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Além disso, os pronomes pessoais variam em caso e em forma, segundo a função que
desempenham na oração e a acentuação que nela recebem.
Entende-se por caso a variação morfológica da palavra, de acordo com a função sintáctica
assumida por esta.
De acordo com AZEREDO, PINTO e LOPES (2011, p. 204), “para além da flexão em
pessoa, número e género, os pronomes pessoais apresentam também variação em caso,
ou seja, mudam de forma conforme a função sintáctica que desempenham”. Neste sentido,
os pronomes pessoais desempenham a função de sujeito (caso nominativo), de
complemento directo (caso acusativo), de complemento indirecto (caso dativo) e de
complemento oblíquo ou de agente da passiva (caso oblíquo), numa analogia com o que
acontece com o latim, embora em português essa variação só se concretize nos pronomes
pessoais.
Quanto à função, as formas do pronome pessoal podem ser rectas ou oblíquas. São rectas
quando funcionam como sujeito da oração e oblíquas, quando nela se empregam como
complemento.
São formas tónicas as que possuem acento tónico próprio e ligam-se à forma verbal por
meio de preposição. Sempre que o pronome é precedido de preposição, usam-se as formas
tónicas.
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Apontamentos de Língua Portuguesa II – ESPCN (2023/2024)
PRONOMES PESSOAIS
PESSOA Sujeito C. directo C. indirecto C. oblíquo C. agente
da passiva
1ª eu me Me mim, comigo mim
Singular
2ª tu te Te ti, contigo ti
3ª ele/ela o/a, se Lhe si, ele,/ela, consigo si, ele/ela
Para os pronomes me, te, nos e vos que, ora funcionam como complemento directo, ora
como indirecto, o critério diferenciador será a natureza do verbo quanto à transitividade.
Assim, se um dos pronomes acima referidos for seleccionado por um verbo transitivo
directo, desempenhará a função de complemento directo. Se, pelo contrário, for
seleccionado por um verbo transitivo indirecto, desempenhará a função de complemento
indirecto.
Ex.:
• O menino saudou-me com alegria. (CD)
• O menino ofereceu-me um bom livro. (CI)
Quando o pronome oblíquo da terceira pessoa, que funciona como complemento directo,
vem antes do verbo (pronome proclítico), apresenta-se sempre com as formas o, a, os, as.
Ex.:
• Nunca a encontramos em casa.
• Ninguém os achou até ao momento.
Quando, porém, está colocado depois do verbo e liga-se a este por intermédio do hífen
(pronome enclítico), a sua forma depende da terminação do verbo. Assim:
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Ex.:
• Não deixe a criança ali. Põe-na no berço.
• Eles compraram um rico livro e ofereceram-no ao João.
Ex.:
• Vê-lo para mim é um suplício;
• Encorajamo-la a não sair de casa.
• O João tem 30 anos de idade. Fê-los hoje.
• Ei-lo sorridente!
• Querem que eu vos diga o nome da menina, mas não vo-lo direi.
Ex.:
• Magoámo-nos ao cortar a árvore.
• Ele resmungou consigo próprio: “vou empenhar-me nos estudos agora”.
• O João e o Manuel enganaram-se a si mesmos.
As formas do pronome reflexivo nas pessoas do plural nos, vos e se empregam-se também
para exprimir a reciprocidade da acção, indicando que ela é mútua entre dois ou mais
indivíduos, pelo que elas recebem o nome de pronomes recíprocos.
Para se evitar a ambiguidade com o sujeito plural, pelo facto de as formas do pronome
reflexivo serem as mesmas que as do recíproco, costuma-se usar expressões reforçativas
como a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, etc, ou um ao outro, uns aos outros, entre
si, conforme se trate de situação de reflexividade ou de reciprocidade, respectivamente.
Ex.:
• Elas enganaram-se a si mesmos.
• O João e o Manuel enganaram-se um ao outro.
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Há situações em que os pronomes me, te, se, nos e vos são exigidos ou admitidos pela
conjugação dos verbos com que se combinam. Isso acontece com verbos que exprimem,
geralmente, sentimento ou mudança de estado e, por isso, os referidos pronomes não
possuem qualquer valor pronominal nem podem ser acompanhados das expressões
reforçativas como a si próprio, um a outro e similares. A esses dá-se o nome de
pronomes inerentes. É o que acontece com verbos como apaixonar-se, arrepender-se,
casar-se, esquecer-se, indignar-se, lembrar-se, orgulhar-se, queixar-se, rir-se, sentir-se,
congelar-se, derreter-se, etc.
Ex.:
• Lembrei-me disso quando saí de casa.
• A Sónia e o André casaram-se há dois anos.
• O gelo derreteu-se completamente.
Ex.:
• Vi-te ontem.
• O menino saudou-me com alegria.
No futuro do indicativo e no condicional, o pronome oblíquo não pode ser enclítico, isto
é, não pode vir depois do verbo. Dá-se então a mesóclise (ou tmese), ou seja, a colocação
do pronome no interior do verbo, desde que não se observe uma das situações descritas
na regra seguinte.
Ex.:
• Este é um livro interessante. Oferecê-lo-ei ao Manuel.
• Se soubesse da existência daquele livro na loja, comprá-lo-ia a qualquer preço.
Nas orações que contêm uma palavra negativa (não, nunca, jamais, ninguém, nada, etc),
quando entre ela e o verbo não há pausa, e nas orações cujos verbos são precedidos de
certos advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez, etc.) ou certas expressões
adverbiais, sem pausa que os separe, a posição do pronome deve ser proclítica.
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Ex.:
• Não me calarei sem que o problema seja resolvido.
• Jamais o perdoarei.
• Nunca o vi tão sereno como hoje.
• Ninguém me disse que você estava doente.
• Sempre te considerei muito inteligente.
• Pouco tempo depois, os meninos encontraram-se outra vez.1
Ex.:
• Ambos o viram ontem.
• Alguém nos transmitiu o recado.
• Que o vento te leve os meus recados de saudade!
• Que Deus o abençoe!
• Bons olhos o vejam!
Ex.:
• Quem me busca a essa hora tardia?
• Como o julgam os seus amigos
Com os particípios, não se dá a ênclise nem a mesóclise nem a próclise. Quando ele vem
sem auxiliar, deve-se, sempre, usar as formas regidas de preposição, isto é, as formas
tónicas do pronome pessoal. Se, porém, o verbo no particípio vier acompanhado de
auxiliar, o pronome átono virá enclítico ao auxiliar, se não se verificar nenhuma das
situações proibitivas dessa regra.
Ex.:
• Dada a mim a explicação, retirei-me.
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Refira-se que, nessa circunstância, o pronome é enclítico devido à presença da vírgula, que separa o
advérbio da forma verbal.
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Com os infinitivos soltos, mesmo quando modificados por negação, pode-se aplicar a
próclise ou a ênclise, embora haja maior tendência para a última colocação pronominal.
Ex.:
• Diga ao pai para me levar. / Diga o pai para levar-me.
• Para não o prejudicar, ignorei o seu mau comportamento/ Para não prejudicá-
lo, ignorei o seu mau comportamento.
Ex.:
• Me desculpe se falei demais.
• Se sua Majestade me permite, eu me preparo melhor.
• Será que o pai não vai te dar o dinheiro?
• Hoje vi ele no mercado. (Em vez de hoje vi-o no mercado.)
Na mesma senda, verifica-se que nas línguas bantu, como é o caso do kikongo, do
kimbundu e do umbundu, por exemplo, a colocação pronominal é sempre proclítica,
independentemente do tempo e da polaridade da frase, o que não deve constituir problema
para a aprendizagem do português, pois as regras gramaticais não são comuns a todas as
línguas, embora possam convergir em certos aspectos.2
Nas orações em que ocorrem dois pronomes átonos, sendo um complemento directo e
outro indirecto, os mesmos podem contrair-se, com base nas seguintes regras:
2
A respeito da colocação pronominal em português - língua não materna consulte-se QUIVUNA, M. O
Ensino de Português em Contexto Bilingue/Plurilingue Angolano – Sete Estudos – Lisboa: Edições Colibri;
2014. Pág. 191.
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a) Os pronomes me, te, nos, vos, lhe e lhes, enquanto formas do complemento
indirecto, juntam-se a o, a, os, as, que são formas do complemento directo, dando
lugar a:
b) O pronome se associa-se a me, te, nos, vos e lhe(s), mas nunca a o, a, os e as. Na
escrita, as duas formas conservam a sua autonomia, quando antepostas ao verbo,
e ligam-se por hífen, quando lhe vêm pospostas.
Ex.:
• Não se me pôs impedimento na viagem para Luanda.
• Pôs-se-lhe um obstáculo na sua circulação.
Para que ela se processe de forma correcta, deve-se ter em conta a função sintáctica do
elemento ou elementos em causa, o que permitirá distinguir se se trata de sujeito, de um
ou de ambos os complementos acima referidos.
Assim:
a) Se o elemento em causa desempenhar a função sintáctica de complemento directo,
um dos pronomes a ser utilizado será: o, a, os, as, conforme o número do grupo
nominal seja singular ou plural e o género, masculino ou feminino;
De acordo com DUBOIS et al. (2001, p. 292) “em gramática tradicional, a frase é uma
reunião de palavras que formam um sentido completo, distinta da proposição pelo facto
de aquela poder conter várias proposições (frase composta e complexa)”.
Para a gramática moderna, “uma frase é um enunciado cujos constituintes devem assumir
uma função e que, na fala, deve ser acompanhada de uma entoação”.
Por seu turno, AZEREDO, PINTO e LOPES (2011, p. 94) sustentam que a frase é “um
conjunto de palavras organizadas em torno de um elemento central, o verbo (principal ou
copulativo), formando com ele um todo com sentido visto que se estabelece entre os seus
elementos uma relação de predicação”
Para MOURA, (2011, p. 212) a frase é uma sequência coerente e coesa de palavras,
estruturada formalmente como unidade autónoma de sentido mais ou menos completo,
ao dispor da comunicação, independentemente do contexto da enunciação, o que torna o
seu número praticamente infinito.
Qualquer que seja a corrente que pretendamos adoptar, o certo é que o conceito de frase,
enquanto unidade mínima de comunicação, está intimamente ligado à ideia de palavra ou
conjunto de palavras, que se estruturam em torno de um elemento central, regidas por
regras lexicais e morfossintácticas, visando a transmissão de ideias, sentimentos, etc.
A frase pode ser simples ou complexa, conforme tenha um verbo principal (na forma
simples ou composta) ou mais do que um verbo principal (estando, cada um deles, na
forma simples ou composta), respectivamente.
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A oração é um enunciado em que um grupo verbal afirma ou nega algo coerente e coeso
(predicado) em torno de uma entidade explícita ou subentendida, o sujeito. A oração é a
unidade mínima contida numa frase complexa, podendo ocorrer de forma isolada, sendo,
nesse caso, sinónimo de frase simples.
Parágrafo são as divisões principais que estruturam o discurso escrito, isto é, uma forma
de organização, caracterizada pela unidade das ideias que o constituem, tendo em conta
o seu sentido completo e a sua independência sintáctica.
Cada parágrafo pode ser constituído por períodos e estes, por uma ou mais frases simples
ou complexas. A oração difere da frase simples pelo facto de ser um enunciado que se
estrutura com base num verbo, ao passo que nesta, nem sempre existe um verbo.
As frases do tipo declarativo são aquelas que exprimem uma asserção, ou seja, frases que
possuem certas propriedades gramaticais, podendo exprimir qualquer tipo de acto
ilocutório. Em outras palavras, as frases declarativas são aquelas em que o emissor relata
um acontecimento, exprime uma ideia, informa sobre um acontecimento, descreve um
estado ou uma situação.
As frases do tipo interrogativo são aquelas em que o emissor formula uma pergunta para
efeitos de pedido de informação ou de obtenção de esclarecimento.
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Ex.:
• Queres almoçar comigo? (interrogativa directa)
• Perguntei-te se querias almoçar comigo. (interrogativa indirecta)
Ex.:
• Leste o livro de Camões? (interrogativa total)
• Quando leste o livro de Camões? (interrogativa parcial)
Não se deve, porém, reduzir a ideia que se tem das frases do tipo imperativo ao uso do
modo com a mesma designação. As frases do tipo imperativo vão além do âmbito do
imperativo, podendo servir-se, além deste, do conjuntivo, do indicativo, do gerúndio ou
até do infinitivo.
Ex.:
• Levanta-te depressa!
• Sentem-se à vontade.
• Rastejou!
• Entrando!
• Disparar!
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São frases do tipo exclamativo aquelas através das quais podemos transmitir sentimentos
de satisfação, ameaça, surpresa, indignação ou admiração. Quando a exclamação recai
sobre toda a frase, diz-se que ela é total; quando, pelo contrário, a exclamação recai
apenas sobre o grupo nominal, diz-se que é parcial. A exclamativa total caracteriza-se por
ser frase não elíptica ao passo que a parcial pode ser elíptica ou não elíptica.
Ex.:
• O conto é excelente! (exclamação total)
• Linda menina! (exclamação parcial elíptica)
• Tanto disparate que ele diz! (exclamativa parcial não elíptica)
Diz-se que a frase é afirmativa ou possui polaridade afirmativa quando não é marcada por
nenhuma realização lexical específica, sendo identificada por via da ausência de
elementos caracterizadores da frase negativa. Entendido desse ponto de vista, o conceito
de frase afirmativa vai além da simples ideia de se considerar afirmativas as frases que
decorrem de interrogativas totais, como as marcadas pela palavra sim, comummente tida
como marcador da forma afirmativa.
Ex.:
• A noite é boa conselheira.
• O tempo estava bom.
Por seu turno, a frase é activa quando apresenta uma perspectiva centrada a partir do
sujeito, o qual estabelece uma relação com outra entidade que, na frase passiva,
desempenha a função de agente da passiva. A construção de frases activas ou passivas
ocorre apenas com verbos transitivos directos, transitivos directos e indirectos e
transitivos-predicativos.
Deve-se ter em consideração que da frase na forma passiva consta sempre o verbo auxiliar
ser, seguido do particípio do verbo principal mais a preposição por (ou de) e o agente da
passiva, que, em certos casos, pode estar omisso.
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Ex.:
• A chuva destruiu as casas. (voz activa)
• As casas foram destruídas pela chuva. (voz passiva)
Por fim, a frase pode ser enfática (marcada) ou neutra (não marcada). A frase é enfática
quando a entoação e as expressões lá, cá, já e é que contribuem para lhe dar um tom mais
enfático, e neutra, quando nem a entoação nem as referidas expressões põem em relevo o
que afirmamos.
Ex.:
• Não quero cá saber.
• Ouve lá, menino... Queres apanhar surra?
A ordem padrão das palavras na frase portuguesa é: sujeito, verbo e complemento (s),
através da qual os falantes do português conseguem saber que o significado de uma frase
não decorre só das palavras nela utilizadas, mas também da ordem por que as mesmas
são nela apresentadas.
Ex.:
• O Miguel ama a colega. (A colega pode corresponder-lhe ou não.)
• A colega ama o Miguel. (O Miguel pode corresponder-lhe ou não.)
O recurso à ordem padrão na frase da língua portuguesa garante uma fácil compreensão
da mesma e é uma opção a ter-se em conta quando se quer escrever sem equívocos,
fundamentalmente em textos informativos ou científicos.
Porém, o português é uma língua que não se limita na rigidez da frase padrão. Por
questões de estética, ultrapassa-a, transgride-a, quer alterando a ordem lógica, quer
omitindo alguns dos constituintes da frase padrão. Assim, se o elemento omisso for o
predicado, estaremos na presença de uma frase nominal que, pela sua concisão,
vivacidade e objectividade, é muito frequente nos títulos dos jornais, na publicidade, nas
legendas, na linguagem técnica e em provérbios.
Ex.:
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Ex.:
• A bom entendedor meia palavra basta.
• Depois da batalha, aparecem os valentes.
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Por sua vez, o predicado é tudo aquilo que se diz do sujeito. É a função sintáctica
desempenhada por um grupo verbal, isto é, por um verbo ou complexo verbal, mais os
seus complementos e/ou modificadores.
Na oração estes senhores fizeram hoje um grande trabalho, distinguimos duas unidades
maiores:
Toda unidade que tem por núcleo um nome designa-se grupo nominal (GN). A oração
que estamos a estudar apresenta, assim, dois grupos nominais:
Uma oração pode conter vários grupos nominais, mas apenas um deles será o sujeito,
sendo a sua posição, na ordem directa e lógica do enunciado, à esquerda do verbo. Os
demais grupos nominais encaixam-se no predicado.
Assim, os dois grupos nominais que vimos estudando até aqui podem ser esquematizados
da seguinte maneira:
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GN1 GN2
D N D GAdj N
Adj
Estes senhores um grande trabalho
O grupo verbal (GV) constitui o predicado. Nele há sempre um verbo que, quando
significativo, é o seu núcleo. O grupo verbal pode ser complementado por grupos
nominais (GN), grupos adverbiais (GAdv), grupos adjectivais (GAdj) e grupos
preposicionais (GPrep).
A oração que nos serve de exemplo obedece, por isso, ao seguinte esquema:
GN1 GV
GN2
V GAdv GAdj
D N Adv D Adj N
2.2.1.1. O SUJEITO
O sujeito pode ser simples ou composto. É simples quando tem um só núcleo, isto é,
quando o verbo se refere a um só nome ou conjunto de nomes, a um só pronome, a um só
numeral ou a um único outro elemento que o represente na oração. É composto quando
tem mais de um núcleo, isto é, quando é formado pela coordenação de grupos nominais
ou similares.
Ex.:
• O João é um bom estudante. (sujeito simples)
• A menina e o seu irmão encontraram-se no cinema. (sujeito composto).
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Ex.:
• Os estudantes obtiveram resultados indesejados.
• Quem não trabalha não come.
• É óbvio que amanhã teremos aulas.
Já foi referido que nem sempre o sujeito vem materialmente expresso na oração, embora
a sua presença se faça sentir por via de outros recursos proporcionados pela língua. Assim,
diz-se nulo o sujeito sem realização lexical, isto é, que não vem materialmente expresso
na oração. O sujeito nulo pode ser subentendido, indeterminado ou expletivo3.
Diz-se que o sujeito é nulo subentendido quando não está materialmente expresso na
oração, ou seja, quando não está explícito, mas pode ser identificado pela desinência
verbal ou pela sua presença noutra oração.
Ex.:
• Ficámos muito tempo sem falar.
• A criança bocejou. Vai adormecer?
O sujeito é nulo indeterminado quando o verbo se refere a uma entidade não específica,
ou por se desconhecer a entidade à qual a acção se refere, ou por não haver interesse no
seu conhecimento. Neste caso, põe-se o verbo, ou na 3ª pessoa do plural, ou na 3ª do
singular, com o pronome se.
Ex.:
• Consideram-no o maior edifício da cidade.
• Ainda se vive uma incerteza quanto ao futuro da humanidade.
As orações sem sujeito são distintas das que possuem sujeito indeterminado. Sobre as
orações sem sujeito, interessa-nos o processo verbal em si, pois não o atribuímos a
nenhum ser. Diz-se, então, que o verbo é impessoal e o sujeito, nulo expletivo.
Os casos de sujeito nulo expletivo são expressos pelos verbos que denotam fenómenos
da natureza, pelo verbo haver na acepção de “existir”, pelos verbos haver, fazer e ir,
quando indicam tempo decorrido e pelo verbo ser na indicação do tempo em geral.
Ex.:
• Anoitecia e tinha acabado de jantar.
• Na sala havia muita gente.
• O João vivia ali havia muitos anos.
• Faz hoje oito dias que comecei a trabalhar.
• Vai para uns quinze anos escrevi uma crónica.
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O sujeito nulo expletivo corresponde ao que, na tradição gramatical, se chamou sujeito inexistente.
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Da atitude do sujeito
Já que o sujeito é o ser sobre o qual se produz um enunciado, como foi referido, importa
considerarmos a atitude que mesmo pode assumir em contextos diferentes.
Assim, de acordo com CUNHA e CINTRA (2013, p. 170) quando o verbo exprime acção,
a atitude do sujeito em relação ao processo verbal pode ser de actividade, de passividade
ou de actividade e passividade ao mesmo tempo.
Ex.:
• A Maria magoou o menino.
• O menino foi magoado pela Maria.
• O menino magoou-se.
Ex.:
• O Pedro é inteligente.
• O João permanece doente.
• O porteiro ficou pálido.
Incluem-se entre os verbos que evocam estado os incoativos como adoecer, emagrecer,
empalidecer, os quais são equivalentes a ficar doente, ficar magro e ficar pálido,
respectivamente.
É essa atitude (de neutralidade) do sujeito que, em nosso entender, nos afasta da
tradicional ideia que considera sujeito o ser que pratica a acção, o que, em muitos casos,
como nos exemplos acima apresentados, não acontece.
2.2.1.2. O PREDICADO
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Para a identificação deste constituinte frásico, pode-se recorrer aos seguintes testes
sintácticos de construção da interrogativa, cujas respostas constituem, na totalidade, o
predicado:
Os verbos significativos são aqueles que trazem ideia nova ao sujeito e exprimem
processos, ou seja, indicam acção, acontecimento, fenómeno natural, desejo ou actividade
mental, como é o caso dos verbos acontecer, considerar, desejar, julgar, pensar, querer,
suceder, chover, correr, fazer, nascer, pretender, raciocinar, etc.
Ex.:
• O menino comeu a banana.
• As meninas estudam português.
Predicado nominal
4
A actual terminologia do ensino do português não distingue os diferentes tipos de predicado. No
entanto, incluímos tal distinção nesses apontamentos por razões de ordem histórica, visando lembrar os
estudantes ou corrigir eventuais imprecisões que se registem nesse domínio.
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Nas primeiras, andar, continuar e ficar são verbos de ligação, porque preocupado,
silenciosos e calado se referem aos sujeitos nulos subentendidos eu e nós e o menino,
respectivamente, qualificando-os. Já nas segundas, os mesmos verbos são significativos,
porque muito hoje, a marcha e em casa são, respectivamente, modificadores do grupo
verbal, complemento directo e complemento oblíquo.
Predicado verbo-nominal
De acordo com CUNHA e CINTRA, ao predicado misto, que possui dois núcleos
significativos, sendo um verbo e um predicativo, dá-se o nome de predicado verbo-
nominal. (2013, p. 180)
Ex.:
• O acto foi acusado de ilegal.
• O Carlos voltou como doutor.
Refira-se que o modificador da frase com a forma de grupo adverbial não pode ser
interrogado nem negado; com a forma de grupo preposicional incide sobre a totalidade
da frase e, com a forma de oração, sobre toda a oração subordinante.
Ex.:
• Para a minha grande alegria, eles venceram o jogo.
• Se chover, não iremos à praia.
• Embora estude muito, não obtenho boas notas.
2.2.1.4. O VOCATIVO
Ex.:
• Ó mãe, posso sair?
• Quanto tempo sem te ver, amigo!
• Jogai, ó bravos rapazes, que a taça será vossa.
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o qual recai, directamente, a acção expressa pelo verbo. Por outras palavras, o
complemento directo é a função sintáctica interna ao grupo verbal, desempenhada pelo
constituinte seleccionado por um verbo transitivo directo, transitivo directo e indirecto ou
transitivo-predicativo.
O complemento directo pode ser representado por um grupo nominal, um pronome, uma
oração subordinada substantiva, um numeral ou uma palavra ou expressão substantivada.
Ex.:
• Os jornais nada publicaram.
• Não quero que fiques triste.
• Os estudantes compraram os livros.
Ex.:
• O menino levantou o tabuleiro do chá. / O menino levantou-o.
• Na altura senti que o chão me faltava. / Na altura senti isso.
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ser confundido com o complemento indirecto. Nestes casos, diz-se que o complemento
directo é preposicionado.
Ex.:
• Não amo a ninguém.
• Saudei a todos.
• Ao pobre ninguém prometa.
• O jovem recebeu um grande presente, e esqueceu o filho, a mulher e a si.
Por outro lado, quando se quer chamar atenção para o complemento directo que precede
o verbo, costuma-se repeti-lo. É o que se chama complemento directo pleonástico.
Ex.:
• Árvore, filho e livro, queria-os perfeito.
• A mim ninguém me engana.
Ex.:
• Os alunos entregaram os livros à professora.
• Obedeci sempre aos meus pais.
5
Sublinhe-se que isso só acontece com os grupos preposicionais e os pronomes tónicos, já que com os
átonos me, te, lhe, nos, vos e lhes não há preposição que os anteceda. Além disso, nem sempre a referida
preposição introduz o complemento indirecto, pois também o faz em relação ao complemento oblíquo.
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Quando se verifica que o grupo preposicional seleccionado pelo verbo principal não é
substituível pelo pronome pessoal na sua forma dativa, considera-se que estamos perante
um complemento oblíquo e não indirecto.
Ex.:
• Fui a Luanda.
• Caminhei até ao hospital.
• Ele fica aqui ou em casa?
• O pescador pôs a rede no barco.
• Insisti no assunto.
• Não suspeito do João.
• Todos concordaram com a decisão.
• Discordo do teu ponto de vista.
Nota-se que no assunto, do João, com a decisão e do teu ponto de vista desempenham
a função de complemento oblíquo e a sua supressão pode provocar frases incorrectas, de
sentido incompleto ou alteração de sentido, pois:
Por outro lado, nenhum dos elementos que, nas frases acima apresentadas, desempenham
a função de complemento oblíquo, pode ser substituído pelo pronome lhe.
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• *Insisti-lhe;
• *Não lhe suspeito;
• *Todos lhe concordaram;
• *Discordo-lhe.
Ex.:
• A Maria colocou o livro ali.
• O que fez a Maria?
• A Maria colocou o livro ali. (E não a Maria fez…)
Ex.:
• O João levou longe as suas ambições.
• O que se passa com o João?
• O João levou longe as suas ambições. (E não o João passa-se…)
Ex.:
• O pescador sentiu-se mal.
• O que aconteceu com o pescador?
• O pescador sentiu-se mal. (E não o pescador aconteceu…)
Um dado muito importante a reter é que alguns constituintes que, na tradição gramatical,
desempenhavam a função de complemento indirecto e outros que desempenhavam as de
complementos circunstanciais deram lugar ao complemento oblíquo.
É o complemento que, na voz passiva, designa o ser que pratica a acção sofrida ou
recebida pelo sujeito. É geralmente introduzido pela preposição por ou, mas com menos
frequência, pela preposição de e representado por um grupo preposicional, pronome,
numeral ou oração substantiva.
Ex.:
• As casas foram destruídas pela chuva.
• O menino foi aplaudido por todos os que estiveram em casa.
• A operação foi coroada de êxito.
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As respostas redundantes tendem a repetir parte da pergunta. Por exemplo: - O que fez o menino? – O
menino fez…
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Ex.:
• Hilário era o herdeiro da quinta.
• Os rapazes parecem contentes.
• A menina está sem coragem.
• Os manuais estão ali.
Ex.:
• Uns a nomeiam primavera.
• Todos consideram António Jacinto um grande escritor.
• Achei os legumes caros.
• A escola classificou os alunos com distinção.
Ex.:
• Os navegadores partiram para o mar com receio.
• As crianças brincaram em locais perigosos.
• Encontramo-nos aqui todos os dias.
7
Não se fez referência ao predicativo do complemento indirecto, pois este só aparece com o verbo
chamar, além de as referidas funções não constarem da actual terminologia para o ensino do português.
Ex.: Chamo-lhe mestre.
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É uma função sintáctica seleccionada por um nome, que pode ser desempenhada por um
grupo preposicional, um grupo adjectival ou um grupo preposicional oracional, que se
posicionam à direita do nome, formando com ele uma unidade com sentido próprio.
Ex.:
• A cedência do campo permitiu-lhes jogar.
• A reacção contra o árbitro foi justa.
• Os conhecimentos informáticos são indispensáveis aos dias de hoje.
• A literatura clássica inspirou muitos intelectuais renascentistas.
• Temos o sonho de viajar por todo o mundo.
• A tendência para fazer reservas de hotéis pela internet tem vindo a aumentar.
Ex.:
• O carro azul é do meu amigo.
• A cidade de Ndalatando é a capital do Cuanza Norte.
• Os jogadores que terminaram os treinos dirigem-se aos balneários.
Este modificador surge à direita do nome, ma nem restringe a realidade que refere nem é
seleccionado pelo nome. Fornece uma informação adicional acerca da expressão que
modifica, ocorrendo como um parêntesis na frase. Pode ser representado por um grupo
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Orações subordinadas relativas restritivas são as introduzidas por uma palavra relativa e restringem o
âmbito do nome antecedente. Contêm informação relevante em relação ao nome cujo conteúdo
restringem e não podem ser separadas ou isoladas por vírgulas.
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Ex.:
• Uanhenga Xitu, escritor angolano do século XX, deixou grandes obras.
• A luta de libertação nacional, de importância capital para os angolanos, durou
anos.
• Os jogadores, que se mostraram confiantes, entraram no campo.
É o elemento sintáctico constituído por um grupo preposicional que pode ser oracional
ou não oracional e é seleccionado pelo adjectivo.
Ex.:
• O menino está insatisfeito por ter perdido o jogo.
• Esta máquina é fácil de manejar.
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Orações subordinadas adjectivas relativas explicativas são as que, introduzidas pelo pronome relativo
que e isoladas da frase por vírgulas, dão um esclarecimento facultativo e adicional ao nome antecedente,
mas não o restringem.
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Funções
sintácticas
Internas
Ao nível
ao grupo
da frase
verbal
Complement
Complemento o agente da
Simples
oblíquo passiva
Modificador
Composto Predicativo
Nulo
(subentendido Do
, Do complemento
indeterminado
sujeito directo
e expletivo)
Modificador Vocativo
Internas
Internas
ao grupo
ao grupo
adjectival
nominal
Complemento
Complemento Modificador
do adjectivo
do nome
Restritivo Apositivo
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2.3.1. COORDENAÇÃO
Nas frases complexas formadas por coordenação, as orações aparecem ligadas por meio
de conjunções coordenativas ou por pausas. A coordenação une duas ou mais orações que
se apresentam ao mesmo nível, sem que uma esteja dependente da outra.
Assim, a coordenação pode ser sindética, quando uma conjunção ou locução conjuncional
coordenativa introduz uma das orações coordenadas e assindética quando, na ausência
destas, as orações são separadas, na escrita, por uma vírgula.
Ex.:
• O balão subiu rapidamente e já não o vemos. (coordenação sindética)
• O balão subiu rapidamente, afastou-se muito e já não o vemos. (coordenação
assindética, no primeiro caso, e sindética, no segundo)
Diz-se que uma oração é coordenada copulativa quando se relaciona com outra por meio
de uma conjunção copulativa, a qual apresenta ideia de adição.
Ex.:
• O menino estuda e a menina arruma a casa.
• O meu amigo lê e escreve muito bem.
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Ex.:
• Ele pensa que tem sempre razão, contudo, está enganado.
Ex.:
• Irás ao concerto ou ficarás em casa?
• Ou comes ou falas.
As conjunções coordenativas disjuntivas são: ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora,
seja...seja.
As orações explicativas são coordenadas através de conjunções explicativas, por meio das
quais a oração por elas introduzidas dá uma explicação para o facto apresentado na
primeira.
Ex.:
• Vamos à escola, que são treze horas.
• Hoje não sairei, pois está a chover muito.
Ex.:
• * Que estou morrendo de fome, vamos comer.
• Vamos comer, que estou morrendo de fome.
Porque e porquanto possuem, pelo contrário, características de conjunções
subordinativas, embora alguns autores distingam, para a primeira, dois valores: causal e
explicativo. (op. cit.)
Ex.:
• Não podiam sair sozinhas à rua porque eram mulheres.
• Choveu porque está molhado.
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As expressões pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim e por consequência,
apresentam propriedades que as distinguem das conjunções, justificando-se, por isso, a
sua inclusão na classe dos advérbios e locuções adverbiais conectivos, de acordo com a
terminologia actual.
2.3.2. SUBORDINAÇÃO
Ex.:
• Quando ele chegou, fui-me embora porque já era tarde.
• Está calor, embora já seja cacimbo.
• Decidi dar um passeio agora.
Numa frase complexa formada por subordinação, a oração subordinada exerce uma
função sintáctica em relação à subordinante. No entanto, a oração subordinada pode não
estar dependente de toda a oração subordinante, mas apenas de um grupo ou palavras
desta oração. A esse grupo ou palavras chamamos elemento subordinante.
Ex.:
• É verdade que cheguei atrasado.
• Ele não é quem tu julgas.
• Ele disse que tinha chegado atrasado.
• A ideia de chegar demasiado tarde preocupa-me
• Ele está preocupado por chegar atrasado.
• A aula já tinha começado quando ele chegou.
• A matéria que o professor explicou era interessante.
• O professor não o repreendeu embora ele tenha chegado tarde.
Conforme a função sintáctica que desempenham, podemos distinguir três tipos de orações
subordinadas: as adverbiais (finitas ou não finitas), as substantivas (finitas ou não
finitas) e as adjectivas (finitas ou não finitas).
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São causais as orações que estabelecem com a subordinante uma relação de causa, razão
ou motivo. Podem ser finitas, quando recorrem ao modo indicativo, e não finitas, quando
nelas são usados o infinitivo, o gerúndio ou o particípio.
Ex.:
• O menino não passou de classe, porque estudou pouco.
• Tendo estudado pouco, o menino não passou de classe.
Como o sentido das orações subordinadas adverbiais causais está próximo ao das
coordenadas explicativas, existem dois critérios sintácticos que facilitam a sua distinção.
Assim, só as subordinadas causais podem ser antepostas.
Ex.:
• Porque se enganou, o Pedro recuou na sua decisão.
• * Pois se enganou, o Pedro recuou na sua decisão.
Além disso, na oração subordinada, o pronome átono antecede o verbo, facto que não
acontece com a explicativa.
Ex.:
• O Pedro recuou na decisão porque se enganou.
• O Pedro recuou na decisão, pois enganou-se.
Ex.:
• Cheguei mais cedo para que tivesse tempo de estudar.
• Cheguei mais cedo para assistir ao jogo.
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podendo ser finitas, quando recorrem ao modo indicativo ou conjuntivo, ou não finitas,
quando recorrem ao infinitivo, gerúndio ou particípio.
Ex.:
• Quando tu chegaste, eu estava a ver televisão.
• Antes que que saias, verifique se as portas estão fechadas.
• Depois de chegares, fizemos o jantar.
Ex.:
• Viajo muito, embora seja pobre.
• Apesar da estar doente, irei à escola.
Ex.:
• Se está a chover, não vamos à praia.
• Se não participasses no jogo, ficarias só.
• Aplicando as estratégias definidas, vencemos o jogo.
Ex.:
• O menino é mais aplicado do que a sua irmã.
Ex.:
• A polícia foi tão rápida que surpreendeu os ladrões na loja.
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As orações subordinadas substantivas completivas podem ser finitas, quando têm o verbo
no indicativo (como pode ser no conjuntivo ou no condicional), ou não finitas, quando
têm o verbo no infinitivo.
Ex.:
• É certo que amanhã inicio as minhas aulas.
• Perguntei-te se conhecias esta pintura.
• A atitude dele levou a que os companheiros se revoltassem.
• Estou consciente de que o horário não será alterado.
• Levantou-se a hipótese de que o réu fosse inocente.
As orações subordinadas substantivas não finitas são sempre infinitivas, pois têm o verbo
no infinitivo e podem desempenhar as mesmas funções que as desempenhadas pelas
finitas.
Ex.:
• Causou alegria a equipa ter alcançado uma boa classificação.
• O professor disse para os alunos fazerem um resumo.
• O professor esforça-se por motivar os alunos.
• Esta máquina é fácil de manejar.
• A hipótese de ganhar o campeonato foi considerada.
As não finitas são introduzidas por advérbios relativos e pelos pronomes relativos que e
quem e têm o verbo no infinitivo.
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São relativas restritivas finitas as que, introduzidas por palavras relativas, não são isoladas
por vírgulas e, uma vez retiradas da frase, alteram o sentido da subordinante, pois
restringem o significado do antecedente, exercendo a função de modificador restritivo do
nome.
Ex.:
• Os jogadores que terminaram os treinos dirigem-se para os balneários.
• Os computadores contendo defeitos serão reciclados.
• Os jogadores, que se mostraram confiantes, entram no campo.
• A criança venceu o jogo, o que deixou os pais orgulhosos.
Adverbiais
- Causais: porque, que, como, visto que, já que, pois que, por, visto, dado, ...
- Temporais: quando, mal, apenas, enquanto, logo que, assim que, até que, primeiro que,
sempre que, todas as vezes que, desde que, antes que, depois que, antes de, depois de, ...
- Finais: que, afim de que, para que, para, a fim de, ....
- Condicionais: se, a não ser que, a menos que, salvo se, contanto que, desde que, caso,
excepto se, no caso de, ...
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- Comparativas: como, conforme, assim como ...assim, também, bem como, mais (menos)
... do que, tão (tanto)... como, ...
- Concessivas: embora, conquanto, se bem que, ainda que, mesmo que, mesmo se, posto
que, nem que, por mais que, malgrado, não obstante, apesar de, ...
- Consecutivas: que (de tal modo) ...que, (tão)... que, (tanto) ...que, (de tal maneira) ...
que.
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