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André
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AndréLissner
Lissner
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Nacional Nacional
ISBNISBN 978-85-387-6529-5
978-85-387-6529-5
ISBN 978-85-387-6529-5
58872
58872 58872 9 79 8 789 85 783 858 837586375862 759 625 59 25 9 5
Planejamento e
administração tributária
André Lissner
IESDE
2019
© 2019 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem
autorização por escrito do autor e do detentor dos direitos autorais.
Apresentação 7
4. Obrigações tributárias 83
4.1 Principais obrigações federais e estaduais 83
5. Incentivos fiscais 115
5.1 Imunidade e isenção 115
Gabarito 163
Apresentação
Bons estudos!
1
Introdução ao sistema tributário
Ainda que esta obra não tenha como objetivo analisar as leis de
maneira mais aprofundada, é fundamental entendermos alguns dos
princípios do Direito Tributário que podem ser extraídos dos artigos
apresentados. Por isso, a seguir, explicaremos alguns deles.
Um dos primeiros a ser observado é o princípio da legalidade,
que tem como foco garantir segurança jurídica, econômica e social
e proibir qualquer tributação não autorizada em lei. O art. 150
da Constituição deixa bastante explícito esse princípio e ainda
esclarece que nenhum dos entes tributantes do país poderá:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que
se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica
dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou […].
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo poder público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão. (BRASIL, 1988)
28 Planejamento e administração tributária
No fim das contas, isso permite que, por meio de outros trâmites,
existam diferenças na tributação federal.
Outro princípio bastante importante é o princípio da
capacidade contributiva, que está diretamente ligado à espécie
tributária progressiva e visa diminuir a desigualdade social no
Brasil. Para isso, busca a redução ou a isenção tributária para os
mais desassistidos.
O princípio da proibição de confisco, por sua vez, estabelece
a proteção do contribuinte para que não sejam tomados dele,
integralmente, seu patrimônio e sua renda, o que o levaria à
penúria:
possibilidade de penúria.
pobreza
extrema,
É importante esclarecer que esses princípios apresentados aqui
miséria;
servem de base para diversas teses que discutem a tributação, ausência
daquilo que é
para elisão fiscal ou não (mais adiante abordaremos esse assunto). necessário.
Também se faz necessário entender que a Constituição já prevê a
competência dos entes e seus impostos, o que impede a criação de
novos impostos – a não ser que se altere a própria Constituição. A
única exceção é em caso de guerra externa ou sua iminência.
A Constituição prevê, ainda, o pleno esclarecimento de todos os
tributos, assim como a divulgação pública dos valores recolhidos.
Essa divulgação, porém, até hoje não está regulamentada e não vem
sendo aplicada.
Considerações finais
Agora que esclarecemos os principais objetivos de um sistema
tributário e apresentamos quais são suas espécies e os entes
envolvidos no STN, torna-se possível entender melhor a estrutura
tributária, que faz com que o Brasil perca muita competitividade
frente a outros países, tanto na produção e escoamento de produtos
e serviços como na atratividade de investimentos.
Também com o entendimento dos princípios constitucionais
aplicáveis ao STN e conhecendo as competências tributárias,
conseguimos avaliar mais profundamente as mudanças realizadas
pela União, pelos estados ou pelos municípios para que, inicialmente,
possamos avaliar a coerção destas e, como um segundo passo, ajudar
as empresas ou o país a começarem o planejamento das mudanças
Introdução ao sistema tributário 31
Atividades
1. Hoje, no Brasil, a carga tributária é extremamente elevada,
principalmente se considerarmos o padrão de serviços e
estruturas oferecido pelo país. Mesmo assim, ainda é raro
ver a população brasileira realmente se movimentar para
32 Planejamento e administração tributária
Referências
AMED, F. J.; NEGREIROS, P. J. L. C. História dos tributos no Brasil. São
Paulo: Sinafresp, 2000.
Assim, todo tributo tem um fato gerador e, com base nele, pode
ser classificado em um dos três grandes grupos a seguir.
• Impostos sobre renda – define-se renda como o resultado de
capital, de trabalho ou de capital e trabalho juntos expresso
em valores monetários. Alguns exemplos desses tributos são o
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), o Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre Lucro
Líquido (CSLL).
• Impostos sobre patrimônio – são conjuntos de bens de
direito, tanto de pessoa física quanto jurídica. Alguns
exemplos desses tributos são o IPVA, o IPTU e as taxas de
lixo e de melhoria.
• Impostos sobre consumo – é aquilo que se gasta e que se
utiliza, seja com um bem material, seja com um serviço.
Alguns exemplos desses tributos são o ICMS, o ISS, o PIS, a
Cofins e o IPI.
Assim como vimos, no capítulo anterior, que existem espécies
tributárias diretas e indiretas, o contribuinte também tem
classificações conforme o fato gerador, que pode ser diretamente
de responsabilidade dele ou, então, o contribuinte pode ser
apenas o arrecadador dos tributos.
Nesse sentido, podemos entender como contribuinte de fato os
empregados, consumidores ou tomadores de um empréstimo, por
exemplo. Já o contribuinte responsável é quem efetivamente irá
recolher o imposto, mas não é a fonte de geração do tributo, como
empresas, vendedores ou instituições financeiras, que recolhem o
imposto devido pela ponta final do processo.
Sistema Tributário Nacional 37
Serviços
Serviços
Serviços prestados
Regra geral provenientes
Considera-se dos incisos em águas
(caput do do exterior
ocorrido o fato I a XXII marítimas
artigo 3º, (artigo 6º,
gerador... (artigo 3º, (artigo 3º,
LC 116/03) §2º, inciso I,
LC 116/03) §3º, LC
LC 116/03)
116/03)
Considerações finais
Neste capítulo, foram analisados vários tributos e suas respectivas
peculiaridades. Analisamos, ainda, como a gestão de cada município
deve se comportar diante da autonomia concedida no que se refere
ao ato de tributar. Com isso, é possível, numa rápida verificação,
analisar que um país se organiza em setores cujos deveres tributários
e a administração apresentam um leque de informações com o qual
leigos e especialistas devem fazer contato antes de expor sua visão
sobre o tema.
Longe de ser um assunto simples, do qual derivam perspectivas
simplistas, os tributos analisados ainda contam com a diversidade
política e a particularidade de cada gestão e com a personalidade
de cada gestor. Desse modo, um artigo sobre IPTU na cidade de
São Paulo seria diverso de um estudo em uma cidade do interior
de Minas, por exemplo, pois existem leis municipais e, conforme
dito, questões de gestão pública que recaem sobre a cobrança do
referido tributo.
Por isso, todos os capítulos desta obra fazem esse chamamento
para a complexidade dos tributos, reafirmando que definir cada
um individualmente não fornece tudo que é necessário para a
compreensão real deles. Uma boa amostra dessa complexidade
encontra-se na literatura especializada, que oferece uma gama
incontável de trabalhos divergentes e até polêmicos sobre o tema,
mostrando que não há unanimidade entre os especialistas em suas
análises sobre tributos. Disso advém a necessidade dos graduandos
de construírem um conhecimento de base e senso crítico, visando
ter seu próprio arcabouço de ideias.
Outros tributos não foram descritos neste capítulo justamente
porque a ideia central era mencionar os principais, posto que o ramo
56 Planejamento e administração tributária
e a profissão que cada aluno escolher exigirá uma busca mais ampla
de conhecimento deste ou daquele imposto, assim como das taxas
e contribuições implicadas. O importante é conhecer os principais
tributos e a lógica envolvida nestes e em todos os outros tributos
brasileiros, pois isso será importante também conforme avançamos
nos próximos capítulos.
Atividades
Todo sistema tem, em seu modus operandi, um nível
considerável de falibilidade, em razão dos contextos, que
não são estáticos, oferecendo uma margem de dificuldade
e adaptação. Esse fenômeno ocorre no sistema jurídico, nas
Sistema Tributário Nacional 57
Referências
ALEXANDRE, R. Direito Tributário. 11. ed. rev., atual. e ampl. Salvador: Ed.
JusPodivm, 2017.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso
em: 6 set. 2019.
STF – Supremo Tribunal Federal. Súmula 656. Aplicação das Súmulas no STF.
13 out. 2003. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/
menuSumarioSumulas.asp?sumula=2151. Acesso em: 6 set. 2019.
Considerações finais
Neste capítulo, pudemos ter uma ideia do tamanho da estrutura
tributária brasileira. Isso porque passamos por temas de tênues
diferenças, nos quais a distinção entre a elisão e a sonegação pode
ser apenas interpretativa. Vimos também o quão fundamental
é ter um bom planejamento tributário, observando-se sempre a
importância da conformidade, pois não existe mais espaço para
sonegação travestida de planejamento – além das consequências
previstas em lei, o mercado também está cada vez mais recrudescido
com sonegadores que usurpam o que é direito de todos.
Observando a estrutura tributária brasileira, acreditamos
que ela é uma das grandes amarras ao crescimento do Brasil e ao
avanço das condições de vida e riqueza da sua população. Isso não
significa querer a igualdade social por baixo, mas sim o aumento
da riqueza de todos. Para isso, é necessário lutar por reformas,
alterações e racionalidade e nunca tentar tirar proveito por meio
de irregularidades.
80 Planejamento e administração tributária
www.conjur.com.br/2015-jul-07/supremo-fixa-limites-
multas-tributarias-aos-contribuintes. Acesso em: 1 out. 2019.
Esse texto fala dos tipos de multa tributária que podem
existir (moratória, punitiva isolada e punitiva acompanhada)
e mostra casos de decisões diversas dos tribunais. Ele serve
como uma interessante forma de analisar os limites tênues
atribuídos para a diferenciação de sonegação e elisão.
Atividades
1. Um dos planejamentos tributários mais básicos para a
empresa fazer é a definição do regime tributário ao qual ela
vai aderir. Mesmo considerando que o Simples Nacional
e o Lucro Presumido têm, a priori, taxas menores e maior
simplicidade de apuração, algumas empresas que poderiam
optar por eles acabam optando pelo Lucro Real. O que
justifica essa decisão?
Referências
ABRAHÃO, M. A. A elisão fiscal como ferramenta para o Planejamento
Tributário. Florianópolis, 2011. 47f. Monografia (Graduação em Ciências
82 Planejamento e administração tributária
SEÇÃO IX
MADEIRA, CARVÃO VEGETAL E OBRAS DE MADEIRA;
CORTIÇA E SUAS OBRAS; OBRAS DE ESPARTARIA OU
DE CESTARIA
[…]
SEÇÃO X
PASTAS DE MADEIRA OU DE OUTRAS MATÉRIAS
FIBROSAS CELULÓSICAS; PAPEL OU CARTÃO PARA
RECICLAR (DESPERDÍCIOS E APARAS); PAPEL OU
CARTÃO E SUAS OBRAS
[…]
SEÇÃO XI
MATÉRIAS TÊXTEIS E SUAS OBRAS
[…]
SEÇÃO XII
CALÇADO, CHAPÉUS E ARTIGOS DE USO
SEMELHANTE, GUARDA-CHUVAS, GUARDA-SÓIS,
BENGALAS, CHICOTES, E SUAS PARTES; PENAS
PREPARADAS E SUAS OBRAS; FLORES ARTIFICIAIS;
OBRAS DE CABELO
[…]
SEÇÃO XIII
OBRAS DE PEDRA, GESSO, CIMENTO, AMIANTO,
MICA OU DE MATÉRIAS SEMELHANTES; PRODUTOS
CERÂMICOS; VIDRO E SUAS OBRAS
[…]
SEÇÃO XIV
PÉROLAS NATURAIS OU CULTIVADAS, PEDRAS
PRECIOSAS OU SEMIPRECIOSAS E SEMELHANTES,
METAIS PRECIOSOS, METAIS FOLHEADOS OU
CHAPEADOS DE METAIS PRECIOSOS (PLAQUÊ), E
SUAS OBRAS; BIJUTERIAS; MOEDAS
[…]
SEÇÃO XV
METAIS COMUNS E SUAS OBRAS
[…]
SEÇÃO XVI
MÁQUINAS E APARELHOS, MATERIAL ELÉTRICO,
E SUAS PARTES; APARELHOS DE GRAVAÇÃO OU DE
REPRODUÇÃO DE SOM, APARELHOS DE GRAVAÇÃO
Obrigações tributárias 89
Alagoas 17%
Amazonas 18%
(Continua)
100 Planejamento e administração tributária
Bahia 18%
Ceará 18%
Goiás 17%
Maranhão 18%
Pará 17%
Paraíba 18%
Paraná 18%
Pernambuco 18%
Piauí 18%
Rondônia 17,50%
Roraima 17%
Sergipe 18%
Tocantins 18%
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Sage, 2019.
4.2.1 Subprojetos
Os principais subprojetos do Sped são a ECD, também
chamada de Sped Contábil; a EFD, conhecida como Sped Fiscal;
e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Além desses, existem outros
subprojetos, alguns ainda em fase de implementação, tais como:
Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e); Conhecimento de
Transporte Eletrônico (CT-e); Controle Fiscal e Contábil de
Transição (FCONT); Livro de Apuração do Lucro Real Eletrônico
(E-Lalur) e Central de Balanços Brasileira.
Obrigações tributárias 107
Considerações finais
Neste capítulo, procuramos esclarecer alguns aspectos essenciais
sobre as obrigações tributárias federais e estaduais. Inicialmente, foi
feita uma distinção conceitual entre as noções de obrigação principal
e de obrigação acessória. A partir daí, já foi possível perceber
que a complexidade do Sistema Tributário Nacional se deve não
apenas ao grande número de impostos e taxas que comporta, mas
principalmente à grande burocracia que o envolve.
Ao longo do capítulo, esclarecemos os aspectos mais gerais
sobre os principais impostos e contribuições com os quais uma
organização deve se preocupar. Ressaltamos, aqui, que se trata de
um panorama básico de cada tributo, sem explorar os detalhes de
cada um, pois este é um assunto demasiadamente complexo para
ser esgotado em algumas páginas. Aquele que porventura apresente
necessidade prática de adquirir conhecimento aprofundado sobre
Obrigações tributárias 111
Atividades
1. Citamos, no Capítulo 2 desta obra, que o estudo Doing
Business apontou que o Brasil se encontra entre os piores
lugares para se fazer negócios. Agora, entendendo melhor as
obrigações acessórias do STN, como podemos associar esses
dois assuntos?
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário
Oficial da União, Poder Legislativo, 5 out. 1988. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm.
Acesso em: 30 set. 2019.
TABELA ICMS 2019 atualizada com as Alíquotas dos Estados. SAGE Blog.
2 jan. 2019. Disponível em: https://blog.sage.com.br/tabela-icms-2019-
atualizada/. Acesso em: 10 out. 2019.
Considerações finais
Neste capítulo, nos dedicamos a compreender os principais
aspectos da chamada guerra fiscal em andamento entre os estados
brasileiros, surgida como consequência da descentralização do
Governo Federal. Os embates fiscais entre as unidades federativas
acabam por acentuar ainda mais as desigualdades existentes, indo
na contramão do que inicialmente se esperava com essa abertura
econômica.
Além disso, iniciamos uma discussão acerca da necessidade de
uma reforma tributária profunda no país. Para alguns especialistas,
as transformações no sistema são indispensáveis e urgentes, ao
passo que outros defendem ajustes pontuais, como melhorias
no sistema de arrecadação. Qualquer que seja a opinião sobre a
imprescindibilidade de mudanças estruturais, é evidente que não
existe escapatória para a questão da melhor distribuição da renda
arrecadada e da premência da construção de um sistema tributário
mais justo, simples e equitativo.
Atividades
1. Com base no que estudamos, descreva uma das principais
desvantagens da guerra fiscal e como a reforma tributária
pode minimizar este problema.
Referências
AMARO, L. Direito tributário brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
Disponível em: https://pt.slideshare.net/Waleriah/amaro-luciano-direito-
tributario-brasileiro-12-ed-2006. Acesso em: 1 out. 2019.
6.1.2 Oportunidades
No cenário internacional, o Brasil é considerado um país com
excelente potencial de crescimento, uma vez que conta com um
mercado amplo e que, de maneira geral, é receptivo às empresas
estrangeiras. Com dimensões continentais, o país atrai a atenção
de empresas que buscam realizar investimentos em locais em
desenvolvimento, fora das regiões com economia avançada. De
acordo com Gordon (1962), o mercado brasileiro é um dos maiores
entre os países desenvolvidos, justificando e causando a atração de
recursos para o território nacional.
O rápido e dinâmico crescimento industrial de São Paulo e outras
cidades do Centro-Sul do país é um aspecto essencial considerado
por investidores. Ainda que não sejam o motivo principal que baseia
Reflexões sobre o Brasil tributário 141
6.1.3 Riscos
Conforme vimos ao longo deste livro, há diversos obstáculos
fiscais ao desenvolvimento econômico do país, entre eles, destacam‑se
a complexidade burocrática do Sistema Tributário Nacional e a
irregularidade e inconsistência administrativa, principalmente em
razão das frequentes mudanças nas suas diretrizes. Com um caráter
protecionista exacerbado, a legislação tributária brasileira exerce
142 Planejamento e administração tributária
Salários mínimos
Impostos ligados
à produção e à
importação: 46,1%
Imposto de
Renda: 20,6%
CPMF: Propriedade:
4% 3,8%
Contribuições previdenciárias,
FGTS e PIS-Pasep: 25,6%
Cofins
PIS
Imposto sobre
Bens e Serviços
(IBS)
ICMS IPI
ISS
Alíquota
20%
Edição
Teste
15%
Transição
10%
5%
0%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 anos
PIS/Cofins ICMS ISS IPI IBS
Fonte: Brasil, 2019.
Considerações finais
Três pontos se cruzaram neste capítulo: novos investidores, a
necessidade da reforma tributária e a tributação em confluência
com a desigualdade. Não por acaso, a relação entre essa tríade é
extremamente estreita e próxima, já que o Brasil precisa rever seu
STN em termos de funcionamento em si e as relações que este
tem com a sociedade, o que inclui educação, segurança e outros
requisitos que são levados em conta na hora do capital estrangeiro
cruzar suas fronteiras e avançar para o território nacional.
Uma má educação sugere má qualificação profissional, e isso,
consequentemente, vai de encontro à necessidade que as empresas
estrangeiras possuem de admitir pessoal qualificado. Questões
como democracia, burocracia, estabilidade econômica e política e
Atividades
1. Com o que aprendemos sobre a reforma tributária, é possível
dizer que ela é estática?
Referências
AMAZONAS NOTÍCIAS. Acesso a novos consumidores ainda é o principal
motivo que atrai investidores estrangeiros ao Brasil, aponta KPMG. Disponível
em: https://amazonasnoticias.com.br/acesso-a-novos-consumidores-
ainda-e-o-principal-motivo-que-atrai-investidores-estrangeiros-ao-brasil-
aponta-kpmg/. Acesso em: 4 out. 2019.
KPMG. Global High Growth Markets Outlook 2015. Disponível em: https://
assets.kpmg.com/content/dam/kpmg/pdf/2015/06/high-growth-markets-
outlook-2015.pdf. Acesso em: 4 out. 2019.
4 Obrigações tributárias
1. Apesar da enormidade territorial e populacional e do
tamanho da economia, o Brasil é constantemente visto como
um país extremamente difícil para se fazer negócios. São
facilmente encontradas na mídia, por exemplo, matérias
falando da baixa produtividade do Brasil. Essa baixa
produtividade se dá por diversos fatores, tais como a baixa
qualidade educacional, o protecionismo e a dificuldade no
cumprimento do regulamento tributário. Não à toa, nesse
mesmo estudo, o Brasil ficou na posição 125 na classificação
geral, e na posição 184 na classificação específica denominada
“pagamento de impostos”.
5 Incentivos fiscais
1. A guerra fiscal está fundamentada nas desigualdades entre os
estados brasileiros, uma vez que existem unidades federativas
mais desenvolvidas economicamente do que outras,
tornando-se polos atrativos para investimentos (internos
e externos). Os estados cujos indicadores econômicos não
são tão impactantes utilizam os incentivos fiscais como iscas
para atrair novos empreendimentos para o seu território.
No entanto, esse mesmo embate fiscal acaba por ampliar
as desigualdades: somente os estados com maior potencial
de crescimento têm capacidade de arcar com os custos que
Gabarito 169
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Fundação
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978-85-387-6529-5
ISBN 978-85-387-6529-5
58872
58872 58872 9 79 8 789 85 783 858 837586375862 759 625 59 25 9 5