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Libras

O que é a Língua de Sinais?

Inicialmente, ao buscarmos entender o que é Libras, é necessário antes, esclarecer o


que é a língua de sinais.
A língua de sinais é também conhecida como língua gestual. Ela utiliza-se de gestos e
sinais em substituição à língua que todos nós bem conhecemos em nossas
comunicações: a língua de sons ou oral.
Falamos em comunicação e a língua de sinais possui exatamente esse sentido, ou seja,
de ser o meio de um grupo de indivíduos poderem comunicar-se, pois é através dela
que as pessoas surdas trocam comunicações entre si, e até mesmo com as pessoas que
já aprenderam a interpretá-la. Aliás, isto vem ocorrendo de forma cada vez mais
significativa.

Sinal de Triste e Sinal de Amigo.


Muitos acham que, por se tratar de comunicação por gestos, ela deveria ser igual para
todos os surdos. Outros acham que a comunidade surda do mundo, por ser pequena,
deveria fazer uso de apenas uma língua de sinais, até mesmo, por se tratar de uma
linguagem icônica (representativa). Vejamos por que não é assim:
Primeiro que a língua de sinais não é baseada em gestos ou mímicas, trata-se de uma
língua natural, com léxico (léxico é todo o conjunto de palavras que as pessoas de uma
determinada língua têm à sua disposição para expressar-se, oralmente ou por escrito) e
gramática próprios.
Segundo que cada comunidade de surdos desenvolveu a sua própria língua de sinais,
tal como cada povo desenvolveu sua língua oral. Isso demandou muito tempo.
Assim como existem várias línguas faladas no mundo, também existem várias línguas
de sinais pelo mundo. Cada país tem sua própria língua de sinais, tal como temos nossa
própria língua falada. Vejamos algumas línguas de sinais espalhadas pelo mundo:

Libras = Língua Brasileira de Sinais

LGP = Língua Gestual Portuguesa

SLN = Sign Language of Netherlands

ASL = American Sign Language

LSA = Lengua de Señas Argentina

BSL = British Sign Language

LSCH = Lengua de Señas Chilena

LSF = Langue des Signes Française

A língua de sinais se difere das línguas orais-auditivas, uma vez que elas se realizam
pelo canal visual e da utilização do espaço, por expressões faciais e movimentos
gestuais perceptíveis pela visão. Note-se aqui que a língua de sinais não faz apenas uso
de gestos.
A língua de sinais é um legítimo sistema linguístico, inclusive estudada pelos
linguistas, pois atende eficazmente às necessidades de comunicação entre os
indivíduos surdos, os quais são capazes de expressarem qualquer assunto de seu
interesse ou conhecimento.

O que é Libras?

Libras = abreviação de Língua Brasileira de Sinais.


Libras é a língua de sinais usada pela comunidade de surdos no Brasil e já foi
reconhecida pela Lei. A lei que dispõe sobre a língua de sinais é a Lei nº 10.436, de 24
de Abril de 2002.
Estão garantidas pelo poder público, formas institucionalizadas de apoio para o uso e a
difusão da Libras como meio de comunicação nas comunidades surdas. O sistema
estadual e municipal deve garantir a inclusão do ensino da Libras nos cursos de
formação de educação especial, fonoaudiologia e magistério, tanto nos níveis médios
como no superior. Estas e outras formas de apoio à comunidade surda estão reunidas
em aproximadamente 18 leis/decretos/portarias relacionadas à Libras/Surdez.
Libras é uma língua derivada da língua de sinais autóctone (que é natural da região
onde ocorre), ou seja, do Brasil, e da língua gestual francesa. Daí sua semelhança com
línguas de sinais da Europa e da América. A Libras não é uma língua de gestos
representando a língua portuguesa, e sim uma autêntica língua de nosso país.
Semelhante à língua oral que é composta por fonemas (qualquer dos traços distintivos
de um som da fala, capaz de diferençar uma palavra de outra), a Libras também possui
níveis linguísticos como fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. E as semelhanças
não param por aí: na língua de sinais também existem itens lexicais, os quais se
chamam de sinais. Motivo pelo qual é considerada uma autêntica língua. O que é
denominado de palavra (item lexical), na língua oral-auditiva, na língua de sinais são
denominados de sinais. O diferencial da língua de sinais das demais línguas é a sua
modalidade visual-espacial.
Vamos elucidar o que isso significa: é que os sinais são formados a partir da
combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo (ou no espaço)
onde esses sinais são realizados. Por exemplo, a mesma formação das mãos, porém em
lugar diferente no espaço ou do corpo adquire outro sentido, isto é, significa uma outra
palavra. Há ainda de considerar que tal como a língua oral possui significados
diferentes para a mesma palavra em regiões diferentes do Brasil, na Libras isso
também ocorre, são os regionalismos. Conclui-se que não basta apenas saber os sinais,
mas sim sua gramática, para que se possa combinar as frases e estabelecer a
comunicação.
Sinal de 'Libras'.

O que significa Libras?


Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais, uma língua de modalidade
gestual-visual onde é possível se comunicar através de gestos, expressões
faciais e corporais. É reconhecida como meio legal de comunicação e
expressão desde 24 de Abril de 2002, através da Lei nº 10.436. A Libras é
muito utilizada na comunicação com pessoas surdas, sendo, portanto, uma
importante ferramenta de inclusão social.

Sinal de "Surdo" em Libras.

Os gestos da Libras, também chamados de sinais, são realizados por meio da junção
dos movimentos das mãos e das articulações, além de expressões faciais e corporais.
Além disso, a Libras é um importante meio de comunicação para que haja interação
entre os surdos, e deles com os ouvintes. E é reconhecida como meio legal de
comunicação e expressão desde 2002, através da Lei nº 10.436.
Veja que, por isso, essa língua é considerada tão importante para a comunidade surda e
para a população em geral, pois quebra as barreiras do silêncio que limitam a
comunicação entre ambos, de forma que ocorra a inclusão social.
Ao contrário do que muitos pensam, a comunicação da Libras não é somente mímica,
pois é composta por um alfabeto, e estrutura linguística e gramatical própria,
permitindo a quem faz o uso da língua, discutir sobre qualquer assunto. Desta forma, é
perceptível que a Libras seja complexa, assim como qualquer outra língua.
E, também, não é universal, pois cada país possui sua própria Língua de Sinais, sem
falar dos regionalismos, que são as diferenças de linguagem que mudam de acordo
com a cultura de cada região.

Que tal aprender Libras, criado em 31/05/20

Dia Nacional de Educação de Surdos, criado em 23/04/20


26 de Setembro, Dia Nacional dos Surdos, criado em 25/07/14

26 de julho, Dia do Intérprete de Libras, criado em 26/07/13

Libras é uma conquista histórica, criado em 22/04/13


Frase de Oliver Sacks a respeito das Línguas de Sinais, criado em 08/06/12

Libras ou LIBRAS?

Qual a escrita correta: Libras ou LIBRAS?


Para esclarecer esta dúvida, postamos um excelente artigo sobre siglas, de autoria da
profª Maria Piacentini, acompanhe:

Há uma confusão generalizada quando se trata de grafar siglas. Alguns autores


indicam que com até três letras, as siglas devem ser grafadas em maiúsculas e com
mais de três letras, somente a inicial maiúscula. Qual o correto?
Embora tenhamos de obedecer às normas nacionais no tocante à ortografia do léxico
português, as siglas escapam a qualquer camisa-de-força, pois oficialmente sempre se
viu o mínimo a respeito de como escrevê-las. Os manuais de ortografia se limitavam
ao uso de maiúsculas e pontos (ex. D.A.S.P.); estes, porém, estão praticamente fora de
uso.
Mais recentemente é que se começou a falar nos siglemas, ou seja, nomes abreviativos
formados não apenas das letras iniciais das palavras que os compõem mas também de
sílabas, adquirindo assim um caráter de palavra (ex. Celesc, Eletronorte, Sudene).
Desse modo, ao constituir ou escrever uma sigla, pode-se adotar a seguinte convenção
(mais tradicional):
1 - Usar só MAIÚSCULAS se cada letra corresponder a uma palavra,
independentemente de ser a sigla pronunciável ou não:

 ABL – Academia Brasileira de Letras


 ABI – Associação Brasileira de Imprensa
 CBF – Confederação Brasileira de Futebol
 BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco
Mundial)
 UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas
 SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
 EMFA – Estado Maior das Forças Armadas
 UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
 UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
 ICESP – Instituto do Café do Estado de São Paulo
 FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
 ABBESC – Associação dos Bancários do Banco do Estado de Santa Catarina

2 – Só a 1ª letra maiúscula se cada letra não corresponder necessariamente a


uma palavra:

 Funai – Fundação Nacional do Índio


 Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina
 Sudene – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
 Usiminas – Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A
Muitos jornais procedem de maneira um pouco diferente, orientando a grafia das siglas
pelo seu tamanho e pelo fator pronúncia, ou seja:

I - até três letras, em maiúsculas: BC, PIS, ONU, CPF


 II - com quatro letras ou mais:
 a) se pronunciável, só a inicial maiúscula: Besc, Ubes, Fierj, Icesp, Masp,
Abbesc
 b) com todas as maiúsculas quando se lê letra por letra: SBPC, PSDB.
Existe também a sigla mista, como CNPq e UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos), em que minúsculas são usadas para diferenciá-la de outra
que tem as mesmas iniciais (no último caso, a UFSC).
O correto é Libras
Assim, com base nas informações citadas pela autora, podemos concluir que a escrita
correta da sigla da "Língua Brasileira de Sinais" é Libras e não LIBRAS.
A própria Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira
de Sinais, utiliza a forma "Libras" sem acento.

Sinal de ‘Amigo’

Mitos sobre a Língua de Sinais

Muitos dos mitos sobre as línguas de sinais são frutos da falta de informação e até
mesmo da repressão feita a estas línguas em alguns momentos do passado. Nos dias de
hoje, tais conhecimentos inverídicos e sem fundamentos ainda circulam e prejudicam o
desenvolvimento linguístico de alguns surdos, desprestigiam a língua destes indivíduos
e o trabalho dos professores e intérpretes. Neste artigo vamos esclarecer os principais:

 Mitos sobre as línguas de sinais;


 Mitos sobre Libras;
 Mitos sobre os surdos.

Libras é Mímica?
Muitos pensam que as línguas de sinais são mímicas, o que não é verdade. Mímica é a
expressão do pensamento por meio de gestos, expressões faciais e corporais,
representando objetos e situações através de imitações. A mímica teve origem no
teatro grego e é muito utilizada no meio artístico. Alguns sinais da Libras realmente
representam a forma de um objeto (sinais icônicos), mas isto não se aplica a todos, e
nem sempre são iguais aos utilizados na mímica. Libras é uma língua, com estrutura
gramatical própria, natural e complexa, assim como as línguas orais.

Crianças brincando de mímica e o sinal específico para 'pulga' em Libras. Fonte: Blog Deise
Vitória e Blog Amanda Duda.

Libras é limitada
Alguns pensam que as línguas de sinais são limitadas a conversas simples. Na verdade,
as línguas de sinais podem expressar ideias abstratas, emoções, pensamentos, opiniões,
fazer apresentações acadêmicas, peças teatrais, criar poesias, músicas, contar e
inventar histórias e piadas, por exemplo.

Libras é linguagem
A Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, que reconhece a Libras como meio legal de
comunicação e expressão, traz a seguinte denominação: Língua Brasileira de Sinais –
Libras, e não Linguagem Brasileira de Sinais. Da mesma forma que no idioma
português, não pronunciamos linguagem portuguesa, mas sim, língua portuguesa.
Infelizmente é possível encontrar a escrita incorreta (linguagem) em livros, portais de
notícias e, incrivelmente, até em cursos de Libras.
Mais informações:

 Lei 10.436, de 24 de abril de 2002

Lei nº 10.436, de 2002

LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.


Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso


Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a


Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela
associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a
forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de
natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um
sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil.

Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o
uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de
comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do
Brasil.

Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços


públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento
adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas
legais em vigor.

Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais,


municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de
formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em
seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais -
Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais -
PCNs, conforme legislação vigente.

Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá


substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.

Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Paulo Renato Souza
Confira abaixo outras leis, decretos, portarias e resoluções sobre surdez/Libras que
nós do site www.libras.com.br recomendamos a leitura:
Decreto nº 2.592, de 1998
Este decreto foi revogado pelo decreto nº 9.917, de 18 de julho de 2019

Decreto nº 3.298, de 1999


Decreto que regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989,
dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência

Decreto nº 5.626, de 2005


Decreto que regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que
dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras

Lei nº 10.098, de 2000


Lei que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida

Lei nº 10.436, de 2002


Lei que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras
providências

Lei nº 10.845, de 2004


Lei que institui o Programa de Complementação ao Atendimento
Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência, e dá
outras providências

Lei nº 11.796, de 2008


Lei que institui o Dia Nacional dos Surdos (o dia 26 de setembro de cada
ano)

Lei nº 12.319, de 2010


Lei que regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua
Brasileira de Sinais - Libras

Lei nº 13.146, de 2015


Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto
da Pessoa com Deficiência)

Lei nº 4.304, de 2004


Lei que dispõe sobre a utilização de recursos visuais, destinados as
pessoas com deficiência auditiva, na veiculação de propaganda oficial

Lei nº 4.309, de 2004


Lei que dispõe sobre o ingresso de pessoas com deficiência auditiva nas
universidades públicas estaduais

Lei nº 8.160, de 1991


Lei que dispõe sobre a caracterização de símbolo que permita a
identificação de pessoas portadoras de deficiência auditiva
Mensagem nº 532, de 2010
Veto parcial, por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse
público, do Projeto de Lei nº 325, de 2009

Portaria Normativa MEC 20/2010 – DOU: 08.10.2010


Portaria que dispõe sobre o Programa Nacional para Certificação de
Proficiência no Uso e Ensino da Libras e Tradução e Interpretação
Português/Libras

Portaria nº 1.679, de 1999


Portaria que dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas
portadoras de deficiências, processos de autorização de cursos e
credenciamento

Portaria nº 3.284, de 2003


Portaria que dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas
portadoras de deficiências, processos de autorização de cursos e
credenciamento

Projeto de Lei do Senado Nº 180, de 2004


Projeto de Lei sobre a obrigatoriedade da oferta da Língua Brasileira de
Sinais - Libras, em todas as etapas e modalidades da educação básica

Prolibras
O ProLibras foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) do Brasil para
cumprir o Decreto nº 5.626, de 2005 em seus Artigos 7º e 8º

Resolução nº 25, de 2008


Resolução sobre o Diagnóstico de audição em crianças recém-nascidas

Resolução nº 734, de 1989


Resolução que determina as condições para emissão da carteira de
habilitação (CNH) para portador de deficiência auditiva
Total: 20

Leis sobre Libras e Surdez

Principais leis que regulamentam a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e


assuntos relacionados à surdez. Aqui você terá respostas para perguntas
como:
Qual a lei que reconhece a Libras como meio legal de
comunicação e expressão?

É a Lei n.º 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua


Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.
Qual a lei que regulamenta a profissão de tradutor e intérprete
de Libras?

É a Lei n.º 12.319, de 1 de setembro de 2010, que regulamenta a


profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais -
Libras.

Surdo pode ter Carteira de Habilitação (CNH)?

Sim, desde que atenda todas as condições previstas na Resolução


nº734/1989, do Conselho Nacional de Trânsito - Contran e
identifique seu veículo com o Símbolo Internacional da Surdez,
previsto na Lei 8.160, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a
caracterização de símbolo que permita a identificação de pessoas
portadoras de deficiência auditiva.

 Libras é língua ou linguagem?

Libras é língua ou linguagem?

Muitas pessoas ainda confundem se Libras é uma língua ou linguagem. Se você


tem dúvidas sobre este assunto, continue lendo para entender melhor.
Primeiramente, vamos explicar a diferença entre língua e linguagem.

Língua

A língua é um conjunto de palavras organizadas por regras gramaticais específicas. É


uma convenção que permite que a mensagem transmitida seja sempre compreensível
para os indivíduos de um determinado grupo. A língua pode variar de acordo com a
região, com o grupo social, a cultura, entre outros fatores.
Exemplos de línguas: língua portuguesa, língua italiana, língua alemã, língua inglesa,
língua francesa.
Para que a língua seja entendida não basta simplesmente conhecer o significado das
palavras. É necessário aprender e entender a gramática, ou seja, as normas que regem
aquela língua.

Linguagem

É o ato de se comunicar com alguém, ou seja, a transmissão da mensagem. É a


capacidade de comunicar ideias, pensamentos, opiniões, sentimentos, experiências,
desejos, informações, etc...
A linguagem pode ser verbal, não-verbal e mista:

 Verbal: é composta plenamente por palavras, podendo ser oral ou escrita;


 Não-verbal: utiliza outros meios comunicativos, como gestos, sons, cores,
imagens, expressões faciais e corporais, símbolos, dentre outros;
 Mista: é composta por linguagem verbal e não-verbal, como as histórias em
quadrinhos, cinema, teatro e revistas. Ainda na linguagem mista, pode-se
encontrar redes sociais como Instagram, Facebook e Twitter, que possibilita a
publicação de texto e imagem.

Linguagem verbal Linguagem não-verbal Linguagem mista

Além da linguagem comum, existe também a linguagem digital. Essa linguagem usa
combinações numéricas para criar sites, jogos e aplicativos. Além disso, é por meio
dessa linguagem que podemos transmitir e receber mensagens via computadores,
celulares e qualquer outro meio eletrônico.
Assim como é necessário entender as normas da língua, que é conhecida como
gramática, a ciência que estuda a linguagem é a linguística.

Conclusão: Libras é uma língua


A Libras possui estrutura gramatical própria, portanto, é uma língua. Inclusive é
reconhecida como meio legal de comunicação e expressão do Brasil desde 2002,
através da Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002. O ato de se comunicar através da
Libras é fazer o uso da linguagem.

Libras é português sinalizado


Muitos pensam que Libras é o português feito com as mãos e os sinais substituem cada
palavra falada, seguindo sempre a mesma estrutura da frase em português. Isto não é
verdade, pois Libras possui uma estrutura gramatical própria, muitas vezes diferente da
língua portuguesa. Libras também não é uma forma de abreviar o português.

Língua de sinais é universal


Muitos pensam que a língua de sinais é igual para todos os surdos do mundo. Por
exemplo, se uma pessoa fluente em Libras viajar para os Estados Unidos, será
perfeitamente compreendida pelos surdos nativos de lá. Isso não ocorre, já que cada
país tem a sua própria língua de sinais, no caso dos Estados Unidos, a ASL - American
Sign Language e na França, por exemplo, a LSF - Langue des Signes Française.
Em 2013, a Ethnologue (organização fundada nos Estados Unidos para estudo,
desenvolvimento e a documentação de línguas) listou 136 línguas de sinais diferentes
em todo o mundo. Nessas línguas, há imensa diversidade, assim como nas línguas
faladas.
Existe um sistema de comunicação internacional chamado Língua Internacional de
Sinais, ou Gestuno, criado para reuniões internacionais como conferências, congressos,
etc... No entanto, não é convencionalizado, não possui gramática e não é tão complexo
quanto a língua de sinais natural e, portanto, não é considerado uma língua.

Sinal de frio em Libras e sinal de frio em ASL (American Sign Language).

Língua de sinais é somente o Alfabeto Manual


O Alfabeto Manual é uma forma de representação da ortografia da língua oral,
utilizado somente em situações específicas, como por exemplo, para soletrar o nome
de pessoas, lugares ou palavras que ainda não têm um sinal conhecido. No geral, cada
palavra possui seu próprio sinal em Libras, isso significa que a Libras vai muito além
do alfabeto manual.
Mais informações:

 Alfabeto Manual

Basta saber Libras para ser intérprete profissional


Interpretar é uma profissão, e fazê-lo bem envolve mais do que simplesmente conhecer
o idioma. Um intérprete não qualificado pode levar a erros e a responsabilidade é
muito grande, por exemplo, em um ambiente médico.

Todo surdo é mudo


Não é correto dizer que todo surdo é surdo-mudo. A maioria dos surdos têm as cordas
vocais em perfeito funcionamento, portanto, são minorias os surdos que também são
mudos. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Alguns
surdos falam, são os surdos oralizados, que desenvolveram a fala através de um
trabalho com fonoaudiologia. Desta forma, o termo surdo-mudo tem sido encarado
pela cultura surda como um erro social, devido à falta de conhecimento do real
significado das duas palavras.
Tomemos o exemplo de Helen Keller, cega e surda, portanto incapaz de aprender a
falar através dos métodos convencionais. Mas ela não era muda. Ela aprendeu a falar
com a ajuda de sua professora, Anne Sullivan.
Mais informações:

 Nem todo surdo é mudo

Surdo-Mudo

Nem todo surdo é mudo

Não é correto dizer que todo surdo é surdo-mudo. A maioria dos surdos têm as
cordas vocais em perfeito funcionamento, portanto, são minorias os surdos que
também são mudos. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a
falar. Alguns surdos falam, são os surdos oralizados, que desenvolveram a fala
através de um trabalho com fonoaudiologia. Desta forma, o termo surdo-mudo tem
sido encarado pela cultura surda como um erro social, devido à falta de
conhecimento do real significado das duas palavras.
Tomemos o exemplo de Helen Keller, cega e surda, portanto incapaz de aprender a
falar através dos métodos convencionais. Mas ela não era muda. Ela aprendeu a
falar com a ajuda de sua professora, Anne Sullivan.

 Helen Keller

Helen Keller

Helen Keller – escritora, conferencista e ativista social


Helen Adams Keller nasceu em 27 de junho de 1880, em Tuscumbia, no estado do
Alabama (EUA), e faleceu em Westport, em 1 de junho de 1968. Reconhecida
escritora e conferencista, além de ativista social. Filha de Arthur Keller, um homem
influente, capitão de profissão, foi um veterano do exército confederado e prefeito
do Alabama.
A Surdez

Keller perdeu a visão e a audição com apenas 19 meses de idade. Em 1882, ela
contraiu uma doença chamada "febre cerebral" pelo médico da família - que
produzia uma alta temperatura corporal. Atualmente, a verdadeira natureza da
doença permanece um mistério, embora alguns especialistas acreditem que possa
ter sido escarlatina ou meningite.
Embora de família influente, teve uma infância complicada, pois não teve
inicialmente uma orientação adequada que lhe preparasse para aprender e
relacionar-se com o mundo em sua volta. Ela desenvolveu muitos de seus próprios
sinais para comunicar suas necessidades com os pais.
Durante esse período, Keller também se tornou muito rebelde e indisciplinada. Ela
chutava e gritava quando zangada, e ria incontrolavelmente quando feliz. Além
disso, infligiu birras furiosas aos pais.

1888 - Helen Keller aos 8 anos, com o cão da família, Jumbo. Fonte: Escola Perkins para Cegos.

A filha da cozinheira

Quando Helen Keller cresceu, ela desenvolveu um método limitado de comunicação


com sua amiga, Martha Washington, a jovem filha da cozinheira da família. As duas
haviam criado um tipo de comunicação por sinais. Embora não pudesse falar ou ouvir
o que Martha estava dizendo, eles ainda podiam brincar juntos e ser muito criativos em
se meter em problemas.

A instrutora Anne Sullivan

Quando Helen tinha seis anos, sua mãe entrou em contato com o Dr. Alexander
Graham Bell (1847–1922), a quem ela ouvira que estava trabalhando em dispositivos
para ajudar os surdos. Bell se encontrou com Helen e seus pais e sugeriu que entrassem
em contato com o Instituto Perkins para Cegos em Boston, Massachusetts. Em março
de 1887, Anne Sullivan (1866–1936), professora do instituto, passou a servir como
professora de Helen. Anne tinha 21 anos e tinha suas próprias limitações de visão.
Sullivan imediatamente começou a ensinar Helen a se comunicar, soletrando palavras
na mão, começando com "boneca", para ajudar Keller a entender o presente de uma
boneca que ela havia trazido.
A princípio, Keller ficou curiosa, depois desafiadora, recusando-se a cooperar com as
instruções de Sullivan. Quando Keller cooperou, Sullivan percebeu que ela não estava
fazendo a conexão entre os objetos e as letras soletradas em sua mão. Sullivan
continuou trabalhando nisso, forçando Keller a passar pelo aprendizado.
À medida que a frustração de Keller crescia, as birras aumentavam. Por fim, Sullivan
exigiu que ela e Keller ficassem isolados do resto da família por um tempo, para que
Keller pudesse se concentrar apenas nas instruções de Sullivan. Eles se mudaram para
uma cabana na plantação.
Em uma luta dramática, Sullivan ensinou a Keller a palavra "água"; ela a ajudou a
fazer a conexão entre o objeto e as cartas, levando Keller para a bomba de água e
colocando a mão de Keller sob o bico. Enquanto Sullivan movia a alavanca para
liberar água fria sobre a mão de Keller, ela soletrou a palavra água na outra mão de
Keller. Keller entendeu e repetiu a palavra na mão de Sullivan. Keller mudou-se para
outros objetos com Sullivan acompanhando. Ao cair da noite, ela aprendeu 30
palavras. Isso abriu um novo mundo de aprendizado para Helen.
Helen Keller e Anne Sullivan tornaram-se amigas inseparáveis. Estavam juntas dia e
noite, constantemente soletrando na mão as palavras e ideias das coisas acontecendo
ao seu redor. Helen aprendeu rápido. Em apenas três anos, ela aprendeu o alfabeto
manual (língua de sinais), o alfabeto Braille (um alfabeto criado por Louis Braille
[1809–1852] para cegos que dependem de pontos altos para se comunicar) e sabia ler e
escrever.

Como Helen Keller aprendeu a falar

Helen queria aprender a falar e, em 1890, começou a ter aulas de fala na Escola Horace
Mann para Surdos, em Boston. Ela trabalhou incansavelmente para aprender a falar.
Após vinte e cinco anos de trabalho e prática, Helen conseguiu falar com uma voz que
os outros pudessem entender.
Seu desejo de se comunicar com os outros a leva a aprender a falar e a "ouvir" o
discurso das pessoas lendo os lábios com as mãos, através do método de Tadoma
(consiste em tocar a garganta e os lábios da pessoa que fala combinado com dactilogia
na palma da mão).

1894 - Anne Sullivan lê em voz alta para Helen Keller. A mão esquerda de Keller toca os lábios de
Sullivan para sentir as vibrações das palavras de Sullivan (método de Tadoma). Fonte: Escola Perkins
para Cegos.

Educação formal

De 1894 a 1896, Helen frequentou a Escola Wright-Humason para Surdos. Aqui, ela
continuou a trabalhar para melhorar sua comunicação, além de matemática, francês,
alemão e geografia. Dessa maneira, Helen se preparou para a faculdade e seguiu para a
Cambridge School for Young Ladies. Anne Sullivan assistiu a todas as aulas com
Helen e interpretou as palestras e os livros para ela, pois não estavam em Braille.
Quando tinha dezesseis anos, Keller havia passado nos exames de admissão no
Radcliffe College; em 1904, ela se formou com honras, obtendo o diploma de bacharel
em artes. Tudo isso foi feito com a ajuda de Anne Sullivan na interpretação das
palestras e textos.

A morte de Anne Sullivan

Keller trabalhou com sua professora Anne Sullivan por 49 anos, de 1887 até a morte
de Sullivan, em 1936. Em 1932, Sullivan experimentou problemas de saúde e perdeu
completamente a visão. Uma jovem chamada Polly Thomson, que começou a trabalhar
como secretária de Keller e Sullivan em 1914, tornou-se companheira constante de
Keller após a morte de Sullivan.

Dedica a via a ajudar os outros

Quando jovem, Keller ficou determinada a aprender sobre o mundo e a melhorar a


vida de outras pessoas. Com discernimento, energia e profunda devoção à humanidade,
ela deu palestras em todo o mundo, trabalhou para encaminhar suas ideias no
Congresso e escreveu milhares de cartas pedindo contribuições para financiar esforços
para melhorar o bem-estar dos cegos. Ela visitou hospitais e ajudou soldados cegos.
Ela ensinou os cegos a serem corajosos e a tornarem suas vidas ricas, produtivas e
bonitas para os outros e para si mesmos.
Keller associou-se a algumas das maiores personalidades de seu tempo, incluindo
Alexander Graham Bell (1847-1922), Mark Twain (1835–1910), Andrew Carnegie
(1835–1919), John D. Rockefeller (1839–1937) e os presidentes Grover Cleveland
(1838-1908), Calvin Coolidge (1872-1933) e Woodrow Wilson (1856-1924).
Durante sua vida notável, Keller permaneceu como um exemplo poderoso de como
determinação, trabalho duro e imaginação podem permitir que um indivíduo triunfe
sobre as adversidades. Superando condições difíceis com muita persistência, ela se
transformou em uma ativista respeitada e de renome mundial que trabalhou para o bem
dos outros.

Prêmios e honras de Helen Keller

Durante sua vida, ela recebeu muitas honras em reconhecimento por suas realizações,
incluindo a Medalha de Serviço Distinto de Theodore Roosevelt em 1936, a Medalha
Presidencial da Liberdade em 1964 e a eleição para o Hall da Fama das Mulheres em
1965.
Keller também recebeu doutorado honorário na Temple University e na Harvard
University e nas universidades de Glasgow, na Escócia; Berlim, Alemanha; Delhi,
Índia; e Witwatersrand em Joanesburgo, África do Sul. Foi nomeada bolsista honorária
do Instituto Educacional da Escócia.

Livros publicados

Aos 22 anos, Keller publicou sua autobiografia "A História da Minha Vida" (1903),
incluindo palavras que Keller escreveu e a história de sua vida até os 21 anos. Em
1908, ela escreveu "O Mundo em que Vivo", dando aos leitores uma visão de como ela
se sentia. Também escreveu "Optimismo - um ensaio", "A Canção do Muro de Pedra",
"Lutando Contra as Trevas", "A Minha Vida de Mulher", "Paz no Crepúsculo",
"Dedicação de Uma Vida" e "A Porta Aberta".
Os últimos dias de Helen Keller

Keller morreu dormindo em 1 de junho de 1968, apenas algumas semanas antes de


completar 88 anos. Keller sofreu uma série de derrames em 1961 e passou os anos
restantes de sua vida em sua casa em Connecticut.

1960 - Helen Keller lendo um livro em braille. Fonte: Escola Perkins para Cegos.

Frases de Helen Keller

Raramente penso nas minhas limitações e elas nunca me deixam triste. Talvez haja
apenas um toque de desejo às vezes; mas é vago, como uma brisa entre flores.
HELEN KELLER
Escritora, conferencista e ativista social

Tenho o desejo de realizar uma tarefa importante na vida. Mas meu primeiro dever
está em realizar humildes coisas como se fossem grandes e nobres.
HELEN KELLER

Seu sucesso e felicidade estão em você. Resolva manter-se feliz, e sua alegria e você
formará um anfitrião invencível contra dificuldades.
HELEN KELLER

A experiência humana não seria tão rica e gratificante se não existissem obstáculos a
superar. O cume ensolarado de uma montanha não seria tão maravilhoso se não
existissem vales sombrios a atravessar.
HELEN KELLER

Tudo o que amamos profundamente converte-se em parte de nós mesmos.


HELEN KELLER

Quando uma porta da felicidade se fecha, outra se abre, mas costumamos ficar
olhando tanto tempo para a que se fechou que não vemos a que se abriu.
HELEN KELLER

As melhores e mais belas coisas do mundo não podem ser vistas nem tocadas; elas
devem ser sentidas com o coração.
HELEN KELLER

Todo surdo sabe língua de sinais


A verdade é que nem todos os surdos se comunicam através da língua de sinais. Muitas
pessoas surdas optam por não utilizar a língua de sinais por vários motivos. Por
exemplo, algumas pessoas perdem a audição depois de aprenderem a língua falada.
Eles podem preferir ler os lábios. Outros decidem usar implante coclear, um
dispositivo implantado cirurgicamente que fornece a percepção do som. Alguns surdos
não conhecem a língua de sinais pois não tiveram a oportunidade de aprender.

Todo surdo compreende e participa da cultura surda


Nem todas as pessoas surdas optam por participar da cultura surda. A cultura requer
uma língua comum, valores, crenças, normas, comportamentos, etc... Nem todas as
pessoas surdas usam a língua de sinais. Algumas pessoas surdas preferem assimilar o
máximo possível do mundo auditivo e não se associar com outras pessoas surdas.

Todos os surdos fazem leitura labial


A maioria das pessoas acredita que todos os surdos são capazes de fazer leitura labial,
ou seja, ler os lábios das pessoas enquanto falam. A verdade é que nem todos os surdos
conseguem. É necessário muito esforço para o surdo fazer a leitura labial, é difícil
entender o que as pessoas dizem, especialmente quando não articulam bem as palavras,
usam bigodes, estão longe, ficam de lado, etc...
O que é Surdez?
A surdez pode ser definida segundo três pontos de vista: ponto de
vista médico, educacional e cultural.

Ponto de vista médico

Em termos médicos, a surdez (ou hipoacúsia) é categorizada de acordo com o


nível da perda auditiva, que podemos chamar também de grau da perda
auditiva:

 Audição normal: pessoas com audição normal ouvem em torno de 20


decibéis. Para facilitar a compreensão deste volume, citamos um
sussurro, o roçar das folhas, o canto dos pássaros, o tic-tac de um
relógio, uma torneira pingando. Se a pessoa conseguir ouvir somente
sons acima de 20 decibéis, possui perda auditiva.

 Perda auditiva leve: pessoas com perda auditiva leve possuem certa


dificuldade em manter uma conversa a dois em tom de voz baixa,
quase sussurrando. Em média o som mais suave experimentado está
entre 25 e 40 dB (decibéis), por exemplo: o motor de uma geladeira,
um ar-condicionado.

 Perda auditiva moderada: pessoas com perda auditiva moderada têm


muita dificuldade de manter um diálogo, não ouvem bem quase
nenhum som em nível de voz natural, sendo preciso falar alto para que
ouçam. Em média o som mais suave experimentado está entre 40 a 70
dB (decibéis), por exemplo: um aspirador de pó moderado, um bebê
chorando.

 Perda auditiva severa: pessoas com perda auditiva severa não ouvem


nenhum som de fala, poucos sons são percebidos. Em média o som mais
suave experimentado está entre 70 a 90 dB (decibéis), por exemplo:
um piano tocando forte, uma avenida de tráfego intenso, um cachorro
latindo forte, um telefone tocando em volume máximo.

 Perda auditiva profunda: pessoas com perda auditiva profunda ouvem


pouquíssimos sons. Em média, o som mais suave experimentado é
acima de 90 dB (decibéis) ou mais, por exemplo: um helicóptero
próximo, a decolagem de um avião a jato, uma moto sem
escapamento, uma serra elétrica, uma furadeira, uma britadeira,
motosserra, tiro de arma de fogo, estrondo de rojão, vuvuzela, bateria
de escola de samba, show de rock.
De acordo com o decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, Art. 2º:
[...] considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva,
compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais,
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de
Sinais - Libras.
Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma
nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz.

Ponto de vista educacional

Do ponto de vista educacional, a surdez refere-se à dificuldade de a criança


surda aprender a se comunicar por via auditiva, tornando necessária medidas
educacionais que possibilitem a comunicação como um instrumento de
inclusão social.
A partir da lei nº 10.436, o governo brasileiro reconhece a Libras como um
sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical
própria e assegura aos surdos o direito de que, nas instituições educacionais,
tenham aulas ministradas em Libras, ou pelo menos, com a presença de um
intérprete de Libras.
Ponto de vista cultural

Em termos culturais, a surdez não é considerada somente uma condição


fisiológica, ela constrói uma identidade cultural própria, portanto, não existe
cultura surda sem surdez. O idioma natural dos surdos, a língua de sinais, é o
principal elemento que une os membros desta comunidade, assim, o sentido
da cultura surda é mais forte entre aqueles que utilizam este idioma. Isso
porque os surdos utilizam-se da própria diferença linguística como forma de
elevar a autoestima e sentir orgulho de suas próprias conquistas.

Símbolo Internacional da Surdez. No Brasil, determinado pela lei Lei nº 8.160, de 1991

Os 8 tipos de surdez

A perda auditiva é muito comum, e pode afetar qualquer um a


qualquer momento de sua vida. Se você, um conhecido ou parente,
supõe que pode ter perda de audição, ou até mesmo foi
diagnosticado recentemente, provavelmente tem um monte de
dúvidas cercando suas mentes. Abaixo estão algumas informações
básicas para auxiliá-lo a entender melhor os vários tipos e graus de
perda auditiva.
1 - Perda auditiva relacionada à idade

A perda auditiva relacionada à idade é uma diminuição na capacidade


auditiva que acontece quando os anos vão avançando. Na maioria dos casos,
a perda auditiva afeta a ambas as orelhas. Pode começar tão cedo quanto os
trinta ou quarenta anos de uma pessoa e piorar gradualmente ao longo dos
anos seguintes.
A perda auditiva relacionada à idade afeta primeiramente a capacidade de
ouvir sons de alta frequência, como a fala. As pessoas afetadas acham cada
vez mais complicado de entender o que outras pessoas estão dizendo,
especialmente quando há barulho de fundo (como em uma festa). No
entanto, como a perda auditiva é gradual, muitas pessoas não percebem.
Elas podem aumentar o volume da televisão ou começar a falar em tom alto
sem estar ciente disso.
As causas da perda auditiva relacionada à idade são complexas. Esta
condição resulta de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de
estilo de vida.
A perda auditiva relacionada à idade é mais comumente associada a
alterações no ouvido interno, onde as ondas sonoras são convertidas em
impulsos nervosos que são enviados para o cérebro. No entanto, ela também
pode se associar a vias nervosas que transmitem informações sonoras no
cérebro ou a alterações no tímpano ou nos pequenos ossos do ouvido médio.
Na maioria dos casos, a causa exata dessas alterações é desconhecida.

2 - Perda auditiva induzida por ruídos (PAIR)


Todos os dias, o tempo todo, existem sons nos ambientes em que nos
encontramos. Dentro de casa com um rádio, por exemplo, ou na rua, com o
som do trânsito. Em geral, esses sons não são prejudiciais, pois se encontram
dentro dos parâmetros de nivelação segura. No entanto, alguns sons, quando
ouvidos muito alto e por um tempo longo, podem acabar danificando
algumas estruturas mais sensíveis dos ouvidos internos, causando assim, a
PAIR (Perda Auditiva Induzida Por Ruído).
Essa condição pode ser imediata ou levar anos para ser notada; permanente
ou temporária; afetar um ouvido ou ambos. A exposição ao barulho
prejudicial pode acontecer em qualquer idade, incluindo crianças,
adolescentes, adultos e pessoas mais velhas.
A PAIR pode ser causada por uma exposição única a um som intenso de
'impulso', como uma explosão, ou pela exposição contínua a sons altos
durante muito tempo, como o som do maquinário de uma fábrica. O som é
medido em unidades chamadas decibéis. Sons de menos de 75 decibéis,
mesmo após longa exposição, provavelmente não causarão perda auditiva.
No entanto, a exposição repetida ou prolongada a sons iguais ou superiores a
85 decibéis pode acarretar perda de audição.

3 - Perda auditiva causada por infecções

A perda auditiva pode ser causada por diversos fatores, incluindo


envelhecimento, lesão, exposição ao ruído, infecção e hereditariedade. Esses
fatores afetam o nervo auditivo, causando uma perda auditiva
neurossensorial, o tipo mais comum de perda auditiva.
Mas você sabia que uma infecção no ouvido também pode causar perda
auditiva? A perda auditiva causada por uma infecção no ouvido é denominada
perda auditiva condutiva.
A infecção no ouvido médio pode causar a formação de fluido, obstruindo o
movimento do tímpano e os minúsculos ossos ligados a ele. A perda auditiva
condutiva afeta a orelha externa ou média, em vez do nervo auditivo, da
mesma forma que a perda auditiva neurossensorial. O ouvido médio se move
para enviar sons para o nervo auditivo. Qualquer obstrução pode impedir que
os sons passem pelo ouvido médio e causem perda auditiva. Um acúmulo de
cera, fluido no ouvido médio ou um orifício no tímpano também podem
causar perda auditiva condutiva.
A perda auditiva causada por uma infecção no ouvido geralmente é
temporária e desaparece após o tratamento. O médico pode optar por tratar
a infecção do ouvido com antibióticos. Se os antibióticos tratam com sucesso
a infecção, a audição deve voltar ao normal. Se existe um histórico de
infecções auditivas recorrentes, o médico pode inserir um tubo no tímpano
para ajudar a drenar o fluido.

4 - Perda auditiva causada por alterações na tireoide

Tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo foram relacionados à


perda auditiva. Pesquisas ainda estão em andamento, mas sabe-se que as
seguintes condições de tireoide afetam a perda auditiva, o zumbido e o
equilíbrio:

 Síndrome de Pendred: um distúrbio genético que causa perda auditiva


precoce em crianças, também muitas vezes leva ao desenvolvimento de
bócio (tireóide aumentada).
 Doença de Graves: uma das causas conhecidas de hipertiroidismo.
 Doença de Hashimoto, conhecida como causa comum de
hipotireoidismo.
Por outro lado, o tratamento com radiação para câncer de tireoide também
pode causar perda auditiva. Se você está passando por problemas de saúde
sistêmicos, mas aparentemente aleatórios, converse com seu médico sobre a
exclusão de doenças da tireoide.
Garantir um suprimento saudável de hormônio tireoidiano em seu corpo
contribuirá para o seu bem-estar geral, incluindo sua audição. E se um
tratamento necessário colocar sua audição em risco, envolva um profissional
de saúde auditiva em seu plano de tratamento que possa monitorar sua
audição ao longo do caminho para minimizar os danos.

5 - Perda auditiva relacionada a medicamentos

Farmacêuticos devem alertar os pacientes para um potencial perda auditiva


associada a alguns medicamentos.
A perda auditiva está entre os efeitos colaterais menos comumente listados
nos rótulos dos medicamentos, mas pode ser o mais angustiante para
algumas pessoas. A perda auditiva potencialmente associada a esses
medicamentos tende a se desenvolver rapidamente, com a gravidade
variando desde o toque temporário até o comprometimento permanente.
A seguir, uma pequena listagem dos medicamentos que podem danificar a
audição do paciente:

 Aspirina – A perda auditiva temporária induzida por aspirina é


normalmente associada com grandes doses, ou 8 a 12 comprimidos por
dia.
 Anti-inflamatórios não esteroides (como o ibuprofeno e o naproxeno) -
Eles têm sido associados a problemas auditivos.
 Antibióticos - Os pacientes que tomam aminoglicosídeos, a classe de
antibióticos mais comumente usada em todo o mundo, correm o risco
de 20% a 60% de chance de perder a audição permanentemente.
 Medicamentos quimioterápicos - Certos medicamentos quimioterápicos,
como cisplatina, carboplatina ou bleomicina, têm sido associados à
perda auditiva.

6 - Perda auditiva causada por perfuração de tímpano


Um tímpano rompido - ou perfuração da membrana timpânica, como é
medicamente conhecido - é um orifício ou rasgo no tecido fino que separa o
canal auditivo do ouvido médio (tímpano). Um tímpano rompido pode resultar
em perda auditiva. Um tímpano rompido também pode tornar o ouvido médio
vulnerável a infecções ou lesões, o que também causa perda auditiva. Um
tímpano rompido geralmente cura dentro de algumas semanas sem
tratamento. Às vezes, no entanto, um tímpano rompido requer um
procedimento ou reparo cirúrgico para cicatrizar. Sinais e sintomas de um
tímpano rompido podem incluir:

 Dor de ouvido que pode diminuir rapidamente.


 Drenagem clara, cheia de pus ou sangrenta do ouvido.
 Perda de audição.
 Zumbido.
 Sensação de vertigem.
 Náusea ou vômito que pode resultar de vertigem.

7 – Surdez congênita

Embora a surdez adquirida associada à idade ou à exposição ao ruído seja


mais comum do que a surdez genética em cerca de duas ordens de magnitude,
a surdez congênita ocorre em 1 em cada 1.000 a 2.000 nascimentos. A
herança autossômica recessiva é a forma mais comum, representando mais de
75% de toda a surdez congênita. Anormalidades não hereditárias da orelha
interna, como a malformação de Mondini, são responsáveis por
aproximadamente 20% da surdez neurossensorial congênita. A maior parte da
surdez (genética) restante é não-sindrômica, o que significa que ela não
possui nenhuma característica distintiva óbvia.
A maioria das perdas auditivas não sindrômicas é causada por mutações no
gene da conexina. Nos mamíferos, pelo menos 20 subtipos de conexinas
foram identificados na genômica humana e de camundongos. Os genes da
conexina codificam os canais de junções comunicantes, que conectam duas
células adjacentes, permitindo a passagem de íons citoplasmáticos e
pequenas moléculas de até 1,2 kDa. No ouvido interno de mamíferos, as
conexinas 26 (Cx26) e Cx30 são as isoformas predominantes. A mutação Cx26
pode induzir uma alta incidência de perda auditiva, responsável por 70 a 80
por cento da perda auditiva não sindrômica em crianças.

8 - Perda auditiva transitória

Às vezes, a perda auditiva é apenas temporária, muitas das razões pelas


quais esse tipo de perda auditiva ocorre são devido a situações que podem
ser rapidamente corrigidas. O que causa perda auditiva temporária:
exposição ao ruído alto, infecções de ouvido podem causar perda auditiva
temporária em crianças e adultos, som alto, etc.
Para funcionários que trabalham em locais de trabalho de alto nível de ruído
ou para aqueles que gostam de passatempos ruidosos, proteger os ouvidos
deve ser de suma importância. Mesmo pequenas quantidades de tempo
gastas nesses tipos de ambientes podem levar à perda auditiva temporária.
Se a exposição ao ruído for pouco frequente, a audição pode recuperar. Mas,
a exposição crônica ao ruído alto o suficiente para causar zumbido nos
ouvidos pode levar à perda auditiva induzida por ruído permanente (PAIR). O
mesmo vale para aquelas pessoas que ouvem seus fones de ouvido muito alto
ou frequentemente assistem a concertos barulhentos. O zumbido nos
ouvidos, geralmente resulta da alta exposição ao ruído.
Embora a produção de cera de ouvido seja um processo normal do corpo que
protege o canal auditivo, há momentos em que a cera se torna impactada ou
presa no canal auditivo. Esse bloqueio pode causar perda súbita da audição
em uma ou ambas as orelhas, dificultando a capacidade das ondas sonoras de
viajar através do canal auditivo até o tímpano. Quando o tímpano é incapaz
de funcionar adequadamente, a audição pode ser afetada negativamente.

Surdos enxergam melhor?

Surdos enxergam melhor que ouvintes?

DailyMail: pesquisadores da Universidade de Sheffield descobriram que as


células nervosas da retina estão distribuídas de maneira diferente nos surdos
e nos ouvintes.
Essa distribuição faz uma pessoa surda priorizar o que pode ver na visão
periférica, perto dos ouvidos.

O que é Visão Periférica?

Visão periférica é a capacidade do indivíduo de enxergar fora da


linha direta de visão. Trata-se de uma visão pouco nítida, onde o
indivíduo percebe a presença dos objetos e movimentos, mas
desfocados.

Crédito
s da imagem: https://itpen.ir
Embora pesquisas anteriores já tivessem descoberto a ligação entre surdez e
aumento da visão periférica, os cientistas pensaram que o córtex visual no
cérebro era responsável, não as retinas.
Trabalhando em conjunto com o Royal National Institute for Deaf People, os
pesquisadores de Sheffield usaram Tomografia de Coerência Ótica para
escanear com detalhes as retinas dos participantes do estudo.
Os cientistas dilataram as pupilas dos participantes antes de escanear suas
retinas. Eles também mediram seus campos visuais nos dois olhos para
comparar com os exames de retina.
Os resultados, publicados na revista PLoS ONE, registraram uma correlação
significativa entre alterações na distribuição da retina em indivíduos surdos e
o efeito que isso teve na ampliação de sua visão periférica.
A co-autora do estudo, Charlotte Codina, disse: "Nossa esperança é que, ao
entender melhor a retina e a visão das pessoas surdas, possamos melhorar o
cuidado visual das pessoas surdas".

Audição dos Animais

Audição dos animais - mostramos aspectos curiosos da audição de diversas


espécies encontradas na natureza:

Audição dos gatos


Os gatos possuem 32 músculos em suas orelhas para localizar sons (o humano
tem apenas seis músculos). Realizam esta captação de sons muito mais
rápido que um cão. As orelhas dos gatos têm formato irregular e assimétrico
que, combinados com os movimentos, produzem variações na qualidade de
recepção dos sons, possibilitando a ele localizar sua fonte com precisão.
Gatos têm habilidade de discriminar dois sons separados por um ângulo de
cinco graus com 75% de precisão. Para frequências altas, a audição do gato e
também a do cão é muito capacitada do que a nossa. Os gatos ouvem
frequências de 65 KHz, comparados aos nossos 20 KHz. Isso contribui para
sua sensibilidade auditiva de sons delicados como o andar de um rato ou de
um passarinho sobre folhas. Mas, assim como nós, eles vão perdendo a
audição conforme a idade avança.
Gatos brancos de olhos azuis e a surdez congênita
Gatos totalmente brancos têm uma chance muito maior de serem surdos do
que gatos de outras cores, e essa chance aumenta significativamente se um
ou os dois olhos forem azuis.
Para entender por que isso acontece, temos que entender primeiro o que faz
um gato ser totalmente branco: o gene W/w. Não importa a cor que o gato
seria, se ele tem um gene W (seja WW ou Ww), ele vai ser totalmente
branco. Esse gene, que é diferente do albinismo, é mais forte que os genes
de cor e se sobrepõe a eles, deixando o gato totalmente branco (leia mais
sobre isso clicando aqui).
E é justamente nesse gene W que está o problema da surdez. Ele afeta as
células do sistema nervoso central do embrião-gatinho, responsável pela
produção de melanina (cor) e a audição. Quanto mais forte o gene, menos
melanina o gato produzirá, e mais claro será o seu olho – portanto maiores as
chances de o gene também afetar a audição e o gato nascer surdo.
Por isso, se o olho do gato for azul, quer dizer que o gene W se manifestou
de maneira mais significativa. Isso quer dizer, inclusive, que gatos que tem
um olho azul e outro de outra cor, têm uma chance muito grande de serem
surdos apenas de uma orelha – justamente a do mesmo lado que o olho é
azul!
A surdez não afeta a rotina do gato doméstico, mas afeta a sua capacidade
de se defender na rua. Além disso, gatos brancos não podem tomar sol pois
têm riscos imensos de desenvolver câncer de pele (qualquer exposição ao sol
requer protetor solar nas pontas das orelhas e no narizinho). Por esses dois
motivos, gatos brancos, principalmente surdos, devem ficar protegidos
dentro de casa – com um ambiente super enriquecido, cheio de tocas,
prateleiras e brinquedos!
Você nunca viu um tubarão com as orelhas?
Bem, os tubarões têm apenas um ouvido interno. Dois furos em cada lado da
cabeça de um tubarão pode ser a única pista que você teria sobre a presença
de orelhas no tubarão. Mas o ouvido interno e o sistema de detecção das
vibrações através da linha lateral são baseados no mesmo mecanismo básico.
O sistema de linha lateral se estende ao longo da maioria do corpo de um
tubarão, que concede ao animal um sentido altamente direcional. Assim,
mesmo em águas muito turvas, um tubarão pode saber exatamente onde os
obstáculos e outras criaturas estão, mesmo se não puder vê-los.
O som viaja mais longe e mais rápido debaixo d'água, e os tubarões som de
um peixe a debater-se a uma distância de 250 a 600 m. Uma vibração
desconhecida, tanto pode provocar curiosidade como medo ao tubarão.
A cabeça, especialmente ao redor do focinho, apresenta pequenos poros,
denominados ampolas de Lorenzini. Estes receptores são sensíveis à
temperatura, salinidade e pressão da água, com uma especial capacidade
para detectar campos elétricos muito sutis, gerados por outros animais.
Podem, deste modo, detectar o batimento cardíaco de um peixe que esteja
enterrado na areia, a alguns metros de distância. A capacidade de perceber
as ligeiras mudanças na corrente elétrica do ambiente, além de facilitar a
caça às suas presas, possibilita-lhes a navegação em mar aberto durante as
grandes migrações, guiando-se através do campo eletromagnético da Terra.
Mas é a sua lendária capacidade de detectar a presença de partículas de
comida o que os torna notáveis. A maioria dos tubarões consegue discernir as
mais ínfimas quantidades de substâncias presentes na água a mais de 500
metros de distância da sua origem.
Enxergar através dos sons?
Os grandes especialistas nesta arte – chamada de ecolocalização ou biossonar
– são os golfinhos e os morcegos. Eles conseguem enxergar sem utilizar os
olhos, emitindo sons de alta frequência, em geral inaudíveis para o ser
humano. “Essas ondas sonoras batem na presa – e nos obstáculos à frente – e
retornam na forma de ecos, que, por sua vez, são decodificados como um
mapa pelo cérebro do bicho”, diz a bióloga Eliana Morielle, da Universidade
Estadual Paulista (Unesp). Nos morcegos, o grau de precisão é tão elevado
que certas espécies conseguem detectar a presença de um fio de apenas 0,5
milímetro de espessura em pleno voo rasante.
Existem algumas espécies de pássaros que vivem em cavernas, ou têm
hábitos noturnos, que também desenvolveram uma ecolocalização
rudimentar, que só serve para a locomoção. E até mesmo um ser humano,
acredite, pode utilizar a audição para localizar objetos ou evitar um
obstáculo. “Quem é cego de nascença desenvolve a audição a tal ponto que
esse sentido acaba substituindo, em parte, a visão”, afirma o biólogo O’Dell
Henson, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Existem cerca de 1.000 espécies de morcegos e quase todas têm a
capacidade de se orientar no escuro por meio das ondas sonoras e seus
reflexos. Esse mecanismo de ecolocalização – também chamado de biossonar
– só foi descoberto pela ciência em 1938. Para que o sonar do morcego
funcione perfeitamente, o cérebro do animal possui um córtex auditivo
(ponto em vermelho) extremamente desenvolvido. O sistema nervoso do
bicho é tão sensível que possui até neurônios especializados em detectar a
velocidade da sua presa.
Cão-ouvinte

O que é um cão-ouvinte?
Cão-ouvinte é um tipo específico de cão, para assistência, especificamente
selecionado e treinado para ajudar os surdos, alertando o seu manipulador
sobre sons importantes, tais como campainhas, alarmes de incêndio, toque
de telefones, alarmes de relógio, etc. Eles também podem trabalhar fora de
casa, alertando para sons tais como sirenes, buzinas, aproximação de
pessoas por trás do surdo e o chamamento do nome do manipulador.

"Alvin" é um cão-ouvinte da raça Cocker Spaniel treinado pela organização inglesa "Hearing
Dogs for Deaf People".
Treinamento do cão-ouvinte
Os cães que podem tornar-se cão-ouvinte são testados quanto a bom
temperamento e vontade de trabalhar. Após a aprovação inicial, eles são
treinados em obediência básica e expostos a situações que irão enfrentar em
público, como elevadores, carrinhos de compras, ruas movimentadas e
proximidade com pessoas. Somente após esse período de socialização eles
são treinados em alertas sonoros.
Cães-ouvinte podem ser treinados profissionalmente em menos de três
meses, embora muitos sejam treinados por cerca de um ano. Geralmente, a
formação envolve treinar o cachorro para reconhecer um determinado som
e, em seguida, fisicamente alerta, conduzir o seu manipulador à fonte do
som. Eles também podem ser ensinados conduzir o manipulador afastando-se
de um som, como no caso de um alarme de incêndio.

O Congresso de Milão
O QUE É
O Segundo Congresso Internacional de Educação dos Surdos (ou
Congresso de Milão) teve lugar em Milão, na Itália, em setembro de
1880, e o impacto das decisões ali tomadas pode ser sentido até
hoje.

O que foi o Congresso de Milão?


Apesar do nome, o Congresso de Milão foi na verdade a primeira conferência
internacional de educadores de surdos. Mais de 160 educadores e
especialistas reuniram-se entre 6 e 11 de setembro de 1880 para discutir os
rumos da educação das pessoas surdas. Esse grupo de pessoas era na maioria
ouvinte. Era uma época em que se acreditava na superioridade da língua
falada, considerando as línguas gestuais um retrocesso na evolução da
linguagem.
Durante o congresso foram ouvidos doze especialistas no assunto. Apenas
três se manifestaram a favor do uso das línguas gestuais como a melhor
forma de educar e inserir as pessoas surdas na sociedade: Edward Gallaudet
(fundador da Gallaudet University), Thomas Gallaudet e Richard Elliot (um
professor inglês).

Quem organizou o Congresso de Milão?


O Congresso foi organizado pela Pereira Society, um grupo de pessoas contra
o uso das línguas de sinais. A organização foi fundada na França por Jacob
Rodrigues Pereira e era uma forte apoiadora do oralismo. A organização do
Congresso de Milão foi uma clara intenção de assegurar a hegemonia do
oralismo. A seleção dos participantes do Congresso foi extremamente
cuidadosa para garantir que a maioria das pessoas ali presentes fossem a
favor do oralismo e reagissem negativamente aos discursos a favor das
línguas gestuais.

Quais foram as resoluções do Congresso de Milão?


O resultado do Congresso foram oito resoluções que garantiam a hegemonia
do oralismo:

 A primeira resolução atestava a superioridade da articulação,


declarando ser esta a melhor forma de reinserção das pessoas surdas à
sociedade e ser o método oral o melhor na educação de pessoas surdas.
 A segunda resolução considera que o uso simultâneo dos gestos e da
oralidade prejudica a leitura labial e a articulação das pessoas surdas,
declarando que um método puramente oral deveria ser adotado.
 A terceira resolução leva em consideração o enorme número de pessoas
surdas nãos instruídos e que nem sempre as famílias e instituições eram
capazes de suprir essa necessidade, estabelecendo então que é dever
do governo assegurar que essas pessoas sejam educadas. A resolução
foi aprovada por unanimidade.
 A quarta resolução, considerando um método de ensino puramente
oral, define que a melhor maneira de ensinar as pessoas surdas seria
através de um método intuitivo usando a associação da fala com
palavras escritas, e expondo as crianças desde cedo a livros e à
gramática da língua escrita.
 A quinta resolução leva em consideração a falta de livros didáticos
suficientes para esses propósitos, declarando então que é dever dos
professores do sistema oral desenvolver e publicar os materiais
necessários.
 A sexta resolução baseia-se nos resultados de estudos com pessoas
surdas que já não estavam mais na escola, e declara que essas pessoas
não perderam suas habilidades de fala e leitura labial, mas sim as
aprimoraram através da prática e leitura. Sendo assim fica estabelecido
que pessoas surdas devem comunicar-se usando apenas a fala.
 A sétima resolução leva em consideração as necessidades especiais do
ensino de pessoas surdas, e recomenda a idade dos oito a dez anos
como a melhor época para que as crianças surdas comecem sua vida
escolar. Estabelece também que a educação dessas crianças deve durar
de sete a oito anos, e que as classes devem ter até dez alunos.
 A oitava resolução estabelece uma mudança gradual no método de
ensino de instituições que faziam uso da língua de sinais, eliminando
pouco a pouco o ensino por meio das línguas de sinais e implementando
o método oral.

Impacto do Congresso de Milão na educação dos surdos


Os impactos do Congresso de Milão foram terríveis na comunidade surda em
todo o mundo. Estima-se que já na primeira década após o Congresso de
Milão o ensino das línguas de sinais já estava quase completamente
erradicado das escolas. Privadas das línguas de sinais, crianças surdas no
mundo inteiro deixavam as escolas com qualificações e comunicação
inferiores.
Apenas 100 anos depois iniciou-se o árduo processo de rejeição das
resoluções do Congresso de Milão e a reestruturação da educação das pessoas
surdas. Somente em julho de 2010, no 21º Congresso Internacional de
Educação de Surdos (sediado em Vancouver, Canadá) houve uma votação
formal e todas as oito resoluções do Congresso de Milão foram rejeitadas.

Pintura de Nancy Rourke chamada "Milão 1880 em cima da mesa" - esta pintura é sobre o
Congresso Internacional sobre Educação de Surdos, realizado em Milão, Itália, no ano de
1880, quando a língua de sinais foi proclamada proibida e o oralismo se tornou a lei nas
escolas de surdos. As mãos representam os seis americanos que compareceram ao
Congresso. São James Denison, Edward Miner Gallaudet, Thomas Gallaudet Jr., Isaac Lewis
Peet e Charles Stoddard. Fonte: nancyrourke.com

História em Quadrinhos "O congresso de Milão"


Essa HQ bilíngue para surdos retrata a opressão sofrida mundialmente pela
comunidade surda desde que o "Congresso de Milão" (1880-1980) proibiu as
línguas de sinais. O personagem Marcelo, surdo sinalizante de língua brasileira de
sinais (libras), demonstra, na atualidade, que a forma de conceber o mundo está
nos olhos de quem vê e evidencia a dificuldade de comunicação pela modalidade
oral (línguas dominantes). No entanto, encontra em um shopping uma colega
ouvinte que se comunica em libras e o direciona para uma palestra que irá contar
sobre esse período de opressão. O personagem adentra a época narrada e
perpassa as principais épocas históricas até retornar aos tempos atuais,
finalizando com o destaque e a importância de se comunicar pela língua de
sinais, visto que é por meio dela que a comunidade surda tem o conhecimento
em suas mãos."
Autores: Profa. Dra. Kelly Priscilla Lóddo Cezar e Luiz Gustavo Paulino de
Almeida.

Organizações
WASLI

O que é a WASLI?
O QUE É
Wasli significa World Association of Sign Language Interpreters -
Associação Mundial de Intérpretes de Línguas de Sinais, criada em
23 de julho de 2003, durante o 14º Congresso Mundial da Federação
Mundial de Surdos em Montreal, Canadá. É uma organização
internacional que visa promover a profissão de intérpretes de língua
de sinais.

Objetivos da WASLI
 Incentivar o estabelecimento de associações nacionais de intérpretes
de língua de sinais em países que não as possuem;
 Ser uma rede de apoio às associações nacionais existentes de
intérpretes de língua de sinais;
 Compartilhar informações e ser um ponto de referência para questões
de interpretação, usando a internet e outras maneiras acessíveis
internacionalmente;
 Apoiar o trabalho de intérpretes de língua de sinais que trabalham em
eventos internacionais, por exemplo, conferências, eventos esportivos;
 Trabalhar em parceria com associações de surdos e surdocegos em
questões de interpretação de língua de sinais;
 Incentivar a pesquisa;
 Desenvolver e promover padrões para treinamento, educação e
avaliação de alta qualidade de intérpretes de língua de sinais;
 Organizar conferências e seminários;
 Estabelecer uma ligação com organizações de intérpretes de línguas
faladas e outras organizações com interesses em comum.

Conferência WASLI 2019 realizada em Paris, França. Fonte: Página da WASLI no Facebook.

Diretoria WASLI 2019-2023


 Presidente: Dr. Christopher Stone
 Vice-presidente: Susan Emerson
 Secretária: Isabelle Heyerick
 Tesoureiro: Nigel Howard
 Assessor De Intérpretes Para Surdos: Arunas Brazinskas
 Membro Do Conselho De Residentes Da Suíça: Annika De Maeyer

Informações para Contato


CONTATO
Site: www.wasli.org
Página no Facebook: @wasli.official
Endereço: 150 Route de Ferney, PO BOX 2100, CH1211 Geneva 2,
Switzerland (Suiça)

Feneis

O que é a Feneis?
O QUE É
Filiada à Federação Mundial dos Surdos, a Federação Nacional de
Educação e Integração dos Surdos (Feneis) é uma entidade
filantrópica sem fins lucrativos de apoio à Comunidade Surda.
A Feneis mantém um relacionamento muito próximo com a Comunidade
Surda, com o intuito de saber direto da fonte quais as necessidades dessa
população. Dessa forma é possível lutar por objetivos específicos e de
extrema importância para as pessoas surdas do país e procurar atender a
todas as suas necessidades específicas.

História da Feneis
A Feneis surgiu da necessidade de uma organização nacional que
representasse os interesses de todas as pessoas surdas do país. Visando suprir
essa necessidade, em 1977 foi fundada a Federação Nacional de Educação e
Integração dos Deficientes Auditivos.
O que parecia uma boa solução na verdade não fui de grande ajuda à
Comunidade Surda, visto que a Feneida era composta exclusivamente por
ouvintes. Acreditava-se que os surdos não fossem capazes de coordenar uma
entidade, o que levou à completa exclusão dessas pessoas da diretoria da
organização responsável pela luta de seus direitos.
Sem saber como é ser surdo, uma comissão composta apenas por ouvintes
não seria capaz de identificar e atender a todas as necessidades dessa
população, de forma que em 1983 foi criada uma Comissão de Luta pelos
Direitos dos Surdos. Embora não oficializado, o grupo lutava para ser ouvido
e participar das decisões da diretoria da Feneida.
Após muita luta a Comissão conquistou a presidência da Feneida, e em 16 de
maio de 1987 ocorreu a Assembleia Geral que reestruturou o estatuto da
instituição. Surge então a Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos (Feneis).

Objetivos da Feneis
A Feneis tem como objetivo a defesa de políticas linguísticas, educação,
cultura, saúde e assistência social para a Comunidade Surda, assim como
seus direitos, garantindo assim maior inclusão da Comunidade Surda na
sociedade.

Informações para Contato


CONTATO
Endereço: R. Monsenhor Basílio Pereira, 115 - Jabaquara - São
Paulo – SP - CEP 04343-090
Telefone: (11) 2574-9151 (ligação e WhatsApp)
Site: http://sp.feneis.org.br/
Email: falecom@sp.feneis.org.br
Horário de Atendimento: segunda à sexta das 8h às 12h e das 13h
às 17h

INES
O que é o INES?
O QUE É
O INES é um órgão do Ministério da Educação que atende alunos
surdos da Educação Infantil até o Ensino Médio, além de oferecer
ensino profissionalizante e estágios remunerados que ajudam a
inserir os surdos no mercado de trabalho. O INES também apoia e
promove a pesquisa de novas metodologias a serem aplicadas no
ensino das pessoas surdas, além de prestar atendimento psicológico,
fonoaudiológico e social à comunidade surda.

O Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES) dedica-se ao ensino de


crianças surdas há mais de 160 anos e atende hoje em dia cerca de 600
alunos.
Sede do INES no Rio de Janeiro, referência na educação de surdos no Brasil.

História do INES
Em 26 de setembro de 1857 foi fundado no Rio de Janeiro o Instituto Imperial
de Surdos-Mudos, que mais tarde passaria a se chamar Instituto Nacional de
Educação de Surdos. O professor francês Édouard Huet, também surdo,
apresentou a proposta de uma escola especializada no ensino de pessoas
surdas a Dom Pedro II. A proposta foi aceita e o governo imperial designou o
Marquês de Abrantes para acompanhar o processo da criação da primeira
escola para surdos no país.
Por ser a única instituição especializada na educação de surdos nesta região
do mundo, por muito tempo o INES recebeu alunos de todo o Brasil e de
países ao redor que não possuíam instituições similares. Inicialmente a língua
de sinais praticada era a Língua de Sinais Francesa devido à nacionalidade de
Huet, que teve forte influência na elaboração da Língua Brasileira de Sinais
(Libras). Até hoje o INES é a maior referência quanto ao ensino da
comunidade surda no Brasil.

Objetivos do INES
A grande missão do INES é promover a produção, desenvolvimento e
divulgação nacional de conhecimento tecnológicos e científicos sobre a
surdez. Além disso tem também como objetivo garantir o completo
desenvolvimento da pessoa surda, o respeito aos seus direitos e sua plena
socialização.

Informações para Contato


CONTATO
Endereço: Rua das Laranjeiras, 232, Laranjeiras. Rio de Janeiro – RJ
- CEP 22240-003
Telefones: (21) 2285-7546, (21) 2285-7597, (21) 2285-7949
Site: http://ines.gov.br/

Email:

 Direção Geral: dirge@ines.gov.br


 Departamento de Planejamento e Administração: depa@ines.gov.br
 Departamento de Ensino Superior: desu@ines.gov.br
 Departamento de Educação Básica: debasi@ines.gov.br
 Departamento de Desenvolvimento Humano, Científico e Tecnológico:
ddhct@ines.gov.br
 Divisão
de Qualificação e Encaminhamento Profissional:
diepro@ines.gov.br
 Coordenação de Recursos Humanos: crh@ines.gov.br
 Biblioteca: biblioteca@ines.gov.br

Visitas: Para agendar visitas ao INES ou a um de seus setores, aqui e


preencha o formulário.
Material: Contato para instituições que desejam solicitar material
técnico pedagógico, como o Dicionário de Libras e outros: Divisão
de Estudos e Pesquisas – diesp@ines.gov.br / (21) 2205 0224 ou 2285
7597 - ramal 132
Ouvidoria do INES:  https://sistema.ouvidorias.gov.br /
ouvidoria@ines.gov.br / (21) 2205-6410
Curso de Libras no Ines: Divisão de Formação e Capacitação de
Recursos Humanos – dfcrh@ines.gov.br / (21) 3826 2139 ou
acesse http://ines.gov.br/curso-libras
Página no Facebook: https://www.facebook.com/INES.gov.br

FEBRAPILS
O que é a Febrapils?
O QUE É
Febrapils é a sigla da Federação Brasileira das Associações dos
Profissionais Tradutores e Intérpretes e Guia-Intérpretes de Língua
de Sinais, uma entidade profissional autônoma, sem fins lucrativos
ou econômicos, fundada em 22 de setembro de 2008.

Objetivos da Febrapils
 Colaborar com a fundação de Associações de Tradutores e Intérpretes e
Guia-intérpretes de Língua de Sinais, doravante denominados de TILS e
GIs;
 Consolidar as APILS, apoiando na sua organização administrativa e de
atuação;
 Apoiar as APILS e DPTILS na busca pela formação profissional, melhoria
do ambiente de trabalho, salubridade e condições salariais adequadas
da categoria dos Tradutores e Intérpretes e Guia-intérpretes de Língua
de Sinais, doravante denominados de TILS e GIs;
 Construir e manter uma parceria e intercâmbio com as instituições de
tradutores e intérpretes, de surdos, em todas as esferas, seja nacional
ou internacional;
 Estabelecer parcerias e laços de solidariedade nas reivindicações e
conquistas com instituições representativas da comunidade surda,
estimulando o respeito, o diálogo e a convivência entre surdos, TILS e
GIs.

Atuação da Febrapils
A Febrapils atua sob três grandes pilares:

 A formação inicial e continuada dos TILS;


 A profissionalização para refletir sobre a atuação dos TILS à luz do
código de conduta e ética;
 O engajamento político dos TILS para construir uma consciência
coletiva.
Dessa maneira, a Febrapils compreende que os laços de parceira e
proximidade com a comunidade surda são fundamentais, no sentido de
garantir um serviço de excelência de tradução e interpretação de língua de
sinais às pessoas surdas.

Febrapils comemora seus 10 anos com mais de 120 intérpretes e tradutores presentes, de
20 estados diferentes. Fonte: Página da Febrapils no Facebook.

Diretoria
 Presidente (in memorian): Ernando Pinheiro Chaves (APILCE – Ceará)
 Presidenta (em exercício): Sônia Marta de Oliveira (APILSEMG – Minas
Gerais)
 1ª Secretária: Daniela Bieleski (ACATILS – Santa Catarina)
 Secretária Adjunta: Andréa Venancino (APILSBESP – São Paulo)
 1ª Tesoureiro: Fernando de Carvalho Parente Junior (APILCE – Ceará)
 Tesoureiro Adjunto: Juliano Salomon de Oliveira (APILSEMG – Minas
Gerais)
 Diretor de Articulação Política: Tiago Coimbra (ACATILS – Santa
Catarina)

Informações para Contato


CONTATO
Site: http://febrapils.org.br/
Página no Facebook: @Febrapils
Página no Instagram: febrapils

Federação Mundial de Surdos


O que é a WFD?
O QUE É
A Federação Mundial dos Surdos (World Federation of the Deaf,
WFD) é uma organização não governamental internacional que
representa aproximadamente 70 milhões de surdos em todo o
mundo. Estima-se que mais de 80% desses 70 milhões vivem em
países em desenvolvimento, onde as autoridades raramente estão
familiarizadas com suas necessidades ou desejos.
Reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a WFD trabalha em
estreita colaboração com as Nações Unidas e suas várias agências na
promoção dos direitos humanos dos surdos, de acordo com os princípios e
objetivos da Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, além de outros atos e recomendações gerais da ONU e de suas
agências especializadas.
Quando necessário, a WFD usa medidas especiais, legais ou administrativas
para garantir que os surdos em todos os países tenham o direito de preservar
suas próprias línguas de sinais, organizações e atividades culturais. O mais
importante entre as prioridades da WFD são os surdos nos países em
desenvolvimento; o direito à língua gestual; a igualdade de oportunidades
em todas as esferas da sociedade, incluindo acesso à educação e informação.

Logotipo da WFD (Federação Mundial dos Surdos).

História da Federação Mundial dos Surdos


A World Federation of the Deaf (WFD) é uma das mais antigas organizações
internacionais de pessoas surdas do mundo. Reconhecendo que os surdos em
todo o mundo enfrentam barreiras à total acessibilidade, direitos humanos
iguais e participação nas decisões de formulação de políticas que os afetam,
a WFD foi estabelecida em Roma, Itália, em 23 de setembro de 1951.
No primeiro Congresso Mundial, havia apenas delegados de 25 associações
nacionais de surdos presentes. Hoje, os membros representam 135 países nos
cinco continentes. A WFD colabora com as Nações Unidas e suas agências
desde o final dos anos 50. Mais recentemente, a WFD foi fundamental na
defesa e desenvolvimento da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, que foi adotada pela Assembléia Geral das
Nações Unidas em 2006 e entrou em vigor em 2008. A WFD continua
ativamente envolvida implementação, monitoramento e promoção de sua
ratificação pelos Estados Membros.

Dr. Joseph Murray, presidente da WFD na gestão 2019-2023.

Informações para Contato


CONTATO
Endereço: Light House (Valkea Talo), Ilkantie 4 - FIN-00400
Helsinki, Finlândia
Site: http://wfdeaf.org/
Email: info@wfdeaf.org

Prolibras

O que é Prolibras?
Criado pelo Ministério da Educação, o Prolibras é um programa nacional que realiza
exames para obtenção de dois tipos de certificados: "Certificado de Proficiência no
Uso e Ensino da Libras" e "Certificado de Proficiência em Tradução e Interpretação da
Libras/Língua Portuguesa". A certificação do Prolibras pode ser considerada um título
que prova a competência e proficiência para o ensino ou interpretação e tradução da
Libras.

Resumo Histórico do Prolibras

 Em 2002 a Libras foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão,


através da Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002;
 Até então as profissões de intérprete e professor de Libras não eram
regulamentadas ou reconhecidas pela lei;
 Em 2005 o governo sancionou o Decreto 5.626, de 22 de Dezembro de 2005,
que dentre outros assuntos, regulamenta as profissões de intérprete e professor
de Libras;
 Nesta época não havia intérpretes suficientes para atender a demanda (em
escolas por exemplo), e não era conhecido o nível dos que já trabalhavam como
intérpretes ou professores de Libras;
 Também não havia pessoas com graduação em nível superior de Letras-Libras.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a pioneira em curso superior
de Letras/Libras, ainda estava preparando este curso;
 Então, por conta da necessidade de profissionais qualificados no mercado,
enquanto não houvesse número de pessoas suficientes com formação superior
em Libras, se percebeu a necessidade de criar um exame de proficiência de
língua e certificação. Nasceu então o Prolibras;
 O Prolibras foi criado com o intuito de promover a acessibilidade da
comunidade surda em relação à Libras, com assistência de profissionais
qualificados e aptos a prestar seus serviços;
 O Prolibras foi estabelecido pela Portaria Normativa MEC nº 29, de 20 de julho
de 2007 e Portaria Normativa MEC nº 20, de 08 de Agosto de 2010, para ser
realizado em parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP);
 A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi a primeira instituição
pública de ensino superior a ser credenciada pelo Inep para realizar o Prolibras;
 A prova do Prolibras era realizada em duas etapas: a primeira, composta de uma
prova objetiva, de caráter eliminatório, comum a todos os participantes; e a
segunda, composta de uma prova prática, também eliminatória, específica para
cada modalidade de certificação de proficiência;
 O último Prolibras foi realizado em 2015.
I
magem de um vídeo com questão do Prolibras.
Modelo do certificado do Prolibras.

O Prolibras acabou?

Como cita o Art. 20. do Decreto 5.626, de 22 de Dezembro de 2005: "Nos próximos


dez anos, a partir da publicação deste Decreto, o Ministério da Educação ou
instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade promoverão,
anualmente, exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras -
Língua Portuguesa".
Tal medida também é citada no Art. 1. da Portaria Normativa MEC 20/2010: "Os
exames do Prolibras serão realizados, anualmente, nos Estados e no Distrito Federal,
até 2015."
Este período de dez anos, contados a partir de 22 de Dezembro de 2005, foi necessário
para que houvesse tempo para o funcionamento e popularizaçao de cursos de
graduação ou pós-graduação em Letras-Libras e, consequentemente, a formação de
intérpretes e professores qualificados com nível de ensino superior.
O período definido por lei para realização do Prolibras (2005-2015) já acabou,
portanto, não haverá mais Prolibras.
Segundo nota de esclarecimento da Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos (Feneis), publicada em 10 de agosto de 2017, "o Ministério da Educação volta
a discutir a necessidade de lançar uma nova edição, a fim de subsidiar algumas ações
emergentes que se encontra em algumas regiões no Brasil. Contudo, essas discussões
são preliminares e não temos informações detalhadas a respeito".

Resumindo: estamos no ano de 2020 e não haverá mais o exame do Prolibras como


era realizado anteriormente. O que está ocorrendo são discussões de reavaliação dos
procedimentos pelo MEC/INEP, ainda sem informações detalhadas a respeito.
Atualizaremos esta página quando aparecer alguma novidade a respeito deste assunto.

Alfabeto Manual
O QUE É
O que é Alfabeto Manual?
É um recurso das línguas de sinais que utiliza as mãos para
representar o alfabeto das línguas orais. Cada letra ou número são
representadas por configurações de mão específicas. O Alfabeto
Manual também é conhecido como Alfabeto Digital, Datilologia ou
Dactilologia.

Informações importantes sobre o Alfabeto Manual


 A comunicação em línguas de sinais ocorre por meio de sinais e não
apenas por meio do alfabeto manual. Para a maioria das palavras existe
um sinal específico em Libras;
 Isso significa que não é necessário utilizar o alfabeto manual para
soletrar todas as palavras;
 Utilizar apenas o alfabeto manual em uma conversação seria além de
cansativo, extremamente demorado e difícil para compreender;
 O alfabeto manual é um recurso utilizado para escrever palavras que
não tenham um sinal específico na Libras. Ele é considerado, portanto,
um empréstimo linguístico da língua portuguesa.

Qual a função do Alfabeto Manual?


A principal função do alfabeto manual é auxiliar na intercomunicação entre
duas línguas diferentes, a oral e a de sinais, a fim de superar a barreira na
comunicação, portanto é uma ferramenta muito útil no aprendizado das
línguas de sinais;

Quando usamos o Alfabeto Manual?


Exemplos de situações onde geralmente usamos o alfabeto manual:

 Para perguntar ou responder o nome de pessoas, lugares, marcas e


termos técnicos que ainda não possuem sinal próprio em Libras;
 Para perguntar os sinais que ainda não conhecemos. Por exemplo, se
alguém não conhece o sinal de Alemanha, pode perguntar soletrando A-
L-E-M-A-N-H-A;
 Para explicar ao surdo a forma escrita de uma palavra em língua
portuguesa;
 Para sinalizar uma palavra da língua portuguesa que por empréstimo
passou a pertencer à Libras. Exemplo: CPU, USB.

O Alfabeto Manual
Neste artigo vamos apresentar as letras do alfabeto (A-Z + Ç). Assim como as
letras, os números também são representados manualmente. Em breve
falaremos sobre os números.
Os Cinco Parâmetros da Libras

As línguas que as comunidades surdas do mundo desenvolveram, passam por


processos de denominação um pouco diferentes, embora comparáveis em
alguns pontos aos das outras línguas orais.
Quando falamos sobre os articuladores da língua de sinais, certamente
podemos pensar em mãos. Mas na realidade, são usados como articuladores,
além de mãos, outras partes do corpo, como a cabeça, face e tronco.

RESUMO
Quais são os cinco parâmetros formativos das Libras?
1 - A configuração da mão;
2 - Ponto ou local de articulação;
3 - O movimento;
4 - Orientação/direcionalidade;
5 - Expressão facial e/ou corporal;

Vamos conhecer cada um dos parâmetros:

1 - A configuração da mão:
A configuração adotada pela mão, tem como resultado a posição dos dedos.
Cada configuração pode ser feita pela mão dominante (mão direita para os
destros, mão esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos dependendo do
sinal. Os sinais APRENDER, SÁBADO, LARANJA e DESODORANTE-SPRAY têm a
mesma configuração de mão e são realizados na testa, na boca e na axila,
respectivamente.
Exemplos de sinais que utilizam a mesma configuração de mão: sinal de "aprender",
"sábado", "laranja" e "desodorante-spray".
Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 21.

De acordo com Felipe e Monteiro (2007, pg. 21), na Libras há 64


configurações distintas:
As 64 configurações de mão da Libras.
Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 28.
2 - Ponto ou local de articulação
Este parâmetro indica onde o sinal pode ser realizado. Ele é delimitado pela
extensão máxima dos braços do emissor e ocorre tocado em alguma parte do
corpo ou no espaço neutro, que é a região do meio do corpo até à cabeça ou
para frente do emissor.
Deve-se dizer que no discurso normal as extremidades são articuladas em um
espaço mais limitado que a extensão máxima, portanto, o tamanho do sinal
pode ser comparado à intensidade da voz.
Felipe e Monteiro (2007, pg. 22) citam como exemplos de ponto ou local de
articulação os sinais TRABALHAR, BRINCAR, PAQUERAR, realizados no espaço
neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e DECORAR realizados na testa.

Exemplos de ponto ou local de articulação.


Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 22.

3 - O movimento
Alguns sinais são estáticos em um local, outros contêm algum movimento.
Dessa forma, podemos entender que o parâmetro de movimento se refere ao
modo como as mãos se movimentam (movimento linear, em movimento da
forma de seta arqueada, circular, simultânea ou alternada com ambas as
mãos, etc.) e para onde estão movimentando (para a frente, em direção à
direita, esquerda, etc...).
Alguns exemplos de sinais com movimento e sinais sem movimento:
Exemplos de sinais com movimento e sem movimento.
Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 22.

4 - Orientação/direcionalidade
É o plano em direção ao qual a palma da mão é orientada. Alguns sinais têm
a mesma configuração, o mesmo ponto de articulação e o mesmo
movimento, e diferem apenas na orientação da mão. É importante perceber
como a modificação de um único parâmetro pode alterar completamente o
significado do sinal.
Segundo Felipe e Monteiro (2007, pg. 23) os verbos IR e VIR se opõem em
relação à direcionalidade, como os verbos SUBIR e DESCER, ACENDER e
APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-PORTA.
Exemplos de sinais com movimento e sem movimento.
Fonte: Felipe, Tanya A., Monteiro, Myrna Salerno S. - Libras em Contexto - Livro do
Professor pg. 23.

5 - Expressão facial e/ou corporal


Também chamados de componentes não manuais, incluem o uso de
expressões faciais, linguagem corporal, movimentos da cabeça, olhares, etc.
Se uma pessoa quer demonstrar que está com raiva de alguém ou de algo,
talvez não precise usar nem um sinal. Basta utilizar apenas a expressão
facial. Ou, se alguém fizer uma pergunta para responder "sim" ou "não",
basta simplesmente balançar a cabeça de acordo. Estas são simples situações
para exemplificar este parâmetro, todavia, durante uma conversa em Libras,
é necessário combinar diversos componentes não manuais com sinais
específicos para esclarecer a mensagem.
Exemplos de componentes não manuais, extraído de Ferreira-Brito (1995,
p.240 - 242):

 Rosto:
Parte superior: sobrancelhas franzidas; olhos arregalados; lance de
olhos; sobrancelhas levantadas.
Parte inferior: bochechas infladas; bochechas contraídas; lábios.

 Cabeça:
Movimento de assentimento (sim); movimento de negação; inclinação
para frente; inclinação para o lado; inclinação para trás.

 Rostoe cabeça:
Cabeça projetada para frente; olhos levemente cerrados,
sobrancelhas franzidas; cabeça projetada para trás e olhos
arregalados.

 Tronco:
Para frente; para trás; balanceamento alternado (ou simultâneo) dos
ombros.

Segundo Felipe e Monteiro (2007, pg. 27): "Na combinação destes quatro
parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as mãos é, portanto,
combinar estes elementos para formarem as palavras e estas formarem as
frases em um contexto".
Geralmente, a expressão facial e/ou corporal se desenvolve ao longo do
tempo à medida em que se torna fluente em Libras. Ao conversar com
pessoas surdas, é importante observar que componentes não manuais elas
usam. Por exemplo: balançam a cabeça para indicar uma afirmação?
Movimentam o corpo ou os olhos? Fazem expressões faciais quando estão
conversando sobre felicidade, tristeza, raiva, susto? Por isso é extremamente
importante observar cuidadosamente os sinais e seus parâmetros para
reproduzi-los corretamente.

Exemplos do uso da expressão facial como traço diferenciador.


Fonte: Dicionário de Libras Online do INES, disponível
em http://www.acessobrasil.org.br/libras/

Exemplos de Sinais

Um dos pontos de extrema importância no aprendizado da Libras é


a aquisição do vocabulário, ou seja, a memorização dos sinais. Para
contribuir com a divulgação do idioma, apresentamos alguns sinais ilustrados
por um desenhista da equipe. Do universo dos sinais em Libras, esta é
somente uma pequeníssima parcela, mas é um começo!
Sinal de "lei" Sinal de "email"  

 
Sinal de "chuva"  Sinal de "calor"
 
Sinal de "frio"  Sinal de "Libras"

 
Sinal de "triste"  Sinal de "amigo"
SignWriting
O que é SignWriting?
O QUE É

SignWriting é um sistema que permite ler e escrever qualquer língua de


sinais sem a necessidade de tradução para uma língua oral. Ela expressa os
movimentos, as formas das mãos, as marcas não-manuais e os pontos de
articulação através de símbolos que são combinados para formar um sinal
específico da língua de sinais.

História da SignWriting
A SignWriting foi desenvolvida em 1974 por Valerie Sutton, uma dançarina,
que havia, dois anos antes, desenvolvido a DanceWriting, um sistema escrito
de danças.

Valerie Sutton, inventora do SignWriting e DanceWriting. Fonte: Wikipedia.


Conforme os registros feitos por Valerie Sutton na homepage do SignWriting,
em 1974, a Universidade de Copenhague na Dinamarca solicitou que ela
registasse os gestos gravados em vídeo. As primeiras formas foram inspiradas
no sistema escrito de danças.
Exemplo da DanceWriting, o sistema de notação de danças. Fonte: Movementwriting.org.
Embora não tenha sido o primeiro sistema de escrita para línguas gestuais, a
SignWriting foi a primeira que conseguiu representar adequadamente
informações como as expressões faciais, a postura do gestuante ou se a frase
é longa ou curta.

 Em 1977, Judy Shepard-Kegl, na época uma estudante de graduação em


linguística no Massachusetts Institute of Technology (MIT), organizou o
primeiro workshop sobre SignWriting para a Sociedade de Linguística de New
England, nos Estados Unidos. Nesse ano, o primeiro grupo de surdos adultos a
aprender o sistema foi um grupo do Teatro Nacional de Surdos, em
Connecticut;
 Em 1978, as primeiras aulas em vídeo foram editadas;
 Em 1979, Valerie Sutton trabalhou com uma equipe do Instituto Técnico
Nacional para Surdos, em Rochester, prestando assistência na elaboração de
uma série de panfletos, chamados "The Techinical Signs Manual" - O Manual
Técnico de Sinais, que usaram ilustrações em SignWriting;
 Na década de 1980, Sutton apresentou um trabalho, no Simpósio Nacional em
Pesquisa e Ensino da Língua de Sinais, intitulado "Uma forma de analisar a ASL
e qualquer outra língua gestual sem passar pela tradução da língua falada";
 Em 1981 foi publicado o livro "SignWriting For EveryDay Use" - Escrita para o
Uso Diário, de Valerie Sutton. Este foi o principal livro de referência para
estudantes de SignWriting durante os anos 80;
 Em 1986, Richard Gleaves desenvolveu o software "SignWriter". A SignWriting
passou de um sistema escrito à mão a um sistema possível de ser escrito no
computador;
 Em 1996, foi publicada a primeira história escrita em SignWriting, intitulada
"Goldilocks and the three bears" - Cachinhos Dourados e os três ursos. No
mesmo ano foi feita a primeira publicação do SignWriting na internet, com
demonstrativos da escrita de idiomas gestuais;
 Em 2003, o desenvolvedor de sistemas Steve Slevinski precisou adicionar
imagens do SignWriting em um site. Não conseguiu encontrar uma maneira
fácil de fazer isso, então teve a idéia de criar seu próprio software. O
objetivo seria a criação dos símbolos da SigWriting de forma mais fácil e
rápida. Nasce então o software "PUDL", que mais tarde ficou conhecido como
"SignPuddle".
 Em 2004 Valerie Sutton convida Steve para trabalhar como consultor. Inicia-se
então uma produtiva parceria: Steve foi responsável por grande parte do
desenvolvimento que leva a língua de sinais aos computadores e à Internet.
Aluna surda Judy Mejia, 9 anos, aprendendo SignWriting na "Escuelita de Bluefields" na
Nicarágua, quando Judy Shepard-Kegl e seu marido, James Shepard-Kegl, coordenaram um
programa intensivo de imersão em língua de sinais naquele país. Data: Março de 1999.
Fonte: Signwriting.org.

SignWriting Hoje
 O sistema evoluiu ao longo dos anos, não tendo mais a forma como foi criado,
em 1974. A escrita tornou-se pública e naturalmente foi sendo padronizada,
envolvendo várias pessoas nesse processo;
 A SignWriting tornou-se muito popular nos Estados Unidos e cada vez mais
divulgado em outros países. É utilizada para escrita das línguas de sinais de
aproximadamente 60 países diferentes.
 Steve Slevinski e Valerie Sutton fornecem suporte técnico aos usuários da
SignWriting enquanto expandem cada vez mais o software SignPuddle;
 Valerie Sutton mantém o site www.signwriting.org, que contém o maior
conteúdo sobre SignWriting da internet;
 Steve Slevinski, o responsável por grande parte do desenvolvimento
tecnológico da SignWriting, está desenvolvendo Wikipedias próprias para as
línguas de sinais, algo como um enorme banco de dados público que permite
ao usuário adicionar ou consultar os sinais escritos em SignWriting de qualquer
língua de sinais.

Como funciona o SignWriting?


A SignWriting usa um grande conjunto de símbolos. Cada símbolo representa
uma concepção visual: mãos, movimento, dinâmica, tempo, cabeça, rosto,
tronco ou membro. Os símbolos são combinados para formar um sinal
específico. Exemplo:
Exemplos da escrita em SignWriting com base em padrões da palma de mão e dedos.
Créditos: Adam Frost / Signwriting.org

Da mesma forma que o alfabeto latino é utilizado para escrever as línguas


orais-auditivas, como o português, inglês, francês e outras, o conjunto de
símbolos no SignWriting é internacional, sendo necessária a adaptação para a
língua de sinais de cada país.

Importância do SignWriting
Antigamente, usuários da língua de sinais não tinham como escrever na sua
própria língua. Isto quer dizer que para escrever precisavam usar uma língua
oral. Nesta língua a maioria dos surdos encontram muitas dificuldades de
expressão, mesmo depois de muitos anos de escolaridade. Com a
SignWriting, existe a possibilidade de os surdos escreverem no seu próprio
idioma, sem terem de usar uma língua oral.

SignWriting no Brasil
 No ano de 1996, a PUC do RS em Porto Alegre através do Dr. Antonio Carlos da
Rocha Costa começou a usar o programa de computador SignWriter para
gravar a Língua Brasileira de Sinais com seus alunos. A partir disso,
SignWriting começou a tomar forma no Brasil. O Dr. Rocha formou um grupo
de trabalho envolvendo especialmente a Prof. Marianne Stumpf (surda) e a
Prof. Marcia Borba. Marianne é surda e atuou como professora na área de
computação na Escola Especial de Concórdia, em Porto Alegre, trabalhando
com o SignWriting em algumas turmas.
Prof.º Dr. Antônio Carlos da Rocha Costa

Prof.ª Dra. Márcia de Borba Campos

Ph.D. Prof.ª Dra. Marianne Rossi Stumpf

 Em 2001 foi publicado o livro Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue -


Deit-Libras - 2 volumes, dos autores Fernando César Capovilla, Walkiria
Duarte Raphael e Aline Cristina L. Maurício, uma importante publicação sobre
Libras no Brasil. O dicionário documenta, em três línguas - português, inglês e
Libras, cerca de 9.500 verbetes, e fornece descrições da forma e articulação
dos sinais. Traz também ilustrações com o significado dessas convenções,
incluindo o sistema de escrita em SignWriting de cada sinal apresentado;
 Em 2005 Marianne Stumpf desenvolveu pesquisas no Brasil e na França em
escolas de surdos aplicando o ensino do SignWriting. Os resultados
demonstram que os sujeitos surdos têm muita facilidade em seu aprendizado
e uso, e que isto lhes permite ampliar a percepção da língua de sinais em seus
países;
 Desde 2006 a disciplina de SignWriting (chamada de "Escrita de Sinais")
compõe com 180h a grade curricular do curso de "Letras/Libras" da UFSC. As
duas primeiras edições deste curso (2006 e 2010) foram de Educação à
Distância e propiciou a mais de 1200 alunos surdos e ouvintes de diversos
estados do Brasil - o conhecimento básico nesta área;
 Em 2009 foi publicado o livro Novo Deit-Libras - Língua Brasileira de Sinais - 3
volumes, dos autores Fernando César Capovilla, Walkiria Duarte Raphael e
Aline Cristina L. Maurício. Contém léxico de sinais duas vezes maior que o do
dicionário anterior, e diversas inovações. Contém a escrita visual direta do
sinal em SignWriting;
 Em 2011 surgiu a editora Libras Escrita, que dentre outras publicações, editou
o livro "Escrita de Sinais sem Mistérios", dos autores Madson Barreto e Raquel
Barreto, a primeira publicação específica sobre o SignWriting. Nesta obra, o
ensino é feito passo a passo com muitos exemplos de sinais e textos escritos
em Libras;

Madson Barreto

Raquel Barreto

E-book "Escrita de Sinais sem Mistérios", a versão impressa não é mais comercializada.

 Em 2017 foi publicado o livro Dicionário da Língua Portuguesa de Sinais: A


Libras em suas Mãos - 3 Volumes, dos autores Fernando César Capovilla,
Walkiria Duarte Raphael, Janice Temoteo e Antonielle Cantarelli. Este
Dicionário documenta mais de 13 mil sinais de Libras, trazendo os verbetes
correspondentes ao sinal em português e inglês, a definição do significado do
sinal e dos verbetes, ilustrações e a descrição detalhada da forma do sinal,
além de exemplos ilustrativos do uso funcional apropriado do verbete em
frases e a especificação do escopo de validade geográfica em relação aos
estados brasileiros. Contém a escrita visual direta do sinal em SignWriting.
Este livro exigiu 25 anos de pesquisas.
Ph.D. Profº Fernando César Capovilla

Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: A Libras em suas Mãos - 3 Volumes contendo mais de
13 mil sinais de Libras. 1ª Edição - 2017.

 Nos últimos anos, foram publicadas diversas obras literárias em SignWriting,


por exemplo:

Conhece algum livro que não foi mencionado? Por favor, avise-nos através do e-mail
contato@libras.com.br.
A escrita de sinais é muito importante para nós, porque é a forma própria
de escrever a língua de sinais. A comunidade surda que utiliza a língua de
sinais merece ter também a sua escrita. Da mesma forma, as crianças devem
escrever os sinais uma vez que usam a língua de sinais.
PH.D. PROF.ª DRA. MARIANNE ROSSI STUMPF (SURDA)

Valerie Sutton

Quem é Valerie Sutton?


QUEM É

Valerie Sutton em 1985. Foto de Barry H. Slobin


Valerie Sutton é uma ex-dançarina e coreógrafa, nasceu nos Estados
Unidos, onde reside até hoje. Desenvolveu inicialmente o DanceWriting,
um sistema no qual ela escrevia os movimentos de suas danças.
Em 1974, esse sistema criado por Valerie Sutton chamou a atenção de
estudiosos dinamarqueses, que naquele momento estavam em busca de
descobrir uma forma de tornar a língua gestual, uma língua que também
pudesse ser escrita.
A partir disso, Sutton foi convidada a juntar-se à comunidade surda e
desenvolver representações gráficas, sistematizando o que
anteriormente seria o DanceWriting.
Assim, Sutton, adequando esse sistema à língua gestual, criou a
SignWriting.

Valerie Sutton em 1973.

Capa do livro "Sutton Movement Shorthand", publicado em 1974.

O que é a escrita de sinais de Valerie Sutton?


Como já foi dito, Valerie Sutton foi a responsável pelo desenvolvimento do
sistema de escrita da língua gestual, chamada SignWriting, em que se tem
como símbolos a representação gráfica das mãos e das palmas da mão, dos
movimentos, dos pontos de articulação, além das marcas não-manuais.
A criação dessa escrita de sinais foi um importante avanço para a
comunicação da comunidade surda. Além disso, foi essa a única, dentre as
diversas tentativas em desenvolver um sistema de escrita para a comunidade
surda, que conseguiu representar todas as nuances que se encontram em
uma comunicação completa e eficaz.
Assim, as expressões e as informações completas puderam ser repassadas
pelos surdos, de forma a evoluir a sua forma de comunicar-se com os demais
surdos, e com outras pessoas.
O principal ponto positivo do sistema de escrita criado por Sutton, é a
facilidade e rapidez na sua utilização, e no entendimento acerca dos
movimentos para a comunidade surda, afinal o objetivo inicial do sistema era
representar uma dança.

Valerie Sutton ensinando SignWriting em 1985.

Valerie Sutton em seu escritório na Califórnia, Estados Unidos.


Atualmente, se tem a língua gestual como importante fator de influência na
elaboração continuada da SignWriting. Isso agrega mais significado ao
sistema de escrita, visto que os surdos que já aderiam à língua de sinais, se
mostram mais abertos à aprender a SignWrinting devido à proximidade entre
elas.
Assim, há um aumento da representatividade e da apropriação da
SignWriting como o sistema de escrita dos surdos, pela sua comunidade,
tendo como consequência resultados inimagináveis para o desenvolvimento
dos surdos.
Outro fator significativo é a importância de deixar escrito para gerações
futuras a memória de um povo, e por meio da SignWriting a comunidade
surda possui a oportunidade de representar sua história, demonstrar os seus
pontos de vista, sua interpretação do mundo, e compartilhar toda a cultura
da sua comunidade.
Hoje, o desenvolvimento da SignWriting é bastante perceptível, já que não
se tem somente sua escrita no papel, como também a possibilidade de a
escrever no computador, aumentando ainda mais a popularidade mundial
desse sistema de escrita.

Livro "Uma Menina chama Kauane", escrito por Karin Strobel e traduzido para Libras por
Marianne Stumpf, usando SignWriting.

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