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Prática pedagógica na
escolarização do aluno com
deficiência intelectual
Wallisten Passos Garcia
9 788538 76320 8
Prática pedagógica na
escolarização do aluno com
deficiência intelectual
[...]
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União. Brasília,
DF, 5 out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocom-
pilado.htm>. Acesso em: 2 mai. 2017.
FERREIRA, Maria Cecília Carareto. O desenvolvimento profissional do docente e a inclusão de alunos
com deficiência mental. In: MANZINI, Eduardo José (org). Inclusão do aluno com deficiência na
escola: os desafios continuam. Marília: ABPEE/FAFESP, 2007.
SASSAKI, R. K. Inclusão: o paradigma do século XXI. In: Inclusão. Seesp/MEC, ano I, n. 1, out. 2005,
p. 19-23. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revistainclusao1.pdf>. Acesso
em: 2 mai. 2017.
UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades
educativas especiais. Espanha, 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/sa-
lamanca.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2017.
______. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de
aprendizagem. Jomtien, 1990. Declaração de Jomtien. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/ima-
ges/0008/000862/086291por.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2017.
VYGOSTSKY, Lev Semenovitch. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
Resolução
1. Com a educação inclusiva, não é mais a criança que deve ser responsabilizada pelos
seus deficits, mas a escola que precisa assegurar condições metodológicas para que
sua aprendizagem ocorra. A partir desse paradigma, torna-se necessário repensar
a escolarização do aluno com deficiência intelectual, ressignificando as práticas pe-
dagógicas, a partir da constatação de que os processos educativos podem intervir
formalmente nos processos de desenvolvimento da aprendizagem.
Em outros casos, será necessário pôr em prática uma série de ajudas, recursos e medi-
das pedagógicas especiais, ou de caráter extraordinário, diferentes das que requer habitual-
mente a maioria dos alunos, que possibilitarão acompanhar em grande medida o currículo
comum, facilitando sua autonomia e seu processo de aprendizagem, permitindo que alcan-
cem os objetivos educacionais que lhes sejam viáveis e significativos, na convivência com
seus pares.
De qualquer maneira, as adaptações curriculares devem estar previstas e respaldadas
no projeto pedagógico da escola, definindo o que o aluno deve aprender; como e quando
aprender; que formas de organização do ensino são mais eficientes; como e quando avaliar
o aluno. Além disso, as adaptações não devem ser entendidas como um processo exclusiva-
mente individual, ou um processo que envolve apenas o aluno, mas que podem se realizar
em três níveis (BRASIL, 1998):
• no âmbito do projeto pedagógico, por meio do qual é possível identificar e analisar
as dificuldades enfrentadas pela escola, assim como estabelecer objetivos e metas
comuns aos gestores, professores, funcionários da escola, familiares e alunos;
• no currículo desenvolvido em sala de aula;
• no nível individual, por meio da elaboração e implementação do Programa
Educacional Individualizado (PEI).
[...]
Atividades
1. Quais são os aspectos que embasam a construção das adaptações curriculares?
Referências
BLANCO, R. A atenção à diversidade na sala de aula e as adaptações do currículo. In: COLL, C;
MARCHESI, A; PALÁCIOS, J. (orgs). Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos do de-
senvolvimento e necessidades educativas especiais. São Paulo: Artmed, 2004.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério da Educação.
Secretária de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI,
2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-ba-
sica-2013-pdf/file>. Acesso em: 2 mai. 2017.
______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares. Secretaria de Educação
Fundamental. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1998.
ARANHA, Maria Salete Fábio. Projeto Escola Viva: garantindo o acesso e permanência de todos os
alunos na escola: necessidades educacionais especiais dos alunos. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial, 2000. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/down-
load/texto/me000448.pdf>. Acesso em: 2 mai. 2017.
Resolução
1. Identificação das necessidades educacionais especiais para justificar a priorização de
recursos e meios favoráveis à sua educação; adoção de currículos abertos e propostas
curriculares diversificadas, em lugar de uma concepção uniforme e homogeneiza-
dora de currículos; flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da escola
para atender à demanda diversificada dos aluno; possibilidade de incluir professo-
res especializados, serviços de apoio e outros não convencionais, para favorecer o
processo educacional.
2. V, F, V.
3. 3, 1, 4, 2.
Neste capítulo serão abordados os principais aspectos que o professor deve con-
siderar ao realizar seu plano de aula, a partir do paradigma da educação inclusiva,
tendo em vista a escolarização do aluno com deficiência intelectual. Abordaremos
também as implicações de tais propostas no âmbito de sala de aula, com foco na
interação do professor com os alunos em relação ao conhecimento, tendo em conta o
processo de construção de conceitos segundo Vygostsky, destacando a importância
da mediação do professor nesse processo. Finalmente, discutiremos as especifici-
dades no trabalho do professor em relação à escolarização desses alunos e algumas
atividades e estratégias que poderão ser utilizadas.
[...]
Atividades
1. Quais os principais aspectos que o professor deve considerar ao realizar seu plano
de aula a partir da perspectiva da educação inclusiva?
Referências
BATISTA, Cristina Abranches Mota Batista; MANTOAN, Maria Teresa Egler. Educação inclusiva:
atendimento educacional especializado para a deficiência mental. [2. ed.]. Brasília: MEC, SEESP, 2006.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/defmental.pdf>. Acesso em: 2 mai. 2017.
FIERRO, A. Os alunos com deficiência mental. In: COLL, C; MARCHESI, A; PALÁCIOS, J. (orgs).
Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades educati-
vas especiais. São Paulo: Artmed, 2004.
Resolução
1. Em termos gerais, o professor precisa organizar o ensino com base em aprendizagens
comuns, mas de forma flexível, favorecendo a aprendizagem de todos os alunos;
precisa conhecer bem seus alunos e o modo como avançam dentro do planejamento,
modificando, se necessário, sua prática; elaborar e auxiliar os alunos na construção
de aprendizagens significativas, considerando seu desenvolvimento real e potencial;
no aspecto metodológico considerar a utilização de ampla gama de materiais e re-
cursos; organizar o espaço escolar de forma agradável, acolhedora e facilitadora da
autonomia e mobilidade dos alunos; utilizar sempre de estratégias de aprendizagem
colaborativa.
3. 4, 1, 2, 3.
Camargo (2004), em seu livro As emoções e a escola nos apresenta uma pro-
posta de trabalho com a emoção por meio da arte. Tais reflexões são per-
tinentes para os professores e demais profissionais da educação repensa-
rem sua prática na escola.
As emoções e a escola
(CAMARGO, 2004)
Sensibilização do educador
[...] Não está se propondo uma escola do indivíduo particular, não se trata
de criar mecanismos individualistas, centrados em si. A proposta é a da
pedagogia coletiva que tem o grupo como referencial, mas com a dimen-
são emocional presente. Uma proposta em que o professor preste aten-
ção na expressão emocional dos alunos; percebe que, às vezes, eles estão
sofrendo ou ausentes e questiona por que isso ocorre. Sensibilizado para
esta outra dimensão, o professor e capaz de perceber as emoções e neces-
sidades dos alunos e, desta forma, respeitar suas particularidades e sen-
sibilidades. Alunos assustados, alheios ou ausentes, estão, muitas vezes,
apenas tentando partilhar e expressar suas emoções, mas a maioria dos
professores não está preparada para fazer essa leitura.
2. De que maneira a representação que o aluno tem de si, seu autoconceito, interfere
em sua aprendizagem?
Referências
CAMARGO, D. As emoções e a escola. Curitiba: Travessa dos Editores, 2004.
LEITE, S. A. S. Afetividade nas práticas pedagógicas. Temas em Psicologia, v. 20, n. 2, 2012.
Resolução
1. O tipo de relação afetiva que vai se estabelecer entre o aluno e um determinado
conteúdo escolar – que pode variar entre fortes movimentos de aproximação ou de
afastamento, ou relações de amor ou de ódio, nos seus extremos, com os conteúdos –
depende, em grande medida, da concretude das práticas de mediação, marcadamen-
te afetivas, desenvolvidas em sala de aula. A comunicação efetiva, o contato físico e a
proximidade com o aluno são elementos indissociáveis que produzem um forte sig-
nificado neste processo. A criança internaliza significados afetivos e morais que vão
construindo sua configuração psíquica e sua identidade, direcionando sua aprendi-
zagem e desenvolvimento. Há uma relação intensa entre o afeto que os discentes têm
pela matéria e/ou pelo professor e a vontade de aprender o que é lecionado.
A avaliação em transformação
(SOUZA, 1997, p. 125-141)
São importantes estas colocações, pois elas nos permitem trabalhar sobre
o significado e implicação da mudança, a começar pelo reconhecimento
de que há fatores que dificultam ou mesmo invibializam a vivência da
avaliação em seu sentido pleno, que ultrapassam o âmbito de decisão e
ação da unidade escolar, uma vez que situam no plano da política educa-
cional. Assim, a luta por condições básicas para a realização do trabalho
escolar, buscando afirmá-las como prioridade nas agendas governamen-
tais, é fundamental para tornar viável um ensino de qualidade e a vivên-
cia do processo avaliativo como elemento que contribui para a constru-
ção desta qualidade.
Não basta tomar conhecimento das críticas que são feitas, é preciso cons-
truir, a partir delas, a própria análise e reflexão, individual e coletivamente,
na escola; o que desencadeará quando existir, de fato, um compromisso
com uma prática capaz de promover permanência, terminalidade e ensino
de qualidade para todos. A existência desse compromisso é condição neces-
sária para um redirecionamento do significado da avaliação escolar, como
dimensão intrínseca do processo educacional [...]. Assim, um confronto
com as práticas avaliativas significa, em última instância, enfrentar o desa-
fio de construir um novo projeto para essa escola que aí está.
O mesmo deve ser observado em relação aos pais, que precisam estar
envolvidos no processo de transformação das práticas avaliativas, sendo
informados sobre as inquietações, estudos e discussões que vêm ocor-
rendo entre os educadores, entre estes e os alunos, e, mais do que infor-
mados, precisam ser estimulados a refletir e criticar o sentido da avaliação
escolar. É um processo lento, que demanda a construção de uma nova
relação com a escola, com o processo de escolarização dos filhos, em que
o diálogo seja centrado na aprendizagem e não na “nota” ou no “conceito
obtidos, como fins em si mesmos”.
Atividades
1. Quais as principais características de uma avaliação pedagógica que se propõe a ser
uma prática de investigação do processo educacional?
Referências
SOUZA, Sandra M. Zákian Lian. A avaliação escolar e democratização: o direito de errar. In: AQUINO, J.G.
(Org.). Erro e fracasso na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus Editorial, 1997.
Resolução
1. Em síntese, a avaliação como uma prática de investigação deve ser contínua, perma-
nente e compartilhada entre alunos e professores, não devendo ser reduzida a um
momento escolhido para este fim, nem as técnicas utilizadas, servindo como meio
de reflexão crítica das práticas escolares, gerando continuamente novos desafios e
necessidades, que elegem as prioridades e propostas de ações, promovendo trans-
formações na realidade escolar e oferecendo subsídios para melhorar a qualidade do
processo de ensino-aprendizagem.
2. A avaliação como uma prática de investigação serve de instrumento para que o professor
tenha condições de compreender o que e de que maneira o aluno aprendeu, observando
seus progressos. A análise dos resultados alcançados no processo ensino-aprendizagem
oferece apoio para que o professor planeje os objetivos e desafios pedagógicos seguintes
por meio de estratégias diferenciadas, para que o aluno não pare de avançar, contribuin-
do também para o desenvolvimento do trabalho docente.
Atividades
1. “Todas as famílias passam por mudanças significativas em diferentes períodos e
precisam se reorganizar diante das novas demandas”. Nesse contexto, quais as es-
pecificidades de uma família que tem um membro com deficiência?
3. Por que é importante que as escolas criem ou ampliem as possibilidades para que
pais e professores consigam compartilhar informações sobre os alunos com defici-
ência intelectual?
Referências
PANIAGUA, Gema. As famílias de crianças com necessidades educativas especiais. In: COLL, C;
MARCHESI, A; PALÁCIOS, J. (orgs). Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos do de-
senvolvimento e necessidades educativas especiais. São Paulo: Artmed, 2004.
Resolução
1. O nascimento de uma criança com deficiência provoca várias reações e sentimentos
que oscilam entre polaridades fortes, tais como amor e ódio, alegria e sofrimento.
Os familiares precisam tomar decisões importantes relacionadas a este filho, tais
como escolher os tratamentos médicos e terapêuticos necessários, a escolha dos
3. A escola precisa criar ou ampliar as oportunidades para que pais e professores consi-
gam compartilhar informações sobre os alunos com deficiência intelectual, pois isto
contribui para o seu desenvolvimento escolar em sala de aula, permite que o pro-
fessor realize um trabalho mais eficiente em colaboração com a família, fomenta o
interesse dos pais em auxiliar os filhos e transmite confiança no processo de inclusão.
Portanto, são imprescindíveis sistemas de comunicação permanente ente a família e
escola mediante contato pessoal ou por escrito.
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