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A dimensão discursiva da linguagem e a constru- d) das sequências narrativas como recurso de progressão textual.
ção de sentido e) do processo de contraposição argumentativa para conseguir a adesão do
leitor.
a) apresenta variações regionais, assumindo novo sentido para algumas pa- ARAVJSO, H. Oisponvel em. wwny disriojurista.com Acesso em. 20 nov 2021
lavras. (adaptado).
b) sofre mudança estrutural motivada pelo uso de sinais diferentes para al- Nesse artigo de opinião, ao fazer uso de uma fala rebuscada no exemplo da
gumas palavras. compra do pão, o autor evidencia a importância de(a)
c) diferencia-se em todo o Brasil, desenvolvendo cada região a sua própria
língua de sinais. a) se ter um notável saber jurídico.
d) é ininteligível para parte dos usuários em razão das mudanças de sinais b) valorização da inteligência do falante.
motivadas geograficamente. c) falar difícil para demonstrar inteligência.
d) coesão e da coerência em documentos jurídicos.
2. Preconceito: do latim prae, antes, e conceptus, conceito, esse termo pode e) adequação da linguagem à situação de comunicação.
ser definido como o conjunto de crenças e valores aprendidos, que levam um
indivíduo ou um grupo a nutrir opiniões a favor ou contra os membros de de- 4. Papos
terminados grupos, antes de uma efetiva experiência com eles. Tecnicamente, — Me disseram...
portanto, existe um preconceito positivo e um negativo, embora, nas relações — Disseram-me.
raciais e étnicas, o termo costume se referir ao aspecto negativo de um grupo — Hein?
herdar ou gerar visões hostis a respeito de um outro, distinguível com base — O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
em generalizações. Essas generalizações derivam invariavelmente da infor- -- Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
mação incorreta ou incompleta a respeito do outro grupo. — O quê?
— Digo-te que você...
CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, — O “te” e o “você” não combinam.
2000 (adaptado). — Lhe digo?
Nesse verbete de dicionário, a apropriação adequada do uso padrão da língua — Também não. O que você ia me dizer?
auxilia no estabelecimento — Que você está sendo grosseiro, pedante e
chato. [...]
a) da precisão das informações veiculadas. — Dispenso as suas correções. VÊ se esquece-me.
b) da linguagem conotativa característica desse gênero. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu...
c) das marcas do interlocutor como uma exigência para a validade das ideias. — O quê?
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d) convenção ortográfica de alcance geral distintos como o de Adoniran Barbosa, que eternizou em suas composições o
e) necessidade de sistematização dos usos da língua. sotaque típico de um filho de imigrantes italianos, ou o chamado erre retro-
flexo, aquele erre dobrado que, junto com a letra i, resulta naquele jeito de
8. falar “cairne” e “poirta” característico do interior de São Paulo.
e) categorias gramaticais das pâlavras. c) “Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para gritar até, se lhe
apetecesse.”
13. Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite d) “Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar da
anterior, saí a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos cabra.”
primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o e) “O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra.”
cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a
fome se acordar daquela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei 15. PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra.
as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer
de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o falar com você.
impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá
imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me fora, mas não quero falar com ele.
acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. Foi quando dei reparo da BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas atenções.
figura esguia e discreta de uma senhora acompanhada de um garoto aparen- EURICÃO: Você, que foi a noiva dele. Eu, não !
tando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em proseio ín- BENONA: Isso são coisas passadas.
timo ,com a dona da casa. Depois de um vigoroso "Bom dia!", de um vaporoso EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi
aperto de mãos nas apresentações de praxe, fiquei sabendo que Dona Flor de meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro,
Maio levava o filho Adão para tratamento das feridas que pipocavam por seu se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um
corpo, provocando pequenas pústulas de 'bordas avermelhadas. patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece
que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco
GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. atrás dele, sedento, atacado de verdadeira hidrofobia.
2014 (adaptado}. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a,
A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. Por como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele
isso, a escolha de determinadas palavras e expressões usadas no texto está está enganado. Santo Antônio há de proteger minha
a serviço da pobreza e minha devoção.
a) localização dos eventos de fala no tempo ficcional. SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (frag-
b) composição da verossimilhança do ambiente retratado. mento).
c) restrição do papel do narrador à observação das cenas relatadas. Nesse texto teatral, o emprego das expressões " o peste " e " cachorro da
d) construção mística das personagens femininas pelo autor do texto. molest\\'a " contribui para
e) caracterização das preferências linguísticas da personagem masculina.
a) marcar a classe social das personagens.
14. Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no mundo que b) caracterizar usos linguísticos de uma região.
não compreendia e esmoreceu. Mas uma mosca fez um ângulo reto no ar, de- c) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
pois outro, além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas pela pri- d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares.
meira vez, mais do que uma por dia e, por isso, logo depois, arribou. Os as- e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens.
suntos que não compreendia eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era
forte.
Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar da
cabra. O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra. Se estava
ocupado a contar uma história a um guarda-chuva, não queria ser interrom-
pido. Às vezes, a mãe escolhia os piores momentos para chamá-lo, ele podia
estar a contemplar um segredo, por isso, assustava-se e, depois, irritava-se.
Às vezes, fazia birras no meio da rua. A mãe envergonhava-se e, mais tarde,
em casa, dizia que as pessoas da vila nunca tinham visto um menino tão ve-
lhaco. O Ilídio ficava enxofrado, mas lembrava-se dos homens que lhe chama-
vam reguila, diziam ah, reguila de má raça. Com essa memória, recuperava o
orgulho. Era reguila, não era velhaco. Essa certeza dava-lhe forças para pro-
testar mais, para gritar até, se lhe apetecesse.
a) “Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no mundo
que não compreendia e esmoreceu.”
b) “Os assuntos que não compreendia eram uma espécie de tontura, mas o
Ilídio era forte.”