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Capítulo 3
FÍSICA
Capítulo 3
A Ciência Física, ou simplesmente Física, é um tópico excitante e muito
interessante. Para as pessoas que gostam de assuntos técnicos e que gostam
de “colocar a mão na massa” é física é uma ferramenta valiosa. Ela nos
permite explicar como os motores funcionam, tanto os motores de pistão como
os de turbina a gás, como os helicópteros voam e diversas outras questões
relacionadas as áreas da aviação e aeroespacial. Além disso, a física também
nos auxilia a quantificar coisas. Por exemplo, através da física podemos
explicar o que o conceito de empuxo significa para um motor a jato, e depois
acompanhar matematicamente o cálculo de quantas libras de empuxo são
criadas.
A Matéria
A matéria é o fundamento, os blocos construtores, para qualquer discussão
sobre física. De acordo com uma definição de dicionário a matéria aquilo que
compõe todas as coisas, tem massa e é percebida, de alguma forma, pelos
sentidos. De acordo com a Leia da Conservação matéria não pode ser criada
ou destruída, mas é possível que seu estado físico seja alterado. Quando a
gasolina líquida vaporiza, se mistura com o ar e queima, pode até parecer que
ela tenha desaparecido e não mais exista. Embora ela não exista no estado de
gasolina líquida a matéria ainda existe na forma dos gases emitidos pela
queima do combustível.
Características da Matéria
Peso e Massa
universo, e também não muda com uma mudança de estado. A única forma de
mudar a massa de um objeto é adicionando ou removendo átomos.
Matematicamente a massa pode ser expressa da seguinte forma:
Peso=Massa x Gravidade
Atração
Porosidade
Impenetrabilidade
Impenetrabilidade significa que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar
no espaço, ao mesmo tempo. Desta forma, duas porções de matéria não
podem, ao mesmo tempo, ocupar o mesmo lugar no espaço.
Densidade
Gravidade Específica
sólidos. Para comparar gases o mais usado é o ar, mas algumas vezes o
hidrogênio também é usado. Em física a palavra “específico” implica em uma
relação. Assim, a gravidade específica é calculada comparando-se o peso de
um volume definido, de uma determinada substância, com o peso de uma
volume igual de água. O termo “peso específico” ou “densidade específica” são
usados, as vezes, para expressar esta relação.
Ou
Energia
Energia Potencial
Um cálculo baseado nesta fórmula produzirá uma resposta que terá unidades
em pés e libras (ft-lb) ou em polegadas e libras (in-lb), que são as mesmas
unidades aplicadas ao trabalho. Trabalho, do qual falaremos mais adiante
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Capítulo 3
neste capítulo, é descrito como a força sendo aplicada em um corpo por uma
determinada distância, sendo a força medida em libras e a distância em pés ou
polegadas. Pode-se observar que energia potencial e trabalho têm muito em
comum.
Exemplo: um Boeing 747, pesando 450.000 libras precisar ser elevado a 4 pés
para que a manutenção do trem de pouso seja feita. Quanta energia potencial
tem o avião em função da sua posição elevada?
EP=450.000 lb x 4 ft
Energia Cinética
1 2
Energia Cinética= Massa x Velocidade
2
Exemplo: Um Boeing 777, pesando 600.000 libras está indo pela pista
preparando-se para a decolagem com uma velocidade de 200fps. Quantos
pés-libras de energia cinética o avião possui? [Figura 3-3]
1 2
Energia Cinética= Massa x Veloc idade
2
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Capítulo 3
1
Energia Cinética= x 600.000 ÷32 , 2 ×200
2
Trabalho
Trabalho=Força ( F ) x distãncia ( d )
Trabalho=Força x Distância
¿ 150.000 lb x 4 ft
¿ 600.000 fl−lb
Trabalho=Força x Distância
¿ 5.000 lb x 80 ft
¿ 400.000 ft−lb
Neste último exemplo repare que a força não equivale ao peso do avião. Isto
porque o avião está sendo movido horizontalmente e não elevado
verticalmente. Em quase todos os casos é necessário menos trabalho para
movimentar alguma coisa horizontalmente do que verticalmente. Muitas
pessoas podem empurrar seus carros, por uma pequena distância, se ficar sem
gasolina, mas não são capazes de entrar embaixo do carro e levantá-lo.
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Capítulo 3
Atrito e Trabalho
Desta forma, os três tipos de atrito podem ser classificados como: (1) atrito de
partida (estático), (2) atrito de deslizamento, (3) atrito de rolamento.
Atrito Estático
das superfícies que atritam entre si é importante, elas devem ser consideradas.
A natureza das superfícies é indicada pelo coeficiente de atrito estático, que é
designado pela letra “k” Este coeficiente pode ser estabelecido para vários
materiais e é normalmente publicado na forma de tabelas. Assim, quando a
carga (peso do objeto) é conhecido, o atrito estático pode ser calculado
usando-se a seguinte fórmula:
F=kF '
Atrito de Deslizamento
F=mN
libras. A área do objeto que desliza, exposta a superfície onde deslizará, não
tem efeito sobre os resultados. Por exemplo, um bloco de madeira não
deslizará com mais facilidade sobre o seu lado mais largo do que sobre seu
lado mais estreito, levando em consideração que todos os lados sejam
igualmente lisos. Assim, a área não entra na equação acima.
Atrito de Rolamento
Exemplo: uma aeronave com peso bruto de 79.600 libras é rebocada sobre
uma rampa de concreto. Qual força deve ser feita para pelo reboque para
manter a aeronave em movimento após a partida?
F=mN
¿ 0 , 02 mu x 79.600lb
¿ 1.592 lb
Potência
1 hp = 550 ft-lb/s
1 hp = 33.000 ft-lb/min
¿ 19.000 lb x 4 ft ÷ 2 min
Hp = 1,15
O guindaste que será usado para erguer o motor necessita ser movido por um
motor elétrico, porque uma pessoa comum não é capaz de gerar 1,15hp em
seus braços por 2 minutos.
Torque
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Capítulo 3
Torque=Força x distância
Mesmo que a fórmula pareça a mesma usada para calcular o trabalho, repare
que o valor da distância nesta fórmula não é o da distância linear em que o
objeto se move, mas sim a distancia ao longo da qual a força é aplicada.
Note que o torque com nada tinha que mover, porque a força é aplicada ao
longo de uma distância e não através de uma certa distância. Repare também
que embora as unidades de trabalho e torque pareçam ser as mesmas, elas
não são. As unidades de trabalho são polegadas-libras e as unidades de torque
são libras-polegadas, e isso é o que diferencia os dois.
Para o cilindro da Figura 3-6 há uma força de 500 libras empurrando a parte
superior do pistão para baixo. A haste de ligação se liga ao eixo de manivela a
uma distância de deslocamento de 4 polegadas. O produto da força e da
distância de deslocamento é o torque, neste caso de 2,000 lb-in.
Exemplo: um Cesna 172R tem um motor Lycoming IO-360 que produz 180
cavalos de força a 2.700 rpm. Quantos libra-pés de torque o motor está
produzindo?
¿ 350 lb−ft
Máquinas Simples
Uma máquina é qualquer instrumento com o qual o trabalho pode ser realizado.
Em termos de aplicação, máquinas podem ser usadas por quaisquer dos
seguintes propósitos, ou uma combinação destes propósitos.
Existem apenas seis máquinas simples. Elas são a alavanca, a polia, o eixo
da roda e, o plano inclinado, o parafuso e a engrenagem. Os físicos
reconhecem apenas dois princípios básicos nas máquinas: a alavanca e o
plano inclinado. O sistema de polias, a roda e o eixo e as engrenagens
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Capítulo 3
ou
A Alavanca
Exemplo: Uma alavanca de primeira classe deve ser usada para levantar um
peso de 500 libras. A distância do peso até o fulcro é de 12 polegadas e do
fulcro até onde o esforço deve ser aplicado é de 60 polegadas. Quanta força é
necessária para levantar o peso?
E=100lb
¿ 5 , ou 5 para 1
1
2 polegadas para cima. O peso sendo levantado se moveria apenas A razão
5.
para isto está no conceito de trabalho. Em função de que uma alavanca não
poder ter trabalho de saída do que de entrada, se ela te permitir levantar 5
vezes mais peso, você só irá movê-lo 1/5 do que mover o esforço.
E=90 lb
¿ 300 lb÷ 90 lb
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Capítulo 3
¿ 3 , 33 , ou 3 ,33 para 1
A Polia
Polias são máquinas simples na forma de uma roda montada em um eixo fixo e
apoiada por uma estrutura. A roda, ou disco, normalmente tem um sulco para
acomodar uma corda. A roda algumas vezes é chamada de roldana. A
estrutura que suporta a roda é chamada de bloco. Um bloco e os eixos são
conhecidos como um par de blocos. Cada bloco contém uma ou mais polias e
uma corda conectando as polia, ou polias, a cada bloco.
Uma polia fixa simples é, na verdade, uma alavanca de primeira classe com
braços iguais. Na figura 3-10, o braço do ponto “R” até o ponto “F” é igual ao
braço do ponto “F” até o ponto “E” (ambos a mesma distância do raio da
roldana). Quando uma alavanca de primeira classe tem braços iguais, a
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vantagem mecânica é 1. Assim, a força para puxar a corda deve ser igual ao
peso do objeto que está sendo levantado. A única vantagem de polia fixa
simples é mudar a direção da força, ao se puxar a corda.
Uma polia simples pode ser usada para ampliar a força exercida. Na Figura 3-
11, a polia é móvel, onde ambas as cordas estendendo-se a partir da polia e
compartilham a sustentação do peso. Esta polia móvel simples age como uma
alavanca de segunda classe, com uma braço de esforço (EF) sendo o diâmetro
da polia e o braço de resistência (FR) sendo o raio da polia. Este tipo de polia
teria uma vantagem mecânica de 2 porque o diâmetro da polia é o dobro do
raio da polia. No uso, se alguém puxar 4 pés da corda de esforço, o peso só
levantará 2 pés do chão. Se o peso for de 100 libras, o esforço aplicado
precisará ser de apenas 50 libras. Com este tipo de polia o esforço sempre
será a metade do peso a ser levantado.
Bloco e Guincho
A Engrenagem
Figura 3-13
A rosca infinita tem uma vantagem mecânica muito grande. A força de entrada
vai para a rosa infinita que movimenta a rosca dentada. Uma volta completa da
rosca infinita faz apenas com que a roda dentada vire o equivalente a um
dente. A vantagem mecânica é igual ao número de dentes da roda dentada,
que neste caso é 25. Está é uma máquina de ganho de força, no valor de mais
de 25 vezes a força de saída. [Figura 3-15]
Figura 3-14
Figura 3-15
Figura 3-16
Plano Inclinado
Figura 3-17
E x 24 ∈¿ 16.000lb x 6∈¿
E=1.600lb x 6 ∈÷ 24 ∈¿
E=400 lb
Figura 3-18
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Capítulo 3
Pressão
Sempre que uma máquina estiver em operação, seja ela uma máquina simples
como uma alavanca ou parafuso, ou uma máquina mais complexa como um
motor de pistão de aeronaves ou um trem de aterrissagem hidráulico, as partes
e peças desta máquina irão experimentar uma coisa chamada pressão.
Sempre que uma força externa é aplicada em um objeto, como um peso sendo
empurrado na extremidade de uma alavanca, uma reação acontecerá dentro
do objeto, que é conhecida como pressão. A pressão é medida em libras por
pé quadrado, ou libras por polegada quadrada (psi).
Uma força externa agindo em um objeto causa pressão que pode se manifestar
em uma de suas cinco formas, ou uma combinação entre elas. As cinco formas
são tensão, compressão, torção, flexão e cisalhamento.
Tensão
Compressão
Torção
Flexão
Uma aeronave, durante o voo, experimenta uma força de flexão nas asas, uma
vez que a força aerodinâmica tenta levantá-las. Esta força de elevação, na
verdade, faz com que a camada externa da parte superior da asa se comprima
e da parte inferior fique sob tensão. Quando o avião está no chão, apoiado no
seu trem de pouco, a força da gravidade tenta flexionar a asa para baixo,
submetendo a parte inferior da asa à compressão e à parte superior da asa a
tensão. [Figura 3-22]. Durante os testes que acontecem antes da certificação
FAA (Federal Aviation Administration), o fabricante intencionalmente flexiona
as asas para cima e para baixo para certificar-se que elas podem suportar a
pressão sem falhar.
Figura 3-19
Figura 3-20
Figura 3-21
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Capítulo 3
Cisalhamento
Figura 3-22
Figura 3-23
Deformação
Figura 3-24
Movimento
O estudo da relação entre o movimento dos corpos ou objetos e as forças
agindo neles é frequentemente chamado de estudo da “força e movimento”. De
um modo mais específico, a relação entre velocidade, aceleração e distância é
conhecida como cinemática.
Movimento Uniforme
Aceleração e Velocidade
Figura 3-25
Aceleração
Af − Ai
A=
t
1.200−400
A=
20
mph fps
A=40 , ou , multiplicando por 1,467=58 ,7
s s
Neste exemplo a aceleração foi de 58,7 fps/s. Como 32,2 fps/s é igual a
aceleração devido a gravidade, divida a aceleração do F-15 por 32,2 para
descobrir quantas forças G o piloto está experimentando. Neste caso seria de
1,82 Gs.
Primeira Lei
Quando um mágico puxa a toalha de uma mesa e deixa pratos e copos intactos
em seus lugares ele não está demonstrando nenhuma arte mística, mas sim o
princípio da inércia. A inércia é responsável pelo desconforto sentido quando
um avião dá uma parada repentina após aterrissagem e taxiar e os passageiros
são arremessados para frente. A inércia é uma propriedade da matéria. Esta
propriedade de matéria é descrita como a primeira lei do movimento de
Newton, que afirma:
Segunda Lei
Quando uma força age sobre um corpo o impulso daquele corpo é alterado. A
taxa de impulso é proporcional a força aplicada. Baseado na segunda lei de
Newton a fórmula para se calcular o impulso é uma derivada, afirmando que a
força é igual a massa vezes aceleração (F =MA). Anteriormente, neste capítulo,
afirmou-se que a massa é igual ao peso dividido pela gravidade, e que a
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Capítulo 3
P(Vf −Vi)
Força=
¿
P (Vf −Vi)
F=
¿
150(1200−100)
F=
32 ,2 ( 1 ) ¿
¿
F=5.124 libras de impulso
Terceira Lei
A força sempre existe em pares. O termo “força ativa” significa a força que um
corpo exerce sobre um segundo corpo, e força de reação significa a força que
o segundo corpo exerce no primeiro.
Quando uma hélice de avião empurra uma corrente de ar para trás, com uma
força de 500 libras, o ar empurra as lâminas para frente, com uma força de 500
libras Esta força para a frente faz com que a aeronave se mova para a frente.
Um motor turbo hélice exerce uma força sobre o ar que entra no duto de
entrada, causando uma aceleração na saída do duto do ventilador e o tubo de
escape. O ar acelerando para a parte traseira é a ação, e a força dentro do
motor é a reação, também chamado de impulso.
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Capítulo 3
Movimento Circular
Figura 3-26
O fio exerce uma força centrípeta no objeto, e o objeto exerce uma força igual e
oposta no fio, obedecendo a terceira lei do movimento de Newton. A força que
é igual a força centrípeta, mas agindo na direção oposta, é chamada de força
centrífuga.
Para a fórmula acima a massa seria o peso divido pela gravidade, a velocidade
seria em pés por segundo, e o raio seria em pés.
¿ 25.880 lb
Calor
O calor é uma forma de energia. É produzido pela conversão de uma forma de
energia em outras. O calor também pode ser definido como a energia cinética
total das moléculas de qualquer substância.
Algumas formas de energia que podem ser convertidas em energia térmica são
as seguintes:
De acordo com essa teoria do calor ser uma forma de energia as moléculas,
átomos e elétrons de todos os corpos estão em um contínuo estado de
movimento. Em um corpo aquecido, estas pequenas partículas tem uma
quantidade relativamente grande de energia cinética, e os corpos mais frios
tem menos. Uma vez que as pequenas partículas são dotadas de movimento, e
desta forma energia cinética, trabalho tem que se feito para deslizar um corpo
sobre o outro. A energia mecânica é aparentemente transformada, e o que
conhecemos como calor é na verdade energia cinética das pequenas
subdivisões moleculares da matéria.
Hp=744
¿ 200 ÷ 744
¿ 0,2688 ou 26 , 88 %
Mais de 70 por cento da energia em combustível não está sendo usada para
criar cavalos de força utilizáveis. A energia desperdiçada está na forma de
atrito e calor. Uma grande quantidade de calor é lançada na atmosfera e não é
utilizada dentro do motor para criar potência.
Transferência Térmica
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Capítulo 3
Existem três métodos pelos quais o calor é transferido de um corpo para outro
ou de uma substância para outra. Estes três métodos são condução,
convecção e radiação.
Condução
Todos sabem, por experiência, que a alça de metal de uma panela aquecida
pode queimar as mãos. As alças de plástico ou madeira permanecem
relativamente frescas mesmo se em contato direto com a panela. O metal
transfere o calor mais facilmente que a madeira porque é um melhor condutor
de calor. Materiais diferentes conduzem calor de formas diferentes. Alguns
metais conduzem o calor muito melhor do que outros. Alumínio e cobre são
usados em panelas e frigideiras porque conduzem o calor muito rapidamente.
Madeira e plásticos são usados em alças porque eles conduzem calor muito
lentamente.
Líquidos não condutores de calor tão bons quanto os metais. Reparem que o
gelo no tubo de teste mostrado na Figura 3-28 não está derretendo
rapidamente mesmo que a água que está em cima esteja fervendo. A água
conduz calor de forma tão deficiente que o calor não chega até o gelo em
quantidade suficiente para derretê-lo.
Figura 3-27
Os gases são ainda piores para conduzir calor. É possível ficar bastante perto
de um fogão sem se queimar porque o ar é um condutor de calor muito pobre.
Desde que a condução é um processo onde o aumento de energia molecular é
passada adiante pelo contato, gases são condutores pobres.
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Capítulo 3
Os materiais que são maus condutores de calor são usados para prevenir a
transferência térmica e chamados de isolantes térmicos. Uma alça de panela
de madeira ou em um ferro de soldar serve como isolante térmico. Alguns
materiais, como fibra de vidro ou amianto são maus condutores de calor. Estes
materiais são usados em muitos tipos de isolantes.
Convecção
Figura 3-28
Figura 3-28
Radiação
Calor Específico
É sorte que a água tenha uma capacidade de calor específica alta. Grandes
corpos de água na terra mantém o ar e a matéria solida na superfície, ou perto
dela, a uma temperatura relativamente constante. Uma grande quantidade de
calor é necessária para mudar a temperatura de um lago grande ou de um rio.
Assim, quando a temperatura cai abaixo daquela dos grandes corpos de água,
eles liberam grandes quantidades de calor. Este processo evita a temperatura
atmosférica da superfície da terra mude rapidamente.
Temperatura
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Capítulo 3
Figura 3-30.
5
Graus Celsius=( Graus Fahrenheit−32 ) x
9
usada nos Estados Unidos e a maioria das pessoas esta familiarizada com ela.
Assim, a escala Fahrenheit é usada em grande parte deste livro.
Figura 3-31.
Expansão=0,003366 pés
Figura 3-32.
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Capítulo 3
Este valor, quando somado ao comprimento original da haste, faz com que ele
tenha 9,003366 pés de comprimento. Seu comprimento foi aumentado em
4
apenas de polegada.
100
Pressão
Pressão é a quantidade de força que atua sobre uma determinada quantidade
de área de superfície. A força é medida em libras e a área de superfície em
polegadas quadradas, sendo as unidades de pressão em libras por polegada
quadrada ou psi. Se um peso de 100 libras for colocado no topo de um bloco
com uma área de superfície de 10 ¿2 , a distribuição média de peso seria de 10
libras para cada polegada quadrada (100 ÷ 10), ou 10 psi.
1 psi = 51,7 mm Hg
também pesaria 14,7 libras. É por isso que 14,7 psi é igual a 29,92 “Hg. A
Figura 3-33 demonstra este ponto.
Figura 3-33.
Pressão Manométrica
Quando um instrumento, como um manômetro de pressão de óleo, manômetro
de pressão de combustível, ou manômetro de pressão do sistema hidráulico
mostrar uma pressão que esteja além da ambiente, a leitura é chamada de
pressão manométrica (psig). Ela pode ser vista no manômetro de pressão de
combustível mostrado na Figura 3-34. Quando a bomba de óleo, combustível,
ou hidráulica não estiverem funcionando a leitura no mostrador indicará zero.
Pressão Absoluta
O medidor que inclui a pressão atmosférica em seu leitor está medindo o que é
conhecido como pressão absoluta, ou psia. A pressão absoluta é igual a
medida de pressão mais pressão atmosférica. Se alguém ligar algum
instrumento indicador psia a um sistema de motor a óleo o medidor lerá a
pressão atmosférica quando o motor não estiver funcionando. Como isso não
faz muito sentido para um operador típico, os medidores psia não são usados
neste tipo de aplicação. Um medidor de pressão de admissão de um motor de
combustão pode indicar uma pressão menor que a pressão atmosférica se o
motor não estiver sobrecarregado, e maior se estiver sobrecarregado. O único
medidor que tem essa possibilidade de mostrar diversas leituras diferentes é o
medidor de pressão absoluta. A Figura 3-35 mostra o medidor de pressão de
admissão, com um mostrador que vai de 10 “Hg até 35 “Hg. Lembre que 29,92
“Hg é a pressão atmosférica padrão.
Figura 3-34.
Figura 3-35.
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Capítulo 3
Pressão Diferencial
Figura 3-36.
Lei de Boyle
ou
V 1 P 1=V 2 P2
Exemplo: 10 ft3 de nitrogênios estão sob pressão de 500 psia. Se o volume for
reduzido a 7 ft3 qual será a pressão? [Figura 3-37]
V 1 P 1=V 2 P2
10 ( 500 )=7 ( P 2 )
10 ( 500 ) ÷7=P 2
Figura 3-37.
Lei de Charles
ou
V 1T 2=V 2T 1
P 1T 2=P 2T 1
P 1T 2=P 2T 1
P 2=865 , 7 psig
P 2=851 psig
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Capítulo 3
ou
P 1 ( V 1 ) ( T 2 )=P 2 ( V 2 )( T 1 )
P 1 ( V 1 ) ( T 2 )=P 2 ( V 2 )( T 1 )
P 2=1.431 psia
P 2=1.416 , 3 psig
Lei de Dalton
Flutuabilidade
Figura 3-38.
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Capítulo 3
Se a força de flutuabilidade for maior que o peso do objeto, ele flutuará. Se ela
for menor que o peso do objeto, ele irá afundar. Para os objetos que afundam,
o peso mensurável será menor que o peso do líquido deslocado.
¿ 10 ( 62 , 4 )
¿ 624 libras
Olhando-se o Twin Otter na Figura 3-39 é obvio que muito do volume dos
flutuadores está fora da água. Isto se consegue certificando-se que os
flutuadores tenham pelo menos 80% mais de volume do que o mínimo
necessário.
Figura 3-39.
Figura 3-40.
Figura 3-41
Lei de Pascal
Força=Pressão x Area
Pressão=Força ÷ Área
Ár ea=Força ÷ Pressão
Figura 3-42.
Figura 3-43
Figura 3-44
ou
Figura 3-45.
Áreado Pistão de Entrada(Distância Movimentada)= Area do Pistão de Saída (Distância Movime ntada)
Em síntese, essa fórmula mostra que o volume que entra é igual ao que sai.
Este conceito é mostrado na Figura 3-45, onde um pequeno pistão de entrada
move-se a uma distância de 20 polegadas, e um grande pistão de saída move-
se apenas 1 polegada.
Pressão=Força ÷ Área
1
¿ 500 ÷
4
¿ 200 psi
Força=Pressão x Área
¿ 200 x 15
¿ 3.000 libras
¿ 3.000 ÷ 50
¿ 60
Áreado Pistão d e Entrada ( Distancia Movimentada )= Áreado Pistão de Saída ( Distância Movimentada )
1
( 30 )=15 ( Distancia Movimentada )
4
1
( 30 ) ÷15=Distancia Movimenta da
4
1
Distância Movimentada= ∈¿
2
Princípio de Bernoulli
Quando um líquido (fluido) passa pelo tubo Venturi os medidores nos pontos
“A”, “B” e “C” são posicionados para registrar a velocidade e a pressão estática
do líquido. O Venturi na Figura 3-46 pode ser usada para ilustrar o princípio de
Bernoulli, que afirma que: a pressão estática de um fluido (líquido ou gasoso)
diminui nos pontos onde a velocidade do fluido aumenta, desde que nenhuma
energia seja adicionada ou retirada do fluido. A velocidade do ar é energia
cinética e a pressão estática do ar é energia potencial.
Figura 3-46.
reduzida. O combustível no carburador, que está sob alta pressão, flui para
uma área do Venturi de pressão mais baixa e se mistura com o ar.
Som
O som tem sido definido como uma séria de perturbações da matéria que
podem ser detectados pelo ouvido humano. Esta definição também pode ser
aplicada aquelas que estão além do alcance do ouvido humano. Existem três
elementos que são necessários para a transmissão e recepção do som. Esses
são a fonte, o meio para levar o som, e o detector. Qualquer coisa que se mova
para frente e para trás (vibre) e que perturbe o meio ao seu redor pode ser
considerado uma fonte de som.
Movimento de Onda
Sendo que o som é um movimento de onda, ele pode ser entendido de uma
melhor forma se primeiro considerarmos as ondas de água. Quando um objeto
é jogado em uma piscina surge, em função deste distúrbio, uma série de ondas
circulares. Na Figura 3-47 tais ondas são vistas a partir de uma perspectiva
superior, com as ondas viajando do centro para fora. Em uma perspectiva
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Capítulo 3
Figura 3-47.
Figura 3-48.
Velocidade do Som
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Capítulo 3
Número de Mach
Frequência do Som
Intensidade do Som
Efeito Doppler
Figura 3-49.
Resonância
Todos os tipos de matéria, não importando que seja sólido, liquido ou gás, tem
uma frequência natural na qual os átomos dentro da matéria vibram. Se dois
pedaços de matéria tem a mesma frequência natural, uma delas começa a
vibrar, e pode transferir sua onda de energia para a outra e fazer com que ela
vibre também. Esta transferência de energia é conhecida como ressonância.
Alguns aviões movidos a motor de pistão tem uma faixa de rpm que devem
evitar, porque o giro da hélice nestas rpm pode causar problemas de vibração.
A dificuldade reside na frequência natural do metal da hélice, e a frequência de
vibração que será estabelecida em uma determinada velocidade de ponta da
hélice. Em um determinado rpm, a pressão pode chegar a um nível que faça
com que a hélice se rompa.
A Atmosfera
A aviação é tão dependente desta categoria de fluidos chamada gases e do
efeito de forças e pressões agindo sobre os eles, que a discussão do assunto
atmosfera é importante para as pessoas que trabalham com manutenção e
reparo de aeronaves.
Composição da Atmosfera
Pressão Atmosférica
O corpo humano está sob pressão, tendo em vista que ele está no fundo de um
mar de ar. A pressão se deve ao peso da atmosfera. Em um dia padrão, ao
nível do mar, se uma coluna de 1 in 2 de ar, e que se vai até o topo da
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
atmosfera, for pesada, ela pesará 14,7 libras. É por isso que se diz que a
pressão atmosférica padrão é de 14,7 libras por polegada quadrada (psi).
Figura 3-50.
Figura 3-51
Densidade Atmosférica
Pelo uso da lei geral dos gases, estudada anteriormente, pode ser mostrada
que para um determinado gás, a pressão e a temperatura determinam a
densidade. Como a pressão padrão e as temperaturas são associadas com
cada altitude, a densidade do ar também deve ser considerada padrão, assim
como temperatura e pressão. Assim, uma determinada condição atmosférica é
associada com cada altitude. Assim surgiu a expressão “altitude de densidade”,
que tem o símbolo “Hd”. A altitude de densidade de 15.000 pés é a altitude na
qual a densidade é a mesma que a considerada padrão para 15.000 pés.
Lembre-se, porem, que a altitude de densidade não é, necessariamente, a real
altitude. Por exemplo, em um dia quando a pressão atmosférica estiver mais
alta que a padrão e a temperatura mais baixa, a densidade, que é padrão para
10,000 pés pode ocorrer a 12.000 pés. Neste caso, na altitude real de 12.000
pés, teremos ar que tem a mesma densidade do ar padrão a 10.000 pés. A
altitude de densidade é altitude calculada corrigindo-se a altitude de pressão
para a temperatura.
Figura 3-52.
Umidade Absoluta
Umidade Relativa
Ponto de Orvalho
Pressão de Vapor
Atmosfera Padrão
Se o desempenho de uma aeronave for avaliado, tanto por testes de voo como
por testes de túnel de vento, algumas condições de referência padrão devem
ser determinadas para que os resultados sejam comparados com estes
padrões ou com testes similares. As condições da atmosfera variam
continuamente, e normalmente não é possível se obter exatamente o mesmo
conjunto de condições em dois dias diferentes, ou mesmo em dois voos
sucessivos. Por esta razão, um conjunto de padrões deve ser usado como
ponto de referência. O conjunto de condições padrão atualmente usados nos
Estados Unidos é conhecido como U.S. Standard Atmosphere (Atmosfera
Padrão Americana).
Durante o voo existem que agem em um avião. Estas forças são sustentação,
arrasto, tração e peso. [Figura 3-53]. Sustentação é uma força para cima,
criada pela asa, peso é a força da gravidade sobre a massa do avião, tração é
a força criada pela hélice do avião ou turbina do motor, e arrasto é o atrito
causado pelo ar que flui em torno do avião.
1. Quando o avião está acelerando, ele tem mais tração que arrasto.
2. Quando o avião está desacelerando, ele tem menos tração que arrasto.
3. Quando o avião está em velocidade constante, tração e arrasto são
equivalentes.
4. Quando o avião está subindo, ele tem mais sustentação que peso.
5. Quando o avião está descendo, ele tem mais peso que sustentação.
6. Quando o avião está em altitude constante sustentação e peso são
iguais.
Figura 3-53
Como uma unidade de ar deve sair do duto quando outra unidade entra, a
unidade saindo deve aumentar sua velocidade enquanto flui para um espaço
menor.
Figura 3-54.
Figura 3-55
Figura 3-56
Para a asa mostrada na Figura 3-56, imagine que ela tenha 5 pés de largura e
15 metros de comprimento, para uma área de superfície de 75 ft 2 (10.800 in2).
Se a diferença na pressão está tica entre a parte superior e inferior for de 0,1
psi, haverá uma sustentação de 1/10 lb para cara polegada quadrada de área
de superfície. Como existem 10.800 in2 de área de superfície, haverá 1.080 lb
de sustentação (0,1 x 10.800).
A terceira lei de Newton identifica que para cada força de ação há uma força de
reação igual e oposta. Em adição ao Princípio de Bernoulli, a terceira lei de
Newton também pode ser usada para explicar a sustentação que é criada por
uma asa. Como o ar viaja pela asa e deixa o bordo de fuga, o ar é forçado a se
mover para baixo. Como uma força é necessária para que algo mude de
direção, deve haver uma força igual e oposta. Neste caso a força de reação é o
que chamamos de sustentação. Para se calcular a sustentação com base na
terceira lei de Newton, a segunda lei de Newton e a fórmula “Força = Massa x
Aceleração” devem ser usadas. A massa seria o peso do ar fluindo sobre a asa
por segundo, e a aceleração seria a mudança de velocidade que a asa
transmite para o ar.
Aerofólios
Curvatura
Linha de Corda
A linha de corda é uma linha reta imaginária que vai do bordo de ataque da asa
ate o bordo de fuga. O ângulo entre o linha de corda e o eixo longitudinal do
avião é conhecido como ângulo de incidência.
Vento Relativo
Qualquer que seja a direção na qual um avião está voando, um vento está na
direção oposta. Se um avião está voando para o norte, e se alguém no avião
não estiver protegido, esta pessoa irá sentir que um vento está vindo
diretamente do sul.
Figura 3-57
Ângulo de Ataque
aviação geral. Uma asa de formato elíptico ou afunilado também pode ser
usado, mas estes não tem as características de estola desejáveis. Para
aeronaves que operam em velocidades subsônicas altas são comuns as asas
enfllechadas, e para os voos supersônicos o formato de asa delta pode ser
usado.
A camada limite é uma camada muito fina de ar que fica sobre a superfície da
asa e, por esta razão, em todas as superfícies da aeronave. Pelo fato do ar ter
viscosidade, esta camada tende a aderir a asa. Como a asa se move para
frente no ar, a camada externa flui suavemente sobre a forma aerodinâmica do
aerofólio. Aqui o fluxo é chamado de camada laminar.
Figura 3-58
tão grande que o ar se desloca para longe da superfície da asa. Neste ponto a
sustentação da asa é destruída e a condição conhecida como estolar acontece.
Na Figura 3-58, em A é mostrado um angulo de ataque normal e um fluxo de
ar fica em contato com a asa. Em B é mostrado um ângulo extremo de ataque
e o fuxo de ar se separando e tornando-se turbulento no topo da asa. Em B a
asa está estolando.
Uma ranhura no bordo de ataque da asa é um duto que permite que o ar flua
da parte de baixo da asa, pelo duto, para a parte superior da asa. Como o ar
flui para a parte superior da asa ele é dirigido ao longo da superfície da asa em
uma velocidade mais alta e ajuda a evitar que a camada limite se torne
turbulenta e se separe da superfície da asa.
Vortexes de ponta de asa são causados pelo ar abaixo da asa, que estão em
alta pressão, fluindo sobre da ponta da asa para cima em direção da parte
superior da asa. O resultado final é um espiral de vortex que se arrasta atrás da
ponta da asa toda vez que sustentação está sendo produzida. Este vortex é
também chamado de esteira de turbulência, é um fator determinante para
determinar quão perto um avião pode se aproximar de outro na aproximação
para aterrissagem. A esteira de turbulência de um avião grande pode causar
que a avião pequeno, se estiverem voando muito próximos, fique fora de
controle. Vortices da asa e de um estabilizador horizontal são bastante visíveis
no MD-11, mostrado na Figura 3-59.
Uma aeronave em voo é controlada por um ou mais dos seus três eixos de
rotação. Estes eixos de rotação são: longitudinal, lateral e vertical. Em um
avião todos os três eixos se interseccionam no centro de gravidade (CG).
Quando o avião gira em um destes eixos está girando ao redor de seu centro
de gravidade (CG). O centro de gravidade também é chamado de centro de
rotação.
No avião colorido mostrado na Figura 3-60 os três eixos são mostrados nas
cores vermelha (eixo vertical), azul (eixo longitudinal) e laranja (eixo lateral). O
controle de voo que faz com que o avião mova-se ao redor do eixo é mostrado
em uma cor correspondente.
O leme, em vermelho, faz com que o avião se move ao redor do eixo vertical e
este movimento é descrito como sendo uma guinada. O elevador, em laranja,
faz com que o avião se mova ao redor do seu eixo lateral e este movimento é
descrito como arfagem. Os ailerons, em azul, fazem com que o avião se mova
ao redor do seu eixo longitudinal e este movimento seja descrito como sendo
um rolamento.
Figura 3-59.
Estabilidade da Aeronave
Estabilidade Estática
A resposta inicial que um avião demonstra após que o seu equilíbrio ser
interrompido é chamado de estabilidade estática. Se a estabilidade estática é
positiva o avião tende a retornar a sua posição original após que a força que
provocou o desequilíbrio for eliminada. Se a estabilidade estática for negativa o
avião continuará a se afastar de sua posição original após que a força de
desequilíbrio seja eliminada. Se um avião com estabilidade estática negativa
tiver um arfagem do nariz por causa de uma esteira de turbulência a tendência
será do nariz continuara arfar mesmo que a turbulência termine. Se um avião
tiver a tendência de permanecer em uma posição deslocada após que a força
que provocou o deslocamento tenha sido removida, mas que não continue a se
mover em direção a um deslocamento ainda maior, sua estabilidade estática é
chamada de neutra.
Figura 3-60.
Estabilidade Dinâmica
Figura 3-61
Imagine que um avião que esteja em voo em linha reta e nivelado sofra uma
perturbação e que o nariz arfe para cima. Se o avião tiver estabilidade estática
positiva o nariz irá arfar de volta para sua posição normal assim que a
perturbação termine. Se ele voltar imediatamente para seu voo em linha reta e
nivelado também se diz que ele tem estabilidade dinâmica positiva. O avião,
contudo, pode passar pelo vôo nivelado e permanecer arfado para baixo, e
então continuará o processo de arfar novamente para cima. Este movimento é
conhecido como oscilação. Se as oscilações diminuem com o tempo, o avião
ainda é classificado como tendo estabilidade dinâmica positiva. Se as
oscilações aumentarem com o temo o avião é classificado com estabilidade
dinâmica negativa. Se as oscilações permanecem as mesmas com o passar o
tempo, o avião é classificado com tendo estabilidade dinâmica neutra.
Estabilidade Longitudinal
Figura 3-62.
Estabilidade Lateral
Imagine um avião de asas baixas e com poucos ângulos de diedro que está
experimentando um distúrbio na sua trajetória de voo, tal como uma inclinação
da asa esquerda. Quando a asa esquerda baixar isso fará com eu o avião
experimente um deslizamento lateral em direção a asa baixa. Isso fará com
que a asa baixa tenha um maior ângulo de ataque, aumentando sua
sustentação e levantando-a de volta ao nível de atitude de voo. O diedro de
uma asa é mostrado na Figura 3-63.
Figura 3-63.
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Capítulo 3
Figura 3-64.
Estabilidade Direcional
Dutch roll
O diedro de uma asa tenta rolar o avião para uma posição oposta da qual está
deslizando, e o leme vertical tentará guinar o avião na direção do deslize. Estes
dois eventos, combinam-se em uma forma que afeta a estabilidade lateral e
direcional. Se o diedro da asa tiver um efeito maior, o avião terá uma tendência
de experimentar um Dutch roll. Um Dutch roll é uma pequena oscilação em
torno de ambos os eixos longitudinal e vertical . Embora está condição não seja
considerada perigosa ela pode produzir uma sensação desconfortável aos
passageiros. Os aviões comerciais têm amortecedores de guinada que evitam
que isso aconteça.
O eixo lateral de um avião é uma linha que corre abaixo da asa, de uma ponta
a outra, passando pelo centro de gravidade do avião. O movimento em torno
deste eixo é chamado de arfagem, e o controle ao redor do eixo é chamado de
controle longitudinal. O controle de voo que lida com este trabalho é o elevador
ligado ao estabilizador horizontal, um estabilizador horizontal totalmente móvel,
ou em um avião com uma cauda configurada em V, chamados ruddervators. O
elevador de um Cessna 182 pode ser visto na Figura 3-65. Na Figura 3-66 um
estabilizador horizontal totalmente móvel, conhecido como stabilator, pode ser
visto em um Piper Cherokee Arrow, e a Figura 3-67 mostra um ruddervator em
um Beechcraft Bonanza.
Figura 3-65
Figura 3-66.
Figura 3-67.
Figura 3-68
No Cessna 182 mostrado na Figura 3-65, puxa o manche para trás faz com
que o bordo de fuga do elevador desvid para cima, fazendo com que uma força
maior para baixo levante o nariz do avião. Movimentos do elevador fazem com
que o nariz do avião arfe para cima ou para baixo, através do giro do eixo
lateral. O manche do Cessna 182 pode ser visto na Figura 3-68.
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Capítulo 3
No Piper Cherokee Arrow mostrado na Figura 3-66 puxar o manche para trás
faz com que toda superfície horizontal (stabilator) se movimente, fazendo com
que o bordo de fuga desvie para cima. A aba anti-servo vista no Cherokee
proporciona uma sensação de controle similar aquele experimentado pela
movimentação do elevador. Sem esta aba o stabilator se movimentaria muito
facilmente e o piloto poderia supracontrolar o avião.
O eixo longitudinal de um avião passa pelo meio do avião, do nariz até cauda,
passando pelo centro de gravidade. O movimento ao redor deste eixo e
conhecido como rolamento, e o controle sobre este eixo é chamado de controle
lateral. O movimento sobre este eixo é feito pelos ailerons, e em um jato
comercial é auxiliado por superfícies na asa conhecidos como spoilers.
Figura 3-69.
Na Figura 3-69 um Air Force F-15 pode ser visto fazendo um rolamento de
aileron. Repare que o aileron esquerdo está para cima e o direito para baixo, o
que faria com que o avião fizesse o rolamento do eixo longitudinal no sentido
anti-horário.
O eixo vertical de um avião corre de cima para baixo e passa pelo meio do
avião, passando também pelo centro de gravidade. O movimento ao redor do
eixo é conhecido como guinada, e o controle sobre este eixo é chamado de
controle direcional. O movimento ao redor do eixo é controlado pelo leme, ou
no caso do Beechcraft Bonanza da Figura 3-67 por ruddervators.
Mesmo que o leme de um avião faz com que o nariz de uma guinada para a
direita ou esquerda não é o leme que vira o avião. Para que o que se chama de
giro coordenado acontecer tanto os ailerons e leme devem entrar em ação.
Digamos que se deseja girar o avião para a direita. Começamos girando o
manche para a direita, o que levanta o aileron direito e baixa o esquerdo e
inicia a inclinação para o giro. O aumento de sustentação para a asa direita
também aumenta o arrasto induzido da asa esquerda, que tenta fazer com que
o nariz do avião de uma guinada para a esquerda. Para neutralizar este
movimento, quando o manche é movimentado para a direita um pouco do leme
direito é usado para evitar que o nariz do avião de uma guinada para a
esquerda. Uma vez que o nariz do avião esteja apontando para a direção
correta a pressão no leme não é mais necessária. O leme de um Piper
Cherokee Arrow pode ser visto na Figura 3-70.
Figura 3-70
Compensadores
Compensadores Trim
Compensador Anti-Servo
Compensador de Equilíbrio
Figura 3-71.
Compensador Servo
hidráulicos são usados para fornecer esta força. Caso ocorra alguma falha ou
mau funcionamento do sistema hidráulico, alguns aviões têm compensadores
servo no bordo de fuga dos controladores de voo primários. Quando o manche
é puxado para trás, em uma tentativa de movimentar o elevador, o
compensador servo movimenta-se e cria a força aerodinâmica necessária para
movimentar o elevador. O compensador servo age como um compensador de
equilíbrio, mas ao invés de auxiliar na força normal que faz com que o elevador
se mova, ele torna-se a única força a promover este movimento. Como um
compensador de equilíbrio, o compensador servo movimenta-se na direção
oposto do bordo de fuga do controlador de voo. O Boeing 727 tem um
compensador servo que apoia o sistema hidráulico, caso aconteça alguma
falha. Durante um voo normal, os compensadores servo comportam-se como
compensadores de equilíbrio. [Figura 3-73]
Flaps
Flaps simples estão ligados ao bordo de fuga da asa, interior dos ailerons, e
formam parte da superfície total da asa. Quando abertos para baixo eles
aumentam a eficiência da curvatura e da linha de corda da asa. Estes dois
fatores fazem com que se crie mais sustentação e mais arrasto.
Figura 3-72
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
O flap ventral está ligado a parte de baixo da asa, e quando aberta não
modifica a superfície superior da asa. Este tipo de flap cria mais arrasto do que
o flap simples porque aumenta a turbulência.
O flap com fenda é parecido com o flap simples, exceto quando aberto, porque
o bordo de ataque cai um pouco. Com essa pequena queda do bordo de
ataque abre-se uma fenda, que permite que um pouco de ar de alta pressão
que está na parte de baixo da asa flua para a parte de cima do flap. Este fluxo
de ar adicional sobre a parte de cima do flap produz uma sustentação
adicional.
Figura 3-73.
Os slats de bordo de ataque servem para o mesmo propósito dos slots, com a
diferença sendo que os slats são móveis e podem ser retraídos quando não
estão sendo usados. Em alguns aviões os slats de bordo de ataque são
operados automaticamente, abrindo-se em resposta a forças aerodinâmicas
que entram em ação com um angulo de ataque grande. Na maioria dos aviões
comerciais os slats dos bordos de ataque abrem-se quando os flaps do bordo
de fuga estão baixados.
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
Efeitos de Compressibilidade
Figura 3-74.
A Velocidade do Som
O som, em relação aos aviões e seu movimento pelo ar, nada mais é do que
perturbações de pressão do ar. Conforme discutido anteriormente neste
capítulo, é como jogar uma pedra na água e olhar as ondas fluírem a partir do
centro. Quando um avião voa cada ponto do avião que causa distúrbios cria
energia sonora na forma de ondas sonoras. Estas ondas de pressão voam a
partir do avião na velocidade do som, que em temperatura padrão dia de 59ºF
é de 761 mph. A velocidade do som no ar muda conforme a temperatura,
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
Figura 3-75
Ondas de Choque
Figura 3-76.
Um avião que foi projetado para voo supersônico terá arestas muito afiadas,
para que tenha o menor arrasto possível. Quando um avião está em voo
supersônico os bordos de ataque e fuga afiados da asa terão ondas de choque
presos a eles. Estas ondas de choque são conhecidas como obliquas. Atrás da
onda de choque obliqua a velocidade do ar é menor, mas ainda supersônica, e
as pressões e densidade estáticas são mais altas. A Figura 3-78 mostra uma
onda de choque obliqua nos bordos de ataque e fuga de um aerofólio
supersônico.
Figura 3-78.
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
Onda de Expansão
Aerofólios de Alta-Velocidade
O voo transônico é o tipo de voo mais difícil para um avião, porque parte da
asa esta experimentando fluxo de ar subsônico e parte da asa fluxo de ar
supersônico. Para o aerofólio subsônico e centro aerodinâmico (ponto de
suporte) é aproximadamente 25% atrás da borda de ataque da asa. Em voo
supersônico o centro aerodinâmico move-se para trás 50% em relação a corda
da asa, causando algumas mudanças significativas no controle e na
estabilidade do avião.
Figura 3-79.
Aquecimento Aerodinâmico
Figura 3-80.
Figura 3-81.
O sistema de rotor semi rígido é usado com um rotor principal de duas lâminas.
Estas lâminas estão rigidamente presas ao cubo, com o cubo e lâminas
capazes de oscilar como uma serra. A oscilação permite que as lâminas
oscilem para cima e para baixo, uma descendo enquanto a outra sobe. As
lâminas são capazes de mudar de pitch de forma independente uma da outra.
A Figura 3-84 mostra um helicóptero Bell Jet Ranger em voo. Este helicóptero
usa um sistema de rotor semi rígido, o que é evidente pelo modo como o rotor
é inclinado para frente quando o helicóptero está voando para frente.
Figura 3-82.
Figura 3-83.
Figura 3-84.
Em qualquer momento em que uma força seja aplicada para fazer um objeto
rodar haverá uma força igual agindo na direção oposta. Se o sistema do rotor
principal de um helicóptero girar no sentido horário, quando visto de cima, o
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
Figura 3-85.
Figura 3-86.
Uma alternativa para o rotor de cauda visto na Figura 3-86 é o tipo de rotor anti
torque conhecido como fenestron, ou “ventilador na cauda” que é visto na
Figura 3-87. Como as lâminas rotatórias, neste modelo, tem uma proteção, elas
representam menos risco para as pessoas que estão no chão e criam menos
arrasto em voo.
Figura 3-87.
Para helicópteros com dois rotores principais, como o Chinook que tem um
rotor principal em cada extremidade, não é necessário um rotor anti torque.
Para este tipo de helicóptero os dois rotores principais giram em direções
opostas, e um cancela o torque do outro.
Figura 3-88.
Figura 3-89.
Helicópteros, como aviões, têm eixos vertical, lateral e longitudinal que passam
pelo centro de gravidade do helicóptero. Helicópteros guinam em torno do eixo
vertical, arfam em torno do eixo lateral, e rodam em torno do eixo longitudinal.
A Figura 3-90 mostra que os três eixos de um helicóptero e como eles se
relacionam com o movimento do helicóptero. Todos os três eixos se
interseccionam no centro de gravidade do helicóptero, e o helicóptero se
articula neste ponto. Preste atenção na figura que o eixo vertical passar quase
que pelo centro do rotor principal, porque o centro de gravidade do helicóptero
precisa estar bem próximo deste ponto.
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Capítulo 3
Figura 3-90.
Para um avião com um único rotor principal o controle sobre o eixo vertical é
feito pelo rotor anti-torque (rotor de cauda) e pelo fluxo de ar em um helicóptero
do tipo NOTAR. Como em um avião, a rotação em torno desde eixo é
conhecido como guinada. O piloto controla a guinada empurrando os pedais
anti-torque localizados no chão do cockpit, da mesma forma que um piloto de
avião controla a guinada pisando nos pedais do leme. Para fazer com que o
nariz do avião de uma guinada para a direita, o piloto pisa no pedal anti torque
direito. Quando visto de cima, se o helicóptero tenta girar na direção anti-
horária porque o torque do rotor principal, o piloto também pisará no pedal anti
torque direito para neutralizar o torque do rotor principal. Usando-se os pedais
anti torque o piloto pode, intencionalmente, fazer com que o helicóptero gire em
qualquer direção sobre o seu eixo vertical. Os pedais anti torque podem ser
visto na Figura 3-91.
Figura 3-91.
Figura 3-92.
Figura 3-93.
Helicópteros em Voo
Pairando
Para um helicóptero pairar significa que ele está voando em altitude constante
e não está se movimentando para frente, para trás, ou para os lados. Para
pairas, o helicóptero deve produzir sustentação suficiente nas suas lâminas do
rotor principal para igualar o peso da aeronave. O motor de um helicóptero
deve estar produzindo potência suficiente para movimentar o rotor principal, e
também para movimentar qualquer tipo de sistema anti torque que estiver
sendo usado. A habilidade que um helicóptero tem em pairar pode ser afetada
por muitas coisas, incluindo se estiver ou não em efeito solo, a altitude da
densidade do ar, a potência disponível do motor, qual a quantidade de carga
que carrega.
Figura 3-94.
Autorrotação
Figura 3-95.
Figura 3-96.
Ultraleve
Figura 3-97.
Figura 3-98.
Para fazer com que o ultraleve voo usa-se um motor. Quando a velocidade no
chão chegar ao ponto onde o voo é possível o piloto empurra pra frente a barra
da controle, o que faz com que a asa se articule na parte onde está ligada ao
mastro e a borda de ataque da asa se inclinar para cima. Quando o bordo de
ataque da asa se inclina para cima o angulo de ataque e a sustentação da asa
aumentam. Com sustentação o suficiente o ultraleve começar a subir. Puxar a
barra para traz reduz o ângulo de ataque e permite que a aeronave pare de
subir e tenha um voo nivelado. Uma vez que o ultraleve esteja em voo nivelado
a velocidade do ar pode ser aumentada ou diminuída por se adicionar ou retirar
potencia do motor pelo uso do acelerador.
Figura 3-99.
Figura 3-100.
A mudança de peso para a direita faz com eu a aeronave se incline pra direita.
O peso do ultraleve e de seus ocupantes age como um pendulo, e ajuda a
manter a aeronave estável durante o voo. Empurrar ou puxar a barra durante o
voo faz com que o peso pendurado abaixo da asa troque sua posição relativa
com o vento, e é por isso que o ultraleve é considerado como uma aeronave
que troca de peso.
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
Um ultraleve aterrissa de uma forma muito parecida com um avião. Quando for
a hora de aterrissar o piloto diminui a potência do motor com o pedal, fazendo
com que a velocidade do ar e a sustentação da asa diminuam. Enquanto o
ultraleve desce a taxa de descida pode ser controlada empurrando ou puxando
a barra de controle, e variando a potência do motor. Quando o ultraleve está
quase no ponto de tocar o chão a potência do motor será reduzida e o ângulo
de ataque da asa será diminuído para amortecer a descida e o pouso ser
suave. Se a aeronave está tentando pousar com um vento de través muito forte
a aterrissagem pode não ser suave. Quando se pousar com vento atravessado
o piloto irá aterrissar IN A CRAB para manter a direção na pista de
aterrissagem. O pouso é feito primeiramente com as rodas traseiras e depois
com a roda da frente.
Aerodinâmica do Paraglider
Figura 3-101.
Figura 3-102.
Figura 3-103
Curvas do paraglider durante o voo são feitas pelos pedais (barras de direção)
localizados na frente da aeronave. Estas barras podem ser vistas na Figura 3-
103. Cada pedal controla um conjunto de cordas, normalmente feitas de nylon,
que vão da borda de fuga até a ponta da asa. Quando o pedal direito e
pressionado a corda puxa o bordo de fuga da ponta direita da asa. Enquanto o
bordo de fuga da asa desce o arrasto aumenta do lado direito e a aeronave vira
para a direita. Quando a pressão é retirada do pedal o arrasto em todo o
aerofólio é equalizado e a aeronave volta para o seu voo linear e nivelado.
Apostila 01 (OC 656) - Aviation Maintenance Technician Handbook - General
Capítulo 3
Figura 3-104.