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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Escola de Minas
Departamento de Engenharia Urbana
URB 227 – Hidráulica Aplicada

CARACTERIZAÇÃO FLUVIAL E DIMENSIONAMENTO DE UM CANAL DE


DERIVAÇÃO

Grupo 6

Ana Luísa de Melo Ferreira (18.1.1117)

Ana Luiza Pimenta Senra (17.2.1575)

Felipe de Almeida Pereira Ramos (19.1.1217)

Gabriella Neto da Costa (19.2.1264)

Miguel Bessa Portes De Araujo Cunha (18.1.1118)

Ouro Preto 2022


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URB 227 – Hidráulica Aplicada

CARACTERIZAÇÃO FLUVIAL E DIMENSIONAMENTO DE UM CANAL DE


DERIVAÇÃO

Grupo 6

Ana Luísa de Melo Ferreira (18.1.1117)

Ana Luiza Pimenta Senra (17.2.1575)

Felipe de Almeida Pereira Ramos (19.1.1217)

Gabriella Neto da Costa (19.2.1264)

Miguel Bessa Portes De Araujo Cunha (18.1.1118)

Segundo projeto referente à disciplina de Hidráulica


Aplicada - Lecionada pelas docentes Aline de
Araújo Nunes e Tamara Daiane de Souza.

Ouro Preto 2022


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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJETO

O objetivo desse projeto se sobrepõe em realizar a caracterização fluvial e dimensionar


um canal de derivação no Rio Santo Antônio, no município de Açucena- MG, cuja a estação
nomeia-se Naque Velho com o código 56825000. Os critérios para o canal de derivação são:
comprimento horizontal do canal de derivação: 180 m; declividade: 0,1%; vazão máxima a
ser transportada no canal: 6% da vazão máxima média.

A estação fluviométrica Naque Velho é de responsabilidade da ANA (Agência


Nacional das Água) e operada pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil), está localizada na
bacia Atlântico, Trecho Leste), Latitude: -19,19, Longitude: -42,42, de 10.200 Km². Será
analisado dados de cotas, vazão e curva chave registrados a partir de 30/9/1974, todos os
dados utilizados foram de nível de consistência 2.

2. CARACTERIZAÇÃO FLUVIAL
2.1. Perfil Transversal

A fim de traçar o perfil transversal do canal, usou-se dois registros de levantamentos


de perfil: perfil registro de número 40, realizado no ano de 1994 e perfil registro de número
32, realizado em 2007. Os critérios para seleção dos registros foram somente o tempo entre
eles e o nível de consistência dos dados. A seguir perfil transversal obtido, através dos dados
do Snirh – Hidroweb:

GRÁFICO 1 – PERFIL TRANSVERSAL 1994 X 2007

Perfil Transversal
2007 1994

1000

800

600
COTA

400

200

0
0 50 100 150 200 250
-200
DISTÂNCIA
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GRÁFICO II - Análise do Perfil Transversal

Considerando os dados disponíveis na imagem acima, verifica-se que nas regiões A,


C ocorreu o processo de assoreamento, especialmente na região C com grande volume de
material depositado, de forma oposta, as regiões B, D e E, houve o processo de erosão.

Verifica-se que o curso d´água possui calha profunda e estreita (entre as margens),
talude com inclinação considerável.

Tabela 1 - Contagem de cotas


CONTAGEM PERCENTUAL DE COTAS PORCENTAGEM
Cotas 115-377 1325 88,242%
Cotas 377 – 653 149 10,61%
Cotas 653-831 17 1,148%
Total de Cotas 1481 100%
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Analisando as cotas, verifica-se que o rio é raso, na maioria das aferições temos que
em 88,24% (oitenta e oito inteiros e vinte e quatro centésimo por cento) a média está menor
que 3,77m (três metros e setenta e sete centímetros), ficando 10,61%(dez inteiros e sessenta
e um centésimos por cento) entre as cotas de 3,77m (três metros e setenta e sete centímetros)
e 6,53m (seis metros e cinquenta e três centímetros) e 1,148%(um inteiro e cento e quarenta
e oito centésimos por cento 6,53m (seis metros e cinquenta e três centímetros) e 8,31m (oito
metros e trinta e um centímetros), conforme curva-chave.

GRÁFICO III– Média das cotas – longa duração.

GRÁFICO DE COTAS
900
800
700
600
COTA

500
400
300
200
100
0
01/11/2000

01/11/2007

01/11/2014
01/11/1974
01/11/1975
01/11/1976
01/11/1977
01/11/1978
01/11/1979
01/11/1980
01/11/1981
01/11/1982
01/11/1983
01/11/1984
01/11/1985
01/11/1986
01/11/1987
01/11/1988
01/11/1989
01/11/1990
01/11/1991
01/11/1992
01/11/1993
01/11/1994
01/11/1995
01/11/1996
01/11/1997
01/11/1998
01/11/1999
01/11/2001
01/11/2002
01/11/2003
01/11/2004
01/11/2005
01/11/2006
01/11/2008
01/11/2009
01/11/2010
01/11/2011
01/11/2012
01/11/2013
01/11/2015
01/11/2016
01/11/2017
01/11/2018
01/11/2019
PERÍODO

COTA MÉDIA

Conforme o Gráfico III, à média das cotas máxima em 2,78 m (dois metros e setenta e
oito centímetros), média da cota mínima em 2,07m (dois metros e sete centímetros) e a média
em 2,32m (dois metros e trinta e dois centímetros). A cota máxima é alcançada normalmente
entre os meses de novembro e abril, com variação entre esses meses, em contrapartida nos
demais meses do ano, conforme demonstrado pelo gráfico acima.

2.2 Curva Chave

As curvas chave de aferição da estação, estão disponíveis no Snirh – Hidroweb,


válida no período 11 de agosto de 2010 à 31 de dezembro de 2014, com equação Q(H)= =
a*(H-h0)n, com parâmetros (a, h0, e n), selecionadas aleatoriamente, nas faixas de cota
conforme tabela a seguir, conforme tabela 6.
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Tabela 2
Data Cota Vazão calculada Vazão Hidroweb Conferência
05/02/2014 258 103,171 103,171 ok
25/06/2012 254 98,115 98,115 ok
15/12/2010 330 213,833 213,833 ok

Quanto as Curva-chave foram plotadas os gráficos nos intervalos e de 115 – 337 cm,
377-653 cm e 653 – 831 cm:

Gráfico IV – Curva-chave faixa entre e 115 cm – 337.

CURVA CHAVE 115 - 377


325
300
275
250
225
200
VAZÃO

175
150
125
100
75
50
25
0
100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400
COTA

Gráfico V – Curva-chave faixa 337 – 653 cm.

CURVA CHAVE 377 -653


1400
1200
1000
VAZÃO

800
600
400
200
0
350 375 400 425 450 475 500 525 550 575 600 625 650
COTA
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Gráfico VI – Curva-chave faixa 653 - 831 cm.

CURVA CHAVE 653 - 831

2100
2000
1900
1800
1700
VAZÃO

1600
1500
1400
1300
1200
1100
650 675 700 725 750 775 800 825 850
COTA

Tabela 3 – Coeficiente da curva:


Cota Máxima Cota CoefA CoefH0 CoefN
Mínima
377 170 48,5517 1,08 1,859
653 377 48,5517 1,13 1,895
750 653 62,5 1,15 1,749

2.3 Cotas
Gráfico VII – Média das cotas

MÉDIA DAS COTAS


600

500

400
Cota

300

200

100

0
01/05/1985

01/05/2006
01/11/1974
01/08/1976
01/05/1978
01/02/1980
01/11/1981
01/08/1983

01/02/1987
01/11/1988
01/08/1990
01/05/1992
01/02/1994
01/11/1995
01/08/1997
01/05/1999
01/02/2001
01/11/2002
01/08/2004

01/02/2008
01/11/2009
01/08/2011
01/05/2013
01/02/2015
01/11/2016
01/08/2018
01/05/2020

período
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2.4 Vazões Médias, Máximas e Mínimas
Após aferir os dados disponíveis pela ANA, foi possível traçar gráficos com os valores
das vazões máximas, mínimas e medias durante o período em estudo. Os valores podem ser
observados na tabela e nos gráficos a seguir:
Tabela 4 – Médias de vazão Q em m³/s
MÉDIA DE VAZÃO Q
Medias máximas 254,4565
Medias mínimas 69,298
Q MED (MLD) 129,264

VAZÕES MÍNIMAS

500
VAZOES EM M3/S

400
300
200
Minima
100
Q MIN MEDIO
0
01/03/1990

01/06/2007
01/11/1974
01/10/1976
01/09/1978
01/08/1980
01/07/1982
01/06/1984
01/05/1986
01/04/1988

01/02/1992
01/01/1994
01/12/1995
01/11/1997
01/10/1999
01/09/2001
01/08/2003
01/07/2005

01/05/2009
01/04/2011
01/03/2013

Gráfico 8: Vazões mínimas registradas de 1974 a 2013. (Autores,2021).

Vazões Máximas
1600
1400
VAZOES EM M3/S

1200
1000
800
600 Maxima
400
Q MAX MEDIO
200
0
01/03/1982

01/11/1996

01/07/2011
01/11/1974
01/09/1976
01/07/1978
01/05/1980

01/01/1984
01/11/1985
01/09/1987
01/07/1989
01/05/1991
01/03/1993
01/01/1995

01/09/1998
01/07/2000
01/05/2002
01/03/2004
01/01/2006
01/11/2007
01/09/2009

01/05/2013

Gráfico 9: Vazões máximas registradas de 1974 a 2013. (Autores,2021).


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Vazões Médias
1000
900
800
VAZOES EM M3/S

700
600
500
400 Media
300
200 Q(MDL)
100
0
01/08/1983

01/02/2008
01/11/1974
01/08/1976
01/05/1978
01/02/1980
01/11/1981

01/05/1985
01/02/1987
01/11/1988
01/08/1990
01/05/1992
01/02/1994
01/11/1995
01/08/1997
01/05/1999
01/02/2001
01/11/2002
01/08/2004
01/05/2006

01/11/2009
01/08/2011
01/05/2013
Gráfico 10: Vazões médias registradas de 1974 a 2013. (Autores,2021).

Diante a tabela 4, tem-se que a média das vazões mínima é de 69,298. Visto que o
canal deverá transportar 6% desta média, calcula-se que a vazão mínima a ser transportada
pelo canal é de 4,1579m³/s. A média de longa duração (Q mld) do rio é de 129,264m³/s
nitidamente superior a vazão mínima a ser transportada pelo canal de derivação.
Ao realizar o gráfico 7, através dos dados coletados, nota-se que os maiores valores
estão comprimidos nos meses de novembro a janeiro, em boa parte dos anos. São nesses
meses que acontecem eventos trágicos na região, como alagamentos e enchentes, um
exemplo disso foi o que aconteceu em janeiro de 2020 o nível de água subiu de forma
assustadora.

Imagem 1: Cheia no Rio Santo Antônio- fonte: https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0075281-cheia-assustadora-


no-rio-santo-antonio.
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No gráfico 9 de vazões medias, indica que o Rio Santo Antônio, em alguns anos,
mantém uma vazão próxima a média de longa duração e picos de vazões pouco elevados, só
em alguns anos entre 1978-1980 e 1985 que ouve um pico significativo se comparados aos
demais.
3 DIMENSIONAMENTO DO CANAL DE DERIVAÇÃO

3.1 Aspectos técnicos do canal

Considerando a vazão máxima a ser transportada, custo e acesso aos materiais,


velocidade de escoamento, velocidade máxima permitida pelo material, profundidade,
largura mínima do canal, declividade, média de cotas do rio, localização dentre outros.

Foi utilizado o software SisCCoH, Pimenta Ávila, Universidade Federal de Minas


Gerais, que permite através dos dados e características encontradas, bem como as almejadas
realizar diversos teste para o definir os critérios base.

SisCCoH - Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos

Seções Regulares

Dados de Entrada

Vazão (m³/s) 4,614

Coeficiente de Manning 0,02

Declividade (m/m) 0,001

Largura inferior (m) 1,0

Inclinação lateral (h/v) 1,0

Resultados

Área molhada (m²) 7,549

Coeficiente de Manning 0,02

Declividade (m/m) 0,001

Inclinação lateral (h/v) 1,0

Largura superior (m) 5,99


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Largura do fundo (m) 1,0

Número de Froude 0,14

Profundidade do fluxo (m) 2,29

Vazão (m³/s) 4,614

Velocidade (m/s) 0,52

Quantitativos de Projeto por metro

Borda livre (m) 0,689

Profundidade (m) 2,99

Área Superficial (m²/m) 7,49

Área de Revestimento (m²/m) 10,19

Volume de Corte (m³/m) 13,807

O cálculo inicial utilizou o Software, já os aspectos geométricos, largura inferior e


inclinação lateral foram pensados para melhor relação custo-benefício da construção.

O material do canal foi pensado em concreto sem acabamento face a agilidade


construtiva, custo razoável, coeficiente de Manning = 0,02.

3.2 Dimensionamento do canal de derivação

Os parâmetros utilizados e resultados obtidos no item anterior podem ser validados


através das equações a seguir:
2 1
𝑅𝐻 3 ∗𝐼 2 ∗𝐴𝑚
Q= (1)
𝑛

Am= (b+zy)*y (2)

Pm= b + 2y * √1 + 𝑧² (3)

Desenvolvimento do cálculo:
2
𝑄∗𝑛
1 = 𝑅ℎ3 ∗ 𝐴𝑚 (4)
𝐼2
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2
4,614∗0,02
1 = 𝑅ℎ3 ∗ 𝐴𝑚 (5)
0,00012

2
9,228= 𝑅ℎ3 ∗ 𝐴𝑚 (6) (6)

(𝑏+𝑧𝑦)∗𝑦
9,228 = ∗ (𝑏 + 𝑧𝑦) ∗ 𝑦 (7)
𝑏+2𝑦∗ √1+𝑧²

(1+1𝑦)
9,228 = ∗ (1 + 1𝑦) ∗ 𝑦 (8)
1+2𝑦∗ √1+1²

Y= 3,249061 (9)
Cálculo do valor de y:

- Borda livre (Bl) de 30%:

Considerando a profundidade do fluxo (y), temos que:

Bl = y * 0,3 (10)

Bl≈ 0,6897m (11)

Cálculo do valor de Bl:

- Profundidade do total do canal (Y):

A profundidade é calculada pela soma da Profundidade de fluxo (y) e da borda livre (Bl).

Y = y + Bl (12)

Y =2,299 + 0,6897 (13)

Y = 2,989 (14)

Cálculo do valor de Y:

- Largura superior do canal:

O cálculo da largura superior é dado pela seguinte equação:

𝑏+𝐵
At= ( )∗𝑌 (15)
2

1+𝐵
11,37 = ( ) ∗ 3,249 (16)
2

B≈ 5,99 m (17)
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O valor de B:

- Área Molhada (Am):

Am = (b + zy)* y (18)

Am = (1+1* 2,293)* 2,293 (19)

A= 8,745 m² (20)

O valor de B:

- Perímetro molhado (Pm):

Para cálculo é dado pela equação a seguir com os valores da largura inferior (b), inclinação
lateral (z), profundidade de fluxo (y).

Pm= b + 2y * √1 + 𝑧 2 (21)

Pm= 1 + 2 * 2,49 √1 + 12 (22)

Pm = 5,585 m (23)

O valor de B:

- Raio hidráulico (Rh):

Para cálculo do raio hidráulico deve ser considerado a área molhada (Am), perímetro
molhado (Pm), conforme equação à seguir:

𝐴𝑚 (𝑏+𝑧𝑦)∗𝑦
Rh = 𝑃𝑚 = (24)
𝑏+2𝑦∗ √1+𝑧²

𝐴𝑚 (𝑏+𝑧𝑦)∗𝑦
Rh = 𝑃𝑚 = (25)
𝑏+2𝑦∗ √1+𝑧²

Rh = 1,352 𝑚 (26)

O valor de Rh:

-Coeficiente de Manning (n):

O valor de n = 0,2 corresponde ao valor sugerido no Software SISCOOH, sendo


considerado o material de concreto sem acabamento, igualmente o fundo do canal é
projetado em gabião(pedra rachada) que possui coeficiente n= 0,21, considerando que a ação
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do tempo tende a promover o aumento da rugosidade, que influencia no coeficiente de
Manning, o valor médio indicado de (n) = 0,020.

3.3 Velocidade de escoamento

Para cálculo da velocidade de escoamento (U) foi utilizado o Software SISCOOH,


conforme podemos verificar nos cálculos a seguir:

-Velocidade de escoamento (U):

Para cálculo da velocidade de escoamento devem ser considerado o raio hidráulico (Rh),
declividade (I), coeficiente de Manning (n), conforme equação à seguir:
2 1
𝑅ℎ3 ∗𝐼 2
U= (27)
𝑛

2 1
1,3523 ∗0,00012
U= (28)
0,02

𝑚
U ≈ 0,611 (29)
𝑠

O valor de U:
𝑚
A velocidade de escoamento U= 1,668 está dentro do previsto face ao material
𝑠

escolhido para revestimento do canal, considerando que a velocidade máxima admitida é de


𝑚
U = 4,5 𝑠 . Inversamente ao utilizar concreto sem acabamento, este requer uma velocidade
𝑚
mínima de escoamento, devendo sempre ser superior à mínima de 0,6 𝑠 e inferior à

velocidade de escoamento máxima, conforme parâmetros indicados na literatura e normas.

0,6 < U < 4,5 (30)

0,6 < 0,62 < 4,5 (31)


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3.4 Energia disponível

Para realizar o cálculo da energia disponível no canal (E) e profundidade (Yc),


usamos como parâmetros os dados de vazão (Q): 4,614 , velocidade de escoamento (U) 0,62,
coeficiente de Coriolli (𝛼), onde 𝛼 = 1 (Regime permanentemente uniforme).

Sendo utilizada a seguinte equação para cálculo:

𝑈2
E = y + 𝛼 2𝑔 (32)

𝑄2
E = y + 2𝑔𝐴² (33)

E = E1 + E2 (34)

E1 = y (35)

𝑄2
E2 = (36)
2𝑔𝑓(𝑦)²

3 𝑄2
Yc = √𝑔∗𝑏² (37)

Desenvolvimento do cálculo:

3 4,612
Yc = √9,81∗1² (38)

Yc = 0,979 m (39)

𝑄2
E = y + 2𝑔𝑓∗(𝑦)² (40)

4,6142
E = y + 2∗9,81∗1∗(𝑦)² (41)

4,6142
E = 0,9798 + 2∗9,81∗1∗(5,999)² (42)

E(Yc) = 4,274 (43)

O valor de Yc e E:
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ENERGIA DISPONÍVEL
4

3,5

3
Ym

2,5

1,5

1
2,000000 2,200000 2,400000 2,600000 2,800000 3,000000 3,200000 3,400000 3,600000 3,800000
ENERGIA TOTAL

Gráfico 11: Energia disponível. (Autores,2021)

3.5 Regime de escoamento

O Regime de escoamento é dado pelo Número de Froude, sendo utilizado para o


cálculo a velocidade de escoamento (U) 0,62, Profundidade Crítica (Yc) 4,274:

Desenvolvimento do cálculo:

𝑈
Fr = (44)
√𝑔𝑦ℎ

0,62
Fr = (44)
√9,81∗2,49

Fr ≈ 0,14 (45)

O valor de Fr:

Considerando que o Número de Froude obtido foi de Fr =0,538, o regime de


escoamento é subcrítico, sendo exercido uma força gravitacional superior, considerando que
o regime é intrinsicamente relacionado ao valor calculado. Cumpre esclarecer que os
cálculos no programa SISCOOH apresentaram Número de Froude 0,14 no qual diverge dos
cálculos o Número de Froude de 0,14, estando ambos no mesmo regime de escoamento
menor que 1, portanto a energia específica em uma seção transversal do conduto,
demonstrando que as forças gravitacionais são superiores.
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Tabela 5 – Tipo de regime de escoamento:

Número de Froude Regime


Fr > 1 Subcrítico
Fr =1 Crítico
Fr < 1 Supercrítico

3.6 Desenhos do canal

Para desenvolvimento dos desenhos técnicos foi utilizado o software SketchUp Pro
2021 3D, conforme arquivo compactado Winrar PROJETO_2_GRUPO_6.rar, em anexo:

Imagem 2 - Vista aérea:


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Imagem 3 – Corte transversal:

Imagem 4 – Corte transversal com altura máxima de escoamento e borda livre:


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Imagem 5- Perfil aéreo do canal:

3.7 Custos associados

O cálculo dos custos associados está baseado no quantitativo fornecido no software


SISCOOH, considerando os dados obtidos, considerando não ser possível aferir o volume
de terra, tipo e condições do solo, transporte de materiais, disponibilidade dos materiais na
região, com espessura de 0,20 m da parede de revestimento do canal.

Os valores obtidos estão baseados em editais de licitação disponível no Estado de


Minas Gerais, sendo elaborado o cálculo por metro disponível.

O volume de revestimento é obtido pelo cálculo, considerando concreto sem


acabamento, com área de revestimento (Ar)= xx, volume de corte (Vc)=xx , comprimento
do canal(L)= 180m, espessura do revestimento (e)= 0,20m:

Vrevestimento = Ar * e * L (46)

Vrevestimento = 10,19 * 0,2 * 180 (47)

Vrevestimento = 366,84 m³ (48)

- Volume de corte (Vc):


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Vcorte = Vc * L (49)

Vcorte = 13,807 * 180 (50)

Vcorte = 2.485,26 m³ (51)

Conversão em m²:

Vcorte
Vcorte = 𝑃𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (52)

2.485,26
Vcorte = (53)
3,25

Vcorte = 764,69𝑚² (54)

-Descrição do material utilizado para revestimento das paredes do canal:

Os valores obtidos tem como base o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e


Índices (SINAPI 04/20), com referência em insumos e composições de custo da Caixa
Econômica Federal, para licitações e custo de obras públicas.

Tabela 6- Orçamento:

ORÇAMENTO (sem BDI)


MATERIAL / SERVIÇO QUANTIDADE VALOR UN SUBTOTAL
Concreto FKC = 15 MPa 366,84 R$ 322,93 R$ 118.463,64

Preparo fundo 764,69 R$ 2,95 R$ 2.255,84
Escavação mecanizada 2485,26 R$ 6,45 R$ 16.029,93
Gabião 180 m³ R$ 489,88
CUSTO ESTIMADO DO PROJETO R$ 136.749,40

Observação: O BDI é uma margem de custos, taxas, seguros e serviços


administrativos na execução de obras.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AVILA. Pimenta SISCCOH – Disponível em :https://www.pimentadeavila.com.br/sisccoh/


Acesso em 04 de janeiro de 2022.

ITATIBA. Prefeitura Municipal de Link disponível em:


http://www.itatiba.sp.gov.br/Editais-de-Pregoes/2020-pregao-322020-aquisicao-de-
concreto-fck-convencional-e-bombeavel.html. Acesso em 04 de janeiro de 2022.

NETTO, Azevedo; Y FERNÁNDEZ, Miguel Fernández. Manual de hidráulica. Editora


Blucher, 2018.

ROSSI, Bruno Leonel et al. Técnica de Medição de Vazão por Vertedor Triangular de Parede
Delgada, Instalado na UFMT. E&S Engineering and Science, v. 3, n. 1, p. 18-25, 2015.

SACCONI, Carolina Jessica Domschke. A transposição do rio São Francisco:


contradições da presença-ausência da obra ao longo de seus eixos. 2019. Tese de
Doutorado. Universidade de São Paulo.

YAMAKAWA, Fernanda Hiromi Scheffer. Estrutura do escoamento em canais trapezoidais


em curva. 2015.

AÇO, Diario do. Para compartilhar essa notícia use o link:


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antonio. 2020. Disponível em: https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0075281-cheia-
assustadora-no-rio-santo-antonio. Acesso em: 04 jan. 2022.

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