Você está na página 1de 20

AUTODEPURAÇÃO

RANGEL XAVIER MARTINS


VITOR BAZZO GENARO
Introdução
Com o passar dos anos, os seres humanos vem poluindo as
águas naturais com produtos biológicos e químicos, vindo a
causar modificações na biota e microbiota aquática,
conseqüentemente ocasionando problemas ambientais e de
saúde.
Essas substâncias biológicas e químicas lançadas em
corpos d’água podem ser biodegradadas por micro-organismos.
O processo natural de recuperação de um corpo d’água
que recebe lançamentos de material biodegradável é chamado
de autodepuração, que pode ocorrer por processos físicos,
químicos e biológicos.
Definição
Podemos definir a autodepuração como um processo
natural, no qual cargas poluidoras, de origem orgânica, lançadas
em um corpo d’água são neutralizadas.

De acordo com von Sperling (1996), a autodepuração pode


ser entendida como um fenômeno ou processo de sucessão
ecológica, em que há o restabelecimento do equilíbrio no meio
aquático, ou seja, a busca pelo estagio inicial encontrado antes
do lançamento de efluentes é realizada por mecanismos
essencialmente naturais.
Aspectos Ecológicos
• Antes do lançamento de efluentes - ecossistemas em equilíbrio;
• Após lançamento de efluentes – equilíbrio afetado – tendência à
reorganização (fenômeno de sucessão ecológica);
• A presença ou ausência da poluição pode ser caracterizada
através da diversidade de espécies:
 Ecossistema em condições naturais: - elevada diversidade de
espécies; - reduzido número de indivíduos em cada espécie.
 Ecossistema em condições perturbadas: - baixa diversidade
de espécies; - elevado número de indivíduos em cada espécies.
Autodepuração dos corpos
d’água
Os principais fenômenos interagentes no consumo de oxigênio
são:
• A oxidação da matéria orgânica; (MO + O2 + bactérias → CO2 + H2O + energia)
• A nitrificação;
• A demanda bentônica.
Na produção de oxigênio são:
• A reaeração atmosférica;
• A fotossíntese. (CO2 + H2O + energia luminosa → MO + O2)
Processo da Autodepuração

Fonte: https://2engenheiros.com/2018/01/23/autodepuracao-de-rios/
Ao longo de um corpo hídrico, a autodepuração é um processo que se
apresenta 4 estágios, sendo eles:
Exemplos

• Rio Tietê (Tabela);


• Rio Macaé (Mapa gráfico);
• Rio Meia Ponte (Imagens).
Rio Tietê
Dissertação de Mestrado apresentada por Mariana Rodrigues de Carvalhaes Pinheiro
Rio Meia Ponte:
• Nasce nos municipios de Itauçu e Taquaral;
• Percorre cerca de 471 Km até sua foz no rio Paranaíba;
• O ponto mais crítico do rio é quando ele entra na região
metropolitana de Goiânia, após a captação de água para
tratamento, o rio começa a receber esgotos domésticos e
industriais sem tratamento num trecho de mais de 30 Km na
região
Situação do rio Meia
Ponte na região
metropolitana de
Goiânia, águas
cinzas, fétidas e com
muita espuma. O
período que a foto foi
tirada é de estiagem,
época em que a
vazão do rio esta
mais baixa.

Fonte: https://guiaecologico.wordpress.com/2011/07/18/voce-sabe-como-funciona-a-autodepuracao-em-rios/
Esse é o rio Meia
Ponte em Rochedo
no período de
estiagem. As águas
nessa época são
transparentes, meio
esverdeadas. Nesse
local o rio já
apresenta uma
melhora significativa
de suas águas,
podemos dizer que já
se encontra na zona
de águas limpas.
Com diversidade de
organismos.
Fonte: https://guiaecologico.wordpress.com/2011/07/18/voce-sabe-como-funciona-a-autodepuracao-em-rios/
O rio Meia Ponte
em Pontalina, foto é
da mesma época da
primeira foto. Nesse
ponto não existe
cheiro, nem espuma
e as águas são bem
limpas. Existe
grande variedade
de peixes.

Fonte: https://guiaecologico.wordpress.com/2011/07/18/voce-sabe-como-funciona-a-autodepuracao-em-rios/
Modelos matemáticos
Os modelos matemáticos de qualidade da água começaram
a ser desenvolvidos no início do século XX, devido à
preocupação com a saúde pública e com questões relacionadas
ao saneamento ambiental. As técnicas de modelagem
matemática de qualidade da água vêm sendo aprimoradas
desde a sua origem.
• Modelo de Streeter-Phelps, criado no ano de 1925;
• O ano de 1976 foi marcado em relação à evolução dos
modelos de qualidade da água, com a apresentação dos
modelos QUAL-SEMOG, CE-QUAL-W2, QUAL2E, HSPF e
MIKE 11.
Modelos matemáticos
Modelo simplificado que leva em consideração apenas:
• consumo de oxigênio: oxidação da matéria orgânica
(respiração);
• produção de oxigênio: reaeração atmosférica.
O modelo Streeter-Phelps (1925):
• Modelo clássico de OD e DBO;
• Restrito às condições aeróbicas no corpo d`água;
• Considera rios regime fluxo em pistão.
Aplicação do modelo de Streeter – Phelps
Dados de entrada do modelo
• vazão do rio, a montante do
lançamento (Qr);
• vazão de esgotos (Qe);
• oxigênio dissolvido no rio, a montante
do lançamento (ODr);
• oxigênio dissolvido no esgoto (ODe);
• DBO5 no rio, a montante do
lançamento (DBOr); • velocidade de percurso do rio (v);
• DBO5 do esgoto (DBOe); • tempo de percurso (t);
• coeficiente de desoxigenação (K1); • concentração de saturação de OD (Cs);
• coeficiente de reaeração (K2); • oxigênio dissolvido mínimo permissível
(ODmin).
Considerações Finais
• Mesmo com a modelagem, deve-se garantir a proteção
dos recursos hídricos por meio de  monitoramento e a
avaliação de sua qualidade ao longo dos rios, estabelecendo
metas e controlando as descargas de poluentes, de forma
que um nível aceitável de qualidade da água se mantenha.
• Por isso a compreensão da autodepuração dos corpos
d’água constitui em elemento básico para a adoção de
medidas e ações que visam a qualidade das águas.

Você também pode gostar