Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental – PPGERHA - UFPR. Av. Cel. Francisco H. dos
Santos, 210 – Jardim das Américas – Setor de Tecnologia – DHS – LME. Curitiba/PR. E-mail: arturbraga@ufpr.br
2
Professor, Departamento de Engenharia Ambiental – UFPR. Av. Cel. Francisco H. dos Santos, 210 – Jardim das Américas – Setor de Tecnologia –
DEA. Curitiba/PR. E-mail: tobias.bleninger@gmail.com
Figura 1 – Amostrador isocinético por integração vertical, modelo US DH-59 e adaptação para um amostrador
isocinético pontual por bombeamento
Buscando aprimorar os procedimentos de amostragem de água para realizar estudos mais
detalhados do transporte de sedimentos em rios, o presente trabalho apresenta o desenvolvimento de
um amostrador isocinético de água pontual, capaz de coletar amostras de grandes volumes em rios
de alta velocidade com precisão de posicionamento. O equipamento permite a realização de estudos
sobre a distribuição espacial e granulométrica das partículas em suspensão, informação de difícil
acesso através de amostradores por integração tradicionais, devido ao pequeno volume de coleta.
A principal diferença do novo aparelho em relação aos amostradores convencionais consiste no
método de coleta da água, que é feita através de bombeamento. Dessa forma, volumes ilimitados de
amostras podem ser adquiridos, pois os frascos de armazenamento encontram-se na embarcação ao
invés de serem acoplados junto ao aparelho. Tal capacidade, aliada ao sistema de posicionamento
tradicional, permitiu uma análise detalhada dos perfis de concentração e distribuição granulométrica
em uma seção de monitoramento de teste em Coxim/MS.
MÉTODO
O desenvolvimento do novo amostrador de sedimentos em suspensão foi baseado no
amostrador por integração US DH-59 [Gray e Landers (2014)]. Aproveitando a estrutura do US DH-
59, uma adaptação do amostrador foi realizada através da substituição do frasco de coleta do
equipamento original por um sistema de bombeamento da água (Figura 1). O transporte da água é
feito através de uma mangueira plástica, sendo o tamanho da mangueira necessária equivalente à
maior profundidade de amostragem. Junto à mangueira, também foi instalado um cabo de energia
para ligar a bomba hidráulica, que opera através de baterias na embarcação. Para garantir uma coleta
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do ponto de vista prático, foi possível coletar grandes volumes de amostra com precisão
espacial e agilidade. Entretanto, as dimensões do amostrador não se mostraram adequadas as
velocidades da seção, e o amostrador teve que ser operado com adição de peso para que não fosse
arrastado à jusante da vertical de coleta. Adicionalmente, o registro de controle da vazão também não
se mostrou eficaz, uma vez que a área de coleta bico disponível (31,67 mm²) era insuficiente para
garantir simultaneamente uma vazão de coleta prática (>2 litros por minuto) e a condição isocinética.
Satisfazer a condição isocinética durante as coletas implicaria em longos períodos de operação
para realizar cada coleta pontual, devido aos altos tempos de residência da mangueira e ao tempo
necessário ao enchimento do volume de amostra necessário. Tal situação, foi agravada devido a
pequena área de coleta, que mesmo para velocidades elevadas do rio, não garantia uma vazão de
coleta adequada. Dessa forma, optou-se por realizar as coletas na maior vazão possível, sendo que
Figura 3 – Resultado das análises de sólidos totais, divididos em suspensos e dissolvidos para os 18 pontos de
amostragem
CONCLUSÃO
O aprimoramento do amostrador US DH-59 com um sistema de bombeamento facilitou a coleta
de grandes volumes de água com alta precisão de posicionamento, o que permitiu um alto
detalhamento das informações relativas aos sólidos suspensos da seção.
Para a seção de testes do rio Taquari foram coletados 18 pontos, e foram analisados sólidos
totais, suspensos e dissolvidos, e a curva granulométrica respectiva a cada ponto. Desse modo, o
equipamento permitiu a construção de perfis verticais e laterais da distribuição de sólidos na seção,
seja relativo as concentrações ou aos diâmetros de partículas.
Durante a operação, o equipamento apresentou dificuldades no posicionamento, devido ao alto
arraste da água por conta de altas velocidades. De modo que teve de ser operado com adição de pesos
amarrados ao seu corpo. Adicionalmente, as características isocinéticas de amostragem foram
ignoradas por pouca praticidade (longos períodos de coleta). Testes preliminares apontaram para
pouca influência da velocidade de amostragem.
Estudos mais detalhados são necessários para entender possíveis influências da coleta da água
por bombas centrífugas, e eventuais mudanças bruscas de velocidade, na concentração e distribuição
das partículas sólidas suspensas no fluxo, que podem resultar em fontes de erros no processo de coleta.
REFERÊNCIAS