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MECÂNICA DOS SOLOS - UEMA

(Profa. Teresinha)

5 - COMPACTAÇÃO DOS SOLOS

Introdução

Muitas vezes na prática da engenharia geotécnica, o solo de um determinado local


não apresenta as condições requeridas pela obra. Ele pode apresentar baixa
resistente, ser muito compressível ou apresentar características que deixam a
desejar do ponto de vista econômico. Uma das possibilidades é melhorar as
propriedades de resistência do solo local através de sua compactação.

5.1 Conceito e razões da compactação

A compactação é um método de estabilização e melhoria do solo através de processo


manual ou mecânico, visando reduzir o volume de vazios do solo. A compactação tem
em vista estes dois aspectos: aumentar a intimidade de contato entre os grãos e tornar
o aterro mais homogêneo melhorando as suas características de resistência,
deformabilidade, permeabilidade, resistência à coesão e atrito interno. Assim, pode-se
dizer que visa obter um solo de tal maneira estruturado que possa ter e manter um
comportamento mecânico adequado para toda a vida útil de uma obra.

A compactação de um solo é a sua densificação (ou seja, tornar mais denso) por meio
de equipamento mecânico (geralmente um rolo compactador), embora, em alguns
casos, podem ser empregados soquetes manuais (como em pequenas valetas).
Um solo, quando transportado e depositado para a construção de um aterro, fica num
estado relativamente fofo e heterogêneo e, portanto, além de pouco resistente e
muito deformável, apresenta comportamentos diferentes de um local para o outro.

A compactação é empregada em diversas obras de engenharia, como em aterros de


diversas utilidades, nas camadas construtivas de pavimentos de rodovias e ferrovias,
na construção de barragens de terra, preenchimento de terra em obras de contenção
e reenchimento das inúmeras valetas que se abrem diariamente nas ruas das cidades.

O tipo de obra e de solo é que vão determinar qual o processo de compactação que
será empregado, a umidade em que o solo deve se encontrar na ocasião, e a
densidade a ser atingida, tendo como objetivo, evitar ou reduzir a ocorrência de
futuros recalques, aumentar a rigidez e a resistência do solo e reduzir a
permeabilidade. O aumento do peso específico de um solo produzido pela
compactação depende da energia despendida e do teor de umidade.

Vale lembrar que compactação é um processo diferente de adensamento, sendo que o


primeiro processo se trata da expulsão do ar contido nos vazios do solo, e no segundo
ocorre à expulsão da água dos interstícios do solo.

5.2 Origem do ensaio de compactação

O início da técnica de compactação é creditado ao engenheiro Ralph Proctor, que, em


1933, publicou suas observações sobre a compactação de aterros, mostrando ser a
compactação em função de quatro variáveis:

a) Peso específico seco;

b) Umidade;

c) Energia de compactação e

d) Tipo de solo.

Proctor verificou que ao aplicar certa energia de compactação (certo número de


golpes de um soquete sobre o solo contido num molde), a massa específica resultante
é em função da umidade em que o solo estiver.

Quando se faz a compactação sob uma umidade baixa, o atrito entre as partículas é
muito alto e não se consegue uma redução significativa de vazios. Para umidades mais
elevadas, a água provoca certo efeito de lubrificação entre as partículas, que deslizam
entre si, acomodando-se num arranjo mais compacto.

Na compactação, as quantidades de partículas e de água permanecem constantes; o


aumento da massa específica corresponde à eliminação de ar dos vazios. Há, portanto,
para a energia aplicada, certo teor de umidade, denominado umidade ótima, que
conduz a uma massa específica máxima, ou uma densidade máxima.

Assim, dos trabalhos de Proctor surgiu o Ensaio de Compactação, universalmente


padronizado, mais conhecido como Ensaio de Proctor.

5.3 Curva de compactação


Quando se realiza a compactação de um solo, sob diferentes condições de umidade e
para uma determinada energia de compactação, a curva obtida num ensaio é gerada a
partir γ (peso específico) e em função da umidade (h), apresentando o aspecto abaixo
indicado.

Figura 5.1: Curva de Compactação.


Fonte: Adaptado do autor.

Esta curva nos mostra que há um determinado ponto para o qual γs é máximo. A
umidade correspondente a este ponto de peso específico aparente máximo (γs,máx) é a
umidade ótima (hOT).

Ressalta-se que para cada tipo de solo, sob uma dada energia de compactação,
existem um hOT e um γs,máx., específico.

Observa-se no gráfico que a medida que cresce o teor de umidade, até h OT, obtém γs
maiores. Nessa situação, o solo torna-se mais trabalhável. Como não é possível
expulsar todo o ar existente nos vazios do solo, a curva de compactação nunca
alcançará a curva de saturação, justificando, assim a partir de γs,máx, o ramo
descendente.

O ramo ascendente da curva de compactação é denominado ramo seco, e o


descendente ramo úmido. No ramo ascendente a água lubrifica as partículas e facilita
o arranjo desta, ocorrendo o acréscimo da massa específica aparente seca. Já no ramo
descendente a água amortiza a compactação e começa a ter mais água do que sólidos,
sendo por essa razão que a massa específica aparente seca decresce e o solo perde sua
resistência.

5.4 Ensaio de laboratório


O ensaio original para determinação da umidade ótima e do γsmáx é o ensaio de
Proctor, que foi padronizado no Brasil pela ABNT (NBR 7182/86). Consiste em
compactar uma amostra de solo, num molde cilíndrico de dimensões “padrão” (10 cm
de diâmetro, altura de 12,73 cm e volume de 1000 cm³), com porcentagens crescentes
de umidade, sob uma determinada energia de compactação. O solo é compactado em
camadas iguais por um soquete de massa de 2,50kg e uma queda de 30,50 cm

O ensaio é repetido para diferentes teores de umidade, para cada um deles, obtém-se
o peso específico aparente. Com os valores obtidos traça-se a curva γs = f(h), de onde
se obterá hOT e γsmáx.

Para a execução do ensaio, a amostra deve ser previamente seca ao ar, destorroada e
separada na quantidade necessária para o ensaio.

A seguir apresentam-se figuras mostrando os equipamentos utilizados no ensaio de


compactação.

Figura 5.2: Cilindro utilizado no ensaio de compactação.


Fonte: http://www2.dec.fct.unl.pt/
(acesso em 04/02/13)
Figura 5.3: Utilização do soquete na compactação do solo.
Fonte: http://reengenharia.blogspot.com.br/ .
(acesso em 04/02/13).

Figura 5.4: Alguns tipos de soquetes e cilindros


utilizados no ensaio de compactação.
Fonte: http://www.perta.pt/ (acesso em
04/02/13).

Figura 5.5: Extração da amostra do solo compactado.


Fonte: ftp://ftp.unilins.edu.br/ (acesso em
07/02/13).
Procedimento do ensaio

- após seca ao ar e destorroada, separa-se 7.000 g de solo, aproximadamente.

- Inicia-se o ensaio, acrescentando-se água até que ao se manusear um solo, verifica-se


certa consistência. Deve-se atentar para uma perfeita homogeneização da amostra.

- Compacta-se a amostra no molde cilíndrico em 3 camadas iguais (cada uma cobrindo


aproximadamente um terço do molde), aplicando-se em cada uma delas, golpes
distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada, com o soquete caindo de
uma altura padrão.

- Remove-se o colarinho e a base, aplaina-se a superfície do material à altura do molde


e pesa-se o conjunto cilindro + solo úmido compactado;

- Retira-se a amostra do molde com auxílio do extrator, e coleta-se uma pequena


quantidade para a determinação da umidade;

- Desmancha-se o material compactado até que possa ser passado pela peneira nº 4
(4,8mm), misturando-o em seguida ao restante da amostra inicial (para o caso de
reuso do material);

- Adiciona-se água à amostra homogeneizando-a (normalmente acrescenta água numa


quantidade da ordem de 2% da massa original de solo, em peso). Repete-se o processo
pelo menos por mais quatro vezes. De cada corpo de prova obtêm-se um peso
específico seco e um teor de umidade.

- Repete-se esse procedimento até que se tenha 5 pares de valores (densidade seca x
umidade), resultando em pontos que são plotados em um gráfico semi-logarítimo. Em
seguida, traça-se uma curva, com formato de uma parábola.

Cálculos e resultados do ensaio

Com os resultados obtidos no procedimento descrito anteriormente, obtém os


parâmetros necessários para a elaboração da curva de compactação, sendo:

- Peso específico úmido (γ):

Equação 5.1

(Peso Cilindro + Solo Úmido) − (Peso Cilindro)


γ= (g⁄cm³)
Volume do Cilindro
- Peso específico seco (γs):

Equação 5.2
γ
γs = (g⁄cm³)
1+h

Sendo:

γ = peso específico no estado natural (g⁄cm³)


γs = peso específico seco (g⁄cm³)
h = umidade do solo (%)

A partir dos cálculos desses parâmetros elabora-se a curva de compactação marcando-


se, em ordenadas, os valores dos pesos específicos secos (γs) e, em abscissas, os teores
de umidade correspondentes (h).

Uma vez desenhada a curva de compactação, obtém a umidade ótima e o peso


específico seco máximo.

A energia de compactação

Tendo em vista o surgimento de novos equipamentos de campo, de grande porte, com


possibilidade de elevar a energia de compactação e capazes de implementar uma
maior velocidade na construção de aterros, houve a necessidade de se criar em
laboratório ensaios com diferentes energias de compactação, ou seja, com diferentes
números de golpes.

De acordo com o esforço de compactação temos:

• Energia normal ou Proctor Normal: a amostra é compactada dentro de um


cilindro (ɸ 15,20 cm x h = 17,80 cm) em cinco camadas consecutivas. Cada
camada receberá 12 golpes de soquete (4,50 kg) caindo de h = 45,70 cm,
distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada.
• Energia Intermediária ou Proctor Intermediário – Idem com 26 golpes.
• Energia modificada ou Proctor Modificado – Idem com 55 golpes.

À medida que se aumenta a energia de compactação, há uma redução do teor de


umidade ótimo e uma elevação do valor do peso específico seco máximo. O gráfico
abaixo mostra a influência da energia de compactação no teor de umidade ótimo (hOT)
e no peso específico seco máximo (smáx.).
Figura 5.6: Curvas de compactação para diferentes energias de
compactação.
Fonte: adaptado do autor.

Como se verifica na figura anterior, ao crescer o esforço de compactação, o smáx cresce


e a (hOT) decresce ligeiramente.

O tipo de energia a ser aplicado no ensaio de compactação depende do tipo de solo a


ser compactado. Por exemplo, para solos grossos utiliza-se energia de compactação
maior.

5.5 Compactação no campo


Os princípios que estabelecem a compactação dos solos no campo são essencialmente
os mesmos discutidos anteriormente para os ensaios em laboratórios. Assim, os
valores de peso específicos secos máximos obtidos são fundamentalmente em função
do tipo do solo, da quantidade de água utilizada e da energia aplicada pelo
equipamento que será utilizado, que por sua vez, depende do tipo, peso e do número
de passadas sucessivas aplicadas.

No processo de compactação em campo deve-se tomar cuidado com a quantidade de


água utilizada, para que a umidade não exceda a ótima. Caso isso aconteça (em uma
obra) é necessário escarificar o solo, deixá-lo secar e reiniciar o processo de
compactação controlando a sua umidade.

Na prática, com o excesso de água, o solo fica plástico e aparece o fenômeno chamado
“borrachudo”.

A energia de compactação no campo pode ser aplicada de três maneiras diferentes:


por meios de esforços de pressão, impacto, vibração ou por uma combinação destes.
Os processos de compactação de campo geralmente combinam a vibração com a
pressão, já que a vibração utilizada isoladamente se mostra pouco eficiente, sendo a
pressão necessária para diminuir, com maior eficácia, o volume de vazios
interpartículas do solo.

Os equipamentos de compactação são divididos em três categorias: os soquetes; os


rolos estáticos e os rolos vibratórios.

5.5.1 Soquetes

São compactadores de impacto, podendo ser manuais ou mecânicos, utilizados em


locais de difícil acesso para os rolos compressores, como em valas, trincheiras, etc.
Possuem peso mínimo de 15Kgf. A camada compactada deve ter 10 a 15cm para o
caso dos solos finos e em torno de 15cm para o caso dos solos grossos. A seguir
apresentam-se imagens de alguns soquetes.

• Soquete manual – mais conhecido como pilão manual (usados em reaterros de


valas).

Figura 5.7: Pilão manual.


Fonte: http://bioarquiterra.blogspot.com.br/ (acesso em 04/02/13)

• Soquetes mecânicos - Compactação à percussão e compactador de placa – em


uma obra são conhecidos como “sapos”.

(a) (b)
Figura 5.8: Na figura (a) temos um compactador à percussão, e na (b) um
compactador de placa.
Fonte: http://aluguequip.com.br/ (acesso em 04/02/13).
5.5.2 Rolos Estáticos

Os rolos estáticos compreendem os rolos pé-de-carneiro, os rolos lisos de roda de aço


e os rolos pneumáticos.

Pé-de-Carneiro

Os rolos pé-de-carneiro são constituídos por cilindros metálicos com protuberâncias


(patas) solidarizadas, em forma tronco-cônica e com altura de aproximadamente de
20cm. Podem ser alto propulsivos ou arrastados por trator. É indicado na compactação
de outros tipos de solo que não seja a areia e promove um grande entrosamento entre
as camadas compactadas.

A camada compactada possui geralmente 15 cm, com número de passadas variando


entre 4 e 6 para solos finos e de 6 e 8 para solos grossos.

As características que afetam a performance dos rolos pé-de-carneiro são a pressão de


contato, a área de contato de cada pé, o número de passadas por cobertura e estes
elementos dependem do peso total do rolo, o número de pés em contato com o solo e
do número de pés por tambor.

Figura 5.9: Rolo pé-de-carneiro


Fonte: http://www.eleve.com.br/rolocompactador (acesso em 04/02/13)

Rolo Liso

Trata-se de um cilindro oco de aço, podendo ser preenchido por areia úmida ou água,
a fim de que seja aumentada a pressão aplicada. São usados em bases de estradas, em
capeamentos e são indicados para solos arenosos, pedregulhos e pedra britada,
lançados em espessuras inferiores a 15 cm.

Este tipo de rolo compacta bem camadas finas de 5 a 15 cm com 4 a 5 passadas. Os


rolos lisos possuem pesos de 1 a 20t e frequentemente são utilizados para o
acabamento superficial das camadas compactadas.
Os rolos lisos possuem certas desvantagens como, pequena área de contato e em solos
moles afunda demasiadamente dificultando a tração.

Figura 5.10: Rolo liso.


Fonte http://br.viarural.com/construcao (acesso em 04/02/13).

Rolo Pneumático

Os rolos pneumáticos são eficientes na compactação de capas asfálticas, camadas de


pavimentos e indicados para solos de granulação fina e arenosa. Os rolos pneumáticos
podem ser utilizados em camadas de até 40 cm e possui área de contato variável em
função da pressão nos pneus e do peso do equipamento.

Podem-se usar rolos com cargas elevadas obtendo-se bons resultados. Neste caso,
muito cuidado deve ser tomado no sentido de se evitar a ruptura do solo.

Figura 5.11: Rolo pneumático.


Fonte: http://marialva.olx.com.br/rolo-pneumatico (acesso em 04/02/13).

7.5.3 Rolos Vibratórios

Nos rolos vibratórios, a frequência da vibração influi de maneira extraordinária no


processo de compactação do solo. São utilizados eficientemente na compactação de
solos granulares (areias), onde os rolos pneumáticos ou pé-de-carneiro não atuam com
eficiência.
Este tipo de rolo, quando não são usados corretamente produzem, super
compactação. A espessura máxima da camada é de 15 cm.

Figura 5.12: Rolo vibratório liso.


Fonte http://www.multiquip.com.br/ (acesso em 04/02/13).

5.6 Controle de compactação

Para que se tenha segurança na obra executada é necessário efetuar o controle de


compactação do solo em campo. Isso é feito através do grau de compactação.

O Grau de Compactação (GC) é medido em percentual (%) e indica se o solo foi


compactado a mais ou a menos da densidade especificada em laboratório. Ressalta-se
que o ideal é obtê-las iguais.

O grau de compactação é calculado pela expressão:

Equação 7.3

Densidade aparente seca (no campo)


GC = (%)
Densidade aparente seca (no laboratório)

Existem diferentes métodos para se ter o controle de compactação no campo,


apresentados a seguir:

a) Método do Frasco de Areia

A densidade aparente seca no campo pode ser obtida utilizando o equipamento de


cone de areia que consiste de um frasco em vidro ou, em plástico, e um cone de metal
instalado no topo do frasco (figura 5.13).
No campo, um pequeno furo é escavado na área em que o solo foi compactado.
Conhecendo-se o peso úmido do solo retirado do furo e a sua umidade, calcula-se o
peso seco do solo.

Dividindo o peso específico do campo, divide-se pelo obtido em laboratório, obtendo o


Grau de Compactação do solo. O procedimento desse ensaio está descrito na norma
DNER-ME 092/94.

Figura 5.13: Frasco de Areia


Fonte: patricio.pires@gmail.com (acesso em 20/10/2022)

Figura 5.14: Detalhes da execução do ensaio de Frasco de Areia


Fonte: LABGEO -youTube (acesso em 20/10/2022).

Também se faz necessário obter a umidade do solo “in loco”. Isso ocorre utilizando-se
o aparelho Speedy (figura 5.15)

Figura 5.15: Conjunto do aparelho speedy utilizado no controle de compactação em campo.


Fonte: http://viatest.com.br/ (acesso em 07/02/13).
b) Controle de Compactação em Aterros com o Equipamento Gamadensímetro

Trata-se de uma técnica rápida não destrutiva que permite a determinação do teor de
umidade (w) e do peso específico seco (𝛾𝑆) dos solos e misturas de solos, pela
atenuação de radiação gama, quando:

a) O detector está localizado a uma profundidade conhecida e a fonte se encontra em


superfície, ou vice-versa (Método de Transmissão Direta – figura 5.17.a) ou;

b) A fonte e o detector permanecem na superfície (Método de Retrodispersão - figura


5.17.b)

Figura 5.16: Equipamento Gamadensímetro


Fonte: engenhariacivil.tecnilab.pt (acesso em 20/10/2022)

Figura 5.17: Gamadensímetro – Métodos de ensaio: a) Transmissão direta. B) Método de Retrodispersão


Fonte: intervir.pt (acesso em 20/10/2022).

O resultado é obtido determinando a umidade, através de leituras no aparelho e, em


seguida, a densidade do solo seco, a partir das expressões:
O peso específico seco, determinado com os dados de campo, deve ser dividido entre
o peso específico de laboratório ou aquele determinado para o projeto. Esta razão
permite obter o grau de compactação do aterro.

c) Controle de Compactação - Dynamic Cone Penetrometer (DCP)

O Cone de Penetração Dinâmica (CPD) ou “Dynamic Cone Penetrometer” (DCP) é um


equipamento simples, portátil e de baixo custo. Inicialmente desenvolvido em 1956 na
Austrália, foi a posteriori intensamente utilizado no Sul da África, sendo capaz de
avaliar a capacidade portante do solo, que por sua vez é uma das propriedades mais
importantes de material para rodovias.

Trata-se de um ensaio que mede a resistência à penetração de um dado solo. Destaca-


se a vantagem do DCP para avaliação de grau de compactação, ressaltando a
simplicidade de seu manuseio, implicando celeridade no processo.

O ensaio consiste na penetração de um cone no solo através de sucessivos golpes de


um martelo, que cai de uma altura de queda padronizada.

Figura 5.18: Imagens do DCP


Após a leitura das penetrações, é preenchida uma ficha de controle. Através dos
valores obtidos no equipamento, mais o número de golpes, é plotado em um gráfico
de: penetração, no eixo vertical, versus número de golpes, no eixo horizontal.

Figura 5.19: Curva DCP

Levando em consideração esse índice, pode-se tirar algumas conclusões por meio de
curvas obtidas em gráficos.

Figura 5.20 - Características das curvas DCP (Alvez e Trichês, 2002)

Na curva DCP 1, tem-se um solo que está compactado homogeneamente de acordo


com a profundidade, sendo, portanto, um solo que recebeu um eficiente controle de
compactação.

A curva DCP 2, indica que a parte superior da camada está compactada com um grau
de compactação maior que a parte inferior. Isto implica dizer, que essa curva pode
indicar que há um gasto desnecessário de energia para compactação, ou o
equipamento utilizado não é adequado para a operação, ou ainda que a camada seja
muito espessa.

Já na curva DCP 3, a curva indica que a parte superior da camada apresenta um grau
de compactação ruim em relação a parte inferior da cota – 400 mm.
Em laboratório, realiza-se a compactação do solo. Logo após o corpo de prova é
submetido ao ensaio DCP, obtendo diferentes valores de DN (cm/golpe) para cada
ponto de umidade.

Exercício de aplicação

Determinar a umidade ótima e o γsmáx de um solo que foi submetido ao ensaio de


compactação, a partir dos dados apresentados:

- Peso do cilindro = 5.196,00 g


- Volume do cilindro = 2.294,28 cm³
- Solo úmido e umidade do solo:

Descriminação Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5


Peso do cilindro + solo úmido (g) 9.886,00 10.373,00 10.604,00 10.266,35 10.105,00
Umidade do solo (%) 6,00 7,19 9,52 15,07 12,23

Atividade complementar

Ver exercícios resolvidos 4.1 a 4.4 – pag 76 a 77 – Livro: Curso Básico de Mecânica dos
Solo. Carlos Pinto

Referências Básica:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7185 – Determinação da massa


específica aparente “in situ” com frasco de areia, 1986.

DAS BRAJA, M. Fundamentos de engenharia geotécnica. Tradução All Tasks. São


Paulo, Thomson Learning, 2007.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 162/94: Solos –


Compactação utilizando amostras não trabalhadas, 1994.

______. DNER-ME 092/94 -Solo- Determinação da massa específica aparente “in situ”,
com emprego do frasco de areia, 1994.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURAS DE TRANSPORTES. DNIT-ME
164/2013 - Solos – Compactação utilizando amostras não trabalhadas, 2013.

______. DNIT-ME 405/2017 - Controle de Compactação em Aterros com o


Equipamento Gamadensímetro - Método de Ensaio

PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. Editora Oficina de Textos, 2006.

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