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• a temperatura (o termómetro),
• a quantidade de humidade (o higrómetro)
• a pressão atmosférica (o barómetro).
A pressão atmosférica é a força que o ar exerce sobre as partículas, devido ao seu peso, mas
também devido ao facto de as moléculas do ar estarem em movimento.
EXP – Se colocar um papel no fundo do copo a água não o molha porque o ar impede a água de
entrar no copo.
Esta pressão pode sustentar uma coluna de 10 m de altura de água e uma coluna de mercúrio com
76 cm ou 760 mm Hg (sendo o mercúrio o mais pesado dos líquidos).
Inicialmente os barómetros funcionavam por variações na altura duma coluna de mercúrio.
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Deita a garrafa num recipiente com gelo e rega-a com água fria.
O vapor de água ao arrefecer e passar a água líquida diminui de volume e forma-se um vácuo
que vai amassar a garrafa, porque a pressão atmosférica exterior é maior que a pressão interior.
Hoje há barómetros aneróides que são caixas de metal com uma pressão negativa no seu
interior (vácuo). As variações da pressão exterior deformam mais ou menos a forma da caixa de
metal o que origina o movimento de uma agulha que indica a pressão sofrida pela caixa.
Ao nível do mar a pressão varia de 800 a 1050 mb (milibares) mas o seu valor médio é 1013 mb,
o equivalente a 76 cm de mercúrio.
Só mais tarde algumas experiências laboratoriais permitiram concluir que o ar é 99% formado
por azoto (nitrogénio) e oxigénio (78% e 21% respetivamente), e 1% de uma mistura com vapor
de água e vestígios de outros gases como o dióxido de carbono, o hélio, o néon e o ozono.
Para estudar o ar acima das nossas cabeças Wilson tentou medir a temperatura do ar usando um
papagaio de papel.
Subindo em balões foi medida a pressão e a temperatura a várias alturas.
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O ar expande-se à medida que sobe e as mesmas moléculas constituintes do ar passam a estar
num volume maior, tornando-o mais rarefeito.
Teisserenc de Bort usando um balão não transportando homens pode realizar leituras a alturas
superiores e verificou que a temperatura do ar diminuía em altitude e que a cerca de 12 Km
rondava os –55 ºC. A altitudes superiores este valor não se alterava muito, até os 20 km.
Quando subimos na troposfera é mais frio, arrefecendo cerca de 6 oC por cada 1000 metros.
O ar quente arrefece à medida que sobe porque encontra ar mais rarefeito, menos denso, e o calor
espalha-se.
Nos anos 30, com sondas que enviavam o seu sinal por rádio foi possível fazer os balões subir
um pouco mais até cerca de 30 Km e verificou-se que na estratosfera a temperatura volta a
subir.
• Esta zona corresponde ao local onde se concentra o gás ozono, que aquece ao receber os raios
UV do Sol.
Nos anos 40 os cientistas substituíram os balões por foguetões que permitiram determinar que a
temperatura acima dos 50 Km voltava a descer até -100 oC aos 80 Km, e esta zona foi chamada
mesosfera.
Appleton mostrou que as ondas de rádio ressaltam na camada carregada de iões que existe mais
alto na atmosfera.
As duas últimas camadas, a heliosfera (camada composta pelo gás hélio) e a protonosfera foram
já identificadas nas viagens dos astronautas ao espaço e a última camada desvanece-se no
espaço.
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O calor do Sol varia nos diferentes locais da Terra e no mesmo local também varia durante o
ano.
Isto deve-se por um lado porque as nuvens bloqueiam alguns dos seus raios, mas principalmente
devido aos diferentes ângulos de incidência dos raios solares sobre a Terra.
Se o Sol atinge a Terra num ângulo mais oblíquo o seu calor espalha-se por uma área maior e
aquece menos.
Como podemos ver pela sombra quando o Sol incide mais oblíquo maior é a sombra de um
objeto.
Apenas 50% na energia do sol, sob a forma de calor, chega à superfície da Terra. Cerca de 20% é
absorvida pelas nuvens e pelas poeiras e os restantes 30% são refletidos pelas nuvens, pelos
gases da atmosfera e pelo solo.
OS VENTOS
São as diferenças de pressão atmosférica entre dois locais que originam os ventos, desde as
brisas aos vendavais.
Se o ar fica mais quente num local torna-se menos denso e “mais leve (por unidade de volume
tem menos ar)” que o ar em sua volta e sobe deixando o local com uma pressão menor, chamada
zona de ciclone, depressão ou baixas.
Se contrariamente o ar está mais frio que o ar que o rodeia, por ser mais denso e “mais pesado
(por unidade de volume tem mais ar”, desce e provoca um aumento de pressão, chamada zona de
alta pressão ou anticiclone.
Quanto maiores forem as diferenças entre dois locais, maior é o gradiente de pressão e mais
fortes os ventos. Neste caso as linhas isobáricas estão muito juntas.
Quando as linhas isobáricas representadas estão afastadas corresponde a um gradiente de pressão
gradual e os ventos sentidos nessas zonas são fracos.
Por outras palavras, porque é que os ventos sopram?
Os ventos sopram porque o ar é comprimido por o ar frio que desce por estar mais denso, e o ar é
forçado a deslocar-se para os locais menos densos, onde o ar quente subiu.
É comprimido por massas descendentes de ar frio e sugado para baixo de massas ascendentes de
ar quente.
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Por isso os ventos sopram dos locais mais frios para os mais quentes, e próximos da superfície da
Terra.
Como o ar quente não se pode acumular num só lugar, ao arrefecer vai ocupar o lugar do ar frio
que desceu, fechando-se o círculo.
O ângulo de incidência do sol tem um papel muito importante nos padrões do tempo. Os ventos
tendem a soprar das regiões dos polos, mais frias, onde o Sol tem uma incidência mais oblíqua,
em direção do equador, onde incide mais perpendicular e por consequência aquece menos.
Como já foi falado o efeito de Coriolis diz-nos que os ventos não sopram em linha reta, mas que
devido ao movimento de rotação da Terra tem movimento circular.
Segundo Coriolis quando água ou ar se move ao longe de uma superfície giratória segue
uma direção curva. Quer os ventos quer as correntes oceânicas desviam-se para a esquerda no
hemisfério norte e para a direita no sul.
• O ar quente ao subir roda agora no sentido oposto aos ponteiros do relógio no hemisfério
norte e no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério sul.
Por essa razão se nos pusermos de costas para o vento, temos sempre o anticiclone ou alta
pressão do lado direito no hemisfério norte e do lado esquerdo no hemisfério sul, estando a zona
de baixa pressão no lado esquerdo e direito, respetivamente.
Esta observação chama-se lei de Buys-Ballot.
O vento é uma grandeza vetorial, pois pode ser definida pela intensidade, mas também pela
direção e sentido.
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81. EXP - Faz um cata-vento
Num quadrado de contraplacado desenha um animal ou um objeto engraçado e recorta-o com um
serrote.
Prende o animal no meio de uma tábua fina de madeira.
Põe em cada extremidade uma seta e a parte de trás da seta de modo que o animal fique virado
para a ponta da seta.
Arranja dois tubos de modo que um seja mais cumprido e caiba dentro do diâmetro do outro.
Faz um furo no tubo mais estreito e pousa a tábua com a animal dando-lhe estabilidade
aparafusando-a.
PARA A ORIENTAÇÃO
Prepara um pequeno círculo de contraplacado e prende-lhe quatro tábuas em cruz.
Em cada uma das tábuas podes pôr os pontos cardeais ou pequenos animais como o urso polar
para o polo Norte, o canguru para o Sul, o búfalo para o Oeste e o panda para o Este.
Encaixa esta estrutura no tubo mais grosso de modo que o círculo fique fixo.
PARA O ANEMÓMETRO
No ângulo reto entre o tubo vertical e a parte de trás da seta prende um quarto de círculo em
contraplacado, com graduação em graus feita com um transferidor.
Faz uma alça nas pontas de um arame com cumprimento maior que o quarto de círculo.
Dobra uma das pontas em ângulo reto e prende-a à base cortada de uma garrafa de plástico.
Prende a outra ponta no semicírculo de modo que se mova livremente ao longo do quarto de
círculo.
MONTAGEM
Coloca o cata-vento num local onde o vento circule sem obstáculos, a cerca de 1,3 metros de
altura do solo.
Orienta o tubo mais grosso com uma bússola de modo a que o norte ou o urso polar apontem o
norte magnético.
Encaixa o tubo mais fino de modo que este possa rodar livremente.
A seta da base do animal indica de onde vem o vento e o arame no quarto de círculo indica a
força do vento.
Cada marca de 10o corresponde à velocidade de 30 Km/h.
• O ar quente sobe e empurra o ar de maior altitude para o mar aspirando o ar mais fresco do
mar. O círculo do ar fecha-se porque em altitude o ar volta para o mar.
• Durante a noite, a situação inverte-se. A água do mar conserva mais o calor e o ar circula
junto ao solo da terra para o mar, formando a brisa da terra. O ar circula do mar para a terra
em altitude.
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Colocar ambos debaixo de um candeeiro de modo que recebam a mesma quantidade de calor.
Ao fim de uma hora ler a temperatura dos dois termómetros e apagar o candeeiro.
Repetir as leituras após uma hora com o candeeiro desligado.
Pode-se verificar que a temperatura da terra aumenta mais que a da água, mas em contrapartida a
terra arrefece mais depressa.
A HUMIDADE
O vapor de água encontrando uma superfície mais fria condensa em pequenas gotas de água.
As nuvens são formadas do ar quente e húmido que ascende até atingir uma altitude fria
chamado o ponto de condensação porque o vapor e água condensa. As nuvens são então porções
de gotas de água e de cristais de gelo minúsculos a flutuar no ar. Há vários tipos de nuvens
dependendo da forma e da altura a que se formam.
Violentas correntes de ar sobem e descem dentro da nuvem fazendo com que as gotículas de
água e os cristais se separem e choquem criando eletricidade estática.
As partículas com carga positiva acumulam-se no topo da nuvem e as de carga negativa na sua
base.
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Quando a diferença das cargas é muito grande faz-se uma descarga para anular essa diferença, e
surge o relâmpago dentro da nuvem.
Porém o relâmpago muitas vezes descarrega na direção do solo que tem uma carga positiva.
Em 1752 Benjamin Franklin inventou o para-raios. Colocando uma vara de metal no cimo de um
edifício e ligando-a à terra. Isto permite que o relâmpago atinja o solo sem danificar os edifícios.
O som provocado pelo relâmpago a atravessar o ar é o trovão. O ar aquece pela passagem do raio
do relâmpago e expande a uma velocidade supersónica, o que provoca o ensurdecedor ribombar
do trovão.
Nas zonas tropicais por cima dos quentes mares as depressões em espiral podem formar um
furacão.
Os furacões começam com uma trovoada sobre o mar. Se a água estiver quente (superior a 24 o
C) podem-se juntar várias tempestades que rodopiam como uma só formando uma espiral maciça
de nuvens enormes com chuva e ventos devastadores que atingem os 360 km/h. Ao girar atrai o
ar quente e húmido o que origina enormes nuvens de chuva.
No centro há um olho de calmaria em volta do qual o furacão roda.
Quando vês a água a escoar-se do lavatório vês que forma um redemoinho que curiosamente não
obedece ao efeito de Coriolis, girando em ambos os sentidos nos dois hemisférios, dependendo
apenas da direção do movimento inicial.
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Também os tufões giram nos dois sentidos em ambos hemisférios.
O TEMPO
O Sol aquece a superfície da terra e o ar, de modo que este está sempre em movimento na
troposfera. A circulação constante do ar nas zonas quentes e nas frias arrasta a humidade, criando
situações que chamamos tempo.
Os termómetros de água, medem a temperatura pela expansão da água no seu interior, mas pode
ocorrer evaporação da água, razão pela qual não dão leituras de confiança, mas permitem ter uma
noção do aumento ou diminuição da temperatura.
A chuva - Quando as pequenas partículas de água e gelo das nuvens aumentam de tamanho,
caem na forma de chuva.
1. Por coalescência, quando as gotas chocam umas com as outras e unem-se, fazendo-as crescer.
Este processo ocorre na zona dos trópicos.
2. Por agregação, quando o vapor de água condensa diretamente sobre os cristais de gelo
tornando-os maiores. Este processo ocorre fora da zona dos trópicos. Os cristais podem cair
na forma de flocos de neve ou derreter e cair como chuva.
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Verificarás que as pequenas gotas de água ficam no vidro, por serem pequenas e leves, e a tensão
superficial é suficientemente forte para as manter paradas.
Se vaporizares mais o vidro, as gotas vão aumentando de volume e de peso e vão começar a
escorrer, vencendo a tensão superficial.
A neve - No interior das nuvens o ar é muito frio e formam-se cristais de gelo. Os flocos de neve
são cristais de gelo aglomerados. A maior parte das vezes o que cai das nuvens é neve mas chega
à superfície da terra na forma de chuva porque derrete antes de chegar ao solo. Só temperaturas
mais baixas permitem que a neve chegue ao solo.
O granizo - Quando os cristais de gelo são arrastados por correntes de ar para cima e para baixo
numa nuvem de trovoada, aumentam de tamanho tornando-se mais pesados por receberem várias
camadas de gelo.
A geada - Quando a temperatura do ar na baixa troposfera atinge valores abaixo do zero, o vapor
de água do ar cristaliza em pequenos cristais sobre as plantas e o solo.
Nevoeiro e neblina - o nevoeiro é uma nuvem de gotículas de vapor de água que se forma perto
da superfície e pode ter na sua origem um arrefecimento muito rápido do ar ou um vento quente
e húmido que sopre na superfície de água fria.
AS CORRENTES DE AR
Este efeito chama-se efeito de Bernoulli, matemático suíço que observou que o ar quando se
move sofre uma diminuição de pressão.
Quanto mais depressa o ar, ou um líquido se move, mais diminui a sua pressão.
O que acontece com o papel é que o ar ao movimentar-se por cima do papel sofre uma
diminuição de pressão e como por baixo do papel a pressão não variou, é superior, causa o
movimento do papel para cima.
Se o ar está em movimento é porque o ar que está atrás o está a empurrar, e se o empurra é
porque a sua pressão é maior.
Assim a pressão do ar que se move a alta velocidade é menor do que a pressão do ar que se move
mais devagar ou está parado.
O mesmo é verdade para a água que corre nos canais ou nos canos.
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Isto deve-se ao facto de que quanto maior for a velocidade do ar que passa entre as bolinhas
menor é a pressão entre elas. Como a pressão do outro lado mantém-se constante elas são
empurradas, uma contra a outra.
É este efeito que permite aos pássaros e aos aviões voarem, e permite os barcos à vela velejarem
contra o vento.
Os aviões a jato ou a hélices têm um motor que os impulsiona para a frente com velocidade
suficiente para que as asas criem uma força ascensional necessária para suportar o peso do avião.
A potência dos motores tem de compensar o atrito do ar.
Na descolagem os motores do avião têm de trabalhar com maior potência do que para manter o
avião em voo.
A forma aerodinâmica dos aviões e de alguns automóveis rápidos foi criada para diminuir o
atrito com o ar (fricção da massa em movimento com o ar que tem que deslocar).
Nestas formas aerodinâmicas, cujo melhor exemplo é a gota alongada como a forma de um
peixe, o ar passa suavemente quase sem atrito.
Esta forma afasta o ar da frente arredondada e afunilando para trás permite que o ar se junte sem
sofrer grandes distúrbios.
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No primeiro caso a corrente do ar enrola-se em volta do cartão e puxa a chama da vela. Há um
forte atrito do ar que perturba a chama, movendo-a no sentido oposto ao pretendido, uma vez que
se estamos a soprar num sentido a chama devia movimentar-se afastando-se de nós.
No segundo caso isto ocorre. A chama move-se afastando-se de nós, traduzindo uma pequena
alteração no movimento do ar que sopramos.
A PRESSÃO DO AR
Já falemos na pressão atmosférica, e há outras experiências que podem ser feitas para demonstrar
o efeito da pressão e a ausência de ar.
Dissemos que a pressão era a causa do peso das moléculas do ar da atmosfera sobre a Terra, e
também dissemos que as moléculas do ar movem-se em todas as direções.
A experiência seguinte prova-nos que a força do ar também se exerce de baixo para cima.
Daqui que conclui que na ausência de ar no interior da bola, a força atmosférica que se exercia
de fora para dentro era maior do que a força que se exercia de dentro para fora, uma vez que o ar
interior foi retirado.
Este é o mecanismo usado para a utilização de ventosas. Ao aplicar a ventosa carregamos no seu
centro expelindo o ar pelos lados e causando ausência de ar, o que faz com que a ventosa fique
presa à superfície lisa onde a colocamos. A pressão do ar exterior empurra a ventosa contra a
superfície, segurando-a.
Já foi explicada uma experiência para demonstrar a força da pressão atmosférica, que não sendo
igualada no interior de uma garrafa de plástico, esta deforma-se.
Com crianças maiores pode ser realizada uma experiência idêntica usando agora uma lata,
provando que os metais também deformam pela ação da pressão atmosférica. E este o princípio
do barómetro de vácuo já explicado.
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99. EXP - A lata esmagada
Usar uma lata bem lavada e limpa por dentro e por fora.
Colocar um pouco se água no fundo da lata e aquecer num bico de gás.
Quando a água começar a ferver vai sair vapor de água da lata.
Com muito cuidado enroscar bem a tampa na lata, tendo em atenção que a lata está muito quente.
Afastar as mãos pois a lata vai começar a amarrotar-se à medida que arrefece.
O primeiro barómetro que foi proposto realizar baseava-se no efeito da pressão atmosférica na
superfície da água.
Quando a pressão atmosférica está mais baixa ocorre o oposto, sendo maior a pressão dentro do
copo, e a palhinha aponta mais abaixo.
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Prende uma ponta de um cabelo comprido ao camarão e a outra ponta a uma trave que una as
paredes da frente e de trás da casa.
Põe um telhado também em papel.
Quando o ar está húmido o cabelo estica e o boneco com guarda-chuva sai. Quando o ar está
seco, o cabelo encolhe puxando o homem de inverno e fazendo sair o boneco em fato de banho.
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