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HIDRÁULICA
Índice:
Introdução 03
Princípio de Pascal 04
Pressão 04
O peso de um fluido 07
Número de Reynolds 13
Trabalho e energia 15
Potência 17
Simbologia 22
Bombas hidráulicas 32
Válvulas 55
Atuadores 79
Tanques e acessórios 89
Cavitação 94
Fluidos 95
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1 HISTÓRICO
Existem apenas três métodos conhecidos de transmissão de potência na esfera
comercial: (1) a mecânica, (2) a elétrica e (3) a fluídica.
Naturalmente, a transmissão mecânica é a mais velha delas, por conseguinte, a mais
conhecida. Começou com o “ilustre desconhecido” inventor da roda e utiliza hoje de
muitos outros artifícios mais apurados como engrenagens, cames, correias, molas,
polias e outros.
A elétrica, que usa geradores, motores elétricos, condutores e uma gama muito grande
de outros componentes, é um desenvolvimento dos tempos modernos. É o melhor
meio de se transmitir energia a grandes distâncias.
A força fluida tem sua origem, por incrível que pareça, a milhares de anos antes de
Cristo. O marco inicial, de que se tem conhecimento, foi o uso da potência fluida em
uma roda d’água, que emprega a energia potencial da água armazenada a uma certa
altura, para a geração de energia. Os romanos por sua vez, tinham um sistema de
armazenamento de água e transmissão, através de canais ou dutos para as casas de
banho ou fontes ornamentais.O uso do fluido sob pressão, como meio de transmissão
de potência, já é mais recente, sendo que o seu desenvolvimento ocorreu, mais
precisamente, após a primeira grande guerra.
A grande vantagem da utilização da energia hidráulica consiste na facilidade de
controle da velocidade e inversão, praticamente instantânea, do movimento. Além disso
os sistemas são auto lubrificados e compactos se comparados com as demais formas
de transmissão de energia.
As desvantagens dos sistemas é que se comparados com a eletricidade, por exemplo,
os sistemas têm um rendimento baixo, de modo geral em torno de 65%, principalmente
devido a perdas de cargas e vazamentos internos nos componentes. A construção dos
elementos necessita de tecnologia de precisão encarecendo os custos de produção.
Onde:
CAPÍTULO 4
SIMBOLOGIA / RESUMO
FUNÇÃO DA BOMBA
Fundamentalmente, a função da bomba é empurrar o fluido hidráulico, criando o fluxo.
Dizemos que a bomba converte a energia mecânica da fonte primária (motor) em
energia de pressão no fluido. A energia de pressão é então usada para acionar um
atuador, freqüentemente com movimentos muito precisos. É uma prática comum
referir- se à bomba como a fonte de pressão do sistema hidráulico. Entretanto, supor
que qualquer perda de pressão seja sempre causada pela bomba não é
necessariamente verdade. A bomba cria pressão ao empurrar o fluido, o que resulta no
fluxo. Porém, para se criar pressão, é necessário haver uma resistência ao fluxo. Além
disso, se a resistência for uma carga aplicada a um atuador, a pressão criada é apenas
a necessária para dar conta da carga. A pressão pode ser perdida por qualquer
CARACTERÍSTICAS
Há três características básicas que diferenciam as bombas de deslocamento positivo
das não positivo:
- Uma bomba de deslocamento não positivo provê um fluxo uniforme e contínuo. As
bombas de deslocamento positivo apresentam uma pulsação a cada ciclo, ou cada vez
que uma câmara de bombeamento se abre para a saída.
- A vazão de uma bomba de deslocamento não positivo é reduzida pela pressão. A
pressão na saída pode, na realidade, chegar a um nível suficiente para impedir o fluxo.
Nas bombas de deslocamento positivo a pressão somente afeta a vazão no aumento
do vazamento interno.
- Uma bomba de deslocamento não positivo, com sua entrada e saída interligadas
hidraulicamente, não pode criar vácuo suficiente para ser auto-escorvante; ela precisa
partir com a linha de sucção cheia de líquido e livre de ar. As bombas de deslocamento
positivo, freqüentemente são auto-escorvantes, quando partidas adequadamente.
Estas são as características gerais e também os motivos pelos quais as bombas de
deslocamento não positivo raramente são usadas em sistemas hidráulicos.
Eventualmente, encontra-se uma delas sendo usada para superalimentação de uma
linha ou para completar o nível de fluido. Ou pode haver várias delas ligadas em série,
uma alimentando a outra, e assim por diante.
- Vazão:
Enquanto o deslocamento é usado com maior freqüência em discussões sobre o
tamanho da bomba, o termo vazão também é comum. Vazão é o volume fornecido na
unidade de tempo, dada geralmente em litros por minuto. Como um litro equivale a
1000 cm³, se soubermos a rotação (rpm) da bomba, podemos converter o
deslocamento em vazão:
Dessa forma, uma bomba com deslocamento de 20 cm³/rot girando a 1.200 rpm dará
uma vazão de 24 l/min.
POTÊNCIA NOMINAL
Esta fórmula é relacionada com a potência usada num circuito hidráulico para mover
uma carga. A potência necessária para acionar a bomba naturalmente será maior,
devido às perdas tanto na bomba como por atrito e vazamento no sistema.
Podemos aplicar a fórmula da potência para o sistema completo, à exceção da bomba,
medindo pressão e vazão na saída da bomba. Então, se o rendimento da bomba for
conhecido, a potência total necessária para mover a bomba pode ser calculada. Por
exemplo, 200 l/min fluindo a uma pressão de 14 bar, exigiria 6,6 CV.
Potência Absorvida
Se o rendimento da bomba for 80%, a potência de acionamento necessária é 8,25 CV.
SELEÇÃO DE BOMBAS
Principio de funcionamento
O rotor de uma bomba de palheta suporta as palhetas e é ligado a um eixo que é
conectado a um acionador principal. À medida que o rotor é girado, as palhetas são
“expulsas” por inércia e acompanham o contorno do cilindro (o anel não gira).
Quando as palhetas fazem contato com o anel, é formada uma vedação positiva entre
o topo da palheta e o anel. O rotor é posicionado fora do centro do anel. Quando o rotor
é girado, um volume crescente e decrescente é formado dentro do anel. Todo o fluído
entra e sai do mecanismo de bombeamento através da placa de orifício (as aberturas
de entrada e de saída na placa de orifício são conectadas respectivamente às
aberturas de entrada e de saída na carcaça das bombas).
Com o parafuso regulado, o anel é mantido fora do centro com relação ao rotor.
Quando o rotor é girado, um volume de fluxo é gerado, ocorrendo o bombeamento.
Partida
Antes do funcionamento inicial, o corpo da bomba deve ser preenchido com fluido
hidráulico. Também é necessário conectar a linha de descarga para a linha de retorno,
soltar a linha de descarga para que o ar possa ser removido de dentro da bomba, mas
para isso a bomba deverá estar pressurizada.
Eixo de rotação e alinhamento
Alinhamento do eixo motor e bomba deve ser dentro de 0,01 no máximo, usar um
acoplamento padrão. Seguir corretamente as instruções do fabricante para a
montagem do acoplamento, para prevenir esforço final sobre o eixo da bomba.
Gire a bomba para assegurar liberdade de rotação.
Bomba e motor devem estar em uma base rígida.
O acoplamento deve ser projetado para absorver o pico de potência desenvolvido.
Instalação e montagem
Quando na montagem, o dreno do corpo da bomba deve estar voltado para cima. O
dreno do corpo da bomba deve ter uma linha separada para o reservatório e afastada
da linha de entrada, se possível. A linha de dreno não deve exceder a 0,69 bar de
pressão de retorno.
O momento de torção das engrenagens é gerado quando o óleo atua sobre os flancos
dos dentes (que podem ser retos ou helicoidais), causando a rotação das engrenagens.
O momento de torção entre os dois tipos permanece quase constante, porém o sistema
helicoidal é mais silencioso.
Do ponto de vista construtivo, os motores hidráulicos rotativos se assemelham muito às
bombas. De fato, algumas bombas podem trabalhar como motores sem qualquer
modificação e outras requerem somente pequenas alterações.
Podemos dizer que um motor hidráulico é simplesmente uma bomba movida pelo
fluido, ao invés de movê-lo. O Óleo é bombeado para dentro de uma abertura e as
mesmas câmaras o conduzem à saída. Os tipos principais de motores, além de
Instrutor: Odair Tiezzi Duque 86
engrenagens visto acima, também existem bombas de palhetas e pistões. Podem ser
unidirecionais ou reversíveis.
ESPECIFICAÇÕES DOS MOTORES
As especificações principais de um motor hidráulico são pressão, deslocamento e
torque.
O deslocamento diz qual a vazão necessária para uma certa velocidade de rotação. As
especificações de torque e a pressão se referem à dimensão da carga que o motor
pode movimentar.
Deslocamento:
O deslocamento de um motor hidráulico é expresso em centímetros cúbicos por
rotação, da mesma forma que para as bombas. O deslocamento de um motor é a
quantidade de óleo que precisamos fornecer a ele para que efetue uma rotação. A
maioria dos motores é de deslocamento fixo, porém muitos motores de pistões de
deslocamento variável são usados. Vazão requerida para uma dada velocidade.
Se conhecermos o deslocamento e a velocidade desejada de um motor, calculamos a
vazão:
rotação (rpm) xdeslocamento (cm³ / rot )
Vazão (L/min) =
1000
Velocidade
Se conhecermos o deslocamento e a vazão fornecida ao motor, podemos calcular a
velocidade em rpm:
vazão( L / min) x1000
rpm =
deslocamento (cm ³ / rot )
Nesta equação percebemos que o aumento do deslocamento reduz a velocidade; e a
redução do deslocamento aumenta a velocidade. A outra forma de aumentar a
velocidade é aumentara vazão.
Torque:
Torque, por definição, é um esforço de rotação ou torção. Podemos concebê-lo como
se fosse uma força rotativa. O torque que um motor desenvolve depende da carga e da
distância radial do centro do eixo do mesmo. O torque no eixo do motor e igual ao raio
Causas da cavitação
- Filtro da linha de sucção saturado
- Respiro do reservatório fechado ou entupido
- Linha de sucção muito longa
- Muitas curvas na linha de sucção (perdas de cargas)
- Estrangulamento na linha de sucção
- Altura estática da linha de sucção
- Linha de sucção congelada
Características de uma bomba em cavitação
- Queda de rendimento
- Marcha irregular
Aeração
O fenômeno da aeração é similar ao da cavitação, inclusive seus efeitos sobre a
bomba e demais componentes do sistema.
A condição de aeração também é detectada pelo elevado ruído metálico.
Sua causa, entretanto, é distinta, ocorre em função da entrada de ar pela linha de
sucção, e não em função da evaporação.
Quando há aeração, as medidas a ser tomadas são:
- Verificar se estão bem vedadas as ligações entre os componentes da linha de sucção;
- Evitar que a bomba arraste fluido com bolhas de ar do reservatório (pseudocavitação),
por não estar associado com a pressão de vapor.
CAPÍTULO 10
FLUIDOS HIDRÁULICOS
O fluido hidráulico é o elemento mais importante na durabilidade dos componentes dos
sistemas hidráulicos, uma vez que ele circula por todo o sistema, contaminando-o e
atingindo a todos os pontos deste. Um bom fluido hidráulico, com uma filtragem bem
apurada, contribuirá sobremaneira para o aumento na vida útil dos componentes.
As principais funções dos fluidos hidráulicos são:
Transmitir energia - a energia sofre diversas transformações até ser transformada em
energia hidráulica, a qual será transmitida pelo fluido e novamente transformada em
energia mecânica através da realização de trabalho.
Lubrificar e vedar partes móveis - o fluido deve possuir a característica de ser bom
lubrificante, pois os componentes dinâmicos necessitam ser lubrificados durante o
funcionamento.
10.2 DICAS
- A compressibilidade dos fluidos hidráulicos em geral é de 0,5% na pressão de 70
Kgf/cm². Para sua utilização, há necessidade de ficar atento quanto a certas situações:
- Nunca se deve misturar dois fluidos de fabricantes diferentes, pois os aditivos podem
reagir entre si, deteriorando o óleo e envelhecendo-o precocemente;
- A limpeza do sistema deve ser bem feita, pois testes precisos revelaram que 10% do
óleo “velho” deixado no interior do sistema reduz 70% das qualidades do óleo novo;
- Não utilizar método de somente completar o nível;
- Quando o fluido hidráulico ficar parado pelo período aproximado de dois meses após
ter sido usado, convém substituí-lo;
- O tipo de óleo bem como o período da troca são recomendados pelo fabricante;
- Para determinar precisamente as condições de um fluido (grau de oxidação e
quantidade de contaminantes), devem ser realizados testes de laboratórios;
- Existem formas de se fazer um controle rotineiro na própria máquina durante a
operação; isto tem permitido a prorrogação da data da troca.
10.3 VISCOSIDADE
A viscosidade é a medida de resistência ao fluxo das moléculas de um líquido quando
elas deslizam umas sobre as outras. É uma medida inversa à de fluidez.
A viscosidade para os equipamentos hidráulicos é de importância fundamental:
Para qualquer máquina hidráulica, a viscosidade efetiva do fluido deve ser um
compromisso. É desejável uma alta viscosidade para manter a vedação entre
superfícies justapostas.
Entretanto, uma viscosidade muito alta aumenta o atrito, resultando o seguinte:
- Alta resistência ao fluxo;
- Aumento do consumo de energia devido a perdas por atrito;
- Aumento da temperatura causada pelo atrito;
- Maior queda de pressão devido à resistência (aumento da perda de carga);
- Possibilidade de operação vagarosa (velocidade reduzida);
- Dificuldade da separação do ar do óleo.
Se a viscosidade for baixa demais:
- Os vazamentos internos aumentam;
- Haverá gasto excessivo ou talvez engripamento, sob carga pesada, devido à
decomposição da película de óleo entre as peças móveis;
- Pode reduzir o rendimento da bomba, com uma operação mais lenta do atuador;
- Aumento de temperatura devido a perdas por vazamentos.
Viscosidade Segundo Saybolt Universal
Uma das medidas de viscosidade dos fluidos é o SSU- abreviatura de Segundo Saybolt
Universal. O professor Saybolt aqueceu um líquido com volume predeterminado a uma
dada temperatura e fez o líquido passar por uma abertura de tamanho também
especificado. Ele cronometrou o fluxo (em segundos), até que o líquido enchesse um
recipiente com capacidade de 60 mililitros. O resultado foi a medição da viscosidade
em SSU.
A 37°C as viscosidades são iguais; 100°C são aproximadas; porém, a -17°C elas são
bem diferenciadas. O óleo com IV mais alto sofre menor alteração na viscosidade.
A maior parte dos sistemas hidráulicos industriais requer um fluido com um índice de
viscosidade de 90 ou mais.