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1 Explique que fenômeno(s) acontece em cada um dos trechos identificados na

curva: A-B, B-C, C-D e D-E e E-F do problema 1.

● Em AB: ocorre deformação elástica, até o limite de escoamento superior (ponto B),
nesta região a deformação e tensão estão diretamente relacionadas, por meio do
módulo elástico
● Ponto B: átomos intersticiais bloqueiam a formação de discordâncias. A partir deste
ponto, temos queda de tensão e a deformação deixa de ser proporcional a carga
aplicada e irrecuperável (início do escoamento)
● Em CD: região de elongação do escoamento, com deformação heterogênea a
tensão constante. É a zona de fluência. As discordâncias são puxadas livremente,
desde os átomos do soluto ocorre um escoamento.
● Ponto D: chamado de limite inferior de escoamento a partir do qual se inicia o
encruamento (deformação plástica - movimento de discordâncias).
● Em DE: região de encruamento onde ocorre deformação plástica até um limite de
máxima resistência (ponto E).
● Em EF: após o limite de máxima resistência (ponto E) ocorre redução da área do
material, caracterização por estricção (empescoçamento), que forma uma região de
concentração de deformação até a fratura (ponto F)

2. Explique por que o módulo de elasticidade não pode aplicar-se na região de


deformação plástica.

O módulo de elasticidade é a relação linear da tensão e deformação, onde a deformação é


proporcional à força aplicada por unidade de área.
σ
E= ε
A deformação elástica é reversível. A partir do momento que há deformação plástica, o
corpo não retorna ao seu estado original, portanto a deformação é irreversível. Na
deformação plástica não há proporcionalidade de deformação e tensão, portanto não há
linearidade. Como o módulo é a variável de proporcionalidade de ​σ​ e ​ε​ ​, não pode ser
aplicado nesse regime.

3. Explique as diferenças entre a curva tensão-deformação de engenharia e a curva


tensão-deformação verdadeira.

Enquanto a curva de tensão-deformação de engenharia considera apenas as dimensões


iniciais e a redução final na região de empescoçamento, a curva de tensão-deformação
verdadeira analisa as variações instantâneas nas dimensões do corpo-de-prova.

4. Defina resistência ao escoamento e ponto de escoamento?

Resistência ao escoamento pode ser definido como a tensão máxima que o material pode
suportar dentro do regime elástico de deformação.
Já o ponto de escoamento é o limite onde o fenômeno de escoamento começa a atuar, e o
material passa a sofrer deformação plástica.
5. Explique os conceitos de coeficiente de; encruamento (n), coeficiente de
resistência (K) dos materiais metálicos e a instabilidade na máxima resistência à
tração.

O coeficiente n é o coeficiente de encruamento e corresponde à capacidade que o material


tem de distribuir a deformação sofrida por solicitação mecânica.
O coeficiente K é o coeficiente de resistência e corresponde à resistência suportada pelo
material.
A instabilidade que ocorre na máxima resistência à tração se dá devido à redução de área
causada pela deformação sofrida pela solicitação mecânica. Essa redução faz com que as
deformações passem de um estado uniaxial para um estado triaxial, aumentando a
complexidade do processo.

6. Explique que fenômenos ocorrem na máxima resistência à tração em uma


curva tensão – deformação.

No momento de máxima resistência à tração, após atingir seu pico de resistência, é iniciado
o processo de deformação plástica não uniforme. Assim passa a ocorrer uma deformação
localizada, conhecida por empescoçamento que por fim, irá terminar na fatura do corpo de
prova.

7. Quais são os fatores complicadores que ocorre em um teste de


compressão? Explique​.

O ensaio de compressão é amplamente utilizado na indústria para análise de diversos


materiais como madeira, concreto, ferro, materiais cerâmicos, entre outros. Para os metais,
em geral, o ensaio é dificultado devido à existência de alguns fatores, como, possibilidade
de flambagem, atrito na interface entre o CP e a mesa e dificuldades de medida dos valores
numéricos, além disso, para materiais dúcteis, apenas é possível a obtenção do
comportamento no regime elástico de deformações.

A mesa apoia a peça e distribui a força aplicada, para evitar ao máximo o efeito do atrito e
da fricção na interface da peça com a mesa durante o ensaio a mesa deve ser lubrificada.

Também é fundamental a perfeita centralização do eixo do corpo de prova e o eixo da mesa


que aplica a força compressiva, além disso, para garantir que as tensões atuem somente
axialmente, as mesas devem ser completamente paralelas.

Diversas variáveis que influenciam no ensaio devem ser controladas, como temperatura,
anisotropia do material, tamanho do grão, impurezas, inclusões e, especificamente para
cerâmicas, o teor de água contido no CP deve ser considerado.

8. Por que o ferro fundido cinzento fratura perpendicularmente ao eixo do


corpo-de-prova no ensaio de tração e a aproximadamente 45°do eixo no ensaio de
compressão?

O ferro fundido cinzento é um material que não apresenta ductilidade, sendo caracterizado
por apresentar elementos de liga fundamentais, como o carbono e o silício. Além de possuir
uma estrutura em que uma parcela está em estado livre (grafita lamelar) e outra parcela em
estado combinado, dessa forma é passível de sofrer coalescimento de microcavidades e
menos planos de escorregamento. Assim ocorre a deformação plástica e fratura em tração,
pois quando o cristal é orientado de modo não favorável a ativação de sistemas de
escorregamento, a fratura ocorre por clivagem.

Porém, quando um corpo de prova de ferro cinzento é submetido ao ensaio de compressão,


a seção transversal perpendicular suporta a tensão de compressão direta. Mas, em um
plano inclinado a 45 graus em relação à normal, possui tensões de cisalhamento devido às
forças resultantes de compressão, fazendo com que o plano esteja suscetível ao
cisalhamento. Conforme supracitado, o ferro fundido, devido a sua estrutura, é fraco em
cisalhamento, levando a falha a ocorrer ao longo desse plano inclinado.

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