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A ATMOSFERA

A vantagem da atmosfera é a de proteger a Terra e a vida da Terra.


A atmosfera é constituída por camadas diferentes com diferentes características.

O estudo científico da atmosfera avançou com o desenvolvimento de instrumentos para medir:

• a temperatura (o termómetro),
• a quantidade de humidade (o higrómetro)
• a pressão atmosférica (o barómetro).

Galileu (1564-1642) em Florença em 1593 fez o primeiro termómetro de mercúrio rudimentar.

Torricelli (1608-1647) também em Florença descobriu a pressão atmosférica quando observou


que mercúrio numa coluna e invertida num recipiente de mercúrio, não descia. Assim provava
que o ar existia como uma substância ou mistura de substâncias. A partir daí, Torricelli construiu
o barómetro.

A pressão atmosférica é a força que o ar exerce sobre as partículas, devido ao seu peso, mas
também devido ao facto de as moléculas do ar estarem em movimento.

A pressão atmosférica é medida normalmente ao nível da água do mar porque aí o ar é mais


denso e a pressão é maior.

73. EXP - A força do ar


Encher um recipiente com água.
Meter um copo dentro da água e deixá-lo encher.
Levantar o copo de modo que fique com as bordas dentro de água. No fundo do copo invertido
deve ficar algum ar.
Verificar que a pressão atmosférica exercida pelo ar sobre a água da tina sustenta a coluna de ar.

EXP – Se colocar um papel no fundo do copo a água não o molha porque o ar impede a água de
entrar no copo.

Esta pressão pode sustentar uma coluna de 10 m de altura de água e uma coluna de mercúrio com
76 cm ou 760 mm Hg (sendo o mercúrio o mais pesado dos líquidos).
Inicialmente os barómetros funcionavam por variações na altura duma coluna de mercúrio.

74. EXP - Fazer um barómetro


Encher um copo com água colorida.
Inverter uma garrafa de modo que a boca não toque o fundo, mas fique logo acima da base.
Marcar diariamente a altura do nível da água no gargalo da garrafa.
Quando a pressão atmosférica é maior, o ar exerce força sobre a água do copo e a água no
gargalo da garrafa sobe. Assim quando a água sobe no gargalo da garrafa é indicador de uma
pressão atmosférica alta.
O oposto, quando a água no gargalo da garrafa desce, é indicador de uma baixa pressão
atmosférica a atuar sobre a água do copo.

75. EXP – Compreender a força da pressão


Deita água quente numa garrafa de plástico e tapa-a bem.

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Deita a garrafa num recipiente com gelo e rega-a com água fria.
O vapor de água ao arrefecer e passar a água líquida diminui de volume e forma-se um vácuo
que vai amassar a garrafa, porque a pressão atmosférica exterior é maior que a pressão interior.

Hoje há barómetros aneróides que são caixas de metal com uma pressão negativa no seu
interior (vácuo). As variações da pressão exterior deformam mais ou menos a forma da caixa de
metal o que origina o movimento de uma agulha que indica a pressão sofrida pela caixa.

Ao nível do mar a pressão varia de 800 a 1050 mb (milibares) mas o seu valor médio é 1013 mb,
o equivalente a 76 cm de mercúrio.

Pascal (1623-1662) descobriu que a pressão atmosférica diminui em altitude ao levar um


barómetro para uma montanha. À medida que subimos em altitude a pressão diminui e aos 5
Km é tão baixa que obriga a pressurização dos aviões para proteger os passageiros (os aviões
voam por volta dos 15 Km de altitude).

Só mais tarde algumas experiências laboratoriais permitiram concluir que o ar é 99% formado
por azoto (nitrogénio) e oxigénio (78% e 21% respetivamente), e 1% de uma mistura com vapor
de água e vestígios de outros gases como o dióxido de carbono, o hélio, o néon e o ozono.

76. EXP - Provar que o ar tem oxigénio


Acender uma vela e virar sobre ela um frasco.
Verificar que a vela se apaga por falta de oxigénio para a combustão.
Também é curioso retirar o frasco mesmo antes da vela se apagar e ver que a chama em contacto
com ar completo reaviva.

77. EXP - O que existe no ar


Colocar um castiçal com uma vela acesa pousado num prato fundo com água, de preferência com
cor.
Colocar um frasco sobre a vela.
O ar dentro do frasco é aquecido e expande-se borbulhando para fora deste. À medida que o
oxigénio é consumido a chama apaga-se. Acabando a fonte de calor, o ar arrefece e contrai-se e o
líquido começa a subir dentro do frasco.
A explicação do resultado desta experiência ainda causa discórdia na comunidade científica.

Para estudar o ar acima das nossas cabeças Wilson tentou medir a temperatura do ar usando um
papagaio de papel.
Subindo em balões foi medida a pressão e a temperatura a várias alturas.

Gay-Lussac verificou que o ar era quimicamente igual a 7 Km de altura.

Se a pressão diminui em altitude é porque o ar fica mais rarefeito.

• O ar rarefeito não permitia aos cientistas subir a mais de 10 Km de altura.


À medida que subimos o ar torna-se mais rarefeito.

78. EXP - Ar rarefeito


Se colocares um tubo dentro de uma garrafa de óleo alimentar, até ao fundo, e soprares muito
cuidadosamente conseguirás formar uma bolha que vai subir lentamente aumentando de
tamanho.

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O ar expande-se à medida que sobe e as mesmas moléculas constituintes do ar passam a estar
num volume maior, tornando-o mais rarefeito.

Teisserenc de Bort usando um balão não transportando homens pode realizar leituras a alturas
superiores e verificou que a temperatura do ar diminuía em altitude e que a cerca de 12 Km
rondava os –55 ºC. A altitudes superiores este valor não se alterava muito, até os 20 km.

Assim foram definidas as camadas mais baixas da atmosfera:


• A troposfera, a camada mais baixa até 11 Km acima do nível médio das águas do mar, onde
existem ventos e temperaturas superiores
• A estratosfera, a camada superior mais calma até os 50 Km. Contem 19% do gás da
atmosfera.

Quando subimos na troposfera é mais frio, arrefecendo cerca de 6 oC por cada 1000 metros.
O ar quente arrefece à medida que sobe porque encontra ar mais rarefeito, menos denso, e o calor
espalha-se.
Nos anos 30, com sondas que enviavam o seu sinal por rádio foi possível fazer os balões subir
um pouco mais até cerca de 30 Km e verificou-se que na estratosfera a temperatura volta a
subir.

• Esta zona corresponde ao local onde se concentra o gás ozono, que aquece ao receber os raios
UV do Sol.

Nos anos 40 os cientistas substituíram os balões por foguetões que permitiram determinar que a
temperatura acima dos 50 Km voltava a descer até -100 oC aos 80 Km, e esta zona foi chamada
mesosfera.

Appleton mostrou existir outra camada, a ionosfera.


Sabendo que as ondas de rádio se propagam em linha reta, qual é a única explicação para que os
sinais de rádio de Marconi terem atravessado o Atlântico sendo a Terra redonda?

Appleton mostrou que as ondas de rádio ressaltam na camada carregada de iões que existe mais
alto na atmosfera.

No final dos anos 50 descobriu-se a termosfera acima dos 80 Km quando os cientistas


verificaram que a velocidade dos satélites era reduzida pela fricção com a atmosfera.
Nesta camada de ar muito rarefeito não conserva o calor e as temperaturas variam de 500 oC de
noite aos 2000 oC ao meio-dia.

As duas últimas camadas, a heliosfera (camada composta pelo gás hélio) e a protonosfera foram
já identificadas nas viagens dos astronautas ao espaço e a última camada desvanece-se no
espaço.

As camadas da atmosfera acima dos 11 Km são sempre calmas.


A camada mais baixa da atmosfera, onde nós vivemos e respiramos, contém gases, água e
poeiras, a troposfera, e é nela que o movimento do ar, as reações de evaporação e condensação
causam as tempestades, as chuvas, e todos os acontecimentos meteorológicos que conhecemos.

• O calor do Sol é responsável pelos acontecimentos meteorológicos que conhecemos.

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O calor do Sol varia nos diferentes locais da Terra e no mesmo local também varia durante o
ano.

Isto deve-se por um lado porque as nuvens bloqueiam alguns dos seus raios, mas principalmente
devido aos diferentes ângulos de incidência dos raios solares sobre a Terra.

Se o Sol atinge a Terra num ângulo mais oblíquo o seu calor espalha-se por uma área maior e
aquece menos.
Como podemos ver pela sombra quando o Sol incide mais oblíquo maior é a sombra de um
objeto.

Apenas 50% na energia do sol, sob a forma de calor, chega à superfície da Terra. Cerca de 20% é
absorvida pelas nuvens e pelas poeiras e os restantes 30% são refletidos pelas nuvens, pelos
gases da atmosfera e pelo solo.

79. EXP - O Sol aquece


Mede a temperatura do ar colocando um termómetro ao Sol e depois à sombra, deixando-o o
mesmo tempo para a temperatura estabilizar.
Verificar que ao sol a temperatura é maior.
Para evitar a ação direta do sol, os meteorologistas fazem as leituras da temperatura na sombra.

OS VENTOS

São as diferenças de pressão atmosférica entre dois locais que originam os ventos, desde as
brisas aos vendavais.

Como é que o Sol controla este processo?

Se o ar fica mais quente num local torna-se menos denso e “mais leve (por unidade de volume
tem menos ar)” que o ar em sua volta e sobe deixando o local com uma pressão menor, chamada
zona de ciclone, depressão ou baixas.

Se contrariamente o ar está mais frio que o ar que o rodeia, por ser mais denso e “mais pesado
(por unidade de volume tem mais ar”, desce e provoca um aumento de pressão, chamada zona de
alta pressão ou anticiclone.

Os mapas meteorológicos representam os pontos de igual pressão unindo-os por linhas


isobáricas.

Quanto maiores forem as diferenças entre dois locais, maior é o gradiente de pressão e mais
fortes os ventos. Neste caso as linhas isobáricas estão muito juntas.
Quando as linhas isobáricas representadas estão afastadas corresponde a um gradiente de pressão
gradual e os ventos sentidos nessas zonas são fracos.
Por outras palavras, porque é que os ventos sopram?

Os ventos sopram porque o ar é comprimido por o ar frio que desce por estar mais denso, e o ar é
forçado a deslocar-se para os locais menos densos, onde o ar quente subiu.
É comprimido por massas descendentes de ar frio e sugado para baixo de massas ascendentes de
ar quente.

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Por isso os ventos sopram dos locais mais frios para os mais quentes, e próximos da superfície da
Terra.
Como o ar quente não se pode acumular num só lugar, ao arrefecer vai ocupar o lugar do ar frio
que desceu, fechando-se o círculo.

80. EXP - Quente e frio


Corta duas garrafas de plástico tirando-lhe o gargalo.
Faz dois furos, um em baixo outro em cima, nas duas garrafas.
Liga os dois furos superiores e os dois inferiores com um tubo. Sela bem os encaixes com
plasticina.
Coloca uma das garrafas dentro de um recipiente com gelo e outra dentro de um recipiente com
água a ferver.
Com duas molas aperta os dois tubos e deita água de cor diferente em cada garrafa.
Tira as molas e verás que a água quente produz correntes ascendentes na água da garrafa e a água
da garrafa que está no gelo sofre correntes descendentes. Assim a água colorida passa da garrafa
fria para a quente pelo tubo de baixo, e consequentemente passa água da garrafa aquecida para a
arrefecida pelo tubo de cima.

O ângulo de incidência do sol tem um papel muito importante nos padrões do tempo. Os ventos
tendem a soprar das regiões dos polos, mais frias, onde o Sol tem uma incidência mais oblíqua,
em direção do equador, onde incide mais perpendicular e por consequência aquece menos.

Os navegadores já sabiam muito sobre os padrões dos ventos.

Como já foi falado o efeito de Coriolis diz-nos que os ventos não sopram em linha reta, mas que
devido ao movimento de rotação da Terra tem movimento circular.

Segundo Coriolis quando água ou ar se move ao longe de uma superfície giratória segue
uma direção curva. Quer os ventos quer as correntes oceânicas desviam-se para a esquerda no
hemisfério norte e para a direita no sul.

Podemos assim perceber qual o movimento dos ventos:

• O ar frio descendente roda, ao descer no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério


norte, e no sentido oposto no hemisfério sul.

• O ar quente ao subir roda agora no sentido oposto aos ponteiros do relógio no hemisfério
norte e no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério sul.

Por essa razão se nos pusermos de costas para o vento, temos sempre o anticiclone ou alta
pressão do lado direito no hemisfério norte e do lado esquerdo no hemisfério sul, estando a zona
de baixa pressão no lado esquerdo e direito, respetivamente.
Esta observação chama-se lei de Buys-Ballot.

O vento é uma grandeza vetorial, pois pode ser definida pela intensidade, mas também pela
direção e sentido.

Para medirmos o vento em todas as componentes da grandeza vetorial podemos construir um


cata-vento com um anemómetro, que permitem determinar respetivamente a direção / sentido do
vento e a sua força, que traduz a sua velocidade em quilómetros por hora.

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81. EXP - Faz um cata-vento
Num quadrado de contraplacado desenha um animal ou um objeto engraçado e recorta-o com um
serrote.
Prende o animal no meio de uma tábua fina de madeira.
Põe em cada extremidade uma seta e a parte de trás da seta de modo que o animal fique virado
para a ponta da seta.
Arranja dois tubos de modo que um seja mais cumprido e caiba dentro do diâmetro do outro.
Faz um furo no tubo mais estreito e pousa a tábua com a animal dando-lhe estabilidade
aparafusando-a.

PARA A ORIENTAÇÃO
Prepara um pequeno círculo de contraplacado e prende-lhe quatro tábuas em cruz.
Em cada uma das tábuas podes pôr os pontos cardeais ou pequenos animais como o urso polar
para o polo Norte, o canguru para o Sul, o búfalo para o Oeste e o panda para o Este.
Encaixa esta estrutura no tubo mais grosso de modo que o círculo fique fixo.

PARA O ANEMÓMETRO
No ângulo reto entre o tubo vertical e a parte de trás da seta prende um quarto de círculo em
contraplacado, com graduação em graus feita com um transferidor.
Faz uma alça nas pontas de um arame com cumprimento maior que o quarto de círculo.
Dobra uma das pontas em ângulo reto e prende-a à base cortada de uma garrafa de plástico.
Prende a outra ponta no semicírculo de modo que se mova livremente ao longo do quarto de
círculo.

MONTAGEM
Coloca o cata-vento num local onde o vento circule sem obstáculos, a cerca de 1,3 metros de
altura do solo.
Orienta o tubo mais grosso com uma bússola de modo a que o norte ou o urso polar apontem o
norte magnético.
Encaixa o tubo mais fino de modo que este possa rodar livremente.
A seta da base do animal indica de onde vem o vento e o arame no quarto de círculo indica a
força do vento.
Cada marca de 10o corresponde à velocidade de 30 Km/h.

A direção do vento diz-nos muito sobre o tempo que podemos esperar.

As massas de ar tropicais são quentes e o ar vindo dos polos é frio.


As massas de ar que vêm dos continentes são secas e as vindas dos mares são húmidas.
A circulação de ar entre o continente e o mar na zona costeira tem uma variação diurna.
As brisas marítimas sopram do mar para a costa e devem-se ao facto de o Sol aquecer a terra
durante o dia, causando uma pequena situação de baixa pressão.

• O ar quente sobe e empurra o ar de maior altitude para o mar aspirando o ar mais fresco do
mar. O círculo do ar fecha-se porque em altitude o ar volta para o mar.
• Durante a noite, a situação inverte-se. A água do mar conserva mais o calor e o ar circula
junto ao solo da terra para o mar, formando a brisa da terra. O ar circula do mar para a terra
em altitude.

82. EXP – As brisas


Colocar um termómetro dentro de um copo com água e outro num copo com terra.

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Colocar ambos debaixo de um candeeiro de modo que recebam a mesma quantidade de calor.
Ao fim de uma hora ler a temperatura dos dois termómetros e apagar o candeeiro.
Repetir as leituras após uma hora com o candeeiro desligado.
Pode-se verificar que a temperatura da terra aumenta mais que a da água, mas em contrapartida a
terra arrefece mais depressa.
A HUMIDADE

O vapor de água encontrando uma superfície mais fria condensa em pequenas gotas de água.

83. EXP - Condensação 1


Tira uma lata muito frio do congelador e leva-a para uma sala quente.
Observa o aparecimento de gotas de água na sua superfície externa.
De onde vem esse vapor de água?

Da humidade da sala, que ao encontrar uma superfície mais fria condensa.

84. EXP - Condensação 2


Põe água a ferver num recipiente.
Segura um testo frio sobre o recipiente de modo que receba o vapor de água.
Verifica que o ar quente com humidade que evapora da água a ferver tem um movimento
ascendente e em contacto com o testo frio condensa.

85. EXP - Condensação 3


Expira sobre uma superfície fria, como por exemplo um espelho e verás o aparecimento de gotas
da condensação do vapor de água que libertas ao respirar.
Podes comparar com o que acontece quando expiras para uma superfície quente.

As nuvens são formadas do ar quente e húmido que ascende até atingir uma altitude fria
chamado o ponto de condensação porque o vapor e água condensa. As nuvens são então porções
de gotas de água e de cristais de gelo minúsculos a flutuar no ar. Há vários tipos de nuvens
dependendo da forma e da altura a que se formam.

86. EXP - Medidor de chuva


Usa um frasco de plástico e corta-lhe o gargalo.
Coloca 100 cm3 de cada vez com um recipiente graduado, marcando com um marcador a
graduação de 100 em 100.
Corta o gargalo de uma garrafa de plástico 1,5 L de refrigerante formando um copo e um funil.
Coloca o frasco graduado dentro do copo e coloca o funil de modo que a água da chuva recolhida
caia no recipiente graduado.
Coloca o medidor de chuva a 300 mm da superfície do solo e regista todas as manhãs o nível da
água, despejando-a em seguida.
Cada 100 cm3 corresponde a 2 mm de chuva.
As nuvens mais escuras têm mais água, sendo mais espessas e densas e por isso tapam melhor a
luz do Sol. Estas nuvens escuras e cinzentas estão mais associadas à vinda de chuva.

Violentas correntes de ar sobem e descem dentro da nuvem fazendo com que as gotículas de
água e os cristais se separem e choquem criando eletricidade estática.
As partículas com carga positiva acumulam-se no topo da nuvem e as de carga negativa na sua
base.

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Quando a diferença das cargas é muito grande faz-se uma descarga para anular essa diferença, e
surge o relâmpago dentro da nuvem.

Porém o relâmpago muitas vezes descarrega na direção do solo que tem uma carga positiva.

Em 1752 Benjamin Franklin inventou o para-raios. Colocando uma vara de metal no cimo de um
edifício e ligando-a à terra. Isto permite que o relâmpago atinja o solo sem danificar os edifícios.
O som provocado pelo relâmpago a atravessar o ar é o trovão. O ar aquece pela passagem do raio
do relâmpago e expande a uma velocidade supersónica, o que provoca o ensurdecedor ribombar
do trovão.

87. EXP - Som da trovoada


Se ondulares com movimentos rápidos uma folha de cartão, uma folha fina de madeira, ou ainda
melhor uma chapa metálica, a folha comprime o ar repentinamente e cria o som de um trovão.

88. EXP - Som da chuva


Podes imitar o som da chuva fazendo cair ervilhas secas num tabuleiro de metal. Este efeito foi
usado durante muitos anos no teatro.

89. EXP - Um relâmpago


Prende com fita-cola grossa uma folha grossa de polietileno a uma mesa
(se for fina podes dobrá-la).
Usa um prato de metal e faz-lhe uma pega com plasticina.
Esfrega o prato vigorosamente no polietileno durante aproximadamente um minuto.
Não deves tocar no prato para não fazeres descarga à terra.
Apaga a luz para veres melhor a descarga.
Segurando com a outra mão aproxima um objeto de metal do prato e verás uma faísca.

Nas zonas tropicais por cima dos quentes mares as depressões em espiral podem formar um
furacão.

Os furacões começam com uma trovoada sobre o mar. Se a água estiver quente (superior a 24 o
C) podem-se juntar várias tempestades que rodopiam como uma só formando uma espiral maciça
de nuvens enormes com chuva e ventos devastadores que atingem os 360 km/h. Ao girar atrai o
ar quente e húmido o que origina enormes nuvens de chuva.
No centro há um olho de calmaria em volta do qual o furacão roda.

90. EXP - Fazer um tufão


Corta uma rodela de batata e com o gargalo de uma garrafa de plástico corta um disco que
encaixe perfeitamente no gargalo.
Faz um furo fino no centro da rodela de batata.
Enche metade da garrafa com água colorida.
Usa um tubo resistente para colocar outra garrafa de topo de modo que os dois gargalos fiquem
encostados.
Inverte o sistema colocando a garrafa com o líquido por cima. Ao fazer este movimento tens de
rodar rapidamente as garrafas para iniciar o tufão.

Quando vês a água a escoar-se do lavatório vês que forma um redemoinho que curiosamente não
obedece ao efeito de Coriolis, girando em ambos os sentidos nos dois hemisférios, dependendo
apenas da direção do movimento inicial.

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Também os tufões giram nos dois sentidos em ambos hemisférios.

Os tufões têm cerca de 100 m de diâmetro e duram apenas alguns minutos.


Parecem começar no fundo das grandes nuvens de trovoada onde o ar quente ascendente é posta
a rodar por ventos de altitude acima das nuvens. É um vortex que se projeta para baixo das
nuvens girando violentamente e sugando todos os objetos.

O TEMPO

O Sol aquece a superfície da terra e o ar, de modo que este está sempre em movimento na
troposfera. A circulação constante do ar nas zonas quentes e nas frias arrasta a humidade, criando
situações que chamamos tempo.

Os termómetros de água, medem a temperatura pela expansão da água no seu interior, mas pode
ocorrer evaporação da água, razão pela qual não dão leituras de confiança, mas permitem ter uma
noção do aumento ou diminuição da temperatura.

91. EXP - Faz um termómetro


Encher uma garrafa completamente de água de preferência colorida.
Colocar uma rolha que isole bem, por exemplo borracha.
Fazer um furo na rolha e introduzir um tubo fino de vidro.
Cola um cartão no tubo de vidro para puderes marcar as variações de temperatura.
Coloca a garrafa dentro de um recipiente com água e gelo e marca no tubo a temperatura.
Vai marcando a escala conforma a temperatura varia, podendo usar um termómetro para calibrar
os valores.

O efeito conjunto da temperatura e da humidade do ar vão traduzir diferentes situações


climatéricas.

A chuva - Quando as pequenas partículas de água e gelo das nuvens aumentam de tamanho,
caem na forma de chuva.

A chuva pode-se formar quando o ar é obrigado a subir por três razões:

• por convecção, resultante de correntes ascendentes


• em ciclone, quando o ar quente é obrigado a subir por uma cunha de ar frio
• orograficamente, ou seja, quando o ar sobe de encontro a colinas ou montanhas.

Por outro lado, as gotas de chuva podem formar-se de duas maneiras:

1. Por coalescência, quando as gotas chocam umas com as outras e unem-se, fazendo-as crescer.
Este processo ocorre na zona dos trópicos.

2. Por agregação, quando o vapor de água condensa diretamente sobre os cristais de gelo
tornando-os maiores. Este processo ocorre fora da zona dos trópicos. Os cristais podem cair
na forma de flocos de neve ou derreter e cair como chuva.

92. EXP - Faz chuva


Com um frasco de vaporizar plantas vaporiza um vidro ou um espelho.

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Verificarás que as pequenas gotas de água ficam no vidro, por serem pequenas e leves, e a tensão
superficial é suficientemente forte para as manter paradas.
Se vaporizares mais o vidro, as gotas vão aumentando de volume e de peso e vão começar a
escorrer, vencendo a tensão superficial.

A neve - No interior das nuvens o ar é muito frio e formam-se cristais de gelo. Os flocos de neve
são cristais de gelo aglomerados. A maior parte das vezes o que cai das nuvens é neve mas chega
à superfície da terra na forma de chuva porque derrete antes de chegar ao solo. Só temperaturas
mais baixas permitem que a neve chegue ao solo.

O granizo - Quando os cristais de gelo são arrastados por correntes de ar para cima e para baixo
numa nuvem de trovoada, aumentam de tamanho tornando-se mais pesados por receberem várias
camadas de gelo.

A geada - Quando a temperatura do ar na baixa troposfera atinge valores abaixo do zero, o vapor
de água do ar cristaliza em pequenos cristais sobre as plantas e o solo.

Nevoeiro e neblina - o nevoeiro é uma nuvem de gotículas de vapor de água que se forma perto
da superfície e pode ter na sua origem um arrefecimento muito rápido do ar ou um vento quente
e húmido que sopre na superfície de água fria.

AS CORRENTES DE AR

As correntes de ar têm os efeitos mais curiosos.

93. EXP - Como voa


Segura um lenço de papel entre os dedos das duas mãos.
Sopra por cima do lenço e surpreendentemente a extremidade livre do papel vai começar a subir.
Quanto mais soprares mais ele se levanta.

Este efeito chama-se efeito de Bernoulli, matemático suíço que observou que o ar quando se
move sofre uma diminuição de pressão.
Quanto mais depressa o ar, ou um líquido se move, mais diminui a sua pressão.

O que acontece com o papel é que o ar ao movimentar-se por cima do papel sofre uma
diminuição de pressão e como por baixo do papel a pressão não variou, é superior, causa o
movimento do papel para cima.
Se o ar está em movimento é porque o ar que está atrás o está a empurrar, e se o empurra é
porque a sua pressão é maior.
Assim a pressão do ar que se move a alta velocidade é menor do que a pressão do ar que se move
mais devagar ou está parado.

O mesmo é verdade para a água que corre nos canais ou nos canos.

94. EXP - Atração


Cola linha de coser a duas bolas de pingue-pongue.
Pendura-as afastadas cerca de 2 cm.
Sopra com uma palhinha tentando afastá-las mais.
Vais ver que quanto mais sopras mais as bolinhas se aproximam.

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Isto deve-se ao facto de que quanto maior for a velocidade do ar que passa entre as bolinhas
menor é a pressão entre elas. Como a pressão do outro lado mantém-se constante elas são
empurradas, uma contra a outra.

95. EXP - O efeito de Bernoulli


Põe uma bola de pingue-pongue a flutuar na vertical sob o efeito de ar saído de um secador.
O ar desloca-se mais depressa no interior do fluxo contínuo de ar e por isso a pressão é menor.
Qualquer movimento da bola no sentido de sair do efeito do fluxo de ar é rapidamente
contrariado porque o ar exterior do fluxo move-se a menor velocidade e por isso tem maior
pressão, empurrando a bola para o centro.

É este efeito que permite aos pássaros e aos aviões voarem, e permite os barcos à vela velejarem
contra o vento.

? Como voa um avião?


É a diminuição de pressão na parte superior da asa que fazem qualquer avião voar. As
asas produzem uma força ascensional porque atravessam o ar com um certo ângulo ou porque
são convexas em cima. O ar que se desloca por cima da asa é forçado a deslocar-se mais
depressa e por isso perde pressão, fazendo com que a pressão na parte inferior da asa seja maior
e a obrigue a levantar.
As asas só produzem este efeito se o avião se deslocar a alta velocidade. Se se mover muito
devagar o avião cai.

Os planadores mantêm-se em movimento para baixo tirando proveito de correntes de ar


ascendente para lhes dar altitude.

Os aviões a jato ou a hélices têm um motor que os impulsiona para a frente com velocidade
suficiente para que as asas criem uma força ascensional necessária para suportar o peso do avião.
A potência dos motores tem de compensar o atrito do ar.
Na descolagem os motores do avião têm de trabalhar com maior potência do que para manter o
avião em voo.

A forma aerodinâmica dos aviões e de alguns automóveis rápidos foi criada para diminuir o
atrito com o ar (fricção da massa em movimento com o ar que tem que deslocar).

Nestas formas aerodinâmicas, cujo melhor exemplo é a gota alongada como a forma de um
peixe, o ar passa suavemente quase sem atrito.
Esta forma afasta o ar da frente arredondada e afunilando para trás permite que o ar se junte sem
sofrer grandes distúrbios.

Quanto maior for a turbulência do ar maior será o atrito.

96. EXP - Aerodinâmica e atrito


Põe uma folha pequena de cartão em frente de uma vela acesa e sopra.
Vais ver que a chama da vela se move para o lado do cartão.
Une as duas pontas do cartão sem o dobrar e prende com dois clipes.
Alinha o cartão pela vela com as beiras presas viradas para esta.
Sopra novamente para a parte mais arredondada do cartão e verás que a chama se move apenas
ligeiramente e no sentido que sopras.

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No primeiro caso a corrente do ar enrola-se em volta do cartão e puxa a chama da vela. Há um
forte atrito do ar que perturba a chama, movendo-a no sentido oposto ao pretendido, uma vez que
se estamos a soprar num sentido a chama devia movimentar-se afastando-se de nós.
No segundo caso isto ocorre. A chama move-se afastando-se de nós, traduzindo uma pequena
alteração no movimento do ar que sopramos.

A PRESSÃO DO AR

Já falemos na pressão atmosférica, e há outras experiências que podem ser feitas para demonstrar
o efeito da pressão e a ausência de ar.

Dissemos que a pressão era a causa do peso das moléculas do ar da atmosfera sobre a Terra, e
também dissemos que as moléculas do ar movem-se em todas as direções.

A experiência seguinte prova-nos que a força do ar também se exerce de baixo para cima.

97. EXP – A força do ar


Enche um copo com água até cima.
Com cuidado põe um postal sobre ele.
Segurando no postal com uma mão, a fazer pressão contra o copo, inverte-o.
A segurar o copo pela base, tirar a mão do postal.
O postal não vai cair porque a pressão do ar vai ajudar a equilibrar o peso deste.

Já em 1664, na Alemanha, foi realizada uma experiência que conduziu à demonstração da


pressão do ar. Foi construída uma bola de metal, pela junção de dois hemisférios com uma junta
estanque, tendo sido retirado todo o ar do seu interior com uma bomba de vácuo. Foram
necessários 16 cavalos, 8 a puxar em cada hemisfério, para conseguir separar a bola.

Daqui que conclui que na ausência de ar no interior da bola, a força atmosférica que se exercia
de fora para dentro era maior do que a força que se exercia de dentro para fora, uma vez que o ar
interior foi retirado.

Este é o mecanismo usado para a utilização de ventosas. Ao aplicar a ventosa carregamos no seu
centro expelindo o ar pelos lados e causando ausência de ar, o que faz com que a ventosa fique
presa à superfície lisa onde a colocamos. A pressão do ar exterior empurra a ventosa contra a
superfície, segurando-a.

98. EXP - Força de sucção


Ata um fio a uma ventosa.
Carrega na ventosa sobre a superfície de um banco.
Levanta o banco lentamente.
Se o peso do banco exceder a força do vácuo o banco cai.

Já foi explicada uma experiência para demonstrar a força da pressão atmosférica, que não sendo
igualada no interior de uma garrafa de plástico, esta deforma-se.

Com crianças maiores pode ser realizada uma experiência idêntica usando agora uma lata,
provando que os metais também deformam pela ação da pressão atmosférica. E este o princípio
do barómetro de vácuo já explicado.

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99. EXP - A lata esmagada
Usar uma lata bem lavada e limpa por dentro e por fora.
Colocar um pouco se água no fundo da lata e aquecer num bico de gás.
Quando a água começar a ferver vai sair vapor de água da lata.
Com muito cuidado enroscar bem a tampa na lata, tendo em atenção que a lata está muito quente.
Afastar as mãos pois a lata vai começar a amarrotar-se à medida que arrefece.

• No início da experiência a pressão atmosférica era igual à pressão no interior da lata.


• Ao aquecer a água, o vapor de água ao expandir expulsa o ar do interior da lata. A pressão
atmosférica iguala a pressão do vapor de água no interior da lata. Nunca aquecer a lata
fechada porque a pressão do vapor de água pode ser suficiente para causar uma explosão.
• Após fechar, o vapor de água arrefece e condensa, criando vácuo no interior da lata. Assim a
pressão no interior à inferior à pressão atmosférica e por isso a lata amarrota.

O primeiro barómetro que foi proposto realizar baseava-se no efeito da pressão atmosférica na
superfície da água.

Este barómetro que propomos baseia-se em variações de pressão do próprio ar.

100. EXP - Barómetro de ar - aneroide


Estica um bocado de um balão na boca de um copo, prendendo bem com um elástico.
Corta uma extremidade de uma palhinha formando um bico.
Apoia a extremidade redonda da palhinha no balão esticado, colando-a ao balão.
Fixa o copo numa superfície placa com ajuda de fita-cola.
Cola um bocado de cartolina na vertical de modo que fique em contacto com a extremidade
pontiaguda da palhinha.
Diariamente marca na cartolina o nível da palhinha para veres a variação da pressão atmosférica.

Como funciona este mecanismo?

Quando a pressão atmosférica é alta, superior à pressão do ar no interior do copo, empurra o


balão para baixo e a extremidade redonda da palhinha baixa. Atuando como uma alavanca, a
extremidade pontiaguda sobe na cartolina.

Quando a pressão atmosférica está mais baixa ocorre o oposto, sendo maior a pressão dentro do
copo, e a palhinha aponta mais abaixo.

Um outro tipo de barómetro baseia-se na humidade do ar.


Quando o tempo está muito húmido prediz a vinda de chuva.

A casa - barómetro é um exemplo prático da utilização da humidade do ar para prever a chuva

101. EXP - Constrói uma casa - barómetro


Em cartolina faz uma casa cujas únicas aberturas sejam duas portas do mesmo lado da casa.
Desenha, recorta e pinta duas figuras alusivas a bom tempo e atempo de chuva, como por
exemplo um boneco em fato de banho e outro sem impermeável e guarda-chuva.
Prende-os numa ripa de madeira de balsa, para ser muito leve.
Aparafusa um camarão na ripa de madeira de modo que os bonecos possam sair alternadamente
por uma das portas.

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Prende uma ponta de um cabelo comprido ao camarão e a outra ponta a uma trave que una as
paredes da frente e de trás da casa.
Põe um telhado também em papel.
Quando o ar está húmido o cabelo estica e o boneco com guarda-chuva sai. Quando o ar está
seco, o cabelo encolhe puxando o homem de inverno e fazendo sair o boneco em fato de banho.

DILATAÇÃO (para o S. João)


Como já temos falado o ar ao aquecer sobe porque expande e torna-se menos denso que o ar frio.
É assim que funcionam os balões de ar quente.

102. EXP – Constrói um balão de ar quente


Faz um balão de papel colando oito partes em forma de lágrima e colando-as, deixando uma
abertura pela parte de baixo.
Faz uma caixinha de papel para servir de cesto e pendura-o no balão.
Com um secador de cabelo enche o balão de ar quente e ele vai-se elevar do chão.

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