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Ferrovias:

Dimensionamento
da Via Permanente
Prof. Dr. José Leomar Fernandes Júnior
Mecânica dos Pavimentos
Aplicada à Ferrovia
(Superestrutura Ferroviária)

Prof. Dr. José Leomar Fernandes Júnior


VIA PERMANENTE FERROVIÁRIA

 Superestrutura
Ferroviária:
 Lastro
 Dormentes
 Trilhos
SEÇÃO TRANSVERSAL DA VIA
FÉRREA
 Superestrutura da Via Permanente Ferroviária:
Lastro, Dormentes e Trilhos
DIMENSIONAMENTO: RESUMO DOS
ESFORÇOS QUE ATUAM SOBRE A VIA
 VERTICAIS
• carga estática
• movimentos de galope e de balanço
• repartição de peso desigual nas curvas
 LONGITUDINAIS
• dilatação dos trilhos
• “reptação”
• esforço trator ou frenagem
• golpe das rodas nos topos dos trilhos
• atrito dos frisos das rodas
 TRANSVERSAIS
• força centrífuga (quando não compensada pela superelevação)
• movimento de “lacet” (choque das rodas com os trilhos, em reta)
• vento
DIMENSIONAMENTO: RESUMO DOS
ESFORÇOS QUE ATUAM SOBRE A VIA

P1 P2

Trilho

Dormente
Lastro

H=?
1 2 3
Subleito
DIMENSIONAMENTO: RESUMO DOS
ESFORÇOS QUE ATUAM SOBRE A VIA

 
Tensões Térmicas e Reações de Atrito:
Linha Soldada Contínua

R pL
 M      24  T
S S 2 R
M

L/2 L/2
CONSERVAÇÃO DA VIA
PERMANENTE
 FINALIDADE
• manter o traçado em planta (“puxamento” das curvas) e em perfil
(inclusive as superelevações)
• manter a plataforma bem drenada e o lastro limpo
 PRINCIPAIS DEFEITOS
• Plano Horizontal
• diferença de bitola, afrouxamento da fixação, deslocamento dos dormentes
• Plano Vertical
• desnivelamentos e superelevação em falta ou em excesso
• Outros
• colmatação do lastro, mato, apodrecimento dos dormentes e entupimento
ou destruição de obras de drenagem
INTERAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS,
CARGAS VERTICAS E DEFLEXÕES
 Os componentes não
trabalham de forma
independente
 Cada camada do
pavimento ferroviário
deve proteger a
camada
imediatamente abaixo
INTERAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS,
CARGAS VERTICAS E DEFLEXÕES
CARGAS ESTÁTICAS vs.
CARGAS DINÂMICAS
 Cargas Dinâmicas:
 Aceleração
 Rotação da roda
para baixo
 Rodas menores,
rotação mais
rápida, maior
aceleração
 Impactos em
função da
condição da via
CARGAS ESTÁTICAS vs.
CARGAS DINÂMICAS
 Cargas Dinâmicas:
 Aceleração
 Rotação da roda
para baixo
 Rodas menores,
rotação mais
rápida, maior
aceleração
 Impactos em D84  1,6  V
função da

DR  100
condição da via
EQUAÇÕES DE TALBOT
DIAGRAMA MESTRE
MOMENTO FLETOR E DEFLEXÕES

 Efeito de uma roda isolada e de rodas simultaneamente (Superposição!)


DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO EM
FUNÇÃO DO MÓDULO DA VIA

 Maior U, Maior Concentração de Tensões


DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO EM
FUNÇÃO DO TRILHO

 Maior TR, Melhor Distribuição da Pressão


ESFORÇO NO ASSENTAMENTO EM
FUNÇÃO DO MÓDULO DA LINHA

 Maior U, Maior Esforço no Assentamento


 Placas de Apoio: tensão inferior a 15 kgf/cm2 (dormente de madeira)
EFEITO COMBINADO NO MOMENTO E
NO ESFORÇO DE ASSENTAMENTO
DIMENSIONAMENTO DE TRILHOS
(AREMA e outros)
 Escolha da carga por roda, com base na vagão mais frequente,
mais pesado e na velocidade desejada
 Considere todas as rodas do conjunto e a proximidade de carros
adjacentes
 Escolha o Módulo da Linha (U, u ou k) com base na deflexão de
projeto desejada (experiência ajuda!)
 Escolha o TR (tipo e dimensão)
 Calcule o Momento
 Verifique as tensões
 Escolha o espaçamento entre dormentes e calcule o máximo
esforço no assentamento
DIMENSIONAMENTO DE TRILHOS
(Continuação):
 Escolha a dimensão do dormente
 Escolha placa de apoio
 Determine tensão no topo do lastro
 Determine espessura do lastro sob o dormente em função da
capacidade de suporte do subleito (tensão admissível)
 Calcule a deflexão
 Se deflexão é inaceitável, repita o processo

 Sempre considere os aspectos Econômicos!


DESEMPENHO DA VIA EM FUNÇÃO
DA DEFLEXÃO

 Controle de Qualidade da Construção


VALORES DE MÓDULO DA LINHA
(U, u ou k)

 Via bem mantida, com dormentes de madeira: 200 kgf/cm/cm


 Via com dormente de concreto: 400 kgf/cm/cm
 Via com dormente de madeira em má condição: 100 kgf/cm/cm
 Via com dormente de madeira e lastro e subleito congelados: 600
 Via com lastro em ponte de concreto: 500 a 900 kgf/cm/cm
 Valores mais altos durante períodos de seca

 Avaliação Estrutural nos Períodos Chuvosos!


ANÁLISE E SELEÇÃO DE TRILHOS
(Peso e Seção Transversal)
 American Railway Association (ARA), agora Association of
American Railroads (AAR): denominação RA ou RB no trilho
 American Society of Civil Engineers (ASCE): AS
 American Railway Engineering and Maintenance of Way
Association (AREMA) (anteriormente American Railway
Engineering Association (AREA)): RE
 International Union of Railways: UIC
 Ferrovias no Mundo: várias denominações (letras ou números)
 Esforços e experiência acumulada de muitos
projetistas e de muitas Ferrovias! (vocês e a VALEC)
VERIFICAÇÃO DAS TENSÕES NO TRILHO


( 
 M 
)  ( adm  0,8   z )
 W 
 W = I / c (Módulo de Resistêcia do Trilho)
 I = Momento de Inércia
 c = distância da base até a linha neutra
 Tensão Admissível:
 Trilhos Longos Soldados Contínuos (TLSC): 1.600 kgf/cm2
 Linha com Juntas: 2.000 kgf/cm2
PROPRIEDADES TÍPICAS DE TRILHOS
PROPRIEDADES TÍPICAS DE TRILHOS
PROPRIEDADES TÍPICAS DE TRILHOS

Dados:
U = 250 kgf/cm2 adm = 0,8 x z

z = 1.700 kgf/cm2 Wnec = M/adm


E.I
 = 1,4 M0 P 4
64.U
E = 2,1 x 106 kgf/cm2
 4 .E .I
X i
 4
U
4

TR 32 37 40 45 50 57 68

W (cm3) 121 149 165 206 247 295 392

I (cm4) 703 952 1098 1611 2040 2731 3950


MÉTODO PRÁTICO (AREMA) DE
DIMENSIONAMENTO DE LASTRO

 Hipótese mais conservadora: largura da socaria (80 cm)


MÉTODO PRÁTICO (AREMA) DE
DIMENSIONAMENTO DE LASTRO

 2  Q0 3  Q0 
 Pl   
 Ad'
cl 
 Área de suporte igual a 2/3 do comprimento do dormente
 Pl = pressão do dormente (comprimento, largura) no topo do lastro
MÉTODO PRÁTICO DE
DIMENSIONAMENTO DE LASTRO

 50  Pl 
 Pc  (10  h1, 25    i
 
 adm , subleito   i ,max
TENSÕES ADMISSÍVEIS NO SUBLEITO
 Valor “Tradicional”: 1,30 kgf/cm2
 AREMA: 1,70 kgf/cm2
 Fator de Segurança: 2 a 5
TENSÕES ADMISSÍVEIS NO SUBLEITO
NORMAS E CRITÉRIOS DE PROJETO
 Espessura Mínima para o Lastro:
 AREMA: 15 cm
 Canadá: 30 cm
 Tensão sob o Dormente:
 Comprimento total
 2/3 do comprimento
 Socaria
 Módulo da Linha (U, u, k):
 Primavera (menor U) para dimensionamento de trilho e lastro
 Inverno para esforços no assentamento
CONSIDERAÇÕES PARA REFLEXÃO
 O Projeto de uma Ferrovia é parte Ciência, parte “Arte”
 O Módulo da Via não é constante nem exato
 A relação entre Deflexão e Desempenho não é exata (varia em
função da estrutura do pavimento ferroviário)
 As propriedades do lastro e do subleito não são adequadamente
consideradas (desafio!) e apresentam grande variabilidade
(enquanto o trilho é industrializado)
 Os Métodos Tradicionais não permitem a consideração do uso de
camada de CBUQ (Concreto Asfáltico Usinado a Quente) ou
outras camadas de reforço
 Não são consideradas as políticas de Manutenção e Reabilitação
(M & R) nem os efeitos da deterioração da via (SGPF)
Estudos Futuros
 FERROVIAS: DIMENSIONAMENTO DOS
ELEMENTOS, CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO
 Tem por objetivo apresentar os conceitos básicos da mecânica
dos pavimentos ferroviários, para dimensionamento de trilhos,
dormentes e lastro, e os métodos de construção e de manutenção
da superestrutura ferroviária
 Será apresentado estudo de caso considerando o estudo de
viabilidade da Ligação da Ferrovia Transnordestina com a
Ferrovia Norte-Sul, EF-232, ferrovia em bitola larga com cerca
de 620 km, entre Porto Franco, na Ferrovia Norte-Sul – FNS e
Eliseu Martins, no final da Ferrovia Transnordestina, passando
por Balsas e Uruçuí, polos produtores de grãos e farelo de soja.

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Estudos Futuros
 EMENTA
 Elementos da Via Permanente Ferroviária: lastro,
dormentes, trilhos, acessórios e fixações
 Dimensionamento de Lastro
 Dimensionamento de Trilhos
 Construção de Ferrovias
 Exemplo da Estrada de Ferro Carajás
 Manutenção de Ferrovias
 Exemplo de Ferrovia na Rússia

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