspecionar se há presença de gás gerada por matéria orgânica em decomposição e que pode
causar até a morte do operário durante a execução.
Antes de iniciarem as obras de fundação, o engenheiro projetista e mesmo o responsável
pela construção costumam fazer um poço preliminar para inspecionar a situação do solo. O poço
de verificação de solo deve ser mantido em média 24 horas para observar a estabilidade que a
escavação apresenta. (TATEOKA, 2004).
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Os tubulões têm que ser dimensionados a evitar altura de base superiores a 2,0 metros,
e em caso excepcionais, devidamente justificados, admitem-se alturas superiores a esta
dimensão.
Tubulão à Ar Comprimido
As fundações em tubulão a ar
comprimido são indicadas, e se
justificam, para obras que
apresentem cargas elevadas,
como é o caso de pontes e
viadutos, e quando se tem o NA
elevado.
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Estacas pré-fabricadas
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Estacas escavadas
Tubulões
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1. Tipos de estacas
2. Estacas em solos coesivos
3. Estacas em solos granulares
4. Efeito de grupo de estacas
5. Atrito lateral negativo
6. Cargas laterais em estacas
7. Ensaios de estacas
Deve-se observar que as estacas podem ser necessárias por diversos motivos, como:
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As vantagens são:
podem ser cravadas com uma nega predeterminada;
os comprimentos das estacas são facilmente ajustáveis;
pode ser executada em base alargada, aumentando a densidade relativa de uma camada de
fundação granular, obtendo-se uma capacidade final de carga muito mais elevada;
a armadura não é determinada pelos efeitos do manuseio ou das tensões da cravação;
podem ser cravadas com uma extremidade fechada, excluindo desta maneira os efeitos da água
subterrânea;
podem ser cravadas com uma extremidade fechada, excluindo desta maneira os efeitos da
água subterrânea;
o barulho e a vibração podem ser reduzidos podem para alguns tipos, como por exemplo,
utilizando-se um tampão no fundo da estaca.
As desvantagens são:
inchamento da superfície do solo vizinho, que pode afetar estruturas ou instalações
próximas; amolgamento do solo, que pode provocar readensamento e o desenvolvimento de
atritos laterais negativos nas estacas;
deslocamento de muros de arrimo próximos; levantamento de estacas previamente
cravadas, onde a penetração do pé das estacas dentro da camada de apoio não foi suficiente para
desenvolver a resistência necessária às forças ascendentes;
danos por tração nas estacas sem armadura ou estacas ainda com concreto fresco, onde as
forças no pé da estaca eram suficientes para resistir aos movimentos ascendentes;
danos a estacas sem revestimentos ou com revestimento de pouca espessura au\inda com
concreto fresco, devido ãs forças laterais desenvolvidas no solo, como por exemplo,
estrangulamento;
o concreto não pode ser verificado após a conclusão do trabalho;
o concreto pode ser enfraquecido se um fluxo artesiano ocorrer no fuste na estaca durante
a retirada do revestimento;
perfis leves de aço ou camisas de concreto de pré-moldado podem ser estragadas ou
distorcidas durante a cravação;
limitação do comprimento, devido à força de levantamento necessária para retirar o
revestimento; barulho; vibração e deslocamentos do solo podem causar, molestar ou provocar
danos em estruturas adjacentes;
não pode ser cravada com diâmetros muito grandes e também não se pode executar bases
alargadas muito grandes;
não pode ser cravada onde há limitações de altura para equipamento.
Comprimentos de estacas de até 24 m e cargas nas estacas de aproximadamente 1500 kN
são usuais.
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As vantagens são:
podem ser cravadas com um nega predeterminada; estável em solos compressíveis, por
exemplo, argilas moles, siltes e turfas;
o material da estaca pode ser inspecionado antes da cravação;
pode ser recravada se for afetada por inchamento do solo;
o procedimento de construção não é afetado pelo lençol freático;
pode ser cravada com granes comprimentos; pode ser transportada acima do nível do
terreno, por exemplo, dentro d’água para estruturas marítimas;
pode aumentar a densidade relativa de uma camada de fundação granular.
As desvantagens são:
Estacas de madeira
As estacas de madeira são leves, de fácil transporte e, em alguns países, baratas. Podem
ser agrupadas e reforçadas com pontas de cravação. As estacas de madeira estão sujeitas às
decomposições e ao ataque por microorganismos marinho e geralmente são usadas somente
abaixo do nível freático, mas podem ser impregnadas sob pressão, para
protegê-las quando acima do lençol freático. Usualmente, são utilizadas como estacas
funcionando por atrito lateral, mas, às vezes, trabalham por resistência de ponta.
Neste último caso, deve-se tomar cuidado para evitar os danos devidos ao excesso de
cravação. O perigo de estragar a estaca durante a cravação pode ser reduzido, limitando-se a
queda e o número de golpes do pilão do bate-estaca. O peso do pilão do bate-estaca deveria ser,
pelo menos, igual ao peso da estaca para condições difíceis de cravação e de até 20 m e cargas
até 600KN são usuais.
Exemplos destas estacas são os perfis laminados de aço, estacas helicoidais (em forma de
parafuso) ou tubos de extremidade aberta e perfis ocos onde o solo, removido durante a
cravação. Algumas das observações relacionadas no item Estacas de “Grandes Deslocamentos”
também se aplicam aqui.
As estacas de perfis laminados de aço são de fácil transporte e podem ser cravadas com
grande energia de cravação. Podem ser cravadas em comprimentos muito grandes, e o
comprimento da estaca pode ser alterado rapidamente. Podem suportar cargas pesadas, e podem
ser ancoradas com sucesso em superfícies rochosas com taludes acentuados (Bjerrum, 1957). As
estacas estão sujeitas ã corrosão, que pode ser prevista no projeto, ou podem ser tratadas com
proteção catódica, ou pintadas.
As estacas helicoidais são muito valiosas em obras no mar, porque podem resistir a forças
de tração e de compressão.
De um modo geral, as estacas de pequeno deslocamento são particularmente úteis se os
deslocamentos do solo e o amolgamento forem reduzidos ao mínimo.
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As estacas de perfis laminados de aço são usadas em comprimentos de até 36m, com
cargas de trabalho de até 1700KN, e as estacas helicoidais, em comprimentos de até 24 m, com
cargas de trabalho de até 2500KN.
Vantagens
Desvantagens
O concreto deve ser lançado tão rápido quanto possível após a escavação para evitar o
“amolecimento”do solo. É importante que o concreto tenha trabalhabilidade, adequada, de tal
modo que o concreto possa fluir pelas paredes do fuste da estaca. Na prática, isto significa que o
abatimento do concreto deve ser da ordem de 100mm a 150mm. Para evitar segregação, ninhos
de abelha, exudação e outros defeitos causados por excesso de água, o uso de um aditivo
plastificante pode ser conveniente. De um modo geral, o concreto deverá conter no mínimo
300Kg de cimento por metro cúbico.
Comprimento de estaca de até 45m, com cargas de até 10000KN, são usuais.
1 ESTACAS DE MADEIRA
As estacas de madeira devem atender às seguintes condições:
a) a ponta e o topo devem ter diâmetros maiores que 15 e 25 centímetros respectivamente;
b) a reta que une os centros das seções de ponta e topo deve estar integralmente dentro da estaca;
c) os topos das estacas devem ser convenientemente protegidos para não sofrerem danos durante
a cravação; quando, entretanto, durante a cravação ocorrer algum dano na cabeça da estaca, essa
exigência pode ser dispensada;
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d)as estacas de madeira devem ter seus topos (cota de arrasamento) abaixo d’água permanente;
em obras provisórias ou quando as estacas recebem tratamento de eficácia comprovada, essa
exigência pode ser dispensada;
e)em terrenos com matacões, devem ser evitadas as estacas de madeira;
f)quando se tiver que penetrar ou atravessar camadas resistentes, as pontas devem ser protegidas
por ponteira de aço;
g)em águas livres, as estacas de madeira devem ser protegidas contra o ataque de organismos.
2 ESTACAS DE AÇO
Estacas de aço devem ser praticamente retilíneas e resistir à corrosão, pela própria natureza
do aço ou por tratamento adequado. Quando inteiramente enterradas em terreno natural,
independentemente da situação do lençol d’água, as estacas metálicas dispensam tratamento
especial. Havendo, porém, trecho desenterrado ou imerso em aterro com matérias capazes de
atacar o aço, é obrigatória a proteção desse trecho com um encamisamento de concreto ou outro
recurso adequado (pintura, proteção católica, etc.)
As estacas de aço podem ser constituídas por perfis laminados ou soldados, simples ou
múltiplos, tubos de chapa dobrada (seção circular, quadrada ou retangular), tubo sem costura e
trilhos.
As estacas metálicas podem ser emendadas por solda, telas aparafusadas ou luvas.
Consideram-se retilíneas as estacas cujo raio de curvatura for maior que 400 metros.
3 ESTACAS EM CONCRETO
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Conclusão
O melhor tipo de fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura com segurança e
se adequa aos fatores topográficos, maciço de solos, aspectos técnicos e econômicos, sem afetar
a integridade das construções vizinhas. É importante a união entre os projetos estrutural e o
projeto de fundações num grande e único projeto, uma vez que mudanças em um provocam
reações imediatas no outro, resultando obras mais seguras e otimizadas.
São apresentadas aqui as prescrições da Norma Brasileira (NBR 6122) sobre a elaboração
de projeto e a execução de fundações em profundidade, particularmente no que diz respeito:
Conforme já definido, a carga admissível de uma estaca ou tubulão é aquela que provoca
apenas recalques admissíveis para a estrutura e que apresenta segurança à ruptura do solo e do
elemento de fundação. Na definição dos recalques admissíveis, deve ser examinada a
sensibilidade da estrutura projetada a recalques, especialmente a recalques diferenciais; os quais,
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de ordinário, são os que prejudicam sua estabilidade. Os dois primeiros aspectos (recalques e
segurança à ruptura do solo) definem a carga admissível do ponto de vista geotécnico. O
último aspecto (segurança à ruptura do elemento de fundação) define carga admissível do
ponto de vista estrutural.
Pr P1 Pp
Onde:
1.1.1.4 O atrito lateral é considerado negativo no trecho em que o recalque do solo tender a ser
maior que o da estaca ou tubulão. Este fenômeno ocorre no caso de solo em processo de
adensamento provocado pelo peso próprio ou devido a sobrecargas lançadas na superfície,
rebaixamento de lençol d’água ou amolgamento decorrente da execução de estaqueamento.
1.1.1.5 No caso de estacas em que se prevêem ações de atrito negativo, a carga admissível deve
ser obtida deduzindo da carga de ruptura a parcela prevista para o atrito negativo, e aplicando o
coeficiente de segurança 2,0 à diferença. Isso equivale a admitir-se um coeficiente de segurança
inferior a 2,0 sobre a soma das cargas útil e de atrito negativo.
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1.1.1.6 Recomenda-se calcular o atrito negativo segundo métodos teóricos que levem em conta o
funcionamento real do sistema estaca-solo.
1.1.1.7 Os seguintes métodos são usados na determinação da capacidade de carga do solo
(capacidade de carga de fundações profundas);
a) Métodos estáticos
Podem ser teóricos, quando o cálculo é feito com teoria desenvolvida dentro na Mecânica
dos Solos, ou semi-empíricos, quando são usadas correlações com ensaios “in situ”.
Os coeficientes de segurança a serem aplicados devem ser os recomendados pelos autores
das teorias ou correlações.
Na análise das parcelas de resistência de ponta e de atrito lateral, é necessário levar em
conta a técnica executiva, as peculiaridades de cada tipo de estaca ou tubulão; quando o
elemento de fundação tiver base alargada, o atrito lateral deve ser desprezado ao longo de um
trecho inferior do fuste (acima do início do alargamento da base) igual ao diâmetro da base.
b) Provas de carga
Onde:
r = recalque de ruptura convencional
P = carga de ruptura convencional
L = comprimento da estaca
A = área da seção transversal da estaca
E = módulo de elasticidade do material da estaca
D = diâmetro do circulo circunscrito à estaca
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c) Métodos dinâmicos
Nota: Os métodos dinâmicos não devem ser usados isoladamente, ou seja, não dispensam o
cálculo estático ou prova de carga.
1.1.1.2.1 A verificação do recalque pode ser feita através de cálculo por método consagrado,
teórico ou semi-empírico, sendo as propriedades do solo obtidas em ensaios de laboratório ou “in
situ” (eventualmente através de correlações) e levando-se em consideração as modificações
nessas propriedades causadas pela instalação do elemento de fundação, ou por prova de carga.
1.1.1.2.2 No caso de verificação por prova de carga, a carga admissível a carga admissível não
1
pode ser superior a daquela que produz o recalque (medido no topo) aceitável pela estrutura.
1,5
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1.1.1.3.1 No caso de prova de carga à tração ou para carga horizontal, vale o coeficiente de
segurança 2,0 à ruptura e o coeficiente de segurança 1,5 em relação à carga correspondente ao
deslocamento compatível com a estrutura. Se a prova de carga horizontal for realizada sem carga
vertical simultânea, a fixação do deslocamento compatível deve-se considerar a influência da
carga vertical que atua na estaca ou tubulão.
1.1.1.3.2 Em estruturas sujeitas a esforços cíclicos, as eventuais provas de carga devem ser
feitas de modo a verificar a influência desse tipo de carregamento.
1.1.2.1 De acordo com o já definido, a carga admissível sobre um tubulão isolado depende da
sensibilidade da construção projetada aos recalques , especialmente aos recalques diferenciais, os
quais de ordinário são os que prejudicam a sua estabilidade.
1.1.2.2 A carga admissível pode ser determinada através de métodos teóricos, provas de carga e
correlações.
a) Métodos teóricos
b) Provas de carga
c) Correlações
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1.1.3.1 Entende-se por efeito de grupo de estacas ou tubulões, o processo de interação das
diversas estacas ou tubulões que constituem uma fundação, ao transmitirem ao solo as cargas
que lhes são aplicadas. Essa interação acarreta uma superposição de tensões, de tal sorte que o
recalque do grupo de estacas ou tubulões, para a mesma carga por estaca é, em geral, diferente
do recalque da estaca ou tubulão isolado.
1.1.3.2.1 No caso particular de conjunto de tubulões de base alargada a verificação deve ser feita
em relação a uma sapata que envolva as bases alargadas e seja apoiada na mesma cota de apoio
dos tubulões.
1.1.3.2.2 Pode-se adotar qualquer outro método consagrado de cálculo, desde que leve em
conta as características reais do comportamento do solo.
1.1.3.4 As considerações de 1.1.3.2 não são válidas para blocos de elementos inclinados.
Atenção especial deve ser dada aos esforços de tração decorrente da cravação por
percussão ou vibração.
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No caso de estacas metálicas, o eletrodo a ser utilizado na solda deve ser compatível com
o material da estaca. O uso de telas parafusadas ou soldadas é obrigatório nas emendas, sendo
que seu dimensionamento deve satisfazer às normas em vigor.
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3 No caso de estacas de aço ou madeira, deve ser cortado o treco danificado durante
a cravação ou o excesso em relação à cota de arrasamento, recompondo-se, quando necessário, o
trecho da estaca até essa cota.
4 Nas estacas de concreto, quando a armadura da mesma não tiver função resistente
após a cravação, não há necessidade de sua penetração no bloco de coroamento. Caso contrário,
a armadura deve penetrar suficientemente no bloco a fim de transmitir a solicitação
correspondente.
5 Nas estacas de aço de perfis laminados ou soldados, quando se tratar de estacas de
compressão, basta uma penetração de 20 cm no bloco. Pode-se, eventualmente, fazer uma
fretagem, através de espiral, em cada estaca nesse trecho. No caso de estacas trabalhando à
tração, deve-se soldar uma armadura de modo a transmitir as solicitações correspondentes.
6 No caso de estacas de aço tubulares, ou se utiliza o disposto em 5 ou, se a estaca
for cheira de concreto até a altura tal que transmita a carga por aderência à camisa, o disposto em
4 como estaca de concreto.
7 Nas estacas vazadas de concreto ou aço, antes da concretagem do bloco, o furo
central deve ser convenientemente tamponado.
8 O topo dos tubulões apresenta, normalmente, dependendo do tipo de
concretagem, concreto não satisfatório. O mesmo deve ser removido até que se atinja material
adequado, ainda que abaixo da conta de arrasamento prevista, reconcretando-se a seguir o trecho
eventualmente cortado abaixo dessa cota.
9 Tubulões sujeitos apenas a esforços de compressão não precisam ter ferragem de
ligação com o bloco de coroamento, se este existir.
10 Em qualquer caso, deve ser garantida a transferência adequada de carga do pilar
para o tubulão.
11 É obrigatório o uso de lastro de concreto magro em espessura não inferior a 10 cm
para execução do bloco de coroamento de estaca ou tubulão. No caso de estacas de concreto ou
madeira e tubulões, o topo dessa camada deve ficar 5 cm abaixo do topo acabado da estaca ou
tubulão.
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Sempre que se utiliza estaqueamento é necessário que exista bloco de ligação entre a
estrutura e a (as) estaca (as), logo, esse elemento tem importância fundamental na edificação,
porém não permite uma inspeção visual quando está em serviço. Por isso é necessário conhecer
seu comportamento quando está sobre a ação ou efeito de cargas. Os blocos são estruturas
tridimensionais, o que torna seu funcionamento complexo. (FERREIRA et al, 2015)
A distribuição das estacas no bloco de coroamento deve ser feita de forma que se obtenha
segurança e economia. De acordo com o número de estacas por bloco as disposições das mesmas
são feitas de maneiras diferentes, como pode ser visto em sugestão de Alonso (1983).
Distribuição sugerida para 2ø, 3ø, 4ø, 5ø, 6ø, 7ø e 8ø de estacas. (ALONSO, 1983)
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Unidade 06
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Por esta razão, por si mesma comprovada, é extremamente prudente e não recomendável
que a capacidade de carga admissível de elementos de fundação não deve ser pré-fixada a partir –
exclusivamente – da capacidade resistente estrutural do elemento. Esta situação pode servir como
referencia inicial para uma estimativa preliminar do número de elementos necessários (número
de estacas para absorver a carga de um pilar, por exemplo), mas a capacidade de carga admissível
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Pu = Psu + Pbu
Se, no entanto, por qualquer motivo (por exemplo: adensamento de uma camada
compressível), o movimento relativo so1o-estaca é ta1 que o solo se desloca mais que a estaca,
ocorre o chamado atrito negativo (solo sobre a estaca), o qual sobrecarrega a estaca. Isto pode
ocorrer quando proveniente da carga do aterro ou ocasionado pelo aumento das pressões efetivas
devidas a um rebaixamento do nível do lençol d'àgua.
Os dois terrnos Psu e Pbu, reconhece-se, são difíceis de serem avaliados corretamente.
Daí o grande número de fórmulas, baseadas em hipóteses mais ou menos questionáveis.
A determinação da capacidade de carga de uma estaca isolada pode ser feita por
fórmulas estáticas (teóricas ou empíricas), fórmulas dinâmicas, ou provas de carga. Existem
várias teorias de capacidade de carga, devidas a diferentes autores.
Prova de Carga
A avaliação da carga de ruptura de uma estaca pode ser feita através da interpretação das
curvas carga-recalque obtidas de provas de carga estáticas executadas por diversos métodos.
Entre eles podem ser citados o prescrito na NBR-6122, o de Davisson e o de Van der Veen...
A utilização deste procedimento, no entanto se justifica para grandes obras ou para
aquelas em que há muita incerteza no seu dimensionamento.
Formulação Estática
Utiliza-se de métodos convencionais da Mecânica dos Solos para a avaliação, a partir de
parâmetros previamente determinados
Formulação Dinâmica
Utiliza-se de dados obtidos no campo, na cravação da estaca
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Formulação Teórica-Conceitual
(Segundo Poulos e Davis em “Pile Foundation Analysis and Design - 1980)
Pu = Psu + Pbu - W
Para o cálculo da resultante de reação do solo (força de reação – referido aqui como
capacidade de carga) utilização do conceito de tensão = força/área, tendo como conseqüência a
expressão para a força de reação = tensão solo/estrutura * área. Observe nas expressões abaixo:
a = Ca + u tg a
A tensão normal entre solo-estaca pode ser determinada a partir da tensão vertical:
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L
Psu = P ( ca + v Ks tg a ) dz
0
sendo vb = h (sobrecarga)
Parcela 0,5 d N : Muito pequeno - d - neste tipo de fundação
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L
Ab. vb W P. c a dz A b c u N c
0
tipo estaca
Os valores de ca é função do tipo solo
métodos de instalação
ca
como exemplos Argila Mole cu < 24 kpa 1 ca = cu então ca = 24 kPa
cu
Argila rija ca < cu
por ex. cu = 75 kPa
ca
0.6 então ca = 45 kPa
cu
6.2.1.2 - Drenado
L
Pu = P( v K s .tg a )dz Ab .( vb Nq ) W
0
Se CNc = 0
0.5 d N = 0 Valor pequeno, então:
L
Pu Fw P( v`Ks. tg a )dz A b ( vb`Nq ) W
0
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Avaliam a capacidade de carga das estacas, valendo-se dos elementos obtidos durante a
cravação. Não servem, pois, para as estacas "in situ".
Todas elas partem da medida da nega, que é a penetração que sofre a estaca ao receber um
golpe do pilão, no final da cravação. Observe-se que a nega é uma condição necessária, mas
não suficiente para se conhecer a capacidade de carga de uma estaca.
Wr h = Ru S + C perdas
Solos permeáveis
Solos não saturadados Ru Pu ( Qu )
Solo argilosos
Solos pouco permeáveis Ru Pu
Ru < Pu
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Conclusões
Reação cravação dinâmica Reação cravação estática.
Fórmulas dinâmicas elemento de controle da cravação, não fornecendo o valor da
capacidade de carga estática
A utilização de fórmulas Dinâmicas deve ser feita em conjunto com análises estáticas e
resultados de prova de carga.
FORMULAÇÃO MATEMÁTICA
A igualdade entre a energia de queda do martelo e o trabalho gasto durante a cravação da
estaca pode ser escrito também da seguinte forma:
P h = R e + Z
onde:
P = peso do martelo;
h = altura de queda; .
R = resistência oferecida pelo terreno
à penetração da estaca;
e = nega;
Z = soma das perdas de energia durante
a cravação (compressão do terreno,
da estaca, do capacete etc.).
Por outro lado, das observações práticas sobre o emprego destas fórmulas, conclui-se que
as mais complicadas não conduzem a nenhuma vantagem sobre o emprego das mais simples.
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R
P= ,
FS
Uma fórmula de uso também muito generalizado é a chamada fórmula dos holandeses
(Woltmann):
P2h
R
( P Q) e
NEGA
O uso destas expressões matemáticas permite a determinação de valores numéricos
limites para a chamada “nega” das estacas, ou seja, o valor que deve ser obtido na cravação para
“garantir” dinamicamente (vejam que são utilizados fatores de segurança extremamente
elevados) a capacidade de carga esperada para a estaca.
A foto ilustra o operário com uma régua para “riscar” a estaca e medir a penetração,
após 10 golpes para verificação da “nega”
148
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6.4 - Métodos Diretos para Cálculo da Capacidade de Carga por meio do SPT
É utilizado aqui, como referência principal o trabalho “Capacidade de carga por meio
do SPT”, publicado por Dirceu de Alencar Velloso no 20 Seminário de Engenharia de
Fundações Especiais, realizado em São Paulo entre 19 e 21 de Novembro de 1991.
Em 1956 (Meyerhof, 1956) publicou seu primeiro trabalho no Journal of the Soil
Mechanics and Foundations Division of the American Socity of Civil Engineers. O tema foi
retomado na “11th Terzaghi Lecture” (Meyerhof, 1976).
1o ) Para estacas cravadas até uma profundidade Db em solo arenoso, a resistência unitária de
ponta (em Kgf/cm2) é dada por:
0,4NDb
qp 4N (1.1)
B
Onde B é o diâmetro da estaca, e a resistência unitária por atrito lateral (em Kgf/cm2) é dada por:
N
fs (1.2)
50
2o) Para siltes não-plásticos pode-se adotar como limite superior da resistência de ponta (em
Kgf/cm2):
qp = 3N (1.3)
3o) Para estacas escavadas em solos não coesivos a resistência de ponta é da ordem de um terço
dos valores dados por (1.1) e (1.3) e a resistência lateral é da ordem da metade do valor dado por
(1.2).
4o) Para estacas com base alargada tipo franki a resistência de ponta é da ordem do dobro da
fornecida pelas equações (1.1) e (1.3).
5o) Se as propriedades da camada suporte arenosa variam nas proximidades da ponta da estaca,
deve-se adotar para N um valor médio calculado ao longo de 4 diâmetros para cima e um
diâmetro abaixo da ponta da estaca.
149
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6o) Quando a camada suporte arenosa for sobrejacente a uma camada fraca e a espessura H entre
a ponta da estaca e topo desta camada fraca for menor que a espessura crítica da ordem de 10B, a
resistência da ponta da estaca será dada por:
(q1 q 0 ). H
q p q0 q1 (1.4)
10B
7o) Para estacas em argilas, nenhuma relação direta entre capacidade de carga e N é apresentada.
8o) O recalque S (em polegadas) de um grupo de estacas em areia é dado aproximadamente pela
expressão:
2p B
S (1.5)
N
Onde B é a largura do grupo de estacas, em pés; p a pressão aplicada ao solo pelo grupo de
estacas em tsf (ou em Kgf/cm2) e N o S.P.T. médio ao longo de uma profundidade igual à largura
do grupo. Para areias siltosas, recomenda-se adotar o dobro do valor dado por (1.5). Se as estacas
penetram D‟ na camada suporte, o valor obtido por (1.5) será multiplicado por um fator de
influência I dado por:
D'
I 1 05
. (1.6)
8B
RP = K . N (2.7)
Para a resistência UNITÁRIA por atrito lateral local no ensaio do cone, preferiu-se adotar
correlações estabelecidas por Begemann (1965) entre este parâmetro e a resistência de ponta:
R1= . RP (2.8)
Tabela 2.2
TIPO DE SOLO (%)
Areias finas e médias 1,2 - 1,6
Areias siltosas 1,6 - 2,2
Siltes areno-argilosos 2,2 - 4,0
Argilas > 4,0
R1 . K. N
R '1
F2 F2 (2.10)
151
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Tabela 2.3
TIPO DE SOLO F1 - reavaliados (1988) F2 - reavaliados (1988)
Franki 2,5 5,0 - 2,0
Metálica 1,75 - 1,7 3,5 - 3,0
Pré-moldada de concreto D < 60 cm 1,75 - 1,9 3,5 - 1,4
Pré-moldada de concreto D > 60 cm 2,5 1,4
Escavada D < 60 cm 3,0 - 6,1 6,0 - 5,2
Strauss 4,2 3,8
Observa-se que na versão original a relação entre coeficientes foi de F2/F1=2, exceto para
as estacas strauss. Em uma segunda versão foram publicados os seguintes valores para F1 e F2:
152
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Partindo das tabelas 2.1 e 2.2 foram estabelecidos para K e os valores constantes da tabela 2.4.
(obs.: l Kg /cm2 = 100 KPa = 0,1 MPa)
DIMENSIONAMENTO
Obtidos os valores de atrito e base unitários, tem-se o valor final de capacidade de carga
na ruptura (último) multiplicando-se estes valores pelas suas áreas correspondentes:
Pbu = Abase qu resistência de ponta.
Interessante registro pode ser visto na foto apresentada a seguir, da presença dos
Professores Nelson Aoki e Dirceu Velloso na UFJF, em participação no 10 Congresso de
Engenharia Civil realizado em 1994. Estão também neste registro o ilustre Prof. Vitor F. B. de
Melo, este Prefessor e alunos da nossa Faculdade.
Não se visou a obtenção de valores exatos, mas sim de estimativas que fossem além de
bastante aproximadas, seguras e de fácil determinação.
1. Generalidades
Há vários anos, vem o primeiro autor utilizando os valores de SPT para avaliar, tanto a
resistência por atrito lateral de estacas, quanto sua resistência de ponta. Os coeficientes então
utilizados eram fruto apenas de experiência profissional, sem nunca terem sido confrontados, de
forma sistemática, com dados fornecidos por provas de carga.
2. Processo de Cálculo
O processo ora apresentado leva em conta os valores de SPT além de, no caso da
resistência de ponta, o tipo de solo.
154
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TABELA I
SPT ADESÃO
(médio ao longo do fuste) (t/m2)
3 2
6 3
9 4
12 5
15 6
TABELA II
SOLO C (t/m2)
Argilas 10
Siltes (alt. de rocha) 30
Areias 50
3. Análises Efetuadas
Foram consideradas 41 provas de carga executadas pelo segundo autor para serem
confrontadas com os valores obtidos pelo processo acima indicado.
Os valores obtidos confirmaram, em linha gerais, os dados da Tabela I e nos levaram a
rever a Tabela II.
TABELA III
SOLO C (t/m2)
Argilas 12
Siltes argilosos (alt. de rocha) 20
Siltes arenosos (alt. de rocha) 25
Areias 40
155
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Embora o estudo tenha sido efetuado basicamente para estacas pré-moldadas de concreto,
admitimos em primeira aproximação que seja também válida para estacas tipo Franki, para
estacas Strauss (apenas com ponta em argila, como aliás, deve sempre ocorrer) e estacas
escavadas.
Os autores não apresentam qualquer indicação (nesta versão apresentada, a esta data)
quanto ao coeficiente de segurança a adotar.
O Eng. Décourt tem procurado aperfeiçoar o método exposto no item 6.4.3. Em 1982,
levou ao 2o Simpósio Europeu sobre Ensaios de Penetração (Amsterdam) uma contribuição em
que propõe:
1o) A resistência lateral, em tf/m2, é dada por:
N
qs 1 (4.13)
3
onde N é o valor médio do N ao longo do fuste. A expressão independe do tipo de solo.
2o) Na determinação de N os valores de N maiores que 50 devem ser considerados iguais a 50.
5o) Para estacas escavadas com lama bentonítica cujo recalque não deve exceder 1cm, só se
consideraria a resistência lateral calculada pela expressão (4.13).
6o) Quando se admite maiores recalques pode-se considerar uma resistência de ponta admissível
que, em Kgf/cm2, seria igual a N/3 em que N é a média dos S.P.T.s no nível da ponta de estaca,
1m acima e 1m abaixo. Essa resistência de ponta admissível é somada à resistência lateral.
Uma estaca assim projetada tem um recalque em cm da ordem de 2/3 do diâmetro em metros:
2
S1 (cm) = D (m) (4.15)
3
Se S3 é o recalque necessário para a mobilização do atrito lateral, o recalque total da estaca será:
S = S1 + S2 + S3 (4.17)
F
Fp . Ff . Fd . Fw (4.18)
onde: Fp Coeficiente de segurança relativo aos parâmetros do solo ( = 1,1 para o atrito
lateral; 1,35 para a resistência de ponta ).
Ff Coeficiente de segurança relativo à formulação adotada ( = 1,0 ).
Fd = Coeficiente de segurança para evitar recalques excessivos ( = 1 para o atrito lateral;
= 2,5 para a resistência de ponta ).
Fw Coeficiente de segurança relativo à carga de trabalho da estaca ( = 1,2 ).
Qs Qp
Q (4,19)
1,3 4
Tabela 2.7
TIPO DE SOLO (tf/m2)
Argilas 10
Siltes argilosos (alt, de rocha) 12
Siltes arenosos (alt, de rocha) 14
Areias 20
Este método foi, posteriormente (Quaresma e outros, 1996), estendido para outros tipos
de estacas também muito utilizadas e mais recentemente difundidas, não indicadas inicialmente.
Para tanto, são considerados os parâmetros “α” e “ ” a seguir relacionados (Tabela
abaixo). Estes valores são de majoração ou de minoração, respectivamente para a resistência de
ponta e para a resistência lateral.
Neste caso, a expressão geral para a determinação da carga de ruptura da estaca é dada por:
157
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Qu = α . qp . Ap + . qs . As
(veja que as parcelas de ponta e atrito ficaram multiplicadas por alfa e beta, respectivamente)
ou ainda,
Qu = α . K. Nspt p . Ap + 10 . . [( Nspt s/3 + 1) . As] em kN/m2
onde:
Nsptp : Nspt na ponta da estaca (valor médio entre correspondente à ponta da estaca, o
imediatamente anterior e o imediatamente posterior)
Nspt s : Nspt ao longo do fuste da estaca
DIMENSIONAMENTO
Obtidos os valores de atrito e base unitários, tem-se o valor final de capacidade de carga
na ruptura (último) multiplicando-se estes valores pelas suas áreas correspondentes, como no
método de Aoki-Velloso.
Para o cálculo da carga admissível (útil) da estaca deve-se adotar os Fatores de Segurança
sugeridos pelos autores.
Fig.
Estaca: dimensões e solicitações
158
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A capacidade de suporte Pu de uma estaca, com comprimento L pode ser estimada com
base na expressão
Psu U (l i f ui ) Pbu Ab qu
onde:
U = perimetro da seção transversal do fuste (diâmetro d)
Ab= área da base (diâmetro db)
= fator da execução da estaca
= fator de carregamento
1 para estacas comprimidas
=
0,7para estacas tracionadas
fui= atrito, ou aderência, lateral médio em cada camada de solo, com espessura, atravessada
pela estaca (UNITÁRIO).
qu= pressão de ruptura do solo sob a ponta da estaca (UNITÁRIO).
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Este método basea-se na formulação de Poulos e Davis (1980) e estabelece ainda para sua
aplicação que a investigação geotécnica deve atingir 2 a 3 diâmetros da estaca abaixo da cota
estimada de assentamento e que a limpeza do contacto concreto-rocha seja garantida.
onde:
τ ℓr = resistência por atrito lateral;
fcK = tensão característica do concreto
Logo temos:
Qult = A x σ pr + Aℓ x τ ℓr
onde:
Ap = área da ponta da estaca em rocha
Aℓ = área lateral da estaca embutida em rocha
Valores de βpo
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Uma vez dimensionado geotecnicamente uma fundação em estacas deve-se observar a sua
capacidade estrutural, assim como será analisada tal capacidade no caso das estacas trabalharem
de “ponta”. Neste segundo caso, trabalhando exclusivamente por ponta, o dimensionamento se
faz fundamentalmente avaliando a condição de capacidade de carga estrutural.
Escolhido o tipo de estaca, podem-se verificar a capacidade estrutural com o fornecedor
das estacas ou adotar valores com base em tabelas como a seguir apresentada, segundo Alonso
- 1992 (que tem o caráter de ser apenas orientadora), assim como são apresentados também,
nesta “tabela” os espaçamentos mínimos a serem adotados entre eixos entre estacas (“d”) ou em
relação à divisas (“a”).
O cálculo do número de estacas a partir apenas da carga estrutural (Carga-KN - máxima
carga admissível) é frequentemente determinado dividindo a carga do pilar pela Carga
Admissível admitida para a estaca.
Exemplo de Projeto de Fundações com diferentes pontos de carga, com blocos de 1, 2, 3 e 4 estacas
162
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6.7 – Exercícios
1- Utilizando o método de Aoki e Velloso, calcular a carga admissível de uma estaca do tipo
Franki, com diâmetro do fuste = 40 cm e volume da base V= 180 l. O comprimento da estaca e
as características geotécnicas do solo são dados a seguir.
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2- Utilizando o exemplo anterior (método de Aoki e Velloso, estaca do tipo Franki, com
diâmetro do fuste = 40 cm) calcular a carga admissível para a estaca assente no perfil
apresentado abaixo:
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Dimensionamento
Este mesmo cálculo poderá ser feito por intervalos de 1 metro. Desta forma, nos permite
definir um comprimento de estaca compatível com uma capacidade de carga que se tenha
interesse em atender. O cálculo é feito para um comprimento maior que o requerido o que
permite avaliar o comprimento necessário para a estaca.
SPT 7
9
14
5
2
3
4
14
9,0 23 SPTs de ponta: 14 / 23 / 20
20
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b) Resistência de ponta:
qp cN
14 23 20
N 19
3
c 40 (tabela III)
qp 40 19 760 (t / m 2 )
Pbu q p Ab 760 0,0314 m 2 23,86t
c) Resistência total:
6.0 23
R' p 78,86 Kgf / cm 2
1,75
0,07886 t
Pbu Rp Ap 788,6t / m2 0,0314 m2 24,77t
0,0001m2
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b) Atrito lateral:
KN U l
Rl = Psu = Rl x Al Psu = KNx (fazer o somatório, se maior que 1m)
F2 F2
Quadro para calcular o atrito lateral acumulado em cada profundidade inteira (1m)
U l
Profundidade (m) Valor do SPT Coef. K (t/m2) Coef. (/100 ) Psu (t)
F2
1 7 33 0,03 1,247
2 9 33 0,03 2,851
3 14 33 0,03 5,346
4 5 33 0,03 6,237
5 2 33 0,03 0,18 6,593
6 3 33 0,03 7,128
7 4 60 0,03 8,424
8 14 22 0,04 10,642
9 23 60 0,03 18,094
Psu 18,09t Não considerado no cálculo l 100 como pode ser levado em conta, por
exemplo, no trecho de 6,0 a 7,0 m. No caso de 6,0 a 6,8 - SPT = 4, K = 3,3 e = 0,03 e 6,8 a 7,0
– SPT = 4, mas K = 6,0 e = 0,03.
c) Resistência total:
Qu Ps u Pb u 18,09 24,77 42,86t
Utilizando FS = 2, temos:
42,86
Q 21,43t
2
Utilizando FS = 2, temos:
41,38
Q 20,69t
2
6. 8 - Efeito de Grupo
(segundo Moraes, 1976)
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1 - Critério de Feld
Segundo a regra prática de Feld a carga de cada estaca é reduzida de tantos 1/16 quantas
forem as estacas vizinhas, na mesma fila ou em diagonal. É preciso, também, como para as
estacas pré-moldadas, guardar um espaçamento entre os centros geométricos das estacas, um
valor não inferior a 3 vezes o seu diâmetro.
2 - Critério de Labarre
Outra expressão muito usada para determinar a eficiência de um grupo de estacas é a de
Labarre
n 1m m 1n
E 1
90 mn
Onde:
m - número de filas
n – número de estacas em uma fila
d
- ângulo cuja tangente é igual a em graus.
s
s – distância entre os eixos de duas estacas.
d – diâmetro da estaca.
Exemplo de cálculo:
Como se pode notar, tanto Labarre como Feld não fazem qualquer referência ao tipo de
solo, o que tem dado motivo a críticas.
3 - Critério de Terzaghi-Peck
Outro procedimento é indicado por Terzaghi-Peck adotando, para capacidade de carga do
conjunto de estacas, a expressão:
Qc Qdr UD f
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Geotecnia de Fundações e Obras de Terra - 2018 Prof. M. Marangon
Onde:
Qdr – capacidade de carga de uma fundação direta de área igual à delimitada pelo grupo
de estacas assentadas na profundidade Df
Df – comprimento da estaca
U – perímetro do bloco que envolve as estacas
- resistência ao cisalhamento médio do solo entre a superfície do terreno e a
profundidade Df.
FIM – 23/04/2018
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