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Escola Profissional Dom Bosco

Curso de Mecânica
2º Período

Pneumática

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Objetivos
Ao final desta apostila, o aluno deverá ser capaz de:
o Conceituar o ar comprimido como principal elemento de trabalho;
o Interpretar os símbolos e funcionamento dos componentes pneumáticos;
o Ler e interpretar esquemas gráficos e diagramas de funções;
o Descrever os elementos de trabalho: Atuadores, elementos de comando
e elementos de sinal;
o Desenhar esquemas pneumáticos;
o Executar montagens práticas de circuitos a partir de desenhos;
o Reconhecer o funcionamento de circuitos e montagens pneumáticas;
o Calcular força e pressão num sistema pneumático;

Índice

UNIDADE 1 – Característica Gerais 03


UNIDADE 2 – Produção de Ar Comprimido 18
UNIDADE 3 – Válvulas 42
UNIDADE 4 – Atuadores Pneumáticos 49
UNIDADE 5 – Montagem de Circuitos 58
FORMULÁRIO TÉCNICO 96
UNIDADE 6 – Manutenção de Componentes Pneumáticos 98

INTRODUÇÃO
A palavra pneumática tem origem grega “Pneuma” que significa respiração, sopro e é
definido como a parte da física que se ocupa dos fenômenos relacionados com gases
ou vácuo. Embora a pneumática seja um dos mais velhos conhecimentos da
humanidade, somente na segunda metade do século XIX é que o ar comprimido
adquiriu importância industrial.

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Unidade 1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS - PROPRIEDADES DO AR
Não se pode pegar ou ver o ar, mas sabemos que ele existe. Através de
suas propriedades é possível comprovar a sua existência.
O ar é matéria e ocupa todo o espaço do ambiente que não exista outra
matéria. Por exemplo, em uma garrafa com água pela metade, o ar ocupa a
outra metade (superior) desta garrafa.
O ar tem massa. Na Terra, tudo o que tem massa também tem peso, ou
seja, é atraído pela gravidade terrestre, que é a força que puxa todas as
coisas para o seu centro.
O ar é compressível. Apresenta então compressibilidade. É a propriedade
que o ar tem de diminuir de volume quando comprimido. Podemos
demonstrar esta propriedade fazendo a experiência da seringa. Quando
tapamos o seu orifício fica difícil de empurra o êmbolo até o fim. Mas
podemos ver que o ar dentro da seringa diminui de volume, comprovando a
sua compressibilidade.
O ar tem elasticidade. Quando tapamos o orifício da seringa e depois
soltamos o êmbolo observamos que este êmbolo tende a voltar à posição
inicial. Então, o ar volta ao seu volume inicial e assim está comprovada a
elasticidade do ar.
Elasticidade é a propriedade que o ar tem de voltar ao seu volume inicial,
quando para a compressão.
O ar se expande. Possui a propriedade da expansibilidade. Quando uma
substância volátil (que se transforma em gás) entra em contato com o ar,
sentimos seu cheiro. Isto ocorre porque essa substância se expande e
mistura com o ar atmosférico ocupando um volume maior.
A expansibilidade do ar é a propriedade que o ar tem de aumentar de
volume, ocupando todo o lugar disponível.
O ar exerce pressão. A massa de ar atmosférico exerce pressão sobre a
superfície da Terra, que é a pressão atmosférica.
Em geral, não sentimos os efeitos da pressão atmosférica porque o ar
atmosférico penetra no nosso organismo. Dos pulmões ele passa para o
sangue e outros líquidos do corpo, exercendo de dentro para fora uma
pressão igual à pressão atmosférica.
Experiências Históricas
No século XVII formam feitas duas experiências históricas sobre os efeitos
da pressão atmosférica: hemisfério de Magdeburgo e a experiência de
Torricelli.
O prefeito da cidade alemã de Magdeburgo, Otto von Guericke realizou uma
experiência pública para comprovar que existe a pressão atmosférica.
Mandou construir dois hemisférios de cobre, com meio metro de diâmetro
cada um. Uniu os dois hemisférios de cobre, formando uma esfera oca e,
com uma bomba tirou quase todo o ar do seu interior. Antes de tirar o ar,
os hemisférios eram facilmente separados porque a pressão era a mesma,
dentro e fora. Mas quando o ar foi reduzido, a pressão no seu interior ficou

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menor que a pressão atmosférica que atuava externamente. Essa diferença
de pressão uniu de tal maneira os dois hemisférios que foram necessários
16 cavalos (oito de cada lado) para separá-los.

Ainda neste século, o físico italiano Torricelli construiu um barômetro, que é


um dispositivo capaz de medir a pressão atmosférica.
Pegou um tubo de aproximadamente 1m de comprimento, fechado numa
das extremidades. Encheu-o de mercúrio (Hg, metal líquido e denso). Tapou
com o dedo a outra ponta e inverteu o tubo, mergulhou-o num recipiente
que também continha mercúrio. Retirando o dedo, ele notou que o metal
não desceu completamente do tubo porque a pressão atmosférica exercida
sobre a superfície do mercúrio contido no recipiente não permitiu que todo o
mercúrio saísse do tubo.
A experiência foi realizada no nível do mar, então ficou convencionado:
1atm = 76cm Hg = 760mmg Hg

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Pressão e Altitude
Uma pessoa que está no nível do mar (na praia, por exemplo) está com
uma quantidade maior de ar sobre ela do que uma pessoa que está a 800m
acima do nível do mar.
Então, quanto maior a altitude, menor é a pressão atmosférica exercida
sobre ela. E quanto menor a altitude, maior é a pressão atmosférica.
O mesmo aparelho, que serve para medir a pressão atmosférica é usado
para medir a altitude. O barômetro, então é usado também como altímetro.

Ventos
Vento é o ar em movimento.
Uma camada de ar aquecida pelo Sol se expande, ficando menos densa e
sobe. Uma camada de ar frio vai ocupar o seu lugar. Esse ar frio também é
aquecido e sobe. Assim, formam-se as correntes de ar, que constituem os
ventos. Nas regiões mais quentes (ar menos denso), a pressão atmosférica
é menor do que nas regiões mais frias (ar mais denso). Por isso, o vento
sempre vai das regiões de alta pressão para as de baixa pressão.
A velocidade dos ventos varia de acordo com diferença de pressão entre
duas regiões e da distância entre elas.
Conforme a velocidade, o vento recebe nome diferente: brisa, ventos
alísios, ciclones e furacões.
A brisa é um vento fraco e agradável. Pode ser marítima ou terrestre. A
brisa marítima ocorre de dia e se desloca do mar para a terra. A brisa
terrestre ocorre de noite e se desloca da terra para o mar.
O vento alísio é brando e persistente. Atua nas camadas mais baixas da
atmosfera, sobre extensas regiões, a partir de regiões de alta pressão junto
aos pólos, dirigindo-se para regiões equatoriais. Ele favorece a navegação
marítima. Podem ser de nordeste (hemisfério norte) e de sudeste
(hemisfério sul).
Os ciclones ou tufão tem velocidade acima de 100Km/hora. Furacão
também é um ciclone porque atinge
velocidade superior a 300km/hora.
Apresentam um movimento de rotação,
que formam correntes de ar em espiral

(redemoinhos).

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Os ventos podem ser utilizados para a navegação (barco a vela) moinhos
(como fonte de energia elétrica) e sua força pode ser calculada.
Para o ar em condições normais utiliza-se:
P= Pressão (kgf/m²);
V= Velocidade (m/s);

E para o ar em condições extremas, tempestade utiliza-se a escala


internacional de Beufort:

Mais História ...

A primeira idéia de máquina a vapor foi a chamada


"aeolipile", feita por Heron de Alexandria. Consistia
em uma pequena esfera de cobre com dois tubos
dobrados, conforme mostra a figura, e que continha
água em seu interior. Colocada sobre um tripé e
sobre o fogo, a água fervia e o vapor que saia pelos
caninhos fazia com que a esfera rodasse. Seu nome
provém do latim "aeoli" e "pilha", traduzido como
Bola de Eolo, em honra ao deus grego do vento.

A Eolípila, durante muito tempo, foi considerada como uma invenção sem
nenhuma utilidade científica, mas sim como um brinquedo para entreter.

A primeira verdadeira máquina térmica é legada ao físico francês Denis


Papin que utilizou vapor para impulsionar um mecanismo com êmbolo e
cilindro. Foi Papin que inventou um aparelho semelhante à panela de
pressão e, para evitar que explodisse, concebeu a primeira válvula de
segurança conhecida.

Em 1698, mais de mil anos após a máquina de Heron,


surgiu a primeira máquina a vapor de interesse
industrial, elaborada por Thomas Savery, um engenheiro
militar inglês. Essa máquina tinha por objetivo retirar
água dos poços de minas de carvão, porém poderia
explodir devido à utilização de vapor a
alta pressão.

Por volta de 1712, o inglês Thomas Newcomen,


aperfeiçoando as máquinas de Savery e Papin, idealizou
uma nova máquina térmica que poderia ser utilizada em
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minas profundas com menor risco de explosões e que, além de elevar a
água, poderia elevar cargas. Sua máquina foi um sucesso na Europa
durante o século XVIII.

Em 1765, James Watt, um fabricante de


instrumentos para a Universidade de Glasgow,
estudando uma máquina de Newcomen,
procurava uma maneira de aumentar sua
eficiência e minimizar os custos com o carvão
utilizado como combustível. Foi, então, que
elaborou uma máquina com um condensador
que minimizava as perdas de calor e que
possuía outras finalidades como propulsão de moinhos e tornos, pois o
movimento de rotação substituiu o de sobe e desce.

A máquina de Watt que também servia à fundição e à minas de carvão,


teve grande êxito e acabaram substituindo as máquinas de Newcomen, pois
além da versatilidade, consumiam três vezes menos carvão que essas. Para
alguns, foi a máquina de Watt que
ocasionou a Revolução Industrial.

Foi James Watt que fixou o cavalo-


vapor como unidade de medida para
determinar a potência de uma máquina. Na
época, considerou a carga que um cavalo
poderia elevar. Hoje o cavalo-vapor é à
potência necessária para elevar um metro
de altura uma massa de 75 kg em um segundo.

Foi em 1804 que as máquinas a vapor


foram utilizadas para a locomoção.
Richard Trevithick, um engenheiro de
minas fez uma locomotiva de um só
cilindro com êmbolo e caldeira que
carregava barras de ferro das minas de
carvão.

O motor a vapor foi utilizado nos automóveis durante o fim do século XIX e
início do século XX, por mais ou menos 30 anos. O motor de maior sucesso
foi fabricado por um americano chamado Stanley e esteve em uso até 1945.

O motor a vapor é uma máquina que transforma a energia térmica do vapor


em energia mecânica utilizando um êmbolo que se movimenta dentro de
um cilindro, assim como a máquina de Watt. O combustível queima fora do
cilindro, ou seja, é de combustão externa o que diminui a poluição. O vapor
é admitido por um lado do cilindro e expulso do outro por um sistema de
válvulas enquanto o pistão se movimenta.

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Hoje em dia os motores dos automóveis são de combustão interna, princípio
de máquinas térmicas, portanto pneumática.

PNEUMÁTICA CONCEITOS

ATMOSFERA:
Camada formada por gases, principalmente por Oxigênio O2 e Nitrogênio N2, que
envolve toda a superfície terrestre, responsável pela existência de vida no planeta.
Pelo fato de o ar ter peso, as camadas inferiores são comprimidas pelas camadas
superiores. Assim, as camadas inferiores são mais densas que as superiores.
Concluímos, portanto, que um volume de ar comprimido é mais pesado que o ar à
pressão normal ou à pressão atmosférica. Quando dizemos que um litro de ar pesa
1,293 x 10-3 kg ao nível do mar, isto significa que em altitudes diferentes, o peso tem
valor diferente. Camada formada por gases, principalmente por oxigênio (O2 - 21%),
nitrogênio (N2 - 78%) e 1% de outros gases, que envolve toda a superfície terrestre,
responsável pela existência de vida no planeta.

PRESSÃO ATMOSFÉRICA:

Sabemos que o ar tem peso, portanto,


vivemos sob esse peso.
A atmosfera exerce sobre nós uma força
equivalente ao seu peso, mas não a
sentimos, pois ela atua em todos os
sentidos e direções com a mesma
intensidade.
A pressão atmosférica varia
proporcionalmente à altitude considerada.
Através da tabela 1, esta variação pode
ser notada.

TABELA 1– VARIAÇÃO DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA COM RELAÇÃO À


ALTITUDE.
ALTITUDE PRESSÃO ALTITUDE PRESSÃO
m kgf/cm2 m kgf/cm2
0 1,033 1000 0,915
100 1,021 2000 0,810

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200 1,008 3000 0,715
300 0,996 4000 0,629
400 0,985 5000 0,552
500 0,973 6000 0,481
600 0,960 7000 0,419
700 0,948 8000 0,363
800 0,936 9000 0,313
900 0,925 10000 0,270

TABELA 2– RELAÇÃO ENTRE ALGUMAS UNIDADES DE PRESSÃO.


2 2 2
kgf/cm =kp/cm PSI bar kPa=kN/m Torr=mm Hg Coluna de H2O a
15,55°C (metros)
-1 -1 -1 2 1
1 1,422334.10 9,806109.10 9,806025.10 7,355185.10 1,000000.10
-2 -2 1 -1
7,03096.10 1 6,894377.10 6,894607 5,103752.10 7,030696.10
1 -2 2 1
1,019781 1,450457.10 1 1,000000.10 7,500615.10 1,019781.10
-2 2 2 1
1,033293 1,469688.10 1,013250 1,019781.10 7,600000.10 1,033293.10
-2 1 -2 -1
1,019781.10 1,019781.10 1,00000010 1 7,500615 1,019781.10
-3 -2 -3 -1 -2
1,359597 1,933784.10 1,333224.10 1,333224.10 1 1,359597.10
-1 -2 1
1,000000.10 1,422334 9,806109.10 9,806025 7,355185.10 1
A pressão que prevalece diretamente na superfície da Terra é conhecida como
pressão atmosférica (pamb). Esta pressão também se refere como uma pressão de
referência. A faixa acima dessa pressão é conhecida como faixa de sobre pressão (pe
> 0), a faixa abaixo é conhecida como faixa de vácuo (pe < 0). O diferencial de
pressão atmosférica pe é calculado de acordo com a fórmula: Pe = pabs – pamb Isso
é ilustrado pelo diagrama abaixo, Pe é a pressão manométrica, onde sobre pressão
pode ser lida com o Manômetro e o vácuo com o Vacuômetro:
A pressão atmosférica não possui um
valor constante. Esse valor varia
conforme a localização geográfica e o
clima. A pressão absoluta pabs é o valor
relativo à pressão Zero – Vácuo. Seu
valor é igual à soma da pressão
atmosférica e a sobre pressão ou o
vácuo. Na prática, são utilizados
geralmente os medidores de pressão que
indicam somente a sobre pressão. O valor
de pressão absoluta pabs é de
aproximadamente 100 kPA (1 bar) maior.
Geralmente, em pneumática, todos os
dados que dizem respeito à quantidade
de ar se referem ao assim chamado estado padrão. De acordo com a norma DIN
1343, o estado padrão é a condição da substância sólida, líquida ou gasosa, definida
pela temperatura e pressão padrão.
Temperatura padrão: Tn = 273,15 K, tn = 0 ºC
Pressão padrão: pn = 101325 Pa = 1,01325 bar
Princípios Físicos do Ar
• Compressibilidade do ar

O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de ocupar todo o volume de
qualquer recipiente, adquirindo seu formato, já que não tem forma própria. Assim,
podemos encerrá-lo num recipiente com volume determinado e posteriormente
provocar-lhe uma redução de volume usando uma de suas propriedades – a

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compressibilidade. Podemos concluir que o ar permite reduzir o seu volume quando
sujeito à ação de uma força exterior.

Vf < V0

• Elasticidade do ar

Propriedade que possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial, uma vez extinto o efeito
(força) responsável pela redução do volume.

Vf > V0

• Difusibilidade do Ar

Propriedade do ar que lhe permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio


gasoso que não esteja saturado.

• Expansibilidade do ar

Propriedade do ar que lhe possibilita ocupar totalmente o volume de qualquer


recipiente, adquirindo o seu formato.
1- Possuímos um recipiente contendo ar; a válvula na situação 1 está fechada.
2- Quando a válvula é aberta o ar expande, assumindo o formato dos recipientes,
porque não possui forma própria.

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Apesar de insípido, inodoro e incolor, percebemos o ar através dos ventos, aviões e
pássaros que nele flutuam e se movimentam; sentimos também o seu impacto sobre o
nosso corpo. Concluímos, facilmente, que o ar tem existência real e concreta,
ocupando lugar no espaço.

Peso do ar

Como toda matéria concreta, o ar tem peso. A experiência abaixo mostra a existência
do peso do ar. Temos dois balões idênticos, hermeticamente fechados, contendo ar
com a mesma pressão e temperatura. Colocando-os numa balança de precisão, os
pratos se equilibram. Retira-se o ar de um dos balões e haverá o desequilíbrio
causado pela falta do ar. Um litro de ar, a 0°C e ao nível do mar, pesa 1,293 x 10-3
Kgf.

O ar quente é mais leve que o ar frio

Uma experiência que mostra este fato é a seguinte: uma balança equilibra dois balões
idênticos, abertos. Expondo-se um dos balões em contato com uma chama, o ar do
seu interior se aquece, escapa pela boca do balão, tornando-se assim, menos denso.
Consequentemente há um desequilíbrio na balança.

Características da Pneumática

Vantagens
2) - Redução dos custos operacionais
1) - Incremento da produção A rapidez nos movimentos pneumáticos e a
Com investimento relativamente pequeno. libertação do operário (homem) de
operações repetitivas possibilitam o

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aumento do ritmo de trabalho, aumento de A fadiga é um dos principais fatores
produtividade e, portanto, um menor custo que favorecem acidentes; a
operacional. introdução de controles pneumáticos
reduz sua incidência (liberação de
3) - Robustez dos componentes operações repetitivas).
pneumáticos
A robustez inerente aos controles Limitações
pneumáticos torna-os relativamente
insensíveis a vibrações e golpes,
permitindo que ações mecânicas do próprio 1) - O ar comprimido necessita de uma
processo sirvam de sinal para as diversas boa preparação para realizar o trabalho
sequências de operação. São de fácil proposto
manutenção. Remoção de impurezas, eliminação de
umidade para evitar corrosão nos
4) - Facilidade de introdução equipamentos, engates ou travamentos e
Pequenas modificações nas máquinas maiores desgastes nas partes móveis do
convencionais, aliadas à disponibilidade de sistema.
ar comprimido, são os requisitos
necessários para introdução dos controles 2) - Os componentes pneumáticos
pneumáticos. São normalmente projetados e utilizados a
uma pressão máxima de 1723,6 kPa.
5) - Resistência à ambientes hostis Portanto, as forças envolvidas são
Poeira, atmosfera corrosiva, oscilações de pequenas se comparadas a outros
temperatura, umidade, submersão em sistemas. Assim, não é conveniente o uso
líquidos, raramente prejudicam os de controles pneumáticos em operação de
componentes pneumáticos, quando extrusão de metais.
projetados para esta finalidade. Provavelmente, o seu uso é vantajoso para
recolher ou transportar as barras
6) - Simplicidade de manipulação extrudadas.
Os controles pneumáticos não necessitam
de operários muito especializados para sua 3) - Velocidades muito baixas
manipulação. São difíceis de serem obtidas com o ar
comprimido devido suas propriedades
7) - Segurança físicas. Neste caso, recorre-se a sistemas
Como os equipamentos pneumáticos mistos (hidráulicos e pneumáticos).
envolvem sempre pressões moderadas,
tornam-se seguros contra possíveis 4) - O ar é um fluido altamente
acidentes, quer no pessoal, quer no próprio compressível
equipamento, além de evitarem problemas Portanto, é impossível obter paradas
de explosão. intermediárias e velocidades uniformes. O
ar comprimido é um poluidor sonoro
quando são efetuadas exaustões para a
atmosfera.
Esta poluição pode ser evitada com o uso
de silenciadores nos orifícios de escape.

8) - Redução do número de
acidentes
Efeitos combinados entre as 3 variáveis físicas do gás

Lei geral dos gases perfeitos

As leis de Boyle-Mariotte, Charles e Gay Lussac referem-se a transformações de


estado, nas quais uma das variáveis físicas permanece constante. Geralmente, a

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transformação de um estado para outro envolve um relacionamento entre todas, sendo
assim, a relação generalizada é expressa pela fórmula:

De acordo com esta relação são conhecidas as três variáveis do gás. Por isso, se
qualquer uma delas sofrer alteração, o efeito nas outras poderá ser previsto.
P= Pressão; V= Volume e T= Temperatura.

• Efeito combinado entre as três variáveis físicas

Princípio de Pascal

1- Suponhamos um recipiente cheio de um líquido, o qual é praticamente


incompressível;
2- Se aplicarmos uma força de 10 Kgf num êmbolo de 1 cm2 de área;
3- O resultado será uma pressão de 10 Kgf/cm2 nas paredes do recipiente.

Constata-se que o ar é muito compressível sob ação de pequenas forças. Quando


contido em um recipiente fechado, o ar exerce uma pressão igual sobre as paredes,
em todos os sentidos. Por Blaise Pascal temos: "A pressão exercida em um líquido
confinado em forma estática atua em todos os sentidos e direções, com a mesma
intensidade, exercendo forças iguais em áreas iguais".

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• Princípio de Blaise Pascal

No S.I.
F - Força (Newton)
P - Pressão (Newton/m2 )
A - Área (m2)

No MKS* F - Força (kgf)


P - Pressão (kgf/cm2)
A - Área (cm2)
Temos que: 1 kgf = 9,8 N

Nota:
Pascal não faz menção ao fator atrito, existente quando o líquido está em movimento,
pois baseia-se na forma estática e não nos líquidos em movimento.

Exemplos da Lei geral dos gases perfeitos:

1- O ar na pressão atmosférica é comprimido para 1/7 do seu volume. Qual é a


pressão do medidor de ar, presumindo-se temperatura constante?

P1 x V1 = P2 x V2

1 x 7 = P2 x 1 .: P2= 1 x 7 / 1 = 7 bar

O ar se expande à razão de 1/273 de seu volume a uma pressão constante, na


temperatura de 273 K, cada vez que a temperatura se eleva em 1 K. De acordo com a
Lei de Gay-Lussac, o volume de uma dada massa de gás é proporcional à
temperatura absoluta, desde que a pressão não seja alterada.

V1 / V2 = T1 / T2 ou V/T = Constante

A alteração de Volume ΔV é:

ΔV = V2 – V1 = V1 x (T2-T1) / T1

O seguinte se aplica para V2:

V2 = V1+ ΔV = V1 + (V1/T1) x (T2-T1)

As equações acima somente se aplicam se forem utilizadas as temperaturas em K.


Para podermos calcular em °C, a fórmula seguinte deve ser aplicada:

V2 = V1 + V1/(273 °C +T1) x (T2-T1)

2- 0,8 m3 de ar, na temperatura de T1= 293 k (20 °C) são aquecidos para T2=
344 K (71 °C). Quanto o ar vai expandir?

V2= 0,8 m3 + (0,8 m3 / 293 K) x (344 – 293 K)

V2= 0,8 m3 + 0,14 m3 = 0,94 m3

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O ar expandiu de 0,14 m3 para 0,94 m3.

Se o volume for mantido constante durante o aumento de temperatura, isso resultará


na seguinte fórmula, para o aumento de pressão:

P1 / P2 = T1 / T2 ou P / T = Constante

A equação geral dos gases é uma combinação de todas as três:

P1 x V1 / T1 = P2 x V2 / T2 = Constante

No caso de uma dada massa de gás, o produto da pressão e do volume divididos pela
temperatura absoluta é constante.

Esta equação geral dos gases resulta nas leis mencionadas previamente, se um dos
três fatores P, V ou T, for mantido constante em cada caso.

 Pressão P constante Mudanças isobáricas;

 Volume V constante Mudanças isovolumétricas;

 Temperatura T constante Mudanças isotérmicas;

Cálculos de Pressão, Força e Área, conforme Blase Pascal:

P= F A= F F=P x A _F__
A P PxA
P= Pressão (kgf/cm²); F= Força (kgf); A= Área (cm²);

1- Com base nas informações dadas no desenho abaixo,


calcule:
2
P = ............... kgf/cm

F1 = ............... kgf

Aqui como a maioria dos elementos está

P= F2/A2 .: P= 750 / 125 = 6 kgf/cm² agora

F1= 6 x 2 = 12 kgf outro método abaixo:

F1 = F2 F1= 750 x 2= 12 kgf


A1 A2 125

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Exercícios de Pneumática:
Exercícios 1, 2 e 3 para recordar matemática básica.
2
1. Qual a área (em cm ) dos círculos abaixo? (considerar π = 3,1416)

2
a. d1 = 50 mm A1 = ................. cm
2
b. d2 = 7,5 cm A2 = .................cm
2
c. d3 = 1 dm A3 = .................cm

2. Qual o diâmetro (em mm) das áreas abaixo? (considerar π = 3,1416)

2
a. A1 = 490,625 mm d1 = .................mm
2
b. A2 = 7,065 cm d2 = .................mm
2
c. A3 = 3,14 dm d3 = .................mm

3. Faça as conversões abaixo:

a. 1 m em mm = ................. b. 200 mm em m = .................

c. 10 cm em mm = ................. d. 30 mm em cm = .................

e. 4 dm em mm = ................. f. 600 mm em cm = .................

4. Com base nas informações dadas abaixo, e sabendo que d1 = 2 cm e D2 = 25 cm,


calcule:
2
A1 = ................cm

2
A2 = ................cm

2
P = ..................kgf/cm

F2 = .................kgf

5. Com base nas informações dadas abaixo, calcule:

2
P = ............... kgf/cm

F1 = ............... kgf

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6. Qual dos recipientes abaixo suporta menos força?

7. Qual dos recipientes acima suporta mais força?

8. Qual a força “F2”? (Pascal) Em quantos pulsos atingiremos S2?

a. 10 kgf
b. 10000 kgf
c. 1000 kgf
d. 100 kgf

9. Qual a pressão necessária para levantar uma carga de 5000 kgf, sendo o diâmetro do
cilindro de 50 mm?

10. Um gás sofre uma expansão sob temperatura constante, o volume ocupado
inicialmente pelo gás era 0,5 litros, e no final do processo passou a ser 1,5 litros.
Sabendo que a pressão inicial sob o gás era o normal no ambiente, ou seja, 1 atm,
qual a pressão final sob o gás?

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Unidade 2: Produção, preparação e distribuição
Elementos de produção de ar comprimido

Compressores

Definição
Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um certo volume de ar,
admitido nas condições atmosféricas, até uma determinada pressão, exigida na
execução dos trabalhos realizados pelo ar comprimido.

Classificação e definição segundo os princípios de trabalho


São duas as classificações fundamentais para os princípios de trabalho.

Deslocamento positivo
Baseia-se fundamentalmente na redução de volume. O ar é admitido em uma câmara
isolada do meio exterior, onde seu volume é gradualmente diminuído, processando-se
a compressão.
Quando uma certa pressão é atingida, provoca a abertura de válvulas de descarga, ou
simplesmente o ar é empurrado para o tubo de descarga durante a contínua
diminuição do volume da câmara de compressão.

Deslocamento dinâmico
A elevação da pressão é obtida por meio de conversão de energia cinética em energia
de pressão, durante a passagem do ar através do compressor. O ar admitido é
colocado em contato com impulsores (rotor laminado) dotados de alta velocidade.
Este ar é acelerado, atingindo velocidades elevadas e consequentemente os
impulsores transmitem energia cinética ao ar. Posteriormente, seu escoamento é
retardado por meio de difusores, obrigando a uma elevação na pressão.

Difusor
É uma espécie de duto que provoca diminuição na velocidade de escoamento de um
fluido, causando aumento de pressão.

Compressores
São apresentados a seguir alguns tipos de compressores.

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Compressor dinâmico de fluxo radial

O ar é acelerado a partir do centro de rotação, em direção à periferia, ou seja, é


admitido pela primeira hélice (rotor dotado de lâminas dispostas radialmente),
axialmente, é acelerado e expulso radialmente. Quando vários estágios estão reunidos
em uma carcaça única, o ar é obrigado a passar por um difusor antes de ser
conduzido ao centro de rotação do estágio seguinte, causando a conversão de energia
cinética em energia de pressão. A relação de compressão entre os estágios é
determinada pelo desenho da hélice, sua velocidade tangencial e a densidade do gás.
O resfriamento entre os estágios, a princípio, era realizado através de camisas d'água
nas paredes internas do compressor.
Atualmente, existem resfriadores intermediários separados, de grande porte, devido à
sensibilidade à pressão, por onde o ar é dirigido após dois ou três estágios, antes de
ser injetado no grupo seguinte. Em compressores de baixa pressão não existe
resfriamento intermediário.
Os compressores de fluxo radial requerem altas velocidades de trabalho, como por
exemplo 334, 550, 834 até 1667 r.p.s.
Isto implica também em um deslocamento mínimo de ar (0,1667 m3/s). As pressões
influem na sua eficiência, razão pela qual geralmente são geradores de ar comprimido.
Assim, comparando-se a sua eficiência com a de um compressor de deslocamento
positivo, esta seria menor. Por isso, esses compressores são empregados quando se
exigem grandes volumes de ar comprimido.

Compressor de parafuso
Este compressor é dotado de uma carcaça onde giram dois rotores helicoidais em
sentidos opostos. Um dos rotores possui lóbulos convexos, o outro uma depressão
côncava e são denominados, respectivamente, rotor macho e rotor fêmea.
Os rotores são sincronizados por meio de engrenagens; entretanto existem fabricantes
que fazem com que um rotor acione o outro por contato direto. O processo mais
comum é acionar o rotor macho, obtendo-se uma velocidade menor do rotor fêmea.
Estes rotores revolvem-se numa carcaça cuja superfície interna consiste de dois
cilindros ligados como um "oito". Nas extremidades da câmara existem aberturas para
admissão e descarga do ar. O ciclo de compressão pode ser seguido pelas figuras a,
b, c e d.

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O ar à pressão atmosférica ocupa espaço entre os rotores e, conforme eles giram, o
volume compreendido entre os mesmos é isolado da admissão. Em seguida, começa
a decrescer, dando início à compressão. Esta prossegue até uma posição tal que
a descarga é descoberta e o ar é descarregado continuamente, livre de pulsações. No
tubo de descarga existe uma válvula de retenção, para evitar que a pressão faça o
compressor trabalhar como motor durante os períodos em que estiver parado.

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Compressor alternativo de pistão de simples efeito ou compressor tipo
tronco
Este tipo de compressor leva este nome por ter somente uma câmara de compressão,
ou seja, apenas a face superior do pistão aspira o ar e comprime; a câmara formada
pela face inferior está em conexão com o cárter.
O pistão está ligado diretamente ao virabrequim por uma biela (este sistema de
ligação é denominado tronco), que proporciona um movimento alternativo de sobe e
desce ao pistão, e o empuxo é totalmente transmitido ao cilindro de compressão.
Iniciado o movimento descendente, o ar é aspirado por meio de válvulas de admissão,
preenchendo a câmara de compressão.
A compressão do ar tem início com o movimento da subida.
Após obter-se uma pressão suficiente para abrir a válvula de descarga, o ar é expulso
para o sistema.

• Ciclo de trabalho de um compressor de pistão de simples efeito

Compressor alternativo de pistão de duplo efeito ou compressor tipo


cruzeta
Este compressor é assim chamado por ter duas câmaras, ou seja, as duas faces do
êmbolo aspiram e comprimem. O virabrequim está ligado a uma cruzeta por uma biela;
a cruzeta, por sua vez, está ligada ao êmbolo por uma haste.
Desta maneira consegue transmitir movimento alternativo ao êmbolo, além do que, a
força de empuxo não é mais transmitida ao cilindro de compressão e sim às paredes
guias da cruzeta.

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O êmbolo efetua o movimento descendente e o ar é admitido na câmara superior,
enquanto que o ar contido na câmara inferior é comprimido e expelido. Procedendo-se
o movimento oposto, a câmara que havia efetuado a admissão do ar realiza a sua
compressão e, a que havia comprimido efetua a admissão. Os movimentos
prosseguem desta maneira, durante a marcha do trabalho.

• Ciclo de trabalho de um compressor de pistão de duplo efeito

Cilindros (cabeçotes)
São executados, geralmente, em ferro fundido perlítico de boa resistência mecânica,
com dureza suficiente e boas características de lubrificação devido à presença de
carbono sob a forma de grafite. Pode ser fundido com aletas para resfriamento com ar,
ou com paredes duplas para resfriamento com água (usam-se geralmente o bloco de
ferro fundido e camisas de aço). A quantidade de cilindros com camisas determina o
número de estágios que podem ser:

Êmbolo (pistão)
O seu formato varia de acordo com a articulação existente entre ele e a biela. Nos
compressores de simples efeito, o pé da biela se articula diretamente sobre o pistão e
este, ao subir, provoca empuxo na parede do cilindro.
Em consequência, o êmbolo deve apresentar uma superfície de contato suficiente. No
caso de duplo efeito, o empuxo lateral é suportado pela cruzeta e o êmbolo é
rigidamente preso à haste.
Os êmbolos são feitos de ferro fundido ou ligas de alumínio.

• Pistão de simples efeito • Pistão de duplo efeito

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Sistema de refrigeração dos compressores (resfriamento intermediário)
Remove o calor gerado entre os estágios de compressão, visando:
• Manter baixa a temperatura das válvulas, do óleo lubrificante e do ar que está sendo
comprimido (com a queda de temperatura do ar, a umidade é removida).
• Aproximar da compressão isotérmica, embora esta dificilmente possa ser atingida,
devido à pequena superfície para troca de calor.
• Evitar deformação do bloco e cabeçote, devido às temperaturas.
• Aumentar a eficiência do compressor.

O sistema de refrigeração compreende duas fases:


• Resfriamento dos cilindros de compressão
• Resfriamento do resfriador intermediário
Um sistema de refrigeração ideal é aquele em que a temperatura do ar na saída do
resfriador intermediário é igual à temperatura de admissão deste ar. O resfriamento
pode ser realizado por meio de ar em circulação, ventilação forçada e água, sendo que
o resfriamento a água é o ideal porque provoca condensação de umidade; os demais
não provocam condensação.

Resfriamento a água
Os blocos dos cilindros são dotados de paredes duplas, entre as quais circula água. A
superfície que exige um melhor resfriamento é a do cabeçote, pois permanece em
contato com o gás ao fim da compressão. No resfriador intermediário empregam-se,
em geral, tubos com aletas. O ar a ser resfriado passa em torno dos tubos,
transferindo o calor para a água em circulação.

• Sistema de refrigeração a água em um compressor de dois estágios


e duplo efeito

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Esta construção é preferida, pois permite maior vazão e maior troca de calor. A água
utilizada para este fim deve ter baixa temperatura, pressão suficiente, estar livre de
impurezas e ser mole, isto é, conter pouco teor de sais de cálcio ou outras
substâncias.
O processo de resfriamento se inicia, geralmente, pela circulação de água através da
câmara de baixa pressão, entrando posteriormente em contato com o resfriador
intermediário. Além de provocar o resfriamento do ar, uma considerável quantidade de
umidade é retida, em consequência da queda de temperatura provocada no fluxo de ar
proveniente do estágio de baixa pressão.
Em seguida, a água é dirigida para a câmara de alta pressão, sendo eliminada do
interior do compressor, indo para as torres ou piscinas de resfriamento. Aqui, todo o
calor adquirido é eliminado da água, para que haja condições de reaproveitamento.
Determinados tipos de compressores necessitam de grandes quantidades de água e,
portanto, não havendo um reaproveitamento, haverá gastos. Este reaproveitamento se
faz mais necessário quando a água disponível é fornecida racionalmente para usos
gerais.
Os compressores refrigeradores a água necessitam atenção constante, para que o
fluxo refrigerante não sofra qualquer interrupção, o que acarretaria um aumento
sensível na temperatura de trabalho. Determinados tipos de compressores possuem,
no sistema de resfriamento intermediário, válvulas termostáticas, visando assegurar o
seu funcionamento e protegendo-o contra a temperatura excessiva, por falta d'água ou
outro motivo qualquer. O resfriamento intermediário pela circulação de água é o mais
indicado.
Resfriamento a ar Compressores pequenos e médios podem ser resfriados a ar
em um sistema muito prático, particularmente em instalações ao ar livre ou onde o
calor pode ser retirado facilmente das dependências. Nestes casos, o resfriamento a
ar é a alternativa conveniente. Existem dois modos básicos de resfriamento por ar:

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Circulação
Os cilindros e cabeçotes, geralmente, são aletados a fim de proporcionar maior troca
de calor, o que é feito por meio da circulação do ar ambiente e com auxílio de hélices
nas polias de transmissão.

Ventilação forçada
A refrigeração interna dos cabeçotes e resfriador intermediário é conseguida através
de ventilação forçada, ocasionada por uma ventoinha, obrigando o ar a circular no
interior do compressor.

Manutenção do compressor
Esta é uma tarefa importante dentro do setor industrial. É imprescindível seguir as instruções
recomendadas pelo fabricante que, melhor do que ninguém, conhece os pontos vitais de
manutenção.
Um plano semanal de manutenção será previsto, e nele será programada uma verificação no
nível de lubrificação, nos lugares apropriados e, particularmente, nos mancais do compressor,
motor e no cárter. Neste mesmo prazo será prevista a limpeza do filtro de ar e a verificação
experimental da válvula de segurança, para comprovação do seu real funcionamento. Será
prevista também a verificação da tensão das correias. Periodicamente, será verificada a
fixação do volante sobre o eixo de manivelas.

Considerações sobre irregularidades na compressão


Como na compressão o ar é aquecido, é normal um aquecimento do compressor.
Porém, às vezes o aquecimento exagerado pode ser devido a uma das seguintes
causas:

a) Falta de óleo no cárter


b) Válvulas presas
c) Ventilação insuficiente
d) Válvulas sujas
e) Óleo do cárter viscoso demais
f) Válvulas de recalque quebradas
g) Filtro de ar entupido

Em caso de "batidas" ou barulho anormal, observar os itens seguintes:

a) Carvão no pistão
b) Folga ou desgaste nos pinos que prendem as buchas e os pistões
c) Jogo nos mancais das buchas no eixo das manivelas
d) Desgaste nos mancais principais
e) Válvulas mal assentadas
f) Volante solto

Se os períodos de funcionamento são mais longos que os normais, isto


pode ser devido a:

a) Entupimento do filtro de ar
b) Perda de ar nas linhas
c) Válvulas sujas ou emperradas
d) Necessidade de maior capacidade de ar Preparação do ar comprimido

Umidade

O ar atmosférico é uma mistura de gases, principalmente de oxigênio e nitrogênio, e


contém contaminantes de três tipos básicos: água, óleo e poeira. As partículas de

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poeira, em geral abrasivas, e o óleo queimado no ambiente de lubrificação do
compressor, são responsáveis por manchas nos produtos.
A água é responsável por outra série de inconvenientes que mencionaremos adiante.
O compressor, ao admitir ar, aspira também os seus compostos e, ao comprimir,
adiciona a esta mistura o calor sob a forma de pressão e temperatura, além de
adicionar óleo lubrificante.
Os gases sempre permanecem em seu estado nas temperaturas e pressões normais
encontradas no emprego da pneumática.
Componentes com água sofrerão condensação e ocasionarão problemas.
Sabemos que a quantidade de água absorvida pelo ar está relacionada com a sua
temperatura e volume. A maior quantidade de vapor d'água contida num volume de ar
sem ocorrer condensação dependerá da temperatura de saturação ou ponto de
orvalho a que está submetido este volume. No ar comprimido temos ar saturado. O ar
estará saturado quando a pressão parcial do vapor d'água for igual à pressão de
saturação do vapor d'água, à temperatura local.
O vapor é superaquecido quando a pressão parcial do vapor d'água for menor que a
pressão de saturação. Enquanto tivermos a presença de água em forma de vapor
normalmente superaquecido, nenhum problema ocorrerá. Analisemos agora: um certo
volume de ar está saturado com vapor d'água, isto é, sua umidade relativa é 100%;
comprimimos este volume até o dobro da pressão absoluta, o seu volume se reduzirá
à metade.
Logicamente, isto significará que sua capacidade de reter vapor d'água também foi
reduzida à metade devido ao aumento da pressão e redução do seu volume. Então o
excesso de vapor será precipitado como água. Isto ocorre se a temperatura for
mantida constante durante a compressão, ou seja, processo isotérmico de
compressão.
Entretanto, isso não acontece; verifica-se uma elevação considerável na temperatura
durante a compressão. Como foi mencionado anteriormente, a capacidade de
retenção da água pelo ar está relacionada com a temperatura, sendo assim, não
haverá precipitação no interior das câmaras de compressão.
A precipitação de água ocorrerá quando o ar sofrer um resfriamento, seja no resfriador
ou na linha de distribuição.
Isto explica porque no ar comprimido existe sempre ar saturado com vapor d'água em
suspensão, que se precipita ao longo das tubulações na proporção em que se resfria.
Quando o ar é resfriado a pressão constante, a temperatura diminui, então a parcial do
vapor será igual a pressão de saturação no ponto de orvalho.
Qualquer resfriamento adicional provocará condensação da umidade. Denomina-se
ponto de orvalho o estado termodinâmico correspondente ao início da condensação
do vapor d'água, quando o ar úmido é resfriado e a pressão parcial do vapor é
constante. A presença desta água condensada nas linhas de ar, causada pela
diminuição de temperatura, terá como consequências:

• Oxida a tubulação e componentes pneumáticos.


• Destrói a película lubrificante existente entre as duas superfícies que estão em
contato, acarretando desgaste prematuro e reduzindo a vida útil das peças, válvulas,
cilindros, etc.
• Prejudica a produção de peças.
• Arrasta partículas sólidas que prejudicarão o funcionamento dos componentes
pneumáticos.
• Aumenta o índice de manutenção
• Impossibilita a aplicação em equipamentos de pulverização.
• Provoca golpes de ariete nas superfícies adjacentes, etc.
Portanto, é da maior importância que grande parte da água, bem como dos resíduos
de óleo, seja removida do ar para evitar redução de todos os dispositivos e máquinas
pneumáticas.

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Resfriador posterior

Como vimos no tópico anterior, a umidade presente no ar comprimido é prejudicial,


supondo que a temperatura de descarga de uma compressão seja de 130°C, sua
capacidade de retenção de água é de 1,496 Kg/m3 e à medida que esta temperatura
diminui, a água precipita-se no sistema de distribuição, causando sérios problemas.
Para resolver de maneira eficaz o problema inicial da água nas instalações de ar
comprimido, o equipamento mais completo é o resfriador posterior, localizado entre a
saída do compressor e o reservatório, pelo fato de que o ar comprimido na saída
atinge sua maior temperatura. O resfriador posterior é simplesmente um trocador de
calor utilizado para resfriar o ar comprimido. Como consequência deste resfriamento,
permite-se retirar cerca de 75% a 90% do vapor de água contido no ar, bem como
vapores de óleo; além de evitar que a linha de distribuição sofra uma dilatação,
causada pela alta da temperatura de descarga do ar.

Ainda mais, devido as paradas e a presença de umidade, poderemos ter na linha


choques térmicos e contrações, acarretando trincamentos nas uniões soldadas, que
viriam a ser ponto de fuga para o ar, além de manter a temperatura do ar compatível
com as vedações sintéticas utilizadas pelos componentes pneumáticos.
Um resfriador posterior é constituído basicamente de duas partes: um corpo
geralmente cilíndrico onde se alojam feixes de tubos confeccionados com materiais de
boa condução de calor, formando no interior do corpo uma espécie de colmeia.
A segunda parte é um separador de condensado dotado de dreno. O ar proveniente
do compressor é obrigado a passar através dos tubos, sempre em sentido oposto ao
fluxo da água de refrigeração, que é mudado constantemente de direção por placas
defletoras, garantindo, desta forma, uma maior dissipação de calor.
Na saída, está o separador. Devido à sinuosidade do caminho que o ar deve percorrer,
provoca a eliminação da água condensada, que fica retida numa câmara. A parte
inferior
do separador é dotada de um dreno manual ou automático na maioria dos casos,
através do qual a água condensada é expulsa para a atmosfera.
Deve-se observar cuidadosamente a temperatura da água fornecida para o
resfriamento do ar. Do contrário, se o fluido refrigerante for circulado com uma
temperatura elevada ou se o volume necessário de água para o resfriamento for
insuficiente, o desempenho do resfriador poderá ser comprometido.
A temperatura na saída do resfriador dependerá da temperatura com que o ar é
descarregado, da temperatura da água de refrigeração e do volume de água
necessário para a refrigeração. Certamente, a capacidade do compressor influi
diretamente no porte do resfriador. Devido ao resfriamento, o volume de ar disponível
é reduzido e, portanto, a sua energia também sofre redução.
Contudo, o emprego do resfriador posterior não representa perda real de energia, já
que o ar deveria, de qualquer forma, ser resfriado na tubulação de distribuição,

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causando os efeitos indesejáveis já mencionados. Com o resfriador estes problemas
são minimizados.

Reservatório de ar comprimido

Um sistema de ar comprimido é dotado, geralmente, de um ou mais reservatórios,


desempenhando grandes funções junto a todo o processo de produção.

Em geral, o reservatório possui as seguintes funções:


- Armazenar o ar comprimido.
- Resfriar o ar auxiliando a eliminação do condensado.
- Compensar as flutuações de pressão em todo o sistema de distribuição.
- Estabilizar o fluxo de ar.
- Controlar as marchas dos compressores, etc.
Os reservatórios são construídos no Brasil conforme a Norma PNB 109 da A.B.N.T,
que recomenda:
Nenhum reservatório deve operar com uma pressão acima da pressão máxima de
trabalho permitida, exceto quando a válvula de segurança estiver dando vazão; nesta
condição, a pressão não deve ser excedida em mais de 6% do seu valor.

Localização

Os reservatórios devem ser instalados de modo que todos os drenos, conexões e


aberturas de inspeção sejam facilmente acessíveis. Em nenhuma condição, o
reservatório deve ser enterrado ou instalado em local de difícil acesso; deve ser
instalado, de preferência, fora da casa dos compressores, na sombra, para facilitar a
condensação da umidade e do óleo contidos no ar comprimido; deve possuir um dreno
no ponto mais baixo para fazer a remoção deste condensado acumulado em cada 8
horas de trabalho; o dreno, preferencialmente, deverá ser automático.
Os reservatórios são submetidos a uma prova de pressão hidrostática, antes da
utilização, de acordo com a NR-13 (norma reguladora para vasos de pressão).

• Reservatório de ar comprimido

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Filtros de ar comprimido

Pela definição da Norma ISO-8573, filtro é um aparato para separar os contaminantes


presentes em fluido (ISO-8573/2.16).
O filtro de ar comprimido aparece geralmente em três posições diferentes: antes
e depois do secador de ar comprimido e também junto ao ponto de uso.
A função do filtro instalado antes do secador por refrigeração (pré-filtro) é separar o
restante da contaminação sólida e líquida (~30%) não totalmente eliminada pelo
separador de condensados do resfriador posterior, protegendo os trocadores de calor
do secador contra o excesso de óleo oriundo do compressor de ar, o que poderia
impregná-los, prejudicando sua eficiência de troca térmica (ISO-8573-5.2.3).
O excesso de condensado no secador também reduz sua capacidade de resfriamento
do ar comprimido, pois consome-se energia para resfriar um condensado que já
poderia ter sido eliminado do sistema.
No caso de sistemas dotados de secadores por adsorção, o pré-filtro deverá garantir
que nenhuma quantidade de contaminação líquida, inclusive os aerossóis de água e
óleo, atinja o material absorvedor, obstruindo seus poros e impedindo a sua reativação

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(ISO-8573/5.2.3). O filtro instalado após o secador (pós-filtro) deve ser responsável
pela eliminação da umidade residual (~30%) não removida pelo separador mecânico
de condensados do secador por refrigeração, além da contenção dos sólidos não
retidos no pré-filtro.
A capacidade do pós-filtro é efetuar a eliminação de qualquer umidade residual
seriamente afetada pela temperatura do ar comprimido na saída do secador. Na
verdade, em qualquer secador por refrigeração, o ar comprimido sofre um
reaquecimento antes de voltar à tubulação.
Esse reaquecimento é intencional (economiza energia e evita que a tubulação fique
gelada), mas provoca a completa reevaporação da umidade residual que não foi
removida pelo separador de condensados. No estado gasoso, essa umidade não pode
ser eliminada pelo pós-filtro.
Na prática, o pós-filtro instalado após o secador por refrigeração retém apenas
partículas sólidas. No caso de sistemas dotados de secadores por adsorção, o pós-
filtro destina-se apenas à retenção das partículas sólidas produzidas pela abrasão do
material absorvedor (poeira do absorvedor).

Efeitos do ar comprimido contaminado

• Obstrução de orifícios;
• Desgaste de vedações;
• Erosão nos componentes pneumáticos;
• Redução de eficiência de produtividade da máquina;
• Custos elevados com paradas de máquinas.

Portanto, é da maior importância que grande parte da água, bem como dos resíduos
de óleo, sejam removidas do ar para evitar redução de todos os dispositivos e
máquinas pneumáticas.

Vapores
Vapor de água, óleo, tinta, voláteis e solventes. O ar ambiente a 20°C retém até 18
g/m3 de água.

Consequências

• Ferrugem na tubulação;
• Deterioração de vedações;
• Imperfeições em processo de pintura;
• Erro de leitura de instrumentos;

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• Manutenções frequentes em equipamentos pneumáticos e baixo desempenho.

Líquidos

Óleo lubrificante de compressor, água e óleo condensados, óleo carbonizado e outros


tipos de produtos próximos à instalação do compressor.

Ponto de orvalho à pressão atmosférica (padrão de referência unidade °C)

Trata-se da temperatura na qual o vapor de água contido no ar comprimido, numa


certa pressão, inicia sua condensação.

Mícron

O mícron é a dimensão física equivalente à milésima parte do milímetro, que é a


milésima parte do metro, portanto o mícron é a milionésima parte do metro.

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Visibilidade
O olho humano, sem nenhum recurso, não consegue distinguir objetos menores que
40 mícron.

Secadores de ar

A presença de umidade no ar comprimido é sempre prejudicial para as


automatizações pneumáticas, pois causa sérias consequências. É necessário eliminar
ou reduzir ao máximo esta umidade.
O ideal seria eliminá-la do ar comprimido de modo absoluto, o que é praticamente
impossível. Ar seco industrial não é aquele totalmente isento de água; é o ar que, após
um processo de desidratação, flui com um conteúdo de umidade residual de tal ordem
que possa ser utilizado sem qualquer inconveniente.
Com as devidas preparações, consegue-se a distribuição do ar com valor de umidade
baixo e tolerável nas aplicações encontradas.
A aquisição de um secador de ar comprimido pode figurar no orçamento de uma
empresa como um alto investimento. Em alguns casos, verificou-se que um secador
chegava a custar 25% do valor total da instalação de ar.
Mas cálculos efetuados mostravam também os prejuízos causados pelo ar úmido:
substituição de componentes pneumáticos, filtros, válvulas, cilindros danificados,
impossibilidade de aplicar o ar em determinadas operações como pintura,
pulverizações e ainda mais os refugos causados na produção de produtos.
Concluiu-se que o emprego do secador tornou-se altamente lucrativo, sendo pago em
pouco tempo de trabalho, considerando-se somente as peças que não eram mais
refugadas pela produção. Os meios utilizados para secagem do ar são múltiplos.
Vamos nos referir aos três mais importantes, tanto pelos resultados finais obtidos
quanto por sua maior difusão.
Secagem por refrigeração
O método de desumidificação do ar comprimido por refrigeração consiste em submeter
o ar a uma temperatura suficientemente baixa, a fim de que a quantidade de água
existente seja retirada em grande parte e não prejudique de modo algum o
funcionamento dos equipamentos, porque, como mencionamos anteriormente, a

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capacidade do ar de reter umidade está em função da temperatura. Além de remover
a água, provoca, no compartimento de resfriamento, uma emulsão com o óleo
lubrificante do compressor, auxiliando na remoção de certa quantidade. O método de
secagem por refrigeração é bastante simples.

• Secagem por refrigeração

O ar comprimido entra, inicialmente, em um pré-resfriador (trocador de calor) (A),


sofrendo uma queda de temperatura causada pelo ar que sai do resfriador principal
(B). No resfriador principal o ar é resfriado ainda mais, pois está em contato com um
circuito de refrigeração. Durante esta fase, a umidade presente no ar comprimido
forma pequenas gotas de água corrente chamadas condensado e que são eliminadas
pelo separador (C), onde a água depositada é evacuada através de um dreno (D) para
a atmosfera. A temperatura do ar comprimido é mantida entre 0,65 e 3,2°C no
resfriador principal, por meio de um termostato que atua sobre o compressor de
refrigeração (E).
O ar comprimido seco volta novamente ao trocador de calor inicial (A), causando o
pré-resfriamento no ar úmido de entrada, coletando parte do calor deste ar.
O calor adquirido serve para recuperar sua energia e evitar o resfriamento por
expansão, que ocasionaria a formação de gelo, caso fosse lançado a uma baixa
temperatura na rede de distribuição, devido a alta velocidade.
Secagem por absorção
É a fixação de um absorto, geralmente líquido ou gasoso, no interior da massa de um
absorto sólido, resultante de um conjunto de reações químicas. Em outras palavras, é
o método que utiliza em um circuito uma substância sólida ou líquida, com capacidade

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de absorver outra substância líquida ou gasosa. Este processo é também chamado de
Processo Químico de Secagem, pois o ar é conduzido no interior de um volume
através de uma massa higroscópica, insolúvel ou deliquescente que absorve a
umidade do ar, processando-se uma reação química. As substâncias higroscópicas
são classificadas como insolúveis quando reagem quimicamente com o vapor d'água,
sem se liquefazerem. São deliquescentes quando, ao absorver o vapor d'água,
reagem e tornam-se líquidas.

Secagem por adsorção


É a fixação das moléculas de um adsorvato na superfície de um adsorvente
geralmente poroso e granulado, ou seja, é o processo de depositar moléculas de uma
substância (ex. água) na superfície de outra substância, geralmente sólida (ex.SiO2).
Este método também é conhecido por Processo Físico de Secagem, porém seus
detalhes são desconhecidos. É admitido como teoria que na superfície dos corpos
sólidos existem forças desbalanceadas, influenciando moléculas líquidas e gasosas
através de sua força de atração; admite-se, portanto, que as moléculas (adsorvato)
são adsorvidas nas camadas mono ou multimoleculares dos corpos sólidos, para
efetuar um balanceamento semelhante à Lei dos Octetos dos átomos. O processo de
adsorção é regenerativo; a substância adsorvente, após estar saturada de umidade,
permite a liberação de água quando submetida a um aquecimento regenerativo.

• Secagem por absorção Química • Secagem por absorção e Física

• Esquematização da produção, armazenamento e condicionamento do ar


comprimido

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Redes de distribuição
Aplicar, para cada máquina ou dispositivo automatizado, um compressor próprio, é
possível somente em casos esporádicos e isolados. Onde existem vários pontos de
aplicação, o processo mais conveniente e racional é efetuar a distribuição do ar
comprimido situando as tomadas nas proximidades dos utilizadores. A rede de
distribuição de ar comprimido compreende todas as tubulações que saem do
reservatório, passando pelo secador e que, unidas, orientam o ar comprimido até os
pontos individuais de utilização.

A rede possui duas funções básicas:


1. Comunicar a fonte produtora com os equipamentos consumidores.
2. Funcionar como um reservatório para atender às exigências locais.

Um sistema de distribuição perfeitamente executado deve apresentar os


seguintes requisitos:
Pequena queda de pressão entre o compressor e as partes de consumo, a fim de
manter a pressão dentro de limites toleráveis em conformidade com as exigências das
aplicações.
Não apresentar escape de ar; do contrário haveria perda de potência. Apresentar
grande capacidade de realizar separação de condensado.
Ao serem efetuados o projeto e a instalação de uma planta qualquer de distribuição, é
necessário levar em consideração certos preceitos. O não-cumprimento de certas
bases é contraproducente e aumenta sensivelmente a necessidade de manutenção.

Layout

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Visando melhor performance na distribuição do ar, a definição do layout é importante.
Este deve ser construído em desenho isométrico ou escala, permitindo a obtenção do
comprimento das tubulações nos diversos trechos. O layout apresenta a rede principal
de distribuição, suas ramificações, todos os pontos de consumo, incluindo futuras
aplicações; qual a pressão destes pontos, e a posição de válvulas de fechamento,
moduladoras, conexões, curvaturas, separadores de condensado, etc.
Através do layout, pode-se então definir o menor percurso da tubulação, acarretando
menores perdas de carga e proporcionando economia.

Formato
Em relação ao tipo de linha a ser executado, anel fechado (circuito fechado) ou circuito
aberto, devem-se analisar as condições favoráveis e desfavoráveis de cada uma.
Geralmente a rede de distribuição é em circuito fechado, em torno da área onde há
necessidade do ar comprimido. Deste anel partem as ramificações para os diferentes
pontos de consumo.

O anel fechado auxilia na manutenção de uma pressão constante, além de


proporcionar uma distribuição mais uniforme do ar comprimido para os consumos
intermitentes.
Dificulta porém a separação da umidade, porque o fluxo não possui uma direção;
dependendo do local de consumo, circula em duas direções.
Existem casos em que o circuito aberto deve ser feito, por ex.: área onde o transporte
de materiais e peças é aéreo, pontos isolados, pontos distantes, etc. Neste caso, são
estendidas linhas principais para o ponto.

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Válvulas de fechamento na linha de distribuição

São de grande importância na rede de distribuição para permitir a divisão desta em


seções, especialmente em casos de grandes redes, fazendo com que as seções
tornem-se isoladas para inspeção, modificações e manutenção.
Assim, evitamos que outras seções sejam simultaneamente atingidas, não havendo
paralisação do trabalho e da produção.

As válvulas mais
aplicadas até 2" são do
tipo de esfera,
diafragma. Acima de 2"
são utilizadas as
válvulas tipo gaveta.

Ligações entre os
tubos
Processam-se de
diversas maneiras,
rosca, solda, flange,
acoplamento rápido,
devendo apresentar a mais perfeita vedação. As ligações roscadas são comuns,
devido ao baixo custo e facilidade de montagem e desmontagem. Para evitar
vazamentos nas roscas é importante a utilização da fita FKM, devido às imperfeições
existentes na confecção das roscas.
A união realizada por solda oferece menor possibilidade de vazamento, se comparada
à união roscada, apesar de um custo maior.
As uniões soldadas devem estar cercadas de certos cuidados, as escamas de óxido
têm que ser retiradas do interior do tubo, o cordão de solda deve ser o mais uniforme
possível. De maneira geral, a utilização de conexões roscadas se faz até diâmetros de
3". Para valores acima, normalmente recomendam-se conexões soldadas, que podem
ser por topo para tubos, soquete para curvas, flanges e válvulas.
Para instalações que devem apresentar um maior grau de confiabilidade, recomenda-
se uso de conexões flangeadas e soldadas.
Para instalações provisórias, o ideal é o acoplamento rápido, também estanque. Na
desmontagem não existem perdas de tubo e não há necessidade de fazer cortes para
a remoção.

Curvatura
As curvas devem ser feitas no maior raio
possível, para evitar perdas excessivas por
turbulência. Evitar sempre a colocação de
cotovelos 90°. A curva mínima deve possuir na
curvatura interior um raio mínimo de duas vezes
o diâmetro externo do tubo.

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Inclinação
As tubulações devem possuir uma determinada inclinação no sentido do fluxo interior,
pois, enquanto a temperatura de tubulação for maior que a temperatura de saída do ar
após os secadores, este sairá praticamente seco; se a temperatura da tubulação
baixar, haverá, embora raramente, precipitação de água. A inclinação serve para
favorecer o recolhimento desta eventual condensação e das impurezas devido à
formação de óxido, levando-as para o ponto mais baixo, onde são eliminadas para a
atmosfera, através do dreno. O valor desta inclinação é de 0,5 a 2% em função do
comprimento reto da tubulação onde for executada. Os drenos, colocados nos pontos
mais baixos, de preferência devem ser automáticos. Se a rede é relativamente
extensa, recomenda-se observar a colocação de mais de um dreno, distanciados
aproximadamente 20 a 30 m um do outro.

Drenagem de umidade
Com os cuidados vistos anteriormente para eliminação do condensado, resta uma
umidade remanescente, a qual deve ser removida ou até mesmo eliminada, em caso
de condensação da mesma. Para que a drenagem eventual seja feita, devem ser
instalados drenos (purgadores), que podem ser manuais ou automáticos, com
preferência para o último
tipo. Os pontos de
drenagem devem se situar
em todos os locais baixos
da tubulação, fim de linha,
onde houver elevação de
linha, etc.
Nestes pontos, para
auxiliar a eficiência da
drenagem, podem ser
construídos bolsões, que
retêm o condensado e o
encaminham para o
purgador. Estes bolsões,
construídos, não devem
possuir diâmetros
menores que o da
tubulação. O ideal é que
sejam do mesmo tamanho.
Como mencionamos, restará no ar comprimido uma pequena quantidade de vapor de
água em suspensão, e os pontos de drenagem comuns não conseguirão provocar sua
eliminação. Com este intuito, podem-se instalar separadores de condensado, cujo
princípio de funcionamento é simples: obrigar o fluxo de ar comprimido a fazer
mudanças de direção; o ar muda facilmente, porém as gotículas de umidade chocam-
se contra os defletores e neles aderem, formando gotas maiores, que escorrem para o
dreno.

Tomadas de ar
Devem ser sempre feitas pela parte superior da tubulação principal, para evitar os
problemas de condensado já expostos. Recomenda-se ainda que não se realize a
utilização direta do ar no ponto terminal do tubo de tomada. No terminal, deve-se
colocar uma pequena válvula de drenagem e a utilização deve ser feita um pouco mais
acima, onde o ar, antes de ir para a máquina, passa através da unidade de
condicionamento.

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Materiais da tubulação
principal
Com relação aos materiais
da tubulação, dê preferência
aos resistentes à oxidação,
como aço galvanizado, aço
inoxidável, alumínio, cobre e
plástico de engenharia.

Tubulações
secundárias
A seleção dos tubos que
irão compor a instalação
secundária e os materiais
de que são confeccionados
são fatores importantes,
bem como o tipo de
acessório ou conexão a ser
utilizado. Devem-se ter materiais de alta resistência, durabilidade, etc.
O processo de tubulação secundária sofreu uma evolução bastante rápida. O tubo de
cobre, até bem pouco tempo, era um dos mais usados. Atualmente ele é utilizado em
instalações mais específicas, montagens rígidas e locais em que a temperatura e a
pressão são elevadas. Hoje são utilizados tubos sintéticos, os quais proporcionam boa
resistência mecânica, apresentando uma elevada força de ruptura e grande
flexibilidade. São usados tubos de polietileno, poliuretano e tubos nylon.

Conexões para tubulações secundárias


A escolha das conexões que serão utilizadas num circuito é muito importante. Devem
oferecer recursos de montagem para redução de tempo, ter dimensões compactas e
não apresentar quedas de pressão, ou seja, possuir máxima área de passagem para o
fluido. Devem também ter vedação perfeita, compatibilidade com diferentes fluidos
industriais, durabilidade e permitir rápida remoção dos tubos em casos de
manutenção, sem danificá-los. As conexões para tubulações secundárias podem ser
múltiplas, espigões, conexão com anel apressor ou olivas etc. Dependendo do tipo de
conexão utilizada, o tempo de montagem é bem elevado, devido às diversas
operações que uma única conexão apresenta: ser roscada no corpo do equipamento,
roscar a luva de fixação do tubo, ou antes, posicionar corretamente as olivas. Deve
haver um espaço razoável entre as conexões, para permitir sua rotação. Em alguns
casos, isso não é possível. Estes meios de
ligação, além de demorados, danificam o tubo,
esmagando, dilatando ou cortando. Sua
remoção é difícil, sendo necessário, muitas
vezes, cortar o tubo, trocar as olivas e as luvas
de fixação do tubo; isso quando a conexão não
é totalmente perdida. Uma nova concepção em
conexões, para atender a todas as
necessidades de instalação de circuitos
pneumáticos, controle e instrumentação e
outros, são as conexões instantâneas,
semelhantes a um engate rápido.

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Vazamentos
As quantidades de ar perdidas através de pequenos furos, acoplamentos com folgas,
vedações defeituosas, etc., quando somadas, alcançam elevados valores.
A importância econômica desta contínua perda de ar tornasse mais evidente quando
comparada com o consumo de um equipamento e a potência necessária para realizar
a compressão.

Vazamento e perda de potência em furos

Desta forma, um vazamento na rede representa um consumo consideravelmente


maior de energia, que pode ser verificado através da tabela.
É impossível eliminar por completo todos os vazamentos, porém estes devem ser
reduzidos ao máximo com uma manutenção preventiva do sistema, de 3 a 5 vezes por
ano, sendo verificados, por exemplo: substituição de juntas de vedação defeituosa,
engates, mangueiras, tubos, válvulas, aperto das conexões, restauração das vedações
nas uniões roscadas, eliminação dos ramais de distribuição fora de uso e outras que
podem aparecer, dependendo da rede construída.

Unidade de conservação, válvula de fechamento e distribuidor.

A unidade de conservação tem a finalidade de purificar o ar comprimido, ajustar uma


pressão constante do ar e acrescentar uma fina neblina de óleo ao ar comprimido,
para fins de lubrificação de válvulas e atuadores. Devido a isso, a unidade de
conservação aumenta consideravelmente a segurança de funcionamento dos
equipamentos pneumáticos.

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Na pneumática o losango representa os equipamentos de condicionamento, secador,
resfriador, filtro, lubrificador, etc. Já o quadrado ou retângulo representam as válvulas
de regulagem e direcionais. Alta eficiência na remoção de umidade. Devido ao sistema
de defletores, a água e as partículas sólidas contidas no ar comprimido são totalmente
separadas. A grande superfície do elemento filtrante garante baixa queda de pressão
e aumento de sua vida útil.

Os reguladores foram projetados para proporcionar uma resposta rápida e uma


regulagem de pressão acurada para o maior número de aplicações industriais. O uso
do diafragma especialmente projetado resulta em um aumento significativo da vida útil
do regulador, proporcionando baixos custos de manutenção.

Suas principais características são:


 Resposta rápida e regulagem precisa, devido a uma aspiração secundária e a
válvula de assento incorporada.
 Grande capacidade de reversão de fluxo.
 Diafragma projetado para proporcionar um aumento da vida útil do produto.
 Dois orifícios destinados a manômetro, que podem ser usados como orifícios
de saída.
 Fácil manutenção.

Manômetros
São instrumentos utilizados para medir e
indicar a intensidade de pressão do ar
comprimido, óleo, etc. Nos circuitos
pneumáticos e hidráulicos, os manômetros são
utilizados para indicar o ajuste de pressão no
sistema.

Existem dois tipos principais de


manômetros:
• Manômetros capsulares (0 - 1000 mBar);

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• Tipo de Bourdon;

Lubrificação
Os sistemas pneumáticos e seus componentes são constituídos de partes possuidoras
de movimentos relativos, estando, portanto, sujeitos a desgastes mútuos e
consequente inutilização. Para diminuir os efeitos desgastantes e as forças de atrito, a
fim de facilitar os movimentos, os equipamentos devem ser lubrificados
convenientemente, por meio do ar comprimido. Lubrificação do ar comprimido é a
mescla deste com uma quantidade de óleo lubrificante, utilizada para a lubrificação de
partes mecânicas internas móveis que estão em contato direto com o ar. Essa
lubrificação deve ser efetuada de uma forma controlada e adequada, a fim de não
causar obstáculos na passagem de ar, problemas nas guarnições, etc. Além disso,
esse lubrificante deve chegar a todos os componentes, mesmo que as linhas tenham
circuitos sinuosos. Isso é conseguido desde que as partículas de óleo permaneçam
em suspensão no fluxo, ou seja, não se depositem ao longo das paredes da linha. O
meio mais prático de efetuar este tipo de lubrificação é através do lubrificador.

Manutenção
• Usar somente algodão para limpeza,
não usar estopa.
• Lavar somente com querosene.
• Evitar preencher demasiadamente o
copo com óleo.
• Verificar se as guarnições não estão
danificadas.
• Evitar forçar o parafuso de controle de
fluxo demasiadamente, ao tentar fechar
a passagem de óleo.
Características dos lubrificantes
Predominam os lubrificantes à base de
petróleo, porém está havendo um
incremento na utilização dos óleos
sintéticos.
Os óleos pertencem a três classes
principais: parafínicos, naftênicos e
aromáticos;

Exercícios

1. Quais as três posições onde o filtro de ar é aplicado?


2. Quais as importâncias das válvulas de fechamento na linha de distribuição?
3. Qual a inclinação recomendada nas linhas de distribuição de ar comprimido e
qual a importância?
4. Porque as tomadas de ar ou saídas de ramal, devem ser sempre feitas pela
parte superior da tubulação principal?
5. Para que servem os purgadores?

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6. Um furo de diâmetro 5 mm, gera um vazamento de equivalente a que potência
em CV e kw?
7. Numa pressão de 6 bar, e um furo de 5 mm, qual a perda de ar em litros por
segundos?

Unidade 3 – Válvulas

Válvulas pneumáticas

As válvulas servem para orientar os fluxos de ar, impor bloqueios, controlar


intensidade de vazão ou pressão. Para facilitar o estudo, as válvulas pneumáticas
foram classificadas nos seguintes grupos:

Válvulas de controle de pressão – Tem por função influenciar ou serem


influenciadas pela intensidade de pressão de um sistema. Estas podem ser redutoras,
limitadoras e de sequência.

a) Redutora ou redutora com escape – Mantém a pressão de trabalho


constante, independente da pressão de entrada.

b) Limitadora – Não permite um aumento de pressão no sistema, acima da


pressão máxima ajustada.

c) Válvula de sequência – Quando a pressão de entrada vence a força opositora


da mola, a válvula é aberta, permitindo fluxo para o orifício de saída
(utilização).

Válvulas de controle de fluxo – Em alguns casos é necessário a diminuição da


quantidade de ar que passa através de uma tubulação, o que é muito utilizado quando
se necessita regular a velocidade de um atuador ou formar condições de temporização
pneumática. Podem ser fixa ou variável, unidirecional ou bidirecional.

a) Controle Unidirecional – Permite passagem livre numa direção e restringe na


oposta.

b) Controle Bidirecional – Restringe a passagem em ambas as direções.

c) Controle Manual – É a mais comum, variável, permite uma regulagem fina, até
a melhor situação.

d) Acionamento mecânico – Retorno por mola, podem ser fixos, com vazões pré
determinadas ou variáveis.

Válvula de Bloqueio – Impedem o fluxo de ar comprimido em um sentido


determinado, possibilitando livre fluxo no sentido oposto.

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a) Válvula de retenção – Esta válvula impede completamente a passagem em
uma direção e na direção oposta o ar flui com a mínima queda de pressão.

b) De Escape Rápido – Quando é necessário obter velocidade superior num


cilindro.
Válvulas de Controle Direcional – Tem por função orientar a direção que o fluxo de
ar deve seguir, a fim de realizar o trabalho proposto.

As válvulas direcionais são representadas por um retângulo, este divididos em


quadrados, onde o número de quadrados corresponde ao número de posições da
válvula. As setas indicam a interligação interna das conexões da válvula, porém não
necessária mente o sentido de fluxo. Para a identificação correta de uma válvula
direcional, é preciso identificar o tipo e conexões.

Identificaçãos das válvulas Identificação das Conexões


Número de Vias Conexão DIN ISO 5599 DIN ISO 1219
Pressão 1 P
Número de Posições
Saída 2,4 A, B
Tipo de Acionamento Exaustão/Escape 3,5 R (3/2),R,S,T (5/2)
Tipo de Retorno Piloto 14,12 X, Y, Z
Posição Inicial Dreno 9 L

Veja exemplos abaixo:

Acionamentos

Comandam a comutação das válvulas,


principalmente das válvulas direcionais. Os
acionamentos são classificados em quatro
grupos:

a) Acionamentos Musculares – Geral,


Botão, Alavanca e pedal, todos podem
ser com ou sem trava.

b) Acionamentos Elétricos – Solenoide


ou Servo Acionamento;

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c) Acionamentos Pilotados – Pilotado ou Servo Pilotados;

d) Acionamentos Mecânicos – Came, Rolete, Gatilho, Mola no retorno ou na


centragem;
Elemento E (válvula de simultaneidade)

Possui três orifícios no corpo, duas entradas de pressão e um ponto de utilização


(saída). O ponto de utilização será atingido pelo ar, quando duas pressões,
simultaneamente ou não, chegarem nas entradas. A que primeiro chegar, ou ainda a
de menor pressão, se autobloqueará, dando passagem para o outro sinal. São
utilizadas em funções lógicas “E”, bi manuais simples ou garantias de que um
determinado sinal só ocorra após, necessariamente, dois pontos estejam
pressurizados, equivale a um acionamento de duas válvulas direcionais 3/2 vias em
série.

Elemento OU (válvula de isolamento)

Dotada de três orifícios no corpo: duas entradas de pressão e um ponto de utilização


(saída). Enviando-se um sinal por uma das entradas, a entrada oposta é
automaticamente vedada e o sinal emitido flui até a saída de utilização. O ar que foi
utilizado retorna pelo mesmo caminho. Uma vez cortado o fornecimento, o elemento
seletor interno permanece na posição, em função do último sinal emitido. Havendo
coincidência de sinais em ambas as entradas, prevalecerá o sinal que primeiro atingir
a válvula, no caso de pressões iguais. Com pressões diferentes, a maior pressão
dentro de uma certa relação passará ao ponto de utilização, impondo bloqueio na
pressão de menor intensidade. São utilizadas em funções lógicas “OU”. Muito utilizada
quando há necessidade de enviar sinais a um ponto comum, proveniente de locais
diferentes no circuito, equivale ao acionamento de duas ou mais válvulas direcionais
em paralelo.

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Efeito Venturi – Gerador de Vácuo

Para aplicações industriais, existem


outras formas mais simples e
baratas de se obter vácuo, além
das bombas. Uma delas é a
utilização do princípio de Venturi. A
técnica consiste em fazer fluir ar
comprimido por um tubo no qual um
giclê, montado em seu interior,
provoca um estrangulamento à
passagem do ar. O ar que flui pelo
tubo, ao encontrar a restrição,
mantem seu fluxo aumentando a
velocidade devido à passagem
estreita. O que provoca uma
sensível queda de pressão na
região. Um orifício externo,
construído de forma estratégica na
região restringida do tubo, sofrerá então uma depressão provocada pela passagem do
ar comprimido pelo estrangulamento. Isso significa que teremos um vácuo parcial
dentro do orifício que, ligado à atmosfera, fará com que o ar atmosférico, cuja pressão
é maior, penetre no orifício em direção à grande massa de ar que flui pela restrição. A
figura ao lado ilustra como é gerado um vácuo pelo princípio de Venturi. Experiências
demonstram que o nível ideal de vácuo para trabalhos seguros de fixação e transporte
de cargas por meio de ventosas está em torno de 75% do vácuo absoluto, o que
corresponde a uma pressão negativa de -0,75 Kgf/cm2.

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Ventosa padrão

O tipo mais comum de ventosa, utilizado na fixação e


transporte de cargas que apresentam superfícies
planas ou ligeiramente curvas, é a ventosa padrão.
A ventosa padrão é produzida com diferentes formas,
que variam de acordo com sua aplicação. O tamanho,
o tipo do material, as abas simples ou duplas para
vedação, as luvas de atrito e as molas de reforço são
algumas características que podem se alterar na
fabricação da ventosa.
Diâmetro de 2 a 200 mm

Descrição
As ventosas com diâmetro de 2 a 50 mm desta série não possuem nervuras internas e
são usadas apenas para o transporte de peças com superfícies planas ou ligeiramente
curvas. As ventosas com diâmetro de 60 a 200 mm são dotadas de nervuras internas,
apropriadas para o transporte de peças com material macio e/ou superfície porosa.
Esta série possui boa rigidez, pequena deformação sob a ação do vácuo e ótima
performance em transporte vertical de peças, visto que as nervuras da ventosa
proporcionam um atrito adicional.

Especificações

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Diâmetro de 10 a 150 mm

Descrição
As ventosas da Série PBG são projetadas com 2 foles que permitem o transporte de
peças com alturas diferentes. O uso de várias ventosas desta série permite o
transporte de objetos com alturas e formas variadas, como por exemplo chapas
corrugadas.
As ventosas desta série produzem um efeito limitado no transporte de objetos,
resultado de uma flexibilidade provocada pelos foles, não sendo indicada para
transporte de peças na posição vertical.

Especificações

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Calculando o diâmetro da ventosa
De outra maneira, vamos calcular o diâmetro da ventosa com nível de vácuo de 60%.
A (cm2) = Área;

D [mm] = Diâmetro da ventosa;

S = Fator de segurança;

Pv (kPa) = Pressão de trabalho = 61kPa;

n = Número de ventosas;

Com a tabela abaixo é possível encontrar a força através do diâmetro calculado acima,
prosseguindo de maneira inversa na tabela obtemos a força de 76,9 N.

Força teórica de levantamento por ventosa (Newton, N)

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Exercícios:
1) Quais os três tipos de
Válvulas de controle de
pressão?

2) Qual a função da
válvula redutora de
pressão?

3) Qual a função da
válvula limitadora de
pressão?

4) Quais os quatro grupos de acionamento da válvulas direcionais?

5) Quais os quatro aciona- mentos Mecânicos?

6) Onde é aplicado o elemento “E”?

7) Onde se aplica o elemento “OU”?

8) Explique os quatro estágios do efeito Venturi:

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Unidade 4 – Atuadores Pneumáticos
Classificação dos conversores de energia

Estão divididos em três grupos:

- Os que produzem movimentos lineares;


- Os que produzem movimentos rotativos;
- Os que produzem movimentos oscilantes;

Lineares
São constituídos de componentes que convertem a energia pneumática em
movimento linear ou angular. São representados pelos cilindros pneumáticos.
Dependendo da natureza dos movimentos, velocidade, força, curso, haverá um mais
adequado para a função.

Rotativos
Convertem energia pneumática em energia mecânica, através de momento torsor
contínuo.

Oscilantes
Convertem energia pneumática em energia mecânica, através de momento torsor
limitado por um determinado número de graus.

Seleção de um cilindro pneumático

Para que possamos dimensionar um cilindro, partimos de algumas informações


básicas a saber:

a) Qual a força o cilindro deverá desenvolver?


b) Qual a pressão de trabalho?
c) Qual o curso de trabalho?

Naturalmente, esses dados são em função da aplicação que se deseja do cilindro.


Recomenda-se que a pressão de trabalho não ultrapasse 80% do valor da pressão
disponível na rede de ar.

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Tipos
 Cilindros de Simples Efeito ou Simples ação – Atua com comando somente
para o avanço ou retorno;
 Cilindros de Duplo Efeito ou de Dupla Ação – Atua com comando para avanço
e para retorno;
 Geralmente os de Dupla Ação, possuem haste passante e também sem haste,
duplex geminado.
 Há muitas combinações para todos os cilindros como amortecimento de fim de
curso, consiste na desaceleração do movimento, evitando impacto nos
cabeçotes.

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Diversos tipos de fixação, do corpo do cilindro
Execução básica; Garfo no fundo; Olhal Simples no fundo; Olhal com Rótula no fundo;
Flange no cabeçote; Flange na base; Munhão (Frontal, Central e Traseiro); Fixação
por pés.

Diversos tipos de fixação, na haste do cilindro


Olhal Simples; Olhal com Rótula; Flange; Flange com Rótula; Garfo; Flange com Guia.

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O Hidro-Check impõe um controle hidráulico, totalmente regulável ao movimento de
avanço do cilindro pneumático, eliminando trepidações ou vibrações e compensando
quaisquer variações na força requerida. O Hydro-Check pode ser montado em
qualquer posição e pode ser preparado para regular o movimento da haste de um
cilindro pneumático ou de qualquer outro elemento de máquina em qualquer ponto
desejado.
Por exemplo, em certas operações de furação, o avanço da ferramenta durante a
furação pode ser desejado com regulagem ao longo de todo o curso, enquanto que em
outros casos a regulagem só é necessária a partir do início da operação.

Funcionamento
O Hydro-Check consiste basicamente de um cilindro, uma haste, uma válvula de
controle de fluxo tipo "agulha" e um cilindro compensador. Quando a haste (A) é
movimentada no sentido do avanço, o pistão força o óleo a passar pelo tubo de
transferência (B) através da válvula de controle (C) para o cabeçote traseiro do
cilindro. O fluxo do óleo através da válvula (C) é determinado pela regulagem efetuada
no parafuso (D) da válvula que controla a área de passagem através da mesma. Deste
modo, a velocidade com que o pistão avança pode ser controlada com muita precisão.
No movimento de retorno, a válvula de 1 via (E) permite a livre passagem do óleo
através do pistão. O cilindro compensador (F) atua como reservatório para o volume
de óleo deslocado pela haste do pistão (A) durante o movimento de retorno e envia
esse mesmo volume de óleo ao cabeçote traseiro durante o movimento de avanço do
pistão. A haste indicadora (G) do cilindro compensador possui entalhes que
determinam o nível máximo de óleo e quando deve ser reabastecido o Hydro-Check.

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Motores pneumáticos - Atuadores rotativos

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Motor básico
É montado na fábrica, de uma forma standard, com suas palhetas tensionadas por
mola, ganhando, desta forma, excelentes características de arranque e funcionamento
e baixas rotações. Além disso, está equipado em forma standard com palhetas para
funcionamento intermitente, sem lubrificação. Em uma forma excepcional pode-se
pedir 100% livre de lubrificação. A construção simples garante funcionamento seguro,
e uma larga vida útil em serviço.

Motor com engrenagem


Quando combinado com engrenagem dentada, fornece um alto grau de rendimento,
facilidade de montagem com flange e base para instalação.
São fabricados para um regime de rotação desde 25 RPM até 1800 RPM e com
momento torsor de 23 Nm até 1800 Nm. As engrenagens devem ser lubrificadas com
óleo, porém, antes deverá ocorrer sua fixação.
A posição de montagem é importante para a lubrificação das engrenagens e a
localização dos pontos de preenchimento e drenagem do óleo lubrificante.

Motor com engrenagem planetária


Esta série de motores, combinada com engrenagem planetária, requer pouco espaço
para montagem, é leve em comparação com os serviços realizados, tem livre posição
de montagem, possui flange standard, eixo de saída central e alto grau de rendimento.
É fabricada para um regime de rotação desde 95 RPM até 1200 RPM e com momento
torsor desde 16 Nm até 160 Nm.

Osciladores pneumáticos

Os osciladores incorporam características que proporcionam milhões de ciclos de


operação livres de defeitos, operando a 150 psi de pressão. A fabricação em alumínio
adonisado e aço inoxidável permite a operação em ambientes agressivos, tais como
os da indústria de alimentos e da química. A precisão dos mancais termoplásticos auto
lubrificantes e os compostos especiais de vedação permitem operação contínua
mesmo sem lubrificação. Essa compatibilidade com o ar seco faz uma excelente
escolha para trabalho em ambiente onde se produzem produtos eletrônicos, alimentos,
embalagens e em salas limpas. O revestimento interno de PTFE reduz os atritos de
vedação e proporciona baixa pressão de partida, garantindo movimentos suaves e
precisos no manuseio de materiais e aplicações em robótica.
Isso permite também alto rendimento e eficiência gerados por um equipamento
compacto leve. Várias opções podem ser acrescentadas ao produto para aumentar a
sua flexibilidade. Amortecedores podem reduzir choques e ruídos, permitindo taxas de
ciclos mais rápidos. A posição angular pode ser controlada tanto com reguladores de
curso como batentes internos. As opções de montagem incluem: topo, base ou
flanges.

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Oscilador de cremalheira e pinhão

O oscilador pneumático é um atuador rotativo com campo de giro limitado. Esse tipo
especial de atuador rotativo fornece um torque uniforme em ambas as direções e
através de todo o campo de rotação. Nesse mecanismo, a pressão do fluido acionará
um pistão que está ligado à cremalheira que gira o pinhão. Unidades de cremalheira e
pinhão do tipo standard podem ser encontradas em rotações de 90, 180, 360 graus ou
mais.

Garras pneumáticas
A série de pegadores paralelos é provida de duas garras móveis. Estão englobados os
compactos pegadores precisos e seguros, desenvolvidos especificamente para
serviços de automação das empresas.

Esses pegadores robustos ou leves têm várias características:

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• Alta força de pega de acordo com a
relação de peso.
• O curso de extensão mordente
provém da força de operação da
garra para curto e longo curso.
• Com a opção da ajuda de mola é
oferecida uma força extra para a
garra ou uma segurança durante uma
falha de energia.
• Com a opção de mola de retorno
permite operação para simples ação,
segurança para os componentes.
• Opção de curso ajustável para os
fins de curso, dando maior precisão
de localização do mordente.
• A montagem dos furos pode ser
traseira ou lateral e também permite montagens alternativas.
O curso e posição dos pegadores são realizados através de sensores e êmbolos
magnéticos, para que seja acomodado, podendo ser sensor magnético ou
controladores de vazão de ar para que haja um controle no deslocamento do
mordente.
Para serviços em alta temperatura é recomendado usar vedações em fluorcarbono. A
associação com outros produtos de automação é simples de ser realizada.
Com tamanho compacto, baixo peso e uma vida útil que excede 10 milhões de ciclos,
o pegador é a solução perfeita para o manuseio de peças pequenas em espaços
limitados.

Vedações

História do “O” Ring


Em termos de desenvolvimento humano e na área da mecânica, o o’ring é um
desenvolvimento relativamente recente. Em meados do século XVIII, o’rings de ferro
fundido foram usados como vedantes em cilindros a vapor. Mais tarde, no mesmo
século, foi patenteado o uso de um o’ring resiliente em uma torneira. Neste caso, foi
especificado um canal excepcionalmente longo, devendo o o’ring rolar durante o
movimento entre as partes. O desenvolvimento do o’ring, como nós o conhecemos
hoje, foi feito por NIELS A. CHRISTENSEN, que obteve patentes nos E.U.A. e Canadá
para certas aplicações.
O descobrimento da borracha nitrílica sintética (NBR) foi uma importante contribuição
para o desenvolvimento posterior do o’ring. Por volta de 1940, tornou-se urgente a
necessidade de produção maciça para atender ao esforço de guerra, o que
demandava economia e melhoramentos nos produtos e métodos de produção
existentes. Foi nesta oportunidade que iniciou-se uma grande expansão no uso de
o’rings. Hoje, o o’ring é provavelmente o mais versátil dispositivo de vedação
conhecido.
Ele oferece uma série de vantagens sobre outros métodos de vedação numa grande
variedade de aplicações. Os o’rings permitem hoje a fabricação de produtos que
permaneceriam nos sonhos dos projetistas, caso eles não existissem.

Guarnições

Guarnições estáticas
Evitam o vazamento de ar entre superfícies que não possuem o movimento relativo.

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Por exemplo: vedação entre o tubo e os cabeçotes, vedação entre a haste e o
êmbolo.

Guarnições dinâmicas
Evitam o vazamento de ar entre superfícies que possuem movimento relativo.
Por exemplo: entre a haste e o mancal, ou entre o êmbolo e o tubo.
Entre as vedações para uso dinâmico, as mais simples são as guarnições de limpeza
ou separadoras da haste, que servem para mantê-la livre da poeira e outros materiais
abrasivos, evitando rápido desgaste do componente. Os tipos de guarnições
dinâmicas destacadas são: “U” Cup, “L” Cup, “O” Ring.

Tipo “O” Ring


Uma das formas mais simples e comuns de vedação são anéis “O”, que podem ser
usados tanto em vedações dinâmicas quanto estáticas.

Os anéis “O” são normalmente alojados em


sulcos do componente, devendo sofrer uma
pré-compressão em um sentido para
efetuar a vedação desejada.
Um problema que estes anéis apresentam
é a tendência para a extrusão, quando
sujeitos a altas pressões, ou seja, a
tendência é serem esmagados, entrando
na folga entre as duas superfícies.
Para se evitar este problema, que inutiliza
rapidamente a vedação, emprega-se um
anel de encosto.

Tipo “U” Cup


As vedações em forma de “U” têm como
característica principal a montagem do
êmbolo em uma só peça, facilitando sua
ajustagem. Porém, elas ficam soltas
dentro de seu rebaixo e podem provocar
dificuldades quando sujeitas a altas
pressões. Quando se trabalha com
pressões especificadas, a vedação é
auxiliada por essa pressão que, agindo
no interior do “U”, produz uma maior
aderência deste contra as paredes do tubo, produzindo uma vedação adequada.

Tipo “L” Cup


Estas vedações são fixas, de modo a não sofrerem alterações de posicionamento no
interior dos sulcos. Sua utilização é frequente nos êmbolos bipartidos ou onde se

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utilizam pressões moderadas e elevadas. A vedação é efetuada quando a pressão
atua no interior do “L”, forçando-o contra a parede do cilindro.

Exercícios:
1) Cite os três grupos de atuadores pneumáticos:

2) Escreva pelo menos três atuadores pneumáticos:

3) Escreva dois tipos de cilindros:

4) O que se deve levar em consideração na escolha de um cilindro?

5) Cite quatro tipos de fixação de cilindros:

6) Qual a aplicação do Hydro-check?

7) Quais os principais tipos de guarnições dinâmicas?

8) Onde podem ser aplicadas as vedações tipo O’ring?

9) Na fabricação de vedações, quais os principais materiais utilizados?

10) Além de atender uma faixa e temperatura, qual o outro fator que uma
vedação deve ser compatível?

Unidade 5 – Montagem de Circuitos


Simbologia

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Simbologia Normatizada Pneumática e Eletropneumática

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Elaboração de Circuitos
* Passos para desenvolvimento de um esquema hidráulico / pneumático:
1. Após definido o projeto mecânico, dimensões, capacidades, tipos de sistema.
2. Definir qual a técnica de automação será aplicada.
3. Conhecer bem a simbologia e função de cada elemento do circuito. Conforme
norma DIN/ISO 1219.
4. Desenvolver o diagrama passo/trajeto ou sistema algébrico. Informar se utilizará
comandos elétricos ou não. (Os nomes dos atuadores já estão definidos).
5. Colocar no papel todos os:
- Elementos de trabalho (atuadores);
- Elementos de comando (válvulas);
- Elementos de sinal (válvulas, botões, fim-de-curso, sensores e chaves)
- Elementos de processamento de sinais (válvulas memória, elemento
"E", elemento "OU" e temporizadores).
- Elementos de produção, tratamento e distribuição (unidade de conservação/
válvula fechamento / distribuidor) ou (unidade hidráulica).

6. Identificar todos os elementos e vias conforme norma DIN/ISO 1219.


7. Efetuar as ligações de modo a obedecer ao diagrama passo/trajeto e garantir o
movimento correto dos atuadores.
8. Uma vez definido o circuito, deve-se definir:
O diâmetro dos dutos, conexões e código dos elementos, baseado nos seguintes
dados:
- Velocidade; Força; Consumo (volume); Vazão; Pureza (filtros).
9. Listar todos os elementos, estimar comprimentos de tubulação e mangueiras, que
deverão ser confirmadas em campo.
10. Quando envolver eletroeletrônica, deverá ser desenvolvido o circuito elétrico
separadamente, listando todos os códigos e cabeamentos.

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MONTAGENS PNEUMÁTICAS DE CIRCUITOS UTILIZANDO AS COMPONENTES
ESTUDADOS:
OBJETIVO
Propor circuitos pneumáticos que resolvam soluções simples envolvendo circuitos com
um único atuador.

ATIVIDADES PRÉ-EXPERIMENTO
Desenvolva circuitos pneumáticos que resolvam os problemas propostos abaixo:
1) Comandar um cilindro de simples ação (Comando Direto).
2) Comandar um cilindro de simples ação utilizando uma Válvula Simples Piloto
(Comando Indireto).
3) Comandar um Cilindro de simples ação utilizando uma Válvula Duplo Piloto.
4) Comando Direto de um Cilindro de Dupla Ação, sem Possibilidade de Parada
em seu Curso.
5) Comandar um Cilindro de Dupla Ação com Paradas Intermediárias.
6) Comando Indireto de um Cilindro de Dupla Ação, Utilizando uma Válvula Duplo
Piloto e com Controle de Velocidade do Cilindro.
7) Comando de um Cilindro de Dupla Ação com Avanço Lento e Retorno
Acelerado.
8) Avanço com Retorno Automático de um Cilindro de Dupla Ação, com Controle
de Velocidade para Avanço e Retorno (Ciclo Único).

PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

 Bancada ensaios pneumáticos FESTO;


 1 Bloco de distribuição;
 1 unidade de conservação;
 1 Atuador Linear de Simples Ação;
 1 Atuador Linear de Dupla Ação;
 1 Válvula Direcional 5/2 vias acionada por simples piloto pneumático e retorno
por mola;
 2 Válvulas Direcionais 3/2 vias NF acionada por rolete e com retorno por mola;
 1 Válvula alternadora OU;
 1 Válvula simultaneidade E;
 2 Válvulas reguladoras de fluxo;
 1 Válvula Direcional 3/2 vias NF acionada por botão e com retorno por mola;
 1 Válvula Direcional 3/2 vias acionada por botão basculante com trava;
 1 Válvula Sequência;
 1 Válvula Temporizadora;
 1 Válvula de Escape rápido;

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Parte 1 - Preparação da bancada experimental

Estes procedimentos devem ser realizados em cada uma das bancadas:


A. Desmontar o filtro e verificar o elemento filtrante da unidade de
conservação;
B. Fixar o bloco distribuidor na bancada;
C. Interligar a unidade de conservação ao bloco distribuidor utilizando a
tubulação de 6 mm.
D. Ajustar o valor da pressão para 3 bar;

INSTRUÇÕES GERAIS PARA MONTAGENS NA


BANCADA DE ENSAIOS PNEUMÁTICOS
Os procedimentos abaixo devem ser seguidos em todas as montagens:

 Fechar a válvula de bloqueio da unidade de condicionamento;


 Posicionar os componentes adequadamente e fixá-los na bancada;
 Sempre que possível reduza ao mínimo o comprimento das conexões
pneumáticas. Isto reduz o consumo do circuito, as perdas de carga e
aumenta o tempo de resposta do sistema;
 Certificar-se de que suas conexões estejam corretas e abrir a válvula de
bloqueio da unidade de condicionamento;
 Testar o circuito;
 Apresentar o circuito ao professor;
 Fechar a válvula de bloqueio da unidade de condicionamento;
 Desmontar o circuito;

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Parte 2 - Montagens pneumáticas elementares
Proponha o circuito pneumático que resolve as situações problema propostas a seguir,
monte o circuito na bancada e o apresente ao professor.

a. Comando de um cilindro de simples ação através de pontos diferentes

Situação problema: O comando de um cilindro de simples ação deve ser feito a


partir de duas posições diferentes através de botões pulsadores.

A1) Complete as ligações necessárias no esquemático abaixo para que este problema
seja resolvido.

1.0

1.6
2

1 3

1.2 2 1.4 2

1 3 1 3

1 1

P R

A2) Monte o circuito na bancada;


A3) Apresente o circuito montado ao professor. Explique seu funcionamento;
A3) Altere o circuito anterior para que o cilindro avance somente se houver o
acionamento simultâneo de dois botões. (Apresentar o circuito no verso da
folha);
A4) Altere o diagrama esquemático de acordo com o item A3. (Apresentar o circuito
no verso da folha);
A5) Apresente o circuito montado ao professor. Explique seu funcionamento;

A6) NÃO desmonte o circuito;

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B. Controle da velocidade de avanço de cilindros de simples ação

Situação problema: Deseja-se que o circuito pneumático do item A3 avance com


velocidade controlada pelo método meter-out.

B1) Monte o circuito na bancada;


B2) Apresente o circuito montado ao professor;
B3) Altere o circuito anterior para que a velocidade de avanço e recuo sejam
reguláveis por meio de controles independentes;
B4) Altere o circuito pneumático. (Apresentar circuito no verso da folha);
B5) Monte o circuito na bancada;
B6) Apresente o esquemático do circuito e a montagem ao professor. Explique o
funcionamento;

C) Comando automático de retorno de um cilindro de dupla ação mediante


válvula de fim de curso;

Situação Problema: Ao serem pressionados simultaneamente dois botões o êmbolo


de um cilindro D.A. deve avançar com velocidade controlada pelo método meter-in. O
retorno deve ocorrer com velocidade acelerada e de maneira automática, assim que o
cilindro atingir o fim-de-curso.

C1) Proponha um circuito pneumático que realize esta tarefa. (Diagrama no verso da
folha);
C2) Monte o circuito na bancada.
C3) Apresente o circuito ao professor e explique o funcionamento;
C4) Não desmonte o circuito;
C5) Altere o circuito para que o cilindro permaneça avançado 5 segundos e só
então retorne à posição inicial;
C6) Proponha um circuito pneumático que realize esta tarefa. (Diagrama no verso da
folha);
C7) Monte o circuito na bancada;
C8) Apresente o circuito ao professor;

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D) Comando automático e repetitivo

Situação Problema: Altere o circuito anterior para que ao ser dado o comando de
partida bi manual o atuador avance e retorne automaticamente em ciclo contínuo. O
ciclo contínuo deve ser interrompido através do desacionamento de um botão com
trava.

D1) Proponha um circuito pneumático que realize esta tarefa. (Diagrama no verso da
folha);
D2) Implemente a solução na bancada.
D3) Apresente o circuito e a montagem ao professor. Explique o funcionamento.

Procedimentos finais – ATENÇÃO


Serão descontados pontos do grupo caso não sejam realizados
(-0.5) Desmontar a montagem;
(-0.5) Guardar os tubos
(-0.5) Colocar as banquetas sob as bancadas;
(-0.5) Organizar as bancadas.

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Projeto de Circuitos Pneumáticos Sequenciais pelo Método Intuitivo

OBJETIVOS
Propor circuitos pneumáticos que realizem sequências simples com até três atuadores
utilizando o método intuitivo;

Estudar o problema da contrapressão e formas de eliminá-lo;

ATIVIDADES PRÉ-EXPERIMENTO
Proponha circuitos pneumáticos que resolvam os problemas propostos abaixo:
a) Implementar um circuito pneumático que realize a seguinte sequência
algébrica. A- B- A+ B+
A sequência deverá iniciar pelo acionamento de um comando bi manual. E os
atuadores A e B são de dupla ação.
b) Implementar e simular no Software, os circuitos pneumáticos que realizam a
seguinte sequência:
1) B+ A- B- A+
2) A- B+ C- A+ B- C+
Neste exercício o atuador A é de simples ação, B e C são de dupla ação. O
movimento deverá iniciar pelo acionamento de um botão pulsador.
c) Implementar um circuito pneumático que realiza a sequência do diagrama
trajeto-passo abaixo (atenção para o problema de contrapressão):

d) Alterar o circuito da questão “b1” para que o avanço do atuador B (B+) ocorra
somente após 5s de pressionado o botão de Partida e para que o retorno de A
(A-) ocorra com velocidade controlada pelo método meter-in.

e) Altere o circuito da questão “b2” para que a sequência seja executada em ciclo
contínuo iniciada a partir de um botão de PARTIDA e seja interrompida
somente se for acionado um botão de PARADA.

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f) Uma máquina industrial pneumática é utilizada para dobrar e furar uma peça
em um determinado processo industrial. A sequência de comando desta
máquina deverá seguir o diagrama trajeto-passo abaixo.

Faça o projeto desta máquina, supondo que o início do ciclo ocorrerá pelo
acionamento de um botão pulsador de PARTIDA. O cilindro fixador A é de simples
ação. Os cilindros B e C são de dupla ação e tanto o seu avanço quanto retorno
devem ser controlados pelo método meter-out. Simule a solução no Software.

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PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

 Bancada ensaios pneumáticos FESTO;


 1 Bloco de distribuição
 1 unidade de conservação
 1 Atuador S. A.;
 1 Atuador de D. A.;
 1 Válvula direcional 5/2 acionada por simples piloto pneumático e retorno por
mola
 2 Válvulas direcionais 3/2 NF acionada por rolete e com retorno por mola
 1 Válvula alternadora OU
 1 Válvula simultaneidade E
 2 Válvulas reguladoras de fluxo
 1 Válvula direcional 3/2 NF acionada por botão e com retorno por mola
 1 Válvula direcional 3/2 vias acionada por botão basculante com trava
 1 Válvula Sequência
 1 Válvula Temporizadora
 1 Válvula de Escape rápido

Parte 1 - Preparação da bancada experimental


Estes procedimentos devem ser realizados em cada uma das bancadas
A. Conferir os equipamentos;
B. Ajustar o valor da pressão para 3 bar;

INSTRUÇÕES GERAIS PARA MONTAGENS NA


BANCADA DE ENSAIOS PNEUMÁTICOS
Os procedimentos abaixo devem ser seguidos em todas as montagens:

 Fechar a válvula de bloqueio da unidade de condicionamento;


 Posicionar os componentes adequadamente e fixá-los na bancada;
 Sempre que possível reduza ao mínimo o comprimento das conexões
pneumáticas. Isto reduz o consumo do circuito, as perdas de carga e
aumenta o tempo de resposta do sistema.
 Certificar-se de que suas conexões estejam corretas e abrir a válvula de
bloqueio da unidade de condicionamento;
 Testar o circuito.
 Apresentar o circuito ao professor.
 Fechar a válvula de bloqueio da unidade de condicionamento.
 Desmontar o circuito

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Parte 2 – Circuitos sequenciais

A) Elaborar um sistema com forma sequencial mostrada no diagrama trajeto-passo


abaixo, com ciclo Contínuo, temporização para Início de Avanço do Cilindro B e
retorno de A com velocidade máxima.
1 2 3 4 5

Avançado

Cilindro A
Recuado

Avançado

Cilindro B
Recuado

A1) Circuito pneumático Proposto (apresentar o procedimento sistemático de solução


ao professor). Apresentar o circuito no verso desta folha.

A2) Montagem do circuito pneumático (apresentar o circuito em operação ao


professor).

B) Elaborar um sistema com forma sequencial A + B + B - A -, Ciclo Contínuo, com


Controle de velocidade do atuador A e B.

B1) Circuito pneumático Proposto (apresentar o procedimento sistemático de solução


ao professor) Apresentar o circuito no verso desta folha.

B2) Montagem do circuito pneumático (apresentar o circuito em operação ao


professor).

C) Implementar o circuito referente a questão 6 das atividades pré-relatório.

C1) Circuito pneumático Proposto (apresentar o procedimento sistemático de solução


ao professor) Apresentar o circuito no verso desta folha.

C2) Montagem do circuito pneumático (apresentar o circuito em operação ao


professor).

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PROJETOS PNEUMÁTICOS

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Projeto 1:

O funcionamento do dobrador de chapas baseia-se no avanço de um atuador de dupla


ação que dobra as peças para baixo, retornando em seguida à sua posição inicial para
fazer uma nova dobra.

O avanço do atuador ocorre através do acionamento de um botão e o retorno pelo


acionamento de outro botão.

Elaborar o circuito pneumático para este dispositivo.

1A

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Projeto 2

A figura abaixo representa um dispositivo de alimentação de peças.

O funcionamento deste dispostivo baseia-se no avanço de um atuador de simples


ação que desloca as peças para dentro de um sistema, retornando em seguida à sua
posição inicial para nova alimentação.

O avanço do atuador ocorre através do acionamento de um botão e o retorno pelo


desacionamento do mesmo. A velocidade de avanço deve poder ser ajustada.

Elaborar o circuito pneumático para este dispositivo.

1A

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Projeto 3

Num processo de fabricação de peças, o controle de qualidade é realizado


visualmente, por um operador.
As peças aprovadas são destinadas à esteira 1 e as peças reprovadas serão
retrabalhadas e para isso serão destinadas à esteira 2.
Ao detectar uma peça para retrabalho, o operador irá acionar um botão para que o
atuador de dupla ação avance e desloque a peça para a esteira 2.

O retorno do atuador ocorre automaticamente.

Elaborar um circuito para o dispositivo.

1A

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Projeto 4

Altere o circuito anterior para que o acionamento seja feito de forma automática, ou
seja, uma vez acionado o botão PARTIDA, o circuito continua a funcionar
indefinidamente até que o botão PARTIDA seja desacionado.

Dicas: Substitua o botão pulsador por um botão com trava e coloque um fim-de-curso
no circuito.

1A

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Projeto 5

A figura abaixo representa um dispositivo para cortar chapas.

O avanço do atuador de dupla ação pode ser feito de dois pontos diferentes, e após o
deslocamento da chapa, ela será cortada.

Ao acionar um terceiro botão, o atuador irá retornar rapidamente, mas somente se


houver a confirmação de que ele está totalmente avançado.

Elaborar um circuito pneumático para o dispositivo.

1A

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Projeto 6

Um atuador de dupla ação é utilizado para abrir um silo.


Após acionar o botão, o atuador deverá retornar.

O avanço deverá ocorrer somente depois de um tempo pré-ajustado.

O avanço e o retorno do atuador deverão ocorrer lentamente.

Elaborar um circuito pneumático para este dispositivo.

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Projeto 7

As coquilhadeiras normalmente utilizadas em fundições podem possuir um sistema


automático de retirada de metais fundidos dentro dos fornos. O funcionamento deste
sistema depende do movimento de avanço e retorno de um atuador de dupla ação.

Para início da operação, ou seja, para transportar o metal do forno para o molde,
devemos recuar o atuador por meio do acionamento de um botão.

O retorno do atuador é feito automaticamente, sem o auxílio de um fim-de-curso (todo


o processo deverá ser feito lentamente).

Elaborar um circuito pneumático para este dispositivo.

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Projeto 8

A figura abaixo representa um dispositivo de transferência de peças da estação 1 para


a estação 2.

Através do diagrama trajeto-passo, elaborar o circuito pneumático.

2A
1A

1 2 3 4 5=1

ATUADOR- 1A

ATUADOR- 2A

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Projeto 9

Em um processo de usinagem para furação de peças usa-se um dispositivo composto


por duas fases: uma de fixação e outra de furação.
As duas fases são realizadas por atuadores pneumáticos de dupla ação.
A peça é colocada manualmente na posição de trabalho e o acionamento de um botão
inicia o processo.
Para evitar danos à peça, a furação (avanço e retorno) deve ser feito lentamente.

Baseado no diagrama trajeto-passo, elaborar o circuito pneumático.

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FORMULÁRIO TÉCNICO – OTD:

Blaise Pascal:
P= F A= F F=P x A
A P
P= Pressão (kgf/cm²); F= Força (kgf); A= Área (cm²);

Área da circunferência:

A= Área (cm²); π= 3,1416; d= Diâmetro (cm); V= Volume (cm³);

Teorema de Stevin:
Pa= h x x g P= Pa _.
98100
Pa= Pressão (Pa); h= Altura (m); = Peso específico (kg/m³); g= Aceleração da gravidade
(9,81 m/s); P= Pressão (kgf/cm²);

Multiplicação de força em vasos comunicantes: (Joseph Bramah)


F1 = F2 (P1=P2)
A1 A2
F= Força (kgf); A= Área (cm²);

Vazão:
Q= v x A v= Q A= Q
A v
Q= Vazão (l/min); v= Velocidade (dm/min); A= Área (dm²)
Potência do motor da bomba:
N= Q x P P= N x 426 Q= N x 426
426 Q P
N= Potência (cv); Q= Vazão (l /min); P= Pressão (kgf/cm²); Aqui não foi considerado o
rendimento do sistema.
Espessura de Parede: (Sem considerar Espessura de desgaste).
t= P x di x cs Conforme DIN 2413
9464
t= Espessura da parede (mm); P= Pressão (kgf/cm²); di= Diâmetro interno (mm);
cs= Coeficiente de segurança (3);
Deslocamento volumétrico de bombas:
Dv= 1000 x Q
n
Dv= Deslocamento volumétrico (cm³/rotação); Q= Vazão (l/min); n= rotação (rpm);

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Tabela útil para mudança de unidade, adequando às fórmulas:

km hm dam m dm cm mm

Dica: Melhor alterar as unidades enquanto linear, evitando confundir resultados.

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Unidade 6 – Manutenção de Componentes Pneumáticos

1 - COMO CONSERVAR UM SISTEMA PNEUMÁTICO

Na lista de componentes de um sistema pneumático, existem três importantes


elementos que, frequentemente são esquecidos e são de vital importância para o bom
funcionamento de um sistema pneumático: os filtros de ar, os reguladores de pressão
e os lubrificadores de linha. Como não realizam nenhuma função dinâmica, tornou-se
comum pensar que esses elementos possam ser relegados a um segundo plano.
Contudo, todo o circuito pneumático deve ser instalado com um filtro, um regulador de
pressão e um lubrificador em sua entrada.
Sem um filtro de ar é quase impossível excluir as impurezas das tubulações que, com
o passar do tempo, danificam internamente as tubulações que ligam o compressor à
máquina. Isso porque a condensação que se deposita na superfície interna dos tubos
provoca a formação de ferrugem a certos depósitos de impurezas que, com o tempo,
se desprendem e atingem o circuito pneumático, provocando avarias graves nas
válvulas e nos cilindros do sistema.
O regulador de pressão assegura o fornecimento de uma pressão constante ao
circuito pneumático, uma vez que o fornecimento de pressão uniforme na alimentação
é essencial. Isto não poderia ser obtido sem o regulador, porque as variações de
pressão na rede de distribuição são constantes face ao consumo também variável. A
pressão na rede também é mais elevada que a requerida pelo sistema para um
funcionamento satisfatório e só o regulador permite que se trabalhe com uma pressão
pré-determinada.
A lubrificação desempenha papel igualmente importante no processo ao se desejar
reduzir ao mínimo desgaste, já que os lubrificantes aumentam, sem dúvida, o tempo
de vida das vedações e, conseqüentemente, de todo o equipamento pneumático.
Dessa forma, para a correta instalação de um circuito pneumático, não se concebe a
ausência desses três equipamentos pneumáticos. Por outro lado, o funcionamento
adequado dos circuitos depende, ainda, de sua acertada instalação o que pode ser
conseguido mediante as seguintes precauções:
- Efetuar a limpeza de toda a tubulação, através da passagem forçada de ar,
antes de se ligar qualquer válvula ou cilindro;
- Providenciar proteção conveniente das válvulas contra calor excessivo, poeira,
elementos corrosivos e pancadas;
- Evitar estrangulamento desnecessário da tubulação;
- Verificar se a tensão da bobina é a mesma da rede;
- Munir os circuitos dos equipamentos necessários (filtros, lubrificador e
regulador) e fazer o sistema funcionar primeiramente com excesso de óleo, até
se notar uma neblina saindo pelos escapes das válvulas, quando então, se
regula o lubrificador para uma quantidade de óleo ideal. A lubrificação é
constante pelo visor do lubrificador, mas não se nota a neblina de óleo ideal
(lubrificação é constante pelo visor de lubrificador, mas não se nota a neblina
de óleo formada pelo escape).

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2 - CUIDADOS BÁSICOS

Os equipamentos pneumáticos em funcionamento necessitam de alguns cuidados


para que um pequeno defeito não venha prejudica-los seriamente. As principais
observações que devem ser feitas são as seguintes:
- Verificação diária do nível do óleo nos lubrificantes e constatação, pelo visor,
se os mesmos estão funcionando para que não falte lubrificação;

- Observação dos equipamentos quanto à sua fixação (cilindros trabalhando


soltos passam, geralmente, a receber esforços radiais em seu eixo e pode
ocasionar sua ruptura, desgaste, irregulares dos mancais riscos no tubo);

- Eliminação de qualquer vazamento, pois este defeito implica consumo de ar


desnecessário e queda de pressão;

- Drenagem diária dos filtros para evitar a sua saturação;

- Manter sempre que possível, os equipamentos limpos e protegidos contra


impurezas, pancadas e elementos corrosivos.

Outros cuidados que evitam manutenções corretivas devem ser tomados por ocasião
de montagem e desmontagem dos equipamentos pneumáticos que possuem
guarnições e superfícies lisas de todo tipo.

Alguns dos principais cuidados a serem tomados envolvem:

- A escolha de um lugar limpo e livre de poeira para a desmontagem da válvula


ou cilindro;

- Limpeza perfeita de todas as peças antes que sejam montadas - as guarnições


não podem ser limpas com solventes que ataquem a borracha, com gasolina,
benzina e tinner;

- Lubrificação de todas as peças, antes da montagem;

- Exame cuidadoso (antes da montagem dos acabamentos das superfícies


metálicas que entram em contato com as guarnições, já que montar uma
guarnição nova em uma superfície áspera, batida ou arranhada é o mesmo que
perde-la);

- Prevenção contra o uso de martelo de metal e de ferramentas de aresta


cortante no ato de desmontar e montar (se necessário, usar o martelo de
plástico ou borracha).

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Numa segunda etapa, deve-se cuidar para que toda guarnição seja desmontada ou
montada sem esforços demasiados, pois a ocorrência destes indica que algo está
errado e tal erro deve ser localizado. Ao montar uma guarnição tipo “O” Ringe em um
fixo, deve-se tomar todas as precauções caso a guarnição tenha que passar por uma
aresta cortante.

3- INSTALAÇÃO DE VÁLVULAS PNEUMÁTICAS

3.1 - VÁLVULAS COM OPERAÇÃO MANUAL

- Se a válvula tiver pés para montagem, coloque-os com segurança em uma superfície
plana. Não coloque um esforço sobre o corpo da válvula montando esta em uma
superfície desigual;
- Instale a válvula de forma que o atuador esteja prontamente acessível ao operador.
Não lhe exija procurar em todo o mecanismo de movimento para alcançar o atuador
da válvula;
- Instale a válvula de forma que ela não esteja sujeita a jatos quentes. O calor extremo
produz um efeito nocivo na maioria das vedações;
- Instale a válvula de forma que ela não fique coberta de sujidade. As válvulas
freqüentemente ficam cobertas e são difíceis de achar;
- Faça ligações com os orifícios da válvula de forma que não vazem, mas não aplique
muita força ao apertar essas ligações para que as aberturas não se quebrem;
- Instale as válvulas de forma que se possam ser facilmente acessíveis ao operador,
contudo, altas o suficiente para que não sejam atingidas por elementos móveis;
- Quando instalar as válvulas certifique-se de que a sujidade não entrou nas válvulas
antes de serem operadas.

3.2 - VÁLVULAS COM OPERAÇÃO MECÂNICA


- A válvula deve ser montada numa boa superfície plana. Essa válvula deve suportar
esforços de roletes, braços de disparo, pinos e outros meios de operação mecânica.
Os parafusos de montagem devem ser colocados uniforme e firmemente;
- Certifique-se de que a válvula esteja limpa antes que seja instalada;
- Instale a válvula, de forma que funcione melhor na disposição dos tubos. Em outras
palavras, elimine curvas na tubulação tanto quanto possível;
- Certifique-se de que todas as conexões de canos estão apertadas. Os vazamentos
de óleo e de ar são desaconselháveis;
- Verifique os disparos mecânicos para saber se estão no alinhamento adequado.
Verifique também se passam além do curso normal;
- Lubrifique os mecanismos de atuação, e certifique-se de que funcionam livremente.

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3.3 - VÁLVULAS OPERADAS POR SOLENÓIDES

- Monte a válvula a solenóide conforme recomendações do fabricante. Alguns modelos


são recomendados para movimento horizontal do êmbolo, e outros modelos para o
movimento vertical do êmbolo.
- Se a válvula for do tipo projetado para montagem em tubulação, certifique-se de que
a válvula esta montada para cima, de forma que não vaze, já que muitas válvulas
montadas em linha possuem corpos de ferro fundido ou latão, certifique-se de que os
canos não estão parafusados no corpo da válvula de tal maneira que rachem o corpo
da válvula;
- Verifique cuidadosamente a especificação usual na placa de registro da válvula ou na
bobina do solenóide, antes de ligar os fios. Nunca utilize uma corrente elétrica
diferente da especificada na válvula. As recomendações do fabricante devem ser
seguidas;
- Mantenha as válvulas de solenóide afastadas de regiões em que a temperatura seja
alta. As bobinas de solenóide devem ser mantidas, se possível, em temperaturas
normais;
- Nas atmosferas explosivas, instale válvulas de solenóides que tenham invólucros à
prova de explosão;
- Certifique-se de que o interior da válvula está limpo quando esta for instalada;
- Monte a válvula do solenóide de forma que esteja protegida de carros de oficina,
caçambas e outros objetos que possam danificar a válvula;
- Certifique-se de que as tampas do solenóide estão no lugar antes que a válvula seja
posta em funcionamento; isso evita a entrada de sujidade e partículas.

3.4 - VÁLVULAS OPERADAS POR PILOTO

- Se a válvula tiver pés para montagem, monte-a com segurança numa superfície
plana uniforme. Se a válvula for montada em tubulação, os tubos deverão ser
seguramente apertados no corpo da válvula;
- Assegure-se de que não há vazamento nas ligações piloto;
- Certifique-se de que as ligações do piloto não estão restringidas;
- Mantenha a válvula afastada do calor;
- Veja se a lubrificação está disponível para a válvula;
- Monte a válvula, quando possível, numa posição horizontal. Embora isso não seja
necessário para algumas válvulas, não ocorre o mesmo para outras.
- Não martele a válvula nem quando da instalação nem depois desta;
- Certifique-se de haver selecionado a válvula de piloto correta para acionar a válvula
operada a piloto;

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4 - CAUSAS DE FALHAS EM VÁLVULAS PNEUMÁTICAS

4.1 - VÁLVULAS OPERADAS MANUALMENTE

- Sujidade – Esta é a causa principal de falha nas válvulas. A sujidade das linhas sem
filtros ou de sistemas sujos pode incrustar-se nas vedações das válvulas, arranhar
revestimentos de válvulas e êmbolos metálicos, bloquear a passagem de fluidos e
causar vários tipos de danos;
- Falta de lubrificação – A maioria das válvulas pneumáticas necessitam de
lubrificação. Sem lubrificação as peças desgastam-se rapidamente. A falta de
lubrificação pode fazer o atuador da válvula travar;
- Temperatura de operação – Altas temperaturas levam à deterioração a maioria das
vedações, causando vazamentos. A dilatação térmica das vedações pode causar
falhas;
- Peças danificadas – Algumas válvulas possuem mola para retorno do atuador à
posição inicial. Se o atuador não retornar a mola pode estar danificada;
- Vedações incorretas – Especifique a vedação correta de acordo com o fabricante e o
código da válvula, não esquecendo de observar a faixa de temperatura em que as
vedações devem operar.

4.2 - VÁLVULAS OPERADAS MECANICAMENTE

- Se a válvula falhar em deixar passar a quantidade correta de fluido, verifique se o


meio de acionamento está impulsionando o mecanismo da válvula na extensão total
de seu curso. O mecanismo de disparo pode estar empenado ou frouxo,
comprometendo a operação da válvula;
- Se um rolete, pino ou alavanca articulada falharem em retornar à posição inicial
quando a pressão for aliviada, vários elementos devem ser verificados, como, por
exemplo, a mola de retorno pode estar quebrada, lubrificação inadequada, ou pode
haver sujeira em excesso, pois partículas podem se introduzir no mecanismo de
operação fazendo a válvula travar.

4.3 - VÁLVULAS OPERADAS POR SOLENÓIDES

- As válvulas são construídas para trabalhar em certas faixas de pressão nominal e o


fabricante recomenda que se respeitadas as especificações mínima e máxima de
pressão, a válvula funcionará satisfatoriamente. Nunca exceda essas recomendações
de pressão;

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- O mau funcionamento das válvulas acionadas por solenóides pode ser ocasionado
por uma queda de tensão na rede. Verifique a tensão elétrica na bobina usando um
voltímetro;
- Uma bobina curto-circuitada fará a válvula falhar. Troque a bobina do solenóide não
esquecendo da tensão de alimentação da rede elétrica;
- Um condutor quebrado faz com que a bobina não seja energizada, logo o solenóide
não funcionará.
- A falha da válvula freqüentemente é atribuída a uma condição externa ao solenóide,
isto é, uma chave limitadora defeituosa, ou um atuador elétrico que não permita a
chegada de corrente elétrica na bobina do solenóide, de forma que o mesmo não
possa atuar;
- Use sempre a voltagem correta na bobina do solenóide, caso contrário o solenóide
não acionará ou a bobina queimará;
- Nunca retire as vedações ou peças do solenóide, pois ele poderá não funcionar;
- Se a válvula não deixar passar a quantidade de fluido esperada, verifique o êmbolo
do solenóide está abrindo corretamente;
- Se o solenóide for acionado numa freqüência muito alta, a bobina poderá
superaquecer-se, causando falhas.

4.4 - VÁLVULAS OPERADAS POR PILOTO

- As causas de falhas nas válvulas operadas a piloto são similares às outras


estudadas como, por exemplo, temperatura de operação adequada, sujidade,
vedações defeituosas, molas quebradas, etc;
- A pressão de operação de uma válvula pilotada de ser obedecida de acordo com as
recomendações do fabricante, caso contrário a válvula poderá não acionar ou reduzir
a vida útil das vedações;
- Um vazamento na linha piloto pode causar o mau funcionamento da válvula;
- A câmara piloto deve estar sempre bem lubrificada para não formar encrustrações.

5 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA

É difícil estabelecer um período igual para a manutenção preventiva dos equipamentos


pneumáticos.
Não há dúvida que a manutenção deve ser periódica, mas os intervalos devem ser
indicados conforme as condições ambientais, como a existência de poeira, calor
agentes corrosivos e outros. Pode-se dizer que, de um modo geral, para condições
normais de trabalho, a manutenção pode ser feita em intervalos que variam entre 3 a 4
meses.

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A variável de período é estabelecida durante a própria manutenção, pois se os
equipamentos se apresentarem em bom estado, sem nenhum reparo a fazer,
logicamente o intervá-lo poderá ser ampliado. Caso contrário, quando os
equipamentos apresentarem muitos defeitos antes da manutenção, o intervalo deve
ser reduzido. Outra providência sustenta-se na manutenção de um razoável estoque
de elementos mais sujeitos a defeitos, para que o equipamento pneumático não fique
parado por muito tempo em caso de substituição do elemento defeituoso.
Os principais itens abordados quando da manutenção preventiva são:
- Cuidado na desmontagem das válvulas ou cilindros (na maioria das vezes trata-se de
elementos mecanicamente perfeitos que necessitam apenas de limpeza), já que a falta
de cuidado pode produzir avaria de uma guarnição ou peça, implicando a sua
substituição;
- Verificação atenta do estado das guarnições que devem trabalhar perfeitamente até
a próxima manutenção (uma guarnição que ainda não apresentou vazamento, mas
tem indícios de desgaste deve ser substituída);
- Exame cuidadoso das superfícies metálicas de trabalho onde deslizam eixos, tubos,
verificando se não apresentam ranhuras pancadas ou rebarbas;
- Inspeção dos elementos desmontados quanto à lubrificação para constatação da
eficiência do sistema de lubrificação. No caso de os equipamentos apresentarem
defeitos antes do tempo previsto, convém investigar como causas prováveis:
lubrificação escassa, presença de impurezas no interior do equipamento, desgaste
exagerado ou ranhuras nos eixos, tubos e mancais;
- No caso de sobressalentes, há um cuidado especial que deve ser tomado: quando o
equipamento que está trabalhando precisar de reparos, deve-se trocar todo o conjunto
e recuperar na oficina o que foi retirado, sem a pressão do pessoal da produção, e
deixa-lo como sobressalente no lugar do item que foi retirado. Outro artifício que
auxilia bastante na manutenção é a determinação da vida útil do equipamento, para
que este seja substituído antes de quebrar. Uma ficha de manutenção do equipamento
permite acompanhar o comportamento do elemento em observação, desde sua
instalação até o momento de sua substituição, temporária ou definitiva, por outro
elemento. Quando qualquer das partes internas das válvulas e cilindros apresentar
sinais de oxidação ou desgaste, deve ser trocada imediatamente, pois, nesse estado,
elas já não cumprem a finalidade a que se propõem e é nesta condição que se
apresenta a necessidade do sobressalente adequado;
- Deve-se ter como sobressalente um mínimo de 10% dos equipamentos instalados
para que se possa fazer a rotatividade do equipamento durante as manutenções
preventivas, sem a necessidade de expor ao risco de uma paralisação da produção
por falta de equipamento sobressalente. Pela ficha de manutenção determina-se, com
antecedência, quantos conjuntos deve-se ter prontos para a próxima manutenção
preventiva. Como peças de reposição, deve-se ter os “kits” de reparo para as válvulas,
reguladores de pressão e os cilindros;

- O único detergente utilizado na limpeza dos componentes pneumáticos é o


querosene, pois outros produtos contêm substâncias que atacam as borrachas
(matéria-prima das guarnições de válvulas e cilindros). Para limpeza de peças, usam-
se panos ou flanelas, mas nunca estopas cujos fios e linhas podem entupir as
passagens internas das válvulas, cilindros, filtros, etc. Sempre que se desmontar

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qualquer equipamento, principalmente as válvulas, é aconselhável usar o desenho em
corte desse equipamento como auxilio de montagem, invertida ou fora de lugar
prejudicará o funcionamento do equipamento ou o impedirá de funcionar. Deve-se
também testar os equipamentos logo depois de sua recuperação;

- Quando o número de equipamentos instalados é muito grande, aconselha-se o uso


de uma bancada de testes que proporciona ganho de tempo e economia.

6 - ESTOCAGEM DE SOBRESSALENTES

Todo equipamento pneumático deve ser estocado em lugar limpo e seco. Os


equipamentos recuperados devem ficar em prateleiras limpas e secas e com batoques
(tampões de plástico) nos orifícios das válvulas, cilindros, filtros, lubrificadores,
reguladores de pressão, etc., para prevenir a entrada de poeira, limalhas, carepas e
outros detritos. Os equipamentos devem ser armazenados um ao lado do outro e
nunca um sobre o outro exceto se estiverem acondicionados em embalagens próprias
de papelão ou madeira.
Os “kits” de reparo também devem ser armazenados em prateleiras limpas e secas, e
em local arejado para que as guarnições não ressequem. Normalmente os “kits” são
embalados em sacos plásticos e guardados também em caixas de papelão ou
madeira, o que facilita sua localização dentro do almoxarifado. É necessário observar,
ainda, que em casos de “kits” para cilindros é bom verificar o diâmetro do cilindro, o
diâmetro do eixo e o tipo do cilindro (se simples ou dupla ação/duplex contínuo ou
geminado/eixo simples ou passante).

7 - VEDAÇÕES

Existem, basicamente, dois tipos de vedações: as estáticas, que vedam a passagem


de ar entre duas superfícies que não possuem movimento relativo (entre o tubo e os
cabeçotes do cilindro, entre o eixo e o embolo do pistão), e as dinâmicas, que evitam
vazamento de ar entre as superfícies que possuem movimento relativo (entre o eixo e
o mancal do cilindro, entre o embolo do pistão e tubo). Normalmente, as vedações
utilizadas em aplicações pneumáticas são feitas de borracha sintética.
Quanto ao formato, o mais simples e mais comum é o anel “O” usado tanto para
vedações dinâmicas como, estáticas. Geralmente são alojadas em sulcos do
componente e sofrem uma pré-compressão em uma direção, para efetuar a vedação
desejada. O maior problema com esses anéis é sua constante tendência à extrusão,
quando sujeitos a altas pressões, ou seja, de serem esmagados ao entrarem na folga
entre duas superfícies.
O problema, que inutiliza rapidamente a vedação, pode ser evitado ao se recorrer a
um anel de resina termoplástica fluorcarbono entre o fim do rasgo onde se aloja e a
folga, pois esse material é resistente a altas pressões. A função do anel, no caso, é a
de impedir a entrada do material na vedação entre a folga das superfícies em contato.
A mais simples das vedações para uso dinâmico é a guarnição de limpeza ou
separadora do eixo. Embora sem finalidade precípua de vedação, serve para manter

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seu mancal livre de poeira e de outros materiais abrasivos, evitando o rápido
desgaste.
Outros tipos dessa mesma classe são as vedações em forma de “L”, cuja principal
vantagem é serem fixas, evitando qualquer possibilidade de enrolamento. Sua maior
desvantagem é que as peças montadas devem possuir duas partes separadas, que
serão acopladas, acarretando maior trabalho de ajustagem e montagem.
As vedações em forma de “U” estão incluídas na classe das dinâmicas e sua
característica principal é a montagem do êmbolo em uma só peça, facilitando sua
ajustagem. Essas vedações, porém, ficam soltas dentro de seu rebaixo e podem
provocar dificuldades quando sujeitas a altas pressões.
As matérias-primas básicas empregadas na fabricação das vedações em geral são: a
borracha nitrílica, composta quimicamente de butadieno e acrilonitrila (Buna N), a
borracha cloroprene (mais conhecida como Neoprene), as resinas termoplásticas
fluorcarbono (Teflon) e borracha fluorada (Víton).
Indicadas particularmente para guarnições de óleo de petróleo e fluidos, água, óleos
de silicone, graxas e fluidos à base de glicol resistentes ao fogo, as borrachas nitrílicas
não são resistentes ao ozônio (ação do tempo e luz solar), embora suas propriedades,
possam ser melhoradas com a adição de alguns compostos. Devido à sensibilidade ao
ozônio, as borrachas não devem ser guardadas ou instaladas perto de uma possível
fonte de ozônio (próxima a motores elétricos ou da luz solar direta).
As propriedades mecânicas e químicas da Buna N permanecem constantes numa
temperatura entre 54C a 121C, podendo ser empregada em todas as guarnições de
cilindros e válvulas que operem em ambientes com temperaturas máxima de 80C.
Embora possa ser usado com vantagens nas guarnições de limpeza, o Neoprene está
sendo substituído totalmente pela Buna N, que apresenta grandes vantagens na
aplicação em produtos hidropneumáticos.
O Neoprene possui boa resistência à ação do tempo e também é superior à borracha
natural no rendimento a altas temperaturas, mas tende a endurecer e se tornar rijo a
baixas temperaturas, chegando a cristalizar-se quando submetido a esforços
dinâmicos. Esta borracha mantém suas propriedades numa faixa de temperatura de
54C a 149C.
Já o Teflon pode ser usado sem perigo de engripamento dos equipamentos, evitando
os inconvenientes da lubrificação, enquanto não for ultrapassada a velocidade limite
de 100 mm/min para o Teflon seco, pois lubrificado, essa velocidade pode ser maior.
Esta matéria-prima tem sua aplicação principal nesses produtos como anel de encosto
(“back-up”) das guarnições, “O” Ring dos pistões e mancais hidráulicos, porque os
anéis de borracha fluorcarbono colocados nos dois lados do “O” Ring impedem a
extrusão dos mesmos sob alta pressão, devido a sua alta resistência. Também evitam
que o pistão arranhe e toque o tubo, prolongando-lhe a vida e a das vedações, já que
o coeficiente de atrito entre a superfície do tubo e o Teflon é quase desprezível.

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7.1 – EXEMPLOS DE MONTAGENS DE VEDAÇÕES EM ATUADORES

PNEUMÁTICOS

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9 - PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA EM UMA INSTALAÇÃO

PNEUMÁTICA

MANUTENÇÃO PROCEDIMENTO

DIÁRIA - Esvaziar a condensação no depósito de filtro, se não


houver dispositivo de dreno automático.
- Controlar o nível de lubrificante.
SEMANAL - Revisar se há sujeira e desajustes nos finais de curso.
- Ajustar os manômetros nos reguladores de pressão.
- Ajustar o funcionamento dos lubrificadores.
TRIMESTRAL - Verificar se não existem perdas nas conexões. Reapertá-las
se for preciso.
- Verificar se não existem perdas nas válvulas de escape.
- Limpar os cartuchos filtrantes e os silenciadores.
- Verificar o funcionamento dos dispositivos de dreno
automático.
SEMESTRAL - Fazer funcionar manualmente os cilindros pneumáticos,
sem ar comprimido, para verificar possíveis
desalinhamentos.
- Verificar perdas nas conexões e vedações.

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10 - DEFEITOS MAIS COMUNS EM SISTEMAS PNEUMÁTICOS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 FESTO Didactic. Automação Pneumática. Catálogo Linha Geral. 2 ed. São Paulo,
1996. p. 867

2 PARKER Automation. Cilindros Pneumáticos. Catálogo Eletrônico 1114 BR. Versão


1.0. São Paulo, 1998. CD.

3 PARKER Pneumatic. Válvulas solenóide. Catálogo Linha Geral. São Paulo, 1999. p.
45.

6 BELTON. Catálogo Técnico. São Leopoldo RS, 2009.

7 FESTO Pneumatic. Informações Técnicas. Catálogo de Máquinas e Equipamentos


Pneumáticos. 3 ed. São Paulo, 1997. p 246.

8 Luciane – Catálogo de Vedações, 1989.

9 Vedabrás – Catálogo de Vedações, 1989.

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