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CAPÍTULO 2

Aerodinâmica, Montagem da
Aeronave e Instalação de Cabos/Aparelhagem
Introdução
d ã (equipamento)
As três questões diretamente relacionadas a
construção, operação e conserto de aeronaves são:
aerodinâmica, montagem e Instalação de Cabos.
Porém cada uma destas áreas é estudada separada-
mente, e eventualmente são relacionadas para poder
oferecer um entendimento científico e físico sobre
como uma aeronave é preparada para voar.

2- 1 2-1
2 -1
Seguindo a lógica, o estudo deve iniciar pela aerodi- A Atmosfera
nâmica básica. Através do estudo da aerodinâmica é Antes de examinarmos os fundamentos do voo, pre-
possível se familiarizar com os princípios de voo da cisamos considerar vários fatores básicos, ou seja,
aeronave. aqueles que fazem uma aeronave operar no ar. Para
tanto precisamos entender as propriedades do ar que
Aerodinâmica Básica afetam o controle e o desempenho de uma aeronave.
A aerodinâmica é o estudo da dinâmica dos gases, da
interação entre um objeto em movimento e a atmos- O ar na atmosfera terrestre é composto, na sua maio-
fera. Esta é a abordagem principal deste manual. O ria, por nitrogênio e oxigênio. O ar é considerado um
movimento de um objeto e sua reação em relação ao fluido porque se enquadra na definição de substancia
fluxo de ar que o cerca pode ser visualizado quando que possui a habilidade de fluir ou assumir a forma do
observamos a água passando pela proa de um navio. recipiente no qual estiver capturado. Se o recipiente
A principal diferença entre a água e o ar é que o ar é for aquecido, a pressão aumenta. Se for resfriado, a
compressível e a água é incompressível. Uma grande pressão diminui. O peso do ar é maior a nível do mar
parte do estudo da aerodinâmica está na ação do flu- onde ele foi comprimido por todo o ar acima. Esta
xo de ar sobre um corpo. Alguns temos comuns em compressão de ar é chamada pressão atmosférica.
aviação como leme, casco, linha d´água e quilha são
adotados dos termos náuticos. Pressão

Muitos livros já foram escritos sobre aerodinâmica de A pressão atmosférica é normalmente definida como
voo de aeronave. Quando ao conhecimento, não é ne- a força exercida contra a superfície da terra pelo peso
cessário a um mecânico de aeronaves (A&P, ou seja, do ar acima da desta superfície. O peso é a foca apli-
de fuselagem e de conjunto motopropulsor) conhecer cada a uma área que resulta na pressão. A força (F) é
tanto de aerodinâmica quanto um engenheiro aero- igual a área (A) vezes a pressão (P), ou F = AP. Deste
náutico. O mecânico precisa entender a relação entre modo, para encontrar a quantidade de pressão, divida
como a aeronave executa seu voo e a reação das peças a área pela força (P = F/A). uma coluna de ar (uma
estruturais em relação forças nelas aplicadas. O enten- polegada quadrada) a nível do mar sobre a atmosfe-
dimento dos motivos que levam as aeronaves a serem ra pela aproximadamente 14,7 libras. É por isso que
projetadas com tipos específicos de sistemas de con- a pressão atmosférica é dada em libras por polegada
troles primário e secundário e o porquê das superfí- quadrada (psi). Sendo assim, a pressão atmosférica a
cies terem uma aerodinâmica lisa ou fluída é essencial nível do mar é de 14,7 psi.
para a manutenção das complexas atuais aeronaves.

A teoria do voo deve ser descrita em termos de leis de


Vacuum

Inches of
voo, porque o que acontece a uma aeronave quanto Standard
Sea Level
Mercury
Millibars Standard
Sea Level
está em voo não está baseado em suposições, mas em Pressure 30 1016 Pressure

uma série de fatos. A aerodinâmica é um estudo das 29.92"Hg 25 847 1013 mb


leis que foram provadas e que explicam as razões fí- 20 677

sicas do porque um avião voa. O termo aerodinâmica 15 508

é derivado da combinação de duas palavras gregas: 10 339

“aero”, que quer dizer ar, e “dynamis”, que quer dizer 5 170
Atmospheric Pressure
intensidade da força. Assim, a junção de “aero” com 0 0
“dinâmica” resulta em “aerodinâmica” – o estudo dos
objetos em movimento através do ar e as forças que
geram ou alteram este movimento. 1"

1"
Em relação a aerodinâmica uma aeronave pode ser de-
finida como um objeto que viaja através do espaço que
1"

é afetado pelas mudanças das condições atmosféricas.


0.491 lb Mercury
Em outras palavras, a aerodinâmica explica as relações
entre a aeronave, o vento relativo e a atmosfera. Figura 2-1. Barômetro usado para medir pressão atmosférica.

2- 2
A pressão atmosférica é medida com um instrumento altitude menor, onde a densidade é maior. Isto é possí-
chamado barômetro, que é composto de mercúrio em vel porque o ar oferece menos resistência à aeronave
um tubo, que registra a pressão atmosférica em pole- quando contém menor número de partículas de ar por
gadas de mercúrio (“Hg). [Figura 2-1] Esta medida de unidade de volume.
“Hg é a medida padrão nos altímetros de aviação e nos
relatórios de tempo dos Estados Unidos. No entanto, os Umidade
mapas metereológicos mundiais e de alguns fabricantes A umidade é a quantidade de vapor d’água no ar. A
de instrumentos para aeronaves americanos indicam a quantidade máxima de vapor d’água que o ar pode
pressão em milibar (mb), uma unidade métrica. suportar varia de acordo com a temperatura. Quanto
maior a temperatura do ar, maior a quantidade de vapor
A nível do mar, onde a pressão atmosférica média é de d’água que ele pode absorver.
29,92 “Hg, a medida métrica é de 1013,25 mb.

Uma consideração importante é que a pressão atmos- 1. A umidade absoluta é o peso do vapor d’água
férica varia com a altitude. Conforme uma aeronave em uma unidade de volume de ar.
sobe, a pressão atmosférica cai, o conteúdo de oxigê-
nio do ar diminui e a temperatura cai. As mudanças 2. A umidade relativa é a proporção, em por-
de altitude afetam o desempenho de uma aeronave centagem, da umidade que realmente está
em áreas como sustentação e potencia de motor. Os no ar e a umidade que ele deveria suportar
efeitos da temperatura, altitude e densidade de ar no se estivesse saturado à mesma temperatura e
desempenho de uma aeronave são abordadas nos pró- pressão.
ximos parágrafos.
Considerando que a temperatura e pressão permane-
Densidade cem a mesma, a densidade do ar varia inversamente
A densidade é medida em unidade de volume. Con- com a umidade. Em dias úmidos, a densidade do ar é
siderando que o ar é uma mistura de gases, ele pode menor do que nos dias secos. Por esta razão uma aero-
ser comprimido. Se o ar em um recipiente está sob nave precisa de uma pista mais longa para decolar em
metade da pressão do que a mesma quantidade de ar dias úmidos do que em dias secos.
em outro recipiente idêntico, o ar que está sob maior
pressão pesa duas vezes mais do que o que está no re- Por si só o vapor d’água pesa aproximadamente cinco
cipiente com menor pressão. O ar que está sob maior oitavos a mais do que a mesma quantidade em um dia
pressão é duas veze mais denso do que o que o do ou- perfeitamente seco. Portanto, quanto o ar contém vapor
tro recipiente. Para a mesma medida de ar, o que está d’água ele não é tão leve quanto o ar seco que não con-
sob maior pressão ocupa somente metade do volume tém umidade.
do que está sob metade da pressão.
Aerodinâmica e as Leis da Física
A densidade dos gases é regida pelas seguintes regras: A lei da conservação de energia diz que a energia não
pode ser criada nem destruída.
1. A densidade varia na proporção direta da
pressão. O movimento é o ato ou processo de mudar de lugar
ou posição. Um objeto pode estar em movimento em
2. A densidade varia inversamente a tempera- relação a um objeto e estático em relação a outro. Por
tura. exemplo, uma pessoa sentada em uma aeronave voan-
do a 200 nós está em descanso ou em movimento em
Deste modo, o ar em altas altitudes é menos denso do relação à aeronave. No entanto, a pessoa e a aeronave
que o ar em altitudes mais baixas, e a massa de ar quen- estão em movimento em relação ao ar e a terra.
te é menos densa do que a massa de ar frio.
O ar não tem força ou potência, somente pressão, a
As alterações de densidade afetam o desempenho da menos que esteja em movimento. Quanto ele está em
aerodinâmica da aeronave com a mesma potência. movimento, porém, sua força se torna aparente. Um
Uma aeronave pode voar mais rápido em uma altitude objeto em movimento em um ar parado não tem ne-
maior, onde a densidade é mais baixa, do que em uma nhuma força exercida em si como um resultado do

2- 3
seu próprio movimento. Não faz diferença em efeito, tra aeronave reduzindo sua velocidade é um exemplo
se um objeto está em movimento em relação ao era de aceleração negativa, ou desaceleração.
ou se o ar está em movimento em relação ao objeto.
O fluxo do ar ao redor de um objeto gerado pelo mo- Leis de Newton
vimento tanto do ar quanto do objeto é chamado de As leis básicas que regem a ação do ar em relação ao
vento relativo. vento são conhecidas como as leis de Newton.

Velocidade e Aceleração A primeira lei de Newton é normalmente chamada de


Os termos “aceleração” e “velocidade” são frequen- lei da inércia. Ela diz simplesmente que um corpo em
temente trocados um pelo outro, mas eles não têm o descanso não se move a menos que seja aplicada alguma
mesmo significado. Aceleração é a taxa do movimen- força sobre ele. Se um corpo esta se movendo em uma
to em relação ao tempo, e velocidade é a taxa do mo- velocidade constante em linha reta é necessário seja apli-
vimento em uma dada direção em relação ao tempo. cada força para aumentar ou diminuir a velocidade.

Uma aeronave parte da cidade de New York e voa 10 De acordo com a lei de Newton o ar é um corpo, pois
horas a uma velocidade média de 260 milhas por hora possui massa. Quando uma aeronave está no solo com
(mph). Ao final deste período, a aeronave pode estar seu motor desligado, a inércia a mantém em repouso.
sobre o oceano Atlântico, Pacífico, Golfo do México Uma aeronave é movida do seu estado de repouso pela
ou de volta sobre a cidade de New York, no caso de força de empuxo gerada por um propulsor, pela des-
um trajeto circular. Se essa mesma aeronave voasse carga dos gases de exaustão ou ambos. Quando uma
a uma velocidade de 260 mph na direção sudoeste, aeronave está voando em uma velocidade constante
ela chegaria em Los Angeles em aproximadamente em linha reta, a inércia tende a manter a aeronave em
10 horas. Este primeiro exemplo indica apenas a taxa movimento, sendo necessário alguma força externa
de locomoção, e indica a velocidade da aeronave. No para alterar o curso de voo da aeronave.
último exemplo é incluída uma direção específica jun-
tamente com a taxa de deslocamento, indicando a ve- A segunda lei de Newton diz que um corpo em movi-
locidade da aeronave. mento em uma velocidade constante sofre a ação de
uma força externa, a alteração do movimento é propor-
A aceleração é definida como a taxa da mudança de cional a quantidade dessa força, e o movimento assume
velocidade. Uma aeronave em velocidade crescente é a direção na qual a força estiver atuando. Esta lei pode
um exemplo de aceleração positiva, enquanto que ou- ser matematicamente descrita conforme segue:

A Mass of air
Same
mass of air

Velocity increased
Normal pressure Pressure decreased Normal pressure
(Compared to original)

Normal flow Increased flow Normal flow

Figura 2-2. Princípio de Bernoulli.

2- 4
Força = massa X aceleração (F=ma) diminuição da pressão na superfície superior. O im-
pacto do ar na superfície inferior do aerofólio gera o
Se uma aeronave estiver voando contra o vento sua outro um quarto do total da sustentação.
velocidade diminui. Se o vendo estiver vindo de qual-
quer um dos lados da aeronave, ela é empurrada para Aerofólio
fora do seu curso, a menos que o piloto tome alguma Um aerofólio é uma superfície projetada para obter
ação corretiva contra essa ação. sustentação a partir do ar por onde passa. Deste modo
podemos dizer que qualquer parte da aeronave que
A terceira lei de Newton é a lei da ação e reação. Esta converte resistência ao ar em sustentação é um aero-
lei diz que para cada ação (força) há uma reação opos- fólio. O perfil de uma asa convencional é um excelen-
ta (força) igual. Esta lei pode ser exemplificada pelo te exemplo de um aerofólio. [Figura 2-3] Note que a
tiro de uma pistola. A ação é o movimento para frente superfície superior do perfil da asa possui uma curva-
da bala, enquanto a reação é o gatilho da pistola pu- tura maior do que a da superfície inferior.
xado para trás.
A diferença na curvatura entre as partes superior e in-
As três leis de movimento acima abordadas se aplicam ferior da asa gera a força de sustentação. O ar que flui
a teoria do voo. Em muitos casos as três leis podem sobre a superfície superior da asa precisa alcançar o
estar em operação ao mesmo tempo em um aeronave. bordo de fuga da asa na mesma proporção de tempo
do que o fluxo de ar sob a asa. Para fazer isso o ar que
Princípio de Bernoulli e Fluxo Subsônico passa na superfície superior se move a uma veloci-
O princípio de Bernoulli diz que quando um fluido (ar) dade maior do que o ar que passa sob a asa, devido
passa através de um tubo e encontra um estreitamento a distancia maior que ele precisa percorrer ao longo
ou barreira neste tubo, a velocidade do fluxo desse flu- da superfície superior. Este aumento na velocidade,
ído através da barreira aumenta e sua pressão diminui. de acordo com o princípio de Bernoulli, corresponde
A superfície abaulada (curvada) de um aerofólio (asa) a diminuição de pressão na superfície. Assim, cria-se
afeta o fluxo de ar exatamente da mesma forma que um diferencial de pressão entre as superfícies superior
em um estreitamento em um tubo afeta o fluxo de ar. e inferior da asa, forçando a asa para cima em direção
[Figura 2-2] O diagrama A da Figura 2-2 ilustra o efeito a pressão menor.
do ar passando através de uma estreitamento em um
tubo. No diagrama B o ar passa pela superfície abaula- Dentro de certos limites, o sustentação pode ser au-
da, como a do aerofólio, e o efeito é parecido ao do ar mentado pelo aumento do ângulo de ataque (AOA),
passando pelo tubo com um estreitamento. área da asa, velocidade, densidade do ar ou pela al-
teração no formato do aerofólio. Quando a força de
Conforme o ar flui sobre a superfície superior de um sustentação na asa de uma aeronave é igual a força
aerofólio, sua velocidade aumenta e sua pressão di- da gravidade, a aeronave mantém-se em nível de voo.
minui, formando uma área de baixa pressão. Na parte
inferior do aerofólio forma-se uma área de pressão Formato do Aerofólio
maior, e esta pressão tende a mover a asa para cima. As propriedades de um aerofólio individual diferem
A diferença de pressão entre as superfícies superior e das propriedades da asa ou da aeronave como um todo
inferior da asa é chamada de sustentação. Três quartos devido ao seu efeito no desenho da asa. Uma asa pode
do total da sustentação de um aerofólio resultam da possuir diversos aerofólios desde a sua base ate a pon-
ta, com afilado, torcido, e enflechada. As propriedades
aerodinâmicas resultantes da asa são determinadas
115 mph 14.54 lb/in2 pela ação de cada seção ao longo da envergadura.

O formato do aerofólio determina a quantidade de


turbulência ou fricção de superfície que ele gera, afe-
tando, consequentemente, a eficiência da asa. A turbu-
lência e a fricção da superfície são controladas prin-
100 mph 14.7 lb/in2 105 mph 14.67 lb/in2
cipalmente pela razão de espessura, que é definido
como a relação entre a divisão da corda do aerofólio
Figura 2-3. Fluxo de ar sobre uma asa. e sua espessura máxima. Se a asa possui uma razão

2- 5
Angle of attack
Angle of incidence
Resultant lift
Cho
rd li Lift
ne
Longitudinal axis

Chord line Relative airstream Drag


of wing

Center of pressure

Figura 2-4. Ângulo de incidência. Figura 2-5. Fluxo de ar sobre uma asa.

de espessura alta, trata-se de uma asa muito fina. Uma ra da asa, em relação a corda, maior será a sustenta-
asa espessa possui uma razão de espessura baixa. Uma ção obtida. Esta comparação é chamada de razão de
asa com uma alta razão de espessura gera uma quanti- aspecto. Quanto maior a razão de aspecto, maior a
dade maior de fricção de superfície. Uma asa com uma sustentação. Mas apesar dos benefícios obtidos com
razão de espessura mais baixa gera uma grande quan- o aumento na razão de aspecto, existem limitações
tidade de turbulência. A melhor asa é que se enquadra estruturais e de arrasto que devem ser consideradas.
entre estes dois extremos e mantém tanto a turbulência
quanto a fricção de superfície a níveis mínimos. Por outro lado, um aerofólio que está perfeitamente
afilado e oferece pouca resistência ao vento às vezes
A eficiência de uma asa é medida em termos de sus- não possui poder de sustentação o suficiente para le-
tentação em relação a razão de arrasto (L/D). Esta ra- vantar a aeronave do solo. Portanto as modernas ae-
zão varia com a AOA, mas atinge um valor máximo ronaves possuem aerofólios que estão na média entre
definido para um AOA em particular. Neste ângulo, esses dois extremos, com o formato dependendo do
a asa atinge sua eficiência máxima. O formato do propósito da aeronave para a qual foi projetado.
aerofólio é o fator que determina o AOA no qual a
asa é mais eficiente, e também determina o grau de Ângulo de Incidência
eficiência. Pesquisas mostram que os aerofólios mais O ângulo agudo que a corda da asa faz com o eixo lon-
eficientes para uso em geral possuem uma espessura gitudinal da aeronave é chamado de ângulo de incidên-
mínima em aproximadamente um terço do bordo de cia, ou ângulo de posicionamento da asa. [Figura 2-4]
ataque da asa. Na maioria dos casos o ângulo de incidência é um ân-
gulo fixo. Quando o bordo de ataque da asa é mais alto
Asas com alta sustentação e dispositivos alta susten- do que o bordo de fuga o ângulo de incidência é posi-
tação para asas tem sido desenvolvidos através da tivo. O ângulo de incidência é negativo quanto o bordo
modelagem dos aerofólios para gerar os efeitos de- de ataque é mais baixo do que o bordo de fuga da asa.
sejados. A quantidade de sustentação gerada por um
aerofólio aumenta com o aumento da cambagem da Ângulo de Ataque (AOA)
asa. A cambagem refere-se a curvatura de um aero- Antes de abordarmos o AOA e seus efeitos nos aerofó-
fólio sobre e abaixo da superfície da linha da corda. lios, vamos considerar primeiro em termos da corda e do
A cambagem superior se refere a superfície superior centro de pressão (CP), conforme ilustra a Figura 2-5.
e a cambagem inferior refere-se a superfície inferior,
e a cambagem do meio se refere a linha do meio da A corda de um aerofólio ou asa é uma linha reta ima-
seção. A cambagem é positiva quando a saída a par- ginária que passa através da seção partindo do bordo
tir da linha da corda é para fora e negativa quando é de ataque e vai até o bordo de fuga, conforme mostra
para dentro. Deste modo as asas de alta sustentação a Figura 2-5. A linha da corda dá um dos lados do ân-
possuem cambagem positiva bem grande na superfí- gulo que então forma o AOA. O outro lado do ângulo
cie superior e ligeiramente negativa na superfície in- é formado por uma linha que indica a direção do fluxo
ferior. Os flaps da asa fazem com que uma asa comum relativo. Assim, o AOA é definido como o ângulo entre
se aproxime a esta condição através do aumento da a linha da corda da asa e a direção do vento relativo.
cambagem superior e pela criação de uma cambagem Não deve ser confundido com o ângulo de incidência
inferior negativa. ilustrado na Figura 2-4, que é o ângulo entre a linha da
corda da asa e o eixo longitudinal da aeronave.
Também sabemos que quanto maior for a envergadu- Em cada parte da superfície de um aerofólio ou asa

2- 6
A Angle of attack = 0°
vez que o AOA tem a ver com a determinação do sus-
Resultant
Negative pressure pattern tentação, ele é uma das primeiras considerações ao
se projetar um aerofólio. Em um projeto de aerofólio
Relative airstream
adequado, a sustentação aumenta conforme o AOA
também aumenta.

Positive pressure Center of pressure Quando o AOA aumenta gradativamente em direção


a um AOA positivo, o componente de sustentação au-
B Angle of attack = 6° menta rapidamente até certo ponto e então começa a
Resultant Negative pressure pattern
cair. Durante esta ação o componente de arrasto au-
moves forward menta lentamente em um primeiro momento e então
Relative airstream rapidamente conforme a sustentação começa a cair.

Quando o AOA aumenta até o ângulo máximo de sus-


Positive pressure tentação, ele alcança o ponto de turbilhonamento, que
é conhecido como ângulo crítico. Quando o ângulo
C Angle of attack = 12° crítico é alcançado, o ar deixa de fluir suavemente
Resultant sobre a superfície superior do aerofólio e começa a
Center of pressure turbilhonar. Isto significa que o ar se desprende da li-
Relative airstream
moves forward nha de cambagem da asa. O que antes era uma área
de pressão diminuída é agora preenchida com este ar
turbilhado. Quando isso ocorre o sustentação cai e
gera um arrasto excessivo. A força de gravidade atua
Positive pressu
ure e o nariz da aeronave cai, causando um estol. Sendo
assim o ponto de turbilhonamento é o ângulo de estol.
D Angle of attack = 18°

Wing completely stalled


Conforme visto anteriormente a distribuição das for-
ças da pressão sobre o aerofólio variam com o AOA.
A aplicação da força resultante ou CP varia na mesma
Positive pressure proporção. Conforme este ângulo aumenta, o CP se
move para frente, e conforme ele diminui o CP vai
para trás. Esta instabilidade de movimento do CP é
Figura 2-6. Efeito do aumento do ângulo de ataque.
típica em quase todos os aerofólios.

existe uma pequena força, sendo que esta força é de Camada Limite
diferente magnitude e direção das forças que atuam No estudo da física e dos fluídos mecânicos uma ca-
em outras áreas para frente ou para trás deste ponto. É mada limite é a camada de fluído que fica diretamente
possível somar todas estas pequenas forças matemati- localizada nas imediações da superfície. Em relação a
camente e esta soma é chamada de “força resultante” uma aeronave, a camada limite é a parte do fluxo de
(sustentação). Esta força resultante possui magnitude, ar mais próxima da superfície da aeronave. Nos pro-
direção e localização e pode ser representada como um jetos de aeronaves de alta performance o controle do
vetor, conforme mostra a Figura 2-5. O ponto de inter- comportamento da camada limite é considerado com
seção da linha da força resultante com a linha da corda muita atenção para minimizar o arrasto da pressão e
do aerofólio é chamado de centro de pressão (CP). O da fricção.
CP se move ao longo da corda do aerofólio conforme
altera o AOA. Através da maior parte da escala de voo Empuxo e Arrasto
o CP vai para frente quando o AOA é crescente e para Uma aeronave em voo é o centro de uma constante ba-
trás quando o AOA é decrescente. O efeito do AOA talha de forças. Na verdade este conflito não é tão vio-
crescente no CP é mostrado na Figura 2-6. lento quanto possa parecer, mas é a chave para todas
as manobras que são executadas no ar. E não há nada
O AOA muda conforme a atitude da aeronave. Uma de misterioso sobre estas forças, elas são definidas e

2- 7
em relação ao vento relativo e a força de arrasto sem-

Lift
pre atua em paralelo e na mesma direção do vento re-
lativo. Estas forças são o componente que gera a força
de sustentação da asa. [Figura 2-8]
Drag
O peso tem uma relação definida com a sustentação,
Thrust
e o empuxo com o arrasto. Estas relações são bem
simples, mas muito importantes para o entendimento da
aerodinâmica do voo. Como já foi dito anteriormente,
a sustentação é a força que empurra a asa para cima
Weight

perpendicular ao vento relativo. A sustentação precisa


contra-atacar o peso da aeronave, gerado pela força
Figura 2-7. Forças que atuam durante o voo.
da gravidade atuando sobre sua massa. Esta força do
peso atua para baixo através de um ponto chamado
de centro de gravidade (CG). O CG é o ponto no qual
conhecidas. As direções na qual cada uma delas atua todo o peso da aeronave está concentrado. Quando a
pode ser calculada e a aeronave por si só é projetada força de sustentação está em equilíbrio com a força do
para levar vantagem de cada uma delas. Em todos os peso, a aeronave não ganha nem perde altitude. Se a
tipos de voo, os cálculos são baseados na magnitude e sustentação se torna menor do que o peso a aeronave
direção de quatro forças: peso, sustentação, arrasto e perde altitude. Quanto a sustentação é maior do que o
empuxo. [Figura 2-7] peso a aeronave ganha altitude.

Uma aeronave em voo é comandada por quatro forças: A área da asa é medida em pés quadrados e inclui a
parte que está encoberta pela fuselagem. A área da
1. Gravidade ou peso – força que puxa a aero- asa é devidamente descrita como a área de sombra
nave em direção a terra. O peso é a força da gerada pela asa ao meio dia. Testes mostram que a
gravidade que força para baixo tudo o que as forças de sustentação e arrasto que atuam sobre a
está na aeronave, incluindo ela mesmo, a asa são proporcionais à área da asa. Isto significa que
tripulação, combustível e carga. se a área da asa for dobrada, todas as outras variáveis
permanecem a mesma, e a sustentação e o arrasto
2. Sustentação – força que empurra a aeronave gerados pela asa são dobrados. Se a área é triplicada,
para cima. A sustentação atua verticalmente a sustentação e o arrasto são triplicados.
e contra-ataca os efeitos do peso.
O arrasto precisa ser superado para que a aeronave
3. Empuxo – força que move a aeronave para se mova, e esse movimento é essencial para obter a
frente. O empuxo é a força para frente ge- sustentação. Para superar o arrasto e mover a aeronave
rada pelo conjunto propulsor que supera a para frente é necessária outra força essencial, que é a
força de arrasto. força de empuxo. O empuxo é derivado da propulsão
do jato ou de uma combinação de motor e propulsor.
4. Arrasto – força que exerce uma ação de fre- A teoria da propulsão a jato é baseada na terceira Lei
nagem e que puxa a aeronave para trás. O de Newton (página 2-4). O motor da turbina gera uma
arrasto é a força que leva a aeronave para massa de ar que se move para trás em alta velocidade,
trás e é gerada pela ruptura do fluxo de ar gerando uma reação que move a aeronave para frente.
pelas asas, fuselagem e objetos salientes.
Em uma combinação de propulsor/motor, o propulsor
Estas quatro forças entram em equilíbrio perfeito so- é na verdade dois ou mais aerofólios giratórios
mente quando a aeronave está em voo nivelado e es- montados em um eixo horizontal. O movimento das
tabilizado. pás através do ar gera uma sustentação parecida com
a sustentação da asa, mas atua na direção horizontal,
As forças de sustentação e arrasto são o resultado di- puxando a aeronave para frente.
reto da relação entre o vento relativo e a aeronave. A
força de sustentação sempre atua perpendicularmente

2- 8
Resultant sistência ao ar, e quanto mais objetos houverem no
fluxo de ar, maior o arrasto parasita. O arrasto parasita
pode ser reduzido através da redução no número de

Lift
partes expostas até a quantidade mínima possível e
com afilamento do seu formato, porém a fricção da
superfície é o tipo de arrasto parasita mais difícil de
Drag ser reduzido, pois nenhuma superfície é perfeitamen-
te lisa. Mesmo superfícies mecanicamente tratadas
possuem um aspecto irregular quanto inspecionadas
Figura 2-8. falta legenda através de uma lente de aumento. Estas superfícies ir-
regulares desviam o ar próximo à superfície gerando
resistência ao fluxo de ar. A fricção com a superfície
Antes que a aeronave comece a se mover é necessário
pode ser reduzida através de acabamentos de verniz e
a ação do empuxo. A aeronave continua a se
da eliminação de rebites salientes, aspereza e outras
movimentar e ganha velocidade até que o empuxo
irregularidades.
e o arrasto estejam iguais. Para manter a velocidade
constante o empuxo e o arrasto precisam estar iguais,
O arrasto do perfil pode ser considerado como sendo
assim como a sustentação e o peso precisam estar
o arrasto parasita do aerofólio. Os diversos compo-
iguais para manter a estabilidade horizontal durante
nentes do arrasto parasita são da mesma natureza do
o voo. O aumento da sustentação significa que a
arrasto do perfil.
aeronave vai se mover para cima, enquanto que a
diminuição da sustentação, tornando-a menor do que
A ação do aerofólio que gera sustentação também
o peso faz com que a aeronave perca altitude. Uma
gera arrasto induzido. Lembre-se que a pressão sobre
regra parecida se aplica as forças de empuxo e arrasto.
a asa é menor do que a pressão atmosférica e a pressão
Se as revoluções por minuto (rpm) do motor são
abaixo da asa é igual ou maior do que a pressão atmos-
reduzidas, o empuxo também é reduzido e a aeronave
férica. Uma vez que os fluídos sempre se movem da
diminui a velocidade. Enquanto o empuxo for menor
pressão mais alta em direção a pressão mais baixa, há
do que o arrasto, a aeronave segue seu curso cada vez
um movimento de ar ao longo da envergadura baixo
mais devagar até que sua velocidade seja insuficiente
da asa no sentido para fora da fuselagem e para cima
para suportá-la no ar.
ao redor da ponta da asa. Este fluxo de ar causa uma
espiral na ponta da asa, estabelecendo um redemoinho
Da mesma forma, se a rpm do motor aumenta, o em- de ar chamado de “vórtice” (“vortex”). [Figura 2-9]
puxo fica maior do que o arrasto e a velocidade da ae-
ronave aumenta. Conforme o empuxo continua sendo O ar na superfície superior tem a tendência a se mover
maior do que o arrasto, a aeronave continua a acelerar. em direção da fuselagem e em direção oposta ao
Quanto o arrasto se iguala ao empuxo a aeronave voo bordo de fuga. Esta corrente de ar forma um vórtice
a uma velocidade constante. similar na parte interna do bordo de fuga da asa. Estes
vórtices aumentam o arrasto devido a turbulência que
O movimento relativo do ar sobre um objeto que gera geram, constituindo o arrasto induzido.
sustentação também produz arrasto. O arrasto é a re-
sistência do ar em relação aos objetos que se movem Assim como a sustentação aumenta com o aumento
através dele. Se uma aeronave está voando em um no AOA, o arrasto induzido também aumenta quando
curso nivelado, a força de sustentação atua vertical- o AOA se torna maior. Isto ocorre porque quando o
mente para mantê-la no ar enquanto que a força de AOA aumenta a diferença de pressão entre a parte de
arrasto atua horizontalmente para puxá-la para trás. O baixo e a parte de cima da asa também fica maior. Isto
total de arrasto de uma aeronave é constituído de mui- faz com que vórtices fiquem mais fortes, causando
tas forças de arrasto, mas este manual considera três: mais turbulência e mais arrasto induzido.
arrasto parasita, arrasto do perfil e arrasto induzido.
Centro de Gravidade (CG)
O arrasto parasita é constituído pela combinação de
muitas forças de arrasto diferentes. Qualquer objeto Gravidade é a força que tende a puxar todos os
exposto de uma aeronave oferece algum tipo de re- corpos entro do campo gravitacional em direção ao

2- 9
que são as partes de trás do conjunto horizontal de
cauda. A guinada é controlada pelo leme, a parte
traseira do conjunto vertical da cauda.

Estabilidade e Controle
Uma aeronave precisa ter estabilidade suficiente para
manter um curso de voo uniforme e recuperar-se das
diversas forças desestabilizadoras. Para alcançar o
melhor desempenho, a aeronave também deve ter
tex
Vor uma resposta adequada ao movimento dos controles.
O controle é a ação do piloto de movimentar os con-
troles de voo, gerando a força aerodinâmica que induz
a aeronave a seguir o curso de voo desejado. Quan-
do se diz que uma aeronave é controlável, significa
que ela responde prontamente e com facilidade aos
movimentos dos controles. Diferentes superfícies de
Figura 2-9. Vórtices na ponta da asa. controle são usadas para controlar a aeronave em cada
um dos três eixos e os movimentos desses controles
centro da terra. O CG pode ser considerado o ponto alteram o fluxo de ar sobre a superfície da aeronave.
no qual todo o peso da aeronave está concentrado. Isto, por sua vez, causa mudanças no equilíbrio das
Se a aeronave estiver apoiada no seu CG exato seu forças que atuam e mantém a aeronave voando reta e
equilíbrio pode ser encontrado em qualquer posição. nivelada.
O CG é de extrema importância em uma aeronave,
pois seu posicionamento possui grande influencia na Os três termos que sempre aparecem em qualquer dis-
estabilidade. cussão sobre estabilidade e controle são: estabilidade,
manobrabilidade e controlabilidade. A estabilidade
O CG é determinado pelo projeto geral da aeronave. é a característica de uma aeronave que tende a fazê-
Os projetistas estimam o quanto o CP pode andar e -la voar (sem as mãos) em um curso de voo nivelado
então fixam o CG na frente do CP para a velocidade de em linha reta. A manobrabilidade é a característica
voo correspondente a fim de propiciar um momento de de uma aeronave de ser direcionada ao longo de um
restabelecimento adequado para o equilíbrio do voo. curso de voo e de suportar as pressões impostas. Con-
trolabilidade é a qualidade de resposta de uma aerona-
ve aos comandos do piloto enquanto que este estiver
Eixos de uma Aeronave manobrando-a.
Sempre que uma aeronave altera sua atitude de voo,
ela deve envolver um ou mais dos três eixos. A Figura Estabilidade Estática
2-10 mostra os três eixos, que são linhas imaginárias Uma aeronave está em estado de equilíbrio quando a
que passa através do centro da aeronave. soma de todas as forças que atuam sobre ela e todos os
momentos são iguais a zero. Uma aeronave em equilí-
Os eixos de uma aeronave podem ser considerado brio não tem aceleração e mantém sua condição de voo
como eixos imaginários ao redor dos quais a aeronave estável. Uma lufada de vento ou um desvio dos contro-
gira como uma roda. No centro, onde os três eixos les interfere no equilíbrio e a aeronave sente uma ace-
se cruzam, cada um deles é perpendicular aos outros leração devido ao desequilíbrio do momento ou força.
dois. O eixo que se estende ao logo do comprimento
da fuselagem do nariz até a cauda é chamado de eixo Os três tipos de estabilidade estática são definidos pelo
longitudinal. O eixo que se cruza o longitudinal da tipo do movimento seguido de alguma intervenção no
ponta de uma asa até a ponta da outra é o eixo lateral equilíbrio. Existe estabilidade estática positiva quan-
ou “pitch”. O eixo que passa através do centro de cima do o objeto afetado tente a retomar seu equilíbrio. A
para baixo é chamado de eixo vertical ou de guinada. estabilidade estática negativa ou instabilidade ocorre
O rolamento, pitch e guinada são controlados pelas quando o objeto afetado tente a seguir na direção do
três superfícies de controle. O rolamento é gerado desvio. E a estabilidade estática neutra ocorre quando
pelos ailerons, que ficam localizados nos bordos de o objeto afetado não tem tendência alguma, mas per-
fuga das asas. O pitch é controlado pelos profundores, manece em equilíbrio na direção do desvio. Estes três

2- 10
Elevator
Aileron
Lateral axis
Rudder

Aileron

Longitudinal axis

Vertical axis

A Banking (roll) control affected byy aileron movement

Normal altitude

Longitudinal axis

B Climb and dive (pitch) control affected by elevator C Directional (yaw) control affected by rudder movement
movement
Normal altitude

Lateral axis

Vertical axis

Normal altitude

Figura 2-10. Movimento de uma aeronave em relação aos seus eixos.

tipos de estabilidade são ilustrados na Figura 2-11. do do seu equilíbrio, o histórico de tempo do movi-
mento resultante define a estabilidade dinâmica do
Estabilidade Dinâmica objeto. Em geral, um objeto demonstra estabilidade
Enquanto que a estabilidade estática diz respeito dinâmica positiva se a amplitude do movimento di-
a tendência de um corpo desviado retornar ao seu minui com o tempo. Se a amplitude do movimento
equilíbrio, a estabilidade dinâmica trata do movi- aumenta com o tempo diz-se que o objeto possui ins-
mento resultante com o tempo. Se um objeto é tira- tabilidade dinâmica.

2- 11
Qualquer aeronave deve demonstrar os níveis exigidos Estabilidade Lateral
de estabilidade estática e dinâmica. Se uma aeronave O movimento sobre o eixo longitudinal de uma ae-
for projetada com instabilidade estática e uma instabi- ronave é um movimento lateral ou de rolamento. A
lidade dinâmica baixa, será muito difícil ou quase im- tendência de voltar ao comportamento original na
possível fazer com que ela voe. Normalmente é exigido ocorrência desses movimentos é chamado de estabi-
que um projeto de aeronave possua estabilidade dinâ- lidade lateral.
mica positiva para evitar oscilações constantes.
Rolamento Holandês
Estabilidade Longitudinal Um rolamento holandês é o movimento de uma aerona-
Quando uma aeronave tem a tendência de manter ve que consiste na combinação de descontrole de gui-
uma AOA constante em relação ao vento relativo (por nada e rolamento. A estabilidade de rolamento holandês
exemplo, ela não tende a inclinar o nariz para baixo e pode ser artificialmente aumentado através da instalação
mergulhar, ou levantar o nariz e estol), diz-se que ela de um amortecedor de guinada (yaw damper).
possui estabilidade longitudinal. A estabilidade lon-
gitudinal refere-se ao movimento em pitch. O estabi-
lizador horizontal é a superfície básica que controla Principais Controles de Voo
a estabilidade longitudinal. A ação do estabilizador Os principais controles são os ailerons, profundor e o
depende da velocidade e do AOA da aeronave. leme, que fornecem a força aerodinâmica para fazer
com que a aeronave siga um curso de voo desejado.
Estabilidade Direcional [Figura 2-10] As superfícies de controle de voo são
A estabilidade sobre o eixo vertical é referida como sen- aerofólios móveis ou articulados projetados para alte-
do a estabilidade direcional. A aeronave deve ser proje- rar a atitude da aeronave através da mudança de fluxo
tada para que quando esteja voando em linha reta e ni- de ar sobre a superfície da aeronave durante o voo.
velada ela permaneça no seu curso mesmo que o piloto Estas superfícies são usadas para movimentar a aero-
retire suas mãos e pés dos controles. Se uma aeronave se nave sobre os seus três eixos.
recupera automaticamente de uma derrapagem, ela foi
projetada com equilíbrio direcional. O estabilizador ver- Tipicamente os ailerons e profundores são operados
tical é a superfície básica de controle de estabilidade di- a partir do deque de voo através de uma alavanca de
recional. Ela pode ser projetada e uma aeronave onde for controle, direção e conjunto de manche e em algu-
mais conveniente, com a utilização de uma leme dorsal mas aeronaves mais recentes, um joystick. O leme,
grande, uma fuselagem longa e asas voltadas para trás. na maioria das aeronaves, é normalmente operado

Positive static stability Neutral static stability Negative static stability

Applied Applied Applied


force force force
CG
CG
CG

CG

Figura 2-11. Três tipos de estabilidade.

2- 12
através de pedais. O controle lateral é o movimento Os spring tabs tem aspecto parecido com os trim tabs,
de banking ou rolamento de uma aeronave que é con- mas são usados para propósitos totalmente diferentes.
trolado pelos ailerons. O controle longitudinal são os Os spring tabs são usados com o mesmo propósito dos
movimentos de subida e mergulho ou pitch de uma acionadores hidráulicos – auxiliar o piloto na movi-
aeronave que são controlados pelo profundor. O con- mentação das superfícies de controle principais.
trole direcional é o movimento para a esquerda ou
para a direita ou guinada da aeronave que é controla- A Figura 2-13 indica como cada compensador está co-
do pelo leme. nectado com seu parent superfície de controle prima-
ria, mas são operados por um controle independente.
Controles do Compensador
Os controles do Compensador incluem, compensa- Dispositivos Auxiliares de Sustentação
dor, compensador de balanceamento, e compensador
de ajuste. Os compensadores são pequenos aerofólios O grupo de dispositivos auxiliares de sustentação de
inseridos nos bordos de fuga das superfícies de con- superfícies de controle de voo são os flaps da asa,
trole principais. [Figura 2-12] Compensadores podem spoilers, speed brakes (freios aerodinâmicos), slats,
ser usados para corrigir qualquer tendência que a ae- flaps do bordo de ataque e fendas.
ronave tenha de se movimentar em uma condição de
voo não desejável. O objetivo deles é fazer com que Este grupo auxiliar pode ser dividido em dois
o piloto consiga trimar qualquer condição de desequi- subgrupos: o dos que servem para aumentar a
líbrio que possa ocorrer durante o voo sem exercer
nenhuma pressão nos controles de voo principais.
Control horn

Compensadores, as vezes chamados de compensa-


Tab
dores de voo, são basicamente usados nas principais Fixed surface
superfícies de controle grandes. Eles auxiliam na mo-
vimentação do controle principal de superfície, man- Control surface
tendo-o na posição desejada. Somente os compensa-
Trim tab
dores se movimentam em resposta a um commando
nos controles primarios de voo. Horn free to pivot on hinge axis

Os compensadores de balanceamento são projetados


para mover na direção oposta do controle de voo prin-
cipal. Deste modo as forças aerodinâmicas que atuam
sobre o compensador auxiliam na movimentação da
superfície de controle principal. Servo tab

Control horn

Trim tabs

Balance tab

Control horn

Spring cartridge

Spring tab

Figura 2-11. Compensadores. Figura 2-11. Tipos de compensadores.

2- 13
sustentação e os que servem para diminuí-la. No
primeiro grupo estão os flaps, tanto os do bordo de
ataque quanto os do bordo de fuga (slats), e as fendas.
Os dispositivos de diminuição de sustentação são os
speed brakes e spoilers.
Basic section
Os aerofólios do bordo de ataque (flaps) aumentam
a área da asa, aumentando assim a sustentação na
decolagem, e diminuindo a velocidade durante a
aterrissagem. Estes aerofólios são retráteis e são
ajustados ao contorno da asa. Outros são simplesmente
uma parte da superfície inferior que se estendem no Plain flap
fluxo de ar, e que fazem com que a aeronave reduza.
Os flaps do bordo de ataque são aerofólios que
se estendem e retraem no bordo de ataque da asa.
Algumas instalações criam uma fenda (uma abertura
entre o aerofólio estendido e o bordo de ataque). O
flap (que alguns fabricantes chamam de slat) e o flap
Split flap
geram uma sustentação adicional em velocidades mais
baixas de decolagem e aterrissagem. [Figura 2-14]

Outras instalações possuem fendas permanentes


construídos no bordo de ataque da asa. Em velocidade
de cruzeiro, o bordo de ataque e os flaps do bordo de
Slotted flap
ataque (slats) ficam retraídos dentro da asa. Os slats
são superfícies de controle moveis ligadas ao bordo
de ataque das asas. Quando o slat está fechado, ele
forma o bordo de ataque da asa. Quando ele está
aberto (estendido para frente) cria-se uma fenda entre
o slat e o bordo de ataque. Em velocidades baixas isto
aumenta a sustentação e melhora as características Fowler flap

de controle, permitindo a aeronave a ser controlada


em velocidades abaixo da velocidade normal de
aterrissagem. [Figura 2-15]

Os dispositivos de diminuição da sustentação são


os freios aerodinâmicos (spoilers). Em algumas Slotted Fowler flap
instalações, existem dois tipos de spoilers. O spoiler
de solo é estendido somente depois que a aeronave Figura 2-14. Tipos flaps da asa.
está no solo, e ajuda na ação da frenagem. O spoiler
de voo auxilia o controle lateral se estendendo
sempre que o aileron na asa é girado para cima.
Quando atua como freio aerodinâmico, os painéis do
spoiler em ambas as asas são erguidos. Os spoilers
de voo também podem estar localizados nas laterais, Fixed slot

embaixo da fuselagem ou na cauda. [Figura 2-16] Em Slat


alguns projetos de aeronaves o painel da asa na parte
de cima do aileron levanta mais do que o painel da asa
no lado de baixo do aileron. Isto oferece operação de Automatic slot
frenagem e controle lateral simultâneos.
Figura 2-15. Fendas da asa.

2- 14
Figura 2-19. O Beechcraft 2000 Starship com asas ca-
nard.
Figura 2-16. Freio aerodinâmico.

canard pode ser fixo, móvel ou projetado com profun-


Aletas (Winglets)
dores. Bons exemplos de aeronaves com asas canard
As aletas são extensões quase verticais nas pontas das são a Rutan VariEze e a Beechcraft 2000 Starship. [Fi-
asas que reduzem o arrasto aerodinâmico associado guras 2-18 e 2-19]
com os vórtices que se formam nas pontas das asas
dos aviões em movimento no ar. Ao reduzir o arrasto Cercas de Asa
induzido nas pontas das asas o consumo de combustí- As cercas de asa são placas de metal vertical afixadas
vel diminui e a amplitude é estendida. A Figura 2-17 na parte superior da superfície da asa. Elas obstruem o
mostra um exemplo de um Boeing 737 com aletas. fluxo de ar ao longo da envergadura da asa e evitam que
ela estole de vez. Elas são normalmente colocadas em
aeronaves com asa enflechada para evitar o movimento
do fluxo de ar pela asa em ângulos de ataque elevados.
Seu objetivo é o de melhorar a condução em baixa velo-
cidade e nas características de estol. [Figura 2-20]

Figura 2-17. Aletas em um Bombardier Learjet 60.

Asas Canard
A estrutura de uma aeronave com asas canard, é aque-
la que possui a configuração de asas fixas e uma pe-
quena asa ou um aerofolio horizontal a frente da su-
perficie geradora de sustentação principal e não atras,
como é de costume em aeronaves convencionais. O
Figura 2-20. Aircraft stall fence.

Sistemas de Controle de Grandes


Aeronaves
Controle Mecânico
Este é o tipo de sistema básico usado para controlar
as aeronaves mais antigas e é atualmente usado em
aeronaves menores onde as forças aerodinâmicas não
Figura 2-18. Asas canard em um Rutan VariEze. são excessivas. Os controles são mecânicos e opera-
dos manualmente.

2- 15
O sistema mecânico de controle de uma aeronave po- Sistema de Controle por Cabo Elétrico (Fly-
dem incluir cabos, empurra-puxa, e tubos de torque. -By-Wire Control)
O sistema de cabo é o mais usado porque os desvios O sistema de controle por cabo elétrico ou fly-by-wire
da estrutura ao qual estão fixados não afetam sua ope- (FBW) emprega sinais elétricos que transmitem as
ração. Algumas aeronaves incorporam sistemas de ações do piloto da cabine de voo através de um com-
controle que são uma combinação de todos os três. putador até os diversos acionadores de controle de
Estes sistemas incorporam conjuntos de cabos, guias voo. O sistema FBW evoluiu como uma maneira de
de cabos, conexões, travas ajustáveis,e os batentes das reduzir o peso do sistema hidromecânico, reduzindo
superfícies de controle ou dispositivos de travas me- custos com manutenção e com melhor confiabilida-
canicas. Esses dispositivos de travas de superfícies, de. O sistema de controles FBW eletrônico consegue
normalmente são chamados de “gust lock”, limitam responder as alterações das condições aerodinâmicas
as forças exercidas pelos ventos de danificarem a ae- através do ajuste dos movimentos de controle do voo
ronave quando estacionada e com estacas. para que a resposta da aeronave seja consistente em
todas as condições de voo. Além disso, os computa-
Controles Hidromecânicos(Hidraulicos?) dores podem ser programados para evitar condições
Conforme o tamanho, complexidade e velocidade da indesejáveis ou perigosas como estol e parafuso.
aeronave aumentam, os controles de atuação de voo
também se tornam mais difíceis. Torna-se então apa- Muitas das novas aeronaves militares de alta per-
rente a necessidade do piloto de ter assistência para formance não são aerodinamicamente estáveis. Esta
superar as forças aerodinâmicas para controlar os característica é projetada para aumentar a manobra-
movimentos a aeronave. Spring tabs, que antes eram bilidade e resposta as performances. Sem os compu-
operadas por sistemas de controle convencionais são tadores para reagir às instabilidades o piloto perderia
modificados para que o fluxo de ar sobre elas real- o controle da aeronave.
mente movimente a superfície de controle principal.
Isto era suficiente para que a aeronave operasse em O Airbus A-320 foi o primeiro avião comercial a usar
faixas de velocidade mais baixas (250-300 mph). Para controles FBW. A Boeing utiliza-os no seu 777 e nos
velocidades maiores foi projetado um sistema de con- projetos mais recentes de aeronaves comerciais. E o
trole de potencia (hidráulico). Dessault Falcon 7X foi o primeiro jato executivo a
usar o sistema.
O cabo convencional ou sistema de empurra-puxa co-
nectam os controles de comando da cabine com o sis- Aerodinâmica de Alta Velocidade
tema hidráulico. Com o sistema ativado, o movimento
de controle do piloto gera uma ligação mecânica que A aerodinâmica de alta velocidade, frequentemente
abre as válvulas auxiliares, direcionando assim os chamada de compressibilidade aerodinâmica é um
fluidos hidráulicos para os acionadores, que conver- ramo especial de estudo da aerodinâmica. Ela é utili-
tem a pressão hidráulica em movimentos de superfí- zada por engenheiros no projeto de aeronaves capazes
cie de controle. de velocidades próximas a 1 Mach e superiores. Ape-
sar de fugir do escopo deste manual, segue uma visão
Devido à eficiência do sistema hidromecânico de con- geral deste assunto.
trole de voo as forças aerodinâmicas nas superfícies
de controle não podem ser sentidas pelo piloto e então No estudo de aviação de alta velocidade, é preciso
há o risco de sobrecarregar a estrutura da aeronave. entender os efeitos de compressibilidade no ar. Esta
Para superar este problema os projetistas de aerona- modalidade de voo é caracterizada por um número
ves incorporaram sistemas de sensores artificiais no Mach, parâmetro especial que recebeu esse nome em
projeto que oferecem uma resistência maior aos con- homenagem a Ernst Mach, o físico do final do sécu-
troles em velocidades maiores. Além disso, algumas lo 19 que estudou a dinâmica dos gases. O número
aeronaves com sistemas de controle hidromecânicos Mach é a razão da velocidade da aeronave em relação
são munidas de um dispositivo chamado vibração do à velocidade local do som e determina a magnitude de
muitos dos efeitos de compressibilidade.
manche, que dá um aviso de estol artificial ao piloto.
Conforme a aeronave se move através do ar, as molé-
culas de ar próximas a ela são afetadas e a circundam.

2- 16
do ar excede a velocidade do som. Os efei-
tos de compressibilidade são mais importan-
tes em fluxos transônicos e levam a crença
antiga da barreira do som. Voar mais rápido
do que o som era tido como impossível. Na
verdade a barreira do som era apenas um
aumento das condições de arrasto próximas
ao sônico devido aos efeitos de compressi-
bilidade. Devido ao alto arrasto associado
com os efeitos de compressibilidade, as ae-
ronaves não são operadas me condições de
cruzeiro próximas a 1 Mach.
Figura 2-21. Rompimento da barreira do som.

• Condições supersônicas ocorrem em núme-


As moléculas de ar são empurradas para o lado quase ros maiores do que 1 Mach, mas inferiores
que da mesma maneira que um barco cria um arco a 3 Mach (760-2.280 mph). Os efeitos de
de ondas conforme se move na água. Se a aeronave compressibilidade do gás são importantes
passa a uma velocidade baixa, inferior a 250 mph, a para o projeto de aeronaves supersônicas
densidade do ar permanece constante. Mas em veloci- devido as ondas de choque que são geradas
dades mais altas, parte da energia da aeronave é gasta pela superfície do objeto. Para altas veloci-
para comprimir o ar e alterar a densidade do ar no dades supersônicas, entre 3 e 5 Mach (2.280
local. Quanto maior e mais pesada a aeronave, maior – 3.600 mph) o aquecimento aerodinâmico
a quantidade de ar que ela desloca, e maior o efeito de se torna um fator muito importante no pro-
compressão sobre a aeronave. jeto da aeronave.

Este efeito se torna mais importante conforme a ve- • Para velocidades maiores do que 5 Mach
locidade aumenta. Próximo e acima da velocidade do diz-se que o fluxo é hipersônico. Nestas ve-
som, cerca de 760 mph (em nível do mar), disturbios locidades, parte da energia do objeto excita
agudos acabam gerando a onda de shoque, que afeta as ligações químicas que unem as moléculas
tanto sustentação quanto arrasto na aeronave e as con- de nitrogênio e oxigênio do ar. Em velocida-
dições do fluxo na continuação após a onda de cho- des hipersônicas é necessário considerar a
que. A onda de choque forma um cone móleculas de química do ar para determinar as forças no
ar pressurizadas, que se movem para for a e para trás objeto. Quando o ônibus espacial entra de vol-
do sentido da aeronave em todo o seu redor e se ex- ta na atmosfera em velocidades hipersônicas,
tendem até o solo. A liberação aguda da pressão, após próximas a 25 Mach, o ar aquecido se torna um
a formaçãoda onda de choque, é ouvida como o ruído plasma de gás ionizado, e a aeronave precisa
sônico. [Figure 2-21] ser isolada de temperaturas extremamente altas.

Abaixo estão listadas uma série de condições encon-


tradas em aeronaves conforme suas velocidades pro- Informações técnicas adicionais em relação a aerodi-
jetadas aumentam. nâmica em alta velocidade podem ser encontradas em
livrarias, bibliotecas e diversas fontes da Internet. Os
• Ocorrem condições subsônicas em números projetos de aeronaves continuam a evoluir assim como
Mach menores do que um (100-350 mph). as velocidades continuam a aumentar a níveis hiper-
Na condição subsônica mais baixa a com- sônicos, então novos materiais e sistemas propulsores
pressibilidade pode ser ignorada. precisam ser desenvolvidos. Este é o desafio dos enge-
nheiros, físicos e projetistas das aeronaves do futuro.
• Conforme a velocidade do objeto se apro-
xima da velocidade do som o número Mach
do voo é quase igual a um, M = 1 (350-760
mph), e diz-se que o fluxo é transônico. Em
algumas partes do objeto a velocidade local

2- 17
Cyclic control stick

Controls attitude and direction of flight

Throttle
Controls rpm

Collective pitch stick

Controls altitude
Pedals

Maintain heading

Figura 2-22. Controles de um helicóptero e a principal função de cada um.

Conjunto de Aeronave de Asa Ro-


Main rotor rigging protractor tativa e Instalação de Cabos
As unidades de controle de voo localizadas no deque
de voo de todos os helicópteros são quase as mesmas.
CAUTION
Make sure blade
Todos os helicópteros possuem um ou dois dos se-
guintes itens: collective pitch control, throttle grip,
dampers are
positioned against
auto-rotation
inboard stops
cyclic pitch control, e pedais de controle de direção.
[Figura 2-22] Basicamente estas unidades fazem as
mesmas coisas, independente do tipo de helicóptero
25°
20°

em que estão instaladas. No entanto, a operação do


15°
10°


sistema de controle varia muito de acordo com o mo-

10°
delo do helicóptero.
15°

A instalação dos cabos do helicóptero coordena os


movimentos dos controles de voo e estabelece uma
relação entre o rotor principal e seus controles e entre
Figura 2-23. Um rigging protractor. o rotor de cauda e seus controles. Instalar os cabos
não é uma tarefa difícil, mas requer muita precisão
e atenção aos detalhes. Seguir estritamente os proce-
dimentos de instalação descritos no manual de ma-
nutenção do fabricante é uma obrigação. Os ajustes,
separações e tolerâncias precisam ser exatos.

Os cabos dos diversos sistemas de controle de voo po-


dem ser divididos em três passos principais:

2- 18
principal e de cauda está correta em relação
ao movimento dos controles do piloto.

2. A operação dos sistemas de controle


interconectados (engine throttle e collective
pitch) está devidamente coordenada.

3. A extensão do movimento e a posição neutra


dos controles do piloto estão corretas.

4. Os ângulos pitch máximo e mínimo das pás do


rotor estão dentro dos limites estabelecidos.
Figura 2-24. Um girocóptero. This includes checking the fore-and-aft and
lateral cyclic pitch and collective pitch blade
angles.

5. O tracking das pás do rotor principal está


correto.

6. No caso de aeronaves com multi rotores, o


rigging e o movimento das pás do rotor estão
sincronizados.

7. Quando há tabs nas pás do rotor principal,


estas estão corretamente colocadas.
Figura 2-25. Helicóptero de um rotor.
8. Os ângulos pitch neutro, máximo e mínimo e
1. Colocar o sistema de controle em uma posição os ângulos coning das pás do rotor de cauda
específica – mantê-lo em posição com o uso de estão corretos.
pinos, grampos ou suportes, ajustar as diversas
conexões para ajustar o componente de controle 9. Quando há controle duplo, eles funcionam
imobilizado. corretamente e em sincronia.
2. Colocar as superfícies de controle em uma
Ao completar o rigging deve ser feito uma checagem
posição de referência específica com o uso
de todos os pontos de conexão, segurança e pivô.
de um rigging jig, de um precision bubble
Todos os parafusos, porcas e rod ends devem estar
protractor ou um spirit level para verificar
devidamente seguros conforme as instruções de
a diferença de ângulo entre a superfície de
serviço de manutenção do fabricante.
controle e outras superfícies fixas da aeronave.
[Figura 2-23]
Configurações da Aeronave de Asa
3. Estabelecer a amplitude máxima de curso dos Rotativa
diversos componentes – este ajuste limita o
movimento físico do sistema de controle. Autogyro ou Girocóptero
Um girocóptero é uma aeronave com um rotor
Depois de finalizar o static rigging, é necessário horizontal free-spinnig que gira devido a passa-
realizar uma verificação funcional do sistema de gem de ar de cima para baixo através do rotor.
controle de voo. A natureza da verificação funcional Este movimento do ar é gerado a partir do movi-
varia de acordo com o tipo de helicóptero e o sistema mento da aeronave para frente a partir de um pro-
utilizado, mas normalmente inclui o seguinte: pulsor/motor de tração ou impulso. [Figura 2-24]

1. A direção do movimento das pás dos rotores

2- 19
Pitch change axis

Flipping hinge Drag hinge

Figura 2-26. Helicóptero de dois rotores.

Helicóptero de Um Rotor
Uma aeronave com um único rotor principal Figura 2-27. Helicóptero de dois rotores.
horizontal que serve tanto para a sustentação quanto
para o direcionamento é um helicóptero de um rotor. Rotor Rígido
Um segundo rotor montado verticalmente na cauda O rotor rígido é um sistema raro, porém oferece po-
contra-ataca a força rotativa (torque) do rotor principal tencialmente as melhores propriedades em compara-
para corrigir a guinada da fuselagem. [Figura 2-25] ção com os rotores totalmente articulado e semirrí-
gido. Neste desenho, as bases das pás são fixadas de
Helicóptero de Dois Rotores maneira rígida no hub do rotor. As pás não possuem
Uma aeronave com dois rotores horizontais dobradiças/articulações que permitem o lead-lag e
que servem tanto para a sustentação quanto flapping. Ao invés disso as pás absorvem estes movi-
para o direcionamento é um helicóptero de mentos com o uso de elastomeric bearings. Elastome-
dois rotores. Os rotores giram um na direção ric bearings são materiais parecidos com borracha que
podem ser moldados e que são fundidos a peças de-
contrária do outro para equilibrar o torque
vidas. Ao invés de girar como conventional bearings,
aerodinâmico e eliminar a necessidade de eles giram e flexionam para propiciar o movimento
um sistema de antitorque. [Figura 2-26] das pás.

Tipos de Sistema Rotor Forças que Atuam no Helicóptero


Rotor Totalmente Articulado
Uma das diferenças entre um helicóptero e uma aero-
Um rotor totalmente articulado pode ser encontrado nave com asas fixas é a fonte de sustentação princi-
em aeronaves com mais de duas pás que permita a pal. A aeronave de asas fixas obtém sua sustentação a
movimentação de cada pá individual em três direções. partir da superfície de um aerofólio fixo enquanto que
Neste desenho cada pá pode girar sobre o eixo late- o helicóptero obtém a sua sustentação a partir de um
ral para alterar a sustentação. Cada pá pode se mover aerofólio rotativo chamado rotor.
para trás e para frente em um plano, lead and lag, e
flap up and down through a hinge independent of the Durante a flutuação em uma condição sem vento, o
other blades. [Figura 2-27] tip-path plane é horizontal, o que quer dizer que está
paralelo ao solo. O levante e o empuxo atuam reto
Rotor Semirrígido para cima, o peso e o arrasto atuam reto para baixo.
O tipo de rotor semirrígido é encontrado em aeronaves A soma das forças de sustentação e empuxo deve ser
com rotor de duas pás. As pás são conectadas de modo igual a soma das forças de peso e arrasto para fazer o
com que uma fique flap up e a outra fique flap down. helicóptero pairar.

2- 20
Durante o voo vertical em uma condição sem vento as ção da fuselagem é chamada de torque. Uma vez que
forças de sustentação e empuxo atuam verticalmen- o efeito do torque na fuselagem é o resultado direto
te para cima. O peso e o arrasto atuam verticalmen- da potência do motor que é mandada direto para o ro-
te para baixo. Quando a sustentação e o empuxo são tor, qualquer alteração na potência do motor gera uma
iguais ao peso e o arrasto o helicóptero tende a des- alteração correspondente no efeito do torque. Quanto
cer verticalmente. Se a sustentação e o empuxo são maior a potência do motor, maior é o efeito do torque.
maiores do que o peso e o arraso o helicóptero sobe Como não há potência do motor sendo enviada para o
verticalmente. rotor principal durante a auto rotação, não há reação
de torque nesta condição.
Para voar para frente, o tip-path plane é inclinado para
frente, inclinando, desta forma, a força total de sus- A força que compensa o torque e oferece controle di-
tentação e empuxo vertical para frente. O resultado recional pode ser gerada através de diversos meios.
desta força de sustentação e empuxo pode ser dividido O fator que define isso é determinado pelo desenho
em dois componentes: sustentação atuando vertical- do helicóptero, sendo que alguns nem possuem essa
mente para cima e o empuxo atuando horizontalmente questão do torque. Os projetos de rotor único normal-
na direção do voo. Além da sustentação e do empuxo mente possuem um rotor auxiliar localizado na parte
há também o peso, a força que atua para baixo, e o final da cauda. Este rotor auxiliar é geralmente cha-
arrasto, a força que atua para trás ou da inércia, e a mado de rotor de cauda, e ele gera empuxo na dire-
resistência do vento. ção oposta a reação do torque desenvolvido pelo rotor
principal. [Figura 2-25] Os pedais na cabine de voo
Em um voo em linha reta e nivelado, sem aceleração, permitem ao piloto aumentar o diminuir o empuxo do
a sustentação é igual ao peso e o empuxo é igual ao rotor de cauda, conforme a necessidade, para neutrali-
arrasto. (O voo em linha reta e nivelado é o voo com zar o efeito de torque.
uma direção e altitude constante). Se a sustentação
excede o peso o helicóptero sobe, e se a sustentação Outros métodos de compensação de torque e controle
é menor do que o peso o helicóptero desce. Se o em- direcional incluem o sistema de rotor de cauda Fenes-
puxo excede o arrasto, a velocidade do helicóptero tron® e o modelo SUD Aviation que emprega uma
aumenta, e se o empuxo é menor do que o arrasto a hélice ducted enclosed by a shroud. Outro modelo,
velocidade diminui. chamado NOTAR®, um modelo McDonnell Douglas
sem rotor de cauda, emprega o ar direcionado através
No voo lateral, o tip-path plane é inclinado para o lado de uma série de fendas na cauda, com o equilíbrio ob-
na direção desejada para o voo, fazendo com que o tido através de um duto de 90º localizado na parte de
vetor total de sustentação e empuxo seja inclinado trás da cauda. [Figura 2-28]
para o lado. Neste caso o componente vertical ou de
sustentação continua reto para cima e o peso reto para Forças do Giroscópio
baixo, mas o componente horizontal ou de empuxo O rotor principal de um helicóptero atua como um
agora atua para o lado com o arrasto atuando na dire- giroscópio. Sendo assim ele possui propriedades da
ção contrária. ação do giroscópio, dentre elas a precession. A Pre-
cession do giroscópio é a ação resultante ou deflection
Para um voo reverso, o tip-path plane é inclinado para de um objeto giratório quando uma força é aplicada
trás, inclinando o vetor de sustentação e empuxo para sobre este objeto. Esta ação ocorre aproximadamente
trás. O empuxo fica então invertido e o componente a 90º na direção da rotação do ponto onde a força é
de arrasto fica para frente, oposto do que ocorre em aplicada. [Figura 2-29] Com o uso deste princípio, o
um voo para frente. O componente de sustentação no tip-path plane do rotor principal pode ser inclinado
voo reverso é reto para cima, e o peso reto para baixo. em relação ao do plano horizontal.

Observe um sistema rotor de duas pás para ver como


Compensação de Torque o precession do giroscópio afeta o movimento do
A terceira lei de Newton diz que “para cada ação há tip-path plane. Mover o controle de cyclic pitch au-
uma reação oposta igual”. Como o rotor principal de menta o ângulo de ataque (AOA) de uma pá do rotor
um helicóptero gira em uma direção, a fuselagem ten- resultando em uma força de sustentação maior sendo
de a girar na direção contrária. Esta tendência de rota- aplicada neste ponto do plano de rotação. A pá com o

2- 21
Figura 2-28. Sistema de rotor de cauda aeroespacial Fenestron® (esquerda) e istema McDonnell Douglas
NOTAR® (direita).

AOA aumentado tende a flap up, e a pá com o AOA controle de cyclic pitch altera o AOA de cada pá de
diminuído tente a flap down. Devido ao fato do dis- maneira adequada para que no final o resultado seja
co do rotor atuar como um gyro, as pás atingem sua o mesmo.
deflection máxima em um ponto próximo a 90º later
in the plane of rotation. Conforme mostra a Figura O movimento de controle do cyclic pitch em um sis-
2-30, o AOA da pá retreating é aumentado e o AOA tema rotor de duas pás aumenta o AOA de uma pá do
da pá advancing é diminuído, resultando em tipping rotor resultando em uma força de sustentação maior
forward of the tip-path plane, since maximum deflec- aplicada neste ponto do plano de rotação. Este mes-
tion takes place 90º later quando as pás estão na parte mo movimento de controle simultaneamente diminui
de trás e da frente, respectivamente. Em um sistema o AOA da outra pá proporcionalmente, diminuindo
rotor que utiliza três ou mais pás o movimento do assim a força de sustentação aplicada neste ponto do

Axis New axis Old axis

90

Upward force applied here Reaction occurs here Gyro tips down here Gyro tips up here

Figura 2-29. Princípio precession do giroscópio.

2- 22
Low pitch applied
High flap result
Blade rotation

Low flap result Blade rotation

High pitch applied

Figura 2-30. Precession giroscópico.

plano de rotação. A pá com o AOA aumentado tende a malmente há poucos metros do solo. Para fazer um
subir, e a pá com o AOA diminuído tende a descer. No helicóptero pairar a sustentação e o empuxo gera-
entanto, o precession giroscópico evita que as pás su- dos pelo sistema rotor atuam para cima e devem ser
bam ou desçam em maximum deflection até um ponto iguais ao pelo e o arrasto, que atuam para baixo. [Fi-
de aproximadamente 90º later in the plane of rotation. gura 2-31] Enquanto o helicóptero estiver pairando,
a quantidade de empuxo do rotor principal pode ser
Em um rotor de três pás o movimento de controle do alterado para manter a altitude desejada. Isto é obtido
cyclic pitch altera o AOA de cada pá na quantidade através da alteração do ângulo de incidência (moven-
adequada para que o resultado seja o mesmo, a tip- do o collective) das pás do rotor e também o AOA das
ping forward of the tip-path plane quando o a altera- pás do rotor principal. Ao alterar o AOA também alte-
ção máxima no AOA é feito conforme cada pá passa ra o arrasto nas pás do rotor, e a potência liberada pelo
pelos mesmos pontos sendo que o máximo aumento motor precisa acompanhar essa alteração para manter
e diminuição são feitos em rotores de duas pás, con- o rotor a uma velocidade constante.
forme mostra a Figura 2-30. Conforme cada pá passa
pela posição de 90º à esquerda, ocorre o aumento má- O peso a ser suportado é o peso total do helicóptero
ximo do AOA. conforme cada pá passa pela posição e de seus ocupantes. Se a quantidade de sustentação
de 90º à direita, ocorre a diminuição máxima do AOA. é maior do que o peso real, o helicóptero irá acelerar
A maxima deflection ocorre 90° later, maximum up- para cima até que a força de sustentação seja igual
ward deflection at the rear and maximum downward ao peso obtido pela altitude. Se o empuxo é menor
deflection at the front; the tip-path plane tips forward. do que o peso, o helicóptero acelera para baixo. Ao
operar próximo ao solo, o efeito da proximidade com
Condições de Voo do Helicóptero o solo muda esta resposta.

Voo Pairado O arrasto de um helicóptero pairando é principalmen-


Durante o voo pairado, um helicóptero mantém uma te induzido pelo arrasto que ocorre enquanto as pás
posição constante sobre um determinado ponto, nor- estão gerando sustentação. No entanto há um arrasto

2- 23
otation Tor
de r qu
Bla e
Thrust
Lift

Drift

e
qu
Tor tion
Blade rota
Weight
Tail rotor
Drag downwash Tail rotor thrust

Figura 2-32. O rotor de cauda é feito para gerar


empuxo na direção oposta ao torque. O empuxo
Figura 2-31. Para manter um voo pairado em uma gerado pelo rotor de cauda é suficiente para mover o
altitude constante é necessário gerar sustentação helicóptero lateralmente.
e empuxo iguais ao peso do helicóptero e o arrasto
gerado pelas pás do rotor. Para contra atacar esta direção, podem ser usadas
uma ou mais das seguintes configurações. Todos os
de perfil nas pás enquanto que elas giram no ar. Ao exemplos são baseados na rotação anti-horária do
longo desta exposição o termo “arrasto” inclui ambos sistema rotor principal.
o induzido e o de perfil.
• A transmissão principal é montada em um
Uma consequência importante da geração de empuxo é ângulo levemente direcionado para a esquerda
o torque. Conforme já abordado anteriormente, a Ter- (quando visto de trás) para que o mastro do
ceira Lei de Newton diz que para cada ação existe uma rotor tenha uma inclinação que se opõe ao
reação oposta igual. Portanto, enquanto o motor gira o empuxo do rotor de cauda.
sistema rotor principal em sentido anti-horário, a fuse-
lagem do helicóptero tente a girar em sentido horário. • Os controles de voo podem ser rigged de
A quantidade de torque está diretamente relacionada a maneira que o disco rotor seja inclinado
quantidade de potência do motor que está sendo usado levemente para a direita quando o ciclo está
para girar o sistema rotor principal. Lembre-se que o centralizado. Independente do método usado,
torque muda de acordo com a mudança da potência. o tip-path plane é levemente inclinado para a
esquerda no voo pairado.
Para contra atacar esta tendência de torque induzido
um rotor anti-torque ou rotor de cauda é incorporado • Se a transmissão estiver montada de maneira
na maioria dos projetos de helicópteros. O piloto pode com que o eixo rotor esteja na vertical em
variar a quantidade de empuxo gerado pelo rotor de relação a fuselagem, o helicóptero “suspende”
cauda em relação a quantidade de torque gerado pelo o skid esquerdo para baixo no voo pairado. O
motor. Conforme o motor gera mais potência no rotor contrário também ocorre em sistemas rotores
principal, o rotor de cauda precisa gerar mais empuxo que giram em sentido horário quando vistos
para superar o efeito de torque crescente. Isto é obtido de cima.
através do uso de pedais anti-torque.
No voo para frente, o rotor de cauda continua a
Traduzindo Tendência ou Direção empurrar para a direita e o helicóptero faz um
Durante o voo pairado, um helicóptero com um rotor
pequeno ângulo com o vento quando os rotores
principal tende a se dirigir ou movimentar na direção
estão nivelados e a slip ball está no meio. Isto é
do empuxo do rotor de cauda. Esta tendência de dire
cionamento pode ser traduzida como tendência. [Fi- chamado de inherent sideslip.
gura 2-32]

2- 24
Efeito de Solo Efeito Coriolis (Lei da Conservação de Mo-
Ao pairar próximo ao solo ocorre um fenômeno co- mento Angular)
nhecido como efeito de solo. Este efeito normalmente O efeito Coriolis também é referido como lei de con-
ocorre em alturas entre a superfície e um rotor de di- servação de momento angular. Ele diz que o valor do
âmetro acima. The friction of the ground causes the momento angular de um corpo em rotação não muda
downwash from the rotor to move outwards from the a menos que seja aplicada uma força. Em outras pa-
helicopter. Isto altera o movimento relativo do do- lavras, um corpo em rotação continua a girar com a
wnwash de puramente vertical para uma combinação mesma velocidade a menos que uma força externa seja
de movimento vertical e horizontal. Conforme o fluxo aplicada para alterar a velocidade de rotação. O mo-
de ar induzido através do disco rotor é reduzido pela mento angular é o momento de inércia (massa vezes
fricção de superfície, o vetor de sustentação aumenta. distância a partir do centro da rotação ao quadrado)
Esta condição permite com que o ângulo da pá do ro- multiplicado pela velocidade de rotação. A alteração
tor seja menor para a mesma quantidade de sustenta- na velocidade angular, conhecido como aceleração e
ção, o que reduz o arrasto induzido. O efeito de solo desaceleração angular ocorre conforme do corpo em
também restringe a geração de vórtices na ponta da rotação se move para mais perto ou para mais longe
pá, pois o fluxo de ar para cima e para baixo faz com do eixo de rotação. A velocidade da massa em rota-
que uma parte maior da pá gere sustentação. Quando ção aumenta ou diminui na proporção do quadrado do
o helicóptero ganha altitude verticalmente sem velo- raio. Um bom exemplo deste princípio é um patinador
cidade para frente, o fluxo induzido não á mais res- de gelo girando. O patinador começa a rotação em um
trito e os vórtices da ponta da pá aumentam com a pé, com a outra perna e ambos os braços estendidos. A
diminuição do fluxo de ar para fora. Como resultado o rotação do corpo do patinador é relativamente baixa.
arrasto aumenta, o que significa um ângulo de direção Quando o patinador recolhe ambos os braços e a perna
maior, e necessita mais potência para mover o ar para estendida o momento de inércia (massa vezes raio ao
baixo através do rotor. quadrado) fica muito menor e o corpo gira quase mais
rápido do que o olho humano é capaz de acompanhar.
O efeito de solo está no seu máximo em condição sem Para manter o momento angular constante (sem a apli-
vento sobre uma superfície firme e suave. Grama alta, cação de força externa), a velocidade angular precisa
terreno irregular e superfícies com água alteram o pa- aumentar. A pá do rotor girando sobre o hub do rotor
drão do fluxo de ar, gerando um aumento nos vórtices possui momento angular. As the rotor begins to cone
do rotor. [Figura 2-33] due to G-loading maneuvers, the diameter or the disk
shrinks. Devido a conservação do momento angular,
as pás continuam a se mover na mesma velocidade
mesmo que as pontas das pás tenham uma distancia

Out of Ground Effect (OGE) In Ground Effect (IGE)


No
Large blade tip vortex wind
hover Blade tip vortex

Downwash pattern
equidistant 360°

Figura 2-33. Orotor de cauda é feito para gerar empuxo na direção oposta ao torque. O empuxo gerado pelo
rotor de cauda é suficiente para mover o helicóptero lateralmente.

2- 25
empuxo, arrasto e peso precisam estar em equilíbrio.
Uma vez que o tip-path plane for inclinado para frente,
Thrust a força total de sustentação-empuxo também é incli-
Vertical ascent
Lift nada para frente. Esta força pode ser dividida em dois
componentes – sustentação atuando verticalmente para
cima e o empuxo atuando horizontalmente na direção
do voo. Além da sustentação e do empuxo, tem o peso
(força que atua para baixo) e o arrasto (força oposta ao
movimento do aerofólio através do ar). [Figura 2-35]

Resultant
Weight

Lift
Drag

Figura 2-34. Para subir verticalmente, é necessário Thrust


gerar mais sustentação e empuxo para superar as
forças de peso e arrasto.
Drag
Helicopter movement
menor para percorrer devido ao diâmetro de disco re-
duzido. Esta ação resulta no aumento do rpm do ro-

Weight
tor. A maioria dos pilotos retém este aumento com um
aumento no collective pitch. Conversely, as G-loading
subsides and the rotor dist flattens out from the loss of Resultant
G-load induced coning, as pontas das pás não tem dis-
tância para percorrer na mesma velocidade. Esta ação Figura 2-35. A potêncianecessária para manter um
resulta na redução do rpm do rotor. No entanto, se essa voo em linha reta nivelado e com velocidade estabi-
queda no rpm no rotor continua até o pondo em que lizada.
ele diminui abaixo do rpm operacional, o sistema do
controle do motor adicionam mais combustível/potên- Em um voo em linha reta e nivelado para frente sem
cia para manter o rpm específico do motor. If the pilot aceleração (direção e altitude constantes), a sustenta-
does not reduce collective pitch as the disk unloads, the ção é igual ao peso e o empuxo é igual ao arrasto. Se a
combination of engine compensation for the rpm slow sustentação excede o peso o helicóptero acelera verti-
down and the additional pitch as G-loading increases calmente até que as forças fiquem em equilíbrio. Se o
may result in exceeding the torque limitations or power empuxo é menor do que o arrasto o helicóptero dimi-
the engines can produce. nui até que as forças estejam em equilíbrio. Conforme
o helicóptero anda para frente ele começa a perder
Voo Vertical altitude por causa da perda de sustentação conforme
O voo pairado é um elemento do voo vertical. Aumentar o empuxo é desviado para frente. No entanto, confor-
o AOA das pás do rotor (pitch) enquanto a velocidade do me o helicóptero começa a acelerar, o sistema rotor
rotor é mantida constante gera uma sustentação adicio- fica mais eficiente devido ao aumento do fluxo de ar.
nal e o helicóptero sobe. Diminuir o pitch faz com que o Isto resulta em um excesso de potência do que o ne-
helicóptero desça. Em uma condição sem vendo, quando cessário para pairar. A aceleração continuada gera um
a sustentação e o empuxo são menores do que o peso e o fluxo de ar ainda maior através do disco rotor e mais
arrasto, o helicóptero desce verticalmente. Se a sustenta- excesso de potência. Para manter o voo não acelerado,
ção e o empuxo são maiores do que o peso e o arrasto, o o piloto não precisa alterar a potência ou o movimento
helicóptero sobe verticalmente. [Figura 2-34] cíclico. Qualquer alteração do gênero faz com que o
helicóptero suba ou desça. Quando se atinge o voo em
Voo para Frente linha reta nivelado o piloto deve observar a potência
Em um voo estável para frente sem alteração de veloci- (ajuste do torque) necessária e não fazer mais ajustes
dade do ar ou vertical, as quatro forças de sustentação, nos controles de voo. [Figura 2-36]

2- 26
800
Maximum continuous power available
translacional ocorre quando o rotor de cauda se torna
mais aerodinamicamente eficiente durante a transi-
ção de situação de voo pairado para voo para frente.

GE
Increasing power for

rO
decreasing airspeed
Conforme o rotor de cauda funciona progressivamen-

ove
600
te com menos turbulência do que o ar, essa melhora

oh
Power required (horsepower)

dt
de condição gera mais empuxo anti-torque, fazendo

ire
C A B

qu
com que o nariz da aeronave dê uma guinada para a

re
er
400 Po
w
esquerda (com o rotor principal girando em sentido
Increasing power for
decreasing airspeed
anti-horário) e fazendo com que o piloto aplique o pe-
dal da direita (diminuição do AOA nas pás do rotor de
cauda) em resposta. Além disso, durante este período
200 Maximum
continuous
a aeronave afeta os componentes horizontais do esta-
level bilizador encontrado na maioria dos helicópteros, o
Minimum power
(horizontal)
flight
que tente a fazer com que o nariz do helicóptero fique
for level flight(VY) airspeed (VH) mais nivelado. A Figura 2-37 e a Figura 2-38 mostram
0
0 40 60 80 100 120
padrões de voo em diferentes velocidades e como o
fluxo de ar afeta a eficiência do rotor de cauda.
Indicated airspeed (KIAS)

Sustentação Translacional Efetiva (ETL)


While transitioning to forward flight at about 16–24
Figura 2-36. A alteração nos vetores de força resulta knots, the helicopter experiences effective translation-
no movimento da aeronave. al lift (ETL). Conforme mencionado anteriormente,
Sustentação Translacional as pás do rotor se tornam mais eficientes a medida que
A melhora na eficiência do rotor resultante do voo di- a velocidade para frente aumenta. Entre 16-24 nós o
recional é chamada sustentação translacional. A efici- sistema rotor excede completamente a circulação de
ência do sistema rotor pairado é altamente otimizado velhos vórtices e começa a funcionar no ar relativa-
com cada nó de vento obtido pelo movimento hori- mente parado. O fluxo de ar através do sistema rotor é
zontal da aeronave ou vento de superfície. Conforme mais horizontal, portanto o fluxo e o arrasto induzidos
o vento gerado pelo movimento da aeronave ou vento são reduzidos. O AOA é consequentemente aumenta-
de superfície entra no sistema rotor, a turbulência e os do, o que faz com que o sistema rotor opere com mais
vórtices são deixados para trás e o fluxo de ar se tor- eficiência. Esta eficiência melhorada continua com a
na mais horizontal. Além disso o rotor de cauda fica velocidade aumentada até que a melhor velocidade de
com sua aerodinâmica mais eficiente durante a tran- ascensão seja alcançada, e o arrasto total atinja seu
sição de voo pairado para voo para frente. O empuxo ponto mais baixo.

y aft se
db ction o
s u se f rotor
c ul e
le
1–5 knots

r mo
ity of ai
veloc
ward
Down

Padrão de voo de 1-5 nós de velocidade para frente. Observe como o vórtice de vento para baixo
Figura 2-37.
começa a dissipar e o fluxo induzido para baixo através do sistema de rotor de cauda é mais horizontal.

2- 27
Airflow pattern just prior to effective translational lift

10–15 knots

Figura 2-38. Padrão de fluxo de ar de 10-15 nós de velocidade. Nesta velocidade aumentada o fluxo de ar
continua a ficar mais horizontal. O bordo de ataque do padrão downwash esta sendo superado e fica bem
embaixo do nariz do helicóptero.

Direction of Flight
More horizontal No recirculation
flow of air of air

Retreating Side Advancing Side


a tion
rot
de

a
Bl
16–24 knots Blade tip Blade tip
Relative wind

Relative wind
speed speed
minus plus
helicopter helicopter
speed speed
Reduced induced flow Tail rotor operates in (200 knots) (400 knots)
increases angle of attack relatively clean air io

n
at
rot
Blade
Figura 2-39. A sustentação
translacional efetiva é
facilmente reconhecida em um voo através de uma Forward flight at 100 knots
vibração aerodinâmica induzida passageira e o Figura 2-40. A velocidade da ponta da pá deste
aumento na performance do helicóptero. helicóptero é de aproximadamente 300 nós. Se o
helicóptero estiver se movendo para frente a 100
nós, a velocidade do vento relativo no lado que está
Conforme a velocidade aumenta, a sustentação transla- avançando é de 400 nós. No lado oposto é de apenas
cional se torna mais efetiva, o nariz sobe ou se inclina 200 nós. A diferença na velocidade gera a dissime-
para cima e a aeronave rola para a direita. Os efeitos tria da sustentação.
combinados da dissimetria da sustentação, gyroscopic
precession e efeito do fluxo transverso geram essa ten- controlável em qualquer situação diferente da de voo
dência. É importante entender esses efeitos e antecipar pairado em vento calmo. Devem haver meios de com-
sua correção. Uma vez que o helicóptero é transicional pensar, corrigir ou eliminar esta sustentação desigual
através do ETL, o piloto precisa aplicar uma entrada para manter a simetria da sustentação.
cíclica para frente e para esquerda para manter a atitude
constante do disco rotor. [Figura 2-39] Quando o helicóptero se move através do ar, o fluxo
de ar através do disco do rotor principal é diferente on
Dissimetria da Sustentação the advancing side than on the retreating side. O vento
A dissimetria da sustentação é o diferencial de sus- relativo encontrado pela pá advancing é aumentada
tentação entre as metades de avanço e de retração do pela velocidade para frente do helicóptero, enquan-
disco rotor gerados pela diferença da velocidade do to que a velocidade do vento relativo que atua na pá
fluxo de vento através de cada metade. Esta diferen- retreating é reduzida pela velocidade. Desse modo,
ça na sustentação faz com que o helicóptero fique in- como resultado da velocidade do vento relativa a pá

2- 28
advancing do disco do rotor gera mais sustentação do ângulo entre a linha da corda e o vento relativo resul-
que o lado retreating da pá. [Figura 2-40] tante aumenta. Isto aumenta o AOA e consequente-
mente a sustentação gerada pela pá.
Se esta condição pudesse existir, um helicóptero com
rotação de pá do rotor principal no sentido anti-horário A combinação da blade flapping com o vento relativo
rolaria para a esquerda devido a diferença na susten- lento atuando sobre a pá retreating normalmente li-
tação. Na verdade, as pás do rotor principal flap and mita a velocidade máxima para frente do helicóptero.
feather automaticamente para equalizar a sustentação Em uma velocidade para frente alta, a pá retreating es-
através do disco rotor. Os sistemas de rotor articula-
dos, normalmente com três ou mais pás, incorporam
uma ligação horizontal (flapping hinge) para permitir
com que as pás individuais do rotor se movam ou flap
up and down conforme elas giram. Um sistema rotor
semirrígido (duas pás) utiliza um teetering hing, que
permite com que as pás flap juntas. Quando uma pá
flap up, a outra flap down.

Conforme as pás do rotor atingem o advancing side do


disco do rotor, elas atingem sua velocidade máxima em
velocidade upward flapping. [Figura 2-41] quando a pá
flaps upward, o ângulo entre a linha da corda e o ven- Figura 2-41. The combined upward flapping (reduced
to relativo resultante diminui. Isto reduz o AOA, que lift) of the advancing blade and downward flapping
reduz a quantidade de sustentação gerada pela pá. Na (increased lift) of the retreating blade equalizes lift
posição C, a pá do rotor está na sua velocidade máxima across the main rotor disk counteracting dissymme-
downward flapping. Devido ao downward flapping, o try of lift.

B Angle of attack over nose


Chord
line

Resultant relative wind

n
atio B
rot
de
a
Bl

C Angle of attack at 9 o’clock position A Angle of attack at 3 o’clock position


Chord Chord
line line
C A
Resultant relati
ve wind
wind
Resultant relative Upflap velocity
Downflap velocity

D Angle of attack over tail


Chord
line

Relative wind
Angle of attack Resultant relative wind

Figura 2-42. Paracompensar o blowback, move the cyclic para frente. O blowblock é mais acentuado em velo-
cidades mais altas.

2- 29
tola devido ao alto AOA e baixa velocidade do vento em todas as pás em todos os pontos do sistema ro-
relativo. Esta situação é chamada de “retreating blade tor (desconsiderando a compensação pela tendência
stall” e é evidenciada pelo ângulo do nariz inclinado de tradução). O disco rotor é paralelo ao horizonte.
para cima, vibração, e tendência a rolagem, normal- Para desenvolver esta força de empuxo, o sistema
mente para a esquerda, em helicópteros com rotação rotor precisa ser inclinado na direção desejada para
de pá no sentido anti-horário. o movimento. O cyclic feathering altera o ângulo de
incidência de maneira diferente ao redor do sistema
Os pilotos podem evitar retreating blade stall não exce- rotor. O movimento cíclico para frente diminui o ân-
dendo a velocidade máxima. Esta velocidade é deter- gulo de incidência em uma parte do sistema rotor en-
minada por VNE e é indicada em uma placa e marcada quanto aumenta o ângulo em outra parte. O bater de
no indicador de velocidade por uma linha vermelha. pás máximo para baixo sobre a cauda inclina tanto o
disco rotor quanto o vetor de empuxo para frente. Para
Durante o flapping aerodinâmico das pás do rotor evitar a ocorrência de blowback o piloto precisa conti-
conforme elas compensam a dissimetria da sustenta- nuamente mover o cíclico para frente conforme a velo-
ção, a advancing blade atinge seu deslocamento má- cidade do helicóptero aumenta. A Figura 2-42 ilustra as
ximo upward flapping sobre o nariz e deslocamento alterações de ângulos de inclinação conforme o cíclico
flapping downward sobre a cauda. Isto faz com que é movido para frente a uma velocidade crescente. Em
o tip-path plane incline para trás e seja chamado de um voo pairado, o cíclico é centralizado e a inclina-
blowback. A Figura 2-42 mostra como o disco rotor é ção do ângulo nas pás que recuam e que avançam é a
originalmente orientado with the front down follow- mesma. Em velocidades baixas para frente moving the
ing the initial cyclic input. As airspeed is gained and cyclic para frente reduz o ângulo pitch na pá de avan-
flapping eliminates dissymmetry of lift, the front of ço e aumenta o ângulo pitch na pá de recuo. Isto gera
the disk comes up, and the back of the disk goes down. uma leve inclinação no rotor. Em velocidades maiores
Esta reorientação do disco rotor altera a direção na para frente o piloto deve continuar a mover o cyclic
qual o empuxo total do rotor atua, a velocidade para para frente. Isto reduz o pitch angle na pá de avanço e
frente do helicóptero diminui, mas pode ser corrigida aumenta o pitch angle na pá de recuo. Isto resulta em
com o cyclic input. O piloto usa cyclic feathering para mais inclinação no rotor em velocidades mais baixas.
compensar a dissimetria da sustentação, permitindo
com que ele controle a atitude do disco rotor. O componente de sustentação horizontal (empuxo)
gera velocidade maior no helicóptero. A velocidade
O cyclic feathering compensa a dissimetria da susten- do ar maior induz a batida das pás a manter a simetria
tação (alteração do AOA) da seguinte maneira. Em da sustentação. A combinação de batida de pás com
um voo pairado uma sustentação uniforme é gerada cyclic feathering mantém a simetria da sustentação e
em volta do sistema rotor com inclinação e AOA igual atitude desejada no sistema rotor e no helicóptero.

Normal Powered Flight Autorotation


ht
flig

Direction of flight
of
on
cti
re
Di

Figura 2-43. Durante


a auto rotação o fluxo relativo do vento permite com que as pás do rotor a girarem em
sua velocidade normal. Na verdade as pás “flutuam” no seu plano rotacional.

2- 30
Pitch link
mente disengages o motor do rotor principal permi-
tindo que o rotor principal a girar livremente. Este é
Stationary swash plate o meio pelo qual um helicóptero pode aterrissar com
segurança em um evento de falha do motor. Conse-
quentemente todos os helicópteros precisam demons-
trar esta capacidade para ser certificado. [Figura 2-43]

Rotating swash plate Rotorcraft Controls


Control rod
Conjunto do Prato Oscilante
Figura 2-44. Prato oscilante rotativo e estacionário.
A função do prato oscilante é transmitir os controles
do collective and cyclic controls para as pás do ro-
tor principal. Ele consiste de duas partes principais: o
Auto Rotação prato oscilante estacionário e o prato oscilante rotati-
A auto rotação é o estado de voo no qual o sistema vo. [Figura 2-44]
rotor principal de um helicóptero é girado pela ação O prato oscilante estacionário é montado ao redor do
do ar se movendo através do rotor ao invés de ser mo- mastro do rotor principal e conectado nos controles
vido pelo rotor. Em um voo normal o ar é puxado para cíclico e coletivo através de uma série de pushrods.
dentro do sistema rotor principal pela parte de cima e Eles são travados por uma conexão antidrive mas é
expelido pela parte de baixo, mas durante a auto rota- possível ser inclinado em todas as direções e se mover
ção o ar se move para cima do sistema rotor de baixo verticalmente. O prato oscilante rotativo é montado
para cima conforme o helicóptero desce. A auto rota- ao prato oscilante estacionário por uma uniball sleeve.
ção é permitida mecanicamente através de uma unida- It is connected to the mast by drive links e consegue
de freewheeling, que é um special clutch mechanism girar com o maestro do rotor principal. Os dois pratos
que permite com que o rotor principal continue a girar inclinam e deslizam para cima e para baixo como um
mesmo que o motor não esteja em funcionamento. Se conjunto. O prato oscilante rotativo é conectado ao
o motor falha, a unidade freewheeling automatica- pitch horns por pitch links.

Figura 2-45. Raising the collective pitch control increases the pitch angle by the same amount on all blades.

2- 31
Existem três controles principais em um helicóptero Gerenciador/Correlator
que o piloto precisa usar durante o voo. Eles são o col- O gerenciador é um dispositivo sensor que detecta o
lective pitch control, cyclic pitch control e pedais an- rpm do rotor e do motor e faz os ajustes necessários
ti-torque ou controles de rotor de cauda. Além desses, para manter o rpm do rotor constante. Uma vez que
o piloto precisa também usar o controle de aceleração, o rpm do rotor está ajustado para operações normais
que é montado diretamente ao controle de collective o gerenciador mantém o rpm constante e não tem ne-
pitch para que o helicóptero voe. cessidade de fazer ajustes na aceleração. Os gerencia-
dores são comuns em todos os helicópteros de turbi-
Collective Pitch Control na (já que é uma função do sistema do controle de
O controle collective pitch fica localizado no lado combustível do motor da turbina), e usado em alguns
esquerdo do assento do piloto e é operado pela mão helicópteros movidos a pistão.
esquerda do piloto. O collective é usado para alterar
o ângulo de pitch de todas as pás do rotor principal O correlator é uma conexão mecânica entre a alavanca
simultaneamente ou coletivamente conforme diz o do collective e o acelerador do motor. Quando a alavan-
nome. Conforme o controle collective pitch é aumen- ca collective está levantada, a potencia automaticamente
tado, há uma aumento igual no ângulo pitch de todas aumenta e quando ela é abaixada ela diminui. Este siste-
as pás do rotor, e conforme ele é diminuído, há uma ma mantém o rpm próximo ao valor desejado, mas ainda
diminuição simultânea do ângulo pitch. Isto é obti- requer ajuste de aceleração para um controle preciso.
do através de uma série de conexões mecânicas e a
quantidade de movimento na collective lever deter- Alguns helicópteros não tem correlators ou gerenciado-
mina o quanto o pitch da pá altera. [Figura 2-45] An res e requerem a coordenação de todos os movimentos
adjustable friction control helps prevent inadvertent de aceleração e collective. Quando o collective é aumen-
collective pitch movement. tado, a aceleração precisa ser diminuída. Quando o col-
lective é abaixado, a aceleração precisa ser diminuída.
Controle de Aceleração Como em qualquer controle de aeronave, grandes ajustes
A função do acelerador é regular o rpm do motor. Se de collective pitch ou aceleração precisam ser evitados.
o sistema correlator ou gerenciador não mantém o rpm Todas as correções devem ser feitas com leve pressão.
desejado quando o collective é subido ou baixado, ou se
esses sistemas não estão instalados o acelerador precisa Em helicópteros a pistão, o collective pitch é o con-
ser movido manualmente com o twist grip para manter o trole básico para a manifold pressure, e a aceleração é
rpm. O controle de aceleração é muito parecido com o de o controle básico para o rpm. No entanto o collective
uma motocicleta, e funciona quase da mesma maneira. pitch control também influencia o rpm e o acelerador
Girar o acelerador para a esquerda aumenta o rpm e girá- também influencia a pressão do manifold, portanto
-lo para a direita diminui o rpm. [Figura 2-46] cada um é considerado ser um controle secundário of
the other’s function. Tanto o tacômetro (indicador de
rpm) e a válvula de manifold pressure precisam ser
analisados para determinar qual controle para usar. A
Figura 2-47 ilustra este relacionamento.

Twist grip throttle If manifold


and rpm is Solution
pressure is

Increasing the throttle increases


LOW LOW manifold pressure and rpm

Lowering the collective pitch


HIGH LOW decreases manifold pressure
and increases rpm

Raising the collective pitch


LOW HIGH increases manifold pressure and
decreases rpm

Figura 2-46. A twistgrip throttle é normalmente mon- HIGH HIGH


Reducing the throttle decreases
manifold pressure and rpm
tado na ponta do collective lever. Em alguns helicóp-
teros de turbine os aceleradores são montados no Figura 2-47. Relação entre manifold pressure, rpm,
painel suspenso ou no piso da cabine. collective e aceleração.

2- 32
Cyclic pitch control

Cyclic pitch control

Figura 2-49. Ospedais anti-torque compensam as


alterações no torque and control heading in a hover.

aos passar pela direção do deslocamento. O aumento


do ângulo pitch aumenta o AOA, e a diminuição do
ângulo pitch diminui o AOA. Por exemplo, se o cyclic
é movido para frente o AOA diminui conforme a pá
do rotor passa pelo lado direito do helicóptero e au-
Figura 2-48. Ocontrole cyclic pitch é pode ser monta- menta no lado esquerdo. Isto resulta em uma deflexão
do verticalmente entre os joelhos do piloto ou em uma máxima para baixo da pá do rotor na frente do helicóp-
teetering bar a partir de um único cyclic localizado tero e uma deflexão máxima para cima na parte de trás
no centro do helicóptero. O cyclic pode pivot em todas dele, fazendo com que o disco rotor incline para frente.
as direções.
Pedais Anti-torque
Cyclic Pitch Control Os pedais anti-torque são localizados no piso da cabine
O cyclic pitch control é montado verticalmente a par- nos pés do piloto. Eles controlam o pitch e, portanto,
tir do piso da cabine, entre as pernas do piloto, ou, o empuxo das pás do rotor de cauda. [Figura 2-49] A
em alguns modelos, entre os dois assentos dos pilotos. Terceira Lei de Newton se aplica à fuselagem do heli-
[Figura 2-48] Este controle básico de voo permite ao cóptero e interfere no modo como ela gira na direção
piloto a voar o helicóptero em qualquer direção hori- contrária das pás do rotor principal a não ser que seja
zontal, para frente, para trás e para os lados. A força contra atacada e controlada. Para possibilitar o voo e
de sustentação total é sempre perpendicular ao tip- compensar esse torque a maioria dos modelos de heli-
-path plane do rotor principal. A função do controle cópteros possui um rotor de cauda anti-torque. Os pe-
cyclic pitch é inclinar o tip-path plane na direção ho- dais anti-torque permitem com que o piloto controle o
rizontal desejada. O controle cíclico altera a direção pitch angle das pás do rotor de cauda que, em voo para
desta força e controla a atitude e velocidade de voo frente faz com que o helicóptero mantenha in longitu-
do helicóptero. dinal trim e, enquanto estiver pairando, permite que o
piloto execute um giro de 360º. Os pedais anti-torque
O disco rotor inclina na mesma direção na qual é mo- são conectados ao pitch change mechanism no coman-
vido o controle de cyclic pitch. Se o cyclic é movido do do rotor de cauda e fazem com que o pitch angle nas
para frente o disco rotor inclina para frente, e se o pás do rotor de cauda aumentem ou diminuam.
cyclic é movido para trás o disco inclina para trás e
assim por diante. Como o disco rotor atua como um Helicópteros que são feitos com rotores tandem não
gyro, as conexões mecânicas for the cyclic control possuem rotor anti-torque. Estes helicópteros são
rods ar rigged de tal modo que eles diminuem o ângu- projetados com os dois sistemas rotores girando em
lo pitch da pá do rotor aproximadamente 90º antes de direções contrárias para contra-atacar o torque, ao in-
alcançar a direção do deslocamento cíclico e aumenta vés de usar um rotor de cauda. Os pedais anti-torque
o ângulo pitch da pá do rotor aproximadamente 90º direcionais são usados para o controle de direção da

2- 33
aeronave durante o voo e para taxiar para frente. Com .Sistema de Aumento de Estabilidade (SAS)
o pedal direito empurrado para frente o disco rotor Alguns helicópteros possuem sistemas de aumento de
dianteiro inclina para a direita, enquanto que o disco estabilidade (SAS) para ajudar a estabilizar o helicóp-
rotor traseiro inclina para a esquerda. O oposto ocor- tero durante o voo e quando estiver pairando. O mais
re quando o pedal esquerdo é empurrado para frente. simples destes sistemas é um sistema de force trim,
Neste caso o disco rotor dianteiro inclina para a es- que utiliza um magnetic clutch e molas para segurar o
querda e o traseiro para a direita. As diferentes com- controle cíclico na posição na qual ela é liberada. Sis-
binações aplicadas aos pedais e ao cíclico permitem temas mais avançados utilizam acionadores elétricos
o helicóptero tandem girar andar para frente e para que make inputs to the hydraulic servos. Estes servos
trás em um eixo vertical as well as pivoting about the recebem comandos de controle a partir de um computa-
Center of mass. dor que percebe o comportamento do helicóptero. Outros
inputs como heading, speed, altitude e informação de na-
Sistema Estabilizador vegação podem ser fornecidas ao computador a partir de
um sistema de piloto automático. O SAS pode ser over-
Bell Stabilizer Bar System riden ou desconectado pelo piloto a qualquer momento.
Arthur M. Young descobriu que a estabilidade poderia
ser aumentada significantemente com a inclusão de O SAS reduz a carga de trabalho do piloto, pois me-
uma barra estabilizadora perpendicular as duas pás. lhora a harmonia dos controles básicos da aeronave e
A barra estabilizadora tem pesos nas pontas que fa- diminui disturbances. Estes sistemas são muito úteis
zem com que fiquem relativamente estáveis no plano quando se exige do piloto que execute outras tarefas
de rotação. A barra estabilizadora está conectada ao como sling loading e operações de busca e resgate.
swash plate de maneira a reduzir o pitch rate. As duas
pás podem bater como uma unidade e assim não exi- Vibração do Helicóptero
gem lag-lead hinges (o rotor inteiro reduz e acelera Os parágrafos seguintes descrevem os vários tipos de
por volta). Os sistemas de duas pás exigem um único vibrações. A Figura 2-50 mostra os níveis gerais nos
teetering hing and two coning hinges para permintir quais as frequências estão divididas.
modest coning do disco rotor conforme o empuxo au-
menta. A configuração é conhecida por vários nomes, Vibração de Frequencia Extremamente Baixa
incluindo painéis de Hiller, sistema Hiller, Sistema Extrema
Bell-Hiller, e sistema flybar. A vibração de frequência extremamente baixa está li-
mitada ao pylon rock. O rocking do pylon (de dois a
Offset Flapping Hinge três ciclos por segundo) é inerente ao rotor, mastro
The offset flapping hinge is offset do centro do rotor hub e sistema de transmissão. Para evitar que a vibração
e pode gerar momento de potência útil para controlar o atinja níveis mais perceptíveis, é colocado um trans-
helicóptero. A distância do hinge até o hub (the offset) mission mount dampening para absorver o rocking.
multiplicado pela força gerada no hinge gera um mo-
mento no hub. Fica evidente que quanto maior o offset, Helicopter Vibration Types
maior o momento para a mesma força gerada pela pá.
Frequency Level Vibration

O movimento do flapping é resultado da constante al- Extreme low frequency Less than 1/rev PYLON ROCK
ternação de equilíbrio entre as forças de sustentação, Low frequency 1/rev or 2/rev type vibration
Medium frequency Generally 4, 5, or 6/rev
centrífuga e de inércia. O subir e descer das pás são
High frequency Tail rotor speed or faster
característicos na maioria dos helicópteros e é fre-
quentemente comparado ao bater das asas de um pás- Figura 2-50. Diversos tipos de vibração em helicópteros.
saro. O flappping hinge, juntamente com a flexibilida-
de natural encontrada na maioria das pás faz com que Vibração de Baixa Frequência
elas droop consideravelmente quando o helicóptero As vibrações de baixa frequência (1/rev e 2/rev) são
está em repouso e o rotor não está girando. Durante o geradas pelo próprio rotor. As vibrações 1/rev são de
voo é a rigidez necessária é fornecida pela potência da dois tipos básicos: vertical ou lateral. Uma vibração
força centrífuga que resulta da rotação das pás. Esta de 1/rev é gerada simplesmente quando uma pá pro-
força pulls outward a partir da ponta, enrijecendo a voca mais sustentação em um determinado ponto do
pá, e é o único fator que a impede de dobrar. que outra pá no mesmo ponto.

2- 34
Curtain
80°
to
Curtain 0°
Leading edge

7
Blade BLADE

Pole

Position of chalk mark (approximately 2 inches long)


Pole

Handle Line parallel to longitudinal axis of helicopter

Curtain

1/2" max spread (typical)

Approximate position of chalk marks

Pole

Figura 2-51. Percurso de rotação de pás pelo método bandeira e poste.

Vibração de Média Frequência


As vibrações de baixa frequência (1/rev e 2/rev) é ou- Meter

tra vibração inerente à maioria dos rotores. O aumen- A Channel B

to no nível destas vibrações é gerado por uma altera- TRACK


A B

ção na capacidade da fuselagem de absorver vibração, COMMON

ou a perda de algum componente como os skids, que


MAGNETIC FUNCTION

Band-pass filter
PICKUP
BALANCER
vibram naquela frequência. MODEL 177M-6A
RPM TONE

X10
X1 X100 PUSH FOR
SCALE 2

Vibração de Alta Frequência


Phase meter
As vibrações de alta frequência podem ser geradas
RPM RANGE

12

por qualquer coisa no helicóptero que gire ou vibre à


11 1
DOUBLE TEST
10 2

PHAZOR 9 3

velocidades extremamente altas. As causas mais ób-


8 4

7 5
6

vias e comuns são: loose elevator linkage at swashpla-


te horn, loose elevator, or tail rotor balance and track.
Figura 2-52. Balancer/Phazor.
Percurso de Rotação de Pás
O percurso de rotação é o processo que determina as
posições das pontas das pás do rotor em relação uma Bandeira e Poste
à outra enquanto que a cabeça do rotor está girando, e O método bandeira e poste, ilustrado na Figura 2-51,
determinar as correções necessárias para manter estas mostra as posições relativas das pás do rotor. As pon-
posições dentro da tolerância. As pás devem girar o tas das pás são marcadas com um giz ou lápis, sendo
mais próximo possível umas das outras. O objetivo do cada ponta com uma cor diferente para que fique fácil
percurso de rotação das pás é trazer as pontas de todas determinar a relação entre as pás. Este método pode
as pás para o mesmo plano de rotação através do ciclo ser usado em todos os tipos de helicópteros que não
total de rotação. Os próximos parágrafos explicam os tenham propulsão a jato nas pás. Para procedimentos
diversos métodos de percurso de rotação de pás. específicos verifique o manual de manutenção.

2- 35
Strobe flash tube RPM dial

RPM

STROBEX
MODEL 135M-11

Figura 2-53. Strobex tracker.

Interrupter plate

Motor
Figura 2-55. Rastreamento do rotor de cauda.

TES
TER números aparecem normais. O rastreamento pode ser
realizado with tracking tip cap reflectors e uma luz
estrobo. Os tip caps são temporariamente anexados a
ponta de cada pá. A alta intensidade da luz estrobo
irradia no mesmo tempo das pás em movimento. A luz
estrobo opera a partir do sistema elétrico do helicóp-
tero. Ao observar a reflected tip cap image é possível
ver o plano em que a pá está girando. O rastreamento
é realizado em uma sequencia de quatro passo: rastre-
Figura 2-54. Vibrex tracker. amento a partir do solo, verificação em voo pairado,
rastreamento em voo para frente e ajuste de rpm em
auto rotação.
Rastreador de Pás Eletrônico
O rastreador de pás eletrônico mais comum consis- Rastreamento do Rotor de Cauda
te de um Balancer/Phazor, Strobex Tracker, and Vi- Os seguintes parágrafos explicam os métodos de mar-
brex Tester. [Figuras 2-52 a 2-54] O rastreador de pás cação e eletrônico para rastreamento de rotor de cauda.
Strobex permite o rastreamento da pá de dentro ou de
fora do helicóptero enquanto ele estiver em solo ou de Método de Marcação
dentro do helicóptero quando ele estiver em voo. O Os procedimentos para rastrear o rotor de cauda pelo
sistema utiliza um raio de luz altamente concentrada método de marcação, conforme mostra a Figura 2-55,
iluminando na sequencia com a rotação das pás prin- são os seguintes:
cipais de maneira com que um ponto fixo nas pontas
das pás pareça estar parado. Cada pá é identificada • Após a substituição ou instalação de um ro-
com um número elongated retroflexive colado ou ane- tor de cauda, pás ou sistema de pitch change,
xado a parte de baixo da pá em uma localização uni- verifique o rigging do rotor de cauda e o per-
forme. Quando visto de dentro do helicóptero esses curso das pás do rotor. Tail rotor tip clearance

2- 36
shall be set before tracking and checked again estranho (FOD) para proteger o interior da pá
after tracking. contra a umidade e corrosão.
• O rastreamento com a luz estrobo também • Remova completamente objetos estranhos da
pode ser usado. As instruções para uso são superfície total da pá com sabão neutro e água.
fornecidas com o dispositivo. Coloque a peça • Proteja as superfícies erodidas externas das
de mangueira de borracha macia de seis po- pás com um revestimento de anticorrosivo ou
legadas na ponta de um pine stick ou outro primer coating.
instrumento flexível de ½ X ½. Cubra a man- • Proteja o blade main bolt hole bushing, drag
gueira de borracha com azul da Prússia ou brace retentiion bolt hole bushing e qualquer
outro colorante similar dissolvível em óleo. outra área de metal exposta (ex. grip and drag
pads) com um revestimento anticorrosivo.
• Secure blade to shock-mounted support and
OBSERVAÇÃO: Ground run-up pode ser executa- secure container lid.
do somente por pessoal autorizado. Acione o motor • Place copy of manufacturer’s blade records,
de acordo com o indicado no manual de manutenção. containing information required by Title 14
Mantenha o motor em funcionamento com os pedais of the Code of Federal Regulations (14 CFR)
da posição neutra. Coloque o dispositivo de marcação section 91.417(a)(2)(ii), and any other blade
na parte de baixo do tail boom assembly. Coloque len- records in a waterproof bag and insert into
tamente o dispositivo de marcação no disco do rotor container record tube.
de cauda aproximadamente uma polegada da ponta. • Obliterate old markings from the container
Quando a pá próxima for marcada pare o motor e deixe that pertained to the original shipment or to
o rotor parar. Repita este procedimento até que o tra- the original item it contained. Stencil the bla-
cking mark atravesse para o outro lado da pá, então ex- de National Stock Number (NSN), model,
tend pitch control link of unmarked blade one half turn. and serial number, as applicable, on the outsi-
de of the container.
Método Eletrônico
The electronic Vibrex balancing and tracking kit is
housed in a carrying case and consists of a Model Sistemas Propulsores do Helicóptero
177M-6A Balancer, a Model 135M-11 Strobex, track
and balance charts, an accelerometer, cables, and at- Conjunto propulsor
taching brackets. Os dos tipos de motor mais comuns usados em heli-
cópteros são o motor a pistão e a turbina. Os moto-
The Vibrex balancing kit is used to measure and indi- res a pistão são normalmente usados em helicópteros
cate the level of vibration induced by the main rotor menores. A maioria dos helicópteros de treinamento
and tail rotor of a helicopter. The Vibrex analyzes the possuem motores a pistão, pois sua operação é relati-
vibration induced by out-of-track or out-of-balance vamente simples e não onerosa. Os motores à turbina
rotors, and then by plotting vibration amplitude and são mais potentes e são usados em uma grande va-
clock angle on a chart the amount and location of ro- riedade de helicópteros. Eles geram uma quantidade
tor track or weight change is determined. In addition, grande de potência em relação ao seu tamanho mas
the Vibrex is used in troubleshooting by measuring são normalmente mais caros de serem operados.
the vibration levels and frequencies or rpm of unkno-
wn disturbances. Motor a Pistão
O motor a pistão consiste de uma série de pistões co-
Armazenagem e Conservação das Pás do nectados a um eixo rotor. Os pistões se movem para
Rotor cima e para baixo e o eixo gira. O nome motor a pistão
Para melhor armazenar e conservar as pás do rotor deriva do movimento para frente e para trás das duas
siga os seguintes requisitos: partes internas. O motor de quatro tempos é o tipo mais
comum e corresponde aos quatro diferentes ciclos que
• Condene, desmilitarize e descarte qualquer o motor executa para gerar potência. [Figura 2-56]
pá que tenha sofrido algum dano irreparável.
• Restaure todos os orifícios da pá, como es-
tragos causados por árvores ou outro corpo

2- 37
Intake valve Exhaust valve Quando o pistão se move para fora da cabeça do ci-
lindro no tempo de tomada, a válvula de tomada se
abre e uma mistura de combustível e ar é sugada para
a câmara de combustão. Conforme o cilindro se mo-
vimenta em direção a cabeça do cilindro, a válvula de
Spark plug
tomada fecha e a mistura de combustível e ar é com-
Piston primida. Quando a compressão está quase finalizada
a vela é acionada e a mistura comprimida é acionada
para iniciar o tempo da potência. A rápida expansão
dos gases do queimador da mistura de combustível e
ar afasta o pistão da cabeça do cilindro, fornecendo
potência para girar o eixo. O pistão então se move
Crankshaft Connecting rod
em direção a cabeça do cilindro na exaustão onde os
gases queimados são expelidos através de uma vál-
1. Intake 2. Compression vula de exaustão. Quando o motor é operado em uma
velocidade baixa, o ciclo de quatro tempos ocorre al-
gumas centenas de vezes por minuto. Em um motor
de quatro cilindros cada cilindro opera em um tempo
diferente. A rotação contínua do eixo é mantida pela
alternância de tempo precisa das fases de expansão
em cada cilindro.

Turbina
A turbina a gás instalada na maioria dos helicópteros
é feita de um compressor, uma câmara de combustão,
uma turbina e um accessory gearbox assembly. O
compressor envia ar filtrado para dentro da plenum
3. Power 4. Exhaust
chamber e o comprime. O ar comprimido é direcionado
para o setor de combustão através de tubos de descarga
Figura 2-56. As setas indicam a direção do movimento
onde o combustível atomizado é injetado. A mistura de
do eixo e do pistão durante o ciclo de quatro tempos.

Gearbox
Compression Section Turbine Section Combustion Section
Section

Exhaust air outlet N2 Rotor Stator N1 Rotor

Compressor rotor

Igniter plug

Air inlet

Fuel nozzle
Gear
Inlet air
Compressor discharge air Output Shaft
Combustion liner
Combustion gases
Exhaust gases

Figura 2-57. Muitos helicópteros usam um turboshaft engine para comandar os sistemas rotor e de transmissão
principais. A principal diferença entre um motor turboshaft e turbojet é que a maior parte da energia produzida
pela expansão dos gases é usada para comandar uma turbina ou invés de gerar empuxo através da emissão
de gases.

2- 38
combustível e ar é acionada e expandida. Este gás da
combustão é então forçado através de uma série de rodas
de turbina, fazendo-as girar. Estas rodas de turbina enviam 15
20
3
25
E R

potência para o compressor do motor e para o accessory 10


2 4
30 110
100
110
100

gearbox. A potência é fornecida ao rotor principal e para o


90 90
1 5 80 80
RPM
R 70 70
5 35
R
X
X100

rotor de cauda através de uma unidade independente que é


60 60
50 50
ROTOR

0 40
conectada ao accessory gearbox power output gear shaft. % RPM
ENGINE

O gás da combustão e finalmente expelido através de uma


exhaust outlet. [Figura 2-57] % RPM
120
110

105

Sistema de Transmissão
60 70
50
ROTOR 80 100
40 PEEVER
EE
E
TURBINEA
R 90
30
95

O sistema de transmissão transfere potência do mo- 20


R 100
90
tor para o rotor principal, para o rotor de cauda e ou-
PERCENT
C
110
RPM
TP 80
10
0 120 70

tros accessories durante condições normais de voo. 60


40

Os principais componentes do sistema de transmis- NR


0
NP

são são a transmissão do rotor principal, o sistema de


comando do rotor de cauda, embreagem, e unidade
independente. A unidade independente ou autorotati- Figura 2-58.Existem vários tipos de tacômetros de
ve clutch faz com que a transmissão do rotor princi- duas agulhas. Porém, quando as agulhas estão so-
pal direcione o eixo de comando do rotor de cauda brepostas ou casadas, a razão da rpm do motor é a
durante a autorrotação. As transmissões do helicóp- mesma da redução da marcha.
tero são normalmente lubrificadas e resfriadas com
sua própria reserva de óleo. Há um indicador visual Em helicópteros com motores montados horizontal-
para que o nível do óleo possa ser verificado. Algumas mente, outra função da transmissão do rotor principal
transmissões possuem chips detectores localizados no é alternar o eixo de rotação do eixo horizontal do mo-
reservatório. Estes detectores são conectados a luzes de tor ao eixo vertical do rotor. [Figura 2-59]
alerta localizadas no painel de instrumentos do piloto
que se acendem quando há um problema interno. Os
chips detectores em helicópteros modernos possuem a
capacidade de “queimar” para tentar corrigir a situação Main rotor
sem que seja necessária a ação do piloto. Se o problema
não puder ser corrigido por si o piloto precisa recorrer Antitorque rotor
aos procedimentos de emergência do helicóptero.

Transmissão do Rotor Principal


A função básica da transmissão do rotor principal é
reduzir a saída de rpm do motor para um rpm ideal.
Esta redução é diferente para os diversos modelos de
helicópteros. Como um exemplo vamos supor que a Main transmission
rpm do motor de um helicóptero em particular é de
2.700. a velocidade do rotor de 450 rpm requer uma to engine
redução de 6:1. Uma redução de 9:1 significaria que o
Gearbox
rotor iria girar a 300 rpm. A maioria dos helicópteros
usa um tacômetro de duas agulhas ou um instrumento
de escala vertical para mostrar ambas as rpm do motor Figura 2-59. The main rotor transmission and gearbox
e do rotor ou uma porcentagem da rpm do rotor e do reduce engine output rpm to optimum rotor rpm and
motor. O indicador de rpm do rotor normalmente é usa- change the axis of rotation of the engine output shaft
do somente durante o engate da embreagem ao monitor to vertical axis for the rotor shaft.
de aceleração do rotor, e em autorrotação a manter a
rpm dentro dos limites indicados. [Figura 2-58]

2- 39
Embreagem conectada ao motor e uma polia mais alta conectada
Em um avião comum o motor e o propulsor estão ao eixo de entrada do transmissor, uma correia ou uma
permanentemente conectados. No entanto, em um série de correias em V, e algum meio de aplicação de
helicóptero há uma relação diferente entre o motor e tensão as correias. As correias repousam livremente
o rotor. Devido ao maior peso do rotor em relação à sobre as polias superior e inferior quando não há ten-
potência do motor, em comparação com o peso de um são. Isto faz com que o motor possa ser acionado sem
propulsor e potência de um avião, o rotor precisa ser qualquer carga da transmissão. Uma vez que o motor
desconectado do motor quando acionado. A embrea- está em funcionamento, a tensão nas correias come-
gem permite com que o motor seja acionado e gradu- çam a aumentar gradualmente. Quando as agulhas dos
almente absorva a carga do rotor. tacômetros do rotor e do motor estiverem sobrepostas,
o rotor e o motor estão em sincronia, e a embreagem
Em motores de turbina livre não há embreagem, já está totalmente engatada. As vantagens deste sistema
que o gás gerado na turbina é desconectado da turbina incluem o isolamento da vibração, manutenção sim-
de potência. Quando o motor é acionado, há pouca ples e a capacidade de ligar e esquentar o motor sem
resistência da turbina de potência. Isto faz com que acionar a turbina.
o gás gerado na turbina acelere a uma velocidade
normal sem que a carga da transmissão e o sistema Unidade Independente
rotor o arrastem para baixo. Conforme a pressão do Uma vez que o levante em um helicóptero é gerado
gás aumenta dentro da turbina de potência, as pás do pela rotação de aerofólios, estes aerofólios precisam
rotor começam a girar, primeiro lentamente e então estar livres para girar se o motor falhar. A unidade in-
gradualmente aceleram até o rpm normal de operação. dependente desconecta automaticamente o motor do
rotor principal quando a rpm do motor é inferior a rpm
Em helicópteros reciprocating os dois tipos de embre- do rotor principal. Isto faz com que o rotor principal
agem principais são a centrífuga e a de correia. e o rotor de cauda continuem a girar em velocidades
de voo normais. O conjunto de unidade independen-
Embreagem Centrífuga te mais comum consiste de um one-way sprag clutch
Uma embreagem centrífuga é constituída de um con- localizado entre a transmissão do motor e do rotor
junto interno e um tambor externo. O conjunto inter- principal. Ela normalmente está localizada na polia
no, que está conectado ao eixo de comando do motor, superior em um helicóptero a pistão ou montada na
consiste de sapatas revestidas com o material pareci- accessory gearbox no helicóptero de turbina. Quando
do aos dos freios automotivos. Em velocidades bai- o motor está comandando o rotor, as superfícies in-
xas, as molas seguram as sapatas para que não façam clinadas na sprag clutch força os rolamentos contra o
contato com o tambor externo, que está conectado ao tambor externo. Isto evita que o motor exceda a rpm
eixo de entrada da transmissão. Conforme a veloci- de transmissão. Se o motor falhar, o rolamentos se
dade do motor aumenta, a força centrífuga faz com movem para dentro, fazendo com que o tambor exter-
que as sapatas da embreagem se movam para fora e no exceda a velocidade na parte interna. A transmis-
comecem a deslizar contra o tambor externo. O eixo são pode então exceder a velocidade do motor. Nesta
de entrada da transmissão começa a girar, fazendo o condição, a velocidade do motor é menor do que a
rotor girar, primeiro lentamente e gradualmente mais do sistema de comando, e o helicóptero fica em um
rápido conforme a fricção aumenta entre as sapatas da estado de autorrotação.
embreagem e o tambor da transmissão. Conforme a
velocidade do rotor aumenta, a agulha do tacômetro Montagem do Avião e Rigging
do rotor mostra um aumento movendo-se em dire- A montagem básica de uma aeronave certificada é
ção da agulha o tacômetro do motor. Quando as duas normalmente realizada pelo fabricante na fábrica. Na
agulhas estão sobrepostas o motor e o rotor estão em montagem estão incluídas a união da maioria dos com-
sincronia, indicando que a embreagem foi totalmente ponentes, como a fuselagem, empenagem, setores da
engatada e não há deslizamento das sapatas. asa, naceles, trem de pouso, e instalação do conjunto
propulsor. Preso a asa e a empenagem estão as superfí-
Embreagem de Correia cies básicas de controle de voo, incluindo ailerons, ele-
Alguns helicópteros usam comando por correia para vators e leme. Além desses, a instalação de superfícies
transmitir a potência do motor para a transmissão. Um auxiliares de controle de voo incluem os flaps, spoilers,
comando de correia consiste de uma polia mais baixa speed brakes, slats e flaps do bordo de ataque.

2- 40
Em casos extremos, fluttering and buffeting pode de-
Chord line
senvolver até o nível em que cause a perda completa
da aeronave.
Tail-down underbalance
Plus ( + ) condition O rebalanceamento das superfícies de controle envol-
vem tanto o balanceamento estático quanto o dinâmi-
co. Uma superfície de controle que está estaticamente
balanceada também está dinamicamente balanceada.
Chord line

Balanceamento Estático
O balanceamento estático é a tendência de um objeto
Nose-down overbalance
a permanecer parado quando apoiado pelo seu próprio
Minus ( − ) condition
CG. Existem duas maneiras em que uma superfície
de controle pode ficar fora de balanceamento estático.
Chord line Elas são chamadas de underbalance e overbalance.

Quando uma superfície de controle é montada sobre


uma base balanceada, o curso no sentido para baixo
Level-horizontal position do bordo de fuga na horizontal indica underbalance.
Balance condition Alguns fabricantes indicam esta condição com um si-
nal de mais (+). Um movimento para cima do bordo
Figura 2-60. Balanceamento estático de superfície de de fuga acima da posição horizontal indica overba-
controle. lance, e é designado por um sinal de menos (-). Estes
sinais mostram a necessidade de mais ou menos peso
A montagem de uma aeronave fora das instalações na área correta para alcançar o balanceamento da su-
do fabricante é normalmente limitada a aeronaves de perfície de controle, conforme mostra a Figura 2-60.
pequeno porte ou experimentais ou amadoras. Normal-
mente, após uma manutenção maior, conserto ou alte- A condição de cauda pesada (static underbalance)
ração, a remontagem de uma aeronave pode incluir a causa uma performance de voo indesejada e não per-
recolocação das asas à fuselagem, balanceamento e ins- mitida normalmente. Melhores operações de voo são
talação de superfícies de controle de voo, instalação de obtidas nose-heavy static overbalance. A maioria dos
trem de pouso e instalação de conjunto(s) propulsor(es). fabricantes defendem a existência de superfícies de
controle de nose-heavy.
Balanceamento das Superfícies de Controle
Esta seção é apresentada apenas para fins de familia- Balanceamento Dinâmico
rização. As instruções explícitas para balanceamento O balanceamento dinâmico é a condição de um corpo
das superfícies de controle são dadas nos manuais de em rotação onde todas as forças rotativas estão equi-
manutenção dos fabricantes para cada aeronave em libradas em si de maneira com que não há vibração
particular e precisam ser rigorosamente seguidas. enquanto o corpo estiver em movimento. O balancea-
mento dinâmico em relação as superfícies de controle
Sempre que o conserto em uma superfície de controle é um esforço para manter o balanceamento quando as
adiciona peso na frente ou atrás da hinge center line, a superfícies de controle são submetidas ao movimento
superfície de controle precisa ser rebalanceada. Quan- na aeronave em voo. Isso envolve a colocação de pe-
do uma aeronave é repintada, o balanceamento da su- sos em locais precisos ao longo da extensão da super-
perfície precisa ser verificado. Qualquer superfície fície. A localização dos pesos é, na maioria dos casos,
de controle que está fora de balanceamento torna-se para frente o hinge center line.
instável e não consegue permanecer em posição stre-
amlined durante o voo normal. Por exemplo, um ai- Procedimentos de Rebalanceamento
leron que está mais pesado no bordo de fuga se move Reparos à superfície de controle ou seus tabs nor-
para baixo quando a asa desvia para cima, e para cima malmente aumenta o peso para frente da hinge center
quando a asa desvia para baixo. Essa condição pode line, exigindo o rebalanceamento estático do sistema
causar manobras violentas e inesperadas da aeronave. de superfície de controle e dos tabs. As superfícies de

2- 41
Inboard hinge fitting

Outboard hinge fitting

Figura 2-61. Apoios para balanceamento fabricados localmente.

Hinge center line Bubble protractor


Qualquer trim tabs ou outros conjuntos que permane-
cem na superfície durante os procedimentos de balan-
ceamento devem estar bem posicionados. Se qualquer
conjunto ou peças precisam ser removidos durante o
balanceamento, eles precisam ser removidos.

Support stand
Chord line
Métodos de Rebalanceamento
Diversos métodos de balanceamento (rebalanceamen-
Figura 2-62. Estabelecer uma posição neutra da to) de superfícies de controle são usados por diversos
superfície de controle. fabricantes de aeronaves. Os mais comuns são o mé-
todo de cálculo, o método de escala e o método de
controle a serem rebalanceadas precisam ser removi- balance beam.
das da aeronave e apoiadas, a partir dos seus dois pon-
tos, em um suporte, macaco ou apoios [Figure 2-61] O método de cálculo para o balanceamento de uma
superfície de controle possui uma vantagem sobre os
Os trim tabs na superfície devem estar em uma posi- outros métodos, pois ele pode ser executado sem a
ção neutra quando as superfícies de controle são mon- remoção da superfície da aeronave. Com o método
tadas no suporte. O suporte precisa estar nivelado e de cálculo o peso do material da área consertada e
estar posicionado em uma área livre de correntes de o peso dos materiais usados para realizar o conserto
ar. A condição de balanceamento é determinada pelo precisam ser conhecidos. Subtraia o peso removido
comportamento do bordo de fuga quando a superfície do peso adicionado para obter o ganho líquido de peso
é suspendida a partir dos seus hinge points. Qualquer na superfície. A distância da hinge center line até o
fricção excessiva resulta em uma falsa reação de over- centro das áreas consertadas é então medida em pole-
balance ou underbalance da superfície. gadas. Esta distância precisa ser determinada o mais
próximo de um centésimo de polegada. [Figura 2-63]
Ao instalar superfícies de controle em um suporte ou
macaco, a posição neutra deve ser estabelecida com O próximo passo é multiplicar a distância vezes o
a linha da corda da superfície na posição horizontal. peso líquido do conserto, o que dá um resultado em
Utilize um bubble protractor para determinar a posi- polegadas-libras (in-lb). Se o resultado in-lb do cál-
ção neutra antes seguir com os procedimentos de ba- culo fica dentro da tolerância especificada, a superfí-
lanceamento. [Figura 2-62] cie de controle é considerada balanceada. Se não está
dentro deste limite consulte o manual de manutenção
Algumas vezes uma verificação visual é o suficiente do fabricante para verificar os pesos necessários, ma-
para determinar se a superfície está balanceada ou não. terial a ser usado para os pesos, desenho para confec-

2- 42
Center of repair area Bubble protractor Mounting bracket

Measurement in inches Trim tab Rudder Hinge center line

Hinge center line Chord line

Figura 2-63. Medição pelo método de cálculo.

Adjustable support
ção e locais de instalação dos pesos adicionais.
Support stand
O método de balanceamento por escala de uma superfí-
cie de controle requer o uso de uma escala graduada em Weight scale

centésimos de libra. Também são necessários suportes


ou macacos para a superfície. A Figura 2-64 ilustra uma
superfície de controle montada para fins de balancea-
mento. A utilização do método de escala exige a remo-
ção das superfícies de controle da aeronave.

O método de balance beam é usado pelas empresas


Cessna e Piper. Este método requer que uma ferra-
Figura 2-64. Balanceamento.
menta especializada seja fabricada localmente. O ma-
nual de manutenção do fabricante fornece instruções
específicas e dimensões para fabricar a ferramenta. são colocados no estabilizador horizontal e o leme é
colocado no estabilizador vertical. Rigging também
Estando a superfície de controle colocada nos supor- envolve o ajuste dos cabos de tensão, limites de movi-
tes de nível, o peso necessário para balancear a super- mento dos controles de voo e travas de curso.
fície é estabelecido através do deslizamento do peso
no beam. O manual de manutenção indica onde deve Além dos controles de voo, o rigging também é exe-
ser o ponto de equilíbrio. Se a superfície estiver fora cutado em diversos componentes incluindo os contro-
da tolerância, o manual explica onde colocar o peso les do motor, cabine de voo e peças componentes do
para trazê-lo para dentro dos limites toleráveis. trem de pouso retrátil. Rigging também inclui a se-
gurança of the attaching hardware utilizando diversos
Fabricantes de aeronaves utilizam materiais diferentes tipos de cotter pins, locknuts ou safety wire.
para balancear superfícies de controle, sendo os mais
comuns o chumbo e o aço. Fabricantes de aeronaves Especificações do Rigging
maiores podem usar urânio empobrecido por ter uma
massa maior do que a do chumbo. Isto permite aos Certificado de Tipo (TCDS)
contrapesos serem menores, mantendo o mesmo peso. O Certificado de Tipo (TCDS - Type Certificate Data
O manuseio do urânio deve ser feito observando cui- Sheet) é a descrição formal de uma aeronave, motor
dados específicos em relação à segurança, pois o ma- ou propulsor. Ele é emitido pela Federação da Aviação
terial é radioativo. É preciso verificar e seguir todas as (FAA - Federal Aviation Administration) que determi-
instruções e tomar todas as precauções ao manusear na se um produto atende às exigências para receber
os pesos. a certificação, de acordo com a CFR 14. Ela lista as
limitações e informações necessárias por tipo de cer-
Aircraft Rigging tificação, incluindo limites de velocidade de voo, li-
mites de peso, movimentos de superfície de controle,
Aircraft Rigging é o ajuste e curso dos controles de constituição e modelo do motor, tripulação mínima,
voo móveis que são presos às superfícies maiores da tipo de combustível, limites de empuxo, limites de
aeronave, como asas e estabilizador vertical e hori- rpm, etc., e os diversos componentes possíveis para a
zontal. Ailerons são colocados nas asas, elevators instalação no produto.

2- 43
Manual de Manutenção Instalação do Flap
O manual de manutenção é desenvolvido pelo fabri- O desenho, instalação e sistemas que operam os flaps
cante do produto e fornece os procedimentos aceitá- são tão diversos quanto os modelos de aviões em que
veis e recomendáveis a serem seguidos na manuten- são instalados. Como em qualquer sistema de uma
ção e reparo do produto. Devido a regulamentações é aeronave em particular, o manual de manutenção do
necessário que as instruções do manual do fabricante fabricante e livro ilustrado das peças precisa ser se-
sejam seguidas por pessoal de manutenção. A seção guido para assegurar que estão sendo utilizados os
de Limitações do manual lista a “vida útil” do produto procedimentos e peças corretos. Os sistemas de flap
ou de seus componentes que precisam ser verificadas simples são normalmente operados manualmente por
durante as inspeções e manutenção. cabos e/ou tubos de torque. Muitos dos projetos de
aviões menores possuem flaps acionados por tubos de
Manual de Reparo Estrutural (SRM) torque e correntes através da gear box driven através
O manual de reparo estrutura é desenvolvido pelo de- de um motor elétrico.
partamento de engenharia do fabricante para ser usa-
do como um guia para auxiliar no conserto de danos Instalação da Empenagem
comuns a determinadas estruturas da aeronave. Ele A empenagem é o estabilizador horizontal e vertical
traz informações quanto a reparos aceitáveis de deter- que não é instalado ou removido a menos que a aero-
minadas seções da aeronave. nave esteja danificada. Os elevators, lemes e stabila-
tors são rigged da mesma maneira como as outras su-
Informações de Serviço do Fabricante perfícies de controle, usando as instruções fornecidas
As informações fornecidas pelo fabricante podem ser nos manuais de manutenção do fabricante.
emitidas na forma de boletins, instruções de serviço,
boletins de serviço, cartas de serviço, etc., que o fabri- Sistemas de Controle Operacional
cante publica para dar instruções relativas a melhorias
do produto. As instruções de serviço podem incluir a Sistemas de Cabo
recomendação de uma modificação ou reparo que an- Existem diversos tipos de cabo:
tecede a emissão de um Airworthiness Directive (AD).

As cartas de serviço podem oferecer procedimentos • Material – os cabos de controle de aeronave


mais detalhados ou revisão de seções dos manuais de são feitos de aço carbono ou inoxidável (re-
manutenção. Eles também podem incluir instruções sistente à corrosão). Além disso, alguns fabri-
para a instalação ou conserto de equipamentos opcio- cantes utilizam um cabo de nylon revestindo
nais, não listados no TCDS. um cabo de aço resistente à corrosão (CRES).
Acrescentar o revestimento de nylon ao cabo
Montagem do Avião aumenta o tempo de serviço, pois protege o
cabo contra o desgaste por fricção, manten-
Instalação do Aileron do-o livre de sujeira e outros detritos, absor-
O livro de manutenção e peças ilustradas do fabrican- vendo a vibração que pode workhardend os
te precisa ser seguido para assegurar que os procedi- cabos durante long runs of cable.
mentos e ferramentas corretos são usados para a insta- • Constituição do Cabo – o componente básico
lação de superfícies de controle. Todas as superfícies do cabo é o fio. O diâmetro do fio determina o
de controle exigem que sejam instalados hardware, diâmetro total do cabo. Uma quantidade de fios
spacers and bearings para assegurar que as superfícies dispostos de forma espiral ou helicoidal forma
não jam ou não danifiquem durante sua movimenta- uma perna. Estas pernas são dispostas ao redor
ção. Depois que o aileron foi conectado ao flight deck de uma perna central para formar um cabo.
controls é necessário inspecionar para garantir que os • Denominação do Cabo – é baseada no núme-
cables/push-pull rods estão devidamente direciona- ro de pernas e fios em cada perna. O cabo 7 X
dos. Quando for instalado um balance cable, verifi- 19 é feito de sete pernas e 19 fios. Seis dessas
que se sua fixação e operação estão adequadas para pernas são dispostas em torno de uma perna
determinar se os ailerons estão se movimentando na central. Este cabo é muito flexível e é usado
direção correta. em sistemas de controle primário e em ou-
tros locais operados por polias. O cabo 7 X 7

2- 44
consiste de sete pernas e sete fios. Seis dessas
pernas são dispostas ao redor de uma perna
central. Este cabo é de média flexibilidade e é
usado para trim tab controls, controles do mo-
tor e controles de indicadores. [Figura 2-65]

3 1 2
/ — 3/8 diameter 7 x 19
18

7 strands, 19 wires to each strand Diameter

1/16 — 3/32 diameter 7 x 7

7 strands, 7 wires to each strand Diameter


Figura 2-66. Typical Nicopress® thimble-eye splice.

Figura 2-65. Construção do cabo e corte transversal.

Os tipos de terminações de cabos de controle são:


AN663 Double shank ball end terminal
• Woven Splice – a hand-woven 5-tuck splice
usado em cabos para aeronaves. O processo é
muito desgastante e gera apenas 75 por cento
da força original do cabo. O splice é raramen- AN664 Single shake ball end terminal
te usado, a não ser em aeronaves antigas onde
se deseja preservar a configuração original.
• Processo Nicopress® - processo patenteado
que utiliza luvas de cobre e pode ser usado até
a força mais alta do cabo quando ele é alçado AN665 Rod end terminal
ao redor de um dedal. [Figura 2-66] Este pro-
cesso também pode ser usado em substituição
ao 5-tuck splice em cabos de até (e inclusi-
ve) 3/8 polegadas de diâmetro. Sempre que AN666 Threaded cable terminal
for usado esse processo para cable splicing
é estritamente necessário que as ferramentas
e instruções fornecidas pela Nicopress® se-
jam precisamente seguidas para garantir que
a função e força desejadas para o cabo sejam
AN667 Fork end cable terminal
obtidas. O uso de luvas que são fabricadas de
outro material que não cobre exige aprovação
para sua aplicação pela engenharia do FAA.
• Terminais embutidos – fabricados de acordo com
padrões da Marinha (AN) e do Exército (MS),
eles são adequados para uso em aeronaves civis AN667 Eye end cable terminal
incluindo os de carga máxima. [Figura 2-67]
Figura 2-66. Swage-type terminal fittings.
Quando forem usadas swaging tools é imprescindível
que sejam seguidas todas as instruções do fabricante, • Corte o cabo no comprimento, deixando um
incluindo as dimensões ‘go’ e ‘no-go’, para evitar que folga para que aumente durante o swaging.
o swaging seja defeituoso ou inferior. Compliance Aplique um componente para a preservação
with all of the instructions should result in the termi- da ponta do cabo antes de inseri-lo no termi-
nal developing the full-rated strength of the cable. Os nal barrel. Meça o comprimento interno do
seguintes procedimentos básicos são usados ao swa- terminal end/barrel do encaixe para determi-
ging terminals onto cable ends: nar o comprimento adequado do cabo a ser

2- 45
inserido. Transfira essa medida para a ponta 1

do cabo e marque-o enrolando um pedaço de


fita crepe ao redor do cabo. This provides a
positive mark para garantir que o cabo não
deslize durante o processo de swagging.
Bend cable, then push into swaging position
NOTA: Nunca solde as pontas dos cabos para evitar o
desfilamento por que a solda aumenta a tendência do 2
cabo de sair do terminal.

• Coloque o cabo dentro do terminal aproxima-


damente uma polegada e dobre-o em direção
do terminal. Então empurre a ponta do cabo
Figura 2-68. Inserção do cabo dentro do terminal.
para que ele tenha entrado por completo den-
tro do terminal. Ao dobrar o cabo forma-se
um pequeno nó na ponta do cabo e gera fric-
ção suficiente para manter o terminal no lugar
até que a operação de swagging seja executa-
da. [Figura 2-68]
• Realize a operação de swagging de acordo
com as instruções fornecidas pelo fabricante
do equipamento.
• Inspecione o terminal após o swaging para
verificar se está livre de marcas e cortes, e que
não tenha perdido a forma arredondada. Che- Figura 2-69. Gauging terminal shank dimension after
ck the cable for slippage na fita crepe e cortes swaging.
ou quebras dos fios das pernas.
• Com o auxílio de um go/no-go gauge for- applying a test load equal to 60 percent of the
necido pelo fabricante da swaging tool or a rated breaking strength do cabo mostrado na
micrometer and swaging chart, verifique se Figura 2-71.
a dimensão do terminal shank diameter está
correta. [Figures 2-69 and 2-70] Esta carga deve ser mantida por pelo menos 3 minu-
• Teste o cabo by proof-loading locally fabri- tos. Esse tipo de teste pode ser perigoso, portanto re-
cated splices and newly installed swage ter- quer a colocação de protetores no cabo durante o teste
minal cable fittings for proper strength antes para evitar danos às pessoas no caso de falha do cabo.
da instalação. This is conducted by slowly Se não há uma maneira adequada de teste disponível,

Before Swaging After Swaging

Cable size Wire Outside Bore Bore Swaging Minimum breaking


Shank diameter *
(inches) strands diameter diameter length length strength (pounds)

1/16 7x7 0.160 0.078 1.042 0.969 480 0.138


3/32 7x7 0.218 0.109 1.261 1.188 920 0.190
1/8 7 x 19 0.250 0.141 1.511 1.438 2,000 0.219
5/32 7 x 19 0.297 0.172 1.761 1.688 2,800 0.250
3/16 7 x 19 0.359 0.203 2.011 1.938 4,200 0.313
7/32 7 x 19 0.427 0.234 2.261 2.188 5,600 0.375
1/4 7 x 19 0.494 0.265 2.511 2.438 7,000 0.438
9/32 7 x 19 0.563 0.297 2.761 2.688 8,000 0.500
5/16 7 x 19 0.635 0.328 3.011 2.938 9,800 0.563
3/8 7 x 19 0.703 0.390 3.510 3.438 14,400 0.625
*Use gauges in kit for checking diameters.

Figura 2-70. Straight shank terminal dimensions.

2- 46
Minimum Breaking Strength (Pounds)

Allowable
Tolerance
Nominal diameter increase of
Construction on diameter MIL-W-83420 MIL-W-83420 MIL-C-18375
of wire rope cable diameter
(plus only) COMP A COMP B (CRES) (CRES)
at cut end
INCHES INCHES INCHES POUNDS POUNDS POUNDS
1/32 3x7 0.006 0.006 110 110
3/64 7x7 0.008 0.008 270 270
1/16 7x7 0.010 0.009 480 480 360
1/16 7 x 19 0.010 0.009 480 480
3/32 7x7 0.012 0.010 920 920 700
3/32 7 x 19 0.012 0.010 1,000 920
1/8 7 x 19 0.014 0.011 2,000 1,760 1,300
5/32 7 x 19 0.016 0.017 2,800 2,400 2,000
3/16 7 x 19 0.018 0.019 4,200 3,700 2,900
7/32 7 x 19 0.018 0.020 5,000 5,000 3,800
1/4 7 x 19 0.018 0.021 6,400 6,400 4,900
9/32 7 x 19 0.020 0.023 7,800 7,800 6,100
5/16 7 x 19 0.022 0.024 9,800 9,000 7,600
11/32 7 x 19 0.024 0.025 12,500
3/8 7 x 19 0.026 0.027 14,400 12,000 11,000
7/16 6 x 19 IWRC 0.030 0.030 17,600 16,300 14,900
1/2 6 x 19 IWRC 0.033 0.033 22,800 22,800 19,300
9/16 6 x 19 IWRC 0.036 0.036 28,500 28,500 24,300
5/8 6 x 19 IWRC 0.039 0.039 35,000 35,000 30,100
3/4 6 x 19 IWRC 0.045 0.045 49,600 49,600 42,900
7/8 6 x 19 IWRC 0.048 0.048 66,500 66,500 58,000
1 6 x 19 IWRC 0.050 0.050 85,400 85,400 75,200
1 - 1/8 6 x 19 IWRC 0.054 0.054 106,400 106,400
1 - 1/4 6 x 19 IWRC 0.057 0.057 129,400 129,400
1 - 3/8 6 x 19 IWRC 0.060 0.060 153,600 153,600
1 - 1/2 6 x 19 IWRC 0.062 0.062 180,500 180,500

Figura 2-71. Constituição do cabo flexível.

o teste de carga deve ser enviado para uma empresa houverem pernas quebradas o trapo enrosca no cabo.
que realize o teste com equipamento adequado. Uma inspeção mais detalhada pode ser feita nas áre-
as que podem estar corroídas ou que indiquem uma
Inspeção do Cabo falha por fadiga soltando o cabo ou removendo-o e
dobrando-o. Esta técnica revela se há pernas internas
Os sistemas de cabo de aeronave estão sujeitos a uma quebradas que não são visíveis de fora. [Figura 2-72]
série de condições ambientais e de deterioração. As
quebras de fios ou pernas são facilmente identifica- Instalação do Sistema de Cabos
das visualmente. Outros tipos de deterioração como
desgaste, corrosão e distorção não são tão visíveis. Guias de Cabos
Deve-se ter atenção especial com as partes do cabo Para guiar os cabos e também alterar sua direção são
que passam por compartimentos de bateria, lavatórios usadas polias. As pulley bearings são fechadas e não
e whell wells pois essas são normalmente áreas de ris- precisam de lubrificação além da que é feita na fá-
co de corrosão. Também se deve dar atenção especial brica. As polias são sustentadas por brackets presos
a áreas críticas de fadiga, que são as áreas por onde os a estrutura da aeronave. Os cabos que passam por
cabos correm, sobre, sob ou ao redor de polias, luvas, polias são mantidos em posição com guias que são
ou através de fairlead, e também em qualquer parte ajustadas para evitar que atolem ou que o cabo saia
em que o cabo é flexionado, friccionado, e na parte do curso quando eles slacken devido a variação de
até um pé de distância do swaged-on fitting. Uma ma- temperatura. As polias também precisam ser exami-
neira de inspecionar as áreas críticas de fadiga pode nadas para ver se estão lubrificadas. Smooth rotation
ser feita esfregando um trapo ao longo do cabo. Se and freedom from abnormal cable wear patterns que

2- 47
Ajuste de Curso
As superfícies de controle precisam se mover a uma
certa distância em ambas as direções a partir da posi-
ção neutra. Estes movimentos precisam estar sincro-
nizados com o movimento dos controles da cabine. O
sistema de controle de voo precisa ser ajustado (rig-
ged) para atingir este padrão. As ferramentas para me-
dição do curso da superfície primária inclui protrac-
tors, rigging fixtures, gabaritos de contorno e réguas.
Estas ferramentas são usadas para rigging os sistemas
de controle de voo para garantir que o curso deseja-
do seja obtido. Em linhas gerais o rigging consiste do
seguinte:
Figura 2-72. Técnica de inspeção de cabo.
1. Posicionar o sistema de controle de voo no
podem ser uma indicação de que há outros problemas neutro e travá-lo temporariamente nesta posi-
no sistema de cabos. [Figura 2-73] ção com rig pins ou blocks;

2. Ajustar a tensão do cabo do sistema e manter


leme, elevator e ailerons na posição neutra; e
Excessive cable tension Pully wear from misalignment
3. Ajustar as paradas de controle conforme as
especificações do fabricante da aeronave.

Tensão do Cabo
Pully too large for cable Cable misalignment Para a aeronave operar conforme ela foi projetada
a tensão do cabo dos controles de voo precisa estar
correta. Para determinar a quantidade de tensão em
um cabo utiliza-se um tensiômetro, que se for correta-
mente utilizado pode ser 98 por cento preciso. A ten-
Frozen bearing Normal condition são do cabo é determinada pela medida da quantidade
de força necessária para fazer um offset no cabo entre
Figura 2-73. Padrões de desgaste de polia. dois blocos de aço maciço chamado anvils. O offset é
formado pela pressão de um riser ou plunger no cabo.
As alças guias podem ser feitas de algum material não Diversos fabricantes produzem uma variedade de ten-
metálico ou de fenol, ou de um material metálico como siometros, cada um projetado para diferentes tipos,
o alumínio. A alça guia circunda completamente o cabo tamanho e tensão de cabo. [Figuras 2-75]
em buracos de bulkheads ou outras partes de metal. As
alças guia são usadas para guiar os cabos em linha reta Rigging Fixtures
através ou entre os membros estruturais da aeronave. Os rigging fixtures e templates são ferramentas es-
As alças guia nunca podem distorcer o alinhamento de peciais (gauges) feitos pelo fabricante para medir o
um cabo mais do que um terço a partir da linha reta. curso das superfícies de controle. As marcações no
fixture ou template indicam o curso desejado para a
Pressure seals são instalados onde os cabos (or rods) superfície de controle.
move through pressure bulkheads. The seal prende
bem ajustado para evitar excesso de perda de pressão Reguladores de Tensão
do ar mas solto o suficiente para evitar que o movi- Os reguladores de tensão do cabo em alguns sistemas
mento do cabo seja interrompido. Pressure seals pre- de controle de voo porque há uma diferença conside-
cisam ser inspecionados regularmente para determi- rável na temperatura de expansão de uma estrutura de
nar que os retaining rings estão em seus lugares. Se aeronave de alumínio e cabos de controle de aço. Al-
um retaining ring cai, ele pode deslizar ao longo do gumas aeronaves grandes incorporam reguladores de
cabo e fazer com que a polia atole. [Figura 2-74] tensão nos sistemas de cabo de controle para manter a

2- 48
Fairlead
Rubstrip

Split fairlead
Solid fairlead

Retaining rings

Control cable

Guard pin

Bulkhead groove

ed
uriz
ress
Unp
Bracket
ed
s uriz
Pres
Air seal Bulkhead
Pulley

Figura 2-74. Guias de cabo.


The barrel possui threads internos de encaixe direito
Pointer Lock Riser Anvil e esquerdo. A ponta do barrel com o thread esquerdo
pode ser identificado por um groove ou knurl ao redor
Anvil desta ponta.

Ao instalar um tensor em um sistema de controle é ne-


cessário aparafusar os dois terminals com um número
igual de voltas no barrel. É fundamental que todos os
120
0 turnbuckles terminals estejam aparafusados no barrel
100 de maneira com que não mais de três threads fiquem
20
80 expostos em cada um dos lados do turnbuckle barrel.
40 60 Depois que o tensor estiver devidamente ajustado é
preciso verificar sua segurança. Existem diversos mé-
Trigger
todos para tornar um tensor e/ou outros tipos de swa-
ged cable ends seguros, mas dentre eles é preferível
Figura 2-75. Tensiômetro. usar o double –wrap safety wire method.

tensão no cabo automaticamente. A unidade consiste Alguns tensores são feitos para acomodar travas espe-
na compressão da mola e na trava do mecanismo que ciais, como mostra a unidade da Figura 2-77.
permite a mola fazer a correção no sistema somente
quando o sistema do cabo está no neutro. Conectores de Cabo
Além dos tensores alguns sistemas também utilizam
Tensores conectores de cabo. Estes conectores permitem com
Um conjunto tensor é um instrumento de aparafusa- que o cabo seja facilmente conectado e desconectado
mento mecânico que consiste de terminais threaded do sistema. A Figura 2-78 ilustra um tipo de conector
barrel. [Figura 2-76] Os tensores são encaixados no de cabo sendo usado.
conjunto de cabos com o objetivo de fazer pequenos
ajustes na sua extensão e na tensão. Um dos termimals Spring-Back
possui threads direitos, e o outro, threads esquerdos. With a control cable properly rigged, the flight control

2- 49
Length (threads flush with ends of barrel)

Swaged terminal Barrel Pin eye

Figura 2-76. Typical turnbuckle assembly.

should hit its stops at both extremes prior to the flight


deck control. The spring-back is the small extra push
that is needed for the flight deck control to hit its me-
chanical stop.
Spring connector
Push Rods (Control Rods)
Push rods são usados como conexões sistemas de con-
trole de voo para give push-pull motion. Eles podem
ser ajustados em uma das pontas ou nas duas. A Figu-
ra 2-79 mostra as peças de um push rod. Observe que
Figura 2-78. Typical turnbuckle assembly
ele consiste de um tubo com threaded rod ends. An
adjustable antifriction rod end, or rod end clevis at-
taches at each end of the tube. The rod end, or clevis,
permite a fixação do tubo às peças do sistema de con- determine outro formato. Ao serem instalados no siste-
trole de voo. O checknut, quando apertado, evita que ma de controle deve ser verificado se seu alinhamento
o rod end ou clevis se solte. Eles podem ter ajustes um está correto para verificar que correm livremente.
uma das pontas ou em ambas.
É possível que os rods fitted with bearigs se de-
Os rods precisam ser bem retos, a não ser que o projeto sconectem devido a falhas do peening that retains the

Turnbuckle body Locking-clip

Figura 2-77. Clip-type locking device and assembling in turnbuckle.

2- 50
Checknut Threaded rod end Tube

Adjustable antifriction rod end Rivets Adjustable rod end clevis

Figura 2-79 Push rod.

Quadrant
Anchored end

Flange

Peening
Flange ends

Torque tube
Figura 2-80 Fixação do rod end.

Ball recas in the rod end. Isto pode ser evitado com a
instalação de control rods de maneira que a flange do Horn
rod end seja interposta entre o ball race e o anchored end
do attaching pin ou bolt conforme mostra a figura 2-80. Push-pull rod

Outra alternativa é colocar uma arruela que tenha um diâ-


metro maior que o buraco no flange, sob a porca de reten-
ção na ponta do pino ou parafuso de fixação. Isto mantém o Figura 2-81 Tubo de torque.
rod no parafuso no caso de uma eventual falha no bearing.

Tubos de Torque garante a integridade estrutural da aeronave. Os pro-


O tubo de torque é instalado em um sistema de contro- cedimentos de rigging são detalhados nos manuais
le que necessita um movimento giratório ou angular. A de manutenção ou reparo do fabricante e manuais de
Figura 2-81 mostra com o tubo de torque é usado para reparos estruturais pertinentes. Além disso, as espe-
transmitir movimento em direções opostas. [Figura 2-81] cificações contidas nos certificados de tipo (TCDS)
também fornecem informações em relação ao movi-
Cable Drums mento das superfícies de controle e limites de peso e
Cable drums são usados basicamente para trim tab balanceamento.
systems. As the trim tab control wheel é movida no
sentido horário ou anti-horário, o cable drum enrola O objetivo desta seção é explicar os métodos de ve-
ou desenrola para acionar os cabos do trim tab. rificação do alinhamento e ajuste dos principais com-
ponentes de uma aeronave, e não detalhar os proce-
Rigging Checks dimentos para a execução do alinhamento em uma
Toda a montagem e rigging de uma aeronave preci- determinada aeronave. Ao rigging uma aeronave é
sam ser executadas de acordo com as exigências de- sempre necessário seguir os procedimentos e métodos
terminadas pelo fabricante de determinado compo- especificados pelo fabricante da aeronave.
nente ou aeronave. Seguir corretamente as instruções
assegura a operação adequada dos componentes em Alinhamento Estrutural
relação a sua função mecânica e aerodinâmica, o que A posição ou ângulo dos componentes estruturais está

2- 51
Bearing Shaft Drum

Control wheel

Figura 2-82. Trim tab cable drum.

relacionada a linha datum longitudinal paralela a linha em um hangar fechado. Se isso não for possível, a aero-
central da aeronave e a linha datum lateral paralela a nave precisa ser posicionada com o nariz para o vento.
linha que une as pontas das asas. Antes de verificar a
posição ou ângulos dos principais componentes, a ae- O peso e o carregamento da aeronave precisam corres-
ronave precisa ser colocada em cavaletes e nivelada. ponder exatamente ao descrito no manual do fabricante.
A aeronave nunca deve ser posta sobre cavaletes sem
Aeronaves de pequeno porte normalmente possuem que se determine que a capacidade de peso máxima do
cavilhas ou roldanas presas à fuselagem em parale- cavalete, determinada pelo fabricante, não foi excedida.
lo ou coincide às linhas datum. Um spirit level e um
straight edge são colocados através das cavilhas ou Com algumas poucas exceções, os ângulos diedral e
roldanas para verificar o nível da aeronave. Este mé- de incidência de aeronaves modernas convencionais
todo de verificação do nível da aeronave também se não pode ser ajustado. Alguns fabricantes permitem
aplica a muitos dos modelos de aeronaves de maior o ajuste no ângulo de incidência da asa para corrigir
porte. No entanto, para aeronaves de grande porte o condições de excesso de peso na asa. Os ângulos de
método de grade é mais usado. A grid plate é uma incidência e diedral devem ser verificados após ater-
peça instalada permanentemente no piso da aeronave rissagens duras ou após o voo em condições anormais
ou estrutura de apoio. [Figura 2-83] de carga para assegurar que os componentes não fo-
ram distorcidos e que os ângulos estão dentro dos li-
Quando a aeronave deve ser nivelada, um plumb bob mites especificados.
é suspenso a partir de uma posição pré-determinada
no teto da aeronave sobre o grid plate. Os ajustes ne- Existem diversos métodos de verificação de alinha-
cessários a serem feitos nos cavaletes são indicados na mento estrutural e ângulos rigging. Special rigging
grid scale. A aeronave está nivelada quando o plumb boards que incorporam ou nas quais pode ser colo-
bob fica suspenso em cima do ponto central da grade. cado um instrumento especial (spirit level ou inclinô-
metro) para determinar o ângulo são usados em algu-
Ao colocar uma aeronave sobre os cavales é sempre mas aeronaves. Em diversas aeronaves o alinhamento
preciso tomar certas precauções. Normalmente as veri- é verificado com a utilização de um transit e plumb
ficações de alinhamento e rigging devem ser realizadas bobs ou um teodolito e sighting rods. O equipamento

2- 52
Plumb bob attachment

Right main wheel wall AFT bulkhead AFT

AF
T
INBD

Nose up 3 3

2 2
Plumb bob stowage clip
1 1

Pitch(deg) 0

1 1

Plumb bob 2 2

Nose down 3 3
Right wing down

Left wing down


Roll (deg)

Grid plate

Figura 2-83 Placa com grade instalada.

apropriado a ser utilizado é normalmente indicado no Verificação Diedral


manual de manutenção do fabricante. O ângulo diedral deve ser verificado nas posições de-
terminadas com a utilização de placas especiais for-
Ao verificar o alinhamento, é necessário seguir uma se- necidas pelo fabricante da aeronave. Se essas não são
quencia de passos para garantir que a verificação seja disponíveis, pode ser usado um inclinômetro e um
feita em todos os pontos determinados. As verificações straight edge. Os métodos para a verificação diedral
de alinhamento especificadas normalmente incluem: são mostrados na Figura 2-84.

• Ângulo diedral da asa É importante que o diedral seja verificado em posi-


• Ângulo de incidência da asa ções especificadas pelo fabricante. Certas partes das
• Verticalidade do leme asas ou estabilizador horizontal as vezes pode ou não
• Alinhamento do motor estar horizontal ou, em raros casos, pode haver a ocor-
• Uma verificação de simetria rência de ângulos anedrais.
• Incidência do estabilizador horizontal
• Diedral do estabilizador horizontal Verificação de Incidência
A incidência é normalmente verificada em pelo me-
nos duas posições específicas na superfície da asa

2- 53
Special dihedral board with Straight edge and
spirit level incorporated adjustable level

Figura 2-84 Verificação diedral.

Bubble level

Straight edge and adjustable level

Stop Incidence board

Chord line

Figura 2-85 Uma típica placa de incidência.

para garantir que a asa não gire. Uma variedade de torno da asa por algumas extensões colocadas nas placas.
placas de incidência são usadas para verificar o ângu- A Figura 2-85 mostra uma típica placa de incidência.
lo de incidência. Algumas possuem travas na borda da
frente que precisam ser colocadas em contato com o Quando utilizada, a placa é posicionada nas localiza-
bordo de ataque da asa. Outras são equipadas com ca- ções específicas na superfície que está sendo verifica-
vilhas que se encaixam em alguma parte da estrutura. da. Se ângulo de incidência estiver correto a leitura
Em ambos os casos o objetivo é garantir que as placas no inclinômetro será zero, ou dentro dos limites de
estejam posicionadas corretamente onde deveriam estar. tolerância. Alterações nas áreas onde as placas de in-
Na maioria dos casos as placas são deixadas livres no con- cidência são colocadas afetam a leitura. Por exemplo,

String or tape measure


lateral datum

Figura 2-86 Verificação da verticalidade do leme.

2- 54
se forem instaladas proteções anticongelantes no bor- lagem no ponto especificado no manual. [Figura 2-87]
do de ataque a posição da placa com trava é afetada.
Verificação de Simetria
Verificação da Verticalidade do Leme O princípio de uma verificação de simetria está ilus-
Depois que o rigging do estabilizador horizontal te- trado na figura 2-87. Os números e tolerâncias preci-
nha sido verificado, a verticalidade do estabilizador sos e os pontos de checagem para cada aeronave estão
vertical relativo ao datum lateral também precisa ser descritos nos seus respectivos manuais de serviço e
verificado. As medidas são tomadas a partir de um manutenção.
dado ponto em ambos os lados do topo do leme até um
dado ponto dos estabilizadores horizontais esquerdo e Em aeronaves de pequeno porte as medidas entre
direito. [Figura 2-86] As medições precisam ser iguais pontos são normalmente tomadas com a utilização de
aos limites prescritos. Quando for necessário verificar uma fita de aço. Para medir longas distâncias sugere-
o alinhamento das juntas do rudder, retire o rudder e -se que seja usada uma trena retrátil para obter uma
passe a linha do plumb bob pelos orifícios de engate tensão uniforme.
das juntas do rudder. A linha deve passar de maneira
centralizada por todos os orifícios. É preciso observar Em aeronaves de grande porte as posições nas quais
que algumas aeronaves possuem bordo de ataque de as dimensões são tomadas são normalmente marcadas
lemes verticais deslocados em relação a linha central com giz no chão. Isto é feito com a suspensão de um
longitudinal para contra atacar o torque do motor. plumb bob a partir dos pontos de checagem e marca-
ção no chão nos pontos indicados pelo plumb bob. As
Verificação do Alinhamento do Motor medidas então são tomadas entre os centros de cada
Os motores são normalmente montados com a linha marcação.
de empuxo paralela ao plano de simetria longitudinal
horizontal. No entanto, isso nem sempre ocorre quan- Tensão do Cabo
do os motores são montados nas asas. A verificação Após determinar que a simetria e alinhamento da ae-
para garantir que a posição dos motores está correta ronave estejam de acordo com as especificações a ten-
depende muito do tipo de montagem. Normalmente a são do cabo e curso das superfícies de controle pode
verificação requer a medição a partir da linha central ser verificado.
da montagem até a linha central longitudinal da fuse-

Figura 2-87 Medições básicas usadas na verificação da simetria da aeronave.

2- 55
Pointer lock Riser Anvil cabos. Cada riser possui um número de identificação
e são de fácil colocação no tensiômetro.
Anvil
Junto com cada tensiômetro vem uma tabela de con-
versão que é usada para converter a leitura do visor
em libras. A leitura do visor é convertida em libras de
tensão conforme segue. “Usando um riser Nº2 para
120
0 medir a tensão de um cabo de 5/32” de diâmetro ob-
100 tém-se uma leitura de 30. A tensão real do cabo é 70
20
80 libras (conforme a tabela). Ao consultar a tabela veja
40 60
também que o riser Nº 1 é usado com cabos de 1/16”,
3/32” e 1/8”. Considerando que o tensiômetro não é
Trigger
Example feito para medir cabos de 7/32” ou ¼” não existem
valores na coluna do riser Nº 3 na tabela.
No. 1 Riser No. 2 No. 3

Diameter Tension
5/32 3/16 7/32 1/4
Ao realizar a medição da tensão em um cabo em uma
1/16 3/32 1/8 (lb) aeronave pode ser difícil ver a leitura do visor. Nes-
12 16 21 30 12 20 te caso é colocado um pointer lock no tensiômetro.
19 23 29 40 17 26 Empurre-o para travar o ponteiro e retire o tensiôme-
25 30 36 50 22 32
tro do cabo e observe a leitura. Após essa observação
31 36 43 60 26 37
puxe a trava para fora para o ponteiro voltar a zero.
36 42 50 70 30 42
41 48 57 80 34 47
46 54 63 90 38 52 Outra situação que deve ser levada em consideração
51 60 69 100 42 56 é o ajuste da tensão do cabo em um cabo de uma ae-
110 46 60 ronave em temperatura ambiente. Para compensar as
120 50 64 variações de temperatura são usadas tabelas de cable
rigging para determinar as tensões dos cabos nos con-
Figura 2-88Tensiômetro de cabo e modelo de tabela troles de voo, trem de pouso e outros sistemas opera-
de conversão. dos por cabos. [Figura 2-89]

Para determinar a quantidade de tensão em um cabo Para usar a tabela determine o tamanho do cabo que
usa-se um tensiômetro, que, quando devidamente deve ser ajustado e a temperatura ambiente. Por
cuidado, oferece 98 por cento de precisão. A tensão exemplo, vamos considerar um cabo de 1/8” de diâ-
do cabo é determinada pela medida da quantidade de metro, ou seja, um cabo 7-19 e temperatura ambiente
força necessária para gerar um deslocamento do cabo de 85°F. Siga a linha dos 85°F para cima até o ponto
entre dois blocos de aço maciço, chamados bigornas. onde ela encontra a curva para o cabo 1/8”. Estenda
Para gerar este deslocamento é pressionado um riser uma linha horizontal a partir do ponto de interseção
ou plunger no cabo. Diversos fabricantes produzem até o canto direito da tabela. O valor neste ponto indi-
diversos tipos de tensiômetros, cada um designado ca a tensão (carga rigging em libras) a ser estabelecida
para um tipo, tamanho e tensão de cabo diferente. Um para o cabo. A tensão para este exemplo é de 70 libras.
exemplo de tensiômetro está ilustrado na Figura 2-88.
Funcionamento da Superfície de Controle
De acordo com as instruções do fabricante, deve-se
primeiro abaixar a trava, colocar o cabo a ser testado Para que um sistema de controle funcione adequada-
embaixo das duas bigornas e então fechar a trava (co- mente é preciso que ele esteja corretamente regulado.
locando-a para cima). Ao mover a trava ela empurra o Superfícies de controle corretamente rigged se movi-
riser para cima, que força o cabo a formar um ângulo mentam em um determinado arco (surface-throw) e es-
reto em relação aos dois clamping points embaixo da tão sintonizadas com o movimento dos controles de voo
bigorna. A força necessária para realizar esta tarefa é da cabine. Rigging qualquer sistema de controle exige
indicada por um ponteiro em um visor. A ilustração que as instruções do fabricante da aeronave sejam segui-
abaixo traz uma tabela com os diferentes risers nu- das conforme descrito no manual de manutenção.
merados que são usados para os diferentes tipos de Portanto, as explicações deste capítulo se limitam aos

2- 56
340

Design limit rig load 320

300

280

260

240

220
e
siz 200

Rigging load (lb)


b le 19
Ca 7 x 180
/ 4
1
160

140
x 19
67
3/1 120
x 19
5/32 7 100
x 19
1/8 7
80

60
7
3/32 7 x 40
1/16 7 x 7
20

0
−70 −60 −50 −40 −30 −20 −10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160

Temperature (°F)

Figura 2-89 Tabela de cable rigging.

três passos, abaixo listados: Rigging fixtures e gabaritos de controle são ferramen-
tas especiais (indicadores) feitos pelo fabricante para
1. Trave os controles da cabine de voo, bellcranks medir o movimento das superfícies de controle. As
e superfícies de controle na posição neutra. marcações no instrumento ou gabarito indicam o mo-
vimento desejado para a superfície, o que em muitos
2. Ajuste a tensão do cabo, mantendo o leme, casos é dado em graus ou polegadas. Quando o movi-
elevators ou ailerons na posição neutra. mento é dado em polegadas é possível usar uma régua
para medir o movimento das superfícies.
3. Ajuste as travas de controle para limitar o
movimento das superfícies de controle para Transferidores são ferramentas para medir ângulos em
que fique dentro das dimensões dadas para graus. Existem diversos tipos de transferidores para de-
que a aeronave seja rigged. terminar o movimento das superfícies de controle de
voo. O transferidor usado para medir o movimento do
A extensão do movimento dos controles e das superfí- aileron, elevator, flap da asa é o transferidor universal,
cies de controle deve ser verificada em ambas as dire- mostrado na Figura 2-90.
ções a partir da posição neutra. Existem diversas fer-
ramentas que são usadas para medir o movimento das Este transferidor é feito de um bastidor, disco, anel
superfícies, incluindo transferidores, rigging fixtures, e dois spirit levels. O disco e o anel giram indepen-
gabaritos de contorno, e réguas. Essas ferramentas dentes um do outro no bastidor. (O center spirit le-
são usadas no rigging dos sistemas de controle de voo vel é usado para posicionar o bastidor verticalmente
para garantir que a aeronave esteja devidamente rig- ao medir o ângulo de uma pá do propulsor.) O center
ged e que as especificações do fabricante tenham sido spirit level é usado para posicionar o disco ao medir
seguidas. o movimento da superfície de controle. Existe uma

2- 57
Ring vernier scale Center spirit level alinhamento incorretos do sistema.
Disk adjuster Ring Disk degree scale
Depois que o sistema foi ajustado, é necessário verificar
Disk Ring adjuster o movimento sincronizado dos controles. A verificação
0 10
da amplitude do movimento das superfícies de controle
10
deve ser feito a partir da cabine, e não pelo movimento
30 2 0 1
0
0
manual da peça. Durante essa verificação assegure-se
10
de que correntes, cabos, etc. não estão no seu limite de

20
operação quando os controles são parados.

30
Travas ajustáveis e não ajustáveis (conforme o caso)
são usadas para limitar a amplitude de lançamento ou
de movimento dos ailerons, elevators e leme. Existem
dois tipos de conjunto de travas para cada uma das três
superfícies de controle. O conjunto fica localizado na
superfície de controle no cilindro snubber ou nas travas
de estrutura, e o outro na cabine de controle voo. Am-
Corner spirit level Ring-to-frame lock bas são usadas como travas de limitação. No entanto são
on frame folded in as que ficam localizadas nas superfícies de controle que
Disk-to-ring lock on ring engages only executam a função. As outras travas normalmente não se
when zeros on scales are aligned. encontram uma com a outra, mas são reguladas a uma
determinada extensão que indica quando a superfície de
Figura 2-90 Transferidor universal. controle está no seu limite de movimento. Ela funcio-
na como uma trava de controle para evitar que os cabos
sejam levados além do seu limite e que os sistemas de
trava entre o disco e o anel para firmar o disco e o controle danifiquem no caso de manobras violentas. Ao
anel juntos quando estão alinhados em zero. A trava rigging os sistemas de controle, siga os passos contidos
do anel evita que ele se mova quando o disco está sen- no manual de manutenção para regular essas travas em
do movimentado. Observe que eles iniciam no mesmo relação aos limites das superfícies de controle.
ponto e avançam em direções opostas. O anel possui
um duplo vernier de 10 partes. Onde existem controles duplos, eles precisam estar
sincronizados e funcionando satisfatoriamente quan-
O rigging do sitema de trim tab é feito de maneira do operados em qualquer uma das posições.
similar. O controle de trim tab é colocado no neutro
(sem trim), e a surface tab é normalmente colocada Os trim tabs e outros tabs precisam ser verificados da
em alinhamento com a superfície de controle. No en- mesma forma nas principais superfícies de controle. O
tanto, em algumas aeronaves as especificações podem indicador de posição de tab precisa ser verificado para
exigir que os trim tabs estejam alinhadas um ou dois ver se está funcionando corretamente. Se forem usados
graus fora da linha central quando na posição neutra. jackscrews para actuate o trim tab, verifique para ver se
Depois que o tab e o controle de tab estão no neutro, eles não estão estendidos além dos limites especifica-
ajuste a tensão do cabo de controle. dos quando o tab está na sua posição máxima.

As vezes são usados pequenos pinos,metálicos, cha- Depois de verificar que o sistema de controle está fun-
mados de rig pins, para manter as polias, alavancas, cionando devidamente e está corretamente rigged, ele
bellcranks, etc., no neutro. Quando esses pinos não deve ser inspecionado minuciosamente para determinar
são fornecidos, as posições neutras podem ser indi- que o sistema esteja montado corretamente e opera li-
cadas por marcações de alinhamento, gabaritos espe- vremente dentro dos limites de movimento específicos.
ciais ou medidas lineares.
Verificação e Segurança do Sistema
Se o alinhamento e ajuste finais do sistema estão cor- Sempre que é feito um rigging em qualquer aeronave
retos os pinos podem ser removidos com facilidade. é bom fazer uma segunda inspeção visual no sistema
Qualquer pressão nos pinos indica tensionamento ou de controle para garantir que todos os turnbuckles,

2- 58
Outer sleeve

To
loc
kj
aw
s

Small screw in closely spaced closed


geometrical pattern • Single-twist method

Pu
ll k
no
b to
twi
st
wir
e
Plier handles will spin
when knob is pulled

Single-fastener application • Double-twist method

Figura 2-92 Uso de alicate de fio de segurança ou


wire twisters.

Screwheads • Double-twist method que as porcas, parafusos, etc. de uma aeronave não se
soltem com a vibração causada durante sua operação.

A maioria dos fabricantes de aeronave possui uma se-


ção de Práticas Padrão nos seus manuais de manuten-
ção. Esses são os métodos que devem ser usados ao
operar em um sistema em particular de uma aeronave
External snapring • Single-wire method específica. No entanto a maioria das ferramentas para
aeronave possui um método padrão de satisfação. A
seguir são descritos alguns dos métodos mais comuns
utilizados para garantir a segurança da aeronave.

Castle nuts
O método de cabo de segurança mais comum é o du-
plo torcido, que utiliza aço inoxidável ou Monel na
faixa de 0,032 a 0,40 polegadas de diâmetro. Este mé-
todo é usado em studs, cable turnbuckles, controles
de voo e parafusos de fixação de acessórios ao motor.
O método de fio simples é usado em parafusos meno-
Bolt heads
res, bolts, e/ou porcas quando elas estão localizadas
em um espaço fechado ou em u padrão geométrico
Figura 2-91 Double wrap and single safety wire me-
fechado. O método de fio simples é também usado
thosd for nuts, bols and snap rings.
em componentes eletrônicos e em lugares difíceis de
serem alcançados. [Figura 2-91]
rod ends e attaching nuts e bolts estão devidamente
seguros. Equipamentos de emergência para a segurança do voo
como extintores de incêndio, reguladores de oxigênio,
Como regra geral todos os dispositivos de fechamento válvulas de emergência, paredes corta fogo e seals ou
ou trava em uma aeronave deve estar seguros de algu- kits de primeiros socorros são protegidos com um fio
ma maneira. A segurança é definida de maneira com de cobre de (0,020 polegadas de diâmetro) ou de alu-

2- 59
Example 1 Example 2 Example 3 Example 4 Example 5

Examples
amples apply to all types
ty of bolts, fillister-head Example shows methods for wiring various standard items.
rews square-head
screws, square head plugs,
p andd other similar parts
which are wired so that the loosening tendency of NOTE: Wire may be wrapped over the unit rather than around it when wiring
either part is counteracted by tightening of the other castellated nuts or on other items when there is clearance problem.
part. The direction of twist from the second to the
third unit is counterclockwise in examples to keep the
loop in position against the head of the bolt. The wire
entering the hole in the third unit is the lower
wire, and by making a counterclockwise twist after it
leaves the hole, the loop is secured in place
around the head of that bolt.

Example 6 Example 7 Example 8 Example 9 Example 10

Correct application of Fittings incorporating wire


wire lugs
lug
gs shall be wired as shown
shown in
in 7 and 8. Where no lock-wire
lock-wire lug
l is
i l wire
single i to
t closely
l l provided appllli d as shown
provided, wire should be applied h i 9 and
in d 10 with
ith caution
ti being
b i exerted
t d to
t ensure that
h
spaced multiple group. wire is wrapped tightly around the fitting.

Example 6 Example 10

Coupling nutst attached


tt h d tot straight
t connectors shall be wired
i d as shown
h when
h hex Coupling nuts on a tee shall be wired, as shown
is an integral part of the connector. above, so that tension is always in the tightening
direction.

Figura 2-93 Exemplo de diversos fasteners e métodos de safetying.

2- 60
O fio deve ser de seis a oito voltas por podelada de fio
e deve ser puxado taut enquanto estiver sendo instala-
do. Onde for conveniente, instale um fio de segurança
ao redor da cabeça do fastener e gire-a de maneira
com que a volta do fio seja puxada rente ao contorno
da unidade que está sendo protegida com o fio na di-
reção que tenha a tendência de apertar. [Figura 2-93]

Para firmar itens como bolts, screws, pins and shafts


são usados contrapinos. Eles são usados em qualquer
lugar onde há movimento de giro ou acionamento. O
diâmetro do contrapino selecionado para cada apli-
cação deve ser the largest size that will fit consistent
Figura 2-94 Securing hardware com cotter pins. with the diameter of the cotter pin hole and/or the slots
in the castellated nut. Cotter pins, like safety wire,
Fine Thread Series should never be re-used on aircraft. [Figura 2-94]
Thread Size Minimum Prevailing Torque
Porcas auto travantes são usadas em aplicações onde não
7/16 - 20 8 inch-pounds
precisam ser removidas com frequência. Existem dois ti-
1/2 - 20 10 inch-pounds
pos de porcas auto travantes, sendo que uma é totalmente
9/16 - 18 13 inch-pounds
metálica e a outra possui uma parte feita de fibra ou nylon.
5/8 - 18 18 inch-pounds
3/4 - 16 27 inch-pounds
7/8 - 14 40 inch-pounds
É de suma importância que se consulte o Guia de Pe-
1 - 14 55 inch-pounds
ças Ilustrado (Illustrated Parts Book - IPB) para saber
1-1/8 - 12 73 inch-pounds o tipo e grau certo de porca e para os diversos locais
1-1/4 - 12 94 inch-pounds da aeronave. A cor do acabamento da porca identifica
o tipo de aplicação e ambiente no qual pode ser usa-
Coarse Thread Series da. Por exemplo, uma porca cadmium-plated é dou-
Thread Size Minimum Prevailing Torque rada e oferece extrema proteção contra corrosão, mas
não pode ser usado em aplicações onde a temperatura
7/16 - 14 8 inch-pounds
pode exceder 450ºF.
1/2 - 13 10 inch-pounds
9/16 - 12 14 inch-pounds
5/8 - 11 20 inch-pounds
Ações repetidas de instalação e remoção faz com
3/4 - 10 27 inch-pounds que a porca self-locking perca sua condição de trava.
7/8 - 9 40 inch-pounds Quando a porca perde sua capacidade de manter um
1-8 51 inch-pounds mínimo torque ela deve ser substituída. [Figura 2-95]
1-1/8 - 8 68 inch-pounds
1-1/4 - 8 68 inch-pounds Lock washers podem ser usados com bolts e machine
screws sempre que um self-locking nut ou castellated nut
Figura 2-95 Valores mínimos de torque para reutiliza- não for usado. Eles podem ser do tipo split washer spring,
ção de self-locking nuts. ou um multi-serrated internal or external star washer.
Pal nuts may be a second nut tightened against the
first and used to force the primary nut thread against
mínio (0,031 polegadas de diâmetro). O fio é instala- the bolt or screw thread. They may also be of the type
do no equipamento de emergência para indicar que o that are made of stamped spring steel and are to be used
componente está lacrado e não foi ativado. Esse fio é only once and replaced with new ones when removed.
possível de ser partido com as mãos sem a utilização
de qualquer ferramenta. Montagem e Aparelhagem do Biplano

A utilização de pliers ou wire twisters torna o trabalho Os biplanos são os primeiros modelos de aeronaves. A
de segurança mais fácil para o mecânico e proporcio- maior aeronave motorizada mais pesada do que o ar o
na melhores resultados. [Figura 2-92] Wright Flyer dos irmãos Wright que fez seu primeiro

2- 61
Note Distance “Y” Fuselage centerline
same both sides
• Make cross-
90° Straight edge -
measurements with a 50'
clamp to firewall
steel tape.
Select easy-to-identify • Ideally, distances on
points from which to both sides should match.
cross-measure. (A1-A2 / B1-B2, etc.)

90°
90°
Firewall centerline
CENTER SECTION

Top view

C1 B1 D1 D2 B2 C2 Both tie rods “Z” Level


same length 90°

Reference point
Z Z

Distance
Top view “X” same X X Ruler
both sides
Vertical tail post (reference)
9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Plumb bob

A1 A2
90

90°

Rear view Front view

Figura 2-96 Verificação da simetria da aeronave. Figura 2-97 Alinhamento da seção central.

bem sucedido voo em 17 de dezembro de 1903 era sentido de frente para trás e lateralmente. A aeronave
um biplano. normalmente possui pontos de nivelamento pré-de-
terminados pelo fabricante ou indicado nas plantas.
Os primeiros biplanos foram projetados com asas A fuselagem deve estar com o trem de pouso travado
muito pequenas e, consequentemente a estrutura da para que fique estável. Deve-se desenhar uma linha no
asa precisou ser reforçada com cabos de sustentação piso no comprimento da fuselagem e outra linha per-
externos. A configuração do biplano permitia com que pendicular a ela na parede corta fogo para que sirva de
as duas asas fossem mantidas firmes uma contra a ou- referencia adicional de alinhamento.
tra, aumentando sua força estrutural. O resultado de
uma montagem e aparelhagem de biplano realizada Com as superfícies de cauda horizontal e vertical ins-
de acordo com as instruções aprovadas é uma aerona- talada o ângulo incidente do estabilizador horizontal
ve aeronavegável estável. deve ser ajustado. Os cabos de sustentação da cauda
precisam ser conectados e firmados até que a folga
Tanto na montagem de um modelo antigo que foi des- seja eliminada. As medidas de alinhamento devem ser
montado para conserto ou restauração ou na constru- verificadas conforme mostra a Figura 2-96.
ção e montagem de uma aeronave nova os seguintes
procedimentos de alinhamento precisam ser seguidos. Instale o elevator e o rudder e prenda os em uma po-
Para começar, a fuselagem deve estar nivelada no sição neutra. Verifique se a posição se o manche e os

2- 62
1 Chord line
Spar
Make bottom
parallel with Plywood
chord line
Make rib template to measure
incidence of acrobatic type wings

Aircraft must be level when checking incidence

Plumb bob
2 Wing
Stagger Lower wing hinge fittings Incidence angle

Bevel protractor
Plumb line

Use straight edge for flat


bottom airfoils (clark Y
Ruler series, etc.)
Measurement for
Level aircraft angle of incidence
Plumb bob

Stagger measured in inches


Spirit
level Level
Straight edge aircraft
Figura 2-98 Medição do stagger. Chock wheels

Plumb bobs
Measure upper wing dihedal Figura 2-100 Verificação da incidência.
or weights

X1 X2 pedais de cauda estão na posição neutra na cabine de


comando e prenda-o para simplificar a conexão e ten-
sionamento final dos cabos de controle.
Dihedal Spirit
To increase board level
dihedral shorten Lower wing Se o biplano tiver uma parte central na parte superior
landing wires dihedal in inches
da asa ela deve estar alinhada com a maior precisão
Measuring dihedral (in inches) possível, pois até mesmo o menor erro é compensa-
Wood blocks Plumb bobs do na ponta da asa. Os cabos e tensores necessários
(2" x 4") or weights
Upper wing with 0° dihedal -
string must touch blocks
devem estar conectados e a tensão devidamente veri-
ficada. [Figura 2-97] o stagger measurement pode ser
Landing
verificado conforme mostra a Figura 2-98.
X1 X2
wires

4° 4° As seções inferiores da asa devem ser colocadas indi-


vidualmente na fuselagem e travadas para sustentação
can also use
Use straight edge dihedal board enquanto os cabos de aterrissagem são conectados e
and bevel protractor with a level
ajustados para obterem o diedral requerido nas espe-
Measuring dihedral (angles) cificações ou plantas. [Figura 2-99]
gle 4°
Depicted an 4° Depois, conecte o outer “N” struts nas seções esquer-
57" da e direita da parte de baixo da asa. Agora, a parte
de cima da asa pode ser colocada e os cabos de voo
Note:
A 1" rise in 57" equals one degree of dihedral instalados. Podem ser instalados os slave struts e os
ailerons podem ser conectados usando os mesmos
procedimentos de alinhamento e ajuste usados para
Figura 2-99 Medição do diedral. o elevator e rudder. O ângulo de incidência pode ser
verificado conforme mostra a Figura 2-100.

2- 63
Uma vez que este ponto é alcançado, basta medir, ve- aeronave em relação a desgaste e deterioração
rificar os ângulos e ajustar os diversos componentes (por exemplo, corrosão de acabamento,
para a obtenção da simetria geral da aeronave e ali- escamação da janela, vazamento de fluídos, e
nhamento desejado conforme mostra a Figura 2-96. desgaste de pneu além dos limites específicos).
Lembre-se também de ter cuidado ao ajustar os cabos
da asa, pois se eles forem forçados podem inadverti-
damente afetar as asas. Sempre solte o cabo antes de Quando as horas de voo e o tempo transcorrido estão
ajustar o cabo oposto. Os cabos de voo e aterrissagem acumulados na vida de uma aeronave alguns compo-
são normalmente ajustados a 600 libras e os cabos de nentes acabam desgastados e outros deteriorados. As
sustentação da cauda em 300 libras de tensão. inspeções servem para identificar esses itens e con-
sertá-los ou substituí-los antes que eles interfiram na
aeronavegabilidade da aeronave.
Quando estiver seguro de que a aeronave foi devida-
mente rigged, afaste-se e dê uma boa olhada geral no Inspeção de Aeronavegabilidade e Conformi-
produto acabado e pergunte-se: As asas estão simétri- dade da Estrutura do Avião
cas? O diedral parece nivelado? A cauda está nivelada
com a fuselagem? Os fixadores da asa, cabos de voo
e cabos de controle estão seguros? E como tarefa fi- Para estabelecer a conformidade de uma aeronave
nal, antes do primeiro voo, complete os registros da inicia-se pelo Certificado de Tipo (TCDS). Este do-
manutenção. cumento é uma descrição formal da aeronave, do mo-
tor ou do seu propulsor. Ele é emitido pelo Federal
Assim como em qualquer manutenção ou conserto, Aviation Administration (FAA) para os produtos que
as instruções e especificações do fabricante ou ou- correspondem às exigências do certificado CFR 14.
tros procedimentos e recomendações encontrados nas
plantas, precisam ser o método básico para a monta- O TCDS lista as limitações e informações necessá-
gem e rigging da aeronave. rias para o certificado de tipo da aeronave, incluindo a
base da certificação e os números de série do produto.
Inspeção da Aeronave Inclui também os limites de velocidade, peso, movi-
mentos de superfície de controle, modelo e constitui-
Objetivo dos Programas de Inspeção ção do motor, tripulação mínima, tipo de combustível,
O objetivo do programa de inspeção de uma aeronave etc., os limites de hp e rpm, de empuxo, tamanho e
é garantir sua aeronavegabilidade. O termo aeronave- peso dos motores, diâmetro da pá, pitch, etc., para
gabilidade não está definido no CFR 14, no entanto, os propulsores. Além disso, ele fornece os diversos
a jurisprudência em relação ao termo e regulamenta- componentes necessários para a construção de deter-
ções para a emissão de um certificado de aeronavega- minado modelo, e instalação aprovada para aplicação
bilidade revelam duas condições que precisam estar no produto.
presentes para que a aeronave seja considerada aero-
navegável: As informações de manutenção do fabricante podem
ser apresentadas em forma de instruções de serviço,
1. A aeronave precisa estar em conformidade boletins de serviço ou comunicações de serviço que o
ao certificado de tipo (TC). A conformidade fabricante publica para fornecer instruções para me-
com o tipo projetado é considerado alcançada lhorias do produto ou revisar e atualizar manuais de
quando a configuração da aeronave e seus manutenção. Os boletins de serviço não são normati-
componentes instalados estão consistentes vos a não ser que:
ao desenho, especificações e outros dados
contidos no TC, incluindo qualquer
certificado de tipo adicional (STC) e campos 1. Todo ou parte do boletim de serviço seja in-
com alterações aprovadas e incorporadas à corporado como parte de uma diretriz de ae-
aeronave. ronavegabilidade.

2. A aeronave deve estar em condições para 2. Os boletins de serviço sejam parte de uma
operação segura. Isto se refere à condição da seção das limitações de aeronavegabilidade

2- 64
aprovadas pelo FAA de um manual do fabri- lista de equipamento e condição atual das diretrizes
cante ou de um certificado de tipo. de aeronavegabilidade para a estrutura, motor, propul-
sores e aparelhos. Também verifique a seção de limi-
3. Os boletins de serviço são incorporados di- tações no manual do fabricante para checar as condi-
retamente ou como referências ao programa ções dos componentes com tempo de vida útil.
de inspeção aprovado pelo FAA como os
programas de inspeção de aeronave aprovada A revisão mais recente do TCDS da estrutura deve ser
(AAIP) ou programa contínuo de manuten- usada como o documento de verificação para inspe-
ção de aeronave (CAMP). cionar e garantir que a instalação de motores, propul-
sores e componentes esteja correta.
4. Os boletins de serviço são listados como re-
quisitos adicionais de manutenção nas espe- Inspeções Necessárias
cificações de operações do certificado do pro-
prietário (Op Specs). Pré-Voo
O Pré-voo está descrito no POH para a aeronave em
As diretrizes de aeronavegabilidade (ADs) são publi- questão e deve ser seguido com a mesma atenção dis-
cadas pelo FAA como emendas ao CFR 14 capítulo pensada nos checklists de decolagem, durante o voo e
39, seção 39.13. Elas se aplicam aos seguintes produ- de aterrissagem.
tos: aeronaves, motores de aeronaves, propulsores e
aparelhos ou instrumentos. O FAA emite essas diretri- Inspeções de Manutenção Periódica:
zes quando ocorrem condições de falta de segurança Inspeção Anual
em um produto sendo que essa condição tende a ocor-
rer em outros produtos do mesmo tipo. Salvo algumas poucas exceções nenhuma pessoa
pode operar uma aeronave a menos que dentro de um
Para verificar a conformidade da aeronave e sua aero- período de 12 meses ela tenha tido uma inspeção anu-
navegabilidade ela precisa ser inspecionada e seus re- al de acordo com o CFR 14 capítulo 43 e que tenha
gistros checados. A placa de identificação na estrutura sido aprovada para retornar ao serviço pela pessoa
da aeronave é checada para verificar sua constituição, autorizada sob a seção 43.7. (A certificated mechanic
modelo, número de série, certificado de tipo dou cer- with an Airframe and Powerplant (A&P) rating must
tificado de produção. Verifique o registro e certificado hold an inspection authorization (IA) to perform an
de aeronavegabilidade para ver se estão corretos e re- annual inspection.) Deve ser usado um checklist que
fletem o número “N” na aeronave. inclua, no mínimo, o escopo e detalhamento dos itens
do CFR 14 capítulo 43, Anexo D.
Ao inspecionar os registros da aeronave verifique a
condição da inspeção atual da aeronave através da ve- Inspeção de 100 Horas
rificação de: Esta inspeção é exigida quando uma aeronave é ope-
rada sob a CFR 14 capítulo 91 e usada para aluguel
• Data da última inspeção e tempo total de ser- para treinamento de voo. Exige-se que seja realizada
viço da aeronave. a cada 100 horas de serviço, além da inspeção anual.
• Tipo de inspeção e boletins do fabricante se (A inspeção pode ser realizada por um mecânico com
for o caso. graduação A&P). A inspeção deve ter um checklist
• Assinatura, número do certificado e tipo do que inclua no mínimo o escopo e detalhes dos itens
certificado da pessoa que liberou a aeronave (conforme aplicável para cada aeronave) do CFR 14,
após o serviço. capítulo 43 Anexo D.

Identifique se os principais consertos ou alterações Inspeção Progressiva


foram realizados e registrados no Formulário 337 do Este programa de inspeção pode ser realizado sob o
FAA, Principais Consertos e Alterações. Caso tenha CFR 14 capítulo 91 seção 91.409(d), como alternativa
sido acrescentado um STC, verifique os suplementos a inspeção anual. No entanto este programa exige que
do manual de voo (FMS) no Manual de Operação do o proprietário registrado ou operador envie ao FAA
Piloto (POH). Flight Standards District Office (FSDO) local uma
Verifique o peso atual e relatório de balanceamento, solicitação por escrito quanto à utilização de uma ins-

2- 65
peção progressiva. Esta solicitação deve conter: notificar o FAA FSDO local por escrito. Após a
interrupção, a primeira inspeção anual deve ser
1. The name of a certificated mechanic holding realizada em até 12 meses a partir da última inspeção
an inspection authorization, a certificated completa da aeronave sob a inspeção progressiva.
airframe repair station, or the manufacturer
of the aircraft to supervise or conduct the Aviões de Grande Porte (acima de 12.500 lb)
inspection.
Os requisitos de inspeção do CFR 14, capítulo 91
2. Manuais de procedimentos de inspeção seção 91.409, incluindo os parágrafos (e) e (f).
atualizados, disponíveis e de pronto
entendimento do piloto e do pessoal da O parágrafo (e) se aplica a aviões de grande porte
manutenção, contentam em detalhe: (para os quais a CFR14 capítulo 125 não se aplica),
turbojet multiengine airplanes, turbo propeller
• An explanation of the progressive inspection, powered multiengine airplanes, and turbinepowered
including the continuity of inspection rotorcraft. Paragraph (f) lists the inspection programs
responsibility, the making of reports, and the that can be selected under paragraph (e).
keeping of records and technical reference
material. É necessário que o operador tenha os requisitos
necessários para a realização da inspeção adicional,
• An inspection schedule, specifying the pois as aeronaves maiores tipicamente são mais
intervals in hours or days when routine and complexas e requerem um programa de inspeção mais
detailed inspections will be performed, and detalhado do que o previsto pela CFR 14 capítulo 43,
including instructions for exceeding an Anexo D.
inspection interval by not more than 10 hours
while en route, and for changing an inspection O proprietário ou operador da aeronave deve
interval because of service experience. selecionar um programa de inspeção a partir das
seguintes opções:
• Sample routine and detailed inspection forms
and instructions for their use. 1. Programa de inspeção de aeronavegabilidade
que seja parte do programa de manutenção
• Amostra de relatorios e registros e instruções contínua da aeronavegabilidade atualmente
para sua utilização. em uso pela pessoa que detenha um
certificado de operação de atividade aérea ou
3. Espaço suficiente e equipamentos para a um certificado emitido sob a CFR 14 capítulo
desmontagem necessária para a inspeção da 121 ou 135.
aeronave.
2. Programa de inspeção de aeronave aprovado
4. Informação técnica atual sobre a aeronave. som o CFR 14 capítulo 135 seção 135.419
e atualmente em uso pela pessoa detenha
A frequência e detalhamento do programa de inspeção um certificado de operação sob o CFR 14
progressiva devem equivaler por uma inspeção capítulo 135.
completa na aeronave dentro de 12 meses em
concordância às recomendações do fabricante e tipo 3. Programa de inspeção atual recomendado
de operação para a qual a aeronave está designada. O pelo fabricante.
cronograma de inspeção progressiva deve garantir que
a aeronave seja aeronavegável a qualquer momento. 4. Qualquer outro programa de inspeção
Um mecânico certificado deve realizar a inspeção determinado pelo proprietário registrado ou
progressiva desde que tenha sido supervisionado por operador da aeronave ou turbinepowered
um mecânico que tenha Autorização para Inspeção. rotorcraft e que seja aprovado pelo FAA.
Este programa deve ser submetido ao FAA
Caso a inspeção progressiva seja interrompida, o FSDO local com jurisdição da área na qual
proprietário ou o operador devem imediatamente a aeronave está baseada. O programa precisa

2- 66
ser descrito e incluir pelo menos as seguintes pontos de lubrificação, lubrificantes a serem
informações: usados, equipamentos necessários para o
serviço, instruções de içamento, mooring,
1. Instruções e procedimentos para a condução elevação com o macaco e informações de
das inspeções para um modelo específico nivelamento.
de avião ou turbine-powered rotorcraft,
incluindo os testes e checagens necessários. • Instruções de manutenção com informações do
As instruções e procedimentos precisam cronograma para o avião e cada componente
detalhar as peças e áreas da estrutura, motores, que tenha recomendação de peridiocidade
propulsores, rotores e equipamentos, incluindo com que devam ser limpos, inspecionados,
equipamentos de emergência e sobrevivência ajustados, testados e lubrificados, e o grau
que precisam ser inspecionados. de inspeção e serviço recomendado nestes
pontos.
2. Cronograma para a realização das inspeções
sob o programa determinado em termos de • Os periodos recomendados de
tempo em serviço, datas, número de operações inspeção(vistoria ou revisão?) e as referências
no sistema (ciclos), ou a combinação deles. necessárias para a seção de limitações
de aeronavegabilidade do manual. (The
Este programa do proprietário/operador recommended overhaul periods and necessary
aprovado pelo FAA pode ser revisado cross references to the airworthiness
no futuro pelo FAA se for considerado limitations section of the manual.)
necessário para que mantenha sua
adequação ao programa. O proprietário/ • O programa de inspeção que detalha a
operador pode solicitar ao FAA dentro de frequencia e a extenção das inspeções
30 dias da notificação para reconsiderar a necessarias para assegurar a manutenção de
necessidade de fazer alterações. aeronavegabilidade do avião. (The inspection
program that details the frequency and extent
Programa de Inspeção do Fabricante of the inspections necessary to provide for the
continued airworthiness of the airplane.)
É o programa desenvolvido pelo fabricante para seu
produto e está inserido no manual “Instruções para • Diagrama das places de acesso estrutural e
Aeronavegabilidade Contínua” exigido pelo CFR as informações necessarias para se ter acesso
14 capítulo 23, seção 23.1529 e capítulo 25, seção durante a inspeção quando não se tiver as
25.1529. Ele deve ser feito na forma de um manual places de acesso.(Diagrams of structural
ou manuais, conforme o caso, para a quantidade de access plates and information needed to gain
informações a serem fornecidas e incluindo, mas não access for inspections when access plates are
limitado, o seguinte conteúdo: not provided.)

• Descrição do avião e seus sistemas e • Detalhes para a aplicação de técnicas de


instalações incluindo motores, propulsores e inspeção especial, incluindo testes de
equipamentos. radiografia e ultrasonografia quando esses
processos forem especificados.(Details for the
• Informações básicas descrevendo como application of special inspection techniques,
os componentes e sistemas do avião são including radiographic and ultrasonic testing
controlados e operados, incluindo quaisquer where such processes are specified.)
procedimentos especiais e limitações que se
apliquem. • Uma lista de ferramentas especiais necessarias
(A list of special tools needed.)
• Informação de serviço que cobra os
pontos de serviço, capacidade dos tanques, • Uma seção de Limitações de
reservatórios, tipos de fluídos a serem usados, Aeronavegabilidade que é segregada
pressões aplicáveis aos diversos sistemas, e claramente distinguivel do resto do

2- 67
documento. Esta seção deve estabelecer - Inspeções de Altimertro e Sistema Estatico
(An Airworthiness Limitations section that is (Altimeter and Static System Inspections)
segregated and clearly distinguishable from Qualquer pessoa operand um avião ou um helicopter
the rest of the document. This section must em um espaço aéreo controlado e sobre regras de voo
set forth—) por instrumentos (IFR) deve ter tido, dentro dos 24
meses precedents, cada sistema estatico de pressão,
1. Cada tempo de substituição mandatório, cada altimetro e cada sistema de reporte automatic de
intervalos de inspeção estrutural, e altitude pressão testado e inspecionado e de acordo
procedimentos necessarios para o tipo de com o CFR 14 parte 43, apendice E. Estes testes e ins-
certificação ou aprovado sob CFR 14 part 25, peções devem ter sido conduzidos por pessoas “clas-
seção 25.571 (Each mandatory replacement sificadas” apropriadamente sob o CFR 14. (Any per-
time, structural inspection interval, and son operating an airplane or helicopter in controlled
related structural inspection procedures airspace under instrument flight rules (IFR) must have
required for type certification or approved had, within the preceding 24 calendar months, each
under 14 CFR part 25, section 25.571.) static pressure system, each altimeter instrument, and
each automatic pressure altitude reporting system
2. Cada tempo de substituição mandatório, tested and inspected and found to comply with 14
interval de inspeção, procedimento CFR part 43, Appendix E. Those test and inspections
de inspeção relacionado, e todas as must be conducted by appropriately rated persons un-
limitações criticas do projeto de controle der 14 CFR.)
de configuração aprovados sob o CFR 14
part 25, seção 25.981, para o sistema de Inspeções de Transponder de Controle
tanque de combustivel.(Each mandatory de Trafego Aéreo(Air Traffic Control (ATC)
replacement time, inspection interval, related Transponder Inspections)
inspection procedure, and all critical design
configuration control limitations approved Qualquer pessoa usando um transponder de contro-
under 14 CFR part 25, section 25.981, for the le de trafego aéreo deve ter tido, dentro dos 24 meses
fuel tank system.) precedentes, o seu transponder testado e inspecionado
de acordo com o CFR14 parte 43, Apendice F. Adicio-
A seção de Limitações de Aeronavegabilidade deve nalmente, seguindo qualquer instalação ou manuten-
conter a seguinte afirmação de forma legível e em ção devido a um erro de correspondencia de dados no
um local proeminente: “ A seção de Limitações transponder ATC, o sistema integrado deve ser testado
de Aeronavegabilidade foi aprovado pelo FAA e e inspecionado para estar em conformidade com o CFR
especifica a manutenção necessaria sob o CFR 14 14 parte 43, Apendice E, por uma pessoa apropriada
part 43, seção 43.16 e parte 91, seção 91.403, a não segundo o CFR 14. (Any person using an air traffic
ser que um programa alternative tenha sido aprovado control (ATC) transponder must have had, within the
pelo FAA.” (The Airworthiness Limitations section preceding 24 calendar months, that transponder tested
must contain a legible statement in a prominent and inspected and found to comply with 14 CFR part
location that reads: “The Airworthiness Limitations 43, Appendix F. Additionally, following any installa-
section is FAA approved and specifies maintenance tion or maintenance on an ATC transponder where data
required under 14 CFR part 43, sections 43.16 and correspondence error could be introduced, the integrat-
part 91, section 91.403, unless an alternative program ed system must be tested and inspected and found to
has been FAA-approved.”) comply with 14 CFR part 43, Appendix E, by an appro-
priately person under 14 CFR.)
Qualquer operador que deseje adotar o programa
de inspeção do fabricante deve primeiro contatar Operação e Praticas de Manutenção do
o Escritorio de Padrões do Distrito do FAA mais Transmissor Localizador de Emergência
proximo, para futures orientações. (Any operator who (ELT) segundo a Circular de Consultivo (AC)
wishes to adopt a manufacturers’ inspection program 91-44 (Emergency Locator Transmitter (ELT)
should first contact their local FAA Flight Standards Operational and Maintenance Practices in Ac-
District Office, for further guidance.) cordance With Advisory Circular (AC) 91-44)

2- 68
Esta AC agrega e atualiza diversas outras ACs que tra- impact switch operation and the transmitter output be
tam do assunto ELT e de outros receptors de services checked using the manufacturer’s instructions. Test-
aéreos. Sobre as regras de operação do CFR 14 parte ing of an ELT prior to installation or for maintenance
91, a maioria das aeronaves civis de pequeno porte reasons, should be conducted in a metal enclosure in
registradas para carregar mais de uma pessoa deve ter order to avoid outside radiation by the transmitter. If
um ELT instalado no avião. O CFR 14 parte 91, seção this is not possible, the test should be conducted only
91.207 define os requisites de qual tipo de aeronave within the first 5 minutes after any hour.)
e quando o ELT deve estar instalado. Tambem indica
que um ELT que esta de acordo com os requerimen- Os fabricantes do ELT são obrigados a marcarem a
tos da Ordem Técnica Padrão (TSO)-C91 pode não data de validade da bacteria, baseado em 50 por cento
ser usado para novas instalações. *(Esse é o ELT que da vida útil, no lado de fora do transmissor. As bate-
a aviação geral e de pequeno porte tem instalado e rias devem ser trocadas nessa data ou quando o trans-
eles transmitem na frequencia 121.5 MHz). (This AC missor for usado por mais de uma hora cumulative.
combined and updated several ACs on the subject of Baterias ativadas por agua, tem um tempo util(shelf?)
ELTs and receivers for airborne service. Under the virtualmente ilimitado. Elas geralmente não são mar-
operating rules of 14 CFR part 91, most small U.S. cadas com uma data de validade. Elas devem ser
registered civil airplanes equipped to carry more than substituidas após a ativação dependendo de quanto
one person must have an ELT attached to the airplane. tempo passaram em service. (Manufacturers of ELTs
14 CFR part 91, section 91.207 defines the require- are required to mark the expiration date of the battery,
ments of what type aircraft and when the ELT must based on 50 percent of the useful life, on the outside
be installed. It also states that an ELT that meets the of the transmitter. The batteries are required to be re-
requirements of Technical Standard Order (TSO)-C91 placed on that date or when the transmitter has been
may not be used for new installations.*(This is the in use for more than 1 cumulative hour. Water activat-
ELT that smaller general aviation aircraft have in- ed batteries, have virtually unlimited shelf life. They
stalled and they transmit on 121.5 MHz.)) are not usually marked with an expiration date. They
must be replaced after activation regardless of how
O piloto em commando de uma aeronave equipada long they were in service.)
com ELT é responsavel por sua operação e, antes de
desligar o motor no fim de cada voo, deve sintonizar A substituição de bateria pode ser feito por um piloto
o receptor VHF em 121.5 MHz e escutar se algum em um ELT portatil que é prontamente acessivel e que
dispositivo ELT esta ativado. Pessoal de manutenção pode ser removido e reinstalado na aeronave através de
é responsavel por acionamentos acidentais durante o uma operação simples. Essa operaçao seria considera-
seu periodo atual de trabalho. (The pilot in command da manutenção preventive pelo CFR 14 parte 43, seção
of an aircraft equipped with an ELT is responsible for 43.3 (g). Substituição de baterias devera ser aprovado
its operation and, prior to engine shutdown at the end para o modelo especifico do ELT e a instalação deve ser
of each flight, should tune the VHF receiver to 121.5 de acordo com a seção 43.13. (The battery replacement
MHz and listen for ELT activations. Maintenance per- can be accomplished by a pilot on a portable type ELT
sonnel are responsible for accidental activation during that is readily accessible and can be removed and rein-
the actual period of their work.) stalled in the aircraft by a simple operation.
That would be considered preventive maintenance
Manutençao do ELT é o assunto do CFR 14 parte 43 under 14 CFR part 43, section 43.3(g). Replacement
e deve ser incluido nos requerimentos de inspeção. É batteries should be approved for the specific model
essencial que a operação do interruptor de impacto e of ELT and the installation performed in accordance
a saída do transmissor sejam checadas usando as ins- with section 43.13.)
truções do fabricante. Testando um ELT antes da ins-
talação ou por razões de manutenção, deve ser condu- A AC 91-44 tambem contem informação adicional sobre:
zido dentro de um invólucro de metal de maneira que (AC 91-44 also contains additional information on: )
evite a radiação do transmissor saia. Se isso não for
possivel, o teste deve ser conduzido apenas nos pri- • Equipamento de guia e alerta instalados na
meiros 5 minutos de uma hora. (Maintenance of ELTs aeronave e que operam com o ELT.(Airbor-
is subject to 14 CFR part 43 and should be includ- ne homing and alerting equipment for use
ed in the required inspections. It is essential that the with ELTs.)

2- 69
or parked. This type of identification permits a rapid
• Responsabilidade de busca e salvamento. SAR response in the event of an accident, and will
(Search and rescue responsibility.) save valuable resources from a false alarm search.)

• Procedimentos de alerta e busca incluindo


diversos procedimentos de voo para localizer Inspeções Annual e de 100 horas (Annual
um ELT. (Alert and search procedures includ- and 100-Hour Inspections)
ing various flight procedures for locating an
ELT.) Preparação (Preparation)
Um proprietario/explorador conduzindo uma aero-
• O Escritório de Gerenciamento de Frequen- nave para uma oficina com o objetivo de fazer uma
cia da FAA é o responsavel para o contato dos inspeção anual ou de 100 horas pode não saber o que
construtores para a demonstração e teste dos esta envolvido no processo. Esses é o ponto aonde a
ELTs. (The FAA Frequency Management Of- pessoa que realize a inspeção se reune com o cliente
fices, for contacting by manufacturers when para revisar os registros e discutir qualquer questão
they are demonstrating and testing ELTs.) relacionada a manutenção, reparos necessarios, ou
qualquer outro trabalho que o cliente deseje efetuar.
*A razão; como em 31 de janeiro de 2009, a frequen- Além disso, o tempo gasto na revisão desses itens
cia 121.5/243 MHz parou de ser monitorada pelos sa- antes de iniciar as inspeções geralmente economiza
tellites de busca e salvamento do COSPASSARSAT tempo e dinheiro antes de o trabalho estar complete.
(Busca e Salvamento com Rastreamento via Satélite). (An owner/operator bringing an aircraft into a main-
(*The reason; as of January 31, 2009, the 121.5/243 tenance facility for an annual or 100-hour inspection
MHz frequency will no longer be monitored by the may not know what is involved in the process. This
COSPASSARSAT (Search and Rescue Satellite-Aid- is the point at which the person who performs the in-
ed Tracking) search and rescue satellites.) spection sits down with the customer to review the
records and discuss any maintenance issues, repairs
NOTA: Todas as novas instalações devem ser ELT di- needed, or additional work the customer may want
gitais de 406 MHz. Eles devem seguir os padroes do done. Moreover, the time spent on these items before
TSO C126. Quando instalado o novo ELT de 406 MHz starting the inspection usually saves time and money
deve ser registrado para caso de acidente da aeronave before the work is completed.)
o time de busca e salvamento possa tirar todas as van-
tagens dos benefícios que o sistema oferece. Os cir- A encomenda do services descreve o trabalho que sera
cuitos digitais do ELT 406 podem ser codificados com feito e a taxa que o proprietario pagará pelo service.
as informações como o tipo de aeronave, localização É um contrato que inclui as partes, materiais e traba-
da base, proprietario, etc. essa codificação permite ao lho necessário para completer a inspeção. Ele podera
centro de coordenação de busca e salvamento(SAR) incluir manutenções e reparos adicionais solicitados
contatar o proprietario ou dono registrado, se um sinal pelo proprietario ou encontrados durante a inspeção.
for detectado para determinar se a aeronave estava em (The work order describes the work that will be per-
voo ou estacionada. Esse tipo de identificação permite formed and the fee that the owner pays for the service.
uma resposta rapida por parte do SAR, no caso de um It is a contract that includes the parts, materials, and
acidente e salvara recursos valiosos no caso de um labor to complete the inspection. It may also include
alarme falso. (NOTE: All new installations must be additional maintenance and repairs requested by the
a 406 MHz digital ELT. It must meet the standards of owner or found during the inspection.)
TSO C126. When installed, the new 406 MHz ELT
should be registered so that if the aircraft were to go Materiais adicionais como Ads, boletins de service e
down, search and rescue could take full advantage of cartas do constructor, e serviços de informações de
the benefits the system offers. The digital circuitry of venda devem ser pesquisados para a inclusão de avio-
the 406 ELT can be coded with information about the nicos e equipamentos de emergencia nas aeronaves.
aircraft type, base location, ownership, etc. This cod- O TCDS fornece todos os componentes elegíveis para
ing allows the search and rescue (SAR) coordinating a instalação na aeronave.(Additional materials such
centers to contact the registered owner or operator if a as ADs, manufacturer’s service bulletins and letters,
signal is detected to determine if the aircraft is flying and vendor service information must be researched to

2- 70
include the avionics and emergency equipment on the • O atual estado da inspeção da aeronave, in-
aircraft. The TCDS provides all the components eligi- cluindo tempo desde a ultima inspeção reque-
ble for installation on the aircraft.) rida pelo programa sobre o qual a aeronave
e seus aparelhos são mantidos. (The current
A revisão dos registros da aeronave é uma das mais inspection status of the aircraft, including the
importantes partes da inspeção. Esses registros con- time since last inspection required by the pro-
cedem a historia da aeronave. Os registros que devem gram under which the aircraft and its appli-
ser guardados e como eles devem ser mantido estão ances are maintained.)
listados no CFR 14 parte 91 seção 91.417. Entre os
registros que devem ser pesquisados estão os registros • O atual estado das Ads aplicaveis incluindo
de manutenção, manutenção preventiva, e alterações, para cada, o metodo de condescendencia, o
registros das ultimas inpeções de 100 horas, anuais, número da AD e a data de revisão. Se a AD
ou qualquer outra inpeção requerida ou aprovada para envolve alguma ação recorrente, o tempo e
a fuselage, hélice do motor, rotor, e aparelhos da aero- data quando é necessaria a proxima interven-
nave. Os registros devem incluir: (The review of the ção. (The current status of applicable ADs in-
aircraft records is one of the most important parts of cluding for each, the method of compliance,
any inspection. Those records provide the historyof the AD number, and revision date. If the AD
the aircraft. The records to be kept and how they are involves recurring action, the time and date
to be maintained are listed in 14 CFR part 91, section when the next action is required.)
91.417. Among those records that must be tracked are
records of maintenance, preventive maintenance, and • Cópias dos formularios prescritos pelo CFR
alteration, records of the last 100-hour, annual, or oth- 14 parte 43, seção 43.9, para cada alteração
er required or approved inspections for the airframe, maior na fuselagem e nos componentes atu-
engine propeller, rotor, and appliances of an aircraft. almente instalados. (Copies of the forms pre-
The records must include:) scribed by 14 CFR part 43, section 43.9, for
each major alteration to the airframe and cur-
• Uma descrição (ou referencia para dados rently installed components.)
aceitaveis para o FAA) do trabalho feito. (A
description (or reference to data acceptable to É necessario que o proprietário/operador mantenha os
the FAA) of the work performed.) registrosde inspeção até que o serviço seja repetido, ou
por 1 ano após o trabalho tenha sido feito. A maioria
• A data de finalização do trabalho feito e a dos outros registros que inclui o tempo total e o atual
assinatura e numero de certificado da pessoa estado de partes com tempo limitado de vida, tempos
que aprovou a aeronave para voltar ao servi- de vistoria, e o estado da AD devem ser retida e trans-
ce. (The date of completion of the work per- ferida com a aeronave quando a mesma for vendida.
formed and the signature and certificate num- (The owner/operator is required to retain the records
ber of the person approving the aircraft for of inspection until the work is repeated, or for 1 year
return to service.) after the work is performed. Most of the other records
that include total times and current status of life-limited
• O total de tempo em serviço e a atual condi- parts, overhaul times, and AD status must be retained
ção de peças da fuselagem com tempo de vida and transferred with the aircraft when it is sold.)
util, em cada motor, cada helice e cada rotor.
(The total time in service and the current sta- O CFR 14 parte 43, seção 43.15, requer que cada pes-
tus of life-limited parts of the airframe, each soa executando uma inpeção de 100 horas ou annual,
engine, each propeller, and each rotor.) deve usar uma lista de verificação durante as inpeções.
A lista de verificações deve ser uma desenvolvida pela
• O tempo desde a ultima revisão de todos os pessoa, uma desenvolvida pelo fabricante do equipa-
itens instalados na aeronave e que requerem mento sendo inspecionado, ou uma obtida de outra
uma revisão com base em um tempo especifi- fonte. A lista de verificação deve incluir o âmbito e os
co. (The time since last overhaul of all items detalhes dos intens contidos na parte 43, Apendice D.
installed on the aircraft which are required to (14 CFR part 43, part 43.15, requires that each per-
be overhauled on a specified time basis.) son performing a 100-hour or annual inspection shall

2- 71
use a checklist while performing the inspection. The do componente ou do sistema. Registrar as discrepan-
checklist may be one developed by the person, one cias quando encontradas. Toda a aeronave deve ser
provided by the manufacturer of the equipment be- inspecionada e uma lista de discrepâncias deve ser
ing inspected, or one obtained from another source. apresentada ao proprietario. (Following in order and
The checklist must include the scope and detail of the using the checklist visually inspect each item, or per-
items contained in part 43, Appendix D.) form the checks or tests necessary to verify the con-
dition of the component or system. Record discrepan-
A lista de verificação fornecida pelo fabricante é a de cies when they are found. The entire aircraft should
uso preferencial. O fabricante separa as areas para ins- be inspected and a list of discrepancies be presented
peção como, motor, cabine, asa, empenagem e trem to the owner.)
de pouso. Eles tipicamente listam os Boletins e Cartas
de Serviço para áereas especificas da aeronave e dos Uma inspeção tipica, seguindo uma lista de verifica-
equipamentos instalados. (The inspection checklist ção, em uma aeronave monomotora de pequeno porte
provided by the manufacturer is the preferred one to pode incluir em parte, como aplicavel: (A typical ins-
use. The manufacturer separates the areas to inspect pection following a checklist, on a small single engine
such as engine, cabin, wing, empennage and landing airplane may include in part, as applicable:)
gear. They typically list Service Bulletins and Service
Letters for specific areas of the aircraft and the appli- • A fuselagem por danos, corrosão, e a fixa-
ances that are installed.) ção de acessórios, antenas e luzes; por “re-
bites soltos”, especialmente na área do trem
O acionamento inicial do motor, fornece uma avalia- de pouso indicando a possibilidade de movi-
ção da condição do motor antes de se iniciar a inspe- mento estrutural ou escondendo uma falha.
ção. Esse acionamento deve incluir a operação em po- (The fuselage for damage, corrosion, and
tencia total e lenta, operação dos magnetos, incluindo attachment of fittings, antennas, and lights;
o interruptor de reconhecimento de solo, checar a for “smoking rivets” especially in the landing
mistura do ar-combustível, pressão de óleo e combus- gear area indicating the possibility of struc-
tível, e a temperatura da cabeça do cilindro e do óleo. tural movement or hidden failure.)
Após o acionamento do motor, procurar por sinais de
vazamento de óleo combustível ou hidraulico. (Initial • O cockpit e a área da cabine por equipamen-
run-up provides an assessment to the condition of the tos soltos que poderiam degradar os contro-
engine prior to performing the inspection. The run- les; assentos e sintos por defeitos; janelas e
up should include full power and idle rpm, magneto parabrisas procurando por degradação; veri-
operation, including positive switch grounding, fuel ficar as condições dos instrumentos, marcas
mixture check, oil and fuel pressure, and cylinder e operação; controles de voo e de motores
head and oil temperatures. After the engine run, check para operarem em condições adequadas. (The
it for fuel, oil, and hydraulic leaks.) flight deck and cabin area for loose equipment
that could foul the controls; seats and seat
Seguindo a lista de verificações, toda a aeronave deve belts for defects; windows and windshields
ser aberta retirando-se todas as placas de inspeção ne- for deterioration; instruments for condition,
cessarias, portas de acesso, carenagens e capotas. Toda markings, and operation; flight and engine
a aeronave deve ser limpa ppara revelar rachaduras ou controls for proper operation.)
defeitos escondidos que podem passar despercebidos
por causa da sujeira. (Following the checklist, the en- • O motor e componentes ligados para alguma
tire aircraft shall be opened by removing all necessary evidencia visual de vazamentos; parafusos
inspection plates, access doors, fairings, and cowling. e porcas por torque inapropriado e defeitos
The entire aircraft must then be cleaned to uncover óbvios; berço do motor e dispersores de vi-
hidden cracks or defects that may have been missed bração por rachaduras, deterioração e folgas;
because of the dirt.) controles dos motores por defeitos, operação
e segurança; a parte interna do motor por com-
Seguindo a ordem e usando a lista de verificação ins- pressão do cilindro; velas por suas operações;
pecionar cada item visualmente, ou realizar as verifi- telas de óleo e filtros por particulas de metal
cações ou testes necessarios para verificar a condição ou matéria estranha; canos de escapamentos

2- 72
e silenciadores por vazamentos, rachaduras, • O grupo moto-propulsor e os componentes de
e partes perdidas; defletores de refrigeração seu sistema para o torque e segurança apro-
por deterioração danos e selantes faltantes; priada; a hélice para entalhes, rachaduras e
refrigeração do motor por rachaduras e defei- vazamento de óleo; os dispositivos anti-gelo
tos. (The engine and attached components for por defeitos e opeação, e o mecanismo de
visual evidence of leaks; studs and nuts for controle para operação, montagem e movi-
improper torque and obvious defects; engine mentação restrita. (The propeller group and
mount and vibration dampeners for cracks, system components for torque and proper
deterioration, and looseness; engine controls safetying; the propeller for nicks, cracks, and
for defects, operation, and safetying; the in- oil leaks; the anti-icing devices for defects and
ternal engine for cylinder compression; spark operation; and the control mechanism for op-
plugs for operation; oil screens and filters eration, mounting, and restricted movement.)
for metal particles or foreign matter; exhaust
stacks and mufflers for leaks, cracks, and • Os equipamentos eletronicos e radios para ins-
missing hardware; cooling baffles for deterio- talações impróprias e montagem; fiação e con-
ration, damage, and missing seals; and engine dutores por roteamento impróprio,montagem
cowling for cracks and defects.) insegura e defeitos óbvios; ligações e isola-
mentos por instalação e condicionamente; e
• O grupo do trem de pouso, para checar sua todas as antenas por condicionamento, mon-
condição e conexão; amortecedores por va- tagem e operação. Adicionalmente, se a bate-
zamentos e níveis dos fluidos; mecanismo ria principal ainda não foi inspecionada e pas-
de retração e tranca por defeitos, danos, e sou por manutenção, a sua condição deve ser
operação; linhas hidraulicas por vazamen- inspecionada, assim como montagem, corro-
tos; sistema eletrico por contatos não deseja- são e carga elétrica. (The radios and electron-
dos e interruptors para a sua operação; rodas ic equipment for improper installation and
e rolamentos para as condições; pneus para mounting; wiring and conduits for improper
desgaste e cortes; e freios para condições e routing, insecure mounting, and obvious de-
ajustes. (The landing gear group for condition fects; bonding and shielding for installation
and attachment; shock absorbing devices for and condition; and all antennas for condition,
leaks and fluid levels; retracting and locking mounting, and operation. Additionally, if not
mechanism for defects, damage, and opera- already inspected and serviced, the main bat-
tion; hydraulic lines for leakage; electrical tery inspected for condition, mounting, corro-
system for chafing and switches for opera- sion, and electrical charge.)
tion; wheels and bearings for condition; tires
for wear and cuts; and brakes for condition • Todo e qualquer outro item e componente
and adjustment.) que não foram anteriormente cobertos por
esta lista por condição e operação. (Any and
• A condição das asas e da seção central, de- all installed miscellaneous items and compo-
terioração do revestimento, deformações, nents that are not otherwise covered by this
falhas estruturais e fixações. (The wing and listing for condition and operation.)
center section assembly for condition, skin
deterioration, distortion, structural failure, Com a lista de verificações da aeronave completa, a
and attachment.) lista de discrepancias deve ser transferida para a or-
dem de serviço. Como parte da inspeção annual ou
• A montagem da empenagem para condições, de 100 horas, o óleo do motor é drenado e substituido
deformações, deterioração do revestimento, porque novos filtros e/ou novas telas foram instaladas
evidencias de falhas (rebites sujos), fixações no motor. Os reparos então são concluidos e todos os
seguras, e operação e instalação de compo- sistemas de fluídos passam por manutenção. (With the
nentes. (The empennage assembly for condi- aircraft inspection checklist completed, the list of dis-
tion, distortion, skin deterioration, evidence crepancies should be transferred to the work order. As
of failure (smoking rivets), secure attachment, part of the annual and 100-hour inspections, the engine
and component operation and installation.) oil is drained and replaced because new filters and/or

2- 73
clean screens have been installed in the engine. The re- for each airframe, engine, propeller, and appliance
pairs are then completed and all fluid systems serviced.) must be signed off.)

Antes da aprovação da aeronave para o retorno ao ser- Os registros de acordo com o CFR 14 parte 43, seção
viço depois da inspeção anual ou de 100 horas, o CFR 43.11, devem incluir as seguintes informações: (The
14 salienta que o motor deve ser acionado para de- record entry in accordance with 14 CFR part 43, sec-
terminar uma performance satisfatoria de acordo com tion 43.11, must include the following information:)
as recomendações do fabricante. Esse acionamento
deve incluir: (Before approving the aircraft for return • O tipo de inspeção a uma breve discrição da
to service after the annual or 100-hour inspection, 14 extenção da inspeção. (The type inspection
CFR states that the engine must be run to determine and a brief description of the extent of the in-
satisfactory performance in accordance with the man- spection.)
ufacturers recommendations. The run must include:)
• A datada inspeção e o tempo total de serviço
• Potência gerada (estático e rotação minima) da aeronave. (The date of the inspection and
(Power output (static and idle rpm)) aircraft total time in service.)

• Magnetos (para queda e interruptor de solo) • A assinatura, numero do certificado, e o tipo de


(for drop and switch ground) certificado obtido pela pessoa aprovando, ou
desaprovando, para retorno da aeronave, fusela-
• Pressão de óleo e combustível (Fuel and oil gem, motor da aeronave, hélices, demais apare-
pressure) lhos, membros de componentes ou suas partes.
(The signature, the certificate number, and kind
• Temperatura do óleo e do cilindro (Cylinder of certificate held by the person approving or
and oil temperature) disapproving for return to service the aircraft,
airframe, aircraft engine, propeller, appliance,
após o acionamento, o motor é inspecionado para va- component part, or portions thereof.)
zamento de fluídos e o nível do óleo é checado uma
última vez antes de se fechar a capota. (After the run, • Para a inspeção annual e de 100 horas, se a aero-
the engine is inspected for fluid leaks and the oil level nave se encontra capaz de voar e aprovada para
is checked a final time before close up of the cowling.) o retorno, cabe a seguinte afirmação : ”Eu certi-
fico que essa aeronave foi inspecionada de acor-
Com a inspeção da aeronave completa, todas as pla- do com a inspeção (inserir o tipo) e foi conside-
cas de inspeção, portas de acesso, carenagens e capo- rada em condições de voo.” (For the annual and
tas que foram removidas, devem ser reinstaladas. É 100-hour inspection, if the aircraft is found to
boa prtatica checar visualmente dentro das áreas ins- be airworthy and approved for return to service,
pecionadas procurando por ferramentas, trapos, etc., enter the following statement: “I certify that this
antes de fechar. Usar a lista de verificação e a de dis- aircraft has been inspected in accordance with a
crepancias para revisar as áreas que foram reparadas, (insert type) inspection and was determined to
ajudara a assegurar o retorno seguro da aeronave para be in airworthy condition.”)
o serviço. (With the aircraft inspection completed, all
inspections plates, access doors, fairing and cowling • Se a aeronave for desaprovada para o retorno
that were removed, must be reinstalled. It is a good para o serviço devido a manutenção necessa-
practice to visually check inside the inspection areas ria, descumprimento com as especificações
for tools, shop rags, etc., prior to close up. Using the aplicaveis, diretrizes de aeronavegabilidade
checklist and discrepancy list to review areas that ou por outros dados aprovados, cabe a seguin-
were repaired will help ensure the aircraft is properly te afirmação: “ Eu certifico que essa aeronave
returned to service.) foi inspecionada de acordo com a inspeção
(colocar tipo) e a lista de discrepancias e os
Após a conclusão da inspeção os registros de cada itens não aprovados com aeronavegabilidade
fuselagem, motor, hélices, e aparelhos deve ser assi- foram notificados ao proprietário ou operador
nado. (Upon completion of the inspection, the records da aeronave.” (If the aircraft is not approved

2- 74
for return to service because of necessary ou defeito na aeronave relativo a lista deteha-
maintenance, noncompliance with applica- da nessa seção do regulamentoo. (Section
ble specifications, airworthiness directives, 135.415—requires each certificate holder to
or other approved data, enter the following submit a Service Difficulty Report, whenever
statement: “I certify that this aircraft has been they have an occurrence, failure, malfunc-
inspected in accordance with a (insert type) tion, or defect in an aircraft concerning the
inspection and a list of discrepancies and un- list detailed in this section of the regulation.)
airworthy items has been provided to the air-
craft owner or operator.”) • Seção 135.417-requer que cada detentor de
certificado que envie um Relatório de Inter-
Se o proprietario ou operador não deseja que os itens rupção Mecanica, para ocorrencias em aerona-
da lista de discrepancias ou itens não aeronavegaveis ves multi-motoras, relativas a interrupções de
sejam reparados no local onde a inspeção foi realiza- voo não programadas, e o número de hélices
da, eles tem a opção de voar a aeronave para outro lo- embandeiradas em voo, como detalhado nessa
cal com uma Permissão Especial de Voo (Autorização seção do regulamento. (Section 135.417—re-
de Transporte (translado?)). Um requerimento para quires each certificate holder to mail or deliver
a Permissão Especial de Voo pode ser feita no FAA a Mechanical Interruption Report, for occur-
FSDO local. (If the owner or operator did not want the rences in multi-engine aircraft, concerning un-
discrepancies and/ or unairworthy items repaired at scheduled flight interruptions, and the number
the location where the inspection was accomplished, of propeller featherings in flight, as detailed in
they may have the option of flying the aircraft to an- this section of the regulation.)
other location with a Special Flight Permit (Ferry Per-
mit). An application for a Special Flight Permit can be • Seção 135.421-requer que cada detentor de
made at the local FAA FSDO.) certificado obedeça as recomendações do fa-
bricante quanto aos programas de manuten-
ção, ou o programa aprovado pelo FAA para
Outras Inspeções e Manutenções de aeronave cada aeronave, motor, hélice, rotor e cada item
(Other Aircraft Inspection and Maintenance) de emergência necessáro segundo o CFR 14
parte 135. Essa seção também detalha os re-
Programas (Programs) querimentos para operações em monomoto-
res carregando passageiros em IFR. (Section
Aeronaves operando sobre o CFR 14 parte 135, Com- 135.421—requires each certificate holder to
plementares ou por Demanda, possui regras adicio- comply with the manufacturer’s recommend-
nais de manutenção que devem ser seguidas além do ed maintenance programs, or a program ap-
disposto no CFR 14 partes 43 e 91. (Aircraft operat- proved by the FAA for each aircraft, engine,
ing under 14 CFR part 135, Commuter and On De- propeller, rotor, and each item of emergency
mand, have additional rules for maintenance that must required by 14 CFR part 135. This section
be followed beyond those in 14 CFR parts 43 and 91.) also details requirements for single engine
IFR passenger-carrying operations.)
CFR 14 parte 135, seção 135.411(a)(1) aplica-se a ae-
ronaves com certificação de tipo para configuração de • Seção 135.422-essa seção se aplica a aerona-
assentos de passageiros, excluindo qualquer assento de ves multi motoras e detalha os requerimentos
pilotos, de nove assentos ou menos. As regras adicio- para Inspeções de Aviões Antigos e revisão
nais incluem: ( 14 CFR part 135, section 135.411(a)(1) de Registros. Estão excluídos os aviões que
applies to aircraft that are type certificated for a passen- operam regulaemente em qualquer ponto do
ger seating configuration, excluding any pilot seat, of Estado do Alaska. (Section 135.422—this
nine seats or less. The additional rules include:) section applies to multi-engine airplanes
and details requirements for Aging Airplane
• Seção 135.415-requer cada detentor de certi- Inspections and Records review. It excludes
ficado que submeta-se a um Relatório de Difi- airplanes in schedule operations between any
culdade de Serviço, toda vez que eles tenham point within the State of Alaska.)
uma ocorrencia, falha, mal funcionamento,

2- 75
• Seções 135.423 até 135.443-os regulamentos ma aprovavel de inspeção de aeronave. A seguir um
listados são muitos e complexos, e sua ob- resumo, em parte, dos elementos que o programa deve
servação é necessária; porém, eles não estão incluir: (The operator is responsible for the AAIP. The
resumidos neste manual. (Sections 135.423 program must encompass the total aircraft; including
through 135.443—the listed regulations are all avionics equipment, emergency equipment, cargo
numerous and complex, and compliance is provisions, etc. FAA Advisory Circular 135-10A pro-
required; however, they are not summarized vides detailed guidance to develop an approved aircraft
in this handbook.) inspection program. The following is a summary, in
part, of elements that the program should include:)
Qualquer operador usando uma aeronave com dez ou
mais assentos para passageiros deve ter a organização • Uma escala de tarefas (inspeções) individuais
necessaria e os programas de manutenção, junto com ou grupos de tarefas, bem como a frequencia
pessoas competentes e com o conhecimento necessa- para realização dessas tarefas. (A schedule
rio para assegurar uma operação segura. É responsa- of individual tasks (inspections) or groups of
bilidade dessas pessoas o saber e cumprir com este tasks, as well as the frequency for performing
e todos os outros Regulamentos de Aviação Federal those tasks.)
aplicáveis, e devem contatar o seu FAA FSDO local
para mais informações. (Any certificated operator • Formas de trabalho designando aquelas ta-
using aircraft with ten or more passenger seats must refas com a necessidade de assinatura para
have the required organization and maintenance pro- cada. As formas devem ser desenvolvidas
grams, along with competent and knowledgeable peo- pelo operador e obtidas de outra fonte. (Work
ple to ensure a safe operation. It is their responsibility forms designating those tasks with a sign off
to know and comply with these and all other applica- provision for each. The forms may be devel-
ble Federal Aviation Regulations, and should contact oped by the operator or obtained from anoth-
their local FAA FSDO for further guidance.) er source.)

O AAIP é um programa de inspeção aprovado pelo • Instruções para completar cada tarefa. Essas
FAA, aprovado para aeronaves de nove ou menos tarefas devem satisfazer o CFR 14 parte 43,
assentos de passageiros operando sob o CFR 14 part seção 43.13(a) , em relação a métodos, técni-
135. O AAIP é um programa desenvolvido sob me- cas, práticas, ferramentas e equipamentos. As
dida para as necessidades particulares desses opera- instruções devem incluir informações ade-
dores para satisfazerem as necessidades da inspeção quadas em uma forma adequada para o uso da
da aeronave. Esse programa permite o operador de- pessoa fazendo o trabalho. (Instructions for
senvolver procedimentos e intervalos de tempo para accomplishing each task. These tasks must
a realização das tarefas da inspeção de acordo com as satisfy 14 CFR part 43, section 43.13(a), re-
necessidades da aeronave, em vez de repetir todas as garding methods, techniques, practices, tools,
tarefas a cada intervalo de 100 horas. (The AAIP is and equipment. The instructions should in-
an FAA-approved inspection program for aircraft of clude adequate information in a form suitable
nine or less passenger seats operated under 14 CFR for use by the person performing the work.)
part 135. The AAIP is an operator developed program
tailored to their particular needs to satisfy aircraft in- • Disposições para revisões desenvolvidas pelo
spection operador para referidas instruções devem ser
requirements. This program allows operators to de- incorporadas ao seu (operador) manual. (Pro-
velop procedures and time intervals for the accom- visions for operator-developed revisions to
plishment of inspection tasks in accordance with the referenced instructions should be incorporat-
needs of the aircraft, rather than repeat all the tasks at ed in the operator’s manual.)
each 100-hour interval.)
O operador é responsável pelo AAIP. O programa deve • Um sistema de registro de discrepancias e
envolver totalmente a aeronave; incluindo todos os suas correções. (A system for recording dis-
avionicos, equipamentos de emergencia, disposições crepancies and their correction.)
de cargas, etc. FAA Circular Consultivo 135-10A for-
nece orientação detalhada para desenvolver um progra- • Meios para a contabilização dos formularios

2- 76
de trabalho após a conclusão da inspeção. necessidades. As modificações devem estar
Esses formularios são usados para satisfazer claramente identificadas e fornecer um nivel
os requerimentos doCFR 14 parte 91, seção equivalente de segurança aos que o aprova-
91.417, por isoo deve estar completo, legivel do pelo programa do fabricante. (A modified
e identificavel para qual aeronave e especfica- manufacturer’s program. The operator may
do para qual inspeção o mesmo se refere. (A modify a manufacturer’s inspection program
means for accounting for work forms upon to suit its needs. Modifications should be
completion of the inspection. These forms are clearly identified and provide an equivalent
used to satisfy the requirements of 14 CFR part level of safety to those in the manufacturer’s
91, section 91.417, so they must be complete, approved program.)
legible, and identifiable as to the aircraft and
specific inspection to which they relate.) • Programa desenvolvido pelo operador. Esse
tipo de programa é desenvolvido inteiramen-
• Adaptações para as variações de equipamen- te pelo operador. Ele deve incluir métodos,
tos e configurações entre as aeronaves da fro- tecnicas e praticas e padrões necessarios para
ta. (Accommodation for variations in equip- a realização adequada do programa. (An op-
ment and configurations between aircraft in erator-developed program. This type of pro-
the fleet.) gram is developed in its entirety by the oper-
ator. It should include methods, techniques,
• Preparação para a transferencia uma aeronave practices, and standards necessary for proper
de outro programa para o AAIP. (Provisions accomplishment of the program.)
for transferring an aircraft from another pro-
gram to the AAIP.) • Um programa contínuo de inspeção ja exis-
tente (CFR 14 parte 91.409(d)) pode ser utili-
O desenvolvimento do AAIP pode vir de uma das se- zado como uma base para o desenvolvimento
guintes fontes: (The development of the AAIP may do AAIP. (An existing progressive inspection
come from one of the following sources:) program (14 CFR part 91.409(d)) may be used
as a basis for the development of an AAIP.)
• Adotar inteiramente a inspeção de aerona-
ve desenvolvida pelo fabricante. Entretanto, Como parte desse programa de inspeção, o FAA re-
muitos programas de construtores não envol- comenda fortemente que um Programa de Proteção e
vem avionicos, equipamento de emergencia, Controle de Corrosão e um programa do tipo inspeção
utensílios, e instalações relacionadas que de- estrutural suplementar seja incluído. (As part of this
vem ser incorporadas no AAIP. A inspeção inspection program, the FAA strongly recommends
desses itens e sistemas vai requerer adicionais that a Corrosion Protection Control Program and a
ao programa, com o objetivo de garantir que supplemental structural inspection type program be
estejam de acordo com as especificações da included.)
companhia aérea e conforme o aplicado no
CFR 14. (An adoption of an aircraft manu- Um procedimento de revisão do programa deve ser
facturer’s inspection in its entirety. However, incluído para que uma avaliação de qualquer revisão
many aircraft manufacturers’ programs do not possa ser feita pelo operador antes de submetê-los a
encompass avionics, emergency equipment, aprovação do FAA. (A program revision procedure
appliances, and related installations that must should be included so that an evaluation of any revi-
be incorporated into the AAIP. The inspection sion can be made by the operator prior to submitting
of these items and systems will require addi- them to the FAA for approval.)
tions to the program to ensure they comply Devem ser estabelecidos procedimentos para a adminis-
with the air carrier’s operation specifications tração do programa. Isso deve incluir: a definição das
and as applicable to 14 CFR.) obrigações e responsabilidades para todo o pessoal en-
volvido no programa, agendando inspeções, registrando
• Uma versão modificada do programa do fabri- os suas realizações, e mantendo um arquivo completo de
cante. O operador pode modificar o programa todos os formulários de trabalho. (Procedures for admin-
de inspeção do fabricante para adaptar a suas istering the program should be established. These should

2- 77
include: defining the duties and responsibilities for all organization of experienced and knowledgeable avi-
personnel involved in the program, scheduling inspec- ation personnel to implement it.)
tions, recording their accomplishment, and maintaining
a file of completed work forms.) O FAA desenvolveu uma Circular Consultiva, AC
120-16D Programa de Manutenção de Aeronave para
O manual do operador deve incluír uma seção que Empresas Aéreas, que explica histórico e também os
descreve claramente todo o programa, incluindo pro- requisistos regulatórios do FAA para esses progra-
cedimentos para o agendamento do programa regis- mas. A AC se aplica as empresas aéreas submetidas
tros e responsabilidade para realização continua do ao CFR 14 partes 119,121 e 135, e se aplica apenas a
programa. Essa seção serve para facilitar a adminis- aeronaves com certificação de tipo com dez ou mais
tração do programa pelo detentor do certificado e para assentos de passageiros. (The FAA has developed an
direcionar suas realizações através da mecanica ou Advisory Circular, AC 120-16D Air Carrier Aircraft
das estações de reparos. O manual do operador deve Maintenance Programs, which explains the back-
incluir instruções para o cumprimento das tarefas de ground as well as the FAA regulatory requirements
manutenção ou inspeção. E uma lista das ferramentas for these programs. The AC applies to air carriers sub-
e equipamentos necessarios para realizar a inspeção ject to 14 CFR parts 119, 121, and 135. For part 135,
e o serviço de manutenção. (The operator’s manual it applies only to aircraft type certificated with ten or
should include a section that clearly describes the more passenger seats.)
complete program, including procedures for program
scheduling, recording, and accountability for con- Qualquer pessoa esperando para colocar a sua aero-
tinuing accomplishment of the program. This section nave nesse tipo de programa deve contatar o FSDO
serves to facilitate administration of the program by do FAA local para orientações. (Any person wanting
the certificate holder and to direct its accomplish- to place their aircraft on this type of program should
ment by mechanics or repair stations. The operator’s contact their local FAA FSDO for guidance.)
manual should include instructions to accomplish the
maintenance/ inspections tasks. It should also contain
a list of the necessary tools and equipment needed to Título 14 do CFR parte 125, seção 125.247,
perform the maintenance and inspections.) Inspeção (Title 14 CFR part 125, section
125.247, Inspection)
O FSDO da FAA providenciara a cada operador,
quando ele for aprovado, The FAA FSDO will pro- Programas e Manutenção (Programs and
vide each operator with computer generated Opera- Maintenance)
tions Specifications when they approve the program.
Essa regulamentação se aplica a aviões que tem ca-
pacidade de assento de vinte ou mais passageiros, ou
Programa de Manutenção Continua de Aero- uma capacidade de carga paga de seis mil libras ou
navegabilidade (Continuous Airworthiness mais. Programas de inspeção que podem ser aprova-
Maintenance Program (CAMP)) dos para uso, sobre essa parte do CFR 14 incluem,
mas não são limitados a: (This regulation applies to
airplanes having a seating capacity of 20 or more
A definição de manutenção no CFR 14 parte 1 incluí passengers or a maximum payload capacity of 6,000
inspeção. O programa de inspeção exigido para o pounds or more. Inspection programs which may be
CFR 14 parte 121 e 135 para as transportadoras aé- approved for use under this 14 CFR part include, but
reas é parte do Programa de Manutenção Continua de are not limited to:)
Aeronavegabilidade (CAMP). É um programa com- 1. Um programa de inspeção continua que é
plexo e que exige uma organização de pessoal expe- parte do programa continuo de aeronavega-
riente e bem informado em aviação para implementa- bilidade aprovado para uso pelo detentor de
-lo. (The definition of maintenance in 14 CFR part 1 certificado sobre o CFR 14 parte 121 ou 135;
includes inspection. The inspection program required (A continuous inspection program which is
for 14 CFR part 121 and part 135 air carriers is part of part of a current continuous airworthiness
the Continuous Airworthiness Maintenance Program program approved for use by a certificate hol-
(CAMP). It is a complex program that requires an der under 14 CFR part 121 or part 135;)

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da fuselagem, motores da aeronave, hélices,
2. Programas de inspeção atualmente recomen- utensilios e equipamentos de sobrevivência e
dados pelo fabricante da aeronave e de seus emergência que necessitam de inspeção. (In-
motores, hélices, utensílios ou equipamentos structions, procedures and standards for the
de sobrevivencia e emergencia; ou (Inspec- particular make and model of airplane, includ-
tion programs currently recommended by the ing tests and checks. The instructions and pro-
manufacturer of the airplane, airplane engi- cedures must set forth in detail the parts and
nes, propellers, appliances, or survival and areas of the airframe, aircraft engines, propel-
emergency equipment; or) lers, appliances, and survival and emergency
equipment required to be inspected.)
3. Um programa de inspeção desenvolvido por
um detentor de certificado sob o CFR 14 parte • Um cronograma para a realização das ins-
125. O avião operado sob esta parte não po- peções que devem ser efetuadas sob o pro-
dera operar a menos que: (An inspection pro- grama, expressado em termos de tempo de
gram developed by a certificate holder under serviço, de calendário, número de operações
14 CFR part 125. The airplane subject to this do sistema, ou qualquer combinação desses.
part may not be operated unless:) (A schedule for the performance of the in-
spections that must be performed under the
• Os tempos para substituição para partes com program, expressed in terms of the time in
tempo de vida útil especificado nas folhas de service, calendar time, number of system op-
dados do certificado de tipo da aeronave, ou erations, or any combination of these.)
outro documento aprovado pelo FAA que es-
tejam de acordo; (The replacement times for • O pessoal usado para realizar as inspeções
life-limited parts specified in the aircraft type exigidas pelo CFR 14 parte 125, devem ser
certificate data sheets, or other documents ap- autorizados para realizar a manutenção sob
proved by the FAA are complied with;) o CFR 14 parte 43. O avião sujeito a parte
125 não deve operar a não ser que os motores
• Defeitos descobertos entre as inspeções, ou instalados tenham passado por manutenção
como resultado da inspeção, tenham sido cor- de acordo com os periodos de revisão reco-
rigidos de acordo com o CFR 14 parte 43; e mendado pelo fabricante ou um programa
(Defects disclosed between inspections, or as aprovado pelo FAA; os periodos de revisão
a result of inspection, have been corrected in dos motores são especificados nos programas
accordance with 14 CFR part 43; and) de inspeção exigidos pelo CFR 14 parte 125,
seção 125.247. (The person used to perform
• O avião, incluindo fuselagem, motores da the inspections required by 14 CFR part 125,
aeronave, hélices, utensilios, e equipamento must be authorized to perform maintenance
de sobrevivencia e emergencia, e seus com- under 14 CFR part 43. The airplane subject
ponentes, são inspecionados de acordo com to part 125 may not be operated unless the
o programa de inspeção aprovado pelo FAA. installed engines have been maintained in
Essas inspeções devem incluir pelo menos o accordance with the overhaul periods recom-
seguinte: (The airplane, including airframe, mended by the manufacturer or a program ap-
aircraft engines, propellers, appliances, and proved by the FAA; the engine overhaul pe-
survival and emergency equipment, and their riods are specified in the inspection programs
component parts, is inspected in accordance required by 14 CFR part 125, section 125.247.)
with an inspection program approved by the Inpeções de Helicópteros, motores a pistão
FAA. These inspections must include at least e a Reação (Helicopter Inspections, Piston-
the following:) -Engine and Turbine-Powered)

• Instruções, procedimentos e padrões para a


marca e modelo do avião, incluindo testes e Um helicoptero com motor a pistão pode ser inspe-
cheques. Essas instruções e procedimentos de- cionado de acordo com o escopo e detalhes do CFR
vem estabelecer em detalhe as partes e áreas 14 parte 43 apendice D no caso de inspeção annual.

2- 79
Entretanto, existem regras adicionais para inspeção Quando realizando qualquer uma das inspeções aci-
de performance sob o CFR 14 parte 43, seção 43.15, ma, as regras adicionais de performance sob o CFR
exigindo que cada pessoa realizando a inspeção sob 14 parte 43, seção 43.15, para helicópteros devem
o CFR 14 parte 91 em um helicóptero deve inspe- estar de acordo. (When performing any of the above
cionar os seguintes componentes adicionalmente de inspections, the additional performance rules under
acordo com o manual de manutenção ou Instruções 14 CFR part 43, section 43.15, for rotorcraft must be
para Aeronavegabilidade Continua do fabricante no complied with.)
caso: (A piston-engine helicopter can be inspected in
accordance with the scope and detail of 14 CFR part Aeronaves Leve Esportiva, Para-quedas Ba-
43, Appendix D for an Annual Inspection. However, listico, Controle de Mudança de Peso da Ae-
there are additional performance rules for inspections ronave (Light-Sport Aircraft, Powered Para-
under 14 CFR part 43, section 43.15, requiring that chute, and Weight-Shift Control Aircraft)
each person performing an inspection under 14 CFR
part 91 on a rotorcraft shall inspect these additional Quando operando sob o certificado Experimental
components in accordance with emitido com o propósito de Operar Aeronave Leve
the maintenance manual or Instructions for Continued Esportiva, essa aeronave deve ter uma inspeção con-
Airworthiness of the manufacturer concerned:) dicional realizada uma vez a cada 12 meses. (When
operating under an Experimental certificate issued for
1. O eixo de transmissão ou sistema similar(The the purpose of Operating Light Sport Aircraft, these
drive shaft or similar systems) aircraft must have a condition inspection performed
once every 12 months.)
2. A caixa de transmissão do rotor principal para
defeitos óbvios (The main rotor transmission A inspeção deve ser realizada por um reparador habi-
gear box for obvious defects); litado (aeronave leve esportiva) com uma manutenção
classificada, e um mecanico propriamente avaliado,
3. O rotor principal e a seção central (ou área ou uma estação de reparos apropriada de acordo com
equivalente) (The main rotor and center sec- os procedimentos de inpeção desenvolvidos pelo fa-
tion (or the equivalent area)) bricante ou uma pessoa autorizada pelo FAA. Adicio-
nalmente, se a aeronave é usada para compensação
4. O rotor auxiliar. (The auxiliary rotor.) ou para rebocar um planadorvou um veículo ultrale-
ve sem motor, ou ainda, se é designada para realizar
O operador de um hélicoptero a reação (turbina) pode treinamentos, compensação ou contratada, ela deve
escolher em ter uma inspeção sob o CFR 14 parte 91, ter sido inspecionada dentro das 100 horas preceden-
seção 91.409: )The operator of a turbine-powered he- tes e retornado ao serviço de acordo com o CFR 14
licopter can elect to have it inspected under 14 CFR parte 43, por uma das pessoas listadas acima. (The
part 91, section 91.409:) inspection must be performed by a certificated repair-
man (light-sport aircraft) with a maintenance rating,
1. Inspeção Anual (Annual inspection) an appropriately rated mechanic, or an appropriately
rated repair station in accordance with the inspection
2. Inspeção de 100 horas (100-hour inspection) procedures
developed by the aircraft manufacturer or a person
3. Aplica-se a um helicóptero a reação quan- acceptable to the FAA. Additionally, if the aircraft is
do o operador escolhe a inspeção de acordo used for compensation or hire to tow a glider or un-
com o paragrafo da seção 91.409(e), quan- powered ultralight vehicle, or is used by a person to
to ao tempo (a) e (b) não se aplica. (Applies to conduct flight training for
turbine-powered rotorcraft when operator elects compensation or hire, it must have been inspected
to inspect in accordance with paragraph section within the preceding 100 hours and returned to ser-
91.409(e), at which time (a) and (b) do not apply.) vice in accordance with 14 CFR part 43, by one of the
persons listed above.)
4. Uma inspeção progressiva. (A progressive
inspection.)

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