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educação especial
Irene Carmen Picone Prestes
Fundamentos da
educação especial
2017
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dos autores e do detentor dos direitos autorais.
4 Altas habilidades/superdotação 41
4.1 Concepções teóricas 41
4.2 Reconhecendo a pessoa com altas habilidades/superdotação 44
4.3 Questões éticas na educação inclusiva 47
7 Transtornos do neurodesenvolvimento 71
7.1 Conhecendo a etiologia 71
7.2 Pode-se aprender? 73
7.3 Relação escola–família na inclusão 74
8 Habilidades cognitivas 81
8.1 O que são as habilidades cognitivas? 81
8.2 Estilo cognitivo 83
8.3 Processo criativo na educação escolar inclusiva 84
1 A Constituição Brasileira no seu Preâmbulo institui o Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna pluralista e sem preconceitos, fundada na ordem interna e internacional.
2 A Declaração Universal dos Direitos Humanos proclama como o ideal a ser atingido por todos os povos e todas as
nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração,
se esforce, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e à liberdade, e, pela adoção
de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observân-
cia universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-membros, quanto entre os povos dos territórios
sob sua jurisdição (ONU, 1948).
no país. A Constituição ainda assegurou que a educação da pessoa com deficiência deveria
ocorrer, preferencialmente, na rede regular de ensino.
Também verificam-se efeitos à construção de valores morais e éticos socialmente dese-
jáveis que vieram incrementar o comportamento colaborativo do cidadão nas decisões polí-
ticas, promover melhores condições de vida para todos, indiscriminadamente, e igualdade
de oportunidades educativas e sociais.
Outro dispositivo que fortalece o atual comportamento na educação escolar refere-
-se à Declaração de Jomtien (UNESCO, 1990) que recomenda o fim de preconceitos e es-
tereótipos de qualquer natureza na educação. Nessa declaração, os países lembram que
a educação é um direito fundamental de todos, mulheres e homens de todas as idades,
no mundo globalizado.
A Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994) corrobora com essas recomendações e des-
taca princípios, políticas e práticas voltadas às necessidades educativas especiais. A educa-
ção escolar deve adaptar-se às especificidades dos alunos e não o contrário, independente
das diferenças individuais, a educação é direito universal.
Sobre a atual concepção de educação destacamos a contribuição do educador e pesqui-
sador Jamil Cury (2006), que foca a educação escolar no desenvolvimento das habilidades e
competências do aluno, entendendo que se trata da aquisição e da socialização em relação
à ética e à moral e vivência na sociedade, entrelaçadas à produtividade, à autonomia e ao
pleno exercício da cidadania.
A educação escolar ao privilegiar o lugar do aluno na escolarização deve oferecer ativi-
dades e experiências significativas, sem desconsiderar a subjetividade dos alunos. Tais ativi-
dades devem promover a interatividade entre partícipes (aluno e professor, aluno e aluno)
e, consequentemente, desenham e revelam o sentido e significado do lugar do professor na
sala de aula e os efeitos à aprendizagem do aluno.
Assinala-se que levar em conta diferentes pontos de vista, aprender a respeitar as opi-
niões dos demais e exercitar-se na busca de autênticos consensos são habilidades essenciais
na constituição da personalidade do aluno, na autonomia de aprendizagem e na qualidade
de vida em sociedade.
A pesquisadora da educação Isabel Alarcão (2001) apresenta a educação atual voltada
à nova racionalidade do século XXI, preocupada com contextos relacionais saudáveis e arti-
culada às tecnologias de informação e comunicação.
Neste contexto de profunda mudança ideológica, cultural, social e profissional,
aponta-se a educação como cerne do desenvolvimento da pessoa humana e da
sua vivência na sociedade, sociedade da qual se espera um desenvolvimento eco-
nômico acrescido e uma melhor qualidade de vida. (ALARCÃO, 2001, p. 10)
Assim, a educação é a essência do processo de humanização na sociedade. Ciente disso,
a escola deve utilizar, o mais adequadamente possível, seu espaço e tempo para facilitar e fa-
vorecer o aprendizado de todos os alunos. Desse ponto de vista, podemos considerar como
fator de sucesso na aprendizagem a riqueza e a diversidade de atividades educacionais que,
oferecidas ao aluno, potencializam seu desenvolvimento integral.
3 Lei 5540/68 – Fixa normas de organização do ensino superior e sua articulação com a escola média,
e dá outras providências.
4 Lei 5692/71 – Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Fixa diretrizes e bases para o ensino
de 1° e 2° graus e dá outras providências.
5 Lei 9394/96 – Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. No Art. 1° a educação abrange os
processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais. No Art. 8° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem
organizar em regime de colaboração os respectivos sistemas de ensino.
6 Escola – de acordo a Maria Mossato, 2000, p. 3 “a escola (e seus participantes), enquanto organis-
mo vivo, [...] Articula-se como qualquer outro sistema, na busca da manutenção de sua identidade, de
seu equilíbrio, ainda que esse equilíbrio implique ônus consideráveis”.
7 Instituição – na obra Psicologia Institucional, de José Bleger, 1984, p. 37, significa “o conjunto de
organismos de existência física concreta, que têm certo grau de permanência em algum campo ou setor
específico da atividade ou vida humana”.
Desejamos uma escola reflexiva, concebida como uma organização que conti-
nuadamente se pensa a si própria, na sua missão social e na sua organização
e confronta-se com o desenrolar da sua atividade em um processo heurístico
simultaneamente avaliativo e formativo. (ALARCÃO, 2001, p. 11)
Desse modo, a escola é convidada a pensar com responsabilidade e cuidado quando
busca alicerçar ao funcionamento escolar as premissas da educação inclusiva, como acolher
a diversidade cultural, as diferenças individuais e a alteridade do sujeito, com vias à convi-
vência socioeducativa harmoniosa e saudável. Ainda, a competência educativa da mediação
e das atividades de aprendizagens a que os alunos, com deficiência e sem, são partícipes na
escola.
A fundamentação filosófica
(BRASIL, 2004, p. 7-9)
Princípios
Para que a igualdade seja real, ela tem que ser relativa. Isto significa que
as pessoas são diferentes, têm necessidades diversas e o cumprimento da
lei exige que a elas sejam garantidas as condições apropriadas de atendi-
mento às peculiaridades individuais, de forma que todos possam usufruir
as oportunidades existentes. Há que se enfatizar aqui, que tratamento
diferenciado não se refere à instituição de privilégios, e sim, a disponibili-
zação das condições exigidas, na garantia da igualdade.
[...]
Atividades
1. Como Isabel Alarcão descreve a nova racionalidade na educação?
Referências
ALARCÃO, Isabel (Org.). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre, ArtMed, 2001.
AQUINO, Julio (Org.). Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo:
Summus, 1998.
BLEGER, José. Psico-higiene e psicologia institucional. Porto Alegre: ArtMed, 1984.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Publicada no Diário Oficial da
União, de 05 de out. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 6 abr. 2017.
______. Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do
ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Publicada no Diário
Oficial da União de 23 dez. 1968 e retificado no Diário Oficial da União 03 dez. 1968. Revogada pela
Lei n. 9.394, de 20 nov. 1996. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5540.htm>. Acesso
em: 6 abr. 2017.
______. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino
superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial
da União de 23 nov. 1968 e retificado no Diário Oficial da União de 03 dez. 1968. Revogada pela Lei
n. 9.394, de 1996, com exceção do artigo 16, alterado pela Lei n. 9.192, de 1995. Disponível em: <www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm>. Acesso em: 6 abr. 2017.
Resolução
1. A pesquisadora da educação Isabel Alarcão (2001) apresenta a educação atual volta-
da à nova racionalidade do século XXI, preocupada com espaços de vida saudável e
articulada às tecnologias de informação e comunicação.
OBJETIVOS CONTEÚDO
PROFESSOR
GRUPO ALUNO
MÉTODOS AVALIAÇÃO
RECURSOS
1 Tecnologia Assistiva (TA) – entendida como dispositivo que atende a todas as dimensões de aces-
sibilidade dirigidas às necessidades da pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida e limitada nas
suas funções motoras, auditivas, visuais ou de comunicação.
4 Jacques Delors redigiu o Relatório para a Unesco, produzido pela Comissão Internacional sobre
a Educação para o século XXI. Este documento mundial sobre a educação para todos deu origem ao
livro: Educação: um tesouro a descobrir, trazendo como eixos essenciais os quatro pilares da educação,
que são as bases das habilidades e competências para este século.
Sperry (1977) considera que o interesse por esses estudos tenha se disse-
minado de forma mais intensa, a partir dos trabalhos de três diferentes
grupos de investigação: o de Brooklyn, o de Menninger e o do Instituto
Fels.
[...]
Atividades
1. Qual documento internacional que ratifica o termo necessidades especiais?
Resolução
1. Declaração de Salamanca, 1994.
1 Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão (2001) – decorre do Congresso Internacional re-
alizado em Montreal, Quebec, em junho de 2001. Dá reconhecimento fundamental e providências aos
direitos inerentes à pessoa humana. Delineia que o acesso igualitário a todos os ambientes da vida é
um pré-requisito para os direitos humanos universais e liberdades fundamentais do cidadão. Consi-
dera que o desafio rumo a uma sociedade inclusiva para todos é a essência do desenvolvimento social
sustentável.
O Decreto 7.612/2011 (BRASIL, 2011) proclama o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa
com Deficiência e institui o Plano Viver sem Limite. Esse dispositivo legal tem a finalidade
de promover, por meio da integração e articulação de políticas, programas e ações, o exercí-
cio pleno e equitativo dos direitos das pessoas com deficiência. Possui basicamente quatro
eixos: acessibilidade, atenção à saúde, inclusão social e acesso à educação. Esse dispositivo
prevê a garantia de que os equipamentos públicos de educação sejam acessíveis para as
pessoas com deficiência.
Concluímos que os dispositivos legais, nacionais e internacionais, têm valor relevante
para o aprimoramento da educação nacional e desenham ações inclusivas com a intenção de
instrumentalizar a sociedade e os profissionais da educação nos conhecimentos necessários
para o desenvolvimento das habilidades e competências e o aperfeiçoamento das potencia-
lidades de todos os alunos.
[...]
Atividades
1. Quais as três ações que os dispositivos legais apresentados preconizam à nova cultu-
ra educacional voltada à educação para todos?
2. Qual a premissa primordial das políticas educacionais e das ações inclusivas no ter-
ritório nacional?
SASSAKI, Romeu. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
______. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. 2009. In: Revista Nacional de
Reabilitação (Reação), São Paulo, Ano XII, mar./abr. 2009. Disponível em: <www.apabb.org.br/
admin/files/Artigos/Inclusao%20-%20Acessibilidade%20no%20lazer,%20trabalho%20e%20educacao.
pdf>. Acesso em: 6 abr. 2017.
UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades
educativas especiais. Espanha, 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/
salamanca.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2017.
______. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de
aprendizagem. Jomtien, 1990. Declaração de Jomtien. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/
images/0008/000862/086291por.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2017.
Resolução
1. Satisfação no processo do aprender; Pedagogia centrada na criança; Práticas educa-
tivas inclusivas.
3. Possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos es-
paços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos siste-
mas e meios de comunicação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Comportamento do
superdotado Capacidade realizadora
acima da média
• Teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner (1995) – baseia sua con-
cepção de inteligência em competências cognitivas que se interpenetram às inteli-
gências múltiplas. A maioria das pessoas é capaz de uma atuação em pelo menos
sete diferentes habilidades: inteligência linguística, inteligência lógico-matemá-
tica, inteligência corporal-cinestésica, inteligência espacial, inteligência musical,
inteligência intrapessoal e interpessoal. As pessoas são inteligentes quando de-
monstram um comportamento intencional e habilidades na resolução de proble-
mas. “Algumas inteligências são mais valorizadas em uma cultura do que outra
e, portanto, o indivíduo só pode ser considerado inteligente se o seu contexto for
levado em consideração” (VIRGOLIM, 2007, p. 54).
Linguística
Logico-
Espacial -matemática
Inteligências
múltiplas
Corporal
Interpessoal
cinestésica
Intrapessoal Musical
Analítica
Criativa Prática
17 Flexível, aberto.
Altas habilidades/superdotação
encorajando potenciais
(VIRGOLIM, 2007, p. 28-29)
Esta definição é vantajosa, uma vez que chama a atenção para importantes
aspectos, como:
Conhecido pela ousadia de suas ideias e pelo humor e clareza com que
as expressa, Hawking utiliza como principais campos de pesquisa a cos-
mologia teórica e a gravidade quântica. Seu livro, O Universo em uma casca
de noz (HAWKING, 2001), mostra seu poder excepcional de abstração, a
grandeza de seu pensamento lógico-matemático e sua capacidade única
de ver problemas sob ângulos inusitados.
[...]
Referências
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos/Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. – Brasília: Secretaria Especial
dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download gid=2191>. Acesso
em: 05 abr. 2017.
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11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Publicada no Diário Oficial da União. Brasília, 14 de setembro de 2001.
______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Publicado no Diário Oficial da União
de 05 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/consti-
tuicao.htm>. Acesso em: 6 abr. 2017.
______. Declaração internacional de Montreal sobre inclusão. 2001. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dec_inclu.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2017.
______. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
outras providências. Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e retificado em 27.9.1990.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 11 abr. 2017.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Saberes e Práticas da Inclusão: de-
senvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com
altas habilidades/superdotação. SEESP/MEC. Brasília: MEC, 2006. 143 p. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashabilidades.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2017.
______. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Comitê Nacional de Educação em Direitos
Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da
Justiça, UNESCO, 2007.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações
Curriculares. Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/
SEF/SEESP, 1998.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos
parâmetros curriculares nacionais/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2017.
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GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das Inteligências Múltiplas. (M. A. V. Veronese,
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arquivos/pdf/altashab1.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2017.
Resolução
1. Renzulli destaca na pessoa com superdotação os aspectos intelectuais e o raciocínio
lógico-matemático, ou melhor, a capacidade de resolução de problemas, a capacida-
de criativa elevada e o envolvimento com a tarefa.
3. Significa ter por base o respeito às diferenças individuais como único meio de se
atingir a igualdade social.
quero saber de nada disso”, “isso não me interessa”. Estes padrões de comportamento ina-
dequados se chocam com a aprendizagem formal e o perfil idealizado do alunado vigente
na instituição escolar, dificultando a intervenção da educação como um elemento transfor-
mador do comportamento no espaço escolar.
Quanto mais cedo forem identificados os comportamentos sociais inadequados de uma
dada criança, maiores serão as chances de reversão nos quadros de desajustamento socioe-
ducativo e maiores serão os benefícios para um desenvolvimento saudável e digno de ci-
dadania. “Sem um programa de intervenção precoce, os problemas de comportamento em
crianças podem se cristalizar a partir dos oitos anos de idade, iniciando uma trajetória de
problemas acadêmicos” (RIOS, WILLIANS, 2008, p. 800).
ética o professor fortalece no aluno o eixo educacional aprender a ser, tanto no plano cogniti-
vo quanto no plano das atividades práticas.
A postura do educador deve ser de uma constante reavaliação de sua atuação
e de uma análise crítica sobre as reais potencialidades e dificuldades de seus
alunos que estejam interferindo no aprender. É claro que estamos considerando
também o aluno que possui como causa da desadaptação escolar fatores psico-
lógicos, neurológicos, psiquiátricos, dentre outros. O professor não irá “curar”
os problemas dos alunos e nem saberá diagnosticá-los, mas tem uma participa-
ção muito importante na criação de um ambiente de respeito, de promoção de
autoconfiança, diminuindo a ansiedade e uma visão negativa que seus alunos
possam estar criando. (OLIVEIRA, 2001, p. 94)
Esse ambiente de respeito caracteriza uma instituição escolar inclusiva, que é um siste-
ma complexo aberto, dinâmico e flexível, que se atualiza nas trocas com a comunidade num
contexto histórico cultural. Nos comportamentos dos professores e dos alunos verificamos
o engajamento, a valorização e aceitação das diferenças, demonstrando a internalização dos
fundamentos inclusivos.
Assim, teremos pessoas implicadas e mobilizadas para a busca de alternativas que elimi-
nem qualquer tipo de barreira à inclusão educacional e social. Pessoas com comportamentos
solidários, colaborativos e éticos propiciam o exercício da cidadania plena. As experiências me-
diadas no ambiente escolar possibilitam o aprimoramento de outras formas de funcionamento
mental e de atitudes comportamentais adequadas ao sistema social vigente. Sociedade inclusiva
é aquela que acolhe a diversidade, a alteridade como direitos inerentes ao ser humano.
Mais recentemente, Del Prette e Del Prette (2001) classificam e definem inte-
rações sociais a partir de respostas habilidosas, não habilidosas passivas e não
habilidosas ativas (agressivo). No caso do relacionamento pais-filhos, Bolsoni-
Silva e Marturano (2006) identificaram habilidades que parecem maximizar
interações positivas, às quais denominou-se Habilidades Sociais Educativas
Parentais, referindo-se a habilidades sociais aplicáveis às interações pais e
filhos (Silva, 2000). Bolsoni-Silva e Marturano (2002) afirmam que para os
pais promoverem comportamentos socialmente habilidosos em seus filhos
é necessário que se comportem maximizando as interações sociais positivas,
como, por exemplo, comunicando-se, sendo afetivos, sendo consistentes,
dizendo não com explicação, resistindo a pressões e elogiando comporta-
mentos socialmente habilidosos. Diante de comportamentos problema seria
interessante, por outro lado, que os pais utilizassem algumas estratégias para
estabelecer limites sem serem agressivos, tais como expressarem sentimentos
negativos e positivos, apontando a quais comportamentos se referem, além de
expressarem opinião e de pedirem mudança específica de comportamento e,
assim, sinalizarem possíveis consequências positivas frente à mudança com-
portamental dos filhos (BOLSONI-SILVA e MARTURANO, 2002).
Nesta direção, Romero (1995) afirma que famílias de crianças com problemas
de comportamento são caracterizadas por maior desorganização, mais proble-
mas emocionais ou de comunicação e apresentam comportamentos e mode-
los “indesejáveis” para o desenvolvimento social e cognitivo das crianças.
Mais especificamente, tais famílias parecem estimular esses comportamentos
por disciplina inconsistente, pouca interação positiva, pouco monitoramento
e supervisão insuficiente das atividades das crianças (Brioso e Sarria, 1995;
Conte, 1997; Kaiser e Hester, 1997; Kaplan, Sadock eGrebb, 1997; Patterson,
DeBaryshe e Ramsey, 1989; Webster-Stratton, 1997). Ainda de acordo com
[...]
Atividades
1. O comportamento social inadequado é definido com base em três aspectos determi-
nantes. Quais são esses aspectos?
Referências
BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini; PAIVA, Mariana Marzoque de; BARBOSA, Caroline Garpelli.
Problemas de comportamento de crianças/adolescentes e dificuldades de pais/cuidadores: um estudo
de caracterização. Psicologia Clínica, vol. 21, n. 1, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://pepsic.
bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652009000100012>. Acesso em: 24 fev. 2017.
BORUCHOVITCH, Evely. Dificuldades de aprendizagem, problemas motivacionais e estratégias de
aprendizagem. In: SISTO, Fermino; BORUCHOVITCH, Evely. Dificuldades de aprendizagem no
contexto psicopedagógico (Orgs). Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
ELIAS, Luciana; MATURANO, Edna. Oficina de linguagem proposta de atendimento psicopedagogi-
co para crianças com queixas escolares. Revista Estudo de Psicologia,10(1) p. 53-61. 2005. Disponível
em: <www.scielo.br/pdf/epsic/v10n1/28008.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2017.
FONSECA, Vitor. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: ArtMed, 1995.
OLIVEIRA, Gislene. Dificuldades subjacentes ao não-aprender. In: SISTO, Fermino; BORUCHOVITCH,
Evely (Orgs). Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
RIOS, Karyne; WILLIAMS, Lucia. Intervenção com famílias como estratégia de prevenção de pro-
blemas de comportamento em crianças: uma revisão. Revista Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13,
n. 4, p. 799-806, out./dez. 2008. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/pe/v13n4/v13n4a18>. Acesso em:
5 abr. 2017.
VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos supe-
riores. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
Resolução
1. Um comportamento social inadequado é aquele que:
• foge aos padrões de comportamento esperado para determinada pessoa;
• aparece num determinado período do desenvolvimento (infância, adolescência);
• é reconhecido numa determinada comunidade.
Ou seja, será identificado numa pessoa específica, numa das etapas do ciclo de desen-
volvimento humano e numa determinada comunidade, cultura.
3 Lev Vygotsky dedicou-se a investigar os mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte de cada
comportamento social. Para Vygotsky a pessoa troca experiências no contexto de convivência social e
adquire conhecimento a partir das relações intra e interpessoais.
4 Psicologia da Gestalt – Sua premissa é que o todo sempre é mais que a soma de suas partes. Ainda,
os fatos, sensações, percepções sociais e manifestações de comportamento são definidos e alcançam
seu sentido e significado quando de sua organização num contexto específico e não por meio de seus
componentes individuais. A natureza humana se organiza em estruturas. A unidade mínima estrutu-
ral é a figura-fundo.
5 Donald Winnicott (1896-1971) – Pediatra inglês. Enfatizou nos seus estudos a influência do meio
ambiente no desenvolvimento do ser humano. É o ambiente, inicialmente representado pela mãe, que
permite ou entrava o livre desenrolar dos processos psíquicos do ser humano.
O uso da gestaltpedagogia no
desenvolvimento das inteligências múltiplas
aplicada no processo de ensino-
-aprendizagem
(BÖNMANN, 2001, p. 55-59)
3. O que o professor, na definição dos conteúdos curriculares para o aluno com trans-
tornos de deficit de atenção e hiperatividade, deve levar em conta?
Referências
BENEDETTI, Ieda; URT, Sonia da Cunha. Escola, ética e cultura contemporânea: reflexões sobre a
constituição do sujeito que “não aprende”. Psicologia da Educação. São Paulo. n. 27, 2 sem. 2008, p.
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BÖNMANN, Rosana Dias. O uso da gestaltpedagogia no desenvolvimento das inteligências
múltiplas aplicada no processo de ensino-aprendizagem. Dissertação de mestrado. Universidade
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Resolução
1. No diagnóstico deve-se compreender o desenvolvimento peculiar da criança. No
tratamento deve-se visar à melhoria da qualidade de vida da criança em todos os
ambientes de convivência (familiar, escolar e social).
• deficiências intelectuais;
• transtornos da comunicação;
• transtorno de espectro autista;
• transtorno de deficit de atenção e hiperatividade;
• transtorno específico de aprendizagem;
• transtornos motores.
Um exemplo de deficiência intelectual é a síndrome de Down, que apresenta caracte-
rísticas como percepção adequada de si mesmo e do ambiente em que vive, interesse pelo
ambiente e relacionamento afetivo interpessoal. Seu desenvolvimento global é persistente,
harmônico e lento. Apresenta estilo e ritmos de aprendizagem próprios. Destacamos que a
investigação clínica das alterações provocadas pela síndrome de Down constitui um eixo
fundamental para o diagnóstico e plano de tratamento que atendam às necessidades espe-
cíficas da pessoa com a síndrome.
Entre os transtornos de comunicação, estão as disfluências de linguagem e da fala, que
comprometem a comunicação com um interlocutor. Entre eles estão a gagueira infantil e a
dislalia. Essas alterações de linguagem envolvem fatores genéticos, degenerativos, ambien-
tais e emocionais, caracterizam a má articulação, omissões, distorções dos sons da fala, inca-
pacidade respiratória, inadequação da mastigação e deglutição, hábitos orais inadequados.
No transtorno de espectro autista, encontram-se o autismo e a síndrome de Asperger,
com características de ruptura nos processos das habilidades sociais, comprometimento de
habilidades estratégicas para o aprendizado que podem determinar prejuízos persistentes
e difusos. Apresentam incapacidade nas funções executivas e rigidez dos comportamentos
estereotipados e interesses restritos.
Os transtornos de deficit de atenção e hiperatividade caracterizam-se como transtornos
de alta incidência nas crianças, com comorbidades de difícil análise diagnóstica e tratamen-
to. Suas manifestações comprometem a capacidade de atenção, concentração, atividade psi-
comotora e comportamento social adequado.
Entre os transtornos específicos de aprendizagem, encontram-se as disartrias, dis-
calculias e as dislexias. As dislexias apresentam limitações nas funções cognitivas de
atenção e memória, em alguns aspectos do desenvolvimento da linguagem oral e escrita,
na socialização e até emocionalmente. Falta de habilidade em aprender com sua expe-
riência é uma característica.
Os transtornos motores podem ser ilustrados com a síndrome de Tourette, caracteriza-
da por tiques múltiplos de alta frequência e repetitivos, motores ou vocais, como tossir, fun-
gar ou limpar a garganta, movimentos de coçar ou de bater com as mãos na cabeça. Podem
estar associados a outros transtornos.
Assim, os transtornos do neurodesenvolvimento são classificados de acordo com as ca-
racterísticas sintomatológicas e comportamentais. Características que devem ser criteriosa-
mente observadas na avaliação diagnóstica e apresentação do tratamento clínico. Entende-
se que a investigação diagnóstica requer a participação e colaboração de vários informantes,
desde os familiares até o trabalho multiprofissional de especialistas das áreas da saúde.
[...]
Referências
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Resolução
1. Os transtornos do neurodesenvolvimento envolvem alterações das células neuro-
nais que formam o sistema nervoso, condições neuropsicológicas, cognitivas, con-
texto pessoal e o ambiente de convivência.
2. De acordo com o autor Fayga Ostrower, criar é poder dar forma a algo novo. É for-
mar. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender, e esta, por sua
vez, a de ordenar, configurar, significar.
1 Jean Piaget (1896-1980): suíço, biólogo e filósofo do conhecimento. Investigou os mecanismos que levam o
sujeito à construção de operações lógicas mentais. O desenvolvimento mental humano se organiza progressiva-
mente e é entendido como uma adaptação sempre mais precisa à realidade. Esse processo de interação se dá pelos
mecanismos de assimilação e acomodação. São quatro os momentos de construção da inteligência: sensório-motor,
pré-operatório, operatório concreto e operatório mental.
Nas primeiras décadas do século XX, Lev Vygotsky busca reconstruir o curso do desen-
volvimento estrutural cognitivo do homem, a transformação dos processos elementares em
processos mentais complexos.
Durante o processo de educação escolar a criança parte de suas próprias genera-
lizações e significados; na verdade ela não sai de seus conceitos mas, sim, entra
num novo caminho acompanhada deles, entra no caminho da análise intelectual,
da comparação, da unificação e do estabelecimento de relações lógicas. [...] Os
conceitos iniciais que foram construídos na criança ao longo de sua vida no con-
texto de seu ambiente social. (VYGOTSKY, 1991, p. 147)
Primi (2001), ao descrever as competências e habilidades cognitivas, apresenta a defini-
ção de habilidade proposta por Carrol (1993), articulada aos processos de aprender.
A habilidade pressupõe a ideia de potencial de realização, ou seja, a existência
de uma relativa facilidade em lidar com informações e com problemas de uma
determinada classe ou conteúdo. O investimento deste potencial em experiên-
cias de aprendizagem pode conduzir à maestria, que envolve um conhecimento
organizado sobre um determinado tema. (CARROLL, 1993, apud PRIMI, 2001,
p. 155)
O sistema cognitivo humano se desenvolve na interação de fatores condicionantes: or-
gânico, sociocultural e afetivo. Apresentamos três modelos explicativos para uma definição
da inteligência:
a. Modelo psicométrico – define as estruturas cognitivas com base nos instrumen-
tos de medida do coeficiente de inteligência – QI. Pesquisadores: Alfred Binet
e Francis Galton.
b. Modelo desenvolvimentista – define a inteligência e a sua dinâmica ao longo de
períodos do desenvolvimento específico (criança e adolescente), trazendo avan-
ços significativos, ao procurar descrever o processamento cognitivo e relacioná-lo
aos diferentes estágios do desenvolvimento humano. Pesquisadores: Jean Piaget,
Henri Wallon e Lev Vygotsky. Propõe que a inteligência evolui frente às resolu-
ções de conflitos entre dois mundos: o interior, povoado de sonhos e fantasias; e o
exterior (realidade), cheio de símbolos, códigos e valores sociais e culturais. Nesse
conflito entre situações antagônicas e soluções dos confrontos, a inteligência se de-
senvolve, estabelecendo um ciclo constante de boas e novas descobertas.
c. Modelo do processamento neuronal de informação – é a mais recente proposta
de entendimento das estruturas mentais. Pesquisadores: Howard Gardner, Daniel
Golemann e Robert J. Sternberg. Os neurocientistas trabalham para compreender
a relação entre estrutura neural (cérebro) e a função mental (linguagem, memória,
atenção entre outras); que são determinantes para a aprendizagem e para o com-
portamento do homem. Entendem que um comportamento pode ser aprendido e
aperfeiçoado pela experiência.
A noção de competência:
uma visão construtivista
(TEIXEIRA, 2012, p. 9-10)
[...]
Atividades
1. Que fatores interagem para o desenvolvimento do sistema cognitivo humano?
Referências
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cognitivos do ENEM. Brasília, INEP Ministério da Educação, 2002, p. 21-29. Disponível em: <http://
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handle/1822/25186>. Acesso em: 5 abr. 2017.
Resolução
1. Fatores condicionantes: orgânico, sociocultural e afetivo.
2. O estilo é um modo de ser pessoal, em que a pessoa usa das suas competências
e habilidades para saber sobre si mesma e conhecer seu ambiente de convivência.
Define um modo particular de extrair informações, conscientes e inconscientes, para
processá-las e criar formas de se conduzir na vida.
3. Compreender que o ato criativo depende das experiências vividas de cada pes-
soa em seu ambiente sócio-histórico-cultural e que para o impulso criativo im-
porta criar formas.
MARCHESI; PALÁCIOS, 2004, p. 378) do alunado, quer dizer, as capacidades do aluno de-
vem ser reconhecidas e ter algum significado para o professor.
Coll, Marchesi e Palácios (2004), ao discutirem a avaliação da aprendizagem escolar, su-
gerem alguns critérios no planejamento e no desenvolvimento das atividades de avaliação
adaptada. A seguir os critérios sugeridos:
• “Priorizar a função pedagógica da avaliação das aprendizagens” – avaliação cumula-
tiva; vincular todas as atividades de caráter avaliativo aplicadas em sala de aula.
• “Reforçar o valor regulador, formativo e formador da avaliação nas aprendizagens” –
deve ser um instrumento que contribua à melhoria do processo de aprender.
• “Recuperar e reforçar a função pedagógica da avaliação cumulativa das aprendi-
zagens” – avaliação continuada e diversificada, autoavaliação. Novas formas de
incluir os pais nos processos avaliativos e de participação do aluno.
• “A busca de maior coerência e continuidade entre as decisões de ordem peda-
gógica e de ordem social associadas à avaliação das aprendizagens” – critérios
de avaliação de acordo com os princípios psicopedagógicos que inspiram os usos
pedagógicos de avaliação.
• “A autonomia das escolas e dos professores no planejamento e no desenvolvi-
mento da avaliação das aprendizagens”. (COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, 2004,
p. 378-384. Adaptado.)
Os autores também sugerem que no planejamento e na execução das avaliações da
aprendizagem escolar o professor atente para os seguintes pontos:
• a importância dos fatos cognitivos, afetivos e relacionais na avaliação das
aprendizagens;
• a avaliação é um fator essencial na configuração dos perfis motivacionais e dos
padrões atributivos dos alunos;
• a avaliação das aprendizagens realizadas pelos alunos é uma questão de grau;
• a inter-relação dos significados limita o alcance das atividades de avaliação;
• a avaliação da aprendizagem: um momento não estático do processo de constru-
ção do conhecimento;
• a importância dos erros na avaliação;
• a influência da natureza do conteúdo na avaliação;
• a importância do contexto na construção do conhecimento escolar e na avaliação
da aprendizagem;
• a funcionalidade da aprendizagem e a busca de indicadores para a avaliação;
• a incorporação progressiva do controle e da responsabilidade no processo de
aprendizagem: uma fonte de indicadores para a avaliação.
Ao refletir sobre essas informações, se espera criar instrumentos avaliativos e formativos
que viabilizem ao aluno demonstrar ao máximo as competências na resolução de problemas e
ampliem sua capacidade de aprender a aprender, bem como, sua autonomia na aprendizagem.
[...]
Atividades
1. Para operacionalizar o currículo quais informações devem ser descritas?
Referências
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SONZA, Andréa P. (org) Acessibilidade e tecnologia assistiva: pensando a inclusão sociodigital de
PNEs. Ministério da Educação. Bento Gonçalves, RS. 2013. Disponível em: <http://www.planetaeducacao.
com.br/portal/conteudo_referencia/acessibilidade-tecnologia-assistiva.pdf>. Acesso em: 5 abr. 2017.
Resolução
1. Deve-se levantar para a operacionalização dos conteúdos curriculares as informa-
ções sobre o que ensinar, quando ensinar, como ensinar; e o que, como e quando avaliar as
competências e conteúdos transmitidos.
2. Para definir qual recurso é adequado ao aluno é necessário avaliar as suas reais ne-
cessidades educativas especias e planejar adaptações e recursos que atendam as ne-
cessidades específicas do aluno.
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