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COLÉGIO ESTADUAL EUZEBIO DA MOTA – ENS FUND.

MÉDIO E EJA Que a força esteja


com você
LISTA FUNÇÕES DA LINGUAGEM - QUARENTENA
Professor Adriano Hohmann
Aluno (a): ______________________________________________________
Número: _____ Turma: 1º ___ Maio de 2020

1) (ENEM-2006)
Aula de português Macunaíma
A linguagem (Epílogo)
na ponta da língua Acabou-se a história e morreu a vitória.
tão fácil de falar Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na
e de entender. tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um
A linguagem em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares,
na superfície estrelada de letras, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros
sabe lá o que quer dizer? meios-barrancos,
Professor Carlos Gois, ele é quem sabe, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do
e vai desmatando deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio
o amazonas de minha ignorância. Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia
Figuras de gramática, esquipáticas, nem falar da
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me. tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem
Já esqueci a língua em que comia, podia saber do Herói?
em que pedia para ir lá fora, Mário de Andrade.
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada Considerando-se a linguagem desses dois textos,
do namoro com a priminha. verifica-se que
O português são dois; o outro, mistério. a) a função da linguagem centrada no receptor está
ausente tanto no primeiro quanto no segundo
Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para texto.
lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial,
enquanto, no segundo, predomina a linguagem
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta formal.
expressa o contraste entre marcas de variação de c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo
usos da linguagem em menos uma palavra de origem indígena.
a) situações formais e informais. d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-
b) diferentes regiões do país. se na forma de organização da linguagem e, no
c) escolas literárias distintas. segundo, no relato de informações reais.
d) textos técnicos e poéticos. e) a função da linguagem centrada na primeira
e) diferentes épocas. pessoa, predominante no segundo texto, está
ausente no primeiro.
2) (ENEM-2007) O canto do guerreiro
Aqui na floresta 3) Observe, abaixo, esta gravura de Escher
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento
Com mais valentia?
de recursos equivalentes aos da gravura de Escher
Quem golpes daria
encontram-se, com frequência,
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
a) nos jornais, quando o repórter registra uma e) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem,
ocorrência que lhe parece extremamente apresentada com palavras precisas e objetivas.
intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois 5) (enem 2015)
produtos que têm a mesma utilidade. 14 coisas que você não deve jogar na privada
c) na prosa científica, quando o autor descreve com Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que
isenção e distanciamento a experiência de que contamina o ambiente e os animais. Também deixa
trata. mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos.
d) na literatura, quando o escritor se vale das Alguns produtos podem causar entupimentos:
palavras para expor procedimentos construtivos
do discurso. • cotonete e fio dental;
e) nos manuais de instrução, quando se organiza • medicamento e preservativo;
com clareza uma determinada sequência de • óleo de cozinha;
operações. • ponta de cigarro;
• poeira de varrição de casa;
4) (ENEM 2017) • fio de cabelo e pelo de animais;
TEXTO I • tinta que não seja à base de água;
Fundamentam-se as regras da Gramática • querosene, gasolina, solvente, tíner.
Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja
linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles,
perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem ser
idiomático estabilizou e consagrou. levados a pontos de coleta especiais, que darão a
destinação final adequada.
LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta.
portuguesa.
O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além
TEXTO II do foco no interlocutor, que caracteriza a função
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As conativa da linguagem, predomina também nele a
palavras são para mim corpos tocáveis, sereias função referencial, que busca
visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a
sensualidade real não tem para mim interesse de a) despertar no leitor sentimentos de amor pela
nenhuma espécie — nem sequer mental ou de sonho natureza, induzindo-o a ter atitudes responsáveis
—, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em que beneficiarão a sustentabilidade do planeta.
mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. b) informar o leitor sobre as consequências da
Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal destinação inadequada do lixo, orientando-o sobre
página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha como fazer o correto descarte de alguns dejetos.
vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo,
quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal mostrando exemplos de atitudes sustentáveis do
página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de autor do texto em relação ao planeta.
engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao d) estabelecer uma comunicação com o leitor,
vento, num delírio passivo de coisa movida. procurando certificar-se de que a mensagem sobre
PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: ações de sustentabilidade está sendo
Brasiliense. compreendida.
e) explorar o uso da linguagem, conceituando
A linguagem cumpre diferentes funções no detalhadamente os termos utilizados de forma a
processo de comunicação. A função que proporcionar melhor compreensão do texto.
predomina nos textos I e II
a) destaca o “como” se elabora a mensagem, 6) (ENEM 2015)
considerando-se a seleção, combinação e Ave a raiva desta noite
sonoridade do texto. A baita lasca fúria abrupta
b) coloca o foco no “com o quê” se constrói a Louca besta vaca solta
mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio Ruiva luz que contra o dia
objeto. Tanto e tarde madrugada.
c) focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando
seu posicionamento e suas impressões pessoais. LEMINSKI, P. Distraídos venceremos. São Paulo:
d) orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, Brasiliense, 2002
estimulando a mudança de seu comportamento.
No texto de Leminski, a linguagem produz efeitos era levada por um mensageiro até o destinatário, que
sonoros e jogos de imagens. Esses jogos respondia embaixo da mensagem.
caracterizam a função poética da linguagem, pois NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk.

a) objetivam convencer o leitor a praticar uma Na reportagem, há uma comparação entre


determinada ação. tecnologias de comunicação antigas e atuais.
b) transmitem informações, visando levar o leitor a Quanto ao gênero mensagem, identifica-se como
adotar um determinado comportamento. característica que perdura ao longo dos tempos
c) visam provocar ruídos para chamar a atenção do o(a)
leitor.
d) apresentam uma discussão sobre a própria a) imediatismo das respostas.
linguagem, explicando o sentido das palavras. b) compartilhamento de informações.
e) representam um uso artístico da linguagem, com o c) interferência direta de outros no texto original.
objetivo de provocar prazer estético no leitor. d) recorrência de seu uso entre membros da elite.
e) perfil social dos envolvidos na troca
7) (ENEM 2017) comunicativa.
Romanos usavam redes sociais há dois mil anos, diz
livro

Ao tuitar ou comentar embaixo do post de um de seus


vários amigos no Facebook, você provavelmente se
sente privilegiado por viver em um tempo na história em
que é possível alcançar de forma imediata uma vasta
rede de contatos por meio de um simples clique no
botão “enviar”. Você talvez também reflita sobre como
as gerações passadas puderam viver sem mídias
sociais, desprovidas da capacidade de verem e serem
vistas, de receber, gerar e interagir com uma imensa
carga de informações. Mas o que você talvez não saiba
é que os seres humanos usam ferramentas de
interação social há mais de dois mil anos. É o que
afirma Tom Standage, autor do livro Writing on the Wall
— Social Media, The first 2 000 Years (Escrevendo no
mural — mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em
tradução livre).

Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e


político romano, teria sido, junto com outros membros
da elite romana, precursor do uso de redes sociais. O
autor relata como Cícero usava um escravo, que
posteriormente tornou-se seu escriba, para redigir
mensagens em rolos de papiro que eram enviados a
uma espécie de rede de contatos. Estas pessoas, por
sua vez, copiavam seu texto, acrescentavam seus
próprios comentários e repassavam adiante. “Hoje
temos computadores e banda larga, mas os romanos
tinham escravos e escribas que transmitiam suas
mensagens”, disse Standage à BBC Brasil. “Membros
da elite romana escreviam entre si constantemente,
comentando sobre as últimas movimentações políticas
e expressando opiniões.”

Além do papiro, outra plataforma comumente utilizada


pelos romanos era uma tábua de cera do tamanho e da
forma de um tablet moderno, em que escreviam
recados, perguntas ou transmitiam os principais pontos
da acta diurna, um “jornal” exposto diariamente no
Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad da Roma Antiga”,

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