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co excitante e muito interessante. Para as pessoas que mais específico, quantos prótons, nêutrons e elétrons
gostam de assuntos técnicos e que gostam de “colocar existem no objeto. A massa de um objeto não muda,
a mão na massa” é física é uma ferramenta valiosa. independente de onde ela esteja no universo, e tam-
Ela nos permite explicar como os motores funcionam, bém não muda com uma mudança de estado. A única
tanto os motores de pistão como os de turbina a gás, forma de mudar a massa de um objeto é adicionan-
como os helicópteros voam e diversas outras ques- do ou removendo átomos. Matematicamente a massa
tões relacionadas as áreas da aviação e aeroespacial. pode ser expressa da seguinte forma:
Além disso, a física também nos auxilia a quantificar
coisas. Por exemplo, através da física podemos ex- Massa = Peso ÷ aceleração da gravidade
plicar o que o conceito de empuxo significa para um
motor a jato, e depois acompanhar matematicamente A aceleração da gravidade aqui na terra é de 32,2 pés
o cálculo de quantas libras de empuxo são criadas. por segundo por segundo (32,2 fps/s). Um objeto pe-
sando 32,2 libras aqui na terra diz-se ter massa de uma
A física é a área do conhecimento que estuda a natu- unidade de massa (1 slug). Uma unidade de massa é a
reza básica e essencial da matéria e energia. Ela não quantidade de massa que irá acelerar a taxa de 1 ft/s2
tenta explicar por que matéria e energia se comportam quando a força de 1 libra for aplicada. Em outras pa-
de determinada forma com relação aos fenômenos fí- lavras, sob condições atmosféricas padrão (gravidade
sicos, mas sim como se comportam. Os profissionais igual a 32,2) a massa de uma unidade de massa é igual
que fazem a manutenção de aeronaves devem ter o a 32,2 libras.
conhecimento básico de física, que também é chama-
da de ciência da matéria e energia. Peso é a medida da força da gravidade agindo sobre
a massa de um objeto. Quanto mais massa um obje-
A Matéria to tiver, mais ele vai pesar sob a força da gravidade
da terra. Uma vez que não é possível que a massa de
A matéria é o fundamento, os blocos construtores, para um objeto desapareça, a única forma para um objeto
qualquer discussão sobre física. De acordo com uma ficar sem peso é que a gravidade desapareça. Quan-
definição de dicionário a matéria aquilo que compõe do vemos astronautas em naves espaciais parece que
todas as coisas, tem massa e é percebida, de alguma eles não têm peso. Mesmo que a nave esteja a poucas
forma, pelos sentidos. De acordo com a Leia da Con- milhas acima da superfície da terra, a força da gravi-
servação matéria não pode ser criada ou destruída, mas dade não desapareceu, e os astronautas não estão sem
é possível que seu estado físico seja alterado. Quando peso. Em uma espaçonave os astronautas estão em um
a gasolina líquida vaporiza, se mistura com o ar e quei- estado de queda livre, então, em relação a nave, os as-
ma, pode até parecer que ela tenha desaparecido e não tronautas parecem estar sem peso. Matematicamente
mais exista. Embora ela não exista no estado de gaso- o peso pode ser demonstrado da seguinte forma:
lina líquida a matéria ainda existe na forma dos gases
emitidos pela queima do combustível. Peso = Massa x Gravidade
31
3- 2
11 00
Gasoline 0.72 Ice 0.917 Hydrogen 0.0695
1150
Jet Fuel Discharged
0.785 Aluminum 2.7 Helium 0.138
11 50
Jp-4
Ethyl 1275
0.789 Titanium 4.4 Acetylene 0.898
Alcohol Charged
12 00
Jet Fuel
0.82 Zinc 7.1 Nitrogen 0.967
Jp-5
11 00
Kerosene 0.82 Iron 7.9 Air 1.000
12 50
111 50
Lube Oil 0.89 Brass 8.4 Oxygen 1.105
13 00
Synthetic Carbon
0.928 Copper 8.9 1.528
Oil Dioxide
12 00
Water 1.000 Lead 11.4
11 00
12 50
Sulfuric
1.84 Gold 19.3
Acid
11 50
Mercury 13.6 Platinum 21.5
12 00
13 00
Figura 3-1. Gravidade específica de várias substâncias
12 50
13 00
tuador é pesado e tem uma escala graduada vertical.
Para determinar a gravidade específica observa-se a
escala na superfície do líquido no qual o flutuador
está imerso. Uma indicação de 1000 é lida quando o
flutuador está imerso em água pura. Quando imerso
em um líquido de maior densidade, o flutuador sobre,
indicando uma maior gravidade específica. Para líqui-
dos de menor densidade o flutuador afunda, indicando
uma gravidade específica menor.
Figura 3-2. Hidrometro para verirficar a gravidade específica
Um exemplo de uso do hidrômetro é para determinar a de uma bateria.
gravidade específica de um eletrólito (bateria líquida)
em uma bateria de aeronave. Quando a bateria está des- da são exemplos do segundo grupo; a energia de gaso-
carregada um flutuador calibrado imerso no eletrólito lina de aviação, alimentos, e de baterias são exemplos
indicará aproximadamente 1150. A indicação de uma do terceiro grupo.
bateria carregada é entre 1275 e 1310. Os valores 1150, Para calcular a energia potencial de um objeto, devido
1275 e 1310 representam 1.150, 1.275 e 1.310. O ele- a sua posição, ou altura, usa-se a seguinte fórmula.
trólito em uma bateria descarregada é 1,15 vezes mais Energia Potencial = Peso x Altura
denso que a água, e em uma bateria carregada é entre Um cálculo baseado nesta fórmula produzirá uma res-
1,275 e 1,31 vezes mais denso que a água. posta que terá unidades em pés e libras (ft-lb) ou em
polegadas e libras (in-lb), que são as mesmas unida-
Energia des aplicadas ao trabalho. Trabalho, do qual falare-
mos mais adiante neste capítulo, é descrito como a
Energia potencial é definida como energia em repou- força sendo aplicada em um corpo por uma determi-
so, ou energia armazenada. A energia potencial pode nada distância, sendo a força medida em libras e a
ser classificada em três grupos: (1) devido a posição, distância em pés ou polegadas. Pode-se observar que
(2) devido a distorção de um corpo elástico e (3) a energia potencial e trabalho têm muito em comum.
produzida através de ação química. Água em um re- Exemplo: um Boeing 747, pesando 450.000 libras
servatório elevado, e um avião elevado acima do solo precisar ser elevado a 4 pés para que a manutenção
por macacos são exemplos do primeiro grupo; uma do trem de pouso seja feita. Quanta energia potencial
corda de bungee jump esticada ou uma mola encolhi- tem o avião em função da sua posição elevada?
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3- 4
35
3- 6
As unidades de potência serão pés-libras por minuto, Se empurrarmos um objeto com uma força de 10 libras e
pés-libras por segundo, polegadas-libras por minuto o movermos por 10 polegadas em linha reta, teremos fei-
ou segundo, e possivelmente milhas-libras por hora. to 100 in-lb de trabalho. Comparativamente, se tivermos
As unidades dependem de como a distância e o tempo uma chave inglesa de 10 polegadas, em um parafuso, e o
são medidos. empurrarmos com a chave com uma força de 10 lb, um
torque de 100 lb-in é aplicado no parafuso. Se esse para-
Há muitos anos atrás havia o desejo de se comparar a fuso já estivesse apertado e não se movesse enquanto o
potência do recém desenvolvido motor a vapor com a empurrássemos com a chave, o torque de 100 lb-in ainda
potência dos cavalos. As pessoas queriam saber qual a existiria. A formula do torque é a seguinte:
equivalência, em cavalos, do motor a vapor. Em função
disso foi desenvolvido o valor que atualmente usamos, Torque = Força x distância
o cavalo de força (hp), e equivale a 550 pés-libras por
segundo (ft-lb/s). Descobriu-se que o cavalo comum Mesmo que a fórmula pareça a mesma usada para calcular
pode levantar o peso de 550 libras, a um pé do chão, em o trabalho, repare que o valor da distância nesta fórmula
um segundo. Os valores usados hoje, para a conversão não é o da distância linear em que o objeto se move, mas
de potência em cavalos de força, são os seguintes: sim a distancia ao longo da qual a força é aplicada.
1 hp = 550 ft-lb/s Note que o torque com nada tinha que mover, porque
1 hp = 33.000 ft-lb/min a força é aplicada ao longo de uma distância e não
1 hp = 375 milhas libras por hora (mi-lb/hr) através de uma certa distância. Repare também que
1 hp = 746 watts (conversão de eletricidade) embora as unidades de trabalho e torque pareçam ser
as mesmas, elas não são. As unidades de trabalho são
Para se converter potência em cavalos de força divi- polegadas-libras e as unidades de torque são libras-
da a potência pela conversão apropriada, baseada nas polegadas, e isso é o que diferencia os dois.
unidades usadas.
O torque é muito importante quando pensamos sobre
Exemplo: qual potência será necessária, e quantos como os motores funcionam, tanto os motores de pis-
cavalos de força, para erguer um motor turbo hélice tão como os motores de turbina a gás. Os dois tipos
GE-90 em posição para instalá-lo em um Boeing 777- de motores criam torque antes de serem capaz de criar
300? O motor pesa 19.000 libras e deve ser levantado trabalho ou potência. Com o mecanismo de êmbolo,
a uma altura de 4 pés em 2 minutos. a força em libras empurra para baixo sobre a parte
superior do pistão e tenta fazê-lo mover. O pistão está
Potência = Força x distãncia ÷ tempo ligado à barra de ligação, que está ligado ao eixo de
= 19.000 lb x 4 ft ÷ 2 min manivela de um deslocamento. Este deslocamento se-
= 38.000 ft-lb/min ria igual ao comprimento da chave inglesa menciona-
Hp = 38.000 ft-lb/min ÷ 33.000 ft-lb/min da anteriormente, e a força atuando ao longo do seu
Hp = 1,15 comprimento é o que cria o torque. [Figura 3-6]
Para o cilindro da Figura 3-6 há uma força de 500
O guindaste que será usado para erguer o motor ne- libras empurrando a parte superior do pistão para
cessita ser movido por um motor elétrico, porque uma baixo. A haste de ligação se liga ao eixo de manivela
pessoa comum não é capaz de gerar 1,15hp em seus a uma distância de deslocamento de 4 polegadas. O
braços por 2 minutos. produto da força e da distância de deslocamento é o
torque, neste caso de 2,000 lb-in.
Em um motor de turbina, as pás da turbina, na parte de
37
Uma máquina é qualquer instrumento com o qual o 5. Máquinas podem ser usadas para mudar a di-
trabalho pode ser realizado. Em termos de aplicação, reção da força. Um exemplo deste uso é o iça-
máquinas podem ser usadas por quaisquer dos seguin- mento de uma bandeira. Uma força para bai-
tes propósitos, ou uma combinação destes propósitos. xo de um lado da corda exerce uma força para
cima no outro lado, erguendo a bandeira em
direção ao topo do poste.
3- 8
O conceito de torque, discutido anteriormente neste Esforço(F) x Braço de Esforço(L)= Resistência(R) x Braço de Resistência(I)
capítulo, está muito envolvido na operação de uma E x 60 in =5 00 lb x 12in
alavanca. Quando uma pessoa senta em uma ponta da E = 500 lb x 12 in ÷60 in
gangorra ela aplica uma força para baixo, em libras, E= 100lb
que age ao longo da distância até o centro da gangor-
ra. Esta combinação de força e distância cria o torque, A vantagem mecânica da alavanca, neste exemplo, seria:
que tenta causar rotação.
Vantagem Mecânica = Força de Saída ÷Força de Entrada
Alavanca de Primeira Classe = 500 lb ÷100 lb
Em uma alavanca de primeira classe o fulcro está loca- = 5,ou 5 para 1
lizado entre o esforço e a resistência. Conforme men-
cionado anteriormente, a gangorra é um bom exemplo Um ponto interessante neste exemplo de alavanca é
de alavanca, e é uma alavanca de primeira classe. A que se o esforço aplicado se movesse 10 polegadas
quantidade de peso e a distância do fulcro podem va- para baixo, o peso do outro lado se moveria apenas 2
riar de acordo com a necessidade. Aumentando-se a polegadas para cima. O peso sendo levantado se mo-
distância do esforço aplicado até o fulcro, comparado veria apenas 1⁄(5.) A razão para isto está no conceito
com a distância do fulcro até o peso que está sendo de trabalho. Em função de que uma alavanca não po-
movimentado, aumenta-se a vantagem oferecida pela der ter trabalho de saída do que de entrada, se ela te
alavanca. Pés de cabra, tesouras e alicates são exem- permitir levantar 5 vezes mais peso, você só irá movê-
plos comuns de alavancas de primeira classe. O equi- lo 1/5 do que mover o esforço.
libro adequado de uma aeronave também é um bom Alavanca de Segunda Classe
exemplo, com o centro de sustentação da asa sendo A alavanca de segunda classe tem o fulcro em uma pon-
o ponto de articulação (fulcro) e os pesos dianteiro e ta e o esforço é aplicado na outra. A resistência está em
traseiro sendo os pontos de esforço e resistência. algum lugar entre estes pontos. Um carrinho de mão é
um bom exemplo de alavanca de segunda classe, com
Quando calcular quanto esforço é necessário para a roda em uma extremidade sendo o fulcro, e as alças
levantar determinado peso, ou quanto peso pode ser na extremidade oposta, e a caixa, no meio, sendo onde
levantar por um determinado esforço, pode-se usar a a resistência se encontra [Figura 3-8].
seguinte fórmula:
39
“L”
“I” “L”
“I”
Fulcrum “F” Fulcrum “F”
Resistance “R” Resistance “R”
Figura 3-8. Alavanca de segunda classe. Figura 3-9. Alavanca de terceira classe.
Tanto as alavancas de primeira e segunda classe são co- vancas de terceira classe são facilmente reconhe-
mumente usadas para ajudar a superar grandes resistên- cidas porque o esforço é aplicado em algum ponto
cias com um esforço relativamente baixo. A alavanca de entre o fulcro e a resistência. O trem de pouso retrá-
primeira classe, contudo, é mais versátil. Dependendo que til principal de uma aeronave são um bom exemplo
quão longe ou perto o peso esteja do fulcro, a alavanca de de alavanca de terceira classe. A parte superior do
primeira classe pode ser feita para ganhar força ou resis- trem de pouso, que fica ligada ao avião, é o ponto
tência, mas não ambos os mesmo tempo. A alavanca de de articulação. O conjunto da roda e freio, na ou-
segunda classe só pode ser feita para ganhar força. tra extremidade do trem de pouso, é a resistência.
O atuador hidráulico, que faz com que o trem de
Exemplo:A distância entre o centro de uma roda até as al- pouso retraia está preso em algum ponto no meio, e
ças de um carrinho de mão é de 60 polegadas. O peso no este é o esforço aplicado.
corpo do carrinho está a 18 polegadas do centro da roda.
Se 300 libras são colocadas no corpo, quanta força deve A Polia
ser aplicada nas alças para erguer o carrinho de mão? Polias são máquinas simples na forma de uma roda
montada em um eixo fixo e apoiada por uma estru-
Esforço(E)x Braço de Esforço(L)= Resistência(R) x tura. A roda, ou disco, normalmente tem um sulco
Braço de Resistência(I) para acomodar uma corda. A roda algumas vezes é
chamada de roldana. A estrutura que suporta a roda é
E x 60 polegadas=300 libras x 18 polegadas chamada de bloco. Um bloco e os eixos são conheci-
dos como um par de blocos. Cada bloco contém uma
E=300 lb x 18in ÷ 60in ou mais polias e uma corda conectando as polia, ou
polias, a cada bloco.
E= 90 lb
Polia Fixa Simples
A vantagem mecânica da alavanca, neste exemplo, Uma polia fixa simples é, na verdade, uma alavanca
seria de: de primeira classe com braços iguais. Na figura 3-10,
o braço do ponto “R” até o ponto “F” é igual ao braço
Vantagem Mecânica=Força de Saida ÷Força de Entrada do ponto “F” até o ponto “E” (ambos a mesma distân-
cia do raio da roldana). Quando uma alavanca de pri-
=300 lb ÷90lb meira classe tem braços iguais, a vantagem mecânica
é 1. Assim, a força para puxar a corda deve ser igual
=3,33,ou 3,33 para 1 ao peso do objeto que está sendo levantado. A única
vantagem de polia fixa simples é mudar a direção da
Alavanca de Terceira Classe força, ao se puxar a corda.
Existem ocasiões onde é desejável acelerar a veloci-
dade do movimento de resistência, mesmo que uma Polia Móvel Simples
grande quantidade de esforço deva ser usada. As Uma polia simples pode ser usada para ampliar a força
alavancas adequadas para isso são as de terceira exercida. Na Figura 3-11, a polia é móvel, onde ambas
classe. Conforme mostrado na Figura 3-9, fulcro as cordas estendendo-se a partir da polia e compartilham
está em uma ponta da alavanca e o peso e a resis- a sustentação do peso. Esta polia móvel simples age
tência e serem vencidos estão na outra ponta, com como uma alavanca de segunda classe, com uma braço
o esforço aplicado em algum ponto entre eles. Ala- de esforço (EF) sendo o diâmetro da polia e o braço de
3- 10
R F E
R
F
Weight
ort “E”
3 11
Support
Ropes
Weight
Figura 3-13
3- 12
Plano Inclinado
O plano inclinado é uma máquina simples que facilita Figura 3-17
3 13
Pressão
Sempre que uma máquina estiver em operação, seja
ela uma máquina simples como uma alavanca ou pa-
rafuso, ou uma máquina mais complexa como um
motor de pistão de aeronaves ou um trem de aterris-
Figura 3-18 sagem hidráulico, as partes e peças desta máquina
irão experimentar uma coisa chamada pressão. Sem-
pre que uma força externa é aplicada em um objeto,
em uma balança eletrônica. A aeronave foi empurrada como um peso sendo empurrado na extremidade de
para cima, por uma rampa, para chegar até a balança. uma alavanca, uma reação acontecerá dentro do obje-
to, que é conhecida como pressão. A pressão é medi-
Com um plano inclinado o comprimento da rampa é da em libras por pé quadrado, ou libras por polegada
o braço de esforço e a altura vertical da rampa é o quadrada (psi).
braço de resistência. Se o comprimento da rampa for
5 vezes maior que a altura haverá uma vantagem de Uma força externa agindo em um objeto causa pressão
força, ou vantagem mecânica, de 5. O Cessna 172 da que pode se manifestar em uma de suas cinco formas,
Figura3-17 pesou 1.600 libras no dia da pesagem. A ou uma combinação entre elas. As cinco formas são
rampa na qual está apoiado tem 6 polegadas de altura tensão, compressão, torção, flexão e cisalhamento.
(braço de resistência) e o comprimento da rampa é
de 24 polegadas (braço de esforço). Para se calcular Tensão
a força necessária para se empurrar a aeronave sobre A tensão é uma força que tenta romper um objeto. Em
as rampas use a mesma fórmula apresentada anterior- um sistema de bloco e guincho, discutido anteriormen-
mente, quando estávamos discutindo as alavancas, te neste capítulo, o bloco superior que o abrigava as
conforme abaixo: duas roldanas fixas foi fixado a uma viga suspensa. O
bloco móvel inferior e as suas duas polias foram pen-
Esforço(E)x Braço de Esforço(L)= Resistência(R) x durados por cabos, e o peso foi pendurado abaixo de
Braço de Resistência (I) toda a montagem. O peso sendo erguido poderia pro-
E x 24 in=16.000 lb x 6 in vocar tensão as cordas e blocos. O peso está tentando,
E=1.600 lb x 6 in ÷24 in literalmente, romper a corda, e finalmente faria com
E=400 lb que a corda se rompesse se o peso fosse muito grande.
3- 14
Figura 3-21
Torção
Torção é a pressão que um objeto experimenta quando
é torcido, o que é o que acontece quando o torque é
Rivet head
aplicado a um eixo. A torção na verdade é composta
de duas outras pressões: tensão e compressão. Quan-
do um eixo é torcido, a tensão é experimentada na
diagonal do eixo e a compressão age a um ângulo de
90 graus de tensão. [Figura 3-20]
Flexão
Uma aeronave, durante o voo, experimenta uma força
Wing top is
Figura 3-19 under Tension
Wing bottom is
under Compression
Tension stress
Figura 3-22
Clevis Bolt
Force
Rotation Compression
3 15
Cisalhamento
Quando uma pressão de cisalhamento é aplicada a um
objeto a força tenta cortar ou fatiar o objeto, assim
como uma faca corta manteiga. Um parafuso de en-
gate, o qual é muitas vezes utilizado para fixar um
cabo a uma parte da estrutura da aeronave, tem uma
pressão de cisalhamento agindo sobre ele. Conforme
mostrado na Figura 3-23, um encaixe de garfo é fixa-
do à extremidade do cabo, e o garfo ligado a um olho Figura 3-24
na estrutura com um parafuso de gancho. Quando o
cabo é colocado sob tensão, o garfo tenta deslizar para Movimento
fora do olho através do corte através do parafuso de
gancho. Este parafuso é projetado para suportar altas O estudo da relação entre o movimento dos corpos
cargas de cisalhamento. ou objetos e as forças agindo neles é frequentemen-
te chamado de estudo da “força e movimento”. De
Deformação um modo mais específico, a relação entre velocidade,
Se a pressão em um objeto for grande o suficiente, aceleração e distância é conhecida como cinemática.
é possível que o objeto muda de forma ou fique dis- Movimento Uniforme
torcido. Uma característica da matéria é que ela ten- O movimento pode ser definido como uma mudança
de a ser elástica, significando que pode ser forçada contínua de posição ou lugar, ou um processo no qual
a perder sua forma quando uma força é aplicada, e um corpo sofre deslocamento. Quando um objeto está
então retorne a sua forma original quando a força for em diferentes pontos no espaço, em diferentes tem-
retirada. Quando um objeto é distorcido por uma força pos, diz-se que o objeto está em movimento, e se a
aplicada diz-se que o objeto está deformado. distância percorrida pelo objeto permanece a mesma
Em células de ensaio de motores de turbina, o impul- durante um determinado período de tempo, o movi-
so do motor geralmente é medido por aquilo que são mento pode ser descrito como uniforme, assim, um
chamados extensômetros. Quando a força (impulso) do objeto em movimento uniforme sempre tem uma ve-
motor está puxando para fora, contra os medidores de locidade constante.
deformação, a quantidade de distorção é medida e em
seguida convertidos para a leitura de pressão apropriada. Aceleração e Velocidade
Um torque estilo de feixe de deflexão utiliza a tensão No uso diário, velocidade e aceleração são frequen-
na extremidade de acionamento da chave e a distorção temente usadas como se tivessem o mesmo signifi-
resultante do feixe para indicar a quantidade de torque cado. Em física, elas têm significado bem distinto.
em um parafuso ou porca.[Figura 3-24] Velocidade refere-se em quão rápido um objeto está
se movendo, ou quão longe um objeto irá viajar em
um determinado tempo. A velocidade de um objeto
não diz nada com relação a direção em que o obje-
to está se movimentando. Por exemplo, se temos
3- 16
e
determinado comprimento, tendo uma seta em ambas
plan
as pontas. O comprimento da linha indica o valor do
f air
nt o
número e a seta indica a direção em que o número está
eme
a atuando.
Mov
C=
Dois vetores de aceleração, com um representando a
tor
aceleração do avião e um representando a aceleração
Vec
do vento, podem ser somados no que chamamos de
vetor de análise. A Figura 3-25 demonstra isto, os ve-
tores “A” e “B” representam a aceleração de um avião
e do vento, e o vetor “C” é o resultante. Sem vento,
a velocidade e a aceleração do avião seriam aquela
demonstrada pelo vetor “A”. Ao se contabilizar a di-
reção do vento e velocidade, o avião voa a velocidade
e direção mostrados pelo vetor “C”.
Aceleração
A aceleração é definida como a taxa de mudança de
velocidade. Se a velocidade de um objeto aumenta
de 20 mph para 30 mph, o objeto está sendo acele-
3 17
Neste exemplo a aceleração foi de 58,7 fps/s. Como Exemplo: o motor de um turbojato está movimentan-
32,2 fps/s é igual a aceleração devido a gravidade, do 150 libras de ar por segundo através do motor. O
divida a aceleração do F-15 por 32,2 para descobrir ar entra a 100 fps e sai a 1.200 fps. Quanto impulso,
quantas forças G o piloto está experimentando. Neste em libras, que o motor está criando?
caso seria de 1,82 Gs.
P (Vf-Vi)
F=
As Leis do Movimento de Newton Gt
Primeira Lei 150 (1200-100)
F=
Quando um mágico puxa a toalha de uma mesa e 32,2 (1)
deixa pratos e copos intactos em seus lugares ele não
F=5.124 libras de impulso
está demonstrando nenhuma arte mística, mas sim
o princípio da inércia. A inércia é responsável pelo
desconforto sentido quando um avião dá uma parada Terceira Lei
repentina após aterrissagem e taxiar e os passageiros A terceira lei do movimento de Newton é frequen-
são arremessados para frente. A inércia é uma proprie- temente chamada de lei da ação e reação. Ela afirma
dade da matéria. Esta propriedade de matéria é des- que para cada ação há uma reação igual e oposta. Isto
crita como a primeira lei do movimento de Newton, significa que se uma força aplicada a um objeto, o ob-
que afirma: jeto irá produzir uma força de resistência exatamente
Objetos em descanso tendem a permanecer em des- igual, e na direção oposta, da força aplicada. É fácil
canso e objetos em movimento tendem a manter a ver como isso pode se aplica a objetos em repouso. Por
mesma velocidade e mesma direção, a não ser que exemplo,quando um homem está de pé, no chão, o piso
sofram alguma força externa. exerce uma força contra seus pés exatamente igual ao
seu peso. Mas esta lei é também aplicável quando uma
Segunda Lei força é aplicada a um objeto em movimento.
Os corpos em movimento tem uma propriedade cha-
mada impulso. Um corpo que tenha um grande im- A força sempre existe em pares. O termo “força ativa”
pulso tem uma forte tendência a permanecer em mo- significa a força que um corpo exerce sobre um se-
vimento e, assim, dificuldade em parar. Por exemplo, gundo corpo, e força de reação significa a força que o
um trem que esteja se movimentando, mesmo que em segundo corpo exerce no primeiro.
baixa velocidade, tem dificuldade de parar em função Quando uma hélice de avião empurra uma corrente
da sua grande massa. A segunda lei de Newton refere- de ar para trás, com uma força de 500 libras, o ar em-
se a esta propriedade. Ela afirma que: purra as lâminas para frente, com uma força de 500
Quando uma força age sobre um corpo o impulso libras Esta força para a frente faz com que a aeronave
daquele corpo é alterado. A taxa de impulso é pro- se mova para a frente. Um motor turbo hélice exerce
porcional a força aplicada. Baseado na segunda lei de uma força sobre o ar que entra no duto de entrada,
Newton a fórmula para se calcular o impulso é uma causando uma aceleração na saída do duto do venti-
derivada, afirmando que a força é igual a massa vezes lador e o tubo de escape. O ar acelerando para a parte
3- 18
Movimento Circular
O movimento circular é o movimento de um objeto WT
ao longo de uma rota curta que tem um raio constante. “C”
Por exemplo, em uma ponta de um fio um objeto está
Centripetal Force
amarrado, e a outra ponta está segura pela mão, o ob- A
jeto pode girar em círculo. O objeto é constantemente
desviado de um caminho em linha reta em virtude da
atração exercida pela corda, conforme mostrado pela
rce
Figura 3-26. Quando o peso estiver no ponto A, devi- l Fo
u ga
do a inércia ele tende a continuar em movimento em if
ntr
Ce
linha reta e terminar no ponto B. Em função da força
exercida pelo fio o objeto é forçado a se movimentar
em uma rota circular e termina no ponto C.
3 19
3- 20
3 21
.80 Water
.70
SILVER
.50
COPPER
.40 .37 Metal ring to keep
ice from rising
ALUMINUM
.30
.22 MAGNESIUM
.20 .18
NICKEL
.10 .08
IRON
LEAD
3- 22
ou raios-x, que são todos parecidos exceto pela dife- Calor Específico
rença de comprimento de onda. Estas ondas viajam na Uma forma importante na qual uma substância difere
velocidade da luz e são transmitidas pelo vácuo mais é na exigência de quantidades diferentes de calor para
facilmente do que pelo ar, porque o ar absorve algumas produzir alteração de temperatura de uma determinada
delas. A maioria das formas de energia pode ser rastrea- massa de substância. Cada substância exige uma de-
da para a energia da luz solar. A luz do sol é uma forma terminada de calor, sua capacidade específica de calor,
de energia térmica radiante que viaja pelo espaço para para aumentar a temperatura de uma unidade de sua
alcançar a terra. Estas ondas eletromagnéticas de calor massa em 1ºC. A calor específico de uma substância é
são absorvidas quando entram em contato com corpos a razão da sua capacidade de calor específica para a ca-
não transparentes. O resultado é que o movimento das pacidade de calor específica da água. O calor específico
moléculas em um corpo são aumentadas como indica- é expresso com um número que, por ser uma razão, não
do pelo aumento da temperatura corporal. tem unidades e se aplica tanto para o sistema Inglês e
o sistema métrico.
As diferenças entre condução, convecção e radiação
podem ser consideradas agora. Primeiro, embora a É sorte que a água tenha uma capacidade de calor es-
condução e a convecção sejam extremamente lentas, pecífica alta. Grandes corpos de água na terra mantém
a radiação acontece na velocidade da luz. Este fato é o ar e a matéria solida na superfície, ou perto dela, a
evidente em um eclipse solar quando o calor do sol uma temperatura relativamente constante. Uma grande
diminui ao mesmo tempo em que a luz solar diminui. quantidade de calor é necessária para mudar a tempera-
Segundo, o calor da radiação pode passar através de tura de um lago grande ou de um rio. Assim, quando a
um meio sem aquecê-lo. Por exemplo, o ar dentro de temperatura cai abaixo daquela dos grandes corpos de
uma estufa pode ser muito mais quente do que o vi- água, eles liberam grandes quantidades de calor. Este
dro que deixa os raios de sol passar. Terceiro, embora processo evita a temperatura atmosférica da superfície
a transferência térmica por condução ou convecção da terra mude rapidamente.
pode viajar por desvios, o calor de radiação sempre
viaja em linha reta. Por exemplo, a radiação pode ser Os valores de calor específico de alguns matériais co-
eliminada por uma tela colocada entre a fonte de calor muns estão listados na Figura 3-30.
e o corpo a ser protegido.
3 23
Lead 0.031
Mercury 0.033
0 273 32 492 Pure water freezes
Brass 0.094
Copper 0.095
Figura 3-30
3- 24
3 25
40 50 60
30 70
20 80
14.7 psi 760 mm
Atmospheric 29.92 in
pressure 10 90
0 100
Fuel Pressure
psi
Figura 3-34
Figura 3-33
35 30 28
26
Pressão Absoluta 30 29.5
24
O medidor que inclui a pressão atmosférica em seu psi 22
20
leitor está medindo o que é conhecido como pressão
25 18
absoluta, ou psia. A pressão absoluta é igual a medi-
Man. Fuel
da de pressão mais pressão atmosférica. Se alguém Press. Flow
14
ligar algum instrumento indicador psia a um sistema ("Hg) ( Gal⁄Hr )
de motor a óleo o medidor lerá a pressão atmosféri- 20
ca quando o motor não estiver funcionando. Como 10
isso não faz muito sentido para um operador típico, 4.0 psi
15 6
os medidores psia não são usados neste tipo de apli-
cação. Um medidor de pressão de admissão de um
10
motor de combustão pode indicar uma pressão me-
nor que a pressão atmosférica se o motor não estiver
sobrecarregado, e maior se estiver sobrecarregado. O
Figura 3-35
único medidor que tem essa possibilidade de mostrar
diversas leituras diferentes é o medidor de pressão
absoluta. A Figura 3-35 mostra o medidor de pressão
de admissão, com um mostrador que vai de 10 “Hg
até 35 “Hg. Lembre que 29,92 “Hg é a pressão atmos-
férica padrão.
Pressão Diferencial
Pressão diferencial, ou psid, é a diferença entre as
pressões lidas em dois locais diferentes no sistema.
Por exemplo, no sistema de uma turbina de motor a
óleo a pressão é lida enquanto entra no filtro de óleo,
e também quando sai. Estas duas leituras são enviadas
para um transmissor que liga uma lâmpada localizada
na cabine de comando. Qualquer resistência ao fluxo
provocará uma queda de pressão. Se o filtro de óleo Figura 3-36
3- 26
3 27
P1 (V1)(T2)= P2 (V2)(T1)
Lei de Dalton
Se uma mistura de dois ou mais gases que não com-
Nesta segunda fórmula a pressão e a temperatura de- binam quimicamente é colocada em um recipiente,
vem ser absolutas. cada gás vai se expandir pelo espaço total e a pressão
absoluta de cada gás é reduzida a metade do seu va-
Exemplo: Um cilindro de oxigênio de 15 ft3 está a lor, chamado de pressão parcial. Esta redução está de
uma temperatura de 70ºF e a uma pressão de 750 acordo com a Lei de Boyle. A pressão dos gases mis-
psig. O cilindro é colocado ao sol e a temperatura turados é igual a soma das pressões parciais. Este fato
do oxigênio aumenta para 140ºF. Qual será a nova foi descoberto por Dalton, um físico inglês, e é des-
pressão em psig? crito pela Lei de Dalton: “A mistura de diversos gases
que não reagem quimicamente exerce uma pressão
70 graus Fahrenheit=530 graus Rankine igual a soma das pressões que os diversos gases iriam
140 graus Fahrenheit=600 graus Rankine exercer separadamente se eles pudessem ocupar todo
750 psig+14,7=764,7 psia o espaço sozinhos, a uma determinada temperatura.
50 psig+14,7=764,7 psia
P1T2=P2T1 Mecânica dos Fluidos
764,7 (600)= P2 (530)
P2=764,7 (600)÷530 Um fluido, por definição, é qualquer substância que seja
P2=865,7 psig capaz de fluir se não estiver de alguma forma, confinado
P2=851 psig ou restrito. Tantos os gases como os líquidos são classifica-
dos como fluidos, e agem, frequentemente, de forma muito
Lei Geral dos Gases parecida. Uma diferença significante aparece quando uma
Da combinação das leis de Boyle e Charles pode-se força é aplicada nestes fluidos. Os líquidos tendem a ser
derivar uma expressão que afirma todas as informa- incompressíveis, e os gases são altamente compressíveis.
ções contidas em ambas as leis. A fórmula usada para Muitos dos princípios nas quais a aviação está baseada tais
expressar a lei geral dos gases é a seguinte: como o princípio de sustentação da asa e a força gerada por
um sistema hidráulico, podem ser explicados e quantifica-
dos usando-se as leis da mecânica dos fluidos.
3- 28
Força de Flutuabilidade=
Volume do Objeto x Densidade do Fluido Deslocado
=10 (62,4)
=624 libras
3 29
3- 30
Força=Pressão x Area ou
3 31
Figura 3-45
F
Para se pensar sobre a distância que o pistão de saí-
da movimenta, em resposta ao movimento do pistão
de entrada, devemos considerar o volume de fluido
deslocado. No estudo de geometria aprendemos que
o volume de um cilindro é igual a área de superfície
do cilindro multiplicado por sua altura. Então, quan-
Figura 3-44
3- 32
= 500 ÷ ¼ = 200 psi Low High Low High Low High Low High
Parte do entendimento da Lei de Pascal e de hidráuli- Na sessão mais larga do Venturi (pontos A e C da
ca envolve a utilização de fórmulas e o reconhecimen- Figura 3-46), o líquido se move em baixa velocida-
to da relação entre as variáveis individuais. Antes que de, produzindo alta pressão estática, conforme in-
os números sejam conectados as formulas é possível dicado pelo medidor de pressão. Conforme o tudo
analisar as variáveis no sistema e dar-se conta do que fica mais estreito, no centro, ele deve dar vazão ao
está acontecendo. Por exemplo, observe as variáveis mesmo volume de fluido que nos dois extremos.
da Figura 3-45 e repare que o pistão de saída é 20 Nesta parte mais estreita o liquido se move com
vezes maior que o de entrada (5 in2 comparado com ¼ uma maior velocidade, produzindo uma pressão
in2). A comparação nos diz que a força de saída será mais baixa do que nos pontos A e C, conforme in-
20 vezes maior do que a de entrada, e que o pistão dicado pela leitura alta do medidor de velocidade
de saída também se movimentará por 1/20 da distân- e pela leitura baixa do medidor de pressão. Uma
cia. Sem usar qualquer fórmula podemos concluir que boa aplicação para o princípio de Venturi é o car-
o sistema hidráulico em questão tem uma vantagem burador do tipo flutuador. Conforme o ar flui pelo
mecânica de 20. carburador em seu caminho para o motor, ele passa
pelo Venturi, onde a pressão estática é reduzida. O
Princípio de Bernoulli combustível no carburador, que está sob alta pres-
O princípio de Bernoulli originalmente tentou expli- são, flui para uma área do Venturi de pressão mais
car a ação de um líquido fluindo através de várias se- baixa e se mistura com o ar.
ções transversais de tubos. Na Figura 3-46 é mostrado
um tubo no qual uma área transversa diminui gradu- O princípio de Bernoulli é extremamente importante
almente até um diâmetro mínimo no centro da seção. para se entender como alguns dos sistemas usados na
Um tubo, com esse tipo de construção, é chamado de aviação funcionam, incluindo como a asa de um avião
“Venturi”, ou “tubo Venturi”. Onde a área transversal gera elevação e porque o duto de entrada de uma tur-
está diminuindo, a passagem chama-se duto conver- bina de motor em um avião subsônico é divergente
gente. Onde a passagem começa a se alargar, é cha- em forma. A asa de um avião que está se movendo
mado de duto divergente. lentamente tem uma superfície superior curvada, e
uma superfície inferior relativamente reta. A super-
Quando um líquido (fluido) passa pelo tubo Venturi fície superior curvada atua como metade do Venturi
os medidores nos pontos “A”, “B” e “C” são posicio- com formato convergente. Conforme o ar flui sobre a
nados para registrar a velocidade e a pressão estática parte superior da asa, ele acelera e a pressão estática
do líquido. O Venturi na Figura 3-46 pode ser usada diminui. A pressão estática na parte inferior da asa é
para ilustrar o princípio de Bernoulli, que afirma que: agora maior que a pressão na parte superior, e esta
a pressão estática de um fluido (líquido ou gasoso) diferença de pressão cria o levantamento da asa. O
diminui nos pontos onde a velocidade do fluido au- Princípio de Bernoulli é o conceito de voo da asa é
menta, desde que nenhuma energia seja adicionada ou coberto, em profundidade, no tópico “Teoria de Voo
retirada do fluido. A velocidade do ar é energia cinéti- das Aeronaves” neste capítulo.
ca e a pressão estática do ar é energia potencial.
3 33
Movimento de Onda
Sendo que o som é um movimento de onda, ele pode Rarefaction
Tuning fork
ser entendido de uma melhor forma se primeiro con-
Compression
siderarmos as ondas de água. Quando um objeto é
jogado em uma piscina surge, em função deste distúr-
bio, uma série de ondas circulares. Na Figura 3-47 tais
ondas são vistas a partir de uma perspectiva superior,
com as ondas viajando do centro para fora. Em uma
perspectiva perpendicular na Figura 3-47, repare que
as ondas são uma sequencia de cristas e vales. O com-
primento de onda é a distancia entre a crista de uma
Amplitude
onda até a crista da próxima. Ondas de água são co-
nhecidas como ondas transversas porque o movimen-
to das moléculas de água é para cima e para baixo, ou
em ângulos retos na direção na qual as ondas estão
indo. Isto pode ser visto observando-se uma rolha na Wave
length
água, balançando para cima e para baixo quando as
ondas passam por ela.
Figura 3-48
O som viaja pela matéria na forma de movimento Quando o dente retorna e se move em uma direção
de ondas longitudinais. Estas ondas são chamadas para dentro, o ar na frente do dente está rarefeito e
de longitudinais porque as partículas do meio vibrar então sua pressão momentânea é reduzida em outros
para frente e para trás longitudinalmente, na direção pontos abaixo do meio circundante. Este distúrbio é
da propagação. [Figura 3-48] Quando o dente de transmitido na forma de uma onda de rarefação (ex-
um diapasão se move para fora o ar, imediatamente pansão) e segue a onda de compressão através do
em frente do dente é comprimido de modo que a sua meio. O progresso de qualquer onda envolve dois
pressão momentânea é mais elevado do que em outros movimentos distintos: (1) a onda propriamente dita
pontos do meio circundante. Pelo fato do ar ser elásti- se move para frente em velocidade constante e (2) si-
co, este distúrbio é transmitido progressivamente em multaneamente, as partículas do meio que transmite
3- 34
3 35
Automobile horn
160 o giro da hélice nestas rpm pode causar problemas de
140 Riveting machine, as heard vibração. A dificuldade reside na frequência natural
130 by operator
do metal da hélice, e a frequência de vibração que será
120 An express train passing
110 close by estabelecida em uma determinada velocidade de pon-
100 Modern turbo engine at ta da hélice. Em um determinado rpm, a pressão pode
ft
90
Subway train at 20 ft
chegar a um nível que faça com que a hélice se rompa.
80 (1⁄2 the loudness of 110 dB noise)
70 Pneumatic drill at 50 ft A Atmosfera
60
Vacuum cleaner at 50 ft A aviação é tão dependente desta categoria de fluidos
THRESHOLD OF AUDIBILITY
50
40 Nearby fr
chamada gases e do efeito de forças e pressões agindo
30 Pr sobre os eles, que a discussão do assunto atmosfera é
20 Residential area in the evening
importante para as pessoas que trabalham com manu-
10 tenção e reparo de aeronaves.
0 Soft whisper at 5 ft
Radio studio
Os dados disponíveis sobre a atmosfera podem deter-
Faint whisper
minar se o voo será bem sucedido, ou se pelo menos
Figura 3-49 poderá levantar voo. Os vários componentes do ar ao
redor da terra, as mudanças de temperatura e pressão
de diferentes níveis sobre a terra, as propriedades
Efeito Doppler climáticas encontradas pelo avião em voo, e muitos
Quando o som está vindo de um objeto em movimen- outros dados são considerados na preparação de um
to, movimentando-se para frente, o som soma-se a plano de voo.
frequência conforme percebido a partir da frente e
leva do frequência conforme detectado a partir de trás. Pascan e Torricelli receberam os créditos pelo desen-
Esta mudança de frequência é conhecida como Efeito volvimento do barômetro, um instrumento para medir
Doppler, e explica por que o som de um avião parece a pressão atmosférica. O resultado de seus experi-
diferente quando está se aproximando comparado ao mentos ainda são usados, com muito pouco aperfei-
som quando passar por cima do local onde estamos. çoamento no projeto. Eles determinaram que o ar tem
Enquanto se aproxima, o som fica mais alto e também peso, que se altera quando a altitude em relação ao
mais agudo. Quando ele passa tanto o volume do som, nível do mar é mudada. Hoje os cientistas também se
como a intensidade diminui consideravelmente. interessam em como a atmosfera afeta o desempenho
Se o avião está voando na velocidade do som, ou mais de uma aeronave e seus equipamentos.
alta, a energia não pode viajar a frente do avião, por-
que o avião a alcança no mesmo momento em que Composição da Atmosfera
ela sai. A energia sonora sendo criada pelo avião se A atmosfera é uma mistura complexa e em constante
acumula, e liga-se a estrutura do avião. Conforme o mudança. Seus ingredientes variam de lugar para lu-
avião se aproxima, uma pessoa que está no chão não gar, e de um dia para o outro. Além de inúmeros ga-
será capaz de ouvi-la até que o avião passe pela pes- ses ela contem diversos outros matérias, como pólen,
soa, porque a energia sonora está, na verdade, vindo poeira, bactérias, fuligem, poeira vulcânica, esporos
atrás do avião. Quando o som do avião é ouvido, será e poeira do espaço sideral. A composição do ar per-
na forma do que se chama de ruído sônico. manece quase que constante, do nível do mar até os
níveis mais altos, mas sua densidade diminui rapida-
Resonância mente com a altitude. A seis milhas de altitude, por
Todos os tipos de matéria, não importando que seja exemplo, o ar é rafereito demais para que se possa
sólido, liquido ou gás, tem uma frequência natural respirar, e a 12 milhas de altura, não há oxigênio o
na qual os átomos dentro da matéria vibram. Se dois suficiente para que acontece combustão, exceto em
pedaços de matéria tem a mesma frequência natural, alguns aviões especialmente projetados com motores
3- 36
3 37
Figura 3-51
Figura 3-50
Como a pressão padrão e as temperaturas são asso-
ciadas com cada altitude, a densidade do ar também
luna de 1 in2, que vai até o topo da atmosfera, pesará deve ser considerada padrão, assim como temperatura
14,7 libras. Uma coluna de mercúrio de 1 in2, de 29,92 e pressão. Assim, uma determinada condição atmos-
polegadas de altura, também pesará 14,7 libras. É por férica é associada com cada altitude. Assim surgiu a
isso que 14,7 psi é igual a 29,92 “Hg. A Figura 3,50 expressão “altitude de densidade”, que tem o símbolo
demonstra esta explicação. “Hd”. A altitude de densidade de 15.000 pés é a alti-
tude na qual a densidade é a mesma que a considera-
Uma segunda forma de se medir a pressão atmosfé- da padrão para 15.000 pés. Lembre-se, porem, que a
rica é com um barômetro aneroide. Este instrumento altitude de densidade não é, necessariamente, a real
mecânico é uma escolha muito melhor que o barô- altitude. Por exemplo, em um dia quando a pressão
metro de mercúrio para o uso em aviões. Os barôme- atmosférica estiver mais alta que a padrão e a tem-
tros aneroides (altímeros) são usados para indicar a peratura mais baixa, a densidade, que é padrão para
altitude do voo. As calibrações são feitas em milhares 10,000 pés pode ocorrer a 12.000 pés. Neste caso, na
de pés ao invés de psi ou polegadas de mercúrio. Por altitude real de 12.000 pés, teremos ar que tem a mes-
exemplo, a pressão padrão ao nível do mar é de 29,92 ma densidade do ar padrão a 10.000 pés. A altitude de
“Hg, ou 14,7 psi. A 10.000 pés acima do nível do densidade é altitude calculada corrigindo-se a altitude
mar, a pressão normal é de 20,58 “Hg, ou 10,10 psi. de pressão para a temperatura.
Os altímetros são calibrados de forma que a pressão
exercida pela atmosfera seja de 10,10 psi o altímetro Água Contida na Atmosfera
mostrará 10.000 pés. [Figura 3-51] Na troposfera o ar dificilmente está completamen-
te seco. Ele contém vapor de água em uma ou duas
Densidade Atmosférica formas: (1) névoa ou (2) vapor de água. A névoa é
Desde que quando a temperatura e a pressão dimi- composta por minúsculas gotículas de água que ficam
nuem com a altitude, pode parecer que a densidade da suspensas no ar. As nuvens são compostas por névoa.
atmosfera permaneceria relativamente constante com A altura em que algumas nuvens chegam é um bom
o aumento da altitude. Mas isso não é verdade, por- indicador da presença de água na atmosfera, quase
que a pressão cai mais rapidamente com o aumento chegando a estratosfera. A presença de vapor de água
da altitude do que a temperatura. O resultado é que a no ar é bastante evidente na Figura 3-52, com um
densidade diminui com o aumento da altitude. F-18 militar dando um voo de alta velocidade a apro-
Pelo uso da lei geral dos gases, estudada anteriormen- ximadamente Mach-1. As mudanças de temperatura e
te, pode ser mostrada que para um determinado gás, pressão que ocorrem quando um avião se aproxima de
a pressão e a temperatura determinam a densidade. voo supersônico faz com que o vapor de água do ar se
3- 38
3 39
3- 40
Thrust Drag
Subsonic
Air w
Weight
Figura 3-53
400 10 psi
Low High Low High
mph
5. Quando o avião está descendo, ele tem mais
Velocity Pressure
peso que sustentação.
Figura 3-54
6. Quando o avião está em altitude constante sus-
tentação e peso são iguais. Velocity Pressure
300 14 psi
O Princípio de Bernoulli e Fluxo Subsônico mph
Low High Low High
3 41
3- 42
3 43
3- 44
Center of Center of
gravity lift
todos os três eixos se interseccionam no centro de do nariz por causa de uma esteira de turbulência a
gravidade (CG). Quando o avião gira em um destes tendência será do nariz continuara arfar mesmo que
eixos está girando ao redor de seu centro de gravidade a turbulência termine. Se um avião tiver a tendência
(CG). O centro de gravidade também é chamado de de permanecer em uma posição deslocada após que a
centro de rotação. força que provocou o deslocamento tenha sido remo-
vida, mas que não continue a se mover em direção a
No avião colorido mostrado na Figura 3-60 os três um deslocamento ainda maior, sua estabilidade estáti-
eixos são mostrados nas cores vermelha (eixo verti- ca é chamada de neutra.
cal), azul (eixo longitudinal) e laranja (eixo lateral). O
controle de voo que faz com que o avião mova-se ao Estabilidade Dinâmica
redor do eixo é mostrado em uma cor correspondente. A estabilidade dinâmica de um avião envolve a quanti-
O leme, em vermelho, faz com que o avião se move dade de tempo que ele leva para reagir a sua estabilida-
ao redor do eixo vertical e este movimento é descrito de estática após ter sido tirado da sua condição de equi-
como sendo uma guinada. O elevador, em laranja, faz líbrio. A estabilidade dinâmica envolve as oscilações
com que o avião se mova ao redor do seu eixo lateral que tipicamente ocorrem quando um avião tenta voltar
e este movimento é descrito como arfagem. Os aile- para sua posição ou altitude originais. Mesmo que um
rons, em azul, fazem com que o avião se mova ao avião tenha estabilidade estática positiva ele deve ter
redor do seu eixo longitudinal e este movimento seja estabilidade dinâmica positiva, neutra ou negativa.
descrito como sendo um rolamento.
Imagine que um avião que esteja em voo em linha reta
Estabilidade da Aeronave e nivelado sofra uma perturbação e que o nariz arfe
Quando um avião está em uma trajetória reta e nive- para cima. Se o avião tiver estabilidade estática posi-
lada, a uma velocidade constante, todas as forças atu- tiva o nariz irá arfar de volta para sua posição normal
ando no avião estão em equilíbrio. Se este voo reto e assim que a perturbação termine. Se ele voltar imedia-
nivelado for interrompido por alguma perturbação do tamente para seu voo em linha reta e nivelado também
ar, tal como uma esteira de turbulência, o avião pode se diz que ele tem estabilidade dinâmica positiva. O
arfar para cima e para baixo, dar uma guinada para a avião, contudo, pode passar pelo vôo nivelado e per-
esquerda ou para a direita, ou entrar em rolamento. manecer arfado para baixo, e então continuará o pro-
Se o avião tiver o que se caracteriza como estabilida- cesso de arfar novamente para cima. Este movimento
de, uma vez que as perturbações foram eliminadas, o é conhecido como oscilação. Se as oscilações dimi-
avião retornará ao seu estado de equilíbrio. nuem com o tempo, o avião ainda é classificado como
tendo estabilidade dinâmica positiva. Se as oscilações
Estabilidade Estática aumentarem com o temo o avião é classificado com
A resposta inicial que um avião demonstra após que o estabilidade dinâmica negativa. Se as oscilações per-
seu equilíbrio ser interrompido é chamado de estabi- manecem as mesmas com o passar o tempo, o avião é
lidade estática. Se a estabilidade estática é positiva o classificado com tendo estabilidade dinâmica neutra.
avião tende a retornar a sua posição original após que A Figura 3-61 mostra o conceito de estabilidade dinâ-
a força que provocou o desequilíbrio for eliminada. mica. Em A o deslocamento do equilíbrio passa pelas
Se a estabilidade estática for negativa o avião conti- três oscilações e retorna ao equilíbrio. Em B, o deslo-
nuará a se afastar de sua posição original após que camento do equilíbrio aumenta após duas oscilações e
a força de desequilíbrio seja eliminada. Se um avião não retorna ao equilíbrio. Em C o deslocamento per-
com estabilidade estática negativa tiver um arfagem manece o mesmo com cada oscilação.
3 45
Na Figura 3-62 são mostrados os centro de susten- Pivot point (CG) Distance to vertical
stabilizer creates stability
tação, centro de gravidade e os limites do centro de
gravidade. Pode ser visto que o centro de gravidade
não apenas fica a frente do centro de sustentação, mas
também a frente do limite do centro de gravidade. Na
parte de trás do avião, a borda posterior do elevador
está inclinado para cima para criar uma força para
baixo na cauda, e tentar manter o nariz do avião para
cima. Este avião seria altamente instável longitudinal- Figura 3-64
mente, especialmente em baixa velocidade e tentando
aterrissar. Isto é especialmente perigoso se o centro
de gravidade estiver atrás do limite posterior. O avião Estabilidade Direcional
teria agora a tendência de arfar o nariz para cima , o O movimento de um avião ao redor do seu eixo verti-
que pode fazer com que a asa estole e se perca o con- cal, e a habilidade do avião de não ser adversamente
trole do avião. afetada pela força criando um tipo de guinada, é cha-
mada de estabilidade direcional. O leme vertical dá ao
Estabilidade Lateral avião esta estabilidade, fazendo com que o avião se
A estabilidade lateral de um avião ocorre ao longo do alinhe ao vento relativo. Em voo, o avião se comporta
eixo longitudinal, que vai do nariz do avião até a sua como um catavento que usamos em casa para mostrar
cauda. Se uma asa estiver mais baixa do que a outra em qual direção o vento está soprando. A distância
uma boa estabilidade lateral fará com que as asas te- do ponto de articulação de uma biruta e sua cauda é
nham a tendência de ficarem novamente no mesmo maior que a distância de do seu ponto articulação e
3- 46
Figura 3-66
Figura 3-65
Controles de Voo e o Eixo Lateral Dependendo de qual avião estamos falando, o movi-
O eixo lateral de um avião é uma linha que corre abai- mento em torno do eixo lateral acontece como resul-
xo da asa, de uma ponta a outra, passando pelo centro tado do movimento do piloto movimentando a roda
de gravidade do avião. O movimento em torno deste de controle ou yoke, o control stick ou, em alguns
eixo é chamado de arfagem, e o controle ao redor do aviões, um side stick. Nos aviões mostrado nas Fi-
eixo é chamado de controle longitudinal. O controle guras 3-65, 3-66 e 3-67 um control Wheel ou yoke
de voo que lida com este trabalho é o elevador ligado são usados.
3 47
Os ruddervators mostrados no Beechcraft Bonanza da Mesmo que o leme de um avião faz com que o nariz
Figura 3067 também são movimentados por um man- de uma guinada para a direita ou esquerda não é o
che, com o seu bordo de fuga movimentando-se para leme que vira o avião. Para que o que se chama de
cima quando o manche for puxado para trás. Como giro coordenado acontecer tanto os ailerons e leme
indica o nome, estas superfícies também agem como devem entrar em ação. Digamos que se deseja girar
o leme do avião. o avião para a direita. Começamos girando o man-
che para a direita, o que levanta o aileron direito e
Controles de Võo e Eixos Longitudinais baixa o esquerdo e inicia a inclinação para o giro. O
O eixo longitudinal de um avião passa pelo meio aumento de sustentação para a asa direita também
do avião, do nariz até cauda, passando pelo centro aumenta o arrasto induzido da asa esquerda, que ten-
de gravidade. O movimento ao redor deste eixo e ta fazer com que o nariz do avião de uma guinada
conhecido como rolamento, e o controle sobre este para a esquerda. Para neutralizar este movimento,
eixo é chamado de controle lateral. O movimento quando o manche é movimentado para a direita um
sobre este eixo é feito pelos ailerons, e em um jato pouco do leme direito é usado para evitar que o nariz
comercial é auxiliado por superfícies na asa conhe- do avião de uma guinada para a esquerda. Uma vez
cidos como spoilers. que o nariz do avião esteja apontando para a direção
correta a pressão no leme não é mais necessária. O
Os ailerons movem-se como resultado do piloto gi- leme de um Piper Cherokee Arrow pode ser visto na
rar o manche para a esquerda ou para a direita, muito Figura 3-70.
3- 48
Anti-servo tab
Elevator
trim tab
Figura 3-70
Figura 3-71
3 49
3- 50
Elevator
Upper rudder
Elevator tab
Lower rudder
Anti-balance tabs
Ground spoilers
Inboar p
Inboard aileron
L Inboard aileron tab
(extended)
Outboar
Balance tab
Leading edge slats
(extended) Outboard aileron
Flight spoilers
Figura 3-73
3 51
Ondas de Choque
Speed of Sound
Altitude in Feet Temperature (°F)
(mph) O som que vem de um avião é o resultado do ar sendo
0 59.00 761 perturbado enquanto o avião passa por ele, e as on-
1,000 55.43 758 das de pressão resultantes que se irradiam para longe
2,000 51.87 756 da fonte de distúrbio. Para um avião que está se mo-
3,000 48.30 753 vimentando lentamente as ondas de pressão viajam
4,000 44.74 750 à frente do avião, na velocidade do som. Quando a
5,000 41.17 748 velocidade do avião alcança a velocidade do som as
6,000 37.60 745 ondas de pressão (energia sonora) não consegue es-
7,000 34.04 742 capar do avião. Neste ponto a energia sonora come-
8,000 30.47 740 ça a acumular, inicialmente na parte de cima da asa,
9,000 26.90 737 e depois ligando-se nos bordos de ataque e fuga da
10,000 23.34 734 asa. O acúmulo de energia sonora é chamado de onda
15,000 5.51 721 de choque. Se a onda de choque chegar ao chão, e
20,000 –12.32 707 atravessar o caminho de uma pessoa, ela será ouvida
25,000 –30.15 692 como um estouro sônico. A Figura 3-76 mostra uma
30,000 –47.98 678 asa em voo de baixa velocidade, com muitos distúr-
35,000 –65.82 663 bios na asa gerando ondas de pressão sonoras que se
* 36,089 –69.70 660 irradiam para fora. Em B temos a asa de um avião em
40,000 –69.70 660 voo supersônico, com as ondas de pressão sonora se
45,000 –69.70 660 acumulando ao redor do bordo de ataque.
50,000 –69.70 660
55,000 –69.70 660 Onda de Choque Normal
60,000 –69.70 660 Quando um avião está em voo transônico a onda
65,000 –69.70 660 de choque que se forma na parte superior da asa, e
70,000 –69.70 660 eventualmente na parte inferior, é chamada de onda
75,000 –69.70 660 de choque normal. Se o bordo de ataque da asa não
80,000 –69.70 660 estiver arredondado ou afiado uma onda de choque
85,000 –64.80 664 também se formará na frente da asa durante o voo
90,000 –56.57 671 supersônico. Ondas de choque normais formam-se
95,000 –48.34 678 perpendiculares a corrente de ar. A velocidade do ar
100,000 –40.11 684 atrás de uma onda de choque normal é subsônica, e
* Altitude at which temperature stops decreasing a pressão e densidade estáticas do ar são mais altas.
Figura 3-75 A Figura 3-77 mostra uma onda de choque normal se
formando na parte superior de uma asa.
3- 52
(A)
Figura 3-77
Expansion
Oblique Oblique
wave
shock shock
Air w
(B)
Figura 3-78
Figura 3-76
3 53
Mach number = .88 O aerofólio mostrado na Figura 3-79 não foi projetado
View D para lidar adequadamente com um fluxo de ar super-
sônico. A onda de proa a frente do bordo de ataque
da asa na vista F ficará ligada a este bordo. Se a asa
w Normal
fosse uma asa Double wedge ou tivesse um design
shock biconvexo. Estes dois tipos de projetos são mostrados
na Figura 3-80.
Aquecimento Aerodinâmico
Um dos problemas com aviões em voos de alta
Normal
shock
velocidade é que o calor se acumula na superfície
da aeronave por causa do atrito com o ar. Quando
Mach number = .95
o avião SR-71 Blackbird está a uma velocidade
View E
Mach 3,5 as temperaturas da sua superfície variam
de 450ºF até mais de 1.000ºF. Para suportar esta
Bow
wave alta temperatura o avião foi construído com uma
liga de titânio, ao invés da tradicional liga de alumí-
nio. O Concorde foi originalmente projetado para
voar a Mach 2.2, mas sua velocidade de cruzeiro
foi reduzida para Mach 2.0 por causa de problemas
w
estruturais que começaram a acontecer com o aque-
Mach number = 1.05
cimento aerodinâmico. Um dos obstáculos para a
View F construção de aviões capazes de voos supersônicos
no futuro é a pressão que a estrutura dos aviões so-
Figura 3-79
fre em função do superaquecimento.
3- 54
Air w
Figura 3-81
Oblique Oblique
shock shock rotor usando este tipo de combinação têm três laminas
ou mais. A dobradiça que permite que as lâminas se
movam para cima e para baixo são chamadas de do-
bradiça plana, e o movimento ao redor desta dobradiça
Expansion é chamado de plano. A dobradiça que permite que as
wave lâminas se movimentem para frente e para trás são cha-
Biconvex madas de dobradiças lag ou de arrastar. O movimento
ao redor desta dobradiça é chamado de arrasto. Estas
Figura 3-80 dobradiças e seus movimentos associados são mos-
trados na Figura 3-82. A cabeça do rotor principal de
Aerodinâmica dos Helicópteros um Eurocopter modelo 725 é mostrado na Figura 3-83,
O helicóptero, como o conhecemos hoje, se encaixam com as dobradiças de arrasto e pit change rods visíveis.
na classificação de rotorcraft. Rotorcraft também são
conhecidos como aeronave de asa rotativa, porque O sistema de rotor semi rígido é usado com um rotor
ao invés da asa ser fixa como em um avião, ela roda. principal de duas lâminas. Estas lâminas estão rigida-
A asa rotativa de um avião pode ser vista como um mente presas ao cubo, com o cubo e lâminas capazes
dispositivo que produz sustentação, como uma asa de de oscilar como uma serra. A oscilação permite que as
avião, ou como um dispositivo que produz empuxo, lâminas oscilem para cima e para baixo, uma descen-
como a hélice de um moto de pistão. do enquanto a outra sobe. As lâminas são capazes de
mudar de pitch de forma independente uma da outra.
Estrutura de Helicóptero e Aerofólios A Figura 3-84 mostra um helicóptero Bell Jet Ranger
As principais partes que compõem um helicóptero são em voo. Este helicóptero usa um sistema de rotor semi
a cabine, o trem de aterrissagem, a cauda, motor, trans- rígido, o que é evidente pelo modo como o rotor é in-
missão, rotor principal e rotor de cauda. [Figura 3-81] clinado para frente quando o helicóptero está voando
para frente.
Sistemas do Rotor Principal
A classificação dos sistemas do rotor principal é base- Com um sistema de rotor rígido as lâminas não tem
ado em como as lâminas de se movem em relação ao dobradiças para movimentar-se para cima e para bai-
cubo do motor principal. As principais classificações xo (oscilar) ou se movimentar para frente e para trás
são conhecidas como completamente articulado, semi (arrasto). As lâminas são capazes de se mover ao redor
rígido e rígido. do eixo pitch change, com cada lâmina sendo capaz de
mudar seu ângulo de forma independente. As lâminas
Em um sistema de rotor completamente articulado as do sistema de rotor rígido são muito fortes e flexíveis.
lâminas são ligadas ao cubo com múltiplas dobradiças. Elas são flexíveis o suficiente para se curvar quando
As lâminas são articuladas de um modo que permita necessário, sem o uso de dobradiças ou de um rotor os-
que elas se movam para cima e para baixo, para frente cilador para compensar a suspensão desigual que acon-
e para trás, e os rolamentos que proporcionam movi- tece no voo para a frente. O Eurocopter modelo 135 usa
mento em torno do eixo de pit change. Os sistemas de um sistema de rotor rígido. [Figura 3-85]
3 55
Flap
Drag hinge
Pitch
Flap hinge
Axis of rotation
Figura 3-82
3- 56
Tail rotor
Figura 3-87
3 57
Rotating nozzle
Figura 3-89
3- 58
Collective Anti-torque
pitch control pedals
Figura 3-91
Controle Sobre os Eixos Lateral e Longitudinal hastes de mudança de passo que foram vistas antes,
O movimento sobre os eixos lateral e longitudinal é nas Figuras 3-82 e 3-83, são controladas por uma ala-
feito pelo rotor principal do helicóptero. No cockpit vanca de passo cíclico e são elas que mudam o passo
existem duas alavancas que controlam o rotor prin- das lâminas dos rotores. O aumento de sustentação
cipal, conhecidos como controles de passo coletivo e na parte de trás também faz com que o rotor principal
cícilco. A alavanca de passo coletivo está do lado do incline-se para frente, que o nariz do helicóptero incli-
assento do piloto, e a alavanca de passo cíclico está na ne-se para baixo, ou ambas as coisas. O resultado final
frente do assento, no meio. [Figura 3-91] é que o avião se movimenta para frente. Se a alavanca
de passo cíclico for puxada para trás a sustentação
Quando a alavanca de passo coletivo é levantada, o das lâminas do rotor será maior na frente do avião do
ângulo de todas as lâminas aumenta de maneira uni- que na parte de trás.
forme e criam sustentação que permite que o helicóp-
tero decole verticalmente. O punho na extremidade do
controle de passo coletivo é o regulador de pressão
do motor, que é girado para aumentar a potência de
força do motor quando a alavanca coletiva é erguida.
A alavanca de passo coletivo pode ter atrito ajustável
embutido, para que o piloto não precise manter a pres-
são ascendente sobre ele durante o voo.
3 59
Se a alavanca de passo cíclico for movimentada para Para um helicóptero que está experimentando o efei-
a esquerda ou para a direita, o helicóptero se inclina- to solo, é necessário que não se esteja mais alto do
rá para a esquerda ou direita. Para que o helicóptero que a metade do diâmetro do seu sistema de rotor. Se
incline-se para a direita as lâminas do rotor princi- um helicóptero tem um rotor principal com diâmetro
pal devem criar mais sustentação quando passarem de 40 pés, ele estará em efeito solo até uma altitude
pelo lado esquerdo do helicóptero. O contrário deve de aproximadamente 20 pés. Estar perto do solo afe-
acontecer se o helicóptero estiver se inclinando para ta a velocidade do ar pelas lâminas do rotor, fazendo
a esquerda. Para se criar mais sustentação na parte com que o ângulo efetivo de ataque das lâminas seja
posterior do que na anterior, e mais sustentação na aumentada, assim como a sustentação. Entao, se um
esquerda do que na direita, o helicóptero deve estar helicóptero estiver em efeito solo ele pode pairar com
se movimentando para frente inclinando-se para a di- um peso bruto maior do que se estivesse sem efeito
reita. Na Figura 3-92 um Agusta A-109 pode ser visto solo. Em dias de muito vento a influência positiva do
em voo para frente e inclinando-se para a direita. A efeito solo é diminuída, e em velocidade para frente
lâmina do rotor atrás e a da esquerda estão em posição de 5 a 10 mph a influência é diminuída. Na Figura
elevada, significando que ambas estão experimentan- 3-93 um Air-Force CH-53 é visto pairando, com todas
do a condição chamada de FLAP. as lâminas do rotor oscilando como resultado da cria-
ção de igual sustentação.
Alguns helicópteros usam um estabilizador horizon-
tal, parecido com o que é visto em aviões, para ajudar Voo Para Frente
a fornecer mais estabilidade sobre o eixo lateral. O es- Nos primeiros tempos do desenvolvimento do heli-
tabilizador horizontal pode ser visto no Agusta A-109 cóptero a habilidade de pairar foi dominada antes de
da Figura 3-92. se ter sucesso em fazê-lo voar para frente. As primei-
ras tentativas de se fazer um helicóptero voar para
Helicópteros em Voo frente resultaram no helicóptero rolar quando tentava
Pairando passar do pairar para um movimento em qualquer di-
Para um helicóptero pairar significa que ele está voan- reção. A causa do ROLLOVER é o que hoje chama-
do em altitude constante e não está se movimentando mos de dissimetria do voo.
para frente, para trás, ou para os lados. Para pairas, o
helicóptero deve produzir sustentação suficiente nas Quando um helicóptero está pairando todas as lâminas
suas lâminas do rotor principal para igualar o peso da do rotor estão experimentando a mesma velocidade
aeronave. O motor de um helicóptero deve estar pro- do fluxo de ar. Quando ele começa a se movimentar a
duzindo potência suficiente para movimentar o rotor velocidade do fluxo de ar nas lâminas do motor muda.
principal, e também para movimentar qualquer tipo de Para os helicópteros construídos nos Estados Unidos
sistema anti torque que estiver sendo usado. A habilida- as lâminas do rotor giram em sentido anti-horário
de que um helicóptero tem em pairar pode ser afetada quando vistas de cima. Vistas de cima, quando as lâ-
por muitas coisas, incluindo se estiver ou não em efeito minas se movem do lado direito do helicóptero elas
solo, a altitude da densidade do ar, a potência disponí- estão se movendo em direção ao nariz; quando estão
vel do motor, qual a quantidade de carga que carrega. se movendo do lado esquerdo do helicóptero estão se
3- 60
3 61
Direction of air w
Forwar otation
Figura 3-97
Ultraleve
Um ultraleve consiste em uma aeronave com asa re-
vestida de tecido, normalmente chamada de vela, li-
gada a uma estrutura tubular que tem rodas, assentos,
motor e uma hélice. A estrutura da asa também é tu-
bular, com a cobertura de tecido criando um formato
de aerofólio. O formato da asa varia entre diferentes
Figura 3-96 modelos, mas o formato delta é o mais popular.
caso de falha do motor é necessário que o helicóptero Na Figura 3-97 o mastro do ultraleve está ligado a asa
seja capaz de voar em uma condição chamada autor- no ponto de prender a quilha da asa com um parafu-
rotação. . so e cabo de segurança. Existe também um ponto de
Autorrotação é a condição de voo onde as lâminas do apoio, conhecido como KING POST, que se estende
rotor principal são movimentadas pela força do vendo para cima a partir da ponta da asa, com cabos des-
relativo passando por elas, ao invés de serem movi- cendo e presos a estrutura tubular da asa. Os cabos
mentadas pelo motor. Esta condição de voo é similar descendo do KING POST como parte do UPPER RI-
a um avião planando caso o seu motor falhe durante o GGING estão lá para sustentar a asa quando a aerona-
voo. Por tanto tempo quanto o avião mantiver sua ve- ve estiver no chão, e para lidar com cargas negativas
locidade do ar para frente, enquanto diminuir altitude, quando em voo. As linhas que correm do KING POST
e o piloto baixar o ângulo das lâminas com o passo até o bordo de fuga da asa são conhecidas como RE-
coletivo, as lâminas do rotor vão continuar a girar. A FLEX CABLES. Estes CABLES mantém o formato
3- 62
Wing keel
Mast
Nose
strut
Brakes
Throttle
Figura 3-98
da asa quando ela estiver STALLED segurando o bor- Para fazer com que o ultraleve voo usa-se um motor.
do de fuga da asa para cima, o que ajuda a levantar o Quando a velocidade no chão chegar ao ponto onde o
nariz durante a recuperação da estola. Se a aeronave voo é possível o piloto empurra pra frente a barra da
passar por uma estolada inadvertida, tendo o bordo de controle, o que faz com que a asa se articule na parte
fuga da asa em uma posição levemente elevada ajuda onde está ligada ao mastro e a borda de ataque da asa
a erguer o nariz da aeronave e sair da estola. O assento se inclinar para cima. Quando o bordo de ataque da
do passageiro é centrado sob a centro aerodinâmico asa se inclina para cima o angulo de ataque e a susten-
da asa, com o peso do piloto ficando a frente deste tação da asa aumentam. Com sustentação o suficiente
ponto e o peso do motor e da hélice atrás. o ultraleve começar a subir. Puxar a barra para traz
reduz o ângulo de ataque e permite que a aeronave
Diferente de um avião tradicional um ultraleve não pare de subir e tenha um voo nivelado. Uma vez que
tem leme, elevador ou aileron. Ao invés disso ele tem o ultraleve esteja em voo nivelado a velocidade do ar
uma asa que pode ser articulada para frente para trás, pode ser aumentada ou diminuída por se adicionar ou
esquerda ou direita. Na Figura 3-98 a mão do piloto retirar potencia do motor pelo uso do acelerador.
está na barra de controle que está conectada no ponto
de articulação um pouco a frente de onde a asa está Estabilidade de voo ao longo do eixo longitudinal (na-
ligada. Existem cabos ligados as extremidades da bar- riz e cauda), para um avião típico, é conquistada por
ra que se estendem até os bordos de ataque e fuga da um estabilizador horizontal e um elevador gerando for-
asa, assim como aos lados esquerdo e direito da barra ça que equilibra a tendência de peso do nariz do avião.
transversal . Indo da borda de ataque da asa até a borda
de fuga existem partes de apoio chamadas de tirantes. Como o ultraleve não tem um estabilizador horizon-
Os tirantes encaixam-se nos bolsos, e dão a asa o seu tal, ou elevador, ele precisa utilizar formas diferentes
formato curvado. Os nomes de algumas partes prin- para criar estabilidade ao longo do eixo longitudinal.
cipais do ultraleve são mostrados na Figura 3-98, e O ultraleve tem uma asa delta inclinada para trás, com
estas partes serão mencionadas quando descrevermos o bordo de fuga das pontas da asa localizadas bem
suas características de voo nos parágrafos abaixo. atrás do centro de gravidade da aeronave. A ação da
3 63
3- 64
asa é presa ao CARRIAGE da aeronave por um gran- asa fixa. Quando a asa da aeronave está inflada e a
de número de cordas de nylon ou kevlar, que vão da aeronave começa a se mover para frente a asa começa
ponta da asa ate o centro. O peso da aeronave sobre a gerar empuxo. Uma vez que a velocidade no chão
estas cordas, e o comprimento de cada uma, faz com é suficiente para que a sustentação da aeronave seja
que a asa infle e tome sua forma. As cordas se unem maior que o peso da mesma ela decola. Diferente de
ao CARRIAGE em um ponto bem próximo ao centro um avião quando o piloto tem bastante controle quan-
de gravidade, e este ponto de união é ajustável para do o avião roda decidindo quando puxar o YOKE o
permitir mudanças do equilíbrio com a variação de paraglider não vai decolar até que atinja a velocidade
peso dos ocupantes. do ar específica. Um paraglider irá decolar do chão
Assim como em um ultraleve o paraglider não tem com uma velocidade entre 28 e 30 mph, e em voo terá
os controles de voo tradicionais como um avião de uma velocidade do ar aproximada de 30mph.
Steering bars to
control turning
Nosewheel
steering Throttle
Figura 3-103
3 65
Curvas do paraglider durante o voo são feitas pelos diminuída, aumentando-se a potência do motor. Um
pedais (barras de direção) localizados na frente da ae- pouco antes da aterrissagem o piloto pressiona os dois
ronave. Estas barras podem ser vistas na Figura 3-103. pedais para baixar o bordos de fuga dos dois lados da
Cada pedal controla um conjunto de cordas, normal- asa. Essa ação aumenta o arrasto da asa de maneira
mente feitas de nylon, que vão da borda de fuga até uniforme, fazendo com que o vento se PIVOT atrás,
a ponta da asa. Quando o pedal direito e pressionado o que levante o bordo de ataque e aumenta o ângulo
a corda puxa o bordo de fuga da ponta direita da asa. de ataque e sustentação.
Enquanto o bordo de fuga da asa desce o arrasto au-
menta do lado direito e a aeronave vira para a direi- Na Figura 3-104 o piloto está pressionando os dois pe-
ta. Quando a pressão é retirada do pedal o arrasto em dais e as bordas de fuga da asa flexionam para baixo. A
todo o aerofólio é equalizado e a aeronave volta para aeronave toca no chão e a asa está se arrastando atrás da
o seu voo linear e nivelado. aeronave, fazendo com que o alto ângulo de ataque seja
alto e mais arrasto seja criado. O aumento de sustenta-
Para aterrissar um paraglider a primeira ação do pi- ção reduz a taxa de descida para quase zero e propor-
loto é reduzir a potência do motor e permitir que a ciona uma aterrissagem suave. Se o piloto pressionar
aeronave desça. Com a potência reduzida a aeronave os pedais cedo demais a asa pode PIVOT longe demais
descerá a uma taxa de 5 a 10 fps. Quando a aerona- antes de aterrissar, resultando em uma taxa de descida
ve se aproximar do chão a taxa de descida pode ser não adequada e provocando um pouco difícil.
3- 66