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AS MÁQUINAS TÉRMICAS E A 2ª LEI DA TERMODINÂMICA

MÁQUINAS TÉRMICAS são máquinas capazes de realizar um trabalho através da


transferência de calor entre duas fontes: uma quente e outra fria. Através de ciclos,
parte do calor retirado da fonte quente é transformado em trabalho e outra parte é
transferido para a fonte fria.
AS MÁQUINAS TÉRMICAS E A 2ª LEI DA TERMODINÂMICA

Uma máquina térmica mais próxima, que faz parte de nosso dia a dia,
é o motor de automóvel. A explosão do combustível (gasolina, álcool ou
diesel) origina gases aquecidos que empurram o pistão, realizando
trabalho. O movimento do pistão é transferido para as rodas, que
giram e proporcionam o movimento do automóvel.
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
ASleiMÁQUINAS
Segunda TÉRMICAS
da termodinâmica E A 2ª LEI DA TERMODINÂMICA

 Fonte quente (Qq)


 Trabalho realizado ()
 Fonte fria (Qf)
Corresponde ao movimento do
pistão para cima, devido à
expansão do vapor de água.

Trabalho realizado ()


Fonte Fria - Qf
Com a abertura da válvula,
água fria é liberada dentro Corresponde ao
do cilindro fazendo o vapor aquecimento da água em
condensar (resfriamento). uma caldeira, fazendo-a
vaporizar.

Fonte Quente - Qq
Segunda Lei da Termodinâmica
Nenhuma máquina térmica operando em ciclos
pode retirar calor de uma fonte e transformá-lo
integralmente em trabalho.

Numa máquina térmica, o calor retirado de uma


fonte quente (Qq) será transformado, parte dele
em trabalho () e o restante rejeitado numa fonte
fria (Qf).
Segunda Lei da Termodinâmica
Enunciado de Kelvin-Planck para a 2ª Lei da
Termodinâmica:

É impossível construir uma máquina que,


operando em transformações cíclicas,
tenha como único efeito transformar
completamente em trabalho a energia
térmica recebida de uma fonte quente.

Rudolf Clausius enunciou a 2ª Lei da


Termodinâmica da seguinte forma

É impossível uma máquina, sem ajuda


de um agente externo, conduzir calor
de um sistema para outro que esteja a
uma temperatura maior.
Ciclo termodinâmico das máquinas térmicas
As máquinas térmicas estão presentes em nosso dia a dia e são
fundamentais para o funcionamento de diversas tecnologias. Confira
alguns exemplos:

• motores de combustão interna – motores movidos a gasolina,


álcool, diesel, GLP e querosene;
Ciclo termodinâmico das máquinas térmicas
• máquinas movidas a vapor – locomotivas, máquinas de tecer;
Ciclo termodinâmico das máquinas térmicas
• usinas termoelétricas;
Ciclo termodinâmico das máquinas térmicas
• refrigeradores e ar-condicionado – máquinas térmicas invertidas,
chamadas de refrigeradores ou bombas de calor.
Ciclo termodinâmico das máquinas térmicas

Ciclo termodinâmico é a sequência de estados que a substância de trabalho da


máquina térmica passa a fim de que a máquina opere corretamente, convertendo
calor em trabalho. Esse ciclo é geralmente representado na forma de um gráfico
de p x V (pressão em função do volume). Além disso, o sentido das setas indica
se o ciclo é relacionado a uma máquina térmica ou a um refrigerador, caso sejam
representadas, respectivamente, no sentido horário e anti-horário.
O ciclo de Carnot
As quatro etapas do ciclo de Carnot
O ciclo de Carnot
Foi Sadi Carnot o idealizador de um ciclo termodinâmico que não seria levado em
consideração devido as dificuldades técnicas que um ciclo de uma máquina térmica real
possui. Logicamente esse ciclo passou a ser considerado um ciclo teórico que operaria com
um rendimento máximo, independente de qual substância gasosa fosse utilizada. Esse
ciclo foi composto numa sequência de quatro transformações reversíveis, sendo duas
adiabáticas e duas isotérmicas.

Nicolas Léonard Sadi Carnot 


(1796 — 1832)
O ciclo de Carnot
O ciclo de Carnot
Rendimento de uma máquina térmica
O rendimento de uma máquina é definido
pelo percentual de calor transformado em
trabalho.

 
τ Q q − Qf Qf
η= = ⇒ η=1−
Qq Qq Qq
Ou, se a máquina operar em ciclos de Carnot, tem-se

Tf  
η  1 η<1
Tq
TRANSFORMAÇÕES REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS

Existem fenômenos cujos eventos acontecem numa ordem direta ou


inversa, não nos permitindo saber aquele que aconteceu antes ou
depois. Veja o exemplo do pêndulo. Como saber se primeiro ele estava
na direita para depois ir para esquerda, ou, se do contrário, ele começa
da esquerda e vai para a direita?

Tais fenômenos
são denominados REVERSÍVEIS.
FÍSICA - 2º ano do Ensino Médio
TRANSFORMAÇÕES
Segunda lei da termodinâmica REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS
Porém, na vida real, todos os fenômenos espontâneos ou naturais
são irreversíveis.

“A natureza só admite uma sequência para o transcurso dos


acontecimentos. Em todos há uma espécie de orientação que
indica o sentido do transcorrer do tempo” (Alberto Gaspar)

Assim, em um fenômeno irreverversível, é possível distinguir entre o antes e o depois.

Um copo com água gelada (10°C) colocado sobre a mesa, à temperatura ambiente
(25°C), espontaneamente, receberá sempre calor do ambiente elevando sua
temperatura, nunca o contrário.

Como a Física busca entender e descrever a natureza através de leis, a


irreversibilidade dos fenômenos naturais está expressa na Segunda Lei da
Termodinâmica.
TRANSFORMAÇÕES REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS

O calor rejeitado na fonte fria não pode ser mais aproveitado na máquina
em outro ciclo. Esta energia torna-se indisponível.
TRANSFORMAÇÕES REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS

Chamamos de TRANSFORMAÇÕES REVERSÍVEIS aquela que após o seu final o


sistema retorna às suas condições iniciais pelo mesmo caminho, passando pelos
mesmos estágios na sequência inversa sem a interferência de fatores externos.
Já nas TRANSFORMAÇÕES IRREVERSÍVEIS isso não ocorre.
Ao colocarmos um saquinho de areia sobre o êmbolo, veremos
que rapidamente ele desce, comprimindo o gás contido nele. Em
consequência dessa compressão gasosa, regiões próximas ao
êmbolo passam a ter temperatura, volume e pressão diferentes do
restante da massa gasosa contida no êmbolo. Isso faz com que o
gás não tenha estados definidos entre os estados inicial e final.
Dessa maneira, é impossível que obtenhamos os mesmos
estados intermediários ao retiramos o peso de areia. Nesse caso,
consideramos o processo como sendo irreversível.
No entanto, se colocarmos a areia de pouco em pouco, teremos, para
cada porção colocada sobre o êmbolo, um estado bem definido. Ao
retirarmos a areia, de pouco em pouco, podemos, então, reproduzir
todos os estados intermediários, tendo assim uma transformação
reversível, ou seja, quase estática.
ENTROPIA
A entropia é uma grandeza termodinâmica associada à irreversibilidade dos
estados de um sistema físico. É comumente associada ao grau de “desordem” ou
“aleatoriedade” de um sistema. De acordo com um dos enunciados da
2ª Lei da Termodinâmica:
“Em um sistema termicamente isolado, a medida da entropia deve sempre
aumentar com o tempo, até atingir o seu valor máximo.”
Em outras palavras, a entropia é capaz de medir o sentido da “seta do tempo”
de um sistema. Quando vemos as imagens a seguir, sabemos intuitivamente que o
estado inicial do sistema é o representado pela imagem da esquerda, de maior
organização:

Olhando para esta imagem, sabemos


que a configuração final mais provável é
aquela na qual os átomos possuem
velocidades em todas as direções, bem
como posições aleatórias. É disso que a
entropia trata: a multiplicidade de estados
de um sistema deve sempre aumentar.
ENTROPIA

Nos processos físicos de diluição de sais em líquidos,


mudanças de estado físico, como a fusão ou a ebulição, e até durante a
deformação de um corpo, ocorrem aumentos na entropia do sistema.
ENTROPIA

ENTROPIA é a medida de quanto um sistema se


desorganiza. Para processos reversíveis ela permanece
constante enquanto que nos irreversíveis ela aumenta.
Dessa forma os sistemas tendem a degradar energia
naturalmente. Nas transformações irreversíveis a
ENTROPIA é a medida da parte da energia que não é
convertida em trabalho.

Rudolf Clausius foi o primeiro a usar o termo


Entropia em 1865. A entropia seria a medida da
quantidade de energia térmica que não pode
ser revertida em energia mecânica (não pode
realizar trabalho), em uma determinada
temperatura.
ENTROPIA

O ciclo de Carnot
 
𝑄
Δ 𝑆=
𝑇
Máquinas térmicas reversas
Como exemplo, temos a geladeira, uma máquina que retira calor
de seu interior (fonte fria) e despeja numa fonte quente através
de um trabalho executado por um compressor.
Assim, num refrigerador temos que:

Fonte Quente QQ
TF
QF

QF

Fonte Fria QF
TF
Máquinas térmicas reversas

As partes principais de uma geladeira doméstica são:

Compressor: o fréon entra no estado gasoso com


baixa pressão e sai com alta pressão, já condensado.
Condensador (Radiador): serpentina externa
(localizada na parte
traseira) na qual o vapor se liquefaz, liberando calor
para o ambiente.
Capilar(Válvula): um tubo estreito (capilar) que
diminui a pressão do vapor.
Evaporador(Congelador): o fréon no estado líquido
se vaporiza ao absorver calor do interior da geladeira.
Máquinas térmicas reversas

O compressor envia o gás Ao longo da tubulação do


liquefeito (condensado) evaporador, o calor flui do
comprimido por uma tubulação interior da geladeira para o
(serpentina) de pequeno diâmetro gás, que retornará ao
localizada na parte traseira do compressor.
refrigerador.
Então, podemos representar
Na unidade de evaporação, esquematicamente o trabalho
localizada no congelador e (δ), o calor lançado na fonte
painéis de resfriamento, o gás quente (Qq) e o calor retirado
passa a uma tubulação de da fonte fria (Qf).
maior diâmetro e expande-se 
rapidamente, evaporando, o
que provoca seu resfriamento.

Qq Qf
Máquinas térmicas reversas
Eficiência de um refrigerador
A eficiência (ε) corresponde ao
coeficiente obtido pela razão
entre o calor retirado da fonte
fria (Qf) e o trabalho realizado
(δ) pelo compressor em cada
ciclo.

Se um refrigerador opera em ciclos de Carnot, então sua eficiência será calculada por...

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