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EsPCEx

2024

AULA 01
Calorimetria e Diagrama de Fases

Prof. Toni Burgatto


Prof. Toni Burgatto

Sumário
Introdução 3

1. Calorimetria 4

1.1. Unidades de calor 5

1.2. Potência de uma fonte térmica 6

1.3. Capacidade térmica ou calorífica (C) e calor específico (c) 6

1.4. Calor sensível 7

1.5. Sistema físico termicamente isolado 11

1.6. Equivalente em água 12

1.7. Calorímetro 13

2. Mudanças de estado 17

2.1. Calor latente 18

2.2. A fusão e a solidificação 19

2.3. Vaporização e liquefação 31

2.4. Pressão de vapor 34

2.5. Umidade relativa 36

2.6. Sublimação 38

2.7. Ponto crítico e ponto triplo 39

3. Diagrama de fases 39

3.1. Sólido ↔ Líquido 40

3.2 Líquido ↔ Vapor 44

3.3. Sólido ↔ Vapor 47

4. Lista de questões nível 1 47

5. Gabarito sem comentários nível 1 52

6. Lista de questões nível 1 comentada 53

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7. Lista de questões nível 2 66

8. Gabarito sem comentários nível 2 89

9. Lista de questões nível 2 comentada 91

10. Lista de questões nível 3 151

11. Gabarito sem comentários nível 3 154

12. Lista de questões nível 3 comentada 155

13. Referências bibliográficas 165

14. Considerações finais 166

Introdução
Nessa aula vamos dar continuidade no estudo de Termologia. Veremos os tipos de calor, conceitos
sobre pressão, diagrama de fases, ponto crítico e ponto triplo.

Veremos conceitos importantes para termos bons fundamentos para o estudo de termodinâmica.

Alguns temas dessa aula também são abordados pela química, mas com um enfoque um pouco
diferente.

É muito importante ter todos os conceitos sobre mudanças de fases e suas propriedades para o
nosso concurso, pois eles constituem partes das questões em enunciados maiores.

Caso tenha alguma dúvida entre em contato conosco através do fórum de dúvidas do Estratégia
ou se preferir:

@proftoniburgatto

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1. Calorimetria
Em nosso cotidiano nos deparamos com diversas situações onde ocorre trocas de calor, isto é,
vemos corpos quentes se esfriarem e corpos frios aquecerem. De alguma forma, o corpo quente agirá
sobre o corpo frio, unicamente por causa da diferença de temperatura entre eles, sem que haja uma
intervenção mecânica no sistema.

Chamamos esse fenômeno de transferência de energia de um corpo para


outro de calor, que sempre ocorrerá do corpo mais quente para o corpo mais frio.

Figura 1: Calor sendo transferido do corpo quente para o frio.

É comum utilizarmos os seguintes termos em calorimetria:

Corpo Quente Corpo Frio


Cede calor Recebe calor
Perde calor Ganha calor
Libera calor Absorve calor

Evidentemente, essa troca de calor não é para sempre. Ela cessa quando atingimos o equilíbrio
térmico, isto é, a temperatura dos corpos se iguala.

Se os dois corpos compõem um sistema isolado, o corpo quente cede uma certa quantidade calor
que é completamente absorvido pelo corpo frio, conforme o princípio da conservação de energia.
Geralmente, se não houver alteração no estado de físico dos corpos envolvidos, ocorrerá o seguinte:

 Conforme o corpo quente for perdendo calor, sua temperatura irá caindo.

 Conforme o corpo frio for ganhando calor, sua temperatura irá aumentando.

 Obviamente, em um dado instante as temperaturas se igualarão e não haverá mais troca


de calor.

Figura 2: Trocas de calor em função do tempo.

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Como já mencionamos, calor é uma forma de “energia em trânsito”, ou seja, é uma energia que
passa de um corpo para outro, ou de um sistema para outro. O que causa essa transferência de calor é a
diferença de temperatura entre os corpos ou sistemas. Um erro comum é pensar que o corpo que
forneceu calor possuía mais energia que o outro.

Para melhor entendermos isso, vamos definir energia térmica:

Energia térmica é soma da energia cinética de vibração, de rotação e de translação


das moléculas de um sistema.

Essa energia está diretamente relacionada com a temperatura absoluta do sistema e do número
de moléculas. Por exemplo, considere o sistema 1 possui 𝑛 moléculas de um determinado gás a
temperatura de 400 K e o sistema 2 possui 2𝑛 moléculas do mesmo gás na temperatura de 400 K, como
na figura abaixo:

Figura 3: Sistemas em diferentes números de moléculas e com mesma temperatura, portanto tem a mesma energia cinética de translação, mas energias
térmicas diferentes.

Note que em ambos os sistemas, 1 e 2, as moléculas estão à 400K e, por isso, cada uma delas tem
a mesma energia cinética. Entretanto, no sistema 2 temos o dobro de moléculas, portanto, nele há mais
energia térmica.

Contudo, quando colocamos os dois sistemas em contato térmico, não observaremos troca de
calor entre eles, já que as temperaturas são iguais. Esse fato mostra que a troca de calor não é
determinada pela quantidade de energia armazenada em cada corpo, mas sim da diferença de
temperatura entre ambos.

1.1. Unidades de calor

No SI, a unidade de medida de energia é joules (J), que é a mesma unidade para calor, já que ele é
uma energia. Entretanto, por razões históricas, a unidade caloria ainda é usada. Define-se caloria como:

Caloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um grama


de água de 14,5 °C a 15,5 °C, sob pressão normal.

Em Termodinâmica apresentaremos a experiência de James Prescott Joule que define a relação


entre joule e caloria, por enquanto, apenas apresentaremos o resultado:

1 𝑐𝑎𝑙 = 4,186 𝐽

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Ainda existem outras unidades de calor, como por exemplo o Btu (Bristish termal unit), muito
empregada em ar condicionados. A relação entre as unidades é dada por:

1 𝐵𝑡𝑢 = 252 𝑐𝑎𝑙 = 1055 𝐽

1.2. Potência de uma fonte térmica

Se uma fonte térmica fornece a um sistema a quantidade 𝑄 de calor, em um intervalo de tempo


Δ𝑡, então definimos como potência média da fonte a razão:

𝑄
𝑃𝑚 =
Δ𝑡
Quando a fonte térmica fornece a mesma quantidade de calor em intervalos de tempos iguais,
dizemos que a potência será constante, ou seja:

𝑃 = 𝑃𝑚

𝑄
∴ 𝑃=
Δ𝑡

1.3. Capacidade térmica ou calorífica (C) e calor específico (c)

Se um corpo cede ou recebe calor, podemos observar uma variação de temperatura ou uma
mudança em seu estado físico. Essa variação de temperatura corresponde a variação no estado de
agitação das partículas do corpo. Por isso, nesse caso a energia térmica transferida é chamada de calor
sensível.

Dado um corpo de massa 𝑚 e temperatura inicial 𝜃1 , ao fornecer uma quantidade de calor 𝑄, sua
temperatura irá para 𝜃2 . Define-se capacidade térmica (C) ou capacidade calorifica do corpo como o
quociente da quantidade de calor pela variação de temperatura, ou seja:

𝑄
𝐶=
Δ𝜃

Em que Δ𝜃 = 𝜃2 − 𝜃1 . A unidade usual da capacidade térmica é o 𝑐𝑎𝑙/°𝐶.

Trata-se de uma característica do corpo e pode ser vista como uma resistência do corpo a variação
de temperatura.

Denominamos calor específico (c) a quantidade de calor que cada unidade de massa de um corpo
precisa receber ou fornecer para que sua temperatura varie uma unidade. De outra forma:

𝐶 𝑄
𝑐= =
𝑚 𝑚Δ𝜃

Ainda que na expressão do calor específico apareça a massa, devemos ter em mente que se trata
de uma característica da substância e não depende da massa.

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Com exatidão, nem a capacidade térmica nem o calor específico de uma substância possuem
valores constantes com a temperatura. Eles dependem da temperatura, mas para a faixa de valores
pequenas, como geralmente é feito nos exercícios, costuma-se adotar um valor médio de cada um no
intervalo de temperatura em questão.

A tabela a seguir apresenta alguns valores de calor específico mais comuns:

Calor específico em Calor específico em


Substância Substância
cal/g °C cal/g °C

Alumínio 0,219 Ferro 0,119

Água 1,000 Gelo 0,550

Álcool 0,590 Mercúrio 0,033

Bronze (liga metálica) 0,090 Prata 0,056

Chumbo 0,031 Vapor de água 0,480

Cobre 0,093 Vidro 0,118

OBSERVAÇÃO: Não precisa decorar os valores dessa tabela. É apenas para você ter uma noção.

1.4. Calor sensível

Chamamos de calor sensível aquele que, recebido ou cedido por um corpo, altera a sua
temperatura. Para calcular o calor sensível que um corpo ganhou (ou perdeu) usamos a definição de calor
específico sensível:

𝑄
𝑐=
𝑚Δ𝜃

⇒ 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

Essa é a Equação Fundamental da Calorimetria. Define-se a variação de temperatura como Δ𝜃 =


𝜃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝜃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 .

Assim:

 se 𝜃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 > 𝜃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , então Δ𝜃 > 0, logo 𝑄 > 0, ou seja, calor recebido pelo corpo.

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 Se 𝜃𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 < 𝜃𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 , então Δ𝜃 < 0, logo 𝑄 < 0, ou seja, calor cedido pelo corpo.

1)
Considere uma fonte térmica com potência de 6 kcal/min. Quanto tempo leva para a fonte elevar de 20
°C para 80 °C um volume de 10 litros de água? Dados: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑘𝑔/𝑙.

Comentários:
Utilizando a Equação Fundamental da Calorimetria, temos que:
𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
𝑔 𝑐𝑎𝑙
𝑄 = (10𝑙 ⋅ 1,0 ⋅ 103 ) ⋅ (1,0 ) ⋅ ((80 − 20)°𝐶)
𝑙 𝑔 °𝐶
𝑄 = 6,0 ⋅ 105 𝑐𝑎𝑙
𝑄 = 6,0 ⋅ 102 𝑘𝑐𝑎𝑙
A potência é dada por:
𝑄
𝑃=
Δt
𝑄
Δ𝑡 =
𝑃
6,0 ⋅ 102
Δ𝑡 =
6
Δ𝑡 = 100 𝑚𝑖𝑛

2)
Um chuveiro elétrico possui uma potência elétrica de 4,2 kW, com uma vazão de 10 litros a cada minuto.
Sabendo que a temperatura da água na entrada do chuveiro é de 25 °C, calcule a temperatura da água na
saída do chuveiro. Considere 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 4,2 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶 e 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑘𝑔/𝑙.

Comentários:
O calor absorvido pela água durante um determinado intervalo de tempo é expresso por:
𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
Em que a massa pode ser dada por:
𝑚 =𝑑⋅𝑉
Lembrando da equação de potência, temos que:

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𝑄
𝑃=
Δ𝑡
𝑑 ⋅ 𝑉 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
⇒𝑃=
Δ𝑡
𝑉
Repare que a razão Δ𝑡 é a vazão (em volume) da água no nosso chuveiro, portanto:

𝑃 = 𝑑 ⋅ 𝑧 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
Em que 𝑧 é a vazão volumétrica. Como a vazão dada é por minuto, precisamos transformar em
litros por segundo. Para isso, fazemos que:
𝑙 𝑙 1𝑙
𝑧 = 10 = 10 =
𝑚𝑖𝑛 60 𝑠 6 𝑠
Dessa forma, temos que:
𝐽 𝑘𝑔 1 𝑙 𝐽
4,2 ⋅ 103 = 1,0 ⋅ ⋅ 4,2 ⋅ 103 ⋅ Δ𝜃
𝑠 𝑙 6𝑠 𝑘𝑔°𝐶
Δθ = 6 °𝐶
Logo:
𝜃𝑓 − 𝜃𝑖 = 6
𝜃𝑓 = 31 °𝐶

3)
Um calorímetro, constituído por um recipiente isolante térmico ao qual estão acoplados um termômetro
e um resistor elétrico, está completamente preenchido por 0,400 𝑘𝑔 de uma substância cujo calor
específico deseja-se determinar. Num experimento em que a potência dissipada pelo resistor era de
80 𝑊, a leitura do termômetro permitiu a construção do gráfico da temperatura 𝑇 em função do tempo
𝑡, mostrado na figura adiante. O tempo 𝑡 é medido a partir do instante em que a fonte que alimenta o
resistor é ligada.

Qual o calor específico da substância em 𝒋𝒐𝒖𝒍𝒆𝒔/(𝒌𝒈°𝑪)?

Comentários:
A potência média térmica é dada por:
𝑄
𝑃𝑚 =
Δ𝑡
Pelo gráfico vemos que em intervalos de tempos iguais, a variação de temperatura é a mesma, ou
seja, a potência é constante. Portanto, temos que:

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0,4 ⋅ 𝑐 ⋅ (80 − 60)


80 =
1000 − 500
𝑐 = 5,0 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶

4)
Um recipiente contendo 3600 g de água à temperatura inicial de 80 °C é posto num local onde a
temperatura ambiente permanece sempre igual a 20 °C. Após 5 h o recipiente e a água entram em
equilíbrio térmico com o meio ambiente. Durante esse período, ao final de cada hora, as seguintes
temperaturas foram registradas para a água: 55 °C, 40 °C, 30 °C, 24 °C e 20 °C. Pede-se:
a) um esboço, indicando valores nos eixos, do gráfico da temperatura da água em função do tempo;
b) em média, quantas calorias por segundo a água transferiu para o ambiente.
Considere o calor específico da água = 1 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶).

Comentários:

a) De acordo com os dados do enunciado, temos que o gráfico da temperatura em função do tempo é:

b) Calculando a potência térmica média temos:


𝑄
𝑃𝑚 =
Δ𝑡
𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
𝑃𝑚 =
Δ𝑡
3600 ⋅ 1 ⋅ (80 − 20)
𝑃𝑚 =
5 ⋅ 60 ⋅ 60
𝑃𝑚 = 12 𝑐𝑎𝑙/𝑠

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Definimos como calor específico molar ou capacidade calorífica específica molar (𝐶̅ ) ao produto:

𝐶̅ = 𝑀𝑀 ⋅ 𝑐

Em que 𝑀𝑀 é a massa molar da substância. Nesse caso, a quantidade de calor trocada é dada por:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

⇒ 𝑄 = 𝑛 ⋅ 𝑀𝑀 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

∴ 𝑄 = 𝑛 ⋅ 𝐶̅ ⋅ Δ𝜃

Em que 𝑛 é o número de mols da substância.

Para os sólidos, utilizamos a regra de Dulong-Petit:

Os sólidos possuem calor molar próximo de 𝟔 𝒄𝒂𝒍/𝒎𝒐𝒍 °𝑪.

A grafite é uma exceção com calor molar igual a 2,6 𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑜𝑙 °𝐶.

1.5. Sistema físico termicamente isolado

Naturalmente os corpos buscam um equilíbrio térmico. Corpos mais “quentes” tendem a ceder
calor para corpos mais “frios”.

Em muitos casos, podemos criar um meio que não troca calor com o meio externo a ele, isto é,
criar um sistema físico termicamente isolado:

Dizemos que um sistema é termicamente isolado se não existe troca de calor entre
seus elementos e o meio externo.

Na prática, por melhor que seja o isolamento do seu sistema, sempre haverá uma troca de calor
com o meio externo. Para muitos fins, podemos considerar que essas trocas de calor com o ambiente
externo são nulas e o seu sistema está de fato isolado.

Podemos observar isso quando vamos a praia, por exemplo. Inserimos uma quantidade de latinhas
com temperatura ambiente dentro de um cooler com gelo. O cooler apenas reduzirá as trocas de calor
que podem existir entre os componentes no seu interior e o ambiente externo. Mesmo que o sistema
fosse perfeitamente isolado, elas chegariam ao equilíbrio térmico, pois dentro do sistema elas trocariam
calor entre si.

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Assim, em um sistema termicamente isolado, podemos considerar que as trocas de calor ocorrem
apenas entre os seus componentes. Dessa forma, toda energia térmica cedida por alguns corpos é
recebida por outros dentro do sistema, de tal forma que:

∑ 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + ∑ 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

1.6. Equivalente em água

Trata-se de um artifício para facilitar os cálculos quando vamos fazer as trocas de calor entre os
copos dentro de um sistema isolado.

Em teoria, podemos substituir um determinado corpo por uma massa de água equivalente ao
corpo nas trocas de calor, isto é, a massa de água deve ter a mesma capacidade térmica do corpo:

𝐶𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 𝐶á𝑔𝑢𝑎

𝑚𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 ⋅ 𝑐𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎

É comum representar a massa de água (expressa em gramas) pela letra 𝑬 e como o calor específico
da água pode ser considerado igual a 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, temos a relação:

𝑚𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 ⋅ 𝑐𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 𝐸 ⋅ 1

Dizemos que o equivalente em água de um corpo é a massa 𝑬 de água que tem a mesma
capacidade térmica do corpo considerado, sendo assim, possível substituir o corpo pelo equivalente em
água de forma que não afeta o equacionamento das trocas de calores.

Por exemplo, um corpo de massa igual a 200 gramas, feito de um material que apresenta calor
específico igual a 0,22 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶. Dessa forma, a capacidade térmica desse corpo é de:

𝐶𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 𝑚𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 ⋅ 𝑐𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 200 ⋅ 0,22

𝐶𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 44 𝑐𝑎𝑙/°𝐶

Para determinar o equivalente em água, devemos ter que a capacidade térmica do corpo tem que
ser igual à da água:

𝐶𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 𝐶á𝑔𝑢𝑎

44 𝑐𝑎𝑙/°𝐶 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶

𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 44 𝑔

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Ou seja, uma porção de água de 44 gramas teria efeito equivalente ao corpo referido, quando
efetuadas as trocas de calor. Assim, podemos dizer que o equivalente em água desse corpo é igual a 44
gramas:

𝐸𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 = 44 𝑔

1.7. Calorímetro

Normalmente, quando vamos fazer uma mistura térmica de dois ou mais corpos, é necessário
utilizar um recipiente adequado, principalmente, se algum dos corpos está no estado líquido. Chamamos
esse tipo de recipiente de calorímetro.

Geralmente, utilizamos calorímetros metálicos (alumínio ou cobre), isolados termicamente por um


revestimento de isopor. Em sua tampa, que também é revestida de isopor, é feito um pequeno orifício
por onde se introduz um termômetro, que monitora a temperatura da mistura. Quando estudamos
transferência de calor, veremos a razão de usar isopor como isolante térmico.

Na figura abaixo temos um exemplo de um calorímetro comum:

Figura 4: Calorímetro usual.

Note que o calorímetro além de ser recipiente onde ocorre as trocas de calor, ele também participa
recebendo ou cedendo calor. Portanto, devemos levar em consideração sua capacidade calorífica no
equacionamento. Entretanto, é comum não ser fornecido os valores do calor específico do material de
que é feito o calorímetro, nem a sua massa. Para isso, utilizamos o seu equivalente em água, da seguinte
forma:

𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 𝐸 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎

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Denotamos como calorímetro ideal aquele que permite as trocas de calor no seu interior e o meio
externo não troca calor com os corpos nele contidos. Na prática, esse calorímetro não existe, mas é
comum ele aparecer nos exercícios, quando os enunciados mencionam que a capacidade térmica do
calorímetro é desprezível ou equivalente em água desprezível.

5)
Considere um sistema termicamente isolado, contendo uma mistura de 200 gramas de água a 10 °C com
um bloco de ferro de 400 gramas a 100 °C. Qual a temperatura final do equilíbrio térmico?
Dados: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e 𝑐𝐹𝑒 = 0,12 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶.

Comentários:
De acordo com o enunciado, o recipiente possui capacidade térmica desprezível, portanto, temos
um sistema termicamente isolado, onde podemos escrever que:

∑ 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + ∑ 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

Notamos que o ferro está a uma temperatura mais alta que a água, portanto, ele cede calor que é
recebido pela água:
𝑄𝐹𝑒 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = 0
𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 ⋅ Δ𝜃𝐹𝑒 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝜃á𝑔𝑢𝑎 = 0
400 ⋅ 0,12 ⋅ (θe − 100) + 200 ⋅ 1 ⋅ (𝜃𝑒 − 10) = 0
Simplificando a equação acima, temos:
2 ⋅ 12(𝜃𝑒 − 100) + 100(𝜃𝑒 − 10) = 0
124𝜃𝑒 = 3400
𝜃𝑒 = 27,4 °𝐶
Note que a temperatura de equilíbrio está dentro do intervalo das temperaturas dos componentes
da mistura, isto é, 10 < 27,4 < 100.
Se você está fazendo um exercício de trocas de calor e encontra uma temperatura fora do intervalo
da maior e da menor temperatura é porque tem algo errado nas contas ou na montagem da equação que
representa as trocas de calor.
Se tivéssemos feito no literal esse problema, não havendo nenhuma mudança de fase entre algum
dos dois dentro do calorímetro, teríamos o seguinte equacionamento:

∑ 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + ∑ 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

𝑄𝐹𝑒 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = 0
𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 ⋅ Δ𝜃𝐹𝑒 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝜃á𝑔𝑢𝑎 = 0

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𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 ⋅ (𝜃𝑒 − 𝜃𝐹𝑒 ) + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (θe − 𝜃á𝑔𝑢𝑎 ) = 0


𝜃𝑒 (𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ) = 𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 ⋅ 𝜃𝐹𝑒 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝜃á𝑔𝑢𝑎
𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 ⋅ 𝜃𝐹𝑒 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝜃á𝑔𝑢𝑎
𝜃𝑒 =
𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎

Como 𝑚𝐹𝑒 ⋅ 𝑐𝐹𝑒 = 𝐶𝐹𝑒 e 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 𝐶á𝑔𝑢𝑎 , temos que:


𝐶𝐹𝑒 ⋅ 𝜃𝐹𝑒 + 𝐶á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝜃á𝑔𝑢𝑎
𝜃𝑒 =
𝐶𝐹𝑒 + 𝐶á𝑔𝑢𝑎

Este resultado mostra que a temperatura de equilíbrio é uma média aritmética ponderada das
temperaturas iniciais, tendo como pesos as capacidades térmicas de cada corpo.

6)
Em um calorímetro de equivalente em água de 10 𝑔, à temperatura ambiente de 20 °𝐶, foi misturado
200 gramas de um líquido de calor específico 0,79 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a 35 °𝐶, com um bloco de metal de 300
gramas, a 150 °𝐶. Dado que 𝜃𝑒 = 40 °𝐶, calcule o calor específico do metal.

Comentários:
Considerando o sistema como termicamente isolado, temos que:

∑ 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + ∑ 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

𝑄𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 + 𝑄𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 0

𝐶𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 ⋅ (𝜃𝑒 − 𝜃0 𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 ) + 𝐶𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ⋅ (𝜃𝑒 − 𝜃0𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ) + 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 ⋅ (𝜃𝑒 − 𝜃0𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 ) = 0


Como bem sabemos, a capacidade térmica do calorímetro pode ser expressa por:
𝑐𝑎𝑙
𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = 𝐸 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 10 𝑔 ⋅ 1 = 10 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
𝑔°𝐶
Portanto:
300 ⋅ 𝑐𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 ⋅ (40 − 150) + 200 ⋅ 0,79 ⋅ (40 − 35) + 10 ⋅ (40 − 20) = 0
𝑐𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 = 0,03 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶

7)
O processo de pasteurização do leite consiste em aquecê-lo a altas temperaturas, por alguns segundos, e
resfriá-lo em seguida. Para isso, o leite percorre um sistema, em fluxo constante, passando por três
etapas:
I) O leite entra no sistema (através de A), a 5 °C, sendo aquecido (no trocador de calor B) pelo leite que já
foi pasteurizado e está saindo do sistema.
II) Em seguida, completa-se o aquecimento do leite, através da resistência R, até que ele atinja 80 °C.

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Com essa temperatura, o leite retorna a B.


III) Novamente, em B, o leite quente é resfriado pelo leite frio que entra por A, saindo do sistema (através
de C), a 20 °C.

Em condições de funcionamento estáveis, e supondo que o sistema seja bem isolado termicamente, pode-
se afirmar que a temperatura indicada pelo termômetro T, que monitora a temperatura do leite na saída
de B, é aproximadamente de
a) 20 °C b) 25 °C c) 60 °C d) 65 °C e) 75 °C

Comentários:
Vamos considerar o sistema funcionando em condições estáveis e que ele seja isolado
termicamente. Dessa forma, há apenas troca de calor entre o leite quente e o leite frio.
Do enunciado, ele considera que o fluxo de massa é constante, portanto, se pegarmos um intervalo
de tempo, a massa de leite quente é igual a massa de leite frio (𝑚𝑓 = 𝑚𝑞 ).
Logo, todo calor cedido pelo leite quente que se resfria de 80 °C (após passar pela resistência) para
20 °C, será cedido para esquentar o leite frio que está entrando a 5 °C:
𝑄𝑓𝑟𝑖𝑜 + 𝑄𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0
𝑚𝑓 ⋅ 𝑐 ⋅ (𝜃 − 5) + 𝑚𝑞 ⋅ 𝑐 ⋅ (20 − 80) = 0
Como 𝑚𝑓 ⋅ 𝑐 = 𝑚𝑞 ⋅ 𝑐, então:
(𝜃 − 5) + (20 − 80) = 0
𝜃 = 65 °𝐶
Alternativa correta D.

8)
A figura mostra dois recipientes idênticos, um deles contendo 100 𝑔 de água a 5 °𝐶 e outro, água em
equilíbrio térmico com gelo, separados com um isolante térmico. Retirando-se o isolante, o gelo funde-se
totalmente e o sistema entra em equilíbrio térmico a 0 °𝐶. Não há trocas de calor com o meio exterior. O
calor latente do gelo é 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 , a densidade da água 1 𝑔/𝑐𝑚3 e a densidade do gelo 0,90 𝑔/𝑐𝑚3.

Pede-se:

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a) a massa total do sistema;


b) a quantidade de gelo inicial.

Comentários:
a) O volume do lado esquerdo for igual ao volume do lado direito, demonstraremos esse fato em
hidrostática.
Por isso, se derretêssemos o gelo do lado esquerdo, o volume de água do lado esquerdo seria igual
ao volume da água do lado direito.
Dessa forma, nosso sistema teria 100 gramas de cada lado, totalizando 200 gramas.
b) Fazendo o balanço de energia, lembrando que a temperatura de equilíbrio é de 0 °C, temos que:

∑ 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + ∑ 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

100 ⋅ 1 ⋅ (0 − 5) + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 80 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 1 ⋅ (0 − 0) = 0


𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 6,25 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠

2. Mudanças de estado
O estado físico de um corpo depende do estado de agregação de suas partículas.

O estado sólido é caracterizado pelas partículas não terem grande liberdade de movimentação,
não indo além as vibrações em torno de posições pré-definidas. De fato, as moléculas estão muito
próximas nesse estado e as forças de atração (coesão) predominam nesse estado. Com isso, os corpos
possuem um arranjo geométrico definido.

No estado líquido, existe uma maior liberdade de agitação das partículas da substância do que no
estado sólido, mas ainda com uma coesão considerável. As partículas nos líquidos “deslizam” umas sobre
as outras e se movem, fazendo com que o líquido tenha uma fluidez. Por isso, os líquidos possuem volume
bem definido, mas forma variável se ajustando ao formato do recipiente que o contém.

Já no estado gasoso, as moléculas estão afastadas umas das outras de tal forma que as forças de
coesão entre elas sejam muito fracas, inclusive para gases ideias (assunto muito cobrado em química)
essas forças são ignoradas. Com isso, elas podem se movimentar com uma liberdade maior do que no
estado líquido. Dessa forma, substâncias gasosas não possuem volume nem forma definida.

Dependendo da quantidade de energia que um corpo cede ou recebe, ele pode passar de um
estado físico para outro. Podemos representar as mudanças de estado conforme no esquema abaixo:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 17


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Figura 5: Mudanças de estado físico.

Na sublimação, passagem do estado sólido para o gasoso (ou sentido inverso, gasoso para o sólido)
ocorre sem que a substância passe pela fase líquida.

Chamamos de transformações endotérmicas aqueles em que é necessário receber calor para


ocorrer. São elas: a fusão, a vaporização e a sublimação (do sólido para o gasoso).

Denominamos transformações exotérmicas aqueles em que é necessário perder calor para


ocorrer. São elas: a solidificação, a liquefação e a sublimação (do gasoso para o sólido).

Vale ressaltar que a quantidade de calor necessária para a substância sofrer a fusão é mesma
quantidade necessários na transformação inversa, solidificação, estando submetidos à mesma
temperatura ambiente. O mesmo raciocínio é valido para a vaporização e para a liquefação.

2.1. Calor latente

Até agora, vimos o calor que produz variação de temperatura. Entretanto, pode haver uma
transferência de energia térmica capaz de mudar o estado físico do corpo, chamamos de calor latente.

Dessa forma, dizemos que o calor sensível é a energia térmica que altera a energia cinética de
translação das partículas. Como veremos mais à frente, essa energia cinética está diretamente ligada à
temperatura do corpo.

Por outro lado, o calor latente é a energia térmica que se transforma em energia potencial de
agregação. Com isso, altera-se o arranjo físico das partículas do sistema e muda o estado, sem alteração
de temperatura.

Definimos calor latente como:

A quantidade de calor que a substância troca por unidade de massa durante a


mudança de estado.

Por exemplo, o calor latente para vaporizar a água sob pressão normal é de:

𝐿𝑉 = 540 𝑐𝑎𝑙/𝑔

Quando ocorre a transformação inversa, ou seja, a água passa do estado vapor para o estado
líquido, processo chamado condensação ou liquefação, a quantidade de calor envolvida nesse processo
teria o mesmo módulo de 𝐿𝑉 mas, por convenção de sinal, seria negativa, já que foi perdida pela
substância. Dessa forma, o calor latente de liquefação da água, sob pressão normal, vale:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 18


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𝐿𝐶 = −540𝑐𝑎𝑙/𝑔

Assim, o calor latente de uma determinada substância depende da transição que está ocorrendo.
Por exemplo, quando o gelo se derrete, transformando-se em água no estado líquido, processo
denominado fusão, o calor latente é 𝐿𝐹 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔. Para a transformação inversa, isto é, processo de
solidificação da água ou congelamento, o calor latente é 𝐿𝑠 = −80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.

Como definimos, calor latente é a quantidade de calor por unidade de massa, em outras palavras:

𝑄
𝐿= 𝑜𝑢 𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝐿
𝑚

2.2. A fusão e a solidificação

Vamos considerar um bloco de gelo de massa 𝑚, com temperatura inicial de −20 °𝐶, sob pressão
normal. Se fornecermos calor a esse bloco, suas moléculas absorvem essa energia, o que provoca um
aumento de temperatura.

Se continuarmos fornecendo calor, iremos até a temperatura na qual a estrutura molecular não
consegue se manter, denominada de temperatura de fusão. Quando atingida esta temperatura, a
estrutura molecular sólida começa a se desarranjar. Com isso, a substância torna-se líquida e chamamos
esse processo de fusão. Se continuarmos a fornecer calor, veremos que a temperatura do líquido
aumentará.

Vale salientar que a temperatura de fusão de uma substância é bem definida e depende apenas
da substância e da pressão a que está sujeita. Sempre adotaremos que a pressão permanece constante
durante os processos de mudança de estado físico.

Se o nosso bloco de gelo é aquecido de −20 °𝐶 a 50 °𝐶, temos que:

Figura 6: Gelo à -20 °C virando água à 50 °C.

Assim, o calor total recebido pelo sistema para elevar a temperatura de −20 °𝐶 a 50 °𝐶 é dado
por:

𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ (0 − 𝜃0𝑔𝑒𝑙𝑜 ) + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝐿𝐹𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (𝜃𝑓 − 0)

Podemos representar a curva de aquecimento desse sistema conforme o gráfico abaixo:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 19


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Figura 7: Gráfico da temperatura em função do calor recebido.

Note que o trecho da fusão corresponde a um intervalo que fornecemos calor, mas não há variação
de temperatura. Como é esperado, o processo inverso da fusão é a solidificação.

Se tivéssemos tomado o processo inverso, isto é, partir da água a 50 °𝐶 e levarmos a gelo −20 °𝐶.
Nesse processo, é necessário retirar calor da água. Dessa forma, a energia cinética de translação das
partículas diminui, em outras palavras, sua temperatura reduz.

Esse decréscimo na temperatura da água líquida possui um valor limite. Quando o sistema atinge
a temperatura de 0 °𝐶 cessa o processo e a partir daí, se continuarmos o processo de retirada de calor, as
moléculas se rearranjarão na estrutura do estado sólido, promovendo a diminuição da energia potencial
de agregação, sem alteração de temperatura.

Após o rearranjo molecular (solidificação), se mantermos a retirada de calor da água, a


temperatura irá voltar a diminuir, como no esquema representativo abaixo:

Figura 8: Água à 50 °C virando gelo à -20 °C.

Podemos calcular o calor total cedido pelo sistema da seguinte forma:

𝑄 = 𝑄3 + 𝑄2 + 𝑄1

𝑄 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (0 − 𝜃0á𝑔𝑢𝑎 ) + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝐿𝑆á𝑔𝑢𝑎 + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 (𝜃𝑓 − 0)

Como bem sabemos, 𝐿𝑆 e 𝐿𝐹 são iguais em módulos, mas é convencionado que 𝐿𝐹 seja positivo
(calor recebido) e 𝐿𝑆 seja negativo (calor cedido).

A curva de resfriamento desse processo pode ser representada de acordo com o gráfico abaixo:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 20


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Figura 9: Gráfico da temperatura em função do calor cedido.

Observe que as mesmas considerações e explicações feitas para a fusão-solidificação do gelo vale
para a maioria das substâncias. A tabela abaixo mostra os valores de calor latente e de temperatura de
fusão para algumas substâncias, sob pressão atmosférica normal:

Substância 𝑳𝑭 (𝒄𝒂𝒍/𝒈) 𝜽𝑭 ( °𝑪)

Água (𝑯𝟐 𝑶) 80 0

Alumínio (𝑨𝒍) 94 660

Cobre (𝑪𝒖) 41 1083

Ferro (𝑭𝒆) 49 1535

Mercúrio (𝑯𝒈) 2,8 -39

9)
Qual a quantidade de calor 100 gramas de gelo precisam ganhar para ir de −20 °𝐶 a 50 °𝐶? Dados que:
𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0,50 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶, 𝐿𝐹 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔, 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.

Comentários:
Da teoria, sabemos que o gelo sofre fusão a 0 °𝐶. Assim, teremos as seguintes etapas:
1) 𝑄1: gelo recebe calor até atingir a temperatura de 0 °𝐶 (calor sensível).
2) 𝑄2 : gelo recebe calor para se fundir (calor latente).

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 21


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3) 𝑄3 : água recebe calor para ir de 0 °C a 50 °C


Logo, a quantidade de calor total é dada por:
𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3
𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ (0 − 𝜃0𝑔𝑒𝑙𝑜 ) + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝐿𝐹𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (𝜃𝑓 − 0)

𝑄 = 100 ⋅ 0,5 ⋅ (0 − (−20)) + 100 ⋅ 80 + 100 ⋅ 1 ⋅ (50 − 0)


𝑄 = 1000 + 8000 + 5000
𝑄 = 14000 𝑐𝑎𝑙 ou 𝑄 = 14 𝑘𝑐𝑎𝑙
Para esse processo, a curva de aquecimento é representada por:

10)
Em um calorímetro ideal misturam-se 200 gramas de gelo a −20 °𝐶 com 100 gramas de água a uma
temperatura 𝜃.
Considere que: 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0,50 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶, 𝐿𝐹 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔, 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
Calcule:
a) a temperatura inicial da água (𝜃), para que no equilíbrio térmico coexistam massas iguais de gelo e de
água.
b) a temperatura da água, quando o gelo atinge 0°𝐶, de acordo com as considerações do item a.

Comentários:
a) Se considerarmos o calorímetro ideal, podemos escrever que:
(𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 )á𝑔𝑢𝑎 + (𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 )𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0
A condição do item a) é que coexista água e gelo, portanto, a temperatura de equilíbrio térmico é
de 0 °𝐶 e do enunciado, a massa de gelo é maior que a massa de água, então:
𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (0 − 𝜃) + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ (0 − (−20)) + (𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ) ⋅ 𝐿𝐹 = 0
𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜

100 ⋅ 1 ⋅ (−𝜃) + 200 ⋅ 0,5 ⋅ 20 + (𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ) ⋅ 80 = 0


𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜

Como as massas devem ser iguais, então:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 22


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𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜
100 + 200 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜
𝑚á𝑔𝑢𝑎 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 150 𝑔
Dada a massa inicial de gelo é de 200 gramas, logo, se fundirá 50 gramas de gelo. Portanto:
100 ⋅ 1 ⋅ (−𝜃) + 200 ⋅ 0,5 ⋅ 20 + 50 ⋅ 80 = 0
−100𝜃 + 2000 + 4000 = 0
𝜃 = 60 °𝐶
b) Do item a, notamos que o gelo precisou receber 2000 𝑐𝑎𝑙 para atingir a temperatura de 0 °𝐶 e mais
4000 𝑐𝑎𝑙 para fundir 50 gramas de gelo. Logo, a água perdeu apenas 2000 𝑐𝑎𝑙 para que o gelo chegasse
a 0 °𝐶.
Portanto:
𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (𝜃𝑎 − 60)
−2000 = 100 ⋅ 1 ⋅ (𝜃𝑎 − 60)
𝜃𝑎 = 40 °𝐶

Poderíamos representar esse processo graficamente da seguinte forma:

11)
Aquecendo-se 30 g de uma substância à razão constante de 30 cal/min, dentro de um recipiente
bem isolado, sua temperatura com o tempo de acordo com a figura. A 40 °C ocorre uma transição
entre duas fases distintas.
a) Qual o calor latente de transição?
b) Qual o calor específico entre 70 °C e 80 °C?

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 23


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Comentários:
a) Dado que a potência é constante e de 30 cal/min, durante a transição de estados, o tempo gasto foi de
70 − 40 = 30 𝑚𝑖𝑛. Portanto, a quantidade de calor é de:
𝑄𝐿 = 𝑃 ⋅ Δ𝑡
𝑄𝐿 = 30 ⋅ 30 = 900 𝑐𝑎𝑙
Logo, o calor latente é dado por:
𝑄𝐿
𝐿=
𝑚
900
𝐿=
30
𝐿 = 30 𝑐𝑎𝑙/𝑔
b) Inicialmente, devemos encontrar quanto tempo ele leva para sair 70 °C para 80 °C. Considerando a
potência fornecida constante, então, se ele leva 10 minutos (80 – 70) para ir de 40 °C a 80 °C, ele gasta
2,5 min para elevar a temperatura de 10 °C. Logo, a quantidade de calor trocado de 70 °C para 80 °C é
dado por:
𝑄 = 𝑃 ⋅ Δ𝑡
𝑄 = 30 ⋅ 2,5 = 75 cal
Assim, temos que:
𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
75 = 30 ⋅ 𝑐 ⋅ (80 − 70)
𝑐 = 0,25 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
Observação: como já vimos, trabalhamos com um valor médio de calor específico. Como ele é
constante durante todo o intervalo de 70 min a 80 min, então poderíamos ter pensado também:
𝑄 = 𝑃 ⋅ Δ𝑡
𝑄 = 30 ⋅ 10
𝑄 = 300 𝑐𝑎𝑙
300 = 30 ⋅ 𝑐 ⋅ (80 − 40)
𝑐 = 0,25 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶

12)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 24


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Um recipiente de paredes finas contém 100𝑔 de uma liga metálica. O gráfico representa a temperatura
𝑇 da liga em função do tempo 𝑡. Até o instante 𝑡 = 50𝑠, a liga recebe de um aquecedor a potência 𝑃0 =
30 𝑊 e, a partir desse instante, passa a receber a potência 𝑃1 = 43 𝑊. A temperatura de fusão da liga é
327 °𝐶 e a de ebulição é superior a 1500 °𝐶 . Na situação considerada a liga perde calor para o ambiente
a uma taxa constante. Avalie:

a) a quantidade de calor perdida pela liga, a cada segundo, em 𝐽.


b) a energia (em 𝐽) necessária para fundir 1𝑔 da liga.
c) a energia (em 𝐽) necessária para elevar, de 1 °𝐶, a temperatura de 1𝑔 da liga no estado líquido.
d) a energia (em 𝐽) necessária para elevar, de 1 °𝐶, a temperatura de 1𝑔 da liga no estado sólido.

Comentários:
a) Note que pelo gráfico, de 0 a 50 segundos, a temperatura permaneceu rigorosamente a 307 °C. Assim,
concluímos que todo calor recebido pela liga é liberado pela liga. Portanto, a quantidade de calor perdida
pela liga é de 30 𝐽/𝑠.
b) A partir de 50 segundos, a potência passa a ser de 43 𝑊, portanto, o acréscimo de 13 W é responsável
para fundir a liga. Portanto:
𝑄 = 𝑃 ⋅ Δ𝑡
𝑄 = 13 ⋅ 200 = 2600 𝐽
Note que essa quantidade de calor é para fundir 100 gramas da liga, então, para fundir 1 grama,
precisamos de 26 𝐽.
c) Na fase líquida, mantida a potência fornecida constante, a liga leva 10 segundo para elevar sua
temperatura de 327 °C para 347 °C. Logo, a quantidade de calor nesse processo é de:
𝑄 = 𝑃 ⋅ Δ𝑡
𝑄 = 13 ⋅ 10
𝑄 = 130 𝐽
Notamos que foram necessários 130 𝐽 para elevar a temperatura em 347 − 327 = 20 °𝐶. Logo,
por regra de três simples, podemos dizer que precisamos de 6,5 𝐽 para elevar 100 gramas da liga em 1 °𝐶.
Portanto, para 1 grama de liga, precisamos de 6,5 ⋅ 10−2 𝐽 para elevar a liga líquida de 1 °𝐶.
d) Na fase sólida, mantida a potência fornecida constante, a liga leva 20 segundo para elevar a
temperatura de 307 °C para 327 °C. Logo, a quantidade de calor nesse processo é de:
𝑄 = 𝑃 ⋅ Δ𝑡

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 25


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𝑄 = 13 ⋅ 20
𝑄 = 260 𝐽
Portanto, precisamos de 13 J para elevar 100 gramas de liga em 1°C. Logo, para 1 grama de liga,
são necessários 1,3 ⋅ 10−1 𝐽 para elevar a liga sólida de 1 °C.

13)
Um pesquisador estuda a troca de calor entre um bloco de ferro e certa quantidade de uma substância
desconhecida, dentro de um calorímetro de capacidade térmica desprezível (ver Figura 1). Em sucessivas
experiências, ele coloca no calorímetro a substância desconhecida, sempre no estado sólido à
temperatura 𝑇0 = 20 °𝐶, e o bloco de ferro, a várias temperaturas iniciais 𝑇, medindo em cada caso a
temperatura final de equilíbrio térmico 𝑇𝑒 . O gráfico da Figura 2 representa o resultado das experiências.
A razão das massas do bloco de ferro e da substância desconhecida é 𝑚𝑓 /𝑚𝑠 = 0,8.
Considere o valor do calor específico do ferro igual a 0,1 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶). A partir destas informações,
determine para a substância desconhecida:

a) a temperatura de fusão, 𝑇𝑓𝑢𝑠ã𝑜 .


b) o calor específico, 𝑐𝑠 , na fase sólida.
c) o calor latente de fusão 𝐿.

Comentários:
a) Olhando o gráfico fornecido na figura 2, concluímos que a temperatura de fusão é de 60 °, pois o bloco
de ferro fornece calor para a substância e não há variação de temperatura de equilíbrio nesse patamar,
simbolizando uma mudança de estado, no caso a fusão.
b) Fazendo o balanço de energia entre o sólido e a substância misteriosa temos:
𝑄𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜 + 𝑄𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 = 0
𝑚𝑓 ⋅ 𝑐𝑓 ⋅ (60 − 200) + 𝑚𝑆 ⋅ 𝑐𝑆 ⋅ (60 − 20) = 0
𝑚𝑓 140
𝑐𝑆 = ⋅ 𝑐𝑓 ⋅ ( )
𝑚𝑆 40
14
𝑐𝑆 = 0,8 ⋅ 0,1 ⋅
4

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 26


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𝑐𝑆 = 0,28 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
c) Note que a partir de 450 °C, a substância está na fase líquida, pois ao adicionar mais calor por blocos a
temperaturas mais altas, veremos que a temperatura de equilíbrio aumentará sempre. Portanto, todo o
calor cedido pelo bloco com temperatura inicial de 450 °C e temperatura final de 60 °C, será utilizado pela
substância para elevá-la de 20 °C a 60 °C e fundi-la totalmente. Pelo balanço de energia, temos que:
(𝑄𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜 )450°𝐶→60°𝐶 + (𝑄𝑆 )20°𝐶→60°𝐶 + (𝑄𝑆 )𝑓𝑢𝑠ã𝑜 = 0
𝑚𝑓 ⋅ 𝑐𝑓 ⋅ (60 − 450) + 𝑚𝑆 ⋅ 𝑐𝑆 ⋅ (60 − 20) + 𝑚𝑆 ⋅ 𝐿𝑆 = 0
𝑚𝑓
⋅ 0,1 ⋅ (−390) + 0,28 ⋅ 40 + 𝐿𝑆 = 0
𝑚𝑆
𝐿𝑆 = 20 𝑐𝑎𝑙/𝑔

14)
Dentro de um calorímetro ideal são colocados 40 𝑔 de água a 40 °𝐶 e um bloco de gelo de massa 10 𝑔, à
temperatura de −10 °𝐶. Qual a temperatura final de equilíbrio térmico?
Considere que: 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0,50 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶, 𝐿𝐹 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔, 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.

Comentários:
Nesse tipo de questão, vamos estabelecer 0 °𝐶 como referência, isto é, levar o sistema para 0 °𝐶
e analisar o calor cedido e o calor recebido. Vamos lá:
1) calor para resfriar a água até 0 °𝐶:
𝑄1 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (0 − 40) = 40 ⋅ 1 ⋅ (−40) = −1600 𝑐𝑎𝑙
Note que o sinal negativo mostra que a água cede calor para atingir 0 °𝐶.
2) calor para aquecer o gelo até 0 °𝐶:
𝑄2 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ (0 − (−10)) = 10 ⋅ 0,5 ⋅ (0 + 10) = 50 𝑐𝑎𝑙
Note que o sinal positivo mostra que o gelo recebe calor para atingir 0 °𝐶.
Observe ainda que o saldo entre 𝑄1 e 𝑄2 é de −1550 𝑐𝑎𝑙. Isso mostra que a água e o gelo à
temperatura de 0 °𝐶 e ainda estão sobrando 1550 𝑐𝑎𝑙. Não podemos nos esquecer que o calorímetro é
ideal, por isso, não há trocas de calor com o exterior.
3) calor para derreter o gelo:
𝑄3 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ (𝐿𝐹 )𝑔𝑒𝑙𝑜 = 10 ⋅ 80 = 800 𝑐𝑎𝑙
Ao fazermos a soma 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 = −750 𝑐𝑎𝑙, notamos que ainda sobram 750 𝑐𝑎𝑙 no nosso
sistema.
4) com o item 3, vemos que se tivéssemos a quantidade energia para levar toda água de 40 °𝐶 até
0 °𝐶 é maior que a quantidade de calor necessária para levar o gelo até a temperatura de 0 °𝐶 e derreter
todo o gelo. Então, para esse sistema, é esperado que a temperatura final de equilíbrio seja acima de 0 °𝐶.
Assim:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 27


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𝑄2 + 𝑄3 + (𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ) ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 (𝜃𝑒 − 0) + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ (𝜃𝑒 − 40) = 0


𝑑𝑒𝑟𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜

50 + 800 + 10 ⋅ 1 ⋅ 𝜃𝑒 + 40 ⋅ 1 ⋅ (𝜃𝑒 − 40) = 0


850 + 50𝜃𝑒 − 1600 = 0
50𝜃𝑒 = 750
𝜃𝑒 = 25 °𝐶

Observação:

1) Até aqui, consideramos nossos sólidos cristalinos, aqueles que apresentam moléculas
dispostas ordenadamente num retículo. Entretanto, substâncias como o vidro não
apresentam estruturas cristalinas, é considerado por algumas literaturas como um líquido
de altíssima viscosidade. Tais “sólidos” sofrem um processo chamado fusão pastosa,
quando aquecidos e não apresentam características bem definidas.

2) Considera-se apenas que a substância vai se tornando menos viscosa, passando por um
“estado intermediário pastoso” e depois adquiri características de líquido. Nesse caso, a
temperatura não se mantém constante.

3) Em algumas substâncias compostas quando aquecidas, podem ocorrer sua decomposição


antes de alcançar a temperatura de mudança de estado, como é o caso da madeira.

2.2.1. Sobrefusão ou superfusão ou super-resfriamento


Em situações especiais, quando resfriamos um líquido podemos atingir temperaturas abaixo
daquela que corresponde à de solidificação e a substância ainda se mantém na fase líquida.

O estado de sobrefusão é um equilíbrio metaestável, isto é, existe ilusoriamente um equilíbrio,


que na verdade é uma passagem muito lenta para a outra fase. Basta uma pequena perturbação no
recipiente e, bruscamente, o líquido se solidifica parcialmente ou totalmente.

Com isso, a temperatura do sistema aumenta até o ponto de solidificação. Isso ocorre devido ao
calor liberado pela parte do líquido que se solidifica (a solidificação é uma transformação exotérmica).

Podemos representar graficamente a sobrefusão da seguinte forma:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 28


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Figura 10: Temperatura em função do calor recebido para a superfusão.

Note que a substância se apresenta em sobrefusão no trecho BC e quando sofre a perturbação,


altera-se bruscamente para o ponto D, que corresponde à temperatura de solidificação.

Se tomarmos uma massa 𝑀 de um líquido em sobrefusão em uma temperatura 𝜃 menor que a


temperatura de solidificação (𝜃 < 𝜃𝑆 ). Ao perturbamos o sistema, uma parte 𝑚 da massa total do nosso
líquido se solidifica e ao fazer isso, libera uma quantidade de calor suficiente para aquecer o sistema,
voltando a temperatura de solidificação (𝜃𝑆 ). Podemos escrever que:

𝑚 ⋅ 𝐿𝐹 = 𝑀 ⋅ 𝑐𝑙𝑖𝑞 ⋅ (𝜃 − 𝜃𝑆 )

15)
Quando água pura é cuidadosamente resfriada, nas condições normais de pressão, pode permanecer no
estado líquido até temperaturas inferiores a 0 °𝐶, num estado instável de ''superfusão''. Se o sistema é
perturbado, por exemplo, por vibração, parte da água se transforma em gelo e o sistema se aquece até
se estabilizar em 0 °𝐶. O calor latente de fusão da água é 80𝑐𝑎𝑙/𝑔. Considerando-se um recipiente
termicamente isolado e de capacidade térmica desprezível, contendo um litro de água a −5,6 °𝐶, à
pressão normal, determine:
a) a quantidade, em gramas, de gelo formada, quando o sistema é perturbado e atinge uma situação de
equilíbrio a 0 °𝐶;
b) a temperatura final de equilíbrio do sistema e a quantidade gelo existente (considerando-se o sistema
inicial no estado de ''superfusão'' a −5,6°𝐶), ao colocar-se, no recipiente, um bloco metálico de
capacidade térmica 400 𝑐𝑎𝑙/°𝐶, na temperatura de 91 °𝐶.

Comentários:
a) conforme visto em teoria, podemos dizer que o calor necessário para trazer a água até 0 °C é expresso
por:
𝑄 = 𝑀 ⋅ 𝑐𝑙𝑖𝑞 ⋅ (0 − (−5,6))

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 29


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𝑄 = 1000 ⋅ 1 ⋅ 5,6 = 5600 𝑐𝑎𝑙


Esse calor ao ser cedido ao sistema, é responsável pela solidificação da seguinte quantidade de
gelo:
𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝐿𝐹
5600 = 𝑚 ⋅ 80
𝑚 = 70 𝑔
b) notamos que o bloco metálico vai ceder 5600 𝑐𝑎𝑙 para derreter as 70 gramas de gelo e teremos 70 +
930 gramas de água a 0 °C. A partir daí, todo calor ainda fornecido pelo bloco será utilizado pelos 1000
gramas de água até atingir a temperatura de equilíbrio:

∑ 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + ∑ 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

400 ⋅ (𝜃𝑒 − 91) + 70 ⋅ 80 + 1000 ⋅ 1 ⋅ (𝜃𝑒 − 0) = 0


1400 𝜃𝑒 = 30800
𝜃𝑒 = 22 °𝐶
Dado que a temperatura de equilíbrio é de 22 °𝐶, a quantidade de gelo será nula.

16) (AFA – 2010)


A água, em condições normais, solidifica-se a 0°𝐶. Entretanto, em condições especiais, a curva de
resfriamento de 160 𝑔 de água pode ter o aspecto a seguir.

Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo e o calor específico da água valem, respectivamente,
80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a massa de água, em gramas, que se solidifica no trecho MN é
a) 8 b) 10 c) 16 d) 32

Comentários:
Note que no ponto M o líquido está em sobrefusão. Dessa forma, quando perturbado, o sistema
solidifica parte da água (trecho MN). Considerando o sistema termicamente isolado, escrevemos que:

∑ 𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + ∑ 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0

𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 + 𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 = 0
(𝑚 ⋅ 𝐿𝐹 )𝑔𝑒𝑙𝑜 + (𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃)á𝑔𝑢𝑎 = 0

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 30


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𝑚 ⋅ (−80) + 160 ⋅ 1 ⋅ (0 − (−5)) = 0


𝑚 = 10 𝑔
Alternativa correta B.

2.3. Vaporização e liquefação

Liquefação ou condensação é a passagem de uma substância gasosa para a fase líquida. Trata-se
de um processo exotérmico, onde há liberação de calor.

Por outro lado, vaporização é a passagem de uma substância líquida para a fase gasosa. Trata-se
de um processo endotérmico, pois há recebimento de calor.

A ebulição e a evaporação são os principais processos de vaporização.

2.3.1. Ebulição
Ao fornecer calor a uma substância líquida, aumenta-se a energia de agitação de suas partículas,
com isso, aumenta-se sua temperatura. Contudo, a temperatura aumenta até um certo limite,
dependendo da substância e da pressão. A partir daí a estrutura molecular começa a sofrer mudanças.

Se continuar fornecendo calor, a energia recebida pelo líquido é usada para desagregar a estrutura,
transformando o líquido em vapor. Denominamos esse processo de ebulição.

Para a realização desse processo, toda massa líquida participa, o que provoca rápida produção de
vapores em diversos pontos do líquido, gerando uma agitação intensa que pode ser observada.

Vale salientar que a temperatura de ebulição é bem definida e depende da natureza do líquido e
da pressão a que está sujeito.

Como veremos na aula de fluidodinâmica, a pressão atmosférica depende do local e diminui à


medida que se aumenta a altitude. Por isso, a temperatura de ebulição varia de local para local,
aumentando conforme cresce a pressão.

Para lidar com esse fato, o homem inventou a panela de pressão, que, trata-se de um método para
elevar a pressão dentro do recipiente, fazendo com que a água em seu interior ferva a uma temperatura
mais alta e, com isso, o alimento cozinha a uma temperatura maior, reduzindo o tempo de cozimento.

Para a fusão dos sólidos de estrutura cristalina (𝜃𝐹𝑢𝑠ã𝑜 ) e para a ebulição dos líquidos (𝜃𝐸𝑏𝑢𝑙𝑖çã𝑜 )
vale, de um modo geral, as três leis básicas:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 31


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1ª Lei:

Para uma dada pressão, cada substância possui uma 𝜽𝑭𝒖𝒔ã𝒐 e uma 𝜽𝑬𝒃𝒖𝒍𝒊çã𝒐 .

Por exemplo, a água sofre fusão a 0 °𝐶 e entra em ebulição a 100 °𝐶, sob pressão normal
(101325 𝑃𝑎), já o álcool se solidifica a −117,3 °𝐶 e entra em ebulição a 78,5 °𝐶, nessa pressão.

2ª Lei:

Para uma mesma substância, 𝜽𝑭𝒖𝒔ã𝒐 e 𝜽𝑬𝒃𝒖𝒍𝒊çã𝒐 dependem da pressão.

Por exemplo, a água entre em ebulição a 100 °𝐶 ao nível do mar (altitude zero) e na cidade de São
Paulo (altitude de 731 metros) a aproximadamente 98 °𝐶.

3ª Lei:

Se a pressão permanecer constante, durante a fusão e a ebulição de uma


substância 𝜽𝑭𝒖𝒔ã𝒐 e 𝜽𝑬𝒃𝒖𝒍𝒊çã𝒐 permanecerão constante.

Quando não é mencionado no exercício, subentendesse que em uma mudança de estado a pressão
permanece constante e igual à pressão atmosférica normal (101325 𝑃𝑎).

Para exemplificar as mudanças de estado, vamos pegar um bloco de gelo de 100 gramas e aquecê-
lo de −20 °𝐶 até 150 °𝐶, sob pressão normal.

Figura 11: Todas as mudanças de estado físico para água.

O calor total pode ser escrito como:

𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 + 𝑄5

𝑄 = (𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 ) + (𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 ) + (𝑄á𝑔𝑢𝑎 ) + (𝑄á𝑔𝑢𝑎 ) + (𝑄𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 )100→150


−20→0 𝑑𝑒𝑟𝑟𝑒𝑡𝑒𝑟 0→100 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎𝑟

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 (0 − (−20)) + 𝑚 ⋅ 𝐿𝐹 + 𝑚 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 (100 − 0) + 𝑚 ⋅ 𝐿𝑉 + 𝑚 ⋅ 𝑐𝑉𝑎𝑝𝑜𝑟 (150 − 100)

𝑄 = 100 ⋅ 0,5 ⋅ 20 + 100 ⋅ 80 + 100 ⋅ 1 ⋅ 100 + 100 ⋅ 540 + 100 ⋅ 0,48 ⋅ 50

𝑄 = 1000 + 8000 + 10000 + 54000 + 2400

𝑄 = 75400 𝑐𝑎𝑙

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Onde todas as temperaturas são dadas em °C. graficamente, temos a seguinte curva de
aquecimento:

Figura 12: Gráfico da temperatura em função do calor recebido para o gelo à -20 °C.

2.3.2. Evaporação
Na evaporação, as partículas que possuem energia cinética grande o suficiente para escapar da
força de interação com as outras moléculas, conseguem escapar se afastando das demais.

Ao contrário da ebulição, a evaporação é processo natural que não depende de uma certa
temperatura para ocorrer. Trata-se de um processo lento, que ocorre somente na superfície livre do
líquido.

A taxa com que ocorre a evaporação de um líquido depende de 5 fatores:

1) Natureza do líquido (𝒌): Líquidos mais voláteis evaporam mais rápidos. Por exemplo, nas
mesmas condições o éter evapora mais rápido que a água. Esse fato pode ser explicado
pelas forças de coesão entre as moléculas dos dois líquidos. No éter, as forças de coesão
são menores que as forças de coesão na água.

2) Pressão na superfície livre do líquido (𝑷𝑬𝒙𝒕 ): quanto maior a pressão na superfície livre do
líquido, mais difícil será para as partículas do líquido, diminuindo a rapidez de evaporação.
Portanto, quanto maior a pressão externa na superfície livre do líquido, menor será a
velocidade de evaporação.

3) Área da superfície livre (𝑨): quanto maior for a área da superfície livre, maior será a rapidez
da evaporação. Vemos esse fato na prática quando deixamos uma peça de roupa embolada
e colocamos uma aberta no mesmo ambiente. Observamos que a peça de roupa aberta
secará muito mais rápido.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 33


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4) Temperatura: quanto maior a temperatura, maior será a velocidade de evaporação. Apesar


da evaporação não depender da temperatura para ocorrer, a temperatura influenciará na
pressão máxima de vapor (𝑷𝑴𝑽), assunto do nosso próximo subtópico.

5) Pressão de vapor do líquido (𝑷𝑽 ): esse fator mostra que quanto mais vapor do líquido
estiver nas proximidades da superfície livre do líquido, menor será a rapidez da evaporação.

Diante desses fatores, Dalton propôs a seguinte lei para a evaporação:

𝑃𝑀𝑉 − 𝑃𝑉
𝑣 =𝑘⋅𝐴⋅( )
𝑃𝑒𝑥𝑡

Em que:

 𝑘: fator que depende da natureza do líquido.

 𝐴: área da superfície livre.

 𝑃𝑀𝑉 : pressão máxima de vapor.

 𝑃𝑉 : pressão de vapor.

 𝑃𝑒𝑥𝑡 : pressão externa a superfície livre.


𝑃𝑀𝑉 −𝑃𝑉
Como o fator é adimensional, a análise da unidade da taxa de evaporação dependerá das
𝑃𝑒𝑥𝑡
unidades utilizadas em 𝑘 e em 𝐴.

Essa fórmula não precisa ser decorada, mas entendida!

2.4. Pressão de vapor

Para entendermos esse conceito, vamos fazer um experimento considerando a temperatura


constante.

Suponha que dispomos de um êmbolo, contento água no estado líquido. No início, o êmbolo está
em contato direto com a superfície livre da água.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 34


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Figura 13: Êmbolo no estado inicial

Se levantarmos o êmbolo, surgirá um espaço entre ele e a superfície livre do líquido, que começa
a ser preenchida por moléculas desse líquido vaporizadas. Entretanto, algumas dessas partículas ainda
voltam para a fase líquida. Inicialmente, temos um maior número de partículas indo para o estado de
vapor do que voltando para o líquido.

Após certo tempo, o sistema alcançará um equilíbrio dinâmico, isto é, o número de partículas que
saem da fase líquida é igual ao número das que entram.

Quando atingida o equilíbrio, denominamos a região gasosa de vapor saturante, e sua pressão
não aumentará mais para aquela temperatura do experimento. Dizemos que chegamos na pressão
máxima de vapor (𝑷𝑴𝑽).

Figura 14: Variação no êmbolo até a situação de equilíbrio dinâmico.

Caso ergamos o êmbolo um pouco mais, notaremos que o equilíbrio líquido/vapor será
interrompido. Novamente, teremos vaporização do líquido, até que um novo equilíbrio dinâmico seja
atingido, diante das novas condições, e a pressão voltará novamente ao seu valor máximo, para aquela
temperatura em questão.

Dado que o nosso êmbolo é grande o suficiente para transformar todo líquido em vapor (podemos
levantar o êmbolo indefinidamente), chegaremos até o ponto em que a última gota se evapore. Nesse
momento, quando aumento no volume provocará uma queda de pressão e, como não existe mais líquido
para vaporizar, ela não voltará mais ao seu valor máximo.

Dizemos que nessas condições o vapor é não-saturante.

Com o vapor não-saturante, se comprimirmos o vapor, observaremos que a pressão aumentará,


quase que inversamente proporcional ao volume. Contudo, a pressão aumentará até um valor máximo,
por mais que tentamos comprimir o vapor. Chegamos novamente a 𝑃𝑀𝑉 . A partir de um certo volume,
ocorrerá liquefação, isto é, todo vapor passará para a fase líquida. Aumentando ainda mais a compressão,
não haverá mais variação significante de volume, já que os líquidos são praticamente incompressíveis.

O processo pode ser observado no gráfico abaixo:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 35


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Figura 15: Diagrama P-V para a transformação estudada no êmbolo.

Observação:

1) A pressão máxima de vapor depende apenas da temperatura e da substância, e ela


aumenta com a temperatura.
𝑃𝑀𝑉 −𝑃𝑉
2) Relembrando que a taxa de evaporação depende do fator , quando o ambiente
𝑃𝑒𝑥𝑡
gasoso se torna saturado pelo vapor do líquido, isto é, 𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑉 , a rapidez de evaporação
anula-se. Entretanto, quanto maior a diferença entre 𝑃𝑉 e 𝑃𝑀𝑉 , maior será a taxa de
evaporação.

3) A ebulição acontece à temperatura em que 𝑃𝑀𝑉 = 𝑃𝐸𝑥𝑡 . Por exemplo, a 𝑃𝑀𝑉 = 760 𝑚𝑚𝐻𝑔
a 100 °C. Por isso, nessa pressão (760 mmHg) a água entra em ebulição a 100 °C. Se
tomarmos outro lugar como o pico do monte Everest, onde a pressão atmosférica é de 240
mmHg, a temperatura de ebulição da água é de 71 °C, onde 𝑃𝑀𝑉 = 240 𝑚𝑚𝐻𝑔.

2.5. Umidade relativa

Para falar sobre umidade relativa, peguei emprestado um trecho da aula do grande Thiago
Cardoso, professor de química.

A chuva ou precipitação pode ser entendida como a passagem do vapor de água para o estado
líquido em quantidades suficientes para exercer um efeito visível.

Para estimar a probabilidade de chuva em uma região, a meteorologia frequentemente utiliza o


conceito de umidade relativa do ar (URA).

Para entender esse conceito, você precisa ter em mente que a atmosfera não é um sistema
fechado e é um sistema muito amplo. Por conta disso, é natural que apareçam desequilíbrios.

A água é um elemento bastante abundante na superfície do planeta. Por conta disso, o equilíbrio
da água líquida envolvendo a água no estado de vapor é uma parte crucial do ciclo da água.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 36


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Já aprendemos que esse equilíbrio é caracterizado por uma pressão de vapor saturante. A umidade
relativa do ar, por sua vez, diz respeito à razão entre a pressão de vapor efetivamente medida e a pressão
de vapor saturante (pressão máxima de vapor).

𝑷𝒗𝒂𝒑𝒐𝒓
𝑼𝑹𝑨 =
𝑷𝒔𝒂𝒕

A pressão de vapor é escrita em termos percentuais. Por exemplo, a 25ºC, a pressão de vapor
saturante da água é de 24 mmHg.

Se a pressão de vapor medida for de 12 mmHg, então a umidade relativa do ar será:

12
𝑈𝑅𝐴 = = 0,50 = 50%
24
Agora, vamos fazer a interpretação inversa. Quais as implicações de umidade relativa do ar igual a
50%?

Primeiramente, já vimos que a pressão de vapor medida é inferior a 24 mmHg que seria a pressão
de equilíbrio. Isso significa que água deve passar do estado líquido para o estado de vapor.

Sendo assim, a umidade relativa do ar inferior a 100% implica em evaporação. Diante disso, ainda
assim, existe a possibilidade de chuva?

Pense bem na sua resposta.

A resposta correta seria que sim, ainda existe a possibilidade de chuva.

Isso acontece porque o equilíbrio químico é dinâmico. Quando temos a água líquida em equilíbrio
com o seu vapor, existe água líquida passando para o estado gasoso e vapor passando para o estado
líquido o tempo inteiro.

Da mesma forma, quando temos a umidade relativa inferior a 100%, o que podemos dizer é que
mais água líquida passa para o estado de vapor do que contrário. Porém, o vapor ainda continua
passando para o estado líquido.

Porém, de maneira geral, podemos afirmar que, quanto maior a umidade relativa do ar, maior será
a probabilidade de chuva.

Se, por outro lado, a umidade relativa do ar for muito próxima ou até mesmo superior a 100%, a
chuva é quase certa. E provavelmente será daquelas.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 37


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Pense, por exemplo, numa situação em que a umidade relativa do ar está 150%. Nesse caso, a
pressão de vapor é de 36 mmHg, enquanto a pressão saturante é de 24 mmHg. Nesse caso,
necessariamente, haverá vapor passando para o estado líquido, o que se traduz numa altíssima
probabilidade de chuva.

17) (ITA – 1993)


Quando dizemos que o ar tem 15% de umidade relativa, queremos dizer que:
a)15% das moléculas são de água.
b) 15% da massa do ar é de água.
c) A pressão parcial do vapor de água é 15% da pressão total
d) A pressão parcial do vapor de água é 0,15.760 mmHg
e) A pressão parcial do vapor de água é 15% da pressão de vapor saturante para a temperatura que se
encontra o ar.

Comentários:
Questão bastante literal em que o ITA cobrou diretamente o conceito de umidade relativa do ar.
A umidade relativa do ar é a razão entre a pressão parcial do vapor de água e a pressão de vapor
saturante para aquela temperatura.
Gabarito: E

2.6. Sublimação

Em sólidos cristalinos, a vaporização é muito lenta a inúmeras temperaturas. Como exemplo,


temos os cristais de naftalina que, sob condições normais de pressão e temperatura, sofre o processo de
evaporação de forma bem lenta, semelhante à de um líquido.

Contudo, quando a pressão máxima de vapor do cristal iguala-se a pressão externa, a liberação de
vapor passa a ser bem rápida, tornando o processo semelhante à ebulição de um líquido.

Esses dois processos são denominados de sublimação. Portanto:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 38


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Sublimação é a passagem do estado físico para o gasoso ou vice-versa, quando a


pressão máxima de vapor se iguala a pressão externa, sem que a substância passe
pela fase líquida.

2.7. Ponto crítico e ponto triplo

2.7.1. Ponto crítico


Como já ouvimos falar, no estado gasoso há vapores e gases, mas qual a diferente entre eles?

Gás é um estado de uma substância no qual, a temperatura constante, é impossível condensá-la


apenas por compressão.

Por outro lado, vapor é o estado em que, a temperatura constante, pode haver liquefação quando
aumentasse a pressão.

Existe uma situação limite entre vapor e gás na qual a temperatura é chamada de temperatura
crítica, que juntamente com a pressão crítica definem o ponto crítico.

Vale salientar que acima da temperatura crítica a substância é chamada de gás, não sendo capaz
de liquefazer apenas por compressão isotérmica. Para a água, por exemplo, a temperatura crítica é de
374 °C, a pressão crítica de 218 atm.

2.7.2. Ponto triplo


Estamos acostumados com apenas duas fases em equilíbrio. Entretanto, sob determinadas
condições, as três fases de uma substância pura podem coexistir em equilíbrio.

Caracterizamos o ponto triplo por um valor de pressão e outro de temperatura onde coexistam,
em equilíbrio, os estados físicos sólido, líquido e gasoso (vapor) simultaneamente.

Para a água, o ponto triplo é definido pela pressão de 4,58 mmHg e temperatura de 0,0098 °C.
Nessa condição, coexistam gelo, água e vapor de água, sem que aconteça mudanças nas proporções
relativas de qualquer um deles.

3. Diagrama de fases
Ao criar um diagrama envolvendo duas variáveis de estado, cada ponto representará um estado
físico da substância. Nele podemos representar todas as fases de nossa substância referida.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 39


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Por exemplo, podemos ter uma substância com o seguinte diagrama 𝑃 × 𝜃:

Figura 16: Diagrama de fases pressão por temperatura.

Cada parte do diagrama é separado por curvas que definem os pares de pressão e temperatura
em que ocorrem as mudanças de fase:

1) Curva de fusão (entre as fases sólida e líquida): um ponto de fusão representa uma
situação em que as fases líquida e sólida podem coexistir.

2) Curva de vaporização (entre as fases líquidas e gasosas): um ponto de vaporização


representa uma situação em que as fases líquida e gasosa podem coexistir.

3) Curva de sublimação (entre as fases sólida e gasosa): um ponto de fusão representa uma
situação em que as fases sólida e gasosa podem coexistir.

Como vimos anteriormente, o ponto triplo corresponde a situação em que coexistem as três fases
da substância. Para o dióxido de carbono (𝐶𝑂2), por exemplo, o ponto triplo é definido na pressão de
5,1 𝑎𝑡𝑚 e à temperatura de −56,6 °𝐶.

3.1. Sólido ↔ Líquido

Existem dois aspectos de curvas nesse caso dependendo de como a substância se comporte
durante a fusão.

3.1.1. Substâncias que dilatam na fusão


De um modo geral, a maioria das substâncias se expandem ao sofrer fusão. Trata-se de um
processo endotérmico, ou seja, ocorre absorção de calor.

A curva que representa a fusão dessas substâncias é dada por:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 40


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Figura 17: Diagrama de fases para substâncias que se dilatam.

Tomando uma substância no estado sólido, ao aquecer sob pressão 𝑃1 , ela sofrerá fusão na
temperatura 𝜃1 . Caso o processo for repetido, mas com uma pressão 𝑃2 > 𝑃1 , vemos que a nova
temperatura de fusão será maior que 𝜃1 (𝜃2 > 𝜃1 ).

Podemos explicar esse fato pelo acréscimo de volume que essas substâncias sofrem, o que
promove o afastamento das moléculas. Quando aumentamos a pressão, estamos indo contra a tendência
natural de afastamento, dificultando a transição de um estado para outro. Com isso, é necessário
aumentar a temperatura do sistema, para se ter maior agitação molecular.

3.1.2. Substâncias que se contraem na fusão


Existem algumas substâncias como água, ferro, bismuto e antimônio, sofrem redução de volume
ao se fundirem. Nesse caso, a curva de fusão possui o seguinte aspecto:

Figura 18: Diagrama de fases para substâncias que se contraem na fusão.

Se tomarmos um sólido em estado sólido, a fusão ocorre na temperatura 𝜃1 , sob pressão 𝑃1 . Caso
o processo seja repetido o processo, mas com uma pressão 𝑃2 > 𝑃1 , a fusão ocorrerá a uma temperatura
menor 𝜃2 (𝜃2 < 𝜃1 ).

Esse fenômeno é explicado pelo fato dessas substâncias diminuírem de volume, ao sofrerem fusão,
devido a uma aproximação entre as moléculas. Dessa forma, aumentar a pressão sobre o sistema facilita
a transição de estados, tornando mais baixa a temperatura de fusão.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 41


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3.1.3. A experiência de Tyndall e o patinador no gelo


Como vimos no item acima, o aumento da pressão diminui a temperatura de fusão. Se tomarmos
um bloco de gelo em temperatura abaixo de 0 °C é atravessado por um fio metálico, com corpos nas
extremidades, que traciona o fio de tal forma que o bloco de gelo não se parta.

Figura 19: Desenho esquemático do efeito Tyndall.

Esse fenômeno é explicado pelo fato do gelo se fundir a uma temperatura menor que 0 °C embaixo
do fio, devido ao aumento na pressão pela ação do fio sobre o gelo. Entretanto, quando o fio vai descendo
e atravessando o bloco, a água formada na fusão fica aliviada do acréscimo de pressão e volta a se
congelar, já que volta as condições iniciais de temperatura e pressão. Com isso, o fio pode atravessar todo
o bloco de gelo, sem dividi-lo.

Outro exemplo de regelo ocorre na patinação no gelo. Quando o patinador desliza sobre o gelo,
as lâminas dos patins provocam a fusão do gelo (AB), devido à pressão exercida por elas. Entretanto,
depois a pressão volta ao estado inicial (CD) e a água retorna ao estado sólido.

Figura 20: Gráfico da pressão em função da temperatura para o regelo.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 42


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18)
Ao se fundir, o bismuto reduz o seu volume. A temperatura de fusão do bismuto é 271 °C, sob pressão de
1 atm. Qual o efeito no valor da temperatura de fusão se a pressão for reduzida?

Comentários:
Relembrando o diagrama de fases do bismuto, vemos que se a pressão diminuir, a temperatura
de fusão irá aumentar.

Note que:
𝑃1 < 1 𝑎𝑡𝑚 ⇒ 𝜃1 > 271 °𝐶

19)
Pode-se atravessar uma barra de gelo usando-se um fio metálico em cujas extremidades estão fixos
corpos de pesos adequados, sem dividir a barra em duas partes. Qual é a explicação para tal fenômeno?

a) a pressão exercida pelo fio metálico sobre o gelo abaixa seu ponto de fusão.
b) o gelo já cortado pelo fio metálico, devido à baixa temperatura, solda-se novamente.
c) a pressão exercida pelo fio metálico sobre o gelo aumenta seu ponto de fusão, mantendo a barra
sempre sólida.
d) o fio metálico estando naturalmente mais aquecido funde o gelo; esse calor, uma vez perdido para a
atmosfera, deixa a barra novamente sólida.
e) há uma ligeira flexão da barra; as duas partes, já cortadas pelo arame, são comprimidas uma conta a
outra, soldando-se.

Comentários:
Como visto em teoria, o fio metálico aumenta a pressão no local de contato. De acordo com o
diagrama de fases da água, quando aumentamos a pressão, diminui-se a temperatura de fusão.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 43


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Portanto a alternativa correta é a letra a.

3.2 Líquido ↔ Vapor

Trata-se da passagem da fase líquida para o estado de vapor, na qual chamamos genericamente
vaporização, divididas em duas maneiras básicas: evaporação e ebulição (fervura).

Como já vimos cada conceito de ebulição e de evaporação, a curva que representa a vaporização
de uma substância pura é dada por:

Cada substância possui o seu ponto crítico (𝐶) e o seu ponto triplo (𝑇).

3.3.1 Influência da pressão no ponto de ebulição


Como já vimos, a temperatura de ebulição de uma substância depende da pressão a que está
submetida. Se tomarmos dois pontos na curva de vaporização, notaremos que se 𝑃2 > 𝑃1 , então 𝜃2 > 𝜃1 .

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 44


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Figura 21: Gráfico da pressão em função da temperatura mostrando a influência da pressão no ponto de ebulição.

Usamos esse fato nas panelas de pressão, pois quando aumentamos a pressão interna da panela,
aumentamos a temperatura de fervura da água e, com isso, aceleramos o cozimento dos nossos
alimentos.

Como visto anteriormente, a ebulição começa a ocorrer quando a pressão de vapor é igual a
pressão externa. Por isso, a presença de bolhas gasosas no interior do líquido é essencial para que
aconteça a ebulição. Dessa forma, as bolhas chegando à superfície livre do líquido se rompe, libertando o
vapor.

Quando retiramos as bolhas existentes no líquido, podemos superaquecê-lo e levar a uma


temperatura de ebulição mais alta.

20)
No Rio de Janeiro (ao nível do mar), uma certa quantidade de feijão demora 40 minutos em água fervente
para ficar pronta. A tabela abaixo fornece o valor da temperatura de fervura da água em função da pressão
atmosférica, enquanto o gráfico fornece o tempo de cozimento dessa quantidade de feijão em função da
temperatura. A pressão atmosférica ao nível do mar vale 760 mmHg e ela diminui 10 mmHg para cada
100 m de altitude.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 45


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a) Se o feijão fosse colocado em uma panela de pressão a 880 mmHg, em quanto tempo ele ficaria pronto?
b) Em uma panela aberta, em quanto tempo o feijão ficará pronto na cidade de Gramado (RS) na altitude
de 800 m?
c) Em que altitude o tempo de cozimento do feijão (em uma panela aberta) será o dobro do tempo de
cozimento ao nível do mar?

Comentários:
a) Para a pressão de 880 mmHg, de acordo com a tabela, a temperatura de ebulição é de 105 °C. Assim,
olhando o gráfico do tempo de cozimento, vemos que para a temperatura de 105 °C, o tempo de
cozimento é de 20 minutos.
b) A cidade do Rio de Janeiro está a nível do mar, isto é, a pressão atmosférica é de 760 mmHg. Em
Gramado, a altitude é de 800 m.
Como a cada 100 metro a pressão diminui 10 mmHg (segundo o enunciado), na cidade de gramado
a pressão será de 760 – 80 = 680 mmHg.
Da tabela, a temperatura de ebulição para 680 mmHg é de 97 °C. Com isso, vemos no gráfico que
o tempo de cozimento é de 60 minutos.
c) O cozimento a nível do mar (760 mmHg) é de 40 minutos, portanto, queremos a altitude que terá tempo
de cozimento de 80 minutos.
Segundo o gráfico, a temperatura de fervura correspondente a esse tempo é de 95 °C. Da tabela,
vemos que a pressão atmosférica correspondente é de 640 mmHg, ou seja, 120 mmHg a menos que a
pressão de 760 mmHg.
Como a cada 100 metros a pressão reduz 10 mmHg (segundo o enunciado), então a redução de
120 mmHg corresponde a uma altura de 1200 metros. Logo, a altitude é de 1200 metros.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 46


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3.3. Sólido ↔ Vapor

Como já sabemos, sublimação é a passagem do estado sólido para o gasoso (vapor). No sentido
contrário (gasoso para sólido) dizemos sublimação inversa ou ressublimação ou cristalização.

Quando observamos a curva de sublimação, verificamos que ela só ocorre em pressões menores
que a do ponto triplo.

Figura 22: Gráfico da pressão em função da temperatura para a sublimação.

Entretanto, existem substâncias como a cânfora e o iodo que podem sofrer sublimação às pressões
ambientes. Assim, quando aquecemos iodo e cânfora, sob pressão ambiente, eles passam diretamente
do estado sólido para o estado de vapor.

4. Lista de questões nível 1


(EsPCEx – 2010)
Para elevar a temperatura de 200 g de uma certa substância, de calor específico igual a 0,6 cal/g°C,
de 20°C para 50°C, será necessário fornecer-lhe uma quantidade de energia igual a:
[A] 120 cal [B] 600 cal [C] 900 cal [D] 1800 cal [E] 3600 cal
(2017/EAM)
A termologia é a parte da física que estuda os fenômenos ligados à energia térmica. Dentre os
conceitos relacionados aos fenômenos térmicos, marque a opção INCORRETA:
a) Temperatura é a grandeza que mede o estado de agitação das moléculas de um corpo.
b) Calor é a sensação que se tem quando o dia está muito quente.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 47


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c) Fusão é a passagem do estado sólido para o estado líquido.


d) Convecção é a principal forma de transmissão do calor através dos fluidos (líquidos e gases).
e) Transformação isométrica é aquela que ocorre sem alteração do volume ocupado pelo gás.
(2016/EAM)
Considere os fenômenos cotidianos apresentados a seguir: I - Uma bolinha de naftalina esquecida
no guarda-roupas, II - Um pote contendo água colocado no congelador, III - Uma toalha molhada
estendida no varal, IV - O derretimento de uma bola de sorvete. Supondo que cada caso seja
observado por tempo o bastante para que todos evidenciem alterações na matéria, marque a opção
que relaciona corretamente o fenômeno ao nome da mudança de estado físico.
(A) I - Evaporação; II - Solidificação; III - Fusão; IV - Sublimação.
(B) I - Sublimação; II - Congelamento; III - Evaporação; IV - Liquefação.
(C) I - Fusão; II - Sublimação; III - Evaporação; - IV - Solidificação.
(D) I - Sublimação; II - Solidificação; i Evaporação; IV - Fusão.
(E) I - Evaporação; ll - Sublimação; III - Fusão; IV – Solidificação.
(2017/EAM)
Quantas calorias são necessárias para aquecer 500g de certa substância de 20°C a 70°C?
Dado: 𝑐 = 0,24 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
a) 3000 calorias. b) 4000 calorias. c) 5000 calorias.
d) 6000 calorias. e) 7000 calorias.
(2015/EAM)
Considere uma certa quantidade de água, inicialmente no estado sólido. Aquecendo
gradativamente de forma homogênea toda essa quantidade de água, ela passa para o estado liquido
e, mantendo-se o mesmo regime de aquecimento, a mesma passa do estado liquido para o gasoso.
Sobre as propriedades da água nos referidos estados físicos e sobre os processos de mudança de
estado físico pode-se afirmar que:
a) o processo de mudança do estado sólido para o estado líquido chama-se fusão.
b) o processo de mudança do sólido para o estado líquido chama-se liquefação.
c) a densidade da água no estado sólido é maior que no estado líquido.
d) o processo de mudança do estado líquido para o estado gasoso chama-se condensação.
e) no processo de mudança do estado sólido para o estado líquido, a água perde calor.
(2015/EAM)
Analise as afirmativas abaixo referentes aos conceitos de temperatura e calor.
I- Calor é a medida de agitação molecular.
II- Calor é uma forma de energia.
III- Dois corpos estão em equilíbrio térmico quando estão à mesma temperatura.
Assinale a opção correta

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 48


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𝑎) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐼 é 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎.


𝑏) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐼𝐼𝐼 é 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎.
𝑐) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐼𝐼 é 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎.
𝑑) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 𝐼𝐼 𝑒 𝐼𝐼𝐼 𝑠ã𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠.
𝑒) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 𝐼 𝑒 𝐼𝐼𝐼 𝑠ã𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠.
(EAM – 2020)
Um forno capaz de fornecer 3000 cal/min é utilizado para derreter metal. Deseja-se utilizar esse
forno para derreter uma peça de alumínio de massa 𝑚 = 300 𝑔 cuja temperatura de fusão é 660°C.
A peça de alumínio é colocado no forno com uma temperatura inicial de 30°C. O tempo mínimo
necessário para o derretimento completo da peça de alumínio, desprezando quaisquer perdas de
energia, será de:
Dados: calor específico do alumínio = 0,2 cal/g°C; calor latente de fusão do alumínio = 94 cal/g
(A) 6 min (B) 12 min (C) 22 min
(D) 30 min (E) 66 min
(2019/EEAR)
Duas porções de líquidos A e B, de substâncias diferentes, mas de mesma massa, apresentam
valores de calor específico respectivamente iguais a 0,58 𝑐𝑎𝑙/𝑔 ℃ e 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 ℃. Se ambas
receberem a mesma quantidade de calor sem, contudo, sofrerem mudanças de estado físico,
podemos afirmar corretamente que:
a) a porção do líquido A sofrerá maior variação de temperatura do que a porção do líquido B.
b) a porção do líquido B sofrerá maior variação de temperatura do que a porção do líquido A.
c) as duas porções, dos líquidos A e B, sofrerão a mesma variação de temperatura.
d) as duas porções, dos líquidos A e B, não sofrerão nenhuma variação de temperatura.
(Simulado EAM)
Sobre os conceitos de termologia, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A fusão é a passagem do estado sólido para o estado líquido.
b) a convecção é a forma de transferência de calor que ocorre preferencialmente em fluidos (gases
e líquidos). Nela há uma movimentação das partículas criando a corrente de convecção.
c) uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar em 1 °C uma massa de 1 g de água.
d) transformação isobárica é aquela que acontece a pressão constante.
e) temperatura é a grandeza que mede o grau de agitação das moléculas de um corpo.
(Simulado EAM)
Para elevar um corpo de 40 °F para 130 °F são necessários 3 kcal. Se a massa do corpo é de 250 g,
podemos afirmar que o calor especifico do corpo em cal/g°C é de:
a) 0,12 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 b) 0,133 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 c) 0,18 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
d) 0,24 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e) 0,36 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
(Simulado EAM)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 49


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Quantas calorias são necessárias para aquecer 100 gramas de água de 10 °C a 122 °F?
Dado: 𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
a) 4 kcal b) 11,2 kcal c) 112 cal d) 500 cal e) 100 cal
(Simulado EAM)
Ao fornecer uma energia de 10 J a um bloco de uma liga de alumínio, verificou-se que a temperatura
varia de 30°C para 32°C. Se o bloco de alumínio tem 5,0 g, então o calor específico desse material é
de:
(A) 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶 (B) 1,1 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶 (C) 1,2 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶
(D) 1,5 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶 (E) 1,8 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶
(CN – 2020)
Na ausência de um chuveiro elétrico, um estudante decide, para tomar um banho morno, misturar
numa banheira duas panelas com água a 100°C e oito panelas de mesmo volume com água a 20°C.
Conclui-se, desprezando as perdas de calor para o ambiente, que a temperatura, em °C, obtida na
água da banheira foi de:
(A) 30 (B) 32 (C) 34 (D) 36 (E) 38
(Simulado EAM)
Quando fornecida uma quantidade de calor de 480 cal a um corpo de 50 gramas, verifica-se que a
sua temperatura varia de 25°C para 65°C. Dessa forma, podemos afirmar que o calor específico
desse corpo, em cal/g°C, é de:
(A) 0,24 (B) 0,36 (C) 0,48 (D) 0,56 (E) 0,72
(Simulado EAM)
Um bloco de alumínio de 200 g recebe 550 cal de um forno. Se a temperatura inicial era de 25°C,
então a temperatura final do bloco é de:
Dado: 𝑐 = 0,22 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝐾.
(A) 30 °C (B) 32,5 °C (C) 35°C (D) 37,5 °C (E) 42,5 °C
(2018/CN)
Considere 2L de água pura líquida a uma temperatura inicial de 30 ⁰C. Fornecendo certa quantidade
de energia sob a forma de calor, ela se aquece até atingir os 40 ⁰C. Supondo que toda a energia
fornecida à água fosse utilizada para elevar uma pedra de 5 kg a partir do solo, com que altura
máxima seria essa? Despreze o atrito com o ar e qualquer outra troca de calor da água com o meio
ambiente além da mencionada.
Dados: 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑔/𝑐𝑚3; 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °C; 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,2 𝐽; 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
(𝐴) 240𝑚 (𝐵) 840𝑚 (𝐶) 1680𝑚
(𝐷) 2360𝑚 (𝐸) 3200𝑚
(Simulado CN)
Um corpo de 5 kg é abandonado do repouso de uma altura de 10 metros, em um local onde a
aceleração da gravidade é igual a 9,8 m/s². Se a energia do corpo quando ele está quase tocando o

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 50


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solo fosse utilizada para aquecer um litro de água líquido em um recipiente, a variação da
temperatura da água, em graus Fahrenheit, seria igual a:
Despreze a resistência do ar. Considere 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑔/𝑐𝑚3 e 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,2 𝐽
a) 0,42 °𝐹 b) 0,21 °𝐹 c) 0,32 °𝐹 d) 0,12 °𝐹 e) 0,50 °𝐹
(Simulado CN)
Durante um teste físico, um jovem faz 90 abdominais em 3 minutos e estima-se ele consumiu uma
energia de 150 kcal. Se essa energia fosse utilizada para aquecer um volume de 50 litros, a variação
da temperatura da água, em Fahrenheit, e a quantidade de abdominais que o jovem faz por segundo
valem, respectivamente:
Considere que: 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑔/𝑐𝑚3 e 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶.
(A) 4,9 °𝐹 e 1 (B) 5,4 °𝐹 e 0,5 (C) 6,2 °𝐹 e 0, 33
(D) 4,4 °𝐹 e 1 (E) 7,4 °𝐹 e 0,5
(Simulado CN)
Com base em seus conhecimentos de termologia, coloque V (verdadeiro) ou F(falso) e, a seguir,
assinale a opção correta. Caso necessário, considere que o zero absoluto é igual a -273,15 °C
( ) Caloria – é a quantidade de calor necessária para que 1 grama de água passe de 285, 65 K para
59,9 °F.
( ) Temperatura – é a medida da energia cinética média das moléculas.
( ) Equilíbrio térmico – condição na qual dois corpos cessam as trocas de calor, indicando que os
corpos estão na mesma temperatura.
( ) Fusão – passagem do estado sólido para o líquido, quando um corpo doa uma certa quantidade
de calor.
( ) Mistura azeotrópica – é aquela que possui temperatura de fusão constante e fixo, como se fosse
uma substância pura.
( ) Irradiação térmica – é o processo de transferência de calor através de ondas eletromagnéticas.
a) (F) (V) (F) (F) (V) (F) b) (V) (V) (V) (F) (V) (V)
c) (F) (V) (V) (V) (V) (F) d) (V) (V) (V) (F) (V) (V)
e) (F) (V) (F) (V) (V) (V)
(Simulado CN)
Em uma cidade fria, um jovem decide tomar banho em uma banheira que possui 1,3 m de
comprimento, 0,5 m de largura e ele completa de água até a altura de 20 cm. Sabe-se que
inicialmente a temperatura era de 10 °C e que ele tome banho na temperatura de 50 °C. De acordo
com as especificações do aquecedor elétrico da banheira, ele possui um rendimento de 65%.
Sabendo que o custo do KWh é de R$ 2,50, o custo de um banho, em reais, é de aproximadamente:
Considere: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, 𝑑 = 1 𝑔/𝑐𝑚3 , 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,18 𝐽 e que a água permanece com
temperatura constante durante o banho.
(A) 15 (B) 18 (C) 27 (D) 23 (E) 35

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 51


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5. Gabarito sem comentários nível 1


1) E 11) A

2) B 12) A

3) D 13) D

4) D 14) A

5) A 15) D

6) D 16) C

7) C 17) B

8) A 18) B

9) C 19) S/A

10) D 20) D

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 52


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6. Lista de questões nível 1 comentada


(EsPCEx – 2010)
Para elevar a temperatura de 200 g de uma certa substância, de calor específico igual a 0,6 cal/g°C,
de 20°C para 50°C, será necessário fornecer-lhe uma quantidade de energia igual a:
[A] 120 cal [B] 600 cal [C] 900 cal [D] 1800 cal [E] 3600 cal

Comentários:

Pela equação fundamental da calorimetria, temos:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

𝑐𝑎𝑙
𝑄 = 200 𝑔 ⋅ 0,6 ⋅ (50 − 20)°𝐶
𝑔°𝐶

𝑄 = 200 ⋅ 0,6 ⋅ 30 𝑐𝑎𝑙

𝑄 = 2 ⋅ 6 ⋅ 3 ⋅ 100

𝑄 = 3600 𝑐𝑎𝑙

Gabarito: E
(2017/EAM)
A termologia é a parte da física que estuda os fenômenos ligados à energia térmica. Dentre os
conceitos relacionados aos fenômenos térmicos, marque a opção INCORRETA:
a) Temperatura é a grandeza que mede o estado de agitação das moléculas de um corpo.
b) Calor é a sensação que se tem quando o dia está muito quente.
c) Fusão é a passagem do estado sólido para o estado líquido.
d) Convecção é a principal forma de transmissão do calor através dos fluidos (líquidos e gases).
e) Transformação isométrica é aquela que ocorre sem alteração do volume ocupado pelo gás.

Comentários:

A alternativa “B” está equivocada, pois embora seja algo difundido no cotidiano popular, calor não
é definido dessa forma, mas sim como a energia térmica em movimento entre partículas atômicas.

Gabarito: B
(2016/EAM)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 53


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Considere os fenômenos cotidianos apresentados a seguir: I - Uma bolinha de naftalina esquecida


no guarda-roupas, II - Um pote contendo água colocado no congelador, III - Uma toalha molhada
estendida no varal, IV - O derretimento de uma bola de sorvete. Supondo que cada caso seja
observado por tempo o bastante para que todos evidenciem alterações na matéria, marque a opção
que relaciona corretamente o fenômeno ao nome da mudança de estado físico.
(A) I - Evaporação; II - Solidificação; III - Fusão; IV - Sublimação.
(B) I - Sublimação; II - Congelamento; III - Evaporação; IV - Liquefação.
(C) I - Fusão; II - Sublimação; III - Evaporação; - IV - Solidificação.
(D) I - Sublimação; II - Solidificação; i Evaporação; IV - Fusão.
(E) I - Evaporação; ll - Sublimação; III - Fusão; IV – Solidificação.

Comentários:

I – Naftalina sofre o processo de sublimação.

II – A água no congelador passa do estado líquido para sólido – solidificação.

III – Secar a roupa é evaporação. Um processo natural que é favorecido pelo aumento da área de contato
da roupa e velocidade do vento, por exemplo.

IV – O derretimento do sorvete (passagem de sólido para líquido) caracteriza a fusão.

Gabarito: D
(2017/EAM)
Quantas calorias são necessárias para aquecer 500g de certa substância de 20°C a 70°C?
Dado: 𝑐 = 0,24 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
a) 3000 calorias. b) 4000 calorias. c) 5000 calorias.
d) 6000 calorias. e) 7000 calorias.

Comentários:

Como há mudança de temperatura da substância, quando fornecemos calor à substância, a forma


de calor envolvida no processo é o calor sensível. Pela equação fundamental da calorimetria, temos:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

Substituindo valores, temos:

𝑄 = 500𝑔 ∙ 0,24𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 ⋅ 50°𝐶 = 6000 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠

Gabarito: D
(2015/EAM)
Considere uma certa quantidade de água, inicialmente no estado sólido. Aquecendo
gradativamente de forma homogênea toda essa quantidade de água, ela passa para o estado liquido
e, mantendo-se o mesmo regime de aquecimento, a mesma passa do estado liquido para o gasoso.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 54


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Sobre as propriedades da água nos referidos estados físicos e sobre os processos de mudança de
estado físico pode-se afirmar que:
a) o processo de mudança do estado sólido para o estado líquido chama-se fusão.
b) o processo de mudança do sólido para o estado líquido chama-se liquefação.
c) a densidade da água no estado sólido é maior que no estado líquido.
d) o processo de mudança do estado líquido para o estado gasoso chama-se condensação.
e) no processo de mudança do estado sólido para o estado líquido, a água perde calor.

Comentários:

Sabendo as mudanças de estados físicos:

Dessa forma, temos que as alternativas b, d estão erradas.

Como as forças de interação no líquido são mais fracas do que nos sólidos, há uma redução das
forças interativas o que ocorre devido à absorção de calor. Com isso, a alternativa e está errada.

Por fim, por um conhecimento prévio de que o gelo boia quando num copo de água, sabemos que
a densidade do gelo é menor do que a da água (𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑔/𝑚𝐿; 𝑑𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0,9 𝑔/𝑚𝐿). E por isso, a
alternativa c está errada.

Portanto, o gabarito é a letra A. Isso é inferido a partir da tabela de mudanças de estados físicos.

Gabarito: A
(2015/EAM)
Analise as afirmativas abaixo referentes aos conceitos de temperatura e calor.
I- Calor é a medida de agitação molecular.
II- Calor é uma forma de energia.
III- Dois corpos estão em equilíbrio térmico quando estão à mesma temperatura.
Assinale a opção correta
𝑎) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐼 é 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 55


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𝑏) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐼𝐼𝐼 é 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎.


𝑐) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐼𝐼 é 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎.
𝑑) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 𝐼𝐼 𝑒 𝐼𝐼𝐼 𝑠ã𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠.
𝑒) 𝐴𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑎𝑓𝑖𝑟𝑚𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠 𝐼 𝑒 𝐼𝐼𝐼 𝑠ã𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠.

Comentários:

Pela análise das afirmativas:

Falso. A temperatura é definida como a medida do grau de agitação e o calor é definido como a
energia térmica em trânsito.

Verdadeiro. Da definição exposta acima, temos que calor é uma forma de energia.

Verdadeiro. Pois quando as temperaturas se igualam não há mais a troca de calor entre os corpos.

Gabarito: D
(EAM – 2020)
Um forno capaz de fornecer 3000 cal/min é utilizado para derreter metal. Deseja-se utilizar esse
forno para derreter uma peça de alumínio de massa 𝑚 = 300 𝑔 cuja temperatura de fusão é 660°C.
A peça de alumínio é colocado no forno com uma temperatura inicial de 30°C. O tempo mínimo
necessário para o derretimento completo da peça de alumínio, desprezando quaisquer perdas de
energia, será de:
Dados: calor específico do alumínio = 0,2 cal/g°C; calor latente de fusão do alumínio = 94 cal/g
(A) 6 min (B) 12 min (C) 22 min
(D) 30 min (E) 66 min

Comentários:

O calor total que deve ser fornecido para o derretimento do gelo deve ser aquele para levar a
temperatura do corpo a 660°C, somado ao calor devido a fusão do material. Portanto:

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ (𝜃𝑓 − 𝜃0 ) + 𝑚 ⋅ 𝐿𝑓

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 300 ⋅ 0,2 ⋅ (660 − 30) + 300 ⋅ 94

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 300 ⋅ 0,2 ⋅ 630 + 300 ⋅ 94

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 300 ⋅ 126 + 300 ⋅ 94

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 300 ⋅ (126 + 94) = 300 ⋅ 220 𝑐𝑎𝑙

Pela definição de potência, temos:

𝑄
𝑃𝑜𝑡 =
Δ𝑡

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 56


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𝑐𝑎𝑙 300 ⋅ 220 𝑐𝑎𝑙


3000 =
𝑚𝑖𝑛 Δ𝑡

Δ𝑡 = 22 𝑚𝑖𝑛

Gabarito: C
(2019/EEAR)
Duas porções de líquidos A e B, de substâncias diferentes, mas de mesma massa, apresentam
valores de calor específico respectivamente iguais a 0,58 𝑐𝑎𝑙/𝑔 ℃ e 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 ℃. Se ambas
receberem a mesma quantidade de calor sem, contudo, sofrerem mudanças de estado físico,
podemos afirmar corretamente que:
a) a porção do líquido A sofrerá maior variação de temperatura do que a porção do líquido B.
b) a porção do líquido B sofrerá maior variação de temperatura do que a porção do líquido A.
c) as duas porções, dos líquidos A e B, sofrerão a mesma variação de temperatura.
d) as duas porções, dos líquidos A e B, não sofrerão nenhuma variação de temperatura.

Comentários:

O calor específico de uma substância significa o quanto de energia é necessário para que um grama
dessa substância tenha a sua temperatura variada em um determinado intervalo.

A equação fundamental da calorimetria traz essa noção de forma mais explícita:

𝑄 = 𝑚 ∙ 𝑐 ∙ ∆𝜃 Equação fundamental da calorimetria

[𝑄] = 𝑐𝑎𝑙 [𝑚 ] = 𝑔 [𝑐 ] = 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 ℃) [∆𝜃] = ℃

Não ocorrendo mudanças de estado físico, podemos assumir que toda a energia será usada na
variação de temperatura. Tendo as duas substâncias a mesma massa, quanto maior for o calor específico,
menor será a variação de temperatura promovida por uma mesma quantidade de energia, portanto,
podemos afirmar que o líquido A, de menor calor específico, sofrerá uma variação de temperatura maior
que a do líquido B.

Gabarito: A
(Simulado EAM)
Sobre os conceitos de termologia, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A fusão é a passagem do estado sólido para o estado líquido.
b) a convecção é a forma de transferência de calor que ocorre preferencialmente em fluidos (gases
e líquidos). Nela há uma movimentação das partículas criando a corrente de convecção.
c) uma caloria é a quantidade de calor necessária para elevar em 1 °C uma massa de 1 g de água.
d) transformação isobárica é aquela que acontece a pressão constante.
e) temperatura é a grandeza que mede o grau de agitação das moléculas de um corpo.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 57


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Comentários:

Todas as afirmativas estão corretas e são apenas definições, com exceção da alternativa C, em que
há um erro na definição de caloria. Uma caloria é definida como a quantidade de calor para elevar 1 grama
de água da temperatura de 14,5 °C para 15,5 °C.

Embora a variação da temperatura também seja de 1 °C, é necessário especificar onde está
ocorrendo a variação de temperatura (de quanto para quanto), pois as propriedades da água irão mudar
dependendo de onde estamos pegando essa variação de temperatura.

Gabarito: C
(Simulado EAM)
Para elevar um corpo de 40 °F para 130 °F são necessários 3 kcal. Se a massa do corpo é de 250 g,
podemos afirmar que o calor especifico do corpo em cal/g°C é de:
a) 0,12 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 b) 0,133 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 c) 0,18 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
d) 0,24 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e) 0,36 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶

Comentários:

Queremos nosso calor específico em cal/g°C, então, o primeiro passo é verificar a variação da
temperatura do corpo em °C. Para isso, devemos utilizar:

Δ𝜃𝐶 Δ𝜃𝐹
=
5 9
Δ𝜃𝐶 130 − 40
=
5 9
Δ𝜃𝐶 90
= = 10
5 9

Δ𝜃𝐶 = 50 °𝐶

Portanto, pela equação do calor sensível, temos:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃𝐶

3 ⋅ 103 = 250 ⋅ 𝑐 ⋅ 50

𝑐 = 0,24 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶

Gabarito: D
(Simulado EAM)
Quantas calorias são necessárias para aquecer 100 gramas de água de 10 °C a 122 °F?
Dado: 𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
a) 4 kcal b) 11,2 kcal c) 112 cal d) 500 cal e) 100 cal

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 58


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Comentários:

Inicialmente, devemos transformar a temperatura final de Fahrenheit para Celsius:

𝑇𝐶 𝑇𝐹 − 32
=
5 9
𝑇𝐶 122 − 32
=
5 9
𝑇𝐶 90
=
5 9
𝑇𝐶
= 10
5

𝑇𝐶 = 50 °𝐶

Logo, a variação de temperatura é de:

Δ𝑇 = 50 − 10 = 40 °𝐶

Portanto, a quantidade de calor para elevar 100 g de água de 10 °C a 50 °C é de:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇

𝑄 = 100 ⋅ 1 ⋅ 40

𝑄 = 4000 𝑐𝑎𝑙

𝑄 = 4 𝑘𝑐𝑎𝑙

Gabarito: A
(Simulado EAM)
Ao fornecer uma energia de 10 J a um bloco de uma liga de alumínio, verificou-se que a temperatura
varia de 30°C para 32°C. Se o bloco de alumínio tem 5,0 g, então o calor específico desse material é
de:
(A) 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶 (B) 1,1 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶 (C) 1,2 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶
(D) 1,5 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶 (E) 1,8 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶

Comentários:

Pela equação fundamental da calorimetria, temos:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

Substituindo valores:

5 ⋅ 10−3 ⋅ 𝑐 ⋅ (32 − 30)


10 = ⏟
𝑒𝑚 𝑘𝑔

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 59


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𝑐 = 1 ⋅ 103 𝐽/𝑘𝑔°𝐶

Gabarito: A
(CN – 2020)
Na ausência de um chuveiro elétrico, um estudante decide, para tomar um banho morno, misturar
numa banheira duas panelas com água a 100°C e oito panelas de mesmo volume com água a 20°C.
Conclui-se, desprezando as perdas de calor para o ambiente, que a temperatura, em °C, obtida na
água da banheira foi de:
(A) 30 (B) 32 (C) 34 (D) 36 (E) 38

Comentários:

Considerando a massa de água em cada panela idêntica igual a 𝑚, então a massa de água que
está a 100°C é de 2𝑚 e a massa de água que está a 20°C é 8𝑚. Portanto, considerando o sistema formado
pelo banheira como um sistema isolado termicamente, temos:

∑𝑄 = 0

2𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 100) + 8𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 20) = 0

2𝜃𝑒𝑞 − 200 + 8𝜃𝑒𝑞 − 160 = 0

10𝜃𝑒𝑞 = 360

𝜃𝑒𝑞 = 36°𝐶

Gabarito: D
(Simulado EAM)
Quando fornecida uma quantidade de calor de 480 cal a um corpo de 50 gramas, verifica-se que a
sua temperatura varia de 25°C para 65°C. Dessa forma, podemos afirmar que o calor específico
desse corpo, em cal/g°C, é de:
(A) 0,24 (B) 0,36 (C) 0,48 (D) 0,56 (E) 0,72

Comentários:

Pela equação fundamental da calorimetria, temos:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

480 = 50 ⋅ 𝑐 ⋅ (65 − 25)

𝑄 = 0,24 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶

Gabarito: A
(Simulado EAM)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 60


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Um bloco de alumínio de 200 g recebe 550 cal de um forno. Se a temperatura inicial era de 25°C,
então a temperatura final do bloco é de:
Dado: 𝑐 = 0,22 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝐾.
(A) 30 °C (B) 32,5 °C (C) 35°C (D) 37,5 °C (E) 42,5 °C

Comentários:

Embora o calor específico estar em cal/gK, a variação de temperatura em Kelvin é igual a variação
em graus Celsius. Portanto, pela equação fundamental da ondulatória, temos:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

550 = 200 ⋅ 0,22 ⋅ (𝜃𝑓 − 25)

𝜃𝑓 = 37,5 °𝐶

Gabarito: D
(2018/CN)
Considere 2L de água pura líquida a uma temperatura inicial de 30 ⁰C. Fornecendo certa quantidade
de energia sob a forma de calor, ela se aquece até atingir os 40 ⁰C. Supondo que toda a energia
fornecida à água fosse utilizada para elevar uma pedra de 5 kg a partir do solo, com que altura
máxima seria essa? Despreze o atrito com o ar e qualquer outra troca de calor da água com o meio
ambiente além da mencionada.
Dados: 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑔/𝑐𝑚3; 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °C; 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,2 𝐽; 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .
(𝐴) 240𝑚 (𝐵) 840𝑚 (𝐶) 1680𝑚
(𝐷) 2360𝑚 (𝐸) 3200𝑚

Comentários:

Inicialmente precisamos calcular os itens necessários para obter a energia que foi necessária para
elevar a temperatura de 2 𝑙 de água de 30 °C até 40 °C:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝐶 ⋅ ∆𝑇

Devemos converter a massa 𝑚 de água para gramas:

𝑑𝑚3 1000 𝑐𝑚3 1𝑔


𝑚 = 2𝑙 ⋅ ⋅ = 2000𝑔
𝑙 𝑑𝑚3 𝑐𝑚3
Logo, a energia em Joules utilizada foi de:

4,2𝐽
𝐸 = 2000 𝑔 ⋅ 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °C ⋅ 10°𝐶 = 20000 𝑐𝑎𝑙 ⋅ = 84000 𝐽
𝑐𝑎𝑙
No ponto de altura máxima do corpo, a sua velocidade é nula e a energia relacionada é somente
a potencial gravitacional:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 61


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𝐸𝑝𝑜𝑡 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝐻𝑚á𝑥 = 50𝐻𝑚á𝑥

Finalmente, podemos calcular a altura máxima:

50 ⋅ 𝐻𝑚á𝑥 = 84000

𝐻𝑚á𝑥 = 1680 𝑚

Gabarito: C
(Simulado CN)
Um corpo de 5 kg é abandonado do repouso de uma altura de 10 metros, em um local onde a
aceleração da gravidade é igual a 9,8 m/s². Se a energia do corpo quando ele está quase tocando o
solo fosse utilizada para aquecer um litro de água líquido em um recipiente, a variação da
temperatura da água, em graus Fahrenheit, seria igual a:
Despreze a resistência do ar. Considere 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑔/𝑐𝑚3 e 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,2 𝐽
a) 0,42 °𝐹 b) 0,21 °𝐹 c) 0,32 °𝐹 d) 0,12 °𝐹 e) 0,50 °𝐹

Comentários:

Quando o corpo é abandonado do repouso, sua energia potencial gravitacional associada ao solo
é transformada em energia cinética. Como não há forças dissipativas (a resistência do ar foi desprezada),
então a energia mecânica do sistema é constante. Então, quando o corpo está tocando o solo, em relação
ao solo, ele possui apenas energia cinética que é igual a energia potencial gravitacional no momento que
ele é solto. Portanto:

𝐸𝑐 = 𝐸𝑝𝑜𝑡

𝐸𝑐 = 𝑚𝑔ℎ

Essa energia é utilizada para aquecer a água. Então:

𝐸𝑐 = 𝑄 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃°𝐶

Lembrando a relação entre variação de temperatura nas escalas Celsius e Fahrenheit é dada por:

5
Δ𝜃°𝐶 = Δ𝜃°𝐹
9
Então:

5
𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ ℎ = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃°𝐹
9
Substituindo valores, com a transformação de cal para joules, temos:

5
5 ⋅ 10 ⋅ 9,8 =
⏟ 1 ⋅ 1000
⏟ ⋅ 4,2
⏟ ⋅ Δ𝜃°𝐹
𝑒𝑚 𝐽 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 1𝑐𝑎𝑙=4,2 𝐽
9

Δ𝜃°𝐹 = 0,21 °𝐹

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 62


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Gabarito: B
(Simulado CN)
Durante um teste físico, um jovem faz 90 abdominais em 3 minutos e estima-se ele consumiu uma
energia de 150 kcal. Se essa energia fosse utilizada para aquecer um volume de 50 litros, a variação
da temperatura da água, em Fahrenheit, e a quantidade de abdominais que o jovem faz por segundo
valem, respectivamente:
Considere que: 𝑑á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑔/𝑐𝑚3 e 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶.
(A) 4,9 °𝐹 e 1 (B) 5,4 °𝐹 e 0,5 (C) 6,2 °𝐹 e 0, 33
(D) 4,4 °𝐹 e 1 (E) 7,4 °𝐹 e 0,5

Comentários:

Inicialmente, devemos calcular a massa de água em 50 litros. Como a densidade da água é igual a
1 g/cm³ e 1 litro é igual a 1000 cm³, portanto, a massa de água em 50 litros é de 50000 g. Assim, se toda
energia fosse utilizada para aquecer a água, teríamos:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

150 ⋅ 1000 = 50000 ⋅ 1 ⋅ Δ𝜃

Δ𝜃 = 3 °𝐶

Lembrando que a variação em °C está relacionada com a variação em °F pela equação:

Δ𝜃𝐶 Δ𝜃𝐹
=
5 9
Então:

3 Δ𝜃𝐹
=
5 9

Δ𝜃𝐹 = 5,4 °𝐹

Por regra de 3, temos:

𝑎𝑏𝑑𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
90 − 3 𝑚𝑖𝑛 = 3 ⋅ 60 𝑠
𝑥 − 1𝑠
𝑥 ⋅ 3 ⋅ 60 = 90 ⋅ 1

𝑥 = 0,5 𝑎𝑏𝑑𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠/𝑠
Gabarito: B
(Simulado CN)
Com base em seus conhecimentos de termologia, coloque V (verdadeiro) ou F(falso) e, a seguir,
assinale a opção correta. Caso necessário, considere que o zero absoluto é igual a -273,15 °C

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 63


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( ) Caloria – é a quantidade de calor necessária para que 1 grama de água passe de 285, 65 K para
59,9 °F.
( ) Temperatura – é a medida da energia cinética média das moléculas.
( ) Equilíbrio térmico – condição na qual dois corpos cessam as trocas de calor, indicando que os
corpos estão na mesma temperatura.
( ) Fusão – passagem do estado sólido para o líquido, quando um corpo doa uma certa quantidade
de calor.
( ) Mistura azeotrópica – é aquela que possui temperatura de fusão constante e fixo, como se fosse
uma substância pura.
( ) Irradiação térmica – é o processo de transferência de calor através de ondas eletromagnéticas.
a) (F) (V) (F) (F) (V) (F) b) (V) (V) (V) (F) (V) (V)
c) (F) (V) (V) (V) (V) (F) d) (V) (V) (V) (F) (V) (V)
e) (F) (V) (F) (V) (V) (V)

Comentários:

(V) Caloria – é a quantidade de calor necessária para que 1 grama de água passe de 285, 65 K para 59,9
°F. É a própria definição de caloria. Você deve notar que 285,65 K corresponde a 14,5 °C, pois:

𝑇𝐾 = 𝑇𝐶 + 273,15

285,65 = 𝑇𝐶 + 273,15

𝑇𝐶 = 14,5 °𝐶

Por isso foi mencionado no enunciado a temperatura do zero absoluto. Por outro lado, a
temperatura de 59,9 °F correspondem a 15,5 °C:

𝑇𝐶 𝑇𝐹 − 32
=
5 9
𝑇𝐶 59,9 − 32
=
5 9
𝑇𝐶
= 3,1
5

𝑇𝐶 = 15,5 °𝐶

(V) Temperatura – é a medida da energia cinética média das moléculas. É a própria definição de
temperatura.

(V) Equilíbrio térmico – condição na qual dois cessam as trocas de calor, indicando que os corpos estão na
mesma temperatura. É condição que definimos o equilíbrio térmico entre dois corpos.

(F) Fusão – passagem do estado sólido para o líquido, quando um corpo doa uma certa quantidade de
calor. Na fusão, o corpo ganha calor, por isso a mudança do estado sólido para o líquido.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 64


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(F) Mistura azeotrópica – é aquela que possui temperatura de ebulição constante e fixo, como se fosse
uma substância pura. Apenas a definição de mistura azeotrópica.

(V) Irradiação térmica – é o processo de transferência de calor através de ondas eletromagnéticas. Apenas
a definição de irradiação térmica.

Gabarito: Sem alternativa


(Simulado CN)
Em uma cidade fria, um jovem decide tomar banho em uma banheira que possui 1,3 m de
comprimento, 0,5 m de largura e ele completa de água até a altura de 20 cm. Sabe-se que
inicialmente a temperatura era de 10 °C e que ele tome banho na temperatura de 50 °C. De acordo
com as especificações do aquecedor elétrico da banheira, ele possui um rendimento de 65%.
Sabendo que o custo do KWh é de R$ 2,50, o custo de um banho, em reais, é de aproximadamente:
Considere: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, 𝑑 = 1 𝑔/𝑐𝑚3 , 1 𝑐𝑎𝑙 = 4,18 𝐽 e que a água permanece com
temperatura constante durante o banho.
(A) 15 (B) 18 (C) 27 (D) 23 (E) 35

Comentários:

Inicialmente, devemos calcular a massa e o volume de água dentro da banheira. Pelas dimensões
dela, temos:

𝑉 = 1,3 ⋅ 0,5 ⋅ 0,2

𝑉 = 0,13 𝑚3

Pela densidade da água podemos extrair a quantidade de massa de água na banheira:

𝑚 =𝑑⋅𝑉

𝑚 = 1000 ⋅ 0,13 = 130 𝑘𝑔

Logo, a quantidade de calor para levar a água e 10°C para 50°C é de:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

𝑄 = 130 ⋅ 103 ⋅ 1 ⋅ 4,18 ⋅ (50 − 10)

𝑄 = 21736 ⋅ 103 𝐽

Como a eficiência do aquecedor é de 65%, então a energia requerida por ele é de:

𝑄
𝜂=
𝐸
𝑄 21736 ⋅ 103
𝐸= = = 33440 ⋅ 103 𝐽
𝜂 0,65

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 65


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Agora, devemos lembrar da equivalência entre 1 kWh e joules. 1 hora é 3600 segundos e 1 kW são
1000 W, portanto 1 𝑘𝑊ℎ = 3,6 ⋅ 106 𝐽.

Logo, a energia em kWh é de:

33440 ⋅ 103
𝐸= ≈ 9,3 𝑘𝑊ℎ
3,6 ⋅ 106

Se 1 kWh custa R$ 2,50, então 9,3 kWh deve custar 9,3 ⋅ 2,5 ≅ 23 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠.

Gabarito: D

7. Lista de questões nível 2


(EsPCEx – 2002)
Um corpo, dentro de um calorímetro de capacidade térmica desprezível, recebe calor
exclusivamente de uma fonte cuja potência é 120 W. Sua temperatura varia com o tempo t de
acordo com o gráfico abaixo. A capacidade térmica desse corpo, em J/°C, é de

[A] 80 [B] 60 [C] 105 [D] 160 [E] 180


(EsPCEx – 2001)
Para cozinhar os alimentos mais rapidamente, uma cozinheira utiliza uma panela de pressão com os
alimentos imersos em água. Ao colocar a panela sobre o fogo, sabemos que os alimentos são cozidos
mais rapidamente porque
[A] aumento da pressão no interior da panela provoca um decréscimo na temperatura de ebulição
da água em seu interior.
[B] ponto de ebulição da água que envolve os alimentos aumenta.
[C] a água em seu interior se expande, diminuindo a pressão.
[D] aumento da temperatura reduz a pressão no interior da panela.
[E] as paredes da panela são espessas, o que a torna um recipiente adiabático perfeito.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 66


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(EsPCEx – 2003)
O gráfico abaixo representa a temperatura T de um bloco de ferro de massa igual a 1,5 kg e calor
específico igual a 0,11 cal/g °C, em função do tempo (t).

A fonte de calor trabalha com uma potência constante e todo o calor por ela liberado é absorvido
pelo bloco. Nesse caso, a potência da fonte vale
A) 297 cal/min. B) 396 cal/min. C) 495 cal/min. D) 660 cal/min. E) 165 cal/min.
(EsPCEx – 2005)
Um cozinheiro necessita preparar 1,5 litros de café com leite a uma temperatura de 42°C. Ele dispõe
de 700 mililitros de café a 82°C. Considerando que somente haja troca de calor entre o café e o leite
e que ambos tenham o mesmo calor específico e a mesma densidade, para conseguir o seu intento,
a temperatura inicial do leite que será misturado ao café deve ser de:
[A] 62°C [B] 40°C [C] 35°C [D] 11°C [E] 7°C
(EsPCEx – 2017)
Um painel coletor de energia solar é utilizado para aquecer a água de uma residência e todo o
sistema tem um rendimento de 60%. Para aumentar a temperatura em 12,0 °C de uma massa de
água de 1000 kg, a energia solar total coletada no painel deve ser de
Dado: considere o calor específico da água igual a 4,0 J/g°C.
[A] 2,8 · 104 J [B] 4,8 · 104 J [C] 8,0 · 104 J
[D] 4,8 · 107 J [E] 8,0 · 107 J
(EsPCEx – 2015)
Num recipiente contendo 4,0 litros de água, a uma temperatura inicial
de 20°C, existe um resistor ôhmico, imerso na água, de resistência
elétrica R = 1Ω, alimentado por um gerador ideal de força eletromotriz
E = 50 V, conforme o desenho abaixo. O sistema encontra-se ao nível do
mar. A transferência de calor para a água ocorre de forma homogênea.
Considerando as perdas de calor desprezíveis para o meio, para o
recipiente e para o restante do circuito elétrico, o tempo necessário
para vaporizar 2,0 litros de água é
Dados: calor específico da água = 4 kJ/kg°C, calor latente de
vaporização da água = 2230 kJ/kg e densidade da água = 1kg/L.
[A] 4080 s [B] 2040 s [C] 3200 s [D] 2296 s [E] 1500 s
(EsPCEx – 2013)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 67


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Em uma casa moram quatro pessoas que utilizam um sistema de placas coletoras de um aquecedor
solar para aquecimento da água. O sistema eleva a temperatura da água de 20° C para 60°C todos
os dias. Considere que cada pessoa da casa consome 80 litros de água quente do aquecedor por dia.
A situação geográfica em que a casa se encontra faz com que a placa do aquecedor receba por cada
metro quadrado a quantidade de 2,016 · 108 J de calor do sol em um mês. Sabendo que a eficiência
do sistema é de 50%, a área da superfície das placas coletoras para atender à demanda diária de
água quente da casa é de:
Dados: Considere um mês igual a 30 dias, Calor específico da água: c = 4,2 J/g °C e Densidade
da água: d = 1kg/L.
[A] 2,0 m² [B] 4,0 m² [C] 6,0 m² [D] 14,0 m² [E] 16,0 m²
(AFA – 2019)
Considere dois sistemas térmicos A e B constituídos de corpos perfeitamente esféricos, em
condições normais de temperatura e pressão, conforme figura abaixo.

No sistema A, as esferas 1, 2, 3 e 4 são pequenas gotas esféricas de água pura com massa
respectivamente iguais a 1 g, 2 g, 4 g e 8 g. O sistema B é constituído das esferas maciças e
homogêneas 5, 6, 7 e 8 de mesmo material, de calor específico constante igual a 0,2 cal/g 0C e massa
específica igual a 2,5 g/cm3. Os volumes dessas esferas são conhecidos e valem, respectivamente,
4, 5, 7 e 16 cm3. Nessas condições, o número máximo de esferas do sistema A que podem ser
permutadas simultaneamente com esferas do sistema B, de maneira que os sistemas A e B
continuem com a mesma capacidade térmica inicial e com o mesmo número de esferas, é
(A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 4
(AFA – 2016)
Deseja-se aquecer 1,0 L de água que se encontra inicialmente à temperatura de 10 °C até atingir
100 °C sob pressão normal, em 10 minutos, usando a queima de carvão. Sabendo-se que o calor de
combustão do carvão é 6000 cal/g e que 80% do calor liberado na sua queima é perdido para o
ambiente, a massa mínima de carvão consumida no processo, em gramas, e a potência média
emitida pelo braseiro, em watts, são
(A) 15; 600 (B) 75; 600 (C) 15; 3000 (D) 75; 3000
(AFA – 2015)
Em um recipiente termicamente isolado de capacidade térmica 40,0 𝑐𝑎𝑙/ °𝐶 e na temperatura de
25°𝐶 são colocados 600𝑔 de gelo a −10 °𝐶 e uma garrafa parcialmente cheia, contendo 2,0 𝐿 de
refrigerante também a 25 °𝐶 , sob pressão normal.
Considerando a garrafa com capacidade térmica desprezível e o refrigerante com características
semelhantes às da água, isto é, calor específico na fase líquida 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e na fase sólida
0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔°C, calor latente de fusão de 80,0 cal/g°C bem como densidade absoluta na fase líquida
igual a 1,0𝑔/𝑐𝑚3 , a temperatura final de equilíbrio térmico do sistema, em C° , é

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 68


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a) -3,0 b) 0,0 c) 3,0 d) 5,0


(AFA – 2012)
O motor de um determinado veículo consome 8,0 litros de combustível em uma hora. Sabendo-se
que o calor de combustão desse combustível é de 10000 cal/g, que sua densidade é 0,675 𝑔/𝑐𝑚3
e que o motor desenvolve uma potência de 24 kW, o rendimento desse motor, em porcentagem, é
de (considere 1 cal = 4 J)
a) 32 b) 36 c) 40 d) 44
(AFA – 2010)
A água, em condições normais, solidifica-se a 0°𝐶. Entretanto, em condições especiais, a curva de
resfriamento de 160 𝑔 de água pode ter o aspecto a seguir.

Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo e o calor específico da água valem,
respectivamente, 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e 1, 0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a massa de água, em gramas, que se solidifica no trecho
𝑀𝑁 é
a) 8 b) 10 c) 16 d) 32
(AFA – 2009)
Um estudante, querendo determinar o equivalente em água de um calorímetro, colocou em seu
interior 250 𝑔 de água fria e, aguardando um certo tempo, verificou que o conjunto alcançou o
equilíbrio térmico a uma temperatura de 20 ℃. Em seguida, acrescentou ao mesmo 300 𝑔 de água
morna, a 45 ℃. Fechando rapidamente o aparelho, esperou até que o equilíbrio térmico fosse
refeito; verificando, então, que a temperatura final era de 30 ℃. Baseando-se nesses dados, o
equivalente em água do calorímetro vale, em gramas,
a) 400 b) 300 c) 200 d) 100
(AFA – 2007)
O diagrama de fases apresentado a seguir pertence a uma substância hipotética. Com relação a essa
substância, pode-se afirmar que,

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 69


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A) nas condições normais de temperatura e pressão, a referida substância se encontra no estado


sólido.
B) se certa massa de vapor da substância à temperatura de 300 ℃ for comprimida lentamente, não
poderá sofrer condensação pois está abaixo da temperatura crítica.
C) para a temperatura de 0 ℃ e pressão de 0,5 atm, a substância se encontra no estado de vapor.
D) se aumentarmos gradativamente a temperatura da substância, quando ela se encontra a 70 ℃ e
sob pressão de 3 atm, ocorrerá sublimação da mesma.
(AFA – 2006)
Dispõe-se de uma balança de braços iguais e recipientes idênticos contendo água cuja temperatura
está indicada na figura de cada alternativa.
Aquela que mostra corretamente a situação de equilíbrio é

A) B)

C) D)

(AFA – 2006)
Para intervalos de temperaturas entre 5 °C e 50 °C, o calor específico (c) de uma determinada
1 2
substância varia com a temperatura (t) de acordo com a equação 𝑐 = 60 t + 15 , onde c é dado em
cal/g°C e t em °C. A quantidade de calor necessária para aquecer 60 g desta substância de 10 °C até
22 oC é
A) 350 cal B) 120 cal C) 480 cal D) 288 cal
(AFA – 2004)
Considere um recipiente fechado contendo um líquido que ocupa somente 3/4 do volume desse
recipiente. Quando esse líquido está em equilíbrio dinâmico com o seu vapor, pode-se afirmar que
I- o vapor, nas condições descritas, é denominado vapor saturante.
II - o vapor está exercendo pressão máxima e essa cresce com o aumento da temperatura.
III - não há transferência de moléculas entre o líquido e o vapor.
IV - essa situação de equilíbrio líquido-vapor ocorre nos botijões de “gás” liquefeito de petróleo,
usados na cozinha.
São verdadeiras

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 70


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a) apenas I, II e III b) apenas I, II e IV


c) apenas II, III e IV. d) I, II, III e IV
(AFA – 2003)
Duas substâncias, 𝐴 e 𝐵, se encontram à mesma temperatura de 20 ℃ e cada qual termicamente
isolada. Fornecendo a mesma quantidade de calor a cada uma delas, verifica-se que a temperatura
de 𝐴 passa a ser de 60 ℃ e que a temperatura de 𝐵 passa a ser de 80℃. A partir dessa situação, as
substâncias são colocadas em contato térmico. A temperatura final de equilíbrio é, em ℃,
a) 64. b) 70. c) 72. d) 68.
(AFA – 2003)
Considere o diagrama abaixo que mostra a curva de aquecimento de m gramas de uma substância
pura ao receber calor.

É correto afirmar que


a) O calor específico da substância no estado sólido é 𝑄1 /(𝑚. 𝑡1 ).
b) O calor latente de fusão é 𝑄2 /𝑚.
c) Após o fornecimento da quantidade de calor (𝑄2 – 𝑄1 )/2 tem-se 𝑚/2 gramas da substância no
estado sólido.
d) O calor específico da substância no estado líquido é 𝑄1 /(𝑚(𝑡2 – 𝑡1 )).
(AFA – 2002)
Um corpo 𝐴 foi colocado em contato com outro corpo 𝐵, e suas temperaturas variam de acordo
com o gráfico abaixo

Sendo a massa de 𝐵 o dobro da massa de 𝐴, e considerando que as trocas de calor tenham ocorrido
apenas entre os dois, a razão entre o calor específico de A e o calor específico de B (𝑐𝐴 /𝑐𝐵 ) vale
a) 2,5. b) 5,0. c) 0,4. d) 0,2.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 71


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(AFA – 2000)
Um rapaz deseja tomar banho de banheira misturando 80 𝑙 de água fria a 18 ℃, com uma certa
quantidade de água quente a 60 ℃. Para o rapaz tomar banho a 35 ℃, o tempo, em segundos, que
a torneira de água quente deverá ficar aberta será aproximadamente:
Dados: A vazão da torneira de água quente é de 0,25 𝑙/𝑠. Desprezar a capacidade térmica da
banheira e a perda de calor da água.
a) 79 b) 152 c) 218 d) 303
(AFA – 1999)
Dois líquidos A e B, com a massa de A valendo 5/4 da massa de B, são misturados no interior de um
calorímetro. Verifica-se que não há mudanças de estado e que a temperatura inicial de B e a
temperatura de equilíbrio correspondem ao quádruplo e ao triplo, respectivamente, da
temperatura inicial de A. Desprezando-se as trocas de calor com o calorímetro e com o ambiente, a
relação entre os calores específicos dos líquidos A e B é
a) 1,25 b) 0,80 c) 0,75 d) 0,40
(EN – 2019)
Uma esfera homogênea de raio R, cuja densidade é de 2,7g/cm3 e o calor específico vale
0,2 cal/g°C, está a uma temperatura de −100°C. Coloca-se essa esfera em um reservatório, isolado
termicamente e de capacidade térmica desprezível, que contém 0,1 litro de água a 0°C. Qual o valor
mínimo de R, em centímetros, para que toda a água congele? Dados: massa específica da água =
1,0 𝑔/𝑐𝑚3; calor latente de fusão da água = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
A) 8,4 B) 6,2 C) 4,7 D) 3,3 E) 1,5
(EN – 2018)
Considere um bloco de gelo de 80,0 kg deslizando, com velocidade constante v, em um plano
inclinado de 30° com a horizontal. Sabendo que a massa de gelo que derrete por minuto, em
consequência do atrito, é de 20,0 g, e que o calor latente de fusão do gelo é 336 J/g, qual o valor
da velocidade v, em centímetros por segundo?
Dado: g = 10m/s2
A) 4,20 B) 16,8 C) 20,4 D) 28,0 E) 32,0
(EN – 2017)
Analise o gráfico abaixo.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 72


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O gráfico acima descreve o processo de aquecimento de certa substância que se encontra


inicialmente na fase sólida. O calor latente de fusão dessa substância é 6.0 cal/g. Em um processo
à pressão constante de 1.0 atm, ela é levada à fase líquida, com temperatura final de 400°C. A
potência fornecida nessa transformação foi de 360 cal/s. O gráfico mostra a temperatura da
substância em função do tempo, durante o processo. Qual o calor específico dessa substância, em
mcal/g°C?
A) 10 B) 20 C) 30 D) 40 E) 50
(EN – 2014)
Observe o gráfico a seguir.

Uma máquina de café expresso possui duas pequenas caldeiras mantidas sob uma pressão de
1,0MPa. Duas resistências elétricas aquecem separadamente a água no interior das caldeiras até as
temperaturas TA °C, na caldeira com água para o café, e TB °C, na caldeira destinada a produzir vapor
d'água para aquecer leite. Assuma que a temperatura do café na xícara, Tc °C, não deve ultrapassar
o ponto de ebulição da água e que não há perdas térmicas, ou seja, Tc = Ta . Considerando o
diagrama de fases no gráfico acima, quanto vale, aproximadamente, o menor valor, em kelvins, da
diferença TB − TA ?
Dado: 1,0 𝑎 𝑡𝑚 = 0,1𝑀𝑃𝑎
A) 180 B) 130 C) 80 D) 30 E) zero
(EN – 2006)
Uma arma dispara uma rajada de tiros na horizontal com projéteis de latão de 10,0 gramas. Os
projéteis saem da boca do cano da arma com vo = 600m/s e à temperatura de 80,0°C. A boca do
cano da arma está encostada em uma das faces de menor área de um tanque especial no formato
de um paralelepípedo que possui 10, 0m de comprimento, 0,40m de largura e 1,00m de altura,
contendo água à temperatura de 20,0°C (veja a figura abaixo) . Ao sair da boca do cano da arma os
projéteis entram no tanque, por meio de uma abertura especial que impede a saída da água, em
uma direção perpendicular à face na qual se encontra encostada. Desconsidere desvios de trajetória
e o efeito da força peso.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 73


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Considere os seguintes dados: 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1, 00𝑘𝑔/𝑚3 ; 𝑐𝐿𝑎𝑡ã𝑜 = 4,00𝑥102 𝐽/𝑘𝑔. 𝐾; 𝑐á𝑔𝑢𝑎 =


4,00𝑥103 𝐽/𝑘𝑔. 𝐾 𝑒 𝐼0 = 10−12 𝑊/𝑚2 .
Calcule a quantidade mínima de tiros (projéteis) para elevar a temperatura da água para 30,0°C,
sendo essa a temperatura de equilíbrio do sistema, admitindo que cada projétil pare na parede
situada a 10,0m da boca do cano ( sem se chocar com a mesma) e que toda a energia inicial possa
ser transformada em calor.(8 pontos)

(EFOMM – 2021)
Um calorímetro está acoplado a um circuito elétrico composto por uma bateria que fornece uma
tensão 𝑉 = 10 𝑉, um chave 𝑆 e um resistor de resistência 𝑅 = 1,0 Ω capaz de fornecer energia
térmica a seu interior. Um termômetro 𝑇 também está no interior do calorímetro, conforme a figura
abaixo. Utilizando esse equipamento, foi feito o seguinte procedimento experimental:
1. colocou-se 100 g de água a 10 °C e 50 g de gelo com temperatura de −10 °𝐶 no calorímetro;
2. ligou-se a chave 𝑆 por 220 s e desligou-se em seguida;
3. esperou-se que o termômetro 𝑇 indicasse que o sistema (água+gelo) alcançara o equilíbrio
térmico e, então foi feita a leitura da temperatura interna.
Considerando-se que o termômetro e o calorímetro têm capacidade térmica desprezível e toda
energia dissipada pelo resistor se converteu em calor, esperasse que a temperatura indicada no
termômetro 𝑇 seja de:

A) 15 °C B) 20 °C C) 25 °C D) 30 °C E) 35 °C
(EFOMM – 2020)
Em um recipiente termicamente isolado, 100 g de gelo, a -20 ºC, e 300 g de água, a 65 ºC, são
misturados. Após se alcançar o equilíbrio térmico, a temperatura da mistura é de aproximadamente

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 74


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Dados: calor específico da água: 1,0 cal/g.K; calor específico do gelo: 0,53 cal/g. K; calor de fusão da
água: 79,5 cal/g
A) 0º C B) 13º C C) 20º C D) 26º C E) 32º C
(EFOMM – 2019)
Em um calorímetro ideal, no qual existe uma resistência elétrica de 10 W de potência por onde passa
uma corrente elétrica, é colocado 1,0 L de água a 12 ºC e 2,0 Kg de gelo a 0 ºC. Após duas horas,
tempo suficiente para que água e gelo entrem em equilíbrio térmico e supondo que toda a energia
fornecida foi absorvida pelo conteúdo do calorímetro, qual é o percentual de massa de água líquida
contida no calorímetro?
Dados: calor específico da água: 1 cal/g.K; calor de fusão da água: 80 cal/g; 1 cal = 4 J
A) 22% B) 33% C) 46% D) 57% E) 71%
(EFOMM – 2018)
Em um calorímetro de capacidade térmica desprezível, foi misturado 1 kg de água a 40 ºC e 500 g
de gelo a -10 oC. Após o equilíbrio térmico, a massa de água, em gramas, encontrada no calorímetro
foi de:
(Dados: calor específico da água = 1,0 cal/gºC; calor específico do gelo = 0,55 cal/g. ºC; calor latente
de fusão do gelo = 80,0 cal/g.)
A) Zero B) 645 C) 1000 D) 1221 E) 1466
(EFOMM – 2017)
Um painel coletor de energia solar para aquecimento residencial de água, com 60% de eficiência,
tem superfície coletora com área útil de 20 m2. A água circula em tubos fixados sob a superfície
coletora. Suponha que a intensidade da energia solar incidente seja de 2,0⋅ 10^3 W/m^2 e que a
vazão de suprimento de água aquecida seja de 6,0 litros por minuto. Assinale a opção que indica
aproximadamente a variação da temperatura da água.
Dados: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; e 1 cal = 4,2 J.
a) 12,2°C b) 22,7°C c) 37,3°C d) 45,6°C e) 57,1°C
(EFOMM – 2017)
Em um dia muito quente, em que a temperatura ambiente era de 30°C, Sr. Aldemir pegou um copo
com volume de 194 cm3 de suco à temperatura ambiente e mergulhou nele dois cubos de gelo de
massa 15 g cada. O gelo estava a -4°C e fundiu-se por completo. Supondo que o suco tem o mesmo
calor específico e densidade que a água e que a troca de calor ocorra somente entre o gelo e suco,
qual a temperatura final do suco do Sr. Aldemir? Assinale a alternativa CORRETA.
Dados: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; e 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
a) 0°C b) 2°C c) 12°C d) 15°C e) 26°C
(EFOMM – 2016)
O gás natural possui calor de combustão de 37MJ/m3. Considerando um rendimento de 100% no
processo, o volume, em litros, de gás natural consumido, ao elevar de 20 C para 30 C a
temperatura de uma chaleira de cobre com massa 0,50 kg contendo 5,0 kg de água, é
Dados: calor específico do cobre: 0,39 kJ/kg°C; e

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 75


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calor específico da água: 4,18 kJ/kg°C.


a) 0,52 b) 5,7 c) 7,0 d) 10 e) 28
(EFOMM – 2015)
Observe o gráfico da pressão de vapor da água em função da temperatura.

A temperatura em uma certa sala é de 40o C. É realizado um experimento, colocando-se copos de


vidro com água a temperaturas diferentes. Nota-se então, que apenas nos copos com água à
temperatura menor ou igual a 10o C a superfície externa fica umedecida. Pode-se afirmar que a
umidade relativa do ar na sala é de
a) 9% b) 16% c) 25% d) 47% e) 55%
(EFOMM – 2014)
Uma certa quantidade de gelo, no seu ponto de fusão, é misturado com 30 g de vapor d’água no
intuito de produzir água líquida a 50oC. Considerando Lc=539 cal/g e c=1,00 cal/g.K , a energia
necessária, para que isso aconteça, é igual a
a) 14680 cal. b) 15430 cal. c) 16460 cal.
d) 17670 cal. e) 18000 cal.
(EFOMM – 2013)
Dois recipientes A e B, termicamente isolados e idênticos, contêm, respectivamente, 2,0 litros e 1,0
litro de água à temperatura inicial de 20oC. Utilizando, durante 80 segundos, um aquecedor elétrico
de potência constante, aquece-se a água do recipiente A até a temperatura de 60oC. A seguir,
transfere-se 1,0 litro de água de A para B, que passa a conter 2,0 litros de água na temperatura T.
Esse mesmo volume de água na temperatura T poderia ser obtido apenas com o recipiente A se, a
partir das mesmas condições iniciais, utilizássemos o mesmo aquecedor ligado durante um tempo
aproximado de
a) 15 b) 30 c) 40 d) 55 e) 60
(EFOMM – 2012)
No interior de um calorímetro, totalmente preenchido por 0,40 kg de certa substância, há um
termômetro e um resistor elétrico, todos inicialmente em equilíbrio térmico, na temperatura de
40oC. No instante t = 0, o resistor foi conectado a uma bateria, passando a dissipar 80 watts. A

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 76


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leitura do termômetro permitiu a construção do gráfico da temperatura T da substância em função


do tempo t, mostrado na figura. Considerando que toda a energia dissipada pelo resistor é absorvida
pela substância, o calor específico da substância, em J/goC, é igual a

A) 3,0 B) 3,5 C) 4,0 D) 4,5 E) 5,0


(EFOMM – 2012)
Observe a figura a seguir.

Dois corpos A e B são aquecidos separadamente por fontes de calor idênticas. A massa do corpo A
é 200g e a do corpo B é 800g. Analisando o gráfico, que mostra a temperatura do corpo em função
do tempo de ação da fonte, verifica-se que o calor específico do corpo A (CA) e o calor específico do
corpo B (CB) obedecem a relação
3 5 7
A) CB = 16 CA B) CB = 16 CA C) CB = 16 CA
9 11
D) CB = 16 CA E) CB = 16 CA
(EFOMM – 2008)
O calor específico da água, que é bem conhecido, vale 1,0 cal/goC. Sobre essa constante, no que diz
respeito à água, é correto dizer que
a) para resfriar 1 g de água em 1oC, sem que haja mudança de fase, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor latente.
b) para resfriar 1 g de água em 1oC, sem que haja mudança de fase, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor sensível.
c) para fundir 1 g de água, sem que haja mudança de temperatura, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor sensível.
d) para fundir 1 g de água, sem que haja mudança de temperatura, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor latente.
e) nada nos é informado sobre as características térmicas da água.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 77


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(EFOMM – 2007)
Seja um calorímetro de capacidade térmica 18 cal / oC em equilíbrio térmico com 60 gramas de água
(cágua = 1 cal /g 0 C) a 12 o C; se nele for inserido um pedaço de 350 g de ferro (c ferro =
0,12 cal/g o C) a 220 o C, a temperatura (oC) de equilíbrio do conjunto será de
A) 32,4 B) 45,8 C) 58,6 D) 71,4 E) 84,8
(EFOMM – 2005)
Dois recipientes iguais A e B contêm, respectivamente, 2 litros e 1 litro de água à temperatura de
20º C. Utilizando um aquecedor elétrico de potência constante e mantendo-o ligado durante 80
segundos, aquece-se a água do recipiente A até a temperatura de 60º C. A seguir, transfere-se 1
litro de água de A para B, que passa a conter 2 litros de água à temperatura T. Essa mesma situação
final, para o recipiente B, poderia ser alcançada colocando-se 2 litros de água a 20º C em B e, a
seguir, ligando-se o mesmo aquecedor elétrico em B, mantendo-o ligado durante um tempo
aproximado de
A) 40 s B) 60 s C) 180 s D) 100 s E) 120 s
(EFOMM – 2005)
Certa rede de “Fast Food” oferece sorvete de creme com cobertura de chocolate; verifique os
seguintes dados:

Sorvete Chocolate
Temperatura Inicial → Ts = −5𝑜 C Temperatura Inicial→ Tci = 68𝑜 C
Massa → 𝑀𝑠 = 160 𝑔 Temperatura de Solidificação → 𝑇𝑐𝑠 = 38𝑜 𝐶
Calor Sensível → 𝐶𝑠 = 0,4 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑜 𝐶 Calor Sensível (líquido) = 1,2 𝑥 10−1 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑜 𝐶
Calor Sensível (sólido) = 0,7 𝑥 10−1 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑜 𝐶
Calor Latente de Solidificação = −22 𝑐𝑎𝑙/𝑔

Calcule a massa, em g, de chocolate da cobertura (sólida) para uma temperatura de –1oC (equilíbrio
térmico).
A) 6 B) 7 C) 8 D) 9 E) 10
(Simulado AFA)
Durante uma temporada de caça na Groelândia, um jovem dispara um projetil de seu fuzil contra
um bloco bem grande gelo. A massa do projetil é de 50 gramas e o gelo encontra-se a 0°C. Quando
o projetil está entrando no gelo, sua temperatura é de 22 °C e sua velocidade é de 200 m/s. O projetil
permanece incrustado no gelo. Dessa forma, a massa de gelo derretida foi de:
Considere: 𝑐𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑖𝑙 = 0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, 𝐿𝑓 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e 1 𝑐𝑎𝑙 = 4 𝐽.
a) 10 g b) 6,875 g c) 5 g d) 3,125 g
(Simulado EFOMM)
Para determinar o calor específico de uma substância, utilizou-se um calorímetro e verificou-se nos
cálculos que 𝑐 = 0,45 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶. Entretanto, após a verificação dos equipamentos, notou-se que o
termômetro empregado no calorímetro estava graduado em Fahrenheit. O valor correto do calor
específico, em cal/g°C, é de:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 78


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a) 0,63 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 b) 0,72 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 c) 0,81 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶


d) 0,88 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e) 0,95 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
(Simulado EFOMM)
Em uma superfície horizontal, é lançado uma moeda de ligada metálica, com calor especifico igual
a 0,06 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, com uma velocidade de 50 m/s. Sabe-se que o coeficiente de atrito cinético entre
a moeda e a superfície é igual a 0,5. Se 40% da energia dissipada pelo atrito é responsável por
aquecer a moeda, então a variação de temperatura da moeda é de:
Considere 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 e 1 𝐽 = 0,24 𝑐𝑎𝑙.
(A) 1°C (B) 2°C (C) 4°C (D) 8°C (E) 0,5°C
(Simulado EN)
Um calorímetro de capacidade térmica desprezível contém 1L de água a 50°𝐶. Mergulha-se uma
barra de ferro de massa 200g a 400°𝐶 e, com intenção de esfriá-la, coloca-se também 12 cubos de
gelo a 0°𝐶 de 40g cada. Desprezando qualquer perda de calor ao meio externo, qual é a temperatura
final aproximada do sistema em graus Celsius?
Dados: Calor específico da água: 1 𝑐𝑎𝑙⁄𝑔 °𝐶 .

Densidade da água: 1 𝑔/𝑐𝑚3 .


Calor específico do ferro: 0,1 𝑐𝑎𝑙⁄𝑔 °𝐶 .

Calor de fusão latente do gelo: 80 𝑐𝑎𝑙/g.


(A) 13 (B) 14 (C) 16 (D) 18 (E) 20
(ITA-1972)
Numa aula prática sobre ebulição faz-se a seguinte experiência: leva-se até a fervura a água de um
balão (não completamente cheio). Em seguida, fecha-se o frasco e retira-se o mesmo do fogo.
Efetuando-se um resfriamento brusco do balão, a água volta a ferver. Isto se dá porque:
a) na ausência de ar a água ferve com maior facilidade.
b) a redução da pressão de vapor no frasco é mais rápida que a queda de temperatura do líquido.
c) com o resfriamento, a água se contrai expulsando bolhas de ar que estavam no seio do líquido.
d) com o resfriamento brusco a água evapora violentamente.
e) com o resfriamento brusco, o caminho livre médio das moléculas no líquido aumenta.
(ITA-1973)
Numa garrafa térmica contendo água foi introduzido um aquecedor de imersão cuja resistência
praticamente não varia com a temperatura. O aquecedor é ligado a uma fonte de tensão constante.
O gráfico (curva tracejada) corresponde aproximadamente ao que se observa caso a garrafa térmica
contenha 200 gramas de água. Escolha o gráfico (todos na mesma escala) que melhor representa o
que se pode observar caso a garrafa térmica contenha só 100 gramas de água.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 79


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Observação: A garrafa não é fechada com rolha. 𝑻 = temperatura. 𝒕 = tempo

A) B)

C) D)

E)

(ITA-1974)
A temperatura de ebulição do nitrogênio, à pressão normal, é aproximadamente 77 𝐾 e o seu calor
de vaporização é de 48 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔. Qual é, aproximadamente, a massa de nitrogênio vaporizada ao
introduzir-se 0,5 𝑘𝑔 de água a 0 °𝐶 num botijão de nitrogênio líquido, onde a temperatura é
de 77 𝐾?
a) 1,25 𝑘𝑔. b) 2,875 𝑘𝑔. c) 1,57 𝑘𝑔.
d) 2,04 𝑘𝑔. e) nenhuma das respostas anteriores.
Dados:
Calor específico médio do gelo no intervalo de temperatura considerado = 0,35 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
Calor latente de fusão do gelo = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
(ITA-1974)
A umidade relativa num ambiente gasoso (atmosfera, por exemplo) é definida como:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 80


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a) relação entre a pressão de vapor de água existente e a pressão ambiente.


b) relação entre o volume ocupado pelo vapor de água e o volume total do ambiente.
c) relação entre a pressão de vapor de água existente à temperatura ambiente e a pressão de vapor
de água a 0 °C.
d) relação entre a pressão de vapor de água existente e a pressão de vapor saturante à mesma
temperatura.
e) nenhuma das afirmações acima é verdadeira.
(ITA-1976)
A potência elétrica dissipada por um aquecedor de imersão é de 200W. Mergulha-se o aquecedor
num recipiente que contém 1 litro de água a 20 °C. Supondo que 70% da potência dissipada pelo
aquecedor sejam aproveitados para o aquecimento da água, quanto tempo será necessário para
que a temperatura da água atinja 90 °C?
Dado: Calor específico da água = 4,2 J/g °C.
a) 2,1 s. b) 2,1 · 103 𝑠. c) 5 · 102 𝑠.
d) 1,2 · 102 𝑠. e) 5 ⋅ 103 s.
(ITA-1977)
Um corpo é aquecido pela água de um calorímetro que por sua vez é aquecida por uma resistência
onde passa uma corrente elétrica. Durante o aquecimento, que durou 20 segundos, o corpo
absorveu a quantidade de calor equivalente a 5,0 · 102 calorias e o calorímetro reteve,
separadamente, 2,05 · 103 calorias. Sabendo-se que a potência elétrica dissipada pela resistência
foi de 550𝑊, pode-se afirmar que a perda de calor do calorímetro para o ambiente, durante o
aquecimento, foi de:
a) valor tão pequeno que não se pode avaliar com os dados acima.
b) 5,9 · 102 calorias.
c) 5,4 · 102 calorias.
d) 0,9 · 102 calorias.
e) nenhum dos valores acima.
(ITA-1979)
Três recipientes metálicos, de igual volume, contêm respectivamente água, gelo e vapor d'água. O
gelo e a água têm a mesma massa e o volume que eles ocupam é de 9/10 do recipiente. Fecham-
se os três recipientes à pressão de 1,01 · 105 𝑃𝑎 e colocam-se os mesmos, simultaneamente, no
interior de um forno pré-aquecido a 200 °𝐶, de modo a receberem calor em idênticas condições.
Assim sendo, para um mesmo intervalo de tempo no interior do forno, pode-se afirmar que:
a) o gelo necessitará de menor energia para aumentar sua temperatura do que a água e o vapor
d'água.
b) a água é, das três fases, a que maior quantidade de energia necessita para aumentar sua
temperatura.
c) o vapor d'água é o que necessita de menor quantidade de energia para aumentar sua
temperatura.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 81


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d) água e gelo necessitam da mesma quantidade de calor para aumentar igualmente suas
temperaturas e tal quantidade de calor é menor que aquela para o vapor.
e) o gelo e o vapor d'água necessitam de menor quantidade de calor para aumentarem suas
temperaturas do mesmo valor do que a da água.
(ITA-1984)
Um fogareiro é capaz de fornecer 250 calorias por segundo. Colocando-se sobre o fogareiro uma
chaleira de alumínio de massa 500 g, tendo no seu interior 1,2kg de água à temperatura ambiente
de 25 °C, a água começará a ferver após 10 minutos de aquecimento. Admitindo-se que a água ferve
a 100 °C e que o calor específico da chaleira de alumínio é 0,23 cal/g °C e o da água 1,0 cal/g °C,
pode-se afirmar que:
a) toda a energia fornecida pelo fogareiro é consumida no aquecimento da chaleira com água,
levando a água à ebulição.
b) somente uma fração inferior a 30% da energia fornecida é gasta no aquecimento da
chaleira com água, levando a água à ebulição.
c) uma fração entre 30% e 40% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
d) 50% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
e) a relação entre a energia consumida no aquecimento da chaleira com água e a energia
fornecida pelo fogão em 10 minutos situa-se entre 0,70 e 0,90.
(ITA-1985)
Dois corpos feitos de chumbo estão suspensos a um mesmo ponto por fios de comprimentos iguais
a 1,50 𝑚. Esticam-se os dois fios ao longo de uma mesma horizontal e, em seguida, abandonam-se
os corpos, de forma que eles se chocam e ficam em repouso. Desprezando as perdas mecânicas e
admitindo que toda a energia se transforma em calor e sabendo que o calor específico do chumbo
é 0,130 𝐽/𝑔 °𝐶 e a aceleração da gravidade 9,80 𝑚/𝑠 2 , podemos afirmar que a elevação de
temperatura dos corpos é:

a) 0,113 °C. b) 0,226 °C. c) 113 °C. d) 0,057 °C.


e) impossível de calcular, porque não se conhecem as massas dos corpos.
(ITA-1988)
Um bloco de gelo de massa 3,0 𝑘𝑔, que está a uma temperatura de −10,0 °𝐶, é colocado em um
calorímetro (recipiente isolado de capacidade térmica desprezível) contendo 5,0 𝑘𝑔 de água à
temperatura de 40,0 °𝐶. Qual a quantidade de gelo que sobra sem se derreter?
Dados:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 82


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Calor específico do gelo: 𝑐𝐺 = 0,5 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶.


Calor específico da água: 𝑐𝐴 = 1,0 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶.
Calor latente de fusão do gelo: 𝐿 = 80 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔.
(ITA-1989)
Cinco gramas de carbono são queimados dentro de um calorímetro de alumínio, resultando o gás
𝐶𝑂2. A massa do calorímetro é de 1000 𝑔 e há 1500 𝑔 de água dentro dele. A temperatura inicial
do sistema era de 20 °𝐶 e a final de 43 °𝐶. Calcule o calor produzido (em calorias) por grama de
carbono. Despreze a pequena capacidade calorífica do carbono e do dióxido de carbono.
a) 7,9 kcal. b) 7,8 kcal. c) 39 kcal. d) 57,5 kcal. e) 11,5 kcal.
Dados:
𝑐𝐴𝑙 = 0,215 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,00 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
(ITA-1996)
Num dia de calor, em que a temperatura ambiente era de 30 °𝐶, João pegou um copo com volume
de 200 𝑐𝑚³ de refrigerante à temperatura ambiente e mergulhou nele dois cubos de gelo de massa
15 𝑔 cada um. Se o gelo estava à temperatura de −4 °𝐶 e derreteu-se por completo e supondo que
o refrigerante tem o mesmo calor específico que a água, a temperatura final da bebida de João ficou
sendo aproximadamente de:
a) 16 º𝐶. b) 25 º𝐶. c) 0 º𝐶. d) 12 º𝐶. e) 20 º𝐶.
Dados:
Calor específico da água = 4,18 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾.
Calor latente de fusão da água = 333,5 𝑘𝐽/𝑘𝑔.
Calor específico do gelo = 2,05 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾.
Densidade do refrigerante = 1,0 𝑔/𝑐𝑚³.
(ITA-1997)
Um vaporizador contínuo possui um bico pelo qual entra água a 20 °𝐶, de tal maneira que o nível
de água no vaporizador permanece constante. O vaporizador utiliza 800𝑊 de potência, consumida
no aquecimento da água até 100 °𝐶 e na sua vaporização a 100 °𝐶. A vazão de água pelo bico é:
a) 0,31 𝑚𝐿/𝑠. b) 0,35 𝑚𝐿/𝑠. c) 2,4 𝑚𝐿/𝑠.
d) 3,1 𝑚𝐿/𝑠. e) 3,5 𝑚𝐿/𝑠.
Dados:
Calor específico da água = 4,18 𝑘𝐽/𝑘𝑔. 𝐾.
Massa específica da água = 1,0 𝑔/𝑐𝑚3 .
Calor latente de vaporização da água = 2257,2 𝑘𝐽/𝑘𝑔.
(ITA-1999)
Numa cavidade de 5 𝑐𝑚3 feita num bloco de gelo, introduz-se uma esfera homogênea de cobre de
30 𝑔 aquecida a 100 °𝐶, conforme o esquema. Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo é

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 83


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de 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔, que o calor específico do cobre é de 0,096 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶 e que a massa específica do gelo
é de 0,92 𝑔/𝑐𝑚3 . O volume total da cavidade após o equilíbrio ser atingido é igual a:
a) 8,9 𝑐𝑚3. b) 3,9 𝑐𝑚3. c) 39,0 𝑐𝑚3.
d) 8,5 𝑐𝑚3 . e) 7,4 𝑐𝑚3 .
(ITA-2000)
O ar dentro de um automóvel fechado tem massa de 2,6 kg e calor específico de 720 J/kg °C.
Considere que o motorista perde calor a uma taxa constante de 120 joules por segundo e que o
aquecimento do ar confinado se deva exclusivamente ao calor emanado pelo motorista. Quanto
tempo levará para a temperatura variar de 2,4 °C a 37 °C?
a) 540 s. b) 480 s. c) 420 s. d) 360 s. e) 300 s.
(ITA-2002)
Mediante chave seletora, um chuveiro elétrico tem a sua resistência graduada para dissipar 4,0 𝑘𝑊
no inverno, 3,0 𝑘𝑊 no outono, 2,0 𝑘𝑊 na primavera e 1,0 𝑘𝑊 no verão. Numa manhã de inverno,
com temperatura ambiente de 10 °𝐶, foram usados 10,0 litros de água desse chuveiro para
preencher os 16% do volume faltante do aquário de peixes ornamentais, de modo a elevar sua
temperatura de 23 °𝐶 para 28 °𝐶. Sabe-se que 20% da energia é perdida no aquecimento do ar, a
densidade da água é 𝜌 = 1,0 𝑔/𝑐𝑚3 e o calor específico da água é 4,18 𝐽/𝑔 · 𝐾. Considerando que
a água do chuveiro foi colhida em 10 minutos, em que posição se encontrava a chave seletora?
Justifique.
(ITA-2002)
Colaborando com a campanha de economia de energia, um grupo de escoteiros construiu um fogão
solar, consistindo de um espelho de alumínio curvado que foca a energia térmica incidente sobre
uma placa coletora. O espelho tem um diâmetro efetivo de 1,00 𝑚 e 70% da radiação solar
incidente é aproveitada para de fato aquecer uma certa quantidade de água. Sabemos ainda que o
fogão solar demora 18,4 minutos para aquecer 1,00 𝐿 de água desde a temperatura de 20 °𝐶 até
100 °𝐶, e que 4,186 · 103 𝐽 é a energia necessária para elevar a temperatura de 1,00 L de água de
1,000 K. Com base nos dados, estime a intensidade irradiada pelo Sol na superfície da Terra, em
𝑊/𝑚2 . Justifique.
(ITA-2004)
Um painel coletor de energia solar para aquecimento residencial de água, com 50% da eficiência,
tem superfície coletora com área útil de 10 𝑚2. A água circula em tubos fixados sob a superfície
coletora. Suponha que a intensidade da energia solar incidente é de 1,0 · 103 𝑊/𝑚2 e que a vazão
de suprimento de água aquecida é de 6,0 litros por minuto. Assinale a opção que indica a variação
da temperatura da água.
a) 12 °𝐶. b) 10 °𝐶. c) 1,2 °𝐶. d) 1,0 °𝐶. e) 0,10 °𝐶.
(ITA-2005)
Inicialmente 48 𝑔 de gelo a 0 °𝐶 são colocados num calorímetro de alumínio de 2,0 𝑔, também a
0 °𝐶. Em seguida, 75 𝑔 de água a 80 °𝐶 são despejados dentro desse recipiente. Calcule a
temperatura final do conjunto.
Dados:
Calor latente do gelo 𝐿𝐺 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 84


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Calor específico da água 𝑐𝐻2 𝑂 = 1,0 𝑐𝑎𝑙 𝑔−1 °𝐶 −1.


Calor específico do alumínio 𝑐𝐴𝑙 = 0,22 𝑐𝑎𝑙 𝑔−1 °𝐶 −1 .
(ITA-2006)
Um bloco de gelo com 725 𝑔 de massa é colocado num calorímetro contendo 2,50 𝑘𝑔 de água a
uma temperatura de 5,0 °𝐶, verificando-se um aumento de 64 𝑔 na massa desse bloco, uma vez
alcançado o equilíbrio térmico. Considere o calor específico da água (𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶) o dobro do
calor específico do gelo, e o calor latente de fusão do gelo de 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔. Desconsiderando a
capacidade térmica do calorímetro e a troca de calor com o exterior, assinale a temperatura inicial
do gelo.
a) −191,4 °𝐶. b) −48,6 °𝐶. c) −34,5 °𝐶.
d) −24,3 °𝐶. e) −14,1 °𝐶.
(ITA-2006)
Calcule a área útil das placas de energia solar de um sistema de aquecimento de água, para uma
residência com quatro moradores, visando manter um acréscimo médio de 30,0 °𝐶 em relação à
temperatura ambiente. Considere que cada pessoa gasta 30,0 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 de água quente por dia e que,
na latitude geográfica da residência, a conversão média mensal de energia é de 60,0 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠 por
metro quadrado de superfície coletora. Considere ainda que o reservatório de água quente com
capacidade para 200 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 apresente uma perda de energia de 0,30 𝑘𝑊ℎ por mês para cada litro.
É dado o calor específico da água 𝑐 = 4,19 𝐽/𝑔 °𝐶.
(ITA - 2007)
Um corpo indeformável em repouso é atingido por um projétil metálico com a velocidade de
300 𝑚/𝑠 e a temperatura de 0 °𝐶. Sabe-se que, devido ao impacto, 1/3 da energia cinética é
absorvida pelo corpo e o restante transforma-se em calor, fundindo parcialmente o projétil. O metal
tem ponto de fusão 𝑡𝑓 = 300 °𝐶, calor específico 𝑐 = 0,02 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶 e calor latente de fusão 𝐿𝑓 =
6 𝑐𝑎𝑙/𝑔. Considerando 1 𝑐𝑎𝑙 ≅ 4 𝐽, a fração 𝑥 da massa total do projétil metálico que se funde é tal
que:
a) 𝑥 < 0,25.
b) 𝑥 = 0,25.
c) 0,25 < 𝑥 < 0,5.
d) 𝑥 = 0,5.
e) 𝑥 > 0,5.
1
Dado: a energia cinética de um corpo de massa 𝑚 e velocidade 𝑣 é expressa por 𝐸𝑐 = 2 𝑚𝑣 2 .
(ITA – 2007)
Numa cozinha industrial, a água de um caldeirão é aquecida de 10 °𝐶 a 20 °𝐶, sendo misturada, em
seguida, à água a 80 °𝐶 de um segundo caldeirão, resultando 10 𝑙 de água a 32 °𝐶, após a mistura.
Considere que haja troca de calor apenas entre as duas porções de água misturadas e que a
densidade absoluta da água, de 1 𝑘𝑔/𝑙, não varia com a temperatura, sendo, ainda, seu calor
específico 𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙 𝑔–1 °𝐶 –1. A quantidade de calor recebida pela água do primeiro
caldeirão ao ser aquecida até 20 °𝐶 é de

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 85


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a) 20 kcal. b) 50 kcal c) 60 kcal. d) 80 kcal. e) 120 kcal.


(ITA - 2007)
A água de um rio encontra-se a uma velocidade inicial 𝑉 constante, quando despenca de uma altura
de 80 𝑚, convertendo toda a sua energia mecânica em calor. Este calor é integralmente absorvido
pela água, resultando em um aumento de 1𝐾 de sua temperatura. Considerando 1 cal 4 𝐽,
aceleração da gravidade 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 e calor específico da água 𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙𝑔−1 °𝐶 −1 , calcula-se
que a velocidade da água 𝑉 é de:
a) 10√2 𝑚/𝑠. b) 20 𝑚/𝑠. c) 50 𝑚/𝑠.
d) 10√32 𝑚/𝑠. e) 80 𝑚/𝑠.
(ITA – 2008)
De acordo com a Lei de Stefan-Boltzmann, o equilíbrio da atmosfera terrestre é obtido pelo balanço
energético entre a energia de radiação do Sol absorvida pela Terra e a reemitida pela mesma.
Considere que a energia fornecida por unidade de tempo pela radiação solar é dada por 𝑃 = 𝐴 ⋅ 𝑒 ⋅
𝜎 ⋅ 𝑇 4 , em que 𝜎 = 5,67 ⋅ 10−8 𝑊 ⋅ 𝑚−2 ⋅ 𝐾 −4; 𝐴 é a área da superfície do corpo; 𝑇 a temperatura
absoluta, e o parâmetro 𝑒 é a emissividade que representa a razão entre a taxa de radiação de uma
superfície particular e a taxa de radiação de uma superfície de um corpo ideal, com a mesma área e
mesma temperatura. Considere a temperatura média da Terra 𝑇̅ = 287 𝐾 e, nesta situação, 𝑒 =
1. Sabendo que a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global reduze a emissividade,
faça uma estimativa de quanto aumentará a temperatura média da Terra devido à emissão de gases
responsáveis pelo aquecimento global, se a emissividade diminuir 8%.
𝑥
Considere (1 − 𝑥)1/4 ≅ 1 − 4.
(IME – 2021)
Um físico precisa fundir 50 kg de um determinado material. Pensando em não desperdiçar energia,
ele pega um bloco extra de 1 kg desse material como amostra, inicialmente na temperatura de 20°C,
e realiza duas etapas sucessivas de aquecimento, fornecendo 16 kcal em cada uma delas. Suas
anotações são mostradas na tabela a seguir

Considerando a temperatura inicial do material em 20 °C e que sua temperatura de fusão constante,


a quantidade mínima de energia, em kcal, necessária para fundir os 50 kg de material, é:
(A) 800 (B) 1400 (C) 1600 (D) 2500 (E) 3900
(IME – 1997)
Considere um calorímetro no qual existe uma certa massa de líquido. Para aquecer o conjunto
líquido-calorímetro de 30 °C para 60 °C são necessários 𝑄1 𝐽. Por outro lado, 𝑄2 𝐽 elevam de 40 °C
para 80 °C o calorímetro juntamente com o triplo da massa do líquido.
A) Determine a capacidade térmica do calorímetro nas seguintes situações:
𝑄1 = 2000 𝐽, 𝑄2 = 4000 𝐽

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 86


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𝑄1 = 2000 𝐽, 𝑄2 = 7992 𝐽
B) Com base nestes dados, em qual das duas situações a influência do material do calorímetro pode
ser desconsiderada? Justifique sua conclusão.
(OBF – 2005)
Em um calorímetro, de capacidade térmica desprezível, são colocados 40 𝑔 de água a 40 °𝐶, e 30 𝑔
de gelo a 0 °𝐶. Sabendo que o calor latente de fusão da água vale 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e o calor específico da
água vale 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶, a temperatura final da mistura será:
a) – 14,5 °𝐶 b) – 11,4 °𝐶 c) – 9,4 °𝐶
d) 0 °𝐶 e) 20 °𝐶
(OBF – 2005)
Suponha que você despeje 0,2 𝑘𝑔 de café, a 90 °𝐶, no interior de uma jarra de 0,4 𝑘𝑔 de massa, a
20 °𝐶. Assumindo que nenhum calor é transferido para o meio externo e que o calor específico da
jarra é 𝑐𝑗𝑎𝑟𝑟𝑎 = 0,20 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶 e do café 𝑐𝑐𝑎𝑓é = 1,0 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶, qual será a temperatura final
do café?
(OBF – 2006)
Num recipiente adiabático de capacidade térmica desprezível em que existe uma massa 𝑚𝑎 de
200𝑔 de água a 100 °𝐶, é misturada uma massa 𝑚𝑔 de 100𝑔 de gelo moído a 0 °𝐶. Considerando
o calor latente de fusão do gelo igual a 80𝑐𝑎𝑙/𝑔,
a) determine, em °𝐶, a temperatura 𝜃 da mistura quando se atinge o equilíbrio térmico.
b) calcule, em calorias, a quantidade de calor 𝑄 cedida pela água quente para se resfriar desde
100 °𝐶 até a temperatura de equilíbrio térmico.
(OBF – 2008)
Desejando determinar a temperatura de um forno, um estudante colocou em seu interior um
cilindro de massa de 50 𝑔 e calor específico igual a 0,22 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶. Após certo intervalo de tempo o
cilindro foi retirado do forno e imediatamente colocado no interior de uma garrafa térmica com
330 𝑔 de água. A temperatura da água variou de 19 °𝐶 para 20 °𝐶. Considerando o calor específico
da água 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, calcule a temperatura que se encontrava o forno no momento que o cilindro
foi retirado do seu interior. Despreze as perdas de calor para o ambiente e a capacidade térmica da
garrafa.
(OBF – 2011/modificada)
Um micro-ondas de 3.000𝑊 potência é utilizado para aquecer a xícara de chá com 100 𝑔 de água.
Qual o tempo (em minutos) necessário para que a água ferva a 100 °𝐶. (capacidade térmica da água
𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 4,2 𝐽/𝑔°𝐶)
(OBF – 2013)
Um pedaço de gelo de 0,30𝑘𝑔 a 0 °𝐶 é colocado em um recipiente termicamente isolado contendo
2,0𝑘𝑔 de água a 10 °𝐶. Determine a temperatura e a composição final do sistema. Dados: calor
específico da água= 1,0𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; calor específico do gelo= 0,50𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; calor latente de fusão da
água= 80𝑐𝑎𝑙/𝑔.
(OBF – 2015)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 87


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Um aluno, mistura 800 𝑔 de água a 20 °𝐶 com uma certa massa de gelo a −20 °𝐶 dentro de um
recipiente com paredes adiabáticas. Diante do experimento verifica que o sistema alcançou o
equilíbrio térmico a temperatura de 10 °𝐶. Qual a massa inicial de gelo?
(OBF – 2016)
Aquários de peixes tropicais devem ser mantidos à temperatura de 30 °𝐶. Para tanto, são usados
aquecedores com termostatos, que aquecem a água até que a temperatura desejada seja atingida.
A limpeza periódica é feita substituindo-se parte da água do aquário por água nova, mas deve-se
evitar variações bruscas de temperatura. Considere um aquário de 100 𝐿 dos quais 40 𝐿 são
substituídos por água a 20 °𝐶, equipado com um aquecedor de 100 𝑊. Responda as perguntas
desprezando outros corpos que não a massa de água e considerando que não há trocas de calor
com o ambiente.
a) Qual será a temperatura de equilíbrio da água depois da substituição e antes do termostato ser
ligado?
b) Quanto tempo será necessário para que o aquário volte à temperatura de 30 °𝐶?
Considere o calor específico da água igual 𝑐 = 4 𝑘𝐽/𝑘𝑔 °𝐶.
(Simulado ITA)
Em um certo calorímetro, de capacidade calorífica igual a 30 cal/°C, é colocado 60 gramas de água
a 96°C. Uma certa quantidade de um líquido desconhecido a 10 °C é adicionada ao calorímetro e
verifica-se que a temperatura de equilíbrio foi de 40 °C. Sabendo que o líquido possui um calor
específico que varia com a temperatura, segundo a equação 𝑐𝑙 = (0,5 + 0,04𝑇) 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a massa
de líquido adicionada foi de:
Considere o calor específico da água igual a 1 cal/g°C.
a) 62 𝑔 b) 84 𝑔 c) 92 𝑔 d) 104 𝑔 e) 112 𝑔
(Simulado ITA)
Mistura-se 40 gramas de vapor de água a 100°C com 30 gramas de gelo a 0°C em um calorímetro
ideal. Após estabelecido o equilíbrio térmico, podemos afirmar que:
Adote: 𝐿𝑓 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔, 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e 𝐿𝑣 = 540 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
(A) 70 gramas de água a 100 °C.
(B) 70 gramas de água a 76 °C.
(C) 20 gramas de água e 50 gramas de vapor a 100°C.
(D) 40 gramas de água e 30 gramas de vapor a 100 °C.
(E) 35 gramas de água e 35 gramas de vapor a 100 °C.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 88


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8. Gabarito sem comentários nível 2


1) D 23) D

2) B 24) D

3) A 25) D

4) E 26) C

5) E 27) 80.000 projéteis

6) D 28) A

7) E 29) D

8) C 30) C

9) B 31) E

10) B 32) E

11) C 33) D

12) B 34) B

13) C 35) B

14) C 36) D

15) B 37) C

16) D 38) E

17) B 39) C

18) D 40) B

19) C 41) E

20) B 42) A

21) C 43) D

22) D 44) A

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 89


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45) C 65) A

46) B 66) 17,5 °C

47) A 67) B

48) B 68) 3,1 m²

49) A 69) B

50) C 70) D

51) D 71) E

52) B 72) 6 K

53) D 73) E

54) E 74) a) 50 𝐽 ⋅ °𝐶 −1 , 0,1 𝐽 ⋅ °𝐶 −1 b) Segunda

55) C 75) D

56) A 76) 70 °C

57) 0,7 𝑘𝑔 77) a) 40 °C b) 12000 cal

58) A 78) 50 °C

59) A 79) 10,5 s

60) B 80) 0 °C, 2,25 kg de água e 0,05 kg de gelo

61) A 81) 80 g

62) A 82) a) 26 °C b) 16000 s

63) Inverno 83) E

64) 552 𝑊/𝑚2 84) D

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 90


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9. Lista de questões nível 2 comentada


(EsPCEx – 2002)
Um corpo, dentro de um calorímetro de capacidade térmica desprezível, recebe calor
exclusivamente de uma fonte cuja potência é 120 W. Sua temperatura varia com o tempo t de
acordo com o gráfico abaixo. A capacidade térmica desse corpo, em J/°C, é de

[A] 80 [B] 60 [C] 105 [D] 160 [E] 180

Comentários:

Por definição de potência térmica, para um intervalo de tempo de 80 s, a quantidade de calor


trocada é de:

𝑄
𝑃𝑜𝑡 =
Δ𝑡
𝑄
120 =
80
𝑄 = 120 ⋅ 80 𝐽

Deixe a conta assim mesmo. Evite contas desnecessárias. Agora, vamos aplicar a definição de
capacidade térmica:

𝑄
𝐶=
Δ𝜃
120 ⋅ 80
𝐶=
90 − 30
120 ⋅ 80
𝐶=
60
𝐶 = 2 ⋅ 80

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 91


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𝐶 = 160 𝐽/°𝐶

Gabarito: D
(EsPCEx – 2001)
Para cozinhar os alimentos mais rapidamente, uma cozinheira utiliza uma panela de pressão com os
alimentos imersos em água. Ao colocar a panela sobre o fogo, sabemos que os alimentos são cozidos
mais rapidamente porque
[A] aumento da pressão no interior da panela provoca um decréscimo na temperatura de ebulição
da água em seu interior.
[B] ponto de ebulição da água que envolve os alimentos aumenta.
[C] a água em seu interior se expande, diminuindo a pressão.
[D] aumento da temperatura reduz a pressão no interior da panela.
[E] as paredes da panela são espessas, o que a torna um recipiente adiabático perfeito.

Comentários:

Para responder essa questão, vamos lembrar da curva de pressão por temperatura de uma
substância na ebulição.

Note que ao aumenta a pressão de 𝑝1 para 𝑝2 , a temperatura de ebulição aumenta de 𝜃1 para 𝜃2 .


O que a panela de pressão faz é justamente aumentar a pressão interna para que a temperatura de
ebulição da água também aumente. Se agora a temperatura de ebulição da água é maior, então o
alimento pode ser cozido a uma temperatura mais alta, acelerando o processo de cozimento.

Gabarito: B
(EsPCEx – 2003)
O gráfico abaixo representa a temperatura T de um bloco de ferro de massa igual a 1,5 kg e calor
específico igual a 0,11 cal/g °C, em função do tempo (t).

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 92


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A fonte de calor trabalha com uma potência constante e todo o calor por ela liberado é absorvido
pelo bloco. Nesse caso, a potência da fonte vale
A) 297 cal/min. B) 396 cal/min. C) 495 cal/min. D) 660 cal/min. E) 165 cal/min.

Comentários:

Pela definição de potência térmica, temos:

𝑄
𝑃𝑜𝑡 =
Δ𝑡
𝑐𝑎𝑙
1500 𝑔 ⋅ 0,11 𝑔°𝐶 ⋅ (60 − 15) °𝐶
𝑃𝑜𝑡 =
25 𝑚𝑖𝑛
15 ⋅ 11 ⋅ 45
𝑃𝑜𝑡 = 𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑖𝑛
5⋅5
𝑃𝑜𝑡 = 3 ⋅ 11 ⋅ 9 𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑖𝑛

𝑃𝑜𝑡 = 297 𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑖𝑛

Gabarito: A
(EsPCEx – 2005)
Um cozinheiro necessita preparar 1,5 litros de café com leite a uma temperatura de 42°C. Ele dispõe
de 700 mililitros de café a 82°C. Considerando que somente haja troca de calor entre o café e o leite
e que ambos tenham o mesmo calor específico e a mesma densidade, para conseguir o seu intento,
a temperatura inicial do leite que será misturado ao café deve ser de:
[A] 62°C [B] 40°C [C] 35°C [D] 11°C [E] 7°C

Comentários:

Considerando que o café e o leite possuem em sua grande parte de composição água, então vamos
dizer que eles possuem o mesmo calor específico que é praticamente o calor específico da água. Logo:

∑𝑄 = 0

𝑚𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ⋅ 𝑐𝐻2 𝑂 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ) + 𝑚𝑐𝑎𝑓é ⋅ 𝑐𝐻2 𝑂 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑐𝑎𝑓é ) = 0

Como 𝑐𝐻2 𝑂 está em todo mundo e do outro lado da igual é zero, então podemos cortar 𝑐𝐻2 𝑂 . Logo:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 93


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𝑚𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ) + 𝑚𝑐𝑎𝑓é ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑐𝑎𝑓é ) = 0

Como café e leite são a base água, então tem a mesma densidade que a água, praticamente. Logo:
𝑚𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒
𝑑𝐻2 𝑂 =
𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒

𝑚𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 = 𝑑𝐻2 𝑂 ⋅ 𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒

Analogamente para o café, 𝑚𝑐𝑎𝑓é = 𝑑𝐻2 𝑂 ⋅ 𝑉𝑐𝑎𝑓é . Portanto:

𝑑𝐻2 𝑂 ⋅ 𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ) + 𝑑𝐻2 𝑂 ⋅ 𝑉𝑐𝑎𝑓é ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑐𝑎𝑓é ) = 0

𝑉𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ) + 𝑉𝑐𝑎𝑓é ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑐𝑎𝑓é ) = 0

Como a mistura café com leite deve ter 1,5 L e temos 700 mL de café, então o volume de leite é
de 800 mL. Além disso, como a bebida deve ser servida a 42 °C, então a temperatura final de equilíbrio da
mistura é de 42°C. Portanto:

800 ⋅ (42 − 𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ) + 700 ⋅ (42 − 82) = 0

8 ⋅ (42 − 𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 ) = 7 ⋅ 40

42 − 𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 = 7 ⋅ 5

𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 = 42 − 35

𝜃𝑙𝑒𝑖𝑡𝑒 = 7 °𝐶

Gabarito: E
(EsPCEx – 2017)
Um painel coletor de energia solar é utilizado para aquecer a água de uma residência e todo o
sistema tem um rendimento de 60%. Para aumentar a temperatura em 12,0 °C de uma massa de
água de 1000 kg, a energia solar total coletada no painel deve ser de
Dado: considere o calor específico da água igual a 4,0 J/g°C.
[A] 2,8 · 104 J [B] 4,8 · 104 J [C] 8,0 · 104 J
[D] 4,8 · 107 J [E] 8,0 · 107 J

Comentários:

A quantidade de calor necessária para elevar a temperatura em 12 °C é igual a:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

𝑄 = 103 ⋅ 10
⏟3 ⋅ 4 ⋅ 12
𝑘𝑔→𝑔

𝑄 = 4 ⋅ 12 ⋅ 106 𝐽

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 94


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Como o rendimento é de 60%, então:

𝑄ú𝑡𝑖𝑙
𝜂=
𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

60 106 ⋅ 4 ⋅ 12
=
100 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

∴ 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 8,0 ⋅ 107 𝐽

Gabarito: E
(EsPCEx – 2015)
Num recipiente contendo 4,0 litros de água, a uma temperatura inicial
de 20°C, existe um resistor ôhmico, imerso na água, de resistência
elétrica R = 1Ω, alimentado por um gerador ideal de força eletromotriz
E = 50 V, conforme o desenho abaixo. O sistema encontra-se ao nível do
mar. A transferência de calor para a água ocorre de forma homogênea.
Considerando as perdas de calor desprezíveis para o meio, para o
recipiente e para o restante do circuito elétrico, o tempo necessário
para vaporizar 2,0 litros de água é
Dados: calor específico da água = 4 kJ/kg°C, calor latente de
vaporização da água = 2230 kJ/kg e densidade da água = 1kg/L.
[A] 4080 s [B] 2040 s [C] 3200 s [D] 2296 s [E] 1500 s

Comentários:

Deseja-se vaporizar 2 L de água. Então os 4 L de água no recipiente deverão chegar a 100 °C


(considerando condições normais de temperatura e de pressão) e, em seguida, irá vaporizar 2 L. Logo, a
quantidade de calor trocada deve ser igual a:

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑄1 + 𝑄2

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ⋅ 𝑐𝐻2 𝑂 ⋅ Δ𝜃 + 𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 ⋅ 𝐿𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟

Como a densidade da água é de 1 kg/L, então em 4 L temos 4kg de água e em 2 L temos 2 kg de


água. Vamos substituir os valores de cada grandeza com as unidades para você não ter dúvidas quanto a
isso:

𝑘𝐽 𝑘𝐽
𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4 𝑘𝑔 ⋅ 4 ⋅ (100 − 20)°𝐶 + 2 𝑘𝑔 ⋅ 2230
𝑘𝑔 ⋅ °𝐶 𝑘𝑔

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 4 ⋅ 4 ⋅ 80 𝑘𝐽 + 2 ⋅ 2230 𝑘𝐽

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1280 𝑘𝐽 + 4460 𝑘𝐽

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 5740 𝑘𝐽

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 5740 ⋅ 103 𝐽

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 95


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Se todo calor dissipado no resistor por efeito Joule é transferido para água, então:

𝑃𝑜𝑡𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 = 𝑃𝑜𝑡𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑎

𝑈 2 𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
=
𝑅 Δ𝑡
502 5740 ⋅ 103
=
1 Δ𝑡

Δ𝑡 = 2296 𝑠

Gabarito: D
(EsPCEx – 2013)
Em uma casa moram quatro pessoas que utilizam um sistema de placas coletoras de um aquecedor
solar para aquecimento da água. O sistema eleva a temperatura da água de 20° C para 60°C todos
os dias. Considere que cada pessoa da casa consome 80 litros de água quente do aquecedor por dia.
A situação geográfica em que a casa se encontra faz com que a placa do aquecedor receba por cada
metro quadrado a quantidade de 2,016 · 108 J de calor do sol em um mês. Sabendo que a eficiência
do sistema é de 50%, a área da superfície das placas coletoras para atender à demanda diária de
água quente da casa é de:
Dados: Considere um mês igual a 30 dias, Calor específico da água: c = 4,2 J/g °C e Densidade
da água: d = 1kg/L.
[A] 2,0 m² [B] 4,0 m² [C] 6,0 m² [D] 14,0 m² [E] 16,0 m²

Comentários:

Inicialmente, vamos calcular a quantidade de água utilizada em um mês (30 dias de acordo com o
enunciado):

𝐿
𝑉 = 80 ⋅ 4 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 ⋅ 30 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎

𝑉 = 9600 𝐿 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑚ê𝑠

Como a densidade da água é de 1 kg/L, então a massa de água utilizada em um mês é de 9600 kg.
Assim, a quantidade de calor necessária para elevar essa quantidade de água de 20°C para 60°C é de:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

𝐽
𝑄 = 9600 𝑘𝑔 ⋅ 4,2 ⋅ (60 − 20)°𝐶
𝑔 ⋅ °𝐶

𝐽
𝑄 = 9600 ⋅ 103 𝑔 ⋅ 4,2 ⋅ 40 °𝐶
𝑔 ⋅ °𝐶

𝑄 = 96 ⋅ 105 ⋅ 42 ⋅ 4 𝐽

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 96


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Deixe assim mesmo, pois no final vai cortar alguns números e você não perde tempo com conta
inútil.

Repare que a eficiência do aquecedor é de 50%, ou seja, de tudo que ele recebe, somente metade
é de fato aproveitada para o aquecimento. Se ele recebe 2,016 ⋅ 108 𝐽, então o que é aproveitado é 1,008 ⋅
108 𝐽.

Agora, basta fazer uma simples regra de três:

1,008 ⋅ 108 𝐽 − 1 𝑚2
96 ⋅ 105 ⋅ 42 ⋅ 4 𝐽 − 𝑥

96 ⋅ 105 ⋅ 42 ⋅ 4
𝑥=
1,008 ⋅ 108
96 ⋅ 42 ⋅ 4
𝑥=
1,008 ⋅ 103
96 ⋅ 42 ⋅ 4
𝑥=
1008
96 ⋅ 42 ⋅ 4
𝑥=
42 ⋅ 24
96 ⋅ 4
𝑥=
24
𝑥 = 4⋅4

𝑥 = 16 𝑚2

Gabarito: E
(AFA – 2019)
Considere dois sistemas térmicos A e B constituídos de corpos perfeitamente esféricos, em
condições normais de temperatura e pressão, conforme figura abaixo.

No sistema A, as esferas 1, 2, 3 e 4 são pequenas gotas esféricas de água pura com massa
respectivamente iguais a 1 g, 2 g, 4 g e 8 g. O sistema B é constituído das esferas maciças e
homogêneas 5, 6, 7 e 8 de mesmo material, de calor específico constante igual a 0,2 cal/g 0C e massa
específica igual a 2,5 g/cm3. Os volumes dessas esferas são conhecidos e valem, respectivamente,
4, 5, 7 e 16 cm3. Nessas condições, o número máximo de esferas do sistema A que podem ser
permutadas simultaneamente com esferas do sistema B, de maneira que os sistemas A e B
continuem com a mesma capacidade térmica inicial e com o mesmo número de esferas, é

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 97


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(A) 1 (B) 2 (C) 3 (D) 4

Comentários:

A capacidade térmica de um sistema vale (sendo c o calor específico):

𝐶 = 𝑚𝑐

Dessa forma o sistema A tem uma capacidade térmica de 15 cal/oC e suas esferas tem capacidades
𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑙
térmicas de 1 𝑜 𝐶 , 2 𝑜 𝐶 , 4 𝑜 𝐶 𝑒 8 𝑜 𝐶 . .

Já a massa das esferas do sistema B podem ser obtidas pela multiplicação do volume pela massa
específica e valem: 10 g, 12,5 g, 17,5 g e 40 g, além disso as capacidades térmicas das esferas equivalem
𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑙
ao produto de sua massa pelo calor específico, que é igual a 2 𝑜 𝐶 , 2,5 𝑜 𝐶 , 3,5 𝑜 𝐶 𝑒 8 𝑜 𝐶 , e a capacidade
térmica do sistema B vale 16 cal/oC.

Logo, temos que achar quantos elementos do conjunto {1, 2, 4, 8} podem ser permutados com
elementos do conjunto {2, 2.5, 3.5, 8}, mantendo a soma do primeiro conjunto como 15 e a do segundo
como 16.

Vemos que não podemos trocar 4 elementos, pois dessa forma a soma se alteraria.

Entretanto podemos 3 elementos: {2, 4, 8}  {2.5, 3.5, 8}

Gabarito C
(AFA – 2016)
Deseja-se aquecer 1,0 L de água que se encontra inicialmente à temperatura de 10 °C até atingir
100 °C sob pressão normal, em 10 minutos, usando a queima de carvão. Sabendo-se que o calor de
combustão do carvão é 6000 cal/g e que 80% do calor liberado na sua queima é perdido para o
ambiente, a massa mínima de carvão consumida no processo, em gramas, e a potência média
emitida pelo braseiro, em watts, são
(A) 15; 600 (B) 75; 600 (C) 15; 3000 (D) 75; 3000

Comentários:

Pelo balanço de energia, temos:

𝑚𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 ⋅ 𝐶𝑐𝑜𝑚𝑏,𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 ⋅ 𝜖 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝑇

𝑚𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 ⋅ 6000 ⋅ 0.2 = 1000 ⋅ 1 ⋅ 90

𝑚𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 = 75 𝑔

Utilizando o conceito de potência térmica, vem:

𝐸𝑒𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎 (𝑚𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 ⋅ 𝐶𝑐𝑜𝑚𝑏,𝑐𝑎𝑟𝑣ã𝑜 ) 90000 𝑐𝑎𝑙


𝑃𝑚é𝑑𝑖𝑎 = = = = 150 = 600𝑊
t combustão 600 600 𝑠

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 98


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Gabarito B
(AFA – 2015)
Em um recipiente termicamente isolado de capacidade térmica 40,0 𝑐𝑎𝑙/ °𝐶 e na temperatura de
25°𝐶 são colocados 600𝑔 de gelo a −10 °𝐶 e uma garrafa parcialmente cheia, contendo 2,0 𝐿 de
refrigerante também a 25 °𝐶 , sob pressão normal.
Considerando a garrafa com capacidade térmica desprezível e o refrigerante com características
semelhantes às da água, isto é, calor específico na fase líquida 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e na fase sólida
0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔°C, calor latente de fusão de 80,0 cal/g°C bem como densidade absoluta na fase líquida
igual a 1,0𝑔/𝑐𝑚3 , a temperatura final de equilíbrio térmico do sistema, em C° , é
a) -3,0 b) 0,0 c) 3,0 d) 5,0

Comentários:

Primeiro vamos calcular a quantidade de energia necessária para esse gelo passar de -10°C para
0°C:

𝑄1 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝑇 = 600 ⋅ 0,5 ⋅ 10 = 3000 𝑐𝑎𝑙

Agora vamos calcular a quantidade de energia necessária para todo o gelo derreter:

𝑄2 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝐿𝑓,𝑔𝑒𝑙𝑜 = 600 ⋅ 80 = 48000 𝑐𝑎𝑙

Agora vamos calcular a energia liberada quando tanto a garrafa quando o recipiente vão de 25°C
a 0°C:

𝑄2 = 𝑚𝑟𝑒𝑓 𝑐𝑟𝑒𝑓 Δ𝑇 + 𝐶𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 Δ𝑇 = −2000 ⋅ 1 ⋅ 25 − 40 ⋅ 25 = −51000 𝑐𝑎𝑙

Dessa forma vemos que todo o sistema se encontrará em equilíbrio a 0 °C.

Gabarito: B
(AFA – 2012)
O motor de um determinado veículo consome 8,0 litros de combustível em uma hora. Sabendo-se
que o calor de combustão desse combustível é de 10000 cal/g, que sua densidade é 0,675 𝑔/𝑐𝑚3
e que o motor desenvolve uma potência de 24 kW, o rendimento desse motor, em porcentagem, é
de (considere 1 cal = 4 J)
a) 32 b) 36 c) 40 d) 44

Comentários:

Fazendo a transformação de unidade, temos:

𝐿 8 𝐿 8000 𝑐𝑚3 8000 ⋅ 0,675 𝑔 8000 ⋅ 0,675 ⋅ 10000 𝑐𝑎𝑙 8000 ⋅ 0,675 ⋅ 10 𝑘𝑐𝑎𝑙
8 = = = = =
ℎ 3600 𝑠 3600 𝑠 3600 𝑠 3600 𝑠 3600 𝑠
8000 ⋅ 0,675 ⋅ 10 ⋅ 4 𝑘𝐽
= = 60𝑘𝑊
3600 𝑠
Pela definição de rendimento (potência útil/potência total), temos:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 99


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24
𝜂= = 40%
60
Gabarito: C
(AFA – 2010)
A água, em condições normais, solidifica-se a 0°𝐶. Entretanto, em condições especiais, a curva de
resfriamento de 160 𝑔 de água pode ter o aspecto a seguir.

Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo e o calor específico da água valem,
respectivamente, 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e 1, 0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a massa de água, em gramas, que se solidifica no trecho
𝑀𝑁 é
a) 8 b) 10 c) 16 d) 32

Comentários:

Vamos entender esse gráfico. Basicamente, em situações especiais, podemos obter água líquida a
menos de 0°C. Esse sistema, entretanto, é extremamente instável. Qualquer perturbação e a água torna-
se rapidamente sólida. Além disso, a água a menos de 0°C é menos termodinamicamente favorável que o
gelo, logo ela necessita de calor para virar gelo, o que se pode ver no trecho MN. Nesse caso, temos que:

𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑐á𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜

160 ⋅ 1 ⋅ 5 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 80

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 10 𝑔

Gabarito: B
(AFA – 2009)
Um estudante, querendo determinar o equivalente em água de um calorímetro, colocou em seu
interior 250 𝑔 de água fria e, aguardando um certo tempo, verificou que o conjunto alcançou o
equilíbrio térmico a uma temperatura de 20 ℃. Em seguida, acrescentou ao mesmo 300 𝑔 de água
morna, a 45 ℃. Fechando rapidamente o aparelho, esperou até que o equilíbrio térmico fosse
refeito; verificando, então, que a temperatura final era de 30 ℃. Baseando-se nesses dados, o
equivalente em água do calorímetro vale, em gramas,
a) 400 b) 300 c) 200 d) 100

Comentários:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 100


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Sendo 𝐶𝑐 a capacidade térmica do calorímetro:

𝐶𝑐 Δ𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑓𝑟𝑖𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑓𝑟𝑖𝑎 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑜𝑟𝑛𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝑇á𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑜𝑟𝑛𝑎 = 0

𝐶𝑐 (20 − 30) + 250 ⋅ 1 ⋅ (20 − 30) + 300 ⋅ 1 ⋅ (45 − 30) = 0

−10𝐶𝑐 − 2500 + 4500 = 0

𝑐𝑎𝑙
𝐶𝑐 = 200
𝑔

Logo o equivalente em água vale 200g.

Gabarito: C
(AFA – 2007)
O diagrama de fases apresentado a seguir pertence a uma substância hipotética. Com relação a essa
substância, pode-se afirmar que,

A) nas condições normais de temperatura e pressão, a referida substância se encontra no estado


sólido.
B) se certa massa de vapor da substância à temperatura de 300 ℃ for comprimida lentamente, não
poderá sofrer condensação pois está abaixo da temperatura crítica.
C) para a temperatura de 0 ℃ e pressão de 0,5 atm, a substância se encontra no estado de vapor.
D) se aumentarmos gradativamente a temperatura da substância, quando ela se encontra a 70 ℃ e
sob pressão de 3 atm, ocorrerá sublimação da mesma.

Comentários:

A. Incorreta. Na CNTP (0°C e 1 atm) a substância encontra-se no estado de vapor

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 101


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B. Incorreta. O avaliador inverteu as coisas, a substância não sofre condensação só quando está acima da
temperatura crítica (340°C)

C. Correta. Olhar o gráfico

D. Incorreta. Ocorrerá fusão da substância, e não sublimação

Gabarito: C
(AFA – 2006)
Dispõe-se de uma balança de braços iguais e recipientes idênticos contendo água cuja temperatura
está indicada na figura de cada alternativa.
Aquela que mostra corretamente a situação de equilíbrio é

A) B)

C) D)

Comentários:

Sabemos que o ponto de máxima densidade da água é 4°C, logo, de 0°C a 4°C a densidade aumenta
e depois diminui.

A. Incorreta. O prato da direita tem densidade e volume maior, logo é mais pesado.

B. Correta. O prato da esquerda tem volume maior e o da direita uma densidade maior. Portanto é possível
o equilíbrio.

C. Incorreta. O prato da direita tem volume e densidade maior.

D. Incorreta. O prato da esquerda tem volume e densidade maior

Gabarito: B
(AFA – 2006)
Para intervalos de temperaturas entre 5 °C e 50 °C, o calor específico (c) de uma determinada
1 2
substância varia com a temperatura (t) de acordo com a equação 𝑐 = 60 t + 15 , onde c é dado em

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 102


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cal/g°C e t em °C. A quantidade de calor necessária para aquecer 60 g desta substância de 10 °C até
22 oC é
A) 350 cal B) 120 cal C) 480 cal D) 288 cal

Comentários:

Fazendo o gráfico do calor específico em função da temperatura, temos:

Note que os calores específicos são:

10 2
𝑐(10) = +
60 15
1 2 5 4 9 3
𝑐(10) = + = + = = 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
6 15 30 30 30 10
22 2
𝑐(22) = +
60 15
11 4 15 1
𝑐(22) = + = = 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
30 30 30 2
Como é um gráfico de calor específico pela temperatura, se nós pegarmos a área destacada e
multiplicar pela massa nós encontramos a quantidade de calor trocada (𝑄 = 𝑚𝑐Δ𝜃). Portanto:

𝑏𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + 𝑏𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = ⋅ 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
2
3 1
(10 + 2)
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = ⋅ (22 − 10)
2
3 5
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = 6 ⋅ ( + )
10 10
8
á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = 6 ⋅
10
Multiplicando pela massa temos a quantidade de calor:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 103


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8
𝑄 = 6⋅ ⋅ 60
10

𝑄 = 288 𝑐𝑎𝑙

Gabarito: D
(AFA – 2004)
Considere um recipiente fechado contendo um líquido que ocupa somente 3/4 do volume desse
recipiente. Quando esse líquido está em equilíbrio dinâmico com o seu vapor, pode-se afirmar que
I- o vapor, nas condições descritas, é denominado vapor saturante.
II - o vapor está exercendo pressão máxima e essa cresce com o aumento da temperatura.
III - não há transferência de moléculas entre o líquido e o vapor.
IV - essa situação de equilíbrio líquido-vapor ocorre nos botijões de “gás” liquefeito de petróleo,
usados na cozinha.
São verdadeiras
a) apenas I, II e III b) apenas I, II e IV
c) apenas II, III e IV. d) I, II, III e IV

Comentários:

Quando um recipiente encontra-se fechado, dizemos que ele está em equilíbrio dinâmico. Isso é
porque o vapor está em equilíbrio com o líquido.

Se adicionarmos mais vapor, todo ele virará líquido. Sabemos que microscopicamente existem
várias moléculas de vapor virando líquido e vice versa, mas o resultado final é nulo, por isso chamamos
de equilíbrio dinâmico.

A pressão máxima de vapor varia com a temperatura de forma crescente, conforme se pode ver
no diagrama de fases. Além disso, em botijões de gás (que na verdade são vapor), como o recipiente é
fechado, o vapor está em equilíbrio com a fase líquida.

Gabarito: B
(AFA – 2003)
Duas substâncias, 𝐴 e 𝐵, se encontram à mesma temperatura de 20 ℃ e cada qual termicamente
isolada. Fornecendo a mesma quantidade de calor a cada uma delas, verifica-se que a temperatura
de 𝐴 passa a ser de 60 ℃ e que a temperatura de 𝐵 passa a ser de 80℃. A partir dessa situação, as
substâncias são colocadas em contato térmico. A temperatura final de equilíbrio é, em ℃,
a) 64. b) 70. c) 72. d) 68.

Comentários:

Seja 𝐶𝑎 a capacidade térmica de A e 𝐶𝑏 a capacidade térmica de B.

𝑄 = 𝐶𝑎 (60 − 20)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 104


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𝑄 = 𝐶𝑏 (80 − 20)

Dividindo uma equação pela outra:

3
𝐶𝑎 = 𝐶𝑏
2
Em contato térmico:

𝐶𝑎 (60 − 𝑇) + 𝐶𝑏 (80 − 𝑇) = 0

3
(60 − 𝑇) + (80 − 𝑇) = 0
2
180 − 3𝑇 + 160 − 2𝑇 = 0

𝑇 = 68 °𝐶

Gabarito: D
(AFA – 2003)
Considere o diagrama abaixo que mostra a curva de aquecimento de m gramas de uma substância
pura ao receber calor.

É correto afirmar que


a) O calor específico da substância no estado sólido é 𝑄1 /(𝑚. 𝑡1 ).
b) O calor latente de fusão é 𝑄2 /𝑚.
c) Após o fornecimento da quantidade de calor (𝑄2 – 𝑄1 )/2 tem-se 𝑚/2 gramas da substância no
estado sólido.
d) O calor específico da substância no estado líquido é 𝑄1 /(𝑚(𝑡2 – 𝑡1 )).

Comentários:

A. Incorreta. O calor específico da substância no estado sólido é o coeficiente angulas da primeira reta,
𝑄
ou seja, 𝑚⋅(𝑡 1−𝑡 ).
2 1

𝑄2 −𝑄1
B. Incorreta. O calor latente de fusão é a energia total liberada na fusão dividida pela massa, ou seja, .
𝑚

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 105


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C. Correta. Veja acima.

D. Incorreta. O calor específico da substância liquida equivale ao coeficiente da segunda reta, crescente,
𝑄 −𝑄
ou seja, 𝑡3−𝑡 2.
2 1

Gabarito: C
(AFA – 2002)
Um corpo 𝐴 foi colocado em contato com outro corpo 𝐵, e suas temperaturas variam de acordo
com o gráfico abaixo

Sendo a massa de 𝐵 o dobro da massa de 𝐴, e considerando que as trocas de calor tenham ocorrido
apenas entre os dois, a razão entre o calor específico de A e o calor específico de B (𝑐𝐴 /𝑐𝐵 ) vale
a) 2,5. b) 5,0. c) 0,4. d) 0,2.

Comentários:

Olhando para o gráfico podemos ver que a temperatura de equilíbrio ocorre a 30°C, então:

𝑚𝑏 𝑐𝑏 Δ𝑇𝑏 + 𝑚𝑎 𝑐𝑎 Δ𝑇𝑎 = 0

2 ⋅ 𝑐𝑏 ⋅ (80 − 30) + 1 ⋅ 𝑐𝑎 ⋅ (10 − 30) = 0

𝑐𝑎 = 5𝑐𝑏

Gabarito: B
(AFA – 2000)
Um rapaz deseja tomar banho de banheira misturando 80 𝑙 de água fria a 18 ℃, com uma certa
quantidade de água quente a 60 ℃. Para o rapaz tomar banho a 35 ℃, o tempo, em segundos, que
a torneira de água quente deverá ficar aberta será aproximadamente:
Dados: A vazão da torneira de água quente é de 0,25 𝑙/𝑠. Desprezar a capacidade térmica da
banheira e a perda de calor da água.
a) 79 b) 152 c) 218 d) 303

Comentários:

Sendo 𝑚𝑞 a quantidade de água quente necessária:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 106


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𝑚𝑓 𝑐á𝑔𝑢𝑎 Δ𝑇𝑓 + 𝑚𝑞 𝑐á𝑔𝑢𝑎 Δ𝑇𝑞 = 0

80 ⋅ 1 ⋅ (18 − 35) + 𝑚𝑞 ⋅ 1 ⋅ (60 − 35) = 0

𝑚𝑞 = 54,4 𝑘𝑔

Logo:
𝑚𝑞
𝑡= = 217,6 𝑠
0,25

Gabarito: C
(AFA – 1999)
Dois líquidos A e B, com a massa de A valendo 5/4 da massa de B, são misturados no interior de um
calorímetro. Verifica-se que não há mudanças de estado e que a temperatura inicial de B e a
temperatura de equilíbrio correspondem ao quádruplo e ao triplo, respectivamente, da
temperatura inicial de A. Desprezando-se as trocas de calor com o calorímetro e com o ambiente, a
relação entre os calores específicos dos líquidos A e B é
a) 1,25 b) 0,80 c) 0,75 d) 0,40

Comentários:

Considerando as temperaturas do enunciado em graus Celsius:

𝑚𝑎 ⋅ 𝑐𝑎 ⋅ (𝑇 − 𝑇𝑎 ) + 𝑚𝑏 ⋅ 𝑐𝑏 ⋅ (𝑇 − 𝑇𝑏 ) = 0

5
𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ (3𝑇𝑎 − 𝑇𝑎 ) + 𝑚𝑏 𝑐𝑏 (3𝑇𝑎 − 4𝑇𝑎 ) = 0
4 𝑏 𝑎
10
𝑐 = 𝑐𝑏
4 𝑎
𝑐𝑎 = 0.4𝑐𝑏

Gabarito: D
(EN – 2019)
Uma esfera homogênea de raio R, cuja densidade é de 2,7g/cm3 e o calor específico vale
0,2 cal/g°C, está a uma temperatura de −100°C. Coloca-se essa esfera em um reservatório, isolado
termicamente e de capacidade térmica desprezível, que contém 0,1 litro de água a 0°C. Qual o valor
mínimo de R, em centímetros, para que toda a água congele? Dados: massa específica da água =
1,0 𝑔/𝑐𝑚3; calor latente de fusão da água = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
A) 8,4 B) 6,2 C) 4,7 D) 3,3 E) 1,5

Comentários:

Sabendo que não há perdas de calor e utilizando que 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎/𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒, em que o
4
volume da esfera é 𝑉 = 3 𝜋𝑅 3 , temos:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 107


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𝑚𝑒𝑠𝑓 ⋅ 𝑐𝑒𝑠𝑓 ⋅ Δ𝑇𝑒𝑠𝑓 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝐿𝑓 = 0

4 3
𝜋𝑅 ⋅ 2,7 ⋅ 0,2 ⋅ (−100) + 100 ⋅ 80 = 0
3
226𝑅 3 = 8000

𝑅 = 3,3 𝑐𝑚

Gabarito: D
(EN – 2018)
Considere um bloco de gelo de 80,0 kg deslizando, com velocidade constante v, em um plano
inclinado de 30° com a horizontal. Sabendo que a massa de gelo que derrete por minuto, em
consequência do atrito, é de 20,0 g, e que o calor latente de fusão do gelo é 336 J/g, qual o valor
da velocidade v, em centímetros por segundo?
Dado: g = 10m/s2
A) 4,20 B) 16,8 C) 20,4 D) 28,0 E) 32,0

Comentários:

Como a velocidade é constante (ou seja, aceleração nula):

𝐹𝑎𝑡 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ cos 𝜃 ⋅ 𝜇 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ sen 𝜃

√3
𝜇 = tan 𝜃 =
3
Δ𝑄 Δ𝑚 𝐽
𝑃= = ⋅ 𝐿𝑓 = 20 ⋅ 336 = 6720 = 112 𝑊
Δt Δ𝑡 𝑚𝑖𝑛
1
𝑃 = 𝐹 ⋅ 𝑣 = 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ cos 𝜃 ⋅ 𝜇 ⋅ 𝑣 = 80 ⋅ 10 ⋅ ⋅ 𝑣 = 400𝑣
2
400𝑣 = 112 ∴ 𝑣 = 28 𝑐𝑚/𝑠

Gabarito: D
(EN – 2017)
Analise o gráfico abaixo.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 108


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O gráfico acima descreve o processo de aquecimento de certa substância que se encontra


inicialmente na fase sólida. O calor latente de fusão dessa substância é 6.0 cal/g. Em um processo
à pressão constante de 1.0 atm, ela é levada à fase líquida, com temperatura final de 400°C. A
potência fornecida nessa transformação foi de 360 cal/s. O gráfico mostra a temperatura da
substância em função do tempo, durante o processo. Qual o calor específico dessa substância, em
mcal/g°C?
A) 10 B) 20 C) 30 D) 40 E) 50

Comentários:

Vamos analisar primeiramente o trecho entre 40 e 60 s (fusão do sólido):

Δ𝑡 = 20𝑠

Δ𝑄 = 360 ⋅ 20 = 𝑚 ⋅ 𝐿𝑓 = 6 𝑚

𝑚 = 1200 𝑔

Vamos analisar o trecho que está entre 60 e 67,5 s (aquecimento da fase líquida)

Δ𝜃 400 − 325 75 °𝐶
= = = 10
Δt 67,5 − 60 7,5 𝑠

Além disso:

Δ𝑄 Δ𝜃
𝑃= =𝑚⋅𝑐⋅
Δ𝑡 Δ𝑡
360 = 1200 ⋅ 𝑐 ⋅ 10

𝑚𝑐𝑎𝑙
𝑐 = 30
𝑔°𝐶

Gabarito: D
(EN – 2014)
Observe o gráfico a seguir.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 109


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Uma máquina de café expresso possui duas pequenas caldeiras mantidas sob uma pressão de
1,0MPa. Duas resistências elétricas aquecem separadamente a água no interior das caldeiras até as
temperaturas TA °C, na caldeira com água para o café, e TB °C, na caldeira destinada a produzir vapor
d'água para aquecer leite. Assuma que a temperatura do café na xícara, Tc °C, não deve ultrapassar
o ponto de ebulição da água e que não há perdas térmicas, ou seja, Tc = Ta . Considerando o
diagrama de fases no gráfico acima, quanto vale, aproximadamente, o menor valor, em kelvins, da
diferença TB − TA ?
Dado: 1,0 𝑎 𝑡𝑚 = 0,1𝑀𝑃𝑎
A) 180 B) 130 C) 80 D) 30 E) zero

Comentários:

Na caldeira que aquece a água destinada ao café, quando a água sai da caldeira (10 atm) para o
meio externo (1 atm), sofre uma redução brusca de pressão em um processo isotérmico. O café não pode
sair vaporizado, logo a temperatura 𝑇𝑎 deve ser 100°C.

Ainda, na segunda caldeira, a temperatura deve ser suficiente para produzir vapor a 10 atm. Ao
olharmos no gráfico vemos que a menor temperatura possível é 180°C. Logo a diferença pedida: 180-
100=80°C

Gabarito: C
(EN – 2006)
Uma arma dispara uma rajada de tiros na horizontal com projéteis de latão de 10,0 gramas. Os
projéteis saem da boca do cano da arma com vo = 600m/s e à temperatura de 80,0°C. A boca do
cano da arma está encostada em uma das faces de menor área de um tanque especial no formato
de um paralelepípedo que possui 10, 0m de comprimento, 0,40m de largura e 1,00m de altura,
contendo água à temperatura de 20,0°C (veja a figura abaixo) . Ao sair da boca do cano da arma os
projéteis entram no tanque, por meio de uma abertura especial que impede a saída da água, em
uma direção perpendicular à face na qual se encontra encostada. Desconsidere desvios de trajetória
e o efeito da força peso.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 110


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Considere os seguintes dados: 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 1, 00𝑘𝑔/𝑚3 ; 𝑐𝐿𝑎𝑡ã𝑜 = 4,00𝑥102 𝐽/𝑘𝑔. 𝐾; 𝑐á𝑔𝑢𝑎 =


4,00𝑥103 𝐽/𝑘𝑔. 𝐾 𝑒 𝐼0 = 10−12 𝑊/𝑚2 .
Calcule a quantidade mínima de tiros (projéteis) para elevar a temperatura da água para 30,0°C,
sendo essa a temperatura de equilíbrio do sistema, admitindo que cada projétil pare na parede
situada a 10,0m da boca do cano ( sem se chocar com a mesma) e que toda a energia inicial possa
ser transformada em calor.(8 pontos)

Comentários:

A energia cinética inicial de N projéteis vale:

𝑁𝑚𝑣02 𝑁
𝐸= = ⋅ 10 ⋅ 10−3 ⋅ 6002 = 1800𝑁
2 2
O calor cedido pelos N projéteis para mudar a temperatura para 30°C vale:

𝑄1 = 𝑁𝑚𝑐Δ𝑇 = 𝑁 ⋅ 10 ⋅ 10−3 ⋅ 400 ⋅ 50 = 200𝑁

A quantidade de calor necessária para elevar a temperatura da água em 30°C vale:

𝑄2 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 = (10 ⋅ 0,4 ⋅ 1̇ ⋅ 103 ) ⋅ 4 ⋅ 103 ⋅ (30 − 20) = 1,6 ⋅ 108 𝐽

Dessa forma:

𝑄2 = 𝑄1 + 𝐸

1800𝑁 + 200𝑁 = 1,6 ⋅ 108

𝑁 = 80000 𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑒𝑖𝑠

Gabarito: 80000 projéteis


(EFOMM – 2021)
Um calorímetro está acoplado a um circuito elétrico composto por uma bateria que fornece uma
tensão 𝑉 = 10 𝑉, um chave 𝑆 e um resistor de resistência 𝑅 = 1,0 Ω capaz de fornecer energia
térmica a seu interior. Um termômetro 𝑇 também está no interior do calorímetro, conforme a figura
abaixo. Utilizando esse equipamento, foi feito o seguinte procedimento experimental:
1. colocou-se 100 g de água a 10 °C e 50 g de gelo com temperatura de −10 °𝐶 no calorímetro;
2. ligou-se a chave 𝑆 por 220 s e desligou-se em seguida;

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 111


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3. esperou-se que o termômetro 𝑇 indicasse que o sistema (água+gelo) alcançara o equilíbrio


térmico e, então foi feita a leitura da temperatura interna.
Considerando-se que o termômetro e o calorímetro têm capacidade térmica desprezível e toda
energia dissipada pelo resistor se converteu em calor, esperasse que a temperatura indicada no
termômetro 𝑇 seja de:

A) 15 °C B) 20 °C C) 25 °C D) 30 °C E) 35 °C

Comentários:

O calor dissipado pelo resistor vale:

𝑈2 102
𝑄= ⋅ Δ𝑡 = ⋅ 220 = 22000 𝐽 = 5500 𝑐𝑎𝑙
𝑅 1
Para aquecer o gelo de −10 °𝐶 a 0 °𝐶, é necessário uma quantidade de calor igual a:

𝑄1 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ Δ𝜃

𝑄1 = 50 ⋅ 0,5 ⋅ 10 = 250 𝑐𝑎𝑙

Para fundir o gelo necessitamos de:

𝑄2 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝐿𝑓

𝑄2 = 50 ⋅ 80 = 4000 𝑐𝑎𝑙

Para aquecer 50 g de água recém-formada pela fusão do gelo de 0°C a 10 °C é necessário:

𝑄3 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝜃3

𝑄3 = 50 ⋅ 1 ⋅ 10 = 500 𝑐𝑎𝑙

Logo, sobram 750 cal, que será utilizada para aquecer o conjunto de 150 g de água:

750 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃

750 = 150 ⋅ 1 ⋅ Δ𝜃

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 112


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Δ𝜃 = 5 °𝐶

Portanto, a temperatura final do sistema será de 15 °C.

Gabarito: A
(EFOMM – 2020)
Em um recipiente termicamente isolado, 100 g de gelo, a -20 ºC, e 300 g de água, a 65 ºC, são
misturados. Após se alcançar o equilíbrio térmico, a temperatura da mistura é de aproximadamente
Dados: calor específico da água: 1,0 cal/g.K; calor específico do gelo: 0,53 cal/g. K; calor de fusão da
água: 79,5 cal/g
A) 0º C B) 13º C C) 20º C D) 26º C E) 32º C

Comentários:

São necessários 100 ⋅ 0,53 ⋅ 20 = 1060 𝐽 para elevar o gelo para 0°C e 100 ⋅ 79,5 = 7950 𝐽 para
fundir o gelo, e são liberados 300 ⋅ 1 ⋅ 65 = 19500 𝐽 para diminuir a água para 0 °C. Logo todo gelo
derrete.

Além disso, podemos simplificar as contas considerando esse novo sistema composto somente de
água e 19500 − 1060 − 7950 = 10490 𝐽 de energia disponível:

𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐Á𝑔𝑢𝑎 Δ𝑇 = 10490

400 ⋅ 1 ⋅ (𝑇 − 0) = 10490

𝑇 = 26°𝐶

Gabarito: D
(EFOMM – 2019)
Em um calorímetro ideal, no qual existe uma resistência elétrica de 10 W de potência por onde passa
uma corrente elétrica, é colocado 1,0 L de água a 12 ºC e 2,0 Kg de gelo a 0 ºC. Após duas horas,
tempo suficiente para que água e gelo entrem em equilíbrio térmico e supondo que toda a energia
fornecida foi absorvida pelo conteúdo do calorímetro, qual é o percentual de massa de água líquida
contida no calorímetro?
Dados: calor específico da água: 1 cal/g.K; calor de fusão da água: 80 cal/g; 1 cal = 4 J
A) 22% B) 33% C) 46% D) 57% E) 71%

Comentários:

Para diminuir a água para 0°C liberamos

𝑄1 = 1000 ⋅ 1 ⋅ 12 = 12000 𝑐𝑎𝑙

Além disso, após duas horas, a resistência libera:

𝑄2 = 10 ⋅ 2 ⋅ 3600 = 72000 𝐽 = 18000 𝑐𝑎𝑙

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 113


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Com essa energia podemos fundir uma quantidade de gelo:

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝐿𝑓 = 3000

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 80 = 30000

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 375 𝑔

Logo, o percentual de água líquida é:

1,375
= 46%
3
Gabarito: C
(EFOMM – 2018)
Em um calorímetro de capacidade térmica desprezível, foi misturado 1 kg de água a 40 ºC e 500 g
de gelo a -10 oC. Após o equilíbrio térmico, a massa de água, em gramas, encontrada no calorímetro
foi de:
(Dados: calor específico da água = 1,0 cal/gºC; calor específico do gelo = 0,55 cal/g. ºC; calor latente
de fusão do gelo = 80,0 cal/g.)
A) Zero B) 645 C) 1000 D) 1221 E) 1466

Comentários:

Para aquecer o gelo de -10°C para 0°C são necessários:

𝑄1 = 500 ⋅ 0,55 ⋅ 10 = 2750 𝑐𝑎𝑙

Para fundir todo o gelo, necessitamos de:

𝑄2 = 500 ⋅ 80 = 40000 𝑐𝑎𝑙

Para resfriar a água de 40°C para 0°C, liberamos:

𝑄3 = 1000 ⋅ 1 ⋅ 40 = 40000 𝑐𝑎𝑙

Logo, ainda existe gelo no recipiente.

Para simplificar as contas podemos partir desse sistema que só contém água a 0°C e uma energia
de −2750 − 40000 + 40000 = −2750𝐽

Essa energia solidificará o gelo:

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝐿𝑓 = 2750

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 80 = 2750

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 34 𝑔

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 114


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Logo:

𝑀á𝑔𝑢𝑎 = 1466 𝑔

Gabarito: E
(EFOMM – 2017)
Um painel coletor de energia solar para aquecimento residencial de água, com 60% de eficiência,
tem superfície coletora com área útil de 20 m2. A água circula em tubos fixados sob a superfície
coletora. Suponha que a intensidade da energia solar incidente seja de 2,0⋅ 10^3 W/m^2 e que a
vazão de suprimento de água aquecida seja de 6,0 litros por minuto. Assinale a opção que indica
aproximadamente a variação da temperatura da água.
Dados: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; e 1 cal = 4,2 J.
a) 12,2°C b) 22,7°C c) 37,3°C d) 45,6°C e) 57,1°C

Comentários:

A potência útil fornecida pelo painel solar:

𝑐𝑎𝑙
𝑃 = 0,6 ⋅ 20 ⋅ 2000 = 24000 𝑊 = 5714 = 342857 𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑖𝑛
𝑠
A energia gasta para aquecer a água por unidade de tempo vale:

Δ𝑄 Δm
= ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇
Δt Δt
342857 = 6000 ⋅ 1 ⋅ ΔT

Δ𝑇 = 57,1 °𝐶

Gabarito: E
(EFOMM – 2017)
Em um dia muito quente, em que a temperatura ambiente era de 30°C, Sr. Aldemir pegou um copo
com volume de 194 cm3 de suco à temperatura ambiente e mergulhou nele dois cubos de gelo de
massa 15 g cada. O gelo estava a -4°C e fundiu-se por completo. Supondo que o suco tem o mesmo
calor específico e densidade que a água e que a troca de calor ocorra somente entre o gelo e suco,
qual a temperatura final do suco do Sr. Aldemir? Assinale a alternativa CORRETA.
Dados: 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; e 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
a) 0°C b) 2°C c) 12°C d) 15°C e) 26°C

Comentários:

Para aquecer o gelo de -4°C a 0°C são necessários:

𝑄1 = 30 ⋅ 0,5 ⋅ 4 = 60 𝑐𝑎𝑙

Para fundir todo o gelo são necessários:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 115


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𝑄2 = 30 ⋅ 80 = 2400 𝑐𝑎𝑙

Para resfriar a água dos 30°C a 0°C são liberados:

𝑄3 = 194 ⋅ 1 ⋅ 30 = 5820 𝑐𝑎𝑙

Logo todo gelo derrete. Podemos partir desse sistema composto somente de água a 0°C e −60 −
2400 + 5820 = 3360 𝑐𝑎𝑙 de energia para facilitar as contas.

𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝑇 = 3360

224 ⋅ 1 ⋅ (𝑇 − 0) = 3360

𝑇 = 15°𝐶

Gabarito: D
(EFOMM – 2016)
O gás natural possui calor de combustão de 37MJ/m3. Considerando um rendimento de 100% no
processo, o volume, em litros, de gás natural consumido, ao elevar de 20 C para 30 C a
temperatura de uma chaleira de cobre com massa 0,50 kg contendo 5,0 kg de água, é
Dados: calor específico do cobre: 0,39 kJ/kg°C; e
calor específico da água: 4,18 kJ/kg°C.
a) 0,52 b) 5,7 c) 7,0 d) 10 e) 28

Comentários:

A energia necessária para elevar a temperatura do sistema é:

𝑚𝑐ℎ𝑎𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑐𝑐ℎ𝑎𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 Δ𝑇 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 𝑐á𝑔𝑢𝑎 Δ𝑇 = 0,5 ⋅ 0,39 ⋅ 10 + 5 ⋅ 4,18 ⋅ 10 = 211 𝑘𝐽

A quantidade de gás natural é:

𝑉𝑔á𝑠 ⋅ 37000 = 211

𝑉𝑔á𝑠 = 0,0057 𝑚3 = 5,7𝐿

Gabarito: B
(EFOMM – 2015)
Observe o gráfico da pressão de vapor da água em função da temperatura.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 116


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A temperatura em uma certa sala é de 40o C. É realizado um experimento, colocando-se copos de


vidro com água a temperaturas diferentes. Nota-se então, que apenas nos copos com água à
temperatura menor ou igual a 10o C a superfície externa fica umedecida. Pode-se afirmar que a
umidade relativa do ar na sala é de
a) 9% b) 16% c) 25% d) 47% e) 55%

Comentários:

Veja que a 40°C a pressão máxima de vapor do ar é 55 mmHg, já a 10°C a pressão máxima é 9
mmHg. Quando o vapor de água que está no ar bate no copo, ocorre uma transformação isobárica (a
pressão atmosférica não muda), que diminui a temperatura de 40°C para 10°C. Se a pressão de vapor
estivesse a 9 mmHg, quando fosse diminuída para 10°C, o vapor se condensaria, logo:

9
𝑢= = 16,4%
55
Gabarito: B
(EFOMM – 2014)
Uma certa quantidade de gelo, no seu ponto de fusão, é misturado com 30 g de vapor d’água no
intuito de produzir água líquida a 50oC. Considerando Lc=539 cal/g e c=1,00 cal/g.K , a energia
necessária, para que isso aconteça, é igual a
a) 14680 cal. b) 15430 cal. c) 16460 cal.
d) 17670 cal. e) 18000 cal.

Comentários:

O que o exercício diz como energia necessária é a energia cedida pelo vapor d’água, que é igual à
energia absorvida pelo gelo. Como não foram dados os valores parq o gelo, faremos as contas a partir das
informações do vapor d’água.

𝐸 = 𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝐿𝑐 + 𝑚𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑐á𝑔𝑢𝑎 Δ𝑇

𝐸 = 30 ⋅ 539 + 30 ⋅ 1 ⋅ (100 − 50)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 117


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𝐸 = 17670 𝑐𝑎𝑙

Gabarito: D
(EFOMM – 2013)
Dois recipientes A e B, termicamente isolados e idênticos, contêm, respectivamente, 2,0 litros e 1,0
litro de água à temperatura inicial de 20oC. Utilizando, durante 80 segundos, um aquecedor elétrico
de potência constante, aquece-se a água do recipiente A até a temperatura de 60oC. A seguir,
transfere-se 1,0 litro de água de A para B, que passa a conter 2,0 litros de água na temperatura T.
Esse mesmo volume de água na temperatura T poderia ser obtido apenas com o recipiente A se, a
partir das mesmas condições iniciais, utilizássemos o mesmo aquecedor ligado durante um tempo
aproximado de
a) 15 b) 30 c) 40 d) 55 e) 60

Comentários:

Ao misturarmos 1 litro de água a 60°C com um litro de água a 20°C, obtemos 2 litros de água a
40°C. Além disso, precisamos de 80 segundos para fazer a temperatura de A subir 40°C, logo iremos
precisar de metade desse tempo para fazer a temperatura subir 20°C.

Gabarito: C
(EFOMM – 2012)
No interior de um calorímetro, totalmente preenchido por 0,40 kg de certa substância, há um
termômetro e um resistor elétrico, todos inicialmente em equilíbrio térmico, na temperatura de
40oC. No instante t = 0, o resistor foi conectado a uma bateria, passando a dissipar 80 watts. A
leitura do termômetro permitiu a construção do gráfico da temperatura T da substância em função
do tempo t, mostrado na figura. Considerando que toda a energia dissipada pelo resistor é absorvida
pela substância, o calor específico da substância, em J/goC, é igual a

A) 3,0 B) 3,5 C) 4,0 D) 4,5 E) 5,0

Comentários:

Pelo gráfico:

Δ𝑇 80 − 60
= = 0,04 °𝐶/𝑠
Δ𝑡 1000 − 500
Δ𝑄 Δ𝑇
𝑃= =𝑚⋅𝑐⋅
Δ𝑡 Δ𝑡

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 118


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Substituindo valores:

𝐽
80 = 400 ⋅ 𝑐 ⋅ 0,04 ∴ 𝑐 = 5,0
𝑔°𝐶

Gabarito: E
(EFOMM – 2012)
Observe a figura a seguir.

Dois corpos A e B são aquecidos separadamente por fontes de calor idênticas. A massa do corpo A
é 200g e a do corpo B é 800g. Analisando o gráfico, que mostra a temperatura do corpo em função
do tempo de ação da fonte, verifica-se que o calor específico do corpo A (CA) e o calor específico do
corpo B (CB) obedecem a relação
3 5 7
A) CB = 16 CA B) CB = 16 CA C) CB = 16 CA
9 11
D) CB = 16 CA E) CB = 16 CA

Comentários:

Δ𝑇𝑎
𝑃 = 𝑚𝑎 𝑐𝑎 ( )
Δ𝑡
Como as fontes são idênticas:

Δ𝑇𝑎 Δ𝑇𝑏
𝑚𝑎 𝑐𝑎 ( ) = 𝑚𝑏 𝑐𝑏 ( )
Δ𝑡 Δ𝑡
6 6
200 ⋅ 𝑐𝑎 ⋅ = 800 ⋅ 𝑐𝑏 ⋅
4 7
7
𝑐𝑏 = 𝑐
16 𝑎
Gabarito: C
(EFOMM – 2008)
O calor específico da água, que é bem conhecido, vale 1,0 cal/goC. Sobre essa constante, no que diz
respeito à água, é correto dizer que

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 119


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a) para resfriar 1 g de água em 1oC, sem que haja mudança de fase, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor latente.
b) para resfriar 1 g de água em 1oC, sem que haja mudança de fase, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor sensível.
c) para fundir 1 g de água, sem que haja mudança de temperatura, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor sensível.
d) para fundir 1 g de água, sem que haja mudança de temperatura, é necessário retirar dessa
porção 1 cal de quantidade de calor latente.
e) nada nos é informado sobre as características térmicas da água.

Comentários:

A. Incorreta. O calor latente gera mudança de fase, o calor sensível não.

B. Correta. Leia acima.

C. Incorreta. Leia acima.

D. Incorreta. Para fundir gelo precisamos adicionar calor.

E. Incorreta.

Gabarito: B
(EFOMM – 2007)
Seja um calorímetro de capacidade térmica 18 cal / oC em equilíbrio térmico com 60 gramas de água
(cágua = 1 cal /g 0 C) a 12 o C; se nele for inserido um pedaço de 350 g de ferro (c ferro =
0,12 cal/g o C) a 220 o C, a temperatura (oC) de equilíbrio do conjunto será de
A) 32,4 B) 45,8 C) 58,6 D) 71,4 E) 84,8

Comentários:

Como nenhuma alternativa é maior ou igual a 100 graus celsius, sabemos que não ocorre
evaporação, logo:

𝐶𝑐 Δ𝑇𝑐 + 𝑚𝑎 𝑐𝑎 Δ𝑇𝑎 + 𝑚𝑓 𝑐𝑓 Δ𝑇𝑓 = 0

18 ⋅ (12 − 𝑇) + 60 ⋅ 1 ⋅ (12 − 𝑇) + 350 ⋅ 0,12 ⋅ (220 − 𝑇) = 0

216 − 18𝑇 + 720 − 60𝑇 + 9240 − 42𝑇 = 0

𝑇 = 84,8°𝐶

Gabarito: E
(EFOMM – 2005)
Dois recipientes iguais A e B contêm, respectivamente, 2 litros e 1 litro de água à temperatura de
20º C. Utilizando um aquecedor elétrico de potência constante e mantendo-o ligado durante 80

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 120


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segundos, aquece-se a água do recipiente A até a temperatura de 60º C. A seguir, transfere-se 1


litro de água de A para B, que passa a conter 2 litros de água à temperatura T. Essa mesma situação
final, para o recipiente B, poderia ser alcançada colocando-se 2 litros de água a 20º C em B e, a
seguir, ligando-se o mesmo aquecedor elétrico em B, mantendo-o ligado durante um tempo
aproximado de
A) 40 s B) 60 s C) 180 s D) 100 s E) 120 s

Comentários:

Essa questão caiu em 2013 (enunciado um pouco diferente, mas é a mesma questão). Ao
misturarmos 1 litro de água a 60°C com um litro de água a 20°C, obtemos 2 litros de água a 40°C.

Além disso, precisamos de 80 segundos para fazer 2 litros de água aumentarem 40°C, logo iremos
precisar de metade desse tempo para fazer a temperatura subir 20°C.

Gabarito: A
(EFOMM – 2005)
Certa rede de “Fast Food” oferece sorvete de creme com cobertura de chocolate; verifique os
seguintes dados:

Sorvete Chocolate
Temperatura Inicial → Ts = −5𝑜 C Temperatura Inicial→ Tci = 68𝑜 C
Massa → 𝑀𝑠 = 160 𝑔 Temperatura de Solidificação → 𝑇𝑐𝑠 = 38𝑜 𝐶
Calor Sensível → 𝐶𝑠 = 0,4 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑜 𝐶 Calor Sensível (líquido) = 1,2 𝑥 10−1 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑜 𝐶
Calor Sensível (sólido) = 0,7 𝑥 10−1 𝑐𝑎𝑙/𝑔𝑜 𝐶
Calor Latente de Solidificação = −22 𝑐𝑎𝑙/𝑔

Calcule a massa, em g, de chocolate da cobertura (sólida) para uma temperatura de –1oC (equilíbrio
térmico).
A) 6 B) 7 C) 8 D) 9 E) 10

Comentários:

A energia necessária para fazer o sorvete aumentar de -5 para -1°C vale

𝑄 = 160 ⋅ 0,4 ⋅ 4 = 256 𝑐𝑎𝑙

A energia liberada pelo chocolate para o mesmo descer para -1°C vale:

𝑄 = 𝑚 ⋅ 𝑐𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 ⋅ (68 − 38) + 𝑚 ⋅ 𝐿𝑓 + 𝑚 ⋅ 𝑐𝑠ó𝑙𝑖𝑑𝑜 ⋅ (38 − (−1))

𝑄 = 𝑚 ⋅ 0,12 ⋅ 30 + 𝑚 ⋅ 22 + 𝑚 ⋅ 0,07 ⋅ 39

𝑄 = 28,33 𝑚

Logo:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 121


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28,33𝑚 = 256

𝑚 = 9,04 𝑔

Gabarito: D
(Simulado AFA)
Durante uma temporada de caça na Groelândia, um jovem dispara um projetil de seu fuzil contra
um bloco bem grande gelo. A massa do projetil é de 50 gramas e o gelo encontra-se a 0°C. Quando
o projetil está entrando no gelo, sua temperatura é de 22 °C e sua velocidade é de 200 m/s. O projetil
permanece incrustado no gelo. Dessa forma, a massa de gelo derretida foi de:
Considere: 𝑐𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑖𝑙 = 0,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, 𝐿𝑓 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e 1 𝑐𝑎𝑙 = 4 𝐽.
a) 10 g b) 6,875 g c) 5 g d) 3,125 g

Comentários:

Quando o projetil entra no gelo, sua energia cinética e o calor fornecido no resfriamento do projetil
é integralmente transferido para o derretimento do gelo. Portanto:

𝑄𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑖𝑙 + 𝐸𝑐 = 𝑄𝑓𝑢𝑠ã𝑜

1
⋅ 50 ⋅ 10−3 ⋅ 2002
50 ⋅ 0,5 ⋅ 22 + 2 = 𝑚 ⋅ 80
⏟ 4
𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑙

550 + 250 = 𝑚 ⋅ 80

𝑚 = 10 𝑔

Gabarito: A
(Simulado EFOMM)
Para determinar o calor específico de uma substância, utilizou-se um calorímetro e verificou-se nos
cálculos que 𝑐 = 0,45 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶. Entretanto, após a verificação dos equipamentos, notou-se que o
termômetro empregado no calorímetro estava graduado em Fahrenheit. O valor correto do calor
específico, em cal/g°C, é de:
a) 0,63 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 b) 0,72 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 c) 0,81 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
d) 0,88 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e) 0,95 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶

Comentários:

Pela equação do calor sensível, temos:

𝑄
𝑐=
𝑚 ⋅ Δ𝜃
Das relações entre escalas termométricas, sabemos que:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 122


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Δ𝜃𝐶 Δ𝜃𝐹
=
5 9
Então, para uma variação de 1°F, temos:

Δ𝜃𝐶 1
=
5 9
5
Δ𝜃𝐶 = °𝐶
9
Portanto:

𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑎𝑙
𝑐 = 0,45 = 0,45
𝑔°𝐹 5
𝑔 ⋅ 9 °𝐶

9 𝑐𝑎𝑙
𝑐 = 0,45 ⋅
5 𝑔°𝐶

𝑐 = 0,81 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
Gabarito: C
(Simulado EFOMM)
Em uma superfície horizontal, é lançado uma moeda de ligada metálica, com calor especifico igual
a 0,06 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, com uma velocidade de 50 m/s. Sabe-se que o coeficiente de atrito cinético entre
a moeda e a superfície é igual a 0,5. Se 40% da energia dissipada pelo atrito é responsável por
aquecer a moeda, então a variação de temperatura da moeda é de:
Considere 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 e 1 𝐽 = 0,24 𝑐𝑎𝑙.
(A) 1°C (B) 2°C (C) 4°C (D) 8°C (E) 0,5°C

Comentários:

A variação de energia no sistema é justamente devido a variação de energia cinética do moeda,


que após certo tempo, não terá mais velocidade e seu movimento é todo horizontal. Como apenas 40% é
convertido em calor, então:

40%Δ𝐸𝑐 = 𝑄

Vamos tomar apenas o módulo da variação da energia cinética. Além disso, cuidado com as
unidades, lembrando que o calor específico foi dado em cal/g°C. Logo:

1
0,4 ⋅ 𝑚 ⋅ 𝑣02 = 𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
2
0,06
0,2 ⋅ 502 = ⋅ 103 ⋅ Δ𝜃
0,24

Δ𝜃 = 2 °𝐶

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 123


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Gabarito: B
(Simulado EN)
Um calorímetro de capacidade térmica desprezível contém 1L de água a 50°𝐶. Mergulha-se uma
barra de ferro de massa 200g a 400°𝐶 e, com intenção de esfriá-la, coloca-se também 12 cubos de
gelo a 0°𝐶 de 40g cada. Desprezando qualquer perda de calor ao meio externo, qual é a temperatura
final aproximada do sistema em graus Celsius?
Dados: Calor específico da água: 1 𝑐𝑎𝑙⁄𝑔 °𝐶 .

Densidade da água: 1 𝑔/𝑐𝑚3 .


Calor específico do ferro: 0,1 𝑐𝑎𝑙⁄𝑔 °𝐶 .

Calor de fusão latente do gelo: 80 𝑐𝑎𝑙/g.


(A) 13 (B) 14 (C) 16 (D) 18 (E) 20

Comentários:

A massa de água é dada por:

1000𝑚𝑙 𝑐𝑚3 𝑔
𝑚 = 1𝐿 ∙ ∙ ∙1 = 1000𝑔
1𝐿 𝑚𝑙 𝑐𝑚3
Realizando balanço de calor (nivelando a temperatura de todos os corpos a zero):

Qá𝑔𝑢𝑎 = 𝑚 ∙ 𝑐 ∙ Δθ = 1000 ∙ 1 ∙ (0 − 50) = −50000𝐽

Q𝑓𝑒𝑟𝑟𝑜 = 200 ∙ 0,1 ∙ (0 − 400) = −8000𝐽

Q𝑔𝑒𝑙𝑜 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ∙ 𝐿 = 12 ∙ 40 ∙ 80 = 38400𝐽

Realizando o somatório dos calores:

∑ Q = −50000 − 8000 + 38400 = −19600𝐽

O valor negativo indica que sobrou 19600J de energia no balanço. Esta energia será usada para
fazer o sistema atingir a temperatura de equilíbrio:

19600 = (1000 + 40 ∙ 12) ∙ 1 ∙ Δ𝜃 + 200 ∙ 0,1 ∙ Δ𝜃 = (1480 + 20)Δ𝜃 = 1500 ∙ Δ𝜃

Logo:

19600
Δ𝜃 = 𝜃𝑒q − 0 = 𝜃𝑒q = ≅ 13,06
1500
Gabarito: A
(ITA-1972)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 124


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Numa aula prática sobre ebulição faz-se a seguinte experiência: leva-se até a fervura a água de um
balão (não completamente cheio). Em seguida, fecha-se o frasco e retira-se o mesmo do fogo.
Efetuando-se um resfriamento brusco do balão, a água volta a ferver. Isto se dá porque:
a) na ausência de ar a água ferve com maior facilidade.
b) a redução da pressão de vapor no frasco é mais rápida que a queda de temperatura do líquido.
c) com o resfriamento, a água se contrai expulsando bolhas de ar que estavam no seio do líquido.
d) com o resfriamento brusco a água evapora violentamente.
e) com o resfriamento brusco, o caminho livre médio das moléculas no líquido aumenta.

Comentários:

Ficaria mais claro: A pressão do vapor no frasco cai mais rápido que a pressão de vapor do líquido
no frasco. A pressão do vapor no frasco cai devido à queda na temperatura mantendo o volume constante
(a pressão se manteria constante caso o frasco tivesse sido mantido aberto), e o mesmo ocorre com a
pressão de vapor da água.

Gabarito: B
(ITA-1973)
Numa garrafa térmica contendo água foi introduzido um aquecedor de imersão cuja resistência
praticamente não varia com a temperatura. O aquecedor é ligado a uma fonte de tensão constante.
O gráfico (curva tracejada) corresponde aproximadamente ao que se observa caso a garrafa térmica
contenha 200 gramas de água. Escolha o gráfico (todos na mesma escala) que melhor representa o
que se pode observar caso a garrafa térmica contenha só 100 gramas de água.

Observação: A garrafa não é fechada com rolha. 𝑻 = temperatura. 𝒕 = tempo

A) B)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 125


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C) D)

E)

Comentários:

No primeiro trecho do gráfico temos água sendo aquecida:

𝑄𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 = 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚Δ𝑇

𝑄𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜 Δ𝑇
𝑃𝑜𝑡 = = 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚
Δ𝑡 Δ𝑡
A potência é constante durante todo o aquecimento:

Δ𝑇 1
= 𝑃
Δ𝑡 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚 𝑜𝑡

Assim, a inclinação do gráfico deve ser inversamente proporcional a massa. No gráfico da amostra
podemos aproximar a inclinação do primeiro trecho como 5/3. Logo, uma inclinação de 5/1.5 satisfaria o
resultado encontrado acima.

No segundo trecho do gráfico temos a evaporação da água a temperatura constante:

𝐿𝑒𝑣𝑎𝑝 𝑚
𝑃𝑜𝑡 =
Δ𝑡𝑒𝑣𝑎𝑝

Δ𝑡𝑒𝑣𝑎𝑝 = 𝐿𝑒𝑣𝑎𝑝 𝑃𝑜𝑡 𝑚

Logo, o tempo que leva para evaporar toda a massa é proporcional a mesma. No início o processo
leva 4 unidades de tempo, assim devemos ter 2 unidades no gráfico da amostra de 100 g, como pode ser
visto em A.

Gabarito: A
(ITA-1974)
A temperatura de ebulição do nitrogênio, à pressão normal, é aproximadamente 77 𝐾 e o seu calor
de vaporização é de 48 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔. Qual é, aproximadamente, a massa de nitrogênio vaporizada ao

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 126


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introduzir-se 0,5 𝑘𝑔 de água a 0 °𝐶 num botijão de nitrogênio líquido, onde a temperatura é


de 77 𝐾?
a) 1,25 𝑘𝑔. b) 2,875 𝑘𝑔. c) 1,57 𝑘𝑔.
d) 2,04 𝑘𝑔. e) nenhuma das respostas anteriores.
Dados:
Calor específico médio do gelo no intervalo de temperatura considerado = 0,35 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
Calor latente de fusão do gelo = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.

Comentários:

Convertendo a temperatura do nitrogênio para °C:

𝜃𝐶 = 𝑇 − 273

𝜃𝐶 = −196 °𝐶

Como o sistema é fechado teremos um somatório de trocas de energia nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑛𝑖𝑡𝑟𝑜𝑔𝑒𝑛𝑖𝑜 + 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 = 0

𝐿𝑣𝑎𝑝,𝑁 Δ𝑚𝑁 + (−𝐿𝑓𝑢𝑠𝑎𝑜 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 (−194 − 0)) = 0

48Δ𝑚𝑁 + (−80 − 0,35 ⋅ 194) ⋅ 500 = 0

Δ𝑚𝑁 ≈ 1,54 𝑘𝑔

Gabarito: C
(ITA-1974)
A umidade relativa num ambiente gasoso (atmosfera, por exemplo) é definida como:
a) relação entre a pressão de vapor de água existente e a pressão ambiente.
b) relação entre o volume ocupado pelo vapor de água e o volume total do ambiente.
c) relação entre a pressão de vapor de água existente à temperatura ambiente e a pressão de vapor
de água a 0 °C.
d) relação entre a pressão de vapor de água existente e a pressão de vapor saturante à mesma
temperatura.
e) nenhuma das afirmações acima é verdadeira.

Comentários:

A pressão de vapor saturante da água é a pressão do vapor da água presente no ar quando a


pressão total do ar é igual a pressão de vapor da água.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 127


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De modo mais ilustrativo, considere ar seco em contato com água a determinada temperatura.
Para que o equilíbrio seja atingido, partículas de água escaparam para o ar, até a pressão total do ar se
tornar igual à pressão de vapor da água naquela temperatura.

Gabarito: D
(ITA-1976)
A potência elétrica dissipada por um aquecedor de imersão é de 200W. Mergulha-se o aquecedor
num recipiente que contém 1 litro de água a 20 °C. Supondo que 70% da potência dissipada pelo
aquecedor sejam aproveitados para o aquecimento da água, quanto tempo será necessário para
que a temperatura da água atinja 90 °C?
Dado: Calor específico da água = 4,2 J/g °C.
a) 2,1 s. b) 2,1 · 103 𝑠. c) 5 · 102 𝑠.
d) 1,2 · 102 𝑠. e) 5 ⋅ 103 s.

Comentários:

Por definição, a potência é a quantidade de energia trocada pelo tempo:

𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 (90 − 20)


𝑃𝑜𝑡,𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑣𝑎 = ⇒ Δ𝑡 =
Δ𝑡 0,7𝑃𝑜𝑡

4,2 ⋅ 1000 ⋅ 70
Δ𝑡 = = 2100 𝑠
0,7 ⋅ 200

Gabarito: B
(ITA-1977)
Um corpo é aquecido pela água de um calorímetro que por sua vez é aquecida por uma resistência
onde passa uma corrente elétrica. Durante o aquecimento, que durou 20 segundos, o corpo
absorveu a quantidade de calor equivalente a 5,0 · 102 calorias e o calorímetro reteve,
separadamente, 2,05 · 103 calorias. Sabendo-se que a potência elétrica dissipada pela resistência
foi de 550𝑊, pode-se afirmar que a perda de calor do calorímetro para o ambiente, durante o
aquecimento, foi de:
a) valor tão pequeno que não se pode avaliar com os dados acima.
b) 5,9 · 102 calorias.
c) 5,4 · 102 calorias.
d) 0,9 · 102 calorias.
e) nenhum dos valores acima.

Comentários:

Conservando energia: (lembre-se de transformar joules em calorias)

∑𝑄 = 0

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 128


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𝑄𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 + 𝑄𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 𝑄𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 + 𝑄𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0

−𝑃𝑜𝑡 Δ𝑡 + 𝑄𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 𝑄𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 + 𝑄𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0

11000
𝑄𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 = − 2050 − 500 ≈ 0,8 ⋅ 102 𝑐𝑎𝑙
4,184

Gabarito: D
(ITA-1979)
Três recipientes metálicos, de igual volume, contêm respectivamente água, gelo e vapor d'água. O
gelo e a água têm a mesma massa e o volume que eles ocupam é de 9/10 do recipiente. Fecham-
se os três recipientes à pressão de 1,01 · 105 𝑃𝑎 e colocam-se os mesmos, simultaneamente, no
interior de um forno pré-aquecido a 200 °𝐶, de modo a receberem calor em idênticas condições.
Assim sendo, para um mesmo intervalo de tempo no interior do forno, pode-se afirmar que:
a) o gelo necessitará de menor energia para aumentar sua temperatura do que a água e o vapor
d'água.
b) a água é, das três fases, a que maior quantidade de energia necessita para aumentar sua
temperatura.
c) o vapor d'água é o que necessita de menor quantidade de energia para aumentar sua
temperatura.
d) água e gelo necessitam da mesma quantidade de calor para aumentar igualmente suas
temperaturas e tal quantidade de calor é menor que aquela para o vapor.
e) o gelo e o vapor d'água necessitam de menor quantidade de calor para aumentarem suas
temperaturas do mesmo valor do que a da água.

Comentários:

Lembrando a expressão correspondente a troca de calor:

𝑄 = 𝑚𝑐Δ𝜃

Para uma mesma variação de temperatura Δ𝜃, a água no estado líquido precisará receber mais
calor, já que seu calor específico 𝑐 é o maior dentre os 3.

Gabarito: E
(ITA-1984)
Um fogareiro é capaz de fornecer 250 calorias por segundo. Colocando-se sobre o fogareiro uma
chaleira de alumínio de massa 500 g, tendo no seu interior 1,2kg de água à temperatura ambiente
de 25 °C, a água começará a ferver após 10 minutos de aquecimento. Admitindo-se que a água ferve
a 100 °C e que o calor específico da chaleira de alumínio é 0,23 cal/g °C e o da água 1,0 cal/g °C,
pode-se afirmar que:
a) toda a energia fornecida pelo fogareiro é consumida no aquecimento da chaleira com água,
levando a água à ebulição.
b) somente uma fração inferior a 30% da energia fornecida é gasta no aquecimento da

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 129


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chaleira com água, levando a água à ebulição.


c) uma fração entre 30% e 40% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
d) 50% da energia fornecida pelo fogareiro é perdida.
e) a relação entre a energia consumida no aquecimento da chaleira com água e a energia
fornecida pelo fogão em 10 minutos situa-se entre 0,70 e 0,90.

Comentários:

É possível calcularmos a potência efetiva do fogareiro:

𝑄𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑣𝑎 =
Δ𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃 + 𝑚𝑐ℎ𝑎𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑖𝑜 Δ𝜃


𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 =
Δ𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

(1200 + 500 ⋅ 0,23)75


𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑣𝑎 =
10 ⋅ 60
𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑣𝑎 = 164,375 𝑐𝑎𝑙/𝑠

Logo, a fração da energia fornecida pelo fogareiro que é efetivamente utilizada no aquecimento
do conjunto água + chaleira é:

𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 164,375
𝑓= = = 0,6575
𝑃𝑜𝑡𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 250

Ou seja, uma fração entre 0,3 e 0,4 da energia fornecida é perdida.

Gabarito: C
(ITA-1985)
Dois corpos feitos de chumbo estão suspensos a um mesmo ponto por fios de comprimentos iguais
a 1,50 𝑚. Esticam-se os dois fios ao longo de uma mesma horizontal e, em seguida, abandonam-se
os corpos, de forma que eles se chocam e ficam em repouso. Desprezando as perdas mecânicas e
admitindo que toda a energia se transforma em calor e sabendo que o calor específico do chumbo
é 0,130 𝐽/𝑔 °𝐶 e a aceleração da gravidade 9,80 𝑚/𝑠 2 , podemos afirmar que a elevação de
temperatura dos corpos é:

a) 0,113 °C. b) 0,226 °C. c) 113 °C. d) 0,057 °C.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 130


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e) impossível de calcular, porque não se conhecem as massas dos corpos.

Comentários:

Conservando energia:

𝐸𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐸𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 ⇒ 2𝑚𝑔𝑅 = 2𝑄

𝑔𝑅 9,8 ⋅ 1,5
𝑚𝑔𝑅 = 𝑚𝑐Δ𝜃 ⇒ Δ𝜃 = = = 0,113 °𝐶
𝑐 130
Lembrando de colocar o calor específico no SI: 0,130 𝐽/𝑔 °𝐶 = 130 𝐽/𝑘𝑔 °𝐶

Gabarito: A
(ITA-1988)
Um bloco de gelo de massa 3,0 𝑘𝑔, que está a uma temperatura de −10,0 °𝐶, é colocado em um
calorímetro (recipiente isolado de capacidade térmica desprezível) contendo 5,0 𝑘𝑔 de água à
temperatura de 40,0 °𝐶. Qual a quantidade de gelo que sobra sem se derreter?
Dados:
Calor específico do gelo: 𝑐𝐺 = 0,5 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶.
Calor específico da água: 𝑐𝐴 = 1,0 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶.
Calor latente de fusão do gelo: 𝐿 = 80 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔.

Comentários:

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0 ⇒ 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

O equilíbrio ocorrerá a 0 °𝐶 se houver gelo o suficiente para trazer a temperatura da água a essa
temperatura ou a uma temperatura 𝜃𝑒𝑞 maior ou menor que zero dependendo das quantidades relativas
de gelo e água. Testaremos pela primeira possibilidade:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δθagua + (𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝑚 + 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝜃𝑔𝑒𝑙𝑜 ) = 0

Onde Δ𝑚 é a massa de gelo transformada em água.

1 ⋅ 5 ⋅ (0 − 40) + (80 ⋅ Δ𝑚 + 0,5 ⋅ 3 ⋅ (0 − (−10))) = 0

80Δ𝑚 = 185 ⇒ Δ𝑚 ≈ 2,3 𝑘𝑔

Assim, a massa que sobrou em forma de gelo é:

𝑚𝑟𝑒𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 − Δ𝑚 ≈ 0,7 𝑘𝑔

Gabarito: 0,7 Kg aproximadamente


(ITA-1989)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 131


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Cinco gramas de carbono são queimados dentro de um calorímetro de alumínio, resultando o gás
𝐶𝑂2. A massa do calorímetro é de 1000 𝑔 e há 1500 𝑔 de água dentro dele. A temperatura inicial
do sistema era de 20 °𝐶 e a final de 43 °𝐶. Calcule o calor produzido (em calorias) por grama de
carbono. Despreze a pequena capacidade calorífica do carbono e do dióxido de carbono.
a) 7,9 kcal. b) 7,8 kcal. c) 39 kcal. d) 57,5 kcal. e) 11,5 kcal.
Dados:
𝑐𝐴𝑙 = 0,215 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.
𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1,00 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶.

Comentários:

A energia usada no aquecimento do sistema é toda provinda da reação de combustão:

𝐸𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡𝑎𝑜 = 𝑄𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎

𝐸𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡𝑎𝑜 = 𝑐𝑎𝑙 𝑚𝑎𝑙 Δ𝜃 + 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃

𝐸𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡𝑎𝑜 = (0,215 ⋅ 1000 + 1 ⋅ 1500)(43 − 20)

𝐸𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡𝑎𝑜 = 1715 ⋅ 23

A energia acima é provinda da combustão de 5 gramas de carbono, assim:

𝐸𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡𝑎𝑜 1715
= 23 ≈ 7,9 𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑚𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑜 5

Gabarito: A
(ITA-1996)
Num dia de calor, em que a temperatura ambiente era de 30 °𝐶, João pegou um copo com volume
de 200 𝑐𝑚³ de refrigerante à temperatura ambiente e mergulhou nele dois cubos de gelo de massa
15 𝑔 cada um. Se o gelo estava à temperatura de −4 °𝐶 e derreteu-se por completo e supondo que
o refrigerante tem o mesmo calor específico que a água, a temperatura final da bebida de João ficou
sendo aproximadamente de:
a) 16 º𝐶. b) 25 º𝐶. c) 0 º𝐶. d) 12 º𝐶. e) 20 º𝐶.
Dados:
Calor específico da água = 4,18 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾.
Calor latente de fusão da água = 333,5 𝑘𝐽/𝑘𝑔.
Calor específico do gelo = 2,05 𝑘𝐽/𝑘𝑔𝐾.
Densidade do refrigerante = 1,0 𝑔/𝑐𝑚³.

Comentários:

Considerando que as trocas de calor com ambiente são desprezíveis, teremos um sistema fechado
e, portanto, o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 132


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∑𝑄 = 0

𝑄𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖𝑔𝑒𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖 (𝜃𝑒𝑞 − 30) + (𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 (0 − (−4)) + 𝐿𝑓𝑢𝑠𝑎𝑜 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 (𝜃𝑒𝑞 − 0))
=0 (𝑒𝑞. 1)

A massa do refrigerante é dada por:

𝑚𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖 = 𝜌𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖 𝑉𝑟𝑒𝑓𝑟𝑖 = 1 ⋅ 200 = 200𝑔 = 0,2 𝑘𝑔

Substituindo o resultado acima em (1), obtemos:

4,18 ⋅ 0,2 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 30) + (2,05 ⋅ 4 + 333,5 + 4,18𝜃𝑒𝑞 )0,03 = 0

4,18 ⋅ 2,3𝜃𝑒𝑞 = 4,18 ⋅ 2 ⋅ 30 − 102,51 = 148,29

𝜃𝑒𝑞 ≈ 15,4 °𝐶

Gabarito: A
(ITA-1997)
Um vaporizador contínuo possui um bico pelo qual entra água a 20 °𝐶, de tal maneira que o nível
de água no vaporizador permanece constante. O vaporizador utiliza 800𝑊 de potência, consumida
no aquecimento da água até 100 °𝐶 e na sua vaporização a 100 °𝐶. A vazão de água pelo bico é:
a) 0,31 𝑚𝐿/𝑠. b) 0,35 𝑚𝐿/𝑠. c) 2,4 𝑚𝐿/𝑠.
d) 3,1 𝑚𝐿/𝑠. e) 3,5 𝑚𝐿/𝑠.
Dados:
Calor específico da água = 4,18 𝑘𝐽/𝑘𝑔. 𝐾.
Massa específica da água = 1,0 𝑔/𝑐𝑚3 .
Calor latente de vaporização da água = 2257,2 𝑘𝐽/𝑘𝑔.

Comentários:

Considere o que acontece após um intervalo de tempo Δ𝑡 muito pequeno:

O calor 𝑄(Δ𝑡) é usado para evaporar uma quantidade Δ𝑚 de massa e ao mesmo tempo aquecer
a mesma quantidade de uma temperatura de 20 °𝐶 para 100 °𝐶, de modo que a todo instante o
vaporizador contém a mesma massa e temperatura uniforme de 100 °𝐶:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 133


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𝑄(Δ𝑡) = Δ𝑚𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 (100 − 20) + 𝐿𝑣𝑎𝑝 Δ𝑚 = 𝑃𝑜𝑡Δ𝑡

Δ𝑚 𝑃𝑜𝑡
=
Δ𝑡 80𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝐿𝑣𝑎𝑝

Δ𝑉 𝑃𝑜𝑡 800 𝑐𝑚3 𝑚𝐿


= = ≈ 0,31 = 0,31
Δ𝑡 𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎 (80𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝐿𝑣𝑎𝑝 ) 1(80 ⋅ 4,18 + 2257.2) 𝑠 𝑠

Gabarito: B
(ITA-1999)
Numa cavidade de 5 𝑐𝑚3 feita num bloco de gelo, introduz-se uma esfera homogênea de cobre de
30 𝑔 aquecida a 100 °𝐶, conforme o esquema. Sabendo-se que o calor latente de fusão do gelo é
de 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔, que o calor específico do cobre é de 0,096 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶 e que a massa específica do gelo
é de 0,92 𝑔/𝑐𝑚3 . O volume total da cavidade após o equilíbrio ser atingido é igual a:
a) 8,9 𝑐𝑚3. b) 3,9 𝑐𝑚3. c) 39,0 𝑐𝑚3.
d) 8,5 𝑐𝑚3 . e) 7,4 𝑐𝑚3 .

Comentários:

No equilíbrio a cavidade será maior devido ao derretimento parcial do gelo. Como o sistema é
fechado, temos que a soma das trocas de energia deve ser nula, considerando que o equilíbrio é atingido
a 0 °𝐶 temos:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

𝑐𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 (0 − 100) + 𝐿𝑓𝑢𝑠𝑎𝑜 Δ𝑚 = 0

100𝑐𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎
Δ𝑚 = = Δ𝑉𝜌𝑔𝑒𝑙𝑜
𝐿𝑓𝑢𝑠𝑎𝑜

Logo, o volume final da cavidade deve ser seu volume inicial mais o volume de gelo derretido:

𝑉𝑓 = 𝑉0 + Δ𝑉

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 134


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100 ⋅ 0,096 ⋅ 30
𝑉𝑓 = 5 + ≈ 8,9 𝑐𝑚3
80 ⋅ 0,92

Gabarito: A
(ITA-2000)
O ar dentro de um automóvel fechado tem massa de 2,6 kg e calor específico de 720 J/kg °C.
Considere que o motorista perde calor a uma taxa constante de 120 joules por segundo e que o
aquecimento do ar confinado se deva exclusivamente ao calor emanado pelo motorista. Quanto
tempo levará para a temperatura variar de 2,4 °C a 37 °C?
a) 540 s. b) 480 s. c) 420 s. d) 360 s. e) 300 s.

Comentários:

Como toda a energia fornecida pelo motorista é usada para elevar a temperatura do ar, temos:

𝑄𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑟 𝑚𝑎𝑟 (𝜃 − 2,4)


𝑃𝑜𝑡 = =
Δ𝑡 Δ𝑡
Devemos encontrar a variação de tempo que levará à temperatura final 𝜃 = 37 °𝐶, assim:

720 ⋅ 2,6 ⋅ 34,6


Δ𝑡(37) = = 539,76 𝑠
120
Gabarito: A
(ITA-2002)
Mediante chave seletora, um chuveiro elétrico tem a sua resistência graduada para dissipar 4,0 𝑘𝑊
no inverno, 3,0 𝑘𝑊 no outono, 2,0 𝑘𝑊 na primavera e 1,0 𝑘𝑊 no verão. Numa manhã de inverno,
com temperatura ambiente de 10 °𝐶, foram usados 10,0 litros de água desse chuveiro para
preencher os 16% do volume faltante do aquário de peixes ornamentais, de modo a elevar sua
temperatura de 23 °𝐶 para 28 °𝐶. Sabe-se que 20% da energia é perdida no aquecimento do ar, a
densidade da água é 𝜌 = 1,0 𝑔/𝑐𝑚3 e o calor específico da água é 4,18 𝐽/𝑔 · 𝐾. Considerando que
a água do chuveiro foi colhida em 10 minutos, em que posição se encontrava a chave seletora?
Justifique.

Comentários:

Na situação física original temos que a água provinda do chuveiro recebe uma quantidade de calor
𝑄, a qual o leva a uma temperatura final 𝜃𝑐ℎ𝑢𝑣𝑒𝑖𝑟𝑜 maior que 28 °𝐶. Essa mesma água é colocada em
contato com a água de um aquário, em um sistema fechado, chegando ao equilíbrio em 28 °𝐶.

De fato, como no sistema 𝑎𝑞𝑢á𝑟𝑖𝑜 + á𝑔𝑢𝑎 só temos trocas internas de calor, podemos considerar
que o calor 𝑄 provindo do chuveiro é usado para aumentar a temperatura de toda a água para 28 °𝐶:

𝑄 = 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,𝑐ℎ𝑢𝑣𝑒𝑖𝑟𝑜 + 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,𝑎𝑞

84
𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 Δ𝑡𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎,𝑐 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 (28 − 10) + ( 𝑚 )𝑐 (28 − 23)
16 𝑎𝑔𝑢𝑎,𝑐 𝑎𝑔𝑢𝑎

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 135


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0,8 ⋅ 𝑃𝑜𝑡 ⋅ 10 ⋅ 60 = 4,18 ⋅ 104 (18 + 5,25 ⋅ 5)

𝑃𝑜𝑡 ≈ 3,85 𝑘𝑊

Gabarito: Inverno
(ITA-2002)
Colaborando com a campanha de economia de energia, um grupo de escoteiros construiu um fogão
solar, consistindo de um espelho de alumínio curvado que foca a energia térmica incidente sobre
uma placa coletora. O espelho tem um diâmetro efetivo de 1,00 𝑚 e 70% da radiação solar
incidente é aproveitada para de fato aquecer uma certa quantidade de água. Sabemos ainda que o
fogão solar demora 18,4 minutos para aquecer 1,00 𝐿 de água desde a temperatura de 20 °𝐶 até
100 °𝐶, e que 4,186 · 103 𝐽 é a energia necessária para elevar a temperatura de 1,00 L de água de
1,000 K. Com base nos dados, estime a intensidade irradiada pelo Sol na superfície da Terra, em
𝑊/𝑚2 . Justifique.

Comentários:

A potência absorvida pela a placa é dada por:

𝜋𝑑2
𝑃𝑜𝑡 = 𝐼𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 𝐴 = 𝐼𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 ( )
4

Com d sendo o diâmetro efetivo do espelho. Como apenas 70 % da energia é aproveitada, temos:

𝜋𝑑 2
𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 0,7𝑃𝑜𝑡 = 0,7𝐼𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 ( ) (𝑒𝑞. 1)
4

A potência efetiva é utilizada para aumentar a temperatura da água:

𝑄 𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 (100 − 20)


𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = =
Δ𝑡 Δ𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

Substituindo (1) na equação acima, obtemos:

𝑚𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 (100 − 20) 4 ⋅ 4,186 ⋅ 103 ⋅ 80 𝑊


𝐼𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 = 2
= ≈ 549 2
0,7πΔ𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑 0,7 ⋅ 𝜋 ⋅ 18,4 ⋅ 60 𝑚

Gabarito: 𝟓𝟓𝟐 𝑾/𝒎𝟐


(ITA-2004)
Um painel coletor de energia solar para aquecimento residencial de água, com 50% da eficiência,
tem superfície coletora com área útil de 10 𝑚2. A água circula em tubos fixados sob a superfície
coletora. Suponha que a intensidade da energia solar incidente é de 1,0 · 103 𝑊/𝑚2 e que a vazão
de suprimento de água aquecida é de 6,0 litros por minuto. Assinale a opção que indica a variação
da temperatura da água.
a) 12 °𝐶. b) 10 °𝐶. c) 1,2 °𝐶. d) 1,0 °𝐶. e) 0,10 °𝐶.

Comentários:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 136


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Considere que a superfície coletora aquece uma massa Δ𝑚 em um intervalo de tempo Δ𝑡:

𝑄(Δ𝑡) = Δ𝑚𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃

𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑖𝑣𝑎 Δ𝑡 = Δ𝑚𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃

𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎
Δ𝜃 = =
Δ𝑚 Δ𝑉
Δ𝑡 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝑡 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎
Onde Δ𝑉/Δ𝑡 é a vazão de água passando pela tubulação exposta a placa.

0,5𝐼𝑠𝑜𝑙𝑎𝑟 𝐴𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 0,5 ⋅ 103 ⋅ 10


Δ𝜃 = = ≈ 12 °𝐶
Δ𝑉 6 3
𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝑡 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 1 ⋅ 60 ⋅ 4,18 ⋅ 10

Gabarito: A
(ITA-2005)
Inicialmente 48 𝑔 de gelo a 0 °𝐶 são colocados num calorímetro de alumínio de 2,0 𝑔, também a
0 °𝐶. Em seguida, 75 𝑔 de água a 80 °𝐶 são despejados dentro desse recipiente. Calcule a
temperatura final do conjunto.
Dados:
Calor latente do gelo 𝐿𝐺 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
Calor específico da água 𝑐𝐻2 𝑂 = 1,0 𝑐𝑎𝑙 𝑔−1 °𝐶 −1.
Calor específico do alumínio 𝑐𝐴𝑙 = 0,22 𝑐𝑎𝑙 𝑔−1 °𝐶 −1 .

Comentários:

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑄𝐴𝑙 = 0

O equilíbrio ocorrerá a 0 °𝐶 se houver gelo o suficiente para trazer a temperatura da água a essa
temperatura ou a uma temperatura 𝜃𝑒𝑞 maior que zero com todo o gelo sendo derretido. Testaremos
pela primeira possibilidade:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δθagua + 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝑚 + 𝑐𝐴𝑙 𝑚𝐴𝑙 Δ𝜃𝐴𝑙 = 0

Onde Δ𝑚 é a massa de gelo transformada em água.

1 ⋅ 75 ⋅ (0 − 80) + 80 ⋅ Δ𝑚 + 0,22 ⋅ 2 ⋅ (0 − 0) = 0

Δ𝑚 = 75 𝑔

Assim, como pode ser visto, não há gelo o suficiente para trazer a água a 0 °𝐶.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 137


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Na segunda possibilidade, temos:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δθagua + (𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝜃𝑔𝑒𝑙𝑜 ) + 𝑐𝐴𝑙 𝑚𝐴𝑙 Δ𝜃𝐴𝑙 = 0

75(𝜃𝑒𝑞 − 80) + (80 ⋅ 48 + 48(𝜃𝑒𝑞 − 0)) + 0,22 ⋅ 2 ⋅ (𝜃𝑒𝑞 − 0) = 0

123,44𝜃𝑒𝑞 = 80 ⋅ 27

𝜃𝑒𝑞 ≈ 17,5 °𝐶

Gabarito: 17,5 °C
(ITA-2006)
Um bloco de gelo com 725 𝑔 de massa é colocado num calorímetro contendo 2,50 𝑘𝑔 de água a
uma temperatura de 5,0 °𝐶, verificando-se um aumento de 64 𝑔 na massa desse bloco, uma vez
alcançado o equilíbrio térmico. Considere o calor específico da água (𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶) o dobro do
calor específico do gelo, e o calor latente de fusão do gelo de 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔. Desconsiderando a
capacidade térmica do calorímetro e a troca de calor com o exterior, assinale a temperatura inicial
do gelo.
a) −191,4 °𝐶. b) −48,6 °𝐶. c) −34,5 °𝐶.
d) −24,3 °𝐶. e) −14,1 °𝐶.

Comentários:

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 0

Como há formação de mais gelo, e essa massa de gelo é menor que a massa total de água,
podemos afirmar que a temperatura de equilíbrio é 0 °𝐶:

(𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 (0 − 5) − 𝐿𝑓𝑢𝑠𝑎𝑜 Δ𝑚) + 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 (0 − 𝜃𝑔𝑒𝑙𝑜 ) = 0

Onde 𝜃𝑔𝑒𝑙𝑜 é a temperatura inicial do gelo.

−(1 ⋅ 2500 ⋅ 5 + 80 ⋅ 64) − 0,5 ⋅ 725 ⋅ 𝜃𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

𝜃𝑔𝑒𝑙𝑜 ≈ −48,6 °𝐶

Gabarito: B
(ITA-2006)
Calcule a área útil das placas de energia solar de um sistema de aquecimento de água, para uma
residência com quatro moradores, visando manter um acréscimo médio de 30,0 °𝐶 em relação à
temperatura ambiente. Considere que cada pessoa gasta 30,0 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 de água quente por dia e que,
na latitude geográfica da residência, a conversão média mensal de energia é de 60,0 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠 por
metro quadrado de superfície coletora. Considere ainda que o reservatório de água quente com

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 138


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capacidade para 200 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 apresente uma perda de energia de 0,30 𝑘𝑊ℎ por mês para cada litro.
É dado o calor específico da água 𝑐 = 4,19 𝐽/𝑔 °𝐶.

Comentários:

Primeiramente calcularemos o volume de água aquecida mensalmente. São 30 litros para 4


moradores em 30 dias:

𝑉𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 = 30 ⋅ 4 ⋅ 30 = 3600 𝐿 (𝑒𝑞. 1)

Calculando a perda de energia em um mês para os arredores:

𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 = 0,3 ⋅ 103 ⋅ 3600 ⋅ 200

𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 = 60 ⋅ 3,6 ⋅ 106 𝐽 (𝑒𝑞. 2)

Note que a todo momento temos água no reservatório perdendo energia, mas não é mesma água,
por isso você não pode multiplicar 0,3 pelo volume total. Note que o valor 𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 acima seria a energia
perdida por uma dada porção de água de 200 𝐿 se a deixássemos os 30 dias no reservatório. No entanto,
o resultado se mantém o mesmo, pois o reservatório se mantém cheio durante todo o mês, ocasionando
a mesma perda, e, mesmo essa perda não sendo da mesma água, foi cedida da água que chega aos
moradores, porção por porção, dos 3600 𝐿.

Agora podemos calcular a energia fornecida a água através do aquecimento que sabemos que
ocorre:

𝐸𝑎𝑞 − 𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 = 𝑚𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑐Δ𝜃 = 𝜌𝑉𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 cΔ𝜃

𝐸𝑎𝑞 = 𝐸𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 + 𝜌𝑉𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑐Δ𝜃

Substituindo (1) e (2) na equação acima, obtemos:

𝐸𝑎𝑞 = 60 ⋅ 3,6 ⋅ 106 + 103 ⋅ 3600 ⋅ 4,19 ⋅ 30 = 185,7 ⋅ 3,6 ⋅ 106 𝐽

Essa é a energia fornecida por toda a superfície, assim:

𝐸𝑎𝑞 = 𝐸 𝑒𝑞 𝐴
𝑎𝑟𝑒𝑎

185,7 ⋅ 3,6 ⋅ 106


𝐴= ≈ 3,1 𝑚2
60 ⋅ 103 ⋅ 3600

Gabarito: 𝟑, 𝟏 𝒎𝟐
(ITA - 2007)
Um corpo indeformável em repouso é atingido por um projétil metálico com a velocidade de
300 𝑚/𝑠 e a temperatura de 0 °𝐶. Sabe-se que, devido ao impacto, 1/3 da energia cinética é
absorvida pelo corpo e o restante transforma-se em calor, fundindo parcialmente o projétil. O metal
tem ponto de fusão 𝑡𝑓 = 300 °𝐶, calor específico 𝑐 = 0,02 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶 e calor latente de fusão 𝐿𝑓 =
6 𝑐𝑎𝑙/𝑔. Considerando 1 𝑐𝑎𝑙 ≅ 4 𝐽, a fração 𝑥 da massa total do projétil metálico que se funde é tal
que:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 139


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a) 𝑥 < 0,25.
b) 𝑥 = 0,25.
c) 0,25 < 𝑥 < 0,5.
d) 𝑥 = 0,5.
e) 𝑥 > 0,5.
1
Dado: a energia cinética de um corpo de massa 𝑚 e velocidade 𝑣 é expressa por 𝐸𝑐 = 2 𝑚𝑣 2 .

Comentários:

O calor provindo da colisão é usado para aquecer o projétil e fundir uma fração 𝑥 de sua massa,
assim:

𝑄𝑐𝑜𝑙𝑖𝑠𝑎𝑜 = 𝑄𝑎𝑞 + 𝑄𝑓𝑢𝑠𝑎𝑜

2
𝐸 = 𝑚𝑐(300 − 0) + 𝐿𝑓 (𝑥𝑚)
3 𝑐𝑖𝑛
1
𝑚𝑣 2 = 300𝑚𝑐 + 𝐿𝑓 𝑥𝑚
3
Substituindo os valores do enunciado: (lembre-se de colocar g em kg)

1
9 ⋅ 104 = 300 ⋅ 80 + 24 ⋅ 103 𝑥
3
30000 − 24000 1
𝑥= =
24000 4
Gabarito: B
(ITA – 2007)
Numa cozinha industrial, a água de um caldeirão é aquecida de 10 °𝐶 a 20 °𝐶, sendo misturada, em
seguida, à água a 80 °𝐶 de um segundo caldeirão, resultando 10 𝑙 de água a 32 °𝐶, após a mistura.
Considere que haja troca de calor apenas entre as duas porções de água misturadas e que a
densidade absoluta da água, de 1 𝑘𝑔/𝑙, não varia com a temperatura, sendo, ainda, seu calor
específico 𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙 𝑔–1 °𝐶 –1. A quantidade de calor recebida pela água do primeiro
caldeirão ao ser aquecida até 20 °𝐶 é de
a) 20 kcal. b) 50 kcal c) 60 kcal. d) 80 kcal. e) 120 kcal.

Comentários:

A mistura das duas porções de água resulta em 10 𝐿, assim chamaremos as de 𝑓 a fração do


volume dessa mistura que vem do primeiro caldeirão. No segundo caldeirão temos um sistema fechado,
logo a somas das trocas de energia deve nula:

∑𝑄 = 0

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 140


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𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,1 + 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,2 = 0

𝑚1 𝑐(32 − 20) + 𝑚2 𝑐(32 − 80) = 0

𝑓(12) + (1 − 𝑓)(−48) = 0

48 4
𝑓= =
60 5
Logo a quantidade de calor usada para aquecer a água no primeiro caldeirão é:

𝑄 = 𝑚1 𝑐(20 − 10) = 𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑓𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐(10)

4
𝑄 = 103 ⋅ ⋅ 10 ⋅ 1 ⋅ 10 = 80 𝑘𝑐𝑎𝑙
5
Gabarito: D
(ITA - 2007)
A água de um rio encontra-se a uma velocidade inicial 𝑉 constante, quando despenca de uma altura
de 80 𝑚, convertendo toda a sua energia mecânica em calor. Este calor é integralmente absorvido
pela água, resultando em um aumento de 1𝐾 de sua temperatura. Considerando 1 cal 4 𝐽,
aceleração da gravidade 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 e calor específico da água 𝑐 = 1,0 𝑐𝑎𝑙𝑔−1 °𝐶 −1 , calcula-se
que a velocidade da água 𝑉 é de:
a) 10√2 𝑚/𝑠. b) 20 𝑚/𝑠. c) 50 𝑚/𝑠.
d) 10√32 𝑚/𝑠. e) 80 𝑚/𝑠.

Comentários:

A energia mecânica é dissipada em forma de calor, o qual é usado para aquecer a mesma massa
de água:

𝐸𝑚𝑒𝑐𝑎𝑛𝑖𝑐𝑎 = 𝑄

1
𝑚𝑉 2 + 𝑚𝑔ℎ = 𝑚𝑐Δ𝜃
2
𝑉 2 = 2(𝑐Δ𝜃 − 𝑔ℎ)

Substituindo os valores fornecidos pelo enunciado e lembrando de colocá-los nas unidades


corretas:

𝑉 2 = 2(4000 − 800) = 6400

𝑉 = 80 𝑚/𝑠

Gabarito: E
(ITA – 2008)

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 141


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De acordo com a Lei de Stefan-Boltzmann, o equilíbrio da atmosfera terrestre é obtido pelo balanço
energético entre a energia de radiação do Sol absorvida pela Terra e a reemitida pela mesma.
Considere que a energia fornecida por unidade de tempo pela radiação solar é dada por 𝑃 = 𝐴 ⋅ 𝑒 ⋅
𝜎 ⋅ 𝑇 4 , em que 𝜎 = 5,67 ⋅ 10−8 𝑊 ⋅ 𝑚−2 ⋅ 𝐾 −4; 𝐴 é a área da superfície do corpo; 𝑇 a temperatura
absoluta, e o parâmetro 𝑒 é a emissividade que representa a razão entre a taxa de radiação de uma
superfície particular e a taxa de radiação de uma superfície de um corpo ideal, com a mesma área e
mesma temperatura. Considere a temperatura média da Terra 𝑇̅ = 287 𝐾 e, nesta situação, 𝑒 =
1. Sabendo que a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global reduze a emissividade,
faça uma estimativa de quanto aumentará a temperatura média da Terra devido à emissão de gases
responsáveis pelo aquecimento global, se a emissividade diminuir 8%.
𝑥
Considere (1 − 𝑥)1/4 ≅ 1 − 4.

Comentários:

Com a redução de emissividade temos uma redução da potência de emissão, no entanto a potência
recebida pelo Sol continua a mesma, de modo que para que obtenhamos equilíbrio térmico a potência de
emissão terrestre deve voltar ao seu valor original, com uma temperatura maior para compensar o
decréscimo provindo da emissividade:

𝑃𝑜𝑡𝑓 = 𝑃𝑜𝑡0

𝐴(0,92𝑒)𝜎(𝑇0 + Δ𝑇)4 = 𝐴𝑒𝜎𝑇04


1 𝑇0
(1 − 0,08)4 =
𝑇0 + Δ𝑇

Usando a aproximação fornecida no enunciado temos:

0,98(𝑇0 + Δ𝑇) = 𝑇0

2
Δ𝑇 = 𝑇 ≈ 5,9 𝐾
98 0
Gabarito: 𝚫𝑻 ≅ 𝟔 𝑲
(IME – 2021)
Um físico precisa fundir 50 kg de um determinado material. Pensando em não desperdiçar energia,
ele pega um bloco extra de 1 kg desse material como amostra, inicialmente na temperatura de 20°C,
e realiza duas etapas sucessivas de aquecimento, fornecendo 16 kcal em cada uma delas. Suas
anotações são mostradas na tabela a seguir

Considerando a temperatura inicial do material em 20 °C e que sua temperatura de fusão constante,


a quantidade mínima de energia, em kcal, necessária para fundir os 50 kg de material, é:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 142


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(A) 800 (B) 1400 (C) 1600 (D) 2500 (E) 3900

Comentários:

A temperatura de fusão é 90°C.

Etapa 1:

𝑄 = 𝑚𝑐Δ𝑇

16 = 1 ⋅ 𝑐 ⋅ 40

𝑐 = 0,4 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔

Etapa 2:

𝑄1 = 𝑚𝑐 ⋅ (90 − 60) = 1 ⋅ 0,4 ⋅ 30 = 12 𝑘 𝑐𝑎𝑙

𝑄2 = 4 𝑐𝑘𝑎𝑙 = 𝑚𝑑𝑒𝑟𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝐿𝑓

4 = 0,08𝐿𝑓 → 𝐿𝑓 = 50 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔

Finalmente:

𝑄 = 50 ⋅ 0,4 ⋅ 70 + 50 ⋅ 50 = 3900 𝑘𝑐𝑎𝑙

Gabarito: E
(IME – 1997)
Considere um calorímetro no qual existe uma certa massa de líquido. Para aquecer o conjunto
líquido-calorímetro de 30 °C para 60 °C são necessários 𝑄1 𝐽. Por outro lado, 𝑄2 𝐽 elevam de 40 °C
para 80 °C o calorímetro juntamente com o triplo da massa do líquido.
A) Determine a capacidade térmica do calorímetro nas seguintes situações:
𝑄1 = 2000 𝐽, 𝑄2 = 4000 𝐽
𝑄1 = 2000 𝐽, 𝑄2 = 7992 𝐽
B) Com base nestes dados, em qual das duas situações a influência do material do calorímetro pode
ser desconsiderada? Justifique sua conclusão.

Comentários:

a) Os calores são divididos no aquecimento do líquido e calorímetro. Seja 𝑚 a massa do líquido, temos:

𝑄 = 𝑄𝑙𝑖𝑞 + 𝑄𝑐𝑎𝑙

𝑄1 = (𝑚𝑐𝑙𝑖𝑞 + 𝐶𝑐𝑎𝑙 )(60 − 30) = 30(𝑚𝑐𝑙𝑖𝑞 + 𝐶𝑐𝑎𝑙 )

𝑄2 = (3𝑚𝑐𝑙𝑖𝑞 + 𝐶𝑐𝑎𝑙 )(80 − 40) = 40(3𝑚𝑐𝑙𝑖𝑞 + 𝐶𝑐𝑎𝑙 )

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 143


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𝑄1 𝑄2
2𝐶𝑐𝑎𝑙 = −
10 40
4𝑄1 − 𝑄2
𝐶𝑐𝑎𝑙 =
80
Substituindo os valores, obtemos:

1° Caso –

𝐶𝑐𝑎𝑙 = 50 𝐽 ⋅ °𝐶 −1

2° Caso –

𝐶𝑐𝑎𝑙 = 0,1 𝐽 ⋅ °𝐶 −1

b) Na segunda situação, já que a menor capacidade calorífica indica que o calorímetro absorveu menos
energia para a mesma variação de temperatura, necessário para atingir o equilíbrio:

𝑄𝑐𝑎𝑙 = 𝐶𝑐𝑎𝑙 Δ𝜃

Gabarito: a) 𝟓𝟎 𝑱 ⋅ °𝑪−𝟏 , 𝟎, 𝟏 𝑱 ⋅ °𝑪−𝟏 b) Segunda


(OBF – 2005)
Em um calorímetro, de capacidade térmica desprezível, são colocados 40 𝑔 de água a 40 °𝐶, e 30 𝑔
de gelo a 0 °𝐶. Sabendo que o calor latente de fusão da água vale 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔 e o calor específico da
água vale 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔 °𝐶, a temperatura final da mistura será:
a) – 14,5 °𝐶 b) – 11,4 °𝐶 c) – 9,4 °𝐶
d) 0 °𝐶 e) 20 °𝐶

Comentários:

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

O equilíbrio ocorrerá a 0 °𝐶 se houver gelo o suficiente para trazer a temperatura da água a essa
temperatura ou a uma temperatura 𝜃𝑒𝑞 maior que zero com todo o gelo sendo derretido. Testaremos
pela primeira possibilidade:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δθagua + 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝑚 = 0

Onde Δ𝑚 é a massa de gelo transformada em água.

1 ⋅ 40 ⋅ (0 − 40) + 80 ⋅ Δ𝑚 = 0

Δ𝑚 = 20 𝑔

Assim, como pode ser visto, há gelo o suficiente para trazer a água a 0 °𝐶.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 144


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Gabarito: D
(OBF – 2005)
Suponha que você despeje 0,2 𝑘𝑔 de café, a 90 °𝐶, no interior de uma jarra de 0,4 𝑘𝑔 de massa, a
20 °𝐶. Assumindo que nenhum calor é transferido para o meio externo e que o calor específico da
jarra é 𝑐𝑗𝑎𝑟𝑟𝑎 = 0,20 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶 e do café 𝑐𝑐𝑎𝑓é = 1,0 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑘𝑔 °𝐶, qual será a temperatura final
do café?

Comentários:

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑐𝑎𝑓𝑒 + 𝑄𝑗𝑎𝑟𝑟𝑎 = 0

𝑐𝑐𝑎𝑓𝑒 𝑚𝑐𝑎𝑓𝑒 Δ𝜃𝑐𝑎𝑓𝑒 + 𝑐𝑗𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑚𝑗𝑎𝑟𝑟𝑎 Δ𝜃𝑗𝑎𝑟𝑟𝑎 = 0

0,2(𝜃𝑒𝑞 − 90) + 0,08(𝜃𝑒𝑞 − 20) = 0

𝜃𝑒𝑞 − 90 + 0,4𝜃𝑒𝑞 − 8 = 0

𝜃𝑒𝑞 = 70 °𝐶

Gabarito: 70 °C
(OBF – 2006)
Num recipiente adiabático de capacidade térmica desprezível em que existe uma massa 𝑚𝑎 de
200𝑔 de água a 100 °𝐶, é misturada uma massa 𝑚𝑔 de 100𝑔 de gelo moído a 0 °𝐶. Considerando
o calor latente de fusão do gelo igual a 80𝑐𝑎𝑙/𝑔,
a) determine, em °𝐶, a temperatura 𝜃 da mistura quando se atinge o equilíbrio térmico.
b) calcule, em calorias, a quantidade de calor 𝑄 cedida pela água quente para se resfriar desde
100 °𝐶 até a temperatura de equilíbrio térmico.

Comentários:

a) Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

O equilíbrio ocorrerá a 0 °𝐶 se houver gelo o suficiente para trazer a temperatura da água a essa
temperatura ou a uma temperatura 𝜃𝑒𝑞 maior que zero com todo o gelo sendo derretido. Testaremos
pela primeira possibilidade:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δθagua + 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝑚 = 0

Em que Δ𝑚 é a massa de gelo transformada em água.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 145


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1 ⋅ 200 ⋅ (0 − 100) + 80 ⋅ Δ𝑚 = 0

Δ𝑚 = 250 𝑔

Logo não há gelo o suficiente para que esse cenário se realize. Na segunda possibilidade, temos:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δθagua + (𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝜃𝑔𝑒𝑙𝑜 ) = 0

200(𝜃𝑒𝑞 − 100) + 80 ⋅ 100 + 100(𝜃𝑒𝑞 − 0) = 0

3𝜃𝑒𝑞 = 200 − 80

𝜃𝑒𝑞 = 40 °𝐶

b) Basta usarmos a expressão de calor trocado:

|𝑄| = 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 |Δ𝜃𝑎𝑔𝑢𝑎 |

|𝑄| = 1 ⋅ 200 ⋅ 60 = 12000 𝑐𝑎𝑙

Gabarito: a) 40 °C b) 12000 cal


(OBF – 2008)
Desejando determinar a temperatura de um forno, um estudante colocou em seu interior um
cilindro de massa de 50 𝑔 e calor específico igual a 0,22 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶. Após certo intervalo de tempo o
cilindro foi retirado do forno e imediatamente colocado no interior de uma garrafa térmica com
330 𝑔 de água. A temperatura da água variou de 19 °𝐶 para 20 °𝐶. Considerando o calor específico
da água 1,0 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, calcule a temperatura que se encontrava o forno no momento que o cilindro
foi retirado do seu interior. Despreze as perdas de calor para o ambiente e a capacidade térmica da
garrafa.

Comentários:

Assumiremos que o cilindro ficou tempo o suficiente no forno para atingir o equilíbrio térmico,
assim a sua temperatura inicial ao entrar em contato com a água é igual a temperatura do forno.

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 0

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑐𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 𝑚𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 Δ𝜃𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 0

330(20 − 19) + 11(20 − 𝜃0 ) = 0

30 + (20 − 𝜃0 ) = 0

𝜃0 = 50 °𝐶

Gabarito: 50 °C

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 146


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(OBF – 2011/modificada)
Um micro-ondas de 3.000𝑊 potência é utilizado para aquecer a xícara de chá com 100 𝑔 de água.
Qual o tempo (em minutos) necessário para que a água ferva a 100 °𝐶. (capacidade térmica da água
𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 4,2 𝐽/𝑔°𝐶)

Comentários:

Como a questão não menciona nada usaremos uma temperatura ambiente de 25 °𝐶. Lembre-se
que potência é a taxa de transferência de energia no tempo, no caso em questão a transferência de
energia se dá por meio de calor:

𝑄
𝑃𝑜𝑡 =
Δ𝑡
𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 Δ𝜃𝑎𝑔𝑢𝑎
Δ𝑡 =
𝑃𝑜𝑡

100 ⋅ 4,2 ⋅ 75
Δ𝑡 = = 10,5 𝑠
3000
Gabarito: 10,5 s
(OBF – 2013)
Um pedaço de gelo de 0,30𝑘𝑔 a 0 °𝐶 é colocado em um recipiente termicamente isolado contendo
2,0𝑘𝑔 de água a 10 °𝐶. Determine a temperatura e a composição final do sistema. Dados: calor
específico da água= 1,0𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; calor específico do gelo= 0,50𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶; calor latente de fusão da
água= 80𝑐𝑎𝑙/𝑔.

Comentários:

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

O equilíbrio ocorrerá a 0 °𝐶 se houver gelo o suficiente para trazer a temperatura da água a essa
temperatura ou a uma temperatura 𝜃𝑒𝑞 maior que zero com todo o gelo sendo derretido. Testaremos
pela primeira possibilidade:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 Δθagua + 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 Δ𝑚 = 0

Onde Δ𝑚 é a massa de gelo transformada em água.

1 ⋅ 2000 ⋅ (0 − 10) + 80 ⋅ Δ𝑚 = 0

Δ𝑚 = 250 𝑔

Assim, como pode ser visto, há gelo o suficiente para trazer a água a 0 °𝐶. No fim teremos 50𝑔 de
gelo 2,25 𝑘𝑔 de água a 0 °𝐶.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 147


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Gabarito: 0 °C, 2,25 kg de água e 0,05 kg de gelo


(OBF – 2015)
Um aluno, mistura 800 𝑔 de água a 20 °𝐶 com uma certa massa de gelo a −20 °𝐶 dentro de um
recipiente com paredes adiabáticas. Diante do experimento verifica que o sistema alcançou o
equilíbrio térmico a temperatura de 10 °𝐶. Qual a massa inicial de gelo?

Comentários:

Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑔𝑒𝑙𝑜 = 0

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 (10 − 20) + (𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 mgelo (0 − (−20)) + 𝐿𝑔𝑒𝑙𝑜 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 (10 − 0)) = 0

−1 ⋅ 800 ⋅ 10 + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 (0,5 ⋅ 20 + 80 + 10) = 0

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 = 80 𝑔

Gabarito: 80 g
(OBF – 2016)
Aquários de peixes tropicais devem ser mantidos à temperatura de 30 °𝐶. Para tanto, são usados
aquecedores com termostatos, que aquecem a água até que a temperatura desejada seja atingida.
A limpeza periódica é feita substituindo-se parte da água do aquário por água nova, mas deve-se
evitar variações bruscas de temperatura. Considere um aquário de 100 𝐿 dos quais 40 𝐿 são
substituídos por água a 20 °𝐶, equipado com um aquecedor de 100 𝑊. Responda as perguntas
desprezando outros corpos que não a massa de água e considerando que não há trocas de calor
com o ambiente.
a) Qual será a temperatura de equilíbrio da água depois da substituição e antes do termostato ser
ligado?
b) Quanto tempo será necessário para que o aquário volte à temperatura de 30 °𝐶?
Considere o calor específico da água igual 𝑐 = 4 𝑘𝐽/𝑘𝑔 °𝐶.

Comentários:

a) Como o sistema é fechado o somatório das trocas de energia (em forma de calor) deve ser nulo:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,30 + 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,20 = 0

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎,20 (T − 30) + cagua 𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎,20 (𝑇 − 20) = 0

𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑉𝑎𝑔𝑢𝑎,30 (𝑇 − 30) + 𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑉𝑎𝑔𝑢𝑎,20 (𝑇 − 20) = 0

Em que 𝑇 é a temperatura onde o equilíbrio é atingido.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 148


Prof. Toni Burgatto

60(𝑇 − 30) + 40(𝑇 − 20) = 0

5𝑇 = 130 ⇒ 𝑇 = 26 °𝐶

b) Por definição a potência é a energia recebida pelo tempo:

𝑄𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑜
𝑃𝑜𝑡 =
Δ𝑡
Queremos o tempo necessário para levar a água de 26 °C a 30 °C:

𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 (𝜌𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑉𝑎𝑔𝑢𝑎 )(30 − 26)


𝑃𝑜𝑡 =
Δ𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

4 ⋅ 103 ⋅ (1 ⋅ 100) ⋅ 4
Δ𝑡𝑎𝑞𝑢𝑒𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 1,6 ⋅ 104 𝑠
100
Gabarito: a) 26 °C b) 16000 s
(Simulado ITA)
Em um certo calorímetro, de capacidade calorífica igual a 30 cal/°C, é colocado 60 gramas de água
a 96°C. Uma certa quantidade de um líquido desconhecido a 10 °C é adicionada ao calorímetro e
verifica-se que a temperatura de equilíbrio foi de 40 °C. Sabendo que o líquido possui um calor
específico que varia com a temperatura, segundo a equação 𝑐𝑙 = (0,5 + 0,04𝑇) 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a massa
de líquido adicionada foi de:
Considere o calor específico da água igual a 1 cal/g°C.
a) 62 𝑔 b) 84 𝑔 c) 92 𝑔 d) 104 𝑔 e) 112 𝑔

Comentários:

Pelo balanço de energia, temos:

𝑄𝑥 = 𝑄á𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜

𝑚𝑥 ⋅ 𝑐𝑥 ⋅ (40 − 10) = 60 ⋅ 1 ⋅ (96 − 40) + 30 ⋅ (96 − 40)

𝑚𝑥 ⋅ 𝑐𝑥 = 168

Como o calor específico do líquido varia linearmente, podemos utilizar um valor médio tomando
as duas temperaturas extremas do líquido:

(𝑐1 + 𝑐2 ) 0,5 + 0,04 ⋅ 10 + 0,5 + 0,04 ⋅ 40


𝑐̅𝑙 = = ⇒ 𝑐̅𝑙 = 1,5 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶
2 2
Portanto:

𝑚𝑥 ⋅ 1,5 = 168 ∴ 𝑚𝑥 = 112 𝑔

Gabarito: E

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 149


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(Simulado ITA)
Mistura-se 40 gramas de vapor de água a 100°C com 30 gramas de gelo a 0°C em um calorímetro
ideal. Após estabelecido o equilíbrio térmico, podemos afirmar que:
Adote: 𝐿𝑓 = 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔, 𝑐á𝑔𝑢𝑎 = 1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e 𝐿𝑣 = 540 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
(A) 70 gramas de água a 100 °C.
(B) 70 gramas de água a 76 °C.
(C) 20 gramas de água e 50 gramas de vapor a 100°C.
(D) 40 gramas de água e 30 gramas de vapor a 100 °C.
(E) 35 gramas de água e 35 gramas de vapor a 100 °C.

Comentários:

Incialmente, vamos calcular qual a quantidade de calor para levar o gelo a temperatura de 100 °C:

𝑄 = 𝑚𝐿𝑓 + 𝑚𝑐Δ𝜃

𝑄 = 30 ⋅ 80 + 30 ⋅ 1 ⋅ 100 ⇒ 𝑄 = 5400 𝑐𝑎𝑙

Agora, vamos calcular qual deve ser a quantidade de calor cedida pelo vapor para que todo vapor
se condense:

𝑄 = 𝑚 ⋅ |𝐿𝑣 |

𝑄 = 40 ⋅ 540 ⇒ 𝑄 = 21600 𝑐𝑎𝑙

Dessa forma, vemos que a quantidade de calor para condensar todo o vapor é muito maior que a
quantidade de calor para derreter todo o gelo. Portanto, parte do vapor vira água líquida a 100 °C, que
deve ser a temperatura de equilíbrio. Logo:

∑𝑄 = 0

𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝐿𝑓 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝜃 + 𝑚′ ⋅ 𝐿𝑐𝑜𝑛𝑑𝑒𝑛𝑠𝑎çã𝑜 = 0

30 ⋅ 80 + 30 ⋅ 1 ⋅ 100 + 𝑚′ ⋅ (−540) = 0

𝑚′ = 10 𝑔

Assim, dizemos que no equilíbrio teremos 10 + 30 = 40 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 de água líquida e 40 − 10 =


30 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 de vapor a 100 °C.

Gabarito: D

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 150


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10. Lista de questões nível 3


(AFA – 1999)
Colocam-se 10 gramas de gelo a 0℃ em um calorímetro de cobre com massa 150 gramas e calor
específico 0,093 cal/g℃. No interior do calorímetro, há 200 gramas de água, cujo calor específico é
1,0 cal/g℃. A temperatura do calorímetro e da água, antes de receber o gelo, era de 20℃. Após o
equilíbrio, colocam-se 55 gramas de um metal a 90℃ no interior do calorímetro. Restabelecido o
equilíbrio térmico, a temperatura atingiu 25 ℃. O calor específico do metal, em cal/g℃, é
(dado: calor latente de fusão do gelo = 80 cal/g)
a) 0,21 b) 0,40 c) 0,60 d) 0,80
(EN – 2021)
Propõe-se a realização de um experimento no qual um resistor de 12,0 Ω está inserido dentro de
um bloco de gelo a 0 °C. O circuito montado está apresentado na figura abaixo. A bateria tem
resistência interna desprezível, e o calor latente de fusão para o gelo é de 𝟑, 𝟑𝟒 × 𝟏𝟎𝟓 𝐽/𝑘𝑔. Sendo
assim, qual é o valor da taxa (em g/s) em que esse circuito derreterá o gelo?

A) 𝟎, 𝟓𝟕𝟎 ⋅ 𝟏𝟎−𝟓 B) 𝟎, 𝟕𝟓𝟑 ⋅ 𝟏𝟎−𝟒 C) 𝟎, 𝟓𝟕𝟐 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑


D) 𝟎, 𝟓𝟕𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟐 E) 𝟎, 𝟓𝟕𝟖 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏
(EN – 2009)
Duas amostras A e B de massas mA = 2,0kg e mB = 4,0kg estão a diferentes temperaturas
quando, no instante t = 0, são colocadas em contato num recipiente termicamente isolado. O
gráfico da fig.a, mostra a temperatura das duas amostras em função do tempo, enquanto o gráfico
da fig.b mostra a variação da temperatura sofrida pela amostra A em função da energia recebida
por unidade de massa. Da leitura dos gráficos, qual é a taxa, em quilojoules/minuto, com que o
material da amostra B perde calor?

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 151


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A) 2,6 B) 3,2 C) 5,6 D) 6,4 E) 8, 4


(IME – 2003)
Uma experiência é realizada em um recipiente termicamente isolado, onde são colocados:
176,25 𝑚𝑙 de água a 293 𝐾; um cubo de uma liga metálica homogênea com 2,7 𝑘𝑔 de massa, aresta
de 100 𝑚𝑚, a 212 °𝐹; e um cubo de gelo de massa m, a – 10 °𝐶. O equilíbrio térmico é alcançado
a uma temperatura de 32 °𝐸, lida em um termômetro graduado em uma escala 𝐸 de temperatura.
Admitindo que o coeficiente de dilatação linear da liga metálica seja constante no intervalo de
temperaturas da experiência, determine:
a) A equação de conversão, para a escala Celsius, de uma temperatura 𝑡𝐸 , lida na escala 𝐸.
b) A massa m de gelo, inicialmente a – 10 °𝐶, necessária para que o equilíbrio ocorra a 32 °𝐸.
c) O valor da aresta do cubo da liga metálica a 32 °𝐸.
Dados:
Coeficiente de dilatação linear da liga metálica: 2,5 ⋅ 10−5 °𝐶 −1 .
Calor específico da liga metálica: 0,20 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶).
Calor específico do gelo: 0,55 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶).
Calor específico da água: 1,00 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶).
Calor latente de fusão da água: 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
Massa específica da água: 1 𝑔/𝑐𝑚3 .
Temperatura de fusão da água na escala E: – 16 °𝐸.
Temperatura de ebulição da água na escala E: +64º E
(IME – 2011)
A água que alimenta um reservatório, inicialmente vazio, escoa por uma tubulação de 2 𝑚 de
comprimento e seção reta circular. Percebe-se que uma escala no reservatório registra um volume
de 36 𝐿 após 30 𝑚𝑖𝑛 de operação. Nota-se também que a temperatura na entrada da tubulação é
25 °𝐶 e a temperatura na saída é 57 °𝐶. A água é aquecida por um dispositivo que fornece 16,8 𝑘𝑊
para cada metro quadrado da superfície do tubo. Dessa forma, o diâmetro da tubulação, em 𝑚𝑚, e
a velocidade da água no interior do tubo, em 𝑐𝑚/𝑠, valem, respectivamente:
Dados:
𝜋/4 = 0,8;
Massa específica da água: 1𝑘𝑔/𝐿; e
Calor específico da água: 4200 𝐽/𝑘𝑔 °𝐶.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 152


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a) 2,5 e 40 b) 25 e 4 c) 25 e 40 d) 2,5 e 4 e) 25 e 0,4


(IME – 2012)

Um corpo com velocidade v parte do ponto 𝐴, sobe a rampa 𝐴𝐵 e atinge o repouso no ponto 𝐵.
Sabe-se que existe atrito entre o corpo e a rampa e que a metade da energia dissipada pelo atrito é
transferida ao corpo sob a forma de calor. Determine a variação volumétrica do corpo devido à sua
dilatação.
Dados:
 aceleração da gravidade: 𝑔 = 10 𝑚. 𝑠 −2;
 volume inicial do corpo: 𝑣𝑖 = 0,001 𝑚3;
 coeficiente de dilatação térmica linear do corpo: 𝛼 = 0,00001 𝐾 −1 ;
 calor específico do corpo: 𝑐 = 400 𝐽. 𝑘𝑔−1 . 𝐾 −1 .
Observações:
 o coeficiente de atrito cinético é igual a 80% do coeficiente de atrito estático;
 o coeficiente de atrito estático é o menor valor para o qual o corpo permanece em repouso
sobre a rampa no ponto B.
(IME – 2013)
Em um experimento existem três recipientes 𝐸1 , 𝐸2 e 𝐸3 . Um termômetro graduado numa escala 𝑋
assinala 10 °𝑋 quando imerso no recipiente 𝐸1 , contendo uma massa 𝑀1 de água a 41 °𝐹. O
termômetro, quando imerso no recipiente 𝐸2 contendo uma massa 𝑀2 de água a 293 𝐾, assinala
19 °𝑋. No recipiente 𝐸3 existe inicialmente uma massa de água 𝑀3 a 10 °𝐶. As massas de água 𝑀1
e 𝑀2 , dos recipientes 𝐸1 e 𝐸2 , são transferidas para o recipiente 𝐸3 e, no equilíbrio, a temperatura
assinalada pelo termômetro é de 13 °𝑋. Considerando que existe somente troca de calor entre as
massas de água, a razão 𝑀1 /𝑀2 é:
𝑀 𝑀
a) 2 + 0,2 𝑀3 b) 2 c) 1 + 𝑀3
2 2
𝑀3
d) 0,5 e) 0,5 − 2 𝑀
2

(IME – 2016)
Um copo está sobre uma mesa com a boca voltada para cima. Um explosivo no estado sólido
preenche completamente o copo, estando todo o sistema a 300 𝐾. O copo e o explosivo são
aquecidos. Nesse processo, o explosivo passa ao estado líquido, transbordando para fora do copo.
Sabendo que a temperatura final do sistema é 400 𝐾, determine:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 153


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a) a temperatura de fusão do explosivo;


b) o calor total fornecido ao explosivo.
Dados:
• volume transbordado do explosivo líquido: 10−6 𝑚3;
• coeficiente de dilatação volumétrica do explosivo no estado líquido: 10−4 𝐾 −1;
• coeficiente de dilatação volumétrica do material do copo: 4 ⋅ 10−5 𝐾 −1;
• volume inicial do interior do copo: 10−3 𝑚3 ;
• massa do explosivo: 1,6 𝑘𝑔;
• calor específico do explosivo no estado sólido: 103 𝐽. 𝑘𝑔−1 . 𝐾 −1 ;
• calor específico do explosivo no estado líquido: 103 𝐽. 𝑘𝑔−1 . 𝐾 −1 ; e
• calor latente de fusão do explosivo: 105 𝐽. 𝑘𝑔−1.
Consideração:
• o coeficiente de dilatação volumétrica do explosivo no estado sólido é muito menor que o
coeficiente de dilatação volumétrica do material do copo.
(OBF – 2007)
Tem-se três líquidos 𝐴, 𝐵 e 𝐶, com calores específicos 0,2 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 , 0,1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e 0,4 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶,
respectivamente, e que se encontram em temperaturas diferentes. Quando são misturadas massas
iguais dos líquidos 𝐴 e 𝐵, obtém-se uma temperatura de equilíbrio de 40 °𝐶 e, quando são
misturadas massas iguais dos líquidos 𝐴 e 𝐶, a temperatura de equilíbrio é de 20 °𝐶. Sabendo que
a temperatura inicial do líquido 𝐴 é de 50 °𝐶, determine a temperatura de equilíbrio da mistura de
massas iguais dos líquidos 𝐵 e 𝐶.

11. Gabarito sem comentários nível 3


1) C 6) 3 mm³

2) D 7) B

3) B 8) a) 350 𝐾 b) 3,2 ⋅ 105 𝐽


4
4) a) 𝜃𝐸 = 5 𝜃𝐶 − 16, b) 0,48 kg, c) 99,8 mm 9) 8 °C

5) B

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 154


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12. Lista de questões nível 3 comentada


(AFA – 1999)
Colocam-se 10 gramas de gelo a 0℃ em um calorímetro de cobre com massa 150 gramas e calor
específico 0,093 cal/g℃. No interior do calorímetro, há 200 gramas de água, cujo calor específico é
1,0 cal/g℃. A temperatura do calorímetro e da água, antes de receber o gelo, era de 20℃. Após o
equilíbrio, colocam-se 55 gramas de um metal a 90℃ no interior do calorímetro. Restabelecido o
equilíbrio térmico, a temperatura atingiu 25 ℃. O calor específico do metal, em cal/g℃, é
(dado: calor latente de fusão do gelo = 80 cal/g)
a) 0,21 b) 0,40 c) 0,60 d) 0,80

Comentários:

A capacidade térmica do sistema calorímetro + água é:

𝐶1 = 150 ⋅ 0,093 + 200 ⋅ 1 = 213,95 𝑐𝑎𝑙/𝑔

O calor necessário para todo gelo derreter é 10 ⋅ 80 = 800 𝑐𝑎𝑙, e o calor liberado pela

água e do calorímetro se este for para 0°C é 213,95 ⋅ 1 ⋅ 20 = 4279 𝑐𝑎𝑙, logo todo gelo se derrete.

−𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ Lf + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝑐á𝑔𝑢𝑎 ⋅ Δ𝑇𝑔𝑒𝑙𝑜 + 𝐶1 Δ𝑇1 = 0

−10 ⋅ 80 + 10 ⋅ 1 ⋅ (0 − 𝑇) + 213,95(20 − 𝑇) = 0

−800 − 10𝑇 + 4279 − 213,95𝑇 = 0

223,95𝑇 = 3479

𝑇 = 15,53°𝐶

A capacidade térmica do novo sistema é:

𝐶2 = 𝐶1 + 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 ⋅ 𝑐𝑔𝑒𝑙𝑜 = 213,95 + 10 = 223,95 𝑐𝑎𝑙/𝑔

Já no segundo equilíbrio:

𝐶2 ⋅ Δ𝑇2 + 𝑚𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 ⋅ 𝑐𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 ⋅ Δ𝑇 𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 = 0

223,95 ⋅ (15,53 − 25) + 55 ⋅ 𝑐𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 ⋅ (90 − 25) = 0

2120,8 = 3575𝑐𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙

𝑐𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 = 0,59

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 155


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Gabarito: C
(EN – 2021)
Propõe-se a realização de um experimento no qual um resistor de 12,0 Ω está inserido dentro de
um bloco de gelo a 0 °C. O circuito montado está apresentado na figura abaixo. A bateria tem
resistência interna desprezível, e o calor latente de fusão para o gelo é de 𝟑, 𝟑𝟒 × 𝟏𝟎𝟓 𝐽/𝑘𝑔. Sendo
assim, qual é o valor da taxa (em g/s) em que esse circuito derreterá o gelo?

A) 𝟎, 𝟓𝟕𝟎 ⋅ 𝟏𝟎−𝟓 B) 𝟎, 𝟕𝟓𝟑 ⋅ 𝟏𝟎−𝟒 C) 𝟎, 𝟓𝟕𝟐 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑


D) 𝟎, 𝟓𝟕𝟓 ⋅ 𝟏𝟎−𝟐 E) 𝟎, 𝟓𝟕𝟖 ⋅ 𝟏𝟎−𝟏

Comentários:

Inicialmente, devemos determinar a resistência equivalente do circuito e assim encontrar a


corrente que passa pelo resistor de 12 Ω, onde temos gelo. Para isso, basta fazer:

𝑅𝑒𝑞 = 4 + 8 + 10 + 12//6//12 = 22 + 2 = 25 Ω

Portanto:

40
𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = = 1,6 𝐴
25
Logo, a corrente quando se divide vai 0,4 A para cada resistor de 12 Ω e 0,8 A para o resistor de
8 Ω. Portanto, a potência dissipada no resistor de interesse é de:
2
𝑃𝑜𝑡𝑔𝑒𝑙𝑜 = 𝑅 ⋅ 𝑖𝑔𝑒𝑙𝑜 = 12 ⋅ 0,42 = 1,92 𝑊

Pela calorimetria, sabemos que:

Δ𝑄 𝑑𝑄 𝑑 𝑑𝑚
𝑃𝑜𝑡𝑔𝑒𝑙𝑜 = = = (𝑚 ⋅ 𝐿𝑓 ) = ⋅𝐿
Δ𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑓
𝑑𝑚 𝑃𝑜𝑡𝑔𝑒𝑙𝑜 1,92
= =
𝑑𝑡 𝐿𝑓 3,34 ⋅ 105

𝑑𝑚
= 0,575 ⋅ 10−2 𝑔/𝑠
𝑑𝑡

Gabarito: D

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 156


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(EN – 2009)
Duas amostras A e B de massas mA = 2,0kg e mB = 4,0kg estão a diferentes temperaturas
quando, no instante t = 0, são colocadas em contato num recipiente termicamente isolado. O
gráfico da fig.a, mostra a temperatura das duas amostras em função do tempo, enquanto o gráfico
da fig.b mostra a variação da temperatura sofrida pela amostra A em função da energia recebida
por unidade de massa. Da leitura dos gráficos, qual é a taxa, em quilojoules/minuto, com que o
material da amostra B perde calor?

A) 2,6 B) 3,2 C) 5,6 D) 6,4 E) 8, 4

Comentários:

Do primeiro gráfico:

𝑚𝑎 𝑐𝑎 Δ𝑇𝑎 + 𝑚𝑏 𝑐𝑏 Δ𝑇𝑏 = 0

2 ⋅ 𝑐𝑎 ⋅ (20 − 40) + 4 ⋅ 𝑐𝑏 ⋅ (80 − 40) = 0

4𝑐𝑎 = 16𝑐𝑏

𝑐𝑎 = 4𝑐𝑏

A inclinação do segundo gráfico vale:

Δ𝑇𝑎 2Δ𝑇𝑎 5
= =
Δ𝑄𝑎 Δ𝑄𝑎 10
𝑚𝑎

Logo:

Δ𝑄𝑎 4𝑘𝐽
=
Δ𝑇𝑎 °𝐶

𝑚𝑎 𝑐𝑎 Δ𝑇𝑎
= 𝑚𝑎 𝑐𝑎 = 8𝑐𝑏 = 4
Δ𝑇𝑎

1 °𝐶
𝑐𝑏 =
2 𝑘𝑔. 𝑘𝐽

A quantidade total de calor dissipado é:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 157


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1
𝑄𝑡𝑜𝑡 = −𝑚𝑎 𝑐𝑎 Δ𝑇𝑎 = 𝑚𝑏 𝑐𝑏 Δ𝑇𝑏 = 4 ⋅ ⋅ 40 = 80 𝑘𝐽
2
O tempo total até atingir o equilíbrio é 25 min, logo a potência de dissipação é:

80 𝑘𝐽
𝑃= = 3,2
25 𝑚𝑖𝑛
Gabarito: B
(IME – 2003)
Uma experiência é realizada em um recipiente termicamente isolado, onde são colocados:
176,25 𝑚𝑙 de água a 293 𝐾; um cubo de uma liga metálica homogênea com 2,7 𝑘𝑔 de massa, aresta
de 100 𝑚𝑚, a 212 °𝐹; e um cubo de gelo de massa m, a – 10 °𝐶. O equilíbrio térmico é alcançado
a uma temperatura de 32 °𝐸, lida em um termômetro graduado em uma escala 𝐸 de temperatura.
Admitindo que o coeficiente de dilatação linear da liga metálica seja constante no intervalo de
temperaturas da experiência, determine:
a) A equação de conversão, para a escala Celsius, de uma temperatura 𝑡𝐸 , lida na escala 𝐸.
b) A massa m de gelo, inicialmente a – 10 °𝐶, necessária para que o equilíbrio ocorra a 32 °𝐸.
c) O valor da aresta do cubo da liga metálica a 32 °𝐸.
Dados:
Coeficiente de dilatação linear da liga metálica: 2,5 ⋅ 10−5 °𝐶 −1 .
Calor específico da liga metálica: 0,20 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶).
Calor específico do gelo: 0,55 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶).
Calor específico da água: 1,00 𝑐𝑎𝑙/(𝑔 °𝐶).
Calor latente de fusão da água: 80 𝑐𝑎𝑙/𝑔.
Massa específica da água: 1 𝑔/𝑐𝑚3 .
Temperatura de fusão da água na escala E: – 16 °𝐸.
Temperatura de ebulição da água na escala E: +64º E

Comentários:

a) As temperaturas de ebulição e fusão da água devem ser equivalentes nas duas escalas, com uma relação
linear para se manter a equivalência das temperaturas intermediários:

Δ𝜃𝐶
= 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
Δ𝜃𝐸

Δ𝜃𝐶 (100 − 0) 𝜃𝐶 − 0
= =
Δ𝜃𝐸 (64 − (−16)) 𝜃𝐸 + 16

4
𝜃𝐸 = 𝜃𝐶 − 16
5
b) Primeiramente faremos a conversão das temperaturas iniciais para Celsius:

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 158


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Água –

𝜃𝐶 = 𝜃𝐾 − 273 = 20 °𝐶

Liga –

5𝜃𝐹 − 160
𝜃𝐶 = = 100 °𝐶
9
Para a temperatura de equilíbrio, temos:

5𝜃𝐸 − 80
𝜃𝐶 = = 20 °𝐶
4
c) Como o sistema é fechado, temos que a soma das trocas de energia deve ser nula:

∑𝑄 = 0

𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,20 + 𝑄𝑙𝑖𝑔𝑎 + 𝑄𝑎𝑔𝑢𝑎,−10 = 0

0 + 𝑚𝑙𝑖𝑔𝑎 𝑐𝑙𝑖𝑔𝑎 (20 − 100) + (𝑚𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 (0 − (−10)) + 𝐿𝑎𝑔𝑢𝑎 𝑚) = 0

1,6
𝑚= 𝑚
9 𝑎𝑔𝑢𝑎,20
𝑚 = 0,48 𝑘𝑔

A variação de comprimento que ocorre no cubo pode ser calculada a partir de seu coef. De
dilatação:

Δ𝑙 = 𝑙0 𝛼𝑙𝑖𝑔𝑎 (20 − 100)

𝑙𝑓 = 𝑙0 (1 − 80𝛼𝑙𝑖𝑔𝑎 )

𝑙𝑓 = 100(1 − 0,002) = 99,8 𝑚𝑚


𝟒
Gabarito: a) 𝜽𝑬 = 𝟓 𝜽𝑪 − 𝟏𝟔, b) 0,48 kg, c) 99,8 mm

(IME – 2011)
A água que alimenta um reservatório, inicialmente vazio, escoa por uma tubulação de 2 𝑚 de
comprimento e seção reta circular. Percebe-se que uma escala no reservatório registra um volume
de 36 𝐿 após 30 𝑚𝑖𝑛 de operação. Nota-se também que a temperatura na entrada da tubulação é
25 °𝐶 e a temperatura na saída é 57 °𝐶. A água é aquecida por um dispositivo que fornece 16,8 𝑘𝑊
para cada metro quadrado da superfície do tubo. Dessa forma, o diâmetro da tubulação, em 𝑚𝑚, e
a velocidade da água no interior do tubo, em 𝑐𝑚/𝑠, valem, respectivamente:
Dados:
𝜋/4 = 0,8;
Massa específica da água: 1𝑘𝑔/𝐿; e
Calor específico da água: 4200 𝐽/𝑘𝑔 °𝐶.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 159


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a) 2,5 e 40 b) 25 e 4 c) 25 e 40 d) 2,5 e 4 e) 25 e 0,4

Comentários:

Considere a representação abaixo, onde um Δ𝑚 de massa recebe energia o suficiente em todo seu
percurso para elevar sua temperatura de 25 °𝐶 para 57 °𝐶:

A energia recebida será a potência vezes o tempo de todo o percurso, representado por Δ𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 .
Sejam 𝑙 o comprimento da tubulação e 𝑃𝑜𝑡𝐴 a potência por metro de superfície de tubo. Temos:

Δ𝑥
( ⋅ 𝑃𝑜𝑡) ⋅ Δ𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = Δ𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
𝑙
Note que a energia é distribuída por todo o comprimento da tubulação, logo, em dado instante, a
Δ𝑥
massa que estamos considerando apenas recebe 𝑙 ⋅ 𝑃𝑜𝑡.

Δ𝑥
⋅ (𝑃𝑜𝑡𝐴 ⋅ 𝜋 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑙) ⋅ Δ𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = Δ𝑚 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
𝑙
𝑙 Δm 𝜋𝑑 2
𝑃𝑜𝑡𝐴 ⋅ 𝜋 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑙 = ⋅ ⋅( ) ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
Δ𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝜋𝑑 2 4
Δ𝑥 ( 4 )

𝑑
𝑃𝑜𝑡𝐴 𝑙 = 𝑣 ⋅ 𝜌 ⋅ ( ) ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃
4
4 ⋅ 𝑃𝑜𝑡𝐴 ⋅ 𝑙
𝑣= (𝑒𝑞. 1)
𝜌 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

Pela equação da continuidade, temos:

Δ𝑉 𝜋 ⋅ 𝑑2
𝑉𝑎𝑧𝑎𝑜 = = 𝐴𝑠𝑒𝑐 ⋅ 𝑣 = ( )⋅𝑣
Δ𝑡 4

Substituindo (1) na equação acima, temos:

𝜋 ⋅ 𝑑 2 4 ⋅ 𝑃𝑜𝑡𝐴 ⋅ 𝑙
𝑉𝑎𝑧𝑎𝑜 = ⋅
4 𝜌 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 160


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36
𝜌 ⋅ 𝑉𝑎𝑧𝑎𝑜 ⋅ 𝑐 ⋅ Δ𝜃 1 ⋅ (30 ⋅ 60) 4200 ⋅ 32
𝑑= = = 25 𝑚𝑚
𝑃𝑜𝑡𝐴 ⋅ 𝑙 ⋅ 𝜋 16,8 ⋅ 103 ⋅ 2 ⋅ 3,2

Substituindo o resultado encontrado acima em (1), obtemos:

4 ⋅ 16,8 ⋅ 103 ⋅ 2
𝑣= 3 = 4 𝑐𝑚/𝑠
10 ⋅ 0,025 ⋅ 4200 ⋅ 32

Gabarito: B
(IME – 2012)

Um corpo com velocidade v parte do ponto 𝐴, sobe a rampa 𝐴𝐵 e atinge o repouso no ponto 𝐵.
Sabe-se que existe atrito entre o corpo e a rampa e que a metade da energia dissipada pelo atrito é
transferida ao corpo sob a forma de calor. Determine a variação volumétrica do corpo devido à sua
dilatação.
Dados:
 aceleração da gravidade: 𝑔 = 10 𝑚. 𝑠 −2;
 volume inicial do corpo: 𝑣𝑖 = 0,001 𝑚3;
 coeficiente de dilatação térmica linear do corpo: 𝛼 = 0,00001 𝐾 −1 ;
 calor específico do corpo: 𝑐 = 400 𝐽. 𝑘𝑔−1 . 𝐾 −1 .
Observações:
 o coeficiente de atrito cinético é igual a 80% do coeficiente de atrito estático;
 o coeficiente de atrito estático é o menor valor para o qual o corpo permanece em repouso
sobre a rampa no ponto B.

Comentários:

Pelo equilíbrio do corpo em B, temos:

𝜇𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑚𝑔 cos 45° = 𝑚𝑔 sen 45°

𝜇𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑖𝑐𝑜 = 1

Como o coeficiente dinâmico é 80 % do dinâmico, temos:

𝜇𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑜 = 0,8

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 161


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O trabalho realizado pela força de atrito é:

𝐸𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 = 𝜇𝑑𝑖𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐𝑜 𝑚𝑔 cos 45° 𝑑 = 80 𝑚

Para pequenas variações na temperatura podemos considerar:

𝛾 = 3𝛼

Onde 𝛾 é o coeficiente de dilatação térmica volumétrica do corpo.

Sabemos que metade de 𝐸𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 é absorvida pelo corpo, logo:

𝑄 = 𝑚𝑐Δ𝜃

40
Δ𝜃 = = 0,1 𝐶° (𝑒𝑞. 1)
400
Usando a equação de dilatação volumétrica, temos:

Δ𝑉 = 𝑉0 𝛾Δ𝜃 = 3𝑉0 𝛼Δ𝜃

Substituindo (1), na equação acima, obtemos:

Δ𝑉 = 3 ⋅ 10−3 ⋅ 10−5 ⋅ 10−1 = 3 ⋅ 10−9 𝑚3

Gabarito: 𝟑 𝒎𝒎𝟑
(IME – 2013)
Em um experimento existem três recipientes 𝐸1 , 𝐸2 e 𝐸3 . Um termômetro graduado numa escala 𝑋
assinala 10 °𝑋 quando imerso no recipiente 𝐸1 , contendo uma massa 𝑀1 de água a 41 °𝐹. O
termômetro, quando imerso no recipiente 𝐸2 contendo uma massa 𝑀2 de água a 293 𝐾, assinala
19 °𝑋. No recipiente 𝐸3 existe inicialmente uma massa de água 𝑀3 a 10 °𝐶. As massas de água 𝑀1
e 𝑀2 , dos recipientes 𝐸1 e 𝐸2 , são transferidas para o recipiente 𝐸3 e, no equilíbrio, a temperatura
assinalada pelo termômetro é de 13 °𝑋. Considerando que existe somente troca de calor entre as
massas de água, a razão 𝑀1 /𝑀2 é:
𝑀 𝑀
a) 2 + 0,2 𝑀3 b) 2 c) 1 + 𝑀3
2 2
𝑀3
d) 0,5 e) 0,5 − 2 𝑀
2

Comentários:

Convertendo as temperaturas para Celsius:

Massa 1 –

5𝜃𝐹,1 − 160
𝜃1,𝐶 = = 5 °𝐶
9
Massa 2 –

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 162


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𝜃2,𝐶 = 𝜃2,𝐾 − 273 = 20 °𝐶

A conversão entras as escalas mantém linearidade, assim:

Δ𝜃𝑋 𝜃𝑋 − 10 19 − 10
= =
Δ𝜃𝐶 𝜃𝐶 − 5 20 − 5

5
𝜃𝐶 = (𝜃𝑋 − 10) + 5 (𝑒𝑞. 1)
3
Usando (1), podemos determinar a temperatura de equilíbrio da mistura no recipiente 3 em
Celsius:

5
𝜃𝐶,𝑒𝑞 = 3 + 5 = 10 °𝐶
3
A mistura no recipiente 3 pode ser considerada como um sistema fechado, assim a soma das trocas
de energia deve ser nula:

∑𝑄 = 0

𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 = 0

𝑀1 𝑐(10 − 5) + 𝑀2 𝑐(10 − 20) + 0 = 0

𝑀1
=2
𝑀2

Gabarito: B
(IME – 2016)
Um copo está sobre uma mesa com a boca voltada para cima. Um explosivo no estado sólido
preenche completamente o copo, estando todo o sistema a 300 𝐾. O copo e o explosivo são
aquecidos. Nesse processo, o explosivo passa ao estado líquido, transbordando para fora do copo.
Sabendo que a temperatura final do sistema é 400 𝐾, determine:
a) a temperatura de fusão do explosivo;
b) o calor total fornecido ao explosivo.
Dados:
• volume transbordado do explosivo líquido: 10−6 𝑚3;
• coeficiente de dilatação volumétrica do explosivo no estado líquido: 10−4 𝐾 −1;
• coeficiente de dilatação volumétrica do material do copo: 4 ⋅ 10−5 𝐾 −1;
• volume inicial do interior do copo: 10−3 𝑚3 ;
• massa do explosivo: 1,6 𝑘𝑔;
• calor específico do explosivo no estado sólido: 103 𝐽. 𝑘𝑔−1 . 𝐾 −1 ;
• calor específico do explosivo no estado líquido: 103 𝐽. 𝑘𝑔−1 . 𝐾 −1 ; e

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 163


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• calor latente de fusão do explosivo: 105 𝐽. 𝑘𝑔−1.


Consideração:
• o coeficiente de dilatação volumétrica do explosivo no estado sólido é muito menor que o
coeficiente de dilatação volumétrica do material do copo.

Comentários:

a) Como o coeficiente de dilatação volumétrica do explosivo no estado sólido é muito menor que o do
material do copo, podemos encontrar a temperatura de fusão ao calcularmos a variação na temperatura
do líquido que causa o transbordamento compatível com a situação exposta.

𝑉𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 𝑉𝑒𝑥𝑝,𝑓 − 𝑉𝑚𝑎𝑡,𝑓

O volume inicial do explosivo e recipiente são iguais, e o denotaremos por 𝑉0.

𝑉𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = Δ𝑉𝑒𝑥𝑝 − Δ𝑉𝑚𝑎𝑡

𝑉𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠 = 𝑉0 (𝛽𝑒𝑥𝑝 Δ𝜃𝑒𝑥𝑝 − 𝛽𝑚𝑎𝑡 (400 − 300))

10−4 Δ𝜃𝑒𝑥𝑝 − 4 ⋅ 10−5 ⋅ 100 = 10−3

Δ𝜃𝑒𝑥𝑝 = 50 𝐾

Isso mostra que o explosivo só começou a expandir a 50 𝐾 de 400 𝐾, assim sua temperatura de
fusão deve ser 350 𝐾.

b) O calor fornecido ao explosivo deve ser o suficiente para elevar sua massa ao ponto de fusão, fundir
toda essa massa e elevar sua temperatura a 400 𝐾:

𝑄𝑒𝑥𝑝 = 𝑚𝑒𝑥𝑝 𝑐𝑒𝑥𝑝,𝑠𝑜𝑙𝑖𝑑𝑜 (350 − 300) + 𝑚𝑒𝑥𝑝 𝐿𝑓𝑢𝑠𝑎𝑜 + 𝑚𝑒𝑥𝑝 𝑐𝑒𝑥𝑝,𝑙𝑖𝑞 (400 − 350)

𝑄𝑒𝑥𝑝 = 1,6(103 ⋅ 50 + 105 + 103 ⋅ 50) = 3,2 ⋅ 105 𝐽

Gabarito: a) 𝟑𝟓𝟎 𝑲 b) 𝟑, 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎𝟓 𝑱


(OBF – 2007)
Tem-se três líquidos 𝐴, 𝐵 e 𝐶, com calores específicos 0,2 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 , 0,1 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e 0,4 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶,
respectivamente, e que se encontram em temperaturas diferentes. Quando são misturadas massas
iguais dos líquidos 𝐴 e 𝐵, obtém-se uma temperatura de equilíbrio de 40 °𝐶 e, quando são
misturadas massas iguais dos líquidos 𝐴 e 𝐶, a temperatura de equilíbrio é de 20 °𝐶. Sabendo que
a temperatura inicial do líquido 𝐴 é de 50 °𝐶, determine a temperatura de equilíbrio da mistura de
massas iguais dos líquidos 𝐵 e 𝐶.

Comentários:

Fazendo o equilíbrio térmico de A e B:

∑𝑄 = 0

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 164


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𝑐𝐴 𝑚Δ𝜃𝐴 + 𝑐𝐵 𝑚Δ𝜃𝐵 = 0

0,2(40 − 𝜃𝐴 ) + 0,1(40 − 𝜃𝐵 ) = 0

O enunciado nos fornece 𝜃𝐴 = 50 °𝐶, assim:

−20 + (40 − 𝜃𝐵 ) = 0

𝜃𝐵 = 20 °𝐶 (𝑒𝑞. 1)

Fazendo o equilíbrio térmico de A e C:

∑𝑄 = 0

𝑐𝐴 𝑚Δ𝜃𝐴 + 𝑐𝐶 𝑚Δ𝜃𝑐 = 0

0,2(20 − 50) + 0,4(20 − 𝜃𝐶 ) = 0

−15 + (20 − 𝜃𝐶 ) = 0

𝜃𝐶 = 5 °𝐶 (𝑒𝑞. 2)

Por fim, fazendo o equilíbrio término entre B e C, obtemos:

∑𝑄 = 0

𝑐𝐵 𝑚Δ𝜃𝐵 + 𝑐𝐶 𝑚Δ𝜃𝐶 = 0

0,1(𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝐵 ) + 0,4(𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝐶 ) = 0

Substituindo (1) e (2) na equação acima, temos:

5𝜃𝑒𝑞 = 𝜃𝐵 + 4𝜃𝐶 = 40

𝜃𝑒𝑞 = 8 °𝐶

Gabarito: 8 °C

13. Referências bibliográficas


[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica volume 3. 2. Ed. Saraiva Didáticos, 2012. 357p.

[2] Bukhovtsev, B.B. Krivtchenkov, V.D. Miakishev, G.Ya. Saraeva, I. M. Problemas Selecionados de Física
Elementar. 1 ed. MIR, 1977.518p.

[3] Newton, Gualter, Helou. Tópicos de Física volume 2. 16ª ed. Saraiva, 1993. 512p.

[4] Toledo, Nicolau, Ramalho. Os Fundamentos da Física volume 2. 9ª ed. Moderna. 532p.

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 165


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[5] Resnick, Halliday, Jearl Walker. Fundamentos de Física volume 2. 10ª ed. LTC. 297p.

[6] Paul A. Tipler, Gene Mosca. Física para Cientistas e Engenheiros volume 2. 5ª ed. LTC, 2006. 499 f.

[7] V. Zubov, V. Shalnov. Problem in Physics. 2ª ed MIR, 1985. 301p.

14. Considerações finais


Chegamos ao final da nossa aula. Revise os conceitos trabalhados aqui, pois eles serão importantes
para o estudo de termodinâmica. Essa aula teve como objetivo apresentar muitos conceitos. Não deixe
nenhuma dúvida passar batida.

Na próxima aula, faremos o estudo da transferência de calor. Assunto comum nos nossos
vestibulares, com margem para cair questões com abordagem diferentes, mas calma, tudo estará bem
explicadinho na nossa próxima aula. Por isso, não perca as cenas dos próximos capítulos.

Conte comigo nessa jornada. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato pelo
fórum de dúvidas do Estratégia ou se preferir:

@proftoniburgatto

AULA 01 – Calorimetria e Diagrama de fases 166

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