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ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO AR

DIVISÃO DE ENSINO
NACN – Núcleo de Aprofundamento em Ciências da Natureza
Aprofundamento em Física

HIDROSTÁTICA

Professor: Antônio Ribeiro de Rezende Neto

Barbacena, 3 de junho de 2023.


HIDROSTÁTICA

1- Introdução:

A Hidrostática é área da Física que estuda as propriedades dos fluidos em repouso. Entre as
propriedades físicas dos fluidos, podemos destacar como as mais importantes: densidade, pressão e
força de empuxo. Entendemos como fluidos as substâncias capazes de assumir o formato de seu
recipiente, mudando sua forma sob a ação de alguma força externa.

Figura 1.1: Pessoa flutuando no mar.

A densidade é um parâmetro importante, já que essa propriedade mede a quantidade de


matéria que um fluido apresenta em um determinado espaço. Segundo o Sistema Internacional de
Unidades (SI), a densidade de um fluido é medida em quilogramas por metro cúbico (kg/m³).
A pressão hidrostática mede a força por unidade de área que um fluido em repouso é capaz de
exercer contra uma superfície. Quanto maior for a profundidade de um corpo imerso em um fluido,
maior será a pressão exercida sobre ele. A unidade de pressão no SI é o pascal (Pa), que equivale à
pressão de 1 newton por metro quadrado (N/m²).
O empuxo, por sua vez, é a força que todo fluido exerce sobre os corpos nele imersos. A força
de empuxo é responsável por expelir as bolhas de gás de bebidas gaseificadas. Além disso, faz com
que uma cortiça, um navio ou um cubo de gelo flutue sobre a água. A força de empuxo é descrita pelo
Teorema de Arquimedes, e sua unidade, no SI, é o newton (N).

2- Densidade e Massa específica:

2.1- Densidade:

A densidade é a relação entre a massa e o volume de um corpo. Pode-se imaginá-la como a


concentração de massa (m) por unidade de volume (V) do corpo.
m
A expressão para a densidade é d = V.
No Sistema Internacional, a unidade para a massa é o quilograma (kg) e para o volume é o
metro cúbico (m3). Assim, a unidade do Sistema Internacional para a densidade é o quilograma por
metro cúbico (kg/m3).
Outras unidades também são muito utilizadas para a densidade, como kg/L, g/cm3 e g/mL, de maneira
que 1 g/cm3 = 1 g/mL = 1 kg/L = 1000 kg/m3.
O valor da densidade de um corpo varia de acordo com a temperatura. Por conta dos efeitos
de dilatação, o volume de um corpo cresce com o aumento da temperatura (o corpo dilata). Assim,
um aumento na temperatura faz a densidade diminuir.
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Por exemplo, o valor da densidade da água costuma ser tomado como 1000 kg/m3 ou 1 kg/L sem que
seja mencionada a temperatura em que ela se encontra.
Porém, na verdade, esse valor só possui exatidão à temperatura de 4 ºC. Na temperatura ambiente, de
25 ºC, a densidade da água é mais próxima de 997 kg/m3, e à 80 ºC se aproxima de 972 kg/m3.
Essas diferenças na densidade da água são pequenas, mas a exatidão desses números é
importante para experimentos e fenômenos científicos, como por exemplo para a ocorrência da
convecção.
Além da temperatura, também é importante observar a pressão, especialmente se tratando de
gases, mas também com líquidos. Para os gases, a pressão afeta fortemente a concentração de massa
por volume, pois ela é capaz de diminuir significativamente o espaço entre as moléculas. Portanto,
quanto maior a pressão sobre um gás, maior a sua densidade. Nos gases, a mudança na densidade
ocasionada pelo aumento de temperatura também é mais pronunciada que nos líquidos.

2.2- Massa específica:

A massa específica () de um material é definida como a razão entre a massa (m) e o
m
volume (V) ocupado por uma porção de tal material, de forma que  = V .
No Sistema Internacional, sua unidade também é o quilograma por metro cúbico (kg/m3).
A diferença entre a densidade e a massa específica reside no fato que a densidade se refere a
um corpo, enquanto que a massa específica se refere a um material, a uma substância específica.
Por exemplo, a massa específica do aço é de 7800 kg/m3. Caso um sólido maciço seja feito
inteiramente de aço, sua densidade também será de 7800 kg/m3. Entretanto, se o sólido tiver uma
porção oca em seu interior, sua densidade será diferente da massa específica do aço, mesmo que ele
seja feito inteiramente desse material.
No caso de líquidos e gases, a massa específica e a densidade são sinônimas, assim como para
sólidos maciços e homogêneos.
A densidade é um fator primordial para determinar se um corpo é capaz de flutuar, juntamente
com a força de empuxo.
Basicamente, para que haja flutuação, a densidade do corpo deve ser menor que a densidade
do líquido. Se as densidades forem iguais, o corpo permanece totalmente submerso, mas em equilíbrio
(velocidade nula ou com velocidade constante). Se a densidade do corpo for maior que a do líquido,
o corpo desce acelerado até o fundo.
Ainda, se um corpo de densidade menor que a do líquido for forçado a submergir
completamente (enquanto sua tendência natural é flutuar), ele sobe acelerado pela força de empuxo
(esse é o caso de uma boia ao ser afundada em uma piscina).
Os navios modernos são metálicos, basicamente construídos em aço. Por ser um material de
elevada densidade, o aço afunda rapidamente na água quando considerado em porções maciças. No
entanto, os navios flutuam na água porque, sendo dotados de descontinuidades internas (partes ocas),
apresentam densidade menor que a desse líquido.

Figura 2.1: Navio flutuando no mar.

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2.3- Densidade relativa:

Densidade relativa de uma substância é a razão entre a densidade de uma substância e a de


outra, tomada como padrão. A densidade relativa da substância X em relação à substância Y (dXY) é
uma quantidade adimensional, cujo valor independe do sistema de unidades escolhido para medir as
duas densidades absolutas, desde que as duas sejam medidas no mesmo sistema de unidades.

Assim, a densidade relativa é expressa pordXY = X.
Y

3- Pressão:
Pressão é a grandeza física que mede a intensidade da força aplicada perpendicularmente a
uma superfície. Trata-se de uma grandeza escalar, que pode ser calculada pela razão entre força e
área. Em unidades SI, a pressão é medida em pascal, que equivale a newtons por metro quadrado
(1 Pa = 1 N/m²), mas também pode ser medida em atm (1 atm = 1,1.105 Pa).

Figura 3.1: A pressão depende apenas do módulo da componente normal da força. A componente tangencial exerce
outro efeito, denominado cisalhamento.

Por definição, a pressão média (pm) que ⃗F exerce na superfície é obtida dividindo-se o
módulo da componente normal de ⃗F em relação a  (F
⃗ n ) pela correspondente área A:
⃗ n|
|F
pm =
A
No Sistema Internacional a unidade de pressão é N/m2, que também é conhecida como
pascal (Pa).
Nos calibradores de pneus encontrados em postos de gasolina, a pressão é expressa em libra-
força por polegada quadrada (lbf/pol²), também chamada de psi.

1 psi  6,9.103 Pa

Figura 3.2: Calibrador de pneus analógico

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Por causa da atração gravitacional, a atmosfera terrestre pressiona a superfície da Terra.
Verifica-se que, ao nível do mar, a pressão atmosférica é praticamente igual a 1 atm ou 1.105 Pa.
Representamos na ilustração seguinte a Terra e sua atmosfera. Observe as setas. Elas indicam
as forças radiais de natureza gravitacional que a atmosfera exerce sobre a superfície do planeta. São
essas forças que produzem a pressão atmosférica.

Figura 3.3: A pressão atmosférica na superfície terrestre, isto é, ao nível do mar, é determinada experimentalmente e
vale 1.105 Pa. Ilustração com formas e distâncias fora de escala e em cores-fantasia.

4- Exercícios propostos 1:

4.1- Uma solução foi preparada misturando-se 30 gramas de um sal em 300 g de água. Considerando-
se que o volume da solução é igual a 300 mL, a densidade dessa solução em g/mL será de
a) 10,0
b) 1,0
c) 0,9
d) 1,1
e) 0,1

4.2- Um corpo sólido, de massa 90 g e volume 100 cm3, encontra-se no fundo de um recipiente de
um líquido de densidade 0,60 g/cm3. Misturando-se um outro líquido de densidade 1,5 g/cm3, o corpo
começa a flutuar quando a densidade da mistura, em g/cm3, for superior a
a) 0,90
b) 1,0
c) 1,1
d) 1,2
e) 1,3

4.3- Um cilindro tem 5 cm2 como área da base e 20 cm de altura, sendo sua massa igual a 540 g. Esse
cilindro tem a parte central oca na forma de um paralelepípedo de volume 64 cm3. Determine:
a) a densidade do cilindro.
b) a massa específica da substância de que é feito.

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4.4- No preparo de uma limonada em duas etapas, foram feitas as seguintes observações:
1ª Etapa → Mistura I 1ª observação
Ao se espremer o limão sobre a água, uma semente escapou e caiu A semente imediatamente
no copo. afundou na mistura.
2a etapa → mistura II 2a observação
Na mistura obtida, dissolveram-se três colheres de açúcar. A semente subiu para a
superfície do líquido.
Das observações 1 e 2, pode-se concluir que a densidade da semente é
a) menor que a densidade do suco de limão mais água.
b) menor que a densidade do suco de limão mais água e açúcar.
c) igual à densidade do suco de limão.
d) maior que a densidade do suco de limão mais água e açúcar.
e) igual à densidade da água mais açúcar.

4.5- Para identificar três líquidos – de densidades 0,8; 1,0 e 1,2 g/cm³ – o analista dispõe de uma
pequena bola de densidade 1,0 g/cm³.

Conforme as posições das bolas apresentadas no desenho, podemos afirmar que


a) os líquidos contidos nas provetas 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente, densidades 0,8; 1,0 e
1,2 g/cm³.
b) os líquidos contidos nas provetas 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente, densidades 1,2; 0,8 e
1,0 g/cm³.
c) os líquidos contidos nas provetas 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente, densidades 1,0; 0,8 e
1,2 g/cm³.
d) os líquidos contidos nas provetas 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente, densidades 1,2; 1,0 e
0,8 g/cm³.
e) os líquidos contidos nas provetas 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente, densidades 1,0; 1,2 e
0,8 g/cm³.

4.6- O volume de álcool etílico que devemos misturar com 80 cm3 de água destilada para obtermos
uma solução alcoólica de densidade 0,93 g/cm3 é (despreze a contração de volume que acompanha a
mistura de álcool com água)
(Dados: dH2O = 1 g/cm3; dC2H2OH = 0,79 g/cm3)
a) 4 cm3.
b) 40 cm3.
c) 60 cm3.
d) 70 cm3.
e) 65 cm³.

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4.7- Com uma faca bem afiada, um açougueiro consegue tirar bifes de uma peça de carne com relativa
facilidade. Com essa mesma faca “cega” e com o mesmo esforço, entretanto, a tarefa fica mais difícil.
A melhor explicação para o fato e que
a) a faca afiada exerce sobre a carne uma pressão menor que a exercida pela faca “cega”.
b) a faca afiada exerce sobre a carne uma pressão maior que a exercida pela faca “cega”.
c) o coeficiente de atrito cinético entre a faca afiada e a carne é menor que o coeficiente de atrito
cinético entre a faca “cega” e a carne.
d) a área de contato entre a faca afiada e a carne e maior que a área de contato entre a faca “cega” e a
carne;
e) Nenhuma das anteriores explica satisfatoriamente o fato.

4.8- Um mesmo livro é mantido em repouso apoiado nos planos representados nos esquemas
seguintes:

Sendo p1 a pressão exercida pelo livro sobre o plano de apoio na situação 1 e p2 a pressão exercida
p2
pelo livro sobre o plano de apoio na situação 2, qual será o valor da relação ?
p1

4.9- Uma banqueta de três pernas pesa 50 N e cada perna tem seção reta de área 5 cm2. Subindo nela
uma pessoa de peso 700 N, qual será a pressão que cada perna exercerá no chão?

4.10- Pelas normas vigentes, o litro do álcool hidratado que abastece os veículos deve ser constituído
de 96% de álcool puro e 4% de água (em volume). As densidades desses componentes são dadas na
tabela.
Substância Densidade (g/L)
Água 1000
Álcool 800

Um técnico de um órgão de defesa do consumidor inspecionou quatro postos suspeitos de venderem


álcool hidratado fora das normas. Colheu uma amostra do produto em cada posto, mediu a densidade
de cada uma, obtendo:

Posto Densidade do combustível (g/L) Posto Densidade do combustível (g/L)


I 822 III 808
II 820 IV 805

A partir da análise desses dados, o técnico concluiu que estavam com o combustível adequado
somente o (s) posto (s)
a) I e II. d) III e IV.
b) I, II e III. e) I.
c) IV.
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5- Pressão em um líquido. Teorema de Stevin:
Considere um líquido de densidade d, homogêneo e incompressível, em equilíbrio. Imagine
uma porção desse líquido com a forma de um cilindro reto de altura h e cujas bases tenham área A,
estando a base superior exatamente na superfície livre do líquido (fig. 5.1).

⃗,F
Figura 5.1: No cilindro líquido de peso P ⃗ A age na base superior e F
⃗ B , na base inferior.

Na base superior atua a força ⃗FA , exercida pelo ar existente sobre o líquido, e, na base inferior,
a força hidrostática ⃗FB . Seja P
⃗ o peso do cilindro líquido. Como há equilíbrio, pode-se escrever:
FB = FA + P
Mas o peso do cilindro líquido vale: P = mg = dVg = dAhg.
Assim: FB = FA + dAhg
Dividindo pela área A da base, vem:
FB FA dAgh
= +
A A A
F F
Mas AA = pA é a pressão exercida pelo ar na base superior e AB = pB é a pressão na base inferior
do cilindro. Logo:
pB – pA = dgh
Essa fórmula exprime o teorema de Stevin.
A pressão em um ponto situado à profundidade h no interior de um líquido em equilíbrio é
dada pela pressão na superfície, exercida pelo ar (pA), chamada pressão atmosférica (patm), somada à
pressão exercida pela coluna de líquido situada acima do ponto e expressa pelo produto dgh.

(A) (B)
Figura 5.2: (A) A parede da barragem de uma usina hidrelétrica é mais espessa na parte inferior, que suporta pressão
mais elevada. (B) Corte lateral de uma barragem.

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5.1- Superfícies isobáricas num líquido em equilíbrio:

Como consequência imediata do teorema de Stevin, conclui-se que todos os pontos de uma
mesma superfície horizontal (situados a uma mesma profundidade h) e pertencentes a um mesmo
líquido em equilíbrio ficam sujeitos à mesma pressão.
Na figura 5.3, os pontos X e Y apresentam pressões iguais.
pX = p Y

Figura 5.3: Em pontos de uma mesma superfície horizontal, as pressões são iguais.

Portanto, num líquido homogêneo em equilíbrio, qualquer superfície horizontal é isobárica


(mesma pressão), e a recíproca é verdadeira.
Desprezando fenômenos relativos à tensão superficial, a superfície livre de um líquido em
equilíbrio sob a ação da gravidade é plana e horizontal e apresenta em todos os seus pontos a mesma
pressão, igual à pressão atmosférica.
No aquário esquematizado na figura 5.4, o peixe se submeterá à mesma pressão, nos pontos
1, 2 e 3, situados no mesmo nível horizontal, não importando o fato de os pontos 1 e 3 situarem-se
abaixo das paredes laterais do recipiente e de o ponto 2 situar-se sob a superfície livre da água.

Figura 5.4: A pressão nos pontos 1, 2 e 3 é a mesma e é dada pelo teorema de Stevin.

5.2- Líquido em um recipiente acelerado:

Quando um recipiente contém líquido em repouso a superfície livre do líquido fica horizontal
(figura 5.5-A). Porém, se o recipiente adquirir movimento horizontal com aceleração a (figura
5.5-B), a superfície livre do líquido se inclina, formando um ângulo  com a horizontal.

(A) (B)

Figura 5.5: Líquido em um recipiente em repouso (A) e acelerado (B).

O ângulo  está relacionado com a aceleração a. Para obter essa relação vamos considerar as
forças atuantes em uma partícula do líquido que esteja na superfície, conforme ilustrado na figura 5.6.

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Figura 5.6: Forças atuantes em uma partícula do líquido, num recipiente acelerado horizontalmente.

Além do peso ⃗P há a força ⃗F exercida pelo restante do líquido sobre a partícula. A resultante
dessas forças é ⃗FR (figura 5.7) tem a mesma direção e sentido da aceleração a.

Figura 5.7: Força resultante sobre uma partícula do líquido, num recipiente acelerado horizontalmente.

Sendo m a massa da partícula tem-se:


⃗FR = m. a⃗
{
⃗ = m. ⃗g
P

No triângulo sombreado na figura 5.7 observa-se:

FR m.a a
tg = = =
P m.g g
Assim,
a = g.tg

Observe que, aumentando o valor de a, aumenta-se também a tg e, consequentemente, o


ângulo  de inclinação da superfície livre do líquido em relação à horizontal.

5.3- Pressão de colunas líquidas:

O teorema de Stevin permite concluir ainda que uma coluna líquida exerce na sua base uma
pressão, devida ao seu peso, denominada pressão hidrostática (pH) e expressa por:
pH = dgh
em que d é a densidade do líquido, g a aceleração local da gravidade e h a altura da coluna (figura
5.8).

Figura 5.8: A coluna líquida exerce na base a pressão hidrostática.


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A pressão total (p) na base da coluna líquida corresponderá à soma da pressão exercida pelo
ar na superfície livre superior (pressão atmosférica: patm) com a pressão exercida pela coluna líquida
(pressão hidrostática: pH).
p = patm + pH  p = patm + dgh

Na figura 5.9, representa-se graficamente como varia a pressão p no interior de um líquido em


equilíbrio com a profundidade h, medida a partir da superfície livre do líquido exposta ao ar. Observe
que o coeficiente angular da reta corresponde a tg  = dg.

Figura 5.9: Representação gráfica da função p = patm + dgh.

5.4- A pressão atmosférica:

Acima de cada ponto da superfície terrestre, podemos considerar que há uma coluna de ar
exercendo pressão — a chamada pressão atmosférica. Quem evidenciou esse fato pela primeira vez
foi o cientista italiano Torricelli, ao realizar a seguinte experiência (figura 5.10) ao nível do mar:
encheu com mercúrio, até a borda, um tubo de vidro com 120 cm de comprimento. Tapou a
extremidade aberta (figura 5.10-A) e inverteu o tubo num recipiente com mercúrio (figura 5.10-B).
Ao destapar o tubo (figura 5.10-C) verificou que a coluna de mercúrio atingia a altura de 76 cm,
restando o vácuo acima do mercúrio, região esta denominada câmara barométrica.

Figura 5.10: Experiência de Torricelli.

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Torricelli concluiu da experiência que a pressão do ar sobre a superfície livre do mercúrio no
recipiente era igual à pressão dos 76 cm de mercúrio contidos no tubo.
Na figura 5.7-C, os pontos X (base do tubo contendo o mercúrio) e Y (ponto pertencente ao nível
livre do mercúrio e exposto diretamente à atmosfera) pertencem à mesma horizontal, portanto:
pX = pY
Mas pY = patm e pX = pcoluna. Logo:
patm = pcoluna
Nas unidades práticas de pressão, a pressão atmosférica ao nível do mar vale:

patm = 76 cmHg = 760 mmHg


No Sistema Internacional de Unidades (SI), tem-se:
patm = pcoluna = dHg g hHg = 13,6.10³ kg/m³.9,81 m/s².0,760 m 

patm = 1,01.105 N/m²  1,0.105 Pa


A pressão atmosférica depende da altitude do local. Por exemplo, a pressão atmosférica na
cidade do Rio de Janeiro é maior que a pressão atmosférica em Belo Horizonte. Esse fato pode ser
explicado com base no teorema de Stevin: sobre o Rio de Janeiro, ao nível do mar, a coluna de ar é
maior do que sobre Belo Horizonte, situada numa maior altitude (836 metros).
Quando a pressão atmosférica é igual a 1 atmosfera, ela é denominada pressão normal:
pnormal = 1 atm
Ao nível do mar, a pressão atmosférica é igual, em média, à pressão normal.
O manômetro usado para medir a pressão atmosférica é denominado barômetro.

Figura 5.11: Barômetro.

5.5- Forças exercidas nas paredes do recipiente por um líquido em equilíbrio:

Líquidos em equilíbrio exercem forças normais contra as paredes do recipiente em que estão
contidos. Para comprovar isto, observe o recipiente mostrado na figura 5.12, a seguir, cheio, por
exemplo, de água, em equilíbrio e sob a ação da gravidade. Ao fazer, neste recipiente, alguns furos,
nota-se que a água jorrará através deles, esguichando, de saída, radialmente (perpendicularmente) à
sua superfície.

Figura 5.12: Ao jorrar pelos orifícios, a água adquire movimento inicial normal à superfície do recipiente.
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Considere, por exemplo, a barragem representada na figura 5.13, em que o nível livre da água
está a uma altura h. Admita que a região “molhada” seja retangular e tenha largura L. Supondo que o
módulo da aceleração da gravidade seja g, calculemos a intensidade F da resultante das forças
exercidas pela água (massa específica μ) contra a barragem.

Água
⃗F

Figura 5.13: Representação de uma barragem de largura L e profundidade h, mostrando a força resultante da
massa de água sobre a parede vertical.

Como visto anteriormente, a pressão exercida por uma coluna líquida varia linearmente com
a profundidade, como mostrado na figura 5.14, onde o comprimento das setas indicam a variação da
pressão em função da profundidade h. Graças a esta variação linear, o cálculo da intensidade de ⃗F é
bastante intuitivo: a intensidade da força ⃗F é a pressão “média” da água multiplicada pela área da
parede (ou pelo menos a área da parede exposta à água), considerando como pressão “média” a média
aritmética entre a pressão na superfície e a pressão no fundo da represa.

Figura 5.14: Representação de uma barragem mostrando que a pressão exercida pela água (representada pelas
setas) sobre a parede vertical varia linearmente com a profundidade.

gh
Como a pressão na superfície é nula (h = 0), a força aplicada à parede é (metade da
2
pressão no fundo) multiplicada pela área da parede (Lh).
gh
Assim, F = 2 Lh, ou seja,
1
F = gLh2
2
A resultante das ações do líquido contra a barragem não se aplica no centro geométrico (C), e
sim em CP (conforme ilustrado na figura 5.15), ponto denominado centro de pressões.

Figura 5.15: Representação de uma barragem mostrando onde a resultante das ações do líquido contra a
barragem é aplicado.

h
Pode-se demostrar que CP situa-se a uma altura em relação à base da barragem.
3
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6- Exercícios propostos 2:
6.1- Um reservatório contém água, cuja densidade é 1 g/cm3, até uma altura de 10 m. A pressão
atmosférica local é 1.105 N/m2 e a aceleração da gravidade é g =10 m/s2. Determine a pressão no
fundo do reservatório expressa em N/m2.

6.2- Três recipientes com formatos diferentes, são preenchidos com um mesmo líquido de densidade
1,0.103 kg/m3, até a mesma altura h = 0,5 m, como indica a figura. O fundo de todos os recipientes
tem área de 0,4 m2.

Sendo a aceleração da gravidade g = 10 m/s2 e a pressão atmosférica igual a 1.105 N/m2, determine:
a) a pressão total exercida no fundo de cada recipiente.
b) a intensidade da força que atua no fundo de cada recipiente.

6.3- A pressão no interior de um líquido homogêneo em equilíbrio varia com a profundidade


conforme o gráfico.

Considerando g = 10 m/s2, determine


a) a pressão atmosférica.
b) a densidade do líquido.
c) a pressão hidrostática e a pressão total num ponto situado a 5 m de profundidade.

6.4- Calcule a variação de pressão sobre um mergulhador que está a uma profundidade de 0,5 metros,
sabendo que a densidade da água é 1000 kg/m e a aceleração da gravidade é 10 m/s2.

6.5- A figura abaixo representa uma talha contendo água. A pressão da água exercida sobre a torneira,
fechada, depende
a) do volume de água contido no recipiente.
b) da massa de água contida no recipiente.
c) do diâmetro do orifício em que está ligada a torneira.
d) da altura da superfície da água em relação ao fundo do recipiente.
e) da altura da superfície da água em relação à torneira.

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6.6- O manual que acompanha uma ducha higiênica informa que a pressão mínima da água para o
seu funcionamento apropriado é de 20 kPa. A figura mostra a instalação hidráulica com a caixa d’água
e o cano ao qual deve ser conectada a ducha.

O valor da pressão da água na ducha está associado à altura

a) h1 b) h2 c) h3 d) h4 e) h5

6.7- Observe a seguinte figura:

Qual das expressões abaixo permite calcular a densidade do líquido “X” no experimento representado
pela figura, quando se faz sucção na parte superior do tubo e, a seguir, veda-se:
a) (hx/h).dágua
b) (h/hx).dágua
c) (h.hx).dágua
d) dágua/(h.hx)
e) (h.hx)/dágua

6.8- O esfignomanômetro de Riva-Rocci foi um dos primeiros aparelhos desenvolvidos para se medir
a pressão arterial. Atualmente, devido ao mercúrio presente nesses aparelhos, eles vêm sendo
substituídos por esfignomanômetros eletrônicos sem mercúrio, para reduzir impactos ambientais.
Para uma pessoa saudável, a pressão arterial máxima equilibra a coluna de mercúrio a uma altura
máxima de 120 mm e a pressão arterial mínima equilibra a coluna de mercúrio a uma altura mínima
de 80 mm. Se o esfignomanômetro de Riva- Rocci utilizasse água ao invés de mercúrio, quais seriam
as alturas máxima e mínima, em milímetros, da coluna de água que seria equilibrada pelos valores
máximos e mínimos da pressão arterial de uma pessoa saudável? Considere que a densidade do
mercúrio é 13 vezes maior que a da água.

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6.9- Os quatro frascos apresentados a seguir são de formatos diferentes e estão totalmente cheios de
um mesmo líquido.

A pressão hidrostática no fundo dos frascos será


a) maior no frasco 1.
b) maior no frasco 2.
c) maior no frasco 3.
d) maior no frasco 4.
e) igual em todos os frascos.

6.10- Dois líquidos não-miscíveis são colocados em um recipiente. O gráfico que melhor representa
a pressão hidrostática (p) com a profundidade (h) medida a partir da superfície livre do líquido é

a) p b)
p

h
h
c) p d)
p

h
h
e)
p

6.11- Sobre a pressão atmosférica atuando sobre um corpo em diferentes altitudes em relação ao nível
do mar, assinale a alternativa correta.
a) A pressão atmosférica será maior quando o corpo estiver acima do nível do mar.
b) A pressão atmosférica será menor quando o corpo estiver abaixo do nível do mar.
c) A maior pressão atmosférica possível é 1 atm.
d) Quanto maior for a altitude do corpo, menor será a pressão atmosférica agindo sobre ele.
e) A pressão atmosférica aumenta proporcionalmente ao aumento da temperatura.

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6.12- As barragens em represas são projetadas para suportar grandes massas de água. Na situação
representada na figura, temos uma barragem de largura L = 40 m, retendo uma massa de água de
profundidade h = 30 m. Conhecendo-se o comportamento da pressão com a altura da coluna de um
fluido e levando-se em conta que a pressão atmosférica age dos dois lados da barragem, é possível
determinar a força horizontal da água da represa sobre a barragem.

Considere a pressão atmosférica como 1 atm ≅ 1,0.10⁵ Pa, a densidade da água igual a 1,0.10³ kg/m³
e a aceleração da gravidade aproximadamente 10 m/s².
Qual das alternativas melhor representa a variação da pressão com a altura h da água em relação à
superfície, e a força horizontal exercida por essa massa de água sobre a barragem?

a) b)

F  1,8.108 N
F  1,0.108 N

c) d)

F  2,0.108 N F  3,6.108 N

e)

F  7,2.108 N

6.13- Uma caixa cúbica e aberta na parte superior, cuja aresta a = 20 cm, contém água em repouso,
até a altura h = 12 cm de acordo com a figura, numa região em que a aceleração da gravidade vale
10 m/s2.

Sabendo-se que a densidade da água vale 1 g/cm³, qual é a intensidade máxima de uma força
horizontal que, se aplicada perpendicularmente a uma das faces, a água não saia da caixa?
17
7- Princípio (Teorema) de Pascal:
O princípio de Pascal é uma lei da Mecânica dos Fluidos que afirma que a pressão aplicada
sobre um fluido em equilíbrio estático é distribuída igualmente e sem perdas para todas as suas partes,
inclusive para as paredes do recipiente em que está contido.

Demonstração do Princípio de Pascal:

Consideremos o recipiente da figura 7.1 a seguir, que contém um líquido homogêneo,


incompressível e em equilíbrio sob a ação da gravidade.

Figura 7.1: Recipiente contendo um líquido incompressível.

pA = pB + d g h (ver estudo da lei de Stevin)....... (I)


Quando aplicamos uma força na superfície do líquido, o ponto B sofrerá um acréscimo de
pressão Δp, aumentando o valor das pressões iniciais para um valor pB_final.

pB_final = pB + Δp ............... (II)

Com base na expressão indicada por (I), pode-se constatar que a variação de pB acarreta
também uma variação em pA, já que a parcela dgh não se altera (h = constante, pois o líquido é
incompressível).
Calculemos, então, a nova pressão pA_final exercida no ponto A:

pA_final = pB_final + d g h 
pA_final = pB + Δp + d g h 
pA_final = pB + d g h + Δp 
pA_final = pA+ Δp............... (III)
Comparando (II) e (III) verifica-se que o incremento de pressão Δp, dado ao ponto B, se transmitiu
integralmente, manifestando-se também no ponto A.
Como consequência do Teorema de Pascal, tem-se que todos os pontos de um líquido em
equilíbrio exposto à atmosfera ficam submetidos à pressão atmosférica.
Assim, quando um mergulhador submerge abaixo da superfície da água, a pressão atmosférica que
atua na superfície da água, é transmitida para baixo, aumentando a pressão hidrostática.
Então, a pressão total sofrida pelo mergulhador é obtida somando-se a pressão hidrostática (d g h) que
a água exerce sobre ele com a pressão atmosférica, que se manifesta em todos os pontos do líquido.

18
Figura 7.2: Um mergulhador submerso está sujeito à pressão hidrostática e ao efeito da pressão atmosférica

7.1- Prensa hidráulica:

Uma importante aplicação do princípio de Pascal é a prensa hidráulica, que consiste em dois
recipientes cilíndricos de diâmetros diferentes, ligados pela base e preenchidos por um líquido
homogêneo (figura 7.3). Sobre o líquido são colocados dois êmbolos, cujas seções têm áreas A1 e A2
diferentes (A1 < A2).

Figura 7.3: Prensa hidráulica.

Aplicando no êmbolo menor uma força ⃗F1 , o líquido fica sujeito a um acréscimo de
F
pressão p1 = A1 .
1
Como a pressão se transmite integralmente através do líquido, o êmbolo maior fica sujeito ao
F
acréscimo de pressão p2 = A2 , igual à pressão p1. Portanto:
2
p1 = p2 
𝐅𝟏 𝐅𝟐
=
𝐀𝟏 𝐀𝟐
Portanto, as intensidades das forças aplicadas são diretamente proporcionais às áreas dos
êmbolos. Por exemplo, se a área A2 for dez vezes maior que a área A1, a força ⃗F2 , terá intensidade
dez vezes maior que a intensidade da força ⃗F1 .
Em cada operação da prensa, o volume de líquido (V) deslocado do recipiente menor passa
para o recipiente maior. Chamando de h1 e h2 os deslocamentos respectivos dos dois êmbolos, cujas
áreas são A1 e A2 (figura 7.4), pode-se escrever: V = h1A1 e V = h2A2.

19
Figura 7.4: Numa prensa hidráulica, os deslocamentos sofridos pelos êmbolos são inversamente proporcionais às suas
áreas.

Assim,
h1A1 = h2A2.

8- Exercícios propostos 3:

8.1- Na figura, está representado um recipiente rígido, cheio de água, conectado a uma seringa S. X,
Y e Z são pontos no interior do recipiente. Se a pressão que o êmbolo da seringa exerce sobre o
líquido sofrer um aumento p, a variação de pressão hidrostática nos pontos X, Y e Z será,
respectivamente, igual a
a) p, p e p.
p p p
b) , e .
3 3 3
p p
c) zero, e
2 2
d) p, zero e zero.
e) zero, P e zero.

8.2- O elevador hidráulico de um posto de automóveis é acionado mediante um cilindro de área


0,30 cm2. O automóvel a ser elevado tem massa 3.103 kg e está sobre o êmbolo de área 60 cm2. Sendo
a aceleração da gravidade igual a 10 m/s2, determine

a) a intensidade mínima da força que deve ser aplicada no êmbolo menor para elevar o automóvel.
b) o deslocamento que teoricamente deve ter o êmbolo menor para elevar de 10 cm o automóvel.
.

20
8.3- O macaco hidráulico consta de dois êmbolos: um estreito, que comprime o óleo, e outro largo,
que suspende a carga. Um sistema de válvulas permite que uma nova quantidade de óleo entre no
mecanismo sem que haja retorno do óleo já comprimido. Para multiplicar a força empregada, uma
alavanca é conectada ao corpo do macaco.
Tendo perdido a alavanca do macaco, um caminhoneiro de massa 80 kg, usando seu peso para
pressionar o êmbolo pequeno com o pé, considerando que o sistema de válvulas não interfira
significativamente sobre a pressurização do óleo, poderá suspender uma carga máxima, em kg, de
a) 2880 Dados:
b) 2960 Diâmetro do êmbolo menor = 1,0 cm
c) 2990 Diâmetro do êmbolo maior = 6,0 cm
d) 3320 Aceleração da gravidade = 10 m/s2
e) 3510

8.4- A figura a seguir mostra, de forma simplificada, o sistema de freios a disco de um automóvel.
Ao pressionar o pedal do freio, este empurra o êmbolo de um primeiro pistão, que, por sua vez, por
meio do óleo do circuito hidráulico, empurra um segundo pistão. O segundo pistão pressiona uma
pastilha de freio contra um disco metálico preso à roda, fazendo com que ela diminua sua velocidade
angular.

Considerando o diâmetro d2 do segundo pistão duas vezes maior que o diâmetro d1 do primeiro, qual
a razão entre a força aplicada ao pedal de freio pelo pé do motorista e a força aplicada à pastilha de
freio?

8.5- No início do século XX, a indústria e o comércio da cidade de São Paulo possibilitaram uma
qualidade de vida melhor para seus habitantes. Um dos hábitos saudáveis, ligados à higienização
bucal, foi a utilização de tubos de pasta dental e as respectivas escovas de dente.
Considerando um tubo contendo pasta dental de densidade homogênea, uma pessoa resolve apertá-
lo. A pressão exercida sobre a pasta, dentro do tubo, será
a) maior no fundo do tubo, se apertar no fundo.
b) menor no fundo do tubo, se apertar perto do bico de saída.
c) maior no meio do tubo, se apertar no meio.
d) menor no fundo do tubo, se apertar no meio.
e) igual em todos os pontos, qualquer que seja o local apertado.

21
9- Vasos comunicantes:
A figura 9.1 a seguir mostra um sistema de vasos comunicantes, formados por recipientes de
formas e volumes diferentes, preenchido por um mesmo líquido homogêneo, em equilíbrio.
Por intermédio do teorema de Stevin, pode-se observar que a pressão exercida por um líquido
não depende do formato ou do volume do recipiente no qual ele se encontra e que pontos de mesma
altura possuem mesma pressão.

Figura 9.1: Sistema de vasos comunicantes.

Assim, se o recipiente contém apenas um líquido em equilíbrio, pode-se concluir, que:


i. A superfície livre do líquido, em cada ramo, será horizontal e irá atingir a mesma altura h.
ii. Quando os pontos do líquido estiverem na mesma altura z, a pressão nos mesmos será igual.
Portanto: pA = pB = pC = pD = pE

Um bule é um sistema de vasos comunicantes em que o bico do recipiente se comunica com o


corpo principal. Ao tombarmos um bule para servir um café, por exemplo, a superfície livre da bebida
fica à mesma altura h em relação à linha de base do sistema, tanto no bico como no corpo principal,
apresentando-se praticamente plana e horizontal, conforme representa a figura 9.2.

Figura 9.2: O bule usado para servir café é um sistema de vasos comunicantes.

9.1- Equilíbrio de líquidos imiscíveis:

Quando dois líquidos que não se misturam (imiscíveis) são colocados num mesmo recipiente,
eles se dispõem de modo que o líquido de maior densidade ocupa a parte de baixo, e o de menor
densidade, a parte de cima (figura 9.3). A superfície de separação entre eles é horizontal.

Figura 9.3: Líquidos imiscíveis em equilíbrio estável.

Por exemplo, se óleo e água forem colocados com cuidado num recipiente, o óleo fica na parte
superior porque é menos denso que a água, que permanece na parte inferior.
22
Considere o tubo em U da figura 9.4, com os ramos abertos em um mesmo ambiente, contendo
dois líquidos imiscíveis, A (densidade dA) e B (densidade dB).

Figura 9.4: Equilíbrio de líquidos imiscíveis num tubo em U.

Se o sistema estiver em total equilíbrio e sob a ação da gravidade, conseguiremos igualar as


pressões tanto no ponto 1 como no ponto 2 (vide figura 9.4), pois eles pertencem ao mesmo líquido
(no caso pertencem ao líquido A), e pertencem também ao mesmo plano horizontal.
Portanto:
p1 = p2
patam + dAghA = patm + dBghB
hA dB
=
hB dA

Na situação de equilíbrio, as alturas das superfícies livres são inversamente proporcionais às


respectivas massas específicas (densidades).

10- Exercícios Propostos 4:


10.1- No tubo em U da figura, de extremidades abertas, encontram-se dois líquidos imiscíveis, de
densidades iguais a 0,80 g/cm3 e 1,0 g/cm3.

O desnível entre as superfícies livres dos líquidos é h = 2,0 cm.


As alturas h1 e h2 são, respectivamente,
a) 4,0 cm e 2,0 cm.
b) 8,0 cm e 4,0 cm.
c) 10 cm e 8,0 cm.
d) 12 cm e 10 cm.
e) 8,0 cm e 10 cm.

23
10.2- Na figura, representa-se o equilíbrio de três líquidos não miscíveis A, B e C, confinados em um
sistema de vasos comunicantes.

dA dB d
Os líquidos A, B e C têm densidades dA, dB e dC, que obedecem à relação: = = C.
1 2 3
Sendo o valor de h conhecido, qual é o valor do comprimento x indicado?

10.3- Um tubo de vidro, com uma extremidade fechada, A, e outra aberta, conforme a figura, apoia-
se em D sobre um plano horizontal.
O trecho AB do tubo contém ar, o trecho BCDE contém mercúrio e o trecho EF contém um líquido
que não se mistura nem se combina com o mercúrio. Verifica-se que, girando o tubo em torno do
ponto D num plano vertical, a pressão do trecho AB se torna igual à pressão atmosférica reinante,
quando  = 30°. Nessa posição, tem-se a = 10 cm, b = 8 cm e c = 45 cm.

Sendo a densidade absoluta do mercúrio igual a 13,5 g/cm3, calcule a densidade do líquido contido
no trecho EF do tubo.

10.4- Um vaso comunicante em forma de U possui duas colunas da mesma altura h = 42,0 cm,
preenchidas com água até a metade. Em seguida, adiciona-se óleo de massa específica igual a
0,80 g/cm3 a uma das colunas até a coluna estar totalmente preenchida, conforme a figura B.

A coluna de óleo terá comprimento de


a) 14,0 cm
b) 16,8 cm
c) 28,0 cm
d) 35,0 cm
e) 37,8 cm

24
10.5- A figura mostra um tubo em U, aberto nas duas extremidades. Esse tubo contém dois líquidos
A e B que não se misturam e que têm densidades diferentes. Sejam pM e pN as pressões nos pontos M
e N, respectivamente. Esses pontos estão no mesmo nível, como indicado pela linha tracejada, e as
densidades dos dois líquidos são tais que dA = 2dB.

Nessas condições, é correto afirmar que


a) pM < pN
b) pM = pN
c) pM > pN
d) pM = 2pN
e) pM = 0,5pN

10.6- No interior do tubo em forma de U, com extremidades abertas, ilustrado abaixo, existe água, de
densidade 1,0 g/cm³.

Em certo instante, despeja-se, no ramo da direita, uma quantidade de óleo, de densidade 0,80 g/cm³.
Dentre as alternativas, a figura que melhor representa o estado de equilíbrio desses dois líquidos não
miscíveis é
a) b)

c) d)

e)

25
11- O Teorema (Princípio) de Arquimedes:
Quando imerso num fluido um corpo sofre, em virtude do princípio de Pascal, pressões
diferenciadas sobre a sua superfície, maiores na sua parte inferior que na sua parte superior, levando
a uma força resultante vertical para cima. Este fenômeno é regido pelo chamado Princípio de
Arquimedes, em homenagem ao célebre pensador grego que o observou já no século III a.C. Nessa
ocasião, ele percebeu que o volume de água que escorria para fora de sua banheira era igual ao volume
imerso de seu próprio corpo. De acordo com a história, Arquimedes teria ficado tão entusiasmado
com sua descoberta que saltou de sua banheira e correu nu pelas ruas gritando “Eureka, eureka!”
(expressão grega sobre o sábio ter encontrado algo).

11.1- Empuxo e o princípio de Arquimedes:

De acordo com o princípio de Arquimedes:

“Qualquer objeto, total ou parcialmente imerso em um fluido ou líquido, é impulsionado por uma
força igual ao peso do fluido deslocado pelo objeto”.

A força descrita pelo princípio de Arquimedes hoje é conhecida como força de empuxo (E ⃗ ).
⃗ f ), que é deslocado quando nele inserimos algum
Essa força é igual, em módulo, ao peso do fluido (P
corpo (figura 11.1). É essa força que faz com que os navios não afundem ou, ainda, que nós sejamos
capazes de flutuar na água.

Figura 11.1: O empuxo é igual ao peso do volume de líquido deslocado pelo corpo: E1 < E2 < E3

Logo, a intensidade do empuxo é dada por: E = Pf = mfg


mf
Sendo df a densidade e Vf o volume do fluido deslocado, decorre: df =  mf = df Vf
Vf
Portanto:

E = d f Vf g
O volume Vf do fluido deslocado é o próprio volume do corpo se ele estiver totalmente imerso
(figura 11.2-A); é o volume imerso quando o corpo está flutuando (figuras 11.2-B e 11.2-C).

26
(A) (B) (C)

Figura 11.2: O volume do fluido deslocado corresponde ao volume imerso do corpo.

Na situação representada na figura 11.3, tem-se uma esfera em repouso totalmente imersa na
água. A resultante das ações da água sobre a esfera é o empuxo ⃗E, força vertical e dirigida para cima.
A intensidade de ⃗E é igual à do peso do fluido deslocado pela esfera.

Figura 11.3: Empuxo atuando num corpo imerso num líquido.

Observações:
 O empuxo só pode ser considerado a resultante das ações do fluido sobre o corpo se este estiver
em repouso.
 A linha de ação do empuxo passa sempre pelo centro de gravidade da porção fluida que ocupava
o local em que está o corpo.
 O empuxo não tem nenhuma relação geral com o peso do corpo imerso, cuja intensidade pode ser
maior que a do empuxo, menor que ela ou igual à do empuxo.
Na figura 11.4, tem-se uma bola de pingue-pongue (A) e uma esfera maciça de aço (B), de mesmo
volume externo. Esses dois corpos estão totalmente imersos na água. É claro que a esfera B é mais
pesada que a bola A, porém, por terem o mesmo volume externo, A e B deslocam volumes iguais de
água e, por isso, recebem empuxos de mesma intensidade:
⃗ A |< |P
|P ⃗ B |, mas |E
⃗ A |= |E
⃗⃗ B |

Figura 11.4: O empuxo ⃗E sobre uma bola de pingue-pongue (A) e uma esfera maciça de aço (B), de mesmo volume
externo e totalmente imersas num líquido, é o mesmo.

27
 Para df e g constantes, E é diretamente proporcional a V.
Se uma bola for inflada debaixo da água, por exemplo, a intensidade do empuxo exercido sobre ela
aumentará. Quanto maior for o volume da bola, maior será o volume de água deslocado e maior será
a intensidade do empuxo.
 Para V e g constantes, E é diretamente proporcional a df.
Um corpo totalmente imerso na água do mar receberá um empuxo mais intenso que o recebido quando
totalmente imerso na água límpida de um lago. Isso ocorre porque a água salgada do mar tem
densidade absoluta maior que a da água “doce” do lago.

 Se do peso real P ⃗ subtrair o valor (em módulo) do empuxo E ⃗ , obtêm-se o peso aparente
Pap = P - E
Vetorialmente, tem-se:
⃗ R= P
F ⃗ +E⃗⃗ = P
⃗ ap
Decorre daí que um corpo estará em equilíbrio quando a intensidade do seu peso for
equiparada à do empuxo: E = P  Pap = 0
Note que a intensidade do empuxo não depende da densidade do corpo (dc), embora essa
grandeza seja importante para saber se um corpo afundará ou flutuará ao ser colocado em um fluido:
 dc < df  quando o corpo é totalmente mergulhado no fluido: Pap = P - E < 0, então a força
resultante terá o sentido para cima, levando o corpo a flutuar na superfície do líquido.
 dc = df  quando o corpo estiver inteiramente dentro do fluido: Pap = P - E = 0, então o corpo
fica em equilíbrio, totalmente submerso no fluido.
 dc > df  quando o corpo é totalmente mergulhado no fluido: Pap = P - E > 0, então o corpo
afunda no fluido e outras forças poderão intervir, como a força de reação normal do fundo do
recipiente.

Figura 11.5: A elevada salinidade do Mar Morto faz com que a densidade da sua água seja tão alta que uma pessoa não
consegue afundar, permanecendo sempre boiando em sua superfície.

11.2- Uma verificação da lei do empuxo:

A intensidade E do empuxo pode ser determinada segundo a experiência descrita na figura


11.6. Há dois cilindros: A, sólido e fechado, e B, aberto em sua parte superior e de mesmo volume
que A. Assim, o cilindro A preenche exatamente a cavidade vazia do cilindro B.
Na figura 11.6-A, o equilíbrio é obtido com o contrapeso no prato da balança, à esquerda. Na
figura 11.6-B o empuxo da água sobre o corpo provoca desequilíbrio: o peso aparente do corpo é
inferior ao do contrapeso. Na figura 11.6-C, o equilíbrio é restabelecido quando o cilindro B é
preenchido completamente com água.

28
(A) (B) (C)

Figura 11.6: Aparato experimental para a determinação do empuxo.

Conclusão: o corpo imerso desloca uma quantidade de água. O peso do volume de água
deslocado equilibra o empuxo, pois o equilíbrio foi restituído, colocando-se esse volume de água
deslocado no cilindro vazio.
Chega-se ao mesmo resultado se refizer a experiência inúmeras vezes e para diversos sólidos
de formas e naturezas diferentes, imersos total ou parcialmente em água ou em outro líquido.
O líquido exercerá no corpo uma força ⃗E (empuxo) vertical para cima, de intensidade igual ao
peso do líquido deslocado. Essa conclusão é válida para corpos imersos em fluidos em geral, líquidos
ou gases. Existe, por exemplo, empuxo devido à água, ao ar etc. Esse fenômeno é descrito pelo
teorema de Arquimedes.

11.3- Demonstração do Princípio de Arquimedes:

Vamos admitir um líquido homogêneo de massa específica df, contido no recipiente ilustrado
na figura 11.7. O sistema acha-se em equilíbrio sob a ação da gravidade ( ⃗g ). Seja também um
cilindro, de altura h e bases de área A, totalmente imerso no líquido.

(A) (B)

Figura 11.7: (A): Esquema das forças atuantes sobre um cilindro totalmente imerso num fluido e (B): Força resultante
em cada superfície do cilindro

Por estar envolvido pelo líquido, o cilindro recebe forças deste, indicadas pelo esquema na
figura 11.7. As forças horizontais (laterais) se equilibram devido à simetria. Na vertical, entretanto,
temos duas forças a considerar: uma, ⃗F1, aplicada no ponto 1, resultante na base superior do cilindro,
e outra, ⃗F2, aplicada no ponto 2, resultante na base inferior desse cilindro.
29
Devido à maior profundidade do ponto 2, deve-se ter |F ⃗ 2| > |F
⃗ 1|, o que significa que as forças
⃗F1 e ⃗F2 admitem uma resultante vertical e dirigida para cima. Essa resultante que o líquido exerce no
cilindro, suposto em repouso, denomina-se empuxo (E ⃗ ).
Tem-se, então, que
⃗F1 + ⃗F2 = ⃗E
Em módulo:
F2 – F1 = E ......... (I)

A intensidade de ⃗E pode ser obtida aplicando-se aos pontos 1 e 2 o Teorema de Stevin:


p2 – p1 = df g h
F F1
Sendo p2 = A2 e p1 = , vem:
A
F2 F
− A1 = df gh  F2 – F1 = df g h A
A
O produto h A traduz o volume do cilindro imerso no líquido (V). Assim:
F2 – F1 = df V g ......... (II)
Comparando (I) e (II), segue que:
E = df V g
Seja Vf o volume de fluido deslocado em razão da imersão do cilindro. É fundamental notar
que esse volume é exatamente igual ao volume do cilindro imerso no fluido.
Vf = V
Diante disso, pode-se escrever:
E = df V f g
Entretanto, df Vf = mf (massa do fluido deslocado). Assim, obtém-se, finalmente:

E = df Vf g  E = mf g  E = Pf

12- Exercícios Propostos 5:


12.1- Um balão de hidrogênio de peso igual a 400 N está preso a um fio, em equilíbrio estático
vertical. Seu volume é 50 m3.
a) Determine o empuxo exercido pelo ar sobre o balão, considerando que a densidade do ar é igual a
1,2 kg/m3.
Adote g = 10 m/s2.
b) Determine a tração do fio que sustém o balão.

12.2- Um sólido flutua em água com 1/8 de seu volume imerso. O mesmo corpo flutua em óleo com
1/6 de seu volume imerso. Determine a relação entre a densidade do óleo do e a densidade da água da.

12.3- Um cilindro circular reto, de altura h = 30 cm e área de base A = 10 cm2, flutua na água, em
posição vertical, tendo 2/3 de sua altura imersos.
Aplica-se axialmente na base superior uma força ⃗F, passando o cilindro a ter 5/6 de sua altura imersos.
(Dados: g = 10 m/s2; densidade da água = 1 g/cm3.)
Determine:
a) a densidade do cilindro
b) a intensidade da força ⃗F.

30
12.4- A balança de braços iguais esquematizada nas figuras a e b encontra-se em equilíbrio. Na figura
a, o equilíbrio é obtido pelo contrapeso de 1,5 kg e em b, quando o corpo está imerso em água, o
contrapeso é 1,0 kg. O fio que sustenta o corpo tem peso desprezível.

Figura a Figura b

Determine o volume do corpo, sabendo-se que a densidade da água é 1,0 kg/L.

12.5- O corpo da figura c, de massa igual a 8 kg, está preso a uma mola não deformada e a um fio de
peso desprezível. Seu volume é 20 litros e está totalmente imerso em água. A constante elástica da
mola é 50 N/cm. Na figura d, o fio foi cortado e o corpo atingiu o equilíbrio, deformando a mola de
um comprimento x. Determine x.
(Dados: densidade da água = 1 g/cm3; g = 10 m/s2)

Figura c Figura d

12.6- As esferas maciças A e B, que têm o mesmo volume e foram coladas, estão em equilíbrio,
imersas na água. Quando a cola que as une se desfaz, a esfera A sobe e passa a flutuar, com metade
de seu volume fora da água (densidade da água: 1 g/cm3).

a) Qual a densidade da esfera A?


b) Qual a densidade da esfera B?

31
12.7- Um sistema industrial é constituído por um tanque cilíndrico, com 600 litros de água e área do
fundo S1 = 0,6 m2, e por um balde, com área do fundo S2 = 0,2 m2. O balde está vazio e é mantido
suspenso, logo acima do nível da água do tanque, com auxílio de um fino fio de aço e de um
contrapeso C, como indicado na figura. Então, em t0 = 0, o balde passa a receber água de uma torneira,
razão de 20 litros por minuto, e vai descendo, com velocidade constante, até que encoste no fundo do
tanque e a torneira seja fechada.

Note e adote:
O contrapeso equilibra o peso do balde, quando vazio.
O volume das paredes do balde é desprezível.

Para o instante t = 6 minutos, com a torneira aberta, na situação em que o balde ainda não atingiu o
fundo, determine:
a) a tensão adicional F, em N, que passa a agir no fio que sustenta o balde, em relação à situação
inicial, indicada na figura.
b) a altura da água H6, em m, dentro do tanque.
c) o intervalo de tempo T, em minutos, que o balde leva para encostar no fundo do tanque,
considerando todo o tempo em que a torneira fica aberta.

12.8- Na última etapa de uma viagem, para chegar a uma ilha, o carro é embarcado, junto com o
motorista, em uma balsa de madeira, constituída de toras cilíndricas idênticas, cada uma com um
volume igual a 100 L. Nesta situação, apenas 10% do volume da balsa permanecem emersos da água.
Calcule o número de toras que compõem a balsa.
Dados: massa do carro = 1000 kg; massa do motorista = 80 kg;
massa específica da madeira = 0,8 kg/L e massa específica da água = 1,0 kg/L.

12.9- Uma criança está dentro de uma piscina, brincando com três objetos fabricados com materiais
diferentes, mas que possuem o mesmo peso. Você observa que o objeto 1 fica boiando, submerso
pela metade, que o objeto 2 fica imerso totalmente e parado em qualquer lugar dentro da água e que
o objeto 3 submerge totalmente indo para o fundo da piscina. A partir da observação você conclui
que
a) o empuxo no objeto 1 é a metade do empuxo no objeto 2.
b) o empuxo no objeto 2 é igual ao empuxo no objeto 3.
c) o empuxo no objeto 1 é maior do que o empuxo no objeto 2.
d) o empuxo no objeto 3 é menor do que o empuxo no objeto 1.
e) os empuxos nos três objetos são iguais.

12.10- Um bloco de gelo (densidade igual a 0,90 g/cm3) flutua na água (densidade igual a 1,0 g/cm3).
Que porcentagem do volume total do bloco permanece imersa?

32
13- Exercícios de Recapitulação:
13.1- Um dos ramos de um tubo em forma de U está aberto à atmosfera, e o outro, conectado a um
balão contendo um gás, conforme ilustra a figura. O tubo contém água, cuja densidade é 1.103 kg/m3.

Sabendo que a pressão exercida pela atmosfera é 1.105 N/m2 e considerando a aceleração da gravidade
10 m/s2, a pressão exercida pelo gás é, em N/m2,
a) 0,9.105
b) 1,0.105
c) 1,1.105
d) 1,2.105
e) 1,3.105

13.2- Um estudante realizou a seguinte experiência: colocou no prato de uma balança de ponteiro
uma vasilha contendo água e verificou que a balança marcou 1,5 kg; em seguida, mergulhou sua mão,
de volume igual a 500 cm3, na água contida na vasilha (figura a seguir).

Dessa experiência o estudante verificou que


a) a balança continuou marcando 1,5 kg, pois ele não toca com a mão o fundo da vasilha.
b) a balança passou a marcar 1,0 kg por causa do empuxo provocado pelo deslocamento de água
produzido pela mão.
c) a balança passou a marcar 2,0 kg por causa do empuxo provocado pelo deslocamento de água
produzido pela mão.
d) a balança continuou marcando 1,5 kg, pois o deslocamento da água é compensado pela mão que
passa a ocupar seu lugar.
e) a balança passou a marcar 2,0 kg porque, sendo massa igual a (densidade x volume), a água
aumentou sua massa ao ter seu volume aumentado.
Dados: dágua = 1 g/cm3 e g = 10 m/s2.

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13.3- Considere três recipientes idênticos, contendo um mesmo líquido homogêneo, até a mesma
altura H, colocados em cima de balanças idênticas em um plano horizontal. O recipiente A só contém
líquido. O recipiente B, além do líquido, contém uma esfera homogênea que está em equilíbrio
flutuando em sua superfície. O recipiente C, além do líquido, contém uma esfera homogênea que, por
ser mais densa que o líquido, afundou e está comprimindo o fundo do recipiente.

As balanças 1, 2 e 3, calibradas em newtons, indicam, respectivamente, F1, F2 e F3. Podemos afirmar


que
a) F1 = F2 = F3.
b) F1 < F2 < F3.
c) F1 > F2 > F3
d) F1 = F2 > F3.
e) F1 = F2 < F3.

13.4- Um corpo, constituído de um metal cuja densidade é 7,5 g/cm3, é abandonado no interior de um
líquido de densidade 1,5 g/cm3. A aceleração que o corpo adquire no interior desse líquido assim que
inicia o movimento, em m/s2, vale,
(Dado: aceleração da gravidade igual a 10 m/s2.)
a) 8,0.
b) 6,0.
c) 5,0.
d) 4,0.
e) 2,5.

13.5- Uma esfera maciça flutua na água contida em um recipiente. Nesse caso, a superfície livre da
água encontra-se a uma altura h do fundo do recipiente, como mostra a figura 1.

Corta-se a esfera em dois pedaços que, quando postos de volta na água, também flutuam, como mostra
a figura 2. Nesse caso, a superfície livre da água encontra-se a uma altura h’ do fundo do recipiente.
Verifique se h’ > h, h’ = h ou h’< h. Justifique.

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13.6- Uma pessoa deita-se sobre uma prancha de madeira que flutua mantendo sua face superior no
mesmo nível da superfície da água.

A prancha tem 2 m de comprimento, 50 cm de largura e 15 cm de espessura. As densidades da água


e da madeira são, respectivamente, 1000 kg/m3 e 600 kg/m3. Considerando g =10 m/s2, pode-se
afirmar que o peso da pessoa é
a) 700 N
b) 600 N
c) 500 N
d) 400 N
e) 350 N

13.7- Um recipiente, dotado de um êmbolo, contém água. Quando a pressão exercida pelo êmbolo é
2.105 Pa, a diferença entre as pressões dos pontos B e A é 6.104 Pa. Se a pressão do êmbolo for elevada
para 20.105 Pa, a diferença entre as pressões dos pontos B e A será
a) 6.104 Pa
b) 22.104 Pa
c) 60.104 Pa
d) 120.104 Pa
e) 150.104 Pa

13.8- Suponha que Juquinha deseje beber água num canudinho, numa cidade onde a pressão
atmosférica vale 1 atm. Para que o líquido consiga subir até a boca do menino, através do canudo, a
uma altura h = 40 cm acima da superfície livre do líquido, o garoto precisa fazer sucção, diminuindo
a pressão do ar dentro do canudinho até pelo menos
a) 0,99 atm
b) 0,94 atm
c) 0,98 atm
d) 0,92 atm
e) 0,96 atm

13.9- Um carro-pipa transportando uma quantidade de água correspondente à metade de sua


capacidade, move-se em linha reta numa estrada plana e horizontal, com aceleração constante a,
conforme indicado na figura. Comparando as pressões nos pontos A, B e C indicados na figura,
assinale a alternativa correta.
a) pA < pB < pC
b) pA > pB > pC
c) pA = pB = pC
d) pA = pC < pB
e) pA = pC > pB

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13.10- Uma esfera é liberada em um recipiente contendo água e óleo (figura 1). Observa-se que o
repouso ocorre na posição em que metade de seu volume está em cada uma das substâncias (figura
2). Se a esfera fosse colocada em um recipiente que contivesse somente água ou somente óleo, a
situação de repouso seria, conforme ilustrado na alternativa

óleo óleo
água água

Figura 1 Figura 2
a) b)

água água

c) d)

óleo óleo

e)

óleo

13.11- Um tanque de altura H = 0,80 m, inicialmente vazio, possui três pequenos furos circulares
situados em alturas diferentes medidas a partir do fundo do tanque, a saber: h1 = 0,10 m, h2 = 0,20 m,
h3 = 0,30 m, conforme ilustra a figura. As áreas dos furos valem A = 2,0 cm². Os furos são tapados
por três rolhas que podem resistir, sem se soltar, a forças de até: F1 = 1,2 N, F2 = 0,80 N e
F3 = 0,70 N, respectivamente. Uma torneira começa a encher lentamente o tanque, com um fio de
água. Podemos então afirmar que
a) a rolha do furo 1 será a primeira a se soltar.
b) todas as rolhas se soltaram enquanto o tanque se enche.
c) a rolha do furo 3 será a primeira a se soltar.
d) a rolha do furo 2 será a primeira a se soltar.
e) nenhuma rolha se soltará até o tanque se encher
completamente.

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13.12- Um recipiente cilíndrico de raio R e eixo vertical contém álcool até uma altura H. Ele possui,
à meia altura da coluna de álcool, um tubo de eixo horizontal cujo diâmetro d é pequeno comparado
altura da coluna de álcool, como mostra a figura. O tubo é vedado por um êmbolo que impede a saída
de álcool, mas que pode deslizar sem atrito através do tubo. Sendo a massa específica do álcool,
qual a magnitude da força ⃗F necessária para manter o êmbolo em sua posição.

13.13- Na figura a seguir, temos o perfil de uma barragem, construída com terra, similar às barragens
de rejeito de mineradoras.

Determine a pressão exercida pela água no fundo da barragem, sabendo que a densidade da água é de
1,0. 10³ kg/m3 e que a aceleração da gravidade tem módulo igual a 10 m/s2

13.14- Os dois vasos comunicantes da figura abaixo são abertos, tem seções retas iguais a S e contém
um líquido de massa específica ρ. Introduz-se no vaso esquerdo um cilindro maciço e homogêneo de
massa M, seção S' < S e menos denso que o líquido. O cilindro é introduzido e abandonado de modo
que no equilíbrio seu eixo permaneça vertical. Podemos afirmar que, no equilíbrio,
M
a) o nível do líquido sobe em ambos os vasos.
2 ρS
M
b) o nível do líquido sobe em ambos os vasos.
2ρ(2S-S')
M
c) o nível do líquido sobe em ambos os vasos.
ρ(2S-S')
2M
d) há desnível igual a entre os dois vasos.
2ρ(2S-S')
M
e) há desnível igual a entre os dois vasos.
ρ(S-S')

13.15- Determinar a força exercida pela água em uma comporta vertical, mostrada na figura abaixo,
de diâmetro d = 0,40 m, cujo topo se encontra a uma profundidade H = 4,0 m.
(Dados: densidade da água = 1,0.10³ kg/m³; aceleração da gravidade local = 10 m/s²)

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14- Respostas:

Exercícios Propostos 1:
4.1: D 4.2: A 4.3: a) 5,4 g/cm3; b) 15 g/cm3 4.4: B 4.5: A 4.6: B 4.7: B
4.8: ½ 4.9: 5.105 N/m² 4.10: D

Exercícios Propostos 2:

6.1: 2,0.105 6.2: a) 1,05.105 N/m2; b) 4,2 3 104 N


6.3: a) 1,0.105 N/m²; b) 2,0.10³ kg/m³; c) 1,0.105 N/m² e 2,0.105 N/m² 6.4: 5,0.10³ Pa 6.5: E
6.6: C 6.7: B 6.8: 1,56 m e 1,04 m 6.9: E 6.10: B 6.11: D 6.12: B 6.13: 38,4 N

Exercícios Propostos 3:

8.1: A 8.2: 150 N e 20 m 8.3: A 8.4: 0,25 8.5: E

Exercícios Propostos 4:
8h
10.1: C 10.2: 10.3: 1,2 g/cm³ 10.4: D 10.5: A 10.6: E
3

Exercícios Propostos 5:

12.1: a) 600 N b) 200 N 12.2: do = 0,75da 12.3: a) 2/3 g/cm³ b) 0,5 N 12.4: 0,5 L
12.5: 2,4 cm 12.6: a) 0,5 g/cm³ b) 1,5 g/cm³ 12.7: a) 0 b) 1,2 m c) 15 min 12.8: 108
12.9: D 12.10: 90%

Exercícios de Recapitulação:

13.1: C 13.2: C 13.3: E 13.4: A 13.5: h’ = h, pois o volume imerso é o mesmo em ambos os casos.
13.6: B 13.7: A 13.8: E 13.9: A 13.10: D 13.11: D 13.12: gHd²/8 13.13: 15 atm
13.14: A 13.15: 5275,2 N

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15- Referências Bibliográficas:
Doca, R.H.; Biscuola, G.J.; Bôas, N.V. Tópicos de Física 1. 21ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.

Junior, F.R.; Ferraro, N.G.; Soares, P.A.T. Física 1: Os Fundamentos da Física. 10ª ed. São Paulo:
Editora Moderna Ltda., 2015.

Yamamoto, K.; Fuke, L.F. Física para o Ensino Médio 1: Mecânica. 4ª ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2016.

Hidrostática: Disponível em: < https://brasilescola.uol.com.br/fisica/hidrostatica.htm>. Acesso em 03


de junho de 2023.
Densidade: o que é massa especifica e densidade da água: Disponível em:
< https://querobolsa.com.br/enem/quimica/densidade>. Acesso em 03 de junho de 2023.

Princípio de Pascal - Teoria e aplicações: Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/


fisica/principio-de-pascal-teoria-e-aplicacoes.htm>. Acesso em 05 de junho de 2023.

Líquidos não miscíveis em equilíbrio: Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/


liquidos-nao-misciveis-equilibrio.htm>. Acesso em 09 de junho de 2023.

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