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EsPCEx

2024

AULA 16
Equilíbrio Químico

Prof. Thiago Cardoso


Prof. Thiago Cardoso

Sumário
Apresentação da Aula 4

Equilíbrio Químico nas Provas da EsPCEx 4

1. Fundamentos do Equilíbrio Químico 4

1.1. O Equilíbrio Químico do Ponto de Vista Cinético 5

1.2. O Equilíbrio Químico do Ponto de Vista Termodinâmico 9

2. Constante de Equilíbrio 11

2.1. Como Escrever a Constante de Equilíbrio 14

2.2. Constante de Equilíbrio de Pressão (K P) 14


2.2.1. Constante de Equilíbrio em Termos das Frações Parciais 16

2.3. Propriedades da Constante de Equilíbrio 16

2.4. Uso da Tabela Estequiométrica 18

2.5. Solubilidade de Gases 22


2.5.1. Toda dissolução de gases é exotérmica 24
2.5.2. Lei de Henry 24

3. Princípio de Le Chatelier 28

3.1. Adição de Reagentes e/ou Produtos 28


3.1.1. Adição ou Remoção de Sólidos e Líquidos 31

3.2. Mudança de Pressão 31

3.3. Mudança de Temperatura 35

3.4. Catalisadores 39

3.5. Resumo 41

4. Íons em Meio Aquoso 47

4.1. Eletrólitos 48
4.1.1. Teste TDS 48

4.3. Revisão sobre Logaritmos 50


4.3.1. Propriedades dos Logaritmos 51

5. Dissolução em Água 52

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5.1. Dissolução de Sais 52


5.1.1. Solubilidade em Água Pura 54
5.1.2. Efeito do Íon Comum 57

5.2. Constante de Acidez e Basicidade 59


5.2.1. Cálculo de pH de Soluções de Ácidos Fortes 62
5.2.2. Cálculo de pH de Soluções de Ácidos Fracos 63

5. pH de Soluções Salinas 67

5.1. Sal de Ácido Forte e Base Forte 68

5.2. Sal de Ácido Fraco e Base Forte 69

5.3. Sal de Ácido Forte e Base Fraca 72

6. Solução Tampão 75

6.1. Tampão Máximo 76

7. Lista de Questões Propostas 79

7.1. Gabarito 102

8. Lista de Questões Comentadas 103

10. Considerações Finais 136

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Apresentação da Aula
Até o momento, tínhamos sempre em mente as reações que aconteciam em um único
sentido: reagentes formando produtos.
Porém, na Química, é muito mais comum que as reações atinjam um estado de equilíbrio,
em que a reação acontece nos dois sentidos.
Um dos efeitos do Equilíbrio Químico é que são raras as reações que acontecem com
rendimento igual a 100%. Não é todo o reagente que se transforma no produto.
Dividiremos o tópico Equilíbrio Químico em duas aulas:
• Nessa, trataremos o Equilíbrio em suas linhas gerais, suas interpretações do ponto de vista
cinético e termodinâmico e o Princípio de Le Chatelier;
• Na próxima aula, trataremos o Equilíbrio em Meio Aquoso, também conhecido como
Equilíbrio Iônico, em que estudaremos o importante conceito de pH e o caráter ácido e
básico das substâncias.

Equilíbrio Químico nas Provas da EsPCEx


A EsPCEx raramente cobra questões de Equilíbrio Iônico, normalmente, elas se limitam ao
cálculo de pH de soluções de Ácidos ou Bases. Nesse material, eu incluí também o cálculo de pH
de soluções de Sais, falando, inclusive, sobre Tampão e Indicadores Ácido-Base. Embora sejam
pouco vistos nas provas da EsPCEx, estão previstos expressamente no edital. E, por isso,
precisamos estudar.

1. Fundamentos do Equilíbrio Químico


Precisamos ter em mente o seguinte princípio básico do Equilíbrio Químico.

Toda reação em sistema fechado tende ao equilíbrio.

Estamos bastante acostumados com a ideia de uma reação de consumo total dos
reagentes. Por exemplo, quando queimamos um pedaço de papel, observamos
predominantemente a transformação da celulose (polímero da glicose C6H12O6) em dióxido de
carbono (CO2) e água (H2O).
𝐶6 𝐻12 𝑂6 (𝑠) + 6𝑂2 (𝑔) → 6𝐶𝑂2 (𝑔) + 6 𝐻2 𝑂 (𝑙)
Não faz sentido na nossa cabeça imaginar a reação inversa, ou seja, o dióxido de carbono
(CO2) reagindo com a água para reconstituir a celulose do papel.
6𝐶𝑂2 (𝑔) + 6 𝐻2 𝑂 (𝑙) → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 (𝑠) + 6𝑂2 (𝑔)
Porém, na realidade, isso pode acontecer. Podemos nos basear tanto na Cinética Química
como na Termodinâmica para entender as reações inversas.

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1.1. O Equilíbrio Químico do Ponto de Vista Cinético


Como estudamos em Cinética Química que as condições necessárias para que uma reação
aconteça é que as moléculas reagentes devem:

• Colidir em uma orientação geométrica favorável;


• Possuir uma energia mínima para formar o complexo ativado, conhecida como
energia de ativação.

Assim, se as moléculas de CO2 e H2O se chocarem em uma orientação geométrica


favorável e com uma energia superior à energia de ativação, ocorrerá a reação no sentido inverso.
Portanto, em alguma proporção, o CO2 e H2O reagem entre si para regenerar a celulose
do papel.
Podemos entender melhor esse fenômeno com base em uma reação mais simples.
Considere a seguinte reação envolvendo gases em um sistema fechado:

𝐻2 (𝑔) + 𝐼2 (𝑔) ⇆ 2𝐻𝐼(𝑔)

Por estar em sistema fechado, a reação é reversível, isto é, pode acontecer tanto no
sentido dos produtos como no sentido dos reagentes. As velocidades das reações direta e inversa
são dadas pelas suas respectivas constantes de velocidade (kd e ki) e pelas concentrações das
espécies reagentes.

𝑣𝑑 = 𝑘𝑑 [𝐴][𝐵]
𝑣𝑖 = 𝑘𝑖 [𝐶]2

Considere que, inicialmente, misturemos uma amostra de hidrogênio (H2) e iodo (I2) no
estado gasoso, cujas concentrações molares sejam: [𝐻2 ] = [𝐼2 ] = 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿.
Suponha que as constantes de velocidade das reações direta e inversa sejam: 𝑘𝑑 = 1 𝑒 𝑘𝑖 =
0,3.
A simulação em computador correspondente a essa reação química é mostrada na Figura
1. Inicialmente, como a concentração do produto é nula, a velocidade da reação inversa também
é nula. No início, somente os reagentes reagem e, por isso, a sua concentração diminui, enquanto
a concentração do produto aumenta.
Porém, à medida que a reação prossegue, há a formação do produto HI. Portanto, a
velocidade da reação inversa aumenta. Da mesma forma, como as concentrações dos reagentes
diminuem, a velocidade da reação direta também diminui.

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Figura 1: Gráficos de Concentração das Espécies Químicas no Equilíbrio H2 + I2 → 2HI e das velocidades de Reação no sentido
direto e inverso

Com base na simulação, podemos ver que, a partir de um determinado momento as


concentrações dos reagentes (H2 e I2) e do produto (HI) permanecem constantes. Essa situação
é denominada equilíbrio químico.
Perceba que, no equilíbrio químico, não se pode dizer que a reação parou de acontecer.
O que aconteceu é que a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa.
E, por isso, sempre que um par de moléculas H2 e I2 reagem para formar duas moléculas de HI,
um par de moléculas HI reage para
Diz-se que o equilíbrio químico é dinâmico, porque as reações químicas acontecem o
tempo inteiro nos dois sentidos.
A fim de facilitar os estudos do Equilíbrio Químico, define-se o coeficiente de ação de
massas como a razão entre as concentrações dos produtos e a dos reagentes, elevados aos seus
respectivos coeficientes estequiométricos.

[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠]
𝑄=
[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠]

No caso da reação em estudo, tem-se:


[𝐻𝐼]2
𝐻2 (𝑔) + 𝐼2 (𝑔) ⇆ 2𝐻𝐼(𝑔) ∴ 𝑄 =
[𝐻2 ][𝐼2 ]

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Como as concentrações tendem a um valor constante, o coeficiente de ação de massas


da reação também tende a um valor constante.

Q
3,5

2,5

1,5

0,5

0
13
25
37
49
61
73
85
97
1

109
121
133
145
157
169
181
193
205
217
229
241
253
265
277
289
Figura 2: Comportamento do Coeficiente de Ação de Massas

No equilíbrio, sabemos que as velocidades da reação direta e inversa são iguais. Portanto,
podemos escrever:
𝑣𝑑 = 𝑣𝑖
Utilizando as leis de velocidade de reação, podemos escrever – essa relação somente é
válida no equilíbrio químico:
𝑘𝑑 [𝐻2 ][𝐼2 ] = 𝑘𝑖 [𝐻𝐼]2
[𝐻𝐼]2 𝑘𝑑
∴ =
[𝐻2 ][𝐼2 ] 𝑘𝑖
Com base nessa expressão, é definida a Constante de Equilíbrio como a razão entre as
constantes de velocidade da reação direta e da reação inversa.

𝑘𝑑
𝐾𝐶 =
𝑘𝑖

Observe que, no equilíbrio – e somente nessa situação –, tem-se que o coeficiente de


ação de massas da reação se iguala à sua constante de equilíbrio.
[𝐻𝐼]2
𝑄= = 𝐾𝐶
[𝐻2 ][𝐼2 ]
Essa igualdade pode ser visualizada no gráfico da Figura 2, em que vemos que podemos
calcular a constante de equilíbrio com base nas constantes de velocidade fornecidas.
𝑘𝑑 1
𝐾𝐶 = = ≅ 3,33 …
𝑘𝑖 0,3
Veja que, na Figura 2, o valor do coeficiente de ação de massas (Q) tende exatamente ao
valor da Constante de Equilíbrio (KC).

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Sendo assim, observe que o equilíbrio químico é sempre caracterizado por 𝑄 = 𝐾𝐶 . Por
exemplo, façamos outra simulação em que as concentrações iniciais dos participantes sejam
𝑚𝑜𝑙
iguais a: [𝐻2 ] = 1 , [𝐼2 ] = 0,5 𝑚𝑜𝑙/𝐿, [𝐻𝐼] = 0,5 𝑚𝑜𝑙/𝐿.
𝐿

Figura 3: Comportamento das Concentrações e do Coeficiente de Ação de Massas (KC =3,33)

O valor numérico da constante de equilíbrio se reflete na relação entre concentração de


produtos e de reagentes que é obtida. Por exemplo, considere uma situação em que a mesma
reação apresentasse uma constante de equilíbrio bem superior (𝐾𝐶 = 500).

Figura 4: Comportamento das Concentrações e do Coeficiente de Ação de Massas (KC = 500)

Observe que as concentrações finais atingidas de cada uma das espécies no equilíbrio
foram:

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Tabela 1: Comparação entre as Concentrações Finais Obtidas no Equilíbrio considerando dois valores
distintos da Constante de Equilíbrio para a mesma reação

K [𝑯𝟐 ] [𝑰𝟐 ] [𝑯𝑰]

3,33 0,523 0,523 0,953

500 0,083 0,083 1,834

1.2. O Equilíbrio Químico do Ponto de Vista Termodinâmico


Na Termoquímica, aprendemos a Equação da Energia Livre de Gibbs.
Δ𝐺 0 = Δ𝐻 0 − 𝑇Δ𝑆 0
Nessa equação, o índice 0 indica as condições padrão que incluem:

• Concentrações parciais de todas as substâncias dissolvidas iguais a 1 mol/L;


• Pressões parciais dos gases iguais a 1 atm.

Por outro lado, fora das condições padrão, a Variação de Energia Livre de Gibbs da reação
se modifica, de acordo com a seguinte equação.
Δ𝐺 = Δ𝐺 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑄
Vimos também que um processo é classificado em:
Tabela 2: Espontaneidade de um Processo Químico

Espontaneidade 𝚫𝑮

Espontâneo Δ𝐺 < 0

Equilíbrio Δ𝐺 = 0

Não-espontâneo Δ𝐺 > 0

Portanto, à medida que a reação prossegue, o valor de Q aumenta, fazendo Δ𝐺 → 0.

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Figura 5: Comportamento da Variação de Energia Livre de Gibbs ao longo da reação

Sendo assim, o Coeficiente de Ação de Massas leva o valor da Variação de Energia Livre
de Gibbs associada à reação a zero, fazendo que a reação atinja o equilíbrio.
Do ponto de vista Termoquímico, caracterizam o equilíbrio químico as seguintes
condições:

• Variação de Energia Livre de Gibbs igual a zero (Δ𝐺 = 0);


• Coeficiente de Ação de Massas igual à Constante de Equilíbrio (𝑄 = 𝐾𝐶 ).

Com base nisso, podemos obter uma interessante relação entre a Variação de Energia
Livre de Gibbs padrão da reação e a sua Constante de Equilíbrio.
Δ𝐺 = Δ𝐺 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑄
No equilíbrio, podemos escrever:
0 = Δ𝐺 0 + 𝑅𝑇 ln(𝐾𝐶 )

∴ Δ𝐺 0 = −𝑅𝑇 ln(𝐾𝐶 )

Note que essa expressão faz bastante sentido, porque, quanto maior for a constante de
equilíbrio da reação, mais negativo será o valor de Δ𝐺.

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2. Constante de Equilíbrio
É preciso ter em mente que a Constante de Equilíbrio é o que realmente caracteriza um
equilíbrio químico.
É muito importante ter isso em mente, pois é bastante comum que algumas questões
tendem persuadir o aluno de que outras grandezas, como o rendimento da reação e a fração
molar dos produtos, sejam constantes de alguma forma no equilíbrio químico.
Mas não. O que caracteriza um equilíbrio é que o coeficiente de ação de massas da reação
é igual à sua constante de equilíbrio. Matematicamente, tem-se 𝑄 = 𝐾𝐶 .
Vejamos alguns exemplos para ilustrar esse fato.

Experimento 1: Considere que a reação 𝐻2 (𝑔) + 𝐼2 (𝑔) ⇆ 2 𝐻𝐼 (𝑔) 𝐾𝐶 = 3,33 seja


realizada em três béqueres contendo concentrações iniciais diferentes das
substâncias A, B e C.

Tabela 3: Condições Iniciais do Experimento 1

Béquer [H2] [I2] [HI]

I 1 1 0

II 0,7 0,3 0,5

III 0,1 0,2 1

Vamos fazer agora a simulação dos três sistemas em equilíbrio do experimento 1 e ver o
que podemos concluir.

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Figura 6: Evolução do Experimento 1

Vamos registrar as concentrações finais nesse experimento.


Tabela 4: Situação Final no Experimento 1

Béquer [H2] [I2] [HI] Q

I 0,523 0,523 0,953 3,33

II 0,616 0,217 0,667 3,33

III 0,291 0,391 0,617 3,33

Faça as contas com uma calculadora para conferir que, de fato, o coeficiente de ação de
massas da reação, que é dado pela seguinte expressão, realmente atinge o valor da Constante
de Equilíbrio Kc = 3,33.
[𝐻𝐼]2
𝑄=
[𝐻2 ][𝐼2 ]

Conclusão: O sistema chega a diferentes estados de equilíbrio, porém a constante de


equilíbrio é sempre a mesma.

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Outra comparação que podemos fazer é calcular o rendimento da reação nos três casos.
O rendimento da reação deve ser calculado como a razão entre a quantidade de produto que
realmente foi formada pela máxima quantidade teórica do produto que poderia ser formada e a
Δ[𝐻𝐼]𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝜌=
Δ[𝐻𝐼]𝑚𝑎𝑥
Podemos calcular a quantidade de produto realmente formada na reação pela diferença
entre a concentração final e a inicial. Δ[𝐻𝐼]𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = [𝐻𝐼]𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − [𝐻𝐼]𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 .
Já a máxima quantidade teórica deve ser obtida a partir da estequiometria da reação. Por
exemplo, no experimento III, tem-se 0,1 mol de H2 e 0,2 mol de I2. Como eles reagem na
proporção 1:1, formando 2 mols de HI, então, no máximo 0,1 mol de H2 poderia reagir com 0,1 mol
de I2 formando 0,2 mol de HI.
Tabela 5: Rendimento da Reação

Béquer [H2] [I2] [HI] 𝚫[𝑯𝑰]𝒎𝒂𝒙 𝚫[𝑯𝑰]𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 Rendimento

I 1 1 0 2 0,953 47,65%

II 0,7 0,3 0,5 0,6 0,167 27,83%

III 0,1 0,2 1 0,2 -0,383 Negativo

Sendo assim, o rendimento da reação é bastante diferente nos três casos. Inclusive,
quando se tem uma quantidade razoável do produto na condição inicial da reação, ela acontece
no sentido inverso, de modo que o rendimento é negativo.
Outro fato interessante que podemos apontar sobre a Constante de Equilíbrio é que a
comparação entre ela e o Coeficiente de Ação de Massas

Problema: Dois gases A e B reagem de acordo com a seguinte reação reversível.

𝑨 + 𝑩 ⇆ 𝑪 + 𝑫 𝑲𝑪 = 𝟏, 𝟒

Uma mistura equimolar dos quatro gases está em equilíbrio? Se não, ela deve continuar
a reação em que sentido? E, se a mistura tiver o dobro de mols de C em relação aos
outros gases?

Solução: Para a mistura equimolar, o valor do coeficiente de ação de massas é:


[𝐶][𝐷]
𝑄= = 1 < 𝐾𝐶
[𝐴][𝐵]
Portanto, o sistema não está em equilíbrio, e a reação ainda deve prosseguir no sentido de
formar maior quantidade dos produtos C e D.

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Por outro lado, se o número de mols de C for duplicado:


[𝐶][𝐷]
𝑄= = 2 > 𝐾𝐶
[𝐴][𝐵]
Nesse caso, o sistema não está em equilíbrio, e a reação deve prosseguir no sentido de
recuperar os reagentes A e B.

2.1. Como Escrever a Constante de Equilíbrio


Considere uma reação genérica.
𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 → 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷
Ainda que a reação não seja elementar, o coeficiente de ação de massas sempre será dado
por:
[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠] [𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑
𝑄= =
[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠] [𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏
No equilíbrio, o valor desse coeficiente será o da Constante de Equilíbrio.
É importante registrar que não precisamos saber o mecanismo nem determinar a lei de
velocidade da etapa lenta para determinar a expressão da Constante de Equilíbrio de uma reação.
Ela é sempre feita pela razão das concentrações dos produtos e dos reagentes elevados ao seu
respectivo coeficiente estequiométrico.
Se houver algum sólido ou líquido entre os reagentes, sua concentração deve ser omitida,
pois as concentrações de sólidos e líquidos são praticamente constantes.

Exemplo: Escreva a expressão da Constante de Equilíbrio para as seguintes reações:

𝑭𝒆𝑶(𝒔) + 𝑪(𝒔) → 𝑭𝒆(𝒔) + 𝑪𝑶(𝒈) 𝑲 = [𝑪𝑶]

𝑵𝟐 (𝒈) + 𝟑𝑯𝟐 (𝒈) → 𝟐𝑵𝑯𝟑 (𝒈) [𝑁𝐻3 ]2


𝐾=
[𝑁2 ][𝐻2 ]3

2.2. Constante de Equilíbrio de Pressão (KP)


Em reações envolvendo gases, é comum escrever a constante de equilíbrio em função de
suas pressões parciais.

𝑵𝟐(𝒈) + 𝟑𝑯𝟐(𝒈) → 𝟐𝑵𝑯𝟑(𝒈) 𝑷𝟐𝑵𝑯𝟑


𝑲𝒑 =
𝑷𝑵𝟐 . 𝑷𝟑𝑯𝟐

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2
𝑯𝟐(𝒈) + 𝑪𝒍𝟐(𝒈) → 𝟐𝑯𝑪𝒍(𝒈) 𝑃𝐻𝐶𝑙
𝐾𝑝 =
𝑃𝐻2 . 𝑃𝐶𝑙2

A relação entre 𝐾𝑝 e 𝐾𝑐 pode ser obtida com o auxílio da Equação de Clapeyron:


𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
Para um gás qualquer X, pode-se escrever:
𝑛𝑋
𝑝𝑋 = 𝑅𝑇 = [𝑋]𝑅𝑇
𝑣
Agora, considere uma reação genérica:
𝑥1 𝑋1 + 𝑥2 𝑋2 + ⋯ → 𝑦1 𝑌1 + 𝑦2 𝑌2 + ⋯
Podemos escrever a Constante de Equilíbrio de Presão (KP) para essa reação:
𝑥 𝑥
𝑝𝑋11 𝑝𝑥22 … [𝑋1 ]𝑥1 (𝑅𝑇)𝑥1 [𝑋2 ]𝑥2 (𝑅𝑇)𝑥2 …
𝐾𝑝 = 𝑦 𝑦 = = 𝐾𝑐 (𝑅𝑇)[(𝑥1+𝑥2+⋯ )−(𝑦1+𝑦2+⋯ )]
𝑝𝑌11 𝑝𝑦22 … [𝑌1 ]𝑦1 (𝑅𝑇)𝑦1 [𝑌2 ]𝑦2 (𝑅𝑇)𝑦2 …

Portanto, podemos concluir que:

𝐾𝑝 = 𝐾𝑐 (𝑅𝑇)Δ𝑛

É essa a expressão que se deve utilizar para obter o valor da constante 𝐾𝑝 de diversas
reações.

Exemplo: Determine o valor da constante de equilíbrio de pressão 𝐾𝑝 a 27ºC para os


seguintes sistemas em equilíbrio:

𝑲𝑪 T

𝑯𝟐(𝒈) + 𝑰𝟐(𝒈) ⇆ 𝟐𝑯𝑰(𝒈) 0,018 100

𝑵𝟐 𝑶𝟒(𝒈) ⇆ 𝟐𝑵𝑶𝟐(𝒈) 0,87 427

Solução: Para a primeira reação:


𝐾𝑝 = 𝐾𝐶 (𝑅𝑇)Δ𝑛 = 𝐾𝐶 (𝑅𝑇)0 = 𝐾𝑐 = 0,018
Para a segunda reação:
𝐾𝑝 = 𝐾𝐶 (𝑅𝑇)2−1 = 0,87. [0,082. (273 + 427)]1 = 0,87.0,082.700 = 30,46

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2.2.1. Constante de Equilíbrio em Termos das Frações


Parciais
Uma relação que pode vir a ser útil envolve a pressão total e as frações parciais dos gases
participantes da reação.
Considere uma reação genérica no estado gasoso e sua respectiva constante de equilíbrio
de pressão.

𝑃𝐶𝑐 . 𝑃𝐷𝑑
𝑎𝐴 (𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) ⇆ 𝑐 𝐶(𝑔) + 𝑑 𝐷(𝑔) 𝐾𝑃 =
𝑃𝐴𝑎 . 𝑃𝐵𝑏

As pressões parciais de todos os gases podem ser obtidas multiplicando-se a sua fração
molar pela pressão total do sistema.
𝑐 𝑑
[𝑥𝑐𝑐 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ]. [𝑥𝐷𝑑 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ] 𝑥𝐶𝑐 . 𝑥𝐷𝑑 𝑐+𝑑−(𝑎+𝑏) Δ𝑛
𝐾𝐶 = = ( 𝑎 𝑏 ) . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐾𝑋 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
[𝑥𝑎 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ]𝑎 . [𝑥𝐵 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ]𝑏 𝑥𝐴 . 𝑥𝐵
Chegamos a uma interessante relação entre as frações molares. No numerador, tem-se as
frações molares dos produtos elevadas aos seus respectivos coeficientes estequiométricos. No
denominado, tem-se as frações molares dos reagentes também elevadas aos seus respectivos
coeficientes estequiométricos.

𝑥𝐶𝑐 . 𝑥𝐷𝑑 𝑓𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠


𝐾𝑋 = 𝑎 𝑏 =
𝑥𝐴 . 𝑥𝐵 𝑓𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠

É importante salientar que o KX não é uma nova constante de equilíbrio. É apenas um


artifício para facilitar as contas quando a questão pedir as frações dos gases em um equilíbrio
químico.
Somente o KP e o KC podem ser consideradas verdadeiras constantes de equilíbrio do
sistema. Tanto o KP e o KC permanecem constantes, se a temperatura permanecer constante.
De qualquer forma, tenha em mente a relação entre Kp e Kx.

𝐾𝑃 = 𝐾𝑋 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

2.3. Propriedades da Constante de Equilíbrio


A Constante de Equilíbrio de uma reação depende da forma como ela foi escrita.
Quando multiplicamos uma reação química por n, a sua Constante de Equilíbrio fica
elevada a n. Vejamos um exemplo.

𝟏 [𝑵𝑶𝟐 ]
𝑵𝟐 (𝒈) + 𝑶𝟐 (𝒈) → 𝑵𝑶𝟐 (𝒈) 𝑲 =
𝟐 [𝑵𝟐 ]𝟏/𝟐 [𝑶𝟐 ]

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𝑵𝟐 (𝒈) + 𝟐𝑶𝟐 (𝒈) → 𝟐𝑵𝑶𝟐 (𝒈) [𝑁𝑂2 ]2


𝐾=
[𝑁2 ][𝑂2 ]2
Quando invertemos uma reação, a sua constante de equilíbrio, também se inverte.
Vejamos um exemplo.

𝟏 [𝑵𝑶𝟐 ]
𝑵𝟐 (𝒈) + 𝑶𝟐 (𝒈) → 𝑵𝑶𝟐 (𝒈) 𝑲 =
𝟐 [𝑵𝟐 ]𝟏/𝟐 [𝑶𝟐 ]

𝟏 [𝑁 ]1/2 [𝑂2 ]
𝑵𝑶𝟐 (𝒈) → 𝑵𝟐 (𝒈) + 𝑶𝟐 (𝒈) 𝐾 = 2
𝟐 [𝑁𝑂2 ]

Quando somamos duas reações químicas, as suas constantes de equilíbrio são


multiplicadas.

𝑁2(𝑔) + 2𝐻2(𝑔) ⇆ 𝑁2 𝐻4(𝑔) [𝑁2 𝐻4 ]


𝐾1 =
[𝑁2 ][𝐻2 ]2

+ 𝑁2 𝐻4(𝑔) + 𝐻2(𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3(𝑔) [𝑁𝐻3 ]2


𝐾2 =
[𝑁2 𝐻4 ][𝐻2 ]

𝑁2(𝑔) + 3𝐻2(𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3(𝑔) [𝑁𝐻3 ]2


𝐾3 =
[𝑁2 ][𝐻2 ]3
Observe que:
𝐾3 = 𝐾1 . 𝐾2
Façamos as contas:
[𝑁2 𝐻4 ] [𝑁𝐻3 ]2 [𝑁𝐻3 ]2
𝐾1 . 𝐾2 = ( ) ( ) = = 𝐾3
[𝑁2 ][𝐻2 ]2 [𝑁2 𝐻4 ][𝐻2 ] [𝑁2 ][𝐻2 ]3

Conclusão: Se uma reação é a soma de outras duas, então sua constante de equilíbrio
é o produto das duas constantes.

Suponha que nos tenham sido fornecidas informações sobre

𝑁2(𝑔) + 2𝐻2(𝑔) ⇆ 𝑁2 𝐻4(𝑔) 𝐾1 = 18

+ 𝑁2 𝐻4(𝑔) + 𝐻2(𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3(𝑔) 35


𝐾2 =
2
𝑁2(𝑔) + 3𝐻2(𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3(𝑔) 𝐾3 =?

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Como a terceira reação é igual à soma das duas primeiras, temos que a sua constante de
equilíbrio é igual ao produto das duas constantes.
35
𝐾3 = 𝐾1 . 𝐾2 = 18. = 315
2

2.4. Uso da Tabela Estequiométrica


A Tabela Estequiométrica é um dos conhecimentos mais importantes para a resolução de
questões de Equilíbrio Químico.
Recomendo que você monte a tabela correspondente a todas as reações, lembrando-se
que tudo o que reage o faz na proporção dada pelos coeficientes estequiométricos.

Exemplo: Em um recipiente, colocou-se iodo e cloro gasoso com concentração 0,5


mol/L. Calcule a concentração de 𝐼𝐶𝑙(𝑔) no equilíbrio, sabendo que:

𝐼2(𝑔) + 𝐶𝑙2(𝑔) ⇆ 2𝐼𝐶𝑙 (𝑔) 𝐾 = 4.10−6

Solução:
Montemos a tabela estequiométrica

No equilíbrio, podemos escrever que o coeficiente de ação de massas é igual à constante


de equilíbrio.
[𝐼𝐶𝑙]2 (2𝑥)2
𝐾= = = 4.10−6
[𝐼2 ][𝐶𝑙2 ] (0,5 − 𝑥)(0,5 − 𝑥)
Resolver essa equação diretamente é bastante complicado. No entanto, uma análise
matemática facilita bastante a solução. Como o valor da constante de equilíbrio é muito pequeno,
então x deve ser pequeno em relação a 0,5. Portanto, podemos considerar que (0,5 − 𝑥) ≈ 0,5.
4𝑥 2 4𝑥 2
𝐾= ≈ = 4.10−6
(0,5 − 𝑥)(0,5 − 𝑥) 0,5.0,5
4𝑥 2 = 0,5.0,5.4.10−6 = 1.10−6

1 1 1
∴ 𝑥2 = . 10−6 ∴ 𝑥 = √ . 10−6 = . 10−3 = 0,5.10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿
4 4 2

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 18


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Realmente, o valor de x é muito pequeno e 0,5-x é muito próximo de 0,5, portanto, a nossa
hipótese é realmente válida.
Sendo assim, a concentração do produto [IC] é dada por:
[𝐼𝐶𝑙] = 2𝑥 = 2.0,5.10−3 = 1.10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿

A tabela de proporção estequiométrica é válida para o número de mols reagente de cada


espécie química ou para qualquer variável que seja diretamente proporcional a ele, como a
concentração molar ou a pressão parcial de um gás.

E, agora, vamos fazer algumas questões para treinar.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Escreva as expressões das Constantes de Equilíbrio para os seguintes processos


químicos:
a) NH4COONH2 (s) ⇌ CO2 (g) + 2NH3 (g)

b) COC2 ⇌ CO (g) + C2 (g)

c) C (graf) + O2 (g) ⇌ CO2 (g)

d) CO2 (g) ⇌ CO2 (aq)

e) Na (s) + NH3 () ⇌ Na+ (aq) + NH2– + ½ H2 (g)

Comentários

O mais preciso seria pedir as expressões dos Coeficientes de Ação de Massas


associados a cada um dos processos químicos. Porém, é muito comum que as questões
escrevam “Constante de Equilíbrio”, mas desejam a expressão do Coeficiente de Ação
de Massas.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 19


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De qualquer forma, devemos nos lembrar que os sólidos e líquidos não devem ser
incluídos na expressão.

𝑁𝐻4 𝐶𝑂𝑂𝑁𝐻2 (𝑠) ⇆ 𝐶𝑂2 (𝑔) + 2𝑁𝐻3 (𝑔) ∴ 𝐾𝐶 = [𝐶𝑂2 ][𝑁𝐻3 ]2

[𝐶𝑂][𝐶𝑙2 ]
𝐶𝑂𝐶𝑙2 (𝑔) ⇆ 𝐶𝑂 (𝑔) + 𝐶𝑙2 (𝑔) ∴ 𝐾𝐶 =
[𝐶𝑂𝐶𝑙2 ]

[𝐶𝑂2 ]
𝐶(𝑔𝑟𝑎𝑓) + 𝑂2 (𝑔) ⇆ 𝐶𝑂2 (𝑔) ∴ 𝐾𝐶 =
[𝑂2 ]

[𝐶𝑂2 (𝑎𝑞)]
𝐶𝑂2 (𝑔) ⇆ 𝐶𝑂2 (𝑎𝑞) ∴ 𝐾𝐶 =
[𝐶𝑂2 (𝑔)]

1 [𝐶𝑂2 ]
𝑁𝑎(𝑠) + 𝑁𝐻3 (𝑙) ⇆ 𝑁𝑎+ (𝑎𝑞) + 𝑁𝐻2− (𝑎𝑞) + 𝐻2 (𝑔) ∴ 𝐾𝐶 =
2 [𝑂2 ]

Gabarito: discursiva

(Russell – 2006)

Complete a tabela seguir:

Sugestão: Utilize calculadora, pois os números não foram tratados para facilitar contas.

Comentários

Nessa questão, devemos nos lembrar da relação entre o KP e o KC.

𝐾𝑃 = 𝐾𝐶 . (𝑅𝑇)Δ𝑛

O exponente Δ𝑛 na expressão acima se refere à diferença entre o número de mols de


gás nos produtos e nos reagentes. Portanto, não se consideram substâncias em outros
estados físicos, como o NH4HS (s).

𝟐 𝑪𝑶 (𝒈) + 𝑶𝟐 (𝒈) ⇆ 𝟐 𝑪𝑶𝟐 (𝒈) 𝚫𝒏 = 𝟐 − 𝟑 = −𝟏

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 20


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𝑪𝑶𝟐 (𝒈) + 𝑯𝟐 (𝒈) ⇆ 𝑪𝑶 (𝒈) + 𝑯𝟐 𝑶 (𝒈) Δ𝑛 = 2 − 2 = 0

𝑵𝑯𝟒 𝑯𝑺 (𝒔) ⇆ 𝑵𝑯𝟑 (𝒈) + 𝑯𝟐 𝑺 (𝒈) Δ𝑛 = 2 − 0 = 2

Na primeira reação,

𝐾𝑃 = 𝐾𝐶 (𝑅𝑇)2−3 = 7.1012 (0,082.1500)−1 = 5,7.1010

Na segunda reação:

𝐾𝑃 = 𝐾𝐶 (𝑅𝑇)2−2 = 4,40. (0,082.2000)0 = 4,40

Na terceira reação:

𝐾𝑃 = 𝐾𝐶 (𝑅𝑇)2−0 = 𝐾𝐶 (0,082.300)2 = 0,11;

𝐾𝐶 = 1,8.10−4

Gabarito: discursiva

(Russell – 2006)
Sabendo que KC para o equilíbrio I2 (g) + C2 (g) ⇌ 2 IC (g) é 2,0.105 a 300K e que, para
esta reação, ∆H0 = -26,9 kJ, calcule o logaritmo natural do valor de KC a 700 K.

Dados: ln (2) = 0,7 e ln (10) = 2,3

Sugestão: Utilize calculadora.

Comentários

Primeiramente, vamos relacionar a Constante de Equilíbrio com a Variação de Energia


Livre de Gibbs associada à reação.

Δ𝐺 0 = −𝑅𝑇. ln 𝐾𝐶

Substituindo os valores conhecidos, temos:

Δ𝐺 0 = −8,31.300. ln(2.105 )

Usando as propriedades do logaritmo, temos:

ln(2.105 ) = ln 2 + 5. ln 10 = 0,7 + 5.2,3 = 12,2

Na terceira reação:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 21


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Δ𝐺 0 = −8,31.300.12,2 = −30,4 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙

Podemos calcular a Variação de Entropia observada na reação.

Δ𝐺 0 = Δ𝐻 0 − 𝑇Δ𝑆

−30,4 = −26,9 − 300. Δ𝑆

30,4 − 26,9 𝑘𝐽 𝐽
∴ Δ𝑆 = = 0,01166 = 11,67
300 𝑚𝑜𝑙. 𝐾 𝑚𝑜𝑙. 𝐾
Agora, podemos calcular a Variação de Energia Livre de Gibbs na temperatura de 700
K.

Δ𝐺 700 = Δ𝐻 − 𝑇Δ𝑆 = −26,9 − 0,01166.700 = −35,0 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙

Agora, podemos calcular a Constante de Equilíbrio nessa temperatura.

Δ𝐺 −35000
ln 𝐾𝐶 = − = − = 6,03
𝑅𝑇 8,31.700

Gabarito: discursiva

2.5. Solubilidade de Gases


No Capítulo sobre Ligação Iônica, estudamos o processo de solubilização de Compostos
Iônicos, que se baseia em duas etapas:

• Quebra das Interações Originais: nessa primeira etapa, as interações originais presentes
no soluto e no solvente são quebradas. Toda etapa que envolve quebra de ligações é
endotérmica. No caso de compostos iônicos, a energia envolvida é conhecida como
energia reticular.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 22


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Figura 7: Quebra das Ligações do Cristal Iônico

Quimicamente, essa etapa é descrita como a transformação do cristal em íons livres no


estado gasoso.
𝑁𝑎𝐶𝑙 (𝑠) → 𝑁𝑎+ (𝑔) + 𝐶𝑙 − (𝑔)
• Formação de Novas Interações: nessa etapa, são formadas novas interações soluto-
solvente em substituição às interações anteriores. Essa etapa é sempre exotérmica.

Figura 8: Formação de Interações Íon-dipolo do cloreto de sódio com a água

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 23


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2.5.1. Toda dissolução de gases é exotérmica


Uma diferença crucial da dissolução de Gases para a dissolução de Compostos Iônicos é
que a dissolução de gases não envolve a etapa de quebra das interações intermoleculares, porque
um gás ideal apresenta forças intermoleculares desprezíveis.

Sendo assim, a dissolução de um gás somente envolve a etapa de formação de interações


soluto-solvente. Portanto, toda dissolução de gases é exotérmica.

Como a dissolução de gases libera energia, a solubilidade dos gases diminui com a
temperatura.

A explicação para isso é que, com o aumento da temperatura, existe também o aumento
na quantidade de calor disponível. Portanto, a temperatura mais alta favorecerá os processos que
absorvem calor, em detrimento dos que liberam.

Em águas frias, a solubilidade do oxigênio na água aumenta. Como consequência, nessas


águas, os peixes se proliferam em maior quantidade. É por isso que, em países que recebem
correntes frias, como o Japão e o Chile, a indústria pesqueira é bastante desenvolvida.

2.5.2. Lei de Henry


Imagine que tenhamos uma amostra de líquido e de um gás em um recipiente fechado.
Como o gás é de livre movimentação, eventualmente, ele se choca com a superfície do líquido
exercendo pressão parcial.

Figura 9: Dissolução de um Gás em Líquido

Algumas moléculas do gás que se chocam com a superfície do líquido podem formar
interações intermoleculares com o líquido e serem por ele absorvidas.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 24


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Figura 10: Moléculas de Gás Dissolvidas em um Líquido

Por força da Segunda Lei da Termodinâmica, as moléculas de gás que foram dissolvidas
tentarão escapar do líquido. Porém, dois fatores as impedirão:
• As forças intermoleculares formadas entre as moléculas do gás com o líquido são mais
fortes do que as próprias interações intermoleculares gás-gás, portanto, elas tendem a
mantê-lo dissolvido.
• A pressão parcial do gás sobre a superfície do líquido impede que moléculas deixem a
solução e passem ao estado gasoso.
Sendo assim, a solubilidade de um gás tem uma íntima relação com a sua pressão parcial
sobre a superfície do líquido. Essa relação é expressa pela Lei de Henry.

[𝑔á𝑠 (𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜)] = 𝐾𝐻 . 𝑃𝑔á𝑠

É importante ter cuidado com o fato de que a molécula dissolvida e a molécula no estado
gasoso se referem à mesma substância, mas são diferentes. Sendo assim, o gás dissolvido e o
gás no estado gasoso possuem números de mols diferentes e ocupam volumes diferentes.
A solubilidade, normalmente expressa em g/L ou mol/L, é
𝑛𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜
[𝑔á𝑠 (𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜)] =
𝑉𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
A pressão parcial, por sua vez, pode ser calculada pela Equação de Clapeyron, mas
depende do número de mols na fase gasosa e do volume da fase gasosa.
𝑛𝑔á𝑠 𝑅𝑇
𝑃𝑔á𝑠 =
𝑉𝑔𝑎𝑠𝑜𝑠𝑜
Diante desse alerta, vamos resolver uma questão.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 25


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Em um recipiente fechado de 1020 mL, foram colocadas duas amostras: uma de 200 mL
de água destilada e 28 g de nitrogênio gasoso. Determine a solubilidade do nitrogênio na
água.

Dados: KH = 1/15 mol/(L.atm); R = 0,082 atm; N = 14 g/mol

Comentários

Primeiramente, vamos calcular o total de número de mols de nitrogênio.

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑛𝑖𝑡𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 28
𝑛= = = 1 𝑚𝑜𝑙
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑁2 2.14

Parte desse número de mols será dissolvido na solução aquosa (n1) e parte se manterá
na fase gasosa (n2). A soma desses números de mols deve ser igual ao total de nitrogênio
que foi originalmente misturado.

𝑛1 + 𝑛2 = 𝑛

∴ 𝑛1 + 𝑛2 = 1

A concentração do nitrogênio em água é igual à razão entre o número de mols


dissolvidos e o volume da fase líquida.
𝑛1 𝑛1
[𝑁2 (𝑎𝑞)] = = = 5𝑛1
𝑉𝑙𝑖𝑞 0,2

Já a pressão parcial do gás pode ser calculada pela Equação de Clapeyron,


considerando o volume da fase gasosa, que é de 820 mL (ou 0,82 L).

𝑛2 𝑅𝑇 𝑛2 . 0,082.300
𝑃𝑁2 = = = 30𝑛2
𝑉𝑔á𝑠 0,82

Agora, podemos utilizar a Lei de Henry, que diz que a concentração de nitrogênio
dissolvida é proporcional à pressão parcial do gás.

[𝑁2 (𝑎𝑞)] = 𝐾𝐻 . 𝑃𝑁2

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 26


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1 𝑛1 𝑛2
5𝑛1 = . 30𝑛2 = 2𝑛2 ∴ =
15 2 5
Por fim, sabemos que a soma dos números de mols dissolvido e em fase gasosa é igual
a:

𝑛1 + 𝑛2 = 𝑛 = 1

Agora, podemos utilizar as regras de razão e proporção.


𝑛1 𝑛2 𝑛1 + 𝑛2
= =
2 5 2+5

Utilizando o que sabemos que n1 + n2 = 1, temos:

𝑛1 𝑛2 1
= =
2 5 7
Podemos, agora calcular o número de mols dissolvidos.

𝑛1 1 2
= ∴ 𝑛1 = = 0,28 𝑚𝑜𝑙
2 7 7
Sendo assim, a solubilidade do nitrogênio é:

𝑛1 0,28
[𝑁2 (𝑎𝑞)] = = = 1,4 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑉𝑙𝑖𝑞 0,2

Podemos também calcular em grama por litro multiplicando pela massa molar.

𝑆 = 1,4.28 = 39,2 𝑔/𝐿

Gabarito: 39,2 g/L

Assim como vimos na Lei de Henry, É uma situação bem comum na Química que alguns
reagentes estejam em fases diferentes dos demais.
A situação que traz mais confusão entre os alunos é quando o mesmo reagente está
presente em duas fases diferentes. Por exemplo, considere a equação da dissolução do gás
carbônico em água.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 27


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Nesse caso, o dióxido de carbono (CO2) participa do equilíbrio em duas fases: na fase
gasosa e na fase aquosa. Portanto, é preciso diferenciar o número de mols que participa em cada
uma das duas fases.

3. Princípio de Le Chatelier
O Princípio de Le Chatelier estabelece que, todas as vezes que um sistema em equilíbrio
é perturbado, ou seja, sofre uma alteração em relação à sua composição química, de temperatura
ou de pressão, ele tende a reagir de modo a contraria a alteração a que foi sujeito, atingindo um
novo estado de equilíbrio.

Lembre-se que o novo estado de equilíbrio é caracterizado pela igualdade entre o


coeficiente de ação de massas e a constante de equilíbrio da reação 𝑄 = 𝐾𝐶 .

Um fato importantíssimo que devemos ter em mente é que a constante de Equilíbrio é


dada por:

𝛥𝐺 0
𝐾𝐶 = 𝑒𝑥𝑝 (− )
𝑅𝑇

Sendo assim, o único fator que altera o valor da Constante de Equilíbrio é a


Temperatura em que a reação acontece.
Essa observação é bastante importante, porque falaremos muito de deslocamento de
equilíbrio, provocado por alguns fatores, como a concentração dos reagentes e produtos. Na
maioria dos casos, o estado de equilíbrio fica alterado, porém, a Constante de Equilíbrio não se
altera.

3.1. Adição de Reagentes e/ou Produtos


Se for adicionado um reagente ou produto a um sistema em equilíbrio, o sistema tende a
consumir o determinado reagente ou produto adicionado.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 28


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Por exemplo, considere o equilíbrio do início desse material.

𝐻2 (𝑔) + 𝐼2 (𝑔) ⇆ 2 𝐻𝐼 (𝑔) [𝐻𝐼]2


𝐾𝐶 = = 3,33
[𝐻2 ][𝐼2 ]
Suponha que ele está em equilíbrio com:

[H2] 0,523

[I2] 0,523

[HI] 0,953

Suponha, então, que se adiciona mais reagente H2, de modo que sua nova concentração
passa a ser 1,0 mol/L. Então, pelo Princípio de Le Chatelier, a reação tende a consumi-lo e se
deslocar no sentido dos produtos.
Podemos fazer uma simulação computacional dessa alteração a fim de verificarmos.

Figura 11: Deslocamento da Reação pela Adição de Reagente

Figura 12: Experimento sobre a Adição de um Reagente a um Sistema em Equilíbrio

Pode-se dizer que o equilíbrio foi deslocado para a direita ou deslocado no sentido dos
produtos. Os reagentes foram consumidos, de modo a formar os produtos da reação. É
importante observar que, embora somente se tenha manipulado a concentração de hidrogênio
(H2), não é possível consumi-lo sem consumir também o iodo (I2).
Portanto, a reação atingiu um novo equilíbrio, caracterizado pelas seguintes
concentrações dos participantes.

[H2] 0,907

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 29


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[I2] 0,429

[HI] 1,140

Q 3,33

Da mesma forma, se desse novo sistema em equilíbrio, for retirado o reagente B. O sistema
tende a reagir de modo a produzir B, isto é, o sistema se desloca no sentido dos reagentes.
A análise computacional mostra que, se retirado o reagente B, de modo que sua
concentração passe a 0,2 mol/L, o sistema entra novamente em equilíbrio.

Figura 13: Experimento sobre a Retirada de um Reagente a um Sistema em Equilíbrio

Conclusão: Quando alterada a concentração de um dos reagentes ou de um dos


produtos, a reação é deslocada no sentido de produzir o participante que foi removido
ou consumir o participante que foi acrescentado.

Tabela 6: Princípio de Le Chatelier aplicado a Concentrações de Produtos e Reagentes

Perturbação Deslocamento do Equilíbrio

Adiciona-se reagente Desloca-se no sentido dos produtos

Adiciona-se produto Desloca-se no sentido dos reagentes

Retira-se reagente Desloca-se no sentido dos reagentes

Retira-se produto Desloca-se no sentido dos produtos

Um ponto importante a citar que podemos ver na Figura 12 e Figura 13 é que o estado final
de equilíbrio é caracterizado pela igualdade.
[𝐻𝐼]2
𝐾𝐶 = = 3,33
[𝐻2 ][𝐼2 ]

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 30


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Sendo assim, o simples fato de alterar ou adicionar um determinado reagente não altera o
valor da constante de equilíbrio da reação.

3.1.1. Adição ou Remoção de Sólidos e Líquidos


Considere uma reação que possui participantes nos estados sólido e líquido. Por exemplo,
a dissolução do calcário por ácidos.
𝐶𝑎𝐶𝑂3 (𝑠) + 2𝐻 + (𝑎𝑞) → 𝐶𝑎2+ (𝑎𝑞) + 2𝐶𝑙 − (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) + 𝐶𝑂2 (𝑔)
O coeficiente de ação de massas para essa reação é dado por:
[𝐶𝑎2+ ][𝐶𝑙 − ]2 [𝐶𝑂2 ]
𝑄=
[𝐻 + ]2
Sendo assim, quando retiramos ou adicionamos carbonato de cálcio ou água do sistema,
isso não afeta o coeficiente de ação de massas. Portanto, se a reação já está em equilíbrio,
caracterizado por Q = KC, o equilíbrio não será afetado.
Portanto, é preciso ter bastante cuidado. Retirar ou adicionar um determinado reagente
ou produto de um sistema em equilíbrio somente afetará esse estado de equilíbrio, se a espécie
química aparecer no coeficiente de ação de massas. Ou seja, se a espécie química estiver no
estado gasoso ou dissolvida em solução aquosa.
Esse é o entendimento que eu gostaria que você levasse para a sua prova.

3.2. Mudança de Pressão


Esse tipo de perturbação do equilíbrio só é importante para reações envolvendo gases.
É importante ressaltar que a pressão total do sistema por si só não faz qualquer efeito
sobre um sistema em equilíbrio. Isso pode ser entendido simplesmente olhando a expressão da
Coeficiente de Ação de Massas, que envolve apenas as concentrações molares dos gases.

[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠]
𝑄𝑃 =
[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠]

As concentrações molares dos gases estão diretamente relacionadas à sua pressão parcial,
e não à pressão total do sistema.
Sendo assim, considere um sistema de equilíbrio, ao qual foi adicionado um gás inerte para
aumentar a pressão total do sistema. Normalmente, são utilizados para esse fim os gases nobres.
A adição do gás inerte, no entanto, não altera nem as concentrações nem as pressões
parciais das espécies envolvidas no equilíbrio. Por isso, o coeficiente de ação de massas
permanece inalterado, e o sistema continuou no equilíbrio.
Portanto, a adição de gás inerte não provoca nenhum deslocamento do equilíbrio.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 31


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Sendo assim, nas reações envolvendo gases, as únicas mudanças de pressão no sistema
são aquelas que afetam as pressões parciais dos gases, o que normalmente acontece com a
variação de volume do sistema.
Quando o volume do sistema é alterado, todas as pressões parciais e concentrações
molares são alteradas, porque elas são inversamente proporcionais ao volume total do sistema.
𝑛𝑋
[𝑋] =
𝑉
A mudança de pressão só exerce efeito sobre o equilíbrio quando existe diferença de
número de mols de gás entre os produtos e os reagentes. Para isso, deve-se calcular o Δ𝑛𝑔á𝑠 , que
corresponde à diferença entre número de mols de gás nos produtos e nos reagentes. Vejamos
exemplos:

𝑯𝟐 (𝒈) + 𝑰𝟐 (𝒈) ⇆ 𝟐 𝑯𝑰 (𝒈) 𝚫𝒏𝒈á𝒔 = 𝟐 − 𝟐 = 𝟎

𝑁2 (𝑔) + 3𝐻2 (𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3 (𝑔) Δ𝑛𝑔á𝑠 = 2 − 4 = −2

𝐶𝑂𝐶𝑙2 (𝑔) ⇆ 𝐶𝑂 (𝑔) + 𝐶𝑙2 (𝑔) Δ𝑛𝑔á𝑠 = 2 − 1 = 1

Quando um sistema em equilíbrio sofre aumento de pressão, ele tenderá a reagir, de


modo a deslocar o equilíbrio no sentido da reação que tenha o menor número de mols de gás.
Com isso, a pressão total será reduzida.

Figura 14: Efeito da Pressão sobre Sistemas em Equilíbrio

Isso acontece, porque, quando se aumenta a pressão sobre o sistema, o sistema tende a
diminuir a pressão recebida. E, quando se reduz o número de mols de gás, diminui-se a pressão.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 32


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Observe que, quando o número mols de gás nos reagentes for igual ao número de mols
nos produtos, ou seja, Δ𝑛𝑔á𝑠 = 0, a pressão externa também não exercerá nenhum efeito sobre o
equilíbrio.

Figura 15: Efeito da Pressão sobre Sistemas em Equilíbrio

Por outro lado, considere o sistema em equilíbrio 𝑁2(𝑔) + 3𝐻2(𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3(𝑔) . Nesse caso,
espera-se que:
• O aumento de pressão desloca o equilíbrio no sentido do menor número de mols de gás
(produtos);
• A redução de pressão desloca o equilíbrio no sentido do maior número de mols de gás
(reagentes).
A análise computacional também pode mostrar esse raciocínio. Imagine que a 1000K seja
estabelecido o equilíbrio:

𝑁2(𝑔) + 3𝐻2(𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3(𝑔) 𝐾𝑐 = 0,04

A teoria preconiza que o aumento de pressão deslocará o equilíbrio para o sentido com o
menor número de mols de gás, no caso, o sentido dos produtos.
No equilíbrio, temos as seguintes concentrações:

[𝑁2 ] 0,480 50%

[𝐻2 ] 0,440 45,8%

[𝑁𝐻3 ] 0,04 4,2%

Q 0,04

Ao se reduzir a pressão à metade, também se reduz o volume à metade. Sendo assim,


todas as concentrações serão reduzidas duplicadas:

[𝑵𝟐 ] 0,960

[𝐻2 ] 0,880

[𝑁𝐻3 ] 0,080

O novo coeficiente da ação de massas é:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 33


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(0,08)2
𝑄= ≅ 0,01 < 𝐾𝑐
(0,96)(0,88)3
Isso comprova que a reação deve andar no sentido dos produtos. A simulação
computacional da reação mostra que, de fato, o equilíbrio se desloca para a direita, produzindo
amônia.

Figura 16: Efeito da Alteração de Pressão na Reação de Formação da Amônia

Conclusão: Um sistema em equilíbrio tende a corrigir a mudança de pressão. O


aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido do menor número de mols de gás;
já a redução da pressão desloca o equilíbrio no sentido do maior número de mols de
gás.

Tabela 7: Resumo sobre o Efeito da Pressão em um Sistema em Equilíbrio

Perturbação Efeito

Aumento de pressão O equilíbrio se desloca no sentido de menor número de mols de gás

Diminuição de pressão O equilíbrio se desloca no sentido de maior número de mols de gás

Como podemos ver na Figura 16, a compressão do sistema também não exerce nenhum
impacto no valor numérico da Constante de Equilíbrio. Podemos ver que o equilíbrio continua
sendo atingindo para Kc = 0,04. Exatamente o mesmo valor inicial.

A compressão de um sistema sempre favorece o sentido que tem menor entropia. Como
vimos no Capítulo sobre Estados Físicos da Matéria, a pressão favorece a organização da matéria.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 34


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Em geral, a entropia de um sistema pode ser avaliada diretamente pela quantidade de mols
de gás. Normalmente, quando:
• 𝚫𝒏𝒈á𝒔 > 𝟎: a reação direta acontece com aumento de entropia. Portanto, o aumento da
pressão favorecerá o sentido da reação inversa.
• 𝚫𝒏𝒈á𝒔 < 𝟎: a reação acontece com redução de entropia. Portanto, o aumento da pressão
favorecerá o sentido da reação direta.
Porém, sempre que for possível avaliar a variação de entropia de uma reação química,
podemos concluir que a compressão favorecerá o sentido de menor entropia. É o caso da
sublimação.

3.3. Mudança de Temperatura


Nesse caso, o aluno pode pensar no calor como um reagente. Os processos endotérmicos
acontecem com consumo de calor, enquanto os exotérmicos acontecem com produção de calor.

exotérmico 𝑵𝟐 (𝒈) + 𝟑𝑯𝟐 (𝒈) ⇆ 𝟐𝑵𝑯𝟑 (𝒈) + 𝒄𝒂𝒍𝒐𝒓

endotérmico 6𝐶𝑂2 (𝑔) + 6 𝐻2 𝑂(𝑙) + 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 ⇆ 𝐶6 𝐻12 𝑂6 + 6𝑂2 (𝑔)

O aumento de temperatura favorece o sentido endotérmico da reação, pois é o sentido


que consome o calor. Por exemplo, considere a Síntese de Haber-Bosch para a amônia, que é
exotérmica.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 35


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O aumento de temperatura favorece o sentido endotérmico, portanto, favorece o sentido


dos reagentes. Com isso, o aumento de temperatura diminui o rendimento da produção de
amônia.
A despeito disso, industrialmente, a Síntese de Haber-Bosch é realizada a altas
temperaturas e pressões.

Por que a Síntese de Haber-Bosch é realizada em altas temperaturas?


De fato, o aumento de temperatura desfavorece a produção de amônia, porém, na
Indústria Química, é muito comum lidar com a questão de prazos.
A amônia é um dos produtos industriais mais utilizados no mundo, não só como reagente
inorgânico, mas também como fertilizante. Por isso, as indústrias precisam de velocidade.
E, como vimos em Cinética Química, a maior temperatura acelera a velocidade de reação.
Portanto, faz sentido abrir mão de um pouco do rendimento para ter uma reação mais rápida.
Além disso, é possível também deslocar o equilíbrio para a direita, retirando a amônia do
meio reacional. É relativamente fácil extrair a amônia, porque ela é bastante polar, enquanto os
gases nitrogênio e hidrogênio são apolares. Portanto, ao passar a mistura por um solvente polar,
a amônia ficará retida.

Demonstração Experimental
Como vimos no Capítulo sobre Cinética Química, a Equação de Arrhenius estuda o
comportamento de uma reação qualquer com a temperatura. Arrhenius propôs que a constante
de velocidade crescia com a temperatura de acordo com a seguinte equação.
𝐸𝑎
𝑘 = 𝐴. exp (− )
𝑅𝑇
Optamos pela notação exp () para a exponencial a fim de facilitar.
Podemos utilizar essa expressão para relacionar a constante de equilíbrio com a
temperatura.

𝑬𝒂𝒅 𝑬𝒂𝒊
𝒌𝒅 = 𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− ) 𝒌𝒊 = 𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− )
𝑹𝑻 𝑹𝑻
Portanto, a constante de equilíbrio da reação (KC) é dada por:
𝑬𝒂𝒅
𝑘𝑑 𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− 𝑹𝑻 ) 𝐸𝑎𝑑 𝐸𝑎𝑖
𝐾𝐶 = = = exp (− + )
𝑘𝑖 𝑬𝒂𝒊 𝑅𝑇 𝑅𝑇
𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− 𝑹𝑻 )

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 36


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𝐸𝑎𝑖 − 𝐸𝑎𝑑
∴ 𝑙𝑛 𝐾 =
𝑅𝑇
Agora, vamos estudar a diferença entre as energias de ativação. Graficamente, podemos
verificar que Δ𝐻 = 𝐸𝑎𝑑 − 𝐸𝑎𝑖 .

Figura 17: Relação entre a Variação de Entalpia e as Energias de Ativação da Reação Direta e da Reação Inversa

É importante prestar atenção ao sinal mostrado na Figura 17. Note que a reação ilustrada
é endotérmica, portanto, Δ𝐻 > 0. Por ser endotérmica, de fato, tem-se 𝐸𝑎𝑑 > 𝐸𝑎𝑖 , logo, os sinais
da expressão Δ𝐻 = 𝐸𝑎𝑑 − 𝐸𝑎𝑖 estão coerentes. É importante fazer essa verificação quando
tentamos deduzir algo a partir de gráficos, porque frequentemente erramos sinais nesse tipo de
dedução.
Essa relação também pode ser obtida matematicamente pela definição das energias de
ativação e da variação de entalpia da reação.
𝐸𝑎𝑖 = 𝐻𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑜 − 𝐻𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
𝐸𝑎𝑑 = 𝐻𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑜 − 𝐻𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
Portanto, tomando a diferença entre as energias de ativação da reação direta e inversa.
𝐸𝑎𝑖 − 𝐸𝑎𝑑 = 𝐻𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 − 𝐻𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 = −Δ𝐻
Sendo assim, quando a reação for endotérmica (Δ𝐻 > 0), isso significa que a reação direta
tem maior energia de ativação – reveja a Figura 17. Portanto, sua constante de velocidade cresce
mais com o aumento de temperatura. Portanto, nas reações endotérmicas, o aumento da
temperatura provoca aumento na constante de equilíbrio. Lembre-se que:
𝑘𝑑
𝐾𝐶 =
𝑘𝑖
Por outro lado, se a reação for exotérmica (Δ𝐻 < 0), isso significa que a reação inversa é
que possui maior energia de ativação, como mostrado na Figura 18. Isso significa que a constante
de velocidade da reação inversa

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 37


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Figura 18: Energias de Ativação em uma Reação Exotérmica

Portanto, se o processo for endotérmico (ΔH > 0), a constante de equilíbrio cresce com a
temperatura. Se for exotérmico (Δ𝐻 < 0), a constante de equilíbrio cresce com a temperatura.
Sendo assim, podemos simular um aquecimento do Sistema Reacional contendo Amônia
de 1000 K para 2000 K.

Temperatura 𝑘𝑑 𝑘𝑖 𝐾𝐶 = 𝑘𝑑 /𝑘𝑖

1000 K 0,4 10 0,04

400 K 1 40 0,025

Figura 19: Efeito da Temperatura sobre o Equilíbrio da Formação de Amônia

Perceba, na Figura 19, que o aumento na temperatura provocou redução na quantidade de


amônia no equilíbrio, já que o sentido endotérmico é o sentido de produção dos reagentes.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 38


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Inicial Final

[𝑁2 ] 0,480 0,483

[𝐻2 ] 0,440 0,450

[𝑁𝐻3 ] 0,04 0,033

Q 0,04 0,025

Observe que a temperatura é o único fator que modifica o valor da Constante de Equilíbrio.
Nesse caso, vimos que o aquecimento provocou uma redução de KC = 0,04 para KC = 0,025, já
que a reação é exotérmica.

3.4. Catalisadores
O catalisador não tem qualquer efeito sobre um sistema em equilíbrio, porque ele acelera
a velocidade tanto da reação direta como da inversa.
O único efeito do catalisador é diminuir o tempo necessário para atingir o equilíbrio.

Demonstração Experimental
O catalisador acelera tanto a reação direta como a inversa.

Sem Catalisador Com Catalisador

𝑘𝑑 = 0,4 𝑘𝑑 = 4

𝑘𝑖 = 10 𝑘𝑖 = 100

𝐾 = 0,04 𝐾 = 0,04

O sistema não catalisado entra em equilíbrio em cerca de 70 unidades de tempo.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 39


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Figura 20: Evolução da Síntese de Haber-Bosch não catalisada

Figura 21: Evolução da Síntese de Haber-Bosch catalisada

Por outro lado, o sistema com catalisador, mostrado na Figura 21, entra em equilíbrio muito
mais rápido, em menos de 10 unidades de tempo.

É importante observar que o catalisador não afeta o estado de equilíbrio. Em ambos os


casos mostrados na Figura 20 e na Figura 21, podemos ver que o equilíbrio é atingido exatamente
com a mesma composição.
Sendo assim, o único efeito do catalisador é acelerar a velocidade de reação, fazendo que
o equilíbrio seja atingido mais rapidamente.
Como na Indústria Química, em geral, tempo é dinheiro, esse é um papel extremamente
importante.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 40


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3.5. Resumo
O Princípio de Le Chatelier pode ser dito simplificadamente como:

“Um sistema em equilíbrio, quando perturbado, tende a reagir, de modo a se contrapor


à perturbação inicial.”

Tabela 8: Princípio de Le Chatelier

Perturbação Efeito

Adiciona-se Desloca-se no sentido dos produtos Para consumir o reagente


reagente adicionado.

Adiciona-se Desloca-se no sentido dos reagentes Para consumir o produto


produto adicionado.

Retira-se reagente Desloca-se no sentido dos reagentes Para regenerar o reagente


retirado.

Retira-se produto Desloca-se no sentido dos produtos Para regenerar o reagente


retirado.

Aumenta a pressão Desloca-se no sentido do menor número Para diminuir a pressão.


de mols de gás.

Diminui a pressão Desloca-se no sentido do maior número Para aumentar a pressão


de mols de gás

Aumenta a Desloca-se no sentido endotérmico Para diminuir a temperatura


temperatura

Diminui a Desloca-se no sentido exotérmico Para aumentar a


temperatura temperatura

Catalisador Nenhum efeito sobre o equilíbrio. –

(UFPB-2009)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 41


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A síntese do metanol envolve o seguinte equilíbrio:


𝑪𝑶(𝒈) + 𝟐𝑯𝟐(𝒈) ⇄ 𝑪𝑯𝟑 𝑶𝑯(𝒈) 𝚫𝑯 < 𝟎

A respeito dos fatores que alteram o equilíbrio da reação, o procedimento correto, para
aumentar o rendimento da produção de metanol é:

a) Adicionar um catalisador de adsorção, como a platina.

b) Aumentar a pressão total sobre o sistema.

c) Aquecer o sistema.

d) Adicionar metanol ao sistema.

e) Não é possível alterar o rendimento de metanol, pois a reação sempre tenderá ao


equilíbrio.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

a) A adição de um catalisador não exerce nenhum efeito sobre o equilíbrio, já que ele
acelera tanto a reação direta como a inversa, na mesma taxa. Afirmação errada.

b) O aumento da pressão favorece o sentido com o menor número de mols, no caso,


exatamente o sentido dos produtos. Portanto, haverá maior teor de metanol com
o aumento da pressão sobre o sistema. Afirmação correta.

c) Como a reação é exotérmica, o aumento da temperatura a desloca no sentido dos


reagentes, portanto, haverá redução da quantidade de metanol no equilíbrio.
Afirmação errada.

d) Ao adicionar um produto, no caso, o metanol, o equilíbrio se desloca no sentido


dos reagentes, portanto, haverá redução na quantidade de metanol. Afirmação
errada.

e) É verdade que a reação sempre tende ao equilíbrio. Porém, o equilíbrio químico é


dinâmico, de modo que é possível sim influenciar nele. Algumas formas de
aumentar a quantidade de metanol no sistema são: adicionar algum dos reagentes,
aumentar a pressão total sobre o sistema, reduzir a temperatura.

Gabarito: B

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 42


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São fatores que alteram o equilíbrio de uma reação envolvendo gases em que o número
de mols de gás no produto é diferente do número de mols de gás no reagente:

I – A adição de um gás inerte para elevar a pressão;

II – A variação de temperatura;

III – A adição de um catalisador que altera a ordem de velocidade da reação direta.

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II.

d) Apenas II e III.

e) Apenas III.

Comentários

Vamos analisar cada um dos itens.

I – A adição de gás inerte não exerce nenhum efeito sobre o equilíbrio, haja vista que
não altera as pressões parciais das substâncias componentes do equilíbrio. Afirmação
errada.

II – A variação de temperatura deslocará o equilíbrio no sentido endotérmico.


Afirmação correta.

III – O catalisador não exerce nenhum impacto sobre o equilíbrio. Afirmação errada.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Considere o Processo Haber-Bosch de síntese para a amônia:

N2 (g) + 3H2 (g) → 2 NH3 (g)

São fatores que alteram a constante de equilíbrio dessa reação:

I – A temperatura

II – O volume do recipiente

III – A adição de um reagente

a) Apenas I.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 43


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b) Apenas I e II.

c) Apenas II.

d) Apenas II e III.

e) Apenas III.

Comentários

O único fator que altera a constante de equilíbrio de uma reação é a temperatura. Não
podemos nos esquecer desse fato.

A variação de volume no recipiente e a adição de um reagente, de fato, provocam o


deslocamento do equilíbrio, porém, não alteram o valor da constante de equilíbrio.

Gabarito: A

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

No processo de Haber Bosch para a síntese da amônia, costuma-se utilizar elevadas


pressões, elevadas temperaturas e platina como catalisador. A respeito desse processo,
são feitas as afirmativas:

I – Utiliza-se maior pressão porque o aumento de pressão favorece o sentido com o menor
número de mols de gás;

II – Utiliza-se maior temperatura porque a constante de equilíbrio de reações


endotérmicas cresce com a temperatura.

III – Utiliza-se o catalisador para que o equilíbrio seja atingido mais rapidamente, sem que
isso altere a fração molar de amônia no equilíbrio.

São CORRETAS as explicações:

a) Apenas I e II.

b) Apenas I e III.

c) Apenas II e III.

d) Nenhuma das afirmações.

e) Todas as afirmações.

Comentários

Vamos analisar as afirmações, tendo em vista que a reação citada é:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 44


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𝑁2 (𝑔) + 3𝐻2 (𝑔) ⇆ 2 𝑁𝐻3 (𝑔)

I – De fato, o aumento de pressão favorece o sentido com menor número de mols de


gás, que, no caso, é o sentido dos produtos. Portanto, nessa reação, o aumento de
pressão favorece a produção de amônia. Afirmação correta.

II – O aumento de temperatura favorece o sentido endotérmico. Como a formação de


amônia é exotérmica, concluímos que o aumento de temperatura diminui o rendimento
da reação. Afirmação incorreta.

III – De fato, o catalisador aumenta a velocidade de reação, mas não afeta o estado
de equilíbrio. Afirmação correta.

Gabarito: B

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)


Um béquer contém um sistema em equilíbrio. Desse béquer, retira-se certa quantidade
de um dos reagentes. No entanto, verificou-se que as concentrações de todas as espécies
no equilíbrio não se modificou. Assinale a alternativa que contém uma reação que pode
ter ocorrido no béquer:
a) FeO (s) + C(graf) ⇌ Fe (s) + CO2 (g)

b) N2 (g) + 3 H2 (g) ⇌ 2 NH3 (g)

c) H2 (g) + CO (g) ⇌ CH3OH (g)

d) 2 H2O2 (aq) ⇌ 2H2O () + O2 (g)

Comentários

Quando retiramos um reagente sólido ou líquido, ele não aparece na expressão da


constante de equilíbrio, haja vista que sua concentração é constante. Por exemplo, no
caso da seguinte reação.

𝐹𝑒𝑂 (𝑠) + 𝐶(𝑔𝑟𝑎𝑓) ⇆ 𝐹𝑒 (𝑠) + 𝐶𝑂2 (𝑔)

A constante de equilíbrio a ela associada é expressa por:

𝐾𝐶 = [𝐶𝑂2 ]

Sendo assim, retirar tanto o óxido de ferro, FeO (s), como o carbono grafite, C (graf),
do sistema em equilíbrio não o afetará.

Gabarito: A

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 45


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(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos
dele derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos
derivados, como o fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).

O fosgênio é produzido industrialmente pela reação entre o monóxido de carbono e o


cloro gasoso, que envolve o seguinte equilíbrio:

CO (g) + Cl2 (g) → COCl2 (g) ΔH = –108 kJ/mol

Assinale a alternativa que indica um procedimento que aumenta o rendimento de


fosgênio no equilíbrio acima citado.

a) O aumento de pressão.

b) O aumento de temperatura.

c) A adição de um catalisador.

d) A retirada de monóxido de carbono.

e) A adição de hélio.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

a) O aumento de pressão desloca o equilíbrio no sentido de menor número de mols de


gás, que é justamente o sentido dos produtos. Logo, realmente aumenta o rendimento
da produção de fosgênio.

b) O aumento de temperatura favorece o sentido endotérmico, que é o sentido dos


reagentes. Afirmação incorreta.

c) O catalisador não afeta o equilíbrio. Afirmação incorreta.

d) Ao retirar um dos reagentes, a reação se desloca no sentido dos reagentes,


consumindo o fosgênio. Afirmação incorreta.

e) A adição de um gás nobre não provoca qualquer efeito sobre o equilíbrio. Afirmação
incorreta.

Gabarito: A

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 46


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4. Íons em Meio Aquoso


A água é uma substância bastante polar, o que significa que ela possui uma distribuição
de cargas positivas e negativas. Consequentemente, ela tem a possibilidade de interagir
eletrostaticamente com outras partículas carregadas.
É por isso que a própria água pura – também conhecida como água destilada – apresenta
uma pequena quantidade de íons provenientes da sua auto-ionização. A reação de auto-
ionização consiste na transferência de um próton (H+) de uma molécula de água para outra. A
reação e sua respectiva constante de equilíbrio a 25 °C estão expressas a seguir.

𝑯𝟐 𝑶 (𝒍) + 𝑯𝟐 𝑶 (𝒍) ⇆ 𝑯𝟑 𝑶+ (𝒂𝒒) + 𝑶𝑯− (𝒂𝒒) 𝑲𝒘 = [𝑯𝟑 𝑶+ ]. [𝑶𝑯− ] = 𝟏, 𝟎. 𝟏𝟎−𝟏𝟒

Na água pura, devido à estequiometria da reação, a quantidade de íons H+ produzida é


exatamente igual. Com isso, podemos calcular a concentração dos íons com o auxílio da Tabela
Estequiométrica.
𝑯𝟐 𝑶 (𝒍) + 𝑯𝟐 𝑶 (𝒍) ⇆ 𝑯𝟑 𝑶+ (𝒂𝒒) + 𝑶𝑯− (𝒂𝒒)
início – – 0 0
reage – – 𝑥 𝑥
Equilíbrio – – 𝑥 𝑥

𝑥 2 = 10−14 ∴ 𝑥 = 10−7 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Portanto, a água destilada contém 10-7 mol/L de íons H+ e 10-7 mol/L de íons OH–.
Como essa concentração de íons é muito pequena, a água destilada apresenta
condutividade elétrica muito baixa à temperatura ambiente.
Outro ponto importante é que, como a água é o principal meio reacional presente nos
seres vivos, praticamente todos os processos biológicos são sensíveis à concentração dos íons
𝐻 + e 𝑂𝐻 − . As principais formas de medir a concentração desses íons são o pH e o pOH.

𝑝𝐻 = − log[𝐻 + ]
𝑝𝑂𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ]

Sendo assim, de maneira geral, a variação de 1 ponto na escala de pH é considerada uma


grande variação. A título de ilustração, o pH no meu aquário fica entre 8,0 e 8,2 – uma variação
de apenas 0,2 pontos.
Os principais objetivos desse capítulo serão:
• Determinar a quantidade de íons dissolvidos de uma espécie química;

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 47


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• Determinar a influência de ácidos, sais e bases no pH de uma solução.


Para isso, precisamos primeiramente conhecer os eletrólitos.
Mas, antes, vamos aprender uma das relações mais importantes desse capítulo.
Considerando que a constante de auto-ionização da água é expressa por:
𝐾𝑤 = [𝐻 + ][𝑂𝐻 − ]
Pode-se tomar o logaritmo de ambos os lados.
− log 𝐾𝑤 = − log(𝐻 + ) − log(𝑂𝐻 − )
Da mesma forma que usa o p para representar o – 𝑙𝑜𝑔 no caso do pH ou pOH, também se
costuma chamar de pKw o menos logaritmo do Kw.
𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 𝑝𝐾𝑤
Na temperatura de 25 °C, tem-se:
𝐾𝑤 = 10−14
𝑝𝐾𝑤 = − log(𝐾𝑤 ) = − log(10−14 ) = −(−14) = 14
Sendo assim, na temperatura de 25 °C, podemos usar a seguinte relação:

𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 14

4.1. Eletrólitos
Os eletrólitos são espécies químicas que, quando dissolvidas em água, liberam íons.
Portanto, uma solução eletrolítica é, na verdade, uma solução condutora.

4.1.1. Teste TDS


A presença de eletrólitos em solução é determinada pela medida de TDS (total dissolved
solids), que pode ser medido por um medidor de condutividade tradicional ou por um aparelho
específico.
Em termos práticos, o TDS é geralmente fornecido em mg/L (que é equivalente a ppm).

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 48


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Figura 22: Medidor de TDS em um copo de água mineral

É importante esclarecer que o TDS é, essencialmente, um medidor de condutividade,


portanto, não registra:
• Sólidos que não se dissolvem propriamente em água, permanecendo apenas em
suspensão, como sais insolúveis que se precipitam. Vale ressaltar que esse tipo de sólido,
quando misturado à água a torna turva. A turvidez é um forte indicativo da não-
solubilidade.
• Sólidos moleculares que se dissolvem em água, mas não liberam íons, como o açúcar.
Considere que, em três béqueres diferentes, tenhamos dissolvido em água destilada
aproximadamente 0,01 mol/L dos seguintes materiais: areia de aragonita, açúcar e cloreto de
sódio. Registraremos as seguintes medidas de TDS.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 49


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Figura 23: Ilustrações de Medidas de TDS em diversos sistemas aquosos

A aragonita, constituída predominantemente por carbonato de cálcio, na verdade, não é


completamente insolúvel em água. O próprio carbonato de cálcio é ligeiramente solúvel em água.
A areia de aragonita também contém outros sais que são ligeiramente solúveis, já que ela não é
uma substância pura, mas sim uma mistura. Por isso, haverá um leve desvio na leitura do TDS.
O açúcar, por sua vez, não provocará nenhuma variação na leitura do TDS, haja vista que
é uma substância puramente molecular, que não forma íons quando dissolvida em solução
aquosa.
No caso da dissolução de cloreto de sódio, por sua vez, qualquer leve adição do sol
provocará uma grande subida na leitura de TDS, tendo em vista que o sal é bastante solúvel e se
dissocia completamente em água.
A medida de TDS é um dos principais testes em laboratório a respeito da qualidade de
uma amostra de água destilada. Idealmente, a água destilada apresentará TDS muito próximo de
zero – não exatamente nulo, porque a água destilada ainda contém traços de íons H+ e OH–.

4.3. Revisão sobre Logaritmos


O logaritmo é a operação inversa da potência. Sua representação sintética é a seguinte.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 50


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O logaritmo de b na base a é o número ao qual se deve elevar a, de modo a obter b.


Vejamos alguns exemplos:
𝑙𝑜𝑔2 4 = 2 , 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 22 = 4
𝑙𝑜𝑔3 81 = 4 , 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 34 = 81
𝑙𝑜𝑔5 (0,04) = −2 , 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 5−2 = 0,04

Essa operação só existe mediante duas condições:

• Base Positiva e diferente de 1: 0 < 𝑎 ≠ 1. O logaritmo só pode ser calculado nas


bases em que se fala da operação de potenciação.
• Logaritmando Positivo:𝑏 > 0. O resultado da exponencial é sempre positivo,
portanto, não se pode tirar logaritmo de número que não seja positivo.

As duas bases mais importantes no logaritmo são:


• Base 10: quando a base é omitida, supõe-se que o logaritmo é de base 10. Sendo assim:
log 100 = 2, 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 102 = 100
• Número de Euler: também representado pela expressão ln.

4.3.1. Propriedades dos Logaritmos


Algumas propriedades interessantes do logaritmo que podemos ter em mente.
• Logaritmo do Produto: é igual à soma de logaritmos
log a (𝑏𝑐) = log 𝑎 𝑏 + log 𝑎 𝑐
Vejamos um exemplo.
log 2 (32) = log 2 (4.8)
Podemos calcular todos os logaritmos envolvidos.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 51


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log 2 (32) = 5, 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 25 = 32


log 2 (4) = 2, 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 22 = 4
log 2 (8) = 3, 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 23 = 8
Agora, podemos testar a propriedade.
5 = log 2 4 + log 2 8 = 2 + 3 (𝑜𝑘)

• Logaritmo da Potência: é igual ao logaritmo multiplicado pelo expoente


log 𝑎 (𝑏 𝑛 ) = 𝑛. log 𝑎 (𝑏)
Vejamos mais um exemplo.
log 2 (43 ) = 3. log 2 (4) = 3.2 = 6
Também poderíamos ter calculado diretamente.
log 2 (43 ) = log 2 (64) = 6, 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 26 = 64

• Mudança de Base: é igual à razão de logaritmos em uma base arbitrária


log 𝑐 (𝑎)
log 𝑏 (𝑎) =
log 𝑐 (𝑏)
Essa propriedade é muito interessante, porque os logaritmos na base 10 são tabelados.
Com base neles, podemos obter qualquer logaritmo em qualquer base.
Por exemplo, sabemos que log 2 = 0,3 e que log 3 = 0,48. Com base nisso, podemos obter
log 2 3?
A resposta é que sim. Basta aplicar a propriedade de mudança de base para a base 10.
log 3 0,48 4,8
log 2 3 = = = = 1,6
log 2 0,3 3

5. Dissolução em Água
Precisamos dividir essencialmente a dissolução dos compostos iônicos na água em duas
categorias:
• Dissolução de Compostos Iônicos: incluem os sais e os hidróxidos de metais;
• Dissolução de Compostos Moleculares: principalmente os ácidos, a amônia e as bases
derivadas da amônia.

5.1. Dissolução de Sais


Os sais são compostos iônicos que se dissolvem em água.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 52


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A grande utilidade do produto de solubilidade é determinar a solubilidade de um sal, seja


na água pura ou em outra soluções aquosas.
Os valores de produto de solubilidade são tabelados para diversos sais. Abaixo veremos
uma tabela de valores de 𝐾𝑃𝑆 para diversas substâncias:

Tabela 9: Produto de Solubilidade em água para alguns sais a 25ºC

Sal Coeficiente de Ação de Massas Produto de Solubilidade

𝑪𝒂𝑺𝑶𝟒 𝑄𝑃𝑆 = [𝐶𝑎2+ ][𝑆𝑂42− ] 𝐾𝑃𝑆 = 9.10−6

𝑪𝒂(𝑶𝑯)𝟐 𝑄𝑃𝑆 = [𝐶𝑎2+ ][𝑂𝐻 − ]2 𝐾𝑃𝑆 = 4.10−6

𝑪𝒂𝟑 (𝑷𝑶𝟒 )𝟐 𝑄𝑃𝑆 = [𝐶𝑎2+ ]3 [𝑃𝑂43− ]2 𝐾𝑃𝑆 = 2.10−29

𝑩𝒂𝑺𝑶𝟒 𝑄𝑃𝑆 = [𝐵𝑎2+ ][𝑆𝑂42− ] 𝐾𝑃𝑆 = 1.10−10

𝑨𝒍(𝑶𝑯)𝟑 𝑄𝑃𝑆 = [𝐴𝑙 3+ ][𝑂𝐻 − ]3 𝐾𝑃𝑆 = 1.10−33

𝑨𝒈𝑪𝒍 𝑄𝑃𝑆 = [𝐴𝑔+ ][𝐶𝑙 − ] 𝐾𝑃𝑆 = 1,7.10−10

Assim como já vimos no Capítulo de Equilíbrio Químico, o QPS, calculado pelo produto das
concentrações dos íons, é o coeficiente de ação de massas associado ao sistema. Já a constante
de equilíbrio (KPS) é o valor limite para o QPS. A igualdade entre os dois acontece na solução
saturada.

QPS < KPS Insaturada

Produto de
QPS = KPS Saturada
Solubilidade

QPS > KPS Supersaturada

Figura 24: Solução Saturada

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 53


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5.1.1. Solubilidade em Água Pura


Para calcular a solubilidade em água pura de um sal a partir do seu KPS, é preciso levar em
conta a tabela estequiométrica corresponde à dissolução.
O caso mais simples envolve um sal formado por um único cátion e um único ânion com
cargas de mesma magnitude.

Vejamos outros exemplos. No caso do hidróxido de alumínio (A(OH)3), cada fórmula do


sal contém três íons alumínio (A+). Por conta disso, esse fator aparece na estequiometria do sal.

𝑨𝒍(𝑶𝑯)𝟑 (𝒔) ⇆ 𝑨𝒍𝟑+ (𝒂𝒒) + 𝟑 𝑶𝑯− (𝒂𝒒)

Início − 0 0

reage 𝑥 𝑥 3𝑥

equilíbrio − 𝑥 3𝑥

Por fim, no caso do fosfato de cálcio, cuja fórmula mínima é Ca3(PO4)2, exi

𝑪𝒂𝟑 (𝑷𝑶𝟒 )𝟐 (𝒔) ⇆ 𝟑𝑪𝒂𝟐+ (𝒂𝒒) + 𝟐 𝑷𝑶𝟑−


𝟒 (𝒂𝒒)

Início − 0 0

reage 𝑥 3𝑥 2𝑥

equilíbrio − 3𝑥 2𝑥

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 54


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É importante registrar que, se o sal A tem um valor de KPS mais alto que o sal B, isso não
significa, necessariamente, que o sal A é mais solúvel. A solubilidade não depende somente do
valor do KPS, mas também da estequiometria do sal.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Calcule a solubilidade do sulfato de bário em água a 25 °C em gramas por litro.

Dado: KPS = 1,0.10-10. Massas Molares: Ba = 137 u, O = 16 u , S = 32 u.

Comentários

Como só existe sulfato de bário em solução, pode-se afirmar que cada 𝑥 mol/L de sal
gera 𝑥 mol/L de 𝐵𝑎2+ e 𝑥 mol/L de 𝑆𝑂42− . Considere a equação da dissolução desse sal.

𝑩𝒂𝑺𝑶𝟒 (𝒔) ⇆ 𝑩𝒂𝟐+ (𝒂𝒒) + 𝑺𝑶𝟐−


𝟒 (𝒂𝒒)

Início − 0 0

reage 𝑥 𝑥 𝑥

equilíbrio − 𝑥 𝑥

𝐾𝑃𝑠 = [𝐵𝑎2+ ][𝑆𝑂42− ] = 1.10−10

𝐾𝑃𝑠 = 𝑥. 𝑥 = 𝑥 2 = 1.10−10

𝑥 = 10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿

A solubilidade em gramas pode ser obtida multiplicando pela massa de fórmula do sal
que é:

𝑀𝐵𝑎𝑆𝑂4 = 1.137 + 1.32 + 4.16 = 233

𝑆 = 𝑛𝐵𝑎𝑆𝑂4 . 𝑀𝐵𝑎𝑆𝑂4 = 10−5 . 233 𝑔/𝐿 = 23,3.10−5 𝑔/𝐿

Uma das principais aplicações práticas do sulfato de bário é como agente de contraste
em radiografias.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 55


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Gabarito: 233 μg/L

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Calcule a solubilidade do fosfato de cálcio em água a 25 °C em gramas por litro.

Dado: KPS = 2,0.10-29. Massas Molares: Ca = 40 u, P = 31 u , O = 16 u.

Comentários

Devido à estequiometria do sal, para cada 𝑥 mol de sal dissolvidos, tem-se 3𝑥 mol de
𝐶𝑎2+ e 2𝑥 mol de 𝑃𝑂43− .

𝑪𝒂𝟑 (𝑷𝑶𝟒 )𝟐 ⇆ 𝟑 𝑪𝒂𝟐+ (𝒂𝒒) + 𝟐 𝑷𝑶𝟑−


𝟒 (𝒂𝒒)

Início − 0 0

reage 𝑥 3𝑥 2𝑥

equilíbrio − 𝑥 𝑥

Aplicando a expressão do produto de solubilidade.

𝐾𝑃𝑠 = [𝐶𝑎2+ ]3 [𝑃𝑂43− ]2 = 2.10−29

(3𝑥)3 . (2𝑥)2 = 108𝑥 5 = 2.10−29

2 20
𝑥5 = . 10−29 = . 10−30
108 108

5 20 5 20
𝑥=√ . 10−30 = √ . 10−6 ≅ 0,71.10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿
108 108

Podemos, agora, calcular a massa molar do sal.

𝑀𝐶𝑎3 (𝑃𝑂4)2 = 3.40 + 2. [1.31 + 4.6] = 120 + 2. (32 + 24) = 120 + 112 = 232 𝑔/𝑚𝑜𝑙

Ao multiplicar a solubilidade molar pela massa molar do sal, chega-se à solubilidade


em massa.

∴ 𝑆 = 𝑥. 𝑀𝐶𝑎3 (𝑃𝑂4)2 = 0,71.10−5 . 232 = 165.10−5 = 1,65.10−3 𝑔/𝐿 = 1,65 𝑚𝑔/𝐿

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 56


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É interessante observar que, embora o produto de solubilidade do fosfato de cálcio


seja bem menor que o do sulfato de bário, as solubilidades molares são muito próximas.
Isso acontece devido à diferença de estequiometria entre os dois sais.

Gabarito: 1,65 mg/L

5.1.2. Efeito do Íon Comum


Na grande maioria das situações práticas, não se dissolve um sal na água pura, mas
normalmente em uma solução que já contém outros sais.
Sempre que um sal for dissolvido em uma solução que já contém algum dos seus íons, a
sua solubilidade diminui.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

O béquer A contém 500 mL de uma solução saturada de sulfato de bário (𝑲𝑷𝑺 = 𝟏. 𝟏𝟎−𝟏𝟎 ).
Já o béquer B contém 500 mL de uma solução 0,2 mol/L de sulfato de zinco. Ao misturar
os dois recipientes, calcule a quantidade em massa do precipitado e a concentração final
de íons 𝑩𝒂𝟐+ na mistura.
Dado: massa molar do sulfato de bário 𝑴𝑩𝒂𝑺𝑶𝟒 = 𝟐𝟑𝟑, 𝟒 𝒈/𝒎𝒐𝒍.

Comentários

A solubilidade do sulfato de bário já foi calculada e vale 10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿, portanto o béquer
A contém 5.10−6 𝑚𝑜𝑙 do sal. É importante notar que, ao misturar os dois béqueres, ocorre
uma diluição das duas amostras, portanto, na amostra final:

[𝑍𝑛𝑆𝑂4 ] = 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Pode-se considerar que a quantidade de íons sulfato provenientes do sulfato de bário


é pequena em relação à quantidade fornecida pelo sulfato de zinco, uma vez que a
solubilidade do primeiro sal é bem menor. Dessa forma, tem-se:

[𝑆𝑂42− ] = 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Mas o produto de solubilidade deve permanecer constante, portanto:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 57


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𝐾𝐵𝑎𝑆𝑂4 = [𝐵𝑎2+ ][𝑆𝑂42− ] = [𝐵𝑎2 ]. 0,1 = 1.10−10

[𝐵𝑎2+ ] = 10−9 𝑚𝑜𝑙/𝐿

A solução original continha 5.10−6 mol de 𝐵𝑎2+ que foram reduzidos a 10−9 𝑚𝑜𝑙.
Portanto, o precipitado é:

𝑥 = 5.10−6 − 10−9 ≅ 5.10−6 𝑚𝑜𝑙

𝑚 = 5.10−6 . 233,4𝑔 = 1,17 𝑔

Gabarito: 1,17 g

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Em aquário marinho, o bário é considerado um elemento tóxico. Sabendo-se que a


concentração máxima segura do elemento é de 13,7.10-6 g/L e que os níveis de sulfato são
mantidos constantes em torno de 864 mg/L, é possível que haja ainda algum bário acima
do limiar de toxicidade na água?

Dado: KPS = 1,08.10-10. Massas Molares: Ba = 137 u, P = 31 u , O = 16 u.

Comentários

Primeiramente, devemos calcular a concentração molar de íon sulfato (SO42–). Para


isso, basta dividir a concentração em g/L pela massa molar do íon.

𝑀𝑆𝑂42− = 1.32 + 4.16 = 32 + 64 = 96 𝑔/𝑚𝑜𝑙

A concentração molar pode ser obtida dividindo-se a concentração em massa pela


massa molar.

0,864
[𝑆𝑂42− ] = = 0,009 𝑚𝑜𝑙/𝐿
96
Na situação de saturação, o produto de solubilidade se igual ao coeficiente de ação
de massas.

𝐾𝑃𝑆 = [𝐵𝑎2+ ][𝑆𝑂42− ] = 1,08.10−10

0,009. [𝑆𝑂42− ] = 1,08.10−10

1,08.10−10
∴ [𝐵𝑎2+ ] = −3
= 0,12.10−10+3 = 1,2.10−8 𝑚𝑜𝑙/𝐿
9.10

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 58


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Podemos calcular a massa de bário máxima que pode ser dissolvida na água.

𝑚𝐵𝑎2+ = 137.1,2.10−8 = 164.10−8 𝑔 = 1,64.10−6 𝑔/𝐿

Sendo assim, o máximo de bário que pode se dissolver ainda é bem inferior ao limiar
de toxicidade, que é de 13,7.10-6 g/L. Logo, não se encontra bário acima do patamar
tóxico na água.

Gabarito: não

5.2. Constante de Acidez e Basicidade


Os eletrólitos moleculares incluem:
• Ácidos. Por exemplo: 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻, 𝐻𝐶𝑁, 𝐻𝐶𝑙;
• Amônia (𝑁𝐻3 );
• Bases orgânicas derivadas da amônia. Por exemplo: 𝐶𝐻3 − 𝐶𝐻2 − 𝑁̈ 𝐻2 .
Sendo assim, embora estejamos estudando a Constante de Acidez, o mesmo raciocínio se
aplica à amônia e às bases orgânicas dela derivadas.
Eles são consideradas eletrólitos fracos, porque podem se dissolver na forma de
moléculas. Sendo assim, nem tudo o que se dissolve está 100% dissociado.
É natural que entendamos esse raciocínio para o caso de ácidos fracos e para a amônia.

[𝑁𝐻4+ ][𝑂𝐻 − ]
𝑁̈𝐻3 (𝑎𝑞) + 𝐻𝑂𝐻(𝑙) ⇆ 𝑁𝐻4+ (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞) 𝐾𝑏 = = 1,8.10−5
[𝑁𝐻3 ]

[𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂− ][𝐻 + ]


𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) ⇆ 𝐻 + (𝑎𝑞) + 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂 − (𝑎𝑞) 𝐾𝑎 = = 1,8.10−5
[𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻]

Quanto maior a constante de acidez, maior será o grau de ionização do ácido em solução
aquosa.
Tanto a amônia como o ácido acético são eletrólitos fracos. Isso significa que eles estão
em solução tanto na forma de moléculas como na forma de íons. Ou seja, o grau de ionização em
ambos os casos não é igual a 100%.
É interessante observar que tanto a amônia como o ácido acético são infinitamente
solúveis em água, o que significa que eles podem se misturar à água em qualquer proporção,
sempre formando uma solução. Portanto, o paralelo entre a amônia, que é fraca e infinitamente
solúvel, e o hidróxido de prata, que é forte e pouco solúvel, é bastante interessante para ilustrar
a diferença entre força e solubilidade.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 59


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Figura 25: Ilustração da Diferença entre Força e Solubilidade

Perceba, portanto, que a Constante de Acidez (ou de Basicidade, no caso de bases fracas)
não se relaciona com a solubilidade, mas sim com a força ácida.
Por exemplo, a amônia possui uma constante muito baixa (𝐾𝑏 = 1,8.10−5 ) , porém, é
infinitamente solúvel em água. Por outro lado, o ácido benzoico (𝐾𝑎 = 6,2. 10−5 ) é um ácido mais
forte, porém, é pouco solúvel em água à temperatura ambiente – apenas 3,4 g/L.
Sendo assim, vamos resumir os significados do produto de solubilidade – para compostos
iônicos, como sais e hidróxidos de metais – e da constante de acidez ou basicidade para
compostos moleculares.
Tabela 10: Comparativo sobre Produto de Solubilidade e Constante de Acidez

Produto de Solubilidade Constante de Acidez (ou de Basicidade)

Eletrólitos Fortes (compostos iônicos) Eletrólitos Fracos (compostos moleculares)

Indica a solubilidade em água Indica o grau de ionização

É interessante ressaltar que, quando falamos da Constante de Acidez, a força ácida é


relaciona ao seu grau de ionização.
Outro ponto que podemos destacar é que os poliácidos, ou seja, os ácidos que possuem
vários hidrogênios ionizáveis, possuem uma constante de ionização para cada hidrogênio. Sendo
assim, os diácidos possuem duas constantes de ionização; os triácidos possuem três constantes
de ionização. Considere o caso do ácido fosfórico (H3PO4).

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 60


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+ [𝐻2 𝑃𝑂4− ][𝐻3 𝑂+ ]


𝐻3 𝑃𝑂4 (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇌ 𝐻3 𝑂(𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑃𝑂4− 𝐾𝑎1 = = 7,5.10−3
[𝐻3 𝑃𝑂4 ]

+ [𝐻𝑃𝑂42− ][𝐻3 𝑂+ ]
𝐻2 𝑃𝑂4− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇌ 𝐻3 𝑂(𝑎𝑞) + 𝐻𝑃𝑂42− 𝐾𝑎2 = = 6,2.10−8
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]

+ [𝑃𝑂43− ][𝐻3 𝑂+ ]
𝐻𝑃𝑂42− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇌ 𝐻3 𝑂(𝑎𝑞) + 𝑃𝑂43− 𝐾𝑎3 = = 3,6.10−13
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]

Vale ressaltar que a segunda ionização de um ácido é sempre mais fraca que a primeira.
Isso acontece, porque a segunda ionização sempre implica em afastar carga positiva (o íon 𝐻 + )
de carga negativa – o ânion produzido pela primeira ionização. Isso é sempre mais difícil do que
afastar a carga positiva de uma molécula neutra.
Tenha em mente esse princípio e analise novamente as constantes de ionização do ácido
fosfórico.
Como as constantes de ionização podem ser números muito pequenos, é também comum
fornecê-las na forma logarítima (pKa). De forma semelhante ao pH, o pKa é definido como o
menos logaritmo da constante de ionização.
𝑝𝐾𝑎 = − log 𝐾𝑎
Quanto maior a constante de ionização, menor o valor de pKa. Portanto, quanto menor o
pKa, mais forte será o ácido. Em geral, chamamos de fortes os ácidos que possuem pKa < 0.
Tabela 11: Exemplos de Constantes de Ionização

Ácido Nome pKa

𝑯𝑪𝒍 Ácido Clorídrico -7,0

𝑯𝟐 𝑺𝑶𝟒 Ácido Sulfúrico -3,9 (pKa1)


2,0 (pKa2)

𝑪𝟔 𝑯𝟓 𝑺𝑶𝟑 𝑯 Ácido benzenossulfônico -2,8

𝑯𝑵𝑶𝟑 Ácido Nítrico -1,4

𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 Ácido acético 4,75

𝑯𝑪𝑵 Ácido Cianídrico 9,21

𝑪𝟔 𝑯𝟓 𝑶𝑯 Fenol 10,0

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 61


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5.2.1. Cálculo de pH de Soluções de Ácidos Fortes


No caso de monoácidos fortes, o cálculo do pH é relativamente simples. Vamos considerar que
a concentração do ácido será aproximadamente igual à concentração de íons [𝐻 + ].
Dessa maneira, o pH será simplesmente o menos logaritmo da concentração do ácido.

Concentração pH

𝟏 𝒎𝒐𝒍/𝑳 0

𝟏𝟎−𝟏 𝒎𝒐𝒍/𝑳 1

𝟏𝟎−𝟐 𝒎𝒐𝒍/𝑳 2

𝟏𝟎−𝟑 𝒎𝒐𝒍/𝑳 3

𝟏𝟎−𝟒 𝒎𝒐𝒍/𝑳 4

𝟏𝟎−𝟓 𝒎𝒐𝒍/𝑳 5

O ácido clorídrico (HC), também conhecido como muriático, é um dos ácidos mais fortes
da natureza. Embora habitualmente o consideremos um ácido forte, ao pé da letra, ele não pode
ser considerado um ácido 100% forte, pois ainda existe uma concentração, mesmo que mínima
de moléculas de HC dissolvidas na forma não-ionizada.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Determine a concentração de moléculas HC (aq) em uma solução 0,01 mol/L do ácido,
considerando que o ácido esteja quase 100% ionizado.

Dados: pKa = -7,0.

Comentários

Considere a reação de dissolução do ácido clorídrico (HC).

𝑯𝑪𝒍 (𝒂𝒒) + 𝑯𝑶𝑯 (𝒂𝒒) → 𝑯𝟑 𝑶+ (𝒂𝒒) + 𝑪𝒍− (𝒂𝒒)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 62


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Início 0,01 − 0 0

Reage ~0,01 − ~0,01 ~0,01

Equilíbrio 𝑥 ~0,01 ~0,01

Deixamos no equilíbrio uma pequena concentração 𝑥 de moléculas de HC (aq) que


não reagiram. Essa concentração é muito pequena em relação a 0,01 mol/L, portanto,
podemos considerar que a concentração de íons [𝐻3 𝑂+ ] = [𝐶𝑙 − ] = 0,01.

Vamos escrever a equação da constante de equilíbrio.

[𝐻3 𝑂+ ][𝐶𝑙 − ]
𝐾𝑎 =
[𝐻𝐶𝑙]

Para calcular o seu valor numérico, devemos considerar o pKa.

𝑝𝐾𝑎 = − log 𝐾𝑎 = −7

log 𝐾𝑎 = 7

∴ 𝐾𝑎 = 107

Substituindo na expressão da constante de equilíbrio, temos:

[𝐻3 𝑂+ ][𝐶𝑙 − ]
𝐾𝑎 = = 107
[𝐻𝐶𝑙]

10−2 . 10−2
= 107
𝑥
10−2 . 10−2
∴𝑥= 7
= 10−11 𝑚𝑜𝑙/𝐿
10
Sendo assim, a concentração de moléculas HC (aq) em uma solução do ácido é
realmente muito pequena, de modo que podemos considerá-la desprezível.

Gabarito: 10-11 mol/L

5.2.2. Cálculo de pH de Soluções de Ácidos Fracos


Quando a constante de ionização do ácido é muito pequena, geralmente se considera que
a quantidade do ácido ionizado é muito menor que a sua concentração original.
Com base nisso, existe uma aproximação conhecida como Lei da Diluição de Ostwald.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 63


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Considere a reação de ionização de uma solução de molaridade M ácido fraco genérico


HX. Definindo como α o seu grau de ionização, podemos construir a seguinte tabela.

𝑯𝑿 (𝒂𝒒) + 𝑯𝑶𝑯 (𝒂𝒒) ⇆ 𝑯𝟑 𝑶+ (𝒂𝒒) + 𝑿− (𝒂𝒒)

Início 𝑀 − 0 0

Reage 𝛼𝑀 − 𝛼𝑀 𝛼𝑀

Equilíbrio (1 − 𝛼)𝑀 𝛼𝑀 𝛼𝑀

Aplicando a constante de ionização para a reação estudada, temos:


[𝐻3 𝑂+ ][𝑋 − ] (𝛼𝑀)(𝛼𝑀) 𝛼2
𝐾𝑎 = = = 𝑀
[𝐻𝑋] (1 − 𝛼)𝑀 1−𝛼
Considerando que o ácido seja fraco, o seu grau de ionização é muito pequeno, ou seja,
𝛼 ≪ 1, temos que (1 − 𝛼 ≅ 1). Portanto:

𝛼2
𝐾𝑎 = 𝑀 ≅ 𝛼2𝑀
1−𝛼

Um fato interessante que podemos notar a partir dessa expressão é que o grau de
ionização não é constante para um ácido fraco. Em vez disso, ele é, de forma aproximada,
inversamente proporcional à raiz quadrada da sua concentração molar.
Sendo assim, quanto mais concentrada for a solução de uma ácido fraco, menor será o seu
grau de ionização. Ou seja, mais ácido estará presente na forma de moléculas.
Com base nessa expressão, podemos fazer alguns exercícios.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Determine o pH de uma solução 0,18 mol/L de ácido acético.

Dados: Ka = 1,8.10-5; log 18 = 1,25

Comentários

Consideremos a equação da ionização do ácido acético.

𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 (𝒂𝒒) + 𝑯𝑶𝑯 (𝒂𝒒) ⇆ 𝑯𝟑 𝑶+ (𝒂𝒒) + 𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶− (𝒂𝒒)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 64


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Início 𝑀 − 0 0

Reage 𝛼𝑀 − 𝛼𝑀 𝛼𝑀

Equilíbrio (1 − 𝛼)𝑀 𝛼𝑀 𝛼𝑀

Vamos escrever a sua constante de ionização.

[𝐻3 𝑂+ ][𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂 − ] (𝛼𝑀). (𝛼𝑀) 𝛼2𝑀


𝐾𝑎 = = =
[𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻] (1 − 𝛼)𝑀 (1 − 𝛼)

Considerando que o grau de ionização seja muito baixo, ou seja, 𝛼 ≪ 1, temos:

𝐾𝑎 ≅ 𝛼 2 . 0,18 = 1,8.10−5

1,8.10−5
∴ 𝛼2 = = 10−4
0,18

∴ 𝛼 = 10−2 = 0,01

Dessa maneira, temos que:

[𝐻3 𝑂+ ] = 𝛼𝑀 = 0,01.0,18 = 1,8.10−3 = 18.10−4

Extraindo o pH, temos:

𝑝𝐻 = − log[𝐻3 𝑂+ ] = − log(18.10−4 ) = 4 − log(18) = 4 − 1,25 = 2,75

Gabarito: 2,75

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Determine a concentração de uma solução de ácido acético, cujo grau de ionização seja
igual a 50%.

Dados: Ka = 1,8.10-5

Comentários

De posse da expressão:

[𝐻3 𝑂+ ][𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂 − ] (𝛼𝑀). (𝛼𝑀) 𝛼2𝑀


𝐾𝑎 = = =
[𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻] (1 − 𝛼)𝑀 (1 − 𝛼)

Basta aplicar que 𝛼 = 0,50.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 65


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(0,50)2 . 𝑀
𝐾𝑎 ≅ = 1,8.10−5
1 − 0,50
0,25
. 𝑀 = 1,8.10−5
0,50

0,50. 𝑀 = 1,8.10−5

1,8.10−5
∴𝑀= = 3,6.10−5
0,50

Gabarito: 3,6.10-5 mol/L

Um caso interessante é quando precisamos calcular o pH de uma solução de um diácido,


cuja primeira ionização é forte, como o ácido sulfúrico.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Determine o pH de uma solução 0,1 mol/L de ácido sulfúrico (H2SO4).

Dados: pKa2 = 3,0.

Comentários

O ácido sulfúrico é considerado um ácido forte na sua primeira ionização.

𝑯𝟐 𝑺𝑶𝟒 (𝒂𝒒) + 𝑯𝑶𝑯 (𝒂𝒒) → 𝑯𝟑 𝑶+ (𝒂𝒒) + 𝑯𝑺𝑶−


𝟒

Início 0,1 − 0 0

Reage 0,1 − 0,1 0,1

Equilíbrio 0 0,1 0,1

Após a primeira ionização, a segunda ionização já parte de uma concentração de íons


H3O+ de 0,1 mol/L.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 66


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𝑯𝑺𝑶− + 𝟐−
𝟒 (𝒂𝒒) + 𝑯𝑶𝑯 (𝒂𝒒) ⇆ 𝑯𝟑 𝑶 (𝒂𝒒) + 𝑺𝑶𝟒 (𝒂𝒒)

Início 0,1 − 0,1 0

Reage 𝑥 − 0,1 𝑥

Equilíbrio 0,1 − 𝑥 0,1 + 𝑥 𝑥

Com isso, podemos aplicar na expressão da segunda constante de ionização do ácido:

[𝐻3 𝑂+ ][𝑆𝑂42− ] (0,1 + 𝑥). 𝑥


𝐾𝑎2 = = = 10−3
[𝐻𝑆𝑂4− ] (0,1 − 𝑥)

Podemos resolver a equação do segundo grau.

0,1. 𝑥 + 𝑥 2 = 10−3 (0,1 − 𝑥)

0,1. 𝑥 + 𝑥 2 = 10−4 − 10−3 . 𝑥

𝑥 2 + 0,101. 𝑥 − 10−4 = 0

Podemos tomar o discriminante da equação:

Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 = (0,101)2 + 4.1.10−4 = 0,010201 + 0,0004 = 0,010601

Aplicando a Fórmula de Bhaskara, segue que:

−𝑏 ± √Δ −0,101 ± √0,010601 −0,101 ± 0,10296 0,00196


𝑥= = = = = 1,48.10−3
2𝑎 2.1 2 2
Portanto, a concentração de íons hidrônio (𝐻3 𝑂+ ):

[𝐻3 𝑂+ ] = 0,1 + 1,48.10−3 = 0,10148 𝑚𝑜𝑙/𝐿

∴ 𝑝𝐻 = − log[𝐻3 𝑂 + ] = − log(0,10148) ≅ 0,994

Note que a segunda ionização do ácido influencia muito pouco no valor do pH.

Gabarito: 0,994

5. pH de Soluções Salinas
O termo neutralização de um ácido por uma base dá a entender que as soluções salinas
são sempre neutras. No entanto, muitas soluções salinas não apresentam necessariamente pH
neutro.
Para entender o cálculo do pH de soluções salinas, devemos observar que os íons
derivados de ácidos e bases podem sofrer hidrólise em água liberando íons H+ ou OH–.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 67


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Na Tabela 12, apresentamos um esquema em que mostramos que a hidrólise de ânions


derivados de ácidos libera o íon hidróxido (𝑂𝐻 − ) e que a hidrólise de cátions de bases libera o
íon hidrônio (𝐻3 𝑂+ ).
Tabela 12: Hidrólise de íons derivados de ácidos e bases

Hidrólise de ânions de ácidos 𝑿− (𝒂𝒒) + 𝑯𝟐 𝑶 (𝒍) → 𝑯𝑿(𝒂𝒒) + 𝑶𝑯− (𝒂𝒒)

Hidrólise de cátions de bases 𝐵+ (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 (𝑙) → 𝐵𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝐻3 𝑂+ (𝑎𝑞)

Portanto, sempre que o ânion do ácido hidrolisar, ele produzirá uma solução mais alcalina.
De modo contrário, quando o cátion da base hidrolisar, produzirá uma solução mais ácida.
Vamos analisar os diversos casos de soluções salinas para que possamos calcular o pH.
Mas, para isso, precisamos nos lembrar de uma importante regra a respeito da força de ácidos e
bases de Brönsted-Lowry.

Quanto mais forte for o ácido, mais fraca será a sua base conjugada. Vale lembrar que
a base conjugada de um ácido é o ânion que a ele corresponde.

Analogamente, quanto mais forte for a base, mais fraco será o seu ácido conjugado.
Vale lembrar que o ácido conjugado de uma base é o cátion que a ela corresponde.

5.1. Sal de Ácido Forte e Base Forte


Uma solução aquosa de um sal normal de ácido forte e base forte apresentará sempre pH
neutro, exatamente o mesmo da água pura. Na temperatura de 25 °C, o pH será sempre igual a
7.

Só para relembrar: um sal normal é aquele que não possui íons 𝐻 + nem 𝑂𝐻 − na sua
composição. É o caso do cloreto de sódio (NaC) e do nitrato de cálcio – Ca(NO3)2.
Por outro lado, o bissulfato de sódio (NaHSO4) não é um sal normal, pois contém um
íon 𝐻 + na sua estrutura.

A razão para isso é que nem o cátion nem o ânion hidrolisam. Tomemos como exemplo o
cloreto de sódio (NaC). Nesse caso, o cátion (𝑁𝑎+ ) é derivado de uma base forte (𝑁𝑎𝑂𝐻),
enquanto o ânion (𝐶𝑙 − ) é derivado de um ácido forte (𝐻𝐶𝑙). Portanto, nenhum dos dois hidrolisa.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 68


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O íon sódio (𝑁𝑎+ ) não hidrolisa, porque, se o fizesse, produziria o hidróxido de sódio
(𝑁𝑎𝑂𝐻), que é uma base forte. Por ser uma base forte, o hidróxido de sódio está sempre 100%
dissociado, portanto, ficaria na solução somente na forma iônica, ou seja, 𝑁𝑎 + .
Analogamente, se o íon cloreto (𝐶𝑙 − ) hidrolisasse, ele produziria o ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙).
Porém, o ácido clorídrico é um ácido forte, ele se encontra em solução 100% dissociado na forma
de íons, ou seja, na forma de íon cloreto (𝐶𝑙 − ).
Sendo assim, como nenhum dos íons sofre reações, não há liberação nem de (𝐻 + ) nem de
(𝑂𝐻 − ).Portanto, a dissolução do sal não promove alteração no pH da água.
Mais adiante, estudaremos um caso em que o sal é formado por ácido forte e base forte,
mas não é normal.

5.2. Sal de Ácido Fraco e Base Forte


Tome como exemplo o cianeto de sódio (𝑁𝑎𝐶𝑁). Nesse caso, a solução será alcalina.
O cátion da base é o íon sódio (Na+) que não hidrolisa, porque é o cátion correspondente
a uma base forte, como visto anteriormente.

O ânion do ácido sofre hidrólise, porque forma um ácido fraco.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 69


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Como o ácido cianídrico (HCN) é um ácido fraco, é realmente de se esperar que ele exista
em solução como um equilíbrio da forma molecular (HCN) com a forma iônica (CN–). A constante
de equilíbrio para essa reação é denominada constante de hidrólise do íon cianeto.
Como subproduto da hidrólise do cianeto, são produzidos íons hidroxila (OH–), que é o
que justifica o pH alcalino.
A constante de hidrólise pode ser obtida diretamente a partir da constante de acidez do
ácido cianídrico. Vejamos a demonstração.
[𝐻𝐶𝑁][𝑂𝐻 − ]
𝐾ℎ =
[𝐶𝑁 − ]
Podemos multiplicar tanto o numerador como o denominador pela concentração [𝐻3 𝑂+ ]
[𝐻𝐶𝑁][𝑂𝐻 − ][𝐻3 𝑂+ ]
𝐾ℎ =
[𝐶𝑁 − ][𝐻3 𝑂+ ]
Podemos organizar os termos da equação.

𝐾𝑤
∴ 𝐾ℎ =
𝐾𝑎

Em geral, como as constantes de hidrólise tendem a ser muito pequenas, é comum


considerar que a quantidade de íons produzidas na ionização é muito pequena em relação à
concentração inicial do sal. Com isso, fazemos a mesma aproximação que já tínhamos visto para
o cálculo de pH de soluções de ácidos fracos. Vejamos um exemplo a seguir.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 70


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(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Calcule o pH de uma solução 1 mol.L-1 de 𝑵𝒂𝑪𝑵.

Dados: Ka = 4.10-10; Kw = 10–14; log 2 = 0,30

Comentários

O cianeto de sódio é um sal de um ácido fraco e uma base forte. Portanto, somente o
íon corresponde ao ácido hidrolisa.

𝐶𝑁 − (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 (𝑙) → 𝐻𝐶𝑁 (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 −

[𝐻𝐶𝑁][𝑂𝐻 − ] 𝐾𝑤 10−14 100.10−12


𝐾ℎ = = = = = 25.10−6
[𝐶𝑁 − ] 𝐾𝑎 4.10−10 4.10−10

Podemos escrever a tabela estequiométrica correspondente à reação estudo.

𝑪𝑵− + 𝑯𝟐 𝑶 → 𝑶𝑯− + 𝑯𝑪𝑵

Início 1,0 − 0 0

Reage 𝑥 − 𝑥 𝑥

Equilíbrio 1 − 𝑥 − 𝑥 𝑥

Substituindo os valores da tabela estequiométrica na constante de hidrólise calculada,


temos:

[𝐻𝐶𝑁][𝑂𝐻 − ] 𝑥2
𝐾ℎ = = = 25.10−6
[𝐶𝑁 − ] 1−𝑥

Como o valor da constante de hidrólise é muito pequeno, podemos assumir que o


valor de 𝑥 é muito pequeno, já que ele está no numerador. Logo, 1 − 𝑥 ≅ 1, portanto:

𝑥 2 = 25.10−6 ∴ 𝑥 = 5.10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Portanto, a concentração de íons hidroxila é:

𝑥 = [𝑂𝐻 − ] = 5.10−3

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 71


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A partir da concentração de íons hidroxila

+]
𝐾𝑤 10−14
[𝐻3 𝑂 = = = 2.10−12
[𝑂𝐻 − ] 5.10−3

𝑝𝐻 = − log(2.10−10 ) = − (log(2) − 12) = 11,7

Portanto, a solução é básica.

Gabarito: 11,7

Em Funções Inorgânicas, nós estudamos que existem os sais ácidos e os sais básicos.
Porém, é interessante observar que, embora um sal ácido contenha íons 𝐻 + em sua rede de
cristalização, isso não significa que as suas soluções aquosas sejam ácidas.
Por exemplo, o bicarbonato de sódio (𝑁𝑎𝐻𝐶𝑂3 ), que poderia também ser chamado de
carbonato ácido de sódio, é um sal ácido. Porém, um de seus usos mais conhecidos é como
antiácido estomacal.
Como pode isso?
O que acontece é que, na verdade, esse sal é de hidrólise alcalina, porque é formado por
um sal de ácido fraco e base forte. O íon bicarbonato.
𝐻𝐶𝑂3− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇆ 𝐻2 𝑂 (𝑙) + 𝐶𝑂2 (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)
Devido à hidrólise do íon bicarbonato, a solução é alcalina.

5.3. Sal de Ácido Forte e Base Fraca


Nesse caso, a solução é ácida, uma vez que o cátion da base sofre hidrólise. Considere,
por exemplo, a dissolução de cloreto de amônio (𝑁𝐻4 𝐶𝑙).
O ânion cloreto não sofre hidrólise, tendo em vista que formaria o ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙).

Por outro lado, o íon amônio (𝑁𝐻4+ ) sofre hidrólise liberando íons 𝐻3 𝑂+ em água, deixando
a solução ácida. O procedimento para calcular o pH da solução é análogo, bastando conhecer o
𝐾𝑏 da base.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 72


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+ [𝑵𝑯𝟑 ][𝑯𝟑 𝑶+ ]
𝑵𝑯+
𝟒 (𝒂𝒒) + 𝑯𝟐 𝑶 ⇄ 𝑵𝑯𝟑(𝒂𝒒) + 𝑯𝟑 𝑶(𝒂𝒒)
𝑲𝒉 =
[𝑵𝑯+ 𝟒]

De modo análogo ao que fizemos anteriormente, devemos multiplicar pela concentração


de [𝑂𝐻 − ] no numerador e no denominador.
[𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ] [𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ][𝑂𝐻 − ]
𝐾ℎ = =
[𝑁𝐻4+ ] [𝑁𝐻4+ ][𝑂𝐻 − ]
Vamos agora notar os termos dentro da constante de hidrólise.

Sendo assim, de modo análogo ao que havíamos deduzido anteriormente para os sais de
ácidos fracos.
𝐾𝑤
𝐾ℎ =
𝐾𝑏
Dessa maneira, o cálculo do pH de uma solução de ácido forte e base fraca é muito
semelhante ao que fazíamos no caso de sal de ácido fraco e base forte. A diferença principal é
apenas que calculamos diretamente a concentração de íons [𝐻3 𝑂+ ]. Vejamos um exemplo.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Calcule o pH de uma solução 0,11 mol.L-1 de cloreto de amônio (NH4C)

Dados: Kb = 2.10-5 Kw = 10–14; log 2 = 0,30

Comentários

O cloreto de amônio é um sal de um ácido forte e uma base fraca. Portanto, somente
o íon corresponde ao ácido hidrolisa.

𝑁𝐻4+ (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 (𝑙) → 𝑁𝐻3 (𝑎𝑞) + 𝐻3 𝑂+ (𝑎𝑞)

[𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ] 𝐾𝑤 10−14 10.10−13


𝐾ℎ = = = = = 5.10−8
[𝑁𝐻4+ ] 𝐾𝑏 2.10−5 2.10−5

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 73


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Podemos escrever a tabela estequiométrica correspondente à reação estudo.

𝑵𝑯+
𝟒 + 𝑯𝟐 𝑶 → 𝑵𝑯𝟑 + 𝑯𝟑 𝑶+

Início 0,1 − 0 0

Reage 𝑥 − 𝑥 𝑥

Equilíbrio 0,1 − x − 𝑥 𝑥

Substituindo os valores da tabela estequiométrica na constante de hidrólise calculada,


temos:

[𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ] 𝑥2
𝐾ℎ = = = 5.10−8
[𝑁𝐻4+ ] 0,1 − 𝑥

Como o valor da constante de hidrólise é muito pequeno, podemos assumir que o grau
de ionização é muito pequeno. Logo, 0,1 − 𝑥 ≅ 1, portanto:

𝑥 2 = 5.10−8

Portanto, a concentração de íons hidrônio é:

[𝐻3 𝑂+ ]2 = 5.10−8

Como precisamos calcular o pH, observe que não foi dado o logaritmo de 5. Portanto,
é mais conveniente escrever a concentração da seguinte forma:

+ ]2 −8
10−9 1
[𝐻3 𝑂 = 5.10 = =
2 2.109
Em vez de tirar a raiz quadrada, podemos utilizar as propriedades do logaritmo. O
logaritmo da raiz quadrada é igual à metade do logaritmo. Sendo assim.

1 1 9,30
𝑝𝐻 = − log[𝐻3 𝑂+ ] = [2.109 ] = [0,30 + 9] = = 4,15
2 2 2
Portanto, a solução é ácida.

Gabarito: 4,15

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 74


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6. Solução Tampão
O tampão é um dos tipos de soluções mais importantes no estudo de pH. E, por
isso, mesmo, as questões sobre o assunto são extremamente comuns. Sendo assim, eu
recomendo que você preste bastante atenção ao que será transmitido nas próximas linhas.

Uma solução tampão mantém o pH praticamente constante, mesmo com a adição


de quantidades significativas de ácidos ou bases fortes.

Como as enzimas precisam manter-se em uma faixa bem estreita de pH para funcionarem
adequadamente, praticamente todos os sistemas biológicos funcionam à base de um tampão.
Grave isso: o tampão é uma solução que mantém o pH praticamente constante; ou uma
solução que resiste a variações de pH.
Um dos sistemas orgânicos mais importantes é o que está presente no sangue, o qual
permite a manutenção das trocas gasosas, mantendo seu pH em torno de 7,4. O responsável por
esse tamponamento é o equilíbrio entre o ácido carbônico e sua base conjugada, o íon
bicarbonato.

Um tampão é formado por um ácido fraco e um sal desse ácido com base forte.
Também pode ser formado por uma base fraca e um sal dessa base com ácido forte.

Por exemplo, considere uma solução de ácido fraco e íons desse ácido. Nesse caso, tem-
se o seguinte equilíbrio:
𝐻𝑋 (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 ⇄ 𝑋 − (𝑎𝑞) + 𝐻3 𝑂+ (𝑎𝑞)
[𝐻3 𝑂+ ][𝑋 − ]
𝐾𝑎 =
[𝐻𝑋]
Podemos isolar a concentração de íons [𝐻3 𝑂 + ] na equação acima.
𝐾𝑎 [𝐻𝑋]
∴ [𝐻3 𝑂+ ] =
[𝑋 − ]
Sendo assim, podemos tomar o logaritmo natural de ambos os lados da equação.
[𝐻𝑋]
log[𝐻3 𝑂+ ] = log 𝐾𝑎 + log ( )
[𝑋 − ]
Podemos colocar o sinal negativo de ambos os lados da equação. Devemos nos lembrar
também das propriedades do logaritmo da potência. Quando invertemos uma fração, o logaritmo
fica com o sinal trocado.
[𝑋 − ]
− log[𝐻3 𝑂+ ] = − log 𝐾𝑎 + log ( )
[𝐻𝑋]
Usando as definições de pH e pKa, temos a seguinte equação, que também é conhecida
como Equação de Henderson-Hasselbalch.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 75


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[𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[á𝑐𝑖𝑑𝑜]

Essa equação fornece o pH da solução tampão em função da concentração. É importante


observar que o tampão necessariamente requer tanto o ácido fraco como o seu sal para que haja
concentrações razoáveis tanto do ácido como do sal.
Quando adicionamos certa quantidade de ácidos e bases a um sistema tampão, ele reage,
de modo a retornar ao seu pH original.

Perceba que as moléculas do ácido fraco são essenciais para que o sistema possa resistir
à variação de pH provocada pela adição de bases. Por outro lado, os íons do ácido são essenciais
para que o sistema possa resistir à variação de pH provocada pela adição de ácidos.

6.1. Tampão Máximo


O tampão máximo é o sistema em que o número de mols de ácido fraco é exatamente
igual ao número de mols do seu respectivo íon. Nesse caso, tem-se a maior resistência à variação
de pH para ambos os lados.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 76


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Podemos observar esse sistema quando adicionamos uma solução 0,1 mol/L de hidróxido
de sódio (NaOH) a 1 litro de uma solução de 0,1 mol/L de ácido acético. O pH em função do
volume é registrado na Figura 26.

Figura 26: Curva de pH em função do volume de NaOH adicionado a uma solução 0,1 mol/L de ácido
acético

Observe que, quando o volume adicionado de hidróxido de sódio é igual à metade do


volume da solução de ácido acético, ou seja, igual a 0,5 litro, é que ocorre a maior resistência à
variação de pH.
Mesmo que seja adicionado um volume maior de hidróxido de sódio – basta andar para a
direita no gráfico – ou que seja adicionado um volume de ácido forte – basta andar para a
esquerda no gráfico –, a variação de pH é muito pequena. A solução é capaz de se manter em
pH muito próximo a 4,8.
Podemos averiguar mais profundamente o meio reacional. Com a mistura de ácido acético
e hidróxido de sódio, observaremos a reação entre os dois, formando acetato de sódio. A tabela
estequiométrica para essa reação será mostrada a seguir.

𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 + 𝑵𝒂𝑶𝑯 → 𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶− 𝑵𝒂+ + 𝑯𝟐 𝑶

início 0,1 𝑚𝑜𝑙 0,05 𝑚𝑜𝑙 0 𝑚𝑜𝑙 −

reage 0,05 𝑚𝑜𝑙 0,05 𝑚𝑜𝑙 0,05 𝑚𝑜𝑙 −

equilíbrio 0,05 𝑚𝑜𝑙 0 𝑚𝑜𝑙 0,05 𝑚𝑜𝑙 −

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 77


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Note que existe um excesso de ácido acético no meio de reacional. Com a reação,
chegaremos a uma situação em que o número de mols do ácido é exatamente igual ao número
de mols do sal.
Nessa situação, temos:
[𝑋 − ] = [𝐻𝑋]
Retornando à Equação de Henderson-Hasselbalch.
[𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[á𝑐𝑖𝑑𝑜]
Se as concentrações [𝑋 − ] = [𝐻𝑋] forem iguais, teremos que o pH do tampão é:

𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎

Esse é o caso em que o efeito tamponante é máximo, cujo efeito foi ilustrado na Figura 26.
É importante destacar que o pH característico do tampão máximo depende
exclusivamente do ácido fraco que é utilizado na composição.
Por exemplo, no caso do ácido acético (𝑝𝐾𝑎 = 4,75), o tampão máximo é obtido
exatamente em 𝑝𝐻 = 4,75. Podemos verificar também, de forma matemática, o funcionamento
desse sistema como mantenedor de pH.
Considere, por exemplo, um litro de solução 0,1 molar de ácido acético/acetato
(𝑝𝐻 = 4,74). A essa solução é adicionada o mesmo volume (ou seja, incríveis 1 litro) de uma
solução 0,01 molar de ácido clorídrico (𝑝𝐻 = 2).
Veja bem. Estamos falando de um volume realmente grande de uma solução concentrada
de ácido clorídrico.
Como vimos, a adição de ácido provoca um deslocamento no equilíbrio do ácido com a
sua base conjugada.

Dessa forma, a adição do ácido provoca um aumento na quantidade de íons acetato e


redução na quantidade de ácido acético. Vamos supor que a reação tenha sido total, de modo a
consumir todo o ácido excedente.

𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶𝑯 + 𝑯𝟐 𝑶 → 𝑪𝑯𝟑 𝑪𝑶𝑶− (𝒂𝒒) + 𝑯𝟑 𝑶+ (𝒂𝒒)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 78


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início 0,1 𝑚𝑜𝑙 − 0,1 𝑚𝑜𝑙 0,01 𝑚𝑜𝑙

reage 0,01 𝑚𝑜𝑙 − 0,01 𝑚𝑜𝑙 0,01 𝑚𝑜𝑙

equilíbrio 0,11 𝑚𝑜𝑙 − 0,09 𝑚𝑜𝑙 −

Colocando na Equação de Henderson-Hasselbach, o pH final da solução resultante será:


0,09
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( ) = 4,74 − 0,09
0,11
∴ 𝑝𝐻 = 4,65
Sendo assim, a variação de pH foi muito pequena, mesmo com a adição de um volume
significativo da solução de ácido forte.

7. Lista de Questões Propostas


CONSTANTES

Constante de Avogadro (NA) = 6,02 x 1023 mol-1

Constante de Faraday (F) = 9,65 x 104 °C mol-1 = 9,65 x 104 A s mol-1 = 9,65 x 104 J V-1 mol-1

Volume molar de gás ideal = 22,4 L (CNTP)

Carga elementar = 1,602 x 10-19 C

Constante dos gases (R) = 8,21 x 10-2 atm L K-1 mol-1 = 8,31 J K-1 mol-1 = 1,98 cal K-1 mol-1

Constante gravitacional (g) = 9,81 m s-2

Constante de Planck (h) = 6,626 x 10-34 m2 kg s-1

Velocidade da luz no vácuo = 3,0 x 108 m s-1

Número de Euler (e) = 2,72

DEFINIÇÕES
Presão: 1 atm = 760 mmHg = 1,01325 x 105 N m-2 = 760 Torr = 1,01325 bar
Energia: 1 J = 1 N m = 1 kg m2 s-2
Condições normais de temperatura e pressão (CNTP): 0°C e 760 mmHg
Condições ambientes: 25 °C e 1 atm

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 79


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Condições padrão: 1 bar; concentração das soluções = 1 mol L-1 (rigorosamente: atividade unitária
das espécies); sólido com estrutura cristalina mais estável nas condições de pressão e
temperatura em questão
(s) = sólido. (l) = líquido. (g) = gás. (aq) = aquoso. (CM) = circuito metálico. (conc) = concentrado.
(ua) = unidades arbitrárias. [X] = concentração da espécie química em mol L -1

MASSAS MOLARES

Elemento Número Massa Molar Elemento Número Massa Molar


Químico Atômico (g mol-1) Químico Atômico (g mol-1)

H 1 1,01 Mn 25 54,94

Li 3 6,94 Fe 26 55,85

C 6 12,01 Co 27 58,93

N 7 14,01 Cu 29 63,55

O 8 16,00 Zn 30 65,39

F 9 19,00 As 33 74,92

Ne 10 20,18 Br 35 79,90

Na 11 22,99 Mo 42 95,94

Mg 12 24,30 Sb 51 121,76

Al 13 26,98 I 53 126,90

Si 14 28,08 Ba 56 137,33

S 16 32,07 Pt 78 195,08

Cl 17 35,45 Au 79 196,97

Ca 20 40,08 Hg 80 200,59

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Escreva as expressões das Constantes de Equilíbrio para os seguintes processos químicos:

a) NH4COONH2 (s) ⇌ CO2 (g) + 2NH3 (g)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 80


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b) COC2 ⇌ CO (g) + C2 (g)

c) C (graf) + O2 (g) ⇌ CO2 (g)

d) CO2 (g) ⇌ CO2 (aq)

e) Na (s) + NH3 () ⇌ Na+ (aq) + NH2– + ½ H2 (g)

(Russell – 2006)

Complete a tabela seguir:

(Russell – 2006)

Sabendo que KC para o equilíbrio I2 (g) + C2 (g) ⇌ 2 IC (g) é 2,0.105 a 300K e que, para esta reação,
∆H0 = -26,9 kJ, calcule o logaritmo natural do valor de KC a 700 K.

Dados: ln (2) = 0,7 e ln (10) = 2,3

Sugestão: Utilize calculadora.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Em um recipiente fechado de 1020 mL, foram colocadas duas amostras: uma de 200 mL de água
destilada e 28 g de nitrogênio gasoso. Determine a solubilidade do nitrogênio na água.

Dados: KH = 1/15 mol/(L.atm); R = 0,082 atm; N = 14 g/mol

(UFPB-2009)

A síntese do metanol envolve o seguinte equilíbrio:

𝑪𝑶𝒈 + 𝟐𝑯𝟐𝒈 ⇄ 𝑪𝑯𝟑𝑶𝑯(𝒈) 𝚫𝑯 < 𝟎

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 81


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A respeito dos fatores que alteram o equilíbrio da reação, o procedimento correto, para aumentar o
rendimento da produção de metanol é:

a) Adicionar um catalisador de adsorção, como a platina.

b) Aumentar a pressão total sobre o sistema.

c) Aquecer o sistema.

d) Adicionar metanol ao sistema.

e) Não é possível alterar o rendimento de metanol, pois a reação sempre tenderá ao equilíbrio.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

São fatores que alteram o equilíbrio de uma reação envolvendo gases em que o número de mols de
gás no produto é diferente do número de mols de gás no reagente:

I – A adição de um gás inerte para elevar a pressão;

II – A variação de temperatura;

III – A adição de um catalisador que altera a ordem de velocidade da reação direta.

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II.

d) Apenas II e III.

e) Apenas III.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Considere o Processo Haber-Bosch de síntese para a amônia:

N2 (g) + 3H2 (g) → 2 NH3 (g)

São fatores que alteram a constante de equilíbrio dessa reação:

I – A temperatura

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 82


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II – O volume do recipiente

III – A adição de um reagente

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II.

d) Apenas II e III.

e) Apenas III.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

No processo de Haber Bosch para a síntese da amônia, costuma-se utilizar elevadas pressões,
elevadas temperaturas e platina como catalisador. A respeito desse processo, são feitas as
afirmativas:

I – Utiliza-se maior pressão porque o aumento de pressão favorece o sentido com o menor número
de mols de gás;

II – Utiliza-se maior temperatura porque a constante de equilíbrio de reações endotérmicas cresce


com a temperatura.

III – Utiliza-se o catalisador para que o equilíbrio seja atingido mais rapidamente, sem que isso
altere a fração molar de amônia no equilíbrio.

São CORRETAS as explicações:

a) Apenas I e II.

b) Apenas I e III.

c) Apenas II e III.

d) Nenhuma das afirmações.

e) Todas as afirmações.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 83


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Um béquer contém um sistema em equilíbrio. Desse béquer, retira-se certa quantidade de um dos
reagentes. No entanto, verificou-se que as concentrações de todas as espécies no equilíbrio não se
modificou. Assinale a alternativa que contém uma reação que pode ter ocorrido no béquer:

a) FeO (s) + C(graf) ⇌ Fe (s) + CO2 (g)

b) N2 (g) + 3 H2 (g) ⇌ 2 NH3 (g)

c) H2 (g) + CO (g) ⇌ CH3OH (g)

d) 2 H2O2 (aq) ⇌ 2H2O () + O2 (g)

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos dele
derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos derivados, como o
fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).

O fosgênio é produzido industrialmente pela reação entre o monóxido de carbono e o cloro gasoso,
que envolve o seguinte equilíbrio:

CO (g) + Cl2 (g) → COCl2 (g) ΔH = –108 kJ/mol

Assinale a alternativa que indica um procedimento que aumenta o rendimento de fosgênio no


equilíbrio acima citado.

a) O aumento de pressão.

b) O aumento de temperatura.

c) A adição de um catalisador.

d) A retirada de monóxido de carbono.

e) A adição de hélio.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Calcule a solubilidade do sulfato de bário em água a 25 °C em gramas por litro.

Dado: KPS = 1,0.10-10. Massas Molares: Ba = 137 u, O = 16 u , S = 32 u.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 84


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Calcule a solubilidade do fosfato de cálcio em água a 25 °C em gramas por litro.

Dado: KPS = 2,0.10-29. Massas Molares: Ca = 40 u, P = 31 u , O = 16 u.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

O béquer A contém 500 mL de uma solução saturada de sulfato de bário 𝑲𝑷𝑺 = 𝟏. 𝟏𝟎 − 𝟏𝟎. Já o
béquer B contém 500 mL de uma solução 0,2 mol/L de sulfato de zinco. Ao misturar os dois
recipientes, calcule a quantidade em massa do precipitado e a concentração final de íons 𝑩𝒂𝟐 + na
mistura.

Dado: massa molar do sulfato de bário 𝑴𝑩𝒂𝑺𝑶𝟒 = 𝟐𝟑𝟑, 𝟒 𝒈/𝒎𝒐𝒍.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Em aquário marinho, o bário é considerado um elemento tóxico. Sabendo-se que a concentração


máxima segura do elemento é de 13,7.10-6 g/L e que os níveis de sulfato são mantidos constantes
em torno de 864 mg/L, é possível que haja ainda algum bário acima do limiar de toxicidade na
água?

Dado: KPS = 1,08.10-10. Massas Molares: Ba = 137 u, P = 31 u , O = 16 u.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Determine a concentração de moléculas HC (aq) em uma solução 0,01 mol/L do ácido,
considerando que o ácido esteja quase 100% ionizado.

Dados: pKa = -7,0.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Determine o pH de uma solução 0,18 mol/L de ácido acético.

Dados: Ka = 1,8.10-5; log 18 = 1,25

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Determine a concentração de uma solução de ácido acético, cujo grau de ionização seja igual a
50%.

Dados: Ka = 1,8.10-5

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 85


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Determine o pH de uma solução 0,1 mol/L de ácido sulfúrico (H2SO4).

Dados: pKa2 = 3,0.

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Calcule o pH de uma solução 1 mol.L-1 de 𝑵𝒂𝑪𝑵.

Dados: Ka = 4.10-10; Kw = 10–14; log 2 = 0,30

(Estratégia Militares – TFC - Inédita)

Calcule o pH de uma solução 0,11 mol.L-1 de cloreto de amônio (NH4C)

Dados: Kb = 2.10-5 Kw = 10–14; log 2 = 0,30

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Determine o pOH de uma solução 0,1 mol/L de acetato de sódio.

Dado: Ka = 2.10-5; log 2 = 0,30.

a) 2,85.

b) 4,15.

c) 5,15.

c) 6,30.

e) 7,00.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O pH do sangue é mantido por um sistema tampão constituído essencialmente por CO 2 e HCO3–,


que estão envolvidos no seguinte equilíbrio:

CO2 (aq) + H2O → HCO3– + H+ (aq) pKa = 7,0

O pH ideal do sangue deve ser mantido no patamar de 7,3 a 7,5. Qualquer desvio dessa faixa pode
ser considerado preocupante, pois dificulta o metabolismo das células.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 86


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Um paciente chegou em quadro de acidose sanguínea, cujo pH registrado foi igual a 7,0. Assinale a
alternativa que indica um composto que poderia ser utilizado para o tratamento do paciente:

a) NaOH

b) NaHSO4

c) NaHCO3

d) NH4C

e) C6H12O6

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Os recifes de corais são colônias de animais pertencentes ao filo dos cnidários. Os corais fornecem
abrigos e alimento para milhares de espécies de peixes e invertebrados, sendo muito importantes
para a manutenção da biodiversidade marinha.

Uma das grandes preocupações atuais de biólogos é o aumento da intensidade do branqueamento


de diversos recifes de corais, que é afetado por diversos fatores, como temperatura e nível de CO 2
presente no ar. O dióxido de carbono influencia no pH.

CO2 (g) + H2O () ⇌ H+ (aq) + HCO3– (aq)

Para entender esse fenômeno do branqueamento, é importante observar que os corais sintetizam
seu esqueleto calcário por meio da seguinte reação exotérmica:

Ca2+ (aq) + HCO3– (aq) + H2O () ⇌ CaCO3(s) + OH– (aq)

No mar, a concentração de íons cálcio se encontra constante e aproximadamente igual a 400 mg/L,
enquanto a concentração do carbonato é aproximadamente igual a 1,2 mg/L.

Considerando que o produto de solubilidade do carbonato de cálcio (CaCO3) a 25 °C seja igual a


3.10–9, a respeito desses sistemas em equilíbrio, pode-se afirmar que:

a) O aumento da concentração de CO2 na atmosfera contribui para elevar o pH do ambiente


marinho.

b) O carbonato de cálcio é um sal alcalino.

c) A água do mar é uma solução supersaturada em carbonato de cálcio.

d) O aumento da concentração de íons bicarbonato contribui para dissolver o esqueleto calcário.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 87


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e) O aumento de temperatura favorece a calcificação.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos dele
derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos derivados, como o
fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).

O fosgênio é produzido industrialmente pela reação entre o monóxido de carbono e o cloro gasoso,
que envolve o seguinte equilíbrio:

CO (g) + Cl2 (g) → COCl2 (g) ΔH = –108 kJ/mol

Assinale a alternativa que indica um procedimento que aumenta o rendimento de fosgênio no


equilíbrio acima citado.

a) O aumento de pressão.

b) O aumento de temperatura.

c) A adição de um catalisador.

d) A retirada de monóxido de carbono.

e) A adição de hélio.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Um tira de ferro foi mergulhada em uma solução aquosa de ácido clorídrico 0,1 mol.L–1, registrando
uma intensa liberação de gás. A respeito dessa situação, são feitas as seguintes afirmações:

I – o pH da solução inicial é igual a 0.

II – o gás liberado na reação é o gás hidrogênio.

III – a reação ocorrida é uma reação de deslocamento.

IV – o ferro é o agente oxidante.

Das afirmações acima, estão corretas:

a) Apenas I e II.

b) Apenas I e III.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 88


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c) Apenas II e III.

d) Apenas III e IV.

e) I, II, III e IV.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

No béquer A, tem-se 1 litro de uma solução 1 mol/L em NaOH. No béquer B, tem-se 1 litro de uma
solução 1 mol/L em CH3COOH. E, no béquer C, tem-se 1 litro de uma solução 1 mol/L de HCl. A
respeito dessa situação, pode-se afirmar que:

a) Tanto a solução do béquer B como a solução do béquer C são capazes de neutralizar


completamente a solução do béquer A, atingindo uma solução final com pH neutro.

b) Somente a solução do béquer B é capaz de neutralizar completamente a solução do béquer A.


Nesse caso, a solução final terá pH neutro.

c) Tanto a solução do béquer B como a solução do béquer C são capazes de neutralizar


completamente a solução do béquer A. Porém, somente a solução do béquer C produzirá um pH
neutro após a neutralização.

d) Tanto a solução do béquer B como a solução do béquer C são capazes de neutralizar


completamente a solução do béquer A. Em ambos os casos, a solução final terá pH alcalino.

e) Somente a solução do béquer B é capaz de neutralizar completamente a solução do béquer A.


Nesse caso, a solução final terá pH alcalino.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Assinale a alternativa que indica o pH de uma solução aquosa 1 mol/L de cloreto de amônia. Dado:
Kb = 2.10-5; log 2 = 0,30.

a) 1,50

b) 2,85

c) 4,65

d) 6,30

e) 7,00

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 89


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Embora não exerça funções bioquímicas, o sulfato é um dos ânions mais importantes na água do
mar, pois ele evita o acúmulo de íons tóxicos, como o bário (Ba2+).

O bário deve ser mantido em concentrações abaixo de 0,1 mg/L, pois, em excesso, ele pode
fragilizar os esqueletos dos animais marinhos, pois substitui o cálcio e o estrôncio, já que os três
pertencem à mesma família.

O bário é um dos íons que se acumula na água do mar pelo excesso de sujeira que pode ser lançado
por residências e indústrias.

Por esse motivo, o nível ideal de sulfato na água do mar é de pelo menos 960 mg/L. Considerando
que seja essa a concentração do íon sulfato, determine a máxima concentração de bário que pode
ser detectada na água do mar.

Dados: KPS = 1,0.10-10; massa atômicas: Ba = 137 u, S = 32 u, O = 16 u.

a) 0,14 μg/L

b) 0,7 μg/L

c) 1,4 μg/L

d) 7 μg/L

e) 14 μg/L

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O intestino humano é uma das regiões mais alcalinas do corpo humano, mantendo-se em pH em
torno de 8,7. Para manter esse pH, o intestino conta com uma solução de diversos sais do ácido
fosfórico.

A seguir, são dados os valores de pKa, ou seja, o negativo do logaritmo da constante de equilíbrio
para as três seguintes reações de ionização do ácido fosfórico.

H3PO4(aq) → H2PO4– (aq) + H+ (aq) pKa = 2,0

H2PO4– (aq) → HPO42– (aq) + H+ (aq) pKa = 7,2

HPO42– (aq) → PO43– (aq) + H+ (aq) pKa = 12,7

Assinale a alternativa que apresenta os dois íons mais comuns no intestino e a razão entre suas
concentrações:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 90


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Dados: log 2 = 0,30

a) HPO42– e PO43–; 1,5

b) HPO42– e PO43–; 32

c) H2PO4– e HPO42–; 1,5

d) H2PO4– e HPO42–; 8

e) H2PO4– e HPO42–; 32

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A água de um aquário marinho tem pH igual a 8,30. Supondo que a concentração de íons
bicarbonato seja constante e igual a 122 mg/L, determine a concentração de íons carbonato.

HCO3 – (aq) → CO32 – (aq) + H+ (aq) pKa = 10

Dado: log 2 = 0,30; Massas atômicas (H = 1, C = 12, O = 16).

a) 0,6 mg/L

b) 1,2 mg/L

c) 1,8 mg/L

d) 2,4 mg/L

e) 3,0 mg/L

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A compressa quente e a compressa fria são dispositivos que permitem, respectivamente, aquecer
ou resfriar objetos rapidamente e nas mais diversas situações. Esses dispositivos geralmente
contêm substâncias que sofrem algum processo quando eles são acionados. Dois processos
bastante utilizados nesses dispositivos e suas respectivas energias estão esquematizados nas
equações I e II apresentadas a seguir.

I – KNO3(s) + H2O() → K+(aq)+NO3–(aq) Η = 26 kJ mol–1

II – CaC2(s) + H2O() → Ca2+(aq)+2C– (aq) Η = –82 kJ mol–1

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 91


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De acordo com a notação química, pode-se afirmar que as equações 1 e 2 representam processos
de:

a) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma compressa
fria.

b) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma compressa
quente.

c) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma compressa quente.

d) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma compressa fria.

e) é preciso misturar os dois componentes para obter uma compressa quente ou fria.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

É um fato conhecido que muitos países com litorais frios, como o Japão, o Chile e a Noruega, se
sobressaem como os maiores produtores mundiais de pescados.

Uma das razões para isso se encontra na dissolução do oxigênio na água, que é essencial para a
manutenção da vida marinha. Os peixes e outros indivíduos aquáticos precisam de oxigênio para a
reação de respiração celular, que é essencial igual à combustão da glicose, cuja reação não
balanceada é fornecida a seguir.

C6H12O6 + O2 (g) → CO2(g) + H2O ()

O aumento no teor de oxigênio na água facilita a respiração dos peixes e, por consequência,
favorece a atividade pesqueira.

A respeito dessa situação, são feitas as seguintes afirmativas:

I – A solubilidade do oxigênio na água aumenta com a redução na temperatura, porque é


exotérmica.

II – O oxigênio interage com a água por interações do tipo dipolo permanente – dipolo permanente.

III – O aumento do teor de oxigênio da água aumenta também o poder de corrosão sobre os cascos
de navios.

IV – Na respiração celular, o oxigênio é o agente oxidante.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 92


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a) Apenas I e II.

b) Apenas I, II e IV.

c) Apenas I, III e IV.

d) Apenas II e III.

e) Apenas IV.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

As máscaras interferem nas trocas gasosas realizadas entre o corpo humano e o meio externo, pois
criam um meio parcialmente fechado.

Como o ar expelido pelos pulmões tem um teor maior de vapor de água e gás carbônico e menor de
oxigênio que o ar atmosférico, com o tempo, as máscaras criam um ambiente em torno da boca
com maior pressão parcial de CO2 e H2O, porém menor pressão parcial de O2.

A dissolução do oxigênio no sangue é regida pela seguinte equação:

O2(g) ⇌ O2(aq)

O dióxido de carbono interfere diretamente pH sanguíneo, pois esse pH é mantido por um tampão
caracterizado pela seguinte equação:

CO2(g) + H2O (l) ⇌ H+(aq) + HCO3– (aq)

A respeito desses sistemas, são feitas as seguintes afirmações:

I – A menor pressão parcial de oxigênio diminuirá a quantidade de oxigênio dissolvida no sangue.

II – O dióxido de carbono e a água possuem a mesma geometria molecular.

III – O aumento da pressão parcial de CO2 contribui para diminuir o pH sanguíneo.

IV – O gás oxigênio se dissolve na água, porque é capaz de formar interações dipolo permanente –
dipolo induzido com a água.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I e II.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 93


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b) Apenas I, III e IV.

c) Apenas II, III e IV.

d) Apenas II e IV.

e) Apenas III e IV.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Em um tubo de ensaio, é colocada uma amostra de 100 mL de água com fenolftaleína e uma amostra
de 100 mL de gasolina. Sobre esse tubo, é colocado um pequeno cubo de 0,23 g de sódio metálico.
Sabendo que o sódio metálico afunda na gasolina, mas flutua na água, julgue as seguintes
afirmações:

I – A reação ocorrerá com liberação de gás oxigênio.

II – O sódio metálico não reage com a gasolina, mas reage com a água.

III – O pH da solução aquosa final será igual a 13.

IV – Se o gás recolhido na reação for recolhido em um recipiente de 41 mL, ele exercerá a pressão
de 6 atm na temperatura de 27 °C.

Das afirmações acima, está (ão) correta(s):

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II.

d) Apenas II e III.

e) Apenas III e IV.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Para fins de conservação da vida de um rio, as normas ambientais de uma determinada cidade
proíbem que a água lançada pelas indústrias nesse rio tenham pH inferior a 5 ou superior a 8.

Uma das grandes limitações para as indústrias é que elas produzem quantidades muito
significativas de óxidos ácidos, que ocasionam aumento do pH da água.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 94


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Diante dessa informação, foram analisados os dejetos lançados por diversas indústrias.

I – [H+] = 10–4 mol.L–1

II – [OH–] = 5.10–6 mol.L–1

III – [OH–] = 2.10–8 mol.L–1

Dado: log 2 = 0,30.

Atendem às condições exigidas pela fiscalização:

a) Apenas I e II.

b) Apenas I e III.

c) Apenas II e III.

d) Apenas III.

e) I, III e III.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O sangue é um sistema tamponado, cujo pH é mantido normalmente entre 7,3 e 7,5 devido
principalmente à dissolução do dióxido de carbono, de acordo com a seguinte equação química:

CO2 (aq) + H2O () ⇌ H+(aq) + HCO3 – (aq)

Quando o pH foge à faixa ideal, o paciente pode sofrer os quadros: alcalose (pH acima do ideal) ou
acidose (pH abaixo ideal).

A respeito desse sistema e notando que a dissolução do CO2 é exotérmica, são feitas as seguintes
afirmações:

I – Quando uma pessoa tem uma respiração muito ofegante, com intensa liberação de CO2 no
sangue, ele apresentará um quadro de acidose.

II – Quando um paciente apresenta um quadro de alcalose, é possível a adição de cloreto de amônio


intravenoso de modo a re-equilibrar o seu pH sanguíneo.

III – Quando o paciente está com febre, o seu sangue tenderá a apresentar um ligeiro quadro de
alcalose.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 95


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IV – O consumo de bicarbonato de sódio provocará um quadro de acidose.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I, II e III.

b) Apenas I e II.

c) Apenas I, II e IV.

d) Apenas II e III.

e) Apenas II, III e IV.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A sílica gel (SiO2) é um interessante produto utilizado para absorver a umidade do ar, de modo a
proteger equipamentos eletrônicos e objetos de madeira muito sensíveis, como instrumentos
musicais.

A fim de determinar se a sílica está seca ou se ainda tem capacidade de absorver água, é comum
misturá-la ao cloreto de cobalto, que estabelece o seguinte equilíbrio em meio aquoso:

CoC42– (aq) + 6 H2O (g) ⇌ [Co(H2O)6]2+ (aq) + 4 C– (aq) ΔH < 0

Devido ao equilíbrio citado, com o aumento da umidade do ar, a sílica se torna rosa. Por outro lado,
quando o ar está seco, o galinho se torna azul.

A respeito dessa situação, analise as afirmações a seguir:

I – O íon CoC42– (aq) é azul, enquanto o íon [Co(H2O)6]2+ (aq) é rosa.

II – É possível secar o cloreto de cobalto, aquecendo-o no microondas.

III – A adição de cloreto de sódio provocará o deslocamento do equilíbrio para a esquerda, no


sentido dos reagentes.

IV – A absorção de água pela sílica é mais rápida em temperaturas mais elevadas.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I, II e III.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 96


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b) Apenas II e IV.

c) Apenas I, II e IV.

d) Apenas III e IV.

e) I, II, III e IV.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Assinale a alternativa que apresenta o pH de uma solução 0,02 mol/L de hidróxido de cálcio.

Dado: log 2 = 0,30.

a) 12,3

b) 12,6

c) 13,0

d) 13,3

e) 13,6

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O pH da água de um aquário marinho é igual a 8,3. Assinale a alternativa que apresenta os valores
corretos da concentração de íons OH– e do pOH dessa água.

Dado: log 2 = 0,30.

a) 2,0.10–6 e 5,7.

b) 2,0.10–6 e 6,3.

c) 5,0.10–7 e 6,3.

d) 5,0.10–7 e 5,7.

e) 5,0.10–5 e 5,7.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 97


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O vinagre é essencialmente uma solução 6% (massa em volume) de ácido acético (C 2H4O2) em água,
muito utilizada na culinária.

Sabendo que a constante de ionização do ácido acético é igual a 2.10–5, assinale a alternativa que
indica corretamente o valor do pH dessa solução.

a) 2

b) 2,35

c) 2,7

d) 3,5

e) 4,7

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A amônia é uma das substâncias mais produzidas em larga escala na indústria, sendo muito utilizada
para a fabricação de fertilizantes e outros produtos industriais nitrogenados, como o ácido nítrico e
a anilina.

Uma das técnicas mais importantes de produção de amônia é a Síntese de Haber-Bosch, que
consiste na própria reação de formação da amônia:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 98


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A respeito desse sistema em equilíbrio, são feitas as seguintes afirmações:

I – A variação de entalpia envolvida no processo é igual a 22 kcal por mol de amônia.

II – A inclusão de ferro metálico como catalisador diminui a energia de ativação da reação.

III – O aumento de temperatura aumentará o rendimento de amônia.

IV – O aumento de pressão aumentará o rendimento da amônia.

V – O uso de um catalisador não afeta o rendimento da reação.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I, II e IV.

b) Apenas I, III e V.

c) Apenas II, III e IV.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 99


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d) Apenas II, IV e V.

e) Apenas I, II e III.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O bicarbonato de sódio é muito utilizado como antiácido estomacal. Assinale a alternativa que
indica o pOH de uma solução 8,4 g/L desse sal.

Dado: Ka = 2.10–7

a) 3,15

b) 3,85

c) 4,15

d) 4,85

e) 5,7

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Ao se mergulhar uma tira de ferro em uma solução aquosa de 0,01 mol/L de ácido clorídrico, nota-
se o borbulhamento de um gás. A respeito dessa reação, são feitas as seguintes afirmativas:

I – O gás liberado é o gás hidrogênio (H2).

II – Um dos produtos formados na reação é um sal solúvel em água.

III – O pOH da solução inicial é igual a 12.

IV – O ferro é o agente redutor da reação.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I e II.

b) Apenas II e III.

c) Apenas I e IV.

d) Apenas III e IV.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 100


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e) I, II, III e IV.

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A água sanitária é um poderoso desinfectante, que pode ser utilizado para a limpeza de pisos,
superfícies, vegetais e utensílios domésticos.

Um determinado fabricante vende potes de 1 litro que consistem em uma solução 29,8 g/L de
hipoclorito de sódio em água. Para uso em legumes, o procedimento mais adequado é diluir uma
alíquota de 10 mL dessa solução em quantidade de água suficiente para atingir uma concentração
final de 0,05 mol/L.

Assinale a alternativa que indica o pH da solução aquosa final:

Dado: Ka = 5.10–8

a) 7,0

b) 8,5

c) 9,5

d) 10,0

e) 11,0

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 101


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7.1. Gabarito
1. discursiva 23. C
2. discursiva 24. A
3. discursiva 25. C
4. 39,2 g/L 26. C
5. B 27. C
6. C 28. B
7. A 29. E
8. B 30. D
9. A 31. B
10. A 32. C
11. 233 μg/L 33. B
12. 1,65 mg/L 34. D
13. 1,17 g 35. D
14. não 36. C
15. 10-11 mol/L 37. E
16. 2,75 38. B
17. 3,6.10-5 mol/L 39. A
18. 0,994 40. C
19. 11,7 41. D
20. 4,15 42. D
21. C 43. C
22. C 44. E

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 102


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8. Lista de Questões Comentadas


(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Determine o pOH de uma solução 0,1 mol/L de acetato de sódio.

Dado: Ka = 2.10-5; log 2 = 0,30.

a) 2,85.

b) 4,15.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 103


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c) 5,15.

c) 6,30.

e) 7,00.

Comentários

O acetato de sódio (CH3COONa) é um sal de ácido fraco e base forte.

𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 ⇆ 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻(𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)

início 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿 − 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿 0 𝑚𝑜𝑙/𝐿

reage 𝑥 − 𝑥 𝑥

equilíbrio 0,1 − 𝑥 − 𝑥 𝑥

Podemos escrever a constante de hidrólise do íon acetato, lembrando-nos que ela é


igual ao Kw dividido pela constante de acidez do ácido acético.

𝐾𝑤 [𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻][𝑂𝐻 − ]
𝐾ℎ = =
𝐾𝑎 [𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂− ]

Substituindo os valores da tabela, os valores de Kw e Ka, temos:

𝑥. 𝑥 10−14 10.10−15
= −5
= −5
= 5.10−10
0,1 − 𝑥 2.10 2.10

Considerando que o grau de ionização do acetato é pequeno, temos que (0,1 − 𝑥) ≅


0,1.

𝑥2
= 5.10−10
0,1

∴ 𝑥 2 = 0,1.5.10−10

1
∴ 𝑥 2 = 0,5.10−10 = ⋅ 10−10
2
Como o valor de x é igual à concentração dos íons OH– , temos:

1
[𝑂𝐻 − ]2 = ⋅ 10−10
2
1 1 1
𝑝𝑂𝐻 = − ⋅ log ( ⋅ 10−10 ) = − ⋅ (−0,30 − 10)
2 2 2

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 104


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1
𝑝𝑂𝐻 = − ⋅ (−10,30) = 5,15
2
Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O pH do sangue é mantido por um sistema tampão constituído essencialmente por CO2 e


HCO3–, que estão envolvidos no seguinte equilíbrio:

CO2 (aq) + H2O → HCO3– + H+ (aq) pKa = 7,0

O pH ideal do sangue deve ser mantido no patamar de 7,3 a 7,5. Qualquer desvio dessa
faixa pode ser considerado preocupante, pois dificulta o metabolismo das células.

Um paciente chegou em quadro de acidose sanguínea, cujo pH registrado foi igual a 7,0.
Assinale a alternativa que indica um composto que poderia ser utilizado para o
tratamento do paciente:

a) NaOH

b) NaHSO4

c) NaHCO3

d) NH4C

e) C6H12O6

Comentários

Como se deseja aumentar o pH sanguíneo, deve-se utilizar um composto de


característica alcalina. Porém, não seria interessante utilizar uma solução aquosa de
NaOH, tendo em vista que ela é uma base muito forte e, por isso mesmo, tóxica.

Pode-se, alternativamente, recorrer a um sal de ácido fraco e base forte. O único sal que
atende a esses critérios é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), que é um sal de hidróxido
de sódio e ácido carbônico.

NaHSO4 é um sal de ácido forte, portanto, não serviria. NH4Cl é o contrário: um sal de
ácido forte e base fraca, que poderia ser utilizado justamente para diminuir o pH do
sangue.

Por fim, a glicose (C6H12O6) não tem caráter ácido nem básico, portanto, não teria nenhum
efeito no pH sanguíneo.

Gabarito: C

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 105


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(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Os recifes de corais são colônias de animais pertencentes ao filo dos cnidários. Os corais
fornecem abrigos e alimento para milhares de espécies de peixes e invertebrados, sendo
muito importantes para a manutenção da biodiversidade marinha.

Uma das grandes preocupações atuais de biólogos é o aumento da intensidade do


branqueamento de diversos recifes de corais, que é afetado por diversos fatores, como
temperatura e nível de CO2 presente no ar. O dióxido de carbono influencia no pH.
CO2 (g) + H2O () ⇌ H+ (aq) + HCO3– (aq)

Para entender esse fenômeno do branqueamento, é importante observar que os corais


sintetizam seu esqueleto calcário por meio da seguinte reação exotérmica:
Ca2+ (aq) + HCO3– (aq) + H2O () ⇌ CaCO3(s) + OH– (aq)

No mar, a concentração de íons cálcio se encontra constante e aproximadamente igual a


400 mg/L, enquanto a concentração do carbonato é aproximadamente igual a 1,2 mg/L.

Considerando que o produto de solubilidade do carbonato de cálcio (CaCO3) a 25 °C seja


igual a 3.10–9, a respeito desses sistemas em equilíbrio, pode-se afirmar que:

a) O aumento da concentração de CO2 na atmosfera contribui para elevar o pH do


ambiente marinho.

b) O carbonato de cálcio é um sal alcalino.

c) A água do mar é uma solução supersaturada em carbonato de cálcio.

d) O aumento da concentração de íons bicarbonato contribui para dissolver o esqueleto


calcário.

e) O aumento de temperatura favorece a calcificação.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

a) Falso. Perceba que na reação 𝐶𝑂2 (𝑔) + 𝐻2 𝑂 (𝑙) ⇄ 𝐻 + (𝑎𝑞) + 𝐻𝐶𝑂3− (𝑎𝑞) teremos
um aumento da concentração de H+ em caso de aumento da concentração de
CO2, pelo Princípio de Le Chatelier.

Desse modo, o pH irá diminuir (quanto menor o pH, mais ácido é o meio) e não
aumentar como preconiza o enunciado.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 106


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b) Falso. Não caia nessa pegadinha! Note que o carbonato de cálcio (CaCO3) é um
sal de hidrólise básica (pois deriva de um ácido forte e uma base fraca) e não um
sal alcalino, pois, para isso deveria apresentar íons OH- em sua composição
química.

c) Verdadeiro. O enunciado nos informa que 𝐶𝐶𝑎𝐶𝑂3 = 1,2 𝑚𝑔/𝐿 e 𝐶𝐶𝑎+2 =


400 𝑚𝑔/𝐿 . Assim, convertendo esse valor para molaridade (CaCO3 = 100 g/mol e
Ca = 40g/mol), temos (não se esqueça de converter a massa para gramas):

1,2 ⋅ 10−3
[𝐶𝑎𝐶𝑂3 ] = = 1,2 ⋅ 10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿
100 ⋅ 1
400 ⋅ 10−3
[𝐶𝑎+2 ] = = 10−2 = 0,01 𝑚𝑜𝑙/𝐿
40 ⋅ 1
Analisemos o Kps do CaCO3.

𝐶𝑎𝐶𝑂3 (𝑠) ⇄ 𝐶𝑎+2 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑂3−2 (𝑎𝑞)

𝐾𝑝𝑠 = [𝐶𝑎+2 ] ⋅ [𝐶𝑂3−2 ] = 3 ⋅ 10−9

Como já temos os íons Ca+2 presente em solução em quantidade significativa (0,01 mol/L)
e o sal é pouco solúvel (Kps baixo), temos (S é a solubilidade do carbonato) :

𝐶𝑎𝐶𝑂3 (𝑠) ⇌ 𝐶𝑎+2 (𝑎𝑞) + 𝐶𝑂3−2 (𝑎𝑞)


10−2 + 𝑆 ≅ 10−2 𝑆

Daí, vem:

𝐾𝑝𝑠 = 10−2 ⋅ 𝑆 = 3 ⋅ 10−9

3 ⋅ 10−9
𝑆= = 3 ⋅ 10−7 𝑚𝑜𝑙/𝐿
10−2
Como [CaCO3] > S, temos que a solução é supersaturada em carbonato de cálcio, visto
que há mais carbonato de cálcio solubilizado do que o previsto nessas condições.

d) Falso. Temos a reação:

𝐶𝑎+2 (𝑎𝑞) + 𝐻𝐶𝑂3− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 (𝑙) ⇄ 𝐶𝑎𝐶𝑂3 (𝑠) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)

Desse modo, ao aumentar a concentração de bicarbonato (HCO3-) estaremos


aumentando a concentrando de CaCO3, ou seja, aumentando a síntese do esqueleto
calcário e não sua dissolução.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 107


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e) Falso. O enunciado fala que a reação é exotérmica e aumento de temperatura


desloca o equilíbrio no sentido endotérmico da reação. Logo, o aumento não
favorece a calcificação.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos
dele derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos
derivados, como o fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).

O fosgênio é produzido industrialmente pela reação entre o monóxido de carbono e o


cloro gasoso, que envolve o seguinte equilíbrio:

CO (g) + Cl2 (g) → COCl2 (g) ΔH = –108 kJ/mol

Assinale a alternativa que indica um procedimento que aumenta o rendimento de


fosgênio no equilíbrio acima citado.

a) O aumento de pressão.

b) O aumento de temperatura.

c) A adição de um catalisador.

d) A retirada de monóxido de carbono.

e) A adição de hélio.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

a) O aumento de pressão desloca o equilíbrio no sentido de menor número de mols de


gás, que é justamente o sentido dos produtos. Logo, realmente aumenta o rendimento
da produção de fosgênio.

b) O aumento de temperatura favorece o sentido endotérmico, que é o sentido dos


reagentes. Afirmação incorreta.

c) O catalisador não afeta o equilíbrio. Afirmação incorreta.

d) Ao retirar um dos reagentes, a reação se desloca no sentido dos reagentes,


consumindo o fosgênio. Afirmação incorreta.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 108


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e) A adição de um gás nobre não provoca qualquer efeito sobre o equilíbrio. Afirmação
incorreta.

Gabarito: A

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Um tira de ferro foi mergulhada em uma solução aquosa de ácido clorídrico 0,1 mol.L–1,
registrando uma intensa liberação de gás. A respeito dessa situação, são feitas as
seguintes afirmações:

I – o pH da solução inicial é igual a 0.

II – o gás liberado na reação é o gás hidrogênio.

III – a reação ocorrida é uma reação de deslocamento.


IV – o ferro é o agente oxidante.

Das afirmações acima, estão corretas:

a) Apenas I e II.

b) Apenas I e III.

c) Apenas II e III.

d) Apenas III e IV.

e) I, II, III e IV.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

I – Como o ácido clorídrico é um ácido forte, ele se ioniza completamente. Logo, a


concentração de íons H+ será igual à própria concentração inicial do ácido.

[𝐻 + ] = 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Dessa forma, o pH da solução será:

𝑝𝐻 = − log(0,1) = −(−1) = 1

II – O ferro é capaz de deslocar o hidrogênio presente no HCl.

𝐹𝑒 + 2 𝐻𝐶𝑙 → 𝐹𝑒𝐶𝑙2 + 𝐻2 (𝑔)

Portanto, o gás liberado é o hidrogênio. Afirmação incorreta.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 109


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III – Como vimos, é exatamente isso. O ferro é mais reativo que o hidrogênio, portanto,
é capaz de deslocá-lo. Afirmação correta.

IV – O ferro se oxida, portanto, é o agente redutor. Afirmação incorreta.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

No béquer A, tem-se 1 litro de uma solução 1 mol/L em NaOH. No béquer B, tem-se 1 litro
de uma solução 1 mol/L em CH3COOH. E, no béquer C, tem-se 1 litro de uma solução 1
mol/L de HCl. A respeito dessa situação, pode-se afirmar que:

a) Tanto a solução do béquer B como a solução do béquer C são capazes de neutralizar


completamente a solução do béquer A, atingindo uma solução final com pH neutro.
b) Somente a solução do béquer B é capaz de neutralizar completamente a solução do
béquer A. Nesse caso, a solução final terá pH neutro.

c) Tanto a solução do béquer B como a solução do béquer C são capazes de neutralizar


completamente a solução do béquer A. Porém, somente a solução do béquer C produzirá
um pH neutro após a neutralização.

d) Tanto a solução do béquer B como a solução do béquer C são capazes de neutralizar


completamente a solução do béquer A. Em ambos os casos, a solução final terá pH
alcalino.

e) Somente a solução do béquer B é capaz de neutralizar completamente a solução do


béquer A. Nesse caso, a solução final terá pH alcalino.

Comentários

Todas as soluções possuem exatamente 1 mol do soluto. As reações de neutralização do


hidróxido de sódio com ambos os ácidos ocorrem na proporção 1:1. Vejamos:

𝑁𝑎𝑶𝑯 + 𝑯𝐶𝑙 → 𝑁𝑎𝐶𝑙 + 𝐻2 𝑂

𝑁𝑎𝑶𝑯 + 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝑯 → 𝑁𝑎𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂 + 𝐻2 𝑂

Assim, tanto a solução do béquer B como a solução do béquer C são capazes de


neutralizar a solução de hidróxido de sódio contida no béquer A.

O cloreto de sódio (NaC) é um sal de ácido forte e base forte. Portanto, a sua solução
aquosa apresenta pH neutro.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 110


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Por outro lado, o acetato de sódio é um sal de ácido fraco e base forte. Portanto, a sua
solução aquosa apresenta pH alcalino.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Assinale a alternativa que indica o pH de uma solução aquosa 1 mol/L de cloreto de


amônia. Dado: Kb = 2.10-5; log 2 = 0,30.

a) 1,50

b) 2,85

c) 4,65

d) 6,30

e) 7,00

Comentários

O cloreto de amônio é um sal de um ácido forte e uma base fraca. Portanto, somente o
íon corresponde ao ácido hidrolisa.

𝑁𝐻4+ (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 (𝑙) → 𝑁𝐻3 (𝑎𝑞) + 𝐻3 𝑂+ (𝑎𝑞)

A forma mais simples de fazer o problema é utilizando diretamente a Lei de Ostwald.


Como o cloreto de amônio é um sal, utiliza-se o Kh, e, como sua solução aquosa é
alcalina, ela libera OH–.

𝐾𝑤 10−14 10−14 1
[𝐻3 𝑂+ ]2 = 𝐾ℎ . 𝑀 = ⋅𝑀 = −5
⋅ 1 = −5
= ⋅ 10−9
𝐾𝑏 2.10 2.10 2

Para calcular o pH, não precisamos extrair a raiz quadrada, basta apenas dividir o
logaritmo por 2.

1 1 1 1 9,30
𝑝𝐻 = − ⋅ log ( ) = ⋅ log(2.109 ) = ⋅ (9 + 0,30) = = 4,65
2 1 −9 2 2 2
⋅ 10
2
Podemos fazer também pela constante de hidrólise o passo a passo.

[𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ] 𝐾𝑤 10−14 10.10−15


𝐾ℎ = = = = = 5.10−10
[𝑁𝐻4+ ] 𝐾𝑏 2.10−5 2.10−5

Podemos escrever a tabela estequiométrica correspondente à reação estudo.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 111


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𝑵𝑯+
𝟒 + 𝑯𝟐 𝑶 → 𝑵𝑯𝟑 + 𝑯𝟑 𝑶+

Início 0,1 − 0 0

Reage 𝑥 − 𝑥 𝑥

Equilíbrio 0,1 − x − 𝑥 𝑥

Substituindo os valores da tabela estequiométrica na constante de hidrólise calculada,


temos:

[𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ] 𝑥2
𝐾ℎ = = = 5.10−10
[𝑁𝐻4+ ] 1−𝑥

Como o valor da constante de hidrólise é muito pequeno, podemos assumir que o grau
de ionização é muito pequeno. Logo, 1 − 𝑥 ≅ 1, portanto:

𝑥 2 = 5.10−10

Portanto, a concentração de íons hidrônio é:

[𝐻3 𝑂+ ]2 = 5.10−10

Como precisamos calcular o pH, observe que não foi dado o logaritmo de 5. Portanto,
é mais conveniente escrever a concentração da seguinte forma:

10−9 1
[𝐻3 𝑂 + ]2 = 5.10−10 = =
2 2.109
Em vez de tirar a raiz quadrada, podemos utilizar as propriedades do logaritmo. O
logaritmo da raiz quadrada é igual à metade do logaritmo. Sendo assim.

1 1 9,30
𝑝𝐻 = − log[𝐻3 𝑂+ ] = [2.109 ] = [0,30 + 9] = = 4,65
2 2 2
Portanto, a solução é ácida.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Embora não exerça funções bioquímicas, o sulfato é um dos ânions mais importantes na
água do mar, pois ele evita o acúmulo de íons tóxicos, como o bário (Ba2+).

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 112


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O bário deve ser mantido em concentrações abaixo de 0,1 mg/L, pois, em excesso, ele
pode fragilizar os esqueletos dos animais marinhos, pois substitui o cálcio e o estrôncio,
já que os três pertencem à mesma família.

O bário é um dos íons que se acumula na água do mar pelo excesso de sujeira que pode
ser lançado por residências e indústrias.

Por esse motivo, o nível ideal de sulfato na água do mar é de pelo menos 960 mg/L.
Considerando que seja essa a concentração do íon sulfato, determine a máxima
concentração de bário que pode ser detectada na água do mar.

Dados: KPS = 1,0.10-10; massa atômicas: Ba = 137 u, S = 32 u, O = 16 u.

a) 0,14 μg/L

b) 0,7 μg/L

c) 1,4 μg/L

d) 7 μg/L

e) 14 μg/L

Comentários

Primeiramente, vamos calcular a massa molar do íon sulfato.

𝑀𝑆𝑂2−
4
= 1.32 + 4.16 = 96 𝑔/𝑚𝑜𝑙

A concentração molar pode ser obtida dividindo-se a concentração em massa pela


massa molar.

960.10−3
[𝑆𝑂2−
4 ] = = 10−2
96
Agora, vamos ao produto de solubilidade do sal, que foi fornecido no enunciado.

[𝐵𝑎2+ ][𝑆𝑂2−
4 ] = 1,0.10
−10

[𝐵𝑎2+ ]. 10−2 = 1,0.10−10

1,0.10−10
∴ [𝐵𝑎2+ ] = = 10−8 𝑚𝑜𝑙/𝐿
10−2
Para converter a concentração molar do íon bário em massa, basta multiplicar pela
massa molar que foi fornecida no enunciado.

𝐶 = 10−8 . 137 = 1,4.10−6 = 1,4 𝜇𝑔/𝐿

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 113


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Gabarito: B

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O intestino humano é uma das regiões mais alcalinas do corpo humano, mantendo-se em
pH em torno de 8,7. Para manter esse pH, o intestino conta com uma solução de diversos
sais do ácido fosfórico.

A seguir, são dados os valores de pKa, ou seja, o negativo do logaritmo da constante de


equilíbrio para as três seguintes reações de ionização do ácido fosfórico.

H3PO4(aq) → H2PO4– (aq) + H+ (aq) pKa = 2,0

H2PO4– (aq) → HPO42– (aq) + H+ (aq) pKa = 7,2

HPO42– (aq) → PO43– (aq) + H+ (aq) pKa = 12,7

Assinale a alternativa que apresenta os dois íons mais comuns no intestino e a razão entre
suas concentrações:

Dados: log 2 = 0,30

a) HPO42– e PO43–; 1,5

b) HPO42– e PO43–; 32

c) H2PO4– e HPO42–; 1,5

d) H2PO4– e HPO42–; 8

e) H2PO4– e HPO42–; 32

Comentários

Para determinarmos as espécies químicas presentes no tampão, devemos procurar


aquelas que se relacionam com o pKa mais próximo do pH característico do intestino,
que é igual a 8,7.

H3PO4(aq) → H2PO4– (aq) + H+ (aq) pKa = 2,0

H2PO4– (aq) → HPO42– (aq) + H+ (aq) pKa = 7,2

HPO42– (aq) → PO43– (aq) + H+ (aq) pKa = 12,7

Podemos concluir que os principais íons presentes no tampão são: o hidrogenofosfato


(H2PO4–) e o di-hidrogenofosfato (HPO42–). A razão entre suas concentrações pode ser
calculada pela Equação do Tampão.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 114


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[𝐻𝑃𝑂42− ]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]

Substituindo os valores fornecidos no enunciado, temos:

[𝐻𝑃𝑂42− ]
8,7 = 7,2 + log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]

[𝐻𝑃𝑂42− ]
8,7 − 7,2 = log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]

[𝐻𝑃𝑂42− ]
1,5 = log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]

Usando o logaritmo de 2 que foi fornecido no enunciado, temos:

[𝐻𝑃𝑂2−
4 ]
log ( ) = 1,5 = 5.0,3
[𝐻2 𝑃𝑂−4 ]

Usando as propriedades do logaritmo, temos:

[𝐻𝑃𝑂2−
4 ]
= 100,3.5 = 25 = 32
[𝐻2 𝑃𝑂−4 ]

Portanto, a razão entre as concentrações das duas substâncias mais presentes no


intestino é igual a 32.

Gabarito: E

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A água de um aquário marinho tem pH igual a 8,30. Supondo que a concentração de íons
bicarbonato seja constante e igual a 122 mg/L, determine a concentração de íons
carbonato.

HCO3 – (aq) → CO32 – (aq) + H+ (aq) pKa = 10

Dado: log 2 = 0,30; Massas atômicas (H = 1, C = 12, O = 16).

a) 0,6 mg/L

b) 1,2 mg/L

c) 1,8 mg/L

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 115


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d) 2,4 mg/L

e) 3,0 mg/L

Comentários

Vamos calcular o número de mols da solução de hidróxido de sódio. Para isso,


precisamos dividir a massa pela massa molar de NaOH.

𝑀𝐻𝐶𝑂3 = 1.1 + 1.12 + 3.16 = 61 𝑔/𝑚𝑜𝑙

A concentração molar pode ser obtida como a razão entre a concentração em g/L
pela massa molar.

122.10−3
[𝐻𝐶𝑂−3 ] = = 2.10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿
61
Aplicando a Equação do Tampão, temos:

[𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[á𝑐𝑖𝑑𝑜]

[𝐶𝑂32− ]
8,3 = 10 + log ( )
[𝐻𝐶𝑂3− ]

[𝐶𝑂32− ]
8,3 = 10 + log ( )
2.10−3

Vamos isolar o logaritmo e usar as propriedades para calcular a razão entre a


concentração de íons carbonato e bicarbonato.

[𝐶𝑂2−
3 ]
log ( ) = 8,3 − 10
2.10−3

[𝐶𝑂2−
3 ]
log ( ) = −1,7
2.10−3

Utilizando as propriedades do logaritmo, temos:

[𝐶𝑂2−
3 ]
−3 = 10−1,7 = 100,3−2 = 2.10−2
2.10
Calculando a concentração do carbonato, temos:

∴ [𝐶𝑂32− ] = 2.10−3 . 2.10−2 = 4.10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 116


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Podemos obter a concentração em mg/L dos íons carbonato usando a massa molar.

𝑀𝐶𝑂2−
3
= 1.12 + 3.16 = 60 𝑔/𝑚𝑜𝑙

Agora, basta multiplicar a concentração em mol/L pela massa molar para chegar à
concentração comum.

𝐶 = 4.10−5 . 60 = 240.10−5 = 2,4.10−3 = 2,4 𝑚𝑔/𝐿

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A compressa quente e a compressa fria são dispositivos que permitem, respectivamente,


aquecer ou resfriar objetos rapidamente e nas mais diversas situações. Esses dispositivos
geralmente contêm substâncias que sofrem algum processo quando eles são acionados.
Dois processos bastante utilizados nesses dispositivos e suas respectivas energias estão
esquematizados nas equações I e II apresentadas a seguir.

I – KNO3(s) + H2O() → K+(aq)+NO3–(aq) Η = 26 kJ mol–1

II – CaC2(s) + H2O() → Ca2+(aq)+2C– (aq) Η = –82 kJ mol–1

De acordo com a notação química, pode-se afirmar que as equações 1 e 2 representam


processos de:

a) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma
compressa fria.

b) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma
compressa quente.

c) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma compressa
quente.

d) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma
compressa fria.

e) é preciso misturar os dois componentes para obter uma compressa quente ou fria.

Comentários

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 117


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Trata-se de processos de dissolução, porque o sal é misturada na forma sólida à água.


A diluição consiste em adicionar mais água a uma solução já pronta.

A equação 1 mostra uma reação endotérmica, pois absorve calor. Portanto, trata-se
de um cold pack. Por outro lado, a equação 2 mostra uma reação exotérmica, que libera
calor. Trata-se, portanto, de um hot pack.

Gabarito: B

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

É um fato conhecido que muitos países com litorais frios, como o Japão, o Chile e a
Noruega, se sobressaem como os maiores produtores mundiais de pescados.

Uma das razões para isso se encontra na dissolução do oxigênio na água, que é essencial
para a manutenção da vida marinha. Os peixes e outros indivíduos aquáticos precisam de
oxigênio para a reação de respiração celular, que é essencial igual à combustão da
glicose, cuja reação não balanceada é fornecida a seguir.

C6H12O6 + O2 (g) → CO2(g) + H2O ()

O aumento no teor de oxigênio na água facilita a respiração dos peixes e, por


consequência, favorece a atividade pesqueira.

A respeito dessa situação, são feitas as seguintes afirmativas:

I – A solubilidade do oxigênio na água aumenta com a redução na temperatura, porque é


exotérmica.
II – O oxigênio interage com a água por interações do tipo dipolo permanente – dipolo
permanente.

III – O aumento do teor de oxigênio da água aumenta também o poder de corrosão sobre
os cascos de navios.

IV – Na respiração celular, o oxigênio é o agente oxidante.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I e II.

b) Apenas I, II e IV.

c) Apenas I, III e IV.

d) Apenas II e III.

e) Apenas IV.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 118


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Comentários:

Vamos analisar as afirmações.

I – Toda dissolução de gases é exotérmica. E toda dissolução exotérmica é favorecida


pela redução de temperatura. Afirmação correta.

II – O oxigênio é apolar, portanto, não forma dipolos permanentes. Na verdade, a


interação é do tipo dipolo permanente – dipolo induzido. Afirmação incorreta.

III – A corrosão é causa pela presença simultânea de H2O e O2. Portanto, quanto mais
oxigênio, maior o poder de corrosão da água. É por isso que a água do mar tem um
altíssimo poder de oxidação. Afirmação correta.

IV – O oxigênio passou de nox 0, na forma de substância simples, para – 2, que é o nox


que verifica na maioria de seus compostos. Como ele se reduziu, ele é o agente oxidante.
Afirmação correta.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

As máscaras interferem nas trocas gasosas realizadas entre o corpo humano e o meio
externo, pois criam um meio parcialmente fechado.

Como o ar expelido pelos pulmões tem um teor maior de vapor de água e gás carbônico
e menor de oxigênio que o ar atmosférico, com o tempo, as máscaras criam um ambiente
em torno da boca com maior pressão parcial de CO2 e H2O, porém menor pressão parcial
de O2.

A dissolução do oxigênio no sangue é regida pela seguinte equação:


O2(g) ⇌ O2(aq)

O dióxido de carbono interfere diretamente pH sanguíneo, pois esse pH é mantido por


um tampão caracterizado pela seguinte equação:
CO2(g) + H2O (l) ⇌ H+(aq) + HCO3– (aq)

A respeito desses sistemas, são feitas as seguintes afirmações:

I – A menor pressão parcial de oxigênio diminuirá a quantidade de oxigênio dissolvida no


sangue.

II – O dióxido de carbono e a água possuem a mesma geometria molecular.

III – O aumento da pressão parcial de CO2 contribui para diminuir o pH sanguíneo.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 119


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IV – O gás oxigênio se dissolve na água, porque é capaz de formar interações dipolo


permanente – dipolo induzido com a água.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I e II.

b) Apenas I, III e IV.

c) Apenas II, III e IV.

d) Apenas II e IV.

e) Apenas III e IV.

Comentários

Vamos analisar todas as afirmações:

I. Verdadeiro. Olhando para o equilíbrio da dissolução, notamos que a redução da


quantidade de oxigênio gasoso provocará o deslocamento do equilíbrio para a
esquerda, diminuindo a quantidade de oxigênio dissolvido no sangue.

𝑂2 (𝑔) ⇆ 𝑂2 (𝑎𝑞)

II. Falso. A geometria molecular do CO2 é linear, enquanto a geometria molecular da


água é angular.

O modo mais simples de prever essas geometria é usando a regra de que


moléculas triatômicas são:

• Lineares, quando têm 0 ou 3 pares de elétrons não ligantes;

• Angulares, quando têm 1 ou 2 pares de elétrons não ligantes.

Agora, notemos que:

• O oxigênio tem 6 elétrons na camada de valência, utiliza 2 para formar duas


ligações com os átomos de hidrogênio, restando 4 elétrons, ou seja, 2 pares. Como
restam 2 pares não ligantes em torno do oxigênio, a geometria é linear.

• O carbono tem 4 elétrons na camada de valência, utiliza os 4 para formar duas


ligações duplas com os átomos de oxigênio, restando 0 elétrons, ou seja, 0 pares.
Como não restou nenhum par não ligante em torno do oxigênio, a geometria é
linear.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 120


Prof. Thiago Cardoso

..
O
.. O C O
H H
III. Verdadeiro. Segundo o princípio de Le Chatelier, o aumento da pressão parcial de
um dos reagentes desloca o equilíbrio para os produtos. Como o H+ é um dos
produtos, o deslocamento da reação para a direita causa o aumento da
concentração desse íon.

Devemos nos lembrar que, quanto maior a concentração dos íons H+, menor será o pH
do sangue. Por isso, a afirmação está correta.

IV. Verdadeiro. A água do plasma sanguíneo é constituída por moléculas polares de


H2O, que formam dipolos permanentes. Já as moléculas de O2 são apolares,
formando dipolos induzidos. Portanto, a água e o O2 interagem por meio de
interações dipolo permanente - dipolo induzido.

Gabarito: B

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Em um tubo de ensaio, é colocada uma amostra de 100 mL de água com fenolftaleína e


uma amostra de 100 mL de gasolina. Sobre esse tubo, é colocado um pequeno cubo de
0,23 g de sódio metálico. Sabendo que o sódio metálico afunda na gasolina, mas flutua na
água, julgue as seguintes afirmações:

I – A reação ocorrerá com liberação de gás oxigênio.

II – O sódio metálico não reage com a gasolina, mas reage com a água.

III – O pH da solução aquosa final será igual a 13.

IV – Se o gás recolhido na reação for recolhido em um recipiente de 41 mL, ele exercerá


a pressão de 6 atm na temperatura de 27 °C.

Das afirmações acima, está (ão) correta(s):

a) Apenas I.

b) Apenas I e II.

c) Apenas II.

d) Apenas II e III.

e) Apenas III e IV.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 121


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Comentários

Vamos analisar as afirmações.

I – Observe que a prata tem um maior potencial de redução do que o ferro. Portanto,
a prata se reduz, enquanto o ferro se oxida. Como o ferro se oxida, devemos inverter a
reação e, com isso, inverter o sinal do potencial do eletrodo.

oxidação 𝐹𝑒 (𝑠) → 𝐹𝑒 2+ (𝑎𝑞) + 2𝑒 − 𝐸 0 = +0,44 𝑉

redução 𝐴𝑔+ (𝑎𝑞) + 𝑒 − → 𝐴𝑔 (𝑠) 𝐸 0 = +0,80 𝑉

Como o número de elétrons ganhos pela prata deve ser igual ao número de elétrons
perdidos pelo ferro, devemos multiplicar a segunda reação por 2. Ao fazer isso,
mantemos inalterado o potencial do eletrodo.

oxidação 𝐹𝑒 (𝑠) → 𝐹𝑒 2+ (𝑎𝑞) + 2𝑒 − 𝐸 0 = +0,44 𝑉

redução 2 𝐴𝑔+ (𝑎𝑞) + 2 𝑒 − → 2 𝐴𝑔 (𝑠) 𝐸 0 = +0,80 𝑉

𝐹𝑒 (𝑠) + 2 𝐴𝑔+ (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒 2+ (𝑎𝑞) + 𝐴𝑔 (𝑠) 𝐸 0 = +1,24 𝑉

Afirmação correta.

II – Como vimos no item anterior, a afirmação está correta.

III – Como o cobre apresenta maior potencial de redução, o cobre se reduz, e não se
oxida como mostrado no esquema. O correto seria:

𝐹𝑒(𝑠)|𝐹𝑒 2+ (𝑎𝑞)||𝐶𝑢2+ (𝑎𝑞)|𝐶𝑢(𝑠)

Afirmação incorreta.

IV – A pilha com maior potencial possível corresponde àquela em que há a maior


diferença de potencial entre os eletrodos. Portanto, é a pilha de ferro e prata. Afirmação
incorreta.

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Para fins de conservação da vida de um rio, as normas ambientais de uma determinada


cidade proíbem que a água lançada pelas indústrias nesse rio tenham pH inferior a 5 ou
superior a 8.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 122


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Uma das grandes limitações para as indústrias é que elas produzem quantidades muito
significativas de óxidos ácidos, que ocasionam aumento do pH da água.

Diante dessa informação, foram analisados os dejetos lançados por diversas indústrias.

I – [H+] = 10–4 mol.L–1

II – [OH–] = 5.10–6 mol.L–1

III – [OH–] = 2.10–8 mol.L–1

Dado: log 2 = 0,30.

Atendem às condições exigidas pela fiscalização:

a) Apenas I e II.

b) Apenas I e III.

c) Apenas II e III.

d) Apenas III.

e) I, III e III.

Comentários

Vamos calcular os valores de pH para cada uma das amostras.

I – Basta extrair o logaritmo.

𝑝𝐻 = − log[𝐻 + ] = − log(10−4 ) = −(−4) = 4

Portanto, o pH está fora da faixa exigida.

II – Nesse caso, podemos começar pelo pOH.

10−5
𝑝𝑂𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ] = − log(5.10−6 ) = − log ( ) = −[−5 − 0,3] = 5,3
2

Por sua vez, o pH pode ser obtido como a diferença para 14.

𝑝𝐻 = 14 − 5,3 = 8,7

Esse pH está fora da faixa exigida.

III – Nesse caso, também é interessante começar pelo pOH.

𝑝𝑂𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ] = − log(2.10−8 ) = −[0,3 − 8] = −7,7 = 7,7

O pH, por sua vez, pode ser obtido pela relação:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 123


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𝑝𝐻 = 14 − 7,7 = 6,3

Esse está dentro da faixa exigida.

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O sangue é um sistema tamponado, cujo pH é mantido normalmente entre 7,3 e 7,5 devido
principalmente à dissolução do dióxido de carbono, de acordo com a seguinte equação
química:
CO2 (aq) + H2O () ⇌ H+(aq) + HCO3 – (aq)

Quando o pH foge à faixa ideal, o paciente pode sofrer os quadros: alcalose (pH acima do
ideal) ou acidose (pH abaixo ideal).

A respeito desse sistema e notando que a dissolução do CO2 é exotérmica, são feitas as
seguintes afirmações:

I – Quando uma pessoa tem uma respiração muito ofegante, com intensa liberação de
CO2 no sangue, ele apresentará um quadro de acidose.

II – Quando um paciente apresenta um quadro de alcalose, é possível a adição de cloreto


de amônio intravenoso de modo a re-equilibrar o seu pH sanguíneo.

III – Quando o paciente está com febre, o seu sangue tenderá a apresentar um ligeiro
quadro de alcalose.
IV – O consumo de bicarbonato de sódio provocará um quadro de acidose.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I, II e III.

b) Apenas I e II.

c) Apenas I, II e IV.

d) Apenas II e III.

e) Apenas II, III e IV.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 124


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I – A absorção de CO2 provocará o deslocamento de equilíbrio para a direita,


provocando o aumento da concentração de íons H+ no seu sangue. Esse é um quadro de
acidose. Afirmação correta.

II – O cloreto de amônio é um sal de ácido forte e base fraca, portanto, é um sal de


hidrólise ácida. Logo, ele realmente contribuirá para reverter um quadro de alcalose.
Afirmação correta.

III – Como a dissolução do CO2 é exotérmica, o aumento de temperatura reduz a


concentração do gás no sangue. Com isso, o equilíbrio se desloca para a esquerda,
reduzindo a concentração de H+ no sangue, o que se trata de um quadro de alcalose.
Afirmação incorreta.

IV – O aumento da concentração de íons bicarbonato (HCO3–) provocará o


deslocamento do equilíbrio para a esquerda, causando a redução de íons H+, o que se
trata de um quadro de alcalose. Afirmação correta.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A sílica gel (SiO2) é um interessante produto utilizado para absorver a umidade do ar, de
modo a proteger equipamentos eletrônicos e objetos de madeira muito sensíveis, como
instrumentos musicais.

A fim de determinar se a sílica está seca ou se ainda tem capacidade de absorver água, é
comum misturá-la ao cloreto de cobalto, que estabelece o seguinte equilíbrio em meio
aquoso:
CoC42– (aq) + 6 H2O (g) ⇌ [Co(H2O)6]2+ (aq) + 4 C– (aq) ΔH < 0

Devido ao equilíbrio citado, com o aumento da umidade do ar, a sílica se torna rosa. Por
outro lado, quando o ar está seco, o galinho se torna azul.

A respeito dessa situação, analise as afirmações a seguir:


I – O íon CoC42– (aq) é azul, enquanto o íon [Co(H2O)6]2+ (aq) é rosa.

II – É possível secar o cloreto de cobalto, aquecendo-o no microondas.

III – A adição de cloreto de sódio provocará o deslocamento do equilíbrio para a


esquerda, no sentido dos reagentes.

IV – A absorção de água pela sílica é mais rápida em temperaturas mais elevadas.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I, II e III.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 125


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b) Apenas II e IV.

c) Apenas I, II e IV.

d) Apenas III e IV.

e) I, II, III e IV.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

I – A presença de vapor de água no meio reacional desloca o equilíbrio para a direita,


portanto, o íon [Co(H2O)6]2+ é rosa. Já o íon CoC42– é azul, pois corresponde à forma
seca. Afirmação correta.

II – Como a reação é exotérmica, o aumento de temperatura desloca o equilíbrio para


a esquerda, no sentido dos reagentes, liberando o vapor de água. Afirmação correta.

III – O excesso de íons cloreto realmente desloca o equilíbrio para a esquerda.


Afirmação correta.

IV – Qualquer reação é mais rápida com o aumento de temperatura. Afirmação


correta.

Gabarito: E

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Assinale a alternativa que apresenta o pH de uma solução 0,02 mol/L de hidróxido de


cálcio.

Dado: log 2 = 0,30.

a) 12,3

b) 12,6

c) 13,0

d) 13,3

e) 13,6

Comentários

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 126


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Devemos observar que o hidróxido de cálcio é uma dibase. Ou seja, ela libera 2 íons
OH– por fórmula de Ca(OH)2.

𝐶𝑎(𝑂𝐻)2 (𝑠) → 𝐶𝑎2+ (𝑎𝑞) + 2 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)

Dessa forma, uma solução 0,02 mol/L de hidróxido de cálcio terá 0,04 mol/L de íons
OH–.

𝑝𝑂𝐻 = − log(0,04) = − log(4.10−2 ) = −[log 4 + log(10−2 )]

𝑝𝑂𝐻 = −[2. log 2 + log(10−2 )]

𝑝𝑂𝐻 = −[2.0,30 − 2] = −[0,60 − 2] = 2 − 0,6 = 1,40

Como a questão pediu o pH, basta

𝑝𝐻 = 14 − 𝑝𝑂𝐻 = 14 − 1,4 = 12,6

Gabarito: B

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O pH da água de um aquário marinho é igual a 8,3. Assinale a alternativa que apresenta


os valores corretos da concentração de íons OH– e do pOH dessa água.

Dado: log 2 = 0,30.

a) 2,0.10–6 e 5,7.

b) 2,0.10–6 e 6,3.
c) 5,0.10–7 e 6,3.

d) 5,0.10–7 e 5,7.

e) 5,0.10–5 e 5,7.

Comentários

Primeiramente, devemos utilizar a relação entre o pH e o pOH.

𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 14

∴ 𝑝𝑂𝐻 = 14 − 𝑝𝐻 = 14 − 8,3 = 5,7

Podemos calcular a concentração de íons OH– a partir de pOH. Basta tomar o pOH como
10 elevado a –pOH.

[𝑂𝐻− ] = 10−𝑝𝑂𝐻 = 10−5,7 = 100,3−6

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 127


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[𝑂𝐻− ] = 100,3 . 10−6 = 2.10−6

Gabarito: A

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O vinagre é essencialmente uma solução 6% (massa em volume) de ácido acético


(C2H4O2) em água, muito utilizada na culinária.

Sabendo que a constante de ionização do ácido acético é igual a 2.10–5, assinale a


alternativa que indica corretamente o valor do pH dessa solução.

a) 2

b) 2,35

c) 2,7

d) 3,5

e) 4,7

Comentários

Foi fornecida a concentração massa em volume em percentual, que corresponde a


gramas por 100 mL. Dessa forma, a concentração comum da solução é:

6𝑔
𝐶= = 60 𝑔/𝐿
100 𝑚𝐿
Para converter em concentração molar, precisamos ca

𝑀𝐶2𝐻4𝑂2 = 2.12 + 4.1 + 2.16 = 60 𝑔/𝑚𝑜𝑙

𝐶 60
[𝐶 2 𝐻4 𝑂 2 ] = = = 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑀 60
Dessa forma, o volume a ser completado na solução é equivalente à diferença entre o
volume final e o volume inicial:

[𝐻+ ]2 = 𝐾𝑎 𝑀 = (2.10−5 ). 1 = 2.10−5

1 1
∴ 𝑝𝐻 = − ⋅ log(2.10−5 ) = − ⋅ [log 2 + log 10−5 ]
2 2
1 1 4,7
∴ 𝑝𝐻 = − ⋅ [0,30 − 5] = ⋅ [5 − 0,3] = = 2,35
2 2 2

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 128


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Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A amônia é uma das substâncias mais produzidas em larga escala na indústria, sendo
muito utilizada para a fabricação de fertilizantes e outros produtos industriais
nitrogenados, como o ácido nítrico e a anilina.

Uma das técnicas mais importantes de produção de amônia é a Síntese de Haber-Bosch,


que consiste na própria reação de formação da amônia:

A respeito desse sistema em equilíbrio, são feitas as seguintes afirmações:

I – A variação de entalpia envolvida no processo é igual a 22 kcal por mol de amônia.

II – A inclusão de ferro metálico como catalisador diminui a energia de ativação da reação.

III – O aumento de temperatura aumentará o rendimento de amônia.

IV – O aumento de pressão aumentará o rendimento da amônia.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 129


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V – O uso de um catalisador não afeta o rendimento da reação.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I, II e IV.

b) Apenas I, III e V.

c) Apenas II, III e IV.

d) Apenas II, IV e V.

e) Apenas I, II e III.

Comentários

Vamos analisar as afirmações.

I – A variação de entalpia observada na reação pode ser calculada como a diferença


de entalpia entre os produtos e os reagentes.

Δ𝐻 = 𝐻𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 − 𝐻𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 = −22 − 0 = −22 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑜𝑙

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 130


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Observe que o valor calculado foi obtido igual a 22 kcal por mol de reação. Porém, o
problema pediu por mol de amônia. Dessa forma, devemos ponderar a variação de
entalpia da reação pelo coeficiente estequiométrico desse participante da reação.

Δ𝐻 22
Δ𝐻𝑁𝐻3 = =− = −11 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑜𝑙
2 2
Afirmação incorreta.

II – É isso mesmo. O efeito do catalisador consiste em reduzir a energia de ativação


da reação, tornando-a mais rápida. Afirmação correta.

III – O aumento de temperatura desloca o equilíbrio no sentido endotérmico. Portanto,


aumentar a temperatura deslocaria o equilíbrio para a esquerda, no sentido dos reagentes
(N2 e H2), não de amônia. Afirmação incorreta.

IV – O aumento de pressão favorece o deslocamento do equilíbrio no sentido que tem


o menor número de mols de gás, que é o sentido dos produtos. Afirmação correta.

V – Com certeza. O uso de um catalisador não afeta o rendimento de uma reação,


apenas a velocidade em que o equilíbrio é atingido. Afirmação correta.

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

O bicarbonato de sódio é muito utilizado como antiácido estomacal. Assinale a alternativa


que indica o pOH de uma solução 8,4 g/L desse sal.

Dado: Ka = 2.10–7

a) 3,15

b) 3,85

c) 4,15

d) 4,85

e) 5,7

Comentários

No enunciado, foi fornecida a concentração comum do sal. Podemos convertê-la para


concentração molar dividindo pela massa molar do sal, que pode ser obtida somando as
massas molares dos elementos que o constituem.

𝑀𝑁𝑎𝐻𝐶𝑂3 = 1.23 + 1.1 + 3.16 = 84 𝑔/𝑚𝑜𝑙

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 131


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Agora, calculemos a concentração molar do bicarbonato de sódio na solução.

𝐶 8,4
[𝑁𝑎𝐻𝐶𝑂3 ] = = = 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑀 84
O íon bicarbonato sofre hidrólise, liberando íons hidroxila (OH–):

𝐻𝐶𝑂3− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 → 𝐻2 𝑂 + 𝐶𝑂2 (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)

Dessa forma, podemos utilizar a Lei de Ostwald para calcular a concentração de íons

[𝑂𝐻− ]2 = 𝐾ℎ . 𝑀

A constante de hidrólise do sal pode ser obtida como a razão entre o produto iônico
da água e a constante de acidez, fornecida no enunciado.

𝐾𝑤 10−14 10.10−13
𝐾ℎ = = −7 = −7 = 5.10−13+7 = 5.10−6
𝐾𝑎 2.10 2.10
Agora, podemos voltar à Lei de Ostwald.

− 2 −6 −7
10−6
[𝑂𝐻 ] = 𝐾ℎ . 𝑀 = (5.10 ). 0,1 = 5.10 =
2
Para calcular o pOH da solução, podemos

1 10−6 1 6,3
𝑝𝑂𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ] = − ⋅ log ( ) = − ⋅ [−6 − 0,3] = = 3,15
2 2 2 2

Gabarito: D

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

Ao se mergulhar uma tira de ferro em uma solução aquosa de 0,01 mol/L de ácido
clorídrico, nota-se o borbulhamento de um gás. A respeito dessa reação, são feitas as
seguintes afirmativas:

I – O gás liberado é o gás hidrogênio (H2).

II – Um dos produtos formados na reação é um sal solúvel em água.

III – O pOH da solução inicial é igual a 12.

IV – O ferro é o agente redutor da reação.

Das afirmações acima, está (ão) CORRETA(S):

a) Apenas I e II.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 132


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b) Apenas II e III.

c) Apenas I e IV.

d) Apenas III e IV.

e) I, II, III e IV.

Comentários

A reação do ferro com o ácido clorídrico é uma característica reação de simples troca.

𝐹𝑒(𝑠) + 2𝐻𝐶𝑙 (𝑎𝑞) → 𝐹𝑒𝐶𝑙2 (𝑎𝑞) + 𝐻2 (𝑔)

I – Como vimos acima, a afirmação está correta.

II – O cloreto de ferro é solúvel como a maioria dos cloretos. Afirmação correta.

III – Como a solução é 0,01 mol/L de HCl, que é um ácido forte, temos que:

[𝐻+ ] = 0,01 𝑚𝑜𝑙/𝐿 = 10−2 𝑚𝑜𝑙/𝐿

Portanto, o pH pode ser calculado pela definição:

𝑝𝐻 = − log(10−2 ) = −(−2) = 2

Já o pOH pode ser obtido pela relação entre pH e pOH a 25 °C.

𝑝𝑂𝐻 = 14 − 𝑝𝐻 = 14 − 2 = 12

Afirmação correta.

IV – Como o ferro se oxida, ele é o agente redutor. Afirmação correta.

Gabarito: C

(Estratégia Militares – TFC – Inédita)

A água sanitária é um poderoso desinfectante, que pode ser utilizado para a limpeza de
pisos, superfícies, vegetais e utensílios domésticos.

Um determinado fabricante vende potes de 1 litro que consistem em uma solução 29,8
g/L de hipoclorito de sódio em água. Para uso em legumes, o procedimento mais
adequado é diluir uma alíquota de 10 mL dessa solução em quantidade de água suficiente
para atingir uma concentração final de 0,05 mol/L.

Assinale a alternativa que indica o pH da solução aquosa final:

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 133


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Dado: Ka = 5.10–8

a) 7,0

b) 8,5

c) 9,5

d) 10,0

e) 11,0

Comentários

Note que o hipoclorito de sódio é um sal de ácido forte e base fraca. Portanto, ele
sofre hidrólise, com liberação de íons hidroxila (OH–).

𝐶𝑙𝑂− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 → 𝐻𝐶𝑙𝑂 + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)

Podemos escrever a Lei de Ostwald para essa reação:

[𝑂𝐻− ]2 = 𝐾ℎ 𝑀

A constante de hidrólise é dada por:

𝐾𝑤 10−14 10.10−13
𝐾ℎ = = = = 2.10−13+8 = 2.10−5
𝐾𝑎 5.10−8 5.10−8

O nitrogênio e o oxigênio são substâncias simples no estado padrão, na forma


alotrópica mais estável. Portanto, apresentam entalpia nula. As demais entalpias foram
fornecidas no enunciado:

[𝑂𝐻− ]2 = 𝐾ℎ 𝑀

[𝑂𝐻− ]2 = (2.10−5 ). (5.10−2 ) = 10.10−5−2 = 10.10−7 = 10−6

Agora, podemos calcular o pOH da solução:

∴ [𝑂𝐻 − ] = √10−6 = 10−3

∴ 𝑝𝑂𝐻 = − log(10−3 ) = −(−3) = 3

Por fim, o pH da solução será:

𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 14

∴ 𝑝𝐻 = 14 − 3 = 11

Gabarito: E

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 134


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AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 135


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10. Considerações Finais


Chegamos ao final de mais uma aula, em que tratamos o importante assunto de
Equilíbrio Químico. Apesar de curto, há muitos detalhes que podem ser explorados em
questões de prova.
É importante salientar também que é um assunto que pode gerar questões bastante
complicadas em termos de contas. Portanto, é importante estar atento.
Não hesite em me contactar para tirar suas dúvidas, porque você está se preparando
para um certame em que a matéria é cobrada em um nível muito grande de detalhes.

AULA 16 – EQUILÍBRIO QUÍMICO 136

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