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A língua de sinais se difere das línguas orais-auditivas, uma vez que elas se realizam
pelo canal visual e da utilização do espaço, por expressões faciais e movimentos
gestuais perceptíveis pela visão. Note-se aqui que a língua de sinais não faz apenas uso
de gestos.
A língua de sinais é um legítimo sistema linguístico, inclusive estudada pelos
linguistas, pois atende eficazmente às necessidades de comunicação entre os
indivíduos surdos, os quais são capazes de expressarem qualquer assunto de seu
interesse ou conhecimento.
O que é Libras?
Os gestos da Libras, também chamados de sinais, são realizados por meio da junção
dos movimentos das mãos e das articulações, além de expressões faciais e corporais.
Além disso, a Libras é um importante meio de comunicação para que haja interação
entre os surdos, e deles com os ouvintes. E é reconhecida como meio legal de
comunicação e expressão desde 2002, através da Lei nº 10.436.
Veja que, por isso, essa língua é considerada tão importante para a comunidade surda e
para a população em geral, pois quebra as barreiras do silêncio que limitam a
comunicação entre ambos, de forma que ocorra a inclusão social.
Ao contrário do que muitos pensam, a comunicação da Libras não é somente mímica,
pois é composta por um alfabeto, e estrutura linguística e gramatical própria,
permitindo a quem faz o uso da língua, discutir sobre qualquer assunto. Desta forma, é
perceptível que a Libras seja complexa, assim como qualquer outra língua.
E, também, não é universal, pois cada país possui sua própria Língua de Sinais, sem
falar dos regionalismos, que são as diferenças de linguagem que mudam de acordo
com a cultura de cada região.
Libras ou LIBRAS?
Sinal de ‘Amigo’
Muitos dos mitos sobre as línguas de sinais são frutos da falta de informação e até
mesmo da repressão feita a estas línguas em alguns momentos do passado. Nos dias de
hoje, tais conhecimentos inverídicos e sem fundamentos ainda circulam e prejudicam o
desenvolvimento linguístico de alguns surdos, desprestigiam a língua destes indivíduos
e o trabalho dos professores e intérpretes. Neste artigo vamos esclarecer os principais:
Libras é Mímica?
Muitos pensam que as línguas de sinais são mímicas, o que não é verdade. Mímica é a
expressão do pensamento por meio de gestos, expressões faciais e corporais,
representando objetos e situações através de imitações. A mímica teve origem no
teatro grego e é muito utilizada no meio artístico. Alguns sinais da Libras realmente
representam a forma de um objeto (sinais icônicos), mas isto não se aplica a todos, e
nem sempre são iguais aos utilizados na mímica. Libras é uma língua, com estrutura
gramatical própria, natural e complexa, assim como as línguas orais.
Crianças brincando de mímica e o sinal específico para 'pulga' em Libras. Fonte: Blog Deise
Vitória e Blog Amanda Duda.
Libras é limitada
Alguns pensam que as línguas de sinais são limitadas a conversas simples. Na verdade,
as línguas de sinais podem expressar ideias abstratas, emoções, pensamentos, opiniões,
fazer apresentações acadêmicas, peças teatrais, criar poesias, músicas, contar e
inventar histórias e piadas, por exemplo.
Libras é linguagem
A Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconhece a Libras como meio legal de
comunicação e expressão, traz a seguinte denominação: Língua Brasileira de Sinais –
Libras, e não Linguagem Brasileira de Sinais. Da mesma forma que no idioma
português, não pronunciamos linguagem portuguesa, mas sim, língua portuguesa.
Infelizmente é possível encontrar a escrita incorreta (linguagem) em livros, portais de
notícias e, incrivelmente, até em cursos de Libras.
Mais informações:
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o
uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de
comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do
Brasil.
Prolibras
O ProLibras foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) do Brasil para
cumprir o Decreto nº 5.626, de 2005 em seus Artigos 7º e 8º
Língua
Linguagem
Além da linguagem comum, existe também a linguagem digital. Essa linguagem usa
combinações numéricas para criar sites, jogos e aplicativos. Além disso, é por meio
dessa linguagem que podemos transmitir e receber mensagens via computadores,
celulares e qualquer outro meio eletrônico.
Assim como é necessário entender as normas da língua, que é conhecida como
gramática, a ciência que estuda a linguagem é a linguística.
Alfabeto Manual
Surdo-Mudo
Não é correto dizer que todo surdo é surdo-mudo. A maioria dos surdos têm as
cordas vocais em perfeito funcionamento, portanto, são minorias os surdos que
também são mudos. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a
falar. Alguns surdos falam, são os surdos oralizados, que desenvolveram a fala
através de um trabalho com fonoaudiologia. Desta forma, o termo surdo-mudo tem
sido encarado pela cultura surda como um erro social, devido à falta de
conhecimento do real significado das duas palavras.
Tomemos o exemplo de Helen Keller, cega e surda, portanto incapaz de aprender a
falar através dos métodos convencionais. Mas ela não era muda. Ela aprendeu a
falar com a ajuda de sua professora, Anne Sullivan.
Helen Keller
Helen Keller
Keller perdeu a visão e a audição com apenas 19 meses de idade. Em 1882, ela
contraiu uma doença chamada "febre cerebral" pelo médico da família - que
produzia uma alta temperatura corporal. Atualmente, a verdadeira natureza da
doença permanece um mistério, embora alguns especialistas acreditem que possa
ter sido escarlatina ou meningite.
Embora de família influente, teve uma infância complicada, pois não teve
inicialmente uma orientação adequada que lhe preparasse para aprender e
relacionar-se com o mundo em sua volta. Ela desenvolveu muitos de seus próprios
sinais para comunicar suas necessidades com os pais.
Durante esse período, Keller também se tornou muito rebelde e indisciplinada. Ela
chutava e gritava quando zangada, e ria incontrolavelmente quando feliz. Além
disso, infligiu birras furiosas aos pais.
1888 - Helen Keller aos 8 anos, com o cão da família, Jumbo. Fonte: Escola Perkins para Cegos.
A filha da cozinheira
Quando Helen tinha seis anos, sua mãe entrou em contato com o Dr. Alexander
Graham Bell (1847–1922), a quem ela ouvira que estava trabalhando em dispositivos
para ajudar os surdos. Bell se encontrou com Helen e seus pais e sugeriu que entrassem
em contato com o Instituto Perkins para Cegos em Boston, Massachusetts. Em março
de 1887, Anne Sullivan (1866–1936), professora do instituto, passou a servir como
professora de Helen. Anne tinha 21 anos e tinha suas próprias limitações de visão.
Sullivan imediatamente começou a ensinar Helen a se comunicar, soletrando palavras
na mão, começando com "boneca", para ajudar Keller a entender o presente de uma
boneca que ela havia trazido.
A princípio, Keller ficou curiosa, depois desafiadora, recusando-se a cooperar com as
instruções de Sullivan. Quando Keller cooperou, Sullivan percebeu que ela não estava
fazendo a conexão entre os objetos e as letras soletradas em sua mão. Sullivan
continuou trabalhando nisso, forçando Keller a passar pelo aprendizado.
À medida que a frustração de Keller crescia, as birras aumentavam. Por fim, Sullivan
exigiu que ela e Keller ficassem isolados do resto da família por um tempo, para que
Keller pudesse se concentrar apenas nas instruções de Sullivan. Eles se mudaram para
uma cabana na plantação.
Em uma luta dramática, Sullivan ensinou a Keller a palavra "água"; ela a ajudou a
fazer a conexão entre o objeto e as cartas, levando Keller para a bomba de água e
colocando a mão de Keller sob o bico. Enquanto Sullivan movia a alavanca para
liberar água fria sobre a mão de Keller, ela soletrou a palavra água na outra mão de
Keller. Keller entendeu e repetiu a palavra na mão de Sullivan. Keller mudou-se para
outros objetos com Sullivan acompanhando. Ao cair da noite, ela aprendeu 30
palavras. Isso abriu um novo mundo de aprendizado para Helen.
Helen Keller e Anne Sullivan tornaram-se amigas inseparáveis. Estavam juntas dia e
noite, constantemente soletrando na mão as palavras e ideias das coisas acontecendo
ao seu redor. Helen aprendeu rápido. Em apenas três anos, ela aprendeu o alfabeto
manual (língua de sinais), o alfabeto Braille (um alfabeto criado por Louis Braille
[1809–1852] para cegos que dependem de pontos altos para se comunicar) e sabia ler e
escrever.
Helen queria aprender a falar e, em 1890, começou a ter aulas de fala na Escola Horace
Mann para Surdos, em Boston. Ela trabalhou incansavelmente para aprender a falar.
Após vinte e cinco anos de trabalho e prática, Helen conseguiu falar com uma voz que
os outros pudessem entender.
Seu desejo de se comunicar com os outros a leva a aprender a falar e a "ouvir" o
discurso das pessoas lendo os lábios com as mãos, através do método de Tadoma
(consiste em tocar a garganta e os lábios da pessoa que fala combinado com dactilogia
na palma da mão).
1894 - Anne Sullivan lê em voz alta para Helen Keller. A mão esquerda de Keller toca os lábios de
Sullivan para sentir as vibrações das palavras de Sullivan (método de Tadoma). Fonte: Escola Perkins
para Cegos.
Educação formal
De 1894 a 1896, Helen frequentou a Escola Wright-Humason para Surdos. Aqui, ela
continuou a trabalhar para melhorar sua comunicação, além de matemática, francês,
alemão e geografia. Dessa maneira, Helen se preparou para a faculdade e seguiu para a
Cambridge School for Young Ladies. Anne Sullivan assistiu a todas as aulas com
Helen e interpretou as palestras e os livros para ela, pois não estavam em Braille.
Quando tinha dezesseis anos, Keller havia passado nos exames de admissão no
Radcliffe College; em 1904, ela se formou com honras, obtendo o diploma de bacharel
em artes. Tudo isso foi feito com a ajuda de Anne Sullivan na interpretação das
palestras e textos.
Keller trabalhou com sua professora Anne Sullivan por 49 anos, de 1887 até a morte
de Sullivan, em 1936. Em 1932, Sullivan experimentou problemas de saúde e perdeu
completamente a visão. Uma jovem chamada Polly Thomson, que começou a trabalhar
como secretária de Keller e Sullivan em 1914, tornou-se companheira constante de
Keller após a morte de Sullivan.
Durante sua vida, ela recebeu muitas honras em reconhecimento por suas realizações,
incluindo a Medalha de Serviço Distinto de Theodore Roosevelt em 1936, a Medalha
Presidencial da Liberdade em 1964 e a eleição para o Hall da Fama das Mulheres em
1965.
Keller também recebeu doutorado honorário na Temple University e na Harvard
University e nas universidades de Glasgow, na Escócia; Berlim, Alemanha; Delhi,
Índia; e Witwatersrand em Joanesburgo, África do Sul. Foi nomeada bolsista honorária
do Instituto Educacional da Escócia.
Livros publicados
Aos 22 anos, Keller publicou sua autobiografia "A História da Minha Vida" (1903),
incluindo palavras que Keller escreveu e a história de sua vida até os 21 anos. Em
1908, ela escreveu "O Mundo em que Vivo", dando aos leitores uma visão de como ela
se sentia. Também escreveu "Optimismo - um ensaio", "A Canção do Muro de Pedra",
"Lutando Contra as Trevas", "A Minha Vida de Mulher", "Paz no Crepúsculo",
"Dedicação de Uma Vida" e "A Porta Aberta".
Os últimos dias de Helen Keller
1960 - Helen Keller lendo um livro em braille. Fonte: Escola Perkins para Cegos.
Raramente penso nas minhas limitações e elas nunca me deixam triste. Talvez haja
apenas um toque de desejo às vezes; mas é vago, como uma brisa entre flores.
HELEN KELLER
Escritora, conferencista e ativista social
Tenho o desejo de realizar uma tarefa importante na vida. Mas meu primeiro dever
está em realizar humildes coisas como se fossem grandes e nobres.
HELEN KELLER
Seu sucesso e felicidade estão em você. Resolva manter-se feliz, e sua alegria e você
formará um anfitrião invencível contra dificuldades.
HELEN KELLER
A experiência humana não seria tão rica e gratificante se não existissem obstáculos a
superar. O cume ensolarado de uma montanha não seria tão maravilhoso se não
existissem vales sombrios a atravessar.
HELEN KELLER
Quando uma porta da felicidade se fecha, outra se abre, mas costumamos ficar
olhando tanto tempo para a que se fechou que não vemos a que se abriu.
HELEN KELLER
As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser vistas nem tocadas; elas
devem ser sentidas com o coração.
HELEN KELLER
Os 8 tipos de surdez
7 – Surdez congênita
Crédito
s da imagem: https://itpen.ir
Embora pesquisas anteriores já tivessem descoberto a ligação entre surdez e
aumento da visão periférica, os cientistas pensaram que o córtex visual no
cérebro era responsável, não as retinas.
Trabalhando em conjunto com o Royal National Institute for Deaf People, os
pesquisadores de Sheffield usaram Tomografia de Coerência Ótica para
escanear com detalhes as retinas dos participantes do estudo.
Os cientistas dilataram as pupilas dos participantes antes de escanear suas
retinas. Eles também mediram seus campos visuais nos dois olhos para
comparar com os exames de retina.
Os resultados, publicados na revista PLoS ONE, registraram uma correlação
significativa entre alterações na distribuição da retina em indivíduos surdos e
o efeito que isso teve na ampliação de sua visão periférica.
A co-autora do estudo, Charlotte Codina, disse: "Nossa esperança é que, ao
entender melhor a retina e a visão das pessoas surdas, possamos melhorar o
cuidado visual das pessoas surdas".
O que é um cão-ouvinte?
Cão-ouvinte é um tipo específico de cão, para assistência, especificamente
selecionado e treinado para ajudar os surdos, alertando o seu manipulador
sobre sons importantes, tais como campainhas, alarmes de incêndio, toque
de telefones, alarmes de relógio, etc. Eles também podem trabalhar fora de
casa, alertando para sons tais como sirenes, buzinas, aproximação de
pessoas por trás do surdo e o chamamento do nome do manipulador.
"Alvin" é um cão-ouvinte da raça Cocker Spaniel treinado pela organização inglesa "Hearing
Dogs for Deaf People".
Treinamento do cão-ouvinte
Os cães que podem tornar-se cão-ouvinte são testados quanto a bom
temperamento e vontade de trabalhar. Após a aprovação inicial, eles são
treinados em obediência básica e expostos a situações que irão enfrentar em
público, como elevadores, carrinhos de compras, ruas movimentadas e
proximidade com pessoas. Somente após esse período de socialização eles
são treinados em alertas sonoros.
Cães-ouvinte podem ser treinados profissionalmente em menos de três
meses, embora muitos sejam treinados por cerca de um ano. Geralmente, a
formação envolve treinar o cachorro para reconhecer um determinado som
e, em seguida, fisicamente alerta, conduzir o seu manipulador à fonte do
som. Eles também podem ser ensinados conduzir o manipulador afastando-se
de um som, como no caso de um alarme de incêndio.
O Congresso de Milão
O QUE É
O Segundo Congresso Internacional de Educação dos Surdos (ou
Congresso de Milão) teve lugar em Milão, na Itália, em setembro de
1880, e o impacto das decisões ali tomadas pode ser sentido até
hoje.
Pintura de Nancy Rourke chamada "Milão 1880 em cima da mesa" - esta pintura é sobre o
Congresso Internacional sobre Educação de Surdos, realizado em Milão, Itália, no ano de
1880, quando a língua de sinais foi proclamada proibida e o oralismo se tornou a lei nas
escolas de surdos. As mãos representam os seis americanos que compareceram ao
Congresso. São James Denison, Edward Miner Gallaudet, Thomas Gallaudet Jr., Isaac Lewis
Peet e Charles Stoddard. Fonte: nancyrourke.com
Organizações
WASLI
O que é a WASLI?
O QUE É
Wasli significa World Association of Sign Language Interpreters -
Associação Mundial de Intérpretes de Línguas de Sinais, criada em
23 de julho de 2003, durante o 14º Congresso Mundial da Federação
Mundial de Surdos em Montreal, Canadá. É uma organização
internacional que visa promover a profissão de intérpretes de língua
de sinais.
Objetivos da WASLI
Incentivar o estabelecimento de associações nacionais de intérpretes
de língua de sinais em países que não as possuem;
Ser uma rede de apoio às associações nacionais existentes de
intérpretes de língua de sinais;
Compartilhar informações e ser um ponto de referência para questões
de interpretação, usando a internet e outras maneiras acessíveis
internacionalmente;
Apoiar o trabalho de intérpretes de língua de sinais que trabalham em
eventos internacionais, por exemplo, conferências, eventos esportivos;
Trabalhar em parceria com associações de surdos e surdocegos em
questões de interpretação de língua de sinais;
Incentivar a pesquisa;
Desenvolver e promover padrões para treinamento, educação e
avaliação de alta qualidade de intérpretes de língua de sinais;
Organizar conferências e seminários;
Estabelecer uma ligação com organizações de intérpretes de línguas
faladas e outras organizações com interesses em comum.
Conferência WASLI 2019 realizada em Paris, França. Fonte: Página da WASLI no Facebook.
Feneis
O que é a Feneis?
O QUE É
Filiada à Federação Mundial dos Surdos, a Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos (Feneis) é uma entidade
filantrópica sem fins lucrativos de apoio à Comunidade Surda.
A Feneis mantém um relacionamento muito próximo com a Comunidade
Surda, com o intuito de saber direto da fonte quais as necessidades dessa
população. Dessa forma é possível lutar por objetivos específicos e de
extrema importância para as pessoas surdas do país e procurar atender a
todas as suas necessidades específicas.
História da Feneis
A Feneis surgiu da necessidade de uma organização nacional que
representasse os interesses de todas as pessoas surdas do país. Visando suprir
essa necessidade, em 1977 foi fundada a Federação Nacional de Educação e
Integração dos Deficientes Auditivos.
O que parecia uma boa solução na verdade não fui de grande ajuda à
Comunidade Surda, visto que a Feneida era composta exclusivamente por
ouvintes. Acreditava-se que os surdos não fossem capazes de coordenar uma
entidade, o que levou à completa exclusão dessas pessoas da diretoria da
organização responsável pela luta de seus direitos.
Sem saber como é ser surdo, uma comissão composta apenas por ouvintes
não seria capaz de identificar e atender a todas as necessidades dessa
população, de forma que em 1983 foi criada uma Comissão de Luta pelos
Direitos dos Surdos. Embora não oficializado, o grupo lutava para ser ouvido
e participar das decisões da diretoria da Feneida.
Após muita luta a Comissão conquistou a presidência da Feneida, e em 16 de
maio de 1987 ocorreu a Assembleia Geral que reestruturou o estatuto da
instituição. Surge então a Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos (Feneis).
Objetivos da Feneis
A Feneis tem como objetivo a defesa de políticas linguísticas, educação,
cultura, saúde e assistência social para a Comunidade Surda, assim como
seus direitos, garantindo assim maior inclusão da Comunidade Surda na
sociedade.
INES
O que é o INES?
O QUE É
O INES é um órgão do Ministério da Educação que atende alunos
surdos da Educação Infantil até o Ensino Médio, além de oferecer
ensino profissionalizante e estágios remunerados que ajudam a
inserir os surdos no mercado de trabalho. O INES também apoia e
promove a pesquisa de novas metodologias a serem aplicadas no
ensino das pessoas surdas, além de prestar atendimento psicológico,
fonoaudiológico e social à comunidade surda.
História do INES
Em 26 de setembro de 1857 foi fundado no Rio de Janeiro o Instituto Imperial
de Surdos-Mudos, que mais tarde passaria a se chamar Instituto Nacional de
Educação de Surdos. O professor francês Édouard Huet, também surdo,
apresentou a proposta de uma escola especializada no ensino de pessoas
surdas a Dom Pedro II. A proposta foi aceita e o governo imperial designou o
Marquês de Abrantes para acompanhar o processo da criação da primeira
escola para surdos no país.
Por ser a única instituição especializada na educação de surdos nesta região
do mundo, por muito tempo o INES recebeu alunos de todo o Brasil e de
países ao redor que não possuíam instituições similares. Inicialmente a língua
de sinais praticada era a Língua de Sinais Francesa devido à nacionalidade de
Huet, que teve forte influência na elaboração da Língua Brasileira de Sinais
(Libras). Até hoje o INES é a maior referência quanto ao ensino da
comunidade surda no Brasil.
Objetivos do INES
A grande missão do INES é promover a produção, desenvolvimento e
divulgação nacional de conhecimento tecnológicos e científicos sobre a
surdez. Além disso tem também como objetivo garantir o completo
desenvolvimento da pessoa surda, o respeito aos seus direitos e sua plena
socialização.
Email:
FEBRAPILS
O que é a Febrapils?
O QUE É
Febrapils é a sigla da Federação Brasileira das Associações dos
Profissionais Tradutores e Intérpretes e Guia-Intérpretes de Língua
de Sinais, uma entidade profissional autônoma, sem fins lucrativos
ou econômicos, fundada em 22 de setembro de 2008.
Objetivos da Febrapils
Colaborar com a fundação de Associações de Tradutores e Intérpretes e
Guia-intérpretes de Língua de Sinais, doravante denominados de TILS e
GIs;
Consolidar as APILS, apoiando na sua organização administrativa e de
atuação;
Apoiar as APILS e DPTILS na busca pela formação profissional, melhoria
do ambiente de trabalho, salubridade e condições salariais adequadas
da categoria dos Tradutores e Intérpretes e Guia-intérpretes de Língua
de Sinais, doravante denominados de TILS e GIs;
Construir e manter uma parceria e intercâmbio com as instituições de
tradutores e intérpretes, de surdos, em todas as esferas, seja nacional
ou internacional;
Estabelecer parcerias e laços de solidariedade nas reivindicações e
conquistas com instituições representativas da comunidade surda,
estimulando o respeito, o diálogo e a convivência entre surdos, TILS e
GIs.
Atuação da Febrapils
A Febrapils atua sob três grandes pilares:
Febrapils comemora seus 10 anos com mais de 120 intérpretes e tradutores presentes, de
20 estados diferentes. Fonte: Página da Febrapils no Facebook.
Diretoria
Presidente (in memorian): Ernando Pinheiro Chaves (APILCE – Ceará)
Presidenta (em exercício): Sônia Marta de Oliveira (APILSEMG – Minas
Gerais)
1ª Secretária: Daniela Bieleski (ACATILS – Santa Catarina)
Secretária Adjunta: Andréa Venancino (APILSBESP – São Paulo)
1ª Tesoureiro: Fernando de Carvalho Parente Junior (APILCE – Ceará)
Tesoureiro Adjunto: Juliano Salomon de Oliveira (APILSEMG – Minas
Gerais)
Diretor de Articulação Política: Tiago Coimbra (ACATILS – Santa
Catarina)
Prolibras
O que é Prolibras?
Criado pelo Ministério da Educação, o Prolibras é um programa nacional que realiza
exames para obtenção de dois tipos de certificados: "Certificado de Proficiência no
Uso e Ensino da Libras" e "Certificado de Proficiência em Tradução e Interpretação da
Libras/Língua Portuguesa". A certificação do Prolibras pode ser considerada um título
que prova a competência e proficiência para o ensino ou interpretação e tradução da
Libras.
O Prolibras acabou?
Alfabeto Manual
O QUE É
O que é Alfabeto Manual?
É um recurso das línguas de sinais que utiliza as mãos para
representar o alfabeto das línguas orais. Cada letra ou número são
representadas por configurações de mão específicas. O Alfabeto
Manual também é conhecido como Alfabeto Digital, Datilologia ou
Dactilologia.
O Alfabeto Manual
Neste artigo vamos apresentar as letras do alfabeto (A-Z + Ç). Assim como as
letras, os números também são representados manualmente. Em breve
falaremos sobre os números.
Os Cinco Parâmetros da Libras
RESUMO
Quais são os cinco parâmetros formativos das Libras?
1 - A configuração da mão;
2 - Ponto ou local de articulação;
3 - O movimento;
4 - Orientação/direcionalidade;
5 - Expressão facial e/ou corporal;
1 - A configuração da mão:
A configuração adotada pela mão, tem como resultado a posição dos dedos.
Cada configuração pode ser feita pela mão dominante (mão direita para os
destros, mão esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos dependendo do
sinal. Os sinais APRENDER, SÁBADO, LARANJA e DESODORANTE-SPRAY têm a
mesma configuração de mão e são realizados na testa, na boca e na axila,
respectivamente.
Exemplos de sinais que utilizam a mesma configuração de mão: sinal de "aprender",
"sábado", "laranja" e "desodorante-spray".
Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 21.
3 - O movimento
Alguns sinais são estáticos em um local, outros contêm algum movimento.
Dessa forma, podemos entender que o parâmetro de movimento se refere ao
modo como as mãos se movimentam (movimento linear, em movimento da
forma de seta arqueada, circular, simultânea ou alternada com ambas as
mãos, etc.) e para onde estão movimentando (para a frente, em direção à
direita, esquerda, etc...).
Alguns exemplos de sinais com movimento e sinais sem movimento:
Exemplos de sinais com movimento e sem movimento.
Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 22.
4 - Orientação/direcionalidade
É o plano em direção ao qual a palma da mão é orientada. Alguns sinais têm
a mesma configuração, o mesmo ponto de articulação e o mesmo
movimento, e diferem apenas na orientação da mão. É importante perceber
como a modificação de um único parâmetro pode alterar completamente o
significado do sinal.
Segundo Felipe e Monteiro (2007, pg. 23) os verbos IR e VIR se opõem em
relação à direcionalidade, como os verbos SUBIR e DESCER, ACENDER e
APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-PORTA.
Exemplos de sinais com movimento e sem movimento.
Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 23.
Rosto:
Parte superior: sobrancelhas franzidas; olhos arregalados; lance de
olhos; sobrancelhas levantadas.
Parte inferior: bochechas infladas; bochechas contraídas; lábios.
Cabeça:
Movimento de assentimento (sim); movimento de negação; inclinação
para frente; inclinação para o lado; inclinação para trás.
Rostoe cabeça:
Cabeça projetada para frente; olhos levemente cerrados,
sobrancelhas franzidas; cabeça projetada para trás e olhos
arregalados.
Tronco:
Para frente; para trás; balanceamento alternado (ou simultâneo) dos
ombros.
Segundo Felipe e Monteiro (2007, pg. 27): "Na combinação destes quatro
parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as mãos é, portanto,
combinar estes elementos para formarem as palavras e estas formarem as
frases em um contexto".
Geralmente, a expressão facial e/ou corporal se desenvolve ao longo do
tempo à medida em que se torna fluente em Libras. Ao conversar com
pessoas surdas, é importante observar que componentes não manuais elas
usam. Por exemplo: balançam a cabeça para indicar uma afirmação?
Movimentam o corpo ou os olhos? Fazem expressões faciais quando estão
conversando sobre felicidade, tristeza, raiva, susto? Por isso é extremamente
importante observar cuidadosamente os sinais e seus parâmetros para
reproduzi-los corretamente.
Exemplos de Sinais
Sinal de "chuva" Sinal de "calor"
Sinal de "frio" Sinal de "Libras"
Sinal de "triste" Sinal de "amigo"
SignWriting
O que é SignWriting?
O QUE É
História da SignWriting
A SignWriting foi desenvolvida em 1974 por Valerie Sutton, uma dançarina,
que havia, dois anos antes, desenvolvido a DanceWriting, um sistema escrito
de danças.
SignWriting Hoje
O sistema evoluiu ao longo dos anos, não tendo mais a forma como foi criado,
em 1974. A escrita tornou-se pública e naturalmente foi sendo padronizada,
envolvendo várias pessoas nesse processo;
A SignWriting tornou-se muito popular nos Estados Unidos e cada vez mais
divulgado em outros países. É utilizada para escrita das línguas de sinais de
aproximadamente 60 países diferentes.
Steve Slevinski e Valerie Sutton fornecem suporte técnico aos usuários da
SignWriting enquanto expandem cada vez mais o software SignPuddle;
Valerie Sutton mantém o site www.signwriting.org, que contém o maior
conteúdo sobre SignWriting da internet;
Steve Slevinski, o responsável por grande parte do desenvolvimento
tecnológico da SignWriting, está desenvolvendo Wikipedias próprias para as
línguas de sinais, algo como um enorme banco de dados público que permite
ao usuário adicionar ou consultar os sinais escritos em SignWriting de qualquer
língua de sinais.
Importância do SignWriting
Antigamente, usuários da língua de sinais não tinham como escrever na sua
própria língua. Isto quer dizer que para escrever precisavam usar uma língua
oral. Nesta língua a maioria dos surdos encontram muitas dificuldades de
expressão, mesmo depois de muitos anos de escolaridade. Com a
SignWriting, existe a possibilidade de os surdos escreverem no seu próprio
idioma, sem terem de usar uma língua oral.
SignWriting no Brasil
No ano de 1996, a PUC do RS em Porto Alegre através do Dr. Antonio Carlos da
Rocha Costa começou a usar o programa de computador SignWriter para
gravar a Língua Brasileira de Sinais com seus alunos. A partir disso,
SignWriting começou a tomar forma no Brasil. O Dr. Rocha formou um grupo
de trabalho envolvendo especialmente a Prof. Marianne Stumpf (surda) e a
Prof. Marcia Borba. Marianne é surda e atuou como professora na área de
computação na Escola Especial de Concórdia, em Porto Alegre, trabalhando
com o SignWriting em algumas turmas.
Prof.º Dr. Antônio Carlos da Rocha Costa
Madson Barreto
Raquel Barreto
E-book "Escrita de Sinais sem Mistérios", a versão impressa não é mais comercializada.
Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: A Libras em suas Mãos - 3 Volumes contendo mais de
13 mil sinais de Libras. 1ª Edição - 2017.
Conhece algum livro que não foi mencionado? Por favor, avise-nos através do e-mail
contato@libras.com.br.
A escrita de sinais é muito importante para nós, porque é a forma própria
de escrever a língua de sinais. A comunidade surda que utiliza a língua de
sinais merece ter também a sua escrita. Da mesma forma, as crianças devem
escrever os sinais uma vez que usam a língua de sinais.
PH.D. PROF.ª DRA. MARIANNE ROSSI STUMPF (SURDA)
Valerie Sutton
Livro "Uma Menina chama Kauane", escrito por Karin Strobel e traduzido para Libras por
Marianne Stumpf, usando SignWriting.